35
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE EDUCAÇÃO PROGRAMA NACIONAL ESCOLA DE GESTORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA PÚBLICA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA – CECOP 3 JOANITA RODRIGUES CORDEIRO DOS SANTOS IDEIAS PARA A INCLUSÃO ESCOLAR DO ALUNO AUTISTA NO ENSINO FUNDAMENTAL I DA ESCOLA PÚBLICA Salvador 2015

JOANITA RODRIGUES CORDEIRO DOS SANTOS IDEIAS …coordenacaoescolagestores.mec.gov.br/ufba/file.php/1/Midiateca... · IDEIAS PARA A INCLUSÃO ESCOLAR DO ALUNO AUTISTA NO ... meu filho

Embed Size (px)

Citation preview

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIAFACULDADE DE EDUCAÇÃO

PROGRAMA NACIONAL ESCOLA DE GESTORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA PÚBLICA

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA – CECOP 3

JOANITA RODRIGUES CORDEIRO DOS SANTOS

IDEIAS PARA A INCLUSÃO ESCOLAR DO ALUNO AUTISTA NO ENSINO FUNDAMENTAL I DA ESCOLA PÚBLICA

Salvador2015

JOANITA RODRIGUES CORDEIRO DOS SANTOS

IDEIAS PARA INCLUSÃO ESCOLAR DO ALUNO AUTISTA NO ENSINO FUNDAMENTAL I DA ESCOLA PÚBLICA

Projeto Vivencial apresentado ao Programa Nacional Escola de Gestores da Educação Básica Pública, Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia, como requisito para a obtenção do grau de Especialista em Coordenação Pedagógica.

Orientador: Prof. Sadraque Oliveira Rios

Salvador2015

JOANITA RODRIGUES CORDEIRO DOS SANTOS

IDEIAS PARA INCLUSÃO ESCOLAR DO ALUNO AUTISTA DO ENSINO FUNDAMENTAL I DA

ESCOLA PÚBLICA

Projeto Vivencial apresentado como requisito para a obtenção do grau de Especialista em Coordenação Pedagógica pelo Programa Nacional Escola de Gestores, Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia.

Aprovado em janeiro de 2016.

Banca Examinadora

Primeiro Avaliador.____________________________________________________

Segundo Avaliador. ___________________________________________________

Terceiro Avaliador. ____________________________________________________

Dedico este trabalho a minha mãe, meus irmãos, meu filho Paulo Ricardo, pela

torcida em prol do meu sucesso e, em especial, ao meu esposo Denisio Morais dos

Santos, pois este me apoiou de forma relevante nesta tarefa. Sem a sua

compreensão e seu amor, o caminho percorrido até aqui seria mais difícil.

AGRADECIMENTOS

A Deus, por ter me dado saúde e força e, assim, permitir mais esta conquista.

A meus familiares e amigos por sempre acreditarem em meu potencial, tendo

sempre a certeza do meu sucesso. A todos, meu muito obrigado, sem essa torcida a

chegada não seria tão prazerosa.

A meu orientador, Prof. Sadraque Oliveira Rios, pela paciência e competência ao me

auxiliar nesta jornada.

À Faculdade de Educação da UFBA (Universidade Federal da Bahia) e ao Programa

Escola de Gestores, por levarem a cabo esta iniciativa que beneficia tantos

Coordenadores Pedagógicos como eu. E um agradecimento especial à

coordenadora geral do curso, Prof. Dra. Iracy Alves.

Há duas formas de enfrentar dificuldades: alterá-las ou alterar

sua maneira de enfrentá-las (BOTTOME, 2006, p. 98).

SANTOS, Joanita Rodrigues Cordeiro dos. IDEIAS PARA A INCLUSÃO DO ALUNO AUTISTA NO ENSINO FUNDAMENTAL I DA ESCOLA PÚBLICA: 2015.

Projeto Vivencial (Especialização) – Programa Nacional Escola de Gestores,

Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2015.

RESUMO

Este trabalho sob a modalidade de Projeto Vivencial tem como objeto a inclusão escolar do aluno com autismo no Ensino Fundamental I da Escola Pública, destacando-se por sua grande relevância na vida pessoal, profissional e acadêmica da autora desse TCC/PV, levando em conta as experiências vividas a esse respeito, as quais impulsionaram a buscar propostas de intervenções educacionais. A metodologia usada para elaboração deste projeto é qualitativa e de caráter bibliográfico, em que esta autora articulou suas experiências acadêmicas, pessoais e profissionais ao embasamento teórico. O instrumento de pesquisa utilizado para esse processo foi, basicamente, a análise documental, com a consulta a literaturas especializadas como livros, artigos científicos, além das normas jurídicas essenciais destinadas a este fim, como a Constituição Federal de 1988, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), a Lei n. 12.764/2012, assim como a Lei n. 13.146/2015, esta última que entrará em vigor em janeiro de 2016. O objetivo da Proposta de Intervenção construída é propor medidas que favoreçam o processo de inclusão escolar do aluno autismo, perante as dificuldades geralmente encontradas no ensino regular da escola pública no ensino fundamental I, no Município de Salvador/BA. Entre essas medidas, destacaram-se a qualificação adequada dos profissionais da educação, em especial dos professores que são peça fundamental para uma inclusão favorável do aluno especial, elevando sua capacidade cognitiva. Aliado a isso, este TCC/PV também traz diretrizes para a reformulação da estrutura física da escola, além de sugestões para a participação ativa da comunidade extraescolar nas reuniões e decisões relacionada ao processo de ensino-aprendizagem do aluno especial. Conclui-se que, aplicadas as medidas propostas, as escolas terão amplas possibilidades de sucesso nas ações voltadas ao processo de inclusão escolar do aluno especial, favorecendo o bom desenvolvimento do ensino-aprendizagem do discente incluído.

Palavras-chave: Educação inclusiva. Autismo. Professor. Comunidade.

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CECOP 3 Curso de Especialização em Coordenação Pedagógica – 3ª Edição

CP Coordenador Pedagógico

LDB Lei de Diretrizes e Bases da Educação

TCC/PV Trabalho de Conclusão de Curso na modalidade Projeto Vivencial

UNEB Universidade do Estado da Bahia

UFBA Universidade Federal da Bahia

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO............................................................................................. 91 MEMORIAL................................................................................................. 121.1 VIDA ACADÊMICA...................................................................................... 121.2 VIDA PROFISSIONAL.................................................................................151.3 EXPECTATIVAS..........................................................................................162 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.................................................................. 173 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO................................................................223.1 PANORAMA GERAL................................................................................... 223.2 METODOLOGIA.......................................................................................... 233.3 CARACTERÍSTICA DA UNIDADE DE ANÁLISE....................................... 243.4 OPERACIONALIZANDO A PROPOSTA DE INTERVENÇÃO................... 253.4.1 Diretrizes de intervenção para a escolar................................................ 253.4.2 Diretrizes para o professor...................................................................... 263.4.3 Diretrizes para os demais funcionários (merendeira, porteiro,

supervisor, etc.)........................................................................................ 263.4.4 Diretrizes para a comunidade extraescolar com ênfase para a

família do aluno autista............................................................................ 27CRONOGRAMA E AÇÕES DE INTERVENÇÃO PROPOSTAS …........... 28CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................ 30REFERÊNCIAS........................................................................................... 32

9

INTRODUÇÃO

No processo de graduação da autora desta proposta, o tema inclusão escolar

foi muito abordado durante todo o curso de licenciatura em Pedagogia; aliado a isso,

a mesma possui em seu ambiente familiar um jovem com deficiência mental, que

necessita de atendimento educacional especializado e, em várias tentativas de

inclusão escolar desse aluno, as escolas estavam totalmente despreparada para

recebê-lo, como bem traz Cruz (2014), deixando o mesmo isolado dos demais

alunos e sem aprendizagens significativas.

