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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS INSTITUTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA FERNANDA CAMPOS BUENO LARISSA LEMOS VILELA ESTUDO DA ÁGUA RESIDUÁRIA DE LAVAGEM DE ROUPAS HOSPITALARES Poços de Caldas/MG 2014

UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS INSTITUTO DE … · A lavanderia hospitalar é responsável pelo processamento e distribuição de roupas, em ... 3.6 Reuso de efluentes

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS – INSTITUTO DE CIÊNCIA E

TECNOLOGIA

FERNANDA CAMPOS BUENO

LARISSA LEMOS VILELA

ESTUDO DA ÁGUA RESIDUÁRIA DE LAVAGEM DE ROUPAS HOSPITALARES

Poços de Caldas/MG

2014

FERNANDA CAMPOS BUENO

LARISSA LEMOS VILELA

ESTUDO DA ÁGUA RESIDUÁRIA DE LAVAGEM DE ROUPAS HOSPITALARES

Trabalho referente à disciplina Trabalho de

Conclusão de Curso II do curso de Engenharia

Química da Universidade Federal de Alfenas.

Orientador (a): Profa.Lorena Oliveira Pires

Poços de Caldas/MG

2014

FICHA CATALOGRÁFICA

B928eBueno, Fernanda Campos.

Estudo da água residuária de lavagem de roupas hospitalares/Fernanda Campos

Bueno, Larissa Lemos Vilela;

Orientação de Lorena Oliveira Pires. Poços de Caldas: 2014.

32 fls.: il.; 30 cm.

Inclui bibliografias: fls. 31-32

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Química) –

Universidade Federal de Alfenas– Campus de Poços de Caldas, MG.

1. Lavanderia hospitalar. 2. Higiene têxtil. 3. DQO. I. Vilela, Larissa Lemos

.II.Pires, Lorena Oliveira (orient.). III. Universidade Federal de Alfenas - Unifal.IV.

Título.

CDD 628.1

AGRADECIMENTOS

Primeiramente gostaríamos de agradecer a Deus, porque Ele é quem nos deu fé e força

para superar as dificuldades e os momentos de frustrações de toda nossa caminhada. Aos

nossos pais, que nos dão suporte, amor e apoio em todas as decisões e que nos amparam e nos

acolhem em quaisquer circunstâncias; sem vocês não chegaríamos até aqui.

Nossa orientadora, Lorena, muito obrigada pelos ensinamentos e sugestões

proporcionados; pela paciência, carinho e atenção que teve conosco em todo período dos

trabalhos de conclusão de curso I e II. Também à professora Renata, juntamente com suas

alunas, por nos disponibilizar seu laboratório e auxiliar nos experimentos realizados.

Somos gratas também aos colegas, que viveram conosco momentos únicos, que nos

fizeram crescer e nos aperfeiçoar; aos amigos de toda vida que estiveram presentes nos

momentos de risadas e de lágrimas, juntos até o último gole de cerveja. Aos namorados,

obrigada pelo amor e companheirismo durante nossa caminhada.

Muito obrigada também a todos os funcionários e professores de toda nossa jornada,

especialmente ao professor Rodrigo Marques – que nos acompanhou nos projetos

multidisciplinares durante três árduos anos. Vocês foram essenciais, possuem o dom de

ensinar e passar ao próximo um pouco dos seus saberes e, dessa forma, formarem bons e

promissores profissionais.

Momentos especiais serão sempre lembrados com carinho e saudade.

RESUMO

A lavanderia hospitalar é responsável pelo processamento e distribuição de roupas, em

perfeitas condições de higiene e limpeza com o intuito de proporcionar conforto e segurança

ao paciente. Apesar dessa importância, a lavanderia hospitalar, em muitos casos, é um setor

ignorado dentro do hospital e, na maioria das instituições, o efluente é descartado em esgotos

urbanos sem um tratamento preliminar.Assim, esse trabalho teve como objetivo estudar

algumas características de água de lavagem de roupas hospitalares, bem como os parâmetros

que podem ser analisados e por fim, propor uma forma de tratamento desse efluente para que

a água seja reutilizada pelo hospital, por exemplo, em descargas, limpezas em geral etc.Foi

produzida uma água sintética, contendo apenas os produtos químicos utilizados para a higiene

das roupas hospitalares do hospital São Marcos, situado na cidade de Uberaba-MG, e foi feita

a caracterização dessa água quanto ao ph, DQO, sulfato e turbidez. Os resultados obtidos

indicaram que o tratamento mais adequado para esta água residuária sintética seria um

tratamento terciário por processos oxidativos avançados considerando a ausência de

componentes presentes somente na água real.

Palavras-chave: Lavanderia hospitalar. DQO. Higiene têxtil. Processos oxidativos avançados.

POAs.

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO _________________________________________________________________ 8

2. OBJETIVO ____________________________________________________________________ 8

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA _____________________________________________________ 9

3.1 Lavanderia hospitalar e o processamento da roupa suja ____________________________ 9

3.2 Caracterização da água residuária ______________________________________________ 9

3.3 Parâmetros de caracterização da águaresiduária hospitalar________________________ 10

3.3.1 Turbidez _______________________________________________________________ 10

3.3.2 Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO)_____________________________________ 11

3.3.3 Demanda Química de Oxigênio _____________________________________________ 11

3.3.4 Carbono Orgânico Dissolvido (COD) e Carbono Orgânico Total (COT) _____________ 11

3.3.5 Potencial hidrogeniônico (pH) ______________________________________________ 12

3.3.6 Sais minerais/ Nutrientes __________________________________________________ 12

3.3.7 Oxigênio dissolvido (OD) _________________________________________________ 12

3.3.8 Coliformes Termotolerantes ________________________________________________ 13

3.4 Alguns estudos dos parâmetros de caracterização da água residuária hospitalar ______ 13

3.4.1 Primeiro caso ___________________________________________________________ 13

3.4.2 Segundo caso ___________________________________________________________ 14

3.5 Tratamento de efluentes _____________________________________________________ 16

3.5.1 Tratamento físico-químico para constituintes dissolvidos _________________________ 16

3.5.2 Tratamento biológico de efluentes ___________________________________________ 17

3.5.3 Processos Oxidativos Avançados (POA) ______________________________________ 18

3.6 Reuso de efluentes __________________________________________________________ 20

3.7 Etapas de lavagem de roupas _________________________________________________ 22

3.7.1 Higiene têxtil ___________________________________________________________ 23

3.7.2 Etapas de Higienização ____________________________________________________ 23

4. METODOLOGIA ______________________________________________________________ 24

4.1. Água residuária sintética ____________________________________________________ 24

4.2. Análises físico-químicas _____________________________________________________ 25

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ___________________________________________________ 26

6. CONCLUSÕES ________________________________________________________________ 29

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS _________________________________________ 30

8

1. INTRODUÇÃO

O aumento da população, das atividades industriais e das instituições de saúde

públicas e privadas está gerando um considerável volume de efluentes, os quais são os

grandes responsáveis pela contaminação do solo e das águas superficiais e subterrâneas com

metais e compostos orgânicos, além de micro-organismoscom potencial patogênico (BERTO,

2006).

