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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS CURSO DE GRADUAÇÃO EM GEOLOGIA EDNIE RAFAEL MOREIRA DE CARVALHO FERNANDES ESTUDO PETROGRÁFICO DOS GRANULITOS DA REGIÃO DE NOVA ITARANA, BAHIA Salvador Julho/2010

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS

CURSO DE GRADUAÇÃO EM GEOLOGIA

EDNIE RAFAEL MOREIRA DE CARVALHO FERNANDES

ESTUDO PETROGRÁFICO DOS GRANULITOS DA REGIÃO

DE NOVA ITARANA, BAHIA

Salvador

Julho/2010

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EDNIE RAFAEL MOREIRA DE CARVALHO FERNANDES

ESTUDO PETROGRÁFICO DOS GRANULITOS DA REGIÃO

DE NOVA ITARANA, BAHIA

Monografia apresentada para obtenção do grau de

Bacharel em Geologia pela Universidade Federal da

Bahia.

Orientador: Prof. Dr. Johildo S. F. Barbosa

Co-orientadora: Msc. Jailma Santos de Souza

Salvador

Julho/2010

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TERMO DE APROVAÇÃO

EDNIE RAFAEL MOREIRA DE CARVALHO FERNANDES

ESTUDO PETROGRÁFICO DOS GRANULITOS DA REGIÃO DE

NOVA ITARANA, BAHIA

Trabalho Final de Graduação aprovado como requisito parcial para obtenção do

grau de Bacharel em Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte

banca examinadora:

1º Examinador – Johildo S. F. Barbosa

2º Examinador – Eron Pires Macêdo

3º Examinador – Amalvina Costa Barbosa

Salvador

Julho/2010

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a todas as pessoas que me apoiaram durante a graduação e na elaboração

deste trabalho;

À minha família pelo apoio que nunca faltou;

Ao Prof. Dr. Johildo Barbosa, meu orientador, por ter me aceitado como orientando e

à Msc. Jailma Souza, minha co-orientadora, pela paciência e grande ajuda;

A todos os professores, e em especial à Amalvina, Ângela, Eron e Osmário;

Ao Geólogo Fróes;

Aos amigos Amanda, Ana Fábia, Janaina, Jofre, Jonatas, Judiron, Leila, Priscila,

Rejane, Tatiana, Thiago e Thiago Drumond.

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RESUMO

A área de estudo está localizada no centro-sul do Estado da Bahia, inserida no Cráton

do São Francisco, fazendo parte da Região Granulítica do Sul da Bahia e do Bloco Jequié.

Durante a colisão Paleoproterozóica, o Cinturão Itabuna-Salvador-Curaçá superpôs o Bloco

Jequié reequilibrando-o no fácies granulito. Os litotipos estudados foram classificados em

rochas paraderivadas, representadas pelos granulitos alumino-magnesianos (kinzigitos), e

ortoderivadas, divididas em: a) granulitos quartzo-dioríticos com encraves e boudins de

granulitos quartzo-gabronoríticos; b) granulitos quartzo-monzodioríticos; c) granulitos

tonalíticos-migmatíticos; d) augen-charnockitos. Estas rochas apresentam uma história

metamórfica complexa no fácies granulito e a presença de textura simplectítica em alguns

minerais sugere que elas sofreram rápida descompressão durante o soerguimento orogenético.

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ii

ABSTRACT

The study area is located in south-central Bahia State, appearing in São Francisco

Craton, part of the Granulite Region of Southern Bahia and Block Jequié. During the

Paleoproterozoic collision, the Itabuna-Salvador-Curaçá belt superimposed Jequié Block by

adjusting it in the granulite facies. The studied rocks were classified into para-derivateds

rocks, represented by aluminum-magnesian granulites (kinzigites) and ortho-derivateds,

divided into: a) quartz-dioritics granulites with enclaves and boudins of quartz-gabbronorites

granulites; b) quartz-monzodiorites granulites; c) tonalitic migmatitics granulites; d) augen-

charnockites. These rocks have a complex metamorphic history in granulite facies and the

presence of simplectitic texture in some minerals suggests that they have experienced rapid

decompression during orogenic uplift.

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SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS 8

LISTA DE TABELAS 11

CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO 12

1.1. Aspectos Gerais 12

1.2. Justificativa e Objetivos 14

1.2.1. Justificativa 14

1.2.2. Objetivo Geral 14

1.2.3. Objetivo Específico 14

1.3. Materiais e Métodos 14

1.3.1. Estudo Bibliográfico 14

1.3.2. Trabalhos de Campo 15

1.3.3. Descrição Petrográfica 15

1.3.4. Confecção do Mapa geológico 15

1.3.5. Trabalho Final de Graduação (TFG) 15

CAPÍTULO II - GEOLOGIA REGIONAL E TRABALHOS ANTERIORES 16

CAPÍTULO III - GEOLOGIA LOCAL E PETROGRAFIA 21

3.1. Rochas Paraderivadas 21

3.1.1. Granulitos Alumino-Magnesianos (Kinzigitos) 21

3.2. Rochas Ortoderivadas 30

3.2.1. Granulitos Quartzo-Gabronoríticos 30

3.2.2. Granulitos Quartzo-Dioríticos 35

3.2.3. Granulitos Quartzo-Monzodioríticos 40

3.2.4. Granulitos Tonalíticos-Migmatíticos 45

3.2.5. Augen-charnockitos 48

CAPÍTULO IV - CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 50

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 53

ANEXO I - MAPA GEOLÓGICO DA REGIÃO DE NOVA ITARANA 58

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ANEXO II - FICHAS DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA 59

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Mapa de situação e localização com acessos à área de estudo (Fonte: CBPM &

CPRM, 2003). ........................................................................................................................... 13

Figura 2: Domínios geotectônicos do Cráton do São Francisco (adaptado de Alkmim et al.,

1993; Barbosa & Dominguez, 1996). ....................................................................................... 17

Figura 3: Mapa geológico simplificado da região granulítica do sul/sudeste da Bahia (Barbosa

et al., 2003). CISC – Cinturão Itabuna-Salvador-Curaçá. ........................................................ 18

Figura 4: Aspecto macroscópico dos granulitos alumino-magnesianos. Ponto ED-06. ........... 22

Figura 5: Imagem de detalhe mostrando cristais centimétricos de cordierita. Ponto ED-06. .. 22

Figura 6: Rocha foliada com níveis finos de quartzo boudinados. Ponto ED-06. .................... 23

Figura 7: Granulito alumino-magnesiano exibindo níveis finos de quartzo boudinados e

dobrados. Ponto ED-06. ........................................................................................................... 23

Figura 8: Kinzigito mostrando a presença de manganês supergênico. Ponto ED-06. .............. 24

Figura 9: a) Porfiroblasto de quartzo (NX). Lâmina ED-06A; b) Porfiroblasto de biotita

retrometamórfica com inclusões de minerais opacos (NX). Lâmina ED-06A. ........................ 25

Figura 10: a) Textura granoblástica decussada formada por cristais de quartzo, plagioclásio,

anfibólio e minerais opacos (NX). Lâmina ED-06A; b) Textura poiquiloblástica do tipo

peneira formada por inclusões de biotita na cordierita (NX). Lâmina ED-06A. ...................... 26

Figura 11: a) Textura poiquiloblástica do tipo peneira formada por inclusões de silimanita em

cordierita (NX). Lâmina ED-06E; b) Textura poiquiloblástica do tipo peneira formada por

inclusões de silimanita, espinélio e minerais opacos em pórfiroblasto de cordierita pinitizado

(NX). Lâmina ED-06E. ............................................................................................................ 26

Figura 12: Mineral opaco apresentando textura simplectítica (luz plana). Lâmina ED-06E. .. 27

Figura 13: a) Labradorita saussuritizada e geminada segundo a lei Albita (NX). Lâmina ED-

06A; b) Cordierita pinitizada e inclusão de biotita na labradorita (NX). Lâmina ED-06B. ..... 29

Figura 14: a) Biotita retrometamórfica preenchendo micro-fraturas na labradorita (NX).

Lâmina ED-06B; b) Biotita da paragênese metamórfica em contato reto com mesopertita e

biotita retrometamórfica preenchendo micro-fraturas na mesopertita (NX). Lâmina ED-06A.

.................................................................................................................................................. 29

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Figura 15: a) Cristais de granada deformados e fraturados (luz plana). Lâmina ED-06A; b)

Granada em contato irregular com biotita (luz plana). Lâmina ED-06D. ................................ 30

Figura 16: a) Cristal de granada incluso na labradorita (NX). Lâmina ED-06B; b) Cristal de

granada dentro da cordierita (NX). Lâmina ED-06F ................................................................ 30

Figura 17: Encraves deformados dos granulitos quartzo-gabronoríticos nos granulitos quartzo-

dioríticos. Ponto ED-08. ........................................................................................................... 31

Figura 18: Encraves dobrados dos granulitos quartzo-gabronoríticos nos granulitos quartzo-

dioríticos. Ponto ED-08. ........................................................................................................... 31

Figura 19: Diagrama para classificação de rochas máficas (STRECKEISEN, 1976). Pl:

plagioclásio; Opx: ortopiroxênio; Cpx: clinopiroxênio. ........................................................... 32

Figura 20: a) e b) Textura granoblástica decussada (NX). Lâmina ED-08A. .......................... 33

Figura 21: a) Textura poiquiloblástica do tipo peneira em andesina formada por inclusões de

minerais opacos (NX). Lâmina ED-08A. ................................................................................. 33

Figura 22: a) Inclusão de zircão em andesina (NX). Lâmina ED-08A; b) Inclusões de andesina

em ortopiroxênio (NX). Lâmina ED-08A. ............................................................................... 34

Figura 23: a) Biotita retrometamórfica de alta temperatura (NX). Lâmina ED-08A; b) Biotita

marrom fazendo contato reto com clinopiroxênio, e biotita vermelha de alta temperatura

(retrometamórfica) (NX). Lâmina ED-08A.............................................................................. 35

Figura 24: Encraves deformados dos granulitos quartzo-gabronoríticos nos granulitos quartzo-

dioríticos semi-alterados. Ponto ED-08. ................................................................................... 36

Figura 25: Granulito quartzo-diorítico sem alteração. Ponto ED-08........................................ 36

Figura 26: Bolsões pegmatíticos nos granulitos quartzo-dioríticos. Ponto ED-08. ................. 37

Figura 27: Diagrama Q-A-P modal para classificação dos granulitos quartzo-dioríticos,

granulitos quartzo-monzodioríticos e granulitos tonalíticos-migmatíticos (STRECKEISEN,

1976). 1a) quartzolito; 1b) quartzo granito; 2) álcali granito; 3a) granito; 3b) monzogranito; 4)

granodiorito; 5) tonalito; 6*) quartzo álcali sienito; 7*) quartzo sienito; 8*) quartzo

monzodiorito; 9*) quartzo monzodiorito (An < 50) / quartzo monzogabro (An > 50); 10*)

quartzo diorito (An < 50) / quartzo gabro (An > 50); 6) álcali sienito com quartzo; 7) sienito

com quartzo; 8) monzonito com quartzo; 9) monzodiorito com quartzo (An < 50) /

monzogabro com quartzo (An > 50); 10) diorito (An < 50) / gabro (An > 50). ....................... 37

Figura 28: a) e b) Textura granoblástica decussada (NX). Lâmina ED-08B. .......................... 38

Figura 29: a) Oligoclásio com intercrescimento mirmequítico (NX). Lâmina ED-08B; b)

Contato reto entre biotita e oligoclásio (NX). Lâmina ED-08B. .............................................. 39

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Figura 30: a) Inclusão de zircão em oligoclásio (NX). Lâmina ED-08C; b) Biotita inclusa e

preenchendo micro-fratura em mesopertita (NX). Lâmina ED-08B. ....................................... 40

Figura 31: a) Biotita bastante alterada com inclusões de minerais opacos (NX). Lâmina ED-

08B. .......................................................................................................................................... 40

Figura 32: Aspecto macroscópico dos granulitos quartzo-monzodioríticos, onde pode-se

observar encrave dos augen-charnockitos. Ponto ED-05. ........................................................ 41

Figura 33: Zona de cisalhamento com direção E-W e com movimento sinistral evidenciada

por superfície S/C. Ponto ED-05. ............................................................................................. 41

Figura 35: a) e b) Textura granoblástica decussada (NX). Lâmina ED-05. ............................. 42

Figura 36: a) Plagioclásio geminado segundo a lei Albita (NX). Lâmina ED-05; b)

Plagioclásio apresentando intercrescimento mirmequítico (NX). Lâmina ED-05. .................. 43

Figura 37: a) Contato interlobado entre quartzo e mesopertita (NX). Lâmina ED-05; b)

Mesopertita apresentando saussuritização e com inclusões de quartzo (NX). Lâmina ED-05.44

Figura 38: a) Mesopertita com inclusão de zircão (NX). Lâmina ED-05; b) Borda de reação

retrometamórfica do ortopiroxênio, estando presentes minerais opacos, biotita e tremolita

(NX). Lâmina ED-05. ............................................................................................................... 44

Figura 39: a) Minerais opacos associados a cristais de titanita (luz plana). Lâmina ED-05. ... 45

Figura 40: Aspecto dos granulitos tonalíticos-migmatíticos apresentando estrutura

migmatítica. Ponto ED-07. ....................................................................................................... 45

Figura 41: a) Associação mineralógica dos granulitos tonalíticos-migmatíticos mostrando

textura granolepidoblástica (NX). Lâmina ED-07; b) Plagioclásio completamente sericitizado

e cristais de quartzo, biotita e minerais opacos (NX). Lâmina ED-07. .................................... 47

Figura 42: a) Plagioclásio micro-fraturado com inclusões de zircão (NX). Lâmina ED-07; b)

Biotita retrometamórfica preenchendo micro-fraturas em cristal de quartzo (NX). Lâmina ED-

07. ............................................................................................................................................. 47

Figura 43: a) Cristal de quartzo com inclusão de zircão (NX). Lâmina ED-07; b) Cristal de

biotita bastante alterado mostrando porções mais preservadas em seu interior (NX). Lâmina

ED-07. ...................................................................................................................................... 48

Figura 44: a) Textura lepdoblástica formada por cristais de biotita retrometamórfica (luz

plana). Lâmina ED-07; b) Cristal de biotita retrometamórfica com inclusão de zircão (NX).

