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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA SILÍCIO NA PRODUTIVIDADE E NO CONTROLE DA CIGARRINHA-DAS-RAÍZES Mahanarva fimbriolata Stål EM CANA-DE-AÇÚCAR DALCIMAR REGINA BATISTA WANGEN 2007

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA

INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA

SILÍCIO NA PRODUTIVIDADE E NO CONTROLE DA CIGARRINHA-DAS-RAÍZES Mahanarva fimbriolata Stål EM CANA-DE-AÇÚCAR

DALCIMAR REGINA BATISTA WANGEN

2007

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DALCIMAR REGINA BATISTA WANGEN

SILÍCIO NA PRODUTIVIDADE E NO CONTROLE DA CIGARRINHA-DAS-RAÍZES Mahanarva fimbriolata Stål EM CANA-DE-AÇÚCAR

Dissertação apresentada à Universidade Federal de Uberlândia, como parte das exigências do Programa de Pós-graduação em Agronomia – Mestrado, área de concentração em Solos, para obtenção do título de “Mestre”.

Orientador

Prof. Gaspar Henrique Korndörfer

Co-orientador

Prof. Dr. Marcus Vinicius Sampaio

UBERLÂNDIA MINAS GERAIS – BRASIL

2007

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

W246s

Wangen, Dalcimar Regina Batista, 1973- Silício na produtividade e no controle da cigarrinha-das-raízes Ma-hanarva fimbriolata Sta1 em cana-de-açúcar / Dalcimar Regina Batista Wangen. - 2007. 66 f. : il. Orientador: Gaspar Henrique Korndörfer. Co-orientador: Marcus Vinicius Sampaio. Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Uberlândia, Programa de Pós-Graduação em Agronomia. Inclui bibliografia.

1. Cana-de açúcar - Doenças e pragas - Teses. 2. Cana-de-açúcar - Adubação - Teses. I. Korndörfer, Gaspar Henrique. II. Sampaio, Marcus Vinicius. IV. Universidade Federal de Uberlândia. Programa de Pós-Graduação em Agronomia. III.Título.

CDU: 633.61:632

Elaborado pelo Sistema de Bibliotecas da UFU / Setor de Catalogação e Classificação

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DALCIMAR REGINA BATISTA WANGEN

SILÍCIO NA PRODUTIVIDADE E NO CONTROLE DA CIGARRINHA-DAS-RAÍZES Mahanarva fimbriolata Stål EM CANA-DE-AÇÚCAR

Dissertação apresentada à Universidade Federal de Uberlândia, como parte das exigências do Programa de Pós-graduação em Agronomia – Mestrado, área de concentração em Solos, para obtenção do título de “Mestre”.

APROVADA em 28 de março de 2007. Prof. Dr. Marcus Vinicius Sampaio UFU (Co-orientador) Dra. Suzana Pereira de Melo UFU Dr. Wilson Roberto T. Novaretti ANA – Laboratório de Nematologia Assessoria e Consultoria Agronômica

Prof. Dr. Gaspar Henrique Korndörfer ICIAG-UFU (Orientador)

UBERLÂNDIA MINAS GERAIS – BRASIL

2007

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DEDICATÓRIA

Aos meus pais (“In memorian”), Joaquim Batista e Joana Cruvinel Batista.

Dedico.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por tudo o que me tem permitido conquistar ao longo da minha vida.

Aos meus pais, por tudo que foram e representam para mim.

Ao meu esposo, Jeff, pelo carinho, respeito e companheirismo.

Aos meus irmãos, pelo carinho apoio e os momentos compartilhados.

Aos meus sogros, cunhados e sobrinhos, pelo carinho, respeito e apoio.

Ao Professor Dr. Gaspar Henrique Korndörfer, pelo voto de confiança,

oportunidade e orientação acadêmica.

Ao Professor Dr. Marcus Vinicius Sampaio, pela valiosa colaboração como

co-orientador, especialmente na área de Entomologia.

À Dra. Suzana Pereira de Melo, membro da Banca Examinadora, pela valiosa

colaboração na leitura e sugestões.

Ao Dr. Wilson Roberto T. Novaretti, membro da Banca Examinadora, pela

atenção e contribuição, fundamentais ao aprimoramento deste trabalho.

Aos diretores da Usina Açucareira Guaíra, por terem possibilitado a realização

dos experimentos nas fazendas de sua propriedade.

Aos funcionários da Usina Açucareira Guaíra, em especial ao técnico agrícola

Lauro Aparecido e ao Rogério Palhares Alves, pelo suporte na instalação e condução

dos experimentos no campo.

Aos professores do Programa de Pós-Graduação em Agronomia da Universidade

Federal de Uberlândia, pelo conhecimento compartilhado, em especial à Professora Dra.

Denise Santana, pelo apoio na interpretação das análises estatísticas dos resultados.

Aos colegas do Grupo de Pesquisa sobre Silício na Agricultura - GPSi, pelo

apoio na realização dos trabalhos de campo e de laboratório, em especial à Ana Paula

dos Santos, Carolina de Brito Dias, Douglas da Silva Santos, Carla Cristina Costa,

Felipe Spieezzi Raimbault, Gustavo Alves dos Santos, Robsom Thiago Xavier de

Souza, Valter Antônio Silva, Juliana Cristina da Silva, Greicielli Aguilar Sanches e

Valéria M. Custódio Santos.

Aos funcionários do Laboratório de Solos do Instituto de Ciências Agrárias da

Universidade Federal de Uberlândia, Péricles de Brito Macedo, pelo auxílio no

transporte às visitas às áreas experimentais, Andréia da Silva Machado, Eduardo de

Oliveira Chagas, Gilda Pereira R. Fernandes, João Batista R. Silva, Manoel Ribeiro

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Pires e Marinho Monteiro dos Santos, pelo apoio na realização das análise químicas dos

solos e das plantas.

Aos colegas de Pós-graduação, especialmente Ailton Júnio M. Gama, Ana

Cristina P. Campos e Lucélia C. Vasconcelos, pela amizade e companheirismo.

Ao Fernando Carlos Naves, pelo auxílio na correção textual deste trabalho.

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES,

pela bolsa de estudos que possibilitou a execução deste trabalho.

Em suma, a todos aqueles que, de alguma forma, tenham contribuído para a

realização deste trabalho.

Muito obrigada!

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EPÍGRAFE

“...Tudo vale a pena, se a alma não é pequena...”

Fernando Pessoa.

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SUMÁRIO RESUMO ....................................................................................................................

ABSTRACT ...............................................................................................................

1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................

2. REFERENCIAL TEÓRICO ...................................................................................

2.1. Cigarrinhas-das-raízes e sua importância como praga da cultura da cana-de-açúcar .....................................................................................................

2.2. Silício no solo e nas plantas .................................................................................

2.3. Silício na indução de resistência de plantas a insetos ..........................................

3. MATERIAL E MÉTODOS ....................................................................................

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................

4.1. Concentraçõe de silício nas folhas, bagaço, caldo e de potássio nas folhas da cana-de-açúcar .....................................................................................................

4.2. População de cigarrinhas-das-raízes na cultura da cana-de-açúcar .....................

4.3. Populações de cigarrinhas-das-raízes mortas por fungos entomopatogênicos e artrópodes não alvos .........................................................................................

4.4. Peso úmido médio por colmo e por planta (folhas + colmos) da cana-de-açúcar .....................................................................................................

4.5. Qualidade dos parâmetros tecnológicos da cana-de-açúcar ................................

4.6. Produtividade da cana-de-açúcar .........................................................................

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4.7. Teores de silício disponível no solo após a colheita da cana-de-açúcar ..............

5. CONCLUSÕES ......................................................................................................

REFERÊNCIAS .........................................................................................................

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RESUMO

WANGEN, DALCIMAR REGINA BATISTA. Silício na produtividade e no controle da cigarrinha-das-raízes Mahanarva fimbriolata Stål em cana-de-açúcar. 2007. 66 p. Dissertação (Mestrado em Agronomia/Solos) - Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia1. O advento da colheita mecanizada da cana-de-açúcar, sem a queima na pré-colheita, proporcionou ambiente favorável à cigarrinha-das-raízes Mahanarva fimbriolata Stål. Anteriormente considerada problema apenas nos canaviais da Região Nordeste, a mesma passou a constituir-se em uma das principais pragas desta cultura na Região Centro Sul. O silício (Si) tem-se mostrado capaz de induzir resistência de plantas a patógenos e insetos pragas. Objetivou-se avaliar o efeito do Si na produtividade e melhoria da qualidade tecnológica da cana-de-açúcar, bem como no controle de cigarrinhas-das-raízes nesta cultura e, também, comparar os efeitos dos tratamentos químico, biológico e da aplicação de Si sobre a população desta praga, no controle biológico natural da mesma por fungos entomopatogênicos e na população de alguns artrópodes não alvos nesta cultura. Dois experimentos foram instalados e conduzidos em área de cultivo comercial de cana-de-açúcar, cultivar SP80-1816, de propriedade da Usina Açucareira Guaíra, em Guaíra-SP. O delineamento experimental foi o de blocos casualizados, em esquema fatorial 8x9x5 (oito tratamentos, nove datas de amostragem e cinco repetições) para as populações de cigarrinhas-das-raízes vivas e mortas por fungos entomopatogênicos os artrópodes não alvos e em blocos casualizados, com oito tratamentos e cinco repetições, para as demais variáveis. Os tratamentos foram Controle, 8,2 L ha-1 de silicato de K (uma aplicação), 16,4 L ha-1 de silicato de K (duas aplicações de 8,2 L ha-1), 24,6 L ha-1 de silicato de K (três aplicações de 8,2 L ha-1), 1000 kg ha-1 de silicato de Ca e Mg, 0,8 kg ha-1 do inseticida thiamethoxan 250WG, 4,0 kg ha-1 do inseticida biológico Metarhizium anisopliae (Metsch) Sorokin (arroz esporulado) e 4,0 kg ha-1 de M. anisopliae (pó molhável). Entre novembro de 2005 e fevereiro de 2006 foram feitas amostragens de cigarrinhas-das-raízes vivas e mortas por fungos entomopatogênicos e dos artrópodes não alvos. Por volta de onze meses após a instalação dos experimentos colheu-se a cana-de-açúcar e obtiveram-se os dados de produtividade. Verificaram-se aumentos de 105,40%, 117,59% e 124,50% na produtividade desta cultura nos tratamentos submetidos a duas e a três aplicações de 8,2 L ha-1 de silicato de K e de 1000 kg ha-1 de silicato de Ca e Mg, respectivamente. Concluiu-se que houve maior produtividade da cana-de-açúcar com a aplicação de Si em área com menor teor deste elemento no solo; houve aumentos de produtividade da cana-da-açúcar com a aplicação de inseticidas químico e biológico para o controle de cigarrinha-das-raízes; os tratamentos químico, biológico e o silicato de potássio em duas aplicações foliares apresentaram o mesmo desempenho no controle desta praga e os tratamentos químico, biológico em ambas as formulações, e a aplicação de Si não afetaram o controle biológico natural da mesma por fungos entomopatogênicos e a população dos artrópodes não alvos na cultura da cana-de-açúcar. Palavras-Chave: Controle biológico, controle químico e Metarhizium anisopliae ________________________ 1Comitê Orientador: Gaspar Henrique Korndörfer - UFU (Orientador) e Marcus Vinicius Sampaio – UFU.

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ABSTRACT

WANGEN, DALCIMAR REGINA BATISTA. Silicon on the productivity and on the control of the spittlebug Mahanarva fimbriolata Stål of sugarcane. 2007. 66 p. Dissertation (Master Program Agronomy/Soil) – Federal University of Uberlândia, Uberlândia1.

The advent of automated sugarcane harvesting, and its replacement of traditional pre-crop burning, has created a favorable environment for the spittlebug Mahanarva fimbriolata Stål. The spittlebug was previously considered a problem just in the sugarcane plantations of northeast Brazil, but it has now become one of the main problems for this culture in the South-central region. Silicon has been shown to be capable of inducing resistance of plants to pathogens and insects. The objectives of this work were to evaluate the effect of Silicon on the productivity and improvement of the technologically measured quality of sugarcane, as well as on the control of the spittlebug in this culture and also to compare the effects of chemical treatment, biological treatment and silicon application on the population of this pest, on the natural biological control of this insect by entomopathogenic fungus and on the population of some non-target arthropods in this culture. Two experiments were installed and conducted on cultivar SP80-1816 at a commercial sugarcane production area owned by Guaíra Sugar Meal, in Guaíra-SP. The experimental delineation was in randomized blocks in factorial outline 8x9x5 (eight treatments, nine sampling dates and five repetitions) for the populations of spittlebugs, spittlebugs killed by entomopathogenic fungus and some arthropods; and in randomized blocks, with eigth treatments and five repetitions, for other variables. The treatments were, Control; 8,2 L ha-1 of potassium silicate (one application), 16,4 L ha-1 of potassium silicate (two applications of 8,2 L ha-1), 24,6 L ha-1 potassium silicate (three applications of 8,2 L ha-1), 1000 kg ha-1 calcium and magnesium silicate, 0,8 kg ha-1 of the insecticide thiamethoxan 250 WG, 4,0 kg ha-1 of the biological insecticide Metarhizium anisopliae (sporulated rice) and 4,0 kg ha-1 of M. anisopliae (wettable powder). Between November 2005 and February 2005 samplings were made of the spittlebugs, spittlebugs killed by entomopathogenic fungus and some arthropods. The analyses of the technological parameters and evaluation of the productivity of the sugarcane were made one year after the installation of the experiments. Increases of 105,40%, 117,59% and 124,50% in the productivity of the sugarcane were verified with two and three applications of 8,2 L ha-1 potassium silicate and 1000 kg ha-1 of calcium and magnesium silicate, respectively, in one of the experiments. It was concluded that there was higher sugarcane productivity with the application of Si in the area with a lower amount of this element in the soil; there were increases in sugarcane productivity with the chemical and biological application of insecticides for the control of the spittlebug; the chemical and biological treatments and potassium silicate in two foliar applications presented the same performance in the control of this insect and the chemical and biological treatments in both formulations and the application of Si did not affect the natural biological control of the spittlebug by the entomopathogenic fungus and the population of the arthropods in sugarcane. Key-Words: Biological control, chemical control and Metarhizium anisopliae __________________________ 1Guidance Committee: Gaspar Henrique Korndörfer - UFU (Major Professor) and Marcus Vinicius Sampaio – UFU.

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1. INTRODUÇÃO

O Brasil é o maior produtor mundial de cana-de-açúcar, com produção de 431,41

milhões de toneladas, numa área de 5,84 milhões de hectares, na safra de 2005/2006. A

Região Centro-Sul participa com 86,6% do percentual nacional e detém

aproximadamente 81,2% da área plantada com esta cultura no país. O estado de São

Paulo é o maior produtor, com 61,6% do total produzido, enquanto que as Regiões

Norte-Nordeste detêm os 13,4% restantes (CONAB, 2006). A área plantada com

cana-de-açúcar no Brasil aumentou 6%, elevando-se de 5,84 milhões de hectares no

ciclo 2005/2006 para 6,19 em 2006/2007. Esse crescimento se deveu à ocupação de

áreas não utilizadas pela pecuária e pelo plantio de grãos (FNP ONLINE, 2006).

No entanto, boa parte da produção da cana-de-açúcar no país é perdida em

decorrência do ataque, principalmente de pragas, dentre as quais, a cigarrinha-das-raízes

Mahanarva fimbriolata Stål. Historicamente, a cigarrinha-das-raízes é conhecida como

praga dos canaviais da Região Nordeste. Entretanto, com o advento da colheita

mecanizada, sem a queima prévia da palhada, a mesma tem causado enormes prejuízos,

especialmente na Região Centro-Sul, maior produtora canavieira do país

(GONÇALVES et al., 2003). Seus ataques à cultura da cana-de-açúcar estão cada vez

mais freqüentes e intensos e causam prejuízos que podem atingir 60% ou mais em

produtividade agrícola e na qualidade industrial da matéria-prima (ALMEIDA, 2003).

O controle químico de cigarrinhas-das-raízes na cana-de-açúcar é bastante

empregado. No entanto, devido aos elevados custos dos inseticidas e à possibilidade do

surgimento de biótipos resistentes aos produtos tradicionalmente empregados, novas

alternativas de controle têm sido buscadas. Dentre as opções mais viáveis, podem-se

destacar o controle biológico, o controle cultural, o plantio de material com fontes de

resistência genética e/ou a indução de resistência de plantas.

A indução de resistência em plantas pode ser obtida a partir da aplicação de

produtos químicos ou minerais (CARVALHO, 1998). Evidências recentes sugerem que

a deposição de silício (Si) nas plantas leva à formação de uma barreira mecânica capaz

de reforçar a resistência das mesmas ao ataque de insetos pragas (LAING;

ADANDONON, 2005), além de induzir modificações nas propriedades fisiológicas e

bioquímicas, com elevação da produção de substâncias repelentes ou inibidoras por

parte das mesmas (MARSCHNER, 1995).

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A cana-de-açúcar é uma das gramíneas que mais extraem Si do solo

(PRADO et al., 2003), com respostas favoráveis à adubação silicatada, particularmente

em solos pobres deste elemento. Não obstante seu importante papel como indutor de

resistência ao ataque de pragas e doenças, o Si desempenha diversas outras funções

benéficas nessa cultura, dentre as quais, o aumento da eficiência fotossintética e maior

tolerância a déficits hídricos, com reflexos na produtividade (KORNDÖRFER et al.,

2002), além de promover alívios de danos causados por geadas, além de promover

melhoria na arquitetura das plantas (SAVANTE et al., 1999).

Apesar da diversidade de estudos comprobatórios da importância do Si como

elemento benéfico para a cana-de-açúcar e como agente indutor de resistência da mesma

a pragas, não há relatos de trabalhos que envolvam o emprego do mesmo na indução de

resistência desta cultura às cigarrinhas-das-raízes. Dessa forma, objetivou-se avaliar o

efeito do Si na produtividade e melhoria da qualidade tecnológica da cana-de-açúcar,

bem como no controle de cigarrinhas-das-raízes nesta cultura. Procurou-se, também,

comparar os efeitos dos tratamentos químico, biológico e da aplicação de Si sobre esta

praga, assim como no controle biológico natural da mesma por fungos

entomopatogênicos e na população de alguns artrópodes não alvos nesta cultura.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1. Cigarrinha-das-raízes e sua importância como praga da cultura da cana-de-açúcar

As cigarrinhas da cana-de-açúcar são insetos sugadores pertencentes à ordem

Hemiptera e à família Cercopidae (GARCIA, 2002). As espécies Mahanarva posticata

Stål e M. fimbriolata são as principais pragas da cultura da cana-de-açúcar. A primeira é

conhecida como cigarrinha-das-folhas, por atacar a parte aérea das plantas, e a segunda

como cigarrinha-das-raízes, cujo ataque localiza-se principalmente nas primeiras raízes

ao nível do solo (ALVES, 1998).

