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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ESTRUTURAL E CONSTRUÇÃO CIVIL CURSO DE ENGENHARIA CIVIL RENAN CAMINHA MARINHO ANÁLISE COMPARATIVA DO LEVANTAMENTO DE QUANTITATIVOS ENTRE O MÉTODO MANUAL E A PLATAFORMA BIM FORTALEZA 2017

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE … · manual com o auxílio de uma ferramenta CAD e o automático com a plataforma BIM, utilizando o Revit , para as etapas de fundação,

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

CENTRO DE TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ESTRUTURAL E CONSTRUÇÃO CIVIL

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

RENAN CAMINHA MARINHO

ANÁLISE COMPARATIVA DO LEVANTAMENTO DE QUANTITATIVOS ENTRE

O MÉTODO MANUAL E A PLATAFORMA BIM

FORTALEZA

2017

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RENAN CAMINHA MARINHO

ANÁLISE COMPARATIVA DO LEVANTAMENTO DE QUANTITATIVOS ENTRE

O MÉTODO MANUAL E A PLATAFORMA BIM

Monografia apresentada ao curso de

Engenharia Civil da Universidade Federal do

Ceará, como requisito parcial para obtenção do

título de engenheiro civil.

Orientador: Alexandre Araújo Bertini

FORTALEZA

2017

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação Universidade Federal do Ceará

Biblioteca UniversitáriaGerada automaticamente pelo módulo Catalog, mediante os dados fornecidos pelo(a) autor(a)

M291a Marinho, Renan Caminha. Análise comparativa do levantamento de quantitativos entre o método manual e a plataforma BIM /Renan Caminha Marinho. – 2017. 94 f. : il. color.

Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) – Universidade Federal do Ceará, Centro de Tecnologia,Curso de Engenharia Civil, Fortaleza, 2017. Orientação: Prof. Dr. Alexandre Araújo Bertini.

1. Orçamento. 2. Levantamento de quantitativos. 3. BIM. 4. CAD. I. Título. CDD 620

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RENAN CAMINHA MARINHO

ANÁLISE COMPARATIVA DO LEVANTAMENTO DE QUANTITATIVOS ENTRE

O MÉTODO MANUAL E A PLATAFORMA BIM

Monografia apresentada ao curso de Engenharia Civil da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do título de engenheiro civil.

Aprovado em: ____/____/_______.

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________ Prof. Dr. Alexandre Araújo Bertini (Orientador)

Universidade Federal do Ceará (UFC)

__________________________________________ Prof. Dr. Ricardo Marinho de Carvalho

Universidade Federal do Ceará (UFC)

__________________________________________ Profa. M.Sc. Geórgia Morais Jereissati

Universidade de Fortaleza (UNIFOR)

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“Mesmo diante da maior das atrocidades, não

experimentaremos sentimentos como o ódio e o

desprezo. Ao invés disso, nossos corações

transbordarão amor e compaixão.”

Forfun

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, pela vida e por ter me guiado e dado forças

durante essa longa caminhada.

Aos meus pais, Darckles Marinho e Roseane Marinho, por todo amor, carinho,

apoio, e, principalmente, pela educação. Obrigado por sempre acreditarem em mim, espero um

dia ser um pai tão bom como vocês são para mim. Nada disso seria possível sem vocês.

À minha irmã, Cintia Marinho, pelo companheirismo e ombro amigo durante toda

a minha jornada. Foram noites e noites indo ao seu quarto reclamar e você me aguentou

pacientemente (nem sempre) e me acalmou.

À minha vó, meus tios e primos, por acreditarem que eu serei alguém na vida.

À minha amada namorada e melhor amiga, Bianca Vieira, por todo o apoio, amor,

fé depositada e por acreditar mais em mim do que eu mesmo. Você foi um pilar na construção

desse projeto, desde a concepção até a sua aplicação (obrigado por emprestar o notebook e me

ensinar a usar o que eu não sabia do Revit). Você é a luz da minha vida.

Às amizades que fiz durante esse ciclo na universidade, seja na graduação ou no

PET, principalmente a Bruna, Felipe, Digs, Rodrigo e Thiago. Foi muito divertido passar tudo

isso com vocês, nas vitórias ou dificuldades.

Aos amigos Afrânio, Bruno, Clarissa, Karla, Layssa, Lucas Mariana, Moura, Neto e

Raoni, que me apoiaram durante esse ano e, de algum modo, contribuíram para meu crescimento

pessoal, além dos quilos a mais.

Aos colegas da CAGECE, Adriano, Aline, Camila, Diego, Eliane, Jaybene,

Matheus e Pedro, por tornarem o estágio em um divertido ambiente de trabalho e aprendizado.

Às pessoas que me deram a oportunidade de pôr meus conhecimentos de engenharia

em prática, Lucas Veras, Ricardo Fernandes e Magno Freitas.

Ao professor Alexandre Bertini, pela orientação, incentivo e por ter acompanhado

minha trajetória até aqui, desde o PET, sempre acreditando no meu potencial.

Aos professores Ricardo Marinho e Geórgia Jereissati, por terem aceito o convite

para compor a banca examinadora.

E por fim, a todos os professores do curso de Engenharia Civil da Universidade

Federal do Ceará pela contribuição para a minha formação acadêmica e profissional.

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RESUMO

O levantamento de quantitativos é uma etapa muito importante para a área da construção civil,

pois a partir dele são definidos o escopo do projeto e a listagem dos itens relacionados a

execução da obra, além do orçamento do empreendimento. A precisão desta etapa pode ser um

diferencial para a tomada de decisão de um cliente ou de uma construtora, pois é uma base para

o estudo de viabilidade. Atualmente, o levantamento de quantitativos é realizado, em sua grande

maioria, por métodos manuais com o auxílio de ferramentas CAD, entretanto, esse processo

pode apresentar falhas e imprecisões devido a erros que se propagam por todo o levantamento.

Com isso, a tecnologia do Building Information Modeling (BIM), através da sua modelagem

em 3D, atualização automática do projeto e identificação de erros e interferências, é capaz de

quantificar os materiais e serviços de um projeto de forma mais precisa. Então, o presente

projeto tem como objetivo realizar uma análise comparativa entre os dois métodos. Para isso,

foram selecionados, interpretados e analisados dois projetos diferentes para os estudos de caso,

sendo uma casa e um prédio, aplicando os dois tipos de levantamentos de quantitativos, o

manual com o auxílio de uma ferramenta CAD e o automático com a plataforma BIM,

utilizando o Revit, para as etapas de fundação, estrutura, alvenaria e acabamentos em geral, que

juntas ultrapassam o valor de 50% do total de uma obra. Buscou-se quantificar e identificar

quais são os motivos e os impactos da diferença entre os dois métodos, apontando qual é o mais

rápido e preciso para o levantamento de quantitativos e, consequentemente, para o orçamento

de uma obra. Assim, encontrou-se variações percentuais de aproximadamente 7% para menos

utilizando o BIM, tendo os principais pontos de divergências as alvenarias e acabamentos.

Palavras-chave: Levantamento de quantitativos. BIM. CAD. Orçamento.

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ABSTRACT

The quantitative survey is a very important step for the civil construction area, because it defines

the scope of the project and the listing of the items related to the execution of the work, as well

as the budget of the project. The precision of this stage can be a differential for the decision

making by a client or a construction company, as it is a basis for the feasibility study. Currently,

quantitative surveys are performed mostly by manual methods with the help of CAD tools,

however, this process may present flaws and inaccuracies due to errors that propagate

throughout the survey. Therewith, Building Information Modeling (BIM) technology, through

its 3D modeling, automatic project update and error and interference identification, is able to

quantify the materials and services of a project more accurately. So, the present project aims to

perform a comparative analysis between the two methods. For this purpose, two different

projects were selected, interpreted and analyzed for the case studies, one of them being the

design of a house and the other of a building, applying the two types of quantitative survey, the

manual with the aid of a CAD tool and the automatic with the platform BIM, which together

have a value that exceeds 50% of the total of a work. It was sought to identify how much is and

what are the reasons and the impacts of the difference between the two methods, pointing out

the fastest and most accurate for the quantitative survey and, consequently, for the budget of a

work. Thus, percentage variations of approximately 7% were found using BIM, with the main

points of divergence in masonry and finishes.

Keywords: Quantitative survey. BIM. CAD. Budget.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Diferença entre CAD e BIM ................................................................................... 14

Figura 2 – Tabela de serviços da SEINFRA............................................................................. 21

Figura 3 – Formulário em planilha eletrônica para revestimentos ........................................... 23

Figura 4 – Gráfico comparativo entre o processo tradicional de desenvolvimento de projetos

(CAD) e o processo BIM .......................................................................................................... 36

Figura 5 – Procedimentos metodológicos do trabalho ............................................................. 38

Figura 6 – Oferta da Autodesk para BIM ................................................................................. 39

Figura 7 – Modelo 3D do experimento “A” ............................................................................. 43

Figura 8 – Planta de situação do Experimento “A” .................................................................. 44

Figura 9 – Planta baixa do térreo e coberta do Experimento “A” ............................................ 44

Figura 10 – Modelo 3D do experimento “B” ........................................................................... 45

Figura 11 – Planta de locação do Experimento “B” ................................................................. 46

Figura 12 – Planta dos subsolos do Experimento “B” ............................................................. 46

Figura 13 – Planta do térreo com pilotis do Experimento “B” ................................................. 47

Figura 14 – Planta do mezanino do Experimento “B” ............................................................. 48

Figura 15 – Planta baixa do pavimento tipo do Experimento “B” ........................................... 48

Figura 16 – Planta de coberta do Experimento “B” ................................................................. 49

Figura 17 – Contorno da impermeabilização do baldrame (cota em centímetros) ................... 50

Figura 18 – Cortes A-A e B-B do Experimento “A” ................................................................ 51

Figura 19 – Fachada principal e lateral do Experimento “A” .................................................. 52

Figura 20 – Quadro de esquadrias do Experimento “A” .......................................................... 53

Figura 22 – Software de cálculo de escadas ............................................................................. 56

Figura 23 – Criação de um novo elemento na modelagem ...................................................... 58

Figura 24 – Inserção de camadas do elemento ......................................................................... 59

Figura 25 – Criação e edição de novos materiais ..................................................................... 60

Figura 26 – Problema 01 na modelagem de vergas .................................................................. 61

Figura 27 – Problema 02 na modelagem de vergas .................................................................. 61

Figura 28 – Primeiro passo do levantamento de quantitativos no Autodesk Revit .................. 62

Figura 29 – Segundo passo do levantamento de quantitativos no Autodesk Revit .................. 63

Figura 30 – Terceiro passo do levantamento de quantitativos no Autodesk Revit .................. 63

Figura 31 – Tabela de quantitativos e procedimento de exportação ........................................ 64

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Figura 32 – Criação de fundação tipo sapata ............................................................................ 65

Figura 33 – Estrutura do experimento “B” ............................................................................... 66

Figura 34 – Criação de vigas e pilares ...................................................................................... 66

Figura 35 – Criação de lajes ..................................................................................................... 67

Figura 36 – Resultado da laje nervurada .................................................................................. 68

Figura 37 – Criação de rampas ................................................................................................. 68

Figura 38 – Criação de escadas ................................................................................................ 69

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Variação de custos de uma obra ............................................................................. 12

Tabela 2 – Dimensões dos quantitativos .................................................................................. 22

Tabela 3 – Permanência dos quantitativos ............................................................................... 23

Tabela 4 – Diferença percentual do orçamento entre métodos do Experimento “A” .............. 71

Tabela 5 – Diferença percentual do orçamento entre métodos do Experimento “B” ............... 72

Tabela 6 – Comparação qualitativa entre método .................................................................... 73

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 11

1.1 Contextualização ............................................................................................................... 11

1.2 Justificativa ....................................................................................................................... 14

1.3 Objetivos ............................................................................................................................ 15

1.3.1 Objetivo Geral ............................................................................................................ 15

1.3.2 Objetivos Específicos ................................................................................................. 15

1.4 Estrutura do trabalho ...................................................................................................... 16

2 REVISÃO BIBIOGRÁFICA .............................................................................................. 17

2.1 Orçamento ......................................................................................................................... 17

2.2.1 Secretária de Infraestrutura – SEINFRA ................................................................. 20

2.2 Levantamento de quantitativos ....................................................................................... 21

2.3 Computer Aided Design (CAD) ...................................................................................... 25

2.4 Building Information Modeling (BIM) ........................................................................... 28

2.4.1 Benefícios da tecnologia BIM ................................................................................... 30

2.4.2 Modelagem com BIM ................................................................................................ 32

2.4.3 BIM aplicado no levantamento de quantitativos e na orçamentação ...................... 34

2.5 BIM x CAD ....................................................................................................................... 35

3 METODOLOGIA ................................................................................................................ 37

3.1 Seleção dos softwares........................................................................................................ 38

3.2 Análise dos projetos e escolha dos serviços .................................................................... 40

3.3 Levantamento de quantitativos no método manual ...................................................... 40

3.4 Modelagem e levantamento de quantitativos com a plataforma BIM ......................... 41

3.5 Comparação de resultados ............................................................................................... 42

4 ESTUDOS DE CASOS ........................................................................................................ 43

4.1 Contextualização do Experimento “A” .......................................................................... 43

4.2 Contextualização do Experimento “B”........................................................................... 45

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4.3 Quantitativos pelo método manual do experimento “A” .............................................. 49

4.4 Quantitativos pelo método manual do experimento “B” .............................................. 54

4.5 Modelagem e quantitativos pelo método BIM do experimento “A” ............................ 58

4.6 Modelagem e quantitativos pelo método BIM do experimento “B” ............................ 64

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES ...................................................................................... 70

6 CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 75

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 78

APÊNDICE A – Quantitativos manuais do Experimento “A” .......................................... 83

APÊNDICE B – Quantitativos pelo Autodesk Revit do Experimento “A” ...................... 84

APÊNDICE C – Quantitativos manuais do Experimento “B” .......................................... 85

APÊNDICE D – Quantitativos pelo Autodesk Revit do Experimento “B” ...................... 88

APÊNDICE E – Diferença percentual de quantitativos do Experimento “A” ................. 91

APÊNDICE F – Diferença percentual de quantitativos do Experimento “B” ................. 92

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11 1 INTRODUÇÃO

1.1 Contextualização

A construção civil no Brasil apresenta problemas e atrasos quanto ao método

utilizado, principalmente se for analisado o planejamento e a execução, possuindo um processo

construtivo muito artesanal e que já está muito enraizado na cultura da população e de grande

parte dos construtores, focando bastante em alvenaria e o concreto armado tradicional, e ainda

possui diversas falhas na troca de informações e coordenação de projetos, seja ela entre obra e

sala técnica, ou entre os próprios projetistas de cada etapa do ciclo de vida do edifício. Essa

falha de compatibilização acaba gerando diversos erros, seja eles relacionado a projetos ou

execução, o que pode causar problemas, desperdícios em geral e atrasos nos calendários das

obras.

Além disso, a questão dos desperdícios de materiais pode ser considerada uma das

mais críticas. De acordo com Bastos (2015), o desperdício de massa fina pode chegar a 80% e

o de tintas e tijolos para alvenaria de vedação, a mais de 25%.

Uma etapa da construção civil que tem condições de colaborar com a redução de

desperdícios e é fundamental para qualquer empreendimento de construção é a fase de

orçamentação. Os orçamentos na construção civil se baseiam no levantamento dos serviços

envolvidos, dos quantitativos, dos seus respectivos valores unitários e, por fim, no valor global

final do empreendimento.

O levantamento de quantitativos de um empreendimento é uma etapa essencial da

área da construção civil, pois a partir dele é definido o escopo do projeto, já que é um método

eficaz para poder mapear e listar todos os itens que constam nos projetos relacionados a obra

em questão e que são necessários à sua execução. Além disso, sua precisão é de grande

importância para que seja desenvolvido um orçamento detalhado e bem estruturado, com prazos

de execução realistas e dentro do esperado de produtividade (MELHADO; PINTO, 2015).

Além disso, é através do orçamento de um empreendimento que se torna possível

verificar o custo das etapas construtivas e suas variações de acordo com o tipo de obra a ser

executada. Na Tabela 1, é possível observar essa variação e perceber quais são as etapas que

mais consomem recursos financeiros, ou seja, aquelas que se precisa ter o maior cuidado e

precisão no levantamento de quantitativos, pois os seus valores representam uma grande parcela

do empreendimento. Dentre elas, pode-se ver que se destacam a etapa de estruturas, que pode

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12 atingir um valor de até 22% do final da obra e a fase de revestimento e pinturas (contando juntas

como todos os tipos de acabamentos), que juntas, podem chegar a quase 40% do valor final.

Tabela 1 – Variação de custos de uma obra

Etapa Variação de custos Projetos e aprovações 5% a 12% Serviços preliminares 2% a 4% Fundações 3% a 7% Estrutura 14% a 22% Alvenaria 2% a 5% Cobertura 4% a 8% Instalações hidráulicas 7% a 11% Instalações elétricas 5% a 7% Impermeabilização/isolamento térmico 2% a 4% Esquadrias 4% a 10% Revestimentos e acabamentos 15% a 32% Vidros 1% a 3% Pintura 4% a 6% Serviços complementares Até 1%

Fonte – Adaptado de Blog Ademilar, Consorcio de investimento imobiliário (2013).

Vem se tornando cada vez mais necessários avanços na industrialização e

racionalização da construção civil, o que pode-se observar no exemplo dos desenvolvimentos

apresentados no uso de pré-moldados e pré-fabricados de concreto, tecnologias que buscam

optimização de tempo e gastos de materiais. Com isso, observa-se que esses fenômenos na

construção civil buscam eliminar improvisações nos canteiros, qualificar a mão de obra,

otimizar o custo, padronizar e racionaliza, elaborar melhores cronogramas e, o mais importante,

produzir em série e em grandes escalas.

Para potencializar e automatizar a compatibilização entre projetos, ampliar a troca

de informações e otimizar a produtividade e redução de desperdícios, pode-se utilizar diversos

tipos de análises, tecnologias ou metodologia que se aliam ao processo de racionalização da

construção, tornando-o mais rápido e menos custoso. Dentre essas potências, existe um que está

cada vez ganhando mais espaço, tanto por atender os pontos citados anteriormente, como pelo

seu grande leque de opções e versatilidade, temos uma plataforma conhecido como Building

Information Modeling (BIM), que permite um trabalho completo em diversas etapas da vida

útil da obra, partindo do planejamento, execução, até manutenções futuras.

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A plataforma BIM pode ser entendida como um conjunto de políticas, processos e

tecnologias que, combinados, geram uma metodologia para gerenciar o processo de projetar

uma edificação e seus processos relacionados, trabalhando as suas informações e dados

materializados em softwares (como o Revit e o ArchCAD). A ferramenta é uma nova plataforma

da tecnologia aplicada a construção civil que possibilita a modelagem dos diversos tipos de

projetos, o armazenamento e detalhamento de especificações a respeito de cada fator presente

na edificação ou instalação e o acesso fácil aos mesmos, caso se deseje construir, usar e manter,

possibilitando que os processos atuais, baseados apenas em documentos, sejam realizados

baseados em modelos muito mais eficazes (CATELANI, 2016).

Boa parte dos projetos de edificações são concebidos a partir de desenhos em duas

dimensões, possuindo plantas baixas, planos, elevações e cortes, elaborados em softwares de

Computer Aided Design (CAD), em sua grande maioria. Com o aparecimento da modelagem

de informações, pôde-se ir além do 3D, restrito as três dimensões primárias (altura, largura e

comprimento), chegando-se ao conceito da quarta dimensão (4D) representada pelo tempo, e o

custo como a quinta dimensão (5D). Com isso, os elementos presentes na construção podem

ser definidos individualmente, sendo atribuídos propriedades e informações associadas como,

por exemplo, numa parede, ir além da sua identidade geométrica, podendo ser adicionado

parâmetros de informação, como o material que a compõe, seu número de camadas, a textura

da superfície, suas propriedades térmicas e acústicas, entre outros (BRAGA, 2015).

Existem inúmeros benefícios da plataforma BIM, dentre eles, pode-se citar a

visualização 3D do que está sendo projetado aliada ao armazenamento de informações e

especificações que a plataforma é capaz de realizar, ou seja, a possibilidade de extrair

automaticamente quantitativos da construção, por exemplo. Além disso, a ferramenta pode

realizar ensaios e simulações prévias das etapas de montagem da construção, realizadas no

computador, com os diferentes tipos de materiais e técnicas construtivas, identificação

automática de interferências geométricas, possibilidade de realizar obras mais complexas,

elaboração de documentos mais íntegros e consistentes, entre outra gama de vantagens. Essa

série de itens se mostram a frente do que é possível com a utilização das ferramentas CAD e

um pequeno resumo dessas diferenças podem ser observadas na Figura 1.

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Figura 1 – Diferença entre CAD e BIM

Fonte – Adaptado de Faria (2007).

Com isso, pode-se perceber o enorme potencial desta ferramenta na colaboração da

industrialização e racionalização da construção civil, principalmente no cenário atual brasileira,

onde a prática de construir, como dito anteriormente, ainda é visto como algo artesanal e

conservador, muitas vezes resistindo a mudanças que, hoje em dia, são extremamente

necessárias para se obter avanços no setor construtivo. Além disso, esta ferramenta ainda pode

tornar mais rápido e preciso o levantamento de quantitativos e, consequentemente, o orçamento

de um empreendimento, como nos casos abordados no presente trabalho.

1.2 Justificativa

Têm-se no Brasil, atualmente, muitas dificuldades relacionadas a construção civil,

o que torna esse tipo de serviço atrasado, em determinadas pontos, em relação a muitos países

desenvolvidos. Essas dificuldades estão relacionadas, principalmente, à mão-de-obra não

especializada presente nos mais diversos segmentos da construção, à falta ou a má elaboração

de projetos em geral e ao mal planejamento de obras, gerando muitos desperdícios. Além disso,

o modelo de construção utilizado atualmente está muito enraizado a muitos anos, seguindo

ainda os padrões da Roma antiga, sendo “tijolo por cima de tijolo”, o que torna difícil que

muitas das grandes construtoras presentes no território brasileiro comecem a investir nessa

tecnologia, parte disso por falta de interesse, outra por desconhecimento, outras por medo dos

riscos financeiros.

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15

Está se tornando cada vez mais necessário a difusão de uma colaboração

multidisciplinar e uma compatibilização mais eficiente entre os projetos, principalmente pela

crescente complexidade de obras que estão surgindo no cenário atual e prazos cada vez mais

curtos para a realização destes. Pode-se citar a grande necessidade de levantamento de

quantitativos, orçamentos e planejamentos de obras e projetos mais bem elaborados, feito de

forma errada, pode gerar um grande percentual de desperdícios na construção civil. Sendo

assim, o papel do BIM pode vir a se tornar essa ferramenta que agrega todas as partes envolvidas

no planejamento e execução de uma construção, fornecendo informações detalhadas que podem

ser utilizadas por todos os envolvidos direto e indiretamente com a obra.

