81
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA COMPUTAÇÃO Dílson Lucala da Costa Fernando Franquini Protocolos de sincronização em ambiente wireless Trabalho de Conclusão de Curso Prof. Mário A. R. Dantas, Dr. Orientador Florianópolis, Junho de 2004.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CURSO DE … · Pascal, em 1642 inventou a primeira calculadora mecânica capaz de efetuar adições, ficando assim conhecida como Pascalina

  • Upload
    dinhnhi

  • View
    213

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA

COMPUTAÇÃO

Dílson Lucala da Costa

Fernando Franquini

Protocolos de sincronização em ambiente wireless

Trabalho de Conclusão de Curso

Prof. Mário A. R. Dantas, Dr. Orientador

Florianópolis, Junho de 2004.

Protocolos de sincronização em ambiente wireless

Dílson Lucala da Costa

Fernando Franquini

Este trabalho de conclusão de curso foi aprovado em sua forma final pelo Curso de

Ciências da Computação da Universidade Federal de Santa Catarina

_____________________________________

Prof. José Mazzuco Jr., Dr.

Coordenador do Curso

Banca Examinadora

_____________________________________

Prof. Mário A. R. Dantas, Dr.

Orientador

_____________________________________

Prof. Fernando Augusto da Silva Cruz

_____________________________________

Prof. Roberto Wilrich, Dr.

_____________________________________

Prof. Vitório Mazzola, Dr.

Palavras-Chave: protocolos, sincronização, dispositivo móvel, redes sem fio

iii

Aos nossos pais, irmãos e amigos de todas as horas.

iv

Agradecimentos

Gostaria de agradecer primeiramente a Deus, que me acompanhou dia e noite

durante esta trajetória.

Aos meus Pais e irmãos pelo incentivo, confiança, amizade e compreensão, “Vos

Amo”.

A comunidade Africana em Florianópolis, pelo convívio e amizade criada.

Ao departamento de Informática e Estatística, em especial ao curso de Ciências da

Computação, pelo encorajamento e apoio sempre presente.

Aos mestres que tudo procuraram fazer para repassar os conhecimentos da melhor

maneira possível, visando sempre o melhor preparo para lidar com as tecnologias de

informação e a sociedade no geral.

Por último gostaria de agradecer a Universidade Federal de Santa Catarina pela

oportunidade.

Dilson

Gostaria de agradecer primeiramente a Deus e aos meus pais, responsáveis pela

minha existência, claro que não posso deixar de comentar sobre todos os familiares,

principalmente meus irmãos, os quais pagaram algumas vezes pelo meu mal-humor.

Aos professores desta instituição, os quais me passaram o conhecimento

necessário para chegar até a etapa final da faculdade com o máximo de conhecimento

para encarar a vida profissional, citar alguns pode acabar desmerecendo outros pelo

esquecimento, todos vocês foram fundamentais.

Aos amigos? Precisa? Mas é claro que precisa, são fundamentais, não posso

deixar de agradecer aos credeanos por toda a força, aos capinzalenses, também aos

quelonianos, que amigos, os quais eu sempre pude contar e nunca vou esquecer, também

a todos os outros amigos que passaram, que ainda estão no meu dia-a-dia ou que passarão

na minha vida.

v

A instituição Universidade Federal de Santa Catarina e muito ao Departamento de

Informática e Estatística, com certeza lembrando dela, a Beth, nossa mãe durante pelo

menos quatro anos.

Por último, ao meu grande professor, amigo e orientador Mario Dantas.

Fernando

vi

Sumário

AGRADECIMENTOS IV

SUMÁRIO VI

LISTA DE ABREVIATURAS IX

LISTA DE FIGURAS XI

LISTA DE TABELAS XIII

RESUMO XIV

ABSTRACT XV

CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO 16

CAPÍTULO 2 REDES DE COMPUTADORES 18

2.1 Modelos de Referência 20

2.2 Modelo de Referência OSI 21 2.2.1 Camada Física 22 2.2.2 Camada de Enlace 22 2.2.3 Camada de Rede 22 2.2.4 Camada de Transporte 22 2.2.5 Camada de Sessão 23 2.2.6 Camada de Apresentação 23 2.2.7 Camada de Aplicação 23

2.3 Modelo de Referência TCP/IP 24 2.3.1 Interface de Rede 25 2.3.2 Inter – Rede 25 2.3.3 Transporte 25 2.3.4 Aplicação 26

2.4 Comparação entre os modelos de referência OSI e TCP/IP 27

2.5 Classificação das Redes de Computadores 29 2.5.1 Local Area Network (LAN) 29

vii

2.5.2 Metropolitan Area Network (MAN) 30 2.5.3 Wide Area Network (WAN) 31

2.6 Redes de Computadores de Alta Velocidade 32

2.7 Redes de Computadores Sem Fio 33 2.7.1 WPAN (Wireless Personal Area Network) 34 2.7.2 WLAN (Wireless Local Area Network) 35 2.7.3 WMAN (Wireless Metropolitan Area Network) 35 2.7.4 WWAN (Wireless Wide Area Network) 36

CAPÍTULO 3 INTRODUÇÃO AO AMBIENTE WIRELESS 37

3.1 Ambiente Wireless 37

3.2 Tecnologias 38

3.3 Introdução WLANs (802.11) 39 3.3.1 Família 802.11 39

3.4 Introdução WPANs (802.15) 41 3.4.1 UWB 42 3.4.2 ZIGBEE 42

3.5 Introdução a WMANs (802.16) 42

3.6 Introdução a WWANs (802.20) 43

3.7 Tecnologias de Sincronização 45 3.7.1 ONE WAY 45 3.7.2 TWO WAY 46

3.8 Protocolos de Sincronização 46 3.8.1 HOTSYNC 49 3.8.2 INTELLISYNC 51 3.8.3 CPISYNC 52 3.8.4 SYNCML 52

CAPÍTULO 4 AMBIENTE EXPERIMENTAL 58

CAPÍTULO 5 ANÁLISE DOS RESULTADOS 63

5.1 Estudo de Caso 1 63

5.2 Estudo de Caso 2 66

5.3 Avaliação dos resultados 70 5.3.1 Volume de dados transmitidos 71 5.3.2 Tamanho da Rede 71 5.3.3 Memória 71

5.4 Erros Apresentados 71 5.4.1 Fatal Exception 72

viii

5.4.2 MEMORY MGR (SYNCML) 72 5.4.3 Outros Erros 73

CAPÍTULO 6 CONCLUSÃO E TRABALHOS FUTUROS 74

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 75

ix

Lista de Abreviaturas ADSL: Assymetrical Digital Subscriber Line

AD-HOC: Redes Temporárias

AMPS: Advanced Mobile Phone System

ARPANET: Advanced Research Projects Agency Network

ATM: Asynchronous Transfer Mode

BIT: Binary Digit

BYTE: Binary Term

CDMA: code-division multiple access

CIO: Chief Information Officers

CoS: Class of Service

EDGE: Enhanced Data rates for Global Evolution

ENIAC: Eletronic Numerical Integartor And Calculator

FDDI : Fiber Distributed Data Interface

FTP: File Transfer Protocol

GHz: Giga Hertz

GPRS: General Packet Radio Service

GPS: Global Positioning Satellite

GSM: Global System for Mobile communication

HTTP: Hyper Text Transfer Protocol

ISO: International Organization for Standardization

IMAP: Internet Messsage Access Protocol

IAP: Inter Acess Point

ISDN :Integrated Services Digital Network

IEEE: Institute of Electrical and Electronic Engineers

IP: Internet Protocol

Kbps: Kilo bits por segundo

LAN: Local Area Network

Link: Abreviç]ão de hiperlink

x

LLC: Logical Link Control

MAC: Medium Access Unit

MAN: Metropolitan Area Network

Mbps: Mega bits por segundo

NFS: Network File System

OBEX: Object Exchange

OSI: Open System Interconnection

PDA: Personal Digital Assistant

PHY: Physical

POP3: Post Office Protocol

QoS: Quality of Service

SMTP: Simple Mail Transfer Protocol

SIG: Special Interest Group

SNMP :Simple Network Management Protocol

TI: Tecnolologia de Informação

TCP/IP: Transmision Control Protocol/Internt Protocol

Telnet: Protocolo de Acesso Entre Computadores na Internet

USB Universal Serial Bus

VPN: Virtual Private Network

WAN: Wide Area Network

WAP: Wireless Application Protocol

WEP: Wired Equivalent Privacy

WLAN: Wireless Local Area Network

WMAN: Wireless Metropolitan Area Network

WPAN: Wireless Personal Area Network

WWAN: Wireless Wide Area Network

Wireless: Redes Sem Fio

WI-FI: Wireless Fidelity

WBXML: WAP Binary XML

WSP: Wireless Session Protocol

3G: Terceira Geração

xi

Lista de Figuras Figura 1: Processos de Aplicação, Conexões e Sistemas.

Figura 2: Modelo OSI

Figura 3: Modelo TCP/IP

Figura 4: Comparação entre os Modelos OSI e TCP/IP

Figura 5: LAN

Figura 6: MAN

Figura 7: Rede ATM

Figura 8: Rede Wireless LAN

Figura 9: Componentes para Redes Wireless

Figura 10: Pentágono da Sincronização em Ambientes Móveis.

Figura 11: Solução de Sincronização em Diferentes Dispositivos.

Figura 12: Comparação entre os Modos de Operação do Hotsync: FastSync e SlowSync

Figura 13: Servidor IntelliSync.

Figura 14: Tipos Diferentes de Transporte para Diversos Aplicativos de Sincronização

Compartilharem Informações.

Figura 15: Ambiente Experimental.

Gráfico 16: HotSync – SlowSync

Figura 17: SyncML – SlowSync

Figura 18: Comparativo entre HotSync e SyncML – SlowSync

Figura 19: HotSync – FastSync

Figura 20: SyncML – FastSync

Figura 21: Comparativo entre HotSync e SyncML - FastSync

Figura 22: HotSync - SlowSync

Figura 23: SyncML - SlowSync

Figura 24: Comparação entre as duas Amostras do HotSync no Modo SlowSync

Figura 25: Comparação entre as duas amostras do SyncML no Modo SlowSync

Figura 26: HotSync – FastSync

xii

Figura 27: SyncML – FastSync

Figura 28: Comparação entre as duas Amostras do HotSync no Modo FastSync

Figura 29: Comparação entre as duas Amostras do SyncML no Modo FastSync

Figura 30: Erro Dispositivo Móvel.

Figura 31: Erro Dispositivo Móvel – SyncML.

xiii

Lista de Tabelas Tabela 1: Hardwares

Tabela 2 : Softwares

xiv

Resumo

Redes Locais sem fio podem ser consideradas ambientes interessantes para prover

aos usuários de dispositivos móveis acesso a agregados de alto desempenho e

conseqüentemente executar uma gama de aplicações.

Entretanto, problemas intrínsecos relacionados com as redes sem fio e

dispositivos móveis (exemplos são: ruídos e tamanho de memória) podem reduzir a

vantagem desta abordagem. Neste trabalho, apresentamos uma avaliação de alguns

protocolos de sincronização que são usualmente utilizados em redes wireless

convencionais.

Este trabalho de pesquisa é interessante, pois o mesmo pode indicar os requisitos

de desempenho e recursos dos protocolos para acessar ambientes de agregados de alto

desempenho.

Nossos resultados experimentais mostram que os protocolos de sincronização têm

um desempenho diferente para transferir a mesma quantidade de dados.

xv

Abstract

Wireless LANs can be considered interesting environments to prove mobile users

to access high performance clusters to execute several class of applications.

However, intrinsic problems related to wireless networks and mobile devices (e.g.

noise and memory size) can reduze the advantage of this approach. In this work, we

present an evaluation of some synchronization protocols used in ordinary wireless

networks.

The research work is important because it can indicate the performance and

resource requirements of these protocols to access high performance cluster

environments.

Our experimentals show that these synchronization protocls have diferent

behaviour to transfer the same amount of data.

16

Capítulo 1 Introdução

As tecnologias de informação cada dia que passa buscam progressivamente

prover maior facilidades ao usuário final. Atualmente com a proliferação das redes

wireless e o uso de protocolos de sincronização, temos conseguido solucionar tarefas,

acessar dados contidos em nosso computador pessoal, por meio de dispositivos móveis

fazendo assim nossa imaginação entrar vez ou outra no mundo da ficção cientifica.

Podemos começar a imaginar situações onde nossos dispositivos nos ajudariam e

agilizariam procedimentos ainda hoje demorados e trabalhosos. Uma viagem de férias,

por exemplo, ao chegar ao aeroporto nossos dispositivos moveis se conectam as redes

wireless do aeroporto e da companhia aérea, automaticamente e dada a sincronização,

nossos dados são transmitidos, a reserva é confirmada e é feito o chek–in. Ao mesmo

tempo recebemos através do nosso PDA todas as informações do vôo, numero da

poltrona, portão de embarque, horário previsto de partida e de chegada juntamente com

as condições do tempo na cidade destino.

Imagine agora um grande empresário indo para uma importante reunião de

negócios em outro país. A caminho do aeroporto, ele se lembra de que não anotou o

telefone do hotel no qual ficará hospedado.

Rapidamente, ele acessa o banco de dados de seu computador pessoal por meio de

um dispositivo móvel, e obtém o telefone procurado, por meio da sincronização entre o

dispositivo móvel e o computador pessoal, teclando somente alguns dados.

Neste trabalho iremos apresentar as tecnologias para comunicação sem fio e os

diversos protocolos de sincronização disponíveis atualmente no mercado. Nosso estudo

se concentrou especificamente nos protocolos de sincronização HotSync e SyncML.

