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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE EDUCAÇÃO PROGRAMA NACIONAL ESCOLA DE GESTORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA PÚBLICA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA CECOP 3 ANTONIO DOS SANTOS FONTOURA CONSELHO DE CLASSE: REESTRUTURAÇÃO E EFETIVAÇÃO DAS PRÁTICAS DOCENTES NO ENSINO FUNDAMENTAL DOS ANOS FINAIS DO COLÉGIO MUNICIPAL ANÍSIO TEIXEIRA SOB A ARTICULAÇÃO DO COORDENADOR PEDAGÓGICO Salvador 2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE EDUCAÇÃO

PROGRAMA NACIONAL ESCOLA DE GESTORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA

PÚBLICA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA – CECOP 3

ANTONIO DOS SANTOS FONTOURA

CONSELHO DE CLASSE: REESTRUTURAÇÃO E EFETIVAÇÃO DAS PRÁTICAS DOCENTES NO ENSINO FUNDAMENTAL DOS ANOS FINAIS DO

COLÉGIO MUNICIPAL ANÍSIO TEIXEIRA SOB A ARTICULAÇÃO DO COORDENADOR PEDAGÓGICO

Salvador 2015

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ANTONIO DOS SANTOS FONTOURA

CONSELHO DE CLASSE: REESTRUTURAÇÃO E EFETIVAÇÃO DAS PRÁTICAS DOCENTES NO ENSINO FUNDAMENTAL DOS ANOS FINAIS DO

COLÉGIO MUNICIPAL ANÍSIO TEIXEIRA SOB A ARTICULAÇÃO DO COORDENADOR PEDAGÓGICO

Projeto Vivencial apresentado ao Programa Nacional Escola de Gestores da Educação Básica Pública, Faculdade de Educação, Universidade Federal da

Bahia, como requisito para a obtenção do grau de Especialista em Coordenação Pedagógica.

Orientador: Profª. Ma. Kilza Rogaciano S. dos

Santos

Salvador 2015

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ANTONIO DOS SANTOS FONTOURA

CONSELHO DE CLASSE: REESTRUTURAÇÃO E EFETIVAÇÃO DAS

PRÁTICAS DOCENTES NO ENSINO FUNDAMENTAL DOS ANOS FINAIS DO COLÉGIO MUNICIPAL ANÍSIO TEIXEIRA SOB A ARTICULAÇÃO DO

COORDENADOR PEDAGÓGICO

Projeto Vivencial apresentado como requisito para a obtenção do grau de Especialista em Coordenação Pedagógica pelo Programa Nacional Escola de

Gestores, Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia.

Aprovado em janeiro de 2016.

Banca Examinadora

Primeiro Avaliador.____________________________________________________

Segundo Avaliador. ___________________________________________________

Terceiro Avaliador. ____________________________________________________

3

Aos meus colegas de profissão e à minha esposa/coordenadora pedagógica Keliane

de Oliveira Gouvêa Fontoura.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por me permitir mais esta conquista na minha vida profissional.

À tutora do Pólo de Teixeira de Freitas, Profª Suely Bahia Alves pelo apoio, atenção

e competência nas orientações prestadas nos encontros presenciais do Pólo.

À minha Professora Pesquisadora Orientadora (PPO), Profª. Kilza Rogaciano

Santana dos Santos, pela paciência e competência ao me auxiliar nesta jornada.

À Faculdade de Educação da UFBA e ao Programa Escola de Gestores, por

levarem a cabo esta iniciativa que beneficia tantos Coordenadores Pedagógicos

como eu.

A todos os colegas e professores do Pólo de Teixeira de Freitas pelas contribuições

feitas nos diálogos virtuais e nos encontros presenciais.

Aos meus colegas de trabalho, do Colégio Municipal Anísio Teixeira, pela

colaboração.

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Para realizar mudanças, é preciso ir à raiz dos problemas;

ocorre que a realidade não se entrega, não se dá a conhecer

imediatamente. (VASCONCELLOS, 2013, p. 27).

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FONTOURA, Antonio dos Santos. Conselho de Classe: reestruturação e efetivação

das práticas docentes no ensino fundamental dos anos finais do Colégio Municipal Anísio Teixeira sob a articulação do Coordenador Pedagógico. 2015. Projeto

Vivencial (Especialização) – Programa Nacional Escola de Gestores, Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2015.

RESUMO

O presente trabalho busca analisar e discutir a organização do Conselho de Classe

e a atuação do Coordenador Pedagógico no Processo de replanejamento didático realizado após a reunião desse colegiado. No que se refere a metodologia, foi utilizado o método da “pesquisa-ação”, que baseia-se na pesquisa de um

determinado tema na qual o pesquisador (neste ato o Coordenador Pedagógico cursista), está envolvido de forma cooperativa e participativa na situação ou

problema, e na observação das atividades realizadas na escola onde se deu o estudo. Dessa forma, o objetivo deste estudo é promover a reflexão da prática pedagógica docente e propor formas de organização de reuniões pedagógicas para

realizar o replanejamento das aulas, em horários reservados ao trabalho pedagógico coletivo, com o escopo de melhor atender os alunos que apresentam dificuldades de

aprendizagem em determinados conteúdos. Nessa perspectiva, é necessário enfatizar a importância da reestruturação do Conselho de Classe para torná-lo mais participativo, com perspectivas de mudanças na prática docente, que se concretiza

no (re)planejamento didático. Palavras-chave: Conselho de Classe. Coordenador Pedagógico. Dificuldade de

Aprendizagem. Replanejamento.

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LISTA DE GRÁFICOS E QUADRO

Gráfico 1 Total de alunos em conselho de classe – 6º ano A – Matutino... 32

Gráfico 2 Total de alunos em conselho de classe – 7º ano F –

Vespertino...................................................................................

32

Gráfico 3 Total de alunos em conselho de classe – 8º ano B – Matutino... 33

Gráfico 4 Total de alunos em conselho de classe – 9º ano E –

Vespertino...................................................................................

33

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CC Conselho de Classe

CECOP Curso de Especialização em Coordenação Pedagógica

CP Coordenador(a) Pedagógico(a)

CMAT Colégio Municipal Anísio Teixeira

LDB Lei de Diretrizes e Bases da Educação

UFBA Universidade Federal da Bahia

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO............................................................................................

10

1 MEMORIAL.................................................................................................

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2

2.1

2.2

2.3

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA................................................................

CONSELHO DE CLASSE: CONCEITOS E FINALIDADES......................

A RELAÇÃO ENTRE GESTÃO DEMOCRÁTICO-PARTICIPATIVA E O

CONSELHO DE CLASSE.........................................................................

O COORDENADOR PEDAGÓGICO E A ARTICULAÇÃO DO

CONSELHO DE CLASSE..........................................................................

18

18

21

23

3

3.1

3.2

3.3

3.4

3.5

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO..............................................................

CARACTERIZAÇÃO DA UNIDADE ESCOLAR........................................

METODOLOGIA........................................................................................

APLICAÇÃO DOS INSTRUMENTOS DE PESQUISA E ANÁLISE DE

DADOS......................................................................................................

APRESENTAÇÃO DAS AÇÕES DA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO....

CRONOGRAMA DA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO..............................

27

27

28

31

34

38

CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................

42

REFERÊNCIAS...........................................................................................

44

ANEXOS......................................................................................................

ANEXO A – Ficha para Pré-conselho de Classe........................................

ANEXO B – Ficha para reunião do Conselho de Classe...........................

ANEXO C – Sugestão de roteiro, proposto pela Revista Nova Escola,

de questões para nortear o Pré-Conselho com os alunos..........................

46

47

48

50

10

INTRODUÇÃO

O presente Trabalho de Conclusão de Curso, na modalidade de Projeto

Vivencial (TCC/PV) aborda uma discussão sobre o Conselho de Classe cujo tema é

“Conselho de Classe: reestruturação e efetivação das práticas docentes no Ensino

Fundamental dos Anos Finais do Colégio Municipal Anísio Teixeira, sob a

articulação do Coordenador Pedagógico”.

Insere-se na discussão desse estudo a importância do papel do Coordenador

Pedagógico no desenvolvimento do Conselho de Classe e na articulação do

(re)planejamento, que é realizado após a reunião do conselho. Dessa forma, o foco

da atuação do Coordenador Pedagógico no processo de realização do Conselho

Classe está voltado para o problema recorrente na análise da situação de cada

aluno, que é a dificuldade de aprendizagem, o que perpassa por uma reestruturação

do referido órgão colegiado.

O objetivo desse estudo é promover a reflexão da prática pedagógica

docente, diante dos resultados apresentados; e propor formas de organização de

reuniões pedagógicas, pós-conselho, para realizar o replanejamento das aulas para

melhor atender aos alunos que, porventura, apresentem dificuldades de

aprendizagem em determinados conteúdos.

Quanto à justificativa e os impactos do estudo sobre o tema pode-se dizer que

o Conselho de Classe é um órgão colegiado importantíssimo no momento da

avaliação de todo o processo de ensino e aprendizagem. No entanto, nas reuniões

do referido colegiado, desenvolvidas no Colégio Municipal Anísio Teixeira (Anos

Finais do Ensino Fundamental), preponderam a mera discussão sobre a

(in)disciplina e rendimento do alunado, mas a reflexão sobre a prática docente e o

replanejamento didático são normalmente esquecidos. Fica notório, assim, que no

conselho de classe da escola supracitada só existe para fazer um julgamento do (s)

aluno (s).