Os adultos de cigarrinhas-das-raízes medem cerca de 13 mm de comprimento

por 6 a 7 mm de largura. São de coloração castanho avermelhada (PASSOS, 1973),

com as tégminas orladas de preto, e percorridas por uma faixa longitudinal da mesma

cor. As fêmeas apresentam as tégminas mais escuras que as dos machos (GALLO et al.,

2002) (FIGURA 01). No entanto, é comum variação de cores, com ocorrência de insetos

de coloração castanho-escura, quase negros, e outros de cor vermelha bastante clara ou

rosados, com faixas ligeiramente mais escuras nas asas (DINARDO-MIRANDA, 2003).

O ciclo vital de cigarrinhas-das-raízes na Região Centro-Sul inicia-se em

setembro/outubro, quando as ninfas começam a emergir dos ovos diapáusicos, logo

após as primeiras chuvas da primavera, com o pico populacional de ninfas ocorrente em

dezembro/janeiro e redução significativa a partir de abril, com o final das chuvas. No

entanto, apesar da flutuação populacional desse inseto seguir de maneira geral tal

modelo, podem ocorrer variações, principalmente em função de regimes de chuvas.

Assim, em regiões nas quais ocorre um período de estresse hídrico em janeiro/fevereiro,

as populações das mesmas podem reduzir-se nessa época e voltar a crescer em seguida.

Dessa forma, há dois picos populacionais: um principal em dezembro/janeiro e outro

menor em março. Por outro lado, em locais ou anos úmidos, o período de ocorrência da

praga estende-se ligeiramente (DINARDO-MIRANDA, 2003).

Os ovos de cigarrinhas-das-raízes são depositados nas bainhas próximas as bases

das touceiras, nos resíduos vegetais e na superfície do solo. A fecundidade média é de

340 ovos por fêmea (GARCIA; BOTELHO, 2005). Segundo estes mesmos autores,

cerca de vinte dias após a postura ocorre a eclosão das ninfas, as quais são inicialmente

ativas e movimentam-se em busca de alimento. Ao entrarem em contato com os colmos

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e radicelas da cana-de-açúcar, fixam-se nas mesmas para sugarem a seiva. Enquanto

alimentam-se, produzem uma espuma, da qual ficam cobertas (FIGURA 02).

FIGURA 01. Adultos de M. fimbriolata. FONTE: Dinardo-Miranda (2005).

FIGURA 02. Espuma produzida por ninfas de cigarrinhas-das-raízes. FONTE: Dinardo-Miranda (2005).

Essa espuma esbranquiçada, semelhante à de sabão, envolve a base da touceira,

serve de proteção às ninfas e permite constatar-se a infestação desse inseto na lavoura.

Após quatro ecdises emergem-se os adultos, que passam a medir cerca de 10 mm de

comprimento e migram-se para a parte aérea da planta, onde passam a viver e sugar os

colmos por um período aproximado de 20 dias (GALLO et al. (2002).

As ninfas de cigarrinhas-das-raízes, ao se alimentarem nas raízes da

cana-de-açúcar, retiram nutrientes e água. Consequentemente surgem plantas menores,

amareladas, com menos perfilhos e eventualmente secas (NOVARETTI et al., 2001).

As perfurações dos tecidos pelos estiletes infectados provocam contaminações por

microorganismos na seiva e levam à deterioração nos pontos de crescimento do colmo

e, gradualmente, dos entrenós inferiores até às raízes subterrâneas e podem até mesmo

causar a morte dos mesmos. Os adultos, ao alimentarem-se, pela sucção da seiva na

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parte aérea das plantas, injetam toxinas que levam ao surgimento de pequenas manchas

amarelas nas folhas, que posteriormente tornam-se avermelhadas e finalmente opacas,

com conseqüente redução da capacidade fotossintética destas e do conteúdo de sacarose

do colmo (EL-KADI, 1977). Em decorrência do referido ataque, pode ocorrer o

secamento das folhas e posterior morte das plantas (NOVARETTI et al., 2001).

Segundo estes mesmos autores, os adultos são os responsáveis pelos maiores danos.

Os colmos mortos e secos diminuem a capacidade de moagem e, como muitas

vezes estão rachados e deteriorados, os contaminantes dificultam a recuperação de

açúcar e inibem a fermentação, com redução dos rendimentos industriais e dificuldade

de obtenção de açúcar de qualidade (DINARDO-MIRANDA et al., 2004a). Conforme

DINARDO-MIRANDA et al., 2004b), na ausência de cigarrinhas-das-raízes o canavial

em estudo produziu cerca de 37% a mais de açúcar. Em outro experimento, com a

variedade de cana SP80-1816, Dinardo-Miranda et al. (2002) observaram queda de 45%

na produtividade de açúcar devido ao ataque de cigarrinhas-das-raízes.

Dinardo-Miranda e Ferreira (2004) verificaram queda significativa nos valores de Brix,

do Pol e da pureza do caldo da cana com o comprometimento dos colmos por essa

praga.

O monitoramento de cigarrinhas-das-raízes é imprescindível para decidir-se

sobre a estratégia de controle, uma vez que a detecção da primeira geração permite

alcançar resultados mais eficientes (MACEDO, 2003). O nível de dano econômico

(NDE) dessa praga é considerado de quatro insetos por metro para canaviais colhidos no

final de safra e de e doze insetos por metro para aqueles colhidos no início de safra. Isso

porque os canaviais colhidos em início de safra (até julho) suportam populações

maiores de mesma (DINARDO-MIRANDA, 2003), provavelmente porque as plantas

estão mais desenvolvidas e com vários entrenós quando do seu ataque. Além disso, os

mesmos passam por curto período de estresse hídrico entre o final da época de

ocorrência dessa praga e a colheita, enquanto que os campos colhidos a partir do meio e

final de safra sofrem o ataque quando as plantas estão ainda pouco desenvolvidas, além

de passarem por longo período de estresse hídrico até à colheita, o que dificulta a

recuperação das plantas e faz com que os danos provocados sejam acentuados em tais

condições (DINARDO-MIRANDA et al., 2001).

O nível de controle (NC) varia conforme o método escolhido. Assim, ao se fazer

uso de produtos químicos, de ação inicial mais rápida, o NC pode ser bem próximo do

NDE. Porém, quando do emprego de produtos de ação inicial mais lenta, como

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inseticidas biológicos, o NC deverá ser suficientemente baixo para impedir que as

infestações da cigarrinha alcancem o NDE (DINARDO-MIRANDA, 2003). Quando do

emprego do fungo Metarhizium anisopliae (Metsch) Sorokin, o NC é de um inseto por

metro linear ou logo que se observarem as primeiras ninfas no canavial nos meses de

setembro/outubro (ALMEIDA, 2003a).

Dentre os principais métodos de controle de cigarrinhas-das-raízes em

cana-de-açúcar citam-se os métodos físico, cultural, biológico e o químico (MACEDO;

MACEDO, 2005). Como método cultural, pode-se fazer o afastamento mecânico ou a

retirada da palha da linha da cana. Com isso, a mesma fica mais seca e as

cigarrinhas-das-raízes expostas à irradiação solar e, consequentemente, mortas pelo

método físico de controle. Essa ação contribui para manter baixas as populações dessa

praga durante todo o seu período de ocorrência, desde que suas infestações não sejam

muito elevadas. Outra prática do método físico seria a queima na pré-colheita do

canavial, o que reduz as infestações da mesma, por eliminar a palha e matar parte dos

ovos em diapausa. No entanto, em algumas situações, tal prática é de uso bastante

restrito por força da legislação ambiental (DINARDO-MIRANDA, 2003).

No que concerne ao método de controle biológico de cigarrinhas-das-raízes,

devem-se adotar medidas que visem a manter e/ou aumentar as populações dos seus

inimigos naturais. São conhecidas as ações dos parasitóides de ovos

Anagrus urichi Pickles e Acmopolynema hervali Gomes, do predador de ninfas

Salpingogaster nigra Schiner e dos fungos entomopatogênicos

Batkoa apiculata (Thaxter) Humber e M. anisopliae (GARCIA; BOTELHO, 2005). Há

também relatos da ocorrência do controle biológico natural da mesma por nematóides.

Porém são ainda bastante escassos os estudos conclusivos que recomendam esses

agentes como alternativa de controle dessa praga (LEITE et al., 2003). Atualmente, o

método biológico mais empregado no controle da cigarrinha baseia-se em aplicações,

com diferentes formulações do fungo M. anisopliae, associadas, ou não, ao controle

químico (GARCIA; BOTELHO, 2005).

Segundo Alves (1998), na região canavieira do Estado de Alagoas, no período de

1977 a 1991, foram pulverizados com M. anisopliae 670.000 ha de cana-de-açúcar

infestada pela cigarrinha-das-folhas M. posticata, o que resultou em redução de

aproximadamente 72% nos índices de sua infestação, com conseqüente diminuição do

emprego de inseticidas químicos para o seu controle. A área tratada com inseticidas

químicos nessa região correspondia a 150.000 ha ano-1 e caiu para cerca de

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30.000 ha ano-1 com o incremento da aplicação do fungo. Nos últimos anos essa média

foi de aproximadamente 12.000 ha ano-1, o que corresponde a menos de 10% da área

tratada inicialmente. Essa redução do uso de inseticidas químicos foi determinante na

compatibilização do controle integrado das pragas da cana-de-açúcar, com contribuição

para a proteção dos parasitóides liberados para o controle da broca Diatraea spp., bem

como daqueles de ocorrência natural.

A estratégia utilizada nesse método de controle consiste na incrementação, já que

o fungo M. anisopliae encontra-se normalmente presente na área. O inóculo,

proveniente das aplicações do fungo ou de propágulos das diferentes fontes, contamina

as primeiras ninfas ou adultos. Assim, os adultos contaminados, ao morrerem, caem no

interior do cartucho foliar das plantas de cana ou nas bainhas das folhas das mesmas. O

fungo esporula-se sobre o cadáver do inseto e os conídios são transportados para as

outras plantas pela ação da água e/ou do vento. Dessa forma, atingem as ninfas recém

eclodidas, muitas das quais morrem e dão origem aos focos primários da doença,

enquanto outras se desenvolvem em adultos contaminados que disseminam a mesma

pelo canavial. A partir daí, ocorrem focos secundários e a doença espalha-se com ampla

ocorrência sobre a população de cigarrinhas (ALVES, 1998).

De acordo com esse mesmo autor, o desenvolvimento da doença inicia-se com a

germinação e penetração dos conídios no tegumento do inseto, num período de dois a

três dias, enquanto a colonização dá-se entre dois e quatro dias e as esporulações em

dois a três dias, conforme as condições de temperatura e umidade do ambiente. Assim, o

ciclo da doença completa-se entre oito e dez dias. Em condições de campo o patógeno

necessita de umidade relativa elevada para causar epizootia, sendo a faixa de

temperatura favorável entre 25 e 27 ºC.

Atualmente, o fungo M. anisopliae encontrado no comércio é multiplicado em

grãos de arroz e pode ser adquirido no mesmo ou em esporos isolados

(DINARDO-MIRANDA, 2005). Os isolados do fungo variam conforme as unidades

produtoras, assim como a dose aplicada, que é de 1,0 a 10,0 kg ha-1 de arroz esporulado.

A quantidade de esporos também é variável por grama de arroz e pode ser aplicada uma

ou várias vezes durante o período de ocorrência da praga, em pulverizações de calda

contendo os esporos lavados do arroz ou pela distribuição direta dos grãos no campo.

Devido à tamanha variação, o emprego do fungo nem sempre mostra resultados

animadores (DINARDO-MIRANDA, 2003).

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Almeida (2001) recomenda a aplicação do fungo M. anisopliae na concentração

de 1x108 a 5x108 conídios por grama de arroz esporulado, correspondente a cerca de

1x1012 a 5x1012 ha-1, aplicados na vazão de 300,0 a 400,0 L ha-1 de água, com a

utilização de trator com bicos em pingente e jato dirigido para a soca da cana. O mesmo

autor sugere fazer-se a aplicação preferencialmente após as 16:00 h para evitar-se a alta

incidência de raios ultravioleta, com a possibilidade de chegar-se à madrugada, período

em que a umidade relativa está alta e a temperatura mais amena, o que facilita o

controle microbiano com o fungo. A aplicação aérea ainda está em estudo, porém essa

poderá ser utilizada com vazão de 50,0 a 70,0 L ha-1, com gotas grandes e altura de

2,0 m da cultura. A calda com esporos do fungo deve ser preparada no máximo 1:00 h

antes da aplicação, pois os esporos em contato com a água podem germinar e até morrer

por falta de meio de cultura.

Almeida et al. (2004a), ao avaliarem o controle de cigarrinhas-das-raízes com o

fungo M. anisopliae sob diferentes concentrações e números de aplicações em

cana-de-açúcar, concluíram que a dose de 1,0 kg de arroz esporulado nos meses de

novembro e dezembro, com três aplicações quinzenais, com auxílio de pulverizador

mecanizado, bico tipo leque e vazão de 400,0 L ha-1 de calda, manteve a população da

cigarrinha sob controle durante o período de novembro a abril, correspondente ao seu

ciclo biológico.

Dinardo-Miranda et al. (2004b), ao estudarem a eficiência de diferentes doses e

número de aplicações de inseticida biológico proveniente de M. anisopliae, com vistas

ao controle de cigarrinhas-das-raízes em cana-de-açúcar, em cinco experimentos

conduzidos nos municípios de Guaíra, Iracemápolis e Tarumã, no estado de São Paulo,

obtiveram resultados promissores somente no ensaio conduzido no município de

Tarumã, onde o fungo mostrou-se eficiente, com redução de até 91,2% da população da

praga em estudo, com o emprego de duas aplicações de 1,0 kg ha-1 de arroz esporulado,

cada. De acordo com estes mesmos autores, a eficiência do fungo nesse local deveu-se

às temperaturas mais amenas da região, o que teria permitido o desenvolvimento do

ciclo das relações parasita/hospedeiro, uma vez que em Guaíra e Iracemápolis as

temperaturas médias foram de 0,5ºC a 3ºC superiores às de Tarumã. Conforme

Dinardo-Miranda (2005), embora controle biológico deva ser priorizado, aplicações de

M. anisopliae às vezes mostram resultados pouco satisfatórios, especialmente sob altas

infestações iniciais da cigarrinha-das-raízes. Nestes casos, o controle químico é o mais

eficaz (DINARDO-MIRANDA, 2005).

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O emprego de defensivos naturais ou químicos para o controle de

cigarrinha-das-raízes deve ser feito somente em casos de superpopulações, de forma a

buscar-se manter o equilíbrio biológico (ALMEIDA, 2001). Segundo Dinardo-Miranda

(2005), o controle químico constitui-se em ferramenta bastante valiosa no programa de

manejo desta praga, especialmente em canaviais colhidos a partir de agosto, os quais

sofrem os maiores danos devido ao ataque da mesma e naqueles severamente

infestados. Conforme esta mesma autora, os inseticidas registrados para o seu controle

na cultura da cana-de-açúcar são thiamethoxan 250WG, na dose de 0,6 a 1,0 kg ha-1,

imidacloprid 480SC, de 1,5 a 1,8 L ha-1 e aldicarb 150G, de 10,0 a 12,0 kg ha-1.

Macedo e Macedo (2005) relataram que produtos como o aldicarb, bastante

utilizados no passado, têm cedido espaço ao thiamethoxan e imidacloprid. Ainda de

acordo com esses mesmos autores, pesquisas recentes têm indicado que os melhores

ganhos em termos de controle e produtividade com aplicações desses produtos têm sido

obtidos com uma única aplicação dos mesmos, com intervalo entre a 1a e 2a geração da

praga, assim que esta atinge o nível de controle.

Resultados de pesquisas de campo, com vistas a avaliar-se a influência da época

de aplicação de inseticidas químicos para o controle de cigarrinhas-das-raízes na

qualidade e na produtividade da cana-de-açúcar, mostraram que o controle realizado até

dezembro resultou em incrementos significativos de produtividade da cultura

(DINARDO-MIRANDA et al. 2004c). Segundo estes mesmos autores, embora alguns

inseticidas tenham reduzido as populações dessa praga, quando aplicados em janeiro e

em doses menores, não ocorreram incrementos significativos de produtividade,

possivelmente porque a mesma já havia danificado irreversivelmente a cultura.

Conforme Macedo et al. (2003), uma crítica que se faz ao controle químico é a

possibilidade desse método ocasionar desequilíbrios biológicos ao agroecossistema da

cana-de-açúcar, com prejuízos ao controle biológico natural de nesta cultura.

Dinardo-Miranda (2003) verificou redução significativa da população de

cigarrinha-das-raízes, com incrementos de produtividade e de açúcar variedade de cana

SP80-1816 infestada, em média, com 9,8 cigarrinhas m-1, com a aplicação de

thiamethoxan 250WG na dose de 1,0 kg ha-1. Dinardo-Miranda e Ferreira (2004), ao

avaliarem o desempenho de inseticidas no controle de cigarrinhas-das-raízes em

cana-de-açúcar, observaram que somente o produto thiamethoxan manteve-se eficiente

até 90 dias após a aplicação, enquanto que os demais inseticidas testados não superaram

50 dias de eficácia.

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Devido à grande extensão das áreas cultivadas com cana-de-açúcar, são

observadas muitas variações a respeito de condições edafoclimáticas, tratos culturais,

variedades, nível populacional de cigarrinhas-das-raízes, dentre outros fatores que

interferem na eficiência de medidas de controle. Desta forma, o manejo bem sucedido

dessa praga deve englobar todas as ferramentas disponíveis, pois, para cada situação,

uma delas se mostrará mais adequada. Dificilmente uma única ferramenta de controle

será eficiente em todas as condições de cultivo (DINARDO-MIRANDA, 2003).

2.2. Silício no solo e nas plantas O Si é o segundo elemento mais abundante na crosta terrestre (TISDALE et al.,

1985), em seguida ao oxigênio. Sua concentração média na litosfera é de 27%, com

variação entre 23% e 35% nos solos, onde ocorre principalmente no mineral inerte das

areias, o quartzo (SiO2), bem como na caulinita e em outros elementos de argila (RAIJ,

1991).

