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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL VIGAS MISTAS DE AÇO E CONCRETO PARCIALMENTE REVESTIDAS DANIELA SOUZA LIMA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Engenharia Civil da Universidade Federal de São Carlos como parte dos requisitos para a conclusão da graduação em Engenharia Civil Orientador: Prof. Dr. Alex Sander Clemente de Souza São Carlos 2012

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

VIGAS MISTAS DE AÇO E CONCRETO PARCIALMENTE REVESTIDAS

DANIELA SOUZA LIMA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Engenharia Civil da Universidade

Federal de São Carlos como parte dos requisitos para a conclusão da graduação em Engenharia Civil Orientador: Prof. Dr. Alex Sander

Clemente de Souza

São Carlos 2012

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DEDICATÓRIA

Dedico esta monografia aos meus pais, exemplos de caráter e determinação.

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"Seja você quem for, seja qual for a posição social que você tenha na vida, a mais alta ou a mais baixa, tenha sempre como meta muita força, muita determinação e sempre faça tudo com muito amor e com muita fé em Deus, que um dia você chega lá. De alguma

maneira você chega lá." - Ayrton Senna

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AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, pelo apoio em toda a minha formação e vida. Com certeza, pessoas

essências nas minhas conquistas até então.

Aos meus amigos da Engenharia Civil (Turma 2008), por terem me dado os melhores

anos até então, de muito aprendizado e amadurecimento.

Ao meu namorado, Francisco, por ser quem é, e por estar comigo nos momentos

que precisei.

Ao meu orientador, Alex Sander Clemente de Sousa, pela disponibilidade em

desenvolver esse trabalho comigo. Principalmente, pela paciência e atenção durante o

trabalho.

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RESUMO

Este trabalho tem como finalidade estudar o comportamento da viga mista de aço e

concreto parcialmente revestida em relação à viga mista convencional do pavimento em

estudo, analisando a altura do pavimento/edifício, quantidade de consumo de aço e a

quantidade adicional de concreto entre as mesas do perfil de aço, resistência aos esforços

solicitantes.O estudo é feito através do dimensionamento das vigas com o uso do programa

Mathcad. É estudado o dimensionamento de três diferentes vigas no pavimento em estudo,

tanto para as convencionais quanto para as parcialmente revestidas. A partir da análise dos

resultados obtidos no dimensionamento, com a utilização de perfis iguais, as vigas mistas

parcialmente revestidas têm a vantagem de reduzir a altura do pavimento. Por outro lado, o

momento fletor diminui em relação à viga mista convencional. As vigas mistas parcialmente

revestidas são muito recentes no âmbito dos sistemas construtivos, com isso, há um

incentivo para o estudo do comportamento desse tipo de viga, visto que apresenta muitas

vantagens em relação às vigas mistas convencionais.

Palavras-chave: Vigas mistas aço-concreto, Viga mista aço-concreto parcialmente revestida,

dimensionamento, comportamento estrutural.

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ABSTRACT

ABSTRACT

This work aims to study the behavior of the partially encased beams to the

conventional composite beam floor study, analyzing the height of the floor / building, amount

of consumption of steel and concrete in the weight of materials, resistance to internal forces.

The study is done by sizing the beams using the program Mathcad. It studied the

dimensioning of three different beams on the floor study, for both the conventional and for

the partially coated.From the analysis of the results obtained in sizing with the use of the

same profiles, the partially encased beams to the conventional have the advantage of

reducing the floor height. Moreover, the resistance to bending moment decreases with

respect to conventional composite beam.The partially encased composite beams under the

very recent construction systems, with this, there is an incentive for deepening the behavior

of this type of beam. Because the partially encased composite beams have many

advantages over the conventional composite beams.

Key-words: Steel-concrete composite beams, sizing, structural behavior, partially

encased beam steel-concrete.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1. Millenium Tower. ................................................................................................. 13 Figura 3. Salvador Shopping – Pilares mistos, vigas mistas e lajes mistas............................. 14

Figura 4. Edíficio Nações Unidas – pilares, vigas e lajes mistas. .......................................... 14 Figura 5. Pilares mistos, vigas mistas e lajes mistas, respectivamente. .................................. 16

Figura 6. Pilares mistos – revestidos, parcialmente revestidos e preenchidos. ....................... 16 Figura 7. Laje com forma de aço incorporada e seus componentes. ...................................... 17

Figura 8. Tipos de vigas mistas mais usuais. ........................................................................ 18 Figura 9. Viga mista não escorada. ....................................................................................... 19

Figura 10. Vigas mistas escoradas. ....................................................................................... 20 Figura 11. Interação aço-concreto nas vigas mistas............................................................... 21

Figura 12. Distribuição de tensões ao longo da mesa do perfil de aço. .................................. 23 Figura 13. Comportamento aço-concreto em vigas mistas convencionais ............................. 24

Figura 14. Detalhamento da zona de influência e os tipos de fissuração causados pelos

conectores. ................................................................................................................... 25 Figura 15. Diagrama força x escorregamento relativo aço-concreto. ..................................... 25

Figura 16. Conector “Stud Bolt”. ......................................................................................... 26 Figura 17. Conector Perfobond ............................................................................................ 27

Figura 18. Conector Crestbond ............................................................................................. 27 Figura 19. Outros tipos de conectores de cisalhamento. ........................................................ 28

Figura 20. Tipos de vigas mistas revestidas. ......................................................................... 29 Figura 21. Diferentes posições dos conectores de cisalhamento em vigas mistas revestidas. . 30

Figura 22. Comparação entre as vigas mistas. ...................................................................... 32 Figura 23. Vigas com perfil assimétrico e sistema Slimfloor. ............................................... 33

Figura 24. Sistema Slimfloor. ............................................................................................... 33 Figura 25. Viga ASB. ........................................................................................................... 34

Figura 26. Distribuição de tensões – Interação Total. ........................................................... 36 Figura 27. Distribuição de tensões – Interação parcial. ......................................................... 37

Figura 28. Distribuição de tensões para momento fletor negativo. ........................................ 45 Figura 29. Viga assimétrica com laje maciça. ....................................................................... 49

Figura 30. Esquema estático – viga apoiada ......................................................................... 49 Figura 31. Forças atuantes na seção mista. ........................................................................... 52

Figura 32. Identificação de parâmetros no perfil de aço ........................................................ 54 Figura 33. Viga simétrica com laje mista. ............................................................................. 58

Figura 34. Ilustração das linhas neutras plásticas no perfil de aço ......................................... 61 Figura 35. Pavimento em estudo .......................................................................................... 62

Figura 36. Carregamento distribuído – V1 e V2 ................................................................... 64 Figura 37. Carregamento concentrado – V3 ......................................................................... 64

Figura 38. Vigas mistas convencionais V1, V2, V3, respectivamente esquerda para direita

(mm) ............................................................................................................................ 65

Figura 39. Vigas mistas parcialmente revestidas simétricas V1,V2 e V3, respectivamente

esquerda para direita – primeiro estudo (mm) ............................................................... 66

Figura 40. Vigas mistas parcialmente revestidas assimétricas V1,V2 e V3, respectivamente –

primeiro estudo (mm) ................................................................................................... 66

Figura 41. Vigas mistas parcialmente revestidas simétricas V1, V2 e V3, respectivamente –

segundo estudo (mm) ................................................................................................... 67

Figura 42. Vigas mistas parcialmente revestidas assimétricas V1, V2 e V3, respectivamente –

segundo estudo (mm) ................................................................................................... 67

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Relação de perfis utilizados no dimensionamento ................................................. 65 Tabela 2. Relação de esforços solicitantes nas vigas ............................................................. 68

Tabela 3. Relação de Momento fletor resistente (KN. cm) .................................................... 68 Tabela 4. Relação de Cortante resistente (KN) ..................................................................... 69

Tabela 5. Relação entre os esforços solicitantes e resistentes (KN .cm e KN, respectivamente)

..................................................................................................................................... 69

Tabela 6. Relação do consumo de aço (Kg) .......................................................................... 71 Tabela 7. Relação do consumo de concreto (cm

3) ................................................................. 72

Tabela 9. Altura da viga (cm) ............................................................................................... 73 Tabela 10. Altura total do edifício (m) ................................................................................. 74

Tabela 11. Relação de Momento fletor resistente (KN. cm) .................................................. 76 Tabela 12. Relação de Cortante resistente ............................................................................ 77

Tabela 13. Relação entre os esforços solicitantes e resistentes .............................................. 78 Tabela 14. Relação do consumo de aço (Kg). ....................................................................... 79 Tabela 15. Relação do consumo de concreto (cm

3) ............................................................... 80

Tabela 17. Altura da viga ..................................................................................................... 81 Tabela 18. Altura total do edifício ........................................................................................ 82 .

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LISTA DE GRÁFICO

Gráfico 1. Relação de momentos fletores solicitantes e resistentes das vigas (KN. cm)......... 70

Gráfico 2. Relação de cortantes solicitantes e resistentes das vigas (KN) .............................. 70 Gráfico 3. Relação do consumo de aço (Kg) ......................................................................... 71

Gráfico 4. Consumo de concreto - Viga mista convencional e viga mista parcialmente

revestida simétrica (cm3) .............................................................................................. 72

Gráfico 5. Consumo de consumo – Viga mista convencional e viga mista parcialmente

revestida assimétrica (cm3) ........................................................................................... 73

Gráfico 6. Altura da viga (cm).............................................................................................. 74 Gráfico 7. Altura total do edifício (m) .................................................................................. 75

Gráfico 8. Relação de momento fletor resistente (KN. cm) ................................................... 76 Gráfico 9. Relação de cortante resistente (KN) ..................................................................... 77

Gráfico 10. Relação do consumo de aço (Kg) ....................................................................... 79 Gráfico 11. Consumo de concreto - Viga mista convencional e viga mista parcialmente

revestida simétrica (cm3) .............................................................................................. 80

Gráfico 12. Consumo de concreto - Viga mista convencional e viga mista parcialmente

revestida assimétrica (cm3) ........................................................................................... 81

Gráfico 13. Altura da viga (cm) ............................................................................................ 82

Gráfico 14. Altura total do edifício (m) ................................................................................ 83

Tabela 1. Relação de perfis utilizados no dimensionamento ................................................. 65

Tabela 2. Relação de esforços solicitantes nas vigas ............................................................. 68 Tabela 3. Relação de Momento fletor resistente (KN. cm) .................................................... 68

Tabela 4. Relação de Cortante resistente (KN) ..................................................................... 69 Tabela 5. Relação entre os esforços solicitantes e resistentes (KN .cm e KN, respectivamente)

..................................................................................................................................... 69 Tabela 6. Relação do consumo de aço (Kg) .......................................................................... 71

Tabela 7. Relação do consumo de concreto (cm3) ................................................................. 72

Tabela 9. Altura da viga (cm) ............................................................................................... 73

Tabela 10. Altura total do edifício (m) ................................................................................. 74 Tabela 11. Relação de Momento fletor resistente (KN. cm) .................................................. 76

Tabela 12. Relação de Cortante resistente ............................................................................ 77 Tabela 13. Relação entre os esforços solicitantes e resistentes .............................................. 78

Tabela 14. Relação do consumo de aço (Kg). ....................................................................... 79 Tabela 15. Relação do consumo de concreto (cm

3) ............................................................... 80

Tabela 17. Altura da viga ..................................................................................................... 81 Tabela 18. Altura total do edifício ........................................................................................ 82

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 8

1.1 Justificativa ........................................................................................................... 9

1.2 Objetivos ............................................................................................................... 9

1.3 Metodologia ........................................................................................................ 10

1.4 Estrutura do texto ............................................................................................... 11

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ..................................................................................... 12

2.1 Histórico .............................................................................................................. 12 2.1.1 Exemplos .......................................................................................................... 13

2.2 Elementos mistos ................................................................................................ 15 2.2.1 Pilares mistos .................................................................................................... 16 2.2.2 Lajes mistas ...................................................................................................... 17

2.2.3 Vigas mistas ..................................................................................................... 18 2.2.4 Conectores de cisalhamento .............................................................................. 24

2.2.5 Vigas mistas parcialmente revestidas ................................................................ 29 2.2.6 Pisos mistos ...................................................................................................... 31

3. DIMENSIONAMENTO DE VIGAS MISTAS CONVENCIONAIS ........................... 35

3.1 Resistência em região de momento positivo....................................................... 36 3.1.1 CONSTRUÇÕES Escoradas: Vigas de alma cheia – “compacta” ...................... 37 3.1.2 CONSTRUÇÕES Escoradas: vigas mistas de alma cheia – “semi esbelta”........ 42

3.1.3 CONSTRUÇÕES Não escoradas ...................................................................... 44

3.2 Resistência em região de momento negativo ..................................................... 44 3.2.1 Resistência da seção transversal ........................................................................ 44

3.3 Deslocamentos..................................................................................................... 46

3.4 Cortante resistente .............................................................................................. 47

4. DIMENSIONAMENTO DE VIGAS MISTAS PARCIALMENTE REVESTIDAS .... 48

4.1 Viga assimétrica com laje MACIÇA .................................................................. 48 4.1.1 Estado limite de serviço (ELS) .......................................................................... 49 4.1.2 Estado limite ultimo (ELU) ............................................................................... 51

4.1.3 Cortante resistente ............................................................................................ 54

4.2 Viga simétrica com laje mista ............................................................................ 57 4.2.1 Estado limite de serviço .................................................................................... 58 4.2.2 Estado limite ultimo – Fase da construção......................................................... 60

4.2.3 Estado limite ultimo – seção mista .................................................................... 60

5. DIMENSIONAMENTO DO PAVIMENTO EM ESTUDO ........................................ 62

5.1 Dimensionamento das vigas ............................................................................... 64

5.2 Análise dos resultados ........................................................................................ 67 5.2.1 Análise quantitativa .......................................................................................... 67

a. Análise qualitativa ......................................................... Erro! Indicador não definido.

