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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO HOSPITAL ESCOLA RESIDÊNCIA INTEGRADA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM ATENÇÃO À SAÚDE ONCOLÓGICA Trabalho de Conclusão de Curso AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE PACIENTES AO INÍCIO DA QUIMIOTERAPIA Catiússa Colling 2012

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

HOSPITAL ESCOLA

RESIDÊNCIA INTEGRADA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE

ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM ATENÇÃO À SAÚDE ONCOLÓGICA

Trabalho de Conclusão de Curso

AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE PACIENTES AO INÍCIO

DA QUIMIOTERAPIA

Catiússa Colling

2012

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CATIÚSSA COLLING

AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE PACIENTES AO INÍCIO

DA QUIMIOTERAPIA

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Programa de Residência Integrada Multiprofissional em Saúde – Área de concentração: Atenção à Saúde Oncológica – Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas, como requisito parcial à conclusão do curso de pós-graduação.

Orientadora: Ms. Denise Halpern Silveira

Co-orientadora: Ms. Patrícia Abrantes Duval

Pelotas, 2012

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Banca examinadora:

Nut. Ms. Carla Alberici Pastore

Prof. Ms. Silvana Paiva Orlandi

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SUMÁRIO

Projeto de Pesquisa _________________________________________________________ 5

Lista de siglas e abreviaturas ___________________________________________ 9

1 Introdução _______________________________________________________ 10

2 Revisão bibliográfica _______________________________________________ 16

3 Justificativa ______________________________________________________ 24

4 Objetivos ________________________________________________________ 25

5 Hipóteses ________________________________________________________ 26

6 Metodologia ______________________________________________________ 27

7 Cronograma ______________________________________________________ 32

8 Orçamento _______________________________________________________ 33

Referências ________________________________________________________ 34

Anexos ___________________________________________________________ 37

Artigo ___________________________________________________________________ 46

Introdução _________________________________________________________ 51

Material e Método ___________________________________________________ 52

Resultados _________________________________________________________ 54

Discussão _________________________________________________________ 56

Conclusão _________________________________________________________ 59

Referências ________________________________________________________ 60

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Projeto de Pesquisa

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

HOSPITAL ESCOLA

RESIDÊNCIA INTEGRADA MULTIPROFISSIONAL EM ATENÇÃO À SAÚDE

ÁREA DE CONCENTRAÇÃO SAÚDE ONCOLÓGICA

Projeto para a realização de Trabalho de Conclusão de Curso

AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE PACIENTES EM

QUIMIOTERAPIA

Catiússa Colling

2011

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CATIÚSSA COLLING

AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE PACIENTES EM

QUIMIOTERAPIA

Projeto de trabalho de conclusão de curso apresentado ao Programa de Residência Integrada Multiprofissional em Saúde – Área de concentração: Atenção à Saúde Oncológica – Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas, como requisito parcial à conclusão do curso de pós-graduação.

Orientadora: Ms. Denise Halpern Silveira

Co-orientadora: Nut. Patrícia Abrantes Duval

Pelotas, 2011

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Banca examinadora:

Prof. Dra. Maria Cecília Formoso Assunção

Prof. Dra. Maria de Fátima Alves Vieira

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Lista de siglas e abreviaturas

ASG – Avaliação Subjetiva Global

ASG-PPP – Avaliação Subjetiva Global Produzida Pelo Paciente

FAU – Fundação de Apoio Universitário

HE – Hospital Escola

IMC – Índice de Massa Corpórea

INCA – Instituto Nacional do Câncer

OMS – Organização Mundial de Saúde

RS – Rio Grande do Sul

SUS – Sistema Único de Saúde

UFPel – Universidade Federal de Pelotas

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1 Introdução

O câncer é a principal causa de morte nos países desenvolvidos. Nos países em

desenvolvimento é a segunda causa de morte, que vem crescendo em decorrência do

envelhecimento e crescimento da população bem como da adoção de estilos de vida

associados ao câncer, como tabagismo, sedentarismo e dieta ocidental (JEMAL et al.,

2011).

Estima-se que em 2008 ocorreram 12,7 milhões de casos de câncer e 7,6 milhões

de mortes pela doença em todo o mundo, sendo mais da metade destes em países em

desenvolvimento. Dentre os cânceres mais prevalentes, os de pulmão, estômago e

fígado foram os mais frequentes entre os homens, sendo mama, colo de útero e pulmão

entre as mulheres. Já nos países desenvolvidos, cânceres de próstata, pulmão e

colorretal foram mais frequentes no sexo masculino, e mama, colorretal e pulmão, para

o sexo feminino (JEMAL et al., 2011).

No Brasil, estimativas do Instituto Nacional do Câncer (INCA) válidas para os

anos de 2010 e 2011 apontaram para a ocorrência de 489.270 casos novos de câncer.

Estima-se que o câncer de pele do tipo não melanoma será o mais incidente na

população brasileira (114 mil casos novos), seguido pelos tumores de próstata (52 mil),

mama feminina (49 mil), cólon e reto (28 mil), pulmão (28 mil), estômago (21 mil) e

colo do útero (18 mil) (INCA 2009).

1.1 Estadiamento e tratamento do câncer

Diagnosticado o tumor maligno, dá-se início a avaliação da extensão da doença,

através de exames complementares que identificarão a presença de metástases regionais

ou à distância. Este processo denomina-se estadiamento (GREENE, 2002).

O estadiamento baseia-se no sistema chamado TNM (T – extensão do tumor

primário, N – ausência ou presença e a extensão de metástase em linfonodos regionais,

M – ausência ou presença de metástase à distância) elaborado pelo American Joint

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Comittee on Cancer e pela União Internacional Contra o Câncer (UICC). A adição de

números a estes três componentes indica a extensão da doença maligna. (GREENE,

2002; UICC, 2004).

A partir de então, serão planejados pela equipe, protocolos de tratamento. O

tratamento do câncer baseia-se em três modalidades: cirurgia, radioterapia e

quimioterapia, podendo ocorrer de forma isolada ou combinada (LOPES et al., 2005).

A cirurgia é o tratamento mais antigo para o câncer, e é considerado o único

capaz de curar quando a doença está localizada apenas no órgão de origem, pois não

apresenta efeito carcinogênico. Porém, riscos e morbidades, perda de função ou

deformidades podem advir dos procedimentos cirúrgicos (LOPES et al., 2005).

A radioterapia promove alterações de macromoléculas indispensáveis às funções

vitais, levando a célula à morte ou à inviabilidade biológica. A radiação atua

diretamente no DNA da célula, ou forma compostos químicos que interagem com o

DNA, resultando na incapacidade de multiplicação das células tumorais. Porém, esse

processo tanto pode atingir as células tumorais como células sadias (LOPES et al.,

2005).

A quimioterapia age de forma sistêmica no controle da doença metastática ou

micrometastática. A finalidade da quimioterapia depende do tipo de tumor, da extensão

da doença e do estado geral do paciente (LOPES et al., 2005), classificando-se em:

• Curativa: quando é usada com o objetivo de se conseguir o controle

completo do tumor.

• Adjuvante: quando se segue à cirurgia curativa, tendo o objetivo de

esterilizar células residuais locais ou circulantes, diminuindo a incidência de

metástases à distância.

• Neoadjuvante ou prévia: quando indicada para se obter a redução

parcial do tumor, visando a permitir uma complementação terapêutica com a

cirurgia e/ou radioterapia.

• Paliativa: não tem finalidade curativa. Usada com a finalidade de

melhorar a qualidade da sobrevida do paciente (INCA, 2008).

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1.2 O tratamento oncológico no Sistema Único de Saúde

No Brasil, entre 1979 e 2003, a taxa de mortalidade por câncer cresceu 30% e os

gastos do governo federal na assistência oncológica de alta complexidade aumentaram

em 103%, de 2000 a 2005. De acordo com o INCA, o país gasta, entre internação

hospitalar, quimioterapia e radioterapia, em torno de R$ 1,2 bilhão por ano com o

tratamento do câncer (INCA, 2007).