17

Esta monografia esta organizada de um modo que já no capitulo 2 apresentamos

uma visão geral das redes de computadores e dos modelos de referência OSI da iso e

TCP/IP.

No capitulo 3 abordaremos o ambiente wireless e sobre os protocolos de

sincronização. No 4 mostramos o ambiente experimental. Já o capitulo 5 aborda os

resultados obtidos com os protocolos de sincronização escolhidos para nosso objeto de

estudo.

Finalmente no capitulo 6 falamos de possíveis trabalhos futuros envolvendo redes

wireless e protocolos de sincronização.

18

Capítulo 2

Redes de Computadores A história da computação aponta o Ábaco e o quadrante como sendo os

dispositivos de auxilio a cálculos mais antigos de que se tem noticia. O Ábaco é capaz de

resolver as quatro operações básicas da matemática e já existia na babilônia a cerca de

3000 A.C Ele foi o principal instrumento de cálculo até o século XVII quando Blaise

Pascal, em 1642 inventou a primeira calculadora mecânica capaz de efetuar adições,

ficando assim conhecida como Pascalina.

Já o quadrante é um instrumento para cálculo astronômico que existiu por

centenas de anos antes de passar por inúmeros aperfeiçoamentos que iniciaram a partir do

século XVI.[BOL84]

Os primeiros computadores começaram a ser desenvolvidos por volta de 1930 e

1940 época considerada moderna. Porém os trabalhos desenvolvidos por Charles

Babbage e Josheph Marie Jaquard no século XIX são conhecidos como máquinas

precursoras dos computadores que conhecemos. Em 1945 John Von Neumann

formalizou o projeto lógico de um computador sugerindo que as informações que até

então eram lidas de cartões perfurados e executadas uma a uma fossem armazenadas na

memória do computador. Von Neumann em 1945, ingressou como consultor da equipe de

projetos da universidade da Pensilvânia, estabelecendo o paradigma de projeto de

computadores para varias gerações seguintes. Esta arquitetura ficou então conhecida

como “Arquitetura de Von Neumann”. Nos Estados Unidos durante a segunda guerra

mundial, Eckert e Mauchly desenvolveram, o ENIAC. Este mais tarde já sob a

responsabilidade da empresa Remington torna-se o primeiro computador vendido

comercialmente com o nome de Univac. Portanto já no inicio da década de 50, várias

máquinas foram construídas e por mais diferentes que fossem, todas seguiam a chamada

arquitetura Von Neumann.[WIL97]

Um grande erro ao se começar a estudar redes é a falta de preocupação em

entender da melhor maneira possível as arquiteturas dos computadores. Conhecendo a

19

história e as arquiteturas, o futuro profissional tende a estar mais apto para decisões que

envolvam tecnologias no geral.[DAN02]

A indústria de informática é considerada iniciante, se comparada a outros ramos

industriais (como por exemplo, a de automóveis); porém o crescimento mostrado pela

microeletrônica num espaço de tempo considerado curto foi e tem sido até os dias de hoje

espetacular. No que concerne a utilização de redes de computadores, podemos dizer que

hoje em dia já faz parte da cultura geral. Muito por causa do grande numero de usuários

que fazem uso da facilidade de serviços providos pela Internet.

A técnica de interligar os computadores e recursos geograficamente dispersos era

denominada de teleprocessamento (na época palavra exclusiva da IBM). Todos os

fabricantes de computadores rapidamente entenderam que as redes de computadores eram

o caminho a ser trilhado para a obtenção de um valor computacional agregado. Tal

compreensão deveu-se muito ao esforço de interligação de computadores com

arquiteturas distintas.

Redes de computadores são um conjunto de computadores interligados entre si,

independente do meio de conexão, não sendo necessariamente por fios de cobre, mas

também através de fibras, microondas, infravermelho e satélites de comunicação.

Segundo [DAN02], as redes de computadores podem ser observadas sob dois

pontos de vista: comercial e doméstico. Redes de computadores com fins comerciais

geralmente são utilizados para ligar vários computadores de uma mesma sala ou até

mesmo de centenas de km de distancia, transformando em uma rede onde todos parecem

que estão bem próximos um do outro, trocando informações, acessando as mesmas bases

de dados e fazendo mais algumas operações, conhecidas como cliente/servidor. Já as

redes de computadores com fins domésticos são utilizados para acessar informações

remotas, facilitar a comunicação entre pessoas, entretenimento e comércio eletrônico, que

vem crescendo em grande escala. Com o crescimento das tecnologias começou a surgir

mais uma gama de usuários, os usuários móveis, que são pessoas que utilizam notebooks

e dispositivos móveis para fazer o acesso a redes de computadores.

Vamos citar algumas facilidades das redes sem fio, algumas delas serão colocadas

mais à frente, explicando mais detalhadamente. Um grande exemplo muito comum é o

escritório portátil. Muitas pessoas quando viajam querem utilizar os equipamentos

20

portáteis para enviar e receber ligações, fax e correio eletrônico, sem contar ainda que

querem se conectar a computadores remotos sem se preocupar em que lugar do planeta se

encontra.

O advento das redes de computadores tem provido inúmeras facilidades aos

usuários comuns e aos especialistas no assunto. Segundo [TAN04] a segunda grande

categoria de utilização de redes é a comunicação entre pessoas, basicamente a resposta do

século XXI ao telefone do século XIX. O correio eletrônico (e-mail) já é usado

diariamente por milhões de pessoas em todo mundo e seu uso está crescendo

rapidamente. Em geral ele já contém áudio e vídeo, além de texto e imagens. O odor

talvez demore um pouco mais.

Sem duvida a diversidade de uso das redes de computadores crescerá rapidamente

no futuro, e é provável que esse crescimento se dê por caminhos que ninguém é capaz de

prever agora. Afinal quantas pessoas em 1990 previram que o fato de adolescentes

digitarem tediosamente pequenas mensagens de texto em telefones celulares enquanto

viajavam de ônibus seria uma imensa fabrica de dinheiro para as empresas de telefonia 10

anos depois? No entanto o serviço de short message (mensagens curtas) é muito

lucrativo. E desencadeou jogos, vídeo, áudio no celular fazendo com que os aparelhos

evoluíssem para o que são hoje em dia.

2.1 Modelos de Referência

Segundo [DAN02] um dos fatos verificados ao longo de vários anos na área de

redes de computadores foi à falta de modelos de referência padronizados sobre as

especificações detalhadas e claras das funções dos protocolos e seu inter-relacionamento.

Embora os protocolos associados ao modelo OSI sejam raramente utilizados nos dias de

hoje, o modelo em si é bastante geral e muito válido atualmente e com certeza por muito

mais tempo, visto que o que esta em constante mudança é a tecnologia e não as

referências. Já o protocolo TCP/IP tem características opostas, ou seja, o modelo

propriamente dito também não é muito usado, porém, os protocolos têm uso geral.

Portanto es a razão para examinarmos ambos minuciosamente.

21

2.2 Modelo de Referência OSI

A arquitetura OSI foi desenvolvida a partir de três elementos básicos:

• Os processos de aplicação existentes no ambiente OSI

• As conexões que ligam os processos de aplicação e que lhes permitem

trocar informações.

• Os sistemas.

FIGURA 1: Processos de Aplicação, Conexões e Sistemas.

22

O modelo de referência RM-OSI subdivide-se em sete camadas:

2.2.1 Camada Física

É a primeira camada do modelo, seu objetivo é a identificação elétrica e mecânica

da interface de rede. O projeto da rede deve garantir que quando um lado enviar um bit 1

o outro lado o receberá como um bit 1 e não como um bit 0.

Portanto o projeto da camada física pode ser considerado como de domínio do

engenheiro eletrônico.

2.2.2 Camada de Enlace

Detecta, e possivelmente corrige erros na camada de meios físicos. Sua principal

missão é transformar um canal de transmissão bruto em uma linha que pareça livre de

erros de transmissão não detectados para acamada de rede.

A camada de enlace é responsável pelo reconhecimento do inicio e final dos

quadros, pelo controle de fluxo entre remetente e destinatário e ainda pela forma de

acesso ao meio.

2.2.3 Camada de Rede

Esta camada agrupa protocolos de operação da rede, tais como algoritmos de

roteamento e de controle de congestionamento. Alguns dos serviços oferecidos por esta

camada são: a conexão com outros sistemas computacionais, roteamento dos datagramas

entre uma determinada origem e seu destino e ainda o estabelecimento/manutenção e

fechamento das conexões.

2.2.4 Camada de Transporte

A função básica da camada de transporte é aceitar dados da camada acima dela,

dividi-los em unidades menores caso necessário, repassar essas unidades à camada de

rede e assegurar que todos os fragmentos chegarão corretamente a outra extremidade. Se

23

a conexão oferecida na camada de rede for confiável, e econômica, as funções

necessárias na camada de transporte serão proporcionalmente reduzidas.

2.2.5 Camada de Sessão

A camada de sessão foi projetada para permitir a comunicação com sucesso entre

aplicações. Permitindo que os usuários de diferentes máquinas estabeleçam sessões entre

eles. As funções clássicas deste nível são o estabelecimento, o gerenciamento e o termino

de sessões.

2.2.6 Camada de Apresentação

A camada de apresentação relaciona-se com a preservação do significado das

informações transportadas, resolvendo problemas de diferença de sintaxe e semântica

entre sistemas abertos comunicantes.

2.2.7 Camada de Aplicação

Contém uma série de protocolos que auxiliam os processos dos usuários. Todas as

outras camadas existem para dar suporte a esta. Como exemplos temos a conexão de

terminais entre diferentes ambientes computacionais, transferência de arquivos e gerência

de nomes e endereços na rede. É a janela entre usuários comunicantes no ambiente OSI,

através do qual ocorre toda troca de informações significativa para estes usuários.

24

FIGURA 2: Modelo OSI

2.3 Modelo de Referência TCP/IP

Segundo [DAN02], o modelo de referência mais conhecido (e um dos mais

antigos) é o TCP/IP (Transmision Control Protocol/Internt Protocol). Este modelo surgiu

da rede Arpanet, que foi uma rede de pesquisa criada pelo departamento de defesa do

governo Norte Americano, visando a conexão de inúmeras redes. Como cada rede tinha

sua conexão á Arpanet, feita através de diferentes tipos de enlaces (exemplos são os

enlaces de rádio e satélites), vários problemas começaram a surgir e a necessidade de um

modelo ficou patente. O modelo de referência concebido foi o TCP/IP.

Diante da preocupação do Departamento de Defesa Norte-Americano de que seus

preciosos hosts, roteadores e gateways de interconexão de redes fossem destruídos de

uma hora para outra, definiu então que as redes deveriam ser capazes de sobreviver à

perda de hardware de sub-redes, com as conversações existentes sendo mantidas em

25

atividade. Ou seja, o departamento de defesa dos Estados Unidos queria que as conexões

permanecessem intactas enquanto as maquinas de origem e de destino estivessem

funcionando, mesmo que algumas máquinas ou linhas de transmissão intermediárias

deixassem de operar repentinamente [TAN04].

O modelo de referência TCP/IP subdividiu-se em quatro camadas:

2.3.1 Interface de Rede

Atribui a função de suporte à camada de rede, que é a camada imediatamente

superior a camada um do modelo TCP/IP.

2.3.2 Inter – Rede

Responsável pelo envio dos datagramas de um computador qualquer para outro

computador, independentemente de suas localizações na rede. Podendo até mesmo chegar

em uma ordem diferente daquela em que foram enviados. Obrigando assim que as

camadas superiores reorganizem caso seja fundamental a entrega em ordem.

2.3.3 Transporte

A finalidade desta camada no modelo TCP/IP é permitir que as entidades pares

dos hosts de origem e de destino mantenham uma conversação, exatamente como ocorre

na camada de transporte OSI. Portanto podemos afirmar que a camada de transporte deve

oferecer um serviço de qualidade mesmo que as camadas 1 e 2 não ofereçam tal serviço.

26

2.3.4 Aplicação

Nesta camada estão os protocolos que dão suporte as aplicações dos usuários. Ela

contém todos os protocolos de nível mais alto. Dentre eles estão o protocolo de terminal

virtual (Telnet), o de transferência de arquivo (FTP) e o de correio eletrônico (SMTP).

FIGURA 3: Modelo TCP/IP

A seguir, estão algumas das características mais comuns do TCP/IP:

• Transferência de arquivo - O protocolo de transferência de arquivo

(aplicações FTP e cópia distante (RCP)) permitem usuários transferir

arquivos entre os sistemas.

• Emulação de terminal - Telnet e rlogin provêem um método para

estabelecer uma conexão interativa entre sistemas de computador.

• Transparente acesso e compartilhamento de arquivo distribuído - O

Sistema de Arquivo em Rede (NFS) usa o protocolo de IP para estender o

27

sistema de arquivo suportando acesso aos diretórios e disco em outros

sistemas de computador.

• Execução de comando distante - Usando o shell remoto (rsh) e

programas execução remota (rexec), os usuários podem rodar programas

em computadores distantes e podem ver os resultados no próprio

computador. Isto deixa usuários de computadores lentos tirar proveito de

computadores mais rápidos correndo os programas no computador distante

mais rápido.

• Impressão distante - O comando UNIX lpr provê serviços de impressão

distantes.