Embora o conteúdo de Si nos solos minerais seja normalmente alto, pouco dele

está disponível para as plantas, devido à sua baixa solubilidade (ESSER, 2002). Além

disso, cultivos sucessivos podem reduzir ainda mais o seu teor disponível no solo, a

ponto de ser necessária uma fertilização silicatada suplementar para a obtenção da

produtividade máxima. Alguns solos, no entanto, contêm pouco Si disponível no seu

estado nativo. Tais solos são tipicamente muito intemperizados, lixiviados, ácidos e

com baixa saturação por bases (DATNOFF et al., 2001). Esser (2002) relatou que áreas

tropicais úmidas, com solos altamente intemperizados são, consequentemente, pobres

em Si. Para Matichenkov e Bocharnikova (2001) a adubação silicatada é necessária em

todos os solos, exceto naqueles com altos teores desse elemento, como os solos

vulcânicos jovens ou oriundos de zonas com um tipo de morfologia extremamente

acumulativa do mesmo.

Com a intemperização dos minerais, o Si forma na solução do solo, sob pH

abaixo de 9,0, o ácido monossilícico (H4SiO4), o qual pode ser adsorvido por óxidos de

Fe e Al (FAQUIM, 1994). Outras fontes de Si para o solo são decomposição dos

resíduos vegetais, dissociação do ácido silícico polimérico, liberação do Si dos óxidos e

hidróxidos de Fe e Al, adição de fertilizantes silicatados e água de irrigação. Os

principais drenos incluem precipitação do Si em solução com formação de minerais,

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polimerização do ácido silícico, lixiviação, adsorção em óxidos e hidróxidos de Fe e Al

e absorção do mesmo pelas plantas (LIMA-FILHO et al., 1999).

As plantas absorvem o Si da solução do solo e o transporta via xilema, sob a

forma de ácido monossilícico. Sua distribuição nos tecidos vegetais relaciona-se

diretamente à taxa transpiratória dos diferentes órgãos da planta, com variação, também,

conforme a espécie. Assim, no grupo das acumuladoras de Si, com 10 e 15% de SiO2, o

qual inclui as gramíneas como arroz e cana-de-açúcar, alguns cereais e poucas

dicotiledôneas, há maior concentração desse elemento na parte aérea. Já nas não

acumuladoras, como a maioria das dicotiledôneas, com menos de 0,5% de SiO2, sua

distribuição é uniforme em algumas espécies, enquanto que em outras há maior

acúmulo nas raízes. O Si acumulado na planta encontra-se, em sua maior proporção, na

forma de sílica amorfa hidratada (SiO2.nH2O) (FAQUIM, 1994).

Segundo Raij (1991), as concentrações de Si nas gramíneas chegam a ser de 10 a

20 vezes maiores do que nas dicotiledôneas. Isso se dá pelo fato das gramíneas

absorverem o Si da solução do solo de forma passiva, ou seja, o mesmo acompanha o

fluxo de água que penetra nas raízes, ao passo que nas dicotiledôneas há mecanismos

que evitam a absorção de quantidades elevadas do mesmo.

Dentre as múltiplas funções do Si em benefício das plantas, citam-se o seu papel

na complexação do alumínio presente na solução do solo, com formação de Al-Si, e

conseqüente redução da sua toxidez. Nas raízes, o Si polimeriza-se em sílica, a qual age

na redução da captação de manganês pelas plantas e alivia, por conseguinte, estresses

causados por esse elemento. Além disso, o Si melhora a disponibilidade de fósforo no

interior dos tecidos vegetais, com conseqüente redução da deficiência do mesmo para as

plantas (MA; TAKAHASHI, 2002).

A deposição de sílica no caule das plantas aumenta sua resistência e previne o

acamamento, enquanto que nas folhas, assim como nas raízes, modifica a distribuição

do manganês, reduz sua toxidez e a transpiração da planta, com alívios de estresses

hídricos e salinos, além de contribuir para a manutenção das folhas eretas e diminuir os

efeitos causados pelo excesso de nitrogênio, bem como aumentar a resistência das

plantas a estresses bióticos (MA; TAKAHASHI, 2002).

Em geral, os benefícios do Si para as plantas são melhores observados em

culturas que o acumulam de modo ativo, isso porque, muitos dos mesmos são expressos

por meio do acúmulo desse elemento nas folhas e/ou nos ramos (MA et al., 2001). A

ausência de aparente resposta à fertilização silicatada por parte das plantas não significa

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que o Si não influencie no crescimento das mesmas, pois, muitas vezes, o solo contém

esse elemento em abundância e supre seu requerimento para o crescimento saudável da

maioria das espécies. Neste caso, seus efeitos serão mais óbvios sob condições de

estresse (MA; TAKAHASHI, 2002).

Aumentos na disponibilidade de Si no solo são normalmente acompanhados por

acréscimo da concentração desse elemento nas plantas, com resultados positivos no

crescimento e na produtividade de diversas gramíneas, especialmente arroz,

cana-de-açúcar, sorgo, milheto, braquiária, aveia, trigo e milho, e algumas espécies

não-acumuladoras como soja, feijão, tomate, morango e pepino. O acúmulo de sílica

nos órgãos de transpiração leva à formação de uma dupla camada de sílica logo abaixo

da epiderme, a qual age como barreira mecânica contra a invasão de fungos e insetos

(KORNDÖRFER et al., 2005a).

O metassilicato de potássio aplicado via pulverização foliar é utilizado na

Europa, principalmente por produtores de pepino e roseiras, para o controle de míldio

Lima-Filho et al. (1999). Acredita-se que o Si aplicado nas folhas das plantas se

deposite na superfície das mesmas e desempenhe papel semelhante àquele retirado pelas

raízes, o que pode ser útil para culturas com absorção desse elemento de modo passivo

ou rejeitivo (ALVAREZ; DATNOFF, 2001). Segundo estes autores, o Si aplicado dessa

forma pode ser responsável por efeitos protetores contra estresses bióticos, pela

preveção contra a penetração física por insetos e/ou por tornar as células das plantas

menos suscetíveis à degradação enzimática por fungos patogênicos.

Há, atualmente, considerável número de pesquisas que sugerem que o aumento

das concentrações de Si em plantas possa elevar a resistência destas a doenças e a

insetos. Um grupo de pesquisadores da universidade de KwaZulu-Natal,

Pietermaritzburg na África do Sul, têm empreendido pesquisas nesse campo, com

buscas a interações sinérgicas entre agentes de controle biológico e Si para o controle de

doenças e insetos pragas. As doenças alvos incluem, Pythium e Rhizoctonia em alface

hidropônica, pepino e repolho, Fusarium em trigo e banana, ferrugem asiática em soja,

Cercospora em beterraba, míldio em diversas culturas, doenças pós-colheita em citros,

damping off em milho e nematóides. Dentre as pragas alvos estão os ácaros, a

traça-das-crucíferas, o bicudo do algodoeiro, larvas de coleópteros (corós) e lagartas do

gênero Helicoverpa Hardwick. Já pesquisadores do Sugar Research Institute, também

na África do Sul, estão engajados em estudos a respeito dos efeitos da aplicação de Si

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sobre os danos da broca do colmo da cana-de-açúcar Eldana saccharina Walker

(LAING, 2005).

Lorini (2001) e Lorini et al. (2001) relataram o efeito benéfico do Si no controle

de pragas de grãos armazenados. Estes autores verificaram que pós à base de terra de

diatomáceas, com dióxido de sílica como principal ingrediente, mostraram-se eficientes

na redução de infestação de pragas de grãos de milho e cevada. A sílica presente nesse

produto tem a capacidade de desidratar os insetos e até matá-los em período variável de

um a sete dias, conforme a espécie-praga.

Buck et al. (2005), ao estudarem o efeito da aplicação foliar de silicato de

potássio no controle da brusone na cultura do arroz verificaram que, embora não tenha

havido absorção do produto pelas folhas das plantas, a incidência da doença foi reduzida

com o aumento das doses de silicato de potássio. Já, Nolla et al. (2005) observaram

redução significativa da incidência de Cercospora na cultura da soja até aos 79 dias após

a emergência da cultura, com a aplicação de silicato de cálcio no solo.

Lima Filho et al. (2005) demonstraram que a aplicação de doses de Si em

solução nutritiva reduziu gradualmente os sintomas de oídio em plantas de trigo, além

de promover uma diminuição na atividade de enzimas antioxidantes, geralmente

produzidas pelas plantas sob condições de estresse e acréscimo na síntese de fenóis,

produtos químicos relacionados com a defesa das plantas. Conforme estes mesmos

autores, a redução na atividade das enzimas antioxidantes sugere um efeito protetor de

natureza mecânica por parte do Si, ao passo que o aumento na síntese de fenóis nas

plantas com altas concentrações do mesmo pode estar relacionado a um provável

mecanismo de resistência de natureza química.

A cana-de-açúcar apresenta concentrações elevadas de Si, entre 0,14% em folhas

jovens até 6,7% nos colmos e folhas velhas (KORNDÖRFER; DATNOFF, 1995) e

responde favoravelmente à adubação silicatada, particularmente em solos pobres de Si.

O monocultivo dessa cultura possui enorme potencial de remoção desse elemento do

solo, a qual pode alcançar 300 kg ha-1 do mesmo para produção de 100 t ha-1 de cana ou

mesmo a 500 kg ha-1, em situações onde a produtividade é mais elevada. Nessas

condições o ácido monosilícico presente nos solos é rapidamente absorvido pela

cana-de-açúcar e os teores de Si dos mesmos podem diminuir rapidamente

(KORNDÖRFER et al., 2002). Conforme estes mesmos autores, a adubação silicatada

da cana-de-açúcar resulta em aumento da eficiência fotossintética e da resistência ao

ataque de pragas e doenças e à maior tolerância à falta de água durante os períodos de

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baixa umidade do solo, com reflexos em maior produtividade. Para Savante et al.

(1999), o Si pode promover alívios de danos causados por geada e melhoria na

arquitetura dessa cultura. No Havaí, as folhas de cana-de-açúcar com concentrações de

Si inferiores a 0,5% são frequentemente afetadas por um sintoma denominado

"freeckling", cuja causa é ainda bastante controvertida. Porém, a maioria dos

pesquisadores atribui-na à falta de Si e desequilíbrios nutricionais. O sintoma é mais

severo nas folhas mais velhas e a área fotossintética é fortemente atingida

(KORNDÖRFER; DATNOFF, 1995).

Prado e Fernandes (2000) demonstraram que a aplicação de escória de

siderurgia, produto à base de silicato de cálcio, reduziu significativamente a senescência

das folhas de cana-de-açúcar de 35,6% para 26,9%. Para esses mesmos autores, o uso

do aludido material como fonte de Si para essa cultura pode incrementar ainda mais sua

taxa fotossintética, em razão do prolongamento da vida útil das folhas, com reflexos na

produtividade. Korndörfer et al. (2002) relataram que em Mauricius, na África, o uso de

silicato de cálcio na dose de 7,1 t ha-1 proporcionou aumentos de produção durante ciclo

de avaliação de seis anos da cana-de-açúcar. Para Kingston et al. (2005), os vários

resultados positivos dos efeitos do Si para essa cultura indicam claramente que o mesmo

deveria ser tratado como parte integral das práticas de fertilização associada ao cultivo

da mesma.

2.3. Silício na indução de resistência de plantas a insetos Os nutrientes minerais e os elementos benéficos favorecem o crescimento e a

produção das plantas, além de poderem exercer efeitos secundários sobre estas, como o

aumento ou a diminuição na resistência e/ou na tolerância destas a patógenos ou a

pragas. Isso se dá devido a mudanças no padrão de crescimento, na morfologia, na

anatomia e particularmente na composição química das mesmas, o que pode

caracterizar-se pelo surgimento de células epidérmicas mais espessas e elevado grau de

lignificação e/ou silificação, além de modificações nas propriedades fisiológicas e

bioquímicas, a partir de maior produção de substâncias repelentes ou inibidoras por

parte das plantas (MARSCHNER, 1995).

O Si é elemento benéfico para as plantas, capaz de aumentar significativamente a

resistência das mesmas aos insetos pragas, com conseqüentes aumentos na produção,

principalmente em variedades suscetíveis (LAING; ADANDONON, 2005). Ao ser

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acumulado pelas plantas, o Si proporciona mudanças anatômicas nos seus tecidos, como

o surgimento de células epidérmicas mais espessas, em decorrência da deposição de

sílica (SILVEIRA; HIGAHASHI, 2003), o que resulta na formação de uma barreira

mecânica capaz de dificultar o ataque de insetos sugadores e mastigadores (EPSTEIN,

1999), além de poder atuar como ativador da expressão de reações de defesa natural

destas por meio da produção de compostos fenólicos, dentre outras substâncias

químicas (LAING; ADANDONON, 2005). O Si pode também agir de forma localizada,

como ácido monossilícico, e promover reações de defesa em células induzidas com

contribuição para o sistema de resistência com o aumento da produção de hormônios

(FAUTEUX et al., 2005).

Goussain et al. (2002) relataram a ocorrência de maior mortalidade e de

canibalismo em grupos de lagartas de Spodoptera frugiperda Smith ao final do 2º ínstar,

e de lagartas individualizadas no 2º e 6º ínstares, quando estas foram alimentadas com

folhas de plantas de milho tratadas com Si. Outra observação foi um acentuado desgaste

das mandíbulas das lagartas nos seis ínstares, quando do consumo de folhas com

maiores concentrações de Si por parte destas. Segundo estes mesmos autores, a

aplicação desse elemento pode dificultar a alimentação das lagartas, com reflexos no

aumento de mortalidade e canibalismo por parte das mesmas e, portanto, tornar as

plantas de milho mais resistentes ao seu ataque. Neri et al. (2005) também verificaram

redução na preferência e no dano, bem como aumento da mortalidade dessa mesma

praga quando estas foram alimentadas com plantas de milho tratadas com Si associado

ao regulador de crescimento de insetos, lufenuron, em condições de laboratório e casa

de vegetação.

O Si tem induzido resistência a insetos em muitas espécies de plantas,

especialmente nas gramíneas. Segundo Carvalho (1998), a deposição de mesmo nas

folhas e caule de plantas de sorgo afetou negativamente a preferência e o

desenvolvimento do pulgão-verde Schizaphis graminum Rondani, além de reduzir em

quase 50% sua reprodução. Basagli et al. (2003) relataram que a aplicação foliar de

silicato de sódio em plantas de trigo reduziu a preferência, a longevidade e a reprodução

desse mesmo inseto nessa cultura. Conforme estes mesmos autores, o número de ninfas

nas folhas tratadas com Si foi 85% menor do que no tratamento controle, sem Si, em

testes de preferência, enquanto que a produção de ninfas por fêmeas desenvolvidas

sobre folhas tratadas com Si foi 80% menor que daquelas desenvolvidas sobre folhas

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não tratadas. Tais resultados sugerem que houve indução de resistência das plantas de

trigo a esse inseto praga.

Goussain et al. (2005) também verificaram efeito adverso do Si sobre o

desenvolvimento do pulgão-verde em plantas de trigo. De acordo com estes mesmos

autores, houve redução no tempo de prova, ou seja, retirada mais freqüente dos estiletes

das plantas por parte dos pulgões, além de redução na excreção de honeydew, o que

indica menor taxa de ingestão ou maior retenção de seiva no corpo do inseto.

Gomes et al. (2005) relataram que a fertilização com silicato de cálcio em plantas

de trigo infestadas artificialmente com essa praga reduziu significativamente a

população da mesma. Segundo estes autores, a menor colonização pelo afídeo foi

observada no tratamento com inoculação de pulgão associada à fertilização silicatada,

ao passo que a maior colonização ocorreu no tratamento controle, sem Si e sem

inoculação. Já os tratamentos com apenas inoculação com pulgão ou fertilização

silicatada tiveram infestações intermediárias. Ainda, de acordo com esses mesmos

autores, verificou-se maior atividade das enzimas peroxidases (POX) e

polifenoloxidases (PPO), ambas associadas à defesa das plantas, no tratamento com Si

associado à inoculação das plantas de trigo com o pulgão. Tal fato sugere a síntese de

compostos de defesa das plantas contra a ação de agentes externos.

Moraes et al. (2004), ao estudarem a influência do Si na interação tritrófica,

plantas de trigo, pulgão-verde e seus inimigos naturais, o predador

Chrysoperla externa (Hagen) e o parasitóide Aphidius colemani Viereck, verificaram

que a aplicação de silicato de sódio no solo e nas folhas reduziu a preferência e a

reprodução do pulgão em relação ao tratamento controle. De acordo com estes mesmos

autores, o número médio de ninfas produzidas nas plantas tratadas com silicato de sódio

no solo e foliar foram 41,9% e 47,1%, respectivamente, menores do que no controle.

Padrão similar foi evidenciado para o número de pulgões adultos. Não foi observado

nenhum efeito indireto da aplicação do Si nas características biológicas tanto do

predador quanto do parasitóide, o que sugere possível ocorrência de interação positiva

entre resistência de plantas e controle biológico. Costa et al. (2005) relataram que a

aplicação de Si associada ao inseticida acibenzolar-s-methiyl reduziu a infestação de

S. graminum em plantas de trigo.

A aplicação de metassilicato de sódio resultou no decréscimo da incidência das

principais pragas da cultura do arroz. A ocorrência das espécies de cigarrinhas

Sogatella furcifera Horvath, Nilaparvata lugens Stal, das lagartas

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enroladeira-das-folhas Omiodes indicata Fabricius e elasmo Elasmopalpus lignosellus

Zeller por planta de arroz foi reduzida a 1,8%, 1,7%, 7,6%, 6,3%, respectivamente

(BALASUBRAMANIAM et al., 2005). Thomas et al. (2005) relataram que a adição de

silicato de potássio na dose de 200 mg L-1 induziu resistência de plantas de crisântemo

à larva minadora Liriomyza trifolli Burgess. Korndörfer et al. (2005b) relataram que o

acúmulo de Si em plantas da espécie Davilla elliptica (Dilleniacea) St. Hil resultou em

folhas mais duras e com maior número de tricomas, com reflexos na redução da

herbivoria por parte de insetos.

A aplicação de silicato de cálcio na dose de 5000 kg ha-1, correspondente a

500 kg ha-1 de Si, aumentou significativamente a resistência da cana-de-açúcar à broca

do colmo E. saccharina, com redução média de 19,3% e 33,7% na massa e no dano da

mesma, respectivamente. Também foi possível verificar maior benefício do tratamento

com Si nas variedades suscetíveis do que nas resistentes (KEEPING; MEYER, 2000). O

emprego de Si na dose de 1200 kg ha-1 elevou significativamente a resistência dessa

cultura a essa mesma praga, com redução média de 27,9% a 41,7% no seu dano e de

13,5% a 43,9% na sua sobrevivência. Verificou-se, ainda, tendência de decréscimo na

susceptibilidade com o aumento das doses de Si nos tratamentos dentre as variedades

susceptíveis (KEEPING; MEYER, 2003).

Keeping e Meyer (2006) relataram redução de 14% a 26% na massa e de 37% a

59% na sobrevivência dessa mesma broca, com a aplicação de Si na cana-de-açúcar.

