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UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA CAMPUS DE JI-PARANÁ DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AMBIENTAL VANESSA ROLIM VIEIRA GEOTECNOLOGIAS APLICADAS À ESTRUTURAÇÃO DE UM SISTEMA DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA DA OLERICULTURA, JI-PARANÁ-RO Ji-Paraná 2013

UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA CAMPUS DE JI … · das quais se destacam a dependência em relação à malha viária pavimentada, drenagens e áreas mais densamente povoadas

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA CAMPUS DE JI-PARANÁ

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AMBIENTAL

VANESSA ROLIM VIEIRA

GEOTECNOLOGIAS APLICADAS À ESTRUTURAÇÃO DE UM SISTEMA DE

INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA DA OLERICULTURA, JI-PARANÁ-RO

Ji-Paraná

2013

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VANESSA ROLIM VIEIRA

GEOTECNOLOGIAS APLICADAS À ESTRUTURAÇÃO DE UM SISTEMA DE

INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA DA OLERICULTURA, JI-PARANÁ-RO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao

Departamento de Engenharia Ambiental, Fundação

Universidade Federal de Rondônia, Campus de Ji-

Paraná, como parte dos requisitos para obtenção do

título de Bacharel em Engenharia Ambiental.

Orientador: Prof. Alex Mota dos Santos

Ji-Paraná

2013

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Vieira, Vanessa Rolim V658g 2013

Geotecnologias aplicadas à estruturação de um sistema de informação geográfica da olericultura, Ji-Paraná-RO / Vanessa Rolim Vieira; orientador, Alex Mota dos Santos. -- Ji-Paraná, 2013

59 f. : 30cm Trabalho de conclusão do curso de Engenharia Ambiental. –

Universidade Federal de Rondônia, 2013 Inclui referências 1. Meio ambiente - Rondônia. 2. Olericultura. 3. Monitorização

ambiental. 4. Processamento de imagens – Técnicas digitais. 5. Horticultura. I. Santos, Alex Mota dos. II. Universidade Federal de Rondônia. III. Titulo

CDU 635.01(811.1) Bibliotecária: Marlene da Silva Modesto Deguchi CRB 11/ 601

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA CAMPUS DE JI-PARANÁ

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AMBIENTAL

TÍTULO: GEOTECNOLOGIAS APLICADAS À ESTRUTURAÇÃO DE UM SISTEMA

DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA DA OLERICULTURA, JI-PARANÁ - RO.

AUTORA: VANESSA ROLIM VIEIRA

O presente Trabalho de Conclusão de Curso foi defendido como parte dos requisitos para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Ambiental e aprovado pelo Departamento de Engenharia Ambiental, Fundação Universidade Federal de Rondônia, Campus de Ji-Paraná, no dia 26 de abril de 2013.

_____________________________________

Alex Mota dos Santos Universidade Federal de Rondônia

_____________________________________ Beatriz Machado Gomes

Universidade Federal de Rondônia

_____________________________________ Adriana Aparecida dos Santos

Agência de Defesa Agrossilvopastoril do Estado de Rondônia

_____________________________________ Luiz Fernando Bueno

Universidade Federal de Rondônia

Ji-Paraná, 26 de abril de 2013.

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DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho aos meus pais, Francisco Paulo Alves Vieira e Maria Celimar Vieira

Rolim, pela educação, humildade, exemplo, apoio, incentivo e carinho dedicado a mim e

minhas irmãs, lutando bravamente para nos oferecer as melhores condições de vida e boas

oportunidades. Às minhas irmãs Poliana Vieira Rolim, Aline Rolim Vieira e Letícia Vieira

Rolim pelo companheirismo e amizade sincera. E ao meu marido Ezequiel Ferreira Luis, pelo

apoio, incentivo e compreensão.

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AGRADECIMENTOS

Ao meu maior protetor, Deus, que está sempre comigo iluminando-me e guiando-me

nas horas difíceis.

Aos meus pais, Francisco Paulo Alves Vieira e Maria Celimar Vieira Rolim, que me

educaram e me apoiaram durante toda minha vida com muito amor, carinho e compreensão.

As minhas irmãs e amigas, Poliana Vieira Rolim, Aline Rolim Vieira e Letícia Vieira

Rolim, que assim como meus pais, sempre me apoiaram e me incentivaram na busca de meus

ideais.

Ao meu marido, Ezequiel Ferreira Luis, pelo companheirismo, incentivo e amor

dedicado a mim.

A todos meus amigos e amigas que me apoiaram, incentivaram e aconselharam em

todos os momentos. Em especial, agradeço à Angélica Salame, Aline dos Santos, Jeberson

Miyake e Emerson de Souza Silva.

Ao meu professor orientador, Alex Mota dos Santos, pela paciência, dedicação e

incentivo, que me instruiu e não poupou esforços para a realização deste trabalho.

Aos meus colegas de trabalho que foram compreensivos e incentivadores durante a

realização deste trabalho e as principais etapas para conclusão do curso. Em especial,

agradeço aos meus amigos, Dagoberto Gonçalves de Abreu e Adriana Aparecida dos Santos,

pelo conhecimento, apoio, motivação e perseverança.

Aos professores do Departamento de Engenharia Ambiental da Universidade Federal

de Rondônia (UNIR), campus de Ji-Paraná – RO, que foram de fundamental importância para

minha formação profissional. Em especial, as professoras, Renata Gonçalves Aguiar e Ana

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Lúcia Denardin da Rosa, pela dedicação, incentivo, exemplo e contribuições em todos os

momentos que precisei.

E aos eternos professores e servidores da antiga Escola Agrotécnica Federal de

Colorado do Oeste (EAFCO), atual, Instituto Federal de Rondônia (IFRO), campus de

Colorado do Oeste, que foram essenciais para minha formação pessoal e profissional. Em

especial, a professora Liliane Pereira S. Nascimento e o professor Julio Cezar Mozer Sodré,

pela dedicação, motivação e pelos conselhos e exemplos.

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RESUMO

Este trabalho de conclusão de curso apresenta um Sistema de Informação Geográfica (SIG) das olericulturas identificadas do município de Ji-Paraná, Estado de Rondônia, Amazônica Ocidental. A partir da estruturação do SIG realizaram-se análises espaciais de localização, padrão de distribuição e densidade. Além disso, realizou-se análise básica dos impactos socioambientais gerados pela produção de hortaliças. O procedimento metodológico consistiu-se em modelagem do Banco de Dados (BD) orientado a objeto a partir de variáveis obtidas por um Boletim de Informação Cadastral (BIC) aplicado aos olericultores e obtenção de coordenadas geográficas por um sistema de navegação por satélite. Realizou-se ainda o Processamento Digital de Imagens (PDI) valendo-se do processo de classificação supervisionada, pelo método de Bhattacharya. Para estatística espacial aplicou-se o Estimador de Densidade por Kernel. Como principais resultados destaca-se o fato de que o SIG tornou rápido e fácil a busca por dados e informações sobre as olericulturas estudadas. O PDI revelou que 59,57% do município de Ji-Paraná encontra-se alterado por atividades humanas (urbano e agropecuária). Identificou-se ainda que 56% das olericulturas pesquisadas ocupam áreas menores que 0,5 hectares. Os mapeamentos temáticos possibilitaram estabelecer diversos cenários que permitiram análises espaciais que comprovaram diversas dependências espaciais, das quais se destacam a dependência em relação à malha viária pavimentada, drenagens e áreas mais densamente povoadas. A maior densidade de olericulturas (0,349 a 0,641) é identificada na parte central da área de estudo, nas proximidades da cidade de Ji-Paraná, o maior mercado consumidor. Sobre os impactos socioambientais identificou-se que 76% das olericulturas fazem uso de algum produto agrotóxico, que não possuem hábitos adequados de acondicionamento das embalagens dos defensivos agrícolas e que 73% dos olericultores não recebem assistência técnica.

Palavras-chave: Processamento Digital de Imagens, Banco de Dados, análises espaciais, impactos socioambientais.

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ABSTRACT

This work of course completion presents a Geographic Information System (GIS) of olericulturas identified the city of Ji-Paraná, Rondônia State, Western Amazon. From the structure of GIS spatial analyzes were performed localization, distribution pattern and density. Moreover, there was basic analysis of the environmental impacts generated by the production of vegetables. The methodological procedure consisted in modeling Database (DB) Object oriented from variables obtained by a Cadastral Information Bulletin (BIC) applied to olericultores and obtain geographic coordinates for a satellite navigation system. Still held the Digital Image Processing (DIP) making use of the classification process overseen by the method of Bhattacharya. For spatial statistics was applied by Kernel Density Estimator. The main results highlight the fact that the SIG has quick and easy to search for data and information on olericulturas studied. The PDI revealed that 59.57% of the city of Ji-Paraná is altered by human activities (urban and agricultural). It was also found that 56% of the surveyed olericulturas occupy smaller areas than 0.5 hectares. The thematic mapping allowed to set different scenarios that allowed spatial analysis confirmed that several spatial dependencies, including most importantly the dependence on paved roads, drainage and more densely populated areas. The highest density of olericulturas (0.349 to 0.641) is identified in the central part of the study area, near the town of Ji-Parana, the largest consumer market. About the environmental impacts identified that 76% of olericulturas make use of some pesticide products, which do not have adequate habits packaging packaging of pesticides and 73% of olericultores not receive technical assistance.

Keywords: Digital Image Processing, Database, spatial analysis, environmental impacts.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Esquema simplificado de organização tabular de um Banco de Dados. ..............................22 Figura 2. Localização da área de estudo, município de Ji-Paraná – RO. ............................................24 Figura 3. Mapa Altimétrico do Município de Ji-Paraná – RO. (CARREIRA et al., 2011) ..................25 Figura 4. Procedimento detalhado do processamento digital de imagens abordada neste estudo. .......26 Figura 5. Aspecto do SIG digital sobre olericulturas e seu banco de dados no SPRING. ...................40 Figura 6. Uso da terra na área em estudo. .........................................................................................42 Figura 7. Mapa do Estimador de densidade por Kernel. ....................................................................44 Figura 8. Posicionamento e distribuição espacial das olericulturas na área de estudo em relação à malha viária em 2012. .......................................................................................................................45 Figura 9. Drenagem e olericulturas da área de estudo no município de Ji-Paraná em 2012. ...............46 Figura 10. Posicionamento e distribuição espacial das olericulturas da área de estudo em relação às áreas cultivadas, em há, em 2012.......................................................................................................47 Figura 11. Tempo de produção, em anos, dos olericultores da área de estudo no município de Ji-Paraná em 2012. ...............................................................................................................................48 Figura 12. Existência de assistência técnica nas olericulturas da área de estudo no município de Ji-Paraná em 2012. ...............................................................................................................................49 Figura 13. Posicionamento e distribuição espacial das olericulturas da área de estudo em relação adubagem utilizada, em 2012. ...........................................................................................................50 Figura 14. Posicionamento e distribuição espacial das olericulturas da área de estudo em relação às origens da irrigada e consumida, em 2012. ........................................................................................51 Figura 15. Posicionamento e distribuição espacial das olericulturas da área de estudo em relação aos locais de venda, em 2012. .................................................................................................................53 Figura 16. Posicionamento e distribuição espacial das olericulturas da área de estudo em relação da realização da tríplice lavagem das embalagens vazias de agrotóxicos e sua destinação, em 2012. .......54

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Característica do dado orbitais utilizados no presente estudo. ............................................27 Tabela 2. Principais usos da área de estudo no município de Ji-Paraná, 2012. ...................................42 Tabela 3. Dados de referência e Matriz de Erros de Classificação. ....................................................43 Tabela 4. Principais aspectos e impactos socioambientais na atividade de olericultura. .....................55

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 10

1. OLERICULTURA E OS IMPACTOS ASSOCIADOS ................................................. 12

2. GEOTECNOLOGIAS APLICADAS À ANÁLISE ESPACIAL ................................... 18

3. METODOLOGIA ......................................................................................................... 23

3.1. Área em Estudo ......................................................................................................... 23

3.2. Processamento Digital de Imagens ............................................................................. 25

3.2.1. Aquisição de Imagens ............................................................................................. 26

3.2.2. Pré-processamento .................................................................................................. 27

3.2.3. Realce de Imagens .................................................................................................. 27

3.2.4. Análise das Imagens ............................................................................................... 28

3.3. Implantação do Sistema de Informação Geográfica .................................................... 28

3.3.1 Modelagem do Mundo Real ..................................................................................... 29

3.3.2. Estruturação do Banco de Dados e definição de variáveis ....................................... 29

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................................. 40

4.1. O SIG digital e o Banco de Dados .............................................................................. 40

4.2. Análises espaciais apresentadas através de mapeamentos temáticos ........................... 40

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................ 56

REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 59

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INTRODUÇÃO

As olericulturas transformam áreas vazias ou degradadas em espaços que geram

emprego, renda e alimentos para a população. Porém, principalmente, devido à intensa

utilização de insumo (fertilizantes minerais e agrotóxicos) em relação ao volume produzido, à

necessidade de irrigação constante, à utilização de áreas novas isentas de doenças do solo e ao

alto volume de perdas, podem provocar impactos socioambientais consideráveis

(FILGUEIRA, 2000). Os efeitos degradantes mais visíveis são a contaminação e/ou poluição

do solo, dos recursos hídricos e dos alimentos, além de desperdício de água e desequilíbrio da

fertilidade do solo (PIRES et al., 2004).

Contudo, as informações disponíveis sobre as olericulturas e os impactos

socioambientais gerados pela produção de hortaliças no Brasil são escassas, e as áreas de

produção carecem de pesquisas, monitoramento e fiscalização. Assim, devido à exigência da

comunidade em geral por alimentos de qualidade e por uma produção agrícola sustentável, a

necessidade de identificar e analisar os impactos socioambientais da olericultura tem se

tornado cada vez mais importante para a segurança alimentar e a qualidade ambiental.

