UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO – UFPE

CENTRO ACADÊMICO DE VITÓRIA – CAV

GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

ALEX JUNIOR DA SILVA

ANÁLISE DO CONCEITO DE MEIO AMBIENTE EM LIVROS DIDÁTICOS A

PARTIR DA PERSPECTIVA DO MODELO DE RECONSTRUÇÃO EDUCACIONAL

(MRE)

VITÓRIA DE SANTO ANTÃO

2017

ALEX JUNIOR DA SILVA

ANÁLISE DO CONCEITO DE MEIO AMBIENTE EM LIVROS DIDÁTICOS A

PARTIR DA PERSPECTIVA DO MODELO DE RECONSTRUÇÃO EDUCACIONAL

(MRE)

TCC 2 apresentado ao Curso de Graduação

em Ciências Biológicas como requisito parcial

para a conclusão do Curso de Licenciatura em

Ciências Biológicas.

Orientador: Prof. Dr. Ricardo Ferreira das

Neves

Coorientadora: Profa. Msc. Diana Guimarães

Silva

VITÓRIA DE SANTO ANTÃO

2017

Catalogação na Fonte Sistema de Bibliotecas da UFPE. Biblioteca Setorial do CAV.

Bibliotecária Giane da Paz Ferreira, CRB-4/977

S586a Silva, Alex Júnior da.

Análise do conceito de meio ambiente em livros didáticos a partir da perspectiva do Modelo de Reconstrução Educadional (MRE) / Alex Júnior da Silva. Vitória de Santo Antão, 2017.

24 folhas: Il.

Orientador: Ricardo Ferreira das Neves

Coorientadora: Diana Guimarães Silva

TCC (Graduação) – Universidade Federal de Pernambuco, CAV, Licenciatura em Ciências Biológicas, 2017.

Inclui referências.

1. Meio ambiente. 2. Livros didáticos – análise. I.Neves, Ricardo Ferreira das (Orientador). II. Silva, Diana Guimarães. III. Título.

577.4 CDD (23.ed.) BIBCAV/UFPE-247/2017

ALEX JUNIOR DA SILVA

ANÁLISE DO CONCEITO DE MEIO AMBIENTE EM LIVROS DIDÁTICOS A

PARTIR DA PERSPECTIVA DO MODELO DE RECONSTRUÇÃO EDUCACIONAL

(MRE)

TCC apresentado ao Curso de Ciências Biológicas Licenciatura da Universidade Federal de Pernambuco, Centro Acadêmico de Vitória, como requisito para a obtenção do título de Licenciado em Ciências Biológicas.

.

Aprovado em: 14/11/2017.

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________________ Profº. Dr. Ricardo Ferreira das Neves (Orientador)

Universidade Federal de Pernambuco

__________________________________________________ Profº. Ms. Talita Giselly dos S. Souza (Examinador Interno)

Universidade Federal de Pernambuco

__________________________________________________ Profº. Ms. Paloma da Silva (Examinador Interno)

Universidade Federal de Pernambuco

Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas;

glória, pois, a ele eternamente. Amém. Romanos 11.36

AGRADECIMENTOS

Agradeço ao meu Deus por sua infinita misericórdia em me conceder saúde

para que eu pudesse concluir mais uma etapa da minha vida, pois bem sei que se

não fosse a sua ajuda, eu não teria concluído mas essa etapa. A Ele seja dada a

honra, a glória e todo o louvor.

Agradeço a minha mãe Severina F. da Conceição pelos seus esforço e

contribuir de forma direta para que eu pudesse ser o que hoje sou, por ter me

ensinado a ser uma pessoa de caráter e que me influenciou a nunca desistir e

sempre continuar na luta pelo meus objetivos. Digo-vos que seus esforços valeram

apena. Também as minhas irmãs (Adriana, Josivânia, Patrícia, Letícia, Mª Marta)

pela Contribuição de modo direto e indireto.

Também não poderia de agradecer a minha sogra Gildete de Melo Silva, pelo

incentivo que sempre me dava, pela filha linda que me deu em casamento e que

através dela me deu o lindo e maravilhoso filho.

Também agradeço a minha maravilhosa esposa Kaliene Leonor de M. Silva

pela ajuda e compreensão, pelas noites de espera aguardando a minha volta da

faculdade, pela tolerância entre tantas outras coisas que me fizeram acreditar no

meu futuro.

Ao meu querido filho Bernardo Alex da Silva que permitiu através do seu

nascimento me trouxe uma alegria imensurável e que pensando no seu futuro me

fez ainda mais acreditar no término desta etapa.

