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Universidade Federal de Ouro Preto
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental - ProAmb
CONSTRUÇÃO E DETERMINAÇÃO DO INDICADOR DE SALUBRIDADE
AMBIENTAL (ISA/OP) PARA AS ÁREAS URBANAS DO MUNICÍPIO DE
OURO PRETO, MG
Diogo Araújo Teixeira
Ouro Preto, MG
Outubro de 2017
ii
Universidade Federal de Ouro Preto
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental - ProAmb
Diogo Araújo Teixeira
CONSTRUÇÃO E DETERMINAÇÃO DO INDICADOR DE SALUBRIDADE
AMBIENTAL (ISA/OP) PARA AS ÁREAS URBANAS DO MUNICÍPIO DE
OURO PRETO, MG.
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Engenharia Ambiental da
Universidade Federal de Ouro Preto como
parte dos requisitos necessários para obtenção
do título: Mestre em Engenharia Ambiental –
Área de Concentração Meio Ambiente.
Orientador: José Francisco do Prado Filho
Coorientador: Aníbal da Fonseca Santiago
Ouro Preto, MG
Outubro de 2017
iii
T266c Teixeira, Diogo Araújo.
Construção e determinação do indicador de salubridade ambiental (ISA/OP) para as áreas urbanas do município de Ouro Preto, MG [manuscrito] / Diogo Araújo Teixeira. - 2017.
154f.: il.: color; grafs; tabs; mapas.
Orientador: Prof. Dr. José Francisco do Prado Filho. Coorientador: Prof. Dr. Aníbal da Fonseca Santiago.
Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Ouro Preto. Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação. PROAMB. Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental.
CDU: 556.51(815.1)
Catalogação: www.sisbin.ufop.br
iv
v
Dedicatória
Aos ouropretanos, almejando que este estudo se torne um
importante instrumento de planejamento ambiental capaz
de despertar na mente dos administradores públicos o
desejo de busca por melhorias socioambientais no
município. Recebam esta pesquisa como forma de
agradecimento e retribuição pelo indescritível período
vivenciado na cidade de vocês, que agora também é
minha. Viva Ouro Preto, viva!
vi
Agradecimentos
A Deus, Ele sim me deu forças para iniciar, progredir e finalizar este estudo. O
seu amor vela por mim. À minha família, especialmente à minha mãe Luciane, ao meu
pai Valter, à irmã Maria Alice, às avós Rosa e Maria e ao irmão Pedro, todo o carinho,
incentivo e compreensão foram válidos durante a busca pelo título. À irmã Mariana por
ter dividido comigo a carga de se tornar mestre, sendo minha fiel companhia durante o
percurso. Toda gratidão é pouca perante o que representam para mim.
Ao Prof. Dr. José Francisco. Chico, muito obrigado por me aceitar como
orientando, confesso que se recusasse meu pedido quando estava órfão de orientador eu
abandonaria o ProAmb. O agradecimento excede ao período de mestrado abrangendo a
orientação/tutoria realizada nos anos de PET Engenharia Ambiental, de professor nas
disciplinas de graduação e de conselheiro acadêmico/profissional nos momentos
oportunos. Ao meu coorientador Prof. Dr. Aníbal Santiago. Aníbal, muito obrigado por
estar comigo durante toda a caminhada, assumo que suas ideias me motivaram a dar
prosseguimento ao projeto no momento em que me ‘desencantei’ por ele. Agradeço
também pelas conversas informais que tivemos e por sempre me incentivar a continuar
no caminho da engenharia ambiental.
Ao Luciano Pereira do Semae por sempre (sempre) me atender com muita
receptividade e vontade de ajudar. Suas dicas e informações foram as mais custosas e
difíceis de obter e sem as quais meu título de mestre não seria concedido. À Mercês da
Secretaria Municipal de Saúde que, embora não dispusesse de todos os dados
necessários, nunca mediu esforços para disponibilizar os que possuía. Mercês, muito
obrigado por tanto carinho e atenção. Ao Prof. Dr. César Barella pela disponibilidade,
dicas e auxílio durante a elaboração dos mapas.
Aos integrantes do grupo de especialistas do método Delphi que se prontificaram
a responder aos questionários, conferindo credibilidade a este estudo. Aos membros da
minha banca de qualificação Jorge Adílio e Raphael Tobias por tanto agregarem no
estágio inicial desta pesquisa. À Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais
(Fapemig) pela concessão da bolsa de mestrado, permitindo dedicação integral.
Por fim, aos meus amigos do ProAmb, em especial Ludmila Brito, também à
Júlia Condé (grande amiga) por me motivarem, cobrarem e vivenciarem comigo os
murmúrios cotidianos de um pós-graduando e ao Jairo por sempre me disponibilizar
hospedagem.
vii
Epígrafe
“Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não
conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em
entender, viver ultrapassa qualquer entendimento.”
Clarice Lispector Escritora ‘brasileira’
viii
Resumo
O Indicador de Salubridade Ambiental (ISA) foi criado em 1999 pelo Conselho
Estadual de Saneamento (Conesan) do Estado de São Paulo. O indicador avalia
componentes socioambientais e seu valor final varia de 0,0 a 1,0 (ou de 0,00 a 100,00),
sendo que quanto mais próximo da extremidade superior maior é a salubridade
ambiental da região analisada. Embora criado com o objetivo de medir o nível de
salubridade ambiental dos municípios paulistas, o ISA passou a ser utilizado em
diversas regiões do Brasil. Além disso, ao longo desses 17 anos, o ISA sofreu alterações
em sua formulação original, variando em função das características do local a ser
avaliado, situação permitida pelo próprio manual que o originou. A revisão bibliográfica
realizada para balizar esta pesquisa analisou o estado da arte da utilização do ISA no
Brasil. Para tal, avaliou-se 60 estudos de ISAs disponíveis em meios eletrônicos
realizando uma análise quali-quantitativa dos mesmos, identificando avanços, lacunas e
desafios de seu uso. O objetivo geral do estudo foi construir uma formulação e
determinar o valor do Indicador de Salubridade Ambiental (ISA/OP) para as áreas
urbanas (sede e 12 distritos) do município de Ouro Preto em Minas Gerais. Para
alcançá-lo lançou-se mão do método Delphi como ferramenta de estruturação da
fórmula de cálculo do ISA/OP, o qual contou com a participação de especialistas
entendedores do tema salubridade ambiental bem como da realidade do saneamento
ambiental do município ouropretano. O valor geral do ISA/OP foi de 49,71, o que
enquadra a região no nível de baixa salubridade ambiental. Determinou-se também o
valor do ISA/OP para cada distrito estudado, realizando ainda uma análise aprofundada
de todas as componentes do saneamento ambiental municipal. O estudo apontou os
serviços englobados pelas componentes esgoto sanitário e resíduos sólidos aqueles que
mais carecem de melhorias para elevar a salubridade ambiental local. Finalizando a
pesquisa discorreu-se sobre os principais problemas e avanços obtidos com a
implementação do ISA/OP, visando trazer à tona as particularidades encontradas
durante os cálculos contidos no indicador.
Palavras-chave: saneamento ambiental, indicador de salubridade ambiental, variação
do ISA, instrumento de planejamento ambiental, Ouro Preto.
ix
Abstract
The Environmental Health Indicator (ISA) was created in 1999 by the State Sanitation
Council (Conesan) of the State of São Paulo. The indicator evaluates
socioenvironmental components and its final value varies from 0.0 to 1.0 (or from 0.00
to 100.00), and the closer to the upper end, the greater the environmental health of the
analyzed region. Although created with the objective of measuring the level of
environmental health of the counties of São Paulo, ISA has been used in several regions
of Brazil. In addition, over the last 17 years, the ISA has undergone changes in its
original formulation, varying according to the characteristics of the site to be evaluated,
a situation allowed by the manual that originated it. The bibliographic review carried
out to mark this research analyzed the state of the art of ISA use in Brazil. In order to do
so, 60 studies of ISAs were available in electronic means, performing a qualitative and
quantitative analysis of the same, identifying advances, gaps and challenges of their use.
The general objective of the study was to construct a formulation and determine the
value of the Environmental Health Indicator (ISA/OP) for the urban areas (urban center
and 12 districts) of the municipality of Ouro Preto in Minas Gerais. In order to reach
this goal, the Delphi method was used as a structuring tool for the calculation formula
of ISA/OP, which counted with the participation of specialists who understood the
theme of environmental health and the reality of the environmental sanitation of the
municipality of Ouro Preto. The overall value of ISA/OP was 49.71, which places the
region at the level of low environmental health. The value of ISA/OP was also
determined for each district studied, and a detailed analysis of all components of
municipal environmental sanitation was carried out. The study pointed to the services
encompassed by the components sanitary sewage and solid waste those that most need
improvement to raise local environmental health. At the end of the research the main
problems and advances obtained with the implementation of ISA/OP were discussed,
aiming to bring to light the particularities found during the calculations contained in the
indicator.
Keywords: environmental sanitation, environmental health indicator, ISA variation,
instrument of environmental planning, Ouro Preto.
x
Lista de Figuras
Figura 1 - Modelo Pressão-Estado-Resposta da OECD .............................................................. 13
Figura 2 - Criação de um indicador de saúde ambiental urbana ................................................. 14
Figura 3 - Subdivisões de uma região ......................................................................................... 25
Figura 4 - Metodologia para cálculo do ISA/OP ......................................................................... 50
Figura 5 - Página eletrônica Censo IBGE 2010 .......................................................................... 59
Figura 6 - Interface do aplicativo mapas interativos ................................................................... 59
Figura 7 - Interface da ferramenta Mapa Temático ..................................................................... 61
Figura 8 - Localização do município ouropretano no Estado de Minas Gerais .......................... 65
Figura 9 - Tanques de desinfecção da antiga ETE localizada na cidade de Ouro Preto ............. 67
Figura 10 - Distritos do município de Ouro Preto e sua sede urbana .......................................... 68
Figura 11 - Setores censitários de cada região estudada ............................................................. 71
Figura 12 - Setores censitários da cidade de Ouro Preto ............................................................. 72
Figura 13 - Esgoto lançado diretamente em curso d'água na cidade de Ouro Preto ................... 76
Figura 14 - ETE Osso de Boi localizada na cidade de Ouro Preto.............................................. 76
Figura 15 - Compartimento de coleta de RSU disposto na cidade de Ouro Preto ...................... 77
Figura 16 - Situação de abandono da ETE Osso de Boi ........................................................... 129
Figura 17 - Tubulação do Século XIX e lançamento de esgoto em curso d'água ..................... 130
Figura 18 - Áreas com potencial risco de alagamento/inundação na sede municipal ............... 136
xi
Lista de Gráficos
Gráfico 1 - Diagrama de caixas com dados da utilização de cada um dos indicadores de 1ª
ordem pelos ISAs ........................................................................................................................ 40
Gráfico 2 - Evolução da quantidade de estudos de ISA ao longo dos anos ................................ 41
Gráfico 3 - Dados obtidos após a primeira rodada do método Delphi ........................................ 80
Gráfico 4 - Dados obtidos após a segunda rodada do método Delphi ......................................... 85
Gráfico 5 - Valores de média e mediana dos indicadores de primeira ordem em cada rodada do
método Delphi ............................................................................................................................. 87
Gráfico 6 - Informações dos indicadores de primeira ordem nas rodadas do método Delphi..... 88
Gráfico 7 - Pontuação do Isa ........................................................................................................ 95
Gráfico 8 - Pontuação do Ice ........................................................................................................ 96
Gráfico 9 - Pontuação do Ite ........................................................................................................ 98
Gráfico 10 - Pontuação do Ise ...................................................................................................... 99
Gráfico 11 - Pontuação do Icr .................................................................................................... 101
Gráfico 12 - Pontuação do Iqr ................................................................................................... 103
Gráfico 13 - Pontuação do Isr .................................................................................................... 105
Gráfico 14 - Pontuação do Idm ................................................................................................... 113
Gráfico 15 - Pontuação do Imr ................................................................................................... 115
Gráfico 16 - Pontuação do I2s .................................................................................................... 116
Gráfico 17 - Pontuação do Irm ................................................................................................... 116
Gráfico 18 - Pontuação do Ine .................................................................................................... 118
Gráfico 19 - Pontuação do Irp .................................................................................................... 121
Gráfico 20 - Pontuação do Iav .................................................................................................... 122
xii
Lista de quadros
Quadro 1 - Conjuntos de atividades contidas nos serviços de saneamento ambiental, segundo
Lei Federal n°. 11.445/2007 .......................................................................................................... 2
Quadro 2 - Critérios e características avaliados em indicadores ambientais ............................... 12
Quadro 3 - Exemplos de indicadores da qualidade ambiental urbana ......................................... 13
Quadro 4 - Critérios para a criação de indicador ambiental local ............................................... 14
Quadro 5 - Indicadores ambientais do sétimo Objetivo de Desenvolvimento do Milênio.......... 15
Quadro 6 - Parâmetros integrantes do IQA ................................................................................. 16
Quadro 7 - Princípios e hipóteses adotados por Conesan (1999) para estruturar e compor o
ISA/SP ......................................................................................................................................... 17
Quadro 8 - ISA/SP - ISA modelo Conesan ................................................................................. 18
Quadro 9 - Faixas de pontuação do ISA e situação de salubridade ambiental ............................ 18
Quadro 10 - Indicadores e finalidade dos subindicadores constituintes do ISA/SP .................... 19
Quadro 11 - Fórmulas e pontuações para os indicadores de primeira e segunda ordens
constituintes do ISA/SP ............................................................................................................... 22
Quadro 12 - Revistas científicas consultadas durante o levantamento bibliográfico .................. 30
Quadro 13 - Estado da arte de ISAs (quantidade de estudos) ..................................................... 37
Quadro 14 - Setores censitários avaliados ................................................................................... 48
Quadro 15 - Especialidades de cada integrante do grupo de especialistas .................................. 52
Quadro 16 - Resumo do conteúdo abordado em cada etapa da primeira rodada do método
Delphi .......................................................................................................................................... 55
Quadro 17 - Resumo do conteúdo abordado em cada etapa da segunda rodada do método Delphi
..................................................................................................................................................... 56
Quadro 18 - Fontes de dados para realização dos cálculos ......................................................... 57
Quadro 19 - Variáveis cujos valores foram fornecidos pela ferramenta Mapa Temático ........... 60
Quadro 20 - Bairros abastecidos pelas ETAs da sede municipal ................................................ 75
Quadro 21 - Especialistas respondentes em cada rodada do método Delphi .............................. 78
Quadro 22 - Indicadores de 1ª ordem sugeridos pelos especialistas para compor o ISA/OP ...... 81
Quadro 23 - Indicadores de 2ª ordem sugeridos pelos especialistas para compor o ISA/OP ...... 81
Quadro 24 - Fórmulas utilizadas para cálculo dos indicadores e subindicadores do ISA/OP ..... 91
Quadro 25 - Metodologia para cálculo do Iqr ............................................................................ 102
Quadro 26 - Pontuação do Ivd, Ive e Ivl ........................................................................................ 106
Quadro 27 - Maneiras para cálculo da variável Disp ................................................................ 112
Quadro 28 - Pontuação do Iai ..................................................................................................... 120
xiii
Lista de tabelas
Tabela 1 - Pesos e indicadores integrantes de ISA no Brasil ...................................................... 27
Tabela 2 - Particularidades de estudos de ISAs pelo Brasil ........................................................ 34
Tabela 3 - Especificidades da aplicação do método Delphi ........................................................ 54
Tabela 4 - Dados de cada região estudada .................................................................................. 70
Tabela 5 – Principais sistemas de abastecimento de água do município de Ouro Preto ............. 73
Tabela 6 - Vazão de abastecimento dos distritos abastecidos pela ETA Funil ........................... 75
Tabela 7 - Dados obtidos com a aplicação da primeira rodada do método Delphi ..................... 79
Tabela 8 - Dados obtidos com a aplicação da segunda rodada do método Delphi ...................... 82
Tabela 9 - Comparação de valores entre a primeira e segunda rodada do método Delphi ......... 86
Tabela 10 - Valores de Naa e Nar para cada ETA nos anos de 2011 e 2012 ................................. 93
Tabela 11 - Pontuação do Iqa em função de seu valor (%) ........................................................... 94
Tabela 12 - Números de casos das enfermidades ao longo dos anos no município de Ouro Preto
................................................................................................................................................... 106
Tabela 13 - Número de casos das enfermidades por distrito ao longo dos anos ....................... 107
Tabela 14 - Quantidade de casos das doenças analisadas em cada distrito (2010 a 2015) ....... 108
Tabela 15 – Critério de pontuação do Iqb para captações superficiais ....................................... 109
Tabela 16 - Critério de pontuação do Iqb para captações subterrâneas ...................................... 110
Tabela 17 - Características de cada ETA .................................................................................. 111
Tabela 18 - Mortalidade de crianças de 0 a 4 anos e de idosos com mais de 60 anos ligadas a
doenças respiratórias (2010-2015) ............................................................................................ 114
Tabela 19 - Valor do ISA/OP por setor censitário e distrito ..................................................... 122
Tabela 20 - Valor do ISA/OP e nível de salubridade ambiental de cada distrito ...................... 126
Tabela 21 - Pontuações médias relativas ao abastecimento de água ......................................... 127
Tabela 22 - Pontuações médias relativas ao esgoto sanitário .................................................... 129
Tabela 23 - Pontuações médias relativas aos resíduos sólidos .................................................. 131
Tabela 24 - Pontuações médias relativas aos vetores de doenças ............................................. 132
Tabela 25 - Pontuações médias relativas aos recursos hídricos ................................................ 133
Tabela 26 - Pontuações médias relativas à socioeconomia ....................................................... 134
Tabela 27 - Pontuações médias relativas à drenagem urbana ................................................... 135
xiv
Lista de abreviaturas e siglas
AHP Método de Análise Hierárquica
Capes Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
CETESB Companhia Ambiental do Estado de São Paulo
cm Centímetro
Conesan Conselho Estadual de Saneamento
DEAMB Departamento de Engenharia Ambiental
Funasa Fundação Nacional da Saúde
hab Habitante
Iab Indicador de abastecimento de água
Ica Subindicador de cobertura de abastecimento de água
Ice Subindicador de cobertura em coleta de esgotos
Icr Subindicador de coleta de resíduos
Icv Indicador de controle de vetores
Idm Subindicador de disponibilidade dos mananciais
Ied subindicador de educação
Ies Indicador de esgotos sanitários
Ifi Subindicador de fontes isoladas
IGAM Instituto Mineiro de Gestão das Águas
Iphan Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Iqa Subindicador da qualidade da água distribuída
Iqb Subindicador de qualidade da água bruta
Iqr Subindicador de tratamento e disposição final de resíduos sólidos
IQR Índice de Qualidade de Aterro de Resíduos
Irf Subindicador de renda
Irh Indicador de recursos hídricos
Irs Indicador de resíduos sólidos
ISA Indicador de Salubridade Ambiental
Isa Subindicador de saturação do sistema produtor
Ise Indicador socioeconômico
Ise Subindicador de saturação do tratamento de esgotos
Isp Subindicador de saúde pública
xv
Isr Subindicador de saturação do tratamento e disposição final de resíduos
sólidos
Ite Subindicador de esgotos tratados
Ivd Subindicador de dengue
Ive Subindicador de esquistossomose
Ivl Subindicador de leptospirose
L Litro
n° Número
OMS Organização Mundial da Saúde
OP Ouro Preto
PMSB Plano Municipal de Saneamento Básico
PMSB-OP Plano Municipal de Saneamento Básico de Ouro Preto
PNE Plano Nacional de Educação
Pont Pontuação
Pop População
RSU Resíduos Sólidos Urbanos
s Segundo
Semae Serviço Municipal de Água e Esgoto
Sphan Serviço de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Unesco Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura
Urb Urbana
uT Unidade de Turbidez
UTP Unidade Territorial de Planejamento
WHO World Health Organization
xvi
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 1
2 OBJETIVO .............................................................................................................. 5
2.1 Objetivo geral ............................................................................................................................. 5
2.2 Objetivos específicos ................................................................................................................... 5
3 JUSTIFICATIVA .................................................................................................... 6
4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................... 9
4.1 Indicadores ................................................................................................................................. 9
4.2 Indicadores ambientais ............................................................................................................. 10
4.3 Indicadores ambientais à luz de referências internacionais ..................................................... 11
4.4 Exemplos de indicadores ambientais ........................................................................................ 15
4.5 Indicador de Salubridade Ambiental (ISA) ............................................................................... 17
4.5.1 Cálculo dos indicadores e subindicadores componentes do ISA/SP .................................... 21
4.5.2 As diferentes estruturações de ISAs no Brasil ...................................................................... 24
4.5.3 Os diferentes métodos de escolha dos indicadores e pesos de ISAs no Brasil ..................... 32
4.5.4 O estado da arte de ISAs no Brasil ....................................................................................... 37
4.6 Uma visão crítica a respeito do ISA ......................................................................................... 44
5 MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................. 47
5.1 Formulação do ISA/OP baseado no método Delphi ................................................................. 51
5.1.1 A primeira rodada do método Delphi ................................................................................... 54
5.1.2 A segunda rodada do método Delphi ................................................................................... 55
5.2 Fontes de dados para cálculo dos indicadores de 1ª e 2ª ordens ............................................. 57
5.3 O Censo IBGE 2010 .................................................................................................................. 58
5.3.1 O aplicativo Mapas Interativos ............................................................................................ 59
5.3.2 As tabelas que abastecem os aplicativos de resultados do Censo IBGE 2010 ..................... 61
5.3.3 As bases cartográficas e a elaboração dos mapas ............................................................... 63
5.4 Procedimentos para cálculo dos indicadores ........................................................................... 64
6 O MUNICÍPIO DE OURO PRETO: aspectos históricos e de saneamento
ambiental ....................................................................................................................... 64
7 RESULTADOS ...................................................................................................... 78
7.1 Estruturação do ISA/OP ........................................................................................................... 78
7.1.1 Informações obtidas com a primeira rodada do método Delphi .......................................... 78
7.1.2 Informações obtidas com a segunda rodada do método Delphi ........................................... 82
7.1.3 Fórmula para cálculo do ISA/OP ......................................................................................... 85
7.2 Cálculo do ISA/OP .................................................................................................................... 90
7.2.1 Indicador de Abastecimento de Água (Iab) ............................................................................ 92
7.2.1.1 Subindicador de Cobertura de Abastecimento de Água (Ica) ....................................... 92
7.2.1.2 Subindicador de Qualidade da Água Distribuída (Iqa) ................................................. 92
xvii
7.2.1.3 Subindicador de Saturação do Sistema Produtor (Isa) .................................................. 94
7.2.2 Indicador de Esgotos Sanitários (Ies) .................................................................................... 95
7.2.2.1 Subindicador de Cobertura em Coleta de Esgotos (Ice) ................................................ 95
7.2.2.2 Subindicador de Esgotos Tratados (Ite) ........................................................................ 96
7.2.2.3 Subindicador de Saturação do Tratamento de Esgotos (Ise) ......................................... 98
7.2.3 Indicador de Resíduos Sólidos (Irs) ..................................................................................... 100
7.2.3.1 Subindicador de Coleta de Resíduos (Icr) ................................................................... 100
7.2.3.2 Subindicador de Tratamento e Disposição Final de Resíduos (Iqr) ............................ 101
7.2.3.3 Subindicador de Saturação do Tratamento e Disposição Final dos Resíduos (Isr) ..... 103
7.2.4 Indicador de Controle de Vetores (Icv) ............................................................................... 105
7.2.5 Indicador de Recursos Hídricos (Irh) .................................................................................. 108
7.2.5.1 Subindicador de Qualidade da Água Bruta (Iqb) ........................................................ 109
7.2.5.2 Subindicador de Disponibilidade dos Mananciais (Idm) ............................................. 110
7.2.6 Indicador Socioeconômico (Ise) .......................................................................................... 113
7.2.6.1 Subindicador de Saúde Pública vinculada ao Saneamento (Isp) ................................. 113
7.2.6.2 Subindicador de Renda (Irf) ....................................................................................... 115
7.2.6.3 Subindicador de Educação (Ied) ................................................................................. 117
7.2.7 Indicador de Drenagem Urbana (Idu) ................................................................................. 119
7.2.7.1 Subindicador de Alagamento ou Inundação (Iai) ........................................................ 119
7.2.7.2 Subindicador de Rua Pavimentada (Irp) ..................................................................... 120
7.2.7.3 Subindicador de Áreas Verdes (Iav) ........................................................................... 121
7.3 Valor do ISA/OP para cada região analisada ........................................................................ 122
8 DIAGNÓSTICO DA SALUBRIDADE AMBIENTAL DO MUNICÍPIO DE
OURO PRETO ........................................................................................................... 125
8.1 Abastecimento de Água ........................................................................................................... 127
8.2 Esgoto Sanitário ..................................................................................................................... 128
8.3 Resíduos Sólidos ..................................................................................................................... 130
8.4 Vetores de Doenças................................................................................................................. 131
8.5 Recursos Hídricos ................................................................................................................... 132
8.6 Socioeconomia ........................................................................................................................ 134
8.7 Drenagem Urbana .................................................................................................................. 135
9 DIFICULDADES ENCONTRADAS E AVANÇOS OBTIDOS COM A
IMPLEMENTAÇÃO DO ISA/OP ............................................................................ 137
10 CONCLUSÃO ..................................................................................................... 141
11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................. 143
12 APÊNDICE – TABELA GERAL DE PONTUAÇÃO DO ISA/OP ................ 153
1
1 INTRODUÇÃO
O modelo de desenvolvimento econômico do Brasil acelerou o processo de
urbanização e crescimento das cidades, fato que ocasionou rápida concentração de renda
e de população nos centros urbanos, sobrecarregando a infraestrutura desses locais,
elevando os índices de pobreza e agravando os problemas ambientais. A aglomeração
da população nas áreas urbanas associada à falta de um planejamento urbano eficaz
potencializa os problemas sociais e ambientais. Neste contexto surgem, dentre outros,
aqueles relacionados ao saneamento.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define saneamento como o controle de
todos os fatores do meio físico do homem, que exercem ou podem exercer efeitos
nocivos sobre seu estado de bem estar físico, mental ou social. Este conceito evidencia a
articulação do saneamento com o enfoque ambiental ao situá-lo no campo de controle
dos fatores do meio físico e com abordagem preventiva de saúde, assumindo que a
própria OMS considera o bem-estar físico, mental e social como definição de saúde
(HELLER, 1998). Tal articulação culmina na formação do termo saneamento ambiental,
que, segundo Oliveira (2006), emergiu da inter-relação dos problemas das aglomerações
humanas com as questões ambientais.
A importância do saneamento ambiental e sua associação à saúde humana
remonta às mais antigas culturas. O saneamento desenvolveu-se de acordo com a
evolução das diversas civilizações, ora retrocedendo com a queda das mesmas, ora
renascendo com o aparecimento de outras (FUNASA, 2007). Segundo a Fundação
Nacional da Saúde (Funasa), saneamento ambiental possui a seguinte definição:
É o conjunto de ações socioeconômicas que têm por objetivo alcançar
Salubridade Ambiental, por meio de abastecimento de água potável,
coleta e disposição sanitária de resíduos sólidos, líquidos e gasosos,
promoção da disciplina sanitária de uso do solo, drenagem urbana,
controle de doenças transmissíveis e demais serviços e obras
especializadas, com a finalidade de proteger e melhorar as condições
de vida urbana e rural (FUNASA, 2007, p. 14).
Como visto, essa definição abarca um novo termo, a salubridade ambiental,
conceituada por Funasa (2015) como: estado de higidez em que vive a população
urbana e rural, tanto no que se refere à sua capacidade de inibir, prevenir ou impedir a
ocorrência de endemias ou epidemias veiculadas pelos agentes do meio ambiente, como
no que se refere ao seu potencial de promover o aperfeiçoamento de condições
favoráveis ao pleno gozo de saúde e bem-estar. Para Batista e Silva (2006), a
2
salubridade ambiental tem o propósito da integração sob uma visão holística,
participativa e de racionalização dos recursos públicos, abrangendo o saneamento
ambiental em seus diversos componentes. Sendo assim, um eficiente saneamento
ambiental é, portanto, um meio de promoção de um ambiente salubre.
Na esfera legal federal, a definição de saneamento ambiental é dada pelo Artigo
3º da Lei Federal nº. 11.445/2007 como conjunto de serviços, infraestruturas e
instalações operacionais de abastecimento de água potável, esgotamento sanitário,
limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e drenagem e manejo de águas pluviais
urbanas (BRASIL, 2007). Esta lei, publicada em 2007, é denominada Política Nacional
de Saneamento Básico e estabelece as diretrizes nacionais para este assunto, na qual
saneamento básico é tratado como sinônimo de saneamento ambiental. O Quadro 1
apresenta o conjunto de atividades que estão incorporadas em cada um dos serviços de
saneamento abordados na Legislação Federal.
Quadro 1 - Conjuntos de atividades contidas nos serviços de saneamento ambiental, segundo Lei Federal
n°. 11.445/2007
Serviços Conjunto de atividades
Abastecimento de
água potável
Infraestruturas e instalações necessárias ao abastecimento público de água
potável, desde a captação até as ligações prediais e respectivos instrumentos de
medição
Esgotamento
sanitário
Infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, tratamento e
disposição final adequados dos esgotos sanitários, desde as ligações prediais até o
seu lançamento final no meio ambiente
Limpeza urbana e
manejo de resíduos
sólidos
Infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, transbordo,
tratamento e destino final do lixo doméstico e do lixo originário da varrição e
limpeza de logradouros e vias públicas
Drenagem e
manejo das águas
pluviais urbanas
Infraestruturas e instalações operacionais de drenagem urbana de águas pluviais,
de transporte, detenção ou retenção para o amortecimento de vazões de cheias,
tratamento e disposição final das águas pluviais drenadas nas áreas urbanas Fonte: BRASIL, 2007.
Um fato importante ao analisar o conteúdo das definições de saneamento
ambiental abordadas pela Funasa e pela Legislação Federal é que esta última não
considera o controle de vetores de doenças como um de seus constituintes. Identifica-se
aí uma lacuna presente na Política Nacional de Saneamento Básico. A ausência deste
serviço no âmbito legal sugere erroneamente que doenças transmitidas via vetores à
população em consequência de um ambiente insalubre não sejam problemas de
saneamento ambiental. Entende-se também que, de certo modo, a eficiente execução
dos serviços de abastecimento de água, esgotamento sanitário e resíduos sólidos é um
meio de combater doenças transmitidas por vetores. No entanto, a ocorrência de
enfermidades como esquistossomose, leptospirose e dengue é comum em locais de
3
baixa salubridade ambiental, causa prejuízos à saúde da população ali residente e são
transmitidas por vetores.
Dentre os componentes de saneamento ambiental expostos anteriormente, os
serviços de abastecimento de água, esgotamento sanitário e manejo de resíduos sólidos
são os que apresentam maior potencial para conferir doenças à população quando
ofertados de maneira precária. Analisando somente os dois primeiros, Briscoe (1985)
informa que, em longo prazo, os efeitos benéficos para a população do investimento em
abastecimento de água e esgotamento sanitário é superior do que aqueles obtidos com
intervenções médicas. Além disso, o mesmo autor afirma que investir em saneamento
ambiental previne mais mortes e eleva mais a expectativa de vida do que as
intervenções de natureza medicinais. Pautado neste raciocínio, o estudo de Esrey et al.
(1990) elucida que investimento em saneamento ambiental implica diretamente na
diminuição da morbidade (portadores de determinada doença em relação à população
estudada em um período de tempo) devido às doenças diarreicas e parasitárias e na
melhoria do estado nutricional das crianças. Seguindo a mesma linha conclusiva, os
estudos de Heller, Colosimo e Antunes (2003), Saiani, Toneto Júnior e Dourado (2013)
e Prado e Miagostovich (2014) também pactuam que melhorias nos serviços
componentes do saneamento ambiental acarretam em benefícios diretos à qualidade de
vida da população.
Como exposto, os conceitos de saneamento, saneamento básico e saneamento
ambiental se confundem por tanta semelhança. O fato é que essas expressões derivam
do verbo sanear, que significa tornar são (saudável), isto é, sugerem que o ambiente no
qual a população está inserida seja apto para que a vida possa se desenvolver imune às
doenças e impactos negativos proporcionados pelo meio externo.
Inicia-se aí, então, a necessidade de se avaliar o nível de salubridade ambiental
de uma determinada região, visando apontar dentre os serviços do saneamento básico
qual(is) está(ão) sendo executado(s) de maneira satisfatória, bem como aquele(s)
potencialmente apto(s) a causar(em) prejuízos na qualidade de vida da população. Neste
ponto, entra em cena o Indicador de Salubridade Ambiental (ISA) como uma ferramenta
capaz de mensurar a salubridade ambiental de uma região ou local específico.
Para uma melhor compreensão dos conteúdos abordados no decorrer da presente
pesquisa, faz-se necessário, neste ponto, tomar nota da definição termos a seguir que
constantemente serão empregados daqui para frente. Sendo assim, define-se município
como espaço territorial político de um estado, compreendendo zonas rurais e urbanas, e
4
cidade como perímetros urbanos de um município. Desta forma, um município pode
contemplar diversas cidades (denominadas distritos) e seu nome é o mesmo de sua
cidade principal (sede municipal).
Ciente da distinção entre os termos município e cidade, volta-se agora a
discussão para o ISA. Criado em 1999 pela Câmara Técnica de Planejamento do
Conselho Estadual de Saneamento (Conesan) do estado de São Paulo, o ISA possuía
como principal objetivo medir de modo uniforme as condições de saneamento
ambiental de cada município do estado de São Paulo (CONESAN, 1999). O verbo da
frase anterior encontra-se no passado pois, no decorrer dos anos, o Indicador passou a
ser aplicado em diversas áreas, deixando de lado seu caráter exclusivamente municipal
paulista, passando a ser utilizado em todo o Brasil para medir o nível de salubridade
ambiental de cidades, bairros, comunidades, dentre outros. A medição em questão é
realizada por meio de uma análise qualitativa e quantitativa de indicadores
socioambientais, sobretudo aqueles relacionados ao saneamento ambiental, da forma
com que o valor de um ISA varie de 0,0 a 1,0 (ou mesmo na escala de 0,00 a 100,00)
sendo que quanto mais próximo da extremidade superior maior é a salubridade
ambiental da área em análise. Um dos benefícios da aplicação do ISA é sua capacidade
de indicar qual o serviço de saneamento ambiental encontra-se mais carente de
melhorias, bem como aquele que se apresenta mais bem consolidado na região
analisada.
Desde então, sua aplicação se estendeu por todo Brasil, sendo desenvolvidos
ISAs em diferentes escalas de análises, variando desde as menores, como estudos em
conjuntos habitacionais, até as maiores, como em centros urbanos de uma mesma bacia
hidrográfica.
Especificamente em Minas Gerais, o município de Belo Horizonte e a cidade de
Juiz de Fora já tiveram a salubridade ambiental avaliada sob o ponto de vista do ISA.
Outras cidades como Congonhas, Conselheiro Lafaiete, Itabirito, Mariana e Ouro
Branco também já foram parcialmente (alguns bairros e comunidades) analisadas à luz
do Indicador. Por sua vez, no município de Ouro Preto existem dois estudos
contemplando a metodologia ISA: o de Menezes (2007) que avalia dois bairros da
cidade e o de Vicq et al .(2012) aplicado à área rural de dois distritos do município.
A cidade de Ouro Preto, declarada como Monumento Nacional em 1933,
Patrimônio Nacional em 1938 e Patrimônio Cultural da Humanidade pela Organização
das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) em 1980 e, apesar de
5
toda sua riqueza histórica, cultural e patrimonial, apresenta sérios problemas de
saneamento ambiental. Baseado no que é apresentado no Plano de Saneamento do
Município elaborado durante os anos de 2012 e 2013, todos os serviços integrantes do
saneamento ambiental apresentam falhas. Além disso, o ISA não foi considerado em
nenhum dos oito volumes que constituem o plano. Desta forma, torna-se impreciso
apontar para os tomadores de decisão qual é o atual retrato da salubridade ambiental do
município, isto é, em que nível de desenvolvimento ou carência encontram-se os
serviços de saneamento ambiental ouropretanos.
Da maneira em que foi criado pelo Conesan, o ISA permite que cada área a ser
estudada possa criar sua própria estruturação do indicador, visando atender e se encaixar
melhor nas peculiaridades de cada região. Ouro Preto ainda não possui essa ferramenta
de diagnóstico de salubridade ambiental tampouco uma que se assemelhe. Sendo assim,
este estudo objetiva construir e aplicar o ISA para as áreas urbanas (distritos e sede
municipal) do município de Ouro Preto, que apresenta problemas vinculados ao
saneamento ambiental, tendo em vista torná-lo uma ferramenta para auxílio dos
tomadores de decisão no que diz respeito à melhoria da salubridade ambiental
municipal.
2 OBJETIVO
Os objetivos desta pesquisa são:
2.1 Objetivo geral
Construir uma formulação e determinar o valor do Indicador de Salubridade
Ambiental (ISA/OP) para as áreas urbanas (sede e 12 distritos) do município de Ouro
Preto em Minas Gerais.
2.2 Objetivos específicos
Avaliar e comparar a aplicação do ISA em todo Brasil, desde sua criação
em 1999 até o ano de 2016;
Construir um ISA que corresponda à realidade ouropretana utilizando o
Método Delphi, denominado ISA/OP;
Determinar o valor do ISA/OP para as áreas urbanas dos distritos do
município bem como para sua sede;
6
Diagnosticar o estado do saneamento ambiental das áreas urbanas do
município de Ouro Preto;
Oferecer o ISA/OP aos tomadores de decisão da administração municipal
local como uma ferramenta de gestão ambiental.
3 JUSTIFICATIVA
Historicamente as questões de saneamento ambiental no Brasil são tratadas sem
uma efetiva integração das ações relativas a todo sistema. Em Ouro Preto não é
diferente e o saneamento ambiental municipal, de uma forma geral, tem ocorrido sem
integração efetiva da administração municipal, principalmente quanto ao planejamento,
à gestão e ao controle de serviços prestados (PMOP, 2013b).
A cidade de Ouro Preto entre 1720 e 1897 foi a capital de Minas Gerais,
perdendo seu posto naquele ano para a atual, Belo Horizonte. Por seu valor histórico,
turístico e econômico, foi decretada, em 1933, Cidade Monumento Nacional e, em
1938, foi tombada e declarada como Patrimônio Nacional pelo Serviço de Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional (Sphan) – atual Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional (Iphan). Exatamente em 1980, teve sua história oficialmente
reconhecida internacionalmente sendo a primeira cidade brasileira a ser declarada
Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco.
Mesmo com toda essa relevância histórico-cultural Ouro Preto sofre com
problemas de saneamento ambiental, serviço que se encontra em lento desenvolvimento
na cidade. Somente em 2005 o município criou sua autarquia municipal, denominada
Serviço Municipal de Água e Esgoto (Semae), sendo responsável pelos serviços de
abastecimento de água e esgotamento sanitário. O serviço de coleta e disposição final
dos resíduos sólidos está diretamente ligado à Secretaria Municipal de Meio Ambiente e
o serviço de drenagem das águas pluviais está ligado à Secretaria Municipal de Obras
(PMOP, 2013b). Nos anos de 2012 e 2013 foi elaborado o Plano Municipal de
Saneamento Básico de Ouro Preto (PMSB-OP) visando estabelecer um planejamento
das ações de saneamento ambiental no município, atendendo aos princípios
estabelecidos pela Lei Federal n°. 11.445/2007 (Política Nacional de Saneamento
Básico), objetivando melhoria da salubridade ambiental municipal. De acordo com o
Relatório dos Objetivos do Milênio elaborado pela ONU, entre 1990 e 2015, subiu de
54 para 68% a proporção da população mundial que possuiu melhora em suas
7
instalações sanitárias (ONU, 2015a). Tal avanço, porém, não pôde ser diagnosticado na
cidade de Ouro Preto, uma vez que a sede municipal conta apenas com o serviço de
coleta de esgoto inexistindo a etapa de tratamento do mesmo.
Os serviços de saneamento ambiental quando são ineficientes no cumprimento
de seus objetivos aumentam as possibilidades da população contrair doenças,
comprometem a qualidade dos recursos ambientais, bem como provoca poluição visual.
De acordo com FEAM (2002), é de competência municipal a avaliação de como as
questões de saneamento influenciam na salubridade ambiental de seu território e, por
consequência imediata, quais os seus efeitos na saúde de sua população. Neste ponto
entra em cena o papel dos indicadores ambientais como instrumentos capazes de
avaliarem todas essas questões, uma vez que são constituídos por uma ou mais
variáveis, que associadas através de diversas formas, revelam significados amplos sobre
os fenômenos a que se referem e constituem uma via de síntese e apresentação de
informações valiosas aos tomadores de decisão e população (von SCHIRNDING, 2002;
OECD, 2003; SCOPE 67, 2007; BELL e MORSE, 2008; LOBATO e JARDIM, 2014;
WHO, 2014)
Os indicadores ambientais devem explicar como fatores do meio ambiente
exercem influência sobre a saúde pública. Para Oliveira e Faria (2008), a construção de
indicadores que se referem à saúde ambiental é uma oportunidade de se subsidiar
processos de definição de estratégias de prevenção e controle de riscos, bem como
promoção da saúde, com resultados de estudos epidemiológicos que demonstrem os
efeitos do ambiente sobre a saúde humana. Além disso, um indicador de higidez
ambiental é um importante instrumento de gestão ambiental capaz de embasar as
decisões nos setores das políticas públicas, visando sempre garantir a sustentabilidade
do desenvolvimento humano.
Neste contexto de primordialidade de melhorias no sistema de saneamento
ambiental ouropretano e de importância da existência de um indicador de saúde
ambiental para auxílio governamental, surge a necessidade da criação do Indicador de
Salubridade Ambiental para o município de Ouro Preto (ISA/OP). A construção e
determinação do ISA/OP permitirá com que os governantes municipais tenham em
mãos uma boa ferramenta de gestão ambiental capaz de apontar carências e
potencialidades das questões ambientais do município. Briggs, Corvalán e Nurminen
(1996) asseguram que os indicadores de saúde ambiental convertem informações
dispersas em dados concretos capazes de apontar aos tomadores de decisão quais são os
8
potenciais fatores que agridem o meio ambiente. A World Health Organization (WHO),
Organização Mundial da Saúde (OMS), afirma que essa modalidade de indicadores
deve ser utilizada pelos tomadores de decisão para examinar o estado atual de saúde
ambiental de áreas urbanas objetivando o planejamento de melhorias (WHO, 2014).
Sendo assim, o produto desta pesquisa originará um documento suporte eficiente
para a verificação do estado em que se encontram os componentes do saneamento
ambiental do município de Ouro Preto, bem como qual(is) região(ões) do município
necessita(m) de prioridade em investimentos públicos para a melhoria do bem estar e
comodidade da população. Relembrando o que foi mencionado por Briscoe (1985) e
ratificado pelos estudos de Heller, Colosimo e Antunes (2003), Saiani, Toneto Júnior e
Dourado (2013) e Prado e Miagostovich (2014), investir em saneamento básico
promove mais qualidade e expectativa de vida à população do que as intervenções
médicas.
Em continuidade, a justificativa para a elaboração deste estudo está pautada na
lacuna de conhecimento existente sobre qual conjuntura se encontram os serviços de
saneamento ambiental do município de Ouro Preto. Enfatizando que um indicador
ambiental fornece um papel importante na transformação de dados de saúde e ambiente
em informações relevantes aos decisores políticos e à população (SCOPE 67, 2007), o
ISA/OP, após ser implementado, servirá como instrumento de diagnóstico e indicativo
visando nortear as ações do governo municipal voltadas para a melhoria da salubridade
ambiental ouropretana. As informações retiradas do ISA/OP beneficiarão tanto a
prefeitura e autarquia municipal nas tomadas de decisões de tarefas relacionadas à
gestão ambiental quanto à população, que estará ciente do atual cenário do saneamento
ambiental em seu município, tendo embasamento para pleitear melhorias nos serviços.
Ademais, os dados contidos no ISA/OP poderão ser atualizados periodicamente
apontando avanços e retrocessos em seus subindicadores.
Por fim, o já referido Plano Municipal de Saneamento de Ouro Preto, por estar
fundamentado na legislação federal, não aborda informações sobre o controle de vetores
de doenças tampouco enaltece a importância da elaboração de um ISA para o
município. Desta forma, a implementação do ISA/OP fornecerá informações sobre os
vetores de doenças e poderá ser utilizada em futuras atualizações do plano de
saneamento – que deverá ocorrer em prazo não superior a quatro anos (BRASIL, 2007).
9
4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
4.1 Indicadores
Como preâmbulo, existe na literatura a discussão sobre o que é um indicador e o
que é um índice. As publicações de Mitchell (1996), von Schirnding (2002), OECD
(2003), Siche et al. (2007), WHO (2014) e EPA (2015) apontam as peculiaridades entre
cada um dos termos. Para o contexto desta pesquisa, ciente do papel e conceito do
Indicador de Salubridade Ambiental (ISA) e das irrelevantes diferenças existentes entre
as definições de indicador e índice vistas nas bibliografias consultadas, assumiu-se a
imparcialidade entre os dois termos, sendo ambos aqui tratados como sinônimos. Para
exemplificar tal situação, a maioria dos estudos de ISAs citados nesta dissertação utiliza
a tradução da sigla como Indicador de Salubridade Ambiental, outros poucos, no
entanto, já adotam a nomenclatura Índice de Salubridade Ambiental. Neste trabalho será
empregado o termo Indicador, sendo assim, a revisão bibliográfica inicia-se abordando
sua definição.
A palavra indicador deriva do termo em latim indicare, que significa indicar,
apontar ou anunciar (BRIGGS; CORVALÁN; NURMINEN, 1996). Tal prefácio já
apresenta que esse termo é utilizado para apontar a situação em que se encontra um
fenômeno em estudo.
Takashina (1999) apud Soligo (2012) define indicadores como representações
quantificáveis das características de produtos e processos utilizados para a melhoria da
qualidade e desempenho de um serviço, produto ou processo ao longo do tempo. Para
Soligo (2012), os indicadores surgem como auxiliadores nas tomadas de decisões,
fundamentando as argumentações mediante o fornecimento das informações de um
processo. Mas para tal, é necessário que eles sejam seletivos, claros, abrangentes,
acessíveis, comparáveis e consigam quantificar e simplificar a informação analisada.
Ratificando essa visão, Hammond et al. (1995) elucidam que os indicadores devem
fornecer informações quantitativas de forma simples e rapidamente compreensível,
sendo resultado da aplicação de um modelo ou conjunto de considerações que
relacionam o indicador a fatores mais complexos.
Para a Organization for Economic Co-operation and Development (OECD) um
indicador é um parâmetro, ou um valor derivado de parâmetros, que indica, fornece
informações ou descreve o estado de um fenômeno, ambiente ou área, apresentando um
significado que vai além do valor medido (OECD, 2003). Segundo Wills e Briggs
10
(1995), os indicadores são um meio de fornecer informações traduzidas aos decisores
políticos a respeito de uma longa cadeia de dados.
De acordo com o estudo de Domingues e Ribeiro (1996), o objetivo de um
indicador é o de fornecer uma resposta a uma determinada questão e suas finalidades
são as de constatar e entender um determinado fato ou fenômeno, facilitando a
compreensão de suas causas para modificar a situação. Baseado em von Schirnding
(2002), o principal papel dos indicadores é a transformação de dados em informações
importantes para os tomadores de decisão e o público. Em suma, eles ajudam a
simplificar uma composição de informações sobre saúde, meio ambiente e
desenvolvimento, possibilitando uma visão sumarizada das condições e tendências
existentes.
Das definições apresentadas, argumenta-se que um indicador deve ser capaz de
apontar o estado de um elemento ou situação em estudo. Para tal, é necessário que ele
seja de fácil aplicação e entendimento. Incorporado ao valor do indicador, informações
valiosas sobre a situação do que se avalia podem ser extraídas, fato que contribui para
mudança de comportamento, formulação e reformulação de políticas públicas.
4.2 Indicadores ambientais
O desenvolvimento da temática sobre indicadores de cunho ambiental é
relativamente novo mundialmente. Enquanto os indicadores sociais já eram adotados
sistematicamente nos anos 70, apenas no final da década de 80 os indicadores
ambientais ganharam maior conhecimento. As primícias das discussões ocorreram em
1972 na Primeira Conferência Mundial sobre o Homem e Meio Ambiente organizada
pela ONU em Estocolmo – conhecida como Conferência de Estocolmo – quando o
termo desenvolvimento sustentável ainda era embrionário. Em 1987, no entanto, com a
publicação do Relatório Brundtland (Relatório Nosso Futuro Comum) o assunto
encorpou ganhando reconhecimento internacional e motivando a necessidade de criação
de indicadores ambientais (MEBRATU, 1998).
Nos anos 90, a evolução das discussões e ações relativas à busca do
desenvolvimento sustentável fomentou o avanço de iniciativas voltadas para a criação
de indicadores ambientais. A Agenda 21, produto da Conferência da ONU sobre o Meio
Ambiente e Desenvolvimento ocorrida no Rio de Janeiro em 1992, elucidou a
importância dos indicadores como instrumentos de busca da sustentabilidade ambiental
(MAGALHÃES JUNIOR; NETTO; NASCIMENTO, 2003).
11
Um indicador ambiental é definido como a representação de um conjunto de
dados, informações e conhecimento acerca de determinado fenômeno de cunho
ambiental capaz de expressar e comunicar, de maneira simples e objetiva, as
características essenciais e o significado desse fenômeno aos tomadores de decisão e
sociedade em geral (SEI, 2006). Adicionando a palavra saúde ao termo, Briggs,
Corvalán e Nurminen (1996) definiram um indicador de saúde ambiental como a
expressão da relação entre ambiente e saúde da população de uma forma que facilita a
interpretação para uma tomada de decisão eficaz por parte dos decisores políticos. Para
Domingos e Ribeiro (1996) uma das principais aplicações do indicador ambiental é o de
poder atuar como instrumento para a tomada de decisão. Nesse sentido, assume
importante função para os administradores e para aqueles que tratam das questões
relativas ao planejamento e à gestão.