Assim, várias são as possibilidades de análises para aquisição e manipulação de

informações sobre os impactos das olericulturas, em que se destaca desde o estudo da

qualidade da água e do solo (FREITAS, 2007) até análises descritivas da percepção dos

impactos por parte dos produtores (TERRA e PEDLOWSKI, 2009; PREZA e AUGUSTO,

2012), estatísticas (KAMIAYMA, 2009), analíticas (BEDOR, 2008; ANVISA, 2011) e

espaciais (SOARES et al., 2011), por exemplo. A análise espacial, apresentada neste trabalho,

é uma possibilidade a partir do uso de ferramentas geotecnológicas, em que se destaca o uso

de três ferramentas principais e de aplicação recorrente nas análises de paisagem: os sistemas

de navegação por satélite, o Sensoriamento Remoto (SR) e os Sistemas de Informações

Geográficas (SIG’s).

Diante da possibilidade, destacam-se para análise, as olericulturas identificadas do

município de Ji-Paraná, Estado de Rondônia, Amazônia Ocidental. A abordagem é pertinente

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uma vez que se verificou ausência total de informação sistematizada desta importante

atividade econômica no município de Ji-Paraná. Assim, estruturou-se o SIG para cadastro dos

empreendimentos e a análise espacial, que dentre outros pode revelar os impactos positivos e

negativos associados.

Destaca-se que o principal objetivo deste estudo é a estruturação do SIG em

ambiente digital e que, abre a possibilidades de análises não esgotadas neste trabalho de

conclusão de curso. No entanto, é certo que os resultados contribuirão para o conhecimento da

localização das olericulturas, padrões espaciais, de distribuição e densidade. Servirá ainda de

instrumento para o planejamento e consequente podem contribuir para a minimização dos

impactos decorrentes da olericultura. No SIG a base de dados pode ser manipulada (alterada,

aumentada e editada) de forma ágil e segura, mesmo em campo, bastando para tal o

treinamento básico do utilizador do sistema.

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1. OLERICULTURA E OS IMPACTOS ASSOCIADOS

A olericultura é o ramo da horticultura que abrange a exploração de um grande

número de espécie de plantas, comumente conhecidas como hortaliças e que engloba culturas

folhosas, raízes, bulbos, tubérculos e frutos diversos (FREITAS, 2007). A característica mais

marcante da olericultura, segundo Filgueira (2000), é o fato de ser uma atividade

agroeconômica altamente intensiva em seus mais variados aspectos, em contraste com outras

atividades agrícolas extensivas. Sua exploração econômica exige alto investimento na área

trabalhada, em termos físicos e econômicos. Em contrapartida, possibilita a obtenção de

elevada produção física e de alto rendimento bruto e líquido por hectare cultivado e por

hectare/ano. Outras características importantes nos empreendimentos hortícolas, conforme a

Secretária de Estado da Agricultura, Abastecimento, Pesca e Aquicultura do Espírito Santo

(SEAG-ES, 2007) são, a intensa utilização de tecnologias modernas, em constante mudança e

o reduzido tamanho da área ocupada, porém, intensivamente utilizada, tanto no espaço quanto

no tempo.

No Brasil, a olericultura evoluiu mais acentuadamente a partir da década de 40,

durante a 2ª Guerra Mundial. Naquela época, existiam apenas pequenas explorações

diversificadas, localizadas nos “cinturões verdes” dos arredores das cidades, havendo o

deslocamento em direção ao meio rural, estabelecendo-se em áreas maiores e mais

especializadas (SEAG-ES, 2007). Essa interiorização certamente deveu-se ao fato de alguns

produtores buscarem melhores condições agroecológicas ou mesmo de ordem econômica. A

partir de então, a olericultura nacional evoluiu de pequena “horta” para uma exploração

comercial com características bem definidas (SEAG-ES, 2007).

Segundo Kamiayma (2009) a agricultura moderna, sobretudo, a partir dos anos 50,

priorizou um modelo tecnológico baseado no preparo intensivo do solo, no uso de adubos

minerais de alta solubilidade e agrotóxicos. Esse modelo elevou a produtividade das culturas,

mas gerou incontestáveis problemas ambientais, com destaque para a degradação dos solos

por erosão, perda de matéria orgânica e compactação, devido à adoção de práticas agrícolas

inadequadas, e os consequentes impactos sobre os recursos hídricos.

Como tentativa de modificação do cenário, SEAG-ES (2007) afirma que a década de

80 é considerada importante para a olericultura brasileira, especialmente graças às atividades

da pesquisa oficial, com a recomendação e lançamento de cultivares de hortaliças adaptadas

às mais diversas condições climáticas do território nacional. Na última década, acentuou-se a

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implantação dos sistemas de cultivo protegido em estufas e hidroponia (SEAG-ES, 2007).

Ainda de acordo com o mesmo autor, há de se considerar a olericultura como sendo uma

atividade econômica de alto risco para o produtor rural, em virtude da maior ocorrência de

problemas fitossanitários, maior sensibilidade às condições climáticas e instabilidade de

preços praticados na comercialização.

Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA, 2006), o

sistema de exploração de olerícolas é extremamente especializado e exigente em qualidade,

principalmente quanto ao aspecto comercial, e vem se tornando dominante no Brasil onde os

produtores estão reduzindo o número de culturas trabalhadas e intensificando os cultivos

durante todo o ano, em sistema de plantio sequencial, o que pode ocasionar o agravamento de

problemas fitossanitários. A diversidade climática brasileira permite o cultivo de cerca de

sessenta espécies de hortaliças, a maioria de forma competitiva e com possibilidades de

exportação (MAPA, 2006).

A produção mundial de hortaliças ocupa uma área em torno de 89 milhões de

hectares com uma produção total de 1,4 bilhões de toneladas, com destaque para a cultura da

batata-inglesa com produção de aproximadamente 308 milhões de toneladas (MAPA, 2006).

O produto hortícola mais consumido no território nacional é o tomate, com um volume de 3,5

milhões de toneladas obtidas em uma área de 62 mil hectares. A cebola é a terceira olerícola

em volume de produção, com 1,1milhão de toneladas (SEAG-ES, 2007).

Sobre as perdas nas hortícolas, Vilela et al. (2003), afirma que um dos maiores

problemas da cadeia produtiva das hortaliças está nas perdas pós-colheita e nos desperdícios

dos alimentos, que começam na colheita do produto indo até os consumidores intermediários

e finais. Estudos realizados revelam que no Brasil os níveis médios de perdas são de 35 a

40%, enquanto em outros países, como nos Estados Unidos, não passam de 10% (VILELA et.

al., 2003).

Na Amazônia a produção de hortaliças é considera a mais baixa do país (PEGADO

et al., 2004). Em Rondônia, segundo a Carvalho et al. (2004), cerca de 80 % das olerícolas

comercializadas em supermercados e sacolões são importadas de outros estados,

principalmente, São Paulo e Minas Gerais, tornando-se a produção de hortaliças bastante

atrativa no estado. Uma explicação para baixa produção é encontrada em Sganzerla (1997)

Gusmão (2001) apud Pegado et al. (2004), quando os autores afirmam que as temperaturas

altas e a elevada precipitação pluviométrica dificultam a adaptação de diversas variedades

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olerícolas na região, aumentando a quantidade de insumos utilizados e a incidência de pragas

e doenças.

No geral, Souza et al. (2008) revelam haver um cenário preocupante quanto ao uso

contínuo de agrotóxicos e em grande escala nas hortícolas. Segundo os autores, identifica-se

um crescimento do número de produtos cultivados com agrotóxicos, o que revela a falta de

conscientização por parte dos horticultores, tanto no uso como na comercialização, feita sem

controle, o que contribui para o desenvolvimento de espécies de pragas resistentes, causando

problemas à saúde humana, ao ambiente (contaminação de solos, águas superficiais e

subterrâneas). Além disso, podem provocar a extinção de inimigos naturais, e interferindo de

forma nociva sobre a fauna e a flora. Neste contexto, os insumos modernos, principalmente os

agrotóxicos, resolvem o problema dentro de certos limites, mas acabam gerando novos

problemas: impactos socioambientais como degradação do ambiente e danos à saúde.

De acordo com Silva e Marouelli (2006), as hortaliças são, em geral, plantas de ciclo

curto, sistema radicular relativamente superficial, muito exigente em água, que requerem alta

disponibilidade de água no solo para o pleno desenvolvimento das plantas e produção. Podem

ser cultivadas durante o ano todo, sendo que no período chuvoso apresentam sérios problemas

fitossanitários. Por outro lado, esses problemas são minimizados durante o período seco

quando a irrigação é um insumo primordial para o cultivo (SILVA e MAROUELLI, 2006).

Conforme os autores, as hortaliças são importantes fontes de vitaminas e sais minerais, por

isso seu consumo tem sido incentivado através de campanhas de conscientização e

orientações nutricionais. Visando superar as intempéries do sistema produtivo, pesquisas têm

sido realizadas com o objetivo de desenvolver tecnologias de produção para atender a

crescente demanda do consumo de hortaliças.

Conforme o GEO Cidade de São Paulo (2004), os impactos socioambientais

decorrem das pressões ao meio ambiente e, em especial, em razão de mudanças nas condições

do estado dos recursos ambientais (ar, água, solo, biodiversidade e ambiente construído).

Segundo o GEO, as práticas resultam em efeitos diversos e geralmente negativos os quais

afetam a saúde dos habitantes e influenciam sobremaneira a qualidade de vida no cotidiano da

cidade. Associam-se a isso os problemas de alterações nos ecossistemas, bem como o

aumento de vulnerabilidades urbanas e, ainda, os impactos socioeconômicos nas finanças

públicas e privadas.

Neste sentido, segundo Sporl e Ross (2004), as últimas décadas têm sido marcadas

por profundas modificações tecnológicas, sociais, econômicas e, principalmente, ambientais e

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tem colocado em debate as pressões associadas às práticas humanas. Os sistemas ambientais,

face às intervenções humanas, apresentam maior ou menor fragilidade em função de suas

características “genéticas”. Qualquer alteração nos diferentes componentes da natureza

(relevo, solo, vegetação, clima e recursos hídricos) acarreta o comprometimento da

funcionalidade do sistema, quebrando o seu estado de equilíbrio dinâmico (SPORL e ROSS,

2004).

Assim, de acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente

(PNUMA) (2004), por impacto, entende-se o efeito produzido pelo estado do meio ambiente

sobre aspectos como a qualidade de vida e a saúde humana, sobre o próprio meio ambiente,

sobre o ambiente construído, e sobre a economia urbana. Por exemplo, um aumento na erosão

do solo deverá produzir várias consequências, como: diminuição da produção de alimentos e

consequente aumento de sua importação, aumento do uso de fertilizantes e desnutrição.

O Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA, 1986) define impacto

ambiental como qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio

ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades

humanas que, direta ou indiretamente, afetam:

I - a saúde, a segurança e o bem-estar da população;

II - as atividades sociais e econômicas;

III - a biota;

IV - as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;

V - a qualidade dos recursos ambientais.

Neste contexto, Freitas (2007) afirma que um dos maiores desafios para a agricultura

é o desenvolvimento de sistemas agrícolas que possam produzir alimentos em quantidades e

qualidade suficientes, sem afetar desfavoravelmente os recursos de solo e o meio ambiente.

Neste contexto, a produção de hortaliças causa impactos no ambiente, principalmente devido

ao alto consumo de agrotóxicos e fertilizantes minerais. Outros impactos acarretados pela

olericultura ocorrem devido à necessidade de irrigação, à utilização de áreas novas isentas de

doenças do solo e ao alto volume de perdas.

Além da poluição dos solos, segundo Terra e Pedlowski (2009), os principais

elementos da natureza que sofrem danos por entrar em contato com os produtos químicos são

o ar e o solo. Assim, os microorganismos que são essenciais para esses espaços, tais como

artrópodes, minhocas, fungos e bactérias, bem como abelhas polinizadoras, estão diretamente

susceptíveis à contaminação. Além disso, de acordo com os mesmos autores, outro dano ao

meio ambiente é a contaminação de corpos hídricos, através da lavagem do solo pela água da

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chuva em direção ao lençol freático, erosão de solo e vento. Os autores concluem afirmando

que com a contaminação dos corpos hídricos, os peixes, dependendo do tipo (classificação) do

produto químico e dosagem, podem morrer diretamente após o contato. E em doses menores,

os produtos podem matar invertebrados e outros alimentos dos peixes, assim como diminuir

níveis de oxigênio da água, ao matar plantas aquáticas.

De acordo com Khatounian (2010), a fertilidade desses sistemas depende dos

fertilizantes minerais, havendo casos de nenhuma utilização de adubos orgânicos. Para o

controle fitossanitário é utilizado agrotóxico abundantemente, tendo como limite apenas a

relação entre seu preço e o do produto colhido. E as medidas de controle da erosão

frequentemente se restringem àquelas que podem por em risco o rendimento da cultura

naquele ano, já as preocupações de longo prazo estão fora de cogitação.

Outro fator a considerar é a contaminação dos agricultores por agrotóxicos. Preza e

Augusto (2012) ao discutir as vulnerabilidades de trabalhadores rurais frente ao uso de

agrotóxicos na produção de hortaliças caracteriza a exposição aos agrotóxicos como um sério

problema de saúde pública. O modelo produtivo hegemônico está imerso em diversos tipos de

vulnerabilidades tais como, as institucionais – caracterizadas pela quase ausência de

assistência técnica local e pela fiscalização ineficiente, que acabam por permitir a aquisição

de agrotóxicos sem receituário agronômico e o uso inadequado desses produtos – e as sociais,

especialmente as relacionadas à baixa escolaridade que, dentre outras consequências, levam à

não compreensão das recomendações prescritas nas bulas desses produtos (CASTRO e

CONFALONIERI, 2005; BEDOR et al., 2007; RECENA e CALDAS, 2008 apud PREZA e

AUGUSTO, 2012).

De acordo com o Sistema Nacional de Informações Tóxico Farmacológica

(SINITOX) da Fundação Oswaldo Cruz (2012), o número de casos registrados de intoxicação

humana por agrotóxicos de uso agrícola em 2010, no Brasil, foi de 4789, com 171 óbitos. No

entanto, os dados não refletem a realidade das intoxicações por agrotóxicos, pois conforme o

Ministério da Saúde (MS) (2009), a magnitude das intoxicações por agrotóxicos não está

claramente estabelecida, havendo uma evidente situação de subnotificação.

