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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA - UFBA FACULDADE DE EDUCAÇÃO - FACED LICENCIATURA EM PEDAGOGIA LOYSE NARA SOUZA DE JESUS PIBID-PEDAGOGIA DA UFBA: CONTRIBUIÇÕES E DESAFIOS PARA A INICIAÇÃO À DOCÊNCIA Salvador 2018

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA - UFBA

FACULDADE DE EDUCAÇÃO - FACED

LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

LOYSE NARA SOUZA DE JESUS

PIBID-PEDAGOGIA DA UFBA: CONTRIBUIÇÕES E DESAFIOS

PARA A INICIAÇÃO À DOCÊNCIA

Salvador

2018

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LOYSE NARA SOUZA DE JESUS

PIBID-PEDAGOGIA DA UFBA: CONTRIBUIÇÕES E DESAFIOS

PARA A INICIAÇÃO À DOCÊNCIA

Monografia apresentada à Universidade Federal

da Bahia ao Curso de Licenciatura em Pedagogia

da Universidade Federal da Bahia como requisito

parcial para obtenção do título de graduada.

Orientadora: Profª. Drª. Rilmar Lopes da Silva

Salvador

2018

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LOYSE NARA SOUZA DE JESUS

PIBID-PEDAGOGIA DA UFBA: CONTRIBUIÇÕES E DESAFIOS

PARA A INICIAÇÃO À DOCÊNCIA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de

licenciada em Pedagogia, Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia.

Banca Examinadora

Profª. Drª. Rilmar Lopes da Silva

(Orientadora)

Profª. Drª. Alessandra Santos de Assis

(Banca examinadora)

Profª. Drª. Sandra Maria Marinho Siqueira

(Banca examinadora)

Salvador

2018

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Dedico este trabalho ao meu grande mestre Jesus

Cristo, por sentir a sua presença em minha vida,

por permitir que eu enxergasse além das teorias

que a universidade poderia me oportunizar, por me

dar forças para continuar e enfrentar as

dificuldades que é ser professora.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a professora Rilmar Lopes pela orientação deste trabalho, por acreditar no

meu potencial, por sempre me fortalecer com palavras de incentivo e principalmente pelos

puxões de orelha.

À meus pais Noadia Barbosa de Souza Neuteboom e Lourival de Jesus por apoiarem

as minhas decisões e incentivar aos estudos.

Às minhas irmãs que estiveram sempre presentes nesta caminhada me ajudando nos

momentos em que precisei inclusive na inscrição do Exame Nacional do Ensino Médio

(ENEM).

Às minhas coordenadoras do PIBID, pelas contribuições, por fazerem parte da minha

vida e do meu processo formativo no período em que eu era bolsista.

Às minhas supervisoras pela dedicação e paciência com as bolsistas durante o

subprojeto.

Aos meus professores da universidade que foram comprometidos com a minha

formação.

Aos meus colegas da universidade que me apoiaram durante os estudos.

Aos meus amigos que sempre estiveram ao meu lado me incentivando e fortalecendo.

A todos do subprojeto PIBID-Pedagogia 2015, por tudo que vivenciamos e

aprendemos, especialmente as crianças por terem sido meus verdadeiros formadores.

E a todos que direta ou indiretamente contribuíram, apoiaram e fizeram parte do meu

processo formativo e da minha vida.

Muito obrigada por proporcionarem essa experiência enriquecedora e importante para

o meu crescimento profissional como futura educadora.

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“Verdades da Profissão de Professor

Ninguém nega o valor da educação e que um bom professor é imprescindível. Mas, ainda que

desejem bons professores para seus filhos, poucos pais desejam que seus filhos sejam

professores. Isso nos mostra o reconhecimento que o trabalho de educar é duro, difícil e

necessário, mas que permitimos que esses profissionais continuem sendo desvalorizados.

Apesar de mal remunerados, com baixo prestígio social e responsabilizados pelo fracasso da

educação, grande parte resiste e continua apaixonada pelo seu trabalho. A data é um convite

para que todos, pais, alunos, sociedade, repensemos nossos papéis e nossas atitudes, pois com

elas demonstramos o compromisso com a educação que queremos. Aos professores, fica o

convite para que não descuidem de sua missão de educar, nem desanimem diante dos

desafios, nem deixem de educar as pessoas para serem “águias” e não apenas “galinhas”. Pois,

se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela, tampouco, a sociedade muda”

(Freire, 1996, p. 116).

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RESUMO

A presente pesquisa intitulada “PIBID-Pedagogia da UFBA: contribuições e desafios

para a iniciação à docência” tiveram como objetivo principal “Refletir os desafios e as

contribuições postas pelo PIBID-Pedagogia para formação docente”. A partir deste objetivo

elaborei a seguinte pergunta de pesquisa: Quais os desafios e contribuições postas pelo

PIBID-Pedagogia para qualificar a formação docente? A escolha por esse tema se deu devido

à experiência pedagógica que desenvolvi no PIBID-Pedagogia durante três anos de minha

graduação, desde o segundo semestre de 2015. Esta experiência permitiu que eu desse salto

qualitativo durante a minha formação e, por isso, decidi registrá-la através desta pesquisa,

pois creio que, assim, servirá como referência teórica e histórica da importância do PIBID

para os cursos de licenciaturas. Os principais referenciais teóricos utilizados foram:

(BARBOSA, 1991; 2002; 2005); (ROSSI, 2003); (SAVIANI, 1991); (VASCONCELLOS,

2007). Metodologicamente a pesquisa tem caráter qualitativo e possui características das

pesquisas documental e estudo de caso, dessa forma, os dispositivos da pesquisa foram:

subprojeto PIBID-Pedagogia/2017; plano de atividades da supervisora/2017; plano de

atividade da bolsista/2017; fotografias; relatório de bolsista e de supervisora/2017; além de

links. A partir das investigações dos dispositivos, produzi este relatório, que ficou organizado

a partir de cinco seções. A primeira faço a introdução, a segunda tenho como objetivo

contextualizar historicamente o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência; a

terceira identifico as contribuições do PIBID-Pedagogia na formação docente, a partir da

sistematização das ações referente a 2017; a quarta sistematizo determinadas experiências

pedagógicas, vivenciadas por mim, enquanto bolsista do PIBID-Pedagogia e a quinta e última

seção faço minhas considerações finais. Assim, concluo esta pesquisa certa da importância do

PIBID-Pedagogia na qualificação de minha formação docente. Por isto, acredito que

programa como este deveria tornar-se institucional para que todos licenciandos tivessem

oportunidade de qualificar sua formação, sem correr o risco do programa ser interrompido ou

desqualificado.

Palavras-chave: PIBID-UFBA; PIBID-Pedagogia; Alfabetização Estética e Formação

Docente.

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ABSTRACT

The present research entitled "PIBID-Pedagogy of UFBA: challenges and contributions in

teacher training" had as its main objective "Reflecting critically the challenges and the

contributions made by PIBID-Pedagogy for teacher training". The choice for this topic was

due to the pedagogical experience that I developed in PIBID-Pedagogy during three years of

my graduation, since the second semester. This experience allowed me to make qualitative

leaps during my training and, therefore, I decided to register it through this research, because I

believe it will serve as a theoretical and historical reference of the importance of PIBID for

undergraduate courses. The main theoretical references used were: (BARBOSA, 1991; 2002;

2005); (ROSSI, 2003); (SAVIANI, 1991); (VASCONCELLOS, 2007). Methodologically the

research is qualitative and has characteristics of the documentary research and case study, in

this way, the research devices were: PIBID-Pedagogy / 2017 subproject; plan of activities of

the supervisor / 2017; activity plan of the scholarship holder / 2017; photographs; stock

exchange and supervisory report / 2017; besides links. From the investigations of the devices,

I produced this report, which was organized from five sections. The first one is the

introduction, the second is to contextualize the Institutional Program of the Initiation to

Teaching Scholarship; the third identifies the contributions of PIBID-Pedagogy in teacher

training, based on the systematization of the actions related to 2017; the fourth I systematize

certain pedagogical experiences, experienced by me, as a scholarship holder of PIBID-

Pedagogy and the fifth and final section I make my final considerations. Thus, I conclude this

certain research of the importance of PIBID-Pedagogy in the qualification of my teacher

training. For this reason, I believe that such a program should become institutional so that all

graduates have the opportunity to qualify their training, without running the risk of the

program being interrupted or disqualified.

Keywords: PIBID-UFBA; PIBID-Pedagogy; Aesthetic Literacy and Teacher Training.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

IMAGEM 01 – Pintando com Tintas Naturais.........................................................................54

IMAGEM 02 – Pintando com Tintas Naturais ........................................................................54

IMAGEM 03 – Oficina Metodológica: “Trilha dos Elementos Constituintes das Artes

Visuais”.....................................................................................................................................55

IMAGEM 04 – Oficina Metodológica: “Trilha do Elementos Constituintes das Artes

Visuais”.....................................................................................................................................55

IMAGEM 05 – Produção de faixas para o ato público………………………………….…....56

IMAGEM 06 – Produção de faixas para o ato público…………………………………….…56

IMAGEM 07 – Ato na Praça da Piedade……………………………………………..…...….57

IMAGEM 08 – Ato na Praça da Piedade………………………………………………...…..57

IMAGEM 09 – Performances "Pátria Educadora"...................................................................59

IMAGEM 10 – “Terceirizados, Não, Efetivados Sim”.............................................................59

IMAGEM 11 – Produção das crianças de cartazes com suas reivindicações…………....…...61

IMAGEM 12 – Produção das crianças de cartazes com suas reivindicações.……………..…61

IMAGEM 13 – Fotografia de Augusta Savage........................................................................66

IMAGEM 14 – Escultura de Augusta Savage…………………………………………....…..66

IMAGEM 15 – Ilustrações de Nicholle kobi…………………………………….....………...66

IMAGEM 16 – Ilustrações de Nicholle Kobi……………………………………………...…66

IMAGEM 17 – Pinturas de Enam Bosokah……………………………………………….....67

IMAGEM 18 – Pinturas de Enam Bosokah……………………………………………...…..67

IMAGEM 19 – Pinturas de Nelson Makamo…………………………………………….......67

IMAGEM 20 – Pinturas de Nelson Makamo……………………………………………...…67

IMAGEM 21 – Releituras de Obra de Artes………………………………………………....70

IMAGEM 22 – Releituras de Obra de Artes……………………………………………...….70

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO………...........................................................................................................11

2. PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO À

DOCÊNCIA.............................................................................................................................14

3. CONTRIBUIÇÕES DO PIBID-PEDAGOGIA DA UFBA PARA A FORMAÇÃO

DOCENTE………………………………………..……….....................................................24

3.1 Ação 1 – Espaço Escolar e Diagnóstico…………...……..…..……………….………….…...26

3.2 Ação 2 – Plano de Atividade……………...………………………………….........................29

3.3 Ação 3 - Formação continuada............……………………..…………………………….......33

3.3.1 O Planejamento Coletivo…………………………………….………………………...…...33

3.3.2 O Planejamento Coletivo com Supervisoras…………………………………….....…….....39

3.4 Ação 4 - Intervenção Pedagógica………………………………………………………….…40

3.4.1 Auxiliar da Professora Regente………………………………………………………….....40

3.4.2 Alfabetização Estética Articulado ao Letramento……………………………………….....41

3.4.3 Planejamento coletivo com supervisoras..………………………………………….……...42

3.5 Ação 5 - Produção de Material Didático Pedagógico………………….………………....…..43

3.5.1 Estudos dos Fundamentos Teóricos………………………………………………………...43

3.5.2 - Produção de Material Didático………………………….…………………………….......44

3.5.3 - Oficina de Jogos Didáticos Pedagógicos………………………………………………….45

3.6 - Ação 6 -Produção Teórica e Científica……………………...…………………………....…45

3.6.1 - Produção de Seminários Interno e Externo……………………………………….……....45

3.6. 2- Produção Teórica: resumos, artigos, resenhas e relatórios.……………………….……...47

3.7 - Ação 7 - Ações Interdisciplinares……………………………………………………….….48

4. PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DO PIBID-PEDAGOGIA: QUALIFICANDO A

FORMAÇÃO DOCENTE....……………………..…………………………........................49

4.1 Faculdade de Educação e a Formação Continuada……………………………………….….50

4.1.1 Seminários Internos…………………………………………………………..…….….…....50

4.1.2 Oficinas Metodológicas……………………...........……………………………………..…54

4.2 Espaços Públicos para Além da Sala de Aula…………………………………………….......56

4. 3 Escola Pública: uma proposta de alfabetização estética.……………………………..……...61

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4.3.1 “Convivendo com Artes Plásticas e com o Letramento”.......................................................64

5.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS……………………………………………………........…....72

REFERÊNCIAS…………………………………………………………………………..……..77

ANEXOS……………………………………………………………………………………..…..84

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1. INTRODUÇÃO

A presente pesquisa intitulada “PIBID-Pedagogia da UFBA: contribuições e desafios

na formação docente” tiveram como objetivo principal refletir criticamente os desafios e as

contribuições postas pelo PIBID-Pedagogia para qualificar a formação docente. A partir deste

objetivo elaborei a seguinte pergunta de pesquisa: Quais os desafios e contribuições postas

pelo PIBID-Pedagogia para qualificar a formação docente?

A escolha por esse tema se deu devido à experiência pedagógica que desenvolvi no

PIBID-Pedagogia, durante três anos de minha graduação, desde o segundo semestre de 2015.

Esta experiência permitiu que eu desse salto qualitativo em minha formação e, por isso, decidi

registrá-la, através desta pesquisa, pois creio que, assim, servirá como referência teórica e

histórica da importância do PIBID para os cursos de licenciaturas.

O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) é uma ação do

Ministério da Educação, que visa promover a iniciação à docência de estudantes de

licenciaturas preparando-os para a formação docente (BRASIL, 2007). Sendo assim, o

subprojeto proporciona aprendizagens que extrapolam a intenção central, abarcando além da

atuação profissional, áreas de atuação pessoal dos participantes, visto o alcance do trabalho

proporcionado, ao se voltar para a formação qualitativa docente.

No período de janeiro de 2015 a dezembro de 2017 fui bolsista do PIBID- Pedagogia.

Fui selecionada para participar do subprojeto no momento em que estava iniciando o segundo

semestre do curso de Pedagogia. Apesar de ainda muito jovem e sem nenhuma experiência

com a docência, como tinha escolhido ser professora, ao saber do PIBID, fiquei interessada

pela possibilidades pedagógicas de atuar na escola pública, acreditava que, dessa forma,

convivendo e experienciando, compreenderia melhor o espaço escolar, poderia qualificar

minha formação, ampliar o conhecimento sobre a realidade escolar, além da bolsa-auxílio que

necessitava para minha permanência na universidade, pois minha família mora na Ilha de

Itaparica e não tinha condições econômicas de me manter em Salvador.

Todos os integrantes, universitários, do subprojeto eram estudantes do curso de

Licenciatura em Pedagogia, frequentavam a escola pública duas vezes por semana, para

realizar duas atividades pedagógicas: auxiliar a professora regente e desenvolver um projeto

de alfabetização estética articulada ao letramento. Assim, pude observar e vivenciar a rotina

escolar e o cotidiano da professora, realizei práticas juntamente com ela, possibilitando-me

reflexões pedagógicas, problematizações frente à relação teoria e prática. A importância dessa

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experiência pedagógica, que vivenciei, durante três anos de minha graduação, foi o maior

mobilizador para torná-la objeto de minha pesquisa de trabalho de Conclusão de Curso –

TCC.

Os principais referenciais teóricos utilizados, nesta pesquisa, foram: (BARBOSA

1991; 2002; 2005); (ROSSI 2003); (SAVIANI, 1991); (VASCONCELLOS, 2005). Além

desses teóricos posso dizer que todos teóricos estudados, durante minha permanência no

PIBID-Pedagogia, também fazem parte de minha construção de referencial teórico e foram

fundamentais para minha percepção, nesta pesquisa.

Metodologicamente a pesquisa tem caráter qualitativo e possui características das

pesquisas documental e estudo de caso. Os dispositivos da pesquisa foram: subprojeto PIBID-

Pedagogia/2017; plano de atividades da supervisora/2017; plano de atividade da

bolsista/2017; fotografias; relatório de bolsista e de supervisora/2017; relatório de

coordenadora/2016, fotografias, além de links. A partir das investigações dos dispositivos,

este relatório foi escrito e organizado a partir de cinco seções. A primeira seção, a introdução,

que aqui escrevo, apresento o assunto do qual sistematizo nas páginas e seções a seguir.

A segunda seção intitulada “Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência”

tem como objetivo contextualizar historicamente o Programa Institucional de Bolsa de

Iniciação à Docência. Assim, apresento, sistematicamente, a linha histórica da implementação

do PIBID e contextualizo as políticas públicas que envolveram tal programa.

A terceira seção intitulada “Contribuições do PIBID-Pedagogia da UFBA para a

formação docente” tem como objetivo identificar e refletir criticamente os desafios e as

contribuições do PIBID-Pedagogia na formação docente, a partir da sistematização das ações

referente a 2017. Sua organização se dá a partir de sete subseções: Espaço Escolar e

Diagnóstico, Plano de Atividade, Formação Continuada, Intervenção Pedagógica, Produção

de Material Didático Pedagógico, Produção teórica e Científica e Ações Interdisciplinares.

A quarta seção “Práticas Pedagógicas do PIBID-Pedagogia: qualificando a formação

docente” tem como objetivo sistematizar determinadas experiências pedagógicas, vivenciadas

por mim, enquanto bolsista do PIBID-Pedagogia. Para desenvolver essa seção selecionei

algumas experiências pedagógicas vivenciadas, por mim, em três espaços de formação, que

são títulos das três subseções: Faculdade de Educação e a Formação Continuada; Espaços

Público: para além da sala de aula e Escola Pública: uma proposta de alfabetização estética.

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Nesta seção inserir fotografias para contribuir com a compreensão do leitor, afinal, as imagens

apresentam informações, que nem sempre a palavra escrita ou palavra falada da conta.

Para finalizar a quinta e última seção apresento as minhas considerações finais sobre a

pesquisa realizada. Considero esta análise importante para enriquecer o meu conhecimento

acerca da investigação do objeto que foi escolhido por mim.

Assim, concluo esta pesquisa certa da importância do PIBID-Pedagogia para a

qualificação de minha formação docente. Por isto, acredito que programa como este deveria

tornar-se institucional, para que todos licenciandos tivessem oportunidade de qualificar sua

formação, sem correr o risco do programa ser interrompido ou desqualificado.

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2. PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA

Com esta seção pretendo contextualizar historicamente o Programa Institucional de

Bolsa de Iniciação à Docência-PIBID. O referido programa foi criado em 2007 a partir da Lei

nº. 11.502 que elaborou o decreto de nº 6.755, de janeiro de 2009, instituindo a Política

Nacional de Formação de profissionais do magistério da Educação Básica (BRASIL, 2010).

Vivia-se o contexto de formulação de várias políticas de incentivo a formação de professores,

desencadeado após a publicação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9.394,

de 20 de dezembro de 1996. Ao final do ano de 2007, o Ministro da Educação, Fernando

Haddad, lançou o edital: Ministério de Educação e Cultura - MEC/ Coordenação de

Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES / Fundo Nacional de

Desenvolvimento e Educação - FNDE; com chamada pública para as universidades federais

participarem do programa. O PIBID está vinculado à CAPES por meio da Diretoria de

Educação Básica - DEB. De acordo com a DEB/Capes (2013), o foco principal do programa é

a formação docente, a elevação da qualidade da formação de professores, inserção dos e das

licenciandas no cotidiano da rede pública de educação básica, com a finalidade de

vivenciarem e participarem de experiências metodológicas, tecnológicas e práticas de ensino

inovadoras e interdisciplinares. Desta forma, possibilita-se, também, a integração entre

educação superior e educação básica.

O PIBID fomenta a iniciação à docência, com pagamento de bolsas e custeio,

conforme projeto institucional único, submetido a editais e aprovados pela CAPES. Fazem jus

às bolsas de iniciação à docência os estudantes matriculados em curso de licenciatura que

integra o projeto institucional das Instituições de Ensino Superior (IES). Os professores das

IES responsáveis pelo acompanhamento dos estudantes, assim como o docente da escola de

Educação Básica das redes públicas de ensino também recebem bolsa, sendo considerados

coordenadores e supervisores, respectivamente. São destinados recursos de custeio para o

financiamento da compra de materiais e contratação de serviços necessários à execução do

projeto institucional. (BRASIL, 2010).

O primeiro Edital MEC/CAPES/FNDE nº 01/2007, tinha como proposta atender os

cursos de licenciaturas em biologia, física, química e matemática, que atuam no ensino médio,

devido à carência, na escola pública, de professores dos referidos cursos. O programa tinha

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parceria apenas com unidades federais. As ações foram iniciadas em 2008, com onze

universidades e um centro federal de educação tecnológica: Fundação Universidade Federal

do Amapá, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Universidade Federal

de Viçosa, Fundação Universidade do Rio Grande, Universidade Federal de São João Del Rei,

Universidade Federal de Minas Gerais, Fundação Universidade do Tocantins, Universidade

Federal de Pelotas, Universidade Federal de Pernambuco, Universidade Federal do Rio

Grande do Norte, Universidade Federal de Campina Grande e Centro Federal de Educação

Tecnológica do Rio Grande do Norte.

O Plano Nacional de Educação - PNE, de formação de professores para educação

básica, por meio da Normativa nº 9/2009 do MEC e dos resultados significantes dos primeiros

projetos nas áreas de Física, Química, Biologia e Matemática, em 2009, sob a égide da

CAPES, lança a Portaria nº122, que, a partir das orientações do PNE, aponta as diretrizes para

o PIBID. Conforme resultado em diário oficial da união, nº 247 de 28 de dezembro de 2009,

são aprovados 66 projetos de 66 IES e 22 projetos complementares. Assim, a partir de 2009, o

programa se estendeu a toda educação básica, contemplando inclusive a educação de jovens e

adultos, indígenas, campo e quilombolas.

Com o segundo edital, foram incluídas novas IES federais, estaduais e particulares e,

assim, foram contemplados todos os cursos de licenciaturas. A atuação na escola pública

passou a acontecer em toda educação básica, pois no primeiro edital o ensino fundamental I

não fazia parte do programa. Das doze unidades atendidas, o número cresceu para oitenta e

nove. Dentre este número, quarenta e três foram instituições federais, incluindo a UFBA, que

inicia a sua participação no PIBID a partir deste segundo edital.

Com a ampliação do PIBID aconteceram mudanças na sua regulamentação, através do

Decreto nº 7.219, de 24 de junho de 2010, que constitui o PIBID como política estratégica de

Estado para a melhoria da educação e da qualidade da formação de professores de uma forma

geral. Desta forma, através do programa, foi ampliada a atuação dos bolsistas nacionalmente,

logo, através das ações pedagógicas, qualifica-se a formação docente. De acordo com a

Revista Eletrônica da Pós-graduação em Educação - UFG -Regional Jataí (2015):

O PIBID, desde o início de suas atividades em 2009 tem aumentado

demasiadamente o número de participantes no programa, realçando de forma

evidente a sua dimensão como política pública vinculada à formação de

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professores no Brasil, fato que motiva a realização da presente investigação,

na medida em que, dada a amplitude de projetos existentes, os estudos em

situações micro vão contribuir para uma análise mais aprofundada de seus

impactos para a aprendizagem da docência na formação de professores do

país.

Os reflexos positivos do PIBID na formação dos educadores, mobilizou a

continuidade de sua ampliação e em 2010 mais dois editais foram lançados: Edital CAPES nº

18/2010 para instituições públicas municipais e comunitárias, confessionais e filantrópicas

sem fins lucrativos e o Edital Conjunto nº 2/2010 CAPES/Secad - para instituições que

trabalham nos programas de formação de professores Prolind e Procampo. Estes editais foram

chamados de PIBID Diversidade por contemplarem a educação indígena e a educação no

campo. Desta maneira, a Portaria nº 072/2010 dá nova redação à Portaria nº 122/2009, que

dispõe sobre o PIBID, expandindo o programa para as IES estaduais, municipais e

comunitárias, e inclui outros cursos a serem selecionados, inclusive, prioriza as instituições

que participam de programas como o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes -

ENADE, o Programa de Apoio aos Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades

Federais - Reuni e programas de valorização do magistério, tais como o Plano Nacional de

Formação de Professores da Educação Básica, o programa de apoio à formação superior de

professores que atuam em escolas indígenas de educação básica (ProLind) e o Programa de

Apoio à Formação Superior em Licenciatura em Educação do Campo (ProCampo).

Em 30 de outubro é lançada a Portaria nº 260/2010, que aprova as normas gerais do

PIBID. Foi possível observar que os componentes pedagógicos vinculados a aprendizagem da

docência, estão presentes nas intencionalidades do programa que prevê o incentivo a

formação de professores, a valorização do magistério, a inserção do licenciando em seu futuro

campo de trabalho. Nesse sentido, fica esclarecido nesta portaria que as propostas

encaminhadas pelas Instituições de Ensino Superior (IES) devem atender aos seguintes

objetivos do programa:

I – incentivar a formação de docentes em nível superior para a educação

básica;

II – contribuir para a valorização do magistério;

III – elevar a qualidade da formação inicial de professores nos cursos de

Licenciatura, promovendo a integração entre educação superior e educação

básica;

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IV – inserir os licenciandos no cotidiano de escolas da rede pública de

educação, proporcionando-lhes oportunidades de criação e participação em

experiências metodológicas, tecnológicas e práticas docentes de caráter

inovador e interdisciplinar que busquem a superação de problemas

identificados no processo de ensino aprendizagem;

V – incentivar escolas públicas de educação básica, mobilizando seus

professores como coformadores dos futuros docentes e tornando-as

protagonistas nos processos de formação inicial para o magistério;

VI – contribuir para a articulação entre teoria e prática necessárias à

formação dos docentes, elevando a qualidade das ações acadêmicas nos

cursos de licenciatura; (Capes/Portaria nº 260/2010).

Com as redefinições dos objetivos o PIBID é posto em ação e sua ampliação continua

fluente, podendo ser percebido através dos editais que foram lançados, nos anos seguintes:

Edital nº1/2011, para instituições públicas em geral – IPES; Edital nº 11/2012 CAPES, de 20

de março de 2012: para instituições de Ensino Superior que já possuem o PIBID e desejam

sua ampliação e para IES novas que queiram implementar o PIBID em sua instituição;

Em 2013 foi construída, por meio de consulta pública aos coordenadores do programa,

a nova portaria de regulamentação do PIBID. Essa portaria deu ênfase à perspectiva

pedagógica da formação, convidando as instituições a elaborarem seus projetos primando pela

excelência pedagógica e pela diversificação das práticas formativas para a profissionalização

dos futuros professores. Também, no mesmo ano, foi lançado o Edital nº 61/2013 CAPES, de

02 de agosto de 2013: para instituições públicas, comunitárias e privadas com bolsistas do

ProUni; Edital nº 66/2013 CAPES, de 06 de setembro de 2013: PIBID-Diversidade. Esses

editais se alinharam à nova Portaria de Regulamentação e selecionou projetos de IES pública

e privadas sem fins lucrativos de todo país. Outra novidade do edital foi a abrangência do

programa que passou a atender, também, licenciandos do Programa Universidade para Todos

(ProUni), do Ministério da Educação, e que estudam em IES privadas. (DEB-Relatório de

Gestão vol. I)

A Portaria nº 096/2013 de 18 de julho, com onze capítulos e 78 artigos. No que se

refere à aprendizagem da docência, observou-se no capítulo I, seção II, Art. 4º, que os

objetivos do PIBID, praticamente são idênticos aos da Portaria nº 260/2010, exceto pelo item

VII que sinaliza como objetivo do PIBID o de “contribuir para que os estudantes de

licenciatura se insiram na cultura escolar do magistério, por meio da apropriação e da reflexão

sobre instrumentos, saberes e peculiaridades do trabalho docente”. Nesse sentido, é possível

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constatar um avanço nas intencionalidades do programa ao incitar a reflexão acerca do

trabalho docente.