Segundo estes mesmos autores, ao considerar-se a dose mais alta do produto aplicado, o

dano dessa praga foi reduzido, em média, de 34% nas cultivares suscetíveis e de 26%

nas resistentes, o que suporta o argumento de que as cultivares suscetíveis se beneficiam

mais dos tratamentos com Si do que as resistentes.

Estudo sobre o sinergismo entre Si e o estresse hídrico na resistência de

cultivares de cana-de-açúcar à E. saccharina evidenciou que o acúmulo de Si nos

colmos da cana reduziu a massa, a sobrevivência e o dano da broca, especialmente nas

cultivares suscetíveis a essa praga, sob condições de estresse hídrico. O aumento da

resistência promovido pelo Si foi tal, que o desempenho e o dano do inseto às plantas

aproximaram-se daqueles das cultivares resistentes, o que mostra que o Si aumenta a

resistência de plantas hospedeiras de insetos pragas sob estresse hídrico.

Keeping e Meyer (2005a) verificaram que a aplicação de Si em cana-de-açúcar

pode compensar o efeito do nitrogênio sobre o aumento da suscetibilidade dessa cultura

à roca do colmo. Segundo estes autores, na ausência de Si, o tratamento com nitrogênio

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(N) aumentou a suscetibilidade, em média, em 68% e 208% para a menor e maior dose,

respectivamente, ao considerarem-se todas as variedades. Ainda conforme estes

mesmos autores, a aplicação de 200,0 kg ha-1 de Si teve impacto significante na redução

dos efeitos promovidos pelo N na sobrevivência e no dano da broca, com redução média

de 47% no número de colmos brocados no conjunto das variedades suscetíveis. A

máxima redução na porcentagem de colmos brocados no tratamento com Si foi, em

média, de 70%, 39% e 35% para as doses de N mais baixa, intermediária e mais alta,

respectivamente.

A indução de resistência em plantas tem boas perspectivas, principalmente por

ser de baixo custo e causar menor impacto ambiental do que o uso de inseticidas. Além

de poder ser obtida rapidamente, em genótipos suscetíveis e, portanto, naqueles que já

possuem boas características agronômicas (CARVALHO, 1998). Sua aplicação,

portanto, constitui-se num componente viável do manejo integrado de pragas, pois não

deixa resíduo de inseticida nos alimentos ou no meio ambiente, além disso, pode ser

facilmente integrado com outras práticas de manejo, inclusive o controle biológico

(LAING; ADANDONON, 2005).

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3. MATERIAL E MÉTODOS Dois experimentos foram instalados e conduzidos em área de cultivo comercial

de cana-de-açúcar, com a cultivar SP80-1816, suscetível à cigarrinha-das-raízes

(DINARDO-MIRANDA et al., 2002), submetida à colheita crua mecanizada. As duas

áreas experimentais situaram-se na Fazenda Rosário GII, de propriedade da Usina

Açucareira Guaíra, no município de Guaíra, SP. O solo das áreas foi classificado como

Latossolo Vermelho, textura muito argilosa. Os experimentos, denominados

Experimento I e Experimento II, foram instalados nos dias 21/06/05 e 04/07/06, aos 77

e 90 dias, respectivamente, após o sexto corte da cana-de-açúcar. Os Experimentos I e II

situaram-se, respectivamente, no Talhão 244 e 248 da fazenda.

Antes da instalação dos experimentos coletaram-se amostras de solo para análise

do teor de Si solúvel nas duas áreas experimentais. Foram coletadas cinco amostras

compostas, as quais se constituíram de cinco sub-amostras, uma retirada da linha e

quatro das entrelinhas de cultivo, nas profundidades de 0-20 cm e de 20-40 cm. As

amostras compostas foram levadas ao Laboratório de Análise de Fertilizantes do

Instituto de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Uberlândia, onde foram

colocadas para secar. Após a secagem, as mesmas foram passadas em peneira de 2 mm

e, em seguida, submetidas à análise (TABELA 01).

TABELA 01. Teores de silício disponível1 nas amostras do Latossolo Vermelho, coletadas nas áreas experimentais I e II, anteriormente à instalação dos experimentos.

Amostras Experimento I (Talhão 244) Experimento II (Talhão 248) 0-20 cm 20-40 cm 0-20 cm 20-40 cm

----------------------------------- mg dm-3 ----------------------------------- 01 12,6 11,4 10,5 6,9 02 10,7 10,3 7,6 7,9 03 11,8 10,1 7,8 9,6 04 12,1 11,5 9,1 9,4 05 12,8 11,7 9,0 8,7 Média 12,0 11,0 8,8 8,5 1Silício solúvel: Extrator: CaCl2 0,01 mol L-1.

As caracterizações químicas dos solos onde os experimentos foram instalados

encontram-se nas TABELAS 02 e 03. Como as duas áreas experimentais foram

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fertirrigadas com vinhaça (média de 120 m3 ha-1 ano-1), isso explica o fato de se

observar valores altos de K e S, principalmente (TABELA 02). Os teores de K de

ambos os solos apresentavam-se muito acima daqueles considerados ótimos para a

cultura da cana-de-açúcar (RAIJ et al., 1997). Isso foi feito propositalmente, a fim de

eliminar-se possível interferência do K proveniente do silicato de potássio aplicado nas

folhas, sobre a nutrição e produção desta cultura.

TABELA 02. Caracterização química das amostras do Latossolo Vermelho, coletadas anteriormente à instalação dos experimentos. ______________________________________________________________________ Prof. pH H2O S-SO4 P K Al Ca Mg H+Al SB t T V m M.O. cm 1:2 .. mg dm-3.. ....................... cmolc dm-3 ........…........... .... % .... dag kg-1 --------------------------------- Experimento I (Talhão 244) -------------------------------------

0-20 6,3 17,0 5,0 0,8 0,0 3,8 1,2 5,3 5,8 5,8 11,1 52,0 0,0 3,1

20-40 6,0 15,0 5,7 0,9 0,0 4,5 1,3 3,4 5,7 6,7 10,1 66,0 0,0 3,4 ------------------------------------ Experimento II (Talhão 248) --------------------------------- 0-20 6,0 24,0 11,5 0,9 0,0 4,1 1,3 4,0 6,3 6,3 10,4 61,0 0,0 3,7 20-40 5,9 30,0 8,2 0,8 0,0 4,0 1,2 4,5 6,1 6,0 10,6 57,0 0,0 3,5 Extratores: P, K = HCl 0,05 N + H2SO4 0,025 N; S-SO4 = Ca (H2PO4)2 0,01 mol L-1; Al, Ca, Mg = KCl 1 N; H + Al = Acetato de cálcio 0,5 M; SB = Soma de bases; t = CTC efetiva; T = CTC a pH 7,0; V = Sat. por bases; m = Sat. por Al; M.O. Walkley – Black.

TABELA 03. Teores de micronutrientes nas amostras do Latossolo Vermelho coletadas anteriormente à instalação dos experimentos.

__________________________________________ B Cu Fe Mn Zn ................................ mg dm-3............................... ----------- Experimento I (Talhão 244) -----------

0,19 4,80 13,00 17,10 0,60

0,17 5,20 15,00 21,70 0,90

----------- Experimento II (Talhão 248) -----------

0,22 7,80 22,00 31,60 1,40

0,19 8,00 17,00 25,00 1,50 Extratores: B = BaCl2.2H2O a 0,125% à quente; Cu, Fe, Mn, Zn = DTPA 0,005 M + CaCl2 0,01 M + TEA 0,1 M a pH 7,3.

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Em ambas as áreas experimentais os teores de argila foram superiores a 60%, o

que indica solo com maior capacidade de retenção de água (TABELA 04).

TABELA 04. Análise granulométrica das amostras do Latossolo Vermelho das áreas experimentais I e II.

Atributos Experimento I (Talhão 244) Experimento II (Talhão 248) 0-20 cm 20-40 cm 0-20 cm 20-40 cm

----------------------------------- g kg-1 ----------------------------------- Areia 169 177 123 64 Silte 211 204 242 286 Argila 620 619 635 650 Análise realizada pelo método da pipeta (Embrapa, 1979).

Cada unidade experimental foi representada por cinco linhas de cana-de-açúcar,

espaçadas entre si em 1,4 m, com 15 m de comprimento, com um total de 105 m2 de

área útil. Os blocos foram separados entre si por três linhas de cultivo, a fim de eliminar

possíveis efeitos dos tratamentos de um bloco sobre o outro.

Anteriormente à aplicação dos tratamentos, coletaram-se amostras da palhada da

cana-de-açúcar sobre o solo, em ambas as áreas experimentais. Cada amostra foi

retirada de uma área equivalente a 4,2 m2 de superfície de solo, colocada em saco

plástico e pesada. Retiraram-se 05 amostras por área experimental. A partir das mesmas

obteve-se o peso médio de palhada por m2. As áreas experimentais I e II apresentaram,

respectivamente, médias de 2,2 e 4,2 kg m2 de palhada.

Os tratamentos aplicados foram: Tratamento 1- Controle (nenhum produto

aplicado); Tratamento 2- 8,2 L ha-1 de silicato de potássio via pulverização foliar, em

aplicação única, no mês de novembro; Tratamento 3- 16,4 L ha-1 de silicato de potássio

via pulverização foliar, em duas aplicações de 8,2 L ha-1 cada, espaçadas de 30 dias, nos

meses de outubro e novembro; Tratamento 4- 24,6 L ha-1 de silicato de potássio via

pulverização foliar, em três aplicações de 8,2 L ha-1 cada, espaçadas de 30 dias, nos

meses de setembro, outubro e novembro; Tratamento 5- 1000 kg ha-1 de silicato de Ca e

Mg no solo, sem incorporação, quando da instalação dos respectivos experimentos;

Tratamento 6- 0,8 kg ha-1 do inseticida químico thiamethoxan 250WG, em aplicação

única, no mês de novembro; Tratamento 7- 4,0 kg ha-1 (2x1014 conídios viáveis ha-1) do

inseticida biológico M. anisopliae (pó molhável) em duas aplicações de 2,0 kg ha-1

cada, espaçadas de uma semana, no mês de novembro e Tratamento 8- 4,0 kg ha-1

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(2x1012 conídios viáveis ha-1) do inseticida biológico M. anisopliae (arroz esporulado),

em duas aplicações de 2,0 kg ha-1 cada, espaçadas de uma semana, também em

novembro (TABELA 05). Os tratamentos foram definidos e baseados na hipótese de

que o Si aplicado no solo e foliar poderia substituir parcial ou totalmente o controle

químico ou biológico de cigarrinha-das-raízes na cultura da cana-de-açúcar.

Os experimentos foram conduzidos em delineamento de blocos casualizados, em

esquema fatorial 8x9x5 (oito tratamentos, nove datas de amostragem e cinco repetições)

para as variáveis, população de cigarrinhas-das-raízes vivas e mortas pela ação de

fungos entomopatogênicos, bem como para os artrópodes não alvos. Para as demais

variáveis empregou-se o delineamento de blocos ao acaso, com oito tratamentos e cinco

repetições.

TABELA 05. Tratamentos, concentrações, formulações e doses dos produtos aplicados nos Experimentos I e II.

Tratamentos Concentração Formulação Dose p.c.* Dose i.a. ** 1. Controle - - - - 2. Silicato de Potássio 12,25% Solução 8,2 L ha-1 1,0 kg ha-1 (uma aplicação de 8,2 L ha-1) aquosa 3. Silicato de Potássio 12,25% Solução 16,4 L ha-1 2,0 kg ha-1 (duas aplicações de 8,2 L ha-1) Aquosa 4. Silicato de Potássio 12,25% Solução 24,6 L ha-1 3,0 kg ha-1 (três aplicações de 8,2 L ha-1) Aquosa 5. Silicato de Ca e Mg 23,00% Pó 1000 kg ha-1 230 kg ha-1 (uma aplicação de 1.000 kg ha-1) 6. Thiamethoxan 250WG 250 g kg-1 WG 0,8 kg ha-1 0,68 kg ha-1 (uma aplicação de 0,8 kg ha-1) 7. M. anisopliae Pó molhável 5 x 1010 Pó 4,0 kg ha-1 2 x 1014 (duas aplicações de 2,0 kg ha-1) Conidios g-1 molhável conídios ha-1 8. M. anisopliae arroz esporulado 5 x 108 Arroz 4,0 kg ha-1 2 x 1012

(duas aplicações de 2,0 kg ha-1) conídios g-1 esporulado conídios ha-1 * p.c.: Produto comercial, * * i.a.: Ingrediente ativo.

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O silicato de cálcio e magnésio (silicato de Ca e Mg) apresentava-se na

formulação em pó, com a seguinte composição química PRNT: 75-90%, CaO: 42%,

MgO: 12%, SiO2: 23%, P2O5: 0,4%, K2O: 0,2%, SO4: 4,4%, Fe: 8,5%, Mn: 1,4%,

Mo: 0,4 mg kg-1 e Zn: 0,1 mg kg-1. O mesmo foi aplicado de uma só vez, manualmente,

na linha da cana, sobre a palhada e sem incorporação (FIGURA 03).

O silicato de potássio foi aplicado nos tratamentos 2, 3 e 4 via pulverização

foliar, com o auxílio de um pulverizador costal manual, provido de bico tipo leque, com

vazão de 300,0 L ha-1 de calda (FIGURA 04). Para o preparo da solução, adicionou-se a

dose do silicato de potássio ao volume de água necessário para pulverizar cada parcela

experimental e misturou-se, até completa homogeneização. A primeira, segunda e

terceira aplicações da dose de 8,2 L ha-1 de silicato de potássio no tratamento 4 foram

efetuadas, respectivamente, nos dias 20/09/05, 20/10/05 e 20/11/05. A primeira e

segunda aplicações das mesmas doses do produto no tratamento 3 foram feitas,

respectivamente, nos dias 20/10/05 e 20/11/05, e a aplicação única da dose de

8,2 L ha-1 no tratamento 2 foi realizada no dia 20/11/05.

Os tratamentos 6, 7 e 8 foram aplicados no mês de novembro, depois de

constatada infestação da cana-de-açúcar pela cigarrinha-das-raízes. Para tanto,

empregou-se metodologia sugerida por Dinardo-Miranda (2003), a qual consistiu na

tomada de dois pontos de 2 m de sulco por hectare, onde se fez o afastamento da palha

entre os colmos, com disposição da mesma na entrelinha, a fim de expor os pontos de

espuma onde encontravam-se as ninfas e eventuais adultos da praga. Em seguida, fez-se

a retirada das mesmas da região radicular, com auxílio de uma fina haste metálica de

aproximadamente 25 cm de comprimento, seguida de sua contagem.

Anteriormente à aplicação dos inseticidas químico e biológico, no dia 22/11/05,

fez-se amostragem para avaliar a densidade populacional de cigarrinhas-das-raízes vivas

e mortas pela ação de fungos entomopatogênicos, bem como dos artrópodes não alvos

em cada uma das parcelas experimentais (pré-avaliação). Para tanto, escolheu-se,

arbitrariamente, um ponto de 1,0 m de sulco em cada das três linhas centrais das

parcelas experimentais, num total de três pontos por parcela, onde se contaram as ninfas

e os adultos de cigarrinhas-das-raízes vivas e mortas por fungos entomopatogênicos,

bem como os artrópodes não alvos. Para a contagem das ninfas e os adultos de

cigarrinhas-das-raízes vivas e mortas por fungos entomopatogênicos empregou-se a

mesma metodologia para a constatação da infestação da praga na lavoura. Contaram-se,

também, todos os artrópodes presentes na área de onde se afastou a palhada.

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Após a pré-avaliação, aplicaram-se os inseticidas químico e biológico nos

respectivos tratamentos. A solução com o inseticida químico foi preparada a partir da

adição da dose do mesmo ao volume de água necessário para pulverizar cada parcela

experimental, seguida de mistura até completa homogeneização. Para sua aplicação,

empregou-se um pulverizador costal manual, provido de bico tipo leque e vazão de

300,0 L ha-1 de calda, com 50% do jato dirigido para o colmo e 50% para a base da

cana, sobre a palhada (FIGURA 05).

FIGURA 03. Distribuição do silicato de Ca e Mg no solo Detalhe: aplicação manual do mesmo.

FIGURA 04. Pulverização foliar do silicato de K.

FIGURA 05. Aplicação das soluções contendo o fungo M. anisopliae e o inseticida thiamethoxan 250WG.

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Os tratamentos 7 e 8, referentes às aplicações dos inseticidas biológicos

provenientes do fungo entomopatogênico M. anisopliae, nas suas respectivas

formulações, foram submetidos a duas aplicações, espaçadas de uma semana. Em cada

aplicação empregaram-se 2,0 kg ha-1 do respectivo produto comercial (num total de

4,0 kg ha-1 do mesmo). A primeira e a segunda aplicação foram efetuadas nos dias

22/11/05 e 29/11/05, respectivamente, em ambos os experimentos.

Conforme planejamento experimental estes dois tratamentos consistiriam de

aplicação única de 2,0 kg ha-1 das respectivas formulações dos inseticidas biológicos.

No entanto, nos dias que se sucederam à primeira aplicação dos mesmos, não choveu

conforme previsto, e a temperatura permaneceu e elevada umidade relativa do ar baixa,

o que poderia ter prejudicado ou mesmo inviabilizado o desenvolvimento do fungo. Por

conseguinte, na semana que se seguiu, as condições climáticas mostravam-se mais

favoráveis (temperaturas amenas e chuva), efetuou-se uma segunda aplicação da dose

de 2,0 kg ha-1 das respectivas formulações do inseticida biológico nestes tratamentos,

em ambos os experimentos.

As soluções provenientes dos respectivos inseticidas biológicos foram aplicadas

com o auxílio de um pulverizador costal manual, provido de bico tipo pingente e vazão

de 300,0 L ha-1 de calda, com o jato todo dirigido para a base da planta, sobre a palhada

(FIGURA 05). Para o preparo da solução com o isolado do fungo M. anisopliae da

formulação pó molhável, procedeu-se a diluição da quantidade do formulado ao volume

de água suficiente para a pulverização de cada parcela experimental, com agitação até

completa homogeneização. Para o preparo da solução com o isolado de M. anisopliae

da formulação arroz esporulado, lavaram-se os grãos de arroz ao volume de água

necessário para a pulverização de cada parcela experimental, de modo a obter-se o

máximo de liberação de esporos na solução, com posterior descarte dos grãos lavados.