O tema inclusão abordado na rotina de aula da faculdade trouxe para esta

pesquisadora a vontade de saber mais sobre esse assunto, pois é de extrema

relevância que o professor esteja embasado nessa questão, levando em conta que

esse profissional é peça fundamental para a inclusão de fato acontecer e assim “a

importância dos projetos de formação de professores, para que se desenvolvam

formas de atendimento educacional diferenciadas a todas as pessoas, diferentes ou

deficientes” (CUNHA, 2015, p. 101).

Então, é necessário que o professor em parceria com a escola se qualifique

para atender de forma adequado o incluído. Sendo assim, abordar o tema “Inclusão

do Aluno com Autismo no Ensino Fundamental I da escola pública”, no panorama

atual, é muito pertinente, pois os estudos mostram um déficit nas ações relacionadas

à inclusão escolar (GOMES e MENDES, 2010).

A partir desse objeto, estabeleceu-se a seguinte questão de pesquisa: quais as

dificuldades encontradas por alunos com autismo para a plena inclusão no ensino

fundamental I da escola pública e como superá-las?

Para tanto, através desta pesquisa bibliográfica, foi elaborada uma proposta

intervenção com diretrizes que favoreçam o processo de inclusão escolar,

destinadas às escolas do Município de Salvador-BA, as quais estiverem abertas a

uma inclusão com ações que favoreçam o acesso e a permanência do aluno

especial. Destaque-se a ausência de uma escola ou espaço em particular (unidade

de análise mais específica) dá-se pelo motivo de esta pesquisadora, no momento,

não possuir vínculo empregatício com a Educação, levando, assim, a propor novas

ações no Município em que reside.

10

Como metodologia, esta pesquisa qualitativa tem o caráter bibliográfico, em

que esta autora articulou suas experiências acadêmicas, pessoais e profissionais ao

embasamento teórico, afinal “[...] a metodologia inclui simultaneamente a teoria da

abordagem, os instrumentos de operacionalização do conhecimento e a criatividade

do pesquisador (sua experiência, sua capacidade pessoal e sua sensibilidade) [...]”

(MINAYO, DESLANDES e GOMES, 2010, p. 14).

O instrumento de pesquisa utilizado para esse processo foi, basicamente, a

análise documental, com a consulta a literaturas especializadas como livros, artigos

científicos, além das normas jurídicas destinadas a este fim, como a Constituição

Federal de 1988, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), a Lei n.

12.764/2012, assim como a Lei n. 13.146/2015, esta última que entrará em vigor em

janeiro de 2016.

Então, este TCC/PV (Trabalho de Conclusão de Curso na modalidade de

Projeto Vivencial), vem trazer propostas que possam amenizar os problemas

relacionados às dificuldades encontradas por alunos com transtorno do espectro

autista no ensino fundamental I da escola pública, visando a sua plena inclusão na

escola pública e, assim, contribuir de forma relevante nesse processo.

Em termo de justificativa, observa-se que é um direito fundamental do aluno

especial assegurado pela Constituição Federal de 1988, em seu artigo 208, que

muitas vezes vem sendo negado às crianças com autismo. Além disso, como

pedagoga, senti a necessidade de saber mais sobre esse assunto, que é de grande

relevância no processo de ensino-aprendizagem.

Logo, pretende-se neste TCC/PV criar um embasamento para enfrentar as

diversidades inerentes à sala de aula e “dessa forma, promover-se o ensino e,

conseqüentemente, a aprendizagem” (CRUZ, 2014, p. 78). Além disso, este projeto

tem com objetivo geral contribuir para a conscientização de toda comunidade

escolar e extraescolar em relação à inclusão do aluno com autismo na ambiente

escolar e às dificuldades encontradas nesse processo, favorecendo de modo

relevante aos portadores do transtorno espectro autista no seu processo de

inclusão.

Sendo assim, o 1º capitulo deste TCC/PV traz um memorial, expondo as

experiências acadêmicas, profissionais e pessoais desta pesquisadora, relacionadas

11

ao objeto deste estudo. Já o 2º capitulo deste trabalho oferece uma fundamentação

teórica para embasar a pesquisa de forma cientifica.

Em seguida, o 3º capitulo do TCC/PV (Trabalho de Conclusão de Curso na

modalidade de Projeto Vivencial), trata sobre a Proposta de Intervenção que tem

como argumento propor diretrizes para as escolas em relação à inclusão escolar do

aluno com autismo e, nessas diretrizes, encontram-se sugestões para adequação do

ambiente físico da escola, também para formação especifica do professor no

atendimento do aluno com essa síndrome. Neste mesmo capítulo, também serão

apresentadas sugestões de qualificação para os demais funcionários além do

professor, com o intuito de preparar esses colaboradores para as diversidades

inerentes ao contexto educacional.

Ainda no capitulo 3º será abordada a relevância da participação da

comunidade extraescolar e, principalmente, da família nas ações que dizem respeito

à inclusão escolar, trazendo, por conseguinte, propostas para essa comunidade,

com diretrizes que favoreçam a interação social e a inclusão escolar do aluno

autista.

Enfim, este TCC/PV apresenta um projeto elaborado com o intuito de beneficiar

o processo de inclusão escolar do aluno com espectro autista e, assim, contribuir

com o bom desenvolvimento do ensino-aprendizagem do mesmo. A pretensão é que

esta pesquisa traga ganhos para toda a sociedade no sentido de incluir para

progredir.

12

1 MEMORIAL

Este memorial que é destinado à Universidade Federal da Bahia, como parte

integrante do processo avaliativo da Especialização em Coordenação Pedagógica,

traz a oportunidade de, através do resgate das memórias e das etapas de minha

vida, aprender com os erros cometidos. Além disso, proporciona emoções ao falar

dos momentos que ficaram para trás e, ao mesmo tempo, orienta caminhos que

pretendo ainda percorrer.

