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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE AGRONOMIA, MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA CURSO DE ZOOTECNIA JACKELINE NERONE LEITE EMBALAGEM E TEMPO DE ESTOCAGEM SOBRE A QUALIDADE DE OVOS BRANCOS EM AMBIENTE REFRIGERADO CUIABÁ 2016

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE … · pessoa, obrigada pelos ensinamentos e conselhos, carinho e apoio. Ao professor Carlos Eduardo, pela paciência e orientação

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE AGRONOMIA, MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA CURSO DE ZOOTECNIA

JACKELINE NERONE LEITE

EMBALAGEM E TEMPO DE ESTOCAGEM SOBRE A QUALIDADE DE OVOS BRANCOS EM AMBIENTE REFRIGERADO

CUIABÁ 2016

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JACKELINE NERONE LEITE

EMBALAGEM E TEMPO DE ESTOCAGEM SOBRE A QUALIDADE DE OVOS BRANCOS EM AMBIENTE REFRIGERADO

Trabalho de Conclusão do Curso de Graduação em Zootecnia da Universidade Federal de Mato Grosso, apresentado como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Zootecnia. Orientador: Profa. Dra. Alexandra Potença

CUIABÁ 2016

Com amor, aos meus avós Antônio Leite de Souza e Neide Nerone Leite,

dedico.

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, que sempre esteve ao meu lado, iluminando

o meu caminho e me dando forças para seguir em frente.

Aos meus familiares, em especial minha mãe Sonia Maria Nerone Leite, pelo

apoio incondicional e incentivo as minhas conquistas, e ao meu tio José Marcio

Nerone Leite, pela motivação nos estudos e me apresentar o curso, que agora se

torna minha profissão.

Agradeço ao meu namorado, Tiago Roecker, pelo carinho, pela paciência,

companheirismo e incentivo durante a minha graduação, acompanhando e apoiando

todos os meus passos, sempre acreditando em minha vitória.

À minha amiga querida Nathany Oliveira, que mesmo distante, sempre esteve

presente em minha vida, fazendo parte da minha trajetória, me apoiando e me

dando forças para nunca desistir e sempre me aprimorar.

Aos meus amigos, Ana Claudia Manentti e Wemerson Rodrigues Coura

Moura, que durante toda graduação se fizeram presentes, acompanhando meu

crescimento e ajudando a construir um sonho que hoje se torna realidade. Obrigada

pelo carinho, apoio e motivação, sem vocês a graduação não seria a mesma e serei

eternamente grata por isso.

Agradeço aos meus parceiros e companheiros de faculdade, em especial Ana

Paula Bays, Andrey Savio, Daniel Araujo, Danilo Queiroz, Debora Rodrigues,

Gleicielly Vieira Leite, Luane da Silva Fernandes, Paula Rocha e Renata Martins.

Aos meus colegas de laboratório, pelo companheirismo e respeito no

trabalho, e por tornar esse projeto possível e contribuir na realização da minha

graduação.

À minha orientadora Alexandra Potença, pela oportunidade de trabalho e

desenvolvimento de pesquisas, pela paciência, pelos conselhos e ensinamentos.

Obrigada por acreditar em mim e fazer parte da minha formação acadêmica e

profissional.

Agradeço aos professores do curso de Zootecnia, que de sua forma

contribuíram para minha carreira acadêmica, em especial a professora Sânia

Camargos, por ser um exemplo não só de profissional mas também como de

pessoa, obrigada pelos ensinamentos e conselhos, carinho e apoio. Ao professor

Carlos Eduardo, pela paciência e orientação na parte estatística do projeto.

À banca examinadora, Alexandra Potença, Lívia V. de Barros e Vanessa S.

Franzo, pela disponibilidade de participar da defesa e pelas sugestões feitas para

aprimorar meu trabalho.

À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso – FAPEMAT e

ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológio – CNPq, pela

concessão das bolsas de estudo.

À Universidade Federal de Mato Grosso, seu corpo docente, direção,

administração, que oportunizaram a realização desse sonho.

À todas as pessoas, que de forma direta ou indireta, colaboraram para o meu

crescimento acadêmico e profissional, meu muito obrigada.

“A verdadeira motivação vem de realização, desenvolvimento pessoal,

satisfação no trabalho e reconhecimento”.

Frederick Herzberg

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 01. Efeito do tempo de estocagem sobre a umidade perdida de ovos brancos

refrigerados..............................................................................................15

Figura02. Efeito do tempo de estocagem sobre o pH da clara de ovos brancos

refrigerados.................................................................................................16

Figura 03. Efeito do tempo de estocagem sobre a altura do albúmen de ovos

brancos refrigerados....................................................................................16

Figura 04. Efeito do tempo de estocagem sobre a Unidade Haugh de ovos brancos

refrigerados.................................................................................................17

Figura 05. Efeito do tempo de estocagem sobre a densidade de ovos brancos

refrigerados.................................................................................................18

Figura 06. Efeito do tempo de estocagem sobre a profundidade da câmara de ar de

ovos brancos refrigerados...........................................................................18