2.4 Comparação entre os modelos de referência OSI e TCP/IP

O modelo criado pela ISO ou modelo de referência OSI é bem parecido com o

funcionamento do modelo de referência TCP/IP. O modelo OSI tem três conceitos

fundamentais: Serviços, Interfaces e Protocolos. Porém o modelo TCP/IP não faz a

distinção com clareza entre tais conceitos embora muito se tenha feito para tentar adaptá-

lo ao modelo OSI. Devido à utilização dos conceitos citados acima os protocolos do

modelo OSI são mais bem encapsulados que os do modelo TCP/IP e conseqüentemente

permitem ser substituídos muito mais facilmente conforme o andamento das mudanças

tecnológicas. Isto significa que o modelo não foi desenvolvido com base em um

determinado conjunto de protocolos, o que lhe deixou bem mais flexível e genérico.

No modelo TCP/IP verificamos o inverso. Consulte [TAN04] para mais detalhes.

Segue abaixo uma comparação entre os dois modelos:

28

FIGURA 4: Comparação entre os Modelos OSI e TCP/IP

A diferença mais marcante entre os dois modelos refere-se a quantidade de

camadas presentes em cada modelo: o modelo OSI tem sete camadas e o TCP/IP tem

quatro. Ambos possuem a camada (inter-) rede, transporte e aplicação, mas as demais são

diferentes.

O TCP/IP combina os aspectos da camada de sessão e apresentação dentro da sua

camada de aplicação.

Outra diferença sonante é na área de comunicação sem conexão e da comunicação

orientada a conexão reside no fato de que na camada de rede o modelo OSI é compatível

com a comunicação sem conexão e com a comunicação orientada a conexões. O modelo

TCP/IP tem apenas um modo de operação na camada de rede (sem conexão), mas aceita

ambos os modos na camada de transporte, oferecendo aos usuários a possibilidade de

escolha. No TCP/IP, faz-se a combinação das camadas física e de enlace do ISO em uma

camada.

O protocolo TCP/IP é o padrão no qual o desenvolvimento da Internet se baseou.

Portanto o modelo TCP/IP ganha credibilidade apenas por causa dos seus protocolos.

Em contraste nenhuma rede foi desenvolvida em torno de protocolos específicos

relacionados ao OSI, embora todos usarem o modelo de referência OSI como grande

guia de raciocínio.

29

2.5 Classificação das Redes de Computadores

Em termos gerais temos dois tipos de tecnologias de transmissão: links de difusão

e links ponto a ponto. As redes de difusão possuem um canal de comunicação

compartilhado por toda as máquinas da rede, podemos enviar ou receber pacotes a um ou

mais destinatários. Todo pacote enviado vai ter um endereço do destinatário. Eles vão ser

recebidos por todos, mas somente quem é o interessado pelo pacote é que vai receber o

conteúdo, o restante vai descartar o pacote.

As redes ponto a ponto consistem em muitas conexões entre pares de máquinas

individuais. Nesse caso o pacote para chegar no destino pode passar por uma ou mais

máquinas intermediárias. Sendo que estas rotas podem mudar, melhorando ou não a

transmissão, são utilizados alguns algoritmos de roteamento para tal. Tradicionalmente

classificamos as redes de computadores em: redes locais (LANs – Local Area Network),

redes metropolitanas (MANs – Metropolitan Area Network) e redes geograficamente

distribuídas (WANs – Wide Area Network). Abaixo uma breve descrição sobre cada

uma delas.

2.5.1 Local Area Network (LAN)

As redes locais LANs funcionam a uma velocidade de 10 Mbps a 100 Mbps, tem

um baixo retardo no envio e recebimento de pacotes, geram pouquíssimos erros e não

ocorre roteamento de informação. A principio elas são vistas como redes ideais para o

compartilhamento de recursos computacionais, tais como impressoras, discos rígidos,

scanners etc, e ainda a possibilidade de compartilhamento de softwares. A abrangência de

uma rede deste tipo pode ser de alguns metros até alguns quilômetros, juntando

computadores de uma mesma sala, prédio ou até mesmo interligando mais de um prédio,

como por exemplo, os campi de uma universidade.

Elas admitem diversos tipos de topologias. As duas topologias mais encontradas

são: a topologia em anel (um exemplo clássico desta rede é a Token Ring desenvolvida

pela IBM) e a de barramento (um exemplo clássico deste tipo de rede é a Ethernet,

30

idealizada por Robert Metacalf e desenvolvida em conjunto pelas empresas Xerox,

Digital e Intel) e estrela.

FIGURA 5: LAN

2.5.2 Metropolitan Area Network (MAN)

Nas redes metropolitanas MANs, a velocidade não é tão alta quanto as locais,

chega a ser cerca de 1 Mbps até 10 Mbps (utilizando fibra ótica) são redes que tem a

cobertura de uma cidade toda, no máximo 200 quilômetros, às vezes é necessário à

interferência de algumas operadoras publicas para que elas sejam todas interligadas. Elas

geralmente são administradas por alguma empresa de telecomunicação que fornece o

serviço.

Este tipo de rede possui as mesmas topologias que as redes locais (LANs). É uma

rede relativamente simples, uma vez que existe um ou mais barramentos onde os

computadores são interligados e a comunicação é feita por difusão. A IEEE estabeleceu

um padrão para este tipo de rede, que é caracterizado por dois cabos que constituem os

dois barramentos da configuração, os computadores estão conectados nestes dois

barramentos. O primeiro efetua a transmissão em um sentido e o segundo em um sentido

contrario.

As MANs são comuns em universidades hospitais e em organizações com várias

delegações espalhadas ao longo de espaço metropolitano.

31

Conforme mostra a figura abaixo, uma rede metropolitana é uma versão ampliada

de uma LAN, pois utilizam tecnologias semelhantes.

FIGURA 6: MAN

2.5.3 Wide Area Network (WAN)

As redes geograficamente distribuídas WANs englobam uma vasta região, desde

um estado, a paises ou até mesmo continentes. Por serem de custos bem elevados, devido

às comunicações utilizarem satélites ou microondas, elas são geralmente públicas. São

interligadas a várias sub-redes de comunicação que podem ser públicas ou privadas.

Comparadas com as redes locais LANs, a taxa de transmissão é dezenas de vezes

menores, por motivos de custo, chegando na casa do Kbps. Sem contar também que

possui uma taxa elevadíssima de erros e ocorre o roteamento das informações. Pela

questão de confiabilidade se algum desses roteadores precisar falar com um que não

esteja ligado diretamente a ele, precisam utilizar outros roteadores para que se

comuniquem, conseguindo assim executar a tarefa solicitada.

Na maioria da WANs, conforme mostra a figura abaixo, a sub-rede consiste em

dois componentes distintos: linhas de transmissão e elementos de comutação. As linhas

32

de transmissão, também chamadas de circuitos, canais ou troncos, transportam os bits

entre as máquinas. Os elementos de comutação são equipamentos especializados usados

para conectar duas ou mais linhas de transmissão. O termo mais conhecido para

identificar estes elementos de comutação é o roteador.

2.6 Redes de Computadores de Alta Velocidade

As redes de computadores de alta velocidade, conhecidas como ATM

(Asynchronous Transfer Mode), como o nome já diz, são assíncronas. ATM é uma

tecnologia baseada na transmissão de pequenas unidades de informação de tamanho fixo

e formato padronizado, denominada células. As células são transmitidas de conexões com

circuitos virtuais, sendo seu encaminhamento baseado em informação de um cabeçalho

contido em cada uma delas [SOA95].

Essa tecnologia é capaz de suportar diferentes serviços, diferentes tipos de tráfego

e altas taxas de transmissão.

O desenvolvimento da tecnologia ATM é observado nos segmentos desktop

(placas e conexões), LAN, backbone e WAN [DAN02].

Sobre esse tipo de redes trafegam dados, voz e imagens, sobre ela são aplicadas

técnicas de CoS (Class of Service) e QoS (Quality of Service).

A figura a seguir representa uma rede ATM:

33

FIGURA 7: Rede ATM

2.7 Redes de Computadores Sem Fio

Podemos dizer que as redes sem fio já vinham desde 1901, com o físico italiano

Guglielmo Marconi, aonde ele mostrou como funcionava um telegrafo sem fio que

transmitia informações dos navios para a costa, utilizando o código morse. Os modernos

sistemas digitais sem fio têm um desempenho melhor, mas é basicamente a mesma idéia

[TAN04].

Com toda a tecnologia disponível no mercado em relação a redes e comunicação,

temos todos os nossos dispositivos móveis pessoais como notebooks, celulares, entrando

e saindo de redes ad-hoc a todo instante.

Através das redes sem fio, podemos fazer com que todos os fios que interligam os

nossos computadores e outros dispositivos possam ficar conectados sem os mesmos.

As redes sem fio podem ser dividas em três categorias:

• A interconexão de sistemas é uma delas. Seria basicamente a conexão dos

periféricos de computadores, como mouses, teclados, impressoras,

câmeras digitais etc, fazendo assim que não seja mais necessária aquela

complicação, para muitos, de conectar todos os cabos nos seus devidos

34

lugares. Essas conexões seriam através da tecnologia Bluetooth, a qual

falaremos posteriormente.

• Uma outra categoria seria as LANs sem fio, onde vários equipamentos

poderiam ser colocados em rede através de um ponto de acesso que seria

conectado a Internet, através de cabos normais ou por outros meios. São

redes que estão se tornando mais comum em lugares no qual as instalações

Ethernet são consideradas trabalhosas demais, tanto residências ou

empresariais. Existe um padrão para essas redes que é o 802.11 que serão

abordados com mais detalhes no próximo capitulo. Podem chegar a 50

Mbps.

• Um terceiro tipo de redes sem fio, é usado nas WANs. Podemos citar

como um exemplo dessas redes, a terceira geração dos sistemas de

celulares, que podemos comparar com o funcionamento das LANs sem fio

sendo que a taxa de transferência é muito mais baixa, chegando a menos

de 1 Mbps, pela transferência ser a quilômetros e não metros. Também

existe um padrão para essas redes que é o 802.16.

Todas as redes sem fio têm que se conectar em algum ponto de rede de fiação,

para que possam acessar arquivos, acessar internet, acessar bancos de dados etc.

2.7.1 WPAN (Wireless Personal Area Network)

As redes pessoais sem fio (WPANs) são redes de tamanho limitado que permitem

a troca de informações num raio de até 10 m (ou num raio pequeno de cobertura). Essas

redes são voltadas principalmente para conexão de um computador a dispositivos

portáteis ou móveis tais como impressoras, telefones celulares, pagers e eletrodomésticos.

35

2.7.2 WLAN (Wireless Local Area Network)

As redes locais sem fio (WLANs) constituem-se uma alternativa ou mesmo uma

extensão às redes convencionais cabeadas. Fornecem as mesmas funcionalidades, mas de

forma flexível, de fácil configuração e com boa conectividade em áreas prediais ou de

campus. Além de redes locais, esta tecnologia pode ser utilizada para redes de acesso à

Internet, que nestes casos são denominadas redes WI-FI (Wireless Fidelity). As

WLANS utilizam sinais de rádio freqüência ou infravermelho para a transmissão de

dados, minimizando a necessidade de cabos de conexão dos usuários à rede.

Desta forma, uma WLAN combina comunicação de dados com mobilidade dos

usuários dentro da área de cobertura da rede, que pode atingir algumas centenas de

metros. Segue abaixo o exemplo de uma WLAN:

FIGURA 8: Rede Wireless LAN

2.7.3 WMAN (Wireless Metropolitan Area Network)

Rede metropolitana sem fio (WMANs) oferece uma cobertura geográfica maior

que as WLAN’s e altas taxas de transmissão.A crescente popularização dos hotsposts tem

ocasionado um grande aumento na procura de redes metropolitanas sem fio (WMANs),

tal constatação foi feita pela companhia portuguesa de pesquisa Datacomm especializada

36

em análises de mercado. De acordo com o estudo, as WMANs permitem aos

fornecedores de equipamentos conectarem os seus hotspots a Internet de maneira mais

fácil. Sem esquecer do fato que o acesso sem fio é mais econômico para usuários

distantes da rede central.

A segunda aplicação mais importante para WMANs é a conhecida Ethernet infra-

estrutura capaz de conectar as redes locais das empresas em diversas reuniões e em

muitas outras aplicações. Com o constante crescimento da tecnologia, o próximo passo

segundo a pesquisa será prover acesso em alta velocidade para usuários em áreas rurais.

de pesquisa Datacomm especializada em análises de mercado.De acordo com o

estudo, as WMANs permitem aos fornecedores de equipamentos conectarem os seus

hotspots a Internet de maneira mais fácil. Sem esquecer do fato que o acesso sem fio é

mais econômico para usuários distantes da rede central.

A segunda aplicação mais importante para WMANs é a conhecida Ethernet infra-

estrutura capaz de conectar as redes locais das empresas em diversas reuniões e em

muitas outras aplicações. Com o constante crescimento da tecnologia, o próximo passo

segundo a pesquisa será prover acesso em alta velocidade para usuários em áreas rurais.

2.7.4 WWAN (Wireless Wide Area Network)

As redes distribuídas sem fio são redes com grande dispersão geográfica, voltadas

para aplicações móveis que fazem uso de dispositivos móveis.

A rede é disponibilizada pelas operadoras de celular, podendo ser utilizada para

transmitir voz e dados.

37

Capítulo 3

Introdução ao Ambiente Wireless

Talvez o grande diferencial dos equipamentos wireless (redes sem fio) para os

outros equipamentos interligados na mesma rede seja mesmo a infra-estrutura. Algumas

vantagens que ela possui sobre as redes convencionais é a eficiência, a precisão e o baixo

custo das soluções [DAN02].

A largura de banda das redes wireless não chega nem perto das redes de fios de

cobre e fibra ótica suficientes para transmitir dezenas de milhões de bits por segundo para

computadores ou laptops em rede.

