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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLANDIA FACULDADE DE CIENCIAS CONTABEIS CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIENCIAS CONTABEIS EVOLUÇÃO NA EVIDENCIAÇÃO DE EMPRESAS NA BM&F-BOVESPA UBERLANDIA/ MG 2017

UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLANDIA FACULDADE DE CIENCIAS … · explicativas e especificamente se há compliance na evidenciação de notas explicativas, conforme preconiza o CPC

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLANDIA

FACULDADE DE CIENCIAS CONTABEIS

CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIENCIAS CONTABEIS

EVOLUÇÃO NA EVIDENCIAÇÃO DE EMPRESAS NA BM&F-BOVESPA

UBERLANDIA/ MG

2017

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EVOLUÇÃO NA EVIDENCIAÇÃO DE EMPRESAS NA BM&F-BOVESPA

Artigo Acadêmico apresentado como requisito

parcial para avaliação na disciplina de

Trabalho de Conclusão de Curso, na

Faculdade de Ciências Contábeis da

Universidade Federal de Uberlândia.

Orientador:

Uberlândia/MG

2017

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ii

EVOLUÇÃO NA EVIDENCIAÇÃO DE EMPRESAS NA BM&F-BOVESPA

Artigo Acadêmico apresentado à Faculdade de

Ciências Contábeis da Universidade Federal

de Uberlândia como requisito parcial para

obtenção do titulo de Bacharel em Ciências

Contábeis

Banca de Avaliação:

Prof.

Orientador

Prof.xxxxxxxxxx

Membro

Prof.xxxxxxxxx

Membro

Uberlândia-MG, 15 Junho de 2017.

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RESUMO

A adoção das Normas Internacionais de Contabilidade pelas empresas brasileiras ajudou a

transparência nas demonstrações contábeis, anseio dos investidores e outros usuários, através

de notas explicativas mais claras e especificas Este estudo contribui com a pesquisa sobre

evidenciação contábil no Brasil por meio da analise das notas explicativas de empresas que já

foram líderes em vários setores da economia e estão listadas na BM&F BOVESPA. Entre

outras questões, indagou-se, como objetivo geral, se houve evolução na divulgação das notas

explicativas e especificamente se há compliance na evidenciação de notas explicativas,

conforme preconiza o CPC 26, nos anos de 2010 e 2016. Baseado em pesquisa nas

demonstrações divulgadas, buscou-se identificar o nível de aderência às normas estabelecidas.

Os resultados mostraram que as organizações atenderam à evidenciação de seus ativos e

passivos, apesar de ainda existirem lacunas, o usuário das demonstrações contábeis tem hoje

mais informação para a tomada de decisão.

Palavras chave: Evidenciação, Compliance, Notas Explicativas.

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iv

ABSTRACT

The adoption of international accounting standards by the Brazilian companies helped the

transparency in financial statements, investors and other users, through clearer and more

specific explanatory notes this study contributes to research on accounting disclosure in Brazil

through the analysis of explanatory notes to companies that are already leaders in various

sectors of the economy and are listed on BM&F. Among other things, inquired, as general

purpose, whether there were developments in the disclosure of the notes and specifically if

there is compliance in the presentation of explanatory notes, as the CPC advocates 26, in the

years 2010 and 2016. Based on research in the published statements, sought to identify the

level of adherence to established standards. The results showed that organizations have

attended the presentation of assets and liabilities, although there are still gaps, the user of

financial statements has more information to decision making.

Key words: Disclosure. Compliance. Explanatory notes

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...........................................................................................................1

2 REFERENCIAL TEORICO........................................................................................2

2.1 Notas Explicativas no CPC 26................................................................................2

2.2 Estudos anteriores...................................................................................................4

3 ASPECTOS METODOLOGICOS..............................................................................5

4 COLETA E ANÁLISE DOS DADOS. ...................................................................7

5 CONCLUSÕES..........................................................................................................23

REFERENCIAS...............................................................................................................24

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1 INTRODUÇÃO

.

A etimologia do termo evidenciar refere-se a mostrar, deixar evidente, destacar em

especial, não deixar duvidas. No universo da contabilidade este termo tem alta relevância. É

através da evidenciação que os usuários da contabilidade decidem sobre determinada

empresa.

A esse respeito, Iudicibus (2000) asseverou que a evidenciação é um compromisso

inalienável da contabilidade. No Brasil após 1990, com a abertura da economia brasileira para

os produtos importados, a contabilidade teve que se adequar à nova realidade de usuários

investidores e fornecedores mais atentos aos números e informações que as empresas

divulgavam, atestando saúde financeira ou não. É nesse contexto, de necessidade de

informações relevantes, sistematizadas de modo uniforme que a evidenciação se torna o link

de comunicação entre a empresa e a sociedade.

Segundo Oliveira, Gomes e Costa (2004), a partir da segunda metade do século vinte,

muitos dos usuários da Contabilidade passaram a exigir das empresas a evidenciação de

informações nas demonstrações contábeis diferentes das tradicionais, razão pela qual o tema

disclosure (evidenciação em inglês) ganhou destaque na pauta de debates da ciência contábil.

Niyama e Gomes (1996) afirmam que disclosure, ou evidenciação em português, diz

respeito à qualidade das informações de caráter financeiro e econômico, sobre as operações,

recursos e obrigações de uma entidade, que sejam úteis aos usuários das demonstrações

contábeis.

O problema de pesquisa que será investigado nestas laudas é: em que grau as empresas

da amostra, listadas na BM&F BOVESPA, têm atendido o disposto no pronunciamento

contábil quanto à evidenciação das informações em notas explicativas em 2010 e em 2016?

Identificar-se-á se as notas explicativas das empresas estão em compliance, em consonância

com o CPC 26.

O termo compliance, designa conformidade com normas e padrões definidos por

organismos reguladores internos e externos à empresa. Comply, em inglês, significa “agir em

sintonia com as regras”, este estudo busca investigar o quão as empresas estão em compliance

com o CPC 26.

É importante este CPC 26 ser alvo de estudo, pois as notas explicativas podem

esclarecer muitas das informações que as demonstrações financeiras trazem implícitas. Por

exemplo; as evidenciações sobre as incertezas e suas estimativas, que podem ser subestimadas

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pelo administrador, a divulgação das informações relevantes podem ser fundamentais para a

tomada de decisão do usuário e as políticas contábeis, que contribuem ampliando o

entendimento acerca do método contábil utilizado; essas informações só se encontram nas

Notas Explicativas. Este estudo ainda é importante por sua contribuição para o debate sobre

evidenciação, pois avalia dois momentos distintos, 2010 e 2016, como as empresas iniciaram

o processo de evidenciação de notas explicativas à luz das IFRS, e como é hoje; houve

evolução positiva? Também por trazer a lume estas informações em paralelo com a posição

atual de empresas com os mais baixos valores de mercado, questões estas que justificam a

confecção deste estudo.

O objetivo geral deste trabalho é identificar se houve avanços qualitativos na

evidenciação das notas explicativas das demonstrações contábeis das empresas da amostra

listadas na BM&F BOVESPA em 2010 e em 2016.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

A referência teórica que embasa este trabalho tem início na legislação contábil

brasileira.Conforme a Lei 6404/76 no seu artigo 176:

As demonstrações serão complementadas por Notas Explicativas e outros quadros

analíticos ou demonstrações contábeis necessários para esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados do exercício" e o parágrafo 5º deste artigo menciona,

sem esgotar o assunto, as bases gerais e as normas a serem inclusas nas

demonstrações financeiras.