Nesse cenário acima delineado nota-se que um Conselho de Classe

planejado da forma descrita acima, desencadeia impactos negativos, no que diz

respeito a puro e simplesmente julgamento do alunado. Nessa perspectiva, cabe ao

responsável pelo acompanhamento, organização, articulação das ações

pedagógicas da escola, o (a) Coordenador(a) Pedagógico(a), propor e coordenar

uma reflexão coletiva sobre a dinâmica de operacionalização e funcionamento do

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Conselho de Classe com a perspectiva de promover ações que contribuam para o

efetivo funcionamento do órgão colegiado mencionado e prover meios para a equipe

docente realizar o replanejamento didático.

No que diz respeito à metodologia utilizarei a “pesquisa-ação” (Thiollent,

1947) que se baseia na pesquisa de um determinado tema na qual o pesquisador,

neste ato o Coordenador (a) Pedagógico Cursista, está envolvido de forma

cooperativa e participativa na situação ou problema. A abordagem mencionada visa

reestruturar o Conselho de Classe e promover o processo de replanejamento das

práticas docentes no Ensino Fundamental dos Anos Finais do Colégio mencionado.

Na busca de meios para propor uma nova operacionalização do Conselho de

Classe foram coletadas informações sobre o funcionamento desse órgão colegiado

em anos anteriores e no ano letivo em curso (2015), mediante observações e

análise das fichas do Pré-Conselho, das atas do Conselho, do plano de ação que é

elaborado no momento da realização da reunião e das intervenções feitas pela

equipe pedagógica no período entre um Conselho e outro.

Para maior organização e compreensão das ideias, este trabalho está dividido

em 3 (três) capítulos: O “Memorial sobre minhas experiências em relação ao

Conselho de Classe”, a “Revisão da Literatura” e a “Proposta de Intervenção”.

No primeiro capítulo é feito um breve relato sobre minha história de vida

pessoal, profissional e acadêmica relacionada com as experiências vivenciadas com

o tema deste trabalho. No segundo é apresentado o diálogo entre as experiências

do Coordenador Cursista com as ideias dos teóricos que discorrem sobre o

“Conselho de Classe” e são abordados alguns conceitos referentes ao tema em

destaque, a gestão participativa e as funções do Coordenador Pedagógico no

âmbito escolar, tendo como referencial básico os seguintes teóricos: Dalben (2004),

Cruz (2011), Libâneo (2009) e o Regimento Interno Unificado das Escolas

Municipais de Prado/BA (2015).

No terceiro capítulo está a proposta de intervenção, classificada como o

coração deste trabalho, onde é apresentado uma sugestão para reestruturar o

Conselho de Classe e promover o processo de (re)planejamento das práticas

docentes no Ensino Fundamental dos Anos Finais do Colégio Municipal Anísio

Teixeira - CMAT.

Finalizo o trabalho destacando os principais avanços, dificuldades e

recomendações sobre a atual estrutura e organização do Conselho de Classe do

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CMAT, bem como o processo de (re)planejamento didático pós-conselho, e

apresento nos anexos as fichas para o conselho que serviram de subsídios para

elaborar este documento.

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1 MEMORIAL

Estudos descrevem que memorial (BRASIL, 2008) é um documento que

retrata experiências vividas em um determinado período e registra aspectos

essenciais e relevantes.

Nessa linha argumentativa, abordarei neste documento experiências da

minha vida pessoal, profissional e acadêmica, farei uma relação com o objeto de

estudo – “Conselho de Classe” - que servirá de base na elaboração do meu

Trabalho de Conclusão de Curso na Modalidade de Projeto Vivencial - TCC/PV, pré-

requisito para obtenção de Certificado de Conclusão do Curso de Especialização em

Coordenação Pedagógica (CECOP 3), promovido pela Faculdade de Educação da

Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Com relação à minha vida pessoal, me restringirei ao meu histórico de vida

escolar, transcorrido completamente no Município de Prado/BA, que teve início no

ano de 1984, no maternal da Escola Monteiro Lobato (Escola das Madres) e no ano

de 1985 fui transferido para o Colégio Estadual Homero Pires (CEHP) onde conclui a

etapa conhecida atualmente como Educação Infantil.

Ainda no CEHP cursei a Alfabetização e todo o ensino fundamental de 1ª à 4ª

série. Em 1991 fui transferido para o Colégio Municipal Anísio Teixeira (CMAT) onde

cursei da 5ª série ao 3º ano do antigo 2º Grau, que habilitava para o magistério de 1ª

à 4ª série. Dessa forma, conclui no ano de 1997 o curso de magistério e comecei a

exercer a função de professor no ano seguinte.

Quanto à minha vida profissional, destaco que iniciei na carreira do magistério

no ano de 1998, na situação funcional de contratado, na Escola Evandro Mendes de

Carvalho, localizada na Zona Rural do Município de Prado, que ofertava os cursos

de Educação Infantil e Ensino Fundamental de 1ª à 4ª série. A escola funcionava no

turno matutino, tinha uma única sala e sua organização de ensino era baseada na

multisseriação - várias séries estudando no mesmo espaço simultaneamente.

No ano de 1999 fui contratado para exercer a função de professor do Ensino

Fundamental, de 5ª à 8ª série. Fui encaminhado para o CMAT, localizado na Zona

Urbana de Prado, lecionei o componente curricular “História” até o ano de 2004. Foi

nesse período que participei das primeiras reuniões do Conselho de Classe.

É importante destacar que o Conselho de Classe do CMAT era reunido

apenas no final do ano letivo e tinha caráter avaliativo e classificatório, a equipe da

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secretaria, sob a organização da coordenação pedagógica, listava os alunos

reprovados em até três componentes curriculares e os professores apreciavam a

situação e deliberavam sobre a aprovação ou não dos discentes. Quanto ao

conceito de Conselho de Classe, a equipe técnica da Secretaria de Educação do

Estado da Bahia (SEC/BA) o define da seguinte forma:

O Conselho de Classe é um órgão colegiado, consultivo e deliberativo da gestão, configurando-se como uma assembleia de discussões coletivas a respeito de toda a dinâmica escolar, contando com representantes dos atores/atrizes envolvidos/as nessa dinâmica. Constitui-se como uma atividade por excelência avaliativa, como momento de leitura crítica que permite a discussão e análise coletiva do processo do ensino e da aprendizagem em curso. (BAHIA/SEC, 2013).

Diante desta citação, percebe-se que o Conselho de Classe concebido no

CMAT, no período supracitado, simplesmente era utilizado para avaliar os

educandos depois de transcorridos os 200 (duzentos) dias letivos, mas não

apreciava todo processo de gestão da aprendizagem que é desenvolvido nos

bimestres letivos.

Na busca de qualificação profissional, participei de diversos cursos de

formação continuada, dentre os quais destaco a “Formação de Professores do

Ensino Fundamental” no ano de 2002, com o objetivo de obter a “carteira precária”

que permitia exercer a função de professor dos anos finais do ensino fundamental

sem a habilitação específica.

Ainda em busca da qualificação profissional, em 2002 ingressei no Curso de

Graduação em Pedagogia, com habilitação em Coordenação Pedagógica, da

Faculdade Teixeira de Freitas (FACTEF) e conclui a formação no ano de 2006.

Entre os anos de 2004 a 2008 me desliguei do setor educacional, entretanto,

nesse período prestei concurso público para (re)ingresso na carreira do magistério.

Em 2006 fui aprovado no concurso da Prefeitura de Prado/BA, mas não assumi

porque faltavam 3 (três) meses para conclusão da graduação. No ano de 2008 fui

aprovado no concurso público da Prefeitura de Caravelas/BA e (re)ingressei à

carreira do magistério no ano de 2009 exercendo a função de Coordenador

Pedagógico da Secretaria Municipal de Educação (SME) de Caravelas/BA.

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Em 2010 trabalhei na Escola Claudionora Nobre de Melo, localizada na Zona

Urbana de Caravelas, onde exerci a função de Coordenador Pedagógico e, dentre

outras atividades, participei da articulação e coordenação do Conselho de Classe.

Na nova função pude organizar Conselhos de Classe periódicos (trimestrais)

e no final do ano letivo. Quase sempre utilizei a metodologia que vivenciei no CMAT,

enquanto professor, todavia, os parâmetros legais do Regimento Escolar serviam de

instrumentos norteadores das discussões. É importante destacar que as discussões

eram voltadas para os problemas de indisciplina, dificuldades e frequência do

alunado, sempre com o devido registro da reunião em ata específica. Após as

reuniões, a direção, juntamente com a coordenação, listava as solicitações dos

professores e buscava soluções para os casos.

No ano de 2011 fui transferido para o cargo de Coordenador Pedagógico da

SME de Caravelas e na oportunidade fui responsável, dentre outras coisas, pelo

setor de Convênios de Programas Educacionais, pela coordenação da elaboração

do Plano de Ações Articuladas (PAR) e coordenação do Programa Gestão Nota 10

do Instituto Ayrton Senna (IAS). Nesse período prestei concurso para a Prefeitura

Municipal de Prado, fui aprovado e empossado no ano de 2012.

No meu primeiro ano como servidor concursado na rede municipal de ensi no

de Prado exerci a função de Coordenador Pedagógico da Escola Municipal Perolina

Ramos Mascarenhas, localizada na Zona Urbana, por 6 meses. Fui transferido para

a SME de Prado/BA e exerci as mesmas funções desempenhadas no órgão central

do sistema de ensino do município de Caravelas.

Em 2013, com a mudança na gestão municipal, retornei ao meu cargo de

origem/concurso na Escola Perolina Ramos Mascarenhas e fui exonerado no mês

de agosto, por força do cancelamento do concurso de Prado. Nesse contexto,

ingressei com ação judicial solicitando a anulação do ato legal que cancelou o

concurso e busquei novas aprovações em outros certames.