Portanto, o presente trabalho se justifica pela necessidade de analisar os reais

impactos que a plataforma BIM pode causar na modelagem de projetos e qual o percentual de

diferença que isso pode gerar no levantamento de quantitativos de uma obra. Espera-se, então,

contribuir para a difusão da ferramenta e mostrar o quanto ela pode potencializar a

racionalização da construção civil, passando a ser um processo mais rápido, automatizado e

com menos desperdícios.

1.3 Objetivos

1.3.1 Objetivo Geral

O objetivo geral deste estudo é realizar uma análise comparativa entre o

levantamento de quantitativos de obras utilizando o método tradicional, com o auxílio do CAD,

e o método utilizando a plataforma BIM, identificando os motivos e os impactos que as

diferenças entre os métodos podem causar ao valor do orçamento.

1.3.2 Objetivos Específicos

(a) Selecionar e analisar projetos para o estudo de casos e determinar os principais

serviços da construção civil a serem trabalhados;

(b) Realizar leitura e interpretação dos projetos selecionados e levantar os

quantitativos dos mesmos manualmente, com o auxílio de uma ferramenta CAD;

(c) Elaborar a modelagem em 3D dos projetos selecionados utilizando a plataforma

BIM e utilizar o seu levantamento de quantitativos automático;

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16

(d) Desenvolver uma análise comparativa entre os dois métodos, identificando os

principais pontos de divergência e suas causas, apresentando as vantagens e

desvantagem de cada método, utilizando o orçamento como um dos indicativos.

1.4 Estrutura do trabalho

A estrutura do trabalho foi dividida em seis capítulos, que tem seu conteúdo

explicado a seguir.

O primeiro capítulo é o de introdução, onde se apresentam as considerações iniciais,

contextualização do caso, expondo o que justificou o trabalho, mostrando os objetivos gerais,

específicos e estrutura do trabalho.

O segundo capítulo compreende a revisão bibliográfica, na qual está o

embasamento teórico deste trabalho. Foram realizadas diversas pesquisas em livros, artigos,

periódicos, teses, revistas especializadas, trabalhos científicos, apostilas técnicas e anais de

modo a ajudar na fundamentação teórica do trabalho. Assim, foram apresentados os conceitos,

aplicações e definições com o foco em levantamento de quantitativos, orçamento e tecnologia

BIM.

O terceiro capítulo contempla a metodologia adotada ao realizar esse trabalho,

demonstrando as ferramentas, os materiais e os passos que foram utilizados para se atingir o

objetivo em questão.

O quarto capítulo demonstra os estudos de casos e suas particularidades, onde

houve a aplicação do levantamento de quantitativos tanto manualmente, como pela ferramenta

BIM.

O quinto capítulo apresenta os resultados e discussões, comparando-se os resultados

e discorrendo-se sobre as diferenças obtidas entre os métodos, realizando tanto análises

quantitativas como qualitativas.

O sexto capítulo e último capítulo, por fim, são apresentas as conclusões relativas

ao trabalho apresentado, mostrando as considerações mais relevantes analisadas na produção

do estudo, comparando os objetivos iniciais com os resultados obtidos. Serão apresentadas

ainda recomendações para trabalhos futuro desta linha de pesquisa, permitindo assim dar

continuidade do estudo em questão.

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17 2 REVISÃO BIBIOGRÁFICA

2.1 Orçamento

O orçamento de um empreendimento é o cálculo dos custos necessários para

executá-lo, sendo uma das primeiras fontes de informação que se deve conhecer ao estudar o

projeto. A construção pode gerar gastos consideráveis e, em função desse valor, pode-se

determinar se o empreendimento é viável ou não. Com isso, quanto mais detalhado um

orçamento, mais próximo ele será do custo real, podendo resultar em lucros ou prejuízos para

a empresa de acordo com o seu nível de elaboração. O orçamento pode ser dividido, ainda, em

relação a sua fase no projeto, podendo ser uma estimativa de custo, um orçamento preliminar

ou um orçamento detalhado. Assim, para elaborar um orçamento, é necessário desenvolver,

além do cálculo dos custos, uma série de outras tarefas complementares (CORDEIRO, 2007).

A estimativa de custos e o estabelecimento do preço de vendas é, basicamente, uma

forma de previsão, pois muitos são os fatores que podem influenciar e contribuir para os custos

de um empreendimento. A técnica orçamentária envolve a identificação, descrição,

quantificação, análise e valorização se uma grande série de itens, requerendo muita atenção e

habilidade técnica para não ocorrer enganos. Como o orçamento é realizado antes da construção

do produto, muito deve ser feito para que não haja lacunas na composição do custo, nem

considerações erradas (MATTOS, 2006).

De acordo com Limmer (1997), o orçamento ainda pode ser definido como a

estimativa dos gastos necessários para a realização de um projeto. A preparação de um

orçamento é de extrema importância para um bom planejamento devido ao fato de servir como

base para o sucesso de um empreendimento de construção civil.

Ainda segundo o autor, o orçamento deve satisfazer os objetivos de definir o custo

de execução de cada atividade, elaborar um documento contratual que serve de base para o

faturamento da empresa, servir como referência na análise dos rendimentos obtidos dos

recursos empregados na execução e fornecer informações para o desenvolvimento de

coeficientes técnicos confiáveis, visando o aperfeiçoamento da capacidade técnica e da

competitividade da empresa que executa o projeto.

Sendo assim, o orçamento na construção civil consiste no custo da obra antes da

sua realização, elaborado com base em documentos, que devem ser de alta credibilidade, como

projetos, memoriais descritivos e encargos, considerando todos os custos diretos e indiretos

envolvidos nesse tipo de empreendimento, tudo o que possa influenciar no custo final. Para

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18 montar esse tipo de orçamento é necessário conhecer coeficiente de produtividade da mão-de-

obra, consumo de materiais, de equipamentos utilizados, entre outros aspectos. Além disso, um

orçamento mais detalhado se torna mais útil, sendo uma referência para a execução, pois o

engenheiro passa a ter as informações sobre a quantidade de cada atividade que terá q executar,

facilitando o controle de custos (CORDEIRO, 2007).

O orçamento de um projeto se baseia na previsão de ocorrência de atividades

futuras, logicamente ligadas entre si e que consumem diferentes recursos, acarretando cursos

que são, em geral, expressos em termos monetários, sendo uma previsão de custos ao longo do

prazo de execução do projeto, podendo se assemelhar ao real (LIMMER, 1997).

Orçar não é um mero exercício de futurologia ou jogo de adivinhação, pois um

trabalho bem executado, com critério técnicos bem estabelecidos, utilizando informações

confiáveis e um bom julgamento do profissional orçamentista, podem levar a orçamentos

precisos, porém não exatos, porque o verdadeiro custo de um empreendimento é virtualmente

impossível de se estabelecer de antemão. Então, o orçamento deve envolver uma estimativa de

custos em função da qual o construtor irá atribuir seu preço de venda (MATTOS, 2006).

O orçamento de uma obra, de forma simplificada, é composto pelo levantamento

das quantidades de serviço a serem executados, consumo unitário (valor indicador da

produtividade ou do consumo de materiais) e o preço unitário referente a mão-de-obra ou

materiais (MARCHIORI, 2009).

De acordo com Mattos (2006), o orçamento é diferente da orçamentação. A

preocupação com os custos de um empreendimento começa cedo, antes mesmo do início da

construção, sendo na fase de orçamentação, quando é feito um levantamento preliminar dos

custos prováveis de execução da obra, sendo este processo uma das principais áreas de negócio

da construção civil, pois ele é a base de fixação do preço de um projeto. Ou seja, o orçamento

é o produto final, enquanto a orçamentação é o processo.

O autor ainda afirma que para uma orçamentação bem elaborada, um dos requisitos

básicos para um bom orçamentista é um conhecimento técnico detalhado do serviço, devendo

ter uma interpretação aprofundada dos desenhos, planos e especificações da obra para

estabelecer a melhor maneira de realizar cada tarefa, identificando, assim, cada serviço e seus

custos de execução envolvidos.

Um orçamento detalhado, preciso e correto depende diretamente de um projeto

executivo com todos os detalhamentos, especificações, memoriais, cadernos de encargos,

planos de contas, composições realistas, além de elevada capacidade de interpretação do

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19 orçamentista dos diversos projetos e desenhos que compõem um empreendimento (COSTA,

2016).

Para Mattos (2006), a orçamentação se divide em três grandes etapas de trabalho,

apresentadas a seguir:

(a) Estudo das condicionantes ou condições de entorno, que engloba a leitura e

interpretação do projeto, especificações técnicas, estudo do edital e visitas técnicas;

(b) Composições de custos, que compreende a identificação dos serviços,

levantamento de quantitativos, discriminação dos custos diretos e indiretos, cotação dos preços

e definição dos encargos sociais e trabalhistas;

(c) Fechamento do orçamento, representada pela definição da lucratividade, cálculo

do BDI e desbalanceamento de planilha.

O orçamento propriamente dito requer o levantamento das quantidades e a

composição dos custos de cada serviço, sendo o orçamento detalhado o que gera um produto

final mais complexo e confiável. De acordo com Mattos (2006), existem três tipos de graus de

detalhamento: a estimativa de cursos, o orçamento preliminar e o orçamento analítico.

A estimativa de custos se baseia na avaliação expedita com base nos custos

históricos e comparação com projetos similares, dando uma ideia aproximada da ordem de

grandeza do custo do empreendimento. Esse tipo de orçamento é usado quando se está

realizando o planejamento preliminar do empreendimento, a fim de obter o custo da obra

através das áreas de construção por custos unitários pelo indicador do metro quadrado. Inúmeras

são as fontes de referências para esse parâmetro, sendo o Custo Unitário Básico (CUB) o mais

utilizado, mas isso não impede que empresas ou construtoras possam usar seus próprios

indicadores (MATTOS, 2006).

O orçamento preliminar é mais detalhado que a estimativa de custos, pois necessita

do levantamento de quantitativos e requer a pesquisa de preços dos principais insumos e

serviço, o que faz com que possua grau de incerteza menor. Este tipo de orçamento trabalha

com uma quantidade maior de indicadores (como volume de concreto e peso de armação), que

servem para gerar pacotes de trabalho menores, facilitando a orçamentação e análise de

sensibilidade de preços. Em obras similares, a construtora pode gerar seus próprios indicadores

e embora os prédios possuam projetos de arquitetura distintos, os seus indicadores não diferem

tanto (MATTOS, 2006).

Este tipo de orçamento possui grau de informação maior, pois parte de dados

conhecidos do projeto, como espessura de laje, pé direito, tipo de coberta, quantidades de

pavimentos, número de unidades habitacionais, etc. Entretanto, mesmo contendo mais

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20 informações que a estimativa de custos, ainda está abaixo do nível de detalhe do orçamento

analítico detalhado (COSTA, 2016).

Por fim, o orçamento analítico, ou detalhado, é elaborado com composições de

custos e extensa pesquisa de preço dos insumos e serviços, os quantitativos são levantados com

base em projetos executivos quem possuam informações confiáveis do empreendimento,

procurando chegar em um valor próximo ao custo real do empreendimento, com uma margem

reduzida de incertezas (MATTOS, 2006; COSTA, 2016).

Para Xavier (2008), o orçamento detalhado é o método mais preciso para a

avaliação de custos de um determinado empreendimento, pois se considera todas as etapas da

obra na aquisição de materiais, contratação da mão de obra, administração local e central,

pagamento dos impostos, taxas e leis sociais, além da definição da Bonificação das Despesas

Indiretas (BDI), bem como a formação do preço final do produto. Sendo assim, para a

elaboração de um orçamento detalhado, é fundamental que o profissional tenha um bom

conhecimento de todos os métodos construtivos envolvidos na execução da obra.

Para a orçamentação, precisa-se ter em mãos os valores das composições e insumos

de cada serviço da construção civil. Para isso, existem uma série de tabelas presentes no

mercado que apresentam os custos atuais dos serviços de um empreendimento que auxiliam no

preenchimento de uma planilha orçamentária. Os principais exemplos presentes na atualidade

do estado do Ceará são as tabelas elaborados pelo Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e

Índices da Construção Civil (SINAPI) e pela Secretária de Infraestrutura (SEINFRA) do estado

do Ceará. Apesar disso, cada empresa de construção pode elaborar e utilizar suas próprias

composições e preços.

De acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), 20% dos salários dos

empregos com carteira assinada não destinada a despesas previdenciárias e para estimular o

crescimento industrial do pais, o governo permite desonerar a folha de pagamento, ou seja,

torna passível de recolhimento de cerca de 4,5% da receita bruta da empresa para as

contribuições de previdência. Cabe a empresa escolher qual seria a situação mais vantajosa,

desonerar ou não a folha de pagamento.

2.2.1 Secretária de Infraestrutura – SEINFRA

A Secretaria da Infraestrutura (SEINFRA) do estado do Ceará elabora uma tabela

de custos unitários e serviços de engenharia, utilizada para elaboração de orçamentos,

principalmente nas áreas de construção civil, saneamento, rodovias, ferrovias e portos, que se

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21 baseia na variação do preço de mercado (incluindo mão de obra). A tabela foi criada em 2001,

sendo atualizada pelo menos uma vez por ano, surgindo através da necessidade de se unificar e

padronizar as boas práticas da engenharia no setor público.

As tabelas podem ser encontradas no site da SEINFRA/CE, de forma gratuita,

sendo dividida entre os serviços com desoneração, sem desoneração e ainda subdividida por

tipo de etapa da construção, o que facilita a pesquisa. A Figura 3 mostra o exemplo da tabela,

com descrição, código, unidade e valor unitário.

Figura 2 – Tabela de serviços da SEINFRA

Fonte – SEINFRA (2016).

2.2 Levantamento de quantitativos

Para o setor da construção civil, o levantamento de quantitativos é uma etapa

fundamental para a definição do orçamento dos empreendimentos, pois eles são quantificados

tanto os serviços, quanto os materiais para a obra. Desta forma, o profissional orçamentista deve

compreender e ter o domínio sobre a forma como os serviços de uma construção devem ser

realizados para que se tenha noção do que é necessário, material e mão-de-obra, para a etapa de

execução. Com isso, pode-se concluir que o levantamento de quantitativos oferece suporte tanto

para o setor financeiro da empresa, quanto para servir como base para o planejamento do

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22 empreendimento, uma vez que pode fornecer a quantidade de horas-homem necessárias para

cada serviço (BRAGA, 2015).

A definição de quantitativos, a partir de um projeto, compreende a elaboração de

cálculos baseados nas composições, como volume de concreto para elementos estruturais, área

de superfície, quantidade de ferragem, quantidade de esquadrias, região de pintura, área de

tralhado, volumes de cortes e aterro, escavação das fundações, entre outros. Esse levantamento

de quantitativos de materiais e serviços influencia diretamente no planejamento da obra

(XAVIER, 2008).

Os quantitativos podem ser entendidos como os materiais e trabalhos necessários

para se realizar a obra e podem ser definidos em projeto a partir da elaboração de cálculos

baseados nas suas composições. Segundo Mattos (2006), eles podem ter classificados em

diferentes tipos de medidas, como: volumes, peso, áreas, lineares ou adimensionais, com

exemplos representados na Tabela 2.

Tabela 2 – Dimensões dos quantitativos

Dimensão Exemplo Lineares Tubulação, meio-fio, sinalização horizontal de estrada, rodapé

Superficiais ou de área Limpeza e desmatamento, fôrma, alvenaria, forro, esquadria, pintura, impermeabilização, plantio de grama

Volumétricos Concreto, escavação, aterro, dragagem, bombeamento

De peso Armação, estrutura metálica

Adimensionais Referem-se a serviços que são pagos por medida, mas por simples contagem: postes, portões, placas de sinalização, comportas

Fonte – Adaptado de Mattos (2006).

Ainda segundo o autor, as quantidades podem ser classificadas quanto a sua

permanência na obra, como apresentado na Tabela 3.

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Tabela 3 – Permanência dos quantitativos

Classe Característica Exemplo

Permanentes Ficam incorporados ao produto final Concreto, aço, tinta, areia, brita, cimento, tijolo

Não permanentes São utilizados durante a fase de construção e removidos em seguida

Madeira para fôrmas e escoramentos, tensores metálicos de fôrmas, prego, desmoldante, tubulações provisórias (ar comprimido, ventilação, água)

Fonte – Adaptado de Mattos (2006).

Com o levantamento de quantitativos realizados, pode-se estruturá-lo em uma

planilha eletrônica, como mostrado na Figura 2, para se realizar os cálculos das composições e

com o auxílio de softwares específicos, é possível realizar diversas atividades, como o

orçamento, planejamento da edificação e cronograma físico-financeiro, por exemplo.

Figura 3 – Formulário em planilha eletrônica para revestimentos

Fonte – Adaptado de Mattos (2006).

Este processo é uma das fases que mais exige, intelectualmente, do profissional

orçamentista, pois o levantamento de quantitativos requer uma grande demanda de leitura do

projeto para a interpretação de suas contagens, cálculos de área, volumes e comprimentos, além

de consulta a tabelas de engenharia. Atualmente, na maioria das empresas, os profissionais

orçamentistas trabalham em cima de projetos bidimensionais que representam a realidade

tridimensional, sendo então capazes de extrair todas as informações que precisam. Entretanto,

essas estimativas entre dimensões, feitas manualmente, podem apresentar erros e podem se

mostrar extremamente ineficientes, sendo cada vez pior, devido à propagação dos erros, quanto

maior for o empreendimento estudado (MATTOS, 2006).

Cômodo Perimêtro (m)

Altura (m)

Descontos (m²)

Chapisco (m²)

Emboço (m²)

Reboco (m²)

Massa corrida (m²)

Pintura (m²)

Azulejo (m²)

Rodapé (m)

Sala 18,00 2,80 0,40 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 18,00Quarto 1Quarto 2Banheiro 1 10,00 2,80 28,00 28,00 28,00 10,00CorredorTotal 78,00 78,00 50,00 50,00 50,00 28,00 28,00

Formulário para levantamento de revestimentos

Dados de entrada

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A quantificação dá início, tradicionalmente, a estimativa de custos de um projeto

para a construção de um empreendimento. Essa tarefa, geralmente, ocorre de maneira intensiva

com a partir do registro dos componentes presentes nos projetos vistos em desenhos impressos,

ou mais comumente usados em desenhos em Computer Aided Design (CAD). A partir dos

quantitativos levantados, os orçamentistas utilizam planilhas de custos para poder estimar o

valor do projeto. Ainda pode-se constatar que o processo é demorado, estimando-se que, dentro

da estimativa de custos, o levantamento de quantitativos pode levar de 50% a 80% do tempo

total do serviço (SABOL, 2008).

Esse processo é a atividade que mais demanda recursos de tempo para a finalização

e é a atividade mais importante para o levantamento de custos, que pode ser realizado

manualmente ou de modo automatizando, dependendo das ferramentas e recursos disponíveis

para utilização de estimativas de custos. Métodos manuais de levantamento de quantitativos

englobam medições e contagem dos elementos da construção através de cotas e escalas, inserido

os valores encontrados em uma planilha, que auxilia na organização de uma estimativa de

custos, nos cálculos e demonstração dos dados de forma clara. Este método pode ser

considerado bastante cansativo devido à transferência dos valores encontrados para a planilha,

pois deve ser realizado esse processo com bastante atenção, verificando cuidadosamente para

garantir a exatidão (ALDER, 2006).

Por ser, geralmente, um procedimento quase totalmente manual, o levantamento de

quantitativos pode possuir diversos problemas e equívocos, que podem se propagar

gradualmente em todo o orçamento de um empreendimento. Ou seja, um erro no levantamento

de quantitativos pode levar a uma enorme diferença final na avaliação de custo final da obra, o

que pode interferir na tomada de decisão de uma empresa ou de clientes. Com isso, considera-

se esta etapa de extrema importância para o “nascimento” de um empreendimento e que é

necessário que haja melhorias para melhor precisão (SANTOS; ANTUNES; BALBINOT,

2014).

Com isso, o levantamento de quantidades tem importância nas mais diferentes fases

do ciclo de vida do empreendimento, seja no início, na qual os quantitativos são utilizadas para

obter a primeira estimativa de custos da obra, podendo também ser utilizado como base para a

definição do seu prazo de construção, seja durante a execução do empreendimento, na qual os

quantitativos são essenciais para um controle de custos bem executado, bem como para produzir

indicadores de custo e prazo para o gerenciamento do projeto (MONTEIRO; POÇAS

MARTINS, 2013).

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Entretanto, o levantamento de quantitativos, no seu processo tradicional da

orçamentação, se baseia em projetos em 2D, impressos ou em softwares, sendo realizados

diversos tipos de processos diferentes para o levantamento dos dados de cada ambiente de forma

individual, fazendo com que haja chances de que a metodologia adotada pelo profissional que

está realizando esse processo seja diferente de outro profissional, fazendo com que a

conferência entre quantidades se torne difícil. Além disso, a interpretação dos projetos acaba

sendo de forma pessoal, podendo fazer com que duas pessoas diferentes possam realizar

levantamentos de quantitativos de um mesmo empreendimento, chegando a valores

diferentes (MONTEIRO; POÇAS MARTINS, 2013).

Muitos dessas incoerências ocorrem devido a falta de padronização no processo de

levantamento de quantitativos e o desconhecimento sobre a relação entre o coeficiente de

consumo da composição de custo e seu critério de medição, levando a imprecisões no custo

final do orçamento (MARCHIORI, 2009).

O levantamento de quantitativos de forma automática pode reduzir o tempo e tem

a possibilidade de minimizar os erros e as falhas do processo como um todo. Sendo assim, a

estimativa dos valores automatizados permite compilar, padronizar e integrar os dados em

outros departamentos da empresa. Por exemplo, o levantamento de quantitativos realizado pela

tecnologia BIM permite uma rápida avaliação sobre o impacto que uma decisão tomada no

projeto pode custar ao curso da obra (SANTOS et al., 2009).

Apesar de o levantamento de quantitativos ser uma etapa chave para o

empreendimento, existem poucos materiais acerca de suas boas práticas, o que faz com que

cada profissional adote sua metodologia. Trata-se de um processo fragmentado, que requer o

uso de diversas ferramentas e recursos, que muitas vezes se mostram ineficientes, uma vez que

variações entre o orçamento e o custo final da obra podem ser encontrados, mostrando que a

extração de quantitativos ainda não é um processo totalmente maduro, até mesmo com a

utilização do BIM. Além disso, muitas empresas consideram esse conhecimento como algo

estratégico, sendo um conhecimento não compartilhado (FORGUES et al., 2012; MELHADO

E PINTO, 2015).

2.3 Computer Aided Design (CAD)

A indústria da construção civil, com o passar dos anos, vem utilizando cada vez

mais tecnologias computacionais, principalmente para projetar, fabricar e montar elementos

construtivos, tanto dentro quando fora do canteiro de obras. Sendo assim, avanços nas

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26 tecnologias de desenhos assistidos por computador (CAD), causaram impactos nos projetos de

edifícios e nas práticas construtivas. Os sistemas CAD substituíram o trabalho feito

manualmente nas pranchetas, permitindo produções mais complexas, principalmente no que diz

respeito à arquitetura, automatizando o processo de projetação, reduzindo o tempo gasto em

tarefas repetitivas, fazendo com que o projetista possa desempenhar outras atividades, como

planejamento e controle.