A avaliação da qualidade do ambiente urbano é uma tarefa desafiadora para os
envolvidos no campo da saúde ambiental. A formulação de indicadores ambientais é
fundamental para a avaliação da qualidade ambiental, assim, os indicadores ambientais
são cruciais para a formulação e implementação de políticas públicas (REGO et al.,
2013). Finalizando, o IBGE, em sua publicação intitulada Indicadores de
Desenvolvimento Sustentável de 2015, afirma o seguinte:
Os indicadores cumprem muitas funções e reportam-se a fenômenos
de curto, médio e longo prazos. Viabilizam o acesso integrado à
informação já disponível sobre temas relevantes para o
desenvolvimento sustentável, assim como apontam a necessidade de
geração de novas informações. Servem para identificar variações,
comportamentos, processos e tendências; estabelecer comparações
entre países e entre regiões dentro do Brasil; indicar necessidade e
prioridades para a formulação, monitoramento e avaliação de
políticas públicas; e, por fim, por sua capacidade de síntese, são
capazes de facilitar o entendimento ao crescente público envolvido
com o tema (IBGE, 2015, p.12)
4.3 Indicadores ambientais à luz de referências internacionais
Alfsen et al. (1992) complementam o assunto afirmando que indicador
ambiental é um número que se destina a apontar (indicar) o estado ou o
desenvolvimento de aspectos importantes do meio ambiente. Estudos publicados por
Briggs, Corvalán e Nurminen (1996) e Streimikiene (2015) asseguram que a
necessidade da criação de indicadores ambientais surge devido à pressão das atividades
humanas sobre o meio ambiente, se tornando importantes ferramentas indicativas para
sociedade e tomadores de decisões.
12
A já referida Agenda 21, proveniente da Conferência da ONU sobre o Meio
Ambiente e Desenvolvimento realizada em 1992 no Rio de Janeiro, aborda em seu
Capítulo 40 (Information for Decision-Making) a necessidade do desenvolvimento de
indicadores de desenvolvimento sustentável que sirvam de base sólida para a tomada de
decisão em assuntos concernentes ao meio ambiente e desenvolvimento (ONU, 1992).
Reafirmando essa ideia, OECD (2003) diz que os indicadores ambientais devem ser
utilizados para planejamento de políticas e definição de prioridades. Baseado no que é
apresentado por OECD (2003), o Quadro 2 resume os principais critérios e
características a serem avaliados na seleção de indicadores ambientais.
Quadro 2 - Critérios e características avaliados em indicadores ambientais
Critérios Características
Relevância política e
utilidade para os
usuários
Fornecer uma imagem representativa das condições ambientais, as
pressões sobre o ambiente ou as respostas da sociedade;
Ser simples, fáceis de interpretar e capaz de mostrar as tendências ao longo
do tempo;
Ser sensível às mudanças no ambiente e atividades humanas relacionadas;
Fornecer uma base para comparações internacionais;
Ser de âmbito nacional ou aplicável às questões ambientais regionais de
importância nacional;
Ter um limite ou valor de referência para compará-lo, de modo que os
usuários possam avaliar o significado dos valores a ele associados.
Capacidade de
análise
Ser teoricamente bem fundamentado em termos técnicos e científicos;
Ser baseado em normas internacionais e consenso internacional sobre a
sua validade;
Prestar-se a estar ligado a modelos econômicos, previsão e sistemas de
informação.
Mensurabilidade
Os dados necessários para suportar o indicador devem ser:
Prontamente disponível ou disponível em uma relação custo / benefício
razoável;
Adequadamente documentado e de qualidade conhecida;
Atualizados em intervalos regulares, de acordo com procedimentos
seguros. Fonte: Adaptado de OECD, 2003, p.5.
Os indicadores ambientais são classificados pela OECD segundo um modelo
denominado Pressure-State-Response (PSR), ou Pressão, Estado (Condição) e Resposta,
Figura 1. Os indicadores de pressão ambiental apresentam o impacto (pressão) das
atividades humanas sobre o ambiente, considerando a quantidade e qualidade dos
recursos naturais. Os de estado ou condição ambiental indicam a situação do ambiente
com o passar do tempo, também avaliando quantidade e qualidade dos recursos
naturais. Por sua vez, os indicadores de resposta apresentam o retorno da sociedade às
atividades antrópicas sobre o ambiente, com o objetivo da preservação e conservação
dos recursos naturais (OECD, 2003).
13
Figura 1 - Modelo Pressão-Estado-Resposta da OECD
Fonte: Adaptado de OECD, 2003, p.21.
Um exemplo da aplicação do modelo de classificação de indicadores PSR
proposta pela OECD está apresentado no Quadro 3. No qual estão expostos exemplos
de indicadores ambientais de pressão, estado e resposta relativos ao tema qualidade
ambiental urbana, convergindo com o assunto desta pesquisa.
Quadro 3 - Exemplos de indicadores da qualidade ambiental urbana
Indicadores da qualidade ambiental urbana
Classificação Descrição Indicadores ambientais
Pressão Emissões atmosféricas urbanas (SOx, NOx,
Compostos Orgânicos Voláteis)
Densidade de tráfego urbano
Grau de urbanização
Industrialização
Estado
(Condição) População exposta ao ar poluído
Concentração dos poluentes na
atmosfera
Resposta
Criação de áreas verdes
Instrumentos econômicos, fiscais e reguladores
Áreas protegidas do
desenvolvimento urbano
Redução na emissão dos gases
Fonte: Adaptado de OECD, 2003, p.22.
Ao especificar mais a utilização de indicadores ambientais e analisar aqueles
focados apenas em salubridade urbana, foco de estudo desta pesquisa, encontra-se um
manual de uso e cálculo de indicadores de saúde ambiental urbana elaborado pela World
Health Organization (WHO), o qual conta com um esquema bastante didático sobre a
construção de indicadores com este foco, Figura 2. Segundo o manual, os interessados –
governos, empreendimentos, acadêmicos, sociedade organizada, dentre outros – em
14
desenvolvê-los devem estar cientes de quais são os fatores que afetam a saúde urbana do
local a ser avaliado pelo indicador, bem como averiguar quais são as informações e
dados disponíveis a respeito desses fatores. O indicador de saúde ambiental urbana é
criado ao se compilar todos esses elementos de uma forma integrada, de forma que seu
resultado seja facilmente interpretado por aqueles interessados em avaliar a salubridade
ambiental e propor melhorias (WHO, 2014).
Figura 2 - Criação de um indicador de saúde ambiental urbana
Fonte: Adaptado de WHO, 2014, p.7.
Em continuidade, ao se analisar os indicadores ambientais sob uma escala
reduzida/regional, de acordo com o objetivo desta pesquisa, o Quadro 4 apresenta
critérios a serem considerados para a criação de um indicador ambiental local baseado
no que é estabelecido pela WHO (von SCHIRNDING, 2002). Salienta-se, neste ponto,
que o ISA é um indicador ambiental local e que avalia a saúde ambiental urbana de uma
determinada localidade.
Quadro 4 - Critérios para a criação de indicador ambiental local
Critérios para a criação de indicador ambiental local
Os
ind
icad
ore
s
dev
em
Ser relevantes tanto para os cidadãos quanto para o governo local;
Refletir circunstâncias locais;
Ser baseados em informações que podem ser facilmente recolhidas;
Mostrar as tendências ao longo de um período de tempo;
Ser significativo, tanto em seu próprio direito e em conjunto com outros indicadores;
Ser claro e de fácil compreensão, a fim de educar e informar;
Provocar mudanças (por exemplo: políticas, serviços ou estilos de vida);
Levar ao estabelecimento de metas. Fonte: Adaptado de von SCHIRNDING, 2002, p.50.
15
4.4 Exemplos de indicadores ambientais
Entre os dias 6 e 8 de setembro do ano 2000, na Sede da Organização das
Nações Unidas em Nova York, ocorreu uma reunião que contou com a participação de
147 Chefes de Estado e de Governo e de 191 países e culminou com a publicação de um
documento intitulado Declaração do Milênio, no qual a cúpula presente expressou o
desejo central de reduzir a pobreza mundial. Para alcançá-lo, porém, estipulou-se uma
série de oito objetivos que se tornaram mundialmente conhecidos como os Objetivos de
Desenvolvimento do Milênio (ODM).
Dentre os oito ODMs destaca-se no contexto desta pesquisa o sétimo, a saber:
Garantir a Sustentabilidade Ambiental. Para atingi-lo, os países signatários têm que
alcançar quatro metas, duas relativas à proteção dos recursos ambientais e da
biodiversidade, e duas relacionadas ao acesso à água potável e ao saneamento básico e à
melhoria das condições de vida da população em assentamentos precários (BRASIL,
2014). Para tanto, a maneira de mensurar o alcance de cada meta se dá por meio da
utilização de indicadores ambientais. O Quadro 5 apresenta exemplos dos indicadores
ambientais considerados para avaliar o alcance de cada uma das quatro metas.
Quadro 5 - Indicadores ambientais do sétimo Objetivo de Desenvolvimento do Milênio
Objetivo 7: Garantir a Sustentabilidade Ambiental
Metas Indicadores ambientais
Integrar os princípios do desenvolvimento
sustentável nas políticas e programas nacionais e
reverter a perda de recursos ambientais
Proporção de áreas terrestres cobertas por
florestas;
Emissão de gás carbônico per capita;
Consumo de substâncias que degradam a
camada de ozônio.
Reduzir a perda de biodiversidade e alcançar, até
2010, uma redução significativa na taxa de perda
Proporção de áreas terrestres e marinhas
protegidas;
Proporção de espécies ameaçadas de extinção.
Reduzir pela metade, até 2015, a proporção da
população sem acesso permanente e sustentável a
água potável segura e esgotamento sanitário
Proporção da população com acesso à fonte de
água tratada;
Proporção da população com acesso a
melhores condições de esgotamento sanitário.
Até 2020, ter alcançado uma melhora
significativa nas vidas de pelo menos 100 milhões
de habitantes assentamentos precários
Proporção da população urbana vivendo em
assentamentos precários.
Fonte: Autor.
O prazo dado pela ONU para alcançar os objetivos era até 31 de dezembro de
2015. Até essa data alguns indicadores apresentaram melhoras significativas, por
exemplo: no caso brasileiro, a parcela da população com abastecimento de água de rede
geral cresceu de 70,1%, em 1990, para 85,5%, em 2012, enquanto que a parcela da
população com acesso ao esgotamento sanitário passou de 53% para 77% nos
16
respectivos anos. Apesar de avanços e bons resultados de alguns indicadores
ambientais, em 2015 a ONU optou por elaborar mais um documento contendo vários
objetivos voltados ao meio ambiente e melhoria da qualidade de vida humana, a Agenda
2030. A qual é composta por 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e
169 metas relacionadas ao tema.
Ressalta-se no contexto deste estudo o sexto objetivo da Agenda 2030:
Assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todos
(ONU, 2015b). De uma mesma maneira, um meio para mensurar o alcance desse
objetivo se baseia na utilização de uma série de indicadores ambientais, destacando:
Percentual da população com acesso a água potável (objetiva-se que seja 100%);
Percentual da população com acesso ao saneamento básico adequado (objetiva-
se que seja 100%);
Proporção de águas residuais não tratadas;
Proporção de ecossistemas protegidos.
Como visto, existem vários indicadores ambientais que se relacionam com a
qualidade da água. Relacionado ao assunto, o principal indicador ambiental para a
qualidade de água é o Índice de Qualidade da Água (IQA). Este índice foi criado a partir
de um estudo desenvolvido nos Estados Unidos pela National Sanitation Foundation
(NSF), em 1970, sendo composto por nove parâmetros com seus respectivos pesos.
Tanto os parâmetros integrantes do IQA quanto seus pesos foram determinados com a
utilização do Método Delphi (método que também foi utilizado nesta pesquisa,
conforme será visto no decorrer do estudo) tendo como base a opinião de 142
especialistas (OLIVEIRA et al., 2014). Os indicadores e pesos constituintes do Índice
estão apresentados no Quadro 6.
Quadro 6 - Parâmetros integrantes do IQA
Parâmetros do IQA (Peso)
Oxigênio dissolvido (0,17) Demanda Bioquímica de Oxigênio (0,10) Fósforo total (0,10)
Coliforme termotolerantes (0,15) Temperatura da água (0,10) Turbidez (0,08)
Potencial Hidrogeniônico (0,12) Nitrogênio total (0,10) Resíduo total (0,08) Fonte: Autor.
O IQA foi desenvolvido com o objetivo de avaliar a qualidade da água bruta
almejando sua utilização, após tratamento, para o abastecimento público. Seu valor
varia entre 0 (péssima qualidade) e 100 (ótima qualidade). Os valores intermediários
também possuem classificação gradativa de qualidade, no entanto, suas faixas variam
em alguns estados brasileiros. Em Minas Gerais, a classificação é feita de acordo com as
17
seguintes faixas: 0-25 (péssima), 26-50 (ruim), 51-70 (razoável), 71-90 (boa), 91-100
(ótima) (IGAM, 2013).
4.5 Indicador de Salubridade Ambiental (ISA)
O Indicador de Salubridade Ambiental (ISA) foi criado em 1999 pela Câmara
Técnica de Planejamento do Conselho Estadual de Saneamento (Conesan) do Estado de
São Paulo com o objetivo de apresentar, por meio de um valor numérico, o nível de
salubridade ambiental dos municípios paulistas. A criação do ISA foi um recurso usado
pelo Conesan para cumprir as exigências contidas na Política Estadual de Saneamento
do Estado de São Paulo (Lei Estadual nº. 7.750/1992), a qual estabelecia como um de
seus instrumentos a elaboração do Plano Estadual de Saneamento que teria eficácia
avaliada por meio de relatórios de salubridade ambiental das regiões do Estado. Desta
forma, criou-se o ISA para compor esses documentos.
A seguir, encontra-se uma transcrição retirada do Manual Básico do ISA, de
1999, elaborado pelo Conesan referente à apresentação do indicador.
Este indicador abrange a caracterização qualitativa e quantitativa dos serviços
de abastecimento de água, esgotos sanitários e limpeza pública, drenagem,
controle de vetores, situação dos mananciais e um indicador socioeconômico
dos Municípios e visa a balizar ações compatíveis com as realidades
regionais e locais. [...] o ISA poderá ser utilizado como instrumento de
planejamento de políticas públicas. Para tanto, sem ser uma camisa-de-força
tecnicista, mas com rigor técnico, o ISA abre condições de debates de âmbito
regional, mostrando comparativamente o estágio de áreas que exigem
intervenções corretivas imediatas. Com isto, os poderes públicos podem
tomar decisões mais realistas e menos imediatistas sobre os assuntos
pertinentes, o que permite a aplicação melhor dos recursos do Estado e
Municípios (CONESAN, 1999, p.5).
O Quadro 7 apresenta os principais princípios e hipóteses adotados por Conesan
(1999) na estruturação e composição do ISA.
Quadro 7 - Princípios e hipóteses adotados por Conesan (1999) para estruturar e compor o ISA/SP
Critérios e hipóteses adotados na estruturação e composição do ISA
1. Uniformidade da base de dados e informações, bem como das formas e critérios de cálculo;
2. Comparabilidade das situações de salubridade entre os municípios do estado de São Paulo;
3. Possibilidade de representar o estágio de salubridade com base:
i. na oferta de infraestrutura de saneamento limitada ao abastecimento de água, aos esgotos
sanitários e à limpeza pública;
ii. na situação de controle de vetores e de agrotóxicos conforme expressada pela vigilância
sanitária do estado de São Paulo;
iii. nas condições socioeconômicas expressadas pelos parâmetros sistematicamente levantados
no Estado, relativos respectivamente à saúde pública, à renda e à educação;
iv. na identificação de outros aspectos relacionados à salubridade ambiental, de caráter
extensivo ou localizado, mas importantes e peculiares a uma região;
4. Possibilidade de se arbitrar pesos para a ponderação de todos os aspectos anteriormente referidos;
5. Necessidade de limitar os dados e informações a serem utilizados àqueles sistematicamente
disponíveis com a frequência desejada e aos facilmente tabuláveis. Fonte: Adaptado de CONESAN, 1999, p.9.
18
O ISA a ser obtido para os municípios do estado de São Paulo, a partir de agora
denominado ISA/SP, é calculado pela média ponderada de indicadores específicos,
conhecidos como indicadores de primeira ordem. Para Walz (2000), essa associação de
indicadores é essencial, pois serve como base para a avaliação do real estado de
desenvolvimento do sistema analisado. Sendo assim, apresenta-se a fórmula de cálculo
do ISA/SP, Quadro 8.
Quadro 8 - ISA/SP - ISA modelo Conesan
ISA/SP = 0,25 Iab + 0,25 Ies + 0,25 Irs + 0,10 Icv + 0,10 Irh + 0,05 Ise
Iab = indicador de abastecimento de água Icv = indicador de controle de vetores
Ies = indicador de esgotos sanitários Irh = indicador de recursos hídricos
Irs = indicador de resíduos sólidos Ise = indicador socioeconômico Fonte: Autor.
O valor final do ISA/SP varia entre 0,0 (zero) e 1,0 (um), sendo que o valor 1,0
representa nível máximo de salubridade ambiental, ou seja, quanto mais próximo desta
extremidade, mais salubre é o munícipio. Dias (2003), em seu estudo, estabeleceu faixas
de pontuação do ISA para determinação da situação de salubridade ambiental da área
analisada, conforme Quadro 9. Salienta-se que o Manual Básico do ISA criado pelo
Conesan não relaciona a faixa de pontuação do Indicador com o nível de salubridade
ambiental do local estudado, sendo a classificação proposta por Dias (2003) a mais
adotada pelos diversos estudos de ISA no Brasil.
Quadro 9 - Faixas de pontuação do ISA e situação de salubridade ambiental
Faixa de pontuação Situação de salubridade ambiental
0,000 – 0,249 Insalubre
0,250 – 0,499 Baixa salubridade
0,500 – 0,749 Média salubridade
0,750 – 1,000 Salubre Fonte: Adaptado de DIAS, 2003, p. 67.
Não se deve perder de vista, porém, que para uma mais completa compreensão
da salubridade ambiental da região em estudo, torna-se necessário avaliar
separadamente cada um dos indicadores específicos (indicadores de primeira ordem) e
não meramente o valor global do ISA (CONESAN, 1999). O Quadro 10 apresenta os
indicadores e subindicadores – estes conhecidos como indicadores de segunda ordem –
constituintes do ISA/SP bem como suas respectivas finalidades.
19
Quadro 10 - Indicadores e finalidade dos subindicadores constituintes do ISA/SP
Indicador
(1ª ordem)
Subindicadores
(indicadores de 2ª ordem) Finalidade
Ab
aste
cim
ento
de
Ág
ua
(Iab)
Cobertura de abastecimento
(Ica)
Quantificar os domicílios atendidos por sistemas de
abastecimento de água com controle sanitário
Qualidade da água distribuída
(Iqa)
Monitorar a qualidade da água fornecida
Saturação dos Sistemas
Produtores (Isa)
Comparar a oferta e demanda de água e programar
ampliações ou novos sistemas produtores e programas de
controle e redução de perdas
Esg
oto
s
san
itár
ios
(Ies
) Cobertura em coleta e
Tanques Sépticos (Ice)
Quantificar os domicílios atendidos por rede de esgotos
e/ou tanque séptico
Esgoto tratado e Tanque
Séptico (Ite) Indicar a redução da carga poluidora
Saturação do Tratamento (Ise) Comparar a oferta e demanda das instalações existentes e
programar novas instalações ou ampliações
Res
ídu
os
Só
lid
os
(Irs
) Coleta de Resíduos (Icr) Quantificar os domicílios atendidos por coleta de
resíduos
Tratamento e Disposição
Final (Iqr) Quantificar a situação da disposição final dos resíduos
Saturação da Disposição
Final (Isr) Indicar a necessidade de novas instalações
Co
ntr
ole
de
Vet
ore
s
(Icv
)
Dengue (Ivd) e
Esquistossomose (Ive)
Identificar a necessidade de programas corretivos e
preventivos de redução e eliminação de vetores
transmissores e/ou hospedeiros da doença
Leptospirose (Ivl) Identificar a necessidade de programas preventivos de
redução e eliminação de ratos
Rec
urs
os
Híd
rico
s (I
rh) Água Bruta (Iqb) Quantificar a situação da água bruta ou risco geográfico
Disponibilidade dos
Mananciais (Idm)
Quantificar a disponibilidade dos mananciais em relação
à demanda
Fontes isoladas (Ifi)
Abrange o controle das águas utilizadas pelas populações
em áreas urbanas não atendidas pelos serviços oficiais de
abastecimento de água
So
cio
-eco
nôm
ico
(I s
e)
Indicador de Saúde Pública
(Isp)
Indicar a possibilidade dos serviços de saneamento
inadequados, que podem ser avaliados através de:
Mortalidade infantil ligada a doenças de veiculação
hídrica (Imh); mortalidade infantil e de idosos ligada a
doenças respiratórias (Imr)
Indicador de Renda (Irf)
Indicar a capacidade de pagamento da população pelos
serviços e a capacidade de investimento pelo município
através de:
Distribuição de renda abaixo de três salários mínimos
(I2s); renda média (Irm)
Indicador de Educação (Ied)
Indicar a linguagem de comunicação nas campanhas de
educação sanitária e ambiental através de:
Índice de nenhuma escolaridade (Ine); Índice de
escolaridade até 1º grau (Ie1) Fonte: CONESAN, 1999, p.14-15.
Argumenta-se que o Manual Básico do ISA informa em seu item ‘Apresentação’
que o Indicador engloba a caracterização qualitativa e quantitativa dos “serviços de
abastecimento de água, esgotos sanitários e limpeza urbana, drenagem, controle de
vetores, situação dos mananciais e um indicador socioeconômico” (CONESAN, 1999,
p.5). Nota-se, porém, que apesar de o serviço drenagem urbana estar incluído na
apresentação do ISA, não existe indicador de primeira ou segunda ordem que o
20
considere (vide Quadro 10). Nos tópicos a seguir será demonstrado que Almeida (1999)
criou um indicador para avaliação de drenagem urbana e que diversos outros estudos
começaram a considerá-lo nos anos seguintes, embora com diferentes maneiras de
cálculo.
Uma vez expostos histórico e conceitos adotados para a criação do ISA, torna-se
possível analisá-lo sob as lentes do que é preconizado pela literatura a respeito da
construção e aplicação de indicadores ambientais, sobretudo para aqueles que analisam
a salubridade ambiental urbana de uma região específica. Sob os preceitos estabelecidos
pela OECD (2003), conforme visto no Quadro 2, no que diz respeito ao critério
‘Relevância política e utilidade para os usuários’, apenas as características ‘ser simples’
e ‘fornecer uma base para comparações internacionais’ podem ter legitimidade
questionada, sendo a primeira subjetiva e com dados que podem não estar facilmente
disponíveis e a segunda inaplicável, pois se desconhece aplicação de ISA fora do Brasil.
Além disso, mesmo ao se tratar de comparações nacionais perceber-se-á adiante que
essa característica é questionável. Para o critério ‘Capacidade de análise’, somente a
característica ‘ser teoricamente bem fundamentado em termos técnicos e científicos’
pode ser notada no ISA. Para as outras duas, ‘Ser baseado em normas internacionais e
consenso internacional sobre sua validade’ e ‘Prestar-se a estar ligado a modelos
econômicos, previsão e sistemas de informação’, não foram encontradas evidências
ratificando a existência. Já para o critério ‘Mensurabilidade’, todas as características,
apesar de também apresentarem certo grau de subjetividade, possuem genuinidade que
podem ser contestadas.
Baseado ainda no que é proposto pela OECD (2003), conforme visto na Figura
1, classificar o ISA como um indicador de pressão ou de estado ou de resposta pode
representar uma restrição em seu campo de abrangência. De uma maneira mais propícia,
o ideal seria enquadrá-lo como um indicador de pressão-estado, ciente de que em seus
indicadores de segunda ordem existem aqueles relativos à pressão (Isa, Ise, Isr, Idm), ao
estado (Ica, Iqa, Ice, Ite, Icr, Iqr, Ivd, Ive, Ivl, Ifi, Isp, Irf, Ied) e inexiste algum ligado à resposta.
Sob a ótica do que é apresentado pela WHO (2014), Figura 2, assume-se que o
ISA adota exatamente o que a Organização estabelece para a criação de indicadores de
saúde ambiental, isto é, compila de uma forma integrada todos os fatores que têm
potencial de afetar a salubridade urbana de uma região. O resultado dessa associação
culmina no valor final do ISA que, após ser interpretado minuciosamente, se torna em
21
uma importante ferramenta apontadora de fragilidades e potencialidades nos serviços de
saneamento ambiental do local estudado.
Por fim, ainda analisando o ISA sob o enfoque designado pela WHO, em 2002,
baseado no estudo de von Schirnding (2002), Quadro 4, nota-se que o Indicador atende
ao que é estabelecido para criação de indicadores ambientais de abrangência local.
Ressalva-se apenas que o tópico ‘ser baseado em informações que podem ser facilmente
recolhidas’ abarca subjetividade e pode variar em função do grau de desenvolvimento
da região que se deseja obter informações.
4.5.1 Cálculo dos indicadores e subindicadores componentes do ISA/SP
O Quadro 11 apresenta as fórmulas utilizadas para o cálculo dos indicadores de
primeira e segunda ordens constituintes do ISA/SP, além disso estão expostas todas as
variáveis necessárias para os devidos cálculos, bem como o critério de pontuação dos
indicadores.
22
Quadro 11 - Fórmulas e pontuações para os indicadores de primeira e segunda ordens constituintes do ISA/SP
1ª Ordem Fórmula 2ª ordem Cálculo Variáveis Pontuação I a
b =
ab
aste
cim
ento
de
águ
a
𝐼𝑎𝑏 =𝐼𝑐𝑎 + 𝐼𝑞𝑎 + 𝐼𝑠𝑎
3
Ica = cobertura de
abastecimento 𝐼𝑐𝑎 =
𝐷𝑢𝑎
𝐷𝑢𝑡
. 100% Dua = domicílios atendidos
Dut = domicílios urbanos totais % obtida diretamente pela fórmula
Iqa = qualidade da água
distribuída 𝐼𝑞𝑎 = 𝐾.
𝑁𝑎𝑎
𝑁𝑎𝑟
. 100%
K = nº. amostras realizadas/nº. amostras
exigidas pelo serviço de abastecimento de água
Naa = n°. amostras consideradas como sendo
potável
Nar = nº. amostras realizadas (mensais)
Iqa = 100% Pont. 100
95 ≤ Iqa ≤ 99% Pont. 80
85 ≤ Iqa ≤ 94% Pont. 60
70 ≤ Iqa ≤ 84% Pont. 40
50 ≤ Iqa ≤ 69% Pont. 20
Iqa ≤ 49% Pont. 0
Isa = saturação do sistema
produtor (quantidade) 𝐼𝑠𝑎 = 𝑛 =
(𝑙𝑜𝑔𝐶𝑝
𝑉𝑝 .𝐾2𝐾1
)
log(1 + 𝑡)
n= nº. de anos em que o sistema ficará saturado
VP= volume de produção para atender 100% da
população atual
CP = capacidade de produção
t = taxa de crescimento anual média população
para os próximos 5 anos
K1= coeficiente de perda atual
K2 = coeficientes de perda prevista para 5 anos
n ≥ 5 Pont. 100
0 <n<5 anos Pont. Interpolar
n ≤ 0 Pont. 0
I es
= e
sgo
tam
ento
san
itár
io
𝐼𝑒𝑠 =𝐼𝑐𝑒 + 𝐼𝑡𝑒 + 𝐼𝑠𝑒
3
Ice = cobertura em coleta de
esgotos e tanque sépticos 𝐼𝑐𝑒 =
𝐷𝑢𝑒
𝐷𝑢𝑡
. 100%
Due = domicílios atendidos por coleta mais
tanque séptico
Dut = domicílios urbanos totais
Ice ≥ 85% Pont. 100
65 ≤ Ice < 85% Interpolar
Ice < 65% Pont.0
Ite = tratamento de esgotos e
tanques sépticos 𝐼𝑡𝑒 = 𝐼𝑐𝑒 .
𝑉𝑡𝑉𝑐. 100%
VC = volume coletado (Vc=0,80.volume
consumido de água)
VT = volume tratado
Ite ≥ 72,25% Pont. 100
26 ≤ Ite ≤ 72,24% Interpolar
Ite < 26% Pont.0
Ise = saturação do
tratamento 𝐼𝑠𝑒 = 𝑛 =(𝑙𝑜𝑔
𝐶𝑡𝑉𝑐)
log(1 + 𝑡)
n= nº. de anos em que o sistema ficará saturado
Vc= volume coletado de esgotos
Ct = capacidade de tratamento
t = taxa de crescimento anual média população
para os próximos 5 anos
n ≥ 3 Pont. 100
0<n<3 Pont. Interpolar
n ≤ 0 Pont. 0
I rs
= r
esíd
uo
s só
lid
os
𝐼𝑟𝑠 =𝐼𝑐𝑟 +𝐼𝑞𝑟 + 𝐼𝑠𝑟
3
Icr = coleta de resíduos 𝐼𝑐𝑟 =𝐷𝑢𝑐
𝐷𝑢𝑡
. 100% Duc = domicílios com coleta de resíduos
Dut = domicílios urbanos totais
Icr ≥ 95% Pont. 100
90≤ Icr<95% Interpolar
Icr < 90% Pont. 0
Iqr = tratamento e
disposição final
De acordo com Índice de
Qualidade de Aterros da
Cetesb
-
0≤Iqr≤6 Pont. 0
6<Iqr≤8 Pont. Interpolar
8<Iqr≤10 Pont. 100
Isr = saturação da
disposição final 𝐼𝑠𝑟 = 𝑛 =𝑙𝑜𝑔 (
𝐶𝑎. 𝑡𝑉𝑙
+ 1)
log(1 + 𝑡)
n= nº. de anos em que o sistema ficará saturado
Ca = capacidade restante do aterro (toneladas);
Vl = volume coletado de resíduos;
t = taxa de crescimento médio anual
n ≥ 3 Pont. 100
0<n<3 Pont. Interpolar
n ≤ 0 Pont. 0
Icv =
controle de
vetores 𝐼𝑐𝑣 =
𝐼𝑣𝑑 + 𝐼𝑣𝑒2
+ 𝐼𝑣𝑙
2
Ivd = Dengue - -
5 últimos anos, por setor censitário
Sem infestação de Aedes Aegypti (últimos 12
meses) Pont. 100
Infestado por Aedes Aegypti e sem transmissão
23
1ª Ordem Fórmula 2ª ordem Cálculo Variáveis Pontuação
de dengue Pont. 50
Com transmissão de dengue Pont. 25
Ocorrência de dengue hemorrágico Pont. 0
Ive = Esquistossomose - -
Sem casos Pont. 100
Incidência anual < 1 Pont. 50
1≤ Incidência anual < 5 Pont. 25
Incidência anual ≥ 5 Pont. 0
Ivl = Lepstospirose - -
Sem enchentes e sem casos Pont. 100
Com enchentes e sem casos Pont. 50
Sem enchentes e com casos Pont. 25
Com enchentes e com casos Pont. 0
I rh =
rec
urs
os
híd
rico
s
𝐼𝑟ℎ =𝐼𝑞𝑏 + 𝐼𝑑𝑚 + 𝐼𝑓𝑖
3
Iqb = qualidade da água
bruta * * *
Idm = disponibilidade dos
mananciais 𝐼𝑑𝑚 =
𝐷𝑖𝑠𝑝
𝐷𝑒𝑚
Disp = disponibilidade, água em condições de
tratabilidade para abastecimento
Dem = demanda (considerar demanda futura de
10 anos)
Idm > 2 Pont. 100
1,5 < Idm ≤ 2 Pont. 50
Idm ≤ 1,5 Pont. 0
Ifi = fontes isoladas 𝐼𝑓𝑖 =𝑁𝑎𝑎
𝑁𝑎𝑟
𝑥100(%) Naa = n°. amostras consideradas potáveis
relativamente à colimetria e turbidez
Nar = nº. amostras realizadas
Ifi > 99% Pont. 100
95 < Ifi ≤ 99% Pont. 80
85 < Ifi ≤ 95% Pont. 60
70 < Ifi ≤ 85% Pont. 40
50 ≤ Ifi ≤ 70% Pont. 20
Ifi < 50 Pont. 0
I se
= s
oci
oec
ono
mia
𝐼𝑠𝑒 =𝐼𝑠𝑝 + 𝐼𝑟𝑓 + 𝐼𝑒𝑑
3
Isp = saúde pública 𝐼𝑠𝑝 = 0,7𝑥𝐼𝑚ℎ + 0,3𝐼𝑚𝑟
Imh = mortalidade infantil (0 a 4 anos) ligada à
doença de veiculação hídrica
Imr = mortalidade infantil (0 a 4 anos) e de
idosos (acima de 65 anos) ligadas as doença
respiratórias
Ordenar os resultados dos índices (n°. de
casos) de maneira crescente, dividi-los em
quartis, onde:
1º quartil Pont. 100
2º e 3º quartis Pont. Interpolar
4º quartil Pont. 0
Irf = renda 𝐼𝑟𝑓 = 0,7𝑥𝐼2𝑠 + 0,3𝐼𝑟𝑚 I2s = porcentagem da população com renda
menor do que 3 salários mínimos
Irm = renda média
Ordenar os resultados dos índices I2s, de
maneira crescente, Irm, de maneira decrescente,
dividi-los em quartis, onde:
1º quartil Pont. 100
2º e 3º quartis Pont. Interpolar
4º quartil Pont. 0
Ied = educação 𝐼𝑒𝑑 = 0,6𝑥𝐼𝑛𝑒 + 0,4𝐼𝑒1
Ine = porcentagem da população sem nenhuma
escolaridade
Ie1 = porcentagem da população com
escolaridade até o 1º grau
Ordenar os resultados dos índices Ine e Ie1 de
maneira crescente, dividi-los em quartis, onde:
1º quartil Pont. 100
2º e 3º quartis Pont. Interpolar
4º quartil Pont. 0 Fonte: Autor, baseado em CONESAN (1999). *Critério de cálculo não apresentado no Manual Básico do ISA.
(Conclusão)
24
4.5.2 As diferentes estruturações de ISAs no Brasil
O modelo ISA/SP foi criado para ser aplicado nos municípios do estado de São
Paulo, sua estruturação buscou englobar todos os componentes do saneamento
ambiental que possuem dados de fácil análise e acesso. No entanto, essa formulação
proposta pelo Conesan não é inflexível, isto é, permite a incorporação de novos
indicadores e pesos para que seja construído um ISA específico para cada área a ser
estudada, tendo em vista que cada uma possui suas peculiaridades amplamente
relevantes para a determinação da salubridade ambiental local. Essa possibilidade é
assegurada pelo Manual Básico do ISA, de 1999.
O Indicador de Salubridade Ambiental – ISA, da forma que foi
desenvolvido, permitirá a incorporação de novos indicadores,
variáveis e forma de pontuação à medida que se tenha novas
informações ou que se obtenha novos patamares nos serviços de
abastecimento de água, esgotos sanitários e manejo de resíduos
sólidos, no controle de vetores e das condições físicas dos mananciais
(CONESAN, 1999, p. 11).
Em decorrência desta versatilidade, o ISA ganhou diversos sobrenomes à
medida que foi se remodelando para atender as mais diversas necessidades das regiões
estudadas por todo o Brasil. Sua aplicação ganhou significativa proporção em diferentes
escalas, sendo encontrados desde ISAs aplicados a conjunto habitacionais, passando por
aplicações em zonas rurais, favelas, até aqueles destinados a centros urbanos diferentes
de uma mesma bacia hidrográfica.
A flexibilidade em questão é algo benéfico tanto no que se refere à criação de
ISAs quanto no momento de suas atualizações. O ISA da maneira em que foi concebido
nunca será um índice engessado. À medida que se obtenha novas informações a respeito
das questões ambientais de uma determinada região pode-se sempre modificar a
estruturação do indicador, alterando seus indicadores de primeira e segunda ordem, bem
como realizando novas ponderações. No entanto, não se deve perder de vista que a
comparabilidade é critério fundamental de um indicador. A alteração da estrutura de um
ISA elimina parcialmente essa característica, fazendo com que a comparabilidade seja
aplicável somente ao longo do tempo e não entre ISAs.
Outro fator totalmente relevante para a aplicação eficiente de um ISA refere-se à
maneira com que a região analisada à luz do Indicador é dividida. Isto é, deve-se dividir
a região estudada em microrregiões, da forma com que o valor final do ISA seja a média
aritmética dos ISAs de cada uma dessas microrregiões. Para realizar essa divisão pode-
se adotar a delimitação dos setores censitários, dos bairros, de sedes urbanas, dentre
25
outros, podendo até mesmo ser calculado um ISA por domicílio. A Figura 3 apresenta
de forma didática o que foi explicado neste parágrafo.
Figura 3 - Subdivisões de uma região
Fonte: Autor.
Conforme já mencionado, o ISA/SP foi o modelo criado pelo Conesan em 1999
e foi a partir dele que novas estruturações de ISAs surgiram no território nacional. No
entanto, à medida que novas composições do Indicador foram criadas sua originalidade
ao se comparar com o gerador do Conesan foi se desfazendo. As novas formulações
sofreram alterações nos indicadores de primeira e segunda ordens, bem como nos
critérios de pontuações, de forma com que o ISA criado ficasse com estrutura diferente
do que é apresentado pelo Quadro 11. Entende-se que a capacidade de modificar a
composição do ISA modelo é assegurado pelo próprio Manual Básico do ISA, porém,
não se deve deixar de discorrer que, uma vez realizada qualquer alteração, extingue-se a
possibilidade de comparação entre ISAs, partindo do pressuposto que uma propriedade
essencial para tal é que seu cálculo seja realizado sob os mesmos critérios. Tal fato é
uma peculiaridade negativa deste Indicador, uma vez que a característica
comparabilidade é algo relevante para uma boa validação de qualquer indicador.
O levantamento bibliográfico realizado para fundamentar esta pesquisa avaliou
todas as questões discutidas neste tópico, isto é, local de aplicação do ISA, indicadores
de primeira utilizados e seus respectivos pesos, subdivisão adotada para a região
estudada e originalidade do ISA em questão em relação ao ISA/SP, tido como modelo.
26
Os resultados obtidos estão elucidados na Tabela 1, a qual está organizada
cronologicamente, expondo as diversas composições de ISAs encontradas por todo o
Brasil. Nela estão apresentados os pesos dos indicadores de primeira ordem mais
comumente utilizados em todos os estudos de ISAs localizados (60 estudos) sendo
incluídos mais dois: o Indicador de Drenagem Urbana (Idu) e de Condição de Moradia
(Icm). A opção por incluí-los se baseou na alta frequência (51,7% e 23,3%,
respectivamente) de utilização nos estudos avaliados. Apresenta-se também o autor e o
ano de realização de cada estudo. A coluna “Subdivisão” refere-se à maneira em que foi
subdividida a região analisada para que o ISA fosse aplicado, conforme explicação
didática feita na Figura 3. Em sua última linha é evidenciado o valor médio de cada
indicador, cujo cálculo foi realizado utilizando a média aritmética.
A coluna intitulada “Indicadores comuns ao Conesan (1999)” faz referência à
originalidade do ISA estudado em relação ao do modelo do Conesan, o ISA/SP. Nesta
coluna, o resultado “Todos” significa que, daqueles indicadores de primeira ordem
utilizados no ISA avaliado que também estão presentes no modelo ISA/SP, todos
possuem os mesmos indicadores de segunda ordem, são calculados da mesma maneira e
possuem o mesmo critério de pontuação. O resultado “Nenhum” informa que, daqueles
indicadores de primeira ordem utilizados no ISA avaliado que também estão presentes
no modelo ISA/SP, nenhum possui igualdade com o ISA/SP. Ou seja, existe alguma
diferença nos indicadores de segunda ordem ou nos critérios de cálculos ou nos critérios
de pontuação. Por fim, quando nessa coluna aparece o resultado apresentado por alguns
indicadores de primeira ordem (Iab, Ies, Irs, Icv, Irh ou Ise), significa dizer que, somente
aquele ou aqueles indicadores de primeira ordem possui(em) indicadores de segunda
ordem, método de cálculo e critério de pontuação idênticos ao modelo ISA/SP.
Salienta-se que o somatório das médias de cada indicador de primeira ordem não
é igual a um (1,0) porque, como apresentado no fim da Tabela 1, (números de 1 a 11),
existem aqueles indicadores cujos pesos não foram levados em consideração para a
realização do cálculo da média aritmética. No entanto, é crucial que a soma de todos os
pesos dos indicadores de primeira ordem de qualquer ISA seja igual a um (1,0).
Requisito cumprido por todos os ISAs estudados.
27
Tabela 1 - Pesos e indicadores integrantes de ISA no Brasil
Autor (ano) Local de aplicação Indicadores de primeira ordem integrantes do ISA Indicadores comuns
ao Conesan (1999) Subdivisão
Iab Ies Irs Icv Irh Ise Idu* Icm
**
1 Conesan (1999) São Paulo/SP 0,25 0,25 0,25 0,10 0,10 0,05 - - - -
2 Almeida (1999) Favelas/SP(1) 0,0714 0,0714 0,0714 - - - 0,0714 - Nenhum Domicílio
3 Dias (2003) Áreas de Ocupação Espontânea - Salvador/BA(2) 0,20 0,20 0,15 - - 0,10 0,10 0,15 Nenhum Área de ocupação
espontânea
4 Santos e Silva (2003) Centros urbanos da Bacia Hidrográfica do Rio Taperoá/PB 0,25 0,25 0,25 0,10 0,10 0,05 - - Todos Sede urbana 5 Oliveira (2003)(A) Toledo/PR(3) 0,30 0,20 0,20 0,10 - 0,10 - - (A) (A)
6 Ribeiro et al. (2004) João Pessoa/PB 0,25 0,25 0,25 0,10 0,10 0,05 - - Todos Bairro
7 Neri (2005) Ilha do Ouro/SE(4) 0,25 0,25 0,10 - - 0,10 - 0,15 Nenhum Domicílio 8 Batista (2005) João Pessoa (bairros litorâneos)/PB 0,25 0,20 0,20 0,10 0,10 0,05 0,10 - Todos Setor censitário
9 Azevedo (2006) Bacia Ambiental do Rio Imboassú/RJ 0,0714 0,0714 0,0714 - - - 0,0714 - Nenhum Setor censitário
10 Bahia (2006) Centros urbanos da Bacia Hidrográfica do Rio Cachoeira/BA(3) 0,30 0,20 0,20 0,10 - 0,10 - - Iab, Ies, Irs e Icv Sede urbana 11 Silva (2006) Comunidades Periurbanas/PB 0,20 0,20 0,15 0,10 0,10 0,05 0,10 0,10 Todos Comunidade
12 Menezes (2007) Comunidades Carentes/MG(5) 0,20 0,20 0,15 - - 0,10 0,10 0,15 Nenhum Domicílio
13 Santos (2008) Aquidauana/MS 0,25 0,25 - - 0,15 0,10 0,25 - Todos Setor censitário
14 Rocha (2008) Centros urbanos da Bacia Hidrográfica do Rio Jiquiriçá/BA(3) 0,30 0,20 0,20 0,10 - 0,10 - - Irs e Icv Sede urbana 15 Levati (2009) Criciúma/SC 0,25 0,25 0,20 0,10 - - 0,20 - Iab e Icv Setor censitário
16 Sartori (2009) Rio Claro/SP 0,2941 0,2941 0,2941 0,1177 - - - - Icv Bairro
17 Silva (2009) Segmentos populacionais atendidos por unidades públicas de
saúde – Ouro Branco/MG(4) 0,20 0,20 0,15 - - 0,10 0,10 0,15 Nenhum Bairro
18 PMA (2010) Apiaí/SP 0,25 0,25 0,25 0,10 0,10 0,05 - - Iab, Ies, Irs e Icv Município
19 Costa (2010) Comunidades Rurais – Ouro Branco/MG(6) 0,15 0,20 0,10 0,15 - 0,10 - 0,15 Nenhum Domicílio
20 Aravéchia Junior (2010) Municípios goianos/GO 0,30 0,20 0,20 0,10 0,10 0,10 - - Icv Município
21 PMO (2010) Olímpia/SP 0,25 0,25 0,25 0,10 0,10 0,05 - - Todos UTP
22 PMP (2010) Parnamirim/RN 0,20 0,25 0,25 - - - 0,30 - Nenhum Sub-bacia de
esgotamento sanitário
23 Buckley (2010) Programa de Arrendamento Residencial (PAR) Aracaju/SE(7) 0,15 0,15 0,10 0,10 - - - 0,15 Nenhum Domicílio
24 Souza (2010) Santa Rita/PB 0,25 0,25 0,25 0,10 0,10 0,05 - - Todos Setor censitário
25 PMV (2010) Videira/SC 0,35 0,25 0,15 - - 0,15 0,10 - Nenhum Setor censitário
26 Stadikowski et al. (2011) Bairro Jardim Naipi e Vila Maracanã(8) 0,15 0,15 0,15 0,10 0,15 0,10 0,10 - Nenhum Não identificado
27 Rosa Junior et al. (2011) Bairro Jardim São Bento – Foz do Iguaçu/PR 0,25 0,20 0,20 0,10 - 0,10 0,15 - Nenhum Domicílio
28 Rubio Junior (2011) Conjunto habitacional Buba – Foz do Iguaçu/PR 0,20 0,20 0,20 - - 0,10 0,15 0,15 Nenhum Domicílio
29 PMDP (2011) Doutor Pedrinho/SC 0,25 0,25 0,25 - - 0,25 - Nenhum Município
30 PMF (2011a) Florianópolis/SC 0,10 0,50 0,20 - - - 0,20 - Nenhum UTP
31 PMF (2011b) Forquilhinha/SC 0,20 0,20 0,20 0,10 0,10 - 0,20 - Iab, Icv e Irh Microárea
32 Scarpetta et al. (2011) Nascentes do Rio Boicy – Foz do Iguaçu/PR(9) - 0,15 0,12 0,07 0,12 0,06 0,07 - Nenhum Não identificado
33 Freitas (2012) Bairro Jardim Cláudia – Foz do Iguaçu/PR 0,20 0,25 0,20 - - - 0,25 0,10 Nenhum Domicílio
34 Vicq et al. (2012a) Comunidades Rurais – Itabirito, Congonhas e Mariana/MG(6) 0,15 0,20 0,10 0,15 - 0,10 - 0,15 Nenhum Domicílio
35 Vicq et al. (2012b) Comunidades Rurais – Ouro Preto, Ouro Branco e Conselheiro
Lafaiete/MG(6) 0,15 0,20 0,10 0,15 - 0,10 - 0,15 Nenhum Domicílio
36 Cunha (2012) Itaguaçu/BA 0,25 0,25 0,25 0,10 0,10 0,05 - - Todos Sede urbana
37 Santos (2012) Macapá/AP 0,40 0,30 0,10 - - - 0,20 - Todos Setor censitário
38 Gama (2013) Bacia Hidrográfica do Riacho do Reginaldo – Maceió/AL 0,30 0,30 0,20 - - - 0,20 - Nenhum Setor censitário
39 Cabral et al. (2013) Céu Azul/PR 0,26 0,26 0,26 0,11 0,11 - - - Todos Município
40 PMC (2013) Chapada/RS 0,25 0,25 0,25 - - - 0,25 - Nenhum Município
41 Baggio (2013) Cocal do Sul/SC 0,25 0,25 0,20 0,10 - - 0,20 - Iab e Icv Setor censitário
42 Albuquerque (2013) Comunidade Saramém-Brejo Grande/SE(10) 0,10 0,25 0,15 - - 0,05 - 0,15 Nenhum Domicílio
43 Viana (2013) Itapemirim/ES 0,25 0,35 0,25 0,15 - - - - Todos Bairro
28
Autor (ano) Local de aplicação Indicadores de primeira ordem integrantes do ISA Indicadores comuns
ao Conesan (1999) Subdivisão
Iab Ies Irs Icv Irh Ise Idu* Icm
**
44 Neumann et al. (2013) Loteamento Carapebus/ES 0,25 0,25 0,25 0,10 0,10 0,05 - - Ies, Irs, Icv e Ise Domicílio
45 Cabral et al. (2013) Missal/PR 0,26 0,26 0,26 0,11 0,11 - - - Todos Município
46 Ambroso (2014) Araranguá/SC 0,25 0,25 0,20 0,10 - - 0,20 - Iab Setor censitário
47 PMB (2014) Barbacena/MG 0,25 0,25 0,25 - - - 0,25 - Nenhum UTP
48 PMBH (2014) Belo Horizonte/MG 0,05 0,35 0,20 - - - 0,40 - Nenhum Sub-bacia hidrográfica
49 Pedrosa (2014) Comunidade Novo Horizonte – Campina Grande/PB 0,20 0,20 0,15 0,10 - 0,10 0,10 0,15 Nenhum Domicílio
50 Oliveira (2014) Juiz de Fora/MG 0,26 0,21 0,16 0,10 - 0,16 0,11 - Nenhum Bairro
51 Bastos et al. (2014) Marechal Deodoro/AL 0,40 0,40 0,20 - - - - - Nenhum Município 52 Lima (2014) Municípios goianos/GO 0,275 0,275 0,275 0,125 - 0,05 - - Icv Município
53 Rodrigues (2014) Rio Paranaíba/MG 0,25 0,25 0,25 - - - 0,25 - Nenhum Bairro
54 Pinto et al. (2014) São Pedro do Iguaçu/PR 0,26 0,26 0,26 0,11 0,11 - - - Todos Município 55 Cunha e Silva (2014) Sub-bacia Hidrográfica do Rio Verde/BA 0,25 0,25 0,25 0,10 0,10 0,05 - - Todos Domicílio
56 Cabral (2015) Itaipu 0,25 0,25 0,25 0,10 0,10 0,05 - - Todos Município
57 Santos et al. (2015) Palotina/PR 0,26 0,26 0,26 0,11 0,11 - - - Todos Município 58 Santos (2016a) Brejo Grande/SE(11) 0,25 0,25 0,25 - - - 0,10 - Nenhum Domicílio
59 Pinto (2016) Diamante do Oeste/PR 0,26 0,26 0,26 0,11 0,11 - - - Todos Não identificado
60 Santos (2016b) Loteamento Garcia – Cruz das Almas/BA(2) 0,20 0,20 0,15 - - 0,10 0,10 0,15 Nenhum Domicílio
Total: 60 ISA Média(#) 0,23 0,24 0,20 0,11 0,11 0,08 0,17 0,14
Mediana 0,25 0,25 0,20 0,10 0,10 0,10 0,15 0,15
Fonte: Autor UTP = Unidade Territorial de Planejamento * Indicador Drenagem Urbana ** Indicador Condição de Moradia (A) Não foi possível o acesso ao documento oficial (1) Inclusão do Indicador Segurança Geológica-Geotécnica, Indicador de Energia Elétrica, Indicador de Densidade Demográfica Bruta, Indicador de Iluminação Pública, Indicador de Regularização Fundiária,
Indicador de Vias de Circulação, Indicador de Espaço Público, Indicador de Varrição, Indicador de
Renda, Indicador de Educação. Todos os indicadores possuem o mesmo peso (0,0714); (2) Inclusão do Indicador Saúde Ambiental (0,10); (3) Inclusão do Indicador Regional (0,10); (4) Inclusão do Indicador Drenagem Rural (0,05) e Indicador de Saúde Ambiental (0,10); (5) Inclusão do Indicador Higidez Ambiental e Pessoal (0,10); (6) Inclusão do Indicador Saúde Ambiental (0,15);
(7) Inclusão do Indicador Espaço Público (0,10), Indicador Satisfação com a Moradia (0,10) e Indicador
Impacto Sobre o Entorno (0,15); (8) Inclusão do Indicador Saúde Pública (0,10); (9) Inclusão do Indicador de Coleta de Lixo (0,07); Indicador de Distribuição Elétrica (0,06); Indicador de
Comunicação Social (0,06); Indicador de Serviços Públicos (0,07) e Indicador de Mata Ciliar (0,15); (10) Inclusão do Indicador Saúde Pública (0,10), Indicador Satisfação com a Moradia e Entorno (0,05) e
Indicador Espaço Público Comunitário (0,15); (11) Inclusão do Indicador de Saúde Pública (0,15); (#) O somatório das médias de cada indicador de primeira ordem não é igual a um (1,0) porque, como
apresentam os números de 1 a 11 deste rodapé, existem aqueles indicadores cujos pesos não foram levados em consideração para a realização do cálculo da média aritmética. No entanto, é crucial que a soma de todos
os pesos dos indicadores de primeira ordem de qualquer ISA seja igual a um (1,0). Requisito cumprido por
todos os ISA estudados.
