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Universidade Federal de Mato Grosso
UFMT
BRUNO JOSÉ FERNANDES DA SILVA
TÉCNICA DE COMPLEMENTAÇÃO DO JULGAMENTO
PREVISTA NO ARTIGO 942 DO CPC
Especialização em Direito Processual Civil
Cuiabá
2018
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Universidade Federal de Mato Grosso
UFMT
BRUNO JOSÉ FERNANDES DA SILVA
TÉCNICA DE COMPLEMENTAÇÃO DO JULGAMENTO
PREVISTA NO ARTIGO 942 DO CPC
Especialização em Direito Processual Civil
Trabalho de conclusão de curso apresentado à Banca Examinadora da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Mato Grosso, como exigência parcial para obtenção do título de Especialista em Direito Processual Civil, sob a orientação do Professor Doutor Welder Queiroz dos Santos.
Cuiabá
2018
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Banca Examinadora
_____________________________
_____________________________
_____________________________
Página 4 de 40
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho àqueles que dão o
suporte diário para continuar em busca do
conhecimento, principalmente os amigos,
familiares, professores, esposa e em especial
o vindouro primogênito, PEDRO.
Página 5 de 40
AGRADECIMENTOS
Agradeço aos companheiros de curso, que sempre nos motivam a
estar presente física e mentalmente em busca do melhor aproveitamento
possível na academia.
Aos professores que tem por objetivo transmitir o conhecimento em
busca de despertar as ideias nos alunos, indagando-os e fazendo refletir sobre
o pensamento exposto em cada ideia das teses jurídicas expostas no curso.
Aos companheiros de trabalho do Tribunal de Justiça que vivenciam
na prática todas as discussões, por vezes acaloradas, que são travadas nos
bancos da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Estado de Mato
Grosso.
Ao orientador, incentivador e amigo, Prof. Doutor Welder Queiroz
dos Santos, pelas indicações do curso, constantes conversas sobre os mais
variados temas do direito (e da vida), em razão de ser um “rising star” do Direito
Processual Civil Brasileiro, despontando a cada dia nas academias da literatura
jurídica.
Aos amigos de longa data pelo incentivo em estar sempre evoluindo
para aperfeiçoar as ideias.
Aos familiares pela paciência ante os finais de semana ausentes,
principalmente deixando a esposa e o vindouro filho, sozinhos em vários
momentos em busca de mais este sonho, meus sinceros agradecimentos.
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"ipse se nihil scire id unum sciat" ou para os
nossos dias, “só sei que nada sei”
(SÓCRATES)
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RESUMO
DA SILVA, Bruno José Fernandes. Técnica de Complementação de
Julgamento Prevista no Artigo 942 do CPC. Trabalho de conclusão de
Especialização (Direito): Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, Brasil,
2018.
Essa monografia objetiva elucidar pontos específicos do novo instituto previsto
no Artigo 942 do CPC que foi introduzido no ordenamento jurídico pelo Código
de Processo Civil de 2015.
Palavras-chave: Técnica de Complementação; Artigo 942 do CPC; Julgamento
com quórum elastecido; Convocação de membros.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO............................................................................................... 09
CAPÍTULO 1 – COMPLEMENTAÇÃO DE JULGAMENTO – CONCEITO..... 09
1.1 – HISTÓRICO........................................................................ 15
CAPÍTULO 2 – CABIMENTO..........................................................................18
2.1– OBRIGATORIEDADE.......................................................... 20
2.1.1 – APELAÇÃO
2.1.2 – AÇÃO RESCISÓRIA
2.1.3 – AGRAVO DE INSTRUMENTO
2.2– NÃO APLICAÇÃO................................................................ 31
2.2– SUSTENTAÇÃO ORAL....................................................... 33
CAPÍTULO 3 – PROBLEMÁTICA................................................................... 34
3.1 – PRELIMINARES E PREJUDICIAIS DE MÉRITO.............. 34
3.2 – JULGAMENTO E NOVO POSICIONAMENTO..................37
CONCLUSÕES ............................................................................................. 38
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................. 39
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INTRODUÇÃO
Historicamente o ordenamento jurídico processual pátrio previa a possibilidade
dos Embargos Infringentes para que a decisão tomada pelo Colegiado, quando não
unânime e modificasse a sentença, pudesse ser revista por Órgão de maior composição,
atendendo aos reclames sociais que não se satisfazem pelo julgamento dividido.
Ou seja, ante o desejo íntimo da Sociedade em ver seu recurso julgado por
unanimidade, possibilitou-se uma nova discussão da mesma matéria, em busca da
pacificação social da lide.
Como é de se esperar, houve evolução da matéria processual civil, que é
aplicável em todos os ramos do direito, sendo que a opção legislativa atual criou a
técnica de complementação do julgamento em substituição aos antigos Embargos
Infringentes, mas sem trazer todas as especificidades do tema no próprio codex
processual.
Assim, o presente trabalho busca mitigar tais dúvidas em busca de
uniformização dos debates sobre o tema, obviamente sem esgotar a matéria ante a
complexidade e falta de subsídios práticos pela implantação recente da questão.
CAPÍTULO 1 – TÉCNICA DE COMPLEMENTAÇÃO DE JULGAMENTO
PREVISTA NO ARTIGO 942 DO CPC/2015 - CONCEITO
Em substituição aos Embargos Infringentes que eram previstos no anterior codex
processual o legislador entendeu por bem implantar a chamada técnica de
complementação de julgamento que está expressamente prevista no Art. 942 do CPC,
sendo que seu conceito gira em torno da sua própria previsão legal, que assim dispõe:
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“Art. 942. Quando o resultado da apelação for não unânime, o
julgamento terá prosseguimento em sessão a ser designada com a
presença de outros julgadores, que serão convocados nos termos
previamente definidos no regimento interno, em número suficiente
para garantir a possibilidade de inversão do resultado inicial,
assegurado às partes e a eventuais terceiros o direito de sustentar
oralmente suas razões perante os novos julgadores.”
Ou seja, a previsão processual civil ensina que toda Apelação que não obtiver
julgamento unânime deve prosseguir em julgamento, restando impossível a prolação do
resultado na mesma sessão, inicialmente.
Deve ser marcada nova sessão com a convocação de novos membros julgadores
em número que possibilite o desempate na forma definida pelo Regimento Interno do
Tribunal, salvo situações excepcionais.
A ressalva acima foi acrescida em razão de ser sim possível a prolação do
resultado na mesma sessão, mas tão somente quando já existam presentes outros
membros julgadores que tenham ouvido a sustentação oral e estejam aptos para votar.
Para Alexandre Freitas Câmara, é possível a continuação na mesma sessão,
conforme trecho de sua autoria, in verbis:
“Estabelece a lei processual que, neste caso, o julgamento deverá
prosseguir em outra sessão, a ser designada, com a presença de
outros julgadores, que serão convocados em termos previamente
definidos no regimento interno do tribunal, em número suficiente
para garantir a possibilidade de inversão do resultado inicialmente
alcançado, assegurado às partes e a eventuais terceiros
intervenientes o direito de apresentar nova sustentação oral, agora
perante os novos integrantes da turma julgadora (art. 942).