Em novembro de 2013 fui aprovado em 1° lugar para o cargo de Coordenador

Pedagógico no concurso da Prefeitura de Ibirapuã/BA, tomei posse no ano de 2014

e fui encaminhado para as Escolas Municipais Maurina Oliveira Nascimento, que

funciona no turno matutino, e, Antônio Carlos Magalhães, que funciona no

vespertino, onde atuei até o mês de setembro do mesmo ano da posse.

No final do ano de 2014, por meio de decisão judicial fui readmitido ao quadro

efetivo de funcionários do município de Prado e fui lotado no Colégio Municipal

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Anísio Teixeira, local onde estudei, fui professor e agora sou Coordenador

Pedagógico.

Nas Escolas Perolina Ramos, Maurina Oliveira e Antônio Carlos Magalhães

pude vivenciar novas experiências referentes ao Conselho de Classe, mas foi no

Colégio Municipal Anísio Teixeira que me deparei com reuniões de Conselhos com

discussões calorosas, focadas apenas no aluno e na ausência da família. Os

professores deixaram e ainda deixam transparecer nas suas falas que os alunos só

aprendem se tiverem vontade e se a família for participativa e presente, todavia, não

percebo nesses mesmos discursos que as práticas de ensino e as metodologias da

sala de aula precisam ser avaliadas e mudadas constantemente para que a

aprendizagem aconteça.

A partir do ano letivo de 2015 foi inserido ao processo de realização do

Conselho de Classe do CMAT mais duas ações: o pré-conselho e o pós-conselho.

As duas ações foram criadas com o objetivo de melhor organizar o Conselho, buscar

soluções para os problemas identificados na reunião e implementar o plano de ação

que é elaborado no final das discussões.

No meu histórico profissional, em âmbito educacional, destaco todas as

experiências como importantes para a definição do Objeto de Estudo. Isso se explica

porque em todas as instituições de ensino onde atuei, seja como professor ou

Coordenador Pedagógico, sempre visualizei o Conselho de Classe como excelente

espaço de comunicação para analisar e repensar o processo de ensino e de

aprendizagem. No entanto, o que pude perceber foi que as reuniões eram para

cumprir uma exigência estabelecida nos regimentos escolares e que no formato em

que está sendo operacionalizado só provoca discussões superficiais que não

favorecem ao processo de planejamento das ações pedagógicas.

Pretendo falar especificamente sobre a dinâmica do Conselho de Classe do

CMAT, onde atuo como Coordenador Pedagógico e onde penso em desenvolver

minha Proposta de Intervenção. Identifiquei que o referido Conselho baseia-se

apenas em desabafos, queixas coletivas e “julgamento”. Identifiquei, ainda, que isso

só acontece devido à forma como é conduzido o processo do Conselho de Classe.

Enquanto Coordenador Pedagógico, minha Proposta de Intervenção,

referente ao objeto de estudo mencionado, se fundamenta na linha argumentativa de

Lima e Santos (2007, p. 7). De acordo com os autores mencionados, a prática

pedagógica se constrói pela contribuição de todos os atores sociais, cujo sujeito

17

facilitador, pode ser materializado, dentre outros, na figura do Coordenador

Pedagógico.

Diante do cenário aqui delineado, minha perspectiva para melhor organizar o

Conselho de Classe é sugerir uma nova forma/dinâmica para a sua

operacionalização, por meio da elaboração da proposta de intervenção presente

neste TCC/PV.

Nessa perspectiva, o Projeto de Intervenção que delineia a organização do

Conselho de Classe alvitrará novas metodologias para esse colegiado que tem

funções técnico-pedagógicas.

A proposta é indicar novos caminhos e redimensionar a prática do ponto de

vista teórico-epistemológico para, assim, tornar o Conselho de Classe do CMAT um

instrumento que de fato aprecie os processos de ensino e potencialize a análise do

currículo engendrado na escola, a metodologia adotada pelo sistema de avaliação

da unidade escolar, promovendo dessa forma, uma educação eficaz e de qualidade.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O Regimento Interno Unificado das Escolas Municipais de Prado/BA (2015)

define Órgãos Colegiados como aqueles destinados a prestar assessoramento

técnico-pedagógico e administrativo às atividades da Unidade Escolar que foram

criados, cada um com sua especificidade, para promover a participação dos

diferentes segmentos nas tomadas de decisões dos diferentes assuntos que

permeiam o ambiente escolar.

Na organização administrativo-pedagógica das escolas municipais da rede de

ensino de Prado/BA é possível identificar 3 (três) órgãos colegiados: O Colegiado

Escolar, o Caixa Escolar e o Conselho de Classe, que é objeto de estudo deste

Trabalho de Conclusão de Curso/Projeto Vivencial (TCC/PV).

Neste capítulo, voltado para articular as ideias dos teóricos que discorrem

sobre o “Conselho de Classe”, serão abordados alguns conceitos referentes ao tema

em destaque, gestão participativa e as funções do Coordenador Pedagógico no

âmbito escolar, tendo como referencial os seguintes teóricos: Dalben (2004), Cruz

(2011), Libâneo (2009) e o Regimento Interno Unificado das Escolas Municipais de

Prado/BA (2015).

2.1 CONSELHO DE CLASSE: CONCEITOS E FINALIDADES

Dos teóricos que discorrem sobre o tema conselho de classe, pode-se

destacar Ângela Imaculada Loureiro de Freitas Dalben (2004) e Carlos Henrique

Carrilho Cruz (2011) que publicaram, respectivamente, livros intitulados “Conselhos

de Classe e avaliação: perspectivas na gestão pedagógica da escola” e “Conselho

de Classe: espaço de diagnóstico da prática educativa escolar”.

Dessa forma, para conceituar o termo Conselho de Classe e apontar as suas

finalidades será necessário fundamentar-se em Dalben (2004), Cruz (2011) e no

Regimento Interno Unificado das Escolas Municipais de Prado/BA, que é o

instrumento legal e orientador das diretrizes técnico-pedagógicas, administrativas e

disciplinares das Unidades de Ensino do referido município.

De acordo com Dalben o Conselho de Classe é

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[...] um espaço prioritário da discussão pedagógica, composto, principalmente, pelos docentes e pela equipe técnico-pedagógica que trabalham com determinadas turmas de mesma faixa etária ou mesma escolaridade. No entanto, algumas escolas têm optado e incluído, sempre que necessário, a participação dos pais e dos alunos dessas respectivas turmas. (DALBEN, 2004, p. 33).

Em se tratando de discussões pedagógicas na escola, a autora mencionada

afirma que o Conselho de Classe deve ser o espaço preferencial para debater

questões de cunho didático e educacional. Afirma, ainda, que o referido órgão

colegiado é formado principalmente por professores (docentes), equipe técnico-

pedagógica (coordenadores pedagógicos, orientadores educacionais, diretor/vice-

diretor) e, caso seja necessário, poderá contar com a participação dos alunos e seus

responsáveis legais.

Os assuntos mais comuns que geram discussões no meio escolar, definidas

por Dalben (2004) como “discussões pedagógicas” (ou que deveriam ser

pedagógicas), estão ligados normalmente ao comportamento e conduta geral do

aluno dentro e fora da sala de aula, sobre notas obtidas pelos alunos nas diferentes

disciplinas, áreas de estudo e atividades e circunstâncias diversas que tenham

interferido para prejudicar o aproveitamento da disciplina em questão. Percebe-se,

assim, que os aspectos preponderantes nas discussões pedagógicas têm como foco

o aluno.

De acordo com o Regimento Interno Unificado das Escolas Municipais de

Prado/BA (2015), que é utilizado por todas as escolas da Rede Municipal de Ensino

da cidade supracitada, o Conselho de Classe tem funções consultiva e deliberativa

acerca de assuntos de natureza pedagógicas, didáticas e disciplinares.

As principais funções do Conselho de Classe previstas no referido Regimento

Escolar são:

I - dar informações e parecer a respeito dos alunos, sobre os aspectos psico-pedagógicos; II – opinar sobre a organização, adequação e aplicação de planos e programas; III- opinar sobre os processos relativos a cancelamento de matrícula de alunos; IV – decidir sobre a promoção de cada aluno que não tenha atingido nota satisfatória para promoção, na forma deste Regimento; V- identificar os alunos de aproveitamento insuficiente; VI- analisar o comportamento da classe, confrontando com os diferentes processos; VII- participar dos atos de classificação, reclassificação e avanço de estudos. (PRADO, 2015, p. 17).

20

Observa-se, assim, que nas funções do Conselho de C lasse preponderam os

aspectos avaliativos voltados para os alunos. Por isso é comum que ao final dos

Conselhos de Classe a equipe que participa da reunião chegue à conclusão de que

o aluno precisa fazer as atividades propostas pelos professores, ter uma boa

conduta na sala e na escola, estudar mais etc. Além disso, é solicitado que alguns

alunos, simplesmente rotulados como “alunos com dificuldades de aprendizagem”,

“indisciplinados”, “faltosos” ou “desinteressados”, sejam encaminhados para

especialistas disponibilizados pelo município (psicólogo, psicopedagogo etc.) ou que

os pais dos mesmos compareçam à escola.

Da forma descrita acima, o Conselho de Classe é visto como uma instância

de julgamento. Nessa linha argumentativa, Cruz (2011) sublinha que

De modo geral, o Conselho de Classe se transformou em instância de julgamento dos alunos, sem direito à defesa e em espaço de críticas improdutivas sobre a prática pedagógica. Como tem sido praticado em muitas escolas, camufla e, com isso, reforça dentro da escola os mecanismos de controle arbitrário, de concentração de poder e de exclusão social. (CRUZ, 2011, p. 5).

