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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FLORESTAIS RAFAELA DA SILVEIRA AVALIAÇÃO ECONÔMICA DA PRODUÇÃO DE MADEIRA DE PARICÁ (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) SOB DIFERENTES ESPAÇAMENTOS DE PLANTIO JERÔNIMO MONTEIRO ES 2014 brought to you by CORE View metadata, citation and similar papers at core.ac.uk provided by Repositório Institucional da Universidade Federal do Espirito Santo

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE …III. Andrade, Wendel Sandro de Paula. IV. ... À Universidade Federal do Espírito Santo e à CAPES, pela estrutura e apoio

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Page 1: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE …III. Andrade, Wendel Sandro de Paula. IV. ... À Universidade Federal do Espírito Santo e à CAPES, pela estrutura e apoio

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPIacuteRITO SANTO

CENTRO DE CIEcircNCIAS AGRAacuteRIAS

PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM CIEcircNCIAS FLORESTAIS

RAFAELA DA SILVEIRA

AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA DE PARICAacute

(Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) SOB DIFERENTES ESPACcedilAMENTOS

DE PLANTIO

JEROcircNIMO MONTEIRO ndash ES

2014

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provided by Repositoacuterio Institucional da Universidade Federal do Espirito Santo

RAFAELA DA SILVEIRA

AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA DE PARICAacute

(Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) SOB DIFERENTES ESPACcedilAMENTOS

DE PLANTIO

Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Florestais do Centro de Ciecircncias Agraacuterias da Universidade Federal do Espiacuterito Santo como parte das exigecircncias para obtenccedilatildeo do Tiacutetulo de Mestre em Ciecircncias Florestais na Aacuterea de Concentraccedilatildeo Recursos Florestais Orientador Prof Dr Gilson Fernandes da Silva Coorientadores Prof Dr Adriano Ribeiro de Mendonccedila e Prof Dr Wendel Sandro de Paula Andrade

JEROcircNIMO MONTEIRO ndash ES

2014

AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA DE PARICAacute

(Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) SOB DIFERENTES ESPACcedilAMENTOS

DE PLANTIO

Rafaela da Silveira

Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Florestais do Centro de Ciecircncias Agraacuterias da Universidade Federal do Espiacuterito Santo como parte das exigecircncias para obtenccedilatildeo do Tiacutetulo de Mestre em Ciecircncias Florestais na Aacuterea de Concentraccedilatildeo Recursos Florestais

Aprovada em 19 de fevereiro de 2014

____________________________________

Prof Dr Gilson Fernandes da Silva (Orientador)

Universidade Federal do Espiacuterito Santo

____________________________________

Prof Dr Wendel Sandro de Paula Andrade (Coorientador)

Universidade Federal do Espiacuterito Santo

____________________________________

Prof Dr Rinaldo Luiz Caraciolo Ferreira (Membro externo)

Universidade Federal Rural de Pernambuco

____________________________________

Prof Dr Joseacute Franklim Chichorro (Membro interno)

Universidade Federal do Espiacuterito Santo

Dados Internacionais de Catalogaccedilatildeo-na-publicaccedilatildeo (CIP)

(Biblioteca Setorial de Ciecircncias Agraacuterias Universidade Federal do Espiacuterito Santo ES Brasil)

Silveira Rafaela da 1987- S587a Avaliaccedilatildeo econocircmica da produccedilatildeo de madeira de paricaacute

(Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) sob diferentes espaccedilamentos de plantio Rafaela da Silveira ndash 2014

80 f il Orientador Gilson Fernandes da Silva Coorientador Adriano Ribeiro de Mendonccedila Wendel Sandro de Paula

Andrade Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) ndash Universidade Federal

do Espiacuterito Santo Centro de Ciecircncias Agraacuterias 1 Madeira ndash exploraccedilatildeo 2 Classe de produtividade 3 Idade 4

Iacutendices econocircmicos I Silva Gilson Fernandes da II Mendonccedila Adriano Ribeiro de III Andrade Wendel Sandro de Paula IV Universidade Federal do Espiacuterito Santo Centro de Ciecircncias Agraacuterias V Tiacutetulo

CDU 630

AGRADECIMENTOS

A Deus por ter me proporcionado tantas coisas assim como este desafio Se natildeo

fosse ele eu nunca teria chegado ateacute aqui

Aos meus pais Joseacute e Lurdes que foram os que mais sofreram com a minha

ausecircncia mais me amaram incondicionalmente todos os dias

Agrave minha irmatilde Renata pelo carinho e cuidado de sempre Satildeo nos pequenos

detalhes que percebemos que os irmatildeos satildeo parte de noacutes

Agrave Universidade Federal do Espiacuterito Santo e agrave CAPES pela estrutura e apoio

financeiro para a realizaccedilatildeo deste trabalho

Ao meu orientador Gilson Fernandes da Silva o qual foi fundamental para a

conclusatildeo deste trabalho

Aos meus coorientadores Adriano Ribeiro de Mendonccedila e Wendel Sandro de Paula

Andrade pelas contribuiccedilotildees

Agrave empresa Laminit pela disponibilidade de informaccedilotildees

Aos professores Rinaldo e Franklim pelas sugestotildees

Aos amigos de Alta Floresta MT pelo carinho e pelas palavras de conforto

Aos tantos amigos que fiz em Jerocircnimo Monteiro ES Eles fizeram a distacircncia

parecer pequena

Ao Kallil Keylla e Tharcia pela amizade incondicional e verdadeira

Agrave todos do laboratoacuterio de manejo e mensuraccedilatildeo florestal em especial aos meus

ldquoirmatildeos de orientaccedilatildeordquo Diego Cezana Onair Rafael Bridi Braacuteulio e Evandro que

foram minha famiacutelia durante este periacuteodo

Agrave Sanderleacuteia Ana Paula e Cristiani pela convivecircncia e paciecircncia

Agrave todos aqueles que de alguma forma colaboraram para a execuccedilatildeo do presente

trabalho meus sinceros agradecimentos

ldquoSou muito grata agraves adversidades que apareceram na minha vida pois elas me

ensinaram a toleracircncia a simpatia o auto-controle a perseveranccedila e outras

qualidades que sem essas adversidades eu jamais conheceriardquo

E por fim a Napoleon Hill que sabiamente escreveu estas palavras

BIOGRAFIA

RAFAELA DA SILVEIRA filha de Joseacute Antonio da Silveira e Maria de

Lourdes da Silveira nasceu em 06 de novembro de 1987 no municiacutepio de Alta

Floresta no Estado de Mato Grosso Brasil

Concluiu o Ensino Meacutedio na Escola Prof Marines Faacutetima de Saacute Teixeira de

Alta Floresta em 2005 Em 2006 ingressou na Universidade Estadual de Mato

Grosso (UNEMAT) em Alta Floresta - MT graduando-se em Engenharia Florestal

em dezembro de 2009 No mesmo ano especializou-se em Geoprocessamento pela

Uniatildeo das Faculdades de Alta Floresta (UNIFLOR)

Em marccedilo de 2012 iniciou o curso de mestrado do Programa de Poacutes-

Graduaccedilatildeo Strictu Sensu em Ciecircncias Florestais na linha de pesquisa Manejo

Florestal na Universidade Federal do Espiacuterito Santo em Jerocircnimo Monteiro ndash ES

submetendo-se agrave defesa da dissertaccedilatildeo em fevereiro de 2014

Enquanto suspiramos por uma vida

sem dificuldades devemos nos

lembrar que o carvalho cresce forte

atraveacutes de ventos contraacuterios e que os

diamantes satildeo formados sob

pressatildeo

(Peter Marshall)

RESUMO

SILVEIRA R Avaliaccedilatildeo econocircmica da produccedilatildeo de madeira de paricaacute

(Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) sob diferentes espaccedilamentos de

plantio 2014 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) ndash Universidade

Federal do Espiacuterito Santo Jerocircnimo Monteiro ES Orientador Prof Dr Gilson

Fernandes da Silva Coorientadores Prof Dr Adriano Ribeiro de Mendonccedila e Prof

Dr Wendel Sandro de Paula Andrade

O paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) eacute uma espeacutecie nativa que

vem ganhando destaque entre os plantios comerciais na regiatildeo amazocircnica pelas

suas caracteriacutesticas de crescimento e produccedilatildeo para muacuteltiplos usos Por tal motivo

objetivou-se neste trabalho avaliar o efeito dos espaccedilamentos de plantio na anaacutelise

econocircmica da produccedilatildeo de madeira de paricaacute Para tanto os dados utilizados neste

estudo satildeo originaacuterios de povoamentos homogecircneos plantados sob os

espaccedilamentos 3x2 3x3 3x4 4x4 e 5x5 m localizados entre os municiacutepios de Dom

Elizeu e Paragominas Estado do Paraacute Estes povoamentos foram inventariados

anualmente ateacute o quinto ano sendo analisadas trecircs classes de produtividade em

cada espaccedilamento sendo elas Baixa (17 - 19 m) Meacutedia (19 ndash 21 m) e Alta (21 - 24

m) Posteriormente com auxiacutelio de modelagem os volumes total e laminado foram

estimados aos 5 6 e 7 anos Estimado o volume e identificados todos os custos de

produccedilatildeo estes foram deflacionados pelo IGP-DI e posteriormente

descapitalizados Assim procedeu-se a anaacutelise econocircmica por meio da metodologia

desenvolvida pelo Instituto de Economia Agriacutecola oacutegatildeo vinculado agrave Secretaria de

Agricultura e Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo juntamente com o criteacuterio do

benefiacutecio perioacutedico equivalente Como resultado obteve-se que o custo operacional

efetivo representou em meacutedia 65 dos custos totais de produccedilatildeo sendo o

transporte o custo individual mais expressivo em todos os espaccedilamentos

analisados As anaacutelises econocircmicas indicaram que o monocultivo de paricaacute

independente do espaccedilamento foi inviaacutevel quando se objetivou a venda da madeira

sem exploraccedilatildeo Essa resposta estaacute associada ao baixo valor de mercado ao qual a

espeacutecie estaacute subordinada A exploraccedilatildeo de madeira mesmo sendo um processo

trabalhoso e dispendioso eacute uma alternativa para se obter valores positivos com a

produccedilatildeo de paricaacute Logo pode-se inferir que o maior retorno financeiro eacute obtido em

povoamentos de paricaacute implantados em classe de produtividade alta sob o

espaccedilamento 3x3 m com exploraccedilatildeo aos 5 anos Entretanto para os maiores

espaccedilamentos de plantio estudos ainda devem ser desenvolvidos

Palavras-chave Classe de produtividade idade iacutendices econocircmicos

ABSTRACT

SILVEIRA R Economic evaluation of the production of wood paricaacute

(Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) under different planting spacings

2014 Dissertation (Master of Forest Science) - Federal University of Espiacuterito Santo

Jerocircnimo Monteiro ES Advisor Prof Dr Gilson Fernandes da Silva

Coorientadores Prof Dr Adriano Ribeiro de Mendonccedila and Prof Dr Wendel Sandro

de Paula Andrade

Paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) is a native species that has

been gaining prominence among commercial plantations in the Amazon region its

growth characteristics and production for multiple uses For this reason the aim of

this study was to evaluate the effect of planting space in economic analysis of timber

production paricaacute For this the data used in this study originate homogeneous stands

planted under the spacings 3x2 3x3 3x4 4x4 and 5x5 m located in the State of

Paraacute These stands were inventoried annually by fifth year and analyzed three

classes of productivity in each spacing which are Low (17 ndash 19 m) Medium (19 ndash 21

m) and High (21 ndash 24 m) Later with the aid of modeling the total and laminate

volumes were estimated at 5 6 and 7 years Estimate the volume and identified all

the costs these were deflated by the IGP ndash DI and subsequently undercapitalized

Thus we proceeded to the economic analysis using the methodology developed by

the Institute of Agricultural Economics along with the criterion periodic benefit

equivalent As a result it was found that the actual operating costs represented on

average 65 of total costs of production transportation and the most expressive

individual cost in all spacings analyzed The economic analysis indicated that the

monoculture paricaacute regardless of spacing was impracticable when used to sell the

timber without exploitation This response is associated with low market value to

which the species is subject The logging even being a laborious and costly process

an alternative is to give positive values to the production of paricaacute Therefore it can

be inferred that the greatest financial return is obtained in stands of paricaacute deployed

in class high productivity under the 3x3 m spacing with operating at 5 years

However for larger planting space studies have yet to be developed

Keywords Productivity class age economic indices

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO GERAL 11

11 OBJETIVO GERAL 13 12 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 13

2 REVISAtildeO DE LITERATURA 14

21 PARICAacute 14 211 Descriccedilatildeo botacircnica e anatocircmica do paricaacute 14 212 Caracteriacutesticas silviculturais do paricaacute 15 213 Utilizaccedilatildeo do paricaacute 16

22 CRESCIMENTO E PRODUCcedilAtildeO DO PARICAacute 17 23 RENDIMENTO EM LAMINACcedilAtildeO DE PARICAacute 18 24 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO 19

241 Teoria dos custos 19 242 A importacircncia dos custos 21 243 Classificaccedilatildeo dos custos 21 244 Componentes do custo 22 245 Iacutendices econocircmicos 24 246 Custos na empresa florestal 26

25 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DE PROJETOS FLORESTAIS 27

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 28

CAPIacuteTULO 1 31

RESUMO 31

ABSTRACT 32

1 INTRODUCcedilAtildeO 33

2 MATERIAL E MEacuteTODOS 35

21 AacuteREA EM ESTUDO 35 22 ESTIMATIVA DA PRODUCcedilAtildeO 36 23 DESCRICcedilAtildeO DAS ATIVIDADES 38 24 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS 39 25 CLASSIFICACcedilAtildeO DOS CUSTOS 41

3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 43

31 ESTIMATIVA DE VOLUME 43 32 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO 45

321 Custo operacional efetivo ndash COE 45 322 Custo operacional total ndash COT 47 323 Custo total ndash CT 50

4 CONCLUSOtildeES 54

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 55

CAPIacuteTULO 2 57

RESUMO 57

ABSTRACT 58

1 INTRODUCcedilAtildeO 59

2 MATERIAL E MEacuteTODOS 61

21 OBTENCcedilAtildeO DAS RECEITAS 61 22 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS 61 23 IacuteNDICES ECONOcircMICOS DA PRODUCcedilAtildeO 62 24 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DOS PROJETOS 63

241 Benefiacutecio perioacutedico equivalente (BPE) 63

3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 65

31 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA VENDA DE MADEIRA EM PEacute 65 32 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA LAMINADA 71 33 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA 75

331 Benefiacutecio perioacutedico equivalente ndash BPE 75

4 CONCLUSOtildeES 78

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 79

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 80

11

1 INTRODUCcedilAtildeO GERAL

As florestas naturais somavam em 2007 cerca de 4 bilhotildees de hectares

cobrindo aproximadamente 30 da superfiacutecie terrestre segundo informaccedilotildees da

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION ndash FAO (2007) Deste montante cerca

de metade da vegetaccedilatildeo ainda estaacute concentrada em cinco paiacuteses sendo o Brasil o

detentor da segunda maior cobertura florestal do planeta

Segundo o Sistema Nacional de Informaccedilotildees Florestais ndash SNIF (2014)

estimava-se que 69 desta cobertura teriam potencial produtivo Com isso ampliou-

se a participaccedilatildeo do setor florestal brasileiro no comeacutercio mundial Entretanto o

setor ainda encontra dificuldades na expansatildeo dos seus negoacutecios especialmente a

regiatildeo amazocircnica devido agraves restriccedilotildees impostas pela legislaccedilatildeo frente ao apelo

ambiental que a regiatildeo desperta em resposta a ocupaccedilatildeo desordenada

Com a implantaccedilatildeo de novas normas de exploraccedilatildeo reduziu-se a

disponibilidade de madeira no mercado expondo-se entatildeo a necessidade de fontes

alternativas para produccedilatildeo de mateacuteria-prima Assim a partir da praacutetica de

reflorestamento estaacute sendo possiacutevel ampliar o estoque de madeira para atender as

demandas atuais e futuras

Em 2012 o consumo brasileiro de madeira em tora proveniente de plantios

florestais foi de 1824 milhotildees de metros cuacutebicos (msup3) um indicador 72 superior

ao de 2011 (ABRAF 2013) Isso indica que a praacutetica do reflorestamento eacute uma

alternativa de negoacutecio que se expandiu no ultimo ano

Segundo o SNIF (2014) o Brasil deteacutem as melhores tecnologias na

silvicultura de eucalipto e outras espeacutecies vecircm sendo estudadas entre elas a acaacutecia

(Acacia mangium Willd) a seringueira (Hevea brasiliensis (Willd ex Adr de Juss)

Muell-Arg) e o paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) Em 2012 a aacuterea

ocupada por plantios florestais de espeacutecies natildeo convencionais como acaacutecia

araucaacuteria poacutepulus teca seringueira e paricaacute foi de 521131 ha representando

72 da aacuterea total de plantios florestais no Brasil (ABRAF 2013) Esta participaccedilatildeo

ainda que pequena se deve agraves caracteriacutesticas de crescimento e produccedilatildeo obtidas

por estas espeacutecies

Na regiatildeo amazocircnica o paricaacute eacute a espeacutecie que vem ganhando destaque

entre os plantios comerciais pelas suas caracteriacutesticas de crescimento e produccedilatildeo

12

para muacuteltiplos usos tornando crescente a demanda industrial por madeira de

lacircminas e compensados para a qual a espeacutecie eacute utilizada (MARQUES et al 2006)

Os primeiros registros com o plantio de paricaacute no Estado do Paraacute constam

da deacutecada de 1950 os quais tinham o objetivo de preservar a caracteriacutestica da

floresta amazocircnica em espaccedilos puacuteblicos e de fomentar estudos sobre o

comportamento e caracteriacutesticas das espeacutecies plantadas (MARQUES et al 2006)

Desde entatildeo muitos plantios foram registrados no Paraacute e em toda regiatildeo

amazocircnica e vaacuterios estudos foram desenvolvidos podendo-se destacar Hoffmann

(2009) Vidaurre et al (2012) Santos (2012) e Corteletti (2013) que trabalharam

com povoamentos de paricaacute localizados entre os municiacutepios de Dom Elizeu e

Paragominas estado do Paraacute Estes estudos comprovaram o alto potencial de

produccedilatildeo madeireira do paricaacute e servem como incentivo para que se estabeleccedilam

novos povoamentos Embora jaacute se tenham muitos plantios com esta espeacutecie na

Amazocircnia ainda satildeo necessaacuterios estudos com o objetivo de identificar as

caracteriacutesticas dendromeacutetricas avaliar a qualidade da madeira e sua produccedilatildeo

A atenccedilatildeo deve ser direcionada tambeacutem para os custos de produccedilatildeo

destes povoamentos que vecircm sendo estabelecidos na regiatildeo amazocircnica Natildeo

existem estudos suficientes que comprovem a lucratividade desta atividade Os

estudos que se tecircm disponiacuteveis ainda satildeo muito geneacutericos e as informaccedilotildees

carentes de dados do processo de implantaccedilatildeo da cultura

O monitoramento do processo produtivo tem sido realizado para identificar

os custos de produccedilatildeo sendo um instrumento necessaacuterio para se avaliar (medir) a

eficiecircncia das empresas Outra teacutecnica utilizada eacute a avaliaccedilatildeo econocircmica dos

projetos que testam a viabilidade de sua execuccedilatildeo

Para testar a viabilidade econocircmica dos projetos florestais faz-se necessaacuterio

o emprego de teacutecnicas econocircmicas sendo as mais tradicionais aquelas em que se

calculam o valor presente liacutequido (VPL) a taxa interna de retorno (TIR) e o benefiacutecio

perioacutedico equivalente (BPE) Este uacuteltimo sendo empregado frequentemente para

projetos com diferentes horizontes de planejamento (REZENDE OLIVEIRA 2001)

O teste da viabilidade econocircmica tem por finalidade estudar a capacidade

financeira do empreendimento a fim de verificar a possibilidade de sua

implementaccedilatildeo por meio da capacidade de sobrevivecircncia no mercado e da

identificaccedilatildeo dos fatores que podem dificultar as possibilidades de ecircxito do mesmo

comprovando-se assim a sua necessidade de execuccedilatildeo

13

11 OBJETIVO GERAL

Avaliar o efeito dos espaccedilamentos de plantio na anaacutelise econocircmica da

produccedilatildeo de madeira de paricaacute

12 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

a) Definir os custos de produccedilatildeo de povoamentos de paricaacute

b) Identificar os custos de produccedilatildeo mais afetados pelos espaccedilamentos

de plantio

c) Avaliar a participaccedilatildeo individual dos custos no processo de

implantaccedilatildeo colheita e transporte e

d) Identificar o espaccedilamento que forneceraacute o maior retorno econocircmico

por meio de indicadores e criteacuterio de avaliaccedilatildeo

14

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

21 PARICAacute

A espeacutecie Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke foi descoberta por

Huber e descrita por Ducke em 1922 sendo vulgarmente conhecida como pinho-

cuiabano paricaacute-da-amazocircnia paricaacute-da-terra-firme (Mato Grosso) paricaacute paricaacute-

grande faveira (Paraacute) canafista canafiacutestula fava-canafiacutestula (Acre) bandarra

(Rondocircnia) guapuruvu-da-amazocircnia (Distrito federal) aleacutem de cereboacute (Boliacutevia)

tambor (Colocircmbia) gavilaacuten (Costa Rica) pachaco (Equador) palo de judiacuteo palo de

picho (Meacutexico) e pashaco (Peru) (CARVALHO 2007)

Ocorre naturalmente em toda regiatildeo amazocircnica principalmente no Mato

Grosso Paraacute Amazonas e Rondocircnia no Brasil aleacutem de outros paiacuteses como Peru

Boliacutevia Colocircmbia e Venezuela (SOUZA et al 2005) Sobrevive em mata primaacuteria e

secundaacuteria de terra firme e vaacuterzea alta notadamente nas formaccedilotildees do tipo floresta

densa e floresta aberta em solos argilosos e altitudes de ateacute 800 metros

(CARVALHO 1994 ROSA 2006a)

A espeacutecie eacute tolerante a solos de baixa fertilidade e adapta-se agrave precipitaccedilatildeo

meacutedia anual de 1600 mm a 5850 mm e temperatura meacutedia de 248 ordmC (CRESPO et

al 1995) Por ser uma espeacutecie essencialmente helioacutefila natildeo tolera baixas

temperaturas (CARVALHO 2007)

211 Descriccedilatildeo botacircnica e anatocircmica do paricaacute

Segundo o sistema de classificaccedilatildeo de Cronquist a espeacutecie Schizolobium

amazonicum pertence agrave famiacutelia Caesalpiniaceae (Leguminosae Caesalpinioideae)

sendo da divisatildeo Magnoliophyta (Angiospermae) da classe Magnoliopsida

(Dicotyledonae) e ordem das Fabales

O paricaacute eacute uma aacutervore deciacutedua que pode atingir 40 m de altura e 100 cm de

DAP (diacircmetro a altura do peito medido a 130 m do solo) na idade adulta

15

(CARVALHO 2007) Seu tronco eacute ciliacutendrico e reto com casca de cor cinza clara

podendo conter sapopemas A madeira eacute macia leve com textura grossa gratilde direita

e irregular cerne creme-avermelhado e alburno creme-claro Tecircm faacutecil

processamento mas baixa durabilidade natural (SOUZA et al 2005)

Rosa (2006a) trabalhando com a botacircnica anatomia e tecnologia de paricaacute

comprovou que ao longo do crescimento vegetativo a espeacutecie pode possuir

caracteriacutesticas dendroloacutegicas diferenciadas em termos de coloraccedilatildeo da casca e do

surgimento de sapopemas

212 Caracteriacutesticas silviculturais do paricaacute

As sementes de paricaacute possuem alto grau germinativo podendo chegar a

90 Isso pode ser comprovado em estudos realizados por Lameira et al (2000)

com a propagaccedilatildeo do paricaacute por meio de sementes submetidas a processos

mecacircnicos fiacutesicos e quiacutemicos de quebra de dormecircncia Nesse estudo foi constatado

que as sementes possuem um percentual de germinaccedilatildeo de 80 a 90

O paricaacute possui entretanto dificuldade em seu manejo por seu elevado teor

de umidade e susceptibilidade ao ataque de microorganismos aleacutem da dormecircncia

tegumentar que necessita de tratamentos preacute-germinativos (ROSA 2006b

CARVALHO 2007)

Para o armazenamento de sementes eacute recomendado um periacuteodo maacuteximo de

12 meses tendo em vista que a partir do oitavo mecircs ocorre reduccedilatildeo na viabilidade

das sementes como pode ser observado no trabalho de Rosa (2006a) sobre a

ecologia e silvicultura do paricaacute

Apoacutes serem retiradas do armazenamento as sementes podem ser plantadas

de duas maneiras colocando-se as sementes para germinar em canteiros

(sementeiras) ou semeando-as diretamente na embalagem plaacutestica Ambas as

opccedilotildees permitem sobrevivecircncia de no miacutenimo 80 das plantas sendo

consideravelmente aceitaacutevel (SOUZA et al 2003)

No que se refere a implantaccedilatildeo de povoamentos uma atenccedilatildeo especial

deve ser direcionada agrave escolha do espaccedilamento a ser utilizado No Estado do Paraacute

diversos espaccedilamentos tem sido adotados (3x3 m 4x4 m 3x4 m 5x4 m 6x4 m)

16

principalmente em plantios mais antigos estando os mais recentes em maior

padronizaccedilatildeo com espaccedilamentos de 4x4 m Isso provavelmente se deve agrave

facilidade de mecanizaccedilatildeo (MARQUES et al 2006) Aleacutem disso estudos vecircm

comprovando que o espaccedilamento 4x4 m eacute mais utilizado pois proporciona a melhor

relaccedilatildeo entre crescimento em altura e diacircmetro das aacutervores (ROSA 2006b)

Em sistemas silviculturais mais adensados ou em plantios puros o paricaacute

tem demonstrado crescimento inicial em altura bastante raacutepido sendo necessaacuterios

desbastes para manter equiliacutebrio adequado entre a retirada de indiviacuteduos de

qualidade inferior doentes ou danificados e a manutenccedilatildeo de espaccedilamento

aproximadamente regular entre as plantas Deve-se ressaltar entretanto que a

espeacutecie eacute bastante suscetiacutevel aos danos causados por ventos fortes principalmente

nos estaacutegios iniciais de desenvolvimento As aacutervores isoladas e plantas da

bordadura satildeo mais propensas a quebras poreacutem estes danos satildeo bastante

reduzidos com a presenccedila de mata ou de relevo ondulado nas proximidades que

possam proteger o povoamento e reduzir esses efeitos do vento (SOUZA et al

2003)

No estudo realizado por Rondon (2002) concluiu-se que ateacute o terceiro ano o

paricaacute eacute altamente vulneraacutevel ao vento principalmente nos espaccedilamentos 4x2 m e

2x2 m Por tal motivo medidas preventivas devem ser tomadas no iniacutecio da

implantaccedilatildeo deixando-se uma faixa de mata nativa em torno do plantio Desta

maneira sob os espaccedilamentos 15x15 m 2x2 m 3x2 m 3x3 m 4x2 m 4x3 m e 4x4

m avaliadas pelo autor os dois uacuteltimos foram os que proporcionaram maiores

crescimentos em altura e diacircmetro

213 Utilizaccedilatildeo do paricaacute

Essa espeacutecie eacute bastante utilizada na produccedilatildeo de lacircminas meacutedias ou parte

interna de compensados caixotaria leve portas e parquete tendo em vista que

pode ser alcanccedilado o rendimento de ateacute 80 de aproveitamento da madeira no

processo de laminaccedilatildeo (MARQUES et al 2006)

17

Ela pode ser utilizada para produccedilatildeo energeacutetica assim como a produccedilatildeo de

papel e celulose por sua facilidade de branqueamento Propriedades medicinais

tambeacutem podem ser encontradas principalmente na casca (CARVALHO 2007)

Carvalho (2007) afirma ainda que esta espeacutecie tem grande potencial para

recuperaccedilatildeo de aacutereas degradadas Por ser uma espeacutecie pioneira o paricaacute tem bom

desenvolvimento na maioria dos solos amazocircnicos contribuindo com

sombreamento o desenvolvimento de espeacutecies cliacutemax que por ventura se

estabeleccedilam na aacuterea

O paricaacute pode ser utilizado ainda para artesanato sendo seu uso mais

comum na fabricaccedilatildeo de brinquedos saltos para calccedilados e aeromodelismo

(SOUZA et al 2003)

22 CRESCIMENTO E PRODUCcedilAtildeO DO PARICAacute

O crescimento e a produccedilatildeo de um povoamento florestal dependem da

idade da capacidade produtiva do grau de utilizaccedilatildeo do potencial produtivo do lugar

e de tratamentos silviculturais (SCOLFORO 2006 CAMPOS LEITE 2009) Esta

relaccedilatildeo pode ser mensurada por meio de modelos de crescimento e produccedilatildeo

mecaniacutesticos ou empiacutericos sendo este uacuteltimo o mais utilizado

Santos (2012) estudando o crescimento e produccedilatildeo de plantios de paricaacute

sob diferentes espaccedilamentos ajustou o modelo logiacutestico para estimar o crescimento

em diacircmetro e volume das aacutervores em cada espaccedilamento em funccedilatildeo da idade O

autor observou efeito significativo do espaccedilamento sobre as variaacuteveis diacircmetro

quadraacutetico e volume em todas as idade evidenciando a dependecircncia entre os

fatores

Neste mesmo estudo foi constatado que a maior diferenccedila entre as meacutedias

do diacircmetro quadraacutetico e o volume foi entre os espaccedilamentos extremos 3x2 m e 5x5

metros Assim o maior crescimento em diacircmetro quadraacutetico foi verificado no espaccedilo

vital com 25 msup2 e o maior crescimento em volume por aacuterea no espaccedilamento de 6msup2

Anteriormente Hoffmann (2009) jaacute havia verificado a influecircncia do diacircmetro

no rendimento da laminaccedilatildeo em que o aumento do diacircmetro promoveu maior

rendimento O mesmo foi observado por Silva et al (2013)

18

23 RENDIMENTO EM LAMINACcedilAtildeO DE PARICAacute

A produccedilatildeo de lacircminas em escala comercial surgiu a partir do seacuteculo XX

sendo impulsionada no Brasil na deacutecada de 30 com o objetivo de confeccionar

madeira compensada que tem como mateacuteria-prima paineacuteis de lacircminas de madeira

Este material eacute submetido a um processo de colagem e prensagem com adesivos

resistentes ou agrave prova drsquoaacutegua tendo muacuteltiplas aplicaccedilotildees na construccedilatildeo civil na

fabricaccedilatildeo de moacuteveis formas para concreto embalagens transporte e aplicaccedilotildees

agriacutecolas (BORDUELLE IWAKIRI MARTINS et al 2006 IWAKIRI PRATA 2008)

A qualidade da laminaccedilatildeo eacute influenciada por caracteriacutesticas da espeacutecie

(densidade da madeira) caracteriacutesticas do fuste (diacircmetro e forma) e gratilde (direccedilatildeo e

inclinaccedilatildeo) e por condiccedilotildees operacionais do equipamento (velocidade de corte

ajuste da geometria da faca e barra de pressatildeo afiaccedilatildeo da faca) sendo que a

automaccedilatildeo dos equipamentos tem resultado em lacircminas de maior qualidade e

produtividade (TSOUMIS 1991)

Esta busca pela qualidade e produtividade tem aumentado o interesse nos

estudos sobre a prognose do crescimento e da produccedilatildeo de povoamentos e do

processo de laminaccedilatildeo Isto ocorre porque as empresas florestais procuram

investimentos soacutelidos devido aos compromissos de longo prazo assumidos

As estimativas da produccedilatildeo de mateacuteria-prima e do rendimento do produto

final contribuem com o planejamento da empresa em relaccedilatildeo a novos investimentos

novos produtos a serem lanccedilados no mercado aleacutem da viabilidade do projeto em

execuccedilatildeo e de futuros investimentos Por isso faz-se necessaacuterio conhecer todo o

processo produtivo do produto com o qual se estaacute trabalhando

A laminaccedilatildeo da madeira pode ser obtida por meio de duas formas

comerciais

a) Lacircminas torneadas ndash obtidas a partir do ldquodesenrolamentordquo de toras grossas

relativamente curtas utilizando torno laminador

b) Lacircminas faqueadas ndash obtidas a partir de cortes planos realizados por

faqueadeira em peccedila de madeira em bloco

Independentemente do meacutetodo de obtenccedilatildeo de lacircminas um dos objetivos da

empresa florestal eacute a busca pelo aumento da produtividade Estas informaccedilotildees satildeo

obtidas por meio do acompanhamento do processo de transformaccedilatildeo das aacutervores

19

em lacircminas e a partir dos valores obtidos subtrai-se o produto final da quantidade

de madeira que iniciou o processo obtendo-se assim o rendimento

Para o paricaacute o rendimento encontrado em estudos realizados por Hoffmann

(2009) foi de aproximadamente 5031 em aacutervores aos 5 anos Jaacute Melo (2012)

alcanccedilou rendimento meacutedio de 59 Este autor afirma ainda que o rendimento em

laminaccedilatildeo pode ser facilmente estimado por meio de variaacuteveis dendromeacutetricas da

tora obtendo-se menores perdas para aacutervores com maiores diacircmetros

O resultado encontrado por Melo (2012) eacute semelhante ao de Bortoletto

Juacutenior e Belini (2002) para outra espeacutecie do mesmo gecircnero Estudando a produccedilatildeo

de lacircminas e compensados de guapuruvu (Schizolobium parayba (Vell) Blake)

proveniente de plantios mistos de espeacutecies nativas estes autores observaram que o

rendimento do processo de laminaccedilatildeo foi de aproximadamente 61 em lacircminas

verdes Isso demonstra que o gecircnero Schizolobium pode conter boas caracteriacutesticas

para laminaccedilatildeo

24 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO

241 Teoria dos custos

Segundo Pinto et al (2008) algumas terminologias devem ser consideradas

na contabilidade de custos

Gasto esforccedilo realizado pela empresa para obtenccedilatildeo de um bem ou serviccedilo

Investimento gasto com bens ou serviccedilos que traratildeo benefiacutecios futuros

Despesa consumo direto ou indireto com bens e serviccedilos com a finalidade

de obtenccedilatildeo de receitas

Perda gasto natildeo intencional decorrente de fatores externos e

Custos gastos acumulados para executar uma atividade fabricar um

produto ou adquirir uma mercadoria

Essas definiccedilotildees podem ser interpretadas como ilustrada na Figura 1

20

Figura 1 Forma esquemaacutetica da distribuiccedilatildeo de gastos Fonte Adaptado de Pinto et al (2008)

Aleacutem das terminologias apresentadas faz-se necessaacuterio definir orccedilamento

anaacutelise de projeto e o caacutelculo do custo de produccedilatildeo uma vez que satildeo peccedilas

fundamentais para o teste de viabilidade econocircmica do projeto

O orccedilamento tem por objetivo a verificaccedilatildeo preacutevia de gastos e a anaacutelise de

projetos objetiva a avaliaccedilatildeo econocircmica de investimentos que seratildeo realizados Jaacute o

caacutelculo do custo de produccedilatildeo por sua vez tem por objetivo quantificar o custo por

unidade produzida sendo este sempre realizado apoacutes o fim do ciclo de produccedilatildeo

O custo por produto encontrado eacute entatildeo comparado com receita obtida com

as vendas do produto e com o montante de capital utilizado na produccedilatildeo a fim de

serem calculados os indicadores econocircmicos para aquela atividade ou seja o custo

de produccedilatildeo de uma empresa eacute determinado pelas condiccedilotildees fiacutesicas de produccedilatildeo

pelo preccedilo dos recursos e pela conduta economicamente eficiente do proprietaacuterio

Custo eacute entatildeo o preccedilo pelo qual se obteacutem um bem (FERGUSON 2003)

O caacutelculo dos custos de produccedilatildeo por sua vez natildeo eacute uma tarefa faacutecil haja

visto que haacute um grande nuacutemero de informaccedilotildees que devem ser administradas para

que se tenha no final do periacuteodo de produccedilatildeo todos os custos referentes agravequela

atividade Por isso o aconselhaacutevel eacute que se faccedila o registro dos gastos

preferencialmente por atividade para facilidade de obtenccedilatildeo dos resultados

Custos

Investimentos

Despesas

PerdasUso para execuccedilatildeo de atividades adquirir mercadorias e fabricar produtos

Gastos que seratildeo usados no futuro para geraccedilatildeo de receita

Gastos que jaacute foram utilizados para geraccedilatildeo de receita

Gastos que natildeo foram usados para geraccedilatildeo de receita

21

242 A importacircncia dos custos

Para Hildebrand (1995) os custos geralmente contribuem para a anaacutelise a

curto meacutedio e longo prazo que geram informaccedilotildees importantes para o planejamento

e mensuraccedilatildeo da eficiecircncia de operaccedilotildees atividades e processos de produccedilatildeo da

empresa a avaliaccedilatildeo de alternativas de investimento novos negoacutecios e novos

sistemas de produccedilatildeo (processos maacutequinas e equipamentos entre outros)

O setor florestal trabalha geralmente a longo prazo que eacute um horizonte de

planejamento em que a curva de custo de produccedilatildeo corresponde agrave despesa com a

aquisiccedilatildeo dos fatores ao longo do caminho de expansatildeo Isto significa que para cada

niacutevel de produccedilatildeo existiraacute uma combinaccedilatildeo dos fatores variaacuteveis de miacutenimo custo

que junto com os fatores fixos permite a produccedilatildeo de determinada quantidade

(SIMONSEN1971 FERGUSON 2003) A ausecircncia do conhecimento sobre custos

provavelmente levaraacute a maacute aplicaccedilatildeo do capital de giro menor lucro menor

rentabilidade ameaccedilas a estabilidade econocircmica financeira e ao crescimento da

empresa (FERREIRA 2007)

243 Classificaccedilatildeo dos custos

Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo vaacuterios meacutetodos satildeo encontrados na

literatura sendo selecionado o modelo a partir da caracteriacutestica do produto ou do

modelo de produccedilatildeo que estaacute sendo analisado Em funccedilatildeo disso o Instituto de

Economia Agriacutecola ndash IEA oacutergatildeo vinculado agrave Secretaria de Agricultura e

Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo desenvolveu uma metodologia para o setor

agriacutecola designado Meacutetodo do Custo Operacional

Na metodologia do custo operacional se incluem apenas as despesas

efetivamente desembolsadas pelo produtor mais a depreciaccedilatildeo de maacutequinas e

benfeitorias e o custo estimado da matildeo-de-obra familiar Assim a remuneraccedilatildeo de

todos os outros fatores de produccedilatildeo natildeo incluiacutedos fica a cargo do resiacuteduo ou seja a

diferenccedila entre o custo operacional e o valor de venda do produto (MATSUNAGA et

al 1976)

22

O esquema da estrutura do custo de produccedilatildeo utilizada pelo IEA pode ser

visualizado a seguir

Figura 2 Estrutura dos custos de produccedilatildeo utilizada pelo IEA Fonte Nachiluk e Oliveira (2012) sup1 Contribuiccedilatildeo de Seguridade Social Rural

244 Componentes do custo

Os custos podem ser denominados custos expliacutecitos e impliacutecitos Os

desembolsos realizados satildeo denominados custos expliacutecitos segundo Pindyck e

Rubinfeld (1994) os quais abrangem remuneraccedilotildees de matildeo de obra salaacuterios e

custos de materiais e locaccedilatildeo de propriedades aleacutem do custo de oportunidade Eles

satildeo importantes pois envolvem pagamentos diretamente feitos pela empresa a

outras empresas e pessoas com as quais faz negoacutecios

Jaacute os custos impliacutecitos natildeo satildeo diretamente desembolsados no processo de

produccedilatildeo mas natildeo podem deixar de ser considerados uma vez que se constituem

de fato em dispecircndios Sua mensuraccedilatildeo se daacute de maneira indireta por meio da

atribuiccedilatildeo de valores que deveratildeo representar o custo de oportunidade de seu uso

Nesta categoria enquadram-se os gastos com depreciaccedilatildeo de benfeitorias

instalaccedilotildees maacutequinas e implementos agriacutecolas e remuneraccedilatildeo do capital fixo e da

terra (CONAB 2010)

Custo operacional

Custo operacional efetivo (COE)

Despesas com operaccedilotildees

Pagamentos de salaacuterios

Gastos com maacutequinas equipamentos e

implementos

Despesas com materiais

Sementes fertilizantes corretivos defensivos

sacarias etc

Encargos sociais

Custo operacional total (COT)

Depreciaccedilatildeo com maacutequinas juros de custeio e CSSRsup1

23

A classificaccedilatildeo proposta pelo IEA compreende elementos diferenciados

poreacutem de faacutecil interpretaccedilatildeo e mais adequado agrave tomada de decisotildees Assim

segundo Matsunaga et al (1976) essa classificaccedilatildeo eacute composta dos seguintes

custos

a) Custo Operacional Efetivo ndash COE

O custo operacional efetivo envolve todos os custos expliacutecitos ou seja o

custo de todos os recursos de produccedilatildeo que exigem desembolso por parte da

empresa para sua recomposiccedilatildeo excluindo-se a matildeo-de-obra familiar

Assim mesmo que determinado produto tenha sido adquirido no periacuteodo

anterior por exemplo deveraacute ser contabilizado aqui pois em algum momento houve

o desembolso para a compra do mesmo Nesse caso eacute importante que seja utilizado

o preccedilo de mercado atual e natildeo o valor pago anteriormente devido ao custo de

oportunidade

b) Custo Operacional Total ndash COT

O custo operacional total envolve a soma do COE o valor da matildeo-de-obra

familiar e as depreciaccedilotildees que equivalem a apenas uma parte dos custos fixos

b1) Depreciaccedilatildeo

A depreciaccedilatildeo corresponde ao custo indireto exigido para acumular fundos

para substituiccedilatildeo do capital investido em bens produtivos de longa duraccedilatildeo

inutilizados pela idade uso e obsolescecircncia

b2) Valor da Matildeo-de-obra Familiar

Este valor deve ser definido considerando-se o custo de oportunidade ou

seja quanto o produtor ganharia se estivesse trabalhando em outra atividade

Considerando-se eacute claro o mesmo niacutevel teacutecnico para desenvolvimento das duas

atividades

24

c) Custo Total ndash CT

Custo total nada mais eacute que a soma do COT com o valor da remuneraccedilatildeo do

capital imobilizado com a atividade

Todo o capital investido na empresa tem custo de oportunidade uma vez

que seu uso na empresa implica deixar de empregaacute-lo noutra atividade alternativa

Por definiccedilatildeo o retorno potencial desse capital na melhor alternativa possiacutevel de

utilizaccedilatildeo forneceria a medida desse custo de oportunidade Como essa estimativa

nem sempre eacute faacutecil eacute expediente comum estimar o custo de oportunidade a partir do

retorno que o capital teria se em vez de aplicado na empresa fosse investido no

mercado financeiro como por exemplo na caderneta de poupanccedila

245 Iacutendices econocircmicos

Os iacutendices econocircmicos apresentados pelo IEA segundo Matsunaga et al

(1976) satildeo

2451 Renda Bruta (RB)

A renda bruta vem a ser o valor da produccedilatildeo ou seja tudo que eacute produzido

vezes o preccedilo do produto

Embora a Renda Bruta permita saber o quanto eacute recebido pelo produto

produzido ela natildeo diz o quanto desse valor iraacute sobrar Isso porque eacute preciso retirar o

custo de produccedilatildeo Sendo assim eacute necessaacuterio que se faccedila a anaacutelise de

rentabilidade da atividade

2452 Margem Bruta (MB)

Eacute calculada pela subtraccedilatildeo do custo operacional efetivo da renda bruta ou

seja eacute a retirada de todos os custos ocorridos sendo mais produtiva agrave medida que

resulta em valores positivos

25

2453 Margem Liacutequida (ML)

Eacute calculada pela subtraccedilatildeo do custo operacional total da renda bruta sendo

um indicativo de lucratividade Comparando-se duas empresas de igual atividade

aquela que tem maior Margem Liacutequida eacute a que possui melhor rentabilidade no

negoacutecio incluindo-se aiacute a questatildeo operacional financeira e extra-operacional

Isso quer dizer que se a ML for positiva todos os desembolsos estatildeo sendo

pagos aleacutem da depreciaccedilatildeo e a matildeo-de-obra familiar Caso contraacuterio a depreciaccedilatildeo

eou a matildeo-de-obra natildeo estatildeo sendo efetivamente pagas e a empresa estaacute se

descapitalizando

2454 Lucro (L)

O lucro vem a ser o resultado da subtraccedilatildeo da renda bruta gerada pela

venda dos produtos no mercado menos o custo total de produccedilatildeo incorrido na sua

geraccedilatildeo Simplificadamente nada mais eacute do que o resultado positivo deduzido das

vendas os custos e despesas

2455 Lucratividade (Luc)

Eacute a relaccedilatildeo do valor do lucro com o montante de vendas ou seja divide-se o

valor do lucro pela quantidade vendida (renda bruta)

2456 Iacutendice de Rentabilidade (IR)

Eacute uma medida do retorno de um investimento Calcula-se dividindo o lucro

obtido (margem liacutequida) pelo valor do investimento inicial (capital empatado) Pode-

se dizer que a rentabilidade eacute a quantidade de dinheiro que o investidor ganha para

cada quantia investida

26

246 Custos na empresa florestal

Nas empresas em geral os custos satildeo classificados em funccedilatildeo de suas

necessidades de informaccedilotildees Geralmente eles satildeo divididos por operaccedilotildees ou

setores da atividade como viveiro plantaccedilotildees tratos culturais exploraccedilatildeo florestal

atividades especiais (coleta de sementes entre outros) implantaccedilatildeo de infra-

estrutura e administraccedilatildeo (BREPOHL 1980)

Em termos econocircmicos os componentes do custo satildeo agrupados de

acordo com sua funccedilatildeo no processo produtivo nas categorias de custos variaacuteveis

custos fixos custo operacional e custo total (CONAB 2010)

Na determinaccedilatildeo da idade oacutetima de corte de povoamentos florestais eacute

necessaacuterio estudar caso a caso cada componente dos custos e das receitas

envolvidas no processo de produccedilatildeo da madeira Tudo isso pelo fato do setor

florestal conter operaccedilotildees de longo prazo Por tal motivo a anaacutelise de custos pode

ter dois enfoques a anaacutelise ex-ante ou seja antes das operaccedilotildees ocorrerem e ex-

post apoacutes terem ocorrido (GRACcedilA et al 2000)

Entre os custos analisados deve-se considerar tambeacutem a depreciaccedilatildeo que

segundo Hildebrand (1995) pode ser definida como a diminuiccedilatildeo do valor dos bens

ativos resultante do desgaste pelo uso accedilatildeo da natureza ou por obsolescecircncia

teacutecnica Assim com o tempo para tornar possiacutevel a reposiccedilatildeo do equipamento eacute

necessaacuterio acumular periodicamente uma reserva em um fundo que permitiraacute no

fim de um periacuteodo a aquisiccedilatildeo de um novo equipamento

Baseados nas necessidades do setor florestal vaacuterios estudos sobre a

viabilidade econocircmica de plantios vem sendo desenvolvidos para as mais variadas

espeacutecies arboacutereas como os obtidos por Souza et al (2003) e o Centro de Pesquisa

do Paricaacute ndash CPP Deve-se ressaltar no entanto a afirmaccedilatildeo feita por Marques et al

(2006) em que os autores concluiacuteram que o custo meacutedio para implantaccedilatildeo e

conduccedilatildeo dos povoamentos podem variar conforme a regiatildeo as teacutecnicas de preparo

de solo os tratos silviculturais adotados entre outros

27

25 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DE PROJETOS FLORESTAIS

Do ponto de vista teacutecnico Oliveira e Rezende (2004) afirmam que dois ou

mais projetos podem ser compatiacuteveis quando a execuccedilatildeo de um natildeo afeta a

implementaccedilatildeo do outro ou incompatiacuteveis em caso contraacuterio Jaacute do ponto de vista

econocircmico eles podem ser dependentes quando haacute uma relaccedilatildeo de rentabilidade

entre ambos ou independentes quando nenhum eacute afetado

Estas informaccedilotildees satildeo importantes para o bom planejamento das atividades

florestais uma vez que o investimento em um projeto deve ser baseado em um

horizonte de planejamento na maioria das vezes de longo prazo podendo variar de

finito como no caso de um plantio florestal ou infinito em um manejo sustentado de

floresta nativa (CHICHORRO et al 2010)

Para realizar a anaacutelise econocircmica eacute importante considerar a vida econocircmica

do projeto Ela corresponde ao tempo que ele produziraacute lucro a vida fiacutesica de

maacutequinas e construccedilotildees o periacuteodo de anaacutelise onde se consideram os efeitos do

projeto Aleacutem do horizonte de construccedilatildeo relacionado agrave demanda do produto e o

horizonte de dados que se refere ao periacuteodo de tempo em que eacute possiacutevel prever o

fluxo de caixa (REZENDE OLIVEIRA 2001)

A avaliaccedilatildeo econocircmica ou financeira de projetos baseia-se entatildeo no fluxo

de caixa que consiste nos custos e nas receitas distribuiacutedos ao longo da vida uacutetil do

empreendimento Os meacutetodos mais recomendados para avaliaccedilatildeo econocircmica de

projetos florestais satildeo (REZENDE OLIVEIRA 2001) valor presente liacutequido (VPL)

taxa Interna de Retorno (TIR) custo (ou Benefiacutecio) Perioacutedico Equivalente (CPE ou

BPE) custo Meacutedio de Produccedilatildeo (CMPr) razatildeo Benefiacutecio (receita)Custo (BC) e

tempo de Recuperaccedilatildeo do Capital

28

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE PRODUTORES DE FLORESTAS PLANTADAS ndash ABRAF ANUAacuteRIO estatiacutestico da ABRAF Brasiacutelia ABRAF 2012 Disponiacutevel em lthttpwwwabraflororgbrestatisticasABRAF12-BRaspgt Acesso em 28 jul 2013 BORTOLETTO JUacuteNIOR G BELINI U L Produccedilatildeo de lacircminas e manufatura de compensados a partir da madeira de guapuruvu (Schizolobium parayba Blake) proveniente de um plantio misto de espeacutecies nativas Cerne v8 n2 p001-016 2002 BORDUELLE G M IWAKIRI S MARTINS D Fatores que influenciam no rendimento em laminaccedilatildeo de Pinus spp Floresta e Ambiente v12 n2 p 35 - 41 NovDez2006 BREPOHL D Custos em empreendimentos florestais Curitiba FUPEF nov 1980 18p (seacuterie teacutecnica n4) CAMPOS J C C LEITE H G Mensuraccedilatildeo florestal perguntas e respostas 3 ed Viccedilosa UFV 2009 548 p CARVALHO P E R Espeacutecies florestais brasileiras recomendaccedilotildees silviculturais potencialidades e uso da madeira Colombo Embrapa Florestas 1994 640p CARVALHO P E R Paricaacute (Schizolobium amazonicum) Colombo Embrapa Florestas 2007 8p (Circular Teacutecnica 142) CHICHORRO J F BAUER M O ANDRADE W S SILVA G F SANTOS F R SILVA J L NOGUEIRA M A Avaliaccedilatildeo econocircmica de projetos florestais In CHICHORRO J F BAUER M O GARCIA G O CALDEIRA M V W Toacutepicos especiais em ciecircncias florestais 1 ed Visconde do Rio Branco Suprema 2010 v 1 p 231-260 COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO ndash CONAB Custo de produccedilatildeo agriacutecola a metodologia da Conab Brasiacutelia Conab 2010 60p CORTELETTI R B Anaacutelise de tronco aplicada agrave avaliaccedilatildeo de crescimento de aacutervores de paricaacute 2013 (82f) Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) ndashUniversidade Federal do Espiacuterito Santo Jerocircnimo Monteiro ES 2013 CRESPO T R MINNICK G VARGAS J Evaluacioacuten de algunas leguminosas en el troacutepico de Cochabamba Bolivia In EVANS D O SZOTT L T (ed) Nitrogen fixing trees for acid soils proceedings of a workshop Morrilton NFTA Winroch International 1995 p 103-112 FERGUSON C E Microeconomia 20 ed Rio de Janeiro Forense Universitaacuteria 2003 610p FERREIRA J A Custos industriais uma ecircnfase gerencial Satildeo Paulo STS 2007 172p

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MELO R R Avaliaccedilatildeo de variaacuteveis tecnoloacutegicas na produccedilatildeo de paineacuteis LVL confeccionados com paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) 2012 (164f) Tese (Doutorado em Ciecircncias Florestais) Universidade de Brasiacutelia Brasiacutelia DF 2012 NACHILUK K OLIVEIRA M D M Custo de produccedilatildeo uma importante ferramenta gerencial na agropecuaacuteria Instituto de Economia Agriacutecola ndash IEA v 7 n 5 maio 2012 OLIVEIRA A D REZENDE J L P Economia Florestal Lavras UFLAFAEPE 2004 101p PINDYCK R S RUBINFELD D L Microeconomia Satildeo Paulo Makron Books 1994 968p

30

PINTO A A G LIMEIRA A L F SILVA C A S COELHO F S Gestatildeo de custos 2 ed Rio de Janeiro FGV 2008 140p REZENDE J L P OLIVEIRA A D Anaacutelise econocircmica e social de projetos florestais Viccedilosa MG UFV 2001 389 p RONDON E V Produccedilatildeo de biomassa e crescimento de aacutervores de Schizolobium amazonicum (Huber) Ducke sob diferentes espaccedilamentos na regiatildeo de mata Aacutervore Viccedilosa-MG v26 n5 p573-576 2002 ROSA L S Caracteriacutesticas botacircnicas anatocircmicas e tecnoloacutegicas do paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) Revista de Ciecircncias Agraacuterias Beleacutem n 46 p63-79 juldez 2006a ROSA L S Ecologia e silvicultura do paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) na amazocircnia brasileira Revista de Ciecircncias Agraacuterias Beleacutem n 45 p 135-174 janjun 2006b SANTOS E M Crescimento e produccedilatildeo de plantios de paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) sob diferentes espaccedilamentos 2012 (74f) Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) Universidade Federal do Espiacuterito Santo Jerocircnimo Monteiro ES 2012 SCOLFORO J R S Biometria florestal modelos de crescimento e produccedilatildeo florestal Lavras UFLAFAEPE 2006 393p SILVA G F GEZAN S A SOARES C P B ZANETI L Z Modeling growth and yield of Schizolobium amazonicum under different spacings International Journal of Forestry Research v 2013 (2013) 10 p SIMONSEN M H Teoria microeconocircmica Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas 1971 2 ed 410p SISTEMA NACIONAL DE INFORMACcedilOtildeES FLORESTAIS ndash SNIF Produccedilatildeo florestal cadeia produtiva Serviccedilo Florestal Brasileiro Brasilia 2014 SOUZA C R ROSSI L M B AZEVEDO C P VIEIRA A H Paricaacute Schizolobium parahyba var amazonicum (Huber x Ducke) Barneby 1 ed Manaus EMBRAPA Dezembro 2003 (Circular Teacutecnica 18) SOUZA D B CARVALHO G S RAMOS E J A Paricaacute Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke Manaus EMBRAPA 2005 2p (Informativo Teacutecnico Rede de Sementes da Amazocircnia n13) TSOUMIS G Science and Technology of Wood structure properties utilization New York Chapmam amp Hall 1991 494 p VIDAURRE G B CARNEIRO A C O VITAL B R SANTOS R C S VALLE M L A Propriedades energeacuteticas da madeira e do carvatildeo de paricaacute (Schizolobium amazonicum) Aacutervore Viccedilosa-MG v36 n2 p365-371 2012

31

CAPIacuteTULO 1

CUSTOS DA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA DE PARICAacute

RESUMO

O setor de florestas plantadas brasileiro vem perdendo espaccedilo no mercado

internacional pelo alto custo necessaacuterio agrave produccedilatildeo Por isso haacute a necessidade

de se investigar quais os custos mais onerosos do processo produtivo para

entatildeo se montar uma estrateacutegia de reduccedilatildeo de custos a fim de tornar o

reflorestamento novamente competitivo no mercado Deste modo objetivou-se

no trabalho estimar a produccedilatildeo de paricaacute (Schizolobium amazonicum) aos 5 6

e 7 anos em trecircs classes de produtividade e em cinco espaccedilamentos de

plantio identificando os principais custos de produccedilatildeo aleacutem dos mais afetados

pelos espaccedilamentos de plantio na regiatildeo de Paragominas PA A estimativa de

volume foi obtida segundo metodologia proposta por Silva et al (2013) e os

custos de produccedilatildeo desde as atividades de preparo da aacuterea ateacute a colheita e

transporte foram disponibilizados por produtores rurais e empresaacuterios da

regiatildeo Posteriormente fez-se a anaacutelise dos custos por meio da metodologia do

custo operacional em que se considera apenas as despesas efetivamente

desembolsadas pelo agricultor somadas agrave depreciaccedilatildeo e matildeo-de-obra familiar

Assim inferiu-se que o espaccedilamento 3x2 m foi superior em volume diante dos

outros espaccedilamentos analisados Em relaccedilatildeo agrave analise de custos o custo

operacional efetivo representou em meacutedia 65 dos custos totais de produccedilatildeo

sendo o transporte o custo individual mais expressivo em todos os

espaccedilamentos analisados Jaacute a manutenccedilatildeo foi o conjunto de atividades mais

significativo nos plantios devido ao nuacutemero e ao longo periacuteodo para sua

execuccedilatildeo Os custos totais de produccedilatildeo foram superiores em espaccedilamentos

menores independentemente da remuneraccedilatildeo ou natildeo pelo uso dos capitais

permanente e circulante

Palavras-chave Custo operacional efetivo espaccedilamento idade

produtividade

32

CHAPTER 1

PRODUCTION COST PARICAacute

ABSTRACT

The planted forest sector in Brazil has been losing ground in the international

market by the high cost needed for production Therefore there is a need to

investigate what the most expensive costs of the production process to then

build a strategy to reduce costs in order to become competitive again

reforestation in the market Thus the aim of the study was to estimate the

production of paricaacute (Schizolobium amazonicum) at 5 6 and 7 years in three

productivity classes and five planting space identifying the major costs of

production and those most affected by planting space in the region of

Paragominas PA The volume estimate was obtained according to the

methodology proposed by Silva et al (2013) and production costs since the

activities of preparation of the area to harvest and transport were provided by

farmers and entrepreneurs in the region Subsequently made to cost analysis

using the methodology of the operating cost which considers only the expenses

actually disbursed by the farmer together with the depreciation and labor

family labor Thus it was inferred that the spacing 3x2 m was higher by volume

on the other spacings analyzed Regarding the analysis of costs the effective

operating cost represented on average 65 of total production costs and

transport the most significant single cost in all spacings analyzed Have

maintenance was the most significant set of activities in plantations due to the

number and the time period for its implementation The total production costs

were higher in the smaller spacing regardless of whether or not for the use of

permanent and circulating capital

Keywords Effective operational cost spacing age productivity

33

1 INTRODUCcedilAtildeO

A crescente dificuldade em se obter madeira de florestas nativas tem

motivado empresaacuterios agrave praacutetica do reflorestamento Nesses plantios vaacuterias

espeacutecies tecircm sido utilizadas sendo o paricaacute a espeacutecie nativa de maior

expressatildeo na regiatildeo norte do paiacutes principalmente no estado do Paraacute

Segundo a ABRAF (2013) em 2012 foram plantados 87901 hectares

de paricaacute nos estados do Paraacute Tocantins e Maranhatildeo O aumento da aacuterea de

plantio nos uacuteltimos anos eacute justificado pela boa aceitaccedilatildeo desta espeacutecie no

mercado madeireiro devido aos seus variados fins como a produccedilatildeo de

lacircmina e compensado forros palitos papel moacuteveis aleacutem de peccedilas de

acabamentos e molduras

A falta de informaccedilotildees silviculturais no entanto tecircm inviabilizado a

expansatildeo de novos plantios em outras regiotildees do paiacutes Natildeo se tecircm estudos

suficientes para comprovar o melhor meacutetodo de implantaccedilatildeo desta cultura no

que se refere ao espaccedilamento a ser utilizado para maior produccedilatildeo de madeira

Este tipo de deficiecircncia pode implicar no emprego de teacutecnicas silviculturais

equivocadas que inviabiliza economicamente o cultivo reduzindo

consequentemente o interesse comercial pela espeacutecie

Os custos de produccedilatildeo devem entatildeo ser analisados para se testar a

viabilidade econocircmica dos projetos que estatildeo sendo implantados haja vista

que poucos satildeo os estudos que se referem ao monocultivo do paricaacute A

obtenccedilatildeo destes custos eacute fundamental pois eles compotildeem um ferramental de

controle e gerenciamento das atividades produtivas e de geraccedilatildeo de

importantes informaccedilotildees para auxiliar as tomadas de decisotildees pelos

produtores rurais (CONAB 2010)

Para se atestar a viabilidade econocircmica de um projeto florestal natildeo se

deve avaliar somente a espeacutecie a ser implantada mais agraves condiccedilotildees de

mercado atuais e futuras para comercializaccedilatildeo do produto Eacute notaacutevel a

importacircncia econocircmica e socioambiental do setor de florestas plantadas para o

Brasil por isso deve-se investir em conhecimento e tecnologia sobre as

espeacutecies cultivadas haja visto que o ambiente de negoacutecio para o

34

desenvolvimento desta atividade vem passando por dificuldades nos uacuteltimos

anos

A competitividade dos produtos florestais estaacute se deteriorando frente

aos seus principais concorrentes internacionais uma vez que o aumento

generalizado dos custos de produccedilatildeo de madeira no Brasil estaacute reduzindo

significativamente a rentabilidade da induacutestria integrada de base florestal e dos

produtores independentes de plantios florestais (ABRAF 2013) Comprova-se

assim a necessidade de estudos referentes aos custos de produccedilatildeo

Haacute alguns anos a importacircncia dos custos na produccedilatildeo agriacutecola e as

dificuldades de sua obtenccedilatildeo estimularam o Instituto de Economia Agriacutecola

oacutegatildeo vinculado agrave Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de Satildeo

Paulo a efetuar estimativas de custo de produccedilatildeo de diversas exploraccedilotildees

agriacutecolas por meio da metodologia designada custo operacional Neste

meacutetodo se incluem apenas as despesas efetivamente desembolsadas pelo

agricultor somadas agrave depreciaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos e matildeo-de-

obra familiar A remuneraccedilatildeo devida a todos os outros fatores de produccedilatildeo eacute

de responsabilidade do resiacuteduo ou seja a diferenccedila entre o custo operacional

e o valor de venda (MATSUNAGA et al 1976 CONAB 2010)

O ecircxito nas estimativas de custos de produccedilatildeo agriacutecola vem

estimulando pesquisadores da aacuterea florestal a utilizarem esta metodologia

tambeacutem para culturas florestais principalmente neste momento em que o

Brasil depende de medidas estruturais que promovam a reduccedilatildeo dos custos de

produccedilatildeo e incentivem o investimento para retomada da competitividade dos

produtos nacionais de base florestal no mercado internacional Por tal motivo

objetivou-se neste trabalho identificar os principais custos de produccedilatildeo bem

como o efeito dos diferentes espaccedilamentos sobre estes custos

35

2 MATERIAL E MEacuteTODOS

21 AacuteREA EM ESTUDO

Os dados utilizados neste estudo foram originaacuterios de povoamentos

homogecircneos de paricaacute (Schizolobium amazonicum) plantados sob os

espaccedilamentos 3x2 3x3 3x4 4x4 e 5x5 m localizados entre os municiacutepios de

Dom Elizeu e Paragominas Estado do Paraacute (Figura 1)

Figura 1 Localizaccedilatildeo dos municiacutepios de Dom Eliseu e Paragominas PA

O municiacutepio de Paragominas estaacute localizado no nordeste paraense

possuindo aproximadamente 20000 km2 de aacuterea territorial com 90 m de

altitude O solo caracteriacutestico da aacuterea eacute o Latossolo amarelo com vegetaccedilatildeo

originaacuteria representada pela floresta densa sendo encontradas extensas aacutereas

de mata secundaacuteria (capoeira nos seus diversos estaacutegios de desenvolvimento)

devido aos constantes desmatamentos provocados principalmente pelo

avanccedilo da agropecuaacuteria na regiatildeo (IBGE 2013a PREFEITURA MUNICIPAL

DE PARAGOMINAS 2013)

Segundo o IBGE (2013a) o clima do municiacutepio eacute do tipo mesoteacutermico e

uacutemido A temperatura meacutedia anual eacute elevada em torno de 25degC e seu regime

pluviomeacutetrico fica geralmente entre 2250 mm e 2500 mm anuais

36

O municiacutepio de Dom Eliseu pertence agrave microrregiatildeo de Paragominas

possui 5268815 kmsup2 e estaacute localizado nas coordenadas 04deg17rsquo06rdquo Sul e

47deg30rsquo18rdquo Oeste a 180 metros de altitude Ele eacute um dos municiacutepios da

chamada ldquoFronteira agriacutecola amazocircnicardquo maior produtora de commodities

agriacutecolas da porccedilatildeo norte do paiacutes e grande produtora de paricaacute (IBGE 2013b

PREFEITURA MUNICIPAL DE DOM ELISEU 2013)

22 ESTIMATIVA DA PRODUCcedilAtildeO

Foram inventariados povoamentos de paricaacute anualmente ateacute o quinto

ano sendo analisadas trecircs classes de produtividade em cada espaccedilamento

sendo elas Baixa (17 - 19 m) Meacutedia (19 ndash 21 m) e Alta (21 - 24 m)

Posteriormente empregando-se o modelo de crescimento e produccedilatildeo proposto

por Silva et al (2013) os volumes comercial e de lacircminas foram estimados

para diferentes espaccedilamentos e qualidades de local nas idades de 5 6 e 7

anos conforme o esquema apresentado na Figura 2

Figura 2 Esquema para obtenccedilatildeo dos volumes comercial e de lacircminas em povoamentos de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA

A partir dos dados de inventaacuterio estimou-se a produccedilatildeo em volume

comercial e de lacircminas por meio da metodologia proposta por Silva et al

(2013) Assim a partir de informaccedilotildees sobre as variaacuteveis aacuterea basal por

hectare (GHA) iacutendice de siacutetio (SI) altura dominante (HD) considerada como a

altura meacutedia das 100 aacutervores mais altas do povoamento (Hart) e nuacutemero de

aacutervores por hectare (NHA) na idade de cinco anos pode-se projetar a produccedilatildeo

para as idades em anaacutelise

Espaccedilamentos (m)

bull3x2

bull3x3

bull4x3

bull4x4

bull5x5

Classes de produtividade

(m)

bullBaixa

bullMeacutedia

bullAlta

Idades

(anos)

bull5

bull6

bull7

Volume comercial

Volume de lacircminas

37

A estimativa da HD na idade i foi obtida por meio da equaccedilatildeo 1

119878119868 =

119867119863119894 (1 + 119890119909119901 ((182404 minus 119860119894)

043105frasl ))

1 + 119890119909119901 ((182404 minus 119860119894119899119889

043105frasl ))

Eq 1

Em que

119890119909119901 = base de logaritmo neperiano

119867119863119894 = altura dominante na idade i

119860119894 = i-eacutesima idade (i = 5 6 7) e

119860119894119899119889 = idade iacutendice (5 anos)

Para estimativa do nuacutemero de aacutervores por hectare na idade futura

utilizou-se a equaccedilatildeo 2

1198731198671198602 = 1198731198671198601 minus ((119860119877119864119860

1198671198631)

minus20848

(119860220356 minus 1198601

20356)) Eq 2

Em que

1198731198671198602 = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade futura

1198731198671198601 = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade corrente

119860119877119864119860 = aacuterea meacutedia ocupada por cada planta no plantio

1198671198631 = altura dominante na idade corrente

1198601 = idade corrente e

1198602 = idade futura

A aacuterea basal por hectare foi estimada por meio da equaccedilatildeo 3

119866119867119860119894 = 000523119867119863119894145720119873119867119860053967

119894 Eq 3

Em que

NHAi = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade i

38

Apoacutes a obtenccedilatildeo de todas as variaacuteveis os volumes comercial e de

lacircminas foram estimados pelas equaccedilotildees 4 e 5

119881119879119867119860119894 = 122839119866119867119860119894093941119867119863119894

071858 Eq 4

119881119862119867119860119894 = 003388119866119867119860119894069131119867119863119894

183907 Eq 5

Em que

119881119879119867119860119894 = volume comercial por hectare e

119881119862119867119860119894 = volume de lacircminas por hectare

23 DESCRICcedilAtildeO DAS ATIVIDADES

Por se tratarem de aacutereas anteriormente ocupadas por pastagem fez-se

necessaacuterio o combate agrave formigas e limpeza da aacuterea manualmente e com

auxiacutelio de trator a fim de retirar do local galhos tocos e raiacutezes que por ventura

atrapalhassem o processo de mecanizaccedilatildeo

Para todas as aacutereas de plantio fez-se a anaacutelise de solo verificando-se

a necessidade de correccedilatildeo com uma tonelada de calcaacuterio dolomiacutetico por

hectare Assim foi realizada a calagem precedida da gradagem com auxiacutelio da

terceirizaccedilatildeo de tratores agriacutecolas

Apoacutes o preparo do solo iniciou-se o processo de alinhamento

marcaccedilatildeo e coveamento respeitando o espaccedilamento preacute-determinado para

cada local considerando que uma pessoa consegue abrir 500 covasdia

Posteriormente foram acrescentados 100g de NPK (6-30-6) por cova antes do

plantio das mudas de paricaacute Adubaccedilotildees de cobertura e um ano apoacutes o plantio

tambeacutem ocorreram com o objetivo de aumentar o iacutendice de sobrevivecircncia agraves

plantas

Como no campo eacute difiacutecil controlar os fatores bioacuteticos e abioacuteticos a

mortalidade de plantas eacute inevitaacutevel por isso foi observada a necessidade de

39

replantio de 5 das mudas logo no primeiro ano segundo informaccedilotildees

disponibilizadas pela empresa

A manutenccedilatildeo relativa agrave limpeza dos plantios se deu pelo coroamento

das mudas aplicaccedilatildeo de herbicida manualmente e roccedilada mecacircnica do

primeiro ao terceiro ano Desta forma natildeo houve competiccedilatildeo com plantas

invasoras que poderiam inibir o crescimento das mudas Assim devido ao

ambiente favoraacutevel e as condiccedilotildees propiacutecias de crescimento e produccedilatildeo foi

possiacutevel extrair a madeira para laminaccedilatildeo no quinto ano apoacutes a implantaccedilatildeo

A colheita foi realizada de forma semi-mecanizada (motosserra)

seguida do baldeio e carregamento ateacute a beira da estrada O transporte ateacute a

induacutestria de beneficiamento foi realizado por caminhatildeo tipo bitrem com

capacidade para 44000 kg ao preccedilo meacutedio de R$59192 por viagem

O valor da matildeo-de-obra familiar foi considerado como o custo de

administraccedilatildeo ou seja quando o proprietaacuterio presta serviccedilos na proacutepria

empresa Assim a remuneraccedilatildeo paga pelo custo de administraccedilatildeo foi

equivalente a 10 dos custos efetivamente desembolsados pela empresa

Em relaccedilatildeo agraves aacutereas onde os plantios foram realizados estas jaacute

pertenciam a empresa Laminit por isso natildeo houve a necessidade de aquisiccedilatildeo

ou arrendamento do terreno Poreacutem considerou-se o custo de oportunidade

ou seja a remuneraccedilatildeo do capital investido (permanente e circulante) por meio

do caacutelculo da parcela sobre o bem adquirido e utilizado na produccedilatildeo e inclusa

no custo fixo da produccedilatildeo Logo o investimento do produtor foi remunerado agrave

taxa de 6 ao ano como se fosse aplicado o capital em outro investimento

alternativo conforme recomendaccedilotildees da CONAB (2010)

24 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS

Para anaacutelise dos custos de produccedilatildeo florestal foi necessaacuteria a coleta de

dados anuais de todas as despesas e receitas contraiacutedas em cada

espaccedilamento durante o periacuteodo entre 2006 e 2013 O esquema da disposiccedilatildeo

dos gastos na planilha de custo pode ser observado na Tabela 1

40

Tabela 1 Distribuiccedilatildeo dos gastos efetuados para implantaccedilatildeo de povoamentos de paricaacute

Descriccedilatildeo Un R$un

Quantidade utilizada

Espaccedilamento (m)

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

Preparo da aacuterea

Anaacutelise de solo un 3450 1 1 1 1 1

Limpeza manual Diaacuteria 3500 1 1 1 1 1

Limp mecanizada ht 10218 1 1 1 1 1

Gradagem ht 10218 15 15 15 15 15

Calagem ht 6846 05 05 05 05 05

Calcaacuterio ton 8967 1 1 1 1 1

Alinhamento Diaacuteria 3500 2 14 1 08 05

Coveamento Diaacuteria 3500 334 223 167 125 08

Cercamento R$ha 30000 1 1 1 1 1

Constr de estradas R$ha 13390 1 1 1 1 1

Constr de aceiros Diaacuteria 3500 4 4 4 4 4

Adubaccedilatildeo

Adubo Kg 123 5001 3336 2502 1875 120

Adubaccedilatildeo Diaacuteria 3667 45 3 225 195 106

Plantio

Transp de mudas ht 5000 05 05 05 05 05

Mudas un 038 1751 1168 876 657 420

Plantio e replantio Diaacuteria 3500 4 27 2 15 1

Manutenccedilatildeo

Formicida Kg 674 125 10 83 695 551

Aplic de formicida Diaacuteria 3703 893 748 651 578 525

Transp de insumos ht 4233 2 2 2 2 2

Coroamento Diaacuteria 3761 67 45 35 25 16

Roccedilada ht 5602 4 5 6 7 85

Herbicida L 1732 8 9 10 105 12

Aplic de herbicida Diaacuteria 3761 4 45 5 55 6

Manutenccedilatildeo de aceiro Diaacuteria

3744 6 6 6 6 6

Manut de estrada ht 8699 469 469 469 469 469

Materiais - 6892 8 8 8 8 8

Encargos - 8185 7 7 7 7 7

Colheita e Transporte

Corte e toragem msup3 215 1844 1744 1524 1341 11705

Baldeio msup3 096 1844 1744 1524 1341 11705

Carregamento msup3 097 1844 1744 1524 1341 11705

Transporte msup3 659 1844 1744 1524 1341 11705 Valores deflacionados e descapitalizados para o ano de 2006 Considerando o volume comercial em classe de produtividade alta (21 - 24 m) com corte aos 6 anos

Os custos envolvidos nas atividades de implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo dos

povoamentos foram disponibilizados por produtores rurais da regiatildeo de

41

Paragominas Tambeacutem foram disponibilizados por empresaacuterios locais os

dados referentes agrave exploraccedilatildeo e transporte da madeira ateacute a empresa

referente a uma distacircncia meacutedia de 80 km

Para comparaccedilatildeo entre os valores incorridos durante periacuteodos

diferentes no tempo fez-se o deflacionamento dos custos para o periacuteodo

inicial (implantaccedilatildeo dos povoamentos) A correccedilatildeo da perda monetaacuteria causada

pela inflaccedilatildeo foi obtida por meio do Iacutendice Geral de Preccedilo ndash Disponibilidade

Interna (IGP ndash DI) o qual eacute responsaacutevel pelo registro da inflaccedilatildeo de preccedilos de

mateacuterias-primas agriacutecolas

Posteriormente os valores deflacionados foram descapitalizados para o

ano 0 (2006) a fim de facilitar a anaacutelise econocircmica A descapitalizaccedilatildeo foi

obtida pela seguinte foacutermula

1198810 =119881119899

(1 + 119894)119899 Eq 6

Em que

1198810 = valor inicial correspondente ao periacuteodo de implantaccedilatildeo do povoamento

(R$)

119881119899 = valor final correspondente ao ano j (R$)

119894 = taxa de juros (6 aa) e

119899 = nuacutemero de periacuteodos (anos)

25 CLASSIFICACcedilAtildeO DOS CUSTOS

Para o caacutelculo dos custos de produccedilatildeo do paricaacute foi adotada a

metodologia descrita pelo Instituto de Economia Agriacutecola (IEA) oacutergatildeo vinculado

agrave Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo Neste

caso foram considerados os custos efetivos de produccedilatildeo ou seja aquele

dinheiro efetivamente desembolsado pelo proprietaacuterio para o pagamento da

mateacuteria-prima produtos ou serviccedilos adquiridos

42

A depreciaccedilatildeo foi aqui desconsiderada pela indisponibilidade de

informaccedilotildees sobre as maacutequinas equipamentos e benfeitorias Assim

considerou-se que todos os maquinaacuterios e equipamentos utilizados para a

implantaccedilatildeo conduccedilatildeo extraccedilatildeo e transporte dos povoamentos foram de

origem terceirizada

Os custos de produccedilatildeo foram entatildeo divididos segundo sua origem

sendo classificados de acordo com a metodologia de custos proposta pelo IEA

a) Custo operacional efetivo (COE) ndash correspondente a todos os custos

expliacutecitos

b) Custo operacional total (COT) ndash correspondente ao somatoacuterio do custo

operacional efetivo e matildeo-de-obra familiar (MO)

c) Custo Total (CT) ndash soma do custo operacional total e do custo de

oportunidade (CO) que eacute a remuneraccedilatildeo do capital circulante e do capital

fixo

As foacutermulas para obtenccedilatildeo do custo operacional total e custo total

encontram-se a seguir

119862119874119879 = 119862119874119864 + 119872119874 Eq 7

119862119879 = 119862119874119879 + 119862119874 Eq 8

43

3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

31 ESTIMATIVA DE VOLUME

A partir das equaccedilotildees ajustadas por Silva et al (2013) para

povoamentos de paricaacute foi possiacutevel estimar o volume comercial e de lacircminas

em trecircs ocasiotildees no tempo e em diferentes classes de produtividade nos cinco

espaccedilamentos de plantio como pode ser observado na Tabela 2

Tabela 2 Volumes comercial (VTHA) e de lacircminas (VCHA) estimados nos diferentes espaccedilamentos de plantio de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA

Idade Espaccedil

(m)

VTHA (msup3ha) VCHA (msup3ha)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 16229 18511 19336 5638 6858 7915

3x3 - 15498 18126 - 6163 7671

3x4 - 13328 15983 - 5476 7009

4x4 7133 13551 14623 2800 5705 6468

5x5 7351 8790 13093 3191 4124 6231

6 a

no

s

3x2 15173 16865 18439 5370 6411 7666

3x3 - 14606 17439 - 5912 7473

3x4 - 12325 15244 - 5188 6787

4x4 7178 11745 13410 2827 5146 6082

5x5 7115 8867 11705 3118 4158 5759

7 a

no

s

3x2 14315 15607 16406 5144 6054 7029

3x3 - 13920 16489 - 5706 7170

3x4 - 11890 14648 - 5052 6590

4x4 7028 11464 13067 2783 5055 5967

5x5 7020 8726 11515 3087 4109 5690

Em que VTHA= volume comercial por hectare VCHA= volume de lacircminas por hectare Espaccedil= espaccedilamento de plantio

A divisatildeo dos povoamentos em classes de produtividade eacute explicada

por Oliveira et al (2008) Segundo os autores a estratificaccedilatildeo realizada por

44

meio de classes de produtividade resulta em estimativas de volume mais

precisas proacuteximo agrave idade de corte Por isso a adoccedilatildeo das trecircs classes

A falta de informaccedilotildees nos espaccedilamentos intermediaacuterios 3x3 e 3x4 m

na classe de produtividade baixa ocorreu pela ausecircncia de povoamentos

nestas condiccedilotildees de siacutetio

A diferenccedila no volume comercial de madeira foi de 323 entre os

espaccedilamentos extremos 3x2 e 5x5 m na classe de produtividade alta sendo

maior o volume nos menores espaccedilamentos Resultados semelhantes foram

encontrados por Macedo et al (2005) com povoamentos de Teca em Minas

Gerais e Hoffmann (2009) em seu trabalho sobre caracterizaccedilatildeo

dendromeacutetrica e rendimento em laminaccedilatildeo de paricaacute na regiatildeo de

Paragominas PA

A diferenccedila no volume tem comportamento exponencial agrave medida em

que se utilizam siacutetios de menor produtividade sendo constatada uma diferenccedila

de 525 e 547 no volume entre os espaccedilamentos extremos nas classes

de produtividade meacutedia e baixa respectivamente Comportamento semelhante

foi observado para o volume de lacircminas de paricaacute Houve diferenccedila crescente

no volume entre os espaccedilamentos extremos sendo menor na classe de

produtividade alta (213)

Aos 6 anos a diferenccedila no volume entre os espaccedilamentos extremos foi

superior agrave idade anterior Na classe de produtividade alta a diferenccedila no

volume comercial foi de 365 Jaacute o volume de lacircminas abrangeu diferenccedila de

249

Nos siacutetios de baixa produtividade o volume comercial de madeira no

espaccedilamento 3x2 m foi 177 menor comparado ao de produtividade alta

Esta porcentagem encontra-se dentro do intervalo indicado por Morales et al

(2010) para povoamentos de pinus Segundo os autores a produtividade do

pinus foi reduzida entre 14 a 36 nos diferentes siacutetios de produccedilatildeo

Nos espaccedilamentos 4x4 e 5x5 m esta diferenccedila foi mais significativa

com aproximadamente 465 e 392 respectivamente Isso se deve entre

outras coisas agrave morte natural das plantas com diacircmetros mais acentuados

tornando mais expressiva a reduccedilatildeo de volume

Comparando a produccedilatildeo de paricaacute em relaccedilatildeo a idade de corte pode

ser observada uma reduccedilatildeo no volume de madeira do quinto para o sexto ano

45

Este comportamento pode ser resultado do autodesbaste caracteriacutestico da

espeacutecie Por se tratar de uma espeacutecie pioneira ela atinge o aacutepice de

incremento na idade meacutedia de 5 anos sendo mais viaacutevel seu corte neste

periacuteodo (CARVALHO 2007)

Balloni e Simotildees (1980) anteriormente jaacute haviam afirmado que a

porcentagem de aacutervores dominadas e mortas cresce com o avanccedilo da idade

sendo mais intenso e precoce nos espaccedilamentos mais apertados Por isso a

idade de corte deve ser definida em funccedilatildeo do ritmo de crescimento

espaccedilamento finalidade da madeira e suas interaccedilotildees

32 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO

O levantamento de custos como citado anteriormente seguiram a

metodologia sugerida pelo Instituto de Economia Agriacutecola ndash IEA sendo

agrupados por atividade

321 Custo operacional efetivo ndash COE

Todas as atividades desde a implantaccedilatildeo ateacute a exploraccedilatildeo dos

povoamentos de paricaacute foram identificadas e os gastos estimados para

obtenccedilatildeo dos custos efetivamente desembolsados pelo produtor sendo que os

custos foram deflacionados e descapitalizados para o ano de 2006 A soma

dos custos das atividades desenvolvidas durante este periacuteodo com corte aos

5 6 e 7 anos podem ser observadas na Tabela 3

Nos povoamentos em estudo os custos de implantaccedilatildeo variaram entre

R$80000 a R$180000 entre os espaccedilamentos extremos sendo menor

quanto menor o nuacutemero de plantas por hectare Este montante representa

entre 18 e 26 do custo total de produccedilatildeo de paricaacute demonstrando sua

importacircncia em relaccedilatildeo agrave outros custos

46

Tabela 3 Custo Operacional Efetivo (COE) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006

Idade Espaccedilamento

(m)

COE do volume comercial (R$ha) COE do volume de lacircminas (R$ha)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 501646 501646 501646 648938 667703 674487

3x3 - 437995 437995 - 586899 608517

3x4 - 408969 408969 - 540219 562057

4x4 388309 388309 388309 468849 521642 530459

5x5 369666 369666 369666 451856 463692 499083

6 a

no

s

3x2 512608 512608 512608 639852 652755 664594

3x3 - 451539 451539 - 574684 595999

3x4 - 423545 423545 - 529527 551493

4x4 404176 404176 404176 471255 505786 518322

5x5 385283 385283 385283 451891 465242 486598

7 a

no

s

3x2 527155 527155 527155 637832 646772 652303

3x3 - 465086 465086 - 573035 590806

3x4 - 436693 436693 - 530595 549673

4x4 416824 416824 416824 477086 507776 518871

5x5 398191 398191 398191 458394 470202 489495

47

O custo no espaccedilamento 5x5 m foi semelhante ao encontrado por Silva

et al (2004) para a implantaccedilatildeo de 1 ha de eucalipto na regiatildeo de Brasiacutelia

quando os valores foram corrigidos para o mesmo periacuteodo demonstrando

semelhanccedila na implantaccedilatildeo das duas culturas

Nos povoamentos analisados natildeo houve diferenccedilas nos custos para

implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo nos plantios com classes de produtividade distintas

os quais objetivavam a produccedilatildeo de volume comercial Em contrapartida

houve o acreacutescimo de gastos a medida em que se reduziu os espaccedilamentos

de plantio ou seja quanto menor a aacuterea ocupada por plantas maiores os

gastos com alinhamento marcaccedilatildeo de covas coveamento plantio e adubaccedilatildeo

Em relaccedilatildeo ao volume de lacircminas ocorreu a distinccedilatildeo dos custos entre

classes de produtividade uma vez que os custos com colheita e transporte

estatildeo relacionados com o volume colhido Assim em classes de produtividade

alta e menor espaccedilamento de plantio o COE foi superior em comparaccedilatildeo aos

outros povoamentos analisados

Como observado aos 5 anos natildeo houve diferenccedila no COE

independente da classe de produtividade nos povoamentos em que satildeo

mensurados o volume comercial de madeira Isso foi reflexo da quantidade de

plantas inseridas no local que no plantio foram invariaacuteveis independente da

qualidade do terreno O mesmo foi notado quando se estimou os custos para

exploraccedilatildeo de madeira aos 7 anos

A reduccedilatildeo no COE da produccedilatildeo de lacircminas com o aumento da idade

de exploraccedilatildeo eacute explicado pela reduccedilatildeo ocorrida no volume de madeira

causado pela mortalidade das plantas como observado no trabalho de Silva et

al (2013) Assim diminuem-se proporcionalmente os custos com colheita

transporte e outras atividades de manutenccedilatildeo

322 Custo operacional total ndash COT

O custo operacional total envolveu o COE e a matildeo-de-obra familiar

considerada aqui como o custo de administraccedilatildeo ou seja os proprietaacuterios dos

48

povoamentos eram os responsaacuteveis pela administraccedilatildeo dos plantios A

participaccedilatildeo do COT pode ser observada na Tabela 4

O custo da matildeo-de-obra foi considerado como um custo operacional

efetivo pois natildeo houve somente um gasto mas um desembolso ou seja uma

saiacuteda de caixa Jaacute a matildeo-de-obra familiar eacute parte do custo de produccedilatildeo pois

consistiu em uma alocaccedilatildeo de recurso produtivo (matildeo-de-obra) para a geraccedilatildeo

do produto (madeira) representando cerca de 10 dos custos de produccedilatildeo

Observando a tabela 4 pode-se notar que o maior custo de

administraccedilatildeo foi obtido para o espaccedilamento 3x2 m quando o objetivo era a

laminaccedilatildeo com custo de aproximadamente R$67450 Jaacute o espaccedilamento 5x5

m com objetivo de venda da floresta em peacute obteve o menor custo com

aproximadamente R$37000 por hectare

Resultados semelhantes foram encontrados para a produccedilatildeo de

madeira aos 6 anos Os menores custos de administraccedilatildeo estatildeo relacionados

aos menores custo de implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo dos povoamentos Aos 6 anos

o custo de administraccedilatildeo no espaccedilamento 5x5 m em classe de produtividade

alta com o objetivo de produccedilatildeo de lacircminas foi de aproximadamente R$48660

e R$38528 quando se objetivou a venda da madeira em peacute

Os custos de administraccedilatildeo tambeacutem foram reduzidos a medida em que

se aumentou o tempo para exploraccedilatildeo dos povoamentos devido a reduccedilatildeo do

volume por hectare sendo outro indicio de que esta espeacutecie deve ser

explorada logo aos 5 anos apoacutes o plantio

49

Tabela 4 Custo Operacional Total (COT) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006

Idade Espaccedilamento

(m)

COT do volume comercial (R$ha) COT do volume de lacircminas (R$ha)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 551811 551811 551811 713832 734473 741936

3x3 - 481795 481795 - 645589 669368

3x4 - 449865 449865 - 594241 618263

4x4 427140 427140 427140 515733 573807 583505

5x5 406633 406633 406633 497042 510062 548991

6 a

no

s

3x2 563869 563869 563869 703837 718031 731053

3x3 - 496693 496693 - 632152 655599

3x4 - 465900 465900 - 582479 606642

4x4 444594 444594 444594 518380 556365 570155

5x5 423812 423812 423812 497080 511767 535258

7 a

no

s

3x2 579871 579871 579871 701615 711449 717534

3x3 - 511595 511595 - 630338 649886

3x4 - 480362 480362 - 583655 604641

4x4 458507 458507 458507 524794 558554 570758

5x5 438010 438010 438010 504233 517223 538444

50

323 Custo total ndash CT

O custo total foi obtido pelo COT acrescido da remuneraccedilatildeo paga ao

capital investido e ao custo da Terra (TABELA 5)

Apoacutes contabilizados todos os custos foi possiacutevel inferir que para o

volume comercial em espaccedilamentos mais adensados o custo total foi 2294

maior do que nos plantios mais espaccedilados independente da classe de

produtividade Jaacute em povoamentos onde o objetivo do plantio era a venda de

lacircminas ocorreu uma variaccedilatildeo nos custos em fator da classe de produtividade

e espaccedilamento de plantio

A venda da madeira aos 6 anos culminou em um acreacutescimo de 67 a

86 em comparaccedilatildeo com os mesmos povoamentos sendo explorados aos 5

anos Para a produccedilatildeo de lacircminas o aumento dos custos foi menos

expressivo No espaccedilamento 3x2 m em classe de produtividade baixa o

aumento foi de 34

A exploraccedilatildeo de povoamentos aos 7 anos foi 1347 a 1596 maior

em relaccedilatildeo a exploraccedilatildeo aos 5 anos e 726 a 801 para 6 anos Estes

nuacutemeros confirmam que os custos tecircm crescido proporcionalmente com o

passar do tempo

Os custos com a remuneraccedilatildeo do capital investido e pelo uso da terra

correspondem em meacutedia a 24 dos custos totais de produccedilatildeo Poreacutem a

maioria dos produtores rurais deixam de contabilizar estes custos por se tratar

do pagamento pelo uso dos bens que ele jaacute possui (capital e terra) resultando

em valores de produccedilatildeo abaixo do que realmente deve ser computado

Comparando a produccedilatildeo de paricaacute e Teca no espaccedilamento 3x2 m

utilizando a mesma metodologia de custos observa-se que o custo total para

cultivo da Teca eacute de aproximadamente R$1080309 valor muito proacuteximo ao

observado para o plantio de paricaacute (SANGUINO 2009)

51

Tabela 5 Custo Total (CT) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006

Idade Espaccedilamento

(m)

CT do volume comercial (R$ha) CT do volume de lacircminas (R$ha)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 730146 730146 730146 917076 940890 949501

3x3 - 649366 649366 - 838341 865776

3x4 - 612527 612527 - 779099 806814

4x4 586308 586308 586308 688522 755523 766713

5x5 562648 562648 562648 666957 681978 726892

6 a

no

s

3x2 782537 782537 782537 949133 966026 981526

3x3 - 702582 702582 - 863811 891718

3x4 - 665930 665930 - 804688 833447

4x4 640572 640572 640572 728395 773606 790019

5x5 615836 615836 615836 703043 720523 748483

7 a

no

s

3x2 843816 843816 843816 99343 100552 101299

3x3 - 759911 759911 - 905837 92986

3x4 - 721528 721528 - 848467 874257

4x4 694669 694669 694669 776132 81762 832618

5x5 669481 669481 669481 750864 766827 792907

52

De maneira geral os custos mais expressivos satildeo referentes agrave manutenccedilatildeo

dos plantios independente do espaccedilamento adotado (Figura 3) Isso eacute

consequecircncia do maior nuacutemero de atividades desenvolvidas durante este periacuteodo

que variam desde o controle de formigas agrave manutenccedilatildeo de estradas

Figura 3 Custos totais da produccedilatildeo de paricaacute sob diferentes espaccedilamentos na regiatildeo de Paragominas PA

Nota-se no entanto que quanto maior o espaccedilamento de plantio utilizado

maiores satildeo os custos de manutenccedilatildeo por hectare Como haacute menor quantidade de

aacutervores por hectare a presenccedila de plantas invasoras eacute mais acentuada

aumentando os custos para seu controle Em contrapartida os custos por hectare

53

com adubaccedilatildeo plantio colheita e transporte diminuem jaacute que o nuacutemero de aacutervores

na aacuterea eacute reduzido

Deve-se ressaltar ainda que estes custos podem variar de acordo com a

classe de produtividade a idade em que vatildeo ser explorados os povoamentos e os

tipos de atividades empregadas que podem variar de acordo com o produtor e a

regiatildeo

54

4 CONCLUSOtildeES

O custo operacional efetivo representou em meacutedia 65 dos custos totais de

produccedilatildeo sendo o transporte o custo individual mais expressivo em todos os

espaccedilamentos analisados Jaacute a manutenccedilatildeo foi o conjunto de atividades mais

significativo nos povoamentos devido ao nuacutemero e ao longo periacuteodo para execuccedilatildeo

das atividades

Os custos totais de produccedilatildeo foram superiores em espaccedilamentos menores

independentemente da remuneraccedilatildeo ou natildeo pelo uso dos capitais permanente e

circulante

A diferenccedila nos custos entre espaccedilamentos extremos 3x2 m e 5x5 m eacute

justificada pelo maior volume de matildeo-de-obra e insumos necessaacuterios para execuccedilatildeo

das atividades em locais com maior nuacutemero de plantas por hectare

55

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE FLORESTAS PLANTADAS ndash ABRAF Anuaacuterio Estatiacutestico da ABRAF 2013 Ano base 2012 Brasiacutelia ABRAF 2013 148p Disponiacutevel em lthttpwwwabraflororgbrestatisticasABRAF13ABRAF13BR pdfgt Acesso em 19 Ago 2013 BALLONI E A SIMOtildeES J W O espaccedilamento de plantio e suas implicaccedilotildees silviculturais IPEF Piracicaba v1 n 3 p 1-16 Set 1980 (Seacuterie Teacutecnica) CAMPOS J C C LEITE H G Mensuraccedilatildeo florestal perguntas e respostas Viccedilosa UFV 2002 407p

