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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ - UNIFAP Í Ú MESTRADO EM DIREITO AMBIENTAL E POLÍTICAS PÚBLICAS DISCIPLINA: MEIO AMBIENTE E DIREITOS HUMANOS PROF. EDSON CARVALHO DIREITOS AMBIENTAIS DIREITOS AMBIENTAIS MESTRANDAS: MESTRANDAS: DANIELA FORTUNATO LINARA OEIRAS

UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ - UNIFAP MESTRADO EM DIREITO ... · universidade federal do amapÁ - unifap mestrado em direito ambiental e polÍÚÍticas pÚblicas disciplina: meio

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ - UNIFAPÍ ÚMESTRADO EM DIREITO AMBIENTAL E POLÍTICAS PÚBLICAS

DISCIPLINA: MEIO AMBIENTE E DIREITOS HUMANOSPROF. EDSON CARVALHO

DIREITOS AMBIENTAISDIREITOS AMBIENTAIS

MESTRANDAS:MESTRANDAS:DANIELA FORTUNATO

LINARA OEIRAS

INTRODUÇÃOExiste no campo do Direito Ambiental, consolidada corrente que

advoga ser a proteção ambiental melhor efetivada com aadvoga ser a proteção ambiental melhor efetivada com aformulação de direitos ambientais.De acordo com essa concepção, a existência de instrumentos

processuais efetivos e de mecanismos que facilitem a participaçãoprocessuais efetivos e de mecanismos que facilitem a participaçãopopular na proteção ambiental pode ser mais frutífera do queinúmeras declarações de princípios apenas aspiracionais.Segundo Anderson citado por Carvalho (2005, p. 257), argumento

favorável aos direitos ambientais, em relação à criação do direitosubstantivo ao meio ambiente, resulta do fato de que a qualidade, q qambiental almejada constitui julgamento de valor de difícil traduçãoem linguagem jurídica.Assim sendo essa dificuldade de formulação consensual a respeitoAssim sendo, essa dificuldade de formulação consensual a respeito

do direito substantivo ao meio ambiente de certa qualidade(diferentes culturas e comunidades), requer ativa interferência estatal

i di d d ã bi t lpara impedir a degradação ambiental.

INTRODUÇÃOINTRODUÇÃO

Melhor opção, na visão dos autores, seria a adoção de abordagempç , , ç gflexível e sensível ao contexto, concedendo aos indivíduos e àsassociações direitos ambientais mais robustos.O certo é que a falta de consenso sobre o conteúdo e abrangênciaO certo é que a falta de consenso sobre o conteúdo e abrangênciado suposto direito substantivo ao meio ambiente saudávelfrequentemente levanta preocupações quanto ao conflito que podei ã d di it d j d id dcriar a consagração desse direito e o desejo de prosperidade

econômica.Em conseqüência desse conflito e interesses, incerteza e indefiniçãoq , çdo direito ao ambiente, o Direito Ambiental Internacional tempreferido concentrar esforços no aperfeiçoamento dos direitosambientais confiando nos direitos existentes para acomodar porambientais, confiando nos direitos existentes para acomodar, porassim dizer, o emergente direito humano à proteção ambiental.

INTRODUÇÃOINTRODUÇÃOEmbora os direitos ambientais sejam fundamentais à implementaçãodo direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado (na suado direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado (na suaformulação substantiva), a comunidade jurídica internacional tem-semostrado mais propensa a aperfeiçoar os direitos ambientais nad j ídi i t i l i é d h di itordem jurídica internacional, ao invés de se reconhecer o direito

substantivo ao meio ambiente, uma vez que se encontram,solidamente, fundamentados nos direitos civis e políticos jáestabelecidos e experimentados.Para Birnie e Boyle citados por Carvalho (2005, p. 258), ao sereferirem ao conteúdo do direito ao meio ambiente adequado, aoreferirem ao conteúdo do direito ao meio ambiente adequado, aocontrário de Anderson já mencionado, a interpretação mais plausível éa de que esse direito não requer nenhuma qualidade específica doambiente uma vez que possui caráter de direito adjetivoambiente, uma vez que possui caráter de direito adjetivo.A perspectiva adotada é a de que o direito ao ambiente não é coletivo,mas, processual no sentido de assegurar direitos individuais, cujasimplicações estão relacionadas com os direitos assegurados paraconfrontar ações ou decisões prejudiciais ao meio ambiente.

INTRODUÇÃOINTRODUÇÃODurante e após a Conferência do Rio, de 1992, a ausência de apoioà inclusão do direito humano ao ambiente levou a comunidadeambientalista a desviar a atenção dessa ampla abordagem paraidentificar direitos humanos cujo gozo poderia ser considerado pré-j g p prequisito à proteção ambiental.A seguir, serão analisados alguns deles:Di it à I f ãDireito à Informação;Direito à Participação Pública;Direito ao Acesso à Justiça.Direito ao Acesso à Justiça.

DIREITO À INFORMAÇÃODIREITO À INFORMAÇÃOTodos os eventos não – naturaisque afetam o meio ambienteenvolvem, de algum modo,decisões governamentais(POPOVIC apud CARVALHO,2005, p. 258). Ou seja, a maneiracomo se tomam decisões podeexercer profunda influência sobreo ambiente e as pessoas que ohabitam.Sendo assim, foi-se o tempo emque os graves problemasambientais eram resolvidosambientais eram resolvidosapenas pelo tradicional método docomando legislativo, pela força doExecutivo ou pelo poder doExecutivo ou pelo poder doJudiciário.

DIREITO À INFORMAÇÃODIREITO À INFORMAÇÃO

Atualmente, parece haver consenso de que os problemasambientais não são resolvidos apenas com proibições, essatarefa não pode ser efetivada sem o envolvimento de cidadãostarefa não pode ser efetivada sem o envolvimento de cidadãosbem informados e de uma cidadania pró ativa.A participação de cidadãos bem informados nas questõesambientais é considerada pré-requisito básico aoestabelecimento de regime apropriado de proteção ambiental.Nesse contexto o acesso à informação confiável atualizadaNesse contexto, o acesso à informação confiável, atualizada,relevante e completa constitui ferramenta indispensável aodesenvolvimento e à implementação de políticas ambientais.

DIREITO À INFORMAÇÃODIREITO À INFORMAÇÃO

Zsogon citado por Carvalho (2005, p. 270) afirma que a informaçãoambiental desempenha papel determinante no nascimento,desenvolvimento e prática de estratégias e atitudes preventivas dep g pdecisões que venham a degradar o meio ambiente. Se a informaçãoque se conta no momento de se optar pela adoção de uma decisãonão for suficientemente clara, precisa, atualizada, qualitativa enão for suficientemente clara, precisa, atualizada, qualitativa equantitativamente adequada, é muito provável que quem decidanão esteja em condições de adotar a melhor alternativa.Q t ã t í ti i id i f õQuatro são as características exigidas para as informações,segundo Sampaio; Wold; Nardy (2003): veracidade, amplitude,tempestividade e acessibilidade.