Figura 07. Efeito do tempo de estocagem sobre o diâmetro da câmara de ar de ovos

brancos refrigerados....................................................................................19

LISTA DE TABELAS

Tabela 01 – Efeito do tipo de embalagem sobre umidade perdida, altura de albúmen,

densidade, diâmetro de gema, Unidade Haugh, pH clara, pH gema, profundidade da

câmara de ar e diâmetro da câmara de ar.................................................................14

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................1

2. OBJETIVO .............................................................................................................3

3. REVISÃO ...............................................................................................................4

3.1 O Ovo e Sua Estrutura.......................................................................................4 3.2 Panorama de Produção Nacional......................................................................4 3.3 Consumo Nacional.............................................................................................5 3.4 Importância da Qualidade e da Refrigeração.....................................................5 3.5 Métodos de Avaliação de Qualidade..................................................................7 3.5.1 Peso..........................................................................................................7 3.5.2 Unidade Haugh (UH).................................................................................8 3.5.3 Gravidade Específica (Densidade)............................................................8 3.5.4 pH da Clara e pH da Gema.......................................................................8 3.5.5 Profundidade e Diâmetro de Gema...........................................................9 3.5.6 Diâmetro de Gema....................................................................................9 3.5.7 Umidade Perdida....................................................................................10 3.6 Tipo de Embalagem........................................................................................10 3.7 Tempo e Sua Influência na Conservação.......................................................11 4. MATERIAL E MÉTODOS......................................................................................12

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO.............................................................................14 6. CONCLUSÕES......................................................................................................20 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................21 REFERÊNCIAS...................................................................................................22

RESUMO

O ovo é um produto de origem animal com alto valor biológico, porém para que o

consumo de seus nutrientes seja eficiente, torna-se necessário condições

apropriadas durante o período de armazenamento. Avaliou-se o efeito do tempo de

estocagem e tipo de embalagem sobre a qualidade interna de ovos de casca branca

mantidos sob refrigeracão com 8, 15 e 22 dias de embalados. Utilizaram-se 135

ovos em delineamento em blocos casualisados (DBC), com cinco tratamentos,

sendo cada tratamento correspondente a um tipo de embalagem. As embalagens

testadas foram: papelão, envolta de papel filme, plástico, alumínio e isopor. As

variáveis estudadas foram perda de umidade (%), altura de albúmen (mm),

densidade (g/ml), diâmetro de gema (mm), pH da clara e da gema, Unidade Haugh

(UH), profundidade e diâmetro da câmara de ar (mm). Houve efeito do tempo de

armazenamento sobre as variáveis de umidade perdida, altura do albúmen, pH da

clara, profundidade e diâmetro da câmara de ar, Unidade Haugh e densidade. Por

outro lado, houve efeito das embalagens de plástico, alumínio e isopor sobre a

densidade, bem como as embalagens de papelão e a envolta por papel filme sobre a

profundidade da câmara de ar, independente do tempo. Concluiu-se que a qualidade

de ovos mantidos em ambiente refrigerado foi influenciada pelo tipo de embalagem,

tendo as embalagens de plástico, alumínio e isopor uma melhor conservação dos

ovos, e com o passar do tempo de armazenamento a tendência da qualidade é

piorar.

Palavras-chaves: profundidade, Unidade Haugh, valor biológico.

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1. INTRODUÇÃO

A avicultura brasileira tem apresentado altos índices de crescimento.

Em relação a produção de ovos, o Brasil ocupa o sétimo lugar no ranking

mundial, o que representa 3,34% da produção total do mundo. Porém, seu

consumo anual por habitante, ainda, é inferior ao de diversos países (FAO,

2013).

Um dos alimentos mais completos da dieta humana, o ovo é rico em

vitaminas, minerais, ácidos graxos e proteínas de excelente valor biológico

(RÊGO et al., 2012). Porém, para que essa fonte de nutrientes seja

aproveitada pelos consumidores, é necessário que o ovo seja armazenado

adequadamente a fim de conservar tais características o maior tempo

possível, uma vez que com o passar das semanas há perdas nutritivas, visto

que há um grande período entre o momento de postura e o consumo

propriamente dito (BENITES, 2005).

Durante o período de estocagem, podem ocorrer modificações nas

características físicas, químicas e funcionais da composição dos ovos inteiros,

a depender do tempo de armazenamento, da temperatura e da umidade

relativa do ar (ALLEONI & ANTUNES, 2001). Assim, quanto maior for o

período de armazenamento, maiores serão as perdas nutricionais,

consequentemente pior será a qualidade do ovo.

Neste período, a redução da qualidade interna dos ovos está associada

principalmente à perda de água e de dióxido de carbono, e é proporcional à

elevação da temperatura do ambiente (AUSTIC & NESHEIM, 1990; CRUZ &

MOTA, 1996). Assim, ovos frescos apresentam pH neutro e clara límpida,

transparente, consistente, densa e alta, com pequena porção mais fluída

(MURAKAMI et al., 1994), enquanto que os ovos velhos apresentam maior

fluidez do albúmen, menor consistência não só da clara, como também da

gema, e quando armazenado de forma incorreta, essa alteração na estrutura

física e química é acelerada.

