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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE COMUNICAÇÃO, TURISMO E ARTES COMUNICAÇÃO SOCIAL HABILITAÇÃO EM JORNALISMO LUCIANA NOBRE FIALHO DE CARVALHO ROCHA OH, SUGAR: Relatório técnico de revista gastronômica JOÃO PESSOA PB 2015

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE …@... · O presente relatório foi desenvolvido para explicitar o processo de elaboração da revista digital Oh, Sugar, produto realizado

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE COMUNICAÇÃO, TURISMO E ARTES

COMUNICAÇÃO SOCIAL – HABILITAÇÃO EM JORNALISMO

LUCIANA NOBRE FIALHO DE CARVALHO ROCHA

OH, SUGAR: Relatório técnico de revista gastronômica

JOÃO PESSOA – PB

2015

LUCIANA NOBRE FIALHO DE CARVALHO ROCHA

OH, SUGAR: Relatório técnico de revista gastronômica

Relatório apresentado ao Curso de Graduação

em Comunicação Social da Universidade

Federal da Paraíba, em cumprimento à

exigência para obtenção do grau de Bacharel

em Comunicação Social com habilitação em

Jornalismo.

Orientadora: Profª Ma. Agda Patrícia Pontes de Aquino

JOÃO PESSOA – PB

2015

AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, Odilson e Mônica, por todo aprendizado e dedicação ao longo desses

27 anos. Por serem meu referencial de força e de amor. E aos meus cinco irmãos, por serem

pessoas tão diferentes e por terem me permitido crescer em meio a essa diversidade de

pensamentos e estilos de vidas.

À Laura Patrício, pelos 21 anos ao meu lado, sendo essa grande amiga que sempre me

ensinou tanto e que me deu uma segunda família. Por me fazer refletir e ver a vida com outros

olhos e por me mostrar que o amor é tão maior quanto qualquer outra coisa.

Ao meu amor e companheiro, Ernani Sá, por ser esse homem incrível. Por todo amor,

carinho, paciência, dedicação e ajuda que me deu nessa reta final do curso. Por ser essa

pessoa maravilhosa, que sempre busca ver o lado mais bonito das pessoas. E pelo o quanto eu

tenho aprendido nesse tempo junto a você. Hoje, sei que sou uma pessoa melhor.

Um agradecimento super especial a Elthon Cunha e a Phillipe Xavier, duas pessoas

essenciais durante o processo deste projeto. E primordiais para que ele acontecesse.

Aos meus dois amigos recifenses, André e Rodolfo, pelas conversas, pelos conselhos e

pela força dada mesmo que a distância.

À Luís Thales, por toda ajuda e paciência.

Por fim, quero agradecer à minha orientadora Agda por ter aceitado esse desafio

comigo e por ter acreditado nesse meu trabalho. Tenho certeza que não pude ter escolhido

pessoa melhor para me orientar.

Gratidão à vida, por ter colocado tanta gente maravilhosa ao meu redor.

O que eu sou,

Eu sou em par.

Não cheguei sozinho

(Lenine – Castanho)

R E S U M O

O presente relatório foi desenvolvido para explicitar o processo de elaboração da revista

digital Oh, Sugar, produto realizado para o Trabalho de Conclusão de Curso. A publicação

tem o objetivo de abordar a culinária voltada para área de confeitaria na cidade de João

Pessoa e oferecer um conteúdo dinâmico e alternativo com informações sobre docerias,

entrevistas e reportagens. A revista é voltada para toda e qualquer pessoa que tenha interesse

no assunto. Neste relatório estão descritas todas as etapas de planejamento e produção do

produto.

PALAVRAS-CHAVES: Revista; confeitaria; doces; João Pessoa; Oh Sugar.

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 01 – Sessão fotográfica com iluminação improvisada............................................ 20

FIGURA 02 – Foto teste com iluminação de LED................................................................. 20

FIGURA 03 – Produção fotográfica na confeitaria Phelipea.................................................. 21

FIGURA 04 – Revista Casa e Comida.................................................................................... 22

FIGURA 05 –

FIGURA 06 –

Título...............................................................................................................