29
O levantamento bibliográfico que originou a Tabela 1, buscou ser exaustivo, isto é,
teve o objetivo de encontrar todos os estudos relativos ao ISA disponíveis na internet. Para
que isso fosse alcançado, visitou-se páginas eletrônicas de revistas científicas de cunho
ambiental, além de levantamento simples em sites de busca on-line. Uma vez acessada a
página eletrônica do periódico científico, realizava-se uma vistoria para verificar se em seu
conteúdo havia alguma publicação relativa ao ISA, para isso digitava-se no campo de ‘busca’
os seguintes termos: “indicator”, “salubrity”, “urban health”, “indicador”, “salubridade”,
“indicador de salubridade” e “ISA”.
O Quadro 12 apresenta as revistas científicas consultadas para capturar os 60 ISAs que
compõem o levantamento bibliográfico desta pesquisa. Nele está contida a qualificação
Qualis de cada uma, bem como seus respectivos Número Internacional Normalizado para
Publicações Seriadas (ISSN) e endereços eletrônicos. Ressalta-se que este quadro apresenta
todos os periódicos científicos consultados durante a pesquisa bibliográfica e, não
necessariamente, aqueles que apresentaram estudos de ISA em seu conteúdo. O período de
busca foi de abril de 2015 a setembro de 2016.
A qualificação Qualis das revistas científicas apresentadas é realizada pela
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) utilizando critérios de
qualidade e produção intelectual. Para tal, existem estratos indicativos de qualidade dos
periódicos, variando desde A1 (mais elevado nível), passando por A2, B1, B2, B3, B4, B5 e
chegando até ao pior nível, o C. Essa classificação varia de acordo com a área de avaliação
em que o periódico é avaliado. A qualificação Qualis exposta no Quadro 12 refere-se à área
de avaliação da Capes classificada como ENGENHARIAS I, composta por Engenharia Civil,
Engenharia Sanitária e Engenharia de Transportes. Desta forma, uma revista pode ser avaliada
como A2 na área ENGENHARIAS I e B3 na área ENGENHARIAS II, por exemplo. No
Quadro 12, alguns periódicos consultados não apresentam o enquadramento nos estratos
indicativos, tal fato justifica-se porque esses não foram avaliados pela Capes na área
ENGENHARIAS I. Por fim, salienta-se que a classificação apresentada se refere à última
avaliação realizada pela Coordenação, que ocorreu em 2014.
30
Quadro 12 - Revistas científicas consultadas durante o levantamento bibliográfico
ISSN Revista/Periódico Qualis (2014)
ENGENHARIAS I Site
1 1470-160X Revista Ecological Indicators A1 www.journals.elsevier.com/ecological-indicators
2 0301-4797 Journal of Environmental Management A1 www.journals.elsevier.com/journal-of-environmental-management
3 1866-6299 Environmental Earth Sciences A2 http://link.springer.com/journal/12665
4 1843-3707 Environmental Engineering and Management
Journal A2 http://omicron.ch.tuiasi.ro/EEMJ/
5 1092-8758 Environmental Engineering Science A2 www.liebertpub.com/forauthors/environmental-engineering-science/15/
6 0001-3765 Revista Anais da Academia Brasileira de Ciência B1 www.abc.org.br
7 0100-0683 Revista Brasileira de Ciência do Solo B1 www.sbcs.org.br
8 1413-8123 Revista Ciência & Saúde Coletiva B1 www.cienciaesaudecoletiva.com.br
9 1809-4457 Revista Engenharia Sanitária e Ambiental B1 http://abes-dn.org.br/d2_Publicacoes_eng.html
10 1982-3932 Journal of Urban and Environmental Engineering
(UFPB) B2 http://periodicos.ufpb.br/index.php/juee
11 2179-975X Revista Acta Limnológica Brasiliensia B2 www.ablimno.org.br/publiActa.php
12 1809-4422 Revista Ambiente & Sociedade B2 http://anppas.org.br
13 1807-1929 Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e
Ambiental B2 www.agriambi.com.br
14 0104-7760 Revista Cerne (Centro de Estudos em Recursos
Naturais Renováveis) B2 www.cerne.ufla.br
15 1983-4071 Revista Ciência & Engenharia B2 www.cieng.ufu.br
16 0370-4467 Revista da Escola de Minas B2 www.rem.com.br/
17 1982-4513 Revista Sociedade & Natureza B2 www.seer.ufu.br/index.php/sociedadenatureza
18 1809-4302 Revista Acta Amazônica B3 https://acta.inpa.gov.br/
19 2179-9784 Revista Águas Subterrâneas B3 https://aguassubterraneas.abas.org
20 1808-4524 Revista Brasileira de Ciências Ambientais B3 http://abes-dn.org.br/d2_Publicacoes_rciamb.html
21 1414-381X Revista Brasileira de Recursos Hídricos B3 www.abrh.org.br
22 1414-462X Cadernos Saúde Coletiva B3 www.cadernos.iesc.ufrj.br/cadernos/
23 0101-6040 Revista DAE (Departamento de Águas e Esgotos) B3 www.revistadae.com.br
24 1806-4051 Revista de Gestão de Águas da América Latina B3 www.abrh.org.br
25 0870-1741 Revista Recursos Hídricos B3 www.aprh.pt/rh/revistas.html
26 1981-1764 Revista Brasileira de Educação Ambiental B4 www.sbecotur.org.br/revbea
27 2179-460X Revista Ciência e Natura B4 http://periodicos.ufsm.br/index.php/cienciaenatura/
28 2176-7270 Revista Engenharia e Tecnologia B4 www.revistaret.com.br
29 1678-698X Estudos Geográficos: Revista Eletrônica de
Geografia B4 www.periodicos.rc.biblioteca.unesp.br
30 1519-8634 Revista Holos Environment B4 www.periodicos.rc.biblioteca.unesp.br/index.php/holos
31 0103-7056 Saneamento Ambiental B4 www.sambiental.com.br
31
ISSN Revista/Periódico Qualis (2014)
ENGENHARIAS I Site
32 1808-2793 Revista Scientia Plena B4 www.scientiaplena.org.br
33 1679-0375 Revista Semina: Ciências Exatas e Tecnológicas B4 www.uel.br/revistas/uel/index.php/semexatas
34 1980-0827 Periódico Eletrônico Fórum Ambiental da Alta
Paulista B5 www.amigosdanatureza.org.br/publicacoes/index.php/forum_ambiental
35 2175-9405 Revista Ambiência B5 http://revistas.unicentro.br/index.php/ambiencia
36 1980-993X Revista Ambiente & Água B5 www.ambi-agua.net
37 1516-6481 Revista Novos Cadernos NAEA B5 http://periodicos.ufpa.br/
38 1982-7784 Revista OLAM – Ciência e Tecnologia B5 www.periodicos.rc.biblioteca.unesp.br/index.php/olam
39 2316-3313 Revista Interfaces Científicas – Saúde e Ambiente C https://periodicos.set.edu.br/index.php/saude
40 2359-6724 Brazilian Journal of Biosystems Engineering - http://seer.tupa.unesp.br/index.php/BIOENG/index
41 0103-9830 Boletim Técnico da Escola Politécnica da USP - www.pcc.usp.br/publicacoes
42 2176-5774 Caderno Prudentino de Geografia - http://revista.fct.unesp.br/index.php/cpg;
43 2178-4833 Latin American Journal of Business Management - www.lajbm.net
44 2237-9711 Revista Brasileira de Energias Renováveis - http://revistas.ufpr.br/rber
45 1981-8858 Revista Ciências Ambientais - www.revistas.unilasalle.edu.br/index.php/Rbca
46 1676-4188 Revista Ciência & Ambiente - http://w3.ufsm.br/cienciaeambiente/principal.php
47 1983-1501 Revistas de Estudos Ambientais - www.furb.br/rea
48 2316-9834 Revista de Gestão Ambiental e Sustentabilidade - www.revistageas.org.br/ojs
49 1518-8787 Revista de Saúde Pública - www.rsp.fsp.usp.br
50 1809-0664 Revista Engenharia Ambiental: Pesquisa e
Tecnologia - http://ferramentas.unipinhal.edu.br/engenhariaambiental/policies.php
51 1983-7011 Revista Ensino, Saúde e Ambiente - www.ensinosaudeambiente.uff.br
52 1516-9375 Revista Espaço & Geografia - www.lsie.unb.br/espacoegeografia
53 1983-0173 Revista Meio Ambiente e Saúde - www.faculdadedofuturo.edu.br/revista
54 1676-8477 Revista Publicatio UEPG (Universidade Estadual de
Ponta Grossa) - www.revistas2.uepg.br/index.php/exatas
55 2179-958X Revista Saneas - www.aesabesp.org.br/saneas
56 2316-347X Revista Saúde e Meio Ambiente - www.periodicos.unc.br/index.php/sma
57 2318-4299 Revista Scientia Prima - http://scientiaprima.incentivoaciencia.com.br/
58 0103-9830 Boletim Técnico da Escola Politécnica da USP - www.pcc.usp.br/publicacoes
59 2177-5362 Revista Vértice CREA-Minas - www.crea-mg.org.br/publicacoes/revista-vertice
60 2316-9044 Revista de Direito Sanitário - www.revistas.usp.br/rdisan Fonte: Autor
32
4.5.3 Os diferentes métodos de escolha dos indicadores e pesos de ISAs no Brasil
Um entrave durante a criação de um ISA associa-se aos métodos de escolha dos
indicadores de primeira ordem que o comporão, bem como seus respectivos pesos. Para
Dias (2003), a discussão sobre a distribuição de pesos num sistema de indicadores é
muito polêmica, fazendo-se necessário estudá-la mais profundamente. No que diz
respeito ao ISA/SP, Almeida (1999) afirma que a questão da pontuação referente a cada
indicador foi alvo de várias discussões realizadas nas reuniões da Câmara Técnica de
Planejamento do Conesan.
Ainda segundo Almeida (1999), em uma primeira decisão, os membros da
Câmara decidiram que a água era prioridade em qualquer situação, atribuindo peso de
40% ao Iab. Posteriormente, após a realização de uma simulação do ISA/SP, perceberam
que, além dos problemas relacionados ao abastecimento de água, existiam aqueles
ligados à coleta de esgoto e resíduos sólidos. Sendo assim, foi atribuído o mesmo peso,
25%, a cada um desses indicadores. Em continuidade, os pesos de 10% para Icv e Irh e
5% para Ise também foram estipulados em consenso pelos membros da Câmara sem uma
clara evidência de motivos.
No caso da construção do ISA para a cidade de Belo Horizonte (ISA/BH),
arbitrou-se os indicadores de primeira ordem constituintes e utilizou-se o Método de
Análise Hierárquica (AHP) para determinar cada um de seus pesos (PMBH, 2014). O
AHP consiste em uma técnica de decisão para, neste caso específico, definir quais os
pesos de cada indicador do ISA/BH realizado por meio de consulta a especialistas no
assunto saneamento ambiental. O grau de importância de cada indicador foi comparado
com outro por meio de par de comparações, expressando a intensidade com que um
indicador predomina sobre o outro. A partir desta comparação pareada foi definido o
critério de importância relativa entre os indicadores, conforme uma escala pré-definida.
Este método possui o poder de agregar e medir fatores importantes e, ainda, de
considerar as divergências e conflitos de opiniões (PMBH, 2014; SILVA; NUNES,
2009).
No estudo de Costa (2010), a técnica utilizada para escolher os indicadores e
ponderá-los foi o Método Delphi. Silva (2006) e Oliveira (2014) utilizaram o mesmo
método em seus trabalhos, no entanto, a aplicação destinou-se apenas a ponderar os
indicadores, uma vez que esses foram escolhidos de maneira arbitrária. O Método
Delphi consiste na consulta de um grupo de especialistas com intuito de obter
33
informações a respeito de um determinado assunto. Essa consulta é realizada por meio
de um questionário que é repassado ao grupo repetidas vezes até que se alcance um
nível de consenso, representando uma opinião consolidada dos especialistas sobre o
tema em questão. Ao aplicar esta técnica, presume-se que o julgamento coletivo seja
mais eficiente que a opinião de apenas um indivíduo. Esta metodologia possui como
principais atributos o anonimato dos integrantes do grupo de especialistas, um
tratamento estatístico dos resultados obtidos e o retorno desses aos participantes como
forma de reavaliar suas opiniões para as rodadas seguintes (WRIGHT; GIOVINAZZO,
2000).
Nota-se, porém, que a maneira predominante de se estabelecer os indicadores de
primeira ordem de um ISA, bem como de atribuir seus respectivos pesos, é arbitrária e,
em alguns casos, por meio de revisão bibliográfica. Neste último caso, destacam-se os
estudos realizados por Dias (2003), Batista (2005) e Levati (2009), além do precursor de
Conesan (1999), como referências bases para estruturação de novos ISAs, sendo esses
os mais citados durante o levantamento bibliográfico, conforme Tabela 2.
A Tabela 2 apresenta o documento de origem do ISA, os métodos de escolha dos
indicadores e pesos, a quantidade de indicadores de primeira ordem que cada ISA
utilizou, seu valor final, nível de salubridade ambiental e se o estudo foi publicado. A
qualificação qualis Capes usada refere-se à área de concentração Engenharias I de 2014.
34
Tabela 2 - Particularidades de estudos de ISAs pelo Brasil
Município/Local UF Ano Origem
N°.
indicadores
1ª ordem
Valor
ISA
Situação
de
salubrida
de
Método de escolha
dos indicadores
Método de
escolha dos
pesos
Referência Publicado (Ano) – Qualis Engenharias I
2014
1 São Paulo SP 1999 Manual Básico do
ISA 6 - - - - CONESAN (1999) Manual Básico do ISA (1999)
2
2 Favelas SP 1999 Tese 14 0,734(A) Média Revisão bibliográfica Arbitrário Almeida (1999)
Boletim Técnico da Escola Politécnica da
USP (2000)
3 Áreas de ocupação espontânea
– Salvador BA 2003 Dissertação 7 (1) (1) Arbitrário Arbitrário Dias (2003)
Artigo Revista Engenharia Sanitária e Ambiental (2004) – B1
4 Centro urbanos da Bacia
Hidrográfica do Rio Taperoá PB 2003
Iniciação
Científica 6 (2) (2) Conesan (1999) Conesan (1999) Santos e Silva (2003) -
5 Toledo PR 2003 Dissertação 5 0,728 Média (B) (B)
Oliveira (2003) apud
Bahia (2006)
-
6 João Pessoa PB 2004 NI 6 0,538* Média* Conesan (1999) Conesan (1999) Ribeiro et al. (2004)
Artigo IV SEREA – Seminário Hispano
Brasileiro sobre Sistemas de Abastecimento
Urbano de Água (2004) 7 Ilha do Ouro SE 2005 Dissertação 7 0,430 Baixa Conesan (1999) Arbitrário Neri (2005) -
8 João Pessoa (bairros
litorâneos) PB 2005 Dissertação 7 0,834* Salubre* Arbitrário Arbitrário Batista (2005)
Artigo Revista Engenharia Sanitária e
Ambiental (2006) – B1
9 Bacia Ambiental do Rio
Imboassú – São Gonçalo RJ 2006 Tese 14 (3) (3) Almeida (1999) Almeida (1999) Azevedo (2006) -
10
Centros urbanos da Bacia
Hidrográfica do Rio
Cachoeira
BA 2006 Dissertação 6 (4) (4) Toledo (2003) Arbitrário Bahia (2006) -
11 Comunidades Periurbanas PB 2006 Dissertação 8 (5) (5) Batista (2005), com a
inclusão do Icm
(Delphi)(C)
Delphi e Batista
(2005) Silva (2006)
Artigo Revista Engenharia Sanitária e
Ambiental (2008) – B1
12 Comunidades Carentes MG 2007 Dissertação 7 (6) (6) Dias (2003) Dias (2003) Menezes (2007) -
13 Aquidauana MS 2008 Dissertação 5 0,559 Média Conesan (1999) e
Batista (2005) Arbitrário Santos (2008)
Artigo Periódico Eletrônico Fórum
Ambiental da Alta Paulista (2012) – B5
14 Centros urbanos da Bacia
Hidrográfica do Rio Jiquiriçá BA 2008 Dissertação 6 (7) (7) Arbitrário Arbitrário Rocha (2008)
Artigo Revista Ambiente & Água (2010) – B5
15 Criciúma SC 2009 Monografia 5 0,623* Média* Arbitrário Arbitrário Levati (2009) Artigo Revista Brasileira de Ciências
Ambientais (2012) – B3
16 Rio Claro SP 2009 Monografia 4 (3) (3) Arbitrário Arbitrário Sartori (2009) -
17
Segmentos populacionais atendidos por unidades
públicas de saúde – Ouro
Branco
MG 2009 Dissertação 7 0,730* Média* Menezes (2007) Menezes (2007) Silva (2009) Artigo Revista Vértice Crea-Minas (2010)
18 Apiaí SP 2010 PMSB Apiaí 6 0,556 Média Conesan (1999) Conesan (1999) PMA (2010) PMSB Apiaí (2010)
19 Comunidades Rurais – Ouro
Branco MG 2010 Dissertação 7 (8) (8) Delphi Delphi Costa (2010) -
20 Municípios goianos GO 2010 Dissertação 6 (9) (9) Conesan (1999) Arbitrário Aravéchia Junior (2010) -
21 Olímpia SP 2010 PMSB Olímpia 6 0,810 Salubre Conesan (1999) Conesan (1999) PMO (2010) PMSB Olímpia
22 Parnamirim RN 2010 PMSB Parnamirim 4 (3) (3) Arbitrário
Reunião com
técnicos do
município
PMP (2010) Artigo 26º Congresso Brasileiro de
Engenharia Sanitária e Ambiental (2011)
23 Programa de Arrendamento
Residencial (PAR) – Aracaju SE 2010 Dissertação 8 (10) (10) Arbitrário Arbitrário Buckley (2010) Artigo Revista DAE (2012) – B3
24 Santa Rita PB 2010 Dissertação 6 0,479* Baixa* Conesan (1999) Conesan (1999) Souza (2010) -
25 Videira SC 2010 PMSB Videira 5 0,711* Média* Arbitrário Arbitrário PMV (2010) PMSB Videira (2010)
35
Município/Local UF Ano Origem
N°.
indicadores
1ª ordem
Valor
ISA
Situação
de
salubrida
de
Método de escolha
dos indicadores
Método de
escolha dos
pesos
Referência Publicado (Ano) – Qualis Engenharias I
2014
26 Bairro Jardim Naipi e Vila
Maracanã – Foz do Iguaçu PR 2011 NI 8 0,617 Média Revisão bibliográfica
Revisão
bibliográfica
Stadikowski et al.
(2011)
Artigo IV Congresso Internacional de
Sustentabilidade (2011)
27 Bairro Jardim São Bento –
Foz do Iguaçu PR 2011 Artigo# 6 0,649 Média Arbitrário Arbitrário
Rosa Junior et al. (2011)
Artigo IV Congresso de Engenharia Ambiental e Agronomia da UDC (2012)
28 Conjunto habitacional Buba –
Foz do Iguaçu PR 2011 Monografia 6 0,691 Média Revisão bibliográfica Dias (2003) Rubio Junior (2011)
Artigo IV Congresso Internacional de
Sustentabilidade (2011)
29 Doutor Pedrinho SC 2011 PMSB Doutor
Pedrinho 4 0,470 Baixa Arbitrário Arbitrário PMDP (2011) PMSB Doutor Pedrinho (2011)
30 Florianópolis SC 2011 PMSB
Florianópolis 4 0,365* Baixa* Arbitrário Arbitrário PMF (2011a) PMSB Florianópolis (2011)
31 Forquilhinha SC 2011 PMSB
Forquilhinha 6 0,474* Baixa* Arbitrário Arbitrário PMF (2011b) PMSB Forquilhinha (2011)
32 Nascentes Rio Boicy – Foz do
Iguaçu PR 2011 NI 11 0,609 Média Revisão bibliográfica
Revisão
bibliográfica Scarpetta et al. (2011)
Artigo IV Congresso Internacional de
Sustentabilidade (2011)
33 Bairro Jardim Cláudia – Foz
do Iguaçu PR 2012 Monografia 5 0,489 Baixa Conesan (1999) Arbitrário Freitas (2012) -
34 Comunidades Rurais – Itabirito, Congonhas e
Mariana
MG 2012 Dissertação 7 (11) (11) Costa (2010) (Delphi) Costa (2010)
(Delphi) Vicq et al. (2012a)
Artigo 33º Congresso Interamericano de
Engenharia Sanitária e Ambiental
35 Comunidades Rurais – Ouro
Preto, Ouro Branco e
Conselheiro Lafaiete
MG 2012 Dissertação 7 (12) (12) Costa (2010) (Delphi) Costa (2010)
(Delphi) Vicq et al. (2012b)
Artigo XV Simpósio Brasileiro de
Engenharia Sanitária e Ambiental (Silubesa)
36 Itaguaçu BA 2012 Dissertação 6 (13) (13) Conesan (1999) Conesan (1999) Cunha (2012) Artigo Caderno Prudentino de Geografia
(2014)
37 Macapá AP 2012 Dissertação 4 0,491* Baixa* Revisão bibliográfica Revisão
bibliográfica Santos (2012) -
38 Bacia Hidrográfica do Riacho
do Reginaldo – Maceió AL 2013 Dissertação 4 0,770 Salubre Arbitrário Arbitrário Gama (2013) -
39 Céu Azul PR 2013 NI 5 0,818 Salubre Piza (2000)(D) Piza (2000)(D) Cabral et al. (2013) Artigo Revista Brasileira de Energias
Renováveis (2013)
40 Chapada RS 2013 PMSB Chapada 4 0,554 Média Arbitrário Arbitrário PMC (2013) PMSB Chapada (2013)
41 Cocal do Sul SC 2013 Monografia 5 0,562 Média Levati (2009) Levati (2009) Baggio (2013) -
42 Comunidade Saramém-Brejo
Grande SE 2013 Dissertação 8 (14)
(14)(no
estudo
original, baixa)
Arbitrário Arbitrário Albuquerque (2013) Artigo Revista Scientia Plena (2015) – B4
43 Itapemirim ES 2013 Dissertação 4 0,457 Baixa Arbitrário Arbitrário Viana (2013) Artigo 2° Simpósio Brasileiro de Saúde &
Ambiente (2014)
44 Loteamento Carapebus ES 2013 NI 6 0,677 Média Conesan (1999) Conesan (1999) Neumann et al. (2013) Artigo Latin American Journal of Business
Management (2013)
45 Missal PR 2013 NI 5 0,854 Salubre Piza (2000)(D) Piza (2000)(D) Cabral et al. (2013) Artigo Revista Brasileira de Energias
Renováveis (2013)
46 Araranguá SC 2014 Monografia 5 0,437* Baixa* Levati (2009) Levati (2009) Ambroso (2014) PMSB Araranguá (2015) A monografia foi
utilizada para compor o PMSB (PMA, 2015) 47 Barbacena MG 2014 PMSB Barbacena 4 0,540 Média Arbitrário Arbitrário PMB (2014) PMSB Barbacena
48 Belo Horizonte MG 2014 PMSB BH 4 0,886 Salubre Arbitrário AHP PMSB BH 2012/2015 –
Atualização 2014 PMSB BH (2014)
49 Comunidade Novo Horizonte
– Campina Grande PB 2014 Dissertação 7 (3) (3) Revisão bibliográfica
Revisão
bibliográfica Pedrosa (2014)
Artigo Revista Engenharia Sanitária e
Ambiental (2016) – B1
50 Juiz de Fora MG 2014 Monografia 6 0,853 Salubre Arbitrário Delphi Oliveira (2014) -
36
Município/Local UF Ano Origem
N°.
indicadores
1ª ordem
Valor
ISA
Situação
de
salubrida
de
Método de escolha
dos indicadores
Método de
escolha dos
pesos
Referência Publicado (Ano) – Qualis Engenharias I
2014
51 Marechal Deodoro AL 2014 Artigo# 3 0,662 Média Arbitrário Arbitrário Bastos et al. (2014) Artigo IX Congresso Norte Nordeste de
Pesquisa e Inovação (2014)
52 Municípios goianos GO 2014 Dissertação 5 (15) (15) Revisão bibliográfica Arbitrário Lima (2014) -
53 Rio Paranaíba MG 2014 Programa Jovens
Talentos/Capes 4 0,476 Baixa Revisão bibliográfica Arbitrário Rodrigues (2014)
Artigo XXI Simpósio Brasileiro de Recursos
Hídricos (2015)
54 São Pedro do Iguaçu PR 2014 NI 5 0,796 Salubre Piza (2000)(D) Piza (2000)(D) Pinto et al. (2014) Artigo Revista Brasileira de Energias
Renováveis (2014)
55 Sub-bacia Hidrográfica do
Rio Verde BA 2014 NI 6 (16) (16) Conesan (1999) Consean (1999) Cunha e Silva (2014)
Artigo Caderno Prudentino de Geografia
(2014) 56 Itaipu PR 2015 Dissertação 6 (17) (17) Conesan (1999) Conesan (1999) Cabral (2015) -
57 Palotina PR 2015 NI 5 0,785 Salubre Piza (2000)(D) Piza (2000)(D) Santos et al. (2015) Artigo Revista Brasileira de Engenharia de
Biossistemas (2015)
58 Brejo Grande SE 2016 Dissertação 5 0,471 Baixa Arbitrário Arbitrário Santos (2016a) Artigo VI Congresso Brasileiro de Gestão
Ambiental (2015)
59 Diamante do Oeste PR 2016 NI 5 0,817 Salubre Piza (2000)(D) Piza (2000)(D) Pinto et al. (2016) Artigo Revista Brasileira de Engenharia de
Biossistemas (2016)
60 Loteamento Garcia – Cruz das
Almas BA 2016 Monografia 7 0,480 Baixa Dias (2003) Dias (2003) Santos (2016b)
Artigo IV Congresso Baiano de Engenharia Sanitária e Ambiental (2016)
Fonte: Autor AHP = Método de Análise Hierárquica
UDC = Faculdade Dinâmica das Cataratas
N.I = Não identificada PMSB = Plano Municipal de Saneamento
Básico
* Cálculo e determinação do nível de salubridade determinado pelo autor desta
pesquisa # Informação fornecida pelo autor do estudo
A cálculo realizado apenas para a favela Jardim Floresta
B não foi possível o acesso ao
documento oficial. Acessou-se apenas Bahia (2006) C a ponderação dos subindicadores do
Icm foi realizada pelo método Delphi D a referência Piza (2000) não foi
encontrada, no entanto, vários estudos a
citam
(1) avaliação de 9 áreas de ocupação espontânea de Salvador
(2) avaliação de 19 municípios
(3) informação indisponível
(4) avaliação de 11 municípios (5) avaliação de 5 comunidades (6) avaliação de dois bairros de Ouro Preto, Congonhas, Conselheiro
Lafaiete, Ouro Branco
(7) avaliação de 17 municípios (8) avaliação de 3 comunidades
rurais (9) avaliação de 9 municípios do Estado de Goiás (10) avalição de 6 residenciais
em Aracaju
(11) avaliação de 6 comunidades rurais (12) avaliação de 6 comunidades rurais (13) avaliação de 4 comunidades de
Itaguaçu (14) adoção de outra metodologia de cálculo
(15) Avaliação de 21 municípios
(16) avaliação de 4 comunidades
(17) avaliação de 8 municípios
37
4.5.4 O estado da arte de ISAs no Brasil
A possibilidade de criação de novos ISAs assegurada pelo Manual Básico do ISA de
1999 repercutiu por todo o Brasil fazendo com que diversas novas estruturações deste índice
fossem surgindo ao longo dos anos. Com o levantamento bibliográfico realizado, foram
identificados 60 estudos de ISAs pelo Brasil – sendo 59 estudos reais e 1 referente ao manual
do ISA elaborado pelo Conesan – descobrindo-se a quantidade de indicadores de primeira
ordem constituintes de cada um deles e quantos desses estudos utilizaram cada indicador,
além disso, investigou-se os métodos de ponderação e escolha desses indicadores, valor final
do ISA (situação de salubridade ambiental), ano e local de criação, subdivisão da área em
estudo, documento de origem e, ainda, se o novo ISA criado possuiu relevância acadêmica
sendo publicado em revistas científicas ou em outros meios de comunicação, como em planos
municipais de saneamento. O Quadro 13 compila todas as informações das Tabelas 1 e 2
apresentando quantitativamente dados da utilização do ISA no Brasil.
Quadro 13 - Estado da arte de ISAs (quantidade de estudos)
Região
Centro-oeste (3) Nordeste (19) Norte (1) Sudeste (17) Sul (20)
Estado
AL (2)
AP (1)
BA (6)
ES (2)
GO (2)
MG (9)
MS (1)
PB (6)
PR (12)
RJ (1)
RN (1)
RS (1)
SC (7)
SE (4) SP (5)
Origem
Dissertação (25)
Monografia (8)
PMSB (10)
Tese (2) Manual ISA Conesan (1)
Artigo (2)
Iniciação científica (1)
Programa Capes (1)
Não identificada (10)
N°. indicadores 1ª ordem
3 (1) 4 (11) 5 (14) 6 (17) 7 (10) 8 (4) 11 (1) 14 (2)
Média = 6,0 indicadores por ISA
Indicadores de 1ª ordem mais utilizados
Iab (59) Ies (60) Irs (59) Icv (37) Irh (22) Ise (34) Idu (31) Icm (14)
Subdivisão adotada (área de interesse)
Área de ocupação
espontânea (1)
Sede urbana (4)
Sub-bacia
esgotamento
sanitário (1)
Microárea (1)
UTP
(3)
Comunidade (1)
Domicílio (16)
Bairro (6)
Município (11)
Sub-bacia
hidrográfica (1)
Setor censitário (10)
Não identificado (3)
Método de escolha dos indicadores Método de escolha dos pesos (A)
Revisão
Bibliográfica (36)
Arbitrário
(21)
Delphi
(1)
Revisão
Bibliográfica (28)
Arbitrário
(26)
Delphi
(3)
AHP
(1)
Reunião
com
técnicos (1)
Publicado
Periódico
eletrônico (1)
PMSB
(10)
Revista
(15)
Seminário
(1)
Caderno
(2)
Simpósio
(3) Boletim (1)
Congresso
(9)
Quantidade de estudos que determinaram valor final do ISA e o nível de salubridade ambiental (B)
= 39
Valor médio dos ISA Situação de salubridade ambiental
Mínimo: 0,365 Máximo: 0,886 Média: 0,625 Baixa salubridade (12) Média salubridade
(17)
Salubre
(10) Fonte: Autor.
(A) o estudo de Silva (2006) utilizou Revisão Bibliográfica e Método Delphi. (B) incluídos aqueles estudos que apresentaram um valor final para o ISA e aqueles valores finais determinados pelo autor deste trabalho. UTP = Unidade Territorial de Planejamento
38
Os números de aplicação do ISA nas regiões e estados brasileiros apresentados pelo
Quadro 13 podem ocultar a real quantidade da utilização do Indicador nesses locais. Exemplo
disso é o estudo de Lima (2014), no qual foi desenvolvida apenas uma fórmula para cálculo
da salubridade ambiental de 21 municípios do Estado de Goiás. Os casos de número 3, 4, 10,
11, 12, 14, 19, 20, 23, 34, 35, 36, 55 e 56 da Tabela 2 também avaliaram mais de um local,
como pode ser observado em seu rodapé e explicado a seguir.
O estudo de Dias (2003) avaliou 9 áreas de ocupação espontânea de Salvador. Santos e
Silva (2003) desenvolveram uma fórmula de ISA e a aplicaram a 19 centros urbanos da Bacia
Hidrográfica do Rio Taperoá/PB. Bahia (2006) já aplicou seu ISA a 11 centros urbanos da
Bacia Hidrográfica do Rio Cachoeira/BA. Silva (2006) avaliou 5 comunidades periurbanas da
Bacia Hidrográfica do Baixo Gramame/PB. No estudo de Menezes (2007) foram avaliados
dois bairros de cada cidade de Minas Gerais (Ouro Preto, Ouro Branco, Conselheiro Lafaiete
e Congonhas). Rocha (2008) desenvolveu um ISA para estudar 17 municípios ao longo da
Bacia Hidrográfica do Rio Jiquiriça/BA. Costa (2010) avaliou 3 comunidades rurais da cidade
de Ouro Branco/MG. Com a mesma fórmula de ISA, Aravéchia Júnior (2010) avaliou 9
municípios do estado de Goiás. Buckley (2010) avaliou 6 residenciais de Aracaju/SE. Por sua
vez, Vicq et al. (2010) avaliaram comunidades rurais dos municípios mineiros Itabirito,
Congonhas, Mariana, Ouro Preto, Ouro Branco e Conselheiro Lafaiete. Cunha (2012) aplicou
seu indicador a 4 comunidades em Itaguaçu/BA. Cunha e Silva (2014) desenvolveram um
ISA e o aplicaram à 4 comunidades da Sub-bacia Hidrográfica do Rio Verde/BA. Por fim,
Cabral (2015) avaliou 8 municípios paranaenses lindeiros e não lindeiros ao lago de Itaipu na
bacia hidrográfica do Rio Paraná/PR.
Ou seja, a quantidade de aplicação de ISA em um estado não condiz exatamente com a
real quantidade de áreas – município, cidade, bairro – avaliadas à luz do Indicador.
Prosseguindo, chama-se atenção para a pouca aplicação do ISA em zonas rurais, sendo
encontrados apenas 3 (5,0%) estudos nessas áreas – casos de número 19, 34 e 35 da Tabela 2
– que, por sinal, possuem origem no mesmo trabalho, o de Costa (2010). O restante, 57
(95,0%) casos, foi desenvolvido para ser aplicado estritamente a áreas urbanas.
Tratando-se da quantidade de indicadores de primeira ordem encontrada nos ISAs
estudados, notou-se que existem estudos que são mais modestos na utilização desses
indicadores, contando apenas com 3, bem como aqueles que possuem um alto número, 14
indicadores. O primeiro caso é o trabalho de Bastos et al. (2014) no qual os autores
39
consideram apenas os indicadores de primeira ordem Abastecimento de Água (Iab), Esgotos
Sanitários (Ies) e Resíduos Sólidos (Irs) na criação do ISA a ser aplicado na cidade de
Marechal Deodoro/AL. O último refere-se ao estudo de Almeida (1999), o qual desenvolveu o
ISA/F, destinado a determinar a situação de salubridade ambiental em favelas urbanizadas na
cidade de São Paulo. A publicação em questão foi a primeira a considerar o indicador de
Drenagem Urbana (Idu), o qual passou a ser englobado por diversos estudos mas com
diferentes formas de cálculo. Seguindo a análise, o cálculo da média aritmética da quantidade
de indicadores de primeira ordem utilizada por todos os 60 ISAs encontrados na pesquisa
bibliográfica apresentou como valor final 6,02 (aproximadamente 6,0), ou seja, cada ISA
utiliza, em média, 6 indicadores de primeira ordem em sua composição.
Avaliando-se a quantidade de utilização de um indicador de primeira ordem nos ISAs
estudados, constatou-se que apenas o indicador de Esgotos Sanitários (Ies) foi considerado em
todos os 60 ISAs (100,00%). Os indicadores Abastecimento de Água (Iab) e Resíduos Sólidos
(Irs) também apresentaram frequência significativa de utilização (98,33%), ambos
considerados 59 vezes. Controle de Vetores (Icv) esteve presente em 37 estudos (61,67%),
Recursos Hídricos (Irh) em 22 (36,67%), Socioeconômico (Ise) em 34 (56,67%), Drenagem
Urbana (Idu) em 31 (51,67%) e Condição de Moradia (Icm) em 14 (23,33%). Apesar de não
estar inserido no ISA modelo do Conesan (ISA/SP), o Idu foi considerado em mais estudos do
que o Irh, sendo que esse último está presente no modelo original do ISA. Relembra-se que
outros indicadores diferentes desses citados também foram avaliados nos ISAs estudados, no
entanto suas utilizações foram pontuais, conforme é apresentado no final da Tabela 1 (itens 1
a 11).
Compilando-se os dados integrantes da Tabela 1 originou-se o diagrama de caixas
apresentado pelo Gráfico 1, o qual expõe o peso máximo e mínimo encontrado para cada
indicador de primeira ordem, quantidade de estudos que o utilizou, o valor da média
aritmética e mediana de seus pesos, bem como os valores outliers. Observou-se a seguinte
ordem de importância, em termos de valores de mediana: Iab=Ies>Irs>Idu=Icm>Icv=Irh=Ise. Já
para a quantidade de utilização dos indicadores a ordem foi: Ies>Iab=Irs>Icv>Ise>Idu>Irh>Icm.
Destaca-se a dispersão dos pesos atribuídos ao Idu, possivelmente pela forma qualitativa como
esse indicador foi concebido. Além disso, os outliers demonstram, principalmente, que certos
ISAs diminuíram ou aumentaram substancialmente os pesos atribuídos ao Iab e ao Ies,
evidenciando a variação da proposição de pesos em função das especificidades locais.
40
Gráfico 1 - Diagrama de caixas com dados da utilização de cada um dos indicadores de 1ª ordem pelos ISAs
Fonte: Autor
No que diz respeito aos estudos geradores dos ISAs encontrados no levantamento
bibliográfico, Gráfico 2, tem-se que a maioria foi o produto de uma dissertação mestrado, 25
casos (41,67%), estando em consonância com o objetivo desta pesquisa. Associados a isso, os
números 8 (13,33%) casos provenientes de monografias de graduação e 2 (3,33%) casos de
tese de doutorado, apontam que a criação de ISAs está em estreita relação com as atividades
acadêmicas, não existindo clara evidência que desenvolver este indicador seja uma
preocupação do poder público, sobretudo na esfera municipal. Neste âmbito, por sinal,
diagnosticou-se 10 (16,67%) casos de ISAs que tiveram origens em planos municipais de
saneamento. Por fim, foram encontrados 2 (3,33%) casos de ISAs originados por artigos
científicos, 1 (1,67%) por iniciação científica, 1 (1,67%) por programa Capes e 10 (16,67%)
com origem não identificada. O Gráfico 2 evidencia a variação da quantidade de elaboração
de trabalhos de ISA a partir do ano de sua criação, apresentando a origem dos estudos e
demonstrando uma tendência crescente da aplicação do Indicador no Brasil. Os poucos casos
encontrados para os anos de 2015 e 2016 justificam-se pela contemporaneidade desta
pesquisa, sendo que para esses anos é provável que existam estudos elaborados, mas que
ainda não foram publicados.
59 60 59
37
22
34 31
14
0
10
20
30
40
50
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0.10
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0.25
0.30
0.35
0.40
0.45
0.50
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Indicador
Dados da utilização de cada indicador
Valor outlier Valor médio dos pesos Quantidade de utilização do indicador___ Mediana
41
Gráfico 2 - Evolução da quantidade de estudos de ISA ao longo dos anos
Fonte: Autor
As equações para cálculo do ISA com origem em planos municipais de saneamento
(casos de número 18, 21, 22, 25, 29, 30, 31, 40, 47 e 48 da Tabela 2) foram todas elaboradas a
partir do ano de 2010, conforme Gráfico 2, o que pode ser justificado pela publicação em
2007 da Política Nacional de Saneamento Básico (Lei Federal nº. 11.445/2007), onde está
estipulada em seu Art. 9º, inciso I, a necessidade de se “elaborar de planos de saneamento
básico” que deverão conter, segundo Art. 52, §1º e inciso I, ações para a “melhoria da
salubridade ambiental” (BRASIL, 2007). Ou seja, os municípios utilizaram o ISA nos planos
municipais de saneamento como um instrumento de diagnóstico do saneamento ambiental
visando fundamentar as referidas ações e como resposta a uma exigência governamental.
Uma pesquisa, seja ela de qualquer natureza, possui como um de seus objetivos
divulgar o conhecimento gerado para a sociedade. Essa comunicação pode ser feita em
periódicos científicos, revistas técnicas, monografias, dissertações, teses, livros, notícia de
jornal, manual, cartilha, relatório, etc. Devido ao fato de que todos os 60 estudos de ISAs
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1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
Qu
anti
dad
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e IS
A
Ano
Quantidade de cada tipo de estudo, origem e total de ISA aplicado em cada ano desde 1999
T = Tese; Dis = Dissertação; IC = Iniciação científica; Con = Conesan; PC = Programa Capes; NI = Não identificada; Mon = Monografia; PMSB = Plano Municipal de Saneamento Básico; Art = Artigo
42
apresentados foram encontrados em navegação pela internet, conclui-se que todos foram
publicados e encontram-se disponíveis para a sociedade. No entanto, torna-se necessário
averiguar se esses foram publicados em revistas científicas, fato que valida a qualidade
científica da pesquisa realizada e, geralmente, culmina na publicação de um artigo. Nesse
sentido, encontrou-se 15 (25,00%) estudos de ISAs publicados em revistas científicas. Em
outros canais de divulgação foram identificados 3 (5,00%) casos publicados em simpósios
ambientais, 2 (3,33%) em cadernos de cunho ambiental, 1 (1,67%) em um boletim técnico, 1
(1,67%) em seminário sobre abastecimento urbano de água, 1 (1,67%) em periódico
eletrônico, 9 (15,00%) em congressos e 10 (16,67%) casos em planos municipais de
saneamento básico.
O levantamento bibliográfico realizado para balizar esta pesquisa diagnosticou uma
falha em alguns estudos de ISA, a ausência da apresentação do valor final do ISA para cada
área estudada, impossibilitando o enquadramento dessa área nos diferentes níveis de
salubridade ambiental, conforme Quadro 9. Por exemplo, no estudo de Levati (2009) a cidade
de Criciúma-SC foi divida em cinco microbacias e para cada uma delas foi calculado o valor
do ISA, porém não foi determinado um valor médio dos cinco ISAs previamente calculados,
que representaria um valor de ISA geral para toda a cidade de Criciúma-SC e possibilitaria
seu enquadramento nos níveis de salubridade ambiental. Em outras pesquisas (números 6, 8,
17, 24, 25, 30, 31, 37 e 46 da Tabela 2) tal revés também foi diagnosticado. Em todos estes
casos citados, coube ao autor desta pesquisa realizar a média aritmética das fatias de ISAs e,
então, determinar o valor final, ou geral, do ISA para as regiões em análise, bem como
classificá-las nos estados de salubridade ambiental (conforme Quadro 9)
Outro problema ligado a este assunto é o fato de que em estudos como os de números
3, 4, 10, 11, 12, 14, 19, 20, 23, 34, 35, 36, 52, 55 e 56 da Tabela 2 foram avaliados locais
desconexos, como diversos municípios de um mesmo estado, centros urbanos de uma mesma
bacia hidrográfica, comunidades isoladas, bairros específicos de cidades diferentes, etc.
tornando infiel e não significativo apontar um valor geral do ISA e um nível de salubridade
ambiental para a área em estudo. Albuquerque (2013) por sua vez adotou uma escala
numérica para o cálculo de seu ISA diferente das demais estudadas. Desta forma, as regiões
classificadas em função de seu nível de salubridade ambiental foram somente aquelas com
possibilidade de se estabelecer um ISA geral, sendo identificadas 10 regiões em situação de
43
salubridade ambiental, 17 em média salubridade, 12 em baixa salubridade e nenhuma em
estado de insalubridade.
Considerando o critério adotado para subdividir a região analisada à luz do Indicador,
notou-se que o mais utilizado é aplicação em domicílios (16 casos, 26,67%), seguido da
aplicação por municípios (11 casos, 18,33%), conforme Quadro 13. A subdivisão por setor
censitário foi adotada em 10 casos, por bairros em 6 casos e sede urbana por 4 casos (6,67%).
Microárea, área de ocupação espontânea, sub-bacia hidrográfica, sub-bacia de esgotamento
sanitário e comunidade foram as divisões adotadas em estudos únicos (1,67%). Por fim, em 3
(5,00%) casos não foi possível identificar qual a subdivisão adotada pelo autor para cálculo do
ISA.
Quando o assunto abordado relaciona-se com o método de escolha dos indicadores de
primeira ordem que comporão um novo ISA, o levantamento bibliográfico realizado
demonstrou que 1 (1,67%) estudo adotou o Método Delphi, 21 (35,00%) estipularam tais
indicadores de maneira arbitrária e 36 (60,00%) por meio de revisão bibliográfica, de acordo
com Quadro 13. Já ao se analisar o método designado para ponderá-los, notou-se que 1
(1,67%) trabalho utilizou o Método de Análise Hierárquica (AHP), 3 (5,00%) o Método
Delphi, 28 (46,67%) por meio de revisão bibliográfica e 26 (43,33%) estudos realizaram a
ponderação de maneira arbitrária. Nota-se, então, que a maneira predominante de se eleger os
indicadores de primeira ordem e seus respectivos pesos é por meio de revisão bibliográfica,
sendo a arbitrariedade também bastante frequente nessas escolhas. Neste contexto, salienta-se
que arbitrar indicadores e pesos encontra-se previsto nos princípios e hipótese do Manual
Básico do ISA, de 1999 (CONESAN, 1999), item 4 do Quadro 7. No entanto, acredita-se que
a utilização de métodos científicos para realizar tal tarefa torna a fórmula do novo Indicador
mais significativa e fidedigna à realidade do local que se deseja estudar.
Por fim, o levantamento de bibliografia contendo estudos de ISAs em todo Brasil
apontou como menor valor do índice encontrado o referente ao município de Florianópolis,
sendo 0,365, e como valor superior o de Belo Horizonte, igual a 0,886. Acredita-se que haja
alguma distorção nos dados para cálculo do ISA/Florianópolis, uma vez que o município não
apresenta sinais visíveis de baixa salubridade. Salienta-se que esta análise foi realizada apenas
com aqueles estudos que apontaram um valor final geral para o ISA juntamente com aqueles
que foram determinados pelo autor desta dissertação. Ciente disso, o valor médio encontrado
para estes ISAs considerados foi de 0,625.
44
4.6 Uma visão crítica a respeito do ISA
O grande gargalo da utilização do ISA possui raízes no seu manual de criação. Como
já mencionado, esse documento possibilita a inclusão de novos indicadores de primeira e
segunda ordens e de novas variáveis durante a criação de um ISA, além de também permitir a
arbitrariedade de seus pesos, desconfigurando sua composição original. Tais possibilidades,
por mais que colaborem para que o ISA abarque as peculiaridades de cada região a ser
analisada, suprimem uma premissa fundamental de indicadores que é a comparabilidade,
ratificado pelos estudos de Hammond et al. (1995), von Schirnding (2002), OECD (2003),
WHO (2014), EPA (2015). Uma vez realizada qualquer alteração, extingue-se a possibilidade
de comparação entre ISA, partindo do pressuposto que uma propriedade essencial para tal é
que seu cálculo seja realizado sob os mesmos critérios. Tal fato é uma peculiaridade negativa
deste Indicador, considerando que a característica comparabilidade é algo relevante para uma
boa validação de qualquer indicador. A análise das Tabelas 1 e 2 atesta que a comparação do
valor final de ISA aplicados a regiões diferentes é algo impossível, visto que cada Indicador
possui suas próprias características.
Assim, a comparabilidade entre os resultados dos ISAs fica restrita somente a duas
situações: (i) àqueles que possuem a mesma composição, isto é, mesmos pesos e indicadores
de primeira e segunda ordens bem como critérios de cálculo e pontuação; (ii) ao se comparar
um mesmo ISA ao longo do tempo, possibilitando identificar avanços e retrocessos nas
componentes socioambientais avaliadas pelo Indicador. Um exemplo da ineficiente
comparação de resultados obtidos com o ISA acontece ao notar que a cidade de Florianópolis-
SC registrou o menor valor do Indicador (0,365; ano 2011) e ocupa 59ª colocação no Ranking
do Saneamento no Brasil em 2016, enquanto que a cidade de Macapá-AP apresentou um ISA
igual a 0,491 (ano 2012) e ocupa a 98ª posição no mesmo ranking (ITB, 2016). Enfatiza-se
que essa situação não afirma que o Ranking do Saneamento seja mais eficaz do que o ISA
para avaliar os componentes do saneamento ambiental, uma vez que os critérios contidos em
ambas avaliações são distintos, possuindo cada um suas peculiaridades. A conclusão a ser
obtida nessa explanação é a impossibilidade de se afirmar que, embora com um ISA inferior,
a cidade de Florianópolis-SC seja menos salubre do que a de Macapá-AP.