DIREITO À INFORMAÇÃODIREITO À INFORMAÇÃOEste direito, de acordo com Martín Mateo apud Carvalho (2005, p.270) t à t j ídi i át t i l t270), quanto à natureza jurídica, possui caráter materialmenteinstrumental, mas formalmente, constitui um direito individualexercido num contexto de extraordinária difusibilidade dosinteresses.A informação ambiental está intimamente ligada à participaçãopública, razão pela qual o sistema de livre acesso potencializa opública, razão pela qual o sistema de livre acesso potencializa oregime democrático e a organização civilizada da comunidade,contribuindo assim para a desconcentração do poder, à igualdadede oportunidades à redução das discricionariedades administrativade oportunidades, à redução das discricionariedades administrativae política, a um governo honesto e a uma administração públicaconfiável.O acesso à informação e a transparência nos processos decisóriossão ferramentas fundamentais para se prevenir ações que venham adegradar o meio ambiente e afetar a vida das pessoas.g p

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O di i à i f ã bj iO direito à informação tem por objetivo, portanto, aumentar aconscientização dos cidadãos quanto a suas responsabilidadesambientais e estimular a participação cidadã no controle daadministração pública na proteção e melhoria do ambiente.Este direito não significa que, necessariamente, o cidadão possaobter acesso ilimitado a toda documentação administrativa umaobter acesso ilimitado a toda documentação administrativa, umavez que pode ser limitado pelo interesse público, pela proteção daprivacidade individual e de segredos relativos aos direitos depropriedade comercial e industrialpropriedade comercial e industrial.Logicamente, as instituições devem ser compelidas a buscar oequilíbrio entre o interesse do cidadão em obter informação e o seuinteresse em manter a confidencialidade de certos dados.

DIREITO À INFORMAÇÃODIREITO À INFORMAÇÃO

O direito à informação compreende:O direito à informação compreende:- o direito de ser informado sobre a compatibilidade ambientaldos processos de produção, das instalações industriais e dosf i d d b h i biefeitos dos produtos sobre o ser humano e o meio ambiente;

- o dever de as autoridades prestarem informações sobre oEstado do ambiente;;Obriga o Estado a adotar uma estratégia de publicidade de suaatividade vinculada ao meio ambiente e à elaboração e difusão deinformações ambientais estando submetido à obrigação deinformações ambientais, estando submetido à obrigação depreparar informes periódicos sobre a situação do meio ambiente.Um dos riscos inerentes ao cumprimento dessa obrigação peloEstado está na tentação de se manipular as informações em funçãode interesses próprios dos governantes de turno.

DIREITO À INFORMAÇÃODIREITO À INFORMAÇÃO

Assim, estabelecendo a premissa básica de que o processodecisório democrático não pode ser alcançado sem sedisponibilizarem informações ao público.p ç pUma das facetas do direito à informação é, portanto, o direito desaber, o qual desempenha papel fundamental para que o povoconheça o que está acontecendo ao seu redor pavimentando oconheça o que está acontecendo ao seu redor, pavimentando ocaminho para a participação pública nas decisões ambientais.Vale destacar que, para satisfazer o direito de saber, os governosdevem fornecer informações compreensíveis, relevantes, acuradase oportunas que facilitem a participação pública no manejo dasquestões ambientais.

DIREITO À INFORMAÇÃODIREITO À INFORMAÇÃO

O t d d t iOs governos atendem a esse dever, somente se comunicarem,claramente, os riscos ambientais e fornecerem outras informaçõesrelevantes, como relatórios periódicos sobre o Estado do ambiente.Como o cumprimento do dever de conscientizar e informar aopúblico, imposto aos governos, consome significativa soma derecursos, observe-se que, o efetivo direito de saber requer arecursos, observe se que, o efetivo direito de saber requer aalocação de recursos suficientes no orçamento.Sabsay e Tarak citados por Carvalho, 2005, p. 261, resumem:enquanto o direito à informação ambiental pode ser satisfeitoenquanto o direito à informação ambiental, pode ser satisfeitocom a produção de informação pelo Estado; o direito ao acessoà informação, refere-se à possibilidade de qualquer cidadão

l i i f b d Ad i iselecionar a informação que quer receber da AdministraçãoPública.

DIREITO À INFORMAÇÃODIREITO À INFORMAÇÃORatifique-se que a informação é um insumo indispensável àq q ç pparticipação, pois quem é chamado a participar deve contar com oselementos necessários para que seus argumentos não sejamfacilmente rebatidos por parte dos agentes estatais que a detêmfacilmente rebatidos por parte dos agentes estatais que a detêm.De igual modo, a informação está diretamente relacionada com aeducação, porque é capaz de gerar conscientização por intermédiod h i tdo conhecimento.Por fim, os autores Sabsay e Tarak citados por Carvalho (2005, p.273) indicam que um sistema de livre acesso à informação) q çambiental é útil tanto para o exercício da cidadania quanto para oEstado e suas autoridades políticas e administrativas.Entre os benefícios para a cidadania os autores citam:Entre os benefícios para a cidadania os autores citam:- melhoria nos níveis de consciência pública sobre osproblemas ambientais;- melhoria qualitativa da participação popular;

DIREITO À INFORMAÇÃODIREITO À INFORMAÇÃO

t d t ê i tã úbli bi t l- aumento da transparência na gestão pública ambiental;- maior confiança cidadã na gestão pública;Entre os benefícios para o Estado e suas autoridades elencam osEntre os benefícios para o Estado e suas autoridades elencam osseguintes:- ampliação da base informativa das autoridades públicasambientais;ambientais;- melhora da qualidade das decisões públicas ao contar comuma cidadania melhor informada;- oportunidade de demonstrar uma gestão transparente e derecuperar a credibilidade nas instituições públicas.Alguns autores especializam o “direito à informação ambiental”Alguns autores especializam o direito à informação ambiental ,como direito humano de quarta geração. (SAMPAIO; WOLD;NARDY, 2003).

DIREITO À INFORMAÇÃO:ÇNO ÂMBITO INTERNACIONAL

Muitos instrumentos internacionais referem-se indistintamente aodireito à informação ambiental e ao direito ao acesso à informação.Senão vejamos:jNA ESFERA DO DIREITO INTERNACIONAL DOS DIREITOSHUMANOS:D l ã d Di it d Vi í i ( t 12)Declaração de Direitos de Virgínia (art. 12);Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789 (art.11): dispõe ser a livre comunicação do pensamento e de opiniões) p ç p pum dos direitos mais preciosos dos homens;Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 (art. 19):“Toda pessoa tem direito à liberdade de opinião e expressão; esteToda pessoa tem direito à liberdade de opinião e expressão; estedireito inclui a liberdade de, sem interferências, ter opiniões e deprocurar, receber e transmitir informações e idéias por quaisquermeios independentemente de fronteiras”;meios independentemente de fronteiras”;

DIREITO À INFORMAÇÃO:ÂNO ÂMBITO INTERNACIONAL

Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos de 1966 (artPacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos de 1966 (art.19 [2]): liberdade de buscar, receber e difundir informações;Convenção Européia de Direitos Humanos (art.10): “Toda

di i à lib d d d l i l i dpessoa tem direito à liberdade de expressão, nele incluindo aliberdade de opinião e de receber e difundir informação e idéiassem interferência de autoridade pública e sem consideração defronteiras”;Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem (art.IV);IV);Convenção Americana de Direitos Humanos (art. 13): “Todapessoa tem o direito à liberdade de pensamento e expressão. Essedi it d lib d d d b b dif didireito compreende a liberdade de buscar, receber e difundirinformações e idéias de toda natureza, sem consideração defronteiras, verbalmente ou por escrito, ou em forma impressa ouartística, ou por qualquer outro processo de sua própria escolha”;