Segundo Schodek et al. (2005), as aplicações desse sistema começaram a

transformar os projetos de arquitetura e práticas de engenharia a partir da geração de geometrias

complexas, com mais precisão e rapidez de execução. Isso proporcionou uma grande evolução

nos projetos colaborativos entre arquitetos, engenheiros e fabricantes, principalmente devido a

criação de modelos que pudessem ser trabalhados simultaneamente.

Na década de 70, o sistema CAD teve ferramentas desenvolvidas para áreas como

mecânica, aeroespacial, construção e elétrica, compartilhando conceitos de modelagem de

produtos, análises integradas e simulações. Já na década de 80 foi desenvolvido a modelagem

paramétrica, que representa objetos por parâmetros e regras que determinam sua forma

geométrica e suas propriedades não geométricas. Essas tecnologias permitem atualizações

automáticas no sistema, permitindo a modelagem de geometrias complexas, como formas

irregulares ou fachadas compostas com diversos elementos inter-relacionados, de difícil

desenho e visualização bidimensional (EASTMAN, et al. 2011).

A tecnologia CAD pode ter duas interpretações, a primeira como Computer Aided

Drafting, que se baseia no auxílio do computador na representação gráfica no processo de

projeto em prancheta, a qual possui uma formação mental do espaço, onde o projetista faz

diversos desenhos como plantas, cortes, elevações e perspectivas no plano para entendimento

do seu objeto de projeto. A segunda interpretação pode ser entendida como Computer Aided

Design, a qual as representações bidimensionais e tridimensionais possuem funções

automáticas, ajudando o projetista a tomar decisões, como funções de cálculo de áreas,

perímetros e volumes, até funções mais avançadas de sistemas integrados de informação. Além

disso, essa segunda interpretação ainda pode se dividir em Computer Aided Engineering (CAE)

e Computer Aided Architectural Design (CAAD) (FERREIRA, 2007).

Desta forma, Computer Aided Engineering (CAE) representa os projetos de

engenharia e seus sistemas são capazes de executar cálculos, análises, dimensionamentos e

simulações de engenharia, enquanto o Computer Aided Architectural Design (CAAD) auxilia

os projetos de arquitetura, onde os seus sistemas executam funções de desenvolvimento,

avaliação e simulação da edificação em diversas etapas do projeto.

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A utilização dos sistemas CAD pode ser tanto bidimensional, quanto

tridimensional. A primeira, envolve a elaboração de plantas, cortes e elevações como recurso

para projetar e analisar, enquanto ainda pode representar a solução final. Os projetistas

desenham as formas e detalhes da construção a partir de registro em um espaço durante sua

análise e suas informações são armazenadas mentalmente pelos seus responsáveis, levando a

um exercício continuo de abstração e de memorização. O sistema bidimensional se assemelha

ao tradicional método realizado manualmente em pranchetas. Apesar de ser possível a

introdução de automação do projeto, o resultado continua se resumindo a representações

gráficas de plantas, cortes e elevações que reduzem a informação do volume espacial, além

disso, os projetistas são obrigados a usar inferências para o entendimento do projeto

(FERREIRA, 2007).

Enquanto isso, o CAD 3D requer técnicas de desenho e se baseia em modelagem

tridimensional do empreendimento com o objetivo de simples visualização. As ferramentas

CAD 3D podem ser classificadas como paramétricas ou não paramétricas. Ou seja, o segundo

grupo permite apenas a criação de objetos tridimensionais, mas sem permitir a modificação

deste por meio de parâmetros, enquanto o primeiro grupo permite associar as dimensões do

sólido modelado a parâmetros que podem ser manipulados diretamente pelo usuário ao atualizar

o modelo. O CAD 3D paramétrico é muito utilizado na indústria de manufatura, inclusive

integrado com outros tipos de sistemas, tais como, CAM (Computer Aided Manufacturing),

CAE (Computer Aided Engineering) e PDM (Product Data Management) (MONTEIRO,

2011).

De acordo com Ferreira (2007), a modelagem em CAD 3D se baseia em três

principais técnicas:

(a) Modelo de arestas ou armado: construído posicionando-se no espaço elementos

bidimensionais, tais como linhas, polígonos, círculos, elipses, arcos e suas composições. Neste

modelo, é possível perceber que o 2D é mais difícil em se transformar em modelo espacial e

tem um grande problema com a ambiguidade de observação;

(b) Modelo de composição por superfície: usa-se composições de faces planas,

proporcionalmente pequenas do objeto, permitindo esconder o que está atrás, uma vez que a

superfície pode se tornar um plano opaco, o que acaba por reduzir a ambiguidade presente no

modelo armado, mas torna o desenho mais complexo;

(c) Modelos sólidos: representa todo o volume do objeto, sendo modelos mais

completos, com formas mais complexas, porém de construção e edição, em geral, simples. Essa

facilidade vem de recursos booleanos para combinar sólidos (união, subtração e intersecção),

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28 efetuando-se comandos de cortes, chanfros e arredondamentos. Esses procedimentos,

relativamente simples, amplificam as possibilidades de criação e edição de modelos sólidos e

permitem analisar interferências entre dois sólidos. Essa modelagem é ideal para uso em AEC

(Arquitetura, Engenharia e Construção), já que permite construção rápida de modelos e

consideração dos volumes.

2.4 Building Information Modeling (BIM)

Charles Eastman, tido como o primeiro a utilizar o termo, teria conceituado BIM

como sendo “um modelo digital que representa um produto, que, por sua vez, seria o resultado

do fluxo de informações do desenvolvimento do seu projeto”. Segundo Catelani (2016), pode-

se entender o Building Information Modeling (BIM) como um conjunto de políticas, processos

e tecnologias que, combinados, são capazes de gerenciar, coordenar e planejar o processo de

projeto de uma edificação ou instalação, além de ser capaz de realizar ensaios prévios de

desempenho, gerenciar e armazenar informações e dados, durante todo o ciclo de vida da obra,

desde a concepção e a conceituação da ideia, desenvolvimento do projeto, a construção, e

também após a obra pronta, na sua fase de utilização. Portanto, trata-se de uma plataforma de

trabalho, que é baseada em modelos, ou seja, uma representação digital multidimensional das

características físicas e funcionais de uma edificação ou instalação. e não apenas em

documentos, desenvolvidos pela tecnologia predecessora, o CAD – Computer Aided Design.

A plataforma BIM pode ser considerada como uma alternativa ao ato tradicional de

se projetar, a partir de uma nova abordagem nas práticas profissionais da engenharia e

arquitetura, permitindo um trabalho mais colaborativo entre os profissionais envolvidos no

processo de construção civil através de uma manipulação de informações entre os mais diversos

projetos envolvidos (MENEZES, 2011).

O BIM é uma tecnologia capaz de permitir a modelagem de informações de uma

obra, possibilitando a construção virtual do empreendimento levando em consideração todos os

detalhes construtivos dos projetos relacionados, podendo, dessa forma, extrair informações de

forma automática e instantânea, como quantitativos, especificações de materiais, entre outros

elementos. Além disso, ele permite uma eficiente troca de informações entre os diversos

projetistas envolvidos, admitindo que todos acessem os dados dos projetos e faça com que todos

consigam visualizar possíveis interferências entre elementos distintos que estão se

desenvolvendo em conjunto, podendo ser resolvidas com maior eficiência e em tempo hábil a

execução (COSTA, 2016).

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29

Assim, os programas BIM permitem organizar, em um mesmo arquivo digital, um

banco de dados contendo todas as informações da obra, sendo acessíveis a todas as equipes

envolvidas, o que pode vir a mudar a dinâmica da metodologia da produção da construção civil,

começando ainda nas suas fases iniciais (FARIA, 2007)

O desenvolvimento desses modelos do BIM ocorre a partir do gerenciamento do

fluxo de dados aplicado as fases do ciclo de vida do projeto. Esse fluxo se baseia em objetos

inteligentes com uma rica semântica, que representa elementos da construção civil e do

processo construtivo, como vigas, lajes e pilares. Esses objetos inteligentes são desenvolvidos

a partir da modelagem paramétrica e o usuário é livre para desenvolver novos objetos e funções

(SACKS; EASTMAN; LEE, 2004; SUCCAR, 2009).

Além disso, a modelagem utilizada no BIM, geralmente é a paramétrica, ou seja, as

informações são interligadas entre si, fazendo com que alterações realizadas sejam propagadas

em todo o modelo, de forma automática, evitando, dessa forma, a propagação de erros e fazendo

com que não haja a necessidade de voltar a etapas anteriores para adequar o restante do projeto

às novas alterações realizadas.

O BIM pode ser entendido como uma plataforma de informação que facilita a

construção de um edifício. Utilizando-se um modelo virtual de dados, permite a simulação de

projetos, cálculo de custos na construção, análise dos processos construtivos, planejamento,

gerenciamento e manutenção de um edifício. Ou seja, a plataforma tende a ser um catalisador

da industrialização da construção civil, pois tende a apresentar melhorias e avanços em seus

processos produtivos/construtivos a partir do armazenamento e detalhamento de informações,

melhorando sua eficiência e eficácia e reduzindo custos (SUCCAR, 2009).

O BIM possui diversos tipos de benefícios, sendo um dos seus maiores referentes

ao levantamento de quantitativos automáticos que a ferramenta pode gerar, tendo um ganho

significativo de tempo no processo de planejamento e orçamentação de um empreendimento.

Sendo assim, caso haja uma modelagem bem-feita, pode-se eliminar as possíveis incoerências

entre projetos, proporcionando a um levantamento e quantitativos mais preciso e eficiente,

fazendo com que as informações que chegam ao canteiro de obras sejam mais confiáveis para

o projeto como um todo.

Assim, para que as informações sejam confiáveis, deve-se haver a compatibilização

entre todos os projetos, evitando conflito entre projetos e eventuais erros que possam surgir no

decorrer da obra, o que pode gerar desperdícios de materiais e a custos adicionais. Com isso, a

comunicação entre projetos é facilitada pelo BIM, caminhando, assim, para a compatibilização

dos mesmos, pois a partir do momento em que todos são modelados na plataforma, é possível

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30 ver como eles casam entre si e é possível contornar as incoerências. Com isso, é natural que os

quantitativos sejam extraídos apenas ao fim da compatibilização entre os projetos, fazendo com

que o uso do BIM seja eficiente nessa etapa do empreendimento (CRUZ, 2011; COSTA, 2016).

Tão importante quanto entender a plataforma, é compreender o que não é BIM, pois

a medida em que ele foi ganhando seu espaço no mercado, ocorreu que tecnologias tentavam

se assemelhar, mas se mostravam apenas iniciativas falsas e oportunistas das verdadeiras

propostas de soluções oferecidas pela plataforma. Alguns softwares e empresas vendem seus

serviços travestidos como soluções gerados pelo BIM, por isso é importante atentar para pontos

chave que ajudam no discernimento entre o que é BIM e o que não é BIM, como, segundo

Catelani (2016):

(a) Tecnologias que apresentam apenas a modelagem e a visualização gráfica em

3D de uma obra e não incluem outras informações além da sua própria geometria, não podem

ser consideradas como soluções BIM, pois faltam as informações. Mas se for BIM, será em 3D;

(b) Soluções que utilizam apenas modelos em 2D e simulam as três dimensões,

como softwares que não permitem a extração de quantitativos, atualizações automáticas, nem

a realização de simulações e análises;

(c) Soluções em 3D que não se baseiam em objetos paramétricos inteligentes, ou

seja, aqueles que possuem pouco ou nenhuma compatibilização entre os projetos e toda e

qualquer alteração acaba se tornando trabalhosa;

(d) Soluções que não realizam atualizações automáticas nas vistas e relatórios de

um mesmo projeto ou trabalho em desenvolvimento;

(e) Soluções ou softwares que não utilizam gestores de bancos de dados integrados

não são BIM. A plataforma oferece diversos tipos de ‘visualização’ de dados, como listas,

tabelas, planilhas, etc. Caso o usuário/projetista faça alguma alteração de informação, por

exemplo, em uma tabela, ela será repassada imediata e automaticamente, para todas as outras

formas de visualização.

2.4.1 Benefícios da tecnologia BIM

A tecnologia BIM, além de poder ser associada a outras ferramentas de análises,

como o lean construction (construção enxuta), pode trazer uma série de benefícios para o ciclo

de vida de um edifício, desde sua concepção, projeto e manutenção. Dentre os benefícios

destacam-se a redução do tempo de projeto e construção, redução de custos, possibilidade de

realizar projetos mais complexos, auxilio na construção e no projeto sustentável, melhoria dos

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31 processos construtivos e a facilidade de incorporação de conhecimento técnico sobre os

materiais utilizados, a fabricação e o processo construtivo, potencializando a compreensão do

projeto e permitindo sucesso nas inovações tecnológicas (BETTING; SHAH, 2000;

EASTMAN, 2008).

Para a elaboração do manual de BIM do Cbic, Catelani (2016) listou cerca de 20

grandes benefícios que são atingidos com a utilização da plataforma BIM, estando os mais

relevantes apresentadas a seguir:

(a) Visualização e modelagem dos projetos desenvolvidos em 3D, possibilitando a

visualização exata do que está sendo projetado, por mais complexa que seja a instalação ou

edificação;

(b) Ensaios prévios da edificação no computador, pois pode-se realizar o Projeto e

Construção Virtual (Virtual Design & Construction – VDC), que permitem ensaiar uma obra

no computador, antes do início da construção real, no endereço da obra. Simulações do

comportamento e do desempenho são funcionalidades novas, que não podiam ser executadas

antes, com a utilização de processos baseados apenas em documentos (CAD). Essa tem sido

uma das áreas que mais têm recebido investimentos dos desenvolvedores de softwares.

Algumas das análises e simulações são as estruturais, energéticas, térmicos, termodinâmicos,

ventilação, níveis de emissão de gás carbônico, luminotécnicos e insolação e sombreamento;

(c) Extração automática de quantitativos de serviços e componentes, garantindo

consistência, precisão e agilidade de acesso às informações das quantidades, que poderão ser

divididas e organizadas (ou agrupadas) de acordo com as fases definidas no planejamento e na

programação de execução dos serviços;

(d) Identificação automática de interferências, geométricas e funcionais. Os

softwares BIM localizam automaticamente as interferências entre os objetos que compõem um

modelo, sendo uma ferramenta bastante útil nos casos de modelos muito extensos ou

complexos, em que há muitas repetições de trechos de instalações;

(e) Geração de documentos mais consistentes através de objetos paramétricos e

inteligentes, o que significa que esses objetos já têm informações sobre si próprios, sobre o seu

relacionamento com outros objetos, e também com o seu entorno ou ambiente no qual está

inserido;

(f) Capacidade de execução de construções mais complexas;

(g) Viabilização e intensificação da industrialização da construção civil através de

estudos mais profundos e análises e ensaios prévios de métodos inovadores;

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32

(h) Melhorias nas macrofases do ciclo de vida de um empreendimento, podendo

contribuir para o processo de compreensão dos leitores. A utilização do BIM, nas fases que

antecedem a construção de um empreendimento, possibilita a redução de incertezas e riscos

associados aos custos e prazos estimados para a sua realização. Suas ferramentas usam modelos

pouco detalhados, que são associados a bancos de dados de custos, organizados de maneira que

permite o rápido cálculo dos custos de diferentes soluções construtivas, baseados em premissas.

Baroni (2011) realizou uma pesquisa com diversos profissionais das áreas de

arquitetura e engenharia, com a finalidade de levantar os principais benefícios observados por

esses profissionais com a utilização da ferramenta BIM, podendo ser observados a seguir alguns

desses resultados:

(a) 80% dos usuários afirmam terem reduzido erros e omissões no acervo técnico

(documentação);

(b) 71% afirmam redução de retrabalho;

(c) 62% constataram que o BIM ajuda a empresa a oferecer novos serviços para

clientes;

(d) 49% relatam que o BIM aumenta o lucro de seus negócios.

2.4.2 Modelagem com BIM

O modelo BIM, ou de informações de construção, é uma representação digital que

apresenta os detalhes físicos e funcionais de uma edificação. De acordo com os usos e

propósitos, diferentes modelos podem ser elaborados e eles serão desenvolvidos em fases

específicas do ciclo de vida de um empreendimento, considerando o detalhamento das

informações, progressão do projeto e do processo das soluções construtivas adotadas

(CATELANI, 2016).

A modelagem paramétrica, utilizada pelo BIM, é a representação digital de um

determinado objeto virtual feito a partir de características pré-definidas, de forma a permitir que

os objetos sejam automaticamente ajustados ao se alterar qualquer ponto do projeto. Entretanto,

sua aplicação pode ser bastante complexa, pois o objeto inteligente tem a chance de ser criado

de diferentes maneiras, podendo ter bastante complexidade, pois o número de possibilidades

dos parâmetros cresce exponencialmente a quantidade de componentes considerados. Além

disso, ainda requer um processo de pensamento algorítmico e matemático, mesmo sem precisar

utilizar a programação de fato. (LEE; SACKS; EASTMAN, 2006; ANDRADE; RUSCHEL,

2009).

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33

O BIM trabalha em cima de objetos, que podem ser entendidos como um conjunto

de dados contendo informações sobre a geometria, tanto em 3D quanto em 2D, mas também

informações, normas e materiais constituintes. Além disso, permite conectar dados de mercado,

como custos, documentações complementares, manuais para manutenção e manuais de

montagem. Ainda se pode variar muito tanto em complexidade quanto em comportamento e

uso, podendo se enquadrar nas seguintes classes (CATELANI, 2016):

(a) Informações geométricas: nível de detalhamento, geometria de um objeto, nível

de precisão, unidade de medida, ponto de inserção e renderização (cor, textura, brilho, etc.).

(b) Especificações: técnicas, funcionais e semânticas, parâmetros essenciais para

simulações e análises de engenharia, para orçamentação, normas técnicas e padrões atendidos.

(c) Representações Bidimensionais (2D - plantas, vistas e cortes): diversas

resoluções bidimensionais (2D), essencial para geração da documentação do projeto;

Os objetos BIM podem, ainda, ser divididos em fixos, onde não é possível ajustar

medidas totais ou de seus componentes constituintes, semiparamétricos, no qual algumas

dimensões podem ser ajustadas, mas existem grandes limitações de variabilidade, e

paramétricos, no qual a maioria das dimensões e configurações dos principais componentes

podem ser mudada e ajustada. Podemos ainda dividir em objetos funcionais, ou geométricas,

como vigas, pilares e lajes, e os objetos analíticos como: cotas, níveis e zoneamentos (SACKS;

EASTMAN; LEE, 2004; CATELANI, 2016).

Algumas informações já vêm inclusas aos objetos virtuais BIM básicos, mas

também é possível inserir novos dados. Alguns deles são ‘inteligentes’, por conterem todas as

informações importantes sobre si mesmos, podem ter informações sobre a sua relação com

outros objetos e componentes de um modelo, o que colabora na atualização automática global.

As especificações técnicas e funcionais contidas nessas informações, são essenciais para a

documentação dos projetos e também para o desenvolvimento das estimativas de custos e

orçamentos e também fundamentais para a viabilização de simulações realizadas com

ferramentas BIM. Ainda em softwares que aplicam a tecnologia, pode-se organizar os objetos

em famílias, onde se agrupam aqueles que possuem características comportamentais e

informações semelhantes (EASTMAN et al., 2011; CATELANI, 2016).

Os objetos paramétricos podem ser alterados devido ao nível de inteligência

estabelecida do objeto, ou seja, a sua capacidade para responder aos estímulos que ocorrem no

sistema, respondendo aos estímulos possuem rotinas automáticas. A inteligência de um objeto

ocorre por procedimentos, que são algoritmos, desenvolvidos em linguagem de programação

(LEE; SACKS; EASTMAN, 2006).

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34

Entretanto, existem limitações para essas mudanças, que depende dos métodos

adotados, tendo, entre eles: adaptação paramétrica, substituição de partes e a adaptação

topológica. Na adaptação paramétrica, a mudança é regida por algoritmos, onde estímulos de

todo tipo induzem a mudanças automáticas. Na adaptação de substituição de partes, os

estímulos externos podem gerar, automaticamente, a substituição de partes. Por fim, as

adaptações topológicas são mudanças que não podem ser automatizadas, devido às inúmeras

possibilidades, gerando algoritmos muito complexos (SACKS; EASTMAN; LEE, 2004;

PINHEIRO, 2015).

2.4.3 BIM aplicado no levantamento de quantitativos e na orçamentação

O BIM, através da sua armazenagem de informações, possui a grande vantagem de

já possuir todo o memorial de especificações já inseridos junto a modelagem dos projetos, o

que representa um ganho enorme na quantidade de informações disponíveis dos projetos

realizados. Além disso, é possível gerar relatórios automáticos com todos os materiais presentes

no empreendimento como um todo, incluindo os quantitativos precisos dos mesmos, o que pode

gerar um ganho de tempo na etapa de elaboração do orçamento da obra. A utilização do BIM

permiti estabelecer com precisão a estimativa de custos de um projeto arquitetônico a partir do

seu modelo, fazendo com que essa informação possa ser exportada de seu banco de dados e

reproduzida mais rapidamente do que métodos tradicionais.

Segundo Eastman et al. (2008), as informações de quantitativos e custos dos

projetos, gerados pelo BIM, são muito satisfatórios em toda a vida útil de uma construção. Com

a modelagem do projeto finalizada, com as devidas compatibilizações, é possível extrair

detalhes espaciais e quantidade de materiais de forma rápida e automática. Ou seja, é possível

quantificar o número de elementos, seus componentes, área, volumes, quantidade de materiais,

entre outras informações que possam vir a ser úteis. Devido a sua precisão, essas quantidades

são ideais para produzir um levantamento preliminar de custos mais confiável.

Ainda hoje encontram-se dificuldades em realizar os processos de levantamento de

quantitativos e orçamentação de um empreendimento, principalmente quando adotam-se

técnicas tradicionais e manuais, fazendo com que o valor da quantidade de materiais possa

variar de um mesmo empreendimento, de acordo com a metodologia adotada pelo profissional

que está realizando esse serviço. Esses acontecimentos acabam justificando a adoção da

plataforma BIM para tentar sanar essas dificuldades, pois se o processo de orçamentação for

baseado na plataforma em questão, a modelagem fornecerá valores mais precisos, pois os

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35 elementos são representados por componentes parametrizados de acordo com os projetos

(SOUSA, 2013; CAMPESTRINE, 2015).

Os softwares que aplicam o BIM, diferentes dos programas tradicionais, modelam

informações dos projetos, ou seja, uma linha traçada no BIM, pode ser uma parede ou algum

outro elemento da construção civil que se diferencia pelas suas informações, enquanto em

programas tradicionais, ela será apenas uma linha que se diferencia das demais através de

layers. Além disso, uma parede em BIM conterá todas as informações que cabem a ela, como

alvenaria, chapisco, reboco, acabamento, ou o que estiver nas especificações dos projetos. Com

isso, facilita-se a obtenção do compilado dessas informações por meio de relatórios, que, para

serem confiáveis, precisa-se de atualizações constantes nas informações para que a

parametrização esteja correta e produza informações precisas (COSTA, 2016).