6. CONCLUSÃO ............................................................................................................. 84

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7. REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 85

8. APÊNDICE ................................................................................................................. 87

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1. INTRODUÇÃO

Os elementos estruturais mistos são compostos por materiais que trabalham em

conjunto no mesmo elemento. Para que ocorra o comportamento misto é preciso que na

interface dos materiais existam mecanismos que realizem a transferência de esforços entre

eles.

O desenvolvimento econômico, técnico e cientifico proporcionou o surgimento de

diversos sistemas estruturas e construtivos, entre eles os sistemas formados por elementos

mistos de aço e concreto, cuja combinação de perfis de aço e concreto tem como objetivo

aproveitar as vantagens de cada material, tanto em termos construtivos como estruturais.

Nas construções mistas, o concreto foi utilizado, inicialmente, como material de

revestimento, protegendo os perfis de aço contra fogo e corrosão. Como consequência de

estudos sobre o comportamento conjunto aço e concreto, o concreto passou a ser

considerado na resistência do elemento estrutural.

Comparando com as condições da construção em concreto armado, a construção

em sistema misto de aço e concreto são competitivos para estruturas de vãos médios a

elevados, caracterizando pela rapidez de execução e pela redução do peso total da

estrutura, propiciando assim fundações mais econômicas.

De um lado as vigas mistas convencionais de aço-concreto é a associação de vigas

de aço com a laje de concreto, isto é, o perfil de aço conectado à laje de concreto através de

conectores de cisalhamento na interface. Enquanto que as vigas mistas parcialmente

revestidas aço-concreto, há concreto entre as mesas do perfil de aço.

Em um pavimento misto convencional, a laje de concreto é posicionada sobre a viga

de aço, cujo comportamento misto é desenvolvido através de conectores de cisalhamento.

Com isso a altura do pavimento é composta pela altura da viga somada à capa de concreto,

resultando na elevação da altura. Outra forma de associar o aço e o concreto é o pavimento

chamado slim floor,na qual a laje de concreto é introduzida na altura da viga, apoiando-se

sobre a aba inferior da mesma, fazendo com que tenha uma redução na altura do

pavimento.

Enfim, as estruturas mistas aço-concreto são muito recentes no âmbito dos sistemas

construtivos. Porém muitos estudos estão sendo incentivados para o melhor entendimento

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do comportamento e de suas características, visto que possuem diversas vantagens em

relação aos outros sistemas como no de concreto armado e no metálico.

1.1 JUSTIFICATIVA

O estudo do comportamento das vigas mistas de aço e concreto parcialmente

revestidas se justifica pela necessidade de análises mais aprofundadas pelo fato de que é

uma solução estrutural e construtiva pouco estudada e difundida até os dias de hoje, mesmo

que este tipo de elemento estrutural apresenta vantagens em relação ao comportamento

estrutural e custo comparado às vigas mistas convencionais. É válido lembrar que apenas

as vigas, pilares e lajes mistas de aço e concreto têm seu comportamento consolidado no

meio técnico e procedimentos de cálculo incorporados a códigos normativos, são eles

EUROCOD 4, AISC-LFRD e NBR 8800:2008.

O estudo das vigas mistas de aço e concreto pertence a uma linha de pesquisa do

Grupo de Pesquisa Construções Metálicas e Mistas (CMM) na Universidade Federal de São

Carlos, coordenada pela professora Dra. Silvana De Nardin e pelo Dr. Alex Sander

Clemente de Souza. Tendo como objetivos principais a contribuição para a modernização da

construção civil, promover o avanço das técnicas de análise, verificação e construção

relativas ao projeto, dimensionamento, inserção de novas alternativas de sistemas

estruturais e construtivos, dentre outros. Visto que o sistema misto aço-concreto não é muito

difundido e explorado no Brasil, mesmo que em diversos países já é consagrado há

algumas décadas.

Além disso, é interessante destacar que esse trabalho é a continuidade e a

complementação de muitos projetos da professora Dra. Silvana De Nardin e do professor

Dr. Alex Sander Clemente de Souza e de outros membros do Grupo CMM, no que concebe

mais um passo na concretização da linha de pesquisa em Estruturas Mistas do referido

Grupo que já foi citado.

1.2 OBJETIVOS

Este trabalho tem como objetivo inicial o estado da arte referente à análise das

estruturas mistas de aço e concreto com ênfase nas vigas mistas de aço e concreto,

abordando o comportamento, características, vantagens e desvantagens. E também,

estudar e apresentar os critérios de dimensionamento atualmente existente para vigas

mistas convencionais e o de dimensionamento para vigas mistas parcialmente revestidas.

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O objetivo específico é o estudo aprofundado das vigas mistas de aço e concreto

parcialmente revestidas. Desenvolvendo planilhas de dimensionamento com o auxílio do

software Mathcad, e consequentemente a elaboração de planilhas comparativas. É feito o

dimensionamento da viga mista parcialmente revestida simétrica e assimétrica com o

objetivo de analisar a influência da mesa do perfil de aço.

1.3 METODOLOGIA

A metodologia utilizada nesta pesquisa pode ser sintetizada basicamente em cinco

partes:

Revisão bibliográfica: realizada com o objetivo de adquirir e compreender as

estruturas mistas em geral, enfatizando as vigas mistas em relação às vigas mistas

parcialmente revestidas. A partir da coleta de material bibliográfico em diversos sites

acadêmicos, e também na Biblioteca Comunitária da Universidade Federal de São Carlos.

Estudo dos procedimentos de dimensionamento: o dimensionamento das vigas

mistas convencionais é feito com o estudo já normatizado através Norma NBR-8800-2008.

Enquanto que o dimensionamento das vigas mistas parcialmente revestidas é feito com o

estudo de diversas hipóteses, visto que ainda não está normatizado.

Sistematização dos procedimentos: com o auxílio do Software Mathcad, é feito

planilhas de comparação dos resultados obtidos dos dimensionamentos das vigas.

Dimensionamento de um pavimento: é utilizado como base o pavimento do projeto

do livro “Edifícios de múltiplos andares em aço” do autor Idony H. Bellei. É realizado um

dimensionamento de vigas mistas convencionais e vigas mistas parcialmente revestidas,

neste pavimento.

Comparação entre os tipos de vigas: a partir do dimensionamento do pavimento é

feito uma comparação no comportamento da viga mista aço-concreto convencional e a viga

mista parcialmente revestida. Tendo como aspectos comparativos a quantidade de aço e

concreto adicional entre as mesas do perfil de aço nas vigas; o perfil a ser utilizado;

vantagens e desvantagens; dentre outros. Isto é, comparar por meio do projeto do

pavimento as vigas parcialmente revestidas com as vigas mistas convencionais.

Nesse trabalho, todas as vigas estudadas são simplesmente apoiadas, foram usadas

ações e combinações de acordo com as prescrições da NBR 8800:2008. Para o

dimensionamento das vigas mistas de aço e concreto foram desenvolvidas planilhas no

programa Mathcad (Apêndice 10.1 e 10.2). Enquanto que as vigas mistas convencionais

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foram dimensionadas de acordo com a NBR 8800:2008, as vigas mistas parcialmente

revestidas tiveram seu procedimento de dimensionamento de acordo com a bibliografia,

Kindmann (1993) e Barros (2010), que geraram as planilhas.

1.4 ESTRUTURA DO TEXTO

Este trabalho de conclusão de curso foi dividido em seis capítulos descritos a seguir:

No capítulo 1, são apresentadas as considerações iniciais sobre as estruturas mistas

aço-concreto, principalmente as vigas mistas, seguida da análise dos objetivos, justificativa

para o desenvolvimento deste trabalho.

No capítulo 2, é abordada uma revisão bibliográfica sobre as estruturas mistas em

geral, primeiramente com um breve histórico, seguido de considerações e características

importantes dos elementos mistos.

No capítulo 3, é estudado o dimensionamento das vigas mistas convencionais

através na Norma NBR-8800:2008. E também é mostrada uma sistematização dos

procedimentos com o auxilio do Software Matchcad, através de planilhas de resultados

obtidos no dimensionamento.

No capítulo 4, é estudado o dimensionamento das vigas mistas parcialmente

revestidas com base em diversas hipóteses adotadas no presente trabalho, visto que ainda

seu dimenionamento não está normatizado. É mostrada uma sistematização dos

procedimentos de cálculo gerados com o auxilio do Software Matchcad, através de planilhas

de resultados obtidos no dimensionamento do presente trabalho.

No capítulo 5, é dimensionado um pavimento, com base no pavimento do projeto do

livro “Edifícios de múltiplos andares” em aço do autor Idony H. Bellei. Além disso, é feito

uma comparação entre os tipos de vigas a partir do dimensionamento do pavimento com

viga mista convencional e com a viga parcialmente revestida, possibilitando a comparação

entre elas.

No capítulo 6, apresentam-se as principais conclusões obtidas a partir dos estudos

realizados.

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 HISTÓRICO

De acordo com GRIFFIS (1994) as primeiras construções mistas datam em 1894 nos

Estados Unidos, onde um edifício e uma ponte foram construídos usando vigas de aço

revestidas com concreto como alternativa de proteção ao fogo e à corrosão dos elementos

estruturais de aço, em outras palavras, o concreto foi utilizado como material de

revestimento e mesmo tendo participação em termos estruturais, este não era incluído no

cálculo da resistência dos elementos. Ainda GRIFFIS (1994), destaca que a intensificação

do uso dos elementos mistos deu-se devido ao grande número de edifícios altos construídos

nas décadas de 1920 e 1930, mas com a finalidade ainda associada com proteção ao fogo e

à corrosão pelo concreto.

Em outras palavras, o concreto era abordado apenas como material de revestimento

para os perfis metálicos, com a finalidade de proteger contra as ações do fogo e da

corrosão. Mesmo que o uso do concreto proporcionasse algum ganho em termos

estruturais, tal fator não era considerado no dimensionamento.

É importante ressaltar que, segundo Malite (1990), muitas pesquisas foram

desenvolvidas e publicadas entre os anos de 1920 e 1958, no que se refere ao

comportamento estrutural de vigas mistas aço-concreto, inclusive a primeira normatização

para estruturas mistas que foi elaborada nos Estados Unidos e registrada pelo New York

City Building Code, em 1930.

No Brasil, as primeiras construções mistas limitaram-se a alguns edifícios e

pequenas pontes construídas entre 1950 e 1960. O aumento da produção de aço estrutural

no Brasil atrelado com a busca de novas soluções arquitetônicas e estruturais acarretou na

construção de vários edifícios em estrutura mista, MALITE (1990).

As estruturas mistas no Brasil foram normatizadas apenas em 1986 pela NBR-8800

– Projeto e execução de estruturas de aço de edifícios. Em todo caso, nesta norma é

abordado o dimensionamento e execução somente dos elementos mistos que estão

submetidos à flexão, isto é, as vigas mistas.

Os avanços tecnológicos das ultimas décadas, proporcionaram estudos com a

finalidade de obter concretos e aços com alta resistência e o surgimento de equipamentos

que facilitam o transporte e o posicionamento dos elementos mistos.

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A associação entre aço e concreto atrelada com o comportamento conjunto desses

dois materiais pode ser encontradas na forma de lajes, vigas e pilares. É possível observar

que as estruturas mistas passaram por um processo de desenvolvimento onde primeiro

surgiu a técnica, que trazia vantagens econômicas. Mesmo com o desenvolvimento do

processo construtivo e de sua utilização, ainda há muita pesquisa para realizar nessa área

visto que muitas teorias e procedimentos de cálculos ainda estão em desenvolvimento.

2.1.1 EXEMPLOS

Grandes obras da engenharia moderna são concebidas em estrutura mista, no

âmbito internacional, alguns exemplos podem ser citados como:

O Millennium Tower (Viena, Áustria, 1999) é um edifício com 55 andares, totalizando

uma altura de 202 metros e com uma área de implantação de 1000m2, que está ilustrado na

Figura 1. Este foi concluído em apenas oito meses devido à rápida conclusão aos métodos

construtivos utilizados. Foram utilizadas as vigas slim floor, possibilitando a diminuição da

espessura do pavimento.

Figura 1. Millenium Tower.

Fonte: Cavalcanti (2010).

No Brasil também são vistas importantes construções em estrutura mista, como o

Salvador Shopping. Em 21 de maio de 2007 teve a sua inauguração, são cinco pavimentos

sendo que dois são de estacionamento, dois de lojas e o outro cinema, além de um

pavimento adicional na cobertura destinado aos restaurantes, casa de máquinas (Figura 2).

O cronograma da obra foi de 18 meses de duração.

O conceito estrutural foi baseado na criação de um pilar misto composto de um perfil

metálico de montagem (250x250mm) sendo que a sua origem é na extremidade superior do

pilar de concreto armado (600x600mm), um metro abaixo da cota do piso da garagem. O

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14

perfil metálico foi dimensionado para que não fosse necessário a concretagem dos pilares

metálicos de modo a permitir a montagem e a concretagem de até dois pavimentos de laje.

Sua principal função foi gerar velocidade e precisão na etapa de montagem do vigamento

metálico.

O processo foi simultâneo visando à facilidade de montagem e rapidez na execução:

pilares de montagem, montagem das vigas principais, vigas secundárias, colocação do Steel

Deck MF-50, assentamento dos Studs Bolts, com o auxilio de várias frentes de trabalho. As

ilustrações (Figura 2) tanto da fase construtiva quando da finalizada estão a seguir.

Figura 2. Salvador Shopping – Pilares mistos, vigas mistas e lajes mistas.