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Carta Africana de Direitos e Deveres dos Povos (art. 9°):“Todo indivíduo deve ter o direito de receber informação”;Minuta de Declaração de Princípios sobre DireitosMinuta de Declaração de Princípios sobre DireitosHumanos e Meio Ambiente (arts. 15 e 16):“Todos têm o direito à informação relativa ao ambiente, nelei l i d i f õ il d b õ tit dincluindo informações compiladas sobre ações e atitudes quepossam afetá-lo e à que for necessária à efetiva participaçãopública nos processos decisórios envolvendo questõesambientais”;“As informações devem ser tempestivas, claras, inteligíveis edisponíveis, sem ônus financeiro indevido ao requerente”;disponíveis, sem ônus financeiro indevido ao requerente ;“Todos têm direito a sustentar e expressar opiniões e adisseminar idéias e informações a respeito do ambiente”;

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NA ESFERA DO DIREITO AMBIENTAL INTERNACIONALNA ESFERA DO DIREITO AMBIENTAL INTERNACIONAL:Declaração de Estocolmo de 1972 (princípios 19 e 20): exorta osEstados a difundirem informações de caráter educativorelacionadas à melhoria do ambiente e que facilitem a livrecirculação de informações;Carta Mundial da Natureza de 1982 (princípio 16): “TodoCarta Mundial da Natureza de 1982 (princípio 16): Todoplanejamento incluirá, entre seus elementos essenciais, aelaboração de estratégias de conservação da natureza, oestabelecimento de inventários dos ecossistemas e a avaliação dosestabelecimento de inventários dos ecossistemas e a avaliação dosefeitos sobre a natureza das políticas e atividades projetadas; todosesses elementos deverão ser levados ao conhecimento da

l d i d d ipopulação recorrendo-se aos meios adequados e com antecipaçãosuficiente para que a população possa participar efetivamente noprocesso de consultas e de adoção de decisões a respeito”;

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Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento de1992 (princípios 10 e 18): dispõe que em nível nacional, cadaindivíduo deve ter acesso à informação ambiental mantida porç pautoridades públicas, incluindo informações a respeito de materiaise atividades perigosas; dispõe ainda, que os Estados devemnotificar os desastres naturais ou situações de emergência quenotificar os desastres naturais ou situações de emergência quepossam produzir efeitos nocivos ao meio ambiente;Convenção sobre Mudanças Climáticas de 1992 (art. 6°);Convenção de Helsinki sobre Proteção e Uso de RiosTransfronteiriços e Lagos Internacionais de 1992 (art. 16);Convenção sobre Avaliação de Impactos Ambientais noConvenção sobre Avaliação de Impactos Ambientais noContexto Transfronteiriço de 1991 (art. 3° [8]);

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Tratado Conjunto da Agência Internacional de Energia Atômicasobre Segurança no Manejo de Combustíveis Usados e DejetosRadioativos de 1997 (preâmbulo e arts. 6° e 13);(p )Convenção de Rotterdam, que regula os procedimentos deinformação relativa ao comércio internacional de produtos químicosperigosos e pesticidas de 1998 (art 1°);perigosos e pesticidas, de 1998 (art. 1 );Diretiva sobre Liberdade de Acesso à Informação sobre oAmbiente adotada pela Comunidade Européia, em 1990:- o acesso à informação é disponibilizado a qualquer pessoa naturalou jurídica, sem distinção de nacionalidade, e o requerente nãonecessita provar ter interesse para obter informação;necessita provar ter interesse para obter informação;- prazo de 2 meses para resposta;

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- abrange qualquer informação escrita visual auditiva ou em base- abrange qualquer informação escrita, visual, auditiva ou em basede dados, sobre o Estado da água, do ar, do solo, da fauna, da flora,dos sítios naturais, das atividades e medidas tomadas para protegê-los incluindo medidas administrativas e programas de manejolos, incluindo medidas administrativas e programas de manejoambiental;- apresenta vaga lista de exceções, que permitem ao Estado-Membro indeferir o pedido de informação;- aponta um custo razoável a ser pago pelo requerente;Convenção sobre Acesso à Informação à Participação PúblicaConvenção sobre Acesso à Informação, à Participação Públicanos Processos Decisórios e à Justiça em Matéria Ambiental, de1998, firmada em Aarhus, Dinamarca, por 35 Estados e aC id d E éiComunidade Européia:- na atualidade, é o mais destacado tratado de promoção de direitosambientais;;- é conhecida como Convenção de Aarhus;

DIREITO À INFORMAÇÃO:NO ÂMBITO INTERNACIONALNO ÂMBITO INTERNACIONAL

tá li d 3 il à i f ã bi t l- está alicerçada em 3 pilares: o acesso à informação ambiental, aparticipação popular nas decisões envolvendo questões ambientaise o estabelecimento de mecanismos judiciais e administrativos deprevenção e reparação de danos ambientais;- inovou, ao reconhecer, pela primeira vez, em tratado internacionalvinculante juridicamente, o direito das presentes e futuras geraçõesvinculante juridicamente, o direito das presentes e futuras geraçõesao ambiente saudável (art. 1°);- segue as linhas gerais traçadas pela Diretiva sobre Liberdade deAcesso à Informação relativa ao Ambiente de 1990;Acesso à Informação relativa ao Ambiente, de 1990;- é mais generosa que a legislação sobre liberdade de informaçãode muitos países;- a definição de informação ambiental da Convenção (art. 2°) é maisampla que a utilizada nos padrões ambientais gerais, incluindo ainformação escrita visual auditiva eletrônica ou de qualquer outrainformação escrita, visual, auditiva, eletrônica ou de qualquer outraforma material sobre os seguintes assuntos:

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a) o Estado dos elementos do ambiente, como o ar, a atmosfera, aá l i íti t i di id d bi ló iágua, o solo, a paisagem, os sítios naturais, a diversidade biológicae seus componentes, incluindo organismos geneticamentemodificados e a interação entre esses elementos;b) substâncias, energia, ruído, radiação, atividades ou medidasadministrativas, acordos ambientais, legislação, planos e programasque afetam ou possam vir a afetar os elementos acimaque afetam ou possam vir a afetar os elementos acimamencionados, bem como, a avaliação custo-benefício epressupostos econômicos usados nos processos decisórios;) E t d d úd di õ d id h bc) o Estado de saúde, segurança e condições de vida humana, bemcomo, do patrimônio cultural, visto que são ou podem ser afetadospelo Estado dos elementos ambientais e/ou pelos fatores eatividades acima mencionadas;- outra característica interessante da Convenção é a definição dasentidades governamentais que devem fornecer informações,entidades governamentais que devem fornecer informações,incluindo autoridades públicas dos países signatários e dasentidades regionais da União Européia;

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- por outro lado, à luz de interesses econômicos, políticos e jurídicos,a Convenção estabelece várias restrições (art. 4°, 4) ao dever deinformar, vejamos algumas:a) o Estado pode se recusar a fornecer informações quando estasa) o Estado pode se recusar a fornecer informações quando estasnão estiverem sob sua posse;b) se o pedido for manifestadamente irrazoável ou muito genérico;c) quando se tratar de documento incompleto ou comunicaçõesinternas de autoridades públicas;d) se a revelação afetar adversamente: a confiabilidade dosd) se a revelação afetar adversamente: a confiabilidade dosprocedimentos públicos; as relações internacionais, a defesanacional ou a segurança pública; investigações ou processoscriminais; segredos comerciais ou industriais (entretantocriminais; segredos comerciais ou industriais (entretanto,informações relevantes à proteção ambiental devem ser reveladas);direitos relativos à propriedade intelectual; à privacidade, ou seja,d d i i bi t íti d d ã ddados pessoais; ao meio ambiente, como sítios de reprodução deespécies raras;