Com o advento das Leis nº 11.638/07 e nº 11.941/09, as notas explicativas passaram a

ter maior importância para o conjunto de demonstrações contábeis, devido à convergência das

normas brasileiras de contabilidade para os padrões internacionais do IFRS, direcionada pela

contabilidade societária.

As notas explicativas se constituem na mais conhecida e comentada forma de

evidenciação. Elas buscam evidenciar algo que, se colocado no corpo do demonstrativo, não

trariam vantagem ou poderiam dificultar sua compreensão (IUDÍCIBUS, 2004).

2.1 Notas Explicativas no CPC 26

O Comitê de Pronunciamentos Contábeis divulgou o Pronunciamento Técnico CPC 26

com o objetivo de definir as bases para apresentação das Demonstrações Contábeis,

estabelecendo requisitos gerais e requisitos mínimos para seu conteúdo. Ainda define as notas

explicativas como as que contêm informação adicional em relação à apresentada nas

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demonstrações contábeis. As notas explicativas oferecem descrições narrativas ou

segregações e aberturas de itens divulgados nessas demonstrações e informação acerca de

itens que não se enquadram nos critérios de reconhecimento nas demonstrações contábeis.

Em sua estrutura as notas explicativas devem apresentar informação acerca da base

para a elaboração das demonstrações contábeis e das políticas contábeis utilizadas, divulgar a

informação requerida pelos Pronunciamentos, que não tenha sido apresentada nas

demonstrações contábeis, assim como prover informação adicional que seja relevante para sua

compreensão.

As notas explicativas são normalmente apresentadas pela ordem a seguir, no sentido

de auxiliar os usuários a compreender as demonstrações contábeis e a compará-las com

demonstrações contábeis de outras entidades:

(a) declaração de conformidade com os Pronunciamentos, Orientações e

Interpretações do Comitê de Pronunciamentos Contábeis; (b) resumo das políticas contábeis significativas aplicadas;

(c) informação de suporte de itens apresentados nas demonstrações

contábeis pela ordem em que cada demonstração e cada rubrica sejam

apresentadas; e (d) outras divulgações, incluindo:

(i) passivos contingentes e compromissos contratuais não reconhecidos; e

(ii) divulgações não financeiras, por exemplo, os objetivos e políticas de

gestão do risco financeiro da entidade.

Sobre a divulgação no resumo de políticas contábeis a entidade deve apontar a base

(ou bases) de mensuração utilizada na elaboração das demonstrações contábeis (por exemplo,

custo histórico, custo corrente, valor realizável líquido, valor justo ou valor recuperável); e

outras políticas contábeis utilizadas que sejam relevantes.

O CPC 26 preconiza, a respeito das fontes de incertezas que: A entidade deve divulgar

nas notas explicativas informação acerca dos principais pressupostos relativos ao futuro, e

outras fontes principais da incerteza das estimativas à data do balanço, que tenham risco

significativo de provocar modificação material nos valores contábeis de ativos e passivos

durante o próximo. Com respeito a esses ativos e passivos, as notas explicativas devem incluir

detalhes informativos acerca: da sua natureza; e do seu valor contábil à data do balanço.

O próximo tópico a ser abordado por este pronunciamento é sobre a Gestão do Capital.

As entidades devem divulgar informações que permitam aos usuários das demonstrações

contábeis avaliar seus objetivos, políticas e processos de gestão de capital a entidade deve

divulgar as seguintes informações:

(a) informações qualitativas sobre os seus objetivos, políticas e processos

de gestão do capital, incluindo, sem a elas se limitar, as seguintes:

(i) descrição dos elementos abrangidos pela gestão do capital;

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(ii) caso a entidade esteja sujeita a requisitos de capital impostos

externamente, a natureza desses requisitos e a forma como são

integrados na gestão de capital; e (iii) como está cumprindo os seus objetivos em matéria de gestão de

capital;

No caso de instrumentos financeiros com opção de venda (puttable) classificados

como instrumentos patrimoniais, a entidade deve divulgar (na extensão em que não tiver

divulgado em outro lugar nas demonstrações contábeis):

(a) dados quantitativos resumidos sobre os valores classificados no patrimônio

líquido;

(b) seus objetivos, políticas e os processos de gerenciamento de sua obrigação de recompra ou resgate dos instrumentos quando requerido a fazer pelos seus

detentores desses instrumentos, incluindo quaisquer alterações em relação a

período anterior;

(c) o fluxo de caixa de saída esperado na recompra ou no resgate dessa classe de instrumentos financeiros; e

(d) informação sobre como esse fluxo de caixa foi determinado.

Encerrando,o CPC 26 sugere o tópico Outras Divulgações onde a entidade deve

evidenciar nas notas explicativas: a) o montante de dividendos propostos ou declarados antes

da data em que as demonstrações contábeis foram autorizadas para serem emitidas e não

reconhecido como uma distribuição aos proprietários durante o período abrangido pelas

demonstrações contábeis, bem como o respectivo valor por ação ou equivalente; b) a quantia

de qualquer dividendo preferencial cumulativo não reconhecido.

2.2 Estudos Anteriores

As análises de Ponte et al. (2006) buscaram as mudanças na evidenciação de

informações obrigatórias, não obrigatórias e avançadas praticada pelas sociedades anônimas

no Brasil. Foram analisadas as demonstrações contábeis de 95 empresas com exercício

encerrado em 2002, e 119 com exercício encerrado em 2005 e revelaram que entre 2002 e

2005 não houve aumento no nível de evidenciação das companhias pesquisadas a pesquisa

revela que apesar da pressão da sociedade por maior transparência nos negócios, não se

verifica uma melhoria nas práticas de disclosure das companhias brasileiras, quando

comparados os anos 2002 e 2005.

Yamamoto e Malacrida (2005) concluíram que as empresas que evidenciam em

melhor nível, têm menor volatilidade no valor das ações. No artigo de Fonteles et al. (2014)

investigou-se o que determina a evidenciação de provisões e contingências; a conclusão nas

palavras do autor foi, entre outras : A presente pesquisa indica baixo grau de cumprimento das

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orientações de divulgação do CPC 25 – na média, as empresas da amostra evidenciaram

apenas 32% dos itens requeridos no normativo.

No trabalho desenvolvido por Lucena et al (2009), os bancos foram alvo de pesquisas

em torno do tema evidenciação de Impairment, e o resultado negativo, a não evidenciação de

ativos por impairment, é bem parecido com o que Costa Junior (2003) encontrou quando

percebeu que os instrumentos financeiros não são apresentados aos investidores como as

normas estimulam, neste estudo, Costa Junior levantou o quadro da época para a evidenciação

de instrumentos financeiros por parte das companhias abertas no Brasil, através de suas

demonstrações contábeis. As conclusões da pesquisa mostraram que as 215 companhias

abertas brasileiras não prestam informações mínimas requeridas pela Instrução CVM nº

235/95, instrutora da divulgação de riscos quanti e qualitativos de riscos, além da divulgação

de fair value ou valor justo aplicado a ativos tangíveis.