Em decorrência disso, emerge a sugestão de se padronizar o ISA. Formular um ISA
padrão será um desafio, visto a peculiaridade de cada local a ser estudado, no entanto
possibilitará a comparação entre as regiões avaliadas à luz do Indicador e a elaboração de um
45
ranking de salubridade ambiental pautado nos valores do ISA, uma vez que todas serão
mensuradas sob idênticos pesos e critérios de cálculo. Em contrapartida, a possibilidade de
padronização do ISA aflora mais um obstáculo associado ao Indicador, a fonte de dados para
a realização dos cálculos. Em Conesan (1999) nota-se que as variáveis que o compõem não
são de fácil acesso, cabendo às instituições públicas o seu fornecimento, sendo essas, em
muitos casos, munidas por informações provenientes de autodeclarações e de órgãos
(secretarias, autarquias, etc.) municipais que sofrem de carência estrutural, o que coloca em
juízo a confiabilidade dos dados disponibilizados. Logo, padronizar o ISA requer, também, a
padronização da fonte de dados. Princípio já previsto na criação do ISA, conforme item 1 do
Quadro 7.
Outra adversidade do Indicador refere-se à sua desatualização. Devido à época em que
foi criado, o ISA não incorpora em seus indicadores de segunda ordem temas atuais do
saneamento ambiental, como coleta seletiva de resíduos, índice de desempenho de estação de
tratamento de esgoto, consumo de água per capita, dentre outros. Sendo assim, há iminente
necessidade de sua atualização. Como visto no Gráfico 2, o Indicador vem sendo cada vez
mais utilizado nos últimos anos, tornando-se um importante instrumento capaz de mensurar
salubridade ambiental, que passará a ser ainda mais efetiva quando conteúdos atuais relativos
ao saneamento ambiental forem avaliados.
Continuando com os indicadores de segunda ordem em pauta, surge o questionamento
de até que ponto o tratamento de esgoto e resíduos sólidos implica diretamente em elevação
da salubridade ambiental local, sobretudo em pequenas escalas de análise. Assume-se aqui a
plena consciência da importância e dos inúmeros benefícios proporcionados pelo tratamento à
qualidade de vida e ao meio ambiente, o que se almeja discutir é se realmente realizá-lo é um
fator determinante para determinação da salubridade ambiental de uma pequena área, por
exemplo, setor censitário. Considerando a questão dos resíduos sólidos, a inexistência de
aterro sanitário para disposição final dos RSU pode pouco reduzir o nível salubridade
ambiental local, uma vez que para a higidez da população é mais primordial que seus resíduos
sejam coletados – afastados – de suas residências do que tratados. Ressalva-se que, caso o
local avaliado disponha os RSU inadequadamente em lixão, existirá a possibilidade do
deslocamento de vetores de doenças, por exemplo, ratos e moscas. Além disso, se por ventura
a região se encontrar à jusante do lixão haverá a possibilidade de contaminação dos recursos
hídricos por meio da percolação do chorume. Ao voltar a discussão para a questão do esgoto
46
sanitário, assume-se que a inexistência de tratamento dos efluentes não influenciará na
salubridade ambiental local, uma vez que o tratamento sempre será feito a jusante da região
analisada e, quando não existir, os esgotos também serão lançados à jusante do local
analisado. Ciente disso, neste contexto é essencial que o esgoto doméstico seja somente
coletado das residências, ficando o tratamento em segundo plano para a efetiva aferição da
salubridade ambiental.
A discussão anterior demonstra mais uma falha na estruturação do ISA original, ou
seja, a não ponderação dos subindicadores. Conforme visto, deveria se atribuir maior peso à
coleta de esgoto e resíduos quando comparada ao tratamento desses. Tal afirmação está
respaldada nos documentos de autoria do Instituto Trata Brasil – ITB (2016), ITB (2017a) e
ITB (2017b) – os quais demonstram que a existência apenas da coleta de esgotos das
residências já provoca inúmeros benefícios à qualidade de vida da população. No atual
cenário do saneamento básico brasileiro, no qual somente 50,30% da população conta com o
serviço de coleta, torna-se necessário inicialmente priorizar esse serviço e, após sua
significativa abrangência, iniciar as instalações destinadas ao tratamento. Espera-se que em
um futuro próximo ambos os subindicadores possam, sim, assumir o mesmo peso.
Ao se avaliar as maneiras de atribuição da pontuação dos subindicadores e variáveis
também vêm à tona motivos para questionamentos. Analisando exclusivamente aqueles (Imh,
Imr, I2s, Irm e Ine) que são pontuados por meio da divisão de quartis, nota-se que esse critério
não é o ideal para tal, uma vez que pode atribuir nota 0,00 (zero) ou 100,00 (cem) para ótimas
ou péssimas situações, respectivamente. Para facilitar o entendimento, cita-se o exemplo da
variável Imh (Indicador relativo à mortalidade infantil de 0 a 4 anos ligada à doença de
veiculação hídrica). De acordo com o Manual Básico do ISA, deve-se ordenar o número de
casos diagnosticados em ordem crescente e conferir nota 100,00 (cem) para aqueles
enquadrados no 1º quartil e 0,00 (zero) para os enquadrados no 4º quartil. Supondo um
cenário em que existam inúmeras mortes de crianças pelo motivo citado e que o limite
superior calculado para o 1º quartil seja o valor 1.000 (mil) casos, atribuir-se-á nota 100,00
(cem) para regiões que possuem, por exemplo, 980 mortes confirmadas. A mortalidade em
pauta é absurda em qualquer contexto e conceder pontuação máxima para tal é inadmissível.
Como visto, o ISA é um indicador ambiental predominantemente urbano. A rara
aplicação do ISA em zonas rurais apresenta-se como importante lacuna observada, porque se
sabe da relevância das melhorias de saneamento no meio rural, tanto no Brasil, como no
47
mundo. A Organização Nações Unidas (ONU) em seu Relatório dos Objetivos do Milênio
2015 destacou o desafio das melhorias de saneamento nas áreas rurais. Ainda hoje, no mundo,
apenas 51% da população rural dispõe de condições satisfatórias de saneamento e 25%
defecam a céu aberto (ONU, 2015a). Configura-se, portanto, necessária a proposição de ISA
que contemple as peculiaridades e auxilie os gestores na tomada de decisão e definição de
políticas públicas dessa áreas.
Por fim, a cada ano mais regiões vêm sendo avaliadas à luz do ISA, o que demonstra
que a utilização deste indicador vem se fortalecendo e difundindo, sobretudo na esfera
acadêmica, e timidamente pelas prefeituras municipais em seus planos de saneamento. Como
está intrínseco aos princípios de um indicador, o ISA é apto a fundamentar decisões dos
gestores públicos em suas deliberações e fornece diagnóstico eficaz do saneamento ambiental
da região em análise, sendo capaz de apontar potencialidades e fragilidades dos serviços que o
compõe. Além disso, consegue expressar a informação contida em seu valor final de maneira
simples e objetiva. No entanto, mais importante do que se avaliar apenas o valor final do ISA
é o entendimento e interpretação dos resultados particulares de cada um de seus indicadores
de primeira e segunda ordens, dos quais informações essenciais podem ser extraídas, fazendo
com que gestores foquem investimentos públicos visando melhorias na salubridade ambiental
de uma região. Neste contexto, destaca-se a necessidade de se divulgar o ISA no meio da
administração pública visando torná-lo um conhecido instrumento de planejamento ambiental.
5 MATERIAL E MÉTODOS
A primeira etapa para a criação do ISA/OP consistiu em delimitar qual a dimensão da
área do estudo e qual o período de abrangência dos dados para desempenhá-lo. Para isso,
tornou-se necessário responder as seguintes perguntas: O ISA/OP será calculado apenas para
a sede do município ou também para os distritos? Serão consideradas apenas as áreas urbanas
do município ou também as rurais? Serão coletados dados de quais anos? Baseado nas
referências bibliográficas consultadas e na disponibilidade de informações para cálculo dos
indicadores de primeira e segunda ordens, optou-se por coletar dados do período de 2010 a
2015 e trabalhar somente nas áreas urbanas dos doze distritos pertencentes ao município de
Ouro Preto juntamente com sua sede, totalizando 13 regiões estudadas.
A segunda etapa foi determinar como seria subdividida cada uma dessas regiões a
serem estudadas. A subdivisão por setores censitários, conforme realizada pelo IBGE, foi o
48
critério escolhido (o conceito de setor censitário encontra-se no item 5.3). Tal definição
baseou-se nos estudos de Batista (2005), Azevedo (2006), Santos (2008), Levati (2009), PMV
(2010), Souza (2010), Santos (2012), Baggio (2013), Gama (2013) e Ambroso (2014) e
devido ao fato do IBGE disponibilizar em sua página eletrônica informações detalhadas por
setores censitários a respeito de alguns dos indicadores de primeira ordem (Iab, Ies, Irs, Ise e Idu)
bem como as bases cartográficas necessárias para confeccionar os mapas apresentados neste
estudo. O Quadro 14 apresenta os 131 setores censitários integrantes do município
ouropretano, a numeração utilizada para identificar os 99 setores censitários urbanos
estudados nesta pesquisa, a situação de cada setor (urbano ou rural) e seu respectivo código
identificação definido pelo IBGE.
Quadro 14 - Setores censitários avaliados
N°. Código setor (IBGE) Situação setor N°. Código setor (IBGE) Situação setor
Ouro Preto
1 314610705000001 Urbano 35 314610705000035 Urbano 2 314610705000002 Urbano 36 314610705000036 Urbano 3 314610705000003 Urbano 37 314610705000037 Urbano 4 314610705000004 Urbano 38 314610705000038 Urbano 5 314610705000005 Urbano 39 314610705000039 Urbano 6 314610705000006 Urbano 40 314610705000040 Urbano 7 314610705000007 Urbano 41 314610705000041 Urbano 8 314610705000008 Urbano 42 314610705000042 Urbano 9 314610705000009 Urbano 43 314610705000043 Urbano 10 314610705000010 Urbano 44 314610705000044 Urbano 11 314610705000011 Urbano 45 314610705000045 Urbano 12 314610705000012 Urbano - 314610705000046 Rural
13 314610705000013 Urbano - 314610705000047 Rural 14 314610705000014 Urbano - 314610705000048 Rural 15 314610705000015 Urbano - 314610705000049 Rural 16 314610705000016 Urbano - 314610705000050 Rural 17 314610705000017 Urbano 46 314610705000051 Urbano 18 314610705000018 Urbano 47 314610705000052 Urbano 19 314610705000019 Urbano 48 314610705000053 Urbano 20 314610705000020 Urbano 49 314610705000054 Urbano 21 314610705000021 Urbano 50 314610705000055 Urbano 22 314610705000022 Urbano 51 314610705000056 Urbano 23 314610705000023 Urbano 52 314610705000057 Urbano 24 314610705000024 Urbano 53 314610705000058 Urbano 25 314610705000025 Urbano 54 314610705000059 Urbano 26 314610705000026 Urbano 55 314610705000060 Urbano 27 314610705000027 Urbano 56 314610705000061 Urbano 28 314610705000028 Urbano 57 314610705000062 Urbano 29 314610705000029 Urbano 58 314610705000063 Urbano 30 314610705000030 Urbano 59 314610705000064 Urbano 31 314610705000031 Urbano 60 314610705000065 Urbano 32 314610705000032 Urbano 61 314610705000066 Urbano 33 314610705000033 Urbano 62 314610705000067 Urbano 34 314610705000034 Urbano 63 314610705000068 Urbano
Amarantina
64 314610710000001 Urbano - 314610710000005 Rural
65 314610710000002 Urbano 66 314610710000006 Urbano
49
N°. Código setor (IBGE) Situação setor N°. Código setor (IBGE) Situação setor
- 314610710000003 Rural 67 314610710000007 Urbano - 314610710000004 Rural
Antônio Pereira
68 314610715000001 Urbano - 314610715000005 Rural
69 314610715000002 Urbano 72 314610715000006 Urbano 70 314610715000003 Urbano 73 314610715000007 Urbano 71 314610715000004 Urbano 74 314610715000008 Urbano
Cachoeira do Campo
75 314610720000001 Urbano - 314610720000009 Rural 76 314610720000002 Urbano - 314610720000010 Rural 77 314610720000003 Urbano - 314610720000011 Rural 78 314610720000004 Urbano 83 314610720000012 Urbano 79 314610720000005 Urbano 84 314610720000013 Urbano 80 314610720000006 Urbano 85 314610720000014 Urbano 81 314610720000007 Urbano 86 314610720000015 Urbano 82 314610720000008 Urbano
Engenheiro Correia
87 314610725000001 Urbano - 314610725000002 Rural
Glaura
88 314610730000001 Urbano - 314610730000004 Rural - 314610730000002 Rural - 314610730000005 Rural - 314610730000003 Rural
Lavras Novas
89 314610734000001 Urbano - 314610734000003 Rural
- 314610734000002 Rural 90 314610734000004 Urbano
Miguel Burnier
91 314610735000001 Urbano - 314610735000003 Rural
- 314610735000002 Rural
Rodrigo Silva
92 314610740000001 Urbano 314610740000002 Rural
Santa Rita de Ouro Preto
93 314610745000001 Urbano - 314610745000005 Rural
94 314610745000002 Urbano - 314610745000006 Rural
- 314610745000003 Rural - 314610745000007 Rural
- 314610745000004 Rural
Santo Antônio do Leite
95 314610750000001 Urbano - 314610750000003 Rural
96 314610750000002 Urbano 97 314610750000004 Urbano
Santo Antônio do Salto
98 314610752000001 Urbano - Sem código Rural
- 314610752000002 Rural
São Bartolomeu
99 314610755000001 Urbano - 314610755000003 Rural
- 314610755000002 Rural Fonte: Autor
Desta forma, o valor geral do ISA/OP para todas as áreas urbanas do município foi
calculado baseado nas médias de cada indicador de primeira ordem, isto é, determinou-se a
média aritmética de cada um deles considerando os 99 setores censitários avaliados. De posse
do valor da média, bastou aplicar a fórmula criada para calcular o ISA/OP e, então, chegou-se
em seu valor final. Ou, de outra maneira, bastou realizar a média aritmética dos ISAs dos 99
50
setores censitários estudados, cujo valor encontrado também se refere ao valor geral do
ISA/OP.
Para os distritos o valor final foi o resultado da média aritmética dos valores do
ISA/OP de cada um dos setores censitários que o integram. Ou, de maneira análoga, os
valores das médias de cada indicador de primeira ordem naquele distrito aplicados à fórmula
de cálculo do ISA/OP.
Figura 4 - Metodologia para cálculo do ISA/OP
Fonte: Autor.
Em continuidade, a terceira etapa consistiu na estruturação da fórmula do ISA/OP,
nesta fase a pergunta a ser respondida foi: Quais serão os indicadores de primeira e segunda
ordem integrantes do ISA/OP e quais serão seus respectivos pesos? A resposta para essa
pergunta veio da aplicação do Método Delphi, relevante maneira de obter uma resposta
significativa consultando um grupo de especialistas, que será discutida posteriormente no item
5.1.
51
Seguindo adiante, a quarta etapa foi marcada pela busca das instituições responsáveis
por fornecer os dados e valores necessários aos cálculos de cada indicador integrantes do
ISA/OP. Essas informações encontram-se detalhadas nos itens 5.2 e 7.2 desta pesquisa.
Uma vez determinado que a aplicação seria nas áreas urbanas das 13 regiões (12
distritos mais a sede municipal) do município subdivididas em setores censitários, escolhidos
e ponderados os indicadores e subindicadores constituintes do ISA/OP e inteirado das
instituições fornecedoras de dados para os cálculos necessários, a quinta e última etapa
consistiu em realizar, de fato, os cálculos para se determinar finalmente o valor do ISA/OP e
entender o nível de salubridade ambiental do município e de cada região estudada. Para isso,
utilizou-se o software Microsoft Excel para as montagens das planilhas e fórmulas necessárias
aos cálculos.
Os materiais e métodos utilizados na criação do ISA/OP encontram-se
minuciosamente detalhados nos tópicos seguintes deste estudo.
5.1 Formulação do ISA/OP baseado no método Delphi
A estruturação do ISA/OP foi realizada por meio do método Delphi. Esta técnica
baseia-se na consulta de um grupo de especialistas com intuito de obter informações a
respeito de um determinado assunto. A consulta é realizada por meio de um questionário que
é repassado ao grupo de especialistas repetidas vezes até que se alcance um nível de consenso,
representando uma opinião consolidada dos participantes sobre o tema em questão. Ao aplicar
o Delphi presumiu-se que o julgamento coletivo fosse mais eficiente que a opinião de apenas
um indivíduo para chegar à fórmula final do ISA/OP. Esta metodologia possui como
principais atributos o anonimato dos integrantes, um tratamento estatístico dos resultados
obtidos e o retorno desses aos participantes como forma de reavaliar suas opiniões para as
rodadas seguintes (WRIGHT; GIOVINAZZO, 2000). Não existe na literatura uma referência
apresentando o número exato, ou mínimo, de rodadas a ser realizada, tampouco o número
exato, ou mínimo, de especialistas a participar de um método Delphi. Tais números variam
em cada estudo, cabendo ao autor de cada um determiná-los.
O grupo de especialistas foi formado com 40 membros, sendo os nomes sugeridos pelo
autor do presente trabalho em parceria com orientador e coorientador. Os critérios que
nortearam a inclusão dos integrantes ao grupo foram: (i) o conhecimento/formação/atuação na
área de salubridade ambiental urbana e (ii) conhecimento da realidade ouropretana. As
52
especialidades de cada integrante estão apresentadas no Quadro 15. Todos os 40 especialistas
receberam um e-mail solicitando a participação/colaboração com esta pesquisa. O método
Delphi consistiu na realização de duas rodadas visando obter consenso entre os integrantes do
grupo e apresentar as divergências – com sigilo pessoal – de opiniões existentes, sendo que na
primeira 28 especialistas responderam às perguntas e na segunda foram obtidas 22 respostas.
A Tabela 3 apresenta as especificidades da aplicação do Delphi, explicitando datas e
percentual de respostas em cada rodada.
Quadro 15 - Especialidades de cada integrante do grupo de especialistas
Especialidades de cada integrante do grupo de especialistas
Nº Especialidade Nº Especialidade
1
Graduação em Engenharia Ambiental; mestrado
em Saneamento; analista de meio ambiente da
Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig)
2
Graduação em Direito e em Engenharia Civil;
Especialização em Direito Ambiental e em
Gestão e Manejo Ambiental em Sistemas
Agrícolas; mestrado e doutorado em Saneamento,
Meio Ambiente e Recursos Hídricos; Pós-
Doutorado em Direito Público pela Università
degli Studi di Messina - Itália. Perito Ambiental
no Ministério Público do Estado de Minas Gerais
e docente universitário.
3
Graduação em Direito; especialização em Direito
Ambiental; mestrado a concluir em
Sustentabilidade Econômica e Ambiental;
servidor da Fundação Estadual do Meio
Ambiente (FEAM); docente universitário
4
Graduação em Engenharia Civil; mestrado em
Engenharia Hidráulica e Saneamento; doutorado
em Engenharia Hidráulica e Saneamento; possui
pós-doutorado; docente universitário
5
Graduação em Engenharia Civil; mestrado em
Saneamento, Meio Ambiente e Recursos
Hídricos; doutorado em Engenharia Agrícola;
docente universitário
6
Graduação em Engenheira Sanitária e Ambiental;
mestredo em Saneamento, Meio Ambiente e
Recursos Hídricos; doutorado a concluir em
Engenharia Mecânica; docente universitário
7
Graduação em Engenharia Ambiental; mestrado
em Engenharia Hidráulica e Saneamento;
doutorado em Engenharia Civil; docente
universitário
8
Graduação em Medicina; especialização em
residência médica; ex secretário de saúde do
município de Ouro Preto
9
Graduação em farmácia; mestrado em
Bioquímica e Imunologia; doutorado em
Química; docente universitário
10
Graduação em Engenharia Civil, mestrado em
Hidráulica e Saneamento, doutorado em
Engenharia Civil - Recursos Hídricos; pós-
doutorado em Saneamento; docente universitário
11
Graduação em Administração; funcionário do
Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Mariana
(SAAE)
12 Secretário de Meio Ambiente de Ouro Preto
13
Graduação em Engenharia Civil; mestrado em
Saneamento, Meio Ambiente e Recursos
Hídricos; doutorado em Saneamento, Meio
Ambiente e Recursos Hídricos; docente
universitário
14
Graduação em Ciências Biológicas;
especialização em Gestão Ambiental e Manejo
Florestal; mestrado em Botânica; mestrado em
andamento em Sustentabilidade e Tecnologia
Ambiental; docente universitário
15
Graduação em Engenharia Ambiental; mestrado
em Engenharia Ambiental; especialista em
Recursos Hídricos da Agência Nacional de Águas
(ANA)
16
Graduação em Licenciatura plena em Ciências;
graduação em Administração de Empresas;
mestrado em Engenharia Ambiental; docente em
aposentadoria
17 Graduado em Direito; funcionário do Serviço
Autônomo de Água e Esgoto de Mariana (SAAE) 18
Graduação em Engenharia Civil; mestrado em
Engenharia Hidráulica e Saneamento; docente
universitário em aposentadoria
19 Graduação em Engenharia Civil; especialização 20 Graduação em Engenharia Civil; mestrado em
53
Especialidades de cada integrante do grupo de especialistas
Nº Especialidade Nº Especialidade
em Engenharia Sanitária; mestrado em
Saneamento, Meio Ambiente e Recursos
Hídricos; doutorado em Ciência Animal; pós-
doutorado; docente universitário
Engenharia Ambiental; funcionário do SEMAE
de Ouro Preto
21
Graduação em Engenharia Metalúrgica;
especialização em Engenharia Sanitária e
Ambiental; mestrado em Engenharia Metalúrgica
e de Minas; doutorado em Engenharia
Metalúrgica e de Minas; docente em instituto
federal
22
Graduação em Engenharia Civil; graduação em
Administração de Empresas; graduação em
Direito; especialização em Engenharia
Ambiental; mestrado em Saúde Pública;
doutorado em Saúde Pública; possui pós-
doutorado; docente universitário
23
Graduação em Engenharia Civil; mestrado em
Engenharia Sanitária; doutorado em Engenharia
Hidráulica e Saneamento; possui pós-doutorado;
docente universitário
24
Graduação em Engenharia Ambiental; mestrado
em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos
Hídricos; doutorado a concluir em Engenharia
Mecânica; docente universitário
25
Graduação em Engenharia Civil; mestrado em
Saneamento, Meio Ambiente e Recursos
Hídricos; doutorado em Engenharia Hidráulica e
Saneamento; docente universitário
26
Graduação em Medicina; especialização em
Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde;
mestrado em Medicina Veterinária; doutorado em
Saúde Coletiva; atua na Superintendência de
Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de
Saúde de Ouro Preto; docente universitário
27
Graduação em Zootecnia; mestrado em
Engenharia Ambiental; doutorado em
Geoquímica Ambiental; doutorado em Evolução
Crustal e Recursos Naturais; docente
universitário
28
Graduação em Engenharia Civil; especialização
em Administração Pública; especialização em
Engenharia Sanitária; mestrado em Hidráulica e
Saneamento; possui doutorado; docente
universitário
29
Graduação em Engenharia Agronômica;
especialização em Engenharia Sanitária e
Ambiental; mestrado em Saneamento, Meio
Ambiente e Recursos Hídricos; Doutorado em
Evolução Crustal e Recursos Naturais; docente
em instituto federal
30
Graduação em Engenharia Agronômica;
mestrado em Ecologia e Manejo de Recursos
Naturais; doutorado a concluir em Engenharia
Mecânica; docente universitário
31
Graduação em Engenharia Ambiental;
especialização em Perícia e Auditoria Ambiental;
membro do Conselho Municipal de Saneamento
de Ouro Preto (Comusa)
32
Graduação em Bacharelado e Licenciatura em
Química; mestrado em Engenharia Hidráulica e
Saneamento; doutorado em Engenharia Química;
possui pós-doutorado; docente universitário
33
Graduação em Engenharia Civil; mestrado em
Saneamento, Meio Ambiente e Recursos
Hídricos; Doutorado em Demografia; possui pós-
doutorado; docente universitária
34
Graduação em Engenharia Ambiental;
especialização em Engenharia de Segurança no
Trabalho; mestrado em Geotecnia; atuou no
SEMAE de Ouro Preto
35
Graduação em Engenharia Ambiental; mestrado
em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos
Hídricos; Doutorado em Saneamento, Meio
Ambiente e Recursos Hídricos; possui pós-
doutorado; docente universitário
36
Graduação em Farmácia Industrial; mestrado em
Ciências Farmacêuticas; Doutorado em Ciências
Farmacêuticas; possui pós-doutorado; docente
universitário
37
Graduação em Engenharia Civil; especialização
em Engenharia Sanitária; mestrado em
Engenharia Sanitária; Doutorado em Engenharia
Ambiental; pós-doutorado; docente universitário
38
Graduação em Engenharia Ambiental;
especialização em Engenharia de Segurança do
Trabalho; mestrado em Solos e Nutrição de
Plantas; docente universitário
39
Graduação em Engenharia Química;
especialização em Tratamento Águas Residuárias
Industriais; mestrado em Engenharia Hidráulica e
Saneamento; doutorado em Engenharia
Hidráulica e Saneamento; possui pós-doutorado;
docente universitário
40
Graduação em Ciências Biológicas; mestrado em
Patologia; Doutorado em Patologia; docente
universitário
Fonte: Autor
54
Tabela 3 - Especificidades da aplicação do método Delphi
Rodada Período Quantidade de especialistas
que receberam o e-mail
Quantidade de
respostas recebidas
Percentual de
retorno
1ª 16/08/2016 a 15/09/2016 40 28 70,0%
2ª 13/02/2017 a 21/03/2017 28 22 78,6%
Fonte: Autor
Em continuidade, o objetivo da aplicação do método Delphi foi estruturar uma
fórmula de ISA que correspondesse à realidade ouropretana, o ISA/OP, sendo que os
especialistas selecionados pudessem sugerir durante os questionamentos novos indicadores e
subindicadores que fossem relevantes para a determinação da salubridade ambiental do local
de estudo, princípio estabelecido no manual de criação do ISA pelo Conesan.
d - na identificação de outros aspectos relacionados à salubridade ambiental,
de caráter extensivo ou localizado, mas importantes e peculiares a uma
região; [...] por sua relevância, porém, sempre deverão estar associados ao(s)
respectivo(s) ISA(s) para melhor caracterizar(em) o estágio de salubridade
ambiental local e/ou regional e orientar(em) as prioridades de investimentos
(CONESAN, 1999, p. 9).
Por fim, arbitrou-se que somente seriam considerados na fórmula final do ISA/OP
aqueles novos indicadores e subindicadores que fossem selecionados por mais de 50,0% dos
especialistas respondentes do método Delphi. Considerou-se que um percentual de escolha
abaixo desse valor não seria significativo para a determinação da salubridade ambiental local.
5.1.1 A primeira rodada do método Delphi
A primeira rodada do método Delphi ocorreu entre os dias 16 de agosto e 15 de
setembro do ano 2016. Nela, os 40 integrantes do grupo de especialistas receberam um e-mail
contendo uma breve apresentação da pesquisa e anexo um arquivo excel formato .xlxs, no
qual o participante poderia expressar suas respostas. Dos 40 especialistas participantes, 28
responderam aos questionamentos, representando um percentual de retorno de 70,0%.
Salienta-se que o e-mail foi enviado duas vezes ao grupo, buscando obter o máximo de
respostas possível.
O arquivo anexo era composto por quatro etapas e continha campos em branco
destinados às escolhas dos indicadores que comporiam o ISA/OP bem como à atribuição de
seus respectivos pesos, havendo ainda campos no quais o especialista poderia sugerir a
inclusão de novos indicadores e subindicadores e anotar considerações. O Quadro 16
apresenta detalhadamente o que englobava cada uma das quatro etapas.
55
Quadro 16 - Resumo do conteúdo abordado em cada etapa da primeira rodada do método Delphi
Características das etapas constituintes da primeira rodada do método Delphi
1ª
Eta
pa
Contextualização
Breve apresentação do ISA, explicitando seu objetivo e como varia seu valor.
2ª
Eta
pa
Escolha e ponderação dos indicadores de primeira ordem para compor o ISA/OP
Apresentou-se os indicadores de primeira ordem mais comumente utilizados em ISAs aplicados em áreas
urbanas no Brasil, sendo eles: Iab, Ies, Irs, Icv, Irh, Ise e Idu. Sendo assim, o especialista tinha a opção de
escolhê-lo, ou não, para compor o ISA/OP. Caso optasse por sim, bastava atribuir um peso (%) ao
indicador. Do contrário, bastava deixar o campo em branco ou atribuir peso zero (0%) ao mesmo. Havia
ainda um campo destinado à sugestão de novos indicadores de primeira ordem. Enfatizou-se, por fim, que
a soma dos pesos de todos os indicadores de primeira ordem obrigatoriamente deveria ser igual a 100%.
3ª
Eta
pa
Escolha e ponderação dos indicadores de segunda ordem (subindicadores)
Uma vez escolhidos os indicadores primeira ordem, restava agora eleger e ponderar seus respectivos
subindicadores. Assim, o participante tinha a opção de escolher ou não cada subindicador do indicador de
primeira ordem selecionado na etapa anterior. De mesma forma, para elegê-lo bastava atribuir um peso
(%) e para ignorá-lo somente deixar o campo em branco ou atribuir peso zero (0%). Também havia um
campo destinado à sugestão de novos subindicadores. Por fim, salientou-se que era obrigatório que a
soma dos pesos de todos os subindicadores fosse igual a 100%.
4ª
Eta
pa
Finalização
Agradecimento ao especialista e orientação de como enviar suas respostas ao autor desta pesquisa.
Fonte: Autor
Portanto, as metas da aplicação da primeira rodada do método Delphi foram:
i. Escolher, dentre os indicadores de primeira ordem (Iab, Ies, Irs, Icv, Irh, Ise e Idu)
mais utilizados em estudos de ISAs para áreas urbanas, quais os que
comporiam o ISA/OP, bem como ponderá-los;
ii. Ponderar os indicadores de segunda ordem contidos em cada indicador de
primeira ordem escolhido no item i;
iii. Verificar a necessidade de inclusão de novos indicadores de primeira e segunda
ordem para compor o ISA/OP, dando ao especialista a opção de sugeri-los.
5.1.2 A segunda rodada do método Delphi
A segunda rodada do método Delphi ocorreu entre os dias 13 de fevereiro e 21 de
março do ano 2017. Nela, os 28 integrantes do grupo de especialistas que responderam aos
questionamentos da primeira rodada receberam um e-mail contendo uma breve informação a
respeito do objetivo esperado com a realização da segunda rodada, um lembrete do objetivo
geral deste estudo e um arquivo excel anexo formato .xlxs, no qual o participante poderia
expressar suas respostas. Dos 28 especialistas participantes, 22 retornaram as respostas,
56
representando um percentual de retorno de 78,6%. Salienta-se que nesta etapa o e-mail foi
enviado três vezes aos especialistas, buscando obter o máximo de respostas possível.
O objetivo principal desta etapa era fazer com que cada especialista repensasse sua
resposta perante análise da compilação das respostas obtidas com a rodada anterior. Para isso,
o arquivo anexo foi dividido em seis etapas, contendo estatísticas da escolha de cada
indicador de primeira ordem, pesos médios, medianas e as sugestões de indicadores e
subindicadores obtidos com a primeira rodada. O Quadro 17 apresenta detalhadamente o que
englobava cada uma das seis etapas.
Quadro 17 - Resumo do conteúdo abordado em cada etapa da segunda rodada do método Delphi
Características das etapas constituintes da segunda rodada do método Delphi
1ª
Eta
pa
Dados de cada indicador de primeira ordem
Apresentação estatística com dados compilados a respeito da utilização de cada indicador de primeira
ordem (Iab, Ies, Irs, Icv, Irh, Ise e Idu), contendo: frequência de utilização, pesos máximo e mínimo atribuídos,
peso médio, mediana e diagrama boxplot englobando valores outliers.
2ª
Eta
pa
Análise da resposta individual perante a média do grupo de especialistas
O participante deveria analisar como se comportou sua resposta da primeira rodada diante do que foi
respondido pelo grupo.
3ª
Eta
pa
Apresentação dos indicadores de primeira ordem sugeridos
Informou-se ao participante quais foram os indicadores de primeira ordem sugeridos pelos especialistas
durante a primeira rodada.
4ª
Eta
pa
Reestruturação do ISA/OP sugerido
O especialista poderia alterar os pesos atribuídos durante a primeira rodada aos indicadores de primeira
ordem bem como incluir aqueles que foram sugeridos.
5ª
Eta
pa
Modificação dos pesos e inclusão de novos indicadores de segunda ordem (subindicadores)
Informou-se ao especialista quais foram os subindicadores sugeridos na primeira rodada para integrar
cada indicador de primeira ordem. Ciente dos novos subindicadores disponíveis, o especialista possuía a
opção de reponderar aqueles escolhidos na primeira rodada bem como de incluir aqueles subindicadores
que foram sugeridos.
6ª
Eta
pa
Finalização
Agradecimento ao especialista e orientação de como enviar suas respostas ao autor desta pesquisa.
Fonte: Autor
Sendo assim, as metas da aplicação da segunda rodada do método Delphi foram:
i. Apresentar estatisticamente os resultados obtidos com a aplicação da primeira
rodada do Método;
ii. Fazer com que o participante repensasse sua resposta perante análise do que foi
respondido pelo grupo de especialistas;
iii. Alterar, ou não, a resposta dada na primeira rodada, estando o integrante ciente
do que foi respondido pelo grupo de especialistas. A possível alteração se daria
57
por meio da inclusão/exclusão de indicadores e subindicadores e
modificação/manutenção dos pesos dos mesmos.
5.2 Fontes de dados para cálculo dos indicadores de 1ª e 2ª ordens
A seguir, no Quadro 18, estão apresentadas as fontes de dados consultadas e
responsáveis pelo fornecimento dos dados necessários ao cálculo dos indicadores de 1ª e 2ª
ordens componentes do ISA/OP. Antecipadamente, salienta-se que as fórmulas para o
desenvolvimento do cálculo bem como as variáveis integrantes de cada indicador encontram-
se expostas Quadro 24 do item 7.2 deste estudo. Ressalta-se que nos tópicos a seguir existem
referências ao aplicativo Mapas Interativos disponibilizado na página eletrônica do Censo
IBGE 2010 e às tabelas que abastecem esse aplicativo, também disponibilizadas pelo
Instituto. As explicações referentes ao aplicativo e às tabelas encontram-se, respectivamente,
nos itens 5.3.1 e 5.3.2 deste estudo.
Quadro 18 - Fontes de dados para realização dos cálculos
Indicadores, subindicadores e variáveis (fontes de dados)
I ab
Ica Dua (Mapas Interativos Censo IBGE 2010)
Dut (Mapas Interativos Censo IBGE 2010)
I es
Ice Due (Mapas Interativos Censo IBGE 2010)
Dut (Mapas Interativos Censo IBGE 2010)
Iqa
K (Semae)
Naa (Semae)
Nar (Semae)
Ite
Vt (PMSB-OP)
Vc (Tabelas Censo IBGE 2010 e Conesan,
1999)
Ise
Ct (PMSB-OP)
Vc (Tabelas Censo IBGE 2010 e Conesan,
1999)
t (PMSB-OP) Isa
Cp (PMSB-OP e Semae)
Vp (PMSB-OP)
K1 (PMSB-OP)
K2 (PMSB-OP)
t (PMSB-OP) I cv Ivd (Secretaria de Saúde)
Ive (Secretaria de Saúde)
Ivl (Secretaria de Saúde)
I rs
Icr Duc (Mapas Interativos Censo IBGE 2010)
Dut (Mapas Interativos Censo IBGE 2010)
I rh
Iqb (Semae)
Idm
Disp (Atlas Digital das Águas de Minas e
Shapefile DEAMB/UFOP)
Dem (PMSB-OP) Iqr IQR Cetesb (Vide item 7.2.3.2)
Isr
Ca (PMSB-OP)
t (PMSB-OP)
Vl (Tabelas Censo IBGE 2010, PMSB-OP e
FEAM, 2010)
Ifi Naa (Vide item 7.2.5)
Nar (Vide item 7.2.5)
I du
Iai (PMSB-OP, Gonçalves et al. (2014),
Shapefile DEAMB/UFOP e Defesa Civil)
I se
Isp Imh (Secretaria de Saúde)
Imr (Secretaria de Saúde) Irp
Dup (Tabelas Censo IBGE 2010) Dut (Tabelas Censo IBGE 2010)
Irf I2s (Tabelas Censo IBGE 2010)
Irm (Tabelas Censo IBGE 2010) Iav
Duarb (Tabelas Censo IBGE 2010)
Dut (Tabelas Censo IBGE 2010)
Ied Ine (Tabelas Censo IBGE 2010)
Ie1 (Observatório do PNE)
Fonte: Autor.
58
5.3 O Censo IBGE 2010
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realizou no ano de 2010 o XII
Censo Demográfico do Brasil, obtendo e disponibilizando informações quantitativas e
qualitativas referentes à população brasileira. O Censo Demográfico é a mais complexa
operação estatística realizada em um país, no qual são investigadas as características de toda a
população e dos domicílios do território nacional (IBGE, 2011). Trata-se de um amplo
diagnóstico a respeito das características socioeconômicas da população brasileira no ano de
2010. De forma compreensível, seu objetivo foi responder as seguintes questões: Quantos
somos? Como somos? Onde vivemos? Como vivemos?
Para tal, avaliou-se como a população brasileira está distribuída em nosso território,
caracterizando-a conforme idade, sexo, local de moradia, migração, fecundidade, mortalidade,
nível de escolaridade, rendimento financeiro, dentre outros, possibilitando realizar inferências
a respeito das transformações demográficas no Brasil. Além disso, analisou-se também a
composição familiar dos domicílios e suas características, como acesso à água tratada, à
coleta de esgotos e à coleta de resíduos sólidos.
Os resultados do Censo IBGE 2010 fornecem um retrato que potencializa uma eficaz
avaliação da situação demográfica brasileira. O conhecimento dos aspectos e atributos da
população nacional é a base de informações para a implementação de políticas públicas,
fornece informações socioeconômicas de uma maneira espacial e contribui para um
planejamento territorial focado no uso sustentável dos recursos naturais.
A base territorial utilizada no Censo IBGE 2010 foi única, na qual o Brasil foi
mapeado e dividido em setores censitários. De acordo com IBGE (2011):
O setor censitário é a menor unidade territorial, formada por área contínua,
integralmente contida em área urbana ou rural, com dimensão adequada à
operação de pesquisas e cujo conjunto esgota a totalidade do Território
Nacional, o que permite assegurar a plena cobertura do País (IBGE, 2011,
p.4).
Uma página eletrônica (www.censo2010.ibge.gov.br) foi criada pelo IBGE com o
intuito de divulgar os resultados do Censo Demográfico 2010, Figura 5. Em sua aba de
“Resultados” é possível encontrar alguns aplicativos que apresentam de forma didática os
resultados oriundos de todo o levantamento estatístico realizado. Para a elaboração deste
estudo extraiu-se dados disponibilizados no aplicativo denominado Mapas Interativos.
59
Figura 5 - Página eletrônica Censo IBGE 2010
Fonte: www.censo2010.ibge.gov.br (Acesso 19/04/2016, às 20h20)
5.3.1 O aplicativo Mapas Interativos
Durante todo o mês de abril de 2016 utilizou-se como importante fonte de dados para
a elaboração desta pesquisa o aplicativo do IBGE Mapas Interativos, Figura 6. Este aparato é
disponibilizado pelo IBGE e constitui uma ferramenta de apresentação de resultados do Censo
Demográfico 2010 permitindo ao usuário executar tarefas de Sistemas de Informações
Geográficas (SIG), como buffer, medição de distâncias, criação de mapas temáticos, seleção
de feições, dentre outras. Para acessá-lo é necessário clicar na aba resultados da página
eletrônica do Censo (www.censo2010.ibge.gov.br) e logo após clicar no item Mapas
Interativos disponível no menu localizado na extremidade inferior esquerda da página, ou
então acessar diretamente o seguinte endereço: http://mapasinterativos.ibge.gov.br/censo2010.
Figura 6 - Interface do aplicativo mapas interativos
Fonte: www.mapasinterativos.ibge.gov.br/censo2010 (Acesso 19/04/2016, às 17h20)
60
O aplicativo Mapas Interativos possui quatro ferramentas: Mapa Temático,
Funcionalidades, Análise e Utilidades. Dentre elas, a principal utilizada para gerar dados para
este estudo foi a Mapa Temático. Para tal, escolheu-se esta ferramenta, preencheu-se o campo
Área Geográfica com a opção Setor e após isso se selecionou o estado de Minas Gerais e o
município de Ouro Preto. Em continuidade a ferramenta apresenta uma série de variáveis,
bastando optar pela a que se deseja obter informações.
O Quadro 19 apresenta as variáveis cujos valores foram obtidos por meio da utilização
da função Mapa Temático pertencente ao aplicativo Mapas Interativos.
Quadro 19 - Variáveis cujos valores foram fornecidos pela ferramenta Mapa Temático
1ª Ordem 2ª Ordem Variáveis
Abastecimento de água (Iab) Cobertura de abastecimento (Ica) Domicílios atendidos (Dua)
Domicílios urbanos totais (Dut)
Esgotamento sanitário (Ies) Cobertura em coleta de esgotos (Ice) Domicílios atendidos (Due)
Domicílios urbanos totais (Dut)
Resíduos sólidos (Irs) Cobertura em coleta de resíduos
sólidos (Icr)
Domicílios atendidos (Duc)
Domicílios urbanos totais (Dut) Fonte: Autor.
Os valores de cada variável (terceira coluna do Quadro 19) estão disponibilizados na
ferramenta por setor censitário, ou seja, para cada setor censitário pertencente à região que se
analisava era possível obter dados a respeito da quantidade total de residências que o
compunha e quantas delas eram abastecidas por rede de água, possuíam redes de coleta de
esgotos e contavam com o serviço de coleta de resíduos sólidos. Relembra-se, aqui, que os
valores fornecidos pelo aplicativo fazem referência ao ano de 2010.
A Figura 7 apresenta a ferramenta Mapa Temático em utilização. Nela, o município de
Ouro Preto encontra-se em destaque contendo três gráficos relativos a um setor censitário
ouropretano qualquer. O primeiro refere-se ao abastecimento de água, informando através das
barras quantas residências deste setor são abastecidas por rede de água, por poço ou nascente,
água de chuva e outra forma de abastecimento, respectivamente. O segundo gráfico informa a
destinação do esgotamento sanitário do setor analisado, sendo a primeira barra relativa à rede
de esgotos, a segunda à fossa séptica, a terceira à fossa rudimentar, a quarta ao lançamento em
rio ou lago e a quinta a outra forma. Por sua vez, o terceiro gráfico refere-se aos resíduos
sólidos, no qual as barras comunicam a quantidade de residências que possuem coleta de lixo
por serviço público, por caçamba de limpeza e quantas delas queimam os resíduos,
respectivamente.
61
Figura 7 - Interface da ferramenta Mapa Temático
Fonte: www.mapasinterativos.ibge.gov.br/censo2010 (Acesso 20/04/2016, às 09h20)
Na impossibilidade de acesso ao aplicativo Mapas Interativos, uma vez que esse
apresentou inatividade durante um período de tempo, a alternativa encontrada para a obtenção
dos dados necessários para determinar as variáveis dos indicadores do ISA/OP foi a aquisição
das tabelas que o alimentam. Frisa-se, aqui, que os dados das tabelas são os mesmos contidos
no aplicativo. A explicação de como foi realizada a aquisição das tabelas encontra-se no item
5.3.2.
5.3.2 As tabelas que abastecem os aplicativos de resultados do Censo IBGE 2010
O site do Censo Demográfico IBGE 2010 (www.censo2010.ibge.gov.br) contém uma
série de aplicativos que apresentam os resultados obtidos com o Estudo de uma forma clara,
didática e interativa. No entanto, como se trata de uma página eletrônica, não é possível
acessá-la e, então, desfrutar de seus dados e benefícios, quando não há uma conexão
disponível com a internet. Ciente disso, o IBGE disponibilizou para download um conjunto
de tabelas em formato .xls – que podem ser abertas pelo software Microsoft Excel – contendo
todos os dados obtidos com a aplicação do Censo, permitindo ao usuário o acesso às
informações quando não se está conectado à internet ou quando os serviços da página
supracitada estão inoperantes.
As planilhas citadas podem ser adquiridas acessando o seguinte endereço:
ftp://ftp.ibge.gov.br/Censos/Censo_Demografico_2010/Sinopse/Agregados_por_Setores_Cen
sitarios/ ou, então, seguindo os seguintes passos:
62
i. Acessar a seguinte página eletrônica: www.censo2010.ibge.gov.br e selecionar a aba
‘Resultados’;
ii. Na aba ‘Resultados’ selecionar ‘Sinopse por Setores’ e será aberta uma página de um
aplicativo. Nele, no campo ‘Nível Geográfico’ selecionar ‘Setor’, logo depois
preencher os campos relativos a estado e município com ‘MG’ e ‘Ouro Preto’,
respectivamente. No campo ‘Selecione o Índice’ opte por eleger ‘Sinopse do Censo
2010’ como banco de dados e logo depois selecione qualquer uma das variáveis que
serão apresentadas. O mapa do município de Ouro Preto com todos os seus setores
censitários será aberto;
iii. No mapa citado basta selecionar qualquer um dos setores censitários pertencentes ao
município. Feito isso, uma janela será aberta e deve-se selecionar a aba ‘Dados
adicionais’. Nesta aba, acessar o link ‘Download de dados da Sinopse por setor’ e uma
nova página será aberta;
iv. Nesta página acessar a aba ‘Agregado por Setores Censitários’ e uma nova página será
exibida contendo uma lista de arquivos .zip referentes a cada estado brasileiro. Por
fim, basta realizar o download do arquivo:
Base_informacoes_setores2010_sinopse_MG.zip.
Dentro do arquivo que se fez o download encontram-se duas pastas, uma intitulada
‘Documentação’ e outra nomeada como ‘MG’. Na pasta Documentação existem planilhas
referentes a cada estado brasileiro com informações a respeito de seus setores censitários e,
ainda, uma apostila em formato .pdf e .doc com o título ‘BASE DE INFORMAÇÕES POR
SETOR CENSITÁRIO Censo 2010 – Universo’ que possui um caráter de tutorial
esclarecendo as definições utilizadas no Censo Demográfico 2010, bem como a explicação do
significado de cada uma das colunas existentes nas planilhas. A pasta denominada ‘MG’
contém um conjunto de planilhas referentes a todos os dados obtidos com a aplicação do
Censo especificamente para o estado de Minas Gerais. Para a realização desta pesquisa
extraiu-se dados das seguintes planilhas: (i) Domicilio01_MG; (ii) DomicílioRenda_MG; (iii)
Entorno01_MG; (iv) Pessoa01_MG. Delas foram extraídas informações de todos os setores
censitários do município de Ouro Preto, especificamente para cálculo de alguns indicadores
de segunda ordem pertencentes ao Iab, Ies, Irs, Ise e Idu, conforme explicado detalhadamente no
item 7.2 deste estudo.
63
Portanto, tanto o aplicativo Mapas Interativos quanto as tabelas disponibilizadas pelo
IBGE contêm as mesmas informações. O primeiro as apresenta de uma maneira didática e
com atributos visuais (gráficos, cores, shapefiles, dentre outros) enquanto as últimas de uma
forma convencional, em tabelas com centenas de linhas e colunas. São essas tabelas que
alimentam com informações quantitativas todos os aplicativos utilizados para apresentar os
resultados do Censo Demográfico 2010.
Para a execução deste estudo o download das planilhas foi realizado no dia 14 de abril
de 2016.
5.3.3 As bases cartográficas e a elaboração dos mapas
A confecção dos mapas necessários para desenvolver esta pesquisa foi baseada em
bases cartográficas disponibilizadas pela Prefeitura Municipal de Ouro Preto, IBGE e pelo
Instituto Geotécnico (IGEO) (órgão público-privado apoiado pela UFOP). Os mapas foram
elaborados por meio das ferramentas componentes do software ArcMap integrante do
conjunto de softwares contidos no programa ArcGIS 10.
A página eletrônica do IBGE fornece para download quatro bases cartográficas,
denominadas pelo Instituto como ‘Malha Digital’, são elas: ‘base dos municípios’, ‘base dos
distritos’, ‘base dos subdistritos’ e ‘base dos setores censitários’, todas do estado de Minas
Gerais. Para adquiri-las acessou-se o seguinte endereço:
ftp://geoftp.ibge.gov.br/malhas_digitais/censo_2010/setores_censitarios/mg/ ou, então, basta
seguir os seguintes passos:
i. Acessar seguinte página eletrônica: www.censo2010.ibge.gov.br e selecionar a aba
‘Resultados’;
ii. Na aba ‘Resultados’ selecionar ‘Sinopse por Setores’ e será aberta uma página de um
aplicativo. Nele, no campo ‘Nível Geográfico’ selecionar ‘Setor’, logo depois
preencher os campos relativos a estado e município com ‘MG’ e ‘Ouro Preto’,
respectivamente. No campo ‘Selecione o Índice’ opte por eleger ‘Sinopse do Censo
2010’ como banco de dados e logo depois selecione qualquer uma das variáveis que
serão apresentadas. O mapa do município de Ouro Preto com todos os seus setores
censitários será aberto.
iii. No mapa citado basta selecionar qualquer um dos setores censitários pertencentes ao
município. Feito isso, uma janela será aberta e deve-se selecionar a aba ‘Dados
64
adicionais’. Nesta aba, acessar o link ‘Download de dados da Sinopse por setor’ e uma
nova página será aberta;
iv. Nesta página acessar a aba ‘Malha Digital de Setores Censitários’ e uma nova página
será exibida contendo uma lista de pastas referentes a cada estado brasileiro. Por fim,
basta selecionar a pasta ‘mg’ e realizar o download das bases cartográficas que se
encontram em formato .zip.
