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UNIVERSIDADE FEDERAL
DE OURO PRETO
LABORATÓRIO DE ENGENHARIA DE
SUSTENTABILIDADE
MANUAL CONDENSADO DE ECOTECNOLOGIAS
CURSO DE FÉRIAS - ECUMENISMO E MEIO AMBIENTE
« A humanidade possui ainda a capacidade de colaborar na
construção da nossa casa comum. » (13); «o ser humano ainda é
capaz de intervir de forma positiva » (58); «nem tudo está perdido,
porque os seres humanos, capazes de tocar o fundo da
degradação, podem também superar-se, voltar a escolher o bem e
regenerar-se » (205). Papa Francisco, ` Laudato si’
Material retirado do livro: Processo formativo em educação
ambiental:escolas sustentáveis e COM-VIDA: tecnologias ambientais/
Dulce Maria Pereira.- 2. ed. - Ouro Preto:Editora da UFOP, 2015.
ISBN 978-85-288-0310-5
Cópias e reproduções autorizadas mediante citação da fonte.
Janeiro/ 2016
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PASSO A PASSO ECOTÉCNICAS
Para garantir bons resultados, além de promover técnicas sustentáveis que de fato
sejam viáveis economicamente e tecnicamente, sempre prioriorizar as necessidades e
o conhecimento local, bem como, observar sempre a disponibilidade local quando na
escolha de materiais.
Ecotécnica1: Conforto Visual - Iluminação
Informações técnicas pautadas no trabalho de ALVES (2011).
Passo 1: Verificar qual é a direção do norte geográfico do terreno.
Pode-se utilizar bússulas, na falta desta, uma regra simples e grosseira é estender o
braço direito na direção do sol nascente (leste) e o braço esquerdo na direção do sol
poente (oeste). Pela disposição dos pontos cardeais, podemos concluir que o Sul ficará
voltado para as costas e o Norte para a frente.
Figura 1: Norte geográfico. Para saber mais a respeito acesse o site http://goo.gl/4PyWtq.
Figura 2: Norte verdadeiro (ALVES, 2011).
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Passo 2: Posicionar Fachadas.
Optar por fachadas voltadas para Norte e Leste para melhor aproveitamento de luz
natural.
Passo 3: Melhorar a distribuição de luz.
Evitar salas muito compridas;
Evitar salas com aberturas em uma só fachada;
Utilizar aberturas mais altas.
Ecotécnica 2: Materiais alternativos para Isolamento Acústico
Passo 1: A escola deve observar a disposição dos espaços onde a concentração é necessária;
Passo 2: Caso haja problemas com ruídos externos, identificar a fonte e planejar barreiras de
vegetação, como muros verdes;
Passo 3: Verificar se há problemas de reverberação em sala de aula, sabendo que
valores típicos são 0,4 < Tr < 0,5. Para tal, utilize o seguinte endereço eletrônico:
http://goo.gl/eWsI7v.
Passo 4: No caso de reverberação, uma alternativa é interferir no volume revestindo
paredes e piso com materiais macios e porosos, como espuma, carpete, algodão, lã de
vidro, cortiça, tapetes ou tecidos grossos. Seguem algumas opções:
Paredes com mantas sustentáveis como a PROMA laje, que é feita com aparas
do seu próprio processo de produção
(http://atitudesustentavel.com.br/blog/2013/09/01/manta-antialergica-e-sustentavel-de-
isolamento-acustico/);
Utilizando o Drywall (http://atitudesustentavel.com.br/blog/2011/12/13/12-
vantagens-do-uso-de-drywall-em-construcoes/);
Tijolos ecológicos (http://atitudesustentavel.com.br/blog/2011/09/06/confira-as-
vantagens-do-tijolo-ecologico/);
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Isolantes a base de PET
(http://atitudesustentavel.com.br/blog/2011/06/15/material-feito-de-pet-gera-
isolamento-acustico/);
Ecotécnica 3: Conforto Térmico - Ventilação Natural
Passo 1: Observar localmente (moradores mais antigos da comunidade) a direção
predominante do vento, sabendo que é um parâmetro que varia com o tempo e no
espaço;
Passo 2: Caso necessário intervenções para melhorar a circulação interna de ar,
observar o quadro com características que devem ter as construções, considerando-se
as zonas climáticas, ou os itens que se segue:
Figura 4: Características das construções, considerando as zonas climáticas. Fonte: Modificado de LENGEM (2004),
p.690 e 691.
