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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOLOGIA
DANUSIA FERREIRA LIMA
AVALIAÇÃO DE PROCESSOS GEOQUÍMICOS E DA EFICIÊNCIA DE CONSÓRCIOS FÚNGICOS EM TESTES DE SIMULAÇÃO DA BIORREMEDIAÇÃO EM SEDIMENTOS DE
MANGUEZAL CONTAMINADOS COM ÓLEO
Salvador 2014
1
DANUSIA FERREIRA LIMA
AVALIAÇÃO DE PROCESSOS GEOQUÍMICOS E DA
EFICIÊNCIA DE CONSÓRCIOS FÚNGICOS EM TESTES DE SIMULAÇÃO DA BIORREMEDIAÇÃO EM SEDIMENTOS DE
MANGUEZAL CONTAMINADOS COM ÓLEO
Tese de Doutorado apresentada ao Programa de Pós-Graduação, da Universidade Federal da Bahia, do Curso de Pós-Graduação em Geologia, área de concentração em Geologia Ambiental, Hidrogeologia e Recursos Hídricos, submetida como requisito parcial para obtenção do grau de Doutor em Ciências – Geologia.
Orientadores: Profa. Dra. Olívia Maria Cordeiro de Oliveira Prof. Dr. Manoel Jerônimo Moreira Cruz Co-orientadora: Profa. Dra. Regina Maria Geris dos Santos
Salvador 2014
2
________________________________________________________________
L732 Lima, Danusia Ferreira
Avaliação de processos geoquímicos e da eficiência de consórcios fúngicos em
testes de simulação da biorremediação em sedimentos de manguezal contaminados
com óleo / Danusia Ferreira Lima.- Salvador, 2014.
229 f. : il.
Orientadora: Profa. Dra. Olívia Maria Cordeiro de Oliveira.
Tese (Doutorado em Geologia) - Programa de Pós-Graduação em Geologia,
Universidade Federal da Bahia, Instituto de Geociências, 2014.
1. Geoquímica ambiental – Recôncavo (BA). 2. Geoquímica ambiental – Rio de
Janeiro. 3. Bacias sedimentares. 4. Manguezais. 5. Hidrocarbonetos. 6.
Biorremediação. I. Oliveira, Olívia Maria Cordeiro de. II. Universidade Federal da
Bahia. Instituto de Geociências. III. Título.
CDU: 550.4:504(81)
_____________________________________________________________________
Elaborada pela Biblioteca do Instituto de Geociências da UFBA.
3
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“Dedico esse trabalho a Deus: Senhor, obrigada porque sei que sempre estás
presente em minha vida. Agradeço-te por ter me dado à vida e por guiar os meus
passos, tanto nos momentos mais difíceis, como nas alegrias e conquistas. Dedico
esse trabalho à minha família, por serem as pessoas mais importantes para mim e os
que me ensinaram os valores da vida, honestidade, humildade e do amor. Obrigada
por serem exemplos de perfeição e dedicação”.
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AGRADECIMENTOS
Em primeiro quero agradecer a Deus pela minha existência, pela realização deste trabalho, pela família maravilhosa que tenho, pelos amigos verdadeiros e por
ter me iluminado nas horas mais difíceis. A tua benção, Senhor!
Ao Prof. Dr. Manoel Jerônimo Moreira Cruz, pela orientação, confiança, incentivo e oportunidade de aprendizado na área de geologia e principalmente pela
amizade e por acreditar na minha capacidade profissional. Você é a base deste meu sucesso! Muito Obrigado!
A Profa Dra.Olívia Maria Cordeiro de Oliveira pela orientação, paciência, incentivo,
oportunidade para realização deste trabalho e pelo aprendizado na temática de remediação de áreas impactadas por atividades petrolíferas. Mas acima de tudo por ter confiado em mim, pela amizade, compreensão, e por sempre estar presente em
todos os momentos de diálogo. Você é muito especial! Obrigada!
A profa Regina Geris pelo apoio técnico científico na área de microbiologia. Obrigada por ter me recebido, por ter confiado na minha capacidade e por sempre estar disponível para transmitir seus conhecimentos. A senhora foi o “anjo bom” que
cruzou o meu caminho, sendo de extrema importância para o desenvolvimento deste trabalho. Muito obrigada!
Ao Prof. Dr. Jorge Alberto Trigüis, pesquisador renomado com grande sapiência na
área de Geoquímica orgânica, pela disponibilidade sempre em transmitir seus conhecimentos. O grande mentor deste projeto. Confiou e acreditou na minha
competência. O senhor foi muito importante para o alcance desta vitória. Meus sinceros agradecimentos!
Ao curso e professores da Pós-Graduação em Geologia do Instituto de Geociências
(UFBA) pela oportunidade e pelos conhecimentos transmitidos.
A todos os colegas de pós-graduação pela amizade, companheirismo e alegrias
compartilhadas... a Antônio Bomfim, Rodrigo e Manuel... um grande Abraço! E obrigada pela grande amizade.
Ao CNPq pelo apoio através da concessão da Bolsa de Doutorado.
À FINEP, pelo apoio financeiro através convênio FINEP no 01.05.0016.00 e
Referência FAPEX no 040318 associado ao Convênio PETROBRAS no 4600204631 – 0050.0020078.06.4 e Referência FAPEX no 060061, intitulado “Rede Cooperativa
em Recuperação de Áreas Contaminadas (RECUPETRO) Pesquisas e Desenvolvimento Tecnológico nos Laboratórios Integrados de Petróleo da Região
Nordeste RECUPETRO 5”, que permitiu a realização deste trabalho. Muito obrigada por tudo!
6
A toda equipe do Núcleo de Estudos Ambientais – NEA, em especial ao Prof. Dr. Antônio Fernando Souza pela confiança e apoio recebido desde as primeiras
etapas desta jornada... a Cícero Gonçalves da Silva, Izabel Biasi, Adriana, Lismar e Alexsandro Rocha, que se mostraram presente em todos os momentos
administrativos de realização deste trabalho.
Aos meus queridos bolsistas e filhos científicos Roberto Gomes, Eduardo Carrilho, Natali Santos, Narayana, Jessyca Beatriz, Taise, Lucas, Naijane
(sorridente), Cibele, Thiara (dedicada), Isana (menina de ouro), Luana (amiga inseparável) pela amizade, companheirismo, pelo aprendizado que tivemos juntos e
por todo o apoio nos trabalhos de campo e laboratório... Sem vocês seria difícil a execução deste trabalho. Obrigada!!!
Ao Laboratório de Estudos de Petróleo (LEPETRO) do Instituto de Geociências
(IGEO/UFBA) pela realização das análises químicas e geoquímicas... À coordenadora do LEPETRO, Dra. Karina Garcia que sempre se mostrou disponível
em ajudar... ao Técnico em química Jorge Palma que com sua boa vontade, amizade me proporcionou momentos de aprendizado, Rui Garcia, Isabel, e em
especial a Química Dra. Sarah Adriana, amiga que se disponibilizou a me ajudar em todos os momentos e a técnica Gisele Moraes dedicada e amiga tão especial. É de coração que agradeço, serei eternamente grata por tudo que fizeram por mim e para
realização deste trabalho.
Aos colegas Ketlyn Fioravanti, Verônica, Daiane, Ícaro Moreira, Carine, Daniele Magalhães e seus alunos de iniciação Científica... que se disponibilizaram em me
ajudar durante o desenvolvimento deste trabalho. Muito Obrigada!
Aos técnicos em informática Joaquim e Eduardo pela ajuda em momentos de sufoco e riscos de perder o banco de dados! Muito Obrigada!
A Daniela Assunção pela ajuda nos tratamentos dos dados e a Renan pelos
esclarecimentos na interpretação dos dados estatísticos. Ao amigo Marcos Melo pelo momentos compartilhados. Muito obrigada!
As amigas que conquistei... em especial a Luana amiga fiel que me
acompanhou em todos os momentos com sua garra e boa vontade, a Sarah amiga em todos os momentos e sentidos...a Claudia pelo incentivo e disponibilidade em
transmitir seus conhecimentos. Vocês são muito especiais para mim.
A Nilton, secretário da pós- graduação em Geologia, amigo que sempre buscou resolver de forma sensata as minhas solicitações... É de coração que te
agradeço!
Aos motoristas e servidores do Instituto de Geociências. Em especial a Jairo que acompanhou e ajudou em muitas fases deste trabalho, com seu carisma e
simplicidade. Ao conhecido “Boçal” que nunca se negou a ajudar no desenvolvimento desse trabalho. Muito Obrigada!
Ao Laboratório de LBQM na pessoa da Profa. Dra. Regina Geris, que me recebeu e teve toda disponibilidade em me treinar e me ajudar em todas as etapas do trabalho
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microbiológico...aos alunos de mestrado Hênia, Ailton e Adriana que sempre estiveram dispostos a me ajudar. As profa. Lurdinha e Isley pelo momento de
aprendizado que me propocionaram. Obrigada!
Ao Laboratório de Cultivo e Ecotoxicologia (LACE) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) na pessoa da profa. Lilia e mestre Deloar pelas análises de
toxicologia.
À Petrobras UN-BA, na pessoa de Isabela Pereira Moreira Santos por disponibilizar os seguranças para acompanhamento das coletas em campo.
Às minhas amigas Jamile Batista, Sulamita Telles, pela amizade, compreensão, apoio, incentivos fundamentais para realização deste trabalho. Pela disposição em
me ajudar, escutar... meu Muito Obrigado! À minha irmã, Denize Lima, pelo apoio incondicional, pela ajuda, por me acudir nas
horas difíceis, pelo carinho e dedicação. A meu sobrinho e afilhado Arthur, a sua chegada trouxe mais sentido a minha vida! Muito Obrigada!
À Césio Eloy, pela compreensão, apoio, dedicação, incentivo, ânimo, força e
conselhos... Muito Obrigada! Aos meus pais, Domingos Lima e Dasdores Oliveira, meus ombros gigantes... pelo grande amor, carinho, afeto e dedicação plena, pelas constantes palavras de força, pela presença mesmo que a distância... com esforço incansável, pelas noites sem
dormir, pelos domingos sem descanso que com certeza conseguiram construir com muito amor e carinho um lar de paz e amor, uma família maravilhosa. Pelas
alegrias compartilhadas, pelos problemas vencidos... Vocês foram o alicerce desta minha vitória e que sem essa força jamais seria possível chegar até aqui!!!!
E a todos que de certa forma contribuíram para a concretização deste momento.
Os meus sinceros agradecimentos a todos!
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“É difícil alguém não lutar pelo próprio sonho Mas é inevitável que alguém lhe diga: Não vai dar certo!!
Você sabe que isso pode acontecer, Mas não desvalorize cada passo dado...
Fortaleça sua fé e continue tentando Erga os olhos em direção ao destino final..
e siga em frente. Sempre vai haver um novo obstáculo
E cada vez mais você terá orgulho de superá-lo Não importa o quão demore a chegada ao topo.
A vista de lá estará lhe esperando. esse é o momento em que você deve se lembrar...
Que dias de chuva ainda virão Mas você pode continuar.
A guerra não acaba: A batalha sempre permanece e você deve aprender a perder.
Para ganhar com nobreza no final
Julia Venite
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LIMA, Danusia Ferreira. Avaliação de processos geoquímicos e da eficiência de consórcios fúngicos em testes de simulação da biorremediação em sedimentos de manguezal contaminados com óleo. Tese (doutorado) – Instituto de Geociências, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2014.
RESUMO
Este trabalho teve como objetivo avaliar os processos geoquímicos e a eficiência de consórcios fúngicos em testes de simulação da biorremediação em sedimento de manguezal contaminados por dois tipos de óleos (óleo da bacia do Recôncavo e óleo da bacia de Campos). Para isto foram montados três experimentos. O experimento 1 consistiu na avaliação geoquímica das frações (saturados, aromáticos e NSO) do óleo da bacia do Recôncavo em sedimentos e na investigação de fungos específicos, degradadores de cada fração para obtenção de consórcios. O experimento 2 consistiu na avaliação dos processos geoquímicos e da eficiência dos consórcios fúngicos na degradação de dois tipos de óleos (bacia do Recôncavo e bacia de Campos) em sedimentos de manguezal em condições laboratoriais. E o experimento 3 consistiu na avaliação dos processos geoquímicos e na eficiência dos consórcios fúngicos na degradação do óleo da Bacia do Recôncavo em sedimentos de manguezal confinados em protótipos de biorreatores. No experimento 1 o monitoramento geoquímico mostrou que ao longo de 30 dias houve degradação dos n-alcanos (saturados). No entanto, não foi observada degradação nas demais frações do óleo da bacia do Recôncavo. Os parâmetros físico-químicos e químicos foram favoráveis, não sendo parâmetros impeditivos para o processo de biodegradação e foram isolados 72 fungos, sendo que a menor quantidade de isolados foi obtida da unidade de simulação contaminada com fração de saturados. Os fungos isolados foram selecionados, utilizando o indicador redox 2,6 diclorofenol-indofenol (DCPIP), com base no acompanhamento do crescimento radial e através do teste de antagonismo. O consórcio 1 (com potencialidade para degradar o óleo da bacia do Recôncavo) foi composto por 30 isolados e o consórcio 2 (com potencialidade para degradar o óleo da bacia de Campos) por 28 isolados. Os consórcios foram imobilizados com polímeros a base de fibra de coco e folha de manguezal em pó. A aplicação dos consórcios imobilizados com potencialidade em degradar os dois tipos de óleo estudados (experimento 2) em condições laboratoriais apresentou resultados promissores para o entendimento do processo de biorremediação em sedimentos de manguezal. Em relação ao processo de bioestimulação utilizando a fibra de coco e folha de manguezal em pó imobilizada, não foi possível observar uma diferença significativa na eficiência em relação à liberação de nutrientes. Em contrapartida, pode ser observado que de alguma forma foram mantidos os teores de nutrientes adequados ao longo de 90 dias de experimento, o que não ocorreria se não tivesse sido adicionado nenhum tipo de aditivo nutricional. Já em relação ao bioaumento foi possível observar aceleração na biodegradação em relação ao controle com atenuação natural. A partir da visualização dos cromatogramas foi possível observar que o óleo da bacia do Recôncavo sofreu uma modificação no perfil ao longo dos 90 dias, houve redução dos n-alcanos mais leves com aumento da linha de base, mostrando que também ocorreu degradação das frações mais pesadas. Os cromatogramas que mostram a
VIII
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modificação do perfil do óleo da bacia de Campos levam a conclusão que os fungos contidos no consórcio têm habilidade em reduzir os hidrocarbonetos saturados (n-alcanos), mas parecem ter maior habilidade em degradar os compostos aromáticos e NSO. Os resultados obtidos para o experimento 3, utilizando um protótipo de biorreator foram melhores quando comparados ao experimento 2. A redução de n-alcanos do óleo da bacia do Recôncavo foi bem mais expressiva. Os resultados no geral apontam que os consórcios são promissores para o processo de biorremediação. Entretanto seria necessário uma maior atenção na interação entre os fungos (sinergismo). Palavras- chave: consórcio fúngico, bacia do Recôncavo, bacia de Campos, biorremediação,
hidrocarbonetos totais do petróleo.
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LIMA, Danusia Ferreira. Evaluation of geochemical processes and efficiency of fungal consortia simulation of bioremediation in mangrove sediments contaminated with oil tests. Thesis ( Ph.D. ) - Institute of Geosciences, Federal University of Bahia, Salvador, 2014.
ABSTRACT
This study aimed to evaluate the geochemical processes and efficiency of fungal consortia simulation of bioremediation in mangrove sediment contaminated by two types of oils (the Reconcavo Basin and oil in the Campos Basin) tests. For this experiments were assembled. Experiment 1 consisted of the evaluation of geochemical fractions (saturates, aromatics and NSO) in the Reconcavo Basin oil in sediments and in the investigation of specific fungi, decomposers of each fraction to obtain consortia. Experiment 2 consisted of the evaluation of geochemical processes and efficiency of these fungal consortia in degradation of both types of oils (and Reconcavo Basin Campos Basin) in mangrove sediments under laboratory conditions. And the third experiment consisted in the evaluation of geochemical processes and efficiency of fungal consortia in degradation of oil in the Reconcavo Basin sediments of mangrove confined in prototype bioreactors. In experiment 1 geochemical monitoring showed that over 30 days there was degradation of n- alkanes (saturated), however no degradation was observed in the other fractions of the oil from the Reconcavo basin. The physico- chemical and chemical parameters were favorable, being not impede parameters for the process of biodegradation and 72 were isolated, of which the smaller quantity of isolated unit was obtained from the fraction contaminated with saturated simulation. The isolates were selected based on two types of oxidation tests, using the indicator redox indicator 2,6 - dichlorophenol indophenol (DCPIP), based on the monitoring of radial growth and through the antagonism test. The consortium 1 (with the potential to degrade the oil of the Reconcavo basin) was composed of 30 isolates and consortium 2 (with potential to degrade the oil in the Campos Basin) for 28 isolates. Consortia were immobilized with a polymer base of coconut fiber and mangrove leaf powder. The application of immobilized consortia with the potential to degrade the two oil types studied (experiment 2) in laboratory conditions showed promising results for understanding the process of bioremediation in mangrove sediments. Regarding the biostimulation process using the fiber from coconut and mangrove leaf on immobilized powder did not exhibit a significant difference in efficiency in relation to the release of nutrients. By contrast can be observed that somehow the appropriate levels throughout the 90 days of the experiment, which would not happen if he had not been added to any kind of nutritional additive nutrients was maintained. In relation to biaumento was observed acceleration in the biodegradation compared to control with performance of natural attenuation. From the view of the chromatograms was observed that the oil Reconcavo basin has undergone a change in profile over 90 days, reduction of the lighter n-alkanes increase from baseline, demonstrating that degradation also occurred more fractions heavy. The chromatograms show that the modification of the oil in the Campos Basin profile lead to the conclusion that the strains contained in the consortium have ability to reduce saturated (n- alkane) hydrocarbons, but seem to
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have greater ability to degrade aromatic compounds and NSO. The results for Experiment 3, using a prototype bioreactor showed better results when compared to experiment 2. The reduction of n-alkanes oil Reconcavo basin was much more expressive. The results in general indicate that consortia are promising for the process of bioremediation, however greater attention on the interaction between fungi (synergism) would be necessary. Keywords : fungal consortium, Reconcavo Basin, Campos basin, bioremediation, total petroleum hydrocarbons.
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Imagem de satélite do trecho do rio São Paulo (próximo a sua foz)
localizado no município de São Francisco do Conde, Bahia e área de coleta ....... 33
Figura 2 - Mapa de situação e localização da área de estudo. a) Mapa de situação da
BTS; b) imagem de satélite da área em destaque de amarelo ................................. 34
Figura 3 - Estruturas dos isoprenóides: (a) pristano e (b) fitano ................................... 36
Figura 4 - Estruturas dos hidrocarbonetos aromáticos (a) antraceno e (b) fenantreno 37
Figura 5 - Estrutura de compostos polares contendo nitrogênio. 2-cloro-6-
triclorometilpireno ...................................................................................................... 38
Figura 6 – Esquematização demonstrativa da biodegradação do pristano ................... 40
Figura 7 – Esquematização demonstrativa da biodegradação anaeróbica de alcanos 41
Figura 8 - Esquematização demonstrativa da biodegradação do (a) antraceno, (b,c)
alternativas para fenantreno ...................................................................................... 42
Figura 9 – Desenho esquemático do mecanismo de biodegradação dos contaminantes
agregados ao sedimento ............................................................................................ 48
Figura 10 – Desenho esquemático do processo de biodegradação utilizando a técnica
de bioestimulação ...................................................................................................... 49
Figura 11 - Desenho esquemático do processo de biodegradação utilizando a técnica
de bioaumentação ...................................................................................................... 52
Figura 12 - Organograma ilustrativo do Modelo do Experimento 1 de biorremediação
montado no Laboratório de Simulação de processos de Biorremediação,
Candeias-BA ............................................................................................................... 56
Figura 13 - Organograma ilustrativo do Modelo do Experimento 2 de biorremediação
montado no Laboratório de Estudos do Petróleo (LEPETRO), Salvador-BA. Onde
BR- bacia do Recôncavo; BC- bacia de Campos; AQ.- aquário .............................. 56
Figura 14 - Organograma ilustrativo do Modelo do Experimento 3 de biorremediação
montado em biorreatores no Laboratório de Estudos do Petróleo (LEPETRO),
Salvador-BA ................................................................................................................ 58
Figura 15 - Investigação da área de manguezal localizada nas margens do estuário do
rio São Paulo: (a) Área de coleta (b) Coleta do sedimento ..................................... 58
Figura 16 - Coleta do sedimento de manguezal do estuário do rio São Paulo para
montagem dos experimentos de biorremediação .................................................... 59
Figura 17 - Montagem do experimento 1 (parte 1) de biorremediação no Laboratório de
Simulação de processos de Biorremediação, Candeias-BA: (a) unidades de
simulação; (b) provetas vasadas revestidas com sacos de algodão sustentadas
por suporte de madeira; (c) aquários com bomba de oxigenação e (d) bancada
montada com as unidades de simulação .................................................................. 60
Figura 18 - Montagem do experimento 1 (parte 2) de biorremediação no Laboratório de
Simulação de processos de Biorremediação, Candeias-BA: (a) placas de Petri
com sedimento contaminado com frações; (b e c) transferência do sedimento
contaminado para as provetas e (d) unidades de simulação cheias, simulando a
maré alta ...................................................................................................................... 61
Figura 19 - Coleta das amostras de sedimento no experimento 1 de Biorremediação
montado no Laboratório de Simulação de processos de Biorremediação,
Candeias-BA: (a) suspensão do suporte com as provetas para coleta, (b) retirada
XII
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das provetas, (c) homogeneização das amostras e (d) acondicionamento das
amostras...................................................................................................................... 63
Figura 20 - Montagem do Experimento 2 (fase 1) de biorremediação no Laboratório de
Estudos do Petróleo, Salvador-BA: (a) sedimento homogeneizado sendo colocado
nas provetas; (b) provetas com sedimento; (c) sedimento esterilizado e (d)
proveta sendo revestida e colocadas no suporte de madeira ................................. 64
Figura 21 - Montagem do Experimento 2 (fase 2) de biorremediação no Laboratório de
Estudos do Petróleo, Salvador-BA: (a) inserção das cápsulas com consórcios
imobilizados; (b) simulação do derrame com óleo; (c) inserindo os suportes com
as provetas nos aquários; (d) inserindo a tampa no aquário; (e) aquário lacrado e
(f) bancada montada ................................................................................................... 65
Figura 22 - Sistema desenvolvido para simulação da maré no experimento 2 de
biorremediação no Laboratório de Estudos do Petróleo, Salvador-BA: (a) sistema
com galões alimentando os aquários, simulando a maré alta; (b) simulação da
descida da maré .......................................................................................................... 66
Figura 23 - Coleta das amostras de sedimento no experimento 2 de Biorremediação
montado no Laboratório de Estudos do Petróleo, Salvador -BA: (a) aquários na
capela de fluxo laminar; (b) retirada das provetas; (c) homogeneização das
amostras e (d) acondicionamento das amostras ..................................................... 68
Figura 24 - Esquema do protótipo de biorreator de imersão temporária desenvolvido
para o experimento 3 de biorremediação montado no Laboratório de Estudos do
Petróleo (LEPETRO), Salvador-BA ............................................................................ 69
Figura 25 - Esquema do protótipo de biorreator de imersão temporária desenvolvido
para o experimento 3 de biorremediação montado no Laboratório de Estudos do
Petróleo (LEPETRO), Salvador-BA ............................................................................ 69
Figura 26 - Montagem do Experimento 3 de biorremediação montado em biorreatores
no Laboratório de Estudos do Petróleo (LEPETRO), Salvador-BA: (a) biorreatores
com água do estuário e com sedimento esterilizado; (b) cápsulas com consórcios
imobilizados; (c) simulando o derrame com óleo; (d) vista superior do biorreator e
(e) protótipo montado ................................................................................................. 70
Figura 27 – Fotografia do protótipo de biorreator de imersão temporária: (a) biorreator
na fase de maré alta e (b) biorreator na fase de maré baixa. ................................... 71
Figura 28 - Coleta das amostras para determinações analíticas no Laboratório de
Estudos de Petróleo (LEPETRO) da Universidade Federal da Bahia (UFBA) ......... 71
Figura 29 - Cromatogramas das amostras coletadas no ponto 1, 2 e 3 do manguezal
do estuário do rio São Paulo ..................................................................................... 79
Figura 30 – Cromatogramas do fracionamento do óleo da bacia do Recôncavo: (a)
perfil do óleo da Bacia do Recôncavo (BR); (b) perfil da fração de saturados do
óleo BR; (c) perfil da fração de aromáticos do óleo BR e (d) perfil da fração de
NSO do óleo BR (condições de análise vide apêndice A) ....................................... 81
Figura 31 – Cromatogramas do fracionamento do óleo da bacia de Campos: (a) perfil
do óleo da bacia de Campos (BC); (b) perfil da fração de saturados do óleo BC; (c)
perfil da fração de aromáticos do óleo BC e (d) perfil da fração de NSO do óleo
BC. (condições de análise vide apêndice A)............................................................. 83
Figura 32 - Cromatogramas dos extratos das unidades de simulação no tempo 0 e no
tempo 30: (a) Controle (REF01); (b) saturados(SAT); (c) Aromáticos (ARO03) e (d)
NSO (NSO04). Frações do óleo da bacia do Recôncavo.......................................... 85
XIII
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Figura 33 - Gráfico com variação dos teores de fósforo nas unidades de simulação no
1º e 30º dia de experimento ........................................................................................ 88
Figura 34 - Gráfico com variação dos teores de nitrogênio nas unidades de simulação
no 1º e 30º dia de experimento .................................................................................. 88
Figura 35 - Gráfico com variação dos teores de CO% nas unidades de simulação no 1º
e 30º día de experimento ............................................................................................ 89
Figura 36 - Análise dos Componentes Principais (ACP). Onde: (a) – Variáveis: fósforo,
nitrogênio, matéria orgânica, temperatura, pH, Eh (mV), salinidade e O.D. aos
tempos amostrais T0 e T30 e (b) – Casos - amostras de sedimento controle (REF
01), contaminados com fração de saturados (SAT 02), contaminados com fração
de aromáticos (ARO 03) e contaminados com NSO (NSO 04). Círculos verdes
correspondem as principais variáveis que explicam o PC1. ................................... 90
Figura 37. Médias da fecundidade total expressa em indivíduos produzidos (a) e da
sobrevivência (b) da espécie Tisbe biminiensis quando exposta aos sedimentos,
contaminados com frações do óleo da bacia do Recôncavo, da área do estuário
do Rio São Paulo e controle (Maracaípe-PE ). .......................................................... 92
Figura 38 - Gráfico de linhas para número de células viáveis (UFCs x 105) em amostras
de sedimento controle (REF01) e contaminados com frações do óleo da bacia do
Recôncavo (SAT02, ARO03 e NSO04): (a) UFCs de fungos no T0 e T30, e (b) UFCs
de bactérias no T0 e T30 ............................................................................................ 93
Figura 39 – Gráfico de barras para quantidade dos fungos isolados em amostras de
sedimento do Estuário do rio São Paulo, Candeias- BA coletadas em cada
unidade de simulação (REF01, SAT02, ARO03 e NSO04) no T0 e T30 .................... 94
Figura 40 – Gráfico evidenciando os fungos testados quanto a sua oxidação para o
óleo da bacia do Recôncavo: (a) teste com fração de saturados; (b) teste com
fração de aromáticos e (c) teste com a fração de NSO ............................................ 98
Figura 41 – Ilustração mudança de cor do indicador após 48hs para dois fungos
testados quanto a sua oxidação para o óleo da Bacia do Recôncavo. (a) tempo 0 e
(b) após 48hs .............................................................................................................. 99
Figura 42 – Gráfico com fungos selecionados capazes de degradar as três frações
presentes no óleo da bacia do Recôncavo ............................................................. 100
Figura 43 - Gráfico evidenciando os fungos testados quanto a sua oxidação para o
óleo da Bacia de Campos ........................................................................................ 101
Figura 44 – Gráfico com fungos selecionados capazes de degradar as três frações
presentes no óleo da bacia de Campos .................................................................. 103
Figura 45 - Gráfico mostrando os fungos testados quanto a sua oxidação para óleo da
bacia do Recôncavo ................................................................................................. 105
Figura 46 – ilustração mudança de cor do indicador após 24hs para dois fungos
testados quanto a sua oxidação para Óleo da Bacia do Recôncavo. (a) teste com a
linhagem R33 e (b) teste com a linhagem S52 ........................................................ 106
Figura 47 - Gráfico mostrando os fungos testados quanto a sua oxidação para óleo da
Bacia de Campos ...................................................................................................... 107
Figura 48 – Ilustração mudança de cor do indicador após 24hs para dois fungos
testados quanto a sua oxidação para óleo da Bacia do Recôncavo. (a) teste com a
linhagem R11 e (b) teste com a linhagem A77 ........................................................ 108
Figura 49 – Gráfico de box plot para crescimento radial em dois tipos de meio (BDA e
Sabouraud), em duas condições (com e sem fração) para as frações (saturados,
aromáticos e NSO), do óleo da bacia do Recôncavo ............................................. 111
XIV
16
Figura 50 – Gráfico de box plot para crescimento radial em dois tipos de meio (BDA e
Sabouraud) em duas condições (com e sem fração), para fração de saturados,
aromáticos e NSO do óleo da bacia de Campos .................................................... 114
Figura 51 – Gráfico de regressão linear para crescimento radial dos fungos isolados
para óleo da bacia do Recôncavo e óleo da bacia de Campos ............................. 114
Figura 52 – Teste de antagonismo dos isolados, com potencialidade em degradar
frações do óleo da bacia do Recôncavo. (a) isolados da fração de saturados, (b)
isolados da fração de aromáticos e (c) isolados da fração de NSO ..................... 116
Figura 53 - Teste de antagonismo dos isolados com potencialidade em degradar
frações do óleo da bacia de Campos. (a) isolados da fração de saturados, (b)
isolados da fração de aromáticos e (c) isolados da fração de NSO ..................... 117
Figura 54 – Micrografia dos isolados crescidos em meio BDA, em lâmina e imagem
fotográfica dos mesmos, que compuseram o Consórcio da bacia do Recôncavo.
Imagens obtidas por microscopia ótica com aumento de 400x ............................ 120
Figura 55 – Continuação... Micrografia dos isolados fúngicas crescidos em meio BDA,
em lâmina e imagem fotográfica dos mesmos, que compuseram o Consórcio da
bacia do Recôncavo. Imagens obtidas por microscopia ótica com aumento de
400x ........................................................................................................................... 121
Figura 56 - Micrografia e imagem fotográfica dos isolados que compuseram o
consórcio da bacia de Campos. Imagens obtidas por microscopia ótica com
aumento de 400x ....................................................................................................... 123
Figura 57 – Continuação... Micrografia e imagem fotográfica dos isolados que compôs
o Consórcio da bacia de Campos. Imagens obtidas por microscopia ótica com
aumento de 400x ....................................................................................................... 124
Figura 58 – Consórcios fúngicos encapsulados: (a) encapsulados à base de fibra de
coco e (b) encapsulados à base de folha de manguezal em pó ............................ 125
Figura 59 - Cromatogramas com perfis do sedimento coletados das unidades de
simulação controle do experimento de biorremediação em sedimentos do
manguezal do estuário do rio São Paulo ................................................................ 129
Figura 60 - Cromatogramas com perfis do sedimento coletados das unidades de
simulação controle do óleo da bacia do Recôncavo do experimento de
biorremediação em sedimentos do manguezal do estuário do rio São Paulo ..... 129
Figura 61 - Cromatogramas com perfis do sedimento coletados das unidades de
simulação controle do óleo da bacia de Campos do experimento de
biorremediação em sedimentos do manguezal do estuário do rio São Paulo. Linha
pontilhada – corresponde ao início do processo ................................................... 130
Figura 62 - Cromatogramas com perfis do sedimento coletados das unidades de
simulação do óleo da bacia do Recôncavo + consórcio 1 + fibra de coco, do
experimento de biorremediação em sedimentos do manguezal do estuário do rio
São Paulo .................................................................................................................. 132
Figura 63 - Cromatogramas com perfis do sedimento coletados das unidades de
simulação do óleo da bacia do Recôncavo + consórcio 1 + folha de manguezal do
experimento de biorremediação em sedimentos do manguezal do estuário do rio
São Paulo .................................................................................................................. 134
Figura 64 - Cromatogramas com perfis do sedimento coletados das unidades de
simulação do óleo da bacia do Recôncavo + consórcio 1 + fibra de coco do
experimento de biorremediação em sedimentos do manguezal do estuário do rio
São Paulo .................................................................................................................. 136
XV
17
Figura 65 - Cromatogramas com perfis do sedimento coletados das unidades de
simulação do óleo da bacia do Recôncavo + consórcio 1 + folha de manguezal do
experimento de biorremediação em sedimentos do manguezal do estuário do rio
São Paulo .................................................................................................................. 137
Figura 66 – Gráfico com variação da razão Pristano/Fitano (ppb) nos tempos 0, 30, 60
e 90 dias de experimento ......................................................................................... 138
Figura 67 – Gráfico com variação da razão Pristano/Fitano nos tempos 0, 30, 60 e 90
dias de experimento ................................................................................................. 139
Figura 68 – Gráfico com variação da razão Pristano/nC17 nos tempos 0, 30, 60 e 90 dias
de experimento ......................................................................................................... 140
Figura 69 – Gráfico com variação da razão Pristano/nC17 nos tempos 0 e média (dias)
do experimento ......................................................................................................... 141
Figura 70– Gráfico com variação da razão Fitano/nC18 nos tempos 0, 30, 60 e 90 dias
de experimento ......................................................................................................... 141
Figura 71 – Gráfico com variação da razão Fitano/nC18 nos tempos 0 e média (dias) do
experimento .............................................................................................................. 142
Figura 72 – Gráfico com variação da HTP/UCM nos tempos 0, 30, 60 e 90 dias de
experimento .............................................................................................................. 143
Figura 73 - Análise dos Componentes Principais (ACP) para as razões dos parâmetros
geoquímicos (HTP/UCM, P/F, P/nC17, F/nC18) monitorados no experimento 2. Onde:
(a) –Variáveis (unidades de simulação) e (b) – Casos (HTP/UCM, P/F, P/nC17,
F/nC18, nos tempos 0 e 30, 60 e 90) ........................................................................ 144
Figura 74 – Gráfico de similaridade (Cluster) entre as variáveis dos parâmetros
geoquímicos (HTP/UCM, P/F, P/nC17, F/nC18) monitorados no experimento 2 ..... 145
Figura 75 - Gráfico com a variação dos valores da temperatura do experimento 2
mensurados nas unidades de simulação nos tempos 0, 8, 15, 30, 45, 60, 75 e 90
dias ............................................................................................................................ 146
Figura 76 - Gráfico com a variação dos valores do pH do experimento 2 mensurados
nas unidades de simulação nos tempos 0, 8, 15, 30, 45, 60, 75 e 90 dias............ 147
Figura 77 - Gráfico com a variação dos valores do EH do experimento 2 mensurados
nas unidades de simulação nos tempos 0, 8, 15, 30, 45, 60, 75 e 90 dias............ 148
Figura 78 - Gráfico com a variação dos valores da salinidade do experimento 2
mensurados nas unidades de simulação nos tempos 0, 8, 15, 30, 45, 60, 75 e 90
dias ............................................................................................................................ 149
Figura 79 - Gráfico com a variação dos valores de O.D. do experimento 2, mensurados
nas unidades de simulação nos tempos 0, 8, 15, 30, 45, 60, 75 e 90 dias............ 150
Figura 80 – Gráfico de box plot para os parâmetros físico-químicos (pH, temperatura,
EH, O.D. e salinidade monitorados no experimento 2 ............................................ 151
Figura 81 – Gráfico de similaridade (Cluster) entre as variáveis dos parâmetros físico-
químicos (pH, temperatura, EH, O.D. e salinidade monitorados no experimento 2
................................................................................................................................... 151
Figura 82 - Análise dos Componentes Principais (ACP) para parâmetros físico-
químicos (pH, temperatura, EH, salinidade monitorados no experimento 2. Onde:
(a) – Variáveis (pH, temperatura, EH, O.D. e salinidade) e (b) – Casos (T0, T30, T60
e T90) ......................................................................................................................... 152
Figura 83 – Gráfico de regressão linear para parâmetros físico-químicos (pH,
temperatura, EH, salinidade, monitorados no experimento 2 ................................ 153
XVI
18
Figura 84 - Gráfico com variação dos teores de fósforo nas unidades de simulação,
nos tempos 0, 8, 15, 30, 45, 60, 75 e 90 dias ........................................................... 154
Figura 85 - Gráfico com média dos teores de fósforo nas unidades de simulação nos
tempos 0, 8, 15, 30, 45, 60, 75 e 90 dias................................................................... 155
Figura 86 - Gráfico com variação dos teores de nitrogênio nas unidades de simulação,
nos tempos 0, 8, 15, 30, 45, 60, 75 e 90 dias .......................................................... 156
Figura 87 - Gráfico com média dos teores de nitrogênio nas unidades de simulação
nos tempos 0, 8, 15, 30, 45, 60, 75 e 90 dias ........................................................... 156
Figura 88 - Gráfico com variação dos teores de CO% nas unidades de simulação
simulação, nos tempos 0, 8, 15, 30, 45, 60, 75 e 90 dias ....................................... 157
Figura 89 - Gráfico com média dos teores de CO (%) nas unidades de simulação nos
tempos 0, 8, 15, 30, 45, 60, 75 e 90 dias................................................................... 158
Figura 90 - Análise dos Componentes Principais (ACP) parâmetros químicos (fósforo,
nitrogênio e CO) monitorados no experimento 2. Onde: (A) –Variáveis (T0, T30,
T60 e T90) e (B) – Casos (fósforo, nitrogênio e CO) ............................................... 159
Figura 91 - Gráfico para número de células viáveis (UFC). UFC de bactérias nas
unidades de simulação nos tempos 0, 8, 15, 30, 45, 60, 75 e 90 dias................... 160
Figura 92 – Gráfico de box plot de células bacterianas (UFC) monitorados no
experimento 2 ........................................................................................................... 161
Figura 93 – Gráfico de similaridade (Cluster) de células bacterianas (UFC)
monitorados no experimento 2 ................................................................................ 161
Figura 94 - Gráfico para número de células viáveis (UFC). UFC de fungos nas
unidades de simulação simulação nos tempos 0, 8, 15, 30, 45, 60, 75 e 90 dias 162
Figura 95 – Gráfico de box plot de células fúngicas (UFC), monitorados no
experimento 2 ........................................................................................................... 163
Figura 96 – Gráfico de similaridade (Cluster) de células fúngicas (UFC), monitoradas
no experimento 2 ...................................................................................................... 163
Figura 97 - Gráfico de linhas para os parâmetros biogeoquímicos para os períodos
T0, T30, T60 e T90 na unidade de simulação BRFO ............................................... 164
Figura 98 - Gráfico de linhas para os parâmetros biogeoquímicos para os períodos T0,
T30, T60 e T90 na unidade de simulação BRFI ....................................................... 165
Figura 99 - Gráfico de linhas para os parâmetros biogeoquímicos para os períodos T0,
T30, T60 e T90 na unidade de simulação BCFI ....................................................... 167
Figura 100 - Gráfico de linhas para os parâmetros biogeoquímicos para os períodos
T0, T30, T60 e T90 na unidade de simulação BCFO ............................................... 168
Figura 101 - Cromatogramas com perfis do sedimento coletados dos biorreatores
(BIO1, BIO2 e BIO3) nos períodos T0, T30, T60 e T90 ............................................ 170
Figura 102 – Variação da razão Pristano/Fitano nos tempos 0, 30, 60 e 90 dias de
experimento 3 ........................................................................................................... 171
Figura 103 – Variação da razão Pristano/nC17 nos tempos 0, 30, 60 e 90 dias de
experimento 3 ........................................................................................................... 172
Figura 104 – Variação da razão Fitano/nC18 nos tempos 0, 30, 60 e 90 dias de
experimento 3 ........................................................................................................... 172
Figura 105 – Variação da razão HTP/UCM nos tempos 0, 30, 60 e 90 dias de
experimento 3 ........................................................................................................... 173
Figura 106 - Variação dos teores de fósforo nos tempos 0, 30, 60 e 90 dias, nas
unidades de biorreator ............................................................................................. 174
XVII
19
Figura 107 - Variação dos teores de nitrogênio nos tempos 0, 30, 60 e 90 dias, nas
unidades de biorreator ............................................................................................. 175
Figura 108 - Variação dos teores de CO% nos tempos 0, 30, 60 e 90 dias, nas
unidades de biorreator ............................................................................................. 175
Figura 109 - Gráfico para número de células viáveis (UFC). UFC de bactérias nas
unidades de biorreator nos tempos 0, 30, 60 e 90 dias ......................................... 176
Figura 110 - Gráfico para número de células viáveis (UFC). UFC de fungos nas
unidades de biorreator nos tempos 0, 30, 60 e 90 dias ......................................... 177
Figura 111 - Gráfico de linhas para número de células viáveis (UFC) nas unidade de
biorreator nos tempos 0, 30, 60 e 90 ....................................................................... 178
XVIII
20
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Tabela com a indicação dos valores de temperatura (Temp.), pH, oxigênio
dissolvido (O.D.), salinidade (SAL.) e EH ao longo do experimento 1 mensurados
nas unidades de simulação (REF01, SAT02, ARO02 e NSO04) no tempo 0 (T0) e
após 30 dias (T30) ....................................................................................................... 86
Tabela 2 - Códigos dos fungos isolados em cada unidade de simulação do
experimento 1 ............................................................................................................. 96
Tabela 3 - Valores quantitativos da solução de esporos utilizados no teste de oxidação
para óleo da bacia do Recôncavo ........................................................................... 100
Tabela 4 - Valores quantitativos de esporos utilizados no teste de oxidação para
frações do óleo da bacia de Campos ...................................................................... 103
Tabela 5 - Velocidades de crescimento radial em diferentes meios (BDA, Saboraud), e
com as frações as do óleo da bacia do Recôncavo (Saturados, Aromáticos e
NSO). Destaque em vermelho – maiores velocidades. Destaque em verde –
maiores velocidades com adição das frações do óleo da bacia do Recôncavo .. 110
Tabela 6 - Velocidades de crescimento radial em diferentes meios (BDA, Saboraud), e
com as fração do óleo da bacia de Campos (Saturados, Aromáticos e NSO).