DIREITO À INFORMAÇÃO:ÇNO ÂMBITO INTERNACIONAL

- ressalte-se que todas as limitações devem ser interpretadasrestritivamente;- a Convenção tem sido amplamente louvada pelo envolvimentoa Convenção tem sido amplamente louvada pelo envolvimentode ONGs nas sessões plenárias e na redação do acordo final.Mais de 200 ONGs de 45 países contribuíram para a minutafinal;final;- porém, existe receio, por parte de grupos ambientalistas, deque as restrições/exceções possam constituir significativoobstáculo no acesso à informação, mesmo que para reduziresse risco exista a previsão expressa da exigência defundamentação escrita da recusa;

DIREITO À INFORMAÇÃO:NO ÂMBITO NACIONAL

Vá i E t d l õ ífi b àVários Estados possuem regulações específicas sobre o acesso àinformação, tendo sido a primeira lei sancionada em 1966, nosEstados Unidos.A inclusão do direito à informação na Constituição representa oreconhecimento de que constitui pré – requisito essencial àparticipação democrática efetiva dos cidadãos nos processosparticipação democrática efetiva dos cidadãos nos processosdecisórios.O ordenamento jurídico brasileiro deu ao direito à informação ostatus de direito fundamental consagrando o na Constituiçãostatus de direito fundamental, consagrando-o na ConstituiçãoFederal Brasileira de 1988, em seu art. 5°, incisos XIV, XXXIII eXXXIV, alínea “a”;Em sua relação com a liberdade de expressão e de manifestaçãodo pensamento, a Carta Magna Brasileira, ainda o garante no art.220, caput e § 1°, bem como em outros incisos do art. 5°, IV, V, X,, p § , , , , ,XIII e XIV;

DIREITO À INFORMAÇÃO:ÂNO ÂMBITO NACIONAL

A Lei n. 6.938/81, que instituiu a Política Nacional do MeioAmbiente, prevê o direito à informação em muitos de seusdispositivos, e relaciona, por exemplo, entre os instrumentos dap p pPolítica, o sistema nacional de informações sobre o meio ambiente.Entre os dispositivos, citem-se: art. 2°, art. 9°, VII, X, XI;O direito à informação possui duas faces e ambas estãoO direito à informação possui duas faces, e ambas estãoasseguradas em nosso ordenamento, de um lado, o direito deacesso às informações em matéria de meio ambiente (art. 5°, XIV,XXXIII XXXIV CF/88) d t d d P d PúbliXXXIII e XXXIV, CF/88) e de outro o dever de o Poder Públicoinformar periodicamente à população a respeito do Estado do meioambiente e as ocorrências ambientais importantes (art. 4°, V, art. 9°,X e XI da Lei n. 6.938/81);

DIREITO À INFORMAÇÃO:NO ÂMBITO NACIONAL

ÉÉ de se notar que existe uma diferença fundamental entre oacesso geral à informação administrativa e o acesso àinformação ambiental, é que no primeiro, na maioria dasç q plegislações nacionais, o acesso é outorgado somente àspessoas com legítimo interesse, e no segundo, tal requisitopessoal não é requerido.pessoal não é requerido.A Lei n. 6.938/81, em seu art. 10, I, quanto à este direito, obrigaainda os Estados a publicarem os pedidos de licenças relativasà ti id d d t i l t d dàs atividades causadoras ou potencialmente causadoras depoluição;A Lei de Agrotóxicos, Lei n. 7.802/89, por sua vez, impõe agobrigação de publicar a solicitação de registro, renovação ouextensão do uso desses produtos, uma vez que se reveste decaracterística de licenciamento;característica de licenciamento;

DIREITO À INFORMAÇÃO:NO ÂMBITO NACIONAL

A Lei n. 9.795/99, que instituiu a Política Nacional de EducaçãoAmbiental, também, em vários de seus artigos, trata do direito àinformação, como no art. 3°, IV, que como parte do processoç q p peducativo mais amplo incumbe aos meios de comunicação demassa, colaborar de maneira ativa e permanente nadisseminação de informações e práticas educativas sobre odisseminação de informações e práticas educativas sobre omeio ambiente e incorporar a dimensão ambiental em suaprogramação;N d t j ídi b il i j ã dNo ordenamento jurídico brasileiro, a conjugação das normasconstitucionais com as infraconstitucionais garante aoscidadãos brasileiros, pelo menos em tese, o mais amplo direitoà informação sobre matéria ambiental, ressalvando-se asinformações cujo sigilo seja essencial à defesa da sociedade eas sujeitas ao regime de segredo industrial.

DIREITO À INFORMAÇÃO:ÂNO ÂMBITO ESTADUAL

Constituição do Estado do Amapá de 1991:Constituição do Estado do Amapá, de 1991:Art. 5°, inciso XII: “É livre a expressão da atividade intelectual,artística, científica e de comunicação, independentemente de

li ”censura e licença”;Art. 313, incisos II, IV e IX:“O Estado mediante lei criará um sistema de administração daO Estado, mediante lei, criará um sistema de administração daqualidade ambiental, proteção e desenvolvimento do meioambiente e uso adequado dos recursos naturais, paraorganizar coordenar e integrar as ações e entidades daorganizar, coordenar e integrar as ações e entidades daadministração pública direta e indireta, assegurada aparticipação da coletividade, com o fim de”:II – promover a educação ambiental em todos os níveis deensino e disseminar, na forma da lei, as informaçõesnecessárias à conscientização pública para a preservação doç p p p çmeio ambiente;

DIREITO À INFORMAÇÃO:NO ÂMBITO ESTADUALNO ÂMBITO ESTADUAL

IV – assegurar a participação popular em todas as decisõesrelacionadas ao meio ambiente e o direito à informação sobre essamatéria;IX – assegurar na forma da lei o livre acesso às informaçõesIX assegurar, na forma da lei, o livre acesso às informaçõesbásicas sobre o meio ambiente;Código de Proteção ao Meio Ambiente do Estado do Amapá,L i C l t 0005/94Lei Complementar n. 0005/94:Art. 4°, inciso VIII: é instrumento da Política Estadual do MeioAmbiente o sistema estadual de registros, cadastros e informaçõesg , çambientais;Art. 34: “Os órgãos e entidades do Sistema Estadual do MeioAmbiente SIEMA manterão de forma integrada para o efeito deAmbiente – SIEMA, manterão, de forma integrada, para o efeito decontrole e informações ambientais, banco de dados, registros ecadastros atualizados, conforme regulamento, das obras,

di t ti id d f ti t i l tempreendimentos ou atividades efetiva ou potencialmentedegradadoras, das ocorrências de interesse ambiental (...)”.

DIREITO À INFORMAÇÃO:ÇNO ÂMBITO ESTADUAL

Art. 34, § 2°: “Será assegurado, nos termos do regulamento, oacesso às informações técnicas de interesse ambiental”;L i 0165 d 18 d t d 1994 i ã d Si tLei n. 0165, de 18 de agosto de 1994: criação do SistemaEstadual do Meio Ambiente;

DO DIREITO À PARTICIPAÇÃO ÚPÚBLICA

Quando o governo toma decisões,sistêmicas ou episódicas, podeconsiderar ou não o ponto de vistados cidadãos.Vários sistemas políticos prevêem aparticipação pública nas decisõesgovernamentais, mas a extensãog ,dessa participação variaconsideravelmente, pois englobaamplo espectro de procedimentos ea p o espect o de p oced e tos eatividades.Para Sabsay e Tarak citados porCarvalho (2005 p 288) entre osCarvalho (2005, p. 288), entre oselementos que integram o conceitode democracia participativa estão aoportunidade e foro apropriados àoportunidade e foro apropriados àparticipação da comunidade noprocesso decisório público.