Para a execução deste estudo realizou-se o download, no dia 28 de abril de 2016, das
bases cartográficas contidas nos seguintes arquivos: (i) mg_municipios.zip; (ii)
mg_distritos.zip; (iii) mg_setores_censitários.zip.
5.4 Procedimentos para cálculo dos indicadores
Todos os indicadores e subindicadores que compõe o ISA/OP foram calculados com a
utilização do software Microsoft Excel. Alimentou-se o software com os dados adquiridos e
realizou-se os cálculos por setor censitário, da maneira que cada setor censitário possuiu de
forma destrinchada todos os valores de indicadores de primeira e segunda ordens, por
consequência, calculou-se um valor de ISA para cada setor censitário estudado, conforme
pode ser analisado no item 12 (Apêndice) deste estudo.
6 O MUNICÍPIO DE OURO PRETO: aspectos históricos e de saneamento ambiental
Ouro Preto tem sua origem arraigada na junção de diversos arraiais formados na região
durante os séculos XVII e XVIII que culminou na composição chamada de Vila Rica, sendo,
em 1720, nomeada capital da capitania de Minas Gerais. Já no século XIX, em 1823, foi
declarada por Dom Pedro I como Imperial Cidade de Ouro Preto. Até o final desse século foi
a capital da província (estado) de Minas Gerais, perdendo a categoria em 1897 para a atual
Belo Horizonte. A Figura 8 apresenta a localização do município de Ouro Preto no estado
mineiro e sua localização em relação à atual capital.
65
Figura 8 - Localização do município ouropretano no Estado de Minas Gerais
Fonte: Autor
Nenhum outro município brasileiro acumulou tantos fatos históricos relevantes à
construção da história e memória nacional (OURO PRETO, 2016). A seguir estão
relacionados os principais marcos para tal:
Última década do século XVII e primeiros anos do século XVIII: descoberta do Ouro
Preto;
1708: Guerra dos Emboabas atinge o distrito ouropretano de Cachoeira do Campo;
1720: Revolta comandada por Filipe dos Santos contra o pagamento do Quinto do
Ouro à Coroa Portuguesa;
1789: Movimento Inconfidência Mineira objetivando libertar Minas Gerais dos
domínios de Portugal.
Conforme mencionado no item 3 desta pesquisa, em 1933 a cidade de Ouro Preto foi
agraciada com o título de Monumento Nacional por meio da publicação do Decreto nº.
22928/1933 (conforme transcrição a seguir) e em 1938 foi tombada e declarada como
Patrimônio Nacional pelo Serviço de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Sphan) –
66
atual Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). No ano de 1980 a Cidade
foi a primeira brasileira a ser declarada Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco.
DECRETO Nº. 22928, DE 12 DE JULHO DE 1933
[...]
Considerando que é dever do Poder Público defender o patrimônio
artístico da Nação e que fazem parte das tradições de um povo os lugares em
que se realizaram os grandes feitos da sua história;
Considerando que a cidade de Ouro Preto, antiga capital do Estado
de Minas Gerais, foi teatro de acontecimentos de alto relevo histórico na
formação da nossa nacionalidade e que possúe velhos monumentos, edifícios
e templos de arquitetura colonial, verdadeiras obras d’arte, que merecem
defesa e conservação;
Resolve:
Art. 1º Fica erigida em Monumento Nacional a Cidade de Ouro
Preto, sem ônus para a União Federal e dentro do que determina a legislação
vigente (BRASIL, 1933, p.1).
A Cidade se desenvolveu de maneira heterogênea. Devido ao fato de estar inserida em
uma região de relevo totalmente acidentado, Ouro Preto se expandiu desordenadamente tanto
para os altos dos morros quanto nos vales de seus cursos d’água. A explicação para este fato
está fundamentada na abundância aurífera existente nesses locais durante o período colonial.
A mineração do ouro ocorreu de maneira intensa em minas nas encostas dos morros e na
margem dos riachos, o que potencializava o povoamento dessas regiões.
A aglomeração humana ao redor dos sítios de garimpo do ouro originou os bairros
ouropretanos e neles suas famosas ladeiras permeadas por casarões e igrejas renomadas.
Construções essas que contaram com o primor dos detalhes arquitetônicos do famoso escultor
Aleijadinho, assinando em suas obras a arquitetura barroca.
O desenvolvimento da Cidade acarretou em problemas de saneamento ambiental.
Conforme apresenta o estudo de Fonseca e Prado Filho (2010), uma maneira de amenizar os
inconvenientes da insalubridade ambiental vivenciada por Ouro Preto nos séculos XVIII e
XIX e de modernizar a, até então, capital consistiu na construção de uma Estação de
Tratamento de Esgoto (ETE) entre os anos de 1889 e 1890, considerada um dos primeiros e
mais modernos sistemas de tratamento de esgotos do Brasil e da América Latina, Figura 9.
Todo o esgotamento sanitário era realizado por gravidade e conduzido para
os Tanques de Desinfecção da Barra, os quais, sem dúvida, pode ser
considerados a primeira estação de tratamento de esgotos de Minas Gerais e
uma das primeiras do Brasil [...] apenas os sistemas de tratamentos de
esgotos do Rio de Janeiro puderam ser identificados como antecedentes aos
ouro-pretanos. Esses tanques foram construídos no local do antigo
matadouro da cidade e podem ser vistos ainda hoje, em estado de abandono,
próximo à ponte da Barra, no final do beco da Mãe Chica, em área da
prefeitura [...] Os relatórios do Serviço de Águas e Esgotos, sob a guarda do
Arquivo da Câmara Municipal de Ouro Preto, registram que esses tanques
eram ‘lavados’ ou ‘desinfeccionados’ diariamente. No século seguinte, por
volta de 1920-1930, por razão ainda desconhecida, essas lavagens foram
67
interrompidas, de maneira que esses tanques têm funcionado, desde então,
como enormes caixas de passagem. O sistema de tratamento – pelo que se
depreende das estruturas que ainda restam no local – incluía gradeamento,
caixa de mistura e três câmaras de sedimentação (FONSECA e PRADO
FILHO, 2010, p. 62).
Figura 9 - Tanques de desinfecção da antiga ETE localizada na cidade de Ouro Preto
Fonte: Autor.
Paralelamente ao desenvolvimento e reconhecimento histórico da cidade de Ouro
Preto, ocorreu a formação da sua universidade, a Universidade Federal de Ouro Preto
(UFOP). A instituição foi oficialmente fundada em 21 de agosto de 1969 após a junção de
duas centenárias escolas de ensino – Escola de Farmácia (criada em 1839) com a Escola de
Minas (criada em 1876). A primeira carrega consigo a honra de ter sido a primeira faculdade
de Minas Gerais e é a mais antiga na área farmacêutica da América Latina, enquanto a
segunda possui o título de primeira instituição brasileira dedicada aos estudos de mineração,
metalurgia e geologia. Dados de 2017 informam que a UFOP oferece 51 cursos de graduação
(46 presenciais e 5 à distância), 12 cursos de doutorado e 28 cursos de mestrado, contando
com um total de 14.015 alunos regularmente matriculados, 808 técnicos administrativos, 847
professores efetivos e 97 substitutos. O principal campus da Universidade, Campus Morro do
68
Cruzeiro, se localiza na cidade de Ouro Preto, bairro Bauxita, no entanto, também existem
cursos alocados nas cidades de Mariana e João Monlevade (UFOP, 2016).
O território do município encontra-se inserido na região do Estado de Minas Gerais
denominada Quadrilátero Ferrífero, caracterizada pela abundância na produção de minério de
ferro e por abrigar indústrias mineradoras que potencializam a economia local. As atrações
turísticas ouropretanas também contribuem grandemente para engrandecer a economia
municipal.
No ano de 2017, o município ouropretano divide-se em sua sede (cidade de Ouro
Preto) e doze distritos, conforme Figura 10: Amarantina, Antônio Pereira, Cachoeira do
Campo, Engenheiro Correia, Glaura, Lavras Novas, Miguel Burnier, Rodrigo Silva, Santa
Rita de Ouro Preto, Santo Antônio do Leite, Santo Antônio do Salto e São Bartolomeu.
Figura 10 - Distritos do município de Ouro Preto e sua sede urbana
Fonte: Autor.
Conforme já mencionado, a metodologia desta pesquisa aplicou-se a 13 regiões do
município de Ouro Preto, sendo 12 áreas urbanas pertencentes a cada distrito mais a sede
municipal. A caracterização quantitativa do município de Ouro Preto encontra-se detalhada na
Tabela 4, todas as informações nela contidas estão pautadas nas divulgações elaboradas pelo
69
Censo IBGE 2010. A população residente no município, em 2010, era de 70281 habitantes e
sua área total equivale a 1245,53 km², logo, sua densidade demográfica era de 56,427
hab./km². A população urbana do munícipio nesta época era de 61120 habitantes, equivalendo
a 86,96% da população total.
Em continuidade, de acordo com o Censo, existem no município 131 setores
censitários, sendo que 99 deles são caracterizados como urbanos, sendo esses últimos os
estudados nesta pesquisa, de acordo com Figura 11 (a título de melhor visualização, elaborou-
se um mapa apenas com os setores da sede municipal, vide Figura 12). Para cada um desses
99 setores censitários foi calculado um valor de ISA, sendo que o ISA geral para a região
estudada foi determinado pela média aritmética de todos os setores censitários urbanos dessa
região, seguindo o estabelecido no item 5 deste estudo.
A cidade de Ouro Preto – sede municipal – abriga a maior parcela da população
urbana ouropretana, 40214 habitantes, equivalendo a 57,22% da população urbana total. A
sede é também a região estudada com maior número de setores censitários urbanos, contando
com 63, conforme Figura 12.
70
Tabela 4 - Dados de cada região estudada
Distrito Sigla Área
(km2)
Pop.
(hab.)
Densidade
demográfica
(hab./km²)
Pop. em
relação ao
município
(%)
nº. setores
censitários
nº. setores
censitários
urbanos
Pop.
urb.
(hab.)
Pop. urb. em
relação à pop.
total do distrito
(%)
Pop. urb. em
relação à pop.
total do
município (%)
Pop. urb. em
relação à pop.
urb. Municipal
(%)
1 Amarantina AM 66,36 3577 53,90 5,09 7 4 2384 66,65 3,39 3,90
2 Antônio
Pereira AP 119,72 4480 37,42 6,37 8 7 4479 99,98 6,37 7,33
3 Cachoeira do
Campo CC 57,46 8923 155,28 12,70 15 12 7637 85,59 10,87 12,50
4 Engenheiro
Correia EC 45,57 403 8,84 0,57 2 1 283 70,22 0,40 0,46
5 Glaura GL 71,72 1418 19,77 2,02 5 1 695 49,01 0,99 1,14
6 Lavras Novas LN 42,74 929 21,74 1,32 4 2 828 89,13 1,18 1,35
7 Miguel
Burnier MB 196,21 809 4,12 1,15 3 1 233 28,80 0,33 0,38
8 Ouro Preto OP 112,78 40916 362,79 58,22 68 63 40214 98,28 57,22 65,80
9 Rodrigo Silva RS 90,34 1080 11,96 1,54 2 1 724 67,04 1,03 1,18
10 Santa Rita de
Ouro Preto SRT 185,66 4243 22,85 6,04 7 2 1432 33,75 2,04 2,34
11 Santo Antônio
do Leite SAL 37,81 1705 45,10 2,43 4 3 1564 91,73 2,23 2,56
12 Santo Antônio
do Salto SAS 57,76 1068 18,49 1,52 3 1 480 44,94 0,68 0,79
13 São
Bartolomeu SB 161,40 730 4,52 1,04 3 1 167 22,88 0,24 0,27
Total 1245,530 70281 56,427 100,00 131 99 61120 - 86,965 100,00 Fonte: Autor.
71
Figura 11 - Setores censitários de cada região estudada
Fonte: Autor.
72
Figura 12 - Setores censitários da cidade de Ouro Preto
Fonte: Autor.
73
O sistema de abastecimento de água do município é administrado por uma autarquia
municipal de direito público denominada Serviço Municipal de Água e Esgoto de Ouro Preto
(Semae), criada em 2005. Dados do PMSB-OP indicam que o referido sistema conta com
pontos de captação superficial e subterrânea e seis estações de tratamento de água (ETA), nas
quais o tratamento é feito da forma convencional (coagulação, floculação, decantação,
filtração e desinfecção) com uma capacidade de tratar, aproximadamente, 283 L/s, Tabela 5.
Nos outros pontos de captação o tratamento é feito apenas com adição de pastilha tricloro. A
Tabela 5 apresenta de forma detalhada informações a respeito dos principais sistemas de
abastecimento de água pertencentes a cada região estudada, especificando a vazão de
abastecimento e a classificação do corpo d’água superficial utilizado para o abastecimento,
segundo o que determina a Resolução Conama n°. 357 de 17 de março de 2005. Em
continuidade, no município ainda não existe a hidrometação, fato que impede a determinação
do consumo de água per capita, sendo este número estimado de 450 L/hab.dia, muito superior
ao que é preconizado pela OMS, a qual afirma que um bom valor é de 150 L/hab.dia (PMOP,
2012). A inexistência de hidrometação associada às antigas tubulações passíveis de
vazamentos são os fatores que contribuem para o alto valor apresentado.
Tabela 5 – Principais sistemas de abastecimento de água do município de Ouro Preto
Distrito Abastecimento Tipo de captação (Classe
Conama n°. 357/2005)
Vazão
(L/s) Vazão total (L/s)
Amarantina ETA Amarantina Superficial (2) 18,00 18,00
Antônio
Pereira ETA Antônio Pereira Superficial (1) 20,00 20,00
Cachoeira
do Campo
ETA Vila Alegre
ETA Funil (Parcialmente)¹
Superficial (2)
Superficial (2)
36,00
46,30 82,30
Engenheiro
Correia
Poço I
Poço II
Subterrânea
Subterrânea
1,09
1,16 2,25
Glaura
ETA Funil (Parcialmente)¹
Poço I
Poço II
Poço III
Poço IV
Captação superficial
Superficial (2)
Subterrânea
Subterrânea
Subterrânea
Subterrânea
Superficial (2)
4,21
1,39
1,39
2,71
1,66
1,94
13,30
Lavras
Novas
Fonte
Poço
Captação superficial I
Captação superficial II
Subterrânea
Subterrânea
Superficial (2)
Superficial (2)
0,33
0,55
3,80
1,00
5,68
Miguel
Burnier Poço Subterrânea 8,00 8,00
Ouro Preto Sistema
Itacolomi
ETA Itacolomi Superficial (Especial) 85,00
91,60 202,30 Captações
Saramenha e Nossa
Senhora do
Carmo/Pocinho
Superficial (2) 6,60
74
Distrito Abastecimento Tipo de captação (Classe
Conama n°. 357/2005)
Vazão
(L/s) Vazão total (L/s)
Sistema Jardim
Botânico
ETA Jardim
Botânico Superficial (Especial) 64,00
110,70
Captações
subterrâneas Subterrânea 46,70
Rodrigo
Silva
Poço
Superficial
Subterrânea
Superficial (2) 5,00 5,00
Santa Rita
de Ouro
Preto
Poço I
Poço II
Poço II
Superficial I
Superficial II
Superficial III
Superficial IV
Subterrânea
Subterrânea
Subterrânea
Superficial (2)
Superficial (2)
Superficial (2)
Superficial (2)
8,00
8,00
8,00
2,00
1,40
1,50
1,50
30,40
Santo
Antônio do
Leite
ETA Funil (Parcialmente)¹
Captação superficial
Superficial (2)
Superficial (2)
9,49
* 9,49
Santo
Antônio do
Salto
Superficial I
Superficial II
Superficial III
Superficial (2)
Superficial (2)
Superficial (2)
4,00
3,00
0,11 7,11
São
Bartolomeu
Poço I
Poço II
Captação superficial
Subterrânea
Subterrânea
Superficial (2)
1,00
2,60
2,16 5,76
Fonte: Autor. ¹ Verificar distribuição da vazão de abastecimento da ETA Funil na Tabela 6.
* Informação indisponível.
O Semae foi o órgão responsável por comunicar qual a classe dos corpos d’água
superficiais utilizados para o abastecimento. Nas situações em que a autarquia não possuía
essa informação, enquadrou-se o corpo d’água na Classe 2, conforme recomendado no Art. 42
da Resolução Conama n°. 357/2005.
Como visto na Tabela 5, a sede municipal é abastecida por dois sistemas
abastecimento, Jardim Botânico e Itacolomi. Esses são os responsáveis por abastecer grande
parcela da população urbana do município (40.214 habitantes, 65,80% da população urbana,
conforme Tabela 4) dividindo a distribuição da água tratada pelos bairros da cidade.
Basicamente, os bairros localizados à margem esquerda do Ribeirão do Funil (Córrego da
Barra) recebem águas provenientes do Sistema Jardim Botânico, aqueles localizados à direita
recebem águas do Itacolomi. A exceção é o bairro Santa Cruz, que também recebe águas
desse último, embora esteja localizado na margem esquerda do Ribeirão. Por fim, o bairro
Saramenha possui um sistema próprio de abastecimento, no entanto, por indisponibilidade de
dados, esse bairro foi considerado abastecido pelo Sistema Itacolomi. O Quadro 20 apresenta
o atendimento dos bairros pelos sistemas citados, bem como a população abastecida por cada
um deles.
75
Quadro 20 - Bairros abastecidos pelas ETAs da sede municipal
Sistema (L/s) Bairros População (hab.)
Jardim
Botânico
(110,70)
Água Limpa, Alto da Cruz, Alto das Dores, Antônio Dias, Cabeças,
Centro, Morro da Queimada, Morro Santana, Morro São João, Morro
São Sebastião, Nossa Senhora da Piedade, Nossa Senhora das Dores,
Nossa Senhora de Lourdes, Padre Faria, Pilar, Rosário, São Cristóvão,
Taquaral, Vila São José e Barra (margem esquerda Ribeirão do Funil)
28.022
Itacolomi
(91,60)
Bauxita, Nossa Senhora do Carmo, Novo Horizonte, Santa Cruz,
Saramenha, Vila Aparecida, Vila dos Engenheiros, Vila Itacolomy, Vila
Operária e Barra (margem direita Ribeirão do Funil)
12.192
Fonte: Autor.
Ainda analisando a Tabela 5, nota-se que a ETA Funil é responsável por abastecer
parcialmente os distritos de Cachoeira do Campo, Glaura e Santo Antônio do Leite. A ETA
em questão tem vazão de 60,00 L/s (PMOP, 2012) e de acordo com o Semae não existe um
estudo especificando qual a parcela dessa vazão é destinada a cada um desses distritos.
Visando reparti-la de forma fidedigna entre essas regiões, adotou-se a população urbana de
cada uma delas como critério de distribuição da vazão. Desta forma, cada um dos distritos
citados conta com vazão de abastecimento proveniente da ETA Funil apresentada pela Tabela
6.
Tabela 6 - Vazão de abastecimento dos distritos abastecidos pela ETA Funil
ETA Funil Vazão de 60,00 L/s
Distrito Pop. urbana
(hab.)
Pop. urb. em relação a
Pop. urb. total (%)
Vazão de abastecimento
(L/s)
Cachoeira do Campo 7.637 77,17 46,30
Glaura 695 7,02 4,21
Santo Antônio do Leite 1.564 15,81 9,49
Total 9.896 100,00 60,00 Fonte: Autor.
Continuando neste assunto, o distrito de Cachoeira do Campo é abastecido por duas
ETAs (Funil e Vila Alegre), vide Tabela 5, o Semae, no entanto, não possui registro de quais
os bairros do distrito é abastecido por cada ETA. Sendo assim, os bairros dessa região não
foram divididos de acordo com a ETA que os abastece, conforme foi realizado para a sede
municipal. Para efeito dos cálculos que serão apresentados no item 7.2.1, considerou-se a
soma das vazões da ETAs Funil e Vila Alegre para abastecimento de todo o distrito.
No que diz respeito ao esgoto sanitário do município ouropretano, sabe-se que também
é o Semae o órgão responsável para lidar com as questões pertencentes a esse serviço.
Conforme visto no item 6 deste estudo, a cidade de Ouro Preto conta com um dos mais
antigos sistemas de tratamento de esgotos do Brasil, datado de 1890. Esse pioneirismo, no
entanto, não avançou e a Cidade ficou estagnada apenas com aquelas antigas construções e
lançando o esgoto doméstico diretamente em seus cursos d’água, conforme visto na Figura
13.
76
Figura 13 - Esgoto lançado diretamente em curso d'água na cidade de Ouro Preto
Fonte: Autor.
No ano de 2017, o município conta apenas com uma ETE – localizada no distrito de
São Bartolomeu e que trata todo o esgoto gerado pela população local – sendo o restante do
esgoto coletado lançado diretamente nos cursos d’água da região. Isto é, as outras 12
localidades do município possuem coleta de esgotos e não contam com o serviço de
tratamento do mesmo. Segundo o PMOP (2012), está sendo construída na sede municipal uma
ETE denominada Osso de Boi que contará com Reatores Anaeróbios de Fluxo Ascendente
(RAFA), tanques de filtragem, decantadores e leito de secagem. Em 2013 a ETE possuía 35%
de suas obras concluídas, no entanto, já em agosto de 2017 encontrava-se em estado de
abandono e sem sinais de avanços em suas instalações, conforme Figura 14.
Figura 14 - ETE Osso de Boi localizada na cidade de Ouro Preto
Fonte: Autor.
Por fim, analisando outro componente do saneamento ambiental ouropretano, tem-se
que é a Secretaria Municipal de Meio Ambiente a responsável pelo manejo dos resíduos
77
sólidos urbanos por meio de contratação via licitação de empresas terceirizadas. A geração
per capita de resíduos no munícipio é de 0,70 kg/hab.dia. “Vale ressaltar que nem a empresa
nem a prefeitura municipal faz com periodicidade o levantamento gravimétrico dos resíduos
sólidos do município, dificultando uma melhor abordagem sobre o tema” (PMOP, 2012, p
270). O município conta com o serviço de coleta de resíduos (exceto as áreas rurais) e deixa a
desejar no que se refere ao tratamento. A disposição final dos resíduos é realizada em setor
censitário rural da sede municipal, chamado de Aterro de Marzagão na Fazenda de Rancharia.
Quando foi projetada, em 1996, a área se destinava a receber 100% dos resíduos sólidos
urbanos do município e operava de acordo com as peculiaridades de um aterro controlado,
contudo, com o passar dos anos, as características operacionais que lhe eram pertinentes
foram abandonadas, sendo que atualmente a área é operada como um lixão. O projeto inicial
previa que as operações se encerrassem em 2016, no entanto ainda prosseguem. Desta forma,
o município não conta com um aterro sanitário para dispor de maneira correta seus resíduos
sólidos urbanos, dispondo-os em lixão. Tal fato é comprovado pelo estudo de FEAM (2016)
em um documento que apresenta o panorama da destinação final dos resíduos sólidos urbanos
no Estado de Minas Gerais. No entanto, a administração pública6 local aparenta estar
preocupada com os benefícios oriundos de um bom gerenciamento dos RSU estampando em
pontos de coletas a frase “O desenvolvimento começa com uma cidade limpa”, conforme
Figura 15.
Figura 15 - Compartimento de coleta de RSU disposto na cidade de Ouro Preto
Fonte: Autor.
78
7 RESULTADOS
Os resultados dessa pesquisa encontram-se detalhados nos tópicos a seguir. No
entanto, considera-se que os dados obtidos com a revisão bibliográfica realizada para baseá-la
também podem ser considerados como resultados da mesma. Especificamente os itens 4.5.2,
4.5.3, 4.5.4 e 4.6 demonstraram resultados qualitativos e quantitativos a respeito da utilização
do ISA no Brasil durante os 17 anos subsequentes à sua elaboração pelo Conesan. Os
resultados apresentados nos tópicos a seguir tratam-se exclusivamente da formulação do ISA
para as áreas urbanas do município de Ouro Preto, o ISA/OP.
7.1 Estruturação do ISA/OP
Como já informado, a fórmula obtida para cálculo do ISA/OP foi o produto de duas
rodadas do método Delphi. Baseado no que é pautado neste método, os especialistas
expressaram suas opiniões a respeito de pesos e escolhas dos indicadores de primeira e
segunda ordem originando o ISA/OP. O Quadro 21 apresenta quais foram os especialistas que
de fato participaram da formulação do ISA/OP, isto é, aqueles que realmente responderam aos
questionamentos até o fim da segunda rodada.
Quadro 21 - Especialistas respondentes em cada rodada do método Delphi
Especialistas respondentes em cada rodada do método Delphi
Período 1ª Rodada
16/08/2016 a 15/09/2016
2ª Rodada
13/02/2017 a 21/03/2017
Especialistas*
4, 5, 6, 7, 8, 9, 13, 15, 16, 18, 20,
21, 22, 23, 26, 27, 28, 29, 30, 32,
33, 34, 35, 36, 37, 38, 39, 40
4, 6, 7, 9, 15, 16, 18, 20, 21, 22, 23,
27, 28, 29, 30, 32, 33, 34, 37, 38,
39, 40
Total de respostas 28 22
Percentual de retorno 70,0% 78,6% Fonte: Autor.
* Os números referentes aos especialistas estão de acordo com o Quadro 15.
Em seguida, encontram-se detalhados os passos dados em cada rodada do método
Delphi que culminaram na estruturação do ISA/OP.
7.1.1 Informações obtidas com a primeira rodada do método Delphi
Os 40 membros do grupo de especialistas (vide Quadro 15) receberam o e-mail
contendo as orientações para colaboração com a primeira rodada do método Delphi, deles, 28
retornaram as respostas, equivalendo a 70% de participação. Ressalta-se que nesta etapa o e-
mail foi enviado ao grupo duas vezes com o intuito de receber o maior número de respostas
possível. O Quadro 21 informa quais foram os especialistas que responderam a primeira
rodada do método Delphi.
79
A Tabela 7 e o Gráfico 3 apresentam os dados específicos de cada indicador e
subindicador obtidos após o encerramento da primeira rodada do método Delphi.
Tabela 7 - Dados obtidos com a aplicação da primeira rodada do método Delphi
Dados de cada indicador de 1ª ordem obtidos com a aplicação da primeira rodada do método Delphi
Indicador e subindicador Utilização
Média Mediana Peso (%)
Casos Frequência (%) Mínimo Máximo
Abastecimento de água (Iab) 28 100,00 19,46 20 10 40
Ica 28 100,00 32,86 30 15 60
Iqa 28 100,00 36,79 40 20 50
Isa 26 92,86 22,69 20 5 35
Esgoto sanitário (Ies) 28 100,00 19,82 20 10 35
Ice 28 100,00 38,04 40 20 75
Ite 28 100,00 37,68 40 20 60
Ise 26 92,86 20,38 20 5 30
Resíduos sólidos (Irs) 28 100,00 16,96 15 5 30
Icr 28 100,00 38,69 40 15 75
Iqr 28 100,00 35,48 35 20 50
Isr 26 92,86 18,78 20 5 33,30
Controle de vetores (Icv) 27 96,43 10,56 10 5 15
Ivd 27 100,00 39,44 40 5 80
Ive 27 100,00 25,56 30 5 50
Ivl 27 100,00 22,41 25 5 40
Recursos hídricos (Irh) 26 92,86 11,15 10 5 35
Iqb 26 100,00 36,92 37,50 10 60
Idm 26 100,00 34,81 35 20 50
Ifi 25 96,15 22,60 20 10 35
Socioeconômico (Ise) 25 89,29 11,80 10 5 20
Isp 25 100,00 35,40 35 10 60
Irf 25 100,00 24,80 25 10 50
Ied 25 100,00 36,60 35 20 70
Drenagem urbana (Idu) 27 96,43 10,56 10 5 15
Iai 27 100,00 33,15 30 10 60
80
Dados de cada indicador de 1ª ordem obtidos com a aplicação da primeira rodada do método Delphi
Indicador e subindicador Utilização
Média Mediana Peso (%)
Casos Frequência (%) Mínimo Máximo
Irp 27 100,00 26,67 30 10 40
Iav 27 100,00 33,52 30 10 70
Fonte: Autor.
Gráfico 3 - Dados obtidos após a primeira rodada do método Delphi
Fonte: Autor.
A análise do Gráfico 3 e da Tabela 7 demonstra que Iab, Ies e Irs foram selecionados
para compor o ISA/OP por todos os 28 especialistas (100,00%), sendo esses os indicadores
que mais possuíram variação nos pesos atribuídos. Um fato interessante é que o Idu, mesmo
não sendo um indicador do ISA Conesan, foi apontado por 27 especialistas (96,43%), sendo
mais selecionado do que Irh (92,86%) e Ise (89,29%) que integram o ISA original paulista.
Como já informado no tópico 5.1.1, os participantes do método Delphi possuíam a
opção de sugerir novos indicadores de primeira ordem para compor o ISA/OP. O Quadro 22
informa quais foram aqueles sugeridos pelo grupo de especialistas. Salienta-se que outros
indicadores também foram sugeridos, no entanto, optou-se por descartá-los, uma vez que
apresentavam incoerências e que, ciente da precariedade de dados disponíveis na Prefeitura
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
Iab Ies Irs Icv Irh Ise Idu
Qu
anti
dad
e d
e u
tliz
ação
do
ind
icad
or
Pe
so (
%)
Indicador de primeira ordem
Dados da utilização de cada indicador de primeira ordem após 1ª rodada do método Delphi
Valor outlier Média Mediana Utilização
81
Municipal de Ouro Preto, certamente não haveria dados disponíveis para efetuar seus
cálculos.
Quadro 22 - Indicadores de 1ª ordem sugeridos pelos especialistas para compor o ISA/OP
Indicadores de 1ª ordem sugeridos para compor o ISA/OP Sigla
Indicador de poluição sonora Ips
Indicador de áreas verdes urbanas Iavu
Índice de notificação de doenças relacionadas ao ambiente (respiratórias, de pele, etc.) Ind
Índice de qualidade do ar Iqar Fonte: Autor.
Em continuidade os especialistas também possuíam a opção de sugerir indicadores de
segunda ordem (subindicadores) para compor cada um dos indicadores de primeira de ordem.
Seguindo o mesmo raciocínio, alguns subindicadores sugeridos foram descartados devido à
inviabilidade de serem calculados. Assim, o Quadro 23 apresenta aqueles que foram sugeridos
e considerados para integrar cada um dos indicadores de primeira ordem.
Quadro 23 - Indicadores de 2ª ordem sugeridos pelos especialistas para compor o ISA/OP
Indicadores de 2ª ordem sugeridos para compor o ISA/OP
Indicador de 1ª
ordem Indicadores de 2ª ordem sugeridos (subindicadores) Sigla
Abastecimento
de água
Índice de perdas na rede de distribuição
Micromedição
Consumo de água per capita
Sistema de cobrança de água
Quantidade de água consumida por habitante e por dia
Ip
Im
Icpc
Islc
Icad
Esgoto sanitário
Eficiência na remoção de indicadores de contaminação fecal
Índice de investimento em tratamento de esgotos e destinação de resíduos
Capacidade de depuração do corpo receptor dos efluentes tratados
Sistema de cobrança
Ircf
Iitd
Icde
Isic
Resíduos
sólidos
Regularidade na frequência de coleta
Índice de investimento em seleção, tratamento e destinação de resíduos sólidos
Reciclagem de resíduos
Realização de coleta seletiva e reciclagem e compostagem
Sistema de cobrança
Irfc
Istd
Irr
Icrc
Icim
Controle de
vetores
Prevalência de diarreias
Índice de investimento em erradicação e prevenção de doenças transmissíveis
Hepatite C
Ipd
Iepd
Ihc
Recursos
hídricos
Índice de investimento em preservação dos mananciais
Condições de preservação da bacia hidrográfica
Qualidade das águas dos rios que compõem a bacia hidrográfica onde está inserido o
município de Ouro Preto
Iipm
Icpb
Iqam
Socioeconômico Índice de investimento em educação ambiental Iea
Drenagem
urbana
Índice de investimento em preservação de áreas verdes e de prevenção de
alagamentos
Existência de tubulações de drenagem
Existência de plano de ação em caso de evento anormal
Limpeza de sistemas de macro e microdrenagem
Ipav
Itd
Ircd
Imm Fonte: Autor.
82
7.1.2 Informações obtidas com a segunda rodada do método Delphi
Os 28 respondentes da primeira rodada de perguntas do método Delphi (vide Quadro
21) receberam o e-mail contendo as orientações para colaboração com a segunda rodada do
Método, deles, 22 retornaram as respostas, equivalendo a 78,6% de participação. Destaca-se
que o e-mail foi enviado ao grupo três vezes na tentativa de obter maior número de respostas
possível. O Quadro 21 informa quais foram os especialistas que responderam a segunda
rodada do método Delphi.
Na segunda rodada do método Delphi os integrantes tiveram a opção de incluir em
suas respostas os indicadores e subindicadores sugeridos pelo grupo de especialistas durante a
primeira rodada do Método (Quadro 22 e Quadro 23, respectivamente). O Gráfico 4 e a
Tabela 8 apresentam os dados específicos de cada indicador e subindicador obtidos após o
encerramento da segunda rodada do método Delphi.
Tabela 8 - Dados obtidos com a aplicação da segunda rodada do método Delphi
Dados de cada indicador de 1ª ordem obtidos com a aplicação da segunda rodada do método Delphi
Indicador e subindicador Utilização
Média Mediana Peso (%)
Casos Frequência (%) Mínimo Máximo
Abastecimento de água (Iab) 22 100,00 19,77 20 10 25
Ica 22 100,00 31,14 30 20 50
Iqa 22 100,00 35,45 36 20 50
Isa 21 95,45 19,76 20 5 30
Ip 5 22,73 11,00 10 10 15
Im 1 4,55 10,00 10 10 10
Icpc 4 18,18 12,50 12,5 5 20
Islc 5 22,73 13,00 10 10 20
Icad 1 4,55 20,00 20 20 20
Esgoto sanitário (Ies) 22 100,00 20,23 20 15 35
Ice 22 100,00 38,18 37,5 25 75
Ite 22 100,00 37,05 40 25 45
Ise 20 90,91 18,00 20 10 30
Ircf 4 18,18 11,25 10 5 20
Iitd 2 9,09 18,33 20 5 30
Icde 2 9,09 12,50 12,5 10 15
83
Dados de cada indicador de 1ª ordem obtidos com a aplicação da segunda rodada do método Delphi
Indicador e subindicador Utilização
Média Mediana Peso (%)
Casos Frequência (%) Mínimo Máximo
Isic 1 4,55 5,00 5 5 5
Resíduos sólidos (Irs) 22 100,00 16,36 15 5 30
Icr 22 100,00 38,41 35 15 75
Iqr 22 100,00 32,95 32,5 20 50
Isr 20 90,91 17,50 20 5 35
Irfc 2 9,09 10,00 10 10 10
Istd 1 4,55 20,00 20 20 20
Irr 4 18,18 15,00 15 10 20
Icrc 4 18,18 15,00 17,5 5 20
Icim 1 4,55 5,00 5 5 5
Controle de vetores (Icv) 21 95,45 10,24 10 5 15
Ivd 21 100,00 35,48 35 10 55
Ive 21 100,00 24,29 25 10 40
Ivl 21 100,00 22,62 20 10 40
Ipd 3 14,29 20,00 20 10 30
Iepd 5 23,81 17,00 10 5 30
Ihc 4 19,05 17,50 20 10 20
Recursos hídricos (Irh) 21 95,45 10,48 10 5 35
Iqb 21 100,00 33,33 35 15 50
Idm 21 100,00 32,38 30 20 45
Ifi 20 95,24 20,75 20 10 35
Iipm 5 23,81 16,00 20 10 20
Icpb 6 28,57 15,00 12,5 10 25
Iqam 5 23,81 14,00 10 10 20
Socioeconômico (Ise) 19 86,36 11,05 10 5 20
Isp 19 100,00 34,47 35 10 40
Irf 19 100,00 25,00 30 10 30
Ied 19 100,00 35,26 35 25 50
84
Dados de cada indicador de 1ª ordem obtidos com a aplicação da segunda rodada do método Delphi
Indicador e subindicador Utilização
Média Mediana Peso (%)
Casos Frequência (%) Mínimo Máximo
Iea 4 21,05 10,00 10 10 10
Drenagem urbana (Idu) 21 95,45 9,29 10 5 15
Iai 21 100,00 33,57 30 10 60
Irp 21 100,00 26,67 25 10 40
Iav 21 100,00 31,19 30 10 50
Ipav 3 14,29 10,00 10 10 10
Itd 3 14,29 25,00 20 5 50
Ircd 1 4,76 10,00 10 10 10
Imm 1 4,76 5,00 5 5 5
Poluição sonora (Ips) 4 18,18 5,00 5 5 5
Áreas verdes urbanas (Iavu) 3 13,64 8,33 5 5 15
Índice de notificação de
doenças relacionadas ao
ambiente (respiratórias, de
pele, etc.) (Ind)
1 4,55 5,00 5 5 5
Índice de qualidade do ar (Iqar) 6 27,27 10,00 10 5 20
Fonte: Autor.
Analisando a escolha dos indicadores e subindicadores sugeridos na primeira rodada,
observou-se que o indicador de primeira ordem mais utilizado foi o Iqar, representando uma
frequência de utilização de 27,27%. Analisando aqueles de segunda ordem (subindicadores)
notou-se que o mais escolhido pelos especialistas foi o Icpb, pertencente ao Irh, com frequência
de utilização de 28,57%. Constatou-se que ambos apresentaram valor abaixo de 50,00%,
conforme pré-requisito apresentado no último parágrafo do item 5.1 desta pesquisa.
85
Gráfico 4 - Dados obtidos após a segunda rodada do método Delphi
Fonte: Autor.
Notou-se novamente que Iab, Ies e Irs foram selecionados por todos os 22 (100,00%)
especialistas e que seus pesos se apresentaram de maneira mais convergentes do que na
primeira rodada do método Delphi. Chama-se atenção para a confluência dos pesos dos
indicadores Icv e Irh, demonstrando consenso entre os especialistas. Quanto aos indicadores Ise
e Idu observou-se que o primeiro apresentou pesos mais convergentes do que na primeira
rodada, enquanto que o segundo se comportou da mesma maneira em ambas. Por fim, ficou
claro que nenhum indicador de primeira ordem sugerido pelos especialistas alcançou
frequência mínima de utilização de 50,00%, sendo assim nenhum deles foi considerado na
fórmula final do ISA/OP.
7.1.3 Fórmula para cálculo do ISA/OP
A análise da coluna ‘Utilização-Frequência (%)’ da Tabela 8 apresenta que nenhum
dos indicadores e subindicadores sugeridos pelos especialistas alcançou o valor mínimo de
50,00%, fato que fez com essas sugestões fossem desconsiderados na composição do ISA/OP,
conforme pré-requisito já apresentado anteriormente no último parágrafo do item 5.1 deste
estudo. Deste ponto em diante, somente serão apresentados dados dos indicadores e
subindicadores pertencentes ao ISA original criado pelo Conesan. Conforme já informado, o
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
22
24
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
Iab Ies Irs Icv Irh Ise Idu Ips Iqar Iavu Ind
Qu
anti
dad
e d
e u
tiliz
ação
do
ind
icad
or
Pe
so (
%)
Indicador de primeira ordem
Dados da utilização de cada indicador de primeira ordem após 2ª rodada do método Delphi
Valor outlier Mediana Média Utilização
86
indicador de Drenagem Urbana (ausente no ISA/SP Conesan) será calculado considerando os
subindicadores estabelecidos por Levati (2009). A Tabela 9 apresenta uma análise
comparativa a respeito dos dados dos indicadores e subindicadores que serão considerados no
ISA/OP em função das rodadas do método Delphi.
Tabela 9 - Comparação de valores entre a primeira e segunda rodada do método Delphi
Indicador
Subindicador
Frequência de
utilização (%) Média Mediana Peso mínimo Peso máximo
Rodada Rodada Rodada Rodada Rodada
1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª
Iab 100,00 100,00 19,46 19,77 20 20 10 10 40 25
Ica 100,00 100,00 32,86 31,14 30 30 15 20 60 50
Iqa 100,00 100,00 36,79 35,45 40 36 20 20 50 50
Isa 92,86 95,45 22,69 19,76 20 20 5 5 35 30
Ies 100,00 100,00 19,82 20,23 20 20 10 15 35 35
Ice 100,00 100,00 38,04 38,18 40 37,5 20 25 75 75
Ite 100,00 100,00 37,68 37,05 40 40 20 25 60 45
Ise 92,86 90,91 20,38 18,00 20 20 5 10 30 30
Irs 100,00 100,00 16,96 16,36 15 15 5 5 30 30
Icr 100,00 100,00 38,69 38,41 40 35 15 15 75 75
Iqr 100,00 100,00 35,48 32,95 35 32,5 20 20 50 50
Isr 82,86 90,91 18,78 17,50 20 20 5 5 33,3 35
Icv 96,43 95,45 10,56 10,24 10 10 5 5 15 15
Ivd 100,00 100,00 39,44 35,48 40 35 5 10 80 55
Ive 100,00 100,00 25,56 24,29 30 25 5 10 50 40
Ivl 100,00 100,00 22,41 22,62 25 20 5 10 40 40
Irh 92,86 95,45 11,15 10,48 10 10 5 5 35 35
Iqb 100,00 100,00 36,92 33,33 37,5 35 10 15 60 50
Idm 100,00 100,00 34,81 32,38 35 30 20 20 50 45
Ifi 96,15 95,24 22,60 20,75 20 20 10 10 35 35
Ise 89,29 86,36 11,80 11,05 10 10 5 5 20 20
Isp 100,00 100,00 35,40 34,47 35 35 10 10 60 40
Irf 100,00 100,00 24,80 25,00 25 30 10 10 50 30
Ied 100,00 100,00 36,60 35,26 35 35 20 25 70 50
Idu 96,43 95,45 10,56 9,29 10 10 5 5 15 15
Iai 100,00 100,00 33,15 33,57 30 30 10 10 60 60
Irp 100,00 100,00 26,67 26,67 30 25 10 10 40 40
Iav 100,00 100,00 33,52 31,19 30 30 10 10 70 50 Fonte: Autor.
A comparação entre os valores de frequência de utilização, média, mediana e pesos
máximos e mínimos dos indicadores e subindicadores em função das rodadas do método
Delphi apresentada na Tabela 9 demonstra ausência de significativa variação desses valores,
fato que baseou a inferência da existência de consenso entre as opiniões dos especialistas. O
Gráfico 5 comprova a observação anterior apresentando os valores de média e mediana para
os indicadores de primeira ordem em função das rodadas do método, destaca-se os valores
idênticos de mediana para as duas rodadas.
87
Gráfico 5 - Valores de média e mediana dos indicadores de primeira ordem em cada rodada do método Delphi
Fonte: Autor.
Em continuidade, o diagrama de caixas representado pelo Gráfico 6 demonstra
convergência dos valores dos pesos atribuídos pelos especialistas entre a primeira e a segunda
rodada do método Delphi. Notou-se que os diagramas referentes à segunda rodada estão com
maior ajuste – mais estreitos – do que aqueles com valores da primeira rodada, fato que
também demonstra alcance de consenso.
0
2.5
5
7.5
10
12.5
15
17.5
20
22.5
Iab Ies Irs Icv Irh Ise Idu
Pe
so (
%)
Indicador de primeira ordem
Dados dos indicadores de primeira ordem após a realização das rodadas do método Delphi
Média 1ª rodada Média 2ª rodada Mediana 1ª rodada Mediana 2ª rodada
88
Gráfico 6 - Informações dos indicadores de primeira ordem nas rodadas do método Delphi
Fonte: Autor.
O ajuste, que representa convergência de valores e menor dispersão de valores, é
comprovado pelo menor intervalo de valor entre os segundos e terceiros quartis dos diagramas
da segunda rodada quando comparados aos da primeira. Além disso, o intervalo de valores
das extremidades – primeiros e quartos quartis – também apresentaram diminuição, indicando
convergência. Por fim, também se constata o ajuste ao analisar que todos os indicadores
apresentaram frequência de utilização semelhante nas duas rodadas do Delphi. Tais análises
ratificam ainda mais o alcance do consenso entre as opiniões dos especialistas. Ressalta-se,
apenas, que para o indicador de Drenagem Urbana (Idu) os valores dos pesos atribuídos pelos
especialistas durante a segunda rodada se concentraram em um intervalo mais baixo do que na
primeira.
Provado o consenso, o autor desta pesquisa, em concordância com o orientador e
coorientador, optou por utilizar os pesos médios de cada indicador obtidos com a aplicação da
segunda rodada do Delphi para ponderar o ISA/OP, sendo a ideia de sua primeira equação a
seguinte:
𝐼𝑆𝐴 𝑂𝑃⁄ =19,77𝐼𝑎𝑏 + 20,23𝐼𝑒𝑠 + 16,36𝐼𝑟𝑠 + 10,24𝐼𝑐𝑣 + 10,48𝐼𝑟ℎ + 11,05𝐼𝑠𝑒 + 9,29𝐼𝑑𝑢
100
No entanto, notou-se que o somatório dos pesos apresentados foi igual a 97,42 (19,77
+ 20,23 + 16,36 + 10,24 + 10,48 + 11,05 + 9,29 = 97,42), fato não permitido para fórmula de
50
55
60
65
70
75
80
85
90
95
100
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
Iab(1ª)
Iab(2ª)
Ies(1ª)
Ies(2ª)
Irs(1ª)
Irs(2ª)
Icv(1ª)
Icv(2ª)
Irh(1ª)
Irh(2ª)
Ise(1ª)
Ise(2ª)
Idu(1ª)
Idu(2ª)
Fre
qu
ên
cia
de
uti
lizaç
ão (
%)
Pe
so (
%)
Indicador
Dados de cada indicador de primeira ordem nas rodadas do método Delphi
Valor outlier Média Mediana Frequência
89
um ISA. Informa-se que essa soma não foi igual a 100,00 devido ao fato de existir aqueles
pesos atribuídos aos indicadores sugeridos pelos especialistas que foram desconsiderados para
equacionar o ISA/OP (vide último parágrafo do tópico 5.1). Pensou-se, então, em utilizar os
valores de mediana como alternativa, porém o mesmo imbróglio foi detectado. Ou seja, o
somatório dos valores de mediana, devido ao mesmo motivo citado, também não foi igual a
100,00 (20 + 20 + 15 + 10 + 10 + 10 + 10 = 95).
Adotou-se como solução para o contratempo distribuir de maneira ponderada entre os
indicadores o percentual restante do somatório das médias. Isto é, calculou-se a diferença
(100,00 – 97,42) e obteve-se o valor de 2,58, valor esse que foi distribuído de maneira
proporcional à média de cada indicador. Para facilitar o entendimento, a seguir encontra-se
detalhada a explicação dos referidos cálculos para o indicador Iab (os cálculos para os demais
indicadores foram realizados de maneira análoga).
19,77
97,42= 0,2030𝑑𝑎í:20,30%𝑥2,58 = 0,5237; 𝑙𝑜𝑔𝑜:𝑃𝑒𝑠𝑜𝐼𝑎𝑏 = 0,5237 + 19,77 = 20,30%
Ou, simplesmente:
𝑃𝑒𝑠𝑜𝐼𝑎𝑏 =19,77𝑥100
97,42= 20,30% = 0,2030
Desta forma, a fórmula final para cálculo do ISA/OP obtida após a aplicação de duas
rodadas do método Delphi e utilizada para os cálculos desta pesquisa foi (nota-se nesta
ocasião que o somatório dos pesos de cada indicador é igual a 100,00):
𝐼𝑆𝐴 𝑂𝑃⁄ =20,30𝐼𝑎𝑏 + 20,76𝐼𝑒𝑠 + 16,80𝐼𝑟𝑠 + 10,51𝐼𝑐𝑣 + 10,75𝐼𝑟ℎ + 11,35𝐼𝑠𝑒 + 9,53𝐼𝑑𝑢
100
Ou, então:
𝑰𝑺𝑨 𝑶𝑷⁄ = 𝟎, 𝟐𝟎𝟑𝟎𝑰𝒂𝒃 + 𝟎, 𝟐𝟎𝟕𝟔𝑰𝒆𝒔 + 𝟎, 𝟏𝟔𝟖𝟎𝑰𝒓𝒔 + 𝟎, 𝟏𝟎𝟓𝟏𝑰𝒄𝒗 + 𝟎, 𝟏𝟎𝟕𝟓𝑰𝒓𝒉 + 𝟎, 𝟏𝟏𝟑𝟓𝑰𝒔𝒆 + 𝟎, 𝟎𝟗𝟓𝟑𝑰𝒅𝒖
A ponderação dos indicadores de segunda ordem (subindicadores) foi realizada de
maneira idêntica ao que foi apresentado. A título de facilitar a compreensão, a seguir
apresenta-se a maneira utilizada para ponderação do subindicador do Ica, integrante do Iab.
𝑀é𝑑𝑖𝑎(𝐼𝑐𝑎 = 31,14;𝐼𝑞𝑎 = 35,45;𝐼𝑠𝑎 = 19,76); 𝑆𝑜𝑚𝑎𝑡ó𝑟𝑖𝑜𝑑𝑎𝑠𝑚é𝑑𝑖𝑎𝑠 = 86,35
𝐷𝑖𝑓𝑒𝑟𝑒𝑛ç𝑎(100,00 − 86,35) = 13,65
𝐼𝑐𝑎 :31,14
86,35= 0,3606𝑑𝑎í36,06%𝑥13,65 = 4,92; 𝑙𝑜𝑔𝑜: 𝑃𝑒𝑠𝑜𝐼𝑐𝑎 = 4,92 + 31,14 = 36,06%
Ou, simplesmente:
𝑃𝑒𝑠𝑜𝐼𝑐𝑎 =31,14𝑥100
86,35= 36,06% = 0,3606
90
7.2 Cálculo do ISA/OP
Os indicadores e subindicadores pertencentes ao ISA/OP foram calculados de acordo
com as fórmulas e variáveis apresentadas pelo Quadro 24, o qual exibe apenas uma síntese
das equações utilizadas, estando todos os detalhes dos cálculos efetuados indicados do tópico
7.2.1 ao 7.2.7 deste estudo. As denominações dos indicadores, subindicadores e variáveis
expostas encontram-se no Quadro 11.