Segundo Eastman et al. (2011), as equipes responsáveis pelo planejamento de uma

obra podem se focar apenas nas informações e tomadas de decisões de um projeto, pois um

projeto modelado em BIM, pode ser quantificado de forma detalhada a partir de relatórios

gerados automaticamente, utilizando softwares que façam a leitura dos dados gerados. Assim,

esses dados, aliados a um banco de dados de composições de custos atuais de cada serviço da

obra, facilita a estimativa de custos do projeto.

Por fim, o levantamento de quantitativos dos serviços de um projeto é um ponto

chave no processo de planejamento e orçamento da obra, sendo essencial para o gerenciamento

dos custos do projeto e controle dos custos, de modo que o projeto possa ser terminado dentro

do orçamento e prazo aprovado (PMI, 2013).

2.5 BIM x CAD

A plataforma CAD pode gerar desenhos de construções abstratas e são

representadas apenas por elementos geométricos, como linhas, arcos e polígonos, sem

informações úteis que ajudem na distinção desses elementos, dificultando o processo de

quantificação e classificação desses componentes como elementos construtivos. Além disso, os

desenhos feitos em CAD se baseiam em coordenadas geométricas, que unidos, podem

representar elementos distintos, como paredes, lajes, vigas, etc., entretanto, a modificação de

algum elemento implica em diversas alterações manuais, que podem acabar requerendo uma

grande quantidade de tempo (COELHO E NOVAES, 2008).

Enquanto isso, o BIM consiste em elementos de geometrias construtivas em três

dimensões, contendo informações e atributos que possam lhe conferir identidade, como uma

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36 parede, por exemplo. Essa diferença faz com que a plataforma BIM possua informações em

maiores quantidades e mais precisas do que os desenhos feitos em CAD. Além disso, devido a

sua modelagem paramétrica, quando se realiza uma alteração em algum elemento de um projeto

no BIM, todo o modelo é atualizado, dispensando alterações manuais.

Como mostrado na Figura 4, representando uma comparação entre o processo de

desenvolvimento de projetos baseado apenas em documentos e desenhos (CAD), e a plataforma

BIM, considerando a variação da capacidade de influenciar os custos e a qualidade de um

empreendimento no decorrer das diversas fases do projeto. A ferramenta BIM demanda um

maior esforço nas fases iniciais do desenvolvimento de um projeto do que o CAD, entretanto,

nas demais fases, pode-se perceber menos esforço e menores impactos (CATELANI, 2016).

Figura 4 – Gráfico comparativo entre o processo tradicional de desenvolvimento de projetos

(CAD) e o processo BIM

Fonte – Catelani (2016).

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37 3 METODOLOGIA

O projeto tem como ideia principal elaborar um a análise comparativa entre o

levantamento de quantitativos entre os sistemas manuais e utilizando a ferramenta BIM,

identificando quais são as principais diferenças entre esses métodos e o motivo pelo qual elas

ocorrem. Por fim, será analisado os impactos que essas diferenças podem trazer para o

orçamento da obra. Com isso, serão apresentadas a seguir, etapas metodológicas a serem

executadas com a finalidade de se atingir os objetivos desse trabalho.

A pesquisa para gerar esse trabalho pode se qualificar como exploratória,

consistindo em proporcionar maior familiaridade com o problema, elaborando hipóteses e

sugestões aos questionamentos, objetivando o aprimoramento de ideias, possuindo um

planejamento flexível para poder levar em consideração diferentes aspectos ligados ao estudo

(YIN, 2001; GIL, 2002).

O trabalho também pode ser considerando um estudo de caso, método investigativo

prático que requer conhecimento intenso sobre um assunto e tem como principal característica

a escolha de um determinado caso (ou um pequeno número de casos) de uma situação

individual. Ele se baseia em dados reais e é um método abrangente, relacionando ao

planejamento da coleta e da análise dos dados, permitindo que se englobem diversos temas

diferentes com o objetivo de analisar os resultados obtidos. Com isso, o estudo de caso pode

contribuir para a compreensão de fenômenos individuais, organizacionais, sociais e políticos

(YIN, 2001; ROBSON, 2002).

Yin (2001) ainda afirma que a estratégia de pesquisa do estudo de caso é um método

ideal para se tratar de acontecimentos contemporâneos, quando não é possível manipular

comportamentos relevantes. O autor também afirma o grande diferencial do estudo de caso é a

capacidade de se utilizar de uma grande variedade de evidências, entretanto, o autor salienta

que muitos pesquisadores não consideram esse método de pesquisa, pois muitas vezes se aceita

evidências equivocadas ou tendenciosas para analisar os resultados obtidos na conclusão.

Para reforçar o estudo, foram trabalhados dois casos distintos, caracterizando um

estudo de caso múltiplo, estratégia que envolve a investigação empírica de um fenômeno

particular utilizando múltiplos recursos para evidenciá-lo. A utilização de casos múltiplos deve

seguir a lógica de replicação da metodologia, não de amostragem, fazendo com que os casos

funcionem de forma semelhante, apresentando resultados similares ou contraditórios previsto

pela premissa adotada na investigação (ROBSON, 2002; YIN, 2001).

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38

Por fim, os procedimentos para a realização desse trabalho foram definidos e podem

ser visualizados no fluxograma presente na Figura 5, mostrando as etapas realizadas ao longo

do desenvolvimento do trabalho. Por meio desses passos, será possível identificar os itens que

mais se diferem entre o levantamento de quantitativos manual e o realizado pela plataforma

BIM, identificando suas causas e as vantagens e desvantagem de cada método.

Figura 5 – Procedimentos metodológicos do trabalho

Fonte – Elaborado pelo autor (2017).

3.1 Seleção dos softwares

No presente trabalho, irá se utilizar softwares de responsabilidade da empresa norte-

americana Autodesk, atualmente no Brasil, é a solução mais utilizada na construção civil para

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39 desenhos 2D e atual líder no mercado de softwares BIM. É válido salientar que a versão dos

programas será a disponibilizada no site da empresa como versão para estudantes.

O método manual se baseia na extração de quantitativos a partir de plantas

arquitetônicas, estruturais, ou outros projetos ligados diretamente ao corpo físico da edificação.

Para isso, utiliza-se o software Autodesk AutoCAD, programa mais utilizado da empresa e mais

conhecido, utilizado em praticamente todo escritório de planejamento, cálculo estrutural,

desenho, etc. mesmo que apenas servir como base para outro software.

Para o BIM será utilizado o software Autodesk Revit, solução desenvolvida

especificamente para este fim, permitindo o trabalho em modelos para os mais diferentes

projetos da edificação, além de gerar anotações, levantamento de quantitativos, geração de

legendas e tabelas, renderizações e geração de passeios interativos, os conhecidos

walkthroughs, como mostrado na Figura 6. O software utiliza componentes paramétricos para

a modelagem de todos os componentes, sem a necessidade de nenhuma codificação ou

linguagem de tabela necessária.

Figura 6 – Oferta da Autodesk para BIM

Fonte – Adaptado de Catelani (2016)

No Revit, todas as informações são armazenadas em um único banco de dados

coordenado, o que faz com que as revisões e alterações efetuadas nas informações são

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40 automaticamente atualizadas em todo o modelo trabalhado (Associação bidirecional, uma

mudança em um ponto especifico é sentida de forma global), reduzindo significativamente a

quantidade de erros e omissões.

3.2 Análise dos projetos e escolha dos serviços

O trabalho consiste em dois empreendimentos para a realização desse trabalho e,

para isso, foi necessário ter acesso a todas as plantas que envolvem as duas edificações e seus

memoriais descritivos. Esses projetos, em 2D, foram cedidos em formatos compatíveis com o

software AutoCAD.

Foram analisados os projetos arquitetônicos, estruturais, entre outros. Buscou-se

constatar as principais características de cada empreendimento, como se era uma unidade de

casa, um prédio, quantos pavimentos, quantos apartamentos, características de circulação, onde

havia estrutura ou não, locais onde haviam esquadrias, entre outras análises que estariam em

foco no trabalho. Com a ajuda dos memoriais descritivos, foi possível determinar o material a

ser quantificado em cada etapa, seja o tipo de alvenaria, de concreto, de revestimento, etc.

Para a seleção dos serviços a serem analisados mais a fundo com o levantamento

de quantitativos, utilizou-se a Tabela 1, sobre a variação de custos de cada etapa da obra como

principal fator de escolha. Como dito anteriormente, se destacam a etapa de estrutura, que pode

atingir um valor de até 22% da obra e a fase de acabamento (considerando revestimento e

pinturas), que pode chegar a quase 40% do valor final, podendo chegar a mais de 50% do valor

do empreendimento ao seu término. Além disso, pode-se levar em consideração, apesar de

terem uma porcentagem baixa, as fundações (7%) e as alvenarias (5%), são serviços que,

durante a extração de quantitativos, dependendo da metodologia e conhecimento do

profissional que está realizando o serviço, podem ser encontrados resultados que divergem da

realidade. Desse modo, essas etapas necessitam de maior cuidado durante o seu levantamento

e serão objetos de estudo desse trabalho.

3.3 Levantamento de quantitativos no método manual

A metodologia utilizada nesta etapa foi a ensinada e aplicada por Jereissati (2017).

Para isso, foi realizado um curso referente a esta etapa de execução durante o mês de janeiro de

2017, sediado na Universidade de Fortaleza (UNIFOR), onde foi possível aprender sobre esta

metodologia. Para esta etapa, o software AutoCAD foi utilizado para a extração dos

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41 quantitativos, a partir de funções como polyline e area, e o software Excel, da Microsoft, para

o registro dos valores encontrados, cálculos e elaboração de tabelas.

Com isso, a metodologia inicia-se criando uma aba no Excel chamada “Área e

Perímetro”, onde são colocados os valores referentes ao nome do ambiente, área de

revestimento, pé direito, de todos os ambientes da edificação que interessam ao trabalho. Essa

aba servirá como base para encontrar outros valores correspondentes as etapas construtivas da

obra.

Criou-se, então, a aba “Fundação e Movimentação de Terras”, que variam do tipo

de fundação adotada, mas que pode conter valores como o comprimento de paredes e total da

escavação. Elaborou-se a aba “Estruturas”, onde continha os cálculos referentes a estrutura de

fundação, pilar, vigas, lajes, etc. obtendo os valores de volume de concreto, armadura e formas.

Também se criou outras abas “Paredes e Painéis”, “Esquadrias” e “Cobertura”, com

valores que podem ser referenciados da aba de “Área e Perímetro”, contendo valores como

quantidade de alvenaria, verga, contraverga, área da coberta e calha.

Por fim, criou-se as abas “Pintura”, “Revestimento” e “Forro”, com alguns valores

referenciados da aba “Área e Perímetro”, onde se colocou os tipos e quantidades de tintas e

revestimentos (podendo passar de chapisco até a cerâmica ou um determinado tipo de tinta).

Ainda pode-se criar abas referentes a instalações, impermeabilização, área externa, entre outras

etapas da construção da edificação.

Todos esses valores e nomes de serviços são organizados em uma aba de nome

“Orçamento”, separados por uma estrutura lógica a quem está realizando o levantamento,

contendo também o valor unitário de cada item e seu valor final.

É válido salientar que os conhecimentos adquiridos no curso e na leitura da apostila

de Jereissati (2017) vão além destes itens citados, entretanto, escolheu-se apenas os processos

que possuam maior impacto financeiro no orçamento de uma edificação e que podem divergir

dos valores encontrados pelo método explicado a seguir.

3.4 Modelagem e levantamento de quantitativos com a plataforma BIM

A partir dos projetos selecionados, pode ser desenvolvido um modelo arquitetônico

BIM utilizando o software Revit na versão estudantil. Inicialmente, teve-se de importar a planta

em 2D, no formato CAD, do empreendimento para o Revit, onde, baseando-se na planta baixa,

pode ser realizado a modelagem das paredes primeiro, na qual ocorre a delimitação da estrutura.

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42

As paredes possuem espessura determinadas em projeto e acabamentos contidos

nos memoriais descritivos, já se colocando todos os tipos de camadas a serem utilizadas, como

chapisco, tintas, cerâmicas e etc. Os pisos também possuem espessuras e acabamentos pré-

determinados. Caso se tenha a presença do projeto estrutural, deve-se modelar os pilares, vigas,

lajes, vergas e contravergas da edificação. Também deve-se modelar as fundações de acordo

com o memorial descritivo e, por fim, detalhes como esquadrias, forro e cobertura.

É válido salientar que o projeto estrutural presente nesse trabalho foi testado

anteriormente por um engenheiro calculista especializado na área, sendo um processo

necessário para que seja possível realizar a modelagem e, consequentemente, o levantamento

dos quantitativos. O responsável realizou a interação estrutura-arquitetura, no qual gerou-se um

arquivo IFC que pode ser aberto na plataforma BIM.

Por fim, após se concluir a modelagem da edificação, utiliza-se as funções de

levantamento de materiais do Revit para a extração de quantitativos de cada tipo diferente de

elemento presente, como paredes, pisos, estruturas, entre outros itens. O software gera relatórios

em arquivos de texto que podem ser abertos em planilhas eletrônicas para que seus dados sejam

somados, manipulados, pois o simples levantamento de quantitativos gera relatórios com várias

divisões de itens e orçados.

3.5 Comparação de resultados

Possuindo-se, então, os resultados obtidos em cada um dos métodos, foi possível

realizar uma comparação percentual, com a utilização do Excel, comparando-se cada um dos

itens escolhidos e explicando as causas que geraram as maiores discrepâncias. Também foi

realizado uma comparação percentual final do orçamento obtido em cada um dos métodos,

buscando-se explicar como isso impactaria no poder de decisão de uma empresa ou cliente.

Além disso, procurou-se determinar se, de fato, um levantamento de quantitativos mais preciso

pode ou não impactar na redução de desperdícios durante uma obra.

Ainda foi realizada uma análise qualitativa dos métodos utilizados, baseando-se na

análise realizada por Santos, Antunes e Balbinot (2014), na qual os autores avaliaram os

métodos utilizados por eles em critérios de facilidade de uso, precisão, grau de detalhamento e

rapidez no levantamento, utilizando-se de uma escala de 1 a 3, sendo o terceiro o valor alto, o

segundo o valor médio e o primeiro, baixo.

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43 4 ESTUDOS DE CASOS

4.1 Contextualização do Experimento “A”

O empreendimento em questão é um projeto utilizado durante um curso de

orçamento de obras, lecionado pela Profa. M.Sc. Geórgia Morais Jereissati, durante o mês de

janeiro de 2017, na Universidade de Fortaleza (Ceará). Esse experimento trata-se de um caso

mais simples, para demonstrar como os métodos e suas diferenças se comportam nesse tipo de

situação e pode ser visualizado na Figura 7.

Figura 7 – Modelo 3D do experimento “A”

Fonte – Elaborado pelo autor (2017).

O empreendimento trata-se de um conjunto residencial, localizada na Rua Acácia,

na cidade de Aquiraz-CE. A casa faz parte de um conjunto de dez lotes de casas geminadas,

sendo o lote 4 o objeto de estudo desse experimento. Cada lote possui 6 metros de testada e 25

metros de profundidade, totalizando 150 m², como mostrado na Figura 8 a seguir.

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Figura 8 – Planta de situação do Experimento “A”

Fonte – Adaptado do projeto original (2017).

A edificação se encontra aproximadamente no centro do terreno e possui as

seguintes características: área construída de 73,21 m², uma varanda/garagem para um carro,

uma cozinha, uma área de serviço uma sala de estar/jantar, dois quartos e um banheiro, que

podem ser visualizadas na Figura 9:

Figura 9 – Planta baixa do térreo e coberta do Experimento “A”

Fonte – Adaptado do projeto original (2017).

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45 4.2 Contextualização do Experimento “B”

O empreendimento em questão é de um projeto modelado e cedido pela BGM

Planejamento, empresa localizada em Fortaleza – Ceará, que presta serviços de planejamento e

controle de obras. Esse experimento trata-se de um exemplo mais complexo, pois envolve

vários andares, subsolo, tipos diversos de fachadas e revestimento, para demonstrar como os

métodos e suas diferenças se comportam nesse tipo de situação e pode ser visualizado na Figura

10.

Figura 10 – Modelo 3D do experimento “B”

Fonte – Adaptado da modelagem original (2017).

O empreendimento trata-se de um prédio residencial, já finalizado, localizada na

rua José Napoleão, N°233, Meireles, Fortaleza, CE, como pode ser observado na Figura 11. O

Condomínio é composto de 03 (três) subsolos, pilotis, mezanino, 15 (quinze) pavimentos tipo

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46 e coberta e suas principais características estão descritas no memorial descritivo cedido pela

empresa.

Figura 11 – Planta de locação do Experimento “B”

Fonte – Adaptado do projeto original (2017).

Os subsolos, como visto na Figura 12, são destinados à guarda de veículos e cada

apartamento têm direito a duas vagas de estacionamento. Também está localizada a casa de

bombas, a cisterna, hall de elevadores, casa de grupo gerador, poço de captação de água pluvial,

antecâmara e escada de segurança de uso coletivo.

Figura 12 – Planta dos subsolos do Experimento “B”

Fonte – Adaptado do projeto original (2017).

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47

No pilotis estão localizados o acesso de pedestre, placa com identificação do nome

e número da edificação, guarita de segurança com banheiro, recepção, playground, área de

estacionamento, halls social e de serviço dos elevadores, administração, depósitos, central de

gás, lixeira, centro de medição, vestiários funcionários, casa de bombas, casa de filtro da

piscina, rampas de acesso aos estacionamentos no pilotis e nos subsolos, antecâmara, escada de

segurança de uso coletivo, áreas com paisagismo, bancos e luminárias. As características podem

ser visualizadas na Figura 13.

Figura 13 – Planta do térreo com pilotis do Experimento “B”

Fonte – Adaptado do projeto original (2017).

O mezanino possui um salão de festas, lavabos feminino/masculino, terraço festas,

bar com churrasqueira, academia e deck com piscina, halls social e de serviço dos elevadores,

antecâmara, escada de segurança de uso coletivo. As características podem ser visualizadas na

Figura 14.

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Figura 14 – Planta do mezanino do Experimento “B”

Fonte – Adaptado do projeto original (2017).

Cada pavimento possui hall de circulação dos elevadores, shaft de instalações, local

para condensadores dos aparelhos de ar condicionado, antecâmara e escada de segurança de uso

coletivo e três apartamentos que possuem as seguintes características: área privativa de 91,42

m², uma varanda gourmet, uma cozinha, uma área de serviço com banheiro, uma sala de

estar/jantar, dois quartos com sacadas, um banheiro social e suíte master com closet, que podem

ser visualizadas na Figura 15:

Figura 15 – Planta baixa do pavimento tipo do Experimento “B”

Fonte – Adaptado do projeto original (2017).

Por fim, a coberta do prédio possui o barrilete superior, casas de máquinas dos

elevadores, antecâmara e escada de segurança de uso coletivo, laje de segurança (escape) e

caixas d’água. As características podem ser visualizadas na Figura 16:

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49

Figura 16 – Planta de coberta do Experimento “B”

Fonte – Adaptado do projeto original (2017).

4.3 Quantitativos pelo método manual do experimento “A”

Para a realização deste tipo de levantamento, como dito anteriormente, foi utilizado

a metodologia ensinada por Jereissati (2017) na sua apostila de orçamento de obras. Com isso,

utilizou-se as plantas, representadas pelas Figuras 8 e 9 apresentadas anteriormente, que podem

ser abertas pelo Autodesk AutoCAD, aplicando as principais funcionalidades do software para

extrair os quantitativos nas unidades referentes as suas composições, seja em metro linear, área,

volume, peso, ou a unidade que for.

Existem diversas etapas e serviços dentro do levantamento de quantitativos,

entretanto, como dito anteriormente, irá se focar nas etapas que podem mais impactar o

orçamento final de uma obra, como fundação, estrutura, alvenaria e os acabamentos em geral

(revestimento, pavimentação, pintura e forro).

Para a fundação, temos o baldrame em alvenaria, com 20 cm de altura e largura. O

valor total (m³) é encontrado pelo comprimento total das paredes pelas dimensões do tijolo.

Ainda na fundação, tem-se a cinta corrida, executado em concreto sem armadura de 10 cm de

altura e largura, sendo o valor total (m³), encontrado também a partir da multiplicação do

comprimento pelas dimensões.

Seguindo, considerou-se como alvenaria de pedra tosca e argamassa de cimento e

areia grossa presente onde estavam todas as paredes do projeto. A quantidade desse serviço, em

metro cúbico (m³), foi encontrada multiplicando-se o comprimento de todas as paredes,

encontrados pelo software, por 40 cm de largura e 60 cm de altura.

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50

Para finalizar a fundação, calcula-se a impermeabilização em pintura de emulsão

de asfalto, encontrando esse valor contornando o baldrame e a cinta durante todo o

comprimento das paredes, como mostra a Figura 17. Por fim, deveria ter uma camada de

concreto ciclópico em forma de bloco na base dos pilares da residência, com quantidade (m³)

calculada a partir das dimensões do bloco, estimadas em 80 cm de base, altura e largura,

multiplicando pelo número de blocos, mas pela falta do projeto estrutural, não é possível saber

quantos pilares há, apenas se fosse realizado um lançamento e cálculo das estruturas.

Figura 17 – Contorno da impermeabilização do baldrame (cota em centímetros)

Fonte – Elaborado pelo autor (2017).

Parte-se, então, para a estrutura da casa. Devido à falta de projeto estrutural, pode-

se fazer o lançamento da estrutura e os devidos cálculos de armadura. Entretanto, pode-se

realizar a estimativa da estrutura no método manual de acordo com Mattos (2006). Começando

pela quantidade de concreto estrutural virado em obra que será utilizado e lançado e aplicado,

tendo quantidade (m³) estimada pela área interna total da casa multiplicada por um índice de

0,12 m³/m² por pavimento. Deve-se considerar os gastos com fôrmas, valor (m²) pela

quantidade de concreto que será utilizado (encontrado anteriormente), multiplicado por um

índice estimado de 12 m²/m³. Por fim, encontra-se a quantidade (kg) de armadura CA50/CA60

necessárias para a estrutura através da quantidade de concreto encontrado anteriormente por um

índice estimado de 83 kg/m³.

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51

A etapa seguinte é a de paredes e painéis, que são compostas por 90% de alvenaria

de tijolo cerâmico furado esp. 10cm e 10% de alvenaria de tijolo cerâmico comum esp. 10cm.

Para esta etapa, a quantidade (m²) de alvenaria total será encontrada a partir do comprimento

de todas as paredes, multiplicada pelas suas respectivas alturas, além de somar a quantidade das

platibandas presentes. Para isso, têm-se o auxílio das dimensões encontradas nos cortes A-A e

B-B representados na Figura 18 e das fachadas principal e lateral representada pela Figura 19.

Figura 18 – Cortes A-A e B-B do Experimento “A”

Fonte – Adaptado do projeto original (2017).