Ademais, aparecem na Portaria nº 096/2013, outros elementos que caracterizam de

forma mais explícita do que a Portaria nº 260/2010, como os componentes pedagógicos

vinculados à aprendizagem da docência que devem ser contemplados no projeto institucional

e subprojetos, tais como os apresentados no Art. 6º:

I – estudo do contexto educacional envolvendo ações nos diferentes espaços

escolares, como salas de aula, laboratórios, bibliotecas, espaços recreativos e

desportivos, ateliers, secretarias;

II – desenvolvimento de ações que valorizem o trabalho coletivo,

interdisciplinar e com intencionalidade pedagógica clara para o processo de

ensino-aprendizagem;

III – planejamento e execução de atividades nos espaços formativos (escolas

de educação básica e IES a eles agregando outros ambientes culturais,

científicos e tecnológicos, físicos e virtuais que ampliem as oportunidades de

construção de conhecimento), desenvolvidas em níveis crescentes de

complexidade em direção à autonomia do aluno em formação;

IV – participação nas atividades de planejamento do projeto pedagógico da

escola, bem como participação nas reuniões pedagógicas;

V – análise do processo de ensino-aprendizagem dos conteúdos ligados ao

subprojeto e também das diretrizes e currículos educacionais da educação

básica;

VI – leitura e discussão de referenciais teóricos contemporâneos

educacionais para o estudo de casos didático-pedagógicos;

VII – cotejamento da análise de casos didático-pedagógicos com a prática e a

experiência dos professores das escolas de educação básica, em articulação

com seus saberes sobre a escola e sobre a mediação didática dos conteúdos;

VIII – desenvolvimento, testagem, execução e avaliação de estratégias

didático pedagógicas e instrumentos educacionais, incluindo o uso de

tecnologias educacionais e diferentes recursos didáticos;

IX – elaboração de ações no espaço escolar a partir do diálogo e da

articulação dos membros do programa, e destes com a comunidade;

X – sistematização e registro das atividades em portfólio ou instrumento

equivalente de acompanhamento;

XI – desenvolvimento de ações que estimulem a inovação, a ética

profissional, a criatividade, a inventividade e a interação dos pares

(Capes/Portaria nº 096/2013).

Como vemos, há uma intencionalidade bem demarcada em relação ao compromisso

em focar as atividades do PIBID na qualificação da formação docente, ação está necessária e

oportuna. Nesse sentido, os projetos institucionais e seus subprojetos devem desenvolver

várias atividades no ambiente escolar como salas de aulas, biblioteca, espaços recreativos e

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desportivos, valorizando o trabalho coletivo, acompanhando as reuniões, análise e

desenvolvimento de estratégias didáticas, participação em planejamento e reuniões, avanços

de ações de ensino como forma de provocar a aprendizagem da docência nos/as estudantes em

processo de formação. Assim, podemos considerar importante a formação consolidada em

uma metodologia que contempla teoria e prática, relação dialética entre universidade e escola

básica, afinal, como afirma Nóvoa “A formação deve estimular uma perspectiva crítica-

reflexiva, que forneça aos professores os meios de um pensamento autônomo e que facilite as

dinâmicas de autoformação participada [...]”. (1997, p. 25).

Ao analisar a documentação, de modo geral que normatiza o PIBID, é possível

constatar que os objetivos do programa, desde o início da implantação, sofreram poucas

transformações. Nas portarias analisadas, fica evidente que as intencionalidades pedagógicas

vinculadas à docência previstas na Portaria nº 260/2010 permanecem na atual Portaria nº

96/2013. Entretanto, essa atual normativa avança no detalhamento de ações mais específicas,

pertinentes a aprendizagem da docência, como a inserção de perspectivas formativas

consubstanciadas na interdisciplinaridade, no exercício da reflexão, da investigação e a

possibilidade das IES apresentarem projetos interdisciplinares, dentre outras.

Nota-se que, em 2011, o PIBID contemplava quase 30.000 bolsistas de 146

instituições. Em 2012, o número de bolsas atingiu 49.321 bolsistas e, por fim em 2015

participaram do programa 284 IES oferecendo 313 projetos de iniciação à docência e mais de

90 mil bolsistas. Fazem parte do programa mais de 5 mil escolas de educação básica da rede

pública de ensino. De acordo com relatório de gestão DEB/Capes (2013, p. 11):

O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID lançou

oito editais, entre 2007 e 2013 [...]. Nos editais de 2013, foram aprovadas a

ampliação de projetos existentes, a inclusão de novos subprojetos/áreas e a

participação de bolsistas do ProUni, uma vez que nas instituições privadas

são formados cerca de 70% dos professores em exercício. As bolsas serão

implementadas em 2014 e alcançam o número de 90.247 concessões,

distribuídas em 2.997 subprojetos e 855 campi.

Pode-se perceber que, de 2012 a 2014, o programa quase dobrou o oferecimento de

bolsas. Observa-se que este crescente quantitativo na abrangência do PIBID, representa uma

oportunidade para a universidade avançar na qualificação da formação dos e das profissionais

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da educação brasileira. É importante verificar, de acordo com a tabela abaixo, como se dá a

distribuição dessas bolsas em todo território brasileiro:

Tabela 1 - Número de IES e projetos participantes do Pibid em 2014

Região IES Projetos Pibid¹ Projetos Pibid

Diversidade²

Total de Projetos

Centro-Oeste 21 21 5 26

Nordeste 56 56 10 66

Norte 27 27 5 32

Sudeste 114 114 3 117

Sul 66 66 6 72

Total 284 284 29 313

Fonte: Relatório de gestão DEB/Capes (2013)

Conforme observado, dos 284 projetos, 29 pertencem ao PIBID diversidade, os quais

objetivam a formação inicial de professor para as escolas indígenas, do campo, dentre outras;

possuem, portanto, propostas pedagógicas, metodologias e estratégias vinculadas às

necessidades das diversidades dessas escolas, que, normalmente, apresentam carência de

todos os tipos. Na sequência apresentam-se os dados globais do Pibid em 2014, considerando,

quando cabível, sua evolução ao longo do período 2009-2014.

Tabela 28. Pibid 2014: IES, Campi, subprojetos e bolsistas por região.

IES Campi Subprojetos Bolsistas

N 27 95 3000 9.103

NE 56 232 780 28.019

CO 21 110 381 8.894

SE 114 243 849 25.381

S 65 174 686 18.850

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TOTAL 283 854 2.996 90.247

Apesar da fluência do PIBID, seu desenvolvimento, foi atingido pela crise econômica

do mundo, do país e da educação pública brasileira. Os cortes orçamentários na educação

pública inevitavelmente atingiram o programa. O edital previsto para 2014, que tinha como

meta alcançar 100.000 bolsistas, não foi lançado em razão dos limites econômicos impostos.

No contexto de crise, entre 2015 e 2017, enfrentamos uma luta árdua para que o

PIBID não acabasse. Os recursos financeiros foram diminuídos, em 2016 e 2017 não

houveram recursos para materiais, trabalhamos com recursos que sobraram do edital anterior

e com sobra de materiais dos anos anteriores. Inclusive tivemos cortes de bolsas e nesse

contexto, o PIBID não foi interrompido graças ao argumento legal que o movimento “# Fica

PIBID” utilizou – direito de fechar o edital que só acabaria em 2017.

Nesse sentido, apesar de o PIBID ser importante para a formação docente, desde seu

início não conseguiu atingir todos os estudantes de licenciaturas. Um grande problema do

PIBID dentro da universidade é a falta de institucionalização do projeto, este pode ser

desfeito ou refeito a qualquer momento. Considero o programa de suma importância para o

processo de formação inicial dos licenciandos, pois o PIBID oferece uma oportunidade

enriquecedora para os discentes que querem ingressar em áreas de atuações onde há

precariedade. A maioria dos discentes do curso de Pedagogia procuram o projeto para se

aproximar da realidade da escola pública e se preparar para exercer a profissão em sala de

aula. A partir de minha percebi o quanto o programa possibilita reduzir a falha curricular,

histórica, na formação do e da professora, que é o fraco diálogo entre teoria e prática, entre

instituição superior e educação básica.

A partir do exposto fica evidente a importância do PIBID para a qualificação docente.

Porém, executar os objetivos, nem sempre foi tarefa fluida. Muitas vezes os objetivos foram

interrompidos, prejudicados, pela realidade da educação pública – básica e superior; pelas

políticas de educação brasileira e pela lógica capitalista, cuja escola pública é lugar de

formação de mão de obra barata e não de produção de conhecimento.

Historicamente, nota-se, que o processo do PIBID foi marcado por conquistas e

perdas, vitórias e derrotas. Talvez a maior derrota dos que lutaram em defesa do PIBID foi de

não conseguir a institucionalização do programa. Sendo PIBID um programa de governo a

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autonomia da universidade sobre a sua proposta é limitada, a exemplo do recente edital/2018,

em que as universidades se posicionaram contra, por apresentar sinais de fragilidade em

relação ao principal objetivo, que seria de qualificar a formação docente.

Uma das questões bem evidente de enfraquecimento da atual proposta do PIBID, em

2018, se dá em relação a sua carga horária que passou de 20 horas semanais para 8 horas,

retirou-se a carga horária de estudos, de formação continuada. Como atuar na escola pública,

estudar e ser orientado com oito horas semanais? Outro problema, foi a justificativa da baixa

carga horária, que seria o da “flexibilidade de bolsas”, assim, uma bolsista de Iniciação a

Docência, está “liberada” para assumir outros trabalhos paralelos, para complementar sua

renda. Nota-se que com essa resolução o discente não poderá reivindicar o aumento da bolsa,

que desde o início do PIBID é de 400,00, pois, afinal, diminuiu-se a carga horária, logo, não

há motivo para aumentar a bolsa, de uma certa forma, é possível, matematicamente,

argumentar que a mesma já foi aumentada na medida em que a carga horária diminuiu, além

de quê, o discente que não satisfaz suas necessidades mínimas com a bolsa de 400,00 poderá

arranjar outro trabalho para complementar, ou seja, qual o tempo do discente para qualificar

sua formação? Bom, essas são questões para uma nova pesquisa, pois, como aqui, me

proponho a sistematizar o PIBID até 2017, informo que, há páginas disponíveis na internet

para quem quiser averiguar o retrocesso na formação de educadoras e educadores através da

proposta do atual PIBID-2018.

Como vimos, a realidade, a prática, é que nos mostra as possibilidades e os limites do

programa. Apesar das boas intenções objetivadas, a prática destas nem sempre foi possível.

Além da escrita do projeto é preciso pensar criar e propor condições favoráveis e reais para a

execução do programa, do contrário, poderá sucumbir ao ideal político, especialmente, por se

tratar de programa de governo e não de um programa de universidade. Porém, o PIBID-

Pedagogia possibilitou-me a perceber que, no contexto de adversidades, de ataques a

educação pública, nos reinventamos, nos redescobrimos e nos acrescentamos como

educadoras em processo de construção. O “chão da Escola”, lugar em que frequentei por três

anos, quando bolsista do PIBID, mostrou qual é o compromisso pedagógico que devemos ter,

quando temos uma sociedade que não valoriza a escola pública - devemos contribuir com a

transformação social e a escola é um desses espaços, por excelência, da produção de

conhecimento crítico, que possibilita agirmos em direção a transformação.

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Assim, concluo essa seção certa de que o PIBID é de fundamental importância para os

estudantes de licenciaturas e que não pode ser utilizado como holofotes de programa de

governo e sim como programa de universidade, das licenciaturas. Como forma de destacar a

importância do PIBID para a minha formação profissional, farei uma sistematização do

subProjeto do PIBID-Pedagogia/UFBA, referente a 2017, período em que atuei como bolsista

do referido programa.

3. CONTRIBUIÇÕES DO PIBID-PEDAGOGIA DA UFBA PARA A FORMAÇÃO

DOCENTE

O PIBID-UFBA, como já sinalizado na seção anterior, foi inserido no referido

programa em 2009. Esteve, de 2009 a 2017, sob a coordenação institucional da professora

Alessandra Assis. Inicialmente, o PIBID-UFBA atuou em três áreas: física, química e

matemática. Em 2010, fruto do edital de 2009, foram inseridos mais dez subprojetos, das

seguintes áreas: Biologia, Dança, Educação no Campo, Filosofia, Geografia, História, Música,

Pedagogia, Sociologia e Teatro. No ano de 2012, houve nova ampliação e o PIBID-UFBA

passou a atender todos os cursos de licenciaturas. Como o objetivo desta seção é identificar e

refletir criticamente os desafios e as contribuições do PIBID-Pedagogia na formação docente,

a partir da sistematização das ações referente a 2017; por isso, seguirei com foco no PIBID-

Pedagogia.

O PIBID-Pedagogia na UFBA teve seu primeiro subprojeto aprovado através do edital

02/2009 sob a coordenação da professora Ana Kátia Alves dos Santos, cujo objetivo foi de

atuar pedagogicamente com enfoque nas classes de alfabetização. Em 2012 o PIBID-

Pedagogia passou a ser coordenado pela professora Rilmar Lopes, que leciona o componente

curricular obrigatório do curso de Pedagogia: Arte-Educação. Em 2014, com a ampliação do

PIBID-UFBA, houve aumento das bolsas: iniciação a docência; supervisão e coordenação de

área, neste momento, o PIBID-Pedagogia recebeu mais uma coordenadora, a professora

Sandra Marinho.

Em 2015, durante o segundo semestre, tornei-me bolsista do programa e permaneci

até o final do ano de 2017, portanto, este é o período que farei a sistematização proposta

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nesta seção. No entanto, tomarei como subprojeto norteador o referente ao ano de 2017

(Anexo A) pelo fato, de apenas este, ter sofrido pequenos ajustes em relação aos anteriores

(2015 e 2016). Os ajustes se deram em relação ao objetivo e em relação às ações propostas,

que, neste caso, foi inserida uma sétima ação - atividades interdisciplinares. Antes de iniciar a

sistematização do subprojeto de 2017, apresento objetivo geral do subprojeto de 2016, que foi

o seguinte: “Contribuir de forma qualitativa com a formação dos licenciandos de pedagogia a

partir do desenvolvimento de um projeto que envolve a alfabetização estética articulada com o

letramento de crianças da educação infantil e séries iniciais na perspectiva histórica-

dialética”.

O PIBID-Pedagogia intitulado “Alfabetização Estética e Letramento: uma relação

dialética emancipatória”, teve como objetivo geral: “contribuir de forma qualitativa com a

formação dos licenciandos de pedagogia a partir do desenvolvimento de um projeto

pedagógico que envolve a alfabetização estética articulada com o letramento de crianças da

educação infantil e séries iniciais na perspectiva da Pedagogia Histórico-Crítica” (PIBID-

Pedagogia 2017, p.2). Conforme uma das coordenadoras, a Prof. Rilmar Lopes, a mudança no

objetivo, representou a necessidade da demarcação do referencial pedagógico do subprojeto,

esta necessidade foi consequência dos estudos sobre a abordagem pedagógica da “Pedagogia

Histórico-Crítica”, proposta por SAVIANI(1986).

De fato, a “Pedagogia Histórico-Crítica” (SAVIANI 1986; 1991) tornou-se o lastro

pedagógico do PIBID-Pedagogia, além de estudarmos o autor da proposta também realizamos

estudos sobre a produção teórica de estudiosos e pesquisadores desta abordagem, como: Arce

(2002) ; ARCE E MARTINS (2012; 2013); GASPARIN (2005); MARSIGLIA (2011). Dessa

forma, não posso deixar de destacar a oportunidade dada a todas nós, bolsistas de iniciação a

docência, pois através dos componentes curriculares, dado o caráter semestral e descontínuo,

torna-se extremamente difícil realizarmos o aprofundamento de um estudo, especialmente de

maneira orientada, sistematizada, pois todos os estudos, no PIBID-Pedagogia, eram seguidos

de debates, de apresentação de sínteses, entre outras atividades metodológicas.

Metodologicamente, o PIBID-Pedagogia esteve referenciado no materialismo

histórico-dialético. Seus principais norteadores teóricos foram: no campo da abordagem

histórico-crítica – ARCE (2002) ; ARCE E MARTINS (2012; 2013); GASPARIN (2005);

MARSIGLIA (2011); SAVIANI (1986, 1991), SOARES (2000), E VYGOTSKY (1989 -

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1998); no campo da arte-educação nas contribuições de Barbosa (1991 – 2005 - 2010),

DUARTE JR (1986), FUSARI E FERRAZ (1992 -1993); ROSSI (2003) E SPOLIN (2005)

no campo da pesquisa em MEKSENAS (2002), MINAYO (2011), TRIVIÑOS (2007) E

KOSIK (2000).

A proposta metodológica de execução de todos os subprojetos do PIBID, de acordo

com orientação da CAPES, deveria se estruturar a partir de ações. O PIBID- Pedagogia

propôs sete ações: Espaço Escolar e Diagnóstico; Plano de Atividade; Formação Continuada;

Intervenção Pedagógica; Produção de Material Didático Pedagógico; Produção Científica e

Ações Interdisciplinares. Estas ações não são sequenciais, se articulam dialeticamente no

processo de desenvolvimento do projeto. Para compreender melhor, como estas ações

acontecem, farei, a seguir, uma sistematização.

3.1- Ação 1 – Espaço Escolar e Diagnóstico

O termo diagnóstico é utilizado por profissionais de várias áreas, referindo-se ao

conhecimento prévio necessário para a tomada de decisão. “Diagnosticar, portanto, é

identificar os problemas relevantes da realidade, ou seja, aquelas que efetivamente precisam

ser resolvidos para a melhoria da qualidade de vida da comunidade em questão. Um

Diagnóstico bem feito é meio caminho andado para uma boa

Programação.”(VASCONCELLOS; 2005 p.10) Nesse sentido , a ação “Espaço Escolar e

Diagnóstico” tem como objetivo “realizar o reconhecimento do espaço escolar como lócus de

construção de conhecimento e desenvolvimento humano em suas possibilidades e limites”.

Segundo o PIBID-Pedagogia o objetivo dessa ação é “reconhecer o espaço escolar

como lócus de construção de conhecimento e desenvolvimento humano em suas

possibilidades e limites;” (2017, p.9). Assim, fomos orientadas a realizar um preciso

diagnóstico envolvendo questões fundamentais, contemplando a história da escola, as

condições de trabalho, o sentido da ação educativa, do desenvolvimento e aprendizagem dos

educando, dispositivos pedagógicos. Ainda, de acordo com o subprojeto citado, ressalta-se a

importância do conhecimento prévio da realidade escolar, por parte das bolsistas, através da

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observação participante e do auxílio à professora, antes de iniciar a produção da proposta

pedagógica: planos de atividades e planos de aulas.

Como forma de realizar, com rigor, o diagnóstico escolar, fomos orientadas a realizar

as seguintes atividades: observação participante, produção de diário de bordo e Portfólio

virtual com fotografias. A observação participante se dava de maneira ativa e participativa,

quando necessário fazíamos perguntas aos sujeitos da escola, solicitávamos acesso a

documentos da escola como o PPP, ou seja, a orientação era dada de maneira que a

observação resultasse em um reconhecimento crítico do espaço escolar no qual iríamos atuar.

Assim, procurávamos diagnosticar para além de detectar o nível alfabético da criança, pois era

preciso perceber as condições materiais, reais, em que essa criança, que apresenta

determinado desenvolvimento, está inserida. Por isso, o diagnóstico exigia um olhar crítico

frente a: arquitetura, gestão escolar, documentos pedagógicos, proposta pedagógica,

relacionamento humano, dimensão estética das salas de aula, corpo docente e discente,

espaços de convivência na escola, metodologia, desenvolvimento da criança, apreensão de

conhecimento em relação ao letramento e a alfabetização estética.

Os registros das observações eram feitos a partir de fotografia e diário de bordo.

Ressalto que o diário de bordo é um instrumento de grande importância para registrar e

recordar as informações necessárias para a construção do relatório. Também construímos um

blog para arquivar as atividades que foram realizadas no PIBID-Pedagogia, como: plano de

aula, fotografias das ações do PIBID, textos digitalizados, artigos produzidos, divulgação de

eventos científico de nossa área e obras de artes estudadas com as crianças na escola pública.

Esse blog também funcionou como nosso portfólio virtual.

Apesar do diagnóstico escolar ser uma atividade continuada, normalmente, no início

de cada semestre procura-se fazer um diagnóstico com profundidade, pois este servirá de

norte para elaboração e ajustes das propostas pedagógicas. Os diagnósticos do início do ano

letivo eram realizado em mais ou menos sete semanas. No decorrer do processo socializamos

e refletimos, criticamente, em roda de conversas, o processo do diagnóstico e seus achados.

Ao final dessa etapa de sete semanas partíamos para a produção do texto, a sistematização.

Sistematizar foi o maior desafio dessa ação, no entanto, sob orientação das

coordenadoras e supervisoras, nos acrescentamos, superamos algumas lacunas e tive a

oportunidade de produzir um relatório crítico e um artigo coletivo com o grupo de bolsista da

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escola em que eu intervia. Inclusive, o artigo foi apresentado no Seminário de Pesquisa

Ensino e Extensão da UFBA.

É importante destacar, que durante minha participação no PIBID, onde tive a

oportunidade de realizar experiência em três escolas municipais, foi chocante perceber o

descaso do poder público com o espaço arquitetônico escolar, que não são prédios escolares e

sim pequenos casas alugadas, na verdade, temos escolas arquitetonicamente improvisadas,

logo faltam espaços pedagógicos essenciais ao desenvolvimento humano como - bibliotecas;

sala de vídeo e computação; quadra esportiva; salas bem iluminadas, bem arejadas com

espaço necessário; banheiros adequados e espaço de convivência.

Além do espaço físico, outro diagnóstico impactante, que me fez refletir

metodologicamente a escola, foi identificar que a maioria das crianças de terceiro ano ainda

não sabiam ler , são excelentes copistas, não têm autonomia na escrita, copiam o que está

escrito no quadro, mas não conseguem ler o que copiaram. Lamentavelmente, as professoras,

ainda hoje, séc. XXI assumem como principal, quase única, metodologia as atividades

mecânicas como copiar e decorar. Entretanto, na atualidade, o professor deveria ter uma visão

ampla do processo de ensino e aprendizagem, afinal, como não compreender que o processo

de aquisição da escrita e leitura envolve raciocínio, criatividade e experimentação, nos

humaniza, ao contrário das atividades mecânicas que nos desumanizam.

Percebi que para realizar um diagnóstico de um aluno é essencial estudar toda a

realidade em volta deste indivíduo, seja na escola, em casa e na sala de aula, para poder

compreender seu desenvolvimento, suas facilidades e dificuldades, e assim poder fazer uma

mediação que possibilite avanços ao processo educativo da criança.

A partir das experiências com esta ação “Diagnóstico Escolar” reconheço sua

importância para um bom andamento e compreensão do processo pedagógico dentro da

escola, para além da sala de aula e do prédio escolar. A partir dos diagnósticos realizados

pude perceber e refletir, inclusive coletivamente no grupo do PIBID-Pedagogia, sobre os

desafios que envolvem o ato de lecionar, de contribuir com o desenvolvimento das crianças,

entre eles o enfrentamento metodológico frente a um grande grupo de professor conservados

no modelo tradicional e o enfrentamento político frente às reais condições de sucateamento

em que se encontra a escola pública. Porém, é, justamente, essa aproximação do graduando

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com a escola, desde a formação inicial, no confronto entre teoria e prática, entre universidade

e sociedade/escola básica, que se amplia a possibilidade de uma formação crítica.

3.2 - Ação 2 - Plano de Atividade

O Plano de Atividade é um instrumento didático-pedagógico imprescindível na prática

do educador, por isso, precisa ser bem assimilado pelos discentes das licenciaturas. Conforme

PIBID-Pedagogia, é preciso “reinventar o chão da formação, disponibilizar via PIBID

elementos teórico-metodológicos e práticos, no campo da alfabetização estética articulado

com alfabetização e letramento na dimensão do materialismo histórico dialético”. Nessa

direção, ao longo desses três anos percebi o quanto as propostas do PIBID, eram orientadas de

forma que, nós bolsistas, percebêssemos a realidade criticamente, para que nossa propostas

pedagógicas dialogassem com a realidade, com as necessidades da escola.

Esta ação teve objetivo “elaborar coletivamente os planos de atividades, por escola,

semestrais, na perspectiva histórico dialética, de maneira que a alfabetização estética seja

trabalhada articulada com a alfabetização e letramento das crianças.” (PIBID-Pedagogia;

2017, p. 10). Assim, para a realização dessa ação, era proposto o desenvolvimento de duas

atividades: construção coletiva do plano de atividade da escola e construção individual do

plano de atividade de cada bolsista.

Assim, a cada início de semestre as supervisoras, de cada escola municipal,

juntamente com o seu grupo de bolsista de iniciação à docência, sob a orientação das

coordenadoras, construíam o Plano de Atividade que seria desenvolvido na escola e os Planos

de Atividade que cada bolsista desenvolveria em sua turma. Para a construção dos Planos,

além dos referenciais teóricos estudados tínhamos como uma dos principais norteadores o

diagnóstico realizado. A seguir apresento minhas impressões sobre esta experiência com a

construção dos Planos de Atividades.

3.2.1 - Plano de Atividade da Escola

As supervisoras, de cada escola municipal, juntamente com o seu grupo de bolsista de

iniciação a docência, sob a orientação das coordenadoras, construíam o plano de atividade que

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seria desenvolvido na escola. O Plano de Atividade da Escola estruturalmente obedecia a um

modelo proposto pela coordenação geral do programa, que deveria conter: identificação

resumo, justificativa, objetivos, metodologia, viabilidade e financiamentos, resultados e

impactos esperados ou pretendidos pela escola, cronograma e referência.

Para elaborar os planos foi fundamental, além do diagnóstico e dos estudos teóricos, a

realização das oficinas didáticas/metodológicas propostas pelas coordenadoras do PIBID-

Pedagogia. Afinal, como justificar, definir objetivos e metodologias sem a devida

apropriação.

Acredito que o maior desafio desse processo tenha sido a apreensão das duas

abordagens que nortearam as práticas do PIBID: Pedagogia Histórico-Crítica” (SAVIANI;

1991) e a “Proposta Triangular” (BARBOSA; 1991, 2005, 2010). Realizamos seminários,

debates, sistematizações e oficinas didáticas/metodológicas, como forma de explorar as duas

abordagens. As oficinas foram fundamentais para ampliar a compreensão da teoria,

minimizar dúvidas, elas permitiam o encontro da teoria com a prática metodológica para o

ensino de artes com base na “Proposta Triangular” (BARBOSA; 1991) e na perspectiva da

“Pedagogia Histórico-Crítica” (SAVIANI; 1991).

A “Proposta Triangular”(BARBOSA, 1991) representa um divisor na história da arte

na educação brasileira, pois além de propor a alfabetização estética, a educação estética, de

maneira crítica, situa a arte na educação como área de conhecimento e não como instrumento

metodológico, como, historicamente, até hoje, tem se apresentado na maioria das escolas

básicas.

A “Pedagogia Histórico-Crítica” (SAVIANI, 1991) apresenta um grande diferencial

em relação a outras abordagens progressistas, pois defende a derrubada da educação privada e

a qualificação da educação pública para todos, além de, pedagogicamente propor a exploração

dos conteúdos culturais e históricos de maneira crítica e articulada a realidade social, para

Saviani:

Pedagogia Histórico-Crítica é o empenho em compreender a questão educacional

a partir do desenvolvimento histórico objetivo. Portanto, a concepção

pressuposta nesta visão da Pedagogia Histórico-Crítica é o materialismo

histórico, ou seja, a compreensão da história a partir do desenvolvimento

material, da determinação das condições materiais da existência humana.

(SAVIANI, 2000, p. 102).

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Dessa forma, também foi necessário compreendermos a concepção metodológica do

Materialismo Histórico-Dialético, para isso realizamos um seminário sobre metodologia

científica. No decorrer do PIBID, percebi a preocupação constante das coordenadoras para

que compreendêssemos os fenômenos educativos, que experienciávamos na escola assim

como as teorias estudadas na FACED, com base nas condições materiais da existência

humana. Destaco que uma atividade que contribuiu significativamente para a compreensão

sobre a necessidade de compreendermos a realidade foi a construção do diagnóstico escolar,

além, naturalmente, dos estudos teóricos.