Lâmina ED-07. ......................................................................................................................... 48

Figura 45: Vista geral de um lajedo do augen-charnockito. Ponto ED-02............................... 49

Figura 46: Augen-charnockito com megacristais de mesopertita deformados. Ponto ED-02. . 49

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Composição modal dos granulitos alumino-magnesianos (kinzigitos). ................... 25

Tabela 2: Composição modal das rochas ortoderivadas. .......................................................... 32

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12

CAPÍTULO I

INTRODUÇÃO

1.1. Aspectos Gerais

A área de estudo localiza-se no centro-sul do Estado da Bahia (Figura 1) e corresponde

a ¼ (quadrante nordeste) da folha topográfica de Maracás (SD.24-V-D-I, IBGE) na escala de

1:100.000, sendo limitada pelas coordenadas UTM de 364.550 mE a 391.620 mE, e de

8.534.774 mN a 8.562.687 mN. Essa área possui aproximadamente 650 km2 e engloba a

cidade de Nova Itarana, situada a 279 km de Salvador.

O acesso à área de trabalho, saindo de Salvador, é feito através da rodovia BR-324 até a

cidade de Feira de Santana, onde deve-se continuar pela BR-116 até o entroncamento com a

BA-026, localizado à direita dessa BR, e seguir em direção à cidade de Nova Itarana (Figura

1). Outra opção é seguir pela BR-101 e depois pela BR-420 até chegar na BR-116, onde deve-

se prosseguir para norte até o entroncamento de Nova Itarana, localizado à esquerda desta BR.

Porém, esta segunda opção aumenta o trecho da viagem em 63 km.

A área de estudo está inserida no contexto geológico do Cráton do São Francisco

(ALMEIDA, 1977), fazendo parte do segmento crustal denominado de Região Granulítica do

Sul da Bahia por Barbosa (1986), além de pertencer ao Bloco Jequié (CORDANI, 1973;

BARBOSA, 1986 e 1990; BARBOSA & SABATÉ, 2000).

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Figura 1: Mapa de situação e localização com acessos à área de estudo (Fonte: CBPM & CPRM,

2003).

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1.2. Justificativa e Objetivos

1.2.1. Justificativa

Certo número de trabalhos foi publicado sobre os terrenos granulíticos do sul da

Bahia, contribuindo bastante para o entendimento geológico da região. Apesar de

apresentarem grande relevância, são trabalhos de cunho regional, o que torna difícil um

entendimento mais detalhado da disposição espacial dos granulitos, do metamorfismo e das

deformações sofridas por essas rochas. Portanto, com este trabalho se iniciou o mapeamento

geológico da folha de Maracás, em uma escala apropriada, para uma melhor compreensão dos

processos geológicos a que essas rochas foram submetidas.

1.2.2. Objetivo Geral

Esta pesquisa visa mapear e classificar os granulitos heterogêneos da região de Nova

Itarana, tentando entender, através do estudo petrográfico detalhado, o metamorfismo de alto

grau que as atingiu.

1.2.3. Objetivo Específico

Com objetivos mais específicos pretende-se identificar a mineralogia desses

metamorfitos deformados e recristalizados no fácies granulito, classificá-los do ponto de vista

petrográfico, além de produzir um mapa na escala de 1:100.000 da área estudada.

1.3. Materiais e Métodos

Para se alcançar os objetivos propostos foram adotados os seguintes procedimentos:

estudo bibliográfico, trabalhos de campo, descrição petrográfica, confecção do mapa

geológico e trabalho final de graduação (TFG).

1.3.1. Estudo Bibliográfico

Esta etapa foi executada durante os meses iniciais da pesquisa e durante todo o período

de elaboração do relatório final, consistindo no estudo e análise de trabalhos anteriormente

realizados, com o intuito de levantar informações disponíveis na literatura sobre a geologia da

área em estudo, principalmente aquelas relativas às unidades litotípicas, geologia estrutural,

metamorfismo, geotectônica e geologia econômica. Nesta oportunidade foram pesquisados e

catalogados artigos científicos, teses e monografias.

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1.3.2. Trabalhos de Campo

Foi realizada uma viagem de campo para a área visando a execução do mapeamento

geológico através do estudo dos afloramentos do ponto de vista macroscópico, incluindo-se as

deformações rúpteis e dúcteis ali existentes. Nessas viagens foram coletadas amostras para

análise petrográfica. Posteriormente, os dados de campo foram lançados no mapa geológico

fotointerpretado.

A viagem ocorreu entre os dias 19 a 23/05/2009, onde foram visitados 11 afloramentos

e coletadas 18 amostras para confecção de lâminas delgadas. Na descrição dos afloramentos a

seguinte sistemática foi aplicada: (i) localização do afloramento; (ii) reconhecimento

macroscópico dos litotipos; (iii) amostragem; (iv) registro fotográfico; (v) registro das

medidas das estruturas planares e lineares observadas; e (vi) confecção de croquis mostrando

a disposição das rochas e das estruturas.

1.3.3. Descrição Petrográfica

Foram confeccionadas 18 lâminas delgadas, as quais foram utilizadas nos estudos

petrográficos visando a identificação e classificação dos diferentes litotipos encontrados na

área. Para esses estudos foram utilizados microscópios binoculares, em luz transmitida plano

polarizada do Laboratório de Petrologia Óptica do Instituto de Geociências da Universidade

Federal da Bahia. Santos (2009) utilizou 7 lâminas em sua monografia, caracterizando o

augen-charnockito. As 11 lâminas restantes foram caracterizadas no presente trabalho.

1.3.4. Confecção do Mapa geológico

Com os dados obtidos nos trabalhos de campo e os resultados da descrição

petrográfica foi possível elaborar um mapa geológico da região de Nova Itarana na escala de

1:100.000, mostrando a distribuição dos litotipos da área, suas principais estruturas e suas

relações de contato. Para a confecção deste mapa foi utilizado o software ArcGis 9.3®.

1.3.5. Trabalho Final de Graduação (TFG)

Este trabalho é o relatório final da pesquisa e, juntamente com o mapa geológico da

região de Nova Itarana, em anexo, compõe o TFG do autor, componente obrigatório de

conclusão no curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia.

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CAPÍTULO II

GEOLOGIA REGIONAL E TRABALHOS ANTERIORES

No contexto regional, as rochas aqui estudadas fazem parte do Cráton do São

Francisco, unidade geotectônica que ocupa grande parte do Estado da Bahia e que se

consolidou no Paleoproterozóico (ALMEIDA, 1977) (Figura 2). Os limites desse Cráton

foram definidos através de dados geofísicos (USSAMI, 1993), sendo circundado por faixas

dobradas formadas durante a orogenia Brasiliana (Faixa Sergipana a nordeste, Faixa Riacho

do Pontal e Rio Preto a norte, Orógeno Araçuaí a sul e Faixa Brasília a oeste). A área também

está inserida na parte ocidental da Região Granulítica do Sul da Bahia (BARBOSA, 1986),

que é uma das maiores províncias granulíticas do mundo (Figura 3).

Barbosa & Sabaté (2002, 2004) dividiram o Cráton do São Francisco em quatro

segmentos crustais de idade Arqueana: Bloco Gavião, Bloco Jequié, Bloco Serrinha e

Cinturão Itabuna-Salvador-Curaçá. Segundo estes autores, a gradação de idades de oeste para

leste indica uma acresção crustal do tipo colisional.

Considerando que os litotipos estudados fazem parte do Bloco Jequié, segmento

crustal que exibe uma história evolutiva complexa, serão descritos a seguir as unidades

geotectônicas caracterizadas por diversos autores.

O Bloco Gavião (MARINHO & SABATÉ, 1982) é composto por dois grupos de

rochas TTG’s, derivados da fusão de basaltos toleíticos (MARTIN et al., 1991), onde o

primeiro grupo possui idade variando entre 3,4 e 3,2 Ga (MARTIN et al., 1991; MARINHO,

1991; NUTMAN & CORDANI, 1994; e SANTOS PINTO, 1996) e o segundo grupo, que é

datado de 3,2 e 3,1 Ga (SANTOS PINTO, 1996; BASTOS LEAL, 1998), sofreu aporte

crustal (MARTIN et al., 1991; MARINHO, 1991; SANTOS PINTO, 1996; CUNHA et al.,

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17

1996; BASTOS LEAL, 1998). Este bloco possui, também, sequências supracrustais

depositadas em bacias intracratônicas (Greenstone Belts Arqueanos) formadas nessa crosta

TTG (MARINHO 1991, MASCARENHAS AND SILVA 1994, CUNHA et al. 1996,

BASTOS LEAL 1998). Durante o fechamento destas bacias ocorreu fusão parcial do seu

embasamento gerando uma crosta granítica, granodiorítica e migmatítica, equilibrada na

fácies anfibolito, com idade entre 2,8 e 2,7 Ga (SANTOS PINTO, 1996).

16°

40°

20°

48°

12°

48°

44°

38°

SALVADOR

Oceano

Atlâ

ntico

BELOHORIZONTE

BRASÍLIA

Cinturões de dobramentos e cavalgamentos

Limites do Cráton

Coberturas fanerozóicas

Coberturas neoproterozóicas

Coberturas mesoproterozóicas

Embasamento arqueano-paleoproterozóico

0 100 km

N

FR

FB

FB

FA

FS

FRPT

FRP

Área de estudo

FA - Faixa Araçuaí, FR - Faixa Ribeira, FB - Faixa Brasília,FRP - Faixa Rio Preto, FRPT - Faixa Rch. Pontal eFS - Faixa Sergipana

Re g iõ e s, siste m a s e cin tu rõ e s d e d o b ra sd o C iclo Bra silia n o (7 5 0 -4 5 0 M a )

FA

Limites entre blocos

BRASIL

CI S

CBJ

BG

BS

FSE

BSRT

Bacia Sedimentar Recôncavo-Tucano ( )BSRT

BG BS BJCISC FSE

- Bloco Gavião, - Bloco Serrinha, - Bloco Jequié, - Bloco Itabuna-Salvador-Curaçá e - Faixa

Salvador-Esplanada

Figura 2: Domínios geotectônicos do Cráton do São Francisco (adaptado de

Alkmim et al., 1993; Barbosa & Dominguez, 1996).

Área de estudo

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18

Ita

bu

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Jequ

Bre

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de

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Blo

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CIS

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2

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Fácies Granulito

Fácies

Anfibolito

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Fig

ura

3:

Map

a g

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3).

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Cu

raçá

.

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19

O Cinturão Itabuna-Salvador-Curaçá (BARBOSA & SABATÉ, 2002, 2004) possui

três grupos de tonalitos/trondhjemitos arqueanos (2,6 Ga) e um grupo paleoproterozóico (2,1

Ga) (BARBOSA & SABATÉ, 2004). A análise de elementos Terras-Raras sugere que estas

rochas originaram-se a partir da fusão de crosta oceânica toleítica (BARBOSA & SABATÉ,

2002, 2004). Nesse contexto, também são encontrados charnockitos de 2,6 Ga (SILVA et al.,

1997), rochas metassedimentares e gabros/basaltos granulitizados. Durante a colisão

Paleoproterozóica ocorreu a formação de corpos tonalíticos e as rochas desse bloco foram

reequilibradas na fácies granulito. Na formação do Cinturão Itabuna-Salvador-Curaçá

predominaram os ambientes de arcos de ilha, bacias back-arc e zonas de subducção

(FIGUEIRÊDO, 1989; BARBOSA, 1990, 1997; TEIXEIRA & FIGUEIRÊDO, 1991).