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Ventilação por convecção: Na ventilação por convecção, a renovação de ar ocorre devido
ao posicionamento de aberturas em diferentes alturas. Esse efeito é mais acentuado quando há
maior diferença de altura entre as aberturas.
Ecotécnica 4: Qualidade dos pátios escolares
Passo 1: Observar a planta da escola para melhor conhecer o espaço físico disponível;
Passo 2: Utilizando a criatividade e os recursos abundantes na região, como pneus,
madeiras, argilas, rochas ornamentais, ou outros, criar espaços que cultivem o Belo, as
Cores, a Vegetação e a Harmonia entre os usuários, seja com bancos, esculturas,
jardins, parques infantis ou áreas para prática de esportes.
Segue agora um passo a passo específico para construir um jardim vertical com
pallets (http://www.labioguia.com/jardin-vertical-en-un-palet/):
Passo 1: Escolher pallets em melhores condições. Uma vez com eles, pode-se lixar e
em seguida envernizar ou simplesmente pincelar com óleo de girassol para que o
material tenha uma vida mais longa;
Passo 2: Utilizando um tecido impermeável, cobrir um dos lados e também o fundo (o
ideal é colocar duas camadas do tecido para garantir a resistência do material);
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Passo 3: Agora temos que encher o pallet com solo e plantar;
Passo 4: Com o pallet no chão para facilitar o trabalho, escolha plantas com folhas e
flores pequenas. Pode ser feito combinações com alface e salsa por exemplo.
Passo 5: Uma vez plantado, regar. Deixe os pallets no chão até que as plantas se
acomodem. O ideal é aguardar 2 semanas para levantá-los;
Figura 5: Detalhe do tecido impermeável e sua fixação. Fonte:
Figura 6: Detalhe do tecido
impermeável e sua fixação. Fonte:
Figura 7: Pallet no chão. Fonte:
Figura 8: Pallet deitado e na vertical. Fonte:
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Passo 6: Irrigação. Nota-se que a terra, especialmente na parte superior, geralmente
seca muito rápida. Uma boa opção seria adicionar uma irrigação por gotejamento
caseiro para evitar correr o risco de esquecer. Podendo por exemplo, deixar a garrafa
pet, como no esquema abaixo pendurada acima do pallet.
Ecotécnica 5: Economia de Energia Elétrica
Tendo em vista o presente curso Educação Ambiental - Escolas Sustentáveis, é
pertinen- te trazer a luz do conhecimento que as escolas podem e devem criar projetos
e solicitar finaciamento do Governo Federal para tais investimentos. Estes projetos
devem ter, entre 36 outras informações, identificados onde estão os maiores gastos de
energia e propostas de minimização como as descritas abaixo. Para saber mais sobre
como solicitar o financiamen- to acesse http://goo.gl/NWvwpo.
Melhoramentos que culminam com uma maior eficiência energética
Passo 1: Priorizar o uso de equipamentos que utilizem fontes renováveis de energia para
o abastecimento da escola, tais como, painéis fotovoltaicos (energia solar) para
aquecimento de água, por exemplo; biomassa (verificar proximidade com fazendas ou
criadores de gado), energias eólica e geotérmica, sempre de acordo com as
possibilidades do local.
