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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS
DEPARTAMENTO DE QUÍMICA
ERIKA DE FREITAS BASÍLIO
USO DO CELULAR COMO RECURSO DIDÁTICO NO ENSINO DE QUÍMICA:
ASSOCIADO A UM PROJETOR MULTIMÍDIA, VIA CHROMECAST,
PARA FAVORECER A APRENDIZAGEM
VIÇOSA – MINAS GERAIS
2018
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS
DEPARTAMENTO DE QUÍMICA
ERIKA DE FREITAS BASÍLIO
USO DO CELULAR COMO RECURSO DIDÁTICO NO ENSINO DE QUÍMICA:
ASSOCIADO A UM PROJETOR MULTIMÍDIA, VIA CHROMECAST,
PARA FAVORECER A APRENDIZAGEM
Monografia apresentada ao Departamento de Química da
Universidade Federal de Viçosa, como parte das
exigências para a conclusão do Curso de Licenciatura em
Química.
Orientador: Prof. Efraim Lázaro Reis
VIÇOSA – MINAS GERAIS
2018
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS
DEPARTAMENTO DE QUÍMICA
ERIKA DE FREITAS BASÍLIO
USO DO CELULAR COMO RECURSO DIDÁTICO NO ENSINO DE QUÍMICA:
ASSOCIADO A UM PROJETOR MULTIMÍDIA, VIA CHROMECAST,
PARA FAVORECER A APRENDIZAGEM
Monografia aprovada em 28 de junho de 2018
______________________________ _______________________________________
Prof. César Reis Profa. Odilaine Inácio de Carvalho Damasceno
Departamento de Química – UFV Colégio de Aplicação – COLUNI/UFV
Avaliador do Trabalho Avaliadora do Trabalho
_________________________________ _________________________________
Prof. Efraim Lázaro Reis Prof. Vinicius Catão de Assis Souza
Departamento de Química – UFV Departamento de Química – UFV
Orientador do Trabalho Coordenador da Disciplina
Dedico este trabalho aos meus pais Luiz Antônio e Sandra, que sempre me apoiaram e
acreditaram que meus sonhos poderiam se tornar realidade...
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, por ter me guiado durante toda a jornada do curso, só
ele sabe o quão difícil foi chegar até o final.
Ao professor Efraim, meu orientador e coordenador, por ser um profissional que acima de
tudo pensa no bem-estar dos seus alunos, ajudando sempre que solicitado. Além disso, por
permitir a realização deste trabalho.
Ao professor Vinícius, pelos ensinamentos e sugestões para o desenvolvimento deste
trabalho.
Aos meus pais que fizeram de tudo para que meu sonho fosse realizado. Agradeço, por
toda ajuda, cuidado, carinho, “puxões de orelha” e dedicação que tiveram comigo nesses anos,
com certeza, sem eles não teria conseguido.
As minhas irmãs por todo o carinho e companheirismo.
Ao meu noivo que está comigo desde o início me ajudando. Agradeço pelo carinho e
dedicação que sempre teve comigo.
Ao meu filho Heitor, que mesmo tão pequeno me ajudou muito nesta conquista.
Agradeço por estar me ensinado a ser uma pessoa melhor, com mais responsabilidades.
Agradeço por cada sorriso no seu rosto, por me mostrar o amor mais puro que existe.
A minha irmã- amiga Larissa por estar comigo desde o início, mas em especial por ter me
ajudado muito com o desenvolvimento deste trabalho.
Aos meus amigos Danilo, Gessica, Larissa e Natiele que estiveram comigo durante toda a
graduação. Obrigada por tudo que fizeram por mim nesses anos, com certeza sem vocês não teria
conseguido chegar até o final.
Aos professores do DEQ por todos ensinamentos. Agradeço especialmente aos
professores da Educação em Química por me fazer ficar ainda mais apaixonada pela Educação.
A todos que de alguma forma me ajudou nesses anos, deixo aqui o meu agradecimento:
Muito Obrigada!
“A verdadeira educação é aquela que nos possibilita sermos seres humanos, verdadeiramente
humanos”.