O Bloco Serrinha (BRITO NEVES et al., 1980) é composto por ortognaisses

graníticos-granodioríticos e tonalíticos, de idades entre 3,1 e 2,8 Ga (GAÁL et al. 1987;

OLIVEIRA et al. 1999; MELLO et al. 2000; RIOS, 2002). Estas rochas estão reequilibradas

no fácies anfibolito e vieram a formar o embasamento dos Greenstone Belts

paleoproterozóicos denominados de Rio Itapicuru e Rio Capim (BARBOSA & SABATÉ,

2002, 2004).

O Bloco Jequié (CORDANI, 1973; BARBOSA, 1986 e 1990; BARBOSA &

SABATÉ, 2000) é composto por migmatitos granulíticos com enclaves de rochas

supracrustais com idades em torno de 3,0-2,9 Ga (WILSON, 1987; MARINHO, 1991; e

MARINHO et al. 1994b), além de extensas intrusões graníticas-granodioríticas de baixo e

alto Ti (FORNARI & BARBOSA, 1994) com idades em torno de 2,8-2,7 Ga (ALIBERT &

BARBOSA 1992) e que foram transformados em charnockitos-charnoenderbitos durante a

granulitização que ocorreu em torno de 2,1 Ga. Essas rochas foram intrudidas por corpos de

anortositos (BARBOSA & FONTEILLES, 1989) e representam o embasamento de bacias

intracratônicas tipo rifts (BARBOSA et al., 2003) onde se acumularam basaltos, andesitos

basaltos, cherts, formações ferríferas bandadas, grafititos e kinzigitos (BARBOSA, 1990).

Esse conjunto de rochas supracrustais encontra-se deformado e, por vezes, migmatizado,

sendo que as bandas compostas por basaltos toleíticos intercaladas com bandas quartzo

feldspáticas às vezes encontram-se migmatizadas contendo resistatos potassificados das

bandas básicas (BARBOSA & FONTEILLES, 1989). Todo esse conjunto granulitizado

sofreu intrusões tardias de charnockitos em 2.0 Ga (BARBOSA & SABATÉ, 2002, 2004),

formando estruturas dômicas. A entrada desses corpos charnockíticos promoveram fusões

parciais nas rochas supracrustais preexistentes, produzindo granitos do ―tipo S‖ (BARBOSA

et al., 2004). Segundo Barbosa & Fonteilles (1989), a série de rochas enderbíticas, charno-

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20

enderbíticas e charnockíticas é co-magmática e deriva de um magma de tendência cálcio-

alcalina. Esses autores afirmam ainda que as rochas anortosíticas derivaram de um magma

toleítico. Segundo Macêdo (2006), esta suíte enderbítica-charnockítica do Bloco Jequié é

caracterizada em dois litotipos distintos: granulitos enderbíticos-charnockíticos (CH1) e

granulitos enderbíticos-charnockíticos (CH2); além das intrusões de charnockitos (CH6) e

granulitos augen-charnoenderbíticos-charnockitos (CH4). Este mesmo autor também estudou

os granulitos heterogêneos ortoderivados (CHO) e os granulitos paraderivados. Mais

recentemente, Santos (2009) estudou os corpos augen-charnokíticos da região,

caracterizando-os petrograficamente.

Durante o Paleoproterozóico ocorreu a colisão que envolveu as quatro unidades

Arqueanas (Gavião, Itabuna-Salvador-Curaçá, Serrinha e Jequié), apresentando

movimentação no sentido NW-SE, como mostram falhas de empurrão e zonas transcorrentes

tardias com cinemática sinistral (BARBOSA & SABATÉ, 2002, 2004). Nessa colisão, o

Cinturão Itabuna-Salvador-Curaçá superpôs o Bloco Jequié promovendo um espessamento

crustal, reequilibrando as rochas desse bloco no fácies granulito (BARBOSA & SABATÉ,

2002, 2004). Segundo esses mesmos autores, o Cinturão Itabuna-Salvador-Curaçá

provavelmente assimilou pedaços do Bloco Jequié, e esses dois blocos ainda foram colocados

sobre o Bloco Gavião. Essas rochas metamórficas de alto grau exibem dobras recumbentes

com vergência para oeste, coaxialmente redobradas e com formas isoclinais comprovando

esta fase reversa (ALVES DA SILVA & BARBOSA, 1997). A idade do pico do

metamorfismo Paleoproterozóico é de aproximadamente 2,0 Ga, alcançando uma temperatura

máxima de 830-850º C e uma pressão média de 7 kbar (BARBOSA 1990, 1997).

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21

CAPÍTULO III

GEOLOGIA LOCAL E PETROGRAFIA

A geologia da área é composta por rochas orto e paraderivadas, metamorfisadas no

fácies granulito. A partir dos trabalhos de campo e de petrografia, estes granulitos foram

separados em granulitos alumino-magnesianos (kinzigitos), que representam as rochas

paraderivadas, e rochas ortoderivadas que foram classificadas em granulitos quartzo-

gabronoríticos, granulitos quartzo-dioríticos, granulitos quartzo-monzodioríticos, granulitos

tonalíticos-migmatíticos, e augen-charnockitos. Este último litotipo foi estudado por Macêdo

(2006) e Santos (2009), que o caracterizou petrograficamente.

3.1. Rochas Paraderivadas

3.1.1. Granulitos Alumino-Magnesianos (Kinzigitos)

Este litotipo aflora na parte noroeste e centro-norte da área (Mapa Geológico Anexo),

apresentando-se bastante deformado e exibindo foliação com atitude N160/55NE (Figura 4).

Quando fresca, possui cor cinza e, quando alterada, possui cor castanha escura.

Macroscopicamente é possível observar cristais centimétricos de cordierita (Figura 5), níveis

finos de quartzo boudinados e dobrados (Figuras 6 e 7), além de feições de migmatização. Por

vezes, a rocha alterada apresenta vestígios de manganês supergênico (Figura 8).

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22

Figura 4: Aspecto macroscópico dos granulitos alumino-magnesianos.

Ponto ED-06.

Figura 5: Imagem de detalhe mostrando cristais centimétricos de

cordierita. Ponto ED-06.

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23

Figura 6: Rocha foliada com níveis finos de quartzo boudinados. Ponto

ED-06.

Figura 7: Granulito alumino-magnesiano exibindo níveis finos de quartzo

boudinados e dobrados. Ponto ED-06.

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24

Figura 8: Kinzigito mostrando a presença de manganês supergênico. Ponto ED-06.

Sua mineralogia principal é constituída por 46% de labradorita, 20% de quartzo, 17%

de cordierita, 6% de biotita, 6% de minerais opacos, 2% de microclínio, 1% de silimanita e

1% de espinélio (Tabela 1). Ocorrem como acessórios, granada, anfibólio, ortopiroxênio,

clinopiroxênio, feldspato pertítico, além de zircão. Microscopicamente, corresponde a uma

rocha constituída por pórfiroblastos de quartzo, labradorita, cordierita e, mais raramente,

biotita, imersos numa matriz de quartzo, labradorita, microclínio, biotita, ortopiroxênio,

clinopiroxênio, espinélio e minerais opacos (Figuras 9a e 9b). Em lâminas petrográficas

dessas rochas identificam-se texturas granoblástica decussada e porfiroblástica (Figura 10a).

Percebe-se, também, textura poiquiloblástica do tipo peneira formada por inclusões, na

cordierita, de silimanita, biotita, espinélio e minerais opacos (Figuras 10b, 11a e 11b), além de

textura simplectítica formada por minerais opacos (Figura 12).

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25

Tabela 1: Composição modal dos granulitos alumino-magnesianos (kinzigitos).

AMOSTRA MINERAIS

METAMÓRFICOS

MINERAIS

ACESSÓRIOS

MINERAIS

RETROMETAMÓRFICOS

ED-06A Lb (44%); Qtz (25%); Bt

(15%); Cd (5%); Op (5%)

Mc (2%); Sil (2%); Spl

(1%); Gt (0,5%)

Bt; Op

ED-06B Lb (51%); Qtz (16%); Cd

(13%); Mc (10%); Op (7%)

Bt (1,5%); Sil (0,5%); Gt

(0,5%) Zr (0,5%);

Bt; Op

ED-06C Lb (45%); Cd (18%); Qtz

(17%); Bt (10%); Op (8%)

Mc (2%) Bt; Op

ED-06D Lb (55%); Qtz (30%); Cd

(5%)

Op (3%); Gt (0,5) Anf; Bt; Op

ED-06E Lb (38%); Cd (30%); Qtz

(18%); Op (6%)

Bt (4%); Opx (1%); Sil

(1%); Spl (1%); Cpx

(0,5%); Pt (0,5%); Gt (0,5)

Bt; Op

ED-06F Lb (42%); Cd (30%); Qtz

(12%); Opx (7%)

Op (5%); Sil (2%); Spl

(2%); Bt (1%); Gt (0,5)

Op; Bt

Legenda: Lb: labradorita; Qtz: quartzo; Bt: biotita; Cd: cordierita; Op: minerais opacos; Mc:

microclínio; Sil: silimanita; Spl: espinélio; Gt: Granada; Zr: zircão; Anf: anfibólio; Opx:

ortopiroxênio; Cpx: clinopiroxênio; Pt: feldspato pertítico.

Figura 9: a) Porfiroblasto de quartzo (NX). Lâmina ED-06A; b) Porfiroblasto de biotita

retrometamórfica com inclusões de minerais opacos (NX). Lâmina ED-06A.

a)

Qtz

4,5 mm

b)

Bt

Lb

Qtz

Qtz Op

Qtz

2 mm

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26

Figura 10: a) Textura granoblástica decussada formada por cristais de quartzo, plagioclásio,

anfibólio e minerais opacos (NX). Lâmina ED-06A; b) Textura poiquiloblástica do tipo peneira

formada por inclusões de biotita na cordierita (NX). Lâmina ED-06A.

Figura 11: a) Textura poiquiloblástica do tipo peneira formada por inclusões de silimanita em

cordierita (NX). Lâmina ED-06E; b) Textura poiquiloblástica do tipo peneira formada por

inclusões de silimanita, espinélio e minerais opacos em pórfiroblasto de cordierita pinitizado (NX).

Lâmina ED-06E.

b)

Cd

Sil

Sil

Op

Spl

Lb

b)

Cd

Bt Op

0,3 mm

a)

Anf

Qtz

Qtz

Lb

Lb

Op

1,7 mm

1 mm

a)

Cd

Sil

0,8 mm

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27

Figura 12: Mineral opaco apresentando textura

simplectítica (luz plana). Lâmina ED-06E.

A labradorita (An = 56%), em geral antipertítica e frequentemente saussuritizada

(Figura 13a), apresenta-se em cristais subidioblásticos a xenoblásticos, por vezes como

porfiroblastos, de tamanho variando de 0,2 a 4 mm. Geralmente encontra-se sem geminação,

embora apareça, por vezes, geminado segundo a lei Albita e, mais raramente, Albita-Carlsbad.

Nesses cristais observa-se micro-fraturas que, por vezes, são preenchidas por biotita. Faz

contato curvo, reto, interlobado e, em alguns locais, serrilhado com biotita, além de contato

curvo e interlobado com minerais opacos, cordierita, quartzo, microclínio e anfibólio. No

contato labradorita-quartzo, às vezes, identifica-se intercrescimento mirmequítico. Possui

inclusões de biotita, quartzo, minerais opacos, granada e anfibólio (Figura 13b).

O quartzo ocorre como cristais xenoblásticos, por vezes como porfiroblastos (Figura

9a), com tamanho variando de 0,05 a 3 mm, encontrando-se micro-fraturado e estirado.

Apresenta contato curvo e reto com minerais opacos, contato curvo, reto, interlobado e, em

alguns locais, serrilhado com biotita, contato curvo e interlobado com labradorita, anfibólio e

cordierita, contato curvo com microclínio, contato interlobado e reto com espinélio e contato

interlobado com ortopiroxênio. Possui inclusões de labradorita, biotita, minerais opacos,

anfibólio, espinélio e granada.

A cordierita apresenta-se como porfiroblasto, xenoblástica e com tamanho variando de

1,5 a 6 mm. Exibe forte alteração (pinitização) e em alguns cristais observa-se micro-fraturas

(Figura 13b). Faz contato curvo e interlobado com quartzo e labradorita, contato interlobado

com o microclínio, contato curvo com minerais opacos e anfibólio, contato serrilhado e reto

com biotita, e interlobado e reto com ortopiroxênio. Possui muitas inclusões de silimanita,

a) Bt

Bt

Bt

Spl

0,3 mm

Op

Op

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28

minerais opacos, grafita, espinélio, biotita, quartzo, ortopiroxênio, granada e zircão. Estas

inclusões formam, muitas vezes, textura poiquiloblástica do tipo peneira (Figuras 10b, 11a e

11b).