CARVALHO P E R Paricaacute (Schizolobium amazonicum) Colombo Embrapa Florestas 2007 8p (Circular Teacutecnica 142)

COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO ndash CONAB Custo de produccedilatildeo agriacutecola a metodologia da Conab Brasiacutelia Conab 2010 60p HOFFMANN R G Caracterizaccedilatildeo dendromeacutetrica e avaliaccedilatildeo do rendimento em laminaccedilatildeo de madeira em plantios de paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) na regiatildeo de Paragominas PA 2009 (97f) Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) ndash Universidade Federal do Espiacuterito Santo Jerocircnimo Monteiro ES 2009 IBGE Paraacute Dom Eliseu 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwibgegovbrcidadesat xtrasperfilphpcodmun =150293gt Acesso em 12 Ago 2013b IBGE Paraacute Paragominas 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwibgegovbrcidadesat xtrasperfilphpcodmun= 150550ampsearch=para|paragominasgt Acesso em 12 Ago 2013a MACEDO R L G GOMES J E VENTURIN N SALGADO B G Desenvolvimento inicial de Tectona grandis LF (teca) em diferentes espaccedilamentos no municiacutepio de Paracatu MG Cerne Lavras v 11 n 1 p 61-69 janmar 2005 MATSUNAGA M et al Metodologia de custo de produccedilatildeo utilizada pelo IEA Agricultura em Satildeo Paulo Satildeo Paulo v 23 p 123-139 1976 MORALES C A S ALBUQUERQUE J A ALMEIDA J A MARANGONI J M STAHL J CHAVES D M Qualidade do solo e produtividade de Pinus taeda no planalto catarinense Ciecircncia Florestal Vol 20 No 4 Oct-Dec 2010 pp 629-640 OLIVEIRA M L R LEITE H G NOGUEIRA G S GARCIA S L R SOUZA A L Classificaccedilatildeo da capacidade produtiva de povoamentos natildeo desbastados de clones de eucalipto Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v43 n11 p1559-1567 nov 2008 PREFEITURA MUNICIPAL DE PARAGOMINAS O lago verde Paragominas 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwparagominaspagovbrgt Acesso em 23 Maio 2013

56

PREFEITURA MUNICIPAL DE DOM ELISEU O municiacutepio Dom Eliseu 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwdomeliseupagovbrgt Acesso em 23 Maio 2013 SANGUINO A C Custos de implantaccedilatildeo e rentabilidade econocircmica de povoamentos florestais com teca no estado do Paraacute Ciecircncias Agraacuterias Beleacutem n 52 p 61-78 juldez 2009 SILVA G F GEZAN S A SOARES C P B ZANETI L Z Modeling growth and yield of Schizolobium amazonicum under different spacings International Journal of Forestry Research v 2013 (2013) 10 p SILVA K R MINETTI L J FIEDLER N C VENTUROLI F MACHADO E G B SOUZA A P Custos e rendimentos operacionais de um plantio de eucalipto em regiatildeo de cerrado Aacutervore Viccedilosa-MG v28 n3 p 361-366 2004

57

CAPIacuteTULO 2

ANAacuteLISE ECONOcircMICA DA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA DE PARICAacute

RESUMO

As exigecircncias atuais de mercado aliadas agraves alternativas de investimento expressam

a necessidade de avaliaccedilatildeo econocircmica de projetos florestais Essa avaliaccedilatildeo

contribui com a escolha da melhor estrateacutegia de produccedilatildeo a fim de tornar os

produtos florestais brasileiros competitivos no mercado externo Por isso objetivou-

se neste trabalho analisar a viabilidade econocircmica de povoamentos de paricaacute sob

diferentes espaccedilamentos aleacutem de determinar economicamente a melhor forma de

plantio para produccedilatildeo de madeira Estes povoamentos foram implantados na regiatildeo

de Paragominas PA em 2006 sob os espaccedilamentos 3x2 3x3 3x4 4x4 e 5x5 m

divididos em trecircs classes de produtividade A produccedilatildeo foi entatildeo estimada para as

idades de 5 6 e 7 anos por meio de equaccedilotildees de crescimento e produccedilatildeo Os

custos do plantio agrave colheita foram disponibilizados por produtores rurais e

empresaacuterios da regiatildeo assim como o valor de venda de lacircminas A partir da

obtenccedilatildeo dos custos e receitas fez-se a anaacutelise econocircmica dos projetos Para tanto

foram utilizados os iacutendices econocircmicos e o criteacuterio do benefiacutecio perioacutedico equivalente

(BPE) como formas de avaliaccedilatildeo considerando-se a taxa de desconto de 6 como

a taxa miacutenima de atratividade Apoacutes a anaacutelise dos iacutendices e criteacuterio de avaliaccedilatildeo

econocircmica pode-se concluir que o espaccedilamento 3x3 m em classe de produtividade

alta com corte aos 5 anos foi o mais indicado pois gera o maior retorno financeiro

Para os maiores espaccedilamentos estudos ainda devem ser desenvolvidos mas

acredita-se que eles sejam alternativas financeiras viaacuteveis

Palavras-chave Criteacuterios de avaliaccedilatildeo espaccedilamentos de plantio iacutendices

econocircmicos retorno financeiro

58

CHAPTER 2

ECONOMIC ANALYSIS OF PRODUCTION PARICAacute

ABSTRACT

The current market demands combined with investment alternatives express the

need for economic evaluation of forestry projects This assessment contributes to the

choice of the best production strategy in order to make the Brazilian forest products

competitive in foreign markets Therefore this study aimed to analyze the economic

feasibility of stands of paricaacute under different spacings and economically determine

the best planting for timber production These settlements were established in the

region of Paragominas PA in 2006 under the spacings 3x2 3x3 3x4 4x4 and 5x5

m divided into three classes productivity The production was then estimated for

ages 5 6 and 7 years through equations of growth and production Costs from

planting to harvest were provided by farmers and entrepreneurs in the region as well

as the value of sales of blades From procurement costs and revenues became the

economic analysis of projects For both economic indicators and criteria periodic

benefit equivalent (BPE) as forms of assessment considering the discount rate of 6

as the hurdle rate were used After analyzing the indexes and economic evaluation

criteria it can be concluded that the spacing 3x3 m in class high productivity with cut

to 5 years was the most suitable because it generates the greatest financial return

For the larger spacings studies have yet to be developed but it is believed that they

are viable alternatives financial

Keywords Evaluation criteria planting space economic indicators financial return

59

1 INTRODUCcedilAtildeO

A implantaccedilatildeo da lei dos incentivos fiscais na deacutecada de 60 motivou o plantio

de florestas para ampliar a base florestal do Paiacutes e captar recursos para o

desenvolvimento do setor (MELLO et al 2005) Esses estiacutemulos baseavam-se na

expansatildeo florestal desconsiderando a qualidade da madeira

Nos dias atuais diante das exigecircncias de mercado da competiccedilatildeo com

outros paiacuteses e das pressotildees relacionadas ao meio ambiente o Brasil tem investido

natildeo somente em produccedilatildeo mais tambeacutem em teacutecnicas silviculturais que contribuam

com a qualidade final dos produtos aleacutem de teacutecnicas que reduzam os custos

envolvidos no processo produtivo Essas metas tecircm sido alcanccediladas por meio do

planejamento dos investimentos

Para realizar um investimento eacute necessaacuterio primeiramente organizar

formalmente os objetivos por meio de um projeto relacionando os meios de que se

dispotildee para alcanccedilaacute-los Posteriormente deve-se analisar o mercado potencial do

produto a fim de obter informaccedilotildees sobre os retornos esperados do investimento

comparativamente agraves alternativas disponiacuteveis eou viaacuteveis Assim com o

planejamento adequado das atividades eacute possiacutevel identificar as exigecircncias atuais de

mercado os caminhos a serem seguidos para entatildeo construir um referencial futuro

o qual identificaraacute a viabilidade ou natildeo da implantaccedilatildeo do projeto ao qual o

planejamento se destina (REZENDE OLIVEIRA 2008)

Para implantaccedilatildeo de um projeto aleacutem de se conhecer o horizonte de

planejamento que eacute o periacuteodo estimado durante o qual o empreendimento em

anaacutelise iraacute operar faz-se necessaacuterios tambeacutem testar a sua viabilidade teacutecnica

econocircmica financeira social ambiental e poliacutetica O teste da viabilidade econocircmica

eacute considerado o mais importante entre os paracircmetros de avaliaccedilatildeo pois consiste em

verificar se no projeto as receitas superam os custos Caso isso natildeo ocorra diz-se

que o projeto eacute insustentaacutevel desde a sua implantaccedilatildeo (FARO 1979 CHICHORRO

et al 2010)

Na avaliaccedilatildeo econocircmica para decisatildeo de que o projeto deve ou natildeo ser

implementado satildeo usadas teacutecnicas e criteacuterios de anaacutelise que comparam os custos e

as receitas inerentes ao projeto A anaacutelise de projetos consiste entatildeo na verificaccedilatildeo

60

de que determinada atividade eacute lucrativa ou natildeo considerando-se um horizonte de

planejamento (REZENDE OLIVEIRA 2008)

Existem vaacuterios meacutetodos de seleccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de projetos de

investimentos Geralmente recorre-se a meacutetodos que consideram principalmente as

atividades a serem executadas os periacuteodos de execuccedilatildeo e seus respectivos custos

os produtos e o periacuteodo de tempo que levaratildeo para serem produzidos seus preccedilos

e receitas ou seja o fluxo de caixa (CHICHORRO et al 2010)

Os meacutetodos de avaliaccedilatildeo econocircmica podem entatildeo ser divididos em dois

grupos principais O primeiro grupo compreende aqueles em que natildeo se considera a

variaccedilatildeo do capital no tempo sendo indicados para horizontes de planejamentos

muito curtos onde natildeo haacute inflaccedilatildeo Jaacute o segundo grupo considera a variaccedilatildeo do

capital no tempo podendo-se citar o valor presente liacutequido (VPL) e o benefiacutecio

perioacutedico equivalente (BPE) como exemplos (SILVA et al 2005)

A variaccedilatildeo do capital ocorre devido agrave remuneraccedilatildeo paga ao seu uso por

determinado tempo ou seja os juros Assim no final do prazo estipulado natildeo

haveraacute somente a quantia emprestada mais tambeacutem um acreacutescimo que

corresponde ao custo de oportunidade do uso do capital durante o periacuteodo de

empreacutestimo O valor a ser pago no final do periacuteodo dependeraacute da taxa de juros

correspondente a unidade de tempo considerada A Conab utiliza o percentual de

6 ao ano como a taxa de retorno para a remuneraccedilatildeo dos investimentos feitos pelo

produtor como se o capital fosse aplicado em outro investimento alternativo

(OLIVEIRA REZENDE 2004 CONAB 2010)

Tendo em vista este contexto objetivou-se neste trabalho analisar a

viabilidade econocircmica de povoamentos de paricaacute sob diferentes espaccedilamentos e

determinar economicamente o melhor espaccedilamento de plantio para produccedilatildeo de

madeira

61

2 MATERIAL E MEacuteTODOS

21 OBTENCcedilAtildeO DAS RECEITAS

A partir da estimativa dos volumes comercial (VTHA msup3ha) e de lacircminas

(VCHA m3ha) nos diferentes espaccedilamentos de plantio em diferentes

idades e classes produtivas tal como proposto no capiacutetulo 1 foram contraiacutedas as

receitas Os volumes comercial e de lacircminas estimados foram multiplicados pelo valor

meacutedio de venda disponiacutevel no boletim informativo de preccedilos disponibilizado pela

Coordenadoria Executiva da Administraccedilatildeo Tributaacuteria ndash CERAT do Estado do Paraacute

2013 Obteve-se assim a receita para cada espaccedilamento analisado

22 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS

Como se trata de projetos de investimento com a finalidade de obtenccedilatildeo de

madeira foram propostos trecircs horizontes de planejamento para os povoamentos de

paricaacute Esses horizontes se referiram ao periacuteodo de tempo que estes projetos foram

avaliados correspondendo a 5 6 e 7 anos entre a implantaccedilatildeo e colheita

Sabendo-se que eacute necessaacuterio reajustar os valores investidos durante o

periacuteodo de execuccedilatildeo do projeto utilizou-se uma taxa de desconto de 6 ao ano

como forma de remuneraccedilatildeo do capital investido considerando a caderneta de

poupanccedila como sendo o melhor investimento alternativo (OLIVEIRA REZENDE

2004) A inflaccedilatildeo identificada no periacuteodo foi obtida por meio do uso do Iacutendice Geral

de Preccedilos - Disponibilidade Interna (IGP-DI) o qual mede a variaccedilatildeo de preccedilos no

mercado A descapitalizaccedilatildeo foi realizada de acordo com a metodologia descrita no

capiacutetulo 1

Para anaacutelise da viabilidade econocircmica do projeto identificaram-se as

variaccedilotildees do capital no tempo Assim em relaccedilatildeo agrave classificaccedilatildeo do projeto de

investimento este foi considerado convencional ou seja ocorreu apenas uma

mudanccedila de sinal em seu fluxo de caixa satisfazendo as seguintes condiccedilotildees

62

119862119900 lt 0

119883119895 le 0 119901119886119903119886 119895 = 1 hellip 119896

119883119895 ge 0 119901119886119903119886 119895 = 119896 + 1 hellip 119899 119890

sum 119883119895

119899

119895=119896+1

gt sum 119883119895

119896

119895=0

Em que

Co = custo inicial (R$)

k = periacuteodo de tempo a partir do qual as receitas passaram a ser positivas

Xj = receita liacutequida de cada periacuteodo j e

n = duraccedilatildeo do projeto (anos)

Depois de identificado o tipo de projeto e tendo todos os custos jaacute calculados

no capiacutetulo 1 procedeu-se a anaacutelise econocircmica dos projetos por meio da avaliaccedilatildeo

dos iacutendices econocircmicos e do benefiacutecio perioacutedico equivalente (BPE)

23 IacuteNDICES ECONOcircMICOS DA PRODUCcedilAtildeO

Para verificar a rentabilidade do sistema produtivo os seguintes iacutendices

econocircmicos de produccedilatildeo foram utilizados

a) Renda bruta (RB)

119877119861 = 119876 times P Eq1

b) Margem bruta (MB)

119872119861 = 119877119861 minus 119862119874119864 Eq 2

c) Margem liacutequida (ML)

119872119871 = 119877119861 minus 119862119874119879 Eq 3

d) Lucro (L)

119871 = 119877119861 minus 119862119879 Eq 4

63

e) Lucratividade (Lc)

119871119888 =119871

119877119861 Eq 5

f) Iacutendice de rentabilidade (IR)

119868119877 =119872119871

119862 Eq 6

Em que

119877119861 = renda bruta (R$)

119876 = quantidade de produto vendido (un)

119875 = preccedilo unitaacuterio dos produtos (R$)

119872119861 = margem bruta (R$)

119862119874119864 = custo operacional efetivo (R$)

119872119871 = margem liacutequida (R$)

119862119874119879 = custo operacional total (R$)

119871 = lucro (R$)

119862119879 = custo total (R$)

119871119888 = lucratividade ()

119868119877 = iacutendice de rentabilidade () e

119862 = capital empatado (R$) referente ao somatoacuterio do custo fixo e circulante meacutedio

podendo-se considerar ou natildeo o custo da terra

24 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DOS PROJETOS

241 Benefiacutecio perioacutedico equivalente (BPE)

Para avaliaccedilatildeo da viabilidade econocircmica por meio do BPE a seguinte

foacutermula foi utilizada

119861119875119864 =119881119875119871[(1 + 119894)119905](1 + 119894)119899119905

(1 + 119894)119899119905 minus 1 Eq 7

64

Em que

n = duraccedilatildeo do projeto (anos)

t = nuacutemero de periacuteodos de capitalizaccedilatildeo

i = taxa de desconto e

VPL = valor presente liacutequido

O VPL foi obtido pela foacutermula

119881119875119871 = sum 119877119895

119899

119895=0

(1 + 119894)minus119895 minus sum 119862119895

119899

119895=0

(1 + 119894)minus119895

Eq 8

Em que

i = taxa de desconto (juros)

j = periacuteodo em que a receita ou o custo ocorreram

n = duraccedilatildeo do projeto (anos)

Rj = receita no final do ano j ou do periacuteodo de tempo e

Cj = custo no final do ano j ou do periacuteodo de tempo considerado

O BPE permite a comparaccedilatildeo de projetos com diferentes horizontes de

planejamento pois os custos jaacute estatildeo distribuiacutedos por unidade de tempo estando

impliacutecitas as diferenccedilas de horizontes Como o desconto dos fluxos de caixa foi

estimado a partir da ldquodata presenterdquo ou seja no periacuteodo de implantaccedilatildeo do projeto

estes foram comparados quando as consequecircncias monetaacuterias estavam em um

ponto comum do tempo

65

3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

31 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA VENDA DE MADEIRA EM PEacute

A renda bruta foi estimada por meio da multiplicaccedilatildeo do volume comercial e

comercial por hectare e o preccedilo pago por cada unidade agrave qual se admitiu um valor

miacutenimo de R$5370 msup3 para venda de ldquomadeira em peacuterdquo ou seja madeira natildeo

explorada e R$45156 msup3 a venda de lacircminas de paricaacute

Identicamente aos custos as receitas foram deflacionadas e

descapitalizadas para o ano 0 a fim de possibilitar a comparaccedilatildeo entre os valores

gastos e recebidos com essa praacutetica de produccedilatildeo A renda bruta obtida com a venda

de madeira de paricaacute pode ser observada na Tabela 1

Tabela 1 Renda bruta (RB) obtida com a produccedilatildeo de madeira de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA sem considerar o custo de laminaccedilatildeo

Idade Espaccedil

(m)

VTHA (R$ha) VCHA (R$ha)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 379731 433109 452408 1109193 1349221 1557365

3x3 - 362619 424113 - 1212472 1509318

3x4 - 311840 373961 - 1077399 1379067

4x4 166887 317064 342144 550865 1122453 1272564

5x5 172002 205671 306342 627806 811406 1226000

6 a

no

s

3x2 355004 394611 431419 1056449 1261369 1508350

3x3 - 341749 408022 - 1163130 1470243

3x4 - 288386 356682 - 1020754 1335360

4x4 167940 274794 313771 556167 1012394 1196711

5x5 166477 207478 273875 613368 817994 1133134

7 a

no

s

3x2 334925 365156 383863 1012137 1191106 1382874

3x3 - 325700 385794 - 1122613 1410651

3x4 - 278203 342718 - 993941 1296571

4x4 164441 268225 305743 547531 994496 1174049

5x5 164242 204174 269414 607295 808354 1119474

Em que Espaccedil = espaccedilamento (m) VTHA = volume comercial por hectare (msup3ha) e VCHA = volume de lacircminas por hectare (msup3ha)

66

A ausecircncia de valores na classe de produtividade baixa nos espaccedilamentos

3x3 e 3x4 m eacute proveniente da inesistecircncia de povoamentos nestas condiccedilotildees de

terreno Como se tratam de plantios independentes a falta de informaccedilotildees nestes

ambientes natildeo prejudicamalteram os resultados nas outras aacutereas em estudo

Observando a Tabela 1 eacute perceptiacutevel a diferenccedila entre a renda bruta obtida

com a venda de madeira em peacute e a explorada Para siacutetios de baixa produtividade e

com corte aos 5 anos a diferenccedila entre a venda de lacircminas e madeira em peacute foi de

aproximadamente R$729000 Esta diferenccedila ocorreu porque o custo de laminaccedilatildeo

natildeo foi contabilizado por falta de informaccedilotildees sobre o processo produtivo

Natildeo existem estudos que indiquem os custos reais de laminaccedilatildeo de paricaacute

proveniente de reflorestamento e quais as atividades necessaacuterias para transformar o

torete de madeira em lacircminas de forma eficiente e com boa qualidade

A renda resultante da venda de ldquomadeira em peacuterdquo em espaccedilamentos

menores como o 3x2 m superam os mais espaccedilados como o 4x4 e 5x5 m com

receita duas vezes maior quando comparados os espaccedilamentos 3x2 e 5x5 m Esta

tendecircncia ocorre entre classes de produtividade e tambeacutem entre idades distintas

Com o aumento da idade de corte houve diminuiccedilatildeo nas receitas em todos

os espaccedilamentos pois o volume de madeira foi reduzido Isso ocorre como jaacute citado

anteriormente provavelmente devido ao autodesbaste das plantas caracteriacutestico da

espeacutecie Entretanto os custos tambeacutem sofreram reduccedilatildeo devido ao menor nuacutemero

de plantas por hectare e esta relaccedilatildeo deve ser analisada

O comportamento da renda bruta em relaccedilatildeo a madeira explorada segue a

mesma tendecircncia citada acima ou seja o menor espaccedilamento no melhor siacutetio

produtivo aos 5 anos eacute o que indica ser o mais viaacutevel Todavia deve-se interagir

custos e receitas para se inferir sobre o espaccedilamento mais adequado para se obter

a maior lucratividade

Na Tabela 2 eacute possiacutevel observar os iacutendices em siacutetios com classe de

produtividade baixa para a venda de lacircminas de paricaacute

67

Tabela 2 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute para venda preacute-corte em classe de produtividade baixa (17 ndash 19 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

5 a

no

s

MB -121915 - - -221422 -197665

ML -172080 - - -260253 -234631

L -256915 - - -325921 -297147

L (t) -350415 - - -419421 -390647

Luc -068 - - -195 -173

Lucr (t) -092 - - -251 -227

IR -047 - - -085 -079

IR (t) -038 - - -065 -060

6 a

no

s

MB -157604 - - -236236 -218806

ML -208865 - - -276654 -257335

L -316133 - - -361232 -337959

L (t) -427533 - - -472632 -449359

Luc -089 - - -215 -203

Lucr (t) -120 - - -281 -270

IR -056 - - -088 -084

IR (t) -043 - - -065 -062

7 a

no

s

MB -192230 - - -244377 -225943

ML -244145 - - -285258 -264961

L -376891 - - -388205 -363216

L (t) -508091 - - -519405 -494416

Luc -113 - - -236 -221

Lucr (t) -152 - - -316 -301

IR -065 - - -090 -086

IR (t) -048 - - -064 -060

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

Na Tabela 2 eacute possiacutevel observar que sob as condiccedilotildees analisadas nenhum

espaccedilamento eacute viaacutevel economicamente Jaacute o comportamento dos iacutendices financeiros

em classe de produtividade meacutedia pode ser observado na Tabela 3

68

Tabela 3 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute para venda preacute-corte em classe de produtividade meacutedia (19 ndash 21 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

5 a

no

s

MB -68537 -75377 -97128 -71245 -163995

ML -118702 -119176 -138025 -110076 -200962

L -203537 -193247 -207187 -175744 -263477

L (t) -297037 -286747 -300687 -269244 -356977

Luc -047 -053 -066 -055 -128

Lucr (t) -069 -079 -096 -085 -174

IR -033 -036 -043 -036 -067

IR (t) -026 -028 -034 -027 -051

6 a

no

s

MB -117998 -109790 -135159 -129382 -177806

ML -169258 -154944 -177514 -169800 -216334

L -276527 -249433 -266145 -254378 -296958

L (t) -387927 -360833 -377545 -365778 -408358

Luc -070 -073 -092 -093 -143

Lucr (t) -098 -106 -131 -133 -197

IR -046 -046 -055 -054 -071

IR (t) -035 -034 -041 -040 -052

7 a

no

s

MB -161999 -131381 -150483 -140593 -186011

ML -213914 -177089 -193352 -181475 -225030

L -346659 -292189 -301302 -284422 -323284

L (t) -477859 -423389 -432502 -415622 -454484

Luc -095 -090 -108 -106 -158

Lucr (t) -131 -130 -155 -155 -223

IR -057 -052 -059 -057 -073

IR (t) -042 -037 -042 -040 -051

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

Os prejuiacutezos obtidos nestas condiccedilotildees do terreno satildeo menores quando

comparados com siacutetios de produtividade baixa O mesmo comportamento tambeacutem

foi observado para siacutetios de classe de produtividade alta como indicado na Tabela

4

69

Tabela 4 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute pra venda preacute-corte em classe de produtividade alta (21 ndash 24 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

5 a

no

s

MB -49238 -13882 -35007 -46165 -63324

ML -99403 -57682 -75904 -84996 -100291

L -184238 -131752 -145066 -150664 -162806

L (t) -277738 -225252 -238566 -244164 -256306

Luc -041 -031 -039 -044 -053

Lucr (t) -061 -053 -064 -071 -084

IR -027 -017 -024 -028 -034

IR (t) -022 -014 -018 -021 -026

6 a

no

s

MB -81189 -43517 -66863 -90406 -111408

ML -132450 -88671 -109217 -130823 -149937

L -239718 -183160 -197848 -215401 -230561

L (t) -351118 -294560 -309248 -326801 -341961

Luc -056 -045 -055 -069 -084

Lucr (t) -081 -072 -087 -104 -125

IR -036 -026 -034 -041 -049

IR (t) -028 -020 -025 -031 -036

7 a

no

s

MB -143292 -71287 -85969 -103075 -120771

ML -195207 -116995 -128837 -143956 -159790

L -327953 -232094 -236787 -246903 -258044

L (t) -459153 -363294 -367987 -378103 -389244

Luc -085 -060 -069 -081 -096

Lucr (t) -120 -094 -107 -124 -144

IR -052 -034 -039 -045 -052

IR (t) -038 -025 -028 -032 -036

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

A inviabilidade econocircmica observada nas trecircs condiccedilotildees produtivas podem

ter sido provenientes do baixo valor de mercado praticado na regiatildeo

Apoacutes o pagamento de todos os desembolsos efetivos restou o deacutebito de R$-

13882 para o espaccedilamento 3x3 m Esta quantia jaacute pode ser considerada como

70

prejuiacutezo do investimento mesmo sem ser contabilizados o pagamento da matildeo de

obra familiar (administraccedilatildeo) e os custos de oportunidade do capital

O menor valor resultante para o espaccedilamento 5x5 m se deve ao fato de

existirem atividades iguais aos outros espaccedilamentos que estatildeo sendo executas em

tempo maior que dos outros povoamentos aumentando assim o custo de produccedilatildeo

Jaacute os resultados encontrados para o espaccedilamento 3x3 m em classe de

produtividade alta satildeo atribuiacutedos agrave eficiecircncia das operaccedilotildees de manutenccedilatildeo dos

plantios principalmente pelo controle de plantas daninhas

Depois do pagamento de todos os desembolsos efetivos foi admitida a

remuneraccedilatildeo da matildeo de obra familiar em virtude da administraccedilatildeo das aacutereas de

plantio sendo proporcional aos custos de produccedilatildeo de paricaacute A margem liacutequida

negativa indica que o empreendimento eacute economicamente inviaacutevel O valor admitido

por este iacutendice se positivo natildeo seria o lucro gerado pois ainda natildeo foi descontado

o custo de oportunidade do capital investido

Para todos os povoamentos analisados houve lucro negativo principalmente

quando foi considerada a remuneraccedilatildeo pelo uso da terra Isso significa que o

investimento natildeo foi atrativo financeiramente Este resultado natildeo eacute interessante

economicamente ao produtor e pode trazer consequecircncias ainda piores como falta

de incentivo agrave produccedilatildeo falta de demanda para venda da madeira em idade de corte

e preccedilos ainda menores do que os praticados

Considerando-se o pagamento pelo uso da terra o prejuiacutezo obtido pelo

plantio de paricaacute variou entre 53 e 316 sendo maior quando mais amplo o

espaccedilamento de plantio Desconsiderando o pagamento pelo uso da terra o

prejuiacutezo se tornou menor estando entre 31 e 236

Este iacutendice representa a capacidade da atividade de transformar

investimento em margem liacutequida Assim desconsiderando o pagamento pelo uso da

terra tem-se que para cada real investido obteve-se entre R$-090 e R$-017 de

margem liacutequida sendo mais atrativo o espaccedilamento 3x3 m em classe de

produtividade alta Considerando o custo da terra o valor foi de R$-065 a R$-014

sendo melhor nos menores espaccedilamento de plantio

Deve-se salientar novamente que o valor do msup3 de madeira utilizado nesta

pesquisa eacute proveniente do preccedilo meacutedio praticado pelo CERAT ndash PA Valores

superiores a este encontrados na regiatildeo podem alterar estes resultados tornando

estes povoamentos atrativos financeiramente (quando superiores a R$10000 msup3)

71

32 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA LAMINADA

O comportamento observado foi semelhante ao da madeira vendida em peacute

ou seja os iacutendices financeiros apontaram que a viabilidade econocircmica aos 5 anos

foi superior agraves outras idades de exploraccedilatildeo (Tabela 5)

Tabela 5 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de baixa produtividade (17 ndash 19 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

5 a

no

s

MB 460255 - - 82016 175950

ML 395361 - - 35131 130764

L 285617 - - -44157 54349

L (t) 192117 - - -137657 -39151

Luc 026 - - -008 009

Lucr (t) 017 - - -025 -006

IR 090 - - 010 039

IR (t) 074 - - 008 030

6 a

no

s

MB 416597 - - 84912 161477

ML 352612 - - 37786 116288

L 218717 - - -60828 21725

L (t) 107317 - - -172228 -89675

Luc 021 - - -011 004

Lucr (t) 010 - - -031 -015

IR 081 - - 011 034

IR (t) 065 - - 008 026

7 a

no

s

MB 374305 - - 138713 217110

ML 322390 - - 97831 178092

L 161775 - - -5115 79837

L (t) 30575 - - -136315 -51363

Luc 016 - - -001 013

Lucr (t) 003 - - -025 -008

IR 075 - - 031 058

IR (t) 057 - - 022 041

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

72

Os iacutendices econocircmicos para as classes de produtividade meacutedia e alta

encontram-se nas Tabelas 6 e 7

Tabela 6 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de meacutedia produtividade (19 ndash 21 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

5 a

no

s

MB 681518 625573 537181 600811 347713

ML 614747 566883 483159 548647 301344

L 501830 467631 391801 460430 222928

L (t) 408330 374131 298301 366930 129428

Luc 037 039 036 041 027

Lucr (t) 030 031 028 033 016

IR 137 139 126 147 087

IR (t) 114 113 101 117 069

6 a

no

s

MB 608614 588446 491228 506607 352752

ML 543338 530977 438275 456029 306227

L 406743 410719 327467 350188 208871

L (t) 295343 299319 216067 238788 97471

Luc 032 035 032 035 026

Lucr (t) 023 026 021 024 012

IR 124 133 116 125 089

IR (t) 099 104 090 095 067

7 a

no

s

MB 544335 665533 565255 585678 418169

ML 492420 619825 522386 544796 379151

L 329553 504725 414437 441850 280896

L (t) 198353 373525 283237 310650 149696

Luc 028 045 042 044 035

Lucr (t) 017 033 028 031 019

IR 113 181 159 171 123

IR (t) 087 131 114 121 086

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

73

Tabela 7 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de alta produtividade (21 ndash 24 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5 5

an

os

MB 882878 900802 817010 742105 726917

ML 815429 839950 760805 689059 677009

L 701365 737042 665754 599351 592608

L (t) 607865 643542 572254 505851 499108

Luc 045 049 048 047 048

Lucr (t) 039 043 041 040 041

IR 181 201 193 182 187

IR (t) 150 164 156 146 148

6 a

no

s

MB 843757 874244 783868 678388 646537

ML 777297 814644 728718 626556 597877

L 638225 689925 613313 518092 496052

L (t) 526825 578525 501913 406692 384652

Luc 042 047 046 043 044

Lucr (t) 035 039 038 034 034

IR 174 198 187 168 168

IR (t) 140 156 146 129 128

7 a

no

s

MB 730571 953571 867885 765231 729289

ML 678656 907863 825016 724350 690271

L 514396 792763 717066 621403 592016

L (t) 383196 661563 585866 490203 460816

Luc 037 056 055 053 053

Lucr (t) 028 047 045 042 041

IR 154 266 252 228 224

IR (t) 119 192 180 161 157

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

Contrariamente agrave preacute-colheita a venda de madeira de paricaacute poacutes-colheita

tem demonstrado viabilidade economica para as idade classe de produtividade e

espaccedilamento analisados como observados nos iacutendices a seguir

Apoacutes o pagamento de todos os custos efetivos notou-se uma vantagem no

uso de espaccedilamentos mais adensados Nestes ambientes a margem bruta foi por

74

vezes maior que 40 em relaccedilatildeo aos maiores espaccedilamentos Poreacutem restam ainda

o pagamento pela administraccedilatildeo e uso do capital No entanto verificou-se que a

maioria dos projetos avaliados foram viaacuteveis economicamente pois se obteve

resultados positivos para a madeira laminada

A matildeo-de-obra familiar foi remunerada mantendo-se o montante positivo

Este montante foi utilizado posteriormente como forma de pagamento pelo custo de

oportunidade do capital Observa-se que este iacutendice manteve a tendecircncia de

comportamento semelhante agrave margem bruta exprimindo a viabilidade dos projetos

Lucro negativo soacute foi observado em espaccedilamentos amplos como o 4x4 e

5x5 m em classe de produtividade baixa em todos os anos analisados Isso

significa que o custo de oportunidade do uso do capital natildeo estaacute sendo remunerado

O resultado encontrado eacute consequecircncia de volume insuficiente de lacircminas

para o pagamento do processo produtivo Vale salientar que o processo de

laminaccedilatildeo natildeo foi quantificado

O intervalo de lucratividade sem considerar o pagamento pelo uso da terra

variou de -31 agrave 56 ou seja existem povoamentos que em certas condiccedilotildees

foram inviaacuteveis economicamente como eacute o caso dos espaccedilamentos 4x4 e 5x5 m

em classe de produtividade baixa com exploraccedilatildeo aos 5 anos Outros povoamentos

ao contraacuterio possuem lucratividade de 56 Como exemplo pode-se citar o 3x3 m

aos 7 anos em classe de produtividade alta

Quando se considera o pagamento pelo uso da terra a mesma tendecircncia foi

observada poreacutem a lucratividade foi menor

A capacidade da atividade em transformar o investimento em margem

liacutequida variou entre R$034 e R$266 sendo mais atrativo o espaccedilamento 3x3 m

Considerando o custo da terra o valor corresponde entre R$008 e R$192 sendo

melhor quanto menor o espaccedilamento de plantio

Considerando os valores obtidos nas Tabelas 5 6 e 7 foi possiacutevel inferir

sobre os custos maacuteximos que poderiam ser destinados agrave laminaccedilatildeo para que todas

as despesas fossem pagas obtendo lucratividade zero Na Tabela 8 eacute indicado

quais satildeo estes valores

75

Tabela 8 Valores maacuteximos a serem pagos pela laminaccedilatildeo (R$msup3)

Idade Classe produtiva (m) Espaccedilamentos (m)

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5 5

ano

s Baixa 1184 - - -1930 -533

Meacutedia 2206 2414 2238 2708 1472

Alta 3144 3550 3580 3459 3812

6 a

no

s Baixa 707 - - -2400 -1260

Meacutedia 1751 2049 1753 2033 1099

Alta 2857 3317 3292 3033 3286

7 a

no

s Baixa 131 - - -3253 -2045

Meacutedia 1189 1557 1223 1543 476

Alta 2255 2916 2883 2613 2836

Estas informaccedilotildees satildeo valores meacutedios dos espaccedilamentos para cada classe

de produtividade e idade Como pressupotildee-se que em siacutetio de melhor qualidade haacute

maior renda eacute possiacutevel o pagamento de um valor substancialmente maior do que

em classe de produtividade meacutedia Observa-se ainda a inviabilidade da praacutetica de

laminaccedilatildeo em classe de produtividade baixa independente da idade de corte pois a

receita foi menor que os custos mesmo sem a laminaccedilatildeo Essa consideraccedilatildeo

reforccedila os argumentos de suporte sobre os menores espaccedilamentos serem os mais

apropriados para o plantio de paricaacute

33 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA

331 Benefiacutecio perioacutedico equivalente ndash BPE

Para a taxa de 6 aa em povoamentos natildeo explorados o BPE obtido

variou entre R$-24042 e R$-8005 para os espaccedilamentos 4x4 e 3x3 m

respectivamente (Tabela 9) Isso indica que o espaccedilamento 3x3 m na classe de

produtividade alta com corte aos 5 anos eacute o que resultou no menor prejuiacutezo

financeiro sob estas condiccedilotildees analisadas Jaacute o 4x4 m em classe de produtividade

baixa com corte aos 7 anos foi a pior escolha de investimento

76

Tabela 9 BPE de plantios de paricaacute situados na regiatildeo de Paragominas PA

Idade Espaccedil

(m)

BPE (VTHA) BPE (VCHA)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 -15515 -12312 -11154 17037 30010 41982

3x3 - -11695 -8005 - 27958 44123

3x4 - -12531 -8804 - 23408 39845

4x4 -19655 -10645 -9140 -2749 27526 35861

5x5 -17929 -15909 -9868 3161 13276 35456

6 a

no

s

3x2 -19068 -16692 -14483 13023 24305 38193

3x3 - -15066 -11090 - 24543 41296

3x4 - -16069 -11971 - 19548 36699

4x4 -21774 -15363 -13024 -3750 20911 30986

5x5 -20378 -17917 -13934 1204 12432 29663

7 a

no

s

3x2 -22761 -20948 -19825 8894 18907 29965

3x3 - -18281 -14675 - 20779 36619

3x4 - -18827 -14957 - 16500 33111

4x4 -24042 -17815 -15564 -5944 18385 28258

5x5 -22542 -20146 -16232 -842 10264 27366

Em que Espaccedil = espaccedilamento (m) BPE (VTHA) = benefiacutecio perioacutedico equivalente para venda de madeira em peacute e BPE (VCHA) = benefiacutecio perioacutedico equivalente para venda de madeira laminada

A mesma tendecircncia foi observada em povoamentos explorados em que o

BPE variou entre R$-5944 e R$44123 sendo o espaccedilamento 3x3 m a melhor

opccedilatildeo de investimento O mesmo resultado foi obtido por Pavan et al (2010) com

plantios de eucalipto no Rio Grande do Sul para laminaccedilatildeo

Caso ocorressem mudanccedilas na taxa de desconto estas contribuiriam para o

aumento ou reduccedilatildeo dos lucros do plantio Segundo Soares et al (2003) aumentos

na taxa de desconto afetam significativamente o VPL e consequentemente o BPE

indicando que quanto menor a taxa de desconto utilizada maior seraacute a lucratividade

do projeto

A partir da anaacutelise econocircmica dos diferentes sistemas de plantio pode-se

inferir que o motivo pelo qual a classe de produtividade baixa resultou em uma das

piores alternativas financeiras estaacute relacionado ao autodesbaste das plantas neste

ambiente Como estas aacutereas dispotildeem de menores recursos eacute possiacutevel que tenha

77

ocorrido uma expressiva mortalidade de plantas devido agrave concorrecircncia por luz e

nutrientes do solo

Todos os espaccedilamentos de plantio podem ser alternativas viaacuteveis que

poderatildeo contribuir de maneira mais significativa na medida em que alcancem sua

capacidade maacutexima de incremento Isso eacute obtido com a diferenciaccedilatildeo entre os

horizontes de planejamento que natildeo podem ser idecircnticos para todos os

espaccedilamentos de plantio haja vista que as aacutervores se comportam de maneiras

diferentes nestes espaccedilamentoss devido agrave disponibilidade de recursos

Esta afirmaccedilatildeo jaacute foi comprovada em estudos realizados por Cordeiro et al

(2009) em que foi constatado que o sistema de produccedilatildeo do paricaacute em cultivo puro

sob o espaccedilamento 4x3 m nos quatro primeiros anos de cultivo natildeo apresentaram

viabilidade econocircmica sugerindo a necessidade de maior horizonte de

planejamento

78

4 CONCLUSOtildeES

O monocultivo de paricaacute em qualquer um dos espaccedilamentos analisados foi

considerado inviaacutevel por todos os criteacuterios utilizados nesta anaacutelise econocircmica

quando se objetivou a venda da madeira sem exploraccedilatildeo Essa resposta estaacute

associada ao baixo valor de mercado ao qual a espeacutecie estaacute subordinada

A exploraccedilatildeo de madeira mesmo sendo um processo trabalhoso e

dispendioso eacute uma alternativa para se obter valores positivos com a produccedilatildeo de

paricaacute

Observando os custos e receitas oriundos de plantios de paricaacute pode-se

afirmar que espaccedilamentos mais amplos em classe de produtividade baixa satildeo

insuficientes para remunerar o processo de laminaccedilatildeo

O maior retorno financeiro foi obtido em povoamentos de paricaacute implantados

em classe de produtividade alta sob o espaccedilamento 3x3 m com exploraccedilatildeo aos 5

anos

79

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

CHICHORRO J F BAUER M O ANDRADE W S SILVA G F SANTOS F R SILVA J L NOGUEIRA M A Avaliaccedilatildeo econocircmica de projetos florestais In CHICHORRO J F BAUER M O GARCIA G O CALDEIRA M V W Toacutepicos especiais em ciecircncias florestais 1 ed Visconde do Rio Branco Suprema 2010 v 1 p 231-260 COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO ndash CONAB Custo de produccedilatildeo agriacutecola a metodologia da Conab Brasiacutelia Conab 2010 60p COORDENADORIA EXECUTIVA DA ADMINISTRACcedilAtildeO TRIBUTAacuteRIA ndash CERAT Boletim informativo de preccedilos Paraacute 2013 22p CORDEIRO I M C C SANTANA A C LAMEIRA O A SILVA I M Anaacutelise econocircmica dos sistemas de cultivo com Schizolobium parahyba var amazonicum (Huber ex Ducke) Barneby (Paricaacute) E Ananas comosus var erectifolius (L B Smith) Coppus amp Leal (Curauaacute) no municiacutepio de Aurora do Paraacute (PA) Brasil Facultad Agronomiacutea (LUZ) 2009 26 243-265 FARO C Elementos de engenharia econocircmica 3ed Satildeo Paulo Atlas 1979 328p MELLO A A CARNIERI C ARCE J E SANQUETTA C R Planejamento florestal visando agrave maximizaccedilatildeo dos lucros e a manutenccedilatildeo do estoque de carbono Cerne Lavras v 11 n 3 p 205-217 julset 2005 OLIVEIRA A D REZENDE J L P Economia Florestal Lavras UFLAFAEPE 2004 101p PAVAN J A ALVES T W SOUZA M A Viabilidade Econocircmica da Produccedilatildeo de Eucaliptos no Rio Grande do Sul Associaccedilatildeo Brasileira de Custos vol 5 n 1 78-109 JanAbr 2010 REZENDE J L P OLIVEIRA A D Anaacutelise econocircmica e social de projetos florestais Viccedilosa MG UFV 2001 389 p SILVA M L JACOVINE L A G VALVERDE S R Economia Florestal 2 ed Viccedilosa UFV 2005 178p SOARES T S CARVALHO R M M A VALE A B Avaliaccedilatildeo econocircmica de um povoamento de Eucalyptus grandis destinado a multiprodutos Aacutervore Viccedilosa-MG v27 n5 p689-694 2003

80

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A partir das condiccedilotildees estabelecidas notou-se o efeito dos espaccedilamentos

de plantio na viabilidade econocircmica dos povoamentos de paricaacute

Em relaccedilatildeo aos custos de produccedilatildeo eles devem ser separados por

atividades sendo elas preparo da aacuterea plantio adubaccedilatildeo manutenccedilatildeo colheita e

transporte laminaccedilatildeo custo de administraccedilatildeo remuneraccedilatildeo do capital investido

Dentro de cada atividade alguns custos podem sofrer a influecircncia do

nuacutemero de plantas por hectare Como exemplo pode-se citar o nuacutemero de diaacuterias

necessaacuterias para alinhamento coveamento e plantio das mudas aleacutem da

quantidade de adubo necessaacuterio para adubaccedilatildeo de cova

O maior nuacutemero de operaccedilotildees ocorre no periacuteodo de manutenccedilatildeo dos

plantios poreacutem nenhuma delas foi considerada dispendiosa Os maiores custos

individuais foram do transporte de madeira do povoamento ateacute a induacutestria em

todos os espaccedilamentos analisados devido agraves condiccedilotildees de traacutefego nas estradas

A relaccedilatildeo entre volume comercial volume laminado e os custos de

produccedilatildeo determinam entatildeo a viabilidade dos plantios sendo o espaccedilamento mais

viaacutevel aquele que consegue absorver esta relaccedilatildeo de maneira mais eficiente

Entretanto estudos ainda devem ser desenvolvidos para averiguar a relaccedilatildeo entre a

espeacutecie e os espaccedilamentos de plantio

Page 2: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE …III. Andrade, Wendel Sandro de Paula. IV. ... À Universidade Federal do Espírito Santo e à CAPES, pela estrutura e apoio

RAFAELA DA SILVEIRA

AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA DE PARICAacute

(Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) SOB DIFERENTES ESPACcedilAMENTOS

DE PLANTIO

Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Florestais do Centro de Ciecircncias Agraacuterias da Universidade Federal do Espiacuterito Santo como parte das exigecircncias para obtenccedilatildeo do Tiacutetulo de Mestre em Ciecircncias Florestais na Aacuterea de Concentraccedilatildeo Recursos Florestais Orientador Prof Dr Gilson Fernandes da Silva Coorientadores Prof Dr Adriano Ribeiro de Mendonccedila e Prof Dr Wendel Sandro de Paula Andrade

JEROcircNIMO MONTEIRO ndash ES

2014

AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA DE PARICAacute

(Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) SOB DIFERENTES ESPACcedilAMENTOS

DE PLANTIO

Rafaela da Silveira

Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Florestais do Centro de Ciecircncias Agraacuterias da Universidade Federal do Espiacuterito Santo como parte das exigecircncias para obtenccedilatildeo do Tiacutetulo de Mestre em Ciecircncias Florestais na Aacuterea de Concentraccedilatildeo Recursos Florestais

Aprovada em 19 de fevereiro de 2014

____________________________________

Prof Dr Gilson Fernandes da Silva (Orientador)

Universidade Federal do Espiacuterito Santo

____________________________________

Prof Dr Wendel Sandro de Paula Andrade (Coorientador)

Universidade Federal do Espiacuterito Santo

____________________________________

Prof Dr Rinaldo Luiz Caraciolo Ferreira (Membro externo)

Universidade Federal Rural de Pernambuco

____________________________________

Prof Dr Joseacute Franklim Chichorro (Membro interno)

Universidade Federal do Espiacuterito Santo

Dados Internacionais de Catalogaccedilatildeo-na-publicaccedilatildeo (CIP)

(Biblioteca Setorial de Ciecircncias Agraacuterias Universidade Federal do Espiacuterito Santo ES Brasil)

Silveira Rafaela da 1987- S587a Avaliaccedilatildeo econocircmica da produccedilatildeo de madeira de paricaacute

(Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) sob diferentes espaccedilamentos de plantio Rafaela da Silveira ndash 2014

80 f il Orientador Gilson Fernandes da Silva Coorientador Adriano Ribeiro de Mendonccedila Wendel Sandro de Paula

Andrade Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) ndash Universidade Federal

do Espiacuterito Santo Centro de Ciecircncias Agraacuterias 1 Madeira ndash exploraccedilatildeo 2 Classe de produtividade 3 Idade 4

Iacutendices econocircmicos I Silva Gilson Fernandes da II Mendonccedila Adriano Ribeiro de III Andrade Wendel Sandro de Paula IV Universidade Federal do Espiacuterito Santo Centro de Ciecircncias Agraacuterias V Tiacutetulo

CDU 630

AGRADECIMENTOS

A Deus por ter me proporcionado tantas coisas assim como este desafio Se natildeo

fosse ele eu nunca teria chegado ateacute aqui

Aos meus pais Joseacute e Lurdes que foram os que mais sofreram com a minha

ausecircncia mais me amaram incondicionalmente todos os dias

Agrave minha irmatilde Renata pelo carinho e cuidado de sempre Satildeo nos pequenos

detalhes que percebemos que os irmatildeos satildeo parte de noacutes

Agrave Universidade Federal do Espiacuterito Santo e agrave CAPES pela estrutura e apoio

financeiro para a realizaccedilatildeo deste trabalho

Ao meu orientador Gilson Fernandes da Silva o qual foi fundamental para a

conclusatildeo deste trabalho

Aos meus coorientadores Adriano Ribeiro de Mendonccedila e Wendel Sandro de Paula

Andrade pelas contribuiccedilotildees

Agrave empresa Laminit pela disponibilidade de informaccedilotildees

Aos professores Rinaldo e Franklim pelas sugestotildees

Aos amigos de Alta Floresta MT pelo carinho e pelas palavras de conforto

Aos tantos amigos que fiz em Jerocircnimo Monteiro ES Eles fizeram a distacircncia

parecer pequena

Ao Kallil Keylla e Tharcia pela amizade incondicional e verdadeira

Agrave todos do laboratoacuterio de manejo e mensuraccedilatildeo florestal em especial aos meus

ldquoirmatildeos de orientaccedilatildeordquo Diego Cezana Onair Rafael Bridi Braacuteulio e Evandro que

foram minha famiacutelia durante este periacuteodo

Agrave Sanderleacuteia Ana Paula e Cristiani pela convivecircncia e paciecircncia

Agrave todos aqueles que de alguma forma colaboraram para a execuccedilatildeo do presente

trabalho meus sinceros agradecimentos

ldquoSou muito grata agraves adversidades que apareceram na minha vida pois elas me

ensinaram a toleracircncia a simpatia o auto-controle a perseveranccedila e outras

qualidades que sem essas adversidades eu jamais conheceriardquo

E por fim a Napoleon Hill que sabiamente escreveu estas palavras

BIOGRAFIA

RAFAELA DA SILVEIRA filha de Joseacute Antonio da Silveira e Maria de

Lourdes da Silveira nasceu em 06 de novembro de 1987 no municiacutepio de Alta

Floresta no Estado de Mato Grosso Brasil

Concluiu o Ensino Meacutedio na Escola Prof Marines Faacutetima de Saacute Teixeira de

Alta Floresta em 2005 Em 2006 ingressou na Universidade Estadual de Mato

Grosso (UNEMAT) em Alta Floresta - MT graduando-se em Engenharia Florestal

em dezembro de 2009 No mesmo ano especializou-se em Geoprocessamento pela

Uniatildeo das Faculdades de Alta Floresta (UNIFLOR)

Em marccedilo de 2012 iniciou o curso de mestrado do Programa de Poacutes-

Graduaccedilatildeo Strictu Sensu em Ciecircncias Florestais na linha de pesquisa Manejo

Florestal na Universidade Federal do Espiacuterito Santo em Jerocircnimo Monteiro ndash ES

submetendo-se agrave defesa da dissertaccedilatildeo em fevereiro de 2014

Enquanto suspiramos por uma vida

sem dificuldades devemos nos

lembrar que o carvalho cresce forte

atraveacutes de ventos contraacuterios e que os

diamantes satildeo formados sob

pressatildeo

(Peter Marshall)

RESUMO

SILVEIRA R Avaliaccedilatildeo econocircmica da produccedilatildeo de madeira de paricaacute

(Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) sob diferentes espaccedilamentos de

plantio 2014 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) ndash Universidade

Federal do Espiacuterito Santo Jerocircnimo Monteiro ES Orientador Prof Dr Gilson

Fernandes da Silva Coorientadores Prof Dr Adriano Ribeiro de Mendonccedila e Prof

Dr Wendel Sandro de Paula Andrade

O paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) eacute uma espeacutecie nativa que

vem ganhando destaque entre os plantios comerciais na regiatildeo amazocircnica pelas

suas caracteriacutesticas de crescimento e produccedilatildeo para muacuteltiplos usos Por tal motivo

objetivou-se neste trabalho avaliar o efeito dos espaccedilamentos de plantio na anaacutelise

econocircmica da produccedilatildeo de madeira de paricaacute Para tanto os dados utilizados neste

estudo satildeo originaacuterios de povoamentos homogecircneos plantados sob os

espaccedilamentos 3x2 3x3 3x4 4x4 e 5x5 m localizados entre os municiacutepios de Dom

Elizeu e Paragominas Estado do Paraacute Estes povoamentos foram inventariados

anualmente ateacute o quinto ano sendo analisadas trecircs classes de produtividade em

cada espaccedilamento sendo elas Baixa (17 - 19 m) Meacutedia (19 ndash 21 m) e Alta (21 - 24

m) Posteriormente com auxiacutelio de modelagem os volumes total e laminado foram

estimados aos 5 6 e 7 anos Estimado o volume e identificados todos os custos de

produccedilatildeo estes foram deflacionados pelo IGP-DI e posteriormente

descapitalizados Assim procedeu-se a anaacutelise econocircmica por meio da metodologia

desenvolvida pelo Instituto de Economia Agriacutecola oacutegatildeo vinculado agrave Secretaria de

Agricultura e Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo juntamente com o criteacuterio do

benefiacutecio perioacutedico equivalente Como resultado obteve-se que o custo operacional

efetivo representou em meacutedia 65 dos custos totais de produccedilatildeo sendo o

transporte o custo individual mais expressivo em todos os espaccedilamentos

analisados As anaacutelises econocircmicas indicaram que o monocultivo de paricaacute

independente do espaccedilamento foi inviaacutevel quando se objetivou a venda da madeira

sem exploraccedilatildeo Essa resposta estaacute associada ao baixo valor de mercado ao qual a

espeacutecie estaacute subordinada A exploraccedilatildeo de madeira mesmo sendo um processo

trabalhoso e dispendioso eacute uma alternativa para se obter valores positivos com a

produccedilatildeo de paricaacute Logo pode-se inferir que o maior retorno financeiro eacute obtido em

povoamentos de paricaacute implantados em classe de produtividade alta sob o

espaccedilamento 3x3 m com exploraccedilatildeo aos 5 anos Entretanto para os maiores

espaccedilamentos de plantio estudos ainda devem ser desenvolvidos

Palavras-chave Classe de produtividade idade iacutendices econocircmicos

ABSTRACT

SILVEIRA R Economic evaluation of the production of wood paricaacute

(Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) under different planting spacings

2014 Dissertation (Master of Forest Science) - Federal University of Espiacuterito Santo

Jerocircnimo Monteiro ES Advisor Prof Dr Gilson Fernandes da Silva

Coorientadores Prof Dr Adriano Ribeiro de Mendonccedila and Prof Dr Wendel Sandro

de Paula Andrade

Paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) is a native species that has

been gaining prominence among commercial plantations in the Amazon region its

growth characteristics and production for multiple uses For this reason the aim of

this study was to evaluate the effect of planting space in economic analysis of timber

production paricaacute For this the data used in this study originate homogeneous stands

planted under the spacings 3x2 3x3 3x4 4x4 and 5x5 m located in the State of

Paraacute These stands were inventoried annually by fifth year and analyzed three

classes of productivity in each spacing which are Low (17 ndash 19 m) Medium (19 ndash 21

m) and High (21 ndash 24 m) Later with the aid of modeling the total and laminate

volumes were estimated at 5 6 and 7 years Estimate the volume and identified all

the costs these were deflated by the IGP ndash DI and subsequently undercapitalized

Thus we proceeded to the economic analysis using the methodology developed by

the Institute of Agricultural Economics along with the criterion periodic benefit

equivalent As a result it was found that the actual operating costs represented on

average 65 of total costs of production transportation and the most expressive

individual cost in all spacings analyzed The economic analysis indicated that the

monoculture paricaacute regardless of spacing was impracticable when used to sell the

timber without exploitation This response is associated with low market value to

which the species is subject The logging even being a laborious and costly process

an alternative is to give positive values to the production of paricaacute Therefore it can

be inferred that the greatest financial return is obtained in stands of paricaacute deployed

in class high productivity under the 3x3 m spacing with operating at 5 years

However for larger planting space studies have yet to be developed

Keywords Productivity class age economic indices

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO GERAL 11

11 OBJETIVO GERAL 13 12 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 13

2 REVISAtildeO DE LITERATURA 14

21 PARICAacute 14 211 Descriccedilatildeo botacircnica e anatocircmica do paricaacute 14 212 Caracteriacutesticas silviculturais do paricaacute 15 213 Utilizaccedilatildeo do paricaacute 16

22 CRESCIMENTO E PRODUCcedilAtildeO DO PARICAacute 17 23 RENDIMENTO EM LAMINACcedilAtildeO DE PARICAacute 18 24 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO 19

241 Teoria dos custos 19 242 A importacircncia dos custos 21 243 Classificaccedilatildeo dos custos 21 244 Componentes do custo 22 245 Iacutendices econocircmicos 24 246 Custos na empresa florestal 26

25 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DE PROJETOS FLORESTAIS 27

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 28

CAPIacuteTULO 1 31

RESUMO 31

ABSTRACT 32

1 INTRODUCcedilAtildeO 33

2 MATERIAL E MEacuteTODOS 35

21 AacuteREA EM ESTUDO 35 22 ESTIMATIVA DA PRODUCcedilAtildeO 36 23 DESCRICcedilAtildeO DAS ATIVIDADES 38 24 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS 39 25 CLASSIFICACcedilAtildeO DOS CUSTOS 41

3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 43

31 ESTIMATIVA DE VOLUME 43 32 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO 45

321 Custo operacional efetivo ndash COE 45 322 Custo operacional total ndash COT 47 323 Custo total ndash CT 50

4 CONCLUSOtildeES 54

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 55

CAPIacuteTULO 2 57

RESUMO 57

ABSTRACT 58

1 INTRODUCcedilAtildeO 59

2 MATERIAL E MEacuteTODOS 61

21 OBTENCcedilAtildeO DAS RECEITAS 61 22 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS 61 23 IacuteNDICES ECONOcircMICOS DA PRODUCcedilAtildeO 62 24 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DOS PROJETOS 63

241 Benefiacutecio perioacutedico equivalente (BPE) 63

3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 65

31 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA VENDA DE MADEIRA EM PEacute 65 32 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA LAMINADA 71 33 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA 75

331 Benefiacutecio perioacutedico equivalente ndash BPE 75

4 CONCLUSOtildeES 78

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 79

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 80

11

1 INTRODUCcedilAtildeO GERAL

As florestas naturais somavam em 2007 cerca de 4 bilhotildees de hectares

cobrindo aproximadamente 30 da superfiacutecie terrestre segundo informaccedilotildees da

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION ndash FAO (2007) Deste montante cerca

de metade da vegetaccedilatildeo ainda estaacute concentrada em cinco paiacuteses sendo o Brasil o

detentor da segunda maior cobertura florestal do planeta

Segundo o Sistema Nacional de Informaccedilotildees Florestais ndash SNIF (2014)

estimava-se que 69 desta cobertura teriam potencial produtivo Com isso ampliou-

se a participaccedilatildeo do setor florestal brasileiro no comeacutercio mundial Entretanto o

setor ainda encontra dificuldades na expansatildeo dos seus negoacutecios especialmente a

regiatildeo amazocircnica devido agraves restriccedilotildees impostas pela legislaccedilatildeo frente ao apelo

ambiental que a regiatildeo desperta em resposta a ocupaccedilatildeo desordenada

Com a implantaccedilatildeo de novas normas de exploraccedilatildeo reduziu-se a

disponibilidade de madeira no mercado expondo-se entatildeo a necessidade de fontes

alternativas para produccedilatildeo de mateacuteria-prima Assim a partir da praacutetica de

reflorestamento estaacute sendo possiacutevel ampliar o estoque de madeira para atender as

demandas atuais e futuras

Em 2012 o consumo brasileiro de madeira em tora proveniente de plantios

florestais foi de 1824 milhotildees de metros cuacutebicos (msup3) um indicador 72 superior

ao de 2011 (ABRAF 2013) Isso indica que a praacutetica do reflorestamento eacute uma

alternativa de negoacutecio que se expandiu no ultimo ano

Segundo o SNIF (2014) o Brasil deteacutem as melhores tecnologias na

silvicultura de eucalipto e outras espeacutecies vecircm sendo estudadas entre elas a acaacutecia

(Acacia mangium Willd) a seringueira (Hevea brasiliensis (Willd ex Adr de Juss)

Muell-Arg) e o paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) Em 2012 a aacuterea

ocupada por plantios florestais de espeacutecies natildeo convencionais como acaacutecia

araucaacuteria poacutepulus teca seringueira e paricaacute foi de 521131 ha representando

72 da aacuterea total de plantios florestais no Brasil (ABRAF 2013) Esta participaccedilatildeo

ainda que pequena se deve agraves caracteriacutesticas de crescimento e produccedilatildeo obtidas

por estas espeacutecies

Na regiatildeo amazocircnica o paricaacute eacute a espeacutecie que vem ganhando destaque

entre os plantios comerciais pelas suas caracteriacutesticas de crescimento e produccedilatildeo

12

para muacuteltiplos usos tornando crescente a demanda industrial por madeira de

lacircminas e compensados para a qual a espeacutecie eacute utilizada (MARQUES et al 2006)

Os primeiros registros com o plantio de paricaacute no Estado do Paraacute constam

da deacutecada de 1950 os quais tinham o objetivo de preservar a caracteriacutestica da

floresta amazocircnica em espaccedilos puacuteblicos e de fomentar estudos sobre o

comportamento e caracteriacutesticas das espeacutecies plantadas (MARQUES et al 2006)

Desde entatildeo muitos plantios foram registrados no Paraacute e em toda regiatildeo

amazocircnica e vaacuterios estudos foram desenvolvidos podendo-se destacar Hoffmann

(2009) Vidaurre et al (2012) Santos (2012) e Corteletti (2013) que trabalharam

com povoamentos de paricaacute localizados entre os municiacutepios de Dom Elizeu e

Paragominas estado do Paraacute Estes estudos comprovaram o alto potencial de

produccedilatildeo madeireira do paricaacute e servem como incentivo para que se estabeleccedilam

novos povoamentos Embora jaacute se tenham muitos plantios com esta espeacutecie na

Amazocircnia ainda satildeo necessaacuterios estudos com o objetivo de identificar as

caracteriacutesticas dendromeacutetricas avaliar a qualidade da madeira e sua produccedilatildeo

A atenccedilatildeo deve ser direcionada tambeacutem para os custos de produccedilatildeo

destes povoamentos que vecircm sendo estabelecidos na regiatildeo amazocircnica Natildeo

existem estudos suficientes que comprovem a lucratividade desta atividade Os

estudos que se tecircm disponiacuteveis ainda satildeo muito geneacutericos e as informaccedilotildees

carentes de dados do processo de implantaccedilatildeo da cultura

O monitoramento do processo produtivo tem sido realizado para identificar

os custos de produccedilatildeo sendo um instrumento necessaacuterio para se avaliar (medir) a

eficiecircncia das empresas Outra teacutecnica utilizada eacute a avaliaccedilatildeo econocircmica dos

projetos que testam a viabilidade de sua execuccedilatildeo

Para testar a viabilidade econocircmica dos projetos florestais faz-se necessaacuterio

o emprego de teacutecnicas econocircmicas sendo as mais tradicionais aquelas em que se

calculam o valor presente liacutequido (VPL) a taxa interna de retorno (TIR) e o benefiacutecio

perioacutedico equivalente (BPE) Este uacuteltimo sendo empregado frequentemente para

projetos com diferentes horizontes de planejamento (REZENDE OLIVEIRA 2001)

O teste da viabilidade econocircmica tem por finalidade estudar a capacidade

financeira do empreendimento a fim de verificar a possibilidade de sua

implementaccedilatildeo por meio da capacidade de sobrevivecircncia no mercado e da

identificaccedilatildeo dos fatores que podem dificultar as possibilidades de ecircxito do mesmo

comprovando-se assim a sua necessidade de execuccedilatildeo

13

11 OBJETIVO GERAL

Avaliar o efeito dos espaccedilamentos de plantio na anaacutelise econocircmica da

produccedilatildeo de madeira de paricaacute

12 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

a) Definir os custos de produccedilatildeo de povoamentos de paricaacute

b) Identificar os custos de produccedilatildeo mais afetados pelos espaccedilamentos

de plantio

c) Avaliar a participaccedilatildeo individual dos custos no processo de

implantaccedilatildeo colheita e transporte e

d) Identificar o espaccedilamento que forneceraacute o maior retorno econocircmico

por meio de indicadores e criteacuterio de avaliaccedilatildeo

14

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

21 PARICAacute

A espeacutecie Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke foi descoberta por

Huber e descrita por Ducke em 1922 sendo vulgarmente conhecida como pinho-

cuiabano paricaacute-da-amazocircnia paricaacute-da-terra-firme (Mato Grosso) paricaacute paricaacute-

grande faveira (Paraacute) canafista canafiacutestula fava-canafiacutestula (Acre) bandarra

(Rondocircnia) guapuruvu-da-amazocircnia (Distrito federal) aleacutem de cereboacute (Boliacutevia)

tambor (Colocircmbia) gavilaacuten (Costa Rica) pachaco (Equador) palo de judiacuteo palo de

picho (Meacutexico) e pashaco (Peru) (CARVALHO 2007)

Ocorre naturalmente em toda regiatildeo amazocircnica principalmente no Mato

Grosso Paraacute Amazonas e Rondocircnia no Brasil aleacutem de outros paiacuteses como Peru

Boliacutevia Colocircmbia e Venezuela (SOUZA et al 2005) Sobrevive em mata primaacuteria e

secundaacuteria de terra firme e vaacuterzea alta notadamente nas formaccedilotildees do tipo floresta

densa e floresta aberta em solos argilosos e altitudes de ateacute 800 metros

(CARVALHO 1994 ROSA 2006a)

A espeacutecie eacute tolerante a solos de baixa fertilidade e adapta-se agrave precipitaccedilatildeo

meacutedia anual de 1600 mm a 5850 mm e temperatura meacutedia de 248 ordmC (CRESPO et

al 1995) Por ser uma espeacutecie essencialmente helioacutefila natildeo tolera baixas

temperaturas (CARVALHO 2007)

211 Descriccedilatildeo botacircnica e anatocircmica do paricaacute

Segundo o sistema de classificaccedilatildeo de Cronquist a espeacutecie Schizolobium

amazonicum pertence agrave famiacutelia Caesalpiniaceae (Leguminosae Caesalpinioideae)

sendo da divisatildeo Magnoliophyta (Angiospermae) da classe Magnoliopsida

(Dicotyledonae) e ordem das Fabales

O paricaacute eacute uma aacutervore deciacutedua que pode atingir 40 m de altura e 100 cm de

DAP (diacircmetro a altura do peito medido a 130 m do solo) na idade adulta

15

(CARVALHO 2007) Seu tronco eacute ciliacutendrico e reto com casca de cor cinza clara

podendo conter sapopemas A madeira eacute macia leve com textura grossa gratilde direita

e irregular cerne creme-avermelhado e alburno creme-claro Tecircm faacutecil

processamento mas baixa durabilidade natural (SOUZA et al 2005)

Rosa (2006a) trabalhando com a botacircnica anatomia e tecnologia de paricaacute

comprovou que ao longo do crescimento vegetativo a espeacutecie pode possuir

caracteriacutesticas dendroloacutegicas diferenciadas em termos de coloraccedilatildeo da casca e do

surgimento de sapopemas

212 Caracteriacutesticas silviculturais do paricaacute

As sementes de paricaacute possuem alto grau germinativo podendo chegar a

90 Isso pode ser comprovado em estudos realizados por Lameira et al (2000)

com a propagaccedilatildeo do paricaacute por meio de sementes submetidas a processos

mecacircnicos fiacutesicos e quiacutemicos de quebra de dormecircncia Nesse estudo foi constatado

que as sementes possuem um percentual de germinaccedilatildeo de 80 a 90

O paricaacute possui entretanto dificuldade em seu manejo por seu elevado teor

de umidade e susceptibilidade ao ataque de microorganismos aleacutem da dormecircncia

tegumentar que necessita de tratamentos preacute-germinativos (ROSA 2006b

CARVALHO 2007)

Para o armazenamento de sementes eacute recomendado um periacuteodo maacuteximo de

12 meses tendo em vista que a partir do oitavo mecircs ocorre reduccedilatildeo na viabilidade

das sementes como pode ser observado no trabalho de Rosa (2006a) sobre a

ecologia e silvicultura do paricaacute

Apoacutes serem retiradas do armazenamento as sementes podem ser plantadas

de duas maneiras colocando-se as sementes para germinar em canteiros

(sementeiras) ou semeando-as diretamente na embalagem plaacutestica Ambas as

opccedilotildees permitem sobrevivecircncia de no miacutenimo 80 das plantas sendo

consideravelmente aceitaacutevel (SOUZA et al 2003)

No que se refere a implantaccedilatildeo de povoamentos uma atenccedilatildeo especial

deve ser direcionada agrave escolha do espaccedilamento a ser utilizado No Estado do Paraacute

diversos espaccedilamentos tem sido adotados (3x3 m 4x4 m 3x4 m 5x4 m 6x4 m)

16

principalmente em plantios mais antigos estando os mais recentes em maior

padronizaccedilatildeo com espaccedilamentos de 4x4 m Isso provavelmente se deve agrave

facilidade de mecanizaccedilatildeo (MARQUES et al 2006) Aleacutem disso estudos vecircm

comprovando que o espaccedilamento 4x4 m eacute mais utilizado pois proporciona a melhor

relaccedilatildeo entre crescimento em altura e diacircmetro das aacutervores (ROSA 2006b)

Em sistemas silviculturais mais adensados ou em plantios puros o paricaacute

tem demonstrado crescimento inicial em altura bastante raacutepido sendo necessaacuterios

desbastes para manter equiliacutebrio adequado entre a retirada de indiviacuteduos de

qualidade inferior doentes ou danificados e a manutenccedilatildeo de espaccedilamento

aproximadamente regular entre as plantas Deve-se ressaltar entretanto que a

espeacutecie eacute bastante suscetiacutevel aos danos causados por ventos fortes principalmente

nos estaacutegios iniciais de desenvolvimento As aacutervores isoladas e plantas da

bordadura satildeo mais propensas a quebras poreacutem estes danos satildeo bastante

reduzidos com a presenccedila de mata ou de relevo ondulado nas proximidades que

possam proteger o povoamento e reduzir esses efeitos do vento (SOUZA et al

2003)

No estudo realizado por Rondon (2002) concluiu-se que ateacute o terceiro ano o

paricaacute eacute altamente vulneraacutevel ao vento principalmente nos espaccedilamentos 4x2 m e

2x2 m Por tal motivo medidas preventivas devem ser tomadas no iniacutecio da

implantaccedilatildeo deixando-se uma faixa de mata nativa em torno do plantio Desta

maneira sob os espaccedilamentos 15x15 m 2x2 m 3x2 m 3x3 m 4x2 m 4x3 m e 4x4

m avaliadas pelo autor os dois uacuteltimos foram os que proporcionaram maiores

crescimentos em altura e diacircmetro

213 Utilizaccedilatildeo do paricaacute

Essa espeacutecie eacute bastante utilizada na produccedilatildeo de lacircminas meacutedias ou parte

interna de compensados caixotaria leve portas e parquete tendo em vista que

pode ser alcanccedilado o rendimento de ateacute 80 de aproveitamento da madeira no

processo de laminaccedilatildeo (MARQUES et al 2006)

17

Ela pode ser utilizada para produccedilatildeo energeacutetica assim como a produccedilatildeo de

papel e celulose por sua facilidade de branqueamento Propriedades medicinais

tambeacutem podem ser encontradas principalmente na casca (CARVALHO 2007)

Carvalho (2007) afirma ainda que esta espeacutecie tem grande potencial para

recuperaccedilatildeo de aacutereas degradadas Por ser uma espeacutecie pioneira o paricaacute tem bom

desenvolvimento na maioria dos solos amazocircnicos contribuindo com

sombreamento o desenvolvimento de espeacutecies cliacutemax que por ventura se

estabeleccedilam na aacuterea

O paricaacute pode ser utilizado ainda para artesanato sendo seu uso mais

comum na fabricaccedilatildeo de brinquedos saltos para calccedilados e aeromodelismo

(SOUZA et al 2003)

22 CRESCIMENTO E PRODUCcedilAtildeO DO PARICAacute

O crescimento e a produccedilatildeo de um povoamento florestal dependem da

idade da capacidade produtiva do grau de utilizaccedilatildeo do potencial produtivo do lugar

e de tratamentos silviculturais (SCOLFORO 2006 CAMPOS LEITE 2009) Esta

relaccedilatildeo pode ser mensurada por meio de modelos de crescimento e produccedilatildeo

mecaniacutesticos ou empiacutericos sendo este uacuteltimo o mais utilizado

Santos (2012) estudando o crescimento e produccedilatildeo de plantios de paricaacute

sob diferentes espaccedilamentos ajustou o modelo logiacutestico para estimar o crescimento

em diacircmetro e volume das aacutervores em cada espaccedilamento em funccedilatildeo da idade O

autor observou efeito significativo do espaccedilamento sobre as variaacuteveis diacircmetro

quadraacutetico e volume em todas as idade evidenciando a dependecircncia entre os

fatores

Neste mesmo estudo foi constatado que a maior diferenccedila entre as meacutedias

do diacircmetro quadraacutetico e o volume foi entre os espaccedilamentos extremos 3x2 m e 5x5

metros Assim o maior crescimento em diacircmetro quadraacutetico foi verificado no espaccedilo

vital com 25 msup2 e o maior crescimento em volume por aacuterea no espaccedilamento de 6msup2

Anteriormente Hoffmann (2009) jaacute havia verificado a influecircncia do diacircmetro

no rendimento da laminaccedilatildeo em que o aumento do diacircmetro promoveu maior

rendimento O mesmo foi observado por Silva et al (2013)

18

23 RENDIMENTO EM LAMINACcedilAtildeO DE PARICAacute

A produccedilatildeo de lacircminas em escala comercial surgiu a partir do seacuteculo XX

sendo impulsionada no Brasil na deacutecada de 30 com o objetivo de confeccionar

madeira compensada que tem como mateacuteria-prima paineacuteis de lacircminas de madeira

Este material eacute submetido a um processo de colagem e prensagem com adesivos

resistentes ou agrave prova drsquoaacutegua tendo muacuteltiplas aplicaccedilotildees na construccedilatildeo civil na

fabricaccedilatildeo de moacuteveis formas para concreto embalagens transporte e aplicaccedilotildees

agriacutecolas (BORDUELLE IWAKIRI MARTINS et al 2006 IWAKIRI PRATA 2008)

A qualidade da laminaccedilatildeo eacute influenciada por caracteriacutesticas da espeacutecie

(densidade da madeira) caracteriacutesticas do fuste (diacircmetro e forma) e gratilde (direccedilatildeo e

inclinaccedilatildeo) e por condiccedilotildees operacionais do equipamento (velocidade de corte

ajuste da geometria da faca e barra de pressatildeo afiaccedilatildeo da faca) sendo que a

automaccedilatildeo dos equipamentos tem resultado em lacircminas de maior qualidade e

produtividade (TSOUMIS 1991)

Esta busca pela qualidade e produtividade tem aumentado o interesse nos

estudos sobre a prognose do crescimento e da produccedilatildeo de povoamentos e do

processo de laminaccedilatildeo Isto ocorre porque as empresas florestais procuram

investimentos soacutelidos devido aos compromissos de longo prazo assumidos

As estimativas da produccedilatildeo de mateacuteria-prima e do rendimento do produto

final contribuem com o planejamento da empresa em relaccedilatildeo a novos investimentos

novos produtos a serem lanccedilados no mercado aleacutem da viabilidade do projeto em

execuccedilatildeo e de futuros investimentos Por isso faz-se necessaacuterio conhecer todo o

processo produtivo do produto com o qual se estaacute trabalhando

A laminaccedilatildeo da madeira pode ser obtida por meio de duas formas

comerciais

a) Lacircminas torneadas ndash obtidas a partir do ldquodesenrolamentordquo de toras grossas

relativamente curtas utilizando torno laminador

b) Lacircminas faqueadas ndash obtidas a partir de cortes planos realizados por

faqueadeira em peccedila de madeira em bloco

Independentemente do meacutetodo de obtenccedilatildeo de lacircminas um dos objetivos da

empresa florestal eacute a busca pelo aumento da produtividade Estas informaccedilotildees satildeo

obtidas por meio do acompanhamento do processo de transformaccedilatildeo das aacutervores

19

em lacircminas e a partir dos valores obtidos subtrai-se o produto final da quantidade

de madeira que iniciou o processo obtendo-se assim o rendimento

Para o paricaacute o rendimento encontrado em estudos realizados por Hoffmann

(2009) foi de aproximadamente 5031 em aacutervores aos 5 anos Jaacute Melo (2012)

alcanccedilou rendimento meacutedio de 59 Este autor afirma ainda que o rendimento em

laminaccedilatildeo pode ser facilmente estimado por meio de variaacuteveis dendromeacutetricas da

tora obtendo-se menores perdas para aacutervores com maiores diacircmetros

O resultado encontrado por Melo (2012) eacute semelhante ao de Bortoletto

Juacutenior e Belini (2002) para outra espeacutecie do mesmo gecircnero Estudando a produccedilatildeo

de lacircminas e compensados de guapuruvu (Schizolobium parayba (Vell) Blake)

proveniente de plantios mistos de espeacutecies nativas estes autores observaram que o

rendimento do processo de laminaccedilatildeo foi de aproximadamente 61 em lacircminas

verdes Isso demonstra que o gecircnero Schizolobium pode conter boas caracteriacutesticas

para laminaccedilatildeo

24 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO

241 Teoria dos custos

Segundo Pinto et al (2008) algumas terminologias devem ser consideradas

na contabilidade de custos

Gasto esforccedilo realizado pela empresa para obtenccedilatildeo de um bem ou serviccedilo

Investimento gasto com bens ou serviccedilos que traratildeo benefiacutecios futuros

Despesa consumo direto ou indireto com bens e serviccedilos com a finalidade

de obtenccedilatildeo de receitas

Perda gasto natildeo intencional decorrente de fatores externos e

Custos gastos acumulados para executar uma atividade fabricar um

produto ou adquirir uma mercadoria

Essas definiccedilotildees podem ser interpretadas como ilustrada na Figura 1

20

Figura 1 Forma esquemaacutetica da distribuiccedilatildeo de gastos Fonte Adaptado de Pinto et al (2008)

Aleacutem das terminologias apresentadas faz-se necessaacuterio definir orccedilamento

anaacutelise de projeto e o caacutelculo do custo de produccedilatildeo uma vez que satildeo peccedilas

fundamentais para o teste de viabilidade econocircmica do projeto

O orccedilamento tem por objetivo a verificaccedilatildeo preacutevia de gastos e a anaacutelise de

projetos objetiva a avaliaccedilatildeo econocircmica de investimentos que seratildeo realizados Jaacute o

caacutelculo do custo de produccedilatildeo por sua vez tem por objetivo quantificar o custo por

unidade produzida sendo este sempre realizado apoacutes o fim do ciclo de produccedilatildeo

O custo por produto encontrado eacute entatildeo comparado com receita obtida com

as vendas do produto e com o montante de capital utilizado na produccedilatildeo a fim de

serem calculados os indicadores econocircmicos para aquela atividade ou seja o custo

de produccedilatildeo de uma empresa eacute determinado pelas condiccedilotildees fiacutesicas de produccedilatildeo

pelo preccedilo dos recursos e pela conduta economicamente eficiente do proprietaacuterio

Custo eacute entatildeo o preccedilo pelo qual se obteacutem um bem (FERGUSON 2003)

O caacutelculo dos custos de produccedilatildeo por sua vez natildeo eacute uma tarefa faacutecil haja

visto que haacute um grande nuacutemero de informaccedilotildees que devem ser administradas para

que se tenha no final do periacuteodo de produccedilatildeo todos os custos referentes agravequela

atividade Por isso o aconselhaacutevel eacute que se faccedila o registro dos gastos

preferencialmente por atividade para facilidade de obtenccedilatildeo dos resultados

Custos

Investimentos

Despesas

PerdasUso para execuccedilatildeo de atividades adquirir mercadorias e fabricar produtos

Gastos que seratildeo usados no futuro para geraccedilatildeo de receita

Gastos que jaacute foram utilizados para geraccedilatildeo de receita

Gastos que natildeo foram usados para geraccedilatildeo de receita

21

242 A importacircncia dos custos

Para Hildebrand (1995) os custos geralmente contribuem para a anaacutelise a

curto meacutedio e longo prazo que geram informaccedilotildees importantes para o planejamento

e mensuraccedilatildeo da eficiecircncia de operaccedilotildees atividades e processos de produccedilatildeo da

empresa a avaliaccedilatildeo de alternativas de investimento novos negoacutecios e novos

sistemas de produccedilatildeo (processos maacutequinas e equipamentos entre outros)

O setor florestal trabalha geralmente a longo prazo que eacute um horizonte de

planejamento em que a curva de custo de produccedilatildeo corresponde agrave despesa com a

aquisiccedilatildeo dos fatores ao longo do caminho de expansatildeo Isto significa que para cada

niacutevel de produccedilatildeo existiraacute uma combinaccedilatildeo dos fatores variaacuteveis de miacutenimo custo

que junto com os fatores fixos permite a produccedilatildeo de determinada quantidade

(SIMONSEN1971 FERGUSON 2003) A ausecircncia do conhecimento sobre custos

provavelmente levaraacute a maacute aplicaccedilatildeo do capital de giro menor lucro menor

rentabilidade ameaccedilas a estabilidade econocircmica financeira e ao crescimento da

empresa (FERREIRA 2007)

243 Classificaccedilatildeo dos custos

Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo vaacuterios meacutetodos satildeo encontrados na

literatura sendo selecionado o modelo a partir da caracteriacutestica do produto ou do

modelo de produccedilatildeo que estaacute sendo analisado Em funccedilatildeo disso o Instituto de

Economia Agriacutecola ndash IEA oacutergatildeo vinculado agrave Secretaria de Agricultura e

Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo desenvolveu uma metodologia para o setor

agriacutecola designado Meacutetodo do Custo Operacional

Na metodologia do custo operacional se incluem apenas as despesas

efetivamente desembolsadas pelo produtor mais a depreciaccedilatildeo de maacutequinas e

benfeitorias e o custo estimado da matildeo-de-obra familiar Assim a remuneraccedilatildeo de

todos os outros fatores de produccedilatildeo natildeo incluiacutedos fica a cargo do resiacuteduo ou seja a

diferenccedila entre o custo operacional e o valor de venda do produto (MATSUNAGA et

al 1976)

22

O esquema da estrutura do custo de produccedilatildeo utilizada pelo IEA pode ser

visualizado a seguir

Figura 2 Estrutura dos custos de produccedilatildeo utilizada pelo IEA Fonte Nachiluk e Oliveira (2012) sup1 Contribuiccedilatildeo de Seguridade Social Rural

244 Componentes do custo

Os custos podem ser denominados custos expliacutecitos e impliacutecitos Os

desembolsos realizados satildeo denominados custos expliacutecitos segundo Pindyck e

Rubinfeld (1994) os quais abrangem remuneraccedilotildees de matildeo de obra salaacuterios e

custos de materiais e locaccedilatildeo de propriedades aleacutem do custo de oportunidade Eles

satildeo importantes pois envolvem pagamentos diretamente feitos pela empresa a

outras empresas e pessoas com as quais faz negoacutecios

Jaacute os custos impliacutecitos natildeo satildeo diretamente desembolsados no processo de

produccedilatildeo mas natildeo podem deixar de ser considerados uma vez que se constituem

de fato em dispecircndios Sua mensuraccedilatildeo se daacute de maneira indireta por meio da

atribuiccedilatildeo de valores que deveratildeo representar o custo de oportunidade de seu uso

Nesta categoria enquadram-se os gastos com depreciaccedilatildeo de benfeitorias

instalaccedilotildees maacutequinas e implementos agriacutecolas e remuneraccedilatildeo do capital fixo e da

terra (CONAB 2010)

Custo operacional

Custo operacional efetivo (COE)

Despesas com operaccedilotildees

Pagamentos de salaacuterios

Gastos com maacutequinas equipamentos e

implementos

Despesas com materiais

Sementes fertilizantes corretivos defensivos

sacarias etc

Encargos sociais

Custo operacional total (COT)

Depreciaccedilatildeo com maacutequinas juros de custeio e CSSRsup1

23

A classificaccedilatildeo proposta pelo IEA compreende elementos diferenciados

poreacutem de faacutecil interpretaccedilatildeo e mais adequado agrave tomada de decisotildees Assim

segundo Matsunaga et al (1976) essa classificaccedilatildeo eacute composta dos seguintes

custos

a) Custo Operacional Efetivo ndash COE

O custo operacional efetivo envolve todos os custos expliacutecitos ou seja o

custo de todos os recursos de produccedilatildeo que exigem desembolso por parte da

empresa para sua recomposiccedilatildeo excluindo-se a matildeo-de-obra familiar

Assim mesmo que determinado produto tenha sido adquirido no periacuteodo

anterior por exemplo deveraacute ser contabilizado aqui pois em algum momento houve

o desembolso para a compra do mesmo Nesse caso eacute importante que seja utilizado

o preccedilo de mercado atual e natildeo o valor pago anteriormente devido ao custo de

oportunidade

b) Custo Operacional Total ndash COT

O custo operacional total envolve a soma do COE o valor da matildeo-de-obra

familiar e as depreciaccedilotildees que equivalem a apenas uma parte dos custos fixos

b1) Depreciaccedilatildeo

A depreciaccedilatildeo corresponde ao custo indireto exigido para acumular fundos

para substituiccedilatildeo do capital investido em bens produtivos de longa duraccedilatildeo

inutilizados pela idade uso e obsolescecircncia

b2) Valor da Matildeo-de-obra Familiar

Este valor deve ser definido considerando-se o custo de oportunidade ou

seja quanto o produtor ganharia se estivesse trabalhando em outra atividade

Considerando-se eacute claro o mesmo niacutevel teacutecnico para desenvolvimento das duas

atividades

24

c) Custo Total ndash CT

Custo total nada mais eacute que a soma do COT com o valor da remuneraccedilatildeo do

capital imobilizado com a atividade

Todo o capital investido na empresa tem custo de oportunidade uma vez

que seu uso na empresa implica deixar de empregaacute-lo noutra atividade alternativa

Por definiccedilatildeo o retorno potencial desse capital na melhor alternativa possiacutevel de

utilizaccedilatildeo forneceria a medida desse custo de oportunidade Como essa estimativa

nem sempre eacute faacutecil eacute expediente comum estimar o custo de oportunidade a partir do

retorno que o capital teria se em vez de aplicado na empresa fosse investido no

mercado financeiro como por exemplo na caderneta de poupanccedila

245 Iacutendices econocircmicos

Os iacutendices econocircmicos apresentados pelo IEA segundo Matsunaga et al

(1976) satildeo

2451 Renda Bruta (RB)

A renda bruta vem a ser o valor da produccedilatildeo ou seja tudo que eacute produzido

vezes o preccedilo do produto

Embora a Renda Bruta permita saber o quanto eacute recebido pelo produto

produzido ela natildeo diz o quanto desse valor iraacute sobrar Isso porque eacute preciso retirar o

custo de produccedilatildeo Sendo assim eacute necessaacuterio que se faccedila a anaacutelise de

rentabilidade da atividade

2452 Margem Bruta (MB)

Eacute calculada pela subtraccedilatildeo do custo operacional efetivo da renda bruta ou

seja eacute a retirada de todos os custos ocorridos sendo mais produtiva agrave medida que

resulta em valores positivos

25

2453 Margem Liacutequida (ML)

Eacute calculada pela subtraccedilatildeo do custo operacional total da renda bruta sendo

um indicativo de lucratividade Comparando-se duas empresas de igual atividade

aquela que tem maior Margem Liacutequida eacute a que possui melhor rentabilidade no

negoacutecio incluindo-se aiacute a questatildeo operacional financeira e extra-operacional

Isso quer dizer que se a ML for positiva todos os desembolsos estatildeo sendo

pagos aleacutem da depreciaccedilatildeo e a matildeo-de-obra familiar Caso contraacuterio a depreciaccedilatildeo

eou a matildeo-de-obra natildeo estatildeo sendo efetivamente pagas e a empresa estaacute se

descapitalizando

2454 Lucro (L)

O lucro vem a ser o resultado da subtraccedilatildeo da renda bruta gerada pela

venda dos produtos no mercado menos o custo total de produccedilatildeo incorrido na sua

geraccedilatildeo Simplificadamente nada mais eacute do que o resultado positivo deduzido das

vendas os custos e despesas

2455 Lucratividade (Luc)

Eacute a relaccedilatildeo do valor do lucro com o montante de vendas ou seja divide-se o

valor do lucro pela quantidade vendida (renda bruta)

2456 Iacutendice de Rentabilidade (IR)

Eacute uma medida do retorno de um investimento Calcula-se dividindo o lucro

obtido (margem liacutequida) pelo valor do investimento inicial (capital empatado) Pode-

se dizer que a rentabilidade eacute a quantidade de dinheiro que o investidor ganha para

cada quantia investida

26

246 Custos na empresa florestal

Nas empresas em geral os custos satildeo classificados em funccedilatildeo de suas

necessidades de informaccedilotildees Geralmente eles satildeo divididos por operaccedilotildees ou

setores da atividade como viveiro plantaccedilotildees tratos culturais exploraccedilatildeo florestal

atividades especiais (coleta de sementes entre outros) implantaccedilatildeo de infra-

estrutura e administraccedilatildeo (BREPOHL 1980)

Em termos econocircmicos os componentes do custo satildeo agrupados de

acordo com sua funccedilatildeo no processo produtivo nas categorias de custos variaacuteveis

custos fixos custo operacional e custo total (CONAB 2010)

Na determinaccedilatildeo da idade oacutetima de corte de povoamentos florestais eacute

necessaacuterio estudar caso a caso cada componente dos custos e das receitas

envolvidas no processo de produccedilatildeo da madeira Tudo isso pelo fato do setor

florestal conter operaccedilotildees de longo prazo Por tal motivo a anaacutelise de custos pode

ter dois enfoques a anaacutelise ex-ante ou seja antes das operaccedilotildees ocorrerem e ex-

post apoacutes terem ocorrido (GRACcedilA et al 2000)

Entre os custos analisados deve-se considerar tambeacutem a depreciaccedilatildeo que

segundo Hildebrand (1995) pode ser definida como a diminuiccedilatildeo do valor dos bens

ativos resultante do desgaste pelo uso accedilatildeo da natureza ou por obsolescecircncia

teacutecnica Assim com o tempo para tornar possiacutevel a reposiccedilatildeo do equipamento eacute

necessaacuterio acumular periodicamente uma reserva em um fundo que permitiraacute no

fim de um periacuteodo a aquisiccedilatildeo de um novo equipamento

Baseados nas necessidades do setor florestal vaacuterios estudos sobre a

viabilidade econocircmica de plantios vem sendo desenvolvidos para as mais variadas

espeacutecies arboacutereas como os obtidos por Souza et al (2003) e o Centro de Pesquisa

do Paricaacute ndash CPP Deve-se ressaltar no entanto a afirmaccedilatildeo feita por Marques et al

(2006) em que os autores concluiacuteram que o custo meacutedio para implantaccedilatildeo e

conduccedilatildeo dos povoamentos podem variar conforme a regiatildeo as teacutecnicas de preparo

de solo os tratos silviculturais adotados entre outros

27

25 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DE PROJETOS FLORESTAIS

Do ponto de vista teacutecnico Oliveira e Rezende (2004) afirmam que dois ou

mais projetos podem ser compatiacuteveis quando a execuccedilatildeo de um natildeo afeta a

implementaccedilatildeo do outro ou incompatiacuteveis em caso contraacuterio Jaacute do ponto de vista

econocircmico eles podem ser dependentes quando haacute uma relaccedilatildeo de rentabilidade

entre ambos ou independentes quando nenhum eacute afetado

Estas informaccedilotildees satildeo importantes para o bom planejamento das atividades

florestais uma vez que o investimento em um projeto deve ser baseado em um

horizonte de planejamento na maioria das vezes de longo prazo podendo variar de

finito como no caso de um plantio florestal ou infinito em um manejo sustentado de

floresta nativa (CHICHORRO et al 2010)

Para realizar a anaacutelise econocircmica eacute importante considerar a vida econocircmica

do projeto Ela corresponde ao tempo que ele produziraacute lucro a vida fiacutesica de

maacutequinas e construccedilotildees o periacuteodo de anaacutelise onde se consideram os efeitos do

projeto Aleacutem do horizonte de construccedilatildeo relacionado agrave demanda do produto e o

horizonte de dados que se refere ao periacuteodo de tempo em que eacute possiacutevel prever o

fluxo de caixa (REZENDE OLIVEIRA 2001)

A avaliaccedilatildeo econocircmica ou financeira de projetos baseia-se entatildeo no fluxo

de caixa que consiste nos custos e nas receitas distribuiacutedos ao longo da vida uacutetil do

empreendimento Os meacutetodos mais recomendados para avaliaccedilatildeo econocircmica de

projetos florestais satildeo (REZENDE OLIVEIRA 2001) valor presente liacutequido (VPL)

taxa Interna de Retorno (TIR) custo (ou Benefiacutecio) Perioacutedico Equivalente (CPE ou

BPE) custo Meacutedio de Produccedilatildeo (CMPr) razatildeo Benefiacutecio (receita)Custo (BC) e

tempo de Recuperaccedilatildeo do Capital

28

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE PRODUTORES DE FLORESTAS PLANTADAS ndash ABRAF ANUAacuteRIO estatiacutestico da ABRAF Brasiacutelia ABRAF 2012 Disponiacutevel em lthttpwwwabraflororgbrestatisticasABRAF12-BRaspgt Acesso em 28 jul 2013 BORTOLETTO JUacuteNIOR G BELINI U L Produccedilatildeo de lacircminas e manufatura de compensados a partir da madeira de guapuruvu (Schizolobium parayba Blake) proveniente de um plantio misto de espeacutecies nativas Cerne v8 n2 p001-016 2002 BORDUELLE G M IWAKIRI S MARTINS D Fatores que influenciam no rendimento em laminaccedilatildeo de Pinus spp Floresta e Ambiente v12 n2 p 35 - 41 NovDez2006 BREPOHL D Custos em empreendimentos florestais Curitiba FUPEF nov 1980 18p (seacuterie teacutecnica n4) CAMPOS J C C LEITE H G Mensuraccedilatildeo florestal perguntas e respostas 3 ed Viccedilosa UFV 2009 548 p CARVALHO P E R Espeacutecies florestais brasileiras recomendaccedilotildees silviculturais potencialidades e uso da madeira Colombo Embrapa Florestas 1994 640p CARVALHO P E R Paricaacute (Schizolobium amazonicum) Colombo Embrapa Florestas 2007 8p (Circular Teacutecnica 142) CHICHORRO J F BAUER M O ANDRADE W S SILVA G F SANTOS F R SILVA J L NOGUEIRA M A Avaliaccedilatildeo econocircmica de projetos florestais In CHICHORRO J F BAUER M O GARCIA G O CALDEIRA M V W Toacutepicos especiais em ciecircncias florestais 1 ed Visconde do Rio Branco Suprema 2010 v 1 p 231-260 COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO ndash CONAB Custo de produccedilatildeo agriacutecola a metodologia da Conab Brasiacutelia Conab 2010 60p CORTELETTI R B Anaacutelise de tronco aplicada agrave avaliaccedilatildeo de crescimento de aacutervores de paricaacute 2013 (82f) Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) ndashUniversidade Federal do Espiacuterito Santo Jerocircnimo Monteiro ES 2013 CRESPO T R MINNICK G VARGAS J Evaluacioacuten de algunas leguminosas en el troacutepico de Cochabamba Bolivia In EVANS D O SZOTT L T (ed) Nitrogen fixing trees for acid soils proceedings of a workshop Morrilton NFTA Winroch International 1995 p 103-112 FERGUSON C E Microeconomia 20 ed Rio de Janeiro Forense Universitaacuteria 2003 610p FERREIRA J A Custos industriais uma ecircnfase gerencial Satildeo Paulo STS 2007 172p