Quando existirem aberturas (portas, janelas, basculantes, cobogós, etc.) existem

alguns critérios de medição: área de abertura inferior a 2 m², deve-se desprezar o vão de

abertura, isto é, não se faz desconto algum na parede. Já para área de aberturas igual ou superior

a 2 m², desconta-se da área total o que exceder a 2 m² (de cada abertura). Essas regras partem

da premissa que a execução da alvenaria nas bordas de abertura requer tempo com diversos

ajustes para a colocação de verga e contraverga, tempo este que pode ser aproximado ao que o

pedreiro poderia levar para preencher o vão se a parede fosse inteira (MATTOS, 2006).

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Figura 19 – Fachada principal e lateral do Experimento “A”

Fonte – Adaptado do projeto original (2017).

Ainda nas paredes e painéis, deve-se considerar as vergas e contravergas retas de

concreto armado que são necessárias nos locais onde estão presentes as portas e as janelas. Para

isso, deve-se usar o quadro de esquadrias presentes na Figura 20, considerando as dimensões

da verga de 10 cm de altura e largura. Assim, a quantidade (m³) total de verga é a soma dos

produtos, em cada esquadria, do comprimento acrescido de 30 cm de cada lado (comprimento

total da verga ou da contraverga) pelas dimensões de altura e largura apresentadas

anteriormente. É válido salientar que vergas são usadas em portas e janelas e contravergas

apenas em janelas.

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Figura 20 – Quadro de esquadrias do Experimento “A”

QUADRO DE ESQUADRIAS

PORTAS

NOME DIMENSÕES QUANT. TIPO

P1 1.00x2.10 1 Madeira Maciça C/ lateral de madeira e vidro /de abrir

P2 0.80x2.10 1 Paraná /de abrir

P3 0.70x2.10 2 Paraná /de abrir

P4 0.60x2.10 3 Paraná /de abrir

JANELAS

NOME DIMENSÕES (LxA) PEITORIL QUANT. TIPO

J1 1.20x1.10 1.00 1 Alumínio e Vidro /Duas folhas /de correr

J2 1.50x0.50 1.00 1 Alumínio e Vidro /Três folhas /Maximar

J3 0.50x0.50 1.60 1 Alumínio e Vidro /Uma folha /Maximar

J4 1.50x1.10 1.00 2 Alumínio e Vidro /Três folhas /De correr

J5 0.30x1.10 1.00 1 Alumínio e Vidro /Maximar Dupla

Fonte – Adaptado do projeto original (2017).

Têm-se então a pavimentação, dentro da área de acabamento. Iniciou-se no lastro

de concreto (m³) de 10 cm de espessura em toda a área da casa. Depois tem-se uma camada de

regularização (m²) de base para o recebimento da cerâmica em toda a área da casa. Considerou-

se soleiras (m) de granito onde há as portas, diferenças de nível ou mudança de ambiente. No

restante da casa, é colocado cerâmica esmaltada (m²) até 30x30 cm nas áreas da varanda,

banheiro e área de serviço e porcelanato polido (m²) nas demais dependências da casa, devendo-

se aplicar rejuntamento nos locais de cerâmicas e porcelanatos.

Chega-se, então, no revestimento de parede, começando pelo chapisco (m²),

aplicado em todas as paredes a partir da área de revestimento, encontrado multiplicando-se o

perímetro pelo pé-direito. Passa-se para o reboco (m²) da mesma forma anterior, menos nas

paredes que receberão emboço. O emboço se encontra onde será aplicado algum tipo de

revestimento que não seja pintura, e tem sua quantidade (m²) nos locais que haverá cerâmica

ou tijolinho. A cerâmica esmaltada está presente na cozinha, área de serviço e banheiro e o

tijolinho aparente está presente na varanda, fachada posterior e na lateral direita. É necessário

a aplicação de rejuntamento nas áreas onde serão aplicadas as cerâmicas e tijolinhos (varanda).

Ainda no revestimento, deve-se levar em consideração o forro. Nos locais que

levarão tinta (todos, menos o banheiro), utiliza-se chapisco e reboco, com quantidades (m²)

encontradas a partir das áreas do teto de toda a casa. Por fim, utiliza-se forro de gesso na área

do banheiro.

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Finalmente, chega-se a pintura, onde a pintura látex pva, aplicada em todo o teto da

casa, exceto no banheiro. A pintura látex acrílico em paredes internas (m²) é encontrada através

das áreas de revestimento da sala de estar, circulação interna da casa e nos quartos. O

emassamento duas demãos, com massa pva (m²) é a soma das duas áreas encontradas

anteriormente. A área (m²) de textura acrílica em paredes externas é encontrada pela soma de

todas as áreas de revestimento das paredes externas das fachadas e varanda.

Com isso, após todos esses levantamentos de quantitativos concluídos e com o

auxílio das tabelas da SEINFRA/CE, sem desoneração, pôde-se elaborar as tabelas de

quantitativos contidos no Apêndice A.

4.4 Quantitativos pelo método manual do experimento “B”

A metodologia para este experimento é similar ao explicado anteriormente,

havendo apenas algumas alterações quanto ao material. No caso da fundação, foi escolhido

sapata, devido ao tipo de edificação em questão. Para o seu valor, volume medido em m³,

utilizou-se as plantas de locação para visualizar a quantidade de sapatas e suas medidas. Com

isso, separou-se a fundação em duas partes: a em forma de paralelepípedo e a em tronco de

pirâmide. Calculou-se, então, a primeira parte multiplicando a altura, pela largura e seu

comprimento. A segunda parte, utiliza-se a seguinte formula e depois somou-se os dois valores,

para cada fundação:

� =ℎ3

∗ �� + (� ∗ �) + � (1)

Sendo:

V = Volume;

h = Altura do tronco de pirâmide;

A = Área da base maior;

a = Área da base menor.

Já para o cálculo das fôrmas, calculou-se as áreas de todos os lados da sapata, sejam

áreas de retângulos, quadrados ou trapézios. Somou-se esses valores e dividiu-se para se

adequar ao reaproveitamento estabelecido de 5 vezes. Para conferir tanto as áreas, como

volumes, utilizou-se o software desenvolvido pelo engenheiro Dácio Carvalho, como pode ser

visto na figura a seguir:

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55

Figura 21 – Software de cálculo de sapatas

Fonte – Software de Dácio Carvalho Soluções Estruturais (2017)

Diferente do experimento "A", foi feito o projeto estrutural do edifício por uma

empresa especializada. Com isso, foi possível realizar o levantamento dos quantitativos de

concreto a mão. Para isso, utilizou-se todas as plantas cedidas, dos pavimentos e subsolos, onde

constavam os valores de larguras, alturas ou comprimento dos elementos estruturas. Para as

vigas, mediu-se, manualmente, o comprimento de cada uma e multiplicou-se pelos valores

correspondentes a cada uma, de altura e largura, encontrando o seu volume (m³). Para os pilares,

que possuíam especificações de largura e comprimento, bastou-se utilizar os pés-direitos de

cada pavimento.

Quanto as lajes, existiam dois tipos: lajes maciças e lajes nervuradas. As lajes

maciças e o piso maciço do subsolo 3, foram calculadas a partir da ferramenta "Área" do

AutoCAD, multiplicando-se pelas espessuras do projeto. Já para as lajes nervuradas, dividiu-se

em duas etapas: cálculo da capa e dos locais das nervuras. Para a primeira, bastou-se descobrir

a área a partir do software multiplicou-se pela espessura da capa de 0,07 m. Quanto ao volume

das nervuras, utilizou-se uma área média entre a base de cima e a base de baixo das fôrmas,

multiplicou-se, multiplicou-se esse valor pela quantidade de nervuras e utilizou esse valor

encontrado para subtrair da área total da laje. Com isso, encontrou-se a área que receberia

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56 concreto e por fim, realizou-se a multiplicação pela altura da nervura. Por fim, somou-se os

dois valores de volume para encontrar o final das lajes nervuradas em m³.

Por fim, têm-se as fôrmas, que foram levantadas tirando as áreas dos lados dos

elementos, exceto a parte superior das vigas, lajes e pilares e a parte inferior desta última,

também se dimensionando para o reaproveitamento de 5 vezes. Quanto as armaduras, elas não

foram quantificadas, pois elas já foram levantadas no projeto estrutura.

Para a estrutura das escadas, separou-se por andar, contendo dois lances de 8

degraus e um descanso. A partir das medidas presentes no projeto, calculou-se o volume do

descanso multiplicando-se a altura, por comprimento e largura. Quanto aos lances, cada degrau

pode ser aproximado a um prisma triângulo onde um dos lados é representado pelo espelho e o

outro pelo comprimento do degrau. Bastou achar a área do triangulo e multiplicar pela sua

largura, descobrindo o volume de cada degrau. Quanto a laje abaixo dos lances, bastou utilizar

sua espessura especificada em projeto e multiplica-la pelo seu comprimento e a largura dos

degraus. Para conferir, utilizou-se o software do Marcelo Carvalho para cálculo do volume de

escadas, como mostra a Figura 22.

Figura 22 – Software de cálculo de escadas

Fonte – Software de Dárcio Carvalho (2017)

A etapa seguinte é a de paredes e divisórias internas. Realizou-se o mesmo

procedimento da etapa seguinte, atentando-se para os locais onde haviam alvenaria de espessura

de 20 cm, utilizado em todo o subsolo e em todas as paredes que davam para o exterior do

edifício, e os demais ambientes possuíam tijolos de espessura de 14 cm. Quanto as áreas

internas, suas divisórias são de gesso. Com isso, encontrou-se os valores das áreas e suas

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57 quantidades em m², levando em consideração a mesma metodologia quanto ao tamanho dos

vãos, se maiores ou não de 2 m² e sua compensação somente se for superior a este valor.

Têm-se, então, a parte da pavimentação dos pisos internos do edifício, realizados

seguindo a metodologia apresentada no experimento "A", mas adequando-se, colocando-se

as cerâmicas 30x30 cm (m²) nos pisos do estacionamento, guarita, antecâmara, casa de bombas

e deposito de lixo. O mármore em ambientes como circulação, churrasqueira e recepção. O

porcelanato acetinado 45x45 cm (m²) nas áreas molhadas dos apartamentos, o porcelanato

acetinado 60x60 cm (m²) em todos os outros ambientes dos apartamentos, o porcelanato rustico

45x45 cm (m²) no hall e o limestone catalunia 60x60 cm (m²) no terraço. Foram quantificados,

ainda, os granitos da obra, seja de bancada, em soleiras ou chapins colocados nas varandas,

todos os seus valores medidos através da sua área (m²).

No revestimento, começou-se aplicando os mesmos procedimentos quando

ao chapisco (m²), reboco (m²) e emboço (m²). O revestimento de gesso (m²), encontrado

semelhante às anteriores, é aplicado nas paredes de divisórias internas. Por fim, têm-se os

diversos tipos de revestimentos, passando-se de cerâmicas 30x30 cm (m²) no subsolo, depósito

de lixo e no casa de gás, para cerâmicas 45x45 cm (m²) nas paredes do térreo,

até cerâmicas menores de 7,5x7,5 cm (m²) em cores diversas nas paredes externas do prédio,

mas que não fazem parte da fachada, até porcelanatos de 60x60 cm (m²) nas áreas comuns dos

pavimentos tipo, porcelanatos 45x45 cm (m²) em algumas áreas internas dos

apartamentos, entre outros diversos tipos de acabamentos presentes nos memoriais descritivos.

Ainda no revestimento, como no item anterior, deve-se levar em consideração o

forro, que é de gesso em todos os ambientes internos do edifício, medindo-se através de suas

áreas (m²), além da aplicação de tabicas em todo o perímetro (m). Além disso, o forro possui

pintura em látex pva, própria para uso, em toda a sua extensão.

Chega-se a pintura, da mesma metodologia do experimento anterior, onde a pintura

látex pva (m²) está presente nas paredes do térreo. A pintura látex acrílico (m²) é encontrada

nos demais ambientes internos e a área (m²) de textura acrílica de diversas cores no subsolo,

áreas de escada, depósito de lixo e gás.

Por fim, chegou-se na fachada, onde há chapisco (m²) em toda a extensão, além do

emestramento (m²), reboco (m²) onde há tinta e emboço (m²) onde há outros tipos de

revestimentos. Nos locais em que foi aplicado emboço, têm-se cerâmicas 7,5x7,5 cm (m²) de

cores diversas e nas demais áreas, textura acrílica (m²) também de diversas cores. A fachada

ainda conta com uma estrutura de madeira fórmica TS (m²) que segue desde o térreo até o

último andar.

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Com isso, após todos esses levantamentos de quantitativos concluídos e com o

auxílio dos dados da empresa BGM Planejamento, pôde-se elaborar as tabelas de quantitativos

contido no Apêndice C.

4.5 Modelagem e quantitativos pelo método BIM do experimento “A”

Para se iniciar a modelagem, deve-se importar a planta arquitetônica em um arquivo

CAD a partir da aba “Inserir”, opção “Vínculos de CAD”, então abrirá uma aba onde se pode

selecionar o local onde se encontra o projeto escolher o posicionamento no layout do Revit, as

cores do projeto, as layers e deve-se definir em que nível a planta se encontrará. Também deve-

se colocar essas plantas de acordo com o nível, sendo necessário criar diferentes níveis de altura,

de acordo com o projeto, representando fundações, subsolos, quantidade de pavimentos e

coberta, da forma que for necessário.

No projeto, começou-se pelas paredes, a partir da aba “Arquitetura” e opção

“Paredes”. Aparecerá uma aba a direita como mostrado na Figura 23, onde se deve clicar em

“Editar tipo” e depois em “Duplicar”, para a confecção de uma nova parede. Esse procedimento

deve ser aplicado sempre que se for criar um novo elemento diferente, seja uma parede, um

piso, ou o que for.

Figura 23 – Criação de um novo elemento na modelagem

Fonte – Elaborado pelo autor (2017).

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59

Dando prosseguimento, após duplicar e renomear a parede com sua identificação,

deve-se clicar no botão “Editar...” em “Estrutura” como mostrado na Figura 23. Na nova aba

que surgiu, visualizada na Figura 24, pode-se inserir as camadas que fazem parte da parede,

suas espessuras, escolhendo-se seu material e núcleo (tijolo cerâmico) e as suas camadas

internas e externas, que podem variar para reboco, emboço, cerâmica, tinta, etc. Novamente,

esse procedimento de criação de camadas também é utilizado para a criação de qualquer novo

elemento.

Figura 24 – Inserção de camadas do elemento

Fonte – Elaborado pelo autor (2017).

Por fim, para a finalização da criação de uma nova parede (ou outro elemento),

deve-se criar os materiais das camadas inseridas. Clica-se em cima do material, onde abrirá uma

nova aba mostrando a lista de materiais presentes na biblioteca do Revit, onde deve-se clicar

com o botão direito em cima de qualquer uma e duplicar, criando um novo material, onde pode-

se renomear, editar sua aparência e suas características, podendo até utilizar uma imagem salva

no computador como referência visual para o elemento, como mostrado na Figura 25.

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Figura 25 – Criação e edição de novos materiais

Fonte – Elaborado pelo autor (2017).

Finalizando a criação dos diversos tipos de paredes, seja com os diferentes tipos de

tinta ou com cerâmica presentes da edificação, colocou-as nos seus devidos lugares seguindo a

orientação da planta importada anteriormente, colocando-se seus pés-direitos, de acordo com

cada projeto. Para facilitar o processo, a fundação foi criada como uma forma de parede,

orientada logo abaixo das paredes reais do projeto. Assim, foram criadas paredes “especiais”

para a cinta, para o baldrame e para a alvenaria de pedra, localizadas uma abaixo da outra,

respectivamente, e com os tamanhos adotados descritos no item 4.3. A impermeabilização do

baldrame e da cinta foram criados como um tipo de parede extremamente fina, para não

interferir em outros elementos, caso fossem no eixo vertical, e como piso, no eixo horizontal.

Pôde-se inserir, então, as portas e janelas presentes na aba “Arquitetura”, onde

deve-se realizar os mesmos procedimentos descritos anteriormente para tornar as esquadrias

dos tamanhos presentes na Figura 20. Coloca-se, então, nos locais representados pela planta de

origem e as paredes criadas anteriormente já se adaptam a esse espaço.

Criaram-se as vergas e contravergas a partir da opção “Viga”, presente na aba

“Estrutura”, onde teve-se que utilizar os processos descritos anteriormente para adequar o

tamanho correto das vigas. Colocaram-se os elementos nos seus locais adequados, em cima de

portas e janelas e abaixo de janelas e observou-se diversos problemas nessas criações, pois esses

elementos tem o seu comprimento consistindo no comprimento da esquadria, somando-se 30

cm de cada lado, entretanto, em diversos cômodos da casa, esse comprimento adicional ficaria

para fora da edificação como mostrado na Figura 26, então adaptou-se aos diversos casos, como

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61 mostrado na Figura 27. Teve-se que revestir essas vigas com os elementos semelhantes a parede

que elas se encontram, como com chapisco, reboco, ou outros elementos.

Figura 26 – Problema 01 na modelagem de vergas

Fonte – Elaborado pelo autor (2017).

Figura 27 – Problema 02 na modelagem de vergas

Fonte – Elaborado pelo autor (2017).

Como dito anteriormente, não foi possível se obter o projeto estrutural do

experimento “A”. Como esse trabalho simula o dever de um engenheiro orçamentista ou de

planejamentos, realizar o lançamento da estrutura não cabe a esta situação, com isso, não foi

possível modelar nenhum tipo de estrutura para a casa, apenas o pilar que se encontra na

varanda, pois já se tinha suas dimensões e revestiu-se ele com tijolete.

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62

Prosseguiu-se, então, para o piso, porcelanato e cerâmica, e para o forro, tanto o

normal como o de gesso do banheiro. Ambos estão presentes na aba “Arquitetura” e devem

passar pelo mesmo procedimento de criação apresentado anteriormente. Criou-se também as

soleiras nos locais onde estão as portas e nas mudanças de piso e considerou-se os peitoris como

uma forma de piso de 2 cm de espessura, presente logo abaixo das janelas. Esses dois elementos

não foram tirados quantitativos devido a sua modelagem se basear no tamanho linear, o que

daria igual ao do método manual, mas a sua presença torna mais preciso o levantamento de

quantitativo de outros elementos, como alvenaria e revestimentos.

Por fim, acima do forro, deve-se criar as platibandas e a caixa d’água como um tipo

de parede, especificando com os processos descritos anteriormente seus tamanhos e

características, utilizando os cortes e fachadas presentes nas Figuras 18 e 19. Modela-se, então

a cobertura, apenas como fim de acabamento, já que esse serviço não será considerado na

análise presente.

Com a modelagem terminada, pôde-se realizar o levantamento, de fato, dos

quantitativos. Na aba “Vista”, clica-se no quadro encontrado um pouco ao lado direito superior

do centro da tela, onde deve-se clicar na opção “Levantamento de material” mostrado na Figura

28.

Figura 28 – Primeiro passo do levantamento de quantitativos no Autodesk Revit

Fonte – Elaborado pelo autor (2017).

Abriu-se, então, a aba presente na Figura 29, onde deve-se colocar a fase onde foi

desenhado o projeto e o tipo de categoria a ser levantado. No caso, colocou-se em “diversos”,

pois aparecia todos os tipos de categorias, seja parede, piso, forro, estrutura, ou outros que não

foram utilizados neste exemplo. Após escolher e renomear alguma categoria, clicou-se então

em “OK” e seguiu-se para a aba seguinte.

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Figura 29 – Segundo passo do levantamento de quantitativos no Autodesk Revit

Fonte – Elaborado pelo autor (2017).

Com isso, surgiu a aba mostrada na Figura 30, onde pode-se colocar os campos a

serem levantados, como nome, área e volume, apertando no botão “Adicionar” para eles serem

tabelados. Na opção “Classificar/Agrupar”, colocou-se para se ordenar os quantitativos em

ordem de nome.

Figura 30 – Terceiro passo do levantamento de quantitativos no Autodesk Revit

Fonte – Elaborado pelo autor (2017).

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64

Finalizou-se essa etapa clicando em “OK”, onde foi gerado uma tabela de

quantitativos, a qual teve-se que ser exportada para um arquivo de texto, que pode ser aberto

no Excel. Essa tabela e esse procedimento de exportação podem ser visualizados na Figura 31.

Figura 31 – Tabela de quantitativos e procedimento de exportação

Fonte – Elaborado pelo autor (2017).

No Excel realizou-se as somas dos quantitativos, ordenando os insumos como

mostrado no método manual e também com a ajuda das tabelas da SEINFRA/CE, não

desonerada, resultando-se no quadro presente no Apêndice B.

4.6 Modelagem e quantitativos pelo método BIM do experimento “B”

Assim como o item anterior, a modelagem começou-se com a exportação dos

arquivos em CAD para o Revit. Para não precisar ser necessário realizar a modelagem de todos

os andares do experimento “B”, realizou-se apenas de um subsolo e de um dos pavimentos

tipos, depois torna-se o andar todo como bloco e replicou-se para os demais pavimentos iguais.

Fazendo isso, não há a necessidade de desenhar a todos e caso haja a alteração, ela se aplica a

todos os elementos dos andares de uma vez só.

Novamente, o primeiro passo na modelagem envolve a criação das paredes do

edifício, então os procedimentos seguiram-se os mesmos, adequando-se aos requisitos de

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65 projetos apresentados no item 4.4. Pôde-se inserir, então, as portas e janelas como descrito

anteriormente de acordo com os projetos e memorial descritivo. Coloca-se, então, nos locais

representados pela planta de origem e as paredes criadas anteriormente já se adaptam a esse

espaço. Criaram-se as vergas e contravergas nos locais onde haviam vão, realizando as devidas

adequações ao projeto.

Para este caso, o tipo de fundação utilizada foi sapata. Na aba “Estrutura”, no

subitem “Fundação, clicou-se na opção de fundação “Isolada” e escolheu-se um elemento do

tipo “Sapata distribuída – cônica”, que representa a fundação em questão utilizada, como

mostrado na Figura 32. Com isso, prosseguiu-se com o processo de duplicação e edição em

“Editar tipo”, escolhendo-se as medidas referentes aos diversos tipos utilizados no projeto em

questão e posicionando-as nos seus devidos locais.

Figura 32 – Criação de fundação tipo sapata

Fonte – Elaborado pelo autor (2017).

Para o experimento “B”, teve-se o acesso ao projeto estrutural, então foi possível

realizar a modelagem. Na Figura 33 é possível visualizar o esqueleto estrutural da edificação

gerado pelo Revit. A criação de vigas e pilares é bastante semelhante. O processo inicia-se

utilizando as opções “Viga” e “Coluna”, contidas na aba “Estrutura”, então teve-se que editar

os novos elementos de acordo com as especificações do projeto, , como mostrado na Figura 34,

fazendo o processo de duplicação e edição, que se baseia apenas em altura e largura, para todas

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66 as vigas e pilares presentes. Por fim, modelou-se cada elemento, respeitando o projeto

estrutural.

Figura 33 – Estrutura do experimento “B”

Fonte – Adaptado da modelagem original (2017).