A contaminação de produtos hortícolas por resíduos de agrotóxicos tem sido

recorrentemente veiculada na mídia falada e escrita, causando impactos negativos à cadeia

produtiva das frutas e hortaliças. Como exemplos de produtos relacionados a esse problema

são citados com frequência, o tomate, o pimentão, a batata, o morango, e entre outros. Na raiz

desse problema, está a aplicação de agrotóxicos em dosagem excessiva ou de produtos não

recomendados (MELO 2007 apud RIBEIRO et al. 2010).

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Neste sentido, a contaminação em sistemas de cultivo de hortaliças no Brasil,

conforme apresentado pelo relatório de atividades de 2010, do Programa de Avaliação de

Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA), da Agencia Nacional de Vigilância

Sanitária (ANVISA, 2011) indicou que 63% das amostras analisadas apresentaram resíduos

de agrotóxicos, sendo destes, 28% amostras insatisfatórias com níveis de agrotóxicos acima

do Limite Máximo de Resíduo (LMR). De acordo com o relatório, as amostras insatisfatórias

com níveis de agrotóxicos acima do LMR evidenciam sua utilização em desacordo com as

determinações presentes nos rótulos e bulas: maior número de aplicações, quantidades

excessivas de agrotóxicos aplicados por hectare, por ciclo ou safra da cultura, e não

cumprimento do intervalo de segurança ou período de carência.

Apesar da indicação do comprometimento dos níveis tóxicos em hortaliças, Almeida

et al. (2009) afirmam que tendo em conta grupos de alimentos importantes para a garantia de

uma alimentação saudável - frutas, legumes e verduras - e ainda, a necessidade de que a

alimentação seja variada para ser saudável. A Organização Mundial de Saúde (OMS)

recomenda o consumo mínimo de frutas, legumes e verduras em 400 gramas/dia/pessoa para

garantir 9% da energia diária consumida, considerando uma dieta de 2000 Kcal. Mediante

este quadro, apresenta-se uma questão de aparente contradição: a necessidade de elevação do

consumo saudável de frutas e verduras (hortaliças em geral) pela população como uma

estratégia imprescindível de enfrentamento do grave quadro de insegurança alimentar no

Brasil, e a necessidade de oferta de alimentos livres de contaminação química, ou seja,

alimentos verdadeiramente promotores de saúde e não potencialmente danosos (ALMEIDA et

al., 2009).

Conforme Soares et al (2011), devido a importância econômica que tal atividade

proporciona é preciso que os governantes criem políticas públicas eficazes para os

horticultores, principalmente quando se trata de tecnologias e métodos sustentáveis de

produção agrícola e conservação dos recursos naturais, além de fazer com que se cumpram as

já estabelecidas.

Neste cenário, Domingues e Françoso (2008) reconhecem, que de uma forma geral,

há carência de informações consistentes dentro das administrações públicas e a crescente

demanda por integração dos processos de coleta de dados. Assim, as tecnologias da

informação, a exemplo, o SIG podem contribuir para que este cenário seja alterado.

Por fim, é reconhecido que o uso desta tecnologia deve ser visto como um meio para

um fim social devendo contribuir tanto para a promoção de intervenções políticas adequadas,

como para a avaliação das mesmas.

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2. GEOTECNOLOGIAS APLICADAS À ANÁLISE ESPACIAL

Segundo Santos (2013, no prelo), geotecnologias correspondem ao conjunto de

tecnologias, técnica e ferramentas computacionais, cujo objetivo é obter informações sobre a

superfície terrestre, bem como, representá-las em mapas, sejam eles digitais ou analógicos e

gráficos ou relatórios. Neste conjunto, destaca-se o Sistema de Informação Geográfica (SIG),

Sensoriamento Remoto (SR), Sistema de Posicionamento por Satélite do inglês Global

Navigation Satellite Systems (GNSS), topografia, cartografia digital, dentre outros. Assim,

destaca-se neste trabalho o uso do SIG, SR, GNSS, no caso, o Sistema de Posicionamento

Global, do inglês Global Positioning System (GPS) e cartografia digital.

Segundo Câmara et al. (1996), os SIG’s são sistemas automatizados usados para

armazenar, analisar e manipular dados geográficos. Conforme Ribeiro (2005), os sistemas

computacionais especializados, denominados globalmente por SIG, tem como propósitos

adquirir, organizar, transformar e gerar resultados, manipulando normalmente um grande

volume de dados complexos espaciais (como, por exemplo, mapas e imagens de satélite) e

não espaciais (dados alfanuméricos) provenientes de estudos de fenômenos geográficos, com

relacionamentos temporais, e também com recursos para a descrição de suas características

geométricas e topológicas.

Para Silva (2003), o SIG tem como característica principal a capacidade de integrar e

transformar dados espaciais. Matos (2008) é mais generalista e afirma que o SIG é um sistema

de informação aplicado a modelação geográfica de fenômenos. Desta forma, a ocorrência da

informação georreferenciada no SIG é uma característica essencial para sua caracterização e

indispensável para a representação e análise dos dados. A utilização de SIG’s facilita a

integração de dados coletados de fontes heterogêneas, de forma transparente ao usuário final

(CÂMARA et al., 1996).

Ao tratar da modelação (português de Portugal) ou modelagem (termo mais usual no

Brasil), Matos (2008) afirma que esta etapa compõe um dos cinco domínios típicos de

utilização de informação geográfica. Assim, neste trabalho, a modelagem configura a etapa

inicial para a estruturação do SIG sobre olericultura. Para Matos (2008), a modelagem

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sintetiza o conhecimento da área em estudo e segue três aspectos distintos, natureza do

fenômeno, modo de observação e objetivo a que se destina.

Nessa pesquisa, a natureza dos fenômenos se dá em função do uso do solo na região

administrativa do município de Ji-Paraná a partir da visão da Agência de Defesa Sanitária

Agrossilvopastoril do Estado de Rondônia (IDARON). No modo de observação destaca-se,

segundo Matos (2008), a escala de análise, a resolução que é determinada pelos produtos

geotecnológicos utilizados (SR e GPS) na perspectiva pontual e no ano de 2011, seguindo a

concepção de que os pontos que caracterizam a visão de objeto é que caracteriza o tipo de SIG

que foi abordado neste trabalho.

Os SIG’s comportam diferentes tipos de dados e possibilitam inúmeras aplicações

multidisciplinares. Matos (2008) alega que “enumerar as possíveis aplicações de Sistemas de

Informação Geográfica é um esforço em vão, pois todos os sistemas que envolvam

informação que possa ser georreferenciada poderão em maior ou menor grau beneficiar de

uma representação geográfica”. No entanto, Ramires e Souza (2007) afirmam que o SIG pode

ser aplicado no planejamento do uso do solo, monitoramento ambiental e de safras agrícolas,

tomadas de decisões em prospecção mineral, gerenciamento de equipamentos distribuídos

geograficamente em grandes cidades, tais como, os da rede elétrica ou telefônica. Em

agricultura, tema em análise neste TCC, destaca-se os trabalhos de Arend et al. (2011), Soares

et al. (2011), Santos e Santos (2012).

Sobre os programas computacionais caracterizados como SIG é possível identificar

uma variedade muito grande, dos quais se destaca o Sistema de Processamentos de

Informação Georreferenciada (SPRING) (CÂMARA et al., 1996b), disponibilizado

gratuitamente pelo governo brasileiro através do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

(INPE); o GvSIG, disponibilizado gratuitamente Universidade de Valência na Espanha; o

ARCGIS, disponibilizado com custos pelo site da ESRI; o MAPWindow®, disponibilzado

gratuitamente pela Universidade Estadual de Utah, Estados Unidos da América.

Igualmente importante, o SR, como principal ferramenta de aquisição de dados para

SIG, também possui ampla aplicação em agricultura. Câmara et al. (1996) define o

Sensoriamento Remoto como o conjunto de processos e técnicas usados para medir

propriedades eletromagnéticas de uma superfície, ou de um objeto, sem que haja contato entre

o objeto e o equipamento sensor. Para Jensen (2009) o SR faz uso de sofisticados sensores

para medir a quantidade de radiação eletromagnética (REM) que emana de um objeto ou área

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geográfica. A partir do tipo de aquisição da REM é possível distinguir dois tipos de sensores,

os ativos e os passivos. No primeiro, o sensor produz sua própria REM que interagem com os

alvos terrestres. As principais vantagens neste processo de captura de dados é a possibilidade

de obtenção de dados em condições climáticas adversas (presença de nuvens), pois não sofre

interceptação da REM, e análise do relevo. O sensor passivo faz uso de uma fonte externa de

REM (sol) e por isso sofre influencia da presença de nuvens e vegetação que interceptam a

REM. As imagens provenientes de sensores ativos possuem custos elevados, no entanto,

aquelas provenientes de sensores passivos são obtidas sem custos.

Como referido, as imagens de SR são amplamente aplicadas a identificação de áreas

agrícolas (SANTOS et al., 2009; VIDAL et al., 2009), balanço hídrico e estresse da planta

(TORRES et al., 2009), estimativas do consumo de água em áreas irrigadas (SUÁREZ et al.,

2009; SANTOS et al., 2009; SANTOS e SANTOS, 2012; SANTOS, 2013, no prelo).

Outra ferramenta geotecnológica utilizada neste trabalho foi o GPS. Conforme

Câmara et al. (1996) o GPS é um sistema baseado em satélites que provê a medição de

latitude, longitude e altura em qualquer ponto da Terra. Os satélites enviam mensagens

específicas que são interpretadas por um receptor GPS. Monico (2008) apresenta uma obra

completa sobre o posicionamento por GNSS, incluindo descrição, fundamentos e aplicações.

Para o autor,

...o principio básico de navegação pelo GPS consiste na medida de distâncias entre o usuário e quatro satélites. Conhecendo as coordenadas dos satélites em um sistema de referência apropriado, é possível calcular as coordenadas da antena do usuário no mesmo sistema de referência dos satélites (p. 32).

Como referido por Monico (2008), os receptores GPS podem ser classificados,

segundo sua utilização, em: navegação (baixa precisão no posicionamento), topográfico

(precisão intermediária, mas quando utilizada por mais receptores possibilitam levantamentos

precisos) e geodésico (alta precisão no posicionamento).

As aplicações do GPS na agricultura são recorrentes e se dá basicamente para

identificação dos alvos e na agricultura de precisão, em que os equipamentos de manejo do

solo são orientados pelo sistema de posicionamento global. A agricultura de precisão é

conhecida desde 1929 (MONICO, 2008), no entanto, somente no período mais atual

identificam-se aplicações mais robustas. Monico (2008) afirma ainda que a Empresa

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Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) vem desenvolvendo pesquisas, entre

outros aspectos, para determinar áreas infestadas e o prejuízo causado pelo cisto no Brasil.

O SIG é amplamente aplicado à pesquisa ambiental. Em análise de impactos, sejam

na agricultura ou não, o SIG possibilita a criação de Banco de Dados (BD) georreferenciado

que envolve as ferramentas geotecnológicas acima referidas (SR e GPS) como fonte de dados.

O BD configura um valioso instrumento de gestão integrada dos recursos, deve atender à

modelagem da realidade e identificação de problemas. Assim, pode-se embasar a elaboração

de propostas socioeconômicas e processos de tomada de decisão sob novas perspectivas,

constituindo cenários mais próximos à verdade de campo.

Silva (1999) e Fitz (2008) apud Arend et al. (2011) alegam que os SIGs são aceitos

como sendo tecnologias que possuem o ferramental necessário para realizarem análises com

dados espaciais, inclusive BD’s robustos que oferecerem, ao serem implementados,

alternativas para o entendimento da ocupação e utilização do meio físico, compondo o

chamado universo da geotecnologia.

A caracterização dos BD’s leva-nos a necessidade da abordagem sobre os principais

bancos de dados comerciais que Korth e Silberschatz (1994) apud Silva (2003) destacam o

System Query Language/Data System (SQL/DS), Database, Oracle e Ingress. Vale mencionar

que o SPRING, SIG utilizado neste trabalho, na versão 5.2, opera com gerenciadores SQLite,

Access, Oracle8i, MySQL, PortgreSQL, Dbase. A caracterização dos sistemas gerenciadores

pode ser encontrada em Silva (2003) ou no próprio sistema de ajuda do SPRING.

Segundo Silva (2003) “a tecnologia de Banco de Dados em SIG trabalha

classicamente com dados tabulares, que são relacionados a feições espaciais”. Câmara et al.

(1996), classifica os BD’s em: espacial e não espacial. O primeiro armazena dados de posição

do espaço geográfico, tais como coordenadas geográficas e segundo, armazena dados em

tabelas.

Os dados espaciais no BD podem ser apresentados em estrutura vetorial (ponto, linha

ou polígono) e matricial (imagem). A estrutura tabular é composto por campos, registros e

arquivos (SANTOS et al., 2005). Na Figura 1, apresenta-se a estrutura da tabela com os

campos. O registro é um conjunto de campos, ou seja, várias tabelas, e o arquivo é um

conjunto de registros. Os campos podem assumir representações diversas, tais como, inteiro,

real, data e texto.

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Figura 1. Esquema simplificado de organização tabular de um Banco de Dados. Fonte: a autora.

Os Bancos de Dados podem ser classificados e diferenciados ainda em Rede,

Relacional, Hierárquico e Orientado a Objeto (SILVA, 2003; GÓES, 2009). A abordagem

completa destes sistemas está contida nos referidos autores.

De acordo com Ribeiro et al. (2005), os produtos cartográficos gerados da aplicação

destas técnicas permitem a visualização da situação atual do ambiente, podendo também

contribuir para a predição de problemas futuros. Essa correlação está vinculada à simulação

de cenários, metodologia amplamente empregada hoje em dia para monitoramento da

qualidade da água.

Além disto, os SIG’s possuem ferramentas de cartografia para representação da

paisagem e configura a etapa final de todo o processo de aquisição, conversão e representação

de fenômenos geograficamente identificados. Segundo Ramos (2005) o SIG, a multimídia

tornaram a cartografia interativa permitindo que o usuário “converse com o mapa”.