DO DIREITO À PARTICIPAÇÃO ÚPÚBLICA

É fato que com a crescente conscientização a respeito daÉ fato que, com a crescente conscientização a respeito dadegradação ambiental e da necessidade de sua proteção,aumentou-se o reconhecimento da importância da participaçãopública nas decisões governamentais que afetam o meiopública nas decisões governamentais que afetam o meioambiente.Sampaio; Wold; Nardy (2003) destacam que a democracia,hodiernamente, não se satisfaz apenas com as instânciasdeliberativas dos representantes eleitos e de corposburocráticos fiéis aos comandos legais. Exige, emg g ,complemento, meios de participação direta do povo ou dacomunidade tanto em sede de macrodecisões (plebiscito,referendo e iniciativa legislativa popular) quanto em processosreferendo e iniciativa legislativa popular), quanto em processosdecisórios de menor extensão (decisões administrativas,judiciais coletivas e sociais) que digam respeito a todos ou osafetem direta ou indiretamenteafetem direta ou indiretamente.

DO DIREITO À PARTICIPAÇÃO PÚBLICA

As questões ambientais, pela sua natureza, extensão e gravidade,colocam-se como tema da macrodemocracia (grandes consultaspopulares) e da microdemocracia (audiências públicas, açõesp p ) ( p çcoletivas ambientais, participações em ONGs).Shelton citada por Carvalho (2005, p. 283) diz que a multiplicidadede provisões relativas à participação pública é de grandede provisões relativas à participação pública é de grandeimportância para a efetividade do Direito Ambiental, uma vez queesse processo faz com que as regras emerjam e se transformem

d tó i l iti d tiem normas mandatórias, legitimando o processo normativo.A legitimidade do processo normativo é fator decisivo nocumprimento efetivo da legislação, pois normas percebidas comoglegítimas são em tese mais efetivas, uma vez que cada participanteinvestiu tempo e esforço em sua formulação e contribuiu para oresultado.resultado.

DO DIREITO À PARTICIPAÇÃO ÚPÚBLICA

P é h i t d di it d ti i ã ãPorém, o reconhecimento do direito de participação nãoassegura em si mesmo a efetiva participação do povo naproteção ambiental;A participação popular se assenta em dois pilares básicos, ainformação e a educação, sem os quais a defesa do meioambiente não pode ser efetiva;ambiente não pode ser efetiva;O direito de acesso à informação requer mais que a simplestransmissão de dados: são necessários informação útil,procedimentos e foros apropriados para fomentar a participaçãoprocedimentos e foros apropriados para fomentar a participaçãoe canalizar os esforços participativos para que os cidadãospossam ter papel relevante nos processos decisórios.A educação ambiental é a pedra angular da efetiva participaçãonos processos de tomada de decisão, porque fornece aopúblico os conhecimentos e informações sobre a importância dop ç pambiente e sua vulnerabilidade à degradação.

DO DIREITO À PARTICIPAÇÃO PÚBLICA

Concebida de forma ampla e diretamente relacionada com aproteção do ambiente e com outros direitos ambientais, a noção departicipação ativa da sociedade civil envolve o fortalecimento doparticipação ativa da sociedade civil envolve o fortalecimento dopoder do cidadão e dos grupos organizados em relação àcapacidade de influenciar as decisões que condicionam a vida emsociedadesociedade.Sendo assim, o direito à participação pública apresenta duasdimensões:- o direito de ser ouvido;- o direito de influenciar as decisões.

DIREITO À PARTICIPAÇÃO PÚBLICA:ÇNO ÂMBITO INTERNACIONAL

NA ESFERA DO DIREITO INTERNACIONAL DOS DIREITOSHUMANOS:Observe-se que, tanto os instrumentos de direitos humanos, quantoObserve se que, tanto os instrumentos de direitos humanos, quantoos de direito ambiental garantem o direito do cidadão em participarna administração de seu país, como forma de auto-governo e auto-realizaçãorealização.Essa interação gera complexas e relevantes relações entre direitoshumanos, meio ambiente e democracia política de forma que ofortalecimento de um resulta na consolidação do conjunto, havendoinclusive quem defenda o regime democrático como direito humanoemergente.gDa perspectiva dos direitos humanos a participação é partefundamental da governança democrática e da auto-expressão doscidadãos fatores essenciais à proteção efetiva do meio ambientecidadãos, fatores essenciais à proteção efetiva do meio ambiente.

DIREITO À PARTICIPAÇÃO PÚBLICA:ÂNO ÂMBITO INTERNACIONAL

D l ã U i l d Di it H t 21Declaração Universal dos Direitos Humanos: em seu art. 21expressa as linhas mestras da participação política como “o direitode toda pessoa tomar parte no governo de seu país diretamente ouatravés de representantes livremente escolhidos”;Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos: art. 25, “a”,estabelece que todo cidadão deve ter o direito e a oportunidade,estabelece que todo cidadão deve ter o direito e a oportunidade,“sem restrições infundadas, de participar da condução dos assuntospúblicos, diretamente ou por meio de representantes livrementeescolhidos”;escolhidos ;Carta Africana de Direitos dos Povos;Convenção Européia de Direitos Humanos;Declaração Americana de Direitos e Deveres do Homem: quegarante o direito de sufrágio e de participação no governo (art. 20);e também o direito de reunião (art 21) o de associação (art 22) ee também, o direito de reunião (art. 21), o de associação (art. 22) eo de petição (art. 24);

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Convenção Americana de Direitos Humanos: que outorga no art.ç q g23, “a” e “b”, a todos os cidadãos direitos e oportunidades “departicipar na condução dos assuntos públicos, diretamente ou pormeio de representantes livremente eleitos e de votar e ser eleitosmeio de representantes livremente eleitos e de votar e ser eleitosem eleições periódicas, autênticas, realizadas por sufrágio universale igualitário e por voto secreto, que garantam a livre expressão davontade dos eleitores”;vontade dos eleitores ;As provisões contidas nos instrumentos de direitos humanos,normalmente, concedem aos cidadãos o direito de tomarem parte,diretamente ou através de seus representantes eleitos, nacondução dos negócios públicos e do governo, sem especificar asmodalidades ou abrangência desse direito.gSegundo Shelton citada por Carvalho (2005, p. 277), é interessantenotar que na esfera dos direitos humanos esse direito é limitado aoscidadãos enquanto no campo do direito ambiental é estendido acidadãos, enquanto no campo do direito ambiental é estendido atodas as pessoas afetadas, sem consideração de nacionalidade.

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A autora afirma que a igualdade de acesso aos processosA autora afirma que a igualdade de acesso aos processosdecisórios constitui ponto relevante da justiça ambientalinternacional.N â bi d Di i I i l d Di i HNo âmbito do Direito Internacional dos Direitos Humanos,nenhuma de suas provisões especifica como as pessoaspodem tomar parte na condução dos negócios públicos.O Direito Ambiental supre essa lacuna, detalhando osprocedimentos participativos na avaliação de impacto ambientale outros meios de participação públicae outros meios de participação pública.Embora os instrumentos básicos de direitos humanos nãofaçam referência específica ao meio ambiente, nada impede

i t t ã t i d f l tõsua interpretação extensiva, de forma a alcançar questõesambientais, suplementada e complementada por váriosinstrumentos jurídicos internacionais que especificamentetratam do direito de participação política no contexto ambiental.