Fonte: Cavalcanti (2010).

O edifício Nações Unidas localizado na Marginal Pinheiro, em São Paulo, é um

exemplo de construção moderna e da utilização de estruturas mistas, ilustrado na Figura 3.

O sistema construtivo é composto por pilares metálicos de montagem envoltos por concreto

armado, originando um pilar misto; as lajes são Steel Deck MF-50; e o vigamento é

composto por vigas mistas. A estabilidade da estrutura é dada por núcleos rígidos de

concreto armado, que envolvem as casas de máquina e os elevadores. Além disso, foi

utilizada uma técnica moderna de tecnologia construtiva e instalações, isto é, a “Green

Building”, que tem como objetivo principal a otimização dos recursos energéticos e redução

dos impactos ambientais.

Figura 3. Edíficio Nações Unidas – pilares, vigas e lajes mistas.

Fonte: Cavalcanti (2010).

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15

Atualmente, a exploração de elementos mistos tem como objetivo o aproveitamento

eficiente dos materiais de aço e concreto, isto é, um melhor aproveitamento das

características e propriedades mecânicas de ambos, acarretando em vantagens como

atender aos prazos de entrega da edificação, trabalhando com um canteiro de obra reduzido

e limpo, reduzindo assim os desperdícios de materiais. A necessidade cada vez maior de

grandes áreas livres por pavimento, em grandes vãos para as vigas, acréscimo na força

vertical dos pilares e maior espaçamento entre eles. Nessa situação, as estruturas mistas

têm suas seções transversais reduzidas, ampliando as áreas livres e consequentemente

reduzindo as forças verticais na fundação, de maneira que reduz o peso próprio da estrutura

acarretando em uma diminuição dos custos também. Além disso, não é necessário o uso de

escoramentos e fôrmas, diminuindo assim os custos de material e mão de obra.

O elemento misto é a associação do perfil de aço e concreto estrutural considerando

o comportamento conjunto desses materiais para que possam resistir aos esforços

solicitantes com a finalidade de aproveitar as vantagens de cada material em termos

construtivos e estruturais. Esse comportamento conjunto acontece quando não há

deslocamentos relativos entre os materiais.

De um lado o concreto estrutural resiste aos esforços de compressão e apresenta

boa facilidade de moldagem, podendo assumir diferentes formas. Por outro, o aço possui

ótima resistência aos esforços de tração e boa ductilidade, além disso, os sistemas

construtivos compostos por elementos de aço são limpo e de rápida execução por ser

industrializado.

2.2 ELEMENTOS MISTOS

Aço e concreto podem ser associados de diferentes formas para compor laje, vigas e

pilares mistos. Na Figura 4, são mostrados os diferentes tipos de elementos mistos.

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Figura 4. Pilares mistos, vigas mistas e lajes mistas, respectivamente.

Fonte: De Nardin e Souza (1998).

2.2.1 PILARES MISTOS

Os pilares mistos são classificados em função da posição do concreto em relação ao

perfil de aço. Os pilares parcialmente revestidos têm o concreto como preenchimento entre

as mesas do perfil metálico. Os pilares revestidos têm o concreto envolvendo o perfil como

um todo. E por fim, o pilar preenchido em que o pilar é formado por um perfil tubular em que

é preenchido com concreto. Os tipos de pilares são mostrados na Figura 5.

Figura 5. Pilares mistos – revestidos, parcialmente revestidos e preenchidos.

Fonte: De Nardin (2005)

Os pilares parcialmente revestidos e os revestidos tem como necessidade o uso de

fôrmas e barras de armadura com o objetivo de evitar a ruptura do concreto. Porém, há uma

exceção em relação aos parcialmente revestidos, se nesse a concretagem for feita na

horizontal, isto é, executando o preenchimento de um dos lados e em seguida do outro lado,

é possível não utilizar fôrmas.

Nos países europeus, asiáticos e americanos, há uma crescente utilização dos

pilares mistos preenchidos, devido ao grande numero de vantagens associadas à

associação do aço-concreto. O concreto aumenta a resistência, rigidez e capacidade de

absorver energia. É possível não utilizar fôrmas e dispensar armaduras, além disso, há uma

economia de materiais e mão de obra.

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17

Em pilares mistos, em geral, para ocorrer o comportamento conjunto não são

utilizados conectores de cisalhamento, e sim, apenas considera a aderência entre os dois

materiais.

2.2.2 LAJES MISTAS

As lajes mistas com forma de aço incorporada são empregadas em grande escala

em edifícios de aço, de concreto armado e em pontes devido racionalização do processo

construtivo.

Neste tipo de laje, sua armadura positiva da laje é totalmente ou parcialmente

substituída pela forma de aço. Isto é, a laje de aço incorporada à forma de aço suporta as

ações construtivas antes da cura do concreto, e após a cura, a forma de aço funciona como

armadura da laje. Esse elemento misto é detalhado na Figura 6.

Algumas vantagens são interessantes citar, como a redução da necessidade de

escoramentos fazendo com que o canteiro de obra fique mais organizado, reduzindo o

tempo com montagem e desmontagem dos escoramentos e retirada de forma; a forma de

aço por ser utilizada como plataforma de trabalho nos pavimentos superiores e como

proteção aos operários em serviço nos pavimentos inferiores; as formas de aço são leves,

de fácil manuseio e instalação; o uso de formas de aço possibilita a execução das diversas

instalações e a fixação de forros falsos; elimina a utilização de formas de madeira, com isso,

diminui o custo total de uma estrutura de concreto; as formas de aço podem fazer o papel

estrutural das armaduras de tração da laje, acarretando economia de tempo, material, e mão

de obra, visto que os tempos gastos com corte, dobramento e montagem das armaduras

são eliminados ou reduzidos.

Figura 6. Laje com forma de aço incorporada e seus componentes.

Fonte: De Nardin (2005).

O comportamento conjunto de uma laje mista é dado da seguinte maneira, a forma

de aço deve transmitir o cisalhamento na interface aço-concreto com a finalidade de ter um

trabalho conjunto entre os dois materiais. Este é garantido de duas maneiras, a saber: por

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ligação mecânica através de mossas e por ligação pelo atrito originado pelo confinamento

do concreto em formas reentrantes.

2.2.3 VIGAS MISTAS

A viga mista aço-concreto é o elemento que associa as vigas de aço com a laje de

concreto, isto é, é um perfil de aço conectado à laje de concreto através de conectores de

cisalhamento na interface. Os tipos mais usuais são: Tradicional, que é o perfil I associado

com a laje de concreto apoiada na mesa superior do perfil e ligados por conectores de

cisalhamento. O perfil parcial ou totalmente preenchido, com concreto. Esses tipos estão

mostrados na Figura 7, a seguir:

Figura 7. Tipos de vigas mistas mais usuais.

Fonte: Malite (1990).

As vigas mistas de aço e concreto apresentam diversas vantagens nas regiões de

momento positivo em relação às vigas de aço isoladas, uma vez que, a flambagem local da

mesa e da alma (FLM e FLA), assim como a flambagem lateral com torção (FLT), são

impedidas ou minimizadas. Além disso, a associação dos elementos aço-concreto gera um

aumento da resistência e rigidez fazendo com que diminua a altura dos elementos

estruturais, consequentemente uma redução no consumo de material.

2.2.3.1 Comportamento estrutural

Do ponto de vista estático, as vigas mistas podem ser separadas em:

Contínuas: o perfil de aço e a armadura da laje têm continuidade total nos

apoios internos, e também, a ligação entre o aço-concreto deve ter

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resistência maior ou igual a da viga. Há a presença de momentos fletores

negativos. Mesmo que estes reduz a eficiência do sistema misto, a

continuidade gera vantagens em relação à redução de esforços e

deslocamentos e da estabilidade global da estrutura.

Semicontínuas: ligação mista apresenta resistência parcial.

Bi-apoiadas: as ligações nos apoios podem ser caracterizadas como rótulas.

A viga de aço está, predominantemente, submetida aos esforços de tração

enquanto que a laje de concreto à compressão. Com isso, há uma maior

eficiência em relação aos outros tipos de vigas mistas.

Os sistemas contínuos e semicontinuos possuem algumas vantagens em relação ao

bi-apoiado, a saber: redução do peso; menores relações vão/altura; menor fissuração da laje

de concreto na região próxima dos apoios. Porém a continuidade necessita de ligações

muito complexas e trabalhosas, acarretando em um uso mais frequentes de vigas bi-

apoiadas.

Do ponto de vista construtivo, as vigas mistas podem ser escoradas ou não

escoradas. Isto é, na primeira (Figura 9), o elemento estrutural só entra em serviço após a

cura do concreto, ou seja, quando todas as cargas são suportadas pela ação mista após a

retirada do escoramento. Enquanto que as construções não escoradas (Figura 8), as vigas

de aço devem ser verificadas quantos às cargas de construção que são o peso do concreto

e a sobrecarga construtiva. Além disso, a viga de aço deve ser travada lateralmente para

evitar a flambagem lateral.

Figura 8. Viga mista não escorada.

Fonte: Ramos, 2010.

A opção pelo não escoramento da laje é viável quando se necessita de velocidade

de construção, mas é válido ressaltar que as verificações de flechas e da estabilidade lateral

das vigas podem ser determinantes.

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Figura 9. Vigas mistas escoradas.

Fonte: Ramos, 2010.

Por outro lado, na construção escorada, o concreto já está curado e a seção mista

constituída. Com isso, as deflexões também serão as da seção mista, e menores que as da

seção isolada, como analisado na Figura 9.

Do ponto de vista da ligação entre aço e concreto, as vigas mistas podem ser

classificadas em dois tipos, que são detalhadas na Figura 10:

Interação completa: quando o cisalhamento na interface aço-concreto é

absorvido por uma quantidade suficiente de conectores de cisalhamento. E

também, não há escorregamento longitudinal relativo aço-concreto,

apresentando apenas uma única linha neutra. Logo, é possível considerar

uma “ligação perfeita” entre o aço e o concreto na região de interface.

Interação parcial: é possível utilizar um número inferior de conectores sem

afetar o momento resistente da seção mista. Ou seja, há escorregamento

relativo ao nível da ligação aço-concreto, acarretando em uma

descontinuidade no diagrama de deformações. Consequentemente,

apresenta duas linhas neutras. Tal escorregamento altera a distribuição de

tensões na seção, distribuição do fluxo de cisalhamento longitudinal na

conexão, e a deformabilidade das vigas.

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Figura 10. Interação aço-concreto nas vigas mistas.

Fonte: Alva e Malite (2005).

O cisalhamento longitudinal relaciona os esforços cortantes longitudinais por unidade

de comprimento q. Através deste que é possível dimensionar a ligação aço-concreto.

Na interação completa, a resultante do diagrama do fluxo de cisalhamento

longitudinal é relacionada à máxima força cortante que é possível transmitir através da

ligação. Sendo que a força é limitada pelas resultantes máximas de tração e de compressão

que podem atuar na viga de aço e na laje de concreto, respectivamente. Logo, o número de

conectores de cisalhamento deve ser dimensionado para o valor da força cortante

resultante, que é o menor entre as resultantes máximas de tração e de compressão já

mencionadas.

Além desses fatores já citados, o comportamento estrutural das vigas mistas

depende da existência ou não de momentos fletores negativos, por causa das condições de

vinculações das vigas:

- Vigas mistas submetidas apenas a momentos fletores positivos: Se a mesa superior

do perfil de aço sofrer compressão, a estabilidade local desta é garantida pela ligação com a

laje de concreto através dos conectores de cisalhamento. E a estabilidade lateral é garantida

também, por causa da presença da laje de concreto que é considerada como rigidez infinita

no seu plano.

- Vigas mistas submetidas a momentos fletores negativos: A presença dos momentos

fletores negativos causa uma perda na eficiência do sistema misto, pois diminui a resistência

à flexão causada pela fissuração decorrente do concreto tracionado. Com isso, esta área

tracionada é sujeitada à flambagem local ou à instabilidade por distorção da viga de aço.

Há alguns fatores que influenciam a resistência do momento fletor negativo de uma

viga mista que vale ressaltar:

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Taxa de armadura longitudinal existente na laje: a altura da zona comprimida

da alma é controlada pela força resistente da armadura da laje. Em outras

palavras, a taxa de armadura longitudinal da laje é limitada pela flambagem

local da alma e as tensões de compressão na mesa da viga de aço.

Instabilidade associada à distorção da seção: a resistência a este tipo de

instabilidade está relacionada com a altura da alma capaz de transmitir a

restrição até a mesa comprimida instável. Isso ocorre, pois a laje de concreto

origina uma considerável restrição lateral e ao giro à mesa tracionada da viga

de aço.

Flambagem local de alma e da mesa na zona comprimida: quando a seção é

razoavelmente esbelta, o momento resistente é diminuído para possibilitar

que a flambagem local se desenvolva para níveis de carregamentos abaixo

dos que provocariam flambagem por distorção.

2.2.3.1.1 Largura efetiva

Segundo a Teoria Elementar de flexão, as tensões axiais em uma viga não variam ao

longo do comprimento dela. Porém, na realidade a viga não trabalha uniformemente quando

esta é muito grande, ou seja, a partir de uma distância da alma da viga, trechos da mesa

não trabalham inteiramente ao momento fletor. Com isso, a viga é menos rígida que a citada

na Teoria Elementar de flexão devido ao efeito shear lag , que representa a variação das

tensões normais ao longo da largura da mesa.(Figura 11)

Foram feitos estudos para solucionar esse contraponto da Teoria Elementar de

flexão, e uma alternativa foi substituir a largura real da mesa por uma largura reduzida de tal

maneira que, na viga de seção transversal, forneça um valor aproximado para a máxima

tensão de flexão. Esta largura reduzida da mesa é a chamada largura efetiva.