A importância da abordagem da cartografia digital advém do fato de que neste

trabalho os resultados são apresentados através de mapas temáticos e carta-imagem

estruturados em ambiente SIG. Assim, recorreu-se aos elementos de representação da

cartografia temática, especialmente a partir da consulta dos trabalhos do professor Marcello

Martinelli (MARTINELLI, 2007; 2010). O mapa serve ainda para a análise espacial em que

se destacam as relações topológicas (disjunção, adjacência, contingência, adjacência e

contingência, igualdade, interseção e cruzamento) caracterizadas em Silva (2003); métricas

(perto, longe e direções) e de ordem (frente a, acima de, abaixo).

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3. METODOLOGIA

3.1. Área em Estudo

A área recortada para estudo localiza-se no município de Ji-Paraná, centro-leste do

Estado de Rondônia (Figura 2), que possui a segunda maior população do Estado com

116.610 habitantes (IBGE, 2010). A cidade localiza-se parte sul do município, cortada pela

BR-364, principal rodovia federal do Estado de Rondônia e que liga este estado a região

Centro-Oeste do Brasil. O município ocupa área de 6.896,738 km², em que 26,90% de sua

área é ocupada pela Terra Indígena Igarapé Lourdes e 30,30% pela Reserva Biológica do Jarú

(REBIO-Jaru) e possui densidade demográfica de 16,91 hab./km² (IBGE, 2010). O clima é

predominantemente tropical, úmido e quente, durante todo o ano, com insignificante

amplitude térmica anual e notável amplitude térmica diurna, principalmente no inverno

(BRASIL, 2007).

Segundo Fernandes e Guimarães (2002 apud DIAS, 2011), a média de temperatura

anual no Município de Ji-Paraná é de 26°C, a umidade relativa média do ar em torno de 85 %

e precipitação de chuvas na sede do município em torno de 1700 a 1800 mm/ano.

Conforme Brasil (2007), os solos encontrados no município são na grande parte

compostos por latossolos. O relevo é constituído predominantemente sobre rochas do

embasamento cristalino, com altitudes que variam de 150 a 550 metros (Figura 3), sendo que

há pontos ondulados e fortemente ondulados na parte centro-norte do município (Sentido

Norte/Sul), na área da Serra da Providência, que está indicado na figura 3 pela seta.

Por comparação, observa-se (Figura 3) que na parte mais a oeste identificam-se

áreas de relevo mais movimentados geologicamente, mais planos no centro do município, ao

longo do rio Ji-Paraná/Machado, indicado pela seta pontilhada.

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Figura 2. Localização da área de estudo, município de Ji-Paraná – RO.

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As áreas no extremo norte e no extremo sul são mais planas devido à presença de modestas planícies fluviais em ambientes sedimentares recentes. A cobertura vegetal original é de Floresta Ombrófila, está mais preservada na área da Terra Indígena Igarapé Lourdes e Rebio Jaru.

Figura 3. Mapa Altimétrico do Município de Ji-Paraná – RO. (CARREIRA et al., 2011)

3.2. Processamento Digital de Imagens

Segundo Crósta (1992) o Processamento Digital de Imagens (PDI) de sensoriamento

remoto trata especificamente das técnicas utilizadas para identificar, extrair, condensar e

realçar a informação de interesse para determinados fins. O PDI é um conjunto de

manipulação de dados cuja entrada e saída é uma imagem. Conforme Gonzalez e Woods

(2000) a imagem refere-se à função bidimensional de intensidade luz f(x,y), onde x e y

denotam as coordenadas espaciais e o valor f em qualquer ponto (x,y) é proporcional ao brilho

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(ou níveis de cinza) da imagem naquele ponto. A imagem é gerada pela captação da radiação

eletromagnética provenientes dos alvos terrestres.

A fase do processamento digital de imagens propriamente dito, abordada neste

estudo, consistiu basicamente nas seguintes etapas: Aquisição de imagens, pré-

processamento, realce de imagens e análise de imagens e está sintetizada na Figura 4.

Figura 4. Procedimento detalhado do processamento digital de imagens abordada neste estudo.

3.2.1. Aquisição de Imagens

A análise foi sustentada por dados orbitais de média resolução, nomeadamente o

sensor TM, de 30 metros de resolução espacial, do Satélite Land Remote Sensing Satellite

(LANDSAT). O LANDSAT possui resolução temporal de 16 dias, ou seja, é possível a

aquisição de uma imagem por mês; resolução espectral de sete bandas, o que permite amplo

campo de análise, dado as distintas características das bandas no espectro eletromagnético e

resolução radiométrica de oito bits, o que favorece 256 níveis de cinza e que resulta em amplo

espectro de cor. Muitas cores traduzem-se em detalhe maior dos alvos na imagem.

Para o estudo foram necessárias duas cenas da órbita 231 (67 e 68), ambas do mês de

Setembro de 2011 (Tabela 1). O sensor TM é passivo, e como referido, opera em plenas

condições quando há disponibilização da REM pelo sol. Assim, a data de aquisição da

imagem, mês de Setembro, foi condicionada pelas condições climáticas da região em estudo.

Aquisição de Imagens

LANDSATMosaico

Aquisição das Bases de Dados

Georreferenciadas

RegistroRecorte Espacial da Área de Estudo

Realce das Imagens: Contraste

Segmentação ClassificaçãoEstimador de Densidade por

Kernel

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Neste sentido, é sabido que no mês de Setembro a nebulosidade é mais baixa, havendo

possibilidade de imagens com melhores condições para análise. As imagens foram obtidas

gratuitamente no sítio http://www.dgi.inpe.br do Instituto Nacional de Pesquisa Espacial

(INPE). A síntese da caracterização da imagem está apresentada na Tabela 1.

Tabela 1. Característica do dado orbitais utilizados no presente estudo.

Satélite Sensor Órbita Ponto Imageamento Acervo LANDSAT 5 TM 231 67 25/09/2011 Catálogo do INPE LANDSAT 5 TM 231 68 25/09/2011 Catálogo do INPE

A Secretaria de Desenvolvimento Ambiental de Rondônia (SEDAM) disponibiliza

também sem custos, imagens do satélite Système Pour l’Observation de la Terre (SPOT) com

alta resolução espacial no período 2009-2010, porém a preferência pela imagem LANDSAT

deve-se ao imageamento mais recente do sensor TM e ao menor esforço de processamento.

3.2.2. Pré-processamento

O pré-processamento configurou a etapa de correção geométrica da imagem

LANDSAT. Assim, realizou-se o registro de imagens a partir do software SPRING, versão

5.2 (CÂMARA et al., 1996), também disponibilizado sem custos pelo INPE.

A área recortada para a análise espacial dos impactos socioambientais na olericultura

está localizada entre as coordenadas geográficas 62º 15’00” e 61º 25’ 00” oeste; 11º 20’ 00” e

9º 37’ 00” sul (Figura 2). Para o registro das imagens e recorte da área de estudo foram

utilizadas bases de dados georreferenciadas (arquivo vetorial em formato Shapefile) contendo

feições lineares (malha viária e da hidrografia) e poligonais (estados brasileiros, municípios

de Rondônia, Terra Indígena Igarapé Lourdes e Rebio Jaru) disponibilizadas pelo IBGE,

SEDAM e FUNAI.

3.2.3. Realce de Imagens

A técnica de realce de imagens tem por objetivo a modificação dos níveis de cinza ou

dos valores digitais de uma imagem, através de funções matemáticas, de modo a destacar

certas informações espectrais, melhorando sua qualidade visual (SANTOS et al., 2010. Para o

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realce das imagens, após o registro, foram realizados ajustes no contraste, tendo em vista a

melhor visualização dos componentes integrantes em torno das olericulturas.

3.2.4. Análise das Imagens

Esta etapa está diretamente relacionada à extração de informações de imagens,

através do processo de classificação de imagens. Antes da classificação, pode-se realizar o

processo de segmentação de imagens. Este procedimento pode ser considerado um pré-

classificador para a classificação automática (SANTOS et al., 2011). De acordo Santos et al.

(2010), o objetivo da segmentação de imagens é fragmentar uma região em unidades

homogêneas, considerando algumas características intrínsecas, como, por exemplo, o nível de

cinzas dos pixels, textura e contraste, sendo esta parte integrante da classificação. Já a

classificação, segundo Carvalho (2003), é o processo de extração de informações da imagem,

através da divisão da imagem em classes, podendo ser realizada de forma supervisionada, a

partir da coleta de amostras na imagem, e não supervisionada, onde o programa utiliza de

propriedades estatísticas para classificação de imagem.

A classificação empregada nesta análise apropriou-se da imagem segmentada por

regiões e classificação pelo método Bhattacharya. De acordo com Santos et al. (2011) a

identificação de regiões é uma técnica de agrupamento de dados, na qual somente as regiões

adjacentes, espacialmente, podem ser agrupadas. Este processo de segmentação rotula cada

pixel como uma região distinta. E o classificador de Bhattacharya, conforme Moreira (2005),

é um algoritmo de classificação supervisionada, que requer a seleção de áreas de treinamento,

podendo utilizar as regiões separadas durante o processo de segmentação ou polígonos

representativos das regiões a serem classificadas.

Para obter uma análise estatística espacial foi operado o Estimador de Densidade por

Kernel, que revela a densidade de concentração de pontos por unidade de área (metros)

através da estimativa da intensidade do padrão de pontos.

3.3. Implantação do Sistema de Informação Geográfica

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A metodologia adotada para a implantação do SIG foi apresentada por Câmara

(1993) apud Santos et al. (2005) e é divida em três grandes fases: Modelagem do Mundo

Real, Criação do Banco de Dados e Operação.

De acordo com Câmara et al. (2004) a estrutura de um SIG é composta de 5 (cinco)

componentes independentes, porém interligados uns aos outros e relacionados de forma

hierárquica: entrada e integração de dados, funções de consulta e análise espacial,

visualização e plotagem, banco de dados geográficos e interface.

3.3.1 Modelagem do Mundo Real

A Modelagem Conceitual foi realizada a partir do modelo Generic Model Object

Direct (GMOD), conforme Apêndice A. Nesta fase distinguiram-se os alvos caracterizados

em visão de objeto: hortaliças, área de produção, hidrografia, malha viária, vegetação

(polígonos isolados), infraestrutura, limite municipal e uso do solo; as Classes Convencionais,

sistema de produção, sistema de irrigação, caracterização e destinação dos resíduos, insumos

(fertilizantes, defensivos agrícolas e entre outros) mão-de-obra, equipamentos para produção e

proteção individual, qualificação profissional, assistência técnica, fiscalização, caracterização

do uso do solo e Visão de Campo, o relevo. A definição destas classes ocorreu mediante

observação das necessidades da IDARON. Cada campo da tabela possui atributos que são, no

SPRING, classificados em quatro tipos: Inteiro, Real, Data e Texto. Estes elementos do B.D.

limitam e restringe possíveis erros. Por exemplo, no campo Cadastro, discutido a seguir, só é

possível inserção de números inteiros.

3.3.2. Estruturação do Banco de Dados e definição de variáveis

A estrutura de dados escolhida para a execução deste trabalho foi a Orientada a

Objeto. O termo “orientação-a-objetos” denota um paradigma de trabalho que vem sendo

utilizado de forma ampla para o projeto e implementação de sistemas computacionais

(CÂMARA et al., 1996). Onde, a ideia geral da abordagem de orientação-a-objetos a um

problema é aplicar as técnicas de classificação. Os dois conceitos fundamentais em

orientação-a-objetos são os conceitos de classe e objeto. Um objeto é uma entidade que possui

uma descrição (atributos) e uma identidade.

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Para a estruturação do banco de dados e caracterização do ambiente e da

problemática em torno das olericulturas foram realizadas visitas in loco a 66 (sessenta e seis)

olericulturas da área de estudo. No qual, foram acompanhadas por técnicos da Agência

IDARON para o cadastro de olericultores, onde foi realizado o preenchimento do Boletim de

Informação Cadastral (BIC) de produtores de hortaliças, adaptado e complementado para este

estudo, e tomadas de fotografias. O BIC é uma ficha de cadastro multifinalitário e o

diferencial deste instrumento de coleta de dados é a obrigatoriedade de inserção do campo

localização geográfica o que favorece o georreferenciamento.

Os dados e informações coletados a partir do BIC (Apêndice B) de produtores de

hortaliças foram estruturados no banco de dados e manipulados em um Sistema de

Informação Geográfica. Os campos definidos na tabela são apresentados a seguir, bem como

as justificativas para seu uso:

Campo Nº Cadastros: Importante para identificação, organização, arquivo e

localização dos cadastros. Os números dos cadastros foram sequenciados conforme ordem de

preenchimento e ano de realização (ex: 001/2012). No SIG, o número de cadastros é

representado num campo da tabela denominado “CADASTROS”.

Coordenadas Geográficas: Indispensável para o posicionamento geográfico das

olericulturas, no qual as latitudes e longitudes foram coletadas por um sistema de

posicionamento por satélite, no caso o GPS. No SIG, a latitude e longitude são representadas

num campo pelas letras “Y” e “X”, respectivamente.

Endereço: Essencial para empresas de assistência técnica, órgãos fiscalizadores,

consumidores e demais interessados possam localizar, através da malha viária municipal, as

olericulturas. No SIG, o endereço é representado num campo pela palavra “ENDERECO”.

Vale ressaltar, que no SIG utilizado é altamente recomendável a eliminação de sinais

diferenciados, acentos, e outros.

Residente na propriedade: Importante para identificar os produtores com maior

vulnerabilidade à intoxicação por produtos químicos pulverizados em hortas. A maioria dos

produtores residentes na propriedade possuem suas moradias localizadas próximas às

olericulturas, em alguns casos, no próprio quintal.

Importante também para que as empresas de assistência técnica e órgãos

fiscalizadores possam planejar-se na realização das visitas técnicas ou fiscalizatórias às

olericulturas. Propriedades onde o produtor reside, possui maior facilidade de encontrá-lo em

eventuais visitas, já produtores não residentes, em alguns casos, precisam de agendamento.

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31

No SIG, residente na propriedade, é representado no campo “RESIDENTE”, do tipo

texto, sim ou não.