Um mecanismo importante que auxilia na conservação da qualidade

interna dos ovos, é a sua refrigeração nos pontos de comercialização

(CARVALHO et al., 2003a). Todavia, somente 8% dos ovos comercializados

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em estabelecimentos comerciais são mantidos sob refrigeração (LEANDRO et

al., 2005). Consequentemente, outros mecanismos de conservação, bem

como o uso de embalagens eficientes, devem ser testados com o intuito de

prolongar a vida útil de prateleira dos ovos em virtude de uma desaceleração

dos processos de perda, já que o material utilizado para embalar os ovos

pode ter influência na sua conservação.

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2. OBJETIVO

Objetivou-se avaliar o efeito do tipo de embalagem e tempo de

armazenamento em ambiente refrigerado sobre a qualidade dos ovos.

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3. REVISÃO

3.1 O Ovo e Sua Estrutura

O ovo é considerado um dos alimentos mais completo para a alimentação

humana, por apresentar em sua composição uma proteína de excelente valor

biológico, que reúne a maior parte dos aminoácidos essenciais, vitaminas, minerais

e ácidos graxos (TERRA, 2008). Em vista disso, de acordo com MENDES (2002), a

proteína do ovo é considerada como referência para medir o valor proteico de outros

alimentos.

Uma estrutura complexa que possui três partes principais: a gema, o albúmen

e a casca (OLIVEIRA, 2006). Segundo MAGALHÃES (2007) a maior parte do ovo é

constituída pelo albúmen, representando aproximadamente 58% do peso total do

ovo, seguido da gema com 32% e por último a casca com 10%.

O albúmen é a estrutura que está diretamente relacionada com a qualidade

interna do ovo, em virtude de sua rica composição proteica. As principais proteínas

presente na clara são: ovalbumina, conalbumina, ovomucóide, ovomucina e

lisozima. Dentre estas proteínas a ovalbumina e a conalbumina representam 70% do

total de proteínas presente na clara e são responsáveis pela gelatinização do

albúmen (RAMOS, 2008).

3.2 Panorama de Produção Nacional

A avicultura de postura no Brasil vem se destacando significativamente nos

últimos anos, em virtude de uma estabilidade de mercado e produção, quando se

comparado as demais atividades pecuária do país.

De acordo com a União Brasileira de Avicultura (UBABEF), a produção de

ovos no Brasil foi cerca de 3,1 bilhões de dúzias, enquanto que em 2012 a produção

ficou entre 2,8 bilhões de dúzias, representando um aumento significativo na

produção brasileira (UBABEF, 2015).

FREITAS et al. (2011) relata que o principal fator que propiciou um

crescimento ascendente da produção média anual de ovos no Brasil de

aproximadamente, 22,4 bilhões, foi o emprego de pacotes tecnológicos nos sistemas

de criação, uma vez que, a formação de novas linhagens, além de permitir um

aumento da produtividade em um reduzido espaço de criação, promove também

uma maior viabilidade econômica do sistema produtivo.

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3.3 Consumo Nacional

Atualmente 99,1% da produção brasileira de ovos são destinados ao mercado

interno e, apenas 0,89% são exportados. Apesar dos brasileiros ainda consumirem

pouco ovo, abaixo da média consumida nos Estados Unidos, México e Colômbia, ele

está presente na dieta alimentar dos brasileiros, pois apresenta preços acessíveis e

já faz parte do hábito alimentar. Segundo a União Brasileira de Avicultores (UBA) o

ovo está presente na dieta alimentar de 99% das famílias brasileiras (UBA, 2012).

O consumo brasileiro per capita por habitante ano, em 2011 foi de 163 ovos,

um salto de 21% em relação ao ano anterior que foi de 148,8 ovos per capita (UBA,

2012). Em 2013, esse consumo aumentou significativamente para 182 ovos per

capita (UBABEF, 2015), indicando uma necessidade de aumento da produção para

atender a demanda crescente do consumo.

Diversos fatores foram determinantes para o aumento do consumo de ovos,

mas os que contribuíram expressivamente foram o reconhecimento científico do alto

valor biológico do ovo, que reúne uma grande quantidade de aminoácidos

essenciais, vitaminas, minerais e ácidos graxos (TERRA, 1999), e o seu baixo custo.

Além disso, houve uma desmistificação a respeito do colesterol presente no

ovo, uma vez que existe comprovação científica de que não há correlação do

consumo regular do ovo com o aumento do colesterol e doenças cardíacas em

indivíduos que consomem pelo menos uma unidade por dia na forma cozida, e com

dieta com baixo nível total de colesterol (NOVELLO et. al., 2006).

3.4 Importância da Qualidade e da Refrigeração

A produção de ovos de qualidade é um fator de relevância, uma vez que é a

qualidade que determina o sucesso do produto no mercado consumidor. Segundo

ALCÂNTARA (2012) a qualidade do ovo é uma avaliação das propriedades

desejadas e valorizadas pelos consumidores, sendo percebida através dos atributos

sensoriais, nutricionais, tecnológicos, sanitária, ausência de resíduos químicos e do

cuidado com o meio ambiente.