Os resíduos hospitalares podem ser perigosos para o equilíbrio ecológico e da saúde

pública. Resíduos patológicos, químicos radioativos, infecciosos e farmacêuticos, os produtos

químicos utilizados em hospitais, bem como os micro-organismos residuais, se não tratados,

podem levar a surtos de doenças transmissíveis, epidemias de diarreia e de doenças como

cólera, além de prejudicar o meio ambiente (GAUTAM; KUMAR; SABUMON, 2007).

Um dos principais problemas ambientais causados pelos efluentes hospitalares é

devido à sua descarga em esgotos urbanos sem tratamento preliminar, pois muitos fármacos

não metabolizados são excretados pelo paciente e entram na água residual. Desse modo, é de

suma importância a busca de soluções efetivas, juntamente com a fiscalização de órgãos

competentes, para evitar que prática de atividades agressivas ao meio ambiente continue

ocorrendo em grande escala. Nesse sentido, o tratamento de efluentes líquidos é uma das

principais questões ambientais que pode levar à proteção do meio ambiente (GAUTAM;

KUMAR; SABUMON, 2007).

2. OBJETIVO

Este trabalho visou estudar as características da água residual de uma lavanderia

hospitalar mostrando o quanto de água se gasta em um processo de lavagem de roupas, bem

como seu desperdício, e o impacto que os efluentes hospitalares causam no ambiente sem um

tratamento prévio. Assim, o objetivo final foi propor uma forma de tratamento desse efluente

a fim de reutilizar essa água tratada em descargas, limpeza em geral, etc.

9

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 Lavanderia hospitalar e o processamento da roupa suja

A lavanderia no hospital é de suma importância, uma vez que, a eficiência de seu

funcionamento contribui diretamente na eficiência do hospital, refletindo especialmente no

controle de infecções (ARESEGO et al., 2008). É ela quem presta serviço de apoio ao

atendimento de pacientes e tem como objetivo transformar, no tempo adequado, com

segurança e quantidade determinada, a roupa suja e contaminada em roupa limpa, isto é, em

perfeitas condições higiênicas, para cada unidade hospitalar, além de conservar o enxoval.

De modo geral, as roupas utilizadas nos serviços de saúde são: lençóis, fronhas,

cobertores, toalhas, colchas, cortinas, roupas de pacientes e de funcionários, fraldas,

compressas, campos cirúrgicos, mascaras, propés, aventais, gorros, panos de limpeza etc.

Estas roupas podem estar contaminadas com sangue, secreções, medicamentos ou excreções

de pacientes (FARIAS et al., 2012).

As roupas provenientes de hospitais devem ser enviadas a um processamento com

especificidades e abrange as seguintes atividades: retirada da roupa suja da unidade geradora e

acondicionamento; coleta e transporte da roupa suja até a unidade de processamento;

recebimento, pesagem, separação e classificação da roupa suja; processo de lavagem;

centrifugação; secagem ou passadoria da roupa limpa; separação, dobra e embalagem;

armazenamento, transporte e distribuição da roupa limpa.

De acordo com o Ministério da Saúde estima-se que cerca de metade da água utilizada

nos hospitais é destinada ao consumo da lavanderia, e que são necessários cerca de 40 a 50

litros de água para cada quilo de roupa nas máquinas de lavagem – considerando-se uma

previsão de consumo de água de 25 litros/leito/dia (KIST et al, 2005).

3.2 Caracterização da água residuária

Os hospitais representam uma fonte de liberação incontestável de muitos compostos

químicos em suas águas residuais que podem ter um impacto sobre o meio ambiente e à saúde

humana, tais como uma grande concentração de agentes citostáticos (fármacos empregados no

tratamento de câncer), medicamento, metais pesados, desinfetantes, hormônios, reagentes

10

contendo cloro e radioisótopos. Muitas dessas substâncias são tóxicas, mutagênicas

carcinogênicas e podem comprometer o equilíbrio do ecossistema aquático (PRADO, 2007).

As roupas hospitalares podem conter manchas e danos provenientes das sujidades

esperadas (sangue, fezes, urina, secreções, medicamentos) e das sujidades não esperadas,

aquelas que não são próprias do uso correto das roupas hospitalares (pisado, graxa, polimento,

cola de adesivos, etc.).

Sangue seco, micômio e medicamentos que tenham em sua composição produtos que

interajam quimicamente no processo de higienização produzem manchas de difícil

remoção.Manchas devido ao procedimento ou uso incorreto são aquelas provenientes de

lençol pisado e esfregado no chão ou que passaram com as rodas do carrinho, travessa que

prendeu em uma cama e marcou com graxa, campo riscado com caneta. Há também roupas

manchadas de fezes com sangue que às vezes possuem uma coloração preta de difícil

remoção; fezes de pacientes com tratamento medicamentoso a base de ferro onde as manchas

tendem a se fixar.

A nocividade ambiental dos efluentes da lavanderia é uma das mais acentuadas dentre

os setores de uma unidade hospitalar. As altas concentrações de produtos químicos como

sanitizantes, desinfectantes, antibióticos, umectantes, surfactantes, entre outros, conferem a

esses efluentes o poder de exercer características de menor biodegrabilidade ao efluente

gerado. A presença dessas substâncias pode gerar problemas no tratamento biológico das

estações de tratamento, devido às características recalcitrantes e antibacterianas dessas

substâncias, podendo ainda apresentar riscos aos ecossistemas aquáticos (KIST et al, 2005).

3.3 Parâmetros de caracterização da águaresiduária hospitalar

A seguir são apresentadas algumas características físicas e químicas que são

parâmetros mais relevantes para a caracterização da águaresiduária estudada neste trabalho.

3.3.1 Turbidez

É a atenuação que um feixe de luz sofre ao atravessar uma amostra de água devido à

absorção ou espalhamento. Esse fato ocorre porque as partículas que estão ali presentes são

maiores que o comprimento da luz branca(CETESB, 2013).

11

A turbidez interfere na vegetação enraizada e algas perdem a eficiência de realizar

fotossíntese, podendo prejudicar a vida de seres aquáticos; também afeta o uso doméstico,

industrial e recreacional das águas (CETESB, 2013).