Figura 9: Irrigação caseira. Detalhe
da espuma para não entupir o
cotonete. Fonte:
https://inforagro.wordpress.com/20
10/08/19/irrigacao-alternativa-2/
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Passo 2: Utilizar lâmpadas de tecnologia LED (fluorescentes compactas ou circulares e
utilizar apenas as que apresentem o selo do PROCEL - Programa Nacional de
Conservação de Energia Elétrica), bem como, sensores de presença nos ambientes;
Ecotécnica 6: Fogão Solar
Existem diversos modelos de Fogão Solar, utilizando materiais diversos. Este pode ser
visto na íntegra em: http://www.sustentavelnapratica.net/arquivos/fogaosolar.pdf
Materiais necessários: Duas caixas (uma maior que a outra com folga de cerca de
2cm), material isolante (papel, serragem, fibra de coco, isopor), vidro, papelão ou
plástico transparente (maior do que a caixa grande), cola branca, régua e esquadro,
lápis, estilete, tesoura, fita adesiva, papel de alumínio, papel pardo ou papel rascunho,
2 parafusos com rosca, porca ou borboleta e um pedaço de arame.
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Reserve a caixa maior e comece a trabalhar com a caixa menor;
Passo 7: Passe cola em toda área interna da caixa.
Passo 8: Em seguida, cole papel de alumínio de modo a cobrir todo do fundo e as
laterais da caixa interna.
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Passo 16: Preparar o refletor. Para prepará-lo, corte um pedaço de papelão do tamanho
da tampa, deixando duas abas com suporte para prender na tampa. Cole papel de
alumínio em uma das faces. Prenda o refletor na tampa fazendo um furo e utilizando
um parafuso de rosca com uma porca ou uma borboleta. E pronto!
Ecotécnica 7: Telhado Verde
De acordo com Lengen (2004), Para confeccionar o telhado verde, são necessárias
algumas etapas (Silva 2011, Lengen 2004):
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Figura 37: Composição do telhado verde com argila expansiva. Fonte:
http://www.cinexpan.com.br/argila-expandida/telhado-verde.html
Passo 1: Observar se a superfície que receberá o telhado verde está impermeável para
a água da chuva, com uma camada de concreto por exemplo, ou em caso de telhado de
madeira pode-se usar um compensado de madeira como base.
Passo 2: Cobrir a superfície com material impermeável (manta asfáltica ou lona
plástica), para evitar infiltração.
Passo 3: Colocação da camada drenante. Esta camada pode ser constituída de brita,
seixos, argila expandida, além de materiais comerciais, com espessura variando de 7 a
30 cm.
Passo 4: Colocação da camada filtrante. Podem ser membranas comercializadas
(Bidim) ou mesmo areia.
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Passo 5: Colocação da terra adubada ou substrato vegetal, aproximadamente uns 15
cm (http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/casa/coberturas-cidades-casa-
conforto-termico-498083.shtml?func=1&pag=1&fnt=14px).
Passo 6: Colocação da camada vegetal, como gramas por exemplo.
Passo 7: Irrigar abundantemente por quarenta dias após a colocação. E pronto!
Ao escolher as espécies observar as típicas de cada região, em função do bioma no
qual a sua região está inserida, e dar preferência para estas de forma a contribuir com
a biodiversidade local. Mais informações no site:
http://www.jardineiro.net/classe/gramados-e-forracoes.
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Ecotécnica 8: Captação da Água de Chuva
Passo 1: Antes de iniciar a construção de um sistema de Aproveitamento da Água de
Chuva, conheça um pouco mais sobre as chuvas que caem em sua região, e os
princípios e componentes básicos deste sistema. Estas informações serão importantes
para dimensionar o tamanho da cisterna que armazenará a agua, para tal, é necessário
calcular a área de captação, em função da geometria do telhado e o volume de chuva.
Calcular a área do telhado: Para calcular a área de uma superfície,
é preciso saber como calcular a área de alguns formatos geométricos básicos como o
retângulo da figura abaixo. Fonte:http://www.sempresustentavel.com.br/hidrica/aguadechuva/agua-de-
chuva.htm
Figura 42: Telhado de casa com geometria retangular.