A preocupação quanto às condições de armazenamento e classificação do

ovo, se dá por este ser um alimento com fortes tendências a deterioração quando

armazenados em condições inadequadas (KATAYAMA, 2013).

Os aspectos externos referentes à qualidade do ovo estão relacionados à

qualidade da casca, ao considerar sua estrutura e higiene. A casca deve ser isenta

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de sujidades e deformações. Por outro lado, os aspectos internos consideram

características relativas ao albúmen, gema, câmara de ar, cor, odor, sabor

(MENDES, 2010). O albúmen deve ser límpido, transparente, consistente, denso,

com pequena porção fluída. Enquanto que a gema deve ser bem amarela e

consistente, e a câmara de ar em ovos frescos deve ser pequena, aumentando com

o passar das semanas.

Segundo BARBOSA et al. (2008) a perda de qualidade é um fenômeno

inevitável que acontece de forma contínua ao longo do tempo e pode ser agravada

por diversos fatores, como contaminação microbiológica, umidade alta e refrigeração

inadequada (acima de 8º C).

A piora da qualidade está associada principalmente à perda de água e de

dióxido de carbono durante o período de armazenamento, sendo proporcional à

elevação da temperatura do ambiente (LEANDRO et al., 2005). Segundo MORENG

& AVENS (1990), o albúmen se torna mais líquido à medida que persistem as

condições inadequadas de armazenamento. A perda contínua de gás carbônico

aumenta as condições de alcalinidade no interior dos ovos, resultando em alterações

no sabor.

De acordo com a Portaria n°1 de 21/02/1990 do Ministério da Agricultura,

Pecuária e Abastecimento (BRASIL, 1990), o período para consumo de ovos frescos

é de 30 dias, porém, tempo e temperatura de armazenamento para ovos são

motivos frequentes de discussão. LANA (2000) relata que a temperatura e umidade

relativa do ar mais adequada que acaba permitindo uma melhor condição de

conservação dos ovos são respectivamente, 10 a 15ºC, e 70 a 80%.

GARCIA et al. (2010), LOPES et al (2012) e outros autores, afirmam que a

refrigeração mantém a qualidade interna dos ovos e prolonga o tempo de validade e,

todos corroboram que o aumento do período de estocagem reduz a qualidade

interna dos ovos. Assim, os fatores que influenciam significativamente na qualidade

interna dos ovos são a temperatura e o período de armazenamento.

A refrigeração é importante na preservação da qualidade interna dos ovos,

sendo aconselhável que os ovos saíssem da sala de processamento da granja

refrigerado em temperatura média de 0ºC a 4ºC, garantindo assim, ao consumidor

um produto saudável, nutritivo, saboroso e com segurança (CARVALHO et al.,

2003). A não refrigeração do ovo no comércio ocorre porque gera altos custos e não

é assegurada por lei.

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A diminuição da temperatura do ambiente de estocagem dos ovos visa

retardar a velocidade de multiplicação de microrganismos e aumentar a vida de

prateleira do produto, sendo obrigatório em muitos países (WILKS et al., 2000).

Entretanto, nas condições do mercado interno brasileiro, grande parte dos ovos são

comercializados in natura sem refrigeração.

A embalagem mostra-se como um importante fator na conservação dos ovos

a temperatura ambiente quando possibilita a retenção de dióxido de carbono (CO2)

ao criar uma pressão parcial naquele ambiente (CAMPOS et al., 1973).

Quando os ovos são armazenados em embalagens impróprias ou expostas à

correntes de ar, temperaturas elevadas e baixa umidade, o produto acaba sofrendo

alterações mais expressivas e com maior rapidez, ficando mais susceptível ao

ataque de microrganismos indesejáveis (MOURA et. al., 2008). Desse modo, os

ovos devem ser estocados adequadamente, evitando a exposição a correntes de

vento, altas temperaturas e a umidade relativa do meio deve ser controlada para

retardar ao máximos tais perdas.

3.5 Métodos de Avaliação de Qualidade

No Brasil, ainda não se desenvolveu um padrão de qualidade interna de ovos

de consumo, pois somente peso e características da casca têm sido considerados

(KAROUI et al., 2006).

Normalmente, os métodos mais usados para determinar a qualidade de ovos

abertos tem como referência características quantitativas vinculadas a clara como a

altura do albúmen, índice do albúmen, índice da área do albúmen, porcentagem de

albúmen espesso e fino, e a unidade Haugh (HAUGH, 1937).

3.5.1 Peso

Avaliação biométrica realizada amplamente para a avaliação de perdas nos

processos de armazenamento. Este valor, além de determinar perdas diretas do

conteúdo dos ovos, também é utilizado para os cálculos da Unidade Haugh.

Quanto ao peso, o ovo é classificado em seis tipos: jumbo com peso mínimo

de 66g/unidade, extra com 60 a 65g/unidade, grande de 55 a 59g/unidade, médio

com 50 a 54g/unidade, pequeno de 45 a 49g/unidade e, industrial com menos de

45g, que são destinados à industrialização ou quebra (BRASIL, 2003).