29

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30

PINTO A A G LIMEIRA A L F SILVA C A S COELHO F S Gestatildeo de custos 2 ed Rio de Janeiro FGV 2008 140p REZENDE J L P OLIVEIRA A D Anaacutelise econocircmica e social de projetos florestais Viccedilosa MG UFV 2001 389 p RONDON E V Produccedilatildeo de biomassa e crescimento de aacutervores de Schizolobium amazonicum (Huber) Ducke sob diferentes espaccedilamentos na regiatildeo de mata Aacutervore Viccedilosa-MG v26 n5 p573-576 2002 ROSA L S Caracteriacutesticas botacircnicas anatocircmicas e tecnoloacutegicas do paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) Revista de Ciecircncias Agraacuterias Beleacutem n 46 p63-79 juldez 2006a ROSA L S Ecologia e silvicultura do paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) na amazocircnia brasileira Revista de Ciecircncias Agraacuterias Beleacutem n 45 p 135-174 janjun 2006b SANTOS E M Crescimento e produccedilatildeo de plantios de paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) sob diferentes espaccedilamentos 2012 (74f) Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) Universidade Federal do Espiacuterito Santo Jerocircnimo Monteiro ES 2012 SCOLFORO J R S Biometria florestal modelos de crescimento e produccedilatildeo florestal Lavras UFLAFAEPE 2006 393p SILVA G F GEZAN S A SOARES C P B ZANETI L Z Modeling growth and yield of Schizolobium amazonicum under different spacings International Journal of Forestry Research v 2013 (2013) 10 p SIMONSEN M H Teoria microeconocircmica Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas 1971 2 ed 410p SISTEMA NACIONAL DE INFORMACcedilOtildeES FLORESTAIS ndash SNIF Produccedilatildeo florestal cadeia produtiva Serviccedilo Florestal Brasileiro Brasilia 2014 SOUZA C R ROSSI L M B AZEVEDO C P VIEIRA A H Paricaacute Schizolobium parahyba var amazonicum (Huber x Ducke) Barneby 1 ed Manaus EMBRAPA Dezembro 2003 (Circular Teacutecnica 18) SOUZA D B CARVALHO G S RAMOS E J A Paricaacute Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke Manaus EMBRAPA 2005 2p (Informativo Teacutecnico Rede de Sementes da Amazocircnia n13) TSOUMIS G Science and Technology of Wood structure properties utilization New York Chapmam amp Hall 1991 494 p VIDAURRE G B CARNEIRO A C O VITAL B R SANTOS R C S VALLE M L A Propriedades energeacuteticas da madeira e do carvatildeo de paricaacute (Schizolobium amazonicum) Aacutervore Viccedilosa-MG v36 n2 p365-371 2012

31

CAPIacuteTULO 1

CUSTOS DA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA DE PARICAacute

RESUMO

O setor de florestas plantadas brasileiro vem perdendo espaccedilo no mercado

internacional pelo alto custo necessaacuterio agrave produccedilatildeo Por isso haacute a necessidade

de se investigar quais os custos mais onerosos do processo produtivo para

entatildeo se montar uma estrateacutegia de reduccedilatildeo de custos a fim de tornar o

reflorestamento novamente competitivo no mercado Deste modo objetivou-se

no trabalho estimar a produccedilatildeo de paricaacute (Schizolobium amazonicum) aos 5 6

e 7 anos em trecircs classes de produtividade e em cinco espaccedilamentos de

plantio identificando os principais custos de produccedilatildeo aleacutem dos mais afetados

pelos espaccedilamentos de plantio na regiatildeo de Paragominas PA A estimativa de

volume foi obtida segundo metodologia proposta por Silva et al (2013) e os

custos de produccedilatildeo desde as atividades de preparo da aacuterea ateacute a colheita e

transporte foram disponibilizados por produtores rurais e empresaacuterios da

regiatildeo Posteriormente fez-se a anaacutelise dos custos por meio da metodologia do

custo operacional em que se considera apenas as despesas efetivamente

desembolsadas pelo agricultor somadas agrave depreciaccedilatildeo e matildeo-de-obra familiar

Assim inferiu-se que o espaccedilamento 3x2 m foi superior em volume diante dos

outros espaccedilamentos analisados Em relaccedilatildeo agrave analise de custos o custo

operacional efetivo representou em meacutedia 65 dos custos totais de produccedilatildeo

sendo o transporte o custo individual mais expressivo em todos os

espaccedilamentos analisados Jaacute a manutenccedilatildeo foi o conjunto de atividades mais

significativo nos plantios devido ao nuacutemero e ao longo periacuteodo para sua

execuccedilatildeo Os custos totais de produccedilatildeo foram superiores em espaccedilamentos

menores independentemente da remuneraccedilatildeo ou natildeo pelo uso dos capitais

permanente e circulante

Palavras-chave Custo operacional efetivo espaccedilamento idade

produtividade

32

CHAPTER 1

PRODUCTION COST PARICAacute

ABSTRACT

The planted forest sector in Brazil has been losing ground in the international

market by the high cost needed for production Therefore there is a need to

investigate what the most expensive costs of the production process to then

build a strategy to reduce costs in order to become competitive again

reforestation in the market Thus the aim of the study was to estimate the

production of paricaacute (Schizolobium amazonicum) at 5 6 and 7 years in three

productivity classes and five planting space identifying the major costs of

production and those most affected by planting space in the region of

Paragominas PA The volume estimate was obtained according to the

methodology proposed by Silva et al (2013) and production costs since the

activities of preparation of the area to harvest and transport were provided by

farmers and entrepreneurs in the region Subsequently made to cost analysis

using the methodology of the operating cost which considers only the expenses

actually disbursed by the farmer together with the depreciation and labor

family labor Thus it was inferred that the spacing 3x2 m was higher by volume

on the other spacings analyzed Regarding the analysis of costs the effective

operating cost represented on average 65 of total production costs and

transport the most significant single cost in all spacings analyzed Have

maintenance was the most significant set of activities in plantations due to the

number and the time period for its implementation The total production costs

were higher in the smaller spacing regardless of whether or not for the use of

permanent and circulating capital

Keywords Effective operational cost spacing age productivity

33

1 INTRODUCcedilAtildeO

A crescente dificuldade em se obter madeira de florestas nativas tem

motivado empresaacuterios agrave praacutetica do reflorestamento Nesses plantios vaacuterias

espeacutecies tecircm sido utilizadas sendo o paricaacute a espeacutecie nativa de maior

expressatildeo na regiatildeo norte do paiacutes principalmente no estado do Paraacute

Segundo a ABRAF (2013) em 2012 foram plantados 87901 hectares

de paricaacute nos estados do Paraacute Tocantins e Maranhatildeo O aumento da aacuterea de

plantio nos uacuteltimos anos eacute justificado pela boa aceitaccedilatildeo desta espeacutecie no

mercado madeireiro devido aos seus variados fins como a produccedilatildeo de

lacircmina e compensado forros palitos papel moacuteveis aleacutem de peccedilas de

acabamentos e molduras

A falta de informaccedilotildees silviculturais no entanto tecircm inviabilizado a

expansatildeo de novos plantios em outras regiotildees do paiacutes Natildeo se tecircm estudos

suficientes para comprovar o melhor meacutetodo de implantaccedilatildeo desta cultura no

que se refere ao espaccedilamento a ser utilizado para maior produccedilatildeo de madeira

Este tipo de deficiecircncia pode implicar no emprego de teacutecnicas silviculturais

equivocadas que inviabiliza economicamente o cultivo reduzindo

consequentemente o interesse comercial pela espeacutecie

Os custos de produccedilatildeo devem entatildeo ser analisados para se testar a

viabilidade econocircmica dos projetos que estatildeo sendo implantados haja vista

que poucos satildeo os estudos que se referem ao monocultivo do paricaacute A

obtenccedilatildeo destes custos eacute fundamental pois eles compotildeem um ferramental de

controle e gerenciamento das atividades produtivas e de geraccedilatildeo de

importantes informaccedilotildees para auxiliar as tomadas de decisotildees pelos

produtores rurais (CONAB 2010)

Para se atestar a viabilidade econocircmica de um projeto florestal natildeo se

deve avaliar somente a espeacutecie a ser implantada mais agraves condiccedilotildees de

mercado atuais e futuras para comercializaccedilatildeo do produto Eacute notaacutevel a

importacircncia econocircmica e socioambiental do setor de florestas plantadas para o

Brasil por isso deve-se investir em conhecimento e tecnologia sobre as

espeacutecies cultivadas haja visto que o ambiente de negoacutecio para o

34

desenvolvimento desta atividade vem passando por dificuldades nos uacuteltimos

anos

A competitividade dos produtos florestais estaacute se deteriorando frente

aos seus principais concorrentes internacionais uma vez que o aumento

generalizado dos custos de produccedilatildeo de madeira no Brasil estaacute reduzindo

significativamente a rentabilidade da induacutestria integrada de base florestal e dos

produtores independentes de plantios florestais (ABRAF 2013) Comprova-se

assim a necessidade de estudos referentes aos custos de produccedilatildeo

Haacute alguns anos a importacircncia dos custos na produccedilatildeo agriacutecola e as

dificuldades de sua obtenccedilatildeo estimularam o Instituto de Economia Agriacutecola

oacutegatildeo vinculado agrave Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de Satildeo

Paulo a efetuar estimativas de custo de produccedilatildeo de diversas exploraccedilotildees

agriacutecolas por meio da metodologia designada custo operacional Neste

meacutetodo se incluem apenas as despesas efetivamente desembolsadas pelo

agricultor somadas agrave depreciaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos e matildeo-de-

obra familiar A remuneraccedilatildeo devida a todos os outros fatores de produccedilatildeo eacute

de responsabilidade do resiacuteduo ou seja a diferenccedila entre o custo operacional

e o valor de venda (MATSUNAGA et al 1976 CONAB 2010)

O ecircxito nas estimativas de custos de produccedilatildeo agriacutecola vem

estimulando pesquisadores da aacuterea florestal a utilizarem esta metodologia

tambeacutem para culturas florestais principalmente neste momento em que o

Brasil depende de medidas estruturais que promovam a reduccedilatildeo dos custos de

produccedilatildeo e incentivem o investimento para retomada da competitividade dos

produtos nacionais de base florestal no mercado internacional Por tal motivo

objetivou-se neste trabalho identificar os principais custos de produccedilatildeo bem

como o efeito dos diferentes espaccedilamentos sobre estes custos

35

2 MATERIAL E MEacuteTODOS

21 AacuteREA EM ESTUDO

Os dados utilizados neste estudo foram originaacuterios de povoamentos

homogecircneos de paricaacute (Schizolobium amazonicum) plantados sob os

espaccedilamentos 3x2 3x3 3x4 4x4 e 5x5 m localizados entre os municiacutepios de

Dom Elizeu e Paragominas Estado do Paraacute (Figura 1)

Figura 1 Localizaccedilatildeo dos municiacutepios de Dom Eliseu e Paragominas PA

O municiacutepio de Paragominas estaacute localizado no nordeste paraense

possuindo aproximadamente 20000 km2 de aacuterea territorial com 90 m de

altitude O solo caracteriacutestico da aacuterea eacute o Latossolo amarelo com vegetaccedilatildeo

originaacuteria representada pela floresta densa sendo encontradas extensas aacutereas

de mata secundaacuteria (capoeira nos seus diversos estaacutegios de desenvolvimento)

devido aos constantes desmatamentos provocados principalmente pelo

avanccedilo da agropecuaacuteria na regiatildeo (IBGE 2013a PREFEITURA MUNICIPAL

DE PARAGOMINAS 2013)

Segundo o IBGE (2013a) o clima do municiacutepio eacute do tipo mesoteacutermico e

uacutemido A temperatura meacutedia anual eacute elevada em torno de 25degC e seu regime

pluviomeacutetrico fica geralmente entre 2250 mm e 2500 mm anuais

36

O municiacutepio de Dom Eliseu pertence agrave microrregiatildeo de Paragominas

possui 5268815 kmsup2 e estaacute localizado nas coordenadas 04deg17rsquo06rdquo Sul e

47deg30rsquo18rdquo Oeste a 180 metros de altitude Ele eacute um dos municiacutepios da

chamada ldquoFronteira agriacutecola amazocircnicardquo maior produtora de commodities

agriacutecolas da porccedilatildeo norte do paiacutes e grande produtora de paricaacute (IBGE 2013b

PREFEITURA MUNICIPAL DE DOM ELISEU 2013)

22 ESTIMATIVA DA PRODUCcedilAtildeO

Foram inventariados povoamentos de paricaacute anualmente ateacute o quinto

ano sendo analisadas trecircs classes de produtividade em cada espaccedilamento

sendo elas Baixa (17 - 19 m) Meacutedia (19 ndash 21 m) e Alta (21 - 24 m)

Posteriormente empregando-se o modelo de crescimento e produccedilatildeo proposto

por Silva et al (2013) os volumes comercial e de lacircminas foram estimados

para diferentes espaccedilamentos e qualidades de local nas idades de 5 6 e 7

anos conforme o esquema apresentado na Figura 2

Figura 2 Esquema para obtenccedilatildeo dos volumes comercial e de lacircminas em povoamentos de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA

A partir dos dados de inventaacuterio estimou-se a produccedilatildeo em volume

comercial e de lacircminas por meio da metodologia proposta por Silva et al

(2013) Assim a partir de informaccedilotildees sobre as variaacuteveis aacuterea basal por

hectare (GHA) iacutendice de siacutetio (SI) altura dominante (HD) considerada como a

altura meacutedia das 100 aacutervores mais altas do povoamento (Hart) e nuacutemero de

aacutervores por hectare (NHA) na idade de cinco anos pode-se projetar a produccedilatildeo

para as idades em anaacutelise

Espaccedilamentos (m)

bull3x2

bull3x3

bull4x3

bull4x4

bull5x5

Classes de produtividade

(m)

bullBaixa

bullMeacutedia

bullAlta

Idades

(anos)

bull5

bull6

bull7

Volume comercial

Volume de lacircminas

37

A estimativa da HD na idade i foi obtida por meio da equaccedilatildeo 1

119878119868 =

119867119863119894 (1 + 119890119909119901 ((182404 minus 119860119894)

043105frasl ))

1 + 119890119909119901 ((182404 minus 119860119894119899119889

043105frasl ))

Eq 1

Em que

119890119909119901 = base de logaritmo neperiano

119867119863119894 = altura dominante na idade i

119860119894 = i-eacutesima idade (i = 5 6 7) e

119860119894119899119889 = idade iacutendice (5 anos)

Para estimativa do nuacutemero de aacutervores por hectare na idade futura

utilizou-se a equaccedilatildeo 2

1198731198671198602 = 1198731198671198601 minus ((119860119877119864119860

1198671198631)

minus20848

(119860220356 minus 1198601

20356)) Eq 2

Em que

1198731198671198602 = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade futura

1198731198671198601 = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade corrente

119860119877119864119860 = aacuterea meacutedia ocupada por cada planta no plantio

1198671198631 = altura dominante na idade corrente

1198601 = idade corrente e

1198602 = idade futura

A aacuterea basal por hectare foi estimada por meio da equaccedilatildeo 3

119866119867119860119894 = 000523119867119863119894145720119873119867119860053967

119894 Eq 3

Em que

NHAi = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade i

38

Apoacutes a obtenccedilatildeo de todas as variaacuteveis os volumes comercial e de

lacircminas foram estimados pelas equaccedilotildees 4 e 5

119881119879119867119860119894 = 122839119866119867119860119894093941119867119863119894

071858 Eq 4

119881119862119867119860119894 = 003388119866119867119860119894069131119867119863119894

183907 Eq 5

Em que

119881119879119867119860119894 = volume comercial por hectare e

119881119862119867119860119894 = volume de lacircminas por hectare

23 DESCRICcedilAtildeO DAS ATIVIDADES

Por se tratarem de aacutereas anteriormente ocupadas por pastagem fez-se

necessaacuterio o combate agrave formigas e limpeza da aacuterea manualmente e com

auxiacutelio de trator a fim de retirar do local galhos tocos e raiacutezes que por ventura

atrapalhassem o processo de mecanizaccedilatildeo

Para todas as aacutereas de plantio fez-se a anaacutelise de solo verificando-se

a necessidade de correccedilatildeo com uma tonelada de calcaacuterio dolomiacutetico por

hectare Assim foi realizada a calagem precedida da gradagem com auxiacutelio da

terceirizaccedilatildeo de tratores agriacutecolas

Apoacutes o preparo do solo iniciou-se o processo de alinhamento

marcaccedilatildeo e coveamento respeitando o espaccedilamento preacute-determinado para

cada local considerando que uma pessoa consegue abrir 500 covasdia

Posteriormente foram acrescentados 100g de NPK (6-30-6) por cova antes do

plantio das mudas de paricaacute Adubaccedilotildees de cobertura e um ano apoacutes o plantio

tambeacutem ocorreram com o objetivo de aumentar o iacutendice de sobrevivecircncia agraves

plantas

Como no campo eacute difiacutecil controlar os fatores bioacuteticos e abioacuteticos a

mortalidade de plantas eacute inevitaacutevel por isso foi observada a necessidade de

39

replantio de 5 das mudas logo no primeiro ano segundo informaccedilotildees

disponibilizadas pela empresa

A manutenccedilatildeo relativa agrave limpeza dos plantios se deu pelo coroamento

das mudas aplicaccedilatildeo de herbicida manualmente e roccedilada mecacircnica do

primeiro ao terceiro ano Desta forma natildeo houve competiccedilatildeo com plantas

invasoras que poderiam inibir o crescimento das mudas Assim devido ao

ambiente favoraacutevel e as condiccedilotildees propiacutecias de crescimento e produccedilatildeo foi

possiacutevel extrair a madeira para laminaccedilatildeo no quinto ano apoacutes a implantaccedilatildeo

A colheita foi realizada de forma semi-mecanizada (motosserra)

seguida do baldeio e carregamento ateacute a beira da estrada O transporte ateacute a

induacutestria de beneficiamento foi realizado por caminhatildeo tipo bitrem com

capacidade para 44000 kg ao preccedilo meacutedio de R$59192 por viagem

O valor da matildeo-de-obra familiar foi considerado como o custo de

administraccedilatildeo ou seja quando o proprietaacuterio presta serviccedilos na proacutepria

empresa Assim a remuneraccedilatildeo paga pelo custo de administraccedilatildeo foi

equivalente a 10 dos custos efetivamente desembolsados pela empresa

Em relaccedilatildeo agraves aacutereas onde os plantios foram realizados estas jaacute

pertenciam a empresa Laminit por isso natildeo houve a necessidade de aquisiccedilatildeo

ou arrendamento do terreno Poreacutem considerou-se o custo de oportunidade

ou seja a remuneraccedilatildeo do capital investido (permanente e circulante) por meio

do caacutelculo da parcela sobre o bem adquirido e utilizado na produccedilatildeo e inclusa

no custo fixo da produccedilatildeo Logo o investimento do produtor foi remunerado agrave

taxa de 6 ao ano como se fosse aplicado o capital em outro investimento

alternativo conforme recomendaccedilotildees da CONAB (2010)

24 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS

Para anaacutelise dos custos de produccedilatildeo florestal foi necessaacuteria a coleta de

dados anuais de todas as despesas e receitas contraiacutedas em cada

espaccedilamento durante o periacuteodo entre 2006 e 2013 O esquema da disposiccedilatildeo

dos gastos na planilha de custo pode ser observado na Tabela 1

40

Tabela 1 Distribuiccedilatildeo dos gastos efetuados para implantaccedilatildeo de povoamentos de paricaacute

Descriccedilatildeo Un R$un

Quantidade utilizada

Espaccedilamento (m)

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

Preparo da aacuterea

Anaacutelise de solo un 3450 1 1 1 1 1

Limpeza manual Diaacuteria 3500 1 1 1 1 1

Limp mecanizada ht 10218 1 1 1 1 1

Gradagem ht 10218 15 15 15 15 15

Calagem ht 6846 05 05 05 05 05

Calcaacuterio ton 8967 1 1 1 1 1

Alinhamento Diaacuteria 3500 2 14 1 08 05

Coveamento Diaacuteria 3500 334 223 167 125 08

Cercamento R$ha 30000 1 1 1 1 1

Constr de estradas R$ha 13390 1 1 1 1 1

Constr de aceiros Diaacuteria 3500 4 4 4 4 4

Adubaccedilatildeo

Adubo Kg 123 5001 3336 2502 1875 120

Adubaccedilatildeo Diaacuteria 3667 45 3 225 195 106

Plantio

Transp de mudas ht 5000 05 05 05 05 05

Mudas un 038 1751 1168 876 657 420

Plantio e replantio Diaacuteria 3500 4 27 2 15 1

Manutenccedilatildeo

Formicida Kg 674 125 10 83 695 551

Aplic de formicida Diaacuteria 3703 893 748 651 578 525

Transp de insumos ht 4233 2 2 2 2 2

Coroamento Diaacuteria 3761 67 45 35 25 16

Roccedilada ht 5602 4 5 6 7 85

Herbicida L 1732 8 9 10 105 12

Aplic de herbicida Diaacuteria 3761 4 45 5 55 6

Manutenccedilatildeo de aceiro Diaacuteria

3744 6 6 6 6 6

Manut de estrada ht 8699 469 469 469 469 469

Materiais - 6892 8 8 8 8 8

Encargos - 8185 7 7 7 7 7

Colheita e Transporte

Corte e toragem msup3 215 1844 1744 1524 1341 11705

Baldeio msup3 096 1844 1744 1524 1341 11705

Carregamento msup3 097 1844 1744 1524 1341 11705

Transporte msup3 659 1844 1744 1524 1341 11705 Valores deflacionados e descapitalizados para o ano de 2006 Considerando o volume comercial em classe de produtividade alta (21 - 24 m) com corte aos 6 anos

Os custos envolvidos nas atividades de implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo dos

povoamentos foram disponibilizados por produtores rurais da regiatildeo de

41

Paragominas Tambeacutem foram disponibilizados por empresaacuterios locais os

dados referentes agrave exploraccedilatildeo e transporte da madeira ateacute a empresa

referente a uma distacircncia meacutedia de 80 km

Para comparaccedilatildeo entre os valores incorridos durante periacuteodos

diferentes no tempo fez-se o deflacionamento dos custos para o periacuteodo

inicial (implantaccedilatildeo dos povoamentos) A correccedilatildeo da perda monetaacuteria causada

pela inflaccedilatildeo foi obtida por meio do Iacutendice Geral de Preccedilo ndash Disponibilidade

Interna (IGP ndash DI) o qual eacute responsaacutevel pelo registro da inflaccedilatildeo de preccedilos de

mateacuterias-primas agriacutecolas

Posteriormente os valores deflacionados foram descapitalizados para o

ano 0 (2006) a fim de facilitar a anaacutelise econocircmica A descapitalizaccedilatildeo foi

obtida pela seguinte foacutermula

1198810 =119881119899

(1 + 119894)119899 Eq 6

Em que

1198810 = valor inicial correspondente ao periacuteodo de implantaccedilatildeo do povoamento

(R$)

119881119899 = valor final correspondente ao ano j (R$)

119894 = taxa de juros (6 aa) e

119899 = nuacutemero de periacuteodos (anos)

25 CLASSIFICACcedilAtildeO DOS CUSTOS

Para o caacutelculo dos custos de produccedilatildeo do paricaacute foi adotada a

metodologia descrita pelo Instituto de Economia Agriacutecola (IEA) oacutergatildeo vinculado

agrave Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo Neste

caso foram considerados os custos efetivos de produccedilatildeo ou seja aquele

dinheiro efetivamente desembolsado pelo proprietaacuterio para o pagamento da

mateacuteria-prima produtos ou serviccedilos adquiridos

42

A depreciaccedilatildeo foi aqui desconsiderada pela indisponibilidade de

informaccedilotildees sobre as maacutequinas equipamentos e benfeitorias Assim

considerou-se que todos os maquinaacuterios e equipamentos utilizados para a

implantaccedilatildeo conduccedilatildeo extraccedilatildeo e transporte dos povoamentos foram de

origem terceirizada

Os custos de produccedilatildeo foram entatildeo divididos segundo sua origem

sendo classificados de acordo com a metodologia de custos proposta pelo IEA

a) Custo operacional efetivo (COE) ndash correspondente a todos os custos

expliacutecitos

b) Custo operacional total (COT) ndash correspondente ao somatoacuterio do custo

operacional efetivo e matildeo-de-obra familiar (MO)

c) Custo Total (CT) ndash soma do custo operacional total e do custo de

oportunidade (CO) que eacute a remuneraccedilatildeo do capital circulante e do capital

fixo

As foacutermulas para obtenccedilatildeo do custo operacional total e custo total

encontram-se a seguir

119862119874119879 = 119862119874119864 + 119872119874 Eq 7

119862119879 = 119862119874119879 + 119862119874 Eq 8

43

3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

31 ESTIMATIVA DE VOLUME

A partir das equaccedilotildees ajustadas por Silva et al (2013) para

povoamentos de paricaacute foi possiacutevel estimar o volume comercial e de lacircminas

em trecircs ocasiotildees no tempo e em diferentes classes de produtividade nos cinco

espaccedilamentos de plantio como pode ser observado na Tabela 2

Tabela 2 Volumes comercial (VTHA) e de lacircminas (VCHA) estimados nos diferentes espaccedilamentos de plantio de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA

Idade Espaccedil

(m)

VTHA (msup3ha) VCHA (msup3ha)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 16229 18511 19336 5638 6858 7915

3x3 - 15498 18126 - 6163 7671

3x4 - 13328 15983 - 5476 7009

4x4 7133 13551 14623 2800 5705 6468

5x5 7351 8790 13093 3191 4124 6231

6 a

no

s

3x2 15173 16865 18439 5370 6411 7666

3x3 - 14606 17439 - 5912 7473

3x4 - 12325 15244 - 5188 6787

4x4 7178 11745 13410 2827 5146 6082

5x5 7115 8867 11705 3118 4158 5759

7 a

no

s

3x2 14315 15607 16406 5144 6054 7029

3x3 - 13920 16489 - 5706 7170

3x4 - 11890 14648 - 5052 6590

4x4 7028 11464 13067 2783 5055 5967

5x5 7020 8726 11515 3087 4109 5690

Em que VTHA= volume comercial por hectare VCHA= volume de lacircminas por hectare Espaccedil= espaccedilamento de plantio

A divisatildeo dos povoamentos em classes de produtividade eacute explicada

por Oliveira et al (2008) Segundo os autores a estratificaccedilatildeo realizada por

44

meio de classes de produtividade resulta em estimativas de volume mais

precisas proacuteximo agrave idade de corte Por isso a adoccedilatildeo das trecircs classes

A falta de informaccedilotildees nos espaccedilamentos intermediaacuterios 3x3 e 3x4 m

na classe de produtividade baixa ocorreu pela ausecircncia de povoamentos

nestas condiccedilotildees de siacutetio

A diferenccedila no volume comercial de madeira foi de 323 entre os

espaccedilamentos extremos 3x2 e 5x5 m na classe de produtividade alta sendo

maior o volume nos menores espaccedilamentos Resultados semelhantes foram

encontrados por Macedo et al (2005) com povoamentos de Teca em Minas

Gerais e Hoffmann (2009) em seu trabalho sobre caracterizaccedilatildeo

dendromeacutetrica e rendimento em laminaccedilatildeo de paricaacute na regiatildeo de

Paragominas PA

A diferenccedila no volume tem comportamento exponencial agrave medida em

que se utilizam siacutetios de menor produtividade sendo constatada uma diferenccedila

de 525 e 547 no volume entre os espaccedilamentos extremos nas classes

de produtividade meacutedia e baixa respectivamente Comportamento semelhante

foi observado para o volume de lacircminas de paricaacute Houve diferenccedila crescente

no volume entre os espaccedilamentos extremos sendo menor na classe de

produtividade alta (213)

Aos 6 anos a diferenccedila no volume entre os espaccedilamentos extremos foi

superior agrave idade anterior Na classe de produtividade alta a diferenccedila no

volume comercial foi de 365 Jaacute o volume de lacircminas abrangeu diferenccedila de

249

Nos siacutetios de baixa produtividade o volume comercial de madeira no

espaccedilamento 3x2 m foi 177 menor comparado ao de produtividade alta

Esta porcentagem encontra-se dentro do intervalo indicado por Morales et al

(2010) para povoamentos de pinus Segundo os autores a produtividade do

pinus foi reduzida entre 14 a 36 nos diferentes siacutetios de produccedilatildeo

Nos espaccedilamentos 4x4 e 5x5 m esta diferenccedila foi mais significativa

com aproximadamente 465 e 392 respectivamente Isso se deve entre

outras coisas agrave morte natural das plantas com diacircmetros mais acentuados

tornando mais expressiva a reduccedilatildeo de volume

Comparando a produccedilatildeo de paricaacute em relaccedilatildeo a idade de corte pode

ser observada uma reduccedilatildeo no volume de madeira do quinto para o sexto ano

45

Este comportamento pode ser resultado do autodesbaste caracteriacutestico da

espeacutecie Por se tratar de uma espeacutecie pioneira ela atinge o aacutepice de

incremento na idade meacutedia de 5 anos sendo mais viaacutevel seu corte neste

periacuteodo (CARVALHO 2007)

Balloni e Simotildees (1980) anteriormente jaacute haviam afirmado que a

porcentagem de aacutervores dominadas e mortas cresce com o avanccedilo da idade

sendo mais intenso e precoce nos espaccedilamentos mais apertados Por isso a

idade de corte deve ser definida em funccedilatildeo do ritmo de crescimento

espaccedilamento finalidade da madeira e suas interaccedilotildees

32 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO

O levantamento de custos como citado anteriormente seguiram a

metodologia sugerida pelo Instituto de Economia Agriacutecola ndash IEA sendo

agrupados por atividade

321 Custo operacional efetivo ndash COE

Todas as atividades desde a implantaccedilatildeo ateacute a exploraccedilatildeo dos

povoamentos de paricaacute foram identificadas e os gastos estimados para

obtenccedilatildeo dos custos efetivamente desembolsados pelo produtor sendo que os

custos foram deflacionados e descapitalizados para o ano de 2006 A soma

dos custos das atividades desenvolvidas durante este periacuteodo com corte aos

5 6 e 7 anos podem ser observadas na Tabela 3

Nos povoamentos em estudo os custos de implantaccedilatildeo variaram entre

R$80000 a R$180000 entre os espaccedilamentos extremos sendo menor

quanto menor o nuacutemero de plantas por hectare Este montante representa

entre 18 e 26 do custo total de produccedilatildeo de paricaacute demonstrando sua

importacircncia em relaccedilatildeo agrave outros custos

46

Tabela 3 Custo Operacional Efetivo (COE) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006

Idade Espaccedilamento

(m)

COE do volume comercial (R$ha) COE do volume de lacircminas (R$ha)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 501646 501646 501646 648938 667703 674487

3x3 - 437995 437995 - 586899 608517

3x4 - 408969 408969 - 540219 562057

4x4 388309 388309 388309 468849 521642 530459

5x5 369666 369666 369666 451856 463692 499083

6 a

no

s

3x2 512608 512608 512608 639852 652755 664594

3x3 - 451539 451539 - 574684 595999

3x4 - 423545 423545 - 529527 551493

4x4 404176 404176 404176 471255 505786 518322

5x5 385283 385283 385283 451891 465242 486598

7 a

no

s

3x2 527155 527155 527155 637832 646772 652303

3x3 - 465086 465086 - 573035 590806

3x4 - 436693 436693 - 530595 549673

4x4 416824 416824 416824 477086 507776 518871

5x5 398191 398191 398191 458394 470202 489495

47

O custo no espaccedilamento 5x5 m foi semelhante ao encontrado por Silva

et al (2004) para a implantaccedilatildeo de 1 ha de eucalipto na regiatildeo de Brasiacutelia

quando os valores foram corrigidos para o mesmo periacuteodo demonstrando

semelhanccedila na implantaccedilatildeo das duas culturas

Nos povoamentos analisados natildeo houve diferenccedilas nos custos para

implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo nos plantios com classes de produtividade distintas

os quais objetivavam a produccedilatildeo de volume comercial Em contrapartida

houve o acreacutescimo de gastos a medida em que se reduziu os espaccedilamentos

de plantio ou seja quanto menor a aacuterea ocupada por plantas maiores os

gastos com alinhamento marcaccedilatildeo de covas coveamento plantio e adubaccedilatildeo

Em relaccedilatildeo ao volume de lacircminas ocorreu a distinccedilatildeo dos custos entre

classes de produtividade uma vez que os custos com colheita e transporte

estatildeo relacionados com o volume colhido Assim em classes de produtividade

alta e menor espaccedilamento de plantio o COE foi superior em comparaccedilatildeo aos

outros povoamentos analisados

Como observado aos 5 anos natildeo houve diferenccedila no COE

independente da classe de produtividade nos povoamentos em que satildeo

mensurados o volume comercial de madeira Isso foi reflexo da quantidade de

plantas inseridas no local que no plantio foram invariaacuteveis independente da

qualidade do terreno O mesmo foi notado quando se estimou os custos para

exploraccedilatildeo de madeira aos 7 anos

A reduccedilatildeo no COE da produccedilatildeo de lacircminas com o aumento da idade

de exploraccedilatildeo eacute explicado pela reduccedilatildeo ocorrida no volume de madeira

causado pela mortalidade das plantas como observado no trabalho de Silva et

al (2013) Assim diminuem-se proporcionalmente os custos com colheita

transporte e outras atividades de manutenccedilatildeo

322 Custo operacional total ndash COT

O custo operacional total envolveu o COE e a matildeo-de-obra familiar

considerada aqui como o custo de administraccedilatildeo ou seja os proprietaacuterios dos

48

povoamentos eram os responsaacuteveis pela administraccedilatildeo dos plantios A

participaccedilatildeo do COT pode ser observada na Tabela 4

O custo da matildeo-de-obra foi considerado como um custo operacional

efetivo pois natildeo houve somente um gasto mas um desembolso ou seja uma

saiacuteda de caixa Jaacute a matildeo-de-obra familiar eacute parte do custo de produccedilatildeo pois

consistiu em uma alocaccedilatildeo de recurso produtivo (matildeo-de-obra) para a geraccedilatildeo

do produto (madeira) representando cerca de 10 dos custos de produccedilatildeo

Observando a tabela 4 pode-se notar que o maior custo de

administraccedilatildeo foi obtido para o espaccedilamento 3x2 m quando o objetivo era a

laminaccedilatildeo com custo de aproximadamente R$67450 Jaacute o espaccedilamento 5x5

m com objetivo de venda da floresta em peacute obteve o menor custo com

aproximadamente R$37000 por hectare

Resultados semelhantes foram encontrados para a produccedilatildeo de

madeira aos 6 anos Os menores custos de administraccedilatildeo estatildeo relacionados

aos menores custo de implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo dos povoamentos Aos 6 anos

o custo de administraccedilatildeo no espaccedilamento 5x5 m em classe de produtividade

alta com o objetivo de produccedilatildeo de lacircminas foi de aproximadamente R$48660

e R$38528 quando se objetivou a venda da madeira em peacute

Os custos de administraccedilatildeo tambeacutem foram reduzidos a medida em que

se aumentou o tempo para exploraccedilatildeo dos povoamentos devido a reduccedilatildeo do

volume por hectare sendo outro indicio de que esta espeacutecie deve ser

explorada logo aos 5 anos apoacutes o plantio

49

Tabela 4 Custo Operacional Total (COT) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006

Idade Espaccedilamento

(m)

COT do volume comercial (R$ha) COT do volume de lacircminas (R$ha)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 551811 551811 551811 713832 734473 741936

3x3 - 481795 481795 - 645589 669368

3x4 - 449865 449865 - 594241 618263

4x4 427140 427140 427140 515733 573807 583505

5x5 406633 406633 406633 497042 510062 548991

6 a

no

s

3x2 563869 563869 563869 703837 718031 731053

3x3 - 496693 496693 - 632152 655599

3x4 - 465900 465900 - 582479 606642

4x4 444594 444594 444594 518380 556365 570155

5x5 423812 423812 423812 497080 511767 535258

7 a

no

s

3x2 579871 579871 579871 701615 711449 717534

3x3 - 511595 511595 - 630338 649886

3x4 - 480362 480362 - 583655 604641

4x4 458507 458507 458507 524794 558554 570758

5x5 438010 438010 438010 504233 517223 538444

50

323 Custo total ndash CT

O custo total foi obtido pelo COT acrescido da remuneraccedilatildeo paga ao

capital investido e ao custo da Terra (TABELA 5)

Apoacutes contabilizados todos os custos foi possiacutevel inferir que para o

volume comercial em espaccedilamentos mais adensados o custo total foi 2294

maior do que nos plantios mais espaccedilados independente da classe de

produtividade Jaacute em povoamentos onde o objetivo do plantio era a venda de

lacircminas ocorreu uma variaccedilatildeo nos custos em fator da classe de produtividade

e espaccedilamento de plantio

A venda da madeira aos 6 anos culminou em um acreacutescimo de 67 a

86 em comparaccedilatildeo com os mesmos povoamentos sendo explorados aos 5

anos Para a produccedilatildeo de lacircminas o aumento dos custos foi menos

expressivo No espaccedilamento 3x2 m em classe de produtividade baixa o

aumento foi de 34

A exploraccedilatildeo de povoamentos aos 7 anos foi 1347 a 1596 maior

em relaccedilatildeo a exploraccedilatildeo aos 5 anos e 726 a 801 para 6 anos Estes

nuacutemeros confirmam que os custos tecircm crescido proporcionalmente com o

passar do tempo

Os custos com a remuneraccedilatildeo do capital investido e pelo uso da terra

correspondem em meacutedia a 24 dos custos totais de produccedilatildeo Poreacutem a

maioria dos produtores rurais deixam de contabilizar estes custos por se tratar

do pagamento pelo uso dos bens que ele jaacute possui (capital e terra) resultando

em valores de produccedilatildeo abaixo do que realmente deve ser computado

Comparando a produccedilatildeo de paricaacute e Teca no espaccedilamento 3x2 m

utilizando a mesma metodologia de custos observa-se que o custo total para

cultivo da Teca eacute de aproximadamente R$1080309 valor muito proacuteximo ao

observado para o plantio de paricaacute (SANGUINO 2009)

51

Tabela 5 Custo Total (CT) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006

Idade Espaccedilamento

(m)

CT do volume comercial (R$ha) CT do volume de lacircminas (R$ha)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 730146 730146 730146 917076 940890 949501

3x3 - 649366 649366 - 838341 865776

3x4 - 612527 612527 - 779099 806814

4x4 586308 586308 586308 688522 755523 766713

5x5 562648 562648 562648 666957 681978 726892

6 a

no

s

3x2 782537 782537 782537 949133 966026 981526

3x3 - 702582 702582 - 863811 891718

3x4 - 665930 665930 - 804688 833447

4x4 640572 640572 640572 728395 773606 790019

5x5 615836 615836 615836 703043 720523 748483

7 a

no

s

3x2 843816 843816 843816 99343 100552 101299

3x3 - 759911 759911 - 905837 92986

3x4 - 721528 721528 - 848467 874257

4x4 694669 694669 694669 776132 81762 832618

5x5 669481 669481 669481 750864 766827 792907

52

De maneira geral os custos mais expressivos satildeo referentes agrave manutenccedilatildeo

dos plantios independente do espaccedilamento adotado (Figura 3) Isso eacute

consequecircncia do maior nuacutemero de atividades desenvolvidas durante este periacuteodo

que variam desde o controle de formigas agrave manutenccedilatildeo de estradas

Figura 3 Custos totais da produccedilatildeo de paricaacute sob diferentes espaccedilamentos na regiatildeo de Paragominas PA

Nota-se no entanto que quanto maior o espaccedilamento de plantio utilizado

maiores satildeo os custos de manutenccedilatildeo por hectare Como haacute menor quantidade de

aacutervores por hectare a presenccedila de plantas invasoras eacute mais acentuada

aumentando os custos para seu controle Em contrapartida os custos por hectare

53

com adubaccedilatildeo plantio colheita e transporte diminuem jaacute que o nuacutemero de aacutervores

na aacuterea eacute reduzido

Deve-se ressaltar ainda que estes custos podem variar de acordo com a

classe de produtividade a idade em que vatildeo ser explorados os povoamentos e os

tipos de atividades empregadas que podem variar de acordo com o produtor e a

regiatildeo

54

4 CONCLUSOtildeES

O custo operacional efetivo representou em meacutedia 65 dos custos totais de

produccedilatildeo sendo o transporte o custo individual mais expressivo em todos os

espaccedilamentos analisados Jaacute a manutenccedilatildeo foi o conjunto de atividades mais

significativo nos povoamentos devido ao nuacutemero e ao longo periacuteodo para execuccedilatildeo

das atividades

Os custos totais de produccedilatildeo foram superiores em espaccedilamentos menores

independentemente da remuneraccedilatildeo ou natildeo pelo uso dos capitais permanente e

circulante

A diferenccedila nos custos entre espaccedilamentos extremos 3x2 m e 5x5 m eacute

justificada pelo maior volume de matildeo-de-obra e insumos necessaacuterios para execuccedilatildeo

das atividades em locais com maior nuacutemero de plantas por hectare

55

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE FLORESTAS PLANTADAS ndash ABRAF Anuaacuterio Estatiacutestico da ABRAF 2013 Ano base 2012 Brasiacutelia ABRAF 2013 148p Disponiacutevel em lthttpwwwabraflororgbrestatisticasABRAF13ABRAF13BR pdfgt Acesso em 19 Ago 2013 BALLONI E A SIMOtildeES J W O espaccedilamento de plantio e suas implicaccedilotildees silviculturais IPEF Piracicaba v1 n 3 p 1-16 Set 1980 (Seacuterie Teacutecnica) CAMPOS J C C LEITE H G Mensuraccedilatildeo florestal perguntas e respostas Viccedilosa UFV 2002 407p

CARVALHO P E R Paricaacute (Schizolobium amazonicum) Colombo Embrapa Florestas 2007 8p (Circular Teacutecnica 142)

COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO ndash CONAB Custo de produccedilatildeo agriacutecola a metodologia da Conab Brasiacutelia Conab 2010 60p HOFFMANN R G Caracterizaccedilatildeo dendromeacutetrica e avaliaccedilatildeo do rendimento em laminaccedilatildeo de madeira em plantios de paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) na regiatildeo de Paragominas PA 2009 (97f) Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) ndash Universidade Federal do Espiacuterito Santo Jerocircnimo Monteiro ES 2009 IBGE Paraacute Dom Eliseu 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwibgegovbrcidadesat xtrasperfilphpcodmun =150293gt Acesso em 12 Ago 2013b IBGE Paraacute Paragominas 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwibgegovbrcidadesat xtrasperfilphpcodmun= 150550ampsearch=para|paragominasgt Acesso em 12 Ago 2013a MACEDO R L G GOMES J E VENTURIN N SALGADO B G Desenvolvimento inicial de Tectona grandis LF (teca) em diferentes espaccedilamentos no municiacutepio de Paracatu MG Cerne Lavras v 11 n 1 p 61-69 janmar 2005 MATSUNAGA M et al Metodologia de custo de produccedilatildeo utilizada pelo IEA Agricultura em Satildeo Paulo Satildeo Paulo v 23 p 123-139 1976 MORALES C A S ALBUQUERQUE J A ALMEIDA J A MARANGONI J M STAHL J CHAVES D M Qualidade do solo e produtividade de Pinus taeda no planalto catarinense Ciecircncia Florestal Vol 20 No 4 Oct-Dec 2010 pp 629-640 OLIVEIRA M L R LEITE H G NOGUEIRA G S GARCIA S L R SOUZA A L Classificaccedilatildeo da capacidade produtiva de povoamentos natildeo desbastados de clones de eucalipto Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v43 n11 p1559-1567 nov 2008 PREFEITURA MUNICIPAL DE PARAGOMINAS O lago verde Paragominas 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwparagominaspagovbrgt Acesso em 23 Maio 2013

56

PREFEITURA MUNICIPAL DE DOM ELISEU O municiacutepio Dom Eliseu 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwdomeliseupagovbrgt Acesso em 23 Maio 2013 SANGUINO A C Custos de implantaccedilatildeo e rentabilidade econocircmica de povoamentos florestais com teca no estado do Paraacute Ciecircncias Agraacuterias Beleacutem n 52 p 61-78 juldez 2009 SILVA G F GEZAN S A SOARES C P B ZANETI L Z Modeling growth and yield of Schizolobium amazonicum under different spacings International Journal of Forestry Research v 2013 (2013) 10 p SILVA K R MINETTI L J FIEDLER N C VENTUROLI F MACHADO E G B SOUZA A P Custos e rendimentos operacionais de um plantio de eucalipto em regiatildeo de cerrado Aacutervore Viccedilosa-MG v28 n3 p 361-366 2004

57

CAPIacuteTULO 2

ANAacuteLISE ECONOcircMICA DA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA DE PARICAacute

RESUMO

As exigecircncias atuais de mercado aliadas agraves alternativas de investimento expressam

a necessidade de avaliaccedilatildeo econocircmica de projetos florestais Essa avaliaccedilatildeo

contribui com a escolha da melhor estrateacutegia de produccedilatildeo a fim de tornar os

produtos florestais brasileiros competitivos no mercado externo Por isso objetivou-

se neste trabalho analisar a viabilidade econocircmica de povoamentos de paricaacute sob

diferentes espaccedilamentos aleacutem de determinar economicamente a melhor forma de

plantio para produccedilatildeo de madeira Estes povoamentos foram implantados na regiatildeo

de Paragominas PA em 2006 sob os espaccedilamentos 3x2 3x3 3x4 4x4 e 5x5 m

divididos em trecircs classes de produtividade A produccedilatildeo foi entatildeo estimada para as

idades de 5 6 e 7 anos por meio de equaccedilotildees de crescimento e produccedilatildeo Os

custos do plantio agrave colheita foram disponibilizados por produtores rurais e

empresaacuterios da regiatildeo assim como o valor de venda de lacircminas A partir da

obtenccedilatildeo dos custos e receitas fez-se a anaacutelise econocircmica dos projetos Para tanto

foram utilizados os iacutendices econocircmicos e o criteacuterio do benefiacutecio perioacutedico equivalente

(BPE) como formas de avaliaccedilatildeo considerando-se a taxa de desconto de 6 como

a taxa miacutenima de atratividade Apoacutes a anaacutelise dos iacutendices e criteacuterio de avaliaccedilatildeo

econocircmica pode-se concluir que o espaccedilamento 3x3 m em classe de produtividade

alta com corte aos 5 anos foi o mais indicado pois gera o maior retorno financeiro

Para os maiores espaccedilamentos estudos ainda devem ser desenvolvidos mas

acredita-se que eles sejam alternativas financeiras viaacuteveis

Palavras-chave Criteacuterios de avaliaccedilatildeo espaccedilamentos de plantio iacutendices

econocircmicos retorno financeiro

58

CHAPTER 2

ECONOMIC ANALYSIS OF PRODUCTION PARICAacute

ABSTRACT

The current market demands combined with investment alternatives express the

need for economic evaluation of forestry projects This assessment contributes to the

choice of the best production strategy in order to make the Brazilian forest products

competitive in foreign markets Therefore this study aimed to analyze the economic

feasibility of stands of paricaacute under different spacings and economically determine

the best planting for timber production These settlements were established in the

region of Paragominas PA in 2006 under the spacings 3x2 3x3 3x4 4x4 and 5x5

m divided into three classes productivity The production was then estimated for

ages 5 6 and 7 years through equations of growth and production Costs from

planting to harvest were provided by farmers and entrepreneurs in the region as well

as the value of sales of blades From procurement costs and revenues became the

economic analysis of projects For both economic indicators and criteria periodic

benefit equivalent (BPE) as forms of assessment considering the discount rate of 6

as the hurdle rate were used After analyzing the indexes and economic evaluation

criteria it can be concluded that the spacing 3x3 m in class high productivity with cut

to 5 years was the most suitable because it generates the greatest financial return

For the larger spacings studies have yet to be developed but it is believed that they

are viable alternatives financial

Keywords Evaluation criteria planting space economic indicators financial return

59

1 INTRODUCcedilAtildeO

A implantaccedilatildeo da lei dos incentivos fiscais na deacutecada de 60 motivou o plantio

de florestas para ampliar a base florestal do Paiacutes e captar recursos para o

desenvolvimento do setor (MELLO et al 2005) Esses estiacutemulos baseavam-se na

expansatildeo florestal desconsiderando a qualidade da madeira

Nos dias atuais diante das exigecircncias de mercado da competiccedilatildeo com

outros paiacuteses e das pressotildees relacionadas ao meio ambiente o Brasil tem investido

natildeo somente em produccedilatildeo mais tambeacutem em teacutecnicas silviculturais que contribuam

com a qualidade final dos produtos aleacutem de teacutecnicas que reduzam os custos

envolvidos no processo produtivo Essas metas tecircm sido alcanccediladas por meio do

planejamento dos investimentos

Para realizar um investimento eacute necessaacuterio primeiramente organizar

formalmente os objetivos por meio de um projeto relacionando os meios de que se

dispotildee para alcanccedilaacute-los Posteriormente deve-se analisar o mercado potencial do

produto a fim de obter informaccedilotildees sobre os retornos esperados do investimento

comparativamente agraves alternativas disponiacuteveis eou viaacuteveis Assim com o

planejamento adequado das atividades eacute possiacutevel identificar as exigecircncias atuais de

mercado os caminhos a serem seguidos para entatildeo construir um referencial futuro

o qual identificaraacute a viabilidade ou natildeo da implantaccedilatildeo do projeto ao qual o

planejamento se destina (REZENDE OLIVEIRA 2008)

Para implantaccedilatildeo de um projeto aleacutem de se conhecer o horizonte de

planejamento que eacute o periacuteodo estimado durante o qual o empreendimento em

anaacutelise iraacute operar faz-se necessaacuterios tambeacutem testar a sua viabilidade teacutecnica

econocircmica financeira social ambiental e poliacutetica O teste da viabilidade econocircmica

eacute considerado o mais importante entre os paracircmetros de avaliaccedilatildeo pois consiste em

verificar se no projeto as receitas superam os custos Caso isso natildeo ocorra diz-se

que o projeto eacute insustentaacutevel desde a sua implantaccedilatildeo (FARO 1979 CHICHORRO

et al 2010)

Na avaliaccedilatildeo econocircmica para decisatildeo de que o projeto deve ou natildeo ser

implementado satildeo usadas teacutecnicas e criteacuterios de anaacutelise que comparam os custos e

as receitas inerentes ao projeto A anaacutelise de projetos consiste entatildeo na verificaccedilatildeo

60

de que determinada atividade eacute lucrativa ou natildeo considerando-se um horizonte de

planejamento (REZENDE OLIVEIRA 2008)

Existem vaacuterios meacutetodos de seleccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de projetos de

investimentos Geralmente recorre-se a meacutetodos que consideram principalmente as

atividades a serem executadas os periacuteodos de execuccedilatildeo e seus respectivos custos

os produtos e o periacuteodo de tempo que levaratildeo para serem produzidos seus preccedilos

e receitas ou seja o fluxo de caixa (CHICHORRO et al 2010)

Os meacutetodos de avaliaccedilatildeo econocircmica podem entatildeo ser divididos em dois

grupos principais O primeiro grupo compreende aqueles em que natildeo se considera a

variaccedilatildeo do capital no tempo sendo indicados para horizontes de planejamentos

muito curtos onde natildeo haacute inflaccedilatildeo Jaacute o segundo grupo considera a variaccedilatildeo do

capital no tempo podendo-se citar o valor presente liacutequido (VPL) e o benefiacutecio

perioacutedico equivalente (BPE) como exemplos (SILVA et al 2005)

A variaccedilatildeo do capital ocorre devido agrave remuneraccedilatildeo paga ao seu uso por

determinado tempo ou seja os juros Assim no final do prazo estipulado natildeo

haveraacute somente a quantia emprestada mais tambeacutem um acreacutescimo que

corresponde ao custo de oportunidade do uso do capital durante o periacuteodo de

empreacutestimo O valor a ser pago no final do periacuteodo dependeraacute da taxa de juros

correspondente a unidade de tempo considerada A Conab utiliza o percentual de

6 ao ano como a taxa de retorno para a remuneraccedilatildeo dos investimentos feitos pelo

produtor como se o capital fosse aplicado em outro investimento alternativo

(OLIVEIRA REZENDE 2004 CONAB 2010)

Tendo em vista este contexto objetivou-se neste trabalho analisar a

viabilidade econocircmica de povoamentos de paricaacute sob diferentes espaccedilamentos e

determinar economicamente o melhor espaccedilamento de plantio para produccedilatildeo de

madeira

61

2 MATERIAL E MEacuteTODOS

21 OBTENCcedilAtildeO DAS RECEITAS

A partir da estimativa dos volumes comercial (VTHA msup3ha) e de lacircminas

(VCHA m3ha) nos diferentes espaccedilamentos de plantio em diferentes

idades e classes produtivas tal como proposto no capiacutetulo 1 foram contraiacutedas as

receitas Os volumes comercial e de lacircminas estimados foram multiplicados pelo valor

meacutedio de venda disponiacutevel no boletim informativo de preccedilos disponibilizado pela

Coordenadoria Executiva da Administraccedilatildeo Tributaacuteria ndash CERAT do Estado do Paraacute

2013 Obteve-se assim a receita para cada espaccedilamento analisado

22 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS

Como se trata de projetos de investimento com a finalidade de obtenccedilatildeo de

madeira foram propostos trecircs horizontes de planejamento para os povoamentos de

paricaacute Esses horizontes se referiram ao periacuteodo de tempo que estes projetos foram

avaliados correspondendo a 5 6 e 7 anos entre a implantaccedilatildeo e colheita

Sabendo-se que eacute necessaacuterio reajustar os valores investidos durante o

periacuteodo de execuccedilatildeo do projeto utilizou-se uma taxa de desconto de 6 ao ano

como forma de remuneraccedilatildeo do capital investido considerando a caderneta de

poupanccedila como sendo o melhor investimento alternativo (OLIVEIRA REZENDE

2004) A inflaccedilatildeo identificada no periacuteodo foi obtida por meio do uso do Iacutendice Geral

de Preccedilos - Disponibilidade Interna (IGP-DI) o qual mede a variaccedilatildeo de preccedilos no

mercado A descapitalizaccedilatildeo foi realizada de acordo com a metodologia descrita no

capiacutetulo 1

Para anaacutelise da viabilidade econocircmica do projeto identificaram-se as

variaccedilotildees do capital no tempo Assim em relaccedilatildeo agrave classificaccedilatildeo do projeto de

investimento este foi considerado convencional ou seja ocorreu apenas uma

mudanccedila de sinal em seu fluxo de caixa satisfazendo as seguintes condiccedilotildees

62

119862119900 lt 0

119883119895 le 0 119901119886119903119886 119895 = 1 hellip 119896

119883119895 ge 0 119901119886119903119886 119895 = 119896 + 1 hellip 119899 119890

sum 119883119895

119899

119895=119896+1

gt sum 119883119895

119896

119895=0

Em que

Co = custo inicial (R$)

k = periacuteodo de tempo a partir do qual as receitas passaram a ser positivas

Xj = receita liacutequida de cada periacuteodo j e

n = duraccedilatildeo do projeto (anos)

Depois de identificado o tipo de projeto e tendo todos os custos jaacute calculados

no capiacutetulo 1 procedeu-se a anaacutelise econocircmica dos projetos por meio da avaliaccedilatildeo

dos iacutendices econocircmicos e do benefiacutecio perioacutedico equivalente (BPE)

23 IacuteNDICES ECONOcircMICOS DA PRODUCcedilAtildeO

Para verificar a rentabilidade do sistema produtivo os seguintes iacutendices

econocircmicos de produccedilatildeo foram utilizados

a) Renda bruta (RB)

119877119861 = 119876 times P Eq1

b) Margem bruta (MB)

119872119861 = 119877119861 minus 119862119874119864 Eq 2

c) Margem liacutequida (ML)

119872119871 = 119877119861 minus 119862119874119879 Eq 3

d) Lucro (L)

119871 = 119877119861 minus 119862119879 Eq 4

63

e) Lucratividade (Lc)

119871119888 =119871

119877119861 Eq 5

f) Iacutendice de rentabilidade (IR)

119868119877 =119872119871

119862 Eq 6

Em que

119877119861 = renda bruta (R$)

119876 = quantidade de produto vendido (un)

119875 = preccedilo unitaacuterio dos produtos (R$)

119872119861 = margem bruta (R$)

119862119874119864 = custo operacional efetivo (R$)

119872119871 = margem liacutequida (R$)

119862119874119879 = custo operacional total (R$)

119871 = lucro (R$)

119862119879 = custo total (R$)

119871119888 = lucratividade ()

119868119877 = iacutendice de rentabilidade () e

119862 = capital empatado (R$) referente ao somatoacuterio do custo fixo e circulante meacutedio

podendo-se considerar ou natildeo o custo da terra

24 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DOS PROJETOS

241 Benefiacutecio perioacutedico equivalente (BPE)

Para avaliaccedilatildeo da viabilidade econocircmica por meio do BPE a seguinte

foacutermula foi utilizada

119861119875119864 =119881119875119871[(1 + 119894)119905](1 + 119894)119899119905

(1 + 119894)119899119905 minus 1 Eq 7

64

Em que

n = duraccedilatildeo do projeto (anos)

t = nuacutemero de periacuteodos de capitalizaccedilatildeo

i = taxa de desconto e

VPL = valor presente liacutequido

O VPL foi obtido pela foacutermula

119881119875119871 = sum 119877119895

119899

119895=0

(1 + 119894)minus119895 minus sum 119862119895

119899

119895=0

(1 + 119894)minus119895

Eq 8

Em que

i = taxa de desconto (juros)

j = periacuteodo em que a receita ou o custo ocorreram

n = duraccedilatildeo do projeto (anos)

Rj = receita no final do ano j ou do periacuteodo de tempo e

Cj = custo no final do ano j ou do periacuteodo de tempo considerado

O BPE permite a comparaccedilatildeo de projetos com diferentes horizontes de

planejamento pois os custos jaacute estatildeo distribuiacutedos por unidade de tempo estando

impliacutecitas as diferenccedilas de horizontes Como o desconto dos fluxos de caixa foi

estimado a partir da ldquodata presenterdquo ou seja no periacuteodo de implantaccedilatildeo do projeto

estes foram comparados quando as consequecircncias monetaacuterias estavam em um

ponto comum do tempo

65

3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

31 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA VENDA DE MADEIRA EM PEacute

A renda bruta foi estimada por meio da multiplicaccedilatildeo do volume comercial e

comercial por hectare e o preccedilo pago por cada unidade agrave qual se admitiu um valor

miacutenimo de R$5370 msup3 para venda de ldquomadeira em peacuterdquo ou seja madeira natildeo

explorada e R$45156 msup3 a venda de lacircminas de paricaacute

Identicamente aos custos as receitas foram deflacionadas e

descapitalizadas para o ano 0 a fim de possibilitar a comparaccedilatildeo entre os valores

gastos e recebidos com essa praacutetica de produccedilatildeo A renda bruta obtida com a venda

de madeira de paricaacute pode ser observada na Tabela 1

Tabela 1 Renda bruta (RB) obtida com a produccedilatildeo de madeira de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA sem considerar o custo de laminaccedilatildeo

Idade Espaccedil

(m)

VTHA (R$ha) VCHA (R$ha)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 379731 433109 452408 1109193 1349221 1557365

3x3 - 362619 424113 - 1212472 1509318

3x4 - 311840 373961 - 1077399 1379067

4x4 166887 317064 342144 550865 1122453 1272564

5x5 172002 205671 306342 627806 811406 1226000

6 a

no

s

3x2 355004 394611 431419 1056449 1261369 1508350

3x3 - 341749 408022 - 1163130 1470243

3x4 - 288386 356682 - 1020754 1335360

4x4 167940 274794 313771 556167 1012394 1196711

5x5 166477 207478 273875 613368 817994 1133134

7 a

no

s

3x2 334925 365156 383863 1012137 1191106 1382874

3x3 - 325700 385794 - 1122613 1410651

3x4 - 278203 342718 - 993941 1296571

4x4 164441 268225 305743 547531 994496 1174049

5x5 164242 204174 269414 607295 808354 1119474

Em que Espaccedil = espaccedilamento (m) VTHA = volume comercial por hectare (msup3ha) e VCHA = volume de lacircminas por hectare (msup3ha)

66

A ausecircncia de valores na classe de produtividade baixa nos espaccedilamentos

3x3 e 3x4 m eacute proveniente da inesistecircncia de povoamentos nestas condiccedilotildees de

terreno Como se tratam de plantios independentes a falta de informaccedilotildees nestes

ambientes natildeo prejudicamalteram os resultados nas outras aacutereas em estudo

Observando a Tabela 1 eacute perceptiacutevel a diferenccedila entre a renda bruta obtida

com a venda de madeira em peacute e a explorada Para siacutetios de baixa produtividade e

com corte aos 5 anos a diferenccedila entre a venda de lacircminas e madeira em peacute foi de

aproximadamente R$729000 Esta diferenccedila ocorreu porque o custo de laminaccedilatildeo

natildeo foi contabilizado por falta de informaccedilotildees sobre o processo produtivo

Natildeo existem estudos que indiquem os custos reais de laminaccedilatildeo de paricaacute

proveniente de reflorestamento e quais as atividades necessaacuterias para transformar o

torete de madeira em lacircminas de forma eficiente e com boa qualidade

A renda resultante da venda de ldquomadeira em peacuterdquo em espaccedilamentos

menores como o 3x2 m superam os mais espaccedilados como o 4x4 e 5x5 m com

receita duas vezes maior quando comparados os espaccedilamentos 3x2 e 5x5 m Esta

tendecircncia ocorre entre classes de produtividade e tambeacutem entre idades distintas

Com o aumento da idade de corte houve diminuiccedilatildeo nas receitas em todos

os espaccedilamentos pois o volume de madeira foi reduzido Isso ocorre como jaacute citado

anteriormente provavelmente devido ao autodesbaste das plantas caracteriacutestico da

espeacutecie Entretanto os custos tambeacutem sofreram reduccedilatildeo devido ao menor nuacutemero

de plantas por hectare e esta relaccedilatildeo deve ser analisada

O comportamento da renda bruta em relaccedilatildeo a madeira explorada segue a

mesma tendecircncia citada acima ou seja o menor espaccedilamento no melhor siacutetio

produtivo aos 5 anos eacute o que indica ser o mais viaacutevel Todavia deve-se interagir

custos e receitas para se inferir sobre o espaccedilamento mais adequado para se obter

a maior lucratividade

Na Tabela 2 eacute possiacutevel observar os iacutendices em siacutetios com classe de

produtividade baixa para a venda de lacircminas de paricaacute

67

Tabela 2 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute para venda preacute-corte em classe de produtividade baixa (17 ndash 19 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

5 a

no

s

MB -121915 - - -221422 -197665

ML -172080 - - -260253 -234631

L -256915 - - -325921 -297147

L (t) -350415 - - -419421 -390647

Luc -068 - - -195 -173

Lucr (t) -092 - - -251 -227

IR -047 - - -085 -079

IR (t) -038 - - -065 -060

6 a

no

s

MB -157604 - - -236236 -218806

ML -208865 - - -276654 -257335

L -316133 - - -361232 -337959

L (t) -427533 - - -472632 -449359

Luc -089 - - -215 -203

Lucr (t) -120 - - -281 -270

IR -056 - - -088 -084

IR (t) -043 - - -065 -062

7 a

no

s

MB -192230 - - -244377 -225943

ML -244145 - - -285258 -264961

L -376891 - - -388205 -363216

L (t) -508091 - - -519405 -494416

Luc -113 - - -236 -221

Lucr (t) -152 - - -316 -301

IR -065 - - -090 -086

IR (t) -048 - - -064 -060

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

Na Tabela 2 eacute possiacutevel observar que sob as condiccedilotildees analisadas nenhum

espaccedilamento eacute viaacutevel economicamente Jaacute o comportamento dos iacutendices financeiros

em classe de produtividade meacutedia pode ser observado na Tabela 3

68

Tabela 3 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute para venda preacute-corte em classe de produtividade meacutedia (19 ndash 21 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

5 a

no

s

MB -68537 -75377 -97128 -71245 -163995

ML -118702 -119176 -138025 -110076 -200962

L -203537 -193247 -207187 -175744 -263477

L (t) -297037 -286747 -300687 -269244 -356977

Luc -047 -053 -066 -055 -128

Lucr (t) -069 -079 -096 -085 -174

IR -033 -036 -043 -036 -067

IR (t) -026 -028 -034 -027 -051

6 a

no

s

MB -117998 -109790 -135159 -129382 -177806

ML -169258 -154944 -177514 -169800 -216334

L -276527 -249433 -266145 -254378 -296958

L (t) -387927 -360833 -377545 -365778 -408358

Luc -070 -073 -092 -093 -143

Lucr (t) -098 -106 -131 -133 -197

IR -046 -046 -055 -054 -071

IR (t) -035 -034 -041 -040 -052

7 a

no

s

MB -161999 -131381 -150483 -140593 -186011

ML -213914 -177089 -193352 -181475 -225030

L -346659 -292189 -301302 -284422 -323284

L (t) -477859 -423389 -432502 -415622 -454484

Luc -095 -090 -108 -106 -158

Lucr (t) -131 -130 -155 -155 -223

IR -057 -052 -059 -057 -073

IR (t) -042 -037 -042 -040 -051

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

Os prejuiacutezos obtidos nestas condiccedilotildees do terreno satildeo menores quando

comparados com siacutetios de produtividade baixa O mesmo comportamento tambeacutem

foi observado para siacutetios de classe de produtividade alta como indicado na Tabela

4

69

Tabela 4 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute pra venda preacute-corte em classe de produtividade alta (21 ndash 24 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

5 a

no

s

MB -49238 -13882 -35007 -46165 -63324

ML -99403 -57682 -75904 -84996 -100291

L -184238 -131752 -145066 -150664 -162806

L (t) -277738 -225252 -238566 -244164 -256306

Luc -041 -031 -039 -044 -053

Lucr (t) -061 -053 -064 -071 -084

IR -027 -017 -024 -028 -034

IR (t) -022 -014 -018 -021 -026

6 a

no

s

MB -81189 -43517 -66863 -90406 -111408

ML -132450 -88671 -109217 -130823 -149937

L -239718 -183160 -197848 -215401 -230561

L (t) -351118 -294560 -309248 -326801 -341961

Luc -056 -045 -055 -069 -084

Lucr (t) -081 -072 -087 -104 -125

IR -036 -026 -034 -041 -049

IR (t) -028 -020 -025 -031 -036

7 a

no

s

MB -143292 -71287 -85969 -103075 -120771

ML -195207 -116995 -128837 -143956 -159790

L -327953 -232094 -236787 -246903 -258044

L (t) -459153 -363294 -367987 -378103 -389244

Luc -085 -060 -069 -081 -096

Lucr (t) -120 -094 -107 -124 -144

IR -052 -034 -039 -045 -052

IR (t) -038 -025 -028 -032 -036

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

A inviabilidade econocircmica observada nas trecircs condiccedilotildees produtivas podem

ter sido provenientes do baixo valor de mercado praticado na regiatildeo

Apoacutes o pagamento de todos os desembolsos efetivos restou o deacutebito de R$-

13882 para o espaccedilamento 3x3 m Esta quantia jaacute pode ser considerada como

70

prejuiacutezo do investimento mesmo sem ser contabilizados o pagamento da matildeo de

obra familiar (administraccedilatildeo) e os custos de oportunidade do capital

O menor valor resultante para o espaccedilamento 5x5 m se deve ao fato de

existirem atividades iguais aos outros espaccedilamentos que estatildeo sendo executas em

tempo maior que dos outros povoamentos aumentando assim o custo de produccedilatildeo

Jaacute os resultados encontrados para o espaccedilamento 3x3 m em classe de

produtividade alta satildeo atribuiacutedos agrave eficiecircncia das operaccedilotildees de manutenccedilatildeo dos

plantios principalmente pelo controle de plantas daninhas

Depois do pagamento de todos os desembolsos efetivos foi admitida a

remuneraccedilatildeo da matildeo de obra familiar em virtude da administraccedilatildeo das aacutereas de

plantio sendo proporcional aos custos de produccedilatildeo de paricaacute A margem liacutequida

negativa indica que o empreendimento eacute economicamente inviaacutevel O valor admitido

por este iacutendice se positivo natildeo seria o lucro gerado pois ainda natildeo foi descontado

o custo de oportunidade do capital investido

Para todos os povoamentos analisados houve lucro negativo principalmente

quando foi considerada a remuneraccedilatildeo pelo uso da terra Isso significa que o

investimento natildeo foi atrativo financeiramente Este resultado natildeo eacute interessante

economicamente ao produtor e pode trazer consequecircncias ainda piores como falta

de incentivo agrave produccedilatildeo falta de demanda para venda da madeira em idade de corte

e preccedilos ainda menores do que os praticados

Considerando-se o pagamento pelo uso da terra o prejuiacutezo obtido pelo

plantio de paricaacute variou entre 53 e 316 sendo maior quando mais amplo o

espaccedilamento de plantio Desconsiderando o pagamento pelo uso da terra o

prejuiacutezo se tornou menor estando entre 31 e 236

Este iacutendice representa a capacidade da atividade de transformar

investimento em margem liacutequida Assim desconsiderando o pagamento pelo uso da

terra tem-se que para cada real investido obteve-se entre R$-090 e R$-017 de

margem liacutequida sendo mais atrativo o espaccedilamento 3x3 m em classe de

produtividade alta Considerando o custo da terra o valor foi de R$-065 a R$-014

sendo melhor nos menores espaccedilamento de plantio

Deve-se salientar novamente que o valor do msup3 de madeira utilizado nesta

pesquisa eacute proveniente do preccedilo meacutedio praticado pelo CERAT ndash PA Valores

superiores a este encontrados na regiatildeo podem alterar estes resultados tornando

estes povoamentos atrativos financeiramente (quando superiores a R$10000 msup3)

71

32 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA LAMINADA

O comportamento observado foi semelhante ao da madeira vendida em peacute

ou seja os iacutendices financeiros apontaram que a viabilidade econocircmica aos 5 anos

foi superior agraves outras idades de exploraccedilatildeo (Tabela 5)

Tabela 5 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de baixa produtividade (17 ndash 19 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

5 a

no

s

MB 460255 - - 82016 175950

ML 395361 - - 35131 130764

L 285617 - - -44157 54349

L (t) 192117 - - -137657 -39151

Luc 026 - - -008 009

Lucr (t) 017 - - -025 -006

IR 090 - - 010 039

IR (t) 074 - - 008 030

6 a

no

s

MB 416597 - - 84912 161477

ML 352612 - - 37786 116288

L 218717 - - -60828 21725

L (t) 107317 - - -172228 -89675

Luc 021 - - -011 004

Lucr (t) 010 - - -031 -015

IR 081 - - 011 034

IR (t) 065 - - 008 026

7 a

no

s

MB 374305 - - 138713 217110

ML 322390 - - 97831 178092

L 161775 - - -5115 79837

L (t) 30575 - - -136315 -51363

Luc 016 - - -001 013

Lucr (t) 003 - - -025 -008

IR 075 - - 031 058

IR (t) 057 - - 022 041

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

72

Os iacutendices econocircmicos para as classes de produtividade meacutedia e alta

encontram-se nas Tabelas 6 e 7

Tabela 6 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de meacutedia produtividade (19 ndash 21 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

5 a

no

s

MB 681518 625573 537181 600811 347713

ML 614747 566883 483159 548647 301344

L 501830 467631 391801 460430 222928

L (t) 408330 374131 298301 366930 129428

Luc 037 039 036 041 027

Lucr (t) 030 031 028 033 016

IR 137 139 126 147 087

IR (t) 114 113 101 117 069

6 a

no

s

MB 608614 588446 491228 506607 352752

ML 543338 530977 438275 456029 306227

L 406743 410719 327467 350188 208871

L (t) 295343 299319 216067 238788 97471

Luc 032 035 032 035 026

Lucr (t) 023 026 021 024 012

IR 124 133 116 125 089

IR (t) 099 104 090 095 067

7 a

no

s

MB 544335 665533 565255 585678 418169

ML 492420 619825 522386 544796 379151

L 329553 504725 414437 441850 280896

L (t) 198353 373525 283237 310650 149696

Luc 028 045 042 044 035

Lucr (t) 017 033 028 031 019

IR 113 181 159 171 123

IR (t) 087 131 114 121 086

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

73

Tabela 7 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de alta produtividade (21 ndash 24 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5 5

an

os

MB 882878 900802 817010 742105 726917

ML 815429 839950 760805 689059 677009

L 701365 737042 665754 599351 592608

L (t) 607865 643542 572254 505851 499108

Luc 045 049 048 047 048

Lucr (t) 039 043 041 040 041

IR 181 201 193 182 187

IR (t) 150 164 156 146 148

6 a

no

s

MB 843757 874244 783868 678388 646537

ML 777297 814644 728718 626556 597877

L 638225 689925 613313 518092 496052

L (t) 526825 578525 501913 406692 384652

Luc 042 047 046 043 044

Lucr (t) 035 039 038 034 034

IR 174 198 187 168 168

IR (t) 140 156 146 129 128

7 a

no

s

MB 730571 953571 867885 765231 729289

ML 678656 907863 825016 724350 690271

L 514396 792763 717066 621403 592016

L (t) 383196 661563 585866 490203 460816

Luc 037 056 055 053 053

Lucr (t) 028 047 045 042 041

IR 154 266 252 228 224

IR (t) 119 192 180 161 157

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

Contrariamente agrave preacute-colheita a venda de madeira de paricaacute poacutes-colheita

tem demonstrado viabilidade economica para as idade classe de produtividade e

espaccedilamento analisados como observados nos iacutendices a seguir

Apoacutes o pagamento de todos os custos efetivos notou-se uma vantagem no

uso de espaccedilamentos mais adensados Nestes ambientes a margem bruta foi por

74

vezes maior que 40 em relaccedilatildeo aos maiores espaccedilamentos Poreacutem restam ainda

o pagamento pela administraccedilatildeo e uso do capital No entanto verificou-se que a

maioria dos projetos avaliados foram viaacuteveis economicamente pois se obteve

resultados positivos para a madeira laminada

A matildeo-de-obra familiar foi remunerada mantendo-se o montante positivo

Este montante foi utilizado posteriormente como forma de pagamento pelo custo de

oportunidade do capital Observa-se que este iacutendice manteve a tendecircncia de

comportamento semelhante agrave margem bruta exprimindo a viabilidade dos projetos

Lucro negativo soacute foi observado em espaccedilamentos amplos como o 4x4 e

5x5 m em classe de produtividade baixa em todos os anos analisados Isso

significa que o custo de oportunidade do uso do capital natildeo estaacute sendo remunerado

O resultado encontrado eacute consequecircncia de volume insuficiente de lacircminas

para o pagamento do processo produtivo Vale salientar que o processo de

laminaccedilatildeo natildeo foi quantificado

O intervalo de lucratividade sem considerar o pagamento pelo uso da terra

variou de -31 agrave 56 ou seja existem povoamentos que em certas condiccedilotildees

foram inviaacuteveis economicamente como eacute o caso dos espaccedilamentos 4x4 e 5x5 m

em classe de produtividade baixa com exploraccedilatildeo aos 5 anos Outros povoamentos

ao contraacuterio possuem lucratividade de 56 Como exemplo pode-se citar o 3x3 m

aos 7 anos em classe de produtividade alta

Quando se considera o pagamento pelo uso da terra a mesma tendecircncia foi

observada poreacutem a lucratividade foi menor

A capacidade da atividade em transformar o investimento em margem

liacutequida variou entre R$034 e R$266 sendo mais atrativo o espaccedilamento 3x3 m

Considerando o custo da terra o valor corresponde entre R$008 e R$192 sendo

melhor quanto menor o espaccedilamento de plantio

Considerando os valores obtidos nas Tabelas 5 6 e 7 foi possiacutevel inferir

sobre os custos maacuteximos que poderiam ser destinados agrave laminaccedilatildeo para que todas

as despesas fossem pagas obtendo lucratividade zero Na Tabela 8 eacute indicado

quais satildeo estes valores

75

Tabela 8 Valores maacuteximos a serem pagos pela laminaccedilatildeo (R$msup3)

Idade Classe produtiva (m) Espaccedilamentos (m)

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5 5

ano

s Baixa 1184 - - -1930 -533

Meacutedia 2206 2414 2238 2708 1472

Alta 3144 3550 3580 3459 3812

6 a

no

s Baixa 707 - - -2400 -1260

Meacutedia 1751 2049 1753 2033 1099

Alta 2857 3317 3292 3033 3286

7 a

no

s Baixa 131 - - -3253 -2045

Meacutedia 1189 1557 1223 1543 476

Alta 2255 2916 2883 2613 2836

Estas informaccedilotildees satildeo valores meacutedios dos espaccedilamentos para cada classe

de produtividade e idade Como pressupotildee-se que em siacutetio de melhor qualidade haacute

maior renda eacute possiacutevel o pagamento de um valor substancialmente maior do que

em classe de produtividade meacutedia Observa-se ainda a inviabilidade da praacutetica de

laminaccedilatildeo em classe de produtividade baixa independente da idade de corte pois a

receita foi menor que os custos mesmo sem a laminaccedilatildeo Essa consideraccedilatildeo

reforccedila os argumentos de suporte sobre os menores espaccedilamentos serem os mais

apropriados para o plantio de paricaacute

33 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA

331 Benefiacutecio perioacutedico equivalente ndash BPE

Para a taxa de 6 aa em povoamentos natildeo explorados o BPE obtido

variou entre R$-24042 e R$-8005 para os espaccedilamentos 4x4 e 3x3 m

respectivamente (Tabela 9) Isso indica que o espaccedilamento 3x3 m na classe de

produtividade alta com corte aos 5 anos eacute o que resultou no menor prejuiacutezo

financeiro sob estas condiccedilotildees analisadas Jaacute o 4x4 m em classe de produtividade

baixa com corte aos 7 anos foi a pior escolha de investimento

76

Tabela 9 BPE de plantios de paricaacute situados na regiatildeo de Paragominas PA

Idade Espaccedil

(m)

BPE (VTHA) BPE (VCHA)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 -15515 -12312 -11154 17037 30010 41982

3x3 - -11695 -8005 - 27958 44123

3x4 - -12531 -8804 - 23408 39845

4x4 -19655 -10645 -9140 -2749 27526 35861

5x5 -17929 -15909 -9868 3161 13276 35456

6 a

no

s

3x2 -19068 -16692 -14483 13023 24305 38193

3x3 - -15066 -11090 - 24543 41296

3x4 - -16069 -11971 - 19548 36699

4x4 -21774 -15363 -13024 -3750 20911 30986

5x5 -20378 -17917 -13934 1204 12432 29663

7 a

no

s

3x2 -22761 -20948 -19825 8894 18907 29965

3x3 - -18281 -14675 - 20779 36619

3x4 - -18827 -14957 - 16500 33111

4x4 -24042 -17815 -15564 -5944 18385 28258

5x5 -22542 -20146 -16232 -842 10264 27366

Em que Espaccedil = espaccedilamento (m) BPE (VTHA) = benefiacutecio perioacutedico equivalente para venda de madeira em peacute e BPE (VCHA) = benefiacutecio perioacutedico equivalente para venda de madeira laminada

A mesma tendecircncia foi observada em povoamentos explorados em que o

BPE variou entre R$-5944 e R$44123 sendo o espaccedilamento 3x3 m a melhor

opccedilatildeo de investimento O mesmo resultado foi obtido por Pavan et al (2010) com

plantios de eucalipto no Rio Grande do Sul para laminaccedilatildeo

Caso ocorressem mudanccedilas na taxa de desconto estas contribuiriam para o

aumento ou reduccedilatildeo dos lucros do plantio Segundo Soares et al (2003) aumentos

na taxa de desconto afetam significativamente o VPL e consequentemente o BPE

indicando que quanto menor a taxa de desconto utilizada maior seraacute a lucratividade

do projeto

A partir da anaacutelise econocircmica dos diferentes sistemas de plantio pode-se

inferir que o motivo pelo qual a classe de produtividade baixa resultou em uma das

piores alternativas financeiras estaacute relacionado ao autodesbaste das plantas neste

ambiente Como estas aacutereas dispotildeem de menores recursos eacute possiacutevel que tenha

77

ocorrido uma expressiva mortalidade de plantas devido agrave concorrecircncia por luz e

nutrientes do solo

Todos os espaccedilamentos de plantio podem ser alternativas viaacuteveis que

poderatildeo contribuir de maneira mais significativa na medida em que alcancem sua

capacidade maacutexima de incremento Isso eacute obtido com a diferenciaccedilatildeo entre os

horizontes de planejamento que natildeo podem ser idecircnticos para todos os

espaccedilamentos de plantio haja vista que as aacutervores se comportam de maneiras

diferentes nestes espaccedilamentoss devido agrave disponibilidade de recursos

Esta afirmaccedilatildeo jaacute foi comprovada em estudos realizados por Cordeiro et al

(2009) em que foi constatado que o sistema de produccedilatildeo do paricaacute em cultivo puro

sob o espaccedilamento 4x3 m nos quatro primeiros anos de cultivo natildeo apresentaram

viabilidade econocircmica sugerindo a necessidade de maior horizonte de

planejamento

78

4 CONCLUSOtildeES

O monocultivo de paricaacute em qualquer um dos espaccedilamentos analisados foi

considerado inviaacutevel por todos os criteacuterios utilizados nesta anaacutelise econocircmica

quando se objetivou a venda da madeira sem exploraccedilatildeo Essa resposta estaacute

associada ao baixo valor de mercado ao qual a espeacutecie estaacute subordinada

A exploraccedilatildeo de madeira mesmo sendo um processo trabalhoso e

dispendioso eacute uma alternativa para se obter valores positivos com a produccedilatildeo de

paricaacute

Observando os custos e receitas oriundos de plantios de paricaacute pode-se

afirmar que espaccedilamentos mais amplos em classe de produtividade baixa satildeo

insuficientes para remunerar o processo de laminaccedilatildeo

O maior retorno financeiro foi obtido em povoamentos de paricaacute implantados

em classe de produtividade alta sob o espaccedilamento 3x3 m com exploraccedilatildeo aos 5

anos

79

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

CHICHORRO J F BAUER M O ANDRADE W S SILVA G F SANTOS F R SILVA J L NOGUEIRA M A Avaliaccedilatildeo econocircmica de projetos florestais In CHICHORRO J F BAUER M O GARCIA G O CALDEIRA M V W Toacutepicos especiais em ciecircncias florestais 1 ed Visconde do Rio Branco Suprema 2010 v 1 p 231-260 COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO ndash CONAB Custo de produccedilatildeo agriacutecola a metodologia da Conab Brasiacutelia Conab 2010 60p COORDENADORIA EXECUTIVA DA ADMINISTRACcedilAtildeO TRIBUTAacuteRIA ndash CERAT Boletim informativo de preccedilos Paraacute 2013 22p CORDEIRO I M C C SANTANA A C LAMEIRA O A SILVA I M Anaacutelise econocircmica dos sistemas de cultivo com Schizolobium parahyba var amazonicum (Huber ex Ducke) Barneby (Paricaacute) E Ananas comosus var erectifolius (L B Smith) Coppus amp Leal (Curauaacute) no municiacutepio de Aurora do Paraacute (PA) Brasil Facultad Agronomiacutea (LUZ) 2009 26 243-265 FARO C Elementos de engenharia econocircmica 3ed Satildeo Paulo Atlas 1979 328p MELLO A A CARNIERI C ARCE J E SANQUETTA C R Planejamento florestal visando agrave maximizaccedilatildeo dos lucros e a manutenccedilatildeo do estoque de carbono Cerne Lavras v 11 n 3 p 205-217 julset 2005 OLIVEIRA A D REZENDE J L P Economia Florestal Lavras UFLAFAEPE 2004 101p PAVAN J A ALVES T W SOUZA M A Viabilidade Econocircmica da Produccedilatildeo de Eucaliptos no Rio Grande do Sul Associaccedilatildeo Brasileira de Custos vol 5 n 1 78-109 JanAbr 2010 REZENDE J L P OLIVEIRA A D Anaacutelise econocircmica e social de projetos florestais Viccedilosa MG UFV 2001 389 p SILVA M L JACOVINE L A G VALVERDE S R Economia Florestal 2 ed Viccedilosa UFV 2005 178p SOARES T S CARVALHO R M M A VALE A B Avaliaccedilatildeo econocircmica de um povoamento de Eucalyptus grandis destinado a multiprodutos Aacutervore Viccedilosa-MG v27 n5 p689-694 2003

80

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A partir das condiccedilotildees estabelecidas notou-se o efeito dos espaccedilamentos

de plantio na viabilidade econocircmica dos povoamentos de paricaacute

Em relaccedilatildeo aos custos de produccedilatildeo eles devem ser separados por

atividades sendo elas preparo da aacuterea plantio adubaccedilatildeo manutenccedilatildeo colheita e

transporte laminaccedilatildeo custo de administraccedilatildeo remuneraccedilatildeo do capital investido

Dentro de cada atividade alguns custos podem sofrer a influecircncia do

nuacutemero de plantas por hectare Como exemplo pode-se citar o nuacutemero de diaacuterias

necessaacuterias para alinhamento coveamento e plantio das mudas aleacutem da

quantidade de adubo necessaacuterio para adubaccedilatildeo de cova

O maior nuacutemero de operaccedilotildees ocorre no periacuteodo de manutenccedilatildeo dos

plantios poreacutem nenhuma delas foi considerada dispendiosa Os maiores custos

individuais foram do transporte de madeira do povoamento ateacute a induacutestria em

todos os espaccedilamentos analisados devido agraves condiccedilotildees de traacutefego nas estradas

A relaccedilatildeo entre volume comercial volume laminado e os custos de

produccedilatildeo determinam entatildeo a viabilidade dos plantios sendo o espaccedilamento mais

viaacutevel aquele que consegue absorver esta relaccedilatildeo de maneira mais eficiente

Entretanto estudos ainda devem ser desenvolvidos para averiguar a relaccedilatildeo entre a

espeacutecie e os espaccedilamentos de plantio

Page 3: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE …III. Andrade, Wendel Sandro de Paula. IV. ... À Universidade Federal do Espírito Santo e à CAPES, pela estrutura e apoio

AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA DE PARICAacute

(Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) SOB DIFERENTES ESPACcedilAMENTOS

DE PLANTIO

Rafaela da Silveira

Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Florestais do Centro de Ciecircncias Agraacuterias da Universidade Federal do Espiacuterito Santo como parte das exigecircncias para obtenccedilatildeo do Tiacutetulo de Mestre em Ciecircncias Florestais na Aacuterea de Concentraccedilatildeo Recursos Florestais

Aprovada em 19 de fevereiro de 2014

____________________________________

Prof Dr Gilson Fernandes da Silva (Orientador)

Universidade Federal do Espiacuterito Santo

____________________________________

Prof Dr Wendel Sandro de Paula Andrade (Coorientador)

Universidade Federal do Espiacuterito Santo

____________________________________

Prof Dr Rinaldo Luiz Caraciolo Ferreira (Membro externo)

Universidade Federal Rural de Pernambuco

____________________________________

Prof Dr Joseacute Franklim Chichorro (Membro interno)

Universidade Federal do Espiacuterito Santo

Dados Internacionais de Catalogaccedilatildeo-na-publicaccedilatildeo (CIP)

(Biblioteca Setorial de Ciecircncias Agraacuterias Universidade Federal do Espiacuterito Santo ES Brasil)

Silveira Rafaela da 1987- S587a Avaliaccedilatildeo econocircmica da produccedilatildeo de madeira de paricaacute

(Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) sob diferentes espaccedilamentos de plantio Rafaela da Silveira ndash 2014

80 f il Orientador Gilson Fernandes da Silva Coorientador Adriano Ribeiro de Mendonccedila Wendel Sandro de Paula

Andrade Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) ndash Universidade Federal

do Espiacuterito Santo Centro de Ciecircncias Agraacuterias 1 Madeira ndash exploraccedilatildeo 2 Classe de produtividade 3 Idade 4

Iacutendices econocircmicos I Silva Gilson Fernandes da II Mendonccedila Adriano Ribeiro de III Andrade Wendel Sandro de Paula IV Universidade Federal do Espiacuterito Santo Centro de Ciecircncias Agraacuterias V Tiacutetulo

CDU 630

AGRADECIMENTOS

A Deus por ter me proporcionado tantas coisas assim como este desafio Se natildeo

fosse ele eu nunca teria chegado ateacute aqui

Aos meus pais Joseacute e Lurdes que foram os que mais sofreram com a minha

ausecircncia mais me amaram incondicionalmente todos os dias

Agrave minha irmatilde Renata pelo carinho e cuidado de sempre Satildeo nos pequenos

detalhes que percebemos que os irmatildeos satildeo parte de noacutes

Agrave Universidade Federal do Espiacuterito Santo e agrave CAPES pela estrutura e apoio

financeiro para a realizaccedilatildeo deste trabalho

Ao meu orientador Gilson Fernandes da Silva o qual foi fundamental para a

conclusatildeo deste trabalho

Aos meus coorientadores Adriano Ribeiro de Mendonccedila e Wendel Sandro de Paula

Andrade pelas contribuiccedilotildees

Agrave empresa Laminit pela disponibilidade de informaccedilotildees

Aos professores Rinaldo e Franklim pelas sugestotildees

Aos amigos de Alta Floresta MT pelo carinho e pelas palavras de conforto

Aos tantos amigos que fiz em Jerocircnimo Monteiro ES Eles fizeram a distacircncia

parecer pequena

Ao Kallil Keylla e Tharcia pela amizade incondicional e verdadeira

Agrave todos do laboratoacuterio de manejo e mensuraccedilatildeo florestal em especial aos meus

ldquoirmatildeos de orientaccedilatildeordquo Diego Cezana Onair Rafael Bridi Braacuteulio e Evandro que

foram minha famiacutelia durante este periacuteodo

Agrave Sanderleacuteia Ana Paula e Cristiani pela convivecircncia e paciecircncia

Agrave todos aqueles que de alguma forma colaboraram para a execuccedilatildeo do presente

trabalho meus sinceros agradecimentos

ldquoSou muito grata agraves adversidades que apareceram na minha vida pois elas me

ensinaram a toleracircncia a simpatia o auto-controle a perseveranccedila e outras

qualidades que sem essas adversidades eu jamais conheceriardquo

E por fim a Napoleon Hill que sabiamente escreveu estas palavras

BIOGRAFIA

RAFAELA DA SILVEIRA filha de Joseacute Antonio da Silveira e Maria de

Lourdes da Silveira nasceu em 06 de novembro de 1987 no municiacutepio de Alta

Floresta no Estado de Mato Grosso Brasil

Concluiu o Ensino Meacutedio na Escola Prof Marines Faacutetima de Saacute Teixeira de

Alta Floresta em 2005 Em 2006 ingressou na Universidade Estadual de Mato

Grosso (UNEMAT) em Alta Floresta - MT graduando-se em Engenharia Florestal

em dezembro de 2009 No mesmo ano especializou-se em Geoprocessamento pela

Uniatildeo das Faculdades de Alta Floresta (UNIFLOR)

Em marccedilo de 2012 iniciou o curso de mestrado do Programa de Poacutes-

Graduaccedilatildeo Strictu Sensu em Ciecircncias Florestais na linha de pesquisa Manejo

Florestal na Universidade Federal do Espiacuterito Santo em Jerocircnimo Monteiro ndash ES

submetendo-se agrave defesa da dissertaccedilatildeo em fevereiro de 2014

Enquanto suspiramos por uma vida

sem dificuldades devemos nos

lembrar que o carvalho cresce forte

atraveacutes de ventos contraacuterios e que os

diamantes satildeo formados sob

pressatildeo

(Peter Marshall)

RESUMO

SILVEIRA R Avaliaccedilatildeo econocircmica da produccedilatildeo de madeira de paricaacute

(Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) sob diferentes espaccedilamentos de

plantio 2014 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) ndash Universidade

Federal do Espiacuterito Santo Jerocircnimo Monteiro ES Orientador Prof Dr Gilson

Fernandes da Silva Coorientadores Prof Dr Adriano Ribeiro de Mendonccedila e Prof

Dr Wendel Sandro de Paula Andrade

O paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) eacute uma espeacutecie nativa que

vem ganhando destaque entre os plantios comerciais na regiatildeo amazocircnica pelas

suas caracteriacutesticas de crescimento e produccedilatildeo para muacuteltiplos usos Por tal motivo

objetivou-se neste trabalho avaliar o efeito dos espaccedilamentos de plantio na anaacutelise

econocircmica da produccedilatildeo de madeira de paricaacute Para tanto os dados utilizados neste

estudo satildeo originaacuterios de povoamentos homogecircneos plantados sob os

espaccedilamentos 3x2 3x3 3x4 4x4 e 5x5 m localizados entre os municiacutepios de Dom

Elizeu e Paragominas Estado do Paraacute Estes povoamentos foram inventariados

anualmente ateacute o quinto ano sendo analisadas trecircs classes de produtividade em

cada espaccedilamento sendo elas Baixa (17 - 19 m) Meacutedia (19 ndash 21 m) e Alta (21 - 24

m) Posteriormente com auxiacutelio de modelagem os volumes total e laminado foram

estimados aos 5 6 e 7 anos Estimado o volume e identificados todos os custos de

produccedilatildeo estes foram deflacionados pelo IGP-DI e posteriormente

descapitalizados Assim procedeu-se a anaacutelise econocircmica por meio da metodologia

desenvolvida pelo Instituto de Economia Agriacutecola oacutegatildeo vinculado agrave Secretaria de