Destaque em vermelho – maiores velocidades. Destaque em verde – maiores
velocidades com adição das frações ...................................................................... 113
Tabela 7 – Isolados que compuseram o consórcio da bacia do Recôncavo e seus
principais resultados ................................................................................................ 119
Tabela 8 - Isolados que compuseram o consórcio da bacia do Recôncavo e seus
principais resultados ................................................................................................ 122
XIX
21
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Descrição dos tratamentos do Experimento 2 de biorremediação montado
no Laboratório de Estudos do Petróleo (LEPETRO), Salvador-BA ......................... 57
Quadro 2 - Análises realizadas ao longo do experimento 1 no Laboratório de Estudos
do Petróleo (LEPETRO) e no Laboratório de Biotecnologia e Quimica dos
Microrganismos (LBQM) da Universidade Federal da Bahia (UFBA) ...................... 62
Quadro 3 - Análises realizadas ao longo do experimento 2 no Laboratório de Estudos
do Petróleo (LEPETRO) e no Laboratório de Biotecnologia e Quimica dos
Microrganismos (LBQM) da Universidade Federal da Bahia (UFBA) ...................... 67
Quadro 4 - Análises realizadas ao longo do Experimento 3 no Laboratório de Estudos
de Petróleo (LEPETRO) da Universidade Federal da Bahia (UFBA) ....................... 72
Quadro 5 – Análises físicas realizadas na investigação da área no Laboratório de
Estudos de Petróleo (LEPETRO) da Universidade Federal da Bahia (UFBA) ......... 73
Quadro 6 - Análises geoquímicas realizadas na investigação da área no Laboratório
de Estudos de Petróleo (LEPETRO) da Universidade Federal da Bahia (UFBA) ... 74
Quadro 7 - Análises físicas realizadas no experimento 1 no Laboratório de Estudos de
Petróleo (LEPETRO) da Universidade Federal da Bahia (UFBA) ............................. 74
Quadro 8 - Análises geoquímicas realizadas no experimento 1 no Laboratório de
Estudos de Petróleo (LEPETRO) da Universidade Federal da Bahia (UFBA) ......... 75
Quadro 9 - Análises biológicas realizadas no experimento 1 no Laboratório Ao
Laboratório de Cultivo e Ecotoxicologia (LACE) da Universidade Federal de
Pernambuco (UFPE) ................................................................................................... 75
Quadro 10 - Análises microbiológicas realizadas no experimento 1 no Laboratório de
Estudos de Petróleo (LEPETRO) e Laboratório de Biotecnologia e Quimica dos
Microrganismos (LBQM) da Universidade Federal da Bahia (UFBA) ...................... 76
XX
22
LISTA DE ABREVIATURAS
BTS Baía de Todos os Santos
RLAM Refinaria Landulpho Alves
HPAs Hidrocarbonetos poliaromáticos
UFBA Universidade Federal da Bahia
BC Bacia de Campos
BR Bacia do Recôncavo
GPS Sistema de Posicionamento Global
PTFE Politetrafluoretileno
IGEO Instituto de Geociências/UFBA
NEA Núcleo de Estudos Ambientais/UFBA
IQ Instituto de Química/UFBA
LBQM Laboratório de Biotecnologia e Química dos
microrganismos/UFBA
LEPETRO Laboratório de Estudos do Petróleo/UFBA
DCPIP Indicador redox 2,6 diclorofenol-indofenol
pH Potencial hidrogeniônico
EH Potencial redox
C.O Carbono Orgânico
M.O Matéria orgânica
O,D. Oxigênio dissolvido
ACP Análise de Componentes Principais
UFC Unidade Formadora de Colônias
BDA Batata Dextrose Ágar
UCM Unresolved Complex Mixture
HTP Hidrocarbonetos Totais do petróleo
USEPA United States Environmental Protection Agency
XXI
23
SÚMARIO
RESUMO ............................................................................................................................... 9
ABSTRACT ......................................................................................................................... 11
LISTA DE FIGURAS ........................................................................................................... 13
LISTA DE TABELAS ........................................................................................................... 20
LISTA DE QUADROS ......................................................................................................... 21
LISTA DE ABREVIATURAS ............................................................................................... 22
CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO GERAL E OBJETIVOS ....................................................... 25
I.1.0 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 27
I.1.1 OBJETIVOS ............................................................................................................. 31
I.1.1.1 OBJETIVO GERAL .................................................................................................... 31
I.1.1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ......................................................................................... 31
CAPÍTULO II - ÁREA DE AMOSTRAGEM ......................................................................... 32
II. 2.0 LOCALIZAÇÃO E SITUAÇÃO DA ÁREA DE AMOSTRAGEM ................................. 33
CAPÍTULO III - ESTADO DA ARTE .................................................................................... 35
II.3.0 PETRÓLEO E SUA COMPOSIÇÃO QUÍMICA ......................................................... 36
III. 3.1 BIODEGRADAÇÃO DE HIDROCARBONETOS ..................................................... 38
III. 3.2 FUNGOS DEGRADADORES DE HIDROCARBONETOS ...................................... 43
III.3.3. BIORREMEDIAÇÃO ............................................................................................. 47
CAPÍTULO IV - MATERIAIS E MÉTODOS ......................................................................... 54
IV. 4.0 TRABALHOS DE ESCRITÓRIO ............................................................................ 55
IV. 4.1 TRABALHOS DE CAMPO ..................................................................................... 55
IV. 4.1.2 Experimento 1 (Isolamento e seleção de microrganismos) ............................. 59
IV. 4.1.3 Experimento 2 (aplicação em condições laboratoriais) ................................... 63
IV. 4.2 TRABALHOS DE LABORATÓRIO ......................................................................... 73
IV. 4.2.1 Investigação da área ...................................................................................... 73
IV. 4.2.2 Experimento 1 (Isolamento e seleção dos microrganismos) ........................... 74
IV. 4.2.3 Experimento 2 (aplicação em condições laboratoriais) ................................... 76
IV. 4.2.4 Experimento 3 (Biorreatores) ......................................................................... 76
CAPÍTULO V - RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................ 77
V. 5.0. ANÁLISES DAS AMOSTRAS PARA INVESTIGAÇÃO DA ÁREA DE
AMOSTRAGEM ............................................................................................................... 78
V. 5.1. ANÁLISES DAS FRAÇÕES DOS ÓLEOS (BACIA DO RECÔNCAVO E BACIA DE
CAMPOS) ........................................................................................................................ 80
V. 5.2. EXPERIMENTO 1 - ISOLAMENTO E SELEÇÃO DOS MICRORGANISMOS ........ 84
V. 5.2.1. Monitoramento geoquímico ............................................................................ 84
V. 5.2.2. Monitoramento físico-químico e químico ......................................................... 86
V. 5.2.3. Monitoramento biológico ................................................................................. 91
V. 5.2.4. Monitoramento microbiológico ........................................................................ 92
V. 5.3 EXPERIMENTO 2 (APLICAÇÃO EM CONDIÇÕES LABORATORIAIS) ................ 127
V. 5.3.1. Monitoramento geoquímico .......................................................................... 127
XXII
24
V. 5.3.2. Monitoramento químico e físico-químico ....................................................... 145
V. 5.3.3. Monitoramento microbiológico ...................................................................... 159
V. 5.3.4. Integração de dados biogeoquímicos do experimento 2 ............................... 164
V. 5.4 EXPERIMENTO 3 (BIORREATORES) ................................................................. 169
V. 5.4.1. Monitoramento geoquímico .......................................................................... 169
V. 5.4.2. Monitoramento químico ................................................................................ 173
V. 5.4.3. Monitoramento microbiológico ...................................................................... 176
CAPÍTULO VI - CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS
FUTUROS ......................................................................................................................... 179
VI. 6.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................ 180
VI. 6.1 RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ....................................................... 184
CAPÍTULO VII - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA .......................................................... 185
VII. 7.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................ 186
APÊNDICE A - PROTOCOLOS ........................................................................................ 207
PROTOCOLO Nº 1 PARA FRACIONAMENTO DO ÓLEO DA BACIA DO RECÔNCAVO ..................... 208
PROTOCOLO Nº 2 PARA FRACIONAMENTO DO ÓLEO DA BACIA DE CAMPOS ........................... 211
PROTOCOLO Nº 3 PARA SELEÇÃO DE FUNGOS DEGRADADORES ........................................... 212
PROTOCOLO Nº 4 PARA SELEÇÃO DE FUNGOS DEGRADADORES ........................................... 215
PROTOCOLO Nº 5 PARA SELEÇÃO DE FUNGOS DEGRADADORES CRESCIMENTO RADIAL ......... 218
PROTOCOLO Nº 6 PARA FORMAÇÃO E CRESCIMENTO DOS CONSÓRCIOS .............................. 221
PROTOCOLO Nº 7 PARA MICROCULTIVO ............................................................................. 223
PROTOCOLO Nº 8 PARA CONTAGEM DE ESPOROS ............................................................... 225
PROTOCOLO Nº 9 PARA TESTE DE ANTAGONISMO ............................................................... 227
XXIII
25
CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO GERAL E
OBJETIVOS
26
Apresentação do Trabalho
Este trabalho está disposto em capítulos, com a seguinte ordem: Capítulo I –
Introdução geral e objetivos; Capítulo II – Área de Amostragem; Capítulo III –
Estado da Arte; Capítulo IV – Materiais e Métodos; Capítulo V – Resultados e
Discussão; Capítulo VI - Considerações finais e Recomendações Futuras; Capítulo
VII - Referências Bibliográficas. Cada Capítulo apresenta as seguintes composições:
Capítulo I - Nesse capítulo será apresentado A introdução geral à pesquisa
contendo Objetivos - Gerais e Específicos;
Capítulo II – Será descrita a área de amostragem - Localização e situação da área
de estudo.
Capítulo III – Nesse capítulo será abordado o Estado da Arte com os principais
temas relacionados com a investigação científica realizada. Biorremediação e seus
processos, composição química do petróleo, principais microrganismos
degradadores de petróleo e biodegradação por microrganismos.
Capítulo IV – Serão demonstrados os materiais e métodos adotados: amostragem;
Metodologia de montagem do experimento; metodologias de simulação; metodologia
de retirada de amostras; monitoramento das unidades de simulação; procedimentos
analíticos.
Capítulo V - Nesse capítulo serão apresentadas as discussões dos resultados
obtidos ao longo de cada experimento. Resultados de análises físicas, químicas,
geoquímicas e biológicas.
Capítulo VI – Esse capítulo apresentará as considerações finais do trabalho e as
sugestões para pesquisas futuras.
Capítulo VII – Nesse capítulo serão apresentadas todas as referências utilizadas
para a construção deste trabalho.
Neste trabalho também serão apresentados em Apêndice, os protocolos
desenvolvidos ao longo da pesquisa.
27
I.1.0 INTRODUÇÃO
O desenvolvimento populacional e o avanço da industrialização,
principalmente da cadeia produtiva do petróleo, tem levado inevitavelmente ao
aumento do impacto antropogênico na biosfera. São diferentes as fontes de petróleo
necessárias para atender a demanda mundial, por isso o processamento,
armazenamento e transporte são constantes. Em consequência, derramamentos de
petróleo, são uma das principais causas de poluição da água e do solo
(RODRÍGUEZ-MARTÍNEZ et al, 2006; TABARI; TABARI, 2010; SONAWDEKAR,
2012).
Derramamentos de óleo no mar, especialmente acidentes em grande escala,
têm trazido ameaças e tem causado grandes danos ao ambiente marinho costeiro
dentre esses a destruição do “habitat” de animais e plantas aquáticas, bem como a
devastação de toda a fauna e flora circundante, além de trazer sérios riscos a saúde
para dos habitantes locais (VENOSA; ZHU, 2006; DIAS, 2007).
Atualmente, os métodos mais comuns que visam lidar com a contaminação
por hidrocarbonetos são físicos, químicos ou de natureza mecânica, evaporação e
dispersão. Porém essas tecnologias são muito dispendiosas e podem levar a
incompleta decomposição de contaminantes (SONAWDEKAR, 2012). Métodos
biológicos, denominados de biorremediação, têm se destacado ao longo dos últimos
anos como uma solução efetiva para a eliminação de diversos poluentes, entre eles
os produtos do petróleo, óleo bruto e graxas. Estes métodos são favorecidos por
serem ecologicamente corretos, mais limpos, com custos baixos e de mais fácil
aplicação em grande escala, além de não alterarem o equilíbrio dos ecossistemas
(YEUNG et al., 1997).
A persistência de um poluente no ambiente é influenciada pela natureza do
contaminante e pela interação entre as características biológicas, químicas,
geológicas e físicas do local contaminado (KOUL, 2013). Em teoria, solos e
sedimentos contaminados com esses compostos podem ser tratados utilizando
diferentes estratégias de limpeza. A biorremediação tem sido reconhecida como um
dos métodos menos invasivos e tem se mostrado uma ferramenta eficaz para o
tratamento de derrames de petróleo, sendo uma modalidade promissora para a
minimização ou até extinção das concentrações desses compostos (LIMA, 2010).
28
No entanto, muitas estratégias propostas têm sérios problemas econômicos e
de viabilidade. Os benefícios potenciais desses trabalhos poderiam incluir redução
dos custos de tratamento, uma melhor avaliação e concepção de tecnologias de
limpeza, regulação e uma maior aceitação pública do processo tecnológico
empregado.
A biorremediação, definida como um processo natural onde se utiliza
microrganismos para desintoxicar ou remover os poluentes, devido as suas diversas
capacidades metabólicas, é um método promissor para a remoção e degradação
dos diversos poluentes ambientais, incluindo os produtos das indústrias de petróleo
(MEDINA; BELLVER, 2005; KOUL, 2013). Além disso, acredita-se que a tecnologia
de biorremediação é menos invasiva e relativamente eficiente (APRIL, 1999). A
biorremediação que utiliza comunidades indígenas de microrganismos constitui um
dos principais mecanismos pelos quais o petróleo e outros hidrocarbonetos
contaminantes podem ser removidos, além de ser uma tecnologia de baixo custo em
relação a outras de recuperação (LEAHY;COLWELL, 1990; ULRICI, 2000; KOUL,
2013).
Essa tecnologia parte da premissa de que grande parte dos componentes do
petróleo são biodegradáveis na natureza, onde os microrganismos utilizam como
principal fonte de carbono os hidrocarbonetos em seus processos metabólicos,
podendo ocorrer em condições anaeróbicas e aeróbicas (ATLAS, 1981, 1984;
ROSA, 2001; MARIANO, 2006).
No entanto, esse processo natural pode ser acelerado pela utilização da
bioestimulação e/ou da bioaumentação. Na bioestimulação, nutrientes são
adicionados e as condições ambientais otimizadas, visando o desenvolvimento de
populações nativas de microrganismos (FENIMAN et al., 2009). Aditivos nutricionais
são agentes de biorremediação, um dos meios primários para aumentar a taxa de
crescimento de microrganismos que degradam petróleo. Este tipo de agente tem a
intenção de aumentar a biomassa que degrada o óleo já presente em uma área
afetada para um nível onde o petróleo irá ser utilizado como fonte primária de
alimentos ou energia. O ambiente natural não tem nutrientes suficientes para
estimular o metabolismo e crescimento dos microrganismos. Por conseguinte, é
necessários proporcionar nutrientes para manter ou aumentar a atividade microbiana
e a biodegradação natural (PEDIGO et al., 2011).
29
Pela bioaumentação, são adicionados microrganismos capazes de degradar
rapidamente os contaminantes específicos (FENIMAN et al., 2009). Em alguns
casos, os microrganismos podem ser colonizados em biorreatores. Todos os
agentes comercialmente disponíveis usam naturalmente os microrganismos. Alguns
agentes podem também conter nutrientes para assegurar a atividade das suas
culturas microbianas. Os agentes microbianos são projetados para aumentar a
biodegradação de petróleo, em qualquer localização e seria muito útil em zonas
onde a população de degradadores de petróleo indígenas é pequena (PEDIGO et
al., 2011).
Muitos microrganismos indígenas da água e do solo são capazes de degradar
hidrocarbonetos contaminantes (KUMARI et al., 2013). Portanto não é restrita a
apenas alguns gêneros de microrganismos, pois vários grupos de bactérias, fungos,
algas e algumas cianobactérias têm mostrado possuir essa capacidade (KATAOKA,
2001; MARIANO, 2006). Leahy e Colwell (1990) citam os seguintes gêneros de
bactérias como os mais importantes: Achromobacter, Acinetobacter, Alcaligenes,
Arthobacter, Bacillus flavobacterium, Nocardia e Pseudomonas.
Riser-Roberts (1992) cita como as principais espécies que assimilam
hidrocarbonetos os fungos do gênero Aspergillus e Penicillium. Contudo, esta
característica é uma propriedade individual da espécie e não necessariamente uma
característica particular do gênero. Dentre os gêneros de cianobactérias e algas
destaca-se: Oscillatoria, Microcoleus, Anabaena, Nostoc, Chlorella, Chlamydomonas
e Ulva (ATLAS, 1981).
O petróleo é considerado como uma mistura complexa onde dentre os
principais componentes encontra-se os alcanos, aromáticos e naftênicos, que
podem ser degradados por microrganismos (KIRCHMANN; EWNETU, 1998). No
entanto, o que se observa é que uma única espécie isoladamente não consegue
degradar todos os componentes do petróleo, e que sob condições favoráveis um
microrganismo consegue degradar um tipo ou uns poucos componentes ao mesmo
tempo (KORDA et al., 1997).
Na segunda metade do século XX, inúmeros acidentes ambientais
envolvendo derrames de óleo ocorreram na região norte da Baía de Todos os
Santos, Bahia, atingindo os manguezais da localidade. Depois de cinquenta anos de
convívio com derrames e vazamentos de óleo e derivados, a região é apontada pela
literatura especializada como uma área contaminada por hidrocarbonetos de
30
petróleo. Com isso vários estudos vem sendo desenvolvidos na tentativa de
minimizar os efeitos causados por essas contaminações (VEIGA, 2003).
Diversos trabalhos (SANTANA, 2008; LIMA, 2010; MOREIRA, 2011),
desenvolvidos em áreas contaminadas da Baía de Todos os Santos obtiveram bons
resultados, mas observou-se também a necessidade de se fazer ajustes para que os
resultados fossem mais satisfatórios quanto à degradação do óleo total. Verificou-se,
nesses trabalhos, que algumas frações dos hidrocarbonetos não haviam sido
degradadas, a exemplo dos biomarcadores (hidrocarbonetos cíclicos saturados), ou
hidrocarbonetos aromáticos, e de uma forma constante a não degradação da fração
das resinas e asfaltenos.
A finalidade de fracionar o óleo em compostos saturados, aromáticos e NSO
(resinas e asfaltenos) através de cromatografia líquida, contaminar o sedimento
limpo, em experimento de bancada, com cada fração separadamente com o intuito
de obter microrganismos (fungos) adequados e específicos para tal degradação, é a
principal justificativa desta pesquisa. A este aspecto alia-se a necessidade verificada
internacionalmente da identificação e isolamento dos microrganismos para possível
formação de um consórcio capaz de degradar o óleo total, melhorando desta forma
os resultados da biorremediação.
Segundo Rambeloarisoa et al.(1984), Cookson (1995), Chhatre et al. (1996),
Tanodebrah et al. (1999) e Venosa et al. (1999), para que ocorra a biodegradação
total se faz necessário uma assembléia ou pool de microrganismos capazes de
degradar todos os compostos contidos no petróleo e com isso várias pesquisas
internacionais têm proposto a utilização de culturas mistas para fins de
biorremediação.
31
I.1.1 OBJETIVOS
I.1.1.1 Objetivo Geral
O presente trabalho tem como objetivo avaliar os processos geoquímicos e a
eficiência de consórcios fúngicos em testes de simulação da biorremediação em
sedimento de manguezal, contaminados por dois tipos de óleos (óleo da bacia do
Recôncavo e óleo da bacia de Campos).
I.1.1.2 Objetivos Específicos
Determinar a concentração de nutrientes: nitrogênio total e fósforo em
sedimento;
Monitorar os parâmetros físico-químicos, não conservativos em água:
temperatura, oxigênio dissolvido (O.D.), pH, EH e salinidade, durante todo o
experimento;
Simular derrames de frações do óleo (Saturados, Aromáticos e NSO) em
substrato de manguezal;
Monitorar a degradação dos hidrocarbonetos em sedimentos através de
técnicas cromatográficas;
Monitorar a dinâmica da comunidade microbiana (quantificação de fungos e
bactérias) para cada uma das simulações realizadas;
Isolar e verificar a capacidade dos fungos em degradar as frações do óleo;
Obter consórcios de fungos capazes de degradar o óleo total;
Imobilizar os consórcios fúngicos;
Testar a fibra de coco e a folha de manguezal como aditivos estruturante e
nutricionais;
Monitorar a eficiência dos consórcios fúngicos na degradação do óleo da
bacia do Recôncavo em biorreatores de imersão temporária;
Monitorar a eficiência dos consórcios fúngicos na degradação de dois tipos
de óleo (bacia do Recôncavo e bacia de Campos) em condições
laboratoriais.
32
CAPÍTULO II - ÁREA DE AMOSTRAGEM
33
II. 2.0 LOCALIZAÇÃO E SITUAÇÃO DA ÁREA DE AMOSTRAGEM
A área de amostragem é representativa do ecossistema manguezal e está
localizada nas cercanias do rio São Paulo (Figura 1) o qual deságua na Baía de
Todos os Santos (BTS), Bahia, município de São Francisco do Conde, próximo à
estação Pedra Branca, nas coordenadas 12º 44’ 26,0”(S) e 38º 31’ 53,9” (W).
Figura 1 – Imagem de satélite do trecho do rio São Paulo (próximo a sua foz) localizado no município de São Francisco do Conde, Bahia e área de coleta
Fonte: modificado de Google Earth, 2014
A área fica compreendida nos limites dos municípios de Madre de Deus,
Candeias e São Francisco do Conde. A principal via de acesso à região, a partir de
Salvador, é através da BR-324, onde no entroncamento com a BA-522 se toma a
direção para Candeia; em seguida segue-se na direção contínua nordeste da BA-
522 pela vicinal. Chegando à Refinaria Landulpho Alves (RLAM). Ao acesso à
esquerda segue-se até chegar à área de estudo que se encontra sinalizada por
placa indicativa e está localizada mais especificamente nas proximidades da
Estação de Produção da JO-BA (Petrobras) denominada “Estação Pedra Branca”,
com uma área de aproximadamente 10km² a NW de Salvador (Figura 2). A RLAM
que está instalada na região desde a década de 1950, é responsável por diversas
atividades ligadas à indústria petrolífera (campo de produção, refinaria, porto).
Rio São Paulo
Área de coleta
34
Figura 2 - Mapa de situação e localização da área de estudo. a) Mapa de situação da BTS; b) imagem de satélite da área em destaque de amarelo
550456
550226
548384
8593473
8595374
548473
8593359
8595317
548473
8593359
Fonte: (a) Modificado da folha da Baía de Todos os Santos: SD-24-X-A-IV (BAHIA, 2004); (b) Google
Earth, 2014)
Declinação M agnéticaVariação M agnética
Cresce 5' anualm ente
NMNV
Legenda
Continente
Mar
Drenagens
Estradas
Cidades
Área de Estudo
27
(a)
(b)
35
CAPÍTULO III - ESTADO DA ARTE
36
II.3.0 PETRÓLEO E SUA COMPOSIÇÃO QUÍMICA
Os hidrocarbonetos são os principais constituintes do petróleo, estes são
compostos orgânicos formados por hidrogênio e carbono. A composição química e a
natureza física do petróleo podem variar em função das características: matéria
orgânica original; grau de evolução térmica da rocha geradora e estado de
biodegradação do óleo; e fracionamento sofrido durante a migração até a rocha
reservatório; entre outras (IARC, 1989). Os principais grupos de hidrocarbonetos
presentes em frações leves, médias e pesadas são n-alcanos, naftênicos,
hidrocarbonetos aromáticos, resinas e asfaltenos (PETERS et al., 2005).
Fração dos Hidrocarbonetos Saturados
As principais famílias dos hidrocarbonetos saturados são os n-alcanos, alguns
isoprenóides (pristano e fitano) (Figura 3), terpanóides (hopanos) e derivados de
esteróides (esteranos) (KASSIM; SIMONEIT, 2001).
Figura 3 - Estruturas dos isoprenóides: (a) pristano e (b) fitano
Fonte: SANTOS, 2008
Os alcanos são hidrocarbonetos de cadeia aberta e saturada que apresentam
somente ligação simples entre os átomos de carbono, e também são conhecidos
como parafinas normais (BENTO, 2005).
Já os isoprenóides são hidrocarbonetos parafínicos que apresentam
ramificação em um ou mais átomos de carbono. Esse grupo apresenta uma grande
importância nos estudos geoquímicos (TISSOT; WELTE, 1984; HUNT, 1995).
37
Fração dos Hidrocarbonetos Aromáticos (HPAs)
Os hidrocarbonetos aromáticos são compostos orgânicos que possuem
alternadamente ligações carbono-carbono simples e dupla em uma estrutura cíclica
com seis átomos de carbono (Figura 4) (WAPLES, 1981). Os HPAs compreendem
de dois a sete anéis aromáticos condensados ou fundidos (KENNISH, 1991). O
composto mais simples dessa classe é o benzeno que aparentemente é apenas um
composto insaturado cíclico contendo várias duplas ligações, mas na verdade é
notavelmente estável e quimicamente bastante diferente dos compostos insaturados
(BARKER, 1979; WAPLES, 1981).
O anel benzênico pode ligar-se a outros anéis formando anéis aromáticos
polinucleares; juntar-se a anéis saturados formando compostos cicloaromáticos; ou
pode também ligar-se a cadeias lineares formando alquilaromáticos. Os compostos
aromáticos possuem baixo conteúdo de hidrogênio e isso é comprovado quando se
compara benzeno com a parafina normal cíclica de carbonos (BARKER, 1979).
Figura 4 - Estruturas dos hidrocarbonetos aromáticos (a) antraceno e (b) fenantreno
Fonte: NEILSON; ALLARD (2007)
Uma das principais características dos compostos aromáticos está
relacionada à sua elevada estabilidade química, quando comparada a de outros
compostos insaturados, que está associada à habilidade dos elétrons que participam
das ligações ocuparem uma extensa região do anel (ATKINS, 2000). Os HPAs com
dois e três anéis (baixo peso molecular) têm uma alta toxicidade, enquanto que
alguns HPAs com quatro a seis anéis (alto peso molecular) são potencialmente
(a) (b)
38
carcinogênicos, mutagênicos e teratogênicos (NEFF, 1979; WITT, 1995; KENNISH,
1991; SANTOS, 2008).
Compostos polares (NSO)
Quando o esqueleto básico da molécula de um composto de petróleo é
formado de um hidrocarboneto contendo heteroátomos como: enxofre, nitrogênio
(Figura 5) e oxigênio; são conhecidos como a fração de não-hidrocarbonetos (NSO).
Estes compostos estão presentes nas frações de asfaltenos e resinas (TISSOT;
WELTE, 1984; HUNT, 1996).
Na composição química dos NSO também podem ser encontradas
substâncias que possuem carbonos ligados a metais (C-metal) em pequenas
quantidades (ALLINGER et al., 1976), e entre eles predominam o níquel e o vanádio.
Outros metais como ferro, zinco, cobre, chumbo, arsênio, molibdênio, cobalto,
manganês e cromo também são encontrados, porém em menores concentrações
(TISSOT; WELTE, 1978).
Figura 5 - Estrutura de compostos polares contendo nitrogênio. 2-cloro-6-triclorometilpireno
Fonte: NEILSON; ALLARD (2007)
III. 3.1 BIODEGRADAÇÃO DE HIDROCARBONETOS
Além de ser constituído de uma mistura de hidrocarbonetos, o petróleo possui
em sua constituição outros compostos orgânicos, principalmente níquel e vanádio
(constituintes organometálicos complexados) (VAN HAMME et al., 2003), produtos
difíceis de serem degradados.
39
Segundo Vasconcelos (2006), microrganismos são munidos de arsenais
enzimáticos capazes de utilizar o petróleo como fonte de carbono e energia, o que
vem direcionando as pesquisas para o isolamento de espécies envolvidas nos
processos de degradação do petróleo.
A biodegradação de hidrocarbonetos de petróleo consiste em um processo
complexo e está diretamente relacionada com a natureza e a quantidade dos
hidrocarbonetos. Estudos realizados pelo UNEP (1991) evidenciam que a velocidade
de degradação do petróleo depende também das condições do tempo e do clima.
Por exemplo, em sedimentos aquáticos os hidrocarbonetos são degradados
lentamente na ausência de luz e oxigênio.
Cooney et al. (1985), relata que diferentes fatores influenciam na degradação
de hidrocarbonetos. A disponibilidade limitada dos microrganismos no ambiente é o
principal fator. Portanto, a forma como esses compostos se ligam ao substrato e a
sua susceptibilidade em relação ao ataque microbiano também são fatores decisivos
para o processo de biodegradação. Essa suscetibilidade pode ser geralmente
classificada da seguinte forma: alcanos lineares > alcanos ramificados > pequenos
aromáticos > alcanos cíclicos (DAS; CHANDRAN, 2011).
Os hidrocarbonetos alifáticos (alcanos e alcenos) são mais rapidamente e
facilmente degradados, seguidos pelos hidrocarbonetos aromáticos, e finalmente
cicloalcanos (ZOBELL, 1946; ATLAS, 1981), devido a sua estrutura molecular linear,
assim como por apresentarem os compostos mais leves do petróleo, possuindo
muita facilidade de serem evaporados. Os mecanismos predominantes de
degradação dos n-alcanos envolvem oxidações terminais dos grupos funcionais
correspondentes dos álcoois, aldeídos ou ácidos graxos (NAS, 1985). Os
isoprenóides altamente ramificados, tais como pristano e fitano, que se pensava
serem resistentes à biodegradação, tem demonstrado rápida biodegradabilidade
(Figura 6) (ATLAS, 1981). Contudo, os cicloalcanos são particularmente resistentes
à biodegradação. Compostos complexos como os hopanos e esteranos estão entre
os mais resistentes dos derrames de petróleo no meio ambiente (ATLAS, 1981).
40
Figura 6 – Esquematização demonstrativa da biodegradação do pristano
Fonte: NEILSON; ALLARD (2007)
A biodegradação pode ser aeróbica e anaeróbica. A degradação aeróbia de
n-alcanos se inicia pela atividade de uma monooxigenase, a qual introduz um grupo
hidroxila na cadeia alifática. Os principais intermediários da degradação de alcanos
são ácidos graxos, os quais são produzidos a partir de alcanóis, via aldeídos. Estes
ácidos podem ser decompostos por rotas biossintéticas típicas de degradação de
ácidos carboxílicos, em que a molécula é quebrada em ácidos menores, que podem
servir como fontes de carbono para microrganismos de uma comunidade, podendo
aumentar o índice de degradação de hidrocarbonetos (VASCOCELOS, 2006).
Entretanto, a biodegradação anaeróbia (Figura 7) de hidrocarbonetos é um
processo muito lento, se comparada à aeróbia. As rotas metabólicas de degradação
de n-alcanos não são bem explicadas até o momento, sendo que muitos autores têm
discutido sobre um mecanismo de ativação molecular que envolve a adição de um
carbono ou uma molécula de fumarato aos hidrocarbonetos (WILKES et al., 2002;
SO et al., 2003; VASCOCELOS, 2006).
41
Figura 7 – Esquematização demonstrativa da biodegradação anaeróbica de alcanos
Fonte: NEILSON; ALLARD (2007)
Os hidrocarbonetos aromáticos são geralmente mais resistentes à
biodegradação, apesar de alguns aromáticos de baixo peso molecular, tais como o
naftaleno, poderem ser oxidados antes de muitos saturados (FOCHT; WESTLAKE,
1987). Os hidrocarbonetos monoaromáticos são tóxicos para certos microrganismos
devido à sua ação solvente sobre as membranas celulares, mas em baixas
concentrações eles podem ser facilmente biodegradáveis sob condições aeróbicas.
Os caminhos metabólicos para a biodegradação dos compostos aromáticos têm sido
objeto de intensos estudos (ATLAS, 1981; CERNIGLIA, 1992; PRINCE, 1993).
Diferentes rotas de biodegradação têm sido demonstradas para compostos
aromáticos, onde o metabolismo pode iniciar-se pela atividade enzimática de uma
monooxigenase ou dioxigenase, havendo a adição de um ou dois átomos de
oxigênio no substrato (Figura 8). A molécula é oxidada formando um diol, havendo a
subsequente clivagem do anel. Piruvato é um dos principais intermediários dessa
reação, enquanto os produtos majoritários são biomassa e dióxido de carbono. É
importante ressaltar que a biodegradação aeróbia de aromáticos também poderá
ocorrer por reações denominadas como não específicas, obtendo-se os mesmos
produtos das reações promovidas pelas oxigenases (BERTHE; CORTI; HÖPNER,
2005).
42
Figura 8 - Esquematização demonstrativa da biodegradação do (a) antraceno, (b,c) alternativas para fenantreno
Fonte: NEILSON; ALLARD (2007)
A biodegradação das resinas e asfaltenos comparada a dos saturados e
aromáticos, é muito pouco conhecida. Compostos persistentes são, por definição,
substâncias que têm meia vida longa, ou seja, lenta taxa de desaparecimento no
meio ambiente, devido, principalmente, à sua estabilidade química (BRO;
RASMUSSEN, 1986). Muitos xenobióticos persistem por um longo período no solo,
e esta persistência pode ser atribuída à toxicidade de certos compostos ou à
incapacidade dos microrganismos de crescer e/ou biodegradar tais compostos em
determinadas condições (DUA et al., 2002). Esse fato é devido a difícil análise de
suas complexas estruturas.
Resinas e asfaltenos foram previamente consideradas como refratárias à
degradação. Contudo, existem evidências da degradação dos asfaltenos através de
cometabolismo (LEAHY; COLWELL, 1990). Algumas resinas, particularmente as
frações de baixo peso molecular podem ser também biodegradadas em baixas
concentrações (NAS, 1985). Mais pesquisas são necessárias para o entendimento
da biodegradação desses compostos.
Em uma comunidade de microrganismos a capacidade metabólica é
meramente efeito aditivo da habilidade de cada membro desse consórcio em
degradar diferentes compostos de uma mistura, como por exemplo, o petróleo.
Torna-se irreal e simplista, afirmar que uma cultura degradou completamente um
43
óleo, uma vez que esse processo somente ocorrerá no ambiente,
cometabolicamente (MILLIOLI, 2009).
Hidrocarbonetos no ambiente são biodegradados principalmente por
bactérias, leveduras e fungos. A eficiência da biodegradação, em geral, varia em
média de 6% para 82% para fungos do solo, 13% a 50% para as bactérias do solo, e
0,003% a 100% para as bactérias marinhas. Muitos cientistas relataram que as
populações mistas com grande ação enzimática são necessárias para degradar
complexas misturas de hidrocarbonetos, como petróleo bruto no solo, na água, e em
ambientes marinhos (DAS; CHANDRAN, 2011).
Em resumo, a susceptibilidade dos hidrocarbonetos à degradação pelos
microrganismos é geralmente na seguinte ordem: n-alcanos>alcanos
ramificados>aromáticos de baixo peso molecular>alcanos cíclicos. Contudo, esta
feição não é universal (PERRY, 1984). A velocidade de degradação dos
constituintes de um mesmo óleo pode variar significativamente para diferentes óleos.
III. 3.2 FUNGOS DEGRADADORES DE HIDROCARBONETOS
Os fungos são organismos eucarióticos microscópicos onipresentes, e fazem
parte de um grupo diversificado. Desenvolvem-se e sobrevivem em quase todos os
habitats, desempenham um papel vital em todos os ecossistemas e são capazes de
ajustar o fluxo de nutrientes e energia através de suas redes de micélio (LAWTON;
JONES, 1995).
São microrganismos potenciais que podem ser utilizados na recuperação de
resíduos, tratamento de efluentes e na recuperação de áreas degradadas por
atividades petrolíferas. Estudiosos em todo o mundo tentam resolver os problemas
de resíduos e efluentes com a utilização de fungos saprófitas filamentosos onde
estes são capazes de degradar compostos presentes em efluentes e, assim,
contribuir para a sua limpeza (SINGH, 2006).
Os fungos são conhecidos por degradar e deteriorar uma grande variedade
de materiais e compostos, processos conhecidos como micodegradação e
micodeterioração. As atividades de degradação de fungos foram reconhecidas em
várias situações em que destroem os diferentes tipos de madeira, papel, têxteis,
plásticos, couro e materiais de empacotamento.
44
Alguns outros fungos possuem capacidade de metabolizar hidrocarbonetos de
petróleo, conhecida como micorremediação (CERNIGLIA; PERRY, 1973). Certos
fungos contêm enzimas extracelulares que podem auxiliar a degradação inicial de
hidrocarbonetos. Os fungos com suas estruturas de hifas, aumentam a área de
superfície e permitem uma melhor penetração e acesso aos hidrocarbonetos
agregados ao solo.
Estudos fragmentados têm mostrado um aumento na população de fungos
após derramamento de óleo. Isso indica que certos fungos desenvolvem um sistema
enzimático após um longo contato com hidrocarbonetos. Pinholt et al. (1979)
estudaram as mudanças microbianas no solo durante a decomposição do óleo. Eles
encontraram um aumento de 60 % a 82 % em fungos, utilizando óleo.
A extensão da biodegradação de hidrocarbonetos por fungos depende do
ecossistema e de suas condições locais. Os fungos são os principais
biodegradadores em ambientes marinhos. Entretanto, os fungos constituem uma
minoria nos ambientes marinhos, com o aumento da população em zona intertidal,
restingas e áreas de mangue (SINGH, 2006).
Em um dos primeiros estudos desenvolvidos por Cerniglia e Perry (1973)
sobre os fungos degradadores de hidrocarbonetos, foram isolados fungos
provenientes de sedimento estuarino, na costa da Carolina do Norte. Entre os
principais fungos selecionados, estavam Arpergillus versicolor, Cephalosporium
acremonium, Penicillium sp. e Cuninghamella elegans (CERNIGLIA; PERRY, 1973).
Segundo esses autores, o tratamento da poluição causada por petróleo em
ambientes marinhos pode ocorrer mais eficientemente se organismos degradadores
de hidrocarbonetos, incluindo os fungos, forem adicionados ao ambiente em grande
quantidade, juntamente com a adição de nitrogênio e fosfato quando, aplicados com
controle.
Vários outros fungos filamentosos e leveduras, que apresentaram capacidade
de utilizar o petróleo e derivados para o seu crescimento, foram isolados e
identificados. De solos contaminados por petróleo foram isolados fungos
filamentosos identificados como: Beauveria bassiana, Chrysosporium sp., Mortierella
sp., Paecilomyces sp., Penicillium e Trichoderma viride e Verticilium spp. (DAVIES;
WESTLAKE, 1979). Dentre os principais e mais eficientes em degradar compostos
saturados e aromáticos foram Beauveria alba e Penicillium simplicissimum
(CHAINEAU et al., 1999).