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Figura 11. Distribuição de tensões ao longo da mesa do perfil de aço.

Fonte: David (2007).

O efeito shear lag é considerado na Norma NBR 8800:2008, pois o cálculo através

da Teoria Elementar de Flexão é muito complexo. Em outras palavras, o cálculo exato da

largura efetiva no regime elástico depende das condições de apoio, distribuição de

momentos, proporção entre a espessura da laje a altura da viga, armadura longitudinal

colocada na laje de concreto, entre outros aspectos. Com isso, dificulta o cálculo por meio

desta Teoria.

Segundo a NBR 8800:2008, a largura efetiva da mesa de concreto para as vigas

mistas biapoiadas, é:

Cada lado da linha de centro da viga deve ser igual ou menor que 1/8 do vão

da viga mista, levando em conta entre linhas de centro dos apoios;

Cada lado da linha de centro da viga deve ser igual ou menor que metade da

distância entre a linha de centro da viga analisada e a linha de centro da viga

adjacente;

Cada lado da linha de centro da viga deve ser igual ou menor que a distância

da linha de centro da viga á borda de uma laje em balanço;

2.2.3.1.2 Efeito da fluência e retração do concreto

A fluência está associada com a diminuição do módulo de elasticidade do concreto

em função do tempo. Isso acarreta em um aumento progressivo do coeficiente de

homogeneização, em outras palavras, aumenta a relação entre o módulo de elasticidade do

aço e do concreto.

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Enquanto que a retração causa redução do volume de concreto, consequentemente,

gera deformações adicionais no elemento misto.

Enfim, os efeitos de fluência e retração podem causar deformações por

carregamentos de longa duração significativamente maiores que a deformação instantânea.

2.2.4 CONECTORES DE CISALHAMENTO

É o elemento que faz a ligação entre a laje de concreto e o perfil metálico. Tem a

função de absorver os esforços de cisalhamento nas duas direções e de impedir o

escorregamento entre os materiais de aço e concreto, conforme ilustrado na Figura 12.

Estes elementos criam forças longitudinais de cisalhamento na interface entre aço e

concreto, que resistem aos esforços causados na utilização das vigas mistas. Além destas

forças, os conectores resistem a forças transversais ao plano de concreto, que podem

causar a separação ente o mesmo e o perfil metálico, essa situação é chamada como

“uplift”.

Figura 12. Comportamento aço-concreto em vigas mistas convencionais

Fonte: Rocha (2009).

Nas situações em que o conector atinge a ruptura devido à redução gradual da

resistência e rigidez do concreto na zona de compressão triaxial, o colapso do sistema misto

geralmente é atingido. Esta zona, também chamada de zona de influência, está localizada

em frente ao conector. (Figura 13)

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Figura 13. Detalhamento da zona de influência e os tipos de fissuração causados pelos conectores.

Fonte: Rocha(2009).

É válido ressaltar que existem três tipos de fissuração na laje, são elas:

- fissuração que se propaga na direção das bielas de compressão do concreto.

- fissuração por fendilhamento em frente ao conector.

- fissuração devida ao rasgamento, propagando-se nas laterais do conector,

dependendo da força de compressão no plano da laje. Se ocorrer essa fissuração na

direção da área de influência, o conector não possui efeitos de resistência significativos.

A resistência ao cisalhamento do conector está diretamente ligada à resistência e a

rigidez do material do conector e da laje, com isso, a armadura transversal adquiriu um

papel importante apenas no seu confinamento.

O conceito de rigidez está associado com a capacidade de restrição do

escorregamento imposto pela ligação viga de aço e laje de concreto conforme Figura 14.

Figura 14. Diagrama força x escorregamento relativo aço-concreto.

Fonte: Ribeiro Neto (2010).

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Esse diagrama determina a característica mais importante de um conector de

cisalhamento, a saber, seu comportamento dúctil, ou seja, a relação entre a força F

transmitida pelo conector e o escorregamento s na interface aço-concreto a qual determina

a ductilidade do conector.

A flexibilidade dos conectores faz com que o colapso de uma viga mista seja dúctil,

quando ocorre ruptura da ligação aço-concreto. Isto é, um conector flexível sob

carregamento crescente pode continuar a deformar-se mesmo após atingir sua resistência

máxima sem que ocorra sua ruptura. Com isso, os conectores vizinhos recebem maior força

de corte e atingem sua capacidade máxima. Por fim, o uso dos conectores igualmente

espaçados possibilita a ausência de perda na resistência máxima da conexão.

Além disso, é interessante destacar que há diferentes tipos de conectores de

cisalhamento. Esses elementos tem a função de garantir o comportamento misto, e

consequentemente a deformação conjunta dos materiais aço-concreto.

Os conectores classificam-se em flexíveis e rígidos. Dentre os primeiros citados, os

conectores do tipo pino com cabeça é o mais usual na maioria dos países devido à

facilidade de fabricação utilizando o processo de soldagem semiautomático, e também,

possui a mesma resistência em todas as direções. E os perfis tipo U laminados ou formados

a frio são exemplos de conectores do tipo rígido. Alguns tipos de conectores de

cisalhamento são destacados a seguir:

A. Conector Stud Bolt: o principal modo de colapso em modelos com conectores Stud é

a ruptura por cisalhamento na interface, na base destes conectores. Esse modo de

ruptura é a condição em que o conector pode contribuir com a máxima resistência ao

cisalhamento.Além desse tipo, há outro tipo de colapso que é o esmagamento do

concreto que envolve o conector. (Figura 15)

Figura 15. Conector “Stud Bolt”.

Fonte: Rocha (2009).

B. Perfobond: Sua estrutura consiste em uma chapa plana de aço, com furos circulares,

soldada sobre a mesa superior da viga de aço. Foi originado pela necessidade de

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um conector que não permitisse atrito entre o aço e o concreto, simultaneamente,

não envolvendo deformações elásticas para cargas de serviço. (Figura 16)

Figura 16. Conector Perfobond

Fonte: Rocha (2009).

C. Crestbond: a estrutura deste conector consiste em uma chapa dentada com

saliências e reentrâncias trapezoidais que proporcional resistência ao cisalhamento

longitudinal e ao ufplift.(Figura 17)

Figura 17. Conector Crestbond

Fonte: Rocha (2009).

Em relação aos conectores Perfobond, o Crestbond têm vantagens devido às

aberturas entre os dentes, que facilitam a disposição das barras de armadura.

D. Outros conectores: além dos conectores citados, existem outros tipos que estão

ilustrados a seguir, Figura 18:

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28

Figura 18. Outros tipos de conectores de cisalhamento.

Fonte: Rocha(2009).

Os perfis de aço destinados à fabricação de estruturas podem ser divididos em três

grupos:

- perfis soldados e perfis laminados: são perfis de grande eficiência estrutural, sendo

assim, destinados ás obras de grande porte.

- perfis formados a frio: estes possuem espessuras menores de até 6 milímetros,

com isso, são destinados à edifícios de até 6 pavimentos, moradias, galpões.

No Brasil, há pouca disponibilidade de perfis laminados e o custo dos perfis soldados

é elevado. Por causa disso, tem elevado o emprego dos perfis formados a frio nos edifícios

de pequeno porte, associados com as lajes de vigotas pré-moldadas. (DAVID, D, 2007).

De acordo com os estudos realizados por Ribeiro Neto (2010) através dos ensaios

de cisalhamento direto, há uma visível alteração de resistência entre os diferentes tipos de

conectores estudados, em que os perfis U e L formados a frio possuem resistência menor

que o conector U laminado. Além disso, em quase todos os corpos de prova observou que

as fissuras tinham origem no centro da laje, se propagando em duas bielas de compressão

em relação à maior dimensão da laje até a base.

Segundo DAVID,D, (2007), a altura do conector é uma variável que não interfere

significativamente nas expressões de cálculos da resistência de conectores U, ou seja, o

aumento da altura não mostrou um aumento visível da resistência. Grande parte dos

conectores que possuíam relação altura/espessura maior ou igual que 25, o valor da

capacidade de deformação foi superior que 6 mm, considerando assim dúctil. Em relação à

espessura dos conectores, pode-se concluir que quanto maior a espessura maior a

resistência do conector. Por fim, aqueles que possuíam armaduras, obtiveram uma

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resistência superior aos que não possuíam isso ocorreu talvez devido o maior confinamento

do concreto na região do conector.

2.2.5 VIGAS MISTAS PARCIALMENTE REVESTIDAS

Com o intuito de reduzir a altura total do piso, pesquisadores iniciaram estudos para

que a viga de aço tivesse altura da laje igual à de concreto, originando as vigas parcialmente

revestidas. Na Figura 19, são mostrados tipos de vigas mistas parcialmente revestidas.

Figura 19. Tipos de vigas mistas revestidas.

Fonte: De Nardin (2008).

O concreto entre as mesas do perfil de aço acarreta nas seguintes vantagens:

aumento de resistência ao fogo, às instabilidades locais da seção de aço; economia no

cosumo de material e na mão de obra; capacidade resistente em relação ao aço.

De acordo com Mergulhão citado por De Nardin (2005), o concreto confinado

aumenta a rigidez à flexão e diminui os deslocamentos verticais, porém não impede a

instabilidade da mesa comprimida por flexão.

A característica mais importante das vigas parcialmente revestidas é o

comportamento misto aço-concreto, por isso muitos pesquisadores tem estudado tal caso

para melhor compreendê-lo. O conector do tipo pino com cabeça é o mais utilizado para

promover tal comportamento, mas é preciso utilizar posições alternativas nas vigas

revestidas, analisando o seu comportamento misto e a capacidade resistente à flexão.

Para garantir o comportamento misto, é necessário que aço e concreto se deformem

juntos, como um único elemento. E isso é adquirido das seguintes formas:

Há duas maneiras mais usuais para posicionar os conectores de cisalhamento nas

vigas mistas parcialmente revestidas, e serão analisadas a seguir. O conector mais utilizado

é o pino com cabeça, ilustrado na Figura 20:

- verticalmente: conectores soldados na face interna da mesa inferior da viga.

- horizontalmente: conectores soldados nas duas faces da alma.

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30

Muitos trabalhos têm sido realizados nessa área (BERNUZZI E ZANDONINI (1996)

citado por CAVALCANTI (2010)) abordaram as vigas constituídas por perfis de aço de seção

assimétrica e forma de aço apoiada na mesa inferior com a finalidade de estudar os

conectores na posição convencional e os conectores em ambas as mesas sendo que estes

foram distribuídos somente na região de momento negativo. No caso do momento fletor

negativo e interação total, os conectores na face interna da mesa inferior não influenciaram

de maneira significativa para elevar a capacidade resistente das vigas mistas.

Figura 20. Diferentes posições dos conectores de cisalhamento em vigas mistas revestidas.

Fonte: Cavalcanti (2010).

É interessante citar que é possível retirar a mesa superior da viga de aço fazendo

com que o concreto sofra os esforços de compressão. O comportamento misto é atingido

com furos na alma perto da extremidade superior do perfil para que armaduras ocupem os

espaços antes que ocorra a cura do concreto. Logo, o deslizamento aço-concreto e os

valores de capacidade resistente à flexão não são muito influenciados pela presença da

mesa superior. (KLAIBER E WIPF (2000) citado por CAVALCANTI (2010)).

Os conectores horizontais estão sujeitos às forças de cisalhamento longitudinal, que

concentram na região do conector e deve distribuir na altura da laje. As forças de tração no

concreto devem gerar algumas consequências, como o fendilhamento com fissuras

paralelas à chapa de aço e a expansão. A colocação de estribos verticais pode evitar a

abertura de fissuras.

Segundo os estudos realizados por De Nardin (2008) houve um aumento de

resistência de 10% e de 7%, aproximadamente, quando os conectores foram posicionados

na mesa inferior e na alma, respectivamente. Ou seja, a contribuição dos conectores de

cisalhamento é pequena em relação à rigidez/resistência da estrutura. Em relação ao

escorregamento aço-concreto, não é visto mudanças consideráveis com a presença dos

conectores, porém estes aumentam a resistência à flexão.

Em relação à deformação, o concreto absorve a maior parte dos esforços de

compressão e contribui para aumentar a capacidade resistente à flexão da seção mista. Isto

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31

é, a meia altura da seção transversal, os valores de deformação de compressão vistos no

concreto são maiores aos do perfil metálico. Enquanto que na região tracionada, as

deformações são registradas no perfil de aço e as deformações são quase nulas no

concreto por causa da baixa resistência do concreto à tração.

Nos elementos com conector vertical, o aço e o concreto sofrem ações da região

comprimida, sendo a maior parte para o concreto. Nos elementos sem conector, a maior

parte da tensão de tração é resistida pelo perfil. Enquanto para os conectores horizontais, as

tensões de compressão são resistidas pelo concreto e as de tração pelo perfil. A solução

mais eficaz foi os conectores verticais.

2.2.5.1 Contribuição das barras de armadura para a capacidade resistente

de vigas mistas parcialmente revestidas

Até inicio da década de 1990, no cálculo da capacidade resistente à flexão da flecha,

não era considerado a armadura no concreto localizado entre as mesas do perfil das vigas

parcialmente revestidas. Porém muitos estudos foram feitos e o comportamento misto pode

ser adquirido com a utilização de barras de armadura. Isto é, não há normas que abordam

detalhadamente a influência das armaduras nesse tipo de viga, com isso, o detalhamento é

feito utilizando adaptações já normatizadas.