Souza, Borba e Zandonai (2009) na intenção de saber se as companhias de capital

aberto que reconheceram perda no valor recuperável de ativos em 2008 seguiram as normas

de divulgação contidas no pronunciamento técnico CPC-01, tiveram o seguinte resultado

comuns aos estudos citados acima , a revelou que nenhuma das companhias observadas

apresentou todas as exigências requeridas pelo CPC-01, no que concerne à divulgação da

perda no valor recuperável de ativos , porém, após 2010, ano de inicio da adoção das Normas

Internacionais a pesquisa de Maia, Formigoni e Silva (2012) indicou que empresas auditadas

pelas quatro maiores empresas de auditoria do mercado, as Big Four, disponibilizam

informações em melhor nível. No que diz respeito aos intangíveis, Dias de Moura e Varela

(2014) encontraram sobre as S/As que têm mais ativos intangíveis evidenciam mais, em torno

de 70%.

3 ASPECTOS METODOLÓGICOS

Este trabalho de pesquisa busca descrever a divulgação contábil em notas explicativas,

em dois períodos, e buscará respostas para a frequência deste fenômeno ao longo do tempo. A

presente pesquisa é classificada como descritiva segundo Cervo (2002, p.66).

“A pesquisa descritiva procura evidenciar com, a frequência de um fenômeno, sua

relação com outros, sua natureza e características”. (CERVO, 2002, p. 66). O pesquisador

utiliza técnicas de observação, registro, análise e correlação de fatos sem manipulá-lo.

O objetivo desta pesquisa é descrever as possíveis variações nos níveis de

evidenciação das empresas listadas na BM&F BOVESPA, buscando conferir se, o que é

normatizado nos CPCs está sendo seguido.

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A amostra retirada da população de empresas listadas na BM&F-BOVESPA será não

probabilística, pois segundo Martins:

Métodos de amostragens não probabilísticos são amostragens em que há uma

escolha deliberada dos elementos da amostra. “Não é possível generalizar os

resultados das pesquisas para a população, pois as amostras não probabilísticas não

garantem a representatividade da população.” (MARTINS, 2000, p.40)

Justifica-se a amostra intencional e não probabilística pela inexistência de trabalhos de

pesquisa com as empresas que perderam valor de mercado; aliada a esta justificativa é

possível entrever discreta correlação entre estar entre as ultimas no ranking e evidenciação

Pois segundo Iudicibus:

“o valor de uma empresa como um todo é estimado pelo mercado e pelo investidor,

pela expectativa que ele traça sobre as taxas de juros presentes e futuras, pelo risco

do empreendimento, pelo horizonte do empreendimento e por outras variáveis,

algumas de julgamento muito subjetivo, que cabe à Contabilidade ajudar a delinear

por meio de uma informação fidedigna do passado e do presente e de uma

evidenciação de fluxos futuros potenciais e relevantes (por exemplo, fluxo de caixa

futuro)”. (IUDICIBUS, 2004, p.74)

A seleção das empresas foi efetuada por valor de mercado conforme lista de empresas.

Selecionou-se as 10 empresas com menor valor de mercado em maio de 2017 listadas

na BM&F-BOVESPA,informações estas coletadas no site da BM&F-BOVESPA .

As empresas são: Mahle Metal Leve (Autopeças), Eletropaulo (Concessionaria de

Energia), Minerva (Alimentos Carnes), Iochpe Maxiom (Automotivo, Ferroviario), Tupy

(Metalurgia), Marcopolo(Carrocerias Onibus), Qgep Part (Sociedade em Petroleo e Gás),

Valid (Impressão Documentos Segurança), Random Part. (Implementos Rodoviarios) e

Gafisa (Construção Civil).

O período a ser examinado será os anos de 2010 e 2016, pois são respectivamente o

ano de inicio da obrigatoriedade de aplicação das Normas Internacionais de Contabilidade, e

2016 o ano mais atual para que se compare a evolução nas Notas Explicativas das referidas

empresas, considerando o intervalo como momento de mudanças sociais,como a difusão do

conhecimento levado aos investidores e a necessidade destes por mais transparência;

mudanças políticas como a legislação contábil vigente; e mudanças econômicas pelo qual o

Brasil passou e está passando, como por exemplo a escassez de capital e a alta taxa de juros .

Os índices de evidenciação serão calculados após tabulação de respostas obtidas entre

inquirições efetuadas nas analises dos quesitos em questão, nas notas explicativas. O

atendimento ou não aos requisitos investigados , serão tabulados e contados, para cada

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empresa examinada. O rol de respostas será alvo de análise de frequência , a seguir serão

transpostos para gráficos para melhor entendimento dos resultados.

A presente pesquisa não tem a pretensão de cobrir o universo de empresas que

divulgam suas demonstrações contábeis, este estudo é limitado a algumas empresas do

cenário nacional. O objetivo é abordar segmentos do CPC 26 e não todo o pronunciamento, a

amostra por ser não probabilística é limitadora deste estudo.

4 COLETA E ANÁLISE DOS DADOS

Ao examinarem artigos ligados á contabilidade verifica-se que as evidenciações das

notas explicativas brasileiras têm sido motivo de pesquisas acadêmicas há vários anos. Este

estudo pergunta se as empresas com menor valor de mercado na BM&F BOVESPA divulgam

o que preconiza o Comitê de Pronunciamentos Contábeis. No Ranking de valor de mercado

da BM&FBOVESPA coletado em maio de 2017, constam 94 empresas das quais se retirou a

amostra intencional não probabilística de dez empresas com menor valor de mercado.

Tabela 1: Empresas Pesquisadas

VALOR MERCADO

em MIL R$

1 METAL LEVE (NM) 2.593.114,79

2 ELETROPAULO (N2) 2.525.777,07

3 MINERVA (NM) 2.321.588,62

4 IOCHP-MAXION (NM) 2.314.516,30

5 TUPY (NM) 2.198.706,88

6 MARCOPOLO (N2) 2.117.982,70

7 QGEP PART (NM) 1.690.531,92

8 VALID (NM) 1.453.637,50

9 RANDON PART (N1) 1.446.877,55

10 GAFISA (NM) 510.050,55

O CPC 26, no item 112 estimula a divulgação de notas explicativas com o seguinte

enunciado:

As notas explicativas devem:

(a) apresentar informação acerca da base para a elaboração das

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demonstrações contábeis e das políticas contábeis específicas utilizadas, de

acordo com os itens 117 a 124 deste CPC.

(b) divulgar a informação requerida pelos Pronunciamentos Técnicos, Orientações e Interpretações do CPC que não tenha sido apresentada nas

demonstrações contábeis; e

(c) prover informação adicional que não tenha sido apresentada nas

demonstrações contábeis, mas que seja relevante para sua compreensão.

O CPC 26 – item 117 – Divulgação de Politicas Contábeis, sugere que a entidade

deve divulgar no resumo de políticas contábeis significativas:

(a) a base (ou bases) de mensuração utilizada(s) na elaboração das

demonstrações contábeis; e

(b) outras políticas contábeis utilizadas que sejam relevantes para a

compreensão das demonstrações contábeis.