91
Quadro 24 - Fórmulas utilizadas para cálculo dos indicadores e subindicadores do ISA/OP
Fórmula para cálculo do ISA/OP
𝐼𝑆𝐴/𝑂𝑃 = 0,2030𝐼𝑎𝑏 + 0,2076𝐼𝑒𝑠 + 0,1680𝐼𝑟𝑠 + 0,1051𝐼𝑐𝑣 + 0,1075𝐼𝑟ℎ + 0,1135𝐼𝑠𝑒 + 0,0953𝐼𝑑𝑢
1ª Ordem 2ª Ordem Pontuação 1ª Ordem 2ª Ordem Pontuação
𝐼𝑎𝑏 = 0,3606𝐼𝑐𝑎 + 0,4105𝐼𝑞𝑎 + 0,2289𝐼𝑠𝑎
𝐼𝑐𝑎 =𝐷𝑢𝑎
𝐷𝑢𝑡
. 100% Diretamente
pela fórmula
𝐼𝑒𝑠 = 0,4095𝐼𝑐𝑒 + 0,3974𝐼𝑡𝑒 + 0,1931𝐼𝑠𝑒
𝐼𝑐𝑒 =𝐷𝑢𝑒
𝐷𝑢𝑡
. 100% Gráfico 8
𝐼𝑞𝑎 = 𝐾.𝑁𝑎𝑎
𝑁𝑎𝑟
. 100% Tabela 11 𝐼𝑡𝑒 = 𝐼𝑐𝑒 .𝑉𝑡𝑉𝑐. 100% Gráfico 9
𝐼𝑠𝑎 = 𝑛 =
(𝑙𝑜𝑔𝐶𝑝
𝑉𝑝.𝐾2𝐾1
)
𝑙𝑜𝑔(1 + 𝑡)
Gráfico 7 𝐼𝑠𝑒 = 𝑛 =
(𝑙𝑜𝑔𝐶𝑡𝑉𝑐)
𝑙𝑜𝑔(1 + 𝑡)
Gráfico 10
𝐼𝑟𝑠 = 0,4323𝐼𝑐𝑟 + 0,3708𝐼𝑞𝑟 + 0,1969𝐼𝑠𝑟
𝐼𝑐𝑟 =𝐷𝑢𝑐
𝐷𝑢𝑡
. 100% Gráfico 11
𝐼𝑐𝑣 = 0,4306𝐼𝑣𝑑 + 0,2948𝐼𝑣𝑒 + 0,2746𝐼𝑣𝑙
Ivd = n°. casos de
dengue Quadro 26
IQR Cetesb Gráfico 12 Ive = n°. casos de
esquistossomose Quadro 26
𝐼𝑠𝑟 = 𝑛 =𝑙𝑜𝑔 (
𝐶𝑎. 𝑡𝑉𝑙
+ 1)
𝑙𝑜𝑔(1 + 𝑡)
Gráfico 13 Ivl = n°. casos de
leptospirose Quadro 26
𝐼𝑟ℎ = 0,5072𝐼𝑞𝑏 + 0,4928𝐼𝑑𝑚
IQB (Resolução Conama
n°. 357/2005)
Tabelas 15 e
16
𝐼𝑠𝑒 = 0,3639𝐼𝑠𝑝 + 0,2639𝐼𝑟𝑓 + 0,3722𝐼𝑒𝑑
𝐼𝑠𝑝 = 0,7𝐼𝑚ℎ + 0,3𝐼𝑚𝑟
𝐼𝑑𝑚 =𝐷𝑖𝑠𝑝
𝐷𝑒𝑚 Gráfico 14
𝐼𝑟𝑓 = 0,7𝐼2𝑠 + 0,3𝐼𝑟𝑚 I2s (Gráfico 16)
Irm (Gráfico 17)
𝐼𝑒𝑑 = 0,6𝐼𝑛𝑒 + 0,4𝐼𝑒1 Ine (Gráfico 18)
𝐼𝑑𝑢 = 0,3672𝐼𝑎𝑖 + 0,2917𝐼𝑟𝑝 + 0,3411𝐼𝑎𝑣
Vide item 7.2.7.1 Quadro 28
𝐼𝑟𝑝 =
𝐷𝑢𝑝
𝐷𝑢𝑡
. 100% Gráfico 19
𝐼𝑎𝑣 =𝐷𝑢𝑎𝑟𝑏
𝐷𝑢𝑡
. 100% Gráfico 20
Fonte: Autor.
92
7.2.1 Indicador de Abastecimento de Água (Iab)
A aplicação do método Delphi permitindo a ponderação dos subindicadores
proporcionou a seguinte fórmula para cálculo do Iab.
𝐼𝑎𝑏 = 0,3606𝐼𝑐𝑎 + 0,4105𝐼𝑞𝑎 + 0,2289𝐼𝑠𝑎
7.2.1.1 Subindicador de Cobertura de Abastecimento de Água (Ica)
O Ica foi calculado por meio da seguinte fórmula, de acordo com Conesan (1999):
𝐼𝑐𝑎 =𝐷𝑢𝑎𝐷𝑢𝑡
. 100(%)
As variáveis Dua e Dut tiveram os valores extraídos do Censo IBGE 2010, onde está
estipulada a quantidade total de residências no setor censitário e quantas delas possuem
abastecimento de água por rede. A pontuação atribuída ao Ica foi exatamente igual à
porcentagem obtida com a aplicação da fórmula citada.
7.2.1.2 Subindicador de Qualidade da Água Distribuída (Iqa)
O Iqa foi calculado por meio da seguinte fórmula, de acordo com Conesan (1999):
𝐼𝑞𝑎 = 𝐾.𝑁𝑎𝑎
𝑁𝑎𝑟 . 100(%)
As variáveis K, Naa e Nar tiveram os valores determinados por meio de documentos
disponibilizados pelo Semae. Salienta-se que o Manual Básico do ISA, criado pelo Conesan
em 1999, determina que os valores dessas variáveis sejam baseados em análises de colimetria,
cloro e turbidez, no entanto, considerou-se apenas o parâmetro turbidez, uma vez que
autarquia municipal não dispunha de dados daqueles outros. Além disso, os dados são
referentes apenas aos anos 2011 e 2012, pois foram esses os que apresentaram consistência de
informações. Esses documentos continham as amostras realizadas relativas à turbidez durante
todos os dias do ano, as quais eram medidas em intervalo de duas horas, totalizando 12
amostras diárias (em alguns dias não se efetuou as 12 medidas e o motivo para isso não foi
informado pela autarquia municipal). A referência utilizada para avaliar a potabilidade da
água foi a Portaria nº. 2.914/2011 do Ministério da Saúde, a qual estabelece em seu Anexo II
o valor de 0,5 uT como limite máximo de turbidez para água potável (BRASIL, 2011) e no
Anexo XII que a amostragem seja feita a cada duas horas (12 amostras por dia). Isto é, os
valores de Naa demonstram a quantidade de amostras que apresentaram turbidez menor que
0,5 uT, já os de Nar a quantidade total de amostras realizadas. Sendo assim, para o ano de
93
2011 (365 dias) eram necessárias 4.380 amostras e para 2012 (366 dias) 4392 amostras. A
Tabela 10 apresenta os valores de Naa e Nar em cada ano para as ETAs estudadas, denominou-
se a variável número mínimo de amostras a serem realizadas pelo Semae como Nm (essa
variável pertence à variável K).
Tabela 10 - Valores de Naa e Nar para cada ETA nos anos de 2011 e 2012
ETA Região atendida 2011 (365 dias) 2012 (366 dias) Total
Naa Nar Nm Naa Nar Nm Naa Nar Nm
Antônio
Pereira Antônio Pereira 1129 4122 4380 632 4029 4392 1761 8151 8772
Funil
Amarantina, Cachoeira do
Campo, Glaura, Santo
Antônio do Leite
880 3951 4380 1391 3870 4392 2271 7821 8772
Itacolomi Ouro Preto 609 4272 4380 837 4223 4392 1446 8495 8772 Jardim
Botânico Ouro Preto 2001 4127 4380 2887 4106 4392 4888 8233 8772
Vila
Alegre Cachoeira do Campo 37 3897 4380 409 3925 4392 446 7822 8772
Fonte: Autor. Nm = número mínimo de amostras a serem realizadas conforme Portaria nº. 2.914/2011 do Ministério da Saúde.
Como visto na Tabela 5 algumas das regiões estudadas contam com águas de
abastecimento de outras origens, além das ETAs. O Semae, no entanto, não disponibilizou
dados relativos à turbidez dessas outras fontes. Sendo assim, considerou-se para efeito de
cálculo do subindicador Iqa apenas os dados das ETAs apresentados na Tabela 10. Além disso,
também devido à falta de dados, considerou-se que o distrito de Amarantina foi abastecido
pela ETA Funil (tal consideração foi feita com aval do Semae), uma vez que não foram
disponibilizadas informações de turbidez a respeito da ETA Amarantina. Em continuidade, o
cálculo do Iqa para o distrito de Cachoeira do Campo foi realizado pautado na soma das
variáveis das ETAs Funil e Vila Alegre (conforme Tabela 10), uma vez que esse conta com
águas de abastecimento oriundas das duas estações de tratamento e o Semae não possui a
informação de quais são os setores censitários abastecidos por cada ETA. Para a cidade de
Ouro Preto, que também recebe águas provenientes de duas ETAs, foi possível determinar
qual estação de tratamento abastece cada setor censitário, conforme explicação feita no item 6
desta pesquisa.
Por fim, os distritos de Engenheiro Correia, Lavras Novas, Miguel Burnier, Rodrigo
Silva, Santa Rita de Ouro Preto, Santo Antônio do Salto e São Bartolomeu, que não são
abastecidos por ETAs, receberam pontuação igual a 100,00 para o Iqa. Tal consideração foi
necessária uma vez que não existem dados disponíveis nesses distritos para pontuar conforme
solicitado por Conesan (1999), no entanto, Oliveira (2010) e Pereira (2012) avaliaram a
qualidade da água distribuída nos distritos citados por meio de análises de características
94
físico-químicas e biológicas e não diagnosticaram alterações significativas para o consumo
humano, fato que endossa a atribuição da pontuação máxima.
A pontuação do Iqa foi determinada de acordo com a Tabela 11, pautado no que é
estabelecido por Conesan (1999).
Tabela 11 - Pontuação do Iqa em função de seu valor (%)
Intervalo Iqa (%) Pontuação Iqa Situação do setor censitário
Iqa = 100 100 Excelente
95,00 ≤ Iqa < 100 80 Ótima
85,00 ≤ Iqa < 95,00 60 Boa
70,00 ≤ Iqa < 85,00 40 Aceitável
50,00 ≤ Iqa < 70,00 20 Insatisfatória
Iqa < 50,00 0 Imprópria Fonte: Autor.
7.2.1.3 Subindicador de Saturação do Sistema Produtor (Isa)
O Isa foi calculado por meio da seguinte fórmula, de acordo com Conesan (1999):
𝐼𝑠𝑎 = 𝑛 =
𝑙𝑜𝑔𝐶𝑝
𝑉𝑝(𝐾2 𝐾1)⁄
𝑙𝑜𝑔(1 + 𝑡)
De acordo com o PMOP (2012) a taxa de crescimento anual médio da população
urbana do Município para os próximos 5 anos é de 0,54%, logo, t = 0,54. A variável Cp foi
determinada baseada em informações contidas no PMSB-OP e em documentações
disponibilizadas pelo Semae, seu valor para cada região estudada está apresentado na Tabela
5 na coluna intitulada ‘Vazão total (L/s)’. Por sua vez, a variável Vp foi calculada baseada na
fórmula a seguir, referenciada em Heller e Pádua (2010), na qual P refere-se à população
urbana abastecida e q ao consumo de água per capita ouropretano (450 L/hab.dia). Salienta-se
que os valores de P estão contidos na Tabela 4 na coluna intitulada ‘Pop. urb. (hab.)’, exceto
para a sede municipal. Para a sede, os valores de população urbana detalhados por sistema de
abastecimento estão apresentados no Quadro 20.
𝑉𝑝 =𝐾1𝑥𝐾2𝑥𝑃𝑥𝑞
86400
A pontuação do Isa foi determinada de acordo com o Gráfico 7, pautado no que é
estabelecido em Conesan (1999) e variando em função do tipo de captação de água para
abastecimento (vide Tabela 5). Para aqueles distritos com captação superficial atribuiu-se
pontuação 0,00 (zero) para Isa menor ou igual a 0,00 (zero) e 100,00 para Isa maior ou igual a
3,00. Àqueles que possuem captação subterrânea atribuiu-se pontuação 0,00 (zero) para Isa
menor ou igual a 0,00 (zero) e 100,00 para Isa maior ou igual a 2,00. Nas duas situações
95
apresentadas os valores intermediários tiveram a pontuação determinada por meio de
interpolação.
Gráfico 7 - Pontuação do Isa
Fonte: Autor.
Salienta-se, por fim, que alguns distritos recebem águas de provenientes de captação
superficial e subterrânea, conforme elucidado na Tabela 5, dificultando a aplicação do Gráfico
7 para estabelecer a pontuação do Isa. Como solução para essa situação, adotou-se como
critério de pontuação do Isa a principal forma de captação de água da região em análise, ou
seja, baseou-se naquela que apresentou maior vazão.
7.2.2 Indicador de Esgotos Sanitários (Ies)
A aplicação do método Delphi permitindo a ponderação dos subindicadores
proporcionou a seguinte fórmula para cálculo do Ies.
𝐼𝑒𝑠 = 0,4095𝐼𝑐𝑒 + 0,3974𝐼𝑡𝑒 + 0,1931𝐼𝑠𝑒
7.2.2.1 Subindicador de Cobertura em Coleta de Esgotos (Ice)
O Ice foi calculado por meio da seguinte fórmula, de acordo com Conesan (1999):
𝐼𝑐𝑒 =𝐷𝑢𝑒𝐷𝑢𝑡
𝑥100(%)
As variáveis Due e Dut tiveram os valores extraídos do Censo IBGE 2010. A pontuação
do Ice foi determinada de acordo com o Gráfico 8, pautado no que é estabelecido em Conesan
0.00
10.00
20.00
30.00
40.00
50.00
60.00
70.00
80.00
90.00
100.00
0.00 1.00 2.00 3.00 4.00 5.00
Po
ntu
ação
do
I sa
Valor do Isa (n=anos)
Pontuação do Isa em função de seu valor e do tipo de captação de água para abastecimento
Captação superficial
Captação subterrânea
96
(1999) e variando em função da população urbana de cada distrito estudado (vide Tabela 4).
Para aqueles distritos com população urbana de até 5.000 habitantes, atribuiu-se pontuação 0
(zero) para Ice menor do que 50,00% e 100 para Ice maior que 85,00%. Àqueles que possuem
população urbana entre 5.000 e 20.000 habitantes, atribuiu-se pontuação 0,00 (zero) para Ice
menor do que 55,00% e 100,00 para Ice maior do que 85,00%. Por fim, àqueles com
população urbana de 20.000 a 50.000 habitantes, atribuiu-se nota 0,00 (zero) para Ice menor
do que 60,00% e 100,00 para Ice maior do que 85,00%. Nas três situações apresentadas
aqueles valores intermediários tiveram a pontuação determinada por meio de interpolação.
Gráfico 8 - Pontuação do Ice
Fonte: Autor.
7.2.2.2 Subindicador de Esgotos Tratados (Ite)
O Ite foi calculado por meio da seguinte fórmula, de acordo com Conesan (1999):
𝐼𝑡𝑒 = 𝐼𝑐𝑒𝑥𝑉𝑡𝑉𝑐𝑥100(%)
A variável Ice foi calculada no item 7.2.2.1 desta pesquisa. Como o município de Ouro
Preto não possui tratamento de esgotos, o valor de Vt foi igual a 0,00 (zero) m³/dia em todos
os casos (exceto para o distrito de São Bartolomeu, cujo valor adotado será demonstrado
adiante). Em seguida, a variável Vc foi determinada seguindo os seguintes conceitos.
i. O Censo IBGE 2010 fornece a quantidade total de residências existente em um
setor censitário, bem como quantas delas possuem coleta de esgoto;
0.00
10.00
20.00
30.00
40.00
50.00
60.00
70.00
80.00
90.00
100.00
0.00 10.00 20.00 30.00 40.00 50.00 60.00 70.00 80.00 90.00 100.00
Po
ntu
ação
do
I ce
Valor do Ice (%)
Pontuação do Ice em função do seu valor e faixa de população urbana
Pop. Urb. até 5.000 hab.
Pop. Urb. de 5.000 a 20.000 hab.
Pop. Urb. de 20.00 a 50.000 hab.
97
ii. O Censo IBGE 2010 também fornece a população residente em cada setor
censitário;
iii. Dividindo-se a população residente no setor censitário pelo número de
residências nele existente, chega-se ao número médio de moradores em cada
residência;
iv. Multiplicando-se o número médio de moradores em cada residência pela
quantidade de residências que possuem coleta de esgotos, chega-se ao número
estimado de moradores que possuem coleta de esgoto em um determinado
setor censitário, ou seja, estima-se o número de habitantes que possuem coleta
de esgoto naquele setor (variável aqui chamada de Qhce);
v. De acordo com PMOP (2012), o consumo de água per capita no município de
Ouro Preto é 0,450 m³/hab.dia;
vi. De acordo com Conesan (1999) Vc = 0,80 x consumo per capita de água;
Sendo assim, o cálculo de Vc (m³/dia) foi realizado por meio da seguinte fórmula:
𝑉𝑐 = 0,80𝑥0,450 (𝑚3
ℎ𝑎𝑏. 𝑑𝑖𝑎) 𝑥𝑄ℎ𝑐𝑒(ℎ𝑎𝑏)
Para o caso do distrito de São Bartolomeu, no qual existe tratamento de esgotos por
meio de reator anaeróbio de fluxo ascendente e leito de secagem, o valor da variável Vt foi
considerado exatamente igual ao da variável Vc, uma vez que PMOP (2012) afirma no estudo
que 100% do esgoto coletado no distrito é tratado.
Por fim, a pontuação do Ite foi determinada de acordo com o Gráfico 9, pautado no que
é estabelecido em Conesan (1999) e variando em função da população urbana de cada distrito
estudado (vide Tabela 4). Para aqueles distritos com população urbana de até 5.000
habitantes, atribuiu-se pontuação 0 (zero) para Ite menor do que 15,00% e 100 para Ite maior
que 56,00%. Àqueles que possuem população urbana entre 5.000 e 20.000 habitantes,
atribuiu-se pontuação 0,00 (zero) para Ite menor do que 16,50% e 100,00 para Ite maior do que
63,75%. Por fim, àqueles com população urbana de 20.000 a 50.000 habitantes, atribuiu-se
nota 0,00 (zero) para Ite menor do que 18,00% e 100,00 para Ite maior do que 68,00%. Nas
três situações apresentadas aqueles valores intermediários tiveram a pontuação determinada
por meio de interpolação.
98
Gráfico 9 - Pontuação do Ite
Fonte: Autor.
Como citado no início deste tópico, o valor da variável Vt foi igual 0,00 (zero) m³/dia
em todos os casos (exceto para o distrito de São Bartolomeu). Ciente disso e analisando a
fórmula de cálculo do Ite, é fácil perceber que o valor do subindicador em questão foi 0,00
(zero) para todos os setores censitários estudados. Surge em mente, então, a pergunta sobre o
motivo de se ter demandado tempo e conteúdo explicando todo o critério de cálculo
apresentado. A resposta para a questão é que o município de Ouro Preto atualmente (ano de
2017) não tem tratamento de esgotos, mas já planeja suas obras da ETE para abandonar este
cenário. Pretende-se que o presente estudo faça parte dos instrumentos de planejamento
ambiental do município, sendo assim, uma vez concluídas as instalações da estação, basta
acessá-lo e desenvolver, conforme aqui registrado, o cálculo do subindicador Ite.
7.2.2.3 Subindicador de Saturação do Tratamento de Esgotos (Ise)
O Ise foi calculado por meio da seguinte fórmula, de acordo com Conesan (1999):
𝐼𝑠𝑒 = 𝑛 = 𝑙𝑜𝑔 (
𝐶𝑡𝑉𝑐)
𝑙𝑜𝑔(1 + 𝑡)
A variável Vc foi calculada no item 7.2.2.2. De acordo com o PMOP (2012) a taxa de
crescimento anual médio da população urbana ouropretana para os próximos 5 anos é de
0,54%, logo, t = 0,54. Conforme já citado, o município de Ouro Preto não possui tratamento
0.00
10.00
20.00
30.00
40.00
50.00
60.00
70.00
80.00
90.00
100.00
0.00 10.00 20.00 30.00 40.00 50.00 60.00 70.00 80.00 90.00 100.00
Po
ntu
ação
do
I te
Valor do Ite (%)
Pontuação do Ite em função do seu valor e faixa de população urbana
Pop. Urb. até 5.000 hab.
Pop. Urb. de 5.000 a 20.000 hab.
Pop. Urb. de 20.000 a 50.000 hab.
99
de esgotos, sendo assim, o valor da variável Ct foi 0,00 (zero) m³/dia (zero) em todos os casos
(exceto para o distrito de São Bartolomeu, no qual existe tratamento e o valor calculado de Ct
será explicitado a seguir).
Pautado em informações contidas em PMOP (2012), a população total (urbana e rural)
do distrito de São Bartolomeu é de 500 habitantes. Segundo a mesma fonte, a Estação de
Tratamento de Esgotos local é capaz de tratar todo o esgoto gerado pela população. Ciente
disso, utilizou-se a fórmula de Vc apresentada no item 7.2.2.2 desta pesquisa para determinar o
valor da variável Ct para o distrito em questão, da seguinte forma:
𝐶𝑡 = 0,80𝑥0,450 (𝑚3
ℎ𝑎𝑏. 𝑑𝑖𝑎) 𝑥500(ℎ𝑎𝑏)
A pontuação do Ise foi determinada de acordo com o Gráfico 10, pautado no que é
estabelecido em Conesan (1999) e variando em função da população urbana de cada distrito
estudado (vide Tabela 4). Como nenhuma região estudada contém população urbana maior do
que 50.000 habitantes, todas foram analisadas segundo o mesmo critério. Desta forma,
atribuiu-se pontuação 0,00 (zero) para casos em Ise (n) foi menor ou igual a 0,00 (zero) e
100,00 (cem) para os casos em Ise (n) foi maior ou igual a 2,00 (dois). Valores intermediários
tiveram a pontuação estabelecida por meio de interpolação.
Gráfico 10 - Pontuação do Ise
Fonte: Autor.
0.00
10.00
20.00
30.00
40.00
50.00
60.00
70.00
80.00
90.00
100.00
0.00 0.50 1.00 1.50 2.00 2.50 3.00
Po
ntu
ação
do
I se
Valor do Ise (n = anos)
Pontuação do Ise em função de seu valor
Pop. Urb. até 50.000 hab.
100
Apesar de já se ter a ciência de que o valor do Ise foi igual a 0,00 (zero), visto que a
variável Ct é igual a 0,00 (zero) (exceto para o distrito de São Bartolomeu), optou-se por
mesmo assim apresentar todo o critério de cálculo do subindicador em análise, baseado na
ideia de que o município de Ouro Preto já tem sua ETE planejada e que em um futuro
próximo a variável Ct assumirá valores diferentes de 0,00 (zero) m³/dia. Estando concluídas as
obras da estação, basta acessar este estudo e calcular o valor do Ise, uma vez que se pretende
que o ISA/OP se torne um instrumento de planejamento ambiental municipal.
7.2.3 Indicador de Resíduos Sólidos (Irs)
A aplicação do método Delphi permitindo a ponderação dos subindicadores
proporcionou a seguinte fórmula para cálculo do Irs.
𝐼𝑟𝑠 = 0,4323𝐼𝑐𝑟 + 0,3708𝐼𝑞𝑟 + 0,1969𝐼𝑠𝑟
7.2.3.1 Subindicador de Coleta de Resíduos (Icr)
O Icr foi calculado por meio da seguinte fórmula, de acordo com Conesan (1999):
𝐼𝑐𝑟 =𝐷𝑢𝑐𝐷𝑢𝑡
𝑥100(%)
As variáveis Duc e Dut tiveram os valores extraídos do Censo IBGE 2010. A pontuação
do Icr foi determinada de acordo com o Gráfico 11, pautado no que é estabelecido em Conesan
(1999) e variando em função da população urbana de cada distrito estudado (vide Tabela 4).
Para aqueles distritos com população urbana de até 20.000 habitantes, atribuiu-se pontuação
0,00 (zero) para Icr menor do que 80,00% e 100,00 para Icr maior que 90,00%. Àqueles que
possuem população urbana entre 20.000 e 100.000 habitantes, atribuiu-se pontuação 0,00
(zero) para Icr menor do que 90,00% e 100,00 para Icr maior do que 95,00%. Nas duas
situações apresentadas aqueles valores intermediários tiveram a pontuação determinada por
meio de interpolação.
101
Gráfico 11 - Pontuação do Icr
Fonte: Autor.
7.2.3.2 Subindicador de Tratamento e Disposição Final de Resíduos (Iqr)
Conesan (1999) estabelece que o critério de cálculo do subindicador Iqr seja baseado
na Resolução nº. 13, de 27 de fevereiro de 1998, da Secretaria de Meio Ambiente do Governo
do Estado de São Paulo, sendo essa revogada pela Resolução n°. 54, de 04 de julho de 2013,
da mesma secretaria. Desta forma, não foi possível ter acesso à regulamentação para então
compreender a maneira de cálculo do subindicador em análise, não sendo encontrada outra
legislação que a substituísse. Inferiu-se, no entanto, que o método de determinação do Iqr
fosse baseado no Índice de Qualidade de Aterros (IQR) da Companhia Ambiental do Estado
de São Paulo (CETESB), uma vez que o próprio Manual de criação do ISA faz referência ao
IQR em seu tópico destinado à explicação do Iqr. Consultando as referências bibliográficas
que utilizaram o Iqr em seus ISAs, de acordo com a Tabela 1, notou-se que o critério de
cálculo desse subindicador também não foi apresentado. Diante dessa conjuntura, adotou-se
realmente o IQR da CETESB para pautar o cálculo do Iqr, sendo a metodologia explanada no
Quadro 25 e fundamentada em CETESB (2017).
0.00
10.00
20.00
30.00
40.00
50.00
60.00
70.00
80.00
90.00
100.00
60.00 65.00 70.00 75.00 80.00 85.00 90.00 95.00 100.00
Po
ntu
ação
do
I cr
Valor do Icr (%)
Pontuação do Icr em função do seu valor e faixa de população urbana
Pop. Urb. até 20.000 hab.
Pop. Urb. de 20.000 a 100.000hab.
102
Quadro 25 - Metodologia para cálculo do Iqr Índice da Qualidade de Aterro de Resíduos – IQR
Item
Sub-item Avaliação
Peso
Po
nto
s
Item
Sub-item Avaliação
Peso
Po
nto
s
Est
rutu
ra d
e ap
oio
1. Portaria, balança e vigilância Sim/Suficiente 2
Ou
tras
in
form
açõ
es
23. Presença de catadores Não 2
Não/Insuficiente 0 Sim 0
2. Isolamento físico Sim/Suficiente 2
24. Queima de resíduos Não 2
Não/Insuficiente 0 Sim 0
3. Isolamento visual Sim/Suficiente 2
25. Presença moscas e odores Não 2
Não/Insuficiente 0 Sim 0
4. Acesso à frente de descargas Adequado 3
26. Presença de aves e animais Não 2
Inadequado 0 Sim 0
Fre
nte
de
trab
alho
5. Dimensões frente trabalho Adequadas 5
27. Recebe resíduos não autorizados
Não 2
Inadequadas 0 Sim 0
6. Compactação dos resíduos
Adequada 5
28. Recebe resíduos industriais
Sim
(Preencher
item 29)
-
Inadequada 0 Não (Ir para
item 30)
7. Recobrimento dos resíduos Adequada 5
29. Estruturas e procedimentos Suficiente 10
Inadequada 0 Insuficiente 0
Tal
udes
e b
erm
as 8. Dimensões e inclinações
Adequadas 4
SUBTOTAL 2.1 10
Inadequadas 0 SUBTOTAL 2.2 20
9. Cobertura de terra Adequada 4
C
arac
terí
stic
a d
a ár
ea
30. Proximidades de núcleos habitacionais
≥500m 2
Inadequada 0 <500m 0
10. Proteção vegetal Adequada 3
31. Proximidades de corpos de
água
≥200m 2
Inadequada 0 <200m 0
11. Afloramento de chorume Não/Raros 4
32. Vida útil da área
≤2anos
- Sim/Numerosos 0 2<x≤5anos
Su
per
fíci
e
super
ior 12. Nivelamento da superfície
Adequado 5
>5anos
Inadequado 0 33. Restrições legais ao uso do
solo
Sim -
13. Homogeneidade da
cobertura
Sim 5
Não
Não 0 SUBTOTAL 3 4
Est
rutu
ra d
e p
rote
ção
am
bie
nta
l
14. Impermeabilização do solo
Sim/Adequada
(Não preencher item 15) 10
Não/Inadequada
(Preencher item 15) 0
TOTAL MÁXIMO (100)
TOTAL MÁXIMO 2.1
Sem recebimento de resíduos industriais
TOTAL MÁXIMO (110)
TOTAL MÁXIMO 2.2
Com recebimento de resíduos industriais 15. Profundidade lençol
freático (P) x Permeabilidade
do Solo (k)
P>3m
k<10-6cm/s 4
1≤P≤3 m
k<10-6cm/s 2
Condição inadequada 0
16. Drenagem de chorume
Sim/Suficiente 4
IQR-SOMA DOS
PONTOS/10 Sem recebimento de
resíduos industriais
IQR-SOMA DOS PONTOS/11
Com recebimento de resíduos
industriais Não/Insuficiente 0
17. Tratamento de chorume Sim/Adequado 4
Não/Inadequado 0
18. Drenagem provisória de águas pluviais
Suficiente/Desnecessário 3
Não/Insuficiente 0
CÁLCULO DO IQR 19. Drenagem definitiva de
águas pluviais
Suficiente/Desnecessário 4
Não/Insuficiente 0
20. Drenagem de gases Suficiente/Desnecessário 4
Sem recebimento de resíduos industriais:
IQR = (Subtotais 1+2.1+3)/10
Não/Insuficiente 0
21. Monitoramento de águas
subterrâneas
Adequado 4
Inadequado/Insuficiente 1
Inexistente 0
Com recebimento de resíduos industriais:
IQR = (Subtotais 1+2.2+3)/11 22. Monitoramento geotécnico
Adequado/Desnecessário 4
Inadequado/Insuficiente 1
Inexistente 0
SUBTOTAL 1 86
Fonte: Adaptado de CETESB (2017).
103
Como o município de Ouro Preto não possui aterro sanitário a pontuação do Iqr foi
0,00 (zero) em todos os casos. Caso existisse, deveria ser atribuída pontuação 0,00 (zero) para
casos em que Iqr fosse menor ou igual a 6,00 (aterro em condições inadequadas) e 100,00
(cem) para casos em que Iqr fosse maior do que 8,00 (aterro em condições adequadas).
Valores intermediários (aterro em condições controladas) deveriam ter a pontuação
estabelecida por meio de interpolação, conforme Gráfico 12. Esse critério de pontuação é
estabelecido em Conesan (1999).
Gráfico 12 - Pontuação do Iqr
Fonte: Autor.
A opção por apresentar o critério de cálculo e pontuação do Iqr, mesmo ciente de que
seu valor é 0,00 (zero) devido à inexistência de aterro sanitário no Município, baseia-se no
objetivo de tornar o ISA/OP um instrumento de planejamento ambiental municipal. Imagina-
se que a construção do aterro sanitário já seja planejada pela administração pública local, uma
vez instalado, basta acessar este estudo e desenvolver o cálculo do Iqr conforme aqui
apresentado.
7.2.3.3 Subindicador de Saturação do Tratamento e Disposição Final dos Resíduos (Isr)
O Isr foi calculado por meio da seguinte fórmula, de acordo com Conesan (1999):
𝐼𝑠𝑟 = 𝑛 =𝑙𝑜𝑔 (
𝐶𝑎𝑥𝑡𝑉𝑙
+ 1)
𝑙𝑜𝑔(1 + 𝑡)
De acordo com o PMOP (2012) a taxa de crescimento anual médio da população
urbana ouropretana para os próximos 5 anos é de 0,54%, logo, t = 0,54. Como já citado, o
0.00
10.00
20.00
30.00
40.00
50.00
60.00
70.00
80.00
90.00
100.00
0.00 1.00 2.00 3.00 4.00 5.00 6.00 7.00 8.00 9.00 10.00
Po
ntu
ação
do
I qr
Valor do Iqr
Pontuação do Iqr em função de seu valor
104
município de Ouro Preto não possui aterro sanitário, dessa forma o valor da variável Ca foi
0,00 (zero) m³ para todos os casos. A variável Vl foi calculada pautada nos seguintes
conceitos:
i. O Censo IBGE 2010 fornece a quantidade total de residências existente em um
setor censitário, bem como quantas delas possuem coleta de resíduos sólidos;
ii. O Censo IBGE 2010 também fornece a população residente em cada setor
censitário;
iii. Dividindo-se a população residente no setor censitário pelo número de
residências nele existente, chega-se ao número médio de moradores em cada
residência;
iv. Multiplicando-se o número médio de moradores em cada residência pela
quantidade de residências que possuem coleta de resíduos sólidos, chega-se ao
número estimado de moradores que possuem coleta de resíduos em um
determinado setor censitário, ou seja, estima-se o número de habitantes que
possuem coleta de resíduos naquele setor (variável aqui chamada de Qhcr);
v. De acordo com PMOP (2012), a geração per capita de resíduos sólidos no
município de Ouro Preto é 0,70 kg/hab.dia;
vi. De acordo com FEAM (2010) o peso específico dos resíduos sólidos é 230
kg/m³. Informa-se que valor apresentado é um valor médio estabelecido pelo
estudo citado e não especificamente para o município de Ouro Preto.
Sendo assim, o cálculo de Vl (m³/dia) foi realizado por meio da seguinte fórmula:
𝑉𝑙 =0,70 (
𝑘𝑔ℎ𝑎𝑏. 𝑑𝑖𝑎
) 𝑥𝑄ℎ𝑐𝑟(ℎ𝑎𝑏)
230 (𝑘𝑔𝑚3)
A pontuação do Isr foi determinada de acordo com o Gráfico 13, pautado no que é
estabelecido em Conesan (1999) e variando em função da população urbana de cada distrito
estudado (vide Tabela 4). Como nenhuma região estudada contém população urbana maior do
que 50.000 habitantes, todas foram analisadas segundo o mesmo critério. Desta forma,
atribuiu-se pontuação 0,00 (zero) para casos em que Isr (n) foi menor ou igual a 0,00 (zero) e
100,00 (cem) para os casos em que Isr (n) foi maior ou igual a 2,00 (dois). Valores
intermediários tiveram a pontuação estabelecida por meio de interpolação.
105
Gráfico 13 - Pontuação do Isr
Fonte: Autor.
Como citado no início deste tópico, o valor da variável Ca foi igual 0,00 (zero) m³ em
todos os casos. Ciente disso e analisando a fórmula de cálculo do Isr, é fácil perceber que o
valor do subindicador em questão foi 0,00 (zero) para todos os setores censitários estudados.
Surge em mente, então, a pergunta sobre o motivo de se ter demandado tempo e conteúdo
explicando todo o critério de cálculo apresentado. A resposta para a questão é que o
município de Ouro Preto atualmente (ano de 2017) não conta com aterro sanitário para
disposição final dos RSU, mas espera-se que administração pública municipal já possua em
seus planos a construção de um. Pretende-se que o presente estudo faça parte dos
instrumentos de planejamento ambiental do município, sendo assim, uma vez concluídas as
instalações do aterro sanitário, basta acessá-lo e desenvolver, conforme aqui registrado, o
cálculo do subindicador Isr.
7.2.4 Indicador de Controle de Vetores (Icv)
A aplicação do método Delphi permitindo a ponderação dos subindicadores
proporcionou a seguinte fórmula para cálculo do Icv.
𝐼𝑐𝑣 = 0,4306𝐼𝑣𝑑 + 0,2948𝐼𝑣𝑒 + 0,2746𝐼𝑣𝑙
A quantidade de casos de dengue, esquistossomose e leptospirose diagnosticados no
município de Ouro Preto, do ano de 2010 a 2015, foi informada pela Secretaria Municipal de
Saúde em visitas à sua sede. Anotou-se o endereço (com sigilo de informações documentado e
0.00
10.00
20.00
30.00
40.00
50.00
60.00
70.00
80.00
90.00
100.00
0.00 0.50 1.00 1.50 2.00 2.50 3.00
Po
ntu
ação
do
I sr
Valor do Isr (n = anos)
Pontuação do Isr em função de seu valor
Pop. Urb. até 50.000 hab.
106
assinado pelo autor desta pesquisa) do paciente portador de cada uma dessas enfermidades
para que fosse possível enquadrar os casos nos setores censitários do município.
O critério de pontuação para os três subindicadores do Icv – subindicador de Dengue
(Ivd); subindicador de Esquistossomose (Ive) e subindicador de Leptospirose (Ivl) – foi o
mesmo, de acordo com o Quadro 26. Salienta-se que este critério foi determinado pelo autor
desta pesquisa em parceria com o orientador e coorientador, baseado no estabelecido em
Conesan (1999), estando todos cientes da impossibilidade de se calcular os subindicadores
exatamente como estabelecido em Conesan (1999).
Quadro 26 - Pontuação do Ivd, Ive e Ivl
Situação do Setor censitário de 2010 a 2015 Pontuação
Sem caso da enfermidade 100
Com 1 caso da enfermidade 50
Com 2 casos da enfermidade 25
Com 3 ou mais casos da enfermidade 0 Fonte: Autor.
A Tabela 12 explicita o número de casos de cada enfermidade diagnosticados no
município de Ouro Preto de 2010 a 2015. Salienta-se que para a eficiência deste estudo era de
fundamental importância conhecer a localização de cada caso para que essa informação fosse
atrelada a um setor censitário. Isto é, mais do que saber sobre a existência de um caso de
doença, era necessário identificar o endereço da casa da vítima para assim enquadrá-lo em um
setor. Na Tabela 12, os números indicados em itálico entre parênteses indicam a quantidade
total de casos diagnosticados da enfermidade em cada ano. Por sua vez, aqueles fora dos
parênteses apresentam a quantidade de casos que foram passíveis de enquadramento em um
setor censitário. Por exemplo: no ano de 2013 houve no município de Ouro Preto 50 casos
diagnosticados de dengue, entretanto, apenas 39 casos tiveram o setor censitário de origem
localizados.
Tabela 12 - Números de casos das enfermidades ao longo dos anos no município de Ouro Preto
Doença Número de casos localizados (número de casos diagnosticados)
Total 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Dengue 15 (21) 4 (4) 0 (0) 39 (50) 8 (12) 10 (15) 76 (102)
Esquistossomose 10 (24) 10 (25) 4 (6) 1 (1) 10 (15) 7 (8) 42 (79)
Leptospirose 0 (1) 2 (2) 1 (2) 0 (1) 1 (1) 0 (0) 4 (7) Fonte: Secretaria Municipal de Saúde de Ouro Preto.
A Tabela 13 explicita como foi a variação dos casos de dengue, esquistossomose e
leptospirose no decorrer dos anos em cada distrito do município ouropretano. De maneira
análoga, os números em itálico entre parênteses também demonstram a quantidade de casos
da enfermidade diagnosticados e os fora dos parênteses indicam o número de casos passível
de localização do setor censitário. Por exemplo: no ano de 2010 o distrito de Antônio Pereira
107
possuiu 15 casos diagnosticados de esquistossomose, no entanto, somente um caso teve o
setor censitário localizado. O cálculo dos valores de Ivd, Ive, Ivl e, por consequência, de Icv,
foram realizados considerando somente aqueles casos em que foi possível se localizar o setor
censitário, isto é, aqueles apresentados fora dos valores de fora dos parênteses.
Tabela 13 - Número de casos das enfermidades por distrito ao longo dos anos
Doença Número de casos localizados (número de casos diagnosticados)
2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total
Amarantina
Dengue 0 (0) 0 (0) 0 (0) 2 (2) 0 (1) 0 (1) 2 (4)
Esquistossomose 0 (0) 0 (0) 1 (1) 0 (0) 1 (3) 0 (0) 2 (4)
Leptospirose 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) Antônio Pereira
Dengue 5 (7) 0 (0) 0 (0) 16 (24) 0 (0) 4 (4) 25 (35)
Esquistossomose 1 (15) 8 (23) 2 (4) 0 (0) 6 (8) 2 (2) 19 (52)
Leptospirose 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) Cachoeira do Campo
Dengue 2 (4) 0 (0) 0 (0) 3 (3) 0 (1) 0 (0) 5 (8)
Esquistossomose 8 (8) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 1 (1) 9 (9)
Leptospirose 0 (0) 0 (0) 1 (1) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 1 (1)
Engenheiro Correia
Dengue 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) Esquistossomose 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0)
Leptospirose 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) Glaura
Dengue 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) Esquistossomose 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0)
Leptospirose 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) Lavras Novas
Dengue 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) Esquistossomose 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0)
Leptospirose 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) Miguel Burnier
Dengue 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) Esquistossomose 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0)
Leptospirose 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) Ouro Preto
Dengue 7 (10) 4 (4) 0 (0) 18 (20) 7 (9) 6 (8) 42 (51)
Esquistossomose 1 (1) 0 (0) 1 (1) 1 (1) 4 (4) 4 (4) 10 (11)
Leptospirose 0 (1) 2 (2) 0 (1) 0 (1) 0 (0) 0 (0) 2 (5)
Rodrigo Silva
Dengue 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) Esquistossomose 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0)
Leptospirose 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) Santa Rita de Ouro Preto
Dengue 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 1 (1) 0 (0) 1 (1)
Esquistossomose 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) Leptospirose 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0)
Santo Antônio do Leite
Dengue 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (1) 0 (0) 1 (1) 1 (2)
Esquistossomose 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) Leptospirose 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0)
Santo Antônio do Salto
Dengue 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) Esquistossomose 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0)
108
Doença Número de casos localizados (número de casos diagnosticados)
2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total
Leptospirose 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) São Bartolomeu
Dengue 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) Esquistossomose 0 (0) 2/2 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 2/(2)
Leptospirose 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 1/(1) 0 (0) 1/(1) Fonte: Secretaria Municipal de Saúde de Ouro Preto.
A impossibilidade de se atrelar um caso de doença a um setor censitário foi devido a
erros no endereço de residência da casa do paciente. Alguns casos apresentavam somente o
nome do distrito, alguns apenas nome da rua (não explicitando número, bairro ou distrito) e
outros possuíam endereços que não foram localizados. Desta forma, inúmeros casos das
doenças analisadas foram desconsiderados nos cálculos do Icv, uma vez que não possível
vinculá-los ao setor censitário de origem. A Tabela 14 apresenta, então, a quantidade exata de
casos das doenças analisadas no período de 2010 a 2015 utilizada para a efetivação dos
cálculos de Ivd, Ive, Ivl e, por consequência, de Icv em cada distrito estudado.
Tabela 14 - Quantidade de casos das doenças analisadas em cada distrito (2010 a 2015)
Distrito
Dengue Esquistossomose Leptospirose
N°.
casos
% relação ao
município
N°.
casos
% relação ao
município
N°.
Casos
% relação
ao município
Amarantina 2 2,63 2 4,76 0 0,00
Antônio Pereira 25 32,89 19 45,24 0 0,00
Cachoeira do Campo 5 6,58 9 21,43 1 25,00
Engenheiro Correia 0 0,00 0 0,00 0 0,00
Glaura 0 0,00 0 0,00 0 0,00
Lavras Novas 0 0,00 0 0,00 0 0,00
Miguel Burnier 0 0,00 0 0,00 0 0,00
Ouro Preto 42 55,26 10 23,81 2 50,00
Rodrigo Silva 0 0,00 0 0,00 0 0,00
Santa Rita de Ouro Preto 1 1,32 0 0,00 0 0,00
Santo Antônio do Leite 1 1,32 0 0,00 0 0,00
Santo Antônio do Salto 0 0,00 0 0,00 0 0,00
São Bartolomeu 0 0,00 2 4,76 1 25,00
Município (total) 76 100,00 42 100,00 4 100,00 Fonte: Autor.
7.2.5 Indicador de Recursos Hídricos (Irh)
A aplicação do método Delphi permitindo a ponderação dos subindicadores
proporcionou a seguinte fórmula para cálculo do Irh.
𝐼𝑟ℎ = 0,3855𝐼𝑞𝑏 + 0,3745𝐼𝑑𝑚 + 0,2400𝐼𝑓𝑖
No entanto, durante a busca de dados para cálculo do indicador, notou-se que os
órgãos públicos consultados não possuíam dados a respeito de água bruta das fontes isoladas
de captações, fato que impossibilitaria o cálculo do subindicador Ifi. Ciente desse contratempo
e buscando avaliar a situação dos recursos hídricos ouropretanos, optou-se por descartar o
109
subindicador Ifi e distribuir de maneira ponderada seu peso entre os subindicadores Iqb e Idm.
Calcular o Irh considerando apenas o Iqb e Idm é permitido por Conesan (1999) nos casos em
que a região analisada não conta com fontes isoladas de abastecimento. Salienta-se que o
município de Ouro Preto conta, sim, com fontes isoladas de abastecimento de água e a
eliminação do subindicador Ifi se deu exclusivamente devido à falta de dados para seu cálculo.
Portanto, a fórmula utilizada de fato para calcular o indicador Irh foi a seguinte:
𝐼𝑟ℎ = 0,5072𝐼𝑞𝑏 + 0,4928𝐼𝑑𝑚
7.2.5.1 Subindicador de Qualidade da Água Bruta (Iqb)
O Manual Básico do ISA quando criado em 1999 pelo Conesan não estabeleceu a
maneira de se calcular o Iqb, no qual está informado apenas que o critério de cálculo está “em
desenvolvimento” (CONESAN, 1999, p. 29). Em consequência disso, optou-se por balizar
pontuação do subindicador de acordo com a classificação dos corpos d’água estipulada pela
Resolução Conama n°. 357/2005, conforme apresentada na Tabela 5. O enquadramento em
pauta foi empregado somente às captações superficiais que abastecem as ETAs, utilizando
como referência para nortear os valores de pontuação os estudos de PMF (2011b) e Santos
(2008), sendo a mesma exposta pela Tabela 15.
Tabela 15 – Critério de pontuação do Iqb para captações superficiais
Classe Pontuação
Especial 100
1 90
2 80
3 50
4 0 Fonte: Autor.
Como visto na Tabela 5, alguns distritos não são abastecidos por água proveniente de
ETA e sim por captações superficiais e subterrâneas. A título de se atribuir a pontuação,
adotou-se o tipo de captação que conta com maior vazão no distrito. Para esses distritos em
que inexiste ETA, o critério de pontuação do Iqb foi diferente e seguiu os seguintes princípios:
i. Casos em que as captações superficiais representavam maior vazão:
classificou-se como Classe 2 aqueles corpos d’água utilizados para captação
superficial com enquadramento não definido segundo Resolução Conama n°.
357/2005, sendo a pontuação atribuída conforme Tabela 15;
ii. Casos em que as captações subterrâneas representavam maior vazão: captações
subterrâneas em poços foram pontuadas segundo o estabelecido em Conesan
(1999), de acordo com Tabela 16.
110
Tabela 16 - Critério de pontuação do Iqb para captações subterrâneas
Critério Pontuação
Poço sem contaminação e sem necessidade de tratamento 100
Poço sem contaminação e com necessidade de tratamento de qualquer natureza 50
Poço com risco de contaminação 0 Fonte: Autor.
O Semae foi o órgão responsável por informar a classificação dos corpos d’água bem
como sobre os riscos e tratamentos existentes nos poços de captação. Sendo assim, as ETAs
Jardim Botânico e Itacolomi captam águas Classe Especial, a ETA Antônio Pereira Classe 1 e
as ETAs Funil, Vila Alegre e Amarantina Classe 2. Quanto aos poços, todos contam com
desinfecção, exceto em São Bartolomeu, que possui também filtração. Conesan (1999)
informa que não se deve considerar na pontuação a desinfecção como forma de tratamento.
Avançando nas explicações, assume-se que a maneira ideal de se calcular o Iqb seria
baseado no Índice de Qualidade das Águas Brutas para fins Fins de Abastecimento Público
(IAP) desenvolvido pela CETESB ou, então, o Índice de Qualidade de Água Bruta afluente a
estações convencionais de tratamento (IQAB) desenvolvido por Souza e Libânio (2009). No
entanto, devido à falta de dados sobre as propriedades da água bruta no município de Ouro
Preto não foi possível desenvolver os cálculos de acordo com os modelos citados.
7.2.5.2 Subindicador de Disponibilidade dos Mananciais (Idm)
O Idm foi calculado por meio da seguinte fórmula, de acordo com Conesan (1999):
𝐼𝑑𝑚 =𝐷𝑖𝑠𝑝
𝐷𝑒𝑚
Para aqueles distritos que contam água de abastecimento advinda de ETA, a variável
Disp foi calculada com o auxílio do Atlas Digital das Águas de Minas
(www.atlasdasaguas.ufv.br/), o qual fornece em sua ferramenta ‘Modelos ajustados por curso
d’água’ a fórmula destinada a obtenção da vazão mínima de 7 dias consecutivos com período
de recorrência de 10 anos (Q7,10) variando em função da área da bacia de contribuição de um
ponto qualquer. Sendo assim, recorreu-se ao Semae e obteve-se as coordenadas das seis ETAs
existentes no município de Ouro Preto e por meio do software ArcGIS 10 calculou-se área da
bacia de contribuição a montante de cada ETA.
O Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM) estabelece em sua Portaria nº. 49, de
01 de julho de 2010, o seguinte:
Art. 5º. A vazão de referência a ser utilizada para o cálculo das
disponibilidades hídricas em cada local de interesse, até que se estabeleçam
as diversas vazões de referência nas bacias hidrográficas do Estado, será a
Q7,10 (vazão mínima de sete dias de duração e dez anos de recorrência).
111
§1º O limite máximo de derivações consuntivas a serem outorgadas na
porção da bacia hidrográfica limitada por cada seção considerada, em
condições naturais será de 30% (trinta por cento) da Q7,10, ficando
garantido a jusante de cada derivação, fluxos residuais mínimos equivalentes
a 70% (setenta por cento) da Q7,10 (IGAM, 2010).
Ciente disso, estabeleceu-se que a variável Disp fosse representada pelo valor máximo
outorgável na micro bacia hidrográfica em que cada ETA está inserida, isto é, 30% do valor
da Q7,10. A Tabela 17 apresenta o nome dessa micro bacia e qual o modelo ajustado utilizado
para determinar a Q7,10, bem como a área de contribuição a montante de cada ETA e qual o
valor encontrado para 30% da Q7,10.
Tabela 17 - Características de cada ETA
ETA Ama-
rantina Funil
Vila
Alegre Antônio Pereira Itacolomi
Jardim
Botânico
Coordenadas¹ S 20º18'52" 20º22'11" 20º23'17" 20º19'09" 20º24'26" 20º22'31"
W 43º42'41" 43º37'39" 43º39'40" 43º28'42" 43º29'20" 43º31'28"
Área contribuição
(km²) 10,40 41,19 5,91 4,55 3,83 0,73
Micro bacia
hidrográfica Rio Maracujá Rio Gualaxo do Norte Rio do Carmo
Modelo ajustado
Micro bacia2
Q7,10 = 0,0052.A0,9601
Q7,10 = 0,0038.A1,0129
Q7,10 = 0,0038.A1,0129
Q7,10 (L/s) 49,26 184,66 28,64 17,64 14,82 2,77
30% Q7,10 (L/s) 14,78 55,40 8,59 5,29 4,44 0,83
Sub-bacia
hidrográfica Rio das Velhas Rio Piranga
Bacia hidrográfica Rio São Francisco Rio Doce Fonte: Autor. 1 S = sul; W = oeste. Sistemas de Coordenadas Geográficas - Datum WGS 84
²A = valor da área da bacia de contribuição
Conforme já visto no decorrer deste estudo, não são todos os distritos do município de
Ouro Preto que contam com água de abastecimento proveniente de ETA, sendo assim, a
maneira de cálculo da variável Disp apresentada anteriormente só se aplicou àqueles distritos
que recebem água oriunda exclusivamente de alguma estação de tratamento (vide Tabela 5).
Para os distritos que, além de ETA, também contam com água de abastecimento advindas de
outras captações superficiais e subterrâneas, somou-se ao valor encontrado de 30% da Q7,10
o somatório da vazão procedente dessas formas, considerando-as sem restrições de uso e com
abundância para o fornecimento de água.
Para os distritos que não contam com o abastecimento de água proveniente de ETA, a
variável Disp assumiu o valor da soma das vazões das captações superficiais e subterrâneas
existentes no local, sendo essas mais uma vez consideradas sem restrições de uso e com
abundância para o fornecimento de água. Assim sendo, a variável Disp foi calculada de três
maneiras distintas variando em função da fonte de abastecimento de cada região estudada,
conforme resumido no Quadro 27.
112
Quadro 27 - Maneiras para cálculo da variável Disp
Fonte de abastecimento de água no distrito Maneira de cálculo da variável Disp
ETA 30% Q7,10
ETA e captações superficiais/subterrâneas 30% Q7,10 + Somatório das vazões de captações
superficiais/subterrâneas
Captações superficiais/subterrâneas Somatório das vazões de captações superficiais/subterrâneas Fonte: Autor.
As maneiras de cálculo da variável Disp expostas culminam no valor total da
disponibilidade hídrica em cada distrito estudado, no entanto, a metodologia desta pesquisa é
empregada em nível dos setores censitários. Para determinar o valor da variável em cada setor
censitário adotou-se como critério de cálculo a distribuição proporcional do valor total
encontrado em função da população residente em cada setor.
Mudando de pauta e abordando a variável Dem, tem-se que Manual Básico do ISA
não apresenta sua maneira de cálculo, em consequência disso a fórmula utilizada para tal foi:
𝐷𝑒𝑚 = 𝑞𝑥𝑃
86400
A variável q representa o valor do consumo per capita de água da população
ouropretana, considerado no PMSB-OP e já utilizado nesta pesquisa como 450 L/hab.dia. O
cálculo de Dem, no entanto, considera uma demanda futura nos próximos 10 anos e baseando
no Produto 3 do PMSB-OP intitulado ‘Prognósticos e Alternativas para a Universalização dos
Serviços’ existe a possibilidade de que ocorra nesse período, em um cenário ideal, a integral
hidrometação no município. Nessa projeção estima-se que o consumo per capita reduza 50%,
passando para 225 L/hab.dia (PMOP, 2013a), sendo esse o valor da variável q adotado para
cálculo de Dem.
Por sua vez, a variável P refere-se à população residente no setor censitário
considerando um horizonte de 10 anos. Os diversos cálculos apresentados neste estudo
tomaram como base valores informados pelo Censo IBGE 2010, por consequência a
população residente em cada setor naquele ano. Sendo assim, optou-se por considerar o ano
de 2020 como o período limite para análise da demanda hídrica. Ciente disso, a projeção da
população residente em cada setor censitário foi realizada balizada na seguinte fórmula
apresenta a seguir, referenciada em Heller e Pádua (2010), na qual P(t) indica a população no
ano em que se deseja (no caso 2020), P0 a população em um ano conhecido (no caso 2010), e
é o número de Euler (considerado 2,718282), t a taxa de crescimento da população
ouropretana (no caso 0,54%) e Δt o intervalo de tempo considerado (no caso 10 anos):
𝑃(𝑡) =𝑃0. 𝑒𝑡.∆𝑡
113
Em continuidade, atribuiu-se a pontuação do subindicador Idm conforme estabelecido
em Conesan (1999), Gráfico 14. Casos em que Idm foi maior do que 2,0 receberam pontuação
igual a 100,00, casos em que Idm foi maior do que 1,5 e menor ou igual a 2,0 receberam 50,00
pontos e aqueles com Idm menor ou igual a 1,5 receberam pontuação igual a 0,00 (zero).
Gráfico 14 - Pontuação do Idm
Fonte: Autor.
7.2.6 Indicador Socioeconômico (Ise)
A aplicação do método Delphi permitindo a ponderação dos subindicadores
proporcionou a seguinte fórmula para cálculo do Ise.
𝐼𝑠𝑒 = 0,3639𝐼𝑠𝑝 + 0,2639𝐼𝑟𝑓 + 0,3722𝐼𝑒𝑑
7.2.6.1 Subindicador de Saúde Pública vinculada ao Saneamento (Isp)
Calculou-se o Isp baseado na seguinte fórmula, de acordo com Consean (1999):
𝐼𝑠𝑝 = 0,7𝐼𝑚ℎ + 0,3𝐼𝑚𝑟
A Secretaria de Saúde do município de Ouro Preto informou que não há registros de
mortalidade infantil (0 a 4 anos) ligada à doença de veiculação hídrica no período estudado
(2010 a 2015), sendo assim a pontuação do Imh foi 100,00 para todos os setores censitários.
Caso fossem diagnosticados alguns casos, Conesan (1999) determina que a pontuação seja
realizada da seguinte forma:
i. Ordenar o número de casos identificados de maneira crescente e dividi-los em
quartis;
ii. O 1º quartil receberá pontuação igual a 100,00;
0.00
10.00
20.00
30.00
40.00
50.00
60.00
70.00
80.00
90.00
100.00
0.00 0.50 1.00 1.50 2.00 2.50 3.00 3.50 4.00
Po
ntu
ação
do
I dm
Valor do Idm
Pontuação do Idm em função de seu valor
114
iii. O 4° quartil receberá pontuação igual a 0,00 (zero);
iv. 2º e 3º quartis receberão pontuação de acordo com interpolação de valores
entre 100,00 e 0,00 (zero) pontos.
Em continuidade, calculou-se o Imr pautado em informações também disponibilizadas
pela Secretaria de Saúde municipal. Com dados obtidos junto ao setor, elaborou-se a Tabela
18 contendo o número de mortes de crianças de 0 a 4 anos de idade e de idosos com mais de
60 anos ligadas a doenças respiratórias no período de 2010 a 2015, totalizando 281 óbitos.
Tabela 18 - Mortalidade de crianças de 0 a 4 anos e de idosos com mais de 60 anos ligadas a doenças
respiratórias (2010-2015)
Doença 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total
0-4 60+ 0-4 60+ 0-4 60+ 0-4 60+ 0-4 60+ 0-4 60+ 0-4 60+
Tuberculose
pulmonar 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2
Neoplasia
(traqueia,
brônquios e
pulmões)
0 7 0 3 0 9 0 7 0 2 0 7 0 35
Pneumonia 0 17 0 27 1 18 0 20 0 14 0 15 1 111
Doenças
crônicas das
vias aéreas
inferiores
0 11 0 20 0 14 0 19 0 17 0 12 0 93
Asma 0 1 0 2 0 2 0 1 0 0 0 0 0 6
Demais
doenças 0 7 2 4 1 3 0 4 0 7 0 5 3 30
Total 0 43 2 58 2 46 0 51 0 40 0 39 4 277 Fonte: Secretaria Municipal de Saúde de Ouro Preto.
O critério de pontuação do Imr não se desempenhou conforme solicitado por Conesan
(1999) uma vez que não foi possível enquadrar os 281 óbitos diagnosticados nos respectivos
setores censitários. A impossibilidade se deu devido ao fato de a Secretaria de Saúde não
informar o endereço de cada caso de morte, tornando impossível vincular o óbito ao seu setor
censitário de origem. Caso a localização de cada fatalidade pudesse ter sido detectada, a
maneira de pontuação do Imr seria idêntica à do Imh.
A solução para o problema citado foi alvo de discussão entre autor e orientadores e
culminou com o consenso de distribuir as 281 mortes identificadas no período pesquisado em
função da população residente em cada um dos 99 setores censitários urbanos do município
ouropretano. Feito isso, ordenou-se todos os valores em ordem crescente e calculou-se os 1º,
2º e 3º quartis, de maneira que todos aqueles valores menores do que o do 1º quartil (2,06)
receberam pontuação 100,00 e os maiores do que o do 3º quartil (3,50) receberam pontuação
0,00 (zero). Valores intermediários entre esses quartis tiveram a pontuação estipulada por
meio de interpolação, conforme apresentado pelo Gráfico 15.
115
Gráfico 15 - Pontuação do Imr
Fonte: Autor
7.2.6.2 Subindicador de Renda (Irf)
Calculou-se o Irf por meio da seguinte fórmula, pautado em Conesan (1999):
𝐼𝑟𝑓 = 0,70𝐼2𝑠 + 0,30𝐼𝑟𝑚
O Indicador de Distribuição de Renda menor do que 3 salários mínimos (I2s) foi
calculado de acordo com o Censo IBGE 2010, o qual fornece informações a respeito da
população total residente em um setor censitário e de quantos habitantes desse setor possuem
renda inferior a 3 salários mínimos. Em seguida, determinou-se sua pontuação de acordo com
o Gráfico 16, pautado no que é estabelecido em Conesan (1999). Para tal, ordenou-se todos os
valores do I2s em ordem crescente e calculou-se os 1º, 2º e 3º quartis, de maneira que todos
aqueles valores menores do que o do 1º quartil (75,49%) receberam pontuação 100,00 e os
maiores do que o do 3º quartil (82,54%) receberam pontuação 0,00 (zero). Valores
intermediários entre esses quartis tiveram a pontuação estipulada por meio de interpolação.
2.06
2.92
3.50 0.00
10.00
20.00
30.00
40.00
50.00
60.00
70.00
80.00
90.00
100.00
0.00 0.50 1.00 1.50 2.00 2.50 3.00 3.50 4.00 4.50 5.00
Po
ntu
ação
do
I mr
Valor do Imr
Pontuação do Imr em função de seu valor
1º Quartil = 2,06 2º Quartil = 2,92
3º Quartil = 3,50
116
Gráfico 16 - Pontuação do I2s
Fonte: Autor.
Por sua vez, o Indicador de Renda Média (Irm) foi calculado também por meio de
informações obtidas no Censo IBGE 2010, o qual indica qual é a renda média dos habitantes
de um setor censitário. Determinou-se sua pontuação de acordo com o Gráfico 17, pautado no
que estabelece Conesan (1999). Para tal, ordenou-se todos os valores do Irm em ordem
decrescente e calculou-se os 1º, 2º e 3º quartis, de maneira que todos aqueles valores menores
do que o do 1º quartil (R$ 468,99) receberam pontuação 0,00 (zero) e os maiores do que o do
3º quartil (R$ 947,69) receberam pontuação 100,00. Valores intermediários entre esses quartis
tiveram a pontuação estipulada por meio de interpolação.
Gráfico 17 - Pontuação do Irm
Fonte: Autor.
75,49%
79,88%
82,54% 0.00
10.00
20.00
30.00
40.00
50.00
60.00
70.00
80.00
90.00
100.00
60.00 65.00 70.00 75.00 80.00 85.00 90.00 95.00 100.00
Po
ntu
ação
do
I 2s
Valor do I2s(%)
Pontuação do I2s em função de seu valor
1º Quartil = 75,49%
R$ 468,99
R$ 585,58
R$ 947,69
0.00
10.00
20.00
30.00
40.00
50.00
60.00
70.00
80.00
90.00
100.00
300.00 400.00 500.00 600.00 700.00 800.00 900.00 1000.001100.00
Po
ntu
ação
do
I rm
Valor do Irm (R$)
Pontuação do Irm em função de seu valor
1º Quartil = R$ 468,99 2º Quartil = R$ 585,58 3º Quartil = R$ 947,69
117
7.2.6.3 Subindicador de Educação (Ied)
Calculou-se o Ied por meio da seguinte fórmula, pautado em Conesan (1999):
𝐼𝑒𝑑 = 0,60𝐼𝑛𝑒 + 0,40𝐼𝑒1
De acordo com IBGE (2011) uma pessoa alfabetizada é aquela capaz de ler e escrever
um bilhete simples no idioma que conhece. A Secretaria Municipal de Educação de Ouro
Preto não possuía o número de analfabetos residentes no município e muito menos essa
informação passível de ser enquadrada nos setores censitários, sendo assim o valor da variável
(Ine) foi determinado seguindo os seguintes passos e conceitos (de antemão, assumiu-se que
uma pessoa é passível de alfabetização após os 5 anos de idade):
i. O Censo IBGE 2010 fornece a quantidade de habitantes em um setor
censitário (variável aqui chamada de Qh);
ii. O Censo IBGE 2010 fornece a quantidade de habitantes com até 5 anos de
idade em cada setor censitário (variável aqui chamada de Q5);
iii. O Censo IBGE 2010 fornece a quantidade de habitantes alfabetizados com 5
anos, ou mais, em cada setor censitário (variável aqui chamada de Qa);
iv. A soma de Q5 com Qa indica a quantidade de habitantes em um setor
censitário que possui até 5 anos de idade ou possui mais de 5 anos e é
alfabetizada;
v. Por raciocínio lógico, se uma pessoa não possuí até 5 anos de idade e não é
alfabetizada, trata-se de um analfabeto (variável aqui chamada de Qanf).
Assim:
𝑄𝑎𝑛𝑓 = 𝑄ℎ − (𝑄5 + 𝑄𝑎)
Uma vez ciente da quantidade de habitantes (Qh) em um setor censitário e determinada
a quantidade de analfabetos (Qanf) nele residente, calculou-se, então, a variável Ine por meio da
seguinte fórmula:
𝐼𝑛𝑒 =𝑄𝑎𝑛𝑓
𝑄ℎ𝑥100(%)
Baseando-se nas considerações anteriores, concluiu-se que o número de analfabetos
residentes em áreas urbanas no município de Ouro Preto em 2010 é de 2.649, o que representa
3,77% de sua população total. O valor apresentado é pertinente à realidade local e pode ser
ratificado pelo PMSB-OP, no qual está indicado que a taxa da população analfabeta no
município é de 4,17% (PMOP, 2012). A pequena diferença entre os valores percentuais pode
118
ser justificada pelo fato de o primeiro não considerar os analfabetos residentes em áreas
rurais, enquanto o segundo os considera.
A variável de Nenhuma Escolaridade (Ine) teve sua pontuação determinada de acordo
com o Gráfico 18, pautado no estabelecido em Conesan (1999). Todos os valores do Ine foram
ordenados em ordem crescente e calculados os 1º, 2º e 3º quartis, de maneira que todos
aqueles valores menores do que o do 1º quartil (1,13%) receberam pontuação 100,00 e os
maiores do que o do 3º quartil (4,81%) receberam pontuação 0,00 (zero). Valores
intermediários entre esses quartis tiveram a pontuação estipulada por meio de interpolação.
Gráfico 18 - Pontuação do Ine
Fonte: Autor.
Em continuidade, Conesan (1999) determina que a variável Ie1 seja representada pela
porcentagem da população com escolaridade até o 1º grau (ensino fundamental completo).
Visitou-se a Secretaria de Educação do município de Ouro Preto para obter o valor requerido,
no entanto, deparou-se com a ausência dessa informação. O Censo IBGE 2010 também foi
consultado e novamente não foi possível determinar o valor de Ie1 conforme estabelecido pelo
Manual Básico do ISA.
O autor desta pesquisa, endossado pelos orientadores, optou por solucionar o problema
apresentado determinando o valor da variável Ie1 de acordo com informação obtida na página
eletrônica denominada ‘Observatório do PNE’ (www.observatoriodopne.org.br/), a qual é
destinada a apresentar dados a respeito da educação no território brasileiro pautados nas metas
estabelecidas no conteúdo do Plano Nacional de Educação (PNE). Salienta-se que o ideal
1,13
2,36
4,81 0.00
10.00
20.00
30.00
40.00
50.00
60.00
70.00
80.00
90.00
100.00
0.00 1.00 2.00 3.00 4.00 5.00 6.00 7.00
Po
ntu
ação
do
I ne
Valor do Ine (%)
Pontuação do Ine em função do seu valor
1º Quartil = 1,13% 2º Quartil = 2,36% 3º Quartil = 4,81%
119
seria balizar o cálculo conforme Conesan (1999), porém a inexistência da informação obrigou
que se arbitrasse a outra maneira de cálculo.
O ‘Observatório do PNE’ contém na meta 2 – Ensino Fundamental a ‘Porcentagem de
crianças de 6 a 14 anos que frequentam a escola’ na localidade que se deseja avaliar. Para o
município de Ouro Preto o valor em questão é de 98,80% para o ano 2010. Considerou-se a
porcentagem satisfatória, fato que fez com que todos os setores censitários estudados
recebessem pontuação 100,00. A pontuação atribuída pode ser endossada ao analisar o Índice
de Desenvolvimento Humano municipal (IDHM) que, em 2010, foi igual a 0,741,
enquadrando o município em Alto Desenvolvimento Humano. Especialmente a componente
educação possuiu valor de 0,677 naquele ano, no qual o município contava com 98,91% das
crianças de 5 a 6 anos na escola e 93,67% de crianças de 11 a 13 anos cursando os anos finais
do ensino fundamental (ATLAS BRASIL, 2013).
7.2.7 Indicador de Drenagem Urbana (Idu)
A aplicação do método Delphi permitindo a ponderação dos subindicadores
proporcionou a seguinte fórmula para cálculo do Idu.
𝐼𝑑𝑢 = 0,3672𝐼𝑎𝑖 + 0,2917𝐼𝑟𝑝 + 0,3411𝐼𝑎𝑣
7.2.7.1 Subindicador de Alagamento ou Inundação (Iai)
O subindicador de Alagamento ou Inundação (Iai) para a cidade de Ouro Preto foi
calculado baseado no mapa de áreas inundáveis da sede urbana do município disponibilizado
no Plano Municipal de Saneamento Básico em PMOP (2012) e para o distrito de Antônio
Pereira foi determinado de acordo com mapa de uso do solo da área urbana da região
elaborado por Gonçalves et al. (2014). De posse dos mapas, verificou-se quais os setores
censitários com potencial para alagamento/inundação atribuindo pontuação 0,00 para aqueles
que possuíam grandes áreas passíveis dessa ocorrência e 100,00 para aqueles com nenhuma
possibilidade. Àqueles setores que possuíam apenas algumas áreas com potencial para tal
atribuiu-se nota 50,00, conforme Quadro 28. Salienta-se que o critério apresentado foi
arbitrado pelo autor desta pesquisa avalizado pelos orientadores, os quais são conhecedores
das peculiaridades topográficas e hidrográficas da sede municipal conhecendo empiricamente
os poucos locais sujeitos a alagamento/inundação dessa região.
120
Quadro 28 - Pontuação do Iai
Potencial para alagamento/inundação Pontuação Iai
Inexistente 100,00
Médio 50,00
Alto 0,00 Fonte: Autor.
Em continuidade, para os distritos Amarantina, Cachoeira do Campo, Glaura, Rodrigo
Silva e Santo Antônio do Leite calculou-se o subindicador baseado em shapefiles contendo
áreas passíveis de alagamento ou inundação disponibilizadas pelo departamento de
Engenharia Ambiental da UFOP, sendo o critério de pontuação também pautado no Quadro
28. Por fim, atribuiu-se nota 100,00 para os distritos de Engenheiro Correia, Lavras Novas,
Miguel Burnier, Santa Rita de Ouro Preto, Santo Antônio do Salto e São Bartolomeu,
baseando-se na premissa que não existem relatos históricos de alagamentos ou inundações nas
áreas urbanas dessas localidades. Constatação ratificada pela defesa civil do município e por
docentes especialistas no assunto membros da UFOP.
7.2.7.2 Subindicador de Rua Pavimentada (Irp)
O subindicador de Rua Pavimentada (Irp) foi calculado por meio de informações
disponíveis nas tabelas que abastecem o Censo IBGE 2010. Nelas é possível estabelecer o
número de residências que contam com rua pavimentada em um determinado setor censitário.
Considerou-se como pavimentada a via pública coberta com asfalto, cimento, paralelepípedos
e/ou pedra (IBGE, 2011). A fórmula utilizada para o cálculo considerou o número total de
domicílios (Dut) no setor censitário e quantos desses domicílios dispunham de via
pavimentada (Dup), da seguinte forma:
𝐼𝑟𝑝 =𝐷𝑢𝑝
𝐷𝑢𝑡𝑥100(%)
O critério para pontuação do Irp foi definido pelo autor desta pesquisa, endossado
pelos orientadores, de maneira arbitrária e está apresentado no Gráfico 19. Atribuiu-se
pontuação 0,00 (zero) para casos em que Irp foi menor ou igual a 75,00% e 100,00 (cem) para
os casos em que Irp foi maior ou igual a 90,00%. Valores intermediários tiveram a pontuação
estabelecida por meio de interpolação.
121
Gráfico 19 - Pontuação do Irp
Fonte: Autor.
7.2.7.3 Subindicador de Áreas Verdes (Iav)
O subindicador de Áreas Verdes (Iav) foi calculado por meio de informações
disponíveis nas tabelas que abastecem o Censo IBGE 2010. Nelas é possível estabelecer o
número de residências que contam com arborização em um determinado setor censitário.
Considerou-se como arborização a existência de árvore ao longo da calçada/passeio e/ou em
canteiro que dividia pistas de um mesmo logradouro, mesmo que apenas em parte (IBGE,
2011). A fórmula utilizada para o cálculo considerou o número total de domicílios (Dut) no
setor censitário e quantos desses domicílios dispunham de arborização (Duarb), da seguinte
forma:
𝐼𝑎𝑣 =𝐷𝑢𝑎𝑟𝑏𝐷𝑢𝑡
𝑥100(%)
O critério para pontuação do Iav foi definido pelo autor desta pesquisa, avalizado pelos
orientadores, de maneira arbitrária e está apresentado no Gráfico 20. Atribuiu-se pontuação
0,00 (zero) para casos em que Iav foi menor ou igual a 50,00% e 100,00 (cem) para os casos
em que Iav foi maior ou igual a 85,00%. Valores intermediários tiveram a pontuação
estabelecida por meio de interpolação.
0.00
10.00
20.00
30.00
40.00
50.00
60.00
70.00
80.00
90.00
100.00
40.00 50.00 60.00 70.00 80.00 90.00 100.00
Po
ntu
ação
do
I rp
Valor do Irp (%)
Pontuação do Irp em função de seu valor
122
Gráfico 20 - Pontuação do Iav
Fonte: Autor.
7.3 Valor do ISA/OP para cada região analisada
A pontuação dos indicadores de primeira ordem integrantes do ISA/OP está
apresentada na Tabela 19 variando em função dos setores censitários e das regiões estudadas,
na qual também se encontra estipulado o valor geral do ISA/OP para cada distrito bem como
o final que representa o nível de salubridade ambiental de todas as áreas urbanas do município
de Ouro Preto. No item 12 (Apêndice) desta pesquisa está contida a tabela detalhada destinada
a apresentar a pontuação de todos os indicadores e subindicadores dos 99 setores censitários
avaliados, sendo também expostas as médias e valores do ISA/OP por região.
Tabela 19 - Valor do ISA/OP por setor censitário e distrito
Setor
censi-
tário
Bairro Dis-
trito Iab Ies Irs Icv Irh Ise Idu ISA/OP
1 Centro OP 44,27 40,95 43,23 67,71 50,72 99,89 65,89 54,94
2 Rosário OP 44,27 40,95 43,23 67,71 50,72 95,44 65,89 54,43
3 Centro OP 42,45 40,95 0,00 67,71 50,72 75,69 65,89 44,56
4 Centro OP 44,27 40,95 43,23 78,47 50,72 100,00 65,89 56,08
5 Antônio Dias OP 44,27 9,06 43,23 67,71 50,72 89,35 47,53 45,37
6 Barra OP 43,32 0,00 43,23 100,00 50,72 95,64 29,17 45,65
7 Vila São José OP 44,27 40,95 43,23 67,71 50,72 91,12 65,89 53,94
8 Água Limpa OP 44,27 40,95 0,00 52,97 50,72 89,08 65,89 44,90
9 Morro São
Sebastião OP 43,82 0,00 0,00 100,00 50,72 62,48 58,49 37,52
10 Morro São João OP 44,27 40,95 43,23 100,00 50,72 63,80 65,89 54,23
11 Morro São João OP 42,49 40,95 43,23 100,00 50,72 74,60 65,89 55,10
12 Morro da OP 23,06 40,95 13,80 100,00 50,72 49,87 43,67 41,29
0.00
10.00
20.00
30.00
40.00
50.00
60.00
70.00
80.00
90.00
100.00
20.00 30.00 40.00 50.00 60.00 70.00 80.00 90.00 100.00
Po
ntu
ação
do
I av
Valor do Iav (%)
Pontuação do Iav em função de seu valor
123
Setor
censi-
tário
Bairro Dis-
trito Iab Ies Irs Icv Irh Ise Idu ISA/OP
Queimada
13 Morro da
Queimada OP 43,61 40,95 43,23 100,00 50,72 70,68 65,89 54,88
14 Alto da Cruz OP 42,03 40,95 43,23 78,47 50,72 58,32 65,89 50,89
15 Alto da Cruz OP 42,15 40,95 0,00 100,00 50,72 66,90 65,89 46,89
16 Antônio Dias OP 44,14 40,95 0,00 63,73 50,72 69,78 65,89 43,81
17 Alto das Dores OP 44,27 5,96 18,34 100,00 50,72 81,79 47,53 43,08
18 Barra OP 35,50 40,95 14,41 85,26 50,72 92,94 65,89 49,37
19 Vila Aparecida OP 36,06 40,95 9,91 78,47 50,72 70,73 65,89 45,49
20 Nossa Senhora
de Lourdes OP 44,27 40,95 34,29 100,00 50,72 87,03 65,89 55,37
21 Nossa Senhora
de Lourdes OP * * * * * * * *
22 Cabeças OP 44,27 40,95 43,23 67,71 50,72 93,17 65,89 54,17
23 São Cristóvão OP 44,10 40,95 43,23 63,73 50,72 89,33 65,89 53,29
24 Água Limpa OP 44,27 34,55 43,23 78,47 50,72 86,25 65,89 53,19
25 São Francisco OP 43,69 40,95 0,00 100,00 50,72 71,89 65,89 47,77
26 Alto da Cruz OP 43,72 40,58 43,23 100,00 50,72 55,75 65,89 53,13
27 Alto da Cruz OP 44,11 40,95 43,23 100,00 50,72 47,65 65,89 52,37
28 Padre Faria OP 44,27 40,95 43,23 78,47 50,72 40,36 65,89 49,31
29 Bauxita OP 36,06 40,95 43,23 78,47 50,72 99,13 100,00 57,57
30 São Cristóvão OP 43,94 40,95 43,23 100,00 50,72 78,65 65,89 55,85
31 São Cristóvão OP 42,07 40,95 0,00 63,73 50,72 67,65 65,89 43,15
32 Morro da
Queimada OP 43,91 40,95 0,00 100,00 50,72 58,88 65,89 46,34
33 Alto da Cruz OP 42,20 40,95 27,92 100,00 50,72 68,23 65,89 51,74
34 Nossa Senhora
da Piedade OP 41,01 40,95 43,23 67,71 50,72 50,03 65,89 48,61
35 Taquaral OP 40,36 5,33 43,23 100,00 50,72 57,96 100,00 48,63
36 Santa Cruz OP 36,06 40,95 43,23 100,00 50,72 57,26 65,89 51,82
37 Vila Itacolomy OP 34,31 40,95 0,00 100,00 50,72 94,72 65,89 48,46
38 Vila Itacolomy OP 36,06 40,95 43,23 100,00 50,72 84,53 65,89 54,92
39 Bauxita OP 36,06 40,95 43,23 100,00 50,72 84,81 65,89 54,95
40 Bauxita OP 36,06 40,95 43,23 100,00 50,72 75,28 65,89 53,87
41 Vila Operária OP 36,06 40,95 19,56 67,71 50,72 94,51 47,53 46,93
42 Saramenha OP 22,91 19,40 27,16 78,47 50,72 62,50 47,53 38,56
43 Taquaral OP 38,52 40,95 39,36 100,00 50,72 52,30 55,07 50,08
44 Novo Horizonte OP 34,82 23,16 43,23 100,00 50,72 86,39 36,72 48,41
45 Vila dos
Engenheiros OP 35,43 40,95 43,23 86,27 50,72 88,65 48,13 52,13
46 Pilar OP 44,27 38,01 43,23 100,00 50,72 100,00 65,89 57,73
47 Antônio Dias OP 38,54 36,12 0,00 50,00 50,72 86,10 65,89 42,08
48 Pilar OP 40,88 10,55 43,23 78,47 50,72 99,03 65,89 48,97
49 Padre Faria OP 44,27 38,78 42,35 78,47 50,72 72,27 65,89 52,33
50 Nossa Senhora
das Dores OP 44,27 40,95 43,23 78,47 50,72 72,53 65,89 52,96
51 Vila Aparecida OP 35,61 40,95 43,23 100,00 50,72 59,32 65,89 51,97
52 Nossa Senhora
de Lourdes OP 44,27 40,95 43,23 63,73 50,72 100,00 65,89 54,53
53 São Cristovão OP 43,92 40,95 0,00 100,00 50,72 42,25 29,17 40,96
54 Santa Cruz OP 36,06 40,95 0,00 78,47 50,72 69,75 95,58 46,55
55 Bauxita OP 36,06 40,95 43,23 56,94 50,72 93,62 100,00 54,68
56 São Cristovão OP 44,27 40,95 0,00 100,00 50,72 75,00 65,89 48,24
57 Morro Santana OP 42,65 40,43 43,23 78,47 50,72 62,66 67,39 51,55
58 Nossa Senhora OP 39,49 40,95 0,00 100,00 50,72 47,79 36,72 41,41
124
Setor
censi-
tário
Bairro Dis-
trito Iab Ies Irs Icv Irh Ise Idu ISA/OP
da Piedade
59 Nossa Senhora
do Carmo OP 32,65 0,00 0,00 100,00 50,72 60,29 36,72 32,93
60 Bauxita OP 36,06 40,95 43,23 52,97 50,72 81,23 65,89 49,60
61 Bauxita OP 36,06 40,95 43,23 100,00 50,72 97,91 65,89 56,44
62 Nossa Senhora
do Carmo OP 32,63 9,01 0,00 56,36 50,72 80,14 36,72 32,47
63 Saramenha OP 25,95 0,00 43,23 100,00 50,72 73,82 65,89 43,15
Média 39,99 34,74 29,09 85,14 50,72 75,88 62,85 49,22
Valor do ISA para a cidade de Ouro Preto = 49,22 (Baixa salubridade)
64 AM 28,66 10,50 43,23 100,00 89,86 78,63 47,53 48,88
65 AM 28,42 0,00 0,00 63,73 89,86 58,70 29,12 31,56
66 AM 35,24 33,50 43,23 78,47 89,86 40,96 18,36 45,68
67 AM 34,86 33,54 43,23 85,26 89,86 50,54 43,64 49,82
Média 31,79 19,39 32,42 81,87 89,86 57,21 34,66 43,99
Valor do ISA para o distrito de Amarantina = 43,99 (Baixa salubridade)
68 AP 32,05 40,95 43,23 27,46 45,65 55,53 57,56 41,85
69 AP 35,60 27,50 43,23 34,83 45,65 58,83 18,36 37,19
70 AP 25,73 40,95 43,23 56,94 45,65 95,44 100,00 52,24
71 AP 35,71 40,95 43,23 27,46 45,65 45,69 78,19 43,44
72 AP 34,50 40,95 0,00 78,47 45,65 54,90 65,89 41,17
73 AP 35,52 33,81 43,23 27,46 45,65 54,07 38,64 39,10
74 AP * * * * * * * *
Média 33,18 37,52 36,03 42,10 45,65 60,74 59,77 42,50
Valor do ISA para o distrito de Antônio Pereira = 42,50 (Baixa salubridade)
75 CC 36,06 0,19 43,23 78,47 89,86 87,11 29,17 45,20
76 CC 36,06 40,95 43,23 78,47 89,86 88,37 65,89 57,30
77 CC 34,90 0,00 43,23 85,26 89,86 90,90 18,36 45,03
78 CC 35,81 40,95 43,23 70,52 89,86 54,95 65,89 52,62
79 CC 36,06 40,95 43,23 100,00 89,86 64,76 65,89 56,88
80 CC 32,14 8,01 43,23 100,00 89,86 100,00 81,64 54,75
81 CC 35,87 14,20 43,23 64,74 89,86 47,55 65,89 45,63
82 CC 36,06 40,95 43,23 63,73 89,86 40,36 33,94 47,26
83 CC 35,15 40,95 43,23 78,47 89,86 55,26 47,53 51,61
84 CC 27,98 10,66 43,23 85,26 89,86 87,47 18,36 45,45
85 CC 35,37 40,95 43,23 100,00 89,86 67,43 55,61 56,07
86 CC 35,43 40,95 43,23 77,89 89,86 42,75 40,33 49,50
Média 34,74 26,64 43,23 81,90 89,86 68,91 49,04 50,61
Valor do ISA para o distrito de Cachoeira do Campo = 50,61 (Média salubridade)
87 EC 76,32 40,95 0,95 100,00 100,00 51,28 65,89 57,51
Média 76,32 40,95 0,95 100,00 100,00 51,28 65,89 57,51
Valor do ISA para o distrito de Engenheiro Correia = 57,51 (Média salubridade)
88 GL 47,59 0,00 43,23 100,00 89,86 42,91 36,72 45,46
Média 47,59 0,00 43,23 100,00 89,86 42,91 36,72 45,46
Valor do ISA para o distrito de Glaura = 45,46 (Baixa salubridade)
89 LN 75,82 40,95 43,23 100,00 89,86 51,29 100,00 66,68
90 LN 76,78 28,72 0,00 100,00 89,86 51,83 82,76 55,49
Média 76,30 34,83 21,62 100,00 89,86 51,56 91,38 61,08
Valor do ISA para o distrito de Lavras Novas = 61,08 (Média salubridade)
91 MB 98,95 0,00 43,23 100,00 100,00 78,56 36,72 61,03
Média 98,95 0,00 43,23 100,00 100,00 78,56 36,72 61,03
Valor do ISA para o distrito de Miguel Burnier = 61,03 (Média salubridade)
92 RS 76,94 40,95 43,23 100,00 100,00 41,66 47,53 61,90
125
Setor
censi-
tário
Bairro Dis-
trito Iab Ies Irs Icv Irh Ise Idu ISA/OP
Média 76,94 40,95 43,23 100,00 100,00 41,66 47,53 61,90
Valor do ISA para o distrito de Rodrigo Silva = 61,90 (Média salubridade)
93 SRT 92,34 32,77 43,23 78,47 100,00 46,82 63,96 63,22
94 SRT 92,28 5,04 43,23 100,00 100,00 40,30 65,89 59,16
Média 92,31 18,91 43,23 89,24 100,00 43,59 64,92 61,19
Valor do ISA para o distrito de Santa Rita de Ouro Preto (Média salubridade)
95 STL 35,06 10,56 43,23 100,00 89,86 51,18 18,36 44,30
96 STL 33,99 0,00 43,23 100,00 89,86 68,40 36,72 45,60
97 STL 35,20 18,75 43,23 78,47 89,86 67,40 20,46 45,81
Média 34,75 9,77 43,23 92,82 89,86 62,32 25,18 45,23
Valor do ISA para o distrito de Santo Antônio do Leite = 45,23 (Baixa salubridade)
98 STS 74,65 0,00 33,83 100,00 100,00 50,17 36,72 51,29
Média 74,65 0,00 33,83 100,00 100,00 50,17 36,72 51,29
Valor do ISA para o distrito de Santo Antônio do Salto = 51,29 (Média salubridade)
99 SB 97,23 100,00 43,23 64,16 74,64 54,83 65,89 75,03
Média 97,23 100,00 43,23 64,16 74,64 54,83 65,89 75,03
Valor do ISA para o distrito de São Bartolomeu = 75,03 (Salubre)
Média municipal 42,63 31,90 32,32 83,12 62,58 70,33 58,35 49,71
Valor do ISA para as áreas urbanas do município de Ouro Preto = 49,71 (Baixa salubridade) Fonte: Autor. OP = Ouro Preto; AM = Amarantina; AP = Antônio Pereira; CC = Cachoeira do Campo; EC = Engenheiro Correia; GL = Glaura; LN = Lavras Novas; MB = Miguel Burnier; RS = Rodrigo Silva; SRT = Santa Rita de Ouro Preto; STL = Santo Antônio do Leite; STS = Santo
Antônio do Salto; SB = São Bartolomeu
* = informação indisponível
A análise da Tabela 19 demonstra que o máximo valor do ISA/OP foi igual a 75,03
referente ao setor censitário de número 99 pertencente ao distrito de São Bartolomeu e o
mínimo igual a 31,56 referente ao setor 65 pertencente à Amarantina. Como visto, o valor
geral do ISA/OP foi igual a 49,71 (0,4971) o que permite enquadrar o município no nível de
baixa salubridade ambiental, conforme estipulado no Quadro 9. O diagnóstico esmiuçado dos
indicadores e subindicadores avaliados em função de cada uma das 13 regiões estudadas
encontra-se a seguir no item 8 desta pesquisa.
8 DIAGNÓSTICO DA SALUBRIDADE AMBIENTAL DO MUNICÍPIO DE OURO
PRETO
A metodologia de cálculo do ISA/OP demonstrou que 5 regiões avaliadas (38,46%)
encontra-se em baixo nível de salubridade ambiental, 7 (53,85%) em médio nível de
salubridade e apenas um (7,69%) distrito em estágio salubre. Analisando a Tabela 20, o
distrito de São Bartolomeu foi o que apresentou o maior valor do ISA/OP (75,03) e o de
Antônio Pereira o menor valor (42,50).
126
Tabela 20 - Valor do ISA/OP e nível de salubridade ambiental de cada distrito
Classi-
ficação Distrito Iab Ies Irs Icv Irh Ise Idu ISA/OP Nível
1º São
Bartolomeu 97,23 100,00 43,23* 64,16 74,64 54,83 65,89 75,03 Salubre
2º Rodrigo
Silva 76,94 40,95* 43,23 100,00 100,00 41,66 47,53 61,90
Média
Salu-
bridade
3º Santa Rita de
Ouro Preto 92,31 18,91* 43,23 89,24 100,00 43,59 64,92 61,19
4º Lavras
Novas 76,30 34,83 21,62* 100,00 89,86 51,56 91,38 61,08
5º Miguel
Burnier 98,95 0,00* 43,23 100,00 100,00 78,56 36,72 61,03
6º Engenheiro
Correia 76,32 40,95 0,95* 100,00 100,00 51,28 65,89 57,51
7º
Santo
Antônio do
Salto
74,65 0,00* 33,83 100,00 100,00 50,17 36,72 51,29
8º Cachoeira do
Campo 34,74 26,64* 43,23 81,90 89,86 68,91 49,04 50,61
9º Ouro Preto 39,99 34,74 29,09* 85,14 50,72 75,88 62,85 49,22
Baixa
Salu-
bridade
10º Glaura 47,59 0,00* 43,23 100,00 89,86 42,91 36,72 45,46
11º
Santo
Antônio do
Leite
34,75 9,77* 43,23 92,82 89,86 62,32 25,18 45,23
12º Amarantina 31,79 19,39* 32,42 81,87 89,86 57,21 34,66 43,99
13° Antônio
Pereira 33,18* 37,52 36,03 42,10 45,65 60,74 59,77 42,50
Fonte: Autor
* = Indicador de menor valor no distrito
Os asteriscos (*) adicionados na Tabela 20 demonstram o indicador que recebeu a
menor nota em cada região estudada, o que deixa evidente para administração pública
municipal qual a componente socioambiental demanda prioridade em investimento em cada
distrito. Como visto, um (7,69%) distrito necessita melhorar os serviços relativos ao indicador
abastecimento de água, 8 (61,54%) distritos carecem de investimento nos questões englobadas
pelo indicador esgoto sanitário e 4 (30,77%) possuem necessidade de benfeitorias nas
questões avaliadas pelo indicador resíduos sólidos. Os números concentrados nas
componentes esgoto sanitário e resíduos sólidos apontam para urgência de desenvolvimento
desses serviços, situação que não é novidade de ser apresentada uma vez que o município não
conta com sistema para tratar seus efluentes domésticos tampouco aterro sanitário para dispor
seus resíduos sólidos urbanos.
Especificamente para a cidade de Ouro Preto, região que abriga 65,80% da população
urbana do município, é evidente a necessidade de investimento na continuidade das obras da
ETE Osso de Boi – ou até mesmo em uma nova ETE – e na construção de um aterro sanitário.
Assim como nos outros distritos que apresentam carências nessas áreas, o poder público local
127
deve priorizar ações para elevar a pontuação dos indicadores esgoto sanitário e resíduos
sólidos visando aumentar o valor geral do ISA/OP da sede municipal, que atualmente é de
49,22, e, em consequência, o elevar o nível de salubridade ambiental. A título de curiosidade
e guardadas as devidas proporções, o distrito de São Bartolomeu é o único do município que
conta com sistema de tratamento de esgotos e foi o que possuiu o maior valor (75,03) do
ISA/OP.
Os tópicos a seguir contêm a análise detalhada de todos os indicadores e
subindicadores avaliados no ISA/OP discriminados por região estudada. Os quais também
contam com uma classificação em função das pontuações decrescente dos indicadores de
primeira de ordem, sendo o primeiro colocado o distrito que apresenta a melhor condição e o
último aquele que carece de urgência em investimento na componente avaliada.
8.1 Abastecimento de Água
A análise dos subindicadores do sistema de abastecimento de água do município de
Ouro Preto apresenta situações extremas, contando com alguns cenários de excelência e com
outros de total carência, conforme exposto na Tabela 21. Avaliando o Ica, nota-se que
nenhuma região estudada apresenta precariedade na cobertura de abastecimento de água em
sua área urbana. Apesar dos bons resultados obtidos, salienta-se que a situação ideal seria
aquela em que todas as regiões recebessem pontuação igual a 100,00, uma vez que residências
inseridas em áreas urbanas devem contar com rede de abastecimento de água tratada.
Tabela 21 - Pontuações médias relativas ao abastecimento de água
Classificação Distrito Ica Iqa Isa Iab
1º Miguel Burnier 97,10 100,00 100,00 98,95
2º São Bartolomeu 92,31 100,00 100,00 97,23
3º Santa Rita de Ouro Preto 98,35 100,00 69,00 92,31
4º Rodrigo Silva 99,54 100,00 0,00 76,94
5º Engenheiro Correia 97,80 100,00 0,00 76,32
6º Lavras Novas 97,76 100,00 0,00 76,30
7º Santo Antônio do Salto 81,74 100,00 18,00 74,65
8º Glaura 96,10 0,00 56,50 47,59
9º Ouro Preto 95,47 13,55 0,00 39,99
10º Santo Antônio do Leite 96,37 0,00 0,00 34,75
11º Cachoeira do Campo 96,34 0,00 0,00 34,74
12º Antônio Pereira 92,02 0,00 0,00 33,18
13° Amarantina 88,17 0,00 0,00 31,79 Fonte: Autor.
No que se refere ao Iqa, diagnosticou-se que os distritos de Glaura, Santo Antônio do
Leite, Cachoeira do Campo, Antônio Pereira, Amarantina e a sede municipal são as regiões
que apresentam problemas ligados à qualidade da água distribuída, sendo esses os destinados
128
a serem priorizados com investimentos públicos visando alteração do atual cenário. Às
regiões que foram atribuídas nota 100,00 pontos infere-se que o valor máximo pode contar
com superestimação devido às considerações feitas para a efetivação dos cálculos, conforme
discutido no item 7.2.1.2 deste estudo.
Os distritos de Miguel Burnier e São Bartolomeu são os únicos que a metodologia de
cálculo apresentada não detectou problemas com a saturação do sistema produtor de águas.
Todas as outras regiões carecem de melhorias em suas infraestruturas de abastecimento de
água para melhorar a pontuação do Isa, cenário que poderá sofrer brusca alteração com a
concretização do desejo de implantação da rede de hidrometação em todo o território
municipal, com o qual se imagina uma significativa queda no valor do consumo de água per
capita da população ouropretana (PMOP, 2013a).
Por fim, com exceção dos distritos de Miguel Burnier e São Bartolomeu, todas as
regiões analisadas necessitam de ações da prefeitura municipal focadas na alteração do atual
estado da qualidade da água distribuída e/ou saturação do sistema produtor. Elevando a
pontuação desses dois subindicadores, o valor do indicador Iab será aumentado (Tabela 21) e
por consequência direta implicará benefícios para a população ouropretana e à salubridade
ambiental local.
8.2 Esgoto Sanitário
A atual situação do esgotamento sanitário no município de Ouro Preto é crítica, fato
que não é novidade de se afirmar, visto que a região não conta com sistema de tratamento de
esgotos (exceto o distrito de São Bartolomeu), Tabela 22. A pontuação média para os
subindicadores Ite e Ise foi 0,00 (zero) para as demais regiões estudadas, apontando iminente
necessidade de investimento em infraestruturas de tratamento por parte da gestão pública
municipal em parceria com o Semae. Conforme PMOP (2012), está em processo de
construção a ETE Osso de Boi, localizada na sede municipal, destinada ao tratamento do
esgoto proveniente apenas da cidade de Ouro Preto. Segundo a mesma fonte, as obras
deveriam estar finalizadas em 2014/2015, no entanto, em agosto de 2017, encontravam-se
paralisadas, sem sinais de avanços e o local em situação de total abandono, tomado pela
vegetação e contendo focos de proliferação do mosquito da dengue em águas paradas nas
estruturas já construídas, conforme visto na Figura 16.
129
Tabela 22 - Pontuações médias relativas ao esgoto sanitário
Classificação Distrito Ice Ite Ise Ies
1º São Bartolomeu 100,00 100,00 100,00 100,00
2º Engenheiro Correia 100,00 0,00 0,00 40,95
3º Rodrigo Silva 100,00 0,00 0,00 40,95
4º Antônio Pereira 91,62 0,00 0,00 37,52
5º Lavras Novas 85,06 0,00 0,00 34,83
6º Ouro Preto 84,83 0,00 0,00 34,74
7º Cachoeira do Campo 65,06 0,00 0,00 26,64
8º Amarantina 47,34 0,00 0,00 19,39
9º Santa Rita de Ouro Preto 46,17 0,00 0,00 18,91
10º Santo Antônio do Leite 23,86 0,00 0,00 9,77
11º Glaura 0,00 0,00 0,00 0,00
12º Miguel Burnier 0,00 0,00 0,00 0,00
13º Santo Antônio do Salto 0,00 0,00 0,00 0,00 Fonte: Autor.
Figura 16 - Situação de abandono da ETE Osso de Boi
Fonte: Autor.
No que se refere ao subindicador Ice, nota-se que o serviço de coleta possui efetiva
abrangência nos distritos de São Bartolomeu, Engenheiro Correia e Rodrigo Silva. Antônio
Pereira, Lavras Novas e a sede municipal encontram-se com o serviço bem desenvolvido,
porém necessitam de investimentos públicos visando aumentar a pontuação do subindicador
e, por consequência, a quantidade de residências que contam com a coleta de esgotos. Em
continuidade, Cachoeira do Campo, Amarantina, Santa Rita de Ouro Preto, Santo Antônio do
Leite, Glaura, Miguel Burnier e Santo Antônio do Salto possuem o serviço em pauta de
maneira precária, sendo indispensáveis benfeitorias para a alteração do atual cenário.
Prosseguindo a análise, é inadmissível um município que contém uma sede urbana do
porte econômico, histórico e turístico da cidade de Ouro Preto não tratar o esgoto gerado. A
continuidade das obras da ETE Osso de Boi assume papel prioritário para alteração do atual
cenário dos subindicadores Ite e Ise, fato que proporcionará melhoria na qualidade de vida da
população da sede urbana e beneficiará os recursos hídricos locais e à jusante do município.