O julgamento, porém, terá prosseguimento imediato, na mesma
sessão, se ali estiverem presentes outros magistrados, além dos
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integrantes da turma julgadora original, em número suficiente para
a aplicação dessa técnica de complementação de julgamento (o que
poderá acontecer naqueles tribunais, como é, e.g., o caso do Tribunal
de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, cujos órgãos fracionários
são compostos por cinco magistrados).1”
Ou seja, em regra o julgamento é adiado para sessão subsequente para fins de
convocar outros julgadores, mas pode ser realizada a técnica de complementação de
julgamento na mesma sessão, caso já existam julgadores presentes naquela sessão.
Insta esclarecer que o CPC/2015 trouxe expressa previsão no Artigo 10 de que
“o juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a
respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que
se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício”, sendo que o Art. 9º evita
qualquer decisão surpresa, motivo pelo qual deve ser esclarecido às partes sobre a
possibilidade de julgamento, via técnica de complementação, na mesma sessão.
Exemplificando, no caso do Tribunal de Justiça do Estado de Grosso, em relação
às Câmaras de Direito Civil, o Regimento Interno possui e seguinte previsão:
“SEÇÃO IV DA TÉCNICA DE JULGAMENTO DAS DECISÕES
NÃO UNÂNIMES Art. 23-A - Na hipótese de resultado não
unânime da apelação cível e do agravo de instrumento interposto
em face de decisão parcial de mérito, nos termos do artigo 942 do
Código de Processo Civil, serão convocados outros julgadores, em
número suficiente para garantir a possibilidade de inversão do
resultado final, assegurado o direito à sustentação oral das partes
e eventuais terceiros perante os novos julgadores, observados os
seguintes critérios:
1 Câmara, Alexandre Freitas O novo processo civil brasileiro / Alexandre Freitas
Câmara. – 2. ed. – São Paulo: Atlas, 2016.
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I - Para a composição da 1ª Câmara de Direito Privado, serão
convocados membros da 2ª Câmara de Direito Privado.
II - Para a composição da 2ª Câmara de Direito Privado, serão
convocados membros da 1ª Câmara de Direito Privado.
III - Para a composição da 3ª Câmara de Direito Privado, serão
convocados membros da 4ª Câmara de Direito Privado.
IV - Para a composição da 4ª Câmara de Direito Privado, serão
convocados membros da 3ª Câmara de Direito Privado.
V - Para a composição da 1ª Câmara Cível de Direito Público e
Coletivo, serão convocados membros da 2ª Câmara de Direito Público
e Coletivo.
VI - Para a composição da 2ª Câmara de Direito Público e Coletivo,
serão convocados membros da 1ª Câmara Cível de Direito Público
§ 1º Na impossibilidade de prosseguimento na mesma sessão, o
julgamento terá continuidade na próxima, designada pelo Presidente
do órgão, observados os mesmos critérios de convocação.
§ 2º Os julgadores que já tiverem votado poderão rever seus votos no
momento da complementação do julgamento.
§ 3º As convocações de que tratam os incisos I a VI serão realizadas
pelo Presidente da Câmara, observados a ordem de antiguidade e o
rodízio entre os convocados, mediante escala prévia mensal.
(Acrescentado pela E.R. n.º 028/2017 -TP) “
Note-se que o TJMT possui composição de três membros julgadores em cada
Câmara, motivo pelo qual, nos casos de aplicação da técnica de julgamento, outros dois
membros de Câmaras diversas são convocados para concluir aquele julgamento já
iniciado, sendo que o resultado final vai depender dos votos proferidos pelos cinco
membros componentes do julgamento.
Insta salientar que o julgamento permanece naquela Câmara originária do
recurso de Apelação ou Agravo de Instrumento, situação esta que é diversa em relação
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à Ação Rescisória, ante a previsão do Art. 942, § 3º, I do CPC e Art. 23-B do Regimento
Interno do TJMT, in verbis:
“§ 3o A técnica de julgamento prevista neste artigo aplica-se,
igualmente, ao julgamento não unânime proferido em:
I - ação rescisória, quando o resultado for a rescisão da sentença,
devendo, nesse caso, seu prosseguimento ocorrer em órgão de maior
composição previsto no regimento interno;
Art. 23-B. Na hipótese de decisão não unânime em ação rescisória
cujo resultado for a rescisão da sentença, o julgamento prosseguirá
na Seção da respectiva matéria. (Acrescentado pela E.R. n.º 025/2016
-TP)”
Na obra organizada por Clayton Maranhão, surgiu um esboço do conceito da
técnica de complementação de julgamento, assim definido:
“Cuida-se como desponta do § 3º do Art. 942, de uma “técnica de
julgamento” que aparece disciplinada no capitulo relativo à ordem
dos processos no tribunal. Por meio dela, em casos de não
unanimidade no resultado da apelação, da ação rescisória de sentença
e do agravo de instrumento com reforma da decisão que julgar
parcialmente o mérito, terá lugar, se possível na mesma sessão, o
“prosseguimento do julgamento” do recurso, mediante ampliação
numérica do colegiado julgador, possibilitando-se, nesse segundo
instante, não apenas a renovação de sustentações orais, mas a própria
modificação de voto anteriormente proferido, tudo na conformidade
do regimento interno de cada Corte”2.
2 MARANHÃO, CLAYTON. Ampliação da Colegialidade. Técnica de Julgamento do
Art. 942 do CPC. / Clayton Maranhão (Organizador) — 1ª. ed. — São Paulo: Ed.
Arraes, 2017.
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E ainda, Fredie Didier assim expôs em sua obra:
"Quando o resultado da apelação for não unânime, o julgamento terá
prosseguimento em sessão a ser designada com a presença de outros
julgadores, que serão convocados nos termos previamente definidos
no regimento interno, em número suficiente para garantir a
possibilidade de inversão do resultado inicial, assegurado às partes
e a eventuais terceiros o direito de sustentar oralmente suas razões
perante os novos julgadores"3.
Importante ressaltar que a sentença deve analisar o mérito da demanda, segundo
Nelson Nery Junior, sob pena de não ser possível a aplicação da técnica, in verbis:
“A divergência que justifica a instauração do procedimento deve ser
ligada a sentença de mérito. A sentença fundamentada no CPC 485
não está sujeita a ele. Muito embora o CPC 942 não consigne
expressamente essa exigência, como o fazia o CPC/1973, ela é
dedutível do contexto, porquanto admite a instauração do
procedimento em caso de agravo de instrumento, quando a decisão
interlocutória houver parcialmente decidido o mérito e for
reformada”4.
Assim, tem-se que é seguro conceituar a técnica de complementação de
julgamento como o instituto processual que obriga, em caso de julgamento não unânime
das situações previstas no Art. 942 do CPC, a complementação do julgamento com a
3 DIDIER JR., FREDIE. Curso de direito processual civil: o processo civil nos
tribunais, recursos, ações de competência originária de tribunal e querela nullitatis,
incidentes de competência originária de tribunal / Fredie Didier Jr., Leonardo Carneiro
da Cunha — 13. ed. refornn. — Salvador: Ed. JusPodivm, 2016.