3.1 Ambiente Wireless

Atualmente estamos vivenciando o limiar de uma nova revolução que poucos

pensadores, tecnocratas e visionários algum dia imaginaram. Ou seja, estamos assistindo

e felizmente participando da revolução das redes wireless. Decidiu-se utilizar o nome

wireless e não redes sem fio devido ser uma notação utilizada internacionalmente.Vendo

que algumas pessoas que estão em constante deslocamento, se deparam com a já

constante necessidade de acessar dados, aplicativos a grandes distâncias, ter uma certa

facilidade nas respostas para as solicitações isto é um grande diferencial para

determinados ambientes de rede.

Daqui para frente e cada vez mais, as redes wireless farão parte do nosso dia-a-

dia. Muito além das redes celulares que hoje cobrem países inteiros, com o sistema global

de localização via satélite (Global Positioning Satellite System, ou GPS), surge uma

nova rede de banda larga que ameaça dominar o cenário mundial.Estamos falando da

rede Wi-Fi.

38

O ambiente wireless tem trazido grandes vantagens a todos usuários de laptops,

computadores de mão ou da internet. Onde você estiver, nas grandes cidades, haverá

sempre uma rede wireless à sua volta, seja num aeroporto, hotel, centro de convenções,

supermercado, shopping center ou estádio. Para quê? Para mil aplicações, por meio das

estradas invisíveis dos sinais de rádio, você pode aproveitar o tempo precioso em que

espera o embarque no aeroporto para acessar a internet em alta velocidade, entrar num

site de comércio eletrônico, pesquisar informações em bancos de dados econômicos,

preparar relatórios com informações remotas, transmitir todas as mensagens que quiser,

baixar fotos digitais ou simplesmente ficar jogando a última versão de seu videogame

predileto.

Portanto afirmamos uma vez mais que as redes wireless chegarão para ficar e

estão revolucionando o mercado das redes de telecomunicações e computadores. tanto na

comunicação de voz, no acesso a Internet, comercio eletrônico, entretenimento,

videoconferência móvel e até mesmo na localização de pessoas em qualquer ponto do

planeta, via celular GPS, ou outro dispositivo móvel.

3.2 Tecnologias

Algumas tecnologias de transmissão utilizadas existentes são: à rádio,

infravermelho e a laser.

• Rádio: é uma das mais utilizadas hoje em dia para comunicação sem fio,

são de fácil geração, percorrem grandes distâncias e podem atravessar até

paredes.

• Infravermelho: utilizado geralmente em casas, conectando pequenos

dispositivos a pequenas distâncias, por exemplo, controle remoto das

televisões.

• Laser: uma aplicação típica para esta tecnologia é a interligação entre

prédios, seu raio é muito estreito, cerca de 1mm e o seu maior problema é

que sofre fácil interferência externa, chuva, fumaça e neblina [SAS02].

39

3.3 Introdução WLANs (802.11)

As inúmeras vantagens que as redes locais wireless oferecem sempre enfrentaram

alguns problemas com a falta de padronização, isto era um grande obstáculo para o

crescimento destas redes.

O grupo de trabalho para o desenvolvimento do protocolo 802.11 foi criado em

1990. O objetivo era criar um padrão para redes WLANs. Sendo especificado para operar

na freqüência de 2.4 Ghz.

Passados sete anos (1997), o grupo aprovou o padrão IEEE 802.11 como o

primeiro padrão mundial para WLANs.

O 802.11 é a padronização de arquitetura para redes wireless pertencente à

padronização 802 da IEEE para redes locais e metropolitanas [SAS02].

Em 1999 o grupo de trabalho aprovou duas extensões para o 802.11:

• 802.11 a - (U –NII band – Unlicensed National Information Infrastructure)

5 GHz. Para operar a 54Mbps e somente permitir acesso para usuários em

um de raio de até 15 metros.

• 802.11 b – que possui 2.4GHz, opera a 11Mbps e permite acesso para

usuários em um raio de 300 metros.

Com essa padronização as empresas puderam começar a utilizar todos os serviços

de redes wireless baseando-se em um sistema aberto, as redes locais (um clássico

exemplo é o da Ethernet), este padrão fez com que aumentasse o número de fabricantes e

com isso, os custos de placas e dispositivos foram reduzidos.

As redes 802.11 podem operar em dois modos:

• Ad-hoc: redes temporárias

• Infrastructure: controlada por pontos de acesso

O modelo de protocolo do padrão 802.11 é basicamente divido em três camadas:

LLC (Logical Link Control), MAC (Médium Access Unit) e PHY (Physical).

3.3.1 Família 802.11

A família 802.11 é grande, segue abaixo a descrição da família como um todo:

40

• 802.11a – 54 Mbps em um raio de 15 metros.

• 802.11b – 11 Mbps em um raio de 300 metros.

• 802.11c – Especificação para operar com IEEE 802.11 MACs

(Machintosh).

• 802.11d – Especificação para telecomunicações e troca de informações

entre dois sistemas.

• 802.11e – Suporte para aplicações que precisam de QoS (qualidade de

serviço).

• 802.11f – Recomendação para redes ponto a ponto sob protocolo IAP

(Inter Acess Point).

• 802.11g – Padrão para tráfego maior que 20 Mbps em freqüência de 2.4

Ghz.

• 802.11h – Gerenciamento do espectro 802.11a – Requer equipamentos

para verificar as freqüências utilizadas na transmissão.

• 802.11i – Melhoria na segurança do padrão 802.11 MAC.

Demos maior destaque à família 802.11, pelo fato de a base do desenvolvimento

do nosso trabalho se concentrar nas WLANs. Especificamente na 802.11b. As WLANs

oferecem e oferecerão cada vez mais recursos úteis. O simples fato de poder utilizar a

rede ou a Internet em qualquer ponto ou local, sem a necessidade de conectar cabos já

representa uma grande vantagem.

Muitas empresas já conseguiram verificar um aumento de produtividade devido à

mobilidade que os funcionários têm com seus dispositivos de acesso (notebooks, entre

outros dispositivos móveis). Ainda há de se considerar que não é preciso realizar

nenhuma alteração na estrutura do prédio para instalar uma rede sem fio, o que poupa

gastos e impede o inter-rompimento das atividades.

Apesar de haver problemas de segurança, nada impede que as WLANs sejam

cada vez mais usadas. Mesmo porque novas soluções de proteção estão sendo

pesquisadas e serão disponibilizadas tão logo quanto possível.

41

3.4 Introdução WPANs (802.15)

Nos anos noventa, iniciaram os esforços para desenvolver uma classe diferente de

conexão entre dispositivos pessoais, periféricos de computador e similares, com isto

surgiu a necessidade de desenvolver-se aplicações que estivessem inseridas a alguns

metros de uma pessoa. Nascendo assim o conceito de rede pessoal sem fio (WPAN).

O IEEE 802.15 é o grupo de trabalho do IEEE para as redes de áreas pessoais sem

fio (WPANs). Estas redes são de curto alcance, variando entre 10 e 100 metros

dependendo da potência dos equipamentos utilizados.

O Bluetooth que é o padrão IEEE 802.15.1 é o filho mais famoso deste grupo.

Foi criado por um consórcio de algumas grandes empresas como 3COM, Agere,

IBM, Intel, Microsoft, Motorola, Nokia, Toshiba entre outras, para ser um padrão de

comunicação via rádio, entre computadores, telefones e dispositivos móveis. Sendo

chamado de Bluetooth SIG (Special Interest Group). Utilizado para transmissão de voz

em tempo real e comunicação de dados em redes wireless.

A operação do Bluetooth é efetuada em uma banda de freqüência entre 2402 e

2480 Ghz que está globalmente disponível e tem compatibilidade mundial, sendo assim

um padrão global para conectividade wireless [DAN02]. Juntamente com essa facilidade

e ter um custo relativamente baixo, torna a tecnologia um padrão para este tipo de

comunicação.

Para evitar a interceptação na comunicação através de Bluetooth, é utilizada uma

tecnologia chamada de “frequency hopping spread spectrum" fazendo com que a

freqüência alterne 1600 vezes por segundo, além de possuir controles de software e um

código de identificação em cada chip asseguram que somente equipamentos previamente

determinados possam fazer acesso a rede [SAS02].

Dentro da família 802.15 do IEEE, temos ainda os dois irmãos do Bluetooth. Um

é o ZigBee e o outro é o UWB.

42

3.4.1 UWB

É o padrão IEEE 802.15.3 com alta taxa de transmissão de dados.

3.4.2 ZIGBEE

É o padrão IEEE 802.15.4, WPAN de baixa taxa de transmissão de dados.

Segundo o instituto West Technology Research Solution o potencial global para ZigBee

em mercados de baixa taxa de transmissão não tem diminuído e sua demanda está sendo

construída. Num futuro não muito distante, não será difícil contar pelo menos 50 chips de

ZigBee numa residência.

Eles serão encontrados nos interruptores de lâmpadas, em detectores de fogo e

fumaça, termostatos, eletrodomésticos na cozinha, e em controle remotos de vídeo e

áudio. Os mesmos princípios se aplicarão para redes nos mercados industrial, de

automação e outros.

3.5 Introdução a WMANs (802.16)

Com a privatização do sistema de telefonia em muitos países, os concorrentes que

disputam as empresas de telefonia com freqüência têm permissão para oferecer serviços

locais de voz e Internet de alta velocidade. Sem duvida, há uma grande demanda por

esses serviços. O problema é que estender cabos de fibra coaxias ou mesmo de par

trançado da categoria cinco até milhões de residenciais e escritórios é algo

proibitivamente dispendioso. O que uma empresa concorrente deve fazer?

A resposta é a rede wireless de banda larga. Erguer uma grande antena em uma

colina fora da cidade e instalar antenas orientadas nos telhados dos clientes é muito mais

fácil e econômico do que cavar valas e estender cabos [TAN04].

Com a crescente expansão das redes wireless e percepção dos especialistas,

pesquisadores e acadêmicos que tais redes dominariam o mercado surgiu à necessidade

43

de se criar um padrão de banda larga wireless. Foi assim que o IEEE com ajuda de

acadêmicos e principalmente de CIO’S de empresas importantes de tecnologia da

informação elaboraram o padrão 802.16. Chamado oficialmente de “Air Interface for

Fixed Broadband Wireless Acess Systems” (interface aérea para sistemas fixos de

acesso sem fio de banda larga) e batizado de WIMAX.

Este padrão irá trazer ao mercado de redes sem fio MAN todas as vantagens que o

IEEE 802.11b trouxe para as redes LAN.

Realçamos que como alguns dos outros padrões 802, o 802.16 também é

fortemente influenciado pelo modelo RM_OSI.

O padrão 802.16 usa freqüências de 2 GHz a 11 GHz para criação das redes

metropolitanas sem fio e funciona como uma extensão de tecnologias de acesso à Internet

em banda larga, como ADSL ou cabo.

O IEEE 802.16 oferece conexões de até 70 Mbps cerca de 270 vezes mais rápido

do que uma conexão de 256 Kbps em distâncias que chegam a até 50 quilômetros.

Com este alcance e velocidade os enlaces 802.16 podem ser considerados

concorrentes diretos de algumas aplicações das fibras ópticas, cable modems e

comunicação ADSL.

O Brasil está à margem desta tecnologia. O Banco Santos e o Banco do Brasil

anunciaram recentemente o início de estudos para expansão de sua rede de atendimento

utilizando o padrão 802.16. O objetivo destas instituições é aumentar a flexibilidade no

fornecimento de serviços a seus clientes, além da redução de custo com a infra-estrutura

de TI (Tecnologia de Informação).

3.6 Introdução a WWANs (802.20)

As WWANs são links de longo alcance que conectam usuários móveis a redes

corporativas e à Internet, por meio de redes públicas de telefonia celular. No Brasil, as

tecnologias mais avançadas nessa categoria são o CDMA 1xRTT e o GSM/GPRS, com

taxas médias de transmissão variando entre 30 Kbps e 40 Kbps.

44

O país já conta com padrões mais avançados, como CDMA 1xEV-DO, com

transmissão de dados de 2,4 Mbps; e GSM/EDGE, (que atinge 384 Kbps).

Há no mercado uma discussão sobre se as WLANs e WWANs complementam-se

ou se concorrem entre si, e se os padrões Wi-Fi tomarão mercado das tecnologias 3G

(Terceira Geração).

Segundo, [Blois da Nortel]: “Na verdade, os dois tipos de redes se

complementam, embora às vezes possam competir”. “Em um aeroporto, por exemplo, o

usuário pode deixar de se conectar a rede celular e optar pelo uso de hotspot, por ser mais

barato”.

O principal apelo das WWANs é a sua cobertura nacional e até mundial, embora

com largura de banda mais reduzida.

A desvantagem mais mencionada pelos especialistas é o custo de uso, uma vez

que envolve contrato com operadoras de celular. Mas, pelo menos enquanto a tecnologia

Wi-Fi não evolui em termos de alcance, as WWANs continuarão sendo as únicas opções

de conexão “em qualquer lugar, a qualquer hora”, servindo principalmente executivos

que se deslocam constantemente e precisam conectar sistemas corporativos ou acessar e-

mails.

Terminando explicações sobres tipos de redes sem fio, abaixo mostramos uma

figura com alguns componentes utilizados em redes wireless:

45

FIGURA 9: Componentes para Redes Wireless

3.7 Tecnologias de Sincronização

Segundo [BAD95] a sincronização em ambientes móveis pode ser definida como

o ato de estabelecer equivalência entre duas coleções de dados, entre cliente e servidor,

apôs a ocorrência de alteração nos registros armazenados.

Depois de sincronização de dados cada elemento de dados em uma coleção é

mapeado por um elemento de dados em outra, sendo que seus dados são equivalentes,

entretanto não necessariamente idênticos.