45
Experimentos sobre a degradação por fungos filamentosos das diferentes
frações de hidrocarbonetos saturados e aromáticos que compõem o petróleo tem
demonstrado que esses fungos degradam com mais facilidade e preferencialmente
os compostos saturados, degradando com menor eficiência a fração aromática
(SILVA; ESPOSITO, 2010). Entretanto, vários outros estudos foram realizados
utilizando fungos do gênero Penicillium na degradação de HPAs. Além destes o
Arpergillius niger e algumas leveduras também se mostraram eficientes na
degradação desses compostos mais recalcitrantes (SILVA; ESPOSITO, 2010).
Lemos e Araújo (2002), realizaram em seus estudos isolamento e
identificação de fungos filamentosos com capacidade de degradação do petróleo.
Foram obtidas oitenta linhagens a partir de um solo contaminado com 5% p/p de
petróleo, 75% destas linhagens apresentaram capacidade para degradar
hidrocarbonetos de petróleo. Os autores agruparam-os em quatro gêneros fúngicos
(Aspergillus, Penicillium, Parcilomyces e Fusarium), subdivididos nas seguintes
espécies: Aspergillus terreus, Aspergillus fumigatus, Aspergillus versicolor,
Aspergillus niveus, Aspergillus niger, Penicillium corylophilum, Parcilomyces variotti,
Paecilomyces niveus e Fusarium sp.
Uma capacidade de degradar os hidrocarbonetos também foi observada nas
espécies de seis ordens de Ascomycetes (APRIL et al., 2000). Todas as espécies
degradadaram a fração de hidrocarbonetos de petróleo alifático. Hidrocarbonetos
totais de petróleo (TPHs) foram reduzidos consideravelmente por três culturas de
fungos após 4 meses, sob condições ricas em nitrogênio. Parcilomyces
chrysosporium degradou todos os componentes do BTEX, individualmente ou em
uma mistura composta (YADAV; REDDY, 1993).
Várias cepas de fungos com capacidade de assimilar hidrocarbonetos foram
isoladas de ambientes tropicais do solo de uma floresta, e dos sedimentos de um rio
contaminado por petróleo, em um estudo realizado por Oudot et al. (1993). As cepas
mais potenciais, que exibiram biodegradação de petróleo total superior a 25% foram
Eupenicillium javanicum, Graphium putredinis, e Aspergillus flavus. Essas cepas
foram mais eficientes na degradação de saturados, com valores superiores a 40%, e
para aromáticos foi superior a 30%. Nidulans emericella, Eupenicillium javanicum,
Gliocladium virens, e Aspergillus fumigatus degradaram significativamente as resinas
(15 a 28%). Emericella nidulans, Eupenicillium javanicum, Graphium putredinis, e
Acremonium spp. degradaram cerca de 15 a 40% de asfaltenos.
46
A análise multivariada de 22 parâmetros indicou uma tendência à reatividade
nos componentes durante a degradação do óleo da seguinte forma: n–alcanos de
baixo peso molecular > fenantreno > 3,2-metilfenatreno > n-alcanos de cadeia
intermediária de comprimento > n-alcanos de cadeia mais longa de comprimento >
isoprenóides ≈ 9,1-metilfenatreno. Independentemente da capacidade de
degradação, todas as espécies de fungos apresentam essa sequência de
degradação (SINGH, 2006).
Hussein (2012) coletou amostras de areia contaminadas com derramamento
de óleo da praia Pensacola (Golfo do México), onde foram isolados e investigados
os fungos com potecialidade para degradação de petróleo bruto. De dezesseis
cepas fúngicas, foram confirmadas quatro cepas para a capacidade de
biodegradação de petróleo bruto. Aspergillus niger apresentou maior atividade
seguido por Penicillium, Cochliobolus lutanus e Fusarium solani.
Pesquisas nas praias de Omã na Arábia isolaram dez espécies de fungos:
onde as especies Aspergillus niger, A. ochraceus e Penicillium chrysogenum foram
capazes de degradar n-alcanos (C13-C18). Além disso, foram encontradas diferenças
significativas na utilização de C15, C16, C17 e C18, com os três fungos. No entanto, o
coeficiente de correlação de biomassa e degradação do óleo não foi significativo
para Aspergillus niger e Aspergillus terreus, e foi altamente significativo para P.
chrysogenum (ELSHAFIE A et al., 2007).
Recentemente nove cepas fúngicas nativas foram isoladas de um solo
contaminado com petróleo bruto, e selecionadas com base em sua capacidade de
crescer e degradar petróleo e incluindo vários hidrocarbonetos aromáticos
policíclicos (HPAs) como fonte de carbono. Os resultados mostraram que os fungos
selecionados fazem parte dos gêneros Fusarium, Neurospora, Aspergillus,
Scedosporium, Penicillium, Neosartorya e Talaromyces. Foram feitas duas seleções,
onde Aspergillus terreus, Talaromyces spectabilis, e Fusarium sp., foram
selecionados com base na tolerância para 2.000mg de uma mistura de fenatreno e
pireno com 1kg de solo, durante 2 semanas. A percentagem de remoção de HPA
obtida pelas três cepas é de cerca de 21% (REYES-CÉZAR et al., 2013).
No entanto, as resinas de petróleo e asfaltenos são consideradas como
resistentes ou refratários à biodegradação. A cultura mista das cepas do solo é tão
ativa e mais eficiente do que as monoculturas (SINGH, 2006). Algumas culturas de
47
fungos inoculados têm demonstrado uma capacidade para degradar compostos
orgânicos voláteis (VOCs), como fontes de carbono e energia (QI et al., 2002).
Os cientistas defendem a hipótese de que uma única espécie de
microrganismos não conseguirá degradar completamente nenhum tipo de óleo,
sendo necessário um consórcio de microrganismos.
III.3.3. BIORREMEDIAÇÃO
A sociedade vem se tornando mais crítica e participativa em relação à
qualidade ambiental, exigindo atuação cada vez maior das autoridades. Desta
forma, em função da crescente demanda em relação ao gerenciamento de áreas
contaminadas, avanços significativos ocorreram nas últimas décadas nos estudos
que visavam à recuperação ambiental (MARIANO, 2006). Uma alternativa para a
descontaminação ambiental é a biorremediação. Esta técnica de limpeza é barata,
podendo ser aplicada em grandes áreas para atenuação de um grande número de
poluentes, como os hidrocarbonetos de petróleo.
Biorremediação é uma tecnologia que se utiliza da habilidade de
microrganismos ou outro membro da biosfera, para restaurar e preservar a
qualidade ambiental para todas as formas de vida de um ecossistema,
especialmente a humana. Tem sido sugerido que a tecnologia de biorremediação
possa ser mais efetiva do que as técnicas mecânicas e físico-químicas tradicionais
correspondentes (ABDEL MIGID et al., 2007). A utilização de plantas, bactérias e
fungos para os processos de biorremediação tem sido muito relatada ultimamente,
principalmente quanto ao uso de fungos e bactérias, devido ao seu grande potencial
genético. Esses, por sua vez, podem ser isolados de ambientes altamente
contaminados, devido ao seu poder de adaptação a essas condições
(SRIVASTAVA; THAKUR, 2006; MARTINS, 2009).
A biorremediação é uma técnica de despoluição de ambientes contaminados
baseada na aceleração do processo natural de biodegradação de determinadas
substâncias no meio ambiente. O processo é dependente de algumas condições
ambientais como: temperatura, presença de oxigênio, nutrientes e pH (COELHO,
2005).
48
Contaminante biodisponível
Microorganismos
Contaminante adsorvido
O uso da técnica de biorremediação foi descoberta através de pesquisas da
degradação de hidrocarbonetos no ambiente natural, nas quais foram identificados
alguns microrganismos capazes de usar tais hidrocarbonetos como fonte de carbono
e energia (ZOBELL, 1946; ATLAS, 1981). Mas só após a análise dos fatores bióticos
e abióticos envolvidos no processo de biodegradação (Figura 9) é que a técnica
passou a ser aplicada na limpeza de ambientes contaminados por óleo
(LINDSTROM et al., 1991).
Figura 9 – Desenho esquemático do mecanismo de biodegradação dos contaminantes agregados ao sedimento
Fonte: modificado de FEIJOO et al. (2003)
As técnicas de biorremediação podem ser classificadas como “ex situ” ou “in
situ”. Tecnologias “ex situ” são modalidades de tratamento nas quais o material
contaminado é removido, para um lugar diferente, onde possa ser tratado, com
biorreatores, landfarmings, biopilhas e compostagem (SOUZA, 2003). Já as técnicas
“in situ” são aplicadas no próprio local onde ocorreu a contaminação utilizando: i)
microrganismos autóctones, ou seja, do próprio local, sem qualquer interferência de
tecnologias ativas de remediação (biorremediação intrínseca ou natural); ii) a adição
de agentes estimulantes como nutrientes, oxigênio e biossurfactantes (bioestímulo);
iii) a bioventilação de solos em ambientes contaminados; iv) a fitorremediação e a
inoculação de consórcios microbianos enriquecidos (bioaumento) (MARIANO, 2006).
Sedimento
49
A bioestimulação (Figura 10) é a aceleração da reprodução microbiana e de
suas atividades metabólicas, pela adição de oxigênio, água e nutrientes ao meio
ambiente contaminado (ROSA, 2001). A bioestimulação de populações de
microrganismos autóctones com o objetivo de aumentar as taxas de biodegradação ;
é frequentemente empregada em projetos de biorremediação (ATLAS, 1997). Para
se utilizar o processo de bioestimulação, deve-se demonstrar que existe no local
contaminado uma população natural de microrganismos capazes de biodegradar os
contaminantes presentes, e que as condições ambientais são insuficientes para se
obter altas taxas de atividade microbiológica dessa população (RAMASWAMI;
LUTHY, 1997; MARIANO, 2006).
Figura 10 – Desenho esquemático do processo de biodegradação utilizando a técnica de bioestimulação
Fonte: Modificado de LIMA, 2010
Durante a bioestimulação há fatores limitantes, como nutrientes e aceptores
de elétrons, que estimulam o metabolismo e a velocidade de crescimento dos
degradadores, o que acelera as taxas de biodegradação em condições ambientais
favoráveis. A adição de nutrientes em ambientes contaminados permite a
degradação mais rápida e eficaz dos hidrocarbonetos por parte dos microrganismos
nativos (VALLEJO et al., 2005).
Segundo Vallejo et al. (2005) estudos prévios reportam que a bioestimulação
acelera as taxas de biodegradação dos solos contaminados, quando os fatores são
controlados, como pH, porcentagens de umidade, concentração de hidrocarbonetos,
Disso lução
+
Biodegradação
Sedimentação
EspalhamentoEmulsificação
D ispersão
O xidação
Evaporação
Vento
Biodegradação usando Bioestimulo
Adição de Nutrientes
Co2 + H2O
Compostos menos
tóxicos
N utriente
M icrorganismos
Legenda
50
aceptores de elétrons e temperatura. A maioria dos estudos se baseia na adição de
nutrientes em forma de fertilizantes, de compostos inorgânicos e inorgânicos
simples, nitrogênio, fósforo e potássio (NPK).
A disponibilidade de oxigênio molecular, tem um profundo efeito na
biodegradação de vários compostos. Limitação de oxigênio é um problema frequente
na biorremediação “in situ” de hidrocarbonetos, e de outros poluentes que são
biodegradados em condições aeróbias (BROWN et al., 1994; MARIANO, 2006).
Tanto a adição de água como a oxigenação do ambiente contaminado
favorece a atuação da biodegradação. A aplicação de nutrientes ricos em nitrogênio
e fósforo tem sido amplamente estudada, principalmente quando a concentração
dessas substâncias é limitada, como ocorre nos ambientes costeiros localizados em
regiões de clima tropical (ROSA, 2001).
Entre os fertilizantes oleofílicos podem ser utilizados uréia parafinada,
octilfosfato, octoato férrico, fosfato duplo de amônia e magnésio parafinado, os quais
podem estimular a biodegradação em diferentes ecossistemas (ATLAS; BARTHA,
1973; DIBBIE; BARTHA, 1976; HOWORITZ; OLIVIERI et al., 1976; ATLAS, 1977;
BERGSTEIN; VESTAL, 1978). Em estudos utilizando fertilizantes de lenta liberação,
como o Osmocote (Os. Scotts, Marysville, OH) e Inipol EAP-22 (Ip; ATOFINA
Chemicals, Philadelphia, PA), combinado com nutrientes inorgânicos, Ran Xu e
Obbard (2003), avaliaram a eficiência desses nutrientes na degradação dos
hidrocarbonetos de petróleo presentes nos sedimentos de praia de Singapura. A
degradação dos hidrocarbonetos alifáticos presentes nos óleos tratados com
osmocote no sedimento de praia foi de 96%. A combinação de nutrientes solúveis e
osmocote favoreceu o estímulo do metabolismo dos microrganismos indígenas, bem
como manteve a liberação dos nutrientes, aumentando, assim, a biodegradação dos
hidrocarbonetos do petróleo presentes no sedimento da praia.
O NPK e osmocote vêm sendo usados largamente como estimuladores. O
NPK, é composto de fosfato de amônia [(NH4)3PO4], sulfato de amônia [(NH4)2SO4] e
cloreto de potássio [KCl] nas proporções (N:P:K) de 10:10:10. O osmocote possui a
mesma composição, no entanto a diferença está na forma de liberação desses
nutrientes. No Osmocote a liberação é mais lenta, pois este é envolvido por uma
cápsula protetora que limita a saída dos nutrientes. São fertilizantes de plantas,
facilmente encontrados no mercado a preços reduzidos (LIMA, 2010; AGARRY,
2012).
51
Pesquisas utilizando fertilizante do tipo NPK apresentaram resultados
positivos, com a remoção de 100% dos n-alcanos compreendidos entre o decano e
o eicosano, e 40% de remoção de hidrocarbonetos policíclicos aromáticos foi obtido
com o uso da combinação de cultura mista + fertilizante, na proporção de C:N de
100:10 (OLIVEIRA, 2001).
Todos esses resultados sugerem que o sucesso da biorremediação é função
das propriedades do petróleo, da natureza dos produtos de biorremediação e das
características dos ambientes contaminados. Estudos têm mostrado que a taxa de
biodegradação do petróleo depende das concentrações de nutrientes na água
intersticial dos sedimentos, o que poderia fornecer orientações importantes para
aplicações de nutrientes (BRAGG et al., 1994; VENOSA et al., 1996).
As fontes mais comuns de nutrientes são sais de fósforo e nitrogênio
encontrados em fertilizantes agrícolas, e até mesmo em subprodutos da indústria
petroquímica. A adição de nutrientes é feita de modo a se estabelecer relações
carbono e nitrogênio (C:N) e/ou carbono e fósforo (C:P) adequadas à biodegradação
(HAMDI et al., 2007). No entanto, uma adição descontrolada pode promover a
eutrofização do local, contribuindo para o desequilíbrio ambiental (SILVA, 2009).
Contudo a utilização de aditivos orgânicos naturais como folhas, galhos, raízes de
plantas indígenas do local podem contornar a situação. Segundo Oliveira (2009)
uma das etapas mais importantes da ciclagem de nutrientes é a decomposição de
folhas, galhos, flores, frutos (propágulos). A decomposição permite que parte do
carbono retorne à atmosfera como dióxido de carbono e que os outros elementos
absorvidos (principalmente N e P) sejam transformados para uma forma novamente
utilizável.
Outra técnica utilizada é a bioaumentação (Figura 11), a qual ocorre pela
adição de microrganismos específicos em regiões impactadas, adaptados em
laboratório às condições ambientais. Ao usar essa técnica, faz-se a avaliação dos
microrganismos presentes no ambiente, identificando-se os degradadores de óleo.
Em seguida, através de biorreatores, estimula-se em laboratório o crescimento
microbiano das espécies de interesse e, posteriormente, injeta-se o “pool” de
microrganismos no local contaminado, com o objetivo de aumentar a população
microbiana, responsável pela degradação do óleo (VENOSA et al., 1999; ROSA,
2006).
52
Culturas mistas são produzidas com microrganismos coletados de regiões
contaminadas, mas para isso têm-se alguns critérios para a escolha desses
microrganismos, como a habilidade de degradar a maioria dos componentes do
petróleo, boa estabilidade genética, elevado grau de atividade enzimática,
capacidade de competir com os microrganismos autóctones, manutenção da
viabilidade das células durante a estocagem, ausência de patogenicidade e
crescimento rápido no meio ambiente natural (HOFF, 1992; BAKER; HERSON,
1994; SOUZA; 2003).
Figura 11 - Desenho esquemático do processo de biodegradação utilizando a técnica de bioaumentação
Fonte: Modificado de LIMA, 2010
A manipulação genética de cepas de microrganismos, visando à oxidação de
hidrocarbonetos alifáticos e aromáticos, também tem sido estudada, principalmente
através da introdução de plasmídeos em bactérias do gênero Pseudomonas (NOUR,
1997; SOUZA, 2003). A introdução de microrganismos geneticamente modificados
requer uma avaliação criteriosa dos possíveis danos ambientais, ainda
desconhecidos pela comunidade científica (LEAHY; COLWELL, 1990).
Os microrganismos aplicados devem atuar em sinergismo com as espécies
autóctones, sem interferir nos processos biogeoquímicos naturais. Leavitt e Brown
(1994) fizeram um estudo comparativo entre a bioestimulação e o bioaumento para
um caso de tratamento de solo contaminado com óleos crus, empregando, em um
Disso lução
+
Biodegradação
Sedimentação
EspalhamentoEmulsificação
D ispersão
O xidação
Evaporação
Vento
Biodegradação usando Bioaumento
Adição de
microrganismos
Co2 + H2O
Compostos menos
tóxicos
Legenda
M icrorganismos
53
caso, microrganismos autóctones e, no outro, cultura comercial com mistura
recomendada de nutrientes. Concluíram que, para algumas aplicações, a
bioestimulação de microrganismos autóctones é a melhor escolha, considerando o
custo e desempenho (MARIANO, 2006).
Parece que na maioria dos ambientes, microrganismos indígenas
degradantes são mais do que suficiente para realizar a biodegradação de petróleo,
se os níveis de nutrientes e outras condições ambientais adversas não limitá-los.
Outra forma de tratar solos contaminados com petróleo envolve o uso de
biorreatores, procedimento utilizado em larga escala recentemente. São diversos os
fatores que fortalecem esta convergência, que é diretamente relacionado com o
movimento restrito dos microrganismos no solo, que acelera biodegradação dos
contaminantes (REICHWALD, 2011).
Os biorreatores facilitam o controle do processo de biodegradação dos
poluentes no solo, facilitando a aclimatação da microbiota e seu desenvolvimento. O
emprego dos biorreatores vem surgindo como uma tecnologia viável e decisiva para
tratamento de solos contaminados com compostos orgânicos (URURAHY, 1998).
A utilização da técnica de biorremediação pode mostrar vantagens e
desvantagens, quando comparada a outras técnicas de limpeza. O método deve ser
criteriosamente estudado, antes de ser aplicado num determinado ambiente (ROSA,
2001). O sucesso total por tratamentos de biorremediação depende de inúmeros
fatores, tais como: característica do resíduo, presença de condições microbiológicas
ótimas, seleção correta da tecnologia de biorremediação, uso de métodos analíticos
apropriados para determinar o tipo e a extensão da contaminação e capacidade de
estabelecer e manter as condições que favorecem as taxas de biodegradação de
petróleo no ambiente (HUESEMANN, 1994; EPA, 2004; DAL FORNO, 2005).
54
CAPÍTULO IV - MATERIAIS E MÉTODOS
55
IV. 4.0 TRABALHOS DE ESCRITÓRIO
Para revisão literária do presente trabalho foram utilizados livros, trabalhos
monográficos, dissertações e teses desenvolvidas local e regionalmente, utilizando o
acervo da Biblioteca da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e de outras
Universidades. Foram utilizados artigos de sítios governamentais e do Portal de
Periódicos da CAPES relacionados com o tema do trabalho. Foi realizado
levantamento bibliográfico sobre a região, sobre métodos de tratamento de amostras
em laboratório e referenciais teóricos sobre as temáticas a serem abordadas. Tais
pesquisas serviram de embasamento para todo o desenvolvimento do Projeto.
A fim de obter uma melhor compreensão em relação aos dados obtidos em
cada etapa analítica, foram elaboradas tabelas e gráficos com o auxílio do programa
Excel 2007. Por meio do programa Estatística versão 7.0, realizou-se a análise dos
Componentes Principais (PCA) das variáveis e dos casos envolvidos nos
experimentos. Foram realizadas análises descritivas das amostras e avaliou-se a
similaridade entre as amostras através do gráfico de Cluster.
Os resultados obtidos serviram para construção da Tese a fim de obter o
Doutoramento no Curso de Pós-Graduação em Geologia da UFBA, e serão
publicados/apresentados trabalhos contendo estes resultados em Revistas Técnicas
especializadas e, em Congressos e Reuniões Científicas.
IV. 4.1 TRABALHOS DE CAMPO
Os trabalhos de campo consistiram em: a) investigação da área de estudo,
com base na avaliação geoquímica do sedimento; b) montagem de três
experimentos:
i) o experimento 1 que consistiu na avaliação geoquímica das frações
(saturados, aromáticos e NSO) do óleo da Bacia do Recôncavo em
sedimentos e na investigação de fungos específicos, degradadores de
cada fração para obtenção de consórcios (Figura 12).
56
Figura 12 - Organograma ilustrativo do Modelo do Experimento 1 de biorremediação montado no Laboratório de Simulação de processos de Biorremediação, Candeias-BA
Fonte: a autora
ii) O experimento 2 consistiu na avaliação dos processos geoquímicos e da
eficiência desses consórcios fúngicos na degradação de dois tipos de
óleos (Bacia do Recôncavo e Bacia de Campos) em sedimentos de
manguezal em condições laboratoriais (Figura 13 e Quadro 1).
Figura 13 - Organograma ilustrativo do Modelo do Experimento 2 de biorremediação montado no Laboratório de Estudos do Petróleo (LEPETRO), Salvador-BA. Onde BR- bacia do Recôncavo; BC- bacia de Campos; AQ.- aquário
Fonte: a autora
57
Quadro 1 - Descrição dos tratamentos do Experimento 2 de biorremediação montado no Laboratório de Estudos do Petróleo (LEPETRO), Salvador-BA
Tratamentos Descrição dos tratamentos
AQ. 1 Sedimento esterilizado
AQ. 2 Sedimento esterilizado + Óleo da bacia do Recôncavo (BR)
AQ. 3 Sedimento esterilizado + Óleo da bacia de Campos (BC)
AQ. 4 Sedimento esterilizado + óleo BR + consórcio imobilizado tipo 1 (folha de vegetação de mangue como bioestimuladores)
AQ.5 Sedimento esterilizado + óleo BR + consórcio imobilizado tipo 1 (folha de vegetação de mangue como bioestimulador)
AQ.6 Sedimento esterilizado + óleo BR + consórcio imobilizado tipo 1 (folha de vegetação de mangue como bioestimulador)
AQ.7 Sedimento esterilizado + óleo BR + consórcio imobilizado tipo 2 (fibra de coco como bioestimulador)
AQ.8 Sedimento esterilizado + óleo BR + consórcio imobilizado tipo 2 (fibra de coco como bioestimulador)
AQ.9 Sedimento esterilizado + óleo BR + consórcio imobilizado tipo 2 (fibra de coco como bioestimulador)
AQ.10 Sedimento esterilizado + óleo BC + consórcio imobilizado tipo 1 (folha de vegetação de mangue como bioestimulador)
AQ.11 Sedimento esterilizado + óleo BC + consórcio imobilizado tipo 1 (folha de vegetação de mangue como bioestimulador)
AQ.12 Sedimento esterilizado + óleo BC + consórcio imobilizado tipo 1 (folha de vegetação de mangue como bioestimulador)
AQ.13 Sedimento esterilizado + óleo BC+ consórcio imobilizado tipo 2 (fibra de coco como bioestimulador)
AQ.14 Sedimento esterilizado + óleo BC + consórcio imobilizado tipo 2 (fibra de coco como bioestimulador)
AQ.15 Sedimento esterilizado + óleo BC + consórcio imobilizado tipo 2 (fibra de coco como bioestimulador)
iii) O experimento 3 consistiu na avaliação dos processos geoquímicos e da
eficiência dos consórcios fúngicos na degradação do óleo da bacia do
Recôncavo em sedimentos de manguezal confinados em protótipos de
biorreatores (Figura 14).
58
Figura 14 - Organograma ilustrativo do Modelo do Experimento 3 de biorremediação montado em biorreatores no Laboratório de Estudos do Petróleo (LEPETRO), Salvador-BA
Fonte: a autora
No primeiro momento foi realizada a investigação da área (Figura 15). A área
de coleta pretendida deveria estar visivelmente isenta de qualquer indício de
hidrocarbonetos e foi selecionada com base em testes piloto realizados, tendo como
suporte para determinação: equipamentos de GPS (Sistema de Posicionamento
Global); mapas topográficos para localização da área na escala de 1:25.000 e
tábuas de marés. Os mapas que representam a área estudada no âmbito regional
ou local, foram confeccionados em programa Corel draw, em escala 1:25.000, e a
fotografia aérea na escala 1:8.000 foi georeferenciada.
Para essa investigação foram selecionados três pontos de coleta, onde foram
coletadas nove amostras aleatoriamente, sendo três amostras em cada ponto.
Figura 15 - Investigação da área de manguezal localizada nas margens do estuário do rio São Paulo: (a) Área de coleta (b) Coleta do sedimento
Fonte: a autora
(a) (b)
Experimento 3
Biorreator 1
Controle
Biorreator 2
(Consórcio Imobilizado)
Biorreator 3
(Consórcio Imobilizado)
59
Os sedimentos para montagem dos experimentos foram coletados em locais
de deposição lamosa, na parte do manguezal mais próxima às zonas marginais, em
locais geralmente inundáveis. As amostras foram coletadas com auxílio de um
testemunhador (QUEIROZ; OLIVEIRA, 2012), que consta de um tubo de aço
inoxidável de 10 cm de diâmetro e capacidade para coletar testemunhos de até 30
cm (Figura 16).
Figura 16 - Coleta do sedimento de manguezal do estuário do rio São Paulo para montagem dos experimentos de biorremediação
Fonte: a autora
IV. 4.1.2 Experimento 1 (Isolamento e seleção de microrganismos)
Montagem do experimento: O experimento 1 foi desenvolvido no Laboratório de
Simulação de processos de Biorremediação localizado nas proximidades da área de
amostragem (Figura 17), tendo como unidades de simulação quatro cubas de vidro
(aquários), cada uma contendo seis provetas. As provetas foram revestidas com
sacos de algodão para evitar grande incidência de luminosidade, e nelas foram
adicionados 10cm de testemunho do sedimento limpo (sedimento sem indício de
contaminação por hidrocarbonetos). As provetas foram inseridas nos aquários de
simulação, sustentadas por um suporte de madeira. Em cada aquário foi colocada
uma bomba de oxigenação.
Testemunhador
60
Figura 17 - Montagem do experimento 1 (parte 1) de biorremediação no Laboratório de Simulação de processos de Biorremediação, Candeias-BA: (a) unidades de simulação; (b) provetas vasadas revestidas com sacos de algodão sustentadas por suporte de madeira; (c) aquários com bomba de oxigenação e (d) bancada montada com as unidades de simulação
Fonte: a autora
Após inserir o sedimento nas provetas vasadas o mesmo foi contaminado
com as frações (saturados, aromáticos, NSO) do óleo da Bacia do Recôncavo, o
equivalente a aproximadamente 1% em peso do substrato. O fracionamento do óleo
foi uma das etapas iniciais para montagem desse experimento e foi feito através de
cromatografia líquida a vácuo, conforme descrito no Protocolo nº1, Apêndice A . As
frações foram primeiramente adicionadas a pequenas quantidades de sedimento
contidas em placas de Petri, e após a evaporação total do solvente, esse sedimento
foi colocado na parte superior da proveta já com 10 cm de sedimento, simulando um
“derrame” (Figura 18). A água para simular a maré chegou através de um sistema de
(a) (b)
(c) (d)
61
torneira bombeada diretamente do estuário do rio São Paulo. A simulação da maré
foi diária durante 30 dias, por 2 horas/dia.
Figura 18 - Montagem do experimento 1 (parte 2) de biorremediação no Laboratório de Simulação de processos de Biorremediação, Candeias-BA: (a) placas de Petri com sedimento contaminado com frações; (b e c) transferência do sedimento contaminado para as provetas e (d) unidades de simulação cheias, simulando a maré alta
Fonte: a autora
Monitoramento do experimento 1: Para o Experimento 1 foi realizado: 1)
Monitoramento Geoquímico que consiste de: a) extração da fração orgânica; b)
cromatografia gasosa e; c) cromatografia gasosa-espectrometria de massas. 2)
Monitoramento químico que consiste de: análise química para determinação dos
teores de nitrogênio Total e fósforo (P). 3) Monitoramento microbiológico que
consiste na: a) avaliação quantitativa de bactérias e fungos; b) isolamento de fungos
degradadores de petróleo; c) testes de seleção de fungos degradadores e
identificação. 4) Monitoramento dos parâmetros físico-químicos, que consiste: a)
análise de salinidade; b) oxigênio dissolvido, c) pH e d) temperatura. Os parâmetros
(a) (b)
(c) (d)
62
foram mensurados na água do estuário ao chegar no aquário, e após 2 horas de
simulação. 5) Toxicologia.
Coleta das amostras: As amostras de sedimento foram coletadas com 1 dia e após
30 dias de experimento (Quadro 2).
Quadro 2 - Análises realizadas ao longo do experimento 1 no Laboratório de Estudos do Petróleo (LEPETRO) e no Laboratório de Biotecnologia e Quimica dos Microrganismos (LBQM) da Universidade Federal da Bahia (UFBA)
Em cada intervalo de tempo foram retiradas 3 provetas com sedimentos.
Essas amostras foram homogeneizadas em um recipiente de inox e separadas em
frações para as determinações descritas no quadro 2 .
Intervalo de
Tempo
Análises realizadas no sedimento
1º dia
Compostos Inorgânicos (nitrogênio total
e fósforo); compostos orgânicos;
toxicologia e microbiologia (fungos e
bactérias).
30º dia
Compostos Inorgânicos (nitrogênio total
e fósforo); compostos orgânicos e
microbiologia (fungos e bactérias).
63
Figura 19 - Coleta das amostras de sedimento no experimento 1 de Biorremediação montado no Laboratório de Simulação de processos de Biorremediação, Candeias-BA: (a) suspensão do suporte com as provetas para coleta, (b) retirada das provetas, (c) homogeneização das amostras e (d) acondicionamento das amostras
Fonte: a autora
As amostras de sedimento foram acondicionadas em recipientes de vidro e as
amostras de água foram acondicionas em frascos do tipo âmbar devidamente
etiquetados (Figura 19d).
IV. 4.1.3 Experimento 2 (aplicação em condições laboratoriais)
Montagem: O experimento 2 foi desenvolvido no Laboratório de Estudos do
Petróleo do Instituto de Geociências tendo como unidades de simulação as cubas
de vidro (aquários). O sedimento foi homogeneizado, colocado nas provetas e
posteriormente foi esterilizado por 40 minutos em autoclave a 121ºC. As provetas
foram colocadas em um suporte de madeira e revestidas com sacos de algodão
para evitar grande incidência de luminosidade (Figura 20).
(a)
(c) (d)
(b)
64
Figura 20 - Montagem do Experimento 2 (fase 1) de biorremediação no Laboratório de Estudos do Petróleo, Salvador-BA: (a) sedimento homogeneizado sendo colocado nas provetas; (b) provetas com sedimento; (c) sedimento esterilizado e (d) proveta sendo revestida e colocadas no suporte de madeira
Fonte: a autora
Posteriormente nas provetas foram colocados os consórcios imobilizados
(cápsulas). Em cada proveta foram colocadas 10 cápsulas. A seguir foi simulado um
“derrame” na parte superior da proveta (já com sedimento e consórcio) com
aproximadamente 3% de óleo da Bacia de Recôncavo e com 3% de óleo da Bacia
de Campos em suas respectivas unidades de simulação. Todas as unidades de
simulação foram tampadas e lacradas com papel filme para evitar contaminação.
Todos os procedimentos de montagem foram realizados em capela de fluxo lâminar.
A água para simular a maré foi armazenada em galões de 20 litros. A água foi
esterilizada em autoclave a 121º C por 20 minutos. A simulação da maré foi diária
durante 2 horas. Em cada aquário foi colocado uma bomba de oxigenação (Figura
21).
(a) (b)
(c) (d)
65
Figura 21 - Montagem do Experimento 2 (fase 2) de biorremediação no Laboratório de Estudos do Petróleo, Salvador-BA: (a) inserção das cápsulas com consórcios imobilizados; (b) simulação do derrame com óleo; (c) inserindo os suportes com as provetas nos aquários; (d) inserindo a tampa no aquário; (e) aquário lacrado e (f) bancada montada
Fonte: a autora
Monitoramento das unidades de simulação: Para o experimento 2 foi realizado: 1)
Monitoramento geoquímico (vide experimento 1); 2) Monitoramento químico (vide
experimento 1); 3) Monitoramento microbiológico que consiste em: a) avaliação
quantitativa de bactérias e fungos; 4) monitoramento dos parâmetros físico-químicos
(vide experimento 1). Estas medidas foram diárias durante 3 meses. Os parâmetros
foram mensurados após 2 horas de simulação. Para simulação da maré (alta e
baixa) foi desenvolvido um sistema, onde os aquários foram alimentados com água
do estuário contida em galões. A simulação da “maré alta” consistiu na abertura das
torneiras contidas nos galões a uma pequena vazão. Após chegar ao limite da
(a) (b)
(c) (d)
(e) (f)
66
unidade de simulação, as bombas de oxigenação foram ligadas durante duas horas.
Posteriormente foi simulada a “maré baixa” que consistiu na abertura das torneiras a
uma pequena vazão, devolvendo a água para o galão (Figura 22).
Figura 22 - Sistema desenvolvido para simulação da maré no experimento 2 de biorremediação no Laboratório de Estudos do Petróleo, Salvador-BA: (a) sistema com galões alimentando os aquários, simulando a maré alta; (b) simulação da descida da maré
Fonte: a autora
Coleta das amostras: As amostras de sedimento e água foram coletadas com
intervalo de 1, 8, 15, 30, 45, 60, 75 e 90 dias (quadro 3).
(a) (b)
67
Quadro 3 - Análises realizadas ao longo do experimento 2 no Laboratório de Estudos do Petróleo (LEPETRO) e no Laboratório de Biotecnologia e Quimica dos Microrganismos (LBQM) da Universidade Federal da Bahia (UFBA)
Em cada intervalo de tempo foram retiradas 3 provetas com sedimentos.
Essas amostras foram homogeneizadas em recipientes (tipo “quentinhas” de
alumínio) e separadas em frações, para as determinações descritas no Quadro 3. As
amostras de sedimento foram acondicionadas em recipientes de vidro e as amostras
de água foram acondicionas em frascos de polietileno do tipo âmbar devidamente
etiquetados (Figura 23).
Intervalo de
tempo
Análises realizadas no
Sedimento
1º dia
Compostos inorgânicos (nitrogênio total, fósforo,
metais e carbono orgânico); compostos
orgânicos; e microbiologia (fungos e bactérias).
8º dia Compostos inorgânicos (nitrogênio total,
fósforo); compostos orgânicos.
15º dia Compostos Inorgânicos (nitrogênio total,
fósforo); compostos orgânicos.
30º dia
Compostos inorgânicos (nitrogênio total,
fósforo); compostos orgânicos; e microbiologia
(fungos e bactérias).
45º dia Compostos inorgânicos (nitrogênio total,
fósforo); compostos orgânicos.
60º dia
Compostos inorgânicos (nitrogênio total fósforo);
compostos orgânicos; e microbiologia (fungos e
bactérias).
75º dia Compostos inorgânicos (nitrogênio total,
fósforo); compostos orgânicos.
90º dia
Compostos inorgânicos (nitrogênio total fósforo);
compostos orgânicos; granulometria; e
microbiologia (fungos e bactérias).
68
Figura 23 - Coleta das amostras de sedimento no experimento 2 de Biorremediação montado no Laboratório de Estudos do Petróleo, Salvador -BA: (a) aquários na capela de fluxo laminar; (b) retirada das provetas; (c) homogeneização das amostras e (d) acondicionamento das amostras
Fonte: a autora
IV. 4.1.4 Experimento 3 (Biorreatores)
Montagem do experimento: Foram construídos protótipos de biorreatores de
imersão temporária, utilizando frascos de vidro, filtros de ar e interligados por tubos
flexíveis (Figura 24). Foi colocado em cada frasco 500g de sedimento + 3% do óleo
da bacia do Recôncavo + consórcio fúngicos imobilizado 1. Maiores detalhes sobre o
protótipo de biorreatores construído foram preservados e brevemente serão
publicados em forma de patente.
(a) (b)
(c) (d)
69
Figura 24 - Esquema do protótipo de biorreator de imersão temporária desenvolvido para o experimento 3 de biorremediação montado no Laboratório de Estudos do Petróleo (LEPETRO), Salvador-BA
Fonte: a autora
Foram utilizados dois biorreatores para incubação dos fungos estudados e um
biorreator como controle sem fungos (Figura 25 e 26).
Figura 25 - Esquema do protótipo de biorreator de imersão temporária desenvolvido para o experimento 3 de biorremediação montado no Laboratório de Estudos do Petróleo (LEPETRO), Salvador-BA
Fonte: a autora
70
Figura 26 - Montagem do Experimento 3 de biorremediação montado em biorreatores no Laboratório de Estudos do Petróleo (LEPETRO), Salvador-BA: (a) biorreatores com água do estuário e com sedimento esterilizado; (b) cápsulas com consórcios imobilizados; (c) simulando o derrame com óleo; (d) vista superior do biorreator e (e) protótipo montado
Fonte: a autora
Simulação do experimento: a simulação da maré nos protótipos de biorreator foi
realizada semanalmente (Figura 27).
(a) (b)
(c) (d)
(e)
71
Figura 27 – Fotografia do protótipo de biorreator de imersão temporária: (a) biorreator na fase de maré alta e (b) biorreator na fase de maré baixa.
Fonte: a autora
Retirada de amostras: As amostras de sedimento foram coletadas nos intervalo de
30, 60 e 90 dias. Em cada coleta foram retiradas 100g de sedimento. Essa amostra
foi homogeneizada em um recipiente de inox e separada em frações para
determinações dos seguintes analitos: granulometria (Figura 28), compostos
orgânicos, compostos inorgânicos, contagem de fungos e bactérias (Quadro 4).
Figura 28 - Coleta das amostras para determinações analíticas no Laboratório de Estudos de Petróleo (LEPETRO) da Universidade Federal da Bahia (UFBA)
Fonte: a autora
(a) (b)
72
Quadro 4 - Análises realizadas ao longo do Experimento 3 no Laboratório de Estudos de Petróleo (LEPETRO) da Universidade Federal da Bahia (UFBA)
Monitoramento dos biorreatores: Para o experimento 3 foi realizado: 1)
Monitoramento geoquímico (vide experimento 1); 2) Monitoramento químico (vide
experimento 1); e 3) Monitoramento microbiológico (vide experimento 2).
Intervalo de
Tempo
Análises realizadas no
Sedimento
1º dia Compostos Inorgânicos (nitrogênio total,
fósforo); compostos orgânicos; microbiologia
(fungos e bactérias).
30º dia Compostos Inorgânicos (nitrogênio total e
fósforo,); compostos orgânicos; microbiologia
(fungos e bactérias).
60º dia Compostos Inorgânicos (nitrogênio total e
fósforo); compostos orgânicos; microbiologia
(fungos e bactérias).
90º dia Compostos Inorgânicos (nitrogênio total e
fósforo); compostos orgânicos; microbiologia
(fungos e bactérias).
73
IV. 4.2 TRABALHOS DE LABORATÓRIO
As amostras de sedimento foram encaminhadas para o Laboratório de
Estudos de Petróleo (LEPETRO) do Núcleo de Estudos Ambientais (NEA) do
Instituto de Geociências (IGEO) da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e
laboratórios específicos para análises de: Toxicologia (Laboratório de Cultivo e
Ecotoxicologia (LACE) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e
Microbiologia (Laboratório de Química dos Microrganismos (LBQM) do Instituto de
Química (IQ) da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Essas análises foram
realizadas no contexto dos Experimentos 1, 2 e 3.
IV. 4.2.1 Investigação da área
Nas amostras coletadas para investigação da área foram realizadas análises
físicas e geoquímicas (Quadro 5 e 6).