Para conhecer o volume de chuva,
pode-se construir um pluviômetro simples,
com uma haste de madeira de aproximadamente 1,5m, uma régua e uma
garrafa pet. Veja mais detalhes em:
http://www.sempresustentavel.com.br/hidrica/aguadechuva/agua-de-
chuva.htm.
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Passo 2: Instalação de calhas e condutores.
Passo 3: Instalação de filtro e separador das primeiras águas de chuva.
Nesse modelo é usado uma peneira com malha fina, tipo tela mosquiteiro ou peneira
grande de cozinha, e um recipiente que pode ser um vaso ou um balde com um registro
instalado no fundo e um tubo na lateral conectando com a cisterna.
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Passo 4: Cisterna e tratamento.
Um projeto de baixo custo para residência urbana propõe o uso de minicisternas de água
de chuva. A minicisterna além de cumprir com sua função inicial pela qual foi
projetada, também mostrou ser uma excelente ferramenta didática para escolas, podendo
ser construída com bombona (tambor) ou com caixa de água de qualquer tamanho,
desde que tenha onde instalar.
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Ecotécnica 9: Filtro Caseiro
A construção de um Filtro Caseiro para reciclarmos nossas águas cinzas é simples,
pode ser feito por nós mesmos em nossas casas ou como práticas acadêmicas, como na
figura abaixo. Fonte: http://www.ipemabrasil.org.br/institutoweb13.htm
Figura XX: Filtro caseiro didático. Fonte:
http://escolavaldelice.blogspot.com.br/2013_03_01_archive.html
Materiais necessários: 3 a 5 reservatórios (podemos usar tambores de 200 litros
comprados em ferro velho), conforme interesse.
Passo 1: Separar as águas cinzas das águas negras.
Passo 2: No primeiro reservatório, fazer uma entrada para água na borda de cima do
reservatório e para a saída, temos que criar um sistema sifão (veja figura abaixo), que
capta a água uns 60 cm abaixo do nível da água de entrada.
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Esta é a nossa caixa séptica que irá separar o grosso da gordura. Como a gordura boia,
o nossa captação de água vai estar submerso 60 cm abaixo no nível dos canos de
entrada e saída de água.
Passo 3: No segundo reservatório (filtragem mineral), colocamos brita, areia e terra
em camadas de 10 cm. Temos que deixar um bom espaço (40 cm) da borda de cima
até a superfície do nosso leito filtrante (brita, areia e terra) para o acumulo de água
que pode ocorrer quando a demanda de água for maior que o tempo de filtragem.
A saída de água e feita pelo fundo do reservatório.
Passo 4: No terceiro reservatório, no fundo, colocamos brita até uma altura de 10 cm.
Em seguida, acrescentamos uma mistura de solo com por exemplo, casca de arroz ou
carvão ativado (material filtrante), formando uma camada de 40 cm. Por fim, uma
ultima camada com material filtrante, uns 10 cm. Podemos plantar arroz e plantas
aquáticas como junco, aguapés e lírio para ajudar na filtragem.
A saída de água e feita pelo fundo do reservatório.
Passo 5: Criar um pequeno lago ornamental para o jardim. Temos que cavar um
pequeno buraco de 1,5 – 2,0 m de diâmetro e aproximadamente 50 cm de
profundidade, e posteriormente, cobrimos a superfície deste buraco com lona plástica.
Antes, porém, temos que livrar a superfície de raízes ou pedras pontiagudas que
possam furar o plástico. Colocar um pouco de areia pode ajudar nesta operação.
Passo 6: Cobrir com um pouco de brita o fundo do lago, com cuidado para não furar a
lona plástica. Nestas britas, colocamos plantas aquáticas de varias espécies tipo: lírios
do brejo, juncos e aguapé. Podemos colocar peixes também que se alimentarão de
matéria orgânica em suspensão na água.
É importante termos aguapés, eles são muito eficientes como filtros naturais.
Passo 7: Para deixar seu lago mais bonito, na borda, podemos colocar terra e algumas
pedras para receber flores e plantas.