3.3.2 Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO)

Indica quanto de oxigênio é preciso para oxidar toda matéria orgânica através da

decomposição microbiana aeróbia. Normalmente, a DBO quantifica o oxigênio consumido

durante um determinado tempo, numa temperatura de incubação específica.

Despejos de origem predominantemente orgânica provocam grandes aumentos de

DBO nos corpos d’água. E um alto teor de matéria orgânica pode induzir o esgotamento do

oxigênio na água, causando assim o desaparecimento de seres vivos aquáticos.

Esse parâmetro é muito importante para o controle da eficácia das estações de

tratamento de esgoto, tanto biológicos aeróbios e anaeróbios, como físico-químicos. Embora

somente processos aeróbios precisem deoxigênio, a demanda “potencial” pode ser medida

naentrada e saída de qualquer tipo de tratamento (CETESB, 2013).

3.3.3 Demanda Química de Oxigênio

Esse indicador apresenta quanto de oxigênio necessita-se para oxidar toda matéria

orgânica de uma amostra utilizando-se de um agente químico – como exemplo o dicromato de

potássio. Tendo em vista que o DBO mede a fração biodegradável, quanto mais próximo o

seu valor da DQO significa que mais biodegradável é o efluente.

Para controlar sistemas de tratamentos anaeróbios de esgotos sanitários e de efluentes

industriais, a DQO tem se mostrado um parâmetro muito eficaz(CETESB, 2013).

3.3.4 Carbono Orgânico Dissolvido (COD) e Carbono Orgânico Total (COT)

O carbono orgânico total mede a concentração de carbono orgânico que é oxidado a

dióxido de carbono (CO2) em um forno a alta temperatura. Essa quantificação é feita através

de um analisador infravermelho. Essa análise quantifica apenas o carbono presente na

atmosfera, considera parcelas biodegradáveis e não biodegradáveis, mas não sofre

interferência de outros átomos que estejam ligados à estrutura orgânica. Encontram-se dois

tipos de carbono orgânico no ecossistema: o carbono orgânico dissolvido (COD) e o carbono

12

orgânico particulado (COP) (CETESB, 2013).O carbono orgânico dissolvido refere-se a

fração do COT que atravessa um filtro de diâmetro de poro de 0,45μm (PROGRAMA ÁGUA

AZUL, 2014).

O carbono orgânico de água doce é provindo da matéria viva e também está presente

em vários efluentes e resíduos. Ele serve como fonte de energia para bactérias e algas e

também tem a capacidade de complexar metais. Esse parâmetro é um indicador útil para saber

o grau de poluição do corpo hídrico(CETESB, 2013).

3.3.5 Potencial hidrogeniônico (pH)

Em tratamento de águas, há várias unidades cujo controle envolve as determinações de

pH. A coagulação e floculação que a água sofre inicialmente é um processo dependente do pH

o qual deve ser controlado para que os carbonatos presentes sejam equilibrados e não ocorra

nenhum efeito indesejado. Os critérios de proteção à vida aquática fixam o pH entre 6 e 9.

Nos tratamento biológicos de esgotos, o pH influi decisivamente no processo e um

tratamento mais estável é o de neutralidade, tanto em meios aeróbios como nos anaeróbios. O

decréscimo no valo do pH que a princípio indica o desequilíbrio, passa a ser a causa se não for

corrigido a tempo (CETESB, 2013).

3.3.6 Sais minerais/ Nutrientes

Há inúmeros minerais possíveis de ocorrer na água. O nitrogênio e o fósforo são

responsáveis pelo crescimento das algas, vegetais e outros organismos aquáticos. Em elevadas

dosagens, podem causar a proliferação excessiva de algas (eutrofização de lagos e represas).

Sendo assim, a água possui um gosto desagradável, mau cheiro e morte dos peixes.

A presença de fósforo é devido as descargas de esgotos sanitários, em que os

detergentes superfosfatados empregados domesticamente constituem a principal fonte, além

da própria matéria fecal que é rica em proteínas (CETESB, 2013).

3.3.7 Oxigênio dissolvido (OD)

É o parâmetro que revela a possibilidade de manutenção de vida dos organismos

aeróbios, como peixes, por exemplo. A escassez de OD pode levar ao desaparecimento dos

13

peixes, pois eles são extremamente sensíveis à diminuição do OD de seu meio. Pode

ocasionar mau cheiro também (CETESB, 2013).

3.3.8 Coliformes Termotolerantes

Esse indicador é medido através das bactérias coliformes termotolerantes que estão

presentes no trato intestinal de animais de sangue quente. Portanto indicam poluição por

esgotos domésticos. Elas não são patogênicas (não causam doenças), mas quando

identificadas em grande escala indicam possibilidade da existência de microorganismos

patogênicos, estes sim, são responsáveis por transmitir doenças através da água. Exemplos são

desinteria bacilar, febre tifóide e cólera (ANA, 2014).

3.4 Alguns estudos dos parâmetros de caracterização da água residuária hospitalar

3.4.1 Primeiro caso

Um estudo feito em três hospitais (A, B e C) na cidade de Malang, na Indonésia

analisou alguns parâmetros das águas residuárias dos mesmos. O intuito foi de, além de

caracterizar a água residuária, avaliar as estações de tratamento de cada um deles. Foram

escolhidos três locais de amostragem: RSSA (A), RSKZ (B) e RSIA (C). O primeiro utiliza

leito fluidizado com biofilme aerado com uma taxa de fluxo de 450 a 900 m3/por dia; o

segundo emprega o tratamento com lodos ativados com uma taxa de fluxo de 30 a 50 m3/por

dia; e o terceiro utiliza a tecnologia de aeração prolongada com uma taxa de fluxo de 5 a 15

m3/por dia.

Todos os hospitais prestam serviços de internação, emergência, operações, radiologia,

laboratório, farmácia, cozinha, lavanderia, administração, educação e treinamento, entre

outros serviços de apoio. Diferenciam-se em serviços de carga e quantidade de trabalho.

A tabela 1 apresenta valores encontrados para quatro parâmetros, sendo que foram

analisadas amostras antes do tratamento e após o tratamento (PRAYTINO et al, 2013).

14

Tabela 1 – Dados dos valores obtidos para quatro diferentes parâmetros de água residuária

hospitalar.

Parâmetros Antes do tratamento Após tratamento Padrões de

qualidade RSSA RSKZ RSIA RSSA RSKZ RSIA

DBO (mg/L) 238,98 105,15 86,96 43,52 27,52 16,58 30

DQO (mg/L) 350,88 134,95 109,82 71,18 35,83 27,02 80

STD (mg/L) 83,33 42,70 57,27 22,92 14,39 15,07 30

Coliformes

NPM/100ml 2172 1038 677 299 255 153 40000

Fonte: PRAYTINO et al, 2013.