Quadro 5 – Análises físicas realizadas na investigação da área no Laboratório de Estudos de Petróleo (LEPETRO) da Universidade Federal da Bahia (UFBA)
Procedimento Metodologia
Granulometria
Foi utilizado um analisador de partículas com difração a Laser Modelo Cilas
1064 e a classificação foi feita segundo Folk e Ward (1957), usando software
estatístico
Liofilização
As amostras foram liofilizadas em um Liofilizador L101 da marca LIOTOP
com a finalidade de retirar toda umidade
74
Quadro 6 - Análises geoquímicas realizadas na investigação da área no Laboratório de Estudos de Petróleo (LEPETRO) da Universidade Federal da Bahia (UFBA)
Procedimento Metodologia
Determinação de fósforo em sedimento Foi utilizado método de Grasshoff (2009), com algumas
adaptações.
Determinação de nitrogênio total em sedimento Foi determinado de acordo com Método de Kjeldahl por via
úmida (EMBRAPA, 1989).
Determinação de matéria organica Foi determinado pelo método do dicromato (WALKEY-BLACK,
2009).
Determinação do perfil cromatográfico do
extrato total, mediante GC/FID
Foi determinado pela metodologia adaptada da indústria do
petróleo conhecida como “whole oil” ou fingerprint, usando
cromatografia gasosa com detector de ionização de chama. A
análise tem sido validada no LEPETRO/UFBA, usando uma
coluna capilar DB1-MS, de 15m*0,25mm*0,25μm. O gás de
arrastre é o He, com uma taxa de aquecimento de 10ºC/min
desde 40ºC até 300ºC, no modo splitless e volume de injeção
de 2μL. A temperatura do injetor é de 250ºC.
Extração sólido/líquido, tipo soxhlet
Foi determinada pela metodologia adaptada da indústria do
petróleo e validada no LEPETRO/UFBA. Trata-se de um
sistema tipo soxhlet com capacidade de até 25g de amostra,
usando no máximo 80mL de solvente extrator. O tempo da
análise vai depender da quantidade de material solúvel,
presente na amostra.
IV. 4.2.2 Experimento 1 (Isolamento e seleção dos microrganismos)
Nas amostras coletadas no experimento 1 foram realizadas análises físicas,
microbiológicas e geoquímicas (Quadro 7, 8, 9 e 10).
Quadro 7 - Análises físicas realizadas no experimento 1 no Laboratório de Estudos de Petróleo (LEPETRO) da Universidade Federal da Bahia (UFBA)
Procedimento Metodologia
Granulometria Vide Quadro 5.
Liofilização Vide Quadro 5.
Desagregação e peneiramento Macerada, desagregada e peneirada em malha de 2mm.
75
Quadro 8 - Análises geoquímicas realizadas no experimento 1 no Laboratório de Estudos de Petróleo (LEPETRO) da Universidade Federal da Bahia (UFBA)
Procedimento Metodologia
Determinação de fósforo em sedimento Vide Quadro 6.
Determinação de nitrogênio total em sedimento Vide Quadro 6.
Determinação de matéria organica Vide Quadro 6.
Fracionamento do óleo Vide protocolo nº 1 e 2 (Apêndice A).
Determinação de Hidrocarbonetos Saturados e
Aromáticos e compostos NSO (Resinas +
Asfaltenos) em sedimento, mediante
cromatografia líquida em coluna aberta
Foi detreminada pela metodologia adaptada da indústria do
petróleo e validada no LEPETRO/UFBA, no qual se usa sílica
como fase estacionária, e como fase móvel: n-hexano para
eluir os hidrocarbonetos saturados; mistura 4:1 n-
hexano:diclorometano, para os hidrocarbonetos aromáticos e,
mistura 4:1 de diclorometano:metanol, para os compostos
NOS
Determinação do perfil de n-parafinas de nC8 até
nC40 e isoprenóides (pristano e fitano), mediante
GC/FID
Vide Quadro 6.
Extração sólido/líquido, tipo soxhlet Vide Quadro 6.
Quadro 9 - Análises biológicas realizadas no experimento 1 no Laboratório Ao Laboratório de Cultivo e Ecotoxicologia (LACE) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
Procedimento Metodologia
Toxicologia
Testes de toxicidade letal e sub-letal serão empregados
usando o copépodo Tisbe biminiensis
76
Quadro 10 - Análises microbiológicas realizadas no experimento 1 no Laboratório de Estudos de Petróleo (LEPETRO) e Laboratório de Biotecnologia e Quimica dos Microrganismos (LBQM) da Universidade Federal da Bahia (UFBA)
Procedimento Metodologia
Contagem de bactérias
A contagem foi baseada na metodologia de microgotas
(DA SILVA, 2011).
Contagem e isolamento de fungos
A metodologia para contagem e isolamento dos fungos
filamentosos foi através da técnica de diluição e
revestimento (GERBA; PEPPER, 2004).
Seleção de fungos degradadores
A metodologia utilizada para selecionar os fungos foi a da
técnica que consiste na utilização do indicador redox 2,6
diclorofenol-indofenol (DCPIP). Vide protocolo nº 3 e 4
(Apêndice A).
Teste de antagonismo
A metodologia consiste em colocar os fungos isolados
para crescerem juntos e observar sua ecologia. Vide
protocolo nº 11 (Apêndice A).
Formação de consórcios fúngicos
Os consórcios foram formados a partir da junção dos
principais degradadores de saturados, aromáticos e
NSO. Vide protocolo nº 6 (Apêndice A).
Contagem de esporos
Método quantitativo realizado com auxilio de uma
Câmara de Neubauer. Vide protocolo nº 10 (Apêndice A).
Crescimento radial
Metodologia baseada no acompanhamento do
crescimento do fungo através da velocidade de
crescimento radial. Vide protocolo nº 5 (Apêndice A).
Imobilização de fungos
A imobilização dos fungos foi realizada com auxilio de
polimeros naturais.
Microcultivo
Foi realizado pela técnica de Ridell (1950). Vide protocolo
nº 9 (Apêndice A).
IV. 4.2.3 Experimento 2 (aplicação em condições laboratoriais)
Nas amostras coletadas no experimento 2 foram realizadas análises físicas,
microbiológicas e geoquímicas (vide o quadro 5, 6, 8 e 10).
IV. 4.2.4 Experimento 3 (Biorreatores)
As determinações e análises realizadas no experimento 3 seguiram as
mesmas metodologias desenvolvidas no experimento 2 e 3. Foram realizadas
análises físicas, microbiológicas e geoquímicas (Quadros 5, 6 e 8).
77
CAPÍTULO V - RESULTADOS E
DISCUSSÕES
78
V. 5.0. ANÁLISES DAS AMOSTRAS PARA INVESTIGAÇÃO DA ÁREA DE
AMOSTRAGEM
Para comprovar que o sedimento da área de amostragem selecionada estava
isento de hidrocarbonetos de petróleo e que apresentava condições ambientais
favoráveis para o desenvolvimento dos experimentos de biorremediação, foram
coletadas três amostras de sedimento (Vide pag. 55), para os quais foram obtidos
resultados de análises geoquímicas, químicas e físicas.
Os resultados geoquímicos (cromatografia) para as três amostras coletadas
se encontram ilustrados na Figura 29. Os extratos obtidos após extração por soxhlet
foram analisados por CG/FID.
Através da observação de perfis cromatográficos é possível identificar
hidrocarbonetos em amostras de óleo bruto, de óleo biodegradável, amostras
ambientais, como sedimentos, com diferentes concentrações, composições e
natureza. Os compostos analisados incluem alcanos normais (nC8-nC40),
isoprenóides, HPAs (hidrocarbonetos policíclicos aromáticos) e os seus homólogos
alquilados, e biomarcadores triterpanos e esteranos (WANG et al., 1995).
Inicialmente foi injetada uma solução padrão de hidrocarbonetos, com
concentração de 2 μL/L, que consiste dos compostos C8 até C40 (Figura 29a). A
partir dos tempos de retenção fornecidos pelo padrão e dos espectros de massa
característicos dos hidrocarbonetos, foi possível identificar a ausência dos
compostos nas amostras.
Os três perfis cromatográficos (Figuras 29b, c e d) das amostras coletadas no
ponto 1, 2 e 3 demonstram, portanto, que o sedimento analisado possivelmente se
encontra limpo, onde se pode observar a ausência dos n-alcanos de baixo, médio e
alta massa molecular, quando comparados com o perfil do cromatograma padrão
(Figura 29a). Contudo, os picos que podem ser visualizados nos cromatogramas
correspondem aos picos do solvente.
79
Figura 29 - Cromatogramas das amostras coletadas no ponto 1, 2 e 3 do manguezal do estuário do rio São Paulo
Quadro verde corresponde aos picos dos solventes
Os resultados das análises químicas e físicas mostraram que os parâmetros
não limitariam as atividades de degradação em experimentos de biorremediação
(ATLAS, 1989; LIMA, 2010). Os valores dos parâmetros do sedimento obtidos foram
os seguintes:
Granulometria – Areia grossa: 7,9%; Areia média: 20,2%, Areia fina:
21,1%; Areia muito fina: 18,2%; Silte: 27,9%; Argila: 4,3%
nitrogênio total – 0,10%
fósforo – 63,0 mg/kg
(COT) carbono orgânico total - 1,57%
Padrão
Ponto 1
Ponto 2
Ponto 3
5 10 15 20 25 30 35 Minutes -74 0
100 200 300 400 500 600 700
mVolts
5 10 15 20 25 30 35 Minutes -78 0
100 200 300 400 500 600 700 800
mVolts
5 10 15 20 25 30 35 Minutes 0
100 200 300 400 500 600 700
mVolt
s
Tempo (mim)
5
10
15
20
25
30
35 Minutes
- 13
0
25
50
75
100
125
Tempo (mim)
mVolts c8 – c40
In
tensid
ade
Inte
nsid
ade
Intensid
ade
Tempo (mim)
Tempo (mim)
In
tensid
ade
80
pH - 7,17
total fungos - 1,85 x 105 ufc/mL
total de bactérias – 0,3 x 105 ufc/mL
Segundo Muteca (2012), teor de nutrientes, concentração de oxigênio,
temperatura, pH, teor de umidade, concentração e composição dos contaminantes,
dentre outros podem limitar a atividade microbiana durante o processo de
biorremediação. A etapa de caracterização do sedimento e ajuste dos parâmetros
mencionados é essencial para que o processo de biorremediação escolhido e a
técnica como um todo sejam executados com sucesso (MROZIK; SEGET, 2009).
V. 5.1. ANÁLISES DAS FRAÇÕES DOS ÓLEOS (BACIA DO RECÔNCAVO E BACIA DE CAMPOS)
Para o desenvolvimento dos experimentos de biorremediação foi realizado o
fracionamento de dois tipos de óleo, o óleo da bacia do Recôncavo e o óleo da bacia
de Campos, através do método de cromatografia a vácuo (LIMA et al., 2012). Os
resultados das amostras dos óleos e dos extratos obtidos após o fracionamento
foram analisados por CG/FID (cromatografia gasosa com detector de ionização de
chama), nas mesmas condições descritas no item análises das amostras para
investigação da área. .
Os perfis cromatográficos do óleo da bacia do Recôncavo e das frações
obtidas após o fracionamento, podem ser observados nos cromatogramas da Figura
30. O óleo da bacia de Recôncavo, Figura 30a, possui uma distribuição bimodal das
n-parafinas, que pode ser visualizada nos tempos de retenção entre 8 e 30 minutos,
com maiores abundâncias nos picos (nC14-nC17) e (nC24-nC27). Segundo Ganglione e
Trindade (1988) o óleo da bacia do Recôncavo é classificado como óleo leve (°API
superior a 29,5), do tipo parafínico (>presença de n-alcanos), com baixa proporção
de compostos NSO.
Observando-se as Figuras 30b, 30c e 30d, nota-se que os perfis
cromatográficos são distintos entre si, comprovando que cada fração possui um
perfil característico e diferenciado.
81
Figura 30 – Cromatogramas do fracionamento do óleo da bacia do Recôncavo: (a) perfil do óleo da Bacia do Recôncavo (BR); (b) perfil da fração de saturados do óleo BR; (c) perfil da fração de aromáticos do óleo BR e (d) perfil da fração de NSO do óleo BR (condições de análise vide apêndice A)
(a)
(b)
(c)
(d)
Analisando a Figura 30b pode-se perceber o perfil de um cromatograma típico
de hidrocarbonetos saturados (nC8-nC40), contendo hidrocarbonetos alifáticos
distribuídos ao longo do cromatograma de forma linear. Já a Figura 30b, apresenta o
mVolts
mVolts
mVolts
mVolts
Óleo BR
Saturados BR
Aromáticos BR
NSO BR
Tempo (mim)
Tempo (mim)
Tempo (mim)
Tempo (mim)
In
tensid
ade
Inte
nsid
ade
Inte
nsid
ade
Inte
nsid
ade
82
perfil de um cromatograma de hidrocarbonetos aromáticos, percebe-se uma
distribuição não linear e a presença de UCM, com ápice no tempo de retenção a
partir de 12 minutos. Nesse caso, além dos compostos alifáticos, têm-se uma região
de gaussiana com grande quantidade de compostos cíclicos, que podem ser
identificados a partir do espectro de massas.
Segundo Ventura (2008) em óleos, mais de 250.000 compostos não são
identificados pela cromatografia (conhecido como UCM), que indica uma enorme
quantidade de informações geoquímicas não exploradas.
No cromatograma da Figura 30c não há uma região onde se perceba
exclusivamente a eluição de compostos cíclicos. Entretanto, percebe-se que os
componentes são hidrocarbonetos mais pesados. O perfil da Figura 30d, expressa o
cromatograma dos compostos polares (NSO), que podem ser visualizados a partir
dos 16 minutos, do tempo de retenção. Essa é a fração que possui compostos mais
pesados, fato que pode ser justificado devido ao seu alto intervalo de ponto de
ebulição (450-500ºC). Assim, a GC/FID não foi suficiente para fazer uma
caracterização mais detalhada de seus constituintes.
Os perfis cromatográficos do óleo da bacia de Campos e as frações obtidas
após o fracionamento, podem ser observado no cromatograma da Figura 31. O óleo
da bacia de Campos é classificado como um óleo do tipo médio (°API < 29) com
grande quantidade de hidrocarbonetos aromáticos e compostos NSO.
O óleo da bacia de Campos (Figura 31a) possui uma distribuição bimodal das
n-parafinas, com maiores abundâncias nos picos (nC13-nC17) que podem ser
visualizados entre 3 e 28 minutos do tempo de retenção. Observando-se as Figuras
31b, 31c e 31d, nota-se a distinção entre os perfis cromatográficos. Isso comprova
que cada fração possui um perfil característico e diferenciado. Analisando-se a
Figura 31a pode-se perceber o perfil de um cromatograma típico dos
hidrocarbonetos saturados (nC8-nC40), contendo hidrocarbonetos alifáticos
distribuídos ao longo do cromatograma (entre 5 e 28 minutos do tempo de retenção).
Já na Figura 30b, perfil de um cromatograma de hidrocarbonetos aromáticos,
percebe-se uma UCM com ápice no tempo de retenção a partir de 10 minutos. Nos
cromatogramas 31c e 31d percebe-se que os componentes são hidrocarbonetos
mais pesados, caracterizados por não apresentarem uma distribuição linear.
83
Figura 31 – Cromatogramas do fracionamento do óleo da bacia de Campos: (a) perfil do óleo da bacia de Campos (BC); (b) perfil da fração de saturados do óleo BC; (c) perfil da fração de aromáticos do óleo BC e (d) perfil da fração de NSO do óleo BC. (condições de análise vide apêndice A)
(a)
(b)
(c)
(d)
Ponto 3
mVolts
mVolts
mVolts
mVolts
Óleo BC
Tempo (mim)
Tempo (mim)
Tempo (mim)
Tempo (mim)
Saturados BC
Aromáticos BC
NSO BC
In
tensid
ade
Inte
nsid
ade
Inte
nsid
ade
Inte
nsid
ade
84
V. 5.2. EXPERIMENTO 1 - ISOLAMENTO E SELEÇÃO DOS MICRORGANISMOS
Para obtenção de microrganismos degradadores do petróleo o sedimento
utilizado no experimento 1 foi contaminado com as frações (saturados, aromáticos e
NSO) do óleo da bacia do Recôncavo (condições experimentais vide pag. 57). Para
o experimento 1 foram obtidos resultados diferenciados em relação ao
monitoramento geoquímico, físico-químico, químico e microbiológico nos tempos 0 e
30 dias.
V. 5.2.1. Monitoramento geoquímico
Na Figura 32 pode-se observar os perfis cromatográficos dos extratos de
amostras de sedimento das unidades de simulação Controle (REF01), contaminados
com fração de saturados (SAT02), aromáticos (ARO03) e NSO (NSO04), coletadas
no tempo 0 e com 30 dias de experimento. A Figura 32a corresponde ao perfil da
amostra controle (referência), correspondente ao perfil da matéria orgânica natural
encontrada no sedimento de manguezal. Na Figura 32b é possível observar o perfil
de um cromatograma típico de hidrocarbonetos saturados (nC8 - nC40). Ao longo de
30 dias, os compostos saturados diminuíram. Isso não pode ser observado nos
demais cromatogramas, por se tratar de frações mais complexas, onde a
degradação provavelmente foi mais lenta (Figura 32c e 32d). A diminuição dos
compostos saturados pode ser observada através da altura dos picos (Figura 32b) e
não está necessariamente associada ao processo de biodegradação, já que esses
compostos são leves, tendo uma cadeia molecular linear e fácil de quebrar (ATLAS,
1981). Essa diminuição pode também estar associada aos processos intempéricos
(mudança de temperatura, evaporação etc.).
Os resultados são apresentados em cromatogramas onde se observa a
distribuição das parafinas e outros compostos (Figura 32 b, c e d). Geralmente os
cromatogramas apresentam picos predominantes, representando as cadeias
lineares, e picos menores, relacionados às cadeias ramificadas, cíclicas e
compostos aromáticos e compostos NSO (GROB; GROB,1981; AQUINO NETO;
NUNES, 2003), o que pode ser visualizado nos cromatogramas b, c e d. Contudo,
através da análise de cromatogramas pode-se inferir o nível de degradação dos
85
compostos encontrados em áreas impactadas por petróleo e seus derivados
(AQUINO NETO; NUNES, 2003).
Figura 32 - Cromatogramas dos extratos das unidades de simulação no tempo 0 e no tempo 30: (a) Controle (REF01); (b) saturados(SAT); (c) Aromáticos (ARO03) e (d) NSO (NSO04). Frações do óleo da bacia do Recôncavo
TEMPO 0 TEMPO 30
REF 01
SAT 02
ARO 03
NSO 04
Intensid
ade
(a)
(b)
(c)
(d)
Intensid
ade
Intensid
ade
Intensid
ade
Intensid
ade
Intensid
ade
Intensid
ade
Intensid
ade
Tempo (mim) Tempo (mim)
Tempo (mim) Tempo (mim)
Tempo (mim) Tempo (mim)
Tempo (mim) Tempo (mim)
86
V. 5.2.2. Monitoramento físico-químico e químico
As transformações microbianas, os caminhos dos produtos de biodegradação
e a persistência dos compostos dependem principalmente dos fatores físico-
químicos do ambiente onde os microrganismos se encontram, provocando grande
impacto na população (SUTHERSAN, 1998). As características físico-químicas
determinam a acessibilidade dos compostos pelos microrganismos (LIMA et al.,
2011).
Durante o experimento 1 os valores para temperatura da água, mensurados
nas unidades de simulação, variaram entre 26,2 e 28,7ºC (Tabela 1). Na Tabela 1
pode-se observar que no T30 houve um aumento da temperatura, o que não
interfere no crescimento dos microrganismos e consequentemente na
biodegradação (ATLAS, 1981). Koning (2002) relata que temperaturas mais altas, a
princípio, são as mais vantajosas para o processo de degradação, já que a
solubilidade dos contaminantes e a biodisponibilidade dos compostos orgânicos
aumentam, facilitando o processo de degradação.
Autores relatam que com o aumento da temperatura há o aumento do
metabolismo microbiano e que a atividade enzimática apresenta um melhor
metabolismo para os hidrocarbonetos a uma temperatura máxima de 30-40ºC
(BOSSERT; BARTHA, 1984; LEAHY; COLWELL, 1990).
Tabela 1 - Tabela com a indicação dos valores de temperatura (Temp.), pH, oxigênio dissolvido (O.D.), salinidade (SAL.) e EH ao longo do experimento 1 mensurados nas unidades de simulação (REF01, SAT02, ARO02 e NSO04) no tempo 0 (T0) e após 30 dias (T30)
Os valores de pH apresentam-se compatíveis para águas estuarinas,
variando entre 6,83 e 7,64 (Tabela 1). A maior parte dos microrganismos toleram
valores de pH na faixa de 5 a 9, e preferencialmente funciona na faixa de 6,5 a 7,5
T0
T30
T0
T30
T0
T30
T0
T30
T0
T30 Unidades de simulação TEMP.(°C) TEMP.(°C) pH pH O.D.(%) O.D.(%) SAL. SAL. EH (mV) EH (mV)
REF 01 26,2 28,2 7,17 6,83 92 82 36 39 25,3 28,7
SAT 02 26,2 28,2 7,47 7,23 96 99 36 39 32,6 26,4
ARO 03 26,7 28,7 7,64 7,39 85 98 37 39 44 29,9
NSO 04 26,4 28,4 7,05 7,35 83 100 37 38 37,9 34,2
87
(SINGH, 2006). Os valores encontrados para o pH no experimento 1, portanto,
estiveram dentro dos padrões de tolerância para o crescimento dos microrganismos.
Segundo Vallejo et al. (2005) a maioria dos microrganismos desenvolve-se
melhor com pH 7,0, por isso a importância do ajuste e a manutenção desse
parâmetro durante o processo de biorremediação.
O potencial redox (EH) mede o estado de oxidação controlando a direção do
equilíbrio químico e consequentemente a redução ou oxidação do contaminante.
Este, por sua vez controla os compostos que o contaminante pode formar e a
relativa solubilidade destes no meio ambiente (HAZEN, 2010). Os valores de EH
apresentam condições oxidante, variando entre 25,3 e 44 mV (Tabela 1). O potencial
redox é condição limitante para aceleração do processo de biodegradação, o que
limita a atividade metabólica microbiana influenciando a sua atividade enzimática
(SUTHERSAN, 1999). Segundo ERD (1998), valores positivos de EH indicam
condições ótimas para a biodegradação de compostos orgânicos.
Os valores para salinidade variaram entre 36 e 39 (Tabela 1). A salinidade se
comportou de forma adequada para o desenvolvimento dos microrganismos típicos
do manguezal segundo Singh (2006); Lima (2010). A presença de sais pode retardar
ou inibir a biodegradação. Existem microrganismos, como os fungos, que se
adaptam a condições de alta salinidade, sendo fundamental a acessibilidade dos
contaminantes para os microrganismos (SINGH, 2006).
Outro fator determinante e limitante do metabolismo microbiano é a falta de
oxigênio. Nas reações de biorremediação a depleção do o oxigênio dissolvido (O.D.)
é um fator impeditivo e fator decisivo para iniciar e sustentar a biodegradação
(CHAYABUTRA; JU, 2000).
O O.D. ao longo do experimento variou entre 82% e 100% (Tabela 1). A
utilização da bomba de oxigenação teve como principal objetivo aerar e acelerar o
processo de biodegradação. A disponibilidade de oxigênio é crucial para a
biorremediação rápida, a biodegradação de hidrocarbonetos é essencialmente um
processo aeróbio sendo a limitação de oxigênio um problema potencial em um
ambiente (ZHU et al., 2004).
Todos os parâmetros físico–químicos se encontraram dentro dos padrões
necessários para o crescimento microbiano.
Dibble e Bartha (1972) indicam que concentrações de nitrogênio e fósforo
severamente limitam a extensão da degradação de hidrocarbonetos e que a adição
88
de nitrogênio e fósforo pode ser usada para estimular degradação microbiana de
hidrocarbonetos.
Segundo Vallejo et al. (2005) podem ser encontrados valores baixos de
fósforo ao longo do experimento pelo fato dos microrganismos o consumirem
rapidamente no inicio da biodegradação. Esse fato pode ser observado nesse
experimento nas unidades de simulação ARO03 e NSO04. Nas unidades de
simulação REF01 e SAT02 pode ser observado um aumento na concentração de
fósforo. Os valores de fósforo variaram de 59,30 (mínimo) e 138,58 (máximo) mg/kg
(Figura 33).
Figura 33 - Gráfico com variação dos teores de fósforo nas unidades de simulação no 1º e 30º dia de experimento
Os valores de nitrogênio total variaram de 0,08% (mínimo) e 0,12% (máximo).
Na Figura 34 pode ser observado um aumento desse nutriente após 30 dias de
experimento.
Figura 34 - Gráfico com variação dos teores de nitrogênio nas unidades de simulação no 1º e 30º dia de experimento
89
O carbono orgânico (C.O.) constitui o elemento fundamental da matéria
orgânica (M.O.) dos solos, uma vez que essa M.O. é composta por cerca de 60% de
C.O., enquanto os demais elementos perfazem o restante. Quando uma molécula do
óleo chega ao solo, ela pode sofrer os processos de degradação e sorção, e os
resultados desses dois processos podem ser: a absorção da molécula pelas plantas,
a lixiviação da molécula para camadas subsuperficiais do solo (SILVA, 2009).
Em todas as unidades de simulação ocorreu uma diminuição de CO% após 30
dias de experimento (Figura 35). As concentrações em % variaram entre 1,23
(mínimo) e 1,57 (máximo).
Figura 35 - Gráfico com variação dos teores de CO% nas unidades de simulação no 1º e 30º día de experimento
Com a finalidade de analisar a integração dos dados obtidos com o
monitoramento físico-químico e químico, foi realizado tratamento estatístico
utilizando a análise de componentes principais (ACP), como ferramenta.
A análise de componentes principais (ACP) das variáveis fósforo, nitrogênio,
matéria orgânica, temperatura, pH, Eh (mV), salinidade e O.D. em amostras de
sedimento controle (REF 01), contaminados com fração de saturados (SAT 02),
contaminados com fração de aromáticos (ARO 03) e contaminados com NSO (NSO
04) e nos diferentes intervalos de tempo (casos) pode ser explicada pelas duas
primeiras componentes (PC1 e PC2) de acordo com suas composições elementares.
Juntas explicaram 88,15% de variância acumuladas dos dados (Figuras 36a e
36b).
Nessa análise, como o conjunto de dados contém oito variáveis, cada
amostra pode ser imaginada, em termos geométricos, como um ponto localizado
90
num sistema de oito dimensões. Em PC1 (com 57, 16% de variância), as amostras
NT0, NT30, MT0, MT30, PT30, O.D.T0, SAL.T0 e SAL.T30 tendem a localizarem-se
mais à direita do gráfico dos escores, e as amostras EhT0, EhT30, O.D.T30, PT0,
pHT0, pHT30, TEMP.T0 e TEMP.T30 tendem a se localizar mais a esquerda do
gráfico, mostrando que estas estão correlacionadas negativamente. Analogamente
(PC2 com 30,99% de variância), as amostra pHT30,O.D.T30, EhT30, NT0 e NT30
tende a localizar-se na parte superior, enquanto que as demais amostras tendem a
se localizarem na parte inferior. As principais variáveis que explicam a PC1 são:
nitrogênio (NT0 e NT30), matéria orgânica (MT30 e MT0), fósforo (PT30) e oxigênio
dissolvido (O.D. T0). Essa distribuição espacial das variáveis nos eixos da PC 1
versos a PC 2, pode ser melhor visualizada no gráfico de pesos representado na
Figura 36a, a seguir.
Figura 36 - Análise dos Componentes Principais (ACP). Onde: (a) – Variáveis: fósforo, nitrogênio,
matéria orgânica, temperatura, pH, Eh (mV), salinidade e O.D. aos tempos amostrais T0 e T30 e (b) – Casos - amostras de sedimento controle (REF 01), contaminados com fração de saturados (SAT 02), contaminados com fração de aromáticos (ARO 03) e contaminados com NSO (NSO 04). Círculos verdes correspondem as principais variáveis que explicam o PC1
Examinado a Figura 36b que representa o gráfico da PC 1 versos PC 2, pode-
se observar que as amostras foram separadas em três grupos distintos de acordo as
variáveis características de cada unidade de simulação analisada. A primeira
componente (57,16% da informação), pode ser interpretada como um contraste
entre, de um lado, REF01 e SAT02, e, em menor grau, ARO03 e NSO04. REF01 e
SAT02 têm pesos positivos, sendo influenciadas pelas variáveis: NT0, NT30, MT30,
MT0, PT30 e O.D. T0. As unidades de simulação ARO03 e NSO04, apresentaram
MT0
MT30
NT0
NT30
PT0
PT30
TEMP. T0 TEMP.T30
pH T0
pH T30
O.D. T0
O.D. T30
SAL.T0 SAL.T30
Eh (mV) T0
Eh (mV) T30
-1 -0.5 0 0.5 1
PC1 : 57,16%
-1
-0.5
0
0.5
1
PC
2 :
30
,99
%
REF 01
SAT 02
ARO 03
NSO 04
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6
PC1: 57,16%
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
PC
2:
30
,99
%
(a) (b)
1
2
3
91
pesos negativos, uma vez que a unidade ARO03 sofreu influência principalmente da
temperatura no tempo 0 e 30, pelo fósforo no tempo 0 e pelo EH no tempo 0.
Enquanto que a unidade de simulação NSO04 parece ser influenciada pelo EH no
tempo 30. Da mesma forma, a localização do ARO03 e NSO04 no quadrante oposto
de REF01 e SAT02, indica correlações negativas.
V. 5.2.3. Monitoramento biológico
A fim de avaliar a toxicidade das frações do óleo da bacia do Recôncavo, que
foram utilizadas para contaminar sedimentos empregados no experimento 1,
realizaram-se ensaios com o copépodo Tisbe biminiensis.
Os dados de fecundidade total das fêmeas de Tisbe biminiensis, alcançados a
partir da contagem de indivíduos produzidos, estão ilustrados na Figura 37a. No
experimento, a fecundidade apresentou as médias dos tratamentos SAT02, ARO03,
NSO04, inferiores ao controle, mas não foram diferenças estatisticamente
significativas (Figura 37a).
Os dados do bioensaio com o copépodo T. biminiensis no experimento
indicam que a sobrevivência (efeito letal) não variou significativamente entre os
pontos amostrados. As fêmeas expostas aos sedimentos que receberam as frações
do petróleo não exibiram diferenças significativas na sobrevivência no primeiro dia
após o início do experimento (Figura 37b). Segundo a ISO 14669 (1999), nos testes
de toxicidade aguda com copépodos, uma queda na sobrevivência de no máximo
20% no controle é considerada normal, fato que pode ser observado no presente
experimento onde a diferença alcança 2% (Figura 37).
De acordo com os dados obtidos no experimento 1, a quantidade (cerca de
1%) de fração utilizada para contaminar o sedimento, não propiciou efeito letal.
As comunidades bentônicas se mostram afetadas quando expostas a grandes
taxas de poluentes. No entanto, esses tipos de estudo são muito dispendiosos e
demandam muito tempo (NASCIMENTO et al., 1998). Contudo, o uso de espécies
sensíveis, em testes com amostras de substrato, é um fator de avaliação relevante,
o qual pode fornecer informações mais favoráveis (U.S. EPA, 2001).
92
Figura 37. Médias da fecundidade total expressa em indivíduos produzidos (a) e da sobrevivência (b) da espécie Tisbe biminiensis quando exposta aos sedimentos, contaminados com frações do óleo da bacia do Recôncavo, da área do estuário do Rio São Paulo e controle (Maracaípe-PE )
V. 5.2.4. Monitoramento microbiológico
Com a finalidade de observar o crescimento microbiano nas unidades de
simulação durante o período de experimento, o monitoramento microbiológico foi
realizado através da contagem das unidades formadoras de colônia (UFCs), os
quais foram realizadas nas amostras de sedimento controle (REF01) e
contaminadas com as frações (SAT02, ARO03 e NSO04), tanto para bactérias,
como para fungos. Segundo Bisognin (2012), a técnica considera que cada colônia
tenha sido gerada a partir de uma célula individual, ou conjuntos de células.
As análises de contagem de bactérias e fungos (UFCs) são de suma
importância para processos de biorremediação, por exemplo, para se ajustar a
concentração de inóculo, para controle de crescimento relacionado à degradação, a
fim de investigar a influência dos hidrocarbonetos sobre os microrganismos.
(a) (b)
93
V.5.2.4.1 Quantificação de bactérias e fungos
No gráfico de linhas (Figura 38a e 38b), pode-se observar a quantidade de
UFCs em amostras controle (sem adição de hidrocarbonetos), amostras
contaminadas com hidrocarbonetos saturados (SAT 02), amostras contaminadas
com hidrocarbonetos aromáticos (ARO 03), e amostras contaminadas com NSO
(NSO 04), nos dois intervalos de tempo (T0 e T30).
Na Figura 38a pode-se observar que nas amostras controle, o número de
células viáveis (UFC) para fungos, se manteve inalterado após 30 dias de
experimento. Contrariamente ao que aconteceu para UFCs de bactérias, onde
houve um aumento no número de células após 30 dias de experimento. Isso pode
ser justificado pelas unidades de simulação se tratarem de sistemas abertos, o que
possivelmente pode ter permitido o aparecimento de bactérias.
Nas amostras SAT 02 ocorreu um aumento de células ao longo de 30 dias
somente em relação aos fungos. Isso pode ser atribuído à fonte de carbono
utilizada, uma vez que os n-alcanos correspondem a compostos mais fáceis de
serem quebrados, devido a sua estrutura molecular linear, o que possivelmente
facilitou o crescimento dos fungos ao longo de 30 dias. Para bactérias, não foi
possível observar modificação ao longo do experimento. Em contrapartida, as
amostras ARO 03 tiveram um aumento de células tanto para bactérias como para
fungos, sendo que o aumento foi maior para células de bactérias.
Figura 38 - Gráfico de linhas para número de células viáveis (UFCs x 105) em amostras de sedimento controle (REF01) e contaminados com frações do óleo da bacia do Recôncavo (SAT02, ARO03 e NSO04): (a) UFCs de fungos no T0 e T30, e (b) UFCs de bactérias no T0 e T30
FT 0
FT30REF 01 SAT 02 ARO 03 NSO 04
-5
0
5
10
15
20
25
30
35
BT0
BT30REF 01 SAT 02 ARO 03 NSO 04
-0,5
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
(a) (b)
94
Para as amostras NSO 04 o número de células viáveis de bactérias teve uma
diminuição ao longo de 30 dias de experimento, ao contrário do número de células
de fungos, que teve um leve aumento. Isso pode ser justificado pela toxicidade dos
compostos polares sobre os microrganismos (ATLAS, 1981).
V. 5.2.4.2 Isolamento dos fungos
Um total de 19 isolados fúngicos foram encontrados nas amostras da unidade
de simulação REF01, sendo 14 deles isolados no T0 e cinco no T30. O que já era
esperado em virtude dos resultados de UFCs discutidos anteriormente.
Na unidade de simulação contaminada com a fração de saturados (SAT02)
foram isolados 15 fungos (4 no T0 e 11 no T30). Também foram obtidos 19 isolados
fúngicos nas unidades de simulação contaminadas com fração de aromáticos
(ARO03) e com fração de compostos polares (NSO04), sendo que na ARO03 foram
isolados 7 no T0 e 12 no T30 (Figura 39). Foram obtidos, portanto, um total de 72
isolados fúngicos.
Figura 39 – Gráfico de barras para quantidade dos fungos isolados em amostras de sedimento do Estuário do rio São Paulo, Candeias- BA coletadas em cada unidade de simulação (REF01, SAT02, ARO03 e NSO04) no T0 e T30
95
O isolamento permitiu a visualização de várias colônias que começaram a
aparecer com aproximadamente 2 dias de incubação. A partir dessas colônias,
foram isoladas todas aquelas que apresentavam características morfológicas
visualmente distintas, como: cor, forma e textura, visando obter uma maior
diversidade de espécies.
Fungos filamentosos são agentes transformadores eficazes, face a sua
habilidade em degradar uma ampla diversidade de substâncias orgânicas,
comumente encontradas nos efluentes gerados pelas refinarias e indústrias. Por
assimilarem tais substâncias como fonte de carbono e/ou de energia, os
microrganismos vêm se apresentando como poderosa alternativa aos métodos
convencionais de tratamento, sendo cada vez mais empregados na resolução de
problemas ambientais (URURAHY, 1998). Mais de setenta gêneros microbianos,
capazes de utilizar hidrocarbonetos como fonte de carbono, foram relatados
(ATLAS, 1986). Algumas pesquisas vem sendo desenvolvidas, objetivando estimular
a atividade da microflora local que utiliza o hidrocarboneto como fonte de carbono
(HART, 1996), ou introduzir linhagens potencialmente ativas de microrganismos que
degradam hidrocarbonetos no local poluído (BADDOCK et al., 1997).
Como o petróleo, quimicamente, é considerado uma mistura complexa de
hidrocarbonetos diferentes e substâncias relacionadas, que contêm átomos de
carbono, hidrogênio, oxigênio, nitrogênio, enxofre e traços de metais pesados
(IRWIN et al., 1999; CONCEIÇÃO, et al., 2005) o isolamento de 53 fungos em
amostras de sedimento de manguezal contaminado com as frações do óleo da bacia
do Recôncavo demonstra a capacidade desses fungos em metabolizar substâncias
recalcitrantes. Vale ressaltar que os fungos isolados da unidade de simulação
controle (REF01) não foram descartados, todos foram testados quanto à sua
capacidade degradadora.
De acordo com Leahy e Colwell (1990), os gêneros de fungos filamentosos
mais encontrados, tanto em ambientes terrestres como em marinhos, são
Aspergillus e Penicillium, também relatados como os mais eficientes na degradação
de hidrocarbonetos (JUHASZ; NAIDU, 2000).
Um dos primeiros estudos de biorremediação por fungos relatou que os
gêneros Aspergillus, Cephalosporium, Penicillium e Cunninghamella foram isolados
de ambiente estuarino e capazes de utilizar o petróleo como fonte exclusiva de
carbono e energia (CERNIGLIA; PERRY, 1973). Na pesquisa de Lemos e Araújo
96
(2002), foi realizada a identificação de fungos filamentosos com capacidade de
degradação, isolados a partir de solo contaminado por petróleo. Os microrganismos
analisados que apresentaram capacidade de degradação de hidrocarbonetos foram
agrupados em quatro gêneros (Aspergillus, Penicillium, Paecilomyces e Fusarium).
Os isolados fúngicos foram codificados de acordo com cada unidade de
simulação. Os códigos são compostos de uma letra e uma numeração. A letra
corresponde a unidade de simulação ao qual foi isolado (Tabela 2). A letra R é
referente a unidade de simulação referência (controle), a letra S a unidade de
simulação saturados (SAT02), a letra A corresponde a unidade de simulação
aromáticos (ARO03) e a letra N corresponde a unidade de simulação para resinas e
asfaltenos (NSO04). A numeração utilizada seguiu com a sequência de obtenção
dos isolados. Para os resultados e discussões subsequentes serão utilizados esses
códigos.
Tabela 2 - Códigos dos fungos isolados em cada unidade de simulação do experimento 1
Referência Saturados Aromáticos NOS
R1, R2, R8, R13, R14, R15, R15R, R16, R23, R24, R25, R26, R27, R28, R30, R31, R32, R33
S34, S35, S36, S37, S38, S39, S40, S41, S43, S45, S48, S49, S52, S53, S54
A61, A62, A63, A64, A73, A74, A74R, A75, A76, A77, A79, A79R, A81, A81R, A82, A80, A83, A84
N82, N87, N88, N89, N89R, N91, N94, N96, N97, N99, N99R, N100, N101, N102, N103, N104, N105, N106, N107
V. 5.2.4.3 Seleção dos fungos
Com o intuito de avaliar a potencialidade da eficiência fúngica em degradar
compostos do petróleo, os 72 fungos isolados foram submetidos ao teste qualitativo
baseado na oxidação biológica, evidenciado através da descoloração do meio de
cultivo contendo o Indicador redox 2,6 diclorofenol-indofenol (DCPIP) (HANSON et
al., 1993), e relacionado com a potencialidade de degradar o petróleo.
Essa técnica segue o princípio de que esse indicador consiste na verificação de
ocorrência de oxidação biológica dos hidrocarbonetos, no meio de cultura onde o
DCPIP atua como o aceptor de elétrons no processo de oxidação (GOMES, 2004).
Foram realizados dois tipos de testes oxidativos, um em placas multipoços e
outro em frascos pequenos, tipo vials (com agitação e temperatura controlada). A
97
mudança do indicador ocorreu em tempos diferentes para cada isolado, variando
entre 12h e 48h. Os isolados foram testados com as frações de dois tipos de óleos,
da bacia do Recôncavo e da bacia de Campos. Os fungos isolados nas unidades de
simulação controle (REF01) foram testados com as três frações do óleo (saturados,
aromáticos e NSO).