Agricultura e Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo juntamente com o criteacuterio do

benefiacutecio perioacutedico equivalente Como resultado obteve-se que o custo operacional

efetivo representou em meacutedia 65 dos custos totais de produccedilatildeo sendo o

transporte o custo individual mais expressivo em todos os espaccedilamentos

analisados As anaacutelises econocircmicas indicaram que o monocultivo de paricaacute

independente do espaccedilamento foi inviaacutevel quando se objetivou a venda da madeira

sem exploraccedilatildeo Essa resposta estaacute associada ao baixo valor de mercado ao qual a

espeacutecie estaacute subordinada A exploraccedilatildeo de madeira mesmo sendo um processo

trabalhoso e dispendioso eacute uma alternativa para se obter valores positivos com a

produccedilatildeo de paricaacute Logo pode-se inferir que o maior retorno financeiro eacute obtido em

povoamentos de paricaacute implantados em classe de produtividade alta sob o

espaccedilamento 3x3 m com exploraccedilatildeo aos 5 anos Entretanto para os maiores

espaccedilamentos de plantio estudos ainda devem ser desenvolvidos

Palavras-chave Classe de produtividade idade iacutendices econocircmicos

ABSTRACT

SILVEIRA R Economic evaluation of the production of wood paricaacute

(Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) under different planting spacings

2014 Dissertation (Master of Forest Science) - Federal University of Espiacuterito Santo

Jerocircnimo Monteiro ES Advisor Prof Dr Gilson Fernandes da Silva

Coorientadores Prof Dr Adriano Ribeiro de Mendonccedila and Prof Dr Wendel Sandro

de Paula Andrade

Paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) is a native species that has

been gaining prominence among commercial plantations in the Amazon region its

growth characteristics and production for multiple uses For this reason the aim of

this study was to evaluate the effect of planting space in economic analysis of timber

production paricaacute For this the data used in this study originate homogeneous stands

planted under the spacings 3x2 3x3 3x4 4x4 and 5x5 m located in the State of

Paraacute These stands were inventoried annually by fifth year and analyzed three

classes of productivity in each spacing which are Low (17 ndash 19 m) Medium (19 ndash 21

m) and High (21 ndash 24 m) Later with the aid of modeling the total and laminate

volumes were estimated at 5 6 and 7 years Estimate the volume and identified all

the costs these were deflated by the IGP ndash DI and subsequently undercapitalized

Thus we proceeded to the economic analysis using the methodology developed by

the Institute of Agricultural Economics along with the criterion periodic benefit

equivalent As a result it was found that the actual operating costs represented on

average 65 of total costs of production transportation and the most expressive

individual cost in all spacings analyzed The economic analysis indicated that the

monoculture paricaacute regardless of spacing was impracticable when used to sell the

timber without exploitation This response is associated with low market value to

which the species is subject The logging even being a laborious and costly process

an alternative is to give positive values to the production of paricaacute Therefore it can

be inferred that the greatest financial return is obtained in stands of paricaacute deployed

in class high productivity under the 3x3 m spacing with operating at 5 years

However for larger planting space studies have yet to be developed

Keywords Productivity class age economic indices

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO GERAL 11

11 OBJETIVO GERAL 13 12 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 13

2 REVISAtildeO DE LITERATURA 14

21 PARICAacute 14 211 Descriccedilatildeo botacircnica e anatocircmica do paricaacute 14 212 Caracteriacutesticas silviculturais do paricaacute 15 213 Utilizaccedilatildeo do paricaacute 16

22 CRESCIMENTO E PRODUCcedilAtildeO DO PARICAacute 17 23 RENDIMENTO EM LAMINACcedilAtildeO DE PARICAacute 18 24 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO 19

241 Teoria dos custos 19 242 A importacircncia dos custos 21 243 Classificaccedilatildeo dos custos 21 244 Componentes do custo 22 245 Iacutendices econocircmicos 24 246 Custos na empresa florestal 26

25 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DE PROJETOS FLORESTAIS 27

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 28

CAPIacuteTULO 1 31

RESUMO 31

ABSTRACT 32

1 INTRODUCcedilAtildeO 33

2 MATERIAL E MEacuteTODOS 35

21 AacuteREA EM ESTUDO 35 22 ESTIMATIVA DA PRODUCcedilAtildeO 36 23 DESCRICcedilAtildeO DAS ATIVIDADES 38 24 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS 39 25 CLASSIFICACcedilAtildeO DOS CUSTOS 41

3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 43

31 ESTIMATIVA DE VOLUME 43 32 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO 45

321 Custo operacional efetivo ndash COE 45 322 Custo operacional total ndash COT 47 323 Custo total ndash CT 50

4 CONCLUSOtildeES 54

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 55

CAPIacuteTULO 2 57

RESUMO 57

ABSTRACT 58

1 INTRODUCcedilAtildeO 59

2 MATERIAL E MEacuteTODOS 61

21 OBTENCcedilAtildeO DAS RECEITAS 61 22 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS 61 23 IacuteNDICES ECONOcircMICOS DA PRODUCcedilAtildeO 62 24 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DOS PROJETOS 63

241 Benefiacutecio perioacutedico equivalente (BPE) 63

3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 65

31 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA VENDA DE MADEIRA EM PEacute 65 32 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA LAMINADA 71 33 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA 75

331 Benefiacutecio perioacutedico equivalente ndash BPE 75

4 CONCLUSOtildeES 78

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 79

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 80

11

1 INTRODUCcedilAtildeO GERAL

As florestas naturais somavam em 2007 cerca de 4 bilhotildees de hectares

cobrindo aproximadamente 30 da superfiacutecie terrestre segundo informaccedilotildees da

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION ndash FAO (2007) Deste montante cerca

de metade da vegetaccedilatildeo ainda estaacute concentrada em cinco paiacuteses sendo o Brasil o

detentor da segunda maior cobertura florestal do planeta

Segundo o Sistema Nacional de Informaccedilotildees Florestais ndash SNIF (2014)

estimava-se que 69 desta cobertura teriam potencial produtivo Com isso ampliou-

se a participaccedilatildeo do setor florestal brasileiro no comeacutercio mundial Entretanto o

setor ainda encontra dificuldades na expansatildeo dos seus negoacutecios especialmente a

regiatildeo amazocircnica devido agraves restriccedilotildees impostas pela legislaccedilatildeo frente ao apelo

ambiental que a regiatildeo desperta em resposta a ocupaccedilatildeo desordenada

Com a implantaccedilatildeo de novas normas de exploraccedilatildeo reduziu-se a

disponibilidade de madeira no mercado expondo-se entatildeo a necessidade de fontes

alternativas para produccedilatildeo de mateacuteria-prima Assim a partir da praacutetica de

reflorestamento estaacute sendo possiacutevel ampliar o estoque de madeira para atender as

demandas atuais e futuras

Em 2012 o consumo brasileiro de madeira em tora proveniente de plantios

florestais foi de 1824 milhotildees de metros cuacutebicos (msup3) um indicador 72 superior

ao de 2011 (ABRAF 2013) Isso indica que a praacutetica do reflorestamento eacute uma

alternativa de negoacutecio que se expandiu no ultimo ano

Segundo o SNIF (2014) o Brasil deteacutem as melhores tecnologias na

silvicultura de eucalipto e outras espeacutecies vecircm sendo estudadas entre elas a acaacutecia

(Acacia mangium Willd) a seringueira (Hevea brasiliensis (Willd ex Adr de Juss)

Muell-Arg) e o paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) Em 2012 a aacuterea

ocupada por plantios florestais de espeacutecies natildeo convencionais como acaacutecia

araucaacuteria poacutepulus teca seringueira e paricaacute foi de 521131 ha representando

72 da aacuterea total de plantios florestais no Brasil (ABRAF 2013) Esta participaccedilatildeo

ainda que pequena se deve agraves caracteriacutesticas de crescimento e produccedilatildeo obtidas

por estas espeacutecies

Na regiatildeo amazocircnica o paricaacute eacute a espeacutecie que vem ganhando destaque

entre os plantios comerciais pelas suas caracteriacutesticas de crescimento e produccedilatildeo

12

para muacuteltiplos usos tornando crescente a demanda industrial por madeira de

lacircminas e compensados para a qual a espeacutecie eacute utilizada (MARQUES et al 2006)

Os primeiros registros com o plantio de paricaacute no Estado do Paraacute constam

da deacutecada de 1950 os quais tinham o objetivo de preservar a caracteriacutestica da

floresta amazocircnica em espaccedilos puacuteblicos e de fomentar estudos sobre o

comportamento e caracteriacutesticas das espeacutecies plantadas (MARQUES et al 2006)

Desde entatildeo muitos plantios foram registrados no Paraacute e em toda regiatildeo

amazocircnica e vaacuterios estudos foram desenvolvidos podendo-se destacar Hoffmann

(2009) Vidaurre et al (2012) Santos (2012) e Corteletti (2013) que trabalharam

com povoamentos de paricaacute localizados entre os municiacutepios de Dom Elizeu e

Paragominas estado do Paraacute Estes estudos comprovaram o alto potencial de

produccedilatildeo madeireira do paricaacute e servem como incentivo para que se estabeleccedilam

novos povoamentos Embora jaacute se tenham muitos plantios com esta espeacutecie na

Amazocircnia ainda satildeo necessaacuterios estudos com o objetivo de identificar as

caracteriacutesticas dendromeacutetricas avaliar a qualidade da madeira e sua produccedilatildeo

A atenccedilatildeo deve ser direcionada tambeacutem para os custos de produccedilatildeo

destes povoamentos que vecircm sendo estabelecidos na regiatildeo amazocircnica Natildeo

existem estudos suficientes que comprovem a lucratividade desta atividade Os

estudos que se tecircm disponiacuteveis ainda satildeo muito geneacutericos e as informaccedilotildees

carentes de dados do processo de implantaccedilatildeo da cultura

O monitoramento do processo produtivo tem sido realizado para identificar

os custos de produccedilatildeo sendo um instrumento necessaacuterio para se avaliar (medir) a

eficiecircncia das empresas Outra teacutecnica utilizada eacute a avaliaccedilatildeo econocircmica dos

projetos que testam a viabilidade de sua execuccedilatildeo

Para testar a viabilidade econocircmica dos projetos florestais faz-se necessaacuterio

o emprego de teacutecnicas econocircmicas sendo as mais tradicionais aquelas em que se

calculam o valor presente liacutequido (VPL) a taxa interna de retorno (TIR) e o benefiacutecio

perioacutedico equivalente (BPE) Este uacuteltimo sendo empregado frequentemente para

projetos com diferentes horizontes de planejamento (REZENDE OLIVEIRA 2001)

O teste da viabilidade econocircmica tem por finalidade estudar a capacidade

financeira do empreendimento a fim de verificar a possibilidade de sua

implementaccedilatildeo por meio da capacidade de sobrevivecircncia no mercado e da

identificaccedilatildeo dos fatores que podem dificultar as possibilidades de ecircxito do mesmo

comprovando-se assim a sua necessidade de execuccedilatildeo

13

11 OBJETIVO GERAL

Avaliar o efeito dos espaccedilamentos de plantio na anaacutelise econocircmica da

produccedilatildeo de madeira de paricaacute

12 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

a) Definir os custos de produccedilatildeo de povoamentos de paricaacute

b) Identificar os custos de produccedilatildeo mais afetados pelos espaccedilamentos

de plantio

c) Avaliar a participaccedilatildeo individual dos custos no processo de

implantaccedilatildeo colheita e transporte e

d) Identificar o espaccedilamento que forneceraacute o maior retorno econocircmico

por meio de indicadores e criteacuterio de avaliaccedilatildeo

14

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

21 PARICAacute

A espeacutecie Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke foi descoberta por

Huber e descrita por Ducke em 1922 sendo vulgarmente conhecida como pinho-

cuiabano paricaacute-da-amazocircnia paricaacute-da-terra-firme (Mato Grosso) paricaacute paricaacute-

grande faveira (Paraacute) canafista canafiacutestula fava-canafiacutestula (Acre) bandarra

(Rondocircnia) guapuruvu-da-amazocircnia (Distrito federal) aleacutem de cereboacute (Boliacutevia)

tambor (Colocircmbia) gavilaacuten (Costa Rica) pachaco (Equador) palo de judiacuteo palo de

picho (Meacutexico) e pashaco (Peru) (CARVALHO 2007)

Ocorre naturalmente em toda regiatildeo amazocircnica principalmente no Mato

Grosso Paraacute Amazonas e Rondocircnia no Brasil aleacutem de outros paiacuteses como Peru

Boliacutevia Colocircmbia e Venezuela (SOUZA et al 2005) Sobrevive em mata primaacuteria e

secundaacuteria de terra firme e vaacuterzea alta notadamente nas formaccedilotildees do tipo floresta

densa e floresta aberta em solos argilosos e altitudes de ateacute 800 metros

(CARVALHO 1994 ROSA 2006a)

A espeacutecie eacute tolerante a solos de baixa fertilidade e adapta-se agrave precipitaccedilatildeo

meacutedia anual de 1600 mm a 5850 mm e temperatura meacutedia de 248 ordmC (CRESPO et

al 1995) Por ser uma espeacutecie essencialmente helioacutefila natildeo tolera baixas

temperaturas (CARVALHO 2007)

211 Descriccedilatildeo botacircnica e anatocircmica do paricaacute

Segundo o sistema de classificaccedilatildeo de Cronquist a espeacutecie Schizolobium

amazonicum pertence agrave famiacutelia Caesalpiniaceae (Leguminosae Caesalpinioideae)

sendo da divisatildeo Magnoliophyta (Angiospermae) da classe Magnoliopsida

(Dicotyledonae) e ordem das Fabales

O paricaacute eacute uma aacutervore deciacutedua que pode atingir 40 m de altura e 100 cm de

DAP (diacircmetro a altura do peito medido a 130 m do solo) na idade adulta

15

(CARVALHO 2007) Seu tronco eacute ciliacutendrico e reto com casca de cor cinza clara

podendo conter sapopemas A madeira eacute macia leve com textura grossa gratilde direita

e irregular cerne creme-avermelhado e alburno creme-claro Tecircm faacutecil

processamento mas baixa durabilidade natural (SOUZA et al 2005)

Rosa (2006a) trabalhando com a botacircnica anatomia e tecnologia de paricaacute

comprovou que ao longo do crescimento vegetativo a espeacutecie pode possuir

caracteriacutesticas dendroloacutegicas diferenciadas em termos de coloraccedilatildeo da casca e do

surgimento de sapopemas

212 Caracteriacutesticas silviculturais do paricaacute

As sementes de paricaacute possuem alto grau germinativo podendo chegar a

90 Isso pode ser comprovado em estudos realizados por Lameira et al (2000)

com a propagaccedilatildeo do paricaacute por meio de sementes submetidas a processos

mecacircnicos fiacutesicos e quiacutemicos de quebra de dormecircncia Nesse estudo foi constatado

que as sementes possuem um percentual de germinaccedilatildeo de 80 a 90

O paricaacute possui entretanto dificuldade em seu manejo por seu elevado teor

de umidade e susceptibilidade ao ataque de microorganismos aleacutem da dormecircncia

tegumentar que necessita de tratamentos preacute-germinativos (ROSA 2006b

CARVALHO 2007)

Para o armazenamento de sementes eacute recomendado um periacuteodo maacuteximo de

12 meses tendo em vista que a partir do oitavo mecircs ocorre reduccedilatildeo na viabilidade

das sementes como pode ser observado no trabalho de Rosa (2006a) sobre a

ecologia e silvicultura do paricaacute

Apoacutes serem retiradas do armazenamento as sementes podem ser plantadas

de duas maneiras colocando-se as sementes para germinar em canteiros

(sementeiras) ou semeando-as diretamente na embalagem plaacutestica Ambas as

opccedilotildees permitem sobrevivecircncia de no miacutenimo 80 das plantas sendo

consideravelmente aceitaacutevel (SOUZA et al 2003)

No que se refere a implantaccedilatildeo de povoamentos uma atenccedilatildeo especial

deve ser direcionada agrave escolha do espaccedilamento a ser utilizado No Estado do Paraacute

diversos espaccedilamentos tem sido adotados (3x3 m 4x4 m 3x4 m 5x4 m 6x4 m)

16

principalmente em plantios mais antigos estando os mais recentes em maior

padronizaccedilatildeo com espaccedilamentos de 4x4 m Isso provavelmente se deve agrave

facilidade de mecanizaccedilatildeo (MARQUES et al 2006) Aleacutem disso estudos vecircm

comprovando que o espaccedilamento 4x4 m eacute mais utilizado pois proporciona a melhor

relaccedilatildeo entre crescimento em altura e diacircmetro das aacutervores (ROSA 2006b)

Em sistemas silviculturais mais adensados ou em plantios puros o paricaacute

tem demonstrado crescimento inicial em altura bastante raacutepido sendo necessaacuterios

desbastes para manter equiliacutebrio adequado entre a retirada de indiviacuteduos de

qualidade inferior doentes ou danificados e a manutenccedilatildeo de espaccedilamento

aproximadamente regular entre as plantas Deve-se ressaltar entretanto que a

espeacutecie eacute bastante suscetiacutevel aos danos causados por ventos fortes principalmente

nos estaacutegios iniciais de desenvolvimento As aacutervores isoladas e plantas da

bordadura satildeo mais propensas a quebras poreacutem estes danos satildeo bastante

reduzidos com a presenccedila de mata ou de relevo ondulado nas proximidades que

possam proteger o povoamento e reduzir esses efeitos do vento (SOUZA et al

2003)

No estudo realizado por Rondon (2002) concluiu-se que ateacute o terceiro ano o

paricaacute eacute altamente vulneraacutevel ao vento principalmente nos espaccedilamentos 4x2 m e

2x2 m Por tal motivo medidas preventivas devem ser tomadas no iniacutecio da

implantaccedilatildeo deixando-se uma faixa de mata nativa em torno do plantio Desta

maneira sob os espaccedilamentos 15x15 m 2x2 m 3x2 m 3x3 m 4x2 m 4x3 m e 4x4

m avaliadas pelo autor os dois uacuteltimos foram os que proporcionaram maiores

crescimentos em altura e diacircmetro

213 Utilizaccedilatildeo do paricaacute

Essa espeacutecie eacute bastante utilizada na produccedilatildeo de lacircminas meacutedias ou parte

interna de compensados caixotaria leve portas e parquete tendo em vista que

pode ser alcanccedilado o rendimento de ateacute 80 de aproveitamento da madeira no

processo de laminaccedilatildeo (MARQUES et al 2006)

17

Ela pode ser utilizada para produccedilatildeo energeacutetica assim como a produccedilatildeo de

papel e celulose por sua facilidade de branqueamento Propriedades medicinais

tambeacutem podem ser encontradas principalmente na casca (CARVALHO 2007)

Carvalho (2007) afirma ainda que esta espeacutecie tem grande potencial para

recuperaccedilatildeo de aacutereas degradadas Por ser uma espeacutecie pioneira o paricaacute tem bom

desenvolvimento na maioria dos solos amazocircnicos contribuindo com

sombreamento o desenvolvimento de espeacutecies cliacutemax que por ventura se

estabeleccedilam na aacuterea

O paricaacute pode ser utilizado ainda para artesanato sendo seu uso mais

comum na fabricaccedilatildeo de brinquedos saltos para calccedilados e aeromodelismo

(SOUZA et al 2003)

22 CRESCIMENTO E PRODUCcedilAtildeO DO PARICAacute

O crescimento e a produccedilatildeo de um povoamento florestal dependem da

idade da capacidade produtiva do grau de utilizaccedilatildeo do potencial produtivo do lugar

e de tratamentos silviculturais (SCOLFORO 2006 CAMPOS LEITE 2009) Esta

relaccedilatildeo pode ser mensurada por meio de modelos de crescimento e produccedilatildeo

mecaniacutesticos ou empiacutericos sendo este uacuteltimo o mais utilizado

Santos (2012) estudando o crescimento e produccedilatildeo de plantios de paricaacute

sob diferentes espaccedilamentos ajustou o modelo logiacutestico para estimar o crescimento

em diacircmetro e volume das aacutervores em cada espaccedilamento em funccedilatildeo da idade O

autor observou efeito significativo do espaccedilamento sobre as variaacuteveis diacircmetro

quadraacutetico e volume em todas as idade evidenciando a dependecircncia entre os

fatores

Neste mesmo estudo foi constatado que a maior diferenccedila entre as meacutedias

do diacircmetro quadraacutetico e o volume foi entre os espaccedilamentos extremos 3x2 m e 5x5

metros Assim o maior crescimento em diacircmetro quadraacutetico foi verificado no espaccedilo

vital com 25 msup2 e o maior crescimento em volume por aacuterea no espaccedilamento de 6msup2

Anteriormente Hoffmann (2009) jaacute havia verificado a influecircncia do diacircmetro

no rendimento da laminaccedilatildeo em que o aumento do diacircmetro promoveu maior

rendimento O mesmo foi observado por Silva et al (2013)

18

23 RENDIMENTO EM LAMINACcedilAtildeO DE PARICAacute

A produccedilatildeo de lacircminas em escala comercial surgiu a partir do seacuteculo XX

sendo impulsionada no Brasil na deacutecada de 30 com o objetivo de confeccionar

madeira compensada que tem como mateacuteria-prima paineacuteis de lacircminas de madeira

Este material eacute submetido a um processo de colagem e prensagem com adesivos

resistentes ou agrave prova drsquoaacutegua tendo muacuteltiplas aplicaccedilotildees na construccedilatildeo civil na

fabricaccedilatildeo de moacuteveis formas para concreto embalagens transporte e aplicaccedilotildees

agriacutecolas (BORDUELLE IWAKIRI MARTINS et al 2006 IWAKIRI PRATA 2008)

A qualidade da laminaccedilatildeo eacute influenciada por caracteriacutesticas da espeacutecie

(densidade da madeira) caracteriacutesticas do fuste (diacircmetro e forma) e gratilde (direccedilatildeo e

inclinaccedilatildeo) e por condiccedilotildees operacionais do equipamento (velocidade de corte

ajuste da geometria da faca e barra de pressatildeo afiaccedilatildeo da faca) sendo que a

automaccedilatildeo dos equipamentos tem resultado em lacircminas de maior qualidade e

produtividade (TSOUMIS 1991)

Esta busca pela qualidade e produtividade tem aumentado o interesse nos

estudos sobre a prognose do crescimento e da produccedilatildeo de povoamentos e do

processo de laminaccedilatildeo Isto ocorre porque as empresas florestais procuram

investimentos soacutelidos devido aos compromissos de longo prazo assumidos

As estimativas da produccedilatildeo de mateacuteria-prima e do rendimento do produto

final contribuem com o planejamento da empresa em relaccedilatildeo a novos investimentos

novos produtos a serem lanccedilados no mercado aleacutem da viabilidade do projeto em

execuccedilatildeo e de futuros investimentos Por isso faz-se necessaacuterio conhecer todo o

processo produtivo do produto com o qual se estaacute trabalhando

A laminaccedilatildeo da madeira pode ser obtida por meio de duas formas

comerciais

a) Lacircminas torneadas ndash obtidas a partir do ldquodesenrolamentordquo de toras grossas

relativamente curtas utilizando torno laminador

b) Lacircminas faqueadas ndash obtidas a partir de cortes planos realizados por

faqueadeira em peccedila de madeira em bloco

Independentemente do meacutetodo de obtenccedilatildeo de lacircminas um dos objetivos da

empresa florestal eacute a busca pelo aumento da produtividade Estas informaccedilotildees satildeo

obtidas por meio do acompanhamento do processo de transformaccedilatildeo das aacutervores

19

em lacircminas e a partir dos valores obtidos subtrai-se o produto final da quantidade

de madeira que iniciou o processo obtendo-se assim o rendimento

Para o paricaacute o rendimento encontrado em estudos realizados por Hoffmann

(2009) foi de aproximadamente 5031 em aacutervores aos 5 anos Jaacute Melo (2012)

alcanccedilou rendimento meacutedio de 59 Este autor afirma ainda que o rendimento em

laminaccedilatildeo pode ser facilmente estimado por meio de variaacuteveis dendromeacutetricas da

tora obtendo-se menores perdas para aacutervores com maiores diacircmetros

O resultado encontrado por Melo (2012) eacute semelhante ao de Bortoletto

Juacutenior e Belini (2002) para outra espeacutecie do mesmo gecircnero Estudando a produccedilatildeo

de lacircminas e compensados de guapuruvu (Schizolobium parayba (Vell) Blake)

proveniente de plantios mistos de espeacutecies nativas estes autores observaram que o

rendimento do processo de laminaccedilatildeo foi de aproximadamente 61 em lacircminas

verdes Isso demonstra que o gecircnero Schizolobium pode conter boas caracteriacutesticas

para laminaccedilatildeo

24 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO

241 Teoria dos custos

Segundo Pinto et al (2008) algumas terminologias devem ser consideradas

na contabilidade de custos

Gasto esforccedilo realizado pela empresa para obtenccedilatildeo de um bem ou serviccedilo

Investimento gasto com bens ou serviccedilos que traratildeo benefiacutecios futuros

Despesa consumo direto ou indireto com bens e serviccedilos com a finalidade

de obtenccedilatildeo de receitas

Perda gasto natildeo intencional decorrente de fatores externos e

Custos gastos acumulados para executar uma atividade fabricar um

produto ou adquirir uma mercadoria

Essas definiccedilotildees podem ser interpretadas como ilustrada na Figura 1

20

Figura 1 Forma esquemaacutetica da distribuiccedilatildeo de gastos Fonte Adaptado de Pinto et al (2008)

Aleacutem das terminologias apresentadas faz-se necessaacuterio definir orccedilamento

anaacutelise de projeto e o caacutelculo do custo de produccedilatildeo uma vez que satildeo peccedilas

fundamentais para o teste de viabilidade econocircmica do projeto

O orccedilamento tem por objetivo a verificaccedilatildeo preacutevia de gastos e a anaacutelise de

projetos objetiva a avaliaccedilatildeo econocircmica de investimentos que seratildeo realizados Jaacute o

caacutelculo do custo de produccedilatildeo por sua vez tem por objetivo quantificar o custo por

unidade produzida sendo este sempre realizado apoacutes o fim do ciclo de produccedilatildeo

O custo por produto encontrado eacute entatildeo comparado com receita obtida com

as vendas do produto e com o montante de capital utilizado na produccedilatildeo a fim de

serem calculados os indicadores econocircmicos para aquela atividade ou seja o custo

de produccedilatildeo de uma empresa eacute determinado pelas condiccedilotildees fiacutesicas de produccedilatildeo

pelo preccedilo dos recursos e pela conduta economicamente eficiente do proprietaacuterio

Custo eacute entatildeo o preccedilo pelo qual se obteacutem um bem (FERGUSON 2003)

O caacutelculo dos custos de produccedilatildeo por sua vez natildeo eacute uma tarefa faacutecil haja

visto que haacute um grande nuacutemero de informaccedilotildees que devem ser administradas para

que se tenha no final do periacuteodo de produccedilatildeo todos os custos referentes agravequela

atividade Por isso o aconselhaacutevel eacute que se faccedila o registro dos gastos

preferencialmente por atividade para facilidade de obtenccedilatildeo dos resultados

Custos

Investimentos

Despesas

PerdasUso para execuccedilatildeo de atividades adquirir mercadorias e fabricar produtos

Gastos que seratildeo usados no futuro para geraccedilatildeo de receita

Gastos que jaacute foram utilizados para geraccedilatildeo de receita

Gastos que natildeo foram usados para geraccedilatildeo de receita

21

242 A importacircncia dos custos

Para Hildebrand (1995) os custos geralmente contribuem para a anaacutelise a

curto meacutedio e longo prazo que geram informaccedilotildees importantes para o planejamento

e mensuraccedilatildeo da eficiecircncia de operaccedilotildees atividades e processos de produccedilatildeo da

empresa a avaliaccedilatildeo de alternativas de investimento novos negoacutecios e novos

sistemas de produccedilatildeo (processos maacutequinas e equipamentos entre outros)

O setor florestal trabalha geralmente a longo prazo que eacute um horizonte de

planejamento em que a curva de custo de produccedilatildeo corresponde agrave despesa com a

aquisiccedilatildeo dos fatores ao longo do caminho de expansatildeo Isto significa que para cada

niacutevel de produccedilatildeo existiraacute uma combinaccedilatildeo dos fatores variaacuteveis de miacutenimo custo

que junto com os fatores fixos permite a produccedilatildeo de determinada quantidade

(SIMONSEN1971 FERGUSON 2003) A ausecircncia do conhecimento sobre custos

provavelmente levaraacute a maacute aplicaccedilatildeo do capital de giro menor lucro menor

rentabilidade ameaccedilas a estabilidade econocircmica financeira e ao crescimento da

empresa (FERREIRA 2007)

243 Classificaccedilatildeo dos custos

Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo vaacuterios meacutetodos satildeo encontrados na

literatura sendo selecionado o modelo a partir da caracteriacutestica do produto ou do

modelo de produccedilatildeo que estaacute sendo analisado Em funccedilatildeo disso o Instituto de

Economia Agriacutecola ndash IEA oacutergatildeo vinculado agrave Secretaria de Agricultura e

Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo desenvolveu uma metodologia para o setor

agriacutecola designado Meacutetodo do Custo Operacional

Na metodologia do custo operacional se incluem apenas as despesas

efetivamente desembolsadas pelo produtor mais a depreciaccedilatildeo de maacutequinas e

benfeitorias e o custo estimado da matildeo-de-obra familiar Assim a remuneraccedilatildeo de

todos os outros fatores de produccedilatildeo natildeo incluiacutedos fica a cargo do resiacuteduo ou seja a

diferenccedila entre o custo operacional e o valor de venda do produto (MATSUNAGA et

al 1976)

22

O esquema da estrutura do custo de produccedilatildeo utilizada pelo IEA pode ser

visualizado a seguir

Figura 2 Estrutura dos custos de produccedilatildeo utilizada pelo IEA Fonte Nachiluk e Oliveira (2012) sup1 Contribuiccedilatildeo de Seguridade Social Rural

244 Componentes do custo

Os custos podem ser denominados custos expliacutecitos e impliacutecitos Os

desembolsos realizados satildeo denominados custos expliacutecitos segundo Pindyck e

Rubinfeld (1994) os quais abrangem remuneraccedilotildees de matildeo de obra salaacuterios e

custos de materiais e locaccedilatildeo de propriedades aleacutem do custo de oportunidade Eles

satildeo importantes pois envolvem pagamentos diretamente feitos pela empresa a

outras empresas e pessoas com as quais faz negoacutecios

Jaacute os custos impliacutecitos natildeo satildeo diretamente desembolsados no processo de

produccedilatildeo mas natildeo podem deixar de ser considerados uma vez que se constituem

de fato em dispecircndios Sua mensuraccedilatildeo se daacute de maneira indireta por meio da

atribuiccedilatildeo de valores que deveratildeo representar o custo de oportunidade de seu uso

Nesta categoria enquadram-se os gastos com depreciaccedilatildeo de benfeitorias

instalaccedilotildees maacutequinas e implementos agriacutecolas e remuneraccedilatildeo do capital fixo e da

terra (CONAB 2010)

Custo operacional

Custo operacional efetivo (COE)

Despesas com operaccedilotildees

Pagamentos de salaacuterios

Gastos com maacutequinas equipamentos e

implementos

Despesas com materiais

Sementes fertilizantes corretivos defensivos

sacarias etc

Encargos sociais

Custo operacional total (COT)

Depreciaccedilatildeo com maacutequinas juros de custeio e CSSRsup1

23

A classificaccedilatildeo proposta pelo IEA compreende elementos diferenciados

poreacutem de faacutecil interpretaccedilatildeo e mais adequado agrave tomada de decisotildees Assim

segundo Matsunaga et al (1976) essa classificaccedilatildeo eacute composta dos seguintes

custos

a) Custo Operacional Efetivo ndash COE

O custo operacional efetivo envolve todos os custos expliacutecitos ou seja o

custo de todos os recursos de produccedilatildeo que exigem desembolso por parte da

empresa para sua recomposiccedilatildeo excluindo-se a matildeo-de-obra familiar

Assim mesmo que determinado produto tenha sido adquirido no periacuteodo

anterior por exemplo deveraacute ser contabilizado aqui pois em algum momento houve

o desembolso para a compra do mesmo Nesse caso eacute importante que seja utilizado

o preccedilo de mercado atual e natildeo o valor pago anteriormente devido ao custo de

oportunidade

b) Custo Operacional Total ndash COT

O custo operacional total envolve a soma do COE o valor da matildeo-de-obra

familiar e as depreciaccedilotildees que equivalem a apenas uma parte dos custos fixos

b1) Depreciaccedilatildeo

A depreciaccedilatildeo corresponde ao custo indireto exigido para acumular fundos

para substituiccedilatildeo do capital investido em bens produtivos de longa duraccedilatildeo

inutilizados pela idade uso e obsolescecircncia

b2) Valor da Matildeo-de-obra Familiar

Este valor deve ser definido considerando-se o custo de oportunidade ou

seja quanto o produtor ganharia se estivesse trabalhando em outra atividade

Considerando-se eacute claro o mesmo niacutevel teacutecnico para desenvolvimento das duas

atividades

24

c) Custo Total ndash CT

Custo total nada mais eacute que a soma do COT com o valor da remuneraccedilatildeo do

capital imobilizado com a atividade

Todo o capital investido na empresa tem custo de oportunidade uma vez

que seu uso na empresa implica deixar de empregaacute-lo noutra atividade alternativa

Por definiccedilatildeo o retorno potencial desse capital na melhor alternativa possiacutevel de

utilizaccedilatildeo forneceria a medida desse custo de oportunidade Como essa estimativa

nem sempre eacute faacutecil eacute expediente comum estimar o custo de oportunidade a partir do

retorno que o capital teria se em vez de aplicado na empresa fosse investido no

mercado financeiro como por exemplo na caderneta de poupanccedila

245 Iacutendices econocircmicos

Os iacutendices econocircmicos apresentados pelo IEA segundo Matsunaga et al

(1976) satildeo

2451 Renda Bruta (RB)

A renda bruta vem a ser o valor da produccedilatildeo ou seja tudo que eacute produzido

vezes o preccedilo do produto

Embora a Renda Bruta permita saber o quanto eacute recebido pelo produto

produzido ela natildeo diz o quanto desse valor iraacute sobrar Isso porque eacute preciso retirar o

custo de produccedilatildeo Sendo assim eacute necessaacuterio que se faccedila a anaacutelise de

rentabilidade da atividade

2452 Margem Bruta (MB)

Eacute calculada pela subtraccedilatildeo do custo operacional efetivo da renda bruta ou

seja eacute a retirada de todos os custos ocorridos sendo mais produtiva agrave medida que

resulta em valores positivos

25

2453 Margem Liacutequida (ML)

Eacute calculada pela subtraccedilatildeo do custo operacional total da renda bruta sendo

um indicativo de lucratividade Comparando-se duas empresas de igual atividade

aquela que tem maior Margem Liacutequida eacute a que possui melhor rentabilidade no

negoacutecio incluindo-se aiacute a questatildeo operacional financeira e extra-operacional

Isso quer dizer que se a ML for positiva todos os desembolsos estatildeo sendo

pagos aleacutem da depreciaccedilatildeo e a matildeo-de-obra familiar Caso contraacuterio a depreciaccedilatildeo

eou a matildeo-de-obra natildeo estatildeo sendo efetivamente pagas e a empresa estaacute se

descapitalizando

2454 Lucro (L)

O lucro vem a ser o resultado da subtraccedilatildeo da renda bruta gerada pela

venda dos produtos no mercado menos o custo total de produccedilatildeo incorrido na sua

geraccedilatildeo Simplificadamente nada mais eacute do que o resultado positivo deduzido das

vendas os custos e despesas

2455 Lucratividade (Luc)

Eacute a relaccedilatildeo do valor do lucro com o montante de vendas ou seja divide-se o

valor do lucro pela quantidade vendida (renda bruta)

2456 Iacutendice de Rentabilidade (IR)

Eacute uma medida do retorno de um investimento Calcula-se dividindo o lucro

obtido (margem liacutequida) pelo valor do investimento inicial (capital empatado) Pode-

se dizer que a rentabilidade eacute a quantidade de dinheiro que o investidor ganha para

cada quantia investida

26

246 Custos na empresa florestal

Nas empresas em geral os custos satildeo classificados em funccedilatildeo de suas

necessidades de informaccedilotildees Geralmente eles satildeo divididos por operaccedilotildees ou

setores da atividade como viveiro plantaccedilotildees tratos culturais exploraccedilatildeo florestal

atividades especiais (coleta de sementes entre outros) implantaccedilatildeo de infra-

estrutura e administraccedilatildeo (BREPOHL 1980)

Em termos econocircmicos os componentes do custo satildeo agrupados de

acordo com sua funccedilatildeo no processo produtivo nas categorias de custos variaacuteveis

custos fixos custo operacional e custo total (CONAB 2010)

Na determinaccedilatildeo da idade oacutetima de corte de povoamentos florestais eacute

necessaacuterio estudar caso a caso cada componente dos custos e das receitas

envolvidas no processo de produccedilatildeo da madeira Tudo isso pelo fato do setor

florestal conter operaccedilotildees de longo prazo Por tal motivo a anaacutelise de custos pode

ter dois enfoques a anaacutelise ex-ante ou seja antes das operaccedilotildees ocorrerem e ex-

post apoacutes terem ocorrido (GRACcedilA et al 2000)

Entre os custos analisados deve-se considerar tambeacutem a depreciaccedilatildeo que

segundo Hildebrand (1995) pode ser definida como a diminuiccedilatildeo do valor dos bens

ativos resultante do desgaste pelo uso accedilatildeo da natureza ou por obsolescecircncia

teacutecnica Assim com o tempo para tornar possiacutevel a reposiccedilatildeo do equipamento eacute

necessaacuterio acumular periodicamente uma reserva em um fundo que permitiraacute no

fim de um periacuteodo a aquisiccedilatildeo de um novo equipamento

Baseados nas necessidades do setor florestal vaacuterios estudos sobre a

viabilidade econocircmica de plantios vem sendo desenvolvidos para as mais variadas

espeacutecies arboacutereas como os obtidos por Souza et al (2003) e o Centro de Pesquisa

do Paricaacute ndash CPP Deve-se ressaltar no entanto a afirmaccedilatildeo feita por Marques et al

(2006) em que os autores concluiacuteram que o custo meacutedio para implantaccedilatildeo e

conduccedilatildeo dos povoamentos podem variar conforme a regiatildeo as teacutecnicas de preparo

de solo os tratos silviculturais adotados entre outros

27

25 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DE PROJETOS FLORESTAIS

Do ponto de vista teacutecnico Oliveira e Rezende (2004) afirmam que dois ou

mais projetos podem ser compatiacuteveis quando a execuccedilatildeo de um natildeo afeta a

implementaccedilatildeo do outro ou incompatiacuteveis em caso contraacuterio Jaacute do ponto de vista

econocircmico eles podem ser dependentes quando haacute uma relaccedilatildeo de rentabilidade

entre ambos ou independentes quando nenhum eacute afetado

Estas informaccedilotildees satildeo importantes para o bom planejamento das atividades

florestais uma vez que o investimento em um projeto deve ser baseado em um

horizonte de planejamento na maioria das vezes de longo prazo podendo variar de

finito como no caso de um plantio florestal ou infinito em um manejo sustentado de

floresta nativa (CHICHORRO et al 2010)

Para realizar a anaacutelise econocircmica eacute importante considerar a vida econocircmica

do projeto Ela corresponde ao tempo que ele produziraacute lucro a vida fiacutesica de

maacutequinas e construccedilotildees o periacuteodo de anaacutelise onde se consideram os efeitos do

projeto Aleacutem do horizonte de construccedilatildeo relacionado agrave demanda do produto e o

horizonte de dados que se refere ao periacuteodo de tempo em que eacute possiacutevel prever o

fluxo de caixa (REZENDE OLIVEIRA 2001)

A avaliaccedilatildeo econocircmica ou financeira de projetos baseia-se entatildeo no fluxo

de caixa que consiste nos custos e nas receitas distribuiacutedos ao longo da vida uacutetil do

empreendimento Os meacutetodos mais recomendados para avaliaccedilatildeo econocircmica de

projetos florestais satildeo (REZENDE OLIVEIRA 2001) valor presente liacutequido (VPL)

taxa Interna de Retorno (TIR) custo (ou Benefiacutecio) Perioacutedico Equivalente (CPE ou

BPE) custo Meacutedio de Produccedilatildeo (CMPr) razatildeo Benefiacutecio (receita)Custo (BC) e

tempo de Recuperaccedilatildeo do Capital

28

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE PRODUTORES DE FLORESTAS PLANTADAS ndash ABRAF ANUAacuteRIO estatiacutestico da ABRAF Brasiacutelia ABRAF 2012 Disponiacutevel em lthttpwwwabraflororgbrestatisticasABRAF12-BRaspgt Acesso em 28 jul 2013 BORTOLETTO JUacuteNIOR G BELINI U L Produccedilatildeo de lacircminas e manufatura de compensados a partir da madeira de guapuruvu (Schizolobium parayba Blake) proveniente de um plantio misto de espeacutecies nativas Cerne v8 n2 p001-016 2002 BORDUELLE G M IWAKIRI S MARTINS D Fatores que influenciam no rendimento em laminaccedilatildeo de Pinus spp Floresta e Ambiente v12 n2 p 35 - 41 NovDez2006 BREPOHL D Custos em empreendimentos florestais Curitiba FUPEF nov 1980 18p (seacuterie teacutecnica n4) CAMPOS J C C LEITE H G Mensuraccedilatildeo florestal perguntas e respostas 3 ed Viccedilosa UFV 2009 548 p CARVALHO P E R Espeacutecies florestais brasileiras recomendaccedilotildees silviculturais potencialidades e uso da madeira Colombo Embrapa Florestas 1994 640p CARVALHO P E R Paricaacute (Schizolobium amazonicum) Colombo Embrapa Florestas 2007 8p (Circular Teacutecnica 142) CHICHORRO J F BAUER M O ANDRADE W S SILVA G F SANTOS F R SILVA J L NOGUEIRA M A Avaliaccedilatildeo econocircmica de projetos florestais In CHICHORRO J F BAUER M O GARCIA G O CALDEIRA M V W Toacutepicos especiais em ciecircncias florestais 1 ed Visconde do Rio Branco Suprema 2010 v 1 p 231-260 COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO ndash CONAB Custo de produccedilatildeo agriacutecola a metodologia da Conab Brasiacutelia Conab 2010 60p CORTELETTI R B Anaacutelise de tronco aplicada agrave avaliaccedilatildeo de crescimento de aacutervores de paricaacute 2013 (82f) Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) ndashUniversidade Federal do Espiacuterito Santo Jerocircnimo Monteiro ES 2013 CRESPO T R MINNICK G VARGAS J Evaluacioacuten de algunas leguminosas en el troacutepico de Cochabamba Bolivia In EVANS D O SZOTT L T (ed) Nitrogen fixing trees for acid soils proceedings of a workshop Morrilton NFTA Winroch International 1995 p 103-112 FERGUSON C E Microeconomia 20 ed Rio de Janeiro Forense Universitaacuteria 2003 610p FERREIRA J A Custos industriais uma ecircnfase gerencial Satildeo Paulo STS 2007 172p

29

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION ndash FAO Consolidaccedilatildeo dos instrumentos poliacuteticos e institucionais para a implementaccedilatildeo do PNF 2007 Disponiacutevel em lthttpwwwfaoorgbrprj_utfbra062braespgt Acesso em 12 jul 2013 GRACcedilA L R RODIGHERI H R CONTO A J Custos florestais de produccedilatildeo conceituaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo Colombo Embrapa Florestas 2000 32p (Embrapa Florestas Documentos 50) HILDEBRAND E Sistema de apropriaccedilatildeo e anaacutelise de custos para a empresa florestal 1995 (156f) Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) ndash Universidade Federal do Paranaacute Curitiba PR 1995 HOFFMANN R G Caracterizaccedilatildeo dendromeacutetrica e avaliaccedilatildeo do rendimento em laminaccedilatildeo de madeira em plantios de paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) na regiatildeo de Paragominas PA 2009 (97f) Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) ndash Universidade Federal do Espiacuterito Santo Jerocircnimo Monteiro ES 2009 HOSOKAWA R T MOURA J B CUNHA U S Introduccedilatildeo ao manejo e economia de florestas Curitiba UFPR 1998 162p IWAKIRI S PRATA J G Produccedilatildeo de paineacuteis compensados multilaminados de Eucalyptus Revista da madeira 211 ed Mar 2008 LAMEIRA O A GOMES A P R LOPES S C LEAtildeO N V M Efeito da escarificaccedilatildeo sobre a germinaccedilatildeo de sementes de paricaacute (Schizolobium amazonicum) in vitro Beleacutem Embrapa Amazocircnia Oriental 2000 3 p (Embrapa Amazocircnia Oriental Comunicado Teacutecnico 21) MARQUES L C T YARED J A G SIVIERO MA A evoluccedilatildeo do conhecimento sobre o paricaacute para reflorestamento no Estado do Paraacute Embrapa Amazocircnia Oriental 2006 5 p (Comunicado Teacutecnico 158) MATSUNAGA M et al Metodologia de custo de produccedilatildeo utilizada pelo IEA Agricultura em Satildeo Paulo Satildeo Paulo v 23 t 1 p 123-139 1976

MELO R R Avaliaccedilatildeo de variaacuteveis tecnoloacutegicas na produccedilatildeo de paineacuteis LVL confeccionados com paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) 2012 (164f) Tese (Doutorado em Ciecircncias Florestais) Universidade de Brasiacutelia Brasiacutelia DF 2012 NACHILUK K OLIVEIRA M D M Custo de produccedilatildeo uma importante ferramenta gerencial na agropecuaacuteria Instituto de Economia Agriacutecola ndash IEA v 7 n 5 maio 2012 OLIVEIRA A D REZENDE J L P Economia Florestal Lavras UFLAFAEPE 2004 101p PINDYCK R S RUBINFELD D L Microeconomia Satildeo Paulo Makron Books 1994 968p

30

PINTO A A G LIMEIRA A L F SILVA C A S COELHO F S Gestatildeo de custos 2 ed Rio de Janeiro FGV 2008 140p REZENDE J L P OLIVEIRA A D Anaacutelise econocircmica e social de projetos florestais Viccedilosa MG UFV 2001 389 p RONDON E V Produccedilatildeo de biomassa e crescimento de aacutervores de Schizolobium amazonicum (Huber) Ducke sob diferentes espaccedilamentos na regiatildeo de mata Aacutervore Viccedilosa-MG v26 n5 p573-576 2002 ROSA L S Caracteriacutesticas botacircnicas anatocircmicas e tecnoloacutegicas do paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) Revista de Ciecircncias Agraacuterias Beleacutem n 46 p63-79 juldez 2006a ROSA L S Ecologia e silvicultura do paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) na amazocircnia brasileira Revista de Ciecircncias Agraacuterias Beleacutem n 45 p 135-174 janjun 2006b SANTOS E M Crescimento e produccedilatildeo de plantios de paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) sob diferentes espaccedilamentos 2012 (74f) Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) Universidade Federal do Espiacuterito Santo Jerocircnimo Monteiro ES 2012 SCOLFORO J R S Biometria florestal modelos de crescimento e produccedilatildeo florestal Lavras UFLAFAEPE 2006 393p SILVA G F GEZAN S A SOARES C P B ZANETI L Z Modeling growth and yield of Schizolobium amazonicum under different spacings International Journal of Forestry Research v 2013 (2013) 10 p SIMONSEN M H Teoria microeconocircmica Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas 1971 2 ed 410p SISTEMA NACIONAL DE INFORMACcedilOtildeES FLORESTAIS ndash SNIF Produccedilatildeo florestal cadeia produtiva Serviccedilo Florestal Brasileiro Brasilia 2014 SOUZA C R ROSSI L M B AZEVEDO C P VIEIRA A H Paricaacute Schizolobium parahyba var amazonicum (Huber x Ducke) Barneby 1 ed Manaus EMBRAPA Dezembro 2003 (Circular Teacutecnica 18) SOUZA D B CARVALHO G S RAMOS E J A Paricaacute Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke Manaus EMBRAPA 2005 2p (Informativo Teacutecnico Rede de Sementes da Amazocircnia n13) TSOUMIS G Science and Technology of Wood structure properties utilization New York Chapmam amp Hall 1991 494 p VIDAURRE G B CARNEIRO A C O VITAL B R SANTOS R C S VALLE M L A Propriedades energeacuteticas da madeira e do carvatildeo de paricaacute (Schizolobium amazonicum) Aacutervore Viccedilosa-MG v36 n2 p365-371 2012

31

CAPIacuteTULO 1

CUSTOS DA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA DE PARICAacute

RESUMO

O setor de florestas plantadas brasileiro vem perdendo espaccedilo no mercado

internacional pelo alto custo necessaacuterio agrave produccedilatildeo Por isso haacute a necessidade

de se investigar quais os custos mais onerosos do processo produtivo para

entatildeo se montar uma estrateacutegia de reduccedilatildeo de custos a fim de tornar o

reflorestamento novamente competitivo no mercado Deste modo objetivou-se

no trabalho estimar a produccedilatildeo de paricaacute (Schizolobium amazonicum) aos 5 6

e 7 anos em trecircs classes de produtividade e em cinco espaccedilamentos de

plantio identificando os principais custos de produccedilatildeo aleacutem dos mais afetados

pelos espaccedilamentos de plantio na regiatildeo de Paragominas PA A estimativa de

volume foi obtida segundo metodologia proposta por Silva et al (2013) e os

custos de produccedilatildeo desde as atividades de preparo da aacuterea ateacute a colheita e

transporte foram disponibilizados por produtores rurais e empresaacuterios da

regiatildeo Posteriormente fez-se a anaacutelise dos custos por meio da metodologia do

custo operacional em que se considera apenas as despesas efetivamente

desembolsadas pelo agricultor somadas agrave depreciaccedilatildeo e matildeo-de-obra familiar

Assim inferiu-se que o espaccedilamento 3x2 m foi superior em volume diante dos

outros espaccedilamentos analisados Em relaccedilatildeo agrave analise de custos o custo

operacional efetivo representou em meacutedia 65 dos custos totais de produccedilatildeo

sendo o transporte o custo individual mais expressivo em todos os

espaccedilamentos analisados Jaacute a manutenccedilatildeo foi o conjunto de atividades mais

significativo nos plantios devido ao nuacutemero e ao longo periacuteodo para sua

execuccedilatildeo Os custos totais de produccedilatildeo foram superiores em espaccedilamentos

menores independentemente da remuneraccedilatildeo ou natildeo pelo uso dos capitais

permanente e circulante

Palavras-chave Custo operacional efetivo espaccedilamento idade

produtividade

32

CHAPTER 1

PRODUCTION COST PARICAacute

ABSTRACT

The planted forest sector in Brazil has been losing ground in the international

market by the high cost needed for production Therefore there is a need to

investigate what the most expensive costs of the production process to then

build a strategy to reduce costs in order to become competitive again

reforestation in the market Thus the aim of the study was to estimate the

production of paricaacute (Schizolobium amazonicum) at 5 6 and 7 years in three

productivity classes and five planting space identifying the major costs of

production and those most affected by planting space in the region of

Paragominas PA The volume estimate was obtained according to the

methodology proposed by Silva et al (2013) and production costs since the

activities of preparation of the area to harvest and transport were provided by

farmers and entrepreneurs in the region Subsequently made to cost analysis

using the methodology of the operating cost which considers only the expenses

actually disbursed by the farmer together with the depreciation and labor

family labor Thus it was inferred that the spacing 3x2 m was higher by volume

on the other spacings analyzed Regarding the analysis of costs the effective

operating cost represented on average 65 of total production costs and

transport the most significant single cost in all spacings analyzed Have

maintenance was the most significant set of activities in plantations due to the

number and the time period for its implementation The total production costs

were higher in the smaller spacing regardless of whether or not for the use of

permanent and circulating capital

Keywords Effective operational cost spacing age productivity

33

1 INTRODUCcedilAtildeO

A crescente dificuldade em se obter madeira de florestas nativas tem

motivado empresaacuterios agrave praacutetica do reflorestamento Nesses plantios vaacuterias

espeacutecies tecircm sido utilizadas sendo o paricaacute a espeacutecie nativa de maior

expressatildeo na regiatildeo norte do paiacutes principalmente no estado do Paraacute

Segundo a ABRAF (2013) em 2012 foram plantados 87901 hectares

de paricaacute nos estados do Paraacute Tocantins e Maranhatildeo O aumento da aacuterea de

plantio nos uacuteltimos anos eacute justificado pela boa aceitaccedilatildeo desta espeacutecie no

mercado madeireiro devido aos seus variados fins como a produccedilatildeo de

lacircmina e compensado forros palitos papel moacuteveis aleacutem de peccedilas de

acabamentos e molduras

A falta de informaccedilotildees silviculturais no entanto tecircm inviabilizado a

expansatildeo de novos plantios em outras regiotildees do paiacutes Natildeo se tecircm estudos

suficientes para comprovar o melhor meacutetodo de implantaccedilatildeo desta cultura no

que se refere ao espaccedilamento a ser utilizado para maior produccedilatildeo de madeira

Este tipo de deficiecircncia pode implicar no emprego de teacutecnicas silviculturais

equivocadas que inviabiliza economicamente o cultivo reduzindo

consequentemente o interesse comercial pela espeacutecie

Os custos de produccedilatildeo devem entatildeo ser analisados para se testar a

viabilidade econocircmica dos projetos que estatildeo sendo implantados haja vista

que poucos satildeo os estudos que se referem ao monocultivo do paricaacute A

obtenccedilatildeo destes custos eacute fundamental pois eles compotildeem um ferramental de

controle e gerenciamento das atividades produtivas e de geraccedilatildeo de

importantes informaccedilotildees para auxiliar as tomadas de decisotildees pelos

produtores rurais (CONAB 2010)

Para se atestar a viabilidade econocircmica de um projeto florestal natildeo se

deve avaliar somente a espeacutecie a ser implantada mais agraves condiccedilotildees de

mercado atuais e futuras para comercializaccedilatildeo do produto Eacute notaacutevel a

importacircncia econocircmica e socioambiental do setor de florestas plantadas para o

Brasil por isso deve-se investir em conhecimento e tecnologia sobre as

espeacutecies cultivadas haja visto que o ambiente de negoacutecio para o

34

desenvolvimento desta atividade vem passando por dificuldades nos uacuteltimos

anos

A competitividade dos produtos florestais estaacute se deteriorando frente

aos seus principais concorrentes internacionais uma vez que o aumento

generalizado dos custos de produccedilatildeo de madeira no Brasil estaacute reduzindo

significativamente a rentabilidade da induacutestria integrada de base florestal e dos

produtores independentes de plantios florestais (ABRAF 2013) Comprova-se

assim a necessidade de estudos referentes aos custos de produccedilatildeo

Haacute alguns anos a importacircncia dos custos na produccedilatildeo agriacutecola e as

dificuldades de sua obtenccedilatildeo estimularam o Instituto de Economia Agriacutecola

oacutegatildeo vinculado agrave Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de Satildeo

Paulo a efetuar estimativas de custo de produccedilatildeo de diversas exploraccedilotildees

agriacutecolas por meio da metodologia designada custo operacional Neste

meacutetodo se incluem apenas as despesas efetivamente desembolsadas pelo

agricultor somadas agrave depreciaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos e matildeo-de-

obra familiar A remuneraccedilatildeo devida a todos os outros fatores de produccedilatildeo eacute

de responsabilidade do resiacuteduo ou seja a diferenccedila entre o custo operacional

e o valor de venda (MATSUNAGA et al 1976 CONAB 2010)

O ecircxito nas estimativas de custos de produccedilatildeo agriacutecola vem

estimulando pesquisadores da aacuterea florestal a utilizarem esta metodologia

tambeacutem para culturas florestais principalmente neste momento em que o

Brasil depende de medidas estruturais que promovam a reduccedilatildeo dos custos de

produccedilatildeo e incentivem o investimento para retomada da competitividade dos

produtos nacionais de base florestal no mercado internacional Por tal motivo

objetivou-se neste trabalho identificar os principais custos de produccedilatildeo bem

como o efeito dos diferentes espaccedilamentos sobre estes custos

35

2 MATERIAL E MEacuteTODOS

21 AacuteREA EM ESTUDO

Os dados utilizados neste estudo foram originaacuterios de povoamentos

homogecircneos de paricaacute (Schizolobium amazonicum) plantados sob os

espaccedilamentos 3x2 3x3 3x4 4x4 e 5x5 m localizados entre os municiacutepios de

Dom Elizeu e Paragominas Estado do Paraacute (Figura 1)

Figura 1 Localizaccedilatildeo dos municiacutepios de Dom Eliseu e Paragominas PA

O municiacutepio de Paragominas estaacute localizado no nordeste paraense

possuindo aproximadamente 20000 km2 de aacuterea territorial com 90 m de

altitude O solo caracteriacutestico da aacuterea eacute o Latossolo amarelo com vegetaccedilatildeo

originaacuteria representada pela floresta densa sendo encontradas extensas aacutereas

de mata secundaacuteria (capoeira nos seus diversos estaacutegios de desenvolvimento)

devido aos constantes desmatamentos provocados principalmente pelo

avanccedilo da agropecuaacuteria na regiatildeo (IBGE 2013a PREFEITURA MUNICIPAL

DE PARAGOMINAS 2013)

Segundo o IBGE (2013a) o clima do municiacutepio eacute do tipo mesoteacutermico e

uacutemido A temperatura meacutedia anual eacute elevada em torno de 25degC e seu regime

pluviomeacutetrico fica geralmente entre 2250 mm e 2500 mm anuais

36

O municiacutepio de Dom Eliseu pertence agrave microrregiatildeo de Paragominas

possui 5268815 kmsup2 e estaacute localizado nas coordenadas 04deg17rsquo06rdquo Sul e

47deg30rsquo18rdquo Oeste a 180 metros de altitude Ele eacute um dos municiacutepios da

chamada ldquoFronteira agriacutecola amazocircnicardquo maior produtora de commodities

agriacutecolas da porccedilatildeo norte do paiacutes e grande produtora de paricaacute (IBGE 2013b

PREFEITURA MUNICIPAL DE DOM ELISEU 2013)

22 ESTIMATIVA DA PRODUCcedilAtildeO

Foram inventariados povoamentos de paricaacute anualmente ateacute o quinto

ano sendo analisadas trecircs classes de produtividade em cada espaccedilamento

sendo elas Baixa (17 - 19 m) Meacutedia (19 ndash 21 m) e Alta (21 - 24 m)

Posteriormente empregando-se o modelo de crescimento e produccedilatildeo proposto

por Silva et al (2013) os volumes comercial e de lacircminas foram estimados

para diferentes espaccedilamentos e qualidades de local nas idades de 5 6 e 7

anos conforme o esquema apresentado na Figura 2

Figura 2 Esquema para obtenccedilatildeo dos volumes comercial e de lacircminas em povoamentos de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA

A partir dos dados de inventaacuterio estimou-se a produccedilatildeo em volume

comercial e de lacircminas por meio da metodologia proposta por Silva et al

(2013) Assim a partir de informaccedilotildees sobre as variaacuteveis aacuterea basal por

hectare (GHA) iacutendice de siacutetio (SI) altura dominante (HD) considerada como a

altura meacutedia das 100 aacutervores mais altas do povoamento (Hart) e nuacutemero de

aacutervores por hectare (NHA) na idade de cinco anos pode-se projetar a produccedilatildeo

para as idades em anaacutelise

Espaccedilamentos (m)

bull3x2

bull3x3

bull4x3

bull4x4

bull5x5

Classes de produtividade

(m)

bullBaixa

bullMeacutedia

bullAlta

Idades

(anos)

bull5

bull6

bull7

Volume comercial

Volume de lacircminas

37

A estimativa da HD na idade i foi obtida por meio da equaccedilatildeo 1

119878119868 =

119867119863119894 (1 + 119890119909119901 ((182404 minus 119860119894)

043105frasl ))

1 + 119890119909119901 ((182404 minus 119860119894119899119889

043105frasl ))

Eq 1

Em que

119890119909119901 = base de logaritmo neperiano

119867119863119894 = altura dominante na idade i

119860119894 = i-eacutesima idade (i = 5 6 7) e

119860119894119899119889 = idade iacutendice (5 anos)

Para estimativa do nuacutemero de aacutervores por hectare na idade futura

utilizou-se a equaccedilatildeo 2

1198731198671198602 = 1198731198671198601 minus ((119860119877119864119860

1198671198631)

minus20848

(119860220356 minus 1198601

20356)) Eq 2

Em que

1198731198671198602 = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade futura

1198731198671198601 = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade corrente

119860119877119864119860 = aacuterea meacutedia ocupada por cada planta no plantio

1198671198631 = altura dominante na idade corrente

1198601 = idade corrente e

1198602 = idade futura

A aacuterea basal por hectare foi estimada por meio da equaccedilatildeo 3

119866119867119860119894 = 000523119867119863119894145720119873119867119860053967

119894 Eq 3

Em que

NHAi = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade i

38

Apoacutes a obtenccedilatildeo de todas as variaacuteveis os volumes comercial e de

lacircminas foram estimados pelas equaccedilotildees 4 e 5

119881119879119867119860119894 = 122839119866119867119860119894093941119867119863119894

071858 Eq 4

119881119862119867119860119894 = 003388119866119867119860119894069131119867119863119894

183907 Eq 5

Em que

119881119879119867119860119894 = volume comercial por hectare e

119881119862119867119860119894 = volume de lacircminas por hectare

23 DESCRICcedilAtildeO DAS ATIVIDADES

Por se tratarem de aacutereas anteriormente ocupadas por pastagem fez-se

necessaacuterio o combate agrave formigas e limpeza da aacuterea manualmente e com

auxiacutelio de trator a fim de retirar do local galhos tocos e raiacutezes que por ventura

atrapalhassem o processo de mecanizaccedilatildeo

Para todas as aacutereas de plantio fez-se a anaacutelise de solo verificando-se

a necessidade de correccedilatildeo com uma tonelada de calcaacuterio dolomiacutetico por

hectare Assim foi realizada a calagem precedida da gradagem com auxiacutelio da

terceirizaccedilatildeo de tratores agriacutecolas

Apoacutes o preparo do solo iniciou-se o processo de alinhamento

marcaccedilatildeo e coveamento respeitando o espaccedilamento preacute-determinado para

cada local considerando que uma pessoa consegue abrir 500 covasdia

Posteriormente foram acrescentados 100g de NPK (6-30-6) por cova antes do

plantio das mudas de paricaacute Adubaccedilotildees de cobertura e um ano apoacutes o plantio

tambeacutem ocorreram com o objetivo de aumentar o iacutendice de sobrevivecircncia agraves

plantas

Como no campo eacute difiacutecil controlar os fatores bioacuteticos e abioacuteticos a

mortalidade de plantas eacute inevitaacutevel por isso foi observada a necessidade de

39

replantio de 5 das mudas logo no primeiro ano segundo informaccedilotildees

disponibilizadas pela empresa

A manutenccedilatildeo relativa agrave limpeza dos plantios se deu pelo coroamento

das mudas aplicaccedilatildeo de herbicida manualmente e roccedilada mecacircnica do

primeiro ao terceiro ano Desta forma natildeo houve competiccedilatildeo com plantas

invasoras que poderiam inibir o crescimento das mudas Assim devido ao

ambiente favoraacutevel e as condiccedilotildees propiacutecias de crescimento e produccedilatildeo foi

possiacutevel extrair a madeira para laminaccedilatildeo no quinto ano apoacutes a implantaccedilatildeo

A colheita foi realizada de forma semi-mecanizada (motosserra)

seguida do baldeio e carregamento ateacute a beira da estrada O transporte ateacute a

induacutestria de beneficiamento foi realizado por caminhatildeo tipo bitrem com

capacidade para 44000 kg ao preccedilo meacutedio de R$59192 por viagem

O valor da matildeo-de-obra familiar foi considerado como o custo de

administraccedilatildeo ou seja quando o proprietaacuterio presta serviccedilos na proacutepria

empresa Assim a remuneraccedilatildeo paga pelo custo de administraccedilatildeo foi

equivalente a 10 dos custos efetivamente desembolsados pela empresa

Em relaccedilatildeo agraves aacutereas onde os plantios foram realizados estas jaacute

pertenciam a empresa Laminit por isso natildeo houve a necessidade de aquisiccedilatildeo

ou arrendamento do terreno Poreacutem considerou-se o custo de oportunidade

ou seja a remuneraccedilatildeo do capital investido (permanente e circulante) por meio

do caacutelculo da parcela sobre o bem adquirido e utilizado na produccedilatildeo e inclusa

no custo fixo da produccedilatildeo Logo o investimento do produtor foi remunerado agrave

taxa de 6 ao ano como se fosse aplicado o capital em outro investimento

alternativo conforme recomendaccedilotildees da CONAB (2010)

24 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS

Para anaacutelise dos custos de produccedilatildeo florestal foi necessaacuteria a coleta de

dados anuais de todas as despesas e receitas contraiacutedas em cada

espaccedilamento durante o periacuteodo entre 2006 e 2013 O esquema da disposiccedilatildeo

dos gastos na planilha de custo pode ser observado na Tabela 1

40

Tabela 1 Distribuiccedilatildeo dos gastos efetuados para implantaccedilatildeo de povoamentos de paricaacute

Descriccedilatildeo Un R$un

Quantidade utilizada

Espaccedilamento (m)

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

Preparo da aacuterea

Anaacutelise de solo un 3450 1 1 1 1 1

Limpeza manual Diaacuteria 3500 1 1 1 1 1

Limp mecanizada ht 10218 1 1 1 1 1

Gradagem ht 10218 15 15 15 15 15

Calagem ht 6846 05 05 05 05 05

Calcaacuterio ton 8967 1 1 1 1 1

Alinhamento Diaacuteria 3500 2 14 1 08 05

Coveamento Diaacuteria 3500 334 223 167 125 08

Cercamento R$ha 30000 1 1 1 1 1

Constr de estradas R$ha 13390 1 1 1 1 1

Constr de aceiros Diaacuteria 3500 4 4 4 4 4

Adubaccedilatildeo

Adubo Kg 123 5001 3336 2502 1875 120

Adubaccedilatildeo Diaacuteria 3667 45 3 225 195 106

Plantio

Transp de mudas ht 5000 05 05 05 05 05

Mudas un 038 1751 1168 876 657 420

Plantio e replantio Diaacuteria 3500 4 27 2 15 1

Manutenccedilatildeo

Formicida Kg 674 125 10 83 695 551

Aplic de formicida Diaacuteria 3703 893 748 651 578 525

Transp de insumos ht 4233 2 2 2 2 2

Coroamento Diaacuteria 3761 67 45 35 25 16

Roccedilada ht 5602 4 5 6 7 85

Herbicida L 1732 8 9 10 105 12

Aplic de herbicida Diaacuteria 3761 4 45 5 55 6

Manutenccedilatildeo de aceiro Diaacuteria

3744 6 6 6 6 6

Manut de estrada ht 8699 469 469 469 469 469

Materiais - 6892 8 8 8 8 8

Encargos - 8185 7 7 7 7 7

Colheita e Transporte

Corte e toragem msup3 215 1844 1744 1524 1341 11705

Baldeio msup3 096 1844 1744 1524 1341 11705

Carregamento msup3 097 1844 1744 1524 1341 11705

Transporte msup3 659 1844 1744 1524 1341 11705 Valores deflacionados e descapitalizados para o ano de 2006 Considerando o volume comercial em classe de produtividade alta (21 - 24 m) com corte aos 6 anos

Os custos envolvidos nas atividades de implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo dos

povoamentos foram disponibilizados por produtores rurais da regiatildeo de

41

Paragominas Tambeacutem foram disponibilizados por empresaacuterios locais os

dados referentes agrave exploraccedilatildeo e transporte da madeira ateacute a empresa

referente a uma distacircncia meacutedia de 80 km

Para comparaccedilatildeo entre os valores incorridos durante periacuteodos

diferentes no tempo fez-se o deflacionamento dos custos para o periacuteodo

inicial (implantaccedilatildeo dos povoamentos) A correccedilatildeo da perda monetaacuteria causada

pela inflaccedilatildeo foi obtida por meio do Iacutendice Geral de Preccedilo ndash Disponibilidade

Interna (IGP ndash DI) o qual eacute responsaacutevel pelo registro da inflaccedilatildeo de preccedilos de

mateacuterias-primas agriacutecolas

Posteriormente os valores deflacionados foram descapitalizados para o

ano 0 (2006) a fim de facilitar a anaacutelise econocircmica A descapitalizaccedilatildeo foi

obtida pela seguinte foacutermula

1198810 =119881119899

(1 + 119894)119899 Eq 6

Em que

1198810 = valor inicial correspondente ao periacuteodo de implantaccedilatildeo do povoamento

(R$)

119881119899 = valor final correspondente ao ano j (R$)

119894 = taxa de juros (6 aa) e

119899 = nuacutemero de periacuteodos (anos)

25 CLASSIFICACcedilAtildeO DOS CUSTOS

Para o caacutelculo dos custos de produccedilatildeo do paricaacute foi adotada a

metodologia descrita pelo Instituto de Economia Agriacutecola (IEA) oacutergatildeo vinculado

agrave Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo Neste

caso foram considerados os custos efetivos de produccedilatildeo ou seja aquele

dinheiro efetivamente desembolsado pelo proprietaacuterio para o pagamento da

mateacuteria-prima produtos ou serviccedilos adquiridos

42

A depreciaccedilatildeo foi aqui desconsiderada pela indisponibilidade de

informaccedilotildees sobre as maacutequinas equipamentos e benfeitorias Assim

considerou-se que todos os maquinaacuterios e equipamentos utilizados para a

implantaccedilatildeo conduccedilatildeo extraccedilatildeo e transporte dos povoamentos foram de

origem terceirizada

Os custos de produccedilatildeo foram entatildeo divididos segundo sua origem

sendo classificados de acordo com a metodologia de custos proposta pelo IEA

a) Custo operacional efetivo (COE) ndash correspondente a todos os custos

expliacutecitos

b) Custo operacional total (COT) ndash correspondente ao somatoacuterio do custo

operacional efetivo e matildeo-de-obra familiar (MO)

c) Custo Total (CT) ndash soma do custo operacional total e do custo de

oportunidade (CO) que eacute a remuneraccedilatildeo do capital circulante e do capital

fixo

As foacutermulas para obtenccedilatildeo do custo operacional total e custo total

encontram-se a seguir

119862119874119879 = 119862119874119864 + 119872119874 Eq 7

119862119879 = 119862119874119879 + 119862119874 Eq 8

43

3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

31 ESTIMATIVA DE VOLUME

A partir das equaccedilotildees ajustadas por Silva et al (2013) para

povoamentos de paricaacute foi possiacutevel estimar o volume comercial e de lacircminas

em trecircs ocasiotildees no tempo e em diferentes classes de produtividade nos cinco

espaccedilamentos de plantio como pode ser observado na Tabela 2

Tabela 2 Volumes comercial (VTHA) e de lacircminas (VCHA) estimados nos diferentes espaccedilamentos de plantio de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA

Idade Espaccedil

(m)

VTHA (msup3ha) VCHA (msup3ha)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 16229 18511 19336 5638 6858 7915

3x3 - 15498 18126 - 6163 7671

3x4 - 13328 15983 - 5476 7009

4x4 7133 13551 14623 2800 5705 6468

5x5 7351 8790 13093 3191 4124 6231

6 a

no

s

3x2 15173 16865 18439 5370 6411 7666

3x3 - 14606 17439 - 5912 7473

3x4 - 12325 15244 - 5188 6787

4x4 7178 11745 13410 2827 5146 6082

5x5 7115 8867 11705 3118 4158 5759

7 a

no

s

3x2 14315 15607 16406 5144 6054 7029

3x3 - 13920 16489 - 5706 7170

3x4 - 11890 14648 - 5052 6590

4x4 7028 11464 13067 2783 5055 5967

5x5 7020 8726 11515 3087 4109 5690

Em que VTHA= volume comercial por hectare VCHA= volume de lacircminas por hectare Espaccedil= espaccedilamento de plantio

A divisatildeo dos povoamentos em classes de produtividade eacute explicada

por Oliveira et al (2008) Segundo os autores a estratificaccedilatildeo realizada por

44

meio de classes de produtividade resulta em estimativas de volume mais

precisas proacuteximo agrave idade de corte Por isso a adoccedilatildeo das trecircs classes

A falta de informaccedilotildees nos espaccedilamentos intermediaacuterios 3x3 e 3x4 m

na classe de produtividade baixa ocorreu pela ausecircncia de povoamentos

nestas condiccedilotildees de siacutetio

A diferenccedila no volume comercial de madeira foi de 323 entre os

espaccedilamentos extremos 3x2 e 5x5 m na classe de produtividade alta sendo

maior o volume nos menores espaccedilamentos Resultados semelhantes foram

encontrados por Macedo et al (2005) com povoamentos de Teca em Minas

Gerais e Hoffmann (2009) em seu trabalho sobre caracterizaccedilatildeo

dendromeacutetrica e rendimento em laminaccedilatildeo de paricaacute na regiatildeo de

Paragominas PA

A diferenccedila no volume tem comportamento exponencial agrave medida em

que se utilizam siacutetios de menor produtividade sendo constatada uma diferenccedila

de 525 e 547 no volume entre os espaccedilamentos extremos nas classes

de produtividade meacutedia e baixa respectivamente Comportamento semelhante

foi observado para o volume de lacircminas de paricaacute Houve diferenccedila crescente

no volume entre os espaccedilamentos extremos sendo menor na classe de

produtividade alta (213)

Aos 6 anos a diferenccedila no volume entre os espaccedilamentos extremos foi

superior agrave idade anterior Na classe de produtividade alta a diferenccedila no

volume comercial foi de 365 Jaacute o volume de lacircminas abrangeu diferenccedila de

249

Nos siacutetios de baixa produtividade o volume comercial de madeira no

espaccedilamento 3x2 m foi 177 menor comparado ao de produtividade alta

Esta porcentagem encontra-se dentro do intervalo indicado por Morales et al

(2010) para povoamentos de pinus Segundo os autores a produtividade do

pinus foi reduzida entre 14 a 36 nos diferentes siacutetios de produccedilatildeo

Nos espaccedilamentos 4x4 e 5x5 m esta diferenccedila foi mais significativa

com aproximadamente 465 e 392 respectivamente Isso se deve entre

outras coisas agrave morte natural das plantas com diacircmetros mais acentuados

tornando mais expressiva a reduccedilatildeo de volume

Comparando a produccedilatildeo de paricaacute em relaccedilatildeo a idade de corte pode

ser observada uma reduccedilatildeo no volume de madeira do quinto para o sexto ano

45

Este comportamento pode ser resultado do autodesbaste caracteriacutestico da

espeacutecie Por se tratar de uma espeacutecie pioneira ela atinge o aacutepice de

incremento na idade meacutedia de 5 anos sendo mais viaacutevel seu corte neste

periacuteodo (CARVALHO 2007)

Balloni e Simotildees (1980) anteriormente jaacute haviam afirmado que a

porcentagem de aacutervores dominadas e mortas cresce com o avanccedilo da idade

sendo mais intenso e precoce nos espaccedilamentos mais apertados Por isso a

idade de corte deve ser definida em funccedilatildeo do ritmo de crescimento

espaccedilamento finalidade da madeira e suas interaccedilotildees

32 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO

O levantamento de custos como citado anteriormente seguiram a

metodologia sugerida pelo Instituto de Economia Agriacutecola ndash IEA sendo

agrupados por atividade

321 Custo operacional efetivo ndash COE

Todas as atividades desde a implantaccedilatildeo ateacute a exploraccedilatildeo dos

povoamentos de paricaacute foram identificadas e os gastos estimados para

obtenccedilatildeo dos custos efetivamente desembolsados pelo produtor sendo que os

custos foram deflacionados e descapitalizados para o ano de 2006 A soma

dos custos das atividades desenvolvidas durante este periacuteodo com corte aos

5 6 e 7 anos podem ser observadas na Tabela 3

Nos povoamentos em estudo os custos de implantaccedilatildeo variaram entre

R$80000 a R$180000 entre os espaccedilamentos extremos sendo menor

quanto menor o nuacutemero de plantas por hectare Este montante representa

entre 18 e 26 do custo total de produccedilatildeo de paricaacute demonstrando sua

importacircncia em relaccedilatildeo agrave outros custos

46

Tabela 3 Custo Operacional Efetivo (COE) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006

Idade Espaccedilamento

(m)

COE do volume comercial (R$ha) COE do volume de lacircminas (R$ha)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 501646 501646 501646 648938 667703 674487

3x3 - 437995 437995 - 586899 608517

3x4 - 408969 408969 - 540219 562057

4x4 388309 388309 388309 468849 521642 530459

5x5 369666 369666 369666 451856 463692 499083

6 a

no

s

3x2 512608 512608 512608 639852 652755 664594

3x3 - 451539 451539 - 574684 595999

3x4 - 423545 423545 - 529527 551493

4x4 404176 404176 404176 471255 505786 518322

5x5 385283 385283 385283 451891 465242 486598

7 a

no

s

3x2 527155 527155 527155 637832 646772 652303

3x3 - 465086 465086 - 573035 590806

3x4 - 436693 436693 - 530595 549673

4x4 416824 416824 416824 477086 507776 518871

5x5 398191 398191 398191 458394 470202 489495

47

O custo no espaccedilamento 5x5 m foi semelhante ao encontrado por Silva

et al (2004) para a implantaccedilatildeo de 1 ha de eucalipto na regiatildeo de Brasiacutelia

quando os valores foram corrigidos para o mesmo periacuteodo demonstrando

semelhanccedila na implantaccedilatildeo das duas culturas

Nos povoamentos analisados natildeo houve diferenccedilas nos custos para

implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo nos plantios com classes de produtividade distintas

os quais objetivavam a produccedilatildeo de volume comercial Em contrapartida

houve o acreacutescimo de gastos a medida em que se reduziu os espaccedilamentos

de plantio ou seja quanto menor a aacuterea ocupada por plantas maiores os

gastos com alinhamento marcaccedilatildeo de covas coveamento plantio e adubaccedilatildeo

Em relaccedilatildeo ao volume de lacircminas ocorreu a distinccedilatildeo dos custos entre

classes de produtividade uma vez que os custos com colheita e transporte

estatildeo relacionados com o volume colhido Assim em classes de produtividade

alta e menor espaccedilamento de plantio o COE foi superior em comparaccedilatildeo aos

outros povoamentos analisados

Como observado aos 5 anos natildeo houve diferenccedila no COE

independente da classe de produtividade nos povoamentos em que satildeo

mensurados o volume comercial de madeira Isso foi reflexo da quantidade de

plantas inseridas no local que no plantio foram invariaacuteveis independente da

qualidade do terreno O mesmo foi notado quando se estimou os custos para

exploraccedilatildeo de madeira aos 7 anos

A reduccedilatildeo no COE da produccedilatildeo de lacircminas com o aumento da idade

de exploraccedilatildeo eacute explicado pela reduccedilatildeo ocorrida no volume de madeira

causado pela mortalidade das plantas como observado no trabalho de Silva et

al (2013) Assim diminuem-se proporcionalmente os custos com colheita

transporte e outras atividades de manutenccedilatildeo

322 Custo operacional total ndash COT

O custo operacional total envolveu o COE e a matildeo-de-obra familiar

considerada aqui como o custo de administraccedilatildeo ou seja os proprietaacuterios dos

48

povoamentos eram os responsaacuteveis pela administraccedilatildeo dos plantios A

participaccedilatildeo do COT pode ser observada na Tabela 4

O custo da matildeo-de-obra foi considerado como um custo operacional

efetivo pois natildeo houve somente um gasto mas um desembolso ou seja uma

saiacuteda de caixa Jaacute a matildeo-de-obra familiar eacute parte do custo de produccedilatildeo pois

consistiu em uma alocaccedilatildeo de recurso produtivo (matildeo-de-obra) para a geraccedilatildeo

do produto (madeira) representando cerca de 10 dos custos de produccedilatildeo

Observando a tabela 4 pode-se notar que o maior custo de

administraccedilatildeo foi obtido para o espaccedilamento 3x2 m quando o objetivo era a

laminaccedilatildeo com custo de aproximadamente R$67450 Jaacute o espaccedilamento 5x5

m com objetivo de venda da floresta em peacute obteve o menor custo com

aproximadamente R$37000 por hectare

Resultados semelhantes foram encontrados para a produccedilatildeo de

madeira aos 6 anos Os menores custos de administraccedilatildeo estatildeo relacionados

aos menores custo de implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo dos povoamentos Aos 6 anos

o custo de administraccedilatildeo no espaccedilamento 5x5 m em classe de produtividade

alta com o objetivo de produccedilatildeo de lacircminas foi de aproximadamente R$48660

e R$38528 quando se objetivou a venda da madeira em peacute

Os custos de administraccedilatildeo tambeacutem foram reduzidos a medida em que

se aumentou o tempo para exploraccedilatildeo dos povoamentos devido a reduccedilatildeo do

volume por hectare sendo outro indicio de que esta espeacutecie deve ser

explorada logo aos 5 anos apoacutes o plantio

49

Tabela 4 Custo Operacional Total (COT) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006

Idade Espaccedilamento

(m)

COT do volume comercial (R$ha) COT do volume de lacircminas (R$ha)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 551811 551811 551811 713832 734473 741936

3x3 - 481795 481795 - 645589 669368

3x4 - 449865 449865 - 594241 618263

4x4 427140 427140 427140 515733 573807 583505

5x5 406633 406633 406633 497042 510062 548991

6 a

no

s

3x2 563869 563869 563869 703837 718031 731053

3x3 - 496693 496693 - 632152 655599

3x4 - 465900 465900 - 582479 606642

4x4 444594 444594 444594 518380 556365 570155

5x5 423812 423812 423812 497080 511767 535258

7 a

no

s

3x2 579871 579871 579871 701615 711449 717534

3x3 - 511595 511595 - 630338 649886

3x4 - 480362 480362 - 583655 604641

4x4 458507 458507 458507 524794 558554 570758

5x5 438010 438010 438010 504233 517223 538444

50

323 Custo total ndash CT

O custo total foi obtido pelo COT acrescido da remuneraccedilatildeo paga ao

capital investido e ao custo da Terra (TABELA 5)

Apoacutes contabilizados todos os custos foi possiacutevel inferir que para o

volume comercial em espaccedilamentos mais adensados o custo total foi 2294

maior do que nos plantios mais espaccedilados independente da classe de

produtividade Jaacute em povoamentos onde o objetivo do plantio era a venda de

lacircminas ocorreu uma variaccedilatildeo nos custos em fator da classe de produtividade

e espaccedilamento de plantio

A venda da madeira aos 6 anos culminou em um acreacutescimo de 67 a

86 em comparaccedilatildeo com os mesmos povoamentos sendo explorados aos 5

anos Para a produccedilatildeo de lacircminas o aumento dos custos foi menos

expressivo No espaccedilamento 3x2 m em classe de produtividade baixa o

aumento foi de 34

A exploraccedilatildeo de povoamentos aos 7 anos foi 1347 a 1596 maior

em relaccedilatildeo a exploraccedilatildeo aos 5 anos e 726 a 801 para 6 anos Estes

nuacutemeros confirmam que os custos tecircm crescido proporcionalmente com o

passar do tempo

Os custos com a remuneraccedilatildeo do capital investido e pelo uso da terra

correspondem em meacutedia a 24 dos custos totais de produccedilatildeo Poreacutem a

maioria dos produtores rurais deixam de contabilizar estes custos por se tratar

do pagamento pelo uso dos bens que ele jaacute possui (capital e terra) resultando

em valores de produccedilatildeo abaixo do que realmente deve ser computado

Comparando a produccedilatildeo de paricaacute e Teca no espaccedilamento 3x2 m

utilizando a mesma metodologia de custos observa-se que o custo total para

cultivo da Teca eacute de aproximadamente R$1080309 valor muito proacuteximo ao

observado para o plantio de paricaacute (SANGUINO 2009)

51

Tabela 5 Custo Total (CT) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006

Idade Espaccedilamento

(m)

CT do volume comercial (R$ha) CT do volume de lacircminas (R$ha)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 730146 730146 730146 917076 940890 949501

3x3 - 649366 649366 - 838341 865776

3x4 - 612527 612527 - 779099 806814

4x4 586308 586308 586308 688522 755523 766713

5x5 562648 562648 562648 666957 681978 726892

6 a

no

s

3x2 782537 782537 782537 949133 966026 981526

3x3 - 702582 702582 - 863811 891718

3x4 - 665930 665930 - 804688 833447

4x4 640572 640572 640572 728395 773606 790019

5x5 615836 615836 615836 703043 720523 748483

7 a

no

s

3x2 843816 843816 843816 99343 100552 101299

3x3 - 759911 759911 - 905837 92986

3x4 - 721528 721528 - 848467 874257

4x4 694669 694669 694669 776132 81762 832618

5x5 669481 669481 669481 750864 766827 792907

52

De maneira geral os custos mais expressivos satildeo referentes agrave manutenccedilatildeo

dos plantios independente do espaccedilamento adotado (Figura 3) Isso eacute

consequecircncia do maior nuacutemero de atividades desenvolvidas durante este periacuteodo

que variam desde o controle de formigas agrave manutenccedilatildeo de estradas

Figura 3 Custos totais da produccedilatildeo de paricaacute sob diferentes espaccedilamentos na regiatildeo de Paragominas PA

Nota-se no entanto que quanto maior o espaccedilamento de plantio utilizado

maiores satildeo os custos de manutenccedilatildeo por hectare Como haacute menor quantidade de

aacutervores por hectare a presenccedila de plantas invasoras eacute mais acentuada

aumentando os custos para seu controle Em contrapartida os custos por hectare

53

com adubaccedilatildeo plantio colheita e transporte diminuem jaacute que o nuacutemero de aacutervores

na aacuterea eacute reduzido

Deve-se ressaltar ainda que estes custos podem variar de acordo com a

classe de produtividade a idade em que vatildeo ser explorados os povoamentos e os

tipos de atividades empregadas que podem variar de acordo com o produtor e a

regiatildeo

54

4 CONCLUSOtildeES

O custo operacional efetivo representou em meacutedia 65 dos custos totais de

produccedilatildeo sendo o transporte o custo individual mais expressivo em todos os

espaccedilamentos analisados Jaacute a manutenccedilatildeo foi o conjunto de atividades mais

significativo nos povoamentos devido ao nuacutemero e ao longo periacuteodo para execuccedilatildeo

das atividades

Os custos totais de produccedilatildeo foram superiores em espaccedilamentos menores

independentemente da remuneraccedilatildeo ou natildeo pelo uso dos capitais permanente e

circulante

A diferenccedila nos custos entre espaccedilamentos extremos 3x2 m e 5x5 m eacute

justificada pelo maior volume de matildeo-de-obra e insumos necessaacuterios para execuccedilatildeo

das atividades em locais com maior nuacutemero de plantas por hectare

55

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE FLORESTAS PLANTADAS ndash ABRAF Anuaacuterio Estatiacutestico da ABRAF 2013 Ano base 2012 Brasiacutelia ABRAF 2013 148p Disponiacutevel em lthttpwwwabraflororgbrestatisticasABRAF13ABRAF13BR pdfgt Acesso em 19 Ago 2013 BALLONI E A SIMOtildeES J W O espaccedilamento de plantio e suas implicaccedilotildees silviculturais IPEF Piracicaba v1 n 3 p 1-16 Set 1980 (Seacuterie Teacutecnica) CAMPOS J C C LEITE H G Mensuraccedilatildeo florestal perguntas e respostas Viccedilosa UFV 2002 407p

CARVALHO P E R Paricaacute (Schizolobium amazonicum) Colombo Embrapa Florestas 2007 8p (Circular Teacutecnica 142)

COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO ndash CONAB Custo de produccedilatildeo agriacutecola a metodologia da Conab Brasiacutelia Conab 2010 60p HOFFMANN R G Caracterizaccedilatildeo dendromeacutetrica e avaliaccedilatildeo do rendimento em laminaccedilatildeo de madeira em plantios de paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) na regiatildeo de Paragominas PA 2009 (97f) Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) ndash Universidade Federal do Espiacuterito Santo Jerocircnimo Monteiro ES 2009 IBGE Paraacute Dom Eliseu 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwibgegovbrcidadesat xtrasperfilphpcodmun =150293gt Acesso em 12 Ago 2013b IBGE Paraacute Paragominas 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwibgegovbrcidadesat xtrasperfilphpcodmun= 150550ampsearch=para|paragominasgt Acesso em 12 Ago 2013a MACEDO R L G GOMES J E VENTURIN N SALGADO B G Desenvolvimento inicial de Tectona grandis LF (teca) em diferentes espaccedilamentos no municiacutepio de Paracatu MG Cerne Lavras v 11 n 1 p 61-69 janmar 2005 MATSUNAGA M et al Metodologia de custo de produccedilatildeo utilizada pelo IEA Agricultura em Satildeo Paulo Satildeo Paulo v 23 p 123-139 1976 MORALES C A S ALBUQUERQUE J A ALMEIDA J A MARANGONI J M STAHL J CHAVES D M Qualidade do solo e produtividade de Pinus taeda no planalto catarinense Ciecircncia Florestal Vol 20 No 4 Oct-Dec 2010 pp 629-640 OLIVEIRA M L R LEITE H G NOGUEIRA G S GARCIA S L R SOUZA A L Classificaccedilatildeo da capacidade produtiva de povoamentos natildeo desbastados de clones de eucalipto Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v43 n11 p1559-1567 nov 2008 PREFEITURA MUNICIPAL DE PARAGOMINAS O lago verde Paragominas 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwparagominaspagovbrgt Acesso em 23 Maio 2013

56

PREFEITURA MUNICIPAL DE DOM ELISEU O municiacutepio Dom Eliseu 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwdomeliseupagovbrgt Acesso em 23 Maio 2013 SANGUINO A C Custos de implantaccedilatildeo e rentabilidade econocircmica de povoamentos florestais com teca no estado do Paraacute Ciecircncias Agraacuterias Beleacutem n 52 p 61-78 juldez 2009 SILVA G F GEZAN S A SOARES C P B ZANETI L Z Modeling growth and yield of Schizolobium amazonicum under different spacings International Journal of Forestry Research v 2013 (2013) 10 p SILVA K R MINETTI L J FIEDLER N C VENTUROLI F MACHADO E G B SOUZA A P Custos e rendimentos operacionais de um plantio de eucalipto em regiatildeo de cerrado Aacutervore Viccedilosa-MG v28 n3 p 361-366 2004

57

CAPIacuteTULO 2

ANAacuteLISE ECONOcircMICA DA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA DE PARICAacute

RESUMO

As exigecircncias atuais de mercado aliadas agraves alternativas de investimento expressam

a necessidade de avaliaccedilatildeo econocircmica de projetos florestais Essa avaliaccedilatildeo

contribui com a escolha da melhor estrateacutegia de produccedilatildeo a fim de tornar os

produtos florestais brasileiros competitivos no mercado externo Por isso objetivou-

se neste trabalho analisar a viabilidade econocircmica de povoamentos de paricaacute sob

diferentes espaccedilamentos aleacutem de determinar economicamente a melhor forma de

plantio para produccedilatildeo de madeira Estes povoamentos foram implantados na regiatildeo

de Paragominas PA em 2006 sob os espaccedilamentos 3x2 3x3 3x4 4x4 e 5x5 m

divididos em trecircs classes de produtividade A produccedilatildeo foi entatildeo estimada para as

idades de 5 6 e 7 anos por meio de equaccedilotildees de crescimento e produccedilatildeo Os

custos do plantio agrave colheita foram disponibilizados por produtores rurais e

empresaacuterios da regiatildeo assim como o valor de venda de lacircminas A partir da

obtenccedilatildeo dos custos e receitas fez-se a anaacutelise econocircmica dos projetos Para tanto

foram utilizados os iacutendices econocircmicos e o criteacuterio do benefiacutecio perioacutedico equivalente

(BPE) como formas de avaliaccedilatildeo considerando-se a taxa de desconto de 6 como

a taxa miacutenima de atratividade Apoacutes a anaacutelise dos iacutendices e criteacuterio de avaliaccedilatildeo

econocircmica pode-se concluir que o espaccedilamento 3x3 m em classe de produtividade

alta com corte aos 5 anos foi o mais indicado pois gera o maior retorno financeiro

Para os maiores espaccedilamentos estudos ainda devem ser desenvolvidos mas

acredita-se que eles sejam alternativas financeiras viaacuteveis

Palavras-chave Criteacuterios de avaliaccedilatildeo espaccedilamentos de plantio iacutendices

econocircmicos retorno financeiro

58

CHAPTER 2

ECONOMIC ANALYSIS OF PRODUCTION PARICAacute

ABSTRACT

The current market demands combined with investment alternatives express the

need for economic evaluation of forestry projects This assessment contributes to the

choice of the best production strategy in order to make the Brazilian forest products

competitive in foreign markets Therefore this study aimed to analyze the economic

feasibility of stands of paricaacute under different spacings and economically determine

the best planting for timber production These settlements were established in the

region of Paragominas PA in 2006 under the spacings 3x2 3x3 3x4 4x4 and 5x5

m divided into three classes productivity The production was then estimated for

ages 5 6 and 7 years through equations of growth and production Costs from

planting to harvest were provided by farmers and entrepreneurs in the region as well

as the value of sales of blades From procurement costs and revenues became the

economic analysis of projects For both economic indicators and criteria periodic

benefit equivalent (BPE) as forms of assessment considering the discount rate of 6

as the hurdle rate were used After analyzing the indexes and economic evaluation

criteria it can be concluded that the spacing 3x3 m in class high productivity with cut

to 5 years was the most suitable because it generates the greatest financial return