4 NERY JUNIOR, NELSON. Código de Processo Civil Comentado./ Nelson Nery
Junior, Rosa Maria de Andrade Nery – 17. Ed. – São Paulo: Ed. RT, 2018.
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prolação de voto por novos julgadores, de modo a possibilitar a confirmação ou revisão
daquela votação anterior, seja no mesmo órgão ou em órgão diverso.
1.1 – HISTÓRICO
Como exposto anteriormente, a técnica e complementação de julgamento foi
prevista no Código de Processo Civil de 2015 como forma de substituir o Recurso de
Embargos Infringentes.
Há que ressaltar que o CPC/1973 trazia no Art. 530 a previsão de cabimento
dos Embargos Infringentes, que foram suprimidos no atual codex, e assim previa:
“Art. 530. Cabem embargos infringentes quando o acórdão não
unânime houver reformado, em grau de apelação, a sentença de
mérito, ou houver julgado procedente ação rescisória. Se o desacordo
for parcial, os embargos serão restritos à matéria objeto da
divergência.”
Ou seja, à época, quando havia modificação da sentença em acórdão não
unânime, era possível a interposição dos Embargos Infringentes em relação a matéria
objeto da divergência.
Com a promulgação do CPC/2015, não mais existe a figura dos Embargos
Infringentes, sendo excluído do rol dos recursos, conforme ensina Daniel Amorim
Assumpção Neves:
“O Novo Código de Processo Civil retira o recurso de embargos
infringentes do rol recursal, como se pode notar da mera leitura do
art. 994, que prevê o rol das espécies de recursos.
Entretanto, em seu art. 942 cria uma inovadora técnica de
julgamento com propósitos muito semelhantes aos do recurso de
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embargos infringentes, mas com natureza de incidente processual, e
não de recurso”5.
Mas é imperioso ressaltar, havia a discricionariedade do Recorrente em interpor
ou não o recurso, em observância ao princípio da voluntariedade recursal.
Na atual previsão legal não há tal voluntariedade, sendo imperioso o julgamento
complementar nos casos de decisão não unanime previstos no Art. 942 do CPC, e por
tal razão a doutrina vem aclarando que a aplicação da técnica de julgamento não se trata
de recurso, uma vez que ausente a voluntariedade, como expõe o citado autor Daniel
Amorim Assumpção das Neves6 que assevera:
“Como se pode notar, criou-se uma técnica de julgamento que será
implementada de ofício, sem qualquer iniciativa da parte”.
O doutrinador Fredie Didier trouxe a evolução história relacionada ao tema,
conforme trecho ora transcrito:
“A regra foi estabelecida como sucedâneo ao recurso dos embargos
infringentes.
Não há mais previsão do recurso de embargos infringentes.
Em seu lugar, há a previsão da ampliação do órgão julgador em caso
de divergência.
Na história do direito português, do direito brasileiro imperial e do
direito brasileiro republicano, a prática revelou a condescendência
dos juízes, dos tribunais e da legislação com a tendência das partes
aos pedidos de retratação. Inicialmente, esses pedidos eram
informais, feitos sem previsão legal, mas aceitos pelos julgadores.
Ao longo do tempo, a legislação previu diversos tipos de embargos.
5 NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de direito processual civil – Volume
único – 8. ed. – Salvador: Ed. JusPodivm, 2016.
6 Ibidem
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"Com isso, foi edificando-se um 'sistema recursal vivo [law-in-
action], que não era espelhado nas leis processuais civis então
vigentes [law-in-books]" (COSTA, Eduardo José da Fonseca.
"Pequena história dos embargos infringentes no Brasil: uma viagem
redonda". Novas tendências do processo civil. Alexandre Freire;
Bruno Dantas; Dierle Nunes; Fredie Didier Jr.; José Miguel Garcia
Medina; Luiz Fux; Luiz Henrique Volpe Camargo; Pedro Miranda de
Oliveira (org.). Salvador: JusPodivm, 2014, v. 2, p. 384).
Historicamente, os embargos ou são instrumentos contra a execução
ou contra o título executivo extrajudicial ou consistem em recursos
interpostos contra decisões judiciais. Todos eles, ao longo do tempo,
tiveram em comum a característica de irem contra resolução judicial".
Originariamente, havia os embargos declarativos, que serviam para
esclarecer pontos obscuros na decisão, e também os modificativos,
cuja finalidade não era atacar a decisão, mas apenas modificar sua
força e seus efeitos em razão de fatos novos.
Com o tempo, passou a ser admitida a possibilidade dos embargos
ofensivos, destinados a investir contra a decisão ou a apontar
nulidades do processo ou da própria decisão embargada.
Em seguida, o recurso passou a englobar essas duas últimas
finalidades, vindo a chamar-se embargos de nulidade e infringentes
do julgado até que, no CPC-1973, passou a denominar-se embargos
infringentes.
Na história do direito luso-brasileiro, os embargos eram submetidos
ao mesmo tribunal, mais propriamente ao mesmo corpo de julgadores
ou ao mesmo corpo acrescido de outros julgadores.
Os embargos infringentes, previstos no art. 530 do CPC-1973,
consistiam num recurso cabível contra acórdão não unânime,
proferido em apelação ou em ação rescisória.
No CPC-2015, não há mais os embargos infringentes.
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Em seu lugar, o art. 942 do CPC prevê a ampliação do colegiado em
caso de divergência”7.
Dessa forma, resta claramente demonstrado que a técnica de julgamento é uma
evolução legislativa relacionada ao inconformismo do julgamento não unânime, em
substituição aos Embargos Infringentes.
Importante asseverar algumas diferenças sobre os institutos.
Primeiro cumpre esclarecer que os Embargos Infringentes se tratam de recurso,
diferente da técnica de complementação de julgamento, que é mero procedimento a ser
observado no caso de julgamento não unânime, naquelas situações previstas em Lei.
Outra importante diferença é que os Embargos Infringentes dependiam da
vontade da parte, ou seja, observava a voluntariedade para ser interposto, diferente da
técnica de julgamento que é imperativa, devendo obrigatoriamente ser observada nos
casos previstos no Art. 942, sob pena de nulidade do julgamento.
Por fim, houve ampliação legislativa do cabimento da técnica de julgamento
em relação aos Embargos Infringentes, uma vez que estes somente cabiam nos casos de
Apelação e Ação Rescisória, enquanto a nova técnica é aplicável na Apelação, na Ação
Rescisória e no Agravo de Instrumento que julga parcialmente o mérito da demanda,
que é uma novidade do CPC/2015.
CAPÍTULO 2 – CABIMENTO DA TÉCNICA DE COMPLEMENTAÇÃO DO
JULGAMENTO PREVISTA NO ARTIGO 942 DO CPC
Nota-se claramente que o Legislador elencou hipóteses taxativas para aplicação
da técnica de complementação de julgamento colegiado, limitando aos casos de votação
não unânime de Apelação, Ação Rescisória e Agravo de Instrumento que julga
parcialmente o mérito.