Proprietário da propriedade: Relevante para as empresas de assistência técnica e

órgãos fiscalizadores possam categorizar o vínculo do produtor com a propriedade a qual está

localizada a olericultura. Através da resposta, tem-se o indício do tempo de permanência do

produtor na propriedade podendo ser considerado indeterminado ou temporário. Serve como

indicativo social, sendo que os produtores proprietários da terra, geralmente, possuem maior

estabilidade financeira comparada aos não proprietários. Além disso, em campo observou-se,

sem análises aprofundadas, que aqueles produtores que não são proprietários, geralmente não

se preocupam com a conservação do meio ambiente e dos recursos naturais, pois praticam

atividades predatórias e quando da esgotabilidade dos recursos se mudam. No SIG,

proprietário da propriedade, é representado no campo “PROPRIETAR”.

Tempo que trabalha com produção de hortaliças: Importante para identificação a

disponibilidade dos produtores para receberem assistência técnica, palestras, cursos e demais

capacitações. Isso porque, em campo, observou-se que alguns proprietários se recusam a

receber os técnicos dos órgãos assistência técnica. Culturalmente, muitos produtores sentem-

se conhecedores dos métodos de produção e possuem dificuldade em aceitar a presença de

assistentes técnicos para renovar seus conhecimentos e de fiscais para vistoriar as atividades

exercidas. Os produtores com maior tempo de produção geralmente possuem maior

dificuldade para se desprender de hábitos e costumes que provocam impactos socioambientais

e que não são permitidos pela legislação vigente. No SIG, o tempo que trabalha com produção

de hortaliças são apresentadas no campo “TEMPO”.

Área Cultivada (ha): Essencial para conhecer a dimensão aproximada, em hectares

(ha), das olericulturas. Possibilita, juntamente com a Renda Líquida da Produção, em salários

mínimos/mês, facilitar a identificação da Produtividade Econômica (salário mínimo/ha.mês)

referente a cada horta. A Produtividade Econômica está exemplificada na seguinte Equação

1: (1)

Onde,

PE = Produtividade Econômica, em salário mínimo/ha.mês;

RLP = Renda Líquida da Produção, em salário mínimo/mês;

AC = Área Cultivada, em hectare.

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Como referido na revisão bibliográfica, sabe-se que as áreas plantadas com hortaliças

no Brasil possuem elevada produção física. Portanto, quanto maior a área cultivada de

hortaliça, possivelmente, maior será sua produção física, consequentemente, maior a renda

líquida da produção e produtividade econômica.

O conhecimento da área cultivada serve também para identificar o tamanho da área

que está concentrado os resíduos dos insumos (fertilizantes minerais e agrotóxicos), podendo

ser considerada a Área Cultivada, também como área contaminada. No SIG, área cultivada

(ha), é representada no campo “AREA_(ha)”.

Renda Líquida da Produção (salário mínimo/mês): Importante para identificar a

viabilidade e Produtividade Econômica da olericultura. No SIG, a renda líquida da produção é

representada pelo campo “RENDA_PRUD”.

Possui treinamento para produção de hortaliças? A resposta do questionamento é

importante para verificar se a origem dos conhecimentos de produção de hortaliças do

olericultor decorre somente da sua prática ou se também de aperfeiçoamentos técnicos e

científicos. Além disso, é importante para diagnosticar os produtores que carecem de

informação e treinamento técnico sobre produção de hortaliças. No SIG, a resposta do

questionamento sobre treinamento para produção de hortaliças é representado no campo

“CURSO_HORT”.

Possui treinamento para uso de agrotóxicos? A resposta do questionamento é

importante para verificar se o produtor já realizou algum aprendizado técnico sobre

agrotóxicos. Além disso, a Agência IDARON, realiza periodicamente o curso de “Boas

Práticas Agrícolas: uso correto e seguro de agrotóxicos”, no qual essa informação é

imprescindível para o agendamento do curso com os olericultores que ainda não possuem

treinamento. No SIG, a resposta do questionamento sobre treinamento para uso de

agrotóxicos é apresentada no campo “CURSO_AGRO”.

Quantidade de funcionários: Devido à olericultura tratar-se de uma atividade

agroeconômica altamente intensiva e exigir alto investimento na área trabalhada, fez-se

necessário conhecer a quantidade de mão-de-obra em cada horta. O dado é essencial para

determinar os custos de produção, bem como, para analisar o potencial de geração de

emprego dessa cultura. Além disso, essa informação é imprescindível para órgãos e serviços

oficiais de extensão rural verificar a quantidade de trabalhadores em exposição, direta ou

indireta com agrotóxicos, a fim de fornecer instruções suficientes de segurança e proporcionar

capacitação sobre uso correto e prevenção de acidentes com agrotóxicos. De acordo com a

Norma Regulamentadora 31 (NR31) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE),

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trabalhadores em exposição direta são “os que manipulam os agrotóxicos, adjuvantes e

produtos afins, em qualquer uma das etapas de armazenamento, transporte, preparo,

aplicação, descarte, e descontaminação de equipamentos e vestimentas”. Os trabalhadores

com exposição indireta são,

..."os que não manipulam diretamente os agrotóxicos, adjuvantes e produtos afins, mas circulam e desempenham suas atividades de trabalho em áreas vizinhas aos locais onde se faz a manipulação dos agrotóxicos em qualquer uma das etapas de armazenamento, transporte, preparo, aplicação e descarte, e descontaminação de equipamentos e vestimentas, e ou ainda os que desempenham atividades de trabalho em áreas recém-tratadas".

No SIG, quantidade de funcionários, é representada no campo “QTD_FUNCIO”.

Gênero: Importante para diagnosticar o perfil do produtor, bem como, verificar a

participação entre homens e mulheres no trabalho com olericultura. No SIG, masculino e

feminino são representadas nos campos “M” e “F”, respectivamente.

Menores de 18 anos: Importante para verificar a presença de menores de 18 anos no

cultivo de olerículas. De acordo com uma pesquisa sobre trabalho infanto-juvenil de Ribeiro

(2009), a horticultura está dentre os trabalhos infanto-juvenis mais comuns em zona rural. E

ainda, conforme a NR31 do MTE, é vedada a manipulação de quaisquer agrotóxicos,

adjuvantes e produtos afins por menores de dezoito anos. Esse dado serve para chamar a

atenção e nortear os órgãos oficiais competentes a fim de coibir o trabalho infantil, o

manuseio de agrotóxicos por menores de 18 anos, bem como, instruir os produtores e garantir

a escolaridade básica. No SIG, a existência de menores de 18 anos tralhando nas olericulturas,

é representada no campo “MENORES_18”.

Grau de escolaridade do Produtor: Importante para identificar o grau de instrução

dos olericultores. Os produtores com baixa escolaridade geralmente possuem dificuldade para

entender as orientações do fabricante na bula dos produtos agrotóxicos, bem como,

compreender de termos técnicos no receituário agronômico. Fator que dificulta o acesso à

informação correta sobre o uso seguro dos agentes químicos. Além disso, quanto maior o grau

de escolaridade, melhor o indicador social. No SIG, o grau de escolaridade dos olericultores é

representado no campo “ESCOL_PROD”.

Grau de escolaridade dos Filhos: Devido à importância da escolaridade, fez-se

necessário conhecer também o grau de instrução dos filhos dos olericultores. Através dos

filhos, os produtores podem adquirir com maior facilidade mais conhecimento sobre a

atividade. Além disso, a convivência diária com a atividade exercida por seu progenitor pode

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levar ao filho um interesse a produzir, seja por aptidão ou motivação econômica. No SIG, o

grau de escolaridade dos filhos é representado no campo “ESCOL_FILH”.

Assistência Técnica: É imprescindível para identificar os produtores que não

possuem assistência afim de que, as empresas de assistência técnica possam disponibilizar um

profissional para assisti-los. No SIG, Assistência Técnica é representada no campo

“ASSIST_TEC”.

Estufa: Essa informação serve como levantamento das olericulturas que possuem

benfeitorias e com maior investimento agregado. Os produtores que possuem estufas,

normalmente, conseguem produzir com mais facilidade durante todo ano, devido sofrerem

menos a influência dos fatores climáticos. No SIG, possuir estufa é representado no campo

“ESTUFA”.

Adubo (químico ou orgânico): Imprescindível para verificar qual tipo de adubagem

os produtores utilizam na produção de hortaliças: química, orgânica ou ambas. Este dado

possibilita identificar as hortas que produzem no sistema convencional, utilizam somente

adubos químicos ou ambos, e as hortas que mais se aproximam com o sistema orgânico,

utilizam somente o adubo orgânico. Além disso, o tipo de fertilizante utilizado influencia

diretamente na geração de impactos na olericultura. No SIG, utilizar adubo é representado no

campo “ADUBO”.

Correção da acidez no solo: Importante para verificar quais os produtores realizam

a correção da acidez do solo. De acordo com Campanharo et al. (2008) corrigir a acidez do

solo é o modo mais eficiente de eliminar as barreiras químicas ao pleno desenvolvimento das

raízes, garantindo o eficiente aproveitamento da água e de nutrientes e, em consequência,

proporciona maior produção das culturas.

Com o dado é possível identificar que os produtores que a realizam, provavelmente,

possuem maior produtividade e qualidade do produto final. Sabe-se que muitos dos

produtores não realizam a técnica por desconhecimento ou por dispor de poucos recursos para

realizar a análise do solo e adquirir corretivos. No SIG, a correção da acidez no solo é

representada no campo “CORRIGI_PH”.

Origem da água utilizada na irrigação: Importante para identificar e possibilitar

uma futura caracterização das fontes de captação de água utilizada na irrigação de olerículas.

As olericulturas próximas às fontes de captação, geralmente, possibilitam maior risco de

contaminação por insumos químicos aplicados no cultivo. Através do dado e da analise

espacial, pode-se verificar a disponibilidade de água e proximidade das fontes de captação aos

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cultivos de hortaliças. No SIG, a origem da água utilizada na irrigação é representada no

campo “AGUA_IRRIG”.

Compra agrotóxico com receituário agronômico? Indispensável para identificar as

vendas de produtos agrotóxicos que estão sendo comercializadas em desacordo com a

legislação estadual vigente, bem como, a ausência do acesso à informação e a orientação

técnica para os olericultores. Conforme o Art. 21 do Decreto nº 13563 de 14 de abril de 2008,

que regulamenta a Lei nº 1841 de 28 de dezembro de 2007, “os agrotóxicos e afins só poderão

ser comercializados diretamente aos usuários, através da apresentação do receituário

agronômico”. Portanto, é obrigatória a venda de agrotóxico com receituário agronômico.

Prescrito por profissional legalmente habilitado e no qual consta orientação técnica para a

utilização, bem como os devidos cuidados com a proteção da saúde humana e do meio

ambiente.

No âmbito de suas atribuições, a Agência IDARON, fiscaliza o receituário

agronômico de diversas formas, dentre elas: no comércio, no transporte de agrotóxicos e

através da fiscalização reversa diretamente com o usuário (produtor). No SIG, o receituário

agronômico é representado no campo “RECEITA_AG”.

Frequência da aplicação de agrotóxicos: Importante para identificar se estão sendo

respeitado o período de carência e o intervalo de reentrada, preestabelecidos pelo fabricante

na bula do produto. Além disso, quanto maior a frequência de aplicação de agrotóxicos, maior

o tempo de exposição do usuário com o produto químico, a vulnerabilidade às intoxicações, a

contaminação do solo, da água e da atmosfera. No SIG, a frequência da aplicação de

agrotóxicos é apresentada no campo “FREQ_AP_AG”.

Horário de aplicação de agrotóxicos: Importante para verificar se a pulverização

dos agrotóxicos está sendo realizado nas horas mais frescas do dia. Conforme recomendação

da Associação Nacional de Defesa Vegetal (ANDEF, 2010) deve ser observada as condições

ambientais antes da aplicação, pois a velocidade do vento e a temperatura influenciam na

absorção das substâncias químicas, na vulnerabilidade do meio ambiente e na saúde do

usuário. Portanto, o horário de aplicação pode influenciar diretamente nestes fatores. No SIG,

o horário a aplicação de agrotóxicos é apresentada no campo “HORA_AP_AG”.

Possui capacitação sobre prevenção e remediação de acidentes com agrotóxicos?

A resposta do questionamento é importante para verificar se o produtor possui instrução sobre

medidas de prevenção e remediação de impactos provocados por acidentes com agrotóxicos.

Essa informação é imprescindível para órgãos e serviços oficiais de extensão rural verificar a

necessidade de fornecer treinamentos a fim de proporcionar capacitação sobre prevenção,

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segurança, primeiros socorros e remediação de impactos com agrotóxicos. No SIG, a resposta

ao questionamento sobre capacitação, prevenção e remediação de acidentes com agrotóxicos é

apresentada no campo “PRV_REM_AC”.

Equipamento de Proteção Individual (EPI): Importante para verificar a

vulnerabilidade da saúde e os riscos de intoxicações do trabalhador, bem como, averiguar os

produtores que estão utilizando o Equipamento de Proteção Individual (EPI) na aplicação de

agrotóxicos e aqueles em desacordo com a legislação estadual vigente. De acordo com o Art.

48, § 2, parágrafo XVIII, do Decreto nº 13563 de 14 de abril de 2008 que regulamenta a Lei

Estadual nº 1841 de 28 de dezembro de 2007, são infrações graves a “não utilização pelo

usuário de Equipamento de Proteção Individual – EPI na aplicação de agrotóxicos e afins”.

No SIG, a utilização do EPI na aplicação de agrotóxicos é apresentada no campo “USA_EPI”.

Origem da água para consumo: Importante para identificar e possibilitar uma

futura caracterização da origem da água utilizada para consumo pelos produtores. As

olericulturas próximas às fontes de água para consumo aumentam o risco de contaminação do

recurso hídrico e a vulnerabilidade à intoxicação de quem a consome. No SIG, a origem da

água para consumo é apresentada no campo “AGUA_CONSU”.