Claudemir Sales
RESUMO
BASÍLIO, Erika de Freitas. Uso do celular como recurso didático no Ensino de Química:
associado a um projetor multimídia, via Chromecast, para favorecer a aprendizagem.
Monografia de conclusão do Curso de Licenciatura em Química. Universidade Federal de
Viçosa, Julho de 2018. Orientador: Prof. Efraim Lázaro Reis.
O presente trabalho busca discutir a falta de interesse dos estudantes em sala de aula que
é muitas vezes preocupante para os professores, principalmente hoje em dia, onde os estudantes
têm como distração o celular. Assim, este estudo objetiva reconhecer a importância de se utilizar
as tecnologias como suporte para um melhor envolvimento dos estudantes nas aulas. O uso das
tecnologias está cada vez mais inserido na sociedade, principalmente entre os jovens e usá-las a
favor da educação é mais vantajoso do que tentar proibir. Essa ferramenta é muito útil,
principalmente para as aulas de Química, uma matéria muitas vezes considerada de difícil
compreensão pelos estudantes por exigir deles um entendimento em nível submicroscópico.
Assim, tenta-se propor uma maneira de ajudar os professores de Química a usarem recursos
tecnológicos que podem ter potencial para deixarem as aulas mais interessantes e participativas.
Primeiramente foi analisada a literatura sobre a influência de tecnologias no Ensino de Química,
sendo esta uma pesquisa qualitativa. Seguindo de uma metodologia de prática didático-
pedagógica auxiliada pelo Chromecast, dando ênfase ao celular, analisando os prós e contras de
se usar o celular como recurso pedagógico, além disso, observando se usando recursos
midiáticos os estudantes ficam mais interessados e participativos. Esse artifício pode ser um
ótimo aliado no ensino/aprendizagem e um excelente recurso para melhorar a participação dos
estudantes considerando, porém, que deve ser usado com auxílio do professor e que na escola
precisa ter sinal de Wi-Fi.
Palavras-chaves: Ensino de Química, Tecnologias no Ensino de Química, Chromecast, Celular
ABSTRACT
BASÍlIO, Erika de Freitas. Use of the cellphone as a didactic resource of Teaching Chemistry:
associate with a multimedia projector, by Chromecast, to favor learning. Monography of
conclusion of the Graduate Chemistry Course. Federal University of Viçosa, July of 2018.
This study seeks to discuss the lack of interest from students in classrooms, which may be
worrying for teachers, especially nowadays, since students have a cellphone as a distraction.
Therefore, this study aims recognize the importance to using technologies as support for better
students involvement in classes. The technology usage is more and more inserted in society,
mainly among young people. Use it for education is more advantageous than try to forbid it. This
tool is very useful, mainly to chemistry classes, a course often seen as difficult to understand for
students because of the requirement of microscopic level of understanding. Therefore, a way to
help the chemistry teachers to use technologic resources with potential to get the classes
interesting e interactive is proposed. First of all, it was analyzed the literature about the
technology influence in Chemistry teaching, such as a qualitative research. Following by a
methodology of didactic-pedagogical practice aided by Chromecast, focusing on cell phone,
analyzing pros and cons from use it as a pedagogical resource, beyond that, watching if when
using media resources, the students stay more interested. This artifice can be a great ally in
teach/learning process, and an excellent resource to improve the participation of students
considering, however, must be used with a teacher help in a wi-fi provided school.
Keywords: Chemistry teaching, Technology in chemistry teaching, chromecast, cell phone
SUMÁRIO
01 INTRODUÇÃO ____________________________________________________ 10
02 JUSTIFICATIVA ____________________________________________________ 11
03 OBJETIVOS _______________________________________________________ 12
04 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ________________________________________ 12
4.1 A TECNOLOGIA E O ENSINO DE QUÍMICA ______________________________ 12
05 METODOLOGIA ___________________________________________________ 15
06 RESULTADOS E DISCUSSÕES _________________________________________ 22
07 CONSIDERAÇÕES FINAIS ____________________________________________ 25
08 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS _______________________________________26
10
1 INTRODUÇÃO
Com a “explosão” de novas formas de comunicação sem fio, conhecidas como
Tecnologias da Informação e Comunicação Móveis e sem Fio (TIMS), a população está
vivendo profundas mudanças nos espaços urbanos e na forma de socialização do
conhecimento (MOURA, 2010). O desenvolvimento da tecnologia de acesso à internet sem
fio está proporcionando maneiras diferentes de como as pessoas podem se relacionar com a
informação.