A seguir serão apresentados os tipos de sincronização existentes:

3.7.1 ONE WAY

A sincronização ONE WAY compreende a transferência de atualizações de dados

em sentido único [PAL00]. Logo após um dispositivo estabelecer conexão com outro ele

indica todas as alterações realizadas localmente. Uma vez transmitidos, os dados são

aplicados no banco de dados do receptor.

46

O dispositivo receptor não recebe nenhuma mensagem de aceite ou erro na

efetivação das requisições ao banco de dados.

A sincronização ONE WAY, pode ser aplicado de duas formas: no sentido

cliente/servidor como no sentido servidor/cliente.

a) One way Cliente/Servidor

Neste tipo de sincronização o cliente é responsável por iniciá-la e submeter todas

as modificações ao servidor, mas o servidor não retorna o resultado final das ações

realizadas no banco de dados.

b) One way Servidor/Cliente

O servidor inicia a transmissão, que se conecta com o cliente e submete todos os

dados atualizados no banco de dados consolidado. Após terminar a transferência, o

cliente possui a versão atualizada de todos os registros do banco de dados do servidor. O

servidor não captura nenhuma alteração feita pelo cliente.

3.7.2 TWO WAY

A transmissão das modificações ocorre nos dois sentidos, tanto do cliente como

do servidor. A sincronização começa pelo cliente. O servidor identifica e trata os

conflitos existentes retornando ao cliente os dados corretos. No final, o cliente e o

servidor possuem os mesmos dados.

3.8 Protocolos de Sincronização

Para podermos enviar e receber informações instantaneamente dependemos dos

nossos dispositivos de computação e de comunicações móveis. Esses dados podem

47

depois ser modificados e atualizados em vários locais, para depois serem sincronizados

com aplicações compatíveis no escritório ou em casa. Contudo, a possibilidade de

sincronização de dados tem sido limitada por vários conjuntos de protocolos

proprietários, cada qual funcionando apenas com específicos dispositivos, sistemas e

tipos de dados. As limitações que estas tecnologias não interoperáveis colocaram no

acesso e envio de dados, restringiram a verdadeira mobilidade dos utilizadores de redes

móveis.

Um protocolo de sincronização define o fluxo de trabalho para comunicação,

durante uma secção de sincronização de dados quando o dispositivo móvel é conectado a

rede fixa.

Segundo [BRE99], um protocolo de sincronização deve dar suporte a

identificação de registros, comandos de protocolos comuns para sincronização de dados

local e de rede, e poder apoiar a identificação e resolução de conflitos de sincronização.

O objetivo dos protocolos de sincronização de dados é o de rapidamente

identificar possíveis mudanças, resolver conflitos e propagar novidades aos vários

aparelhos de sincronização.

A falta de um protocolo de sincronização de dados comum impede o crescimento

do uso de dispositivos móveis, restringindo a habilidade de usuários para ter acesso a

dados e limitando a entrega de operações realizadas sobre dados móveis.

Neste trabalho abordamos alguns dos mais populares protocolos de sincronização

nomeadamente: HotSync, IntelliSync, CpiSync e o SyncML.

Nosso estudo específico concentrou-se sobre os protocolos de sincronização

HotSync e SyncML, nos próximos Capitulos estaremos apresentando o ambiente

experimental e os resultados obtidos.

Antes de começarmos a descrever os protocolos acima, convém dizer que todos

os protocolos tendem a alcançar o pentágono da sincronização em ambientes móveis,

apresentado a baixo. Uma vez que o mesmo contém todos os fatores que garantem uma

boa sincronização. Mas nenhum dos protocolos citados alcança tal objetivo

48

FIGURA 10: Pentágono da Sincronização em Ambientes Móveis.

A sincronização entre dispositivos móveis é determinada por uma série de fatores

incluindo a latência da sincronização, a quantidade de bateria utilizada, o custo monetário

envolvido, a robustez e a confiabilidade da rotina de sincronização.

Sendo assim, um bom protocolo de sincronização é aquele que tende a atender

tais direções.

Os dispositivos móveis são limitados na comunicação devido às limitações na

cpu, memória e bateria. São incapazes de rapidamente processar ou transferir grandes

somas de dados.

O mercado de sincronização atual consiste em soluções proprietárias múltiplas.

Muitas organizações não estão dispostas a desenvolver múltiplos canais e a implementar

varias soluções de sincronização para permitir o acesso de múltiplos dispositivos a um

único banco de dados devido à complexidade e o custo de manutenção.

Apresentamos a baixo uma figura demonstrativa para a solução de sincronização

em diferentes dispositivos:

49

FIGURA 11: Solução de Sincronização em Diferentes Dispositivos.

3.8.1 HOTSYNC

Os dispositivos móveis, como são popularmente chamados, administram o

sistema de operação. Este sistema operando, providencia uma implementação do

protocolo de sincronização HotSync, como interface middleware para dados que os

programas precisam para ser sincronizado com outro aparelho ou computadores.

O HotSync opera em dois modos: SlowSync e FastSync.

O FastSync é aplicado quando o dispositivo é sincronizado com o mesmo

computador que sincronizou pela ultima vez. Neste caso o dispositivo móvel usa o status

bandeira que determina que as mudanças já ocorreram desde a ultima sincronização.

O status bandeira mantém cada arquivo numa aplicação de banco de dados, e são

seguras quando o dado é colocado, excluído ou modificado, dentro de um pedido de

sincronização do usuário.

O dispositivo transmite para o computador todos os arquivos do status bandeira

que já foram trocados. O computador compara este arquivo com a própria base de dados,

com os seguintes resultados:

• Inserção: o arquivo é adicionado ao desktop (base de dados).

• Alteração: o arquivo é trocado com a versão do desktop (base de dados).

• Exclusão: o arquivo do desktop (base de dados) é excluído.

50

• Armazenado: o arquivo é salvo dentro do computador desktop (base de

dados).

O FastSync é a melhor opção quando a sincronização ocorre somente entre dois

dispositivos, sendo que o dispositivo poderá recordar flags de status somente de um

computador.

O SlowSync ocorre quando a condição principal do FastSync não é encontrada.

Podemos dizer que o SlowSync ocorre quando o dispositivo sincroniza o último

aparelho com diferentes desktop.

A figura abaixo mostra as diferenças entre o SlowSync e FastSync:

FIGURA 12: Comparação entre os Modos de Operação do Hotsync: FastSync e

SlowSync

No FastSync o tempo de comunicação entre o computador e o dispositivo móvel é

reduzido porque apenas as modificações antigas são enviadas de um dispositivo móvel

para o computador. Por esta razão o FastSync, é mais eficiente que o SlowSync no que

diz respeito à latência e ao manuseio da largura de banda.

Uma inconveniente propriedade do SlowSync é que a comunicação e a

complexidade do tempo aumenta linearmente como número de arquivos guardados

dentro do parelho, independentemente do número de arquivos modificados.

51

Podemos dizer que com o avanço de tecnologias de conexão dos dispositivos

móveis com os computadores e as redes sem fio, se tornarão cada vez mais rápidas, com

isso a latência do SlowSync se transforma em um assunto tratável.

3.8.2 INTELLISYNC

O IntelliSync, produto fabricado pela PumaTech, faz sempre a sincronização do

tipo “FastSync Enabled” em ordem para minimizar o tempo de conexão. Utiliza um

servidor central com o qual os dispositivos móveis sincronizam sempre.

O IntelliSync fica periodicamente sincronizanado qualquer fonte de dados com o

Microsoft Exchange, cuja a fonte está conectada a um aparelho fixo.

O período entre duas consecutivas sincronizações é controlado pelo administrador

do servidor e reflete uma Trade–Off entre a precisão da informação do usuário e a

comunicação overhead que se precisa para uma freqüente sincronização.

FIGURA 13: Servidor IntelliSync

52

3.8.3 CPISYNC

Segundo [TRA01] e [TRA02], é uma abreviação de “Characteristic polynomial

interpolation syncronization”, faz a complexidade do tempo da sincronização quase

independente do tamanho do conjunto de dados a ser sincronizado, e somente dependente

do número de diferenças entre os dois conjuntos de dados.

O mesmo é baseado em uma solução algébrica ao problema de reconcialização;

[MIN00]. É escalável com o número de dispositivos na rede e o tamanho do banco de

dados a ser sincronizado.

Portanto o CpiSync tem um contraste no modo SlowSync, o qual utiliza uma

transferência de dados inteira entre os hosts enquanto sincroniza os dados, fazendo com

que a sincronização dos dados em tempo linear com relação ao número de registros

armazenados no banco de dados.

O volume de dados transferidos, para esta sincronização, depende das diferenças

entre as bases de dados, para todas as intenções e independentes propósitos.

Em contraste a outros protocolos, o CpiSync não precisa manter algum estado de

informação sobre outro dispositivo dentro da rede.

O CpiSync pode na verdade operar como uma interface middleware para qualquer

protocolo que mantém consistente a informação distribuída.

3.8.4 SYNCML

O SyncML foi concebido para ser um protocolo de sincronização comum com

três finalidades principais:

• permitir que dispositivos eletrônicos de comunicação acessassem outros

tipos de informações em rede.

• criar novos serviços de sincronização para os consumidores.

• expandir as opções de produtos de sincronização de dados interoperáveis.

O SyncML é uma iniciativa que está sendo gerenciada pela Nokia em cooperação

com a IBM, Lotus, Ericsson, Motorola, Openwave, Symbian e Starfish Software.

53

Pode sincronizar dados, independentemente das linguagens de programação ou

dos aplicativos de sincronização utilizados por cada dispositivo. Isso permite a

comunicação entre aplicativos executados em linguagens diferentes em dispositivos

diferentes. Além disso, ao reduzir a implementação do protocolo, o SyncML é a escolha

ideal para a computação móvel, pois deixa livre memória para outros aplicativos.

Devido à grande variedade de dispositivos de computação e de comunicação

existentes atualmente - por exemplo, dispositivos móveis e calendários baseados na web,

torna-se cada vez mais importante à possibilidade de sincronizá-los visto que a maioria

dos dispositivos compartilha aplicativos semelhantes.

Ele possibilita a sincronização universal entre todos os dispositivos compatíveis,

permitindo o acesso atualizado em tempo real a calendários, listas de tarefas e contatos,

independentemente do dispositivo que o usuário leve consigo ou dos aplicativos

utilizados. E ainda que diferentes aplicativos de sincronização compartilhem

informações, utilizando praticamente qualquer tipo de transporte. Exemplo na figura

abaixo:

FIGURA 14: Tipos Diferentes de Transporte para Diversos Aplicativos de

Sincronização Compartilharem Informações

54

Características do protocolo SYNCML:

Pode-se destacar as seguintes características:

• Opera eficientemente sobre redes wireless e com fios

• Suporta uma grande variedade de protocolos de aplicação, como o HTTP,

WSP, OBEX, SMTP, POP3, IMAP e protocolos proprietários.

• Acesso a dados de uma variedade de aplicações.

Vantagens do SYNCML

Os fabricantes de dispositivos que por ventura desejarem trabalhar com

tecnologias que atendam às necessidades de acesso a dados de todos os usuários e

provedores de serviços, terão inúmeros entraves visto que na prática um dispositivo

aceita apenas uma tecnologia de sincronização de dados. Isso se deve às restrições de

espaço de armazenamento, memória, consumo de energia e custos. Um protocolo comum

- que torne os dispositivos compatíveis com uma ampla gama de aplicativos, serviços e

tecnologias de transmissão - trará inúmeras vantagens para os fabricantes de dispositivos.

Assim sendo, O SyncML lhes permitirá comercializar dispositivos com mais recursos e

mais fáceis de configurar e de utilizar.

Os provedores de serviços, que entram na área de hospedagem de aplicativos

estão preocupados com as tecnologias de sincronização, o que poderá tornar inviável dar

suporte aos seus clientes de uma maneira econômica. Para que os mesmos possam

oferecer suporte a toda a gama de tipos de dados e de dispositivos em uso, precisam

instalar e configurar diversas infra-estruturas de servidor, bem como mantê-las e atualizá-

las para preservar a compatibilidade e o desempenho. O uso do SyncML, como solução

única para a conectividade de dados, pode resolver todos esses problemas e, ao mesmo

tempo, reduzir os riscos financeiros da adoção de uma solução única.

O SyncML também trás vantagens para os desenvolvedores, visto que os mesmos

podem criar aplicativos para conexão com um conjunto mais amplo de dispositivos e

dados em rede. Além disso, a utilização de um protocolo comum de sincronização de

dados reduz os custos que seriam necessários para dar suporte a várias tecnologias de

sincronização, além de oferecer aos desenvolvedores a flexibilidade necessária para que

55

desenvolvam o repositório de dados em rede e, ao mesmo tempo, mantenham a

compatibilidade com as versões anteriores. Essa flexibilidade facilita a instalação,

tornando os aplicativos mais atraentes para os provedores de serviços.

Funcionamento

Para atingir o objetivo de estabelecer um protocolo de sincronização comum que

conecte qualquer dispositivo compatível por diversas redes, o SyncML deve superar as

exigências da comunicação sem fio. Determinados recursos das redes sem fio como alta

latência da rede, largura de banda limitada e custos de transmissão relativamente

elevados impõem um alto nível de exigência ao protocolo de sincronização.

Por exemplo, com o objetivo de neutralizar os efeitos de ambientes com largura

de banda limitada, o SyncML utiliza o WBXML (WAP Binary XML), para reduzir ao

máximo os pacotes de dados transmitidos. Para minimizar os custos de transmissão,

também reduz o número de interações de dados de solicitação/resposta entre dispositivos.