A biotita ocorre como cristais idioblásticos a xenoblásticos com tamanho variando de

0,2 a 1,5 mm. Aparece, também, sob a forma retrometamórfica preenchendo fraturas na

labradorita, na mesopertita e no quartzo (Figuras 14a e 14b). Em alguns locais encontra-se

orientada com textura lepidoblástica, não apresentando sinais de retrometamorfismo. Faz

contato curvo, reto e interlobado com labradorita, quartzo, microclínio, mesopertita e minerais

opacos, além de contato serrilhado e reto com cordierita. Os cristais mais avermelhados e mal

formados foram interpretados como produto do retrometamorfismo (Figura 9b e 14a). Possui

inclusões de labradorita, quartzo e minerais opacos, às vezes no sentido da clivagem (Figura

9b).

Os minerais opacos ocorrem como cristais subidioblásticos, xenoblásticos e, mais

raramente, idioblásticos, com tamanho variando de 0,1 a 3 mm. Em certos locais estão

levemente orientados. Fazem contato curvo com cordierita, contato curvo e reto com quartzo,

contato interlobado e reto com espinélio, contato curvo e interlobado com labradorita e

microclínio, e contato curvo, reto e interlobado com biotita. Normalmente aparecem como

inclusões em outros minerais e, por vezes, no seu interior, apresentam inclusões de espinélio,

biotita e labradorita. Por vezes, apresenta textura simplectítica indicando retrometamorfismo,

possivelmente devido à variação da pressão provocada por um rápido soerguimento

(BARBOSA & SABATÉ, 2002) (Figura 12).

O microclínio ocorre como cristais xenoblásticos com tamanho variando de 0,5 a 1

mm, apresentando, algumas vezes, feições de alteração intempérica. Faz contato interlobado

com cordierita, contato curvo e interlobado com labradorita e minerais opacos, contato curvo

com quartzo, e contato curvo, reto e interlobado com biotita. Possui inclusões de quartzo,

minerais opacos e biotita.

A silimanita aparece como cristais idioblásticos ou subidioblásticos, com tamanho

variando de 0,02 a 0,4 mm. Encontra-se sempre inclusa na cordierita formando textura

poiquiloblástica do tipo peneira (Figuras 11a e 11b).

O espinélio é encontrado sob a forma de cristais xenoblásticos, com tamanho variando

de 0,05 a 0,4 mm. Apresenta micro-fraturas e está sempre associado aos minerais opacos. Faz

contato interlobado e reto com quartzo e minerais opacos, apresentando inclusões destes

últimos. Ocorre, também, como inclusões na cordierita (Figura 11b).

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29

A granada é encontrada sob a forma de cristais xenoblásticos, bastante deformados e

fraturados (Figura 15a), com tamanho variando de 0,2 a 0,7 mm. Faz contato irregular com

quartzo, cordierita, biotita, labradorita e minerais opacos (Figura 15b). Por vezes, ocorre

inclusa no quartzo, na labradorita e na cordierita (Figuras 16a e 16b).

Figura 13: a) Labradorita saussuritizada e geminada segundo a lei Albita (NX). Lâmina ED-06A;

b) Cordierita pinitizada e inclusão de biotita na labradorita (NX). Lâmina ED-06B.

Figura 14: a) Biotita retrometamórfica preenchendo micro-fraturas na labradorita (NX). Lâmina

ED-06B; b) Biotita da paragênese metamórfica em contato reto com mesopertita e biotita

retrometamórfica preenchendo micro-fraturas na mesopertita (NX). Lâmina ED-06A.

b)

Bt

Cd

Lb

Lb

Op

Lb

0,3 mm

a) Lb

Lb

0,3 mm

a)

Lb Lb

Qtz

Bt

Bt

0,5 mm

b) Bt

Mp

Qtz

Bt

0,5 mm

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30

Figura 15: a) Cristais de granada deformados e fraturados (luz plana). Lâmina ED-06A; b) Granada

em contato irregular com biotita (luz plana). Lâmina ED-06D.

Figura 16: a) Cristal de granada incluso na labradorita (NX). Lâmina ED-06B; b) Cristal de

granada dentro da cordierita (NX). Lâmina ED-06F

3.2. Rochas Ortoderivadas

3.2.1. Granulitos Quartzo-Gabronoríticos

Este litotipo ocorre no extremo norte da área de estudo e não é mapeável na escala

utilizada, sendo encontrado como boudins e encraves deformados nos granulitos quartzo-

dioríticos (Figura 17 e 18). Essa rocha, quando fresca, possui coloração cinza escura e,

quando alterada, exibe coloração marrom esverdeada.

a)

Bt

Lb Qtz

Gt

0,5 mm

b)

Gt

Gt

Bt

0,5 mm

a)

Gt

Bt

Lb

Op

0,4 mm

b)

Op

Cd

Cd

Gt

0,5 mm

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31

A composição modal deste litotipo situa-se no campo dos gabronoritos quando plotada

no diagrama para classificação de rochas máficas (STRECKEISEN, 1976) (Figura 19).

Figura 17: Encraves deformados dos granulitos quartzo-gabronoríticos

nos granulitos quartzo-dioríticos. Ponto ED-08.

Figura 18: Encraves dobrados dos granulitos quartzo-gabronoríticos

nos granulitos quartzo-dioríticos. Ponto ED-08.

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32

Gabro

Nor

ito

Gabronorito

Rochas Ultramáficas

Opx Cpx

Pl

ED-08A

Figura 19: Diagrama para classificação de rochas máficas

(STRECKEISEN, 1976). Pl: plagioclásio; Opx:

ortopiroxênio; Cpx: clinopiroxênio.

Sua mineralogia principal é constituída por 35% de andesina, 25% de clinopiroxênio,

15% de quartzo, 15% de ortopiroxênio e 10% de minerais opacos. A biotita ocorre em

proporção menor que 1% (Tabela 2). Em lâmina petrográfica, esta rocha apresenta textura

granoblástica decussada (Figuras 20a e 20b) e, raramente, textura poiquiloblástica do tipo

peneira formada por inclusões de minerais opacos em andesina (Figura 21a).

Tabela 2: Composição modal das rochas ortoderivadas.

AMOSTRA ROCHA MINERAIS

METAMÓRFICOS

MINERAIS

ACESSÓRIOS

MINERAIS

RETROMETAMÓRFICOS

ED-08A

Granulitos

Quartzo-

Gabronoríticos

Ad (35%); Cpx

(25%); Opx (15%);

Qtz (15%); Op (8%)

Bt (1%) Bt

ED-08B Granulitos

Quartzo-

Dioríticos

Ocl (75%); Qtz

(10%); Mp (5%); Mc

(5%)

Bt (3%); Op (2%) Bt

ED-08C Ocl (83%); Qtz

(10%); Bt (5%)

Cpx (1%); Op

(1%)

Bt

ED-05

Granulitos

Quartzo-

Monzodioríticos

Pl (60%); Mp (22%);

Qtz (15%)

Opx (1%); Cpx

(1%); Op (0,5%);

Zr (< 0,5); Ttn (<

0,5)

Bt; Op; Tr; Hbl; Ep

ED-07

Granulitos

Tonalíticos-

Migmatíticos

Pl (50%); Qtz (35%);

Op (5%)

Zr (< 1) Bt

Legenda: Ad: andesina; Cpx: clinopiroxênio; Opx: ortopiroxênio; Qtz: quartzo; Op: minerais opacos;

Bt: biotita; Ocl: oligoclásio; Mp: mesopertita; Mc: microclínio; Pl: plagioclásio; Zr: zircão; Ttn:

titanita; Hbl: hornblenda; Ep: epidoto.

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33

Figura 20: a) e b) Textura granoblástica decussada (NX). Lâmina ED-08A.

Figura 21: a) Textura poiquiloblástica do tipo

peneira em andesina formada por inclusões de

minerais opacos (NX). Lâmina ED-08A.

A andesina (An = 35%) ocorre como cristais xenoblásticos com tamanho variando de

0,3 a 0,5 mm. Encontra-se geminada segundo a lei Albita, apresentando micro-fraturas. Faz

contato reto e curvo com quartzo, clinopiroxênio, ortopiroxênio e com minerais opacos.

Possui inclusões de clinopiroxênio, minerais opacos e zircão (Figuras 21a e 22a). As

inclusões de minerais opacos formam, por vezes, textura poiquiloblástica do tipo peneira

(Figura 21a).

a)

Ad

Qtz

Qtz

Cpx

Cpx

Opx

Op

0,3 mm

b)

Opx

Cpx

Cpx

Qtz

Ad

Op

0,5 mm

a)

Ad

Cpx

Bt

Cpx

Op Op

0,5 mm

Cpx

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34

O clinopiroxênio ocorre como cristais xenoblásticos com tamanho variando de 0,2 a

0,5 mm, apresentando micro-fraturas. Faz contato curvo e reto com andesina, quartzo,

minerais opacos e ortopiroxênio. Possui inclusões de quartzo, plagioclásio e minerais opacos.

O quartzo ocorre como cristais xenoblásticos com tamanho variando de 0,3 a 0,5 mm,

apresentando micro-fraturas. Faz contato curvo e reto com andesina, ortopiroxênio,

clinopiroxênio e minerais opacos. Possui inclusões de clinopiroxênio e minerais opacos.

O ortopiroxênio ocorre como cristais subidioblásticos a xenoblásticos com tamanho

variando de 0,1 a 1 mm, apresentando micro-fraturas. Algumas vezes aparece como cristais

alongados. Faz contato curvo e reto com quartzo, andesina e clinopiroxênio, e contato curvo,

reto e interlobado com minerais opacos. Possui inclusões de minerais opacos e andesina

(Figura 22b).

Os minerais opacos ocorrem como cristais idioblásticos a xenoblásticos com tamanho

variando de 0,1 a 0,8 mm. Fazem contato reto e curvo com andesina, quartzo e

clinopiroxênio; e contato reto, curvo e interlobado com ortopiroxênio.

A biotita ocorre como cristais subidioblásticos a xenoblásticos, com tamanho de 0,4

mm. Os cristais mais avermelhados e mal formados foram interpretados como produto do

retrometamorfismo (Figuras 23a e 23b). Possui contato reto com clinopiroxênio, quartzo e

minerais opacos (Figura 23b).

Figura 22: a) Inclusão de zircão em andesina (NX). Lâmina ED-08A; b) Inclusões de andesina em

ortopiroxênio (NX). Lâmina ED-08A.

a) Ad

Zr

0,25 mm

Qtz

b)

Opx

Op Ad

Ad

Cpx

0,25 mm

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35

Figura 23: a) Biotita retrometamórfica de alta temperatura (NX). Lâmina ED-08A; b) Biotita

marrom fazendo contato reto com clinopiroxênio, e biotita vermelha de alta temperatura

(retrometamórfica) (NX). Lâmina ED-08A.

3.2.2. Granulitos Quartzo-Dioríticos

Este litotipo foi mapeado no extremo norte da área de estudo (Mapa Geológico

Anexo). Está bastante deformado e fraturado, contendo encraves e boudins dos granulitos

gabronoríticos (Figura 24). Corresponde a uma rocha de coloração verde escura quando fresca

e, quando alterada, tem coloração esbranquiçada a esverdeada (Figura 24 e 25). Está foliada,

apresentando orientação N 15/35 SE no afloramento visitado. Níveis de pegmatitos em forma

de bolsões são encontrados neste litotipo (Figura 26).

As composições modais situam-se no campo dos quartzo-dioritos quando plotadas no

diagrama Q-A-P modal (STRECKEISEN, 1976) (Figura 27).

a)

Bt

Bt

Cpx

Opx

Ad

Qtz

0,25 mm

b)

Bt

Bt

Cpx

Qtz

Op

Op 0,35 mm

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36

Figura 24: Encraves deformados dos granulitos quartzo-gabronoríticos

nos granulitos quartzo-dioríticos semi-alterados. Ponto ED-08.

Figura 25: Granulito quartzo-diorítico sem alteração. Ponto ED-08.

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37

Figura 26: Bolsões pegmatíticos nos granulitos quartzo-dioríticos. Ponto ED-08.