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3.5.2 Unidade de Haugh (UH)

Um dos método mais utilizados para verificar a qualidade interna dos ovos e

tem sido utilizado pela indústria desde sua introdução. A UH foi proposta em 1937

por RAYMOND HAUGH, consiste em uma expressão matemática que correlaciona a

altura do albúmen espesso (h), corrigida para o peso do ovo (w). Sendo que, quanto

maior o valor da UH melhor a qualidade do ovo (ALLEONI & ANTUNES, 2001).

É um método de fácil aplicação e possui alta correlação com a aparência

interna do ovo ao ser quebrado (XAVIER, 2008), e sua análise dá uma indicação da

duração e das condições de armazenamento dos ovos (FIGUEIREDO et al., 2011).

De acordo com os valores obtidos, os ovos considerados de qualidade

excelente (AA) devem apresentar valores de UH superiores a 72; ovos de qualidade

alta (A), entre 60 e 72 UH e ovos de qualidade inferior (B), com valores de UH

inferiores a 60 são considerados de qualidade ruim (USDA, 2000).

3.5.3 Gravidade Específica (Densidade)

Indica a qualidade da casca em relação aos demais componentes do ovo e

está diretamente relacionada com a espessura da casca (MILES, 1993). Segundo

MENDONCA JR. (1993), no período de postura a gravidade específica desejável

deve estar entre 1,080 e 1,088. Para isso, pode se utilizar o método da flutuação

salina e o método de Arquimedes.

A flutuação salina é um teste realizado por imersão dos ovos em recipientes

com soluções salinas com densidades de 1.050 a 1.100, com intervalos mínimos de

0.005. Os ovos, ao flutuarem, são classificados conforme sua gravidade específica.

Ressalta-se que quanto maior o valor da gravidade específica maior é a espessura

da casca (HAMILTOM, 1982).

Já o método de Arquimedes baseia-se na pesagem do ovo no ar e na água,

relacionam esses pesos multiplicando pelo fator de correção da temperatura da água

de pesagem (FREITAS et al., 2004).

3.5.4 pH de Clara e pH de Gema

Dos índices atualmente utilizados, o pH fornece parâmetro importante na

determinação do estado de conservação de um produto alimentício. Como afirmado

por ENSMINGER (1992) e SCOTT & SILVERSIDES (2000), o efeito do

armazenamento na qualidade do ovo pode ser determinado pelo aumento do pH do

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albúmen. O pH e verificado por meio de pHmetro após a separação do albúmen e

gema com imersão direta do eletrodo no conteúdo.

O pH do albúmen fresco é de aproximadamente 7,8, e com o período de

armazenamento, ocorre ininterruptamente à liberação de dióxido de carbono,

provocando aumento do pH, chegando a atingir valores de 9,5. Os processos de

perda de dióxido de carbono poder ser acelerados dependentemente da

temperatura, porém as perdas em qualquer método ou processo de conservação é

inevitável. O pH da gema também sofre alteração, porém o aumento do pH

apresenta-se menos acelerado que os ocorridos no albúmen, apresentando em

estágio de gema fresca valores próximos de 6,0 e com as alterações decorrentes do

armazenamento podem chegar a valores de 6,9 (ENSMINGER, 1992).

3.5.5 Profundidade e Diâmetro da Câmara de Ar

A câmara de ar deve ser observada quanto ao tamanho, pois quanto mais

velho o ovo maior a perda de água e consequentemente, maior o tamanho da

câmara de ar. Uma má qualidade da casca pode contribuir para o aumento da

câmara de ar, já a má qualidade do albúmen pode contribuir para a redução da

mesma (SESTI; ITO, 2009).

A profundidade da câmara de ar está diretamente ligada a gravidade

específica do ovo, pois com o passar do tempo o ovo vai perdendo água e dióxido

de carbono, através dos poros presentes na casca. Quanto mais fresco o ovo, menor

é a profundidade e o diâmetro da câmara de ar, uma vez que quase nenhum líquido

do seu interior foi perdido.

3.5.6 Diâmetro de Gema

Vários atributos de qualidade do albúmen e gema são perdidos com o

armazenamento prolongado do ovo, uma vez que no momento da postura existe um

gradiente de pressão osmótica entre a clara e a gema, que se acentua depois de

forma progressiva, à medida que a água passa da clara para a gema (SAUVEUR,

1993).

A velocidade das alterações no albúmen e na gema está associada com a

temperatura e o movimento de dióxido de carbono do albúmen através da casca

(OLIVEIRA, 2006), em consequência de um gradiente negativo de concentração

(KEENER et al., 2001).

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Segundo GONZALES & DE BLAS, (1991), durante a estocagem, ocorrem

reações físicas e químicas que levam à degradação da estrutura da proteína

presente na albumina espessa, tendo como produto das reações, água ligada a

grandes moléculas de proteínas que passam para a gema por osmose. O excesso

de água na gema ocasiona um aumento em seu diâmetro, levando a um

enfraquecimento da membrana vitelínica (LEANDRO et al., 2005), fazendo com que

a mesma pareça maior e achatada, quando quebrada em uma superfície plana.