O SyncML também consegue manter uma comunicação consistente com os dispositivos,

mesmo quando ocorrem interrupções momentâneas na conexão.

O SyncML pode ainda sincronizar dados nos diversos protocolos utilizados por

aplicativos em rede e dispositivos sem fio. Ele pode funcionar de forma simples e eficaz

com a Internet (HTTP); OBEX (Bluetooth, infravermelho etc); padrões de e-mail (SMTP,

POP3 e IMAP); redes TCP/IP; e outros protocolos de comunicação sem fio.

Existe sete diferentes tipos de sincronização definidos pelo SyncML,

nomeadamente:

TWO WAY SYNC

É a mais normal e largamente usada. O cliente e o servidor trocam os dados

modificados somente no final.

O cliente começa sempre a sincronização, mandando primeiramente as

modificações.

56

SLOWSYNC

Pode ser considerada como uma sincronização two way, porém aqui o cliente

envia o banco de dados inteiro ao invés de somente as modificações.

Pede ao servidor para preparar a analise da sincronização para os dados entre

cliente e servidor. O servidor retorna sempre as modificações requeridas pelo cliente.

ONE WAY SYNC FROM CLIENT ONLY

Somente neste tipo de sincronização, o cliente envia todas as modificações para o

servidor, mas não espera nenhuma modificação do servidor.

REFRESH SYNC FROM CLIENT ONLY

É um tipo especial ONE WAY SYNC FROM CLIENT, onde o cliente exporta

todos os dados do banco de dados para o servidor.

Ao servidor é esperado, repor os dados existentes com o banco de dados recebido

do cliente.

ONE WAY SYNC FROM SERVER ONLY

Este tipo de sincronização envia todos os dados modificados do servidor para o

cliente e não espera qualquer modificação do cliente.

REFRESH SYNC FROM SERVER ONLY

É um tipo especial do ONE WAY SYNC FROM SERVER, onde o servidor

exporta todos os dados do banco de dados para o cliente. Ao cliente é esperado repor os

dados existentes como banco de dados recebido do servidor.

57

SERVER ALERTED SYNC

O servidor alerta o cliente para preparar uma sincronização, dizendo também ao

cliente qual dos tipos de sincronização acima há de ser usado entre eles.

Sendo o primeiro protocolo de sincronização universal, o SyncML oferece total

liberdade aos usuários de dispositivos móveis.

Nenhum dos protocolos de sincronização existentes hoje oferece esse tipo de

conectividade universal. Portanto, com aplicativos compatíveis com SyncML, os usuários

poderão acessar informações como e-mails, calendários, listas de tarefas, informações de

contato e outros dados essenciais, independente da plataforma, do fabricante ou do

aplicativo.

Concluindo, achamos interessante ressaltar que o SyncML não se limita apenas

aos usuários de celulares. Também permite a sincronização por outros canais de

transmissão como redes fixas, infravermelho, cabo ou Bluetooth.

Na verdade, o SyncML permite até mesmo que os usuários sincronizem

informações armazenadas em aplicativos compatíveis baseados na Web. Essa

flexibilidade, junto com o design avançado e aberto, ajuda a torná-lo a mais moderna

padrão de sincronização para qualquer aplicativo ou dispositivo compatível do mundo

móvel.

58

Capítulo 4 Ambiente Experimental

Foi construído um ambiente experimental utilizado para realizar todos os testes do

trabalho, gerando assim uma série de resultados aonde serão analisados e comentados no

próximo capitulo.

Dividimos o ambiente experimental em duas partes, à parte dos hardwares e a

parte dos softwares utilizados, abaixo estarão duas tabelas montadas com cada um deles.

Tipo do

Dispositivo

Modelo/Fabricante Memória Processador Sistema

Operacional

Velocidade/

Família

Móvel Tungsten C (Wi-Fi)

/ Palm

64 MB 400 MHz

Intel

PXA255

Palm OS

5.2.1

Móvel Tungsten C (Wi-Fi)

/ Palm

64 MB 400 MHz

Intel

PXA255

Palm OS

5.2.1

Desktop Intel 256 MB Intel Celeron

1700 MHz

Windows

2000 Pro

Service Spck

4

Access

Point

DWL-900AP+ / D-

Link

– – – 2.4 GHz /

802.11b

TABELA 1: Hardwares

59

Fabricante Programa Dispositivo

Instalado

Versão Objetivo

Palm Powered Palm Desktop Desktop 4.1 Acessar os dados

Palm Powered Gerenciador

HotSync

Desktop 4.1.0 Gerenciar o

protocolo de

sincronização

Politecnico Di

Torino

TrafMeter Desktop 3.40.95 Monitorar

tráfego da rede

D-Link Wireless Access

Point

Configuration

Utility

Desktop 3.06 Configurar o

Acess Point para

acessos

Synthesis Synthesis Sync

Server - Demo

Desktop 2.0 Servidor do

SuncML

Palm Powered HotSync Móvel v.5.1P Cliente HotSync

Synthesis SyncML Client

Pro for PalmOS

Móvel V2.4.4.4 Cliente SyncML

Palm Powered Contatos Móvel v.4.5.1P Lista de contatos

TABELA 2: Softwares

O ambiente experimental foi montado da seguinte forma, instalamos e

configuramos todos os softwares necessários listados acima, aonde cada um deles tem

uma configuração específica para o nosso trabalho.

Montamos uma rede local (LAN) entre o computador Desktop com o Acess Point,

essa rede trafegou a 100 Mbps que é a limitação da placa de rede do Desktop. O ambiente

experimental ficou disposto da seguinte forma, como mostra a figura abaixo:

60

FIGURA 17: Ambiente Experimental

Com a rede local Ethernet funcionando, conseguimos nos conectar a rede sem fio

local (WLAN), com os dois dispositivos móveis acessando a base de endereços do

Desktop.

Conseguimos com um departamento da UFSC uma base de endereços de ex-

alunos da UFSC. Essa base possui um total de aproximadamente 70 mil registros. Esses

foram divididos em cinco arquivos para ser utilizados nos nossos testes; um de 1000

registros, um de 2000 registros, um de 3000 registros, um de 4000 registros e um de 8000

registros. Utilizamos as amostras para realizarmos os testes e com os resultados fazer as

devidas analises, que serão mostradas no próximo capítulo.

Com as cinco amostras prontas, começamos a realizar os testes. Os teste

procederam da seguinte forma:

• Inicializamos o programa Palm Desktop;

• Importamos uma das amostras, o arquivo com os endereços, para o Palm

Desktop;

• Executamos o Gerenciador de HotSync, o qual já está pronto para as

transferências, aguardando a chamada do dispositivo móvel;

61

• Essa chamada é realizada através do programa HotSync, que é usado para

iniciar a sincronização dos dados; os contatos do Palm Desktop com os

contatos do dispositivo móvel; o dispositivo móvel não tinha nenhum

endereço cadastrado, está vazio no inicio de todas as amostras;

• Quando iniciamos a importação, executamos o programa TrafMeter,

monitoramento da transferência de bytes na rede, para sabermos quantos

bytes foram transferidos, entre o Desktop e dispositivo móvel;

• Anotamos os tempos de inicio e fim da transferência e o total de bytes que

foram transferidos, para fazer as futuras analises.

• Após a sincronização entre o Desktop e o dispositivo móvel, através do

HotSync. Executamos o SyncServer, para que pudéssemos enviar os

contatos, novamente, para o Desktop através do SyncML Client do

dispositivo móvel; lembrando que não são armazenados no mesmo local

aonde estavam o anteriormente carregado; utilizando o TrafMeter

novamente para controlar os bytes recebidos; em todas as execuções

anotávamos os tempos e os bytes;

• Essas transferências foram realizadas em um modo de sincronização

“lento”, modo SlowSync;

• Realizamos algumas alterações nos contatos para podermos fazer uma

atualização, um modo “rápido”, modo FastSync, utilizando os dois

sincronizadores;

• As alterações foram: atualizamos dez contatos (cinco pares); um par com

um byte de informação, um par com dois bytes, um par com três bytes, um

par com quatro bytes e o último par com cinco bytes;

• Após as atualizações executadas nos endereços, começamos a realizar as

atualizações, seguindo os mesmos procedimentos iniciais; executando o

TrafMeter para controlar os bytes transferidos, HotSync e o SyncML

Client;

• Anotamos os tempos e bytes transferidos, assim finalizamos o processo

para uma amostra.

62

Após realizar os mesmo procedimentos para todas as cinco amostras,

conseguimos todos os dados necessários para executar a analise dos resultados

Como alguns resultados foram um pouco diferente uns dos outros, não ficando

muito satisfeito isso, resolvemos fazer um segundo estudo de caso, com o mesmo número

de registros e com as mesmas atualizações, não podendo afirmar que foram nos mesmos

campos, somente coletamos novamente os tempos e as quantidades de bytes transferidos.

63

Capítulo 5 Análise dos Resultados

Neste capítulo mostramos todos os nossos resultados, explicamos como cada um

dos estudos de caso se comportou e os motivos de algumas diferenças entre os mesmos.

5.1 Estudo de Caso 1

Para uma melhor analise e compreensão dos resultados, criamos alguns gráficos

que mostram mais claramente o que aconteceu em cada uma das amostras.

Abaixo mostramos os bytes e o tempo que levou para que cada uma das amostras

fossem transferidas do Desktop para o dispositivo móvel, no modo de sincronização

SlowSync, lento, utilizando HotSync:

HotSync - SlowSync

289143503015

716512930709

1786660

0

500000

1000000

1500000

2000000

00:00:05 00:00:10 00:00:13 00:00:20 00:00:38

Tempo

Byt

es

00:00:0500:00:1000:00:1300:00:2000:00:38

FIGURA 16: HotSync – SlowSync

Abaixo um outro gráfico, o qual mostra os bytes e o tempo, no modo de

sincronização SlowSync, lento, mas desta vez utilizando SyncML:

64

SyncML - SlowSync

335664663982

9958551326929

2664499

0

500000

1000000

1500000

2000000

2500000

3000000

00:01:47 00:03:37 00:05:30 00:07:00 00:15:24

Tempo

Byt

es00:01:47

00:03:37

00:05:30

00:07:00

00:15:24

FIGURA 17: SyncML – SlowSync

Olhando os dois gráficos acima conseguimos notar que o HotSync é bem mais

rápido que o SyncML e o tráfego na rede nesse modo é menor.

Abaixo temos um gráfico mostrando muito mais clara a diferença entre ambos os

protocolos. A comparação feita entre os dois protocolos no modo de sincronização

SlowSync:

FIGURA 18: Comparativo entre HotSync e SyncML – SlowSync

65

Através do gráfico acima, mostramos claramente as diferenças de tempo entre os

dois protocolos de sincronização. Com isso, podemos afirmar que o protocolo mais lento,

HotSync, no modo SlowSync ainda é menor que o protocolo mais rápido que o SyncML.

Os gráficos abaixo mostram o outro modo de sincronização, o FastSync, que é

utilizado nas atualizações para ambos os protocolos e também mostram os tempos e bytes

transferidos.

O gráfico abaixo mostra os resultados do protocolo HotSync:

HotSync - FastSync

146807103299

271231

137716

312341

050000100000150000200000250000300000350000

00:00:02 00:00:03 00:00:04 00:00:04 00:00:11

Tempo

Byt

es

FIGURA 19: HotSync – FastSync

Este outro gráfico mostra os resultados do protocolo SyncML:

SyncML - FastSync

11213

11721

1117811105

11458

10600

10800

11000

11200

11400

11600

11800

00:00:03 00:00:02 00:00:03 00:00:07 00:00:14

Tempo

Byt

es

00:00:0300:00:0200:00:0300:00:0700:00:14

FIGURA 20: SyncML - FastSync

66

Conseguimos analisar que neste modo de sincronização, o SyncML transfere

muito menos bytes na rede, cerca de 10 a 30 vezes, que o HotSync.

Os tempos entre eles, o SyncML demora alguns segundos a mais, pois checa um

arquivo de índices e atualiza somente o campo que o registro foi alterado.

Abaixo mostramos um gráfico comparando os dois protocolos de sincronização

no modo FastSync, conseguimos visualizar melhor as informações dadas acima:

FIGURA 21: Comparativo entre HotSync e SyncML – FastSync

5.2 Estudo de Caso 2

Neste estudo de caso 2, foi realizado somente para ter certeza de alguns

resultados, mostramos todos os gráficos que citamos e comentamos acima, no final

fizemos umas comparações entre as amostras para verificar o grau de confiabilidade da

mesma, podendo assim afirmar que realizando um terceiro estudo de caso, não sairia

muito desses resultados.

Abaixo os gráficos do estudo de caso 2, realizamos com os mesmos requisitos que

a primeira:

67

HotSync - SlowSync

288530503733

717203933322

1785063

0

500000

1000000

1500000

2000000

00:00:05 00:00:10 00:00:15 00:00:22 00:00:38

Tempo

Byt

es00:00:05

00:00:10

00:00:15

00:00:22

00:00:38

FIGURA 22: HotSync – SlowSync

SyncML - SlowSync

334782664032

9964241328728

2666621

0

500000

1000000

1500000

2000000

2500000

3000000

00:01:45 00:03:37 00:05:24 00:07:19 00:15:11

Tempo

Byt

es

00:01:4500:03:3700:05:2400:07:1900:15:11

FIGURA 23: SyncML – SlowSync

Podemos ver e analisar que algumas diferenças ocorreram entre as amostras,

mostradas nos dois gráficos abaixo.