Alguns trabalhos já utilizam a água recuperada a partir do lago para fins de irrigação e
lavagens em geral.
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Passo 8: Em uma das extremidades do lago podemos criar uma praia feita de areia e
brita, nesta praia colocamos um cano (ladrão de água) e conectamos com o quarto
reservatório de filtragem (mineral), composto por britas como o segundo.
Passo 9: O último reservatório conterá água reciclada para uso.
Pronto! Nosso sistema de tratamento para Águas Cinzas esta criado, esta água já
pode ser usada em limpeza, descarga de banheiro e irrigação do jardim.
CUIDADOS
O primeiro reservatório deve ser colocado em local ventilado e tampado, o
processo anaeróbico produz gases de mau cheiro.
Os aguapés se reproduzem rapidamente, de tempos em tempos, devemos retirar
o excesso.
O tamanho do filtro depende do volume de esgoto a ser lançado.
Ecotécnica 10: Fazendo um Círculo de Bananeiras
Passo 1: Instalar uma caixa de gordura ou construir um filtro de areia e brita
para filtrar a água;
Passo 2: Direcionar está água para o círculo preparado.
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Ecotécnica 11: Bacia de Evapotranspiração
Também conhecido como Tanque de Evapotranspiração (TEVAP) é um sistema de
tratamento e reaproveitamento dos nutrientes da água negra (proveniente do vaso
sanitário), para produção de flores e frutas.
Materiais necessários: Entulho, pneus usados, terra, areia, lona e plantas.
O dimensionamento da bacia é de aproximadamente 2 m3/pessoa.
Passo 1: Orientação em relação ao sol.
Como a evapotranspiração depende em grande parte da incidência do sol, a bacia deve
ser orientada para a face norte (no hemisfério sul) e sem obstáculos como árvores altas
próximas à bacia, tanto para não fazer sombra como para permitir a ventilação.
Passo 2: Dimensionamento
A forma de dimensionamento da bacia é: largura de 2 metros e profundidade de 1
metro. O comprimento é igual ao número de moradores da casa, ou utilizadores
habituais do sistema. Para uma casa com cinco moradores, a dimensão fica assim:
(LxPxC) 2x1x5 = 10 m3.
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Passo 3: Construção da bacia.
Pode-se construir a bacia de diversas maneiras, mas, visando a economia, a
sustentabilidade e a segurança, a técnica mais indicada de construção é a
do Ferrocimento (Figura 55). As paredes ficam mais leves e, principalmente, usam
muito menos material. O ferrocimento é uma técnica de construção com grade de ferro e
tela de “viveiro” coberta com argamassa. A argamassa da parede deve ser de duas (2)
partes de areia (lavada média) por uma (1) parte cimento e argamassa do piso deve ser
de duas (3) partes de areia (lavada) por uma (1) parte cimento.
Pode-se usar uma camada de concreto sob (embaixo) o piso caso o solo não seja muito
firme, funcionando como fundação.
Passo 4: Câmara anaeróbia
Depois da bacia devidamente montada e impermeabilizada, mantendo-a úmida por três
dias, vem a construção da “câmara de digestão”, que é facilitada com o uso de pneus
usados e do entulho da obra (Figura 56). A câmara é composta do duto de pneus e de
tijolos inteiros (bem queimados) alinhados ou cacos de tijolos, telhas e pedras,
colocados até a altura dos pneus. Isto cria um ambiente com espaço livre para a água e
beneficia a proliferação de bactérias que quebrarão os sólidos em moléculas de
micronutrientes.
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Passo 5: Dutos de inspeção.
Neste ponto pode-se iniciar a fixação dos 3 dutos de 50mm de diâmetro (Figura 57),
conforme indicado, para a inspeção e coletas de amostras de água.
Figura 57: Detalhe dos tubos de inspeção. Fonte:
http://www.setelombas.com.br/2010/10/bacia-de-evapotranspiracao-bet/
Passo 6: Camadas de materiais.