Agradeço ao meu professor Orientador Ricardo Ferreira das Neves, pelo seu

apoio e dedicação em me ajudar, pela sua amizade construída ao longo do curso,

essa pessoa maravilhosa e humilde, que não mede esforços para ajudar a pessoa

alheia. Obrigado por tudo que fez por mim.

Agradeço a minha Coorientadora Diana Guimarães que se dedicou em todos

os momentos que estávamos juntos para concluir este trabalho, desde o início até o

término. Deus continue ajudando essa pessoa brilhante e inteligente que eu conheci

durante esses dias.

Congratulo-me também com meus colegas e amigos que de modo direto ou

indiretamente contribuíram para que eu viesse a finalizar este curso.

RESUMO

A presente pesquisa tem por objetivo analisar o Conceito de Meio Ambiente nos Livros Didáticos do Ensino Médio, a partir da primeira etapa do Modelo de Reconstrução Educacional (MRE). O Meio Ambiente é o conjunto de fatores bióticos e abióticos, ou seja, tudo aquilo que têm vida e as que não têm. São unidades ecológicas como a vegetação, microorganismos, solo, rochas, animais e incluindo todos os fenômenos que acontecem na natureza. Para a análise, foram utilizados dois Livros Didáticos do Ensino Médio, dos quais focamos nos capítulos referentes ao conceito de Meio Ambiente. A partir dos resultados obtidos, podemos perceber que embora os Livros Didáticos tenham conteúdos que tratem a respeito do tema em questão, não encontramos em nenhum deles o Conceito de Meio Ambiente. Ponto importante dentro do contexto ambiental, além do que muitos dos temas propostos não trazem uma abordagem ampla das consequências provocadas pelas ações humanas. Dessa forma, nos remete a importância de que o tema seja mais amplamente trabalhado nos Livros Didáticos, de forma que contemple as lacunas presentes nesses conteúdos.

Palavras-chave Livros Didáticos. Meio Ambiente. Modelo Educacional. Fatores bióticos e Fatores abióticos. Solo. Rocha. Animais. Vegetação.

ABSTRACT

The present research aims to analyze the concept of Environment in High School Textbooks, from the first stage of the Educational Reconstruction Model (MRE). For the analysis, two High School Textbooks were used, of which we focused on the chapters referring to the concept of the Environment. From the partial results obtained, we can see that although the Textbooks have contents that deal with the subject in question they do not work in a comprehensive way on Environmental Education, an important point within the environmental context, besides that many of the proposed themes do not Bring a broad approach to the consequences of human actions. In this way, it reminds us of the importance of having the theme more extensively worked on in Didactic Books, so that it contemplates the gaps in these contents.

Keywords: Didatic books. Environment. Educational Model. Biotic Factors and Abiotic Factors. Soil. Rock. Animals. Vegetation.

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 10

2. MEIO AMBIENTE E SUA IMPORTÂNCIA NO CONTEXTO ESCOLAR ............... 11

3. O LIVRO DIDÁTICO E O ENSINO DE BIOLOGIA ................................................ 12

4. MODELO DE RECONSTRUÇÃO EDUCACIONAL (MRE) ................................... 13

5. METODOLOGIA .................................................................................................... 14

6. RESULTADOS E DISCUSSÕES PARCIAIS ......................................................... 15

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 21

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 22

10

1. INTRODUÇÃO

A partir da Conferência Intergovernamental sobre a Educação Ambiental

realizada em Tsibilisi (EUA), em 1977, iniciou um grande processo em nível global

para que se criassem propostas para valorizar a natureza e formulações de métodos

para sua conservação. Entendemos então, que essas discussões ainda precisam

ser veiculadas e implementadas constantemente; tendo no âmbito escolar oportuno

momento para reflexão.

Brasil (2000) orienta que se trabalhem as discussões sobre temas ambientais

na escola, possibilitando contribuir aos estudantes a importância de práticas sociais

conscientes e que estimulem a reflexão sobre a responsabilidade de cada um e o

seu papel dentro da sociedade. Diante disso, Dias (2004), afirma que os estudantes

chegam às escolas com um conhecimento sobre o Meio Ambiente fragmentado e

longe da realidade, devendo à escola trabalhar e reestruturar esse conhecimento

através da Educação Ambiental.

Carvalho (2006, p. 69) discorre que as discussões sobre o conceito de Meio

Ambiente devem ser tratados como “processos de formação do sujeito humano,

instituindo novos modos de ser, de compreender, de se posicionar ante os outros e a

si mesmo, enfrentando os desafios e as crises do tempo em que vivemos”, pois é um

tema transversal.