A P

Q

1a

1b

2 3a 3b 4 5

6* 7* 8* 9* 10*

6 7 8 9 10

Granulitos Tonalitos Migmatíticos

Granulitos Quartzo-Dioríticos

Granulitos Quartzo-Monzodioritos

Figura 27: Diagrama Q-A-P modal para classificação dos granulitos quartzo-dioríticos, granulitos

quartzo-monzodioríticos e granulitos tonalíticos-migmatíticos (STRECKEISEN, 1976). 1a)

quartzolito; 1b) quartzo granito; 2) álcali granito; 3a) granito; 3b) monzogranito; 4) granodiorito; 5)

tonalito; 6*) quartzo álcali sienito; 7*) quartzo sienito; 8*) quartzo monzodiorito; 9*) quartzo

monzodiorito (An < 50) / quartzo monzogabro (An > 50); 10*) quartzo diorito (An < 50) / quartzo

gabro (An > 50); 6) álcali sienito com quartzo; 7) sienito com quartzo; 8) monzonito com quartzo; 9)

monzodiorito com quartzo (An < 50) / monzogabro com quartzo (An > 50); 10) diorito (An < 50) /

gabro (An > 50).

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38

Sua mineralogia principal é constituída por 79% de oligoclásio, 10% de quartzo, 4%

de biotita, 2,5% de microclínio, 2,5% de mesopertita, 1,5% de minerais opacos e 0,5% de

clinopiroxênio (Tabela 2). Esta rocha apresenta, em lâmina petrográfica, textura granoblástica

decussada (Figuras 28a e 28b).

Figura 28: a) e b) Textura granoblástica decussada (NX). Lâmina ED-08B.

O oligoclásio (An = 28%) ocorre como cristais xenoblásticos com tamanho variando

de 0,5 a 3 mm. Encontra-se geminado segundo a lei Albita e, mais raramente, Albita-

Carlsbad, apresentando intercrescimento mirmequítico quando em contato com o quartzo

(Figura 29a). Faz contato curvo e interlobado com quartzo, contato curvo com mesopertita e

minerais opacos, contato reto com biotita (Figura 29b), e contato interlobado com microclínio.

Muitas vezes apresenta-se com feições de alteração e possui inclusões de biotita, quartzo e

zircão (Figuras 30a e 30b).

O quartzo ocorre como cristais xenoblásticos com tamanho variando de 0,3 a 1 mm,

apresentando micro-fraturas e, por vezes, estiramento. Faz contato curvo e interlobado com

oligoclásio, microclínio, mesopertita e minerais opacos, além de contato interlobado com

biotita. Possui inclusões de plagioclásio e biotita.

O microclínio ocorre como cristais xenoblásticos com tamanho de aproximadamente

0,5 mm, encontrando-se geminado segundo a lei Albita-Periclina. Faz contato interlobado

com oligoclásio, contato curvo e interlobado com quartzo, e contato curvo com mesopertita.

A biotita apresenta-se com cristais subidioblásticos e xenoblásticos, preenchendo

micro-fraturas, com tamanho variando de 0,2 a 1,5 mm. Faz contato reto com oligoclásio,

contato interlobado com quartzo, contato curvo e interlobado com minerais opacos, e contato

a)

Bt

Qtz

Qtz

Ocl

Ocl

2,4 mm

b) Ocl

Bt

Ocl

Qtz

Ocl

Qtz

2,0 mm

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39

interlobado e reto com mesopertita. Os cristais mais avermelhados e mal formados foram

interpretados como produto do retrometamorfismo. Algumas vezes apresenta-se alterada para

clorita e possui inclusões de quartzo e minerais opacos (Figura 31a).

A mesopertita ocorre sob a forma de cristais xenoblásticos com tamanho variando de

0,2 a 2 mm, apresentando micro-fraturas. Faz contato curvo com oligoclásio e microclínio,

contato curvo e interlobado com quartzo e minerais opacos, além de contato interlobado e reto

com biotita. Possui inclusões de biotita, quartzo e oligoclásio.

O clinopiroxênio ocorre como cristais xenoblásticos, com tamanho variando de 0,5 a 1

mm. Encontra-se bastante fraturado e possui inclusões de minerais opacos.

Os minerais opacos se apresentam como cristais idioblásticos a xenoblásticos com

tamanho variando de 0,2 a 0,5 mm, muitas vezes associados com a biotita (Figura 31a).

Fazem contato curvo com oligoclásio, contato interlobado e curvo com quartzo, mesopertita e

biotita.

Figura 29: a) Oligoclásio com intercrescimento mirmequítico (NX). Lâmina ED-08B; b) Contato

reto entre biotita e oligoclásio (NX). Lâmina ED-08B.

a)

Qtz

Ocl

Ocl

Qtz

Bt

Mir

0,8 mm

b)

Bt

Bt

Ocl

0,55 mm

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40

Figura 30: a) Inclusão de zircão em oligoclásio (NX). Lâmina ED-08C; b) Biotita inclusa e

preenchendo micro-fratura em mesopertita (NX). Lâmina ED-08B.

Figura 31: a) Biotita bastante alterada com

inclusões de minerais opacos (NX). Lâmina

ED-08B.

3.2.3. Granulitos Quartzo-Monzodioríticos

O principal afloramento deste litotipo está situado na parte central da área de estudo,

na estrada que liga o povoado de Nova Itaípe à cidade de Nova Itarana (Mapa Geológico

Anexo). Encontra-se foliado segundo a orientação N100/70NE, e apresenta encrave do augen-

charnockito (Figura 32). Quando fresco, possui coloração cinza clara e, quando alterado,

possui coloração castanha. Ocorrem zonas de cisalhamento com direção E-W e com

b)

Mp

Bt

Bt

Qtz

0,15 mm

a)

Bt

Op

Qtz

Ocl

0,5 mm

a) Ocl

Zr

0,05 mm

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41

movimentos sinistrais evidenciadas por superfície S/C, veios de quartzo, veios pegmatoidais e

fraturas com direção N110 e N10 e com mergulhos sub-verticais (Figuras 33 e 34).

A composição modal deste litotipo situa-se no campo dos quartzo-monzodioritos

quando plotada no diagrama Q-A-P modal (STRECKEISEN, 1976) (Figura 27).

Figura 32: Aspecto macroscópico dos granulitos quartzo-monzodioríticos,

onde pode-se observar encrave dos augen-charnockitos. Ponto ED-05.

Figura 33: Zona de cisalhamento com direção E-W e com movimento

sinistral evidenciada por superfície S/C. Ponto ED-05.

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42

Sua mineralogia principal é constituída por 60% de plagioclásio, 22% de mesopertita,

15% de quartzo, 1% de ortopiroxênio, 1% de clinopiroxênio, 0,5% de biotita e 0,5% de

minerais opacos (Tabela 2). O epidoto, o zircão, a titanita, a tremolita e a hornblenda ocorrem

em proporção menor que 0,5%. A rocha apresenta, em lâmina petrográfica, textura

granoblástica decussada (Figuras 35a e 35b).

Figura 34: a) e b) Textura granoblástica decussada (NX). Lâmina ED-05.

O plagioclásio apresenta-se como cristais xenoblásticos com tamanho variando de 0,3

a 2,5 mm, geminado segundo a lei Albita (Figura 36a). Por vezes, encontra-se saussuritizado,

apresentando micro-fraturas e intercrescimento mirmequítico, quando em contato com o

quartzo (Figura 36b). Faz contato reto, curvo e serrilhado com quartzo e plagioclásio

antipertítico e contato interlobado com biotita mal formada. Possui inclusões de minerais

opacos e de biotita mal formada.

A mesopertita ocorre como cristais xenoblásticos com tamanho variando de 0,5 a 4

mm, apresentando-se alterada em alguns locais. Ocorrem micro-fraturas que, por vezes, estão

preenchidas por biotita. Faz contato curvo e serrilhado com plagioclásio; e contato curvo e

interlobado com quartzo (Figura 37a). Possui inclusões de quartzo, clinopiroxênio e minerais

opacos (Figuras 37b e 38a).

O quartzo se mostra como cristais xenobláticos com tamanho variando de 0,2 a

1,5mm, algumas vezes encontra-se estirado e possui micro-fraturas preenchidas com material

não identificado. Faz contato reto, curvo e serrilhado com plagioclásio, contato curvo e

interlobado com mesopertita, contato serrilhado e curvo com minerais opacos e contato

interlobado com biotita mal formada. Possui inclusões de clinopiroxênio e minerais opacos.

a) Qtz

Qtz Opx

Mp

Mp

Mp

Op

Pl

2,0 mm

b)

Qtz

Mp

Mp

Pl

Pl

Mir

Qtz

2,0 mm

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43

O ortopiroxênio ocorre com tamanho variando de 0,05 a 0,1 mm, apresentando bordas

de reação. Nestas bordas observa-se a presença de tremolita, biotita e minerais opacos (Figura

38b).

O clinopiroxênio ocorre com tamanho de 0,2 mm e, assim como o ortopiroxênio,

apresenta bordas de reação. Nestas bordas observa-se a presença de hornblenda e minerais

opacos. O epidoto está frequentemente associado a este mineral.

A biotita ocorre em cristais xenoblásticos ou preenchendo micro-fraturas, com

tamanho variando de 0,4 a 0,6 mm. Seus cristais são avermelhados e mal formados, ocorrendo

principalmente nas bordas do ortopiroxênio, sendo interpretada como produto do

retrometamorfismo (Figura 38b). Apresenta-se, em certos locais, pseudomorfisada, alterando-

se para argila e minerais opacos. Aparece inclusa na mesopertita e possui contato serrilhado

com minerais opacos.

Os minerais opacos se apresentam como cristais subidioblásticos ou xenoblásticos

com tamanho variando de 0,05 a 0,4 mm e estão associados às bordas de reação do

ortopiroxênio, do clinopiroxênio, da biotita e, por vezes, associados à titanita (Figura 39a).

Portanto, pode-se sugerir que boa parte destes minerais opacos é produto do

retrometamorfismo.

O epidoto está presente nas bordas do clinopiroxênio com tamanho variando de 0,02 a

0,05, indicando percolação de fluidos e reações de retrometamorfismo.

Figura 35: a) Plagioclásio geminado segundo a lei Albita (NX). Lâmina ED-05; b) Plagioclásio

apresentando intercrescimento mirmequítico (NX). Lâmina ED-05.

a) Qtz

Pl

Pl

0,15 mm

b)

Mir

Qtz

Mp

Mp

Mp

Qtz

0,5 mm

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44

Figura 36: a) Contato interlobado entre quartzo e mesopertita (NX). Lâmina ED-05; b) Mesopertita

apresentando saussuritização e com inclusões de quartzo (NX). Lâmina ED-05.

Figura 37: a) Mesopertita com inclusão de zircão (NX). Lâmina ED-05; b) Borda de reação

retrometamórfica do ortopiroxênio, estando presentes minerais opacos, biotita e tremolita (NX).

Lâmina ED-05.

a)

Qtz

Qtz

Mp

Mp

0,5 mm

b)

Qtz

Qtz

Mp

Qtz

0,5 mm

a)

Mp

Mp

Zr

0,5 mm

b) Tr

Op

Bt

0,2 mm

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45

Figura 38: a) Minerais opacos associados a

cristais de titanita (luz plana). Lâmina ED-05.

3.2.4. Granulitos Tonalíticos-Migmatíticos

Este litotipo foi identificado na parte centro-norte da área de estudo, na estrada que

liga o povoado de Nova Itaípe à cidade de Nova Itarana, encontrando-se migmatisado (Figura

40) (Mapa Geológico Anexo). Quando fresco, possui coloração cinza claro e, quando

alterado, possui coloração cinza esbranquiçado.

A composição modal deste litotipo situa-se no campo dos tonalitos quando plotada no

diagrama Q-A-P modal (STRECKEISEN, 1976) (Figura 27).

Figura 39: Aspecto dos granulitos tonalíticos-migmatíticos

apresentando estrutura migmatítica. Ponto ED-07.

a)

Ttn

Op

Op

0,35 mm

Bt

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46

Sua mineralogia principal é constituída por 50% de plagioclásio, 35% de quartzo, 10%

de biotita e 5 % de minerais opacos (Tabela 2). O zircão ocorre em proporção menor que 1%.

Apresenta textura granolepidoblástica e os contatos são principalmente curvos (Figura 41a).

O plagioclásio ocorre como cristais xenoblásticos com tamanho variando de 0,2 a 0,7

mm. Apresenta-se micro-fraturado, geralmente geminado segundo a Lei Albita e, mais

raramente, segundo a Lei Albita-Carlsbad. Faz contato reto com biotita e contato interlobado

e curvo com minerais opacos e quartzo. Apresenta forte sericitização (Figura 41b) e possui

inclusões de quartzo, biotita e zircão (Figura 42a).

O quartzo ocorre como cristais xenoblásticos com tamanho variando de 0,1 a 2,5 mm.

Por vezes encontra-se estirado e possui micro-fraturas, algumas preenchidas por biotita

(Figura 42b). Faz contato curvo e interlobado com plagioclásio; contato reto, curvo e

interlobado com biotita; e contato interlobado com minerais opacos. Observa-se inclusões de

biotita e zircão (Figura 43a).