Primeira capa...................................................................................................

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.......................................................................................................................9

1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.....................................................................................11

1.1 Revista: História e características...................................................................................11

1.2 A revista no Brasil..........................................................................................................12

1.3 Confeitaria: Breve histórico............................................................................................13

2 DETALHAMENTO TÉCNICO........................................................................................15

3 PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO..................................................................................17

3.1 Escolha dos editoriais.....................................................................................................17

3.2 Idealização das pautas.....................................................................................................17

3.3 Produção textual.............................................................................................................18

3.4 Produção fotográfica......................................................................................................19

3.5 Edição e revisão..............................................................................................................21

3.6 Diagramação...................................................................................................................21

4 ORÇAMENTO....................................................................................................................24

5 CRONOGRAMA DE ATIVIDADES................................................................................25

CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................................26

REFERÊNCIAS.....................................................................................................................27

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INTRODUÇÃO

O relatório em questão, conciliado à criação e produção da revista, intitulada,

“Oh,Sugar”, é resultado do Trabalho de Conclusão do Curso, para graduação de

Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, da Universidade Federal da Paraíba

(UFPB). O produto midiático tem o intuito de oferecer aos leitores um modelo alternativo de

informação sobre doces, que vai além das instruções básicas de receitas que vêm na maioria

das revistas de confeitaria. A publicação pode ser acessada pela plataforma online issuu,

através do link: (http://issuu.com/luh.nobre/docs/revista_oh__sugar).

A escolha pelo tema deu-se a partir do interesse, da admiração e experiência da autora

na preparação de doces, além da percepção de que não há na capital uma publicação

esporádica que trate do tema, não só com técnicas de preparo e receitas, mas de informação,

entretenimento e geração de conteúdo.

Utilizando-se de uma linguagem mais leve e dinâmica, a publicação se propõe a

expandir o conteúdo e apresentar diversos textos jornalísticos, como entrevistas, reportagens,

curiosidades, artigos sobre ingredientes, além de guias práticos de lugares para se visitar e

receitas.

Este projeto teve como objetivo: Fazer uma publicação abordando o tema sobre

confeitaria, na cidade de João Pessoa, PB; trazer ao público informações sobre o assunto, que

estão disponibilizadas nas matérias, receitas, roteiros gastronômicos, artigos e colunas;

apresentar e divulgar algumas iniciativas e suas potencialidades no mercado culinário

relacionado à confeitaria na região.

A escolha pelo formato de revista como meio de comunicação se deu pela

possibilidade de levar ao consumidor final uma ferramenta útil de informação especializada

sobre o assunto escolhido de uma forma mais dinâmica. A construção das matérias em

paralelo com as fotografias utilizadas chamam a atenção do leitor para o conteúdo proposto

pela publicação.

As imagens utilizadas foram produzidas exclusivamente para compor e ilustrar o

presente trabalho, sendo o seu uso imprescindível na criação deste tipo de produto midiático

com a temática voltada ao mundo gastronômico.

A revista Oh, Sugar, é um veículo especializado que tem o intuito de promover a

cultura da confeitaria através de um jornalismo cultural aprofundado, possuindo uma linha

editorial que visa valorizar e promover este ramo específico da gastronomia brasileira. Cujo

foco é divulgar as novidades e fomentar o mercado consumidor desta área.

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Temos como público-alvo do trabalho homens e mulheres com idades variadas que se

interessam pelo assunto de diversas maneiras, estejam elas em busca de novas receitas, à

procura de dica de lugares para conhecer ou até mesmo para o consumo de um conteúdo mais

especializado.

Visando uma maior propagação do conteúdo da revista, a mesma estará disponível em

plataforma virtual para que todos os interessados no assunto tenham acesso a este tipo de

material.