Em 2005 houveram 423 mil internações por neoplasias malignas e 1,6 milhão de

consultas ambulatoriais em oncologia através do Sistema Único de Saúde (SUS)

brasileiro. Em serviços de quimioterapia foram atendidos, em média, 128 mil pacientes

por mês, e em serviços de radioterapia, 98 mil (INCA, 2006).

O Serviço de Oncologia do Hospital Escola da UFPel é referência no

atendimento a pacientes de Pelotas e região Sul do Rio Grande do Sul. Esse

atendimento é fornecido exclusivamente pelo SUS (FAU, 2010).

O Serviço de Oncologia presta atendimento médico ambulatorial a todos os

pacientes em quimioterapia e/ou em acompanhamento clínico, além de assistência na

clínica de quimioterapia, através de profissionais de enfermagem, nutricionistas,

cirurgiões dentistas, psicólogos, assistente social e médico clínico geral (FAU, 2010).

Em 2007 o Serviço de Oncologia recebeu nova habilitação, de acordo com a

atual legislação para a especialidade, passando a funcionar como Unidade de

Assistência em Alta Complexidade em Oncologia, constituindo um serviço que presta a

integralidade do atendimento a pacientes oncológicos (FAU, 2010).

A Tabela 1 apresenta o número de atendimentos realizados pelo Serviço de

Oncologia do Hospital Escola da UFPel nas diversas áreas médicas, e as sessões de

quimioterapia realizadas durante o ano de 2010 (FAU, 2010).

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Tabela 1 – Atendimentos do Serviço de Oncologia do Hospital Escola. Pelotas, 2010.

Área médica N° pacientes

Clínica Médica 2.393

Hematologia 1.215

Mastologia 706

Oncologia clínica 4.246

Sessões de Quimioterapia 14.526

Total 23.086

Fonte: Relatório de Atividades. FAU, 2010.

1.3 Desnutrição e câncer

A incidência de desnutrição em pacientes com câncer varia de 40 a 80% e sua

prevalência depende do tipo e localização do tumor, estadiamento da doença e

tratamento realizado (BAUER et al., 2002). Os tumores de cabeça e pescoço, pulmão,

esôfago, estômago, cólon, reto, fígado e pâncreas são os que mais comprometem o

estado nutricional (LESS, 1999).

A progressão do tumor no organismo hospedeiro propicia o desenvolvimento de

reações inflamatórias sistêmicas através da produção de citocinas pró-inflamatórias e

fator indutor de proteólise, que promovem uma utilização errônea dos nutrientes,

podendo causar perda ponderal involuntária, anorexia, alterações glicêmicas, resistência

à insulina e hipertrigliceridemia (MC MILLAN, 2009; TISDALE, 2004).

A anorexia é o sintoma mais comum em pacientes oncológicos, estando presente

em 15 a 25% dos pacientes ao diagnóstico, e sendo quase universal naqueles com a

doença disseminada (WAITZBERG, 2006).

As consequências da desnutrição incluem um maior risco de complicações da

doença, diminuição da resposta e tolerância ao tratamento, menor qualidade de vida,

redução da sobrevida e altos custos ao sistema de saúde (BAUER et al., 2002). Além

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disso, ao iniciarem o tratamento antineoplásico com perda de peso recente, os pacientes

podem apresentar resultados desfavoráveis (FEARON et al., 2006).

Cerca de 20% dos óbitos em pacientes com câncer ocorrem devido a

complicações consequentes da desnutrição e não da doença propriamente dita

(MUSCARITOLI et al., 2006).

1.4 Avaliação nutricional do paciente oncológico

A presença de fatores não-nutricionais, como por exemplo, hipoalbuminemia por

redução da produção hepática, anemia decorrente do tratamento quimio ou

radioterápico, e presença de edema e/ou ascite, podem interferir nas avaliações

bioquímicas, imunológicas e antropométricas. Por este motivo, métodos de avaliação

objetivos têm sido associados a métodos subjetivos de avaliação do estado nutricional

(BAUER et al., 2002)

Detsky propôs, em 1987, a Avaliação Subjetiva Global (ASG) que compreende a

história médica (alteração de peso, alteração de ingestão alimentar, sintomas

gastrintestinais persistentes por mais de duas semanas, alteração de capacidade

funcional) e exame físico (perda de gordura subcutânea, perda muscular e presença de

edema sacral ou de tornozelo ou ascite) (DETSKY et al., 1987).

A Avaliação Subjetiva Global Produzida Pelo Paciente (ASG-PPP) foi criada

por Ottery e traduzida e adaptada para o português por Gonzalez. Ela é uma adaptação

da ASG específica para pacientes com câncer. Foram incluídas questões sobre a

presença de sintomas nutricionais e perda de peso recente. Ela é composta de duas

partes; a primeira é dividida em quatro caixas com perguntas sobre alteração de peso e

ingestão, sintomas que estejam interferindo na alimentação e alteração da capacidade

funcional, e pode ser preenchida pelo paciente ou familiar. Na segunda parte são

atribuídos pontos às condições do paciente, estresse metabólico e exame físico, e pode

ser preenchida por qualquer profissional da área da saúde, desde que devidamente

treinado. É realizado o somatório dos pontos, e o escore total indica o nível da

intervenção. Assim como na ASG original, o paciente também pode ser classificado

categoricamente como “A” o paciente bem nutrido, “B” com suspeita ou desnutrição

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moderada, ou “C” aquele severamente desnutrido (Anexo 1) (OTTERY, 1996;

GONZALEZ, 2010).

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2 Revisão bibliográfica

A revisão foi realizada nas bases bibliográficas do PubMed e Lilacs com o

objetivo de identificar estudos de avaliação nutricional no paciente com câncer em

tratamento quimioterápico.

Nas estratégias de busca do PubMed foram utilizados os seguintes limites:

humanos, todos os tipos de estudo, idioma português, inglês e espanhol, adultos (todos

os adultos, 19+ anos, adultos jovens 19 – 24 anos, adultos 19 – 44 anos, meia idade 45 –

64 anos, meia idade e idosos: 45+ anos, idosos 65+ anos, 80 anos ou mais), publicados

nos últimos 10 anos.

Quadro 1. Seleção de artigos revisados no PubMed

Descritores Total títulos

Títulos selecionados

Resumos selecionados

Artigos encontrados

Artigos selecionados

chemotherapy AND nutritional

assessment AND cancer

144

48

26

23*

12

(*) Não foi possível acessar três artigos.

Quadro 2. Seleção de artigos revisados no Lilacs

Descritores Total títulos

Títulos selecionados

Resumos selecionados

Artigos encontrados

Artigos selecionados

quimioterapia AND estado

nutricional AND câncer

14

4

4

2*

0

(*) Não foi possível acessar dois artigos.

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Foi elaborado um quadro com os artigos revisados identificando os autores, ano

de publicação, local do estudo, delineamento, população estudada e principais

resultados.

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Quadro 3. Resumo dos artigos selecionados

Autor/ano Local Delineamento Amostra Resultados/Conclusões

ARRIETA, O. et al., 2010 México Estudo prospectivo

100 pacientes adultos com diagnóstico recente de câncer de pulmão não-pequenas células com estadiamento clínico IV foram avaliados antes do início da quimioterapia de 1ª linha

Através da ASG-PPP, 51% dos pacientes apresentava desnutrição. A média de albumina sérica foi de 3,1±0,5 mg/dl. Os pacientes desnutridos que apresentaram hipoalbuminemia apresentaram mais toxicidade à quimioterapia quando comparados àqueles com níveis de albumina normal. A AN precoce e a detecção de marcadores da SIR podem identificar pacientes com maior risco de desenvolver toxicidade à quimioterapia, podendo ser possível oferecer um suporte nutricional adequado e obter melhores resultados ao tratamento.