Acima da camada de pneus e entulhos, acrescentar a segunda camada de brita (+/- 10
cm).
A seguir convém utilizar algum tipo de manta permeável (ex: bidim) para evitar que a
areia (+/- 10 cm) da camada superior (terceira) desça e feche os espaços da brita.
Em seguida vem a camada de solo (+/- 25 cm) que vai até o limite superior da bacia.
Procure usar um solo rico em matéria orgânica e mais arenoso do que argiloso. Por fim
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vem a última camada, que fica acima do nível da BET. Essa camada é composta de
folhagem seca, também conhecida pelos praticantes da Permacultura como Mulch.
Passo 7: Proteção (Mulch)
Como a bacia não tem tampa, para evitar o alagamento pela chuva, ela deve ser coberta
com folhagem seca. Todas as folhas que caem das plantas e as aparas de gramas e
podas, são colocadas sobre a bacia para formar um colchão por onde a água da chuva
escorre para fora do sistema. E para evitar a entrada da água que escorre pelo solo, é
colocada uma fiada de tijolos ou blocos de concreto, ao redor da bacia para que ela
fique mais alta que o nível do terreno.
Passo 8: Plantio
Por último, deve-se plantar espécies de folhas largas como mamoeiro, bananeiras,
taiobas, caetés, etc (Figura 58) o passar do tempo, se aparecerem min ocas e outros
organismos do solo, como cascudos e insetos, não se assuste, isto é sinal de que o seu
sistema de tratamento est funcionando muito em e o solo est ficando mais fértil
stes organismos au iliam na digestão do esgoto.
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Ecotécnica 12: Biosistema Integrado (BI)
O BI é composto por 3 elementos básicos, o biodigestor, o biofiltro e a zona de
raízes. Segue um passo a passo para a construção de cada elemento.
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O servações • É necess rio, periodicamente, fazer a retirada do e cesso de lodo
acumulado no reator e dar a ele destinação apropriada • Note-se que o biodigestor não
torna a água do efuente potável, não serve para con- sumo humano, para tal, seria
necessário ainda, efetuar a fltração através de areia e carvão ativado, para a retirada
dos sólidos suspensos, do sabor e do odor resultantes, além da esterilização da água
por fervura ou cloração.
Ecotécnica 13: Construção do Banheiro Seco
http://www.sustentavelnapratica.net/arquivos/banheiroseco.pdf
Onde construir?
Quanto ao local, construir onde tiver a maior incidência solar, face Norte.
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Ecotécnica 14: Passos para fazer a Compostagem
Passo 1
Preparar, evitando espaços muito úmidos, uma superfície plana à sombra, onde vão ser
dispostas as pilhas ou leiras de compostagem, com uma camada impermeabilizante de
concreto para evitar a infiltração do chorume no solo. Devem existir, nessa área, canale-
tas que direcionem o chorume de forma a recolhe-lo posteriormente. O chorume
orgânico ou biológico é um biofertilizante líquido, rico em nutrientes e sais minerais.
Basta diluí-lo em água, em uma proporção de 1/5 até 1/10, e borrifar nas folhas de sua
horta.
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Passo 2
Separar as cascas de frutas, restos de poda das plantas, cascas de ovos e outras matérias
orgânicas (como estrume de animais). Picar ou partir o material que é colocado na pilha
acelera o processo de decomposição. Não se devem incluir no material a ser
compostado resíduos animais, para evitar o aparecimento de ratos e baratas.
Passo 3
Empilhar sobre a superfície plana o material separado, em camadas, que deve ter
aproxima- damente 15-20cm de espessura, com os mais grosseiros por baixo, para
facilitar a drenagem.
Passo 4
Sobre cada camada, coloca-se uma camada de terra de 2 a 3cm, que serve como
inoculante, adicionando micro-organismos ao monte. O ar precisa circular livremente ao
redor de cada monte, para facilitar o processo, e sua largura ou altura não deve
ultrapassar 1-1,5m.