Diante do exposto acima, notas-se que, em algumas escolas, o conselho de

classe está reduzido às reuniões para apresentar notas e/ou conceitos dos alunos

para que sejam tomadas decisões ou encaminhamentos, conforme mencionado no

parágrafo que antecede à citação de Cruz (2011).

Seguindo a linha teórica de Cruz (2011) o “Conselho de Classe é etapa do

processo de avaliação [...]”. Dessa forma é possível afirmar que o referido órgão

colegiado é um instrumento avaliativo, normalmente uti lizado no final do bimestre

letivo e no final do ano. No entanto, a avaliação citada é baseada, geralmente,

apenas no desenvolvimento da aprendizagem do aluno. Dessa forma, é importante

ressaltar que esse procedimento avaliativo deve levar em consideração o

acompanhamento do desempenho pedagógico dos alunos e como conseq uência

disso a avaliação da prática docente, transformando-se assim em avaliação do

processo de ensino e de aprendizagem.

Por meio dessa técnica é necessário que todos os envolvidos com a prática

educacional – a comunidade escolar e local – façam-se presentes, direta ou

indiretamente, no momento da reunião do Conselho de Classe. De acordo com

Veiga (2007), “para construir seu espaço participativo, a escola aciona vários

21

mecanismos; entre eles vale destacar o papel importante desempenhado pelos

Conselhos Escolar e de Classe.” Compreende-se dessa forma, que Conselho de

Classe também é uma ferramenta que serve como sustentáculo para a efetivação da

gestão democrática, mas é necessário que o referido órgão colegiado funcione de

forma democrática.

É preciso que o Conselho de Classe deixe de lado essa marca de julgamento

dos alunos, que ultrapasse o campo avaliativo da aprendizagem, que deixe de ser

“conselho disciplinar” ou “conselho de professores”. É preciso, também, repensar a

sua forma de organização para promover reuniões de conselho de classe mais

participativas e com o objetivo de discutir, conforme citado por Cruz (2011),

processos, métodos, conteúdos, relações, o significado e consequências para a

aprendizagem dos alunos e a pertinência dessas dimensões como o Projeto Político-

Pedagógico da Escola.

Aos aspectos mencionados acima, acrescento o objetivo de replanejar a

prática docente. É preciso ir além da análise do aluno. A equipe pedagógica da

escola precisa fazer uma avaliação da prática, ou autoavaliação como proposto por

Cruz (2011, p. 14), para assim investigar as questões que precisam ser alteradas ou

redimensionadas pedagogicamente no momento da execução do planejamento

didático.

2.2 A RELAÇÃO ENTRE GESTÃO DEMOCRÁTICO-PARTICIPATIVA E O

CONSELHO DE CLASSE

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), Lei n° 9394/96, em seu artigo

14, define:

Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios: [...] II - participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes.

O ordenamento jurídico destacado acima sinaliza que a participação das

comunidades escolar e local em Conselhos Escolares ou equivalentes é um

princípio para a organização da gestão democrática. Nesse sentido, para

22

compreender a relação entre o Conselho de Classe e a gestão democrática e

participativa, faz-se necessário trazer para esta discussão o conceito deste tipo de

gestão.

De acordo com Libâneo (2009) “a organização e os processos de gestão

assumem diferentes modalidades, conforme a concepção que se tenha das

finalidades sociais e políticas da educação [...]”. O autor supracitado define a

modalidade “Gestão democrático-participativa” como

A concepção democrático-participativa, proposta neste livro, acentua a necessidade de combinar a ênfase sobre as relações humanas e sobre a participação das decisões com as ações efetivas para atingir com êxito os objetivos específicos da escola. Para isso, valoriza os elementos internos do processo organizacional – o planejamento, a organização, a direção, a avaliação -, uma vez que não basta a tomada de decisões, mas é preciso que elas sejam postas em prática para prover as melhores condições de viabilização do processo ensino/aprendizagem. (LIBÂNEO, 2009, p. 326).

Acerca do termo gestão democrático-participativa, Libâneo (2009) considera

que os envolvidos direta e indiretamente com a organização escolar devem

participar efetivamente das decisões que objetivam o sucesso da escola. No

entanto, o autor enfatiza que é necessário valorizar o planejamento, a organização,

a direção e a avaliação – que fazem parte do meio organizacional da escola -, mas

ressalta que esses elementos internos do processo educacional sejam colocados

em prática para viabilizar o processo de ensino e de aprendizagem.

Nessa linha argumentativa, Dalben (2004, p. 16) aponta que o “Conselho de

Classe guarda em si a possibilidade articular os diversos segmentos da escola [...]”.

Dessa forma, a autora indica a possibilidade de o Conselho de Classe funcionar de

forma que todos os segmentos envolvidos com o fazer pedagógico participem das

discussões pedagógicas.

Nessa perspectiva Cruz (2011) propõe a organização de um conselho

participativo que envolva todos os alunos e seus professores, realizado após o

conselho com a presença da equipe técnico-pedagógica e professores, o que já é

um bom começo para a efetivação da gestão democrática da referida instância

colegiada, pois aumenta gradativamente o espaço de participação com construção

conjunta entre alunos e professores e provoca mudanças na cultura docente da

escola, conforme destacado pelo próprio autor.

23

2.3 O COORDENADOR PEDAGÓGICO E A ARTICULAÇÃO DO CONSELHO DE

CLASSE

No ambiente escolar o Coordenador Pedagógico (CP) deve gerir todo o

processo didático referente ao planejamento, acompanhamento e avaliação das

ações pedagógicas. Dessa forma, destaco, abaixo, os preceitos legais que

fundamentam a elaboração da Proposta de Intervenção e justificam as atribuições

do Coordenador Pedagógico na organização do Conselho de Classe e no

replanejamento didático. O artigo 9º da Lei Municipal nº 199/2008, do município de

Prado/BA, reza que compete ao Coordenador Pedagógico:

a) coordenar o planejamento e a execução das ações pedagógicas nas Unidades Escolares; [...]

e) coordenar e acompanhar as atividades dos horários de Atividade Complementar na Unidade Escolar, viabilizando a atualização pedagógica em serviço; [...] j) analisar os resultados de desempenho dos alunos, visando correção dos desvios de Planejamento Pedagógico; [...] n) organizar e coordenar a implantação e implementação do Conselho de Classe numa perspectiva inovadora de instância avaliativa do desempenho dos alunos; (PRADO, 2008, p. 7).

Conforme destacado acima, o ordenamento jurídico, Lei Municipal nº

199/2008, que dispõe sobre o Estatuto dos Servidores do Magistério Público do

Município de Prado/BA, prevê que uma das atribuições do Coordenador Pedagógico

é “organizar e coordenar a implantação e implementação do Conselho de Classe

numa perspectiva inovadora de instância avaliativa do desempenho dos alunos ”.

Logo, percebe-se que o referido profissional da educação precisa organizar/articular

a dinâmica de funcionamento do Conselho de Classe. No entanto, é importante

salientar que o processo de articulação, geralmente, deve ser feito em três etapas: O

Pré-conselho, que serve como levantamento de dados que servirão como subsídios

para a próxima fase deste Conselho; A reunião do Conselho de Classe; e o Pós-

conselho que se caracteriza pelo desdobramento das ações definidas em reunião do

Parte das ideias desenvolvidas nesta subseção foi retirada do trabalho Atividade final apresentada ao Programa

Nacional Escola de Gestores da Educação Básica Pública, Faculdade de Educação, Universidade Federal da

Bahia, como requisito parcial para a aprovação no componente curricular Realidade Escolar e Trabalho

Pedagógico, do Curso de Especialização em Coordenação Pedagógica, Cecop 3.

24

conselho (etapa anterior), que dentre outras situações poderá demandar à equipe

docente a realização do (re)planejamento didático.

Segundo Miziara, Ribeiro & Bezerra (2014) a função stricto sensu do

Coordenador Pedagógico “é promover a formação contínua dos professores para a

(re)orientação do trabalho didático, no interesse da aprendizagem dos alunos”. Os

referidos autores destacam, ainda, que o papel do Coordenador Pedagógico é

“articular o trabalho coletivo da equipe pedagógica”.

Ainda sobre a definição do papel do Coordenador Pedagógico, Libâneo

(2009), em síntese, sublinha que cabe a esse profissional coordenar, acompanhar,

assessorar, apoiar e avaliar as atividades pedagógico-curriculares. Entretanto, é

importante destacar que a reunião do conselho deve ser presidida pelo diretor

escolar (PRADO, 2015) e coordenada pelo Coordenador Pedagógico, para que

ambos possam dirigir e coordenar as tarefas para assegurar (LIBÂNEO, 2009, p.

349), dentre outras coisas, o processo participativo de tomadas de decisões.

Diante das afirmações acima, fica claro o papel do Coordenador Pedagógico

no processo de articulação das ações pedagógicas da escola, e em especial no

desenvolvimento do Conselho de Classe. Nesse cenário aqui delineado é importante

apontar que dentre as atribuições do Coordenador Pedagógico, está a de promover

momentos que fomentem a reflexão coletiva da prática pedagógica, que por

consequência permite à equipe docente repensar sobre a pertinência dos métodos e

conteúdos utilizados em sala de aula que poderá culminar no redimensionamento da

prática docente acerca do processo de ensino e de aprendizagem.

É importante destacar que a reflexão sobre a prática docente será norteada

pelas informações coletadas na reunião do Conselho de Classe, cujo tema

recorrente é a dificuldade de aprendizagem. Partindo dessa premissa, faz-se

necessário definir o termo dificuldade de aprendizagem. Para Hashimoto,

[...] a dificuldade de aprendizagem é uma situação momentânea na vida do aluno, que não consegue caminhar em seus processos escolares, dentro do currículo esperado pela escola, acarretando comprometimento de aproveitamento e/ou avaliação. (HASHIMOTO, 1997 apud HASHIMOTO, 2001, p. 105).