A partir das várias experiências com as teorias e as práticas docente, com a produção

de Planos de Atividades consegui perceber a importância das abordagens pedagógicas

propostas, com limites, porém, com possibilidade de me acrescentar de maneira autônoma.

Assim, posso afirmar que foram grande as contribuições dessa atividade, para além de

aprender a construir um Plano de Atividade. Tivemos a oportunidade de perceber a

necessidade de firmarmos um compromisso pedagógico, político e social com coerência e

respeito aos sujeitos da comunidade escolar, através de um planejamento sistematizado e

pensado de maneira articulada com a realidade social, especificamente da escola pública em

que se propõe desenvolver a proposta.

3.2.1 - Plano de Atividade das Bolsistas

O Plano de Atividade da bolsista é construído com base no Plano de Atividade da

Escola em que ela está atuando. Esta é uma atividade de continuidade da anterior, de uma

certa maneira é a parte específica, a organização da execução, que se dá a partir da produção

do Plano de Atividade, que cada bolsista desenvolverá com seu grupo de crianças, sua turma

de intervenção, que tem determinado perfil, conforme diagnóstico escolar. Os Planos de

Atividades das Bolsistas têm uma estrutura mais simples: resumo; objetivos específicos da

bolsista; resultados específicos da bolsista e cronograma específico da bolsista. Essa atividade

é individual, porém de maneira orientada pela supervisora e pelas coordenadoras do PIBID-

Pedagogia.

No período em que estive bolsista do PIBID-Pedagogia, tivemos a cada semestre

acréscimos de estudos teóricos, seja o acesso de um novo teórico seja o aprofundamento do

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que estudamos no semestre passado. Inclusive, quero registrar a importância dos estudo sobre

planejamento pedagógico com base em VASCONCELLOS (2005) para a compreensão das

atividades desta ação.

A leitura do livro do referido autor “Planejamento: projeto de ensino-aprendizagem e

projeto político pedagógico: elementos metodológicos para a elaboração e realização”

possibilitou-me compreender a importância de planejarmos de maneira crítica, com critérios

pedagógicos, éticos e estéticos. De acordo com as ideias do autor citado, não podemos

planejar sem conhecer a realidade dos sujeitos que estarão envolvidos na proposta pedagógica

que desejamos propor, caso contrário, como iremos saber onde se quer chegar, o que se deseja

ensinar e o que o educando deverá apreender. Segundo VASCONCELLOS “planejar é

antecipar mentalmente uma ação a ser realizada e agir de acordo com o previsto; é buscar

fazer algo incrível, essencialmente humano (...)” (2005; p35).

Interessante também era o momento se socialização dos Planos de Atividades, que se

dava no processo final de construção. Além de conhecermos os Planos de Atividades de cada

escola e também avaliávamos e contribuíamos com os ajustes, se necessários. Esse era um

momento didático de muita riqueza, muita troca e solidariedade pedagógica. Assim, tive a

oportunidade de conhecer vários Planos de Atividades, com propostas inovadoras e títulos

instigantes, como: “BrincArte: as artes visuais na educação infantil; “Resgatando a Infância: a

arte na brincadeira”; “A arte em uma Conversa Sensível com o Letramento”; “As Artes no

Movimento HIP HOP: criando e contando nossa história”.

Portanto, esta ação, além de aprender a fazer Planos de Atividades, como já

mencionei, possibilitou compreendermos que é preciso anteceder a produção de um Plano de

Atividade os estudos teóricos e o diagnóstico escolar, para que a proposta seja coerente,

possível de ser realizada e comprometida com a criatividade, criticidade e transformação

social.

3.3 - Ação 3 - Formação Continuada

Esta ação tem como objetivo “realizar encontros formativos com bolsistas do PIBID-

Pedagogia” (PIBID-Pedagogia; 2017, p.11). A Formação continuada acontecia, regularmente,

pelo, menos, uma vez por semana, no turno da tarde, na FACED. Em momentos de

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planejamentos iniciais, semestrais, utilizamos mais uma tarde por semana. Conforme colocam

as coordenadoras do PIBID-Pedagogia “A demanda por formação é constante, tanto no que se

refere a revisão como a aprofundamento de conhecimento teórico e prático.” Para dar conta

desta ação foram propostas três atividades: Planejamento Coletivo, Orientação Pedagógica e

Planejamento Coletivo com Supervisoras. Devido à abrangência dessas atividades tivemos

variados momentos pedagógicos, alguns permanentes e outros de acordo com a realidade. A

seguir apresento, de maneira sistematizada, como estes eram efetivados.

3.3. 1 - O Planejamento Coletivo

O Planejamento Coletivo com as bolsistas de iniciação a docência era desenvolvido a

partir de vários momentos pedagógicos: organização pedagógica; relato de experiência;

estudos teóricos; apreciação estética; oficinas metodológicas, saraus e atividades

complementares, como participação em atos públicos e em aulas públicas, se ocorrer.

- Organização Pedagógica

Esse momento se dava a partir de informes políticos, culturais, científicos entre outros

e da organização das demandas do PIBID-Pedagogia. A partir desse momento foi percebido a

necessidade de construirmos Grupos de Trabalho (GT) para distribuição das tarefas do PIBID

que eram muitas.

Os GTs representava a divisão do trabalho coletivo e foi fundamental, sobretudo para

a organização dos registros das práticas do PIBID-pedagogia, que se dava a partir da

alimentação do Blog. Cada GT tinha, pelo menos, uma bolsista de cada escola parceira, desta

forma era promovida a socialização e coletividade entre os grupos. Formamos cinco GTs,

com seus respectivos objetivos: Blog - criar e realizar manutenção do blog; Biblioteca -

scanear os textos estudados, atualizar os eventos acadêmicos e enviar para a equipe de

manutenção do blog; Fotografia - organizar e enviara para equipe de manutenção do blog

fotografias dos eventos pedagógicos: formação continuada, seminários internos e externos,

aulas na escola municipal, oficinas, apreciação estética, entre outras atividades; Jogos

Pedagógicos – fotografar, organizar enviar para a equipe de manutenção do blog os jogos

desenvolvidos pelas bolsistas, na escola municipal ou na FACED e, por fim, Planos de Aulas:

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selecionar e enviar para a equipe da manutenção do blog todos os planos de aula, por temática

e série. Contudo, passamos a realizar um trabalho organizado e coletivo, mesmo que, algumas

vezes, foi necessário as coordenadoras lembrar do nosso compromisso.

- Relato de Experiência

Relatar as experiência vivenciadas no “chão da escola”, sem dúvida, era uma das

atividades de maior importância, pois tínhamos a possibilidade de discutir a relação teoria e

prática, suas contradições e suas articulações. Também era o momento de expressão de

sentimentos, de vivências, às vezes, complexas. Além de expor nossos achados ouvíamos o

colega e nessa troca, nos fortalecíamos, especialmente quando percebíamos que a nossa

dificuldade era também a do colega ou foi superada por outro colega. Dessa maneira era

possível perceber em quais pontos era preciso melhorar e analisar as práticas dentro do

ambiente escolar.

Era comum ouvirmos relatos que expressavam as limitações relacionadas à educação

pública, seu processo de desintegração. Podemos destacar alguns pontos positivos

apresentados pela maioria das bolsistas: a boa receptividade das crianças e do corpo docente;

na maioria dos casos, a boa relação da bolsista com a professora regente que a recebe em sala

de aula e com a supervisora; o bom empenho de alguns gestores e professores, entre outros

pontos.

Os pontos negativos, sem dúvidas, são mais impactantes, sobretudo quando não

conseguimos enfrentá-los como desejávamos e precisava. De acordo com os relatos o

primeiro impacto, na maioria dos casos, se dava frente ao “prédio” escolar que era

inadequado, eram espaços improvisados.

Outro gravíssimo problema relatado e bastante discutido no grupo foi à comprovação

da inexistência de recreio. As crianças recebem a merenda na própria cadeira, depois que

comem, seu prato é recolhido e continuam sentadas nas cadeiras durante todo o turno. Para

algumas professoras não há recreio “porque as crianças brigam” como se estas fossem

terroristas ou como se isto acontecesse com todas as crianças. Inclusive o PIBID-Pedagogia

tinha uma escola parceira, que diferente das outras, possuía uma área grande para lazer, mas

que não era usada, as crianças lanchavam em suas próprias cadeiras, em sala de aula. A falta

de recreio, além de retirar a possibilidade da criança se movimentar, ação inerente ao

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desenvolvimento humano, retira-se o direito da criança de ter seu recreio - espaço de

autonomia, momento de trocar experiências, de brincar livremente. É conveniente destacar

que algumas escolas usam a supressão do intervalo do recreio como medida punitiva.

Ainda em relação ao recreio, quero destacar, que a última escola em que atuei como

bolsista, era um “prédio escolar improvisado” pois era uma pequena casa, cujo pequeníssimo

corredor não passava duas pessoas lado a lado e a escada antiga, de madeira, tinha grande

possibilidade de cair. A gestora, que também era nossa supervisora, com toda sua força de

vontade, criou um sistema de rodízio de recreio, por dia e hora, assim as crianças podiam sair

da sala e ficar em uma pequena varanda lanchando e brincando com jogos de mesa

disponibilizado pela gestora. É importante perceber que é possível superar problemas, mesmo

que não consigamos o desejável.

Outros relatos impactantes se deram em relação a abordagem pedagógica, foram

muitas as indignações, como: a prevalência da cópia pela cópia – atividade mecânica e

desumana; ausência de professor de artes na maioria das escolas; excesso de provas, não só

ofertadas pela escola como também pelo MEC; relação autoritária e às vezes opressora de

muitas educadoras com seus alunos. Enfim, essa atividade contribuiu qualitativamente com

minha formação, dado a grandeza das discussões que ela mobilizava, além de

encaminhamentos para nossas ações pedagógicas, cada vez mais, dialogasse com a realidade

vivenciada e relatada.

Estudos Teóricos

O momento dos estudos teóricos, quando realizado na FACED, na formação

continuada se dava, na maioria dos casos, em grupo. Era momento de sistematizações e

debates nos pequenos grupos. As metodologias para reflexão das teorias aconteciam através

de debates entre grupos, rodas de conversas em grande grupo ou através de seminários.

Durante meu percurso tive acesso a estudos de vários autores, entre eles destaco as

contribuições dos seguintes autores, citados anteriormente, Arce, Barbosa, Gasparin,

Marsiglia, Martins, Pillar, Rossi, Saviani, Vasconcellos, etc. esses autores foram fundamentais

para minha qualificação em relação ao ensino de artes e a abordagem pedagógica histórico-

crítica. Importante informar que maioria dos autores que defendem os princípios da Pedagogia

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Histórico-Crítica somente estudei no PIBID-pedagogia, não foram contemplados nos

componentes curriculares.

Assim, constato o quanto os estudos teóricos contribuíram significativamente para

qualificar as experiências de iniciação a docência na escola municipal, como a produção

teórica: síntese, ensaio, resenha crítica, resumo simples, resumo crítico, resumo expandido,

artigo e relatório.

Apreciação Estética

A apreciação estética é mais uma das atividades pedagógicas propostas que foi

fundamental para qualificar minha formação. Historicamente a arte na educação não passou

de instrumento metodológico, inclusive, até hoje, há muitos resquícios desse princípio.

Culturalmente pouco frequentamos museus, ou outros espaços de socialização da produção

artística. Historicamente, esses espaços foram restringidos a uma “certa elite” artística. Logo,

e com esta atividade, pude perceber o quanto fui privada do conhecimento arte promovido por

esses espaços, que são educativos e que extrapolam a sala de aula, as vezes limitada.

Tivemos o prazer de apreciar pinturas, esculturas, instalações, objetos, fotografias,

performances e filmes e documentários, em vários espaços culturais de Salvador. Entre os

filmes que assistimos, destaco os seguintes: O Sorriso de Monalisa, Pão e Rosa, As

Sufragistas, Rosa Luxemburgo, Abril Despedaçado, O Carteiro e o Poeta, O Menino de

Pijama Listrado, A Revolta dos Pinguins, entre outros. Alguns filmes eram as bolsistas que

escolhiam e outros eram propostos pelas coordenadoras, que escolhiam, de acordo com o

contexto de nossos estudos. Por exemplo, durante a greve das universidades públicas, tivemos

a oportunidade de ver filmes que tratavam do tema das condições de trabalho, como “Pão e

Rosa”.

Entre as exposições de artes visuais, apreciadas, recordo de uma que muito me

chamou atenção, que foi “Brinquedos Populares” – 900 brinquedos e miniaturas feitos à mão,

no palacete das artes. Foi interessante ver os brinquedos no museu para serem apreciados em

sua dimensão estética e de fato esse deslocamento nos deixou mais atenta à beleza estética e a

criatividade contida em cada um.

Em 2015 tivemos a Bienal aqui em Salvador e foi uma grande experiência pois

visitamos todos os espaços que estava acontecendo, então conhecer outros espaços

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alternativos de exposição, além de museus e galerias de artes, como: igrejas, convento, pátios

e o mais curioso de todos os espaços - o “Acervo da Laje” que é um espaço alternativo criado

por uma artista popular na laje de sua casa, em um bairro popular e periférico.

Todas as apreciações estéticas foram seguidas de debates e de sistematização teórica.

Dessa forma, a apreciação não se esgotava nela própria, pedagogicamente é muito importante

que a arte esteja para além de entreter, assim, poderemos avançar na educação estética com

criticidade e perceber a arte como área de conhecimento.

Esta atividade foi importante não só porque contribuiu com a qualificação de minha

formação pedagógica, como humana, tive uma experiência nova em minha vida, pois ainda

não havia frequentado um Museu de Artes até, então, participar do PIBID-Pedagogia. A partir

de a apreciação estética descobrir o quanto é importante trabalhar a apreciação de Obras de

Artes na escola, com as crianças. Constato que a atividade de apreciação estética foi

fundamental para ampliar o repertório artístico, tão necessário ao desenvolvimento humano,

cultural e pedagógico.

Oficinas Metodológicas

As oficinas metodológicas tinham como objetivos a experimentação de teorias através

de ações pedagógicas práticas. Por exemplo, após leitura da “Proposta Triangular” (Barbosa,

1991), que é uma abordagem metodológica para o ensino de artes, as coordenadoras

propuseram, uma atividade de grupo que consistia em que cada grupo deveria fazer uma aula

de artes visuais, para as colegas dos outros grupos, envolvendo determinado assunto, entre os

estudados. Dessa forma, ao final das oficinas, as coordenadoras poderiam avaliar a nossa

performance enquanto docente em formação, a metodologia, a nossa apropriação do

conteúdo, a organização plano de aula, os recursos materiais utilizados, entre outros

elementos da didática.

- Saraus

Os saraus representavam nossa atividade cultural e festiva. Segundo as coordenadoras,

o primeiro sarau aconteceu em 2014 e foi sugestão de um grupo de bolsistas como forma de

comemorar os aniversariantes do mês ou dos meses. A cada ano organizávamos uma tabela

com todos os aniversários e identificávamos os agrupamentos, às vezes tinha mês que não

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tinha ninguém aniversariando e por isso tivemos saraus de aniversariantes do mês e às vezes

dos meses, para que tivéssemos alguns aniversariantes e não ficasse custoso.

O “Sarau dos Aniversariantes”, como chamávamos, era um momento em que,

espontaneamente, deveríamos levar algo artístico de presente para os aniversariantes,

poderíamos oferecer uma poesia, uma música, uma dança, um discurso, entre outras

lembranças artísticas. Porém, era cantar parabéns e depois lanchar ao som das músicas que

eram oferecidas. Nesse dia as coordenadoras e supervisoras compravam uma grande torta, de

boa qualidade, e nós bolsistas dividíamos bandejas: salgadas e doces, refrigerantes e

descartáveis. Assim com custos baratos, solidariedade e alegria festejavam nossos

aniversários.

O sarau era uma atividade de grande valor pela integração e descontração que

promovia e que muito precisamos para um bom desenvolvimento humano, boa relação

humana, além de fortalecer o coletivo.

- Atividades Complementares

As atividades complementares foram aquelas que, de certa forma, não estavam no

planejamento, mas o contexto pediu. Por exemplo, quando tivemos os cortes no PIBID,

durante o governo de Dilma Rouseff, como forma de entender a situação política e suas

contradições, tivemos que, além de assistir debates sobre a conjuntura política, estudamos o

projeto “Pátria educadora” proposta pelo referido governo. Com esse estudo, além de nos

apossarmos do conteúdo – contextos do PIBID puderam pensar metodologias criativas,

através da arte, e impactantes. Notei, com essa atividade específica, que para criarmos algo,

com qualidade, é preciso ter o domínio do conteúdo do qual queremos representar, expressar.

Todas as atividades Planejamento Coletivo aconteceram de maneira orientada,

preservando o diálogo no grupo. Quando necessário, também recebemos orientações por

grupo de escola, especialmente quando estávamos estudando para apresentarmos seminários

internos ou externos. Esse suporte dado pelas orientadoras e supervisoras, para mim, é um dos

grandes diferenciais na formação das discentes que frequentam o PIBID-Pedagogia.

3.3.2 - O Planejamento Coletivo com Supervisoras

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O planejamento coletivo com as supervisoras acontecia sem a presença das bolsistas.

As coordenadoras colocavam que, em reunião com os subprojetos e a coordenação

institucional, foi pauta recorrente a “liberação” das professoras do município para

participação da “Formação Continuada”, porém, nunca foram atendidas. As coordenadoras

também sinalizavam do prejuízo pedagógico para o grupo dado pela ausência das

supervisoras, afinal, se constituímos um grupo haverá necessidade de encontros coletivos com

todos os constituintes do grupo.

As coordenadoras se reuniam com as supervisoras, para o planejamento,

quinzenalmente “com a intenção de: relatar e avaliar o processo do PIBID-Pedagogia nas

escolas municipais. Socializar os encaminhamentos tirados no planejamento coletivo com

bolsistas. Planejar as atividades propostas a partir das demandas do PIBID-Pedagogia.”

(PIBID-Pedagogia; 2017 p. 12). Como não participávamos dessa atividade, concluo

lamentando que perdessem de vivenciarmos conjuntamente a formação continuada com as

supervisoras e perdemos pela negligência que se tem com a formação continuada, com o

compromisso de qualificar a educação pública.

Assim, concluo a ação “Formação Continuada” ciente de sua importância para

qualificar o processo de formação inicial das pedagogas e pedagogos. Considero essa ação

como uma espécie de “espinha dorsal” do PIBID-Pedagogia, dela sai às ramificações, os

encaminhamentos práticos e teóricos; pedagógicos e políticos; individuais e em grupos.

Participar das atividades propostas significou enfrentar desafiador, que foram vencidos a cada

dia com o PIBID-Pedagogia. Acredito que todas as bolsistas saíram com o conhecimento

aprofundado sobre os teóricos e outros conteúdos desenvolvidos nesta prática. Contudo, foi

uma oportunidade única que contribuiu, de forma significativa, para o meu processo

formativo.

3.4 - Ação 4 - Intervenção Pedagógica

O objetivo desta ação é “realizar intervenções pedagógicas na Escola Municipal de

maneira autônoma, numa perspectiva dialética e emancipatória, com base no plano de

trabalho da supervisora e da bolsista.” (PIBID-Pedagogia; 2017, p.13). As intervenções na

escola aconteciam duas vezes por semana, no turno vespertino, na escola municipal. Para sua

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realização é proposto o desenvolvimento de três atividades: auxiliar da professora regente,

desenvolver um projeto de alfabetização estética articulado ao letramento e realizar

quinzenalmente planejamento com a supervisora responsável. A seguir apresentarei, de

maneira reflexiva, como essas atividades acontecem e qual sua importância para a

qualificação da formação da pedagoga e, em específico, para a minha formação.

3.4.1 - Auxiliar da Professora Regente

Esta atividade acontecia uma vez por semana no turno vespertino e tinha como

objetivo “compreender a prática do professor regente na medida em que o auxilia nas

atividades propostas em sala de aula.” (PIBID-Pedagogia; 2017 p.13). Sem dúvida, é de

grande valor para a formação docente, pois temos perceber a prática da professora regente,

com experiências pedagógicas. Nesse processo de observação participante, o momento do

relato de experiência, como dito anteriormente, era revelador de educadores que superam a

realidade sucateada da escola pública e educadores que oprime as crianças. A fluência dessa

atividade dependia da relação estabelecida com a regente, que nem sempre, era de boa

recepção. De maneira geral todos nós procurávamos nos envolver com a proposta da

professora regente. Conforme Relatório geral do PIBID-Pedagogia:

(...) importante que o processo de integração da bolsista na escola se dê de

maneira orgânica, cooperativa e participativa. Por isso, as bolsistas antes de

iniciarem o desenvolvimento do seu plano de atividade individual, de arte-

educação, elas ficam um mês auxiliando a professora nas duas tardes que

frequentam a escola. “Essa fase de adaptação das bolsistas é fundamental para a

qualidade da continuidade do processo que se propõe desenvolver.” (2016; p.

22,)

Foi, justamente, esse processo orgânico, cooperativo e participativo que me deu

sustentação para enfrentar os desafios. A minha experiência, em particular, inicialmente, foi

muito difícil, pois compartilhar a sala com a professora regente e auxiliá-la, quando a única

lembrança que tinha da escola era como aluna do ensino básico, não era tarefa simples e sim

complexa. Deste modo, aprendi através das experiências, das articulações com os estudos

teóricos, com os relatos de minhas colegas, com as orientações pedagógicas, com o

acolhimento da supervisora. Hoje, com o acúmulo dado pelo PIBID-Pedagogia acredito que

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os cursos de licenciaturas deveria ter, em seus currículos, a articulação entre teoria e prática

desde o primeiro semestre, pois é no chão da escola que percebemos que estamos nos

tornando professoras, a cada superação, a cada aprendizagem com os erros e os acertos.

Dessa forma, conforme ideias de Freire, a professora não está somente na escola para ensinar,

mas também para aprender, em um processo dialético.

3.4.2 - Alfabetização Estética Articulado ao Letramento

Esta atividade tem como objetivo “desenvolver, de forma autônoma, um projeto de

arte-educação com a intenção de trabalhar, com as crianças, a alfabetização estética articulada

ao letramento numa perspectiva dialética emancipadora” (PIBID-Pedagogia; 2017, p.14). A

execução se dava vez por semana no turno vespertino, desenvolvíamos o nosso plano de

atividade individual articula ao Plano de Atividade da Escola.

Neste momento assumimos a sala de aula de forma autônoma e percebemos, enquanto

estudantes de Pedagogia, os limites e as possibilidades frente ao desafio de lecionar aulas de

artes, sendo que em nosso processo de escolarização o ensino de artes foi quase inexistente e

o currículo do curso de Pedagogia só oferece um componente relacionado ao ensino de arte

que é “arte-educação”, porém, as outras áreas de conhecimentos temos o componente de

metodologia. Assim, ressalto a importância da “Formação Continuada”, ação três, do PIBID-

Pedagogia, como ação pedagógica imprescindíveis para qualificar nossas experiências com a

docência, especialmente com o ensino de artes.

3.4.3 - Planejamento coletivo com supervisoras

Esta atividade é coordenada pelas supervisoras com o “realizar planejamento coletivo

das ações didáticas com as supervisoras”(PIBID-Pedagogia; 2017, p.14). As reuniões com a

supervisora era o momento que tínhamos para resolver as dúvidas, planejar aulas, receber

orientações de seminários, relatórios, resumos e planos de atividades, além de realização de

fazer estudos, quando necessário. Nesse momento também compartilhamos com a supervisora

e nossas colegas as experiências vivenciadas em sala de aula. É um grande desafio para nós

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bolsistas em formação fazer parte do cotidiano dos alunos da escola pública é um

conhecimento enriquecedor para o processo formativo enquanto estudantes de pedagogia.

Foi importante perceber que o planejamento das aulas deve acontecer, a partir da

avaliação da prática pedagógica e de acordo com as necessidades das crianças e da forma que

promova a assimilação necessária dos conteúdos trabalhados. Para VASCONCELLOS, o

planejamento é:

[...] um instrumento teórico-metodológico que visa ajudar a enfrentar os desafios

do cotidiano da escola, só que de uma forma refletida, consciente, sistematizada,

orgânica e, o que é essencial, participativa. É uma metodologia de trabalho que

possibilita re-significar a ação de todos os agentes da instituição. (2005. p.36).

Dessa forma, o planejamento, cumpriu sua função, pois possibilitou o enfrentamento

aos desafios postos pela formação docente. Esse é um momento de intensa reflexão da prática

docente, movido pela busca por práticas superadoras.

Fecho essa ação, mais uma vez, reafirmando o quanto a formação docente é

qualificada quando se dá diretamente relacionada, na teoria e na prática, com a escola

pública. Podemos confrontar criticamente teoria e prática, experimentar a teoria na ação

pedagógica escolar e assim reconstruirmos práticas e teorias no enfrentamento da realidade

contraditória da escola pública. Assim, através destas práticas vamos nos tornando docentes,

sendo confrontado com as dificuldades e acertos, pensando em nossa realidade como

professores de escola pública.

3.5 - Ação 5 - Produção de Material Didático Pedagógico

O Objetivo desta ação é “Produzir material didático pedagógico que possibilitem, de

maneira lúdica e criativa, a construção de conhecimento crítico” (PIBID-Pedagogia; 2017,

p.14). Sua realização se dá através de três atividades: Estudos dos Fundamentos Teóricos,

Produção de Material Didático e Oficina de Jogos Didáticos Pedagógicos. Vejamos, a seguir,

como é materializada cada atividade.

3.5.1 - Estudos dos Fundamentos Teóricos

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Esta atividade é voltada para aquisição do conhecimento específico do tema que

envolve a produção de material didático. Para realizarmos esta ação, “Produção de Material

Didático Pedagógico”, é necessário termos embasamento teórico específico. Como produzir

jogos que envolve a relação artista e obras de artes sem a aquisição específica desse

conteúdo? Como diversificar os tipos de jogos, sem pesquisa, logo, pois sem a devida

apropriação do conteúdo, estaremos comprometendo o processo criativo? Como criara a

desempenho “Pátria Educadora” sem estudar e discutir o referido documento/título? Sem a

devida apropriação do conhecimento o processo criativo fica comprometido.

Com essa atividade pude refletir sobre necessidade de avaliarmos nossa preparação

para a prática pedagógica. Quero frisar que não somente em relação aos jogos ou atividades

de artes, devemos ficar atenta ao seu caráter pedagógico, mas com todas as atividades e áreas

de conhecimento, pois estamos propondo atividade escolar. Precisamos saber quais os

objetivos pedagógicos com as atividades que propomos, seja um jogo, uma roda de conversa,

uma leitura de um conto, entre outras. É preciso conhecer e compreender os processos que

envolvem a educação, de forma crítica.

3.5.2 - Produção de Material Didático

Os materiais didáticos produzidos têm a função de dar suporte instrumental às ações

pedagógicas do PIBID-Pedagogia: na FACED, na escola pública e em outros espaços

públicos que possamos intervir. Os temas específicos mais recorrentes, nesses últimos três

anos, foram relacionada envolvendo alfabetização estética e artes de maneira geral.

Fomos orientados a produzir jogos pedagógicos envolvendo conteúdos de

alfabetização estética e letramento para trabalharmos com as crianças na escola pública.

Montamos várias exposições de reprodução de obras de artes, retratando temas diversos,

como: brincadeiras de crianças, a exploração do trabalho infantil, greve dos trabalhadores,

mulheres que pintaram mulheres, artistas africanos, entre outros temas. Parte das exposições

era para trabalhar a apreciação estética com crianças, na escola Pública e outra parte com

adultos, na FACED. Construímos um “túnel de texturas” com diversos materiais: Bombril,

grãos, esponja, algodão, espumas. Produzimos duas instalações, de maneira coletiva: “Mãe

Coragem” e “Diga Não a Cultura do Estupro” e expomos na FACED e a segunda também

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expomos no congresso da UFBA-2016, no campus de Ondina. Foram criadas duas

performances: “Cadê a Pátria Educadora” e “Terceirizados Não, Efetivados Sim”, que foram

apresentadas na Praça da Piedade, no período da greve das universidades públicas. Não

participei das performances, mas participei da produção de seus adereços, assim como de sua

apreciação estética.