As avaliações efetivas para estimarem-se as populações de cigarrinhas-das-raízes

vivas e mortas pela ação de fungos entomopatogênicos, bem como dos artrópodes não

alvos, foram feitas semanalmente, nas primeiras cinco semanas que se sucederam à

aplicação do inseticida thiamethoxan 250WG e da primeira aplicação proveniente dos

inseticidas biológicos contendo o fungo M. anisopliae (22/11/05). As demais avaliações

foram efetuadas quinzenalmente até o dia 07/02/05. Para tanto, adotou-se a mesma

metodologia empregada na pré-avaliação. Assim, as avaliações foram efetuadas nas

seguintes datas: 22/11/05 (pré-avaliação), 29/11/05, 05/12/05, 13/12/05, 20/12/05,

27/12/05, 10/01/06, 24/01/06 e 07/12/06 (última avaliação). Os artrópodes não alvos

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observados em maior número nas duas áreas experimentais foram aranhas (Ordem

Araneae), piolhos-de-cobra (Classe Diplopoda) e tesourinhas (Ordem Dermaptera),

sendo. Portanto, os mesmo foram considerados nas análises realizadas.

Na semana que se sucedeu à última avaliação, as plantas de cana-de-açúcar das

duas áreas experimentais tombaram-se, devido a um vendaval, o que impediu o acesso

de pessoas às áreas para que se realizassem outras avaliações.

Em fevereiro de 2006, por volta de oito meses após a instalação dos

Experimentos I e II, coletaram-se amostras de tecido foliar de cada parcela experimental

de ambos os experimentos para se analisar a concentração de Si. Cada amostra

compôs-se de 20 folhas (folhas +1, primeira folha do ápice para a base da planta com o

diulép completamente visível). Tais folhas foram levadas ao Laboratório de

Fertilizantes da Universidade Federal de Uberlândia, onde foram lavadas em solução de

água e detergente neutro e posteriormente enxaguadas em água corrente e, por último,

em água destilada. Retirou-se a nervura central de cada uma das folhas e as

acondicionou em sacos de papel com furos e as colocou para secar em estufa de

circulação de ar, a 65 ºC até atingirem o peso constante. Após seco, o material foi

moído em moinho tipo Willey e acondicionado em sacos plásticos identificados, até o

momento da realização da análise.

Quando da colheita da cana-de-açúcar, coletaram-se, ao acaso, dez plantas

seguidas na linha central de cada parcela experimental. Em seguida, as mesmas foram

pesadas. Posteriormente, separaram-se folhas (cartucho foliar) e colmo de cada planta,

no ponto de quebra do cartucho foliar, após o que, pesaram-se os dez colmos. Para

pesagem dos mesmos, empregou-se uma célula de carga de tração, Bonso, Modelo 393,

com capacidade para 50 kg. A partir do peso aferido das dez plantas e dos dez colmos

obtiveram-se os pesos úmidos médios por planta e por colmo.

Estas dez plantas e colmos foram devidamente identificados e levados ao

Laboratório de Análises Tecnológicas da Usina Açucareira Guaíra, para análise dos

parâmetros tecnológicos da cana: ATR, AR, Brix da Cana, Brix do Caldo, Fibra da

Cana, Pol da Cana, Pol do Caldo, Pureza da Cana, P2O5 no Caldo e TPH. Para tanto,

adotou-se a metodologia empregada pela Usina Açucareira Guaíra, a qual segue os

métodos descritos por Glória e Rodela (1972) e Copersucar (1980). Conforme

Fernandes (2003), a definição e terminologia dos parâmetros supramencionados estão

descritos abaixo:

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ATR (Açúcares totais recuperáveis): representa a quantidade de todos os açúcares da

cana na forma de açúcares redutores ou invertidos (ATR), recuperados da cana até o

xarope, ou seja, é o resultado da diferença entre o ATR da cana e as perdas na lavagem

da mesma, bagaço final, torta dos filtros e “indeterminadas”.

AR (Açúcares redutores): designa os açúcares (glucose e a frutose, principalmente) que

apresentam propriedades de reduzir o óxido de cobre do estado cúprico a cuproso.

Brix da Cana: indica a porcentagem dos sólidos solúveis aparentes contidos no caldo

absoluto da cana. Pode ser expresso em porcentagem de cana através de cálculo

utilizando a porcentagem de fibra da cana.

Brix do Caldo: expressa a porcentagem peso/peso dos sólidos solúveis contidos em uma

solução pura de sacarose, ou seja, mede o teor de sacarose na solução. Por consenso,

admite-se o brix como a porcentagem aparente de sólidos solúveis contidos em solução

açucarada impura, por exemplo, o caldo extraído da cana.

Fibra da Cana: é a matéria insolúvel em água contida na cana.

Pol da Cana: indica toda a sacarose aparente (pol) contida no caldo absoluto da cana.

Consiste na pol determinada por sacarimetria no caldo e pode ser expressa em

porcentagem de cana através de cálculo utilizando a porcentagem de fibra da cana.

Pol do Caldo: representa a porcentagem aparente de sacarose contida numa solução de

açucares (por exemplo, o caldo da cana), sendo determinada por métodos sacarimétricos

(polarímetros e sacarímetros), baseado na propriedade que os açúcares possuem de

desviar a luz polarizada, ou seja, aquela que vibra em uma única direção.

Pureza do Caldo: porcentagem de sacarose contida nos sólidos solúveis.

P2O5 (fósforo) no Caldo: exerce papel fundamental durante a clarificação, sendo

elemento essencial para a obtenção de caldo clarificado de alta qualidade assim como na

eficiência do processo fermentativo. Na falta desse elemento em quantidade suficiente,

há necessidade de adição de fontes externas para obter caldo clarificado para o processo.

TPH: toneladas de Pol por hectare (produtividade de açúcar por hectare).

Após a prensagem do material oriundo da moagem dos dez colmos para a

obtenção do caldo empregado nas análises de alguns dos parâmetros tecnológicos,

retirou-se uma amostra de 0,5 kg do bagaço resultante, para ser empregada na análise da

concentração de Si no colmo. Esse material foi colocado em saco plástico, devidamente

identificado, e enviado ao Laboratório de Fertilizantes do Instituto de Ciências Agrárias

da Universidade Federal de Uberlândia, onde foi transferido para saco de papel e

colocado para secar em estufa de circulação de ar, a 65 ºC, até atingir o peso constante.

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28

Após seco, o mesmo foi moído em moinho tipo Willey e acondicionado em sacos

plásticos identificados até ser submetido à análise de Si. Coletou-se 100,0 mL do caldo

extraído dos dez colmos de cana de cada amostra empregada na determinação do Brix

do caldo. O mesmo foi colocado em recipiente plástico, com tampa, devidamente

identificado e acondicionado em caixa de isopor com gelo, de forma a preservarem-se,

ao máximo, as propriedades naturais do mesmo. As amostras foram levadas ao

Laboratório de Fertilizantes do Instituto de Ciências Agrárias da Universidade Federal

de Uberlândia para serem submetidas à análise da concentração de Si no caldo da cana.

Os dez cartuchos foliares retirados das dez plantas de cana-de-açúcar usadas para

a obtenção do peso úmido médio por planta, foram desintegrados e, do material obtido,

retirou-se amostra de 0,5 kg. Cada amostra foi colocada em saco de papel identificado e

levada ao Laboratório de Fertilizantes do Instituto de Ciências Agrárias da Universidade

Federal de Uberlândia, onde foi seca em estufa de circulação de ar a 65 ºC, até peso

constante. Após seco, o material foi novamente moído em moinho tipo Willey e

acondicionado em saco plástico para posteriores análises das concentrações de Si e K.

A colheita da cana-de-açúcar das áreas experimentais I e II deu-se nos dias

25/05/06 e 26/05/06, respectivamente. Para a obtenção da produtividade da

mesma, cada parcela experimental foi colhida manual e individualmente e, em seguida,

os colmos foram pesados, com auxílio de uma célula-de-carga de tração (Técnica

D-5000) com capacidade de 1000 kg (FIGURA 06).

FIGURA 06. Pesagem dos colmos da cana (detalhe: célula-de-carga). .

Adicionou-se ao peso obtido dos colmos colhidos em cada uma das parcelas

experimentais, aquele proveniente das dez canas empregadas nas análises dos

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29

parâmetros tecnológicos. O peso total em kg ha-1 foi convertido em t ha-1.

Após a colheita da cana-de-açúcar, coletaram-se amostras de solo de cada

parcela experimental para análise do teor de Si disponível. Para tanto, descartou-se

1,0 m das bordas anteriores e posteriores das mesmas. Cada amostra compôs-se de

cinco sub-amostras, quatro retiradas da entrelinha e uma da linha de cultivo, na

profundidade de 0-20 cm. As mesmas foram levadas ao Laboratório de Fertilizantes do

Instituto de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Uberlândia, onde foram secas

em estufa de circulação forçada a 45 °C, até atingirem peso constante, depois do que

foram trituradas manualmente, com o auxílio de um rolo de madeira, passadas em

peneira de 2 mm e submetidas à análise.

Para as análises das concentrações de Si nas folhas e no bagaço da

cana-de-açúcar empregou-se o Método de Análise de Silício na Planta. Já, para a análise

da concentração de silício no caldo adotou-se o Método de Análise de Silício Total no

Fertilizante, enquanto que para a análise dos teores de Si no solo aplicou-se o Método

de Análise de silício “Disponível” no Solo, os quais envolvem metodologia descrita por

Korndörfer et al. (2004). A concentração de K nas folhas foi obtida com base na

metodologia proposta por Sarruge e Haag (1974), para a qual empregou a digestão

nitro-perclórica e método analítico de fotometria de chama.

Os resultados obtidos foram submetidos a análises de variância, com a aplicação

do programa estatístico SISVAR (FERREIRA, 2000). Quando do Teste F significativo,

as médias foram comparadas pelo Teste de Tukey a 5% de significância. As eficácias

agronômicas do inseticida thiamethoxan 250WG e do inseticida biológico proveniente

do fungo M. anisopliae foram calculadas pela fórmula de Henderson e Tilton

(HENDERSON; TILTON, 1955). Os níveis de eficácia agronômica inferiores a 80%

são considerados baixos, entre 80 e 90% bons e superiores a 90% altos.

Coletaram-se os dados referentes à precipitação pluviométrica acumulada da

Fazenda Rosário G II, no período entre agosto de 2005 e maio de 2006 (FIGURA 07).

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30

FIGURA 07. Precipitação pluviométrica mensal acumulada da Fazenda Rosário G II, no período entre agosto de 2005 e maio de 2006.

0

22

106

148 151

184

152

176

2012

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

Ago. Set. Out. Nov. Dez. Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Meses

mm

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31

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. Concentrações de silício nas folhas, bagaço, caldo e de potássio nas folhas da cana-de-açúcar

Não se constatou diferença estatística entre os tratamentos para a concentração

de Si nas folhas +1, analisadas em fevereiro de 2006, bem como para as de Si e

potássio nas folhas e de Si no caldo e no bagaço da cana-de-açúcar, analisados em

março de 2006, nos Experimentos I e II (TABELAS 06 e 07).

TABELA 06. Concentrações de Si nas folhas, bagaço, caldo e de K nas folhas da cana-de-açúcar, cultivar SP80-1816, submetida a diferentes tratamentos e épocas de aplicação. Experimento I.

Tratamentos Si Si Si Si K folhas* folhas** caldo** bagaço** folhas** --------------------------- g kg-1 --------------------------- 1. Controle 8,9 10,2 0,074 2,8 21,1

2. Silicato de potássio foliar 8,5 8,8 0,074 2,3 20,3 (uma aplicação de 8,2 L ha-1)

3. Silicato de potássio foliar 7,7 8,7 0,070 2,4 21,1 (duas aplicações de 8,2 L ha-1)

4. Silicato de potássio foliar 8,2 9,1 0,074 2,3 21,3 (três aplicações de 8,2 L ha-1)

5. Silicato Ca e Mg no solo 8,2 8,6 0,072 2,3 21,1 (uma aplicação de 1.000 kg ha-1)

6. Thiamethoxam 250WG 8,8 9,0 0,070 2,5 21,0 (uma aplicação de 0,8 kg ha-1)

7. M. anisopliae Pó molhável 7,9 8,4 0,068 2,6 21,1 (duas aplicações de 2,0 kg ha-1)

8. M. anisopliae Arroz esporulado 7,8 8,4 0,070 2,8 20,0 (duas aplicações de 2,0 kg ha-1) CV (%) 16 13 8 14 5 DMS NS NS NS NS NS

NS: Não significativo pelo Teste de Tukey a 5% de probabilidade. * Análise realizada em fevereiro de 2006 (cerca de oito meses após a instalação dos Experimentos I e II). ** Análises realizadas em maio de 2006 (cerca de11 meses após a instalação dos Experimentos I e II).

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TABELA 07. Concentrações de Si nas folhas, bagaço, caldo e de K nas folhas da cana-de-açúcar, cultivar SP80-1816, submetida a diferentes tratamentos e épocas de aplicação. Experimento II.

Tratamentos Si Si Si Si K folhas* folhas** caldo** bagaço** folhas**

------------------------- g kg-1 ------------------------- 1. Controle 11,6 8,1 0,076 2,9 20,6

2. Silicato de potássio foliar 11,2 8,0 0,070 2,5 20,1 (uma aplicação de 8,2 L ha-1)

3. Silicato de potássio foliar 10,1 8,0 0,076 2,7 19,8 (duas aplicações de 8,2 L ha-1)

4. Silicato de potássio foliar 10,9 8,0 0,074 2,4 20,6 (três aplicações de 8,2 L ha-1)

5. Silicato Ca e Mg no solo 10,7 8,0 0,074 2,6 19,2 (uma aplicação de 1.000 kg ha-1)

6. Thiamethoxam 250WG 11,2 9,0 0,072 2,6 20,1 (uma aplicação de 0,8 kg ha-1)

7. M. anisopliae Pó molhável 11,4 8,1 0,074 2,7 20,8 (duas aplicações de 2,0 kg ha-1)

8. M. anisopliae Arroz esporulado 11,2 9,2 0,070 2,7 20,4 (duas aplicações de 2,0 kg ha-1) CV (%) 13 12 13 16 5 DMS NS NS NS NS NS

NS: Não significativo pelo Teste de Tukey a 5% de probabilidade. * Análise realizada em fevereiro de 2006 (cerca de oito meses após a instalação dos Experimentos I e II). ** Análises realizadas em maio de 2006 (cerca de11 meses após a instalação dos Experimentos I e II).

Embora se tenha verificado acréscimo na concentração de Si nas folhas da

cana-de-açúcar na análise realizada no mês de fevereiro de 2006, em relação à de março

de 2005, no experimento I (TABELA 06), não constatou-se diferença nas concentrações

entre os tratamentos.

Os teores médios de Si nos solos, quando da instalação dos experimentos, eram

de 12,0 e 11,0 mg dm-3 na área experimental I e 8,8 e 8,5 mg dm-3 na área II, nas

profundidades de 0-20 e 20-40 cm, respectivamente (TABELA 01). Apesar dos teores

de Si no solo da área experimental II terem sido menores em relação aos da I, não se

verificou aumento na concentração deste elemento nas plantas, em função das fontes e

doses aplicadas, em nenhuma das análises realizadas, também neste experimento

(TABELA 07). Os resultados observados nos Experimentos I e II, em relação às fontes

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e doses de silicato de Ca e Mg foliar na cultura da cana-de-açúcar concordam com

aqueles observados por Buck et al. (2005) que, ao estudarem o efeito de doses de

silicato de potássio aplicado nas folhas (0, 200, 400, 800 e 1600 g ha-1 Si) de plantas de

arroz, também não verificaram absorção de Si e de K pelas mesmas. No entanto,

Kingston et al. (2005) observaram aumento da absorção de Si pela cana-de-açúcar em

relação às doses de silicato de cálcio aplicadas no solo. Segundo estes mesmos autores,

o tratamento que recebeu aplicação de fonte de Si adquiriu 89,0 kg ha-1 deste elemento

do que o tratamento controle. Porém, não se mencionou quais eram os teores de Si no

solo por ocasião da aplicação das fontes do mesmo.

A ausência de resposta por parte da cana-de-açúcar ao K presente no silicato de

K aplicado nos Experimentos I e II era esperada, uma vez estes foram instalados e

conduzidos em áreas com altos teores deste nutriente no solo (áreas fertirrigadas com

vinhaça), considerados ótimos para esta cultura (TABELA 02), pois, segundo Raij et al.

(1997), teores de K no solo superiores a 0,6 cmolc são considerados muito altos, o que

torna desnecessária adubação potássica. É possível que a absorção deste nutriente pela

cana-de-açúcar tenha sido superior à necessidade da mesma (“consumo de luxo”), em

todos os tratamentos. Isso foi feito propositalmente, justamente para eliminar possíveis

interferências deste nutriente na nutrição e produção desta cultura.

4.2. População de cigarrinhas-das-raízes na cultura da cana-de-açúcar

Não se constatou interação significativa entre os tratamentos e as datas de

amostragem para a população da cigarrinhas-das-raízes (ninfas + adultos) na

cana-de-açúcar nos Experimentos I e II (TABELAS 08 e 09). Também não se observou

diferença estatística entre os tratamentos para a população da mesma no Experimento II.

Verificou-se que o tratamento controle deste mesmo experimento apresentou

3,87 cigarrinhas m-1, enquanto que os tratamentos 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 8 apresentaram,

respectivamente, 3,64; 3,91; 2,98; 3,36; 3,31; 5,13 e 3,32 cigarrinhas m-1 (TABELA

09).

No entanto, o número de cigarrinhas-das-raízes diferiu estatisticamente entre os

tratamentos no Experimento I (TABELA 08). Observou-se que o tratamento controle

neste experimento apresentou 7,44 cigarrinhas m-1 e foi estatisticamente igual aos

tratamentos 2, 3, 4, 5, 7 e 8, os quais apresentaram, respectivamente, 7,53;

6,51;7,62; 8,09; 5,29 e 7,29 cigarrinhas m-1.

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TABELA 08. População de cigarrinhas-das-raízes (ninfas + adultos) por metro linear, na cultura da cana-de-açúcar, cultivar SP80-1816, submetida a diferentes tratamentos e datas de amostragem. Experimento I.