1.1 VIDA ACADÊMICA

Em 2008, comecei o curso de Pedagogia, na Faculdade Fundação Visconde de

Cairu, em Salvador - BA. As expectativas em busca do conhecimento eram infinitas,

pois tinha certeza de que a interação e a troca de experiências com toda a

comunidade dessa instituição iriam trazer aprendizados significativos para minha

vida pessoal e profissional, assim com afirma Rego, “o indivíduo se constitui

enquanto tal não somente devido aos processos de maturação orgânica, mas,

principalmente, através de suas interações sociais a partir das trocas estabelecidas

com seus semelhantes” (1997, p. 109).

O currículo da referida instituição era bem articulado e coerente com um

processo educativo interdisciplinar, participativo e interativo. Esse processo

acontecia através das aulas expositivas em sala, por meio de explanação dos

conteúdos programáticos; Seminários, Fóruns, Colóquios regionais, estaduais e

internacionais; visitas técnicas a parques naturais, proporcionadas através da

matéria Meio Ambiente; cursos de extensão etc. Aliado a essas atividades houve os

estágios como professora regente e de observação, os quais foram muito

pertinentes para o meu aprendizado, pois, como estagiária, pude atrelar a teoria

vista dentro dos muros da universidade com a prática, no processo de campo, o que

me possibilitou uma melhor compreensão do que é ser pedagogo.

13

Neste mesmo sentido, Christov (2007b) afirma que:

para que se haja, porém, uma relação refletida, consciente entre teoria e prática, precisamos de um esforço intelectual, um esforço de pensamento e da reflexão, para planejarmos as etapas previstas nas teorias ou na teoria que desejamos assumir e para avaliarmos se as práticas por nós implementadas estão adequadas às nossas intenções teóricas (2007b, p. 32).

Os estágios curriculares me proporcionaram grandes experiências com alunos

de características diversificadas, o que influenciou significativamente para a escolha

do meu eixo temático – Inclusão do Aluno com Autismo na Escola Pública do Ensino

Fundamental I. O contato direto com a diversidade na sala de aula me sensibilizou

para um olhar mais apurado à inclusão de alunos especiais, como assegura a Lei de

Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB – Lei n. 9.394/96). Esse tema foi

muito abordado no meu processo de graduação, além das trocas de experiências

promovidas pelas vivências das colegas nas suas rotinas de estágios.

O processo de graduação foi muito significativo na minha vida. Foi uma época

de estudos intensos e, em alguns momentos, estressantes e desesperadores, pois

eu, em muitas vezes, acreditava que não iria contemplar tantas leituras, tantos

trabalhos para apresentar ou entregar e tantos teóricos para estudar. Mas logrei o

êxito esperado, através de muito empenho, com foco na perspectiva de crescimento

pessoal e profissional e de realizar um de meus grandes sonhos, que era ter o nível

superior. Enfim, consegui e estou aqui alcançando mais um degrau na minha vida

acadêmica e extremamente emocionada e feliz por esta vivendo mas um momento

de grandes descobertas.

Nessa época de graduação, também fiz muitos amigos e, ainda hoje, alguns

deles fazem parte da minha vida de forma muito próxima e amorosa. Tenho boas

lembranças da coordenadora Geisa Arlete Carmo Santos, que era uma líder muito

comprometida, querida e admirada por todos, pois a sua ação flexível e democrática

contribuiu de forma significativa para o bom desenvolvimento do processo de

ensino-aprendizagem de todos os envolvidos nesse contexto. Já afirmava Bruno que

“em termos teóricos sabemos que uma escola organizada por todos os que nela

atuam tem maiores chances de ser uma escola adequada aos interesses de seus

organizadores” (2007, p. 13). A ação marcante, coerente e participativa da

14

coordenadora Geisa favoreceu, sobremaneira, minha formação docente consciente

da minha prática.

No sexto semestre, por exemplo, a Faculdade Fundação Visconde de Cairu

promoveu com organização da coordenadora Geisa Arlete o curso de Formação

Continuada de Professores, tendo sido os alunos, dentre os quais eu estava, que

ministraram esse curso, com a mediação dos professores. Esse curso de formação

continuada era aberto para o público escolar e extraescolar com caráter de ouvinte e

todos levavam o certificado com a carga horária de 80 horas, enquanto as alunas da

Faculdade que ministraram o curso receberam o certificado de monitoria.

As experiências vividas nesse Programa de Formação Continuada foram de

fundamental importância para um despertar docente crítico e reflexivo da minha

prática. Devido a tudo isso, o curso de Pedagogia ampliou meus horizontes e me

trouxe possibilidades antes não alcançáveis, pois, quando fiz o memorial na

graduação, disse que queria chegar ao mestrado; hoje digo que pretendo chegar ao

doutorado.

Enfim, encerro as minhas experiências acadêmicas especificando os cursos

complementares que fiz durante o período de graduação, dentre eles estão: I

Colóquio Regional de Educação “Compartilhando Experiências”, com carga horária

de 12h, promovido nos dias 21 e 22/11/2008; II Colóquio Regional de Educação

“Formação de Professores e Diversidade”, de 22 a 23/05/2009; IV Colóquio Regional

de Educação “Quem Pesquisa o quê em Educação na Bahia”, com carga horária de

20 h, entre os dias 20 e 21/05/2011; “Seminário Interdisciplinar Cultura Africana e

Indígena”, com 40 h, promovido em novembro de 2010. Além desses, participei do

Programa de Formação Continuada 2009.2, com carga horária de 80 h, no período

de 12/09 a 12/12/2009. Todos esses cursos foram promovidos pela Faculdade

Fundação Visconde de Cairu.

Ademais, participei do curso de Extensão de Pedagogia Hospitalar, promovido

pelo Curso de Licenciatura em Pedagogia da Fundação Visconde de Cairu em

parceria com o Instituto Escola Hospitalar e Atendimento Domiciliar Criança Viva,

com carga horária de 50h, em maio de 2009; participei do I Fórum de Didática e

Práticas Pedagógicas realizado no período de 21 a 23/09/2009, com carga horária

de 20h e desenvolvido pela Faculdade Visconde de Cairu em parceria com a

15

Universidade do Estado da Bahia (UNEB) e a Universidade Federal da Bahia

(UFBA). Participei, igualmente, do Seminário Internacional sobre Avaliação da

Aprendizagem, realizado pela MÉTHODOS Ideias e Soluções em Educação, em

parceria com a Universidade do Minho - Instituto de Educação (Portugal) e com a

Faculdade de Tecnologia e Ciências, no período de 07 a 8 de outubro de 2011, com

carga horária de 12h. Minhas atividades acadêmicas se encerraram em 28/01/2012.

1.2 VIDA PROFISSIONAL

No âmbito profissional, não tenho muitas experiências na Educação, pois só

atuei como professora estagiária na educação infantil e no ensino fundamental I.

Entretanto, foram momentos de grandes aprendizagem, porque, nesse contexto,

pude aliar a teoria à prática, além de estar em contato com a diversidade inerente à

sala de aula - fato que contribuiu para a escolha do meu eixo temático “Inclusão do

Aluno com Autismo no Ensino Fundamental I da Escola Pública”. Um outro momento

muito salutar para a reflexão da minha prática pedagógica foi uma visita técnica no

Espaço Mansão do Caminho, liderada por Divaldo Franco, onde observei que as

crianças carentes do bairro de Pau da Lima e adjacências recebem atendimento

escolar integral, além de alimentação diária.