Toda a produção, acima descrita, só foi possível de acontecer graças à preparação

teórica proposta pelas coordenadoras. É necessário, para uma prática pedagógica qualificada,

o reconhecimento da necessidade de organização, atualização e criatividade em relação aos

recursos pedagógicos e metodológicos da prática docente. Assim, essa atividade se concretiza

como continuidade da atividade anterior e sua finalização abre para a atividade posterior.

3.5.3 - Oficina de Jogos Didáticos Pedagógicos

Com os fundamentos estudados, os jogos construídos, seguíamos para a experiência,

pois o objetivo das oficinas era o de trabalhar de forma lúdica e criativa, a produção do

conhecimento crítico, através da experimentação de jogos pedagógicos. As oficinas estiveram

diretamente relacionadas aos Planos de Atividades.

Didaticamente foi muito bom, poder experimentar, com as colegas, nossas ideias,

nossos jogos pedagógicos. Também eram interessantes as avaliações coletivas após as

oficinas metodológicas, era o momento de retorno de esclarecermos e ouvirmos as sugestões

das coordenadoras. A partir da produção de materiais didáticos pedagógicos criativos,

aprofundamos o entendimento sobre os conteúdos.

3.6 - Ação 6 -Produção Teórica e Científica

Esta ação possibilita, através de estudos teóricos e sistematizações, compreender a

necessidade da pesquisa em educação, da atualização teórica, nesse sentido, seu objetivo é

“contribuir com a formação do educador no que se refere a produção teórica e científica.”

(Pedagogia; 2017, p.16). Seu desenvolvimento se dá a partir de duas atividades: produção de

seminários interno e externo, e produção de resumos, artigos, resenhas e relatórios.

3.6.1 - Produção de Seminários Interno e Externo

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A produção de Seminário, seja para apresentar internamente, para o nosso grupo, seja

para apresentar externamente em eventos científicos, era feita de maneira processual e

orientada, estudamos, discutimos, sistematizamos, organizamos a síntese em PowerPoint.

Tínhamos orientações em grande grupo e nos subgrupos, estes eram formados, normalmente,

tomando como critério a escola em que atuávamos.

Um dos objetivos do PIBID é que as bolsistas participem de eventos científicos, o que

considero importante, pois é uma oportunidade de propagar e socializar reflexões críticas

sobre os processos pedagógicos do PIBID-Pedagogia em espaços difusores da produção

científica, além de conhecer experiências de outros PIBID. As experiências em espaços

externos foram significativas para formação docente, pois promoveu interação, troca e

ampliação do reconhecimento da produção científica contemporânea, na área de educação e

da arte.

Realizamos alguns seminários internos que são estudos importantes, envolvendo os

temas, como: Abordagens Pedagógicas; Abordagens Metodológicas para o Ensino de Artes;

Planejamento Pedagógico, Educação Infantil, Pesquisa em Educação, Metodologia Científica,

entre outros. Com esses seminários ampliamos nosso referencial teórico, tivemos a

oportunidade de estudar com profundidades temas que não estudamos nos componentes

curriculares, ou vimos de maneira corrida. Quando possível tivemos dois seminários internos

por semestre , quando não , tivemos apenas um.

Em relação aos seminários externos, tive a oportunidade de apresentar trabalhos

realizados no PIBID-Pedagogia no evento científico “Sementes - Seminário Integrado de

Ensino, Pesquisa e Extensão”, que se constitui como um espaço de reflexão ampliada e

aprofundada sobre a universidade, sobre suas heranças e perspectivas e seu papel social,

favorecendo o estabelecimento de políticas mais bem definidas para as diversas dimensões da

UFBA.

Durante a minha participação no subprojeto surgiram muitas oportunidades para

participar de eventos científicos fora da cidade de Salvador, como o “I Seminário Institucional

PIBID UESC”, “VII Seminário Baiano do PIBID - A importância da continuidade do PIBID

para a formação de professores: memórias, reflexões e desafios” esta atividade foi realizada

na Universidade Estadual de Santa Cruz, em Ilhéus, BA. Refere-se a um evento

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multidisciplinar, que proporciona a interação entre os bolsistas do PIBID, alunos das

licenciaturas e profissionais da educação. Este momento contribuiu para pensar sobre os

rumos dados à formação inicial e continuada de professores em diferentes áreas de

conhecimento, no presente cenário político brasileiro, analisando a implantação e elaboração

de políticas educacionais brasileira para a formação docente. Os seminários externos nos

deram oportunidade de participar de debates e reflexões no que se refere a políticas de

formação, assim como procura discutir a escola como espaço de formação inicial e continuada

de professores.

Os Seminários internos e externos podem ser reconhecidos como um espaço de

reflexão, desafios, conhecimentos, produção ampliada e aprofundada sobre a universidade,

suas heranças e perspectivas e seu papel social, favorecendo o estabelecimento de políticas

mais bem definidas para as diversas dimensões da educação.

3.6. 2- Produção Teórica: resumos, artigos, resenhas e relatórios

A produção teórica também se dá de maneira processual, seja para produzir um

seminário sejam para produzir resumos, artigos, resenhas e relatórios. As orientações eram

feitas durante os encontros semanais FACED e também na escola em reunião com a

supervisora, após as intervenções.

A produção teórica é uma das tarefas árduas que tivemos que enfrentar. Devido ao

pouco hábito de escrever, tornam-se desafiador produzir um texto, especialmente, os textos

científicos, como artigo. Foi preciso fazer muitas orientações - coordenadoras e supervisoras,

para que conseguíssemos superar esta realidade. No entanto, creio que essa ação não poderia

deixar de existir no PIBID-Pedagogia, pois, mais uma vez, tivemos a possibilidade de

recebermos orientações continuadas do processo de produção teórica, o que nem sempre

acontece nos componentes curriculares. Assim, percebo que este exercício me possibilitou

saltos qualitativos em relação a minha produção teórica, mesmo que ainda tenha muito que

avançar.

Para produção do relatório fomos orientadas a produzirmos um diário de bordo, para

usarmos como recurso de memória quando estivéssemos produzindo o relatório. O momento

do relatório também é um momento de refletirmos sobre a experiência com o PIBID. A

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produção orientada dos relatórios permite a bolsista à melhora da qualidade referente à sua

escrita e a criticidade desta.

Assim a produção teórica, participação em congressos, seminários e simpósios

permite realizar a troca de conhecimentos, pois na universidade não ensina a fazer resumos e

nem relatórios críticos, já o PIBID-Pedagogia possibilita esta aprendizagem que contribui de

forma significativa na minha formação.

Considero essa ação pedagógica “Produção Teórica e Científica” necessária no

avanço da minha formação, sendo a oportunidade de produzir os materiais científicos para

auxiliar na compreensão do que acontece atualmente nas salas de aula e melhorar a prática

vivenciada no espaço escolar. Com esta ação, fortalecemos o compromisso que nós bolsistas

assumimos, com a escola municipal em que atuamos como bolsista do PIBID-Pedagogia, de

contribuir de forma responsável com o desenvolvimento das crianças e com a produção de

conhecimento crítico.

3.7 - Ação 7 - Ações Interdisciplinares

O objetivo desta ação é “promover atividades de caráter interdisciplinar como forma

de possibilitar ações integradoras e troca de conhecimento.” (PIBID-Pedagogia; 2017, p.16).

Esta ação foi proposta pelo PIBID-UFBA, para que tivéssemos seminários envolvendo PIBID

de diversas áreas, porém, não foi muito fluente.

O PIBID-Pedagogia só conseguiu fazer um seminário interdisciplinar que foi com o

PIBID-História. Tivemos vários problemas de disponibilidades de horário para organização

do seminário, devido ao formato diferente que os dois PIBID tinham, um em relação ao outro.

Apesar dos problemas de ordem da organização do tempo, o seminário foi muito bom, mas,

lamentavelmente, não tivemos outros seminários.

Também tivemos algumas atividades interdisciplinares propostas pela coordenação

geral do PIBID-UFBA como o projeto "Cine-Pipoca", a proposta era de uma vez ao mês as

bolsistas do PIBID-UFBA se reunirem para apreciação fílmica seguida de debate. Os temas

dos filmes foram construtivos para minha formação. A apreciação acontecia na sala “Cinema

da UFBA” no PAC. Essa atividade também, não teve a continuidade prometida e a partir do

segundo filme, passamos a perceber um esvaziamento.

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Assim, a sétima ação, apesar de não ter fluído como deveria, o que foi produzido, não

deixou de contribuir para a formação de todos que participaram.

A partir da sistematização apresentada, do objetivo desta seção, fica claro o

compromisso do PIBID-Pedagogia com a qualificação da formação do e da pedagoga através

da relação entre teoria e prática e da relação entre escola pública e universidade pública, tendo

como lastro pedagógico a abordagem da “Pedagogia Histórico-Crítica”(SAVIANI, 1991) e a

abordagem metodológica para o ensino de artes “Proposta Triangular” (BARBOSA, 1991).

Portanto as sete ações trouxeram benefícios para a minha formação ajudando na

escolha da profissão na qual desejo seguir, contribuindo diretamente no crescimento

profissional e para a construção de saberes e fazeres na sala de aula. O subProjeto desafia a

entendermos melhor a importância de procurarmos soluções pedagógicas a partir da leitura

crítica da realidade. Assim, o papel do PIBID foi de contribuir com a reflexão crítica frente à

necessidade de transformação da educação. Acredito na perspectiva de criação e que jamais

serei a mesma após passar por esta experiência rica.

4. PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DO PIBID-PEDAGOGIA: QUALIFICANDO A

FORMAÇÃO DOCENTE

Com esta seção, pretendo sistematizar determinadas experiências pedagógicas,

vivenciadas por mim, quando bolsista do PIBID-Pedagogia. O PIBID-Pedagogia intitulado

“Alfabetização Estética e Letramento: uma relação dialética emancipadora” (Anexo A) teve

como objetivo principal “contribuir de forma qualitativa com a formação dos licenciandos de

pedagogia a partir do desenvolvimento de um projeto que envolve a alfabetização estética

articulada com o letramento de crianças da educação infantil e séries iniciais na perspectiva

histórica- dialética”. (PIBID-Pedagogia 2017, p.2). Destacarei algumas atividades como

forma de socializar e refletir, criticamente, a importância do PIBID-Pedagogia para a minha

formação e dos pedagogos e pedagogas de maneira geral. Para tanto, farei a sistematização, a

partir de três subseções, tomando como referência três espaços de formação: Escola Pública;

Faculdade de Educação e Espaços Públicos.

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4. 1 - Faculdade de Educação e a Formação Continuada

A Faculdade de Educação - FACED, para o PIBID-Pedagogia, representa o espaço de

"Formação Continuada", inclusive está compõe o grupo das ações do PIBID-Pedagogia,

conforme sistematizado na seção anterior. As atividades propostas pela Formação

Continuada na FACED foram de grande importância para a formação docente. No entanto,

diante da abrangência de atividades significativas, no meu percurso com o PIBID, elegi duas,

para fazer uma reflexão crítica, por me proporcionarem avanços em relação ao acúmulo

teórico e metodológico, que foram: Seminários Internos e Oficinas pedagógicas.

4.1.1 - Seminários Internos

Os seminários internos são articulados ao tema geral “Pesquisa em Educação”, são

importantes para o aprofundamento dos conhecimentos específicos para a formação em

Pedagogia.

Os seminários foram realizados em grupos, definidos a partir dos grupos de bolsistas

de cada escola municipal, pois, tivemos seminários com temas pedagógicos gerais e

específicos, estes dialogavam estreitamente com o plano de atividade de cada escola. Com

essa atividade tivemos a oportunidade de estudar com profundidade determinados temas, que

muitas vezes, não temos durante os componentes curriculares. Além dos estudos dos

conteúdos, sistematizamos apresentações, com a intenção de socializar a produção do

conhecimento a partir do referido estudo, que poderia ser através de PowerPoint, encenações,

debates, entre outras metodologias.

Durante a minha permanência no PIBID-Pedagogia, foram realizados, pelo menos um

seminário por semestre, porém, houve semestres que tivemos dois seminários. Entre os

seminários estudados tivemos: “Planejamento: Projeto de Ensino-aprendizagem e Projeto

Político Pedagógico”; “Quem tem medo de ensinar na Educação Infantil?”; “Escola e

Democracia” “Pedagogia Histórico-Crítica”; “Alfabetização Estética”; “Arte-Educação”;

“Improvisação Teatral”, “História da Arte Africana”; “História da Arte Contemporânea”;

entre outros temas. Como cada grupo apresentava seu seminário, tivemos a oportunidade de

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vivenciarmos muitos seminários – produção e apreciação. Todos os temas eram direcionada

para a qualificar a formação docente, independente do grupo que estava apresentando.

Entre os vários importantes seminários que participei, farei, aqui, a reflexão de apenas

de dois seminários, dado a necessidade de recorte. Escolhi um seminário do campo do

planejamento pedagógico e outro do campo da arte-educação. Ambos foram fundamentais

para qualificar minha formação docente, porém considerei os estudos sobre planejamento

pedagógico esclarecedor, especialmente na perspectiva de VASCONCELLOS (2005). Os

seminários da área de artes foram imprescindíveis para qualificar minha formação docente,

tanto do campo teórico quanto prático, nas oficinas de arte-educação na FACED quanto nas

aulas de artes que ministrávamos na escola pública, com as crianças. Sigamos com os dois

seminários.

- Seminário: Planejamento Pedagógico

O Seminário “Planejamento pedagógico” teve como objetivo o aprofundamento dos

estudos em relação ao planejamento pedagógico, a partir do estudo de parte da obra

“Planejamento: Projeto de Ensino-aprendizagem e Projeto Político Pedagógico”

(VASCONCELLOS; 2005). O estudo do livro foi realizado durante o recesso e após o recesso

tivemos encontros de orientações com as coordenadoras e supervisoras, como em todos os

seminários.

Os estudos foram de grande valia, sobretudo, no que se refere à compreensão da

necessidade de planejar, de compreender para quê, e para quem se planeja. Concordo quando

o autor supracitado coloca que “planejar é antecipar mentalmente uma ação a ser realizada é

agir de acordo com o previsto; é buscar algo incrível, essencialmente humano: o real

comandado pelo ideal.” (2005, p.35). Percebemos, assim, que o planejamento só tem sentido

se o sujeito coloca se numa perspectiva de mudança.

O planejamento é imprescindível como forma de organização pedagógica, é

instrumento norteador das práticas curriculares da escola. No entanto, é preciso que a

professora cumpra sua verdadeira função na escola, que é de socializar, de maneira crítica, o

conhecimento sistematizado produzido historicamente pela humanidade. Nesse sentido,

VASCONCELLOS (2005) ressalta a necessidade de o planejamento ser norteado por um

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projeto político pedagógico que defenda a transformação social ou que deixe claro qual

projeto de sociedade a escola defende, para que suas práticas sejam coerentes com sua teoria

de base.

Daí percebo a relevância desses estudos que nos formam na medida em que vamos

construindo conhecimento, coletivamente, e que nem sempre são oferecidos nos

componentes curriculares do curso de pedagogia. Durante o curso de Pedagogia não tive

acesso a leitura de obras completas de autores, como ocorreu no PIBID-Pedagogia, por

exemplo. O desenvolvimento desses estudos teóricos de maneira intensiva foi muito

importante para o meu desenvolvimento profissional.

A escola, sobretudo a pública, precisa de educadores e educadoras com uma visão

crítica de sociedade para que possam compreender os problemas da escola e assim possamos

pensar e identificar as possibilidades de superação. Afinal, ensinar é uma prática pedagógica

complexa e exige que educadores conduzam os processos de transformação de ordem

educacional, social, política, e cultural, daí a necessidade de uma formação crítica, caso

contrário poderá fazer uma leitura da realidade equivocada. Nesse sentido, os estudos sobre

planejamento pedagógico, VASCONCELLOS (2005), possibilitaram ampliar a minha visão

sobre o cenário educacional e permitiram qualificar meu planejamento docente.

- Seminário: Alfabetização Estética

Os seminários que envolveram a temática referente ao ensino de arte, especificamente

a "Alfabetização Estética" foram imprescindíveis para qualificar a formação docente e

consequentemente nos preparar para as intervenções na Escola, uma vez que, uma das

intervenções era de desenvolver um projeto pedagógico de "Alfabetização Estética”. Sem essa

formação teórica, articulada com as oficinas metodológicas para o ensino de artes, seria

impossível desenvolver esta atividade, pois, historicamente, desde os jesuítas, a arte na

educação teve e ainda tem, na maioria das escolas, caráter instrumental, assim, temos um

“ensino de artes” para diversos fins e pouco para a produção do conhecimento artes. Não é

oferecida no processo de escolarização com continuidade como é feita com as outras áreas de

conhecimento, além de descontínua, às vezes é substituída por oficinas de artes. Nesse sentido

temos uma população sem alfabetização esteticamente.

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O Seminário de arte-educação foi embasado na obra “Imagens que Falam: leitura da

arte na escola” (ROSSI; 2003). O tema apresentado foi “Leitura de Imagens” e teve como

objetivo: trabalhar a leitura da obra de arte com crianças das séries iniciais. Para realizarmos

os estudos a equipe se reuniu mais de uma vez para a organização do trabalho, resolvemos

apresentar em formato de programa de TV, onde a apresentadora protagonizada pela colega

entrevistava as especialistas no assunto, interpretadas também por nós. Durante a

apresentação disponibilizamos obras de artes entre os bolsistas do subprojeto para apreciação,

depois questionamos sobre o que tinham visto nas imagens e discutimos sobre nossas leituras

estéticas. Percebemos que as imagens são interpretadas melhor do que as palavras, afinal “a

vista chega antes das palavras. A criança olha e vê antes de falar” (ROSSI APUD BERGER;

2003 p.10). Dessa maneira, poderíamos perguntar por que a alfabetização do código escrito

não acontece articulada com a alfabetização estética? Alfabetização da gramática visual,

cênica e musical? É preciso repensar uma alfabetização plena, integral, pois “alfabetismo

significa a capacidade de expressar-se e compreender, e tanto a capacidade verbal quanto

visual pode ser aprendida por todos. E deve sê-lo.” (ROSSI APUD DONDIS, 2003, p 10).

Estudar e discutir apreciação estética, interpretação de imagens de obras de artes,

fortaleceu minha compreensão sobre a importância de trabalhar arte-educação com as

crianças, assim como, me fez refletir o déficit na minha escolarização em relação a área de

conhecimento de artes. Percebo que a arte assume importante papel na vida da professora,

expandindo sua compreensão do mundo, possibilitando reflexão crítica frente à realidade.

4.1.2- Oficinas Metodológicas

As oficinas metodológicas aconteciam normalmente no início de cada semestre,

durante o recesso das aulas da escola pública, momento em que tínhamos mais tempo para

fazermos uma formação intensiva na FACED. De acordo com a orientação das

coordenadoras, as oficinas deveriam ser realizadas de maneira que a metodologia e os

materiais didáticos pudessem ser experimentados com as crianças da escola municipal, além

de que deveriam dialogar com os Planos de Atividades. É muito importante informar que as

oficinas fortaleciam a compreensão teórica, desde a preparação a avaliação das mesmas, feitas

pelas coordenadoras. Com essa base íamos para escola continuar nossa formação, preparadas

para experienciarmos a docência, compreendermos nossos limites e nossas superações. Essa

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articulação entre as três dimensões: teoria, prática na FACED e prática na escola foram

cruciais para o processo de qualificação da formação docente.

A maioria das oficinas teve como objetivo a produção e experimentação de materiais

didáticos envolvendo o letramento e a alfabetização estética. Porém, também tivemos oficinas

de produção de cartazes, faixas, adereços para instalações e performances, quando

participamos de atos públicos em defesa da educação pública, da permanência do PIBID entre

outras reivindicações do grupo e da sociedade. A seguir apresentarei alguns momentos de

oficinas, a partir de fotografias:

Fotos 1 e 2 : pintando com tintas naturais

Nas fotos 01 e 02 retratam uma oficina de confecção tintas naturais e pinturas.

Tivemos a oportunidade de confeccionar tintas, a partir de pigmentos naturais e perceber suas

possibilidades estéticas. É muito importante a experiência articulada à teoria na formação do

docente, para que cheguemos, com responsabilidade e compromisso pedagógicos, na escola

pública, mesmo que, ainda, em formação. Quando apreendemos o conhecimento conseguimos

pensar metodologia com criatividade e autonomia.

Fotos 3 e 4: Oficina metodológica: “Trilha dos Elementos Constituintes das Artes Visuais”

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As fotos 3 e 4 retratam um jogo pedagógico de artes visuais, “Trilha dos Elementos

Constituintes das Artes Visuais”, esse jogo foi criado por uma das equipes, tinha uma

proposta bem dinâmica. Na trilha as crianças se encontravam com formas, linhas, cores,

texturas, entre outros elementos visuais. Fica visível, nas fotografias, o tapete de textura que

foi produzido com diversos tipos de materiais: grãos, bombril, espuma, algodão, tampas de

garrafas e arroz. A textura é um dos elementos da gramática visual, por isso importante de

apreendido, para que possamos pensar metodologias para mediar este conhecimento.

Fotos 5 e 6: Produzindo faixas para o ato público

As Fotos 5 e 6 retratam uma oficina de produção de cartazes e faixas para serem

utilizadas no ato em defesa do PIBID. Para produzirmos uma faixa precisávamos definir, pelo

menos, uma frase síntese e para isso era preciso o conhecimento do tema em voga, caso

contrário não teria como produzir a síntese. Além do cuidado com a informação escrita

precisávamos pensá-la sua apresentação esteticamente: cor, tamanho e forma das letras.

Dessa forma, é interessante perceber que as atividades de produções de cartazes, pirulitos e

faixas - de “caráter manual”, não estiveram desarticuladas das atividades teóricas - de “caráter

mental”, possibilitando uma formação crítica.

De acordo com os estudos e materiais produzidos, nessa oficina, compreendi na

prática a importância de lutar pelos nossos direitos, reivindicar através de cartazes, palavras

de ordens e ocupação das ruas a melhoria da educação brasileira, para que possamos ter a

capacidade de progredir enquanto estudantes da educação pública, futuros educadores.

As oficinas possibilitaram qualificar a compreensão da teoria, e a prática na escola

municipal. Acredito que a proposta foi bem absorvida pelo processo ocorrer de maneira

orientada, avaliada coletivamente, sem a dualidade aprovação/reprovação e tudo isso favorece

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para que tenhamos boa qualidade na aquisição de conhecimento. Assim, posso afirmar que as

atividades realizadas nas oficinas contribuíram com a qualificação de minha formação

docente.

4.2 - Espaços Públicos para Além da Sala de Aula

Durante esses três anos de minha permanência no PIBID tive a oportunidade de

participar de várias atividades pedagógicas em espaços públicos diversos, como: museus,

galerias de artes, cinema da UFBA, calçada da reitoria, praças públicas e atos públicos na rua.

Todos esses espaços foram de grande importância para a minha formação docente, não só

pelos conteúdos neles explorados, como pela possibilidade de vivenciar espaços para além da

sala de aula e que, muitas vezes, somente fora dela, é que é possível aprofundar determinados

conteúdos, a exemplo do conteúdo "lutas de classes" que, para mim, foi bastante aprofundado

quando, na rua, no ato público, com nossos cartazes, em coro, gritávamos palavras de ordens

em defesa da educação pública, da permanência do PIBID, nesse momento sente-se a força do

coletivo, percebemos que podemos ser muitos e que muitos têm o mesmo problema social, só

na rua eu pude sentir “na pele” essa realidade e me sentir acrescida desse conteúdo

político/educativo, logo, necessário na minha formação docente.

Acredito que, somente na rua, é perceptível a força do coletivo, a importância da

contribuição de cada um de nós, no conjunto da sociedade. Assim, foi dada a possibilidade de

ampliarmos a educação política, a leitura crítica frente à realidade social, da escola e

universidade pública. Entre as várias atividades que vivenciei nos espaços públicos, farei uma

reflexão de uma que vivenciei na Praça da Piedade em Salvador, conforme fotos 7 e 8, no

período da greve dos professores das universidades públicas em 2015, para fazer uma

sistematização, a seguir.

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Fotos 7 e 8 - Ato na Praça da Piedade

Quando a UFBA entrou em greve, em defesa da educação pública por ser contra os

cortes de verbas na educação, o PIBID-Pedagogia, diante da realidade, propôs o ajuste dos

Planos de Atividades e, assim, substituímos os temas por um único tema para todos os Planos

de Atividades que passou a ser “Greve”. Passamos a trabalhar na escola municipal a

alfabetização estética a partir do tema “Greve”. Com essa experiência percebi a necessidade

de construirmos Planos de Atividades para nos referenciarmos e não para nos aprisionarmos.

A flexibilidade do processo, o diálogo com a realidade, foi de significativa qualidade para a

formação docente, através das experiências na FACED e na Escola Municipais e nos espaços

públicos.

Nesse contexto, na FACED, na Escola Municipal e, nos espaços públicos o tema

gerador "Greve" norteou os processos de formação docente, através de várias atividades

pedagógicas. Foi necessário e fundamental os estudos sobre o documento “Pátria Educadora”

proposto pelo governo da presidente Dilma Rousseff. De posse do conhecimento do referido

documento e das reivindicações da greve das universidades públicas brasileiras foi possível

realizarmos uma produção estética significativa, como forma de contribuir com a luta em

defesa da educação pública. Levamos para as ruas: faixas, cartazes, pirulitos, uma grande

tesoura de papel, duas performances.

A tesoura foi usada de maneira interativa, com os transeuntes - quando distribuímos

panfletos, manipulamos a tesoura falando a seguinte palavra de ordem "Dilma mão de

tesoura, cadê a pátria educadora...", percebi que o objeto estético – “tesoura grande”

impactava causando uma boa recepção por parte do público/transeunte. A partir desta

experiência de participar de manifestações na rua, já que nunca tinha participado antes, me

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acrescentei em relação à leitura que antes fazia sobre os protestos que aconteciam na cidade.

Considerei esta atividade muito necessária à formação docente, estética, política e social, pois,

realmente, sem luta coletiva não podemos ter os nossos objetivos sociais alcançados.

Foto 9 - Performance "Pátria Educadora"

Foto 10 - Performance "Terceirizados Não, Efetivados Sim"

A foto 9 retrata um momento da performance "Pátria Educadora" apresentada na praça

da piedade, no centro de Salvador. Foi criada a partir do estudo sobre o documento "Pátria

Educadora" que realizamos na FACED, na "formação continuada". Percebe-se, na foto nove,

a representação da meritocracia através das duas estudantes que carregam uma plaquinha -

uma com nota "10" e outra com nota "0", ambas estão sendo carregadas pela secretaria de

ações estratégicas... Além de outras representações estéticas das ideias contidas no

documento, mas que não alcançamos na foto. É interessante perceber o quanto a arte

performática causa impactos, chama atenção, o que me faz compreender a importância da

produção artística crítica, como expressão estética da realidade social, sobretudo em

momentos de opressão social.

A foto 10 retrata a performance "Terceirizados Não, Efetivados Sim" foi resultado

também de discussões sobre as reivindicações da greve das universidades públicas que tinha

entre seus pontos as péssimas condições de trabalhos de terceirizados, assim como, os cortes

em seus direitos. Esta performance causou engarrafamento, o grupo subverteu a ordem e

transitou entre os carros e quando o sinal abria “congelavam” sobre a faixa de pedestre,

muitos apoiaram e poucos se incomodaram com o engarrafamento. As imagens dos

trabalhadores, de diversos setores, “acorrentados” pela terceirização, escravidão

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contemporânea, incomodou e comoveu. Não participei das performances, mas tive o

privilégio de apreciá-las.

As performances foram interpretadas pelas bolsistas do subprojeto, e quem não queria

participar da performance, como foi o meu caso, participava do processo de criação de

adereços.

Além das produções estéticas que levamos para a rua, durante a greve, também

produzimos duas exposições de reproduções de obras de artistas que representaram, em suas

pinturas, os temas: "Greve dos Trabalhadores" e “Exploração do Trabalho Infantil".