For the larger spacings studies have yet to be developed but it is believed that they

are viable alternatives financial

Keywords Evaluation criteria planting space economic indicators financial return

59

1 INTRODUCcedilAtildeO

A implantaccedilatildeo da lei dos incentivos fiscais na deacutecada de 60 motivou o plantio

de florestas para ampliar a base florestal do Paiacutes e captar recursos para o

desenvolvimento do setor (MELLO et al 2005) Esses estiacutemulos baseavam-se na

expansatildeo florestal desconsiderando a qualidade da madeira

Nos dias atuais diante das exigecircncias de mercado da competiccedilatildeo com

outros paiacuteses e das pressotildees relacionadas ao meio ambiente o Brasil tem investido

natildeo somente em produccedilatildeo mais tambeacutem em teacutecnicas silviculturais que contribuam

com a qualidade final dos produtos aleacutem de teacutecnicas que reduzam os custos

envolvidos no processo produtivo Essas metas tecircm sido alcanccediladas por meio do

planejamento dos investimentos

Para realizar um investimento eacute necessaacuterio primeiramente organizar

formalmente os objetivos por meio de um projeto relacionando os meios de que se

dispotildee para alcanccedilaacute-los Posteriormente deve-se analisar o mercado potencial do

produto a fim de obter informaccedilotildees sobre os retornos esperados do investimento

comparativamente agraves alternativas disponiacuteveis eou viaacuteveis Assim com o

planejamento adequado das atividades eacute possiacutevel identificar as exigecircncias atuais de

mercado os caminhos a serem seguidos para entatildeo construir um referencial futuro

o qual identificaraacute a viabilidade ou natildeo da implantaccedilatildeo do projeto ao qual o

planejamento se destina (REZENDE OLIVEIRA 2008)

Para implantaccedilatildeo de um projeto aleacutem de se conhecer o horizonte de

planejamento que eacute o periacuteodo estimado durante o qual o empreendimento em

anaacutelise iraacute operar faz-se necessaacuterios tambeacutem testar a sua viabilidade teacutecnica

econocircmica financeira social ambiental e poliacutetica O teste da viabilidade econocircmica

eacute considerado o mais importante entre os paracircmetros de avaliaccedilatildeo pois consiste em

verificar se no projeto as receitas superam os custos Caso isso natildeo ocorra diz-se

que o projeto eacute insustentaacutevel desde a sua implantaccedilatildeo (FARO 1979 CHICHORRO

et al 2010)

Na avaliaccedilatildeo econocircmica para decisatildeo de que o projeto deve ou natildeo ser

implementado satildeo usadas teacutecnicas e criteacuterios de anaacutelise que comparam os custos e

as receitas inerentes ao projeto A anaacutelise de projetos consiste entatildeo na verificaccedilatildeo

60

de que determinada atividade eacute lucrativa ou natildeo considerando-se um horizonte de

planejamento (REZENDE OLIVEIRA 2008)

Existem vaacuterios meacutetodos de seleccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de projetos de

investimentos Geralmente recorre-se a meacutetodos que consideram principalmente as

atividades a serem executadas os periacuteodos de execuccedilatildeo e seus respectivos custos

os produtos e o periacuteodo de tempo que levaratildeo para serem produzidos seus preccedilos

e receitas ou seja o fluxo de caixa (CHICHORRO et al 2010)

Os meacutetodos de avaliaccedilatildeo econocircmica podem entatildeo ser divididos em dois

grupos principais O primeiro grupo compreende aqueles em que natildeo se considera a

variaccedilatildeo do capital no tempo sendo indicados para horizontes de planejamentos

muito curtos onde natildeo haacute inflaccedilatildeo Jaacute o segundo grupo considera a variaccedilatildeo do

capital no tempo podendo-se citar o valor presente liacutequido (VPL) e o benefiacutecio

perioacutedico equivalente (BPE) como exemplos (SILVA et al 2005)

A variaccedilatildeo do capital ocorre devido agrave remuneraccedilatildeo paga ao seu uso por

determinado tempo ou seja os juros Assim no final do prazo estipulado natildeo

haveraacute somente a quantia emprestada mais tambeacutem um acreacutescimo que

corresponde ao custo de oportunidade do uso do capital durante o periacuteodo de

empreacutestimo O valor a ser pago no final do periacuteodo dependeraacute da taxa de juros

correspondente a unidade de tempo considerada A Conab utiliza o percentual de

6 ao ano como a taxa de retorno para a remuneraccedilatildeo dos investimentos feitos pelo

produtor como se o capital fosse aplicado em outro investimento alternativo

(OLIVEIRA REZENDE 2004 CONAB 2010)

Tendo em vista este contexto objetivou-se neste trabalho analisar a

viabilidade econocircmica de povoamentos de paricaacute sob diferentes espaccedilamentos e

determinar economicamente o melhor espaccedilamento de plantio para produccedilatildeo de

madeira

61

2 MATERIAL E MEacuteTODOS

21 OBTENCcedilAtildeO DAS RECEITAS

A partir da estimativa dos volumes comercial (VTHA msup3ha) e de lacircminas

(VCHA m3ha) nos diferentes espaccedilamentos de plantio em diferentes

idades e classes produtivas tal como proposto no capiacutetulo 1 foram contraiacutedas as

receitas Os volumes comercial e de lacircminas estimados foram multiplicados pelo valor

meacutedio de venda disponiacutevel no boletim informativo de preccedilos disponibilizado pela

Coordenadoria Executiva da Administraccedilatildeo Tributaacuteria ndash CERAT do Estado do Paraacute

2013 Obteve-se assim a receita para cada espaccedilamento analisado

22 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS

Como se trata de projetos de investimento com a finalidade de obtenccedilatildeo de

madeira foram propostos trecircs horizontes de planejamento para os povoamentos de

paricaacute Esses horizontes se referiram ao periacuteodo de tempo que estes projetos foram

avaliados correspondendo a 5 6 e 7 anos entre a implantaccedilatildeo e colheita

Sabendo-se que eacute necessaacuterio reajustar os valores investidos durante o

periacuteodo de execuccedilatildeo do projeto utilizou-se uma taxa de desconto de 6 ao ano

como forma de remuneraccedilatildeo do capital investido considerando a caderneta de

poupanccedila como sendo o melhor investimento alternativo (OLIVEIRA REZENDE

2004) A inflaccedilatildeo identificada no periacuteodo foi obtida por meio do uso do Iacutendice Geral

de Preccedilos - Disponibilidade Interna (IGP-DI) o qual mede a variaccedilatildeo de preccedilos no

mercado A descapitalizaccedilatildeo foi realizada de acordo com a metodologia descrita no

capiacutetulo 1

Para anaacutelise da viabilidade econocircmica do projeto identificaram-se as

variaccedilotildees do capital no tempo Assim em relaccedilatildeo agrave classificaccedilatildeo do projeto de

investimento este foi considerado convencional ou seja ocorreu apenas uma

mudanccedila de sinal em seu fluxo de caixa satisfazendo as seguintes condiccedilotildees

62

119862119900 lt 0

119883119895 le 0 119901119886119903119886 119895 = 1 hellip 119896

119883119895 ge 0 119901119886119903119886 119895 = 119896 + 1 hellip 119899 119890

sum 119883119895

119899

119895=119896+1

gt sum 119883119895

119896

119895=0

Em que

Co = custo inicial (R$)

k = periacuteodo de tempo a partir do qual as receitas passaram a ser positivas

Xj = receita liacutequida de cada periacuteodo j e

n = duraccedilatildeo do projeto (anos)

Depois de identificado o tipo de projeto e tendo todos os custos jaacute calculados

no capiacutetulo 1 procedeu-se a anaacutelise econocircmica dos projetos por meio da avaliaccedilatildeo

dos iacutendices econocircmicos e do benefiacutecio perioacutedico equivalente (BPE)

23 IacuteNDICES ECONOcircMICOS DA PRODUCcedilAtildeO

Para verificar a rentabilidade do sistema produtivo os seguintes iacutendices

econocircmicos de produccedilatildeo foram utilizados

a) Renda bruta (RB)

119877119861 = 119876 times P Eq1

b) Margem bruta (MB)

119872119861 = 119877119861 minus 119862119874119864 Eq 2

c) Margem liacutequida (ML)

119872119871 = 119877119861 minus 119862119874119879 Eq 3

d) Lucro (L)

119871 = 119877119861 minus 119862119879 Eq 4

63

e) Lucratividade (Lc)

119871119888 =119871

119877119861 Eq 5

f) Iacutendice de rentabilidade (IR)

119868119877 =119872119871

119862 Eq 6

Em que

119877119861 = renda bruta (R$)

119876 = quantidade de produto vendido (un)

119875 = preccedilo unitaacuterio dos produtos (R$)

119872119861 = margem bruta (R$)

119862119874119864 = custo operacional efetivo (R$)

119872119871 = margem liacutequida (R$)

119862119874119879 = custo operacional total (R$)

119871 = lucro (R$)

119862119879 = custo total (R$)

119871119888 = lucratividade ()

119868119877 = iacutendice de rentabilidade () e

119862 = capital empatado (R$) referente ao somatoacuterio do custo fixo e circulante meacutedio

podendo-se considerar ou natildeo o custo da terra

24 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DOS PROJETOS

241 Benefiacutecio perioacutedico equivalente (BPE)

Para avaliaccedilatildeo da viabilidade econocircmica por meio do BPE a seguinte

foacutermula foi utilizada

119861119875119864 =119881119875119871[(1 + 119894)119905](1 + 119894)119899119905

(1 + 119894)119899119905 minus 1 Eq 7

64

Em que

n = duraccedilatildeo do projeto (anos)

t = nuacutemero de periacuteodos de capitalizaccedilatildeo

i = taxa de desconto e

VPL = valor presente liacutequido

O VPL foi obtido pela foacutermula

119881119875119871 = sum 119877119895

119899

119895=0

(1 + 119894)minus119895 minus sum 119862119895

119899

119895=0

(1 + 119894)minus119895

Eq 8

Em que

i = taxa de desconto (juros)

j = periacuteodo em que a receita ou o custo ocorreram

n = duraccedilatildeo do projeto (anos)

Rj = receita no final do ano j ou do periacuteodo de tempo e

Cj = custo no final do ano j ou do periacuteodo de tempo considerado

O BPE permite a comparaccedilatildeo de projetos com diferentes horizontes de

planejamento pois os custos jaacute estatildeo distribuiacutedos por unidade de tempo estando

impliacutecitas as diferenccedilas de horizontes Como o desconto dos fluxos de caixa foi

estimado a partir da ldquodata presenterdquo ou seja no periacuteodo de implantaccedilatildeo do projeto

estes foram comparados quando as consequecircncias monetaacuterias estavam em um

ponto comum do tempo

65

3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

31 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA VENDA DE MADEIRA EM PEacute

A renda bruta foi estimada por meio da multiplicaccedilatildeo do volume comercial e

comercial por hectare e o preccedilo pago por cada unidade agrave qual se admitiu um valor

miacutenimo de R$5370 msup3 para venda de ldquomadeira em peacuterdquo ou seja madeira natildeo

explorada e R$45156 msup3 a venda de lacircminas de paricaacute

Identicamente aos custos as receitas foram deflacionadas e

descapitalizadas para o ano 0 a fim de possibilitar a comparaccedilatildeo entre os valores

gastos e recebidos com essa praacutetica de produccedilatildeo A renda bruta obtida com a venda

de madeira de paricaacute pode ser observada na Tabela 1

Tabela 1 Renda bruta (RB) obtida com a produccedilatildeo de madeira de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA sem considerar o custo de laminaccedilatildeo

Idade Espaccedil

(m)

VTHA (R$ha) VCHA (R$ha)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 379731 433109 452408 1109193 1349221 1557365

3x3 - 362619 424113 - 1212472 1509318

3x4 - 311840 373961 - 1077399 1379067

4x4 166887 317064 342144 550865 1122453 1272564

5x5 172002 205671 306342 627806 811406 1226000

6 a

no

s

3x2 355004 394611 431419 1056449 1261369 1508350

3x3 - 341749 408022 - 1163130 1470243

3x4 - 288386 356682 - 1020754 1335360

4x4 167940 274794 313771 556167 1012394 1196711

5x5 166477 207478 273875 613368 817994 1133134

7 a

no

s

3x2 334925 365156 383863 1012137 1191106 1382874

3x3 - 325700 385794 - 1122613 1410651

3x4 - 278203 342718 - 993941 1296571

4x4 164441 268225 305743 547531 994496 1174049

5x5 164242 204174 269414 607295 808354 1119474

Em que Espaccedil = espaccedilamento (m) VTHA = volume comercial por hectare (msup3ha) e VCHA = volume de lacircminas por hectare (msup3ha)

66

A ausecircncia de valores na classe de produtividade baixa nos espaccedilamentos

3x3 e 3x4 m eacute proveniente da inesistecircncia de povoamentos nestas condiccedilotildees de

terreno Como se tratam de plantios independentes a falta de informaccedilotildees nestes

ambientes natildeo prejudicamalteram os resultados nas outras aacutereas em estudo

Observando a Tabela 1 eacute perceptiacutevel a diferenccedila entre a renda bruta obtida

com a venda de madeira em peacute e a explorada Para siacutetios de baixa produtividade e

com corte aos 5 anos a diferenccedila entre a venda de lacircminas e madeira em peacute foi de

aproximadamente R$729000 Esta diferenccedila ocorreu porque o custo de laminaccedilatildeo

natildeo foi contabilizado por falta de informaccedilotildees sobre o processo produtivo

Natildeo existem estudos que indiquem os custos reais de laminaccedilatildeo de paricaacute

proveniente de reflorestamento e quais as atividades necessaacuterias para transformar o

torete de madeira em lacircminas de forma eficiente e com boa qualidade

A renda resultante da venda de ldquomadeira em peacuterdquo em espaccedilamentos

menores como o 3x2 m superam os mais espaccedilados como o 4x4 e 5x5 m com

receita duas vezes maior quando comparados os espaccedilamentos 3x2 e 5x5 m Esta

tendecircncia ocorre entre classes de produtividade e tambeacutem entre idades distintas

Com o aumento da idade de corte houve diminuiccedilatildeo nas receitas em todos

os espaccedilamentos pois o volume de madeira foi reduzido Isso ocorre como jaacute citado

anteriormente provavelmente devido ao autodesbaste das plantas caracteriacutestico da

espeacutecie Entretanto os custos tambeacutem sofreram reduccedilatildeo devido ao menor nuacutemero

de plantas por hectare e esta relaccedilatildeo deve ser analisada

O comportamento da renda bruta em relaccedilatildeo a madeira explorada segue a

mesma tendecircncia citada acima ou seja o menor espaccedilamento no melhor siacutetio

produtivo aos 5 anos eacute o que indica ser o mais viaacutevel Todavia deve-se interagir

custos e receitas para se inferir sobre o espaccedilamento mais adequado para se obter

a maior lucratividade

Na Tabela 2 eacute possiacutevel observar os iacutendices em siacutetios com classe de

produtividade baixa para a venda de lacircminas de paricaacute

67

Tabela 2 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute para venda preacute-corte em classe de produtividade baixa (17 ndash 19 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

5 a

no

s

MB -121915 - - -221422 -197665

ML -172080 - - -260253 -234631

L -256915 - - -325921 -297147

L (t) -350415 - - -419421 -390647

Luc -068 - - -195 -173

Lucr (t) -092 - - -251 -227

IR -047 - - -085 -079

IR (t) -038 - - -065 -060

6 a

no

s

MB -157604 - - -236236 -218806

ML -208865 - - -276654 -257335

L -316133 - - -361232 -337959

L (t) -427533 - - -472632 -449359

Luc -089 - - -215 -203

Lucr (t) -120 - - -281 -270

IR -056 - - -088 -084

IR (t) -043 - - -065 -062

7 a

no

s

MB -192230 - - -244377 -225943

ML -244145 - - -285258 -264961

L -376891 - - -388205 -363216

L (t) -508091 - - -519405 -494416

Luc -113 - - -236 -221

Lucr (t) -152 - - -316 -301

IR -065 - - -090 -086

IR (t) -048 - - -064 -060

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

Na Tabela 2 eacute possiacutevel observar que sob as condiccedilotildees analisadas nenhum

espaccedilamento eacute viaacutevel economicamente Jaacute o comportamento dos iacutendices financeiros

em classe de produtividade meacutedia pode ser observado na Tabela 3

68

Tabela 3 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute para venda preacute-corte em classe de produtividade meacutedia (19 ndash 21 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

5 a

no

s

MB -68537 -75377 -97128 -71245 -163995

ML -118702 -119176 -138025 -110076 -200962

L -203537 -193247 -207187 -175744 -263477

L (t) -297037 -286747 -300687 -269244 -356977

Luc -047 -053 -066 -055 -128

Lucr (t) -069 -079 -096 -085 -174

IR -033 -036 -043 -036 -067

IR (t) -026 -028 -034 -027 -051

6 a

no

s

MB -117998 -109790 -135159 -129382 -177806

ML -169258 -154944 -177514 -169800 -216334

L -276527 -249433 -266145 -254378 -296958

L (t) -387927 -360833 -377545 -365778 -408358

Luc -070 -073 -092 -093 -143

Lucr (t) -098 -106 -131 -133 -197

IR -046 -046 -055 -054 -071

IR (t) -035 -034 -041 -040 -052

7 a

no

s

MB -161999 -131381 -150483 -140593 -186011

ML -213914 -177089 -193352 -181475 -225030

L -346659 -292189 -301302 -284422 -323284

L (t) -477859 -423389 -432502 -415622 -454484

Luc -095 -090 -108 -106 -158

Lucr (t) -131 -130 -155 -155 -223

IR -057 -052 -059 -057 -073

IR (t) -042 -037 -042 -040 -051

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

Os prejuiacutezos obtidos nestas condiccedilotildees do terreno satildeo menores quando

comparados com siacutetios de produtividade baixa O mesmo comportamento tambeacutem

foi observado para siacutetios de classe de produtividade alta como indicado na Tabela

4

69

Tabela 4 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute pra venda preacute-corte em classe de produtividade alta (21 ndash 24 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

5 a

no

s

MB -49238 -13882 -35007 -46165 -63324

ML -99403 -57682 -75904 -84996 -100291

L -184238 -131752 -145066 -150664 -162806

L (t) -277738 -225252 -238566 -244164 -256306

Luc -041 -031 -039 -044 -053

Lucr (t) -061 -053 -064 -071 -084

IR -027 -017 -024 -028 -034

IR (t) -022 -014 -018 -021 -026

6 a

no

s

MB -81189 -43517 -66863 -90406 -111408

ML -132450 -88671 -109217 -130823 -149937

L -239718 -183160 -197848 -215401 -230561

L (t) -351118 -294560 -309248 -326801 -341961

Luc -056 -045 -055 -069 -084

Lucr (t) -081 -072 -087 -104 -125

IR -036 -026 -034 -041 -049

IR (t) -028 -020 -025 -031 -036

7 a

no

s

MB -143292 -71287 -85969 -103075 -120771

ML -195207 -116995 -128837 -143956 -159790

L -327953 -232094 -236787 -246903 -258044

L (t) -459153 -363294 -367987 -378103 -389244

Luc -085 -060 -069 -081 -096

Lucr (t) -120 -094 -107 -124 -144

IR -052 -034 -039 -045 -052

IR (t) -038 -025 -028 -032 -036

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

A inviabilidade econocircmica observada nas trecircs condiccedilotildees produtivas podem

ter sido provenientes do baixo valor de mercado praticado na regiatildeo

Apoacutes o pagamento de todos os desembolsos efetivos restou o deacutebito de R$-

13882 para o espaccedilamento 3x3 m Esta quantia jaacute pode ser considerada como

70

prejuiacutezo do investimento mesmo sem ser contabilizados o pagamento da matildeo de

obra familiar (administraccedilatildeo) e os custos de oportunidade do capital

O menor valor resultante para o espaccedilamento 5x5 m se deve ao fato de

existirem atividades iguais aos outros espaccedilamentos que estatildeo sendo executas em

tempo maior que dos outros povoamentos aumentando assim o custo de produccedilatildeo

Jaacute os resultados encontrados para o espaccedilamento 3x3 m em classe de

produtividade alta satildeo atribuiacutedos agrave eficiecircncia das operaccedilotildees de manutenccedilatildeo dos

plantios principalmente pelo controle de plantas daninhas

Depois do pagamento de todos os desembolsos efetivos foi admitida a

remuneraccedilatildeo da matildeo de obra familiar em virtude da administraccedilatildeo das aacutereas de

plantio sendo proporcional aos custos de produccedilatildeo de paricaacute A margem liacutequida

negativa indica que o empreendimento eacute economicamente inviaacutevel O valor admitido

por este iacutendice se positivo natildeo seria o lucro gerado pois ainda natildeo foi descontado

o custo de oportunidade do capital investido

Para todos os povoamentos analisados houve lucro negativo principalmente

quando foi considerada a remuneraccedilatildeo pelo uso da terra Isso significa que o

investimento natildeo foi atrativo financeiramente Este resultado natildeo eacute interessante

economicamente ao produtor e pode trazer consequecircncias ainda piores como falta

de incentivo agrave produccedilatildeo falta de demanda para venda da madeira em idade de corte

e preccedilos ainda menores do que os praticados

Considerando-se o pagamento pelo uso da terra o prejuiacutezo obtido pelo

plantio de paricaacute variou entre 53 e 316 sendo maior quando mais amplo o

espaccedilamento de plantio Desconsiderando o pagamento pelo uso da terra o

prejuiacutezo se tornou menor estando entre 31 e 236

Este iacutendice representa a capacidade da atividade de transformar

investimento em margem liacutequida Assim desconsiderando o pagamento pelo uso da

terra tem-se que para cada real investido obteve-se entre R$-090 e R$-017 de

margem liacutequida sendo mais atrativo o espaccedilamento 3x3 m em classe de

produtividade alta Considerando o custo da terra o valor foi de R$-065 a R$-014

sendo melhor nos menores espaccedilamento de plantio

Deve-se salientar novamente que o valor do msup3 de madeira utilizado nesta

pesquisa eacute proveniente do preccedilo meacutedio praticado pelo CERAT ndash PA Valores

superiores a este encontrados na regiatildeo podem alterar estes resultados tornando

estes povoamentos atrativos financeiramente (quando superiores a R$10000 msup3)

71

32 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA LAMINADA

O comportamento observado foi semelhante ao da madeira vendida em peacute

ou seja os iacutendices financeiros apontaram que a viabilidade econocircmica aos 5 anos

foi superior agraves outras idades de exploraccedilatildeo (Tabela 5)

Tabela 5 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de baixa produtividade (17 ndash 19 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

5 a

no

s

MB 460255 - - 82016 175950

ML 395361 - - 35131 130764

L 285617 - - -44157 54349

L (t) 192117 - - -137657 -39151

Luc 026 - - -008 009

Lucr (t) 017 - - -025 -006

IR 090 - - 010 039

IR (t) 074 - - 008 030

6 a

no

s

MB 416597 - - 84912 161477

ML 352612 - - 37786 116288

L 218717 - - -60828 21725

L (t) 107317 - - -172228 -89675

Luc 021 - - -011 004

Lucr (t) 010 - - -031 -015

IR 081 - - 011 034

IR (t) 065 - - 008 026

7 a

no

s

MB 374305 - - 138713 217110

ML 322390 - - 97831 178092

L 161775 - - -5115 79837

L (t) 30575 - - -136315 -51363

Luc 016 - - -001 013

Lucr (t) 003 - - -025 -008

IR 075 - - 031 058

IR (t) 057 - - 022 041

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

72

Os iacutendices econocircmicos para as classes de produtividade meacutedia e alta

encontram-se nas Tabelas 6 e 7

Tabela 6 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de meacutedia produtividade (19 ndash 21 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

5 a

no

s

MB 681518 625573 537181 600811 347713

ML 614747 566883 483159 548647 301344

L 501830 467631 391801 460430 222928

L (t) 408330 374131 298301 366930 129428

Luc 037 039 036 041 027

Lucr (t) 030 031 028 033 016

IR 137 139 126 147 087

IR (t) 114 113 101 117 069

6 a

no

s

MB 608614 588446 491228 506607 352752

ML 543338 530977 438275 456029 306227

L 406743 410719 327467 350188 208871

L (t) 295343 299319 216067 238788 97471

Luc 032 035 032 035 026

Lucr (t) 023 026 021 024 012

IR 124 133 116 125 089

IR (t) 099 104 090 095 067

7 a

no

s

MB 544335 665533 565255 585678 418169

ML 492420 619825 522386 544796 379151

L 329553 504725 414437 441850 280896

L (t) 198353 373525 283237 310650 149696

Luc 028 045 042 044 035

Lucr (t) 017 033 028 031 019

IR 113 181 159 171 123

IR (t) 087 131 114 121 086

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

73

Tabela 7 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de alta produtividade (21 ndash 24 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5 5

an

os

MB 882878 900802 817010 742105 726917

ML 815429 839950 760805 689059 677009

L 701365 737042 665754 599351 592608

L (t) 607865 643542 572254 505851 499108

Luc 045 049 048 047 048

Lucr (t) 039 043 041 040 041

IR 181 201 193 182 187

IR (t) 150 164 156 146 148

6 a

no

s

MB 843757 874244 783868 678388 646537

ML 777297 814644 728718 626556 597877

L 638225 689925 613313 518092 496052

L (t) 526825 578525 501913 406692 384652

Luc 042 047 046 043 044

Lucr (t) 035 039 038 034 034

IR 174 198 187 168 168

IR (t) 140 156 146 129 128

7 a

no

s

MB 730571 953571 867885 765231 729289

ML 678656 907863 825016 724350 690271

L 514396 792763 717066 621403 592016

L (t) 383196 661563 585866 490203 460816

Luc 037 056 055 053 053

Lucr (t) 028 047 045 042 041

IR 154 266 252 228 224

IR (t) 119 192 180 161 157

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

Contrariamente agrave preacute-colheita a venda de madeira de paricaacute poacutes-colheita

tem demonstrado viabilidade economica para as idade classe de produtividade e

espaccedilamento analisados como observados nos iacutendices a seguir

Apoacutes o pagamento de todos os custos efetivos notou-se uma vantagem no

uso de espaccedilamentos mais adensados Nestes ambientes a margem bruta foi por

74

vezes maior que 40 em relaccedilatildeo aos maiores espaccedilamentos Poreacutem restam ainda

o pagamento pela administraccedilatildeo e uso do capital No entanto verificou-se que a

maioria dos projetos avaliados foram viaacuteveis economicamente pois se obteve

resultados positivos para a madeira laminada

A matildeo-de-obra familiar foi remunerada mantendo-se o montante positivo

Este montante foi utilizado posteriormente como forma de pagamento pelo custo de

oportunidade do capital Observa-se que este iacutendice manteve a tendecircncia de

comportamento semelhante agrave margem bruta exprimindo a viabilidade dos projetos

Lucro negativo soacute foi observado em espaccedilamentos amplos como o 4x4 e

5x5 m em classe de produtividade baixa em todos os anos analisados Isso

significa que o custo de oportunidade do uso do capital natildeo estaacute sendo remunerado

O resultado encontrado eacute consequecircncia de volume insuficiente de lacircminas

para o pagamento do processo produtivo Vale salientar que o processo de

laminaccedilatildeo natildeo foi quantificado

O intervalo de lucratividade sem considerar o pagamento pelo uso da terra

variou de -31 agrave 56 ou seja existem povoamentos que em certas condiccedilotildees

foram inviaacuteveis economicamente como eacute o caso dos espaccedilamentos 4x4 e 5x5 m

em classe de produtividade baixa com exploraccedilatildeo aos 5 anos Outros povoamentos

ao contraacuterio possuem lucratividade de 56 Como exemplo pode-se citar o 3x3 m

aos 7 anos em classe de produtividade alta

Quando se considera o pagamento pelo uso da terra a mesma tendecircncia foi

observada poreacutem a lucratividade foi menor

A capacidade da atividade em transformar o investimento em margem

liacutequida variou entre R$034 e R$266 sendo mais atrativo o espaccedilamento 3x3 m

Considerando o custo da terra o valor corresponde entre R$008 e R$192 sendo

melhor quanto menor o espaccedilamento de plantio

Considerando os valores obtidos nas Tabelas 5 6 e 7 foi possiacutevel inferir

sobre os custos maacuteximos que poderiam ser destinados agrave laminaccedilatildeo para que todas

as despesas fossem pagas obtendo lucratividade zero Na Tabela 8 eacute indicado

quais satildeo estes valores

75

Tabela 8 Valores maacuteximos a serem pagos pela laminaccedilatildeo (R$msup3)

Idade Classe produtiva (m) Espaccedilamentos (m)

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5 5

ano

s Baixa 1184 - - -1930 -533

Meacutedia 2206 2414 2238 2708 1472

Alta 3144 3550 3580 3459 3812

6 a

no

s Baixa 707 - - -2400 -1260

Meacutedia 1751 2049 1753 2033 1099

Alta 2857 3317 3292 3033 3286

7 a

no

s Baixa 131 - - -3253 -2045

Meacutedia 1189 1557 1223 1543 476

Alta 2255 2916 2883 2613 2836

Estas informaccedilotildees satildeo valores meacutedios dos espaccedilamentos para cada classe

de produtividade e idade Como pressupotildee-se que em siacutetio de melhor qualidade haacute

maior renda eacute possiacutevel o pagamento de um valor substancialmente maior do que

em classe de produtividade meacutedia Observa-se ainda a inviabilidade da praacutetica de

laminaccedilatildeo em classe de produtividade baixa independente da idade de corte pois a

receita foi menor que os custos mesmo sem a laminaccedilatildeo Essa consideraccedilatildeo

reforccedila os argumentos de suporte sobre os menores espaccedilamentos serem os mais

apropriados para o plantio de paricaacute

33 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA

331 Benefiacutecio perioacutedico equivalente ndash BPE

Para a taxa de 6 aa em povoamentos natildeo explorados o BPE obtido

variou entre R$-24042 e R$-8005 para os espaccedilamentos 4x4 e 3x3 m

respectivamente (Tabela 9) Isso indica que o espaccedilamento 3x3 m na classe de

produtividade alta com corte aos 5 anos eacute o que resultou no menor prejuiacutezo

financeiro sob estas condiccedilotildees analisadas Jaacute o 4x4 m em classe de produtividade

baixa com corte aos 7 anos foi a pior escolha de investimento

76

Tabela 9 BPE de plantios de paricaacute situados na regiatildeo de Paragominas PA

Idade Espaccedil

(m)

BPE (VTHA) BPE (VCHA)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 -15515 -12312 -11154 17037 30010 41982

3x3 - -11695 -8005 - 27958 44123

3x4 - -12531 -8804 - 23408 39845

4x4 -19655 -10645 -9140 -2749 27526 35861

5x5 -17929 -15909 -9868 3161 13276 35456

6 a

no

s

3x2 -19068 -16692 -14483 13023 24305 38193

3x3 - -15066 -11090 - 24543 41296

3x4 - -16069 -11971 - 19548 36699

4x4 -21774 -15363 -13024 -3750 20911 30986

5x5 -20378 -17917 -13934 1204 12432 29663

7 a

no

s

3x2 -22761 -20948 -19825 8894 18907 29965

3x3 - -18281 -14675 - 20779 36619

3x4 - -18827 -14957 - 16500 33111

4x4 -24042 -17815 -15564 -5944 18385 28258

5x5 -22542 -20146 -16232 -842 10264 27366

Em que Espaccedil = espaccedilamento (m) BPE (VTHA) = benefiacutecio perioacutedico equivalente para venda de madeira em peacute e BPE (VCHA) = benefiacutecio perioacutedico equivalente para venda de madeira laminada

A mesma tendecircncia foi observada em povoamentos explorados em que o

BPE variou entre R$-5944 e R$44123 sendo o espaccedilamento 3x3 m a melhor

opccedilatildeo de investimento O mesmo resultado foi obtido por Pavan et al (2010) com

plantios de eucalipto no Rio Grande do Sul para laminaccedilatildeo

Caso ocorressem mudanccedilas na taxa de desconto estas contribuiriam para o

aumento ou reduccedilatildeo dos lucros do plantio Segundo Soares et al (2003) aumentos

na taxa de desconto afetam significativamente o VPL e consequentemente o BPE

indicando que quanto menor a taxa de desconto utilizada maior seraacute a lucratividade

do projeto

A partir da anaacutelise econocircmica dos diferentes sistemas de plantio pode-se

inferir que o motivo pelo qual a classe de produtividade baixa resultou em uma das

piores alternativas financeiras estaacute relacionado ao autodesbaste das plantas neste

ambiente Como estas aacutereas dispotildeem de menores recursos eacute possiacutevel que tenha

77

ocorrido uma expressiva mortalidade de plantas devido agrave concorrecircncia por luz e

nutrientes do solo

Todos os espaccedilamentos de plantio podem ser alternativas viaacuteveis que

poderatildeo contribuir de maneira mais significativa na medida em que alcancem sua

capacidade maacutexima de incremento Isso eacute obtido com a diferenciaccedilatildeo entre os

horizontes de planejamento que natildeo podem ser idecircnticos para todos os

espaccedilamentos de plantio haja vista que as aacutervores se comportam de maneiras

diferentes nestes espaccedilamentoss devido agrave disponibilidade de recursos

Esta afirmaccedilatildeo jaacute foi comprovada em estudos realizados por Cordeiro et al

(2009) em que foi constatado que o sistema de produccedilatildeo do paricaacute em cultivo puro

sob o espaccedilamento 4x3 m nos quatro primeiros anos de cultivo natildeo apresentaram

viabilidade econocircmica sugerindo a necessidade de maior horizonte de

planejamento

78

4 CONCLUSOtildeES

O monocultivo de paricaacute em qualquer um dos espaccedilamentos analisados foi

considerado inviaacutevel por todos os criteacuterios utilizados nesta anaacutelise econocircmica

quando se objetivou a venda da madeira sem exploraccedilatildeo Essa resposta estaacute

associada ao baixo valor de mercado ao qual a espeacutecie estaacute subordinada

A exploraccedilatildeo de madeira mesmo sendo um processo trabalhoso e

dispendioso eacute uma alternativa para se obter valores positivos com a produccedilatildeo de

paricaacute

Observando os custos e receitas oriundos de plantios de paricaacute pode-se

afirmar que espaccedilamentos mais amplos em classe de produtividade baixa satildeo

insuficientes para remunerar o processo de laminaccedilatildeo

O maior retorno financeiro foi obtido em povoamentos de paricaacute implantados

em classe de produtividade alta sob o espaccedilamento 3x3 m com exploraccedilatildeo aos 5

anos

79

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

CHICHORRO J F BAUER M O ANDRADE W S SILVA G F SANTOS F R SILVA J L NOGUEIRA M A Avaliaccedilatildeo econocircmica de projetos florestais In CHICHORRO J F BAUER M O GARCIA G O CALDEIRA M V W Toacutepicos especiais em ciecircncias florestais 1 ed Visconde do Rio Branco Suprema 2010 v 1 p 231-260 COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO ndash CONAB Custo de produccedilatildeo agriacutecola a metodologia da Conab Brasiacutelia Conab 2010 60p COORDENADORIA EXECUTIVA DA ADMINISTRACcedilAtildeO TRIBUTAacuteRIA ndash CERAT Boletim informativo de preccedilos Paraacute 2013 22p CORDEIRO I M C C SANTANA A C LAMEIRA O A SILVA I M Anaacutelise econocircmica dos sistemas de cultivo com Schizolobium parahyba var amazonicum (Huber ex Ducke) Barneby (Paricaacute) E Ananas comosus var erectifolius (L B Smith) Coppus amp Leal (Curauaacute) no municiacutepio de Aurora do Paraacute (PA) Brasil Facultad Agronomiacutea (LUZ) 2009 26 243-265 FARO C Elementos de engenharia econocircmica 3ed Satildeo Paulo Atlas 1979 328p MELLO A A CARNIERI C ARCE J E SANQUETTA C R Planejamento florestal visando agrave maximizaccedilatildeo dos lucros e a manutenccedilatildeo do estoque de carbono Cerne Lavras v 11 n 3 p 205-217 julset 2005 OLIVEIRA A D REZENDE J L P Economia Florestal Lavras UFLAFAEPE 2004 101p PAVAN J A ALVES T W SOUZA M A Viabilidade Econocircmica da Produccedilatildeo de Eucaliptos no Rio Grande do Sul Associaccedilatildeo Brasileira de Custos vol 5 n 1 78-109 JanAbr 2010 REZENDE J L P OLIVEIRA A D Anaacutelise econocircmica e social de projetos florestais Viccedilosa MG UFV 2001 389 p SILVA M L JACOVINE L A G VALVERDE S R Economia Florestal 2 ed Viccedilosa UFV 2005 178p SOARES T S CARVALHO R M M A VALE A B Avaliaccedilatildeo econocircmica de um povoamento de Eucalyptus grandis destinado a multiprodutos Aacutervore Viccedilosa-MG v27 n5 p689-694 2003

80

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A partir das condiccedilotildees estabelecidas notou-se o efeito dos espaccedilamentos

de plantio na viabilidade econocircmica dos povoamentos de paricaacute

Em relaccedilatildeo aos custos de produccedilatildeo eles devem ser separados por

atividades sendo elas preparo da aacuterea plantio adubaccedilatildeo manutenccedilatildeo colheita e

transporte laminaccedilatildeo custo de administraccedilatildeo remuneraccedilatildeo do capital investido

Dentro de cada atividade alguns custos podem sofrer a influecircncia do

nuacutemero de plantas por hectare Como exemplo pode-se citar o nuacutemero de diaacuterias

necessaacuterias para alinhamento coveamento e plantio das mudas aleacutem da

quantidade de adubo necessaacuterio para adubaccedilatildeo de cova

O maior nuacutemero de operaccedilotildees ocorre no periacuteodo de manutenccedilatildeo dos

plantios poreacutem nenhuma delas foi considerada dispendiosa Os maiores custos

individuais foram do transporte de madeira do povoamento ateacute a induacutestria em

todos os espaccedilamentos analisados devido agraves condiccedilotildees de traacutefego nas estradas

A relaccedilatildeo entre volume comercial volume laminado e os custos de

produccedilatildeo determinam entatildeo a viabilidade dos plantios sendo o espaccedilamento mais

viaacutevel aquele que consegue absorver esta relaccedilatildeo de maneira mais eficiente

Entretanto estudos ainda devem ser desenvolvidos para averiguar a relaccedilatildeo entre a

espeacutecie e os espaccedilamentos de plantio

Page 4: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE …III. Andrade, Wendel Sandro de Paula. IV. ... À Universidade Federal do Espírito Santo e à CAPES, pela estrutura e apoio

Dados Internacionais de Catalogaccedilatildeo-na-publicaccedilatildeo (CIP)

(Biblioteca Setorial de Ciecircncias Agraacuterias Universidade Federal do Espiacuterito Santo ES Brasil)

Silveira Rafaela da 1987- S587a Avaliaccedilatildeo econocircmica da produccedilatildeo de madeira de paricaacute

(Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) sob diferentes espaccedilamentos de plantio Rafaela da Silveira ndash 2014

80 f il Orientador Gilson Fernandes da Silva Coorientador Adriano Ribeiro de Mendonccedila Wendel Sandro de Paula

Andrade Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) ndash Universidade Federal

do Espiacuterito Santo Centro de Ciecircncias Agraacuterias 1 Madeira ndash exploraccedilatildeo 2 Classe de produtividade 3 Idade 4

Iacutendices econocircmicos I Silva Gilson Fernandes da II Mendonccedila Adriano Ribeiro de III Andrade Wendel Sandro de Paula IV Universidade Federal do Espiacuterito Santo Centro de Ciecircncias Agraacuterias V Tiacutetulo

CDU 630

AGRADECIMENTOS

A Deus por ter me proporcionado tantas coisas assim como este desafio Se natildeo

fosse ele eu nunca teria chegado ateacute aqui

Aos meus pais Joseacute e Lurdes que foram os que mais sofreram com a minha

ausecircncia mais me amaram incondicionalmente todos os dias

Agrave minha irmatilde Renata pelo carinho e cuidado de sempre Satildeo nos pequenos

detalhes que percebemos que os irmatildeos satildeo parte de noacutes

Agrave Universidade Federal do Espiacuterito Santo e agrave CAPES pela estrutura e apoio

financeiro para a realizaccedilatildeo deste trabalho

Ao meu orientador Gilson Fernandes da Silva o qual foi fundamental para a

conclusatildeo deste trabalho

Aos meus coorientadores Adriano Ribeiro de Mendonccedila e Wendel Sandro de Paula

Andrade pelas contribuiccedilotildees

Agrave empresa Laminit pela disponibilidade de informaccedilotildees

Aos professores Rinaldo e Franklim pelas sugestotildees

Aos amigos de Alta Floresta MT pelo carinho e pelas palavras de conforto

Aos tantos amigos que fiz em Jerocircnimo Monteiro ES Eles fizeram a distacircncia

parecer pequena

Ao Kallil Keylla e Tharcia pela amizade incondicional e verdadeira

Agrave todos do laboratoacuterio de manejo e mensuraccedilatildeo florestal em especial aos meus

ldquoirmatildeos de orientaccedilatildeordquo Diego Cezana Onair Rafael Bridi Braacuteulio e Evandro que

foram minha famiacutelia durante este periacuteodo

Agrave Sanderleacuteia Ana Paula e Cristiani pela convivecircncia e paciecircncia

Agrave todos aqueles que de alguma forma colaboraram para a execuccedilatildeo do presente

trabalho meus sinceros agradecimentos

ldquoSou muito grata agraves adversidades que apareceram na minha vida pois elas me

ensinaram a toleracircncia a simpatia o auto-controle a perseveranccedila e outras

qualidades que sem essas adversidades eu jamais conheceriardquo

E por fim a Napoleon Hill que sabiamente escreveu estas palavras

BIOGRAFIA

RAFAELA DA SILVEIRA filha de Joseacute Antonio da Silveira e Maria de

Lourdes da Silveira nasceu em 06 de novembro de 1987 no municiacutepio de Alta

Floresta no Estado de Mato Grosso Brasil

Concluiu o Ensino Meacutedio na Escola Prof Marines Faacutetima de Saacute Teixeira de

Alta Floresta em 2005 Em 2006 ingressou na Universidade Estadual de Mato

Grosso (UNEMAT) em Alta Floresta - MT graduando-se em Engenharia Florestal

em dezembro de 2009 No mesmo ano especializou-se em Geoprocessamento pela

Uniatildeo das Faculdades de Alta Floresta (UNIFLOR)

Em marccedilo de 2012 iniciou o curso de mestrado do Programa de Poacutes-

Graduaccedilatildeo Strictu Sensu em Ciecircncias Florestais na linha de pesquisa Manejo

Florestal na Universidade Federal do Espiacuterito Santo em Jerocircnimo Monteiro ndash ES

submetendo-se agrave defesa da dissertaccedilatildeo em fevereiro de 2014

Enquanto suspiramos por uma vida

sem dificuldades devemos nos

lembrar que o carvalho cresce forte

atraveacutes de ventos contraacuterios e que os

diamantes satildeo formados sob

pressatildeo

(Peter Marshall)

RESUMO

SILVEIRA R Avaliaccedilatildeo econocircmica da produccedilatildeo de madeira de paricaacute

(Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) sob diferentes espaccedilamentos de

plantio 2014 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) ndash Universidade

Federal do Espiacuterito Santo Jerocircnimo Monteiro ES Orientador Prof Dr Gilson

Fernandes da Silva Coorientadores Prof Dr Adriano Ribeiro de Mendonccedila e Prof

Dr Wendel Sandro de Paula Andrade

O paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) eacute uma espeacutecie nativa que

vem ganhando destaque entre os plantios comerciais na regiatildeo amazocircnica pelas

suas caracteriacutesticas de crescimento e produccedilatildeo para muacuteltiplos usos Por tal motivo

objetivou-se neste trabalho avaliar o efeito dos espaccedilamentos de plantio na anaacutelise

econocircmica da produccedilatildeo de madeira de paricaacute Para tanto os dados utilizados neste

estudo satildeo originaacuterios de povoamentos homogecircneos plantados sob os

espaccedilamentos 3x2 3x3 3x4 4x4 e 5x5 m localizados entre os municiacutepios de Dom

Elizeu e Paragominas Estado do Paraacute Estes povoamentos foram inventariados

anualmente ateacute o quinto ano sendo analisadas trecircs classes de produtividade em

cada espaccedilamento sendo elas Baixa (17 - 19 m) Meacutedia (19 ndash 21 m) e Alta (21 - 24

m) Posteriormente com auxiacutelio de modelagem os volumes total e laminado foram

estimados aos 5 6 e 7 anos Estimado o volume e identificados todos os custos de

produccedilatildeo estes foram deflacionados pelo IGP-DI e posteriormente

descapitalizados Assim procedeu-se a anaacutelise econocircmica por meio da metodologia

desenvolvida pelo Instituto de Economia Agriacutecola oacutegatildeo vinculado agrave Secretaria de

Agricultura e Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo juntamente com o criteacuterio do

benefiacutecio perioacutedico equivalente Como resultado obteve-se que o custo operacional

efetivo representou em meacutedia 65 dos custos totais de produccedilatildeo sendo o

transporte o custo individual mais expressivo em todos os espaccedilamentos

analisados As anaacutelises econocircmicas indicaram que o monocultivo de paricaacute

independente do espaccedilamento foi inviaacutevel quando se objetivou a venda da madeira

sem exploraccedilatildeo Essa resposta estaacute associada ao baixo valor de mercado ao qual a

espeacutecie estaacute subordinada A exploraccedilatildeo de madeira mesmo sendo um processo

trabalhoso e dispendioso eacute uma alternativa para se obter valores positivos com a

produccedilatildeo de paricaacute Logo pode-se inferir que o maior retorno financeiro eacute obtido em

povoamentos de paricaacute implantados em classe de produtividade alta sob o

espaccedilamento 3x3 m com exploraccedilatildeo aos 5 anos Entretanto para os maiores

espaccedilamentos de plantio estudos ainda devem ser desenvolvidos

Palavras-chave Classe de produtividade idade iacutendices econocircmicos

ABSTRACT

SILVEIRA R Economic evaluation of the production of wood paricaacute

(Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) under different planting spacings

2014 Dissertation (Master of Forest Science) - Federal University of Espiacuterito Santo

Jerocircnimo Monteiro ES Advisor Prof Dr Gilson Fernandes da Silva

Coorientadores Prof Dr Adriano Ribeiro de Mendonccedila and Prof Dr Wendel Sandro

de Paula Andrade

Paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) is a native species that has

been gaining prominence among commercial plantations in the Amazon region its

growth characteristics and production for multiple uses For this reason the aim of

this study was to evaluate the effect of planting space in economic analysis of timber

production paricaacute For this the data used in this study originate homogeneous stands

planted under the spacings 3x2 3x3 3x4 4x4 and 5x5 m located in the State of

Paraacute These stands were inventoried annually by fifth year and analyzed three

classes of productivity in each spacing which are Low (17 ndash 19 m) Medium (19 ndash 21

m) and High (21 ndash 24 m) Later with the aid of modeling the total and laminate

volumes were estimated at 5 6 and 7 years Estimate the volume and identified all

the costs these were deflated by the IGP ndash DI and subsequently undercapitalized

Thus we proceeded to the economic analysis using the methodology developed by

the Institute of Agricultural Economics along with the criterion periodic benefit

equivalent As a result it was found that the actual operating costs represented on

average 65 of total costs of production transportation and the most expressive

individual cost in all spacings analyzed The economic analysis indicated that the

monoculture paricaacute regardless of spacing was impracticable when used to sell the

timber without exploitation This response is associated with low market value to

which the species is subject The logging even being a laborious and costly process

an alternative is to give positive values to the production of paricaacute Therefore it can

be inferred that the greatest financial return is obtained in stands of paricaacute deployed

in class high productivity under the 3x3 m spacing with operating at 5 years

However for larger planting space studies have yet to be developed

Keywords Productivity class age economic indices

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO GERAL 11

11 OBJETIVO GERAL 13 12 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 13

2 REVISAtildeO DE LITERATURA 14

21 PARICAacute 14 211 Descriccedilatildeo botacircnica e anatocircmica do paricaacute 14 212 Caracteriacutesticas silviculturais do paricaacute 15 213 Utilizaccedilatildeo do paricaacute 16

22 CRESCIMENTO E PRODUCcedilAtildeO DO PARICAacute 17 23 RENDIMENTO EM LAMINACcedilAtildeO DE PARICAacute 18 24 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO 19

241 Teoria dos custos 19 242 A importacircncia dos custos 21 243 Classificaccedilatildeo dos custos 21 244 Componentes do custo 22 245 Iacutendices econocircmicos 24 246 Custos na empresa florestal 26

25 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DE PROJETOS FLORESTAIS 27

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 28

CAPIacuteTULO 1 31

RESUMO 31

ABSTRACT 32

1 INTRODUCcedilAtildeO 33

2 MATERIAL E MEacuteTODOS 35

21 AacuteREA EM ESTUDO 35 22 ESTIMATIVA DA PRODUCcedilAtildeO 36 23 DESCRICcedilAtildeO DAS ATIVIDADES 38 24 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS 39 25 CLASSIFICACcedilAtildeO DOS CUSTOS 41

3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 43

31 ESTIMATIVA DE VOLUME 43 32 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO 45

321 Custo operacional efetivo ndash COE 45 322 Custo operacional total ndash COT 47 323 Custo total ndash CT 50

4 CONCLUSOtildeES 54

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 55

CAPIacuteTULO 2 57

RESUMO 57

ABSTRACT 58

1 INTRODUCcedilAtildeO 59

2 MATERIAL E MEacuteTODOS 61

21 OBTENCcedilAtildeO DAS RECEITAS 61 22 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS 61 23 IacuteNDICES ECONOcircMICOS DA PRODUCcedilAtildeO 62 24 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DOS PROJETOS 63

241 Benefiacutecio perioacutedico equivalente (BPE) 63

3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 65

31 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA VENDA DE MADEIRA EM PEacute 65 32 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA LAMINADA 71 33 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA 75

331 Benefiacutecio perioacutedico equivalente ndash BPE 75

4 CONCLUSOtildeES 78

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 79

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 80

11

1 INTRODUCcedilAtildeO GERAL

As florestas naturais somavam em 2007 cerca de 4 bilhotildees de hectares

cobrindo aproximadamente 30 da superfiacutecie terrestre segundo informaccedilotildees da

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION ndash FAO (2007) Deste montante cerca

de metade da vegetaccedilatildeo ainda estaacute concentrada em cinco paiacuteses sendo o Brasil o

detentor da segunda maior cobertura florestal do planeta

Segundo o Sistema Nacional de Informaccedilotildees Florestais ndash SNIF (2014)

estimava-se que 69 desta cobertura teriam potencial produtivo Com isso ampliou-

se a participaccedilatildeo do setor florestal brasileiro no comeacutercio mundial Entretanto o

setor ainda encontra dificuldades na expansatildeo dos seus negoacutecios especialmente a

regiatildeo amazocircnica devido agraves restriccedilotildees impostas pela legislaccedilatildeo frente ao apelo

ambiental que a regiatildeo desperta em resposta a ocupaccedilatildeo desordenada

Com a implantaccedilatildeo de novas normas de exploraccedilatildeo reduziu-se a

disponibilidade de madeira no mercado expondo-se entatildeo a necessidade de fontes

alternativas para produccedilatildeo de mateacuteria-prima Assim a partir da praacutetica de

reflorestamento estaacute sendo possiacutevel ampliar o estoque de madeira para atender as

demandas atuais e futuras

Em 2012 o consumo brasileiro de madeira em tora proveniente de plantios

florestais foi de 1824 milhotildees de metros cuacutebicos (msup3) um indicador 72 superior

ao de 2011 (ABRAF 2013) Isso indica que a praacutetica do reflorestamento eacute uma

alternativa de negoacutecio que se expandiu no ultimo ano

Segundo o SNIF (2014) o Brasil deteacutem as melhores tecnologias na

silvicultura de eucalipto e outras espeacutecies vecircm sendo estudadas entre elas a acaacutecia

(Acacia mangium Willd) a seringueira (Hevea brasiliensis (Willd ex Adr de Juss)

Muell-Arg) e o paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) Em 2012 a aacuterea

ocupada por plantios florestais de espeacutecies natildeo convencionais como acaacutecia

araucaacuteria poacutepulus teca seringueira e paricaacute foi de 521131 ha representando

72 da aacuterea total de plantios florestais no Brasil (ABRAF 2013) Esta participaccedilatildeo

ainda que pequena se deve agraves caracteriacutesticas de crescimento e produccedilatildeo obtidas

por estas espeacutecies

Na regiatildeo amazocircnica o paricaacute eacute a espeacutecie que vem ganhando destaque

entre os plantios comerciais pelas suas caracteriacutesticas de crescimento e produccedilatildeo

12

para muacuteltiplos usos tornando crescente a demanda industrial por madeira de

lacircminas e compensados para a qual a espeacutecie eacute utilizada (MARQUES et al 2006)

Os primeiros registros com o plantio de paricaacute no Estado do Paraacute constam

da deacutecada de 1950 os quais tinham o objetivo de preservar a caracteriacutestica da

floresta amazocircnica em espaccedilos puacuteblicos e de fomentar estudos sobre o

comportamento e caracteriacutesticas das espeacutecies plantadas (MARQUES et al 2006)

Desde entatildeo muitos plantios foram registrados no Paraacute e em toda regiatildeo

amazocircnica e vaacuterios estudos foram desenvolvidos podendo-se destacar Hoffmann

(2009) Vidaurre et al (2012) Santos (2012) e Corteletti (2013) que trabalharam

com povoamentos de paricaacute localizados entre os municiacutepios de Dom Elizeu e

Paragominas estado do Paraacute Estes estudos comprovaram o alto potencial de

produccedilatildeo madeireira do paricaacute e servem como incentivo para que se estabeleccedilam

novos povoamentos Embora jaacute se tenham muitos plantios com esta espeacutecie na

Amazocircnia ainda satildeo necessaacuterios estudos com o objetivo de identificar as

caracteriacutesticas dendromeacutetricas avaliar a qualidade da madeira e sua produccedilatildeo

A atenccedilatildeo deve ser direcionada tambeacutem para os custos de produccedilatildeo

destes povoamentos que vecircm sendo estabelecidos na regiatildeo amazocircnica Natildeo

existem estudos suficientes que comprovem a lucratividade desta atividade Os

estudos que se tecircm disponiacuteveis ainda satildeo muito geneacutericos e as informaccedilotildees

carentes de dados do processo de implantaccedilatildeo da cultura

O monitoramento do processo produtivo tem sido realizado para identificar

os custos de produccedilatildeo sendo um instrumento necessaacuterio para se avaliar (medir) a

eficiecircncia das empresas Outra teacutecnica utilizada eacute a avaliaccedilatildeo econocircmica dos

projetos que testam a viabilidade de sua execuccedilatildeo

Para testar a viabilidade econocircmica dos projetos florestais faz-se necessaacuterio

o emprego de teacutecnicas econocircmicas sendo as mais tradicionais aquelas em que se

calculam o valor presente liacutequido (VPL) a taxa interna de retorno (TIR) e o benefiacutecio

perioacutedico equivalente (BPE) Este uacuteltimo sendo empregado frequentemente para

projetos com diferentes horizontes de planejamento (REZENDE OLIVEIRA 2001)

O teste da viabilidade econocircmica tem por finalidade estudar a capacidade

financeira do empreendimento a fim de verificar a possibilidade de sua

implementaccedilatildeo por meio da capacidade de sobrevivecircncia no mercado e da

identificaccedilatildeo dos fatores que podem dificultar as possibilidades de ecircxito do mesmo

comprovando-se assim a sua necessidade de execuccedilatildeo

13

11 OBJETIVO GERAL

Avaliar o efeito dos espaccedilamentos de plantio na anaacutelise econocircmica da

produccedilatildeo de madeira de paricaacute

12 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

a) Definir os custos de produccedilatildeo de povoamentos de paricaacute

b) Identificar os custos de produccedilatildeo mais afetados pelos espaccedilamentos

de plantio

c) Avaliar a participaccedilatildeo individual dos custos no processo de

implantaccedilatildeo colheita e transporte e

d) Identificar o espaccedilamento que forneceraacute o maior retorno econocircmico

por meio de indicadores e criteacuterio de avaliaccedilatildeo

14

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

21 PARICAacute

A espeacutecie Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke foi descoberta por

Huber e descrita por Ducke em 1922 sendo vulgarmente conhecida como pinho-

cuiabano paricaacute-da-amazocircnia paricaacute-da-terra-firme (Mato Grosso) paricaacute paricaacute-

grande faveira (Paraacute) canafista canafiacutestula fava-canafiacutestula (Acre) bandarra

(Rondocircnia) guapuruvu-da-amazocircnia (Distrito federal) aleacutem de cereboacute (Boliacutevia)

tambor (Colocircmbia) gavilaacuten (Costa Rica) pachaco (Equador) palo de judiacuteo palo de

picho (Meacutexico) e pashaco (Peru) (CARVALHO 2007)

Ocorre naturalmente em toda regiatildeo amazocircnica principalmente no Mato

Grosso Paraacute Amazonas e Rondocircnia no Brasil aleacutem de outros paiacuteses como Peru

Boliacutevia Colocircmbia e Venezuela (SOUZA et al 2005) Sobrevive em mata primaacuteria e

secundaacuteria de terra firme e vaacuterzea alta notadamente nas formaccedilotildees do tipo floresta

densa e floresta aberta em solos argilosos e altitudes de ateacute 800 metros

(CARVALHO 1994 ROSA 2006a)

A espeacutecie eacute tolerante a solos de baixa fertilidade e adapta-se agrave precipitaccedilatildeo

meacutedia anual de 1600 mm a 5850 mm e temperatura meacutedia de 248 ordmC (CRESPO et

al 1995) Por ser uma espeacutecie essencialmente helioacutefila natildeo tolera baixas

temperaturas (CARVALHO 2007)

211 Descriccedilatildeo botacircnica e anatocircmica do paricaacute

Segundo o sistema de classificaccedilatildeo de Cronquist a espeacutecie Schizolobium

amazonicum pertence agrave famiacutelia Caesalpiniaceae (Leguminosae Caesalpinioideae)

sendo da divisatildeo Magnoliophyta (Angiospermae) da classe Magnoliopsida

(Dicotyledonae) e ordem das Fabales

O paricaacute eacute uma aacutervore deciacutedua que pode atingir 40 m de altura e 100 cm de

DAP (diacircmetro a altura do peito medido a 130 m do solo) na idade adulta

15

(CARVALHO 2007) Seu tronco eacute ciliacutendrico e reto com casca de cor cinza clara

podendo conter sapopemas A madeira eacute macia leve com textura grossa gratilde direita

e irregular cerne creme-avermelhado e alburno creme-claro Tecircm faacutecil

processamento mas baixa durabilidade natural (SOUZA et al 2005)

Rosa (2006a) trabalhando com a botacircnica anatomia e tecnologia de paricaacute

comprovou que ao longo do crescimento vegetativo a espeacutecie pode possuir

caracteriacutesticas dendroloacutegicas diferenciadas em termos de coloraccedilatildeo da casca e do

surgimento de sapopemas

212 Caracteriacutesticas silviculturais do paricaacute

As sementes de paricaacute possuem alto grau germinativo podendo chegar a

90 Isso pode ser comprovado em estudos realizados por Lameira et al (2000)

com a propagaccedilatildeo do paricaacute por meio de sementes submetidas a processos

mecacircnicos fiacutesicos e quiacutemicos de quebra de dormecircncia Nesse estudo foi constatado

que as sementes possuem um percentual de germinaccedilatildeo de 80 a 90

O paricaacute possui entretanto dificuldade em seu manejo por seu elevado teor

de umidade e susceptibilidade ao ataque de microorganismos aleacutem da dormecircncia

tegumentar que necessita de tratamentos preacute-germinativos (ROSA 2006b

CARVALHO 2007)

Para o armazenamento de sementes eacute recomendado um periacuteodo maacuteximo de

12 meses tendo em vista que a partir do oitavo mecircs ocorre reduccedilatildeo na viabilidade

das sementes como pode ser observado no trabalho de Rosa (2006a) sobre a

ecologia e silvicultura do paricaacute

Apoacutes serem retiradas do armazenamento as sementes podem ser plantadas

de duas maneiras colocando-se as sementes para germinar em canteiros

(sementeiras) ou semeando-as diretamente na embalagem plaacutestica Ambas as

opccedilotildees permitem sobrevivecircncia de no miacutenimo 80 das plantas sendo

consideravelmente aceitaacutevel (SOUZA et al 2003)

No que se refere a implantaccedilatildeo de povoamentos uma atenccedilatildeo especial

deve ser direcionada agrave escolha do espaccedilamento a ser utilizado No Estado do Paraacute

diversos espaccedilamentos tem sido adotados (3x3 m 4x4 m 3x4 m 5x4 m 6x4 m)

16

principalmente em plantios mais antigos estando os mais recentes em maior

padronizaccedilatildeo com espaccedilamentos de 4x4 m Isso provavelmente se deve agrave

facilidade de mecanizaccedilatildeo (MARQUES et al 2006) Aleacutem disso estudos vecircm

comprovando que o espaccedilamento 4x4 m eacute mais utilizado pois proporciona a melhor

relaccedilatildeo entre crescimento em altura e diacircmetro das aacutervores (ROSA 2006b)

Em sistemas silviculturais mais adensados ou em plantios puros o paricaacute

tem demonstrado crescimento inicial em altura bastante raacutepido sendo necessaacuterios

desbastes para manter equiliacutebrio adequado entre a retirada de indiviacuteduos de

qualidade inferior doentes ou danificados e a manutenccedilatildeo de espaccedilamento

aproximadamente regular entre as plantas Deve-se ressaltar entretanto que a

espeacutecie eacute bastante suscetiacutevel aos danos causados por ventos fortes principalmente

nos estaacutegios iniciais de desenvolvimento As aacutervores isoladas e plantas da

bordadura satildeo mais propensas a quebras poreacutem estes danos satildeo bastante

reduzidos com a presenccedila de mata ou de relevo ondulado nas proximidades que

possam proteger o povoamento e reduzir esses efeitos do vento (SOUZA et al

2003)

No estudo realizado por Rondon (2002) concluiu-se que ateacute o terceiro ano o

paricaacute eacute altamente vulneraacutevel ao vento principalmente nos espaccedilamentos 4x2 m e

2x2 m Por tal motivo medidas preventivas devem ser tomadas no iniacutecio da

implantaccedilatildeo deixando-se uma faixa de mata nativa em torno do plantio Desta

maneira sob os espaccedilamentos 15x15 m 2x2 m 3x2 m 3x3 m 4x2 m 4x3 m e 4x4

m avaliadas pelo autor os dois uacuteltimos foram os que proporcionaram maiores

crescimentos em altura e diacircmetro

213 Utilizaccedilatildeo do paricaacute

Essa espeacutecie eacute bastante utilizada na produccedilatildeo de lacircminas meacutedias ou parte

interna de compensados caixotaria leve portas e parquete tendo em vista que

pode ser alcanccedilado o rendimento de ateacute 80 de aproveitamento da madeira no

processo de laminaccedilatildeo (MARQUES et al 2006)

17

Ela pode ser utilizada para produccedilatildeo energeacutetica assim como a produccedilatildeo de

papel e celulose por sua facilidade de branqueamento Propriedades medicinais

tambeacutem podem ser encontradas principalmente na casca (CARVALHO 2007)

Carvalho (2007) afirma ainda que esta espeacutecie tem grande potencial para

recuperaccedilatildeo de aacutereas degradadas Por ser uma espeacutecie pioneira o paricaacute tem bom

desenvolvimento na maioria dos solos amazocircnicos contribuindo com

sombreamento o desenvolvimento de espeacutecies cliacutemax que por ventura se

estabeleccedilam na aacuterea

O paricaacute pode ser utilizado ainda para artesanato sendo seu uso mais

comum na fabricaccedilatildeo de brinquedos saltos para calccedilados e aeromodelismo

(SOUZA et al 2003)

22 CRESCIMENTO E PRODUCcedilAtildeO DO PARICAacute

O crescimento e a produccedilatildeo de um povoamento florestal dependem da

idade da capacidade produtiva do grau de utilizaccedilatildeo do potencial produtivo do lugar

e de tratamentos silviculturais (SCOLFORO 2006 CAMPOS LEITE 2009) Esta

relaccedilatildeo pode ser mensurada por meio de modelos de crescimento e produccedilatildeo

mecaniacutesticos ou empiacutericos sendo este uacuteltimo o mais utilizado

Santos (2012) estudando o crescimento e produccedilatildeo de plantios de paricaacute

sob diferentes espaccedilamentos ajustou o modelo logiacutestico para estimar o crescimento

em diacircmetro e volume das aacutervores em cada espaccedilamento em funccedilatildeo da idade O

autor observou efeito significativo do espaccedilamento sobre as variaacuteveis diacircmetro

quadraacutetico e volume em todas as idade evidenciando a dependecircncia entre os

fatores

Neste mesmo estudo foi constatado que a maior diferenccedila entre as meacutedias

do diacircmetro quadraacutetico e o volume foi entre os espaccedilamentos extremos 3x2 m e 5x5

metros Assim o maior crescimento em diacircmetro quadraacutetico foi verificado no espaccedilo

vital com 25 msup2 e o maior crescimento em volume por aacuterea no espaccedilamento de 6msup2

Anteriormente Hoffmann (2009) jaacute havia verificado a influecircncia do diacircmetro

no rendimento da laminaccedilatildeo em que o aumento do diacircmetro promoveu maior

rendimento O mesmo foi observado por Silva et al (2013)

18

23 RENDIMENTO EM LAMINACcedilAtildeO DE PARICAacute

A produccedilatildeo de lacircminas em escala comercial surgiu a partir do seacuteculo XX

sendo impulsionada no Brasil na deacutecada de 30 com o objetivo de confeccionar

madeira compensada que tem como mateacuteria-prima paineacuteis de lacircminas de madeira

Este material eacute submetido a um processo de colagem e prensagem com adesivos

resistentes ou agrave prova drsquoaacutegua tendo muacuteltiplas aplicaccedilotildees na construccedilatildeo civil na

fabricaccedilatildeo de moacuteveis formas para concreto embalagens transporte e aplicaccedilotildees

agriacutecolas (BORDUELLE IWAKIRI MARTINS et al 2006 IWAKIRI PRATA 2008)

A qualidade da laminaccedilatildeo eacute influenciada por caracteriacutesticas da espeacutecie

(densidade da madeira) caracteriacutesticas do fuste (diacircmetro e forma) e gratilde (direccedilatildeo e

inclinaccedilatildeo) e por condiccedilotildees operacionais do equipamento (velocidade de corte

ajuste da geometria da faca e barra de pressatildeo afiaccedilatildeo da faca) sendo que a

automaccedilatildeo dos equipamentos tem resultado em lacircminas de maior qualidade e

produtividade (TSOUMIS 1991)

Esta busca pela qualidade e produtividade tem aumentado o interesse nos

estudos sobre a prognose do crescimento e da produccedilatildeo de povoamentos e do

processo de laminaccedilatildeo Isto ocorre porque as empresas florestais procuram

investimentos soacutelidos devido aos compromissos de longo prazo assumidos

As estimativas da produccedilatildeo de mateacuteria-prima e do rendimento do produto

final contribuem com o planejamento da empresa em relaccedilatildeo a novos investimentos

novos produtos a serem lanccedilados no mercado aleacutem da viabilidade do projeto em

execuccedilatildeo e de futuros investimentos Por isso faz-se necessaacuterio conhecer todo o

processo produtivo do produto com o qual se estaacute trabalhando

A laminaccedilatildeo da madeira pode ser obtida por meio de duas formas

comerciais

a) Lacircminas torneadas ndash obtidas a partir do ldquodesenrolamentordquo de toras grossas

relativamente curtas utilizando torno laminador

b) Lacircminas faqueadas ndash obtidas a partir de cortes planos realizados por

faqueadeira em peccedila de madeira em bloco

Independentemente do meacutetodo de obtenccedilatildeo de lacircminas um dos objetivos da

empresa florestal eacute a busca pelo aumento da produtividade Estas informaccedilotildees satildeo

obtidas por meio do acompanhamento do processo de transformaccedilatildeo das aacutervores

19

em lacircminas e a partir dos valores obtidos subtrai-se o produto final da quantidade

de madeira que iniciou o processo obtendo-se assim o rendimento

Para o paricaacute o rendimento encontrado em estudos realizados por Hoffmann

(2009) foi de aproximadamente 5031 em aacutervores aos 5 anos Jaacute Melo (2012)

alcanccedilou rendimento meacutedio de 59 Este autor afirma ainda que o rendimento em

laminaccedilatildeo pode ser facilmente estimado por meio de variaacuteveis dendromeacutetricas da

tora obtendo-se menores perdas para aacutervores com maiores diacircmetros

O resultado encontrado por Melo (2012) eacute semelhante ao de Bortoletto

Juacutenior e Belini (2002) para outra espeacutecie do mesmo gecircnero Estudando a produccedilatildeo

de lacircminas e compensados de guapuruvu (Schizolobium parayba (Vell) Blake)

proveniente de plantios mistos de espeacutecies nativas estes autores observaram que o

rendimento do processo de laminaccedilatildeo foi de aproximadamente 61 em lacircminas

verdes Isso demonstra que o gecircnero Schizolobium pode conter boas caracteriacutesticas

para laminaccedilatildeo

24 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO

241 Teoria dos custos

Segundo Pinto et al (2008) algumas terminologias devem ser consideradas

na contabilidade de custos

Gasto esforccedilo realizado pela empresa para obtenccedilatildeo de um bem ou serviccedilo

Investimento gasto com bens ou serviccedilos que traratildeo benefiacutecios futuros

Despesa consumo direto ou indireto com bens e serviccedilos com a finalidade

de obtenccedilatildeo de receitas

Perda gasto natildeo intencional decorrente de fatores externos e

Custos gastos acumulados para executar uma atividade fabricar um

produto ou adquirir uma mercadoria

Essas definiccedilotildees podem ser interpretadas como ilustrada na Figura 1

20

Figura 1 Forma esquemaacutetica da distribuiccedilatildeo de gastos Fonte Adaptado de Pinto et al (2008)

Aleacutem das terminologias apresentadas faz-se necessaacuterio definir orccedilamento

anaacutelise de projeto e o caacutelculo do custo de produccedilatildeo uma vez que satildeo peccedilas

fundamentais para o teste de viabilidade econocircmica do projeto

O orccedilamento tem por objetivo a verificaccedilatildeo preacutevia de gastos e a anaacutelise de

projetos objetiva a avaliaccedilatildeo econocircmica de investimentos que seratildeo realizados Jaacute o

caacutelculo do custo de produccedilatildeo por sua vez tem por objetivo quantificar o custo por

unidade produzida sendo este sempre realizado apoacutes o fim do ciclo de produccedilatildeo

O custo por produto encontrado eacute entatildeo comparado com receita obtida com

as vendas do produto e com o montante de capital utilizado na produccedilatildeo a fim de

serem calculados os indicadores econocircmicos para aquela atividade ou seja o custo

de produccedilatildeo de uma empresa eacute determinado pelas condiccedilotildees fiacutesicas de produccedilatildeo

pelo preccedilo dos recursos e pela conduta economicamente eficiente do proprietaacuterio

Custo eacute entatildeo o preccedilo pelo qual se obteacutem um bem (FERGUSON 2003)

O caacutelculo dos custos de produccedilatildeo por sua vez natildeo eacute uma tarefa faacutecil haja

visto que haacute um grande nuacutemero de informaccedilotildees que devem ser administradas para

que se tenha no final do periacuteodo de produccedilatildeo todos os custos referentes agravequela

atividade Por isso o aconselhaacutevel eacute que se faccedila o registro dos gastos

preferencialmente por atividade para facilidade de obtenccedilatildeo dos resultados

Custos

Investimentos

Despesas

PerdasUso para execuccedilatildeo de atividades adquirir mercadorias e fabricar produtos

Gastos que seratildeo usados no futuro para geraccedilatildeo de receita

Gastos que jaacute foram utilizados para geraccedilatildeo de receita

Gastos que natildeo foram usados para geraccedilatildeo de receita

21

242 A importacircncia dos custos

Para Hildebrand (1995) os custos geralmente contribuem para a anaacutelise a

curto meacutedio e longo prazo que geram informaccedilotildees importantes para o planejamento

e mensuraccedilatildeo da eficiecircncia de operaccedilotildees atividades e processos de produccedilatildeo da

empresa a avaliaccedilatildeo de alternativas de investimento novos negoacutecios e novos

sistemas de produccedilatildeo (processos maacutequinas e equipamentos entre outros)

O setor florestal trabalha geralmente a longo prazo que eacute um horizonte de

planejamento em que a curva de custo de produccedilatildeo corresponde agrave despesa com a

aquisiccedilatildeo dos fatores ao longo do caminho de expansatildeo Isto significa que para cada

niacutevel de produccedilatildeo existiraacute uma combinaccedilatildeo dos fatores variaacuteveis de miacutenimo custo

que junto com os fatores fixos permite a produccedilatildeo de determinada quantidade

(SIMONSEN1971 FERGUSON 2003) A ausecircncia do conhecimento sobre custos

provavelmente levaraacute a maacute aplicaccedilatildeo do capital de giro menor lucro menor

rentabilidade ameaccedilas a estabilidade econocircmica financeira e ao crescimento da

empresa (FERREIRA 2007)

243 Classificaccedilatildeo dos custos

Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo vaacuterios meacutetodos satildeo encontrados na

literatura sendo selecionado o modelo a partir da caracteriacutestica do produto ou do

modelo de produccedilatildeo que estaacute sendo analisado Em funccedilatildeo disso o Instituto de

Economia Agriacutecola ndash IEA oacutergatildeo vinculado agrave Secretaria de Agricultura e

Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo desenvolveu uma metodologia para o setor

agriacutecola designado Meacutetodo do Custo Operacional

Na metodologia do custo operacional se incluem apenas as despesas

efetivamente desembolsadas pelo produtor mais a depreciaccedilatildeo de maacutequinas e

benfeitorias e o custo estimado da matildeo-de-obra familiar Assim a remuneraccedilatildeo de

todos os outros fatores de produccedilatildeo natildeo incluiacutedos fica a cargo do resiacuteduo ou seja a

diferenccedila entre o custo operacional e o valor de venda do produto (MATSUNAGA et

al 1976)

22

O esquema da estrutura do custo de produccedilatildeo utilizada pelo IEA pode ser

visualizado a seguir

Figura 2 Estrutura dos custos de produccedilatildeo utilizada pelo IEA Fonte Nachiluk e Oliveira (2012) sup1 Contribuiccedilatildeo de Seguridade Social Rural

244 Componentes do custo

Os custos podem ser denominados custos expliacutecitos e impliacutecitos Os

desembolsos realizados satildeo denominados custos expliacutecitos segundo Pindyck e

Rubinfeld (1994) os quais abrangem remuneraccedilotildees de matildeo de obra salaacuterios e

custos de materiais e locaccedilatildeo de propriedades aleacutem do custo de oportunidade Eles

satildeo importantes pois envolvem pagamentos diretamente feitos pela empresa a

outras empresas e pessoas com as quais faz negoacutecios

Jaacute os custos impliacutecitos natildeo satildeo diretamente desembolsados no processo de

produccedilatildeo mas natildeo podem deixar de ser considerados uma vez que se constituem

de fato em dispecircndios Sua mensuraccedilatildeo se daacute de maneira indireta por meio da

atribuiccedilatildeo de valores que deveratildeo representar o custo de oportunidade de seu uso

Nesta categoria enquadram-se os gastos com depreciaccedilatildeo de benfeitorias

instalaccedilotildees maacutequinas e implementos agriacutecolas e remuneraccedilatildeo do capital fixo e da

terra (CONAB 2010)

Custo operacional

Custo operacional efetivo (COE)

Despesas com operaccedilotildees

Pagamentos de salaacuterios

Gastos com maacutequinas equipamentos e

implementos

Despesas com materiais

Sementes fertilizantes corretivos defensivos

sacarias etc

Encargos sociais

Custo operacional total (COT)

Depreciaccedilatildeo com maacutequinas juros de custeio e CSSRsup1

23

A classificaccedilatildeo proposta pelo IEA compreende elementos diferenciados

poreacutem de faacutecil interpretaccedilatildeo e mais adequado agrave tomada de decisotildees Assim

segundo Matsunaga et al (1976) essa classificaccedilatildeo eacute composta dos seguintes

custos

a) Custo Operacional Efetivo ndash COE

O custo operacional efetivo envolve todos os custos expliacutecitos ou seja o

custo de todos os recursos de produccedilatildeo que exigem desembolso por parte da

empresa para sua recomposiccedilatildeo excluindo-se a matildeo-de-obra familiar

Assim mesmo que determinado produto tenha sido adquirido no periacuteodo

anterior por exemplo deveraacute ser contabilizado aqui pois em algum momento houve

o desembolso para a compra do mesmo Nesse caso eacute importante que seja utilizado

o preccedilo de mercado atual e natildeo o valor pago anteriormente devido ao custo de

oportunidade

b) Custo Operacional Total ndash COT

O custo operacional total envolve a soma do COE o valor da matildeo-de-obra

familiar e as depreciaccedilotildees que equivalem a apenas uma parte dos custos fixos

b1) Depreciaccedilatildeo

A depreciaccedilatildeo corresponde ao custo indireto exigido para acumular fundos

para substituiccedilatildeo do capital investido em bens produtivos de longa duraccedilatildeo

inutilizados pela idade uso e obsolescecircncia

b2) Valor da Matildeo-de-obra Familiar

Este valor deve ser definido considerando-se o custo de oportunidade ou

seja quanto o produtor ganharia se estivesse trabalhando em outra atividade

Considerando-se eacute claro o mesmo niacutevel teacutecnico para desenvolvimento das duas

atividades

24

c) Custo Total ndash CT

Custo total nada mais eacute que a soma do COT com o valor da remuneraccedilatildeo do

capital imobilizado com a atividade

Todo o capital investido na empresa tem custo de oportunidade uma vez

que seu uso na empresa implica deixar de empregaacute-lo noutra atividade alternativa

Por definiccedilatildeo o retorno potencial desse capital na melhor alternativa possiacutevel de

utilizaccedilatildeo forneceria a medida desse custo de oportunidade Como essa estimativa

nem sempre eacute faacutecil eacute expediente comum estimar o custo de oportunidade a partir do

retorno que o capital teria se em vez de aplicado na empresa fosse investido no

mercado financeiro como por exemplo na caderneta de poupanccedila

245 Iacutendices econocircmicos

Os iacutendices econocircmicos apresentados pelo IEA segundo Matsunaga et al

(1976) satildeo

2451 Renda Bruta (RB)

A renda bruta vem a ser o valor da produccedilatildeo ou seja tudo que eacute produzido

vezes o preccedilo do produto

Embora a Renda Bruta permita saber o quanto eacute recebido pelo produto

produzido ela natildeo diz o quanto desse valor iraacute sobrar Isso porque eacute preciso retirar o

custo de produccedilatildeo Sendo assim eacute necessaacuterio que se faccedila a anaacutelise de

rentabilidade da atividade

2452 Margem Bruta (MB)

Eacute calculada pela subtraccedilatildeo do custo operacional efetivo da renda bruta ou

seja eacute a retirada de todos os custos ocorridos sendo mais produtiva agrave medida que

resulta em valores positivos

25

2453 Margem Liacutequida (ML)

Eacute calculada pela subtraccedilatildeo do custo operacional total da renda bruta sendo

um indicativo de lucratividade Comparando-se duas empresas de igual atividade

aquela que tem maior Margem Liacutequida eacute a que possui melhor rentabilidade no

negoacutecio incluindo-se aiacute a questatildeo operacional financeira e extra-operacional

Isso quer dizer que se a ML for positiva todos os desembolsos estatildeo sendo

pagos aleacutem da depreciaccedilatildeo e a matildeo-de-obra familiar Caso contraacuterio a depreciaccedilatildeo

eou a matildeo-de-obra natildeo estatildeo sendo efetivamente pagas e a empresa estaacute se

descapitalizando

2454 Lucro (L)

O lucro vem a ser o resultado da subtraccedilatildeo da renda bruta gerada pela

venda dos produtos no mercado menos o custo total de produccedilatildeo incorrido na sua

geraccedilatildeo Simplificadamente nada mais eacute do que o resultado positivo deduzido das

vendas os custos e despesas

2455 Lucratividade (Luc)

Eacute a relaccedilatildeo do valor do lucro com o montante de vendas ou seja divide-se o

valor do lucro pela quantidade vendida (renda bruta)

2456 Iacutendice de Rentabilidade (IR)

Eacute uma medida do retorno de um investimento Calcula-se dividindo o lucro

obtido (margem liacutequida) pelo valor do investimento inicial (capital empatado) Pode-

se dizer que a rentabilidade eacute a quantidade de dinheiro que o investidor ganha para

cada quantia investida

26

246 Custos na empresa florestal

Nas empresas em geral os custos satildeo classificados em funccedilatildeo de suas

necessidades de informaccedilotildees Geralmente eles satildeo divididos por operaccedilotildees ou

setores da atividade como viveiro plantaccedilotildees tratos culturais exploraccedilatildeo florestal

atividades especiais (coleta de sementes entre outros) implantaccedilatildeo de infra-

estrutura e administraccedilatildeo (BREPOHL 1980)

Em termos econocircmicos os componentes do custo satildeo agrupados de

acordo com sua funccedilatildeo no processo produtivo nas categorias de custos variaacuteveis

custos fixos custo operacional e custo total (CONAB 2010)

Na determinaccedilatildeo da idade oacutetima de corte de povoamentos florestais eacute

necessaacuterio estudar caso a caso cada componente dos custos e das receitas

envolvidas no processo de produccedilatildeo da madeira Tudo isso pelo fato do setor

florestal conter operaccedilotildees de longo prazo Por tal motivo a anaacutelise de custos pode

ter dois enfoques a anaacutelise ex-ante ou seja antes das operaccedilotildees ocorrerem e ex-

post apoacutes terem ocorrido (GRACcedilA et al 2000)

Entre os custos analisados deve-se considerar tambeacutem a depreciaccedilatildeo que

segundo Hildebrand (1995) pode ser definida como a diminuiccedilatildeo do valor dos bens

ativos resultante do desgaste pelo uso accedilatildeo da natureza ou por obsolescecircncia

teacutecnica Assim com o tempo para tornar possiacutevel a reposiccedilatildeo do equipamento eacute

necessaacuterio acumular periodicamente uma reserva em um fundo que permitiraacute no

fim de um periacuteodo a aquisiccedilatildeo de um novo equipamento

Baseados nas necessidades do setor florestal vaacuterios estudos sobre a

viabilidade econocircmica de plantios vem sendo desenvolvidos para as mais variadas

espeacutecies arboacutereas como os obtidos por Souza et al (2003) e o Centro de Pesquisa

do Paricaacute ndash CPP Deve-se ressaltar no entanto a afirmaccedilatildeo feita por Marques et al

(2006) em que os autores concluiacuteram que o custo meacutedio para implantaccedilatildeo e

conduccedilatildeo dos povoamentos podem variar conforme a regiatildeo as teacutecnicas de preparo

de solo os tratos silviculturais adotados entre outros

27

25 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DE PROJETOS FLORESTAIS

Do ponto de vista teacutecnico Oliveira e Rezende (2004) afirmam que dois ou

mais projetos podem ser compatiacuteveis quando a execuccedilatildeo de um natildeo afeta a

implementaccedilatildeo do outro ou incompatiacuteveis em caso contraacuterio Jaacute do ponto de vista

econocircmico eles podem ser dependentes quando haacute uma relaccedilatildeo de rentabilidade

entre ambos ou independentes quando nenhum eacute afetado

Estas informaccedilotildees satildeo importantes para o bom planejamento das atividades

florestais uma vez que o investimento em um projeto deve ser baseado em um

horizonte de planejamento na maioria das vezes de longo prazo podendo variar de

finito como no caso de um plantio florestal ou infinito em um manejo sustentado de

floresta nativa (CHICHORRO et al 2010)

Para realizar a anaacutelise econocircmica eacute importante considerar a vida econocircmica

do projeto Ela corresponde ao tempo que ele produziraacute lucro a vida fiacutesica de

maacutequinas e construccedilotildees o periacuteodo de anaacutelise onde se consideram os efeitos do

projeto Aleacutem do horizonte de construccedilatildeo relacionado agrave demanda do produto e o

horizonte de dados que se refere ao periacuteodo de tempo em que eacute possiacutevel prever o

fluxo de caixa (REZENDE OLIVEIRA 2001)

A avaliaccedilatildeo econocircmica ou financeira de projetos baseia-se entatildeo no fluxo

de caixa que consiste nos custos e nas receitas distribuiacutedos ao longo da vida uacutetil do

empreendimento Os meacutetodos mais recomendados para avaliaccedilatildeo econocircmica de

projetos florestais satildeo (REZENDE OLIVEIRA 2001) valor presente liacutequido (VPL)

taxa Interna de Retorno (TIR) custo (ou Benefiacutecio) Perioacutedico Equivalente (CPE ou

BPE) custo Meacutedio de Produccedilatildeo (CMPr) razatildeo Benefiacutecio (receita)Custo (BC) e

tempo de Recuperaccedilatildeo do Capital

28

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE PRODUTORES DE FLORESTAS PLANTADAS ndash ABRAF ANUAacuteRIO estatiacutestico da ABRAF Brasiacutelia ABRAF 2012 Disponiacutevel em lthttpwwwabraflororgbrestatisticasABRAF12-BRaspgt Acesso em 28 jul 2013 BORTOLETTO JUacuteNIOR G BELINI U L Produccedilatildeo de lacircminas e manufatura de compensados a partir da madeira de guapuruvu (Schizolobium parayba Blake) proveniente de um plantio misto de espeacutecies nativas Cerne v8 n2 p001-016 2002 BORDUELLE G M IWAKIRI S MARTINS D Fatores que influenciam no rendimento em laminaccedilatildeo de Pinus spp Floresta e Ambiente v12 n2 p 35 - 41 NovDez2006 BREPOHL D Custos em empreendimentos florestais Curitiba FUPEF nov 1980 18p (seacuterie teacutecnica n4) CAMPOS J C C LEITE H G Mensuraccedilatildeo florestal perguntas e respostas 3 ed Viccedilosa UFV 2009 548 p CARVALHO P E R Espeacutecies florestais brasileiras recomendaccedilotildees silviculturais potencialidades e uso da madeira Colombo Embrapa Florestas 1994 640p CARVALHO P E R Paricaacute (Schizolobium amazonicum) Colombo Embrapa Florestas 2007 8p (Circular Teacutecnica 142) CHICHORRO J F BAUER M O ANDRADE W S SILVA G F SANTOS F R SILVA J L NOGUEIRA M A Avaliaccedilatildeo econocircmica de projetos florestais In CHICHORRO J F BAUER M O GARCIA G O CALDEIRA M V W Toacutepicos especiais em ciecircncias florestais 1 ed Visconde do Rio Branco Suprema 2010 v 1 p 231-260 COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO ndash CONAB Custo de produccedilatildeo agriacutecola a metodologia da Conab Brasiacutelia Conab 2010 60p CORTELETTI R B Anaacutelise de tronco aplicada agrave avaliaccedilatildeo de crescimento de aacutervores de paricaacute 2013 (82f) Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) ndashUniversidade Federal do Espiacuterito Santo Jerocircnimo Monteiro ES 2013 CRESPO T R MINNICK G VARGAS J Evaluacioacuten de algunas leguminosas en el troacutepico de Cochabamba Bolivia In EVANS D O SZOTT L T (ed) Nitrogen fixing trees for acid soils proceedings of a workshop Morrilton NFTA Winroch International 1995 p 103-112 FERGUSON C E Microeconomia 20 ed Rio de Janeiro Forense Universitaacuteria 2003 610p FERREIRA J A Custos industriais uma ecircnfase gerencial Satildeo Paulo STS 2007 172p

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31

CAPIacuteTULO 1

CUSTOS DA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA DE PARICAacute

RESUMO

O setor de florestas plantadas brasileiro vem perdendo espaccedilo no mercado

internacional pelo alto custo necessaacuterio agrave produccedilatildeo Por isso haacute a necessidade

de se investigar quais os custos mais onerosos do processo produtivo para

entatildeo se montar uma estrateacutegia de reduccedilatildeo de custos a fim de tornar o

reflorestamento novamente competitivo no mercado Deste modo objetivou-se

no trabalho estimar a produccedilatildeo de paricaacute (Schizolobium amazonicum) aos 5 6

e 7 anos em trecircs classes de produtividade e em cinco espaccedilamentos de

plantio identificando os principais custos de produccedilatildeo aleacutem dos mais afetados

pelos espaccedilamentos de plantio na regiatildeo de Paragominas PA A estimativa de

volume foi obtida segundo metodologia proposta por Silva et al (2013) e os

custos de produccedilatildeo desde as atividades de preparo da aacuterea ateacute a colheita e

transporte foram disponibilizados por produtores rurais e empresaacuterios da

regiatildeo Posteriormente fez-se a anaacutelise dos custos por meio da metodologia do

custo operacional em que se considera apenas as despesas efetivamente

desembolsadas pelo agricultor somadas agrave depreciaccedilatildeo e matildeo-de-obra familiar

Assim inferiu-se que o espaccedilamento 3x2 m foi superior em volume diante dos

outros espaccedilamentos analisados Em relaccedilatildeo agrave analise de custos o custo

operacional efetivo representou em meacutedia 65 dos custos totais de produccedilatildeo

sendo o transporte o custo individual mais expressivo em todos os

espaccedilamentos analisados Jaacute a manutenccedilatildeo foi o conjunto de atividades mais

significativo nos plantios devido ao nuacutemero e ao longo periacuteodo para sua

execuccedilatildeo Os custos totais de produccedilatildeo foram superiores em espaccedilamentos

menores independentemente da remuneraccedilatildeo ou natildeo pelo uso dos capitais

permanente e circulante

Palavras-chave Custo operacional efetivo espaccedilamento idade

produtividade

32

CHAPTER 1

PRODUCTION COST PARICAacute

ABSTRACT

The planted forest sector in Brazil has been losing ground in the international

market by the high cost needed for production Therefore there is a need to

investigate what the most expensive costs of the production process to then

build a strategy to reduce costs in order to become competitive again

reforestation in the market Thus the aim of the study was to estimate the

production of paricaacute (Schizolobium amazonicum) at 5 6 and 7 years in three

productivity classes and five planting space identifying the major costs of

production and those most affected by planting space in the region of

Paragominas PA The volume estimate was obtained according to the

methodology proposed by Silva et al (2013) and production costs since the

activities of preparation of the area to harvest and transport were provided by

farmers and entrepreneurs in the region Subsequently made to cost analysis

using the methodology of the operating cost which considers only the expenses

actually disbursed by the farmer together with the depreciation and labor

family labor Thus it was inferred that the spacing 3x2 m was higher by volume

on the other spacings analyzed Regarding the analysis of costs the effective

operating cost represented on average 65 of total production costs and

transport the most significant single cost in all spacings analyzed Have

maintenance was the most significant set of activities in plantations due to the

number and the time period for its implementation The total production costs

were higher in the smaller spacing regardless of whether or not for the use of

permanent and circulating capital

Keywords Effective operational cost spacing age productivity

33

1 INTRODUCcedilAtildeO

A crescente dificuldade em se obter madeira de florestas nativas tem

motivado empresaacuterios agrave praacutetica do reflorestamento Nesses plantios vaacuterias

espeacutecies tecircm sido utilizadas sendo o paricaacute a espeacutecie nativa de maior

expressatildeo na regiatildeo norte do paiacutes principalmente no estado do Paraacute

Segundo a ABRAF (2013) em 2012 foram plantados 87901 hectares

de paricaacute nos estados do Paraacute Tocantins e Maranhatildeo O aumento da aacuterea de

plantio nos uacuteltimos anos eacute justificado pela boa aceitaccedilatildeo desta espeacutecie no

mercado madeireiro devido aos seus variados fins como a produccedilatildeo de

lacircmina e compensado forros palitos papel moacuteveis aleacutem de peccedilas de

acabamentos e molduras

A falta de informaccedilotildees silviculturais no entanto tecircm inviabilizado a

expansatildeo de novos plantios em outras regiotildees do paiacutes Natildeo se tecircm estudos

suficientes para comprovar o melhor meacutetodo de implantaccedilatildeo desta cultura no

que se refere ao espaccedilamento a ser utilizado para maior produccedilatildeo de madeira

Este tipo de deficiecircncia pode implicar no emprego de teacutecnicas silviculturais

equivocadas que inviabiliza economicamente o cultivo reduzindo

consequentemente o interesse comercial pela espeacutecie

Os custos de produccedilatildeo devem entatildeo ser analisados para se testar a

viabilidade econocircmica dos projetos que estatildeo sendo implantados haja vista

que poucos satildeo os estudos que se referem ao monocultivo do paricaacute A

obtenccedilatildeo destes custos eacute fundamental pois eles compotildeem um ferramental de

controle e gerenciamento das atividades produtivas e de geraccedilatildeo de

importantes informaccedilotildees para auxiliar as tomadas de decisotildees pelos

produtores rurais (CONAB 2010)

Para se atestar a viabilidade econocircmica de um projeto florestal natildeo se

deve avaliar somente a espeacutecie a ser implantada mais agraves condiccedilotildees de

mercado atuais e futuras para comercializaccedilatildeo do produto Eacute notaacutevel a

importacircncia econocircmica e socioambiental do setor de florestas plantadas para o

Brasil por isso deve-se investir em conhecimento e tecnologia sobre as

espeacutecies cultivadas haja visto que o ambiente de negoacutecio para o

34

desenvolvimento desta atividade vem passando por dificuldades nos uacuteltimos

anos

A competitividade dos produtos florestais estaacute se deteriorando frente

aos seus principais concorrentes internacionais uma vez que o aumento

generalizado dos custos de produccedilatildeo de madeira no Brasil estaacute reduzindo

significativamente a rentabilidade da induacutestria integrada de base florestal e dos

produtores independentes de plantios florestais (ABRAF 2013) Comprova-se

assim a necessidade de estudos referentes aos custos de produccedilatildeo

Haacute alguns anos a importacircncia dos custos na produccedilatildeo agriacutecola e as

dificuldades de sua obtenccedilatildeo estimularam o Instituto de Economia Agriacutecola

oacutegatildeo vinculado agrave Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de Satildeo

Paulo a efetuar estimativas de custo de produccedilatildeo de diversas exploraccedilotildees

agriacutecolas por meio da metodologia designada custo operacional Neste

meacutetodo se incluem apenas as despesas efetivamente desembolsadas pelo

agricultor somadas agrave depreciaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos e matildeo-de-

obra familiar A remuneraccedilatildeo devida a todos os outros fatores de produccedilatildeo eacute

de responsabilidade do resiacuteduo ou seja a diferenccedila entre o custo operacional

e o valor de venda (MATSUNAGA et al 1976 CONAB 2010)