7 DIDIER JR., FREDIE. Curso de direito processual civil: o processo civil nos
tribunais, recursos, ações de competência originária de tribunal e querela nullitatis,
incidentes de competência originária de tribunal / Fredie Didier Jr., Leonardo Carneiro
da Cunha — 13. ed. refornn. — Salvador: Ed. JusPodivm, 2016.
Página 19 de 40
Inclusive, o próprio Art. 942, § 4º do CPC afasta a aplicação da técnica de
complementação nos casos de Incidente de Assunção de Competência, Resolução de
Demandas Repetitivas, Remessa Necessária e julgamentos realizados pelo Plenário ou
Corte Especial dos Tribunais.
Importante esclarecer que a técnica de complementação de julgamento permite
ao Julgador modificar seu voto até o momento da proclamação do resultado do
julgamento (Art. 941, § 1º C/C Art. 942, § 2º, ambos do CPC), o que pode causar um
julgamento unânime ao final.
Por exemplo, se determinado caso concreto teve proferidos dois votos pela
manutenção da sentença e um voto pela reforma, em Apelação, há obrigatoriedade de
convocação dos demais membros para complementação do julgamento (Art. 942 do
CPC).
Entretanto, qualquer um dos que já votaram pode modificar seu posicionamento,
possibilitando, assim, a votação finalizar com o placar de cinco a zero, seja a favor da
reforma da sentença ou contra.
Insta salientar que não há lavratura de acórdão até o término do julgamento, o
que impede, por exemplo, a propositura de Embargos Declaratórios da decisão que
convoca outros membros para compor a complementação de julgamento, conforme
ensina o doutrinador Fredie Didier8:
“Sendo assim, não há necessidade de ser lavrado o acórdão.
Colhidos os votos e não havendo unanimidade, prossegue-se o
julgamento, na mesma ou em outra sessão, com mais outros
8 DIDIER JR., Fredie. Curso de direito processual civil: o processo civil nos tribunais,
recursos, ações de competência originária de tribunal e querela nullitatis, incidentes de
competência originária de tribunal / Fredie Didier Jr., Leonardo Carneiro da Cunha —
13. ed. refornn. — Salvador: Ed. JusPodivm, 2016.
Página 20 de 40
julgadores, para que se tenha, aí sim, o resultado final, com a
lavratura do acórdão”.
Assim, importante a análise de cada um dos casos, ressaltando que o
procedimento da técnica de complementação de julgamento é diverso para os recursos
que a admitem.
2.1 – OBRIGATORIEDADE DE APLICAÇÃO
Como é possível inferir pela leitura do Art. 942 do CPC, a técnica de
complementação de julgamento ali prevista é imperativa, impositiva e obrigatória nos
casos ali delineados.
O doutrinador Fredie Didier Jr ensina que não se trata de um recurso. Mas
citando o ilustre Eduardo José da Fonseca Costa, demonstra a divergência apontando
que a técnica de julgamento prevista no Art. 942 do CPC seria um recurso ex officio,
conforme trecho:
“Não se trata de recurso, pois a regra incide antes de haver
encerramento do julgamento. Para Eduardo José da Fonseca Costa,
a ampliação do colegiado em caso de divergência tem natureza
recursal, consistindo, na verdade, num recurso de oficio"9.
Portanto, resta claro que a aplicação da técnica é obrigatória, havendo ainda
divergência quanto à sua natureza por parte da doutrina, sendo que a maioria se inclina
pela natureza não recursal.
2.1.1 – APELAÇÃO CÍVEL
Em relação ao recurso de Apelação Cível, assim dispõe o citado dispositivo:
9 Ibidem
Página 21 de 40
“Art. 942. Quando o resultado da apelação for não unânime, o
julgamento terá prosseguimento em sessão a ser designada com a
presença de outros julgadores, que serão convocados nos termos
previamente definidos no regimento interno, em número suficiente
para garantir a possibilidade de inversão do resultado inicial,
assegurado às partes e a eventuais terceiros o direito de sustentar
oralmente suas razões perante os novos julgadores.”
Ou seja, a Apelação quando tiver resultado não unânime deve obrigatoriamente
ser submetida à técnica de complementação de julgamento, que pode ser realizada na
mesma sessão, caso os demais julgadores já estejam presentes, ou pode ser realizada em
sessão posterior, nos casos em que há a necessidade de convocar membros para
“qualificar o quórum”.
Importante destacar que, no caso específico da Apelação, não importa se a
decisão colegiada modifica ou mantém a sentença, bastando existir uma divergência de
qualquer dos membros componentes da Câmara Julgadora para que a técnica seja
aplicada.
E mais, o procedimento de complementação do julgamento deve ser realizado
na própria Câmara Originária que julgou a Apelação, não havendo falar em mudança
em razão da continuidade do julgamento, salvo no caso de Ação Rescisória que será
tratada abaixo.
Assim, caso o julgamento da Apelação não seja por unanimidade, há a
obrigatoriedade de convocação de outros membros, em número capaz de decidir a
celeuma, sem que seja possível o empate.
Exemplificando, no TJMT as Câmaras Cíveis Isoladas são compostas por três
membros, sendo que, nos casos de complementação de julgamento, são convocados
outros dois julgadores de Câmara diversa, possibilitando a solução da questão.
Página 22 de 40
E ainda, cumpre elucidar que a Apelação unânime, em nenhuma hipótese admite
a aplicação da técnica de complementação de julgamento, sendo que, ante a inexistência
de Embargos Infringentes no atual ordenamento jurídico processual, não há mais a
possibilidade de ampliação do quórum para julgamento da matéria trazida ao Tribunal,
cabendo tão somente os Embargos Declaratórios ou os recursos para Instância Superior,
conforme aresto:
“EMBARGOS DE DECLARAÇÃO DE EMBARGOS DE
DECLARAÇÃO COM PEDIDO DE EFEITO INFRINGENTE.
ERRO MATERIAL. INOCORRÊNCIA. CONTINUIDADE DO
JULGAMENTO. INVIABILIDADE. INTELIGÊNCIA DO
ART. 942 DO CPC/2015. Não cabe a continuidade do julgamento
conforme o artigo 942 do NCC quando o resultado do recurso
principal - Apelação - restou unânime. Na hipótese, a divergência
lançada ocorreu em sede de embargos de declaração, situação esta que
não arrolada dentre aquelas em que o julgamento deva prosseguir com
a presença de mais dois julgadores. Questão versada com clareza no §
3º do artigo 942 do CPC/2015 . EMBARGOS DECLARATÓRIOS
DESACOLHIDOS”. (Embargos de Declaração Nº 70074423310,
Décima Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator:
Guinther Spode, Julgado em 07/11/2017). – destaquei.