3.5.7 Umidade Perdida

Os ovos, logo após a postura, devem ser refrigerados o mais rápido possível

e mantidos a uma temperatura e umidade relativa, que dependerão do período de

armazenamento. Quanto mais abaixo de 99,6% esteja à umidade relativa mais

rapidamente o ovo perderá umidade, ocorrendo, portanto, redução de peso e

aumento da câmara de ar (SANTOS,2005).

A evaporação da água do ovo é um processo contínuo, tendo início no

momento da postura e não cessando até que esteja completamente desidratado. A

velocidade de perda de peso é acelerada em altas temperaturas e retardada por alta

umidade relativa. Para minimizar a perda de peso de ovos, o armazenamento em

umidade relativa de 75 a 80% é recomendado (STADELMAN & COTTERILL, 1994).

3.6 Tipo de Embalagem

Segundo MOURA et. al. (2008), há uma grande discussão no setor avícola

envolvendo os diversos tipos de embalagem. A indústria argumenta que, sob

aspecto do marketing e aparência do produto, a embalagem plástica é a mais

recomendada. Por outro lado, a embalagem de isopor é mais eficiente quando se

trata de isolamento térmico e manutenção da integridade da casca durante o

transporte do ovo. Já a de papel, é a de menor custo e garante uma boa proteção

aos ovos.

Os estudos de PICCININ et. al. (2004), verificaram que os ovos de codornas

submetidos à refrigeração e armazenados em embalagem de plástico, apresentaram

perda na qualidade mais lenta do que ovos estocados em embalagem de papel e

isopor. Por outro lado, MOURA et. al (2008) em sua pesquisa, observaram que os

ovos armazenados em embalagem de isopor apresentaram menor perda de peso

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(1,97%) do que ovos estocados em embalagem de papel (2,21%) e de plástico

(2,29%).

3.7 Tempo e Sua Influência na Conservação

A validade para o consumo de ovos frescos, assim como o tempo de

conservação em temperatura ambiente e sob refrigeração são motivos de discussão

permanente (CEPERO et al.,1995). A perda de qualidade ocorre de forma contínua

ao longo do tempo e pode ser agravado por diversos fatores (BARBOSA et al., 2008)

como visto nos itens anteriores.

O tempo de armazenamento tem um papel fundamental na conservação dos

ovos, pois, à medida que se prolonga esse período, ocorre reação física e química e,

consequentemente multiplicação microbiana, sendo acelerada em temperatura

elevadas, quando mantidos em temperatura ambiente, e retardada se mantidos sob

refrigeração. Entretanto, o tempo e a temperatura também devem estar associados a

outros fatores para garantir a preservação das propriedades do ovo. Para isso, o

emprego de tecnologia adequada logo após a postura é necessário para prolongar a

vida útil do ovo e de seus produtos derivados (SEIBEL, 2005).

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4. MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi realizado no Laboratório de Tecnologia de Alimentos da

Faculdade de Agronomia, Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal

de Mato Grosso, Campus Cuiabá.

O delineamento experimental adotado foi em blocos (DBC), com cinco

tratamentos, repetidos no tempo (3 semanas). Os ovos utilizados foram cedidos pela

Granja Campo Verde, sendo analisados ao total 135 ovos de casca branca. As

embalagens testadas correspondentes aos tratamentos foram: papelão, envolta de

papel filme, plástico, alumínio e isopor. Os tempos de armazenamento analisados

foram: 8, 15 e 22 dias de embalados, que correspondem respectivamente à 1, 2 e 3

semana de análise.

O primeiro dia consistiu na estocagem dos ovos. Inicialmente, todos os ovos

foram marcados com a letra do tratamento e o número da repetição, e

posteriormente pesados e armazenados nas embalagens descritas anteriormente

em ambiente refrigerado (14oC), sendo alocados nove ovos em cada embalagem.

Com o objetivo de avaliar a qualidade externa e interna dos ovos, foram

realizadas as seguintes mensurações: peso, densidade, altura de albúmen, diâmetro

de gema, pH da gema, pH da clara, profundidade e diâmetro da câmara de ar.

Todos os ovos íntegros foram pesados individualmente em uma balança

eletrônica, sendo os trincados descartados. A pesagem teve como intenção calcular

o peso médio dos ovos, dado necessário para o cálculo de Unidade Haugh e perda

de umidade.

Em seguida, a fim de se calcular a média da densidade dos ovos e avaliar a

qualidade da casca, utilizou-se o método de flutuação salina. Os ovos foram imersos

em diferentes concentrações de solução salina, com densidade variando de 1,055;

1,060; 1,065; 1,070; 1,075; 1,080 a 1,085 g/ml, sendo as concentrações

estabelecidas com o auxílio de um densímetro (Massa específica 20º C g/ml -

Incoterm). Antes da realização, era feita a correção das concentrações.