Ocorrência de intoxicação por agrotóxicos: Essa informação serve para identificar,

localizar as olericulturas que possuem trabalhadores que já tiveram ocorrência de intoxicação

e alertá-los sobre a importância da proteção e critérios de aplicação. No SIG, a ocorrência de

intoxicação por agrotóxicos apresentada no campo “INTOXIC_AG”.

Grau de severidade de intoxicação: Importante para classificar as intoxicações por

agrotóxicos em leve, média ou grave. O dado é importante para entidades e órgãos públicos

que envolvem a saúde pública a fim de instruir e pesquisar sobre medidas de controle e

tratamentos das intoxicações. No SIG, o grau de severidade de intoxicação por agrotóxicos é

apresentada no campo “SEVERIDADE”.

Sinais e sintomas de intoxicação: Importante para caracterizar as intoxicações por

agrotóxicos e alertar os demais usuários sobre os principais sinais e sintomas de intoxicação

nos olericultores. No SIG a variável apresentada no campo “SINT_INTOX”.

Casos de câncer na família: Importante para quantificar e localizar os produtores de

hortaliças que possuam casos de câncer na família. Essa informação serve para alertar os

produtores sobre a importância da minimização, controle e uso seguro de fertilizantes e

agrotóxicos, bem como, da sua proteção e da segurança alimentar dos consumidores. Muitos

estudos apontam que o aumento nos índices de câncer pode estar relacionado ao uso de

agrotóxicos e relatam sobre seu potencial cancerígeno (BEDOR, 2008). Produtores com casos

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de câncer na família podem possuir maior vulnerabilidade genética. No SIG a variável

apresentada no campo “CANC_FAMIL”.

Doenças mais comuns na família: Importante para identificar as doenças mais

comuns na família, bem como, alertá-los sobre possível correlação das doenças com o uso de

produtos químicos. No SIG a variável apresentada no campo “DOEN_FAMIL”.

Local de venda das hortaliças: Essencial para a rastreabilidade das hortaliças para

coleta de amostra para análise do produto, bem como, conhecer as principais destinações e o

mercado consumidor que absorve a produção de olerículas. No SIG a variável é apresentada

nos campos “MERCADOS”, “FEIRAS”, “NO_LOCAL”, “RESTAURANT”,

“RESIDENCIA”, “PAA” e “LOCAL_VEND”.

Já adquiriu agrotóxicos que não estejam registrados e autorizados pelos órgãos

governamentais competentes? Indispensável para identificar a utilização de produtos

agrotóxicos em desacordo com a legislação estadual vigente. Conforme o Art. 43, inciso XXI

e Art. 48, § 3, inciso III do Decreto nº 13563 de 14 de abril de 2008 que regulamenta a Lei nº

1841 de 28 de dezembro de 2007 é proibida a utilização de produtos não registrados no órgão

competente e/ou não cadastrados no Estado, sendo a aplicação de agrotóxicos e afins não

recomendados para a cultura considerada infração gravíssima.

O dado é importante para as empresas de assistência técnica e órgãos fiscalizadores a

fim de instruir, fiscalizar e monitorar as produções de hortaliças no município visando a

proteção da saúde humana e do meio ambiente. No SIG a variável apresentada no campo

“PROD_RGIST”.

Recebe orientação para devolução de embalagens vazias? A resposta do

questionamento é essencial para identificar os produtores orientados sobre a obrigatoriedade

da devolução de embalagens vazias e verificar o acesso à informação. No SIG a variável

apresentada no campo “ORIENT_EMB”.

Destino das embalagens vazias de agrotóxicos: Essenciais para verificar se as

destinações das embalagens vazias de agrotóxicos pelos olericultores estão de acordo com a

legislação vigente. De acordo com o Art. 24, parágrafo único do Decreto nº 13563 de 14 de

abril de 2008 que regulamenta a Lei Estadual nº 1841 de 28 de dezembro de 2007, os

produtores deverão efetuar a devolução das embalagens vazias e respectivas tampas, aos

postos de recebimento de embalagens vazias de agrotóxicos. O dado analisado juntamente

com as demais informações do SIG, pode evidenciar a negligência ou a prudência dos

produtores. No SIG a variável apresentada no campo “DEST_EMB_V”.

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Reusa as embalagens vazias de agrotóxicos? A resposta do questionamento é

essencial para verificar se os produtores estão de acordo com a legislação vigente quanto à

proibição de reutilização de embalagens vazias de agrotóxicos. No SIG a variável apresentada

no campo “REUSA_EMB”.

Realiza a tríplice lavagem após o uso? A resposta ao questionamento é importante

identificar os produtores que realizam a tríplice lavagem de embalagens rígidas e aqueles em

desacordo com a legislação estadual vigente. Conforme o Art. 24, § 5 do Decreto nº 13563 de

14 de abril de 2008 que regulamenta a Lei Estadual nº 1841 de 28 de dezembro de 2007 “as

embalagens rígidas, que contiverem formulações miscíveis ou dispersíveis em água, deverão

ser submetidas pelo usuário à operação de tríplice lavagem, ou tecnologia equivalente,

conforme orientação constante de seus rótulos, bulas ou folheto complementar”.

De acordo com o Relatório de Sustentabilidade 2011 do Instituto Nacional de

Processamento de Embalagens Vazias (inpEV) (inpEV, 2011) “após esvaziar completamente

a embalagem ainda no momento da aplicação, o produtor ou trabalhador rural deve realizar a

tríplice lavagem ou a lavagem sob pressão e perfurar o fundo das embalagens para evitar sua

reutilização”. A tríplice lavagem é fundamental para a destinação final das embalagens vazias

de agrotóxicos e a redução de impactos ao meio ambiente. As embalagens lavadas poderão ser

encaminhadas para a reciclagem, podendo ser transformadas em vários artefatos. Já as

embalagens não lavadas são incineradas. No SIG a variável apresentada no campo

“TRIPL_LAVA”.

Armazenamento dos agrotóxicos na propriedade: Importante para identificar as

formas de armazenamento de agrotóxicos nas olericulturas e se estão de acordo com as

normas da legislação vigente e as especificações do fabricante constantes nos rótulos e bulas

técnicas. Conforme a NR 31 do MTE, a armazenagem de agrotóxicos não pode ser feita a céu

aberto, as edificações devem ter paredes e cobertura resistentes; ter acesso restrito aos

trabalhadores devidamente capacitados a manusear os referidos produtos; possuir ventilação,

comunicando-se exclusivamente com o exterior e dotada de proteção que não permita o

acesso de animais; ter afixadas placas ou cartazes com símbolos de perigo; estar situadas a

mais de trinta metros das habitações e locais onde são conservados ou consumidos alimentos,

medicamentos ou outros materiais, e de fontes de água; e possibilitar limpeza e

descontaminação. No SIG a variável apresentada no campo “ARMAZ_AGRO”.

Variedade de culturas produzidas: Imprescindível para empresas de assistência

técnica, órgãos fiscalizadores, consumidores e demais interessados possam identificar e

localizar as culturas olerículas produzidas no município de Ji-Paraná. Além disso, a partir

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conhecimento sobre a cultura, é possível deduzir as olericulturas com maior vulnerabilidade

ambiental, pois culturas com maiores necessidades nutricionais e sensíveis às pragas e

doenças, normalmente geram mais impactos socioambientais devido ao aumento da

quantidade de insumos utilizados.

No SIG a variável é apresentada nos campos, obedecendo a seguinte ordem e forma:

“ALFACE”, “RUCULA”, “CEBOLINHA”, “COENTRO”, “SALSA”, “PEPINO”, “JILO”,

“QUIABO”, “VAGEM”, “ABOBRINHA”, “ABOBORA”, “TOMATE”, “COUVE”,

“REPOLHO”, “COUVE_FLOR”, “AGRIAO”, “MAXIXI”, “PIMENTAO”, “ALMEIRAO”,

“ESPINAFRE”, “RABANETE”, “PIMEN_DOCE”, “MOSTARDA”, “BERINJELA”,

“FEIJ_CALPI”, “SERRALHA”, “BATAT_DOCE”, “CHICORIA”, “TOMATINHO”,

“PIMEN_CHEI”, “PIME_GURUP”, “JAMBU”, “BROCOLIS”, “CENOURA”, “NABO”,

“BETERRABA”.

Agrotóxicos e defensivos agrícolas utilizados: Imprescindível para empresas de

assistência técnica, órgãos fiscalizadores, consumidores e demais interessados possam

verificar os agrotóxicos e defensivos agrícolas mais utilizados na produção de hortaliças no

município de Ji-Paraná. Além disso, através dessa informação pode-se verificar se os

agrotóxicos e defensivos agrícolas utilizados são indicados para alguma das culturas

produzidas e registrados e autorizados pelo MAPA. No BIC, a relação dos produtos, está

disposta em apenas um campo, denominado produto químico, porém para a análise espacial e

correlação dos campos da tabela, no SIG, foi necessário redefinir o modo de representação

optando por criar campos com o nome de todos os produtos identificados. Assim, a resposta

para questão será feita, no B.D, apenas com os termos, sim ou não.

Assim, no SIG os agrotóxicos e defensivos agrícolas são apresentados nos campos:

“DECIS”, “CLORPLAM”, “PROVADO”, “MANZATE”, “DITHANE”, “BELT”,

“NATIVO”, “NUPRID”, “KASUMIN”, “ABAMECTIN”, “CARTAP“, “CABRIO_TOP”,

“CONNECT”, “HOSTATION“, “KARATE”, “AMISTAR”, “EVIDENCE”,

“PERFEKTHON”, “CERTERO”, “ABAMEX”, “CYPTRIN”, “ESPORTAK”,

“TAYRE_PLUS”, “DACONIL”, “COBRE”, “ALIETE”, “SAURUS”, “FOLICUR”,

“PIRATE”, “COMET”, “GEZAVEROL”, “ROVRAL”, “SCORE”, “MENTOX”,

“VEXTER”, “VERTIMEC”, “TURBO”, “INFINITO”, “CERCOBIM“, “TAMARON”,

“RODOMIL”, “FORUM_PLUS”, “LANATE”, “ALTERNE”, “SUMILEX”, “DIPEL”,

“COLOSSO”, “BARRAGE”, “CREOLINA”, “COQUETEL”, “EXT_VEGETA”,“CLORO”,

“TABACO”, “DETERGENTE”, “MANUAL”, “MIN_SAUDE”, “BIOFERTILI”,

“URINA”, “CINZAS”.

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4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Nesta parte do trabalho são apresentados os resultados em que se destaca o SIG digital e o Banco de dados e as principais análises espaciais através de mapeamentos temáticos.

4.1. O SIG digital e o Banco de Dados

O Sistema de Informações Geográficas é o principal resultado deste estudo e

responde satisfatoriamente aos objetivos estabelecidos. Porém, por se tratar de um banco de

dados digital não é possível apresentá-lo impresso. Assim, a figura 5 apresenta um print do

SIG, concluído e pronto, para a realização de análises espaciais. Observa-se a interface

SPRING composta da barra de menu com ícones que permitem a interação dos usuários com

o BD apresentado na forma tabular. Ainda na figura 5, do lado esquerdo, nota-se o painel de

controles que possibilita a ativar/desativar os planos de informação destacados neste trabalho.

Figura 5. Aspecto do SIG digital sobre olericulturas e seu banco de dados no SPRING.

4.2. Análises espaciais apresentadas através de mapeamentos temáticos

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As análises espaciais de densidade e dos impactos socioambientais na olericultura, a

partir do SIG, são abrangentes e possibilita traduzir os padrões existentes da produção de

hortaliças por diversas áreas atuação. Portanto, a apresentação das análises espaciais é

possível através de múltiplos mapeamentos temáticos dependendo, somente do usuário e do

seu interesse. Sendo assim é impossível esgotar todas as possibilidades de análises e cenários

num trabalho de conclusão de curso, já que como referido, as consultadas dependerá do

interesse de cada usuário.

Destacaram-se neste trabalho, através de mapeamentos temáticos, as análises

espaciais do uso e ocupação da área de estudo por meio da segmentação e classificação e do

comportamento espacial das olericulturas a partir do estimador de Kernel. Além dessas,

apresentaram-se também, as análises espaciais do posicionamento e distribuição das

olericulturas em relação à malha viária, drenagem, dimensão de áreas cultivadas, tempo de

produção dos olericultores, existência de assistência técnica, adubagem utilizada, origem da

água irrigada e consumida, local de venda das hortaliças e realização da tríplice lavagem das

embalagens vazias de agrotóxicos e sua destinação.

A figura 6 ilustra a classificação da imagem LANDSAT para os temas água,

vegetação herbácea, vegetação arbórea, solo exposto, área urbana, afloramento rochoso e

áreas não classificadas. A área urbana, mais a sul, corresponde a cidade de Ji-Paraná. A

determinação da área das classes de uso e cobertura do solo (Tabela 2) foi possível graças à

caracterização dos polígonos representativos resultantes da segmentação e classificação.

Observou-se que a área de estudo apresenta 56,35% da área total antropizada, sendo

compostas principalmente por pastagens e culturas perenes e anuais, dispersa por toda a área

em estudo. A cobertura da terra por vegetação arbórea ocupa 25,66% da área, está situada em

pequenas regiões isoladas e, com maior expressão, na porção norte da imagem próxima aos

limites da Terra Indígena Igarapé Lourdes e da Rebio Jaru. Afloramentos rochosos

correspondem a 12,68% da área, contudo admite-se confusão espectral com áreas de solo

exposto, pelo fato dos solos serem resultantes do intemperismo de rochas. A classe Água

ocupa 2,09%, composta principalmente pelo espelho de água do rio Ji-Paraná/Machado, que

corta a área ao meio no sentido sul/norte. Solo exposto e Área urbana são menos

representativos e não apresentaram um padrão espacial de distribuição.

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Figura 6. Uso da terra na área em estudo.

Tabela 2. Análise quantitativa dos usos da terra na área de estudo.