Observando os valores apresentados na tabela conclui-se que todos os parâmetros,

exceto os coliformes totais, estavam muito acima do padrão estabelecido pela Indonésia, antes

do tratamento. Os valores encontrados no hospital A foram os mais elevados.

Os tratamentos aplicados nas três águas residuárias avaliadas mostraram-se eficazes

uma vez que a redução a valores dentro do padrão foi obtida(com exceção da DBO para o

hospital A). O autor acredita que tal fato pode ser explicado pela quantidade de serviço

prestado pelo hospital em questão, principalmente de radiologia e serviços de farmácia,

também produtos para realizar assepsia contendo alta carga de cloro. Serviços de limpeza,

bem como de laboratório contendo fenol também são relevantes, e ainda serviços da cozinha

que aumentam a carga de DBO e DQO.

3.4.2 Segundo caso

O efluente bruto da lavanderia do hospital localizado no Vale do Rio Pardo/RS foi

caracterizado por KIST et al.(2005) com o intuito de propor a gestão, tratamento e disposição

para o tipo de efluente em questão. As amostras foram coletadas na saída da máquina de

lavagem, em cinco etapas do processo: a água da pré-lavagem, a lavagem com dois

detergentes, a lavagem de alvejamento e desinfecção com peróxido de hidrogênio, a lavagem

com aquecimento e o enxágue/amaciamento (KIST et al, 2005).

Os resultados obtidos estão apresentados na tabela 2.

15

Tabela 2 – Dados obtidos na caracterização de cinco diferentes efluentes de água residuária

hospitalar.

Etapas pH N

(mg/L)

P

(mg/L)

Turbidez

(NTU)

Surfactantes

(mg/L)

Coliformes

termotolerantes

NPM/100ml

DBO

(mg/L)

DQO

(mg/L)

Pré-lavagem 7,20 13,30 0,56 85 - 160000 829 2182

Lavagem 6,50 5,30 2,86 52 - 35000 415 4692

Alvejamento 11,50 5,30 1,51 42 0,482 < 2 127 1850

Lav.

Aquecimento 10,20 2,90 0,99 36 0,385 < 2 625 3761

Amaciamento 7,60 0,30 0,19 30 - < 2 311 1229

Fonte: KISTet al, 2005.

Pode-se concluir que as duas primeiras etapas são críticas, apresentando altos valores

de coliformes termotolerantes, DBO e DQO. Também é possível notar que os valores de DBO

e DQO decrescem até a terceira etapa e em seguida apresentam altas variações. Fatos

justificados pelos produtos químicos empregados em cada etapa, sendo eficazes para diminuir

os níveis de coliformes termotolerantes, e prejudiciais para os níveis de DBO e DQO.

Em um segundo trabalho KIST et al.(2006)coletou amostras da água de lavagem

assim que deixava a máquina, após passar por todas as etapas de lavagem e antes de chegar a

fosse séptica do esgoto da cidade. Avaliou quanto aos mesmos parâmetros essa amostra, em

seguida tratou as amostras da água com método Fenton e realizou a mesma caracterização. A

tabela 3 apresenta os valores encontrados.

Tabela 3 – Valores da caracterização da amostra da água bruta e tratada.

pH N

(mg/L)

P

(mg/L)

Turbidez

(NTU)

Surfactantes

(mg/L)

Coliformes

termotolerantes

NPM/100ml

DBO

(mg/L)

DQO

(mg/L)

Amostra

bruta 8,60 12,60 0,40 49 < 0,02 1,6 x 10

4 460 1180

Amostra

tratada com

método

Fenton

- 14,20 2,00 17 < 0,02 < 2 339 375

Fonte: KIST et al, 2006.

Observa-se que o método Fentonfoi satisfatório para reduzir significativamente os

níveis de coliformes termotolerantes e também a DQO. Uma pequena redução foi identificada

na turbidez e DBO, no entanto provocou um aumento, pouco significativo, nos valores de

nitrogênio e fósforo.

16

3.5 Tratamento de efluentes

O efluente hospitalar é bastante agressivo ao meio ambiente uma vez que a

biodegradabilidade de medicamentos, produtos químicos e as misturas destes é realmente

muito baixa. O cenário se agrava ainda mais porque o volume gerado desses efluentes tóxicos

é grande e eles são lançados nas redes coletoras de esgoto, da mesma forma que os efluentes

domésticos (SILVA; TAVARES; ABREU, 2009).

A remoção de poluentes de forma a adequar o lançamento ao padrão de qualidade

vigente está associada aos conceitos de eficiência e níveis de tratamentos, os quais podem ser

classificados como (ROHLOFF, 2011):

a) Tratamento preliminar: caracterizado na remoção de sólidos grosseiros em

suspensão por mecanismos físicos, normalmente efetuados com gradeamento.

b) Tratamento primário: consiste na remoção de sólidos sedimentáveis em suspensão e

parte da matéria orgânica. Também predomina os mecanismos físicos de remoção.

c) Tratamento secundário: caracteriza-se pela remoção da matéria orgânica em

suspensão fina não removida no tratamento primário e nutrientes (nitrogênio e fósforo). Este

tratamento baseia-se na remoção de poluentes por mecanismos biológicos.

d)Tratamento terciário: caracterizado pela remoção de poluentes específicos, isto é,

compostos tóxicos e não biodegradáveis, e também de poluentes não removidos no tratamento

secundário.

Sabe-se que os processos de tratamento de efluentes usualmente utilizados são

bastante eficientes na remoção de sólidos em suspensão e de matéria orgânica. Entretanto,

para a remoção de micro-organismos patogênicos esses processos são ineficientes. Desse

modo, é necessário o tratamento terciário para efluente de hospitais, pois este possui carga

microbiana alta e este tipo de tratamento é responsável pelo controle da contaminação por

patogênicos (ROHLOFF, 2011).

3.5.1 Tratamento físico-químico para constituintes dissolvidos

A coagulação caracteriza-se pela adição de reagentes coagulantes para desestabilizar

partículas coloidais, permitir aglomeração ou floculação com outras partículas suspensas e

formar partículas maiores que sedimentam facilmente. A agregação de partículas ocorre

17

devido à diferença de potencial entre a parede do plano de cisalhamento e o seio do líquido,

por meio da adição de íons que irão reduzir a carga superficial ou adição de eletrólitos, adição

de moléculas orgânicas de longa cadeia (polímeros) ou adição de substâncias químicas

(metais ionizáveis como sais de ferro e alumínio, cal, sulfato férrico, entre outros)

(ROHLOFF, 2011). A adição de coagulantes também é eficaz na remoção de fósforo, tendo

como desvantagens o custo dos produtos químicos e o maior volume de lodo formado. As

grandes vantagens são a praticidade e a boa qualidade dos efluentes obtidos (GIORDANO,

2004).