Em relação ao processo de estágio, tive a oportunidade de estagiar no colégio

municipal Abrigo dos Filhos do Povo, durante o quinto semestre da graduação, com

alunos do segundo ano do ensino fundamental I. Também estagiei na educação

infantil no colégio particular Helio Freire dos Prazeres e na Escola Didática da Bahia,

todos situados no bairro da Liberdade, em Salvador. Esse processo de estágio,

também aconteceu no Colégio IUPE (Instituto Univérsico de Pesquisa e Educação),

no bairro da Liberdade, Salvador. Lá lecionei para alunos do terceiro ano do ensino

fundamental I, enquanto cursava o terceiro semestre da faculdade.

Também fiz estágio de coordenação pedagógica na própria Faculdade

Fundação Visconde de Cairu. Participei como agente de apoio, com a orientação da

coordenadora do curso, Geisa Arlete Santos, no processo de Formação Continuada,

16

que essa Faculdade promove em todo sexto semestre do curso de Pedagogia, como

já mencionei anteriormente.

No sétimo semestre da graduação, participar do estágio de coordenação

pedagógica, tendo sido uma experiência muito enriquecedora e esclarecedora para

mim em relação às atribuições do coordenador pedagógico nas instituições em que

ele atua. Neste sentido, apropriado o pensamento Christov (2007a): A atribuição essencial do coordenador pedagógico está, sem dúvida alguma, associada ao processo de formação em serviço dos professores. Esse processo tem sido denominado de Educação Continuada, tanto nos textos oficiais de secretarias municipais e estaduais de educação, como na literatura recente sobre formação em serviço (2007a, p. 09).

Portanto, essas são as experiências vividas na minha prática pedagógica.

1.3 EXPECTATIVAS

As minhas expectativas profissionais e acadêmicas são infinitas e as melhores

possíveis. Em termos acadêmicos pretendo continuar estudando, pois se faz

necessário o aperfeiçoamento das minhas habilidades acadêmicas, para que, assim,

eu possa expandir as minhas possibilidades profissionais e ter um melhor

embasamento sobre a inclusão escolar do aluno com autismo. Pretendo chegar a

um doutorado.

No que diz respeito à carreira profissional, penso em fazer concurso na área de

Educação, preferencialmente no setor de coordenação. Acredito que o curso de

Especialização em Coordenação Pedagógica - CECOP 3 irá contribuir de forma

significativa para a minha preparação e sucesso no mercado de trabalho. Esse curso

me trouxe grande embasamento teórico para que eu possa acreditar nessa

possibilidade.

17

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O termo “autismo” é originário de duas palavras gregas: “autos”, que significa

“em si mesmo”; e "ismo”, que significa “voltado para”. Sendo assim, a palavra autista

tem como significado: “voltado para si mesmo”, que é um dos comportamentos muito

presente nas pessoas com essa síndrome (PRAÇA, 2011).

O termo “autismo” foi usado no início do século XX pelos psiquiatras Plotters e

Eugen Bleuller (PRAÇA, 2011). Esses profissionais usavam essa palavra para

caracterizar sintomas de esquizofrenia, dentre os quais estavam a perda de contato

da realidade e o isolamento exacerbado por parte do indivíduo (PRAÇA, 2011). A

visão que se tem dessa doença na atualidade vem a partir dos estudos

desenvolvidos em 1943 por um psiquiatra infantil de nacionalidade austríaca, mas

que fez carreira nos Estados Unidos, denominado Kanner.

O autismo é uma doença que se manifesta na criança por volta dos três anos

de idade, sendo mais comum em meninos que em meninas, e pode se apresentar

de formas leves e severas, comprometendo a interação social da pessoa (MACIEL e

GARCIA FILHO, 2009, p. 225). A Lei Federal n. 12.764, de 27 dezembro de 2012,

que instituiu a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Autismo,

também denominado por essa Lei como Transtorno do Espectro Autista, traz os

seguintes conceitos dessa síndrome em seu artigo 1º, incisos I e II:

I - deficiência persistente e clinicamente significativa da comunicação e da interação sociais, manifestada por deficiência marcada de comunicação verbal e não verbal usada para interação social; ausência de reciprocidade social; falência em desenvolver e manter relações apropriadas ao seu nível de desenvolvimento;II - padrões restritivos e repetitivos de comportamentos, interesses e atividades, manifestados por comportamentos motores ou verbais estereotipados ou por comportamentos sensoriais incomuns; excessiva aderência a rotinas e padrões de comportamento ritualizados; interesses restritos e fixos (BRASIL, 2012).

A partir da segunda metade do século XX, Cunha (2015) cita que ocorreu

um movimento significativo em favor da inclusão escolar dos alunos com deficiência,

dentre eles os autistas, e que várias leis e tratados internacionais trouxeram

18

garantias e direitos para os estudantes portadores de necessidades especiais. No

Brasil, um grande avanço em favor dos direitos educacionais das pessoas com

Transtorno do Espectro Autista foi a Lei Federal n. 12.764, de 27 dezembro de 2012.

A referida lei deu operatividade à determinação contida no artigo 208, inciso

III, da Constituição Federal de 1988, em que a Lei Magna traz a obrigatoriedade de

atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência,

preferencialmente na rede regular de ensino. Esse comando constitucional também

foi reafirmado pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, acerca dos

direitos e garantias dirigidos a toda e qualquer criança, no acesso e permanência à

educação de qualidade. Neste contexto, encontram-se os alunos portadores de

necessidades especiais, dentre eles o autista.

No panorama internacional, tem-se o Tratado de Salamanca, na Espanha

em 1994, que é um documento muto importante voltado para os direitos e garantias

educativos das pessoas com deficiência, o qual garante “que seja fornecido, então,

educação a toda pessoa, a toda criança, que ninguém seja excluído por conta da

deficiência que possui” (PRAÇA, 2011, p .42).

A partir dessas normas, vêm acontecendo, no Brasil, movimentos por parte

dos especialistas no assunto, dos familiares e da comunidade escolar, passando

esses a terem um olhar mais sistemático e cuidadoso a respeito da inclusão escolar,

exigindo uma responsabilidade maior quanto ao aprendizado do aluno autista, na

capacitação do professor, na parceria escola-família e na interação social do aluno

especial (CUNHA, 2015).

É de suma importância conhecer as dificuldades encontradas pelos

discentes autistas, pelo professor e pela escola no processo de inclusão, a fim de

criar possibilidades de uma inclusão favorável ao bom desenvolvimento educativo e

interacional do aluno especial.

Segundo Cruz (2014), se não houver atividades pedagógicas coerentes com

as especificidades e dificuldades do incluído, no caso do autista, o aluno se sentirá

perdido e isolado, inserido em um ambiente que muitas vezes lhe impõe a exclusão,

por conta de vários fatores adversos à proposta principal, que é incluir.