O ecircxito nas estimativas de custos de produccedilatildeo agriacutecola vem

estimulando pesquisadores da aacuterea florestal a utilizarem esta metodologia

tambeacutem para culturas florestais principalmente neste momento em que o

Brasil depende de medidas estruturais que promovam a reduccedilatildeo dos custos de

produccedilatildeo e incentivem o investimento para retomada da competitividade dos

produtos nacionais de base florestal no mercado internacional Por tal motivo

objetivou-se neste trabalho identificar os principais custos de produccedilatildeo bem

como o efeito dos diferentes espaccedilamentos sobre estes custos

35

2 MATERIAL E MEacuteTODOS

21 AacuteREA EM ESTUDO

Os dados utilizados neste estudo foram originaacuterios de povoamentos

homogecircneos de paricaacute (Schizolobium amazonicum) plantados sob os

espaccedilamentos 3x2 3x3 3x4 4x4 e 5x5 m localizados entre os municiacutepios de

Dom Elizeu e Paragominas Estado do Paraacute (Figura 1)

Figura 1 Localizaccedilatildeo dos municiacutepios de Dom Eliseu e Paragominas PA

O municiacutepio de Paragominas estaacute localizado no nordeste paraense

possuindo aproximadamente 20000 km2 de aacuterea territorial com 90 m de

altitude O solo caracteriacutestico da aacuterea eacute o Latossolo amarelo com vegetaccedilatildeo

originaacuteria representada pela floresta densa sendo encontradas extensas aacutereas

de mata secundaacuteria (capoeira nos seus diversos estaacutegios de desenvolvimento)

devido aos constantes desmatamentos provocados principalmente pelo

avanccedilo da agropecuaacuteria na regiatildeo (IBGE 2013a PREFEITURA MUNICIPAL

DE PARAGOMINAS 2013)

Segundo o IBGE (2013a) o clima do municiacutepio eacute do tipo mesoteacutermico e

uacutemido A temperatura meacutedia anual eacute elevada em torno de 25degC e seu regime

pluviomeacutetrico fica geralmente entre 2250 mm e 2500 mm anuais

36

O municiacutepio de Dom Eliseu pertence agrave microrregiatildeo de Paragominas

possui 5268815 kmsup2 e estaacute localizado nas coordenadas 04deg17rsquo06rdquo Sul e

47deg30rsquo18rdquo Oeste a 180 metros de altitude Ele eacute um dos municiacutepios da

chamada ldquoFronteira agriacutecola amazocircnicardquo maior produtora de commodities

agriacutecolas da porccedilatildeo norte do paiacutes e grande produtora de paricaacute (IBGE 2013b

PREFEITURA MUNICIPAL DE DOM ELISEU 2013)

22 ESTIMATIVA DA PRODUCcedilAtildeO

Foram inventariados povoamentos de paricaacute anualmente ateacute o quinto

ano sendo analisadas trecircs classes de produtividade em cada espaccedilamento

sendo elas Baixa (17 - 19 m) Meacutedia (19 ndash 21 m) e Alta (21 - 24 m)

Posteriormente empregando-se o modelo de crescimento e produccedilatildeo proposto

por Silva et al (2013) os volumes comercial e de lacircminas foram estimados

para diferentes espaccedilamentos e qualidades de local nas idades de 5 6 e 7

anos conforme o esquema apresentado na Figura 2

Figura 2 Esquema para obtenccedilatildeo dos volumes comercial e de lacircminas em povoamentos de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA

A partir dos dados de inventaacuterio estimou-se a produccedilatildeo em volume

comercial e de lacircminas por meio da metodologia proposta por Silva et al

(2013) Assim a partir de informaccedilotildees sobre as variaacuteveis aacuterea basal por

hectare (GHA) iacutendice de siacutetio (SI) altura dominante (HD) considerada como a

altura meacutedia das 100 aacutervores mais altas do povoamento (Hart) e nuacutemero de

aacutervores por hectare (NHA) na idade de cinco anos pode-se projetar a produccedilatildeo

para as idades em anaacutelise

Espaccedilamentos (m)

bull3x2

bull3x3

bull4x3

bull4x4

bull5x5

Classes de produtividade

(m)

bullBaixa

bullMeacutedia

bullAlta

Idades

(anos)

bull5

bull6

bull7

Volume comercial

Volume de lacircminas

37

A estimativa da HD na idade i foi obtida por meio da equaccedilatildeo 1

119878119868 =

119867119863119894 (1 + 119890119909119901 ((182404 minus 119860119894)

043105frasl ))

1 + 119890119909119901 ((182404 minus 119860119894119899119889

043105frasl ))

Eq 1

Em que

119890119909119901 = base de logaritmo neperiano

119867119863119894 = altura dominante na idade i

119860119894 = i-eacutesima idade (i = 5 6 7) e

119860119894119899119889 = idade iacutendice (5 anos)

Para estimativa do nuacutemero de aacutervores por hectare na idade futura

utilizou-se a equaccedilatildeo 2

1198731198671198602 = 1198731198671198601 minus ((119860119877119864119860

1198671198631)

minus20848

(119860220356 minus 1198601

20356)) Eq 2

Em que

1198731198671198602 = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade futura

1198731198671198601 = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade corrente

119860119877119864119860 = aacuterea meacutedia ocupada por cada planta no plantio

1198671198631 = altura dominante na idade corrente

1198601 = idade corrente e

1198602 = idade futura

A aacuterea basal por hectare foi estimada por meio da equaccedilatildeo 3

119866119867119860119894 = 000523119867119863119894145720119873119867119860053967

119894 Eq 3

Em que

NHAi = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade i

38

Apoacutes a obtenccedilatildeo de todas as variaacuteveis os volumes comercial e de

lacircminas foram estimados pelas equaccedilotildees 4 e 5

119881119879119867119860119894 = 122839119866119867119860119894093941119867119863119894

071858 Eq 4

119881119862119867119860119894 = 003388119866119867119860119894069131119867119863119894

183907 Eq 5

Em que

119881119879119867119860119894 = volume comercial por hectare e

119881119862119867119860119894 = volume de lacircminas por hectare

23 DESCRICcedilAtildeO DAS ATIVIDADES

Por se tratarem de aacutereas anteriormente ocupadas por pastagem fez-se

necessaacuterio o combate agrave formigas e limpeza da aacuterea manualmente e com

auxiacutelio de trator a fim de retirar do local galhos tocos e raiacutezes que por ventura

atrapalhassem o processo de mecanizaccedilatildeo

Para todas as aacutereas de plantio fez-se a anaacutelise de solo verificando-se

a necessidade de correccedilatildeo com uma tonelada de calcaacuterio dolomiacutetico por

hectare Assim foi realizada a calagem precedida da gradagem com auxiacutelio da

terceirizaccedilatildeo de tratores agriacutecolas

Apoacutes o preparo do solo iniciou-se o processo de alinhamento

marcaccedilatildeo e coveamento respeitando o espaccedilamento preacute-determinado para

cada local considerando que uma pessoa consegue abrir 500 covasdia

Posteriormente foram acrescentados 100g de NPK (6-30-6) por cova antes do

plantio das mudas de paricaacute Adubaccedilotildees de cobertura e um ano apoacutes o plantio

tambeacutem ocorreram com o objetivo de aumentar o iacutendice de sobrevivecircncia agraves

plantas

Como no campo eacute difiacutecil controlar os fatores bioacuteticos e abioacuteticos a

mortalidade de plantas eacute inevitaacutevel por isso foi observada a necessidade de

39

replantio de 5 das mudas logo no primeiro ano segundo informaccedilotildees

disponibilizadas pela empresa

A manutenccedilatildeo relativa agrave limpeza dos plantios se deu pelo coroamento

das mudas aplicaccedilatildeo de herbicida manualmente e roccedilada mecacircnica do

primeiro ao terceiro ano Desta forma natildeo houve competiccedilatildeo com plantas

invasoras que poderiam inibir o crescimento das mudas Assim devido ao

ambiente favoraacutevel e as condiccedilotildees propiacutecias de crescimento e produccedilatildeo foi

possiacutevel extrair a madeira para laminaccedilatildeo no quinto ano apoacutes a implantaccedilatildeo

A colheita foi realizada de forma semi-mecanizada (motosserra)

seguida do baldeio e carregamento ateacute a beira da estrada O transporte ateacute a

induacutestria de beneficiamento foi realizado por caminhatildeo tipo bitrem com

capacidade para 44000 kg ao preccedilo meacutedio de R$59192 por viagem

O valor da matildeo-de-obra familiar foi considerado como o custo de

administraccedilatildeo ou seja quando o proprietaacuterio presta serviccedilos na proacutepria

empresa Assim a remuneraccedilatildeo paga pelo custo de administraccedilatildeo foi

equivalente a 10 dos custos efetivamente desembolsados pela empresa

Em relaccedilatildeo agraves aacutereas onde os plantios foram realizados estas jaacute

pertenciam a empresa Laminit por isso natildeo houve a necessidade de aquisiccedilatildeo

ou arrendamento do terreno Poreacutem considerou-se o custo de oportunidade

ou seja a remuneraccedilatildeo do capital investido (permanente e circulante) por meio

do caacutelculo da parcela sobre o bem adquirido e utilizado na produccedilatildeo e inclusa

no custo fixo da produccedilatildeo Logo o investimento do produtor foi remunerado agrave

taxa de 6 ao ano como se fosse aplicado o capital em outro investimento

alternativo conforme recomendaccedilotildees da CONAB (2010)

24 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS

Para anaacutelise dos custos de produccedilatildeo florestal foi necessaacuteria a coleta de

dados anuais de todas as despesas e receitas contraiacutedas em cada

espaccedilamento durante o periacuteodo entre 2006 e 2013 O esquema da disposiccedilatildeo

dos gastos na planilha de custo pode ser observado na Tabela 1

40

Tabela 1 Distribuiccedilatildeo dos gastos efetuados para implantaccedilatildeo de povoamentos de paricaacute

Descriccedilatildeo Un R$un

Quantidade utilizada

Espaccedilamento (m)

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

Preparo da aacuterea

Anaacutelise de solo un 3450 1 1 1 1 1

Limpeza manual Diaacuteria 3500 1 1 1 1 1

Limp mecanizada ht 10218 1 1 1 1 1

Gradagem ht 10218 15 15 15 15 15

Calagem ht 6846 05 05 05 05 05

Calcaacuterio ton 8967 1 1 1 1 1

Alinhamento Diaacuteria 3500 2 14 1 08 05

Coveamento Diaacuteria 3500 334 223 167 125 08

Cercamento R$ha 30000 1 1 1 1 1

Constr de estradas R$ha 13390 1 1 1 1 1

Constr de aceiros Diaacuteria 3500 4 4 4 4 4

Adubaccedilatildeo

Adubo Kg 123 5001 3336 2502 1875 120

Adubaccedilatildeo Diaacuteria 3667 45 3 225 195 106

Plantio

Transp de mudas ht 5000 05 05 05 05 05

Mudas un 038 1751 1168 876 657 420

Plantio e replantio Diaacuteria 3500 4 27 2 15 1

Manutenccedilatildeo

Formicida Kg 674 125 10 83 695 551

Aplic de formicida Diaacuteria 3703 893 748 651 578 525

Transp de insumos ht 4233 2 2 2 2 2

Coroamento Diaacuteria 3761 67 45 35 25 16

Roccedilada ht 5602 4 5 6 7 85

Herbicida L 1732 8 9 10 105 12

Aplic de herbicida Diaacuteria 3761 4 45 5 55 6

Manutenccedilatildeo de aceiro Diaacuteria

3744 6 6 6 6 6

Manut de estrada ht 8699 469 469 469 469 469

Materiais - 6892 8 8 8 8 8

Encargos - 8185 7 7 7 7 7

Colheita e Transporte

Corte e toragem msup3 215 1844 1744 1524 1341 11705

Baldeio msup3 096 1844 1744 1524 1341 11705

Carregamento msup3 097 1844 1744 1524 1341 11705

Transporte msup3 659 1844 1744 1524 1341 11705 Valores deflacionados e descapitalizados para o ano de 2006 Considerando o volume comercial em classe de produtividade alta (21 - 24 m) com corte aos 6 anos

Os custos envolvidos nas atividades de implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo dos

povoamentos foram disponibilizados por produtores rurais da regiatildeo de

41

Paragominas Tambeacutem foram disponibilizados por empresaacuterios locais os

dados referentes agrave exploraccedilatildeo e transporte da madeira ateacute a empresa

referente a uma distacircncia meacutedia de 80 km

Para comparaccedilatildeo entre os valores incorridos durante periacuteodos

diferentes no tempo fez-se o deflacionamento dos custos para o periacuteodo

inicial (implantaccedilatildeo dos povoamentos) A correccedilatildeo da perda monetaacuteria causada

pela inflaccedilatildeo foi obtida por meio do Iacutendice Geral de Preccedilo ndash Disponibilidade

Interna (IGP ndash DI) o qual eacute responsaacutevel pelo registro da inflaccedilatildeo de preccedilos de

mateacuterias-primas agriacutecolas

Posteriormente os valores deflacionados foram descapitalizados para o

ano 0 (2006) a fim de facilitar a anaacutelise econocircmica A descapitalizaccedilatildeo foi

obtida pela seguinte foacutermula

1198810 =119881119899

(1 + 119894)119899 Eq 6

Em que

1198810 = valor inicial correspondente ao periacuteodo de implantaccedilatildeo do povoamento

(R$)

119881119899 = valor final correspondente ao ano j (R$)

119894 = taxa de juros (6 aa) e

119899 = nuacutemero de periacuteodos (anos)

25 CLASSIFICACcedilAtildeO DOS CUSTOS

Para o caacutelculo dos custos de produccedilatildeo do paricaacute foi adotada a

metodologia descrita pelo Instituto de Economia Agriacutecola (IEA) oacutergatildeo vinculado

agrave Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo Neste

caso foram considerados os custos efetivos de produccedilatildeo ou seja aquele

dinheiro efetivamente desembolsado pelo proprietaacuterio para o pagamento da

mateacuteria-prima produtos ou serviccedilos adquiridos

42

A depreciaccedilatildeo foi aqui desconsiderada pela indisponibilidade de

informaccedilotildees sobre as maacutequinas equipamentos e benfeitorias Assim

considerou-se que todos os maquinaacuterios e equipamentos utilizados para a

implantaccedilatildeo conduccedilatildeo extraccedilatildeo e transporte dos povoamentos foram de

origem terceirizada

Os custos de produccedilatildeo foram entatildeo divididos segundo sua origem

sendo classificados de acordo com a metodologia de custos proposta pelo IEA

a) Custo operacional efetivo (COE) ndash correspondente a todos os custos

expliacutecitos

b) Custo operacional total (COT) ndash correspondente ao somatoacuterio do custo

operacional efetivo e matildeo-de-obra familiar (MO)

c) Custo Total (CT) ndash soma do custo operacional total e do custo de

oportunidade (CO) que eacute a remuneraccedilatildeo do capital circulante e do capital

fixo

As foacutermulas para obtenccedilatildeo do custo operacional total e custo total

encontram-se a seguir

119862119874119879 = 119862119874119864 + 119872119874 Eq 7

119862119879 = 119862119874119879 + 119862119874 Eq 8

43

3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

31 ESTIMATIVA DE VOLUME

A partir das equaccedilotildees ajustadas por Silva et al (2013) para

povoamentos de paricaacute foi possiacutevel estimar o volume comercial e de lacircminas

em trecircs ocasiotildees no tempo e em diferentes classes de produtividade nos cinco

espaccedilamentos de plantio como pode ser observado na Tabela 2

Tabela 2 Volumes comercial (VTHA) e de lacircminas (VCHA) estimados nos diferentes espaccedilamentos de plantio de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA

Idade Espaccedil

(m)

VTHA (msup3ha) VCHA (msup3ha)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 16229 18511 19336 5638 6858 7915

3x3 - 15498 18126 - 6163 7671

3x4 - 13328 15983 - 5476 7009

4x4 7133 13551 14623 2800 5705 6468

5x5 7351 8790 13093 3191 4124 6231

6 a

no

s

3x2 15173 16865 18439 5370 6411 7666

3x3 - 14606 17439 - 5912 7473

3x4 - 12325 15244 - 5188 6787

4x4 7178 11745 13410 2827 5146 6082

5x5 7115 8867 11705 3118 4158 5759

7 a

no

s

3x2 14315 15607 16406 5144 6054 7029

3x3 - 13920 16489 - 5706 7170

3x4 - 11890 14648 - 5052 6590

4x4 7028 11464 13067 2783 5055 5967

5x5 7020 8726 11515 3087 4109 5690

Em que VTHA= volume comercial por hectare VCHA= volume de lacircminas por hectare Espaccedil= espaccedilamento de plantio

A divisatildeo dos povoamentos em classes de produtividade eacute explicada

por Oliveira et al (2008) Segundo os autores a estratificaccedilatildeo realizada por

44

meio de classes de produtividade resulta em estimativas de volume mais

precisas proacuteximo agrave idade de corte Por isso a adoccedilatildeo das trecircs classes

A falta de informaccedilotildees nos espaccedilamentos intermediaacuterios 3x3 e 3x4 m

na classe de produtividade baixa ocorreu pela ausecircncia de povoamentos

nestas condiccedilotildees de siacutetio

A diferenccedila no volume comercial de madeira foi de 323 entre os

espaccedilamentos extremos 3x2 e 5x5 m na classe de produtividade alta sendo

maior o volume nos menores espaccedilamentos Resultados semelhantes foram

encontrados por Macedo et al (2005) com povoamentos de Teca em Minas

Gerais e Hoffmann (2009) em seu trabalho sobre caracterizaccedilatildeo

dendromeacutetrica e rendimento em laminaccedilatildeo de paricaacute na regiatildeo de

Paragominas PA

A diferenccedila no volume tem comportamento exponencial agrave medida em

que se utilizam siacutetios de menor produtividade sendo constatada uma diferenccedila

de 525 e 547 no volume entre os espaccedilamentos extremos nas classes

de produtividade meacutedia e baixa respectivamente Comportamento semelhante

foi observado para o volume de lacircminas de paricaacute Houve diferenccedila crescente

no volume entre os espaccedilamentos extremos sendo menor na classe de

produtividade alta (213)

Aos 6 anos a diferenccedila no volume entre os espaccedilamentos extremos foi

superior agrave idade anterior Na classe de produtividade alta a diferenccedila no

volume comercial foi de 365 Jaacute o volume de lacircminas abrangeu diferenccedila de

249

Nos siacutetios de baixa produtividade o volume comercial de madeira no

espaccedilamento 3x2 m foi 177 menor comparado ao de produtividade alta

Esta porcentagem encontra-se dentro do intervalo indicado por Morales et al

(2010) para povoamentos de pinus Segundo os autores a produtividade do

pinus foi reduzida entre 14 a 36 nos diferentes siacutetios de produccedilatildeo

Nos espaccedilamentos 4x4 e 5x5 m esta diferenccedila foi mais significativa

com aproximadamente 465 e 392 respectivamente Isso se deve entre

outras coisas agrave morte natural das plantas com diacircmetros mais acentuados

tornando mais expressiva a reduccedilatildeo de volume

Comparando a produccedilatildeo de paricaacute em relaccedilatildeo a idade de corte pode

ser observada uma reduccedilatildeo no volume de madeira do quinto para o sexto ano

45

Este comportamento pode ser resultado do autodesbaste caracteriacutestico da

espeacutecie Por se tratar de uma espeacutecie pioneira ela atinge o aacutepice de

incremento na idade meacutedia de 5 anos sendo mais viaacutevel seu corte neste

periacuteodo (CARVALHO 2007)

Balloni e Simotildees (1980) anteriormente jaacute haviam afirmado que a

porcentagem de aacutervores dominadas e mortas cresce com o avanccedilo da idade

sendo mais intenso e precoce nos espaccedilamentos mais apertados Por isso a

idade de corte deve ser definida em funccedilatildeo do ritmo de crescimento

espaccedilamento finalidade da madeira e suas interaccedilotildees

32 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO

O levantamento de custos como citado anteriormente seguiram a

metodologia sugerida pelo Instituto de Economia Agriacutecola ndash IEA sendo

agrupados por atividade

321 Custo operacional efetivo ndash COE

Todas as atividades desde a implantaccedilatildeo ateacute a exploraccedilatildeo dos

povoamentos de paricaacute foram identificadas e os gastos estimados para

obtenccedilatildeo dos custos efetivamente desembolsados pelo produtor sendo que os

custos foram deflacionados e descapitalizados para o ano de 2006 A soma

dos custos das atividades desenvolvidas durante este periacuteodo com corte aos

5 6 e 7 anos podem ser observadas na Tabela 3

Nos povoamentos em estudo os custos de implantaccedilatildeo variaram entre

R$80000 a R$180000 entre os espaccedilamentos extremos sendo menor

quanto menor o nuacutemero de plantas por hectare Este montante representa

entre 18 e 26 do custo total de produccedilatildeo de paricaacute demonstrando sua

importacircncia em relaccedilatildeo agrave outros custos

46

Tabela 3 Custo Operacional Efetivo (COE) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006

Idade Espaccedilamento

(m)

COE do volume comercial (R$ha) COE do volume de lacircminas (R$ha)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 501646 501646 501646 648938 667703 674487

3x3 - 437995 437995 - 586899 608517

3x4 - 408969 408969 - 540219 562057

4x4 388309 388309 388309 468849 521642 530459

5x5 369666 369666 369666 451856 463692 499083

6 a

no

s

3x2 512608 512608 512608 639852 652755 664594

3x3 - 451539 451539 - 574684 595999

3x4 - 423545 423545 - 529527 551493

4x4 404176 404176 404176 471255 505786 518322

5x5 385283 385283 385283 451891 465242 486598

7 a

no

s

3x2 527155 527155 527155 637832 646772 652303

3x3 - 465086 465086 - 573035 590806

3x4 - 436693 436693 - 530595 549673

4x4 416824 416824 416824 477086 507776 518871

5x5 398191 398191 398191 458394 470202 489495

47

O custo no espaccedilamento 5x5 m foi semelhante ao encontrado por Silva

et al (2004) para a implantaccedilatildeo de 1 ha de eucalipto na regiatildeo de Brasiacutelia

quando os valores foram corrigidos para o mesmo periacuteodo demonstrando

semelhanccedila na implantaccedilatildeo das duas culturas

Nos povoamentos analisados natildeo houve diferenccedilas nos custos para

implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo nos plantios com classes de produtividade distintas

os quais objetivavam a produccedilatildeo de volume comercial Em contrapartida

houve o acreacutescimo de gastos a medida em que se reduziu os espaccedilamentos

de plantio ou seja quanto menor a aacuterea ocupada por plantas maiores os

gastos com alinhamento marcaccedilatildeo de covas coveamento plantio e adubaccedilatildeo

Em relaccedilatildeo ao volume de lacircminas ocorreu a distinccedilatildeo dos custos entre

classes de produtividade uma vez que os custos com colheita e transporte

estatildeo relacionados com o volume colhido Assim em classes de produtividade

alta e menor espaccedilamento de plantio o COE foi superior em comparaccedilatildeo aos

outros povoamentos analisados

Como observado aos 5 anos natildeo houve diferenccedila no COE

independente da classe de produtividade nos povoamentos em que satildeo

mensurados o volume comercial de madeira Isso foi reflexo da quantidade de

plantas inseridas no local que no plantio foram invariaacuteveis independente da

qualidade do terreno O mesmo foi notado quando se estimou os custos para

exploraccedilatildeo de madeira aos 7 anos

A reduccedilatildeo no COE da produccedilatildeo de lacircminas com o aumento da idade

de exploraccedilatildeo eacute explicado pela reduccedilatildeo ocorrida no volume de madeira

causado pela mortalidade das plantas como observado no trabalho de Silva et

al (2013) Assim diminuem-se proporcionalmente os custos com colheita

transporte e outras atividades de manutenccedilatildeo

322 Custo operacional total ndash COT

O custo operacional total envolveu o COE e a matildeo-de-obra familiar

considerada aqui como o custo de administraccedilatildeo ou seja os proprietaacuterios dos

48

povoamentos eram os responsaacuteveis pela administraccedilatildeo dos plantios A

participaccedilatildeo do COT pode ser observada na Tabela 4

O custo da matildeo-de-obra foi considerado como um custo operacional

efetivo pois natildeo houve somente um gasto mas um desembolso ou seja uma

saiacuteda de caixa Jaacute a matildeo-de-obra familiar eacute parte do custo de produccedilatildeo pois

consistiu em uma alocaccedilatildeo de recurso produtivo (matildeo-de-obra) para a geraccedilatildeo

do produto (madeira) representando cerca de 10 dos custos de produccedilatildeo

Observando a tabela 4 pode-se notar que o maior custo de

administraccedilatildeo foi obtido para o espaccedilamento 3x2 m quando o objetivo era a

laminaccedilatildeo com custo de aproximadamente R$67450 Jaacute o espaccedilamento 5x5

m com objetivo de venda da floresta em peacute obteve o menor custo com

aproximadamente R$37000 por hectare

Resultados semelhantes foram encontrados para a produccedilatildeo de

madeira aos 6 anos Os menores custos de administraccedilatildeo estatildeo relacionados

aos menores custo de implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo dos povoamentos Aos 6 anos

o custo de administraccedilatildeo no espaccedilamento 5x5 m em classe de produtividade

alta com o objetivo de produccedilatildeo de lacircminas foi de aproximadamente R$48660

e R$38528 quando se objetivou a venda da madeira em peacute

Os custos de administraccedilatildeo tambeacutem foram reduzidos a medida em que

se aumentou o tempo para exploraccedilatildeo dos povoamentos devido a reduccedilatildeo do

volume por hectare sendo outro indicio de que esta espeacutecie deve ser

explorada logo aos 5 anos apoacutes o plantio

49

Tabela 4 Custo Operacional Total (COT) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006

Idade Espaccedilamento

(m)

COT do volume comercial (R$ha) COT do volume de lacircminas (R$ha)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 551811 551811 551811 713832 734473 741936

3x3 - 481795 481795 - 645589 669368

3x4 - 449865 449865 - 594241 618263

4x4 427140 427140 427140 515733 573807 583505

5x5 406633 406633 406633 497042 510062 548991

6 a

no

s

3x2 563869 563869 563869 703837 718031 731053

3x3 - 496693 496693 - 632152 655599

3x4 - 465900 465900 - 582479 606642

4x4 444594 444594 444594 518380 556365 570155

5x5 423812 423812 423812 497080 511767 535258

7 a

no

s

3x2 579871 579871 579871 701615 711449 717534

3x3 - 511595 511595 - 630338 649886

3x4 - 480362 480362 - 583655 604641

4x4 458507 458507 458507 524794 558554 570758

5x5 438010 438010 438010 504233 517223 538444

50

323 Custo total ndash CT

O custo total foi obtido pelo COT acrescido da remuneraccedilatildeo paga ao

capital investido e ao custo da Terra (TABELA 5)

Apoacutes contabilizados todos os custos foi possiacutevel inferir que para o

volume comercial em espaccedilamentos mais adensados o custo total foi 2294

maior do que nos plantios mais espaccedilados independente da classe de

produtividade Jaacute em povoamentos onde o objetivo do plantio era a venda de

lacircminas ocorreu uma variaccedilatildeo nos custos em fator da classe de produtividade

e espaccedilamento de plantio

A venda da madeira aos 6 anos culminou em um acreacutescimo de 67 a

86 em comparaccedilatildeo com os mesmos povoamentos sendo explorados aos 5

anos Para a produccedilatildeo de lacircminas o aumento dos custos foi menos

expressivo No espaccedilamento 3x2 m em classe de produtividade baixa o

aumento foi de 34

A exploraccedilatildeo de povoamentos aos 7 anos foi 1347 a 1596 maior

em relaccedilatildeo a exploraccedilatildeo aos 5 anos e 726 a 801 para 6 anos Estes

nuacutemeros confirmam que os custos tecircm crescido proporcionalmente com o

passar do tempo

Os custos com a remuneraccedilatildeo do capital investido e pelo uso da terra

correspondem em meacutedia a 24 dos custos totais de produccedilatildeo Poreacutem a

maioria dos produtores rurais deixam de contabilizar estes custos por se tratar

do pagamento pelo uso dos bens que ele jaacute possui (capital e terra) resultando

em valores de produccedilatildeo abaixo do que realmente deve ser computado

Comparando a produccedilatildeo de paricaacute e Teca no espaccedilamento 3x2 m

utilizando a mesma metodologia de custos observa-se que o custo total para

cultivo da Teca eacute de aproximadamente R$1080309 valor muito proacuteximo ao

observado para o plantio de paricaacute (SANGUINO 2009)

51

Tabela 5 Custo Total (CT) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006

Idade Espaccedilamento

(m)

CT do volume comercial (R$ha) CT do volume de lacircminas (R$ha)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 730146 730146 730146 917076 940890 949501

3x3 - 649366 649366 - 838341 865776

3x4 - 612527 612527 - 779099 806814

4x4 586308 586308 586308 688522 755523 766713

5x5 562648 562648 562648 666957 681978 726892

6 a

no

s

3x2 782537 782537 782537 949133 966026 981526

3x3 - 702582 702582 - 863811 891718

3x4 - 665930 665930 - 804688 833447

4x4 640572 640572 640572 728395 773606 790019

5x5 615836 615836 615836 703043 720523 748483

7 a

no

s

3x2 843816 843816 843816 99343 100552 101299

3x3 - 759911 759911 - 905837 92986

3x4 - 721528 721528 - 848467 874257

4x4 694669 694669 694669 776132 81762 832618

5x5 669481 669481 669481 750864 766827 792907

52

De maneira geral os custos mais expressivos satildeo referentes agrave manutenccedilatildeo

dos plantios independente do espaccedilamento adotado (Figura 3) Isso eacute

consequecircncia do maior nuacutemero de atividades desenvolvidas durante este periacuteodo

que variam desde o controle de formigas agrave manutenccedilatildeo de estradas

Figura 3 Custos totais da produccedilatildeo de paricaacute sob diferentes espaccedilamentos na regiatildeo de Paragominas PA

Nota-se no entanto que quanto maior o espaccedilamento de plantio utilizado

maiores satildeo os custos de manutenccedilatildeo por hectare Como haacute menor quantidade de

aacutervores por hectare a presenccedila de plantas invasoras eacute mais acentuada

aumentando os custos para seu controle Em contrapartida os custos por hectare

53

com adubaccedilatildeo plantio colheita e transporte diminuem jaacute que o nuacutemero de aacutervores

na aacuterea eacute reduzido

Deve-se ressaltar ainda que estes custos podem variar de acordo com a

classe de produtividade a idade em que vatildeo ser explorados os povoamentos e os

tipos de atividades empregadas que podem variar de acordo com o produtor e a

regiatildeo

54

4 CONCLUSOtildeES

O custo operacional efetivo representou em meacutedia 65 dos custos totais de

produccedilatildeo sendo o transporte o custo individual mais expressivo em todos os

espaccedilamentos analisados Jaacute a manutenccedilatildeo foi o conjunto de atividades mais

significativo nos povoamentos devido ao nuacutemero e ao longo periacuteodo para execuccedilatildeo

das atividades

Os custos totais de produccedilatildeo foram superiores em espaccedilamentos menores

independentemente da remuneraccedilatildeo ou natildeo pelo uso dos capitais permanente e

circulante

A diferenccedila nos custos entre espaccedilamentos extremos 3x2 m e 5x5 m eacute

justificada pelo maior volume de matildeo-de-obra e insumos necessaacuterios para execuccedilatildeo

das atividades em locais com maior nuacutemero de plantas por hectare

55

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE FLORESTAS PLANTADAS ndash ABRAF Anuaacuterio Estatiacutestico da ABRAF 2013 Ano base 2012 Brasiacutelia ABRAF 2013 148p Disponiacutevel em lthttpwwwabraflororgbrestatisticasABRAF13ABRAF13BR pdfgt Acesso em 19 Ago 2013 BALLONI E A SIMOtildeES J W O espaccedilamento de plantio e suas implicaccedilotildees silviculturais IPEF Piracicaba v1 n 3 p 1-16 Set 1980 (Seacuterie Teacutecnica) CAMPOS J C C LEITE H G Mensuraccedilatildeo florestal perguntas e respostas Viccedilosa UFV 2002 407p

CARVALHO P E R Paricaacute (Schizolobium amazonicum) Colombo Embrapa Florestas 2007 8p (Circular Teacutecnica 142)

COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO ndash CONAB Custo de produccedilatildeo agriacutecola a metodologia da Conab Brasiacutelia Conab 2010 60p HOFFMANN R G Caracterizaccedilatildeo dendromeacutetrica e avaliaccedilatildeo do rendimento em laminaccedilatildeo de madeira em plantios de paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) na regiatildeo de Paragominas PA 2009 (97f) Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) ndash Universidade Federal do Espiacuterito Santo Jerocircnimo Monteiro ES 2009 IBGE Paraacute Dom Eliseu 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwibgegovbrcidadesat xtrasperfilphpcodmun =150293gt Acesso em 12 Ago 2013b IBGE Paraacute Paragominas 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwibgegovbrcidadesat xtrasperfilphpcodmun= 150550ampsearch=para|paragominasgt Acesso em 12 Ago 2013a MACEDO R L G GOMES J E VENTURIN N SALGADO B G Desenvolvimento inicial de Tectona grandis LF (teca) em diferentes espaccedilamentos no municiacutepio de Paracatu MG Cerne Lavras v 11 n 1 p 61-69 janmar 2005 MATSUNAGA M et al Metodologia de custo de produccedilatildeo utilizada pelo IEA Agricultura em Satildeo Paulo Satildeo Paulo v 23 p 123-139 1976 MORALES C A S ALBUQUERQUE J A ALMEIDA J A MARANGONI J M STAHL J CHAVES D M Qualidade do solo e produtividade de Pinus taeda no planalto catarinense Ciecircncia Florestal Vol 20 No 4 Oct-Dec 2010 pp 629-640 OLIVEIRA M L R LEITE H G NOGUEIRA G S GARCIA S L R SOUZA A L Classificaccedilatildeo da capacidade produtiva de povoamentos natildeo desbastados de clones de eucalipto Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v43 n11 p1559-1567 nov 2008 PREFEITURA MUNICIPAL DE PARAGOMINAS O lago verde Paragominas 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwparagominaspagovbrgt Acesso em 23 Maio 2013

56

PREFEITURA MUNICIPAL DE DOM ELISEU O municiacutepio Dom Eliseu 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwdomeliseupagovbrgt Acesso em 23 Maio 2013 SANGUINO A C Custos de implantaccedilatildeo e rentabilidade econocircmica de povoamentos florestais com teca no estado do Paraacute Ciecircncias Agraacuterias Beleacutem n 52 p 61-78 juldez 2009 SILVA G F GEZAN S A SOARES C P B ZANETI L Z Modeling growth and yield of Schizolobium amazonicum under different spacings International Journal of Forestry Research v 2013 (2013) 10 p SILVA K R MINETTI L J FIEDLER N C VENTUROLI F MACHADO E G B SOUZA A P Custos e rendimentos operacionais de um plantio de eucalipto em regiatildeo de cerrado Aacutervore Viccedilosa-MG v28 n3 p 361-366 2004

57

CAPIacuteTULO 2

ANAacuteLISE ECONOcircMICA DA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA DE PARICAacute

RESUMO

As exigecircncias atuais de mercado aliadas agraves alternativas de investimento expressam

a necessidade de avaliaccedilatildeo econocircmica de projetos florestais Essa avaliaccedilatildeo

contribui com a escolha da melhor estrateacutegia de produccedilatildeo a fim de tornar os

produtos florestais brasileiros competitivos no mercado externo Por isso objetivou-

se neste trabalho analisar a viabilidade econocircmica de povoamentos de paricaacute sob

diferentes espaccedilamentos aleacutem de determinar economicamente a melhor forma de

plantio para produccedilatildeo de madeira Estes povoamentos foram implantados na regiatildeo

de Paragominas PA em 2006 sob os espaccedilamentos 3x2 3x3 3x4 4x4 e 5x5 m

divididos em trecircs classes de produtividade A produccedilatildeo foi entatildeo estimada para as

idades de 5 6 e 7 anos por meio de equaccedilotildees de crescimento e produccedilatildeo Os

custos do plantio agrave colheita foram disponibilizados por produtores rurais e

empresaacuterios da regiatildeo assim como o valor de venda de lacircminas A partir da

obtenccedilatildeo dos custos e receitas fez-se a anaacutelise econocircmica dos projetos Para tanto

foram utilizados os iacutendices econocircmicos e o criteacuterio do benefiacutecio perioacutedico equivalente

(BPE) como formas de avaliaccedilatildeo considerando-se a taxa de desconto de 6 como

a taxa miacutenima de atratividade Apoacutes a anaacutelise dos iacutendices e criteacuterio de avaliaccedilatildeo

econocircmica pode-se concluir que o espaccedilamento 3x3 m em classe de produtividade

alta com corte aos 5 anos foi o mais indicado pois gera o maior retorno financeiro

Para os maiores espaccedilamentos estudos ainda devem ser desenvolvidos mas

acredita-se que eles sejam alternativas financeiras viaacuteveis

Palavras-chave Criteacuterios de avaliaccedilatildeo espaccedilamentos de plantio iacutendices

econocircmicos retorno financeiro

58

CHAPTER 2

ECONOMIC ANALYSIS OF PRODUCTION PARICAacute

ABSTRACT

The current market demands combined with investment alternatives express the

need for economic evaluation of forestry projects This assessment contributes to the

choice of the best production strategy in order to make the Brazilian forest products

competitive in foreign markets Therefore this study aimed to analyze the economic

feasibility of stands of paricaacute under different spacings and economically determine

the best planting for timber production These settlements were established in the

region of Paragominas PA in 2006 under the spacings 3x2 3x3 3x4 4x4 and 5x5

m divided into three classes productivity The production was then estimated for

ages 5 6 and 7 years through equations of growth and production Costs from

planting to harvest were provided by farmers and entrepreneurs in the region as well

as the value of sales of blades From procurement costs and revenues became the

economic analysis of projects For both economic indicators and criteria periodic

benefit equivalent (BPE) as forms of assessment considering the discount rate of 6

as the hurdle rate were used After analyzing the indexes and economic evaluation

criteria it can be concluded that the spacing 3x3 m in class high productivity with cut

to 5 years was the most suitable because it generates the greatest financial return

For the larger spacings studies have yet to be developed but it is believed that they

are viable alternatives financial

Keywords Evaluation criteria planting space economic indicators financial return

59

1 INTRODUCcedilAtildeO

A implantaccedilatildeo da lei dos incentivos fiscais na deacutecada de 60 motivou o plantio

de florestas para ampliar a base florestal do Paiacutes e captar recursos para o

desenvolvimento do setor (MELLO et al 2005) Esses estiacutemulos baseavam-se na

expansatildeo florestal desconsiderando a qualidade da madeira

Nos dias atuais diante das exigecircncias de mercado da competiccedilatildeo com

outros paiacuteses e das pressotildees relacionadas ao meio ambiente o Brasil tem investido

natildeo somente em produccedilatildeo mais tambeacutem em teacutecnicas silviculturais que contribuam

com a qualidade final dos produtos aleacutem de teacutecnicas que reduzam os custos

envolvidos no processo produtivo Essas metas tecircm sido alcanccediladas por meio do

planejamento dos investimentos

Para realizar um investimento eacute necessaacuterio primeiramente organizar

formalmente os objetivos por meio de um projeto relacionando os meios de que se

dispotildee para alcanccedilaacute-los Posteriormente deve-se analisar o mercado potencial do

produto a fim de obter informaccedilotildees sobre os retornos esperados do investimento

comparativamente agraves alternativas disponiacuteveis eou viaacuteveis Assim com o

planejamento adequado das atividades eacute possiacutevel identificar as exigecircncias atuais de

mercado os caminhos a serem seguidos para entatildeo construir um referencial futuro

o qual identificaraacute a viabilidade ou natildeo da implantaccedilatildeo do projeto ao qual o

planejamento se destina (REZENDE OLIVEIRA 2008)

Para implantaccedilatildeo de um projeto aleacutem de se conhecer o horizonte de

planejamento que eacute o periacuteodo estimado durante o qual o empreendimento em

anaacutelise iraacute operar faz-se necessaacuterios tambeacutem testar a sua viabilidade teacutecnica

econocircmica financeira social ambiental e poliacutetica O teste da viabilidade econocircmica

eacute considerado o mais importante entre os paracircmetros de avaliaccedilatildeo pois consiste em

verificar se no projeto as receitas superam os custos Caso isso natildeo ocorra diz-se

que o projeto eacute insustentaacutevel desde a sua implantaccedilatildeo (FARO 1979 CHICHORRO

et al 2010)

Na avaliaccedilatildeo econocircmica para decisatildeo de que o projeto deve ou natildeo ser

implementado satildeo usadas teacutecnicas e criteacuterios de anaacutelise que comparam os custos e

as receitas inerentes ao projeto A anaacutelise de projetos consiste entatildeo na verificaccedilatildeo

60

de que determinada atividade eacute lucrativa ou natildeo considerando-se um horizonte de

planejamento (REZENDE OLIVEIRA 2008)

Existem vaacuterios meacutetodos de seleccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de projetos de

investimentos Geralmente recorre-se a meacutetodos que consideram principalmente as

atividades a serem executadas os periacuteodos de execuccedilatildeo e seus respectivos custos

os produtos e o periacuteodo de tempo que levaratildeo para serem produzidos seus preccedilos

e receitas ou seja o fluxo de caixa (CHICHORRO et al 2010)

Os meacutetodos de avaliaccedilatildeo econocircmica podem entatildeo ser divididos em dois

grupos principais O primeiro grupo compreende aqueles em que natildeo se considera a

variaccedilatildeo do capital no tempo sendo indicados para horizontes de planejamentos

muito curtos onde natildeo haacute inflaccedilatildeo Jaacute o segundo grupo considera a variaccedilatildeo do

capital no tempo podendo-se citar o valor presente liacutequido (VPL) e o benefiacutecio

perioacutedico equivalente (BPE) como exemplos (SILVA et al 2005)

A variaccedilatildeo do capital ocorre devido agrave remuneraccedilatildeo paga ao seu uso por

determinado tempo ou seja os juros Assim no final do prazo estipulado natildeo

haveraacute somente a quantia emprestada mais tambeacutem um acreacutescimo que

corresponde ao custo de oportunidade do uso do capital durante o periacuteodo de

empreacutestimo O valor a ser pago no final do periacuteodo dependeraacute da taxa de juros

correspondente a unidade de tempo considerada A Conab utiliza o percentual de

6 ao ano como a taxa de retorno para a remuneraccedilatildeo dos investimentos feitos pelo

produtor como se o capital fosse aplicado em outro investimento alternativo

(OLIVEIRA REZENDE 2004 CONAB 2010)

Tendo em vista este contexto objetivou-se neste trabalho analisar a

viabilidade econocircmica de povoamentos de paricaacute sob diferentes espaccedilamentos e

determinar economicamente o melhor espaccedilamento de plantio para produccedilatildeo de

madeira

61

2 MATERIAL E MEacuteTODOS

21 OBTENCcedilAtildeO DAS RECEITAS

A partir da estimativa dos volumes comercial (VTHA msup3ha) e de lacircminas

(VCHA m3ha) nos diferentes espaccedilamentos de plantio em diferentes

idades e classes produtivas tal como proposto no capiacutetulo 1 foram contraiacutedas as

receitas Os volumes comercial e de lacircminas estimados foram multiplicados pelo valor

meacutedio de venda disponiacutevel no boletim informativo de preccedilos disponibilizado pela

Coordenadoria Executiva da Administraccedilatildeo Tributaacuteria ndash CERAT do Estado do Paraacute

2013 Obteve-se assim a receita para cada espaccedilamento analisado

22 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS

Como se trata de projetos de investimento com a finalidade de obtenccedilatildeo de

madeira foram propostos trecircs horizontes de planejamento para os povoamentos de

paricaacute Esses horizontes se referiram ao periacuteodo de tempo que estes projetos foram

avaliados correspondendo a 5 6 e 7 anos entre a implantaccedilatildeo e colheita

Sabendo-se que eacute necessaacuterio reajustar os valores investidos durante o

periacuteodo de execuccedilatildeo do projeto utilizou-se uma taxa de desconto de 6 ao ano

como forma de remuneraccedilatildeo do capital investido considerando a caderneta de

poupanccedila como sendo o melhor investimento alternativo (OLIVEIRA REZENDE

2004) A inflaccedilatildeo identificada no periacuteodo foi obtida por meio do uso do Iacutendice Geral

de Preccedilos - Disponibilidade Interna (IGP-DI) o qual mede a variaccedilatildeo de preccedilos no

mercado A descapitalizaccedilatildeo foi realizada de acordo com a metodologia descrita no

capiacutetulo 1

Para anaacutelise da viabilidade econocircmica do projeto identificaram-se as

variaccedilotildees do capital no tempo Assim em relaccedilatildeo agrave classificaccedilatildeo do projeto de

investimento este foi considerado convencional ou seja ocorreu apenas uma

mudanccedila de sinal em seu fluxo de caixa satisfazendo as seguintes condiccedilotildees

62

119862119900 lt 0

119883119895 le 0 119901119886119903119886 119895 = 1 hellip 119896

119883119895 ge 0 119901119886119903119886 119895 = 119896 + 1 hellip 119899 119890

sum 119883119895

119899

119895=119896+1

gt sum 119883119895

119896

119895=0

Em que

Co = custo inicial (R$)

k = periacuteodo de tempo a partir do qual as receitas passaram a ser positivas

Xj = receita liacutequida de cada periacuteodo j e

n = duraccedilatildeo do projeto (anos)

Depois de identificado o tipo de projeto e tendo todos os custos jaacute calculados

no capiacutetulo 1 procedeu-se a anaacutelise econocircmica dos projetos por meio da avaliaccedilatildeo

dos iacutendices econocircmicos e do benefiacutecio perioacutedico equivalente (BPE)

23 IacuteNDICES ECONOcircMICOS DA PRODUCcedilAtildeO

Para verificar a rentabilidade do sistema produtivo os seguintes iacutendices

econocircmicos de produccedilatildeo foram utilizados

a) Renda bruta (RB)

119877119861 = 119876 times P Eq1

b) Margem bruta (MB)

119872119861 = 119877119861 minus 119862119874119864 Eq 2

c) Margem liacutequida (ML)

119872119871 = 119877119861 minus 119862119874119879 Eq 3

d) Lucro (L)

119871 = 119877119861 minus 119862119879 Eq 4

63

e) Lucratividade (Lc)

119871119888 =119871

119877119861 Eq 5

f) Iacutendice de rentabilidade (IR)

119868119877 =119872119871

119862 Eq 6

Em que

119877119861 = renda bruta (R$)

119876 = quantidade de produto vendido (un)

119875 = preccedilo unitaacuterio dos produtos (R$)

119872119861 = margem bruta (R$)

119862119874119864 = custo operacional efetivo (R$)

119872119871 = margem liacutequida (R$)

119862119874119879 = custo operacional total (R$)

119871 = lucro (R$)

119862119879 = custo total (R$)

119871119888 = lucratividade ()

119868119877 = iacutendice de rentabilidade () e

119862 = capital empatado (R$) referente ao somatoacuterio do custo fixo e circulante meacutedio

podendo-se considerar ou natildeo o custo da terra

24 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DOS PROJETOS

241 Benefiacutecio perioacutedico equivalente (BPE)

Para avaliaccedilatildeo da viabilidade econocircmica por meio do BPE a seguinte

foacutermula foi utilizada

119861119875119864 =119881119875119871[(1 + 119894)119905](1 + 119894)119899119905

(1 + 119894)119899119905 minus 1 Eq 7

64

Em que

n = duraccedilatildeo do projeto (anos)

t = nuacutemero de periacuteodos de capitalizaccedilatildeo

i = taxa de desconto e

VPL = valor presente liacutequido

O VPL foi obtido pela foacutermula

119881119875119871 = sum 119877119895

119899

119895=0

(1 + 119894)minus119895 minus sum 119862119895

119899

119895=0

(1 + 119894)minus119895

Eq 8

Em que

i = taxa de desconto (juros)

j = periacuteodo em que a receita ou o custo ocorreram

n = duraccedilatildeo do projeto (anos)

Rj = receita no final do ano j ou do periacuteodo de tempo e

Cj = custo no final do ano j ou do periacuteodo de tempo considerado

O BPE permite a comparaccedilatildeo de projetos com diferentes horizontes de

planejamento pois os custos jaacute estatildeo distribuiacutedos por unidade de tempo estando

impliacutecitas as diferenccedilas de horizontes Como o desconto dos fluxos de caixa foi

estimado a partir da ldquodata presenterdquo ou seja no periacuteodo de implantaccedilatildeo do projeto

estes foram comparados quando as consequecircncias monetaacuterias estavam em um

ponto comum do tempo

65

3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

31 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA VENDA DE MADEIRA EM PEacute

A renda bruta foi estimada por meio da multiplicaccedilatildeo do volume comercial e

comercial por hectare e o preccedilo pago por cada unidade agrave qual se admitiu um valor

miacutenimo de R$5370 msup3 para venda de ldquomadeira em peacuterdquo ou seja madeira natildeo

explorada e R$45156 msup3 a venda de lacircminas de paricaacute

Identicamente aos custos as receitas foram deflacionadas e

descapitalizadas para o ano 0 a fim de possibilitar a comparaccedilatildeo entre os valores

gastos e recebidos com essa praacutetica de produccedilatildeo A renda bruta obtida com a venda

de madeira de paricaacute pode ser observada na Tabela 1

Tabela 1 Renda bruta (RB) obtida com a produccedilatildeo de madeira de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA sem considerar o custo de laminaccedilatildeo

Idade Espaccedil

(m)

VTHA (R$ha) VCHA (R$ha)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 379731 433109 452408 1109193 1349221 1557365

3x3 - 362619 424113 - 1212472 1509318

3x4 - 311840 373961 - 1077399 1379067

4x4 166887 317064 342144 550865 1122453 1272564

5x5 172002 205671 306342 627806 811406 1226000

6 a

no

s

3x2 355004 394611 431419 1056449 1261369 1508350

3x3 - 341749 408022 - 1163130 1470243

3x4 - 288386 356682 - 1020754 1335360

4x4 167940 274794 313771 556167 1012394 1196711

5x5 166477 207478 273875 613368 817994 1133134

7 a

no

s

3x2 334925 365156 383863 1012137 1191106 1382874

3x3 - 325700 385794 - 1122613 1410651

3x4 - 278203 342718 - 993941 1296571

4x4 164441 268225 305743 547531 994496 1174049

5x5 164242 204174 269414 607295 808354 1119474

Em que Espaccedil = espaccedilamento (m) VTHA = volume comercial por hectare (msup3ha) e VCHA = volume de lacircminas por hectare (msup3ha)

66

A ausecircncia de valores na classe de produtividade baixa nos espaccedilamentos

3x3 e 3x4 m eacute proveniente da inesistecircncia de povoamentos nestas condiccedilotildees de

terreno Como se tratam de plantios independentes a falta de informaccedilotildees nestes

ambientes natildeo prejudicamalteram os resultados nas outras aacutereas em estudo

Observando a Tabela 1 eacute perceptiacutevel a diferenccedila entre a renda bruta obtida

com a venda de madeira em peacute e a explorada Para siacutetios de baixa produtividade e

com corte aos 5 anos a diferenccedila entre a venda de lacircminas e madeira em peacute foi de

aproximadamente R$729000 Esta diferenccedila ocorreu porque o custo de laminaccedilatildeo

natildeo foi contabilizado por falta de informaccedilotildees sobre o processo produtivo

Natildeo existem estudos que indiquem os custos reais de laminaccedilatildeo de paricaacute

proveniente de reflorestamento e quais as atividades necessaacuterias para transformar o

torete de madeira em lacircminas de forma eficiente e com boa qualidade

A renda resultante da venda de ldquomadeira em peacuterdquo em espaccedilamentos

menores como o 3x2 m superam os mais espaccedilados como o 4x4 e 5x5 m com

receita duas vezes maior quando comparados os espaccedilamentos 3x2 e 5x5 m Esta

tendecircncia ocorre entre classes de produtividade e tambeacutem entre idades distintas

Com o aumento da idade de corte houve diminuiccedilatildeo nas receitas em todos

os espaccedilamentos pois o volume de madeira foi reduzido Isso ocorre como jaacute citado

anteriormente provavelmente devido ao autodesbaste das plantas caracteriacutestico da

espeacutecie Entretanto os custos tambeacutem sofreram reduccedilatildeo devido ao menor nuacutemero

de plantas por hectare e esta relaccedilatildeo deve ser analisada

O comportamento da renda bruta em relaccedilatildeo a madeira explorada segue a

mesma tendecircncia citada acima ou seja o menor espaccedilamento no melhor siacutetio

produtivo aos 5 anos eacute o que indica ser o mais viaacutevel Todavia deve-se interagir

custos e receitas para se inferir sobre o espaccedilamento mais adequado para se obter

a maior lucratividade

Na Tabela 2 eacute possiacutevel observar os iacutendices em siacutetios com classe de

produtividade baixa para a venda de lacircminas de paricaacute

67

Tabela 2 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute para venda preacute-corte em classe de produtividade baixa (17 ndash 19 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

5 a

no

s

MB -121915 - - -221422 -197665

ML -172080 - - -260253 -234631

L -256915 - - -325921 -297147

L (t) -350415 - - -419421 -390647

Luc -068 - - -195 -173

Lucr (t) -092 - - -251 -227

IR -047 - - -085 -079

IR (t) -038 - - -065 -060

6 a

no

s

MB -157604 - - -236236 -218806

ML -208865 - - -276654 -257335

L -316133 - - -361232 -337959

L (t) -427533 - - -472632 -449359

Luc -089 - - -215 -203

Lucr (t) -120 - - -281 -270

IR -056 - - -088 -084

IR (t) -043 - - -065 -062

7 a

no

s

MB -192230 - - -244377 -225943

ML -244145 - - -285258 -264961

L -376891 - - -388205 -363216

L (t) -508091 - - -519405 -494416

Luc -113 - - -236 -221

Lucr (t) -152 - - -316 -301

IR -065 - - -090 -086

IR (t) -048 - - -064 -060

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

Na Tabela 2 eacute possiacutevel observar que sob as condiccedilotildees analisadas nenhum

espaccedilamento eacute viaacutevel economicamente Jaacute o comportamento dos iacutendices financeiros

em classe de produtividade meacutedia pode ser observado na Tabela 3

68

Tabela 3 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute para venda preacute-corte em classe de produtividade meacutedia (19 ndash 21 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

5 a

no

s

MB -68537 -75377 -97128 -71245 -163995

ML -118702 -119176 -138025 -110076 -200962

L -203537 -193247 -207187 -175744 -263477

L (t) -297037 -286747 -300687 -269244 -356977

Luc -047 -053 -066 -055 -128

Lucr (t) -069 -079 -096 -085 -174

IR -033 -036 -043 -036 -067

IR (t) -026 -028 -034 -027 -051

6 a

no

s

MB -117998 -109790 -135159 -129382 -177806

ML -169258 -154944 -177514 -169800 -216334

L -276527 -249433 -266145 -254378 -296958

L (t) -387927 -360833 -377545 -365778 -408358

Luc -070 -073 -092 -093 -143

Lucr (t) -098 -106 -131 -133 -197

IR -046 -046 -055 -054 -071

IR (t) -035 -034 -041 -040 -052

7 a

no

s

MB -161999 -131381 -150483 -140593 -186011

ML -213914 -177089 -193352 -181475 -225030

L -346659 -292189 -301302 -284422 -323284

L (t) -477859 -423389 -432502 -415622 -454484

Luc -095 -090 -108 -106 -158

Lucr (t) -131 -130 -155 -155 -223

IR -057 -052 -059 -057 -073

IR (t) -042 -037 -042 -040 -051

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

Os prejuiacutezos obtidos nestas condiccedilotildees do terreno satildeo menores quando

comparados com siacutetios de produtividade baixa O mesmo comportamento tambeacutem

foi observado para siacutetios de classe de produtividade alta como indicado na Tabela

4

69

Tabela 4 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute pra venda preacute-corte em classe de produtividade alta (21 ndash 24 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

5 a

no

s

MB -49238 -13882 -35007 -46165 -63324

ML -99403 -57682 -75904 -84996 -100291

L -184238 -131752 -145066 -150664 -162806

L (t) -277738 -225252 -238566 -244164 -256306

Luc -041 -031 -039 -044 -053

Lucr (t) -061 -053 -064 -071 -084

IR -027 -017 -024 -028 -034

IR (t) -022 -014 -018 -021 -026

6 a

no

s

MB -81189 -43517 -66863 -90406 -111408

ML -132450 -88671 -109217 -130823 -149937

L -239718 -183160 -197848 -215401 -230561

L (t) -351118 -294560 -309248 -326801 -341961

Luc -056 -045 -055 -069 -084

Lucr (t) -081 -072 -087 -104 -125

IR -036 -026 -034 -041 -049

IR (t) -028 -020 -025 -031 -036

7 a

no

s

MB -143292 -71287 -85969 -103075 -120771

ML -195207 -116995 -128837 -143956 -159790

L -327953 -232094 -236787 -246903 -258044

L (t) -459153 -363294 -367987 -378103 -389244

Luc -085 -060 -069 -081 -096

Lucr (t) -120 -094 -107 -124 -144

IR -052 -034 -039 -045 -052

IR (t) -038 -025 -028 -032 -036

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

A inviabilidade econocircmica observada nas trecircs condiccedilotildees produtivas podem

ter sido provenientes do baixo valor de mercado praticado na regiatildeo

Apoacutes o pagamento de todos os desembolsos efetivos restou o deacutebito de R$-

13882 para o espaccedilamento 3x3 m Esta quantia jaacute pode ser considerada como

70

prejuiacutezo do investimento mesmo sem ser contabilizados o pagamento da matildeo de

obra familiar (administraccedilatildeo) e os custos de oportunidade do capital

O menor valor resultante para o espaccedilamento 5x5 m se deve ao fato de

existirem atividades iguais aos outros espaccedilamentos que estatildeo sendo executas em

tempo maior que dos outros povoamentos aumentando assim o custo de produccedilatildeo

Jaacute os resultados encontrados para o espaccedilamento 3x3 m em classe de

produtividade alta satildeo atribuiacutedos agrave eficiecircncia das operaccedilotildees de manutenccedilatildeo dos

plantios principalmente pelo controle de plantas daninhas

Depois do pagamento de todos os desembolsos efetivos foi admitida a

remuneraccedilatildeo da matildeo de obra familiar em virtude da administraccedilatildeo das aacutereas de

plantio sendo proporcional aos custos de produccedilatildeo de paricaacute A margem liacutequida

negativa indica que o empreendimento eacute economicamente inviaacutevel O valor admitido

por este iacutendice se positivo natildeo seria o lucro gerado pois ainda natildeo foi descontado

o custo de oportunidade do capital investido

Para todos os povoamentos analisados houve lucro negativo principalmente

quando foi considerada a remuneraccedilatildeo pelo uso da terra Isso significa que o

investimento natildeo foi atrativo financeiramente Este resultado natildeo eacute interessante

economicamente ao produtor e pode trazer consequecircncias ainda piores como falta

de incentivo agrave produccedilatildeo falta de demanda para venda da madeira em idade de corte

e preccedilos ainda menores do que os praticados

Considerando-se o pagamento pelo uso da terra o prejuiacutezo obtido pelo

plantio de paricaacute variou entre 53 e 316 sendo maior quando mais amplo o

espaccedilamento de plantio Desconsiderando o pagamento pelo uso da terra o

prejuiacutezo se tornou menor estando entre 31 e 236

Este iacutendice representa a capacidade da atividade de transformar

investimento em margem liacutequida Assim desconsiderando o pagamento pelo uso da

terra tem-se que para cada real investido obteve-se entre R$-090 e R$-017 de

margem liacutequida sendo mais atrativo o espaccedilamento 3x3 m em classe de

produtividade alta Considerando o custo da terra o valor foi de R$-065 a R$-014

sendo melhor nos menores espaccedilamento de plantio

Deve-se salientar novamente que o valor do msup3 de madeira utilizado nesta

pesquisa eacute proveniente do preccedilo meacutedio praticado pelo CERAT ndash PA Valores

superiores a este encontrados na regiatildeo podem alterar estes resultados tornando

estes povoamentos atrativos financeiramente (quando superiores a R$10000 msup3)

71

32 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA LAMINADA

O comportamento observado foi semelhante ao da madeira vendida em peacute

ou seja os iacutendices financeiros apontaram que a viabilidade econocircmica aos 5 anos

foi superior agraves outras idades de exploraccedilatildeo (Tabela 5)

Tabela 5 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de baixa produtividade (17 ndash 19 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

5 a

no

s

MB 460255 - - 82016 175950

ML 395361 - - 35131 130764

L 285617 - - -44157 54349

L (t) 192117 - - -137657 -39151

Luc 026 - - -008 009

Lucr (t) 017 - - -025 -006

IR 090 - - 010 039

IR (t) 074 - - 008 030

6 a

no

s

MB 416597 - - 84912 161477

ML 352612 - - 37786 116288

L 218717 - - -60828 21725

L (t) 107317 - - -172228 -89675

Luc 021 - - -011 004

Lucr (t) 010 - - -031 -015

IR 081 - - 011 034

IR (t) 065 - - 008 026

7 a

no

s

MB 374305 - - 138713 217110

ML 322390 - - 97831 178092

L 161775 - - -5115 79837

L (t) 30575 - - -136315 -51363

Luc 016 - - -001 013

Lucr (t) 003 - - -025 -008

IR 075 - - 031 058

IR (t) 057 - - 022 041

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

72

Os iacutendices econocircmicos para as classes de produtividade meacutedia e alta

encontram-se nas Tabelas 6 e 7

Tabela 6 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de meacutedia produtividade (19 ndash 21 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

5 a

no

s

MB 681518 625573 537181 600811 347713

ML 614747 566883 483159 548647 301344

L 501830 467631 391801 460430 222928

L (t) 408330 374131 298301 366930 129428

Luc 037 039 036 041 027

Lucr (t) 030 031 028 033 016

IR 137 139 126 147 087

IR (t) 114 113 101 117 069

6 a

no

s

MB 608614 588446 491228 506607 352752

ML 543338 530977 438275 456029 306227

L 406743 410719 327467 350188 208871

L (t) 295343 299319 216067 238788 97471

Luc 032 035 032 035 026

Lucr (t) 023 026 021 024 012

IR 124 133 116 125 089

IR (t) 099 104 090 095 067

7 a

no

s

MB 544335 665533 565255 585678 418169

ML 492420 619825 522386 544796 379151

L 329553 504725 414437 441850 280896

L (t) 198353 373525 283237 310650 149696

Luc 028 045 042 044 035

Lucr (t) 017 033 028 031 019

IR 113 181 159 171 123

IR (t) 087 131 114 121 086

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

73

Tabela 7 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de alta produtividade (21 ndash 24 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5 5

an

os

MB 882878 900802 817010 742105 726917

ML 815429 839950 760805 689059 677009

L 701365 737042 665754 599351 592608

L (t) 607865 643542 572254 505851 499108

Luc 045 049 048 047 048

Lucr (t) 039 043 041 040 041

IR 181 201 193 182 187

IR (t) 150 164 156 146 148

6 a

no

s

MB 843757 874244 783868 678388 646537

ML 777297 814644 728718 626556 597877

L 638225 689925 613313 518092 496052

L (t) 526825 578525 501913 406692 384652

Luc 042 047 046 043 044

Lucr (t) 035 039 038 034 034

IR 174 198 187 168 168

IR (t) 140 156 146 129 128

7 a

no

s

MB 730571 953571 867885 765231 729289

ML 678656 907863 825016 724350 690271

L 514396 792763 717066 621403 592016

L (t) 383196 661563 585866 490203 460816

Luc 037 056 055 053 053

Lucr (t) 028 047 045 042 041

IR 154 266 252 228 224

IR (t) 119 192 180 161 157

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

Contrariamente agrave preacute-colheita a venda de madeira de paricaacute poacutes-colheita

tem demonstrado viabilidade economica para as idade classe de produtividade e

espaccedilamento analisados como observados nos iacutendices a seguir

Apoacutes o pagamento de todos os custos efetivos notou-se uma vantagem no

uso de espaccedilamentos mais adensados Nestes ambientes a margem bruta foi por

74

vezes maior que 40 em relaccedilatildeo aos maiores espaccedilamentos Poreacutem restam ainda

o pagamento pela administraccedilatildeo e uso do capital No entanto verificou-se que a

maioria dos projetos avaliados foram viaacuteveis economicamente pois se obteve

resultados positivos para a madeira laminada

A matildeo-de-obra familiar foi remunerada mantendo-se o montante positivo

Este montante foi utilizado posteriormente como forma de pagamento pelo custo de

oportunidade do capital Observa-se que este iacutendice manteve a tendecircncia de

comportamento semelhante agrave margem bruta exprimindo a viabilidade dos projetos

Lucro negativo soacute foi observado em espaccedilamentos amplos como o 4x4 e

5x5 m em classe de produtividade baixa em todos os anos analisados Isso

significa que o custo de oportunidade do uso do capital natildeo estaacute sendo remunerado

O resultado encontrado eacute consequecircncia de volume insuficiente de lacircminas

para o pagamento do processo produtivo Vale salientar que o processo de

laminaccedilatildeo natildeo foi quantificado

O intervalo de lucratividade sem considerar o pagamento pelo uso da terra

variou de -31 agrave 56 ou seja existem povoamentos que em certas condiccedilotildees

foram inviaacuteveis economicamente como eacute o caso dos espaccedilamentos 4x4 e 5x5 m

em classe de produtividade baixa com exploraccedilatildeo aos 5 anos Outros povoamentos

ao contraacuterio possuem lucratividade de 56 Como exemplo pode-se citar o 3x3 m

aos 7 anos em classe de produtividade alta

Quando se considera o pagamento pelo uso da terra a mesma tendecircncia foi

observada poreacutem a lucratividade foi menor

A capacidade da atividade em transformar o investimento em margem

liacutequida variou entre R$034 e R$266 sendo mais atrativo o espaccedilamento 3x3 m

Considerando o custo da terra o valor corresponde entre R$008 e R$192 sendo

melhor quanto menor o espaccedilamento de plantio

Considerando os valores obtidos nas Tabelas 5 6 e 7 foi possiacutevel inferir

sobre os custos maacuteximos que poderiam ser destinados agrave laminaccedilatildeo para que todas

as despesas fossem pagas obtendo lucratividade zero Na Tabela 8 eacute indicado

quais satildeo estes valores

75

Tabela 8 Valores maacuteximos a serem pagos pela laminaccedilatildeo (R$msup3)

Idade Classe produtiva (m) Espaccedilamentos (m)

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5 5

ano

s Baixa 1184 - - -1930 -533

Meacutedia 2206 2414 2238 2708 1472

Alta 3144 3550 3580 3459 3812

6 a

no

s Baixa 707 - - -2400 -1260

Meacutedia 1751 2049 1753 2033 1099

Alta 2857 3317 3292 3033 3286

7 a

no

s Baixa 131 - - -3253 -2045

Meacutedia 1189 1557 1223 1543 476

Alta 2255 2916 2883 2613 2836

Estas informaccedilotildees satildeo valores meacutedios dos espaccedilamentos para cada classe

de produtividade e idade Como pressupotildee-se que em siacutetio de melhor qualidade haacute

maior renda eacute possiacutevel o pagamento de um valor substancialmente maior do que

em classe de produtividade meacutedia Observa-se ainda a inviabilidade da praacutetica de

laminaccedilatildeo em classe de produtividade baixa independente da idade de corte pois a

receita foi menor que os custos mesmo sem a laminaccedilatildeo Essa consideraccedilatildeo

reforccedila os argumentos de suporte sobre os menores espaccedilamentos serem os mais

apropriados para o plantio de paricaacute

33 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA

331 Benefiacutecio perioacutedico equivalente ndash BPE

Para a taxa de 6 aa em povoamentos natildeo explorados o BPE obtido

variou entre R$-24042 e R$-8005 para os espaccedilamentos 4x4 e 3x3 m

respectivamente (Tabela 9) Isso indica que o espaccedilamento 3x3 m na classe de

produtividade alta com corte aos 5 anos eacute o que resultou no menor prejuiacutezo

financeiro sob estas condiccedilotildees analisadas Jaacute o 4x4 m em classe de produtividade

baixa com corte aos 7 anos foi a pior escolha de investimento

76

Tabela 9 BPE de plantios de paricaacute situados na regiatildeo de Paragominas PA

Idade Espaccedil

(m)

BPE (VTHA) BPE (VCHA)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 -15515 -12312 -11154 17037 30010 41982

3x3 - -11695 -8005 - 27958 44123

3x4 - -12531 -8804 - 23408 39845

4x4 -19655 -10645 -9140 -2749 27526 35861

5x5 -17929 -15909 -9868 3161 13276 35456

6 a

no

s

3x2 -19068 -16692 -14483 13023 24305 38193

3x3 - -15066 -11090 - 24543 41296

3x4 - -16069 -11971 - 19548 36699

4x4 -21774 -15363 -13024 -3750 20911 30986

5x5 -20378 -17917 -13934 1204 12432 29663

7 a

no

s

3x2 -22761 -20948 -19825 8894 18907 29965

3x3 - -18281 -14675 - 20779 36619

3x4 - -18827 -14957 - 16500 33111

4x4 -24042 -17815 -15564 -5944 18385 28258

5x5 -22542 -20146 -16232 -842 10264 27366

Em que Espaccedil = espaccedilamento (m) BPE (VTHA) = benefiacutecio perioacutedico equivalente para venda de madeira em peacute e BPE (VCHA) = benefiacutecio perioacutedico equivalente para venda de madeira laminada

A mesma tendecircncia foi observada em povoamentos explorados em que o

BPE variou entre R$-5944 e R$44123 sendo o espaccedilamento 3x3 m a melhor

opccedilatildeo de investimento O mesmo resultado foi obtido por Pavan et al (2010) com

plantios de eucalipto no Rio Grande do Sul para laminaccedilatildeo

Caso ocorressem mudanccedilas na taxa de desconto estas contribuiriam para o

aumento ou reduccedilatildeo dos lucros do plantio Segundo Soares et al (2003) aumentos

na taxa de desconto afetam significativamente o VPL e consequentemente o BPE

indicando que quanto menor a taxa de desconto utilizada maior seraacute a lucratividade

do projeto

A partir da anaacutelise econocircmica dos diferentes sistemas de plantio pode-se

inferir que o motivo pelo qual a classe de produtividade baixa resultou em uma das

piores alternativas financeiras estaacute relacionado ao autodesbaste das plantas neste

ambiente Como estas aacutereas dispotildeem de menores recursos eacute possiacutevel que tenha

77

ocorrido uma expressiva mortalidade de plantas devido agrave concorrecircncia por luz e

nutrientes do solo

Todos os espaccedilamentos de plantio podem ser alternativas viaacuteveis que

poderatildeo contribuir de maneira mais significativa na medida em que alcancem sua

capacidade maacutexima de incremento Isso eacute obtido com a diferenciaccedilatildeo entre os

horizontes de planejamento que natildeo podem ser idecircnticos para todos os

espaccedilamentos de plantio haja vista que as aacutervores se comportam de maneiras

diferentes nestes espaccedilamentoss devido agrave disponibilidade de recursos

Esta afirmaccedilatildeo jaacute foi comprovada em estudos realizados por Cordeiro et al

(2009) em que foi constatado que o sistema de produccedilatildeo do paricaacute em cultivo puro

sob o espaccedilamento 4x3 m nos quatro primeiros anos de cultivo natildeo apresentaram

viabilidade econocircmica sugerindo a necessidade de maior horizonte de

planejamento

78

4 CONCLUSOtildeES

O monocultivo de paricaacute em qualquer um dos espaccedilamentos analisados foi

considerado inviaacutevel por todos os criteacuterios utilizados nesta anaacutelise econocircmica

quando se objetivou a venda da madeira sem exploraccedilatildeo Essa resposta estaacute

associada ao baixo valor de mercado ao qual a espeacutecie estaacute subordinada

A exploraccedilatildeo de madeira mesmo sendo um processo trabalhoso e

dispendioso eacute uma alternativa para se obter valores positivos com a produccedilatildeo de

paricaacute

Observando os custos e receitas oriundos de plantios de paricaacute pode-se

afirmar que espaccedilamentos mais amplos em classe de produtividade baixa satildeo

insuficientes para remunerar o processo de laminaccedilatildeo

O maior retorno financeiro foi obtido em povoamentos de paricaacute implantados

em classe de produtividade alta sob o espaccedilamento 3x3 m com exploraccedilatildeo aos 5

anos

79

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

CHICHORRO J F BAUER M O ANDRADE W S SILVA G F SANTOS F R SILVA J L NOGUEIRA M A Avaliaccedilatildeo econocircmica de projetos florestais In CHICHORRO J F BAUER M O GARCIA G O CALDEIRA M V W Toacutepicos especiais em ciecircncias florestais 1 ed Visconde do Rio Branco Suprema 2010 v 1 p 231-260 COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO ndash CONAB Custo de produccedilatildeo agriacutecola a metodologia da Conab Brasiacutelia Conab 2010 60p COORDENADORIA EXECUTIVA DA ADMINISTRACcedilAtildeO TRIBUTAacuteRIA ndash CERAT Boletim informativo de preccedilos Paraacute 2013 22p CORDEIRO I M C C SANTANA A C LAMEIRA O A SILVA I M Anaacutelise econocircmica dos sistemas de cultivo com Schizolobium parahyba var amazonicum (Huber ex Ducke) Barneby (Paricaacute) E Ananas comosus var erectifolius (L B Smith) Coppus amp Leal (Curauaacute) no municiacutepio de Aurora do Paraacute (PA) Brasil Facultad Agronomiacutea (LUZ) 2009 26 243-265 FARO C Elementos de engenharia econocircmica 3ed Satildeo Paulo Atlas 1979 328p MELLO A A CARNIERI C ARCE J E SANQUETTA C R Planejamento florestal visando agrave maximizaccedilatildeo dos lucros e a manutenccedilatildeo do estoque de carbono Cerne Lavras v 11 n 3 p 205-217 julset 2005 OLIVEIRA A D REZENDE J L P Economia Florestal Lavras UFLAFAEPE 2004 101p PAVAN J A ALVES T W SOUZA M A Viabilidade Econocircmica da Produccedilatildeo de Eucaliptos no Rio Grande do Sul Associaccedilatildeo Brasileira de Custos vol 5 n 1 78-109 JanAbr 2010 REZENDE J L P OLIVEIRA A D Anaacutelise econocircmica e social de projetos florestais Viccedilosa MG UFV 2001 389 p SILVA M L JACOVINE L A G VALVERDE S R Economia Florestal 2 ed Viccedilosa UFV 2005 178p SOARES T S CARVALHO R M M A VALE A B Avaliaccedilatildeo econocircmica de um povoamento de Eucalyptus grandis destinado a multiprodutos Aacutervore Viccedilosa-MG v27 n5 p689-694 2003

80

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A partir das condiccedilotildees estabelecidas notou-se o efeito dos espaccedilamentos

de plantio na viabilidade econocircmica dos povoamentos de paricaacute

Em relaccedilatildeo aos custos de produccedilatildeo eles devem ser separados por

atividades sendo elas preparo da aacuterea plantio adubaccedilatildeo manutenccedilatildeo colheita e

transporte laminaccedilatildeo custo de administraccedilatildeo remuneraccedilatildeo do capital investido

Dentro de cada atividade alguns custos podem sofrer a influecircncia do

nuacutemero de plantas por hectare Como exemplo pode-se citar o nuacutemero de diaacuterias

necessaacuterias para alinhamento coveamento e plantio das mudas aleacutem da

quantidade de adubo necessaacuterio para adubaccedilatildeo de cova

O maior nuacutemero de operaccedilotildees ocorre no periacuteodo de manutenccedilatildeo dos

plantios poreacutem nenhuma delas foi considerada dispendiosa Os maiores custos

individuais foram do transporte de madeira do povoamento ateacute a induacutestria em

todos os espaccedilamentos analisados devido agraves condiccedilotildees de traacutefego nas estradas

A relaccedilatildeo entre volume comercial volume laminado e os custos de

produccedilatildeo determinam entatildeo a viabilidade dos plantios sendo o espaccedilamento mais

viaacutevel aquele que consegue absorver esta relaccedilatildeo de maneira mais eficiente

Entretanto estudos ainda devem ser desenvolvidos para averiguar a relaccedilatildeo entre a

espeacutecie e os espaccedilamentos de plantio

Page 5: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE …III. Andrade, Wendel Sandro de Paula. IV. ... À Universidade Federal do Espírito Santo e à CAPES, pela estrutura e apoio

AGRADECIMENTOS

A Deus por ter me proporcionado tantas coisas assim como este desafio Se natildeo

fosse ele eu nunca teria chegado ateacute aqui

Aos meus pais Joseacute e Lurdes que foram os que mais sofreram com a minha

ausecircncia mais me amaram incondicionalmente todos os dias

Agrave minha irmatilde Renata pelo carinho e cuidado de sempre Satildeo nos pequenos

detalhes que percebemos que os irmatildeos satildeo parte de noacutes

Agrave Universidade Federal do Espiacuterito Santo e agrave CAPES pela estrutura e apoio

financeiro para a realizaccedilatildeo deste trabalho

Ao meu orientador Gilson Fernandes da Silva o qual foi fundamental para a

conclusatildeo deste trabalho

Aos meus coorientadores Adriano Ribeiro de Mendonccedila e Wendel Sandro de Paula

Andrade pelas contribuiccedilotildees

Agrave empresa Laminit pela disponibilidade de informaccedilotildees

Aos professores Rinaldo e Franklim pelas sugestotildees

Aos amigos de Alta Floresta MT pelo carinho e pelas palavras de conforto

Aos tantos amigos que fiz em Jerocircnimo Monteiro ES Eles fizeram a distacircncia

parecer pequena

Ao Kallil Keylla e Tharcia pela amizade incondicional e verdadeira

Agrave todos do laboratoacuterio de manejo e mensuraccedilatildeo florestal em especial aos meus

ldquoirmatildeos de orientaccedilatildeordquo Diego Cezana Onair Rafael Bridi Braacuteulio e Evandro que

foram minha famiacutelia durante este periacuteodo

Agrave Sanderleacuteia Ana Paula e Cristiani pela convivecircncia e paciecircncia

Agrave todos aqueles que de alguma forma colaboraram para a execuccedilatildeo do presente

trabalho meus sinceros agradecimentos

ldquoSou muito grata agraves adversidades que apareceram na minha vida pois elas me

ensinaram a toleracircncia a simpatia o auto-controle a perseveranccedila e outras

qualidades que sem essas adversidades eu jamais conheceriardquo

E por fim a Napoleon Hill que sabiamente escreveu estas palavras

BIOGRAFIA

RAFAELA DA SILVEIRA filha de Joseacute Antonio da Silveira e Maria de

Lourdes da Silveira nasceu em 06 de novembro de 1987 no municiacutepio de Alta

Floresta no Estado de Mato Grosso Brasil

Concluiu o Ensino Meacutedio na Escola Prof Marines Faacutetima de Saacute Teixeira de

Alta Floresta em 2005 Em 2006 ingressou na Universidade Estadual de Mato

Grosso (UNEMAT) em Alta Floresta - MT graduando-se em Engenharia Florestal

em dezembro de 2009 No mesmo ano especializou-se em Geoprocessamento pela

Uniatildeo das Faculdades de Alta Floresta (UNIFLOR)

Em marccedilo de 2012 iniciou o curso de mestrado do Programa de Poacutes-

Graduaccedilatildeo Strictu Sensu em Ciecircncias Florestais na linha de pesquisa Manejo

Florestal na Universidade Federal do Espiacuterito Santo em Jerocircnimo Monteiro ndash ES

submetendo-se agrave defesa da dissertaccedilatildeo em fevereiro de 2014

Enquanto suspiramos por uma vida

sem dificuldades devemos nos

lembrar que o carvalho cresce forte

atraveacutes de ventos contraacuterios e que os

diamantes satildeo formados sob

pressatildeo

(Peter Marshall)

RESUMO

SILVEIRA R Avaliaccedilatildeo econocircmica da produccedilatildeo de madeira de paricaacute

(Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) sob diferentes espaccedilamentos de

plantio 2014 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) ndash Universidade

Federal do Espiacuterito Santo Jerocircnimo Monteiro ES Orientador Prof Dr Gilson

Fernandes da Silva Coorientadores Prof Dr Adriano Ribeiro de Mendonccedila e Prof

Dr Wendel Sandro de Paula Andrade

O paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) eacute uma espeacutecie nativa que

vem ganhando destaque entre os plantios comerciais na regiatildeo amazocircnica pelas

suas caracteriacutesticas de crescimento e produccedilatildeo para muacuteltiplos usos Por tal motivo

objetivou-se neste trabalho avaliar o efeito dos espaccedilamentos de plantio na anaacutelise

econocircmica da produccedilatildeo de madeira de paricaacute Para tanto os dados utilizados neste

estudo satildeo originaacuterios de povoamentos homogecircneos plantados sob os

espaccedilamentos 3x2 3x3 3x4 4x4 e 5x5 m localizados entre os municiacutepios de Dom

Elizeu e Paragominas Estado do Paraacute Estes povoamentos foram inventariados

anualmente ateacute o quinto ano sendo analisadas trecircs classes de produtividade em

cada espaccedilamento sendo elas Baixa (17 - 19 m) Meacutedia (19 ndash 21 m) e Alta (21 - 24

m) Posteriormente com auxiacutelio de modelagem os volumes total e laminado foram

estimados aos 5 6 e 7 anos Estimado o volume e identificados todos os custos de

produccedilatildeo estes foram deflacionados pelo IGP-DI e posteriormente

descapitalizados Assim procedeu-se a anaacutelise econocircmica por meio da metodologia

desenvolvida pelo Instituto de Economia Agriacutecola oacutegatildeo vinculado agrave Secretaria de

Agricultura e Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo juntamente com o criteacuterio do

benefiacutecio perioacutedico equivalente Como resultado obteve-se que o custo operacional

efetivo representou em meacutedia 65 dos custos totais de produccedilatildeo sendo o

transporte o custo individual mais expressivo em todos os espaccedilamentos

analisados As anaacutelises econocircmicas indicaram que o monocultivo de paricaacute

independente do espaccedilamento foi inviaacutevel quando se objetivou a venda da madeira

sem exploraccedilatildeo Essa resposta estaacute associada ao baixo valor de mercado ao qual a

espeacutecie estaacute subordinada A exploraccedilatildeo de madeira mesmo sendo um processo

trabalhoso e dispendioso eacute uma alternativa para se obter valores positivos com a

produccedilatildeo de paricaacute Logo pode-se inferir que o maior retorno financeiro eacute obtido em

povoamentos de paricaacute implantados em classe de produtividade alta sob o

espaccedilamento 3x3 m com exploraccedilatildeo aos 5 anos Entretanto para os maiores

espaccedilamentos de plantio estudos ainda devem ser desenvolvidos

Palavras-chave Classe de produtividade idade iacutendices econocircmicos

ABSTRACT

SILVEIRA R Economic evaluation of the production of wood paricaacute

(Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) under different planting spacings

2014 Dissertation (Master of Forest Science) - Federal University of Espiacuterito Santo

Jerocircnimo Monteiro ES Advisor Prof Dr Gilson Fernandes da Silva

Coorientadores Prof Dr Adriano Ribeiro de Mendonccedila and Prof Dr Wendel Sandro

de Paula Andrade

Paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) is a native species that has

been gaining prominence among commercial plantations in the Amazon region its

growth characteristics and production for multiple uses For this reason the aim of

this study was to evaluate the effect of planting space in economic analysis of timber

production paricaacute For this the data used in this study originate homogeneous stands

planted under the spacings 3x2 3x3 3x4 4x4 and 5x5 m located in the State of

Paraacute These stands were inventoried annually by fifth year and analyzed three

classes of productivity in each spacing which are Low (17 ndash 19 m) Medium (19 ndash 21

m) and High (21 ndash 24 m) Later with the aid of modeling the total and laminate

volumes were estimated at 5 6 and 7 years Estimate the volume and identified all

the costs these were deflated by the IGP ndash DI and subsequently undercapitalized

Thus we proceeded to the economic analysis using the methodology developed by

the Institute of Agricultural Economics along with the criterion periodic benefit

equivalent As a result it was found that the actual operating costs represented on

average 65 of total costs of production transportation and the most expressive

individual cost in all spacings analyzed The economic analysis indicated that the

monoculture paricaacute regardless of spacing was impracticable when used to sell the

timber without exploitation This response is associated with low market value to

which the species is subject The logging even being a laborious and costly process

an alternative is to give positive values to the production of paricaacute Therefore it can

be inferred that the greatest financial return is obtained in stands of paricaacute deployed

in class high productivity under the 3x3 m spacing with operating at 5 years

However for larger planting space studies have yet to be developed

Keywords Productivity class age economic indices

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO GERAL 11

11 OBJETIVO GERAL 13 12 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 13

2 REVISAtildeO DE LITERATURA 14

21 PARICAacute 14 211 Descriccedilatildeo botacircnica e anatocircmica do paricaacute 14 212 Caracteriacutesticas silviculturais do paricaacute 15 213 Utilizaccedilatildeo do paricaacute 16

22 CRESCIMENTO E PRODUCcedilAtildeO DO PARICAacute 17 23 RENDIMENTO EM LAMINACcedilAtildeO DE PARICAacute 18 24 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO 19

241 Teoria dos custos 19 242 A importacircncia dos custos 21 243 Classificaccedilatildeo dos custos 21 244 Componentes do custo 22 245 Iacutendices econocircmicos 24 246 Custos na empresa florestal 26

25 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DE PROJETOS FLORESTAIS 27

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 28

CAPIacuteTULO 1 31

RESUMO 31

ABSTRACT 32

1 INTRODUCcedilAtildeO 33

2 MATERIAL E MEacuteTODOS 35

21 AacuteREA EM ESTUDO 35 22 ESTIMATIVA DA PRODUCcedilAtildeO 36 23 DESCRICcedilAtildeO DAS ATIVIDADES 38 24 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS 39 25 CLASSIFICACcedilAtildeO DOS CUSTOS 41

3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 43

31 ESTIMATIVA DE VOLUME 43 32 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO 45

321 Custo operacional efetivo ndash COE 45 322 Custo operacional total ndash COT 47 323 Custo total ndash CT 50

4 CONCLUSOtildeES 54

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 55

CAPIacuteTULO 2 57

RESUMO 57

ABSTRACT 58

1 INTRODUCcedilAtildeO 59

2 MATERIAL E MEacuteTODOS 61

21 OBTENCcedilAtildeO DAS RECEITAS 61 22 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS 61 23 IacuteNDICES ECONOcircMICOS DA PRODUCcedilAtildeO 62 24 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DOS PROJETOS 63

241 Benefiacutecio perioacutedico equivalente (BPE) 63

3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 65

31 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA VENDA DE MADEIRA EM PEacute 65 32 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA LAMINADA 71 33 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA 75

331 Benefiacutecio perioacutedico equivalente ndash BPE 75

4 CONCLUSOtildeES 78

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 79

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 80

11

1 INTRODUCcedilAtildeO GERAL

As florestas naturais somavam em 2007 cerca de 4 bilhotildees de hectares

cobrindo aproximadamente 30 da superfiacutecie terrestre segundo informaccedilotildees da

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION ndash FAO (2007) Deste montante cerca

de metade da vegetaccedilatildeo ainda estaacute concentrada em cinco paiacuteses sendo o Brasil o

detentor da segunda maior cobertura florestal do planeta

Segundo o Sistema Nacional de Informaccedilotildees Florestais ndash SNIF (2014)

estimava-se que 69 desta cobertura teriam potencial produtivo Com isso ampliou-

se a participaccedilatildeo do setor florestal brasileiro no comeacutercio mundial Entretanto o

setor ainda encontra dificuldades na expansatildeo dos seus negoacutecios especialmente a

regiatildeo amazocircnica devido agraves restriccedilotildees impostas pela legislaccedilatildeo frente ao apelo

ambiental que a regiatildeo desperta em resposta a ocupaccedilatildeo desordenada

Com a implantaccedilatildeo de novas normas de exploraccedilatildeo reduziu-se a

disponibilidade de madeira no mercado expondo-se entatildeo a necessidade de fontes

alternativas para produccedilatildeo de mateacuteria-prima Assim a partir da praacutetica de

reflorestamento estaacute sendo possiacutevel ampliar o estoque de madeira para atender as

demandas atuais e futuras

Em 2012 o consumo brasileiro de madeira em tora proveniente de plantios

florestais foi de 1824 milhotildees de metros cuacutebicos (msup3) um indicador 72 superior

ao de 2011 (ABRAF 2013) Isso indica que a praacutetica do reflorestamento eacute uma

alternativa de negoacutecio que se expandiu no ultimo ano

Segundo o SNIF (2014) o Brasil deteacutem as melhores tecnologias na

silvicultura de eucalipto e outras espeacutecies vecircm sendo estudadas entre elas a acaacutecia

(Acacia mangium Willd) a seringueira (Hevea brasiliensis (Willd ex Adr de Juss)

Muell-Arg) e o paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) Em 2012 a aacuterea

ocupada por plantios florestais de espeacutecies natildeo convencionais como acaacutecia

araucaacuteria poacutepulus teca seringueira e paricaacute foi de 521131 ha representando

72 da aacuterea total de plantios florestais no Brasil (ABRAF 2013) Esta participaccedilatildeo

ainda que pequena se deve agraves caracteriacutesticas de crescimento e produccedilatildeo obtidas

por estas espeacutecies

Na regiatildeo amazocircnica o paricaacute eacute a espeacutecie que vem ganhando destaque

entre os plantios comerciais pelas suas caracteriacutesticas de crescimento e produccedilatildeo

12

para muacuteltiplos usos tornando crescente a demanda industrial por madeira de

lacircminas e compensados para a qual a espeacutecie eacute utilizada (MARQUES et al 2006)

Os primeiros registros com o plantio de paricaacute no Estado do Paraacute constam

da deacutecada de 1950 os quais tinham o objetivo de preservar a caracteriacutestica da

floresta amazocircnica em espaccedilos puacuteblicos e de fomentar estudos sobre o

comportamento e caracteriacutesticas das espeacutecies plantadas (MARQUES et al 2006)

Desde entatildeo muitos plantios foram registrados no Paraacute e em toda regiatildeo

amazocircnica e vaacuterios estudos foram desenvolvidos podendo-se destacar Hoffmann

(2009) Vidaurre et al (2012) Santos (2012) e Corteletti (2013) que trabalharam

com povoamentos de paricaacute localizados entre os municiacutepios de Dom Elizeu e

Paragominas estado do Paraacute Estes estudos comprovaram o alto potencial de

produccedilatildeo madeireira do paricaacute e servem como incentivo para que se estabeleccedilam

novos povoamentos Embora jaacute se tenham muitos plantios com esta espeacutecie na

Amazocircnia ainda satildeo necessaacuterios estudos com o objetivo de identificar as

caracteriacutesticas dendromeacutetricas avaliar a qualidade da madeira e sua produccedilatildeo

A atenccedilatildeo deve ser direcionada tambeacutem para os custos de produccedilatildeo

destes povoamentos que vecircm sendo estabelecidos na regiatildeo amazocircnica Natildeo

existem estudos suficientes que comprovem a lucratividade desta atividade Os

estudos que se tecircm disponiacuteveis ainda satildeo muito geneacutericos e as informaccedilotildees

carentes de dados do processo de implantaccedilatildeo da cultura

O monitoramento do processo produtivo tem sido realizado para identificar

os custos de produccedilatildeo sendo um instrumento necessaacuterio para se avaliar (medir) a

eficiecircncia das empresas Outra teacutecnica utilizada eacute a avaliaccedilatildeo econocircmica dos

projetos que testam a viabilidade de sua execuccedilatildeo

Para testar a viabilidade econocircmica dos projetos florestais faz-se necessaacuterio

o emprego de teacutecnicas econocircmicas sendo as mais tradicionais aquelas em que se

calculam o valor presente liacutequido (VPL) a taxa interna de retorno (TIR) e o benefiacutecio

perioacutedico equivalente (BPE) Este uacuteltimo sendo empregado frequentemente para

projetos com diferentes horizontes de planejamento (REZENDE OLIVEIRA 2001)

O teste da viabilidade econocircmica tem por finalidade estudar a capacidade

financeira do empreendimento a fim de verificar a possibilidade de sua

implementaccedilatildeo por meio da capacidade de sobrevivecircncia no mercado e da

identificaccedilatildeo dos fatores que podem dificultar as possibilidades de ecircxito do mesmo

comprovando-se assim a sua necessidade de execuccedilatildeo

13

11 OBJETIVO GERAL

Avaliar o efeito dos espaccedilamentos de plantio na anaacutelise econocircmica da

produccedilatildeo de madeira de paricaacute

12 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

a) Definir os custos de produccedilatildeo de povoamentos de paricaacute

b) Identificar os custos de produccedilatildeo mais afetados pelos espaccedilamentos

de plantio

c) Avaliar a participaccedilatildeo individual dos custos no processo de

implantaccedilatildeo colheita e transporte e

d) Identificar o espaccedilamento que forneceraacute o maior retorno econocircmico

por meio de indicadores e criteacuterio de avaliaccedilatildeo

14

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

21 PARICAacute

A espeacutecie Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke foi descoberta por

Huber e descrita por Ducke em 1922 sendo vulgarmente conhecida como pinho-

cuiabano paricaacute-da-amazocircnia paricaacute-da-terra-firme (Mato Grosso) paricaacute paricaacute-

grande faveira (Paraacute) canafista canafiacutestula fava-canafiacutestula (Acre) bandarra

(Rondocircnia) guapuruvu-da-amazocircnia (Distrito federal) aleacutem de cereboacute (Boliacutevia)

tambor (Colocircmbia) gavilaacuten (Costa Rica) pachaco (Equador) palo de judiacuteo palo de

picho (Meacutexico) e pashaco (Peru) (CARVALHO 2007)

Ocorre naturalmente em toda regiatildeo amazocircnica principalmente no Mato

Grosso Paraacute Amazonas e Rondocircnia no Brasil aleacutem de outros paiacuteses como Peru

Boliacutevia Colocircmbia e Venezuela (SOUZA et al 2005) Sobrevive em mata primaacuteria e

secundaacuteria de terra firme e vaacuterzea alta notadamente nas formaccedilotildees do tipo floresta

densa e floresta aberta em solos argilosos e altitudes de ateacute 800 metros

(CARVALHO 1994 ROSA 2006a)

A espeacutecie eacute tolerante a solos de baixa fertilidade e adapta-se agrave precipitaccedilatildeo

meacutedia anual de 1600 mm a 5850 mm e temperatura meacutedia de 248 ordmC (CRESPO et

al 1995) Por ser uma espeacutecie essencialmente helioacutefila natildeo tolera baixas

temperaturas (CARVALHO 2007)