Nesse sentido, muitas das abordagens sobre o Meio Ambiente são

discorridas nos livros didáticos, visto que representa a principal, e muitas vezes, a

única fonte de trabalho como material impresso, representando um recurso básico

para o aluno e para o professor (FRISON et al., 2000). Mas, para Vasconcellos

(1993), o livro deve ir, além disso, proporcionar ao estudante uma maior

compreensão científica, filosófica e estética da realidade que os rodeiam, podendo

ser evidenciada a partir de uma organização do conteúdo, demonstrando a estrutura

composicional e os enfoques considerados significativos sobre o Meio Ambiente.

Essas considerações nos remetem ao Modelo de Reconstrução Educacional

(MRE) que na sua premissa metodológica oportuniza discussões sobre a

abordagem do conteúdo escrito corroborando com melhor compreensão sobre o

Meio Ambiente nos livros didáticos. Com base nisto, buscamos compreensão sobre

como o conceito de Meio Ambiente se apresenta nos livros de didáticos de ciências.

11

Assim, temos como objetivo geral analisar o conceito de Meio Ambiente nos

Livros Didáticos do Ensino Médio, a partir da primeira etapa do Modelo de

Reconstrução Educacional (MRE). E, especificamente, identificar a abordagem do

conceito de Meio Ambiente nos livros de Biologia a partir das perspectivas do MRE e

verificar os principais pontos apontados nos livros, no que concernem as discussões

sobre o meio ambiente.

2. MEIO AMBIENTE E SUA IMPORTÂNCIA NO CONTEXTO ESCOLAR

Nos dias atuais, falar sobre Meio Ambiente dentro da escola se tornou

essencial para estimular maior interação entre o homem e o ambiente, levando as

pessoas ao conhecimento de seus direitos e deveres, conforme aponta Brasil

(1988):

Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações (p.149).

Para Ruscheinsky (2002), o homem deveria buscar um desenvolvimento

direto cuja houvesse a preocupação com o Meio Ambiente, e que obtivesse

sensibilidade à natureza que está a sua volta e que compreendesse as relações que

ele tem com a própria natureza. Nisso, a Educação Ambiental proporciona aos

estudantes uma compreensão crítica sobre o ambiente, e que através do

conhecimento é possível estimular a consciência e mudanças de atitudes, buscando

uma vida mais saudável (MININI, 1992).

Para Vasconcelos (1997), a escola colabora para o aprendizado dos

estudantes através de práticas educativas, lhes remetem a uma reflexão sobre a

importância de preservar e conservar o Meio Ambiente. Segundo Moura (2008), a

escola possibilita aos estudantes conhecer a real importância sobre a conservação,

e sendo o âmbito educativo favorável às mudanças, pode fomentar aos alunos

novas perspectivas na abordagem desse tema.

Dessa forma, o tema Meio Ambiente é de significativa representatividade no

contexto de ensino, necessitando haver impetrações sobre as problemáticas

ambientais em sala de aula (MELO, 2014). Também, promover ações práticas e

12

conscientes na recuperação e proteção do Meio Ambiente (EFFTING, 2007). É no

ambiente escolar que se tem conhecimento das consequências futuras, sobre a

conservação do planeta, pois, o avanço tecnológico e a poluição do ar, da água e do

solo através de produtos químicos, desmatamento e queimadas contribui para que a

saúde da humanidade seja diretamente afetada (BONAURIO, 2009).

Assim, as discussões nos livros podem corroborar com informações

relevantes no estímulo a consciência ambiental, mas devem perpassar além da

inferência de conteúdos apenas com foco sobre fauna e flora, mas oportunizar

temas contemporâneos e situações cotidianas; buscando estimular a reflexão e o

posicionamento crítico do sujeito.

3. O LIVRO DIDÁTICO E O ENSINO DE BIOLOGIA

O livro didático (LD) é um recurso didático-pedagógico, cujo professor pode e

deve trabalhar juntamente com seus educandos, proporcionando aos estudantes um

maior aprendizado de modo individual e coletivo, podendo ser um grande aliado em

sala de aula, quando se trabalha os conteúdos propostos poderá garantir aos

estudantes maiores conhecimentos sobre os temas abordados (SELLES;

FERREIRA, 2004).

O livro didático é de grande importância na construção do conhecimento

dentro sala de aula e ainda colabora com a prática docente elencando com outros

materiais para complemento da aula (NEVES, 2015). O LD está com maior presença

no cotidiano escolar, sendo bastante utilizado por docentes em sala de aula

(SANTOS; TERÁN; FORSBERG, 2011). Nos livros, é possível observar a

apresentação dos assuntos numa abordagem conteudista, com proposições das

ilustrações de forma didática e/ou pedagógica, que devem oportunizar aos

educandos perspectivas de forma crítica e construtiva visando estimular a formação

do caráter cidadão (NEVES, 2015).