Tratamentos Número de cigarrinha-das-raízes m-1 por data de amostragem Média 22/11/05* 29/11/05 05/12/05 13/12/05 20/12/05 27/12/05 10/01/06 24/01/06 07/02/06 Geral 1. Controle 6,46 5,00 8,47 9,00 15,27 8,27 7,74 3,60 2,87 7,44 b 2. Silicato de Potássio foliar 7,73 3,73 6,70 4,87 19,07 8,80 11,33 3,27 2,93 7,53 b (uma aplicação de 8,2 L ha-1) 3. Silicato de Potássio foliar 7,20 2,53 7,20 10,67 10,13 6,67 10,00 3,73 0,67 6,51 ab (duas aplicações de 8,2 L ha-1) 4. Silicato de Potássio foliar 7,33 4,27 9,47 8,93 17,27 7,13 10,67 1,80 1,87 7,62 b (três aplicações de 8,2 L ha-1) 5. Silicato de Ca e Mg no solo 7,59 4,27 7,99 12.,40 11,87 10,40 13,13 2,40 2,87 8,09 b (uma aplicação de 1.000 kg ha-1) 6. Thiamethoxan 250 WG 5,99 2,79 4,40 4,93 6,80 4,13 7,07 1,13 0,67 4,18 a (uma aplicação de 0,8 kg ha-1) 7. M. Anisopliae Pó molhável 6,20 4,53 6,13 6,80 8,27 6,06 6,93 1,33 1,20 5,29 ab (duas aplicações de 2,0 kg ha-1) 8. M. Anisopliae Arroz esporulado 7,00 4,80 7,87 10,99 9,60 6,87 13,33 3,20 2,40 7,29 b (duas aplicações de 2,0 kg ha-1) Média Geral 6,90 BC 4,30 AB 7,25 CD 8,50 CD 12,32 E 7,30 CD 9,98 DE 2,55 A 1,88 A CV (%): 28 Médias na mesma linha, seguidas de letras iguais, não diferem entre si pelo Teste de Tukey ao nível de 5% de significância. Médias na mesma coluna, seguidas de letras iguais, não diferem entre si pelo Teste de Tukey ao nível de 5% de significância. *Pré-avaliação.

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TABELA 09. População de cigarrinhas-das-raízes (ninfas + adultos) por metro linear, na cultura da cana-de-açúcar, cultivar SP80-1816, submetida a diferentes tratamentos e datas de amostragem. Experimento II.

Tratamentos Número de cigarrinha-das-raízes m-1 por data de amostragem Média

22/11/05* 29/11/05 05/12/05 13/12/05 20/12/05 27/12/05 10/01/06 24/01/06 07/02/06 Geral 1. Controle 0,53 0,67 1,73 1,00 6,20 4,80 13,26 3,80 2,27 3,87 a 2. Silicato de Potássio foliar 0,87 2,33 1,53 1,87 5,47 4,67 8,53 4,87 2,46 3,64 a (uma aplicação de 8,2 L ha-1) 3. Silicato de Potássio foliar 1,40 1,80 3,13 3,33 7,13 4,39 9,87 2,27 1,60 3,91 a (duas aplicações de 8,2 L ha-1) 4. Silicato de Potássio foliar 0,79 0,59 0,73 1,60 6,59 5,13 7,53 2,53 2,13 2,98 a (três aplicações de 8,2 L ha-1) 5. Silicato de Ca e Mg no solo 0,67 0,53 2,20 0,80 4,67 6,33 7,33 3,67 3,53 3,36 a (uma aplicação de 1.000 kg ha-1) 6. Thiamethoxan 250 WG 2,80 2,87 2,07 1,60 4,27 5,00 8,07 1,80 1,27 3,31 a (uma aplicação de 0,8 kg ha-1) 7. M. Anisopliae Pó molhável 1,13 1,80 9,20 2,87 8,33 7,34 8,13 4,73 2,33 5,13 a (duas aplicações de 2,0 kg ha-1) 8. M. Anisopliae Arroz esporulado 1,40 0,39 2,07 1,07 6,67 4,66 8,67 4,07 2,40 3,32 a (duas aplicações de 2,0 kg ha-1) Média Geral 1,20A 1,35A 2,83AB 1,78A 6,18C 5,33BC 8,93D 3,50AB 2,55A CV (%): 33

Médias na mesma linha, seguidas de letras iguais, não diferem entre si pelo Teste de Tukey ao nível de 5% de significância. Médias na mesma coluna, seguidas de letras iguais, não diferem entre si pelo Teste de Tukey ao nível de 5% de significância.

*Pré-avaliação.

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Observou-se que apenas o tratamento 6, submetido a aplicação única de

0,8 kg ha-1 do inseticida químico thiamethoxan 250WG, no tratamento I, diferiu

estatisticamente do tratamento controle, com 4,18 indivíduos m-1 no Experimento

(TABELA 8). Porém, o mesmo foi estatisticamente igual aos tratamentos 3 e 5,

submetidos, respectivamente, a duas aplicações de 8,2 L ha-1 de silicato de potássio

foliar e a duas aplicações de 2,0 kg ha-1 do inseticida biológico M. anisopliae, na

formulação pó molhável, respectivamente. No entanto, a redução populacional de

cigarrinhas-das-raízes pelo inseticida thiamethoxan 250WG, na dose aplicada, neste

experimento foi de 44%, considerada baixa para controle químico.

Como se pôde observar, a população de cigarrinhas-das-raízes era de 6,90

indivíduos m-1 quando da aplicação do inseticida químico thiamethoxan 250WG

(22/11/05) no Experimento I e 1,20 indivíduos m-1 no Experimento II (TABELAS 08 e

09). Ao considerar-se o nível de controle desta praga da ordem de 12 indivíduos m-1

para canaviais colhidos até julho, quando do emprego de inseticidas químicos

(DINARDO-MIRANDA, 2003). Notou-se que, quando da aplicação do inseticida

thiamethoxan 250 WG, o número de cigarrinhas-das-raízes no Experimento I estava

muito mais próximo do nível de dano econômico do que no Experimento II (TABELAS

08 e 09). Talvez por isso, o inseticida thiamethoxan 250WG tenha mostrado melhor

desempenho no experimento I, em relação ao experimento II, onde a população de

cigarrinhas-das-raízes estava muito abaixo do nível de dano econômico.

Dinardo-Miranda et al. (2003) também verificaram redução significativa da

população de cigarrinha-das-raízes em cana-de-açúcar, com a aplicação de 0,8 kg ha-1

de thiamethoxan 250WG no mês de novembro, quando a infestação média da mesma

era de 14,8 insetos m-1. Segundo estes mesmos autores, uma única aplicação dessa dose

do inseticida foi suficiente para manter a população da praga em nível inferior ao do

tratamento controle por cerca de 140 dias. Almeida et al. (2004b), por sua vez, relataram

redução de 78% na população dessa mesma praga, nessa mesma cultura, apenas 30 dias

após a aplicação única de 1,0 kg ha-1 de thiamethoxan 250WG no mês de novembro. No

entanto, 50 dias a redução foi de 59,3%, considerada baixa para controle químico, e aos

90 dias o produto havia perdido seu efeito residual, sem diferir do tratamento controle.

Verificou-se que a eficácia agronômica do inseticida thiamethoxan 250WG, na

dose de 0,8 kg ha-1, variou entre 39% e 52% até 35 dias após sua aplicação no

Experimento I. As maiores eficácias agronômicas observadas ocorreram aos 63 e 77

dias após a aplicação do produto e foram de 66,0% e 75,0%, respectivamente.

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Não se verificou redução significativa da população de cigarrinhas-das-raízes na

cana-de-açúcar em nenhum dos tratamentos submetidos a aplicação de silicato de

potássio nas foliar e silicato de Ca e Mg no solo, nos Experimentos I e II (TABELAS 08

e 09). Se houve redução da respectiva população para tais tratamentos, a mesma não foi

detectada pelas análises aplicadas. Portanto, serão necessários mais estudos para avaliar-

se o efeito do Si no controle dessa praga nessa cultura, uma vez que há resultados de

pesquisa que evidenciam o efeito deste elemento na redução de danos causados por

pragas de importância para a mesma. Keeping e Meyer (2005b) relataram que de quatro

tratamentos com aplicação de Si em cana-de-açúcar, três mostraram resultados positivos

na redução do dano da broca do colmo. Segundo estes mesmos autores, em um dos

experimentos, a redução foi de 31% no número de brocas e 23% no seu, enquanto que

em outro, o número de brocas foi reduziu-se, em média, de 45 por 100 colmos, no

tratamento sem Si, para 18 por 100 colmos, com a aplicação deste elemento.

Não se verificou redução significativa da população de cigarrinhas-das-raízes na

cana-de-açúcar com as aplicações do inseticida biológico proveniente do fungo

M. anisopliae, em nenhuma das duas formulações estudadas (arroz esporulado ou pó

molhável), durante o período de amostragem, em ambos os experimentos (TABELAS

08 e 09). Também, neste caso, se houve redução da referida população, a mesma não foi

detectada pelas análises aplicadas. Tais resultados contrastam com aqueles relatados por

Almeida et al. (2004a), que verificaram eficiência do fungo M. anisopliae na

manutenção da população dessa mesma praga sob controle entre novembro a abril, com

três aplicações quinzenais de 1,0 kg ha-1 de arroz esporulado (em calda), nos meses de

novembro e dezembro. Almeida et al. (2004b) também observaram redução de 65% na

população de cigarrinhas-das-raízes 30 dias após a aplicação de 2,0 kg ha-1 do isolado

de M. anisopliae, no mês de novembro. No entanto, segundo estes mesmos autores, 60

dias da aplicação do produto, seu efeito já não diferia do tratamento controle.

Verificou-se que a população média de cigarrinhas-das-raízes no Experimento I

era de 6,90 indivíduos m-1, quando da primeira aplicação do inseticida biológico

provenientes do fungo M. anisopliae (22/11/05) (TABELA 08). Esse valor é

considerado muito acima do nível de controle, quando do emprego deste fungo, pois,

segundo Dinardo-Miranda (2003), em função da ação inicial lenta do mesmo, em

relação aos inseticidas químicos, ele deve ser usado preferencialmente em áreas cujas

infestações de cigarrinhas-das-raízes estejam entre 0,5 e 1,00 insetos m-1, para que o que

apresente bom desempenho.

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38

É possível que o baixo desempenho desse produto verificado no Experimento I,

tenha ocorrido pelo fato de o mesmo ter sido aplicado quando o nível populacional de

cigarrinhas-das-raízes estava muito acima do nível de controle preconizado para esse

método. Conforme se verificou para o tratamento 6, o inseticida químico thiamethoxan

250WG reduziu em 44% a população dessa praga, ao ser aplicado quando sua

população era de 6,90 insetos m-1, considerada bem mais próxima do nível de controle

preconizado para o método químico, que é pouco inferior a 12 insetos m-1 para

canaviais colhidos até julho, segundo Dinardo-Miranda (2003).

Apesar da população de cigarrinha-das-raízes no Experimento II ter sido de

1,20 indivíduos m-1 (Tabela 09), bem mais próximo do nível de dano econômico para o

controle biológico, quando da primeira aplicação do fungo M. anisopliae, não

verificou-se redução significativa de sua população. Observou-se que as eficácias

agronômicas dos inseticidas biológicos provenientes do fungo M. anisopliae, em ambas

as formulações, também foram baixa neste experimento, com variações entre 6,0% e

61,5% para a formulação pó molhável e 0,0% e 42,0% para o arroz esporulado, desde

suas aplicações até 77 dias após.

Em relação à flutuação populacional de cigarrinhas-das-raízes, verificou-se que

sua população média era de 6,90 insetos m-1 no Experimento I e 1,20 insetos m-1 no

Experimento II, quando da pré-avaliação e dia da primeira aplicação dos inseticidas

biológicos provenientes do fungo M. anisopliae e aplicação única do inseticida químico

thiamethoxan 250WG (22/11/05) (TABELAS 08 e 09). A mesma elevou-se a partir das

últimas semanas do mês de dezembro, em ambos os experimentos e atingiu o ápice em

dezembro/janeiro, com média de 12,32 indivíduos m-1 no Experimento I (TABELA 08)

e 8,93 indivíduos m-1 no Experimento II (TABELA 09), verificados nas amostragens

dos dias 20/12/05 e 10/01/06, respectivamente. A partir do final de janeiro e início de

fevereiro, verificou-se declínio significativo do número de indivíduos, o qual atingiu

médias de 1,88 m-1 no Experimento I e 2,25 m-1 no Experimento II, quando da última

amostragem, realizada no dia 07/02/06.

Conforme Dinardo-Miranda (2003), o ciclo vital das cigarrinhas-das-raízes

inicia-se em setembro/outubro, atinge o ápice em dezembro/janeiro e reduz-se a partir

de abril, com o final das chuvas e início do frio. No entanto, segundo esta mesma

autora, se houver estresse hídrico em janeiro/fevereiro, sua população se reduz nesse

período e volta a crescer em seguida. Dessa forma, podem ocorrer dois picos

populacionais, um principal em dezembro/janeiro e outro menor em março.

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39

Conforme se observou nos Experimentos I e II, o pico populacional da mesma ocorreu

em dezembro/janeiro, em concordância com os relatos esta autora e reduziu-se a partir

do final de janeiro e início de fevereiro, apesar de não ter-se verificado déficit hídrico

neste período, na fazenda onde os experimentos foram conduzidos (FIGURA 07).

4.3. Populações de cigarrinhas-das-raízes mortas por fungos entomopatogênicos e artrópodes não alvos

Não se verificou interação significativa entre os tratamentos e as datas de

amostragem para as populações de cigarrinhas-das-raízes mortas por fungos

entomopatogênicos e dos artrópodes não alvos amostrados (aranhas, piolhos-de-cobra e

tesourinhas) na cana-de-açúcar, em ambos os experimentos (TABELAS 10, 11, 12, 13,

14, 15, 16 e 17).

Não se observou diferença estatística entre os tratamentos para as populações de

aranhas e tesourinhas nos Experimentos I e II (TABELAS 12, 13, 16 e 17) e de

cigarrinhas-das-raízes mortas por fungos entomopatogênicos e de piolhos-de-cobra no

Experimento II (TABELAS 11 e 15). Verificou-se, no Experimento I, que a população

de aranhas variou entre 0,27 e 0,76 indivíduos 15 m-1 (TABELA 12) e de tesourinha

entre 0,13 e 44 indivíduos 15 m-1 (TABELA 16). No Experimento II, as populações de

cigarrinhas-das-raízes mortas por fungos entomopatogênicos, aranhas, piolhos-de-cobra

e tesourinhas variaram entre 0,09 e 0,36; 0,44 e 1,07; 0,36 e 0,76 e 0,09 e

0,27 indivíduos 15 m-1, respectivamente (TABELAS 11, 13, 15 e 17).

No entanto, constatou-se diferença estatística entre os tratamentos para as

populações de cigarrinhas-das-raízes mortas por fungos entomopatogênicos e de

piolhos-de-cobra no Experimento I (TABELAS 10 e 14). Contudo, a maior população

de cigarrinhas-das-raízes mortas por fungos entomopatogênicos ocorreu no tratamento

controle e consistiu de 0,18 indivíduos 15 m-1 (TABELA 10). Embora os tratamentos 3,

5, 6 e 8, com zero indivíduos 15 m-1, tenham diferido estatisticamente do controle, os

mesmos foram iguais aos tratamentos 2, 4 e 7, com 0,04 indivíduos 15 m-1 e

estatisticamente iguais ao controle. Verificou-se que o tratamento 2 apresentou o maior

número de piolhos-de-cobra, ou seja, 0,93 indivíduos 15 m-1 e foi estatisticamente igual

aos tratamentos 4 e 6, com, respectivamente, 0,58 e 0,40 indivíduos 15 m-1 e

estatisticamente iguais aos demais tratamentos e o controle (TABELA 14).

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40

Tabela 10. População de cigarrinhas-das-raízes mortas por fungos entomopatogênicos em 15 metros lineares, na cultura da cana-de-açúcar, cultivar SP80-1816, submetida a diferentes tratamentos e datas de amostragem. Experimento I.

Tratamentos Número de cigarrinha-das-raízes mortas por de fungos 15 m-1 por data de amostragem Média

22/11/05* 29/11/05 05/12/05 13/12/05 20/12/05 27/12/05 10/01/06 24/01/06 07/02/06 Geral 1. Controle 2,00 0,00 2,00 4,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,18a 2. Silicato de Potássio foliar 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2,00 0,00 0,04ab (uma aplicação de 8,2 L ha-1) 3. Silicato de Potássio foliar 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00b (duas aplicações de 8,2 L ha-1) 4. Silicato de Potássio foliar 0,00 0,00 0,00 2,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,04ab (três aplicações de 8,2 L ha-1) 5. Silicato de Ca e Mg no solo 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00b (uma aplicação de 1.000 kg ha-1) 6. Thiamethoxan 250 WG 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00b (uma aplicação de 0,8 kg ha-1) 7. M. Anisopliae Pó molhável 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,04ab (duas aplicações de 2,0 kg ha-1) 8. M. Anisopliae Arroz esporulado 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00b (duas aplicações de 2,0 kg ha-1) Média Geral 0,05A 0,00A 0,05A 0,15A 0,05A 0,00A 0,00A 0,05A 0,00A CV (%): 10

Médias na mesma linha, seguidas de letras iguais, não diferem entre si pelo Teste de Tukey ao nível de 5% de significância. Médias na mesma coluna, seguidas de letras iguais, não diferem entre si pelo Teste de Tukey ao nível de 5% de significância. *Pré-avaliação.

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41

Tabela 11. População de cigarrinhas-das-raízes mortas por fungos entomopatogênicos em 15 metros lineares, na cultura da cana-de-açúcar, cultivar SP80-1816, submetida a diferentes tratamentos e datas de amostragem. Experimento II.

Tratamentos Número de cigarrinha-das-raízes mortas por de fungos 15 m-1 por data de amostragem Média

22/11/05* 29/11/05 05/12/05 13/12/05 20/12/05 27/12/05 10/01/06 24/01/06 07/02/06 Geral 1. Controle 2,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 4,00 4,00 0,22a 2. Silicato de Potássio foliar 0,00 2,00 0,00 2,00 0,00 2,00 2,00 0,00 2,00 0,22a (uma aplicação de 8,2 L ha-1) 3. Silicato de Potássio foliar 2,00 2,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,09a (duas aplicações de 8,2 L ha-1) 4. Silicato de Potássio foliar 2,00 0,00 2,00 2,00 2,00 2,00 2,00 0,00 2,00 0,31a (três aplicações de 8,2 L ha-1) 5. Silicato de Ca e Mg no solo 2,00 2,00 2,00 2,00 2,00 0,00 2,00 2,00 2,00 0,36a (uma aplicação de 1.000 kg ha-1) 6. Thiamethoxan 250 WG 2,00 0,00 0,00 2,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,09a (uma aplicação de 0,8 kg ha-1) 7. M. Anisopliae Pó molhável 0,00 0,00 0,00 0,00 2,00 0,00 2,00 0,00 2,00 0,13a (duas aplicações de 2,0 kg ha-1) 8. M. Anisopliae Arroz esporulado 2,00 0,00 0,00 4,00 0,00 2,00 0,00 0,00 4,00 0,27a (duas aplicações de 2,0 kg ha-1) Média Geral 0,30A 0,15A 0,10A 0,30A 0,15A 0,15A 0,20A 0,15A 0,40A CV (%): 22

Médias na mesma linha, seguidas de letras iguais, não diferem entre si pelo Teste de Tukey ao nível de 5% de significância. Médias na mesma coluna, seguidas de letras iguais, não diferem entre si pelo Teste de Tukey ao nível de 5% de significância. *Pré-avaliação.