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Subcomissão para Prevenção da Discriminação e ProteçãoSubcomissão para Prevenção da Discriminação e Proteçãodas Minorias e Declaração de Princípios sobre DireitosHumanos e Meio Ambiente: na tentativa de sanar a lacuna,anteriormente apresentada esta Subcomissão formulou umaanteriormente apresentada, esta Subcomissão formulou umaproposta de Declaração, na qual impôs a todos, individualmenteou em associação, o dever de proteger e preservar o ambiente( i í i 21) E t d d d it(princípio 21) e aos Estados o dever de respeitarem eassegurarem o direito ao ambiente seguro, saudável eecologicamente equilibrado (princípio 22), devendo para issoadotar medidas administrativas, legislativas e outrasnecessárias à prevenção do dano ambiental;NA ESFERA DO DIREITO AMBIENTAL INTERNACIONAL:NA ESFERA DO DIREITO AMBIENTAL INTERNACIONAL:O direito à participação pública é encontrado em váriosinstrumentos de Direito Ambiental Internacional, vejamoslalguns:

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C t M di l d N t 1982 i í i 22 “di õ t dCarta Mundial da Natureza, 1982: princípio 22 – “dispõe que todapessoa, de conformidade com a legislação nacional, deve ter aoportunidade de participar, individualmente ou coletivamente, naformulação de decisões relacionadas com seu ambiente e, quandoeste tiver sido danificado ou deteriorado, deverá ter acesso aosremédios jurídicos necessários à obtenção de indenização”;Minuta do Pacto sobre Conservação Ambiental e UsoSustentável dos Recursos Naturais, de 1991 – documentoelaborado pela União Internacional para Conservação da Naturezaelaborado pela União Internacional para Conservação da Naturezae dos Recursos Naturais (IUCN): princípio 10 (b) – “os Estadosdevem prover e promover ampla participação dos indivíduos eOrganizações Não Governamentais em todos aspectos daOrganizações Não-Governamentais em todos aspectos daconservação ambiental. Em particular, os Estados devem dar aoportunidade de participar, individual ou coletivamente, nos

d t d d d i ã ”processos de tomada de decisão”;

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Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento,de 1992: princípios 10, 20, 21 e 22 – dispôs que as questõesambientais são melhor administradas com a participação dep p çtodos os cidadãos envolvidos; conclamou que todos os Estadosdevem facilitar e encorajar a consciência e a participaçãopública, fazendo ampla disponibilização de informação; e ainda,pública, fazendo ampla disponibilização de informação; e ainda,referiu-se à participação da mulher, da juventude, dos povosindígenas e das comunidades locais;A d 21 f t d C f ê i d Ri (ECO 92)Agenda 21 – fruto da Conferência do Rio (ECO-92): queenfatiza a importância da participação popular bem comoencoraja os governos a criarem políticas que facilitem ointercâmbio direto de informações ambientais entre governos e opúblico, sugerindo a implementação de procedimentos deavaliação prévia de impactos ambientais;

DIREITO À PARTICIPAÇÃO PÚBLICA:NO ÂMBITO INTERNACIONALNO ÂMBITO INTERNACIONAL

Várias instituições regionais têm adotado instrumentos que tratamVárias instituições regionais têm adotado instrumentos que tratamda participação política na esfera ambiental, abaixo se mencionaalgumas delas:

C f ê i Á b b A bi D l i- Conferência Árabe sobre Ambiente e Desenvolvimento, queeditou a Declaração Árabe sobre Ambiente, Desenvolvimento ePerspectivas Futuras;- Programa Interamericano de Ação para Proteção Ambientalda Organização dos Estados Americanos (OEA);No plano regional europeu a Convenção de Aarhus já- No plano regional europeu, a Convenção de Aarhus, já

comentada, em seus arts. 6° e 8°, garante a participação pública noEstudo de Impacto Ambiental (EIA) e em outros dispositivos,ti l ti i ã úbli l ti d i õ j testimula a participação pública relativa a decisões em projetos

específicos, na preparação dos planos ambientais, dos programas edas políticas públicas, das leis e regulamentos em geral;

DIREITO À PARTICIPAÇÃO PÚBLICA:ÂNO ÂMBITO INTERNACIONAL

S d d i d C ã t bé tSendo que, a par dos avanços gerais da Convenção, também nesteponto, ela foi alvo de críticas, pois as ONGs alegam que esta seção,de participação, ficou incompleta;Por exemplo, a Convenção permite que cada país determine aextensão na qual o público deva ser consultado nas decisõeslegislativas relativas ao meio ambiente. Essa flexibilidade,legislativas relativas ao meio ambiente. Essa flexibilidade,provavelmente, permitirá aos países signatários limitarem o acessopúblico a um dos Poderes governamentais fundamentais: o queregula as decisões ambientais;regula as decisões ambientais;Inúmeros tratados multilaterais e bilaterais contêm referências ougarantias à participação pública, podendo-se citar, a título de

l i i iexemplo, entre os mais importantes os seguintes:- Convenção sobre Mudanças Climáticas (art. 4 [1] [i]);- Convenção da Biodiversidade (art 14 [1] [a];Convenção da Biodiversidade (art. 14 [1] [a];

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- Convenção sobre Avaliação de Impactos Ambientais noContexto Transfronteiriço;- Convenção sobre Desertificação (art. 3°, “a”, “c”);Convenção sobre Desertificação (art. 3 , a , c );- Protocolo de Kyoto (art. 6° (3));- Acordo Norte – Americano sobre Cooperação Ambiental(Naaec) (art. 14);

DIREITO À PARTICIPAÇÃO PÚBLICA:ÇNO ÂMBITO NACIONAL

No âmbito nacional o direito à participação pública constitui um dospilares do princípio democrático ou da participação popular naproteção do meio ambiente.p çO princípio democrático ou da participação popular expressa a idéiade que a solução dos problemas ambientais é uma empreitada queenvolve a cooperação entre o Estado e a sociedade através daenvolve a cooperação entre o Estado e a sociedade, através daparticipação dos diferentes grupos sociais na formulação eexecução da política ambiental, contribuindo para a proteção elh i bi t fi l é b di it d t dmelhoria ambiente, que afinal, é bem e direito de todos.

No plano interno brasileiro, o direito à participação tem comofundamento genérico o art. 1°, parágrafo único, da Constituiçãog gFederal de 1988, que instituiu no ordenamento jurídico brasileiro oregime de democracia semidireta e, como fundamento específicoem matéria ambiental, o art. 225, caput, da CF/88.em matéria ambiental, o art. 225, caput, da CF/88.