Importante salientar que alguns doutrinadores divergem de tal posicionamento,
elencando ser somente admissível a técnica de julgamento no Apelo quando houver
modificação da sentença, conforme Daniel Amorim expos em seu trabalho:
“O § 3.º do dispositivo amplia o cabimento da técnica de julgamento
para a ação rescisória, quando o resultado for a rescisão da sentença
(nesse caso, deve o seu prosseguimento ocorrer em órgão de maior
composição previsto no Regimento Interno) e para o agravo de
instrumento, quando houver reforma da decisão que julgar
parcialmente o mérito.
Página 23 de 40
Como se pode notar das próprias hipóteses de cabimento, a técnica
de julgamento prevista no dispositivo ora comentado busca dar ao
julgamento uma segurança maior com o aumento do número de
julgadores, exatamente como ocorre no CPC/1973 com os embargos
infringentes.
E seu cabimento em julgamentos por maioria de votos na apelação,
ação rescisória e agravo de instrumento que julga o mérito deixa claro
que tal técnica veio para substituir os embargos infringentes.
Há, entretanto, uma séria incongruência quanto ao cabimento da
diferenciada técnica de julgamento.
Enquanto o § 3.º, I, do dispositivo ora analisado manteve a exigência
de que a decisão por maioria de votos na ação rescisória só esteja
sujeita à ampliação do colegiado no julgamento de procedência
(rescisão da decisão), e o inciso II exija que o julgamento do agravo
de instrumento reforme decisão interlocutória que julgar
parcialmente o mérito, o caput impõe tão somente o julgamento não
unânime da apelação, distanciando-se da previsão mais restritiva
presente no art. 530 do CPC/1973.
Nesse caso, há duas possíveis interpretações.
O legislador, por ter criado uma técnica de julgamento bem mais
simples e informal que a gerada pelos embargos infringentes, teria
decidido conscientemente alargar seu cabimento para qualquer
julgamento por maioria de votos na apelação.
Ou teria sido uma omissão involuntária do legislador, de forma a ser
cabível tal técnica de julgamento somente na apelação julgada por
maioria de votos que reforma a sentença de mérito.
Acredito mais na segunda hipótese, porque, se a pretensão era ampliar
o cabimento, não teria sentido continuar a limitá-lo à espécie de
resultado na ação rescisória e no agravo de instrumento.
Ainda assim, é tema que gerará debates, porque numa interpretação
literal qualquer julgamento por maioria de votos na apelação leva à
aplicação do art. 942 do Novo CPC, enquanto numa interpretação
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sistêmica, somente na hipótese de o julgamento reformar sentença de
mérito.”10
Dessa forma, pela literalidade da Lei, que é a forma como os Tribunais vem
aplicando a técnica de complementação, no Apelo basta a simples falta de unanimidade,
diferente dos demais recursos.
2.1.2 – AÇÃO RESCISÓRIA
O próprio Código de Processo Civil é expresso ao dispor que a técnica de
complementação do julgamento é aplicável às Ações Rescisórias, observando a regra
geral aplicada ao Apelo, mas com algumas peculiaridades.
Consta expressamente no Art. 942, § 3º, I do CPC:
“§ 3o A técnica de julgamento prevista neste artigo aplica-se,
igualmente, ao julgamento não unânime proferido em:
I - ação rescisória, quando o resultado for a rescisão da sentença,
devendo, nesse caso, seu prosseguimento ocorrer em órgão de maior
composição previsto no regimento interno;”
Ou seja, no caso de aplicação da técnica de julgamento na Ação Rescisória,
existe a expressa necessidade de que a votação não unânime tenha rescindido a sentença,
não bastando a mera existência de um voto divergente.
E mais, além desta qualificadora para aplicação do Art. 942 do CPC, no caso de
a Ação Rescisória ter sido julgada procedente por maioria, há a expressa previsão de
10 NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de direito processual civil – Volume
único / Daniel Amorim Assumpção Neves – 8. ed. – Salvador: Ed. JusPodivm, 2016.
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que deve ser remetida ao Órgão Colegiado de maior composição, modificando a
Câmara Julgadora originária.
No Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso o Regimento Interno prevê
que as Ações Rescisórias de sentença são julgadas pelas Câmaras Cíveis Reunidas,
conforme trecho ora exposto:
“Art. 17 - Às Turmas de Câmaras Cíveis Reunidas de direito Privado
compete: (Alterado pela E.R. n.º 008/2009 -TP)
I - Processar e julgar:
(...)
d) as ações rescisórias dos julgamentos de primeiro grau e das Câ-
maras Cíveis Isoladas; (Alterado pela E.R. n.º 008/2009 -TP)”
E no caso de aplicação da técnica de complementação de julgamento, há
previsão expressa para mudança de Câmara, passando a ser julgada na Seção de Direito
Privado, conforme Art. 23-B do Regimento Interno:
“Art. 23-B. Na hipótese de decisão não unânime em ação rescisória
cujo resultado for a rescisão da sentença, o julgamento prosseguirá
na Seção da respectiva matéria. (Acrescentado pela E.R. n.º 025/2016
-TP)”
Note-se que, caso o julgamento já seja realizado pelo órgão colegiado superior
(Órgão Especial ou Pleno), não há falar em aplicação da técnica de julgamento, como
bem exposto pelo doutrinador Fredie Didier, in verbis:
“É comum, em alguns tribunais, haver casos em que a ação
rescisória é julgada pelo plenário ou pelo órgão especial.
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Nesses casos, não se aplica a regra do art. 942 do CPC, não havendo
a convocação de outros membros para prosseguimento do
julgamento (art. 942, § 4º, III, CPC)”. 11
Assim, ocorre a mudança da Câmara Julgadora nos demais casos de julgamento
não unânime da Ação Rescisória que é procedente, podendo, inclusive, ocorrer de os
primeiros julgadores não participarem do restante do julgamento como bem expõe o
doutrinador Alexandre Câmara, in verbis:
“Já no caso de ação rescisória, a necessidade de emprego da técnica
de complementação do julgamento não unânime implica a
transferência da competência para outro órgão, de composição mais
ampla, previsto no regimento interno do tribunal.
Neste caso, será preciso verificar se o órgão mais amplo é ou não
formado pelos integrantes do órgão colegiado que deu início ao
julgamento.
Figure-se, por exemplo, caso de o julgamento ter sido iniciado em
uma das Turmas do STJ, prevendo seu regimento interno que a
competência será transferida, nessa hipótese, para a Sessão.
Ora, como os integrantes da Turma também compõem a Sessão,
bastará tomar os votos faltantes.
Pode acontecer, porém, de o regimento interno determinar a
transferência da competência para órgão com formação
completamente distinta (por exemplo, seria possível que o regimento
interno de um Tribunal de Justiça previsse que a competência seria
transferida de uma Câmara para o Órgão Especial, sendo possível que
nenhum integrante daquela seja membro deste).
11 Didier Jr., Fredie. Curso de direito processual civil: o processo civil nos tribunais,
recursos, ações de competência originária de tribunal e querela nullitatis, incidentes de
competência originária de tribunal / Fredie Didier Jr., Leonardo Carneiro da Cunha —
13. ed. refornn. — Salvador: Ed. JusPodivm, 2016.