A exposição "Greve dos Trabalhadores" foi montada no hall da FACED. Essa

montagem da exposição foi de grande importância para a nossa formação estética, pois cada

bolsista teve a tarefa de pesquisar obras de artes de artistas que retrataram o tema "Greve" e

contextualizá-las, além da produção coletiva da montagem da exposição, que envolveu

reprodução da obra e a colocação do paspatur e organização do espaço “galeria”. Vale

destacar que, nessa atividade, de montagem de exposição, há também o objetivo de promover

apreciação estética, neste caso, entre os frequentadores da FACED.

A exposição "A Exploração do Trabalho Infantil" foi montada para ser exposta nas

escolas municipais em que o PIBID-Pedagogia atuava. A partir da apreciação e

contextualização das obras expostas, mediamos conversas sobre o trabalho, tipos de trabalho

na atualidade, como forma de fazer as crianças compreenderem a realidade e motivos pelos

quais os trabalhadores fazem greve. A partir da apreciação estética e da contextualização das

obras de artes tivemos a possibilidade de recriar, com as crianças, alguns elementos que

constituem o movimento de greve, como: simulação de uma assembleia, confecção de

cartazes - com as reivindicações das crianças e simulação de ato público, conforme fotos 11 e

12 , abaixo.

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Fotos 11 e 12: produção das crianças de cartazes com suas reivindicações.

Ana Mae Barbosa (2003) afirma que é através da Arte que o indivíduo desenvolve a

imaginação e o conhecimento, apreende a realidade do meio ambiente, estimula a capacidade

crítica, proporcionando ao educando analisar a realidade percebida e ampliar a criatividade de

maneira a mudar a realidade, que foi estudada.

Diante do que foi visto, esta atividade foi importante para trabalhar o com as crianças

sua formação social, a maioria se interessou pelo tema, em querer saber sobre os direitos e

deveres dos trabalhadores. Assim sendo, podemos refletir o sentido da greve articulada com a

área de artes, a partir da apreciação estética.

Participar dessa atividade, que nunca tinha feito antes, trouxe muitos ganhos em

relação a educação política, a função da arte na sociedade e na educação. As atividades

propostas pelo PIBID-Pedagogia, de certa forma, nos prepara para enfrentarmos os desafios

sociais, educacionais, dentro e fora da escola. Dessa maneira, pude conhecer e vivenciar a

realidade de espaços educativos, para além da sala de aula, assumir a arte como área de

conhecimento, cuja linguagem tem grande poder mobilizador, por isso deve ter função para

além de entreter, para produzir conhecimento.

4. 3 - Escola Pública: uma proposta de alfabetização estética

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A Escola é o espaço, por excelência, da prática docente, por isso tudo que lemos,

discutimos, na universidade, tem, ou deveria ter, como referência o currículo escolar, o

desenvolvimento humano e da sociedade. Apesar de a escola ser o lugar de honra da docência,

contraditoriamente e historicamente, este, pouco tem sido vivenciado, enquanto práticas

curriculares dos cursos de licenciaturas das universidades públicas. Na maioria das vezes, as

atividades de práticas pedagógicas dos e das discentes são resumidas aos estágios curriculares.

Nesse contexto, o PIBID representa a possibilidade, de ampliar as vivências pedagógicas do

“docente em formação” na escola pública, fortalecer a articulação entre teoria e prática, e

entre universidade e escola pública, com diferencial do suporte pedagógico continuado, dado

pelas coordenadoras e supervisoras.

De acordo com o exposto na seção anterior, nós bolsistas do PIBID-Pedagogia,

frequentamos a escola municipal duas vezes por semana, no turno vespertino. Em um turno

auxiliamos a professora regente e no outro desenvolvemos um projeto de alfabetização

estética articulada ao letramento. Ambas as atividades foram de grande importância para

qualificar a minha formação, uma pela possibilidade de vivenciar a prática de uma professora

com experiência e a outra de vivenciar a prática docente com autonomia.

Tive oportunidade de auxiliar quatro professoras no decorrer de minha experiência

com o PIBID-Pedagogia. Nas escolas que atuei como bolsista observei as práticas das

regentes e aprendi muito ajudando a professora durante as aulas, as primeiras experiências

como auxiliar foram um desafio, pois era algo que eu não tinha desenvolvido antes. Quando

entrei no PIBID eu era do segundo semestre de pedagogia, não tinha experiência com sala de

aula, por isso, inicialmente minhas intervenções aconteceram em dupla, também fiquei um

semestre apenas auxiliando a professora e a minha colega bolsista no desenvolvimento do

projeto de artes.

Considerei importante poder, inicialmente, apenas auxiliar e trabalhar em dupla, me

senti apoiada e com o tempo de adaptação e compreensão da realidade sendo respeitado. As

últimas experiências foram mais tranquilas, no sentido de compreender melhor o espaço

escolar e atuar individualmente, com a professora regente, o que proporcionou o

fortalecimento da nossa relação e proximidade também com os alunos. Em relação a ao

projeto de alfabetização ao trabalhar individualmente, tive que assumir o “comando” e isso

me possibilitou um salto qualitativo, passei a compreender melhor a proposta do subprojeto e

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do Plano de Atividade do grupo de bolsistas da escola e o meu, ou seja, tive a possibilidade de

trabalhar a autonomia docente.

As atividades de auxiliar a professora regente aconteciam durante a aula, onde

procurava contribuir com as crianças em relação à leitura de textos, correção de atividades,

ajudava as crianças individualmente, organizava o espaço da sala de aula, orientava e

observava as crianças durante o recreio, entregava o material didático para a turma, etc. De

acordo com as observações que realizei no momento em que estava no PIBID-Pedagogia,

percebi que cada professora tem uma característica própria da forma de lecionar, além da

prática metodológica mecânica - excesso de uso da cópia e memorização automatizada, como

dita na seção anterior. Contudo, as regentes se dedicam e se esforçam frente às demandas de

atividades que são intensas.

Ao longo dos meus três anos pude participar do desenvolvimento de quatro Planos de

Atividades, que estiveram norteados pelo Plano de Atividade da supervisora. Normalmente

um Plano de Atividade da supervisora era desenvolvido durante um ano letivo, com reajustes

semestrais, se necessários. Assim, foram quatro os planos de atividades que desenvolvi, com

os seguintes títulos: “Fotoarte: refletindo a imagem e a vida a partir de um click”; “Da Caneta

ao Pincel: as artes visuais no ensino fundamental”, “A Arte em uma Conversa Sensível com o

Letramento” e o último “Convivendo com Artes Plásticas e com o Letramento”

Os dois primeiros planos foram desenvolvidos em um ano, um em cada semestre, pois

quando iniciei no PIBID, fiquei o primeiro semestre em uma escola e no segundo semestre

mudei de escola, e como cada escola tem seu plano de atividade acabei participando dos dois.

Sendo que o primeiro fui apenas auxiliar de minha colega bolsista, como dito anteriormente.

O segundo plano desenvolvi, em dupla, sendo, que dessa vez, não mais auxiliando e sim

dividindo as tarefas com a colega bolsista.

No segundo ano que estava no PIBID mudei novamente de escola, e nesta fiquei os

dois últimos anos que fui bolsista. Com experiências acumuladas, pude desenvolver,

individualmente, com autonomia, o meu Plano de Atividades. Diante das experiências

vivenciadas, na próxima subseção farei a sistematização da minha última experiência,

norteada pelo último Plano de Atividade “Convivendo com Artes Plásticas e com o

Letramento” (Anexo B), de 2017.

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4.3.1 - “Convivendo com Artes Plásticas e com o Letramento”

O último plano de atividade individual (Anexo B) que executei foi norteado pelo

Plano de Atividade da escola (Anexo A), proposto por todo o grupo sob a coordenação da

supervisora, intitulado “Convivendo com as Artes Plásticas e com o Letramento”, teve como

objetivo geral: “Desenvolver a alfabetização estética articulado ao letramento a partir da

apreciação estética de obras de artes de artistas negros e negras”, conforme Plano de

Atividade da Escola Municipal Sóror Joana Angélica de 2017.

Como atuamos, de maneira autônoma, com uma turma da escola, é necessário que

cada bolsista construa o seu Plano de Atividade, pois cada turma tem suas demandas

específicas, de acordo com o diagnóstico escolar do grupo. Nesse sentido os objetivos do meu

plano de atividade foram: Desenvolver atividades docentes articulando teoria e prática;

desenvolver um projeto e alfabetização estética articulada ao letramento; Auxiliar a professora

regente da turma; Participar da formação continuada na Faculdade de Educação/ UFBA;

Desenvolver estudos e planejamentos autônomos duas vezes por semana; Produzir plano de

aula, relatórios, resumos, oficinas de jogos pedagógicos de artes articulado ao letramento,

seminários internos e externos, montagem de apresentações em Power point e artigos; Refletir

sobre mudanças na política nacional que afetam o sistema educacional. Os objetivos foram

perseguidos, sob a orientação das coordenadoras e da supervisora, embasados por estudos

teóricos e oficinas metodológicas e vivências pedagógicas/didáticas nas escolas públicas e em

espaços públicos diversos.

As atividades do projeto estiveram norteadas pela abordagem pedagógica da

“Pedagogia Histórico-Crítica”(SAVIANI; 1991) e metodologicamente, em relação ao ensino

de artes, estiveram fundamentadas pela "Proposta Triangular" (BARBOSA; 2005). Os estudos

sobre essas abordagens acompanharam todo o desenvolvimento do PIBID-Pedagogia a partir

de seminários e oficinas metodológicas. Estes estudos foram fundamentais para qualificar a

construção dos Planos de Atividades e Planos de Aulas, logo, a prática pedagógica/formação

docente.

A "Proposta Triangular" para o Ensino da Arte, segundo BARBOSA (2005), deve ser

desenvolvida a partir da articulação dos três vértices: ler a obra de arte, contextualizar a obra

de arte e fazer a obra de arte. A autora ressalta que a exploração desses vértices, deve se dar

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livre de sequência classificatória, ou seja, não tem primeiro, segundo e nem terceiro, o critério

de "por onde começar" é dado pela professora, pela realidade.

Para desenvolvermos o vértice "Ler obras de Arte" foi necessário nos

instrumentalizar-se, para isso nos debruçamos nos estudos da obra de Rossi "Imagens que

Falam: leitura da arte na escola" (2003). A referida autora discute, a partir de pesquisa

realizada por ela, a necessidade da valorização da imagem, enquanto texto, nas aulas de artes

visuais, desde os níveis iniciais de escolarização. Problematiza o processo de alfabetização ao

afirmar que "a vista chega antes das palavra, a criança olha e vê antes de falar" (ROSSI

APUD BERGER , p10, 2003), por isso, é preciso pensar uma alfabetização plena, afinal, "o

alfabetismo significa a capacidade de expressar-se e compreender, e a tanto a capacidade

verbal quanto a visual pode ser apreendida por todos. E deve sê-lo."(DONDIS; 1991, 23).

No desenvolvimento do meu plano tive a oportunidade de trabalhar com as crianças a

leitura da obra de artes. Trabalhamos com a apreciação das obras de artistas contemporâneos:

Augusta Christine Fells, conhecida como Augusta Savage, artista negra, estadunidense,

escultora; Nicholle Kobi artista negra, francesa, seus desenhos representam mulheres negras

francesas, ilustradora; Enam Bosokah, artista negro, africano, realista e Nelson Makano,

artista negro, sul-africano, expressionista. A escolha de trabalhar com artistas negros e negras

se deram pela necessidade de contemplarmos artistas que representam a etnia da maioria das

crianças da escola, além de que a escola que atuamos, trabalha pedagogicamente, de maneira

continuada, com ênfase nas questões raciais. Abaixo apresento algumas obras apreciadas

pelas crianças da escola, umas mediadas por mim e outras pelas minhas colegas bolsistas.

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Imagem 13: Fotografia de Augusta Savage

Imagem 14: Escultura de Augusta Savage

As obras da Artista contemporânea Augusta Savage são esculturas em argila ou gesso,

conforme imagem 14. Sua apreciação se deu em articulação com a apreciação de pinturas

rupestres, com o objetivo de relacionar a arte do passado com a arte produzida hoje e

compreender que, antes da escrita, as histórias eram contadas através de desenhos nas

paredes.

Imagens 15 e 16 - Ilustrações de Nicholle Kobi

Nicholle Kobi traz em suas ilustrações o empoderamento da mulher negra, além disso

gosta de desenhar mulheres e roupas. As crianças também tiveram boa fruição e fizeram suas

releituras, desenharam estilos de roupas.

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Imagens 17 e 18 – Pinturas de Enam Bosokah

Técnica : caneta esferográfica sobre papel

O artista Enam Bosokah tem uma pintura diferenciada, sua técnica é caneta

esferográfica azul sobre papel e se utiliza da exploração de textura para compor sua obra

realista. As crianças ficaram impressiona da frente à perfeição das obras e releram a técnica -

pintaram suas obras com caneta esferográfica.

Imagens 19 e 20 – Pinturas de Nelson Makano

Técnica : tinta a óleo sobre papel

Nelson Makano é um artista sul-africano, que a partir de manchas coloridas, expressa

o sentimento de um povo negro. Ao contrário de Bosokah, monocromático, aqui temos muitas

cores. Esses contrastes de estilos, técnicas e poética possibilitaram às crianças a construção de

um repertório estético diverso e assim contribuímos para sua ampliação de leitura de imagem,

leitura de mundo.

Os momentos da apreciação, leitura da obra de arte, aconteceram no pátio, onde

apreciamos as obras de artes e também assistimos os slides com imagens de pintura rupestre.

Problematizamos a apreciação como forma de dialogarmos sobre as obras, ouvirmos

diferentes leituras. Assim, a primeira pergunta que normalmente fazíamos era a seguinte: “o

que vocês estão vendo?”. Lembro-me que uma aluna falou que a imagem a qual tinha um

animal com chifres parecia o diabo e depois quando olhou novamente assemelhou a um

guerreiro... Esse momento era de muito envolvimento tanto pelo que a obra provocava quanto

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pelo que se escutava um do outro sobre as obras. Assim, os processos de leitura foram

evoluindo. A presença da leitura da obra de arte na escola, de acordo com BARBOSA:

(...) prepararia os alunos para a compreensão da gramática visual de qualquer

imagem, artística ou não, na sala de aula de artes, ou no cotidiano, e que

torná-los conscientes da produção humana de alta qualidade é uma forma de

prepará-los para compreender e avaliar todo tipo de imagem.(1995, p.14)

Nesse sentido tive oportunidade de discutir na “formação continuada” a importância

da leitura da obra de arte para qualificar a leitura de mundo. Essas discussões e estudos

teóricos puderam ser comprovados na escola pública. A partir dos interesses das crianças

frente à obra de arte, notei o quanto esta mobiliza a capacidade criadora, a curiosidade e a

relação dialética entre a obra e o apreciador.

A leitura da obra de arte é enriquecida pela sua contextualização histórica, esse

momento, na maioria das minhas intervenções, preferi fazer após a apreciação das obras de

artes. Por exemplo, quando trabalhamos com a articulação entre arte contemporânea e artes

rupestres, após a apreciação, em roda, expliquei que os homens das cavernas se

comunicavam, também, através de desenhos feitos nas paredes das cavernas, que foram

denominadas de pintura rupestre. Procuramos conversar sobre as representações apreciadas,

como forma de perceber que os homens das cavernas, através de seus desenhos, transmitiam

desejos, ideias, necessidades e trocavam mensagens. Assim, procuramos contextualizar, na

perspectiva de BARBOSA que defende a contextualização para além da biografia do artista e

que esta promova a articulação entre a História da Arte e outros campos do conhecimento.

Segundo BARBOSA, é preciso contextualizar a obra de arte,

(…) não só historicamente, mas também social, biológica, psicológica,

ecológica, antropológica etc., pois contextualizar não é só contar a história

da vida do artista que fez a obra, mas também estabelecer relações dessa ou

dessas obras com o mundo ao redor, é pensar sobre a obra de arte de forma

mais ampla.”(2005, p. 142)

Assim, contextualizar não foi tarefa fácil para as futuras professoras-pedagogas, uma

vez que no processo de escolarização pouco se tem acesso a história da arte, a sociologia, a

uma visão crítica e articulada com a realidade social e cultural. Mesmo assim, me desafiei a

contextualizar dentro de meus limites.

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O último vértice "Fazer a Obra de Arte" teve como base metodológica a releitura,

proposta por BARBOSA, que adverte"... para que o professor não exija representação fiel,

pois a obra observada é suporte interpretativo e não modelo para os alunos copiarem.”(2005,

p. 144). Nesse sentido, o desafio era evitar que as crianças copiassem as obras apreciadas,

dado a cultura da cópia, ainda, tão presente na escola. Para superar esse dilema eu conversava

sobre a importância de criar seus próprios desenhos e que as obras de artes era um exemplo.

As atividades de releituras eram bem criativas as crianças enxergavam este momento como

algo prazeroso e diferente das atividades comuns que estavam acostumados a fazerem no

cotidiano escolar.

Fotos 21 e 22: Releitura de Obras de Artes

As fotos 21 e 22 foi um dos momentos de releitura, neste, coloquei ao chão, um papel

metro no chão, a cor do papel, propositadamente, foi para simularmos que estávamos

pintando em uma parede da caverna, como fizeram os homens primitivos. As crianças

participaram da atividade proposta, com envolvimento, desenhou carro, moto, boneca e

escreveram os nomes no papel. A dificuldade encontrada para a realização da produção

artística foi de conseguir centrar as crianças, pois estavam agitados e desatentos a algumas

explicações, talvez pelo fato de ser uma atividade de artes com tintas, cores, e nos mobiliza

muito, sobretudo no que se refere à imaginação e sentimento.

Com o desenvolvimento dos três vértices, de acordo com BARBOSA (1995),

fechamos a exploração do conteúdo proposto- "pinturas rupestres e sua relação com a

contemporaneidade" e passamos para o próximo, sempre com base na “Proposta Triangular”.

Foi dessa forma que, ao longo desses três anos de bolsistas fui experimentando e procurando

compreender a “Proposta Triangular”, sua importância para um ensino de artes na perspectiva

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crítica. Nesse processo, de ensinar e aprender, fui me alfabetizando esteticamente, frente ao

desafio de contribuir com a alfabetização estética das crianças.

Todas as experiências, na escola municipal, com a Alfabetização Estética foram

fundamentais para o meu processo de formação docente, especialmente no que se refere ao

ensino de artes, pois nunca tinha tido a oportunidade de estudar com criticidade o lugar da arte

na educação, suas contribuições para o desenvolvimento humano. Também qualifiquei minha

formação docente quando me desafiei a contribuir com o processo de alfabetização das

crianças da escola pública. Com esse desafio pude ampliar meu conhecimento em relação à

realidade escolar, percebi que educar não é uma tarefa simples.

Ressalto que, com essas atividades, ficou evidente a importância da organização do

trabalho pedagógico, proposto pelo PIBID-Pedagogia: estudos teóricos, oficinas

metodológicas, apreciação estética, produção dos planos de atividades, estes são importantes

norteadores para o planejamento diário dos planos de aulas. O ato de planejar é importante

para auxiliar as práticas pedagógicas do docente possibilitando qualidade do desenvolvimento

no processo de ensino aprendizagem, como afirma VASCONCELLOS:

Nosso desejo é que a escola cumpra um papel social de humanização e

emancipação, onde o aluno possa desabrochar, crescer como pessoa e como

cidadão, e onde o professor tenha um trabalho menos alienado e alienante,

que possa repensar sua prática, refletir sobre ela, ressignificá-la e buscar

novas alternativas. Para isto entendemos que o planejamento é um excelente

caminho. (2005, p. 14).

Sem dúvida o planejamento organizado possibilitou-me repensar minha prática a cada

aula executada. Os desafios da sala de aula são grandes, pois planejamos uma ação e no

momento de colocar em prática nem sempre é possível, por vários motivos, próprios da escola

pública, como: falta de recursos necessários, falta de água, transporte em péssimas condições,

até mesmo pela falta de tempo, a atividade se torna complexa devido ao formato da escola.

No entanto, a qualidade desse planejamento também é dada na medida em que o educando de

licenciatura se apropria criticamente da realidade escolar. Assim, considero importante a

formação no chão da escola pública, espaço que proporciona a articulação entre ensino

superior e educação básica, consequentemente minimiza essa lacuna histórica dos currículos

dos cursos de Licenciaturas.

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No desenvolvimento desta pesquisa destaco a importância das práticas docentes na

escola municipal, especialmente, na sala de aula, visto que ao exercer essa tarefa, estamos

tendo a oportunidade de confrontar teoria e prática, e, sobretudo, de nos percebermos frentes

aos desafios postos não só em relação a estrutura: espaço arquitetônico escolar inadequado,

sala de aula pequena, pouca ventilação e recursos escassos, mas também em relação a

dinâmica de uma sala de aula, compostas por crianças de classe pobre, que trazem as marcas

da opressão de classes em seu desenvolvimento motor, cognitivo e emocional.

Assim, concluo essa seção certa de que após três anos de experiências pedagógicas,

com o PIBID-Pedagogia, percebi o quanto foi aprofundada minha visão referente ao ensino de

artes, as práticas metodológicas participativas, a visão crítica de educação e sociedade. As

experiências vividas fora da universidade representaram o diferencial do programa,

proporcionaram grande contribuição para minha formação. Os desafios serão de pôr em

prática o que aprendi durante estes últimos anos. Estou certa de que se eu não tivesse tido a

oportunidade de participar do PIBID-Pedagogia, minha formação não teria a qualidade dada

pelo referido programa.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo principal deste trabalho monográfico “PIBID-PEDAGOGIA DA UFBA:

contribuições e desafios para a iniciação à docência” foi de refletir os desafios e as

contribuições postas pelo PIBID-Pedagogia para qualificar a formação docente. Logo, a

pergunta de pesquisa foi - Quais os desafios e contribuições postas pelo PIBID-Pedagogia

para qualificar a formação docente? Para responder esta pergunta organizei meus estudos em

torno de três objetivos, cujo desenvolvimento constituiu-se em três seções – II, III e IV, que

apresento minhas considerações a seguir.

A segunda seção intitulada “Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência”

que teve como objetivo contextualizar historicamente o Programa Institucional de Bolsa de

Iniciação à Docência possibilitou-me apropriação do contexto histórico em que o PIBID foi

proposto e executado. Para isso foi necessário buscar documentos, links, e sistematizar. Com

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essa tarefa pude perceber o gráfico crescente do PIBID, inicialmente, e depois seu declínio -

via políticas públicas e sua resistência - via movimento “# Fica PIBID”. Essa fragilidade é

dada pelo caráter de ser programa de governo, que implica a falta de autonomia por parte da

universidade. Dessa forma, acredito, que o desafio, a luta deveria ser “# Institucionaliza

PIBID”, pois reconheço que o PIBID é um programa que possibilita aos estudantes do curso

de Licenciatura entrar em contato com a realidade escolar, para que esta formação inicial seja

de qualidade.

A terceira seção intitulada “Contribuições do PIBID-Pedagogia da UFBA para a

formação docente” teve como objetivo o identificar e refletir criticamente os desafios e as

contribuições do PIBID-Pedagogia na formação docente, a partir da sistematização das ações

referente a 2017. O desenvolvimento desse objetivo se fez através da sistematização das ações

metodológicas que constituem o PIBID-Pedagogia, que passou a corresponder a sete

subseções: Espaço Escolar e Diagnóstico, Plano de Atividade, Formação Continuada,

Intervenção Pedagógica, Produção de Material Didático Pedagógico, Produção teórica e

Científica e Ações Interdisciplinares.

Refletir criticamente cada ação, nesse momento, enquanto pesquisadora, não foi tarefa

fácil, no entanto, foi tarefa superadora, de encontro com a “espinha dorsal” do PIBID-

Pedagogia. Percebi o quanto todas estas ações se articulam e o quanto constituem o

“arcabouço” pedagógico do PIBID-Pedagogia, cujas práticas pedagógicas, estão norteadas

pela “Pedagogia Histórico-Crítica” (SAVIANI,1991) e “Proposta Triangular”(BARBOSA,

1991, 2002, 2005).

Outra contribuição significativa, para minha formação, foi perceber que a base de

todas as ações pedagógicas, que propúnhamos na escola pública, era o diagnóstico escolar,

tão discutido pelas coordenadoras, como forma de compreendermos que este deveria estar

para além do diagnóstico das “fases” de alfabetização – aquisição da leitura e escrita. De

posse de um diagnóstico crítico da realidade podemos sair do lugar do julgamento, da leitura

superficial da realidade e assim, compreender os limites pedagógicos que observamos ou

realizamos e identificar possibilidades de superações.

A ação Plano de Atividade possibilitou-me compreender a importância do

planejamento fundamentado e contextualizado, em relação à teoria e a realidade em que este

vai ser executado. Instrumentalizadas pelo diagnóstico escolar e pelos estudos teóricos,

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elaborar os Planos de Atividades foi sendo assumida como tarefa do trabalho pedagógico e,

portanto fundamental e necessário ter compromisso com a prática pedagógica. Pude participar

da construção de quatro planos de Atividades e esse exercício foi fundamental para minha

fluência na construção de planos de aulas. A cada experiência pedagógica, no chão da escola,

conseguia mais confiança pessoal, fui me acostumando e perdendo o medo de enfrentar a sala

de aula. Com certeza, esse foi um desafio superado e consequentemente uma das grandes

contribuições do PIBID para minha formação.

A ação Formação Continuada, de certa forma, contém todas as outras ações, pois é

através dela que somos orientados em relação: aos estudos teóricos, produção científica; as

intervenções pedagógicas e as oficinas metodológicas; a produção de material didático

pedagógico e as ações interdisciplinares. Consequentemente suas contribuições são

imensuráveis. Ressalto a qualidade, e o rigor com a continuidade desta ação propostas pelas

coordenadoras, em relação a assiduidade, às propostas de estudos e as orientações

pedagógicas. A continuidade dos estudos e das orientações são fatores que estimulam o

discentes, especialmente, porque, a maioria das alunas de Pedagogia vieram da escola pública,

logo, precisam de orientação continuada, em relação à leitura, interpretação e produção de

texto.

A quarta seção “Práticas Pedagógicas do PIBID-Pedagogia: contribuições para a

formação docente” teve como objetivo sistematizar determinadas experiências pedagógicas,

vivenciadas por mim, enquanto bolsista do PIBID-Pedagogia. Para destacar as contribuições

que o PIBID me proporcionou elegi algumas atividades, que participei, a partir desses três

espaços. Para isso me utilizei de fotografias, e imagens de obras de artes, que foram

trabalhadas com as crianças, como forma de contribuir com a compreensão do leitor, afinal, as

imagens apresentam informações, que nem sempre a palavra escrita ou palavra falada da

conta.

Tive a oportunidade de vivenciar um grande número de atividades pedagógicas, por

isso, foi necessário fazer um recorte e assim, fiz. Organizei a seção a partir de três subseções,

que, representam três espaços de formação, que utilizamos no PIBID-Pedagogia, que foram:

Faculdade de Educação e a Formação Continuada; Escola Pública: uma proposta de

alfabetização estética e Espaços Públicos: para além da sala de aula.

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A FACED enquanto espaço formativo, se apresenta como o mais utilizado, sua

importância, se dá pela estrutura disponibilizada para o PIBID-Pedagogia funcionar,

inclusive, utilizamos, para além da sala de aula, ocupamos hall, corredores, entre outros

espaços. Nos encontrávamos, pelo menos uma vez por semana, todas as bolsistas reunidas,

dessa maneira, tínhamos oportunidade de conhecermos os trabalhos das colegas através de

exposição de Plano de Atividades, ouvir relatos de experiências vivenciados nas escolas,

momento que considero de muitas contribuições para qualificarmos nossa prática pedagógica.

Também na FACED fazíamos nossos saraus, instalações, exposições, eventos pedagógicos

em geral. A FACED era o lócus estrutural do PIBID-Pedagogia, espaço acolhedor.

A Escola Pública, sim, este é o espaço, por excelência, da docência. Por isso considero

que as contribuições dadas pelas intervenções, propostas pelo PIBID-Pedagogia, formaram

um lastro para minha referência do “ser professora”. Observar criticamente, auxiliar

ativamente, desenvolver um projeto de “Alfabetização Estética”, foram as tarefas formativas

que desenvolvemos. Nesse processo foram muitas as frustrações, superações e considerações.