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1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1.1 Revista: História e características

A primeira revista publicada foi na Alemanha, em 1663, e se parecia muito com um

livro. No entanto, foi considerada enquanto revista por suas características, tais como: ser

voltada a um público específico e ter vários artigos abordando uma única temática, tendo uma

periodicidade maior para publicação, diferente de livros e de jornais. A partir dela, surgiram

várias outras em diversos países da Europa.

Todas essas publicações, mesmo não utilizando o termo “revista” no nome

(isso só aconteceria em 1704, na Inglaterra) e parecendo-se demais com os

livros, deixam clara a missão do novo tipo de publicação que surgia:

destinar-se a públicos específicos e aprofundar os assuntos – mais que os

jornais, menos que os livros. (SCALZO, 2013, p.19).

No ano de 1731, surgiu em Londres a primeira revista que mais se parece com as dos

dias atuais, chamada The Gentleman`s Magazine. De acordo com SCALZO (2013, p.19), essa

publicação “reunia vários assunto e os apresentava de forma mais leve e agradável. O termo

magazine, a partir de então, passa a servir para designar revistas em inglês e em francês.”

Ao longo do século XIX, a revista ganhou espaço, virou e ditou moda.

Principalmente na Europa e também nos Estado Unidos. Com o aumento dos

índices de escolarização, havia uma população alfabetizada que queria ler e

se instruir, mas não se interessava pela profundidade dos livros, ainda vistos

como instrumentos da elite e pouco acessíveis. Com o avanço técnico das

gráficas, as revistas tornaram-se o meio ideal, reunindo vários assuntos num

só lugar e trazendo belas imagens para ilustrá-los. (SCALZO, 2013, p.20).

A revista, assim, é um veículo impresso que se diferencia dos outros por algumas

características: linguagem, o jeito como trata seu leitor; formato; periodicidade; apresentação

visual. O jornalista de revista escreve para um leitor especifico, no qual consegue-se ter uma

melhor ideia do tipo de grupo que se está atingindo e usar a linguagem que se acha adequada

para esse determinado público. O formato e a apresentação visual veem como os diferenciais

mais visíveis. Seus formatos variam em média, de 13,5x19,5cm até 25x30cm. Sendo o

formato mais comum o de 20,2x26,6cm, por melhor utilizar o papel, tendo assim uma maior

economia na hora da impressão. Muitas editoras têm reduzido o formato das revistas

femininas para caber nas bolsas, essa redução fez as vendas aumentarem.

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“Ainda devido à qualidade do papel e da impressão, outro grande diferencial positivo

das revistas, principalmente em relação aos jornais, é a sua durabilidade. Revistas duram

muito mais.” (SCALZO, 2013, p.41).

Como dito anteriormente, a periodicidade também diferencia as revistas dos outros

meios impressos. Podem ser semanais, quinzenais ou mensais, isso interfere na escolha e

desenvolvimento das matérias que farão parte da publicação. Matérias factuais tornam-se

matérias analíticas, com outros ângulos.

1.2 A revista no Brasil

A revista surge no Brasil no século XIX, com a chegada da corte portuguesa. “No

entanto, a primeira revista de que se tem conhecimento, As Variedades ou Ensaios de

Literatura, surgiu em Salvador no ano de 1812, seguindo os modelos de revistas utilizados no

mundo editorial da época, a revista baiana também cara e jeito de livro.” (ABREU;

BAPTISTA, 2010).

No ano seguinte, surge no Rio de Janeiro a segunda revista publicada no Brasil,

chamada O Patriota. Com a proposta de divulgar autores da terra, a publicação tinha como

colaboradores a elite intelectual da época.

Segundo Marilia Scalzo (2013, p. 28), “todas essas publicações tem vida curta. Sofrem

com a falta de assinantes e de recursos. Algumas saem apenas uma vez, com baixíssimas

tiragens, outras, duas ou três.” Em 1837, com o lançamento da Museu Universal, é que

começa a ocorrer mudanças na duração das revistas, trazendo uma linguagem mais acessível.