Dessa forma, no que diz respeito a educação, um dos maiores dilemas relacionados a
esse tema é saber se os estudantes devem ou não fazer o uso de aparelhos móveis com
internet, principalmente o celular em sala de aula, uma vez que estes já estão inseridos no
cotidiano das pessoas.
Os professores, na maioria das vezes, lecionam de maneira tradicional, ou seja, na
exposição e cobrança de conteúdo. O argumento dos professores são quase sempre os
mesmos: que as aulas são da maneira tradicional, pois precisam conseguir cumprir o
calendário escolar estabelecido, ou que não conseguem se adaptar com o uso de recursos
tecnológicos, ou ainda, pela indisponibilidade desses recursos na escola.
Porém, sabe-se que é importante relacionar as aulas com o cotidiano dos estudantes,
para que os mesmos consigam fazer associações com as práticas dadas em sala de aula com
os problemas formulados fora dela.
Sendo assim, é fácil perceber que mudanças precisam ser feitas na Educação e que as
tecnologias móveis são um dos recursos mais disponíveis e que já é amplamente utilizado e
compreendido pelos estudantes, tornando assim a aprendizagem mais atrativa para eles, uma
vez que não ficarão presos apenas no ensino convencional do quadro e giz.
Neste contexto, de acordo com as conclusões do documento da UNESCO contendo as
Diretrizes de Políticas para a Aprendizagem Móvel:
[...]. Os potenciais de aprendizagem por meio de aparelhos móveis são
impressionantes e, em muitos casos, bem estabelecidos. Embora longe de
serem uma solução para todos os problemas, elas podem abordar de forma
significativa vários desafios educacionais urgentes, de formas novas e
efetivas financeiramente. [...] Á medida que o poder e a funcionalidade das
tecnologias móveis continuarem a crescer, sua utilidade como ferramentas
educacionais provavelmente se ampliará e, juntamente com ela, seu papel
central para a educação, tanto formal quanto informal. (UNESCO, 2014, p.
42)
11
Assim no contexto, as TIMS inovam as possibilidades de aprendizagem dos
estudantes podendo mudar as aulas tradicionais, proporcionando um novo paradigma
educacional, denominado de mobile learning ou aprendizagem móvel (DUTRA, 2016).
A aprendizagem móvel na educação utiliza uma tecnologia mais barata e mais fácil de
ser manuseada individualmente se comparado com computadores fixos. O uso adequado das
TIMS na sala de aula dependerá das habilidades dos professores em estruturar o ambiente de
aprendizagem de modo não tradicional, em fundir a nova tecnologia com a nova pedagogia,
desenvolver turmas socialmente ativas, incentivar o diálogo entre os estudantes, a
aprendizagem colaborativa e o trabalho em grupo (UNESCO, 2014).
Portanto, entende-se que se faz necessário um momento de estudo e organização das
atividades escolares, de modo que o telefone celular se torne um instrumento educacional,
favorecendo o ensino e a aprendizagem dos estudantes, deixando de ser apenas um
instrumento de entretenimento (BENTO; CAVALCANTE, 2013)
2 JUSTIFICATIVA
Diante da vivência em sala de aula como bolsista do PIBID (Programa Institucional
de Bolsa de Iniciação à Docência), foi observado que, alguns professores ainda não utilizam
os recursos tecnológicos nas aulas. Isso porque talvez ele não se interesse ou não sabe fazer o
uso dessas tecnologias, mas na maioria das vezes não se utilizam esses recursos pela
limitação dos aparelhos existentes nas escolas.
Já se sabe que hoje os estudantes, mesmo sem a autorização dos professores, utilizam
o celular na hora da aula e que quando o celular ou algum outro recurso tecnológico é usado,
eles ficam mais interessados e acabam aprendendo melhor a matéria dada, pois estão
utilizando recursos que são acostumados a usar diariamente.