BAUER & CAPRA, 2005 Austrália Estudo longitudinal de intervenção

7 pacientes caquéticos com adenocarcinoma de pâncreas ou pulmão não pequenas células recebendo quimioterapia e que já haviam sido submetidos a tratamento anterior. Foi realizado aconselhamento dietético e intervenção nutricional com proteína e EPA (Eicosapentaenoic acid). Os pacientes foram acompanhados durante 8 semanas.

A primeira avaliação com ASG-PPP identificou 5 pacientes com desnutrição e a média do escore foi de 12,1 pontos. Nas avaliações posteriores houve uma redução no número de pacientes desnutridos para 4 (4ª semana) e 1 (8º semana). Embora o estudo tenha sido realizado com uma amostra reduzida, a intervenção nutricional e o aconselhamento dietético durante a quimioterapia melhorou a

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ingestão alimentar, o estado nutricional, a capacidade funcional e a qualidade de vida em pacientes caquéticos.

GUPTA, D. et al., 2010. Estados Unidos

Estudo retrospectivo

Revisão do prontuário de 98 pacientes com câncer ovariano. O estado nutricional foi avaliado antes e 3 meses após o início da quimioterapia. A maioria dos pacientes já havia sido submetida a tratamento anteriormente. A intervenção nutricional se deu através de aconselhamento nutricional, manejo dos sintomas e adequação das necessidades energéticas e protéicas durante o tratamento.

Aproximadamente 80% dos pacientes apresentavam estadio clínico III ou IV. De acordo com a ASG, 53% foram considerados desnutridos na primeira avaliação. Após 3 meses, mais da metade destes melhoraram seu estado nutricional (p<0,0001) e a sua sobrevida média foi de 18,5 meses. A média de sobrevida dos pacientes desnutridos foi de 15,5 e 9,7 meses para os pacientes classificados como B e C, respectivamente. Entre os bem nutridos, a média foi de 19,3 meses. Os resultados do estudo sustentam a importância de que uma intervenção nutricional adequada é capaz de melhorar os resultados do tratamento oncológico,

HALPERN SILVEIRA, D. et al., 2010.

Brasil Coorte prospectiva

174 pacientes adultos submetidos à quimioterapia pela primeira vez foram avaliados nutricionalmente antes e durante o tratamento

Tumores ginecológicos e de mama acometeram mais da metade da amostra. Cerca de 46% dos pacientes apresentavam estadio clínico I ou II. Na avaliação prévia ao tratamento, através da ASG-PPP, 23% foram considerados desnutridos. Após análise

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multivariada, somente o estado nutricional inicial foi associado ao percentual de variação de massa livre de gordura. Os pacientes que iniciaram a quimioterapia em pior estado nutricional tiveram progressão deste quadro ao longo do tratamento, além de mais toxicidade, piores resultados, sobrevida reduzida e piora da qualidade de vida.

HEREDIA, M. et al., 2008. Espanha Estudo transversal 33 pacientes com câncer colorretal com estadiamento II, III e IV recebendo quimioterapia foram avaliados nutricionalmente. Não foi avaliado o tempo que estes pacientes estavam em tratamento quimioterápico.

De acordo com ASG-PPP, 42,4% dos pacientes foram classificados como desnutridos, aos quais foi indicada intervenção nutricional enteral ou parenteral.

ISENRING, E. et al., 2006 Austrália Estudo observacional transversal

51 pacientes adultos atendidos em uma unidade de quimioterapia. Foi realizada validação de um instrumento de avaliação de risco nutricional, em comparação com a ASG-PPP.

O MST (Malnutrition Screening Tool) identificou 34% dos pacientes com risco nutricional, enquanto que com a ASG-PPP, a prevalência de desnutrição foi 26%. O MST apresentou uma sensibilidade de 100% e especificidade de 92%.

KHALID, U. et al., 2007 Reino Unido

Estudo prospectivo

151 pacientes adultos com diagnóstico recente de tumores do TGI, pulmão não pequenas células e mesotelioma pulmonar, que não haviam realizado quimio ou radioterapia anterior.

80% dos pacientes tinha diagnóstico de tumores gastrintestinais, e 34% já apresentavam doença metastática. A anorexia foi o sintoma mais frequente em todos os tipos de

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tumores. Pacientes que relataram redução da ingestão alimentar apresentaram mais sintomas que aqueles que não perderam peso (p=0,01).

NOURISSAT, N. et al, 2007 França Estudo observacional transversal

477 pacientes adultos com diagnóstico de câncer de localização e estadiamento variados.

30,2% dos pacientes tiveram perda superior a 10% do peso desde o início da doença. De acordo com a ASG-PPP, 42,1% dos pacientes foram considerados desnutridos. Houve associação da perda de peso com a depressão (p=0,002), tumores digestivos e cabeça e/ou pescoço (p<0,011), quimioterapia (p=0,011), sexo masculino (p=0,001) e status profissional.

PEÑALVA, A. et al., 2009. Espanha Estudo prospectivo

125 pacientes com neoplasia hematológica que ingressaram em um serviço para tratamento quimio ou radioterápico. Foram divididos em 3 grupos para receber suplementação oral.

Os pacientes foram avaliados com ASG e Índice de Risco Nutricional no dia da internação e na alta. No dia da internação, 39,2% dos pacientes apresentaram desnutrição. Todos os grupos apresentaram piora do estado nutricional através da ASG durante a internação. O grupo que recebeu suplemento oral saborizado sofreu menores alterações.

PRADO, C.M.M. et al., 2009. Canadá Estudo prospectivo

55 mulheres com câncer de mama metastático recebendo quimioterapia com capecitabina pela 1ª vez tiveram sua composição corporal avaliada.

Dentre os pacientes classificados como sarcopênicos, metade apresentou toxicidade ao tratamento, enquanto entre os não

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Foi verificada a incidência de toxicidade durante o tratamento e o tempo de progressão do tumor.

sarcopênicos, a prevalência foi de 20% (p=0,03). A sarcopenia foi fator preditor de toxicidade significativo (p=0,04) e de menor tempo de progressão do tumor, independente da albumina sérica, localização da metástase e status do receptor de estrogênio. Os resultados do estudo sugerem que a diferença na toxicidade entre os pacientes deve-se a variação da composição muscular, tendo os sarcopênicos, 3 vezes mais chances de desenvolvê-la.

READ, J.A. et al., 2006 Austrália Estudo longitudinal

51 pacientes com câncer colorretal avançado em tratamento paliativo, mesmo aqueles com quimioterapia adjuvante anterior.

Através da ASG-PPP foi identificada uma prevalência de 56% de desnutrição. Pacientes com escore ≥9 na ASG-PPP indicou menor sobrevida. A sobrevida entre os pacientes bem nutridos foi de 18,4 meses, e entre os desnutridos foi de 10,2 meses. Após análise multivariada, o estado nutricional não foi preditor significativo de prognóstico desfavorável. O tipo de tratamento (p=0,005), performance status (p=0,026), escore prognóstico de Glasgow (p=0,028) e nível de fosfatase alcalina sérico (p=0,069) foram considerados preditores significativos de sobrevida.

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SLAVIERO, K.A. et al., 2003 Austrália Estudo transversal 73 pacientes com várias formas de câncer avançado foram avaliados nutricionalmente antes do início da quimioterapia paliativa.

Através do MNA (Mini Nutritional Assessment) 74% dos pacientes foram identificados com risco ou desnutrição. Após análise multivariada, a Proteína C-Reativa e a presença de morbidade digestiva alta foram fatores independentes para influenciar o escore do MNA (p=0,00061 e p=0,0155, respectivamente). O escore do MNA e a alteração de peso não mostraram relação significante com o IMC e percentual de massa livre de gordura.