Essa definição acima aponta que, no âmbito escolar, é necessário que sejam

corrigidos alguns desvios no processo de ensino e de aprendizagem, pois os

mesmos poderão acarretar outros problemas, como o comprometimento de

25

resultados nas avaliações. Dessa forma, fica claro que um problema, de cunho

pedagógico, que é identificado no Conselho de Classe deve servir como tema para

repensar o planejamento didático na escola.

Após a definição do termo dificuldade de aprendizagem, é necessário

discorrer um pouco sobre o processo de (re)planejamento didático, mas antes

gostaria de citar alguns cuidados na organização do Conselho de Classe, na visão

de Vasconcelos (2013). No ponto de vista do autor, as reuniões de Conselho de

Classe

[...] Não são únicos momentos de reflexão sobre a prática, na medida em que se articulam com as reuniões pedagógicas semanais. Um dos fatores que têm comprometido a eficácia dos Conselhos de Classe é justamente a ausência de reuniões periódicas: como um grupo que nunca se reúne pode encontrar alternativas de superação de problemas numa única manhã (ou tarde ou noite) a cada dois ou três meses? (VASCONCELLOS, 2013, p. 70).

Com base no cuidado destacado acima, compreende-se que a reunião do

Conselho de Classe não pode ter fim nas datas determinadas. Não pode durar

apenas um dia ou uma noite. É necessário, então, que outros momentos sejam

disponibilizados para que haja uma reflexão da prática. Nesse sentido, proponho

neste trabalho que o Conselho de Classe seja reestruturado com o objetivo inicial de

repensar coletivamente os problemas de sala de aula.

Com a reestruturação do Conselho de Classe será possível organizar

momentos que antecedem a reunião do Conselho e outros que acontecem depois

da referida reunião. A esse momento, conhecido como pós-conselho, é possível

(re)planejar as ações pedagógicas, o que demonstra responsabilidade e

comprometimento da equipe pedagógica e docente com a aprendizagem do

alunado. Nesse sentido, Demo (1996b, apud VASCONCELLOS, 2013, p. 57)

sublinha que “os problemas de aprendizagem precisam ser descobertos de imediato,

através de diagnósticos inequívocos e honestos e que permitam redirecionar as

chances”.

Nessa perspectiva, é possível afirmar que os problemas de aprendizagem

identificados no dia a dia, em sala de aula, são informados nas reuniões do

Conselho de Classe e servem para redirecionar a prática, oportunizando, dessa

forma, novos caminhos, novas práticas, novos objetivos, novos recursos que se

26

consolidam em um processo de (re)planejamento didático que tem como principal

articulador, o Coordenador Pedagógico da escola.

27

3 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

Este capítulo apresenta uma Proposta de Intervenção, passível de críticas e

mudanças, baseada nos estudos sobre a relação entre o Coordenador Pedagógico e

o Conselho de Classe, que teve como eixo norteador a temática “As Relações do

Coordenador(a) Pedagógico(a) nos Espaços de Comunicação na Escola”, sugerido

pelo Curso de Especialização em Coordenação Pedagógica, promovido pela

Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia.

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA UNIDADE ESCOLAR

O colégio Municipal Anísio Teixeira (CMAT), fundado em 06 de março de

1964, por meio da Portaria SEC nº 596/1964, encontra-se localizado na Rua Clarício

Cardoso dos Santos, S/N°, no bairro Novo Prado, na cidade de Prado/BA, com o e-

mail institucional [email protected].

A escola oferece os cursos de Educação Infantil e Ensino Fundamental de 09

anos, na modalidade regular, que funcionam nos períodos matutino e vespertino. No

turno noturno o CMAT oferece o Ensino Fundamental na modalidade de Educação

de Jovens e Adultos (EJA).

A Escola é formada por três prédios. O prédio principal, onde será

desenvolvida esta proposta de intervenção, localizado no endereço mencionado,

atende aos alunos que cursam o Ensino Fundamental do 6º ao 9º ano. Os demais

prédios, onde funcionam as extensões, estão localizados em espaços cedidos pela

Rede Estadual de Ensino. O primeiro prédio é a antiga Escola Estadual Isaura

Almeida Smith que oferta a Educação Infantil e o 1º ano do Ensino Fundamental. O

segundo prédio está localizado na antiga Escola Estadual Edvaldo Boaventura e

atende a demanda do alunado em idade escolar para cursar os anos iniciais do

Ensino Fundamental (2º ao 5º ano).

De acordo com a Lei Municipal 198/2008 (PRADO, 2008), o CMAT é uma

Unidade de grande porte, pois o seu quadro discente possui 1.686 alunos

matriculados (Censo Escolar/2014), sendo que 146 frequentam a Educação Infanti l,

384 o Ensino Fundamental I, 965 o Ensino Fundamental II - Regular e 191 no Ensino

Fundamental II – na modalidade de Educação de Jovens Adultos. O corpo discente

28

é formado por alunos oriundos da zona rural, Assentamentos de Reforma Agrária e

da sede do município. Esses alunos são filhos de pais pescadores, trabalhadores

braçais, agricultores, operários e funcionários públicos em geral.

Em sua estrutura física o prédio principal do CMAT tem 16 salas de aula, 04

banheiros para os alunos (masculino e feminino), 02 banheiros para os funcionários,

01 biblioteca, salas independentes para direção, coordenação, orientação, núcleo de

certificação escolar, secretaria, 01 sala de vídeo, 01 sala de informática com 18

computadores, sala dos professores, 01 cozinha, 01 almoxarifado, 01 sala para o

Programa Mais Educação e 01 quadra poliesportiva. Quanto às salas de aula

disponíveis, 16 são ocupadas no turno matutino, 15 no vespertino e 06 no noturno.

Já seu quadro de servidores o CMAT tem profissionais que atuam no serviço

de apoio escolar (limpeza, coordenação de disciplina, cozinha e portaria), na parte

de multimeios didáticos (informática e sala de vídeo), secretários escolares. Seu

grupo gestor é formado por 01 (um) diretor, 02 (dois) vice-diretores, 03 (três)

coordenadores pedagógicos e 02 (duas) orientadoras educacionais.

O quadro docente é formado por 37 (trinta e sete) professores licenciados nas

áreas específicas (letras - Português e Inglês, matemática, história, geografia,

biologia, artes, educação física e pedagogia).

3.2 METODOLOGIA

Esta Proposta de Intervenção tem o objetivo de buscar respostas sobre o

funcionamento e operacionalização do Conselho de Classe e propor meios para

organizar as ações pedagógicas, no que se refere às dificuldades de aprendizagens

do alunado, por meio do replanejamento didático.

A prática deste estudo será analisada à luz de teóricos como Ângela

Imaculada Loureiro de Freitas Dalben (2004), Carlos Henrique Carrilho Cruz (2011),

José Carlos Libâneo (2009) e de conceitos extraídos dos Regimentos Escolares

Estadual (2011) e Municipal (2015).

O tema desta proposta é “Conselho de Classe: reestruturação e efetivação

das práticas docentes no Ensino Fundamental dos Anos Finais do Colégio Municipal

Anísio Teixeira sob a articulação do Coordenador Pedagógico”. A escolha do tema

justifica-se porque o Conselho de Classe é um órgão colegiado importantíssimo no

29

momento da avaliação de todo o processo de ensino e aprendizagem e que permite,

dentre outras coisas, ao corpo docente fazer uma reflexão da prática em sala de

aula, no que diz respeito aos objetivos, conteúdos e principalmente das

metodologias traçadas no planejamento inicial. No entanto, nas reuniões do referido

colegiado, desenvolvidas no Colégio Municipal Anísio Teixeira (Anos Finais do

Ensino Fundamental), preponderam a mera discussão sobre a (in)disciplina e

rendimento do alunado, mas a reflexão sobre a prática docente e o replanejamento

didático são normalmente esquecidos. Fica notório, assim, que no Conselho de

Classe da escola supracitada só existe para fazer um julgamento do(s) aluno(s).

Nesse cenário, nota-se que um Conselho de Classe planejado da forma

descrita acima desencadeia impactos negativos, no que diz respeito ao puro e

simplesmente julgamento do alunado. Nessa perspectiva, cabe ao responsável pelo

acompanhamento, organização, articulação das ações pedagógicas da escola, o (a)

Coordenador (a) Pedagógico (a), propor e coordenar uma reflexão coletiva sobre a

dinâmica de operacionalização e funcionamento do Conselho de Classe com a

perspectiva de promover ações que contribuam para o efetivo funcionamento do

órgão colegiado mencionado e prover meios para que a equipe docente realize o

replanejamento didático após a realização da reunião do Conselho de Classe.

Diante da situação apresentada, o problema concebido nesta proposta é: “De

que forma o Coordenador (a) Pedagógico (a) poderá reestruturar o Conselho de

Classe e promover o processo de replanejamento das práticas docentes no Ensino

Fundamental dos Anos Finais do Colégio Municipal Anísio Teixeira?”. Nessa

perspectiva, a “hipótese básica” (MARCONI & LAKATOS, 2001) é que o Conselho

de Classe se encerra após o fechamento da ata da reunião do mesmo, o que

demonstra a ausência do pós-conselho/replanejamento didático.