Desta forma, será que é possível mudar a situação das escolas para que as aulas
fiquem mais interessantes para os estudantes? Acredita-se que uma das saídas é fazendo o uso
das TIMS, tendo em vista que o acesso a conteúdo de multimídias ficou mais abrangente,
deixando de usar apenas o computador pessoal para também fazer o uso das tecnologias
móveis (celular, Tablet, iPAD, netbook, etc.), proporcionando um novo paradigma
educacional, denominado de mobile learning ou aprendizagem móvel (MOURA, 2010).
Essa ferramenta é muito útil, principalmente para as aulas de Química, uma matéria,
muitas vezes considerada de difícil compreensão pelos estudantes por exigir deles um
12
entendimento em nível submicroscópico. Assim, tenta-se propor uma maneira de ajudar os
professores de Química a usarem recursos tecnológicos que podem ter potencial para
deixarem as aulas mais interessantes e participativas.
3 OBJETIVOS
Mostrar que é possível utilizar o celular como recurso pedagógico em aulas de
Química, fazendo com que os estudantes apresentem trabalhos por meio do projetor
multimídia, via celular. Além disso, observar se com o uso de aprendizagens móveis,
principalmente o celular, ocorre maior interatividade em sala de aula, possibilitando maior
participação dos estudantes.
4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
4.1. A TECNOLOGIA E O ENSINO DE QUÍMICA
Para ensinar e aprender Química são necessários que tenha a compreensão de três
aspectos formadores do conhecimento químico: o teórico, o fenomenológico e o
representacional (SÁ, 2016). Uma maneira de contribuir com esses aspectos é utilizando as
TIMS nas aulas, pois assim é possível usar a internet na busca de, por exemplo, simulações
de experimentos, pesquisas na hora da aula, notícias relacionadas com a matéria, filmes
relatando a História da Ciência, dentre outras coisas.
O uso das TIMS pode trazer enormes benefícios no âmbito da educação, podendo
recorrer a objetos educacionais digitais como por exemplo, vídeos, animações e imagens que
podem auxiliar as aulas. Além disso, pode-se estimular com o auxílio do professor a pesquisa
dos alunos na internet sobre como encontrar a informação desejada de forma segura e com
fontes confiáveis.
As pessoas hoje buscam por conhecimento a qualquer momento, não apenas nos
computadores fixos, mas também nos dispositivos móveis. Esse desenvolvimento aumenta os
desafios da realidade escolar (BERNARDI, 2016).
Segundo Bernardi (2016, p.18), as TIMS são ferramentas que podem ser usadas para
suprir as limitações da aprendizagem, uma vez que, os professores podem deixar de ficar
confinados apenas à sala de aula e ao livro didático, oferecendo acesso a materiais de ensino
13
e aprendizagem independentemente do local e momento. O celular, por exemplo, apresenta
cada vez mais possibilidades com aplicativos que podem vir a ser utilizados em sala de aula
como recursos pedagógicos. Assim, em vez de proibir o uso do celular em sala de aula,
sugere-se transformar esse dispositivo em um aliado para a educação.
O conhecimento é fruto de construção do indivíduo feita em colaboração com
professores e colegas. Nessa perspectiva, o ambiente escolar assume um papel importante na
incorporação da realidade tecnológica ao planejamento pedagógico, podendo selecionar
tecnologias que permitam interação intensiva entre os estudantes, por meio de ambientes
virtuais que disponibilizem espaços para compartilhamento de ideias em sala de aula,
promovendo assim uma aprendizagem contextualizada e produtiva.
Hoje em dia, os mais simples aparelhos celulares possuem vários aplicativos (app) - e
alguns podendo ser utilizados em sala de aula - entre eles, podem ser listados: calendário,
relógio, calculadora, jogos, câmera fotográfica (DUTRA, 2016). De acordo com a
modernização do celular e o acesso à internet podem aumentar ainda mais a possibilidade de
utilização de aplicativos.
Apesar da polêmica que se estabeleceu sobre celulares em sala de aula, é notório que
hoje o uso desses aparelhos pode representar, um rico recurso em informação e mídia que, se
bem utilizado e com a devida orientação no contexto educativo, pode permitir uma
aprendizagem mais interessante e contextual.