De acordo com os estudos realizados na Alemanha em 1991 e 1992, com a

presença da armadura, houve um acréscimo de 22% na capacidade resistente ao

cisalhamento para vãos pequenos. Enquanto que para vãos grandes, a força máxima é

limitada pela flecha, acarretando em acréscimo de 29%. E por fim, para vãos muito grandes,

o aumento da capacidade resistente à flexão por causa da presença das armaduras pode

chegar a 24%. Logo, a elevada taxa de armadura não é dispensa a necessidade de

conectores horizontais para adquirir o comportamento misto, (KINDMANN, R.; BERGMANN,

R.; 1993).

2.2.6 PISOS MISTOS

Em 1845, no Reino Unido, teve uma das primeiras aparições da utilização de piso

misto, onde foi utilizado um sistema de arcos de pedra associados com a viga de ferro. Na

década de 1970, os estudos sobre os pisos mistos foram aprofundados com o objetivo de

reduzir a altura dos pisos ou pavimentos. De acordo com JU, Y-K; KIM, S-D (2005), os

sistemas construtivos para pisos mistos de pequena altura é a associação de diversos tipos

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32

de viga e laje, tendo como sua principal característica, a sua aparência compacta. Os pisos

mistos são ilustrados conforme a Figura 21.

Figura 21. Comparação entre as vigas mistas.

Fonte: Barros (2011).

A redução da espessura do piso é possível por causa da ação mista aço-concreto.

Outro fator importante é a ligação contínua entre vãos, mobilizando momento negativo nos

apoios e consequentemente reduzindo o momento positivo máximo.

Certamente, o número crescente da utilização de pisos de pequena altura é devido

às suas vantagens. A mais importante já foi citada, é a capacidade de um edifício construído

com slimfloor ter um andar a mais do que aquele construído no sistema convencional, com a

mesma altura. Isso acontece por causa da redução da altura do pavimento, o que é bastante

útil em áreas que existe restrição quanto à altura máxima de edifícios. Com exceção da

mesa inferior do perfil, não é necessário utilizar proteção contra corrosão e ao fogo por

causa do revestimento do aço pelo concreto. É possível criar espaços abertos com um

numero reduzido de pilares ou colunas, ou seja, as vigas podem chegar até 8 metros de

vão, enquanto que as lajes podem ter vãos de 10 a 12 metros. Esse sistema é mais leve

que os de viga mistas convencionais e o de concreto armado. Além disso, há uma maior

rapidez de execução gerando redução de custos tanto para as lajes pré-fabricadas quanto

para as lajes mistas. Isso ocorre, pois não é necessária a utilização de formas, reduzindo o

tempo de montagem e execução. Por fim, o fato de a viga estar na altura do pavimento,

diminui as irregularidades no pavimento, diminuindo a camada de regularização.

2.2.6.1 Sistemas construtivos mistos

Com a associação de diferentes vigas e lajes deu origem a diversos sistemas

construtivos para pisos mistos de pequena altura. Neste trabalho, é demonstrado os mais

utilizados.

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33

- Sistema IFB: composto por vigas IFB e lajes alveolares pré-moldadas protendidas.

A viga é composta por um perfil I laminado, que foi cortado ao meio (na horizontal) e ao qual

foi soldada uma chapa plana com largura maior que a da mesa superior. (Figura 22)

Figura 22. Vigas com perfil assimétrico e sistema Slimfloor.

Fonte: Barros (2011).

- Slim floor: é composto pela viga slim floor e por uma laje que pode ser mista ou de

painéis alveolares pré-moldados protendidos de concreto. As vigas deste sistema permitem

a execução de grandes aberturas na alma permitem a execução de grandes aberturas na

alma devido a suas características geométricas. (Figura 23)

Segundo De Nardim (2005), para as vigas internas são adotados os casos de vigas

simples e viga mista. Isto é, A viga simples, que não tem comportamento misto, é

recomendada para vãos entre 6 e 8 metros, enquanto que as vigas mistas para edifícios

com mais de quatro pavimentos. Além disso, os conectores de cisalhamento devem ter 19

mm de diâmetro, soldados na mesa superior da viga.

Figura 23. Sistema Slimfloor.

Fonte: http://www.tatasteelconstruction.com

- Slim Deck: são vigas assimétricas ASB e laje mista moldada no local. Não é

necessária a utilização de conectores de cisalhamento, pois a face externa da mesa

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34

superior do perfil I apresenta ranhuras que garantem a aderência entre perfil de aço e laje

de concreto, conforme a Figura 24.

Segundo De Nardim (2005), não é necessário ter a laje de concreto sobre a mesa

superior, desde que tenha barras de armadura atravessando a alma da viga, com a

finalidade de garantir a continuidade. Além disso, para que a viga mista tenha contato

adequado nos apoios da fôrma de aço na mesa inferior deve ser de, no mínimo, 75 mm.

Figura 24. Viga ASB.

Fonte: Barros (2011).

Em relação ao perfil slimfloor, esse possui uma redução de peso de 15% a 25%, e

também uma redução de custos.

O sistema misto aço-concreto é abordado em muitos países há algumas décadas,

mas ainda há uma carência de estudos sobre a viabilidade de emprego no Brasil.

Recentemente, houve um avanço nos estudos teóricos e experimentais sobre as estruturas

mistas devido às suas vantagens já citadas, com isso, contribuíram para a elevação do nível

de entendimento sobre tais. Por fim, este tema ainda tem muito que ser estudado e

aprofundado para que haja um melhor entendimento.

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35

3. DIMENSIONAMENTO DE VIGAS

MISTAS CONVENCIONAIS

O dimensionamento de uma viga mista de aço e concreto está associado a diversos

parâmetros que já foram explicados no capitulo anterior. Em outras palavras, é necessário

ter conhecimento do método construtivo a ser utilizado que pode ser escorado ou não

escorado e a interação aço-concreto que pode ser interação completa ou parcial.

Segundo a NBR 8800: 2008 existem algumas exigências que são citadas a seguir:

A relação entre a altura (h) e a espessura da alma (tw) determina o método de

dimensionamento para as vigas biapoiadas, sendo esta a altura é distância entre as faces

internas das mesas nos perfis soldados. Isto é, se as equações (3.1 e 3.2) forem

verdadeiras, as vigas mistas podem ser dimensionadas usando as propriedades plásticas da

seção mista.

yw f

E

t

h 7,5 3.1

yw f

E

t

h 76,3 3.2

Por outro lado, se a equação 3.3 for verdadeira, as vigas devem ser dimensionadas

usando as propriedades elásticas da seção mista. Estas são as vigas “compactas”.

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36

yw f

E

t

h 76,3 3.3

3.1 RESISTÊNCIA EM REGIÃO DE MOMENTO POSITIVO

A classe da seção transversal é determinada de acordo com a relação entre a

largura e espessura alma. A partir da classificação, é possível determinar o momento fletor

resistente. A norma brasileira NBR 8800:2008 denomina as classes como:

Classe 1 e 2: são as seções “compactas”, em que é considerada a

plastificação total da seção mista.

Classe 3: são as seções “semi esbeltas”. É considerada propriedades da

seção mista homogeneizada, em que o momento resistente é calculado

através da distribuição elástica de tensões. É válido ressaltar que a alma

pode sofrer flambagem local no regime inelástico.

Na norma estudada, não contempla as seções da classe 4, em que a alma das

seções podem sofrer flambagem local no regime elástico.

Na Figura 25, é ilustrado o diagrama de tensões na seção transversal para o cálculo

do momento fletor resistente em uma interação completa. È válido lembrar, que deve aplicar

os coeficientes de minoração de resistência dos materiais aço, concreto e conector de

cisalhamento na determinação do momento fletor resistente.

Figura 25. Distribuição de tensões – Interação Total.

Fonte: Alva; Malite (2005).

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37

Nos casos em que o momento resistente é calculado adotando a distribuição elástica

de tensões, o momento solicitante de cálculo não deve ocasionar tensões superiores às

tensões máximas permitidas nos respectivos materiais, na fibra inferior da viga de aço e na

fibra superior da laje de concreto.

Em relação à interação parcial (Figura 26), deve-se considerar o efeito do

escorregamento entre os materiais, com isso, o módulo de resistência elástico da seção

homogeneizada é substituído por um módulo de resistência elástico reduzido ou efetivo. A

figura à seguir ilustra a distribuição de tensões em vigas mistas sob momento positivo sob

interação parcial.

Figura 26. Distribuição de tensões – Interação parcial.

Fonte: Alva;Malite (2005).

3.1.1 CONSTRUÇÕES ESCORADAS: VIGAS DE ALMA CHEIA – “COMPACTA”

De acordo com o Efeito Rusch, o coeficiente 0,85, de fck, equivale aos efeitos de

longa duração. E o coeficiente βvm, da equação MRd é igual à 0,85 , 0,90 ou 0,95 para as

vigas semicontínuas, de acordo com a capacidade de rotação necessária para a ligação.

Enquanto que para as vigas biapoiadas ou contínuas, βvm=1,00.

a) Viga mista de alma cheia com interação completa e linha neutra da seção

plastificada na laje de concreto:

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38

ydaRd fAQ 3.6

ydaccd fAbtf 85,0 3.7

Verificando as condições acima:

abfC cdcd 85,0 3.8

ydaad fAT 3.9

c

cd

ad tbf

Ta

85,0 3.10

)2

( 1

athdTM cfadvmRd 3.11

b) Viga mista de alma cheia com interação completa e linha neutra da seção

plastificada no perfil de aço:

ccdRd tbfQ 85,0 3.12

ccdyda tfbfA 85,0 3.13

Verificando as condições acima:

ccdcd tbfC 85,0 3.14

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39

)(5,0 cdydaad CfAC 3.15

adcdad CCT 3.16

Na seção plastificada, a posição da linha neutra pode ser medida através do topo do

perfil de aço da seguinte maneira:

Linha neutra na mesa superior:

ydadad fAC 3.17

Verificando a equação acima:

f

ydaf

ad

p tfA

Cy

3.18

Linha neutra na alma:

ydafad fAC 3.19

Verificando a equação acima:

f

ydaw

ydafad

wp tfA

fAChy

3.20

Com isso, o momento fletor resistente é calculado da seguinte maneira:

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40

tf

ccdctadvmRd ydh

tCyydCM

2 3.21

c) Vigas mistas de alma cheia com interação parcial:

ydaRd fAQ 3.22

btfQ ccdRd 85,0 3.23

Cumpridas essas condições:

)

2()( tfccdctadvmRd ydh

atCyydCM 3.24

Sendo:

bf

Ca

cd

cd

85,0 3.25

Nas equações dadas em: (a), (b), (c):

Ccd = força resistente de cálculo da espessura comprimida da laje de concreto;

Tad = força resistente de cálculo da região tracionada do perfil de aço;

Cad = força resistente de cálculo da região comprimida do perfil de aço;

Aa = área do perfil de aço;

Aaf = área da mesa superior do perfil de aço;

Aaw = área da alma do perfil de aço, igual ao produto hw x tw;

b = largura efetiva da laje de concreto;

tc = altura da laje de concreto;

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41

a = espessura da região comprimida da laje ou, para interação parcial, a espessura

considerada efetiva;

∑QRd = somatório das forças resistentes de cálculo individuais QRd dos conectores de

cisalhamento situados entre a seção de momento positivo máximo e a seção adjacente de

momento nulo;

hf = espessura da pré-laje pré-moldada de concreto ou a altura das nervuras La laje

com fôrma de aço incorporada;

d = altura total do perfil de aço;

hw = altura da alma, tomada com a distância entre faces internas das mesas;

tw = espessura da alma;

d1 = distância do centro geométrico da parte comprimida do perfil de aço até a face

superior desse perfil;

yc = distância do centro geométrico da parte comprimida do perfil de aço até a face

superior desse perfil;

yt = distância do centro geométrico da parte tracionada do perfil de aço até a face

inferior desse perfil;

yp = distância da linha neutra da seção plastificada até a face superior do perfil de

aço;

tf = espessura da mesa superior do perfil de aço.

Em relação ao grau de interação da viga mista de alma cheia, este é calculado

através da fórmula:

hRd

Rd

iF

Q 3.26

I. Quando os perfis de aço têm mesas de áreas iguais:

Para Le≤25 m:

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42

40,0)03,075,0(578

1

e

y

i Lf

E 3.27

Para Le>25 m (interação completa):

1i 3.28

II. Quando os perfis de aço têm mesas de áreas diferentes, com área da mesa

inferior ou igual a três vezes a área da mesa superior:

Para Le≤20 m:

40,0)015,030,0(578

1

e

y

i Lf

E 3.29

Para Le>20 m:

1i 3.30

Nas equações dadas em: (I), (II):

Le= comprimento do trecho de momento positivo ( distância entre pontos de

momento nulo ), em metros;

FhRd = força de cisalhamento de cálculo entre o componente de aço e a laje,

igual ao menor valor entre (Aa x fyd ) e (0,85 x fcd x b x tc)

3.1.2 CONSTRUÇÕES ESCORADAS: VIGAS MISTAS DE ALMA CHEIA – “SEMI ESBELTA”

A tensão de compressão de cálculo na face superior da laje de concreto não pode

ultrapassar fcd, e a tensão de tração de cálculo na face inferior do perfil de aço não pode

ultrapassar fyd. Essas tensões devem ser calculadas de acordo:

a) Interação completa:

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ydrRd fAQ 3.31

ccdRd tbfQ 85,0 3.32

Verificando as equações acima, ∑QRd é o menor do resultado destas.

iW

M

tr

sdtd 3.33

sW

M

tre

sd

cd

3.34

b) Interação parcial:

atr

hd

Rd

aef WiWF

QWW

3.35

Nas equações dadas em (a); (b):

σtd = tensão de tração de cálculo na mesa inferior do perfil de aço;

σcd = tensão de compressão de cálculo na face superior da laje de concreto;

(W tr)i = módulo de resistência elástico inferior da seção mista;

(W tr)s = módulo de resistência elástico superior da seção mista;

Wa = módulo de resistência elástico inferior do perfil de aço.