Quadro 1: Divulgações sobre a base de mensuração e outras políticas contábeis

Empresa 2010 2016

METAL LEVE

As demonstrações financeiras

individuais e consolidadas foram preparadas com base no custo histórico

com exceção dos seguintes itens

materiais reconhecidos nos balanços patrimoniais:

• Os instrumentos financeiros

derivativos mensurados pelo valor

justo. • Os instrumentos financeiros

mensurados pelo valor justo por meio

do resultado. • Ativos oriundos de aquisição a valor

justo.

As demonstrações financeiras foram

preparadas considerando o custo histórico como base de valor e

ajustadas para refletir o custo atribuído

de imobilizado na data de abertura do exercício de 2009, no caso de ativos

financeiros, outros ativos e passivos

financeiros (inclusive instrumentos

derivativos) são ajustados para refletir a mensuração ao valor justo.

ELETROPAULO Não divulgou base de mensuração Não divulgou base de mensuração

MINERVA

As demonstrações financeiras individuais da controladora foram

elaboradas de acordo com as práticas

contábeis adotadas no Brasil e, para o caso das demonstrações financeiras

consolidadas, essas práticas diferem das

IFRS aplicáveis para demonstrações

financeiras separadas, em função da avaliação dos investimentos em

controladas, e controladas em conjunto

(joint ventures) pelo método de equivalência patrimonial, nas práticas

contábeis adotadas no Brasil, enquanto

para fins de IFRS são avaliados pelo “custo” ou “valor justo”.

As demonstrações contábeis foram preparadas utilizando o custo histórico

como base de valor, exceto pela

valorização de certos ativos e passivos como instrumentos financeiros, os

quais são mensurados pelo valor justo.

IOCHP-

MAXION

As demonstrações financeiras

individuais e consolidadas foram

preparadas com base no custo histórico com exceção dos seguintes itens

materiais reconhecidos nos balanços

As demonstrações financeiras

individuais e consolidadas foram

preparadas considerando o custo histórico como base de valor e ativos

financeiros disponíveis para venda e

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patrimoniais:

• os instrumentos financeiros

derivativos mensurados pelo valor

justo; • os instrumentos financeiros

mensurados pelo valor justo por meio

do resultado; • ativo imobilizado onde foi adotado o

custo atribuído.

ativos e passivos financeiros

mensurados ao valor justo.

TUPY

As demonstrações financeiras foram

elaboradas com base no custo histórico, exceto por determinados instrumentos

financeiros mensurados pelos seus

valores justos conforme descrito nas praticas contábeis a seguir. O custo

histórico geralmente é baseado no valor

justo das contraprestações pagas em

troca de ativos.

As demonstrações financeiras foram

elaboradas com base no custo histórico, exceto por determinados instrumentos

financeiros mensurados pelos seus

valores justos, conforme descrito nas práticas contábeis. O custo histórico

geralmente é baseado no valor justo das

contraprestações pagas em troca de

ativos.

MARCOPOLO

As demonstrações financeiras foram

preparadas utilizando o custo histórico

como base de valor e os ativos financeiros disponíveis para venda e

ativos e passivos financeiros (inclusive

instrumentos derivativos) mensurados

ao valor justo contra o resultado do exercício.

As demonstrações financeiras

individuais e consolidadas foram

preparadas com base no custo histórico, com exceção dos seguintes itens

materiais reconhecidos nos balanços

patrimoniais:

derivativos são mensurados pelo valor

justo;

derivativos designados pelo valor justo

por meio do resultado são mensurados

pelo valor justo;

para venda são mensurados pelo valor

justo;

pagamento baseado em ações

liquidadas em dinheiro são mensurados

pelo valor justo;

benefício é reconhecido como o valor

justo dos ativos do plano, deduzido do valor presente da obrigação do

benefício definido.

QGEP PART

As demonstrações financeiras foram elaboradas com base no custo histórico,

exceto por determinados instrumentos

financeiros mensurados pelos seus valores justos, conforme descrito nas

práticas contábeis a seguir. O custo

histórico geralmente é baseado no valor

justo das contraprestações pagas em troca de ativos.

As demonstrações financeiras foram elaboradas com base no custo histórico,

exceto por determinados instrumentos

financeiros mensurados pelos seus valores justos, conforme descrito nas

práticas contábeis a seguir. O custo

histórico geralmente é baseado no valor

justo das contraprestações pagas em troca de ativos.

VALID As demonstrações financeiras,

individuais e consolidadas, foram

As demonstrações financeiras,

individuais e consolidadas, foram

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elaboradas com base em diversas bases

de avaliação utilizadas nas estimativas

contábeis. As estimativas contábeis

envolvidas na preparação das demonstrações financeiras foram

baseadas em fatores objetivos e

subjetivos, com base no julgamento da administração para determinação do

valor adequado a ser registrado nas

demonstrações financeiras. Itens significativos sujeitos a essas

estimativas e premissas incluem a

seleção de vidas úteis do ativo

imobilizado e de sua recuperabilidade nas operações, avaliação dos ativos

financeiros pelo valor justo e pelo

método de ajuste a valor presente, análise do risco de crédito para

determinação da provisão para

devedores duvidosos, assim como da

análise dos demais riscos para determinação de outras provisões,

inclusive para contingências.

preparadas com base no custo histórico,

com exceção dos instrumentos

financeiros mensurados pelo valor justo

por meio do resultado (nota explicativa nº 25) e dos valores justos alocados nas

combinações de negócio ocorridas

(nota explicativa n° 10).

RANDON PART

Não divulgou Base de mensuração em 2010

As demonstrações financeiras individuais e consolidadas foram

preparadas com base no custo histórico

com exceção dos instrumentos

financeiros derivativos que são mensurados por seu valor justo.

GAFISA

Não divulgou Base de mensuração em

2010

Não divulgou Base de mensuração em

2016

Em 2010, inicio da obrigatoriedade de adoção dos Pronunciamentos Contábeis,

verificou-se que 70 % das empresas, divulgaram em suas Notas Explicativas, as bases de

mensuração e outras políticas contábeis utilizadas nas demonstrações contábeis, solicitadas no

CPC 26.

Em 2016 a divulgação da base de mensuração atingiu 80% e uma empresa divulgou

“políticas contábeis especificas desta companhia” como sinal de maior transparência nas

demonstrações financeiras ao usuário. Percebeu-se também mais objetividade nas divulgações

em 2016, apesar da mínima diferenciação entre as notas.

Quadro 2: Divulgações sobre informação adicional

Empresa 2010 2016

METAL LEVE ACompanhia elaborou demonstrações do valor adicionado (DVA), individuais

e consolidadas,nos termos do

A Companhia elaborou as Demonstrações do Valor Adicionado

(DVA), individuais e

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11

Pronunciamento Técnico CPC 09 –

Demonstração do Valor Adicionado, as

quais são apresentadas como parte

integrante das demonstrações financeiras individuais conforme as

práticas contábeis adotadas no Brasil

aplicável às companhias abertas e como informação adicional para as IFRS.

consolidadas, nos termos do

Pronunciamento Técnico NBC TG 09

(CPC 09) – Demonstração do Valor

Adicionado, as quais são apresentadas como parte integrante das

demonstrações financeiras individuais

conforme as práticas contábeis adotadas no Brasil aplicável às

companhias abertas, enquanto para

IFRS representa informação financeira adicional.