Logo, é inegável que o aluno autista encontra várias dificuldades no

aprendizado, sendo uma delas a falta de preparação do professor para atender as

19

suas necessidades específicas e, por conta disso, esse estudante fica isolado na

sala de aula, recebendo pouca atenção dos mestres, sendo-lhe negada uma

educação digna e promissora. Outra dificuldade desse aluno é a forma inadequada

pela qual são passados os conteúdos pedagógicos (CRUZ, 2014). Um exemplo

disso são leituras infantis muito abaixo de sua idade, o que leva ao não aprendizado.

Segundo Cruz (2014), muitos professores afirmam que não conseguem

conduzir suas aulas de maneira satisfatória quando há alunos autistas em suas

salas, pois estes precisam de atendimento diferenciado por conta de sua deficiência.

Esses docentes, por falta de preparo ou por superlotação na classe, terminam não

suprindo as necessidades educacionais do aluno especial inserido nesse contexto e,

então, esses estudantes acabam sendo ignorados pelos seus mestres e, em muitas

vezes, discriminados pelos colegas de classes (CRUZ, 2014).

Por conseguinte, uma das maiores dificuldades no processo inclusivo do

autista, coerente com as suas necessidades e especificidades como aluno especial,

está na questão da formação do professor. Por conta disso, esse processo muitas

vezes se torna ineficiente para todos os envolvidos.

Cruz (2014) aponta que as escolas, para terem sucesso na inclusão, devem

perceber que é preciso adequar previamente as suas estruturas para receber o

aluno deficiente e não depois que o estudante já faz parte dela, afinal, a instituição

necessita saber com antecedência de que forma vai atendê-lo.

Assim, essa falta de preparo das instituições de ensino regular é uma das

questões que favorece o surgimento de entraves que as escolas encontram para

atender os alunos autistas. Gomes e Mendes (2010) apontam que os

estabelecimentos escolares não dão suporte pedagógico a seus professores para

que os mestres conduzam as aulas com alunos especiais de forma adequada.

Quando esse apoio é dado, é de forma ineficiente, tendo um formato de orientação,

em muitos casos, de forma esporádica. Por isso, é de extrema relevância que as

escolas se estruturem para receberem esses alunos e, dessa forma, minimizem os

efeitos das dificuldades encontradas.

A esse respeito, a Associação Americana de Psiquiatria garante que o

diagnóstico do autista é baseado, na maioria das vezes, na observação (MACIEL e

GARCIA FILHO, 2009). Basta as pessoas conhecerem os sintomas que

20

caracterizam essa doença, sendo que esse diagnóstico pode ser feito por pais,

profissionais da educação e da saúde. Contudo, essa síndrome acomete de forma

diferente cada indivíduo. Maciel e Garcia Filho (2009) também reforçam que um

diagnóstico precoce é importante, pois, quanto mais cedo forem utilizadas

estratégias educacionais adequadas às especificidades da criança autista, ela terá

grandes possibilidades de se relacionar de forma interativa com outras pessoas e,

portanto, poderá aprender e se desenvolver.

O diagnóstico prévio minimiza um dos o grande entrave do processo

inclusivo, que é o déficit de aprendizagem do aluno incluído. Cruz (2014, p. 96) diz

que “o papel do professor é de mediador e facilitador no processo de ensino

aprendizagem dos educandos”, mas argumenta que “o compromisso é de todos

para que a inclusão se efetive” (CRUZ, 2014, p. 96).

Sendo assim, é preciso que se tenha um olhar sistemático, cuidadoso, da

comunidade escolar e extraescolar para a questão da inclusão, fazendo valer as leis

que tratam desse tema, de forma a promover uma remodelação, uma nova

concepção adequada à formação de pessoas com deficiências (CRUZ, 2014).

Ademais:

desenvolver uma atitude inclusiva não significa apenas conduzir sujeitos para dentro de disciplinas e fronteiras acadêmicas. O que está em questão é enxergar o outro sem reduzi-lo às marcas de seu corpo; às mutilações que sofreu ou às ineficiências que seu organismo expõe quando comparado a outro (FREITAS, 2013, p.17).

A esse respeito, torna-se premente que as escolas percebam a necessidade

de cumprir as regras legais em relação à inclusão e projetem ações que possibilitem

o bom desenvolvimento do ensino-aprendizagem dos autistas, bem como capacitem

os profissionais a fim de que possam, desde cedo, perceber os sintomas típicos do

autismo, garantindo uma rápida adequação no processo de ensino-aprendizagem.

Com base nas revisões bibliográficas citadas acima percebe-se a

necessidade de melhorias no processo de Inclusão do Aluno com Autismo do Ensino

Fundamental 1, pois é na infância que aprecem os primeiros sintomas dessa doença

e a participação do professor é muito significativo nesse processo, porquanto o

diagnóstico precoce é o primeiro grande instrumento da educação. Logo, o papel

docente torna-se fundamental, já que “é na idade escolar, quando se intensifica a

21

interação social das crianças, que é possível perceber com maior clareza

singularidades comportamentais” (CUNHA, 2015, p.23). Sendo assim, quanto mais

cedo for oferecido um atendimento educacional especializado, a criança autista irá

se desenvolver de forma mais promissora na interação com as demais pessoas.

Ante o exposto, verifica-se que os autores revisados apontam diversos

pontos deficitários, contrários às determinações legais que estão a favor de uma

inclusão escolar plena para o autista, assim como traz a Lei n. 13.146/2015, que

classifica os direitos e garantias fundamentais das pessoas deficientes, seja essa

deficiência física ou mental. “É preciso dar continuidade às ações, corrigindo os

percursos e fomentando novas iniciativas com bases na dinâmica social e no

trabalho de sala de aula” (CUNHA, 2015, p. 47). Desta forma, é necessário que

sejam elaboradas propostas de intervenções em favor de ações inclusivas nas

escolas públicas do ensino fundamental 1.

22

3 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

3.1 PANORAMA GERAL

Nos últimos tempos vêm ocorrendo no Brasil movimentos em favor da inclusão

escolar,porém percebe-se que as escolas estão desenvolvendo esse processo de

forma inadequada, indo contra as regras legais estabelecidas pelas leis nacionais,

que trazem a obrigatoriedade de um atendimento educacional especializado aos

portadores de deficiências físicas e mentais. Nesse contexto, está o aluno portador

de autismo.

Com base nessas informações, este projeto de intervenção busca propor

diretrizes às escolas que estiverem abertas a proporcionar uma inclusão que

valorize o desenvolvimento educacional e social da criança autista, levando em

conta a participação da família, a capacitação especializada do professor e

modificações estruturais no ambiente físico da instituição, quando necessário.