Uso da região Área (Km²) % da área total

Água 60.071 2,09

Vegetação Herbácea 1.616.911 56,35

Vegetação Arbórea 736.415 25,66

Solo Exposto 49.458 1,72

Área Urbana 42.948 1,50

Afloramentos Rochosos 363.711 12,68

Total classificado 2.869.515 100

O processo de classificação, cujo resultado está apresentado na figura 6 e tabela 2,

deve ser alvo de análise, pois é sabido que este processo resulta em erros decorrentes da

confusão espectral dentro do pixel. A confusão espectral ocorre, em parte, porque a imagem

LANDSAT possui pixel de 30 metros (área de 900 m²), e a resposta espectral de cada pixel,

reflete uma mistura de respostas dos alvos contidos no campo de visada do sensor. Assim, na

tabela 3 são apresentados os dados de referência das amostras de pixel coletadas e matriz de

erros de classificação. Contudo, de acordo com os resultados apresentados pelo SPRING, a

classificação do usuário teve exatidão máxima (100%). Ressalva-se que a determinação de

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exatidão pelo software pode não representar a realidade, pois na prática observou-se confusão

entre alvos, especialmente, como referido, entre solo e afloramento rochoso.

Tabela 3. Dados de referência e Matriz de Erros de Classificação.

Uso da região Total de Nº de pixel Coletado %

Exatidão do Usuário

Água 31.491 1,25 100% Vegetação Herbácea 1.358.116 53,97 100% Vegetação Arbórea 1.054.582 41,91 100% Solo Exposto 1.351 0,05 100% Área Urbana 27.001 1,07 100% Afloramentos Rochosos 43.883 1,74 100%

TOTAL 2.516.424 - -

A partir do mapa de uso da terra foi possível observar que as Áreas de Preservação

Permanente (APP) encontram-se alteradas, devido a retirada da vegetação no entorno do rio

Ji-Paraná/Machado, especialmente no perímetro urbano da sede do município.

Outro importante resultado é a análise espacial da densidade de olerículas na área em

estudo (Figura 7). Para tal, o estimador de Kernel foi aplicado e proporcionou uma visão da

densidade da distribuição espacial das olericulturas e compôs uma superfície cujo valor é

proporcional à intensidade de olericulturas por unidade de área.

O mapa revelou que as produções de hortaliças estão localizadas em áreas distintas e

que provavelmente suas características sofrem influência de seu entorno. Observou-se, ainda,

que as maiores densidades de olericulturas (0,349 a 0,641) encontram-se concentrada ao sul

da região central da área de estudo, caracterizando-a como de maior oferta e demanda de

hortaliças, por aí encontrar a cidade de Ji-Paraná, onde se concentra a maior população da

área em estudo.

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Figura 7. Mapa do Estimador de densidade por Kernel.

A figura 8 ilustra o posicionamento e distribuição espacial das olericulturas na área

de estudo em relação à malha viária. Observam-se dois padrões da distribuição espacial, o

primeiro, é um número acima do esperado de olericulturas excessivamente próximas

formando um aglomerado espacial (cluster), como já referido, junto ao perímetro urbano da

cidade de Ji-Paraná. O segundo, é que a maiorias das olericulturas estão localizadas próximas

às rodovias pavimentadas caracterizando uma dependência espacial. As malhas viárias

pavimentadas proporciona maior acessibilidade à zona urbana o que permite agilidade no

escoamento da produção. Além disto, as hortaliças são culturas altamente perecíveis, e que

quando cultivadas próximas a rodovias e estradas vicinais deficientes, associada às condições

desfavoráveis de transporte, podem causar perdas de produtos e elevados custos. Portanto,

percebe-se que as vias de acesso influência diretamente na distribuição espacial e na

economia das olericulturas.

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Figura 8. Posicionamento e distribuição espacial das olericulturas na área de estudo em relação à malha viária em 2012.

O posicionamento e a distribuição espacial das olericulturas em relação à drenagem

(Figura 9) também foi alvo de análise. No entanto, a formação do cluster na região se deve,

além de encontrar-se no perímetro urbano da cidade de Ji-Paraná, à disposição dos recursos

hídricos disponíveis. Observou-se, conforme destaques no mapa, a dependência espacial

referente aos cursos de água, que servem de fonte para irrigação do cultivo de olerículas.

A partir da análise espacial, pode-se afirmar que a escolha do local para implantação

da produção de hortaliça ocorreu em função da existência de drenagens (rios e igarapés).

Além disto, observou-se que as olericulturas mais afastadas dos cursos de águas superficiais

têm como fonte de água para irrigação as águas subterrâneas.

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Figura 9. Drenagem e olericulturas da área de estudo no município de Ji-Paraná em 2012.

A figura 10 apresenta o posicionamento e a distribuição espacial da área cultivada,

em hectare (ha). Percebeu-se que a distribuição espacial das olericulturas em relação à

dimensão das áreas de cultivos é aleatória não havendo dependência espacial. A princípio se

pensou que as hortas distantes das zonas urbanas possuiriam maiores extensões. No entanto, a

análise revelou que a posição das olericulturas em relação as suas dimensões é independente e

tem igual probabilidade de ocorrência em toda a região.

A dimensão mais recorrente são as áreas menores de 0,5 hectares, compreendendo

56% das olericulturas pesquisadas. Somente 6% das produções de olerículas possuem áreas de

2 a 5 hectares. Nota-se que a maioria dos cultivos de hortaliças é em áreas com poucas

dimensões possibilitando afirmar que a área contaminada e os impactos ambientais no solo

pela utilização de agrotóxicos e fertilizantes são relativamente pequenos. No entanto, o uso

inadequado dos insumos podem intensificar os danos ao meio ambiente e a vida dos

produtores.

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Figura 10. Posicionamento e distribuição espacial das olericulturas da área de estudo em relação às áreas cultivadas, em há, em 2012.

Devido às pequenas dimensões, pode-se deduzir que a maior parte das olericulturas

estudadas possui baixa produção física e consequentemente baixa renda líquida da produção e

produtividade econômica, fator que influencia diretamente nas condições sociais do

olericultor. Muitos dos produtores, principalmente da zona rural, possuem a produção de

hortaliças como uma atividade complementar na renda mensal familiar, no qual, devido não

ser atividade principal optam por menores áreas de cultivo e que demandem com poucos

investimentos na produção. Já os olericultores próximos à zona urbana, em alguns casos, têm

a produção de hortaliças como sua atividade principal. Assim, o anseio por ampliação da

renda forçam os produtores a aumentar os investimentos e se localizarem em terrenos com

dimensões que atendam suas expectativas.

Na figura 11 é apresentada a posição e distribuição espacial das olericulturas em

relação ao tempo de produção dos olericultores. Notou-se que 64% de produtores de

hortaliças estão na profissão a menos de 12 (doze) anos experiência, no qual 27% destes

olericultores possui menos de 3 (três) anos de ofício. Estes produtores estão distribuídos

espacialmente de forma aleatória, com exceção dos localizados na região sudeste do mapa.

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Nesta região encontram-se produtores, com mesmo tempo de produção, posicionados em uma

sequência linear, caracterizando uma dependência espacial e influencia local. Verificou-se

também, que vários olericultores, na área de estudo, estão na atividade de produção de

hortaliças há muitos anos, 22% das olericulturas pesquisadas possuem produtores com mais

de 20 (vinte) anos de experiência, tendo produtor com até mais de 55 anos. Observa-se que, a

maior quantidade destes forma um cluster na região próxima a cidade de Ji-Paraná. No qual,

demonstra dependência espacial. Provavelmente estes produtores estão nesta região há vários

anos e devido à experiência na profissão e proximidade com o mercador consumidor, os fez

se manterem ou se deslocarem para esta região.

Figura 11. Tempo de produção, em anos, dos olericultores da área de estudo no município de Ji-Paraná em 2012.

Na figura 12 é exposta a posição e distribuição espacial das olericulturas em relação

à existência de assistência técnica. Observam-se padrões da distribuição espacial em

diferentes situações. Há um alto percentual (73%) de olericulturas que não possuem

assistência técnica. Estas formam dois aglomerados espaciais, um próximo à região da cidade

de Ji-Paraná e outro na parte sul imagem. Ambos caracterizam uma dependência espacial e

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influencia do entorno. Ressalva-se a emergencial necessidade de assistência técnica junto aos

olericultores.

As olericulturas que possuem assistência técnica (21%) têm características próprias

e, na maior parte, dependência espacial. Percebeu-se nitidamente duas sequências espaciais

aproximadamente lineares, a primeira na parte norte e a segunda na região sudeste do mapa.

Estas representam que, por algum motivo específico ou influencia local, parte das

olericulturas que recebem assistência técnica são limitadas àquelas regiões.

Figura 12. Existência de assistência técnica nas olericulturas da área de estudo no município de Ji-Paraná em 2012.

Já as assistências técnicas esporádicas (6%) são espacialmente aleatórias. Neste caso,

pode-se considerar que a posição das produções de hortaliças é independente e que sua

existência tem igual probabilidade de ocorrência em toda a região de estudo. Este produto

cartográfico pode auxiliar a traçar estratégias visita para assistência técnica por parte dos

órgãos competentes.

Quando se trata de impacto socioambiental gerado por produção agrícola, o uso de

fertilizantes para adubagem do solo é um dos aspectos mais preocupantes. Na área de estudo,

67% das olericulturas utilizam tanto o adubo químico quanto o adubo de origem orgânica.

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Observou-se (Figura 13) que há formação de um cluster na região da área urbana e

proximidades, caracterizando dependência espacial das olericulturas e influência do entorno.

Figura 13. Posicionamento e distribuição espacial das olericulturas da área de estudo em relação adubagem utilizada, em 2012.

A princípio pensou-se que a maior utilização de adubos químicos estaria localizada

nas áreas próximas a zona urbana, devido à limitação de adubos orgânicos e geração de custos

para aquisição destes. No entanto, a distribuição espacial demonstra que isso não ocorre. Pois

as olericulturas que utilizam somente adubos químicos estão distribuídas de forma aleatória e

com maior intensidade nas áreas distantes da zona urbana. Já as olericulturas que utilizam

somente adubos orgânicos (16%), a maior parte destas, há semelhanças com aquelas que

possuem assistência técnica. Têm as mesmas características de dependência espacial:

sequências espaciais aproximadamente lineares na parte norte e na região sudeste do mapa.

Percebeu-se uma correlação entre ambas. Pode-se inferir que a utilização adubo orgânico é

influenciada pela assistência técnica limitada àquelas regiões.

Na figura 14 é apresentado o posicionamento e a distribuição espacial das fontes de

água utilizada pelos olericultores para a irrigação e para consumo próprio.

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Figura 14. Posicionamento e distribuição espacial das olericulturas da área de estudo em relação às origens da irrigada e consumida, em 2012.

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Notou-se que 47% das olericulturas utilizam represas como fonte de água para

irrigação. Observou-se a formação de um cluster destas olericulturas na região periurbana

leste da cidade de Ji-Paraná. Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e

Alimentação (FAO) (2012), com o crescimento das cidades, há o aumento da demanda de

água para o consumo e para uso nas atividades econômicas urbanas e periurbanas, incluindo a

horticultura. Essa situação, associado à gestão inadequada de águas residuárias tende à

degradação gradual da qualidade dos cursos de água e aquíferos.

Percebeu-se que a utilização de represas, deve-se à necessidade de manter

reservatórios de água garantindo sua disponibilidade durante todo ano. Além disso, o uso de

represas permite o monitoramento da qualidade da água através da análise de julgamento de

turbidez e material suspenso, na maioria dos casos, feito somente por meio de propriedades

organolépticas pelos próprios olericultores.

Verificou-se também, que 80% dos olericultores faz uso de poços (águas

subterrâneas) como fonte para consumo humano. A distribuição espacial destas olericulturas é

independente e aleatória. No qual ocorre com grande incidência e proporção em toda a área de

estudo. Essa situação demonstra a vulnerabilidade à intoxicação dos produtores, já que as

águas subterrâneas podem estar contaminadas tanto pelos resíduos de insumos aplicados na

como, na zona urbana, pelas águas residuárias.

Observou-se também, duas situações que ocorrem restritamente na zona urbana da

área de estudo, possuindo dependência espacial das olericulturas. A primeira refere-se aos que

fazem uso do poço mais água mineral (3%) e a segunda àqueles que dispõem da rede de

abastecimento (3%) para o consumo humano. Essas situações estão limitadas a essa região.

Em campo, foi relatado pelos próprios olericultores que a utilização destes recursos é devido à

insegurança da qualidade das águas subterrâneas que podem estar contaminadas.

Vale ressaltar a necessidade de estudos que venham caracterizar a qualidade da água

utilizada, tanto na produção de hortaliças, quanto para o consumo humano. E que propiciem

medidas mitigadoras e de tratamento das águas superficiais e subterrâneas.

A análise sobre a destinação da produção também foi alvo, neste sentido, destaca-se

a predominância de vendas no próprio local, nos mercados, nas feiras, nos restaurantes, nas

residências e no Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). Na figura 15, são

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apresentados mapas temáticos que revelam a distribuição espacial das olerículas e os

respectivos locais de venda da produção.

Figura 15. Posicionamento e distribuição espacial das olericulturas da área de estudo em relação aos locais de venda, em 2012.

Percebeu-se que a maioria das olericulturas destinam suas produções para mais de

um local de venda. A venda em feiras livres destaca-se como a principal destinação das

hortaliças, 43 olericulturas, o que corresponde a 65,15% do total, seguida dos mercados, 30

olericulturas, 45,12% do total. Em ambos os casos, observam-se que a distribuição espacial

concentra-se na área leste urbana e periurbana e em outro aglomerado, mais disperso, ao

sudoeste.

A venda para o PAA revelou ausência de padrão espacial a partir dos mapas

temáticos. Notou-se que as olericulturas localizadas na porção norte do mapa têm o PAA

como o único destino de suas produções. Compreendeu-se que há dependência espacial.

Pode-se aferir que os produtores desta região estão interligados e que influenciam uns aos

outros.

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Na figura 16, é apresentado o posicionamento e a distribuição espacial em relação à

realização da tríplice lavagem das embalagens vazias de agrotóxicos e sua destinação.

Identificou-se que somente 24% das olericulturas não adquirem produtos agrotóxicos para

controle fitossanitário de hortaliças e consequentemente, não necessitam de devolver as

embalagens vazias. Estas possuem distribuição espacial, na maioria, em sequências lineares,

uma na parte norte e outra na leste do mapa. Neste caso, a análise revelou dependência

espacial e pertinência entre as olericulturas.