Logo após, os ovos eram quebrados em uma superfície lisa para facilitar a

mensuração (mm) da altura do albúmen e do diâmetro da gema, com o uso de um

paquímetro digital. Depois, o ovo foi separado em gema e clara com o uso de um

separador de plástico, para aferir o pH de ambos com o peagâmetro de bancada. O

eletrodo era imerso diretamente no conteúdo da gema e da clara, separadamente.

13

Posteriormente, o conteúdo foi descartado e as cascas foram lavadas em

água corrente e secas em temperatura ambiente. Após o término das três análises,

foi feita a mensuração da câmara de ar. Primeiramente foi utilizado o ovoscópio para

delimitar a área da câmara e com a ajuda de um papel milimetrado encontrou-se a

profundidade, depois com o uso de um paquímetro digital foi aferido duas medidas,

que ao ser calculado a média, foi encontrado o diâmetro da câmara de ar.

Com os dados de peso individual dos ovos (g) e altura de albúmen (mm)

estabelecidos, calculou-se a Unidade Haugh (HU) utilizando a seguinte equação:

HU=100*log(h+7,57-1,7*w^0,37) em que h=altura de albúmen (mm) e w=peso do

ovo (g).

Os resultados obtidos foram submetidos à análise de variância com auxílio do

sistema de análises estatísticas – SISVAR versão 5.6, sendo as médias das

embalagens comparadas pelo teste Scott-Knott a 5% de probabilidade e para o

efeito do tempo de armazenamento, a equação de regressão a 5%.

14

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Houve efeito (<0,05) das embalagens na qualidade dos ovos para as variáveis

de densidade e profundidade da câmara de ar. Enquanto que para tempo, a

regressão foi significativa (<0,05) para as varáveis de altura de albúmen, umidade

perdida, densidade, pH da clara, Unidade Haugh, profundidade e diâmetro de

câmara de ar.

Na tabela 01 foi verificado o efeito do tipo de embalagem testada (papelão,

filme, plástico, alumínio e isopor) sobre as variáveis analisadas (umidade perdida,

altura de albúmen, densidade, diâmetro de gema, Unidade Haugh, pH da clara, pH

da gema, profundidade e diâmetro da câmara de ar) durante o experimento.

Tabela 01 - Efeito do tipo de embalagem sobre umidade perdida, altura de albúmen, densidade, diâmetro de gema, Unidade Haugh, pH clara, pH gema, profundidade da câmara de ar e diâmetro da câmara de ar

Tratament

os

CV

Variáveis Papelão Papel

Filme

Plástico Alumíni

o

Isopor (%)

Umidade Perdida (%) 2,86 a 2,30 a 1,81 a 1,34 a 1,66 a 29,92

Altura de Albúmen

(mm)

5,02 a 4,73 a 4,81 a 4,65 a 5,03 a 10,86

Densidade (g/ml) 1,063 b 1,060 b 1,065 a 1,069 a 1,068 a 0,23

Diâmetro de Gema

(mm)

41,29 a 42,50 a 41,76 a 42,60 a 43,06 a 1,92

Unidade Haugh 68,41 a 65,39 a 66,69 a 65,10 a 69,40 a 7,18

pH Clara 8,55 a 8,49 a 8,47 a 8,59 a 8,43 a 1,97

pH Gema 7,26 a 7,00 a 7,04 a 6,93 a 6,94 a 2,72

Profundidade da

Câmara de Ar (mm)

7,57 a 7,13 a 6,45 b 6,12 b 6,06 b 8,15

Diâmetro da Câmara

de Ar (mm)

27,23 a 26,61 a 23,76 a 24,33 a 24,30 a 6,59

Médias seguidas de mesma letra na linha não diferem pelo teste de Scott-Knott a 5% de

probabilidade de erro.

15

Observando-se os resultados das médias referente ao efeito do tipo de

embalagem na qualidade dos ovos em ambiente refrigerado, independentemente do

tempo, mostrou-se que foi significativo (<0,05) o uso das embalagens de plástico,

alumínio e isopor, sobre a variável densidade e das embalagens de papelão e

envolta por papel filme sobre a variável profundidade da câmara de ar.

Alguns autores como CRUZ et al. (2007) relatam que a embalagem envolta

por filme plástico cria uma barreira à troca gasosa entre o ovo e o ambiente,

retardando assim, a liquefação do albúmen denso e por conseguinte, a redução dos

valores de unidade Haugh, o que não foi verificado neste presente estudo.

Com a análise de regressão, observa-se na Figura 01 o efeito linear positivo

(<0,05) do tempo de estocagem na umidade perdida, evidenciando que com o

passar do período, a perda de água para o ambiente externo foi se tornando maior.

Figura 01: Efeito do tempo de estocagem sobre a umidade perdida de ovos brancos refrigerados

Este resultado corrobora com os reportados por Barbosa et al. (2008) e

Santos et al. (2009), os quais relataram que a perda de peso dos ovos, diretamente

relacionado com a umidade perdida, aumentou com o maior tempo de armazenagem

em ambas as condições de armazenamento.