Além de informações sobre cultura e entretenimento, a revista também trazia ilustrações. Só

em 1928, é que surge um dos maiores fenômenos editoriais do país: a revista O Cruzeiro.

Criada por Assis Chateaubriand chegou a vender 700 mil exemplares por semanas.

No final da década de 1950 e na década de 1960, as revistas, já reconhecidas como

bons veículos para a publicidade, acompanham muito de perto o desenvolvimento

da indústria. Começa a se delinear, ali, o moderno conceitos de segmentação

editorial. Surgem nessa época, como se viu, as revistas técnicas segmentadas.

(SCALZO, 2013, p.33).

Foi nas revistas femininas que surgem as sessões culinárias, dando dicas de preparo

dos alimentos e receitas das mais diversas. Com o passar do tempo, o que era tratado de forma

secundária passa a ganhar mais importância e consequentemente mais espaço e produção nas

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revistas. De acordo com Scalzo (2013, p.34), é a partir disso que nasce a primeira Cozinha

Experimental, onde começam a testar e criar todas as receitas publicadas na revista.

O mercado para este tipo de publicação cresceu e, atualmente, há uma grande

variedade de revistas que abordam a culinária de uma forma geral. Uma delas é a Casa e

Comida, da editora globo, que tem o público feminino como o seu alvo principal, e aborda as

novidades da gastronomia aliadas à decoração. Outra revista bastante conhecida na área e

considerada uma das mais importantes do país é a Gula, da editora Preta. Seu público

consumidor é concentrado principalmente entre homens e mulheres de 25 a 45 anos da região

sudeste do país.

Com a chegada dos meios eletrônicos e da internet, achava-se que todos os meios

impressos acabariam. Para Marilia Scalzo (2013, p. 50), “sempre que aparece um novo e

poderoso meio de comunicação, é comum disseminar-se a ideia de que ela vai engolir todos

os demais”. Com essa nova reestruturação da comunicação moderna, o jornalismo teve que se

readaptar a essa realidade. Muitas revistas passaram a ter versões onlines e a disponibilizar

conteúdos exclusivos na internet para os seus assinantes. Isso acabou tornando as publicações

mais acessíveis a todos os tipos de leitores e ajudando a expandir o conteúdo do material.

1.3 Confeitaria: Breve histórico

Confeitaria vem do latim “Confectum”, que significa “aquilo que é confeccionado

com especialidade”. Mas nem sempre a confeitaria foi o que conhecemos hoje. Ao longo dos

séculos houve modificações e revoluções no jeito de se fazer doces.

As primeiras sobremesas, em geral, eram compostas de frutas e mel. Esse foi o

primeiro contato do homem com o sabor doce. E por muito tempo, esses dois ingredientes

foram a base da confeitaria.

Durante a Idade Média, não houve muitas mudanças nas receitas clássicas, a tradição

foi mantida nos conventos, pois estava sempre bem providos de matéria-prima para realização

de doces. “As sobremesas variadas, se compunham essencialmente de pequenos nogados,

bolachas de centeio, marmelo com mel, amêndoas salgadas, roscas de queijo e pasta de

semente de cânhamo.” (FLANDRIN; MONTANARI, 1998, p. 377).

De acordo com Giovanna Casimiro (2013), o doce utilizado vinha das frutas ou do

mel; só depois de séculos que os europeus tiveram contato com o açúcar, que era importado

como especiaria do mundo árabe, mas tinha preço altíssimo para a maior parte da população.

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A chegada do açúcar de cana, importado em torno do ano 1000 pelos

cruzados e associado as especiarias provenientes do Oriente, com o seu

poder adoçante e a possibilidade de ser derretido e modelado de infinitas

formas, causou furor e provocou uma reviravolta na confeitaria. (ABRIL,

2007, p.15).

Com o descobrimento de novos países, os europeus tiveram acesso a ingredientes

fundamentais, dentre eles, a canela, o arroz, a noz-moscada e o cravo-da-índia. Foi nesse

período que a gastronomia deixava se der vista como um simples ato de saciar a fome.