Vale ressaltar que, embora o LD seja uma ferramenta para auxiliar o

educador em sala, assim como auxiliar aos estudantes em suas atividades dentro e

fora da sala de aula e que ele não pode ser feito de manual para o educador.

Segundo Vasconcelos e Souto (2003), o LD para alguns docentes é utilizado como

ferramenta determinante na construção do conhecimento, o que impossibilita ao

13

educador inserir, novos conteúdos por causa da limitação que o currículo pode

trazer ao mesmo.

Segundo Lajolo (1996), o livro didático não pode ser compreendido como

melhor que o educador, embora seja ele considerado uma excelente ferramenta

para a construção do conhecimento, isso pelo fato do educador conhecer a

realidade de seus educandos em relação ao conhecimento. Nisso, Gil-Pérez e

Carvalho (2006) apontam sobre a importância do professor ser conhecedor dos

conteúdos que ele abordará na sala de aula, podendo observar como um

determinado conteúdo está sendo abordado no livro e de seus elementos subjetivos

nele inserido, apresentados aos estudantes.

Assim, essa linha da estrutura composicional do LD pode ser potencializado

quando os estudos sobre o Modelo de Reconstrução Educacional, que dentre suas

premissas busca trazer evidencias da estruturação do conteúdo e suas contribuições

para o ensino.

4. MODELO DE RECONSTRUÇÃO EDUCACIONAL (MRE)

O Modelo de Reconstrução Educacional (MRE) surgiu na década de 90 na

Alemanha, através das pesquisas de Ulrich Kattmann (Universidade de Oldenburg),

Harald Gropengießer (Universidade de Hannover), Michael Komorek (Universidade

de Oldenburg) e Reinders Duit (Universidade de Kiel). No ano 2000, o pesquisador

Reinders Duit é o principal idealizador do MRE onde ele colocou esse modelo como

uma de suas premissas. O MRE integra três linhas da pesquisa educacional: o

esclarecimento e a análise do conteúdo; a investigação sobre as perspectivas dos

alunos e o design de ambientes de aprendizagem ou sequências de ensino-

aprendizagem (Figura 1).

Figura 1 – Modelo de Reconstrução Educacional.

Fonte: Duit, 2006.

Analise da Estrutura do Conteúdo

Investigações Empíricas

Construção da Instrução

14

A figura acima, apresenta as etapas que compõem o MRE. A etapa 1;

consiste na Análise da Estrutura do Conteúdo (AEC): a qual esta relacionada com a

compreensão e os esclarecimentos dos conteúdos e seu significado educacional. A

etapa 2; consiste na Investigação Empírica (IE), a qual se baseia na coleta de vários

estudos empíricos nas diversas características do ambiente de aprendizagem sobre

as perspectivas dos estudantes, envolvendo a inclusão das concepções pré-

institucionais e variáveis como: interesses, autoconceitos e atitudes. Já a etapa 3,

consiste na Construção da Instrução (CI) e compreende o uso de materiais

pedagógicos e atividades de ensino (NEVES, 2015).

5. METODOLOGIA

A abordagem da pesquisa é qualitativa, buscando a qualidade dos aspectos

presentes nas falas ou conteúdo estudado (OLIVEIRA, 2005), sendo caracterizada

em uma pesquisa do tipo bibliográfica, a qual examina registros disponíveis em

livros, documentos ou artigos (SEVERINO, 2007).

A pesquisa foi realizada em livros didáticos de Biologia do Ensino Médio

aprovados no Plano Nacional do Livro Didático (PNLD) de 2015, sobre o conceito de

Meio Ambiente. Para isso, utilizaremos a etapa 1 do Modelo de Reconstrução

Educacional (MRE), que consiste na Análise da Estrutura do Conteúdo (AEC).

Segundo Duit (2006), essa etapa do MRE, é caracterizada pela análise dos

conteúdos pertinentes ao currículo, visando o que seria ideal para o processo de

ensino-aprendizagem do estudante, na qual focamos os livros.

Os LD utilizados na pesquisa estão distribuídos no quadro 1, a seguir.

Quadro 1: Livros do Ensino Médio que compõem a análise.

Livros do ensino médio Autores Editora

1 Biologia em Contexto: do Universo às células vivas.

(Volume 1)

AMABIS & MARTHO Moderna

2 Biologia. (Volume 1)

CÉSAR; SEZAR e

CALDINI

Saraiva

Fonte: O Autor.

15

Vale ressaltar que, os livros faziam parte do acervo do professor regente e

eram utilizados em sala de aula, cujo pesquisador realizava seu estágio curricular.