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3 Justificativa

Pacientes desnutridos ou sob risco de desnutrir podem apresentar resposta

desfavorável ao tratamento antineoplásico, desencadear maior toxicidade às drogas

quimioterápicas, complicações pós-operatórias, além de exacerbação dos efeitos

adversos da radioterapia. Isto poderá predispor à piora de suas condições clínicas e até à

interrupção do tratamento, que tornará desfavorável a sua evolução.

Considerando que a quimioterapia faz parte da maioria dos tratamentos

antineoplásicos, a avaliação nutricional precoce identificará pacientes que necessitarão

de cuidados nutricionais, e que podem se beneficiar da intervenção nutricional, com a

intenção de minimizar ou reverter o déficit do estado nutricional, otimizando os

resultados do tratamento.

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4 Objetivos

4.1 Objetivo geral

Determinar o estado nutricional de pacientes que iniciarem tratamento

quimioterápico no Serviço de Quimioterapia do Hospital Escola/UFPel entre os meses

de junho e outubro de 2011.

4.2 Objetivos específicos

Verificar associação entre localização do tumor primário e estado nutricional de

pacientes virgens de quimioterapia no início do tratamento quimioterápico,

considerando o tempo entre o diagnóstico e o início do tratamento.

Verificar associação entre doença em estadio avançado e estado nutricional.

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5 Hipóteses

Pacientes portadores de tumores do trato gastrintestinal, pulmão ou de cabeça

e/ou pescoço iniciam o tratamento quimioterápico apresentando algum grau de

desnutrição.

Os pacientes oncológicos com estadio clínico avançado (III ou IV) apresentam

risco de desnutrir ou desnutrição ao iniciar o tratamento quimioterápico.

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6 Metodologia

6.1 Delineamento

Estudo transversal.

6.2 Local de realização

Clínica de Quimioterapia do Serviço de Oncologia do Hospital Escola da

Universidade Federal de Pelotas.

6.3 População em estudo

Critérios de inclusão:

• Pacientes maiores de 18 anos, de ambos os sexos, com diagnóstico de neoplasia

maligna que ainda não tenham se submetido a qualquer tratamento quimioterápico, que

ingressarem no Setor de Oncologia para dar início ao tratamento proposto.

Critérios de exclusão:

• Pacientes que já tiverem se submetido a tratamento quimioterápico em algum

momento da vida. Também serão excluídos pacientes que não forem entrevistados no

primeiro dia do primeiro ciclo de quimioterapia.

6.4 Processo de amostragem

Todos os pacientes que derem início ao tratamento quimioterápico no Serviço de

Oncologia entre os meses de junho e outubro de 2011, desde que preencham os critérios

de inclusão e que aceitem participar da pesquisa.

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6.5 Instrumentos e variáveis a serem coletadas

Instrumentos

• Prontuário clínico: todos os pacientes que realizam quimioterapia possuem um

prontuário no Serviço de Oncologia, que consta de dados pessoais, evolução médica e

de enfermagem, exames de diagnóstico, exames bioquímicos, registro de

intercorrências, presença de comorbidades e prescrição de medicamentos.

• Anamnese nutricional: questionário estruturado preenchido pelo nutricionista

com dados clínicos informados pelo próprio paciente ou acompanhante, de forma a

complementar os dados coletados do prontuário clínico (Anexo 2).

• ASG-PPP

• Autorização de Procedimento de Alto Custo (APAC): a fim de encontrar dados

não obtidos através do prontuário clínico, a própria pesquisadora realizará uma busca

nas APACs através do sistema informatizado do Hospital Escola. Este formulário é

preenchido pelo médico e encaminhado à Secretaria de Saúde para que o tratamento

quimioterápico seja autorizado pelo SUS (Anexo 3).

Variáveis independentes

• Sexo: obtido no prontuário clínico (masculino/feminino).

• Idade em anos completos, obtida através da data de nascimento. Classificação

em décadas.

• Escolaridade: informada pelo próprio paciente. Classificados em analfabetos,

ensino fundamental incompleto, ensino fundamental completo, ensino médio

incompleto, ensino médio completo, superior incompleto, superior completo.

• Comorbidades: através de informações do prontuário clínico serão coletadas

informações sobre comorbidades como hipertensão arterial, diabetes mellitus,

dislipidemias, disfunções da tireoide, cardiopatias, doença renal, entre outros.

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• Medicamentos: os medicamentos de uso contínuo deverão ser informados pelos

pacientes ou acompanhantes.

• Localização do tumor primário: esta informação será obtida do exame anátomo-

patológico, contido no prontuário clínico do paciente, com sua respectiva data.

• Tempo de diagnóstico: será calculado a partir da data de realização do exame

anátomo-patológico.

• Localização de metástase(s): a informação da presença e localização de

metástases, se houver, serão obtidas no prontuário clínico ou na APAC.

• Estadiamento clínico da doença: esta informação será encontrada na APAC do

paciente, verificada através do sistema informatizado do Hospital Escola.

• Protocolo de quimioterápicos: informação coletada na APAC.

• Finalidade da quimioterapia: informação obtida na APAC

(neoadjuvante/adjuvante/paliativa/ curativa).

• Tratamento radioterápico: informação obtida com o paciente ou acompanhante,

ou no prontuário clínico (se já realizou ou está realizando sessões de radioterapia até o

momento da entrevista).

• Tratamento cirúrgico: informação sobre procedimentos cirúrgicos relacionados à

neoplasia realizados até o momento, obtida do prontuário clínico.

• Tabagismo: hábito atual ou abstinência. Informado pelo paciente ou

acompanhante.

• Etilismo: hábito atual ou abstinência. Informado pelo paciente ou acompanhante.

Variáveis dependentes

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• Estado nutricional obtido através da ASG-PPP, que classifica categoricamente

os pacientes como “A” bem nutrido, “B” moderadamente ou suspeita de desnutrir ou

“C” aquele gravemente desnutrido.

6.6 Logística

Serão identificados os pacientes novos que estiverem iniciando tratamento

quimioterápico, através da verificação do agendamento prévio no Serviço de Oncologia.

No dia da primeira sessão do tratamento quimioterápico, os pacientes serão

informados e convidados a participar do estudo. Eles ficarão cientes de que sua recusa

não interfere no seu tratamento, nem na assistência nutricional prestada. Após leitura e

assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo 4), os pacientes

serão entrevistados e avaliados pela própria pesquisadora, através dos instrumentos

padronizados. Ao final da entrevista, serão feitas orientações nutricionais e devidos

encaminhamentos.

6.7 Processamento e análise de dados

Os dados serão inseridos em um banco de dados no programa Excel® versão

2007 para Windows®. Após os dados serão transferidos para o programa Stata® versão

11 e será realizada a análise das variáveis estudadas, com apresentação de médias e

desvios-padrão ou proporções, conforme a natureza da variável. Após, será realizada a

análise bivariada, relacionando o estado nutricional às variáveis independentes. Para tal

serão utilizados testes t ou qui-quadrado. O nível de significância para todas as análises

será de 5%.

6.8 Aspectos éticos

O projeto será encaminhado ao Departamento de Educação do Hospital Escola

da Universidade Federal de Pelotas para aprovação da pesquisa, e posteriormente será

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submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Medicina da Universidade

Federal de Pelotas.

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7 Cronograma

Abr 2011

Mai 2011

Jun 2011

Jul 2011

Ago 2011

Set 2011

Out 2011

Nov 2011

Dez 2011

Jan 2012

Revisão bibliográfica

Submissão do projeto ao CEP FAMED

Coleta de dados

Análise dos resultados

Descrição e discussão dos resultados

Finalização do trabalho

Apresentação final

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8 Orçamento

Não haverá necessidade de verbas para a realização da pesquisa.