Página 27 de 40
Nesta hipótese, o julgamento deverá ser reiniciado, e os votos
proferidos no órgão de menor composição não deverão ser
computados.
Para que o sistema funcione adequadamente, então, será preciso que
neste último caso o resultado não unânime seja proclamado e disso se
lavre acórdão, do qual constará expressamente que a competência
para o julgamento da ação rescisória estará transferida para o órgão
de composição mais ampla”. 12
Dessa forma, em que pese a singeleza expressada no Código de Processo Civil,
o caso da Ação Rescisória se mostra muito complexo, dependendo das variações
Regimentais de cada Tribunal para possibilitar o correto entendimento e aplicação da
técnica de complementação de julgamento.
Assim, em relação à Ação Rescisória, há que se observar alguns detalhes em
relação a mesma técnica de complementação aplicada ao apelo:
1)na rescisória não basta a simples falta de unanimidade, necessitando rescindir
a sentença;
2)existe mudança do órgão colegiado julgador para aplicação da técnica de
julgamento, salvo se a competência para julgar a rescisória já for do pleno ou do órgão
especial máximo, que não se aplica a técnica;
3)os julgadores divergentes entre si podem ser afastados do julgamento
complementar, hipótese em que o julgamento é reiniciado com a presença de mais
membros para julgar.
Ou seja, existem detalhes da técnica de julgamento relacionadas à Ação
Rescisória que devem ser observados.
2.1.3 – AGRAVO DE INSTRUMENTO
12 CÂMARA, Alexandre Freitas. O novo processo civil brasileiro. 2. ed. São Paulo:
Atlas, 2016, p. 468.
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Outra peculiaridade da técnica de complementação de julgamento que vem
gerando divergência entre os operadores do direito é o caso do Agravo de Instrumento,
sendo necessária uma breve introdução sobre o tema.
Na vigência do CPC/1973 existia um consenso doutrinário e jurisprudencial de
que somente podia existir uma única sentença em cada processo, sendo inconcebível a
ideia de múltiplas sentenças.
Entretanto, o CPC/2015 trouxe inovação prevista no Art. 356 do CPC, onde
dispõe:
“Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais
dos pedidos formulados ou parcela deles:
I - mostrar-se incontroverso;
II - estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art.
355.
§ 1o A decisão que julgar parcialmente o mérito poderá reconhecer a
existência de obrigação líquida ou ilíquida.
§ 2o A parte poderá liquidar ou executar, desde logo, a obrigação
reconhecida na decisão que julgar parcialmente o mérito,
independentemente de caução, ainda que haja recurso contra essa
interposto.
§ 3o Na hipótese do § 2o, se houver trânsito em julgado da decisão, a
execução será definitiva.
§ 4o A liquidação e o cumprimento da decisão que julgar
parcialmente o mérito poderão ser processados em autos
suplementares, a requerimento da parte ou a critério do juiz.
§ 5o A decisão proferida com base neste artigo é impugnável por
agravo de instrumento.”
Ou seja, com a promulgação do Código de Processo Civil atual passou a ser
possível a sentença parcial de mérito, que julga capítulos ou pedidos da lide
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separadamente, afastando a anterior ideia de que a sentença una analisaria todos os
pedidos meritórios expostos na exordial.
E mais, o recurso apto a atacar tal sentença não é Apelação, como chegou a ser
ventilado nas discussões no Senado e na Câmara dos Deputados, mas sim o Agravo de
Instrumento, conforme previsão expressa do Art. 356, § 5º do CPC.
Pois bem. O Art. 942, § 3º do CPC dispõe expressamente que se aplica a técnica
de complementação do julgamento ao Agravo de Instrumento que julga parcialmente o
mérito, in verbis:
§ 3o A técnica de julgamento prevista neste artigo aplica-se,
igualmente, ao julgamento não unânime proferido em:
(...) II - agravo de instrumento, quando houver reforma da decisão
que julgar parcialmente o mérito.”
Ou seja, para aplicar a técnica de complementação deve existir o efetivo
julgamento meritório parcial da demanda.
Existem alguns Tribunais que não se atentam ao fato de que o julgamento de
mérito deve ser parcial, aplicando a técnica de julgamento nas questões, por exemplo,
de tutela de urgência que antecipam a questão meritória (antiga tutela antecipada).
Mas em tais situações há que se ressalvar a aplicação da técnica de julgamento,
sob pena de existir em um mesmo processo a aplicação da técnica de complementação
por duas oportunidades, o que não é previsto em Lei e não aparenta ser a vontade do
legislador ordinário.
No caso de Agravo de Instrumento interposto contra decisão que julga
parcialmente o mérito, a técnica de julgamento somente é aplicada caso a divergência
seja no sentido de reformar a decisão recorrida, criando uma celeuma entre os
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procedimentos do Apelo e do Agravo de Instrumento, podendo causar, inclusive,
tratamento não isonômico entre os litigantes.
Exemplificando, se um cidadão postula por dano moral e dano material,
entendendo o Magistrado que o dano material já está incontroverso nos autos, julga
parcialmente o mérito, ensejando o Agravo de Instrumento, que somente aplicará a
técnica de julgamento se a decisão da turma reformar a sentença.
De outro norte, em relação ao pedido de dano moral, qualquer que seja a
divergência que impossibilite o julgamento unânime, seja mantendo ou reformando a
sentença, há a possibilidade de aplicação da técnica de julgamento, o que pode, como já
dito, causar uma disparidade de armas, afrontando inclusive princípios constitucionais
da ampla defesa e do contraditório.
Os Tribunais entendem que somente se aplica a técnica de julgamento no Agravo
de Instrumento quando oriundo da situação descrita no Art. 356 do CPC, conforme
arestos:
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. AGRAVO DE INSTRUMENTO.
SEGUROS. PLANO DE SAÚDE. REVISÃO DE CONTRATO.
REAJUSTE DA MENSALIDADE. FAIXA ETÁRIA. TUTELA DE
URGÊNCIA. PRESENÇA DOS REQUISITOS. REDISCUSSÃO DA
MATÉRIA. IMPOSSIBILIDADE. I. No caso, a decisão embargada
não pode ser enquadrada na hipótese do art. 942, § 3º, inc. II, do
CPC, haja vista que esta se refere apenas ao julgamento parcial
de mérito, previsto no art. 356, do aludido diploma legal. II. De outro
lado, merece guarida em parte a pretensão da parte embargante em
relação à omissão constante no aresto embargado. Entretanto, a
omissão constatada em nada altera o resultado do julgado, pois
presente a probabilidade do direito alegado, de modo que verificados
os requisitos autorizadores da tutela de urgência no caso, nos termos
do artigo 300 do CPC. EMBARGOS PARCIALMENTE ACOLHIDOS.
(Embargos de Declaração Nº 70076234228, Quinta Câmara Cível,
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Tribunal de Justiça do RS, Relator: Jorge André Pereira Gailhard,
Julgado em 28/03/2018)
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. AGRAVO DE INSTRUMENTO.
EXPURGOS INFLACIONÁRIOS. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA.
TÉCNICA DE JULGAMENTO PREVISTA NO ART. 942 DO CPC .