Assim, foram analisados dois Livros Didáticos do Ensino Médio, especificamente

capítulos referentes ao conteúdo de Meio Ambiente.

6. RESULTADOS E DISCUSSÕES PARCIAIS

Conforme comentado anteriormente, a coleta de dados foi realizada em

capítulos de dois livros do Ensino Médio, sobre o conceito de Meio Ambiente, por

meio da Etapa 1 do MRE, a qual consiste na Análise da Estrutura do Conteúdo.

Nesse viés, o livro 1; apresentou na sua estrutura do conteúdo, dividida em 12

(doze) capítulos e subdividido em 4 (quatro) módulos, no módulo I aborda a

Biosfera, o módulo II aborda Populações, comunidades e humanidade, o módulo III

aborda as células e no Módulo IV aborda o conteúdo de Metabolismo energético e

reprodução celular.

Enquanto que o livro 2, apresenta 18 capítulos que se encontram subdivididos

em 4 (quatro) unidades, na Unidade I trata sobre a Identidade da vida, a Unidade II

apresenta a Ecologia: a vida em um nível mais amplo, na Unidade III apresenta a

Biologia Celular a vida no nível microscópico e a Unidade IV aborda sobre a Origem

da Vida no planeta terra, o livro apresenta conteúdos focando os impactos

ambientais causados pelo homem, fato que remete diretamente a ação do homem

sobre o meio onde vive, conforme o quadro 2 e 3, a seguir.

16

Quadro 2: Análise da Estrutura do Conteúdo do Livro 1

Livro Didático Estruturação do Conteúdo Biologia em Contexto: do Universo às células vivas. (Volume 1)

2015 - 2017

Módulo I

O capítulo 1°; fala de como surgia a vida, a origem do universo

e do sistema solar, assim como surgia a vida na terra.

O capítulo 2; trata a respeito de como se caracteriza a vida,

tendo como pontos principais as características dos seres vivos,

a hierarquia da organização biológica.

O capítulo 3; abrange o fluxo de energia na natureza, energia

para a vida e a transferências de energia entre os seres vivos.

O capítulo 4; mostra os ciclos da matéria, tendo os conceitos

biogeoquímico mostrando o ciclo da água, ciclo do carbono e o

ciclo do nitrogênio.

Módulo II

O capítulo 5; encontramos os conteúdos que se refere a

populações, suas características e sua espécie.

O capítulo 6; discorre sobre as relações ecológicas, nicho e

hábitat, relações interespecíficas e intraespecíficas, assim como

o conceito de simbiose, comensalismo e inquilinismo.

O capítulo 7, relata sobre a sucessão ecológica e biomas.

O capítulo 8; encontramos o conceito do desenvolvimento

sustentável e poluição e desequilíbrios ambientais, dentro do

contexto a humanidade e o ambiente, trazendo uma grande

relevância sobre a poluição ambiental e a poluição atmosférica,

assim também como a poluição das águas e do solo, o aumento

do efeito estufa e a inversão térmica.

Módulo III

Nos capítulos 9 e 10 o livro vai tratar acerca da arquitetura das

células, trazendo consigo a descoberta das células.

Módulo IV

Enquanto que nos capítulos 11 e 12 abordam os conteúdos de

processos energéticos celulares, núcleo, cromossomos e a

divisão celular.

17

Observações

Há 4 (quatro) capítulos dentro do 2° módulo referentes ao

conteúdo de Meio Ambiente;

O 5º capítulo aborda sobre o conceito de populações e suas

características;

O 6º baseia-se nas relações ecológicas, desde o habitat ao

nicho;

O 7º capítulo refere-se a sucessão ecológica e biomas;

O 8º capítulo descreve a humanidade e o ambiente, por uma

humanidade sustentável;

Dentre os capítulos mencionados acima, apenas o 8º capítulo

apresenta uma abordagem ligado diretamente ao conteúdo

sobre o Meio Ambiente em relação a sua proteção, que visa um

desenvolvimento sustentável da humanidade;

O capítulo 8 (oito) está estruturado em relação ao Meio

Ambiente;

O livro traz um conceito de sustentabilidade, mas, não traz

sobre o Conceito de Meio Ambiente;

Fonte: O Autor.

Como se observa no quadro 2, embora o livro 1; faça abordagens referentes

ao Meio Ambiente; além dos seus componentes e as formas de interação, não há

capítulos ou tópicos que foquem no tema referente à Educação Ambiental. Além, de

apresentarem conteúdos importantes dentro do contexto de Meio Ambiente, não foi

encontrado em nenhum capítulo deste livro o Conceito de Meio Ambiente.