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3.1.3 CONSTRUÇÕES NÃO ESCORADAS

Além de atender as verificações como viga mista, a construção não escorada deve

atender a duas exigências adicionais:

Resistência de cálculo da viga de aço: a seção da viga de aço deve ter

resistência adequada para resistir as ações de cálculo aplicadas antes de o

concreto atingir uma resistência igual a 0,75 fck.

Limitações de tensões: nas vigas mistas de alma cheia biapoiadas (“semi

esbeltas”), na mesa inferior da seção mais solicitada, deve-se ter:

yd

ef

Sdl

a

SdGaf

W

M

W

M

,, 3.36

Na equação acima,

MGa,Sd e Ml,Sd = momentos fletores solicitantes de cálculo devidos ás ações atuantes,

respectivamente, antes e depois da resistência do concreto atingir a 0,75 fck;

Certamente, na construção não escorada, o histórico de carregamento tem maior

importância.

Com o objetivo de controlar a fissuração em qualquer direção, as lajes devem ser

armadas de tal maneira à resistir a todas as solicitações de cálculo. A possibilidade de

fissuração da laje, causada por cisalhamento, deve ser controlada pelas armaduras

adicionais transversais à viga. Esta armadura deve ser colocada na face inferior da laje.

Além disso, a área da seção dessa armadura não pode ser inferior a 0,5% da área da seção

de concreto, e deve utilizar espaçamento uniforme ao longo do vão.

3.2 RESISTÊNCIA EM REGIÃO DE MOMENTO NEGATIVO

3.2.1 RESISTÊNCIA DA SEÇÃO TRANSVERSAL

O dimensionamento de vigas mistas submetidas a momentos fletores negativos é

mais complexo que o de vigas submetidas apenas à momentos positivos, pelo fato de que

há efeitos de fissuração do concreto e da instabilidade associada ao perfil de aço, nas

regiões dos apoios.

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45

A NBR-8800:2008 aborda que a resistência de vigas mistas sob momentos negativos

seja considerada igual a da viga de aço isolada, não considerando a contribuição da

armadura longitudinal contida na largura efetiva da laje. É preciso verificar a existência de

um numero de conectores suficientes para absorver os esforços horizontais entre o perfil de

aço e a laje de concreto. (Figura 27)

Além disso, é necessário verificar os seguintes itens:

Para que a mesa não sofra flambagem local, a relação entre a largura e a

espessura da mesa comprimida não ultrapasse a

.

Para que a alma não sofra flambagem local, o perfil de aço tenha a relação

entre duas vezes a altura da parte comprimida da alma, menos duas vezes o

raio de concordância entre a mesa e a alma nos perfis laminados, e a

espessura desse elemento não superior a

, com posição da linha

neutra plástica determinada para a seção mista sujeita a momento negativo.

Figura 27. Distribuição de tensões para momento fletor negativo.

Fonte: NBR: 8800(2008).

A Figura 27 demonstra a distribuição de tensões para momento fletor negativo.

A força resistente de tração de cálculo (Tds) nas barras da armadura longitudinal deve

ser tomada igual a:

sdslds fAT 3.1

O momento fletor resistente de cálculo para vigas compactas, é dado por:

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46

543 dfAdfAdTM ydacydatdsRd

3.2

Nas equações acima:

Aat = área tracionada da seção do perfil de aço;

Aac = área comprimida da seção do perfil de aço;

d3 = distância do centro geométrico da armadura longitudinal á LNP;

d4 = distância da força de tração, situada no centro geométrico da área tracionada da

seção do perfil de aço, à LNP;

d5 = distância da força de compressão, situada no centro geométrico da área

comprimida da seção do perfil de aço, à LNP;

Asl = área da armadura longitudinal dentro da largura efetiva da laje de concreto.

3.2.1.1 Número de conectores

Na analise estrutural, o número de conectores entre a seção de momento máximo

negativo e a seção de momento nulo, deve verificar a equação:

dsRd TQ 3.3

3.3 DESLOCAMENTOS

Através do processo elástico, é calculado os deslocamentos verticais. Além da

determinação das propriedades da seção homogeneizada, deve-se adicionar o efeito da

fluência do concreto, diminuindo o módulo de elasticidade do concreto.

Em relação à interação parcial, o escorregamento acarreta em um acréscimo nos

deslocamentos verticais. A norma brasileira NBR 8800:2008 recomenda a substituição do

momento de inércia da seção homogeneizada por um momento de inércia reduzido, função

do grau de conexão.

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47

Por outro lado, no caso das construções não escoradas, os deslocamentos devem

ser obtidos adotando a superposição de dois casos: o carregamento atuante após a cura do

concreto, e o carregamento atuante na viga de aço antes da cura do concreto.

3.4 CORTANTE RESISTENTE

De acordo com a NBR 8800:2008, a força cortante resistente de cálculo de vigas

mistas de alma cheia deve ser determinada adotando apenas a resistência do perfil de aço.

Ou seja:

Rdsd VV 3.4

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4. DIMENSIONAMENTO DE VIGAS

MISTAS PARCIALMENTE

REVESTIDAS

Como já foi dito anteriormente, o dimensionamento de vigas mistas de aço e

concreto parcialmente revestidas não está normatizado com isso o dimensionamento à

seguir, é feito de acordo com estudos de alguns pesquisadores, como o Kindmann.

Os pisos mistos de pequena altura podem apresentar diferentes formatos,

combinando diferentes tipos de laje e vigas. Mas independentemente do tipo de sistema

utilizado, o dimensionamento de vigas slim floor deve considerar o estado limites: ultimo e

de serviço.

É preciso ter conhecimento dos diferentes tipos de solicitação que ocorrem na

estrutura desde a fase construtiva até que entre em serviço. Na fase construtiva, as

verificações são mais importantes em vigas que não estão escoradas, pelo fato de que

estas têm que resistir o peso do concreto fresco (em quer ainda não há o comportamento

misto), além de outras cargas de execução.

Após o endurecimento do concreto, a viga depende da eficiência do travamento.

Nesse trabalho, é detalhado o dimensionamento de dois tipos de vigas mistas

parcialmente revestidas, a simétrica e a assimétrica.

4.1 VIGA ASSIMÉTRICA COM LAJE MACIÇA

Para o dimensionamento à flexão, são estudadas formulações baseadas em

Kindmann et al (1993) e para o dimensionamento ao cisalhamento são apresentadas

formulações descritas na NBR 6118:2003, ou seja, da soma de parcelas resistentes de cada

material (aço e concreto) que compõem uma seção de viga. Na Figura 28, é ilustrado á viga

dimensionada.

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49

Figura 28. Viga assimétrica com laje maciça.

Fonte: Cavalcanti (2010)

A seguir, é ilustrado (Figura 29) o esquema estático que foi utilizado para o estudo do

cálculo de deslocamento em uma viga biapoiada:

Figura 29. Esquema estático – viga apoiada

Fonte: Do autor.

4.1.1 ESTADO LIMITE DE SERVIÇO (ELS)

A rigidez e o tipo de carregamento aplicado à viga mista são fatores determinantes

no deslocamento vertical. O valor teórico do deslocamento vertical máximo (δv) é adquirido

através da análise elástica apresentada na fórmula a seguir:

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50

)3

4(

)(16

3

3 L

a

L

a

IE

LFa

ef

v

4.1

))2

)((12

(1

)()2

( 232

1

2

3

b

fnpwfb

wf

bnpsanpax

htytbh

tbhydAy

dAII

4.2

)(1

)2

()(1

21

wfbsa

t

b

wfbsaa

np

tbhAA

th

tbhdAh

A

y

4.3

cE

E 4.4

Sendo que:

Fa= força aplicada;

L= vão da viga;

a= distância entre um dos pontos de aplicação de carga e o apoio mais próximo;

E= módulo de elasticidade do perfil de aço;

Ec= módulo de elasticidade do concreto;

I3= momento de inércia da seção transversal equivalente de aço calculando de

acordo com a distribuição plástica de tensões sem considerar a parcela de concreto à

tração, porém considera a armadura, a parcela de concreto à compressão, e a linha neutra

que determina a área de concreto não fissurado;

Ix= momento de inércia da seção transversal do perfil de aço;

Ynp= posição da linha neutra da seção transversal equivalente de aço, comparando

com a face superior da mesa superior do perfil, calculada com base na distribuição plástica

de tensões sem considerar a parcela de concreto à tração, porém considera a armadura, a

parcela de concreto à compressão, e a linha neutra que determina a área de concreto não

fissurado;

Aa= área do perfil de aço;

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51

d= altura do perfil de aço;

As= área da armadura longitudinal;

Ds1= posição do centro de gravidade da armadura longitudinal em relação à face

superior da mesa superior do perfil de aço;

Hb= altura do concreto em compressão;

Bf = largura da mesa do perfil de aço;

hs = posição do centro de gravidade da armadura longitudinal em relação à face

inferior da mesa inferior do perfil de aço;

Quando atuarem todas as ações, as flechas máximas medidas do plano teórico que

contem os apoios, não deverão ser superior que 1/300 do vão teórico. Com exceção no

caso dos balanços, que não deverão ser superior que 1/150 do comprimento teórico. Essas

recomendações são de acordo com a NBR 6119:2003.

4.1.2 ESTADO LIMITE ULTIMO (ELU)

4.1.2.1 Armadura no concreto

Com o objetivo de controlar e diminuir o efeito da fissuração existe armaduras no

concreto entre as mesas de vigas mistas parcialmente revestidas. A taxa mínima é dada

por:

kyw

mct

f

swsw

f

f

sb

A

,

,2,0

sin

4.5

Sendo que, bf = largura mínima da alma, medida ao longo da altura útil da seção.

α é a inclinação do estribo em relação ao eixo longitudinal do elemento estrutural.

4.1.2.2 Momento resistente

É considerado que tenha interação total aço-concreto e a distribuição uniformemente

da tensão de compressão no concreto. Além disso, para o cálculo do momento fletor

resistente é desprezada a contribuição do concreto tracionado por causa da ordem de

grandeza em relação ao aço.

A posição da linha neutra é calculada no perfil I assimétrico com a fórmula:

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52

2211

2221

2

11 )5,0(5,05,0

tfbhttfb

tfdtfbtfhhttfby

w

w

4.6

Sendo que,

b1 = comprimento da mesa superior do perfil;

b2 = comprimento da mesa inferior do perfil;

tf1 = espessura da mesa superior do perfil;

tf2 = espessura da mesa inferior do perfil;

d = altura do perfil;

h = altura da alma do perfil.

A partir disso, é calculada a linha neutra plástica da seção mista (yp), através da

somatória das forças atuantes na seção mista, Figura 30:

Figura 30. Forças atuantes na seção mista.

Fonte: Cavalcanti (2010).

Sendo que,

F1= força atuante na mesa superior;

F2 = força resultante na mesa inferior;

F3c = força resultante na zona comprimida da alma;

F3t = força resultante na zona tracionada da alma;

F4 = força resultante na zona comprimida do concreto;

F5 = força resultante de tração na armadura longitudinal.

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53

É calculado o módulo plástico do perfil I:

TCpl WWWWW 3321 4.7

Sendo que,

)5,0( 1111 tfytfbW 4.8

)5,0( 2222 tfydtfbW 4.9

2

13 )(5,0 tfytW wC 4.10

2

23 )(5,0 tfydtW wT 4.11

Com isso,

cdwydw

sdscdwydww

pftbft

fAftftbtfftfttfbdttfby

)(2

)()(

2

12122211 4.12

Sendo que,

Fyd = resistência ao escoamento de cálculo do aço do perfil;

Fcd = resistência de cálculo à compressão do concreto;

Fsd = resistência de cálculo do aço da armadura.

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54

Figura 31. Identificação de parâmetros no perfil de aço

Fonte: Do autor.

O momento resistente é a somatória do produto da área de cada componente da

seção com sua respectiva resistência de calculo e a distancia do centro de gravidade até a

linha neutra. Ou seja:

iidiRdpl dfAM , 4.13

sdspscdpwydwpplRdpl fhytfdAftfytbftyyWM )(5,0)()()( 1

2

12

2

,

4.14

4.1.3 CORTANTE RESISTENTE

O cálculo do esforço cortante resistente da seção mista é a somatória da parcela

resistente da alma do perfil de aço e da parcela oriunda de concreto armado:

cdRdaPlRd VVV ,, 4.15

Parcela resistente da alma do perfil I:

λ< λp:

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55

y

Pl

Y

VRdaVpl ,, 4.16

Se λp< λ< λr:

y

plp

Y

VRdaVpl

,, 4.17

Se λ> λr:

2

,,p

y

pl

Y

VRdaVpl 4.18

Sabendo que,

wt

h 4.19

yk

vpf

EK 10,1 4.20

yk

vrf

EK 37,1 4.21

ykwpl ftftfdtV )(6,0 21 4.22

Sendo que,

Vpl,a,Rd = força cortante resistente de cálculo do perfil;

Vpl = força cortante correspondente á plastificação da alma por cisalhamento;

Kv = coeficiente de flambagem por força cortante da alma;

E = módulo de elasticidade do aço do perfil.

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56

É válido lembrar que é calculado através da NBR 8800:2008, considerando Kv=5.

Parcela resistente atribuída ao concreto armado:

Enquanto que o item anterior é calculado pela NBR 8800:2008, este é pela NBR

6118:2003 pelo fato de que é uma seção de concreto armado.