130
Por fim, a Figura 17 apresenta a situação paradoxal da cidade, na qual pode ser
observada em primeiro plano a tubulação do Século XIX destinada a encaminhar os efluentes
domésticos a um dos primeiros sistemas de tratamento de esgotos do Brasil e em segundo os
canos atuais lançando as águas residuárias diretamente no curso d’água, comprovando a falta
de investimento e comprometimento de administração pública com a salubridade ambiental
local, bem como a involução municipal perante o assunto em questão.
Figura 17 - Tubulação do Século XIX e lançamento de esgoto em curso d'água
Fonte: Autor.
8.3 Resíduos Sólidos
Semelhante ao diagnóstico do esgotamento sanitário é o dos resíduos sólidos, uma vez
que o município de Ouro Preto conta apenas com o serviço de coleta, inexistindo destinação e
disposição final ambientalmente adequadas. Sendo assim, o subindicador Icr demonstrou que
as áreas urbanas dos distritos de Cachoeira do Campo, Glaura, Miguel Burnier, Rodrigo Silva,
Santa Rita de Ouro Preto, Santo Antônio do Leite e São Bartolomeu possuem o serviço de
coleta de resíduos sólidos com abrangência satisfatória, de acordo com Tabela 23. Antônio
Pereira, Santo Antônio do Salto e Amarantina carecem de investimentos nessa área, já a sede
municipal, Lavras Novas e Engenheiro Correia possuem urgência na melhora da abrangência
do serviço, devendo a prefeitura municipal priorizar aplicações públicas nesses locais.
131
Tabela 23 - Pontuações médias relativas aos resíduos sólidos
Classificação Distrito Icr Iqr Isr Irs
1º Cachoeira do Campo 100,00 0,00 0,00 43,23
2º Glaura 100,00 0,00 0,00 43,23
3º Miguel Burnier 100,00 0,00 0,00 43,23
4º Rodrigo Silva 100,00 0,00 0,00 43,23
5º Santa Rita de Ouro Preto 100,00 0,00 0,00 43,23
6º Santo Antônio do Leite 100,00 0,00 0,00 43,23
7º São Bartolomeu 100,00 0,00 0,00 43,23
8º Antônio Pereira 83,33 0,00 0,00 36,03
9º Santo Antônio do Salto 78,26 0,00 0,00 33,83
10º Amarantina 75,00 0,00 0,00 32,42
11º Ouro Preto 67,28 0,00 0,00 29,09
12º Lavras Novas 50,00 0,00 0,00 21,62
13º Engenheiro Correia 2,20 0,00 0,00 0,95 Fonte: Autor
A pontuação média igual a 0,00 (zero) dos subindicadores Iqr e Isr aponta para a
iminente necessidade da administração pública em investir na instalação de aterro sanitário,
considerando ser essa a disposição final indicada para o município, uma vez que o mesmo
possui população urbana de 61.120 habitantes (IBGE, 2010).
8.4 Vetores de Doenças
Inicia-se a discussão deste tópico evidenciando que os valores nele apresentados
carregam fragilidades e podem camuflar a real condição de diagnóstico das enfermidades
analisadas. Inicialmente, relembra-se o laborioso processo de enquadramento das doenças em
seus respectivos setores censitários, no qual alguns casos foram desconsiderados nos cálculos
devido à impossibilidade de serem vinculados a um setor, situação detalhadamente explicada
no item 7.2.4 deste estudo. Além disso, existem casos em que os pacientes optam por
atendimento na rede particular de atendimento inexistindo a notificação da enfermidade no
Sistema Único de Saúde (SUS) municipal e também aqueles que buscam por atendimento em
municípios vizinhos devido à facilidade e proximidade do acesso a essas regiões. Exemplo
disso é o distrito de Antônio Pereira, localizado mais próximo e com acesso mais fácil à
cidade de Mariana, vizinha de Ouro Preto, favorecendo que a população local busque
assistência médica nessa outra cidade.
Ciente da perplexidade dos dados tratados e explorando meramente o resultado
apresentando pelo Indicador de Controle de Vetores (Icv), nota-se que a maioria (11 regiões)
das áreas urbanas do município de Ouro Preto encontra-se em situação adequada na contenção
das enfermidades analisadas, a exceção fica por conta dos distritos de Antônio Pereira e São
Bartolomeu, conforme Tabela 24.
132
Tabela 24 - Pontuações médias relativas aos vetores de doenças
Classificação Distrito Ivd Ive Ivl Icv
1º Engenheiro Correia 100,00 100,00 100,00 100,00
2º Glaura 100,00 100,00 100,00 100,00
3º Lavras Novas 100,00 100,00 100,00 100,00
4º Miguel Burnier 100,00 100,00 100,00 100,00
5º Rodrigo Silva 100,00 100,00 100,00 100,00
6º Santo Antônio do Salto 100,00 100,00 100,00 100,00
7º Santo Antônio do Leite 83,33 100,00 100,00 92,82
8º Santa Rita de Ouro Preto 75,00 100,00 100,00 89,24
9º Ouro Preto 71,77 92,34 98,39 85,14
10º Cachoeira do Campo 79,17 72,92 95,83 81,90
11º Amarantina 75,00 75,00 100,00 81,87
12º São Bartolomeu 100,00 25,00 50,00 64,16
13º Antônio Pereira 8,33 37,50 100,00 42,10 Fonte: Autor
As localidades de Antônio Pereira e São Bartolomeu demandam de intensa prioridade
no que diz respeito ao combate/prevenção da esquistossomose, representada pelo
subindicador Ive. Em especial, o primeiro distrito carece de urgente intervenção no
combate/prevenção à dengue (Ivd), uma vez que conteve 32,89% (vide Tabela 14) dos casos
da doença no município e possui uma população urbana que representa apenas 3,37% da total
municipal (vide Tabela 4). Já o segundo, necessita de atenção no que diz respeito à eliminação
dos transmissores da leptospirose (Ivl), especialmente dos ratos.
8.5 Recursos Hídricos
A análise do cenário em que se encontram os recursos hídricos ouropretanos
demonstrou que a qualidade da água bruta utilizada para abastecimento público no Município
apresenta boas condições, conforme demonstra os resultados de Iqb na Tabela 25. Como já
demonstrado, os cursos d’águas destinados às captações superficiais quando muito se
enquadram como Classe 2 na Resolução Conama nº. 357/2005 e nas situações em que se
realiza a captação subterrânea também não existem contratempos diagnosticados, conforme
informado pelo Semae e ratificado pelos estudos de Oliveira (2010) e Pereira (2012). Há que
se relembrar, no entanto, que nem o Semae e nem a Secretaria Municipal de Meio Ambiente
possuem dados oficiais disponíveis a respeito das propriedades que conferem qualidade à
água bruta municipal, fato que deixa os valores apresentados de Iqb passíveis de contra
argumentação.
133
Tabela 25 - Pontuações médias relativas aos recursos hídricos
Classificação Distrito Iqb Idm Irh
1º Engenheiro Correia 100,00 100,00 100,00
2º Miguel Burnier 100,00 100,00 100,00
3º Rodrigo Silva 100,00 100,00 100,00
4º Santa Rita de Ouro Preto 100,00 100,00 100,00
5º Santo Antônio do Salto 100,00 100,00 100,00
6º Amarantina 80,00 100,00 89,86
7º Cachoeira do Campo 80,00 100,00 89,86
8º Glaura 80,00 100,00 89,86
9º Lavras Novas 80,00 100,00 89,86
10º Santo Antônio do Leite 80,00 100,00 89,86
11º São Bartolomeu 50,00 100,00 74,64
12º Ouro Preto 100,00 0,00 50,72
13º Antônio Pereira 90,00 0,00 45,65 Fonte: Autor
Em continuidade, o subindicador Idm diagnosticou que a demanda por água nas áreas
será sustentada pela disponibilidade dos mananciais, exceto para a sede municipal e para o
distrito de Antônio Pereira. A boa pontuação do subindicador carrega em seu valor a redução
de 50,00% do consumo de água per capita ouropretano, passando de 450 para 225 L/hab.dia,
cenário pautado na hipótese da integral hidrometação da rede de abastecimento do Município.
A consideração em questão coloca em juízo os valores demonstrados, uma vez que, na
ausência da medição pretendida, o alto valor per capita pode permanecer e será associado
com o aumento da população nos anos futuros, fato que elevará a demanda por água
reduzindo a pontuação de Idm. De acordo com PMOP (2013a):
A ausência de micromedidores nas ligações de água em Ouro Preto e o alto
consumo per capita indicam que no futuro o consumo de água irá aumentar,
em função do aumento da população. Devido a este fato, medidas devem ser
tomadas por parte da autarquia visando suprir esta demanda futura,
principalmente com relação ao aumento da vazão média de água tratada e
ampliação dos sistemas de captação, tratamento e reservação de água no
município (PMOP, 2013a, p. 30).
Por sua vez, a cidade de Ouro Preto e o distrito de Antônio Pereira demonstraram que
mesmo em cenário de redução do consumo de água pós-hidrometação sofrerão com a
disponibilidade de seus mananciais de abastecimento. Ciente disso, sugere-se que a prefeitura
municipal priorize ações visando a não ocorrência do panorama previsto, investindo na busca
de novos corpos d´água para municiar a população e considerando a ampliação das ETAs
locais.
No geral, o indicador Irh apresentou bons resultados, conforme visto Tabela 25. Os
senões referem-se à possibilidade de não implantação da hidrometação com o intuito de
reduzir o alto consumo per capita e à iminente necessidade de se aumentar a oferta de água na
sede municipal e no distrito de Antônio Pereira. No que tange à hidrometação, infere-se que
134
os gastos oriundos com a parte operacional do processo de instalação serão recompensados
com a drástica diminuição do consumo de água, fato que provocaria reeducação da população
quanto ao desperdício e controle das perdas na rede de distribuição, reduzindo também gastos
com tratamento e energia elétrica. Inferência atestada pelo PMSB-OP em seu documento de
prognósticos (PMOP, 2013).
8.6 Socioeconomia
A pontuação do Ise demonstra que o município de Ouro Preto carece de melhorias em
sua socioeconomia, sendo o subindicador Irf o que apresentou os menores valores nas 13
regiões estudadas e o Isp os maiores. Analisando a Tabela 26 torna-se nítido que a
administração pública necessita investir em programas visando o aumento da renda familiar
dos ouropretanos, sendo as notas do subindicador Irf as que mais contribuem para as baixas
pontuações do indicador Ise, inclusive no distrito de Miguel Burnier e na sede municipal, os
dois primeiros colocados na classificação.
Tabela 26 - Pontuações médias relativas à socioeconomia
Classificação Distrito Isp Irf Ied Ise
1º Miguel Burnier 100,00 26,92 94,21 78,56
2º Ouro Preto 83,51 55,97 82,54 75,88
3º Cachoeira do Campo 83,59 45,42 71,21 68,91
4º Santo Antônio do Leite 92,98 5,29 72,79 62,32
5º Antônio Pereira 80,07 46,79 51,74 60,74
6º Amarantina 84,66 6,38 66,42 57,21
7º São Bartolomeu 100,00 13,47 40,00 54,83
8º Lavras Novas 100,00 1,08 40,00 51,56
9º Engenheiro Correia 100,00 0,00 40,00 51,28
10º Santo Antônio do Salto 96,94 0,00 40,00 50,17
11º Santa Rita de Ouro Preto 77,01 2,57 40,00 43,59
12º Glaura 76,35 0,90 40,00 42,91
13º Rodrigo Silva 73,57 0,00 40,00 41,66
Fonte: Autor
O subindicador Ied apontou que, sob as lentes do ISA/OP, alguns distritos (Antônio
Pereira, São Bartolomeu, Lavras Novas, Engenheiro Correia, Santo Antônio do Salto, Santa
Rita de Ouro Preto, Glaura e Rodrigo Silva) possuem significativo percentual da população
com baixíssimo grau de escolaridade, cabendo à administração local voltar os olhos para
concretização de ações para a melhoria desse contexto.
Por fim, as pontuações do subindicador Isp apontaram que o município de Ouro Preto
não apresenta índices elevados de mortalidade infantil e de idosos ligadas às doenças
respiratórias e de veiculação hídrica. Como já citado no item 7.2.6.1 desta pesquisa, a
pontuação desse subindicador em um ou outro setor censitário pode conter erro devido à
135
maneira em que foi atribuída, no entanto, em contato pessoal com funcionário da Secretaria
de Saúde municipal foi passada a informação de que o valor total de 281 mortes (vide Tabela
18) em um período de 6 anos (2010 a 2015) é considerado dentro dos padrões brasileiros de
saúde e não requer atenção específica para alteração de cenário.
8.7 Drenagem Urbana
O município de Ouro Preto possui a vantagem do baixo potencial de ocorrência de
alagamento/inundação, característica proporcionada devido ao relevo acidentado e da
geomorfologia local, peculiaridade apontada pelas altas pontuações médias do subindicador
Iai, de acordo com Tabela 27. Rodrigo Silva e Amarantina, no entanto, apresentaram
pontuações médias iguais a 50,00, fato que não requer preocupação demasiada, uma vez que
não existem relatos históricos de alagamentos/inundação nesses distritos.
Tabela 27 - Pontuações médias relativas à drenagem urbana
Classificação Distrito Iai Irp Iav Idu
1º Lavras Novas 100,00 75,76 95,45 91,38
2º Engenheiro Correia 100,00 100,00 0,00 65,89
3º São Bartolomeu 100,00 100,00 0,00 65,89
4º Santa Rita de Ouro Preto 100,00 96,68 0,00 64,92
5º Ouro Preto 93,55 90,05 6,55 62,85
6º Antônio Pereira 83,33 73,49 22,68 59,77
7º Cachoeira do Campo 70,83 69,21 8,33 49,04
8º Rodrigo Silva 50,00 100,00 0,00 47,53
9º Glaura 100,00 0,00 0,00 36,72
10º Miguel Burnier 100,00 0,00 0,00 36,72
11º Santo Antônio do Salto 100,00 0,00 0,00 36,72
12º Amarantina 50,00 53,00 2,47 34,66
13º Santo Antônio do Leite 66,67 0,00 2,05 25,18 Fonte: Autor
Especificamente para a cidade de Ouro Preto, o mapa de áreas inundáveis
disponibilizado no Plano Municipal de Saneamento Básico em PMOP (2012) aponta com
potencial risco de alagamento/inundação apenas aqueles locais à margem do Ribeirão do
Funil (Córrego da Barra) e de um pequeno afluente desse, totalmente canalizado e com nome
não estabelecido, ambos localizados no bairro da Barra. A Figura 18 demonstra a área em
questão evidenciando residências na planície de inundação do curso d’água e casos em que as
garagens domiciliares foram construídas literalmente acima da superfície d’água do córrego
canalizado.
136
Figura 18 - Áreas com potencial risco de alagamento/inundação na sede municipal
Fonte: Autor.
No que se refere à pavimentação das ruas, notou-se que os distritos de Engenheiro
Correia, Ouro Preto, Rodrigo Silva, Santa Rita de Ouro Preto e São Bartolomeu possuem
significativa abrangência no usufruto desse serviço. Antônio Pereira, Cachoeira do Campo e
Lavras Novas encontram-se em estágio intermediário na pavimentação, já Amarantina,
Glaura, Miguel Burnier, Santo Antônio do Leite e Santo Antônio do Salto em estágio de
carência, necessitando de investimentos públicos destinados à mudança do atual cenário.
Além de benefícios à qualidade de vida da população, investir em pavimentação contribuirá
com a redução da carga de material particulado que atinge os cursos d’águas em consequência
de seu carreamento pelas águas pluviais.
A metodologia da presente pesquisa apontou que o grande obstáculo do município
ouropretano na busca de melhora do serviço de drenagem urbana é a mínima existência de
áreas verdes em seus perímetros urbanos, conforme indica as pontuações médias do Iav. Com
exceção do distrito de Lavras Novas, todos os outros necessitam de investimentos públicos
destinados à criação/manutenção das áreas verdes pertencentes ao meio urbano municipal,
fato que proporcionará melhoria na drenagem urbana local bem como redução nos níveis
erosão, acarretando em elevação da qualidade de vida da população local.
137
9 DIFICULDADES ENCONTRADAS E AVANÇOS OBTIDOS COM A
IMPLEMENTAÇÃO DO ISA/OP
A literatura afirma que os indicadores ambientais devem ser simples, possuírem dados
prontamente disponíveis e adequadamente documentados (von SCHIRDING, 2002; OECD,
2003; WHO, 2014). No desenvolvimento deste estudo, no entanto, os atributos citados não
apresentaram como da forma esperada, fazendo com que o processo de criação do ISA/OP
demandasse tempo e esforço demasiados. A leitura do Manual Básico do ISA permite a
interpretação que a aplicação do Indicador seja trivial, não deixando claras as possíveis e
prováveis adversidades que surgirão durante a jornada de determinação do nível de
salubridade ambiental da região que se deseja estudar.
Inicialmente, o principal imbróglio encontrado para desenvolver os cálculos do
ISA/OP foi a carência de dados para municiar o Indicador. Neste quesito, transfere-se a
responsabilidade para a administração pública municipal ouropretana, a qual não conta com
um serviço efetivo de compilação de dados a respeito de saneamento ambiental passível de
disponibilização aos interessados. Em visitas aos órgãos públicos destinados a fornecê-los,
notou-se que alguns dos dados requeridos nunca foram analisados ou, então, já foram obtidos,
porém se encontram defasados e dispersos em meio a outros documentos. Exalta-se, neste
ponto, a abundância, qualidade e acessibilidade das informações oferecidas pelo Censo IBGE
2010, sem o qual este estudo não seria possível de se concluir.
A carência de organização na aquisição e controle dos dados foi suprida pela
receptividade e boa vontade dos servidores públicos municipais durante o auxílio na
determinação dos valores das variáveis que compõem o ISA/OP. Contudo, notou-se em
situações esporádicas que a solicitude dos funcionários era cessada por limitações
operacionais, onde sistemas e programas designados a conceder informações apresentavam-se
com imperfeições de funcionamento. Sendo assim, afirma-se que se lançou mão de
arbitrariedades durante o desenvolvimento desta pesquisa somente naqueles casos em que
realmente não existiam dados coletados e disponíveis para balizar os cálculos exigidos de
acordo com o estabelecido por Conesan (1999), de modo que todas aquelas realizadas foram
profundamente discutidas entre autor e orientadores com o objetivo de tornar o ISA/OP o
mais fiel possível ao Manual e à realidade do município de Ouro Preto.
Como visto durante o desenvolvimento deste estudo, os dados que abasteceram o
ISA/OP são todos oriundos de fontes secundárias (Secretaria Municipal de Saúde, Secretaria
138
Municipal de Educação, Semae, IBGE, PMSB-OP, dentre outros), o que também pode ser
visto sob uma ótica problemática, uma vez que depender de informações de outrem demanda
paciência, tempo e reuniões periódicas. Em consequência disso, o prazo previsto para
conclusão da presente pesquisa foi estendido, ficando o autor, em alguns casos, impedido de
progredi-la em função da espera por dados.
Deixando de lado a disponibilidade dos dados e direcionando a análise para a
estruturação do ISA/OP, constatou-se mais um caminho percorrido permeado por obstáculos.
A utilização do método Delphi para eleger e ponderar os indicadores e subindicadores se
demonstrou eficaz, mas com eficiência passível de questionamentos. A metodologia foi capaz
de conceber o Indicador, cumprindo a função das rodadas de apresentar aos especialistas o
que foi respondido por todo o grupo e da possibilidade de repensar suas opiniões, bem como
de apontar quais os indicadores e subindicadores deveriam compor o ISA/OP e definir seus
respectivos pesos. Em contrapartida, nas referências bibliográficas consultadas que abordam o
método Delphi não é definido ou sugerido o número mínimo de rodadas a serem realizadas, o
número mínimo de especialistas participantes, tampouco os meios necessários para se provar
a existência de consenso entre as respostas adquiridas. Essa lacuna permitiu que se arbitrasse
os seguintes critérios: (i) grupo de especialistas composto por 40 membros; (ii) duas rodadas
de perguntas; (iii) estabelecimento de consenso pautado em média e mediana dos pesos dos
indicadores/subindicadores, assim como na frequência de utilização de cada um deles; (iv)
considerar no ISA/OP somente aqueles novos indicadores/subindicadores sugeridos pelo
grupo com frequência de utilização acima de 50,00%.
Analisando algumas das sugestões de inclusão de novos indicadores e subindicadores
ao ISA/OP realizadas pelos especialistas, notou-se que esses não se atentaram para avaliar a
viabilidade dos cálculos necessários e sequer para a disponibilidade dos dados para municiá-
los. A discussão realizada no item 7.1.1 desta pesquisa explicou que algumas sugestões foram
descartadas, fato que evidencia o maior interesse de alguns especialistas, em algumas
situações, de apresentarem indicadores e subindicadores de alta complexidade, que têm sim
relação com salubridade ambiental, mas que não possuem praticidade de cálculo, sobretudo
em municípios do porte de Ouro Preto. No atual contexto, é mais válido um indicador de
simples análise, por exemplo, regularidade na frequência de coleta de resíduos sólidos, do que
um de cálculo complexo da eficiência da compostagem de matéria orgânica oriunda de coleta
seletiva no munícipio.
139
Outra dificuldade encontrada durante a aplicação do método Delphi foi a montagem
dos questionários enviados aos especialistas a fim de captar suas respostas. A ferramenta
utilizada na elaboração foi o software Microsoft Excel, uma vez que não foi concedida verba
para aquisição de programas computacionais específicos para estruturá-los, fato que os
tornariam mais bem delineados e didáticos. Buscou-se explicar a maneira de preenchimento
da forma mais detalhada e objetiva possível, no entanto, alguns especialistas revelaram
dificuldades no desempenho de suas respostas, sendo que, em raros casos, coube ao autor
deste estudo entrar em contato via e-mail com esses com intuito de auxiliá-los a respondê-lo
de maneira correta. No período de elaboração, o questionário foi enviado a terceiros com
intuito de aprimorá-lo e diagnosticar possíveis erros de interpretação e preenchimento, sendo
a versão enviada ao grupo de especialistas revisada diversas vezes pelo autor e orientadores
desta pesquisa.
O longo tempo destinado à aplicação do Método também configurou transtorno,
caracterizando mais um motivo para que o prazo de conclusão do presente estudo não fosse
cumprido conforme o previsto. Inicialmente, pretendia-se levar, no máximo, 4 meses para
aplicação das rodadas, sendo o primeiro mês destinado à primeira, o segundo à compilação
das respostas e os terceiro e quarto meses às rodadas subsequentes. Como visto na Tabela 3,
no entanto, necessitou-se de sete meses para finalização do Delphi. A demanda pelo
prolongado período se deu devido à demora de envio das respostas por parte de alguns
especialistas e pela intenção de se alcançar o máximo de retorno possível, havendo casos em
que o questionário foi enviado três vezes ao mesmo especialista.
Avançando a explanação, igualmente árduo foi o cálculo de fato do ISA/OP por setor
censitário. Para sua execução elaborou-se também uma planilha no software Microsoft Excel
contendo todas as variáveis necessárias para a determinação das pontuações dos
subindicadores, dos valores dos indicadores e do valor final do ISA/OP para cada um dos 99
setores censitários estudados. Conforme demonstrado no desenvolvimento deste estudo,
algumas variáveis inexistentes no modelo ISA/SP tiveram que ser criadas para dar suporte aos
cálculos dos subindicadores, sendo que na totalidade foram calculadas 8.613 variáveis (99
setores censitários x 87 variáveis necessárias para os cálculos dos indicadores). Desta forma, a
planilha elaborada contou com 100 linhas e 96 colunas, totalizando 9.600 células, sendo que
6.823 delas tiveram que ser calculadas para a determinação do valor final do ISA/OP.
140
Se por um lado o desenvolvimento desta dissertação foi caracterizado por diversos
contratempos, por outro sua elaboração permitiu avanços significativos no que se refere à
aplicação do ISA. A construção do ISA/OP foi o primeiro trabalho nesta área que contou com
a possibilidade de ponderação dos subindicadores, isto é, no modelo ISA Conesan a maioria
deles é calculada através de uma simples média aritmética, de modo que cada subindicador
possui um peso de, aproximadamente, 33,33% do valor total do indicador ao qual pertencem
(vide maneira de cálculo de Iab, Ies, Irs, Irh e Ise do ISA/SP e compare com a do ISA/OP). Essa
possibilidade foi conferida devido à aplicação do método Delphi permitindo a ponderação dos
indicadores de segunda ordem (subindicadores). Ciente da importância de se eleger e
ponderar adequadamente cada indicador e subindicador e da dificuldade de elaboração de um
método Delphi destinado à estruturação de um ISA, pretende-se disponibilizar os
questionários utilizados neste estudo aos interessados em construir novos Indicadores dessa
categoria, visando reduzir trabalho e tempo e aprimorá-los ainda mais.
Ainda relacionado ao método Delphi, esta pesquisa é a única do presente tema que
demonstra como foram tratados e analisados os dados obtidos com a aplicação das rodadas de
perguntas, além de também deixar explícitos os critérios utilizados para provar o consenso
dos participantes, apresentando o roteiro percorrido desde a captação de respostas até a
culminação da fórmula de cálculo do ISA/OP. Em continuidade, este estudo é igualmente
pioneiro no que diz respeito à elaboração dos gráficos destinados à pontuação dos
subindicadores. Tanto no modelo ISA Conesan quanto nos demais trabalhos consultados na
Tabela 1, o critério de pontuação é apenas informado, quando muito, em tabelas, dificultando
a atribuição dos pontos. A elaboração dos gráficos presentes neste estudo permite que a
pontuação seja atribuída de maneira mais rápida e didática.
Outra evolução obtida com a criação do ISA/OP foi a apresentação do critério de
cálculo do Iqr (subindicador do Irs). Até então, os trabalhos que consideraram este
subindicador apenas informaram que seu critério de cálculo é baseado em Conesan (1999),
sendo que na referência citada existe menção somente a uma resolução revogada da Secretaria
de Meio Ambiente do Governo do Estado de São Paulo. Na presente pesquisa, no entanto, o
critério de cálculo está rigorosamente apresentado pautado no IQR da CETESB (vide Quadro
25), servindo de modelo para futuros trabalhos que almejam calcular o ISA.
Continuando a análise, assume-se que a revisão bibliográfica desta pesquisa, sobretudo
os tópicos 4.5.2, 4.5.3, 4.5.4 e 4.6, contribuem de maneira primordial para o diagnóstico
141
qualitativo e quantitativo a respeito da utilização do ISA desde sua criação em 1999. A
investigação minuciosa realizada culminou em um artigo de revisão bibliográfica intitulado
‘Indicador de Salubridade Ambiental: variações da formulação e usos do indicador no Brasil’
aprovado para publicação na principal revista desta área do país, a Revista de Engenharia
Ambiental e Sanitária. Os tópicos citados analisam o ISA de maneira totalmente única, não
existindo, até o ano de 2017, nada publicado que se aproxime da riqueza de informações
apresentadas nesta pesquisa.
Por fim, o presente estudo contribuiu com realização de um diagnóstico preciso das
componentes do saneamento ambiental do município de Ouro Preto, análise que até então não
tinha sido realizada. Mais uma vez, almeja-se que o ISA/OP se torne de fato um instrumento
de planejamento ambiental capaz de balizar investimentos públicos e apoiar decisões dos
governantes na área do saneamento ambiental municipal.
10 CONCLUSÃO
O Indicador de Salubridade Ambiental foi criado com o intuito de avaliar a higidez
ambiental dos municípios do Estado de São Paulo por meio de análises qualitativas e
quantitativas de componentes socioambientais. A aplicação do ISA, no entanto, não se
restringiu apenas ao território paulista e se estendeu aos demais estados brasileiros,
proporcionando que formulações diferentes daquela proposta por Conesan (1999) surgissem
para cálculo do Indicador.
Se por um lado o ISA cumpre seu papel enquanto enquadrado na categoria de
indicador ambiental, por outro deixa a desejar no quesito comparabilidade. Essa adversidade é
resultado das inúmeras adaptações realizadas na fórmula original para que cada região
avaliasse seu nível de salubridade ambiental considerando as peculiaridades locais. Relembra-
se que arbitrar pesos e incluir indicadores regionais é permitido pelo Manual Básico do ISA
(CONESAN, 1999).
A análise dos estudos de ISA existentes no Brasil demonstrou que a utilização do
Indicador se predomina na esfera acadêmica, sobretudo em dissertações de mestrados, fato
que demonstra a pouca utilização, ou desconhecimento, dos órgãos públicos municipais a
respeito desse instrumento de planejamento ambiental. Situação que começou a ser revertida
com a publicação da Política Nacional do Saneamento Básico em 2010, na qual está
estipulada a necessidade de se elaborar planos de saneamento que contenham ações para a
142
melhoria da salubridade ambiental. Além disso, os resultados apontaram que as fórmulas
referentes ao ISA utilizam, em média, 6,0 indicadores de primeira de ordem, sendo
abastecimento de água, esgoto sanitário e resíduos sólidos os componentes mais avaliados e,
ainda, que a revisão bibliográfica e arbitrariedade predominam como métodos de escolha e
ponderação dos indicadores.
O método Delphi cumpriu com eficácia a função de estruturar a fórmula do ISA/OP,
mas sua aplicação contou com contratempos comprometendo sua eficiência. Em
continuidade, o percurso para o cálculo de fato do ISA/OP foi permeado por obstáculos,
durante o qual a falta de dados disponíveis se caracterizou como a principal objeção. O
esforço empregado, no entanto, contribuiu com inúmeros avanços no que diz respeitos aos
futuros estudos sobre ISA.
Apesar do árduo caminho percorrido para chegar ao valor final do ISA/OP, seu cálculo
se configurou como importante instrumento de planejamento ambiental, apontando para a
administração pública local quais são as componentes socioambientais que mais carecem de
investimento e melhoria em cada área urbana estudada. No geral, esgoto sanitário e resíduos
sólidos foram aquelas que apresentaram os menores valores nas treze regiões avaliadas,
demonstrando iminente necessidade em investimentos públicos para alteração do atual
cenário. O distrito de São Bartolomeu foi o que apresentou maior valor do ISA/OP, igual a
75,03, se enquadrando em estágio salubre, o que pode ser justificado por ser a única região
estudada que conta com sistema de tratamento de esgotos. Por sua vez, o de Antônio Pereira
contou com menor valor, igual a 42,50 e estágio de baixa salubridade, especialmente devido
aos casos identificados de dengue e esquistossomose no distrito.
Especificamente a cidade de Ouro Preto, região que conta com a maior parcela da
população urbana municipal, possuiu o valor de 49,22, enquadrando-se também no nível de
baixa salubridade, sendo as baixas pontuações das componentes esgoto sanitário e resíduos
aquelas que mais contribuíram para o valor medido. O valor geral aferido do ISA/OP foi igual
a 49,71, apontando que o município enquadra-se no nível de baixa salubridade ambiental.
Por fim, o diagnóstico realizado das componentes socioambientais avaliadas é inédito
para o poder público local e se caracteriza como importante ferramenta de gestão a ser
utilizada para aumentar a salubridade ambiental das áreas urbanas do município de Ouro
Preto. O presente estudo pode direcionar os tomadores de decisões ouropretanos e endossar
suas futuras ações objetivadas a melhoria de saneamento ambiental municipal.
143
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12 APÊNDICE – TABELA GERAL DE PONTUAÇÃO DO ISA/OP
Setor Ica Iqa Isa Iab Ice Ite Ise Ies Icr Iqr Isr Irs Ivd Ive Ivl Icv Iqb Idm Irh Isp Irf Ied Ise Iai Irp Iav Idu ISA/OP
1 100,00 20,00 0,00 44,27 100,00 0,00 0,00 40,95 100,00 0,00 0,00 43,23 25,00 100,00 100,00 67,71 100,00 0,00 50,72 99,72 100,00 99,98 99,89 100,00 100,00 0,00 65,89 54,94
2 100,00 20,00 0,00 44,27 100,00 0,00 0,00 40,95 100,00 0,00 0,00 43,23 25,00 100,00 100,00 67,71 100,00 0,00 50,72 100,00 100,00 87,76 95,44 100,00 100,00 0,00 65,89 54,43
3 94,95 20,00 0,00 42,45 100,00 0,00 0,00 40,95 0,00 0,00 0,00 0,00 25,00 100,00 100,00 67,71 100,00 0,00 50,72 70,00 59,44 92,78 75,69 100,00 100,00 0,00 65,89 44,56
4 100,00 20,00 0,00 44,27 100,00 0,00 0,00 40,95 100,00 0,00 0,00 43,23 50,00 100,00 100,00 78,47 100,00 0,00 50,72 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 0,00 65,89 56,08
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8 100,00 20,00 0,00 44,27 100,00 0,00 0,00 40,95 0,00 0,00 0,00 0,00 25,00 50,00 100,00 52,97 100,00 0,00 50,72 70,00 100,00 100,00 89,08 100,00 100,00 0,00 65,89 44,90
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49 100,00 20,00 0,00 44,27 94,69 0,00 0,00 38,78 97,96 0,00 0,00 42,35 50,00 100,00 100,00 78,47 100,00 0,00 50,72 77,21 36,74 92,63 72,27 100,00 100,00 0,00 65,89 52,33
50 100,00 20,00 0,00 44,27 100,00 0,00 0,00 40,95 100,00 0,00 0,00 43,23 50,00 100,00 100,00 78,47 100,00 0,00 50,72 70,00 37,28 100,00 72,53 100,00 100,00 0,00 65,89 52,96
51 98,77 0,00 0,00 35,61 100,00 0,00 0,00 40,95 100,00 0,00 0,00 43,23 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 0,00 50,72 86,41 21,95 59,35 59,32 100,00 100,00 0,00 65,89 51,97
52 100,00 20,00 0,00 44,27 100,00 0,00 0,00 40,95 100,00 0,00 0,00 43,23 50,00 50,00 100,00 63,73 100,00 0,00 50,72 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 0,00 65,89 54,53
53 99,04 20,00 0,00 43,92 100,00 0,00 0,00 40,95 0,00 0,00 0,00 0,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 0,00 50,72 75,01 0,26 40,00 42,25 0,00 100,00 0,00 29,17 40,96
54 100,00 0,00 0,00 36,06 100,00 0,00 0,00 40,95 0,00 0,00 0,00 0,00 50,00 100,00 100,00 78,47 100,00 0,00 50,72 100,00 70,00 40,00 69,75 100,00 100,00 87,03 95,58 46,55
55 100,00 0,00 0,00 36,06 100,00 0,00 0,00 40,95 100,00 0,00 0,00 43,23 0,00 100,00 100,00 56,94 100,00 0,00 50,72 100,00 75,82 100,00 93,62 100,00 100,00 100,00 100,00 54,68
56 100,00 20,00 0,00 44,27 100,00 0,00 0,00 40,95 0,00 0,00 0,00 0,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 0,00 50,72 100,00 34,68 79,14 75,00 100,00 100,00 0,00 65,89 48,24
57 95,50 20,00 0,00 42,65 98,74 0,00 0,00 40,43 100,00 0,00 0,00 43,23 50,00 100,00 100,00 78,47 100,00 0,00 50,72 100,00 24,27 53,38 62,66 100,00 82,58 19,31 67,39 51,55
58 86,75 20,00 0,00 39,49 100,00 0,00 0,00 40,95 0,00 0,00 0,00 0,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 0,00 50,72 90,43 0,00 40,00 47,79 100,00 0,00 0,00 36,72 41,41
59 90,55 0,00 0,00 32,65 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 0,00 50,72 70,00 75,53 40,00 60,29 100,00 0,00 0,00 36,72 32,93
60 100,00 0,00 0,00 36,06 100,00 0,00 0,00 40,95 100,00 0,00 0,00 43,23 25,00 50,00 100,00 52,97 100,00 0,00 50,72 70,00 73,44 97,73 81,23 100,00 100,00 0,00 65,89 49,60
61 100,00 0,00 0,00 36,06 100,00 0,00 0,00 40,95 100,00 0,00 0,00 43,23 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 0,00 50,72 94,26 100,00 100,00 97,91 100,00 100,00 0,00 65,89 56,44
62 90,50 0,00 0,00 32,63 22,00 0,00 0,00 9,01 0,00 0,00 0,00 0,00 50,00 25,00 100,00 56,36 100,00 0,00 50,72 76,44 79,16 84,46 80,14 100,00 0,00 0,00 36,72 32,47
63 71,96 0,00 0,00 25,95 0,00 0,00 0,00 0,00 100,00 0,00 0,00 43,23 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 0,00 50,72 79,13 63,03 76,28 73,82 100,00 100,00 0,00 65,89 43,15
OP* 95,47 13,55 0,00 39,99 84,83 0,00 0,00 34,74 67,28 0,00 0,00 29,09 71,77 92,34 98,39 85,14 100,00 0,00 50,72 83,51 55,97 82,54 75,88 93,55 90,05 6,55 62,85 49,22
64 79,49 0,00 0,00 28,66 25,64 0,00 0,00 10,50 100,00 0,00 0,00 43,23 100,00 100,00 100,00 100,00 80,00 100,00 89,86 100,00 19,01 100,00 78,63 50,00 100,00 0,00 47,53 48,88
65 78,80 0,00 0,00 28,42 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 50,00 50,00 100,00 63,73 80,00 100,00 89,86 70,79 3,99 85,67 58,70 50,00 25,35 9,87 29,12 31,56
66 97,73 0,00 0,00 35,24 81,82 0,00 0,00 33,50 100,00 0,00 0,00 43,23 50,00 100,00 100,00 78,47 80,00 100,00 89,86 71,66 0,00 40,00 40,96 50,00 0,00 0,00 18,36 45,68
67 96,67 0,00 0,00 34,86 81,90 0,00 0,00 33,54 100,00 0,00 0,00 43,23 100,00 50,00 100,00 85,26 80,00 100,00 89,86 96,18 2,50 40,00 50,54 50,00 86,67 0,00 43,64 49,82
AM* 88,17 0,00 0,00 31,79 47,34 0,00 0,00 19,39 75,00 0,00 0,00 32,42 75,00 75,00 100,00 81,87 80,00 100,00 89,86 84,66 6,38 66,42 57,21 50,00 53,00 2,47 34,66 43,99
68 88,89 0,00 0,00 32,05 100,00 0,00 0,00 40,95 100,00 0,00 0,00 43,23 0,00 0,00 100,00 27,46 90,00 0,00 45,65 94,83 23,25 40,00 55,53 100,00 71,43 0,00 57,56 41,85
69 98,72 0,00 0,00 35,60 67,16 0,00 0,00 27,50 100,00 0,00 0,00 43,23 0,00 25,00 100,00 34,83 90,00 0,00 45,65 70,00 70,00 40,00 58,83 50,00 0,00 0,00 18,36 37,19
70 71,34 0,00 0,00 25,73 100,00 0,00 0,00 40,95 100,00 0,00 0,00 43,23 0,00 100,00 100,00 56,94 90,00 0,00 45,65 87,46 100,00 100,00 95,44 100,00 100,00 100,00 100,00 52,24
71 99,03 0,00 0,00 35,71 100,00 0,00 0,00 40,95 100,00 0,00 0,00 43,23 0,00 0,00 100,00 27,46 90,00 0,00 45,65 70,00 19,70 40,35 45,69 100,00 100,00 36,06 78,19 43,44
72 95,68 0,00 0,00 34,50 100,00 0,00 0,00 40,95 0,00 0,00 0,00 0,00 50,00 100,00 100,00 78,47 90,00 0,00 45,65 88,13 15,85 50,10 54,90 100,00 100,00 0,00 65,89 41,17
73 98,49 0,00 0,00 35,52 82,56 0,00 0,00 33,81 100,00 0,00 0,00 43,23 0,00 0,00 100,00 27,46 90,00 0,00 45,65 70,00 51,96 40,00 54,07 50,00 69,51 0,00 38,64 39,10
74 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
AP* 92,02 0,00 0,00 33,18 91,62 0,00 0,00 37,52 83,33 0,00 0,00 36,03 8,33 37,50 100,00 42,10 90,00 0,00 45,65 80,07 46,79 51,74 60,74 83,33 73,49 22,68 59,77 42,50
154
Setor Ica Iqa Isa Iab Ice Ite Ise Ies Icr Iqr Isr Irs Ivd Ive Ivl Icv Iqb Idm Irh Isp Irf Ied Ise Iai Irp Iav Idu ISA/OP
75 100,00 0,00 0,00 36,06 0,47 0,00 0,00 0,19 100,00 0,00 0,00 43,23 50,00 100,00 100,00 78,47 80,00 100,00 89,86 100,00 98,16 66,66 87,11 0,00 100,00 0,00 29,17 45,20
76 100,00 0,00 0,00 36,06 100,00 0,00 0,00 40,95 100,00 0,00 0,00 43,23 50,00 100,00 100,00 78,47 80,00 100,00 89,86 90,72 100,00 77,82 88,37 100,00 100,00 0,00 65,89 57,30
77 96,77 0,00 0,00 34,90 0,00 0,00 0,00 0,00 100,00 0,00 0,00 43,23 100,00 50,00 100,00 85,26 80,00 100,00 89,86 100,00 65,53 100,00 90,90 50,00 0,00 0,00 18,36 45,03
78 99,31 0,00 0,00 35,81 100,00 0,00 0,00 40,95 100,00 0,00 0,00 43,23 100,00 0,00 100,00 70,52 80,00 100,00 89,86 70,00 15,70 68,07 54,95 100,00 100,00 0,00 65,89 52,62
79 100,00 0,00 0,00 36,06 100,00 0,00 0,00 40,95 100,00 0,00 0,00 43,23 100,00 100,00 100,00 100,00 80,00 100,00 89,86 89,66 21,57 71,03 64,76 100,00 100,00 0,00 65,89 56,88
80 89,13 0,00 0,00 32,14 19,57 0,00 0,00 8,01 100,00 0,00 0,00 43,23 100,00 100,00 100,00 100,00 80,00 100,00 89,86 100,00 100,00 100,00 100,00 50,00 100,00 100,00 81,64 54,75
81 99,46 0,00 0,00 35,87 34,68 0,00 0,00 14,20 100,00 0,00 0,00 43,23 50,00 100,00 50,00 64,74 80,00 100,00 89,86 80,85 1,14 47,89 47,55 100,00 100,00 0,00 65,89 45,63
82 100,00 0,00 0,00 36,06 100,00 0,00 0,00 40,95 100,00 0,00 0,00 43,23 50,00 50,00 100,00 63,73 80,00 100,00 89,86 70,00 0,00 40,00 40,36 50,00 53,40 0,00 33,94 47,26
83 97,49 0,00 0,00 35,15 100,00 0,00 0,00 40,95 100,00 0,00 0,00 43,23 50,00 100 100,00 78,47 80,00 100,00 89,86 70,00 32,09 57,28 55,26 50,00 100,00 0,00 47,53 51,61
84 77,59 0,00 0,00 27,98 26,03 0,00 0,00 10,66 100,00 0,00 0,00 43,23 100,00 50,00 100,00 85,26 80,00 100,00 89,86 70,00 93,90 100,00 87,47 50,00 0,00 0,00 18,36 45,45
85 98,09 0,00 0,00 35,37 100,00 0,00 0,00 40,95 100,00 0,00 0,00 43,23 100,00 100,00 100,00 100,00 80,00 100,00 89,86 91,87 7,91 85,75 67,43 100,00 64,76 0,00 55,61 56,07
86 98,25 0,00 0,00 35,43 100,00 0,00 0,00 40,95 100,00 0,00 0,00 43,23 100,00 25,00 100,00 77,89 80,00 100,00 89,86 70,00 9,03 40,00 42,75 100,00 12,37 0,00 40,33 49,50
CC* 96,34 0,00 0,00 34,74 65,06 0,00 0,00 26,64 100,00 0,00 0,00 43,23 79,17 72,92 95,83 81,90 80,00 100,00 89,86 83,59 45,42 71,21 68,91 70,83 69,21 8,33 49,04 50,61
87 97,80 100,00 0,00 76,32 100,00 0,00 0,00 40,95 2,20 0,00 0,00 0,95 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 0,00 40,00 51,28 100,00 100,00 0,00 65,89 57,51
EC* 97,80 100,00 0,00 76,32 100,00 0,00 0,00 40,95 2,20 0,00 0,00 0,95 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 0,00 40,00 51,28 100,00 100,00 0,00 65,89 57,51
88 96,10 0,00 56,50 47,59 0,00 0,00 0,00 0,00 100,00 0,00 0,00 43,23 100,00 100,00 100,00 100,00 80,00 100,00 89,86 76,35 0,90 40,00 42,91 100,00 0,00 0,00 36,72 45,46
GL* 96,10 0,00 56,50 47,59 0,00 0,00 0,00 0,00 100,00 0,00 0,00 43,23 100,00 100,00 100,00 100,00 80,00 100,00 89,86 76,35 0,90 40,00 42,91 100,00 0,00 0,00 36,72 45,46
89 96,43 100,00 0,00 75,82 100,00 0,00 0,00 40,95 100,00 0,00 0,00 43,23 100,00 100,00 100,00 100,00 80,00 100,00 89,86 100,00 0,06 40,00 51,29 100,00 100,00 100,00 100,00 66,68
90 99,09 100,00 0,00 76,78 70,13 0,00 0,00 28,72 0,00 0,00 0,00 0,00 100,00 100,00 100,00 100,00 80,00 100,00 89,86 100,00 2,09 40,00 51,83 100,00 51,52 90,91 82,76 55,49
LN* 97,76 100,00 0,00 76,30 85,06 0,00 0,00 34,83 50,00 0,00 0,00 21,62 100,00 100,00 100,00 100,00 80,00 100,00 89,86 100,00 1,08 40,00 51,56 100,00 75,76 95,45 91,38 61,08
91 97,10 100,00 100,00 98,95 0,00 0,00 0,00 0,00 100,00 0,00 0,00 43,23 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 26,92 94,21 78,56 100,00 0,00 0,00 36,72 61,03
MB* 97,10 100,00 100,00 98,95 0,00 0,00 0,00 0,00 100,00 0,00 0,00 43,23 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 26,92 94,21 78,56 100,00 0,00 0,00 36,72 61,03
92 99,54 100,00 0,00 76,94 100,00 0,00 0,00 40,95 100,00 0,00 0,00 43,23 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 73,57 0,00 40,00 41,66 50,00 100,00 0,00 47,53 61,90
RS* 99,54 100,00 0,00 76,94 100,00 0,00 0,00 40,95 100,00 0,00 0,00 43,23 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 73,57 0,00 40,00 41,66 50,00 100,00 0,00 47,53 61,90
93 98,43 100,00 69,00 92,34 80,03 0,00 0,00 32,77 100,00 0,00 0,00 43,23 50,00 100,00 100,00 78,47 100,00 100,00 100,00 84,01 5,14 40,00 46,82 100,00 93,37 0,00 63,96 63,22
94 98,28 100,00 69,00 92,28 12,32 0,00 0,00 5,04 100,00 0,00 0,00 43,23 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 70,00 0,00 40,00 40,36 100,00 100,00 0,00 65,89 59,16
SRT* 98,35 100,00 69,00 92,31 46,17 0,00 0,00 18,91 100,00 0,00 0,00 43,23 75,00 100,00 100,00 89,24 100,00 100,00 100,00 77,01 2,57 40,00 43,59 100,00 96,68 0,00 64,92 61,19
95 97,22 0,00 0,00 35,06 25,79 0,00 0,00 10,56 100,00 0,00 0,00 43,23 100,00 100,00 100,00 100,00 80,00 100,00 89,86 99,72 0,00 40,00 51,18 50,00 0,00 0,00 18,36 44,30
96 94,27 0,00 0,00 33,99 0,00 0,00 0,00 0,00 100,00 0,00 0,00 43,23 100,00 100,00 100,00 100,00 80,00 100,00 89,86 98,86 8,48 81,11 68,40 100,00 0,00 0,00 36,72 45,60
97 97,61 0,00 0,00 35,20 45,80 0,00 0,00 18,75 100,00 0,00 0,00 43,23 50,00 100,00 100,00 78,47 80,00 100,00 89,86 80,37 7,40 97,25 67,40 50,00 0,00 6,15 20,46 45,81
STL* 96,37 0,00 0,00 34,75 23,86 0,00 0,00 9,77 100,00 0,00 0,00 43,23 83,33 100,00 100,00 92,82 80,00 100,00 89,86 92,98 5,29 72,79 62,32 66,67 0,00 2,05 25,18 45,23
98 81,74 100,00 18,00 74,65 0,00 0,00 0,00 0,00 78,26 0,00 0,00 33,83 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 96,94 0,00 40,00 50,17 100,00 0,00 0,00 36,72 51,29
STS* 81,74 100,00 18,00 74,65 0,00 0,00 0,00 0,00 78,26 0,00 0,00 33,83 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 96,94 0,00 40,00 50,17 100,00 0,00 0,00 36,72 51,29
99 92,31 100,00 100,00 97,23 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 0,00 0,00 43,23 100,00 25,00 50,00 64,16 50,00 100,00 74,64 100,00 13,47 40,00 54,83 100,00 100,00 0,00 65,89 75,03
SB* 92,31 100,00 100,00 97,23 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 0,00 0,00 43,23 100,00 25,00 50,00 64,16 50,00 100,00 74,64 100,00 13,47 40,00 54,83 100,00 100,00 0,00 65,89 75,03
M,M 95,11 17,94 4,25 42,63 76,42 1,03 1,03 31,90 74,76 0,00 0,00 32,32 71,65 86,08 97,94 83,12 94,33 29,90 62,58 84,32 45,22 74,44 70,33 87,63 79,50 8,76 58,35 49,71
OP = Ouro Preto; AM = Amarantina; AP = Antônio Pereira; CC = Cachoeira do Campo; EC = Engenheiro Correia; GL = Glaura; LN = Lavras Novas; MB = Miguel Burnier; RS = Rodrigo Silva; SRT = Santa Rita de Ouro Preto;
STL = Santo Antônio do Leite; STS = Santo Antônio do Salto; SB = São Bartolomeu
* = Pontuação média do distrito - = informação indisponível