A floculação refere-se à colisão e agregação das partículas desestabilizadas para

formar grandes flocos e é realizada por meio de misturadores hidráulicos (calha Parshall) e

mecânicos (ROHLOFF, 2011).

A flotação é usada para separar partículas sólidas ou líquidas de uma fase líquida,

através da indução de bolhas de ar no líquidoprincipalmente para remover matéria suspensa e

para concentrar lodos biológicos. As bolhas entram em contato com a matéria particulada

causando a ascensão das partículas à superfície. Assim as partículas mais densas que o líquido

ascendem (ROHLOFF, 2011).

A flotação deve ser aplicada principalmente para sólidos com altos teores de óleos e

graxas e ou detergentes tais como oriundos de indústrias petroquímicas, de pescado,

frigoríficas e de lavanderias.

3.5.2 Tratamento biológico de efluentes

No tratamento biológico, microorganismos, principalmente as bactérias, convertem a

matéria orgânica em compostos inócuos. São os mais comumente utilizados por apresentarem

baixo custoe eficácia na oxidação de um grande número de poluentes orgânicos. Dividem-se

em aeróbios, utilizando bactérias e fungos que necessitam do oxigênio molecular e formam

CO2 e H2O2 ao final; e anaeróbios, utilizando bactérias que não necessitam do oxigênio

molecular e que produzem no fim CO2 e CH4. São limitados porque apresentam dificuldades

operacionais, sendo suscetíveis às condições ambientais e às características dos efluentes

(materiais tóxicos e não biodegradáveis). Também necessitam de um longo tempo para

degradar a matéria orgânica, geram grande quantidade de biomassa, apresentam dificuldade

na disposição do lodo (procedimento de secagem natural ou mecanizada) e possuem estreitas

faixas de pH e temperatura para ativar o sistema biológico (TEIXEIRA; JARDIM, 2004).

18

Os esgotos e os efluentes industriais clarificados, devido à remoção da matéria

orgânica em suspensão e dissolvida, são considerados tratados, e o grau de tratamento é

definido pela legislação ambiental. Os principais processos são (GIORDANO, 2004):

Lagoas anaeróbias e fotossintéticas;

Processos aeróbios: lodos ativados e suas variantes: aeração prolongada; lodos

ativados convencionais; lagoas aeradas facultativas; aeradas aeróbias.

Processos facultativos: biofilme (filtros biológicos, biodiscos e biodecantadores) e

algumas lagoas (fotossintéticas e aeradas facultativas).

Processos anaeróbios: lagoas anaeróbias e biodigestores.

3.5.3 Processos Oxidativos Avançados (POA)

Processos oxidativos avançados são baseados em processos físico-químicos e são

capazes de produzir profundas alterações na estrutura química dos poluentes. Envolvem a

geração e uso de oxidantes fortes, principalmente os radicais hidroxila(HO∙), a fim de

mineralizar a matéria orgânica a dióxido de carbono, água e íons inorgânicos (SOUZA, 2012).

Os radicais atacam moléculas orgânicas, abstraindo um átomo de hidrogênio ou

adicionando às duplas ligações. Os mecanismos mais aceitos para degradação de um

composto orgânico genérico (R) utilizando o radical hidroxila são mostrados nas equações de

1 a 4 (AMORIM; LEÃO; MOREIRA, 2012).

HO ∙ +RH → H2O + R ∙ (1)

𝑅 ∙ + 𝐻2𝑂2 → 𝑅𝑂𝐻 + 𝐻𝑂 ∙ (2)

𝑅 ∙ + 𝑂2 → 𝑅𝑂𝑂 ∙ (3)

𝑅𝑂𝑂 ∙ +𝑅𝐻 → 𝑅𝑂𝑂𝐻 + 𝑅 ∙ (4)

Esses radicais são originados a partir de agentes oxidantes como ozônio (O3), peróxido

de hidrogênio (H2O2), além da irradiação UV, ou de combinações como O3/H2O2, O3/UV,

H2O2/UV, O3/H2O2/UV e da combinação de peróxido de hidrogênio com íons ferrosos,

denominados Reagentes de Fenton. A tabela 4 apresenta o potencial de oxidação de alguns

oxidantes.

19

Tabela 4 – Potencial redox de alguns oxidantes

Espécie Potencial redox (V)

Flúor 3,03

Radical hidroxilo 2,80

Oxigênio atômico 2,42

Ozônio 2,07

Peróxido de Hidrogênio 1,78

Permanganato 1,68

Dióxido de Cloro 1,57

Cloro 1,36

Iodo 0,54

Fonte: TEIXEIRA E JARDIM, 2004.

Os POAs são divididos em sistemas homogêneos e heterogêneos, com a formação de

radicais hidroxilas com ou sem a presença da radiação ultravioleta, como mostrado na tabela

5. Esses processos tem forte poder oxidante, com elevada cinética de reação e geralmente não

necessitam de um pós-tratamento ou disposição final. Tendo sido usado oxidante suficiente,

mineralizam o contaminante, consomem menos energia, acarretando menor custo e

possibilitam tratamento in situ (SOUZA, 2012).

Tabela 5– Sistemas oxidativos avançados

Sistemas homogêneos Sistemas heterogêneos

Com radiação Sem radiação Com radiação Sem radiação O3/UV O3/ H2O2 TiO2/O2/UV Eletro-Fenton

UV O3OH-

TiO2/H2O2/UV

Irradiação com feixe

de elétrons

H2O2/Fe2+

(fenton)

Ultra som (US) H2O2/US

UV/US

Fonte: SOUZA, 2012.

Apesar de apresentarem significativas vantagens sobre os métodos convencionais de

tratamento, alguns dos pontos que dificultam sua aplicação se devem ao alto custo dos

reagentes e ao custo operacional que envolve energia, como a luz ultravioleta (AMORIM;

LEÃO; MOREIRA, 2012).

A desvantagem dos processos oxidativos tange o fato de que, sob certas condições,

podem produzir substâncias recalcitrantes ou mais tóxicas que o composto inicial. Por

exemplo, o cloro sendo utilizando como oxidante, pode converter contaminantes

20

hidrocarbonetos em derivados mais prejudiciais, os trihalometanos (THMs), compostos

carcinogênicos e não biodegradáveis (TEIXEIRA; JARDIM, 2004).

3.6 Reuso de efluentes

A busca de tecnologias de conservação e de reuso são implementados nos circuitos

industriais para fazer com que cada litro de água utilizado permaneça mais tempo no

processo. A economia da água reduz significativamente o volume do efluente final. Não é

raro encontrar situações onde uma redução de mais de 25% do consumo pode ser obtida

estabelecendo práticas de economia (FREITAS, 2002).