Força cortante resistente de cálculo, relativa à ruína das diagonais

comprimidas de concreto (Vrd2)

dftbfV wckvRd 5,0)(27,0 222 4.23

)25

1(2ck

v

f 4.24

hstfddf 1 4.25

Força cortante resistente de cálculo relativa à ruína por tração diagonal (Vrd3)

sdsw

sw fdfs

AV

9,0 4.26

c

ctd

fckf

33,07,0 4.27

dftbfV wctdco )(03,0 2 4.28

coc VV 4.29

Sendo que,

Vsw = parcela da força cortante resistida pela armadura transversal

Vc = parcela da força cortante resistida por mecanismos complementares ao

modelo da treliça

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57

Vco = valor de referência para Vc quando o ângulo de inclinação das diagonais

de compressão é igual a 45o

Asw = área da seção transversal dos estribos

S = espaçamentos entre os estribos

df = distância do eixo da armadura longitudinal à face inferior da mesa

superior.

Força cortante resistente de cálculo no concreto armado ( Vcd)

Vcd = VRd3 se Vrd2>Vrd3, senão Vcd = Vrd2

É valido ressaltar uma característica a respeito ao dimensionamento da viga

assimétrica com laje mista. Isto é, a viga parcialmente revestida, sob carregamento,

apresenta só uma alternativa de posição da linha neutra, que é na seção de aço. Isto é,

sempre haverá compressão na mesa superior e tração na mesa inferior do perfil em caso de

momento fletor positivo.

Nesse trabalho, com o dimensionamento das vigas mistas convencionais e das vigas

mistas parcialmente revestidas simétricas e assimétricas, é desenvolvido por meio de

planilhas que mostram os resultados do mesmo. Em outras palavras, é feito uma

comparação entre os parâmetros encontrados, como o volume de aço e concreto, a altura

do pavimento e do edifício, a resistência da viga, e por fim, o peso do edifício. Essas

planilhas estão no apêndice.

4.2 VIGA SIMÉTRICA COM LAJE MISTA

A viga simétrica com laje mista estudada está ilustrada na Figura 32. Para esse

dimensionamento, é considerado que a viga não tenha escoramentos, e o perfil de aço é

laminado.

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58

Figura 32. Viga simétrica com laje mista.

Fonte: Barros (2011).

4.2.1 ESTADO LIMITE DE SERVIÇO

4.2.1.1 Controle de deformações

A verificação dos deslocamentos é um parâmetro essencial verificar nesses tipos de

vigas devido à espessura reduzida destes.

Para uma viga com escoramentos temporários, a deformação (δq) oriunda da

sobrecarga deve ser baseada na seção mista, enquanto que a deformação (δp) oriunda da

carga permanente deve ser baseada na seção metálica. Por outro lado, para uma viga com

escoramentos permanentes, as deformações devem basear na seção mista.

Para uma viga simplesmente apoiada sem escoramentos temporários, as

deformações são calculadas da seguinte maneira:

C

qEI

Lq

)(384

5 4

4.30

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59

M

pEI

Lp

)(384

5 4

4.31

Com isso, a deformação total (δ) é dada por:

CM EI

Lq

EI

Lp

)(384

5

)(384

5 44

4.32

O limite de deformação para δq é de L/360. Enquanto que o limite de deformação de

δ é L/200.

Para uma viga contínua ou para cargas pontuais simétricas ,a deformação é

calculada da seguinte maneira:

))(6,01(0

210

M

MM 4.33

Sendo: δ0 = deflexão inicial;

M0 = máximo momento inicial;

M1 e M2 = momentos nos apoios;

q = sobrecarga;

p = carga permanente;

(EI)m = rigidez da seção metálica;

(EI)C = rigidez da seção mista;

L = vão da viga.

4.2.1.2 Controle de vibrações

O piso misto de pequena altura tem espessura reduzida, com isso, é importante

limitar a frequência natural da estrutura (fn), para evitar possíveis vibrações.

Para uma viga simplesmente apoiada, a frequência natural é:

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60

w

nf

18 4.34

Sendo que no cálculo de δw (máxima deformação da viga) é utilizada a totalidade das

cargas permanentes (p) e 10% da sobrecarga, assim é dada por:

EI

Lqpw

384

)1,0(5 4

4.35

4.2.2 ESTADO LIMITE ULTIMO – FASE DA CONSTRUÇÃO

A verificação na fase construtiva é feita semelhante ao dimensionamento de uma

viga de aço isolada, pela NBR 8800:2008.

4.2.3 ESTADO LIMITE ULTIMO – SEÇÃO MISTA

Segundo a norma BS 5950: Parte 3.1, a classificação da seção mista considerando a

flambagem local deve ser feito de acordo com a BS 5950: Parte 1.

4.2.3.1 Verificação da seção à flexão

Para o cálculo do momento plástico resistente (Mpl,Rd) é preciso ter conhecimento

da linha neutra plástica a partir da face superior da laje. Com o equilíbrio de forças de

tração e de compressão a partir dos diagramas de tensões retangulares, obtém o valor de

yp. Também é necessário determinar o valor da largura efetiva (beff).

- Cálculo da linha neutra plástica e do momento plástico resistente (Mpl,Rd): na

Figura 33, é ilustrado as quatro possibilidades para a posição da linha neutra plástica.

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61

Figura 33. Ilustração das linhas neutras plásticas no perfil de aço

Fonte: Barros (2011).

Supondo que a linha neutra está na laje:

fybf

fyAayp

45,0 4.36

idfiAiRdMpl , 4.37

O momento fletor resistente é calculado da mesma maneira que o cálculo para o

caso das assimétricas.

A condição de resistência à flexão é:

RdPlED MM , 4.38

Sendo: MED = momento máximo atuante na seção.

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62

5. DIMENSIONAMENTO DO

PAVIMENTO EM ESTUDO

Nos capítulos 3 e 4 apresenta o dimensionamento das vigas mistas convencionais e

parcialmente revestidas, respectivamente. Para isso foi tomado como estudo de caso um

pavimento em que as vigas V1, V2 e V3 fossem dimensionadas como vigas mistas

parcialmente revestidas. O pavimento em estudo foi adaptado do livro Projeto completo de

um edifício de 8 pavimento,autoria de Bellei(2008) .Com isso, é obtido o consumo de aço e

concreto, altura da seção. Na Figura 34 são apresentadas as características do pavimento

escolhido para análise.

Figura 34. Pavimento em estudo

Fonte: Próprio autor.

Características dos materiais utilizados:

Aço A572 G50 com resistência fy = 34,5 KN/cm2;

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63

Concreto com resistência fck= 20 Mpa;

Densidade do aço = 7.894 Kg/m3

Densidade do concreto = 2.500 Kg/m3

Os esforços utilizados são:

Carga Básica

As cargas permanentes básicas utilizadas no dimensionamento são:

Laje = 2,25 KN/m2

Revestimento Piso (3 cm) = 0,63 KN/m2

Forro = 0,31 KN/m2

Parede = 1,23 KN/m2

Estrutura = 0,15 KN/m2

Carga Acidental

A carga acidental básica utilizada no dimensionamento é:

Pisos pavimento = 2,0 KN/m2

As combinações de cargas utilizadas estão de acordo com a NBR 8800:2008, que

são para edificações comuns:

Combinação 1: 1,4CP + 1,4CA

Combinação 2: 1,4CP + 1,4CA + 1,4x0,6CV = 1,4CP + 1,4CA + 0,84CV

Combinação 3: 1,4CP + 1,4x0,7CA + 1,4xCV = 1,4CP + 0,08CA + 1,4CV

Essas combinações resultaram nos carregamentos a seguir: (Figura 35,Figura 36)

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64

Figura 35. Carregamento distribuído – V1 e V2

Fonte: Próprio autor.

Figura 36. Carregamento concentrado – V3

Fonte: Próprio autor.

5.1 DIMENSIONAMENTO DAS VIGAS

A comparação foi feita em duas etapas, o primeiro estudo mantém a seção de

cortante o obviamente variando a posição do concreto em relação ao perfil, e o segundo em

que varia a seção de aço em função da necessidade da resistência à flexão. Os perfis

utilizados são citados na Tabela 1.

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65

Tabela 1. Relação de perfis utilizados no dimensionamento

Vigas Estudo 1 Estudo 2

Viga

Convencional

W 310x21,0 W 310x21,0

W 310x32,7 W 310x32,7

W 360x39,0 W 360x39,0

Vigas Parc.

Rev. Simétrica

W 310x21,0 W 250x25,3

W 310x32,7 W 250x44,8

W 360x39,0 W 310x52,0

Vigas Parc.

Rev.

Asimétrica

W 310x21,0 W 250x25,3

W 310x32,7 W 250x38,5

W 360x39,0 W 310x52,0

Fonte: Próprio autor.

Nas figuras a seguir, são mostrados os perfis utilizados no primeiro estudo que já

foram citados: (Figura 37,Figura 38,Figura 39)

Figura 37. Vigas mistas convencionais V1, V2, V3, respectivamente esquerda para direita (mm)

Fonte: Próprio autor.

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66

Figura 38. Vigas mistas parcialmente revestidas simétricas V1,V2 e V3, respectivamente esquerda para direita – primeiro estudo (mm)

Fonte: Próprio autor.

Figura 39. Vigas mistas parcialmente revestidas assimétricas V1,V2 e V3, respectivamente – primeiro estudo (mm)

Fonte: Do autor.

Nas figuras a seguir, são mostrados os perfis utilizados no segundo estudo que já

foram citados: (Figura 40,Figura 41)

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67

Figura 40. Vigas mistas parcialmente revestidas simétricas V1, V2 e V3, respectivamente – segundo estudo (mm)

Fonte: Próprio autor.

Figura 41. Vigas mistas parcialmente revestidas assimétricas V1, V2 e V3, respectivamente – segundo estudo (mm)

Fonte: Próprio autor.

5.2 ANÁLISE DOS RESULTADOS

5.2.1 ANÁLISE QUANTITATIVA

5.2.1.1 Primeiro estudo

Primeiramente, o dimensionamento foi feito utilizando o mesmo perfil de aço para as

vigas mistas convencionais e para as vigas mistas parcialmente revestidas simétricas e

assimétricas. Na Tabela 2, mostra os perfis utilizados, são seções W do tipo laminado abas

planas. A partir do dimensionamento, é possível analisar o comportamento das vigas em

relação às seguintes características:

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68

a. Esforços resistentes

Na Tabela 2, é apresentada a relação das vigas utilizadas associada com o momento

fletor e cortante solicitante no pavimento em estudo.

Tabela 2. Relação de esforços solicitantes nas vigas

Vigas Perfil Momento fletor

solicitante (KN.cm)

Cortante solicitante

(KN)

Viga V1 W 310x21,0 6.994 46,6

Viga V2 W 310x32,7 12.115 80,8

Viga V3 W 360x39,0 23.234 78,3

Fonte: Próprio autor.

Na analisada Tabela 5.

Tabela 3 apresenta-se a relação entre os momentos fletores resistentes das vigas,

nota-se que a viga mista convencional de aço e concreto possuem maior resistência ao

momento fletor do que as outras duas vigas. Na Tabela 4 estão os valores obtidos para a

cortante resistente das vigas. Os esforços resistentes das vigas foram verificados de acordo

com a comparação dos valores dos esforços solicitantes, e pode ser analisada Tabela 5.

Tabela 3. Relação de Momento fletor resistente (KN. cm)

Momento

Fletor

Resist.

(KN.cm)

Viga mista

convencional

Viga mista

parcialm. rev.

simétrica

Viga mista

parcialm. rev.

assimétrica

Co

nve

ncio

na

l

/ S

imé

tric

a

Co

nve

ncio

na

l

/ A

ssim

étr

ica

Sim

étr

ica

/

Assim

étr

ica

Viga V1 16.812 13.560 11.920 1,23 1,41 1,13

Viga V2 27.705 20.110 16.910 1,37 1,63 1,18

Viga V3 35.073 27.400 23.070 1,28 1,52 1,18

Fonte: Próprio autor.

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69

Tabela 4. Relação de Cortante resistente (KN)

Cortante

Resist.

(KN)

Viga mista

convencional

Viga mista

parcialm. rev.

simétrica

Viga mista

parcialm. rev.

assimétrica

Co

nve

ncio

na

l

/ S

imé

tric

a

Co

nve

ncio

na

l

/ A

ssim

étr

ica

Sim

étr

ica

/

Assim

étr

ica

Viga V1 290,8 296,1 296,1 0,98 0,98 1

Viga V2 388,7 388,0 388,0 1,02 1,02 1

Viga V3 431,8 430,5 430,5 1,02 1,02 1

Fonte: Próprio autor.

Tabela 5. Relação entre os esforços solicitantes e resistentes (KN .cm e KN, respectivamente)

Tipos de vigas

Momento

solicitante/

Momento

resistente

Cortante

solicitante/

Cortante

resistente

STATUS

Viga mista

convencional

Viga V1 0,42 0,16 VERIFICADO

Viga V2 0,44 0,21 VERIFICADO

Viga V3 0,66 0,18 VERIFICADO

Viga mista

parcialmente

revestida

simétrica

Viga V1 0,59 0,16 VERIFICADO

Viga V2 0,72 0,21 VERIFICADO

Viga V3 1,00 0,18 VERIFICADO

Viga mista

parcialmente

revestida

assimétrica

Viga V1 0,52 0,16 VERIFICADO

Viga V2 0,60 0,21 VERIFICADO

Viga V3 0,85 0,18 VERIFICADO

Fonte: Próprio autor.

No Gráfico 1, é visível o aumento de resistência ao momento fletor da viga mista

parcialmente revestida assimétrica para a viga mista convencional. Isso ocorre,

possivelmente pela existência do braço de alavanca maior da viga mista convencional,

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70

devido à altura da laje de concreto. Enquanto que no Gráfico 2, há uma diferença

significativa entre a cortante solicitante das vigas em relação à cortante resistente das

mesmas. Além disso, a força cortante é resistida principalmente pela alma do perfil de aço, e

nesse dimensionamento utiliza o mesmo perfil de aço, verifica que não há variações

consideráveis entre os valores obtidos de cortante resistente.