Teoria e prática estavam sendo confrontadas, percebi que a leitura crítica da realidade escolar,

de seus sujeitos, é o grande referencial para se pensar a transformação da educação, para se

pensar metodologias criativas e críticas.

Considero também que o programa ofereceu maturidade no sentido de observar e ser

avaliada pela professora regente. Assim, quando me tornar professora e receber uma

estagiária vou saber como tratá-la, lembrando o que passei nos primeiros momentos em que

estive em sala de aula, foram alegrias e dificuldades diante de tantos problemas na educação

pública, assim procurarei possibilitar uma relação agradável para que esta futura docente

sinta-se segura e acolhida.

Os espaços públicos foram potente para a produção do conhecimento: cinema da

UFBA, calçada da reitoria; praça das artes na UFBA, museus e a própria rua. Nesse espaço

destaco as performances na rua como de grande importância para a comunicação e expressão,

para atingir públicos /transeuntes, para a universidade dialogar com a sociedade. Foi

importante apreender que, para uma boa produção estética, é necessário apropriação crítica da

realidade, estudos e investigações poéticas. Portanto, considero grande essa contribuição do

PIBID, pelo diferencial didático e metodológico, pelo conteúdo crítico e social, tão necessário

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a formação da docente. Sem dúvida, o aprendizado dado pelas experiências, nesses espaços

públicos, acompanharão minha trajetória de docente.

Considero que todos os três espaços foram imprescindíveis para qualificar a minha

formação, cada um traz sua particularidade e sua possibilidade de produção de conhecimento.

Tivemos a oportunidade de relacionar as diferentes vivências e perceber suas articulações.

Assim com a seção IV abri uma lente sobre algumas atividades, como a intenção de

evidenciar o quanto o PIBID-Pedagogia, me acrescentou, foi responsável por qualificar minha

formação. Sou aluna do curso de Pedagogia, por isso, sei o quanto há carência de diálogo

entre universidade e escola básica, práticas pedagógicas orientadas/supervisionadas na escola

pública, com continuidade, e não semestralizadas, como as que temos.

Para finalizar a quinta e última seção, esta que escrevo, apresento as minhas

considerações finais sobre a pesquisa realizada. O PIBID-Pedagogia contribuiu

qualitativamente com a minha formação docente, pude refletir e entender que a concepção de

escola e de ser professora é bem diferente, quando se está inserido no PIBID. Através do

programa tive a certeza que a docência é o caminho que quero seguir, pois não tinha certeza

no início do curso, depois das experiências vivenciadas descobri, na prática, o significado de

ser professora e assim contribuir com a qualificação da educação, especificamente básica.

Por fim, considero que o PIBID é de grande importância pedagógica para todos os

licenciandos, por isso, precisa tornar-se um programa institucional, para que todos tenham

oportunidade de qualificar sua formação, sem correr o risco do programa ser interrompido ou

desqualificado.

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REFERÊNCIAS

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infantil? em defesa do ato de ensinar. Campinas – SP: Alínea, 2013.

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______. Arte-Educação no Brasil. São Paulo: perspectiva, 2002.

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BRASIL. Decreto nº 7.219, de 24 de junho de 2010. Dispõe sobre o Programa Institucional

de Bolsa de Iniciação à Docência - PIBID e dá outras providências. Diário Oficial, Brasília, DF, 25

de Jun. de 2010, Seção 2, p.11.

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superior - CAPES. Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência, Edital Nº.

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1996.

BURCHARD, C. P., e Sartori, J. (2011). Formação de professores de ciências: refletindo

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– PIBID. São Paulo/SP. Disponível em:

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DECRETO, n° 7.219, de 24 de junho de 2010. Dispõe sobre o Programa Institucional de

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construtivista e histórico-crítica sobre o desenvolvimento da escrita. Campinas, SP:

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Contexto da Formação de Professores no IF Goiano 1. Goiânia, maio. 2015. Disponível

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setembro 2018. ROSSI, Maria Helena Wagner. Imagens que falam: leitura da arte na escola. Porto Alegre:

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SANS, Paulo de Tarso. A criança e o artista. Campinas- SP: Papirus, 1995

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Campinas - São Paulo: Autores Associados, 1991.

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projeto político pedagógico: elementos metodológicos para a elaboração e realização.

São Paulo: Libertard, 2005.

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VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos

psicológicos superiores. 4ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 1991.

REFERÊNCIAS LEGAIS

● Portaria Normativa nº 38, de 12/12/2007, publicada no DOU de 13/12/2007: institui o

Pibid.

● Chamada Pública MEC/CAPES/FNDE nº 01/2007, publicada no DOU, em

13/12/2007: primeiro edital do Pibid, para instituições federais de ensino superior.

● Portaria nº 122, de 16/09/2009, publicada no DOU de 18/09/2009: dispõe sobre o

Pibid no âmbito da CAPES.

● Edital nº02/2009, de 25/09/2009, amplia o Pibid à instituições públicas estaduais.

● Portaria nº 1.243, de 30/12/2009, reajusta os valores das bolsas de participantes de

programas de formação inicial e continuada de professores.

● Portaria nº 72, de 09/04/2010, estende o Pibid às públicas municipais e às instituições

comunitárias, confessionais e filantrópicas sem fins lucrativos.

● Portaria nº 136, de 1º/07/2010: altera modalidade de aplicação de dotação

orçamentária referente ao Pibid.

● Edital nº18/2010 CAPES, publicado no DOU nº 69, Seção 3. pág. 18 de 13/04/2010-

Pibid para instituições públicas municipais e comunitárias, confessionais e

filantrópicas sem fins lucrativos.

● Decreto nº 7.219, de 24 de julho de 2010, que dispõe sobre Programa Institucional de

Bolsa de Iniciação à Docência – Pibid.

● Edital Conjunto CAPES/SECAD - Pibid Diversidade, de 22 de outubro de 2010: lança

o Pibid para alunos dos cursos de licenciatura dos programas da SECAD, Prolind e

Procampo.

● Portaria nº 260, de 30 de dezembro de 2010 - Aprova as normas do Programa

Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – Pibid.

● Edital nº 1/2011 CAPES, de 03 de janeiro de 2011: convida instituições públicas de

Ensino Superior a participarem do Pibid.

● Edital nº 11/2012 CAPES, de 20 de março de 2012: para IES que já possuem o Pibid e

desejam sua ampliação e para IES novas que desejem implementar o Pibid em sua

instituição.

● Portaria n° 96/2013 CAPES, de 18 de julho de 2013: Aprova as novas normas do

Pibid.

● Edital no 61/2013 CAPES, de 02 de agosto de 2013 para seleção das instituições

formadoras que participarão do Pibid a partir de 2013.

Edital nº 66/2013, de 06 de setembro de 2013, para instituições que trabalham com

educação escolar indígena, do campo e quilombolas – Pibid-Diversidade.

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ANEXO A

Plano de Atividades do Supervisor – 2017 Escola: Municipal Sóror Joana Angélica

1. Identificação do Plano

Título do Plano: “Convivendo com a Artes Plásticas e com o Letramento”

Coordenador (a): Rilmar Lopes e Sandra Marinho

Subprojeto: “Alfabetização Estética e Letramento: uma relação dialética

emancipadora”

Período do Plano: Julho a Dezembro 2017

2. Identificação do Supervisor

Nome: Gleice Cleia Alves Pinto

Lattes: http://lattes.cnpq.br/9444082442163676

e-mail: [email protected]

Telefones: (71) 99235-4964

3. Identificação dos Bolsistas envolvidos (inserir linhas caso ultrapasse 5 bolsistas)

Bolsista 1:

Erilma dos Santos

[email protected]

(71)9865083-13

Bolsista 2:

Loyse Nara Souza de Jesus

[email protected]

(71) 993645578

Bolsista 3:

Michele Vilas Boas

[email protected]

(71) 9137-2767 / (71) 8836-0276

Bolsista 4:

Yngrid Souza dos Santos

[email protected]

(71) 983300232 (71) 30228014

Bolsista 5: Vitória Patrícia de Souza Leite

Vitó[email protected]

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(71) 999609947

4. Resumo do Plano

O Plano de Atividade “Convivendo com as Artes Plásticas e com o Letramento” que

compõe o Subprojeto de Pedagogia “Alfabetização Estética e Letramento: uma relação

dialética emancipadora” tem como principal objetivo desenvolver a alfabetização estética

articulada com o letramento. Nesse sentido a educação estética, o ensino de artes, se dará

de maneira articulada com o letramento e com seus processos de alfabetização das

crianças. O desenvolvimento didático-pedagógico terá como lócus principal a Escola

Municipal Sóror Joana Angélica as turmas do 1º ao 5º ano, que acontecerá durante duas

tardes – uma tarde a bolsista auxilia a professora regente e a outra tarde a bolsista

desenvolve um projeto de ensino de artes - alfabetização estética. Na Faculdade de

Educação –UFBA acontece a formação continuada das bolsistas a partir de estudos

teóricos, oficinas metodológicas, apreciações estéticas entre outras atividades formativas

como forma de qualificar a experiência pedagógica das bolsistas. Metodologicamente, de

acordo com o sub-projeto de Pedagogia, as atividades de ensino de artes serão

desenvolvidas fundamentadas, principalmente, na “Proposta Triangular” (Barbosa, 1991,

2005, 2010); e na Pedagogia Histórico-Critica (Saviani, 1991). Neste semestre: janeiro a

julho de 2017 as práticas em artes serão norteadas pela apreciação estética da produção

plástica dos e das seguintes artistas: Enan Bosokah, Augusta Savage, Yeda Maria, Rena

Felinto e Ayola Moore.

5. Objetivos (gerais e específicos)

Objetivo Gerais

Desenvolver a alfabetização estética articulado ao letramento a partir da apreciação estética

de obras de artes de artistas negros e negras;

Objetivos Específicos com as crianças:

Trabalhar pedagogicamente os elementos constituintes das artes plásticas: ponto, linhas,

cores, formas, texturas;

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Refletir sobre a importância de conhecer artistas plásticos negros e negras;

Desenvolver pensamento crítico sobre as artes plásticas a partir do da contextualização da

obra e da história dos artistas;

Possibilitar experiências com artes plásticas no seu cotidiano;

Produzir releituras, a partir da apreciação estética de obras de artes de artistas negros.

Ampliar a sensibilidade, percepção, reflexão e criatividade a partir da exploração estética

da produção de diversos artistas plásticos;

6. Justificativa (fundamentos teóricos, contexto educacional, formação inicial do

professor, o ensino da disciplina específica, realidade da escola)

O Plano de Atividade “Convivendo com as Artes Plásticas e com o Letramento” integra o

subprojeto “Alfabetização Estética e Letramento: uma relação dialética emancipadora” que

está inserido no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência do Curso de

Pedagogia da Universidade Federal da Bahia.

Esse plano de atividade terá como espaços de aplicabilidade a Escola Municipal Sóror

Joana Angélica com turmas do 1º ao 5º ano, que acontecerá durante duas tardes – uma

tarde a bolsista auxilia a professora regente e a outra tarde a bolsista desenvolve um projeto

de ensino de artes - alfabetização estética. A Faculdade de Educação-FACED é o espaço

de formação continuada, podendo pontualmente ter outros lócus onde as bolsistas

realizarão suas atividades que vão de formação continuada a atuação do papel docente.

O Plano, aqui proposto, tem como fundamentação teórica autores do campo das artes,

metodológica/pesquisa e da alfabetização e letramento. Na área da arte-educação teremos

como principais fundamentos teóricos: Barbosa (1991, 2005, 2010); Duarte JR (1986),

Fusari e Ferraz (1992,1993) e Rossi (2003). Na área do letramento Klein (2012), Soares

(2007) e Teberosky (2003). No campo da educação temos trabalhado com autores como:

Arce e Martins (2012, 2013) e especificamente com a pedagogia histórico crítica com

Saviani (1999), Gasparin (2002), Marsiglia (2011).

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Metodologicamente nos fundamentaremos na “Pedagogia Histórico-crítica” (Saviani,

1991) e na “Proposta Triangular” (Barbosa, 1991, 2005, 2010). Na pedagogia histórico

crítica do autor há perspectiva de historicizar as práticas pedagógicas, e que dialoga com

nossa proposta visto que não há conhecimento desinteressado, nessa contexto o trabalho

com alfabetização estética pretendi dá acesso a crianças da escola pública ao conhecimento

da arte educação, onde esse será transformado em saber escolar; entendendo que o saber

sobre estética potencializa o desenvolvimento das nossas crianças; fazendo-as a entrar em

contado com um conhecimento que intencionalmente lhes é negado. A Abordagem

triangular é o que vai bem de perto fornecer fundamentos para a promoção de situações de

aprendizagem no campo das artes. Onde a criança experimentará a contextualização, a

apreciação estética e o fazer artístico, que garanta a históricização do conhecimento

artístico.

Como recorte específico do Plano de Atividade “Convivendo com as Artes Plásticas e com

o Letramento” adotaremos o trabalho com artistas plásticos negros e negras que produzam,

nas crianças da escola municipal que atuaremos, representatividades positivas sobre o

papel histórico do negro nesse campo das artes plásticas e não mais o lugar de

invisibilização que esses e essas mulheres e homens estiveram relegados.

.

A escolha desse caminho é a possibilidade de contar a história dos povos negros às nossas

crianças e mostrar as diversas contribuições das diversas etnias negras que foram trazidas a

força para o Brasil e demostrar nas artes plásticas a contribuição dos descendentes da

diáspora negra.

É também a forma que utilizamos para efetivar a lei 10.639 e 11.645 que prever o ensino

da história e cultura africana e indígena. É também a trajetória que optamos para combater

o epistemicídio que o é assassinato do nosso conhecimento produzido por negros africanos

e os da diáspora no mundo e no Brasil, além disso, de combater a morte de jovens homens

e mulheres negros.

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Diariamente morrem 82 jovens negros segundo Silva (2016) e segundo o mapa da

violência de 2016 houve o aumento da morte de mulheres negras. O nosso trabalho é

focado no fomento das artes plásticas negras, é mostrar para as crianças em sua maioria

negras que sua vida tem valor e historicamente temos um legado negro já produzido e por

produzir por isso, suas vidas importam sim e muito.

Dessa maneira, esperamos que com essa proposta consigamos ampliar o repertorio estético

das crianças e atuar de modo a possibilitar um estreito convívio delas com a estética negra

ao mesmo tempo que se alfabetiza e amplia seu letramento. Como também contribui para

uma aproximação estéticas do outro membro da unidade escolas, além de promover a

formação das bolsistas a medida que experienciam a construção de situações de

aprendizagem para os educandos.

7. Metodologia (modo como as atividades de iniciação à docência se articulam com a

prática docente na escola)

O plano “Convivendo com as Artes Plásticas e com o Letramento” usará como

metodologia a “ Abordagem Triangular (ler, contextualizar e fazer) de Barbosa (2002,

2005, 2007) com a pedagogia histórico crítica. Através da primeira, as crianças da escola

municipal de nossa atuação terão acesso as imagens dos artistas previamente escolhidos,

por meio de instalações de exposição de imagens das obras de artes, experienciando o eixo

apreciação e leitura das obras de artes; tendo a oportunidade de perceber os elementos

expressos nas obras como: o ponto, as linhas, as formas, as cores, os tons, as texturas.

Perceber o materiais expressivos, as formas e as técnicas de artes usadas pelos (as) artistas,

além das emoções e sentimentos que as imagens as afetam. As crianças atendidas pelo

PIBID terão acesso a conhecer ao contexto histórico, social, político, econômico, cultural

onde as obras foram desenvolvidas pelo artista, além de sua história de vida.

A contextualização é o segundo eixo proposto por Barbosa, mas que também se confunde

ou melhor dialoga com a perspectiva que temos de trazer para o contexto desse trabalho a

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historicidade a partir da Pedagogia histórico crítica, que se propõe a trabalhar com todos os

temas, assuntos e conteúdo a partir de sua história produzida no decorrer do tempo e do

espaço. O que leva a um aprofundamento e a uma visão mais crítica sobre o próprio tema e

maior problematização e entendimento das realidades.

O eixo três tem relação com o momento prático a partir do conhecimento sobre a arte e o

artista é momento de releitura. Essa dimensão propõe que as crianças têm oportunidade de

expressar arte, mas que não será expressa do vazio, porem dos referenciais trabalhados.

Mesmos porque nossas crianças, além dos artistas que entrarão em contato, tem um vasto

referencial imagético no seu cotidiano, seja a imagem de onde mora, a imagem do caminho

da escola, dos seus passeios, das suas idas a praias e o contato com a natureza, além das

imagens produzidas a partir de tudo que se ver. Nossa crianças são alfabetizadas para as

imagens desde que nasce e abre os olhos.

Elas também ampliaram seu repertório de escrita à medida que fizerem relatos escritos e

orais sobre a aula, quando tiverem oprtuindade de descreverem as imagens e as obras de

artes que verem, na construção de fichas das obras, nos registros históricos sobre a vidas

dos artistas plásticos e muitas outras a se criarem no processo. Assim terão a possibilidade

de conviver com artes e com o letramento.

8. Viabilidade e Financiamento (incluir recursos disponíveis e complementação

necessária)

Verba repassada através de materiais comprados pelo PIBID

9. Resultados e Impactos esperados/pretendidos na escola

Ampliação da leitura estética a partir do desenvolvimento dos processos de alfabetização

estética;

Enriquecer o repertório artístico e cultural com trabalho com diversos artistas negros;

Conhecimento sobre artistas negros e negras;

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Expressão das potencialidades artísticas das crianças;

Acessar o conhecimento artístico produzido historicamente;

Estabelecer intimidade e gosto pelas artes;

Desenvolvimento e ampliação da escrita e da leitura

10. Cronograma de Atividades

Data Atividades

PLANEJAMENTO COLETIVO

CRONOGRAMA 2017.2

JULHO

04 Intervenção Pedagógica na Escola: Auxílio a regente

05 PIBID na FACED: Formação continuada

06 Intervenção Pedagógica na Escola: Auxílio a regente

11 Intervenção Pedagógica na Escola: Construção do plano de atividades

12 PIBID na FACED: Formação continuada- orientação para o plano de

atividades

13 Intervenção Pedagógica na Escola: Auxílio a regente

18 Intervenção Pedagógica na Escola: Construção do plano de atividades

19 PIBID na FACED: Formação Continuada- pedagogia Histórico Crítica

Reunião Coordenação/ Supervisoras

20 Intervenção Pedagógica na Escola: Auxílio a regente

25 Intervenção Pedagógica na Escola: Auxílio a regente / Orientação para o

plano de atividade, de aula e do resumo para o “X Seminário UFBa”/

Organização da Apreciação Estética

26 PIBID na FACED: Reunião de Planejamento com a coordenação

27 Intervenção Pedagógica na Escola: Auxílio a regente

AGOSTO

01 Intervenção Pedagógica na Escola: Aula de arte e letramento

02 PIBID na FACED: Reunião de Planejamento com a coordenação

03 Intervenção Pedagógica na Escola: Auxilio a regente

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08 Intervenção Pedagógica na Escola: Aula de arte e letramento

09 PIBID na FACED: Reunião de Planejamento com a coordenação

10 Intervenção Pedagógica na Escola: Auxilio a regente

15 Intervenção Pedagógica na Escola: Aula de arte e letramento

16 PIBID na FACED: Reunião de Planejamento com a coordenação

17 Intervenção Pedagógica na Escola: Auxilio a regente

22 Intervenção Pedagógica na Escola: Auxílio a regente/ Orientação para o

plano de aula/ Avaliação dos encontros/ Organização do “X Seminário

UFBa”

23 PIBID na FACED: Reunião de Planejamento com a coordenação/

Reunião com o supervisor

24 Intervenção Pedagógica na Escola: Auxilio a regente

29 Intervenção Pedagógica na Escola: Aula de arte e letramento

30 PIBID na FACED: Reunião de Planejamento com a coordenação

31 Intervenção Pedagógica na Escola: Auxilio a regente

SETEMBRO

05 Intervenção Pedagógica na Escola: Auxílio a regente

06 PIBID na FACED: Reunião de Planejamento com a coordenação

07 Intervenção Pedagógica na Escola: Feriado!

12 Intervenção Pedagógica na Escola: Auxílio a regente

13 PIBID na FACED: Reunião de Planejamento com a coordenação

14 Intervenção Pedagógica na Escola: Aula de arte e letramento

19 Intervenção Pedagógica na Escola: Auxílio a regente

20 PIBID na FACED: Reunião de Planejamento com a coordenação

21 Intervenção Pedagógica na Escola: Aula de arte e letramento

26 Intervenção Pedagógica na Escola: Auxílio a regente

27 PIBID na FACED: Reunião de Planejamento com a coordenação/

Reunião com o supervisor

28 Intervenção Pedagógica na Escola: Aula de arte e letramento

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OUTUBRO

03 Intervenção Pedagógica na Escola: Auxílio a regente

04 PIBID na FACED: Reunião de Planejamento com a coordenação

05 Intervenção Pedagógica na Escola: Aula de Arte e Letramento

10 Intervenção Pedagógica na Escola: Auxílio a regente

11 PIBID na FACED: Reunião de Planejamento com a coordenação

12 Intervenção Pedagógica na Escola: Feriado

16 X SEMINÁRIO PIBID UFBA (16 a 18)

17 Intervenção Pedagógica na Escola: X SEMINÁRIO PIBID UFBA (16 a

18)

18 PIBID na FACED: X SEMINÁRIO PIBID UFBA (16 a 18)

19 Intervenção Pedagógica na Escola: Aula de Arte e Letramento

24 Intervenção Pedagógica na Escola: Auxílio a regente/ Orientação para o

plano de aula/ Avaliação do “X Seminário”

25 PIBID na FACED: Reunião de Planejamento com a coordenação /

Reunião com o supervisor

26 Intervenção Pedagógica na Escola: Aula de Arte e Letramento

31 Intervenção Pedagógica na Escola: Auxílio a regente

NOVEMBRO

01 PIBID na FACED: Reunião de Planejamento com a coordenação

02 Intervenção Pedagógica na Escola: Feriado

07 Intervenção Pedagógica na Escola: Auxílio a regente

08 PIBID na FACED: Reunião de Planejamento com a coordenação

09 Intervenção Pedagógica na Escola: Aula de Artes e Letramento

14 Intervenção Pedagógica na Escola: Auxílio a regente

15 PIBID na FACED: Feriado

16 Intervenção Pedagógica na Escola: Aula de Artes e Letramento

21 Intervenção Pedagógica na Escola: Auxílio a regente

22 PIBID na FACED: Reunião de Planejamento com a coordenação / reunião

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com o supervisor

23 Intervenção Pedagógica na Escola: Aula de Artes e Letramento

28 Intervenção Pedagógica na Escola: Auxílio a regente

29 PIBID na FACED: Reunião de Planejamento com a coordenação

30 Intervenção Pedagógica na Escola: Aula de Artes e Letramento

DEZEMBRO

05 Intervenção Pedagógica na Escola: Auxílio a regente

06 PIBID na FACED: Reunião de Planejamento com a coordenação

07 Intervenção Pedagógica na Escola: Aula de Arte e Letramento

12 Intervenção Pedagógica na Escola: Auxílio a regente/ Orientação para o

plano de aula/ Avaliação da atuação dos bolsistas e Supervisores no PIBID

13 PIBID na FACED: Reunião de Planejamento com a coordenação

14 Intervenção Pedagógica na Escola: Exposição dos trabalhos dos alunos

19 Intervenção Pedagógica na Escola: Auxílio a regente

20 PIBID na FACED: Reunião de Planejamento com a coordenação

ANEXO B

Plano de Atividades do Bolsista – 2017.1

Colégio/Escola: Municipal Sóror Joana Angélica

1. Identificação do Plano

Título do Plano: “Convivendo com Artes Plásticas e com o Letramento”

Supervisor (a): Gleice Cleia Alves Pinto

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Coordenador (a): Rilmar Lopes e Sandra Marinho

Subprojeto: “Alfabetização Estética e Letramento: Uma relação dialética e

emancipadora”

Período do Plano: Janeiro a julho/2017

2. Identificação do Bolsista

Nome: Loyse Nara Souza de Jesus

Lattes: http://lattes.cnpq.br/7224304040191481

E-mail: [email protected]

Telefones: 71 985572904

3. Resumo do Plano

O plano de atividade denominado “Convivendo com Artes Plásticas e com o Letramento”

será desenvolvido por licenciando do curso de Pedagogia e bolsistas do Programa

Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência-PIBID. Tem como principal objetivo

Possibilitar o desenvolvimento, de processos de alfabetização estética, baseado na Proposta

Triangular. As atividades serão desenvolvidas na Escola Municipal Sóror Joana Angélica

na turma do 2 ª ano B, no período de janeiro a julho. Metodologicamente assumiremos a

Proposta Triangular Barbosa (1991, 2002, 2005, 2007) principal referencia no campo das

artes e a pedagogia histórico – crítica a partir dos autores Saviani (1999), Gasparin (2002),

Marsiglia (2011) Martins e Masíglia (2015). Este plano atividade indica ações a ser

realizada na escola utilizando as artes visuais, tendo como obras inspiradoras e dirigidas da

artista plástica Augusta Savage, a composição desta é de esculturas que serão apresentadas

aos alunos, visando proporcionar aos educandos apreciações, discussões e ampliação de

repertorio no que tange as artes, sobretudo, oferecer subsídios valiosos para apreciação de

mundo da criança, que ao apreciá-las pode até mesmo confrontá-las com sua realidade.

Além destas tarefas, participarei das atividades na FACED/UFBA, as quais são

indispensáveis para guiar as intervenções realizadas por mim na escola.

4. Objetivos específicos do bolsista

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. Possibilitar o desenvolvimento, de processos de alfabetização estética, baseado na

Proposta Triangular;

· Desenvolver atividades docentes articulando teoria e prática.

· Potencializar a alfabetização estética dos alunos.

· Prestar auxílio ao professor regente da turma considerando a realidade e potencialidades

da sala de aula.

· Participar da formação continuada na Faculdade de Educação/ UFBA.

· Desenvolver estudos e planejamentos autônomos duas vezes por semana.

· Produzir plano de aula, relatórios, resumos, oficinas de jogos pedagógicos e de arte-

educação, seminários internos e externos, montagem de apresentações em Power point e

artigos.

Refletir sobre mudanças na política nacional que afetam o sistema educacional, participar

das atividades propostas pelo PIBID

5. Resultados específicos do bolsista

● Desenvolvimento, de processos de alfabetização estética, baseado na Proposta

Triangular;

● Construção de planos de atividade, execução e avaliação de todas as propostas do

referido plano

● Ampliação do repertório teórico, no que se refere à alfabetização estética e a

alfabetização e letramento.

● Percepção da arte-educação como área de conhecimento necessária nas séries

iniciais e em todos os níveis da escolarização

● Reconhecimento da docência a partir de atividades práticas e teóricas da docência.

● Produção de plano de aula, relatórios, resumos, oficinas de jogos pedagógicos de

arte-educação, seminários internos e externos, Power point e artigos

● Percepção crítica da realidade da escola pública, de seus limites e de suas

possibilidades.

6. Cronograma específico do bolsista

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Período Atividades de Iniciação a Docência

PLANEJAMENTO COLETIVO

CRONOGRAMA 2017.1

11/01/17 Formação Continuada - Avaliação dos Relatórios e dos Grupo de Trabalhos

18/01/17 Formação Continuada - Planejamento: Plano de Atividade das Escolas e

organização geral do grupo

18/01/17 Reunião com Supervisoras – Planejamento do PIBID-Pedagogia e Avaliação dos

Relatórios

24/01/17 Formação Continuada: estudos teóricos –“Re-significando a Prática do

Planejamento” (Vasconcelos, 2005)

25/01/17 Formação Continuada: estudos teóricos –“Re-significando a Prática do

Planejamento” (Vasconcelos, 2005

26/01/17 Construção dos Planos de Atividades das Escolas - Supervisoras e Bolsistas ID

31/01/17 Formação Continuada: estudos teóricos –“Re-significando a Prática do

Planejamento” (Vasconcelos, 2005

01/02/17 Formação Continuada: Apresentação e Orientação dos Planos de Atividades das

Escolas, em processo.