Esses problemas podem ter ocorrido nos dispositivos móveis, memória, ou no

computador Desktop, alguns processos rodando em background; podemos afirmar que

não foram problemas de tráfego na rede e distância entre os dispositivos móveis e o ponto

de acesso, porque sempre foram realizados em uma pequena distância.

Abaixo um gráfico mostrando os dois estudos de caso, comparando as amostras;

para o modo de sincronização SlowSync do protocolo HotSync:

68

Comparação HotSync - SlowSync

288530 289143503733 503015

717203 716512933322 930709

17866601785063

0

500000

1000000

1500000

2000000

00:00:05

00:00:05

00:00:10

00:00:10

00:00:15

00:00:13

00:00:22

00:00:20

00:00:38

00:00:38

Tempo

Byt

es

00:00:0500:00:0500:00:1000:00:1000:00:1500:00:1300:00:2200:00:2000:00:3800:00:38

FIGURA 24: Comparação entre as duas Amostras do HotSync no modo SlowSync

Abaixo um outro gráfico mostrando os dois estudos de caso, comparando as

amostras; para o modo de sincronização SlowSync do protocolo SyncML:

Comparação SynML - SlowSync

334782 335664664032 663982

996424 9958551328728 1326929

2666621 2664499

050000010000001500000200000025000003000000

00:01:45

00:01:47

00:03:37

00:03:37

00:05:24

00:05:30

00:07:19

00:07:00

00:15:11

00:15:24

Tempo

Byt

es

00:01:4500:01:4700:03:3700:03:3700:05:2400:05:3000:07:1900:07:0000:15:1100:15:24

FIGURA 25: Comparação entre as duas amostras do SyncML no Modo SlowSync

Podemos observar que as diferenças não foram tão grandes, como se podia

imaginar, com certeza um terceiro estudo de caso, não sairia muito destes resultados, por

isso, não foi realizado.

Abaixo as duas amostras, agora no outro modo de sincronização, o FastSync.

69

HotSync - FastSync

127127 137726

272742

146306

314038

050000100000150000200000250000300000350000

00:00:02 00:00:04 00:00:07 00:00:04 00:00:19

Tempo

Byt

es00:00:02

00:00:04

00:00:07

00:00:04

00:00:19

FIGURA 26: HotSync – FastSync

SyncML - FastSync

11135 11138

11226 11261

11438

10900

11000

11100

11200

11300

11400

11500

00:00:02 00:00:03 00:00:04 00:00:05 00:00:09

Tempo

Byt

es

00:00:02

00:00:03

00:00:04

00:00:05

00:00:09

FIGURA 27: SyncML – FastSync

Os dois próximos gráficos também mostram algumas diferenças entre as

amostras, as quais foram explicadas anteriormente.

Abaixo dois gráficos comparativos entre as amostras dos dois protocolos de

sincronização no modo FastSync:

70

Comparação HotSync - FastSync

127127 146807 137726 103299

272742 271231

146306 137716

314038 312341

050000100000150000200000250000300000350000

00:00:02

00:00:02

00:00:04

00:00:03

00:00:07

00:00:04

00:00:04

00:00:04

00:00:19

00:00:11

Tempo

Byt

es

00:00:0200:00:0200:00:0400:00:0300:00:0700:00:0400:00:0400:00:0400:00:1900:00:11

FIGURA 28: Comparação entre as duas Amostras do HotSync no Modo FastSync

Comparação SyncML - FastSync

11135 11213 11138

11721

11226 11178 1126111105

11438 11458

10600108001100011200114001160011800

00:00:02

00:00:03

00:00:03

00:00:02

00:00:04

00:00:03

00:00:05

00:00:07

00:00:09

00:00:14

Tempo

Byt

es

00:00:0200:00:0300:00:0300:00:0200:00:0400:00:0300:00:0500:00:0700:00:0900:00:14

FIGURA 29: Comparação entre as duas Amostras do SyncML no Modo FastSync

5.3 Avaliação dos resultados

Os requisitos que decidimos analisar foram: o volume de dados que os protocolos

de sincronização trafegaram na rede, o tamanho da rede e o consumo/utilização da

memória do dispositivo móvel.

71

5.3.1 Volume de dados transmitidos

O SyncML transmitiu um volume de bytes consideravelmente maior que o

HotSync para o mesmo volume de dados no modo SlowSync, como pode ser visto no

Figura 18. Utilizando o modo FastSync, o SyncML transmitiu um volume

consideravelmente menor que o HotSync, como pode ser visto no Figura 21.

Considerando-se ambientes wireless, estas características são muito importantes,

já que a comunicação pode ser fraca.

5.3.2 Tamanho da Rede

Essa característica indica se, com o aumento de dispositivos na rede, o protocolo

continua funcionando normalmente.

Nesta categoria o FastSync torna-se mais fraco, pois sincroniza com apenas dois

nodos na rede, isso ocorre para os dois protocolos, HotSync e SyncML.

O protocolo SyncML é inadequado para grandes redes porque cada dispositivo

tem que manter a informação de sincronização com todos os outros dispositivos da rede.

5.3.3 Memória

Na utilização dos protocolos estudados verificou-se que o SyncML é o que

consome mais memória do dispositivo e do servidor para fazer a sincronização.

Dispositivos com pouca memória não são indicados para sincronizar via SyncML.

O HotSync consome menos memória, logo, para dispositivos com pouca memória

é o mais indicado.

5.4 Erros Apresentados

72

No processo de execução dos testes, nos deparamos com alguns erros,

principalmente no dispositivo móvel, relacionado com o SyncML, abaixo uma descrição

de como o erro aconteceu, qual o erro e a solução do mesmo.

5.4.1 Fatal Exception

Ao tentarmos sincronizar o dispositivo móvel ao computador desktop, o qual não

estava na rede, gerou o seguinte erro:

FIGURA 30: Erro Dispositivo Móvel

O erro aconteceu quando entramos em Configuração de Wi-Fi do dispositivo

móvel, clicamos em Avança, “Pesquisando Rede”, Cancelar e Cancelar novamente, gerou

o erro.

Para solucionar este erro, precisamos reinicializar o dispositivo móvel, após

iniciar novamente, executamos os mesmos passos e o erro não aconteceu mais, este erro

ocorreu somente uma vez.

5.4.2 MEMORY MGR (SYNCML)

Aconteceu após fazermos alguns testes, apagando uma amostra e carregando

outra, não conseguimos descobrir o motivo, o porque isso aconteceu, achamos que pôr

ser uma versão demo deste protocolo de sincronização ele tenha este “bug”.

O erro que aconteceu foi:

73

FIGURA 31: Erro Dispositivo Móvel – SyncML

Para arrumar este erro e continuarmos com os testes, tivemos que reinicilizar o

dispositivo móvel, desinstalar o protocolo de sincronização que estava gerando o erro

(SyncML) e instala-lo novamente, com isso não deu mais problemas no momento,

conseguimos retomar os testes.

Mas ao executarmos mais alguns testes ele ocorreu novamente.

5.4.3 Outros Erros

Alguns outros erros aconteceram, a maioria deles foram por não inicializar o

servidor no Desktop; tomar cuidado, somente descuidos não afeta nada nos resultados

dos testes.

Deixar o “log” do HotSync ou qualquer propriedade do aplicativo Desktop Palm

aberto acarretava erro na sincronização.

Alguns problemas eram somente detalhes, os quais eram observados e

“corrigidos” rapidamente.

74

Capítulo 6 Conclusão e trabalhos futuros

O rápido crescimento do mercado da telefonia celular e o aumento do acesso à

Internet através de dispositivos móveis têm criado um novo mercado para os

programadores de aplicativos wireless. Nos últimos anos temos verificado uma crescente

expansão das tecnologias que empregam computação móvel. Portanto é justamente em

cima deste fator que os protocolos de sincronização se apóiam na perspectiva de se criar

um protocolo que possa sincronizar-se como maior número de dispositivos disponíveis

atualmente no mercado, ou de preferência um protocolo que simplesmente sincroniza-se

com os mais variados dispositivos o que se chamaria de protocolo universal.

A escolha sobre que protocolo usar, depende muito dos recursos disponíveis pelo

usuário, principalmente no que se refere ao hardware disponível, depende também do

critério a ser analisado visto que dependendo do critério escolhido (volume de dados

transmitidos, tamanho da rede, memória e de um dos modos de operação do HotSync),

pelos testes realizados podemos apontar que protocolo (HotSync ou SyncML) terá um

melhor ou menor desempenho.

Finalizando acreditamos que a nossa contribuição é importante uma vez que com

base no levantamento bibliográfico feito para este trabalho podemos observar que à

pouca literatura falando sobre protocolos de sincronização e que nem todos eles tem a

disponibilidade acesso total, pois são de empresas privadas, código fechado.

Deixamos as seguintes sugestões para trabalhos futuros:

• Desenvolver uma versão do protocolo SyncML otimizada;

• Desenvolver uma aplicação com acesso a Banco de Dados utilizando os

dois protocolos;

• Estudo comparativo entre resultados obtidos utilizando os dispositivos

móveis e emuladores [5];

• Estudo comparativo utilizando outras aplicações;

75

Referências Bibliográficas [BAD95] BADRINATH, B. R.; PHATAK, S. H. Bounded Locking for Optimistic

Concurrency Control. Department of Computer Science, University

Rutgers, Piscatway, 1995.

[BAR99] BARBARÁ, D. Mobile Computing and Database: A Survey. IEEE

Transactions on Knowledge and Data Engineering, p.1-14, 1999.

[BOL84] BOLTER, J. D. Turing’s man, western culture in the computer age.

Carolina do Norte, 1984.

[BRE99] BREITBART, Y.; KOMONDOOR, R.; RASTOGI, R.; et al. Update

Propagation Protocols for Replicated Databases. ACM SIGMOD

International Conference on Management of Data, p.97-108, 1999.

[DAN02] DANTAS, M. A. R. Tecnologias de Redes de Comunicação e

Computadores. Rio de Janeiro: Axcel Books, 2002.

[IEE04] ttp://ieee802.org/16 acessado em JUN, 2004

http://ieee802.org/20 acessado em JUN, 2004

[MIN00] MINSKY, Y. ; TRACHTENBERG, A. and ZIPPEL, R., Set Reconciliation

with Nearly Optimal Communication Complexity. Tech. Rep. TR2000-

1813, Cornell University, 2000.

[MAN] MANGANELI, C. E.; ROMANI, J. Protocolos de Sincronização de Dados

em Ambiente Wireless: Um estudo de caso – UFSC, 2003.

[MOT04] Motorola, http://www.motorola.com/bluetooth, ABR, 2004

[NOK04] Nokia and Bluetooth, http://www.nokia.com/bluetooth, ABR, 2004

[PAL00] PALAZZO, S.; PULIOFITO, A.; SCARPA, M. Design and Evaluation of

a Replicated Database for Mobile Systems. Wireless Networks 6, p.131-

133, 2000.

[PAL04] PALMOS http://palmos.com/dev/support/docs/palmos/ReferenceTOC.html

[PUM04] PUMATECH http://www.pumatech.com

76

[SAS02] SOARES, D. C.; SASAKI , R. G. Especificações para comunicação em

rede sem fio e prova de conceito: uma aplicação de Persistência de

objetos e leitura de arquivo – UnB, 2002.

[SOA95] SOARES, G. L. F. Redes de Computadores: das LANs, MANs e WANs

às Redes ATM. Editora Campus; 2ª Edição, 1995.

[SYN04] http://www.syncml.org/ acessado em JUN, 2004

[TAN04] TANENBAUM, A. S. Redes de Computadores. Editora Campus, 4ª

Edição 2004.

[TRA01] TRACHTENBERG, A. ; STAROBINBKI, D. and AGARWAL, S. Fast

PDA Synchronization Using Characteristic Polynomial Interpolation.

Tech. Rep. TR2001-03, Boston University, 2001.

[TRA02] TRACHTENBERG, A. ; STAROBINBKI, D. and AGARWAL, S. Fast

PDA Synchronization Using Characteristic Polynomial Interpolation.

Proceedings of the IEEE Infocom, 2002.

[WIL97] WILLIANS, M. R. Historiy of computing technology. California: IEEE

Computer Societ Press, 1997.

77

Protocolos de Sincronização em Ambiente Wireless

Fernando Franquini, Dilson Lucala da Costa, Mario Antonio Dantas UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina INE – Departamento de Informática e Estatística

{capin, dilson, mario}@inf.ufsc.br

Resumo

Este trabalho tem o objetivo de mostrar os tipos de

redes wireless à que estamos expostos em nosso dia a dia, como elas funcionam e um tipo de serviço que está sendo cada vez mais utilizado, acesso a banco de dados de clientes móveis.

Criamos um ambiente experimental modelando uma rede WLAN, com dois dispositivos móveis acessando uma base de dados em um servidor.

Analisamos os resultados mostrando as eficiências e deficiências de dois protocolos de sincronização (HotSync e SyncML) dentre muitos existentes. 1. Introdução

Com o rápido crescimento na área de redes wireless, serviços e dispositivos, e a grande necessidade de conectar-se a bases de dados, constantemente, resolvemos analisar os protocolos de sincronização (HotSync e SyncML) para essas aplicações e em quais ambientes de redes wireless podem ser aplicados.

Vamos mostrar as eficiências e/ou deficiências de cada um dos dois protocolos sobre uma rede wireless WLAN, acessando uma base de dados em um servidor através de dois dispositivos móveis. 2. Ambiente Wireless

Atualmente estamos vivenciando uma revolução que poucos pensadores e tecnocratas imaginaram, estamos assistindo e felizmente participando da revolução das redes de computadores sem fio, conhecidas pela notação mundial de redes wireless.