Passo 5
Cobrir o monte com folhas, para evitar o ressecamento, quando o clima for quente e
seco.
Passo 6
Espetar molhos de erva seca na vertical ou canas de bambu para permitir a penetração
do ar. Formado o monte, o composto começa a se aquecer, atingindo temperaturas entre
60-80ºC, o suficiente para pasteurizá-lo, destruindo os elementos patogênicos.
Passo 7
Virar o monte, passados 15 dias, de forma que as camadas do fundo devem ser postas
para cima.
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Passo 8
Virar o monte novamente, após 5 semanas, de forma que os materiais da parte de fora
sejam colocados no interior. O teor de umidade deve ser verificado e, se necessário,
rega- se o monte, que deve manter de 45 a 65% de umidade. Embora esta seja
necessária no processo de fermentação, o excesso de água causa a compactação e o
apodrecimento dos materiais. No período de chuva o monte deve ser coberto com folhas
de bananeira ou lona, para evitar a penetração excessiva de água. Caso se torne úmido
demais, o mon- te deve ser virado ou corrigido, misturando-se materiais secos.
Passo 9
Observar que, no fim do terceiro mês, o composto costuma estar pronto para ser utiliza-
do. Ele deve ser castanho-escuro, granulado, e deve ter odor de húmus.
Passo 10
Verificar se ainda existem materiais que não sofreram transformação e separá-los ou
deixá-los mais tempo no monte até terminar o processo de decomposição. Se a decom-
posição for parcial, o composto aplicado no solo pode reduzir a quantidade de azoto (ni-
trogênio) disponível para o crescimento das plantas. O composto é de melhor qualidade
quando esfarela, não devendo ser pesado ou pegajoso.
O guia apresentado a seguir sistematiza detalhes sobre problemas e soluções para se
fazer uma boa compostagem.
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Ecotécnica 15: Minhocário
Material necessário (Fonte: http://goo.gl/Ss6YB3)
• Três cai as em cor escura, tipo container, galões ou outros, que possam ser
empilhadas sem o apoio das tampas e uma tampa;
• Torneirin a de e edouro;
• Uma furadeira com roca de 4 ou 5 milímetros (ou outra técnica para fazer furos em
plástico)
• Minhocas
• Su strato (inicialmente um saco de 20Kg);
• Jornal sem cor ou serragem;
• Restos de comida
Passo 1- Faça de 10 a 15 furos no fundo das caixas 1 e 2 com a broca tamanho 5 e
alguns furos na tampa com a broca tamanho 4.
Passo 2 - Corte a lateral da caixa 3 e fixe a torneirinha (use silicone para vedar a
torneira).
Passo 3 - Coloque uns cinco dedos de terra na caixa 1 e as minhocas, a quantidade
inicial é de 200 a 250. Existem produtos no mercado que vêm prontos para o uso,
inclusive com as mi- nhocas do tipo californianas vermelhas, que se adequam melhor
a esse fim.
Passo 4 - Deixe um ou dois dias antes de colocar os restos de comida, acrescentando
uma camada fina de terra, serragem ou jornais sem cor.
Como Usar - Quando a caixa 1 estiver cheia, passe-a para baixo e deixe compostar,
colocando a terra e os restos de alimento na caixa 2. Depois de 45 dias o húmus estará
pronto para uso.
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Ecotécnica 16: Horta Vertical
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Ecotécnica 17: Construção da Horta Circular
Passo 8
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Para finalizar, o manejo deve ser feito com o sistema orgânico de produção, utilizando
adubo gerado em composteiras, incluindo a rotação das culturas, que consiste em não
repetir culturas da mesma família no mesmo lugar, bem como a adubação verde, que
consiste em usar plantas, geralmente da família das leguminosas, cortadas no solo para
melhor disponibilização de nitrogênio.