06/02/17 Intervenção Escolar - Diagnóstico; Construção de Planos de Atividades e estudos

teóricos.

08/02/17 Formação Continuada: apresentação do processo de construção do relatório

parcial e orientação da construção do plano de Atividade individual e

organizar o Ato Público

10/02/17 Intervenção Escolar - Auxiliar a professora regente e estudos teóricos.

17/02/17 Intervenção Escolar - Auxiliar a professora regente e estudos teóricos.

15/02/17 Formação Continuada:

16/02/17 Intervenção Escolar - Estudos teóricos para I Seminário e iniciar ao

sistematização do diagnóstico

20/02/17 Formação Continuada - I Seminário “Escola e Democracia” (Saviani, 2003)

22/02/17 Formação Continuada - I Seminário “Escola e Democracia” (Saviani, 2003)

01/03/17 Formação Continuada: Organização e produção para a “Semana da Mulher na

FACED”

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02/03/17 Formação Continuada: Organização e produção para a “Semana da Mulher na

FACED”

07/03/17 Intervenção Escolar - Auxiliar a professora regente e realizar estudos teóricos

08/03/17 Formação Continuada: Semana da Mulher na FACED – “O Lugar da Mulher

é na Luta”

10/03/17 Intervenção Escolar - Auxiliar a professora regente e realizar estudos teóricos para II

Seminário

13/03/17 Intervenção Escolar - Desenvolver o projeto de alfabetização estética

15/03/17 Formação Continuada – Ato Público

17/03/17 Intervenção Escolar - Auxiliar a professora regente

20/03/17 Intervenção Escolar - Desenvolver o projeto de alfabetização estética

22/03/17 Formação Continuada - II Seminário “Alfabetização Estética”

24/03/17 Intervenção Escolar - Auxiliar a professora regente

27/03/17 Intervenção Escolar - Desenvolver o projeto de alfabetização estética

29/03/17 Formação Continuada - Apreciação Estética

31/03/17 Intervenção Escolar - Auxiliar a professora regente e desenvolver o projeto de

alfabetização estética

03/04/17 Intervenção Escolar - Auxiliar a professora regente e desenvolver o projeto de

alfabetização estética

05/04/17 Formação Continuada - Oficinas “Atividades Lúdicas na Alfabetização

Estética”

07/04/17 Intervenção Escolar - Auxiliar a professora regente

10/04/17 Intervenção Escolar - Desenvolver o projeto de alfabetização estética

12/04/17 Formação Continuada -

14/04/17 Intervenção Escolar - Auxiliar a professora regente

17/04/17 Intervenção Escolar - Desenvolver o projeto de alfabetização estética

19/04/17 Formação Continuada -

21/04/17 Intervenção Escolar - Auxiliar a professora regente

24/04/17 Intervenção Escolar – Desenvolver o projeto de alfabetização estética

26/04/17 Formação Continuada -

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28/04/17 Intervenção Escolar - Auxiliar a professora regente

01/05/17 Intervenção Escolar - Desenvolver o projeto de alfabetização estética

03/05/17 Formação Continuada -

05/05/17 Intervenção Escolar - Auxiliar a professora regente

08/05/17 Intervenção Escolar - Desenvolver o projeto de alfabetização estética

10/05/17 Formação Continuada -

12/05/17 Intervenção Escolar - Auxiliar a professora regente

15/05/17 Intervenção Escolar - Desenvolver o projeto de alfabetização estética

17/05/17 Formação Continuada -

19/05/17 Intervenção Escolar - Auxiliar a professora regente

22/05/17 Intervenção Escolar - Desenvolver o projeto de alfabetização estética

24/05/17 Formação Continuada -

26/05/17 Intervenção Escolar - Auxiliar a professora regente

29/05/17 Intervenção Escolar - Desenvolver o projeto de alfabetização estética

31/05/17 Formação Continuada

02/06/17 Intervenção Escolar - Auxiliar a professora regente

05/06/17 Intervenção Escolar - Desenvolver o projeto de alfabetização estética

07/06/17 Formação Continuada

09/06/17 Intervenção Escolar - Auxiliar a professora regente

12/06/17 Intervenção Escolar - Desenvolver o projeto de alfabetização estética

14/06/17 Formação Continuada -

16/06/17 Intervenção Escolar - Auxiliar a professora regente

19/06/17 Intervenção Escolar - Desenvolver o projeto de alfabetização estética

21/06/17 Formação Continuada

23/06/17 Intervenção Escolar - Auxiliar a professora regente

30/06/17 Entregar Relatórios por e-mail.

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Referências Bibliográficas

ARCE. Alessandra. A pedagogia na era das revoluções: uma análise do

pensamento de Pestalozzi e Froebel. Campinas-SP: Autores Associados,

2002.

ARCE, Alessandra & MARTINS, Lígia M (orgs.). Ensinando aos

pequenos: de zero a três anos. Campinas – SP: Alínea, 2012. ARCE,

Alessandra & MARTINS, Lígia M (orgs.). Quem tem medo de ensinar na

educação infantil? em defesa do ato de ensinar. Campinas – SP: Alínea,

2013

ARAUJO, Clarisse Martins de e SILVA, Everson Malquiades Araujo.

Formação Continuada de professores e a Abordagem Triangular de ensino da

arte. In: Abordagem Triangular: nos ensinos das artes e culturas visuais.

São Paulo: Cortez.

BARBOSA, Ana Mae (orgs). Inquietações e mudanças no ensino da arte.

São Paulo: Cortez, 2002.

BARBOSA, Ana Mae (Org.). Arte/educação contemporânea: consonâncias

internacionais. São Paulo: Cortez, 2005.

BARBOSA, Ana Mae. A imagem no ensino da arte: anos oitenta e novos

tempos. São Paulo: Perspectiva, 2007.( estudos 126/dirigido por

J.Guinsburg)

BRASIL, Secretaria da Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares

Nacionais: Arte. Brasília: MEC/SEF, p.53 a 56, 1997.

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação

Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil

/Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação

Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998.3v.: il.

BRASIL. Senado Federal. Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional: nº 9394/96. Brasília: 1996.

COSTA, Fabio José Rodrigues. Das utopias à realidade: é possível uma

didática específica para a formação inicial de professores de Artes

Visuais. In: Abordagem Triangular: nos ensinos das artes e culturas visuais.

São Paulo: Cortez.2010. p. 125-140.

DA SILVA, Cidinha. Parem de nós matar. São Paulo: Ijumaa, 2016.

DUARTE, Jr. Por que arte-educação? Campinas: Papirus, 1988.

FERREIRA, Sueli. (orgs). O ensino das artes: construindo caminhos.

Campinas, SP: Papirus, 2001.

FERREIRO, Emília; TEBEROSKY, Ana. A psicogênese da Língua

Escrita. Porto Alegre: Artes Médicas, 1986.

FERRAZ, Maria Heloísa & FUSARI, Maria F. de Resende. Metodologia do

Ensino de Arte. São Paulo: Cortez, 1993.

FERRAZ, Maria Heloísa & FUSARI, Maria F. de Resende. Arte na

educação escolar. São Paulo: Cortez, 1993.

GASPARIN, João Luiz. Uma didática para a pedagogia histórico-crítica.

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Campinas-SP: Autores Associados, 2002.

KLEIN, Ligia Regina. Alfabetização: quem tem medo de ensinar?.4. ed. São

Paulo: Cortez; Campo Grande: Editora da Universidade Federal do Mato

Grosso do Sul, 2002.

LENIN, V. I. . O que é marxismo? Porto Alegre: Movimento. 1980

LESSA, Sérgio; TONET, Ivo. Introdução à Filosofia de Marx. 1. ed. São

Paulo: Expresso Popular, 2008.

MARSIGLIA, Ana Coralina Galvão. A prática pedagógica histórico-

crítica na educação infantil e ensino fundamental. Campinas-SP: Autores

Associados, 2011.

MARTINS, L.M. & MARSIGLIA, A.C.G. As perspectivas construtivista e

histórico-crítica sobre o desenvolvimento da escrita. Campinas, SP:

Autores Associados, 2015.

MÉSZÁROS, István, A Educação para Além do Capital, 2007.

POLITZER, Georges. Princípios Elementares de Filosofia. São Paulo

Centauro, 2001.

SOARES, Magda. Alfabetização e letramento. 5ª Ed. São Paulo: Contexto,

2007.

REITER, Ricardo Luis Investigação acerca da possibilidade de uma

estética em Karl Marx . Porto Alegre, RS: Editora Fi, 2013.

ROSSI, Maria Helena. Imagens que falam: leitura da arte na escola. Porto

Alegre, ad. Mediação, 2003.

Soares, Maria de Fátima C.; Sobrinho, José Augusto C.M. A docência nas

séries iniciais do ensino fundamental: reflexões sobre a mobilização do

saber experiencial. UFPI, 2006.

TONET, Ivo; Educação contra o capital. – São Paulo: Instituto Lukács,

2012.– 2. ed. rev. 93 p.

SAVIANI. Dermeval; Pedagogia Histórico-Crítica. Campinas-SP: Autores

Associados, 1991.

SAVIANI. Dermeval; Escola e democracia. 41º ed.-Campinas, SP: Autores

Associados, 1999. - (Coleção polêmicas do nosso tempo; v.S)

VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Indisciplina: construção da

disciplina consciente e interativa em sala de aula e na escola. São Paulo:

Libertard, 2007.

________________, Celso dos Santos. Planejamento: projeto de ensino-

aprendizagem e projeto político pedagógico: elementos metodológicos

para a elaboração e realização. São Paulo: Libertard, 2007.

VIGOTSKI, L. S. A formação da mente. Martins Fontes - São Paulo, 2007.

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ANEXO C

PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA – PIBID

Detalhamento do SUBPROJETO de Pedagogia

1. Licenciatura em: Pedagogia

2. Número de bolsistas: 3. Número supervisores: 4. Número de coordenadores:

21 04 02

5. Níveis e Modalidades de Ensino:

[ x ] educação infantil [ x ] ensino fundamental

[x ] educação regular [ ] educação profissional técnica de nível médio

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[ ] ensino médio [ ] educação de jovens e adultos [ ] educação especial [ ] educação escolar indígena [ ] educação do campo [ ] educação quilombola

6. Coordenador (es) de área do Subprojeto (multiplicar linhas em caso de mais de um coordenador):

Nome: Rilmar Lopes da Silva

CPF: 154636484-68

Departamento/Curso /Unidade: Dep. II – Pedagogia – Faculdade de Educação

Endereço completo: Av. Princesa Isabel – 468 – Edf. Rio Douro – Aptº 502 – Barra – Salvador - Bahia

Telefones: (71) 32640506 e (71)88738860

E-mail: [email protected]

Lattes: http://lattes.cnpq.br/9058431077776565

Nome: Sandra Maria Marinho Siqueira

CPF: 48507237304

Departamento/Curso /Unidade: Dep.I –Pedagogia – Faculdade de Educação

Endereço completo: Rua Marquês de Caravelas, 271, ap. 201, Ed. Januária, Jardim Brasil, Salvador-BA

Telefones: (71) 92191548 e 30160501

E-mail: [email protected] e [email protected]

Lattes: http://lattes.cnpq.br/2016366817109691

7. Resumo do Subprojeto:

O subprojeto ora apresentado intitulado “Alfabetização Estética e Letramento: uma relação dialética emancipadora” tem por desiderato compreender a ação docente como uma atividade humana repleta de princípios educativos. O objetivo principal é contribuir de forma qualitativa com a formação dos licenciandos de pedagogia a partir do desenvolvimento de um projeto pedagógico que envolve a alfabetização estética articulada com o letramento de crianças da educação infantil e séries iniciais na perspectiva da Pedagogia Histórico-Crítica. Dessa forma a centralidade reside na alfabetização estética articulada com o letramento de crianças da educação infantil e séries iniciais das Escolas Municipais de Salvador. As quatro escolas que atuaremos situam-se em bairros periféricos, marcados por condições precárias, refletindo a mesma situação nas referidas escolas.

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As crianças, sujeitos coletivos, integrantes da escola pública, que encontram uma escola carente também têm uma vida carente, eivadas de necessidades materiais, vulnerabilidades sociais, afetivas, culturais e tantas outras carências que rebatem no desenvolvimento escolar. O projeto se fundamenta no plano teórico e prático nos autores que tem se debruçado sobre as categorias centrais do projeto tanto no campo da alfabetização estética como do letramento, na perspectiva da Pedagogia Histórico-Críica. As práticas pedagógicas e sociais são desenvolvidas a partir da articulação entre ensino e pesquisa, de acordo com a abordagem metodológica do materialismo histórico-dialético, por isso assumiremos alfabetização estética e letramento como áreas que se relacionam dialeticamente. Para tanto: no campo da pedagogia histórico-crítica nos assentamos nas contribuições de ARCE(2002); ARCE e MARTINS(2012; 2013); SAVIANI(1986, 1991), Soares (2000), e Vigostky (1989 - 1998); no campo da arte-educação nas contribuições de Barbosa (1991 – 2005 - 2010), Duarte JR (1986), Fusari e Ferraz (1992 -1993) e Rossi (2003) e no campo da pesquisa em Meksenas (2002), Minayo (2011), Triviños (2007) e Kosik (2000). Assim, a experiência pedagógica possibilita a partir de seus registros a produção científica: relatórios, artigos, resenhas, resumo expandido e se economicamente possível a produção de um livro ao final de um ano de experiência. O desenvolvimento do projeto se estrutura na organização de sete ações: Espaço Escolar e Diagnóstico, Plano de Atividade, Formação Continuada, Intervenção Pedagógica, Produção de Material Didático Pedagógico, Produção Científica e Ações Interdisciplinares. Estas ações não são sequenciais, se articulam dialeticamente no processo de desenvolvimento. Dessa maneira o desafio dos bolsistas do PIBID- Pedagogia é produtivo e qualifica sua formação, tanto no ensino quanto na pesquisa. Experimentar a prática pedagógica em artes e exercitar a produção científica, a investigação de um objeto não é uma tarefa fácil do ponto de vista do materialismo histórico dialético, pois os problemas sociais são analisados em suas múltiplas relações, em sua dinâmica interna, e nas influências recíprocas, nas contradições, ou seja, nas tendências históricas, concretas da vida social com a realidade em constante movimento.

8. Justificativa do Subprojeto (contextualização, bases teóricas que fundamenta o trabalho, relevância do subprojeto, opções

metodológicas):

O subprojeto do PIBID-Pedagogia intitulado “Alfabetização Estética e Letramento: uma relação dialética

emancipadora” tem como objetivo principal: Contribuir de forma qualitativa com a formação dos licenciandos de

pedagogia a partir do desenvolvimento de um projeto que envolve a alfabetização estética articulada com o

letramento de crianças da educação infantil e séries iniciais na perspectiva histórica- dialética. O projeto será

desenvolvido na Faculdade de Educação, espaço por excelência de formação continuada e em cinco Escolas

Municipais de Salvador- Bahia.

As quatro escolas que atuaremos situam-se em bairros periféricos, marcados por condições precárias,

refletindo a mesma situação nas referidas escolas. Sendo a escola um espaço de convivência que possibilita

interações e sendo esta uma instituição educativa que tem como objetivo a socialização do conhecimento

historicamente produzido e acumulado pela humanidade, deve oferecer estrutura adequada para o

desenvolvimento do seu objetivo principal. No entanto, a realidade não corresponde a teoria, pois o que temos é

uma escola pública carente, desprovida de recursos materiais e humanos necessários para realizar o objetivo

primeiro da escola. Esta radiografia da escola pública tem reflexo direto no desenvolvimento das crianças, sujeito

central da escola.

As crianças, sujeitos coletivos, integrantes da escola pública, que encontram uma escola carente

também têm uma vida carente, eivadas de necessidades materiais, vulnerabilidades sociais, afetivas e culturais

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e tantas outras carências. Estamos vivendo cenários de desumanização no interior de nossas escolas,

aprofundando concepções pedagógicas alienantes, mecanicistas, de inculcação ideológica burguesa em choque

frequente com os interesses dos educandos oriundos das escolas públicas. O que esperar do desenvolvimento

destas crianças que, de acordo com Vigotsky (1984) se desenvolvem a partir de suas interações com a

natureza, com o outro, e de acordo com o contexto social em que está inserida? Continuaremos tendo crianças

carentes, mesmo que na estatística, tenhamos crianças na escola. Diante dessa realidade da escola pública, de

seus sujeitos, percebemos que este espaço é rico em possibilidades de aprendizagens para todos os sujeitos

nele envolvido e que as crianças são sujeitos centrais da proposta, apesar do objetivo principal do PIBID ser o

de qualificar a formação do docente através da relação entre teoria e prática, mas a prática só existe se houver

estudantes. Por isso torna-se, também, fundamental pensarmos em processos formativos, críticos e criativos,

em que todos os envolvidos participem efetivamente.

Quando chegamos a escola pública logo vemos quantas necessidades e por isso precisamos fazer o

recorte, definir o foco que daremos ao projeto. Uma das coordenadoras deste projeto é professora do

componente curricular - Arte-Educação no curso de Pedagogia e propôs trabalharmos com o Ensino de Artes,

por ser uma das necessidades da escola pública – séries iniciais. Apesar de temos na Lei de Diretrizes e Bases

de 1996, o parágrafo 2º do Art. 26, que reza: “O ensino de arte constituirá componente obrigatório, nos diversos

níveis da educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural do aluno.” Não há cumprimento dela

e sim mascaramento. Sendo pouquíssimos os arte-educadores da rede municipal o componente curricular –

Ensino de Artes é assumido por um professor simpatizante das artes ou por professores que precisam

complementar sua carga horária. Nesse contexto, o ensino de artes se restringe a produções artísticas de

temáticas-culturais, como: “teatrinho” para o dia das mães, coral natalino para o final do ano, máscaras de

coelhinhos na páscoa (pré-fabricada pela professora) entre outras superficiais produções. Tais produções além

de seguir o mesmo padrão estético, ano após ano, normalmente limita-se a um modelo reproduzido para todas

as crianças. No entanto, o ensino de artes deveria acontecer de maneira sistematizada - explorando com as

crianças os conteúdos desta área, a partir de atividades práticas e teóricas, de acordo com o desenvolvimento

de cada grupo, de maneira continuada, como qualquer outro componente curricular.

Como qualquer outro componente curricular, o Ensino de Artes propicia desenvolvimento humano, como

exposto, teoricamente, nos Parâmetros Curriculares Nacionais - Artes: “A educação em arte propicia o

desenvolvimento do pensamento artístico que caracteriza um modo particular de dar sentido as experiências das

pessoas: por meio dele o aluno amplia a sensibilidade, a percepção, a reflexão e a imaginação[...]”. (Ministério

de Educação, 1998). Apesar da legalidade do ensino de arte como disciplina curricular e dos PCN, até hoje,

ainda temos escolas em que não há aulas de artes. Assim, mais uma vez, vamos nos deparar com a distância

entre teoria e prática, com a carência de intervenção e de reflexão crítica da realidade.

Com base em tal realidade pensando em articular a formação do docente e a necessidade de

transformação da realidade das crianças da escola pública, sobretudo da área de conhecimento arte optamos

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por desenvolver este projeto como possibilidade de contribuir com a problemática apresentada. O acesso ao

ensino de artes permitirá a fruição e ampliação do processo de alfabetização, da leitura de mundo, do

desenvolvimento estético e da capacidade criadora das crianças.

A necessidade da arte se faz presente como fator fundamental no desenvolvimento da humanidade,

como expressividade humana, desde a antiguidade até à contemporaneidade. Dessa maneira a arte nos

processos de alfabetização e desenvolvimento das crianças tem função integradora. É fácil perceber como as

crianças, desde cedo, intuitivamente, se apropriam, com espontaneidade, de elementos das diversas expressões

artísticas, como no jogo dramático, nas brincadeiras cantadas, nas modelagens plásticas, entre outras

atividades. Através da arte estimulamos nosso desenvolvimento espiritual, nossa capacidade perceptiva,

reflexiva e criativa, tão necessária no exercício da prática educativa crítica. Porém, a realidade nos mostra o

quanto a arte ainda é ausente em nossa escola. Para Duarte Jr.:

Na escola oficial a arte sempre entrou pela porta dos fundos e, ainda assim, de maneira disfarçada. Teve ela de se disfarçar tanto que se tornou descaracterizada e deixou de ser arte. Virou tudo: desenho geométrico, artes manuais, artes domésticas, fanfarras etc. Tudo, menos arte. (1991, p.80).

Na atualidade esse descaso se fortalece com a valorização do caráter instrumental da arte revelado nas

oficinas de artes ministrada em algumas escolas públicas pra complementar o horário da escola integral, muitas

vezes por monitores sem formação na área de artes e pelas ONGS que “tiram as crianças da rua”. Sabemos que

estes problemas não se resolve assim, que a arte não consegue “tirar as crianças da rua” pois este é um

problema complexo, a arte não dá conta, aqui a arte serve para mascarar a realidade, ou seja, esta a serviço da

manutenção da sociedade capitalista. Note-se que o problema não é a arte ser mediadora e sim reduzir a arte a

uma ferramenta útil, “salvadora”, a serviço da manutenção do poder da classe hegemônica, ou seja, estabelece-

se com a arte-educação uma relação utilitária e descartável.

Nesse sentido, buscamos minimizar a superficialidade das “aulas de artes” e os equívocos conceituais

tão presentes, como: no fazer artístico tudo pode, arte é bom para acalmar as criancinhas, não precisa estudar

para lecionar arte, tudo em arte é lindo porque é expressão de sentimento, entre outros. O exercício do fazer e

refletir arte é uma oportunidade para as professoras perceberem que arte-educação está além de colorir,

recortar, colar, imitar coreografias, decorar a nota musical ou o texto teatral. É preciso perceber que arte-

educação “significa expressar os sentimentos e sentidos oriundos da vida concretamente vivida, e não a

imitação dos valores alheios”. (DUARTE JR.,1991, p. 83). Para tanto, a arte precisa ser entendida e tratada

como uma área de conhecimento, sistematizada a partir de seus elementos estruturais e formais.

Entendemos que o processo de alfabetização não se limita a dimensão da notação alfabética, por isso

acreditamos na importância da inserção do ensino de artes na educação infantil e séries iniciais, como

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possibilidade de avanços em relação à qualidade da leitura de mundo feita pelos sujeitos envolvidos no projeto,

isto significa intervir no descaminho da alfabetização fortemente presente em nosso país. Outro destaque a ser

considerado, se refere às lacunas históricas de nossos educadores e bolsistas do PIBID-Pedagogia em relação

a alfabetização estética. Dessa forma teremos a alfabetização estética como principal objeto da prática docente

autônoma das docentes em formação.

Sendo a “Alfabetização Estética” a área central do projeto, teremos como principal referencial

metodológico das práticas pedagógicas nas escolas a Abordagem Triangular sistematizada por Barbosa nos

anos de 1980 que se estrutura em três vértices: Contextualizar, Ler e Fazer a obra de arte. Tais vértices se

relacionam, de maneira dialética. A contextualização da arte tem sentido abrangente, deve estar além da história

do artista e da história da arte, deve situar a obra historicamente e identificar seus fatos, suas correntes, de

maneira dinâmica, articulada com a realidade e a atualidade do sujeito que aprecia. Ler ou apreciar possibilita

uma aproximação com a obra, num exercício subjetivo e objetivo de perceber e interpretar a obra, uma leitura de

mundo a partir das experiências culturais e sociais do apreciador. O fazer artístico se dá num exercício de

reflexão sobre o “fazer”, procurando identificar possibilidades e limites da expressão artística assim como do uso

de diferentes materiais e técnicas de se produzir a obra de arte. O fazer artístico, especialmente nos processos

de alfabetização estética, conforme Barbosa (1991) deve ser mediado pela releitura, como forma de evitar o

exercício da “cópia pela cópia” que é produzida mecanicamente e por isso desprovida de expressividade. Sem

dúvida a Abordagem Triangular é um divisor histórico na trajetória do ensino de arte no Brasil, como coloca

AZEVEDO:

A partir deste contexto histórico, compreendo a Abordagem Triangular como superação do modelo tradicional de currículo em arte na medida em que ela propõe a emancipação dos sujeitos sociais pelo processo arte/educativo, ou seja, pelo poder de se tornar leitor, ou melhor, pela possibilidade de ler e reler o mundo das imagens criadas pelas obras de arte e pelas imagens criadas a partir das obras de arte. A leitura de mundo, assim proposta, ganha uma 0dimensão ampliada, crítica e emancipatória. (2010, p.88)

A leitura de mundo ampliada possibilita releituras também ampliadas, possibilidade de intervir, criar

numa perspectiva artística e crítica. A releitura poderá ter, como estímulo, como leitura qualquer expressão

artística ou a própria vida social e natural. Assim, o educando-artista pode escolher como estímulo a leitura

estética de uma escultura, uma música, uma peça de teatro, um quadro, uma fotografia, um desenho, uma

paisagem, um pedaço de madeira, enfim, qualquer objeto expressivo. O objeto escolhido para a realização da

releitura não é concebido para ser copiada e sim como suporte interpretativo. Neste sentido, segundo Barbosa, o

objetivo do processo de releitura é atingido

Quando o aluno observa obras de artes e é estimulado e não obrigado a escolher uma delas como suporte de seu trabalho plástico e sua expressão individual se realiza da mesma maneira que se organiza quando o suporte estimulador é a paisagem que ele vê ou a cadeira do seu quarto. O importante é que o professor não exija representação fiel, pois a obra observada é

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suporte interpretativo e não modelo para os alunos copiarem. (1991, p. 107).

Dessa maneira, percebe-se que releitura não é cópia e que reler implica um processo criativo, diferente

da cópia que não desenvolve no sujeito a criatividade, fundamento para expressar-se artisticamente assim como

para desenvolver-se de maneira integral. Oferecer uma alternativa de crescimento cultural e desenvolvimento

artístico através da Alfabetização Estética é propiciar as crianças o acesso aos códigos das linguagens

artísticas, o envolvimento no refletir, apreciar e produzir arte, a valorização dos bens culturais em sua

diversidade e a ampliação dos mecanismos de participação e mobilidade social dos sujeitos envolvidos no

projeto. Portanto, consideramos que desenvolver a alfabetização estética articulada ao letramento na

perspectiva histórico-dialética é fundamental para uma formação integral. A forma dialética de pensar e de agir é

dinâmica e se encontra num movimento permanente, não há nada de definitivo, eterno, que esteja alheio as

contradições e mudanças.

Metodologicamente este projeto será fundamentado na perspectiva histórico-dialética, por isso

assumiremos alfabetização estética e letramento como áreas que se relacionam dialeticamente. Dessa maneira

procuraremos perceber a totalidade do objeto em sua realidade concreta. Da perspectiva do desenvolvimento do

materialismo histórico dialético os fenômenos são analisados no contexto da totalidade social, ou seja, em toda

sua complexidade, nas relações interligadas, em suas gêneses históricas, transformações e composição atual.

De acordo com o materialismo histórico dialético se extrai da realidade concreta as categorias abstratas. É

necessário compreender os processos, a estrutura, origem, dinâmica e as contradições do objeto analisado. O

método proposto por Marx consiste em um movimento do pensamento do concreto ao abstrato e deste ao

concreto em uma constante relação dialética de ida e volta, numa ligação entre as ideias e a prática social.

A organização sistemática do projeto se dá a partir de sete ações: Espaço Escolar e Diagnóstico, Plano

de Atividade, Formação Continuada, Intervenção, Produção de Material Didático Pedagógico, Produção

Científica e Ações Interdisciplinares. As práticas pedagógicas e sociais são desenvolvidas a partir da articulação

entre ensino e pesquisa, de acordo com a abordagem metodológica do materialismo histórico-dialético, por isso

assumiremos alfabetização estética e letramento como áreas que se relacionam dialeticamente. Para tanto: no

campo da pedagogia histórico-crítica nos assentamos nas contribuições de ARCE(2002); ARCE e

MARTINS(2012; 2013); SAVIANI(1986, 1991), Soares (2000), e Vigostky (1989 - 1998); no campo da arte-

educação nas contribuições de Barbosa (1991 – 2005 - 2010), Duarte JR (1986), Fusari e Ferraz (1992 -1993) e

Rossi (2003) e no campo da pesquisa em Meksenas (2002), Minayo (2011), Triviños (2007) e Kosik (2000).