INEXISTÊNCIA DAS HIPÓTESESDO ART 1.022 DO CPC . 1. A
técnica de julgamento prevista no art. 942, não se aplica a todo e
qualquer agravo de instrumento, mas tão somente aquele que
reformar decisão que julgar parcialmente o mérito (art. 356
do CPC ), nos termos do § 3º, do inciso II, daquele mesmo artigo. 2.
No caso dos autos, o agravo de instrumento julgado atacava decisão
que havia desacolhido a impugnação ao cumprimento de sentença
oposta pelo embargado, situação frontalmente diversa daquela
prevista nos artigos 942 e 356. 3. Não se tratando de hipótese de
ampliação do colegiado, não há se falar em omissão no acórdão,
razão pela qual o desacolhimento dos embargos é medida que se
impõe. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO DESACOLHIDOS.
(Embargos de Declaração Nº 70074163700, Vigésima Terceira
Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Ana Paula
Dalbosco, Julgado em 25/07/2017).
Por fim, a previsão legal é no sentido de que a sentença parcial de mérito (Art.
356 do CPC) atacada via Agravo de Instrumento pode ter aplicada a técnica de
julgamento prevista no Art. 942 do CPC quando houver a reforma da sentença,
diferenciando-se assim da técnica aplicada em sede de Apelação.
2.2 – NÃO APLICAÇÃO
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O próprio Art. 942 do CPC em seu § 4º dispõe das hipóteses que não se
enquadram na possibilidade de aplicar a técnica de complementação de julgamento,
assim constando:
“§ 4o Não se aplica o disposto neste artigo ao julgamento:
I - do incidente de assunção de competência e ao de resolução de
demandas repetitivas;
II - da remessa necessária;
III - não unânime proferido, nos tribunais, pelo plenário ou pela corte
especial”.
Ou seja, não há a possibilidade de complementar o julgamento em tais situações,
admitindo que a decisão não unânime seja o resultado do acórdão na turma julgadora.
O douto Jurista Nelson Nery Junior assim dispôs em seu Código de Processo
Civil comentado:
“• § 4.º: 7. Não aplicação. A sessão suplementar não cabe no
procedimento dos incidentes próprios dos tribunais – a assunção de
competência e a resolução de demandas repetitivas (IRDR).
• 8. Remessa necessária. A remessa necessária não é recurso, mas
condição de eficácia da sentença. Por ter o mesmo procedimento da
apelação, era possível considerar-se que, na vigência do CPC/1973,
quando seu julgamento acarretasse a reforma da sentença, do acórdão
que a julgasse caberiam EI. Todavia, o STJ 390 firmou entendimento
no sentido de que não se admitia EI de decisão, por maioria, em
reexame necessário. O procedimento da sessão suplementar de
julgamento não admite que a ele seja submetida a remessa necessária,
de forma expressa, referendando o entendimento jurisprudencial que
já valia para os EI.
• 9. Plenário ou Corte Especial. Por razões talvez óbvias, não se
pode realizar uma nova sessão de julgamento contra decisão não
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unânime proferida pelo Plenário ou Corte Especial do tribunal, tendo
em vista que esses órgãos são constituídos pela maioria dos
julgadores (no STJ, Plenário e Corte Especial se confundem: ambos
são compostos pela maioria absoluta dos julgadores – RISTJ 171 e
172). “
E a doutrina não aparenta questionar o não cabimento da técnica de julgamento
naquelas hipóteses descritas no § 4º do CPC, até porque os incidentes são originários do
próprio Tribunal, a remessa necessária não é recurso e as matérias já decididas pelo
Plenário ou Corte Especial não teriam outros membros para que fossem julgados por
nova maioria.
Dessa feita, as exceções constam expressamente no Art. 932, § 4º do CPC,
devendo ser observadas.
2.3 – SUSTENTAÇÃO ORAL
Matéria muito importante a ser observada pelos operadores do direito é a
possibilidade de existir duas sustentações orais relacionadas a um mesmo caso, seja
Apelação, Agravo de Instrumento ou Ação Rescisória.
No Art. 942, § 1º do CPC consta que, se possível, o prosseguimento do
julgamento será realizado na mesma sessão.
Mas obviamente se presentes os julgadores durante todo o desenrolar processual,
ouvindo a leitura do relatório, da sustentação oral e dos debates.
Entretanto, caso seja postergada a aplicação da técnica de complementação do
julgamento para outra sessão, os julgadores convocados devem ser colocados a par dos
acontecimentos, das discussões já existentes e das sustentações orais porventura
realizadas, possibilitando formar o seu convencimento sobre o tema em debate,
conforme aresto:
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Embargos de declaração. Aplicação do artigo 942 do CPC/15.
Renovação da sustentação oral em face da extensão do quórum
julgador. Julgamento que se deu na mesma sessão.Sendo convocados
novos julgadores presentes na mesma sessão em quórum estendido,
inexiste a necessidade de nova sustentação oral. Ademais, o
inconformismo com o procedimento decidido pela Câmara deveria
ser manifestado naquela ocasião do julgamento, quando se estendeu
o quórum e antes de os novos integrantes proferirem seus votos, o que
posteriormente torna preclusa a reclamação contra o fato de não ter
havido a segunda sustentação oral. Embargos de declaração
rejeitados. (TJPR - 15ª C.Cível - EDC - 1490925-8/02 - Catanduvas -
Rel.: Hamilton Mussi Correa - Unânime - J. 19.10.2016)
E mais, ainda que não tenha sido realizada a sustentação oral na primeira
oportunidade, é possível a sua realização no momento da continuação do julgamento,
até porque, como já visto, nos casos de Ação Rescisória, pode acontecer de nenhum dos
julgadores terem participado do julgamento não unânime inicial.
CAPÍTULO 3 – PROBLEMÁTICA
Como é sabido e já debatido no presente trabalho a técnica de complementação
de julgamento, embora não seja propriamente um recurso, substituiu os Embargos
Infringentes no atual ordenamento jurídico processual.
Entretanto, ante as peculiaridades que surgem na prática e ante as diferenças
legais para aplicação no Apelo, na Ação Rescisória e no Agravo de Instrumento surgem
problemáticas que somente serão solucionadas com a repetição de julgamentos e
pacificação pelos Tribunais Superiores.
3.1 – PRELIMINARES E PREJUDICIAIS DE MÉRITO
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Embora a Lei seja silente sobre o tema, a prática já tem demonstrado que a
principal problemática da técnica de complementação de julgamento é a sua aplicação
nos casos de preliminares e prejudiciais do mérito recursal.
Em regra, as preliminares rejeitadas ou acolhidas por maioria não são
submetidas à técnica de complementação de julgamento em razão de a matéria não ser
“meritória”, mas devem ser feitas ressalvas sobre o tema, uma vez que determinadas
preliminares (legitimidade, interesse, etc) e prejudiciais (prescrição) podem por fim ao
processo.
Exemplificando, caso uma prejudicial alegue a ocorrência de prescrição, se
acolhida ou rejeitada por maioria, há posicionamento que defende a aplicação da técnica
de julgamento.