Vendo que muitas pessoas estão em constante deslocamento se deparando com a necessidade de receber e transmitir informações, acessar dados e aplicativos a grandes distâncias tendo facilidade nas respostas das suas solicitações, isto tudo é um grande diferencial sobre outros tipos de redes.

A largura de banda das redes wireless nem chegam perto das redes de fios de cobre e de fibra óptica que

transmitem dezenas de milhões de bits por segundo de informação.

As redes wireless têm tudo para dar certo, tanto que, muitas empresas de grande porte estão sempre investindo para que a tecnologia cresça e melhore cada vez mais. Portanto existem grandes possibilidades de em um futuro próximo as redes wireless estarão sendo utilizadas para coisas que nunca imaginamos ou suponhamos, como comunicação de voz, comércio eletrônico, entretenimento, videoconferência móvel e até mesmo a localização de uma pessoa em qualquer ponto da terra, via celular GPS (Global Positioning Satélite).

Sobre essas redes algumas tecnologias de transmissão se destacam:

• A transmissão à rádio é uma das mais utilizadas hoje em dia, são de fácil geração e percorrem grandes distâncias e podem atravessar até paredes.

• A transmissão por infravermelho é utilizada geralmente em casas, conectando pequenos dispositivos a pequenas distancias, por exemplo, controle remoto.

• A transmissão por laser é utilizada na interligação de prédios, o seu raio é muito estreito, cerca de 1mm e o seu maior problema é que sofre fácil interferência externa como chuva, fumaça e neblina.

3. Tipos de Redes Wireless

Podemos classificar as redes wireless basicamente em quatro grandes tipos de redes, abaixo uma breve descrição de cada uma delas.

3.1. WPANs (Wireless Personal Area Network)

Os estudos das WPANs foram iniciados nos anos 90,

para estas redes foi designado o padrão da IEEE 802.15 sendo que o mais conhecido deles é o 802.15.1, (Bluetooth – grupos envolvidos na criação 3COM, Agere, IBM, Intel, Microsoft, Motorola, Nokia, Toshiba e outras). Essas redes são de curto alcance, cerca de 10 a 100 metros aproximadamente, dependendo da potência dos equipamentos. Além do 802.15.1 temos como

78

exemplos deste tipo de redes os padrões o 802.15.3 (Uwb – Intel e Motorola) e o 802.15.4 (ZigBee). Operam nas freqüências 2402 e 2480 GHz, tornando-se assim um padrão global para as conexões wireless. 3.2. WLANs (Wireless Local Area Network)

Os estudos desta tecnologia como das WPANS,

também, iniciou em meados dos anos 90, como principal filho deste tipo de redes, temos o padrão IEEE 802.11, ela opera na freqüência de 2.4 GHz. A família dos 802.11 é consideravelmente grande, podemos citar como exemplos dela o 802.11a, o 802.11b e o 802.11g dentre outros.

O 802.11b tem uma taxa de transferência de aproximadamente 11 Mbps e um raio de abrangência de 300 metros.

Cada novo filho segue algumas especificações do anterior e vai melhorando em alguns detalhes, para que fique cada vez mais completo.

Essas redes podem operar em dois modos, o modo Ad-Hoc que é em uma rede temporária e infrastructure que é controlada por pontos de acessos pré-configurados.

3.3. WMANs (Wireless Metropolitan Network)

As redes WMANs sugiram como padrão 802.16 da

IEEE, operam em freqüências de 2 GHz a 11 GHz. Funcionam como uma extensão de tecnologias de acesso à Internet em banda larga, como ADSL ou cabo.

Este padrão trouxe para o mercado de redes WMANs todas as vantagens que a tecnologia 802.11b tem para as redes WLANs.

O padrão 802.16 oferece conexões de até 70 Mbps cerca de 270 vezes mais rápido que as conexões de 256 Kbps de uma conexão ADSL.

3.4. WWANs (Wireless Wide Area Network)

As WWANs têm a padronização da IEEE como

802.20, foi criada para conectar clientes moveis a redes corporativas e à Internet, por meio de redes públicas de telefonia celular.

Algumas tecnologias que podemos citar são o CDMA 1xRTT e o GSM/GPRS que possuem uma taxa média de transmissão é de aproximadamente 30 Kbps e 40 Kbps. 4. Tecnologias de Sincronização

A sincronização em ambientes móveis pode ser definida como o ato de estabelecer equivalência entre duas coleções de dados, entre o cliente e o servidor, após as ocorrências de alterações dos registros armazenados. Depois da sincronização de dados, cada elemento de dados em uma coleção é mapeado por um outro elemento

de dados em outra, sendo que seus dados equivalentes, entretanto não necessariamente idênticos. [2]

Podemos citar alguns tipos de sincronização, alguns dos mais conhecidos são:

• One-Way: é a transferência de dados ou atualizações entre dois dispositivos em um único sentido.

• One-Way Cliente/Servidor: neste tipo de sincronização o cliente é responsável por inicia-la e submeter todas as modificações ao servidor, mas não recebe retorno dos resultados finais das ações realizadas no banco de dados.

• One-Way Servidor/Cliente: o servidor inicia a transmissão que se conecta com o cliente e submete todos os dados atualizados no banco de dados consolidado. Após terminar a transferência, o cliente possui uma versão atualizada de todos os dados do servidor. O servidor não captura nenhuma alteração feita pelo cliente.

• Two-Way: é a transmissão das modificações que ocorrem nos dois sentidos, tanto do cliente como do servidor. A sincronização inicia no cliente, o servidor identifica e trata os conflitos existentes retornando dados corretos ao cliente, no final, os dois possuem os mesmo dados [2].

5. Protocolos de Sincronização

Para [4] a sincronização em ambientes móveis pode ser definida como o ato de estabelecer equivalência entre duas coleções de dados, entre cliente e servidor, após a ocorrência de alteração nos registros armazenados.

Depois de sincronização de dados cada elemento de dados em uma coleção é mapeado por um elemento de dados em outra, sendo que seus dados são equivalentes, entretanto não necessariamente idênticos.

5.1. HotSync

O protocolo de sincronização HotSync opera em dois modos, são eles:

SlowSync: ocorre quando o FastSync, que é a condição principal, não é encontrada, podemos dizer que o SlowSync ocorre quando vai transferir para um computador diferente que ainda não possui a base de dados. Um problema deste modo é que a comunicação e a complexidade do tempo aumenta linearmente como número de arquivos armazenados dentro do aparelho, independente do número de arquivos alterados. Com o

79

avanço das tecnologias dos dispositivos e das conexões este problema pode perfeitamente ser tratado.

FastSync: ocorre quando o dispositivo móvel é sincronizado com o mesmo computador que foi sincronizado pela última vez. Neste caso o dispositivo usa o status bandeira, que determinam quais as mudanças já ocorreram desde a última sincronização. O status bandeira mantém cada arquivo em uma aplicação de banco de dados e são segurados quando ocorre uma inserção, exclusão ou alteração em um pedido de sincronização feita pelo usuário. O FastSync é a melhor opção quando a sincronização ocorre entre dois dispositivos, pois o dispositivo só consegue recordar flags somente de um computador.

5.2. Sync ML

SyncML, segundo [7] é uma iniciativa aberta da

indústria suportada por muitas companhias, incluindo Ericsson, IBM, Lótus, Matsushita, Motorola, Nokia, OpenWare e Starfish. Pode ser considerada como uma linguagem padrão para sincronizar diferentes dispositivos e aplicações sobre qualquer rede.

Com o SyncML qualquer tipo de informação pode ser sincronizada para mantê-la consistente e atualizada, não importando a localização do dispositivo e da rede. O protocolo possui as seguintes características:

• Opera eficientemente sobre redes wireless e com fios.

• Suporta uma variedade de protocolos de transporte, como HTTP, WSP, OBEX, redes TCP/IP, SMTP, POP3, IMAP, e protocolos proprietários.

• Acesso a dados de uma variedade de aplicações.

Usando a representação de protocolo, SyncML é um protocolo de sincronização que define como inicializar, sincronizar e encerrar a sincronização incluindo a troca de dados entre os dispositivos sincronizados. SyncML é programado considerando ele como um protocolo de sincronização comum, tendo cuidado nos casos onde os serviços de rede e os dispositivos de armazenamento de dados que estão começando a ser sincronizados estão em formatos diferentes ou sendo usados por diferentes programas. Há sete tipos diferentes de sincronização definidas pelo SyncML, dependendo de como a sincronização é inicializada pelo cliente eu servidor e a transferência de informação entre eles:

1. Two-Way Sync 2. Slow Sync 3. One-Way Sync from Client only 4. Refresh Sync from Client only 5. One-Way Sync from Server only 6. Refresh Sync from Server only 7. Server Alertd Sync

SyncML tenta conseguir potencialidades do Fastsync, requerendo que todos os dispositivos da rede possuam flags de status para cada registro. Isso pode causar uma demanda de memória muito grande. Onde a complexidade aumenta conforme o número de dispositivos em rede. Isso não é sustentável em redes com vários dispositivos. 6. Ambiente Experimental

O ambiente sem fio foi criado no laboratório LabWeb pertencente ao Centro Tecnológico (CTC) da Universidade Federal de Santa Catarina. Abaixo duas tabelas mostrando os hardwares e softwares utilizados nos experimentos.

Dispositivo Descrição Móvel Tungsten C com Wi-Fi, 64 MB,

processador 400 MHz da Intel, modelo PXA255 e sistema operacional Palm OS

Móvel Tungsten C com Wi-Fi, 64 MB, processador 400 MHz da Intel, modelo PXA255 e sistema operacional Palm OS

Desktop Intel, com 256 MB, processador Intel Celeron 1700 MHz e sistema operacional Windows 200 Pro Service Spack 4

Acess Point DWL 900AP+ da D-Link da família 802.11b e com velocidade de 2.4 GHz

1. Tabela de Hardwares

Fabricante Dispositivo Instalado

Descrição Palm Powered Desktop Palm Desktop. Versão 4.1 Palm Powered Desktop Gerenciador HotSync.

Versão 4.1.0 Politecnico Di Torino

Desktop TrafMeter. Versão 3.40.95

Synthesis Desktop Synthesis Sync Server – Demo. Versão 2.0

Palm Powered Móvel HotSync. Versão v.5.1P Synthesis Móvel SyncML Client Pro for

PalmOS. Versão V2.4.4.4 Palm Powered Móvel Contatos. Versão v.4.5.1P D-Link Desktop Wireless Access Point

Configuration Utility Versão 3.06

2. Tabela de Softwares O nosso ambiente experimental foi montado da

seguinte forma, instalamos e configuramos todos os softwares necessários listados acima, aonde cada um deles tem uma configuração específica para o nosso trabalho. Fizemos uma rede local entre o computador Desktop, funcionando como base, e o Access Point funcionando a 100 Mbps, que era a limitação da placa de rede do Desktop.

80

Figura 1: Ambiente Experimental

Com a rede local Ethernet funcionando, conseguimos

nos conectar a rede sem fio local (WLAN) através dos dois dispositivos móveis acessando a base de endereços do Desktop. Conseguimos uma base de endereços com um total de aproximadamente 70 mil registros Eles foram divididos em cinco amostras: de 1000 mil registros, de 2000 registros, de 3000 registros, de 4000 mil registros e 8000 mil registros, para que pudéssemos fazer os testes e as devidas análises que serão mostradas no capitulo seguinte.

7. Resultados

Analisamos dois protocolos, citados e explicados acima. Realizamos os testes para ambos os modos: SlowSync e FastSync. Abaixo dois gráficos aonde são mostrados o tempo e os bytes transferidos em cada uma das amostras citadas no capitulo anterior.

Figura 2: Tabela Comparativa SlowSync

Figura 3: Tabela Comparativa FastSync

7.1. Volume de dados transmitidos

O SyncML transmitiu um volume de bytes

consideravelmente maior que o HotSync para o mesmo volume de dados no modo SlowSync, como pode ser visto na Figura 2. Utilizando o modo FastSync, o SyncML transmitiu um volume consideravelmente menor que o HotSync, como pode ser visto na Figura 3. Considerando-se ambientes wireless, estas características são muito importantes, já que a comunicação pode ser fraca.

7.2. Tamanho da Rede

Essa característica indica se, com o aumento de

dispositivos na rede, o protocolo continua funcionando normalmente. Nesta categoria o FastSync torna-se mais fraco, pois sincroniza apenas dois nodos na rede. O SyncML é inadequado para grandes redes porque cada dispositivo tem que manter a informação de sincronização para todos os outros dispositivos da rede.

7.3. Memória

Na utilização dos protocolos estudados verificou-se

que o SyncML é o que consome mais memória do dispositivo e do servidor para fazer a sincronização. Dispositivos com pouca memória não são indicados para sincronizar via SyncML.

8. Referências [1] DANTAS, M. A. R. Tecnologias de Redes de Comunicação e Computadores. Rio de Janeiro: Axcel Books, 2002. [2] PALAZZO, S.; PULIOFITO, A.; SCARPA, M. Design and Evaluation of a Replicated Database for Mobile Systems. Wireless Networks 6, p.131-133, 2000 [3] TANENBAUM, A. S. Redes de Computadores. Editora Campus, 4ª Edição 2004. [4] PHATAK, S.; BADRINATH, B. R. Bounded Locking for Optimistic Concurrency Control.

81

[5] FORMAN, G. H.; ZAHORJAN, J. The challenges of mobile computing. 1993. Relatório TécnicoTR-93-11-03. [6] BARBARA, D. Mobile computing and databases - a survey. Knowledge and Data Engineering, [S.l.],v.11, n.1, p.108 à 117, 1999. [7] SYNCML. SyncML. Disponível em http://www.syncml.org - Acesso em: Jun