DIREITO À PARTICIPAÇÃO PÚBLICA:NO ÂMBITO NACIONALNO ÂMBITO NACIONAL

A tit i l ífi ã ó t i t béA norma constitucional específica, não só autoriza, mas tambémimpõe ao Poder Público e à coletividade o dever de defender epreservar o meio ambiente ecologicamente equilibrado para aspresentes e futuras gerações.Inspirando-se nas diretrizes estabelecidas pelo Direito AmbientalInternacional, o Direito Ambiental Brasileiro estabelece a formaInternacional, o Direito Ambiental Brasileiro estabelece a formacomo a coletividade pode cumprir o dever de atuar diretamente nadefesa do ambiente.O ordenamento jurídico brasileiro prevê os seguintes mecanismosO ordenamento jurídico brasileiro prevê os seguintes mecanismosde participação direta da população na proteção do meio ambiente:a) participação no processo de formulação de normasambientais, por intermédio de iniciativa legislativa (CF, art. 14,III);

DIREITO À PARTICIPAÇÃO PÚBLICA:ÂNO ÂMBITO NACIONAL

b) atuação de representantes da sociedade civil em órgãosb) atuação de representantes da sociedade civil em órgãoscolegiados dotados de poderes normativos e emreferendos de leis;

6º II d L i 6 938/81 11 § 2º d R l- art. 6º, II da Lei n. 6.938/81, art. 11, § 2º da Resolução n.001/86 do CONAMA;c) participação popular direta na proteção do meio) p p ç p p p çambiente por intermédio do Poder Judiciário;- Lei n. 7.347/85 (ação civil pública) e Lei n. 4.717/65 (açãopopular);popular);No contexto ambiental a contribuição pública centraliza-se noprocesso de Estudo de Impacto Ambiental (EIA).O EIA incorpora-se na estrutura do processo de tomada dedecisão por meio do qual projetos e atividades são avaliadospara que seus potenciais impactos ambientais venham a serpara que seus potenciais impactos ambientais venham a sereliminados ou mitigados.

DIREITO À PARTICIPAÇÃO PÚBLICA:ÇNO ÂMBITO NACIONAL

No nosso ordenamento, o EIA é exigência constitucional previstano § 1°, inc. IV, do art. 225 da CF, imposta a “toda instalação ouatividade potencialmente causadora de significativa degradaçãop g g çdo meio ambiente”.Neste sentido, o EIA deve ser publicizado e submetido à audiênciapúblicapública.O governo deve anunciar que um projeto particular encontra-seem consideração e aberto aos comentários públicos visandoconsiderá-los na sua decisão de aprovação, modificação ourejeição.A finalidade legal da audiência pública é a de assegurar oA finalidade legal da audiência pública é a de assegurar ocumprimento dos princípios democráticos que informam o DireitoAmbiental, fazendo com que os cidadãos tomem conhecimento doconteúdo do EIA e do RIMA que dele provémconteúdo do EIA e do RIMA, que dele provém.

DIREITO À PARTICIPAÇÃO PÚBLICA:ÇNO ÂMBITO NACIONAL

As audiências públicas, em nível federal, estão regulamentadaspela Resolução do CONAMA n. 09, de 03.12.1987, que só foipublicada em 09.07.1990. Tal Resolução estabeleceu as linhasp çbásicas a serem observadas nas audiências públicas, porém afrágil tradição democrática brasileira fez e faz com que nãotenha se fortalecido e se destacado como instituto jurídico postotenha se fortalecido e se destacado como instituto jurídico postoa serviço da defesa do meio ambiente.Não possuem caráter decisório, mas como atividades det tit ti ã t fi i i di ãnatureza constitutiva, são atos oficiais e, nessa condição, seus

resultados devem ser levados em consideração (art. 5° daResolução 09/87).

DIREITO À PARTICIPAÇÃO PÚBLICA:NO ÂMBITO ESTADUAL

C tit i ã d E t d d A á d 1991Constituição do Estado do Amapá, de 1991:Art. 310;Art. 313, inciso IV:Art. 313, inciso IV:“O Estado, mediante lei, criará um sistema de administração daqualidade ambiental, proteção e desenvolvimento do meioambiente e uso adequado dos recursos naturais paraambiente e uso adequado dos recursos naturais, paraorganizar, coordenar e integrar as ações e entidades daadministração pública direta e indireta, assegurada aparticipação da coletividade, com o fim de”:IV – assegurar a participação popular em todas as decisõesrelacionadas ao meio ambiente e o direito à informação sobree ac o adas ao e o a b e te e o d e to à o ação sob eessa matéria;

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Códi d P t ã M i A bi t d E t d dCódigo de Proteção ao Meio Ambiente do Estado doAmapá, Lei Complementar n. 0005/94:Art. 3°, inciso IV: é um dos objetivos da Política Estadual dojMeio Ambiente, assegurar a participação da sociedade civil, noplanejamento ambiental, no controle, na fiscalização do meioambiente e nas situações de interesse ecológico;ambiente e nas situações de interesse ecológico;Art. 5°, inciso IV: no planejamento ambiental se atentará para aefetiva participação da sociedade civil;Art. 7°: garantia de realização de audiências públicas;Lei n. 0165, de 18 de agosto de 1994: criação do ConselhoEstadual do Meio Ambiente;;

DIREITO AO ACESSO À JUSTIÇADIREITO AO ACESSO À JUSTIÇATodos os direitos outorgados às pessoas podem ser violados dasmais diversas maneiras e quando isso ocorre é necessário quemais diversas maneiras e, quando isso ocorre, é necessário queexistam remédios jurídicos que permitam o restabelecimento dessesdireitos.Se assim não fosse, de nada adiantaria ter direitos.A legitimação para ter acesso ao Judiciário e aos procedimentosadministrativos constitui um dos elementos fundamentais paraadministrativos constitui um dos elementos fundamentais paraapreciar se a participação dos habitantes resulta efetiva ou não.Ressalte-se, que quando se trata da defesa de direitos de incidênciacoletiva que protegem interesses difusos como o ambiente oscoletiva que protegem interesses difusos como o ambiente, osmecanismos tradicionais de solução de conflitos interindividuais nãosão apropriados para possibilitar o acesso ao Judiciário.Nesses casos, somente por meio de ferramentas processuaisharmônicas com a natureza e características dos direitostransindividuais se logra a proteção jurisdicional desejada.t a s d dua s se og a a p oteção ju sd c o a desejada

DIREITO AO ACESSO À JUSTIÇA:ÇNO ÂMBITO INTERNACIONAL

NA ESFERA DO DIREITO INTERNACIONAL DOS DIREITOSNA ESFERA DO DIREITO INTERNACIONAL DOS DIREITOSHUMANOS:O direito à remediação jurídica, na hipótese de violação de direitos,jé expressamente garantido por instrumentos universais e regionaisde direitos humanos.Declaração Universal dos Direitos Humanos (art 8°): “todaDeclaração Universal dos Direitos Humanos (art. 8 ): todapessoa tem o direito de receber dos tribunais nacionaiscompetentes recurso efetivo para os atos que violem os direitosfundamentais que lhe sejam reconhecidos pela Constituição ou pelafundamentais que lhe sejam reconhecidos pela Constituição ou pelalei”;Pacto Internacional dos Direitos Civil e Políticos (art. 2°);Comitê de Direitos Humanos da ONU: recomenda que o Estadoque se se envolver em violações de direitos humanos, além deprover tratamento e compensação financeira à vítima deve-seprover tratamento e compensação financeira à vítima, deve-secomprometer a investigar os fatos e punir os responsáveis;

DIREITO AO ACESSO À JUSTIÇA:ÂNO ÂMBITO INTERNACIONAL

Convenção da OIT sobre Povos Indígenas e Tribais em PaísesConvenção da OIT sobre Povos Indígenas e Tribais em PaísesIndependentes (art. 15,2; art. 16,4; art. 16,5; Formas decompensação em função de danos causados;P ã j ídi i l õ à i id d f ili àProteção jurídica contra violações à privacidade familiar, àresidência e da correspondência, bem como, contra violaçõesà honra e à reputação: diversos instrumentos são noticiadosquanto à defesa desses direitos, que já foram apreciados em juízo,juntamente com casos de degradação ambiental.Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem (artDeclaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem (art.XVIII);Convenção Americana de Direitos Humanos (art. 25, “a” e “b”);Convenção Européia de Direitos Humanos (art. 6°);Carta Africana dos Direitos dos Povos (art. 7°; art. 21 (2); art.26);26);