De outro norte, caso a prejudicial seja acolhida ou rejeitada por unanimidade,
não há falar em complementação do julgamento para análise da prejudicial, uma vez
que a questão meritória passará a ser discutida a partir de então. Note-se que a questão
não poderá ser analisada pelos novos membros, uma vez que já julgada por unanimidade
pelos julgadores originários da Câmara.
Importante asseverar que tal problemática não foi tratada por nenhum dos
autores consultados, vindo a ser constatada ante a prática diária do Tribunal de Justiça
do Estado de Mato Grosso.
E o Tribunal de Justiça do Paraná, preocupado com tal situação, fez previsão em
seu Regimento Interno relacionado a questão preliminar, conforme trecho:
“Na hipótese de divergência em questão preliminar o regimento
interno do Tribunal de Justiça do Paraná, no art. 245-A estabelece
que: “se, ao contrário, na apreciação da questão preliminar, no caso
do parágrafo anterior, o resultado da votação inicial, pela sua
acolhida não for unânime, será aplicada a técnica de julgamento do
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art. 942 do Código de Processo Civil às situações legalmente
previstas, com a convocação de outros julgadores e a possibilidade
de inversão do julgamento”. Preceitua ainda: “§ 2º Formada a
composição do quórum em prosseguimento, rejeitada a preliminar ou
prejudicial, por maioria de votos, e não sendo considerada
incompatível a apreciação do mérito, serão dispensados os outros
julgadores especificamente convocados para análise da divergência
quanto à questão preliminar”.13
Ou seja, no entendimento exposto no Regimento Interno do TJPR, aplica-se a
técnica de complementação do julgamento nos casos de questões preliminares ou
prejudiciais, continuando o julgamento meritório com a composição originária da
Câmara Julgadora.
Importante ressaltar que a questão é complexa e ainda não resolvida pela
doutrina ou pela jurisprudência sobre o tema, inclusive tendo a proposta de Enunciado
sido rejeitado.
Na 1ª. Jornada de Direito Processual Civil, realizada pelo Conselho da Justiça
Federal entre 24 a 25 de agosto de 2017, mais especificamente para o grupo de
RECURSOS e PRECEDENTES PROCESSUAIS, presidido pelo Senhor Ministro
Humberto Martins, do Superior Tribunal de Justiça, tendo como coordenadores
científicos Teresa Arruda Alvim e Cassio Scarpinella Bueno, constou a seguinte
proposta:
“A técnica do julgamento ampliado (art. 942, CPC/2015) aplica-se
apenas ao capítulo do julgamento em que houve divergência”.
13 GALVÃO, Jéssica. Técnica de ampliação da colegialidade. Disponível em
https://processualistas.jusbrasil.com.br/artigos/463435461/tecnica-de-ampliacao-da-
colegialidade. Acesso em: 02 jun. 2018.
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Entretanto, não se alcançou o quórum mínimo para aprovação ante as inúmeras
inconsistências que o dispositivo legal não elucida, motivo pelo qual, atualmente, vive-
se na casuística de cada caso concreto.
3.2 – JULGAMENTO INICIADO E NOVO POSICIONAMENTO DO JULGADOR
É incontroverso que o julgador pode modificar seu posicionamento até o
resultado final do recurso, nos termos dos Artigos 941, § 1º C/C 942, § 2º, ambos do
CPC.
Entretanto, há divergência sobre a questão de aplicação da técnica se um
Julgador que foi vencido refluir de seu posicionamento, tornando a questão unânime,
fica mantida a técnica ou esta seria dispensada.
Assim, firmou-se entendimento de que havendo divergência inicial, após a
convocação da técnica de julgamento, torna-se obrigatória a colheita de votos dos
componentes originários e dos julgadores convocados, uma vez que o início da técnica
obriga que seja levada até o fim.
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CONCLUSÕES
A técnica de complementação do julgamento prevista no Art. 942 do CPC
substituiu os Embargos Infringentes, mas sem natureza recursal e de forma imperativa,
sendo aplicada obrigatoriamente naquelas hipóteses previstas no dispositivo legal.
Entretanto, mesmo que passado mais de dois anos da vigência do Código de
Processo Civil, ainda não há uniformização do entendimento sobre o tema, ante as
problemáticas apontadas no presente trabalho.
Dessa forma, entende-se que a técnica de complementação do julgamento deve
ainda passar por aprofundados estudos para fins de uniformização dos procedimentos
adotados pelos Tribunais Pátrios, bem como para fins de evitar nulidades.
Conclui-se que o tema ainda está em aberto, mas os posicionamentos serão
consolidados com a prática cotidiana que elucidará os pontos ainda divergentes, bem
como por eventual uniformização dos Tribunais Superiores.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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https://processualistas.jusbrasil.com.br/artigos/463435461/tecnica-de-ampliacao-da-
colegialidade, acesso em 02/06/2018
___ ZANETE JR, Hermes. Comentários ao art. 942, CPC/ 15. In: CABRAL, Antonio
do Passo; CRAMER, Ronaldo (coord). Comentários ao novo Código de Processo Civil.
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___ BARBUGIANI, Luiz Henrique Sormani. Uma análise comparativa entre os
Embargos Infringentes do CPC de 1073 e a Técnica de Julgamento do artigo 942 do
CPC de 2015: Uma alteração de Paradigma. In: Ampliação da Colegialidade: técnica de
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___ BARBOSA MOREIRA, José Carlos. Temas de Direito Processual: sétima série.
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___ ALVIM, Teresa Arruda. Ampliação da Colegialidade: O Polêmico art. 942 do CPC
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___ NUNES, Dierle Colegialidade corretiva e CPC – 2015. In DIDIER JR, Fredie
(coord.). MACÊDO, Lucas Buril; PEIXOTO, Ravi, FREIRE, Alexandre. Novo CPC
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___ NUNES, Dierle; GALVÃO, Jéssica; COUY, Giselle Santos. Ampliação da
colegialidade e embargos declaratórios no novo CPC. Disponível em:
Página 40 de 40
http://www.conjur.com.br/2016-jul-11/ampliacao-colegialidade-embargos-
declaratorios-cpc, acesso em 02/06/2018.
___ CÂMARA, Alexandre Freitas O novo processo civil brasileiro / Alexandre Freitas
Câmara. – 2. ed. – São Paulo: Atlas, 2016.
___ NERY JUNIOR, Nelson. Código de Processo Civil Comentado./ Nelson Nery
Junior, Rosa Maria de Andrade Nery – 17. Ed. – São Paulo: Ed. RT, 2018.
___ DIDIER JR., Fredie. Curso de direito processual civil: o processo civil nos
tribunais, recursos, ações de competência originária de tribunal e querela nullitatis,
incidentes de competência originária de tribunal / Fredie Didier Jr., Leonardo Carneiro
da Cunha — 13. ed. refornn. — Salvador: Ed. JusPodivm, 2016.
___ NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de direito processual civil – Volume
único – 8. ed. – Salvador: Ed. JusPodivm, 2016.