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Referências

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Anexos

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ANEXO 1

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** ex: depressão, problemas dentários ou financeirosCaixa 3

� outros**(1)_______________________________

� dor; onde?(3)_____________________________

� rapidamente me sinto satisfeito (1)

� os cheiros me enjoam (1) � problemas para engolir (2)

� alimentos têm gosto estranho ou não têm gosto (1)

� feridas na boca (2) � boca seca (1)

� constipação (1) � diarréia (3)

� náusea (1) � vômito (3)

� sem apetite, apenas sem vontade de comer (3)

� sem problemas para se alimentar (0)

3.Sintomas: Durante as 2 últimas semanas eu tenho tido os seguintes problemas que me impedem de comer o suficiente (marque todos os que estiver sentindo):

Caixa 1

� diminuiu (1) � ficou igual (0) � aumentou (0)

Durante as 2 últimas semanas meu peso:

Há seis meses atrás eu pesava aproximadamente ____,__kg

Há um mês atrás eu pesava aproximadamente ____,__kg

Eu tenho aproximadamente 1 metro e ____cm

Eu atualmente peso aproximadamente ____,__kg

Resumo do meu peso atual e recente:

1.Peso (veja anexo 1)

Caixa 2

� apenas alimentos por sonda ou pela veia (0)

� muito pouco de qualquer comida (4)

� apenas suplementos nutricionais (3)

� apenas líquidos (3)

� comida normal (alimentos sólidos) em pouca quantidade (2)

� comida normal (alimentos sólidos) em menor quantidade (1)

Atualmente, eu estou comendo:

� menos que o normal (1)

� mais que o normal (0)

� sem mudanças (0)

2.Ingestão alimentar: Em comparação a minha alimentação normal, eu poderia considerar minha ingestão alimentar durante o último mês como:

Somatória dos escores das caixas 1 a 4 A

Caixa 4

� bastante tempo acamado, raramente fora da cama (3)

do tempo na cadeira ou na cama (3)

� capaz de fazer pouca atividade, e passando a maior parte

ficando na cama ou na cadeira menos da metade do dia (2)

� não me sentindo bem para a maioria das coisas, mas

todas as atividades normais (1)

� não totalmente normal, mas capaz de manter quase

� normal, sem nenhuma limitação (0)

4.Atividades e função: No último mês, eu consideraria minha atividade como:

O restante do questionário será preenchido pelo seu médico, enfermeira ou nutricionista. Obrigada.

5. Doença e sua relação com requerimentos nutricionais (veja anexo 2)

Todos os diagnósticos relevantes (especifique) _________________________________________________________

Estadiamento da doença primária (circule se conhecido ou apropriado) I II III IV Outro ____________________

Idade ____________ Escore numérico do anexo 2 B

6. Demanda metabólica (veja anexo 3) Escore numérico do anexo 3 C

7. Exame físico (veja anexo 4) Escore numérico do anexo 4 D

Avaliação Global (veja anexo 5)� Bem nutrido ou anabólico (ASG A)� Desnutrição moderada ou suspeita (ASG B) � Gravemente desnutrido (ASG C)

Escore total da ASG produzida pelo pacienteEscore numérico total de A + B + C + D acima

(Siga as orientações de triagem abaixo)

Recomendações de triagem nutricional: A somatória dos escores é utilizada para definir intervenções nutricionais específicas, incluindo a orientação do paciente e seus familiares, manuseio dos sintomas incluindo intervenções farmacológicas e intervenção nutricional adequada (alimentos, suplementos nutricionais, nutrição enteral ou parenteral). A primeira fase da intervenção nutricional inclui o manuseio adequado dos sintomas.0-1: Não há necessidade de intervenção neste momento. Reavaliar de forma rotineira durante o tratamento.2-3: Educação do paciente e seus familiares pelo nutricionista, enfermeira ou outro profissional, com intervenção farmacológica de acordo com o inquérito dos sintomas (caixa 3) e exames laboratoriais se adequado.4-8: Necessita intervenção pela nutricionista, juntamente com a enfermeira ou médico como indicado pelo inquérito dos sintomas (caixa 3).≥ 9: Indica necessidade crítica de melhora no manuseio dos sintomas e/ou opções de intervenção nutricional.

Avaliação Subjetiva Global produzida pelo paciente oncológico (ASG-PPP)História (Caixas de 1 a 4 devem ser completadas pelo paciente.)

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Avaliação Subjetiva Global produzida pelo paciente oncológico (ASG-PPP)

Parte 2

Anexo 1 – Escore da perda de peso

Perda de peso em 1 mês Pontos Perda de peso em 6 meses

10% ou mais 4 20% ou mais5 – 9,9% 3 10% - 19,9%

3 – 4,9% 2 6 – 9,9%

2 – 2,9% 1 2 – 5,9%0 – 1,9% 0 0 – 1,9%

Pontuação para folha 1

Anote na caixa A

Reservas de gordura: Estado de hidratação:

Região periorbital 0 +1 +2 +3 Edema no tornozelo 0 +1 +2 +3 Prega de tríceps 0 +1 +2 +3 Edema sacral 0 +1 +2 +3

Gordura sobre as últimas costelas 0 +1 +2 +3 Ascite 0 +1 +2 +3

Avaliação geral do déficit de gordura 0 +1 +2 +3 Avaliação geral do 0 +1 +2 +3

estado de hidratação

Estado Muscular:

Têmporas (músc. temporal) 0 +1 +2 +3

Clavículas (peitorais e deltoides) 0 +1 +2 +3

Ombros (deltoide) 0 +1 +2 +3Musculatura interóssea 0 +1 +2 +3

Escápula (dorsal maior,trapézio edeltoide) 0 +1 +2 +3Coxa (quadríceps) 0 +1 +2 +3

Panturrilha (gastrocnêmius) 0 +1 +2 +3

Avaliação geral do estado muscular 0 +1 +2 +3

Pontuação para a folha 4

Anote na caixa D

Anexo 4 – Exame físico

Estresse Nenhum (0) Baixo (1) Moderado (2) Alto (3)

Febre Sem febre >37,2°e <38,3° >=38,3°e <38,9° >= 38,9°Duração da febre Sem febre <72 horas 72 horas >72 horas

Corticosteróides Sem corticosteróides dose baixa dose moderada dose alta

(<10mg (>=10 e <30mg (>= 30mg Pontuação para a folha 3 prednisona/dia) prednisona) prednisona)

Anote na caixa C

Anexo 3 – Estresse metabólico

Anote na caixa B

Presença de trauma 1

Idade maior que 65 anos 1

Pontuação para folha 2

Úlcera de decúbito, ferida aberta ou fístula 11

Caquexia pulmonar ou cardíaca 1

AIDS 1

Câncer 1

Categoria: Pontos

Anexo 2 - Critério de pontuação para condição

Sem déficit escore = 0 pontos

Déficit leve escore = 1 ponto

Déficit moderado escore = 2 pontos

Déficit grave escore = 3 pontos

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ANEXO 2

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ANEXO_3

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ANEXO 4

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Prezado paciente Sr (a) __________________________________________________________

Estamos realizando um estudo sobre “Avaliação do estado nutricional de pacientes em quimioterapia”.

Queremos avaliar se os pacientes que iniciam este tratamento apresentam algum grau de desnutrição antes

de fazer a quimioterapia.

Gostaríamos de contar com sua participação no seguinte sentido:

• Responder perguntas sobre sua saúde e estado nutricional (perda de peso, alimentação,

atividades, sintomas).

• A pesquisa consiste de uma simples avaliação no primeiro dia do tratamento quimioterápico, e

não inclui qualquer tipo de procedimento, não havendo risco ao paciente. Não há necessidade de

reavaliação. Esta avaliação é realizada rotineiramente pelas Residentes de Nutrição no Setor de

Quimioterapia.

• A sua participação ou recusa não altera em nada o seu tratamento.