As demais olericulturas fazem uso de algum produto agrotóxico. Portanto, essas,

devem realizar o procedimento de tríplice lavagem e devolverem nos postos de recebimento

de embalagens vazias. Notou-se que somente 39% das olericulturas exercem corretamente

seus deveres. A princípio se pensou que as hortas próximas às zonas urbanas cumpririam mais

as exigências legais. No entanto, a análise apontou que a distribuição espacial é heterogênea e

aleatória.

Figura 16. Posicionamento e distribuição espacial das olericulturas da área de estudo em relação da realização da tríplice lavagem das embalagens vazias de agrotóxicos e sua destinação, em 2012.

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Conforme preconizado pela NBR ISO 14001(1996), através de elementos, produtos

e/ou serviços que interagem com a produção de hortaliças, notou-se indícios de ocorrência de

várias modificações (impactos socioambientais), adversas e benéficas, relacionadas com

produtores, consumidores e meio ambiente. Observou-se também, que as análises espaciais

apresentadas podem inferir impactos socioambientais na olericultura, no entanto não

possibilitam mensurar e/ou avaliar a intensidade destes impactos necessitando de análises

específicas.

A tabela 4 apresenta as atividades identificadas a partir do BD e das análises

espaciais e os aspectos e impactos socioambientais inferidos. Dentre estes, o impacto

socioambiental identificado como mais provável tende a contaminação do solo e dos recursos

hídricos. Observou-se que este, está relacionado principalmente ao consumo de água, ao uso

de produtos químicos e a geração de resíduos sólidos.

Tabela 4. Principais aspectos e impactos socioambientais possíveis na atividade de olericultura.

Diagnosticou-se então, uma necessidade expressiva de estudos que possam avaliar,

mensurar e propor tecnologias que venham a minimizar e/ou reverter os impactos negativos

gerados pela produção de hortaliças. Assim como, a emergência de ações públicas, através de

políticas e administrações, que possam desenvolver estratégias para segurança alimentar e

minimização de impactos negativos para o produtor, consumidor e meio ambiente.

ATIVIDADEASPECTO

SOCIOAMBIENTALIMPACTO

SOCIOAMBIENTAL

Controle fitossanitário e Adubagem Uso de produtos químicos Contaminação do solo, recursos hídricos e alimentos

Irrigação e preparação da calda fitosanitária

Consumo de Água Esgotamento de água

Embalagens Vazias de Agrotóxicos e Perdas da produção

Geração de Resíduos Sólidos Contaminação do solo e recursos hídricos

Escoamentos superficial e sobra de calda

Geração de Efluentes líquidosContaminação do solo e recursos hídricos, erosão, alteração na

Aplicação de agrotóxicos e transporte de hortaliças

Emissões atmosféricas e odor Danos a saúde dos trabalhadores e comunidade de entorno

Bombeamento de água e transporte de hortaliças

Consumo de Energia Exaustão dos recursos naturais

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O principal resultado deste estudo é o Sistema de Informação Geográfica (SIG), que

se caracteriza como fonte primária, ou seja, uma contribuição da Engenharia Ambiental, no

âmbito das pesquisas do LABGET, para o planejamento de políticas públicas na área dos

recursos hídricos (alterações das condições naturais) e também da administração pública, no

caso a IDARON, que poderá utilizar a base digital para fiscalizações. Além da fiscalização

recomenda-se o compartilhamento entre os órgãos estaduais, a exemplo, a EMATER-RO para

orientar ações de capacitação no cuidado ao uso e manuseio de produtos químicos utilizados

na agricultura. Além dos objetivos já expostos o trabalho contribui para a formação técnica do

egresso da Engenharia Ambiental numa área extremamente relevante para o planejamento no

sentido lato da palavra, pois revela uma metodologia que pode se adaptada para diversos

setores, do ensino, extensão, da economia, da fiscalização e do desenvolvimento científico.

Este foi o SIG das olericulturas, mas poderia ser o SIG dos poços de captação para

abastecimento público e privado, poderia também ser o SIG da qualidade das águas dos

Igarapés que cortam a cidade de Ji-Paraná.

Para além disto, por meio do SIG foi possível organizar num único banco de dados

informações diversas (dados socioambientais-econômicos), conheceu-se o posicionamento,

padrões espaciais, de distribuição e densidade das olericulturas permitindo assim, a realização

de diversas análises espaciais. Por se tratar de um banco de dados digital não foi possível

apresentá-lo impresso, no entanto, é uma fonte inesgotável de informações sobre olericultura.

Assim, o SIG poderá ser utilizado por interessados na temática e proporcionar outras análises

não apresentadas neste trabalho.

Com a utilização do Processamento Digital de Imagens destaca-se a realização de

técnicas de tratamento digital para duas análises sobre olericulturas. A primeira, a partir da

classificação de imagens pelo método de Bhattacharya, que permitiu a identificação e

quantificação das classes do uso e ocupação da área de estudo e mostrou que a maior parte da

área de estudo encontra-se com antropizada. E a segunda, por meio da análise estatística

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espacial pelo Estimador de Densidade por Kernel que apresentou a intensidade das produções

de hortaliças e revelou que a olericulturas estão localizadas em áreas distintas e que

provavelmente suas características sofrem influência de seu entorno.

As demais análises espaciais foram apresentadas, a partir do posicionamento e

distribuição espacial das olericulturas em relação à malha viária, drenagem, dimensão de

áreas cultivadas, tempo de produção dos olericultores, existência de assistência técnica,

adubagem utilizada, origem da água irrigada e consumida, local de venda das hortaliças e

realização da tríplice lavagem das embalagens vazias de agrotóxicos e sua destinação.

Pode-se concluir que a maioria das olericulturas: estão aglomeradas na região urbana

e periurbana da cidade de Ji-Paraná; estão localizadas próximas às rodovias pavimentadas

caracterizando uma dependência espacial; definem a escolha do local para implantação da

produção de hortaliças em função da existência de drenagens e possuem áreas com poucas

dimensões possibilitando afirmar que a área contaminada e os impactos ambientais no solo

pela utilização de agrotóxicos e fertilizantes são relativamente pequenos.

Além disso, a maior parte das produções de hortaliças: possui produtores na

profissão a menos de 12 (doze) anos de experiência e estão distribuídos espacialmente de

forma aleatória; não possuem assistência técnica formando dois aglomerados espaciais e

utilizam tanto o adubo químico quanto o adubo de origem orgânica e formam de um cluster

na região da área urbana e proximidades, caracterizando dependência espacial das

olericulturas e influência do entorno.

E ainda pode-se afirmar que a maioria das olericulturas utiliza represas como fonte

de água para irrigação e que os olericultores fazem uso de poços (águas subterrâneas) como

fonte para consumo humano havendo formação de um aglomerado destas na região

periurbana leste da cidade de Ji-Paraná. Vale ressaltar a necessidade de estudos que

caracterize a qualidade da água utilizada, tanto na produção de hortaliças, quanto para o

consumo humano.

Entre as olericulturas estudadas, 76% fazem uso de algum produto agrotóxico e que

somente 39% realizam tríplice lavagem de embalagens vazias de agrotóxicos e destinam para

o posto de recebimento. Neste caso, a análise apontou que a distribuição espacial é

heterogênea e aleatória. Em sequencia, observou-se que as análises espaciais apresentadas

podem inferir impactos socioambientais na olericultura, porém não possibilita mensurar e/ou

avaliar a intensidade destes impactos.

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Dentre os impactos inferidos, o socioambiental identificado como mais provável

tende a contaminação do solo e dos recursos hídricos. Observou-se que este, está relacionado

principalmente ao consumo de água, ao uso de produtos químicos e a geração de resíduos

sólidos.

Ressalva-se que, os dados apresentados e o banco de dados do SIG servirão como

instrumento e base para estudos mais avançados. Como exemplo, análises químicas da água e

do solo, numa pesquisa subsequente ao bacharelado em Engenharia Ambiental, poderão

mensurar e avaliar os impactos socioambientais.

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REFERÊNCIAS

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APÊNDICE A – Modelagem Conceitual a partir do modelo GMOD. Fonte: Modificado de

SANTOS et al (2005).

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COnv

Visitas a campo, dados

extraídos da ficha cadastral

de produtores de hortaliças

disponibilizado pela Agência

IDARON e publicações

regionais. Pontos, polígonos

e linhas obtidos por sistema

de navegação por satélite

(GPS)

Dados Orbitais: Imagem

LANDSAT/SPOT-

SEDAM

Limite Municipal Projeto Piloto, Ji-Paraná/ RO.

Entidades do Sistema – Hortaliças, área de produção – hidrografia, malha viária, vegetação, uso e caracterização do solo,

sistema de produção, culturas, sistema de irrigação, insumos

(fertilizantes, defensivos agrícolas e entre outros), equipamentos

para produção e proteção individual, infraestrutura, mão-de-obra,

qualificação profissional, assistência técnica, fiscalização;

caracterização e destinação dos resíduos; relevo.

Visão de Objeto

Hortaliças, área de

produção – hidrografia,

malha viária, vegetação,

infraestrutura, limite

municipal. Uso do solo

Classes convencionais Sistema de produção, sistema de

irrigação, caracterização e

destinação dos resíduos,

insumos (fertilizantes,

defensivos agrícolas e entre

outros) mão-de-obra,

equipamentos para produção e

proteção individual,

qualificação profissional,

assistência técnica, fiscalização.

Caracterização do uso do solo

Visão de Campo Relevo

Região

Setor Rural e Urbano Hortaliças

População Serviços Descrição dos

impactos

socioambientais

Identificação

Análise

PARÂMETROS PARA ANÁLISE ESPACIAL DOS IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS NA HORTICULTURA, JI-PARANÁ-RO.

Modelagem de Informação Geográfica

para fins de análise espacial dos impactos

socioambientais na horticultura, Ji-

Paraná-RO.

Figura – Modelagem Conceitual a partir do modelo GMOD. Fonte: Modificado de SANTOS et al (2005).

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APÊNDICE B – Boletim de Informação Cadastral

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FICHA CADASTRAL PARA PRODUTORES DE HORTALIÇAS Nº _______/2012

Produtor:

CPF:

Telefones:

Endereço:

Nome da Propriedade:

Coordenadas: S W

Mora na propriedade? Sim Não

É o dono da propriedade? Sim Não

Há quanto tempo trabalha com produção de hortaliças? Menos de 3 anos. Entre 3 e 6 anos. Entre 6 e 9 anos. Mais de 9 anos.

Qual a área plantada na propriedade? Até 0,5 hectare De 0,5 a 1 hectares De 1 a 2 hectares Acima de 2 hectares

Renda Familiar: Até 1 salário mínimo De 2 a 4 salários mínimos De 4 a 8 salários mínimos Acima de 8 salários mínimos

Possui treinamento para produção de hortaliças? Sim Não

Possui treinamento para uso de agrotóxicos? Sim Não

Variedade de culturas produzidas: Alface Rúcula Cebolinha Coentro Salsa Pepino Jiló Quiabo Vagem Abobrinha Abóbora Tomate Couve Agrião Maxixi Pimentão Almeirão Espinafre Rabanete Pimenta doce Mostarda Berinjela Feijão Calpi Serralha __________ __________ __________ __________ __________ __________ __________ __________ __________ __________ __________ __________ N° funcionários: Gênero? Masculino Qtd:____ Feminino Qtd:____

Tem menores de 18 anos trabalhando? Sim Não

Grau de escolaridade (Pais): Ensino fundamental Ensino médio Ensino superior Não estudou

Grau de escolaridade (Filhos): Ensino fundamental Ensino médio Ensino superior

Recebe Assistência para produção de hortaliças? Sim Não

Possui estufa? Sim Não

Utiliza adubo? Sim Não

Se sim. Orgânico ou Químico? Orgânico Químico Ambos

Faz correção da acidez no solo? Sim Não

Origem da água utilizada na irrigação? Represa Rio/Nascente Poço Rede de abastecimento ___________________

Compra agrotóxico com receituário agronômico? Sim Não

Quais agrotóxicos utilizados, o período de carência e a dosagem adotada? ______________________________________________________________________________________________________

Qual a frequência da aplicação? Diária Semanal Mensal

Em qual período do dia realiza a aplicação? Das 6h às 9h Das 9h às 11h Das 11h às 14h Das 14h às 16h Das 16h às 18h

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Teve alguma capacitação sobre prevenção de acidentes com agrotóxicos? Sim Orientação no balcão das lojas Não

Usa EPIs na aplicação? Sim (luvas, máscara, macacão, bota, etc) Não Parcial

Houve ocorrência de intoxicação? Sim Não Se sim. Qual o grau de severidade? Leve Grave Gravíssima

Tem casos de câncer na família? Sim Não

Origem da água para consumo? Poço Rede de abastecimento ___________________

Quais as doenças mais comuns na família? __________________________________________________________________________

Quais sinais e sintomas de intoxicação foram observados?

irritação ou nervosismo ansiedade e angústia tremores no corpo indisposição/fraqueza/mal estar tonturas/vertigens respiração difícil, com dores no peito

queimaduras e alterações da pele dores pelo corpo inteiro irritação de nariz, garganta e olhos, provocando tosse e lágrimas convulsões ou ataques desmaios

Onde são vendidos os alimentos? Feiras/Feirão Supermercados No Local ___________________

Já adquiriu agrotóxicos que não estejam registrados e autorizados pelos órgãos governamentais competentes? Sim Não Não sei

Recebe orientação para devolução de embalagens vazias? Sim Orientação no balcão das lojas Não _________________ Qual o destino das embalagens vazias? Incineração (queima) Lixão Armazena no quintal Posto de recolhimento ___________________

Reutiliza as embalagens vazias? Sim Não

Realiza a operação da tríplice lavagem após o uso? Sim Não

Onde armazena os agrotóxicos na propriedade? Dispensa dentro da residência Paiol/Tuia Ao ar livre ___________________

OBS.: ULSAV: Ji-Paraná

Assinatura do Produtor:

Data: ______ de ____________ de 2012 Assinatura e Carimbo:

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