ELETROPAULO Não divulgou informação adicional Não divulgou informação adicional

MINERVA

Não divulgou informação adicional A apresentação da Demonstração do

Valor Adicionado (DVA), individual e consolidada, é requerida pela

Legislação societária brasileira e pelas

práticas contábeis adotadas no Brasil

aplicáveis a companhias abertas. As normas IFRS não requerem a

apresentação dessa demonstração.

Como consequência, pelas normas IFRS, essa demonstração está

apresentada como informação

suplementar, sem prejuízo do conjunto

das demonstrações contábeis.

IOCHP-

MAXION

A Companhia elaborou demonstrações

do valor adicionado (DVA) individuais

e consolidadas nos termos do pronunciamento técnico CPC 09 –

Demonstração do Valor Adicionado, as

quais são apresentadas como parte

integrante das demonstrações financeiras conforme BRGAAP

aplicável as companhias abertas,

enquanto para IFRS representam informação financeira adicional.

Não divulgou informação adicional

TUPY

Não divulgou informação adicional A apresentação da Demonstração do

Valor Adicionado (DVA), individual e

consolidada, é requerida pela legislação societária brasileira e pelas práticas

contábeis adotadas no Brasil aplicáveis

a companhias abertas. As IFRS não requerem a apresentação dessa

demonstração. Como consequência,

pelas IFRS, essa demonstração está apresentada como informação

suplementar, sem prejuízo do conjunto

das demonstrações contábeis

MARCOPOLO

Informação adicional O segmento de negócio industrial opera

em regiões geográficas especificadas

abaixo. O segmento de negócio financeiro opera exclusivamente no

Brasil.

Informação adicional O segmento de negócio industrial opera

em regiões geográficas especificadas

abaixo. O segmento de negócio financeiro opera exclusivamente no

Brasil.

QGEP PART Essa demonstração tem por finalidade Essa demonstração tem por finalidade

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12

evidenciar a riqueza criada pelo Grupo

e sua distribuição durante determinado

período e é apresentada pelo Grupo,

conforme requerido pela legislação societária brasileira, como parte de suas

demonstrações financeiras individuais e

como informação suplementar às demonstrações financeiras

consolidadas, pois não é uma

demonstração prevista e nem obrigatória conforme as IFRSs.

evidenciar a riqueza criada pelo Grupo

e sua distribuição durante determinado

exercício e é apresentada conforme

requerido pela legislação societária brasileira, como parte de suas

demonstrações financeiras individuais e

como informação suplementar às demonstrações financeiras, pois não é

uma demonstração prevista e nem

obrigatória conforme as IFRSs

VALID Não divulgou informação adicional Não divulgou informação adicional

RANDON PART

Não divulgou informação adicional As demonstrações do valor adicionado

(DVA), individual e consolidada,

referentes ao exercício findo em 31 de

dezembro de 2016, elaboradas sob a responsabilidade da administração da

Companhia, e apresentadas como

informação suplementar para fins de IFRS.

GAFISA

Não divulgou informação adicional A apresentação da Demonstração do

Valor Adicionado (DVA), individual e

consolidada, é requerida pela legislação societária brasileira e pelas práticas

contábeis adotadas no Brasil aplicáveis

a companhias abertas e foi elaborada de acordo com a Deliberação CVM nº

557, de 12 de novembro de 2008, que

aprovou o pronunciamento contábil CPC 09 – Demonstração do Valor

Adicionado. As normas IFRS não

requerem a apresentação dessa

demonstração. Como consequência, pelas normas IFRS, essa demonstração

está apresentada como informação

suplementar, sem prejuízo do conjunto das demonstrações financeiras.

Em relação à informação adicional, se percebeu pela análise que somente uma

empresa divulgou claramente informação adicional em 2010, a Marcopolo, como informação

adicional e relevante divulgou que o negocio industrial atua em vários países e o negocio

financeiro opera somente no Brasil. Três empresas defendem que a divulgação da DVA é

informação adicional para as IFRS, porém obrigatória para a contabilidade brasileira e quatro

empresas não divulgaram informação adicional em 2010 .

Em relação a 2016 o comportamento foi o seguinte: Considerou-se que 60% da

amostra, 6 empresas apontaram a divulgação da DVA para justificar o atendimento às IFRS,

três empresas, a IOCHPE-MAXION, a VALID e a QGEP Participações criaram o tópico”

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13

Divulgações adicionais a demonstração do fluxo de caixa”, com a evidenciação de transações

que não envolvem caixa. Foi identificada discreta evolução na qualidade das demonstrações.

O CPC 26 – Item 125 - Fontes de Incertezas, diz: A entidade deve divulgar nas notas

explicativas informação acerca dos principais pressupostos relativos ao futuro, e outras fontes

principais da incerteza das estimativas à data do balanço, que tenham risco significativo de

provocar modificação material nos valores contábeis de ativos e passivos durante o próximo.

Com respeito a esses ativos e passivos, as notas explicativas devem incluir detalhes

informativos acerca: a)da sua natureza; e b)do seu valor contábil à data do balanço.

Quadro 3: Divulgações sobre fontes de incertezas

Empresa 2010 2016

METAL LEVE

A preparação das demonstrações

financeiras exige que a Administração faça julgamentos, estimativas e

premissas que afetam a aplicação de

políticas contábeis e os valores

reportados de ativos, passivos, receitas e despesas. Os resultados reais podem

divergir dessas estimativas.

Estimativas e premissas são revistas de uma maneira contínua[....]sendo

que as principais fontes de incertezas e

estimativas são:

As informações sobre incertezas, estão

incluídas nas seguintes notas explicativas:

Nota nº 16 - provisão para perdas por

redução ao valor recuperável do

intangível - impairment; Nota nº 23 - provisão para

contingências;

Nota nº 26 – receita operacional líquida (reconhecimento da receita).

ELETROPAULO Não houve divulgação de fontes de incertezas em 2010

Não houve divulgação de fontes de incertezas em 2016

MINERVA

As informações sobre incertezas sobre

premissas e estimativas que possuam um risco significativo de resultar em

um ajuste material dentro do próximo

exercício financeiro, estão incluídas

nas seguintes notas explicativas: · Nota 8 - provisão para créditos de

liquidação duvidosa;

· Nota 15 – definição da vida útil dos bens do ativo imobilizado e sua

recuperabilidade;

· Nota 12 e 20 – imposto de renda diferido;

· Nota 22 – provisões e contingências;

· Nota 30 – valorização de

instrumentos financeiros e derivativos

A preparação das demonstrações

contábeis[....]exigem que a Administração faça julgamentos, que

afetam a aplicação de políticas contábeis

e os valores reportados de ativos,

passivos, receitas e despesas. Os resultados reais podem divergir dessas

estimativas.

Estimativas e premissas são revistos de uma maneira contínua.