Ecotécnica 18: Óleo de cozinha para fazer Sabão
Receita 1:
• 5 L de óleo de cozin a usado;
• 2 L de gua;
• 200 ml de amaciante;
• 1 kg de soda c ustica em
escama.
Figura 56 – Sabão caseiro
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Passo 1
Colocar, com cuidado, a soda em escamas no fundo de um balde.
Passo 2 - Em seguida, adicionar a água fervendo e mexer até diluir a soda.
Passo 3 - Acrescentar o óleo e mexer. Misturar bem o amaciante.
Passo 4 - Por a mistura numa forma e cortar as barras de sabão somente no dia seguinte.
Receita 2 (com aroma):
• 4 L de óleo de cozin a usado;
• 2 L de gua;
• ½ copo de sa ão em pó;
• 1 kg de soda c ustica;
• 5 ml de óleo arom tico de erva-doce ou outro a gosto.
Passo 1 - Aquecer a água. Separar 0,5L para dissolver o sabão em pó.
Passo 2 - Dissolver a soda cáustica no 1,5L de água restante. Adicionar lentamente as
duas solu- ções ao óleo e mexer durante 20min.
Passo 3 - Adicionar a essência, mexendo bem, e despejar nas formas escolhidas.
Desenformar ape- nas no dia seguinte firma Daysiellen : “O ideal é colocar esse óleo
que não será mais usado em uma gar- rafa pet, aquelas de refrigerante, e encaminhar
para a reciclagem. Atualmente, ONGs e empresas desenvolvem projetos de reutilização
do óleo de cozin a, o que é om para a economia e para a saúde do nosso planeta ”
Quem quiser produzir sabão em quantidades maiores pode fazer parcerias com paste-
larias e barracas de pastel da feira, para colher o óleo que normalmente é jogado fora e
doar para que seja transformado em sabão de boa qualidade.
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Ecotécnica 19: Tintas de Solo
Tinta de parede
Materiais necessários:
• P ; • Potes de cola de 1 L:
• n ada; • Vasil a graduada em ml de 2 L;
• scova de aço para limpeza da parede; • Polvil o azedo;
• Peneira de pedreiro (taman o arroz); • Potes de soda c ustica;
• sp tula para limpeza de parede; • Vassoura de piaçava;
• Rolo de pintura de lã; • Sacos para coletar terra;
• Broc a; • Li a;
• Pincéis para arremate; • Água;
• Vasil a para pintura • Copo;
(tamanho suficiente para o rolo); • Col er de pau ou misturador adaptado
ou vapt-vupt;
• Balde de 30 L com tampa bem vedada;
Material Necessário para 18 litros de tinta com cola branca:
• 8 kg de terra ou 2 galões de 3,6 L de terra;
• 4 kg de cola branca;
• 8 L de água.
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Passo 4
Antes de aplicar a tinta, limpar bem a superfície a ser coberta, certificando-se de que
não há mofo, umidade, vazamentos ou infiltrações, cal ou mesmo tinta a óleo, esmalte
ou tin- ta acrílica que possam comprometer a pintura. Em paredes com pouca
porosidade, mui- to lisas ou esfarelando, é necessária uma demão de cola diluída em
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água, na proporção de 1 para 1. A camada de cola funciona como se fosse um fundo
preparador da parede.
A tinta feita com terra não pode ser aplicada em paredes já pintadas com cal, pois ume-
dece as crostas de cal, que caem. É preciso fazer a limpeza do excesso com escova de
aço ou lixa.
A tinta feita com terra não pode ser aplicada diretamente em paredes que já receberam
pinturas com tinta a óleo, esmalte ou tinta acrílica. É preciso correr uma escova de aço
ou lixa para retirar boa parte dessas tintas e criar porosidade. Uma demão de cola
diluída ajuda a preparar essas paredes para pintura.
«toda mudança tem necessidade de motivações e dum caminho
educativo» (15); estão envolvidos todos os ambientes educacionais,
por primeiro « a escola, a família, os meios de comunicação, a
catequese» (213). Papa Francisco, ` Laudato si’