No momento da realização do Conselho de Classe os docentes sinalizam as

situações apresentadas pelos alunos de uma determinada turma. Frequentemente

essas situações são as seguintes: o aluno é faltoso, não realiza as atividades

propostas e apresenta determinada dificuldade de aprendizagem. Quanto aos

alunos faltosos os principais encaminhamentos são a convocação dos responsáveis

legais do aluno ou, em último caso, comunicação ao conselho tutelar. Este

procedimento é feito pela direção e pela orientação educacional. No que se refere às

diferentes dificuldades de aprendizagem apresentadas e ao desinteresse, por parte

30

do alunado, esse procedimento deve ser planejado em reuniões específicas, sob a

articulação e orientação do(a) Coordenador Pedagógico.

A partir deste contexto, Franco sublinha que:

Para superar esse modelo, faz-se necessário que as escolas procurem resolver os problemas de dificuldade de aprendizagem, de disciplina, entre outros, no dia a dia, quando se evidenciarem, utilizando o espaço do HTPC para elaborar diagnóstico e planejar ações que ajudem os docentes a administrar com mais consequência e segurança os dilemas cotidianos, próprios de sua profissão. Nessa perspectiva, o professor coordenador pedagógico (PCP) pode contar com a ajuda de todos os professores [...] (FRANCO, 2001, p. 94-95).

O autor deixa implícito que o Coordenador Pedagógico é o responsável pela

organização do momento pedagógico - o Horário de Trabalho Pedagógico Coletivo

(HTPC), que em algumas redes de ensino é denominado de Atividade

Complementar (AC) - para planejamento de ações voltadas para a solução ou

minimização do problema (dificuldade de aprendizagem). Por outro lado, deixa

explícito que os problemas de aprendizagem devem ser diagnosticados e planejados

sempre que evidenciados.

Nesse sentido, é imprescindível que após as reuniões dos Conselhos de

Classe, momento que os professores sinalizam a situação de cada aluno, o

Coordenador Pedagógico deve inserir na pauta da AC o item “Elaboração do plano

de ação para solucionar ou minimizar as dificuldades de aprendizagens elencadas

no Conselho de Classe de determinado bimestre”.

É importante frisar que para identificar as informações sobre a situação do

aluno supramencionadas utilizei os seguintes instrumentos de pesquisa: a ficha para

o Conselho de Classe (ANEXOS A e B), a “observação direta intensiva” (MARCONI

& LAKATOS, 2001) das reuniões e das atas dos Conselhos de Classe. Sobre as

técnicas de observação direta intensiva Marconi & Lakatos definem assim:

observação – utiliza os sentidos de determinados aspectos da realidade. Não consiste apenas em ver e ouvir, mas também em examinar fatos ou fenômenos que se deseja estudar. [...];

entrevista – é uma conversação efetuada face a face, de maneira metódica; proporciona aos entrevistados, verbalmente, a informação necessária. [...]. (MARCONI & LAKATOS, 2001, p. 107).

31

Das técnicas de observações caracterizadas pelas autoras, me restringi à

observação para obter determinadas informações da realidade apresentada nos

Conselhos de Classe do Colégio Municipal Anísio Teixeira. Quanto ao método,

utilizei a pesquisa-ação. Sobre o referido método, Michel Thiollent aponta que:

Entre as diversas definições possíveis, daremos a seguinte: a pesquisa-ação é um tipo de pesquisa social com base empírica que é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo e no qual os pesquisadores e os participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo. (THIOLLENT, 1947, p.14).

Como o próprio autor define a pesquisa-ação, o referido método foi uti lizado

de maneira que eu, enquanto Coordenador Pedagógico Cursista, realizei a pesquisa

ao mesmo tempo em que exercia minhas atribuições no CMAT com o objetivo de

propor ideias para resolver ou minimizar o problema em questão.

Portanto, com base nos instrumentos de pesquisa utilizados na elaboração

deste texto acadêmico foi possível notar que boa parte dos alunos com situação

apreciada pelo Conselho de Classe apresenta, na visão dos docentes, dificuldades

de aprendizagem.

3.3 APLICAÇÃO DOS INSTRUMENTOS DE PESQUISA E ANÁLISE DE DADOS

Com a aplicação dos instrumentos de pesquisa foi possível fazer um

levantamento dos resultados do Conselho de Classe. Dessa forma, apresento as

ilustrações abaixo que são baseadas na análise do Conselho de Classe de 4

(quatro) turmas: duas do turno matutino e duas do turno vespertino. É importante

destacar que se levou em consideração apenas os alunos indicados para o

Conselho de Classe e não a turma toda.

32

Gráfico 01 - Parecer dos professores sobre os problemas que dificultam a aprendizagem dos alunos .

O gráfico 01 refere-se à turma do 6º ano A, do turno matutino. Assim, dos 39

(trinta e nove) alunos frequentes, 09 (nove) alunos tiveram suas situações

apreciadas pelo Conselho de Classe. Dessa forma pode-se constatar que 67%

(sessenta e sete por cento) dos alunos apresentavam alguma dificuldade de

aprendizagem e 33% (trinta e três por cento) indisciplina ou desinteresse.

Gráfico 02 - Parecer dos professores sobre os problemas que dificultam a aprendizagem dos alunos .

O gráfico 02 refere-se à turma do 7º ano F, do turno vespertino. Nele é

possível notar que a turma tem metade dos alunos em situação apreciada pelo

conselho, e constatou-se que 50% (cinquenta por cento) dos alunos têm dificuldade

de aprendizagem e 50% (cinquenta por cento) indisciplina ou desinteresse.

33

Gráfico 03 - Parecer dos professores sobre os problemas que dificultam a aprendizagem dos alunos .

O gráfico 03 refere-se à turma do 8º ano B, do turno matutino. Ele demonstra

que apenas 33% (trinta e três por cento) dos alunos que foram para o Conselho de

Classe possuem dificuldade de aprendizagem e 67% (sessenta e sete por cento)

indisciplina ou desinteresse.

Gráfico 04 - Parecer dos professores sobre os problemas que dificultam a aprendizagem dos alunos .

O gráfico 04 é referente ao 9º ano E, do turno vespertino. Assim é destacado

que 50% (cinquenta por cento) do alunado indicado para o Conselho de Classe

apresenta dificuldade de aprendizagem e os outros 50% (cinquenta por cento)

indisciplina ou desinteresse.

Diante dos gráficos apresentados é possível notar que a dificuldade de

aprendizagem é um problema presente nas turmas do 6º ao 9º ano do ensino

fundamental do Colégio Municipal Anísio Teixeira. Dessa forma, é necessário que o

34

Coordenador Pedagógico tabule essas informações e apresente aos docentes no

momento da realização da reunião pedagógica para que seja feito o diagnóstico das

dificuldades de aprendizagem e que seja feita, ainda, uma reflexão da prática

pedagógica em sala de aula para propor novas estratégias e metodologias,

reformulando, assim, o planejamento didático para atender às demandas de sala de

aula e buscar o sucesso na aprendizagem de todos os alunos. Nessa perspectiva,

Vasconcellos (2013) sublinha que “é preciso ousar, investigar, procurar caminhos

para assegurar a aprendizagem”.

Assim, a adoção da prática de (re)planejamento requer que a equipe

pedagógica, sob a liderança do Coordenador Pedagógico, reflita sobre os resultados

do Conselho de Classe e procure caminhos que assegurem a efetivação da

aprendizagem do alunado.

3.4 APRESENTAÇÃO DAS AÇÕES DA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

O objetivo geral desta proposta é identificar e analisar a dinâmica de

operacionalização e funcionamento do Conselho de Classe no Colégio Municipal

Anísio Teixeira e propor meios para sua reestruturação e organização das ações

pedagógicas, no que se refere às dificuldade de aprendizagens do alunado, por

meio do replanejamento didático.

Para atingir o objetivo geral proposto é necessário que se estabeleça

objetivos específicos, tais como:

Organizar um calendário para realização dos Conselhos de Classe bimestrais;

Realizar Pré-conselho de classe com fichas específicas para coletar

informações sobre os alunos/turmas;

Realizar conselhos de classe bimestrais;

Identificar os aspectos positivos e negativos da operacionalização do

Conselho de Classe;

Analisar a dinâmica de funcionamento do Conselho de C lasse para buscar

novas formas de organização;

Promover reuniões pedagógicas em horário de Atividades Complementares

(AC) para analisar os resultados e encaminhamentos do Conselho de Classe;

35

Ampliar o processo de participação dos segmentos escolares nas reuniões do

Conselho de Classe; Realizar o (re)planejamento didático para solucionar ou

minimizar o problema da dificuldade de aprendizagem do alunado;

Elaborar plano de ação para implantar, acompanhar e avaliar o

(re)planejamento didático.

A partir dos objetivos específicos é possível realizar o desdobramento em

ações. Dessa forma, esta proposta de intervenção será desenvolvida da seguinte

forma:

Atividade 1: Elaboração do calendário para realização dos Conselhos de

Classe bimestrais.

Na primeira semana de Fevereiro/2016 o grupo gestor que é formado pelo

Diretor, Vice-diretores, Coordenadores Pedagógicos e Orientadoras Educacionais

reunir-se-ão para elaborar um calendário para realização dos Conselhos de Classe

bimestrais, baseando-se no calendário escolar para o ano de 2016, onde será

previsto, também, ao período para realização dos pré-conselhos.

Atividade 2: Elaboração do processo de escolha dos líderes de turmas.

Entre os dias 15 e 19 de fevereiro de 2016, primeira semana letiva, o grupo

gestor deverá promover uma reunião, que contará com a presença do colegiado

escolar, para elaborar as regras para o processo de escolha dos líderes de turmas.

Na semana seguinte o grupo responsável pelo processo de escolha deverá

promover reuniões, oficinas ou encontros para dar publicidade ao pleito e informar a

todos qual o perfil que deve ter o líder de turma.