Figura 34 – Criação de vigas e pilares

Fonte – Elaborado pelo autor (2017).

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O processo de criação das lajes é mais complexo, principalmente devido a utilização

de algumas lajes nervuradas. Na aba “Estrutura”, clicou-se na opção “Laje”, que diferente das

vigas e lajes que já são elementos prontos, abre uma opção de desenho, onde limitou-se,

manualmente, os limites da laje em questão. A princípio, criou-se o elemento estrutural

encobrindo toda a área projetada, utilizando os mesmos procedimentos em “Editar tipo”,

duplicar e editar. A escolha da espessura da laje é um processo semelhante ao processo descrito

na Figura 35, onde escolheu-se os elementos presente, no caso apenas o concreto, e a sua

espessura.

Figura 35 – Criação de lajes

Fonte – Elaborado pelo autor (2017).

O Revit não cria, automaticamente, lajes nervuradas, então utilizou-se uma das

várias técnicas que simulam essa prática construtiva. Com isso, teve-se que furar a laje para

simular a utilização do método construtivo em questão, para assim chegar ao quantitativo

correto. Clicou-se duas vezes na laje, o que faz abrir um menu de edição, onde seguiu-se o

mesmo processo de criação da laje. Desenhou-se por cima da laje os locais dos furos, como

mostrado na Figura 36, que tiveram seus tamanhos adequados a quantidade de concreto que

não seria mais utilizado devido as nervuras, ou seja, como elas funcionam como uma espécie

de tronco de cone, não pode-se utilizar o valor de medida de cima, pois isso iria retirar menos

concreto, nem o de baixo, pois iria retirar mais concreto, então optou-se por utilizar um valor

médio entre a base e o topo desse tronco para representar a medida dos furos que seriam feitos

na laje, representando, assim, a quantidade de material mais próxima ao real.

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Figura 36 – Resultado da laje nervurada

Fonte – Adaptado da modelagem original (2017).

Para a criação das rampas, usa-se a aba “Arquitetura”, onde existe a opção

“Rampa”, como pode ser visualizado na Figura 37. Sua forma de desenha de criação é

semelhante ao das lajes. Para definir onde ela começa e termina, colocou-se na janela de

propriedades do lado esquerdo, na parte de “restrições”, o seu nível de base e nível superior e

em “editar tipo”, utilizou-se o procedimento explicado anterior de duplicação e depois

determinou-se outros parâmetros, como espessura e comprimento.

Figura 37 – Criação de rampas

Fonte – Elaborado pelo autor (2017).

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Para a criação das escadas, também na aba “Arquitetura”, existe a opção “Escada”.

Na aba “Modificar”, realizou-se os desenhos, tanto dos lances, como dos patamares e na janela

de propriedades que fica do lado esquerdo da tela, deve-se realizar procedimentos de definições

de início e fim de escada e outras propriedades, de forma semelhante a rampa, assim como

mostra a Figura 38.

Figura 38 – Criação de escadas

Fonte – Elaborado pelo autor (2017).

Por fim, prosseguiu-se com os mesmos processos descritos no item 4.5 a respeito

do acabamento, envolvendo piso, porcelanato, cerâmica, forro, entre outros revestimentos,

assim como a finalização da coberta, com platibandas e as devidas adequações dos projetos e

fins de modelagem.

Com a modelagem finalizada, pôde-se realizar o levantamento dos quantitativos e

realizou-se no Excel as devidas operações matemáticas, ordenando os insumos como mostrado

no método manual e também com a ajuda dos dados da empresa BGM Planejamento,

resultando-se no quadro presentes no Apêndice D.

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70 5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os principais resultados encontrados neste trabalho são os quantitativos gerados,

nos experimentos “A” e “B”, utilizando o método manual com o auxílio do software Autodesk

AutoCAD, e o método automático gerado pela plataforma BIM, utilizando o Autodesk Revit,

com as suas respectivas comparações. A seguir serão descritos os principais resultados obtidos

com a elaboração deste documento.

Para o experimento “A”, a partir dos Apêndices A e B elaborados anteriormente,

pôde-se elaborar o Apêndice E com as diferenças percentuais entre o método Manual e o Revit,

essas diferenças foram calculadas a partir da seguinte equação, se repetindo para o apêndice

elaborado para o experimento “B” e para as tabelas apresentadas a seguir:

�(%) =����� ������ − ����� ���

����� ������∗ 100 (2)

Foi possível observar que em praticamente todos os itens, os quantitativos

levantados pela ferramenta BIM se mostraram menores, o que faz sentido devido a precisão

que esse método pode ter devido a modelagem 3D, eliminando contradições entre os projetos.

Os únicos elementos que se mostraram maiores foram os baldrames, as cintas e o reboco do

forro. Isso aconteceu pois, no método manual, uma pequena quantidade de baldrame e cinta

pode acabar não sendo considerada no encontro de dois elementos perpendiculares, o que não

acontece no Revit. Quanto ao forro, isso aconteceu pois se colocou chapisco e reboco no

1banheiro, apesar de haver um forro de gesso mais abaixo.

Pôde-se observar que as diferenças percentuais são particularmente maiores quando

envolve parede e seus revestimentos. Isso ocorreu, pois como a maioria das esquadrias possuía

menos que 2 m², os vãos foram desconsiderados no método Manual, o que não acontece no

Revit, afetando diretamente a quantidade do insumo de tijolos, chapisco, reboco, emboço,

cerâmica e tinta das paredes. Um erro similar ocorre com as vergas, não havendo sua

consideração manualmente, tomando toda a sua área como se houvesse a presença de alvenaria,

mas a ferramenta BIM desconta esses valores da maneira correta.

Diferenças maiores também ocorreram nos pisos, pois o método Manual leva em

consideração toda a área do ambiente, e devido as diferenças de áreas internas impactadas pela

espessura das paredes com acabamento, o que nos projetos originais só se tinha a espessura

crua da alvenaria, dando uma quantidade maior do que deveria, o que não aconteceu no Revit.

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Por fim, foi elaborado a Tabela 4 com a diferença de orçamento desses serviços

estudados. É válido salientar que os valores das estruturas deveriam ter entrado nessa conta,

entretanto, devido à falta de projetos, não foi possível realizar a modelagem desse item no Revit.

Tabela 4 – Diferença percentual do orçamento entre métodos do Experimento “A”

MÉTODO TOTAL (R$) DIFERENÇA MANUAL 47.042,90

6,79% REVIT 43.848,30

Fonte – Elaborado pelo autor (2017).

A diferença de quase 7% pode ser considerada um valor significativo de diferença

entre os quantitativos, mas apesar de que isso representa uma diferença de pouco mais de 3 mil

reais, é um valor considerável caso se analise a construção de maneira isolada e além disso, a

casa se encontra dentro de um conjunto habitacional composto por 10 unidades, o que leva a

diferença orçamentária para 30 mil reais, fazendo com que esse valor possa impactar mais ainda

na decisão do interessado na realização da mesma.

Para o experimento “B”, a partir dos Apêndices C e D elaborados anteriormente,

pôde-se elaborar o Apêndice F com as diferenças percentuais entre o método Manual e o Revit,

da mesma forma que foi feita anteriormente. Neste caso, todos os valores encontrados no

software foram menores, reforçando a precisão que a modelagem 3D pode proporcionar devido,

principalmente, a eliminação das incoerências entre os projetos originais.

Quanto a fundação e a estrutura, são possíveis observar diferenças mínimas,

comparado a outros itens. Isso pode ser explicado devido ao fato dessas duas etapas construtivas

se basearem em elementos geométricos bem definidos, como paralelepípedos e troncos de

pirâmides, o que facilita os cálculos de quantitativos.

Quanto a alvenaria e divisórias internas, pode-se observar diferenças percentuais

altíssimas, maiores até do que as constatadas no experimento “A”. Isso ocorre devido a

quantidade de vãos presentes no projeto do edifício. Como cada pavimento era representado

por três apartamentos repletos de esquadrias, sendo estas possuindo áreas quase que totalmente

menores que 2 m², ou caso fosse superior, eram aproximadamente entre 0,05 a 0,30 m² maiores,

o que, no cálculo manual, representa subtrações baixas, enquanto o Revit retira todo o valor de

área, proporcionando diferenças de quase 20%, o que na casa, obteve-se diferenças de nem 10%

A questão da alvenaria impacta diretamente no revestimento, pois, no método

manual, esses quantitativos são levantados baseados nas paredes e painéis. Com isso, obteve-

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72 se diferenças altas, e como alguns revestimentos são aplicados dos dois lados, aumentou mais

ainda a diferença de etapas como chapisco, reboco e emboço, sendo um deles superior a 30%.

Quanto ao piso, granitos e forros, obteve-se variações menores que 10%, pois são

quantitativos simples de área de ambientes, mas essas diferenças ocorrem devido a

representações de paredes ou outros elementos que se colocam nos locais onde se colocaria um

dos elementos citados no início. No caso das alvenarias, nos projetos elas são representadas

com larguras referentes, geralmente, a espessura do tijolo, mas com a aplicação das camadas

que revestem as paredes, a área interna de um ambiente acaba diminuindo, o que explica essa

diferença percentual.

Por fim, tem-se os diversos tipos de acabamento, como revestimentos de gesso,

pinturas, cerâmicas e porcelanatos e a fachada. Suas diferenças percentuais variam bastante,

mas podem ultrapassar os 20%. Isso ocorre devido ao impacto das alvenarias citados

anteriormente, mas aumentam mais por conta da falta de especificação dos projetos

arquitetônicos quanto ao acabamento. Nos memoriais descritivos só se constavam os materiais

a serem utilizados, tipos de tintas, tamanhos de peças de acabamento, mas não a forma que

seriam feitos na obra. Com isso, houve dificuldade em determinar esses valores manualmente,

principalmente com as cerâmicas e os porcelanatos.

Por fim, foi elaborado a Tabela 5 com a diferença de orçamento desses serviços

estudados, servindo como um parâmetro de análise nessa comparação.

Tabela 5 – Diferença percentual do orçamento entre métodos do Experimento “B”

MÉTODO TOTAL (R$) DIFERENÇA MANUAL 3.741.137,48

7,54% REVIT 3.459.100,96

Fonte – Elaborado pelo autor (2017).

É possível observar que a porcentagem encontrada de 7,54% é um pouco maior do

que encontrada no experimento “A”, mas ainda pode ser considerada coerente entre os casos,

se for abordado de uma maneira geral, demonstrado que os métodos aplicados manualmente e

pelo BIM seguem um padrão percentual, girando em torno de 7% a menos para a segunda

metodologia.

Apesar de possuir projeto estrutural e, com isso, ter sido realizado a modelagem

desta etapa e entrado na comparação, ela pouca impactou nessa diferença. Entretanto, as

questões relacionadas a alvenaria e falta de especificação dos projetos em relação ao

acabamento podem ter influenciado nesse aumento de diferença do experimento “B” e como a

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73 casa do experimento anterior tinha menores diversificações de acabamento, não houve tanto o

impacto desta etapa.

A diferença percentual encontrada de 6,79% e 7,54% são próximas, na primeira ela

representa uma diferença orçamentaria na casa de 3 mil reais, aproximadamente, podendo

aumentar para 30 mil reais se considerar o empreendimento todo, o que pode impactar no poder

de decisão de um cliente ou de uma construtora. No segundo caso, que é de um empreendimento

de grande porte, essa diferença percentual representou valores próximos a 300 mil reais, ou

seja, um valor muito maior, sendo superior até mesmo ao orçamento encontrado do experimento

“A” como um todo. Essa diferença de valor no edifício residencial, que pode até mesmo ser

comparado ao valor de um dos apartamentos que poderiam ser vendidos nesse prédio, pode

impactar na decisão de construir ou não o empreendimento mais facilmente.

Adaptando a metodologia de Santos, Antunes e Balbinot (2014) utilizando critérios

de facilidade de uso, precisão, grau de atenção, rapidez no levantamento, tempo total gasto e

facilidade de alterações, utilizando-se de uma escala de 1 a 3, sendo o terceiro o valor alto, o

segundo o valor médio e o primeiro, baixo, elaborou-se a Tabela 6:

Tabela 6 – Comparação qualitativa entre método

Critério Levantamento manual Levantamento com BIM

Facilidade de uso 3 1

Precisão 2 3

Rapidez no levantamento 1 3

Grau de atenção 3 3

Tempo gasto 2 2

Facilidade de alterações 2 3

Fonte – Adaptado de Santos, Antunes e Balbinot (2014).

Esses resultados mostram que, em relação a facilidade, o método manual é melhor,

pois basta conhecer a construção civil e seus processos, enquanto o BIM requer o conhecimento

mais aprofundado da ferramenta e seus softwares para realizar a modelagem. Entretanto, em

todos os outros critérios ou o segundo método se mostrou superior, ou empatados. Este se

mostrou mais preciso, apesar de que não houveram tantas disparidades. O levantamento com o

Revit é praticamente automático, enquanto o manual requer tempo gasto nesta etapa. Os

métodos mostraram que precisam de alto grau de atenção, para não ocorrerem erros e, caso

ocorressem, no BIM era mais fácil realizar alterações. O tempo gasto entre ambos é

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74 praticamente o mesmo. O primeiro método leva tempo no levantamento de quantitativos,

enquanto o segundo, com a modelagem.

Apesar de possuírem gasto de tempo total semelhante, o BIM possui grande

vantagem de possuir ganhos paralelos durante o processo. Pode-se citar as incompatibilidades,

maquete virtual, análises estruturais, entre outras etapas que podem ser realizadas fora o

orçamento, o Revit acaba realizando em “segundo plano”, gastando menos tempo em outras

etapas.

Os resultados do BIM tendem a ser mais precisos e, nos estudos realizados, foi

constatado valores menores, entretanto, comparado ao método manual que pode ter propagação

de erros, gerando quantitativos maiores e, consequentemente, desperdício na construção civil,

o método utilizando a modelagem pode tender a falta de material. A partir da diferença

percentual encontrada e sua coerência entre resultados mesmo em casos de proporções de

tamanho diferentes, pode-se utilizar índices de correção para evitar essa questão da

desvantagem do BIM.

Com isso, aliando a modelagem e levantamento de quantitativos do BIM se

mostraram mais rápidas que o método manual, mas com o mesmo grau de atenção e cuidado, e

mais preciso. Além disso, este método apresenta vantagem em questão da mudança de projetos

ou a necessidade de realizar alterações posteriores, sendo realizadas de maneira automática com

o BIM, necessitando menos tempos para correções e eliminando a propagação de erros.

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75 6 CONCLUSÃO

Esse projeto teve como finalidade realizar uma análise comparativa para o

levantamento de quantitativos usando os métodos tradicional e manual com o auxílio de

ferramentas CAD e utilizando a plataforma BIM.

O mercado na construção civil está sempre buscando evoluções, processos mais

rápidos e com resultados mais precisos, buscando ao máximo otimizar os lucros e reduzir

desperdícios. Então, esse estudo se faz necessário pela grande quantidade de problemas no

levantamento de quantitativos, utilizando técnicas tradicionais e manuais, seja pela facilidade

de ocorrer falhas que se propagam por todo o processo ou imprecisões, ou pela grande

quantidade de tempo que o projeto requer e as dificuldades caso seja necessária uma revisão ou

retrabalho. Por ser um processo que impacta diretamente na tomada de decisão, essas questões

podem acabar inviabilizando o empreendimento.

Sendo assim, os objetivos desse trabalho são selecionar e analisar projetos para a

realização de estudos de caso utilizando os dois métodos, escolhendo os principais serviços ou

etapas da construção que representem boa parte da obra. Realizar as devidas interpretações dos

projetos escolhidos e realizar o levantamento manual dos mesmos, com o auxílio de uma

ferramenta CAD. Elaborar a modelagem em 3D dos mesmos utilizando a plataforma BIM e

utilizar o seu levantamento automático. E, por fim, desenvolver uma análise comparativa entre

os dois métodos aplicados, identificando os principais pontos de divergência e suas causas,

apresentando algumas vantagens e desvantagem de cada método.

Para atingir esses objetivos, antes de tudo, foi realizado toda uma revisão teórica

acerca dos temas abordados nesse projeto, buscando as principais referências, sejam através de

artigos, teses, dissertações, livros ou apostilas nos assuntos que conceituam o projeto: o

levantamento de quantitativos e todas as suas questões, dificuldades e a importância que

envolvem esse processo. O orçamento, seus tipos e como ele é realizado na construção civil

através da tabela da SEINFRA/CE ou disponibilizada por empresas privadas. As ferramentas

de Computer Aided Design (CAD) e como eles podem ser utilizadas para o levantamento

manual de quantitativos. E, por fim, o Building Information Modeling (BIM), seus benefícios,

sua aplicabilidade e como ele pode ser utilizado no processo estudado nesse trabalho.

A partir disso, a metodologia foi dividida em cinco etapas principais: escolha dos

softwares a serem utilizados nos dois processos, seleção e análise de dois projetos de dimensões

diferentes, levantamento manual, modelagem do empreendimento e extração dos materiais e

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76 serviços e, por fim, comparação entre os métodos e discussão acerca das suas principais

diferenças.

Foram, então, realizados o estudo dos dois casos selecionados, uma casa unifamiliar

representada pelo experimento “A” e um prédio residencial representado pelo experimento “B”.

Foram aplicadas as etapas apresentas na metodologia, realizando os dois tipos de levantamento

para os dois casos e, por fim, foi realizada comparações percentuais para todos os quantitativos

e uma comparação geral do orçamento, além de ter sido feita uma análise qualitativa entre os

dois métodos, buscando classifica-los em relação a alguns critérios.

Foi possível observar que o Revit, software BIM utilizado, levantou quantitativos

com porcentagens menores que o método manual, apresentando uma média de 6,79% para o

experimento “A” e 7,54% para o “B”, sendo valores próximos, mostrando que a diferença entre

métodos, seja qual for a dimensão do empreendimento, possui semelhante variação. Esses

percentuais representaram diferenças orçamentárias na casa de 3 mil e 300 mil reais,

respectivamente, mostrando que mesmo em uma simples casa, o impacto financeiro é

significativo e pode afetar a tomada de decisões, ainda mais se for ser feito a análise em cima

das 10 casas que compõe o conjunto habitacional. Enquanto para uma obra de grande porte,

pode gerar dúvidas, principalmente porque o valor encontrado pode representar facilmente o

valor de um apartamento a ser vendido desse empreendimento.

Na análise qualitativa, constatou-se que o BIM possui maior rapidez de

levantamento de quantitativos devido ao seu processo praticamente automático, além da sua

facilidade de retrabalho, caso haja erros e incoerências, e sua precisão de resultados gerados da

sua modelagem. A plataforma apresenta uma desvantagem na grande necessidade de

conhecimento e familiaridade, principalmente com a utilização do software, além do profundo

conhecimento do processo construtivo para a correta modelagem, enquanto o método manual

necessita de conhecimentos em básicos em CAD e avançados, semelhante ao outro método, dos

processos construtivos.

Também foi possível perceber que o grau de atenção para os dois métodos é o

mesmo, a fim de realizar um correto levantamento e evitar erros, mas o BIM acaba possuindo

a vantagem de possuir identificação automática de incoerências ou falhas. Além disso, como

dito anteriormente, apesar de possuírem um tempo gasto total semelhante, os ganhos paralelos

gerados durante a modelagem do Revit ainda trazem mais benefícios num contesto onde se

procura realizar outras atividades, fora a modelagem.

Portanto, pode-se concluir que todos os objetivos propostos foram atendidos com

sucesso e que a plataforma BIM, assim como apresentado durante a revisão bibliográfica e vista

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77 ao decorrer do projeto, possui muito potencial e apresenta diversas vantagens que podem trazer

benefícios para as mais diversas áreas da construção civil e para todos os envolvidos no ciclo

de vida útil de um empreendimento, não apenas para o levantamento de quantitativos e

elaboração de orçamentos.

O BIM pode fornecer, através das suas funcionalidades, valores mais precisos e

atualizados automaticamente, capaz de reduzir erros e incoerências, além de encurtar prazos,

sendo assim, uma ferramenta de otimização e racionalização da construção civil, algo muito

buscado no mercando, atualmente.

Por fim, é válido salientar que, apesar de possuir valores menores e, provavelmente,

mais alinhados com a realidade, pode ser um erro levar em consideração os quantitativos exatos

encontrados pelo BIM, pois pode ser que o software forneça valores não usuais, sem margens

para desperdícios, necessitando uma margem de segurança a mais, coisa que se faz no método

manual.

Então, pode-se sugerir que se realize, em trabalhos futuros, comparações entre os

valores encontrados entre os métodos estudados e a realidade, verificando qual o valor que pode

ser utilizado para realizar essa correção, tornando os quantitativos do BIM mais aplicáveis e

confiáveis. Pode-se sugerir, também, a realização de estudos comparativos entre os dois

métodos levando em consideração todas as etapas da construção de um empreendimento,

buscando verificar se os percentuais encontrados continuam próximos e coerentes entre si.

Além disso, quanto a análise qualitativa, seria interessante, em trabalhos futuros, realizar

pesquisas com engenheiros, escritórios e construtoras, para fundamentar melhor essas difereças

entre métodos.