• A sua assinatura somente autoriza a utilização dos dados para a pesquisa.

• Através da identificação de um paciente em risco ou já desnutrido, é possível planejar a

intervenção nutricional adequada, de forma a evitar que interfira no tratamento. Independentemente da

sua participação na pesquisa, toda a assistência nutricional necessária será prestada ao Senhor/Senhora.

• Você poderá deixar de participar do trabalho a qualquer momento, sem necessidade de oferecer

justificativa.

Sua participação será muito importante e agradecemos antecipadamente.

Pelotas, ____ de __________________ de 2011.

Assinatura do paciente/responsável:________________________________________________

Grau de parentesco: ____________________________________________________________

Pesquisadora responsável:

Nutricionista Denise Halpern Silveira – CRN2 0477 Telefone celular (53) 99810446

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Artigo

O manuscrito encontra-se nas normas propostas pela Revista Brasileira de

Cancerologia do Instituto Nacional do Câncer, disponível no endereço eletrônico

http://www1.inca.gov.br/rbc/n_57/v01/pdf/instrucoes_autores_port.pdf

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Avaliação do Estado Nutricional de Pacientes ao Início da Quimioterapia

Nutritional Status of Patients at the Start of Chemotherapy

Estado Nutricional de Pacientes al Inicio de la Quimioterapia

Título abreviado: Avaliação Nutricional em Quimioterapia

Nutritional Assessment in Chemotherapy

Evaluación Nutricional em la Quimioterapia

Catiússa Colling¹

Patrícia Abrantes Duval²

Denise Halpern Silveira³

Contato: Catiússa Colling

Rua Dom Luiz Guanella, 3250 – Capão da Canoa/RS – Brasil

CEP 95555-000 - Telefone (51) 3502.3755/(53) 9136.1588

Catiússa Colling é autora do trabalho, entrevistadora, responsável pela revisão de literatura, metodologia, discussão dos resultados e redação final.

Patrícia Abrantes Duval é co-orientadora, realizou as análises estatísticas e trabalhou na concepção e redação final do texto.

Denise Halpern Silveira é orientadora e pesquisadora responsável. Trabalhou na revisão da redação final do texto.

Declaração de conflito de interesses: Nada a declarar

¹ Nutricionista. Pós-graduanda do Programa de Residência Integrada Multiprofissional em Saúde – Área de concentração em Atenção à Saúde Oncológica – Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas. Pelotas (RS) Brasil. E-mail: [email protected]

² Nutricionista. Mestre em Nutrição e Alimentos. Chefe do Serviço de Nutrição e Dietética do Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas. Pelotas (RS) Brasil. E-mail: patrí[email protected]

³ Nutricionista. Mestre em Ciências da Saúde. Professora adjunta da Faculdade de Nutrição da Universidade Federal de Pelotas. Pelotas (RS) Brasil. Email: [email protected]

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Resumo

Objetivo: Este estudo teve como objetivo identificar a prevalência em desnutrição de

pacientes no início do tratamento quimioterápico. Método: A pesquisa foi de caráter

transversal e quantitativo. Os dados foram coletados a partir de avaliação nutricional e

de consulta aos prontuários dos pacientes no primeiro dia de quimioterapia. O

instrumento utilizado foi a Avaliação Subjetiva Global Produzida Pelo Paciente.

Resultados: A maioria dos 83 indivíduos pertencia ao sexo feminino (57,4%) e tinha

mais de 50 anos de idade (75,9%). As neoplasias malignas mais prevalentes foram as do

trato gastrointestinal (34,9%), e a maioria dos pacientes apresentava doença em estadios

III ou IV (66,3%), sendo a quimioterapia paliativa o tratamento proposto para 42,7%

dos indivíduos. A prevalência de desnutrição foi de 48% e esteve associada com a

ingestão alimentar reduzida ou através de sonda enteral, perda de peso, déficit ao exame

físico, alterações da capacidade funcional e a sintomas como anorexia e dor (p<0,001).

A probabilidade dos portadores de tumores do trato gastrointestinal apresentarem déficit

nutricional foi três vezes maior quando comparado a outros sítios primários de

neoplasia (p=0,0012). Conclusão: Considerando que aproximadamente metade dos

pacientes incluídos na pesquisa estavam desnutridos ou em risco nutricional, conclui-se

que a avaliação do estado nutricional deve ser realizada anteriormente ao início do

tratamento. A identificação precoce destes pacientes é importante para estabelecer a

intervenção nutricional adequada capaz de proporcionar melhor tolerância ao tratamento

e melhora na qualidade de vida de pacientes oncológicos.

Palavras-chave: estado nutricional, desnutrição, quimioterapia

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Abstract

Objective: This study aimed to identify the prevalence of malnutrition among patients

initiating chemotherapy. This was a cross-sectional and quantitative research. Methods:

Data were collected from the nutritional assessment and the medical record on the first

day of chemotherapy. The tool used was the Patient Generated Subjective Global

Assessment. Results: Most of the 83 individuals were female (57,4%) and had more

than 50 years old (75,9%). Gastrointestinal neoplasms were the most prevalent (34,9%).

The majority of patients were in stages III or IV of disease (66,3%) and palliative

chemotherapy were the proposed treatment for 42,7% of them. The malnutrition

affected 48% of individuals, and it was associated to decreased food intake or by enteral

feeding, weight loss, poor clinical condition on physical examination, changes in

functional capacity and symptoms as anorexia and pain (p<0,001). The probability of

patients with gastrointestinal neoplasms to present malnutrition was three times higher

when compared to other primary sites of cancer (p=0,0012). Conclusion: Whereas

approximately half of the patients who were included in this research were

malnourished or at risk to develop it, we can conclude that the assessment of nutritional

status should occur previously to the treatment. The earlier identification of these

patients is important for the establishment of appropriate nutritional interventions that

can provide better tolerance to the treatment and improve quality of life in cancer

patients.

Key words: nutritional status, malnutrition, chemotherapy

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Resumen

Objetivo: El objetivo del estudio fue identificar la prevalencia de la malnutrición entre

los pacientes que inician la quimioterapia. Métodos: La investigación fue transversal y

cuantitativa. Los datos se obtuvieron de la evaluación nutricional y la consulta a la

historia clínica en el primer día de la quimioterapia. La herramienta utilizada fue la

Valoración Global Subjetiva Generada por el Paciente. Resultados: La mayoría de las

83 personas eran mujeres (57,4%) y tenía más de 50 años de edad (75,9%). Neoplasias

gastrointestinales fueron más frecuentes( 34,9%). La pluralidad de los pacientes tenían

la enfermedad en estadios III o IV (66,3%) y la quimioterapia paliativa fue el

tratamiento propuesto para 42,7% de los individuos. La prevalencia de desnutrición fue

de 48% y se asocio con la reducción de la ingesta de alimentos o por alimentación

enteral, la reducción de peso, un déficit en el examen físico, cambios en la capacidad

funcional y síntomas como anorexia y dolor (p<0,001). La probabilidad de que los

pacientes con neoplasias gastrointestinales presentasen desnutrición fue tres veces

mayor en comparación con otros sitios primarios de cáncer (p=0,0012). Conclusión:

Teniendo en cuenta que aproximadamente la mitad de los pacientes incluidos en el

estudio estaban desnutridos o en riesgo nutricional, se concluye que la evaluación del

estado nutricional se debe realizar antes de iniciar el tratamiento. La identificación

temprana de estos pacientes es importante para establecer la intervención nutricional

adecuada que puede proporcionar una mejor tolerancia al tratamiento y una mejor

calidad de vida de los pacientes con cáncer.

Palabras clave: estado nutricional, desnutrición, quimioterapia

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Introdução

A incidência de desnutrição em pacientes com câncer varia de 40 a 80%, e sua

prevalência depende do tipo e localização do tumor, estadiamento da doença e

tratamento realizado1. Os tumores de cabeça e pescoço, pulmão, esôfago, estômago,

cólon, reto, fígado e pâncreas são os que mais comprometem o estado nutricional2.