É importante ressaltar que outras formações ou oficinas para preparar o líder

de turma eleito acerca do exercício de suas atribuições serão coordenadas pela

equipe de orientação educacional e terá um calendário específico.

Atividade 3: Escolha dos líderes de turmas.

A equipe responsável pelo processo de escolha dos líderes de turmas deverá

realizar a eleição na última semana do mês de março de 2016. A votação poderá ser

feita por voto secreto, que é o mais indicado, ou por aclamação. Isso também terá

uma regulamentação específica, que deverá estar clara nas regras elaboradas na

atividade 2.

Atividade 4: Realização do Pré-conselho de classe Unidade com fichas

específicas para coletar informações sobre os alunos/turmas.

36

As reuniões do pré-conselho, que estarão previstas no calendário para

realização dos Conselhos de Classe, deverão ser realizadas em horários de

Atividades Complementares (AC), na semana que antecederá cada Conselho de

Classe bimestral.

O pré-conselho será organizado nas AC de cada componente curricular ou

área do conhecimento. Isso se justifica porque os horários de AC do Colégio

Municipal Anísio Teixeira são organizados em dias e horários específicos, no qual os

professores de um determinado componente curricular ou área do conhecimento se

reúnem para planejar e/ou atualizar (formação continuada).

Para a realização do pré-conselho será necessário, após as discussões, o

preenchimento das fichas específicas disponíveis no final desta proposta (ANEXO

A).

Atividade 5: Reunião com o Colegiado Escolar para mobilizar o referido

colegiado quanto a participação de seus membro no Conselho de Classe.

O grupo gestor deverá reunir-se com o Colegiado Escolar para apresentar o

calendário e informar sobre a dinâmica de funcionamento do Conselho de Classe e

qual a importância da participação do mesmo.

Atividade 6: Reunião com os líderes de turmas para mobilizá-los quanto a

participação dos mesmos no Conselho de Classe.

O grupo gestor deverá reunir-se com os líderes de turmas para apresentar o

calendário e informar sobre a dinâmica de funcionamento do Conselho de Classe,

qual a postura dos líderes no momento da realização da reunião do Conselho,

destacar a importância da participação dos mesmos e como eles poderão contribuir

para a realização de um Conselho mais democrático.

Os líderes de turma, sob a orientação dos Coordenadores Pedagógicos e

Orientadores Educacionais, realizarão reuniões em sala de aula onde serão

registrados alguns pontos relevantes, como quais as aulas que mais gostaram, as

aulas que menos gostaram e quais as atividades mais interessantes. Tudo isso

deverá ser registrado em um formulário específico.

Atividade 7: Realização dos Conselho de C lasse bimestrais.

Os Conselhos de Classe bimestrais deverão ser realizados depois de até 15

dias após o encerramento das unidades letivas. Dessa forma, os professores já

terão consolidado as informações do processo avaliativo (relatórios, notas,

conceitos), que serão sistematizadas em cada pré-conselho.

37

No dia da reunião do Conselho, que será presidida pelo Diretor da escola,

será exposto em linhas gerais o perfil de cada turma e em seguida os professores

serão distribuídos em grupos. Depois de formados os grupos, que contarão com os

professores de turmas comuns a todos, a equipe pedagógica distribuirá a ficha onde

estará sistematizada todas as informações coletadas no pré-conselho, nas reuniões

com os alunos e os relatórios dos alunos que são acompanhados por especialistas

(psicólogos, psicopedagogos, oftalmologista etc.), se for o caso.

Nos grupos, os professores serão assistidos pelo grupo gestor da escola e

analisarão a situação de cada aluno que terá a sua situação apreciada pelo

Conselho. Normalmente os que ficaram abaixo da média no bimestre ou que

precisam melhorar em algum aspecto. Após a análise, o grupo de professores irá

sugerir alguns encaminhamentos, que serão descritos em um campo específico da

ficha elaborada pela coordenação (ANEXO B). Os professores poderão propor um

projeto de intervenção de leitura e escrita, um projeto de intervenção para resolução

de problemas matemáticos, dentre outros encaminhamentos.

Terminada as análises dos grupos haverá um momento para socialização,

que será registrada em ata específica, no qual cada grupo nomeará até 3 (três)

relatores. É importante salientar, que todo o processo da reunião do Conselho de

Classe - a acolhida, a análise do perfil da turma, a análise das turmas em grupos e a

socialização – serão registrados em ata do Conselho de Classe.

Atividade 8: Realização da reunião para analisar a dinâmica de

funcionamento do Conselho de Classe e buscar novas formas de organização.

Na primeira Atividade Complementar (AC) feita após o Conselho de Classe o

Coordenador Pedagógico irá propor uma avaliação da reunião que deverá ser

registrado no livro de AC. Na oportunidade os envolvidos poderão destacar os

aspectos positivos e negativos desse órgão colegiado. Poderão propor ainda ideias

para melhorar a realização de todo o processo do Conselho de Classe (incluindo o

pré-conselho). O mesmo poderá ser feito na reunião do colegiado escolar e nas

reuniões periódicas como os líderes de turmas.

Atividade 9: Elaboração do plano de ação para implantar, acompanhar e

avaliar o (re)planejamento didático.

O plano de ação para implantar, acompanhar e avaliar (re)planejamento

deverá ser elaborado na primeira semana após a realização do Conselho bimestral e

contará com a contribuição do grupo gestor e de membros do colegiado escolar.

38

O plano de ação deverá ser representado em um quadro , onde as colunas

deverão descrever as ações, o período, os responsáveis e a forma de registro (ata,

foto, relatórios etc.).

Atividade 10: Realização de reuniões pedagógicas em horário de Atividades

Complementares (AC) para analisar os resultados e encaminhamentos do Conselho

de Classe e elaborar o (re)planejamento didático para solucionar ou minimizar o

problema da dificuldade de aprendizagem do alunado.

Essa atividade é considerada a mais importante deste projeto de intervenção.

É por meio dela que a equipe docente, sob a articulação do Coordenador

Pedagógico, poderá resolver ou minimizar o problema mais comum identificado no

conselho que classe, que é a dificuldade de aprendizagem.

Dessa forma, o professor deverá refletir sobre os resultados dos alunos, as

metodologias propostas, os objetivos traçados, os recursos utilizados nas aulas e os

conteúdos pertinentes. Sendo assim, será necessário elaborar um novo

planejamento (ou sequência didática) para atender a demanda. No entanto, é

importante frisar que essa ação não terá início e fim apenas nas aulas regulares. A

escola poderá propor projetos de intervenção no contraturno escolar para atender os

alunos com dificuldade de aprendizagem considerada aquém da série cursada. É o

caso do aluno que está no 7º ano que não sabe ler, escrever e desconhece as

operações básicas da matemática, por exemplo.

Atividade 11: Acompanhamento das ações do planejamento realizado pós-

conselho de classe.

Após a realização do Conselho de Classe e do momento de (re)planejamento

didático os Coordenadores Pedagógicos deverão acompanhar a efetivação da

atividade 10. Isso pode ser feito com as visitas em sala de aula, com a organização

dos planos de aula, com o acompanhamento dos cadernos dos alunos, com a

realização de diagnósticos periódicos e com a análise dos resultados disponíveis no

diário de classe e no mapa de notas.

3.5 CRONOGRAMA DA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

As atividades descritas acima serão executadas de acordo com o seguinte

cronograma:

39

Cronograma da Proposta de Intervenção

AÇÃO: Atividade 1- Elaboração do calendário para realização dos Conselhos

de Classe bimestrais.

ENVOLVIDOS: Direção, coordenação pedagógica e orientação educacional.

RECURSOS: Calendário Escolar, computador, impressora e material

necessário para impressão.

PERÍODO: 1ª Semana de fevereiro/2016.

AÇÃO: Atividade 2 - Elaboração do processo de escolha dos líderes de

turmas.

ENVOLVIDOS: Direção, coordenação pedagógica, orientação educacional e

colegiado escolar.

RECURSOS: Calendário Escolar, computador, impressora e material

necessário para impressão.

PERÍODO: De 15/02 a 19/02 de 2016.

AÇÃO: Atividade 3 - Escolha dos líderes de turmas.

ENVOLVIDOS: Direção, coordenação pedagógica, orientação educacional,

professores, alunos.

RECURSOS: Urnas confeccionadas com caixa de sapato ou similar, papel

sulfite, caneta.

PERÍODO: De 28/03 a 31/03 de 2016

AÇÃO: Atividade 4 - Realização do Pré-conselho de classe Unidade com

fichas específicas para coletar informações sobre os alunos/turmas

ENVOLVIDOS: Direção, coordenação pedagógica, orientação educacional,

professores, alunos.

RECURSOS: Fichas para o pré-conselho.

PERÍODO: I Unidade: 16/05 a 19/05 de 2016; II Unidade: 08/08 a 11/08 de 2016; III

Unidade: 10/10 a 13/10 de 2016; IV Unidade: 12/12 a 16/12 de 2016

AÇÃO: Atividade 5 - Reunião com o Colegiado Escolar para mobilizar o

referido colegiado quanto à participação de seus membros no Conselho de Classe.

40

ENVOLVIDOS: Direção, coordenação pedagógica e colegiado escolar.

RECURSOS: Calendário Escolar e Calendário dos Conselhos de Classe de

2016.

PERÍODO: 16/05 a 19/05 de 2016.

AÇÃO: Atividade 6 - Reunião com os líderes de turmas para mobilizá-los

quanto a participação dos mesmos no Conselho de Classe.

ENVOLVIDOS: Direção, coordenação pedagógica, orientação educacional,

professores, alunos.

RECURSOS: Calendário dos Conselhos de Classe de 2016.