Porém, a falta de recursos tecnológicos nas escolas, principalmente nas públicas,
ainda é motivo para não se fazer uso das tecnologias nas aulas. Mas com o uso do celular
pode-se ter vários desses recursos disponíveis não apenas pela escola, mas também pelos
estudantes, já que hoje em dia praticamente todos possuem acesso a essa tecnologia.
A organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – UNESCO,
em 2013 publicou um guia com 10 recomendações para incentivar os governantes a
implementarem políticas públicas educacionais que valorizem a utilização do celular como
um recurso nas salas de aulas e 13 bons motivos para usarem tecnologias móveis na escola.
Segue o guia da UNESCO na figura 01:
14
Figura 01. O uso das tecnologias móveis em sala de aula
Fonte: UNESCO - Diretrizes de políticas para a aprendizagem móvel
Hoje as pessoas vivem em uma sociedade em rede. Os estudantes precisam destas
inclusões de mídias nas escolas, uma vez que nasceram e cresceram com o uso de inúmeras
tecnologias, como videogame, Internet, celular, MP3, iPAD, dentre outros. Desta forma, a
15
inclusão de tecnologias exigirá professores cada vez mais articulados e atualizados nessa
área.
5 METODOLOGIA
A proposta é apresentar e analisar um exemplo de prática didático-pedagógica
auxiliada por recursos midiáticos, dando ênfase ao celular, um equipamento que tem evoluído
de forma muitas vezes assustadora, gerando polêmicas, restrições e até proibições para o seu
uso nos espaços escolares.
Esses aparelhos são considerados verdadeiros computadores portáteis ligados e
interligados na internet, podendo executar várias funções, como filmar, tirar fotos, produzir
montagens e gravar áudio. Os aparelhos constantemente são equipados com uma imensidão
de utensílios criativos que, se mal utilizados, podem, como qualquer outro recurso
tecnológico, causar danos. Um exemplo disso, é o estudante ficar navegando em aplicativos
que são uma das maiores distrações entre os jovens de hoje, as redes sociais e jogos, em vez
de utilizar o celular para a aula, atrapalhando assim o objetivo da mesma.
A pesquisa terá uma abordagem qualitativa, tendo como proposta didática a
construção de aulas contextualizadas para uma turma de Instrumentação para o Ensino de
Química I da Universidade Federal de Viçosa, utilizando o Chromecast no processo de
socialização das ideias. Além disso, será utilizado a pesquisa bibliográfica e eletrônica para
dar suporte ao embasamento teórico.
O Chromecast (figura 02) é um dispositivo criado pelo Google para transformar TVs
comuns em Smart TVs com acesso a aplicativos diversos. Este dispositivo foi lançado pelo
Google em julho de 2013 e veio ganhando novos aplicativos (apps) ao longo do ano. O
aparelho funciona conectando-o a uma porta HDMI de uma TV ou de um Datashow, recebe o
conteúdo a ser transmitido via Wi-Fi e a partir de aplicativos compatíveis com ele, faz a
transmissão de conteúdo do celular, Tablet, laptop ou PC para a TV ou para o Datashow.
16
Figura 2. Dispositivo Chromecast
Fonte: https://www.techhive.com/article/2045493/streaming-hardware/review-googles-chromecast-puts-most-
of-the-internet-on-your-tv-on-the-cheap.html
Esta é uma forma de levar o conteúdo do celular de um usuário a toda a sala de aula,
tendo em vista que os celulares suportam vários aplicativos tais como Chrome, Netflix,
YouTube, Google, dentre outros, sendo assim possível espelhar todo o conteúdo na TV ou no
projetor de multimídia. Desta forma, não há necessidade de se aprender nada de novo para
utilizar esta tecnologia, bastando apenas abrir os aplicativos.
O sistema é multiplataforma podendo ser usado por aparelhos com sistemas
diferentes, tais como android, Linux e Windows. A seguir a Figura 04 ilustra o
funcionamento do Chromecast.