Seleção nº1: Teste de Oxidação em placas multipoços
No teste de seleção de fungos com potencialidade para degradar as frações
do óleo da bacia do Recôncavo (saturados, aromáticos e NSO) em placa multipoços
foram testados 72 isolados de fungos filamentosos. A leitura do teste foi realizada
com 24hs e 48hs. Quando a fração de saturados foi utilizada como fonte de carbono,
dois dos fungos filamentosos (R13 e S45) testados descoloriram o meio de cultivo
com até 24 horas, após a adição do indicador DCPIP, sendo que o R13 descoloriu
cerca de 25% e o S45 cerca de 50%. Quando utilizada a fração de aromáticos
somente um fungo descoloriu (R1) cerca de 50% com 24 horas após adição do
indicador. Em relação a fração de NSO a linhagem R31 oxidou cerca de 50% com
24 horas após adição do DCPIP, como pode ser visualizado no gráfico da Figura 40.
Souza (2005) testou 23 linhagens de fungos filamentosos com potencialidade
para degradar os petroderivados, diesel, gasolina, querosene e bunker, onde, 4%
(1/23),4 % (1/23), 23% (6/23), e 13% (3/23) dos fungos filamentosos descoloriram o
meio de cultivo com até 24 horas, após a adição do indicador DCPIP, quando
utilizado como fonte de carbono os petroderivados citados acima, respectivamente.
Quando utilizada a fração de aromáticos o R2 e A75 oxidaram cerca de 50%;
o R26, R1, R16, A76 e A81 oxidaram cerca de 75%; e R11, R33, A83, A79, A79R,
A63, A61, A84 e A62 descoloriram cerca de 100% (Figura 40b).
Em relação a fração de NSO o R13, N89 e N106 oxidaram cerca de 50%, o
N108 e N96 oxidaram cerca de 75%; e R14, R32, R26, R33, R15, R16, N85, R11,
R31, N101, N102 e N82 descoloriram cerca de 100% (Figura 40c).
Os isolados R8, R24, R23, R14, R25, R1, R15, R32, R27, R28, R30, S48,
S49, S43, S37, S34, A74, A74R, A73, A77, A82, A64, A78, N97, N91, N105, N99R,
N89, N107, N99, N100, N87, N104, N88 e N103, não apresentaram nenhuma
98
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
R2
R25
R14
R32
R23
R24
R8
R26
R33
R15
R16
N85
R11
R13
R28
R30
R31
N91
N97
N106
N108
N105
N101
N99R
N89
N102
N82
N107
N99
N96
N87
N100
N104
N88
N89
N103
OX
IDA
ÇÃ
O(%
)
ISOLADOS
Fração de NSO
24hs
48hs
atividade oxidativa em relação aos testes com frações do óleo da bacia do
Recôncavo (Figura 40).
Figura 40 – Gráfico evidenciando os fungos testados quanto a sua oxidação para o óleo da bacia do Recôncavo: (a) teste com fração de saturados; (b) teste com fração de aromáticos e (c) teste com a fração de NSO
Com 48 horas após a adição do DCPIP, 19 isolados descoloriram o meio de
cultivo quando utilizada a fração de saturados, sendo que R2, R32, R26, R28, R30,
(a)
(b)
(c)
99
R31, S45 descoloriram cerca de 50%; e R16, R27, R11, R33, R13, S41, S53, S52,
S38, S36, S39 e S40 descoloriram 100% do meio de cultivo (Figura 41).
Figura 41 – Ilustração mudança de cor do indicador após 48hs para dois fungos testados quanto a sua oxidação para o óleo da Bacia do Recôncavo. (a) tempo 0 e (b) após 48hs
Fonte: a autora
Miranda (2007) testou 23 cepas, e apenas duas descoloriram completamente
o meio de cultura após 16 e 24 horas de incubação a 30°C. As outras cepas
descoloriram o meio de cultura após períodos de 48 h (8%) e 72h (84%).
Vale ressaltar que foram obtidos 34 isolados com capacidade oxidativa de
100% após 48hs. Para esse teste de seleção foi utilizado 25 µL de suspensão
fúngica e foi realizada a contagem de números de esporos contidas nas
suspensões. O número de esporos está expresso em UFC 105 e pode ser observado
na Tabela 3.
Com esse dados foi possível constatar que a potencialidade em oxidar
compostos orgânicos não está atrelada à quantidade de esporos produzidos pelos
isolados. Comparações entre os dados da Tabela 3 com a Figura 40 permite que se
observe que alguns isolados produzem poucos esporos e são capazes de oxidar
cerca de 100% do meio de cultivo. Como exemplo, o fungo A79 produz 1,0 x 105 de
esporos e oxida cerca de 100% de compostos aromáticos. Em contrapartida, o fungo
A63 que produz 310,5 x 105 de esporos, também oxida 100% do mesmo composto.
CN S41 S53 S52 CN S41 S53 S52
(a) (b)
100
Tabela 3 - Valores quantitativos da solução de esporos utilizados no teste de oxidação para óleo da bacia do Recôncavo
Foi possível observar que entre os isolados fúngicos testados, quatro foram
capazes de descolorir o meio de cultivo, após a adição do indicador DCPIP, quando
testados com as três frações. Na Figura 42 é possível observar que os isolados
fúngicos R16, R11 e R33 oxidaram 100% quando testados com as três frações. O
R26 também foi potencial, com grau de oxidação superior para a fração de NSO.
Figura 42 – Gráfico com fungos selecionados capazes de degradar as três frações presentes no óleo da bacia do Recôncavo
Para o óleo da bacia de Campos foi realizado o mesmo teste com os isolados
fúngicos. Quando a fração de saturados foi utilizada como fonte de carbono, um dos
fungos filamentosos (R33) testado descoloriu completamente o meio de cultivo com
até 24 horas, após a adição do indicador DCPIP. Na presença da fração de
SAT Esporos (UFC105)
ARO Esporos (UFC105)
NSO Esporos (UFC105)
R2 83,75 R2 83,75 R14 44,00
R32 1,25 R26 29,00 R32 1,25
R26 29,00 R1 2,50 R26 29,00
R16 269,5 R16 269,50 R33 0,00
R27 50,00 R11 169,00 R15 8,25
R11 169,00 R33 0,00 R16 269,50
R33 0,00 A83 250,00 R11 169,00
R13 25,75 A 79 1,00 R13 25,75
R28 0,00 A 79R 1,00 R31 5,25
R30 153,5 A63 310,5 N94 1,50
R31 0,00 A80 121,5 N101 57,75
S45 47,00 A76 14,75 N102 104,25
S41 44,25 A61 324,00 N82 0,00
S53 193,00 A84 89,50 N96 0,75
S52 86,50 A62 6,00 N89 56,00
S38 175,50 A81 45,25 N85 0,00
S36 134,25 A75 94,50 N106 286,25
S39 31,00 - - - -
S40 6,00 - - - -
0
101
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
R2
R25
R14
R32
R23
R24
R8
R26
R33
R15
R16
R11
R13
R28
R30
R31
N108
N105
N101
N99R
N89
N102
N82
N107
N99
N96
N87
N100
N104
N88
N89
N103
N91
N97
N106
N85
Oxid
ação
(%)
Isolados
Fração de NSO
24hs
48hs
aromáticos, os fungos R32, R16, R27, A83, A64, A61, A84, A62, A81 e A75
descoloriram cerca de 50 a 75%, com 24 horas após adição do indicador. Em
relação a fração de NSO os isolados R33, R30 e N108 oxidaram cerca de 50 a 75%
com 24 horas após adição do DCPIP, como pode ser visualizado no gráfico da
Figura 43.
Figura 43 - Gráfico evidenciando os fungos testados quanto a sua oxidação para o óleo da Bacia de Campos
(a)
(b)
(c)
102
De acordo com os resultados obtidos por Souza et al. (2005), 90% das cepas
isoladas apresentaram potencialidade para degradar a gasolina. A adaptação é a
principal consequência para o aumento na capacidade de biodegradação de
hidrocarbonetos. Isso ocorre com algumas populações de microrganismos locais, em
ambientes poluídos por derivados de petróleo (SPAIN et al., 1980).
Com 48 horas após adição do DCPIP, 22 isolados descoloriram o meio de
cultivo, quando utilizada a fração de saturados, sendo que R2, R8, R23, R32, R26,
R11, S39, S40, S37 descoloriram cerca de 75%; e R16, R13, R30, R27, R33, S38,
S43, S36, S34, S41, S53 e S52 descoloriram 100% do meio de cultivo (Figura 43a).
Quando utilizada a fração de aromáticos R25, A84, A75 e A62 oxidaram cerca
de 50%; R8, R14, R16, A83, A81, A61 e A64 oxidaram cerca de 75% e R2, R32,
R27, R11, A77, A79 e A79R descoloriram cerca de 100% (Figura 43b).
Em relação a fração de NOS R13, R30, R31 e N89 oxidaram cerca de 50%;
R15, N101, N99R e N88 oxidaram cerca de 75%; e R2, R25, R14, R32, R8, R26,
R33, R11, R16, N108, N82, N96, N87, N100, N104, N89, N103, N85 e N99
descoloriram cerca de 100% (Figura 43c).
Os isolados R24, R23, R14, R25, R1, R15, S48, S49, A74, A74R, A73, A77,
A82, A61, A76, A78 N91, N97, N106, N107, N102 e N105 não apresentaram teste
positivo para oxidação das frações do óleo da bacia do Recôncavo.
Para os testes com o óleo da bacia de Campos também foi utilizado 25 µL de
suspensão fúngica, onde foi realizada a contagem de números de esporos contidos
nas suspensões que podem ser observadas na Tabela 4.
Mais uma vez foi possível observar que a potencialidade em oxidar
compostos orgânicos não está vinculada a quantidade de esporos produzidos pelos
fungos isolados. Em observação dos dados da Tabela 4 e comparando com a
Figura 43 foi possível observar que alguns fungos produzem muitos esporos e
oxidam cerca de 50 a 100% do meio de cultivo. Como exemplo, o fungo R16 produz
269,5 x 105 de esporos e oxida cerca de 100% de compostos saturados; em
contrapartida o fungo S43 que produz 4,25 x 105 de esporos também oxida 100% do
mesmo composto.
103
Tabela 4 - Valores quantitativos de esporos utilizados no teste de oxidação para frações do óleo da bacia de Campos
Para os testes com a bacia de Campos também foi possível observar isolados
fúngicos capazes de descolorir o meio de cultivo, após a adição do indicador
DCPIP, quando testadas as três frações. Os isolados R2, R8, R16, R27, R11 e R33
apresentaram capacidade oxidativa quando testados com as três frações, sendo que
o R27 e R33 são os mais potenciais e descoloriram o meio cerca de 100% (Figura
44). Com os testes realizados com os fungos isolados das amostras controle
(REF01) foi possível selecionar fungos potenciais para o processo de degradação
dos compostos orgânicos.
Figura 44 – Gráfico com fungos selecionados capazes de degradar as três frações presentes no óleo da bacia de Campos
SAT Esporos (UFC105)
ARO Esporos (UFC105)
NSO Esporos (UFC105)
R2 83,75 R2 83,75 R2 83,75 R8 56,75 R8 56,75 R25 26,50 R23 39,25 R14 44,00 R14 44,00 R32 1,25 R25 26,50 R32 1,25 R26 29,00 R32 1,25 R8 56,75 R1 2,50 R33 0,00 R26 29,00 R16 269,5 R16 269,50 R33 0,00 R27 50,00 R27 50,00 R15 8,25 R11 169,00 R11 169,00 R16 269,5 R33 0,00 A83 250,00 R11 169,00 R13 25,75 A77 0,00 R13 25,75 R30 153,5 A 79 1,00 R30 153,50 S38 175,50 A 79R 1,00 R31 5,25 S43 4,25 A63 310,50 N94 1,50 S36 134,25 A64 61,25 N101 57,75 S39 31,00 A61 324,00 N99R 124,75 S40 6,00 A84 89,50 N82 0,00 S37 282,75 A62 6,00 N99 0,00 S34 5,00 A81 45,25 N96 0,75 S45 47,00 A75 94,50 N87 51,25 S41 44,25 - - N100 1,00 S53 193,00 - - N104 11,75 S52 86,50 - - N88 8,50
- - - - N89 56,00
- - - - N103 133,75
104
Seleção nº2: Teste de oxidação com aclimatização
Todos os isolados selecionados no teste de oxidação utilizando a placa
multipoços (seleção n°1) passaram por uma segunda seleção utilizando também o
indicador DCPIP, sendo que o princípio deste método se baseia na agitação por
12hs para aclimatização dos isolados com a temperatura controlada (30°C) e
posteriormente a adição do indicador. Outra diferença entre os testes é que a leitura
se faz com 12hs e 24hs.
No teste de oxidação com as frações do óleo da bacia do Recôncavo;
realizado para cada isolado, e em duplicata, foi observado que 17 dos 19 isolados
no teste anterior, apresentaram capacidade de degradar a fração de saturados após
12hs, sendo que quatro (R2, R16, R28 e S38) oxidaram cerca de 50%; três (R27,
R31 e R33) descoloriram cerca de 25%; quatro (R11, R30, S45 e S53) oxidaram
cerca de 75%; e seis (R32, R26, S36, S39, S40 e S41) oxidaram 100% nas primeira
12hs (Figura 45a).
Com capacidade para degradar a fração de aromáticos após 12hs, 15 dos 16
isolados apresentaram capacidade de oxidar, sendo que dois (A76 e A62) oxidaram
cerca de 50%; sete (R2, R26, R1, A79, A79R, A63 e A80) descoloriram cerca de
25%; três (R11, A83, e A61) oxidaram cerca de 75%; e três (A84, A81 e A75)
oxidaram 100% nas primeira 12hs (Figura 45b).
Em relação ao isolados testados com a fração de NSO 14, dos 16 isolados,
apresentaram capacidade de oxidar, sendo que quatro (R26, N85, N82 e A96)
oxidaram cerca de 50%; um (N108) descoloriu cerca de 25%; nove (R14, R15, R16,
R11, R13, R31, N101, N102 e N89) oxidaram cerca de 75%; e nenhum fungo
apresentou a capacidade de oxidar 100% nas primeira 12hs (Figura 45c).
105
Figura 45 - Gráfico mostrando os fungos testados quanto a sua oxidação para óleo da bacia do Recôncavo
Destaque em vermelho dos selecionados
A descoloração completa ocorreu após 24hs contendo os isolados R27, R11,
R30 e R53, quando testados para fração de saturados (Figura 46). Para a fração de
aromáticos e de NSO, quatro isolados descoloriram 100% após 24hs.
(a)
(b)
(c)
106
Figura 46 – ilustração mudança de cor do indicador após 24hs para dois fungos testados quanto a sua oxidação para Óleo da Bacia do Recôncavo. (a) teste com a linhagem R33 e (b) teste com a linhagem S52
Fonte: a autora
Somente os isolados fúngicos que oxidaram de 50% a 100% foram
selecionados como os mais promissores para degradar compostos orgânicos do
petróleo, como pode ser observado em destaque na Figura 46a, b e c. Todavia,
deve-se levar em consideração que os mesmos têm potencial degradador, uma vez
que foram isolados de um meio contendo óleo como única fonte de carbono, embora
tenham se mostrado menos acelerados quanto ao início da oxidação biológica,
quando comparados aos isolados selecionados (BROWN; BRADDOCK, 1990;
HANSON et al., 1993; CATTERALL 1999; GOMES, 2004).
No teste de oxidação com as frações do óleo da bacia de Campos, realizado
para cada linhagem, e em duplicata, foi observado que 19 dos 23 isolados no teste
anterior apresentaram capacidade de degradar a fração de saturados após 12hs,
sendo que três (R16, S38, S37 e S34) oxidaram cerca de 50%; três (R2, R27e R11)
descoloriram cerca de 25%; sete (R1, R33, R30, S43, S39, S52 e S53) oxidaram
cerca de 75%; e três (R8, S36 e S45) oxidaram 100% nas primeiras 12hs,
mostrando sua capacidade de adaptação a fonte de carbono (Figura 47a).
R33 R33
Controle Controle
S52 R52
107
Figura 47 - Gráfico mostrando os fungos testados quanto a sua oxidação para óleo da Bacia de Campos
Destaque em vermelho dos selecionados
São três mecanismos que podem contribuir para a adaptação dos fungos a
fonte de carbono: indução de enzimas específicas, mudanças genéticas que
resultam na aquisição de novas atividades metabólicas e enriquecimento seletivo de
(a)
(b)
(c)
108
organismos capazes de transformar os compostos. É essa adaptação que resulta
em um aumento da proporção de degradação dos hidrocarbonetos (LEAHY;
COLWELL, 1990; SOUZA et al., 2005)
Com capacidade para degradar a fração de aromáticos após 12hs, treze dos
vinte isolados apresentaram capacidade de oxidar, sendo que dois (R11 e A83)
oxidaram cerca de 50%; sete (R2, R8, R27, R11 (Figura 48a), A77 (Figura 48b), A61
e A84) descoloriram cerca de 25%; dois (A62, e A81) oxidaram cerca de 75%; e dois
(A64 e A75) oxidaram 100% nas primeira 12hs (Figura 47b).
Figura 48 – Ilustração mudança de cor do indicador após 24hs para dois fungos testados quanto a sua oxidação para óleo da Bacia do Recôncavo. (a) teste com a linhagem R11 e (b) teste com a linhagem A77
Fonte: a autora
Em relação ao isolados testados com a fração de NOS, 23 25 isolados
apresentaram capacidade de oxidar, sendo que cinco (R14, R8, N103, N82 e N96)
oxidaram cerca de 50%; seis (R2, R26, R16, R31, N85 e N100) descoloriram cerca
de 25%; seis (R15, R11, R13, N101, N99 e N88) oxidaram cerca de 75%; e três
(N99R, N87 e N104) apresentaram a capacidade de oxidar 100% nas primeiras 12hs
(Figura 47c).
A descoloração completa ocorreu após 24hs, contendo os isolados R26, R30,
S38 S39, S40, S37, S34 e S53 quando testados para fração de saturados (Figura
47a). Para fração de aromáticos três (A63, A84 e A64), e para fração de NSO sete
isolados (R33, R15, R11, R30, N82, N99 e N89) descoloriram 100% após 24hs
(Figura 47b e c).
Controle R11 A77 A77
Controle
(a) (b)
109
Foram selecionados somente os fungos com capacidade oxidativa de 50% a
100%, como os mais promissores para degradar compostos orgânicos do óleo da
bacia de Campos, como pode ser observados em destaque na Figura 47a, b e c.
V. 5.2.4.4 Seleção nº3: Crescimento Radial
Outra forma de selecionar os fungos com potencialidade em degradar os
compostos orgânicos do óleo da bacia do Recôncavo e da bacia de Campos foi
através do acompanhamento da velocidade do crescimento radial. O
acompanhamento foi durante cinco dias e os fungos foram incubados a 30ºC com o
intuito de observar a potencialidade dos fungos isolados em crescer na presença e
na ausência da fonte de carbono, e classificá- los quanto ao seu tipo de crescimento
(lento, moderado e rápido) em relação ao tempo.
Foram testados dois tipos de meio (1-BDA e 2-Sabouraud) em duas
condições (com e sem fração do óleo), sendo que por motivos logísticos só foi
acompanhado o crescimento radial dos fungos cultivados com a fração no meio
1(BDA). O meio Sabouraud e BDA são meios de cultivo amplamente mencionados
na literatura como hábeis na seleção e cultivo de diferentes fungos filamentosos
(RODRIGUES, 2009; BARBOSA et al., 2010; ROVEDA; HEMKEMEIER; COLLA,
2010; SCHUBER et al., 2012).
Vale ressaltar que a classificação dos isolados quanto ao tipo de crescimento
foi baseada nos estudos realizados por Suzin (1989) onde o crescimento radial foi
classificado como: crescimento muito rápido = entre 7 a 8 cm; Crescimento rápido =
4 cm; crescimento moderadamente rápido = entre 3 a 4 cm; crescimento moderado
= 2,5 cm e crescimento lento = <2,5 cm, em 7 dias de incubação. A classificação dos
fungos do presente estudo foi obtidas após cálculos da velocidade de crescimento
radial com base na classificação citada anteriormente, sendo que só foram levados
em conta os resultados de VCR na presença das frações do óleo da bacia do
Recôncavo.
Os resultados da velocidade de crescimento radial dos isolados [(VCR (cm.d -
1)], após cinco dias de incubação, estão demonstrados na Tabela 5, assim como sua
classificação. O isolado R2 apresentou o maior crescimento após cinco dias de
110
incubação nos dois tipos de meio e também quando foi adicionado dois tipos de
fonte de carbono (saturados e aromáticos). Esse fungo pode ser considerado como
de crescimento rápido. Os fungos R16, S52, A84, N102 e N82 apresentaram
crescimento rápido quando adicionada a fonte de carbono. Enquanto que o fungo
N106 não cresceu quando cultivados nos meios 1 e 2. Entretanto, foi possível
observar que a grande maioria dos fungos isolados apresentam crescimento lento
na presença da fonte de carbono do óleo da bacia do Recôncavo (Tabela 5).
Tabela 5 - Velocidades de crescimento radial em diferentes meios (BDA, Saboraud), e com as frações as do óleo da bacia do Recôncavo (Saturados, Aromáticos e NSO). Destaque em vermelho – maiores velocidades. Destaque em verde – maiores velocidades com adição das frações do óleo da bacia do Recôncavo
VCR (cm.d -1)
TIPO DE FRAÇÃO
LINHAGEM MEIO 1 MEIO 2 MEIO 1+ FRAÇÃO Classificação*
Sa
tura
do
s
R2 3,99 4,14 3,55 Crescimento rápido R32 1,23 1,33 0,70 Crescimento lento R26 0,79 1,46 0,69 Crescimento lento R16 0,90 1,02 3,72 Crescimento rápido R27 0,94 1,47 1,32 Crescimento moderado R11 0,44 2,00 0,87 Crescimento lento R13 0,68 3,72 0,39 Crescimento lento R28 0,39 0,75 0,75 Crescimento lento R30 0,75 0,75 0,75 Crescimento lento R31 0,99 0,99 0,99 Crescimento lento
R33 1,15 1,05 2,20 Crescimento moderado S38 0,80 0,93 1,27 Crescimento moderado S36 1,59 1,04 0,90 Crescimento lento S39 1,01 0,66 0,85 Crescimento lento S40 1,25 2,09 1,11 Crescimento moderado S45 1,43 2,00 0,75 Crescimento lento S41 0,81 0,84 0,68 Crescimento lento S53 0,73 1,97 1,08 Crescimento moderado S52 1,31 1,21 3,84 Crescimento rápido
Aro
máti
co
s
R2 3,99 4,14 3,55 Crescimento rápido R16 0,90 1,02 3,72 Crescimento rápido R11 0,44 2,00 0,87 Crescimento lento R33 1,15 1,05 2,20 Crescimento moderado A83 0,66 1,32 0,66 Crescimento lento
A79 0,61 0,05 0,23 Crescimento lento A79R 0,61 0,05 0,92 Crescimento lento A63 0,54 0,53 0,00 Crescimento lento** A80 0,69 0,43 0,99 Crescimento lento A76 0,25 1,38 0,62 Crescimento lento A61 0,32 0,70 0,00 Crescimento lento** A84 0,33 0,38 3,70 Crescimento rápido A62 0,59 1,41 1,11 Crescimento moderado A81 0,90 0,32 0,99 Crescimento lento A75 0,12 0,69 1,35 Crescimento moderado
NS
O
R14 3,97 3,21 3,16 Crescimento rápido R26 0,79 1,46 0,69 Crescimento lento R33 1,15 1,05 2,20 Crescimento moderado R15 0,46 0,46 0,46 Crescimento lento R16 0,90 1,02 3,72 Crescimento rápido R11 0,44 2,00 0,87 Crescimento lento R13 0,68 3,72 0,39 Crescimento lento R31 0,99 0,99 0,99 Crescimento lento
N106 0,00 0,00 2,89 Crescimento rápido
N94 0,00 0,00 0,00 Não cresceu N101 1,31 1,41 2,29 Crescimento moderado N102 1,07 1,46 3,55 Crescimento rápido N82 1,07 2,91 3,59 Crescimento rápido N96 2,27 2,43 1,03 Crescimento moderado N89 2,13 3,00 2,41 Crescimento moderado
* Classificação: VCR(cm.d-1)>2,5 = crescimento rápido; 1,0 <VCR(cm.d-1) > 2,5 = crescimento moderado;
VCR(cm.d-1)<1,0 = crescimento lento.
**Foi classificado com base no crescimento no meio 1(BDA) e 2 (Saboraud).
111
No geral, 11 fungos isolados apresentaram crescimento rápido e 12
crescimento moderado, enquanto que 26 apresentaram crescimento lento. Contudo,
esses fungos evidenciaram capacidade de crescimento na presença das fontes de
carbono, podendo, no entanto, serem potenciais na utilização em processos de
biorremediação em ambientes contaminados com esses compostos.
Muitos pesquisadores discutem sobre as diferenças de crescimento radial
entre isolados fúngicos quando submetidos ao crescimento em diferentes meios de
cultura e fontes nutricionais (BOYLE, 1998; MAKI et al., 2001; SILVA et al., 2005; DE
ANDRADE; GRACIOLLI, 2005; ANDRADE et al., 2008). Donini et al. (2005)
observaram em suas pesquisas que há diferenças significativas na interação entre
as linhagens, substratos, meios de cultura e dias de incubação. Contudo a eficiência
da biodegradação por fungos dependerá do tipo de linhagem e suas interações
(ROYSE; SANCHEZVAZQUEZ, 2000; DE ANDRADE et al., 2010).
Estatisticamente analisando, as maiores médias de crescimento radial dos
fungos ocorreram quando os mesmos foram cultivados com o meio 1(BDA) + fração.
Isso pode ser observado no gráfico de box plot da Figura 49. Os fungos cultivados
no meio 1 + fração também apresentaram valores máximos para crescimento. Em
contrapartida, as menores velocidades que apresentaram os valores mínimos foram
os isolados cultivados no meio 1 (BDA).
Figura 49 – Gráfico de box plot para crescimento radial em dois tipos de meio (BDA e Sabouraud), em duas condições (com e sem fração) para as frações (saturados, aromáticos e NSO), do óleo da bacia do Recôncavo
112
Esse fato demonstra que quando adicionadas as frações do óleo da bacia do
Recôncavo, o crescimento radial dos fungos apresentou uma variação maior quanto
a velocidade de crescimento e que a fonte de carbono acelerou o crescimento dos
fungos. Comparando o meio 1 e o meio 2, o que apresentou maiores médias para
velocidade de crescimento foram os fungos cultivados no meio 2 (Sabouraud),
mostrando que os fungos se desenvolvem melhor quando cultivados nesse tipo de
meio.
Os resultados da velocidade crescimento radial dos isolados com potencialidade
para degradar as frações (saturados, aromáticos e NSO) do óleo da bacia de
Campos [VCR (cm.d -1)] após cinco dias de incubação, estão listados na Tabela 6. O
fungo R2 apresentou o maior crescimento após cinco dias de incubação nos dois
tipos de meio e também quando foi adicionada a fonte de carbono (saturados e
NSO). Os fungos R8, R1, R16, S36, S41 (fração de saturados), R8, R14 (fração de
aromáticos) e R15, A82, R1 (fração de NSO), tiveram a velocidade aumentada
quando adicionada a fonte de carbono, classificando esses fungos como de
crescimento rápido. Enquanto que os fungos S43, A63, N88, N99R e N104, não
cresceram na presença da fonte de carbono.
Andrade et al.(2008) em seus estudos ao avaliar o crescimento micelial de duas
linhagens de L. edodes submetidas a dez tipos de meio de cultura, também
observaram que uma linhagem pode obter médias de crescimento micelial
superiores às outras linhagens, em todos os meios de cultura testados.
Contrariamente, o que ocorreu quando utilizada as frações do óleo da bacia do
Recôncavo, os fungos testados com as frações do óleo da bacia de Campos
apresentaram crescimento rápido a moderado em sua grande maioria. Com isso,
foram observadas diferentes taxas de crescimento do fungo em presença das
diferentes frações, indicando que a tolerância do fungo às frações depende da sua
capacidade de adaptação, na qual pesquisadores verificaram que a variação na
tolerância deve-se a um ou mais tipos de mecanismos de resistência (ATLAS, 1981;
SINGH, 2006). Segundo Conceição et al., (2005) o sucesso do processo de
biorremediação depende da resistência do fungo ao composto alvo e às condições
ambientais presentes.
113
Tabela 6 - Velocidades de crescimento radial em diferentes meios (BDA, Saboraud), e com as fração do óleo da bacia de Campos (Saturados, Aromáticos e NSO). Destaque em vermelho – maiores velocidades. Destaque em verde – maiores velocidades com adição das frações
* Classificação: VCR(cm.d-1)>2,5 = crescimento rápido; 1,0 <VCR(cm.d-1) > 2,5 = crescimento moderado;
VCR(cm.d-1)<1,0 = crescimento lento. **Foi classificado com base no crescimento no meio 1 e 2.
No gráfico de box plot ilustrado na Figura 50 pode ser observado que as
maiores médias de crescimento radial dos fungos ocorreram quando cultivados com
o meio 1 + frações do óleo da bacia de Campos. Os fungos cultivados no meio 1 +
fração apresentaram valores máximos para crescimento, enquanto que quando
cultivados no meio 1 apresentaram valores mínimos. No geral, observou-se que
quando adicionada a fonte de carbono, os fungos cresciam mais rapidamente, da
mesma forma que os fungos testados com as frações do óleo da bacia do
Recôncavo.
VCR (cm.d -1)
TIPO DE FRAÇÃO
LINHAGEM MEIO 1 MEIO 2 MEIO 1+ FRAÇÃO Classificação
Sa
tura
do
s
R2 3,99 4,14 3,91 Crescimento rápido R8 0,78 0,48 2,93 Crescimento rápido
R26 0,79 1,46 1,12 Crescimento moderado R1 1,06 1,53 3,12 Crescimento rápido
R16 0,90 1,02 3,81 Crescimento rápido R27 0,94 1,47 1,08 Crescimento moderado R11 0,44 2,00 2,34 Crescimento moderado R13 0,68 3,72 1,12 Crescimento moderado R30 0,75 0,75 1,53 Crescimento moderado R33 1,15 1,05 1,72 Crescimento moderado
S37 1,63 0,48 1,86 Crescimento moderado S34 1,31 1,23 0,84 Crescimento lento S43 1,59 1,04 0,00 Crescimento moderado** S38 0,80 0,93 1,20 Crescimento moderado S36 1,59 1,04 3,58 Crescimento rápido S39 1,01 0,66 2,05 Crescimento moderado S40 1,25 2,09 1,26 Crescimento moderado S45 1,43 2,00 1,66 Crescimento moderado S41 0,81 0,84 3,81 Crescimento rápido S53 0,73 1,97 2,02 Crescimento moderado S52 1,31 1,21 1,12 Crescimento moderado
Aro
máti
co
s
R8 0,78 0,48 3,50 Crescimento rápido R16 0,90 1,02 3,81 Crescimento rápido R11 0,44 2,00 1,57 Crescimento moderado
R14 3,97 3,21 3,16 Crescimento rápido R27 0,94 1,47 2,54 Crescimento rápido R33 1,15 1,05 2,33 Crescimento moderado A83 0,66 1,32 2,57 Crescimento rápido A77 0,68 0,58 2,86 Crescimento rápido A64 0,43 0,51 1,12 Crescimento moderado A63 0,54 0,53 0,00 Crescimento lento** A84 0,33 0,38 0,62 Crescimento lento A62 0,59 1,41 2,64 Crescimento rápido A81 0,90 0,32 1,92 Crescimento moderado A75 0,12 0,69 1,35 Crescimento moderado
R14 3,97 3,21 1,91 Crescimento moderado
NS
O
R32 1,23 1,33 0,70 Crescimento lento R8 0,78 0,78 0,48 Crescimento lento
R26 0,79 1,46 1,63 Crescimento moderado R33 1,15 1,05 2,47 Crescimento moderado R15 0,46 0,46 3,52 Crescimento rápido R16 0,90 1,02 3,68 Crescimento rápido R11 0,44 2,00 0,53 Crescimento lento
R13 0,68 3,72 0,39 Crescimento lento R30 0,75 0,75 0,45 Crescimento lento R31 0,99 0,99 1,38 Crescimento moderado
N101 1,31 1,41 2,29 Crescimento moderado N99R 1,37 0,50 0,00 Crescimento lento** N82 1,07 2,91 3,60 Crescimento rápido N96 2,27 2,43 0,50 Crescimento lento N87 2,36 1,38 0,68 Crescimento lento
N100 1,13 1,03 0,41 Crescimento lento N104 1,20 1,89 0,00 Crescimento moderado** N88 1,59 0,60 0,00 Crescimento lento** N89 2,13 3,00 2,41 Crescimento moderado
N103 1,58 1,90 1,59 Crescimento moderado R2 3,99 4,14 3,76 Crescimento rápido R1 1,06 1,53 3,90 Crescimento rápido
114
Figura 50 – Gráfico de box plot para crescimento radial em dois tipos de meio (BDA e Sabouraud) em duas condições (com e sem fração), para fração de saturados, aromáticos e NSO do óleo da bacia de Campos
A velocidade de crescimento radial (VCR) é o coeficiente angular da reta
obtida da regressão linear dos raios das colônias em função do tempo. Portanto,
quanto maior a inclinação da reta, maior é a velocidade de crescimento radial e
maior o potencial de crescimento do fungo (Figura 51). Mais uma vez, através do
gráfico de regressão pode-se observar que o meio1 + fração intensificou a
velocidade de crescimento dos fungos.
Figura 51 – Gráfico de regressão linear para crescimento radial dos fungos isolados para óleo da bacia do Recôncavo e óleo da bacia de Campos
Valor normal experado X valor observado
MEIO 1
MEIO 2
MEIO 1+ FRAÇÃO-0.5 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5
Observed Value
-2.5
-2
-1.5
-1
-0.5
0
0.5
1
1.5
2
2.5
Exp
ecte
d N
orm
al V
alu
e
Média
Média±SE
Média±SD
MEIO 1
MEIO 2
MEIO 1+ FRAÇÃO
-0.5
0
0.5
1
1.5
2
2.5
3
3.5
4
4.5
115
5.2.4.5 Seleção nº4 Teste de antagonismo
Um dos testes de seleção realizados para formação dos consórcios potenciais
foi o teste de antagonismo in vitro direto, que tem o objetivo de confirmar se
determinado microrganismo tem ação antagônica sobre outro, assim inibindo seu
crescimento. Os testes in vitro apresentam vantagens que possibilitam a análise de
um grande número de microrganismos com ação antagonista, facilitando a
observação das interações antagonistas e ecológicas (MARIANO, 1993).
A interação ecológica entre linhagens fúngicas constitui uma importante
barreira no desempenho da biorremediação. A relação dos microrganismos
inoculados com seus “novos” ambientes bióticos e abióticos, em termos de
sobrevivência, pode ser decisiva para o resultado de qualquer estratégia utilizando o
bioaumento, especialmente quando a matriz é um sedimento ou um solo (VAN
VEEN et al., 1997; EL FANTROUSSI; AGATHOS, 2005).
Os resultados do teste de confrontação direta são apresentados na Figura 52.
Para os fungos isolados e selecionados com potencialidade em degradar fração de
saturados do óleo da bacia do Recôncavo (R11, R16, R26, R2, R28, R30, R32, R33,
S36, S38, S39, S40, S41, S45, S52 e S53) observou-se que 6% dos fungos
apresentaram atividade antagônica. Foram 16 isolados, onde 6% corresponde a
uma única linhagem com ação antagônica. O fungo que apresentou ação antagônica
foi R32. Esse fungo não conseguiu crescer junto com os demais (Figura 53).
O melhor desempenho das culturas mistas (consórcios) utilizadas em
processos de biorremediação depende tanto das relações intra-consórcio e inter-
consórcios dentro da comunidade global, o que responde a respeito das condições
de funcionamento e interação ambiental (HAMER, 1997).
Dos fungos isolados e selecionados com potencialidade para degradar a
fração de aromáticos ( R33, R16, R2, R11, A84, A83, A81, A80, A79R, A76, A75,
A63, A62, A61), cinco (36%) apresentaram ação antagônica (A63, A8, A75, A76 e
A61); e nove (64%) cresceram de forma harmônica. Já para fração de NSO foram
16 isolados (R33, R31, R26, R16, R15, R14, R13, R11, N96, N94, N89, N85, N82,
N106, N102 e N101), onde três (19%) apresentaram ação antagônica (R15, N94,
N85); enquanto que 13 (81%) não apresentaram atividade antagônica entre si.
116
Figura 52 – Teste de antagonismo dos isolados, com potencialidade em degradar frações do óleo da bacia do Recôncavo. (a) isolados da fração de saturados, (b) isolados da fração de aromáticos e (c) isolados da fração de NSO
Duas situações distintas ocorrem quando se envolve culturas mistas, em
processos de biodegradação. Uma ocorre quando envolve o emprego de uma
cultura em que as atividades catabólicas de várias cepas associadas é aproveitada,
a fim de gerar uma via única de degradação completa do poluente; e a outra envolve
o emprego de uma cultura em que as ações catabólicas são diminuídas por cepas
auxiliares associadas (HAMER, 1997).
Os resultados do teste de confrontação direta para as frações do óleo da
bacia de Campos são apresentados na Figura 53. Para os fungos isolados e
selecionados com potencialidade em degradar a fração de saturados (R1,R11, R13,
(a)
(b)
(c)
117
8; 57%
6; 43%
Fração de aromáticos
Fungo com atividadeantagônica
Fungo sem atividadeantagônica
6; 26%
17; 74%
Fração de NSO
Fungo com atividadeantagônica
Fungo sem atividadeantagônica
R16, R2, R26, R27, R30, R33, R8, S34, S36, S37, S38, S39, S40, S41, S43, S45,
S52 e S53), observa-se que 14% dos isolados apresentaram atividade antagônica
(S34, S41 e S45) (Figura 53).
Figura 53 - Teste de antagonismo dos isolados com potencialidade em degradar frações do óleo da bacia de Campos. (a) isolados da fração de saturados, (b) isolados da fração de aromáticos e (c) isolados da fração de NSO
Os fungos isolados e selecionados com potencialidade para degradar a fração
de aromáticos (R8, R33, R27, R16, R14, R11, A84, A83, A81, A77, A75, A64, A63 e
A62), seis (43%) apresentaram ação antagônica e oito (57%) cresceram de forma
3; 14%
18; 86%
Fração de Saturados
Fungo com atividadeantagônica
Fungo sem atividadeantagônica
(a)
(b)
(c)
118
harmônica (Figura 53b). Dos isolados com potencialidade para degradar fração de
NSO, R8, R33, R32, R31, R30, R26, R16, R15, R14, R13, R11, N99R, N99, N96,
N89, N88, N87, N85, N82, N104, N103, N101 e N100), seis (26%) apresentaram
ação antagônica (R15, N101, N85, N87, N99R e N99), enquanto que 17 (74%) não
apresentaram atividade antagônica entre si (Figura 53c).
V. 5.2.4.6 Formação dos consórcios
Dos 68 fungos isolados, 29 fungos compuseram o consórcio da bacia do
Recôncavo como pode ser visualizados na Tabela 7. Foram selecionados para
compor o consórcio os isolados que apresentaram teste de antagonismo negativo,
teste de oxidação entre 50 e 100% e com crescimento radial do tipo lento, médio e
rápido (Tabela 7 e Figura 54).
Um único microrganismo pode ter a capacidade de degradar apenas
determinados compostos do petróleo, mas uma população mista permite um nível
mais elevado de degradação. Além disso, algumas substâncias podem ser
degradadas apenas por co-metabolismo (LI et al., 2007; MARGENSIN et al., 2007).
Os consórcios microbianos podem ser utilizados como inóculos em
tratamentos biológicos, visando a redução de tempo de degradação de resíduos.
São constituídos por uma complexa população de espécies que, em sinergismo, são
potencialmente aplicados na biodegradação de poluentes derivados do petróleo
(COSTA et al., 2007).
Os fungos filamentosos são agentes transformadores eficazes, face à sua
habilidade em degradar ampla gama de substância orgânicas, utilizando-as como
fonte de carbono e energia durante seu crescimento. Devido à complexidade dos
processos metabólicos necessários à degradação do petróleo, apenas consórcios de
microrganismos com diferentes gêneros e espécies conseguem degradar as frações
e derivados desse óleo (TIBURTIUS et al., 2004). Gallego e seus colaboradores
(2007) confirmaram experimentalmente que a biodegradação pelo consórcio de
microrganismos, em especial o consórcio fúngico, apresenta-se como uma poderosa
alternativa biotecnológica, técnica e economicamente viável nos processos de
biodegradação de derivados do petróleo.