Um ponto importante diagnosticado e visto com unanimidade entre os autores

estudados (PRAÇA, 2011; CRUZ, 2014) refere-se à falta de conhecimentos

específicos do professor para atender o aluno com autismo, pois, de acordo com

pesquisa feita pela autora desse projeto, esse problema é um dos maiores entraves

no processo da inclusão. Então, é preciso que as escolas sigam as diretrizes

apontadas pelas leis em beneficio da inclusão significativa do aluno autista e, assim,

realizem com êxito o processo de incluir. Contudo, a obrigatoriedade da inclusão não

se materializa/executa, pois “não estão sendo criadas condições necessárias para o

ingresso dos deficientes e, conseqüentemente, para sua permanência com uma

experiência escolar de qualidade” (CRUZ, 2014, p. 98).

Por conta dessa falta de preparo profissional, graves dificuldades são

enfrentadas pelo discente em inclusão, dentre elas está a falta de atenção do

professor, o que acarreta o isolamento desse estudante no cotidiano escolar, além

de déficit no aprendizado e na interação com os colegas de sala. Toda essa situação

prejudica o desenvolvimento do estudante incluído, mas poucas são as redes de

ensino que disponibilizam um profissional especializado para o atendimento dos

alunos especiais (CRUZ, 2014).

23

Cruz (2014) também aponta o questionamento de muitos professores, no

sentido de possuírem dificuldades em sala de aula ao receber um aluno deficiente. E

essa dificuldade aumenta quando se trata de deficiente mental, pois os docentes

dizem ter consciência que é de extrema relevância o preparo profissional para o

atendimento desse tipo de situação, e, sem essa qualificação fica muito difícil

atender um discente autista, dando-lhe a atenção pedagógica de que ele necessita.

Outro entrave ao ensino-aprendizagem do aluno autista é a superlotação nas

salas de aula da rede pública. Os mestres tem que ter atenção dedicada aos alunos

“normais” e também precisam dedicar-se com muita técnica e conhecimento

específico aos alunos especiais e, se não for assim, o aluno incluído fica excluído.

Tal situação merece o seguinte comentário de um professor: “essa inclusão como

está ai é pior do que ficar excluído! Todo o processo deveria se repensado. Não

temos condições e muito menos preparo para oferecer a esses alunos autistas o que

eles realmente merecem” (CRUZ, 2014, p. 99).

Por conta disso, esta proposta de intervenção tem como objetivo propor ideias

que favoreçam a escola, o professor, o aluno e toda comunidade escolar e

extraescolar no processo de inclusão do autista, que eleve a capacidade cognitiva

do aluno, respeitando as suas especificidades.

3.2 METODOLOGIA

Como metodologia, esta pesquisa qualitativa tem o caráter bibliográfico, em

que esta autora articulou suas experiências acadêmicas, pessoais e profissionais ao

embasamento teórico, afinal “[...] a metodologia inclui simultaneamente a teoria da

abordagem, os instrumentos de operacionalização do conhecimento e a criatividade

do pesquisador (sua experiência, sua capacidade pessoal e sua sensibilidade) [...]”

(MINAYO, DESLANDES e GOMES, 2010, p. 14).

O instrumento de pesquisa utilizado para esse processo foi, basicamente, a

análise documental, com a consulta a literaturas especializadas como livros, artigos

científicos, além das normas jurídicas destinadas a este fim, como a Constituição

Federal de 1988, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), a Lei n.

24

12.764/2012, assim como a Lei n. 13.146/2015, esta última que entrará em vigor em

janeiro de 2016.

Os dados serão examinados pelo método da análise de conteúdo, pois,

conforme Moraes (1999), esse viés permite conduzir a exames sistemáticos e a uma

compreensão de significados em nível que vai além da leitura comum.

3.3 CARACTERÍSTICA DA UNIDADE DE ANÁLISE

De acordo com as leituras bibliográficas, percebe-se que muitas escolas não

possuem estruturas adequadas para receber o aluno com necessidades especiais,

dentre elas o autismo. Esse fato fica mais claro quando se observa o quadro de

funcionários das instituições públicas, pois, grande parte deles, incluindo

professores, não tem treinamento algum para lidar com o atendimento educacional

especializado.

Gomes e Mendes (2010) citam, por exemplo, que a prefeitura de Belo

Horizonte - MG vem desenvolvendo ações com o intuito de favorecer o acesso de

estudantes com autismo na escola regular do Município. No entanto, esses mesmos

autores trazem que, apesar da intenção favorável dessa prefeitura em relação ao

processo de inclusão, os resultados indicam que os alunos autistas participam pouco

das atividades pedagógicas; com isso, a aprendizagem dos conteúdos escolares fica

prejudicada. Também há evidências de que a interação com os colegas de classe é

escassa (GOMES e MENDES, 2010).

Dessa forma, as pesquisas descritas por Gomes e Mendes (2010) apontam

que, nada obstante os esforços de algumas unidades escolares para incluir o aluno,

existem falhas no seu processo de absorção dos conteúdos pedagógicos e na

interação social do discente especial. Desse modo, tornam-se necessárias novas

propostas de intervenções, apontando fatores que venham trazer benefícios no

processo de inclusão do aluno com autismo.

Considerando que esta pesquisadora não possui, atualmente, vínculo

empregatício com a Educação, esta proposta será abrangente a todas as escolas de

Salvador – BA, Município em que reside esta pesquisadora, as quais estiverem

25

abertas a um processo de inclusão escolar significativa, ou seja, com o intuito de

promover ações que favoreçam o acesso e a permanência do aluno autista na rede

regular de ensino (GOMES e MENDES, 2010). E, dessa forma, através das

diretrizes lançadas a seguir, espera-se contribuir para um bom processo de ensino-

aprendizagem, proporcionando uma interação social com dignidade e autonomia.

3.4 OPERACIONALIZANDO A PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

3.4.1 Diretrizes de intervenção para a escolar

A proposta é que as escolas, antes de receberem o aluno especial, devem

preparar seu ambiente físico e seu corpo profissional, levando em conta as

especificidades de cada deficiência. Para tanto, deve-se recorrer a entrevistas com o

próprio estudante (quando possível) e seus familiares, além de um relatorio médico,

para assim, conhecer o grau de acometimento da doença e, desse modo, formular

um atendimento adequado à particularidade de cada um.

De acordo com Gomes e Mendes (2010), é preciso considerar as peculiaridade

do autismo, pois um diagnóstico inadequado pode comprometer a entrada, a

permanência e o progresso do aluno especial no ambiente escolar.

Assim, a escola deve preventivamente preparar seu ambiente físico e seu

corpo profissional, para receber o aluno incluído, construindo rampas para os

cadeirantes, acesso para os cegos e qualificando através de cursos os professores e

demais funcionários para receberem os deficientes de várias categorias, dentre elas

o autistas. Logo, a escola terá êxito no processo de acesso, freqüência e

permanência desse aluno (FARIAS, MARANHÃO e CUNHA, 2008).