IOCHP-

MAXION

Não houve divulgação de fontes de

incertezas em 2010

Não houve divulgação de fontes de

incertezas em 2016

TUPY

A preparação das demonstrações

financeiras[......], requerem que a administração da Companhia faça

julgamentos, estimativas e premissas

que afetam a aplicação de políticas

As estimativas e as respectivas

premissas estão baseadas na experiência histórica e em outros fatores

considerados relevantes. As estimativas

e premissas subjacentes são revisadas

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14

contábeis e os valores de ativos,

passivos, receitas e despesas. As

estimativas e premissas são revisadas

de uma maneira contínua[...]As informações estão incluídas nas

seguintes notas explicativas: Nota

explicativa 09 – Impostos diferidos Nota explicativa 18 – Provisões para

riscos cíveis, trabalhistas e tributários;

Nota Explicativa 28 – Instrumentos Financeiros.

continuamente. A seguir são

apresentados os principais julgamentos:

MARCOPOLO

As estimativas e os julgamentos

contábeis são continuamente avaliados Com base em premissas, a Companhia

faz estimativas com relação ao futuro.

Por definição, as estimativas contábeis

resultantes raramente serão iguais aos respectivos resultados reais. As

estimativas e premissas que

apresentam um risco significativo, com probabilidade de causar um ajuste

relevante nos valores contábeis de

ativos e passivos para o próximo exercício social, estão contempladas

abaixo.

As informações sobre julgamentos [...] e

incertezas que possuam um risco significativo de resultar em um ajuste

material dentro do próximo exercício

financeiro estão incluídas nas seguintes

notas explicativas: –

Controladas;

– Investimentos em empresas com

negócios em conjunto (Joint venture –

Joint operation); – Combinação de

negócios – aquisição de controlada;

– Provisão para

créditos de liquidação duvidosa; – Teste de

ágio para verificação de impairment;

– Provisões para riscos cíveis, trabalhistas e tributários;

– Impostos

diferidos.

QGEP PART

As estimativas e premissas

subjacentes são revisadas

continuamente. Os efeitos decorrentes das revisões feitas às estimativas

contábeis são reconhecidos no período

em que as estimativas são revistas, se a revisão afetar apenas este período,

ou também em períodos posteriores se

a revisão afetar tanto o período

presente como períodos futuros.

As principais estimativas utilizadas

referem-se ao registro dos efeitos

decorrentes da provisão para processos judiciais fiscais, cíveis e trabalhistas,

depreciação e amortização do ativo

imobilizado e intangível, premissas para determinação da provisão para abandono

de poços e desmantelamento de áreas,

expectativa de realização dos créditos

tributários e demais ativos, provisão para o imposto de renda e contribuição social

e a avaliação e determinação do valor

justo de instrumentos financeiros. As estimativas e premissas são revisadas

continuamente e os seus efeitos

contábeis às novas estimativas contábeis

são reconhecidos de forma prospectiva.

VALID

As principais premissas relativas a

fontes de incerteza nas estimativas

futuras e outras importantes fontes de

Na aplicação das políticas contábeis da

Companhias e suas investidas, descritas

na nota explicativa nº 2, a Administração

Page 21: UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLANDIA FACULDADE DE CIENCIAS … · explicativas e especificamente se há compliance na evidenciação de notas explicativas, conforme preconiza o CPC

15

incerteza em estimativas na data do

balanço, envolvendo risco

significativo de causar um ajuste

significativo no valor contábil dos ativos e passivos no próximo exercício

financeiro, são discutidas a seguir.

da Companhia exerce julgamentos e

elabora estimativas a respeito dos

valores contábeis dos ativos e passivos

para os quais não são facilmente obtidos de outras fontes, se baseando na

experiência histórica e em outros fatores

considerados relevantes. Os resultados efetivos podem diferir dessas

estimativas. As estimativas e premissas

são revisadas de forma contínua e os efeitos decorrentes dessas revisões

reconhecidos de forma prospectiva. As

principais áreas que envolvem

estimativas e premissas são:

RANDON PART

As principais premissas relativas a

fontes de incerteza nas estimativas

futuras e outras importantes fontes de

incerteza em estimativas na data do balanço, envolvendo risco

significativo de causar um ajuste

significativo no valor contábil dos ativos e passivos no próximo exercício

financeiro, são destacadas a seguir:

As informações sobre as incertezas

relacionadas a premissas e estimativas

que possuem um risco significativo de

resultar em um ajuste material no exercício a findar-se em 31 de dezembro

de 2016 estão incluídas nas seguintes

notas explicativas: Nota explicativa 12 - Plano de

pensão e de benefícios pós-emprego a

funcionários Nota explicativa 28 - Objetivos e

políticas para gestão do risco financeiro

As principais premissas relativas a fontes de incerteza nas estimativas

futuras e outras importantes fontes de

incerteza em estimativas na data do balanço, envolvendo risco significativo

de causar um ajuste significativo no

valor contábil dos ativos e passivos no próximo exercício financeiro, são

destacadas a seguir:

GAFISA

As principais premissas relativas a

fontes de incerteza nas estimativas futuras e outras importantes fontes de

incerteza em estimativas na data do

balanço, que podem resultar em valores diferentes quando da

liquidação, são discutidas a seguir:

Ativos e passivos sujeitos a estimativas e

premissas incluem provisão para redução ao valor recuperável de ativos,

transações com pagamentos baseados

em ações, provisão para demandas judiciais, valor justo de instrumentos

financeiros, mensuração do custo orçado

de empreendimentos, impostos diferidos

ativos, dentre outros.

Integralizando os resultados constatou-se que 80% as empresas divulgaram suas fontes

de incertezas; verifica-se evolução positiva na quantidade da informação divulgada

comparando-se os dois anos em estudo, há muito mais texto em 2016.

O CPC 26 – Item 134 – Capital – sugere que as entidades devem divulgar

Page 22: UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLANDIA FACULDADE DE CIENCIAS … · explicativas e especificamente se há compliance na evidenciação de notas explicativas, conforme preconiza o CPC

16

informações que permitam aos usuários das demonstrações contábeis avaliarem seus

objetivos, políticas e processos de gestão de capital. Já o item 135 reforça que: A fim de dar

cumprimento ao disposto no item 134, a entidade deve divulgar as seguintes informações:

Informações qualitativas sobre os seus objetivos, políticas e processos de gestão do capital,

Dados quantitativos sintéticos sobre os elementos incluídos na gestão do capital.

Quadro 4: Divulgações Gestão de Capital

Empresa 2010 2016

METAL LEVE

A Companhia gerencia seu capital com o objetivo de proteger a sua capacidade

operacional, mantendo uma estrutura de

capital que possa oferecer o maior retorno possível aos seus acionistas, no entanto sem

que isto a onere.

A Companhia monitora seu capital com base

no índice de alavancagem financeira, o qual corresponde à dívida líquida, incluindo

empréstimos de curto e longo prazo, dividida

pelo capital total. Informações pertinentes aos riscos inerentes

à operação [...] estão descritos na nota

explicativa nº 26.

O Grupo gerencia seu capital com o objetivo de proteger a sua

capacidade operacional,

mantendo uma estrutura de capital que possa oferecer o maior

retorno possível aos seus

acionistas, no entanto sem que

isto a onere. O Grupo monitora seu capital

com base no índice de

alavancagem financeira, conforme demonstrado no quadro

abaixo:

ELETROPAULO

Não houve divulgação em 2010 A Companhia controla sua estrutura de capital de acordo com

as condições macroeconômicas e

setoriais, de forma a possibilitar o pagamento de dividendos,

maximizar o retorno de capital

aos acionistas, bem como a captação de novos empréstimos e

emissões de valores mobiliários

junto ao mercado financeiro e de

capitais, entre outros instrumentos que julgar necessário.