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Minuta de Declaração de Princípios sobre Direitos Humanos eMeio Ambiente: dispõe no princípio 20, que todos têm o direito aremédios efetivos e à reparação em procedimentos administrativosp ç pou judiciais em caso de dano ou perigo de dano ambiental;Shelton citada por Carvalho (2005, p. 297) afirma que no DireitoHumanitário se contém normas relativas a recursos jurídicos emHumanitário se contém normas relativas a recursos jurídicos emcaso de violação de direitos. Exemplos:- Convenção de Haia sobre Direito e Costumes de Guerra;- Protocolo I da Convenção de Genebra, de 1949, relativo àproteção de vítimas de conflitos armados internacionais;

DIREITO AO ACESSO À JUSTIÇA:ÂNO ÂMBITO INTERNACIONAL

NA ESFERA DO DIREITO AMBIENTAL INTERNACIONALNA ESFERA DO DIREITO AMBIENTAL INTERNACIONAL:Carta Mundial da Natureza, de 1982 (art. 22);Declaração do Rio, de 1992 (princípio 10 – recomenda que osDeclaração do Rio, de 1992 (princípio 10 recomenda que osEstados disponibilizem “o acesso a mecanismos judiciais eadministrativos efetivos, inclusive no que diz respeito àcompensação e reparação de danos” );compensação e reparação de danos .);Agenda 21;Convenção da ONU sobre Direito do Mar;Convenção de Aarhus (art. 9° - com textos de direitos humanossobre o acesso à justiça; art. 15 – procedimento de queixa –encontro das Partes – considerado um desastre pelas ONGsbi li i b i ó i dambientalistas – não tem mecanismos obrigatórios de

cumprimento);Declaração de Bizkaia sobre o Direito Humano ao MeioAmbiente, de 1999 (art. 5° e art. 6°).

DIREITO AO ACESSO À JUSTIÇA:NO ÂMBITO NACIONAL

A proteção satisfatória do ambiente global depende da atuaçãop ç g p çcoordenada entre Estados e das medidas tomadas na esferanacional.O uso dos sistemas jurídicos nacionais por indivíduos e gruposO uso dos sistemas jurídicos nacionais por indivíduos e gruposambientalistas promove pressão adicional para que os governantescumpram com as obrigações internacionais, auxiliando a conformar alíti bi t l d é tipolítica ambiental doméstica.

A participação efetiva do cidadão na proteção ambiental requer oacesso a mecanismos de reparação administrativos e judiciais.p ç jAlgumas Constituições e sistemas jurídicos nacionais provêemacesso individual a recursos jurídicos e administrativos de prevençãoe reparação de danos ambientaise reparação de danos ambientais.A ampliação da legitimação para atuar em defesa do interessepúblico em vários países, pode ser vista como parte da tendência dese incrementar a participação dos cidadãos e das ONGs nosprocessos decisórios ambientais.

DIREITO AO ACESSO À JUSTIÇA:NO ÂMBITO NACIONALNO ÂMBITO NACIONAL

Em matéria de proteção ambiental a Constituição Brasileira deEm matéria de proteção ambiental, a Constituição Brasileira de1988 conferiu, pelo menos formalmente, amplo acesso à justiça atodo cidadão, instrumentalizando-o com a ação popular paradefesa do meio ambiente tendo por fundamento o princípiodefesa do meio ambiente, tendo por fundamento o princípiodemocrático.Art. 5°, inciso LXXIII;A Carta Magna ainda prevê:- Mandado de segurança coletivo (art. 5°, inciso LXX);

M d d d I j ã ( t 5° i i LXXI)- Mandado de Injunção (art. 5°, inciso LXXI);- Ação civil pública (art. 129, inciso III);- Direito de petição (art 5° inciso XXIV alínea “a”);Direito de petição (art. 5 , inciso XXIV, alínea a );Na esfera infraconstitucional:Lei n. 7.347/1985 (ação civil pública);

DIREITO AO ACESSO À JUSTIÇA:ÇNO ÂMBITO NACIONAL

Em que pese a existência generosa de remédios jurídicos na CartaMagna e existência de legislação ambiental em vigor há mais devinte anos observe-se que é significativamente pequeno o númerovinte anos, observe se que é significativamente pequeno o númerode demandas que chegam ao STF e aos tribunais superiores.

DIREITO AO ACESSO À JUSTIÇA:ÇNO ÂMBITO ESTADUAL

Constituição do Estado do Amapá, de 1991:Art. 5°, inciso VII: “cabe ao Estado propiciar assistência jurídicagratuita e defensor aos necessitados, na forma da lei”;gratuita e defensor aos necessitados, na forma da lei ;Art. 150, inciso III: é função institucional do Ministério PúblicoEstadual – “promover o inquérito civil e ação civil pública, parat ã d t i ô i úbli i l d i bi t dproteção do patrimônio público e social, do meio ambiente, do

consumidor, do contribuinte, dos grupos socialmente discriminadose qualquer outro interesse difuso e coletivo”.

CONCLUSÃOCONCLUSÃO

SÃO OS DIREITOS AMBIENTAIS SUFICIENTES PARA SESÃO OS DIREITOS AMBIENTAIS SUFICIENTES PARA SEPROMOVER A PROTEÇÃO AMBIENTAL?A proteção ambiental exige busca de consensos, de soluçõesgcomuns, de organização e consciência comunitária.Os direitos ambientais não são suficientes, mas são ferramentasessenciais segundo Babor citado por Carvalho (2005 p 304) paraessenciais, segundo Babor citado por Carvalho (2005, p. 304) parase prevenir e reparar os danos ambientais causados por atividadeshumanas, principalmente, quando o consumismo, a industrializaçãoe o crescimento populacional são incontroláveise o crescimento populacional são incontroláveisHá necessidade de adoção do direito humano substantivo ao meioambiente ecologicamente equilibrado tanto na esfera internacionalquanto na nacional. E, também, na esfera local.

A degradação do meio ambiente em suas g çmanifestações ou efeitos globais torna todos, e cada um dos seres humanos, vítimas potenciais. Por isso,

nenhum cidadão pode permanecer alheio aosnenhum cidadão pode permanecer alheio aos problemas ambientais e toda sociedade precisa

estar engajada na luta pela melhoria, conservação e preservação deste patrimônio.

(TRINDADE, Antônio Augusto Cançado).

BIBLIOGRAFIABIBLIOGRAFIAÁAMAPÁ. Constituição do Estado do Amapá. Brasília: Senado

Federal, 2001.AMAPÁ. Lei Complementar n. 0005, de 18 de agosto de 1994.AMAPÁ. Lei Complementar n. 0005, de 18 de agosto de 1994.Institui o Código de Proteção ao Meio Ambiente do Amapá e dáoutras providências. Diário Oficial do Estado, Amapá, n. 0896,19 ago 199419 ago. 1994.CARVALHO, Edson Ferreira de. Meio Ambiente & DireitosHumanos. Curitiba: Juruá, 2005.SAMPAIO, José Adércio Leite; WOLD, Chris; NARDY, Afrânio.Princípios de Direito Ambiental na dimensão internacionale comparada. Belo Horizonte: Del Rey, 2003.e comparada. Belo Horizonte: Del Rey, 2003.