Figura 04. Esquema do dispositivo Chromecast em uma rede wifi
Fonte: http://www.caramboladigital.com.br/um-centro-de-midia-em-casa/
17
Como dito anteriormente, o Chromecast é capaz de transformar qualquer televisão
com uma entrada HDMI em uma Smart TV, ele transmite o conteúdo de outros aparelhos,
como Smartphones e computadores para a TV. O seu funcionamento é semelhante ao de uma
antena precisando estar conectado à mesma rede sem fio do display que fará a transmissão.
Inicialmente, realizou-se uma breve apresentação aos alunos sobre o funcionamento e
instalação do Chromecast. O aparelho apresenta um modo simples de ser instalado,
requerendo apenas alguns minutos.
Para instalar o Chromecast basta colocá-lo na entrada HDMI juntamente com a
entrada USB no Datashow. Para conectá-lo no celular primeiramente precisa ter instalado o
aplicativo Google Home (Figura 05) encontrado nas lojas de aplicativos dos celulares.
Figura 05: Imagem do aplicativo Google Home
Fonte: https://ausdroid.net/2017/11/21/calendar-control-starting-appear-google-home-app/
A configuração do Chromecast no celular pode ser feita apenas por uma pessoa que
será chamada de Anfitriã. As outras pessoas que acessarem o Chromecast serão chamadas de
visitantes. O anfitrião pode manter a senha do Wi-Fi em sigilo. Seus visitantes podem
transmitir conteúdo a partir dos próprios dispositivos móveis, desde que estejam no mesmo
ambiente que o Chromecast.
Para configurar o modo visitante:
Passo 1. Após instalar o aplicativo Google Home e abri-lo pela primeira vez, toque
em "Primeiros passos" e depois selecione sua conta Google, como mostra a figura 06:
18
Figura 06: Instalação do Chromecast
Fonte: http://www.techtudo.com.br/noticias/noticia/2014/07/como-espelhar-a-tela-de-dispositivos-
android-na-tv-com-o-chromecast.html
Passo 2. O aplicativo pedirá para ter acesso ao local para poder encontrar as redes Wi-
Fi disponíveis no ambiente. Clique em "Próxima" e depois toque em "Permitir" para conceder
o acesso (Figura 07). É importante lembrar que o celular e o Chromecast precisam estar
conectados à mesma rede Wi-Fi:
19
Figura 07: Instalação do Chromecast
Fonte: http://www.techtudo.com.br/noticias/noticia/2014/07/como-espelhar-a-tela-de-dispositivos-
android-na-tv-com-o-chromecast.html
Passo 3. O Google Home leva alguns segundos para buscar os dispositivos
compatíveis. Quando ele encontrar, abrirá a tela principal do aplicativo. Clique no menu
sanduíche, no canto superior esquerdo, e então entre em "Transmitir tela/áudio". A Figura 08
mostra um exemplo:
20
Figura 08: Instalação do Chromecast
Fonte: http://www.techtudo.com.br/noticias/noticia/2014/07/como-espelhar-a-tela-de-dispositivos-
android-na-tv-com-o-chromecast.html
Passo 4. Pressione o botão azul "Transmitir tela/áudio". Em seguida toque sobre o a
opção "Chromecast" (Figura 09):
21
Figura 09: Instalação do Chromecast
Fonte: http://www.techtudo.com.br/noticias/noticia/2014/07/como-espelhar-a-tela-de-dispositivos-
android-na-tv-com-o-chromecast.html
Passo 5. Pronto, o Datashow ou TV com Chromecast passará a mostrar tudo que
estiver sendo exibido no celular, como mostra a Figura 10:
Figura 10: Instalação do Chromecast concluída
Fonte: http://www.techtudo.com.br/noticias/noticia/2014/07/como-espelhar-a-tela-de-dispositivos-
android-na-tv-com-o-chromecast.html
22
Um outro método de usar o Chromecast sem precisar ir em transmitir tela/áudio é
quando o aplicativo tem um ícone de transmitir presente, como mostra a Figura 11, com esse
ícone a transmissão começa automático, apenas clicando no ícone.