Porém, o açúcar de cana não era um produto de fácil acessibilidade, pois tratava-se de

um ingrediente importado. Só em 1747 descobriu-se que a beterraba tinha o mesmo teor de

açúcar que na cana de açúcar. Foi em 1801 que construíram a primeira usina de extração de

açúcar da beterraba, assim, começou a substituição do caro açúcar de cana, pelo acessível

açúcar da beterraba.

No Brasil, a confeitaria veio junto com a família portuguesa, e desenvolveu-se a partir

das receitas utilizadas por eles em Portugal, mas aos poucos foram sendo adaptadas ao clima e

aos ingredientes da terra. Podemos dizer que a historia da confeitaria no Brasil é tão

diversificada quanto o seu povo, sofrendo influência não só de Portugal, mas também da

Itália, da França, dos índios e dos negros. Muitos ingredientes escassos aqui eram substituídos

por outros. Um exemplo disso é a farinha, que foi substituída pela massa de mandioca. Com o

passar dos anos, começam a surgir novas receitas e de completa origem brasileira, como a

cocada, o bolo de mandioca, o quindim, entre outros inúmeros doces que faziam parte da

mesa das famílias ricas. Essa diversidade de doces vinha como uma afirmação de status social

para essas famílias, que tinham suas receitas secretas passadas de geração em geração.

Com o fim da escravidão, no final do século XIX, muitos imigrantes vieram para o

Brasil em busca de novas oportunidades de vida, junto com eles sua cultura e costumes. Essa

mistura de raças e de povos ajudou no enriquecimento da culinária brasileira. Aos poucos as

receitas foram sendo adaptadas e reinventadas.

Nas últimas décadas, nosso país passou por um redescobrimento de seus ingredientes,

que por muitos anos ficaram em segundo plano e hoje voltam a ser protagonistas no preparo

de doces.

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2 DETALHAMENTO TÉCNICO

A maneira de abordar um determinado assunto mantendo um diálogo direto com o seu

público, faz da Oh, Sugar uma produção especializada que busca um maior contato com o seu

leitor, isso explica a escolha do produto midiático de veiculação no formato revista.

Revista é também um encontro entre um editor e um leitor, um contato que se

estabelece por um fio invisível que une um grupo de pessoas e, nesse sentido, ajuda

a compor a personalidade, isto é, estabelece identificações, dando a sensação de

pertencer a um determinado grupo. (SCALZO, 2013, p. 12)

Ao contrário dos formatos em prensa, o mercado de revista é bastante segmentado e

geralmente voltado para um público específico. Os textos que compõem este tipo de produto

apresentam certas particularidades que os diferenciam dos outros textos produzidos pelos

demais veículos de comunicação impressos. A Oh,Sugar utiliza uma linguagem mais informal

para manter um elo com o seu leitor e prender sua atenção.

Além de conter informações de qualidade, exclusivas e bem apuradas, o texto de

revista precisa de um tempero a mais. Diferente do leitor de jornal, o de revistas

espera, além de receber a informação, recebe-la de forma prazerosa. Ele quer a

informação correta, simples e clara – seja o exercício para o abdômen, a receita de

bolo, a nota política, o roteiro de viagem -, mas quer também um texto que não seja

seco, como um mero aperto de mão. (SCALZO, 2013, p. 75/76)

O jornalismo gastronômico encontra-se dentro da vertente do jornalismo cultural, e é

um dos temas que mais crescem no país atualmente, junto com a importância da gastronomia.

A explicação para isso se dá pelo fato da alimentação ser considerada como uma manifestação

sociocultural dos povos.

De acordo com Piza (2011, p.7), “há uma riqueza de temas e implicações no

jornalismo cultural que não combina com seu tratamento segmentado; afinal, a cultura está

em tudo, é de sua essência misturar assuntos e atravessar linguagens”.