18

Quadro 3: Análise da Estrutura do Conteúdo do Livro 2.

Livro Didático

Estruturação do Conteúdo

Biologia.

(Volume 1)

2015

Unidade I

Na Capítulo 1; encontramos a Identidade da vida

apresentada respectivamente sobre as características da

vida;

Na Capítulo 2; aborda os níveis de estudo da vida,

A Capítulo 3; trata sobre as substâncias da vida: água, sais,

açúcares e gorduras.

No Capítulo 4; fala sobre as substâncias da vida: proteínas

e ácidos nucleicos.

Unidade II

Na 2ª unidade, encontramos os conteúdos que se refere ao

meio ambiente trazendo como tema a Ecologia: a vida em

um nível mais amplo.

O capítulo 5 descreve a respeito dos conceitos fundamentais

em ecologia;

O capítulo 6, fala sobre energia e matéria nos ecossistemas;

O capítulo 7 retrata os conteúdos de populações e

comunidades,

O capítulo 8 por sua vez apresenta as interações biológicas

na comunidade;

No capítulo 9 o livro aborda sobre os biomas do mundo e a

fitogeografia do Brasil;

O capítulo 10, fala sobre os impactos ambientais causados

pelo homem;

No capítulo 11 baseia no desenvolvimento sustentável e

preservação da diversidade;

Nesta unidade apresenta conteúdos dentro do tema a Biologia

celular: a vida no nível microscópico apresentando;

19

Unidade III

No capítulo 12 aborda a célula como unidade fundamental de

todos os seres vivos,

No capítulo 13 aborda as membranas celulares e as trocas

que acontece com o meio,

No capítulo 14 trata sobre o citoplasma e onde acontecem as

reações,

No caítulo 15 fala a respeito dos seres vivos e a energia,

fermentação, respiração e a fotossíntese,

No capítulo 16 aborda sobre o núcleo celular;

No capítulo 17 aborda sobre a divisão celular.

Na 4° unidade, encontramos a origem da vida no planeta

terra.

Módulo IV No capítulo 18 aborda sobre a origem da vida no planeta terra

Observações

Portanto dentro deste livro especificamente na 2° unidades

há 7 (sete) que se referem ao Meio Ambiente;

Há 2 (dois) capítulos estruturados diretamente ligado ao Meio

Ambiente, sendo referido no capítulo 10 e 11, onde fala sobre

as consequências da explosão demográfica, poluição e os

poluentes, efeito estufa e aquecimento global e suas

consequências, poluição da água, poluição química,

degradação do solo, problema como o lixo, degradação da

biodiversidade, perda de habitat, extinção de muitas espécies,

crise ambiental,

No capítulo seguinte ao 10, aborda sustentabilidade e

preservação da diversidade, uso conscientes, energia

renovável e combustíveis alternativos, redução do lixo assim

como a reutilização e a reciclagem do mesmo, pegada

20

Fonte: O Autor.

Como é observado no quadro, o livro 2; traz um número de capítulos maior

sobre o tema Meio Ambiente, em relação ao livro 1 analisado e de forma significativa

há ênfase sobre o Meio Ambiente, principalmente nos aspectos que se referem ao

desenvolvimento sustentável. Há conteúdo de Meio Ambiente, entretanto não

apresenta o Conceito de Meio Ambiente, e os que chegam próximo do conceito, são

apresentado de forma superficial;

Com relação à Educação Ambiental, apesar de abordar temas como:

problemas com o lixo, poluição da água e crise ambiental, a abordagem da

Educação Ambiental em si, é um pouco frágil, como acontece também no livro 1.

Jacobi (2003) destaca que a Educação Ambiental assume uma função

transformadora para o desenvolvimento sustentável. Nesse contexto, Reigota

(1998), afirma que a Educação Ambiental tende a estimular a mudança de atitudes

ou comportamento, desenvolver as competências necessárias, saber avaliar e saber

participar delas, provocando ações significativas na sociedade.

O livro 1, por apresentar os conteúdos de modo superficial, não garante aos

estudantes um pleno conhecimento que eles deveriam obter no âmbito escolar para

que provoque neles uma mudança de postura em relação a natureza. Entretanto,

quando passamos a fazer uma análise no livro 2, encontramos uma grande

quantidade de conteúdo que se refere ao Meio Ambiente, além de falar de forma

resumida sobre Educação Ambiental.