Gráfico 1. Relação de momentos fletores solicitantes e resistentes das vigas (KN. cm)

Fonte: Próprio autor.

Gráfico 2. Relação de cortantes solicitantes e resistentes das vigas (KN)

Fonte: Próprio autor.

b. Consumo de materiais

Do ponto de vista do consumo de aço, a viga mista parcialmente revestida

assimétrica apresenta menor peso do material devido à geometria do perfil. Esses dados

são vistos na

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71

Tabela 6 e no Gráfico 3.

Tabela 6. Relação do consumo de aço (Kg)

Peso do

perfil de

aço (Kg)

Viga mista

convencional

Viga mista

parcialm.

rev.

simétrica

Viga mista

parcialm.

rev.

assimétrica Co

nve

ncio

na

l

/ S

imé

tric

a

Co

nve

ncio

na

l

/ A

ssim

étr

ica

Sim

étr

ica

/

Assim

étr

ica

Viga V1 126 126 111 1 1,13 1,13

Viga V2 199 199 169 1 1,17 1,17

Viga V3 238 238 199 1 1,19 1,19

Fonte: Próprio autor.

.

Gráfico 3. Relação do consumo de aço (Kg)

Fonte: Próprio autor.

.

Em relação ao consumo de concreto, é feito uma análise da quantidade adicional

necessária de concreto entre as mesas do perfil de aço das vigas mistas parcialmente

revestidas em relação às vigas mistas convencionais. Esse volume de concreto entre as

mesas proporciona o comportamento necessário para a viga ser considerada como

parcialmente revestida. Esses dados são mostrados na

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72

Tabela 7 e no Gráfico 4 / Gráfico 5, a seguir.

Tabela 7. Relação do consumo de concreto (cm3)

Volume de

concreto

(cm3)

Viga mista

convencional

Quantidades Adicionais

entre as mesas do

perfil de aço

Viga mista

parcialm.

rev.

simétrica

Viga mista

parcialm.

rev.

assimétrica

Viga V1 432.000 156.509 156.509

Viga V2 810.000 155.120 155.120

Viga V3 810.000 224.532 224.532

Fonte: Próprio autor.

.

Gráfico 4. Consumo de concreto - Viga mista convencional e viga mista parcialmente revestida simétrica (cm3)

Fonte: Próprio autor.

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73

Gráfico 5. Consumo de consumo – Viga mista convencional e viga mista parcialmente revestida assimétrica (cm3)

Fonte: Próprio autor.

.

c. Altura da viga e do edifício

Por fim, é feito a análise em relação à altura da viga e do edifício de 8 pavimentos.

(Tabela 8,Gráfico 6). A altura da viga mista convencional é maior devido à presença da laje

de concreto apoiada sobre a mesa superior do perfil de aço.

Tabela 8. Altura da viga (cm)

Altura da

viga (cm)

Viga mista

convencional

Viga mista

parcialm.

rev.

simétrica

Viga mista

parcialm.

rev.

assimétrica Co

nve

ncio

na

l/

Sim

étr

ica

Co

nve

ncio

na

l/

Assim

étr

ica

Sim

étr

ica

/

Assim

étr

ica

Viga V1 39,30 30,30 30,30 1,29 1,29 1

Viga V2 40,30 31,30 31,30 1,28 1,28 1

Viga V3 44,30 35,30 35,30 1,25 1,25 1

Fonte: Próprio autor.

.

Page 79: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - Deciv · em sistema misto de aço e concreto são competitivos para estruturas de vãos médios a elevados, caracterizando pela rapidez de execução

74

Gráfico 6. Altura da viga (cm)

Fonte: Próprio autor.

.

Tabela 9. Altura total do edifício (m)

Altura do

edíficio

(m)

Viga mista

convencional

Viga mista

parcialm.

rev.

simétrica

Viga mista

parcialm.

rev.

assimétrica Co

nve

ncio

na

l/

Sim

étr

ica

Co

nve

ncio

na

l/

Assim

étr

ica

Sim

étr

ica

/

Assim

étr

ica

25,14 24,42 24,42 1,02 1,02 1

Fonte: Próprio autor.

.

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75

Gráfico 7. Altura total do edifício (m)

Fonte: Próprio autor.

.

A altura total do edifício de 8 pavimentos é mostrada na

Tabela 9 e no Gráfico 7. Ou seja, a altura total do edifício para a viga mista

convencional, viga mista parcialmente revestida simétrica e viga mista parcialmente

assimétrica, é de 25,14 metros, 24,42 metros e 24,42, respectivamente.

5.2.1.2 Segundo estudo

O segundo estudo tem como objetivo testar o dimensionamento do pavimento com

vigas parcialmente revestidas mais baixas, porém largura da mesa do perfil maior, ou seja,

com a altura do perfil menor que as vigas mistas convencionais.

a. Esforços resistentes

Em relação ao primeiro estudo, com a redução da altura do perfil, os momentos

fletores e as cortantes resistentes não apresentaram grandes variações nos valores obtidos.

(Tabela 10 e Tabela 11 - Gráfico 8 e Gráfico 9)

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76

Tabela 10. Relação de Momento fletor resistente (KN. cm)

Momento

Fletor

Resist.

(KN.cm)

Viga mista

convencional

Viga mista

parcialm. rev.

simétrica

Viga mista

parcialm. rev.

assimétrica

Co

nve

ncio

na

l

/ S

imé

tric

a

Co

nve

ncio

na

l

/ A

ssim

étr

ica

Sim

étr

ica

/

Assim

étr

ica

Viga V1 16.812 13.230 11.120 1,27 1,51 1,18

Viga V2 27.705 23.760 16.830 1,16 1,64 1,41

Viga V3 35.073 33.190 27.030 1,05 1,29 1,22

Fonte: Próprio autor.

.

Gráfico 8. Relação de momento fletor resistente (KN. cm)

Fonte: Próprio autor.

.

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77

Tabela 11. Relação de Cortante resistente

Cortante

Resist.

(KN)

Viga mista

convencional

Viga mista

parcialm. rev.

simétrica

Viga mista

parcialm. rev.

assimétrica

Co

nve

ncio

na

l

/ S

imé

tric

a

Co

nve

ncio

na

l

/ A

ssim

étr

ica

Sim

étr

ica

/

Assim

étr

ica

Viga V1 290,8 289,7 289,7 1 1 1

Viga V2 388,7 363,6 317,9 1,06 1,22 1,14

Viga V3 431,8 444,0 444,0 0,97 0,97 1

Fonte: Próprio autor.

.

Gráfico 9. Relação de cortante resistente (KN)

Fonte: Próprio autor.

.

A seguir (Tabela 12), a verificação que os esforços resistentes são maiores que os

solicitados nas vigas.

29

0,8

388,

7

431,

8

289,

7 363,

6

444,

0

289,

7

317,

9

444,

0

47 81

78

0,0

100,0

200,0

300,0

400,0

500,0

VIGA V1 VIGA V2 VIGA V3 CORT. RESISTENTE - CONVENCIONAL CORT. RESISTENTE - PARCIALMENTE REV. SIMÉTRICA

CORT. RESISTENTE - PARCIALMENTE REV. ASSIMÉTRICA CORTANTE SOLICITANTE

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78

Tabela 12. Relação entre os esforços solicitantes e resistentes

Tipos de vigas

Momento

solicitante/

Momento

resistente

Cortante

solicitante/

Cortante

resistente

STATUS

Viga mista

convencional

Viga V1 0,42 0,16 VERIFICADO

Viga V2 0,44 0,21 VERIFICADO

Viga V3 0,66 0,18 VERIFICADO

Viga mista

parcialmente

revestida

simétrica

Viga V1 0,52 0,16 VERIFICADO

Viga V2 0,50 0,22 VERIFICADO

Viga V3 0,70 0,17 VERIFICADO

Viga mista

parcialmente

revestida

assimétrica

Viga V1 0,62 0,16 VERIFICADO

Viga V2 0,71 0,25 VERIFICADO

Viga V3 0,85 0,17 VERIFICADO

Fonte: Próprio autor.

b. Consumo de materiais

Para que as verificações do dimensionamento fossem confirmadas e existir uma

redução da altura dos perfis de aço nas vigas mistas parcialmente revestidas, houve um

aumento na área e peso do perfil, Consequentemente, houve um aumento no consumo de

aço para essas vigas. (Tabela 13 e Gráfico 10)

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Tabela 13. Relação do consumo de aço (Kg).

Peso do

perfil de

aço (Kg)

Viga mista

convencional

Viga mista

parcialm.

rev.

simétrica

Viga mista

parcialm.

rev.

assimétrica Co

nve

ncio

na

l

/ S

imé

tric

a

Co

nve

ncio

na

l

/ A

ssim

étr

ica

Sim

étr

ica

/

Assim

étr

ica

Viga V1 126 152 130 0,83 0,96 1,16

Viga V2 199 199 192 1 1,03 1,03

Viga V3 238 313 261 0,75 0,91 1,19

Fonte: Próprio autor.

.

Gráfico 10. Relação do consumo de aço (Kg)

Fonte: Próprio autor.

.

Em relação ao consumo de concreto, como no primeiro estudo, é feito uma análise

da quantidade adicional necessária de concreto entre as mesas do perfil de aço das vigas

mistas parcialmente revestidas em relação às vigas mistas convencionais. Assim como o

consumo de aço, o volume de concreto entre as mesas do perfil de aço aumentou também.

(Tabela 14,Gráfico 11 / Gráfico 12)

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80

Tabela 14. Relação do consumo de concreto (cm3)

Volume de

concreto

(cm3)

Viga mista

convencional

Quantidades adicionais

entre as mesas do

perfil de aço

Viga mista

parcialm.

rev.

simétrica

Viga mista

parcialm.

rev.

assimétrica

Viga V1 432.000 138.096 138.096

Viga V2 810.000 202.176 202.176

Viga V3 810.000 278.312 278.312

Fonte: Próprio autor.

.

Gráfico 11. Consumo de concreto - Viga mista convencional e viga mista parcialmente revestida simétrica (cm3)

Fonte: Próprio autor.

.

Page 86: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - Deciv · em sistema misto de aço e concreto são competitivos para estruturas de vãos médios a elevados, caracterizando pela rapidez de execução

81

Gráfico 12. Consumo de concreto - Viga mista convencional e viga mista parcialmente revestida assimétrica (cm3)

Fonte: Próprio autor.

.

c. Altura da viga e do edifício

Na Tabela 15 e no Gráfico 13 são apresentados de forma comparativa os valores

finais obtidos para a altura da seção da viga mista de aço e concreto para os casos

estudados.

Tabela 15. Altura da viga

Altura da

viga (cm)

Viga mista

convencional

Viga mista

parcialm.

ver.

Simétrica

Viga mista

parcialm.

ver.

Assimétric

a

Co

nve

ncio

na

l/

Sim

étr

ica

Co

nve

ncio

na

l/

Assim

étr

ica

Sim

étr

ica

/

Assim

étr

ica

Viga V1 39,30 25,70 26,06 1,04 1,04 1

Viga V2 40,30 26,60 26,10 1,04 1,04 1

Viga V3 44,30 31,70 26,54 1,03 1,03 1

Fonte: Próprio autor.

.

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82

Gráfico 13. Altura da viga (cm)

Fonte: Próprio autor.

.

Por fim, a altura total do edifício obtida é: (

Tabela 16,Gráfico 14)

Tabela 16. Altura total do edifício

Altura do

edifício

(m)

Viga mista

convencional

Viga mista

parcialm.

ver.

Simétrica

Viga mista

parcialm.

ver.

Assimétric

a

Co

nve

ncio

na

l/

Sim

étr

ica

Co

nve

ncio

na

l/

Assim

étr

ica

Sim

étr

ica

/

Assim

étr

ica

25,14 24,14 24,14 1,04 1,04 1

Fonte: Próprio autor.

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83

Gráfico 14. Altura total do edifício (m)

Fonte: Próprio autor.

A altura total do edifício para a viga mista convencional, viga mista parcialmente

revestida simétrica e viga mista parcialmente assimétrica, é de 25,14 metros, 24,14 metros e

24,14, respectivamente.

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84

6. CONCLUSÃO

As estruturas mistas de aço e concreto apresentam uma solução competitiva nos

sistemas estruturas de edifícios. O emprego do sistema misto no Brasil é relativamente

recente, e tem evoluído de maneira gradual.

O objetivo principal deste estudo foi avaliar o comportamento estrutural entre as

vigas mistas convencionais e as vigas mistas parcialmente revestidas, tanto no consumo de

matérias, resistência aos esforços solicitantes e altura da estrutura. Este foi alcançado.

A combinação aço e concreto nas vigas parcialmente revestidas apresentam

vantagens, como a redução da altura do pavimento, em relação aos elementos

convencionais. Com isso, pode ser a melhor opção, dependendo da situação.

Para a escolha do tipo de estrutura a ser utilizada num edifício deve-se analisar

diversos fatores como: ambientais, econômicos, construtivos, segurança e a utilização da

edificação.

Dentro desse contexto, a utilização de vigas mistas parcialmente revestidas. Além de

promover maior resistência ao fogo, acarreta em uma redução na altura do pavimento, e

com isso, uma economia da altura da edificação. A partir disso, essas vigas tornam

interessante para edifícios de múltiplos andares, com necessidade de grandes vãos e

rapidez na construção.

Page 90: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - Deciv · em sistema misto de aço e concreto são competitivos para estruturas de vãos médios a elevados, caracterizando pela rapidez de execução

85

7. REFERÊNCIAS

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87

8. APÊNDICE