Para uma maior distribuição do conteúdo, a revista foi hospedada em um site de

compartilhamento de publicações digitais e que também poderá ser acessada no formato

mobile. A disponibilização desta no universo da internet permite que os leitores tenham

acesso ilimitado e gratuito ao material. Com o aplicativo da plataforma, os interessados

podem fazer o download da edição para leitura offline, facilitando ainda mais a leitura da

publicação.

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Na sua concepção, a revista foi pensada para ter 32 páginas. Com o rendimento das

matérias e fotografias, esse número aumentou para 40. O nome Oh, Sugar, faz alusão à

sensação de prazer proporcionada pelo açúcar.

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3 PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO

3.1 Escolha dos editoriais

As editorias da revista Oh,Sugar foram divididas em quatro grupos, com nomes que

remetem à ideia de cozinhar. São elas: Antes do forno, Mão na massa, Quente e Na mesa.

O nome da editoria “Antes do forno” faz alusão ao início do processo de cozinhar. É

onde o leitor irá se preparar para consumir a revista e conhecer um pouco sobre o mundo da

confeitaria. Dentro dela estão as sessões: Online – Com dicas do mundo virtual; Livros –

Dicas sobre os melhores livros de confeitaria; Cereja do bolo – coluna sobre cultura assinada

por Phillipe Xavier; Conheça – onde a cada edição será apresentado novos ingredientes e

sabores.

“Mão na massa” faz referência a arregaçar as mangas e se preparar para fazer qualquer

coisa. Não ficar parado, conhecer, aprender. Dentro desta editoria estão as sessões: Fora de

casa – no qual retrata experiências gastronômicas em outros lugares; Empreendedorismo –

Com iniciativas que dão certo; Saboreando – um pequeno roteiro de docerias para conhecer

na cidade de João Pessoa.

“Quente” faz menção àquilo que acaba de sair do forno. Aqui, o leitor encontra as

matérias mais fortes e quentes do momento. Nas sessões nós temos: 5 perguntas para –

entrevistas com diversos chefs da região; Lugar – história sobre confeitarias que se destacam

na cidade; Tempo de... – um pouco sobre as frutas da estação.

“Na Mesa” já relata o fim de todo o preparo. É o que já está pronto e colocado a mesa

para ser servido. Agora é só usufruir. Aqui estão: Contemporâneo – coluna que discute os

fenômenos da publicidade e do marketing atual, assinada por Leandro Nobre; Queremos saber

– a cada edição uma pergunta para os nossos leitores; Vida Leve – coluna sobre vida saudável

e alimentação natural, por Laura Patrício.

Por último temos como adicional a sessão “Caderninho de receitas”, com receitas

novas a cada edição. Todas selecionadas e testadas pela produção da revista.

3.2 Idealização das pautas

As pautas foram pensadas para seguir um ritmo de diversificação e equilíbrio que toda

revista deve ter. Nelas, são encontrados vários gêneros do jornalismo, como: Entrevista,

crônica, reportagem, coluna, artigo, entre outros.

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Em um primeiro momento as pautas foram pensadas com os seguintes temas:

1- Blogs ou sites de receitas e dicas sobre confeitaria

2- Dicas de livros

3- Utensílios gastronômicos

4- Roteiro gastronômico em Recife

5- Top 5 sobremesas da cidade (João Pessoa)

6- Artigo sobre um ingrediente

7- Entrevista

8- Receitas

9- Matéria sobre presentes gastronômicos

Ao longo do processo de idealização das pautas, e produção das matérias, ocorreram

algumas alterações nos assuntos escolhidos, sendo substituídos por outros temas. Por fim

ficamos com a seguinte sequência:

1- Dicas de sites e blogs sobre confeitaria

2- Dicas de livros

3- 5 sobremesas para conhecer em Recife

4- Artigo sobre um ingrediente

5- Matéria sobre uma fruta da época

6- Entrevista

7- Matérias sobre uma confeitaria

8- Colunas

9- Receitas

10- Roteiro gastronômico em João Pessoa

11- Enquete

12- Matéria sobre a moda das food bikes

3.3 Produção textual

No começo do mês de maio deu-se início à produção textual da revista. Esta se

prolongou até o meio de outubro. A revista contou com a participação de três colunistas:

Phillipe Xavier, Laura Patrício e Leandro Nobre.