A Companhia também monitora

constantemente sua liquidez e os seus níveis de alavancagem

financeira, além de buscar o

alongamento do perfil de suas dívidas, de forma a mitigar o risco

de refinanciamento.

MINERVA Não houve divulgação em 2010 Não houve divulgação em 2016

IOCHP-

MAXION

A política da Diretoria é manter uma sólida

base de capital para manter a confiança do

investidor, credor e mercado e manter o

desenvolvimento futuro do negócio. A Diretoria monitora os retornos sobre

capital,[...] A Administração procura manter

um equilíbrio entre os mais altos retornos

A política da Administração é

manter uma sólida base de capital

para obter a confiança do

investidor, credor e mercado, bem como o desenvolvimento futuro

do negócio. A Diretoria monitora

os retornos sobre o capital,[...]

Page 23: UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLANDIA FACULDADE DE CIENCIAS … · explicativas e especificamente se há compliance na evidenciação de notas explicativas, conforme preconiza o CPC

17

com níveis mais adequados de empréstimos.

O objetivo é atingir um retorno compatível

com o seu custo de capital revisado

anualmente através do conceito do WACC – Custo

Médio Ponderado de Capital

A Administração da Companhia

procura manter um equilíbrio

entre os mais altos retornos

possíveis[....]. O objetivo é atingir um retorno compatível com o seu

custo de capital revisado

anualmente por meio do conceito do “Weighted Average Cost of

Capital - WACC” (Custo Médio

Ponderado de Capital).

TUPY

Não houve divulgação em 2010 Os objetivos da Companhia ao administrar seu capital, são de

salvaguardar a capacidade de

continuidade para oferecer retorno aos acionistas A

Administração da Companhia

acompanha a relação entre capital

próprio (patrimônio líquido) e capital de terceiros que a

Companhia utiliza para financiar

suas operações. Para mitigar os riscos de liquidez e a otimização

do custo médio do capital, a

Companhia monitora o cumprimento de índices

financeiros em contratos de

financiamentos e empréstimos.

MARCOPOLO

O objetivo da Companhia ao gerenciar capital é de resguardar a habilidade de sua

continuidade operacional, para garantir

retorno aos controladores e benefícios para

demais acionistas, [...]. Para

acompanhamento do desempenho foi

adotada, a partir de 2001, a metodologia denominada Gestão de Valor Agregado

(GVA),[...].Concomitantemente, a

Marcopolo adotou os conceitos do BSC (Balanced Score Card) que traduz a

estratégia de cada unidade em objetivos,

direcionadores, metas e planos de ação, os

quais são monitorados e gerenciados com freqüência. As ferramentas relacionados aos

objetivos são: WACC (Custo Médio

Ponderado do Capital), Divida líquida/EBITDA e Relação

Dívida/Patrimônio Líquido. Nos últimos

anos, esses indicadores chave foram: WACC entre 8% - 12% a.a.

Dívida Líquida/EBITDA entre 1,50x e 2,50x

Relação Dívida/Patrimônio Líquido entre

25%-75%

O objetivo da Companhia ao gerenciar capital é de resguardar a

habilidade de sua continuidade

operacional, para garantir retorno aos acionistas[...], Para

acompanhamento do desempenho

foi adotada, a partir de 2001, a

metodologia denominada Gestão de Valor Agregado (GVA),[...].

Concomitantemente, a Marcopolo

adotou os conceitos do BSC (Balanced Score Card) que traduz

a estratégia de cada unidade em

objetivos, direcionadores, metas e planos de ação, os quais são

monitorados e gerenciados com

frequência. As ferramentas

relacionadas aos objetivos são: WACC (Weighted Average Cost

Of Capital), Dívida

líquida/EBITDA (Earnings Before Interest, Taxes,

Depreciation and Amortization) e

Relação Dívida/Patrimônio

Líquido. Nos últimos anos, esses indicadores chave foram:

WACC - entre 8% e 12% a.a.

Dívida Líquida/EBITDA - entre

Page 24: UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLANDIA FACULDADE DE CIENCIAS … · explicativas e especificamente se há compliance na evidenciação de notas explicativas, conforme preconiza o CPC

18

1,50x e 2,50x

Relação Dívida/Patrimônio

Líquido - entre 25% e 80%

QGEP PART Não houve divulgação em 2010 Não houve divulgação em 2016

VALID Não houve divulgação em 2010 Não houve divulgação em 2016

RANDON PART

Risco de estrutura de capital

O objetivo principal da administração de capital da Companhia é assegurar que esta

mantenha uma classificação de crédito forte e

uma razão de capital livre de problemas a fim de apoiar os negócios e maximizar o valor do

acionista. [...]Não houve alterações quanto

aos objetivos, políticas ou processos durante

os exercícios findos em 31 de dezembro de 2010 e 2009.

A Companhia inclui na dívida líquida os

empréstimos e financiamentos com rendimento, menos caixa e equivalentes de

caixa e aplicações de liquidez não imediata,

como demonstrado abaixo.

Risco de estrutura de capital O objetivo principal da

Administração de capital da Companhia é assegurar que esta

mantenha uma classificação de

crédito forte e uma razão de

capital livre de problemas, a fim de apoiar os negócios e

maximizar o valor do acionista.

[...] Não houve alterações quanto a

objetivos, políticas ou processos

durante os exercícios findos em 31 de dezembro de 2016 e 2015.

A Companhia inclui na dívida

líquida os empréstimos e os

financiamentos com rendimento, menos caixa e equivalentes de

caixa e aplicações de liquidez não

imediata, como demonstrado abaixo.

GAFISA

Gestão do capital social

O objetivo da gestão de capital da

Companhia é assegurar que se mantenha uma classificação de crédito forte perante as

instituições e uma relação de capital ótima, a

fim de suportar os negócios da Companhia e maximizar o valor aos acionistas. A

Companhia controla sua estrutura de capital

fazendo ajustes e adequando às condições

econômicas atuais. [...].A Companhia inclui dentro da estrutura de dívida líquida:

empréstimos e financiamentos, debêntures e

obrigações com investidores menos disponibilidades (caixa e equivalentes de

caixa, títulos e valores mobiliários e

aplicações financeiras caucionadas):

Gestão do capital social

O objetivo da gestão de capital da

Companhia é assegurar que se mantenha uma classificação de

crédito forte perante as

instituições e uma relação de capital ótima, a fim de suportar os

negócios da Companhia e

maximizar o valor aos acionistas.

A Companhia controla sua estrutura de capital fazendo

ajustes e adequando às

condições econômicas atuais.[...] . Companhia inclui dentro da

estrutura de dívida líquida:

empréstimos e financiamentos, debêntures, obrigações com

cessões de créditos e obrigações

com investidores menos

disponibilidades (caixa e equivalentes de caixa, títulos e

valores mobiliários):

As empresas pesquisadas neste trabalho divulgaram sua gestão de capital da seguinte

maneira no ano de 2010: 50% das empresas divulgaram de forma tímida, com texto curto, a

Page 25: UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLANDIA FACULDADE DE CIENCIAS … · explicativas e especificamente se há compliance na evidenciação de notas explicativas, conforme preconiza o CPC

19

abordagem da gestão de capital; identificou-se em algumas companhias, discreta tendência a

evidenciar no tópico Instrumentos Financeiros e Gestão do Risco Financeiro.