119
Testes com consórcios microbianos metabolicamente ativos desempenharam
papel chave na biodegradação de hidrocarboneto. A maior taxa de degradação foi
obtida do dia 49 até o dia 96 do experimento. Durante o experimento de
biorremediação, não foram observadas mudanças significativas nas relações entre
as populações microbianas, provavelmente porque os microrganismos já estavam
aclimatados a fonte de carbono presente no solo (MILIC et al., 2009).
Tabela 7 – Isolados que compuseram o consórcio da bacia do Recôncavo e seus principais resultados
VCR (cm.d -1) MEIO 1
VCR (cm.d -1) MEIO 2
VCR (cm.d -1) MEIO 1+ FRAÇÃO
Oxidação (%) Teste de Antagonismo
R2 3,99 4,14 3,55 50 NEGATIVO
R26 0,79 1,46 0,69 100 NEGATIVO R16 0,9 1,02 3,72 90 NEGATIVO R27 0,94 1,47 1,32 100 NEGATIVO R11 0,44 2 0,87 100 NEGATIVO R28 0,39 0,75 0,75 90 NEGATIVO R30 0,75 0,75 0,75 100 NEGATIVO R31 0,99 0,99 0,99 100 NEGATIVO R33 1,15 1,05 2,2 50 NEGATIVO S38 0,8 0,93 1,27 75 NEGATIVO S36 1,59 1,04 0,9 100 NEGATIVO S39 1,01 0,66 0,85 100 NEGATIVO S40 1,25 2,09 1,11 100 NEGATIVO S45 1,43 2 0,75 75 NEGATIVO S41 0,81 0,84 0,68 100 NEGATIVO S53 0,73 1,97 1,08 100 NEGATIVO
S52 1,31 1,21 3,84 75 NEGATIVO A83 0,66 1,32 0,66 100 NEGATIVO
A79 0,61 0,05 0,23 50 NEGATIVO A79R 0,61 0,05 0,92 50 NEGATIVO A80 0,69 0,43 0,99 100 NEGATIVO A84 0,33 0,38 3,7 100 NEGATIVO
A62 0,59 1,41 1,11 100 NEGATIVO R14 3,97 3,21 3,16 90 NEGATIVO N101 1,31 1,41 2,29 90 NEGATIVO
N102 1,07 1,46 3,55 90 NEGATIVO N82 1,07 2,91 3,59 75 NEGATIVO N96 2,27 2,43 1,03 90 NEGATIVO N89 2,13 3 2,41 100 NEGATIVO
Chaîneau et al. (1999), ao realizarem estudos com o isolamento de
microrganismos degradadores de hidrocarbonetos em solo de agroecossistemas
também identificaram a presença de alguns gêneros de fungos como, Aspergillus,
Penicillium, Cladosporium e Trichoderma, além de outros como Beauveria,
Acremonium e Fusarium.
No presente trabalho não foi realizada a identificação dos fungos
filamentosos, mas através da micrografia dos fungos foi possível sugerir a
identificação de dois gêneros: Aspergillus (R2) e Penicillium (S40) (Figura 55).
Lemos e Araújo (2002) identificaram 60 fungos filamentosos com capacidade
para degradar hidrocarbonetos, os quais foram agrupados em quatro gêneros:
Aspergillus, Penicillium, Paecilomyces e Fusarium. Silva et al. (2009) também
verificaram, em seu estudo, a capacidade que diferentes espécies de Aspergillus e
Verticillium apresentaram para degradar HPAs, tanto de baixa massa molecular (2 e
3 anéis), quanto de alta (de 4 a 7 anéis).
120
Através da micrografia e macrocultivo foi possível observar que dos isolados
alguns são bem semelhantes entre si, a exemplo do R28, S38 e R30, do N101 e
N102 (Figura 54 e 55).
Figura 54 – Micrografia dos isolados crescidos em meio BDA, em lâmina e imagem fotográfica dos mesmos, que compuseram o Consórcio da bacia do Recôncavo. Imagens obtidas por microscopia ótica com aumento de 400x
Micrografia Macrocultivo Micrografia Macrocultivo
R2
R30
R16
R31
R26
R33
R27
S38
R11
S36
R28
S39
S40
S53
Fonte: a autora
121
Figura 55 – Continuação... Micrografia dos isolados fúngicas crescidos em meio BDA, em lâmina e imagem fotográfica dos mesmos, que compuseram o Consórcio da bacia do Recôncavo. Imagens obtidas por microscopia ótica com aumento de 400x
Micrografia Macrocultivo Micrografia Macrocultivo
S45
S52
S41
A83
A79
A84
A80
S40
A62
S45
N101
N102
N82
N89
N96
Fonte: a autora
122
Para formação do consórcio com potencialidade para degradar o óleo da
bacia de Campos, foram levados em conta os mesmos parâmetros utilizados para o
óleo da bacia do Recôncavo: teste de oxidação, crescimento radial e teste de
antagonismo. De 68 isolados, 28 fungos compuseram o consórcio da bacia do
Recôncavo (Tabela 8).
Jacques et al. (2007), relataram que os consórcios de microrganismos
apresentam maior capacidade de utilização de um grande número de
hidrocarbonetos como fonte de carbono, podendo mineralizar completamente esses
compostos por ação metabólica.
Testes com consórcios fúngicos, em um trabalho de biorremediação utilizando
biopilhas, mostraram melhor desempenho em relação a testes com fungos
individuais (BISOGNIN, 2012).
O desenvolvimento de um consórcio dominante, ao invés de uma linhagem
dominante, durante processo de biodegradação, sugere que, em diversas culturas
mistas, interações não ocorrem entre linhagens individuais utilizando substratos
primários, somente na presença de consórcios específicos (HAMER, 1997).
Tabela 8 - Isolados que compuseram o consórcio da bacia do Recôncavo e seus principais resultados
VCR (cm.d -1) MEIO 1
VCR (cm.d -1) MEIO 2
VCR (cm.d -1) MEIO 1+ FRAÇÃO
Oxidação (%) Teste de Antagonismo
R32 1,23 1,33 0,7 75 NEGATIVO R13 0,68 3,72 0,39 90 NEGATIVO R8 0,78 0,48 2,93 100 NEGATIVO S37 1,63 0,48 1,86 100 NEGATIVO A64 0,43 0,51 1,12 100 NEGATIVO N89 2,13 3 2,41 100 NEGATIVO N100 1,13 1,03 0,41 90 NEGATIVO N88 1,59 0,6 - 90 NEGATIVO N103 1,58 1,9 1,59 75 NEGATIVO R26 0,79 1,46 0,69 100 NEGATIVO S53 0,73 1,97 1,08 100 NEGATIVO S38 0,8 0,93 1,27 75 NEGATIVO S36 1,59 1,04 0,9 100 NEGATIVO S39 1,01 0,66 0,85 100 NEGATIVO S40 1,25 2,09 1,11 100 NEGATIVO R30 0,75 0,75 0,75 100 NEGATIVO R2 3,99 4,14 3,55 50 NEGATIVO S52 1,31 1,21 3,84 75 NEGATIVO
R16 0,9 1,02 3,72 90 NEGATIVO
R27 0,94 1,47 1,32 100 NEGATIVO R11 0,44 2 0,87 100 NEGATIVO R33 1,15 1,05 2,2 100 NEGATIVO A84 0,33 0,38 3,7 100 NEGATIVO R14 3,97 3,21 3,16 90 NEGATIVO N82 1,07 2,91 3,59 75 NEGATIVO
R30 0,75 0,75 0,75 100 NEGATIVO
N96 2,27 2,43 1,03 90 NEGATIVO
R31 0,99 0,99 0,99 100 NEGATIVO
Alguns fungos compuseram tanto o consórcio 1 como o consórcio 2, sendo
possível concluir que alguns fungos podem degradar diferentes tipos de óleo, a
exemplo do R2, R33 e N96 (Figura 56 e 57).
123
Vasco et al. (2011) relatam que três espécies de fungos filamentosos foram
encontrados em três campos diferentes, Penicillium chermesinum, Penicillium
indicum e Aspergillus terreus.
Figura 56 - Micrografia e imagem fotográfica dos isolados que compuseram o consórcio da bacia de Campos. Imagens obtidas por microscopia ótica com aumento de 400x
Micrografia Imagem real Micrografia Imagem real
R2
R30
R16
R31
R26
R33
R27
S38
R11
S36
R32
S39
S40
S53
Fonte: a autora
124
Figura 57 – Continuação... Micrografia e imagem fotográfica dos isolados que compôs o Consórcio da bacia de Campos. Imagens obtidas por microscopia ótica com aumento de 400x
Micrografia Imagem real Micrografia Imagem real
R13
S52
R8
N100
*
S37
A84
N82
N103
N96
N89
R14
*Micrografia não mostrada por falta de qualidade
Fonte: a autora
Os fungos, por exemplo, apresentam uma morfologia bastante complexa com
estruturas celulares diferentes em cada etapa do seu ciclo de vida (PRASAD et al.,
2005). Para driblar sua complexidade, a estrutura morfológica desses
microrganismos pode ser imobilizada, para aplicação tanto em escala de laboratório
quanto industrial (KOURKOUTAS et al., 2004; PRASAD et al., 2005).
125
Os dois tipos de consórcio foram encapsulados com polímeros naturais a
base de dois substratos, fibra de coco e folha de manguezal em pó (Figura 58a e
58b). Além de testar a função absortiva da fibra de coco, já cientificamente
comprovada, foi testada o seu desempenho como aditivo (bioestimulados)
nutricional. A folha de manguezal é composta de fósforo e nitrogênio principalmente
nas folhas novas (OLIVEIRA et al., 1996). Sabe-se que através do processo de
degradação esses nutrientes voltam a estar disponíveis para serem consumidos
(OLIVEIRA, 2009). Por isso a aplicação da folha serviu de teste como
bioestimulador do consórcio imobilizado.
Figura 58 – Consórcios fúngicos encapsulados: (a) encapsulados à base de fibra de coco e (b) encapsulados à base de folha de manguezal em pó
Fonte: a autora
A imobilização consiste no confinamento das células em um determinado
espaço, na qual são mantidas suas atividades catalíticas em processos de operação
contínua ou descontínua. Muitos processos industriais utilizam células livres em
suspensão. Entretanto, o uso de microrganismos imobilizados pode permitir um
aumento na produtividade (FREEMAN; LILLY, 1998; COVIZZI et al., 2007).
Como resultado das cápsulas foi possível observar que aquelas a base de
fibra de coco apresentaram uma melhor consistência do que aquelas produzidas
tendo como base a folha de manguezal em pó. Isso pode ser justificado pelo tipo de
polímero utilizado para o encapsulamento, uma vez que para as cápsulas a base de
fibra de coco foi utilizado um único polímero, enquanto que para as cápsulas à base
de folha foi utilizado a mistura de dois polímeros. Maiores detalhes sobre o
(a) (b)
126
encapsulamento dos fungos foram preservados e brevemente serão publicados em
forma de patente.
Quanto a resistência das cápsulas, foi possível observar que aquela a base
de fibra possuiu maior resistência, uma vez que foi manuseada por muito mais
tempo que a cápsula a base de folha. Isso pode ser atribuído à função estruturante
que a fibra de coco apresenta. A característica principal das células imobilizadas
para o uso em processos de biodegradação em sedimentos de manguezais, é a sua
alta resistência à exposição a compostos tóxicos e ambientes hostis (JUNTER;
JOUENNE, 2004).
O encapsulamento teve a finalidade de reduzir a liberação dos esporos de
uma única vez. Além de aumentar a resistência e melhorar a forma de aplicação,
fornece melhor distribuição e uniformização. O processo de fabricação e de
aplicação do encapsulamento visa impedir que os consórcios fúngicos se
desintegrem, promovendo resistência, fornecendo melhor distribuição e
padronização. A fibra de coco em pó age como absorvente do óleo facilitando o
acesso dos fungos à fonte de carbono, além de ter a possibilidade de ser fonte de
nutrientes para o processo de biorremediação. A folha de manguezal em pó
possivelmente agiu como nutriente no processo de biorremediação podendo ser
aditivos potenciais aplicado a sedimentos contaminados por atividades petrolíferas.
Essas cápsulas podem futuramente ser melhoradas para serem aplicadas
diretamente em sedimentos contaminados por atividades petrolíferas.
127
V. 5.3 EXPERIMENTO 2 (APLICAÇÃO EM CONDIÇÕES LABORATORIAIS)
Para o experimento 2 (que consistiu em testar a eficiência dos consórcios em
degradar o óleo da bacia do Recôncavo e bacia de Campos) foram obtidos dados
em relação ao monitoramento geoquímico, físico-químico, químico e microbiológico.
Para todos os resultados obtidos foram obtidas médias entre as unidades de
simulação com o mesmo tratamento. As siglas utilizadas foram as seguintes: C
(controle), CBR (controle da bacia do Recôncavo), CBC (controle da bacia de
Campos ), BRFI (bacia do Recôncavo + fibra de coco + consórcio1), BRFO (bacia do
Recôncavo + folha + consórcio1), BCFI (bacia de Campos + fibra de coco +
consórcio2) e BCFO (bacia de Campos + folha + consórcio2).
V. 5.3.1. Monitoramento geoquímico
Um dos parâmetros mais usados para o monitoramento da biodegradação de
hidrocarbonetos é o do acompanhamento das mudanças no perfil de
hidrocarbonetos totais do petróleo (HTP). Esses compostos são representados
normalmente pelos picos lineares que correspondem aos hidrocarbonetos saturados
e picos não lineares (hidrocarbonetos aromáticos e compostos NSO), registrados em
um cromatograma. Entretanto, quando o óleo se encontra em processo de
biodegradação ocorre uma redução desses compostos, alterando o perfil
cromatográfico.
A biodegradação geralmente provoca mudanças consideráveis nas
propriedades geoquímicas, e por consequência nas propriedades físicas dos óleos
derramados. A taxa e extensão com que esses processos ocorrem, variam para
cada tipo de óleo ou derivado, e são controladas também por condições ambientais
(SOUZA, 2003).
Os cromatogramas das amostras coletadas no T0, T30, T60 e T90 (dias) das
unidades de simulação controle (C), controle do óleo da bacia do Recôncavo (CBR)
e controle do óleo da bacia de Campos (CBC), podem ser verificadas nas Figuras
59, 60 e 61, respectivamente.
128
A Figura 59 mostra o cromatograma da amostra controle, que corresponde ao
sedimento limpo. No tempo zero é possível observar o perfil da matéria orgânica
encontrada no sedimento. Esses picos, que podem ser visualizados nos
cromatogramas, podem ser de carbono de origem pirogênica e biogênica. O carbono
de origem pirogênica é produto da combustão incompleta, abrangendo desde
material orgânico levemente carbonizado até fuligem e carbono pirogênico granítico,
altamente condensado e recalcitrante. Todos os componentes têm um alto conteúdo
de carbono, são quimicamente heterogêneos e predominantemente aromáticos
(MASIELLO, 2004). Essa queima pode ter sido intensificada com a esterilização do
sedimento. Os compostos orgânicos biogênicos resultam dos processos biológicos e
metabólicos dos organismos presentes no sedimentos.
Nos cromatogramas do T30 e T90 alguns picos não são visualizados, os
quais podem ser visualizados nos T0 e T60. Isso indica que o sedimento é
heterogêneo. Mesmo com a homogeneização não foi possível obter uma amostra
padrão para todas unidades de simulação (Figura 59).
O monitoramento geoquímico da degradação dos dois tipos de óleo ao longo
do experimento foi expresso pelas análises cromatográficas em diversos tempos de
amostragem. Os cromatogramas, que podem ser visualizados na Figura 60,
correspondem aos perfis do óleo da bacia do Recôncavo na unidade de simulação
controle (CBR) no T0, T30, T60 e T90. Nesses cromatogramas pode ser visualizada
a distribuição linear dos n-alcanos (nC13 - nC40), perfil típico de óleo dessa bacia. No
perfil representado no cromatograma do T30 pode ser notada a redução dos picos
dos n-alcanos nC17 – nC25 (Figura 60). Essa redução deve estar atribuída a ação
dos processos intempéricos químicos e físicos, já que nessa unidade de simulação
não houve adição de microrganismos. No T60 pode ser observado um aumento nos
picos nC23 – nC29, o que não significa que não está ocorrendo processos de
degradação. Isso pode ser justificado pela quebra de moléculas de maiores massas
moleculares, causando o enriquecimento de hidrocarbonetos com menor massa
molecular. Com 90 dias de experimento houve novamente uma diminuição dos picos
lineares nC14 – nC28, o que evidencia a maior ação dos processos intempéricos sob
os n-alcanos (BAKER; HERSON, 1994).
129
T0 T30 T60 T90
C
5 10 15 20 25 30 35 Minutes
-29
0
mVolts
5 10 15 20 25 30 35 Minutes
-28
0
mVolts
5 10 15 20 25 30 35 Minutes
-29
0
mVolts
5 10 15 20 25 30 35 Minutes
-29
0
mVolts
250
200
150
100
50
250
200
150
100
50
250
200
150
100
50
300
250
200
150
100
50
Figura 59 - Cromatogramas com perfis do sedimento coletados das unidades de simulação controle do experimento de biorremediação em sedimentos do manguezal do estuário do rio São Paulo
Área azul sugere fonte pirolítica e área verde sugere fonte biogênica
Figura 60 - Cromatogramas com perfis do sedimento coletados das unidades de simulação controle do óleo da bacia do Recôncavo do experimento de biorremediação em sedimentos do manguezal do estuário do rio São Paulo
Linha pontilhada – corresponde ao início do processo de degradação. * P-pristano e F-fitano.
In
tensid
ade
Inte
nsid
ade
Tempo (mim)
T0 T30 T60 T90
p
F p
F
F
p p
F
Tempo (mim)
130
Na Figura 61 podem ser observados os perfis cromatográficos do óleo da bacia de Campos no T0, T30, T60 e T90.
Nesses cromatogramas pode ser visualizada a distribuição linear dos n-alcanos (nC13 – nC34), com elevação da linha de base
que corresponde a presença de maior quantidade de hidrocarbonetos aromáticos e compostos NSO, perfil típico do óleo da
bacia de Campos. Ao longo do experimento foi possível notar uma redução expressiva dos picos dos n-alcanos nC13 -nC26
(Figura 61). Assim como ocorreu na unidade CBR, essa redução deve ser atribuída à ação dos processos intempéricos
geoquímicos e físicos, onde esses podem causar mudanças significativas na composição química do óleo estudado (WANG
et al , 1998; YIM et al. , 2011; WANG et al., 2011; WANG et al., 2013).
Figura 61 - Cromatogramas com perfis do sedimento coletados das unidades de simulação controle do óleo da bacia de Campos do experimento de biorremediação em sedimentos do manguezal do estuário do rio São Paulo. Linha pontilhada – corresponde ao início do processo
A perda de n-alcanos foi mais expressiva para o óleo da bacia de Campos do que para o óleo da bacia do Recôncavo.
Esse comportamento já era esperado, uma vez que o óleo BR é mais enriquecido nesta fração, o que levaria maior tempo na
redução desses compostos através da ação dos processos intempéricos.
In
tensid
ade
Tempo (mim)
T0 T30 T60 T90
131
Fato que pode ser atribuído a ação dos processos de intemperismo e
está diretamente relacionado a alguns fatores, tais como a quantidade e tipo de
óleo (EZRA et al , 2000; PRÍNCE et al., 2002; BRADDOCK et al., 2003; WANG
et al., 2013).
Nas unidades de simulação, onde foram adicionados óleo da bacia do
Recôncavo + consórcio 1 + fibra de coco, como aditivo nutricional, pode ser
observado no perfil cromatográfico, que ao longo de 90 dias houve redução dos
picos de n-alcanos e elevação da linha de base reconhecida como UCM
(Figura 62).
Como os microrganismos consomem compostos leves (n-alcanos)
durante progressiva biodegradação, e a redução preferencial dos
hidrocarbonetos saturados pela comunidade microbiana já foi prevista por
vários autores através de simulações laboratoriais e da análise de derrames de
óleo em ambientes costeiros (WANG; BARTHA, 1990; WOLFE et al., 1994;
BLENKINSOPP et al., 1997; ASIF et al., 2009), os resultados verificados neste
experimento já eram esperados.
Entretanto Cooney et al. (1985), relatam que a fração de saturados
apresenta as maiores taxas de degradação, mas isso não é universal, uma vez
que estudos realizados pelos autores mostram que os hidrocabonetos
aromáticos, a exemplo do naftaleno e hexanodecano, podem ser degradados
antes mesmo dos n-alcanos. No presente estudo isso pode ser observado no
cromatograma do tempo T60, onde pode ser visualizado um aumento dos n-
alcanos, fato que pode ser atribuído a degradação de compostos mais
pesados, como aromáticos e NSO. Isso pode ser observado nas três unidades
de simulação (Figura 62).
Metabolicamente, esse aumento dos n-alcanos no T60 pode ser
atribuído à cinética de crescimento dos fungos. Provavelmente os fungos no
T60 estavam em um estágio de maior atividade metabólica onde possivelmente
houve a quebra de hidrocarbonetos aromáticos e compostos NSO, seguido do
enriquecendo de n-alcanos mais leves. No T90 provavelmente os fungos
voltaram a consumir os n-alcanos. Como se tratou de adição de um “pool” de
fungos, é provável que alguns sejam responsáveis por quebrar e não utilizar
como fonte de carbono os hidrocarbonetos (cometabolismo), enquanto outros
consomem os hidrocarbonetos (SINGH, 2006).
132
Figura 62 - Cromatogramas com perfis do sedimento coletados das unidades de simulação do óleo da bacia do Recôncavo + consórcio 1 + fibra de coco, do experimento de biorremediação em sedimentos do manguezal do estuário do rio São Paulo
In
tensid
ade
Tempo (mim)
T0 T30 T60 T90
Redução dos n-alcanos
nC17- nC27
Aumento dos n-alcanos
nC16- nC31
Aumento dos n-alcanos
nC16- nC31
Aumento dos n-alcanos
nC16- nC31
Redução dos n-alcanos
nC17- nC27
133
Nos resultados acima expostos, o fato de vários microrganismos
estarem co-metabolicamente envolvidos no experimento pode estar
relacionado com o consumo de substratos preferenciais por meio de cada um
dos fungos. A habilidade dos microrganismos em consumir n-alcanos como
fonte de carbono está diretamente relacionada a ação de sistema enzimático e
das vias metabólicas especializadas em transformá-los em compostos mais
simples (WENTZEL et al., 2007; ROJO, 2009; FIORAVANTI, 2013).
Na Figura 63 estão dispostos os cromatogramas das unidades de
simulação, onde foram adicionados óleo da bacia do Recôncavo + consórcio
1+ folha de manguezal em pó como aditivo (BRFO). Em geral a degradação do
óleo seguiu o mesmo processo ocorrido nas unidades de simulação BRFI
descrito acima, sendo que visivelmente a degradação foi mais intensa nas
unidades BRFI, fato atribuído a fibra de coco ter função absortiva, o que
possivelmente facilitou o acesso dos microrganismos ao óleo.
Nos cromatogramas do tempo 30 (T30) foi possível observar a redução
dos n-alcanos (nC14-nC27). Esse fato pode ser atribuído à presença de
microrganismos adaptados, que provavelmente iniciaram o processo de
biodegradação a partir dos compostos mais leves. Nos cromatogramas do T60
houve um aumento dos compostos mais leves. Entretanto, pode-se observar
uma elevação da linha de base, fato que pode ser explicado pela quebra ou
degradação dos compostos mais complexos (HPAs e NSOs).
Outra justificativa seria através da preferência de algumas espécies de
fungos por hidrocarbonetos simples, enquanto outros devem preferir
hidrocarbonetos e compostos mais pesados, já que foi um dos critérios para
formação dos consórcios. Segundo Peters et al. (2005) os mecanismos de
biodegradação de hidrocarbonetos de petróleo não são bem esclarecidos. No
entanto sabe-se que determinadas espécies microbianas degradam
preferencialmente determinados compostos. Lopez et al. (2008) relatam que a
biorremediação por bioaumento com consórcios fúngicos isolados pode
aumentar a remoção de TPH, em comparação com o tratamento utilizando
bioestímulo sozinho. Em contrapartida, a degradação completa de óleos nunca
ocorre, o resíduo complexo geralmente permanece, apesar desses compostos
apresentarem baixa toxicidade aguda (ATLAS, 1995; SINGH 2006).
134
Figura 63 - Cromatogramas com perfis do sedimento coletados das unidades de simulação do óleo da bacia do Recôncavo + consórcio 1 + folha de manguezal do experimento de biorremediação em sedimentos do manguezal do estuário do rio São Paulo
135
Os cromatogramas das unidades de simulação onde foram adicionados,
óleo da bacia de Campos + Consórcio 2 + fibra de coco, seguiram a mesma
tendência das unidades anteriores, sendo que pode ser observado um maior
do aumento da linha de base nas unidades com óleo da bacia de Campos que
nas unidades com óleo da BR, isso pode ser atribuído a maior quantidade de
hidrocarbonetos aromáticos e compostos NSO, presente nesse tipo de óleo. O
que provavelmente ocasionou degradação por parte dos fungos dessas
substâncias. No T90 é possível visualizar a degradação também dos n-alcanos.
Comparando as unidades que foram tratadas com fibra de coco e folha, não foi
possível visualizar a melhor eficiência (Figura 64 e 65).
Apesar de serem unidades de simulação diferentes, a rota metabólica se
repetiu de forma semelhante, que pode ser mais evidente no T60 em todas as
unidades de simulação. A ação enzimática provavelmente está aliada ao tipo e
quantidade de compostos presentes em cada tipo de óleo. Para Feng et al.
(2007) o crescimento fúngico em substratos contendo petroderivados como
fonte de carbono confirma e corrobora com a ideia da aplicação desses
microrganismos em processos industriais, e ainda na biorremediação de
ambientes contaminados. A ação dos microrganismos na degradação do óleo,
tem grande relevância quando é levado em conta o potencial desses em tornar
esses compostos substâncias menos tóxicas que o composto original (FENG et
al., 2007).
Contudo, o uso dos consórcios no presente estudo demonstrou a
eficiência desses microrganismos em degradar tanto o óleo da bacia de
Campos como o óleo da bacia do Recôncavo, apresentando potencialidade de
uso na recuperação de áreas contaminadas por esses tipos de óleo.
136
Figura 64 - Cromatogramas com perfis do sedimento coletados das unidades de simulação do óleo da bacia do Recôncavo + consórcio 1 + fibra de coco do experimento de biorremediação em sedimentos do manguezal do estuário do rio São Paulo
T0 T30 T60 T90
Redução d
e n
-alc
anos
Aum
ento
de n
-alc
anos e
UC
M
Redução d
e n
-alc
anos
Dis
trib
uiç
ão inic
ial
In
tensid
ade
Tempo (mim)
137
Figura 65 - Cromatogramas com perfis do sedimento coletados das unidades de simulação do óleo da bacia do Recôncavo + consórcio 1 + folha de manguezal do experimento de biorremediação em sedimentos do manguezal do estuário do rio São Paulo
T0 T30 T60 T90
Redução d
e n
-alc
anos
Aum
ento
de n
-alc
anos e
UC
M
Redução d
e n
-alc
anos
Dis
trib
uiç
ão inic
ial
In
tensid
ade
Tempo (mim)
138
As razões geoquímicas dos hidrocarbonetos saturados, tais como,
pristano/n-heptadecano (PR/nC17), fitano/n-octadecano (Ph/nC18) e
pristano/fitano (Pr/Ph), têm sido usadas como ferrramentas no diagnóstico e
identificação de fontes de poluição, monitoramento de processos de
degradação por ação de processos intempéricos físicos e biológicos e
interpretação de dados químicos de derrames de petróleo (PETERS et. al.,
2005; OSUJI et al. , 2006 ; GAO; CHEN, 2008; ONYEMA et al., 2013) .
Em relação à razão Pristano/Fitano, pode ser observado que houve uma
diminuição ao longo de 90 dias (Figura 66). Isso comprova a degradação nos
dois tipos de óleo. Uma vez comparadas as unidades de simulação que
continham no óleo da bacia do Recôncavo e da bacia de Campos, pode se
perceber que a razão Pristano/Fitano é maior no óleo da bacia de Campos que
no óleo da bacia do Recôncavo. Metabolicamente, foi possível observar que os
fungos consumiram esses compostos ao longo dos 90 dias nas unidades de
simulação do óleo da bacia do Recôncavo.
Nas unidades de simulação do óleo da bacia de Campos os
microrganismos nos tempos T30 e T60 podem ter consumido esses
compostos, o que reflete um aumento desses compostos no T90.
Possivelmente os fungos quebraram mais as moléculas do que as consumiram.
O que não significa dizer que o processo de degradação parou de ocorrer, pois
possivelmente ocorreu a quebra dos hidrocarbonetos aromáticos e dos
compostos NSO.
Figura 66 – Gráfico com variação da razão Pristano/Fitano (ppb) nos tempos 0, 30, 60 e 90 dias de experimento
(p
pb
)
139
A comparação entre o T0 com a média ao longo de 90 dias, confirma
que houve uma diminuição na razão, mostrando que ocorreu degradação
(Figura 67). As informações apresentadas sugerirem que provavelmente os
microrganismos têm preferência pelo pristano ao invés do fitano. Isso pode ser
justificado pelo tipo de cadeia molecular, uma vez que o pristano apresenta
uma cadeia ramificada iso (semelhante), onde existe a possibilidade do ataque
dos fungos nas duas extremidades da cadeia.
Figura 67 – Gráfico com variação da razão Pristano/Fitano nos tempos 0, 30, 60 e 90 dias de experimento
Como os hidrocarbonetos normais facilmente degradados (n-C17 e n-
C18) são perdidos e os mais resistentes a degradação (pristano e fitano) são
conservados (BARAKAT et al., 2002; . WANG; FINGAS , 2003), isso pode
resultar num aumento significativo das proporções de Pr/ n-C17/ e Ph/ n-c18/
nas amostras (WANG et al., 2013) .
O aumento da razão P/nC17 e F/nC18 para valores maiores que 1,0 (um), é
uma indicação da ação de microrganismos no petróleo, uma vez que, em
processos de biodegradação, os primeiros compostos a serem degradados são
os alcanos lineares (HUNT, 1996; KILLOPS; KILLOPS, 2005).
Valores >1 para razões Pristano/nC17 e Fitano/nC18 podem indicar óleo
degradado, pois os n-alcanos são mais facilmente biodegradados que os
ramificados (COLOMBO et al., 1989). Todas as amostras apresentaram razões
(p
pb
)
140
> 1 comprovando que houve degradação ao longo dos 90 dias. No gráfico da
Figura 68 pode ser observado que nas unidades BRFO e BRFI houve um
aumento da razão Pristano/nC17 ao longo dos 90 dias. O mesmo ocorreu nas
unidades BCFO e BCFI, entretanto com maior intensidade. Isso pode ser
justificado pelo tipo de óleo. O óleo da bacia de Campos é composto por maior
quantidade de hidrocarbonetos aromáticos e compostos NSO, possivelmente
levando à quebra dessas moléculas, contribuindo para a formação do Pristano
e nC17 e consequentemente aumentando a razão desses compostos.
Okoro (2010) em testes de biorremediação com óleo residual utilizou o
índice de biomarcadores razão P/nC17 e F/nC18, como a tendência do
processo de biodegradação. Pritchard e Coaster (1991) usou o mesmo índice
para monitorar o progresso da biodegradação durante o derrame de óleo no
Alaska. Esse conceito baseia-se no princípio de que, durante o processo de
biodegradação, diminuições de resíduos totais de petróleo poderiam ocorrer
por causa de outros processos não biológicos. Assim, mudanças na
composição de hidrocarbonetos que são indicativas de biodegradação devem
ser medidas com precisão. Além disso, as relações de peso entre
hidrocarbonetos conhecidos por serem rapidamente biodegradáveis, tais como
os alcanos em C17 e C18 e aqueles que são mais lentamente biodegradados,
tais como o alcanos ramificados (pristano e fitano), podem inferir sobre o
processo de biodegradação .
Figura 68 – Gráfico com variação da razão Pristano/nC17 nos tempos 0, 30, 60 e 90 dias de experimento
(p
pb
)
141
Comparando o T0 com a média ao longo de 90 dias verifica-se um
aumento da razão Pristano/nC17, comprovando, portanto, a degradação ao
longo de 90 dias de experimento nas unidades BRFO, BRFI, BCFO e BCFI
(Figura 69 e 70).
Figura 69 – Gráfico com variação da razão Pristano/nC17 nos tempos 0 e média (dias) do experimento
Figura 70– Gráfico com variação da razão Fitano/nC18 nos tempos 0, 30, 60 e 90 dias de experimento
Comparando o T0 com a média ao longo de 90 dias, verifica-se um
aumento da razão Fitano/nC18, comprovando a degradação ao longo de 90 dias
(p
pb
)
(pp
b)
142
de experimento (Figura 71). Button et al.(1992), em seus estudos, afirmam que
o aumento da razão Fitano/n-C18 indica biodegradação.
Figura 71 – Gráfico com variação da razão Fitano/nC18 nos tempos 0 e média (dias) do experimento
Para a avaliação da degradação, outros parâmetros geoquímicos foram
utilizados a razão HTP/UCM. As concentrações de HTP, compreendeM o
somatório dos compostos resolvidos e não resolvidos pela cromatografia
gasosa com detector de chama ionizante. Normalmente, a perda de alcanos
lineares, neste caso com tempo de retenção até 10 minutos, acoplada a um
aumento na complexidade da fração hidrocarbonetos alifáticos, leva ao
aparecimento contínuo da UCM – unresolved complex mixture, que
corresponde a uma fração mais pesada do óleo constituída por
hidrocarbonetos ramificados e cíclicos, que nem sempre são resolvidos em
coluna capilar (BENTO, 2005).
A razão HTP/UCM diminuiu com 90 dias de experimento, o que
representa uma indicativo de degradação. Se observarmos o gráfico da Figura
72, nas unidades de simulação BRFO, BRFI, BCFO e BCFI a razão aumenta
nos tempos 30 e 60 e depois diminui. Isso pode estar atribuído a via metabólica
dos fungos. Como foi relatado, o T60 aumenta a altura dos picos e aumenta a
UCM consequentemente a razão HTP/UCM aumentará. Esse fato só não foi
possível de ser observado nas unidades controles dos óleos e na unidade
tratada com óleo BR e fibra de coco (BRFI).
(p
pb
)
143
Figura 72 – Gráfico com variação da HTP/UCM nos tempos 0, 30, 60 e 90 dias de experimento
A integração dos dados obtidos com o monitoramento geoquimico,
utilizando a análise dos componentes principais (ACP) como ferramenta,
mostrou que as duas primeiras componentes principais são suficientes para
explicar a distribuição das amostras de acordo com suas composições
elementares. Juntas, a PC 1 e PC 2, são capazes de explicar 85,40% da
variância acumulada dos dados. Sendo que a primeira componente é
responsável por explicar 64,20% da variância, e a segunda componente
contém 23,20% da variabilidade dos dados.
Os resultados de todas a unidades de simulação apresentaram sinais
negativos em relação a PC 1. As unidades de simulação CBC, CBR, BRFO e
BRFI mostraram-se com valores de pesos elevados e sinal negativo, enquanto
que as unidades BCFO e BRFI apresentaram valores de pesos positivos na PC
2 (Figura 73a).
A Figura 73b mostra o gráfico dos escores nas duas primeiras
componentes. A primeira componente (64,20% da informação) foi interpretada
de forma que podem ser observados 3 grupos. As razões de P/nC17 e F/nC18
mostraram-se com valores de pesos elevados e sinal positivo, enquanto que as
razões de HTP/UCM e P/F apresentam valores de pesos negativos na PC 1.
Essa distribuição espacial das variáveis pode ser melhor visualizada no gráfico
de pesos representado na Figura 75b a seguir. As razões P/F e HTP/UCM
estão correlacionadas negativamente com P/nC17, F/nC18, significando dizer
que as variáveis P/F e HTP/UCM não são influenciadas da mesma forma que
(p
pb
)
144
as variáveis P/nC17, F/nC18. A razão HTP/UCM influencia diretamente as
unidades de simulação CBC, CBR, BRFO e BRFI. Já a razão P/F tem
influência nas unidades de simulação BCFO e BRFI.
Figura 73 - Análise dos Componentes Principais (ACP) para as razões dos parâmetros geoquímicos (HTP/UCM, P/F, P/nC17, F/nC18) monitorados no experimento 2. Onde: (a) –Variáveis (unidades de simulação) e (b) – Casos (HTP/UCM, P/F, P/nC17, F/nC18, nos tempos 0 e 30, 60 e 90)
Quanto aos resultados do teste de Cluster, as maiores similaridades
foram encontradas entre T0 e T30. As menores similaridades foram
encontradas entre o T90 e os demais tempos, confirmando mais uma vez que
os valores encontrados no T90 se distanciaram dos demais tempos. Isso pode
ser indicativo de degradação do óleo estudado. À medida que se aumenta o
processo de degradação, as similaridades entre as variáveis tendem a se
distanciar (Figura 74).
(a) (b)
CBR
CBC
BRFO
BRFI
BCFO BCFI
-1 -0.5 0 0.5 1
PCI 1 : 64,20%
-1
-0.5
0
0.5
1
PC
2 :
23
,20
%
P/FT0
P/FT30P/FT60
P/FT90
P/nC17T0
P/nC17T30
P/nC17T60
P/nC17T90
F/nC18T0
F/nC18T30F/nC18T60
F/nC18T90
HTP/UCMT0
HTP/UCMT30
HTP/UCMT60HTP/UCMT90
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5
PC1: 64,20%
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
PC
2 2
: 2
3,2
0%
145
Figura 74 – Gráfico de similaridade (Cluster) entre as variáveis dos parâmetros geoquímicos (HTP/UCM, P/F, P/nC17, F/nC18) monitorados no experimento 2
V. 5.3.2. Monitoramento químico e físico-químico
V.5.3.2.1 Parâmetros Físico – químicos
Os parâmetros físico-químicos temperatuta, salinidade, pH e oxigenio
dissolvido foram monitorados durante toda a fase de desenvolvimento do
experimento e seus valores variaram segundo a tabela contida na Figura 77.
A biodegradação, de hidrocarbonetos de petróleo, no ambiente, é
determinada principalmente por fatores abióticos e esses têm sido objeto de
estudos nas últimas décadas. Os fungos suportam grandes variações
ambientais. Entretanto, vários fatores podem afetar o crescimento e as
atividades enzimáticas alterando as taxas de degradação de petróleo. Um dos
fatores que interferem o metabolismo dos fungos, é a temperatura (SINGH,
2006).
Segundo Atlas (1981), a biodegradação dos hidrocarbonetos pode
ocorrer em uma ampla variação de temperatura. A temperatura é essencial
para as necessidades de crescimento dos fungos, tendo o petróleo como
substrato. Baixas temperaturas geralmente retardam as taxas de volatilização
dos hidrocarbonetos de baixo peso molecular, alguns dos quais são tóxicos
para os fungos. Fungos também mostram uma tendência para resistir a
ambientes secos e temperaturas elevadas. Os efeitos da temperatura são
T90 T60 T30 T01
1.1
1.2
1.3
1.4
1.5
1.6
1.7
1.8
1.9
2
Lin
ka
ge
Dis
tan
ce
146
também influenciados por outros fatores, tais como a qualidade da mistura de
hidrocarbonetos e a composição da população fúngica (SINGH, 2006).
Durante o experimento 2, os valores para a temperatura da água,
mensurados nas unidades de simulação variaram entre 21,74 ºC e 26,48ºC
(Figura 77). Na Figura 75 pode-se observar que no T90 houve um aumento da
temperatura em todas as unidades de simulação. No entanto, com aplicação do
teste T, onde p= 0,666622, pode-se concluir que a diferença entre as médias
do T0 e dos demais tempos de monitoramento não foram significativas, já que
p>0,05 evidencia que não existem diferenças significativas ventre duas médias.
A biodegradação de hidrocarbonetos pode ocorrer em um grande
intervalo de temperatura, de 0°C até 70°C, embora, em geral, a degradação
ótima ocorra na gama de temperaturas mesófilas (20ºC e 45ºC) (DESAI; VYAS,
2006; SONAWDEKAR, 2012). Os parâmetros mensurados mostraram que as
amostras não eram significativamente diferentes, independente do tipo de óleo,
consórcio e tratamento de bioestímulo (fibra de coco e folha) utilizado,
comprovando que durante todo o experimento não houveram grandes
variações que comprometessem o processo de biorremediação.
Figura 75 - Gráfico com a variação dos valores da temperatura do experimento 2 mensurados nas unidades de simulação nos tempos 0, 8, 15, 30, 45, 60, 75 e 90 dias
A escolha do pH depende dos microrganismos a serem utilizados para a
degradação (SONAWDEKAR , 2012). Vários fungos crescem bem em níveis de
4-5, e são mais tolerantes a condições ácidas. Os valores de pH
apresentaram-se compatíveis para águas estuarinas, variando entre 6,52 e
147
7,64 (Figura 76). Entretanto, a maior parte dos microrganismos tolera valores
de pH na faixa de 5 a 9 e preferencialmente funcionam na faixa de 6,5 a 7,5 e
também o pH de 7 a 8 tem sido encontrado como ótimo para degradação
(YADAV; REDDY, 1993; SINGH, 2006; DESAI; VYAS, 2006), o que confirma
que os valores encontrados no experimento 2 estão dentro dos padrões de
tolerância para o crescimento dos microrganismos.