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83

APÊNDICE A – Quantitativos manuais do Experimento “A”

ITEM COD DESCRIÇÃO DO SERVIÇO UND QTDE. R$ UNI R$ TOTAL

01. FUNDAÇÃO 6443,05

01.01 C0054 Alvenaria de pedra tosca e argamassa de cimento e areia grossa e arisco no traço 1:2:8

M3 13,66 284,36 3883,90

01.02 C0055 Baldrame em alvenaria de tijolos cerâmicos comuns M3 2,28 459,92 1046,96

01.03 C1462 Impermeabilização de alvenaria de embasamento no respaldo c/argamassa cimento e areia s/ peneiramento, traço 1:3, esp.=2cm c/ aditivo impermeabilizante

M2 45,53 27,35 1245,19

01.04 C0089 Cinta corrida de impermeabilização, executado em concreto sem armadura M3 0,57 469,16 267,00

02. ESTRUTURA 15403,15

02.01 C0843 Concreto estrutural virado em obra, controle tipo "A", consistência para vibração, brita 1, fck=25 Mpa

M3 8,09 331,80 2684,39

02.02 C1399 Forma com chapa compensada plastificada e=12mm, reaproveitamento 5 x M2 97,08 74,33 7216,31

02.03 C1604 Lancamento e aplicacao de concreto em fundacao. M3 8,09 81,69 660,90

02.04 C4151 Armadura CA50/CA60 KG 671,50 7,21 4841,54

03. PAREDES E PAINÉIS 8392,31

03.01 C0073 Alvenaria de tijolo cerâmico furado (9x19x19)cm c/argamassa mista de cal hidratada esp.=10cm (1:2:8)

M2 180,36 37,58 6777,96

03.02 C0076 Alvenaria de tijolo comum c/argamassa mista de cal hidratada 1:2:8 esp=10 cm

M2 20,04 66,47 1332,07

03.03 C2666 Verga reta de concreto armado M3 0,28 1001,00 282,28

04. PAVIMENTAÇÃO 9863,52

04.01 C1609 Lastro de concreto incluindo preparo e lançamento M3 7,73 364,22 2816,51

04.02 C3002 Porcelanato polido c/ arg. pré-fabricada - p/ piso M2 49,94 91,87 4587,99

04.03 C2996 Cerâmica esmaltada c/ arg. pré-fabricada até 30x30 cm (900 cm²) - pei-5/pei-4 - p/ piso

M2 17,48 54,37 950,39

04.04 C2181 Regularização de base c/ argamassa cimento e areia s/ peneirar, traço 1:3 - esp= 3cm

M2 67,42 17,35 1169,74

04.05 C1120 Rejuntamento c/ arg. pré-fabricada, junta até 2mm em cerâmica, até 30x30 cm (900 cm²) (parede/piso)

M2 17,48 5,16 90,20

04.06 C1123 Rejuntamento c/ arg. pré-fabricada, junta até 2mm em cerâmica, acima de 30x30 cm (900 cm²) e porcelanatos (parede/piso)

M2 49,94 4,98 248,70

05. REVESTIMENTO 13074,47

05.01 C0776 Chapisco c/ argamassa de cimento e areia s/peneirar traço 1:3 esp.= 5mm p/ parede

M2 391,59 4,21 1648,59

05.02 C1213 Reboco paulista argamassa 1:2:9 (cimento, cal e areia) M2 339,87 20,52 6974,21

05.03 C3120 Emboço traço 1:6 (cimento e areia) M2 51,72 23,03 1191,03

05.04 C4443 Cerâmica esmaltada c/ arg. pré-fabricada até 30x30cm (900cm²) - pei-5/pei-4 - p/ parede

M2 47,88 57,09 2733,61

05.05 C1120 Rejuntamento c/ arg. pré-fabricada, junta até 2mm em cerâmica, até 30x30 cm (900 cm²) (parede/piso)

M2 51,72 5,16 266,86

05.06 C4128 Tijolinho aparente 6,50x18cm c/ argamassa de cimento e areia 1:3 M2 3,83 67,86 260,18

06. FORRO 1975,50

06.01 C0778 Chapisco c/ argamassa de cimento e areia s/peneirar traço 1:3 esp.= 5mm p/ teto

M2 67,42 7,99 538,69

06.02 C3035 Reboco c/ argamassa de cimento e areia s/ peneirar traço 1:6, esp=20 mm p/ teto

M2 64,87 21,19 1374,60

06.03 C3970 Forro de gesso convencional (60x60)cm com tiro e arame galvanizado encapado - fornecimento e montagem

M2 2,55 24,40 62,22

07. PINTURA 7294,06

07.01 C1615 Pintura latex pva, duas demãos, cor branco neve, acabamento fosco M2 67,42 12,53 844,77

07.02 C4167 Latex acrílico três demãos em paredes internas s/ massa M2 148,28 15,49 2296,83

07.03 C1208 Emassamento duas demãos, com massa pva M2 215,70 10,04 2165,61

07.04 C2461 Textura acrílica em paredes externas M2 191,60 10,37 1986,85

Page 87: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE … · manual com o auxílio de uma ferramenta CAD e o automático com a plataforma BIM, utilizando o Revit , para as etapas de fundação,

84

APÊNDICE B – Quantitativos pelo Autodesk Revit do Experimento “A”

ITEM COD DESCRIÇÃO DO SERVIÇO UND QTDE. R$ UNI R$ TOTAL

01. FUNDAÇÃO 6367,48

01.01 C0054 Alvenaria de pedra tosca e argamassa de cimento e areia grossa e arisco no traço 1:2:8 M3 13,35 284,36 3796,21

01.02 C0055 Baldrame em alvenaria de tijolos cerâmicos comuns M3 2,36 459,92 1085,41

01.03 C1462 Impermeabilização de alvenaria de embasamento no respaldo c/argamassa cimento e areia s/ peneiramento, traço 1:3, esp.=2cm c/ aditivo impermeabilizante M2

44,55 27,35 1218,44

01.04 C0089 Cinta corrida de impermeabilização, executado em concreto sem armadura M3 0,57 469,16 267,42

02. ESTRUTURA 0,00

02.01 C0843 Concreto estrutural virado em obra, controle tipo "A", consistência para vibração, brita 1, fck=25 Mpa

M3 - 331,80 0,00

02.02 C1399 Forma com chapa compensada plastificada e=12mm, reaproveitamento 5 x M2 - 74,33 0,00

02.03 C1604 Lancamento e aplicacao de concreto em fundacao. M3 - 81,69 0,00

02.04 C4151 Armadura CA50/CA60 KG - 7,21 0,00

03. PAREDES E PAINÉIS 7775,54

03.01 C0073 Alvenaria de tijolo cerâmico furado (9x19x19)cm c/argamassa mista de cal hidratada esp.=10cm (1:2:8)

M2 166,689

37,58 6264,17

03.02 C0076 Alvenaria de tijolo comum c/argamassa mista de cal hidratada 1:2:8 esp=10 cm M2 18,521 66,47 1231,09

03.03 C2666 Verga reta de concreto armado M3 0,28 1001,00 280,28

04. PAVIMENTAÇÃO 9100,48

04.01 C1609 Lastro de concreto incluindo preparo e lançamento M3 6,69 364,22 2436,63

04.02 C3002 Porcelanato polido c/ arg. pré-fabricada - p/ piso M2 47,32 91,87 4347,29

04.03 C2996 Cerâmica esmaltada c/ arg. pré-fabricada até 30x30 cm (900 cm²) - pei-5/pei-4 - p/ piso

M2 15,049

54,37 818,21

04.04 C2181 Regularização de base c/ argamassa cimento e areia s/ peneirar, traço 1:3 - esp= 3cm M2 66,96 17,35 1161,76

04.05 C1120 Rejuntamento c/ arg. pré-fabricada, junta até 2mm em cerâmica, até 30x30 cm (900 cm²) (parede/piso)

M2 17,38

5,16 89,68

04.06 C1123 Rejuntamento c/ arg. pré-fabricada, junta até 2mm em cerâmica, acima de 30x30 cm (900 cm²) e porcelanatos (parede/piso)

M2 49,58

4,98 246,91

05. REVESTIMENTO 11871,46

05.01 C0776 Chapisco c/ argamassa de cimento e areia s/peneirar traço 1:3 esp.= 5mm p/ parede M2 357,666

4,21 1505,77

05.02 C1213 Reboco paulista argamassa 1:2:9 (cimento, cal e areia) M2 311,368 20,52 6389,27

05.03 C3120 Emboço traço 1:6 (cimento e areia) M2 46,168 23,03 1063,25

05.04 C4443 Cerâmica esmaltada c/ arg. pré-fabricada até 30x30cm (900cm²) - pei-5/pei-4 - p/ parede

M2 42,528

57,09 2427,92

05.05 C1120 Rejuntamento c/ arg. pré-fabricada, junta até 2mm em cerâmica, até 30x30 cm (900 cm²) (parede/piso)

M2 46,168

5,16 238,23

05.06 C4128 Tijolinho aparente 6,50x18cm c/ argamassa de cimento e areia 1:3 M2 3,64 67,86 247,01

06. FORRO 2008,12

06.01 C0778 Chapisco c/ argamassa de cimento e areia s/peneirar traço 1:3 esp.= 5mm p/ teto M2 66,7

7,99 532,93

06.02 C3035 Reboco c/ argamassa de cimento e areia s/ peneirar traço 1:6, esp=20 mm p/ teto M2 66,75

21,19 1414,43

06.03 C3970 Forro de gesso convencional (60x60)cm com tiro e arame galvanizado encapado - fornecimento e montagem

M2 2,49

24,40 60,76

07. PINTURA 6725,20

07.01 C1615 Pintura latex pva, duas demãos, cor branco neve, acabamento fosco M2 66,75 12,53 836,38

07.02 C4167 Latex acrílico três demãos em paredes internas s/ massa M2 131,258 15,49 2033,19

07.03 C1208 Emassamento duas demãos, com massa pva M2 198,008 10,04 1988,00

07.04 C2461 Textura acrílica em paredes externas M2 180,1 10,37 1867,64

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85

APÊNDICE C – Quantitativos manuais do Experimento “B”

ITEM COD DESCRIÇÃO DO SERVIÇO UNID QTDE. R$ UNI

R$ TOTAL

01. FUNDAÇÃO/SAPATA 90289,55

01.01 BGM EQUIPE DE LANÇAMENTO E ADENSAMENTO CONCRETO - BS M3 188,43 28,65 5398,63

01.02 BGM CONCRETO 35 MPA USINADO - BS M3 188,43 301,2 56756,28

01.03 BGM EQUIPE DE FORMA E DESFORMA - BS M2 459,34 18,82 8644,80

01.04 BGM FÔRMAS (CONSIDERANDO APROVEITAMENTO DE FORMA 5 VEZES) – BS

M2 459,34 42,43 19489,84

02. ESTRUTURA 1192824,96

02.01 BGM EQUIPE DE FORMA E DESFORMA M2 2380,34 18,82 44798,02

02.02 BGM FÔRMAS (CONSIDERANDO APROVEITAMENTO DE FORMA 5 VEZES) M2 1427,84 42,43 60583,37

02.03 BGM FÔRMAS - LAJES NERVURADAS M2 952,50 149,95 142827,12

02.04 BGM EQUIPE DE LANÇAMENTO E ADENSAMENTO CONCRETO M3 1958,77 28,65 56118,73

02.05 BGM CONCRETO 35 MPA USINADO M3 1958,77 301,2 589981,16

02.06 BGM LAJE MACIÇA C/ FERRAGEM - 7CM M2 806,8015046

370,00 298516,56

03. ALVENARIA 187989,23

03.01 BGM ALVENARIA DE TIJOLO CER 20X20 E=20 M2 1578,08 34,22 54001,79

03.02 BGM ALV DE TIJOLO CER 20X20 E=14 M2 6101,43 21,96 133987,44

04. REBOCO E EMBOÇO INTERNO 79068,36

04.01 BGM CHAPISCO INTERNO M2 8.281,37 2,00 16542,87

04.02 BGM REBOCO INTERNO M2 3.254,91 7,36 23956,15

04.03 BGM EMBOÇO INTERNO M2 6026,46 6,4 38569,34

05. PISO INTERNO 437644,35

05.01 BGM PAINEL EM FREIJÓ COM ACABAMENTO EM VERNIZ PU FOSCOC/ BITES 1X1CM DE ESPAÇAMENTO

M2 5,97 200 1194,00

05.02 BGM ASSENTAMENTO CERAMICA 30X30CM (PISO+PAREDE) M2

2.340,71 7,62 17836,21

05.03 BGM CERÂMICA PEI 5 - 30X30CM M2 1666,34 16,96 28261,13

05.04 BGM CERÂMICA PEI 5 VERMELHA - 30X30CM M2 674,37 16,96 11437,32

05.05 BGM REJUNTAMENTO CERÂMICO INTERNO E=5MM M2 2.340,71 1,09 2551,37

05.06 BGM ASSENTAMENTO DE MÁRMORE M2 54,44 26,38 1436,13

05.07 BGM MÁRMORE BRANCO NACIONAL FUNDO CLARO - 1X1M M2 54,44 350 19054,00

05.08 BGM REJUNTAMENTO DE MÁRMORE M2 54,44 1,486 80,90

05.09 BGM ASSENTAMENTO PORCELANATO (PISO+PAREDE) M2

4.602,94 9,44 43451,72

05.10 BGM PORCELANATO RUSTICO 45X45 M2 498,77 45 22444,65

05.11 BGM REJUNTAMENTO P/ PORCELANATO E=2MM M2 4.602,94 0,91 4188,67

05.12 BGM PORCELANATO ACETINADO 60X60 M2 3686,816 50 184340,80

05.13 BGM PISO PRONTO EM RÉGUAS DE CUMARU M2 62,30 350 21805,00

05.14 BGM PORCELANATO PORTINARI COLEÇÃO CROMA(BRANCO)- 60X60 M2 5,92 55 325,60

05.15 BGM ASSENTAMENTO DE LIMESTONE M2 203,05 18,87 3831,55

05.16 BGM REJUNTAMENTO DE LIMESTONE M2 203,05 1,67 339,09

05.17 BGM LIMESTONE CREMA CATALUNIA LEVIGADO 60X60 M2 203,05 277,2 56285,46

Page 89: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE … · manual com o auxílio de uma ferramenta CAD e o automático com a plataforma BIM, utilizando o Revit , para as etapas de fundação,

86

05.18 BGM PORCELANATO ACETINADO 45X45 M2 417,35 45 18780,75

06. DIVISÓRIAS INTERNAS 181849,25

06.01 BGM ALVENARIA DE BLOCO DE GESSO M2 4402,06365 41,31 181849,25

07. REVESTIMENTO DE GESSO 109025,42

07.01 BGM REVESTIMENTO DE PAREDE INTERNA COM GESSO E=20MM M2 6209,7141 17,56 109025,42

08. REVESTIMENTO INTERNO 434471,19

08.01 BGM ASSENTAMENTO CERAMICA 30X30CM (PISO+PAREDE) M2 180,99 7,62 1379,11

08.02 BGM CERÂMICA PEI 4 - 30X30CM M2 180,99 16,96 3069,51

08.03 BGM REJUNTAMENTO CERÂMICO INTERNO E=5MM M2

3.740,75 1,09 4077,42

08.04 BGM ASSENTAMENTO CERAMICA 45X45CM (PISO+PAREDE) M2 80,50 7,62 613,41

08.05 BGM CERÂMICA PEI 4 - 45X45CM M2 80,50 25,5 2052,75

08.06 BGM ESPELHO PRATA 4MM APLICADO SOBRE COMPENSADO DE 10MM M2 18,14 200 3627,24

08.07 BGM PAINEL EM COMPENSADO NAVAL 20MM REVESTIDO EM CAPEADO DE MADEIRA FREIJÓ TIPO EXPORTAÇÃO

M2 66,27 200 13254,12

08.08 BGM ASSENTAMENTO DE MÁRMORE M2 20,10 26,38 530,28

08.09 BGM MÁRMORE BRANCO NACIONAL FUNDO CLARO - 1X1M M2 20,10 350 7035,56

08.10 BGM REJUNTAMENTO DE MÁRMORE M2 20,10 1,486 29,87

08.11 BGM MDF GOFRATO BRANCO M2 10,55 120 1266,00

08.12 BGM ASSENTAMENTO DE LIMESTONE M2 30,60 18,87 577,37

08.13 BGM LIMESTONE CREMA CATALUNIA 60X60 M2 30,60 277,2 8481,63

08.14 BGM REJUNTAMENTO DE LIMESTONE M2 30,60 1,67 51,10

08.15 BGM ASSENTAMENTO GRANITO M2 22,53 17,59 396,30

08.16 BGM GRANITO CINZA APICOADO( MODULAÇÃO C/ BITES DE 1X1CM) M2 22,53 450 10138,50

08.17 BGM REJUNTAMENTO DE GRANITO M2 22,53 1 22,53

08.18 BGM ASSENTAMENTO CERAMICA 7,5X7,5CM (PISO+PAREDE) M2 3479,26 15,74 54763,61

08.19 BGM CERÂMICA 7,5X7,5CM BRANCA M2 1352,03 30 40560,79

08.20 BGM CERÂMICA 7,5X7,5 MARROM M2 2127,24 30 63817,12

08.21 BGM ASSENTAMENTO PORCELANATO (PISO+PAREDE) M2

3.437,08 9,44 32446,06

08.22 BGM REJUNTAMENTO P/ PORCELANATO E=2MM M2

3.437,08 0,91 3127,75

08.23 BGM PORCELANATO POLIDO 60X60 M2 1212,74 50 60637,23

08.24 BGM PORCELANATO ACETINADO 45X45 M2 2198,59 45 98936,46

08.25 BGM PASTILHA 5X5CM COR AZUL - MATERIAL M2 111,44 44,96 5010,49

08.26 BGM ASSENTAMENTO DE PASTILHA 5X5CM M2 111,44 58,44 6512,75

08.27 BGM APLICAÇÃO DE REVESTIMENTO TIPO FULGET M2 35,42 94,62 3351,44

08.28 BGM PAINEL PROFILIT 262X60MM M2 13,18 400 5270,00

08.29 BGM PASTILHA 2X2CM BRANCO M2 17,96 53,952 968,98

08.30 BGM ASSENTAMENTO DE PASTILHA 2X2CM M2 17,96 58,44 1049,58

08.31 BGM PORCELANATO PORTINARI COLEÇÃO CROMA(BRANCO)- 60X60 M2 25,75 55 1416,25

09. FORRO DE GESSO 174989,37

09.01 BGM FORRO DE GESSO M2 4562,16 24,8 113141,57

09.02 BGM COLOCAÇÃO DE TABICA M 7254,874 8,525 61847,80

10. GRANITOS 131651,29

10.01 BGM SOLEIRA EM GRANITO M2 22,13 312,38 6912,97

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87

10.02 BGM ASSENTAMENTO DE SOLEIRA DE GRANITO E=2CM M2 22,13 7 154,91

10.03 BGM ASSENTAMENTO DE BANCADAS EM GRANITO M2 135,09 70,31 9498,18

10.04 BGM BANCADA EM GRANITO - MATERIAL M2 135,09 312,38 42199,41

10.05 BGM CHAPIM EM GRANITO M2 211,3 312,38 66005,89

10.06 BGM ASSENTAMENTO DE CHAPIM EM GRANITO M2 211,3 32,56 6879,93

11. PINTURA INTERNA 193502,76

11.01 BGM TEXTURA ACRÍLICA CORES M2 5.267,74 8,5 44775,82

11.02 BGM PINTURA ACRÍLICA M2 8.108,79 12,685 102860,02

11.03 BGM PINTURA PVA LATEX M2 49,74 12,27 610,30

11.04 BGM PINTURA PVA LATEX SOBRE FORRO DE GESSO M2 4.562,16 9,92 45256,63

12. FACHADA 527831,74

12.01 BGM TAMP. ALV., PICOTAM. ESTRUT., ENCUNH, LIMPEZA BASE M2 2003,75 3,62 7253,58

12.02 BGM EMESTRAMENTO M2 2003,75 3,33 6676,50

12.03 BGM CHAPISCO EXTERNO M2 2003,75 2,60 5209,76

12.04 BGM EMBOÇO EXTERNO M2 1693,49 13,97 23658,11

12.05 BGM REBOCO EXTERNO M2 310,26 16,07 4984,45

12.06 BGM ASSENTAMENTO CERAMICA 7,5X7,5CM (PISO+PAREDE) M2 1598,04 17,31 27668,43

12.07 BGM CERÂMICA 7,5X7,5CM - BRANCA M2 1160,65 30,00 34819,58

12.08 BGM CERÂMICA 7,5X7,5CM - MARROM M2 437,39 30,00 13121,57

12.09 BGM TEXTURA ACRÍLICA CORES M2 314,11 8,50 2669,96

12.10 BGM REJUNTAMENTO C/ ARG. PRÉ-FABRICADA, JUNTA ENTRE 2MM E 6MM (EXTERNO)

M2 1598,04 2,84 4530,99

12.11 BGM FORMICA TS EXTERIOR PADRÃO AMADEIRADO M2 882,75 450,00 397238,81

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APÊNDICE D – Quantitativos pelo Autodesk Revit do Experimento “B”