A preservação e a conservação do MA acontecem do pressuposto que a

sociedade tem o conhecimento necessário para garantir a sustentabilidade. Pois

segundo Barbieri (2011), os seres humanos têm provocado um grande desequilíbrio

no Meio Ambiente por causa de seu uso indevido, destruindo os recursos naturais e

enquanto que outros produtos são jogados na natureza sem que haja um controle

desse lixo.

ecológica. Nos outros demais capítulos tratam-se de

ecossistema, populações, comunidade e biomas brasileiros.

Neste livro encontramos tópicos que abordam o conteúdo

diretamente ao Meio Ambiente, encontramos o conceito de

pegadas ecolgógicas, porém, mas não apresenta o Conceito

de Meio ambiente;

21

A diminuição da vida útil dos produtos para aumentar a satisfação momentânea do usuário acaba por gerar uma quantidade enorme de material que não recebe um destino adequado. Na maioria das vezes, o consumo de produtos com uma vida útil pequena não é uma escolha do consumidor, e sim uma imposição dos fabricantes. Os indivíduos são obrigados a consumir bens que se tornam obsoletos antes do tempo, já que cada vez mais se tornam funcionalmente inúteis logo após saírem das fábricas (ASSIS, 2009, p.22)

Para Jacobi (2003) um dos grandes desafios da atualidade para os

educadores é fazer com que os valores e comportamentos sustentáveis sejam

resgatados e colocado em prática. Pois, os problemas ambientais como queimadas,

poluição dos rios e lagos, entre outros que só vêm crescendo ao longo dos anos.

Deste modo, verifica-se que no capítulo 8 descrito no livro 2 sobre as interações

biológicas faz com elas sofram as consequências desses problemas, assim como a

natureza no todo.

O livro 2, permite aos estudantes um conhecimento mais amplo do que o livro

1, conhecendo os impactos dos problemas ambientais causado pela falta de

conhecimento sobre o Meio Ambiente e sua importância para a sociedade. Embora

o livro 2 não apresente o conceito propriamente dito, ainda existem conteúdos que

se aproxima dele de forma superficial, além de abordar o tema pegada ecológica.

O conteúdo sobre Educação Ambiental presente no livro 2 encontra-se de

forma resumida, porém, os conteúdos propostos, visam construir uma ponte de

conhecimento buscando uma mudança de costumes destrutivos dos seres humanos

com relação ao Meio Ambiente, trazendo eles a plena realidade da natureza nos

dias atuais.

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com o conteúdo apresentado as coleções analizadas em apreço

necessitam de pequenos ajustes, levando em consideração a abordagem de acordo

com o Modelo de Reconstrução Educacional no que nos diz respeito ao Conceito de

Meio Ambiente. É importante que os estudantes compreenda o Conceito de MA

desde o primeiro momento que comece a se trabalhar sobre o Meio Ambiente, pois,

esse tema podem ser trabalhado de modo interdisciplinar dentro de outras matérias.

E que os estudantes compreenda que o Meio Ambiente é algo indissociável, pois,

refere-se a natureza em seu estado natural e físico.

22

Embora, os livros didáticos analizados não apresentem o Conceito de Meio

Ambiente, eles apresentam conteúdos que se refere ao MA que são muito

importante para que os estudantes se sensibilize a respeito do meio em que eles

vivem. O LD apresenta conteúdos muito importante para serem abordados em sala

de aula sobre o Meio Ambiente. Porém, eles não apresenta a exposição do Conceito

sobre o Meio Ambiente dentro desses conteúdos.

REFERÊNCIAS

ASSIS. B.B. Avaliação do Ciclo de Vida do Produto como ferramenta para o

Desenvolvimento Sustentável. 53 folhas. 2009. Trabalho de Conclusão de Curso.

(Graduação em Engenharia de Produção) -. Universidade Federal de Juiz de Fora,

Juiz de. Fora, 2009.

BARBIERI, C.J.. Gestão ambiental empresarial: conceitos, modelos e

instrumentos. 3. Ed. São Paulo: Saraiva, 2011.

BRASIL, 1988. Constituição Federal. Brasília: Senado Federal, 2013.

BRASIL. 1999. Lei nº 9795 de 27 de abril de 1999.

BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais (Ensino Médio). Parte III – Ciências

da Natureza, Matemática e suas Tecnologias. Brasília: Ministério da Educação e

Cultura, 2000.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares

Nacionais: meio ambiente, saúde. Brasília, Secretaria de Educação Fundamental,

1997.

CARVALHO, I. C. M. Educação ambiental: a formação do sujeito ecológico. São

Paulo: Cortez. 2006.

DIAS, G. F. Educação Ambiental: princípios e práticas. 9 ed. São Paulo: Gaia,

2004.

23

DUIT, R. Science education research: an indispensable prerequisite for improving

instructional practice. In: ESEFERA SUMMER SCHOOL, jul. 2006, Braga. Braga,

2006. p. 1-18.