As consequências da desnutrição incluem maior risco de complicações da

doença, diminuição da resposta e tolerância ao tratamento, menor qualidade de vida,

redução da sobrevida e altos custos ao sistema de saúde1. Além disso, ao iniciarem o

tratamento antineoplásico com perda de peso recente, os pacientes podem apresentar

resultados desfavoráveis, apresentar maior toxicidade às drogas quimioterápicas,

complicações pós-operatórias, exacerbação dos efeitos adversos da radioterapia. Isto

pode predispor a piora de suas condições clínicas e até a interrupção do tratamento, o

que torna desfavorável a evolução para sua melhora3.

Considerando que a quimioterapia faz parte da maioria dos tratamentos

antineoplásicos, a avaliação nutricional precoce identifica pacientes que necessitam de

cuidados relacionados à alimentação, e que podem se beneficiar da intervenção

nutricional, com a intenção de minimizar ou reverter o déficit do estado nutricional,

podendo otimizar os resultados do tratamento.

O objetivo deste estudo foi determinar o estado nutricional de pacientes no

primeiro dia do tratamento quimioterápico no Setor de Oncologia do Hospital Escola da

Universidade Federal de Pelotas (HE/UFPel), verificar associação entre localização do

tumor primário e do estadiamento da doença com o estado nutricional.

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Método

Estudo transversal realizado com pacientes maiores de 18 anos, de ambos os

sexos, com diagnóstico de neoplasia que ainda não tivessem sidos submetidos a

qualquer tratamento quimioterápico, e que ingressaram no Setor de Oncologia do

HE/UFPel para dar início ao tratamento proposto durante os meses de junho a outubro

de 2011.

No dia da primeira sessão de quimioterapia, os pacientes identificados através de

agendamento prévio do local eram convidados a participar do estudo e em caso de

concordância, assinavam o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

Na ocasião, a anamnese estruturada para registro de informações demográficas e

clínicas e a Avaliação Subjetiva Global Produzida Pelo Paciente (ASG-PPP) foram

aplicadas pela pesquisadora.

Detsky4 propôs em 1987 a Avaliação Subjetiva Global (ASG), um instrumento

de avaliação nutricional que compreende a história médica (alteração de peso, alteração

de ingestão alimentar, sintomas gastrintestinais persistentes por mais de duas semanas,

alteração de capacidade funcional) e exame físico (perda de gordura subcutânea, perda

muscular e presença de edema sacral ou de tornozelo ou ascite). A ASG-PPP foi criada

por Ottery5 e traduzida e adaptada para o português por Gonzalez6. É uma adaptação da

ASG, específica para pacientes com câncer. Foram incluídas questões sobre a presença

de sintomas nutricionais relacionados à patologia. A ASG-PPP é composta de duas

partes; a primeira é dividida em quatro caixas com perguntas sobre alteração de peso e

ingestão, sintomas que estejam interferindo na alimentação e alteração da capacidade

funcional, e pode ser preenchida pelo paciente ou familiar. Na segunda parte são

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atribuídos pontos às condições do paciente, estresse metabólico e exame físico, e deve

ser aplicada por qualquer profissional da área da saúde, desde que devidamente

treinado. É realizado o somatório dos pontos, e o escore total indica o nível da

intervenção nutricional. Assim como na ASG original, o paciente também pode ser

classificado categoricamente como “A” o paciente bem nutrido, “B” com suspeita ou

desnutrição moderada, ou “C” aquele severamente desnutrido6.

Dados não obtidos no momento da entrevista foram coletados diretamente no

prontuário clínico de cada paciente, como estadio da doença, tipo de quimioterapia

proposto e a data do diagnóstico.

As informações foram armazenadas no programa Excel® versão 2007 para

Windows® e após, analisados no programa Stata® versão 11. Para a descrição das

variáveis contínuas, utilizou-se a média com seu respectivo desvio padrão, e para as

variáveis categóricas, o número absoluto e a frequência relativa. Após, foi realizada a

análise bivariada, relacionando o estado nutricional às variáveis independentes. Para tal,

foi utilizado o teste qui-quadrado e regressão de Poisson com variância robusta devido à

alta prevalência do desfecho. O nível de significância para todas as análises foi menor

de 5%.

Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de

Medicina da Universidade Federal de Pelotas (Of. 32/11).

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Resultados

No período de junho a outubro de 2011, foram avaliados 83 pacientes que

iniciaram tratamento quimioterápico no Setor de Oncologia do HE/UFPel.

A Tabela 1 apresenta a descrição da amostra, com 57,4% (n=48) do sexo

feminino e média de idade de 55,9 + 11,4 anos. Os tumores do trato gastrointestinal

foram os mais prevalentes (34,9%), a maioria dos pacientes (66,2%) apresentava doença

com estadiamento III e IV e 42,7% realizaram quimioterapia em caráter paliativo.

A Tabela 2 descreve os indivíduos de acordo com as informações fornecidas

pelo questionário da ASG-PPP. A maioria dos pacientes não apresentou redução do

peso corporal (73,5%), nem da ingestão alimentar (71,1%) no último mês, encontrando-

se esta inalterada (66,3%) no momento da avaliação. Os sintomas mais relatados foram

anorexia (18,1%), dor (16,9%) e saciedade precoce (15,7%). Aproximadamente metade

dos indivíduos avaliados apresentou alguma limitação na sua capacidade funcional

(49,4%) e foi encontrado déficit no exame físico em 50,6% dos pacientes.

O estado nutricional dos indivíduos de acordo com a ASG-PPP e o nível de

intervenção proposto pela pontuação total encontram-se descritos na Tabela 3, sendo

que a média do escore total da ASG-PPP foi de 7,2 ± 6,4 pontos. Observou-se que

51,8% da amostra foi classificada como sem déficit nutricional e que 59% necessitava

de intervenção nutricional.

A Tabela 4 apresenta a associação significativa (p<0,001) encontrada nos

pacientes com e sem algum grau de desnutrição com o sítio tumoral.

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Os tumores do trato gastrintestinal foram relacionados positivamente com o

estado nutricional B ou C, com probabilidade três vezes maior dos pacientes serem

desnutridos quando comparados às neoplasias malignas de outros sítios (p=0,0012 RR

3,38 IC 95% 1,62 – 7,06). Por outro lado, as de mama feminina foram associadas à

menor prevalência de desnutrição (p=0,0053 RR 0,06 IC 95% 0,008 – 0,43). As

doenças em estadiamento III e IV e a presença de metástases também estiveram

associadas ao déficit do estado nutricional (p=0,034 e p=0,012, respectivamente).

O percentual de perda de peso recente foi menor que 5% no último mês ou

menor que 10% em seis meses para 84,3% dos indivíduos.

Apresentaram relação significativa com o estado nutricional B ou C (p<0,05) as

seguintes variáveis: redução recente do peso; redução da ingestão alimentar; ingestão

atual em menor quantidade ou através de sonda; sintomas como anorexia, disgeusia,

disfagia, saciedade e dor; capacidade funcional alterada e déficit ao exame físico.

Foi realizada intervenção nutricional para todos os pacientes após a entrevista,

sendo que sete deles foram encaminhados ao Ambulatório de Nutrição para

acompanhamento de comorbidades (diabetes mellitus, hipertensão arterial sistêmica

e/ou dislipidemias).

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Discussão

Neste estudo a maioria dos pacientes pertencia ao sexo feminino, possuía mais

de 50 anos de idade e apresentava neoplasia maligna do trato gastrointestinal. Mais de

60% dos pacientes se encontravam com doença em estágio avançado ou metastático e a

quimioterapia paliativa foi o tratamento proposto para mais de 40% dos indivíduos.