A biotita encontra-se bastante alterada (Figura 43b), em cristais subidioblásticos a

xenoblásticos, com tamanho variando de 0,5 a 1 mm e quase sempre aparece orientada

(textura lepidoblástica) (Figura 44a). Seus cristais estão muito escuros e são interpretados

como produto do retrometamorfismo. Faz contato curvo, reto e interlobado com quartzo; e

contato reto com plagioclásio e minerais opacos. Possui, ainda, inclusões de zircão (Figura

44b).

Os minerais opacos ocorrem como cristais subidioblásticos a xenoblásticos com

tamanho variando de 0,1 a 0,5 mm. Fazem contato interlobado e curvo com plagioclásio;

contato interlobado com quartzo; e contato reto com biotita.

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47

Figura 40: a) Associação mineralógica dos granulitos tonalíticos-migmatíticos mostrando

textura granolepidoblástica (NX). Lâmina ED-07; b) Plagioclásio completamente sericitizado e

cristais de quartzo, biotita e minerais opacos (NX). Lâmina ED-07.

Figura 41: a) Plagioclásio micro-fraturado com inclusões de zircão (NX). Lâmina ED-07; b) Biotita

retrometamórfica preenchendo micro-fraturas em cristal de quartzo (NX). Lâmina ED-07.

a) Pl

Zr

0,1 mm

b) Qtz Pl

Bt

0,8 mm

a) Bt

Qtz

Pl Op

0,65 mm

Op

b)

0,4 mm

Qtz Qtz Qtz

Pl

Pl

Op

Qtz

Pl

Op

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48

Figura 42: a) Cristal de quartzo com inclusão de zircão (NX). Lâmina ED-07; b) Cristal de biotita

bastante alterado mostrando porções mais preservadas em seu interior (NX). Lâmina ED-07.

Figura 43: a) Textura lepdoblástica formada por cristais de biotita retrometamórfica (luz plana).

Lâmina ED-07; b) Cristal de biotita retrometamórfica com inclusão de zircão (NX). Lâmina ED-

07.

3.2.5. Augen-charnockitos

Este litotipo ocupa grande parte da área de estudo, abrangendo toda a região sul e

central (Mapa Geológico Anexo). Segundo Santos (2009), ocorre em paredões, cortes de

estrada e lajedos (Figura 45), apresentando coloração cinza azulada quando fresca e

amarelada quando alterada. Exibe foliações com atitudes N60/20SE e N110/65SW, dobras

recumbentes evoluindo para isoclinais, além de fraturas nas direções N20 e N120 (SANTOS,

2009). Possui megacristais de mesopertita (Figura 46) e de plagioclásio imersos numa matriz

a) Qtz

Zr Pl

0,05 mm

b)

Bt

Pl

0,45 mm

a)

Bt

0,8 mm

Pl

b)

Bt

Zr

Qtz

0,1 mm

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49

constituída por mesopertita, quartzo, anfibólio, biotita e ortopiroxênio, além de apatita e

zircão que ocorrem como minerais acessórios (SANTOS, 2009).

Figura 44: Vista geral de um lajedo do augen-charnockito. Ponto ED-02.

Figura 45: Augen-charnockito com megacristais de mesopertita

deformados. Ponto ED-02.

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50

CAPÍTULO IV

CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Com base nas informações obtidas através de estudo bibliográfico, de mapeamento de

campo e da petrografia pode-se afirmar que as rochas da área estudada estão fortemente

deformadas e encontram-se reequilibradas no fácies granulito. O evento metamórfico

granulítico identificado encontra-se no campo de estabilidade da silimanita, pois este mineral

é o único polimorfo do Al2SiO5 encontrado nas rochas paraderivadas. A presença de textura

simplectítica, sobretudo nas bordas de minerais opacos, sugere que estas rochas sofreram

rápida descompressão durante o soerguimento orogenético (BARBOSA & SABATÉ, 2002).

Embora o objetivo deste trabalho não tenha sido voltado para o estudo das deformações

dessas rochas, é possível identificar as fases de deformação sugeridas por Barbosa (1986) e

Macêdo (2006). Três fases de deformação principais afetaram os litotipos estudados: a

primeira (F1) corresponde a dobras recumbentes com vergências para oeste e grandes thrusts

sub-horizontais; a segunda (F2) corresponde a dobras isoclinais originadas pelo redobramento

coaxial das dobras recumbentes; e a terceira (F3) corresponde a zonas de cisalhamento

verticais paralelas aos planos axiais das dobras isoclinais. Muitos minerais encontram-se

micro-fraturados e o quartzo, por vezes, ocorre estirado. A biotita ocorre como produto do

metamorfismo progressivo (cristais marrons e bem formados) e, também, como produto do

retrometamorfismo (cristais avermelhados e mal formados).

Através dos estudos de campo e de petrografia, foram identificados na área cinco

litotipos:

a) granulitos alumino-magnesianos (kinzigitos), que correspondem a uma rocha

paraderivada, bastante deformada e composta por labradorita, quartzo, biotita,

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51

minerais opacos, microclínio, silimanita, espinélio e cristais centimétricos de

cordierita;

b) granulitos quartzo-dioríticos, que correspondem a uma rocha composta por

oligoclásio, quartzo, biotita, microclínio, mesopertita, minerais opacos e

clinopiroxênio. Encontra-se deformada, apresentando foliação e bolsões

pegmatíticos, sendo a rocha encaixante dos granulitos quartzo-gabronoríticos.

Estes últimos formam boudins e encraves deformados nos granulitos quartzo-

dioríticos;

c) granulitos quartzo-monzodioríticos, que correspondem a uma rocha foliada,

raramente com encraves dos augen-charnockitos, composta por plagioclásio,

mesopertita, quartzo, ortopiroxênio, clinopiroxênio, biotita e minerais opacos;

d) granulitos tonalíticos-migmatíticos, que corresponde a uma rocha composta por

plagioclásio, quartzo, biotita e minerais opacos;

e) augen-charnockitos, os quais foram estudados por (2006) e Santos (2009) e que

ocupam a parte sul da área estudada, correspondendo a uma rocha bastante

deformada, apresentando foliação e dobras recumbentes e isoclinais, além de

megacristais de mesopertita e de plagioclásio.

Analisando comparativamente as rochas estudadas com os litotipos descritos por

Macêdo (2006), verifica-se que:

a) os granulitos alumino-magnesianos podem ser correlacionáveis aos granulitos

alumino-magnesianos deste autor, porém, os primeiros possuem menor quantidade

de granada em sua composição modal;

b) os augen-charnockitos descritos por Santos (2009) correspondem ao mesmo corpo

de augen-charnoenderbitos-charnockitos descritos por Macêdo (2006);

c) os granulitos heterogêneos ortoderivados estudados pelo último autor foram

detalhados neste trabalho e correspondem às seguintes rochas ortoderivadas:

granulitos quartzo-dioríticos com boudins de granulitos quartzo-gabronoríticos,

granulitos quartzo-monzodioríticos e granulitos tonalíticos-migmatíticos.

Segundo Macêdo (2006), os granulitos heterogêneos ortoderivados, acima citados,

foram gerados a partir de suítes granodioríticas e graníticas, cálcio-alcalinas de médio K,

sendo posteriormente transformados em granulitos. Já os boudins e encraves de granulitos

básicos possuem origem ígnea e foram derivados de basaltos/gabros de fundo oceânico.

Neste trabalho encontrou-se evidências concordantes com as interpretações de Macêdo

(2006), onde as rochas mais antigas da região seriam os encraves e boudins de granulitos

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básicos (granulitos quartzo-gabronoríticos). As rochas paraderivadas aqui identificadas como

granulitos alumino-magnesianos (kinzigitos), por serem correlacionáveis aos granulitos

alumino-magnesianos deste último autor, também foram consideradas como rochas mais

antigas da região. Os demais granulitos ortoderivados seriam, então, posteriores aos dois

litotipos citados acima.

Os protólitos dos granulitos ortoderivados possuem idades Rb-Sr de 2,7 Ga e idades

TDM Sm-Nd de 3,1 Ga (WILSON, 1987 apud MACÊDO, 2006).

Visando melhorar o conhecimento geológico da região recomenda-se que os estudos

iniciados neste trabalho sejam continuados através de novas visitas de campo para estudar

novos afloramentos, verificar os contatos entre os litotipos e coletar mais amostras para o

estudo petrográfico, possibilitando uma melhor caracterização das rochas estudadas. É

interessante, também, que sejam feitos estudos litogeoquímicos para a caracterização da

gênese desses litotipos, propiciando um melhor entendimento da evolução geológica da área.

Com relação aos augen-charnockitos, é necessário que seja feito trabalho de datação para

saber se eles são corpos intrusivos nos outros granulitos aqui presentes, ou se representam o

embasamento da área.

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53

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ANEXO I

MAPA GEOLÓGICO DA REGIÃO DE NOVA ITARANA

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ANEXO II

FICHAS DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA

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Número da Lâmina: ED-06A

Composição Mineralógica %

Labradorita

Quartzo

Biotita

Cordierita

Minerais Opacos

Microclínio

Silimanita

Espinélio

Granada

44

25

15

5

5

2

2

1

1

Texturas

Granoblástica decussada, porfiroblástica e poiquiloblástica do tipo peneira.

Descrição dos Minerais

Labradorita (56% de An)

Ocorre como cristais xenoblásticos a subidioblásticos, às vezes como porfiroblastos,

com tamanho de 0,2 a 2 mm. Geralmente não apresenta geminação, porém, por vezes

ocorre geminado segundo a lei Albita. Apresenta micro-fraturas, intercrescimento

mimerquítico e sinais de saussuritização. Faz contato curvo e reto com biotita e

contato curvo com quartzo e minerais opacos. Possui inclusões de quartzo e biotita.

Quartzo

Ocorre como cristais xenoblásticos, às vezes como porfiroblastos, com tamanho

variando de 0,5 a 3 mm. Possui micro-fraturas e faz contato curvo e reto com biotita e

minerais opacos e contato curvo com labradorita.

Biotita

Seus cristais são xenoblásticos a subidioblásticos, com tamanho variando de 0,2 a 0,9

mm. Fazem contato curvo, interlobado e reto com labradorita e minerais opacos e

contato reto a interlobado com quartzo. O pleocroísmo varia de marrom claro a

marrom avermelhado. Apresenta inclusões de labradorita e minerais opacos.

Cordierita

Ocorre como porfiroblastos xenoblásticos com tamanho de, aproximadamente, 5 mm.

Está bastante alterada (pinitização) e possui inclusões de silimanita, minerais opacos,

espinélio e biotita.

Minerais Opacos

Seus cristais são xenoblásticos a subidioblásticos, com tamanho variando de 0,1 a 1,5

mm. Faz contato curvo e reto com quartzo, contato curvo com labradorita, contato

curvo, interlobado e reto com biotita. Muitas vezes ocorre incluso em outros minerais.

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Microclínio

Ocorre como cristais xenoblásticos, com tamanho 0,5 mm. Faz contato curvo com

labradorita e quartzo, contato interlobado com biotita e minerais opacos. Apresenta

feições de alteração.

Silimanita

Ocorre como cristais idioblásticos, com tamanho variando de 0,02 a 0,4 mm. Está

sempre inclusa na cordierita.

Espinélio

Apresenta-se em cristais xenoblásticos com tamanho variando de 0,05 a 0,1 mm. Está

normalmente associado a minerais opacos.

Granada

Seus cristais são xenoblásticos, com tamanho variando de 0,2 a 0,7 mm. Está bastante

deformada e seus contatos são irregulares com quartzo, biotita, labradorita e minerais

opacos.

Nome da Rocha: Granulito Alumino-Magnesiano (Kinzigito)

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Número da Lâmina: ED-06B

Composição Mineralógica %

Labradorita

Quartzo

Cordierita

Microclínio

Minerais Opacos

Biotita

Silimanita

Zircão

Granada

50

16

13

10

7

2

1

0,5

0,5

Texturas

Granoblástica decussada e poiquiloblástica do tipo peneira.

Descrição dos Minerais

Labradorita (56% de An)

Ocorre como cristais xenoblásticos a subidioblásticos, com tamanho de 0,5 a 2 mm.

Geralmente não apresenta geminação, porém, por vezes ocorre geminado segundo a

lei Albita. Apresenta micro-fraturas, intercrescimento mimerquítico e sinais de

saussuritização. Faz contato curvo e reto com biotita e contato curvo com quartzo e

minerais opacos. Possui inclusões de quartzo, minerais opacos e biotita.

Quartzo

Ocorre como cristais xenoblásticos, com tamanho variando de 0,6 a 1,5 mm. Possui

micro-fraturas e faz contato interlobado com labradorita. Apresenta inclusões de

biotita.