Figura 11: Ícone de transmissão automática no Chromecast
Fonte: https://canaltech.com.br/apps/os-10-melhores-aplictivos-para-o-google-chromecast/
Depois de explicar o funcionamento do Chromecast apresentou-se para os alunos o
objetivo da aula: Fazer uma aula contextualizada usando apenas o celular como recurso
didático. Assim foi separado os grupos com os respectivos temas: A Química dos
medicamentos, a Química do chocolate, a Química do café e a Química dos cremes dentais.
No dia da aula estiveram presentes 14 estudantes, assim, formaram-se dois grupos de
4 estudantes e dois grupos de 3 estudantes. Os estudantes tiveram de 40 a 50 minutos para
fazer a pesquisa sobre o tema escolhido e 5 minutos para a apresentação.
6 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Observou-se que no início os estudantes tiveram um pouco de receio de quais recursos
utilizar para a apresentação usando apenas o celular. Porém, no decorrer do tempo percebeu-
se que eles estavam bem interagidos e interessados pela atividade. A apresentação ocorreu na
ordem descrita a seguir, com um breve resumo do que cada grupo preparou para a
apresentação.
A QUÍMICA DOS MEDICAMENTOS
23
Os estudantes levaram como tema central o alívio da azia. Apresentando a reação de
neutralização, um vídeo e imagens de alimentos que ajudam a diminuir a azia. Para a
apresentação eles usaram o PowerPoint e o YouTube.
A QUÍMICA DO CHOCOLATE
Os estudantes iniciaram falando um pouco da história do chocolate e depois passaram
um vídeo dos procedimentos da produção do chocolate. Como recurso, eles usaram o
PowerPoint e o Youtube.
A QUÍMICA DO CAFÉ
Os estudantes apresentaram os processos de produção do café até chegar no consumo
pessoal. Como recurso, foi usado o WhatsApp com as imagens do processo de produção.
A QUÍMICA DOS CREMES DENTAIS
Os estudantes abordaram a questão histórica do avanço dos cremes dentais. Para isso
fizeram o uso do PowerPoint.
No final da aula foi dado para os estudantes um questionário para saber a opinião
deles sobre o uso do Chromecast e do celular como recursos didáticos nas aulas de Química.
O questionário continha três perguntas:
1. Vocês, como futuros professores, acham interessante o uso do Chromecast como uma
ferramenta pedagógica nas aulas?
2. A utilização do celular em sala de aula como recurso pedagógico, possibilita a maior
interatividade entre os estudantes?
3. Quais são os prós e contras de usar o celular, via Chromecast nas aulas?
Quando perguntados sobre o uso do Chromecast apenas um estudante disse que não
achava interessante usá-lo como ferramenta pedagógica. Os estudantes que acharam
interessante expuseram opiniões sobre a importância de se usar ferramentas tecnológicas nas
aulas. Algumas dessas contribuições são relatadas a seguir:
“Sim, entretanto acredito que a aula deveria ser bem estruturada e com temas que os
próprios alunos se interessem”.
24
“Acho superinteressante, visto que a maioria das escolas públicas não tem
instrumentos tecnológicos disponíveis para todos os professores”.
“Sim. Porém nem todos os estudantes tem um celular ou nem toda escola possui uma
boa conexão com a internet. Seria interessante para o professor poder mostrar vídeos e
exemplos”.
“Acho muito interessante, pelo fato de ser uma atividade diferente, além de
proporcionar uma maior interação entre professor e o aluno”.
“Sim, ajuda a atrair a atenção dos alunos, tornando as aulas mais interessantes”.
“Sim. Abre o leque de possibilidades de audiovisuais usados como suporte em sala de
aula”.
Quando perguntados se o celular possibilita maior interatividade entre os estudantes
todos responderam que sim.
A seguir, algumas respostas dos estudantes quando perguntados sobre os prós e
contras de se usar o celular via Chromecast nas aulas:
Prós:
“Interatividade, criatividade, exemplos visuais, é diferente”.
“Interatividade entre professor e aluno, método que possa despertar mais a atenção
dos alunos”.
“Alunos mais engajados na aula e interessados”.
“Permite maior participação e interatividade, traz a tecnologia como parceira”.
Contras:
“Se não for regulado os alunos abusam. Não é algo para ser usado como cotidiano,
pode ser algo para exemplos, vídeos e modelos”.