Umas das principais razões para se ter elevados volumes de efluentes é o uso

excessivo de água nas lavagens, medidas de manejo ruins e deficiências em manutenção.

Outras fontes de desperdícios é a seleção de equipamentos para lavagens ineficientes, ciclos

excessivamente longos e uso indiscriminado de água potável em todos os pontos de consumo

(FREITAS, 2002).

Atualmente, tem se preocupado em reduzir a poluição no processo industrial não só

em relação ao tratamento de efluentes, já no seu ponto final que é a estação de tratamento,

mas em toda a sua geração dentro da indústria, nas diversas etapas do processo industrial. A

recirculação destes despejos e a recuperação de produtos químicos e de subprodutos

constituem um desafio para a redução de custos com o tratamento dos efluentes.

Desse modo, são preferidas tecnologias de tratamento que tornam possível reciclar no

processo tanto o efluente tratado quanto os produtos de elevado valor agregado contidos no

efluente. Os custos dessa economia são então compensados parcialmente através da economia

com a redução dos custos da água utilizada e o tratamento de efluentes (FREITAS, 2002).

Segundo Silva Filho (2009), é preciso ter consciência de que a implantação da prática

de reuso não substitui a necessidade de água total de uma indústria, pois há limitações

técnicas, operacionais, econômicas e ambientais que podem restringir a utilização em sistemas

internos. Assim, é necessária uma avaliação do potencial de reuso, com base nas

características de água disponível para captação, do efluente gerado e da água para as

aplicações do reuso, além dos padrões de emissão de efluentes bem como um estudo

econômico (SILVA FILHO, 2009).

O uso de efluentes tratados como fonte de água para determinados fins implica um

monitoramento contínuo desta fonte alternativa de água (qualitativamente e

quantitativamente), para que garanta o perfeito funcionamento e vida útil dos equipamentos e

21

processos envolvidos, bem como resguardar os usuários de qualquer risco à saúde. O reuso,

para qualquer fim depende de sua qualidade física, química e microbiológica (SOUZA, 2012).

A água de reuso produzida a partir de tratamento de esgoto doméstico é classificada a

partir da NBR 13.696/97, a qual define alguns valores de parâmetros que estão representados

na tabela 6.

Tabela 6 – Classificação e caracterização de água de reuso, de acordo com a NBR

13.969/1997.

Classes

Classe 1 Classe 2 Classe 3 Classe 4

Parâmetros

Lavagem de

carros e outros

usos que

requerem o

contato direto do

usuário com a

água, incluindo

chafarizes.

Lavagens de

pisos, calçadas e

irrigação de

jardins,

manutenção de

lagos e canais

para fins

paisagísticos

exceto chafarizes.

Descargas de

vasos sanitários.

Aplicação em

pomares, cereais,

forragens,

pastagens para

gados e outros

cultivos, por meio

de escoamento

superficial ou por

sistema de

irrigação pontual.

pH 6 a 8 * * *

Turbidez < 5 < 5 < 10 *

Sólidos

Dissolvidos

Totais (STD)

(mg/L)

< 200 * * *

Cloro residual 0,5 a 1,5 > 0,5 * *

OD (mg/L) * * * > 2,0

Coliformes

termotolerantes

(NMP/100 mL)

< 200 NMP < 500 NMP < 500 NMP < 5.000 NMP

Fonte: SOUZA, 2012. * valores não estabelecidos.

Avaliando os dados apresentados na tabela 6, conclui-se que a política brasileira para o

reuso da água ainda é bem defasada. Essa medida é pouco empregada e portanto as classes 2,

3 e 4 carecem de parâmetros melhores especificados. Também pode-se imaginar que em suma

eles não seriam de tanta relevância para os usos propostos em cada uma dessas classes.

Para o reuso de efluentes tratados em lavanderias hospitalares, de acordo com

informações fornecidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, deve-se observar as

recomendações do Manual de Processamento de Roupas de Serviços de Saúde, pois há

ausência de uma legislação específica para reuso em hospitais (ANVISA, 2009).No entanto,

ao se observar a tabela 6 é possível considerar o uso da água residuária de uma lavanderia,

22

após tratamento adequado, nas classes 2 e 3, uma vez que a água não estará em contato direto

com o usuário.

De acordo com a ANVISA, as características recomendadas para a água usada em

lavanderia, estão apresentadas na tabela 7.

Tabela 7 – Parâmetros recomendados para água de lavagem de roupas hospitalares

Parâmetros Valores máximos

Dureza (mg/L) 100

Ferro (mg/L) 0,3

Manganês (mg/L) 0,05

pH 6,5 a 9

Cor aparente (Pt/Co) 15

Turbidez (UT) 5

Aspecto Límpida e sem matérias em suspensão

Alcalinidade livre Nula

Alcalinidade total (mg/L) 150 a 200

Cloretos (mg/L) 250

Sulfato (mg/L) 250

Cobre (mg/L) 1

Bacteriológico Ausência em 100 ml

Fonte: ANVISA, 2009.

Caso os parâmetros não atendam as recomendações da ANVISA para o reuso na

própria lavanderia, poderá ser feito um reuso menos nobre, dentro do próprio hospital, como

uso em descargas de vaso sanitário, lavagem de pisos e outros fins, como representados na

tabela 6.

Constatou-se que há poucos trabalhos na literatura científica que estudaram a

possibilidade de reuso de efluentes de lavanderias hospitalares, os quais são lançados nas

redes coletoras de esgotos, prática inviável, uma vez que esses efluentes podem apresentar

microorganismos, além de compostos provenientes dos produtos utilizados na lavagem.

3.7 Etapas de lavagem de roupas

A lavagem de roupas hospitalares é dividida em duas etapas as quais serão descritas a

seguir:

23

3.7.1 Higiene têxtil

A princípio deve-se preparar o enxoval para lavagem separando a roupa por:

Sujidade;

Cor;

Tamanho;

Tipo de fibra;

Setor.

Há a necessidade da pesagem do enxoval para controlar a relação de carga da máquina

de lavar evitando-se o carregamento excessivo, que dificulta a higienização, e o carregamento

insuficiente, no qual o enxoval sofre maior ação mecânica e pode ter suas fibras danificadas.

Para obter uma perfeita higienização é necessária a utilização de diversos compostos

químicos. São eles:

Tensoativos: tem a função de quebrar a tensão superficial da água e reduzir a tensão

interfacial dos líquidos

Alcalinos: são responsáveis pela abertura da trama do tecido para que ocorra uma

perfeita higienização da peça.