Cordierita

Ocorre como porfiroblastos xenoblásticos com tamanho de, aproximadamente, 4 mm.

Faz contato curvo e interlobado com quartzo e minerais opacos e contato interlobado

com labradorita. Está bastante alterada (pinitização) e possui inclusões de silimanita,

minerais opacos, espinélio e biotita.

Microclínio

Ocorre como cristais xenoblásticos, com tamanho de 0,5 mm. Faz contato curvo e

interlobado com quartzo e contato reto e interlobado com biotita. Apresenta feições

de alteração.

Minerais Opacos

Seus cristais são xenoblásticos, com tamanho variando de 1,5 a 3 mm. Faz contato

curvo com quartzo e labradorita e contato interlobado e reto com biotita. Muitas vezes

ocorre incluso em outros minerais.

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Biotita

Seus cristais são xenoblásticos a subidioblásticos, com tamanho variando de 0,2 a 1,5

mm. Fazem contato curvo, interlobado e reto com labradorita e contato reto a

interlobado com minerais opacos.

Silimanita

Ocorre como cristais idioblásticos, com tamanho variando de 0,1 a 0,3 mm. Está

sempre inclusa na cordierita.

Zircão

Apresenta-se em cristais xenoblásticos com tamanho variando de 0,02 a 0,05 mm.

Ocorre incluso na labradorita.

Granada

Seus cristais são xenoblásticos, com tamanho variando de 0,4 a 0,7 mm. Está bastante

deformada e seus contatos são irregulares com quartzo, biotita, labradorita e minerais

opacos. Ocorre inclusa na labradorita.

Nome da Rocha: Granulito Alumino-Magnesiano (Kinzigito)

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Número da Lâmina: ED-06C

Composição Mineralógica %

Labradorita

Cordierita

Quartzo

Biotita

Minerais Opacos

Microclínio

45

18

17

10

8

2

Texturas

Granoblástica decussada, porfiroblástica e poiquiloblástica do tipo peneira.

Descrição dos Minerais

Labradorita (56% de An)

Ocorre como cristais xenoblásticos, com tamanho de 0,4 a 3 mm. Está geminado

segundo a lei Albita, apresenta micro-fraturas e sinais de saussuritização em poucos

locais. Faz contato curvo, interlobado e reto com biotita e contato curvo e reto com

minerais opacos. Possui inclusões de quartzo e minerais opacos.

Cordierita

Ocorre como porfiroblastos xenoblásticos com tamanho variando de 1,5 a 4 mm. Faz

contato reto e serrilhado com biotita e contato serrilhado com quartzo e labradorita.

Está bastante alterada (pinitização) e possui inclusões de minerais opacos, quartzo,

biotita e zircão.

Quartzo

Ocorre como cristais xenoblásticos, com tamanho variando de 0,6 a 2 mm. Está

bastante micro-fraturado e faz contato reto e serrilhado com biotita e contato curvo

com labradorita e minerais opacos.

Biotita

Seus cristais são xenoblásticos a idioblásticos, com tamanho variando de 0,2 a 3 mm.

Fazem contato curvo, interlobado e reto com labradorita e quartzo e contato curvo a

interlobado com minerais opacos. O pleocroísmo varia de marrom claro a marrom

avermelhado. Apresenta inclusões de labradorita, quartzo e minerais opacos.

Minerais Opacos

Seus cristais são xenoblásticos a idioblásticos, com tamanho variando de 0,3 a 1 mm.

Faz contato curvo e reto com quartzo, contato curvo com labradorita, contato curvo,

interlobado e reto com biotita. Muitas vezes ocorre incluso em outros minerais.

Possui inclusão de espinélio.

Microclínio

Ocorre como cristais xenoblásticos, com tamanho de 1 mm. Faz contato interlobado

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com labradorita e contato curvo e serrilhado com biotita.

Nome da Rocha: Granulito Alumino-Magnesiano (Kinzigito)

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Número da Lâmina: ED-06D

Composição Mineralógica %

Labradorita

Quartzo

Cordierita

Anfibólio

Minerais Opacos

Biotita

Granada

55

30

5

5

2,5

2

0,5

Texturas

Granoblástica decussada, porfiroblástica e poiquiloblástica do tipo peneira.

Descrição dos Minerais

Labradorita (56% de An)

Ocorre como cristais xenoblásticos, com tamanho de 0,3 a 1 mm. Geralmente não

apresenta geminação, porém, por vezes ocorre geminado segundo a lei Albita.

Apresenta micro-fraturas preenchidas por biotita, intercrescimento mimerquítico e

sinais de saussuritização. Faz contato interlobado e curvo anfibólio. Possui inclusões

de quartzo e biotita.

Quartzo

Ocorre como cristais xenoblásticos, com tamanho variando de 0,3 a 1,2 mm. Possui

micro-fraturas e faz contato curvo e reto com minerais opacos e contato curvo a

interlobado com labradorita e anfibólio. Possui inclusões de labradorita, minerais

opacos e anfibólio.

Cordierita

Ocorre como porfiroblastos xenoblásticos com tamanho de, aproximadamente, 6 mm.

Faz contato curvo com quartzo e anfibólio. Está bastante alterada (pinitização) e

possui inclusões de minerais opacos e biotita.

Anfibólio

Ocorre como cristais xenoblásticos a subidiobláticos, com tamanho variando de 0,2 a

0,6 mm. Apresenta-se bastante fraturado e faz contato interlobado com labradorita e

contato curvo, interlobado e reto com quartzo e minerais opacos.

Minerais Opacos

Seus cristais são xenoblásticos, com tamanho variando de 0,1 a 0,5 mm. Faz contato

curvo com quartzo, labradorita, biotita e anfibólio. Muitas vezes ocorre incluso em

outros minerais.

Biotita

Seus cristais são xenoblásticos, com tamanho variando de 0,5 a 1 mm. Seus contatos

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são sempre irregulares. O pleocroísmo é marrom avermelhado. Por vezes, ocorre

inclusa no quartzo.

Granada

Seus cristais são xenoblásticos, com tamanho variando de 0,4 a 0,7 mm. Está bastante

deformada e seus contatos são irregulares com quartzo, biotita, labradorita e minerais

opacos. Ocorre inclusa no quartzo.

Nome da Rocha: Granulito Alumino-Magnesiano (Kinzigito)

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Número da Lâmina: ED-06E

Composição Mineralógica %

Labradorita

Cordierita

Quartzo

Minerais Opacos

Biotita

Silimanita

Espinélio

Ortopiroxênio

Clinopiroxênio

Granada

38

30

18

6

4

1

1

1

0,5

0,5

Texturas

Granoblástica decussada, porfiroblástica e poiquiloblástica do tipo peneira.

Descrição dos Minerais

Labradorita (56% de An)

Ocorre como cristais xenoblásticos, às vezes como porfiroblastos, com tamanho de

0,5 a 4 mm. Geralmente não apresenta geminação, porém, por vezes ocorre geminado

segundo a lei Albita. Apresenta micro-fraturas, intercrescimento mimerquítico e

sinais de saussuritização. Faz contato curvo e reto com quartzo, contato curvo e

interlobado com minerais opacos e reto, curvo e interlobado com biotita. Possui

inclusões de biotita e minerais opacos.

Cordierita

Ocorre como porfiroblastos xenoblásticos com tamanho variando de 1 a 6 mm. Faz

contato interlobado com quartzo, labradorita e biotita. Está bastante alterada

(pinitização) e possui inclusões de silimanita, minerais opacos, espinélio, biotita,

zircão e grafita.

Quartzo

Ocorre como cristais xenoblásticos, com tamanho variando de 0,1 a 0,2 mm. Possui

micro-fraturas e faz contato curvo e interlobado com biotita e labradorita e contato

curvo com minerais opacos. Apresenta inclusões de minerais opacos e biotita.

Minerais Opacos

Seus cristais são xenoblásticos, com tamanho variando de 0,3 a 1 mm. Faz contato

curvo e reto com quartzo, labradorita, e biotita. Muitas vezes ocorre incluso em outros

minerais.

Biotita

Seus cristais são xenoblásticos a subidioblásticos, com tamanho variando de 0,1 a 1,2

mm. Fazem contato curvo, interlobado e reto com quartzo e labradorita, e contato

curvo a interlobado com minerais opacos. O pleocroísmo varia de marrom claro a

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69

marrom avermelhado. Apresenta inclusões de minerais opacos e por vezes está

associada a clinopiroxênios alterados.

Silimanita

Ocorre como cristais idioblásticos, com tamanho variando de 0,02 a 0,4 mm. Está

sempre inclusa na cordierita.

Espinélio

Apresenta-se em cristais xenoblásticos com tamanho variando de 0,05 a 0,1 mm. Está

normalmente associado a minerais opacos ou inclusa na cordierita.

Ortopiroxênio

Ocorrem como cristais xenoblásticos a subidioblásticos, com tamanho variando de

0,1 a 0,4 mm. Está micro-fraturado e faz contato reto e interlobado com labradorita e

minerais opacos. Possui inclusões de minerais opacos.

Clinopiroxênio

Ocorrem como cristais xenoblásticos, com tamanho de 0,3 mm. Apresenta forte

alteração e ocorrem inclusas no plagioclásio.

Granada

Seus cristais são xenoblásticos, com tamanho variando de 0,3 a 0,6 mm. Está bastante

deformada e seus contatos são irregulares com quartzo, biotita, labradorita e minerais

opacos.

Nome da Rocha: Granulito Alumino-Magnesiano (Kinzigito)

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70

Número da Lâmina: ED-06A

Composição Mineralógica %

Labradorita

Cordierita

Quartzo

Ortopiroxênio

Minerais Opacos

Silimanita

Espinélio

Biotita

Granada

42

30

12

7

4

2

1

1

1

Texturas

Granoblástica decussada, porfiroblástica e poiquiloblástica do tipo peneira.

Descrição dos Minerais

Labradorita (56% de An)

Ocorre como cristais xenoblásticos, com tamanho variando de 0,2 a 2 mm.

Geralmente não apresenta geminação, porém, por vezes ocorre geminado segundo a

lei Albita. Apresenta micro-fraturas, intercrescimento mimerquítico e sinais de

saussuritização. Faz contato curvo com quartzo e cordierita. Possui inclusões de

biotita e minerais opacos.

Cordierita

Ocorre como porfiroblastos xenoblásticos com tamanho variando de 0,5 a 1,5 mm.

Está bastante alterada (pinitização), micro-fraturada e possui inclusões de silimanita,

minerais opacos, espinélio, biotita, ortopiroxênio e zircão.

Quartzo

Ocorre como cristais xenoblásticos com tamanho variando de 0,3 a 1 mm. Possui

micro-fraturas e faz contato curvo e reto com minerais opacos, contato curvo com

labradorita e contato interlobado com espinélio e ortopiroxênio. Possui inclusões de

espinélio.

Ortopiroxênio

Ocorre como cristais xenoblásticos, com tamanho variando de 0,2 a 0,5 mm. Por

vezes encontra-se micro-fraturado. Faz contato reto e interlobado com cordierita e

contato curvo e interlobado com espinélio e minerais opacos. Possui inclusões de

espinélio e minerais opacos.

Minerais Opacos

Seus cristais são xenoblásticos, com tamanho variando de 0,05 a 0,5 mm. Faz contato

curvo com biotita. Por vezes ocorre estirado e incluso em outros minerais. Possui

inclusões de biotita.

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71

Silimanita

Ocorre como cristais idioblásticos, com tamanho variando de 0,02 a 0,4 mm. Está

sempre inclusa na cordierita.

Espinélio

Apresenta-se em cristais xenoblásticos com tamanho variando de 0,05 a 0,4 mm. Está

normalmente associado a minerais opacos. Faz contato interlobado com minerais

opacos. Apresenta-se micro-fraturado e possui inclusões de minerais opacos.

Biotita

Seus cristais são xenoblásticos a subidioblásticos, com tamanho variando de 0,1 a 0,5

mm. Fazem contato curvo e interlobado com labradorita e contato reto a curvo com

cordierita. O pleocroísmo varia de marrom claro a marrom avermelhado.

Granada

Seus cristais são xenoblásticos, com tamanho variando de 0,2 a 0,7 mm. Está bastante

deformada e seus contatos são irregulares com quartzo, biotita, labradorita e minerais

opacos. Por vezes ocorre em fraturas na cordierita.

Nome da Rocha: Granulito Alumino-Magnesiano (Kinzigito)

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72

Número da Lâmina: ED-08A

Composição Mineralógica %

Andesina

Clinopiroxênio

Ortopiroxênio

Quartzo

Minerais Opacos

Biotita

35

25

15

15

8

2

Texturas

Granoblástica decussada e, raramente, textura poiquiloblástica do tipo peneira.