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A primeira matéria realizada foi a da confeitaria Phelipea, que aconteceu durante a

tarde do dia 27 de maio, junto com a produção fotográfica do lugar.

Durante a diagramação, houveram algumas modificações nos textos para que se

adequasse ao modelo gráfico idealizado para a revista. Esse foi o caso da sessão “Fora de

casa”, no qual seriam descritas cinco sobremesas para se conhecer na cidade do Recife, e

passou a conter seis para que a diagramação seguisse o padrão proposto.

3.4 Produção Fotográfica

O cronograma da produção da revista aconteceu simultaneamente com a produção

textual. Essa etapa do projeto contou com a participação de dois fotógrafos: Elthon Cunha e

Henrique Fairbancks.

Por ser de Recife, Henrique Fairbancks ficou encarregado de fotografar as sobremesas

do roteiro gastronômico feito lá. Todas as outras fotos utilizadas na revista, que não são de

sites de imagens free, foram feitas por Elthon Cunha.

No dia 23 de junho foi feita a sessão fotográfica de fotos da editoria “Caderninho de

receitas”. A produção durou o dia todo e contou com a ajuda da autora do trabalho e Ernani

Sá. Foram tiradas várias fotos para testar luz e ângulo. As sobremesas fotografadas foram:

Mousse de chocolate, crème brûlée, mini torta de limão, sobremesa gelada de vó, cupcake de

framboesa e sorvete de queijo. Dos seis doces fotografados, somente a foto do sorvete não

deu certo, pois estava derretendo muito rápido. A mesma foi refeita em um ensaio posterior.

O segundo ensaio foi mais corrido, além das fotos feitas em casa, ainda teve uma

produção externa, no qual foram fotografadas algumas docerias, como: Anita Pâtisserie, Fette

di Amore, Empório Cookies e Amore di latte. Também foram produzidas as fotos da fava de

baunilha, do sorvete de queijo e do cupcake de framboesa. Os dois últimos foram

fotografados novamente pois o resultado da primeira sessão não foi satisfatório.

A maior dificuldade de todas as sessões fotográficas feitas foi com relação à luz. No

primeiro ensaio, a iluminação foi improvisada utilizando as lanternas dos celulares e

luminárias. Já no segundo teve como fonte de luz um iluminador de LEDs, facilitando a

produção das fotos.

Algumas imagens utilizadas na revista são de sites de imagem free, liberada para usos

diversos por seus autores e de arquivo pessoal dos personagens das matérias.

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Figura 01- Sessão fotográfica com iluminação improvisada

Fonte: Ernani Sá

Figura 02- Foto teste com iluminação de LED

Fonte: Elthon Cunha

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Figura 03- Produção fotográfica na confeitaria Phelipea

Foto: Luciana Nobre

3.5 Edição e revisão

O trabalho de edição das fotografias produzidas para a revista foi feito por Leandro

Nobre, Ticiano Rocha e Matheus Longo, nos meses de outubro e novembro. A revisão

textual, por sua vez, foi realizada por Luís Thales e Laura Patrício.

3.6 Diagramação

Desde o início, a diagramação foi uma das etapas mais preocupantes da realização da

revista. A identidade visual do produto foi baseada, principalmente, na revista Casa e Comida,

da editora Globo, na Gula, da editora Preta e na revista Menu, da editora Três.

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Figura 04 – Revista Casa e Comida

O projeto gráfico teve como objetivo principal prezar a boa leitura, por isso foram

utilizadas fontes serifadas, pois fazem o texto parecer contínuo aos olhos do leitor, facilitando

na hora de ler. Para o corpo de texto, foi utilizada a fonte Minion Pro, tamanho 12. Já os

títulos das matérias foram com a fonte Rockwell, tamanho 40, para chamar a atenção do leitor.