A perda de peso foi pouco relatada, mas alterações da capacidade funcional,

déficit de gordura corporal e/ou massa magra, e algum grau de depleção nutricional

foram constatados em cerca de 49% dos pacientes, no momento da entrevista.

A anorexia foi o sintoma mais prevalente dentre os indivíduos entrevistados no

primeiro dia de quimioterapia, e a literatura aponta sua presença em 15 a 25% dos

pacientes já no momento do diagnóstico. Tendo em vista que durante a terapia

antineoplásica, a anorexia pode se agravar e, somada a efeitos colaterais como

alterações do paladar e do olfato, mucosite, saciedade precoce, náuseas e vômitos, pode

contribuir para a desnutrição energético proteica7.

Estudo realizado na Espanha com 781 pacientes com câncer avançado encontrou

uma prevalência de desnutrição de 52% utilizando o mesmo método de avaliação

nutricional8. Resultado semelhante foi encontrado neste estudo, sendo que 66,3% da

amostra apresentavam doença avançada (estadio III e IV) e destes, 32 pacientes (58,2%)

eram desnutridos.

Gonzalez e colaboradores6 realizaram neste mesmo serviço de oncologia uma

investigação sobre o estado nutricional e composição corporal dos pacientes em

quimioterapia, onde utilizaram a ASG-PPP como instrumento de avaliação do estado

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nutricional. Foi encontrada uma prevalência de 29% de desnutrição já no início do

tratamento quimioterápico. A diferença entre a prevalência de desnutrição encontrada

pela autora e o presente estudo pode ser justificada pelo fato de que mais da metade da

sua amostra era portadora de tumor de mama, enquanto neste apenas 23%. Já Borges9,

em estudo no mesmo serviço, utilizando o mesmo instrumento de avaliação nutricional,

constatou que dos 143 pacientes avaliados 14% foram considerados desnutridos antes

do início da quimioterapia. Desses, mais da metade foram a óbito durante o tratamento e

quase 20% tiveram de interrompê-lo por apresentarem piora do quadro clínico.

Pacientes que iniciam a quimioterapia já com algum déficit nutricional podem

apresentar piora no decorrer do tratamento, fazendo com que muitas vezes seja

necessária a sua interrupção. Estes poderão apresentar maior toxicidade às drogas,

resposta clínica desfavorável à terapia antineoplásica, piora da qualidade de vida e

redução da sobrevida10-14.

Halpern-Silveira15 sugere em estudo com população semelhante de pacientes que

a desnutrição já no início do tratamento quimioterápico nem sempre pode alterar o peso

corporal, mas inevitavelmente, altera a composição corporal com perda de massa

corporal magra.

Em relação ao escore total da ASG-PPP, o resultado encontrado foi semelhante

ao de Gonzalez6. Para 35% dos pacientes deste estudo, o escore foi ≥ 9 pontos, o que

indica a necessidade crítica de intervenção nutricional.

Read13 e colaboradores consideraram que o escore ≥ 9 pontos e a classificação

do estado nutricional B ou C fazem da ASG-PPP um instrumento de significativo valor

prognóstico para a sobrevida de pacientes com câncer colorretal. Um estudo que avaliou

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98 americanas com câncer ovariano demonstrou que as pacientes que melhoraram o

estado nutricional durante o tratamento tiveram a mesma sobrevida média que aquelas

sem déficit do estado nutricional na avaliação pré-quimioterapia, independente da

resposta tumoral16.

A identificação e tratamento precoces de problemas nutricionais podem

melhorar o prognóstico de pacientes com câncer, auxiliar na prevenção de deficiências

nutricionais e minimizar os efeitos da perda de massa magra, na tentativa de melhorar a

tolerância ao tratamento7. Além disso, a recuperação do estado nutricional pode reduzir

o risco de complicações12 e a necessidade de hospitalizações17, melhorando a resposta

ao tratamento, oferecendo melhor qualidade de vida e maior taxa de sobrevida aos

portadores de neoplasias malignas18,19.

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Conclusão

Este estudo identificou a presença de desnutrição em aproximadamente metade

dos pacientes no início do tratamento quimioterápico, estando associada às neoplasias

de trato gastrointestinal e aos estadiamentos III e IV. Diante disso, conclui-se que a

avaliação do estado nutricional e a identificação precoce daqueles pacientes que se

encontram em risco ou desnutridos devem ser realizadas antes do início do tratamento.

Desta forma é possível que se estabeleça um plano de intervenção nutricional capaz de

proporcionar melhor tolerância ao tratamento e melhora na qualidade de vida de

pacientes oncológicos.

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Tabela 1. Características gerais da amostra (n=83). Pelotas, 2011.

Variáveis N %

Sexo

Feminino 48 57,8

Masculino

Idade

≤ 30 anos

31 – 40 anos

41 – 50 anos

51 – 59 anos

≥ 60 anos

35

02

05

13

29

34

42,2

2,4

6,0

15,7

34,9

41,0

Localização do tumor primário

Trato gastrintestinalI 29 34,9

Mama feminina 19 22,9

Órgãos reprodutoresII 15 18,1

Pulmão 08 9,6

Sistema linfáticoIII 05 6,1

OutrosIV 07 8,4

Estadiamento da doença

I/II 28 33,7

III 28 33,7

IV 27 32,6

Tipo de quimioterapia (n=82)V

Neoadjuvante 20 24,4

Adjuvante 22 26,8

Curativa 05 6,1

Paliativa 35 42,7

I esôfago, estômago, colorretal, pâncreas e vias biliares

II ovário, útero ou colo de útero, testículo e próstata

III linfoma de Hodgkin e linfoma não-Hodgkin

IV cabeça e pescoço, melanoma, sarcoma, tumor primário desconhecido

V Não foi encontrado no prontuário médico o tipo de quimioterapia de um indivíduo entrevistado.

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Tabela 2. Características da amostra de acordo com a ASG-PPP (n=83). Pelotas, 2011.

Variáveis N %

Alteração de peso

Redução 22 26,5

Aumento ou inalteração 61 73,5

Ingestão alimentar no mês anterior

Reduzida 24 28,9

Aumentada/inalterada 59 71,1

Ingestão alimentar no momento da avaliação

Inalterada 55 66,3

Reduzida 23 27,7

Somente líquidos 02 2,4

Terapia nutricional enteral 03 3,6

Sintomas mais relatados

Anorexia 15 18,1

Dor 14 16,9

Saciedade precoce 13 15,7

Disgeusia 09 10,8

Alteração da capacidade funcional

Sem limitações 42 50,6

Alguma limitação 38 45,8

Acamado 03 3,6

Exame físico

Sem déficit 41 49,4

Déficit leve/moderado 35 42,2

Déficit grave 07 8,4

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Tabela 3. Resultado categórico e escore numérico da ASG-PPP (n=83). Pelotas, 2011.

Variáveis N %

Estado nutricional (classificação categórica)

A (sem déficit nutricional) 43 51,8

B (desnutrição moderada ou risco nutricional) 29 34,9

C (desnutrição grave) 11 13,3

Nível de intervenção nutricional (pontuação total)

Sem necessidade de intervenção (0-1 ponto) 11 13,3

Educação nutricional (2-3 pontos) 23 27,7

Intervenção nutricional (4-8 pontos) 20 24,1

Necessidade crítica de intervenção nutricional (≥ 9 pontos)

29 34,9

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Tabela 4. Estado nutricional da ASG-PPP conforme a localização do tumor primário (n=83). Pelotas, 2011.

Localização do tumor primário A (%) B/C (%)

Trato gastrointestinal 24,1 75,9

Mama feminina 94,7 5,3

Órgãos reprodutores 66,7 33,3

Pulmão 50,0 50,0

Sistema linfático 60,0 40,0

Outros 14,3 85,7

p<0,001 Teste exato de Fisher