Descrição dos Minerais

Andesina (35% de An)

Ocorre como cristais xenoblásticos, com tamanho de 0,3 a 0,5 mm. Está geminado

segundo a lei Albita, apresentndo micro-fraturas. Faz contato reto e curvo com

quartzo, clinopiroxênio, ortopiroxênio e com minerais opacos. Possui inclusões de

clinopiroxênio, minerais opacos e zircão.

Clinopiroxênio

Ocorre como cristais xenoblásticos com tamanho variando de 0,2 a 0,5 mm,

apresentando micro-fraturas. Faz contato curvo e reto com andesina, quartzo,

minerais opacos e ortopiroxênio. Possui inclusões de quartzo, plagioclásio e minerais

opacos.

Ortopiroxênio

Ocorre como cristais subidioblásticos a xenoblásticos com tamanho variando de 0,1 a

1 mm, apresentando micro-fraturas. Algumas vezes aparece como cristais alongados.

Faz contato curvo e reto com quartzo, andesina e clinopiroxênio, e contato curvo, reto

e interlobado com minerais opacos. Possui inclusões de minerais opacos e andesina.

Quartzo

Ocorre como cristais xenoblásticos com tamanho variando de 0,3 a 0,5 mm,

apresentando micro-fraturas. Faz contato curvo e reto com andesina, ortopiroxênio,

clinopiroxênio e minerais opacos. Possui inclusões de clinopiroxênio e minerais

opacos.

Minerais Opacos

Ocorrem como cristais idioblásticos a xenoblásticos com tamanho variando de 0,1 a

0,8 mm. Fazem contato reto e curvo com andesina, quartzo e clinopiroxênio; e

contato reto, curvo e interlobado com ortopiroxênio.

Biotita

Ocorre como cristais subidioblásticos a xenoblásticos, com tamanho de 0,4 mm. O

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pleocroísmo varia marrom claro a marrom avermelhado. Possui contato reto com

clinopiroxênio, quartzo e minerais opacos.

Nome da Rocha: Granulito Quartzo-Gabronorítico

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Número da Lâmina: ED-08B

Composição Mineralógica %

Oligoclásio

Quartzo

Microclínio

Mesopertita

Biotita

Minerais Opacos

75

10

5

5

3

2

Texturas

Granoblástica decussada.

Descrição dos Minerais

Oligoclásio (28% de An)

Ocorre como cristais xenoblásticos com tamanho variando de 0,5 a 1 mm. Encontra-

se geminado segundo a lei Albita, apresentando intercrescimento mirmequítico e

micro-fraturas. Faz contato curvo e interlobado com quartzo, contato curvo com

mesopertita e minerais opacos, contato reto com biotita, e contato interlobado com

microclínio. Muitas vezes apresenta-se com feições de alteração e possui inclusões de

biotita, quartzo e zircão.

Quartzo

Ocorre como cristais xenoblásticos com tamanho variando de 0,5 a 1 mm,

apresentando micro-fraturas e, por vezes, estiramento. Faz contato curvo e

interlobado com oligoclásio, microclínio, mesopertita e minerais opacos, além de

contato interlobado com biotita.

Microclínio

Ocorre como cristais xenoblásticos com tamanho de aproximadamente 0,5 mm,

encontrando-se geminado segundo a lei Albita-Periclina. Faz contato interlobado com

oligoclásio, contato curvo e interlobado com quartzo, e contato curvo com

mesopertita.

Mesopertita

Ocorre sob a forma de cristais xenoblásticos com tamanho variando de 0,2 a 2 mm,

apresentando micro-fraturas. Faz contato curvo com oligoclásio e microclínio, contato

curvo e interlobado com quartzo e minerais opacos, além de contato interlobado e

reto com biotita. Possui inclusões de biotita, quartzo e oligoclásio.

Biotita

Apresenta-se com cristais subidioblásticos e xenoblásticos, por vezes preenchendo

micro-fraturas, com tamanho variando de 0,3 a 1 mm. Faz contato reto com

oligoclásio, contato interlobado com quartzo, contato curvo e interlobado com

minerais opacos, e contato interlobado e reto com mesopertita. O pleocroísmo varia

de marrom claro a marrom avermelhado. Algumas vezes apresenta-se alterada para

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clorita e possui inclusões de quartzo e minerais opacos.

Minerais Opacos

Se apresentam como cristais idioblásticos a xenoblásticos com tamanho variando de

0,2 a 0,5 mm, muitas vezes associados com a biotita. Fazem contato curvo com

oligoclásio, contato interlobado e curvo com quartzo, mesopertita e biotita.

Nome da Rocha: Granulito Quartzo-Diorítico

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76

Número da Lâmina: ED-08C

Composição Mineralógica %

Oligoclásio

Quartzo

Biotita

Minerais Opacos

Clinopiroxênio

83

10

5

1

1

Texturas

Granoblástica decussada.

Descrição dos Minerais

Oligoclásio (28% de An)

Ocorre como cristais xenoblásticos com tamanho variando de 0,5 a 3 mm. Encontra-

se geminado segundo a lei Albita e, mais raramente, Albita-Carlsbad, apresentando

intercrescimento mirmequítico quando em contato com o quartzo. Faz contato curvo e

interlobado com quartzo, contato curvo com mesopertita e minerais opacos, contato

reto com biotita, e contato interlobado com microclínio. Muitas vezes apresenta-se

com feições de alteração e possui inclusões de biotita, quartzo e zircão.

Quartzo

Ocorre como cristais xenoblásticos com tamanho variando de 0,3 a 1 mm,

apresentando micro-fraturas e, por vezes, estiramento. Faz contato curvo e

interlobado com oligoclásio, microclínio, mesopertita e minerais opacos, além de

contato interlobado com biotita. Possui inclusões de plagioclásio e biotita.

Biotita

Apresenta-se com cristais subidioblásticos e xenoblásticos, preenchendo micro-

fraturas, com tamanho variando de 0,2 a 1,5 mm. Faz contato reto com oligoclásio,

contato interlobado com quartzo, contato curvo e interlobado com minerais opacos, e

contato interlobado e reto com mesopertita. Algumas vezes apresenta-se alterada para

clorita e possui inclusões de quartzo e minerais opacos.

Minerais Opacos

Apresentam-se como cristais xenoblásticos com tamanho variando de 0,5 mm, muitas

vezes associados com a biotita. Fazem contato curvo com oligoclásio, contato

interlobado e curvo com quartzo, mesopertita e biotita.

Clinopiroxênio

Ocorre como cristais xenoblásticos, com tamanho variando de 0,5 a 1 mm. Encontra-

se bastante fraturado e possui inclusões de minerais opacos.

Nome da Rocha: Granulito Quartzo-Diorítico

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Número da Lâmina: ED-05

Composição Mineralógica %

Plagioclásio

Mesopertita

Quartzo

Ortopiroxênio

Clinopiroxênio

Biotita

Minerais Opacos

Titanita

Tremolita

Hornblenda

Epidoto

Zircão

60

22

15

1

1

0,5

0,5

Traço

Traço

Traço

Traço

Traço

Texturas

Granoblástica decussada.

Descrição dos Minerais

Plagioclásio

Apresenta-se como cristais xenoblásticos com tamanho variando de 0,3 a 2,5 mm,

geminado segundo a lei Albita. Por vezes, encontra-se saussuritizado, apresentando

micro-fraturas e intercrescimento mirmequítico. Faz contato reto, curvo e serrilhado

com quartzo e plagioclásio antipertítico e contato interlobado com biotita. Possui

inclusões de minerais opacos e de biotita.

Mesopertita

Ocorre como cristais xenoblásticos com tamanho variando de 0,5 a 4 mm,

apresentando indícios de alteração e micro-fraturas que, por vezes, estão preenchidas

por biotita. Faz contato curvo e serrilhado com plagioclásio; e contato curvo e

interlobado com quartzo. Possui inclusões de quartzo, clinopiroxênio e minerais

opacos.

Quartzo

Apresenta-se como cristais xenobláticos com tamanho variando de 0,2 a 1,5mm,

algumas vezes encontra-se estirado e possui micro-fraturas preenchidas com material

não identificado. Faz contato reto, curvo e serrilhado com plagioclásio, contato curvo

e interlobado com mesopertita, contato serrilhado e curvo com minerais opacos e

contato interlobado com biotita mal formada. Possui inclusões de clinopiroxênio e

minerais opacos.

Ortopiroxênio

Ocorre com tamanho variando de 0,05 a 0,1 mm, apresentando bordas de reação.

Nestas bordas observa-se a presença de tremolita, biotita e minerais opacos.

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Clinopiroxênio

Ocorre com tamanho de 0,2 mm, apresentando bordas de reação. Nestas bordas

observa-se a presença de hornblenda e minerais opacos. O epidoto está

frequentemente associado a este mineral.

Biotita

Ocorre em cristais xenoblásticos ou preenchendo micro-fraturas, com tamanho

variando de 0,4 a 0,6 mm. Seus cristais são avermelhados e mal formados, ocorrendo

principalmente nas bordas do ortopiroxênio. Apresenta-se, em certos locais,

pseudomorfisada, alterando-se para argila e minerais opacos. Aparece inclusa na

mesopertita e possui contato serrilhado com minerais opacos.

Minerais Opacos

Apresentam-se como cristais subidioblásticos ou xenoblásticos com tamanho

variando de 0,05 a 0,4 mm e estão associados às bordas de reação do ortopiroxênio,

do clinopiroxênio, da biotita e, por vezes, associados à titanita.

Nome da Rocha: Granulito Quartzo-Monzodiorítico

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Número da Lâmina: ED-07

Composição Mineralógica %

Plagioclásio

Quartzo

Biotita

Minerais Opacos

50

35

10

5

Texturas

Granoblástica decussada e lepidoblástica.

Descrição dos Minerais

Plagioclásio

Ocorre como cristais xenoblásticos com tamanho variando de 0,2 a 0,7 mm.

Apresenta-se micro-fraturado, geralmente geminado segundo a Lei Albita e, mais

raramente, segundo a Lei Albita-Carlsbad. Faz contato reto com biotita e contato

interlobado e curvo com minerais opacos e quartzo. Apresenta forte sericitização e

possui inclusões de quartzo, biotita e zircão.

Quartzo

Ocorre como cristais xenoblásticos com tamanho variando de 0,1 a 2,5 mm. Por vezes

encontra-se estirado e possui micro-fraturas, algumas preenchidas por biotita. Faz

contato curvo e interlobado com plagioclásio; contato reto, curvo e interlobado com

biotita; e contato interlobado com minerais opacos. Observa-se inclusões de biotita e

zircão.

Biotita

Encontra-se bastante alterada, em cristais subidioblásticos a xenoblásticos, com

tamanho variando de 0,5 a 1 mm e quase sempre aparece orientada (textura

lepidoblástica). Seus cristais estão muito escuros e são interpretados como produto do

retrometamorfismo. Faz contato curvo, reto e interlobado com quartzo; e contato reto

com plagioclásio e minerais opacos. Possui, ainda, inclusões de zircão.

Minerais Opacos

Ocorrem como cristais subidioblásticos a xenoblásticos com tamanho variando de 0,1

a 0,5 mm. Fazem contato interlobado e curvo com plagioclásio; contato interlobado

com quartzo; e contato reto com biotita.

Nome da Rocha: Granulito Tonalítico-Migmatítico

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Rch. da Barriguda

Rch. das Guaribas

Córrego Conceição

Rch. do Cajueiro

Rch. do Xenxém

BR-11

6

BR-116

G-42G-26

G-28

G-29

G-43

G-33

G-34

G-31

G-24

G-22

G-32

CV-12

CV-17

CV-16

CV-11

ED-11

ED-10

ED-09

ED-08

ED-07

ED-06

ED-05

ED-04

ED-03ED-02

ED-01

Nova Itarana

1050

70

60

76

57 10

65

70 45

10

85

60

35

55

70

65

50

368000

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372000

372000

376000

376000

380000

380000

384000

384000

388000

388000

8536

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8540

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8544

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8556

000

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8560

000

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000

±0 2 4

Km

Mapa Geológico da Regiãode Nova Itarana-BA

Estruturas

$þ Falha Sinistral

hFoliação Inclinada

hiFoliação VerticalÂ

Fratura InclinadaÄ

Fratura Vertical

Ü

Eixo de DobraÑ

SinclinalÏ

AnticlinalFoliação InferidaFratura Inferida

10

10

10

Nova Itaípe

Unidades GeológicasAugen-CharnockitosGranulitos Tonalito MigmatíticosGranulitos Quartzo-Monzodioríticos

Granulitos Alumino-Magnesianos/Kinzigitos

Granulitos Quartzo-Dioríticos com encravesde Granulitos Quartzo-Gabronoríticos

CartografiaNova ItaranaEstrada asfaltadaEstrada não asfaltadaDrenagemContatosPontos visitadosPontos da bibliografia