Outro ponto importante que a escola deve promover para favorecer o processo

de inclusão é inserir em sala regular que tiver alunos autistas, ou com outro tipo de

deficiência, um mediador, ou seja, um auxiliar que dê suporte ao mestre regente nas

atividades do cotidiano escolar (GOMES e MENDES, 2010). Como diz Gomes e

Mendes (2010), esse profissional de apoio deve ter qualificação adequada para que

seja capaz de auxiliar na interação social, autonomia e aprendizagem, levando o

aluno com autismo a participar ativamente das atividades diárias e, com isso,

26

favorecer no seu processo de ensino-aprendizagem.

Esses auxiliares devem estar qualificados de forma especifica para atender o

aluno autista, pois estudiosos no tema apontam que, quando as escolas

disponibilizam esse suporte, muitas vezes são pessoas sem preparo algum, só

tendo o segundo grau, sendo geralmente ineficazes para lidar com alunos especias,

aumentando, por conseguinte, o risco de se tornar um simples cuidador de pessoas

e não um orientador educacional (FARIAS, MARANHÃO e CUNHA, 2008).

3.4.2 Diretrizes para o professor

A escola deve investir na formação do professor, disponibilizando-lhe formação

continuada em cursos de qualificação em educação especial (podendo ser de forma

presencial ou a distância) para lidar com as diversidades inerente da sala de aula.

Nessa diversidade, encontra-se o aluno autista. Esse discente mesmo estando

inserido em uma turma regular precisa de atendimento diferenciado, pois os estudos

mostram que, em muitas situações, o estudante com espectro autista não se

desenvolve na parte educacional por falta de conteúdos pedagógicos adequados as

suas especificidades (CUNHA, 2015).

Além dos cursos de qualificação, os docentes devem trocar informações e

experiências com outros professores sobre o assunto, também ler livros e pesquisar,

para reforçar sua capacitação no recebimento de alunos autistas.

3.4.3 Diretrizes para os demais funcionários (merendeira, porteiro, supervisor, etc.)

A escola regular, além de promover formação específica para seus professores

e adequar sua estrutura física em prol de uma inclusão significativa, necessita,

igualmente, qualificar seus funcionários, instruindo-os através de cursos e palestras

relacionadas ao assunto “inclusão”, para que estes possam atender os alunos

especias de maneira adequada, mostrando sensibilidade e contribuindo para uma

27

inclusão promissora para todos os envolvidos.

De modo geral, a convivência com a

diversidade no ambiente escolar propicia ganhos não só para os alunos como também aos professores e demais funcionários da escola uma vez que estas pessoas têm a oportunidades de conviver com as diferenças (PRAÇA, 2011, p. 55).

Então é pertinente que a escola se prepare, qualificando seus funcionários em

geral, para que proporcionem uma inclusão que eleve a interação social do aluno

especial, dentre eles o aluno autista, e proporcionando, assim, experiências

enriquecedoras para todos, como afirma Freitas (2013, p. 65):

dentro da escola todos os atores promove empréstimos recíprocos, o que faz com que um sempre ajude a amassar a massa da argila que dá corpo as relações humanas dentro das instituições.

Assim, a inclusão acontece de forma mais humana, proporcionando ao aluno

autistas uma interação e uma aproximação amistosa, com todos os sujeitos da

escola e assim, um aprendizado significativo, como determinam a Constituição

Federal de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n.

9.394/96).

3.4.4 Diretrizes para a comunidade extraescolar com ênfase para a família do aluno autista

É de extrema relevância que a comunidade extraescolar e, principalmente, a

família do aluno autista, tenham conhecimento das normas legais que garantem uma

inclusão promissora do aluno autista. Também é pertinente que essa comunidade

faça parte das discussões e decisões a respeito das diretrizes em favor de uma

inclusão adequada, como traz a Lei n. 12.764/2012 que, em seu artigo 2º,

estabelece “a participação da comunidade na formulação de políticas voltados para

as pessoas com transtorno do espectro autista,e o controle social da sua

implementação, acompanhamento e avaliação” (BRASIL, 2012).

Dessa forma, é importante que as escolas e as autoridades competentes no

assunto sejam democráticas e estabeleçam uma relação de parceria com a

28

comunidade extraescolar, assegurando a essa comunidade o direito de participar de

reuniões e decisões relacionadas ao processo de ensino, seja ele a respeito da

criança especial ou da criança “normal”.

Maciel e Garcia Filho (2009) aponta que, quando o aluno especial está em

harmonia com a família, a escola e a comunidade no processo de inclusão, essa

união favorece de forma significativa o desenvolvimento do aluno especial, pois “a

integração a inclusão da criança na vida da família e na comunidade são

fundamentais para o seu desenvolvimento” (2009, p. 230).

Além do mais, é necessário que a família estabeleça rotinas de atividades no

cotidiano da criança autista, envolvendo essa criança nos afazeres domésticos e nos

momentos de lazer, levando em conta sempre suas especificidades e, dessa forma,

garantindo progressivamente sua autonomia, como por exemplo, “atividades como

colher ou debulhar feijão, fazer massa de bolo ou pastel, bater sucos no

liquidificador” (MACIEL e GARCIA FILHO, 2009, p. 230). Enfim, essas atividades

favorecem o desenvolvimento social da criança autista. Então, é de suma

importância que a família e a comunidade contribuam da melhor forma possível, no

processo de inclusão escolar e social do autista, sobretudo com sua freqüência e

permanência na escola.

3.5 CRONOGRAMA E AÇÕES DE INTERVENÇÃO PROPOSTAS

ANO 2015 / 2016

MESESAtividades Recursos

utilizadosNov. de 2015

Dez. de 2015

Jan. de 2016

Fev. de 2016

Mar. de 2016

Elaboração da Proposta de Intervenção

Livros, artigos científicos e leis

X

29

Apresentação do Projeto à Secretaria de Educação de Salvador - BA

Internet X

Aprovação do Projeto de Intervenção

- X

Execução do Projeto

X X X X

Capacitação dos professores para atender os alunos especiais

Recursos audiovisuais e aulas expositivas, seminários, grupos de estudos e palestras com especialistas

X X

Capacitação dos demais funcionários e gestores da escola

Recursos audiovisuais e aulas expositivas, seminários, grupos de estudos e palestras com especialistas

X X X

Adequação das estruturas físicas da escola

- X X X

Reuniões com a comunidade extraescolar

Recursos audiovisuais e aulas expositivas, seminários, grupos de estudos e palestras com especialistas

X X

30

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta pesquisa não tem a pretensão de erradicar todos os problemas

encontrados pelo aluno com autismo no ensino fundamental I da escola pública, pois

conflitos fazem parte de todo o processo de adaptação e inovação. Contudo, este

TCC/PV (Trabalho de Conclusão de Curso na modalidade Projeto Vivencial) buscou

trazer diretrizes para as escolas, com o intuito de amenizar os entraves existentes

no processo de inclusão escolar, como argumenta Cruz (2014, p. 35) “no que

concerne à dinâmica interna das escolas, diversas mudanças precisam ser

efetuadas. Além da arquitetônica (instalações físicas) necessária, e da prestação de

serviços especializados condizentes com as especificidades dos alunos atendidos”.