“Não deve ser aplicada várias vezes. A condição socioeconômica da sala deve ser
“analisada”, antes da aplicação de tal atividade”.
“Pode ocorrer a dispersão dos alunos se os assuntos forem demorados”.
25
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
As tecnologias móveis hoje são uma realidade social, as suas influências no modo de
vida dos indivíduos são inegáveis e por conta disso faz-se necessário inserir essas tecnologias
nas escolas. A Química exige uma compreensão que vai além da explicação oral do
professor, para que o estudante entenda melhor é preciso buscar todas as maneiras possíveis.
Se hoje em dia, praticamente todos os estudantes usam o celular, não há motivos para deixar
de fazer o uso desse recurso também na escola.
Assim, se utilizado de maneira correta o Chromecast pode virar um grande aliado no
Ensino de Química. Inserindo essa prática nas aulas os estudantes ficarão mais envolvidos e
participativos pois estarão estudando com uma ferramenta que são muito acostumados a usar.
A proposta de se aplicar o Chromecast via celular como uma ferramenta tecnológica é muito
pertinente pois este, tem a função de espelhar o celular na tela do Datashow. Assim em
qualquer momento o professor pode fazer uma pesquisa no celular relacionada com o tema da
aula e compartilhar com seus alunos, além disso, permite que os próprios estudantes façam
pesquisas e apresentem para todos da sala.
Apesar dos benefícios do uso do Chromecast via celular, precisa-se ressaltar alguns
detalhes que podem fazer com que a prática não dê certo, primeiro para o estudante usar o
celular em sala de aula ele deve estar interessado na atividade proposta pelo professor porque
senão ele provavelmente irá se dispersar com outros aplicativos instalados no celular, como
por exemplo as redes sociais. O professor tem que estar bem ciente que essa prática é um
auxílio para as aulas pois se não, torna uma prática repetitiva e cansativa para os alunos.
Além disso, para se usar o Chromecast precisa ter um sinal de rede no ambiente, desse modo,
é preciso saber se na escola possui sinal de Wi-Fi.
Contudo, o uso do Chromecast via celular é uma excelente ideia para se usar como
ferramenta no Ensino de Química, já que hoje em dia os estudantes estão cada vez mais
desanimados com os métodos usados pelos professores nas aulas. Desse modo, esperamos
que esse trabalho colabore para o melhoramento do Ensino de Química e para a reflexão dos
professores sobre usar as tecnologias móveis em sala de aula.
26
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARROS, Thiago. Como funciona o Chromecast, famoso gadget do Google para TVs? Entenda.
2014. Disponível em: <http://www.techtudo.com.br/dicas-e-tutoriais/noticia/2014/10/como-
funciona-o-chromecast-famoso-gadget-do-google-para-tvs-entenda.html> Acesso dia 08 de
junho de 2018.
BENITE, Anna M. Canavarro; BENITE, Claudio R. Machado; FILHO, Supercil Mendes da
Silva. Cibercultura em Ensino de Química: Elaboração de um objeto virtual de
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V.33, n. 2, p. 71-76, 2011.
BENTO, Maria Cristina M.; CAVALCANTE, Rafaela dos S. Tecnologias Móveis em
Educação: o uso do celular na sala de aula. Disponível em:
<http://www.unifatea.edu.br/seer/index.php/eccom/article/viewFile/596/426>. Acesso dia 13
de abril de 2018.
BERNARDI, Cintia Melo. Ensino e aprendizagem de química: uma investigação sobre a
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(Especialização em Ensino e Tecnologia) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná.
Londrina, 2016.
BRUGNOLO, Brunno. O desafio de se usar a tecnologia a favor do ensino. 2014.
Disponível em: < https://www.gazetadopovo.com.br/educacao/o-desafio-de-usar-a-
tecnologia-a-favor-do-ensino-ealmosyp83vcnzak775day3bi> Acesso dia 08 de junho de
2018.
DE SÁ, Lucas Vivas. O uso das tecnologias digitais no ensino de química: uma análise dos
trabalhos presentes na Química Nova na Escola à luz da teoria da atividade. Dissertação de
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