A aplicação do teste T, onde p=0,529851, mostrou que a diferença entre
as médias do T0 e dos demais tempos de monitoramento não foram
significativas, já que p>0,05 evidencia que não existe diferença significativa
entre duas médias.
Figura 76 - Gráfico com a variação dos valores do pH do experimento 2 mensurados nas unidades de simulação nos tempos 0, 8, 15, 30, 45, 60, 75 e 90 dias
O potencial redox (EH) dos sedimentos mede o seu estado de oxidação
controlando a direção do equilíbrio químico e consequentemente a redução ou
oxidação do contaminante. Este, por sua por sua vez controla os compostos
que o contaminante pode formar e a relativa solubilidade destes no meio
ambiente (HAZEN, 2010; LIMA, 2010).
O potencial redox é condição limitante para aceleração do processo de
biodegradação. No entanto, as concentrações oxidantes ou redutora, em
especial irão afetar a atividade metabólica microbiana influenciando a sua
atividade enzimática, podendo dificultar ou acelerar o processo de
biodegradação (SUTHERSAN, 1999).
148
Em relação aos valores de EH, estes apresentaram condições oxidantes,
variando entre 22,78 e 44,91 mV (Figura 77). Segundo ERD (1998), valores
positivos de EH indicam condições ótimas para a biodegradação de compostos
orgânicos. Observando o gráfico da Figura 70 é possível observar que o EH
apresentou um aumento no T90 em relação ao T0, mas essa variação não foi
significante estatisticamente. Com a aplicação do teste T, o valor de p foi igual
a 0,576597, onde p>0,05 evidencia que não existe diferença significativa entre
duas médias.
Figura 77 - Gráfico com a variação dos valores do EH do experimento 2 mensurados nas unidades de simulação nos tempos 0, 8, 15, 30, 45, 60, 75 e 90 dias
A influência de vários outros fatores ambientais sobre a biodegradação
de hidrocarbonetos foi estudada (ATLAS, 1981). O papel menor de fungos num
ecossistema marinho pode ser atribuído à falta de esporulação em habitats
marinhos, às características morfológicas, para a competitividade em meio
aquático e inibição da germinação de esporos pela salinidade (SINGH, 2006).
Em geral, muitos isolados do solo, de água doce e estuarinos podem
sobreviver em salinidades comparáveis a água do mar. Embora quanto maior a
salinidade menor a taxa de degradação do óleo (SALLEH et al., 2003;
SONAWDEKAR, 2012).
Segundo Atlas (1981), hidrocarbonetos foram adicionados a amostras
naturais com ampla variação de salinidade (3,3-28,4), e foi possível observar
que as taxas de metabolismo desses compostos diminuiu com aumento desse
parâmetro. Os valores para salinidade variaram entre 22 e 34,92 (Figura 78),
tendo um aumento da salinidade no T90, que pode ser justificado pelo aumento
149
da temperatura e consequentemente evaporação da água e maior
concentração de sais nas unidades de simulação. Entretanto, ao longo do
experimento, a diferença entre as médias do T0 e os demais tempos não foram
significativas (p>0,05), com p=0,112104.
Segundo Atlas (1981), microrganismos isolados não crescem bem em
salinidades inferiores a 1,5 a 2 (ATLAS, 1981). No presente experimento, a
salinidade apresentou valores maiores que 2, o que mostra que a salinidade
não foi um requisito impeditivo para o processo de biorremediação.
Figura 78 - Gráfico com a variação dos valores da salinidade do experimento 2 mensurados nas unidades de simulação nos tempos 0, 8, 15, 30, 45, 60, 75 e 90 dias
Em processos de biorremediação de hidrocarbonetos, para que ocorra a
degradação é necessário um receptor de elétrons, e o oxigênio é o mais
comum. Embora a maior parte dos estudos tenha mostrado que processos de
biodegradação de hidrocarbonetos são aeróbios, também tem sido relatada
biodegradação anaeróbica desses compostos. Na ausência de oxigênio
molecular, o nitrato, o ferro, o bicarbonato, o óxido nitroso e o sulfato, têm sido
mostrados aceptores alternativos de elétros durante a degradação de
hidrocarbonetos (DESAI; VYAS, 2006).
Os fungos podem ser do tipo aeróbio e anaeróbio, mas crescem melhor
em condições aeróbias. O oxigênio ajuda na mineralização de hidrocarbonetos
nos sedimentos do estuário. As velocidades de degradação de hidrocarbonetos
são reduzidas com a diminuição do oxigênio (SINGH, 2006). Entretanto, Atlas
(1981) relata que existem controvérsias sobre a necessidade absoluta do
150
oxigênio para a biodegradação de hidrocarboneto, ou se esses estão sujeitos à
degradação anaeróbica.
No presente trabalho, com uso de uma bomba de oxigenação, o O.D.
ao longo do experimento, variou entre 4,66 e 6,32 (mg/L) (Figura 79). Os
passos iniciais do catabolismo de hidrocarbonetos alifáticos, cíclicos e
aromáticos por fungos envolvem oxidação de substrato por oxigenases e
oxigênio. Assim, as condições aeróbias são necessárias para a oxidação de
hidrocarbonetos no meio ambiente (YADAV; REDDY, 1993). Taxas
insignificantes de biodegradação dos hidrocarbonetos ocorrem em ambientes
anaeróbicos (SINGH, 2006). Isso aponta para a necessidade de se adicionar
uma fonte de oxigênio ao experimento, a fim de melhorar os processos de
degradação ao longo de 90 dias.
Figura 79 - Gráfico com a variação dos valores de O.D. do experimento 2, mensurados nas unidades de simulação nos tempos 0, 8, 15, 30, 45, 60, 75 e 90 dias
Através da estatística descritiva foi possível observar que as maiores
médias dos parâmetros físico-químicos monitorados ocorreram no tempo 90
(Figura 80). Esse fato confirma o que foi observado nos gráficos e temperatura,
salinidade, O.D., e EH mostrados anteriormente (Figuras 75 a 79). Os tempos
T0 e T90 apresentaram maiores variações (máximo e mínimo). Enquanto que
T60 apresentou menor variação.
151
Figura 80 – Gráfico de box plot para os parâmetros físico-químicos (pH, temperatura, EH, O.D. e salinidade monitorados no experimento 2
Quanto aos resultados do teste de Cluster, as maiores similaridades são
encontradas em T30 e T45. Foram formados dois principais grupos, um pelo
T90 e outro pelo T0, T8, T60, T15, T75, T30, E T45. As menores similaridades
foram encontradas entre o T90 e os demais tempos (Figura 81).
Figura 81 – Gráfico de similaridade (Cluster) entre as variáveis dos parâmetros físico-químicos (pH, temperatura, EH, O.D. e salinidade monitorados no experimento 2
O tratamento estatístico utilizando a análise dos componentes principais
(ACP) como ferramenta mostrou que os parâmetros físico-químicos (pH,
Média Média±SEMédia±SD
T0 T8 T15 T30 T45 T60 T75 T900
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
T90 T45 T30 T75 T15 T60 T8 T0
0
5
10
15
20
25
152
SALC
SALCBR
SALCBC
SALBRFOSALBRFISALBCFOSALBCFI
TCTCBR
TCBC
TBRFO
TBRFITBCFOTBCFI
OC
OCBR
OCBCOBRFO
OBRFIOBCFOOBCFI
EHC
EHCBR
EHCBC
EHBRFOEHBRFI
EHBCFO
EHBCFI
-1 -0.5 0 0.5 1
PC 1 : 83,12%
-1
-0.5
0
0.5
1
PC
2 : 1
5,1
5%
temperatura, EH e salinidade) monitorados no experimento 2, podem ser
explicados por 98,27 % de variância entre os dois fatores (Figuras 82a e b).
No gráfico de pesos em PC1, todas as variáveis tendem a localizar-se
mais à esquerda do gráfico dos pesos, mostrando que estas estão
correlacionadas negativamente (Figura 82a).
A Figura 82b mostra o gráfico dos escores nas duas primeiras
componentes. A primeira componente (83,12% da informação) foi interpretada
de forma que podem ser observados 3 grupos. Os tempos 0, 60 e 90 estão
correlacionados positivamente. Entretanto o tempo T90 está sendo influenciado
por todas as variáveis. Isso pode ser justificado pela variação nos parâmetros
que ocorreu nesse tempo.
Figura 82 - Análise dos Componentes Principais (ACP) para parâmetros físico-químicos (pH, temperatura, EH, salinidade monitorados no experimento 2. Onde: (a) – Variáveis (pH, temperatura, EH, O.D. e salinidade) e (b) – Casos (T0, T30, T60 e T90)
O gráfico de regressão linear também explica o conjunto de dados dos
parâmetros físico-químicos ao longo do experimento 2. O coeficiente angular
da reta obtida da regressão linear dos parâmetros em função do tempo, mostra
que quanto maior a inclinação da reta (T60), menor a variação dos parâmetros.
A maior variação se encontrou no tempo 90 (Figura 83).
(a) (b)
T0
T30
T60
T90
-12 -10 -8 -6 -4 -2 0 2 4 6
PC 1: 83,12%
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
PC
2:
15
,15
%
153
Figura 83 – Gráfico de regressão linear para parâmetros físico-químicos (pH, temperatura, EH, salinidade, monitorados no experimento 2
V.5.3.2.2 Parâmetros químicos
Os macronutrientes como carbono, oxigênio, nitrogênio, potássio, cálcio,
magnésio, fósforo e enxofre são os compostos solicitados pelas células
microbianas (RISER-ROBERT, 1998). Para avaliar o processo de
biodegradação, é indispensável o monitoramento dos nutrientes, em especial
fósforo, nitrogênio e carbono (TÉCNICO, ARTIGO, 2005; SILVA 2009).
Pouco se sabe sobre a degradação de petróleo na presença de
nutrientes e fungos. Baixos níveis de nitrogênio, baixo pH, alto teor de umidade
e escassez de nutrientes não favorecem o desenvolvimento de fungos.
Contudo, o nitrogênio e fósforo são essenciais para o aumento da biomassa
fúngica, quando na presença de hidrocarbonetos (SINGH, 2004).
A degradação de hidrocarbonetos pode ser acelerada pela adição de
uréia, fosfato, e fertilizantes com NPK. As células fúngicas geralmente contêm
menos nitrogênio que as células bacterianas e, portanto, os fungos podem
atuar favoravelmente em ecossistemas que têm um baixo teor de nitrogênio
(BENTO; GAYLARDE, 2001). No entanto, a composição das células fúngicas
pode ser representada empiricamente por C10H17O6N (SINGH, 2006).
T0
T8
T15
T30
T45
T60
T75
T900 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
-2.5
-2
-1.5
-1
-0.5
0
0.5
1
1.5
2
2.5
154
No gráfico 84 pode ser observada a variação dos teores de fósforo nas
unidades de simulação nos tempos 0, 8, 15, 30, 45, 60, 75 e 90 dias. Os
valores variaram entre 134,21 a 258,86 mg/kg. O tempo zero apresentou os
maiores valores, mostrando que ao longo do experimento o fósforo foi
consumido. No gráfico 96 também podem ser observado que houve uma
queda dos teores do fósforo nos T8 e T15 com aumento no T30, o qual se
manteve no T45 e T60, apresentando uma diminuição no T75 e T90.
As concentrações dos hidrocarbonetos devem estar intimamente
atreladas aos nutrientes, e estes devem ser suficientes para suportar a taxa de
crescimento máximo dos microrganismos (NRT, 2000).
Em teoria, aproximadamente é necessário 30mg de fósforo para
conversão de 1g de hidrocarbonetos e materiais celulares (ROSEMBERG;
RON, 1996). Segundo Vallejo et al.(2005) foram encontrados valores baixos de
fósforo ao longo de experimentos realizado com microrganismos o consumirem
rapidamente no início da biodegradação. Isso pode ser observado
moderadamente neste experimento, que pode ser atribuído à presença de
aditivos nutricionais (fibra de coco e folha em pó). Provavelmente os fungos
não utilizaram o fósforo encontrado no sedimento e consumiram o fósforo
encontrado no aditivo, já que esses aditivos (bioestimulantes) foram
imobilizados juntos com os consórcios.
Figura 84 - Gráfico com variação dos teores de fósforo nas unidades de simulação, nos tempos 0, 8, 15, 30, 45, 60, 75 e 90 dias
155
Observando o gráfico 85 onde é mostrada a média dos teores de fósforo
ao longo de 90 dias, pode ser observado que as unidades do óleo da bacia de
Campos com fibra de coco (BCFI) apresentaram a maior média em relação às
demais. A unidade de simulação do óleo da bacia de Campos com folha
(BCFO) em pó apresentou a segunda maior média. Isso pode estar
correlacionado ao nível de degradação diretamente associado com o consumo
do fósforo para a realização do processo, uma vez que o óleo da bacia do
Recôncavo é composto principalmente por hidrocarbonetos saturados,
justificando o consumo desse nutriente no processo inicial da degradação.
Figura 85 - Gráfico com média dos teores de fósforo nas unidades de simulação nos tempos 0, 8, 15, 30, 45, 60, 75 e 90 dias
Tipo de tratamento x teores de fósforo (mg/kg)
A bioestimulação leva à ativação metabólica de alguns fungos
degradadores de petróleo, que na ausência de nutrientes, podem responder
lentamente ao tratamento (ZUCCHI et al., 2003; NWADINIGWE; ONYEIDU;
2012).
Segundo Rosemberg e Ron (1996) são necessários 150g de nitrogênio
para a conversão de 1g de hidrocarbonetos e materiais celulares. Venosa et al.
(1996) constatou que a manutenção de uma concentração de nitrogênio limiar
de 1-2mg N/L na água intersticial dos poros resultaria em máxima
biodegradação de hidrocarbonetos.
Os valores de nitrogênio total variaram de 0,21 (mínimo) e 0,52
(máximo) (%). Na Figura 86 pode ser observado que ocorreu aumento desse
156
nutriente com 75 dias de experimento, seguido de uma diminuição progressiva
até o final do experimento.
Figura 86 - Gráfico com variação dos teores de nitrogênio nas unidades de simulação, nos tempos 0, 8, 15, 30, 45, 60, 75 e 90 dias
O gráfico 87 mostra a média dos teores de nitrogênio ao longo de 90
dias e pode ser observado que a unidade de simulação com óleo da bacia do
Recôncavo e folha (BRFO) apresentarou a maior média em relação aos
demais. A unidade de simulação do óleo da bacia de Campos com fibra de
coco (BCFI) apresentou a segunda maior média. Em relação à unidade
controle foi possível observar que houve consumo do nitrogênio ao longo de 90
dias. Esse fato pode ser justificado pelo processo de biodegradação atuante.
Figura 87 - Gráfico com média dos teores de nitrogênio nas unidades de simulação nos tempos 0, 8, 15, 30, 45, 60, 75 e 90 dias
157
As concentrações de carbono orgânico (CO) variaram entre 5,53%
(mínimo) e 10,11% (máximo). No gráfico da Figura 88 pode ser observada a
variação dos teores de CO ao longo de 90 dias. O teor de CO aumentou nos
primeiros 15 dias, seguido de uma diminuição no tempo 30, com posterior
diminuição no T60. No T75 houve um aumento seguido novamente de uma
diminuição.
Figura 88 - Gráfico com variação dos teores de CO% nas unidades de simulação simulação, nos tempos 0, 8, 15, 30, 45, 60, 75 e 90 dias
Observando o gráfico da Figura 89 é mostrada a média dos teores de
CO ao longo de 90 dias. Pode ser observado que as unidades do óleo da bacia
do Recôncavo com folha (BRFO) apresentaram a maior média em relação às
demais. A unidade de simulação do óleo da bacia de Campos com fibra de
coco (BCFI) apresentou segunda maior média, assim como o ocorrido para
concentrações de nitrogênio. Em relação à unidade controle, ocorreu um
enriquecimento de CO, que pode ser justificado pelo aumento da biomassa de
fungos ao longo de 90 dias de experimento. Segundo Wagener (1995),
elevados teores de carbono orgânico em sedimentos, podem estar
relacionados à elevada produtividade biológica.
158
Figura 89 - Gráfico com média dos teores de CO (%) nas unidades de simulação nos tempos 0, 8, 15, 30, 45, 60, 75 e 90 dias
Tipo de tratamento x teores de CO%
A análise dos componentes principais (ACP) dos parâmetros químicos
(fósforo, nitrogênio e CO) monitorados no experimento 2, pode ser explicada
por 98,87 % de variância entre os dois fatores (Figuras 90a e 90b).
No gráfico de pesos em PC1, todas as variáveis tendem a localizar-se
mais à esquerda do diagrama, mostrando que essas estão correlacionadas
negativamente (Figura 90a). Analogamente no PC2, T0 està correlacionado
negativamente com as variáveis T8, T15, T30, T45, T60 , T75 e T90, pois estas
variáveis tendem a localizar-se na parte inferior, enquanto que T0 tende a se
localizar na parte superior do gráfico.
A Figura 90b mostra o gráfico dos pesos nas duas primeiras
componentes. A primeira componente (97,39% da informação) pode ser
interpretada de forma que podem ser observados 3 grupos. Os parâmetros:
nitrogênio e CO, que correspondem ao primeiro grupo são os que apresentam
maior peso positivo em relação ao fósforo. O grupo 2 representado pelo fósforo
na unidade de simulação com folha e óleo da bacia do Recôncavo (PBRFO),
está correlacionado negativamente com nitrogênio e CO. O grupo 3 apresentou
correlação negativa com os grupos 1 e 2 em relação ao PC2. De modo geral
foi possível observar que no grupo 1, as concentrações de nitrogênio e CO não
influenciaram as variáveis (T0, T30, T60 e T90) ao contrário das concentrações
de fósforo.
159
Figura 90 - Análise dos Componentes Principais (ACP) parâmetros químicos (fósforo, nitrogênio e CO) monitorados no experimento 2. Onde: (A) –Variáveis (T0, T30, T60 e T90) e (B) – Casos (fósforo, nitrogênio e CO)
V. 5.3.3. Monitoramento microbiológico
A quantificação de células microbianas e a sua diversidade são
informações importantes para avaliar o potencial dos processos de
biorremediação, assim como a taxa de contaminação do local (MPHEKGO;
CLOETE, 2004)
V.5.3.3.1 Quantificação de bactérias e fungos
No gráfico das Figuras 91 e 94 pode-se observar o número de células
viáveis bacterianas e fúngicas (UFC) em amostras controle (C) (sem adição de
hidrocarbonetos); em amostras controle contaminadas com óleo da bacia do
Recôncavo (CBR); em amostras controle contaminadas com óleo da bacia de
Campos (CBC); em amostras contaminadas com óleo da bacia do Recôncavo
+ consórcio 1+ fibra de coco (BRFI); em amostras contaminadas com óleo da
bacia de Campos+ consórcio 2 + fibra de coco (BCFI); e em amostras
contaminadas com óleo da bacia do Recôncavo + consórcio 1 + folha (BRFO),
amostras contaminadas com óleo da bacia de Campos + consórcio 2 + folha
(BRFO) nos tempos 0, 8, 15, 30, 45, 60, 75 e 90 dias.
T0
T8
T15 T30
T45 T60 T75 T90
-1 -0.5 0 0.5 1
Factor 1 : 97,39%
-1
-0.5
0
0.5
1
Fa
cto
r 2
:
1,4
8%
NC NCBR
NCBC
NBRFO
NBRFI
NBCFO NBCFI
CC
CCBR CCBC
CBRFO
CBRFI
CBCFO
CBCFI MC
MCBR MCBC
MBRFO MBRFI
MBCFO
MBCFI
PC
PCBR
PCBC
PBRFO
PBRFI PBCFO
PBCFI
-9
-8 -7 -6 -5
-4 -3
-2 -1
0 1 2 3 4
-1.5
-1
-0.5
0
0.5
1
1.5
2
2.5
(a) (b)
1
2
3
PC1:
P
C1
:
160
Na Figura 91 pode-se observar que nas amostras controle, o número de
células viáveis (UFC) bacterianas, foi zero, mostrando que o sedimento foi
esterilizado adequadamente. Após 8 dias de experimento cresceram células
bacterianas nas unidades de simulação CBR, CBC e BCFI. O maior pico de
células bacterianas foi encontrado no T15. Tendo posteriormente uma
diminuição brusca no T30. O aparecimento de células bacterianas pode estar
relacionado ao manuseio nas unidades de simulação. uma vez que para as
coletas das amostras foi preciso abrir as unidades de simulação. Deve ser
destacado que mesmo que em fluxo lâminar, o processo não isenta a
possibilidade de contaminação.
Figura 91 - Gráfico para número de células viáveis (UFC). UFC de bactérias nas unidades de simulação nos tempos 0, 8, 15, 30, 45, 60, 75 e 90 dias
As maiores médias para quantificação de células bacterianas ocorreram
no tempo 15, comprovando o que já foi observado no gráfico da Figura 93. O
gráfico box plot da Figura 92 mostra que o T8 e T15 apresentaram as maiores
variações (máximo e mínimo, respectivamente), enquanto que T30 apresentou
menor variação.
161
Figura 92 – Gráfico de box plot de células bacterianas (UFC) monitorados no experimento 2
Os resultados do teste de similaridade (Cluster) seguem descritos na
Figura 93. A Figura 93 mostra o dendograma relativo à similaridade das células
bacterianas (UFC) monitoradas no experimento 2. As maiores similaridades,
são encontradas em T30 e T0, e as menores similaridades foram observadas
entre o T15 e T8.
Figura 93 – Gráfico de similaridade (Cluster) de células bacterianas (UFC) monitorados no experimento 2
Média
Média±SE
Média±SD
T0 T8 T15 T30 T45 T60 T75 T90
-0.4
-0.2
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.2
T15 T8 T45 T60 T75 T90 T30 T0
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.2
1.4
1.6
162
O diferencial dos fungos em relação aos demais grupos microbianos se
deve à maior dispersão das hifas, resultando em maior área efetiva de atuação
e produção de enzimas extracelulares (SILVA, 2009).
Na Figura 94 pode-se observar que nas amostras controle, o número de
células viáveis (UFC) fúngicas foi inferior ao demais tempos. Após 8 dias de
experimento cresceram células fúngicas nas unidades de simulação BRFO,
BCFO e BCFI. O número dessas células aumentou, tendo seu pico no tempo
T75. Nos tempos T30 e T60 ocorreu uma diminuição em relação ao tempo
anterior. Na Figura 94 pode ser observado que até o final do experimento foram
encontradas células fúngicas acima do T0, mostrando que os consórcios
fúngicos se mantiveram ativos até o final do experimento. Entretanto com 90
dias essas células diminuíram.
Figura 94 - Gráfico para número de células viáveis (UFC). UFC de fungos nas unidades de simulação simulação nos tempos 0, 8, 15, 30, 45, 60, 75 e 90 dias
As maiores médias de células fúngicas ocorreram no tempo 75. O
gráfico box plot da Figura 95 mostra que o T60 apresentou maiores variações
(máximo e mínimo). Enquanto que T0 apresentou menor variação. A segunda
maior média encontrada foi no tempo T45 (Figura 95).
163
Figura 95 – Gráfico de box plot de células fúngicas (UFC), monitorados no experimento 2
Os resultados do teste de similaridade (Cluster) seguem descritos na
Figura 96. A Figura 96 mostra o dendograma relativo à similaridade das células
fúngicas (UFC) monitoradas no experimento 2. As maiores similaridades, são
encontradas em T8 e T90, E as menores similaridades foram observadas entre
o T75 e T48, e T60 e os demais tempos.
Figura 96 – Gráfico de similaridade (Cluster) de células fúngicas (UFC), monitoradas no experimento 2
Mean
Mean±SE
Mean±SD
T0 T8 T15 T30 T45 T60 T75 T90-0.5
0
0.5
1
1.5
2
2.5
3
3.5
T75 T45 T60 T15 T90 T8 T30 T00.8
1
1.2
1.4
1.6
1.8
2
2.2
2.4
2.6
2.8
164
V. 5.3.4. Integração de dados biogeoquímicos do experimento 2
Com a finalidade de melhor interpretar os resultados obtidos, foi feita
uma integração dos dados geoquímicos, microbiológicos e químicos dos
tempos 0, 30, 60 e 90 dias de experimento.
Na Figura 97 estão plotados os dados da unidade de simulação BRFO.
As taxas de nitrogênio, fósforo e em menor proporção de CO, decaíram com 30
dias de experimento. Em contrapartida a quantidade de UFC de fungos se
manteve praticamente constante. Mais uma vez, esse fato pode ser justificado
pela rota metabólica dos consórcios fúngicos, pois provavelmente estes
estiveram na fase de consumo de nutrientes sem proliferação (aclimatação). As
razões P/F e HTP/UCM tiveram um leve aumento no tempo 30, mostrando que
provavelmente a biodegradação foi mínima, o que pode ser justificado pelos
fungos estarem se adaptando à fonte de carbono disponível no sedimento.
Figura 97 - Gráfico de linhas para os parâmetros biogeoquímicos para os períodos T0, T30, T60 e T90 na unidade de simulação BRFO
Nitrogênio
(%)
P/F
(ppb)
CO
(%)
P/nC17
F/nC18
(ppb)
P
(mg/kg)
HTP/UCM
(ppb)
UFC
(FUNGOS)
(ufc/mL 10-5)
165
No T60 foi verificado um aumento de UFC com elevação ao teor de
nitrogênio e fósforo. Isso pode ser atribuído à aceleração do processo de
degradação, fato que pode ser observado através dos valores da razão P/F
(que diminuiu). No T90 as UFC diminuíram levemente, o que coindiu com a
redução dos teores de nitrogênio, fósforo, da razão P/F e HTP/UCM, sendo
portando indicativo de biodegradação (Figura 97).
Integrando os dados para unidades de simulação BRFI foi possível
observar que com 30 dias de experimento a quantidade de UFC de fungos
aumentou seguida de diminuição da quantidade nitrogênio e fósforo, tendo o
mesmo acontecido com a unidade de simulação BRFI, comprovando que o
consórcio fúngico provavelmente segue a mesma rota metabólica (Figura 98).
Figura 98 - Gráfico de linhas para os parâmetros biogeoquímicos para os períodos T0, T30, T60 e T90 na unidade de simulação BRFI
As razões P/F e HTP/UCM ao longo dos 90 dias diminuíram, sugerindo a
ocorrência do processo de biodegradação. Em contrapartida as razões P/nC17
Nitrogênio
(%)
P/F
(ppb)
CO
(%)
P/nC17
F/nC18
(ppb)
P
(mg/kg)
HTP/UCM
(ppb)
UFC
(FUNGOS)
(ufc/mL 10-5)
166
e F/nC18 aumentaram, sendo indicativo de biodegradação também. Com 90
dias observou-se um decaimento da UFC. No entanto, isso não significa que
processo de biorremediação foi interrompido, pois provavelmente a quantidade
de UFC foi o suficiente para dar continuidade ao processo de biodegradação.
As unidades de simulação BCFI e BCFO se comportaram de forma
similar ao longo de 90 dias de experimento. Com 30 dias de experimento
observou-se aumento da UFC e diminuição dos teores de nitrogênio e fósforo.
Segundo Xia et al. (2006), o potencial microbiano em degradar compostos
polares está relacionado à presença do carbono, nitrogênio e fósforo. Estes
compostos são importantes para o metabolismo microbiano, e cada organismo
requer concentrações diversificadas desses compostos, sendo a investigação
destas condições ideais, essencial para a potencialização do processo de
biorremediação (XIA et al. 2006; MACIEL et al., 2011).
Também observou-se diminuição da razão P/F e o aumento das razões
P/nC17 e F/nC18. Com 90 dias esse processo se manteve aumentando (Figura
99 e 100).
167
Figura 99 - Gráfico de linhas para os parâmetros biogeoquímicos para os períodos T0, T30, T60 e T90 na unidade de simulação BCFI
Nitrogênio
(%)
P/F
(ppb)
CO
(%)
P/nC17
F/nC18
(ppb)
P
(mg/kg)
HTP/UCM
(ppb)
UFC
(FUNGOS)
(ufc/mL 10-5)
168
Figura 100 - Gráfico de linhas para os parâmetros biogeoquímicos para os períodos T0, T30, T60 e T90 na unidade de simulação BCFO
Nitrogênio
(%)
P/F
(ppb)
CO
(%)
P/nC17
F/nC18
(ppb)
P
(mg/kg)
HTP/UCM
(ppb)
UFC
(FUNGOS)
(ufc/mL 10-5)
169
V. 5.4 EXPERIMENTO 3 (BIORREATORES)
Para o experimento 3 foram obtidos novos resultados em relação ao
monitoramento geoquímico, químico e microbiológico. As siglas utilizadas
foram as seguintes: BIO1 (controle BR), BIO2 (óleo + consórcio 1+ fibra de
coco) e BIO3 (óleo + consórcio 1+ fibra de coco).
Segundo Singh (2006) os biorreatores têm sido usados para a remoção
de vários poluentes. Quando se usa fungos nos biorreatores estes podem ser
denominados de micorreatores. Estes podem ser de dois tipos: (1) sistemas
com fungos imobilizados e (2) de crescimento suspenso. Os micorreatores
podem ser operados em condições aeróbias ou anaeróbias.
Vários fungos imobilizados são usados em reatores para facilitar a
biodegradação rápida. As características físicas, químicas e biológicas são
parâmetros que afetam os bioprocessos e são importantes no monitoramento
e controle de desempenho dos biorreatores e na sua melhoria (CROGNALE et
al., 2002).
V. 5.4.1. Monitoramento geoquímico
Os cromatogramas das amostras coletadas no T0, T30, T60 e T90 do
biorreator 1 (BIO1), biorreator 2 (BIO 2) e biorreator 3 (BIO3), podem ser
verificados na Figura 101.
Os cromatogramas para o BIO1, que correspondem aos processos
ocorridos no biorreator controle com óleo, no qual não foi adicionado nenhum
tipo de aditivo nutricional e nem células fúngicas, mostram que quase não
houve processo de degradação. No BIO 2, onde foram adicionadas cápsulas
com fungos imobilizados à base de fibra de coco, visivelmente foi possível
observar a redução de compostos lineares com consequente elevação da linha
de base. O mesmo aconteceu no BIO 3 (duplicata do BIO2), com diferença que
no T60 foi possível observar uma redução dos n-alcanos mais expressiva do
que no bio 2.
170
Figura 101 - Cromatogramas com perfis do sedimento coletados dos biorreatores (BIO1, BIO2 e BIO3) nos períodos T0, T30, T60 e T90
Tempo Biorreator - BIO1 Biorreator - BIO2 Biorreator - BIO3
T0
T30
T60
T90
Intensidade (Volts) X Tempo em minutos
Apesar da degradação ter sido menos expressiva no BIO 1, fato já
esperado, foi possível servar um aumento dos n-alcanos ao final de 90 dias, o
que pode ser atribuído à quebra de moléculas de maior massa molecular. Os
cromatogramas do BIO 2 e BIO 3 inferem degradação expressiva ao longo de
90 dias, com redução dos n-alcanos (C13-C34) com aumento da UCM.
A utilização de fungos em teste de biorremediação de hidrocarbonetos
de petróleo em biorreator apresentou remoção de HTP durante um
experimento realizado com sedimento de manguezal (LI; LI, 2011).
171
Perez-Armendáriz et al. (2004) em um estudo sobre remoção do
petróleo em solos do México, comprovaram a presença microbiana indígena no
solo contaminado, que foi utilizado em bioreatores. No biorreator testado com
bioestimuladores (nitrogênio e fósforo), houve remoção de 61,5% de HTP. No
biorreator onde foram realizados procedimentos de bioaumento, devido ao
efeito sinérgico do fungo filamentoso Cladosporium sporium e microbiota
indígena foi observada maior remoção de HTP (78,5%). A menor remoção de
HTP foi observada no biorreator estéril, mostrando que a ausência da
microbiota indígena reduziu a remoção de HTP.
A remoção do HTP pode ser melhor observada no cromatograma do
biorreator 2, no T90, onde pode ser notada a redução dos n-alcanos (nC12-
nC33) de forma mais expressiva, do que no BIO3 e no BIO1. Na Figura 101 a
redução do n-alcanos se encontra em destaque.
Em relação à razão Pristano/Fitano, pode ser observado que houve uma
diminuição ao longo de 90 dias. Isso comprova a degradação do óleo da bacia
do Recôncavo. Sendo que quando se compara os resultados do processo
ocorrido no biorreator 1 com os demais, pode se perceber que a razão
Pristano/Fitano foi maior (Figura 102).
Figura 102 – Variação da razão Pristano/Fitano nos tempos 0, 30, 60 e 90 dias de experimento 3
Todas as amostras apresentaram razões Pristano/nC17 maior no T90,
comprovando que houve degradação ao longo dos 90 dias. No gráfico da
p
pb
172
Figura 103 pode ser observado que no biorreator 2 e 3 houve um aumento da
razão Pristano/nC17 ao longo dos 90 dias, ao contrário do ocorrido no BIO 1
indicando uma redução desses valores.
Figura 103 – Variação da razão Pristano/nC17 nos tempos 0, 30, 60 e 90 dias de experimento 3
Comportamento similar foi observado em todos os biorreatores para a
razão Fitano/nC18. Verificou-se que mesmo no biorreator controle ocorreu
processo de degradação (Figura104).
Figura 104 – Variação da razão Fitano/nC18 nos tempos 0, 30, 60 e 90 dias de experimento 3
p
pb
pp
b
173
A razão HTP/UCM diminuiu com 90 dias de experimento, sendo indicativo de
degradação. Observando-se o gráfico da Figura 105, no biorreator 2 (BIO2) a
razão aumenta no tempo 60 e depois diminui. Esse fato pode ser atribuído à via
metabólica dos fungos (Figura 105).
Figura 105 – Variação da razão HTP/UCM nos tempos 0, 30, 60 e 90 dias de experimento 3
V. 5.4.2. Monitoramento químico
Para González e colaboradores (2008), uma característica distintiva e
vantajosa do uso de biorreatores está na manipulação e controle das condições
ambientais que leva à otimização da biodegradação e melhor desempenho do
processo. A este respeito, diversas variáveis operacionais podem ser
monitoradas e controladas, tais como: pH, oxigênio dissolvido, concentração de
nutrientes inorgânicos. Ressalta-se que o pH normalmente deve ser mantido
no intervalo entre 6,75-7,25 (GONZÁLEZ et al.,2008).
A biodegradação de compostos orgânicos por Penicillium chrysosporium
foi testado em sistemas de reatores biológicos, onde as taxas de degradação
por fungos imobilizados foi duas ordens de magnitude maior do que em
agitação (PAL, LEWANDOWSKI; ARMENANTE , 1995). As taxas de
degradação podem ser afetadas pela concentrações de fontes de carbono e
nitrogênio, pH e tensão de cisalhamento de fluidos (BUSWELL, 2001).
p
pb
174
Concentrações de nitrogênio e sais de fósforo podem ser usadas como
fonte de nutriente inorgânico, a fim de garantir que não ocorra nenhuma
limitação de nutrientes.
No gráfico da Figura 106 pode ser observada a variação dos teores de
fósforo nos biorreatores ao longo de 90 dias. Os valores variaram entre 144,28
a 210,78 mg/kg. No tempo 90 foram observados os maiores valores, mostrando
que ao longo do experimento, o fósforo se manteve em concentrações ideais
para o processo de degradação. Nessa Figura verifica-se ainda uma queda dos
teores do fósforo nos tempos T30 e T60. Isso pode ser justificado pelo aumento
da população fúngica no biorreator.
Figura 106 - Variação dos teores de fósforo nos tempos 0, 30, 60 e 90 dias, nas unidades de biorreator
Os valores de nitrogênio total variaram de 0,21% (mínimo) a 0,29%
(máximo). Na Figura 107 pode ser observado um aumento desse nutriente com
30 dias de experimento, seguido de uma diminuição discreta ao final do
procedimento.
175
Figura 107 - Variação dos teores de nitrogênio nos tempos 0, 30, 60 e 90 dias, nas unidades de biorreator
As concentrações de CO variaram entre 4,02% (mínimo) e 7,78%
(máximo). No gráfico da Figura 108 pode ser observada a variação dos teores
de CO ao longo de 90 dias. O teor de CO aumentou nos primeiros 30 dias
seguido de uma diminuição no tempo 60 e posterior diminuição no T90.
Figura 108 - Variação dos teores de CO% nos tempos 0, 30, 60 e 90 dias, nas unidades de biorreator
Em geral, os parâmetros químicos não se mostraram fatores limitantes
para o processo de biodegradação em biorreatores.
176
V. 5.4.3. Monitoramento microbiológico
V.5.4.3.1 Quantificação de bactérias e fungos
Foi realizada a quantificação de bactérias com o objetivo de testar a
eficiência do biorreator quanto à contaminação de microrganismos
indesejáveis.
Na Figura 109 pode-se observar que nas amostras controle, o número de
células viáveis (UFC) de bactérias foi zero, mostrando que o sedimento foi
esterilizado adequadamente. Após 60 dias de experimento cresceram células
bacterianas no biorreator 1. O maior pico de células bacterianas foi encontrado
no T90 no biorreator 3. O aparecimento de células bacterianas pode estar
relacionado ao manuseio nas unidades de simulação. Uma vez que para as
coletas das amostras foi necessário abrir os biorreatores, mesmo que em fluxo
lâminar, não isentando a possibilidade de contaminação.
Figura 109 - Gráfico para número de células viáveis (UFC). UFC de bactérias nas unidades de biorreator nos tempos 0, 30, 60 e 90 dias
Na Figura 110 pode-se observar que nas amostras controle (BIO1), o
número de células viáveis (UFC) fúngicas foi inferior àquele dos demais
tempos. Após 30 dias de experimento cresceram células fúngicas nos
177
biorreatores 2 e 3. As células fúngicas foram aumentando, até alcançar o maior
pico no T90.
Estudiosos tem recomendado o uso de protocolos para a produção de
consórcios aclimatados aeróbicos, com base em lodo ativado em biorreatores.
Nesse estudo foi observado que após 30 dias de operação, o consórcio se
encontra aclimatado e capaz de utilizar o poluente como energia e fontes de
carbono (BARBEAU et al., 1997).
O aumento da quantidade de fungos heterotróficos viáveis em
solos poder ser reflexo das habilidades adaptativas desses isolados fúngicos,
mesmo em caso de descargas antropogênicas deliberadas em grandes
quantidades (OBAYAGBONA; ENABULELE, 2013). Isso pode ser comprovado
no presente estudo, pois observando o gráfico da Figura110 é possível verificar
que ocorreu um aumento progressivo ao longo dos 90 dias de experimento.
Figura 110 - Gráfico para número de células viáveis (UFC). UFC de fungos nas unidades de biorreator nos tempos 0, 30, 60 e 90 dias
No gráfico da Figura 111 pode-se observar o número de células viáveis
(UFC) nas amostras nos intervalos de tempo (T0, T30, T60 e T90).
Pode-se notar que nas amostras do BIO1, o número de células viáveis
(UFC) para fungos, teve um aumento após 30 dias de experimento. Ao
contrário do que aconteceu para UFC de bactérias que não houve aumento no
número de células após 30 dias de experimento. Com 90 dias, o número de
178
células aumentaram para fungos e para bactérias, sendo que o crescimento
das bactérias foi bem menos expressiva.
O aumento na população microbiana correspondeu à diminuição na
concentração de TPH durante o mesmo tempo. O aumento da população
microbiana deve-se provavelmente à disponibilidade de três nutrientes
principais, a saber: P, N, e C. No entanto, este aumento não se traduz
necessariamente nas diferenças significativas em termos de degradação de
TPH, para o qual sugere-se a existência de um certo limiar de nutrientes. Essa
suplementação pode ser capaz de acelerar a degradação de hidrocarbonetos
durante as fases iniciais de biorremediação (SARKAR et al., 2005).
Figura 111 - Gráfico de linhas para número de células viáveis (UFC) nas unidade de biorreator nos tempos 0, 30, 60 e 90
T0
T30
T60
T90FBIO1 FBIO2 FBIO3 BBIO1 BBIO2 BBIO3
-0.5
0
0.5
1
1.5
2
2.5
3
3.5
179
CAPÍTULO VI - CONSIDERAÇÕES
FINAIS E RECOMENDAÇÕES
PARA TRABALHOS FUTUROS
180
VI. 6.0 Considerações Finais
Os microrganismos cada vez mais vêm sendo utilizados na área da
biotecnologia industrial. Os processos de biodegradação, em particular a
biorremediação, integrados à microbiologia e aplicados à biotecnologia
provavelmente serão um dos grandes progressos de pesquisas nos próximos
anos, principalmente quando aliados aos bioestimuladores naturais.