16

Figura 02: Efeito do tempo de estocagem sobre o pH da clara de ovos brancos refrigerados

Houve efeito (<0,05) do tempo de estocagem sobre o pH da clara (Figura 02),

sendo observado que a média dessa variável foi modificando com o passar dos dias.

Esse aumento do pH já era esperado, pois o ovo fresco apresenta em média um pH

da clara de 6,6. Com o passar dos dias de armazenamento, este pH é alterado,

aumentando consideravelmente, em virtude da concentração de dióxido de carbono

(CO2). À medida que o ovo envelhece, a perda de água e CO2 para o meio provoca

um desequilíbrio no sistema tampão de ácido carbônico, promovendo assim, a

elevação do pH. O resultado apresentado concorda com o estudo feito por

ORDÓNEZ (2005).

Figura 03 – Efeito do tempo de estocagem sobre a altura de albúmen de ovos brancos refrigerados

17

Nota-se, na Figura 03, que a altura de albúmen diminuiu com o tempo de

estocagem. A modificação do albúmen está diretamente associado ao pH, pois com

a alcalinização ocorre modificações nas estruturas do ovo, como a liquefação do

albúmen denso, em virtude das alterações das proteínas citadas no item 3.1

(Revisão).

Comportamento semelhante foi observado por Alleoni & Antunes (2001), que

observaram redução dos valores de unidade Haugh e de altura de albúmen de ovos

de poedeiras Lohmann LSL, com o armazenamento (7, 14 e 21 dias), tanto em

temperatura de refrigeração quanto em temperatura ambiente.

Figura 04: Efeito do tempo de estocagem sobre a Unidade Haugh de ovos

brancos refrigerados

O tempo de estocagem também foi significativo (<0,05) sobre a variável

Unidade Haugh (Figura 04), mostrando que essa unidade tende a diminuir com o

passar do tempo. Isso ocorre em virtude do aumento da fluidez do albúmen e

consequentemente, a diminuição da sua altura como visto anteriormente.

Esses dados corroboram com os encontrados por Moura et al. (2008) e Xavier

et al. (2008), e os mesmos são reflexo da redução na altura do albúmen com o

tempo de estocagem (SCOTT & SILVERSIDES, 2000).

18

Figura 05: Efeito do tempo de estocagem sobre a densidade de ovos brancos refrigerados

Houve efeito (<0,05) do tempo de estocagem sobre as variáveis de:

densidade dos ovos (Figura 05), profundidade e diâmetro da câmara de ar (Figura 6

e 7, respectivamente).

Figura 06: Efeito do tempo de estocagem sobre a profundidade da câmara de ar de ovos brancos refrigerados

19

Figura 07: Efeito do tempo de estocagem sobre a diâmetro da câmara de ar de ovos brancos refrigerados

Esses resultados já eram esperados, em consequência da perda de água e

dióxido de carbono, através da casca, o que faz com que haja mais espaço para a

câmara de ar se expandir. No momento que a câmara passa a ocupar mais espaço,

o ovo se torna mais leve, diminuindo assim, sua densidade. Logo a densidade e o

tamanho da câmara de ar (profundidade e diâmetro) são variáveis inversamente

proporcionais, pois se a câmara de ar aumenta a densidade, consequentemente,

diminui.

Assim como visto nos estudos de Salvador (2011) e Santos et al. (2009),

ambos notaram que a redução da gravidade específica, provavelmente, ocorre

devido às perdas de água do ovo por evaporação, que provoca um aumento na

câmara de ar.

Para as características de diâmetro de gema e pH de gema, a regressão não

foi significativa. Em relação ao pH de gema, resultado semelhante foi encontrado por

PINTO (2005), afirmando que o comportamento dessa variável é pouco alterado.

Dados referentes a variável de diâmetro de gema não foram encontrados, visto que

os autores utilizam o índice de gema, e não analisam e discutem somente o

diâmetro em si, como pode ser visto nos estudos de LEANDRO et. al. (2005), que

consta que o índice de gema não diferiu (>0,05) entre os tratamentos.

20

6. CONCLUSÕES

Concluiu-se com este experimento que, ovos brancos refrigerados a 14oC

armazenados em embalagens plástica, alumínio e isopor apresentaram maior

densidade e menor profundidade da câmara de ar, quando comparados aos ovos

armazenados em embalagem de papelão e filme, configurando melhor qualidade

dos ovos. Em relação ao tempo, foi notória a perda de qualidade, evidenciando que,

quanto maior foi o período de estocagem, pior foi a qualidade dos ovos.

21

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A inclusão do aluno em projetos científicos como este possibilita a

aprendizagem do que foi visto em sala de aula e ver detalhes que muitas vezes

parecem insignificantes, tendo assim um aprofundamento em determinado tema,

fazendo com que criemos nossa própria opinião. Além de estimular o trabalho em

grupo, conseguimos expor nossas ideias e trocar experiências não só com os

professores como também com os demais alunos vinculados ao projeto, bem como

a motivação pela busca por alternativas para minimizar os erros que aparecem

durante a realização da pesquisa, sendo assim uma experiência de grande valia

para o currículo acadêmico, apresentando importantes contribuições para a

formação acadêmica de todos os envolvidos.

22

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