No ano de 2016, quatro empresas que divulgaram gestão de capital em 2010 repetiram

o texto, acresce que outras três companhias divulgaram em texto e quadro com valores, ou

seja, elevaram a qualidade da demonstração, 70% de empresas evidenciaram gestão de

capital.

O CPC 26 – Item 136A - Instrumentos financeiros com opção de venda classificados

no patrimônio líquido, instrui para que no caso de instrumentos financeiros com opção de

venda (puttable) classificados como instrumentos patrimoniais, a entidade deve divulgar (na

extensão em que não tiver divulgado em outro lugar nas demonstrações contábeis): a) dados

quantitativos resumidos sobre os valores classificados no patrimônio líquido; b) seus

objetivos, políticas e os processos de gerenciamento de sua obrigação de recompra ou resgate

dos instrumentos quando requerido a fazer pelos seus detentores desses instrumentos,

incluindo quaisquer alterações em relação a período anterior; c) o fluxo de caixa de saída

esperado na recompra ou no resgate dessa classe de instrumentos financeiros; e d) informação

sobre como esse fluxo de caixa foi determinado.

Quadro 5: O que foi divulgado sobre instrumentos financeiros com opção de venda

Empresa 2010 2016

METAL LEVE Não houve divulgação Não houve divulgação

ELETROPAULO Não houve divulgação Não houve divulgação

MINERVA Não houve divulgação Não houve divulgação

IOCHP-MAXION Não houve divulgação Não houve divulgação

TUPY Não houve divulgação Não houve divulgação

MARCOPOLO Não houve divulgação Não houve divulgação

QGEP PART Não houve divulgação Não houve divulgação

VALID Não houve divulgação Não houve divulgação

RANDON PART Não houve divulgação Não houve divulgação

GAFISA

Para instrumentos financeiros

classificados como

disponíveis para venda, a

Companhia avalia se há alguma evidencia objetiva de

que o investimento é

recuperável a cada data do balanço. Após mensuração

inicial, os ativos financeiros

disponíveis para venda são

Não houve divulgação

Page 26: UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLANDIA FACULDADE DE CIENCIAS … · explicativas e especificamente se há compliance na evidenciação de notas explicativas, conforme preconiza o CPC

20

mensurados a valor justo, com

ganhos e perdas não

realizados reconhecidos

diretamente dentro dos outros resultados abrangentes,

quando aplicável; com

exceção das perdas por redução ao valor recuperável

dos juros calculados

utilizando o método de juros efetivos e dos ganhos ou

perdas com variação cambial

sobre ativos monetários que

são reconhecidos diretamente no resultado do período.

Somente a construtora GAFISA divulgou, em 2010, sua política contábil para

instrumentos financeiros com opção de venda. Ademais, não se encontrou o item

Instrumentos Financeiros para Venda nas notas explicativas das empresas investigadas em

2010 e em 2016. O mais próximo que se verifica são pagamentos baseados em ações, item

que foge ao escopo deste estudo.

CONCLUSÕES

Os quatro quadros acima explicitam o que foi divulgado pelas empresas. Considerando

que o objetivo deste estudo buscou a evolução no grau de evidenciação das empresas, em

consonância com o CPC 26, em cada ano pesquisado, a analise apontou que 70% da amostra

divulgaram suas bases de mensuração para confecção das demonstrações financeiras e outras

políticas contábeis em 2010. O texto das notas explicativas mostrou-se semelhante em todas

companhias investigadas, tendo como base de mensuração o custo histórico para a maioria

das demonstrações financeiras, ou valor justo para os instrumentos financeiros; em 2016 as

empresas repetiram pro forma, modernizando minimamente a informação, embora somente

uma empresa informasse que havia políticas contábeis especificas.

Os resultados colhidos apontam que publicar informação adicional relevante em titulo

exclusivo nas demonstrações contábeis em 2010 não era regra para as empresas da amostra,

em 2010 houve evidenciações acerca de despesas que não afetam o caixa, três empresas, de

um universo de dez, assim procederam. A ausência de informações adicionais relevantes

contribui para a desvantagem competitiva, na visão do usuário e/ou do investidor quando em

comparação com empresas que divulgam tais informações.

O tópico ‘fontes de incertezas’ foi atendido pela maioria das empresas, 80%, delas

Page 27: UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLANDIA FACULDADE DE CIENCIAS … · explicativas e especificamente se há compliance na evidenciação de notas explicativas, conforme preconiza o CPC

21

empresas nos dois anos em questão; a análise identificou evolução positiva em 2016,a maioria

das empresas, optou por evidenciar o numero das notas explicativas onde constavam fontes de

incertezas, facilitando assim a busca pelo próprio usuário, gerando mais informação relevante

as fontes de incertezas divulgadas referiram-se principalmente às contingências jurídicas em

andamento, tais como questões cíveis e trabalhistas assim como pendências tributarias com o

Fisco e avaliações de ativos financeiros,visualizou-se mais informação no ano mais recente da

pesquisa.

A divulgação da gestão de capital, ponto sensível da evidenciação contábil, e seus

processos, hoje são seguidos pela maioria das empresas da amostra, em 2010 metade das

empresas divulgaram timidamente a gestão do capital. Entretanto em 2016 houve mais

aderência, no tocante à quantidade e qualidade de informação, das empresas em expor sua

gestão de capital a investidores e credores. É legitimo inferir empiricamente a ação da pressão

do mercado e quiçá dos usuários por mais informação financeira nas notas explicativas.

As dez empresas da amostra não divulgaram, em 2016, instrumentos financeiros com

opção de venda, é possível que este item não faça parte do portfólio das empresas

pesquisadas, porque em 2010, nove das dez empresas também não evidenciaram estes

instrumentos financeiros com opção de venda.

Uma empresa, a Eletropaulo não divulgou base de mensuração, fonte de incerteza,

informação adicional e também não divulgou instrumentos financeiros com opção de venda

nos dois anos pesquisados, fato que vai de encontro ao conceito de redução da assimetria da

informação, que é um dos objetivos das empresas de capital aberto.

De um modo geral as empresas atenderam ao solicitado pelo CPC 26, houve aderência

á norma, o que não foi divulgado nas notas explicativas, certamente estará nas demonstrações

financeiras da companhia.

Percebe-se uma adesão crescente das empresas ao pronunciamento contábil, e ao

mesmo tempo algumas reticências no que tange à divulgação de valores contábeis e

informações adicionais. Depreende-se que a experiência das empresas com a evidenciação

financeira recomendada pelas IFRS tem sido positiva, pois mais informação tem sido

socializada em prol dos usuários e da sociedade.

Page 28: UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLANDIA FACULDADE DE CIENCIAS … · explicativas e especificamente se há compliance na evidenciação de notas explicativas, conforme preconiza o CPC

22

REFERENCIAS

CERVO, A. L. BERVIAN, P. A. Metodologia científica. 5. ed. São Paulo: Prentice Hall,

2002.

COSTA JUNIOR, J. V. da; Uma Avaliação do Nível de Evidenciação das Companhias

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