São de grande interesse da indústria do petróleo o desenvolvimento de
técnicas e bioprodutos que ajudem na recuperação de áreas afetadas pelos
danos causados por esse combustível fóssil.
Buscando conhecer a eficiência de microrganismos e aditivos naturais
como estimulantes na aceleração da degradação do óleo total em sedimento
de manguezal, esta pesquisa baseada em estudos já realizados
internacionalmente, obteve resultados satisfatórios e promissores, os quais
provavelmente melhorarão as técnicas aplicadas na recuperação de áreas
contaminadas com óleo.
O sedimento utilizado no presente experimento, coletado nas
proximidades do rio São Paulo, São Francisco do Conde-Bahia, apresentou
características com predominância de areia muito fina, do tipo polimodal e
moderadamente selecionada, com textura classificada como areia lamosa. Em
relação aos parâmetros biogeoquímicos, os resultados se encontraram dentro
dos padrões necessários para os processos de biorremediação.
A metodologia desenvolvida para fracionamento do óleo da bacia do
Recôncavo e bacia de Campos se mostrou bastante eficiente na separação
das principais frações do óleo (saturados, aromáticos e NSO). O método a
vácuo em coluna cromatográfica aberta nos permitiu que fossem obtidas
frações puras com maior eficiência e rapidez.
No presente trabalho foram realizados 3 experimentos. Em relação aos
resultados obtidos no experimento 1, o monitoramento geoquímico mostrou
que ao longo de 30 dias houve degradação dos n-alcanos o que não pôde ser
observado nas demais frações do óleo da bacia do Recôncavo. Os parâmetros
físico-químicos e químicos foram favoráveis para o processo de
biodegradação. Os dados toxicológicos mostraram que a contaminação do
181
sedimento com cerca de 1% das frações de óleo (saturados, aromáticos e
NSO) da BC e BR, não apresentaram efeitos letais ao copépodo T. biminiensis.
Os resultados microbiológicos demonstraram que os fungos estão
presentes no sedimento e que provavelmente se adaptaram mais rapidamente
à fração de saturados, já que a maior quantidade de UFC foi encontrada na
unidade de simulação contaminada com esses hidrocarbonetos mais leves.
Em relação aos resultados obtidos com o isolamento dos fungos, foi
possível observar que no total foram isoladas 72 fungos, sendo que a menor
quantidade de isolados foi obtida da unidade de simulação contaminada com
fração de saturados. Integrando os dados de quantificação com o de
isolamento foi possível concluir que apesar da unidade de simulação com
saturados ter apresentado maior quantidade de células, apresentou também
menor diversidade de fungos.
Com os dois testes de oxidação, utilizando o indicador DCPIP, foi
possível selecionar fungos com potencialidade para degradar as três principais
frações do óleo da bacia do Recôncavo e do óleo da bacia de Campos. Foi
possível observar que fungos isolados do sedimento limpo foram capazes de
oxidar as três frações dos dois tipos de óleo. Também foi possível concluir que
alguns isolados oxidam mais rapidamente e com maior eficiência do que
outros.
Os resultados do crescimento radial dos fungos selecionados demonstrou
que os fungos são classificados como de crescimento lento, médio e rápido, e
que a depender do tipo do meio de cultivo, a velocidade do seu crescimento
pode variar. A velocidade do crescimento das colônias não está atrelado à
rapidez na oxidação dos compostos orgânicos. As maiores médias de
crescimento radial ocorreram quando cultivados com o meio 2. Os fungos
cultivados no meio 1 mais fração apresentaram variação maior entre valores
máximos e mínimos para crescimento e maior velocidade de crescimento radial
(VCRs).
O teste de antagonismo mostrou que alguns fungos podem conviver de
forma harmônica e que outros podem inibir o crescimento, gerando assim uma
forma de competição. Para os fungos isolados e selecionados com
potencialidade em degradar o óleo da bacia do Recôncavo, dos 16 isolados
capazes de degradar a fração de saturados apenas 1 apresentou ação
182
antagônica. Para a fração de aromáticos, cinco apresentaram ação similar e
nove cresceram de forma harmônica. Já para a fração de NSO foram 16
isolados, onde três apresentaram ação antagônica, enquanto 13 não
apresentaram atividade antagônica entre si.
No teste de confrontação direta para as frações do óleo da bacia de
Campos, dos fungos isolados e selecionados com potencialidade em degradar
fração de saturados, 3 fungos apresentaram atividade antagônica. Para a
fração de aromáticos, seis apresentaram ação antagônica e oito cresceram de
forma harmônica. E para a fração de NSO seis apresentaram ação antagônica
enquanto 17 não apresentaram atividades antagônicas entre si. De forma geral,
a maioria dos fungos, é capaz de viver de forma harmônica.
O consórcio 1 (com potencialidade para degradar o óleo da bacia do
Recôncavo) foi composto por 29 fungos; e o consórcio 2 (com potencialidade
para degradar o óleo da bacia de Campos), por 28 fungos. Os consórcios são
compostos por fungos que apresentaram teste de oxidação das frações dos
óleos estudados acima de 50%, teste de antagonismo negativo e por fungos
que têm os três tipos de velocidade de crescimento radial (lento, médio e
rápido). Quanto à imobilização dos consórcios, visivelmente a imobilização a
base de fibra de coco se mostrou mais eficaz que a imobilização a base de
folha.
Com os resultados do microcultivo, foi possível observar que entre os
isolados alguns apresentam estruturas potencialmente similares, e típicas de
gêneros dos fungos Aspergillus e Penicillium, já conhecidos por suas
potencialidades em degradar hidrocarbonetos do petróleo, e que ainda são
largamente utilizados em processos de biorremediação.
A aplicação dos consórcios imobilizados com potencialidade em degradar
os dois tipos de óleo estudados (experimento 2) em condições laboratoriais,
apresentou resultados promissores para o entendimento do processo de
biorremediação em sedimentos de manguezal.
Os resultados do monitoramento químico e físico-químico se mostraram
dentro dos padrões necessários para a ocorrência do processo de
biorremediação. Em relação ao processo de bioestimulação utilizando a fibra
de coco e folha de manguezal em pó imobilizada, não foi possível observar
uma diferença significativa na eficiência em relação à liberação de nutrientes.
183
Em contrapartida, pôde ser observado que de alguma forma foram mantidos os
teores de nutrientes adequados ao longo de 90 dias de experimento, o que não
ocorreria se não tivesse sido adicionado nenhum tipo de aditivo nutricional.
Em relação ao bioaumento foi possível observar aceleração na
biodegradação em relação ao controle, no qual foi observada a atenuação
natural. Os microrganismos provavelmente seguem a mesma rota metabólica,
mesmo que em unidades de simulação diferentes.
A partir da visualização dos cromatogramas referentes ao óleo total, foi
possível observar que o óleo da bacia do Recôncavo sofreu uma modificação
no perfil ao longo dos 90 dias. Houve redução dos n-alcanos mais leves com
aumento da linha de base, mostrando que também ocorreu degradação das
frações mais pesadas.
Os cromatogramas que mostram a modificação do perfil do óleo da bacia
de Campos levam à conclusão que os fungos contidos no consórcio têm a
habilidade de reduzir os hidrocarbonetos saturados (n-alcanos), mas parecem
ter maior habilidade em degradar os compostos aromáticos e NSO.
Em relação à razão Pristano/Fitano, pôde ser observado que houve uma
diminuição ao longo de 90 dias. Isso comprova a degradação nos dois tipos de
óleo. O aumento da razão P/nC17 e F/nC18 e a diminuição na razão HTP/UCM
também foram uma indicação da ação de microrganismos no petróleo.
Os dados obtidos para o experimento em um protótipo de biorreator
apresentou melhores resultados quando comparado ao experimento 2. A
redução de n-alcanos do óleo da bacia do Recôncavo foi bem mais expressiva.
As razões Pristano/Fitano, P/nC17, F/nC18 e HTP/UCM também foram indicações
da ação de microrganismos no petróleo. Isso mostra que sedimentos
contaminados, quando tratados em locais confinados, os resultados tendem a
ser melhores. Os parâmetros químicos se encontraram dentro do padrão. Em
relação ao parâmetro microbiológico, apesar de ter ocorrido contaminação por
bactérias, foi possível observar que nos protótipos de biorreatores a presença
de bactérias foi mais bem controlada quando comparada aos resultados
encontrados no experimento 2.
Os resultados, no geral, apontam que os consórcios fúngicos são
promissores para o processo de biorremediação, sendo necessário ainda uma
maior atenção para a interação entre os fungos.
184
VI. 6.1 Recomendações para trabalhos futuros
A partir das análises dos resultados obtidos e em função da
complexidade do controle do processo de biorremediação em ambiente de
manguezal, recomenda-se para futuras pesquisas:
Aprofundar os estudos em relação à fibra de coco e a folha de
manguezal, como estimulantes para o processo de biorremediação;
Realizar microexperimentos onde devem ser testadas várias
concentrações da fibra de coco e da folha de manguezal, com a finalidade
de se observar a forma e concentração de nutrientes liberados por esses
aditivos;
Realizar experimentos com consórcios imobilizados e livres para verificar
a eficiência da forma de imobilização produzida;
Realizar experimentos com os consórcios separadamente para cada tipo
de fração do óleo, a fim de se proceder uma observação mais detalhada
das interações entre os fungos;
Realizar testes de sinergismo entre os fungos isolados;
Formar consórcios com os fungos que foram mais visivelmente,
frequentes ao longo do presente experimento;
Realizar maiores investigações sobre o metabolismo e produção de
enzimas, aliados aos estudos de degradação;
Aprofundar os estudos no protótipo de biorreator desenvolvido, para que
esse possa ser utilizado em outras pesquisas com intuito de obter a
degradação dos componentes do petróleo (Saturados, Aromáticos e
NSO), na sua totalidade.
Avaliar os efeitos dos consórcios no processo de biodegradação em
condições naturais (próximas as que ocorrem no ambiente natural de
manguezal).
Fazer a identificação clássica e molecular dos fungos antes de montar
os consórcios.
185
CAPÍTULO VII - REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICA
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VII. 7.0 Referências bibliográficas
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APÊNDICE A - PROTOCOLOS
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Protocolo nº 1 para Fracionamento do óleo da bacia do Recôncavo
Patente: Privilégio de Inovação. Número do registro: PI11120000900
OBJETIVO: Este método possibilita o fracionamento do óleo da bacia do Recôncavo
nos principais componentes (compostos saturados, compostos aromáticos e compostos polares), através da cromatografia liquida a vácuo.
TEORIA E SIGNIFICÂNCIA: A cromatografia é um método de separação físico-
químico. Está fundamentada na migração diferencial dos componentes de uma mistura, que ocorre devido a diferentes interações, entre duas fases imiscíveis, a fase móvel e a fase estacionária (DEGANI, 1998; IUPAC, 1993). A cromatografia líquida a vácuo - Ou fracionamento por cromatografia líquida – líquido a vácuo consiste em um método por via seca e a bomba de vácuo é utilizada como acelerador do processo. Utilizou um sistema de bomba a vácuo com funil em vidro c/ placa perfurada, junta esmerilhada cônica, c/ saída p/ vácuo em boro acoplado a um balão de fundo redondo (Figura 1). Figura 1 - Aparato do processo que consta de uma coluna de vidro utilizado no fracionamento
Fonte: a autora
Essa metodologia consiste em um método por via seca, onde a bomba de vácuo é utilizada como acelerador do processo. Para eluição dos compostos saturados (F1) é utilizado o solvente n-hexano; para eluir os compostos aromáticos (F2) utiliza-se uma mistura dos solventes hexano e diclorometano na proporção 4:1 e para eluir os compostos polares é utilizada uma mistura dos solventes diclorometano e metanol também na proporção 4:1. Para evitar a mistura foi adicionado um volume adicional para retirar possíveis resquícios de compostos que poderiam ficar retidos na fase estacionária. Essa metodologia diminui o tempo de fracionamento e aumenta a qualidade do fracionamento além de ter a possibilidade de fracionar maiores quantidades de óleo.
MATERIAL
Extrator aberto em vidro com placa perfurada Ø 1 mm e junta esmerilhada cônica com saída para vácuo em boro (Figura 2);
Balão de fundo redondo; Bomba a vácuo; Gel de sílica 0,063- 0,200mm; Fibra de vidro com diâmetro 47mm; Algodão; Lã de vidro; Solventes: n-hexano, diclorometano e metanol.
209
PROCEDIMENTO
Montagem do aparato (Figura 2): Ao funil deposita-se na sua extremidade inferior um chumaço de lã de vidro com a finalidade de vedar os furos e impedir a passagem de partículas da fase estacionária (gel de sílica 0,063- 0,200mm). Coloca-se uma membrana fibra de vidro com diâmetro 47mm. Adiciona-se aproximadamente 50g de gel de sílica. Posteriormente transfere-se 0,2g de amostra (a amostra é misturada com um pouco de sílica antes de ser transferida para o sistema), e para que esta não crie caminhos preferenciais durante a eluição do solvente, utiliza-se um chumaço de algodão sobre a amostra.
Figura 2 - Sistema utilizado para o fracionamento de óleo através de um sistema a vácuo
Fonte: a autora
Eluição dos compostos (Figura 3): Aos poucos e de forma contínua são adicionados 120 ml de n-hexano ao sistema para eluir os compostos saturados (F1), sendo que inicialmente coloca um pouco do solvente no sistema, liga a bomba de vácuo para que os compostos desçam uniformemente e posteriormente adiciona o restante do solvente. Entre a primeira fração e a segunda fração eluiu-se pela coluna 100 ml de n-hexano a fim de remover possíveis resquícios de compostos saturados que estariam retidos na sílica, intitulada de fase “morta’.
Posteriormente são eluidos os compostos aromáticos (F2) com uma mistura de dois solventes, 120 ml de hexano + DCM na proporção de 4:1. O processo de fracionamento segue o mesmo padrão da fração de saturados (F1). Entre a F2 e a F3 eluiu-se pela coluna 60 ml da mistura de n-hexano e DCM a fim de remover possíveis resquícios de compostos aromáticos que estariam retidos na sílica, evitando assim a contaminação da próxima fração.
E para eluir os compostos polares (F3) (NSO) foram utilizados uma mistura de 120 ml de DCM + metanol com uma proporção de 4:1 utilizando o mesmo procedimento descrito acima.
Algodão
Amostra Sílica
Lã de vidro e fibra
de vidro
Bomba a
vácuo Balão de fundo
redondo
Coluna aberta
210
Figura 3 - Fracionamento de óleo. a) eluição dos compostos saturados; b) eluição dos compostos aromáticos; c) eluição dos compostos polares
Fonte: a autora
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
COLLINS, C.H.; BRAGA, G.L. e BONATO,P.S. Introdução a métodos cromatográficos. 5ª ed. Campinas: Editora da Unicamp, 1993. DEGANI, A. L. G.; CASS, Q. B.; VIEIRA, P. C. “Cromatografia, Um breve Ensaio”. Química Nova na Escola, n° 7, p. 21 – 25, 1998. TARGETT, N. M.; KILCOYNE, J. P.; GREEN, B. Vacuum liquid chromatography: an alternative to common chromatographic methods. The Journal of Organic Chemistry, v. 44, n. 26, p. 4962-4964, 1979.
211
Protocolo nº 2 para Fracionamento do óleo da bacia de Campos
Patente: Privilégio de Inovação. Número do registro: PI11120000900
OBJETIVO: Este método possibilita o fracionamento do óleo da bacia de Campos,
através da Cromatografia liquida a vácuo.
TEORIA E SIGNIFICÂNCIA: vide protocolo nº1
MATERIAL
Vide protocolo nº1. PROCEDIMENTO
Montagem do aparato: vide protocolo nº1. Eluição dos compostos (Figura 1): o procedimento de eluição foi o mesmo
utilizado no protocolo nº1 o que diferencia é o volume de cada solvente. Foi utilizados 70 ml de n-hexano para eluição da fração de saturados, 20 ml de n-hexano a fim de remover possíveis resquícios de compostos, 180 ml de hexano + DCM (144HEX+36DCM) na proporção de 4:1, 60 ml da mistura de n-hexano e DCM para fase morta e 160 ml de DCM + metanol com uma proporção de 4:1.
Figura 1 - Fracionamento de óleo. a) eluição dos compostos saturados; b) eluição dos compostos aromáticos; c) eluição dos compostos polares
Fonte: a autora
(a) (b) (c)
212
Protocolo nº 3 para seleção de fungos degradadores Teste de oxidação em placas multipoços
OBJETIVO: Este método possibilita a seleção de fungos degradadores de frações
de petróleo.
TEORIA E SIGNIFICÂNCIA: Hidrocarbonetos são substratos que requerem um
receptor de elétrons para a etapa inicial da oxidação altamente reduzido (Atlas, 1984). Uma técnica de rastreio rápida é a que utiliza um corante indicador redox 2,6 Diclorofenol indofenol. O método do indicador redox DCPIP (2,6-diclorofenol-indofenol) foi proposto para avaliar o potencial que os microrganismos apresentam para degradar hidrocarbonetos usando-os como substrato (Hanson et al., 1993). Esta é uma reação de oxirredução que pode ser sinalizada pela mudança de cor do indicador DCPIP de azul (forma oxidada) para incolor (forma reduzida). A capacidade de um dado microrganismo em degradar o hidrocarboneto é inversamente proporcional ao tempo de virada do DCPIP. O tempo de ensaio geralmente é de 24 a 48h. Para a realização do experimento foi adicionado a cada poço da placa suspensão microbiana, padronizada em 108UFC/mL, meio BH, fonte de carbono (fração de saturados, aromáticos e NSO) e indicador redox DCPIP. Foi feito um controle negativo. Nos poços abióticos (controle negativo) foi adicionada água esterelizada, substituindo a suspensão microbiana. As placas foram incubadas a 30°C e observadas visualmente, no tempo 0 hora e nos intervalos de 24 e 48 horas. Para os fungos que apresentarem a capacidade de utilizar hidrocarbonetos como substrato espera-se a descoloração do meio.
MATERIAL Placas multipoços (24 poços) Meio BH Indicador redox DCPIP Suspensão de fungos em tubos Fração de petróleo (saturados, aromáticos e NSO) Papel filme Ponteira de 1000, 200 e 10 µL Pipetador automáticos de 1000, 200 e 10 µL
PROCEDIMENTO
Etiquetar as placas multipoços com numeração de fungos e tipo de fração em triplicata (Figura 1); todas as placas terão um controle negativo onde não será adicionada a suspensão de fungo;
Adicionar em cada poço 10μL da fonte de carbono (fração) e deixar evaporar o solvente;
Posteriormente adicionar 250μL de meio BH em cada poço; Adicionar 25μL de suspensão microbiana nos poços, com exceção dos poços
controles; Adicionar em cada poço 5μL do indicador redox DCPIP; Passar o papel filme nas bordas das placas; • Incubar a 30º C; • Observar se houve a descoloração nas primeiras 24 horas e após 48 horas; • Classificar a descoloração comparando com o controle, em porcentagem
(25%, 50%, 75% e 100%) (Figura 2).
213
Figura 1 - Esquema para seleção dos fungos em placas multipoços
Fonte: a autora
Figura 2 - Classificação da descoloração em %
Fonte: a autora
PREPARO DO INDICADOR
Dissolver 50 mg de 2,6-dicloroindofenolsódico em 50 mL de água com 42 mg de bicarbonato de sódio. Agitar vigorosamente. Após dissolução, completar com água a 200 mL. Filtrar.
Conservação
Recipientes de vidro âmbar, bem fechados.
Estabilidade
Usar em no máximo 3 dias e padronizar imediatamente antes do uso PREPARO DO MEIO BH
214
Suspender 3,27g do pó do meio BH em 1 L de água purificada . Aquecer frequente
com agitador e deixar ferver por 1 minuto. Depois levar para autoclave a 121ºC por 15
minutos.
PREPARO DA SUSPENSÃO DE FUNGOS
O preparo da suspensão consiste em pegar um fragmento de 0,6 cm com a pipeta de pauster (Figura 3), transferir para um tubo de ensaio com 5 mL de solução salina e agitar no vórtex, retirar 25μL de suspensão de esporos para colocar no experimento e para fazer a contagem. Figura 3. Esquema do preparo da suspensão
Fonte: a autora
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GOMES, E. B. Biodegradabilidade de querosene de aviação movimentado pelo Terminal
Portuário de Suape-PE. Pernambuco. 109 p. 2004. Dissertação (Mestrado em Biotecnologia
de Produtos Bioativos), Universidade Federal de Pernambuco, 2004.
HANSON, K. G.; DESAI, Jitendra D.; DESAI, Anjana J. A rapid and simple screening technique
for potential crude oil degrading microorganisms. Biotechnology techniques, v. 7, n. 10, p.
745-748, 1993.
SOUZA, Cynthia S. et al. Isolamento e seleção de microrganismos degradadores de derivados
de petróleo. In: Congresso Brasileiro de P&D em Petróleo e Gás. 2005
SPAIN, Jim C.; PRITCHARD, P. H.; BOURQUIN, A. W. Effects of adaptation on biodegradation rates in sediment/water cores from estuarine and freshwater environments. Applied and Environmental Microbiology, v. 40, n. 4, p. 726-734, 1980.
5 mL solução salina
esterilizada
215
Protocolo nº 4 para seleção de fungos degradadores Teste de oxidação com agitação
OBJETIVO: Este método possibilita a seleção e confirmação da capacidade oxidativa de
fungos degradadores de frações de petróleo.
TEORIA E SIGNIFICÂNCIA: Hidrocarbonetos são substratos que requerem um
receptor de elétrons para a etapa inicial da oxidação altamente reduzido (Atlas, 1984). Uma técnica de rastreio rápida é a que utiliza um corante indicador redox 2,6 Diclorofenol indofenol. O método do indicador redox DCPIP (2,6-diclorofenol-indofenol) foi proposto para avaliar o potencial que os microrganismos apresentam para degradar hidrocarbonetos usando-os como substrato (Hanson et al., 1993). Esta é uma reação de oxirredução que pode ser sinalizada pela mudança de cor do indicador DCPIP de azul (forma oxidada) para incolor (forma reduzida). A capacidade de um dado microrganismo em degradar o hidrocarboneto é inversamente proporcional ao tempo de virada do DCPIP. Os experimentos foram realizados em frascos de 20mL com meio de Bushnell Haas, fonte de carbono (fração de saturados, aromáticos e NSO) e suspensão microbiana. Após 48 horas de aclimatação, sob agitação de 200 rpm e a 30°C ± 1°C foi adicionado indicador redox DCPIP para avaliar o tempo gasto para a oxidação biológica da fração testada (Figura 1).
MATERIAL
Vial de 20mL Meio BH Indicador redox DCPIP Suspensão de fungos em tubos Fração de petróleo (saturados, aromáticos e NSO) Papel filme Ponteira de 1000, 200 e 10 µL Pipetador automático de 1000, 200 e 10 µL
PROCEDIMENTO
Etiquetar vials de 20 mL com numeração de fungos e tipo de fração; Adicionar ao vial 0,025 mL da fração e deixar evaporar o solvente; Posteriormente adicionar ao vial 1,85 mL de meio BH; Adicionar 0,75 mL de inoculo do fungo ao vial; Colocar o vial para agitar a 200 rpm e 30º C por 10 horas; Após o período de agitação adicionar ao vial 0,002 mL do indicador redox
DCPIP; Incubar a 30º C; Observar se houve a descoloração nas primeiras 12 horas e após 24 horas; Classificar a descoloração comparando com o vial controle, em porcentagem
(25%, 50%, 75% e 100%) (Figura 2).
216
Figura 1 - Fluxograma para montagem do teste de seleção
Fonte: a autora
Figura 2 - Classificação da descoloração em %
Fonte: a autora
PREPARO DO INDICADOR
Vide protocolo nº3
PREPARO DO MEIO BH
Vide protocolo nº3
PREPARO DA SUSPENSÃO DE FUNGOS
Vide protocolo nº3
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRADDOCK, Joan F.; CATTERALL, Peter H. A simple method for enumerating gasoline-and diesel-degrading microorganisms. Bioremediation Journal, v. 3, n. 2, p. 81-84, 1999. BROWN, Edward J.; BRADDOCK, Joan F. Sheen screen, a miniaturized most-probable-number method for enumeration of oil-degrading microorganisms. Applied and Environmental Microbiology, v. 56, n. 12, p. 3895-3896, 1990.
CN
Frascos de vidro de 20 ml
(74% do meio) 1,85 mL
do meio Bushnell Haas
25% do inoculo (0,625
mL do inoculo)
Aclimatação (agitação de 200 rpm e a 30° C) Por 12 horas
0,002 mL do indicador redox DCPIP
1% de fração (0,025 mL
de fração)
Controle
25%
50%
75%
90%
100%
217
GOMES, E. B. Biodegradabilidade de querosene de aviação movimentado pelo Terminal Portuário de Suape-PE. Pernambuco. 109 p. 2004. Dissertação (Mestrado em Biotecnologia de Produtos Bioativos), Universidade Federal de Pernambuco, 2004. HANSON, K. G.; DESAI, Jitendra D.; DESAI, Anjana J. A rapid and simple screening technique for potential crude oil degrading microorganisms. Biotechnology techniques, v. 7, n. 10, p. 745-748, 1993.
218
Protocolo nº 5 para seleção de fungos degradadores
Crescimento radial OBJETIVO: Este método possibilita o acompanhamento do crescimento radial de
fungos filamentosos, com o intuito de selecionar fungos filamentosos, através da velocidade de crescimento radial.
TEORIA E SIGNIFICÂNCIA: Algumas espécies microbianas isoladas de sedimento
são capazes de metabolizar parcialmente os compostos orgânicos (BEKHI & KHAN, 1986; BEKHI et al., 1993). A mineralização total desses compostos pode ser realizada por consórcios microbianos ou culturas mistas com 2 ou mais microrganismos (LEVANON, 1993). Selecionar os microrganismos isolados quanto à capacidade de crescimento em meio de cultivo foi mais uma fonte de informação para formação de consórcios fúngicos. 1ª ETAPA: Preparo das placas MATERIAL
Placas de Petri esterilizada Meio de cultura BDA e Sabouraud Placas com culturas de fungos diversos Papel filme Pipeta de Pasteur esterilizada Paquímetro digital
PROCEDIMENTO
Preparar placas de Petri com os meios a serem utilizados (BDA e Sabouraud); Com auxilio de uma pipeta de Pasteur retirar um disco de micélio (5 mm de
diâmetro) e inocular no centro de uma placa de Petri contendo meio de cultura (Figura 1a);
Repetir para os demais fungos. Cada pipeta de Pasteur deve ser usada individualmente para cada tipo de fungo;
Fazer 4 linhas pontilhadas no fundo das placas (Figura 1b); Incubar a 28º C; As medidas são feitas em intervalos de 2 horas com auxilio de um paquímetro
digital durante 5 dias; Todo o procedimento deve ser feito em condições assépticas.
Figura 1 - (a) Pedaço do fungo transferido para o centro de uma placa contendo meio de cultura. (b) linhas pontilhadas no fundo das placas
Fonte: a autora
219
2ª ETAPA – Biometria dos fungos MATERIAL
Paquímetro digital Placa com o fungo Planilha para anotar os dados
PROCEDIMENTO
O crescimento fúngico foi monitorado medindo o diâmetro do micélio em função do tempo;
A primeira medida é feita logo após o preparo das placas; As demais medidas foram iniciadas após 12 horas de incubação; São tomadas quatro medidas ortogonais entre si; As medidas são feitas a cada 2 horas, durante o dia, por um período de 4 dias.
Figura 2 - Biometria de fungo. (a) Placas com fungos em meios diferentes. (b) Fungo crescido e
paquímetro digital, (c) Aferindo uma das medidas
Fonte: a autora
A velocidade de crescimento radial foi calculada através de regressão linear dos raios das
colônias, utilizando-se a Equação 1, onde r é o raio (mm), t é o tempo (d) e VCR é a
velocidade de crescimento radial (cm.d-1).
Os resultados de VCR dos fungos foram avaliados através de Análise de variância e
Teste de Tukey, para comparação de médias.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANDRADE, Meire Cristina Nogueira de et al. Yield of four Agaricus bisporus strains in three
compost formulations and chemical composition analyses of the mushrooms. Brazilian Journal of
Microbiology, v. 39, n. 3, p. 593-598, 2008.
(a) (b) (c)
220
DE ANDRADE, Meire Cristina Nogueira; GRACIOLLI, Luiz Antônio. Controle de fungos contaminantes no cultivo do cogumelo comestível shiitake em toros de eucalipto. Acta Scientiarum. Biological Sciences, v. 27, n. 2, p. 293-299, 2005. MAKI, Cristina Sayuri et al. Analyses of genetic variability in Lentinula edodes through mycelia responses to different abiotic conditions and RAPD molecular markers. Brazilian Journal of Microbiology, v. 32, n. 3, p. 170-175, 2001. SILVA, E. M.; MACHUCA, A.; MILAGRES, A. M. F. Effect of cereal brans on Lentinula edodes growth and enzyme activities during cultivation on forestry waste. Letters in applied microbiology, v. 40, n. 4, p. 283-288, 2005.
221
Protocolo nº 6 para Formação e crescimento dos consórcios
OBJETIVO: Este método possibilita a formação e crescimento dos consórcios fúngicos.
TEORIA E SIGNIFICÂNCIA: A habilidade em degradar hidrocarbonetos não é restrita a apenas alguns gêneros de microrganismos, pois, vários grupos de bactérias, fungos, algas e algumas cianobactérias têm mostrado possuir essa capacidade (KATAOKA, 2001 apud MARIANO, 2006). Para que ocorra a biodegradação total faz se necessário uma assembleia ou pool de microrganismos capazes de degradar todos os compostos contidos no mesmo e com isso várias pesquisas internacionais têm proposto a utilização de culturas mistas para fins de biorremediação (RAMBELOARISOA et al., 1984; CHHATRE et al., 1996; TANO-DEBRAH et al., 1999; VENOSA et al., 1999; COOKSON, 1995). Os fungos selecionados no ensaio de oxidação (protocolo nº 3 e 4) foram agrupados em consórcios fúngicos, levando-se em consideração os resultados obtidos, com o proposito de avaliar o potencial de degradação dos fungos.
Formação dos consórcios Os consórcios foram formados a partir dos testes realizados para seleção dos fungos degradadores. No teste 1 foram selecionados fungos degradadores para cada fração do petróleo, no teste 2 foram comprovados a potencialidade dos fungos selecionados no teste 1. Os fungos com resultado acima de 50% de oxidação foram selecionados para o consórcio. Para finalizar a formação do consórcio foram analisados os resultados de antagonismo entre os fungos. Aqueles que apresentaram algum tipo de inibição no crescimento foram retirados do consórcio. Foram formados dois tipos de consórcio: Consórcio 1 – para degradar o óleo da Bacia do Recôncavo formado por 34 isolados; Consórcio 2 – para degradar óleo da Bacia de Campos formado por 30 isolados. Crescimento dos consórcios MATERIAL
Frascos de Erlenmeyer de 250 mL Solução salina proporção de 1:100 Placas com os fungos Pipeta de Pasteur esterilizada
PROCEDIMENTO (Figura 1)
Prepara-se 250mL de solução salina, onde pesa-se 2,25g de NaCl e acrescentar 250mL de agua destilada;
Esterilizar a solução salina em autoclave a 120 ºC por 20 minutos; Retirar com auxilio do fundo da pipeta de Pasteur um pequeno pedaço dos
fungos que compôs o consórcio e colocar na solução salina; Incubar Erlenmeyers a 30ºC por 7 dias;
222
Figura 1 - (a) Pedaço do fungo transferido para o Erlenmeyer contendo solução salina. (b)
consórcio para degradar óleo da bacia de Campos
Fonte: a autora
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CHHATRE, Suneel et al. Bacterial consortia for crude oil spill remediation. Water Science and
Technology, v. 34, n. 10, p. 187-193, 1996
MARIANO, A. P. Avaliação do potencial de biorremediação de solos e de águas
subterrâneas contaminados com óleo diesel. 162 f. 2006. Tese (doutorado) – Universidade
Estadual Paulista, Instituto de Geociências e Ciências Exatas – Rio Claro, SP.
RAMBELOARISOA, E. et al. Degradation of crude oil by a mixed population of bacteria isolated from sea-surface foams. Marine Biology, v. 83, n. 1, p. 69-81, 1984.
VENOSA, A. D.; STEPHEN, J.R.; MACNAUGHTON, S.J.; CHANG, Y. ; WHITE D.C. Microbial population changes durin g bioremediation of an experimental oil spill. In: proceedings of the 8th international symposium on microbial ecology, Canada. Atlantic Canada Society for Microbial Ecology, Halifax, Canada, 1999.
TANO-DEBRAH, Kwaku et al. An inoculum for the aerobic treatment of wastewaters with high
concentrations of fats and oils. Bioresource technology, v. 69, n. 2, p. 133-139, 1999.
(a) (b)
223
Protocolo nº 7 para Microcultivo
OBJETIVO: Este método possibilita a obtenção de estruturas em boas condições para o
estudo morfológico detalhado.
TEORIA E SIGNIFICÂNCIA: O microcultivo se baseia na cultura do fungo em
pequenos pedaços de meio de cultura, entre lâmina e lamínula, onde o crescimento do fungo se desenvolve e fixa na porção inferior da lamínula e na lâmina abaixo do meio de cultura, este método mantém o corpo de frutificação intacta, o que facilita melhor identificar as características dos fungos. 1ª ETAPA: Preparo do microcultivo MATERIAL
1 placa de Petri 1 pedaço de algodão 2 lâminas de vidro 1 lamínula de vidro Placas com ágar BDA com culturas de fungos diversos Placa de Petri pequena com BDA esterilizado 1 pinça esterilizada Lâmina de bisturi com suporte 1 tubo de ensaio com 5mL de água destilada esterilizada
PROCEDIMENTO
Corta um quadrado de aproximadamente 1cm, de BDA esterilizada e colocar sobre a lâmina da placa de microcultivo.
Com auxílio da lâmina de bisturi, retirar quatro pedaços de fungo e semear num dos lados do quadrado de BDA.
Cobrir o BDA semeado com lamínula. Colocar 5mL de água destilada na placa de Petri, embebendo algodão. Tampar a aplaca de Petri. Incubar a 370 C, durante o período necessário (aproximadamente 1 semana).
Figura 1 - Montagem do microcultivo
Fonte: a autora
(a) (b) (c)
(d) (e) (f)
224
2ª ETAPA - Coloração do Microcultivo MATERIAL
1 placa de microcultivo crescida 1 lâmina de vidro 1 lamínula de vidro 1 pinça 1 frasco com formol a 10% 1 frasco conta-gotas com azul de metileno
PROCEDIMENTO
Após as colônias estarem crescidas, acrescentar 10 mL de formol a 10% na placa de microcultivo. Aguardar 24 horas: todos os fungos estarão mortos;
Numa lâmina de vidro limpa, colocar 1 gota de azul de metileno. Com cuidado e utilizando a pinça, retirar a lamínula da placa de microcultivo e depositá-la, com a face onde cresceram as colônias de fungos, sobre a gota azul de metileno;
Retirar o quadrado com BDA; Colocar 1 gota de azul de metileno sobre a lâmina de vidro onde estava o
quadrado de BDA. Cobrir com lamínula. Temos, então, duas lâminas com as colônias crescidas;
Observar ao microscópio na objetiva de 10 e 40X e tirar fotos.
Figura 2 - Lâminas coradas e prontas para visualização no microscópio
Fonte: a autora
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
JORGE, Antonio Olavo Cardoso. Microbiologia: atividades práticas. Santos, 2008. Fonte: MICROBIOLOGIA Atividades Práticas http://www3.fsa.br/localuser/Biologia/arquivos%20pdf/micro%20-%202006%20 %20pr%C3%A1tica.pdf RIDDEL, RW. Permanent stained mycological preparations obtained by slide culture. Mycologia. 42: 265-270, 1950
225
Protocolo nº 8 para Contagem de esporos
OBJETIVO: Este consiste em um método quantitativo em que o resultado é expresso em
numero de esporos por volume de uma suspensão.
TEORIA E SIGNIFICÂNCIA: Tem como base a preparação de suspensão de esporos de
fungos filamentosos e contagem do número de esporos com auxilio de uma Câmara de Neubauer ao microscópio óptico.
Material Tubos de ensaio de 25 mL; Estante para tubos de ensaio; Agitador de tubo de ensaio; Micropipeta de 10 mL e 1000 μL; Ponteiras esterilizadas para micropipetas de 10 mL e 1000 μL; Camara de Neubauer; Microscópio óptico.
Procedimento
Pegar um fragmento de 0,6 cm com a pipeta de Pauster, transferir para um tubo de ensaio
com 5 mL de solução salina e agitar no vórtex.
Retirar imediatamente uma alíquota representativa da suspensão com auxílio de uma micropipeta;
Colocar a suspensão na caneleta da câmara de Neubauer, já coberta com a lamínula, até o preenchimento de todo o espaço existente entre a lamínula e a câmara de Neubauer;
Antes de iniciar a contagem, deixar a câmara de Neubauer com a suspensão de conídios em repouso por 5 minutos, para que os conídios precipitem, facilitando a contagem e reduzindo erros;
Realizar a contagem de conídios ao microscópio óptico, no aumento de 250X ou 400X, nos campos 1 e 2 da câmara de Neubauer (Figura 1), nos cinco quadrados (subcompartimentos) como demarcados na Figura 2, totalizando cinco contagens por campo da câmara de Neubauer (E1, E2, E3, E4 e E5).
Figura 1 - Figura esquemática da câmara de Neubauer. Campos de contagem: E1, E2, E3, E4 e E5
Fonte: EMBRAPA, 2012
Para determinar o numero de ESPOROS utilizou-se a formula a seguir para cada repetição: ESPOROS/mL={[(Campo 1+Campo 2)/2] x 2,5 x 105}
E1
E3
E4 E5
226
Campo 1=(E1+E2+E3+E4+E5)/5 e Campo 2=(E1+E2+E3+E4+E5)/5
Figura 2 - Tubos de ensaio com suspensão de fungos.
Fonte: a autora
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
EMBRAPA MEIO AMBIENTE. Avaliação da qualidade de produtos à base de Trichoderma. IV Curso Teórico e Prático. Disponível em: http://www.cnpma.embrapa.br/down_site/forum/2012/trichoderma/Apostila_Trichoderma_2012.pdf.
MARTINS, L. R. Avaliação do potencial biotecnológico de fungos brasileiros em reações de fungos brasileiros em reações de biotransformação e biorremediação. 2009. 203 f . Tese (doutorado) – Universidade Federal de Minas Gerais. Departamento de Química. 2009.
227
Protocolo nº 9 para Teste de antagonismo
OBJETIVO: Este método consistiu em testar a ecologia e as interações dos fungos
selecionados.
TEORIA E SIGNIFICÂNCIA: Na antibiose ocorre a interação entre organismos, onde um metabólito produzido por um deles tem um efeito prejudicial sobre o outro. A produção de metabólitos pode resultar na completa lise e dissolução da estrutura celular e independe do contato físico entre os microrganismos. Grande parte dos microrganismos envolvidos em controle biológico atua através de antibiose (BETTIOL e GHINI, 1995).
Material
Placa de Petri com meio BDA Placas com os fungos Pipeta de Pasteur esterilizada
Procedimento
Para a realização do teste de antagonismo microbiano utiliza-se placas de Petri com meio BDA.
Posteriormente, retira-se um pequeno pedaço circular (6mm Ø) do fungo contido no meio de cultura em que este estava inoculado e colocar em outra placa de Petri.
Foram montados 3 testes de antagonismo. Em uma placa foram testados os fungos que oxidaram 100%, em outra placa os fungos que oxidaram de 50 a 90% e uma terceira placa com todos os fungos selecionados. Isso para cada tipo de óleo separadamente.
Incubar o material a 30°C por 5 dias e durante esse período, observar a formação de halos de inibição do crescimento de alguns fungos, indicativa da presença de antagonismo.
Figura 1 - Placas com consórcio 1. (a) placa após a montagem do consórcio, (b) placa com 24horas e, (c) placa com 7 dias
Fonte: a autora
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Figura 2 - Placas com consórcio 2. (a) placa após a montagem do consórcio, (b) placa com 24horas e, (c) placa com 7 dias
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Fonte: a autora
Figura 3 - Placas com consórcio 2. (a) placa após a montagem do consórcio, (b) placa com 24horas e, (c) placa com 7 dias
Fonte: a autora
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BETTIOL, W.; GHINI, R. Controle Biológico. In: BERGAMIN, A. F.; KIMATI, H.; AMORIN, L. Manual de Fitopatologia. Princípios e Conceitos. 3.ed. São Paulo: Agronômica Ceres, 1995. p.717-728.
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