Figura 05 – Título

A utilização de cores tem o importante papel de chamar atenção do público ao

conteúdo. Foram utilizadas em algumas páginas, boxes e títulos das editorias, cores em tons

pasteis para dar uma delicadeza maior a revista.

A capa também é composta por cores suaves. Ela é um das partes mais importantes

deste tipo de produto midiático por ser o primeiro elemento a atrair a atenção do leitor. A foto

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utilizada foi escolhida devido a delicadeza e harmonia dos elementos, chamando o público

para uma das principais sessões da revista, que são as receitas disponibilizadas no final.

Da primeira até a última capa foram feitas algumas alterações na logo e nas chamadas

de capa. Sempre tentando se adequar à melhor maneira de consegui a atenção do leitor.

Figura 06 – Primeira capa

O amplo uso de imagens e fotos grandes dá-se pela importância que a fotografia tem

nas revistas. Elas são como uma porta de entrada, convidando o leitor a mergulhar no assunto

tratado nas matérias.

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4 ORÇAMENTO

Em sua concepção, o projeto seria disponibilizado tanto na versão imprensa como na

digital. Mas ao longo do processo optamos por cancelar a impressão da revista e

disponibilizá-la apenas na plataforma online, devido ao alto custo de impressão a esse tipo de

material, que requer muita comunicação visual, e pelo fato de ter gasto na hora de fazer as

matérias.

Quando o projeto começou a ser idealizado, foi realizada uma pesquisa de preço com

profissionais da área do design gráfico, porém todos cobraram bem acima do orçamento

proposto a ser gasto. Por fim, conseguimos uma pessoa que diagramasse tudo por R$200,00,

valor bem abaixo da média cobrado pelos designers.

O segundo maior gasto, depois da diagramação, foi com a realização das fotos da

matéria “6 sobremesas imperdíveis em Recife”, pois além do que foi gasto com a viagem,

teve também o custo de locomoção para cada lugar do roteiro e para cada comida pedida,

somando um total de R$149,90 gasto.

Para fazer as fotos da sessão “Caderninho de Receitas”, foram gastos R$75,00 na

compra dos ingredientes para o preparo das sobremesas.

Atividades Gastos

Diagramação R$200,00

Confeitaria Phelipea R$8,00

Receitas R$75,00

Roteiro em Recife

Passagens de ônibus R$55,00

Gasolina R$30,00

Sobremesas R$64,90

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5 CRONOGRAMA DE ATIVIDADES

Atividades Mar. Abr. Maio Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez.

Escolha do

tema

Elaboração do

projeto

Pesquisa

Idealização

das Pautas

Produção das

Matérias

Produção de

editorial

fotográfico

Revisão dos

textos

Edição das

fotos

Diagramação

Elaboração do

relatório final

Revisão do

relatório final

Impressão do

relatório

Defesa do

TCC

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O relatório em questão teve como finalidade especificar e detalhar cada procedimento

utilizado na elaboração da revista Oh, Sugar.

Desde o início, o intuito deste projeto foi oferecer ao público uma revista voltada para

culinária de confeitaria que contemplasse este mercado na cidade de João Pessoa. O

crescimento dos estabelecimentos nesta área é notório e fez-se necessário a existência de um

meio de comunicação informativo que abrangesse este tema.

Durante os meses de produção, foram colocados em ação os princípios aprendidos ao

longo do curso, desde idealização de pautas, até a produção textual e noções de diagramação.

Foi um desafio pensar não só no conteúdo dos textos, mas também nas imagens utilizadas, a

fim de gerar uma harmonia entre o projeto gráfico e o conceito proposto pela publicação.

A realização deste projeto foi fundamental para um amadurecimento profissional, por

exigir organização e comprometimento, aspectos cobrados no mercado de trabalho, para

elaboração de um material de boa qualidade.

Este relatório servirá de inspiração e referência para futuros trabalhos que contemplem

o formato revista, de modo a incentivar e expandir seus horizontes.

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REFERÊNCIAS

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