EFFTING, T.R. Educação ambiental nas escolas públicas: realidade e desafios.

2007. Monografia (Pós Graduação em “Latu. Sensu” Planejamento Para o

Desenvolvimento Sustentável) – Centro de Ciências. Agrárias, Universidade

Estadual do Oeste do Paraná, Campus de Marechal Cândido Rondon. Marechal

Cândido Rondon, UEOPA, 2007.

FERREIRA, M. S.; SELLES, S. E. Análise de livros didáticos em Ciências: entre as

ciências de referência e as finalidades sociais da escolarização. Educação em

Foco, Juiz de Fora, v.8, n.2, p.63-78, 2004.

FRISON, M. D. et. al. Ações de estagiárias da licenciatura em química em proposta

de inovação curricular. In : ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM

EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS,7 Florianópolis, 2009.

GIL-PÉREZ, D.; CARVALHO, A. M. P. Formação de professores de ciências. São

Paulo: Cortez, 2006.

JACOBI, P. Educação Ambiental, Cidadania e Sustentabilidade. Cadernos de

Pesquisa, n. 118, p.189-205, 2003.

JACOBI, P. et al. (orgs.). Educação, meio ambiente e cidadania: reflexões e

experiências. São Paulo: SMA, 1998.

LAJOLO, M. Livro Didático: um (quase) manual de usuário. Em Aberto, Brasília, v.

16, n.69, 1996.

MELO, S. W. S. Abordagem sobre Meio Ambiente: uma proposta no ensino de

ciências na educação de jovens e adultos. 30p. Trabalho de Conclusão de Curso

(Graduação em Ciências Biológicas), Universidade Federal de Pernambuco, Centro

Acadêmico de Vitória, Vitória de Santo Antão, 2014.

24

MININI. Educação Ambiental: Princípios e práticas. São Paulo: Gaia, 1992.

MOURA, J. A Importância da educação ambiental na educação infantil. WebArtigos,

2008. Disponível em: < https://www.webartigos.com/artigos/a-importancia-da-

educacao-ambiental-na-educacao-infantil/3707/>. Acesso em: 01 dez 2017.

NEVES, R. F. Abordagem do conceito de célula: uma investigação a partir das

contribuições do Modelo de Reconstrução Educacional (MRE). 264f. Tese (Dourado

em Ensino das Ciências e Matemática), Universidade Federal Rural de Pernambuco,

Recife, 2015.

OLIVEIRA, H. T. Ponto de partida: nebulosas à vista! In: MELLO, S. S, TRAJBER, R.

(orgs.) Vamos cuidar do Brasil. Brasília: Ministério da Educação; 2007.

OLIVEIRA, M. M. Como fazer pesquisa qualitativa. Recife: Bagaço, 2005.

REIGOTA, M. Desafios à educação ambiental escolar. In: JACOBI, P. et al.

(orgs.). Educação, meio ambiente e cidadania: reflexões e experiências. São

Paulo: SMA, 1998. p.43-50.

REZENDE, F. As novas tecnologias na prática pedagógica sob a perspectiva

construtiva. Ensaio–Pesquisa em Educação em Ciências, Rio de Janeiro, v.2, n.1,

p.70-87, mar. 2002.

RUSCHEINSKY, A. Educação Ambiental: abordagens múltiplas. Porto Alegre,

Artmed, 2002.

SANTOS, C. S.; TERÁN, A. F.; FORSBERG, M. C. S. Analogias em livros didáticos

de biologia no ensino de zoologia. Investigações em Ensino de Ciências , v.15,

n.3, p. 591-603, 2011.

25

SELLES, S. E.; FERREIRA, M. S. Influências histórico-culturais nas representações

sobre as estações do ano em livros didáticos de ciências. Ciência & Educação,

Bauru, v. 10, n. 1, p. 101-110, 2004.

SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 23. Ed. rev. e

atual. São Paulo: Cortez, 2007.

VASCONCELLOS, C. S. Disciplina: construção da disciplina consciente e interativa

em sala de aula e na escola. São Paulo: Libertad, 1993.

VASCONCELLOS, H. S. R. A pesquisa-ação em projetos de Educação Ambiental.

In: PEDRINI, A. G. (org). Educação Ambiental: reflexões e práticas

contemporâneas. Petrópolis, Vozes, 1997.

VASCONCELOS, S. D.; SOUTO, E. O livro didático de ciências no ensino

fundamental: proposta de critérios para análise do conteúdo Zoológico. Ciênc. educ.

(Bauru) [online] v..9, n.1, p.93-104, 2003.