Em grande medida, foram apresentadas estratégias para facilitar o acesso e a

permanência na escola dos alunos com necessidades especiais, dentre eles o

autista.

Com efeito, para que haja um desenvolvimento na vida educacional e social do

discente autista, é de extrema relevância que sejam apresentadas ações de linhas

pedagógicas com o intuito de favorecer o acesso de estudantes com essa síndrome

ao ensino regular. A Lei n. 13.146/2015, em seu artigo 27, paragrafo único, deixa

isso bem claro: “É dever do Estado, da família, da comunidade escolar e da

sociedade assegurar a educação de qualidade à pessoa com deficiência, colocando-

a a salvo de toda forma de violência, negligência e discriminação” (BRASIL, 2015).

Logo, é pertinente que os professores estejam embasados teoricamente para que a

inclusão aconteça de forma promissora, favorecendo o aprendizado do aluno

especial.

Nesse sentido, este TCC/PV propôs um Projeto de Intervenção com diretrizes

favoráveis ao processo de inclusão do aluno autista e, nessas sugestões, foram

pensadas, a partir da literatura científica, propostas de adequação ao ambiente físico

da escola e em seu corpo profissional em geral, sugerindo-se cursos de qualificação

específicos para professores e demais funcionários, além do fomento à ativa

participação da família.

Esses cursos têm a finalidade de preparar docentes e funcionários escolares

31

adequadamente para receber o aluno com espectro autista, dando a esse estudante

uma inclusão digna, elevando sua capacidade cognitiva, fazendo valer os direitos e

garantias determinados por leis, como por exemplo a Lei n. 13.146/2015, já citada, e

também a Constituição Federal de 1988.

Ademais, este TCC/PV também sugere às instituições de ensino do Município

de Salvador, âmbito em que se pretende aplicar este trabalho, as quais estiverem

abertas a uma inclusão participativa e democrática, não deixar às margens desse

processo a comunidade extraescolar, em especial a família, que deve ter um papel

fundamental e relevante nas decisões relacionadas ao processo de ensino-

aprendizagem do aluno especial.

Diante disso, é pertinente que as escolas, antes de efetuarem seu processo de

inclusão, capacitem-se tecnicamente para receberem o aluno especial, pois

observa-se que, nos últimos tempos, vêm acontecendo no Brasil e no mundo

movimentos em favor da inclusão escolar. Como foi visto em pesquisa bibliográfica,

um bom exemplo disso é o que diz Cunha:

documentos nacionais e internacionais produzidos nos últimos anos reconhecem a educação como direito humano, considerando as diferenças existentes entre as pessoas, trazendo a necessidade de sensíveis mudanças nas relações pessoais (2015, p. 15).

Porém, várias escolas brasileiras deixam de cumprir etapas importantes nesse

processo como: formação adequada para professor, melhoramento nas instalações

etc.

Diante de todo o exposto, conclui-se que, para acontecer uma inclusão

promissora, elevando a capacidade social e educacional do aluno autista, é de

extrema relevância que as escolas se adéquem, melhorando sua estrutura física e

qualificando seu corpo profissional, em especial o professor, que é peça

fundamental no processo de inclusão do aluno especial. As diretrizes propostas

neste Projeto apresentado não trazem garantia de que todos os problemas

relacionados ao processo de inclusão escolar serão superados, mas pretendem

contribuir de forma significativa para amenizar os entraves encontrados nesse tema.

32

REFERÊNCIAS

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado, 1988.

______. Lei n. 12.674, de 27 de dezembro de 2012. Institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista; e altera o § 3odo art. 98 da Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 28 dez. 2012. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htm>. Acesso em: 15 nov. 2015.

______. Lei n.13.146, de 6 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 07 jul. 2015. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm>. Acesso em: 15 nov. 2015. BRUNO, Eliane B. G. O trabalho coletivo como espaço de formação. In: GUIMARÃES, Ana A. et al. O coordenador pedagógico e a educação continuada. São Paulo: Edições Loyola, 2007, p. 13-16.

CHRISTOV, Luiza H. da S. Educação continuada: função essencial do coordenador pedagógico. In: GUIMARÃES, Ana A. et al. O coordenador pedagógico e a educação continuada. São Paulo: Edições Loyola, 2007, p. 09-12.

_______. Teoria e prática: o enriquecimento da própria experiência. In: GUIMARÃES, Ana A. et al. O coordenador pedagógico e a educação continuada. São Paulo: Edições Loyola, 2007, p. 31-34.

CUNHA, Eugênio. Autismo na escola: um jeito diferente de aprender, um jeito diferente de ensinar. Rio de Janeiro: Wak, 2015.

CRUZ, T. Autismo e inclusão: experiencias no ensino regular. Jundiaí: Paco, 2014.

FARIAS, Iara M. de; MARANHÃO, Renata V. de A.; CUNHA, Ana C. Barros da. Interação professor-aluno com autismo no contexto da educação inclusiva: análise do padrão de mediação do professor com base na teoria da experiência de aprendizagem mediada (mediated learning experience theory). Rev. Bras. Ed. Esp., Marília, set.-dez., 2008, v.14, n. 3, p.365-384.

FREITAS, M. C. de. O aluno incluído na educação básica: avaliação e permanência. São Paulo: Cortez, 2013.

GOMES, Camila G. S.; MENDES, Enicéia G. Escolarização inclusiva de alunos com

33

autismo na rede municipal de ensino de Belo Horizonte. Rev. bras. educ. espec., Marília, v. 16, n. 3, p. 375-396, Dez. 2010. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-65382010000300005&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 15 Nov. 2015.

MACIEL, M. M; GARCIA FILHO, A. P. G. Autismo: uma abordagem tamanho família. In: DÍAZ, F., et al. (orgs.). Educação Inclusiva, deficiência e contexto social: questões contemporâneas [online]. Salvador: EDUFBA, 2009, p. 224-235. Disponível em: <http://books.scielo.org/id/rp6gk/pdf/diaz-9788523209285-21.pdf>. Acesso em: 15 nov. 2015.

MINAYO, M. C. de S; DESLANDES, S. F; GOMES, R. Pesquisa Social: Teoria, método e criatividade. Petrópolis: Vozes, 2010.

MORAES, R. Análise de conteúdo. Revista Educação. Porto Alegre, v. 22, n. 37, p. 7-32, 1999.

PHYLLIS BOTTOME. In: DUAILIBI ESSENCIAL – Minidicionário com mais de 4.500 frases essenciais por Roberto Duailibi e Marina Pechlivanis (orgs.). Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.

PRAÇA, E. T. P. de O. Uma reflexão acercada inclusão de aluno autista no ensino regular. 2011. 140 f. Dissertação (Mestrado) – Instituto de ciências exatos, Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2011.

REGO, T. C. Vigotsky: uma perspectiva histórico-cultural da educação. Petrópolis, RJ: Vozes, 1997.