PERÍODO: 16/05 a 19/05 de 2016.

AÇÃO: Atividade 7 - Realização dos Conselho de Classe bimestrais.

ENVOLVIDOS: Direção, coordenação pedagógica, orientação educacional,

professores, alunos.

RECURSOS: Fichas do pré-conselho, Ficha para o Conselho (elaborada pela

coordenação), Projetor Multimídia, Livro de Ata.

PERÍODO: I Unidade: 20/05/2016; II Unidade: 12/08/2016; III Unidade: 14/10/2016;

IV Unidade: 17/12/2016.

AÇÃO: Atividade 8 - Realização da reunião para analisar a dinâmica de

funcionamento do Conselho de Classe e buscar novas formas de organização.

ENVOLVIDOS: Direção, coordenação pedagógica, orientação educacional,

professores, colegiado escolar e líderes de turmas.

RECURSOS: Livro de Ata.

PERÍODO: 23/05 a 27/05 de 2016.

AÇÃO: Atividade 9 - Elaboração do plano de ação para implantar,

acompanhar e avaliar o (re)planejamento didático.

ENVOLVIDOS: Direção e coordenação pedagógica.

RECURSOS: Computador, impressora e material necessário para impressão.

PERÍODO: 23/05 a 27/05 de 2016.

41

AÇÃO: Atividade 10 - Realização de reuniões pedagógicas em horário de

Atividades Complementares (AC) para analisar os resultados e encaminhamentos

do Conselho de Classe e elaborar o (re)planejamento didático para solucionar ou

minimizar o problema da dificuldade de aprendizagem do alunado.

ENVOLVIDOS: Coordenação pedagógica e professores.

RECURSOS: Planilha para planejamento, livro didático,

PERÍODO: II Unidade: 09/05 a 13/05 de 2016; III Unidade: 03/10 a 07/10 de

2016.

AÇÃO: Atividade 11 - Acompanhamento das ações do planejamento realizado

pós-Conselho de Classe.

ENVOLVIDOS: Coordenação Pedagógica.

RECURSOS: Diário de Classe.

PERÍODO: 23/05 a 16/12 de 2016.

42

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo foi realizado tendo como suporte as concepções dos teóricos

aqui relacionados, Dalben (2004), Cruz (2011), Libâneo (2009) que consideram o

Conselho de Classe como “espaço da discussão pedagógica” que deve ser

organizado de forma mais participativa com o “objetivo de discutir processos,

métodos, conteúdos, relações, o significado e consequências para a aprendizagem

dos alunos”.

Além das concepções teóricas básicas, também serviram de suporte os

conceitos extraídos do Regimento Interno Unificado das Escolas Municipais de

Prado/BA (2015), as Orientações sobre o Conselho de Classe da Secretaria de

Educação do Estado da Bahia e as ideias e contribuições de Vasconcellos (2013),

Franco (2001), Thiollent (1947) e Marconi & Lakatos (2001).

Após este estudo é possível afirmar que o Conselho de Classe deve ir além

da simples discussão nas reuniões, que na prática se “transformam em instância de

julgamento dos alunos” (CRUZ, 2011). Ele precisa ser um ferramenta para tornar a

escola mais participativa, que sirva como meio para que os docente reflitam sobre a

postura didática utilizadas nos bimestres letivos ao mesmo tempo em que fomente a

prática do (re)planejamento.

Nesse sentido, a literatura consultada e analisada aponta que “o conselho de

classe tem obrigação de ver o aluno como um todo, além das notas” (CRUZ, 2011),

as reuniões bimestrais do conselho devem servir como “mais um momento de

reflexão do trabalho desenvolvido” em sala de aula (FRANCO, 2001) e que o

Conselho de Classe “configura-se como espaço interdisciplinar de estudo e tomada

de decisão sobre o trabalho pedagógico desenvolvido na escola” (DALBEN, 2004).

Os teóricos mencionados corroboram com as ideias discutidas neste trabalho,

e principalmente sugestões contidas na proposta de intervenção. O Conselho de

Classe precisa deixar de ser instância de julgamento de alunos. Ele deve ser um

meio para a reflexão do trabalho pedagógico, transformando-se assim como uma

tomada de decisão para repensar o planejamento didático com o intuito de

solucionar ou minimizar as dificuldades de aprendizagem apresentadas pelo

alunado.

Dessa forma faz-se necessário que o Conselho seja reestruturado para torná-

lo mais participativo, com perspectivas de mudanças na prática docente , que se

43

concretiza no (re)planejamento didático. Sendo assim, compete ao Coordenador

Pedagógico articular, junto com a Direção, todo desenvolvimento do Conselho de

Classe (Pré-conselho, reunião do conselho e pós-conselho) baseando-se na coleta,

análise e divulgação dos resultados visando-se, assim, a organização de reuniões

pedagógicas para corrigir os desvios no planejamento pedagógico.

Nessa perspectiva, para enfrentamento do problema foi sugerida a proposta

de intervenção, prevista no capítulo 3, não com o objetivo de dar a última palavra

sobre o tema em questão, mas como uma forma de ampliar e contribuir com a

discussão sobre a organização do Conselho de Classe.

44

REFERÊNCIAS

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Brasília, DF: Ministério da Educação; Secretaria de Educação Básica, 2008.

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9394/96, de 20

de dezembro de 1996.

BAHIA. Secretaria de Educação. Orientações sobre o Conselho de Classe.

Salvador, 2013. CRUZ, Carlos Henrique Carrilho. Conselho de Classe: Espaço diagnóstico da prática educativa. São Paulo, Loyola, 2011.

DALBEN, Ângela Imaculada de F. Conselhos de classe e avaliação:

perspectivas na gestão pedagógica da escola. São Paulo: Papirus,2004.

FRANCO, Francisco Carlos. A participação em reuniões. ALMEIDA, Laurinda Ramalho de; PLACCO, Vera Maria Nigro de Souza. O coordenador pedagógico e

o espaço de mudança. 10. Ed. São Paulo: Edições Loyola, 2001.

HASHIMOTO, Cecília Iacoponi. Dificuldades de aprendizagem: concepções que permeiam a prática. ALMEIDA, Laurinda Ramalho de; PLACCO, Vera Maria Nigro de Souza. O coordenador pedagógico e o espaço de mudança. 10. Ed. São Paulo:

Edições Loyola, 2001.

LIBÂNEO, José Carlos. Educação escolar: políticas, estrutura e organização. 7.

ed. São Paulo: Cortez, 2009.

LIMA, Paulo Gomes; SANTOS, Sandra Mendes dos Santos. O Coordenador Pedagógico na educação básica: desafios e perspectivas. Educere et Educare:

Revista de Educação, Cascavel-PR, v. 2, n. 4, p. 77-90, jul./dez. 2007. Disponível em: <http://goo.gl/jEQY33>. Acesso em: 12 mar. 2015.

MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia do Trabalho

Científico. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2001.

45

MIZIARA, Leni Aparecida Souto; RIBEIRO, Ricardo; BEZERRA, Giovani Ferreira. O que revelam as pesquisas sobre a atuação do coordenador pedagógico. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, Brasília-DF, v. 95, n. 241, p. 609-635,

set./dez. 2014. Disponível em: <http://goo.gl/XkUI4d>. Acesso em: 13 jun. 2015. PRADO, Lei nº 199, de 04 de abril de 2008. Estatuto dos Servidores do Magistério Público do Município de Prado. Prado, 2008. p. 2-31.

PRADO. Regimento Escolar Unificado. Prado, 2015.

VASCONCELLOS, Celso dos S. Avaliação da Aprendizagem: Práticas de Mudança – por uma práxis transformadora. 13. ed. São Paulo: Libertad, 2013.

VEIGA, Ilma Passos Alencastro. Projeto Político-Pedagógico, Conselho Escolar e Conselho de Classe: instrumentos da organização do trabalho. Disponível em:

<http://www.anpae.org.br/congressos_antigos/simposio2007/176.pdf>. Acesso em: 27 out. 2015.

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ANEXOS

47

ANEXO A – Ficha para Pré-conselho de Classe

48

ANEXO B – Ficha para reunião do Conselho de Classe

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50

ANEXO C – Sugestão de roteiro, proposto pela Revista Nova Escola, de questões

para nortear o Pré-Conselho com os alunos

Questionário 1 PRÉ-CONSELHO DE CLASSE

DATA: ____/___/____ SÉRIE/TURMA:________

1. Assinale S (sim) N (não) AV (às vezes)

( )Estou achando fácil ( )Estou com dificuldade ( ) Faço todas as tarefas de sala pedidas. ( ) Faço todas as tarefas de casa pedidas. ( ) Gosto de fazer tarefas ( ) Gostaria que tivesse mais tarefa ( ) Gostaria que o professor passasse menos tarefa ( ) Trago os materiais pedidos (livros, cadernos, estojo etc.) ( ) Meu caderno está organizado e em dia. ( ) Colaboro com os colegas fazendo silêncio e não atrapalhando as aulas. ( ) Não brigo com colegas. ( ) Respeito funcionários da escola. ( ) Entrego bilhetes e recados no dia certo ( ) Tenho ajuda na tarefa de casa ( ) Meus pais olham minhas tarefas ( ) Meus pais olham minha agenda diariamente. 2. Qual o dia de aula que seu professor deu este ano que você mais gostou? Por quê?

__________________________________________________________________________ 3. Qual atividade você gostaria que seu professor fizesse mais? __________________________________________________________________________

4. Qual atividade que você não gostaria que seu professor fizesse? __________________________________________________________________________

Fonte: http://gestaoescolar.abril.com.br/aprendizagem/conselho-classe-questionario-

aluno-516988.shtml