ITEM COD DESCRIÇÃO DO SERVIÇO UNID QTDE. R$ UNI

R$ TOTAL

01. FUNDAÇÃO/SAPATA 89982,99

01.01 BGM EQUIPE DE LANÇAMENTO E ADENSAMENTO CONCRETO - BS M3

188,24 28,65

5393,08

01.02 BGM CONCRETO 35 MPA USINADO - BS M3

188,24 301,2

56697,89

01.03 BGM EQUIPE DE FORMA E DESFORMA – BS M2

455,38 18,82

8570,25

01.04 BGM FÔRMAS (CONSIDERANDO APROVEITAMENTO DE FORMA 5 VEZES) - BS M2

455,38 42,43 19321,77

02. ESTRUTURA 1161356,27

02.01 BGM EQUIPE DE FORMA E DESFORMA M2

2.286,43

18,82

43.030,58

02.02 BGM FÔRMAS (CONSIDERANDO APROVEITAMENTO DE FORMA 5 VEZES) M2 1.348,31

42,43

57.208,73

02.03 BGM FÔRMAS - LAJES NERVURADAS M2

938,12

149,95

140.671,09

02.04 BGM EQUIPE DE LANÇAMENTO E ADENSAMENTO CONCRETO M3

1.889,52

28,65

54.134,75

02.05 BGM CONCRETO 35 MPA USINADO M3

1.889,52

301,20

569.123,42

02.06 BGM LAJE MACIÇA C/ FERRAGEM - 7CM M2

803,21

370,00

297.187,70

03. ALVENARIA 152500,89

03.01 BGM ALVENARIA DE TIJOLO CER 20X20 E=20 M2

1.225,04 34,22

41920,87

03.02 BGM ALV DE TIJOLO CER 20X20 E=14 M2

5.035,52 21,96

110580,02

04. REBOCO E EMBOÇO INTERNO 58184,89

04.01 BGM CHAPISCO INTERNO M2

6.744,92 2,00

13473,65

04.02 BGM REBOCO INTERNO M2

2.155,81 7,36

15866,76

04.03 BGM EMBOÇO INTERNO M2

4.506,95 6,40

28844,48

05. PISO INTERNO 407254,13

05.01 BGM PAINEL EM FREIJÓ COM ACABAMENTO EM VERNIZ PU FOSCOC/ BITES 1X1CM DE ESPAÇAMENTO

M2 5,72 200,00 1144,00

05.02 BGM ASSENTAMENTO CERAMICA 30X30CM (PISO+PAREDE) M2 2249,75 7,62 17143,08

05.03 BGM CERÂMICA PEI 5 - 30X30CM M2 1592,43 16,96 27007,61

05.04 BGM CERÂMICA PEI 5 VERMELHA - 30X30CM M2 632,60 16,96 10728,90

05.05 BGM REJUNTAMENTO CERÂMICO INTERNO E=5MM M2 2279,80 1,09 2484,98

05.06 BGM ASSENTAMENTO DE MÁRMORE M2 53,28 26,38 1405,53

05.07 BGM MÁRMORE BRANCO NACIONAL FUNDO CLARO - 1X1M M2 53,28 350,00 18648,00

05.08 BGM REJUNTAMENTO DE MÁRMORE M2 53,28 1,49 79,17

05.09 BGM ASSENTAMENTO PORCELANATO (PISO+PAREDE) M2 4324,13 9,44 40819,79

05.10 BGM PORCELANATO RUSTICO 45X45 M2 471,31 45,00 21208,95

05.11 BGM REJUNTAMENTO P/ PORCELANATO E=2MM M2 4324,13 0,91 3934,96

05.12 BGM PORCELANATO ACETINADO 60X60 M2 3479,17 50,00 173958,50

05.13 BGM PISO PRONTO EM RÉGUAS DE CUMARU M2 55,32 350,00 19362,00

05.14 BGM PORCELANATO PORTINARI COLEÇÃO CROMA(BRANCO)- 60X60 M2 5,45

55,00 299,75

05.15 BGM ASSENTAMENTO DE LIMESTONE M2 175,37 18,87 3309,23

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89

05.16 BGM REJUNTAMENTO DE LIMESTONE M2 175,37 1,67 292,87

05.17 BGM LIMESTONE CREMA CATALUNIA LEVIGADO 60X60 M2 175,37 277,20 48612,56

05.18 BGM PORCELANATO ACETINADO 45X45 M2 373,65 45,00 16814,25

06. DIVISÓRIAS INTERNAS 145392,20

06.01 BGM ALVENARIA DE BLOCO DE GESSO M2

3.519,54 41,31

145392,20

07. REVESTIMENTO DE GESSO 93024,56

07.01 BGM REVESTIMENTO DE PAREDE INTERNA COM GESSO E=20MM M2

5.298,36 17,56

93024,56

08. REVESTIMENTO INTERNO 374466,81

08.01 BGM ASSENTAMENTO CERAMICA 30X30CM (PISO+PAREDE) M2

159,37 7,62

1214,40

08.02 BGM CERÂMICA PEI 4 - 30X30CM M2

159,37 16,96

2702,92

08.03 BGM REJUNTAMENTO CERÂMICO INTERNO E=5MM M2

3.030,93 1,09

3303,71

08.04 BGM ASSENTAMENTO CERAMICA 45X45CM (PISO+PAREDE) M2

77,34 7,62

589,33

08.05 BGM CERÂMICA PEI 4 - 45X45CM M2

77,34 25,50

1972,17

08.06 BGM ESPELHO PRATA 4MM APLICADO SOBRE COMPENSADO DE 10MM M2 17,95

200,00 3590,00

08.07 BGM PAINEL EM COMPENSADO NAVAL 20MM REVESTIDO EM CAPEADO DE MADEIRA FREIJÓ TIPO EXPORTAÇÃO

M2

61,33 200,00 12266,00

08.08 BGM ASSENTAMENTO DE MÁRMORE M2

15,57 26,38

410,74

08.09 BGM MÁRMORE BRANCO NACIONAL FUNDO CLARO - 1X1M M2

15,57 350,00

5449,50

08.10 BGM REJUNTAMENTO DE MÁRMORE M2

15,57 1,49

23,14

08.11 BGM MDF GOFRATO BRANCO M2

8,32 120,00

998,40

08.12 BGM ASSENTAMENTO DE LIMESTONE M2

29,14 18,87

549,87

08.13 BGM LIMESTONE CREMA CATALUNIA 60X60 M2

29,14 277,20

8077,61

08.14 BGM REJUNTAMENTO DE LIMESTONE M2

29,14 1,67

48,66

08.15 BGM ASSENTAMENTO GRANITO M2

22,05 17,59

387,86

08.16 BGM GRANITO CINZA APICOADO( MODULAÇÃO C/ BITES DE 1X1CM) M2 22,05

450,00 9922,50

08.17 BGM REJUNTAMENTO DE GRANITO M2

22,05 1,00

22,05

08.18 BGM ASSENTAMENTO CERAMICA 7,5X7,5CM (PISO+PAREDE) M2

2.794,22 15,74

43981,02

08.19 BGM CERÂMICA 7,5X7,5CM BRANCA M2

1.209,53 30,00

36285,90

08.20 BGM CERÂMICA 7,5X7,5 MARROM M2

1.584,69 30,00

47540,70

08.21 BGM ASSENTAMENTO PORCELANATO (PISO+PAREDE) M2

3.070,50 9,44

28985,52

08.22 BGM REJUNTAMENTO P/ PORCELANATO E=2MM M2

3.070,50 0,91

2794,16

08.23 BGM PORCELANATO POLIDO 60X60 M2

987,00 50,00

49350,00

08.24 BGM PORCELANATO ACETINADO 45X45 M2 2061,32 45,00 92759,40

08.25 BGM PASTILHA 5X5CM COR AZUL - MATERIAL M2

98,48 44,96

4427,66

08.26 BGM ASSENTAMENTO DE PASTILHA 5X5CM M2

98,48 58,44

5755,17

08.27 BGM APLICAÇÃO DE REVESTIMENTO TIPO FULGET M2

33,45 94,62

3165,04

08.28 BGM PAINEL PROFILIT 262X60MM M2

12,75 400,00

5100,00

08.29 BGM PASTILHA 2X2CM BRANCO M2

14,00 53,95

755,33

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90

08.30 BGM ASSENTAMENTO DE PASTILHA 2X2CM M2

14,00 58,44

818,16

08.31 BGM PORCELANATO PORTINARI COLEÇÃO CROMA(BRANCO)- 60X60 M2 22,18

55,00 1219,90

09. FORRO DE GESSO 171582,46

09.01 BGM FORRO DE GESSO M2

4.471,48 24,80

110892,70

09.02 BGM COLOCAÇÃO DE TABICA M

7.119,03 8,53

60689,75

10. GRANITOS 125962,93

10.01 BGM SOLEIRA EM GRANITO M2

20,95

312,38

6.544,36

10.02 BGM ASSENTAMENTO DE SOLEIRA DE GRANITO E=2CM M2

20,95

7,00

146,65

10.03 BGM ASSENTAMENTO DE BANCADAS EM GRANITO M2

134,74

70,31

9.473,57

10.04 BGM BANCADA EM GRANITO - MATERIAL M2

134,74

312,38

42.090,08

10.05 BGM CHAPIM EM GRANITO M2

196,29

312,38

61.317,07

10.06 BGM ASSENTAMENTO DE CHAPIM EM GRANITO M2

196,29

32,56

6.391,20

11. PINTURA INTERNA 183655,11

11.01 BGM TEXTURA ACRÍLICA CORES M2 4465,03 8,50 37952,76

11.02 BGM PINTURA ACRÍLICA M2 7945,60 12,69 100789,94

11.03 BGM PINTURA PVA LATEX M2 45,26 12,27 555,34

11.04 BGM PINTURA PVA LATEX SOBRE FORRO DE GESSO M2 4471,48 9,92 44357,08

12. FACHADA 495737,71

12.01 BGM TAMP. ALV., PICOTAM. ESTRUT., ENCUNH, LIMPEZA BASE M2 1877,84 3,62 6797,78

12.02 BGM EMESTRAMENTO M2 1877,84 3,33 6256,96

12.03 BGM CHAPISCO EXTERNO M2 1877,84 2,60 4882,38

12.04 BGM EMBOÇO EXTERNO M2 1595,41 13,97 22287,88

12.05 BGM REBOCO EXTERNO M2 282,43 16,07 4537,38

12.06 BGM ASSENTAMENTO CERAMICA 7,5X7,5CM (PISO+PAREDE) M2 1417,88 17,31 24549,17

12.07 BGM CERÂMICA 7,5X7,5CM - BRANCA M2 1029,26 30,00 30877,80

12.08 BGM CERÂMICA 7,5X7,5CM - MARROM M2 388,62 30,00 11658,60

12.09 BGM TEXTURA ACRÍLICA CORES M2 282,42 8,50 2400,57

12.10 BGM REJUNTAMENTO C/ ARG. PRÉ-FABRICADA, JUNTA ENTRE 2MM E 6MM (EXTERNO)

M2 1417,88 2,84 4020,18

12.11 BGM FORMICA TS EXTERIOR PADRÃO AMADEIRADO M2 838,82 450,00 377469,00

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91

APÊNDICE E – Diferença percentual de quantitativos do Experimento “A”

ITEM COD DESCRIÇÃO DO SERVIÇO UND QTDE.

MANUAL QTDE.

BIM D (%)

01. FUNDAÇÃO

01.01 C0054 Alvenaria de pedra tosca e argamassa de cimento e areia grossa e arisco no traço 1:2:8 M3 13,66 13,35 2,26%

01.02 C0055 Baldrame em alvenaria de tijolos cerâmicos comuns M3 2,28 2,36 -3,67%

01.03 C1462 Impermeabilização de alvenaria de embasamento no respaldo c/argamassa cimento e areia s/ peneiramento, traço 1:3, esp.=2cm c/ aditivo impermabilizante M2 45,53 44,55 2,15%

01.04 C0089 Cinta corrida de impermeabilização, executado em concreto sem armadura M3 0,57 0,57 -0,16%

02. ESTRUTURA

02.01 C0843 Concreto estrutural virado em obra, controle tipo "A", consistência para vibração, brita 1, fck=25 Mpa M3 8,09 - -

02.02 C1399 Forma com chapa compensada plastificada e=12mm, reaproveitamento 5 x M2 97,08 - -

02.03 C1604 Lancamento e aplicacao de concreto em fundacao. M3 8,09 - -

02.04 C4151 Armadura CA50/CA60 KG 671,50 - -

03. PAREDES E PAINÉIS

03.01 C0073 Alvenaria de tijolo cerâmico furado (9x19x19)cm c/argamassa mista de cal hidratada esp.=10cm (1:2:8) M2 180,36 166,689 7,58%

03.02 C0076 Alvenaria de tijolo comum c/argamassa mista de cal hidratada 1:2:8 esp=10 cm M2 20,04 18,521 7,58%

03.03 C2666 Verga reta de concreto armado M3 0,28 0,28 0,71%

04. PAVIMENTAÇÃO

04.01 C1609 Lastro de concreto incluindo preparo e lançamento M3 7,73 6,69 13,49%

04.02 C3002 Porcelanato polido c/ arg. pré-fabricada - p/ piso M2 49,94 47,32 5,25%

04.03 C2996 Cerâmica esmaltada c/ arg. pré-fabricada até 30x30 cm (900 cm²) - pei-5/pei-4 - p/ piso M2 17,48 15,049 13,91%

04.04 C2181 Regularização de base c/ argamassa cimento e areia s/ peneirar, traço 1:3 - esp= 3cm M2 67,42 66,96 0,68%

04.05 C1120 Rejuntamento c/ arg. pré-fabricada, junta até 2mm em cerâmica, até 30x30 cm (900 cm²) (parede/piso) M2 17,48 17,38 0,57%

04.06 C1123 Rejuntamento c/ arg. pré-fabricada, junta até 2mm em cerâmica, acima de 30x30 cm (900 cm²) e porcelanatos (parede/piso) M2 49,94 49,58 0,72%

05. REVESTIMENTO

05.01 C0776 Chapisco c/ argamassa de cimento e areia s/peneirar traço 1:3 esp.= 5mm p/ parede M2 391,59 357,666 8,66%

05.02 C1213 Reboco paulista argamassa 1:2:9 (cimento, cal e areia) M2 339,87 311,368 8,39%

05.03 C3120 Emboço traço 1:6 (cimento e areia) M2 51,72 46,168 10,73%

05.04 C4443 Cerâmica esmaltada c/ arg. pré-fabricada até 30x30cm (900cm²) - pei-5/pei-4 - p/ parede M2 47,88 42,528 11,18%

05.05 C1120 Rejuntamento c/ arg. pré-fabricada, junta até 2mm em cerâmica, até 30x30 cm (900 cm²) (parede/piso) M2 51,72 46,168 10,73%

05.06 C4128 Tijolinho aparente 6,50x18cm c/ argamassa de cimento e areia 1:3 M2 3,83 3,64 5,06%

06. FORRO 06.01 C0778 Chapisco c/ argamassa de cimento e areia s/peneirar traço 1:3 esp.= 5mm p/ teto M2 67,42 66,7 1,07% 06.02 C3035 Reboco c/ argamassa de cimento e areia s/ peneirar traço 1:6, esp=20 mm p/ teto M2 64,87 66,75 -2,90%

06.03 C3970 Forro de gesso convencional (60x60)cm com tiro e arame galvanizado encapado - fornecimento e montagem M2 2,55 2,49 2,35%

07. PINTURA

07.01 C1615 Pintura latex pva, duas demãos, cor branco neve, acabamento fosco M2 67,42 66,75 0,99% 07.02 C4167 Latex acrílico três demãos em paredes internas s/ massa M2 148,28 131,258 11,48%

07.03 C1208 Emassamento duas demãos, com massa pva M2 215,70 198,008 8,20%

07.04 C2461 Textura acrílica em paredes externas M2 191,60 180,1 6,00%

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APÊNDICE F – Diferença percentual de quantitativos do Experimento “B”

ITEM COD DESCRIÇÃO DO SERVIÇO UNID QTDE.

MANUAL QTDE.

BIM D(%)

01. FUNDAÇÃO/SAPATA

01.01 BGM EQUIPE DE LANÇAMENTO E ADENSAMENTO CONCRETO - BS M3 188,43

188,24 0,10%

01.02 BGM CONCRETO 35 MPA USINADO - BS M3 188,43

188,24 0,10%

01.03 BGM EQUIPE DE FORMA E DESFORMA - BS M2 459,34

455,38 0,86%

01.04 BGM FÔRMAS (CONSIDERANDO APROVEITAMENTO DE FORMA 5 VEZES) - BS M2 459,34

455,38 0,86%

02. ESTRUTURA

02.01 BGM EQUIPE DE FORMA E DESFORMA M2 2380,34

2.286,43 3,95%

02.02 BGM FÔRMAS (CONSIDERANDO APROVEITAMENTO DE FORMA 5 VEZES) M2 1427,84

1.348,31 5,57%

02.03 BGM FÔRMAS - LAJES NERVURADAS M2 952,50

938,12 1,51%

02.04 BGM EQUIPE DE LANÇAMENTO E ADENSAMENTO CONCRETO M3 1958,77

1.889,52 3,54%

02.05 BGM CONCRETO 35 MPA USINADO M3 1958,77

1.889,52 3,54%

02.06 BGM LAJE MACIÇA C/ FERRAGEM - 7CM M2 806,8015046

803,21 0,45%

03. ALVENARIA

03.01 BGM ALVENARIA DE TIJOLO CER 20X20 E=20 M2 1578,08

1.225,04 22,37%

03.02 BGM ALV DE TIJOLO CER 20X20 E=14 M2 6101,43

5.035,52 17,47%

04. REBOCO E EMBOÇO INTERNO

04.01 BGM CHAPISCO INTERNO M2 8.281,37

6.744,92 18,55%

04.02 BGM REBOCO INTERNO M2 3.254,91

2.155,81 33,77%

04.03 BGM EMBOÇO INTERNO M2 6026,46

4.506,95 25,21%

05. PISO INTERNO

05.01 BGM PAINEL EM FREIJÓ COM ACABAMENTO EM VERNIZ PU FOSCOC/ BITES 1X1CM DE ESPAÇAMENTO

M2 5,97

5,72 4,19%

05.02 BGM ASSENTAMENTO CERAMICA 30X30CM (PISO+PAREDE) M2

2.340,71 2249,75

3,89%

05.03 BGM CERÂMICA PEI 5 - 30X30CM M2 1666,34 1592,43 4,44%

05.04 BGM CERÂMICA PEI 5 VERMELHA - 30X30CM M2 674,37 632,60 6,19%

05.05 BGM REJUNTAMENTO CERÂMICO INTERNO E=5MM M2 2.340,71

2279,80 2,60%

05.06 BGM ASSENTAMENTO DE MÁRMORE M2 54,44 53,28 2,13%

05.07 BGM MÁRMORE BRANCO NACIONAL FUNDO CLARO - 1X1M M2 54,44 53,28 2,13%

05.08 BGM REJUNTAMENTO DE MÁRMORE M2 54,44 53,28 2,13%

05.09 BGM ASSENTAMENTO PORCELANATO (PISO+PAREDE) M2

4.602,94 4324,13

6,06%

05.10 BGM PORCELANATO RUSTICO 45X45 M2 498,77 471,31 5,51%

05.11 BGM REJUNTAMENTO P/ PORCELANATO E=2MM M2 4.602,94

4324,13 6,06%

05.12 BGM PORCELANATO ACETINADO 60X60 M2 3686,816 3479,17 5,63%

05.13 BGM PISO PRONTO EM RÉGUAS DE CUMARU M2 62,30

55,32 11,20%

05.14 BGM PORCELANATO PORTINARI COLEÇÃO CROMA(BRANCO)- 60X60 M2 5,92 5,45 7,94%

05.15 BGM ASSENTAMENTO DE LIMESTONE M2 203,05 175,37 13,63%

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05.16 BGM REJUNTAMENTO DE LIMESTONE M2 203,05 175,37 13,63%

05.17 BGM LIMESTONE CREMA CATALUNIA LEVIGADO 60X60 M2 203,05 175,37 13,63%

05.18 BGM PORCELANATO ACETINADO 45X45 M2 417,35 373,65 10,47%

06. DIVISÓRIAS INTERNAS

06.01 BGM ALVENARIA DE BLOCO DE GESSO M2 4402,06365

3.519,54 20,05%

07. REVESTIMENTO DE GESSO

07.01 BGM REVESTIMENTO DE PAREDE INTERNA COM GESSO E=20MM M2 6209,7141

5.298,36 14,68%

08. REVESTIMENTO INTERNO

08.01 BGM ASSENTAMENTO CERAMICA 30X30CM (PISO+PAREDE) M2 180,99

159,37 11,94%

08.02 BGM CERÂMICA PEI 4 - 30X30CM M2 180,99

159,37 11,94%

08.03 BGM REJUNTAMENTO CERÂMICO INTERNO E=5MM M2

3.740,75

3.030,93 18,98%

08.04 BGM ASSENTAMENTO CERAMICA 45X45CM (PISO+PAREDE) M2 80,50

77,34 3,93%

08.05 BGM CERÂMICA PEI 4 - 45X45CM M2 80,50

77,34 3,93%

08.06 BGM ESPELHO PRATA 4MM APLICADO SOBRE COMPENSADO DE 10MM M2 18,14

17,95 1,03%

08.07 BGM PAINEL EM COMPENSADO NAVAL 20MM REVESTIDO EM CAPEADO DE MADEIRA FREIJÓ TIPO EXPORTAÇÃO

M2 66,27

61,33 7,46%

08.08 BGM ASSENTAMENTO DE MÁRMORE M2 20,10

15,57 22,54%

08.09 BGM MÁRMORE BRANCO NACIONAL FUNDO CLARO - 1X1M M2 20,10

15,57 22,54%

08.10 BGM REJUNTAMENTO DE MÁRMORE M2 20,10

15,57 22,54%

08.11 BGM MDF GOFRATO BRANCO M2 10,55

8,32 21,14%

08.12 BGM ASSENTAMENTO DE LIMESTONE M2 30,60

29,14 4,76%

08.13 BGM LIMESTONE CREMA CATALUNIA 60X60 M2 30,60

29,14 4,76%

08.14 BGM REJUNTAMENTO DE LIMESTONE M2 30,60

29,14 4,76%

08.15 BGM ASSENTAMENTO GRANITO M2 22,53

22,05 2,13%

08.16 BGM GRANITO CINZA APICOADO( MODULAÇÃO C/ BITES DE 1X1CM) M2 22,53

22,05 2,13%

08.17 BGM REJUNTAMENTO DE GRANITO M2 22,53

22,05 2,13%

08.18 BGM ASSENTAMENTO CERAMICA 7,5X7,5CM (PISO+PAREDE) M2 3479,26

2.794,22 19,69%

08.19 BGM CERÂMICA 7,5X7,5CM BRANCA M2 1352,03

1.209,53 10,54%

08.20 BGM CERÂMICA 7,5X7,5 MARROM M2 2127,24

1.584,69 25,50%

08.21 BGM ASSENTAMENTO PORCELANATO (PISO+PAREDE) M2

3.437,08

3.070,50 10,67%

08.22 BGM REJUNTAMENTO P/ PORCELANATO E=2MM M2

3.437,08

3.070,50 10,67%

08.23 BGM PORCELANATO POLIDO 60X60 M2 1212,74

987,00 18,61%

08.24 BGM PORCELANATO ACETINADO 45X45 M2 2198,59 2061,32 6,24%

08.25 BGM PASTILHA 5X5CM COR AZUL - MATERIAL M2 111,44

98,48 11,63%

08.26 BGM ASSENTAMENTO DE PASTILHA 5X5CM M2 111,44

98,48 11,63%

08.27 BGM APLICAÇÃO DE REVESTIMENTO TIPO FULGET M2 35,42

33,45 5,56%

08.28 BGM PAINEL PROFILIT 262X60MM M2 13,18

12,75 3,23%

08.29 BGM PASTILHA 2X2CM BRANCO M2 17,96

14,00 22,05%

08.30 BGM ASSENTAMENTO DE PASTILHA 2X2CM M2 17,96

14,00 22,05%

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08.31 BGM PORCELANATO PORTINARI COLEÇÃO CROMA(BRANCO)- 60X60 M2 25,75

22,18 13,86%

09. FORRO DE GESSO

09.01 BGM FORRO DE GESSO M2 4562,16

4.471,48 1,99%

09.02 BGM COLOCAÇÃO DE TABICA M 7254,874

7.119,03 1,87%

10. GRANITOS

10.01 BGM SOLEIRA EM GRANITO M2 22,13

20,95 5,33%

10.02 BGM ASSENTAMENTO DE SOLEIRA DE GRANITO E=2CM M2 22,13

20,95 5,33%

10.03 BGM ASSENTAMENTO DE BANCADAS EM GRANITO M2 135,09

134,74 0,26%

10.04 BGM BANCADA EM GRANITO - MATERIAL M2 135,09

134,74 0,26%

10.05 BGM CHAPIM EM GRANITO M2 211,3

196,29 7,10%

10.06 BGM ASSENTAMENTO DE CHAPIM EM GRANITO M2 211,3

196,29 7,10%

11. PINTURA INTERNA

11.01 BGM TEXTURA ACRÍLICA CORES M2 5.267,74 4465,03 15,24%

11.02 BGM PINTURA ACRÍLICA M2 8.108,79 7945,60 2,01%

11.03 BGM PINTURA PVA LATEX M2 49,74 45,26 9,00%

11.04 BGM PINTURA PVA LATEX SOBRE FORRO DE GESSO M2 4.562,16 4471,48 1,99%

12. FACHADA

12.01 BGM TAMP. ALV., PICOTAM. ESTRUT., ENCUNH, LIMPEZA BASE M2 2003,75 1877,84 6,28%

12.02 BGM EMESTRAMENTO M2 2003,75 1877,84 6,28%

12.03 BGM CHAPISCO EXTERNO M2 2003,75 1877,84 6,28%

12.04 BGM EMBOÇO EXTERNO M2 1693,49 1595,41 5,79%

12.05 BGM REBOCO EXTERNO M2 310,26 282,43 8,97%

12.06 BGM ASSENTAMENTO CERAMICA 7,5X7,5CM (PISO+PAREDE) M2 1598,04 1417,88 11,27%

12.07 BGM CERÂMICA 7,5X7,5CM - BRANCA M2 1160,65 1029,26 11,32%

12.08 BGM CERÂMICA 7,5X7,5CM - MARROM M2 437,39 388,62 11,15%

12.09 BGM TEXTURA ACRÍLICA CORES M2 314,11 282,42 10,09%

12.10 BGM REJUNTAMENTO C/ ARG. PRÉ-FABRICADA, JUNTA ENTRE 2MM E 6MM (EXTERNO)

M2 1598,04

1417,88 11,27%

12.11 BGM FORMICA TS EXTERIOR PADRÃO AMADEIRADO M2 882,75 838,82 4,98%