211 Descriccedilatildeo botacircnica e anatocircmica do paricaacute

Segundo o sistema de classificaccedilatildeo de Cronquist a espeacutecie Schizolobium

amazonicum pertence agrave famiacutelia Caesalpiniaceae (Leguminosae Caesalpinioideae)

sendo da divisatildeo Magnoliophyta (Angiospermae) da classe Magnoliopsida

(Dicotyledonae) e ordem das Fabales

O paricaacute eacute uma aacutervore deciacutedua que pode atingir 40 m de altura e 100 cm de

DAP (diacircmetro a altura do peito medido a 130 m do solo) na idade adulta

15

(CARVALHO 2007) Seu tronco eacute ciliacutendrico e reto com casca de cor cinza clara

podendo conter sapopemas A madeira eacute macia leve com textura grossa gratilde direita

e irregular cerne creme-avermelhado e alburno creme-claro Tecircm faacutecil

processamento mas baixa durabilidade natural (SOUZA et al 2005)

Rosa (2006a) trabalhando com a botacircnica anatomia e tecnologia de paricaacute

comprovou que ao longo do crescimento vegetativo a espeacutecie pode possuir

caracteriacutesticas dendroloacutegicas diferenciadas em termos de coloraccedilatildeo da casca e do

surgimento de sapopemas

212 Caracteriacutesticas silviculturais do paricaacute

As sementes de paricaacute possuem alto grau germinativo podendo chegar a

90 Isso pode ser comprovado em estudos realizados por Lameira et al (2000)

com a propagaccedilatildeo do paricaacute por meio de sementes submetidas a processos

mecacircnicos fiacutesicos e quiacutemicos de quebra de dormecircncia Nesse estudo foi constatado

que as sementes possuem um percentual de germinaccedilatildeo de 80 a 90

O paricaacute possui entretanto dificuldade em seu manejo por seu elevado teor

de umidade e susceptibilidade ao ataque de microorganismos aleacutem da dormecircncia

tegumentar que necessita de tratamentos preacute-germinativos (ROSA 2006b

CARVALHO 2007)

Para o armazenamento de sementes eacute recomendado um periacuteodo maacuteximo de

12 meses tendo em vista que a partir do oitavo mecircs ocorre reduccedilatildeo na viabilidade

das sementes como pode ser observado no trabalho de Rosa (2006a) sobre a

ecologia e silvicultura do paricaacute

Apoacutes serem retiradas do armazenamento as sementes podem ser plantadas

de duas maneiras colocando-se as sementes para germinar em canteiros

(sementeiras) ou semeando-as diretamente na embalagem plaacutestica Ambas as

opccedilotildees permitem sobrevivecircncia de no miacutenimo 80 das plantas sendo

consideravelmente aceitaacutevel (SOUZA et al 2003)

No que se refere a implantaccedilatildeo de povoamentos uma atenccedilatildeo especial

deve ser direcionada agrave escolha do espaccedilamento a ser utilizado No Estado do Paraacute

diversos espaccedilamentos tem sido adotados (3x3 m 4x4 m 3x4 m 5x4 m 6x4 m)

16

principalmente em plantios mais antigos estando os mais recentes em maior

padronizaccedilatildeo com espaccedilamentos de 4x4 m Isso provavelmente se deve agrave

facilidade de mecanizaccedilatildeo (MARQUES et al 2006) Aleacutem disso estudos vecircm

comprovando que o espaccedilamento 4x4 m eacute mais utilizado pois proporciona a melhor

relaccedilatildeo entre crescimento em altura e diacircmetro das aacutervores (ROSA 2006b)

Em sistemas silviculturais mais adensados ou em plantios puros o paricaacute

tem demonstrado crescimento inicial em altura bastante raacutepido sendo necessaacuterios

desbastes para manter equiliacutebrio adequado entre a retirada de indiviacuteduos de

qualidade inferior doentes ou danificados e a manutenccedilatildeo de espaccedilamento

aproximadamente regular entre as plantas Deve-se ressaltar entretanto que a

espeacutecie eacute bastante suscetiacutevel aos danos causados por ventos fortes principalmente

nos estaacutegios iniciais de desenvolvimento As aacutervores isoladas e plantas da

bordadura satildeo mais propensas a quebras poreacutem estes danos satildeo bastante

reduzidos com a presenccedila de mata ou de relevo ondulado nas proximidades que

possam proteger o povoamento e reduzir esses efeitos do vento (SOUZA et al

2003)

No estudo realizado por Rondon (2002) concluiu-se que ateacute o terceiro ano o

paricaacute eacute altamente vulneraacutevel ao vento principalmente nos espaccedilamentos 4x2 m e

2x2 m Por tal motivo medidas preventivas devem ser tomadas no iniacutecio da

implantaccedilatildeo deixando-se uma faixa de mata nativa em torno do plantio Desta

maneira sob os espaccedilamentos 15x15 m 2x2 m 3x2 m 3x3 m 4x2 m 4x3 m e 4x4

m avaliadas pelo autor os dois uacuteltimos foram os que proporcionaram maiores

crescimentos em altura e diacircmetro

213 Utilizaccedilatildeo do paricaacute

Essa espeacutecie eacute bastante utilizada na produccedilatildeo de lacircminas meacutedias ou parte

interna de compensados caixotaria leve portas e parquete tendo em vista que

pode ser alcanccedilado o rendimento de ateacute 80 de aproveitamento da madeira no

processo de laminaccedilatildeo (MARQUES et al 2006)

17

Ela pode ser utilizada para produccedilatildeo energeacutetica assim como a produccedilatildeo de

papel e celulose por sua facilidade de branqueamento Propriedades medicinais

tambeacutem podem ser encontradas principalmente na casca (CARVALHO 2007)

Carvalho (2007) afirma ainda que esta espeacutecie tem grande potencial para

recuperaccedilatildeo de aacutereas degradadas Por ser uma espeacutecie pioneira o paricaacute tem bom

desenvolvimento na maioria dos solos amazocircnicos contribuindo com

sombreamento o desenvolvimento de espeacutecies cliacutemax que por ventura se

estabeleccedilam na aacuterea

O paricaacute pode ser utilizado ainda para artesanato sendo seu uso mais

comum na fabricaccedilatildeo de brinquedos saltos para calccedilados e aeromodelismo

(SOUZA et al 2003)

22 CRESCIMENTO E PRODUCcedilAtildeO DO PARICAacute

O crescimento e a produccedilatildeo de um povoamento florestal dependem da

idade da capacidade produtiva do grau de utilizaccedilatildeo do potencial produtivo do lugar

e de tratamentos silviculturais (SCOLFORO 2006 CAMPOS LEITE 2009) Esta

relaccedilatildeo pode ser mensurada por meio de modelos de crescimento e produccedilatildeo

mecaniacutesticos ou empiacutericos sendo este uacuteltimo o mais utilizado

Santos (2012) estudando o crescimento e produccedilatildeo de plantios de paricaacute

sob diferentes espaccedilamentos ajustou o modelo logiacutestico para estimar o crescimento

em diacircmetro e volume das aacutervores em cada espaccedilamento em funccedilatildeo da idade O

autor observou efeito significativo do espaccedilamento sobre as variaacuteveis diacircmetro

quadraacutetico e volume em todas as idade evidenciando a dependecircncia entre os

fatores

Neste mesmo estudo foi constatado que a maior diferenccedila entre as meacutedias

do diacircmetro quadraacutetico e o volume foi entre os espaccedilamentos extremos 3x2 m e 5x5

metros Assim o maior crescimento em diacircmetro quadraacutetico foi verificado no espaccedilo

vital com 25 msup2 e o maior crescimento em volume por aacuterea no espaccedilamento de 6msup2

Anteriormente Hoffmann (2009) jaacute havia verificado a influecircncia do diacircmetro

no rendimento da laminaccedilatildeo em que o aumento do diacircmetro promoveu maior

rendimento O mesmo foi observado por Silva et al (2013)

18

23 RENDIMENTO EM LAMINACcedilAtildeO DE PARICAacute

A produccedilatildeo de lacircminas em escala comercial surgiu a partir do seacuteculo XX

sendo impulsionada no Brasil na deacutecada de 30 com o objetivo de confeccionar

madeira compensada que tem como mateacuteria-prima paineacuteis de lacircminas de madeira

Este material eacute submetido a um processo de colagem e prensagem com adesivos

resistentes ou agrave prova drsquoaacutegua tendo muacuteltiplas aplicaccedilotildees na construccedilatildeo civil na

fabricaccedilatildeo de moacuteveis formas para concreto embalagens transporte e aplicaccedilotildees

agriacutecolas (BORDUELLE IWAKIRI MARTINS et al 2006 IWAKIRI PRATA 2008)

A qualidade da laminaccedilatildeo eacute influenciada por caracteriacutesticas da espeacutecie

(densidade da madeira) caracteriacutesticas do fuste (diacircmetro e forma) e gratilde (direccedilatildeo e

inclinaccedilatildeo) e por condiccedilotildees operacionais do equipamento (velocidade de corte

ajuste da geometria da faca e barra de pressatildeo afiaccedilatildeo da faca) sendo que a

automaccedilatildeo dos equipamentos tem resultado em lacircminas de maior qualidade e

produtividade (TSOUMIS 1991)

Esta busca pela qualidade e produtividade tem aumentado o interesse nos

estudos sobre a prognose do crescimento e da produccedilatildeo de povoamentos e do

processo de laminaccedilatildeo Isto ocorre porque as empresas florestais procuram

investimentos soacutelidos devido aos compromissos de longo prazo assumidos

As estimativas da produccedilatildeo de mateacuteria-prima e do rendimento do produto

final contribuem com o planejamento da empresa em relaccedilatildeo a novos investimentos

novos produtos a serem lanccedilados no mercado aleacutem da viabilidade do projeto em

execuccedilatildeo e de futuros investimentos Por isso faz-se necessaacuterio conhecer todo o

processo produtivo do produto com o qual se estaacute trabalhando

A laminaccedilatildeo da madeira pode ser obtida por meio de duas formas

comerciais

a) Lacircminas torneadas ndash obtidas a partir do ldquodesenrolamentordquo de toras grossas

relativamente curtas utilizando torno laminador

b) Lacircminas faqueadas ndash obtidas a partir de cortes planos realizados por

faqueadeira em peccedila de madeira em bloco

Independentemente do meacutetodo de obtenccedilatildeo de lacircminas um dos objetivos da

empresa florestal eacute a busca pelo aumento da produtividade Estas informaccedilotildees satildeo

obtidas por meio do acompanhamento do processo de transformaccedilatildeo das aacutervores

19

em lacircminas e a partir dos valores obtidos subtrai-se o produto final da quantidade

de madeira que iniciou o processo obtendo-se assim o rendimento

Para o paricaacute o rendimento encontrado em estudos realizados por Hoffmann

(2009) foi de aproximadamente 5031 em aacutervores aos 5 anos Jaacute Melo (2012)

alcanccedilou rendimento meacutedio de 59 Este autor afirma ainda que o rendimento em

laminaccedilatildeo pode ser facilmente estimado por meio de variaacuteveis dendromeacutetricas da

tora obtendo-se menores perdas para aacutervores com maiores diacircmetros

O resultado encontrado por Melo (2012) eacute semelhante ao de Bortoletto

Juacutenior e Belini (2002) para outra espeacutecie do mesmo gecircnero Estudando a produccedilatildeo

de lacircminas e compensados de guapuruvu (Schizolobium parayba (Vell) Blake)

proveniente de plantios mistos de espeacutecies nativas estes autores observaram que o

rendimento do processo de laminaccedilatildeo foi de aproximadamente 61 em lacircminas

verdes Isso demonstra que o gecircnero Schizolobium pode conter boas caracteriacutesticas

para laminaccedilatildeo

24 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO

241 Teoria dos custos

Segundo Pinto et al (2008) algumas terminologias devem ser consideradas

na contabilidade de custos

Gasto esforccedilo realizado pela empresa para obtenccedilatildeo de um bem ou serviccedilo

Investimento gasto com bens ou serviccedilos que traratildeo benefiacutecios futuros

Despesa consumo direto ou indireto com bens e serviccedilos com a finalidade

de obtenccedilatildeo de receitas

Perda gasto natildeo intencional decorrente de fatores externos e

Custos gastos acumulados para executar uma atividade fabricar um

produto ou adquirir uma mercadoria

Essas definiccedilotildees podem ser interpretadas como ilustrada na Figura 1

20

Figura 1 Forma esquemaacutetica da distribuiccedilatildeo de gastos Fonte Adaptado de Pinto et al (2008)

Aleacutem das terminologias apresentadas faz-se necessaacuterio definir orccedilamento

anaacutelise de projeto e o caacutelculo do custo de produccedilatildeo uma vez que satildeo peccedilas

fundamentais para o teste de viabilidade econocircmica do projeto

O orccedilamento tem por objetivo a verificaccedilatildeo preacutevia de gastos e a anaacutelise de

projetos objetiva a avaliaccedilatildeo econocircmica de investimentos que seratildeo realizados Jaacute o

caacutelculo do custo de produccedilatildeo por sua vez tem por objetivo quantificar o custo por

unidade produzida sendo este sempre realizado apoacutes o fim do ciclo de produccedilatildeo

O custo por produto encontrado eacute entatildeo comparado com receita obtida com

as vendas do produto e com o montante de capital utilizado na produccedilatildeo a fim de

serem calculados os indicadores econocircmicos para aquela atividade ou seja o custo

de produccedilatildeo de uma empresa eacute determinado pelas condiccedilotildees fiacutesicas de produccedilatildeo

pelo preccedilo dos recursos e pela conduta economicamente eficiente do proprietaacuterio

Custo eacute entatildeo o preccedilo pelo qual se obteacutem um bem (FERGUSON 2003)

O caacutelculo dos custos de produccedilatildeo por sua vez natildeo eacute uma tarefa faacutecil haja

visto que haacute um grande nuacutemero de informaccedilotildees que devem ser administradas para

que se tenha no final do periacuteodo de produccedilatildeo todos os custos referentes agravequela

atividade Por isso o aconselhaacutevel eacute que se faccedila o registro dos gastos

preferencialmente por atividade para facilidade de obtenccedilatildeo dos resultados

Custos

Investimentos

Despesas

PerdasUso para execuccedilatildeo de atividades adquirir mercadorias e fabricar produtos

Gastos que seratildeo usados no futuro para geraccedilatildeo de receita

Gastos que jaacute foram utilizados para geraccedilatildeo de receita

Gastos que natildeo foram usados para geraccedilatildeo de receita

21

242 A importacircncia dos custos

Para Hildebrand (1995) os custos geralmente contribuem para a anaacutelise a

curto meacutedio e longo prazo que geram informaccedilotildees importantes para o planejamento

e mensuraccedilatildeo da eficiecircncia de operaccedilotildees atividades e processos de produccedilatildeo da

empresa a avaliaccedilatildeo de alternativas de investimento novos negoacutecios e novos

sistemas de produccedilatildeo (processos maacutequinas e equipamentos entre outros)

O setor florestal trabalha geralmente a longo prazo que eacute um horizonte de

planejamento em que a curva de custo de produccedilatildeo corresponde agrave despesa com a

aquisiccedilatildeo dos fatores ao longo do caminho de expansatildeo Isto significa que para cada

niacutevel de produccedilatildeo existiraacute uma combinaccedilatildeo dos fatores variaacuteveis de miacutenimo custo

que junto com os fatores fixos permite a produccedilatildeo de determinada quantidade

(SIMONSEN1971 FERGUSON 2003) A ausecircncia do conhecimento sobre custos

provavelmente levaraacute a maacute aplicaccedilatildeo do capital de giro menor lucro menor

rentabilidade ameaccedilas a estabilidade econocircmica financeira e ao crescimento da

empresa (FERREIRA 2007)

243 Classificaccedilatildeo dos custos

Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo vaacuterios meacutetodos satildeo encontrados na

literatura sendo selecionado o modelo a partir da caracteriacutestica do produto ou do

modelo de produccedilatildeo que estaacute sendo analisado Em funccedilatildeo disso o Instituto de

Economia Agriacutecola ndash IEA oacutergatildeo vinculado agrave Secretaria de Agricultura e

Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo desenvolveu uma metodologia para o setor

agriacutecola designado Meacutetodo do Custo Operacional

Na metodologia do custo operacional se incluem apenas as despesas

efetivamente desembolsadas pelo produtor mais a depreciaccedilatildeo de maacutequinas e

benfeitorias e o custo estimado da matildeo-de-obra familiar Assim a remuneraccedilatildeo de

todos os outros fatores de produccedilatildeo natildeo incluiacutedos fica a cargo do resiacuteduo ou seja a

diferenccedila entre o custo operacional e o valor de venda do produto (MATSUNAGA et

al 1976)

22

O esquema da estrutura do custo de produccedilatildeo utilizada pelo IEA pode ser

visualizado a seguir

Figura 2 Estrutura dos custos de produccedilatildeo utilizada pelo IEA Fonte Nachiluk e Oliveira (2012) sup1 Contribuiccedilatildeo de Seguridade Social Rural

244 Componentes do custo

Os custos podem ser denominados custos expliacutecitos e impliacutecitos Os

desembolsos realizados satildeo denominados custos expliacutecitos segundo Pindyck e

Rubinfeld (1994) os quais abrangem remuneraccedilotildees de matildeo de obra salaacuterios e

custos de materiais e locaccedilatildeo de propriedades aleacutem do custo de oportunidade Eles

satildeo importantes pois envolvem pagamentos diretamente feitos pela empresa a

outras empresas e pessoas com as quais faz negoacutecios

Jaacute os custos impliacutecitos natildeo satildeo diretamente desembolsados no processo de

produccedilatildeo mas natildeo podem deixar de ser considerados uma vez que se constituem

de fato em dispecircndios Sua mensuraccedilatildeo se daacute de maneira indireta por meio da

atribuiccedilatildeo de valores que deveratildeo representar o custo de oportunidade de seu uso

Nesta categoria enquadram-se os gastos com depreciaccedilatildeo de benfeitorias

instalaccedilotildees maacutequinas e implementos agriacutecolas e remuneraccedilatildeo do capital fixo e da

terra (CONAB 2010)

Custo operacional

Custo operacional efetivo (COE)

Despesas com operaccedilotildees

Pagamentos de salaacuterios

Gastos com maacutequinas equipamentos e

implementos

Despesas com materiais

Sementes fertilizantes corretivos defensivos

sacarias etc

Encargos sociais

Custo operacional total (COT)

Depreciaccedilatildeo com maacutequinas juros de custeio e CSSRsup1

23

A classificaccedilatildeo proposta pelo IEA compreende elementos diferenciados

poreacutem de faacutecil interpretaccedilatildeo e mais adequado agrave tomada de decisotildees Assim

segundo Matsunaga et al (1976) essa classificaccedilatildeo eacute composta dos seguintes

custos

a) Custo Operacional Efetivo ndash COE

O custo operacional efetivo envolve todos os custos expliacutecitos ou seja o

custo de todos os recursos de produccedilatildeo que exigem desembolso por parte da

empresa para sua recomposiccedilatildeo excluindo-se a matildeo-de-obra familiar

Assim mesmo que determinado produto tenha sido adquirido no periacuteodo

anterior por exemplo deveraacute ser contabilizado aqui pois em algum momento houve

o desembolso para a compra do mesmo Nesse caso eacute importante que seja utilizado

o preccedilo de mercado atual e natildeo o valor pago anteriormente devido ao custo de

oportunidade

b) Custo Operacional Total ndash COT

O custo operacional total envolve a soma do COE o valor da matildeo-de-obra

familiar e as depreciaccedilotildees que equivalem a apenas uma parte dos custos fixos

b1) Depreciaccedilatildeo

A depreciaccedilatildeo corresponde ao custo indireto exigido para acumular fundos

para substituiccedilatildeo do capital investido em bens produtivos de longa duraccedilatildeo

inutilizados pela idade uso e obsolescecircncia

b2) Valor da Matildeo-de-obra Familiar

Este valor deve ser definido considerando-se o custo de oportunidade ou

seja quanto o produtor ganharia se estivesse trabalhando em outra atividade

Considerando-se eacute claro o mesmo niacutevel teacutecnico para desenvolvimento das duas

atividades

24

c) Custo Total ndash CT

Custo total nada mais eacute que a soma do COT com o valor da remuneraccedilatildeo do

capital imobilizado com a atividade

Todo o capital investido na empresa tem custo de oportunidade uma vez

que seu uso na empresa implica deixar de empregaacute-lo noutra atividade alternativa

Por definiccedilatildeo o retorno potencial desse capital na melhor alternativa possiacutevel de

utilizaccedilatildeo forneceria a medida desse custo de oportunidade Como essa estimativa

nem sempre eacute faacutecil eacute expediente comum estimar o custo de oportunidade a partir do

retorno que o capital teria se em vez de aplicado na empresa fosse investido no

mercado financeiro como por exemplo na caderneta de poupanccedila

245 Iacutendices econocircmicos

Os iacutendices econocircmicos apresentados pelo IEA segundo Matsunaga et al

(1976) satildeo

2451 Renda Bruta (RB)

A renda bruta vem a ser o valor da produccedilatildeo ou seja tudo que eacute produzido

vezes o preccedilo do produto

Embora a Renda Bruta permita saber o quanto eacute recebido pelo produto

produzido ela natildeo diz o quanto desse valor iraacute sobrar Isso porque eacute preciso retirar o

custo de produccedilatildeo Sendo assim eacute necessaacuterio que se faccedila a anaacutelise de

rentabilidade da atividade

2452 Margem Bruta (MB)

Eacute calculada pela subtraccedilatildeo do custo operacional efetivo da renda bruta ou

seja eacute a retirada de todos os custos ocorridos sendo mais produtiva agrave medida que

resulta em valores positivos

25

2453 Margem Liacutequida (ML)

Eacute calculada pela subtraccedilatildeo do custo operacional total da renda bruta sendo

um indicativo de lucratividade Comparando-se duas empresas de igual atividade

aquela que tem maior Margem Liacutequida eacute a que possui melhor rentabilidade no

negoacutecio incluindo-se aiacute a questatildeo operacional financeira e extra-operacional

Isso quer dizer que se a ML for positiva todos os desembolsos estatildeo sendo

pagos aleacutem da depreciaccedilatildeo e a matildeo-de-obra familiar Caso contraacuterio a depreciaccedilatildeo

eou a matildeo-de-obra natildeo estatildeo sendo efetivamente pagas e a empresa estaacute se

descapitalizando

2454 Lucro (L)

O lucro vem a ser o resultado da subtraccedilatildeo da renda bruta gerada pela

venda dos produtos no mercado menos o custo total de produccedilatildeo incorrido na sua

geraccedilatildeo Simplificadamente nada mais eacute do que o resultado positivo deduzido das

vendas os custos e despesas

2455 Lucratividade (Luc)

Eacute a relaccedilatildeo do valor do lucro com o montante de vendas ou seja divide-se o

valor do lucro pela quantidade vendida (renda bruta)

2456 Iacutendice de Rentabilidade (IR)

Eacute uma medida do retorno de um investimento Calcula-se dividindo o lucro

obtido (margem liacutequida) pelo valor do investimento inicial (capital empatado) Pode-

se dizer que a rentabilidade eacute a quantidade de dinheiro que o investidor ganha para

cada quantia investida

26

246 Custos na empresa florestal

Nas empresas em geral os custos satildeo classificados em funccedilatildeo de suas

necessidades de informaccedilotildees Geralmente eles satildeo divididos por operaccedilotildees ou

setores da atividade como viveiro plantaccedilotildees tratos culturais exploraccedilatildeo florestal

atividades especiais (coleta de sementes entre outros) implantaccedilatildeo de infra-

estrutura e administraccedilatildeo (BREPOHL 1980)

Em termos econocircmicos os componentes do custo satildeo agrupados de

acordo com sua funccedilatildeo no processo produtivo nas categorias de custos variaacuteveis

custos fixos custo operacional e custo total (CONAB 2010)

Na determinaccedilatildeo da idade oacutetima de corte de povoamentos florestais eacute

necessaacuterio estudar caso a caso cada componente dos custos e das receitas

envolvidas no processo de produccedilatildeo da madeira Tudo isso pelo fato do setor

florestal conter operaccedilotildees de longo prazo Por tal motivo a anaacutelise de custos pode

ter dois enfoques a anaacutelise ex-ante ou seja antes das operaccedilotildees ocorrerem e ex-

post apoacutes terem ocorrido (GRACcedilA et al 2000)

Entre os custos analisados deve-se considerar tambeacutem a depreciaccedilatildeo que

segundo Hildebrand (1995) pode ser definida como a diminuiccedilatildeo do valor dos bens

ativos resultante do desgaste pelo uso accedilatildeo da natureza ou por obsolescecircncia

teacutecnica Assim com o tempo para tornar possiacutevel a reposiccedilatildeo do equipamento eacute

necessaacuterio acumular periodicamente uma reserva em um fundo que permitiraacute no

fim de um periacuteodo a aquisiccedilatildeo de um novo equipamento

Baseados nas necessidades do setor florestal vaacuterios estudos sobre a

viabilidade econocircmica de plantios vem sendo desenvolvidos para as mais variadas

espeacutecies arboacutereas como os obtidos por Souza et al (2003) e o Centro de Pesquisa

do Paricaacute ndash CPP Deve-se ressaltar no entanto a afirmaccedilatildeo feita por Marques et al

(2006) em que os autores concluiacuteram que o custo meacutedio para implantaccedilatildeo e

conduccedilatildeo dos povoamentos podem variar conforme a regiatildeo as teacutecnicas de preparo

de solo os tratos silviculturais adotados entre outros

27

25 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DE PROJETOS FLORESTAIS

Do ponto de vista teacutecnico Oliveira e Rezende (2004) afirmam que dois ou

mais projetos podem ser compatiacuteveis quando a execuccedilatildeo de um natildeo afeta a

implementaccedilatildeo do outro ou incompatiacuteveis em caso contraacuterio Jaacute do ponto de vista

econocircmico eles podem ser dependentes quando haacute uma relaccedilatildeo de rentabilidade

entre ambos ou independentes quando nenhum eacute afetado

Estas informaccedilotildees satildeo importantes para o bom planejamento das atividades

florestais uma vez que o investimento em um projeto deve ser baseado em um

horizonte de planejamento na maioria das vezes de longo prazo podendo variar de

finito como no caso de um plantio florestal ou infinito em um manejo sustentado de

floresta nativa (CHICHORRO et al 2010)

Para realizar a anaacutelise econocircmica eacute importante considerar a vida econocircmica

do projeto Ela corresponde ao tempo que ele produziraacute lucro a vida fiacutesica de

maacutequinas e construccedilotildees o periacuteodo de anaacutelise onde se consideram os efeitos do

projeto Aleacutem do horizonte de construccedilatildeo relacionado agrave demanda do produto e o

horizonte de dados que se refere ao periacuteodo de tempo em que eacute possiacutevel prever o

fluxo de caixa (REZENDE OLIVEIRA 2001)

A avaliaccedilatildeo econocircmica ou financeira de projetos baseia-se entatildeo no fluxo

de caixa que consiste nos custos e nas receitas distribuiacutedos ao longo da vida uacutetil do

empreendimento Os meacutetodos mais recomendados para avaliaccedilatildeo econocircmica de

projetos florestais satildeo (REZENDE OLIVEIRA 2001) valor presente liacutequido (VPL)

taxa Interna de Retorno (TIR) custo (ou Benefiacutecio) Perioacutedico Equivalente (CPE ou

BPE) custo Meacutedio de Produccedilatildeo (CMPr) razatildeo Benefiacutecio (receita)Custo (BC) e

tempo de Recuperaccedilatildeo do Capital

28

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE PRODUTORES DE FLORESTAS PLANTADAS ndash ABRAF ANUAacuteRIO estatiacutestico da ABRAF Brasiacutelia ABRAF 2012 Disponiacutevel em lthttpwwwabraflororgbrestatisticasABRAF12-BRaspgt Acesso em 28 jul 2013 BORTOLETTO JUacuteNIOR G BELINI U L Produccedilatildeo de lacircminas e manufatura de compensados a partir da madeira de guapuruvu (Schizolobium parayba Blake) proveniente de um plantio misto de espeacutecies nativas Cerne v8 n2 p001-016 2002 BORDUELLE G M IWAKIRI S MARTINS D Fatores que influenciam no rendimento em laminaccedilatildeo de Pinus spp Floresta e Ambiente v12 n2 p 35 - 41 NovDez2006 BREPOHL D Custos em empreendimentos florestais Curitiba FUPEF nov 1980 18p (seacuterie teacutecnica n4) CAMPOS J C C LEITE H G Mensuraccedilatildeo florestal perguntas e respostas 3 ed Viccedilosa UFV 2009 548 p CARVALHO P E R Espeacutecies florestais brasileiras recomendaccedilotildees silviculturais potencialidades e uso da madeira Colombo Embrapa Florestas 1994 640p CARVALHO P E R Paricaacute (Schizolobium amazonicum) Colombo Embrapa Florestas 2007 8p (Circular Teacutecnica 142) CHICHORRO J F BAUER M O ANDRADE W S SILVA G F SANTOS F R SILVA J L NOGUEIRA M A Avaliaccedilatildeo econocircmica de projetos florestais In CHICHORRO J F BAUER M O GARCIA G O CALDEIRA M V W Toacutepicos especiais em ciecircncias florestais 1 ed Visconde do Rio Branco Suprema 2010 v 1 p 231-260 COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO ndash CONAB Custo de produccedilatildeo agriacutecola a metodologia da Conab Brasiacutelia Conab 2010 60p CORTELETTI R B Anaacutelise de tronco aplicada agrave avaliaccedilatildeo de crescimento de aacutervores de paricaacute 2013 (82f) Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) ndashUniversidade Federal do Espiacuterito Santo Jerocircnimo Monteiro ES 2013 CRESPO T R MINNICK G VARGAS J Evaluacioacuten de algunas leguminosas en el troacutepico de Cochabamba Bolivia In EVANS D O SZOTT L T (ed) Nitrogen fixing trees for acid soils proceedings of a workshop Morrilton NFTA Winroch International 1995 p 103-112 FERGUSON C E Microeconomia 20 ed Rio de Janeiro Forense Universitaacuteria 2003 610p FERREIRA J A Custos industriais uma ecircnfase gerencial Satildeo Paulo STS 2007 172p

29

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION ndash FAO Consolidaccedilatildeo dos instrumentos poliacuteticos e institucionais para a implementaccedilatildeo do PNF 2007 Disponiacutevel em lthttpwwwfaoorgbrprj_utfbra062braespgt Acesso em 12 jul 2013 GRACcedilA L R RODIGHERI H R CONTO A J Custos florestais de produccedilatildeo conceituaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo Colombo Embrapa Florestas 2000 32p (Embrapa Florestas Documentos 50) HILDEBRAND E Sistema de apropriaccedilatildeo e anaacutelise de custos para a empresa florestal 1995 (156f) Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) ndash Universidade Federal do Paranaacute Curitiba PR 1995 HOFFMANN R G Caracterizaccedilatildeo dendromeacutetrica e avaliaccedilatildeo do rendimento em laminaccedilatildeo de madeira em plantios de paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) na regiatildeo de Paragominas PA 2009 (97f) Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) ndash Universidade Federal do Espiacuterito Santo Jerocircnimo Monteiro ES 2009 HOSOKAWA R T MOURA J B CUNHA U S Introduccedilatildeo ao manejo e economia de florestas Curitiba UFPR 1998 162p IWAKIRI S PRATA J G Produccedilatildeo de paineacuteis compensados multilaminados de Eucalyptus Revista da madeira 211 ed Mar 2008 LAMEIRA O A GOMES A P R LOPES S C LEAtildeO N V M Efeito da escarificaccedilatildeo sobre a germinaccedilatildeo de sementes de paricaacute (Schizolobium amazonicum) in vitro Beleacutem Embrapa Amazocircnia Oriental 2000 3 p (Embrapa Amazocircnia Oriental Comunicado Teacutecnico 21) MARQUES L C T YARED J A G SIVIERO MA A evoluccedilatildeo do conhecimento sobre o paricaacute para reflorestamento no Estado do Paraacute Embrapa Amazocircnia Oriental 2006 5 p (Comunicado Teacutecnico 158) MATSUNAGA M et al Metodologia de custo de produccedilatildeo utilizada pelo IEA Agricultura em Satildeo Paulo Satildeo Paulo v 23 t 1 p 123-139 1976

MELO R R Avaliaccedilatildeo de variaacuteveis tecnoloacutegicas na produccedilatildeo de paineacuteis LVL confeccionados com paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) 2012 (164f) Tese (Doutorado em Ciecircncias Florestais) Universidade de Brasiacutelia Brasiacutelia DF 2012 NACHILUK K OLIVEIRA M D M Custo de produccedilatildeo uma importante ferramenta gerencial na agropecuaacuteria Instituto de Economia Agriacutecola ndash IEA v 7 n 5 maio 2012 OLIVEIRA A D REZENDE J L P Economia Florestal Lavras UFLAFAEPE 2004 101p PINDYCK R S RUBINFELD D L Microeconomia Satildeo Paulo Makron Books 1994 968p

30

PINTO A A G LIMEIRA A L F SILVA C A S COELHO F S Gestatildeo de custos 2 ed Rio de Janeiro FGV 2008 140p REZENDE J L P OLIVEIRA A D Anaacutelise econocircmica e social de projetos florestais Viccedilosa MG UFV 2001 389 p RONDON E V Produccedilatildeo de biomassa e crescimento de aacutervores de Schizolobium amazonicum (Huber) Ducke sob diferentes espaccedilamentos na regiatildeo de mata Aacutervore Viccedilosa-MG v26 n5 p573-576 2002 ROSA L S Caracteriacutesticas botacircnicas anatocircmicas e tecnoloacutegicas do paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) Revista de Ciecircncias Agraacuterias Beleacutem n 46 p63-79 juldez 2006a ROSA L S Ecologia e silvicultura do paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) na amazocircnia brasileira Revista de Ciecircncias Agraacuterias Beleacutem n 45 p 135-174 janjun 2006b SANTOS E M Crescimento e produccedilatildeo de plantios de paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) sob diferentes espaccedilamentos 2012 (74f) Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) Universidade Federal do Espiacuterito Santo Jerocircnimo Monteiro ES 2012 SCOLFORO J R S Biometria florestal modelos de crescimento e produccedilatildeo florestal Lavras UFLAFAEPE 2006 393p SILVA G F GEZAN S A SOARES C P B ZANETI L Z Modeling growth and yield of Schizolobium amazonicum under different spacings International Journal of Forestry Research v 2013 (2013) 10 p SIMONSEN M H Teoria microeconocircmica Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas 1971 2 ed 410p SISTEMA NACIONAL DE INFORMACcedilOtildeES FLORESTAIS ndash SNIF Produccedilatildeo florestal cadeia produtiva Serviccedilo Florestal Brasileiro Brasilia 2014 SOUZA C R ROSSI L M B AZEVEDO C P VIEIRA A H Paricaacute Schizolobium parahyba var amazonicum (Huber x Ducke) Barneby 1 ed Manaus EMBRAPA Dezembro 2003 (Circular Teacutecnica 18) SOUZA D B CARVALHO G S RAMOS E J A Paricaacute Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke Manaus EMBRAPA 2005 2p (Informativo Teacutecnico Rede de Sementes da Amazocircnia n13) TSOUMIS G Science and Technology of Wood structure properties utilization New York Chapmam amp Hall 1991 494 p VIDAURRE G B CARNEIRO A C O VITAL B R SANTOS R C S VALLE M L A Propriedades energeacuteticas da madeira e do carvatildeo de paricaacute (Schizolobium amazonicum) Aacutervore Viccedilosa-MG v36 n2 p365-371 2012

31

CAPIacuteTULO 1

CUSTOS DA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA DE PARICAacute

RESUMO

O setor de florestas plantadas brasileiro vem perdendo espaccedilo no mercado

internacional pelo alto custo necessaacuterio agrave produccedilatildeo Por isso haacute a necessidade

de se investigar quais os custos mais onerosos do processo produtivo para

entatildeo se montar uma estrateacutegia de reduccedilatildeo de custos a fim de tornar o

reflorestamento novamente competitivo no mercado Deste modo objetivou-se

no trabalho estimar a produccedilatildeo de paricaacute (Schizolobium amazonicum) aos 5 6

e 7 anos em trecircs classes de produtividade e em cinco espaccedilamentos de

plantio identificando os principais custos de produccedilatildeo aleacutem dos mais afetados

pelos espaccedilamentos de plantio na regiatildeo de Paragominas PA A estimativa de

volume foi obtida segundo metodologia proposta por Silva et al (2013) e os

custos de produccedilatildeo desde as atividades de preparo da aacuterea ateacute a colheita e

transporte foram disponibilizados por produtores rurais e empresaacuterios da

regiatildeo Posteriormente fez-se a anaacutelise dos custos por meio da metodologia do

custo operacional em que se considera apenas as despesas efetivamente

desembolsadas pelo agricultor somadas agrave depreciaccedilatildeo e matildeo-de-obra familiar

Assim inferiu-se que o espaccedilamento 3x2 m foi superior em volume diante dos

outros espaccedilamentos analisados Em relaccedilatildeo agrave analise de custos o custo

operacional efetivo representou em meacutedia 65 dos custos totais de produccedilatildeo

sendo o transporte o custo individual mais expressivo em todos os

espaccedilamentos analisados Jaacute a manutenccedilatildeo foi o conjunto de atividades mais

significativo nos plantios devido ao nuacutemero e ao longo periacuteodo para sua

execuccedilatildeo Os custos totais de produccedilatildeo foram superiores em espaccedilamentos

menores independentemente da remuneraccedilatildeo ou natildeo pelo uso dos capitais

permanente e circulante

Palavras-chave Custo operacional efetivo espaccedilamento idade

produtividade

32

CHAPTER 1

PRODUCTION COST PARICAacute

ABSTRACT

The planted forest sector in Brazil has been losing ground in the international

market by the high cost needed for production Therefore there is a need to

investigate what the most expensive costs of the production process to then

build a strategy to reduce costs in order to become competitive again

reforestation in the market Thus the aim of the study was to estimate the

production of paricaacute (Schizolobium amazonicum) at 5 6 and 7 years in three

productivity classes and five planting space identifying the major costs of

production and those most affected by planting space in the region of

Paragominas PA The volume estimate was obtained according to the

methodology proposed by Silva et al (2013) and production costs since the

activities of preparation of the area to harvest and transport were provided by

farmers and entrepreneurs in the region Subsequently made to cost analysis

using the methodology of the operating cost which considers only the expenses

actually disbursed by the farmer together with the depreciation and labor

family labor Thus it was inferred that the spacing 3x2 m was higher by volume

on the other spacings analyzed Regarding the analysis of costs the effective

operating cost represented on average 65 of total production costs and

transport the most significant single cost in all spacings analyzed Have

maintenance was the most significant set of activities in plantations due to the

number and the time period for its implementation The total production costs

were higher in the smaller spacing regardless of whether or not for the use of

permanent and circulating capital

Keywords Effective operational cost spacing age productivity

33

1 INTRODUCcedilAtildeO

A crescente dificuldade em se obter madeira de florestas nativas tem

motivado empresaacuterios agrave praacutetica do reflorestamento Nesses plantios vaacuterias

espeacutecies tecircm sido utilizadas sendo o paricaacute a espeacutecie nativa de maior

expressatildeo na regiatildeo norte do paiacutes principalmente no estado do Paraacute

Segundo a ABRAF (2013) em 2012 foram plantados 87901 hectares

de paricaacute nos estados do Paraacute Tocantins e Maranhatildeo O aumento da aacuterea de

plantio nos uacuteltimos anos eacute justificado pela boa aceitaccedilatildeo desta espeacutecie no

mercado madeireiro devido aos seus variados fins como a produccedilatildeo de

lacircmina e compensado forros palitos papel moacuteveis aleacutem de peccedilas de

acabamentos e molduras

A falta de informaccedilotildees silviculturais no entanto tecircm inviabilizado a

expansatildeo de novos plantios em outras regiotildees do paiacutes Natildeo se tecircm estudos

suficientes para comprovar o melhor meacutetodo de implantaccedilatildeo desta cultura no

que se refere ao espaccedilamento a ser utilizado para maior produccedilatildeo de madeira

Este tipo de deficiecircncia pode implicar no emprego de teacutecnicas silviculturais

equivocadas que inviabiliza economicamente o cultivo reduzindo

consequentemente o interesse comercial pela espeacutecie

Os custos de produccedilatildeo devem entatildeo ser analisados para se testar a

viabilidade econocircmica dos projetos que estatildeo sendo implantados haja vista

que poucos satildeo os estudos que se referem ao monocultivo do paricaacute A

obtenccedilatildeo destes custos eacute fundamental pois eles compotildeem um ferramental de

controle e gerenciamento das atividades produtivas e de geraccedilatildeo de

importantes informaccedilotildees para auxiliar as tomadas de decisotildees pelos

produtores rurais (CONAB 2010)

Para se atestar a viabilidade econocircmica de um projeto florestal natildeo se

deve avaliar somente a espeacutecie a ser implantada mais agraves condiccedilotildees de

mercado atuais e futuras para comercializaccedilatildeo do produto Eacute notaacutevel a

importacircncia econocircmica e socioambiental do setor de florestas plantadas para o

Brasil por isso deve-se investir em conhecimento e tecnologia sobre as

espeacutecies cultivadas haja visto que o ambiente de negoacutecio para o

34

desenvolvimento desta atividade vem passando por dificuldades nos uacuteltimos

anos

A competitividade dos produtos florestais estaacute se deteriorando frente

aos seus principais concorrentes internacionais uma vez que o aumento

generalizado dos custos de produccedilatildeo de madeira no Brasil estaacute reduzindo

significativamente a rentabilidade da induacutestria integrada de base florestal e dos

produtores independentes de plantios florestais (ABRAF 2013) Comprova-se

assim a necessidade de estudos referentes aos custos de produccedilatildeo

Haacute alguns anos a importacircncia dos custos na produccedilatildeo agriacutecola e as

dificuldades de sua obtenccedilatildeo estimularam o Instituto de Economia Agriacutecola

oacutegatildeo vinculado agrave Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de Satildeo

Paulo a efetuar estimativas de custo de produccedilatildeo de diversas exploraccedilotildees

agriacutecolas por meio da metodologia designada custo operacional Neste

meacutetodo se incluem apenas as despesas efetivamente desembolsadas pelo

agricultor somadas agrave depreciaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos e matildeo-de-

obra familiar A remuneraccedilatildeo devida a todos os outros fatores de produccedilatildeo eacute

de responsabilidade do resiacuteduo ou seja a diferenccedila entre o custo operacional

e o valor de venda (MATSUNAGA et al 1976 CONAB 2010)

O ecircxito nas estimativas de custos de produccedilatildeo agriacutecola vem

estimulando pesquisadores da aacuterea florestal a utilizarem esta metodologia

tambeacutem para culturas florestais principalmente neste momento em que o

Brasil depende de medidas estruturais que promovam a reduccedilatildeo dos custos de

produccedilatildeo e incentivem o investimento para retomada da competitividade dos

produtos nacionais de base florestal no mercado internacional Por tal motivo

objetivou-se neste trabalho identificar os principais custos de produccedilatildeo bem

como o efeito dos diferentes espaccedilamentos sobre estes custos

35

2 MATERIAL E MEacuteTODOS

21 AacuteREA EM ESTUDO

Os dados utilizados neste estudo foram originaacuterios de povoamentos

homogecircneos de paricaacute (Schizolobium amazonicum) plantados sob os

espaccedilamentos 3x2 3x3 3x4 4x4 e 5x5 m localizados entre os municiacutepios de

Dom Elizeu e Paragominas Estado do Paraacute (Figura 1)

Figura 1 Localizaccedilatildeo dos municiacutepios de Dom Eliseu e Paragominas PA

O municiacutepio de Paragominas estaacute localizado no nordeste paraense

possuindo aproximadamente 20000 km2 de aacuterea territorial com 90 m de

altitude O solo caracteriacutestico da aacuterea eacute o Latossolo amarelo com vegetaccedilatildeo

originaacuteria representada pela floresta densa sendo encontradas extensas aacutereas

de mata secundaacuteria (capoeira nos seus diversos estaacutegios de desenvolvimento)

devido aos constantes desmatamentos provocados principalmente pelo

avanccedilo da agropecuaacuteria na regiatildeo (IBGE 2013a PREFEITURA MUNICIPAL

DE PARAGOMINAS 2013)

Segundo o IBGE (2013a) o clima do municiacutepio eacute do tipo mesoteacutermico e

uacutemido A temperatura meacutedia anual eacute elevada em torno de 25degC e seu regime

pluviomeacutetrico fica geralmente entre 2250 mm e 2500 mm anuais

36

O municiacutepio de Dom Eliseu pertence agrave microrregiatildeo de Paragominas

possui 5268815 kmsup2 e estaacute localizado nas coordenadas 04deg17rsquo06rdquo Sul e

47deg30rsquo18rdquo Oeste a 180 metros de altitude Ele eacute um dos municiacutepios da

chamada ldquoFronteira agriacutecola amazocircnicardquo maior produtora de commodities

agriacutecolas da porccedilatildeo norte do paiacutes e grande produtora de paricaacute (IBGE 2013b

PREFEITURA MUNICIPAL DE DOM ELISEU 2013)

22 ESTIMATIVA DA PRODUCcedilAtildeO

Foram inventariados povoamentos de paricaacute anualmente ateacute o quinto

ano sendo analisadas trecircs classes de produtividade em cada espaccedilamento

sendo elas Baixa (17 - 19 m) Meacutedia (19 ndash 21 m) e Alta (21 - 24 m)

Posteriormente empregando-se o modelo de crescimento e produccedilatildeo proposto

por Silva et al (2013) os volumes comercial e de lacircminas foram estimados

para diferentes espaccedilamentos e qualidades de local nas idades de 5 6 e 7

anos conforme o esquema apresentado na Figura 2

Figura 2 Esquema para obtenccedilatildeo dos volumes comercial e de lacircminas em povoamentos de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA

A partir dos dados de inventaacuterio estimou-se a produccedilatildeo em volume

comercial e de lacircminas por meio da metodologia proposta por Silva et al

(2013) Assim a partir de informaccedilotildees sobre as variaacuteveis aacuterea basal por

hectare (GHA) iacutendice de siacutetio (SI) altura dominante (HD) considerada como a

altura meacutedia das 100 aacutervores mais altas do povoamento (Hart) e nuacutemero de

aacutervores por hectare (NHA) na idade de cinco anos pode-se projetar a produccedilatildeo

para as idades em anaacutelise

Espaccedilamentos (m)

bull3x2

bull3x3

bull4x3

bull4x4

bull5x5

Classes de produtividade

(m)

bullBaixa

bullMeacutedia

bullAlta

Idades

(anos)

bull5

bull6

bull7

Volume comercial

Volume de lacircminas

37

A estimativa da HD na idade i foi obtida por meio da equaccedilatildeo 1

119878119868 =

119867119863119894 (1 + 119890119909119901 ((182404 minus 119860119894)

043105frasl ))

1 + 119890119909119901 ((182404 minus 119860119894119899119889

043105frasl ))

Eq 1

Em que

119890119909119901 = base de logaritmo neperiano

119867119863119894 = altura dominante na idade i

119860119894 = i-eacutesima idade (i = 5 6 7) e

119860119894119899119889 = idade iacutendice (5 anos)

Para estimativa do nuacutemero de aacutervores por hectare na idade futura

utilizou-se a equaccedilatildeo 2

1198731198671198602 = 1198731198671198601 minus ((119860119877119864119860

1198671198631)

minus20848

(119860220356 minus 1198601

20356)) Eq 2

Em que

1198731198671198602 = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade futura

1198731198671198601 = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade corrente

119860119877119864119860 = aacuterea meacutedia ocupada por cada planta no plantio

1198671198631 = altura dominante na idade corrente

1198601 = idade corrente e

1198602 = idade futura

A aacuterea basal por hectare foi estimada por meio da equaccedilatildeo 3

119866119867119860119894 = 000523119867119863119894145720119873119867119860053967

119894 Eq 3

Em que

NHAi = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade i

38

Apoacutes a obtenccedilatildeo de todas as variaacuteveis os volumes comercial e de

lacircminas foram estimados pelas equaccedilotildees 4 e 5

119881119879119867119860119894 = 122839119866119867119860119894093941119867119863119894

071858 Eq 4

119881119862119867119860119894 = 003388119866119867119860119894069131119867119863119894

183907 Eq 5

Em que

119881119879119867119860119894 = volume comercial por hectare e

119881119862119867119860119894 = volume de lacircminas por hectare

23 DESCRICcedilAtildeO DAS ATIVIDADES

Por se tratarem de aacutereas anteriormente ocupadas por pastagem fez-se

necessaacuterio o combate agrave formigas e limpeza da aacuterea manualmente e com

auxiacutelio de trator a fim de retirar do local galhos tocos e raiacutezes que por ventura

atrapalhassem o processo de mecanizaccedilatildeo

Para todas as aacutereas de plantio fez-se a anaacutelise de solo verificando-se

a necessidade de correccedilatildeo com uma tonelada de calcaacuterio dolomiacutetico por

hectare Assim foi realizada a calagem precedida da gradagem com auxiacutelio da

terceirizaccedilatildeo de tratores agriacutecolas

Apoacutes o preparo do solo iniciou-se o processo de alinhamento

marcaccedilatildeo e coveamento respeitando o espaccedilamento preacute-determinado para

cada local considerando que uma pessoa consegue abrir 500 covasdia

Posteriormente foram acrescentados 100g de NPK (6-30-6) por cova antes do

plantio das mudas de paricaacute Adubaccedilotildees de cobertura e um ano apoacutes o plantio

tambeacutem ocorreram com o objetivo de aumentar o iacutendice de sobrevivecircncia agraves

plantas

Como no campo eacute difiacutecil controlar os fatores bioacuteticos e abioacuteticos a

mortalidade de plantas eacute inevitaacutevel por isso foi observada a necessidade de

39

replantio de 5 das mudas logo no primeiro ano segundo informaccedilotildees

disponibilizadas pela empresa

A manutenccedilatildeo relativa agrave limpeza dos plantios se deu pelo coroamento

das mudas aplicaccedilatildeo de herbicida manualmente e roccedilada mecacircnica do

primeiro ao terceiro ano Desta forma natildeo houve competiccedilatildeo com plantas

invasoras que poderiam inibir o crescimento das mudas Assim devido ao

ambiente favoraacutevel e as condiccedilotildees propiacutecias de crescimento e produccedilatildeo foi

possiacutevel extrair a madeira para laminaccedilatildeo no quinto ano apoacutes a implantaccedilatildeo

A colheita foi realizada de forma semi-mecanizada (motosserra)

seguida do baldeio e carregamento ateacute a beira da estrada O transporte ateacute a

induacutestria de beneficiamento foi realizado por caminhatildeo tipo bitrem com

capacidade para 44000 kg ao preccedilo meacutedio de R$59192 por viagem

O valor da matildeo-de-obra familiar foi considerado como o custo de

administraccedilatildeo ou seja quando o proprietaacuterio presta serviccedilos na proacutepria

empresa Assim a remuneraccedilatildeo paga pelo custo de administraccedilatildeo foi

equivalente a 10 dos custos efetivamente desembolsados pela empresa

Em relaccedilatildeo agraves aacutereas onde os plantios foram realizados estas jaacute

pertenciam a empresa Laminit por isso natildeo houve a necessidade de aquisiccedilatildeo

ou arrendamento do terreno Poreacutem considerou-se o custo de oportunidade

ou seja a remuneraccedilatildeo do capital investido (permanente e circulante) por meio

do caacutelculo da parcela sobre o bem adquirido e utilizado na produccedilatildeo e inclusa

no custo fixo da produccedilatildeo Logo o investimento do produtor foi remunerado agrave

taxa de 6 ao ano como se fosse aplicado o capital em outro investimento

alternativo conforme recomendaccedilotildees da CONAB (2010)

24 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS

Para anaacutelise dos custos de produccedilatildeo florestal foi necessaacuteria a coleta de

dados anuais de todas as despesas e receitas contraiacutedas em cada

espaccedilamento durante o periacuteodo entre 2006 e 2013 O esquema da disposiccedilatildeo

dos gastos na planilha de custo pode ser observado na Tabela 1

40

Tabela 1 Distribuiccedilatildeo dos gastos efetuados para implantaccedilatildeo de povoamentos de paricaacute

Descriccedilatildeo Un R$un

Quantidade utilizada

Espaccedilamento (m)

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

Preparo da aacuterea

Anaacutelise de solo un 3450 1 1 1 1 1

Limpeza manual Diaacuteria 3500 1 1 1 1 1

Limp mecanizada ht 10218 1 1 1 1 1

Gradagem ht 10218 15 15 15 15 15

Calagem ht 6846 05 05 05 05 05

Calcaacuterio ton 8967 1 1 1 1 1

Alinhamento Diaacuteria 3500 2 14 1 08 05

Coveamento Diaacuteria 3500 334 223 167 125 08

Cercamento R$ha 30000 1 1 1 1 1

Constr de estradas R$ha 13390 1 1 1 1 1

Constr de aceiros Diaacuteria 3500 4 4 4 4 4

Adubaccedilatildeo

Adubo Kg 123 5001 3336 2502 1875 120

Adubaccedilatildeo Diaacuteria 3667 45 3 225 195 106

Plantio

Transp de mudas ht 5000 05 05 05 05 05

Mudas un 038 1751 1168 876 657 420

Plantio e replantio Diaacuteria 3500 4 27 2 15 1

Manutenccedilatildeo

Formicida Kg 674 125 10 83 695 551

Aplic de formicida Diaacuteria 3703 893 748 651 578 525

Transp de insumos ht 4233 2 2 2 2 2

Coroamento Diaacuteria 3761 67 45 35 25 16

Roccedilada ht 5602 4 5 6 7 85

Herbicida L 1732 8 9 10 105 12

Aplic de herbicida Diaacuteria 3761 4 45 5 55 6

Manutenccedilatildeo de aceiro Diaacuteria

3744 6 6 6 6 6

Manut de estrada ht 8699 469 469 469 469 469

Materiais - 6892 8 8 8 8 8

Encargos - 8185 7 7 7 7 7

Colheita e Transporte

Corte e toragem msup3 215 1844 1744 1524 1341 11705

Baldeio msup3 096 1844 1744 1524 1341 11705

Carregamento msup3 097 1844 1744 1524 1341 11705

Transporte msup3 659 1844 1744 1524 1341 11705 Valores deflacionados e descapitalizados para o ano de 2006 Considerando o volume comercial em classe de produtividade alta (21 - 24 m) com corte aos 6 anos

Os custos envolvidos nas atividades de implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo dos

povoamentos foram disponibilizados por produtores rurais da regiatildeo de

41

Paragominas Tambeacutem foram disponibilizados por empresaacuterios locais os

dados referentes agrave exploraccedilatildeo e transporte da madeira ateacute a empresa

referente a uma distacircncia meacutedia de 80 km

Para comparaccedilatildeo entre os valores incorridos durante periacuteodos

diferentes no tempo fez-se o deflacionamento dos custos para o periacuteodo

inicial (implantaccedilatildeo dos povoamentos) A correccedilatildeo da perda monetaacuteria causada

pela inflaccedilatildeo foi obtida por meio do Iacutendice Geral de Preccedilo ndash Disponibilidade

Interna (IGP ndash DI) o qual eacute responsaacutevel pelo registro da inflaccedilatildeo de preccedilos de

mateacuterias-primas agriacutecolas

Posteriormente os valores deflacionados foram descapitalizados para o

ano 0 (2006) a fim de facilitar a anaacutelise econocircmica A descapitalizaccedilatildeo foi

obtida pela seguinte foacutermula

1198810 =119881119899

(1 + 119894)119899 Eq 6

Em que

1198810 = valor inicial correspondente ao periacuteodo de implantaccedilatildeo do povoamento

(R$)

119881119899 = valor final correspondente ao ano j (R$)

119894 = taxa de juros (6 aa) e

119899 = nuacutemero de periacuteodos (anos)

25 CLASSIFICACcedilAtildeO DOS CUSTOS

Para o caacutelculo dos custos de produccedilatildeo do paricaacute foi adotada a

metodologia descrita pelo Instituto de Economia Agriacutecola (IEA) oacutergatildeo vinculado

agrave Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo Neste

caso foram considerados os custos efetivos de produccedilatildeo ou seja aquele

dinheiro efetivamente desembolsado pelo proprietaacuterio para o pagamento da

mateacuteria-prima produtos ou serviccedilos adquiridos

42

A depreciaccedilatildeo foi aqui desconsiderada pela indisponibilidade de

informaccedilotildees sobre as maacutequinas equipamentos e benfeitorias Assim

considerou-se que todos os maquinaacuterios e equipamentos utilizados para a

implantaccedilatildeo conduccedilatildeo extraccedilatildeo e transporte dos povoamentos foram de

origem terceirizada

Os custos de produccedilatildeo foram entatildeo divididos segundo sua origem

sendo classificados de acordo com a metodologia de custos proposta pelo IEA

a) Custo operacional efetivo (COE) ndash correspondente a todos os custos

expliacutecitos

b) Custo operacional total (COT) ndash correspondente ao somatoacuterio do custo

operacional efetivo e matildeo-de-obra familiar (MO)

c) Custo Total (CT) ndash soma do custo operacional total e do custo de

oportunidade (CO) que eacute a remuneraccedilatildeo do capital circulante e do capital

fixo

As foacutermulas para obtenccedilatildeo do custo operacional total e custo total

encontram-se a seguir

119862119874119879 = 119862119874119864 + 119872119874 Eq 7

119862119879 = 119862119874119879 + 119862119874 Eq 8

43

3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

31 ESTIMATIVA DE VOLUME

A partir das equaccedilotildees ajustadas por Silva et al (2013) para

povoamentos de paricaacute foi possiacutevel estimar o volume comercial e de lacircminas

em trecircs ocasiotildees no tempo e em diferentes classes de produtividade nos cinco

espaccedilamentos de plantio como pode ser observado na Tabela 2

Tabela 2 Volumes comercial (VTHA) e de lacircminas (VCHA) estimados nos diferentes espaccedilamentos de plantio de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA

Idade Espaccedil

(m)

VTHA (msup3ha) VCHA (msup3ha)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 16229 18511 19336 5638 6858 7915

3x3 - 15498 18126 - 6163 7671

3x4 - 13328 15983 - 5476 7009

4x4 7133 13551 14623 2800 5705 6468

5x5 7351 8790 13093 3191 4124 6231

6 a

no

s

3x2 15173 16865 18439 5370 6411 7666

3x3 - 14606 17439 - 5912 7473

3x4 - 12325 15244 - 5188 6787

4x4 7178 11745 13410 2827 5146 6082

5x5 7115 8867 11705 3118 4158 5759

7 a

no

s

3x2 14315 15607 16406 5144 6054 7029

3x3 - 13920 16489 - 5706 7170

3x4 - 11890 14648 - 5052 6590

4x4 7028 11464 13067 2783 5055 5967

5x5 7020 8726 11515 3087 4109 5690

Em que VTHA= volume comercial por hectare VCHA= volume de lacircminas por hectare Espaccedil= espaccedilamento de plantio

A divisatildeo dos povoamentos em classes de produtividade eacute explicada

por Oliveira et al (2008) Segundo os autores a estratificaccedilatildeo realizada por

44

meio de classes de produtividade resulta em estimativas de volume mais

precisas proacuteximo agrave idade de corte Por isso a adoccedilatildeo das trecircs classes

A falta de informaccedilotildees nos espaccedilamentos intermediaacuterios 3x3 e 3x4 m

na classe de produtividade baixa ocorreu pela ausecircncia de povoamentos

nestas condiccedilotildees de siacutetio

A diferenccedila no volume comercial de madeira foi de 323 entre os

espaccedilamentos extremos 3x2 e 5x5 m na classe de produtividade alta sendo

maior o volume nos menores espaccedilamentos Resultados semelhantes foram

encontrados por Macedo et al (2005) com povoamentos de Teca em Minas

Gerais e Hoffmann (2009) em seu trabalho sobre caracterizaccedilatildeo

dendromeacutetrica e rendimento em laminaccedilatildeo de paricaacute na regiatildeo de

Paragominas PA

A diferenccedila no volume tem comportamento exponencial agrave medida em

que se utilizam siacutetios de menor produtividade sendo constatada uma diferenccedila

de 525 e 547 no volume entre os espaccedilamentos extremos nas classes

de produtividade meacutedia e baixa respectivamente Comportamento semelhante

foi observado para o volume de lacircminas de paricaacute Houve diferenccedila crescente

no volume entre os espaccedilamentos extremos sendo menor na classe de

produtividade alta (213)

Aos 6 anos a diferenccedila no volume entre os espaccedilamentos extremos foi

superior agrave idade anterior Na classe de produtividade alta a diferenccedila no

volume comercial foi de 365 Jaacute o volume de lacircminas abrangeu diferenccedila de

249

Nos siacutetios de baixa produtividade o volume comercial de madeira no

espaccedilamento 3x2 m foi 177 menor comparado ao de produtividade alta

Esta porcentagem encontra-se dentro do intervalo indicado por Morales et al

(2010) para povoamentos de pinus Segundo os autores a produtividade do

pinus foi reduzida entre 14 a 36 nos diferentes siacutetios de produccedilatildeo

Nos espaccedilamentos 4x4 e 5x5 m esta diferenccedila foi mais significativa

com aproximadamente 465 e 392 respectivamente Isso se deve entre

outras coisas agrave morte natural das plantas com diacircmetros mais acentuados

tornando mais expressiva a reduccedilatildeo de volume

Comparando a produccedilatildeo de paricaacute em relaccedilatildeo a idade de corte pode

ser observada uma reduccedilatildeo no volume de madeira do quinto para o sexto ano

45

Este comportamento pode ser resultado do autodesbaste caracteriacutestico da

espeacutecie Por se tratar de uma espeacutecie pioneira ela atinge o aacutepice de

incremento na idade meacutedia de 5 anos sendo mais viaacutevel seu corte neste

periacuteodo (CARVALHO 2007)

Balloni e Simotildees (1980) anteriormente jaacute haviam afirmado que a

porcentagem de aacutervores dominadas e mortas cresce com o avanccedilo da idade

sendo mais intenso e precoce nos espaccedilamentos mais apertados Por isso a

idade de corte deve ser definida em funccedilatildeo do ritmo de crescimento

espaccedilamento finalidade da madeira e suas interaccedilotildees

32 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO

O levantamento de custos como citado anteriormente seguiram a

metodologia sugerida pelo Instituto de Economia Agriacutecola ndash IEA sendo

agrupados por atividade

321 Custo operacional efetivo ndash COE

Todas as atividades desde a implantaccedilatildeo ateacute a exploraccedilatildeo dos

povoamentos de paricaacute foram identificadas e os gastos estimados para

obtenccedilatildeo dos custos efetivamente desembolsados pelo produtor sendo que os

custos foram deflacionados e descapitalizados para o ano de 2006 A soma

dos custos das atividades desenvolvidas durante este periacuteodo com corte aos

5 6 e 7 anos podem ser observadas na Tabela 3

Nos povoamentos em estudo os custos de implantaccedilatildeo variaram entre

R$80000 a R$180000 entre os espaccedilamentos extremos sendo menor

quanto menor o nuacutemero de plantas por hectare Este montante representa

entre 18 e 26 do custo total de produccedilatildeo de paricaacute demonstrando sua

importacircncia em relaccedilatildeo agrave outros custos

46

Tabela 3 Custo Operacional Efetivo (COE) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006

Idade Espaccedilamento

(m)

COE do volume comercial (R$ha) COE do volume de lacircminas (R$ha)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 501646 501646 501646 648938 667703 674487

3x3 - 437995 437995 - 586899 608517

3x4 - 408969 408969 - 540219 562057

4x4 388309 388309 388309 468849 521642 530459

5x5 369666 369666 369666 451856 463692 499083

6 a

no

s

3x2 512608 512608 512608 639852 652755 664594

3x3 - 451539 451539 - 574684 595999

3x4 - 423545 423545 - 529527 551493

4x4 404176 404176 404176 471255 505786 518322

5x5 385283 385283 385283 451891 465242 486598

7 a

no

s

3x2 527155 527155 527155 637832 646772 652303

3x3 - 465086 465086 - 573035 590806

3x4 - 436693 436693 - 530595 549673

4x4 416824 416824 416824 477086 507776 518871

5x5 398191 398191 398191 458394 470202 489495

47

O custo no espaccedilamento 5x5 m foi semelhante ao encontrado por Silva

et al (2004) para a implantaccedilatildeo de 1 ha de eucalipto na regiatildeo de Brasiacutelia

quando os valores foram corrigidos para o mesmo periacuteodo demonstrando

semelhanccedila na implantaccedilatildeo das duas culturas

Nos povoamentos analisados natildeo houve diferenccedilas nos custos para

implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo nos plantios com classes de produtividade distintas

os quais objetivavam a produccedilatildeo de volume comercial Em contrapartida

houve o acreacutescimo de gastos a medida em que se reduziu os espaccedilamentos

de plantio ou seja quanto menor a aacuterea ocupada por plantas maiores os

gastos com alinhamento marcaccedilatildeo de covas coveamento plantio e adubaccedilatildeo

Em relaccedilatildeo ao volume de lacircminas ocorreu a distinccedilatildeo dos custos entre

classes de produtividade uma vez que os custos com colheita e transporte

estatildeo relacionados com o volume colhido Assim em classes de produtividade

alta e menor espaccedilamento de plantio o COE foi superior em comparaccedilatildeo aos

outros povoamentos analisados

Como observado aos 5 anos natildeo houve diferenccedila no COE

independente da classe de produtividade nos povoamentos em que satildeo

mensurados o volume comercial de madeira Isso foi reflexo da quantidade de

plantas inseridas no local que no plantio foram invariaacuteveis independente da

qualidade do terreno O mesmo foi notado quando se estimou os custos para

exploraccedilatildeo de madeira aos 7 anos

A reduccedilatildeo no COE da produccedilatildeo de lacircminas com o aumento da idade

de exploraccedilatildeo eacute explicado pela reduccedilatildeo ocorrida no volume de madeira

causado pela mortalidade das plantas como observado no trabalho de Silva et

al (2013) Assim diminuem-se proporcionalmente os custos com colheita

transporte e outras atividades de manutenccedilatildeo

322 Custo operacional total ndash COT

O custo operacional total envolveu o COE e a matildeo-de-obra familiar

considerada aqui como o custo de administraccedilatildeo ou seja os proprietaacuterios dos

48

povoamentos eram os responsaacuteveis pela administraccedilatildeo dos plantios A

participaccedilatildeo do COT pode ser observada na Tabela 4

O custo da matildeo-de-obra foi considerado como um custo operacional

efetivo pois natildeo houve somente um gasto mas um desembolso ou seja uma

saiacuteda de caixa Jaacute a matildeo-de-obra familiar eacute parte do custo de produccedilatildeo pois

consistiu em uma alocaccedilatildeo de recurso produtivo (matildeo-de-obra) para a geraccedilatildeo

do produto (madeira) representando cerca de 10 dos custos de produccedilatildeo

Observando a tabela 4 pode-se notar que o maior custo de

administraccedilatildeo foi obtido para o espaccedilamento 3x2 m quando o objetivo era a

laminaccedilatildeo com custo de aproximadamente R$67450 Jaacute o espaccedilamento 5x5

m com objetivo de venda da floresta em peacute obteve o menor custo com

aproximadamente R$37000 por hectare

Resultados semelhantes foram encontrados para a produccedilatildeo de

madeira aos 6 anos Os menores custos de administraccedilatildeo estatildeo relacionados

aos menores custo de implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo dos povoamentos Aos 6 anos

o custo de administraccedilatildeo no espaccedilamento 5x5 m em classe de produtividade

alta com o objetivo de produccedilatildeo de lacircminas foi de aproximadamente R$48660

e R$38528 quando se objetivou a venda da madeira em peacute

Os custos de administraccedilatildeo tambeacutem foram reduzidos a medida em que

se aumentou o tempo para exploraccedilatildeo dos povoamentos devido a reduccedilatildeo do

volume por hectare sendo outro indicio de que esta espeacutecie deve ser

explorada logo aos 5 anos apoacutes o plantio

49

Tabela 4 Custo Operacional Total (COT) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006

Idade Espaccedilamento

(m)

COT do volume comercial (R$ha) COT do volume de lacircminas (R$ha)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 551811 551811 551811 713832 734473 741936

3x3 - 481795 481795 - 645589 669368

3x4 - 449865 449865 - 594241 618263

4x4 427140 427140 427140 515733 573807 583505

5x5 406633 406633 406633 497042 510062 548991

6 a

no

s

3x2 563869 563869 563869 703837 718031 731053

3x3 - 496693 496693 - 632152 655599

3x4 - 465900 465900 - 582479 606642

4x4 444594 444594 444594 518380 556365 570155

5x5 423812 423812 423812 497080 511767 535258

7 a

no

s

3x2 579871 579871 579871 701615 711449 717534

3x3 - 511595 511595 - 630338 649886

3x4 - 480362 480362 - 583655 604641

4x4 458507 458507 458507 524794 558554 570758

5x5 438010 438010 438010 504233 517223 538444

50

323 Custo total ndash CT

O custo total foi obtido pelo COT acrescido da remuneraccedilatildeo paga ao

capital investido e ao custo da Terra (TABELA 5)

Apoacutes contabilizados todos os custos foi possiacutevel inferir que para o

volume comercial em espaccedilamentos mais adensados o custo total foi 2294

maior do que nos plantios mais espaccedilados independente da classe de

produtividade Jaacute em povoamentos onde o objetivo do plantio era a venda de

lacircminas ocorreu uma variaccedilatildeo nos custos em fator da classe de produtividade

e espaccedilamento de plantio

A venda da madeira aos 6 anos culminou em um acreacutescimo de 67 a

86 em comparaccedilatildeo com os mesmos povoamentos sendo explorados aos 5

anos Para a produccedilatildeo de lacircminas o aumento dos custos foi menos

expressivo No espaccedilamento 3x2 m em classe de produtividade baixa o

aumento foi de 34

A exploraccedilatildeo de povoamentos aos 7 anos foi 1347 a 1596 maior

em relaccedilatildeo a exploraccedilatildeo aos 5 anos e 726 a 801 para 6 anos Estes

nuacutemeros confirmam que os custos tecircm crescido proporcionalmente com o

passar do tempo

Os custos com a remuneraccedilatildeo do capital investido e pelo uso da terra

correspondem em meacutedia a 24 dos custos totais de produccedilatildeo Poreacutem a

maioria dos produtores rurais deixam de contabilizar estes custos por se tratar

do pagamento pelo uso dos bens que ele jaacute possui (capital e terra) resultando

em valores de produccedilatildeo abaixo do que realmente deve ser computado

Comparando a produccedilatildeo de paricaacute e Teca no espaccedilamento 3x2 m

utilizando a mesma metodologia de custos observa-se que o custo total para

cultivo da Teca eacute de aproximadamente R$1080309 valor muito proacuteximo ao

observado para o plantio de paricaacute (SANGUINO 2009)

51

Tabela 5 Custo Total (CT) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006

Idade Espaccedilamento

(m)

CT do volume comercial (R$ha) CT do volume de lacircminas (R$ha)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 730146 730146 730146 917076 940890 949501

3x3 - 649366 649366 - 838341 865776

3x4 - 612527 612527 - 779099 806814

4x4 586308 586308 586308 688522 755523 766713

5x5 562648 562648 562648 666957 681978 726892

6 a

no

s

3x2 782537 782537 782537 949133 966026 981526

3x3 - 702582 702582 - 863811 891718

3x4 - 665930 665930 - 804688 833447

4x4 640572 640572 640572 728395 773606 790019

5x5 615836 615836 615836 703043 720523 748483

7 a

no

s

3x2 843816 843816 843816 99343 100552 101299

3x3 - 759911 759911 - 905837 92986

3x4 - 721528 721528 - 848467 874257

4x4 694669 694669 694669 776132 81762 832618

5x5 669481 669481 669481 750864 766827 792907

52

De maneira geral os custos mais expressivos satildeo referentes agrave manutenccedilatildeo

dos plantios independente do espaccedilamento adotado (Figura 3) Isso eacute

consequecircncia do maior nuacutemero de atividades desenvolvidas durante este periacuteodo

que variam desde o controle de formigas agrave manutenccedilatildeo de estradas

Figura 3 Custos totais da produccedilatildeo de paricaacute sob diferentes espaccedilamentos na regiatildeo de Paragominas PA

Nota-se no entanto que quanto maior o espaccedilamento de plantio utilizado

maiores satildeo os custos de manutenccedilatildeo por hectare Como haacute menor quantidade de

aacutervores por hectare a presenccedila de plantas invasoras eacute mais acentuada

aumentando os custos para seu controle Em contrapartida os custos por hectare

53

com adubaccedilatildeo plantio colheita e transporte diminuem jaacute que o nuacutemero de aacutervores

na aacuterea eacute reduzido

Deve-se ressaltar ainda que estes custos podem variar de acordo com a

classe de produtividade a idade em que vatildeo ser explorados os povoamentos e os

tipos de atividades empregadas que podem variar de acordo com o produtor e a

regiatildeo

54

4 CONCLUSOtildeES

O custo operacional efetivo representou em meacutedia 65 dos custos totais de

produccedilatildeo sendo o transporte o custo individual mais expressivo em todos os

espaccedilamentos analisados Jaacute a manutenccedilatildeo foi o conjunto de atividades mais

significativo nos povoamentos devido ao nuacutemero e ao longo periacuteodo para execuccedilatildeo

das atividades

Os custos totais de produccedilatildeo foram superiores em espaccedilamentos menores

independentemente da remuneraccedilatildeo ou natildeo pelo uso dos capitais permanente e

circulante

A diferenccedila nos custos entre espaccedilamentos extremos 3x2 m e 5x5 m eacute

justificada pelo maior volume de matildeo-de-obra e insumos necessaacuterios para execuccedilatildeo

das atividades em locais com maior nuacutemero de plantas por hectare

55

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE FLORESTAS PLANTADAS ndash ABRAF Anuaacuterio Estatiacutestico da ABRAF 2013 Ano base 2012 Brasiacutelia ABRAF 2013 148p Disponiacutevel em lthttpwwwabraflororgbrestatisticasABRAF13ABRAF13BR pdfgt Acesso em 19 Ago 2013 BALLONI E A SIMOtildeES J W O espaccedilamento de plantio e suas implicaccedilotildees silviculturais IPEF Piracicaba v1 n 3 p 1-16 Set 1980 (Seacuterie Teacutecnica) CAMPOS J C C LEITE H G Mensuraccedilatildeo florestal perguntas e respostas Viccedilosa UFV 2002 407p

CARVALHO P E R Paricaacute (Schizolobium amazonicum) Colombo Embrapa Florestas 2007 8p (Circular Teacutecnica 142)

COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO ndash CONAB Custo de produccedilatildeo agriacutecola a metodologia da Conab Brasiacutelia Conab 2010 60p HOFFMANN R G Caracterizaccedilatildeo dendromeacutetrica e avaliaccedilatildeo do rendimento em laminaccedilatildeo de madeira em plantios de paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) na regiatildeo de Paragominas PA 2009 (97f) Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) ndash Universidade Federal do Espiacuterito Santo Jerocircnimo Monteiro ES 2009 IBGE Paraacute Dom Eliseu 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwibgegovbrcidadesat xtrasperfilphpcodmun =150293gt Acesso em 12 Ago 2013b IBGE Paraacute Paragominas 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwibgegovbrcidadesat xtrasperfilphpcodmun= 150550ampsearch=para|paragominasgt Acesso em 12 Ago 2013a MACEDO R L G GOMES J E VENTURIN N SALGADO B G Desenvolvimento inicial de Tectona grandis LF (teca) em diferentes espaccedilamentos no municiacutepio de Paracatu MG Cerne Lavras v 11 n 1 p 61-69 janmar 2005 MATSUNAGA M et al Metodologia de custo de produccedilatildeo utilizada pelo IEA Agricultura em Satildeo Paulo Satildeo Paulo v 23 p 123-139 1976 MORALES C A S ALBUQUERQUE J A ALMEIDA J A MARANGONI J M STAHL J CHAVES D M Qualidade do solo e produtividade de Pinus taeda no planalto catarinense Ciecircncia Florestal Vol 20 No 4 Oct-Dec 2010 pp 629-640 OLIVEIRA M L R LEITE H G NOGUEIRA G S GARCIA S L R SOUZA A L Classificaccedilatildeo da capacidade produtiva de povoamentos natildeo desbastados de clones de eucalipto Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v43 n11 p1559-1567 nov 2008 PREFEITURA MUNICIPAL DE PARAGOMINAS O lago verde Paragominas 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwparagominaspagovbrgt Acesso em 23 Maio 2013

56

PREFEITURA MUNICIPAL DE DOM ELISEU O municiacutepio Dom Eliseu 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwdomeliseupagovbrgt Acesso em 23 Maio 2013 SANGUINO A C Custos de implantaccedilatildeo e rentabilidade econocircmica de povoamentos florestais com teca no estado do Paraacute Ciecircncias Agraacuterias Beleacutem n 52 p 61-78 juldez 2009 SILVA G F GEZAN S A SOARES C P B ZANETI L Z Modeling growth and yield of Schizolobium amazonicum under different spacings International Journal of Forestry Research v 2013 (2013) 10 p SILVA K R MINETTI L J FIEDLER N C VENTUROLI F MACHADO E G B SOUZA A P Custos e rendimentos operacionais de um plantio de eucalipto em regiatildeo de cerrado Aacutervore Viccedilosa-MG v28 n3 p 361-366 2004

57

CAPIacuteTULO 2

ANAacuteLISE ECONOcircMICA DA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA DE PARICAacute

RESUMO

As exigecircncias atuais de mercado aliadas agraves alternativas de investimento expressam

a necessidade de avaliaccedilatildeo econocircmica de projetos florestais Essa avaliaccedilatildeo

contribui com a escolha da melhor estrateacutegia de produccedilatildeo a fim de tornar os

produtos florestais brasileiros competitivos no mercado externo Por isso objetivou-

se neste trabalho analisar a viabilidade econocircmica de povoamentos de paricaacute sob

diferentes espaccedilamentos aleacutem de determinar economicamente a melhor forma de

plantio para produccedilatildeo de madeira Estes povoamentos foram implantados na regiatildeo

de Paragominas PA em 2006 sob os espaccedilamentos 3x2 3x3 3x4 4x4 e 5x5 m

divididos em trecircs classes de produtividade A produccedilatildeo foi entatildeo estimada para as

idades de 5 6 e 7 anos por meio de equaccedilotildees de crescimento e produccedilatildeo Os

custos do plantio agrave colheita foram disponibilizados por produtores rurais e

empresaacuterios da regiatildeo assim como o valor de venda de lacircminas A partir da

obtenccedilatildeo dos custos e receitas fez-se a anaacutelise econocircmica dos projetos Para tanto

foram utilizados os iacutendices econocircmicos e o criteacuterio do benefiacutecio perioacutedico equivalente

(BPE) como formas de avaliaccedilatildeo considerando-se a taxa de desconto de 6 como

a taxa miacutenima de atratividade Apoacutes a anaacutelise dos iacutendices e criteacuterio de avaliaccedilatildeo

econocircmica pode-se concluir que o espaccedilamento 3x3 m em classe de produtividade

alta com corte aos 5 anos foi o mais indicado pois gera o maior retorno financeiro

Para os maiores espaccedilamentos estudos ainda devem ser desenvolvidos mas

acredita-se que eles sejam alternativas financeiras viaacuteveis

Palavras-chave Criteacuterios de avaliaccedilatildeo espaccedilamentos de plantio iacutendices

econocircmicos retorno financeiro

58

CHAPTER 2

ECONOMIC ANALYSIS OF PRODUCTION PARICAacute

ABSTRACT

The current market demands combined with investment alternatives express the

need for economic evaluation of forestry projects This assessment contributes to the

choice of the best production strategy in order to make the Brazilian forest products

competitive in foreign markets Therefore this study aimed to analyze the economic

feasibility of stands of paricaacute under different spacings and economically determine

the best planting for timber production These settlements were established in the

region of Paragominas PA in 2006 under the spacings 3x2 3x3 3x4 4x4 and 5x5

m divided into three classes productivity The production was then estimated for

ages 5 6 and 7 years through equations of growth and production Costs from

planting to harvest were provided by farmers and entrepreneurs in the region as well

as the value of sales of blades From procurement costs and revenues became the

economic analysis of projects For both economic indicators and criteria periodic

benefit equivalent (BPE) as forms of assessment considering the discount rate of 6

as the hurdle rate were used After analyzing the indexes and economic evaluation

criteria it can be concluded that the spacing 3x3 m in class high productivity with cut

to 5 years was the most suitable because it generates the greatest financial return

For the larger spacings studies have yet to be developed but it is believed that they

are viable alternatives financial

Keywords Evaluation criteria planting space economic indicators financial return

59

1 INTRODUCcedilAtildeO

A implantaccedilatildeo da lei dos incentivos fiscais na deacutecada de 60 motivou o plantio

de florestas para ampliar a base florestal do Paiacutes e captar recursos para o

desenvolvimento do setor (MELLO et al 2005) Esses estiacutemulos baseavam-se na

expansatildeo florestal desconsiderando a qualidade da madeira

Nos dias atuais diante das exigecircncias de mercado da competiccedilatildeo com

outros paiacuteses e das pressotildees relacionadas ao meio ambiente o Brasil tem investido

natildeo somente em produccedilatildeo mais tambeacutem em teacutecnicas silviculturais que contribuam

com a qualidade final dos produtos aleacutem de teacutecnicas que reduzam os custos

envolvidos no processo produtivo Essas metas tecircm sido alcanccediladas por meio do

planejamento dos investimentos

Para realizar um investimento eacute necessaacuterio primeiramente organizar

formalmente os objetivos por meio de um projeto relacionando os meios de que se

dispotildee para alcanccedilaacute-los Posteriormente deve-se analisar o mercado potencial do

produto a fim de obter informaccedilotildees sobre os retornos esperados do investimento

comparativamente agraves alternativas disponiacuteveis eou viaacuteveis Assim com o

planejamento adequado das atividades eacute possiacutevel identificar as exigecircncias atuais de

mercado os caminhos a serem seguidos para entatildeo construir um referencial futuro

o qual identificaraacute a viabilidade ou natildeo da implantaccedilatildeo do projeto ao qual o

planejamento se destina (REZENDE OLIVEIRA 2008)

Para implantaccedilatildeo de um projeto aleacutem de se conhecer o horizonte de

planejamento que eacute o periacuteodo estimado durante o qual o empreendimento em

anaacutelise iraacute operar faz-se necessaacuterios tambeacutem testar a sua viabilidade teacutecnica

econocircmica financeira social ambiental e poliacutetica O teste da viabilidade econocircmica

eacute considerado o mais importante entre os paracircmetros de avaliaccedilatildeo pois consiste em

verificar se no projeto as receitas superam os custos Caso isso natildeo ocorra diz-se

que o projeto eacute insustentaacutevel desde a sua implantaccedilatildeo (FARO 1979 CHICHORRO

et al 2010)

Na avaliaccedilatildeo econocircmica para decisatildeo de que o projeto deve ou natildeo ser

implementado satildeo usadas teacutecnicas e criteacuterios de anaacutelise que comparam os custos e

as receitas inerentes ao projeto A anaacutelise de projetos consiste entatildeo na verificaccedilatildeo

60

de que determinada atividade eacute lucrativa ou natildeo considerando-se um horizonte de

planejamento (REZENDE OLIVEIRA 2008)

Existem vaacuterios meacutetodos de seleccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de projetos de

investimentos Geralmente recorre-se a meacutetodos que consideram principalmente as

atividades a serem executadas os periacuteodos de execuccedilatildeo e seus respectivos custos

os produtos e o periacuteodo de tempo que levaratildeo para serem produzidos seus preccedilos

e receitas ou seja o fluxo de caixa (CHICHORRO et al 2010)

Os meacutetodos de avaliaccedilatildeo econocircmica podem entatildeo ser divididos em dois

grupos principais O primeiro grupo compreende aqueles em que natildeo se considera a

variaccedilatildeo do capital no tempo sendo indicados para horizontes de planejamentos

muito curtos onde natildeo haacute inflaccedilatildeo Jaacute o segundo grupo considera a variaccedilatildeo do

capital no tempo podendo-se citar o valor presente liacutequido (VPL) e o benefiacutecio

perioacutedico equivalente (BPE) como exemplos (SILVA et al 2005)

A variaccedilatildeo do capital ocorre devido agrave remuneraccedilatildeo paga ao seu uso por

determinado tempo ou seja os juros Assim no final do prazo estipulado natildeo

haveraacute somente a quantia emprestada mais tambeacutem um acreacutescimo que

corresponde ao custo de oportunidade do uso do capital durante o periacuteodo de

empreacutestimo O valor a ser pago no final do periacuteodo dependeraacute da taxa de juros

correspondente a unidade de tempo considerada A Conab utiliza o percentual de

6 ao ano como a taxa de retorno para a remuneraccedilatildeo dos investimentos feitos pelo

produtor como se o capital fosse aplicado em outro investimento alternativo

(OLIVEIRA REZENDE 2004 CONAB 2010)

Tendo em vista este contexto objetivou-se neste trabalho analisar a

viabilidade econocircmica de povoamentos de paricaacute sob diferentes espaccedilamentos e

determinar economicamente o melhor espaccedilamento de plantio para produccedilatildeo de

madeira

61

2 MATERIAL E MEacuteTODOS

21 OBTENCcedilAtildeO DAS RECEITAS

A partir da estimativa dos volumes comercial (VTHA msup3ha) e de lacircminas

(VCHA m3ha) nos diferentes espaccedilamentos de plantio em diferentes

idades e classes produtivas tal como proposto no capiacutetulo 1 foram contraiacutedas as

receitas Os volumes comercial e de lacircminas estimados foram multiplicados pelo valor

meacutedio de venda disponiacutevel no boletim informativo de preccedilos disponibilizado pela

Coordenadoria Executiva da Administraccedilatildeo Tributaacuteria ndash CERAT do Estado do Paraacute

2013 Obteve-se assim a receita para cada espaccedilamento analisado

22 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS

Como se trata de projetos de investimento com a finalidade de obtenccedilatildeo de

madeira foram propostos trecircs horizontes de planejamento para os povoamentos de

paricaacute Esses horizontes se referiram ao periacuteodo de tempo que estes projetos foram

avaliados correspondendo a 5 6 e 7 anos entre a implantaccedilatildeo e colheita

Sabendo-se que eacute necessaacuterio reajustar os valores investidos durante o

periacuteodo de execuccedilatildeo do projeto utilizou-se uma taxa de desconto de 6 ao ano

como forma de remuneraccedilatildeo do capital investido considerando a caderneta de

poupanccedila como sendo o melhor investimento alternativo (OLIVEIRA REZENDE

2004) A inflaccedilatildeo identificada no periacuteodo foi obtida por meio do uso do Iacutendice Geral

de Preccedilos - Disponibilidade Interna (IGP-DI) o qual mede a variaccedilatildeo de preccedilos no

mercado A descapitalizaccedilatildeo foi realizada de acordo com a metodologia descrita no

capiacutetulo 1

Para anaacutelise da viabilidade econocircmica do projeto identificaram-se as

variaccedilotildees do capital no tempo Assim em relaccedilatildeo agrave classificaccedilatildeo do projeto de

investimento este foi considerado convencional ou seja ocorreu apenas uma

mudanccedila de sinal em seu fluxo de caixa satisfazendo as seguintes condiccedilotildees

62

119862119900 lt 0

119883119895 le 0 119901119886119903119886 119895 = 1 hellip 119896

119883119895 ge 0 119901119886119903119886 119895 = 119896 + 1 hellip 119899 119890

sum 119883119895

119899

119895=119896+1

gt sum 119883119895

119896

119895=0

Em que

Co = custo inicial (R$)

k = periacuteodo de tempo a partir do qual as receitas passaram a ser positivas

Xj = receita liacutequida de cada periacuteodo j e

n = duraccedilatildeo do projeto (anos)

Depois de identificado o tipo de projeto e tendo todos os custos jaacute calculados

no capiacutetulo 1 procedeu-se a anaacutelise econocircmica dos projetos por meio da avaliaccedilatildeo

dos iacutendices econocircmicos e do benefiacutecio perioacutedico equivalente (BPE)

23 IacuteNDICES ECONOcircMICOS DA PRODUCcedilAtildeO

Para verificar a rentabilidade do sistema produtivo os seguintes iacutendices

econocircmicos de produccedilatildeo foram utilizados

a) Renda bruta (RB)

119877119861 = 119876 times P Eq1

b) Margem bruta (MB)

119872119861 = 119877119861 minus 119862119874119864 Eq 2

c) Margem liacutequida (ML)

119872119871 = 119877119861 minus 119862119874119879 Eq 3

d) Lucro (L)

119871 = 119877119861 minus 119862119879 Eq 4

63

e) Lucratividade (Lc)

119871119888 =119871

119877119861 Eq 5

f) Iacutendice de rentabilidade (IR)

119868119877 =119872119871

119862 Eq 6

Em que

119877119861 = renda bruta (R$)

119876 = quantidade de produto vendido (un)

119875 = preccedilo unitaacuterio dos produtos (R$)

119872119861 = margem bruta (R$)

119862119874119864 = custo operacional efetivo (R$)

119872119871 = margem liacutequida (R$)

119862119874119879 = custo operacional total (R$)

119871 = lucro (R$)

119862119879 = custo total (R$)

119871119888 = lucratividade ()

119868119877 = iacutendice de rentabilidade () e

119862 = capital empatado (R$) referente ao somatoacuterio do custo fixo e circulante meacutedio

podendo-se considerar ou natildeo o custo da terra

24 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DOS PROJETOS

241 Benefiacutecio perioacutedico equivalente (BPE)

Para avaliaccedilatildeo da viabilidade econocircmica por meio do BPE a seguinte

foacutermula foi utilizada

119861119875119864 =119881119875119871[(1 + 119894)119905](1 + 119894)119899119905

(1 + 119894)119899119905 minus 1 Eq 7

64

Em que

n = duraccedilatildeo do projeto (anos)

t = nuacutemero de periacuteodos de capitalizaccedilatildeo

i = taxa de desconto e

VPL = valor presente liacutequido

O VPL foi obtido pela foacutermula

119881119875119871 = sum 119877119895

119899

119895=0

(1 + 119894)minus119895 minus sum 119862119895

119899

119895=0

(1 + 119894)minus119895

Eq 8

Em que

i = taxa de desconto (juros)

j = periacuteodo em que a receita ou o custo ocorreram

n = duraccedilatildeo do projeto (anos)

Rj = receita no final do ano j ou do periacuteodo de tempo e

Cj = custo no final do ano j ou do periacuteodo de tempo considerado

O BPE permite a comparaccedilatildeo de projetos com diferentes horizontes de

planejamento pois os custos jaacute estatildeo distribuiacutedos por unidade de tempo estando

impliacutecitas as diferenccedilas de horizontes Como o desconto dos fluxos de caixa foi

estimado a partir da ldquodata presenterdquo ou seja no periacuteodo de implantaccedilatildeo do projeto

estes foram comparados quando as consequecircncias monetaacuterias estavam em um

ponto comum do tempo

65

3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

31 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA VENDA DE MADEIRA EM PEacute

A renda bruta foi estimada por meio da multiplicaccedilatildeo do volume comercial e

comercial por hectare e o preccedilo pago por cada unidade agrave qual se admitiu um valor

miacutenimo de R$5370 msup3 para venda de ldquomadeira em peacuterdquo ou seja madeira natildeo

explorada e R$45156 msup3 a venda de lacircminas de paricaacute

Identicamente aos custos as receitas foram deflacionadas e

descapitalizadas para o ano 0 a fim de possibilitar a comparaccedilatildeo entre os valores

gastos e recebidos com essa praacutetica de produccedilatildeo A renda bruta obtida com a venda

de madeira de paricaacute pode ser observada na Tabela 1

Tabela 1 Renda bruta (RB) obtida com a produccedilatildeo de madeira de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA sem considerar o custo de laminaccedilatildeo

Idade Espaccedil

(m)

VTHA (R$ha) VCHA (R$ha)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 379731 433109 452408 1109193 1349221 1557365

3x3 - 362619 424113 - 1212472 1509318

3x4 - 311840 373961 - 1077399 1379067

4x4 166887 317064 342144 550865 1122453 1272564

5x5 172002 205671 306342 627806 811406 1226000

6 a

no

s

3x2 355004 394611 431419 1056449 1261369 1508350

3x3 - 341749 408022 - 1163130 1470243

3x4 - 288386 356682 - 1020754 1335360

4x4 167940 274794 313771 556167 1012394 1196711

5x5 166477 207478 273875 613368 817994 1133134

7 a

no

s

3x2 334925 365156 383863 1012137 1191106 1382874

3x3 - 325700 385794 - 1122613 1410651

3x4 - 278203 342718 - 993941 1296571

4x4 164441 268225 305743 547531 994496 1174049

5x5 164242 204174 269414 607295 808354 1119474

Em que Espaccedil = espaccedilamento (m) VTHA = volume comercial por hectare (msup3ha) e VCHA = volume de lacircminas por hectare (msup3ha)

66

A ausecircncia de valores na classe de produtividade baixa nos espaccedilamentos

3x3 e 3x4 m eacute proveniente da inesistecircncia de povoamentos nestas condiccedilotildees de

terreno Como se tratam de plantios independentes a falta de informaccedilotildees nestes

ambientes natildeo prejudicamalteram os resultados nas outras aacutereas em estudo

Observando a Tabela 1 eacute perceptiacutevel a diferenccedila entre a renda bruta obtida

com a venda de madeira em peacute e a explorada Para siacutetios de baixa produtividade e

com corte aos 5 anos a diferenccedila entre a venda de lacircminas e madeira em peacute foi de

aproximadamente R$729000 Esta diferenccedila ocorreu porque o custo de laminaccedilatildeo

natildeo foi contabilizado por falta de informaccedilotildees sobre o processo produtivo

Natildeo existem estudos que indiquem os custos reais de laminaccedilatildeo de paricaacute

proveniente de reflorestamento e quais as atividades necessaacuterias para transformar o

torete de madeira em lacircminas de forma eficiente e com boa qualidade

A renda resultante da venda de ldquomadeira em peacuterdquo em espaccedilamentos

menores como o 3x2 m superam os mais espaccedilados como o 4x4 e 5x5 m com

receita duas vezes maior quando comparados os espaccedilamentos 3x2 e 5x5 m Esta

tendecircncia ocorre entre classes de produtividade e tambeacutem entre idades distintas