Sequestrantes: substâncias que aprisionam os metais pesados da solução, para evitar o

desgaste do tecido e melhorar a eficiência dos tensoativos.

Suspendentes: componentes que fazem a sujeira ficar suspensa na água, evitando que

ela volte a depositar no tecido limpo.

Branqueantes ópticos: substância que convertem os raios ultravioletas (invisíveis) em

luz visível.

Alvejantes: são excelentes desinfetantes e possuem grande poder de oxidação. Em

geral, liberam cloro ou oxigênio e seu uso deve ser feito com cuidado, para não

danificar o tecido (ACERVO PESSOAL).

3.7.2 Etapas de Higienização

São necessárias sete etapas para uma completa higienização das roupas hospitalares.

Cada etapa está detalhada a seguir.

24

1- Enxágues inicial: tem por objetivo remover as sujeiras mais grossas e solúveis em água,

facilitando as etapas do processo – temperatura ambiente.

2- Umectação (pH neutro): remove as sujeiras através da quebra de tensão superficial

existente entre a água e o tecido – temperatura ambiente.

3- Pré lavagem (alcalina): remove sujeiras proteicas que se fixam com a temperatura e dilata

as fibras de tecido, para facilitar a penetração da solução e remoção de sujidades, como

sangue, albuminas, entre outras. – temperatura de até 40°C.

4- Lavagem/Alvejamento/Desinfecção (pH alcalino): processo de ordem física (mecânica,

temperatura e tempo) e química (detergência, alvejamento) remove as sujeiras e manchas

mais resistentes (de medicamentos e sangue) e desinfeta – temperatura: observar o alvejante

utilizado no processo.

5- Acidulação (pH ácido): neutraliza a alcalinidade e residuais dos produtos da pré-lavagem,

lavagem e alvejamento, pois se essa alcalinidade permanecer nos tecidos, pode causar

irritações quando em contato com a pele – temperatura ambiente..

6- Amaciamento (pH neutro): elimina a eletricidade estática dos tecidos, preservando as fibras

tornando-as mais agradáveis de usar, além de deixar um aroma suave na roupa e evitar o

enrugamento do tecido – temperaturaambiente..

7- Enxágues Intermediários: remove o máximo possível da sujeira emulsionada pelos

produtos químicos – temperatura ambiente.(ACERVO PESSOAL).

4. METODOLOGIA

4.1. Água residuária sintética

A água sintética foi preparada no laboratório da Universidade Federal de Alfenas –

campus Poços de Caldas – MGcontendo apenas os produtos usados na lavagem das roupas

hospitalares, uma vez que não é seguro transportar uma água contendo resíduos nocivos à

saúde, como algum agente infeccioso. Assim sendo, através de dados fornecidos pelo hospital

São Marcos,situado na cidade de Uberaba-MG, foi possível fazer uma proporção da

quantidade de produto usado para determinada quantidade de água gasta.

O hospital particular é considerado de pequeno porte, pois é constituído de 48 leitos.

Nele são lavados, por dia, 300 kg de roupa de sujidade leve e 500 kg de roupa de sujidade

25

pesada. A máquina lava 50 kg de roupa por batida, e são feitas nove operações para roupa

leve e onze para roupa pesada. O gasto de água envolvido é de 2600L em uma batida da

máquina para roupa leve e 3300L para roupa pesada. Estão envolvidos no processo 5 tipos de

produtos.

Para roupa leve gasta-se:

400g de 1 (Jet Tex 900N – detergente concentrado, alcalino),

300g de 2 (Jet Tex 700ADL – aditivo alcalinizante),

250g de 3 (Jet Tex 1000PLUS – detergente, alvejante oxigenado com ação desinfectante),

100g de 4 (Jet Sour – acidulante e neutralizante anti-cloro),

300g de 5 (Nisoft 60 Exclusive – amaciante perfumado anti-estático).

Já para roupa pesada: 600g de 1, 400g de 2, 350g de 3, 100g de 4 e 300g de 5.

Foi feita a proporção para 1L de água residuária, que contém a mistura das águas de

lavagem de roupa leve e pesada. A composição da água sintética produzida está apresentada

na tabela 8.

Tabela 8 –Composição da água sintética.

Água Produto 1 Produto 2 Produto 3 Produto 4 Produto 5

1L 0,0320g 0,1043g 0,1745g 0,0951g 0,1110g

4.2. Análises físico-químicas

Amostras da água residuária sintética foram analisadas quanto aos parâmetros:

1- pH: o qual se refere ao grau de acidez ou basicidade e foi determinado pelo método

potenciométrico, realizado por meio de um pHmetro.

2- turbidez: determinada em um espectrofotômetro sendo a medida realizada em

função de comparação de incidência de luz entre um padrão e as amostras.

3- DQO (demanda química de oxigênio): foi determinada de acordo com o

procedimento “Standard Methods” (APHA, 2005)

4- sulfato: leitura feita a um comprimento de onda de 420nm, de acordo com a

metodologia “Standard Methods” (APHA, 2005).

A figura 1 apresenta imagens referentes à produção e métodos de análise da água

sintética feita no laboratório da Unifal.

26

Figura 1: Imagens dos métodos/equipamentos de análises da água sintética

A)Água residuária sintética

B) Reagentes para análise de DQO

C) Digestor para análise de DQO

D) Espectrofotômetro

Fonte: ACERVO PESSOAL.

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados obtidos nas análises de caracterização da água residuária estão

apresentados na tabela 9.

A B C D

A B

C D

27

Tabela 9 -Valores dos parâmetros obtidos em laboratório.

Parâmetros Valores CETESB (Art. 18 e 19-A)

Turbidez 38 NTU Até 100 NTU

pH 10,55 Entre 5 e 10

Sulfato 62,7 mg/L Até 1000 mg/L

DQO 118,6 mg/L Até 180 mg/L: 55% de remoçã0

Avaliando os resultados das análises observa-se que alguns dos parâmetros não estão

dentro dos padrões aceitáveis de emissão de efluentes diretamente nos cursos d’água ou em

sistemas de esgotos provido de tratamento (Art.18 e 19-A do Decreto nº 8.468 de 08/09/1976,

respectivamente). Desse modo, faz-se necessárioum tratamento para descarte.

O valor de pH encontrado foi maior do que 10, isto é, possuicaracterística alcalina,

provavelmentedevido aos produtos utilizados nas etapas de lavagem.

Quanto ao valor de DQO, de acordo com a CETESB, efluentes com valores de até 180

mg/L deve passar por tratamento com eficiência de remoção de,no mínimo, 55%.