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42

Tabela 12. População de aranhas (Classe Arachinida) em 15 metros lineares, na cultura da cana-de-açúcar, cultivar SP80-1816, submetida a diferentes tratamentos e datas de amostragem. Experimento I.

Tratamentos Número de aranhas 15 m-1 por data de amostragem Média

22/11/05* 29/11/05 05/12/05 13/12/05 20/12/05 27/12/05 10/01/06 24/01/06 07/02/06 Geral 1. Controle 8,00 12,00 4,00 2,00 0,00 2,00 4,00 0,00 0,00 0,71a

2. Silicato de Potássio foliar 2,00 4,00 2,00 0,00 6,00 0,00 2,00 0,00 2,00 0,40 a (uma aplicação de 8,2 L ha-1) 3. Silicato de Potássio foliar 4,00 4,00 6,00 4,00 6,00 2,00 2,00 2,00 4,00 0,76 a (duas aplicações de 8,2 L ha-1) 4. Silicato de Potássio foliar 6,00 4,00 6,00 4,00 2,00 2,00 2,00 0,00 0,00 0,58 a (três aplicações de 8,2 L ha-1) 5. Silicato de Ca e Mg no solo 4,00 4,00 4,00 0,00 0,00 4,00 0,00 0,00 2,00 0,40 a (uma aplicação de 1.000 kg ha-1) 6. Thiamethoxan 250 WG 0,00 2,00 6,00 2,00 2,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,27 a (uma aplicação de 0,8 kg ha-1) 7. M. Anisopliae Pó molhável 4,00 4,00 8,00 0,00 2,00 0,00 4,00 0,00 0,00 0,49 a (duas aplicações de 2,0 kg ha-1) 8. M. Anisopliae Arroz esporulado 4,00 8,00 2,00 0,00 0,00 2,00 0,00 2,00 0,00 0,40 a (duas aplicações de 2,0 kg ha-1) Média Geral 0,80ABC 1,05A 0,95AB 0,30CD 0,45ABCD 0,30CD 0,35BCD 0,10D 0,20CD CV (%): 28

Médias na mesma linha, seguidas de letras iguais, não diferem entre si pelo Teste de Tukey ao nível de 5% de significância. Médias na mesma coluna, seguidas de letras iguais, não diferem entre si pelo Teste de Tukey ao nível de 5% de significância. *Pré-avaliação.

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43

Tabela 13. População de aranhas (Classe Arachinida) em 15 metros lineares, na cultura da cana-de-açúcar, cultivar SP80-1816, submetida a diferentes tratamentos e datas de amostragem. Experimento II.

Tratamentos Número de aranhas 15 m-1 por data de amostragem Média

22/11/05* 29/11/05 05/12/05 13/12/05 20/12/05 27/12/05 10/01/06 24/01/06 07/02/06 Geral 1. Controle 2,00 4,00 9,00 4,00 4,00 2,00 0,00 3,00 0,00 0,62a 2. Silicato de Potássio foliar 5,00 8,00 8,00 4,00 4,00 6,00 8,00 3,00 2,00 1,07a (uma aplicação de 8,2 L ha-1) 3. Silicato de Potássio foliar 2,00 3,00 2,00 0,00 3,00 4,00 4,00 0,00 2,00 0,44a (duas aplicações de 8,2 L ha-1) 4. Silicato de Potássio foliar 0,00 4,00 0,00 2,00 10,00 2,00 2,00 0,00 2,00 0,49a (três aplicações de 8,2 L ha-1) 5. Silicato de Ca e Mg no solo 7,00 2,00 1,00 8,00 0,00 0,00 4,00 4,00 2,00 0,58a (uma aplicação de 1.000 kg ha-1) 6. Thiamethoxan 250 WG 6,00 8,00 0,00 0,00 2,00 0,00 4,00 4,00 2,00 0,58a (uma aplicação de 0,8 kg ha-1) 7. M. Anisopliae Pó molhável 2,00 4,00 0,00 6,00 0,00 0,00 6,00 6,00 4,00 0,62a (duas aplicações de 2,0 kg ha-1) 8. M. Anisopliae Arroz esporulado 2,00 2,00 2,00 2,00 0,00 2,00 4,00 2,00 4,00 0,44a (duas aplicações de 2,0 kg ha-1) Média Geral 0,65A 0,88A 0,55A 0,65A 0,58A 0,45A 0,70A 0,45A 0,55A CV (%): 31

Médias na mesma linha, seguidas de letras iguais, não diferem entre si pelo Teste de Tukey ao nível de 5% de significância. Médias na mesma coluna, seguidas de letras iguais, não diferem entre si pelo Teste de Tukey ao nível de 5% de significância. *Pré-avaliação.

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Tabela 14. População de piolhos-de-cobra (Classe Diplopoda) em 15 metros lineares, na cultura da cana-de-açúcar, cultivar SP80-1816, submetida a diferentes tratamentos e datas de amostragem. Experimento I.

Tratamentos Número de piolhos-de-cobra 15 m-1 por data de amostragem Média

22/11/05* 29/11/05 05/12/05 13/12/05 20/12/05 27/12/05 10/01/06 24/01/06 07/02/06 Geral 1. Controle 4,00 4,00 0,00 6,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2,00 0,36b 2. Silicato de Potássio foliar 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 4,00 6,00 0,00 2,00 0,93a (uma aplicação de 8,2 L ha-1) 3. Silicato de Potássio foliar 6,00 4,00 2,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2,00 0,00 0,31b (duas aplicações de 8,2 L ha-1) 4. Silicato de Potássio foliar 6,00 0,00 8,00 0,00 6,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,58ab (três aplicações de 8,2 L ha-1) 5. Silicato de Ca e Mg no solo 2,00 4,00 2,00 0,00 4,00 2,00 0,00 2,00 0,00 0,36b (uma aplicação de 1.000 kg ha-1) 6. Thiamethoxan 250 WG 4,00 6,00 0,00 0,00 4,00 4,00 0,00 0,00 0,00 0,40ab (uma aplicação de 0,8 kg ha-1) 7. M. Anisopliae Pó molhável 4,00 0,00 6,00 0,00 4,00 2,00 0,00 0,00 0,00 0,36b (duas aplicações de 2,0 kg ha-1) 8. M. Anisopliae Arroz esporulado 2,00 4,00 6,00 0,00 2,00 2,00 0,00 0,00 0,00 0,36b (duas aplicações de 2,0 kg ha-1) Média Geral 0,85AB 0,85AB 0,70ABC 0,30BCD 0,65ABCD 0,35ABCD 0,15CD 0,10D 0,10D CV (%): 26

Médias na mesma linha, seguidas de letras iguais, não diferem entre si pelo Teste de Tukey ao nível de 5% de significância. Médias na mesma coluna, seguidas de letras iguais, não diferem entre si pelo Teste de Tukey ao nível de 5% de significância. *Pré-avaliação.

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Tabela 15. População de piolhos-de-cobra (Classe Diplopoda) em 15 metros lineares, na cultura da cana-de-açúcar, cultivar SP80-1816, submetida a diferentes tratamentos e datas de amostragem. Experimento II.

Tratamentos Número de piolhos-de-cobra 15 m-1 por data de amostragem Média

22/11/05* 29/11/05 05/12/05 13/12/05 20/12/05 27/12/05 10/01/06 24/01/06 07/02/06 Geral 1. Controle 6,00 4,00 4,00 0,00 6,00 0,00 0,00 0,00 2,00 0,49a 2. Silicato de Potássio foliar 3,00 12,00 3,00 6,00 4,00 0,00 0,00 2,00 4,00 0,76a (uma aplicação de 8,2 L ha-1) 3. Silicato de Potássio foliar 4,00 4,00 4,00 2,00 0,00 0,00 0,00 2,00 0,00 0,36a (duas aplicações de 8,2 L ha-1) 4. Silicato de Potássio foliar 6,00 8,00 6,00 0,00 6,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,58a (três aplicações de 8,2 L ha-1) 5. Silicato de Ca e Mg no solo 4,00 4,00 2,00 0,00 4,00 2,00 0,00 2,00 0,00 0,40a (uma aplicação de 1.000 kg ha-1) 6. Thiamethoxan 250 WG 6,00 6,00 0,00 0,00 4,00 4,00 0,00 0,00 0,00 0,44a (uma aplicação de 0,8 kg ha-1) 7. M. Anisopliae Pó molhável 4,00 0,00 6,00 0,00 4,00 2,00 0,00 0,00 0,00 0,36a (duas aplicações de 2,0 kg ha-1) 8. M. Anisopliae Arroz esporulado 4,00 6,00 4,00 2,00 6,00 0,00 4,00 0,00 0,00 0,58a (duas aplicações de 2,0 kg ha-1) Média Geral 0,93AB 1,10A 0,73ABC 0,25BC 0,85ABC 0,20BC 0,10C 0,15BC 0,15BC CV (%): 32

Médias na mesma linha, seguidas de letras iguais, não diferem entre si pelo Teste de Tukey ao nível de 5% de significância. Médias na mesma coluna, seguidas de letras iguais, não diferem entre si pelo Teste de Tukey ao nível de 5% de significância. *Pré-avaliação.

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46

Tabela 16. População de tesourinhas (Ordem Dermaptera) em 15 metros lineares, na cultura da cana-de-açúcar, cultivar SP80-1816, submetida a diferentes tratamentos e datas de amostragem. Experimento I.

Tratamentos Número de tesourinhas 15 m-1 por data de amostragem Média

22/11/05* 29/11/05 05/12/05 13/12/05 20/12/05 27/12/05 10/01/06 24/01/06 07/02/06 Geral 1. Controle 2,00 0,00 6,00 0,00 4,00 2,00 0,00 0,00 2,00 0,36a 2. Silicato de Potássio foliar 2,00 0,00 4,00 2,00 4,00 2,00 4,00 2,00 0,00 0,44a (uma aplicação de 8,2 L ha-1) 3. Silicato de Potássio foliar 4,00 2,00 4,00 0,00 0,00 6,00 0,00 2,00 0,00 0,40a (duas aplicações de 8,2 L ha-1) 4. Silicato de Potássio foliar 0,00 0,00 0,00 0,00 4,00 0,00 0,00 2,00 0,00 0,13a (três aplicações de 8,2 L ha-1) 5. Silicato de Ca e Mg no solo 2,00 0,00 4,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,13a (uma aplicação de 1.000 kg ha-1) 6. Thiamethoxan 250 WG 2,00 0,00 2,00 2,00 0,00 2,00 0,00 0,00 0,00 0,18a (uma aplicação de 0,8 kg ha-1) 7. M. Anisopliae Pó molhável 4,00 0,00 4,00 2,00 2,00 2,00 0,00 2,00 2,00 0,40a (duas aplicações de 2,0 kg ha-1) 8. M. Anisopliae Arroz esporulado 2,00 2,00 2,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,13a (duas aplicações de 2,0 kg ha-1) Média Geral 0,45AB 0,10B 0,65A 0,15B 0,35AB 0,35AB 0,10B 0,20AB 0,10B CV (%): 23

Médias na mesma linha, seguidas de letras iguais, não diferem entre si pelo Teste de Tukey ao nível de 5% de significância. Médias na mesma coluna, seguidas de letras iguais, não diferem entre si pelo Teste de Tukey ao nível de 5% de significância. *Pré-avaliação.

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47

Tabela 17. População de tesourinhas (Ordem Dermaptera) em 15 metros lineares, na cultura da cana-de-açúcar, cultivar SP80-1816, submetida a diferentes tratamentos e datas de amostragem. Experimento II.

Tratamentos Número de tesourinhas 15 m-1 por data de amostragem Média

22/11/05* 29/11/05 05/12/05 13/12/05 20/12/05 27/12/05 10/01/06 24/01/06 07/02/06 Geral 1. Controle 2,00 2,00 0,00 2,00 2,00 2,00 2,00 0,00 0,00 0,27a 2. Silicato de Potássio foliar 2,00 0,00 0,00 2,00 2,00 2,00 2,00 0,00 0,00 0,22a (uma aplicação de 8,2 L ha-1) 3. Silicato de Potássio foliar 2,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2,00 0,09a (duas aplicações de 8,2 L ha-1) 4. Silicato de Potássio foliar 4,00 2,00 2,00 20,0 2,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,27a (três aplicações de 8,2 L ha-1) 5. Silicato de Ca e Mg no solo 2,00 0,00 2,00 0,00 0,00 0,00 2,00 0,00 0,00 0,13a (uma aplicação de 1.000 kg ha-1) 6. Thiamethoxan 250 WG 4,00 2,00 2,00 0,00 0,00 0,00 2,00 2,00 0,00 0,27a (uma aplicação de 0,8 kg ha-1) 7. M. Anisopliae Pó molhável 2,00 0,00 2,00 2,00 2,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,18a (duas aplicações de 2,0 kg ha-1) 8. M. Anisopliae Arroz esporulado 0,00 2,00 4,00 0,00 0,00 2,00 0,00 0,00 0,00 0,18a (duas aplicações de 2,0 kg ha-1) Média Geral 0,45A 0,20A 0,30A 0,20A 0,20A 0,15A 0,20A 0,05A 0,05A CV (%): 21

Médias na mesma linha, seguidas de letras iguais, não diferem entre si pelo Teste de Tukey ao nível de 5% de significância. Médias na mesma coluna, seguidas de letras iguais, não diferem entre si pelo Teste de Tukey ao nível de 5% de significância. *Pré-avaliação.

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48

Tais resultados sugerem que a aplicação de Si, os tratamentos químico e

biológico para o controle de cigarrinhas-das-raízes mostraram-se igualmente

inofensivos ao controle biológico natural desta praga, bem como aos artrópodes não

alvos na cultura da cana-de-açúcar.

Quanto à flutuação populacional dos artrópodes não alvos amostrados,

verificou-se que somente as populações de aranhas e de tesourinhas no Experimento I

(TABELAS 12 e 16) e de piolhos-de-cobra nos Experimentos I e II (TABELAS 14

e 15) diferiram estatisticamente entre as datas de amostragem.

Constatou-se que a população de aranhas no experimento I era de 0,80

indivíduos 15 m-1, quando da pré-avaliação, elevou-se para 1,05 na amostragem do dia

29/11/05 e praticamente não variou até a do dia 20/12/05, quando apresentou

0,45 indivíduos 15 m-1. Embora se tenha verificado redução significativa da população

deste artrópode quando das duas últimas amostragens, as quais apresentaram,

respectivamente, 0,10 e 0,20 indivíduos 15 m-1, estes valores não diferiram daqueles

observados nas avaliações a partir do dia 13/12/05.

A população de tesourinhas neste mesmo experimento era de 0,45 indivíduos

15 m-1 , quando da pré-avaliação, alcançou 0,65 indivíduos 15 m-1 na amostragem do

dia 05/12/05 e manteve-se entre 0,15 e 0,35 indivíduos 15 m-1 até a do dia 27/12/05. Na

última avaliação, no dia 07/02/06, a população da mesma era de 0,20 indivíduos 15 m-1

(TABELA 16).

Observou-se que a população de piolhos-de-cobra apresentou pequena variação

ao longo do período de amostragem, nos dois experimentos (TABELAS 14 e 15). A

mesma era de 0,85 indivíduos 15 m-1 na pré-avaliação, variou entre 0,30 e 0,65 até à

amostragem do dia 20/12/05, reduziu-se a partir daí e alcançou a média de

0,10 indivíduos 15 m-1 quando das duas últimas avaliações (TABELA 14). Constatou-se

que a flutuação populacional deste mesmo artrópode foi semelhante no experimento II

(TABELA 15). Quando da pré-avaliação, sua população era de 0,93 indivíduos 15 m-1,

variou entre 0,25 e 1,10 até à amostragem do dia 20/12/05, quando era de 0,85

indivíduos 15 m-1 e reduziu-se a partir daí e alcançou a média de 0,15 indivíduos 15 m-1.

4.4. Peso úmido médio por colmo e por planta (folhas + colmo) da cana-de-açúcar Os pesos úmidos médios por planta e por colmo de cana-de-açúcar não diferiram

estatisticamente entre os tratamentos nos Experimentos I e II (TABELA 18).

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TABELA 18. Peso úmido médio por planta (folhas + colmo) e por colmo da cana-de-açúcar, cultivar SP80-1816, submetida a diferentes tratamentos e épocas de aplicação, por ocasião da colheita. Experimentos I e II.

Tratamentos Experimento I Experimento II (Talhão 244) (Talhão 248) Kg/planta kg/colmo kg/planta kg/colmo 1. Controle 1,54 1,37 1,77 1,53

2. Silicato de potássio foliar 1,53 1,37 1,90 1,70 (uma aplicação de 8,2 L ha-1)

3. Silicato de potássio foliar 1,70 1,53 1,57 1,39 (duas aplicações de 8,2 L ha-1)

4. Silicato de potássio foliar 1,43 1,26 1,69 1,49 (três aplicações de 8,2 L ha-1)

5. Silicato de Ca e Mg no solo 1,51 1,35 1,68 1,49 (uma aplicação 1.000 kg ha-1)

6. Thiamethoxan 250WG 1,59 1,40 1,71 1,51 (uma aplicação de 0,8 kg ha-1)

7. M. anisopliae Pó molhável 1,55 1,37 1,83 1,64 (duas aplicações de 2,0 kg ha-1)

8. M. anisopliae Arroz esporulado 1,55 1,39 1,71 1,48 (duas aplicações de 2,0 kg ha-1) CV (%) 18 12 12 DMS

16 NS NS NS NS

NS: não significativo pelo Teste de Tukey ao nível de 5% de significância.

Observou-se que o peso úmido médio por planta no Experimento I foi de

1,54 kg no controle e 1,53; 1,70; 1,43; 1,51; 1,59; 1,55 e 1,55 kg nos tratamentos 2, 3, 4,

5, 6, 7 e 8, respectivamente, enquanto que o peso úmido médio por colmo foi de 1,37 kg

no controle e 1,37; 1,53; 1,26; 1,35; 1,40; 1,37 e 1,39 kg nos tratamentos 2, 3, 4, 5, 6, 7

e 8, respectivamente (TABELA 18). No Experimento II, o peso úmido médio por planta

foi de 1,77 kg no tratamento controle e 1,90; 1,57; 1,69; 1,68; 1,71; 1,83 e 1,71 kg nos

tratamentos 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 8, respectivamente. Já o peso úmido médio por colmo foi

de 1,53 kg no tratamento controle e 1,70; 1,39; 1,49; 1,49; 1,51; 1,64 e 1,48 kg nos

tratamentos 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 8, respectivamente (TABELA 18). No entanto, Prado et al.