A prática pedagógica envolve estudos dos fundamentos teóricos do projeto seguidos de debates e

seminários, reflexões sobre a necessidade de planejamento pedagógico, construção de plano de atividade e

plano de aula; relato de experiência seguida de reflexão coletiva, elaboração de relatórios entre outras

atividades. A prática se dá a partir da execução de: planos de aula, oficinas de jogos pedagógicos; oficinas de

arte-educação; seminários de estudos internos e tarefas dos grupos de trabalho.

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Tratamos da pesquisa em educação a partir de teoria e prática, tendo como objeto de pesquisa as

práticas desenvolvidas no PIBID-Pedagogia com base no método do materialista histórico dialético, que não

trata os fenômenos de forma isolados, lida com os sujeitos com seres concretos, históricos, inseridos nas

relações sociais, politicas, econômicas igualmente concretas. Nesse sentido o objeto investigado é a própria

prática do PIBID-Pedagogia.

Como forma de refletir criticamente a prática relacionando as teorias estudadas e de orientar as

investigações construímos o seguinte problema - A ausência do(a) Arte-educador nas séries iniciais na maioria

das escolas municipais é suprida pela professora regente, a pedagoga, independente de sua vontade ou

capacidade. Sabendo que o curso de Pedagogia não forma arte-educador e que este só possui um componente

curricular nesta área que é “Arte-Educação”, inquieta-nos a ausência do arte-educador e a ausência do

conhecimento básico, da alfabetização estética, na formação das pedagogas. Diante desta realidade, como

forma de investigar a prática pedagógica deste projeto, elaboramos a seguinte pergunta de pesquisa: Quais os

limites e possibilidades de se trabalhar a alfabetização estética articulada ao letramento numa perspectiva

histórico dialética supervisionada por professoras pedagogas e executada por estudantes de pedagogia?

Para desenvolver essa proposta os bolsistas frequentam a escola municipal duas vezes por semana, no

turno da tarde. Uma tarde auxiliam a professora regente e na outra tarde assumem duas horas a sala de aula

com o objetivo de desenvolver um projeto de alfabetização estética articulada ao letramento, de acordo com o

plano de atividade da escola e individual. Além da escola municipal as bolsistas encontram-se uma vez por

semana na Faculdade de Educação para formação continuada: planejamento, relato de experiência seguido de

reflexão teórica, grupo de estudo, seminários, oficinas e grupos de trabalho. As bolsistas têm duas tardes para

realizarem, de maneira autônoma, planejamento de aula e estudos dos fundamentos teóricos do PIBID-

Pedagogia.

Dessa maneira o desafio dos bolsistas do PIBID- Pedagogia é produtivo e qualifica sua formação, pois

estão tendo oportunidade de aprofundar o conhecimento teórico, experimentar a prática pedagógica em artes e

exercitar a produção científica, a investigação de um objeto não é uma tarefa fácil do ponto de vista do

materialismo histórico dialético, pois os problemas sociais são analisados em suas múltiplas relações, em sua

dinâmica interna, e nas influencias reciprocas, nas contradições, ou seja, nas tendências históricas, concretas da

vida social com a realidade em constante movimento.

9. Escolas parceiras: 10. Nº de alunos da escola: 11. IDEB:

1.Escola Municipal Anfilófio de Carvalho 450 4,0

2. Escola Municipal Soror Joana Angélica 160 4.5

3. Escola Municipal Oito de Maio 212 3,6

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4. Escola Municipal Santa Bárbara 415 3,6

12. Ações Previstas (manter ações previstas na proposta aprovada pela Capes)

Nome da Ação: Descrição da Ação:

1.Espaço escolar e Diagnóstico

Realizar o reconhecimento do espaço escolar como lócus de construção de

conhecimento e desenvolvimento humano em suas possibilidades e limites.

Pretendemos Um preciso e diagnóstico envolvendo questões fundamentais,

contemplando a história da escola, as condições de trabalho, o sentido da

ação educativa, do desenvolvimento e aprendizagem dos educandos,

dispositivos pedagógicos, tomando por referencia a alfabetização estética em

sua relação dialética com a alfabetização e letramento. Entendemos ser

necessário um conhecimento prévio das bolsistas a partir de atividades de

observação participante e auxílio à professora, para subsidiar a construção do

plano de atividade e as intervenções pedagógicas coerente com a realidade

escolar.

2. Plano de Atividade Sabemos da necessidade histórica de qualificarmos a formação escolar em

nossa sociedade, marcada pela fragmentação, alienação, dicotomia entre

teoria e pratica. Para isso precisamos reinventar o chão da formação,

disponibilizar via PIBID elementos teórico-metodológicos e práticos, no campo

da alfabetização estética articulado com alfabetização e letramento na

dimensão do materialismo histórico dialético. Para que esta prática

pedagógica seja significativa, para os do discente (expressão criada por

Freire, neologismo para indicar a relação inseparável da ação do docente e

discente), é necessário pensarmos ações, inovadoras, contextualizadas,

criticas e criativas que valorizem os sujeitos em seus aspectos objetivos e

subjetivos. Nesse sentido propõem-se as bolsistas e supervisora a elaboração

coletiva do plano de atividade semestral na perspectiva dialética

emancipadora, de maneira que a alfabetização estética seja trabalhada

articulada com o letramento das crianças, com a realidade social dos sujeitos

históricos sociais e com a realidade da escola. Para a construção do plano

teremos como principais referenciais o diagnóstico construído pelas

bolsistas, 1ª ação , e os fundamentos teóricos estudados, discutidos e

experimentados.

3. Formação Continuada Nesta ação as bolsistas deverão realizar a formação continuada, ou seja,

aprofundarão e ampliarão conhecimento do curso de pedagogia a partir de

revisões e acréscimos teóricos e práticos fundamentais para o

desenvolvimento do PIBID-Pedagogia. Para realizar tal tarefa o grupo de

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bolsistas se encontra uma vez por semana, das 14h. as 18h na Faculdade de

Educação para Planejamento Coletivo orientado pelas coordenadoras e

utiliza as duas tarde, que não estão na escola, para , de maneira autônoma,

desenvolver as tarefas propostas no planejamento coletivo. Como: estudos

dos fundamentos teóricos do projeto; relato de experiência seguido de

reflexão coletiva; socialização coletiva dos planos de aula acompanhado de

reflexão coletiva; organização do trabalho pedagógico; orientação para a

produção de: plano de atividade, plano de aula, estudos, relatórios,

seminários, oficinas, resumos e artigos; apresentação dos trabalhos

solicitados. Nesse sentido as bolsistas deverão utilizar as atividades

experimentais como recurso didático, tanto para a aprendizagem dos

conteúdos viabilizadores da proposta pedagógica com as crianças, quanto

para a compreensão crítica e científica da prática docente do licenciado em

Pedagogia. Espera-se que as tarefas sejam desenvolvidas a partir da

articulação entre os eixos: ensino e pesquisa, na perspectiva histórico-

dialética emancipadora. Ressaltamos a importância dessa ação no PIBID-

Pedagogia como forma de qualificar o trabalho docente e a formação das

estudantes-bolsistas do PIBID-Pedagogia.

4. Intervenção Pedagógica As intervenções pedagógicas acontecem duas tarde por semana na escola

municipal onde as bolsistas dividem a carga horária entre três atividades:

execução do plano de aula de maneira autônoma, de acordo com o plano de

atividade e assumindo a sala sem a professora regente; auxiliar da professora

regente; avaliação e planejamento de aula coordenado pela supervisora. As

bolsistas também deverão participar, ativamente, na medida do possível, dos

eventos pedagógicos, como: planejamento das professoras - AC, reunião de

pais, comemorações festivas da escola. Nesta ação as bolsistas têm a

possibilidade de confrontar criticamente teoria e prática, experimentam a

teoria na ação pedagógica escolar e assim reconstroem práticas e teorias no

enfrentamento da realidade contraditória da escola pública.

5. Produção de Material didático Pedagógico

Não querendo responsabilizar a metodologia e os instrumentos metodológicos

pela decadência da escola pública, pois sabemos que o problema é bem mais

complexo. Porém, a metodologia é um dos elementos constituintes da prática

docente e sabendo que, ainda hoje, encontramos, na maioria das escolas

públicas, a forte prática do exercício da cópia, dos estudos dirigidos a exemplo

do programa “Alfa e Beto” que está presente em algumas escolas municipais

de Salvador inclusive em uma das escolas que PIBID-Pedagogia atua,

entendemos ser fundamental incentivar a produção de material didático que

estimule a criatividade e não o adestramento. A produção dos materiais

didáticos deverá dá suporte instrumental as ações pedagógicas das bolsistas

e deverá atender a necessidades da presença, em sala de aula, de atividades

criativas, ou seja que possibilitem expressividade subjetividade e objetividade.

Devem contemplar os conteúdos específicos da Alfabetização Estética de

maneira articulada com o letramento, numa perspectiva dialética

emancipadora de aprendizagem. Esse aspecto centra-se especialmente na

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utilização de diferentes situações de comunicação mediante diversidade de

textos, sejam eles escritos, fotografias, desenhos gráficos, ilustrações,

pinturas, jogos. Esta atividade é fundamental enquanto compreensão, por

parte das bolsistas, da organização, atualizada e criativa, dos recursos

pedagógicos e metodológicos da prática docente.

6.Produção Teórica e Científi

Ações Interdisciplinares

Objetivo:

Promover atividades de caráter

interdisciplinar como forma de

possibilitar ações integradoras

e troca de conhecimento.

As bolsistas são estimuladas, através de estudos teóricos, seminários internos

e atividades práticas, a compreender a necessidade da pesquisa em

educação, da sistematização da prática. Assim são orientadas a produzir:

relatórios críticos, resumos, artigos e apresentação de resultados de pesquisa

em eventos científicos. Essa ação também possibilita divulgar e socializar os

resultados parciais do PIBID- pedagogia em espaços difusores da produção

científica e também de conhecerem experiências de outros PIBID e assim

realizar a troca de conhecimento. Ficou decido, nesta ação, que ao final da

experiência de um ano letivo produziremos um livro organizado coletivamente

composto por artigos produzidos pelos grupos de bolsistas de cada escola.

Dessa maneira haverá a possibilidade de organizar um material que contribua

com a reflexão teórica para o campo da alfabetização estética articulada com

o letramento na perspectiva histórico-dialética.

7 - Ações Interdisciplinares

Promover atividades de caráter interdisciplinar como forma de possibilitar ações integradoras e troca de conhecimento.

13. Atividades e Resultados Pretendidos (derivar atividades das ações aprovadas, incluir a previsão da elaboração de produtos relacionando-os com cada ação):

Núme

ro da

ação

Titulo e Objetivo da atividade Descrição sucinta da atividade

(inserir início e período de

realização)

Resultados pretendidos

1 Espaço Escolar e Diagnóstico

Objetivo: Reconhecer o espaço escolar como lócus de construção de conhecimento e desenvolvimento humano em suas possibilidades e limites

Atividades da ação:

1.1- Observação participante

1.2 - Diário de bordo / Portfólio

Os dois primeiros meses as bolsista terão a tarefa de construir um diagnóstico que não se limita ao diagnóstico pedagógico, pois entendemos que este se relaciona dialeticamente com o diagnóstico da realidade social da comunidade escolar.

Dessa maneira, as bolsistas deverão participar ativamente das atividades da escola, duas vezes por semana, perceber criticamente a escola pública

Espera-se com esta ação:

- Reflexão da realidade percebida

- Produção de diário de bordo e portfólio.

-Elaboração do diagnóstico da escola

- Produção de um Artigo por escola – uma reflexão crítica frente ao diagnóstico.

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1.3 - Sistematização do diagnóstico

1.4 - Socialização do diagnóstico nos seminários internos

como espaço social de convivência que reflete uma dada realidade histórica. As impressões e experiências diagnósticas deverão ser registradas através de diário de bordo e fotografia. Orienta-se que seja observado ativamente e criticamente: arquitetura da escola, perfil social do bairro em que localiza-se a escola, perfil dos alunos e do corpo docente e administrativo da escola, perfil do desenvolvimento pedagógico dos alunos de seu grupo, metodologia do professor regente, recreio, merenda, planejamento das professoras da escola - AC, relação da comunidade com a escola, entre outras questões que emergem do processo.

Dessa maneira pretendemos diagnosticar as crianças do ensino fundamental menor, séries iniciais, em relação a alfabetização, letramento, a alfabetização estética e a realidade social em que a escola e seus sujeitos, estão inseridos.

2 Planos de Atividades

Objetivo: Elaborar coletivamente,

por escola, um plano de atividade

semestral na perspectiva histórico

dialética, de maneira que a

alfabetização estética seja

trabalhada de articulada com a

alfabetização e letramento das

crianças.

Atividades da Ação:

2.1 - construção coletiva do plano

de atividade da escola

2.2 - construção individual do plano

de atividade de cada bolsista

A construção do plano de

atividades deve ser iniciada a

partir do início do segundo mês

em que as bolsistas já estão

frequentando a escola, pois o

processo de construção do

diagnóstico será propiciador das

ideias para a construção dos

planos de atividades: da escola

e de cada bolsista. Assim

espera-se que no início de maio

o plano de atividade esteja

fechado, pronto para execução.

A ação docente é uma atividade

humana repleta de princípios

educativos, exigindo uma

formação ampla, crítica, criativa,

permanente com o objetivo de

Espera-se com esta ação espera-se:

- Produção, coletiva, do Plano de Atividade da Escola.

- Produção, individual, do Plano de Atividade da bolsista.

- Socialização dos planos de atividades

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intervir na realidade escolar e

possibilitando uma autentica

aprendizagem de todos os

envolvidos. Para que esta

prática pedagógica seja

significativa, para docentes e

discentes, é necessário

pensarmos ações, inovadoras,

contextualizadas e criativas que

valorizem os sujeitos em seus

aspectos objetivos e subjetivos.

Nesse sentido além da

apropriação do diagnóstico para

construção dos planos

realizamos oficinas formativas

(jogos pedagógicos e arte-

educação) e seminários internos

de “formação continuada”, onde

estudamos, apresentamos e

discutimos conteúdos relevantes

a nossa proposta pedagógica

que é de desenvolver a

alfabetização estética articulada

com a alfabetização e

letramento das crianças da

escola municipal de Salvador na

perspectiva histórico dialética.

Assim, esperamos que o plano

de atividades seja uma

construção pedagógica crítica e

formadora para todos que estão

envolvidos no PIBID-Pedagogia.

3 Formação Continuada

Objetivo: Realizar encontros

formativos com bolsistas do PIBID-

Pedagogia.

Atividades da Ação:

3.1- Planejamento coletivo:

. Organização Pedagógica

. Relato de experiência

. Socialização dos Estudos

(seminário, debate, oficinas)

. Grupos de Trabalho

A Formação continuada

acontece durante todo o

desenvolvimento do PIBID-

Pedagogia, por isso seu caráter

de continuação. A demanda por

formação é constante, tanto no

que se refere a revisão como a

aprofundamento de

conhecimento teórico e prático.

Nesse sentido realizamos

encontros semanais com as

bolsistas e quinzenais com as

supervisoras, na FACED-

Faculdade de Educação. No

Com esta ação espera-se, de

maneira geral, que todos

compreendam a formação

continuada como uma

necessidade pedagógica

quando se propõe trabalhar

numa perspectiva coletiva e

emancipadora.

Especificamente, a partir das

atividades propostas, pela

ação, temos os seguintes

resultados pretendidos:

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3.2 - Planejamento Coletivo com

Supervisoras

início de semestre letivo

realizamos uma média de três

encontros mensais para

construção dos planos de

atividades. Essa ação está

organizada a partir de três

atividades seguintes.

3.1- Planejamento coletivo

O planejamento coletivo

acontece uma vez por semana

no turno da tarde, neste

realizamos várias tarefas, como:

.Organização pedagógica –

construção dos planos de

atividades e do cronograma;

socialização de plano de aula

seguida de discussão crítica;

divisão do trabalho pedagógico,

como: criação e manutenção do

blog; organização dos lanches

dos encontros semanais na

FACED e do sarau dos

aniversariantes que acontece

uma vez ao mês.

.Relato de experiência – As

bolsistas relatam suas

experiências docentes como

forma de socializar e de

promover uma discussão crítica.

.Socialização dos Estudos –

Esse é o momento em que as

bolsistas deverão fazer a

sistematização e apresentação

de seus estudos através de

resumos, resenhas, seminários

e artigos.

. Cada escola propõe, elabora e

realiza com as bolsistas das

outras escolas duas oficinas de

práticas metodológicas: uma de

arte-educação e outra de jogos

pedagógicos.

. Grupos de Trabalho – Essa

tarefa surgiu da necessidade de

descentralizar as tarefas. Assim

construímos cinco grupos, cada

- Elaboração dos planos de

atividades dos bolsistas e das

supervisoras

- Assumir o cronograma

construído como norteador e

com flexibilidade

- Avanço pedagógico em

relação a construção de

planos de aulas;

-Trabalho Pedagógico e

administrativo do PIBID

dividido coletivamente:

Criação e manutenção coletiva

do blog;

-Organização coletiva dos

lanches dos encontros

semanais de formação

continuada e do sarau dos

aniversariantes de cada mês.

-Compreensão da

necessidade do relato de

experiência docente enquanto

componente formativo.

- Produção de: resumos,

resenhas e artigos dos.

- Sistematização e

apresentação de dois

seminários temáticos e

internos, por semestre;

- Realização das oficinas de

práticas metodológicas de

arte-educação e jogos

pedagógicos.

-Criação dos grupos de

trabalho: Blog, Biblioteca,

Fotografia, Jogos

Pedagógicos e Planos de

Aulas;

- Realização de supervisão de

maneira responsável, coletiva

e comprometida com a

qualificação do profissional de

pedagogia.

- Que todos os envolvidos no

PIBID-Pedagogia, na

formação continuada

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um com seis bolsistas. Os

grupos deverão assumir as

seguintes tarefas:

1 - Blog: criação e manutenção

do blog

2 - Biblioteca: escanear os

textos estudados, atualizar os

eventos acadêmicos e enviar

para a equipe de manutenção

do Blog.

3 - Fotografia: organizar todas

as fotografias, por eventos

pedagógicos: aula, seminários

internos e externos, oficinas,

apreciação artísticas entre

outros e enviar para a equipe de

manutenção do blog.

4 - Jogos Pedagógicos:

organizar todos os jogos

desenvolvidos pelas bolsistas

em sala de aula e nas oficinas e

enviar para a equipe de

manutenção do blog.

5 – Planos de Aula: organizar

todos os planos de aula, por

temática e série, e enviar para a

equipe da manutenção do blog.

Além dos cinco grupos de trabalho, também dividimos a tarefa do lanche e do sarau dos aniversariantes. O lanche acontece uma vez por semana, nos encontros de formação continuada, a cada semana um grupo de bolsistas, por escola, assume sua organização. O sarau, que foi uma proposta do grupo de comemorar com os aniversariantes do mês, é organizado por equipe voluntária, que se renova a cada mês.

3.2 - Planejamento Coletivo com

Supervisoras.

Quinzenalmente todas as

supervisoras juntamente com as

acrescentem às suas

experiências o conhecimento

da área de arte-educação e

que sejam capazes de

trabalhar de forma articulada

alfabetização estética e

letramento.

- Que todas as tarefas do

PIBID-Pedagogia sejam

assumidas como formativas,

sejam: administrativas ou

pedagógicas.

Assim, espera-se que esta

atividade tenha na prática

reflexiva o caminho possível

para a formação continuada e

permanente dos estudantes

da licenciatura.

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coordenadoras se reúnem com

a intenção de:

Relatar e avaliar o processo do

PIBID-Pedagogia nas escolas

municipais.

Socializar os encaminhamentos

tirados no planejamento coletivo

com bolsistas.

Planejar as atividades proposta

a partir das demandas do

PIBID-Pedagogia.

4 Intervenção Pedagógica

Objetivo: Realizar intervenções

pedagógicas na Escola Municipal de

maneira autônoma, numa

perspectiva dialética e

emancipadora, com base no plano

de trabalho da supervisora e da

bolsista.

Atividades da Ação:

4.1 - Auxiliar da Professora Regente

4.2 - Aula de “Ensino de Artes”

4.3 - Planejamento Coletivo

Com supervisoras

Esta ação acontece durante o

ano letivo das escolas

municipais parceiras do PIBID-

Pedagogia. Duas vezes por

semana as bolsistas frequentam

a escola municipal, no período

da tarde, onde atuam,

basicamente, a partir de três

atividades: auxiliar da

professora regente, execução

do plano de aula e

planejamento coletivo com a

supervisora.

4.1 - Auxiliar da Professora Regente

Objetivo: compreender a prática do professor regente na medida em que o auxilia nas atividades propostas em sala de aula. Essa atividade acontece uma vez na semana no turno vespertino.

4.2 - Aula de “Ensino de Artes”

Objetivo: desenvolver, de forma autônoma, um projeto de arte-educação com a intenção de trabalhar, com as crianças, a alfabetização estética articulada ao letramento numa perspectiva dialética emancipadora. Essa atividade acontece uma vez na semana no turno vespertino.

Espera-se esta ação:

-Reconhecimento crítico sobre

o trabalho docente da

professora regente.

- Compreensão da arte como

aspecto determinante na

construção de conhecimento e

consequentemente

capacidade de trabalhar, com

as crianças a alfabetização

estética articulada com o

letramento numa perspectiva

dialética e emancipatória.

- Compromisso com o

planejamento coletivo

estendendo este como um

espaço de reflexão da prática,

portanto necessário no

currículo da escola.

- Produção de plano de aulas

com seus devidos recursos.

Portanto, espera-se que neste

processo as bolsistas se

formem na ação pedagógica,

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4.3 - Planejamento Coletivo

Objetivo: realizar planejamento coletivo das ações didáticas com as supervisoras.

na vivência curricular, no

enfrentamento da realidade

contraditória da escola pública

e ampliem as possibilidades

de diálogo crítico entre teoria e

prática. Assim, as bolsistas

terão acesso, a uma

aprendizagem significativa

mediada pelos conceitos

percebidos no contexto prático

da escola.

5 Produção de Material didático Pedagógico

Objetivo: Produzir material didático

pedagógico que possibilitem, de

maneira lúdica e criativa, a

construção de conhecimento crítico.

Atividades da Ação:

5.1 - Estudos dos fundamentos

teóricos

5.2 - Oficina de Jogos didáticos

pedagógicos envolvendo

alfabetização estética e letramento

5.3 - Produção de material didático.

Esta ação acontece, pelo

menos, quatro vezes durante o

ano, num formato de oficinas e

grupos de estudos.

5.1 – Estudos dos fundamentos

teóricos teórico

As bolsistas são organizadas

em grupos, por escola e

realizam estudos teóricos com a

função não só de adquirir o

conhecimento proposto no

estudo como também para

sistematizar propostas didáticas

fundamentadas

qualificadamente.

Esses estudos são organizados

, coletivamente, de acordo com

a demanda de tempo e de

atividades do grupo.

5.2 – Oficina de Jogos didáticos

pedagógicos envolvendo

alfabetização estética e

letramento.

Após a preparação teórica cada

grupo organiza a oficina que vai

desenvolver com os outros

grupos. Os materiais devem

contemplar conteúdos de

aprendizagem da alfabetização

e letramento e da alfabetização

estética. Além da

intencionalidade de exercitara a

Espera-se com esta ação:

- Apreensão do conhecimento teórico e crítico em relação aos conteúdos estudados, neste caso, alfabetização estética e letramento.

- Elaboração e realização de oficinas de arte-educação e de jogos pedagógicos envolvendo os conteúdos de alfabetização estética e letramento.

- Produção de jogos pedagógicos para trabalhar a temática: alfabetização estética e letramento.

- Produção de material didático diverso: powerpoint com obras de artes; exposição de obras de artes( reproduções de artistas e das crianças); jornal mural temático entre outros recursos.

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confecção de materiais didáticos

lúdicos e criativos a partir da

compreensão teórica o PIBID-

Pedagogia contribuirá com a

ampliação dos acervos de jogos

pedagógicos das escolas de

sua atuação, que inclusive, há

uma carência, sobretudo no que

se refere ao Ensino der Artes. .

5.3 – Produção de material

didático.

As bolsistas deverão, além de

produzir jogos, produzir

materiais didáticos que

estimulem o aprendizado das

crianças como: selecionar e

reproduzir obras de artes,

montar exposição móvel com as

reproduções e produções das

crianças, produzir Power- Point

com obras de artes, produzir

coletivamente jornal mural

temático, entre outros recursos.

Esse aspecto centra-se

especialmente na utilização de

diferentes situações de

comunicação mediante

diversidade de textos, sejam

eles escritos, fotografias,

desenhos gráficos, ilustrações,

pinturas. Estes devem ser

apresentados, de preferência,

nos próprios portadores

textuais, a exemplo de uma

notícia que seja apresentado no

próprio jornal. Dessa forma as

crianças vão compreendendo o

conhecimento como algo

socialmente vivo.

6 Produção Teórica e Científica

Objetivo:

Contribuir com a formação do

Essa ação acontece durante

todo o ano letivo, de acordo com

o cronograma de ações do

PIBID-Pedagogia e das

demandas de atividades das

Espera-se com esta ação:

- Compreensão de que a

pesquisa deve ser princípio

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educador no que se refere a

produção teórica e científica..

Atividades da Ação:

6.1-Produção do Seminário Interno “Pesquisa em Educação”

6.2-Produção orientada de relatórios, resumos, resenhas e artigos

bolsistas.

6.1- Produção do Seminário

Interno “Pesquisa em Educação

Para fundamentar” essa ação,

além dos estudos, duas vezes

ao ano realiza-se um seminário

interno envolvendo o tema

“Pesquisa em Educação”

possibilitando as bolsistas o

conhecimento específico sobre

a pesquisa assim como de

percebê-la como uma

necessidade profissional e

curricular.

6.2- Produção orientada de relatórios, resumos, resenhas e artigos

Nesse sentido as bolsistas são

estimuladas e orientadas a

produzir teoricamente, participar

de congressos, simpósios e

seminários como forma de

divulgar e socializar os

resultados parciais do PIBID-

Pedagogia em espaços

difusores da produção científica

e também de conhecerem

experiências de outros PIBID e

assim realizar a troca de

conhecimento.

básico educativo na formação

do docente.

- Produção cientifica:

relatórios, resenhas, resumo

expandido e artigos.

- Socialização e publicação

dos resultados parciais e finais

do projeto em anais de

congressos assim como em

periódicos diversos da área de

pedagogia.

7 - Ações Interdisciplinares

Objetivo:

Promover atividades de caráter

interdisciplinar como forma de

possibilitar ações integradoras e

troca de conhecimento.

Atividade da Ação

Seminário interdisciplinar entre sub-

projetos

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14. Previsão de produção educacional a ser gerada (produções didático-pedagógicas, produções bibliográficas, produções artístico-culturais, produções desportivas e lúdica, produções técnicas, manutenção de infraestrutura e outras - descrever produto a ser gerado, relacionar com o número da ação e atividade descrita acima)

- Ação 1 - Produção de texto sobre o diagnóstico

- Ação 2 - Produção de Plano de Atividade (bolsistas e supervisoras)

- Ação 3 - Produção de seminário

- Ação 3 - Produção de resenhas e resumos

- Ação 3 - Produção de Oficinas de arte-educação

- Ação 3 - Produção de Oficinas de Jogos Pedagógicos

- Ação 3 - Criação de Grupos de Trabalho

- Ação 4 - Produção de Plano de aula (bolsistas)

- Ação4 - Produção de exposição de artes plásticas nas escolas com reprodução de obras de artes e obras de

artes das crianças

- Ação 5 - Produção de portifólio, diário de bordo

-Ação 5 - Produção de recursos pedagógicos diversos, como: powerpoint, , jogos pedagógicos entre outros

(bolsistas)

- Ação 6 - Produção de relatórios e resumos

- Ação 6 - Produção de artigo sobre a reflexão da formação pedagógica no PIBID-Pedagogia

15. Referências Bibliográficas:

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16. Outras informações relevantes (quando aplicável)