Os sulfatos podem atuar como sequestrantes de radicais livres, resultando em

desperdícios no sistema de tratamento, os quais são quantificados devido ao uso de produtos

químicos no processo de lavagem (SOUZA, 2012). Todavia, como a máxima concentração

permitida pela legislação é de 1000mg/L, a água residuária sintética deste trabalho estádentro

dos padrões aceitáveis de emissão.

O parâmetro da turbidez pode interferir no processo de tratamento foto-oxidativo,

resultando em um decréscimo da eficiência do tratamento. O valor encontrado para a água

residuária sintética deste estudo não foi consideravelmente elevado. No entanto deve-se

considerar que se trata de uma água sintética, estando ausentes componentes como agentes

patogênicos, sangue, fezes, urina, vômito e demais sujeiras provindas do ambiente hospitalar,

bem como as fibras de tecidos suspenso no meio líquido.

Logo, esses valores podem ser considerados relevantes visto que são derivados apenas

de pequenas dosagens dos produtos. Somando-se as sujidades das roupas a serem lavadas, os

valores seriam maiores e provavelmente fora dos padrões especificados, fato que pode ser

comprovado com estudos feitos anteriormente (Tabelas 1 e 2).

Entretanto, por meio de levantamento realizado na literatura científica, observou-se

que há poucos trabalhos sobre tratamento de efluentes de lavanderias de serviços de saúde. Os

trabalhos encontrados mostram que geralmente são utilizados mais de um tratamento devido

às características desses efluentes envolverem alguns compostos que não permitem adoção

única de tratamento.

28

Praytinoet al(2013) realizaram um trabalho sobre tratamento de efluentes de

lavanderia hospitalar, utilizando três processos (biofilme aerado, lodos ativados e a tecnologia

de aeração prolongada) objetivando a desinfecção. No efluente bruto a concentração de DQO,

com valores de 100 a 350mg/L, apresentou-se muito além do nível permitido (80mg/L).

A tabela 10 apresenta a eficiência dos tratamentos aplicados. Foram feitos os cálculos

de quanto foi reduzido (em porcentagem) os valores dos parâmetros avaliados.

Tabela 10 - Redução, em porcentagem, dos parâmetros avaliados.

Parametros % redução com tratamento

RSSA RSKZ RSIA

DBO 81,77 73,83 80,93

DQO 79,71 73,45 75,40

STD 72,50 66,30 73,69

Coliformes NPM/100ml 86,23 75,43 77,40

Após tratamento, esses níveis foram reduzidos em média, aproximadamente 80%.

Valores de DBO, que eram de 80 a 250 mg/L também foram reduzidos aproximadamente na

mesma proporção. Éválido ressaltar que o hospital A apresentou uma grande eficiência em

seu tratamento. Sendo assim, e levando-se em consideração que o tratamento aplicado

apresentava uma taxa de fluxo elevada, o leito fluidizado com biofilme aerado mostrou-se

uma técnica bastante eficaz. As demais técnicas – tratamento com lodo ativado e aeração

prolongada – também atingiram reduções satisfatórias, sendo bons métodos biológicos de

tratamento.

Kistet al (2005) utilizou o processo Fenton(Fe2+

/H2O2) e obteve uma redução da DQO

de 1180mg/L para 375mg/L, e os níveis de coliformes foram praticamente extintos – de 1,6 x

104 NPM/100mL para < 2NPM/100mL. Assim sendo concluíram que esse processo é uma

técnica válida uma vez que houve uma expressiva redução na concentração de

microorganismos e aumento da biodegradabilidade do efluente após tratamento. No entanto,

avaliando os valores finais de DBO e DQO, de 339 e 375 mg/L respectivamente, é possível

notar que teria que ser aplicado algum outro processo para reduzir esse valores.

Após estudo e pesquisas bibliográficas, para tratar a água sintética produzida neste

trabalho, apenas um tratamento através de processo oxidativo avançado reduziria a matéria

orgânica, que não se apresentou tão elevada. Já para tratar o efluente de lavanderias

hospitalares, como foi visto, a maioria dos casos adotaram primeiramente um tratamento

secundário, seguido de um tratamento terciário. Sendo assim, através da tabela 10 o processo

com biofilme aerado se mostrou o mais eficiente em relação aos outros processos

29

detratamentos utilizados no estudo. A matéria orgânica, oxigênio e micronutrientes são

adsorvidos à superfície do meio suporte que dará inicio à formação do biofilme. Após a

aderência eles serão transportados no biofilme por difusão, onde serão metabolizados pela

população de microorganismos (bactérias, protozoários, algas, fungos) (BELLONI, 2011).

Sabe-se que os biofilmes aerados constituem hoje em dia numa tecnologia madura, em que se

origina ETEs compactas com baixo impacto ambiental, passíveis a serem cobertas e

desodorizadas. Após esse tratamento, o tratamento por processo oxidativo avançado irá

remover os compostos recalcitrantes que estão em elevada concentração na água residuárias

das lavanderias de hospitais.

6. CONCLUSÕES

Com base nos resultados encontrados, observa-se que a implementação de um

tratamento para a água residuária da lavagem de roupas hospitalares é necessária, porque os

valores tornam-se preocupantes e sabe-se que esses efluentes são descartados diretamente na

rede de esgoto ou em rios. O descarte sem tratamento prévio, polui, contamina e provoca

mudanças nas características do solo e da água. Além disso, as empresas podem sofrer

processos administrativos e serem penalizadas com multas e até mesmo paralisação ou

encerramento das atividades.

Assim, um ponto positivo do trabalho é alertar para que os hospitais passem a

empregar um tratamento nas águas residuárias, visto que em Uberaba, a fiscalização já está

sendo efetuada e a maioria dos hospitais está em busca de tecnologias de tratamento. A

tendência para um futuro próximo nos grandes centros urbanos é a modernização dos

processos de tratamentos, com ETEs compactas, com baixo impacto ambiental (redução na

emissão de odores, ruídos e baixo impacto visual) além de apresentar operação estável, com

alta capacidade de tratamento com boa eficiência na remoção de matéria orgânica e

nutrientes, e baixa produção de lodo. Os hospitais que utilizarem biofilmes de ultima geração

seguido de POA, poderão atender esses requisitos, isto é, obterá um tratamento com alta

eficiência, podendo adotar medidas de reuso de efluentes em descargas ou na lavagem dos

espaços do hospital, medida na qual ajudaria a diminuir o gasto de água hospitalar e

minimizaria a demanda sobre os mananciais de água, poupando-se grandes volumes de água

potável quando se utiliza água de qualidade inferior para atividades que não exijam padrões

de potabilidade. Visto que, na lavanderia, para cada quilo de roupa são gastos entre 52 e

30

66litros de água para cada quilo de roupa, sendo que o Ministério da Saúde estima que são

necessários 30 a 40 litros.

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