(2003) constataram aumento de peso por colmo de cana-de-açúcar com a aplicação de

escória de siderurgia em condições de campo. Segundo estes mesmos autores, tal

aumento pode ter sido devido ao Si presente na escória.

Embora a aplicação de 0,8 kg ha-1 do inseticida químico thiamethoxan 250WG

no tratamento 6 tenha reduzido em 44% a população de cigarrinhas-das-raízes no

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50

Experimento I (TABELA 08), isso não teve reflexos em ganhos de peso por parte das

plantas (folhas + colmos) ou dos colmos da cana-de-açúcar, neste experimento

(TABELA 18).

4.5. Qualidade dos parâmetros tecnológicos da cana-de-açúcar Não verificou-se diferença estatística entre os tratamentos para os valores de

ATR, AR, Brix da Cana, Brix do Caldo, Fibra, Pol da Cana, Pol do Caldo, Pureza e

P2O5 do Caldo da cana-de-açúcar nos Experimentos I e II e TPH (toneladas de Pol por

hectare ou produtividade de açúcar) no Experimento I (TABELAS 19 e 20). No entanto,

houve diferença estatística entre os tratamentos para a produção de açúcar (TPH) no

Experimento II (TABELA 20). Os tratamentos controle e 2 apresentaram as menores

produtividades de açúcar, 12,80 e 16,40 t ha-1, respectivamente e não diferiram

estatisticamente entre si. Já, as maiores produtividades verificaram-se nos tratamentos 3,

4, 5, 6, 7 e 8, com 26,40; 28,40; 28,60; 28,60; 28,00 e 28,20 t ha-1, os quais foram

estatisticamente iguais entre si e diferentes dos tratamentos controle e 2.

Verificou-se que os tratamentos 3, 4, e 5, submetidos a duas e três aplicações de

8,2 L ha-1 de silicato de K foliar e 1000 kg ha-1 de silicato de Ca e Mg no solo,

produziram, respectivamente, 106,25%, 121,81% e 123,34% a mais de mais açúcar que

o controle. Esperava-se obter melhoria dos parâmetros tecnológicos da cana-de-açúcar

nos tratamentos submetidos à aplicação de Si e dos inseticidas químico e biológico para

o controle da cigarrinha-das-raízes, pois, conforme Gonçalves et al. (2003), o ataque

dessa praga compromete a qualidade da matéria-prima dessa cultura.

Embora o tratamento 6, submetido à aplicação do inseticida thiamethoxan

250WG reduziu em 44% a população de cigarrinhas-das-raízes em relação ao

tratamento controle, no Experimento (TABELA 08), nenhum reflexo foi observado na

melhoria da qualidade dos parâmetros tecnológicos da cana-de-açúcar. Gonçalves et al.

(2003) relataram queda significativa nos valores de Brix do Caldo e da Pol do Caldo,

além de queda na Pureza do Caldo e acréscimo significativo nos teores de Fibra da Cana

à medida que se aumentou o nível de comprometimento dos colmos pela

cigarrinha-das-raízes.

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51

Tabela 19. Qualidade dos parâmetros tecnológicos da cana-de-açúcar, cultivar SP80-1816, submetida a diferentes tratamentos e épocas de aplicação. Experimento I.

Tratamentos ATR1 AR2 Brix Brix Fibra Pol Pol Pureza P2O5 TPH-1 Cana Caldo Cana Cana Caldo Caldo Caldo kg t-1 --------------------------------- % ----------------------------------- mg L-1 t ha-1 1. Controle 136,5 0,59 16,49 19,50 12,08 14,38 17,77 85,96 174,8 14,40

2. Silicato de Potássio foliar 138,6 0,57 16,67 19,66 11,92 14,54 17,00 86,49 182,0 14,40 (uma aplicação de 8,2 L ha-1)

3. Silicato de Potássio foliar 139,0 0,57 16,70 19,68 11,89 14,59 17,05 86,67 155,4 14,80 (duas aplicações de 8,2 L ha-1)

4. Silicato de Potássio foliar 139,6 0,58 16,82 19,86 11,98 14,49 17,14 86,29 166,4 14,20 (três aplicações de 8,2 L ha-1)

5. Silicato de Ca e Mg no solo 136,7 0,59 16,55 19,46 11,76 14,37 16,70 85,81 161,0 14,80 (uma aplicação de 1000 kg ha-1)

6. Thiamethoxan 250 WG 139,5 0,59 15,91 20,00 12,08 14,48 17,15 85,75 209,2 15,00 (uma aplicação de 0,8 kg ha-1)

7. M. anisopliae Pó molhável 137,8 0,61 16,76 19,72 11,79 14,54 16,83 85,36 196,4 15,80 (duas aplicações de 2,0 kg ha-1)

8. M. anisopliae Arroz esporulado 138,1 0,61 16,83 19,84 11,88 14,49 16,89 85,15 182,0 14,20 (duas aplicações de 2,0 kg ha-1) CV (%) 2 6 2 3 3 1 3 1 26 8

DMS NS NS NS NS NS NS NS NS NS NS NS: Não significativo pelo Teste de Tukey ao nível de 5% de significância. Médias na mesma coluna, seguidas de letras iguais não diferem entre si ao nível de 0,05. 1ATR: Açúcares totais recuperáveis, 2AR: Açúcares redutores da cana, 3TPH: tonelada de pol ha-1 (produtividade de açúcar por hectare).

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Tabela 20. Qualidade dos parâmetros tecnológicos da cana-de-açúcar, cultivar SP80-1816, submetida a diferentes tratamentos e épocas de aplicação. Experimento II.

Tratamentos ATR1 AR2 Brix Brix Fibra Pol Pol Pureza P2O5 TPH-1 Cana Caldo Cana Cana Caldo Caldo Caldo kg t-1 --------------------------------- % ----------------------------------- mg L-1 t ha-1 1. Controle 133,61 0,56 15,99 18,80 11,71 13,89 16,32 86,81 131,0 12,80b

2. Silicato de Potássio foliar 133,94 0,52 16,17 18,92 11,47 14,09 16,72 88,37 110,2 16,40b (uma aplicação de 8,2 L ha-1)

3. Silicato de Potássio foliar 135,43 0,52 16,08 18,86 11,61 14,25 16,64 88,25 127,0 26,40a (duas aplicações de 8,2 L ha-1)

4. Silicato de Potássio foliar 132,20 0,56 15,28 18,04 11,99 14,01 15,72 87,07 138,2 28,40a (três aplicações de 8,2 L ha-1)

5. Silicato de Ca e Mg no solo 134,20 0,53 15,88 18,62 11,58 14,03 16,40 88,08 112,6 28,60a (uma aplicação de 1000 kg ha-1)

6. Thiamethoxan 250 WG 134,79 0,52 15,96 18,52 12,20 14,09 16,65 88,04 144,6 28,60a (uma aplicação de 0,8 kg ha-1)

7. M. anisopliae Pó molhável 133,68 0,52 15,80 18,72 12,18 14,18 16,54 88,33 118,2 28,0a (duas aplicações de 2,0 kg ha-1)

8. M. anisopliae Arroz esporulado 133,44 0,58 16,06 18,86 13,12 14,01 16,27 86,29 105,2 28,2a (duas aplicações de 2,0 kg ha-1) CV (%) 2 9 3 15 9 2 4 2 23 16

DMS NS NS NS NS NS NS NS NS NS 7,88 NS: Não significativo pelo Teste de Tukey ao nível de 5% de significância. Médias na mesma coluna, seguidas de letras iguais não diferem entre si ao nível de 0,05. 1ATR: Açúcares totais recuperáveis, 2AR: Açúcares redutores da cana, 3TPH: tonelada de pol ha-1 (produtividade de açúcar por hectare).

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53

Dinardo-Miranda et al. (2003), ao estudarem o efeito da aplicação de 0,8 kg ha-1

do inseticida thiamethoxan 250WG na cana-de-açúcar, no mês de novembro, não

constataram diferenças significativas entre os tratamentos para os valores de Fibra da

Cana, Pol da Cana e ATR. Porém, estes mesmos autores observaram incremento de

33,9% na produtividade de ATR com a redução populacional de cigarrinhas-das-raízes.

Constatou-se que os tratamentos 6, 7 e 8, submetidos, respectivamente, a

aplicação do inseticida químico thiamethoxan 250WG e biológico proveniente do fungo

M. anisopliae, nas formulações pó molhável e arroz esporulado, produziram 123%,

118,75% e 120,30% a mais de açúcar que o tratamento controle. Como não se observou

diferença significativa entre os tratamentos para a qualidade dos parâmetros

tecnológicos da cana-de-açúcar em nenhum dos dois experimentos, acredita-se que o

acréscimo na TPH do Experimento II tenha sido função apenas do aumento da

produtividade desta cultura.

4.6. Produtividade da cana-de-açúcar Não se constatou diferença estatística entre os tratamentos para a produtividade

da cana-de-açúcar no Experimento I (TABELA 21). Observou-se que a produtividade

do tratamento controle foi de 102,86 t ha-1 e dos tratamentos 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 8 de

100,66; 103,84; 100,00; 105,74; 107,73; 110,27 e 100,08, respectivamente. Korndörfer

et al. (2000) relataram acréscimo médio de 9,1 t ha-1 na produtividade desta cultura com

a aplicação de Si.

Verificou-se diferença estatística entre os tratamentos para a produtividade da

cana-de-açúcar no Experimento II (TABELA 21). As menores produtividades foram

observadas nos tratamentos controle e 2, com 88,93 e 111,94 t ha-1 de colmo,

respectivamente. Os tratamentos 3, 4, 5, 6, 7 e 8 apresentaram as maiores

produtividades, 182,67; 193,55; 199,65; 191,07; 193,46 e 195,23 t ha-1,

respectivamente, e foram estatisticamente iguais entre si.

Observou-se que os tratamentos 3, 4 e 5, submetidos, respectivamente, a duas e

três aplicações de 8,2 L ha-1 de silicato de potássio foliar e 1000 kg ha-1 de silicato de

Ca e Mg no solo apresentaram aumentos de produtividade em relação ao tratamento

controle (TABELA 21). A produtividade aumentou de 88,93 t ha-1 neste tratamento para

182,67; 193,55 e 199,65 t ha-1 nos tratamentos 3, 4 e 5, ou seja, acréscimos de 105,40%,

117,59% e 124,5%, respectivamente.

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54

TABELA 21. Produtividade de colmos da cana-de-açúcar, cultivar SP80-1816, submetida a diferentes tratamentos e épocas de aplicação, por ocasião da colheita. Experimentos I e II.

Tratamentos Experimento I Experimento II (Talhão 244) (Talhão 248) ---------------- t ha-1 ---------------- 1. Controle 102,86 a 88,93 b

2. Silicato de potássio foliar 100,66 a 111,94 b (uma aplicação de 8,2 L ha-1)

3. Silicato de potássio foliar 103,84 a 182,67 a (duas aplicações de 8,2 L ha-1)

4. Silicato de potássio foliar 100,00 a 193,55 a (três aplicações de 8,2 L ha-1)

5. Silicato de Ca e Mg no solo 105,74 a 199,65 a (uma aplicação de 1.000 kg ha-1)

6. Thiamethoxan 250WG 107,73 a 191,07 a (uma aplicação de 0,8 kg ha-1)

7. M. anisopliae Pó molhável 110,27 a 193,46 a (duas aplicações de 2,0 kg ha-1)

8. M. anisopliae Arroz esporulado 100,08 a 195,23 a (duas aplicaçõesde 2,0 kg ha-1) CV (%) 8 19 DMS NS 47,33

Médias na mesma coluna, seguidas de letras iguais, não diferem entre si. pelo Teste de Tukey ao nível de 5% de significância. NS: não significativo pelo Teste de Tukey ao nível de 5% de significância.

Porém, não foi possível comprovar se tais acréscimos foram promovidos pelo Si

proveniente das fontes e doses aplicadas, já que não se verificou diferença estatística

entre estes tratamentos e o controle para os teores de Si nas folhas, bagaço e caldo da

cana-de-açúcar, nas épocas analisadas, neste experimento (TABELA 07). Também não

se constatou redução significativa da população de cigarrinhas-das-raízes neste mesmo

experimento (TABELA 09). Soma-se a isso, o fato de os mesmos tratamentos no

Experimento I, submetido às mesmas condições de cultivo, não terem evidenciado

aumentos significativos de produtividade, em relação ao tratamento controle (TABELA

21). No entanto, é possível que tenha havido absorção de silício pela cultura, apesar

disso não ter sido detectado pelos métodos analíticos empregados. Dessa maneira, O Si

poderia ter atuado tanto como elemento benéfico para a cana-de-açúcar, quanto como

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indutor de resistência da mesma às cigarrinhas-das-raízes, embora não suficientemente

para ter sido detectado pela análise estatística aplicada, mas o bastante para ter refletido

em ganhos de produtividade pela cultura.

Korndörfer et al. (2004) verificaram aumento médio de 14,0 t ha-1 na

produtividade da cana-de-açúcar com a aplicação de 4,0 t de cimento como fonte de Si

no plantio, na Usina Nova União, em Serrana, São Paulo, enquanto Kingston et al.

(2005) relataram acréscimos de 32% e 35% na produtividade desta mesma cultura, com

a aplicação de 9,0 e 12,0 t ha-1 de silicato de cálcio, respectivamente, durante dois anos

de cultivo, em áreas distintas em Queensland, Austrália. Segundo estes mesmos autores,

em um terceiro experimento, desenvolvido em outra área, o aumento observado na

produtividade foi 45% com a aplicação de 12,0 t ha-1 do mesmo produto por um ciclo de

quatro anos de cultivo. Elawad et al. (1982), citados por Korndörfer e Lepsh (2001)

relataram aumentos de 68% e 79% na produtividade dessa mesma, com aplicação de

15,0 t ha-1 de escória de siderurgia como fonte de Si.

As produtividades da cana-de-açúcar nos tratamentos 6, 7 e 8 do Experimento II

foram de 191,07; 193,4 e 195,25 t ha-1, respectivamente, ou seja, da ordem de 114,8%,

117,5% e 119,5%, respectivamente, superiores a do tratamento controle (TABELAS

21), apesar de não ter-se verificado diferença estatística entre estes tratamentos e o

controle, em relação à população de cigarrinhas-das-raízes, durante o período de

amostragem, neste experimento (TABELA 09). É possível que tenha havido redução da

população da mesma, embora não suficiente para ter sido detectada pela análise

estatística, mas suficiente para aumentar a produtividade da cultura. Mesmo porque,

nesse experimento, os inseticidas foram aplicados quando as populações de

cigarrinhas-das-raízes estavam muito mais próximas do nível de dano econômico

preconizado para o método de controle biológico. Dinardo-Miranda et al. (2003), ao

estudarem o efeito da aplicação tratorizada do inseticida thiamethoxan 250WG na dose

de 0,8 kg ha-1 em cana-de-açúcar, no mês de novembro, verificaram incrementos de

produtividade em função da redução populacional de cigarrinhas-das-raízes.

4.7. Teores de silício disponível no solo após a colheita da cana-de-açúcar

Não se verificou diferença estatística entre os tratamentos para os teores de Si

solúvel nos solos após a colheita da cana-de-açúcar nas áreas experimentais I e II

(TABELA 22).

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TABELA 22. Teores de silício disponível1 nas amostras do Latossolo Vermelho, na profundidade de 0-20 cm, após a colheita da cana-de-açúcar, nos Experimentos I e II.

Tratamentos Experimento I Experimento II (Talhão 244) (Talhão 248) ------------- mg dm-3 ------------- 1. Controle 7,58a 5,62 a

2. Silicato de potássio foliar 7,22a 5,36 a (uma aplicação de 8,2 L ha-1)

3. Silicato de potássio foliar 7,22a 5,42 a (duas aplicações de 8,2 L ha-1)

4. Silicato de potássio foliar 7,56a 4,88 a (três aplicações de 8,2 L ha-1)

5. Silicato de Ca e Mg no solo 7,40a 6,02 a (uma aplicação de 1.000 kg ha-1)

6. Thiamethoxan 250WG 7,38a 5,88 a (uma aplicação de 0,8 kg ha-1)

7. M. anisopliae Pó molhável 7,58a 5,54 a (duas aplicações de 2,0 kg ha-1)

8. M. anisopliae Arroz esporulado 7,46a 5,16 a (duas aplicações de 2,0 kg ha-1) CV (%) 3,29 12,34 DMS NS NS

1Silício solúvel: Extrator: CaCl2 0,01 mol L-1. NS: não significativo pelo Teste de Tukey ao nível de 5% de significância.

Embora o tratamento 5 tenha recebido aplicação de 1000 kg ha-1 de silicato de

Ca e Mg no sulco de plantio da cana-de-açúcar (TABELA 05), o teor de Si solúvel no

solo do mesmo não diferiu estatisticamente dos demais tratamentos (TABELA 22).

Como a amostra de solo para a análise de Si solúvel foi composta de cinco

sub-amostras, uma retirada do sulco de plantio e quatro das entrelinhas, é possível que a

metodologia empregada para a análise não tenha detectado possível diferença entre os

teores deste elemento no tratamento 5 e nos demais que não receberam aplicação de

silicato de Ca e Mg no solo.

Verificou-se redução nos teores de Si dos solos das duas áreas experimentais

com o cultivo da cana-de-açúcar. Os teores médios deste elemento nos solos das áreas

experimentais I e II eram de 12,0 e 8,8 mg dm-3, respectivamente (TABELA 01).

Observou-se que, após a colheita dos experimentos, estes teores variaram entre 7,22 e

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7,58 mg dm-3 na área experimental I e 4,88 e 6,02 mg dm-3 na II (TABELA 22), o que

sugere que houve absorção do Si do solo pela cana-de-açúcar, em quantidades

semelhantes em todos os tratamentos de ambos os experimentos.

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5. CONCLUSÕES

• A aplicação do Si não promoveu o controle de cigarrinhas-das-raízes na

cultura da cana-de-açúcar;

• Houve maior produtividade da cana-de-açúcar com a aplicação de Si em área com

menor teor deste elemento no solo;

• Houve aumento de produtividade da cana-da-açúcar com a aplicação de inseticidas

químico e biológico para o controle de cigarrinhas-das-raízes;

• A aplicação do Si não promoveu melhoria na qualidade dos parâmetros tecnológicos

da cana-de-açúcar;

• Os tratamentos químico e biológico na formulação pó molhável e silicato de K em

duas aplicações foliares apresentaram o mesmo desempenho no controle de

cigarrinhas-das-raízes na cana-de-açúcar;

• Os tratamentos químico, biológico e a aplicação de Si para o controle de

cigarrinhas-das-raízes não afetaram o controle biológico natural desta por fungos

entomopatogênicos, bem como a população dos artrópodes não alvos amostrados na

cultura da cana-de-açúcar.

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