Com o aumento da idade de corte houve diminuiccedilatildeo nas receitas em todos

os espaccedilamentos pois o volume de madeira foi reduzido Isso ocorre como jaacute citado

anteriormente provavelmente devido ao autodesbaste das plantas caracteriacutestico da

espeacutecie Entretanto os custos tambeacutem sofreram reduccedilatildeo devido ao menor nuacutemero

de plantas por hectare e esta relaccedilatildeo deve ser analisada

O comportamento da renda bruta em relaccedilatildeo a madeira explorada segue a

mesma tendecircncia citada acima ou seja o menor espaccedilamento no melhor siacutetio

produtivo aos 5 anos eacute o que indica ser o mais viaacutevel Todavia deve-se interagir

custos e receitas para se inferir sobre o espaccedilamento mais adequado para se obter

a maior lucratividade

Na Tabela 2 eacute possiacutevel observar os iacutendices em siacutetios com classe de

produtividade baixa para a venda de lacircminas de paricaacute

67

Tabela 2 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute para venda preacute-corte em classe de produtividade baixa (17 ndash 19 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

5 a

no

s

MB -121915 - - -221422 -197665

ML -172080 - - -260253 -234631

L -256915 - - -325921 -297147

L (t) -350415 - - -419421 -390647

Luc -068 - - -195 -173

Lucr (t) -092 - - -251 -227

IR -047 - - -085 -079

IR (t) -038 - - -065 -060

6 a

no

s

MB -157604 - - -236236 -218806

ML -208865 - - -276654 -257335

L -316133 - - -361232 -337959

L (t) -427533 - - -472632 -449359

Luc -089 - - -215 -203

Lucr (t) -120 - - -281 -270

IR -056 - - -088 -084

IR (t) -043 - - -065 -062

7 a

no

s

MB -192230 - - -244377 -225943

ML -244145 - - -285258 -264961

L -376891 - - -388205 -363216

L (t) -508091 - - -519405 -494416

Luc -113 - - -236 -221

Lucr (t) -152 - - -316 -301

IR -065 - - -090 -086

IR (t) -048 - - -064 -060

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

Na Tabela 2 eacute possiacutevel observar que sob as condiccedilotildees analisadas nenhum

espaccedilamento eacute viaacutevel economicamente Jaacute o comportamento dos iacutendices financeiros

em classe de produtividade meacutedia pode ser observado na Tabela 3

68

Tabela 3 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute para venda preacute-corte em classe de produtividade meacutedia (19 ndash 21 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

5 a

no

s

MB -68537 -75377 -97128 -71245 -163995

ML -118702 -119176 -138025 -110076 -200962

L -203537 -193247 -207187 -175744 -263477

L (t) -297037 -286747 -300687 -269244 -356977

Luc -047 -053 -066 -055 -128

Lucr (t) -069 -079 -096 -085 -174

IR -033 -036 -043 -036 -067

IR (t) -026 -028 -034 -027 -051

6 a

no

s

MB -117998 -109790 -135159 -129382 -177806

ML -169258 -154944 -177514 -169800 -216334

L -276527 -249433 -266145 -254378 -296958

L (t) -387927 -360833 -377545 -365778 -408358

Luc -070 -073 -092 -093 -143

Lucr (t) -098 -106 -131 -133 -197

IR -046 -046 -055 -054 -071

IR (t) -035 -034 -041 -040 -052

7 a

no

s

MB -161999 -131381 -150483 -140593 -186011

ML -213914 -177089 -193352 -181475 -225030

L -346659 -292189 -301302 -284422 -323284

L (t) -477859 -423389 -432502 -415622 -454484

Luc -095 -090 -108 -106 -158

Lucr (t) -131 -130 -155 -155 -223

IR -057 -052 -059 -057 -073

IR (t) -042 -037 -042 -040 -051

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

Os prejuiacutezos obtidos nestas condiccedilotildees do terreno satildeo menores quando

comparados com siacutetios de produtividade baixa O mesmo comportamento tambeacutem

foi observado para siacutetios de classe de produtividade alta como indicado na Tabela

4

69

Tabela 4 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute pra venda preacute-corte em classe de produtividade alta (21 ndash 24 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

5 a

no

s

MB -49238 -13882 -35007 -46165 -63324

ML -99403 -57682 -75904 -84996 -100291

L -184238 -131752 -145066 -150664 -162806

L (t) -277738 -225252 -238566 -244164 -256306

Luc -041 -031 -039 -044 -053

Lucr (t) -061 -053 -064 -071 -084

IR -027 -017 -024 -028 -034

IR (t) -022 -014 -018 -021 -026

6 a

no

s

MB -81189 -43517 -66863 -90406 -111408

ML -132450 -88671 -109217 -130823 -149937

L -239718 -183160 -197848 -215401 -230561

L (t) -351118 -294560 -309248 -326801 -341961

Luc -056 -045 -055 -069 -084

Lucr (t) -081 -072 -087 -104 -125

IR -036 -026 -034 -041 -049

IR (t) -028 -020 -025 -031 -036

7 a

no

s

MB -143292 -71287 -85969 -103075 -120771

ML -195207 -116995 -128837 -143956 -159790

L -327953 -232094 -236787 -246903 -258044

L (t) -459153 -363294 -367987 -378103 -389244

Luc -085 -060 -069 -081 -096

Lucr (t) -120 -094 -107 -124 -144

IR -052 -034 -039 -045 -052

IR (t) -038 -025 -028 -032 -036

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

A inviabilidade econocircmica observada nas trecircs condiccedilotildees produtivas podem

ter sido provenientes do baixo valor de mercado praticado na regiatildeo

Apoacutes o pagamento de todos os desembolsos efetivos restou o deacutebito de R$-

13882 para o espaccedilamento 3x3 m Esta quantia jaacute pode ser considerada como

70

prejuiacutezo do investimento mesmo sem ser contabilizados o pagamento da matildeo de

obra familiar (administraccedilatildeo) e os custos de oportunidade do capital

O menor valor resultante para o espaccedilamento 5x5 m se deve ao fato de

existirem atividades iguais aos outros espaccedilamentos que estatildeo sendo executas em

tempo maior que dos outros povoamentos aumentando assim o custo de produccedilatildeo

Jaacute os resultados encontrados para o espaccedilamento 3x3 m em classe de

produtividade alta satildeo atribuiacutedos agrave eficiecircncia das operaccedilotildees de manutenccedilatildeo dos

plantios principalmente pelo controle de plantas daninhas

Depois do pagamento de todos os desembolsos efetivos foi admitida a

remuneraccedilatildeo da matildeo de obra familiar em virtude da administraccedilatildeo das aacutereas de

plantio sendo proporcional aos custos de produccedilatildeo de paricaacute A margem liacutequida

negativa indica que o empreendimento eacute economicamente inviaacutevel O valor admitido

por este iacutendice se positivo natildeo seria o lucro gerado pois ainda natildeo foi descontado

o custo de oportunidade do capital investido

Para todos os povoamentos analisados houve lucro negativo principalmente

quando foi considerada a remuneraccedilatildeo pelo uso da terra Isso significa que o

investimento natildeo foi atrativo financeiramente Este resultado natildeo eacute interessante

economicamente ao produtor e pode trazer consequecircncias ainda piores como falta

de incentivo agrave produccedilatildeo falta de demanda para venda da madeira em idade de corte

e preccedilos ainda menores do que os praticados

Considerando-se o pagamento pelo uso da terra o prejuiacutezo obtido pelo

plantio de paricaacute variou entre 53 e 316 sendo maior quando mais amplo o

espaccedilamento de plantio Desconsiderando o pagamento pelo uso da terra o

prejuiacutezo se tornou menor estando entre 31 e 236

Este iacutendice representa a capacidade da atividade de transformar

investimento em margem liacutequida Assim desconsiderando o pagamento pelo uso da

terra tem-se que para cada real investido obteve-se entre R$-090 e R$-017 de

margem liacutequida sendo mais atrativo o espaccedilamento 3x3 m em classe de

produtividade alta Considerando o custo da terra o valor foi de R$-065 a R$-014

sendo melhor nos menores espaccedilamento de plantio

Deve-se salientar novamente que o valor do msup3 de madeira utilizado nesta

pesquisa eacute proveniente do preccedilo meacutedio praticado pelo CERAT ndash PA Valores

superiores a este encontrados na regiatildeo podem alterar estes resultados tornando

estes povoamentos atrativos financeiramente (quando superiores a R$10000 msup3)

71

32 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA LAMINADA

O comportamento observado foi semelhante ao da madeira vendida em peacute

ou seja os iacutendices financeiros apontaram que a viabilidade econocircmica aos 5 anos

foi superior agraves outras idades de exploraccedilatildeo (Tabela 5)

Tabela 5 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de baixa produtividade (17 ndash 19 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

5 a

no

s

MB 460255 - - 82016 175950

ML 395361 - - 35131 130764

L 285617 - - -44157 54349

L (t) 192117 - - -137657 -39151

Luc 026 - - -008 009

Lucr (t) 017 - - -025 -006

IR 090 - - 010 039

IR (t) 074 - - 008 030

6 a

no

s

MB 416597 - - 84912 161477

ML 352612 - - 37786 116288

L 218717 - - -60828 21725

L (t) 107317 - - -172228 -89675

Luc 021 - - -011 004

Lucr (t) 010 - - -031 -015

IR 081 - - 011 034

IR (t) 065 - - 008 026

7 a

no

s

MB 374305 - - 138713 217110

ML 322390 - - 97831 178092

L 161775 - - -5115 79837

L (t) 30575 - - -136315 -51363

Luc 016 - - -001 013

Lucr (t) 003 - - -025 -008

IR 075 - - 031 058

IR (t) 057 - - 022 041

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

72

Os iacutendices econocircmicos para as classes de produtividade meacutedia e alta

encontram-se nas Tabelas 6 e 7

Tabela 6 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de meacutedia produtividade (19 ndash 21 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

5 a

no

s

MB 681518 625573 537181 600811 347713

ML 614747 566883 483159 548647 301344

L 501830 467631 391801 460430 222928

L (t) 408330 374131 298301 366930 129428

Luc 037 039 036 041 027

Lucr (t) 030 031 028 033 016

IR 137 139 126 147 087

IR (t) 114 113 101 117 069

6 a

no

s

MB 608614 588446 491228 506607 352752

ML 543338 530977 438275 456029 306227

L 406743 410719 327467 350188 208871

L (t) 295343 299319 216067 238788 97471

Luc 032 035 032 035 026

Lucr (t) 023 026 021 024 012

IR 124 133 116 125 089

IR (t) 099 104 090 095 067

7 a

no

s

MB 544335 665533 565255 585678 418169

ML 492420 619825 522386 544796 379151

L 329553 504725 414437 441850 280896

L (t) 198353 373525 283237 310650 149696

Luc 028 045 042 044 035

Lucr (t) 017 033 028 031 019

IR 113 181 159 171 123

IR (t) 087 131 114 121 086

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

73

Tabela 7 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de alta produtividade (21 ndash 24 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5 5

an

os

MB 882878 900802 817010 742105 726917

ML 815429 839950 760805 689059 677009

L 701365 737042 665754 599351 592608

L (t) 607865 643542 572254 505851 499108

Luc 045 049 048 047 048

Lucr (t) 039 043 041 040 041

IR 181 201 193 182 187

IR (t) 150 164 156 146 148

6 a

no

s

MB 843757 874244 783868 678388 646537

ML 777297 814644 728718 626556 597877

L 638225 689925 613313 518092 496052

L (t) 526825 578525 501913 406692 384652

Luc 042 047 046 043 044

Lucr (t) 035 039 038 034 034

IR 174 198 187 168 168

IR (t) 140 156 146 129 128

7 a

no

s

MB 730571 953571 867885 765231 729289

ML 678656 907863 825016 724350 690271

L 514396 792763 717066 621403 592016

L (t) 383196 661563 585866 490203 460816

Luc 037 056 055 053 053

Lucr (t) 028 047 045 042 041

IR 154 266 252 228 224

IR (t) 119 192 180 161 157

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

Contrariamente agrave preacute-colheita a venda de madeira de paricaacute poacutes-colheita

tem demonstrado viabilidade economica para as idade classe de produtividade e

espaccedilamento analisados como observados nos iacutendices a seguir

Apoacutes o pagamento de todos os custos efetivos notou-se uma vantagem no

uso de espaccedilamentos mais adensados Nestes ambientes a margem bruta foi por

74

vezes maior que 40 em relaccedilatildeo aos maiores espaccedilamentos Poreacutem restam ainda

o pagamento pela administraccedilatildeo e uso do capital No entanto verificou-se que a

maioria dos projetos avaliados foram viaacuteveis economicamente pois se obteve

resultados positivos para a madeira laminada

A matildeo-de-obra familiar foi remunerada mantendo-se o montante positivo

Este montante foi utilizado posteriormente como forma de pagamento pelo custo de

oportunidade do capital Observa-se que este iacutendice manteve a tendecircncia de

comportamento semelhante agrave margem bruta exprimindo a viabilidade dos projetos

Lucro negativo soacute foi observado em espaccedilamentos amplos como o 4x4 e

5x5 m em classe de produtividade baixa em todos os anos analisados Isso

significa que o custo de oportunidade do uso do capital natildeo estaacute sendo remunerado

O resultado encontrado eacute consequecircncia de volume insuficiente de lacircminas

para o pagamento do processo produtivo Vale salientar que o processo de

laminaccedilatildeo natildeo foi quantificado

O intervalo de lucratividade sem considerar o pagamento pelo uso da terra

variou de -31 agrave 56 ou seja existem povoamentos que em certas condiccedilotildees

foram inviaacuteveis economicamente como eacute o caso dos espaccedilamentos 4x4 e 5x5 m

em classe de produtividade baixa com exploraccedilatildeo aos 5 anos Outros povoamentos

ao contraacuterio possuem lucratividade de 56 Como exemplo pode-se citar o 3x3 m

aos 7 anos em classe de produtividade alta

Quando se considera o pagamento pelo uso da terra a mesma tendecircncia foi

observada poreacutem a lucratividade foi menor

A capacidade da atividade em transformar o investimento em margem

liacutequida variou entre R$034 e R$266 sendo mais atrativo o espaccedilamento 3x3 m

Considerando o custo da terra o valor corresponde entre R$008 e R$192 sendo

melhor quanto menor o espaccedilamento de plantio

Considerando os valores obtidos nas Tabelas 5 6 e 7 foi possiacutevel inferir

sobre os custos maacuteximos que poderiam ser destinados agrave laminaccedilatildeo para que todas

as despesas fossem pagas obtendo lucratividade zero Na Tabela 8 eacute indicado

quais satildeo estes valores

75

Tabela 8 Valores maacuteximos a serem pagos pela laminaccedilatildeo (R$msup3)

Idade Classe produtiva (m) Espaccedilamentos (m)

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5 5

ano

s Baixa 1184 - - -1930 -533

Meacutedia 2206 2414 2238 2708 1472

Alta 3144 3550 3580 3459 3812

6 a

no

s Baixa 707 - - -2400 -1260

Meacutedia 1751 2049 1753 2033 1099

Alta 2857 3317 3292 3033 3286

7 a

no

s Baixa 131 - - -3253 -2045

Meacutedia 1189 1557 1223 1543 476

Alta 2255 2916 2883 2613 2836

Estas informaccedilotildees satildeo valores meacutedios dos espaccedilamentos para cada classe

de produtividade e idade Como pressupotildee-se que em siacutetio de melhor qualidade haacute

maior renda eacute possiacutevel o pagamento de um valor substancialmente maior do que

em classe de produtividade meacutedia Observa-se ainda a inviabilidade da praacutetica de

laminaccedilatildeo em classe de produtividade baixa independente da idade de corte pois a

receita foi menor que os custos mesmo sem a laminaccedilatildeo Essa consideraccedilatildeo

reforccedila os argumentos de suporte sobre os menores espaccedilamentos serem os mais

apropriados para o plantio de paricaacute

33 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA

331 Benefiacutecio perioacutedico equivalente ndash BPE

Para a taxa de 6 aa em povoamentos natildeo explorados o BPE obtido

variou entre R$-24042 e R$-8005 para os espaccedilamentos 4x4 e 3x3 m

respectivamente (Tabela 9) Isso indica que o espaccedilamento 3x3 m na classe de

produtividade alta com corte aos 5 anos eacute o que resultou no menor prejuiacutezo

financeiro sob estas condiccedilotildees analisadas Jaacute o 4x4 m em classe de produtividade

baixa com corte aos 7 anos foi a pior escolha de investimento

76

Tabela 9 BPE de plantios de paricaacute situados na regiatildeo de Paragominas PA

Idade Espaccedil

(m)

BPE (VTHA) BPE (VCHA)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 -15515 -12312 -11154 17037 30010 41982

3x3 - -11695 -8005 - 27958 44123

3x4 - -12531 -8804 - 23408 39845

4x4 -19655 -10645 -9140 -2749 27526 35861

5x5 -17929 -15909 -9868 3161 13276 35456

6 a

no

s

3x2 -19068 -16692 -14483 13023 24305 38193

3x3 - -15066 -11090 - 24543 41296

3x4 - -16069 -11971 - 19548 36699

4x4 -21774 -15363 -13024 -3750 20911 30986

5x5 -20378 -17917 -13934 1204 12432 29663

7 a

no

s

3x2 -22761 -20948 -19825 8894 18907 29965

3x3 - -18281 -14675 - 20779 36619

3x4 - -18827 -14957 - 16500 33111

4x4 -24042 -17815 -15564 -5944 18385 28258

5x5 -22542 -20146 -16232 -842 10264 27366

Em que Espaccedil = espaccedilamento (m) BPE (VTHA) = benefiacutecio perioacutedico equivalente para venda de madeira em peacute e BPE (VCHA) = benefiacutecio perioacutedico equivalente para venda de madeira laminada

A mesma tendecircncia foi observada em povoamentos explorados em que o

BPE variou entre R$-5944 e R$44123 sendo o espaccedilamento 3x3 m a melhor

opccedilatildeo de investimento O mesmo resultado foi obtido por Pavan et al (2010) com

plantios de eucalipto no Rio Grande do Sul para laminaccedilatildeo

Caso ocorressem mudanccedilas na taxa de desconto estas contribuiriam para o

aumento ou reduccedilatildeo dos lucros do plantio Segundo Soares et al (2003) aumentos

na taxa de desconto afetam significativamente o VPL e consequentemente o BPE

indicando que quanto menor a taxa de desconto utilizada maior seraacute a lucratividade

do projeto

A partir da anaacutelise econocircmica dos diferentes sistemas de plantio pode-se

inferir que o motivo pelo qual a classe de produtividade baixa resultou em uma das

piores alternativas financeiras estaacute relacionado ao autodesbaste das plantas neste

ambiente Como estas aacutereas dispotildeem de menores recursos eacute possiacutevel que tenha

77

ocorrido uma expressiva mortalidade de plantas devido agrave concorrecircncia por luz e

nutrientes do solo

Todos os espaccedilamentos de plantio podem ser alternativas viaacuteveis que

poderatildeo contribuir de maneira mais significativa na medida em que alcancem sua

capacidade maacutexima de incremento Isso eacute obtido com a diferenciaccedilatildeo entre os

horizontes de planejamento que natildeo podem ser idecircnticos para todos os

espaccedilamentos de plantio haja vista que as aacutervores se comportam de maneiras

diferentes nestes espaccedilamentoss devido agrave disponibilidade de recursos

Esta afirmaccedilatildeo jaacute foi comprovada em estudos realizados por Cordeiro et al

(2009) em que foi constatado que o sistema de produccedilatildeo do paricaacute em cultivo puro

sob o espaccedilamento 4x3 m nos quatro primeiros anos de cultivo natildeo apresentaram

viabilidade econocircmica sugerindo a necessidade de maior horizonte de

planejamento

78

4 CONCLUSOtildeES

O monocultivo de paricaacute em qualquer um dos espaccedilamentos analisados foi

considerado inviaacutevel por todos os criteacuterios utilizados nesta anaacutelise econocircmica

quando se objetivou a venda da madeira sem exploraccedilatildeo Essa resposta estaacute

associada ao baixo valor de mercado ao qual a espeacutecie estaacute subordinada

A exploraccedilatildeo de madeira mesmo sendo um processo trabalhoso e

dispendioso eacute uma alternativa para se obter valores positivos com a produccedilatildeo de

paricaacute

Observando os custos e receitas oriundos de plantios de paricaacute pode-se

afirmar que espaccedilamentos mais amplos em classe de produtividade baixa satildeo

insuficientes para remunerar o processo de laminaccedilatildeo

O maior retorno financeiro foi obtido em povoamentos de paricaacute implantados

em classe de produtividade alta sob o espaccedilamento 3x3 m com exploraccedilatildeo aos 5

anos

79

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

CHICHORRO J F BAUER M O ANDRADE W S SILVA G F SANTOS F R SILVA J L NOGUEIRA M A Avaliaccedilatildeo econocircmica de projetos florestais In CHICHORRO J F BAUER M O GARCIA G O CALDEIRA M V W Toacutepicos especiais em ciecircncias florestais 1 ed Visconde do Rio Branco Suprema 2010 v 1 p 231-260 COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO ndash CONAB Custo de produccedilatildeo agriacutecola a metodologia da Conab Brasiacutelia Conab 2010 60p COORDENADORIA EXECUTIVA DA ADMINISTRACcedilAtildeO TRIBUTAacuteRIA ndash CERAT Boletim informativo de preccedilos Paraacute 2013 22p CORDEIRO I M C C SANTANA A C LAMEIRA O A SILVA I M Anaacutelise econocircmica dos sistemas de cultivo com Schizolobium parahyba var amazonicum (Huber ex Ducke) Barneby (Paricaacute) E Ananas comosus var erectifolius (L B Smith) Coppus amp Leal (Curauaacute) no municiacutepio de Aurora do Paraacute (PA) Brasil Facultad Agronomiacutea (LUZ) 2009 26 243-265 FARO C Elementos de engenharia econocircmica 3ed Satildeo Paulo Atlas 1979 328p MELLO A A CARNIERI C ARCE J E SANQUETTA C R Planejamento florestal visando agrave maximizaccedilatildeo dos lucros e a manutenccedilatildeo do estoque de carbono Cerne Lavras v 11 n 3 p 205-217 julset 2005 OLIVEIRA A D REZENDE J L P Economia Florestal Lavras UFLAFAEPE 2004 101p PAVAN J A ALVES T W SOUZA M A Viabilidade Econocircmica da Produccedilatildeo de Eucaliptos no Rio Grande do Sul Associaccedilatildeo Brasileira de Custos vol 5 n 1 78-109 JanAbr 2010 REZENDE J L P OLIVEIRA A D Anaacutelise econocircmica e social de projetos florestais Viccedilosa MG UFV 2001 389 p SILVA M L JACOVINE L A G VALVERDE S R Economia Florestal 2 ed Viccedilosa UFV 2005 178p SOARES T S CARVALHO R M M A VALE A B Avaliaccedilatildeo econocircmica de um povoamento de Eucalyptus grandis destinado a multiprodutos Aacutervore Viccedilosa-MG v27 n5 p689-694 2003

80

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A partir das condiccedilotildees estabelecidas notou-se o efeito dos espaccedilamentos

de plantio na viabilidade econocircmica dos povoamentos de paricaacute

Em relaccedilatildeo aos custos de produccedilatildeo eles devem ser separados por

atividades sendo elas preparo da aacuterea plantio adubaccedilatildeo manutenccedilatildeo colheita e

transporte laminaccedilatildeo custo de administraccedilatildeo remuneraccedilatildeo do capital investido

Dentro de cada atividade alguns custos podem sofrer a influecircncia do

nuacutemero de plantas por hectare Como exemplo pode-se citar o nuacutemero de diaacuterias

necessaacuterias para alinhamento coveamento e plantio das mudas aleacutem da

quantidade de adubo necessaacuterio para adubaccedilatildeo de cova

O maior nuacutemero de operaccedilotildees ocorre no periacuteodo de manutenccedilatildeo dos

plantios poreacutem nenhuma delas foi considerada dispendiosa Os maiores custos

individuais foram do transporte de madeira do povoamento ateacute a induacutestria em

todos os espaccedilamentos analisados devido agraves condiccedilotildees de traacutefego nas estradas

A relaccedilatildeo entre volume comercial volume laminado e os custos de

produccedilatildeo determinam entatildeo a viabilidade dos plantios sendo o espaccedilamento mais

viaacutevel aquele que consegue absorver esta relaccedilatildeo de maneira mais eficiente

Entretanto estudos ainda devem ser desenvolvidos para averiguar a relaccedilatildeo entre a

espeacutecie e os espaccedilamentos de plantio

Page 6: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE …III. Andrade, Wendel Sandro de Paula. IV. ... À Universidade Federal do Espírito Santo e à CAPES, pela estrutura e apoio

BIOGRAFIA

RAFAELA DA SILVEIRA filha de Joseacute Antonio da Silveira e Maria de

Lourdes da Silveira nasceu em 06 de novembro de 1987 no municiacutepio de Alta

Floresta no Estado de Mato Grosso Brasil

Concluiu o Ensino Meacutedio na Escola Prof Marines Faacutetima de Saacute Teixeira de

Alta Floresta em 2005 Em 2006 ingressou na Universidade Estadual de Mato

Grosso (UNEMAT) em Alta Floresta - MT graduando-se em Engenharia Florestal

em dezembro de 2009 No mesmo ano especializou-se em Geoprocessamento pela

Uniatildeo das Faculdades de Alta Floresta (UNIFLOR)

Em marccedilo de 2012 iniciou o curso de mestrado do Programa de Poacutes-

Graduaccedilatildeo Strictu Sensu em Ciecircncias Florestais na linha de pesquisa Manejo

Florestal na Universidade Federal do Espiacuterito Santo em Jerocircnimo Monteiro ndash ES

submetendo-se agrave defesa da dissertaccedilatildeo em fevereiro de 2014

Enquanto suspiramos por uma vida

sem dificuldades devemos nos

lembrar que o carvalho cresce forte

atraveacutes de ventos contraacuterios e que os

diamantes satildeo formados sob

pressatildeo

(Peter Marshall)

RESUMO

SILVEIRA R Avaliaccedilatildeo econocircmica da produccedilatildeo de madeira de paricaacute

(Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) sob diferentes espaccedilamentos de

plantio 2014 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) ndash Universidade

Federal do Espiacuterito Santo Jerocircnimo Monteiro ES Orientador Prof Dr Gilson

Fernandes da Silva Coorientadores Prof Dr Adriano Ribeiro de Mendonccedila e Prof

Dr Wendel Sandro de Paula Andrade

O paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) eacute uma espeacutecie nativa que

vem ganhando destaque entre os plantios comerciais na regiatildeo amazocircnica pelas

suas caracteriacutesticas de crescimento e produccedilatildeo para muacuteltiplos usos Por tal motivo

objetivou-se neste trabalho avaliar o efeito dos espaccedilamentos de plantio na anaacutelise

econocircmica da produccedilatildeo de madeira de paricaacute Para tanto os dados utilizados neste

estudo satildeo originaacuterios de povoamentos homogecircneos plantados sob os

espaccedilamentos 3x2 3x3 3x4 4x4 e 5x5 m localizados entre os municiacutepios de Dom

Elizeu e Paragominas Estado do Paraacute Estes povoamentos foram inventariados

anualmente ateacute o quinto ano sendo analisadas trecircs classes de produtividade em

cada espaccedilamento sendo elas Baixa (17 - 19 m) Meacutedia (19 ndash 21 m) e Alta (21 - 24

m) Posteriormente com auxiacutelio de modelagem os volumes total e laminado foram

estimados aos 5 6 e 7 anos Estimado o volume e identificados todos os custos de

produccedilatildeo estes foram deflacionados pelo IGP-DI e posteriormente

descapitalizados Assim procedeu-se a anaacutelise econocircmica por meio da metodologia

desenvolvida pelo Instituto de Economia Agriacutecola oacutegatildeo vinculado agrave Secretaria de

Agricultura e Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo juntamente com o criteacuterio do

benefiacutecio perioacutedico equivalente Como resultado obteve-se que o custo operacional

efetivo representou em meacutedia 65 dos custos totais de produccedilatildeo sendo o

transporte o custo individual mais expressivo em todos os espaccedilamentos

analisados As anaacutelises econocircmicas indicaram que o monocultivo de paricaacute

independente do espaccedilamento foi inviaacutevel quando se objetivou a venda da madeira

sem exploraccedilatildeo Essa resposta estaacute associada ao baixo valor de mercado ao qual a

espeacutecie estaacute subordinada A exploraccedilatildeo de madeira mesmo sendo um processo

trabalhoso e dispendioso eacute uma alternativa para se obter valores positivos com a

produccedilatildeo de paricaacute Logo pode-se inferir que o maior retorno financeiro eacute obtido em

povoamentos de paricaacute implantados em classe de produtividade alta sob o

espaccedilamento 3x3 m com exploraccedilatildeo aos 5 anos Entretanto para os maiores

espaccedilamentos de plantio estudos ainda devem ser desenvolvidos

Palavras-chave Classe de produtividade idade iacutendices econocircmicos

ABSTRACT

SILVEIRA R Economic evaluation of the production of wood paricaacute

(Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) under different planting spacings

2014 Dissertation (Master of Forest Science) - Federal University of Espiacuterito Santo

Jerocircnimo Monteiro ES Advisor Prof Dr Gilson Fernandes da Silva

Coorientadores Prof Dr Adriano Ribeiro de Mendonccedila and Prof Dr Wendel Sandro

de Paula Andrade

Paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) is a native species that has

been gaining prominence among commercial plantations in the Amazon region its

growth characteristics and production for multiple uses For this reason the aim of

this study was to evaluate the effect of planting space in economic analysis of timber

production paricaacute For this the data used in this study originate homogeneous stands

planted under the spacings 3x2 3x3 3x4 4x4 and 5x5 m located in the State of

Paraacute These stands were inventoried annually by fifth year and analyzed three

classes of productivity in each spacing which are Low (17 ndash 19 m) Medium (19 ndash 21

m) and High (21 ndash 24 m) Later with the aid of modeling the total and laminate

volumes were estimated at 5 6 and 7 years Estimate the volume and identified all

the costs these were deflated by the IGP ndash DI and subsequently undercapitalized

Thus we proceeded to the economic analysis using the methodology developed by

the Institute of Agricultural Economics along with the criterion periodic benefit

equivalent As a result it was found that the actual operating costs represented on

average 65 of total costs of production transportation and the most expressive

individual cost in all spacings analyzed The economic analysis indicated that the

monoculture paricaacute regardless of spacing was impracticable when used to sell the

timber without exploitation This response is associated with low market value to

which the species is subject The logging even being a laborious and costly process

an alternative is to give positive values to the production of paricaacute Therefore it can

be inferred that the greatest financial return is obtained in stands of paricaacute deployed

in class high productivity under the 3x3 m spacing with operating at 5 years

However for larger planting space studies have yet to be developed

Keywords Productivity class age economic indices

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO GERAL 11

11 OBJETIVO GERAL 13 12 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 13

2 REVISAtildeO DE LITERATURA 14

21 PARICAacute 14 211 Descriccedilatildeo botacircnica e anatocircmica do paricaacute 14 212 Caracteriacutesticas silviculturais do paricaacute 15 213 Utilizaccedilatildeo do paricaacute 16

22 CRESCIMENTO E PRODUCcedilAtildeO DO PARICAacute 17 23 RENDIMENTO EM LAMINACcedilAtildeO DE PARICAacute 18 24 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO 19

241 Teoria dos custos 19 242 A importacircncia dos custos 21 243 Classificaccedilatildeo dos custos 21 244 Componentes do custo 22 245 Iacutendices econocircmicos 24 246 Custos na empresa florestal 26

25 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DE PROJETOS FLORESTAIS 27

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 28

CAPIacuteTULO 1 31

RESUMO 31

ABSTRACT 32

1 INTRODUCcedilAtildeO 33

2 MATERIAL E MEacuteTODOS 35

21 AacuteREA EM ESTUDO 35 22 ESTIMATIVA DA PRODUCcedilAtildeO 36 23 DESCRICcedilAtildeO DAS ATIVIDADES 38 24 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS 39 25 CLASSIFICACcedilAtildeO DOS CUSTOS 41

3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 43

31 ESTIMATIVA DE VOLUME 43 32 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO 45

321 Custo operacional efetivo ndash COE 45 322 Custo operacional total ndash COT 47 323 Custo total ndash CT 50

4 CONCLUSOtildeES 54

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 55

CAPIacuteTULO 2 57

RESUMO 57

ABSTRACT 58

1 INTRODUCcedilAtildeO 59

2 MATERIAL E MEacuteTODOS 61

21 OBTENCcedilAtildeO DAS RECEITAS 61 22 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS 61 23 IacuteNDICES ECONOcircMICOS DA PRODUCcedilAtildeO 62 24 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DOS PROJETOS 63

241 Benefiacutecio perioacutedico equivalente (BPE) 63

3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 65

31 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA VENDA DE MADEIRA EM PEacute 65 32 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA LAMINADA 71 33 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA 75

331 Benefiacutecio perioacutedico equivalente ndash BPE 75

4 CONCLUSOtildeES 78

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 79

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 80

11

1 INTRODUCcedilAtildeO GERAL

As florestas naturais somavam em 2007 cerca de 4 bilhotildees de hectares

cobrindo aproximadamente 30 da superfiacutecie terrestre segundo informaccedilotildees da

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION ndash FAO (2007) Deste montante cerca

de metade da vegetaccedilatildeo ainda estaacute concentrada em cinco paiacuteses sendo o Brasil o

detentor da segunda maior cobertura florestal do planeta

Segundo o Sistema Nacional de Informaccedilotildees Florestais ndash SNIF (2014)

estimava-se que 69 desta cobertura teriam potencial produtivo Com isso ampliou-

se a participaccedilatildeo do setor florestal brasileiro no comeacutercio mundial Entretanto o

setor ainda encontra dificuldades na expansatildeo dos seus negoacutecios especialmente a

regiatildeo amazocircnica devido agraves restriccedilotildees impostas pela legislaccedilatildeo frente ao apelo

ambiental que a regiatildeo desperta em resposta a ocupaccedilatildeo desordenada

Com a implantaccedilatildeo de novas normas de exploraccedilatildeo reduziu-se a

disponibilidade de madeira no mercado expondo-se entatildeo a necessidade de fontes

alternativas para produccedilatildeo de mateacuteria-prima Assim a partir da praacutetica de

reflorestamento estaacute sendo possiacutevel ampliar o estoque de madeira para atender as

demandas atuais e futuras

Em 2012 o consumo brasileiro de madeira em tora proveniente de plantios

florestais foi de 1824 milhotildees de metros cuacutebicos (msup3) um indicador 72 superior

ao de 2011 (ABRAF 2013) Isso indica que a praacutetica do reflorestamento eacute uma

alternativa de negoacutecio que se expandiu no ultimo ano

Segundo o SNIF (2014) o Brasil deteacutem as melhores tecnologias na

silvicultura de eucalipto e outras espeacutecies vecircm sendo estudadas entre elas a acaacutecia

(Acacia mangium Willd) a seringueira (Hevea brasiliensis (Willd ex Adr de Juss)

Muell-Arg) e o paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) Em 2012 a aacuterea

ocupada por plantios florestais de espeacutecies natildeo convencionais como acaacutecia

araucaacuteria poacutepulus teca seringueira e paricaacute foi de 521131 ha representando

72 da aacuterea total de plantios florestais no Brasil (ABRAF 2013) Esta participaccedilatildeo

ainda que pequena se deve agraves caracteriacutesticas de crescimento e produccedilatildeo obtidas

por estas espeacutecies

Na regiatildeo amazocircnica o paricaacute eacute a espeacutecie que vem ganhando destaque

entre os plantios comerciais pelas suas caracteriacutesticas de crescimento e produccedilatildeo

12

para muacuteltiplos usos tornando crescente a demanda industrial por madeira de

lacircminas e compensados para a qual a espeacutecie eacute utilizada (MARQUES et al 2006)

Os primeiros registros com o plantio de paricaacute no Estado do Paraacute constam

da deacutecada de 1950 os quais tinham o objetivo de preservar a caracteriacutestica da

floresta amazocircnica em espaccedilos puacuteblicos e de fomentar estudos sobre o

comportamento e caracteriacutesticas das espeacutecies plantadas (MARQUES et al 2006)

Desde entatildeo muitos plantios foram registrados no Paraacute e em toda regiatildeo

amazocircnica e vaacuterios estudos foram desenvolvidos podendo-se destacar Hoffmann

(2009) Vidaurre et al (2012) Santos (2012) e Corteletti (2013) que trabalharam

com povoamentos de paricaacute localizados entre os municiacutepios de Dom Elizeu e

Paragominas estado do Paraacute Estes estudos comprovaram o alto potencial de

produccedilatildeo madeireira do paricaacute e servem como incentivo para que se estabeleccedilam

novos povoamentos Embora jaacute se tenham muitos plantios com esta espeacutecie na

Amazocircnia ainda satildeo necessaacuterios estudos com o objetivo de identificar as

caracteriacutesticas dendromeacutetricas avaliar a qualidade da madeira e sua produccedilatildeo

A atenccedilatildeo deve ser direcionada tambeacutem para os custos de produccedilatildeo

destes povoamentos que vecircm sendo estabelecidos na regiatildeo amazocircnica Natildeo

existem estudos suficientes que comprovem a lucratividade desta atividade Os

estudos que se tecircm disponiacuteveis ainda satildeo muito geneacutericos e as informaccedilotildees

carentes de dados do processo de implantaccedilatildeo da cultura

O monitoramento do processo produtivo tem sido realizado para identificar

os custos de produccedilatildeo sendo um instrumento necessaacuterio para se avaliar (medir) a

eficiecircncia das empresas Outra teacutecnica utilizada eacute a avaliaccedilatildeo econocircmica dos

projetos que testam a viabilidade de sua execuccedilatildeo

Para testar a viabilidade econocircmica dos projetos florestais faz-se necessaacuterio

o emprego de teacutecnicas econocircmicas sendo as mais tradicionais aquelas em que se

calculam o valor presente liacutequido (VPL) a taxa interna de retorno (TIR) e o benefiacutecio

perioacutedico equivalente (BPE) Este uacuteltimo sendo empregado frequentemente para

projetos com diferentes horizontes de planejamento (REZENDE OLIVEIRA 2001)

O teste da viabilidade econocircmica tem por finalidade estudar a capacidade

financeira do empreendimento a fim de verificar a possibilidade de sua

implementaccedilatildeo por meio da capacidade de sobrevivecircncia no mercado e da

identificaccedilatildeo dos fatores que podem dificultar as possibilidades de ecircxito do mesmo

comprovando-se assim a sua necessidade de execuccedilatildeo

13

11 OBJETIVO GERAL

Avaliar o efeito dos espaccedilamentos de plantio na anaacutelise econocircmica da

produccedilatildeo de madeira de paricaacute

12 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

a) Definir os custos de produccedilatildeo de povoamentos de paricaacute

b) Identificar os custos de produccedilatildeo mais afetados pelos espaccedilamentos

de plantio

c) Avaliar a participaccedilatildeo individual dos custos no processo de

implantaccedilatildeo colheita e transporte e

d) Identificar o espaccedilamento que forneceraacute o maior retorno econocircmico

por meio de indicadores e criteacuterio de avaliaccedilatildeo

14

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

21 PARICAacute

A espeacutecie Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke foi descoberta por

Huber e descrita por Ducke em 1922 sendo vulgarmente conhecida como pinho-

cuiabano paricaacute-da-amazocircnia paricaacute-da-terra-firme (Mato Grosso) paricaacute paricaacute-

grande faveira (Paraacute) canafista canafiacutestula fava-canafiacutestula (Acre) bandarra

(Rondocircnia) guapuruvu-da-amazocircnia (Distrito federal) aleacutem de cereboacute (Boliacutevia)

tambor (Colocircmbia) gavilaacuten (Costa Rica) pachaco (Equador) palo de judiacuteo palo de

picho (Meacutexico) e pashaco (Peru) (CARVALHO 2007)

Ocorre naturalmente em toda regiatildeo amazocircnica principalmente no Mato

Grosso Paraacute Amazonas e Rondocircnia no Brasil aleacutem de outros paiacuteses como Peru

Boliacutevia Colocircmbia e Venezuela (SOUZA et al 2005) Sobrevive em mata primaacuteria e

secundaacuteria de terra firme e vaacuterzea alta notadamente nas formaccedilotildees do tipo floresta

densa e floresta aberta em solos argilosos e altitudes de ateacute 800 metros

(CARVALHO 1994 ROSA 2006a)

A espeacutecie eacute tolerante a solos de baixa fertilidade e adapta-se agrave precipitaccedilatildeo

meacutedia anual de 1600 mm a 5850 mm e temperatura meacutedia de 248 ordmC (CRESPO et

al 1995) Por ser uma espeacutecie essencialmente helioacutefila natildeo tolera baixas

temperaturas (CARVALHO 2007)

211 Descriccedilatildeo botacircnica e anatocircmica do paricaacute

Segundo o sistema de classificaccedilatildeo de Cronquist a espeacutecie Schizolobium

amazonicum pertence agrave famiacutelia Caesalpiniaceae (Leguminosae Caesalpinioideae)

sendo da divisatildeo Magnoliophyta (Angiospermae) da classe Magnoliopsida

(Dicotyledonae) e ordem das Fabales

O paricaacute eacute uma aacutervore deciacutedua que pode atingir 40 m de altura e 100 cm de

DAP (diacircmetro a altura do peito medido a 130 m do solo) na idade adulta

15

(CARVALHO 2007) Seu tronco eacute ciliacutendrico e reto com casca de cor cinza clara

podendo conter sapopemas A madeira eacute macia leve com textura grossa gratilde direita

e irregular cerne creme-avermelhado e alburno creme-claro Tecircm faacutecil

processamento mas baixa durabilidade natural (SOUZA et al 2005)

Rosa (2006a) trabalhando com a botacircnica anatomia e tecnologia de paricaacute

comprovou que ao longo do crescimento vegetativo a espeacutecie pode possuir

caracteriacutesticas dendroloacutegicas diferenciadas em termos de coloraccedilatildeo da casca e do

surgimento de sapopemas

212 Caracteriacutesticas silviculturais do paricaacute

As sementes de paricaacute possuem alto grau germinativo podendo chegar a

90 Isso pode ser comprovado em estudos realizados por Lameira et al (2000)

com a propagaccedilatildeo do paricaacute por meio de sementes submetidas a processos

mecacircnicos fiacutesicos e quiacutemicos de quebra de dormecircncia Nesse estudo foi constatado

que as sementes possuem um percentual de germinaccedilatildeo de 80 a 90

O paricaacute possui entretanto dificuldade em seu manejo por seu elevado teor

de umidade e susceptibilidade ao ataque de microorganismos aleacutem da dormecircncia

tegumentar que necessita de tratamentos preacute-germinativos (ROSA 2006b

CARVALHO 2007)

Para o armazenamento de sementes eacute recomendado um periacuteodo maacuteximo de

12 meses tendo em vista que a partir do oitavo mecircs ocorre reduccedilatildeo na viabilidade

das sementes como pode ser observado no trabalho de Rosa (2006a) sobre a

ecologia e silvicultura do paricaacute

Apoacutes serem retiradas do armazenamento as sementes podem ser plantadas

de duas maneiras colocando-se as sementes para germinar em canteiros

(sementeiras) ou semeando-as diretamente na embalagem plaacutestica Ambas as

opccedilotildees permitem sobrevivecircncia de no miacutenimo 80 das plantas sendo

consideravelmente aceitaacutevel (SOUZA et al 2003)

No que se refere a implantaccedilatildeo de povoamentos uma atenccedilatildeo especial

deve ser direcionada agrave escolha do espaccedilamento a ser utilizado No Estado do Paraacute

diversos espaccedilamentos tem sido adotados (3x3 m 4x4 m 3x4 m 5x4 m 6x4 m)

16

principalmente em plantios mais antigos estando os mais recentes em maior

padronizaccedilatildeo com espaccedilamentos de 4x4 m Isso provavelmente se deve agrave

facilidade de mecanizaccedilatildeo (MARQUES et al 2006) Aleacutem disso estudos vecircm

comprovando que o espaccedilamento 4x4 m eacute mais utilizado pois proporciona a melhor

relaccedilatildeo entre crescimento em altura e diacircmetro das aacutervores (ROSA 2006b)

Em sistemas silviculturais mais adensados ou em plantios puros o paricaacute

tem demonstrado crescimento inicial em altura bastante raacutepido sendo necessaacuterios

desbastes para manter equiliacutebrio adequado entre a retirada de indiviacuteduos de

qualidade inferior doentes ou danificados e a manutenccedilatildeo de espaccedilamento

aproximadamente regular entre as plantas Deve-se ressaltar entretanto que a

espeacutecie eacute bastante suscetiacutevel aos danos causados por ventos fortes principalmente

nos estaacutegios iniciais de desenvolvimento As aacutervores isoladas e plantas da

bordadura satildeo mais propensas a quebras poreacutem estes danos satildeo bastante

reduzidos com a presenccedila de mata ou de relevo ondulado nas proximidades que

possam proteger o povoamento e reduzir esses efeitos do vento (SOUZA et al

2003)

No estudo realizado por Rondon (2002) concluiu-se que ateacute o terceiro ano o

paricaacute eacute altamente vulneraacutevel ao vento principalmente nos espaccedilamentos 4x2 m e

2x2 m Por tal motivo medidas preventivas devem ser tomadas no iniacutecio da

implantaccedilatildeo deixando-se uma faixa de mata nativa em torno do plantio Desta

maneira sob os espaccedilamentos 15x15 m 2x2 m 3x2 m 3x3 m 4x2 m 4x3 m e 4x4

m avaliadas pelo autor os dois uacuteltimos foram os que proporcionaram maiores

crescimentos em altura e diacircmetro

213 Utilizaccedilatildeo do paricaacute

Essa espeacutecie eacute bastante utilizada na produccedilatildeo de lacircminas meacutedias ou parte

interna de compensados caixotaria leve portas e parquete tendo em vista que

pode ser alcanccedilado o rendimento de ateacute 80 de aproveitamento da madeira no

processo de laminaccedilatildeo (MARQUES et al 2006)

17

Ela pode ser utilizada para produccedilatildeo energeacutetica assim como a produccedilatildeo de

papel e celulose por sua facilidade de branqueamento Propriedades medicinais

tambeacutem podem ser encontradas principalmente na casca (CARVALHO 2007)

Carvalho (2007) afirma ainda que esta espeacutecie tem grande potencial para

recuperaccedilatildeo de aacutereas degradadas Por ser uma espeacutecie pioneira o paricaacute tem bom

desenvolvimento na maioria dos solos amazocircnicos contribuindo com

sombreamento o desenvolvimento de espeacutecies cliacutemax que por ventura se

estabeleccedilam na aacuterea

O paricaacute pode ser utilizado ainda para artesanato sendo seu uso mais

comum na fabricaccedilatildeo de brinquedos saltos para calccedilados e aeromodelismo

(SOUZA et al 2003)

22 CRESCIMENTO E PRODUCcedilAtildeO DO PARICAacute

O crescimento e a produccedilatildeo de um povoamento florestal dependem da

idade da capacidade produtiva do grau de utilizaccedilatildeo do potencial produtivo do lugar

e de tratamentos silviculturais (SCOLFORO 2006 CAMPOS LEITE 2009) Esta

relaccedilatildeo pode ser mensurada por meio de modelos de crescimento e produccedilatildeo

mecaniacutesticos ou empiacutericos sendo este uacuteltimo o mais utilizado

Santos (2012) estudando o crescimento e produccedilatildeo de plantios de paricaacute

sob diferentes espaccedilamentos ajustou o modelo logiacutestico para estimar o crescimento

em diacircmetro e volume das aacutervores em cada espaccedilamento em funccedilatildeo da idade O

autor observou efeito significativo do espaccedilamento sobre as variaacuteveis diacircmetro

quadraacutetico e volume em todas as idade evidenciando a dependecircncia entre os

fatores

Neste mesmo estudo foi constatado que a maior diferenccedila entre as meacutedias

do diacircmetro quadraacutetico e o volume foi entre os espaccedilamentos extremos 3x2 m e 5x5

metros Assim o maior crescimento em diacircmetro quadraacutetico foi verificado no espaccedilo

vital com 25 msup2 e o maior crescimento em volume por aacuterea no espaccedilamento de 6msup2

Anteriormente Hoffmann (2009) jaacute havia verificado a influecircncia do diacircmetro

no rendimento da laminaccedilatildeo em que o aumento do diacircmetro promoveu maior

rendimento O mesmo foi observado por Silva et al (2013)

18

23 RENDIMENTO EM LAMINACcedilAtildeO DE PARICAacute

A produccedilatildeo de lacircminas em escala comercial surgiu a partir do seacuteculo XX

sendo impulsionada no Brasil na deacutecada de 30 com o objetivo de confeccionar

madeira compensada que tem como mateacuteria-prima paineacuteis de lacircminas de madeira

Este material eacute submetido a um processo de colagem e prensagem com adesivos

resistentes ou agrave prova drsquoaacutegua tendo muacuteltiplas aplicaccedilotildees na construccedilatildeo civil na

fabricaccedilatildeo de moacuteveis formas para concreto embalagens transporte e aplicaccedilotildees

agriacutecolas (BORDUELLE IWAKIRI MARTINS et al 2006 IWAKIRI PRATA 2008)

A qualidade da laminaccedilatildeo eacute influenciada por caracteriacutesticas da espeacutecie

(densidade da madeira) caracteriacutesticas do fuste (diacircmetro e forma) e gratilde (direccedilatildeo e

inclinaccedilatildeo) e por condiccedilotildees operacionais do equipamento (velocidade de corte

ajuste da geometria da faca e barra de pressatildeo afiaccedilatildeo da faca) sendo que a

automaccedilatildeo dos equipamentos tem resultado em lacircminas de maior qualidade e

produtividade (TSOUMIS 1991)

Esta busca pela qualidade e produtividade tem aumentado o interesse nos

estudos sobre a prognose do crescimento e da produccedilatildeo de povoamentos e do

processo de laminaccedilatildeo Isto ocorre porque as empresas florestais procuram

investimentos soacutelidos devido aos compromissos de longo prazo assumidos

As estimativas da produccedilatildeo de mateacuteria-prima e do rendimento do produto

final contribuem com o planejamento da empresa em relaccedilatildeo a novos investimentos

novos produtos a serem lanccedilados no mercado aleacutem da viabilidade do projeto em

execuccedilatildeo e de futuros investimentos Por isso faz-se necessaacuterio conhecer todo o

processo produtivo do produto com o qual se estaacute trabalhando

A laminaccedilatildeo da madeira pode ser obtida por meio de duas formas

comerciais

a) Lacircminas torneadas ndash obtidas a partir do ldquodesenrolamentordquo de toras grossas

relativamente curtas utilizando torno laminador

b) Lacircminas faqueadas ndash obtidas a partir de cortes planos realizados por

faqueadeira em peccedila de madeira em bloco

Independentemente do meacutetodo de obtenccedilatildeo de lacircminas um dos objetivos da

empresa florestal eacute a busca pelo aumento da produtividade Estas informaccedilotildees satildeo

obtidas por meio do acompanhamento do processo de transformaccedilatildeo das aacutervores

19

em lacircminas e a partir dos valores obtidos subtrai-se o produto final da quantidade

de madeira que iniciou o processo obtendo-se assim o rendimento

Para o paricaacute o rendimento encontrado em estudos realizados por Hoffmann

(2009) foi de aproximadamente 5031 em aacutervores aos 5 anos Jaacute Melo (2012)

alcanccedilou rendimento meacutedio de 59 Este autor afirma ainda que o rendimento em

laminaccedilatildeo pode ser facilmente estimado por meio de variaacuteveis dendromeacutetricas da

tora obtendo-se menores perdas para aacutervores com maiores diacircmetros

O resultado encontrado por Melo (2012) eacute semelhante ao de Bortoletto

Juacutenior e Belini (2002) para outra espeacutecie do mesmo gecircnero Estudando a produccedilatildeo

de lacircminas e compensados de guapuruvu (Schizolobium parayba (Vell) Blake)

proveniente de plantios mistos de espeacutecies nativas estes autores observaram que o

rendimento do processo de laminaccedilatildeo foi de aproximadamente 61 em lacircminas

verdes Isso demonstra que o gecircnero Schizolobium pode conter boas caracteriacutesticas

para laminaccedilatildeo

24 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO

241 Teoria dos custos

Segundo Pinto et al (2008) algumas terminologias devem ser consideradas

na contabilidade de custos

Gasto esforccedilo realizado pela empresa para obtenccedilatildeo de um bem ou serviccedilo

Investimento gasto com bens ou serviccedilos que traratildeo benefiacutecios futuros

Despesa consumo direto ou indireto com bens e serviccedilos com a finalidade

de obtenccedilatildeo de receitas

Perda gasto natildeo intencional decorrente de fatores externos e

Custos gastos acumulados para executar uma atividade fabricar um

produto ou adquirir uma mercadoria

Essas definiccedilotildees podem ser interpretadas como ilustrada na Figura 1

20

Figura 1 Forma esquemaacutetica da distribuiccedilatildeo de gastos Fonte Adaptado de Pinto et al (2008)

Aleacutem das terminologias apresentadas faz-se necessaacuterio definir orccedilamento

anaacutelise de projeto e o caacutelculo do custo de produccedilatildeo uma vez que satildeo peccedilas

fundamentais para o teste de viabilidade econocircmica do projeto

O orccedilamento tem por objetivo a verificaccedilatildeo preacutevia de gastos e a anaacutelise de

projetos objetiva a avaliaccedilatildeo econocircmica de investimentos que seratildeo realizados Jaacute o

caacutelculo do custo de produccedilatildeo por sua vez tem por objetivo quantificar o custo por

unidade produzida sendo este sempre realizado apoacutes o fim do ciclo de produccedilatildeo

O custo por produto encontrado eacute entatildeo comparado com receita obtida com

as vendas do produto e com o montante de capital utilizado na produccedilatildeo a fim de

serem calculados os indicadores econocircmicos para aquela atividade ou seja o custo

de produccedilatildeo de uma empresa eacute determinado pelas condiccedilotildees fiacutesicas de produccedilatildeo

pelo preccedilo dos recursos e pela conduta economicamente eficiente do proprietaacuterio

Custo eacute entatildeo o preccedilo pelo qual se obteacutem um bem (FERGUSON 2003)

O caacutelculo dos custos de produccedilatildeo por sua vez natildeo eacute uma tarefa faacutecil haja

visto que haacute um grande nuacutemero de informaccedilotildees que devem ser administradas para

que se tenha no final do periacuteodo de produccedilatildeo todos os custos referentes agravequela

atividade Por isso o aconselhaacutevel eacute que se faccedila o registro dos gastos

preferencialmente por atividade para facilidade de obtenccedilatildeo dos resultados

Custos

Investimentos

Despesas

PerdasUso para execuccedilatildeo de atividades adquirir mercadorias e fabricar produtos

Gastos que seratildeo usados no futuro para geraccedilatildeo de receita

Gastos que jaacute foram utilizados para geraccedilatildeo de receita

Gastos que natildeo foram usados para geraccedilatildeo de receita

21

242 A importacircncia dos custos

Para Hildebrand (1995) os custos geralmente contribuem para a anaacutelise a

curto meacutedio e longo prazo que geram informaccedilotildees importantes para o planejamento

e mensuraccedilatildeo da eficiecircncia de operaccedilotildees atividades e processos de produccedilatildeo da

empresa a avaliaccedilatildeo de alternativas de investimento novos negoacutecios e novos

sistemas de produccedilatildeo (processos maacutequinas e equipamentos entre outros)

O setor florestal trabalha geralmente a longo prazo que eacute um horizonte de

planejamento em que a curva de custo de produccedilatildeo corresponde agrave despesa com a

aquisiccedilatildeo dos fatores ao longo do caminho de expansatildeo Isto significa que para cada

niacutevel de produccedilatildeo existiraacute uma combinaccedilatildeo dos fatores variaacuteveis de miacutenimo custo

que junto com os fatores fixos permite a produccedilatildeo de determinada quantidade

(SIMONSEN1971 FERGUSON 2003) A ausecircncia do conhecimento sobre custos

provavelmente levaraacute a maacute aplicaccedilatildeo do capital de giro menor lucro menor

rentabilidade ameaccedilas a estabilidade econocircmica financeira e ao crescimento da

empresa (FERREIRA 2007)

243 Classificaccedilatildeo dos custos

Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo vaacuterios meacutetodos satildeo encontrados na

literatura sendo selecionado o modelo a partir da caracteriacutestica do produto ou do

modelo de produccedilatildeo que estaacute sendo analisado Em funccedilatildeo disso o Instituto de

Economia Agriacutecola ndash IEA oacutergatildeo vinculado agrave Secretaria de Agricultura e

Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo desenvolveu uma metodologia para o setor

agriacutecola designado Meacutetodo do Custo Operacional

Na metodologia do custo operacional se incluem apenas as despesas

efetivamente desembolsadas pelo produtor mais a depreciaccedilatildeo de maacutequinas e

benfeitorias e o custo estimado da matildeo-de-obra familiar Assim a remuneraccedilatildeo de

todos os outros fatores de produccedilatildeo natildeo incluiacutedos fica a cargo do resiacuteduo ou seja a

diferenccedila entre o custo operacional e o valor de venda do produto (MATSUNAGA et

al 1976)

22

O esquema da estrutura do custo de produccedilatildeo utilizada pelo IEA pode ser

visualizado a seguir

Figura 2 Estrutura dos custos de produccedilatildeo utilizada pelo IEA Fonte Nachiluk e Oliveira (2012) sup1 Contribuiccedilatildeo de Seguridade Social Rural

244 Componentes do custo

Os custos podem ser denominados custos expliacutecitos e impliacutecitos Os

desembolsos realizados satildeo denominados custos expliacutecitos segundo Pindyck e

Rubinfeld (1994) os quais abrangem remuneraccedilotildees de matildeo de obra salaacuterios e

custos de materiais e locaccedilatildeo de propriedades aleacutem do custo de oportunidade Eles

satildeo importantes pois envolvem pagamentos diretamente feitos pela empresa a

outras empresas e pessoas com as quais faz negoacutecios

Jaacute os custos impliacutecitos natildeo satildeo diretamente desembolsados no processo de

produccedilatildeo mas natildeo podem deixar de ser considerados uma vez que se constituem

de fato em dispecircndios Sua mensuraccedilatildeo se daacute de maneira indireta por meio da

atribuiccedilatildeo de valores que deveratildeo representar o custo de oportunidade de seu uso

Nesta categoria enquadram-se os gastos com depreciaccedilatildeo de benfeitorias

instalaccedilotildees maacutequinas e implementos agriacutecolas e remuneraccedilatildeo do capital fixo e da

terra (CONAB 2010)

Custo operacional

Custo operacional efetivo (COE)

Despesas com operaccedilotildees

Pagamentos de salaacuterios

Gastos com maacutequinas equipamentos e

implementos

Despesas com materiais

Sementes fertilizantes corretivos defensivos

sacarias etc

Encargos sociais

Custo operacional total (COT)

Depreciaccedilatildeo com maacutequinas juros de custeio e CSSRsup1

23

A classificaccedilatildeo proposta pelo IEA compreende elementos diferenciados

poreacutem de faacutecil interpretaccedilatildeo e mais adequado agrave tomada de decisotildees Assim

segundo Matsunaga et al (1976) essa classificaccedilatildeo eacute composta dos seguintes

custos

a) Custo Operacional Efetivo ndash COE

O custo operacional efetivo envolve todos os custos expliacutecitos ou seja o

custo de todos os recursos de produccedilatildeo que exigem desembolso por parte da

empresa para sua recomposiccedilatildeo excluindo-se a matildeo-de-obra familiar

Assim mesmo que determinado produto tenha sido adquirido no periacuteodo

anterior por exemplo deveraacute ser contabilizado aqui pois em algum momento houve

o desembolso para a compra do mesmo Nesse caso eacute importante que seja utilizado

o preccedilo de mercado atual e natildeo o valor pago anteriormente devido ao custo de

oportunidade

b) Custo Operacional Total ndash COT

O custo operacional total envolve a soma do COE o valor da matildeo-de-obra

familiar e as depreciaccedilotildees que equivalem a apenas uma parte dos custos fixos

b1) Depreciaccedilatildeo

A depreciaccedilatildeo corresponde ao custo indireto exigido para acumular fundos

para substituiccedilatildeo do capital investido em bens produtivos de longa duraccedilatildeo

inutilizados pela idade uso e obsolescecircncia

b2) Valor da Matildeo-de-obra Familiar

Este valor deve ser definido considerando-se o custo de oportunidade ou

seja quanto o produtor ganharia se estivesse trabalhando em outra atividade

Considerando-se eacute claro o mesmo niacutevel teacutecnico para desenvolvimento das duas

atividades

24

c) Custo Total ndash CT

Custo total nada mais eacute que a soma do COT com o valor da remuneraccedilatildeo do

capital imobilizado com a atividade

Todo o capital investido na empresa tem custo de oportunidade uma vez

que seu uso na empresa implica deixar de empregaacute-lo noutra atividade alternativa

Por definiccedilatildeo o retorno potencial desse capital na melhor alternativa possiacutevel de

utilizaccedilatildeo forneceria a medida desse custo de oportunidade Como essa estimativa

nem sempre eacute faacutecil eacute expediente comum estimar o custo de oportunidade a partir do

retorno que o capital teria se em vez de aplicado na empresa fosse investido no

mercado financeiro como por exemplo na caderneta de poupanccedila

245 Iacutendices econocircmicos

Os iacutendices econocircmicos apresentados pelo IEA segundo Matsunaga et al

(1976) satildeo

2451 Renda Bruta (RB)

A renda bruta vem a ser o valor da produccedilatildeo ou seja tudo que eacute produzido

vezes o preccedilo do produto

Embora a Renda Bruta permita saber o quanto eacute recebido pelo produto

produzido ela natildeo diz o quanto desse valor iraacute sobrar Isso porque eacute preciso retirar o

custo de produccedilatildeo Sendo assim eacute necessaacuterio que se faccedila a anaacutelise de

rentabilidade da atividade

2452 Margem Bruta (MB)

Eacute calculada pela subtraccedilatildeo do custo operacional efetivo da renda bruta ou

seja eacute a retirada de todos os custos ocorridos sendo mais produtiva agrave medida que

resulta em valores positivos

25

2453 Margem Liacutequida (ML)

Eacute calculada pela subtraccedilatildeo do custo operacional total da renda bruta sendo

um indicativo de lucratividade Comparando-se duas empresas de igual atividade

aquela que tem maior Margem Liacutequida eacute a que possui melhor rentabilidade no

negoacutecio incluindo-se aiacute a questatildeo operacional financeira e extra-operacional

Isso quer dizer que se a ML for positiva todos os desembolsos estatildeo sendo

pagos aleacutem da depreciaccedilatildeo e a matildeo-de-obra familiar Caso contraacuterio a depreciaccedilatildeo

eou a matildeo-de-obra natildeo estatildeo sendo efetivamente pagas e a empresa estaacute se

descapitalizando

2454 Lucro (L)

O lucro vem a ser o resultado da subtraccedilatildeo da renda bruta gerada pela

venda dos produtos no mercado menos o custo total de produccedilatildeo incorrido na sua

geraccedilatildeo Simplificadamente nada mais eacute do que o resultado positivo deduzido das

vendas os custos e despesas

2455 Lucratividade (Luc)

Eacute a relaccedilatildeo do valor do lucro com o montante de vendas ou seja divide-se o

valor do lucro pela quantidade vendida (renda bruta)

2456 Iacutendice de Rentabilidade (IR)

Eacute uma medida do retorno de um investimento Calcula-se dividindo o lucro

obtido (margem liacutequida) pelo valor do investimento inicial (capital empatado) Pode-

se dizer que a rentabilidade eacute a quantidade de dinheiro que o investidor ganha para

cada quantia investida

26

246 Custos na empresa florestal

Nas empresas em geral os custos satildeo classificados em funccedilatildeo de suas

necessidades de informaccedilotildees Geralmente eles satildeo divididos por operaccedilotildees ou

setores da atividade como viveiro plantaccedilotildees tratos culturais exploraccedilatildeo florestal

atividades especiais (coleta de sementes entre outros) implantaccedilatildeo de infra-

estrutura e administraccedilatildeo (BREPOHL 1980)

Em termos econocircmicos os componentes do custo satildeo agrupados de

acordo com sua funccedilatildeo no processo produtivo nas categorias de custos variaacuteveis

custos fixos custo operacional e custo total (CONAB 2010)

Na determinaccedilatildeo da idade oacutetima de corte de povoamentos florestais eacute

necessaacuterio estudar caso a caso cada componente dos custos e das receitas

envolvidas no processo de produccedilatildeo da madeira Tudo isso pelo fato do setor

florestal conter operaccedilotildees de longo prazo Por tal motivo a anaacutelise de custos pode

ter dois enfoques a anaacutelise ex-ante ou seja antes das operaccedilotildees ocorrerem e ex-

post apoacutes terem ocorrido (GRACcedilA et al 2000)

Entre os custos analisados deve-se considerar tambeacutem a depreciaccedilatildeo que

segundo Hildebrand (1995) pode ser definida como a diminuiccedilatildeo do valor dos bens

ativos resultante do desgaste pelo uso accedilatildeo da natureza ou por obsolescecircncia

teacutecnica Assim com o tempo para tornar possiacutevel a reposiccedilatildeo do equipamento eacute

necessaacuterio acumular periodicamente uma reserva em um fundo que permitiraacute no

fim de um periacuteodo a aquisiccedilatildeo de um novo equipamento

Baseados nas necessidades do setor florestal vaacuterios estudos sobre a

viabilidade econocircmica de plantios vem sendo desenvolvidos para as mais variadas

espeacutecies arboacutereas como os obtidos por Souza et al (2003) e o Centro de Pesquisa

do Paricaacute ndash CPP Deve-se ressaltar no entanto a afirmaccedilatildeo feita por Marques et al

(2006) em que os autores concluiacuteram que o custo meacutedio para implantaccedilatildeo e

conduccedilatildeo dos povoamentos podem variar conforme a regiatildeo as teacutecnicas de preparo

de solo os tratos silviculturais adotados entre outros

27

25 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DE PROJETOS FLORESTAIS

Do ponto de vista teacutecnico Oliveira e Rezende (2004) afirmam que dois ou

mais projetos podem ser compatiacuteveis quando a execuccedilatildeo de um natildeo afeta a

implementaccedilatildeo do outro ou incompatiacuteveis em caso contraacuterio Jaacute do ponto de vista

econocircmico eles podem ser dependentes quando haacute uma relaccedilatildeo de rentabilidade

entre ambos ou independentes quando nenhum eacute afetado

Estas informaccedilotildees satildeo importantes para o bom planejamento das atividades

florestais uma vez que o investimento em um projeto deve ser baseado em um

horizonte de planejamento na maioria das vezes de longo prazo podendo variar de

finito como no caso de um plantio florestal ou infinito em um manejo sustentado de

floresta nativa (CHICHORRO et al 2010)

Para realizar a anaacutelise econocircmica eacute importante considerar a vida econocircmica

do projeto Ela corresponde ao tempo que ele produziraacute lucro a vida fiacutesica de

maacutequinas e construccedilotildees o periacuteodo de anaacutelise onde se consideram os efeitos do

projeto Aleacutem do horizonte de construccedilatildeo relacionado agrave demanda do produto e o

horizonte de dados que se refere ao periacuteodo de tempo em que eacute possiacutevel prever o

fluxo de caixa (REZENDE OLIVEIRA 2001)

A avaliaccedilatildeo econocircmica ou financeira de projetos baseia-se entatildeo no fluxo

de caixa que consiste nos custos e nas receitas distribuiacutedos ao longo da vida uacutetil do

empreendimento Os meacutetodos mais recomendados para avaliaccedilatildeo econocircmica de

projetos florestais satildeo (REZENDE OLIVEIRA 2001) valor presente liacutequido (VPL)

taxa Interna de Retorno (TIR) custo (ou Benefiacutecio) Perioacutedico Equivalente (CPE ou

BPE) custo Meacutedio de Produccedilatildeo (CMPr) razatildeo Benefiacutecio (receita)Custo (BC) e

tempo de Recuperaccedilatildeo do Capital

28

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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29

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION ndash FAO Consolidaccedilatildeo dos instrumentos poliacuteticos e institucionais para a implementaccedilatildeo do PNF 2007 Disponiacutevel em lthttpwwwfaoorgbrprj_utfbra062braespgt Acesso em 12 jul 2013 GRACcedilA L R RODIGHERI H R CONTO A J Custos florestais de produccedilatildeo conceituaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo Colombo Embrapa Florestas 2000 32p (Embrapa Florestas Documentos 50) HILDEBRAND E Sistema de apropriaccedilatildeo e anaacutelise de custos para a empresa florestal 1995 (156f) Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) ndash Universidade Federal do Paranaacute Curitiba PR 1995 HOFFMANN R G Caracterizaccedilatildeo dendromeacutetrica e avaliaccedilatildeo do rendimento em laminaccedilatildeo de madeira em plantios de paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) na regiatildeo de Paragominas PA 2009 (97f) Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) ndash Universidade Federal do Espiacuterito Santo Jerocircnimo Monteiro ES 2009 HOSOKAWA R T MOURA J B CUNHA U S Introduccedilatildeo ao manejo e economia de florestas Curitiba UFPR 1998 162p IWAKIRI S PRATA J G Produccedilatildeo de paineacuteis compensados multilaminados de Eucalyptus Revista da madeira 211 ed Mar 2008 LAMEIRA O A GOMES A P R LOPES S C LEAtildeO N V M Efeito da escarificaccedilatildeo sobre a germinaccedilatildeo de sementes de paricaacute (Schizolobium amazonicum) in vitro Beleacutem Embrapa Amazocircnia Oriental 2000 3 p (Embrapa Amazocircnia Oriental Comunicado Teacutecnico 21) MARQUES L C T YARED J A G SIVIERO MA A evoluccedilatildeo do conhecimento sobre o paricaacute para reflorestamento no Estado do Paraacute Embrapa Amazocircnia Oriental 2006 5 p (Comunicado Teacutecnico 158) MATSUNAGA M et al Metodologia de custo de produccedilatildeo utilizada pelo IEA Agricultura em Satildeo Paulo Satildeo Paulo v 23 t 1 p 123-139 1976

MELO R R Avaliaccedilatildeo de variaacuteveis tecnoloacutegicas na produccedilatildeo de paineacuteis LVL confeccionados com paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) 2012 (164f) Tese (Doutorado em Ciecircncias Florestais) Universidade de Brasiacutelia Brasiacutelia DF 2012 NACHILUK K OLIVEIRA M D M Custo de produccedilatildeo uma importante ferramenta gerencial na agropecuaacuteria Instituto de Economia Agriacutecola ndash IEA v 7 n 5 maio 2012 OLIVEIRA A D REZENDE J L P Economia Florestal Lavras UFLAFAEPE 2004 101p PINDYCK R S RUBINFELD D L Microeconomia Satildeo Paulo Makron Books 1994 968p

30

PINTO A A G LIMEIRA A L F SILVA C A S COELHO F S Gestatildeo de custos 2 ed Rio de Janeiro FGV 2008 140p REZENDE J L P OLIVEIRA A D Anaacutelise econocircmica e social de projetos florestais Viccedilosa MG UFV 2001 389 p RONDON E V Produccedilatildeo de biomassa e crescimento de aacutervores de Schizolobium amazonicum (Huber) Ducke sob diferentes espaccedilamentos na regiatildeo de mata Aacutervore Viccedilosa-MG v26 n5 p573-576 2002 ROSA L S Caracteriacutesticas botacircnicas anatocircmicas e tecnoloacutegicas do paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) Revista de Ciecircncias Agraacuterias Beleacutem n 46 p63-79 juldez 2006a ROSA L S Ecologia e silvicultura do paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) na amazocircnia brasileira Revista de Ciecircncias Agraacuterias Beleacutem n 45 p 135-174 janjun 2006b SANTOS E M Crescimento e produccedilatildeo de plantios de paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) sob diferentes espaccedilamentos 2012 (74f) Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) Universidade Federal do Espiacuterito Santo Jerocircnimo Monteiro ES 2012 SCOLFORO J R S Biometria florestal modelos de crescimento e produccedilatildeo florestal Lavras UFLAFAEPE 2006 393p SILVA G F GEZAN S A SOARES C P B ZANETI L Z Modeling growth and yield of Schizolobium amazonicum under different spacings International Journal of Forestry Research v 2013 (2013) 10 p SIMONSEN M H Teoria microeconocircmica Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas 1971 2 ed 410p SISTEMA NACIONAL DE INFORMACcedilOtildeES FLORESTAIS ndash SNIF Produccedilatildeo florestal cadeia produtiva Serviccedilo Florestal Brasileiro Brasilia 2014 SOUZA C R ROSSI L M B AZEVEDO C P VIEIRA A H Paricaacute Schizolobium parahyba var amazonicum (Huber x Ducke) Barneby 1 ed Manaus EMBRAPA Dezembro 2003 (Circular Teacutecnica 18) SOUZA D B CARVALHO G S RAMOS E J A Paricaacute Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke Manaus EMBRAPA 2005 2p (Informativo Teacutecnico Rede de Sementes da Amazocircnia n13) TSOUMIS G Science and Technology of Wood structure properties utilization New York Chapmam amp Hall 1991 494 p VIDAURRE G B CARNEIRO A C O VITAL B R SANTOS R C S VALLE M L A Propriedades energeacuteticas da madeira e do carvatildeo de paricaacute (Schizolobium amazonicum) Aacutervore Viccedilosa-MG v36 n2 p365-371 2012

31

CAPIacuteTULO 1

CUSTOS DA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA DE PARICAacute

RESUMO

O setor de florestas plantadas brasileiro vem perdendo espaccedilo no mercado

internacional pelo alto custo necessaacuterio agrave produccedilatildeo Por isso haacute a necessidade

de se investigar quais os custos mais onerosos do processo produtivo para

entatildeo se montar uma estrateacutegia de reduccedilatildeo de custos a fim de tornar o

reflorestamento novamente competitivo no mercado Deste modo objetivou-se

no trabalho estimar a produccedilatildeo de paricaacute (Schizolobium amazonicum) aos 5 6

e 7 anos em trecircs classes de produtividade e em cinco espaccedilamentos de

plantio identificando os principais custos de produccedilatildeo aleacutem dos mais afetados

pelos espaccedilamentos de plantio na regiatildeo de Paragominas PA A estimativa de

volume foi obtida segundo metodologia proposta por Silva et al (2013) e os

custos de produccedilatildeo desde as atividades de preparo da aacuterea ateacute a colheita e

transporte foram disponibilizados por produtores rurais e empresaacuterios da

regiatildeo Posteriormente fez-se a anaacutelise dos custos por meio da metodologia do

custo operacional em que se considera apenas as despesas efetivamente

desembolsadas pelo agricultor somadas agrave depreciaccedilatildeo e matildeo-de-obra familiar

Assim inferiu-se que o espaccedilamento 3x2 m foi superior em volume diante dos

outros espaccedilamentos analisados Em relaccedilatildeo agrave analise de custos o custo

operacional efetivo representou em meacutedia 65 dos custos totais de produccedilatildeo

sendo o transporte o custo individual mais expressivo em todos os

espaccedilamentos analisados Jaacute a manutenccedilatildeo foi o conjunto de atividades mais

significativo nos plantios devido ao nuacutemero e ao longo periacuteodo para sua

execuccedilatildeo Os custos totais de produccedilatildeo foram superiores em espaccedilamentos

menores independentemente da remuneraccedilatildeo ou natildeo pelo uso dos capitais

permanente e circulante

Palavras-chave Custo operacional efetivo espaccedilamento idade

produtividade

32

CHAPTER 1

PRODUCTION COST PARICAacute

ABSTRACT

The planted forest sector in Brazil has been losing ground in the international

market by the high cost needed for production Therefore there is a need to

investigate what the most expensive costs of the production process to then

build a strategy to reduce costs in order to become competitive again

reforestation in the market Thus the aim of the study was to estimate the

production of paricaacute (Schizolobium amazonicum) at 5 6 and 7 years in three

productivity classes and five planting space identifying the major costs of

production and those most affected by planting space in the region of

Paragominas PA The volume estimate was obtained according to the

methodology proposed by Silva et al (2013) and production costs since the

activities of preparation of the area to harvest and transport were provided by

farmers and entrepreneurs in the region Subsequently made to cost analysis

using the methodology of the operating cost which considers only the expenses

actually disbursed by the farmer together with the depreciation and labor

family labor Thus it was inferred that the spacing 3x2 m was higher by volume

on the other spacings analyzed Regarding the analysis of costs the effective

operating cost represented on average 65 of total production costs and

transport the most significant single cost in all spacings analyzed Have

maintenance was the most significant set of activities in plantations due to the

number and the time period for its implementation The total production costs

were higher in the smaller spacing regardless of whether or not for the use of

permanent and circulating capital

Keywords Effective operational cost spacing age productivity

33

1 INTRODUCcedilAtildeO

A crescente dificuldade em se obter madeira de florestas nativas tem

motivado empresaacuterios agrave praacutetica do reflorestamento Nesses plantios vaacuterias

espeacutecies tecircm sido utilizadas sendo o paricaacute a espeacutecie nativa de maior

expressatildeo na regiatildeo norte do paiacutes principalmente no estado do Paraacute

Segundo a ABRAF (2013) em 2012 foram plantados 87901 hectares

de paricaacute nos estados do Paraacute Tocantins e Maranhatildeo O aumento da aacuterea de

plantio nos uacuteltimos anos eacute justificado pela boa aceitaccedilatildeo desta espeacutecie no

mercado madeireiro devido aos seus variados fins como a produccedilatildeo de

lacircmina e compensado forros palitos papel moacuteveis aleacutem de peccedilas de

acabamentos e molduras

A falta de informaccedilotildees silviculturais no entanto tecircm inviabilizado a

expansatildeo de novos plantios em outras regiotildees do paiacutes Natildeo se tecircm estudos

suficientes para comprovar o melhor meacutetodo de implantaccedilatildeo desta cultura no

que se refere ao espaccedilamento a ser utilizado para maior produccedilatildeo de madeira

Este tipo de deficiecircncia pode implicar no emprego de teacutecnicas silviculturais

equivocadas que inviabiliza economicamente o cultivo reduzindo

consequentemente o interesse comercial pela espeacutecie

Os custos de produccedilatildeo devem entatildeo ser analisados para se testar a

viabilidade econocircmica dos projetos que estatildeo sendo implantados haja vista

que poucos satildeo os estudos que se referem ao monocultivo do paricaacute A

obtenccedilatildeo destes custos eacute fundamental pois eles compotildeem um ferramental de

controle e gerenciamento das atividades produtivas e de geraccedilatildeo de

importantes informaccedilotildees para auxiliar as tomadas de decisotildees pelos

produtores rurais (CONAB 2010)

Para se atestar a viabilidade econocircmica de um projeto florestal natildeo se

deve avaliar somente a espeacutecie a ser implantada mais agraves condiccedilotildees de

mercado atuais e futuras para comercializaccedilatildeo do produto Eacute notaacutevel a

importacircncia econocircmica e socioambiental do setor de florestas plantadas para o

Brasil por isso deve-se investir em conhecimento e tecnologia sobre as

espeacutecies cultivadas haja visto que o ambiente de negoacutecio para o

34

desenvolvimento desta atividade vem passando por dificuldades nos uacuteltimos

anos

A competitividade dos produtos florestais estaacute se deteriorando frente

aos seus principais concorrentes internacionais uma vez que o aumento

generalizado dos custos de produccedilatildeo de madeira no Brasil estaacute reduzindo

significativamente a rentabilidade da induacutestria integrada de base florestal e dos

produtores independentes de plantios florestais (ABRAF 2013) Comprova-se

assim a necessidade de estudos referentes aos custos de produccedilatildeo

Haacute alguns anos a importacircncia dos custos na produccedilatildeo agriacutecola e as

dificuldades de sua obtenccedilatildeo estimularam o Instituto de Economia Agriacutecola

oacutegatildeo vinculado agrave Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de Satildeo

Paulo a efetuar estimativas de custo de produccedilatildeo de diversas exploraccedilotildees

agriacutecolas por meio da metodologia designada custo operacional Neste

meacutetodo se incluem apenas as despesas efetivamente desembolsadas pelo

agricultor somadas agrave depreciaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos e matildeo-de-

obra familiar A remuneraccedilatildeo devida a todos os outros fatores de produccedilatildeo eacute

de responsabilidade do resiacuteduo ou seja a diferenccedila entre o custo operacional

e o valor de venda (MATSUNAGA et al 1976 CONAB 2010)

O ecircxito nas estimativas de custos de produccedilatildeo agriacutecola vem

estimulando pesquisadores da aacuterea florestal a utilizarem esta metodologia

tambeacutem para culturas florestais principalmente neste momento em que o

Brasil depende de medidas estruturais que promovam a reduccedilatildeo dos custos de

produccedilatildeo e incentivem o investimento para retomada da competitividade dos

produtos nacionais de base florestal no mercado internacional Por tal motivo

objetivou-se neste trabalho identificar os principais custos de produccedilatildeo bem

como o efeito dos diferentes espaccedilamentos sobre estes custos

35

2 MATERIAL E MEacuteTODOS

21 AacuteREA EM ESTUDO

Os dados utilizados neste estudo foram originaacuterios de povoamentos

homogecircneos de paricaacute (Schizolobium amazonicum) plantados sob os

espaccedilamentos 3x2 3x3 3x4 4x4 e 5x5 m localizados entre os municiacutepios de

Dom Elizeu e Paragominas Estado do Paraacute (Figura 1)

Figura 1 Localizaccedilatildeo dos municiacutepios de Dom Eliseu e Paragominas PA

O municiacutepio de Paragominas estaacute localizado no nordeste paraense

possuindo aproximadamente 20000 km2 de aacuterea territorial com 90 m de

altitude O solo caracteriacutestico da aacuterea eacute o Latossolo amarelo com vegetaccedilatildeo

originaacuteria representada pela floresta densa sendo encontradas extensas aacutereas

de mata secundaacuteria (capoeira nos seus diversos estaacutegios de desenvolvimento)

devido aos constantes desmatamentos provocados principalmente pelo

avanccedilo da agropecuaacuteria na regiatildeo (IBGE 2013a PREFEITURA MUNICIPAL

DE PARAGOMINAS 2013)

Segundo o IBGE (2013a) o clima do municiacutepio eacute do tipo mesoteacutermico e

uacutemido A temperatura meacutedia anual eacute elevada em torno de 25degC e seu regime

pluviomeacutetrico fica geralmente entre 2250 mm e 2500 mm anuais

36

O municiacutepio de Dom Eliseu pertence agrave microrregiatildeo de Paragominas

possui 5268815 kmsup2 e estaacute localizado nas coordenadas 04deg17rsquo06rdquo Sul e

47deg30rsquo18rdquo Oeste a 180 metros de altitude Ele eacute um dos municiacutepios da

chamada ldquoFronteira agriacutecola amazocircnicardquo maior produtora de commodities

agriacutecolas da porccedilatildeo norte do paiacutes e grande produtora de paricaacute (IBGE 2013b

PREFEITURA MUNICIPAL DE DOM ELISEU 2013)

22 ESTIMATIVA DA PRODUCcedilAtildeO

Foram inventariados povoamentos de paricaacute anualmente ateacute o quinto

ano sendo analisadas trecircs classes de produtividade em cada espaccedilamento

sendo elas Baixa (17 - 19 m) Meacutedia (19 ndash 21 m) e Alta (21 - 24 m)

Posteriormente empregando-se o modelo de crescimento e produccedilatildeo proposto

por Silva et al (2013) os volumes comercial e de lacircminas foram estimados

para diferentes espaccedilamentos e qualidades de local nas idades de 5 6 e 7

anos conforme o esquema apresentado na Figura 2

Figura 2 Esquema para obtenccedilatildeo dos volumes comercial e de lacircminas em povoamentos de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA

A partir dos dados de inventaacuterio estimou-se a produccedilatildeo em volume

comercial e de lacircminas por meio da metodologia proposta por Silva et al

(2013) Assim a partir de informaccedilotildees sobre as variaacuteveis aacuterea basal por

hectare (GHA) iacutendice de siacutetio (SI) altura dominante (HD) considerada como a

altura meacutedia das 100 aacutervores mais altas do povoamento (Hart) e nuacutemero de

aacutervores por hectare (NHA) na idade de cinco anos pode-se projetar a produccedilatildeo

para as idades em anaacutelise

Espaccedilamentos (m)

bull3x2

bull3x3

bull4x3

bull4x4

bull5x5

Classes de produtividade

(m)

bullBaixa

bullMeacutedia

bullAlta

Idades

(anos)

bull5

bull6

bull7

Volume comercial

Volume de lacircminas

37

A estimativa da HD na idade i foi obtida por meio da equaccedilatildeo 1

119878119868 =

119867119863119894 (1 + 119890119909119901 ((182404 minus 119860119894)

043105frasl ))

1 + 119890119909119901 ((182404 minus 119860119894119899119889

043105frasl ))

Eq 1

Em que

119890119909119901 = base de logaritmo neperiano

119867119863119894 = altura dominante na idade i

119860119894 = i-eacutesima idade (i = 5 6 7) e

119860119894119899119889 = idade iacutendice (5 anos)

Para estimativa do nuacutemero de aacutervores por hectare na idade futura

utilizou-se a equaccedilatildeo 2

1198731198671198602 = 1198731198671198601 minus ((119860119877119864119860

1198671198631)

minus20848

(119860220356 minus 1198601

20356)) Eq 2

Em que

1198731198671198602 = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade futura

1198731198671198601 = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade corrente

119860119877119864119860 = aacuterea meacutedia ocupada por cada planta no plantio

1198671198631 = altura dominante na idade corrente

1198601 = idade corrente e

1198602 = idade futura

A aacuterea basal por hectare foi estimada por meio da equaccedilatildeo 3

119866119867119860119894 = 000523119867119863119894145720119873119867119860053967

119894 Eq 3

Em que

NHAi = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade i

38

Apoacutes a obtenccedilatildeo de todas as variaacuteveis os volumes comercial e de

lacircminas foram estimados pelas equaccedilotildees 4 e 5

119881119879119867119860119894 = 122839119866119867119860119894093941119867119863119894

071858 Eq 4

119881119862119867119860119894 = 003388119866119867119860119894069131119867119863119894

183907 Eq 5

Em que

119881119879119867119860119894 = volume comercial por hectare e

119881119862119867119860119894 = volume de lacircminas por hectare

23 DESCRICcedilAtildeO DAS ATIVIDADES

Por se tratarem de aacutereas anteriormente ocupadas por pastagem fez-se

necessaacuterio o combate agrave formigas e limpeza da aacuterea manualmente e com

auxiacutelio de trator a fim de retirar do local galhos tocos e raiacutezes que por ventura

atrapalhassem o processo de mecanizaccedilatildeo

Para todas as aacutereas de plantio fez-se a anaacutelise de solo verificando-se

a necessidade de correccedilatildeo com uma tonelada de calcaacuterio dolomiacutetico por

hectare Assim foi realizada a calagem precedida da gradagem com auxiacutelio da

terceirizaccedilatildeo de tratores agriacutecolas

Apoacutes o preparo do solo iniciou-se o processo de alinhamento

marcaccedilatildeo e coveamento respeitando o espaccedilamento preacute-determinado para

cada local considerando que uma pessoa consegue abrir 500 covasdia

Posteriormente foram acrescentados 100g de NPK (6-30-6) por cova antes do

plantio das mudas de paricaacute Adubaccedilotildees de cobertura e um ano apoacutes o plantio

tambeacutem ocorreram com o objetivo de aumentar o iacutendice de sobrevivecircncia agraves

plantas

Como no campo eacute difiacutecil controlar os fatores bioacuteticos e abioacuteticos a

mortalidade de plantas eacute inevitaacutevel por isso foi observada a necessidade de

39

replantio de 5 das mudas logo no primeiro ano segundo informaccedilotildees

disponibilizadas pela empresa

A manutenccedilatildeo relativa agrave limpeza dos plantios se deu pelo coroamento

das mudas aplicaccedilatildeo de herbicida manualmente e roccedilada mecacircnica do

primeiro ao terceiro ano Desta forma natildeo houve competiccedilatildeo com plantas

invasoras que poderiam inibir o crescimento das mudas Assim devido ao

ambiente favoraacutevel e as condiccedilotildees propiacutecias de crescimento e produccedilatildeo foi

possiacutevel extrair a madeira para laminaccedilatildeo no quinto ano apoacutes a implantaccedilatildeo

A colheita foi realizada de forma semi-mecanizada (motosserra)

seguida do baldeio e carregamento ateacute a beira da estrada O transporte ateacute a

induacutestria de beneficiamento foi realizado por caminhatildeo tipo bitrem com

capacidade para 44000 kg ao preccedilo meacutedio de R$59192 por viagem

O valor da matildeo-de-obra familiar foi considerado como o custo de

administraccedilatildeo ou seja quando o proprietaacuterio presta serviccedilos na proacutepria

empresa Assim a remuneraccedilatildeo paga pelo custo de administraccedilatildeo foi

equivalente a 10 dos custos efetivamente desembolsados pela empresa

Em relaccedilatildeo agraves aacutereas onde os plantios foram realizados estas jaacute

pertenciam a empresa Laminit por isso natildeo houve a necessidade de aquisiccedilatildeo

ou arrendamento do terreno Poreacutem considerou-se o custo de oportunidade

ou seja a remuneraccedilatildeo do capital investido (permanente e circulante) por meio

do caacutelculo da parcela sobre o bem adquirido e utilizado na produccedilatildeo e inclusa

no custo fixo da produccedilatildeo Logo o investimento do produtor foi remunerado agrave

taxa de 6 ao ano como se fosse aplicado o capital em outro investimento

alternativo conforme recomendaccedilotildees da CONAB (2010)

24 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS

Para anaacutelise dos custos de produccedilatildeo florestal foi necessaacuteria a coleta de

dados anuais de todas as despesas e receitas contraiacutedas em cada

espaccedilamento durante o periacuteodo entre 2006 e 2013 O esquema da disposiccedilatildeo

dos gastos na planilha de custo pode ser observado na Tabela 1

40

Tabela 1 Distribuiccedilatildeo dos gastos efetuados para implantaccedilatildeo de povoamentos de paricaacute

Descriccedilatildeo Un R$un

Quantidade utilizada

Espaccedilamento (m)

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

Preparo da aacuterea

Anaacutelise de solo un 3450 1 1 1 1 1

Limpeza manual Diaacuteria 3500 1 1 1 1 1

Limp mecanizada ht 10218 1 1 1 1 1

Gradagem ht 10218 15 15 15 15 15

Calagem ht 6846 05 05 05 05 05

Calcaacuterio ton 8967 1 1 1 1 1

Alinhamento Diaacuteria 3500 2 14 1 08 05

Coveamento Diaacuteria 3500 334 223 167 125 08

Cercamento R$ha 30000 1 1 1 1 1

Constr de estradas R$ha 13390 1 1 1 1 1

Constr de aceiros Diaacuteria 3500 4 4 4 4 4

Adubaccedilatildeo

Adubo Kg 123 5001 3336 2502 1875 120

Adubaccedilatildeo Diaacuteria 3667 45 3 225 195 106

Plantio

Transp de mudas ht 5000 05 05 05 05 05

Mudas un 038 1751 1168 876 657 420

Plantio e replantio Diaacuteria 3500 4 27 2 15 1

Manutenccedilatildeo

Formicida Kg 674 125 10 83 695 551

Aplic de formicida Diaacuteria 3703 893 748 651 578 525

Transp de insumos ht 4233 2 2 2 2 2

Coroamento Diaacuteria 3761 67 45 35 25 16

Roccedilada ht 5602 4 5 6 7 85

Herbicida L 1732 8 9 10 105 12

Aplic de herbicida Diaacuteria 3761 4 45 5 55 6

Manutenccedilatildeo de aceiro Diaacuteria

3744 6 6 6 6 6

Manut de estrada ht 8699 469 469 469 469 469

Materiais - 6892 8 8 8 8 8

Encargos - 8185 7 7 7 7 7

Colheita e Transporte

Corte e toragem msup3 215 1844 1744 1524 1341 11705

Baldeio msup3 096 1844 1744 1524 1341 11705

Carregamento msup3 097 1844 1744 1524 1341 11705

Transporte msup3 659 1844 1744 1524 1341 11705 Valores deflacionados e descapitalizados para o ano de 2006 Considerando o volume comercial em classe de produtividade alta (21 - 24 m) com corte aos 6 anos

Os custos envolvidos nas atividades de implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo dos

povoamentos foram disponibilizados por produtores rurais da regiatildeo de

41

Paragominas Tambeacutem foram disponibilizados por empresaacuterios locais os

dados referentes agrave exploraccedilatildeo e transporte da madeira ateacute a empresa

referente a uma distacircncia meacutedia de 80 km

Para comparaccedilatildeo entre os valores incorridos durante periacuteodos

diferentes no tempo fez-se o deflacionamento dos custos para o periacuteodo

inicial (implantaccedilatildeo dos povoamentos) A correccedilatildeo da perda monetaacuteria causada

pela inflaccedilatildeo foi obtida por meio do Iacutendice Geral de Preccedilo ndash Disponibilidade

Interna (IGP ndash DI) o qual eacute responsaacutevel pelo registro da inflaccedilatildeo de preccedilos de

mateacuterias-primas agriacutecolas

Posteriormente os valores deflacionados foram descapitalizados para o

ano 0 (2006) a fim de facilitar a anaacutelise econocircmica A descapitalizaccedilatildeo foi

obtida pela seguinte foacutermula

1198810 =119881119899

(1 + 119894)119899 Eq 6

Em que

1198810 = valor inicial correspondente ao periacuteodo de implantaccedilatildeo do povoamento

(R$)

119881119899 = valor final correspondente ao ano j (R$)

119894 = taxa de juros (6 aa) e

119899 = nuacutemero de periacuteodos (anos)

25 CLASSIFICACcedilAtildeO DOS CUSTOS

Para o caacutelculo dos custos de produccedilatildeo do paricaacute foi adotada a

metodologia descrita pelo Instituto de Economia Agriacutecola (IEA) oacutergatildeo vinculado

agrave Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo Neste

caso foram considerados os custos efetivos de produccedilatildeo ou seja aquele

dinheiro efetivamente desembolsado pelo proprietaacuterio para o pagamento da

mateacuteria-prima produtos ou serviccedilos adquiridos

42

A depreciaccedilatildeo foi aqui desconsiderada pela indisponibilidade de

informaccedilotildees sobre as maacutequinas equipamentos e benfeitorias Assim

considerou-se que todos os maquinaacuterios e equipamentos utilizados para a

implantaccedilatildeo conduccedilatildeo extraccedilatildeo e transporte dos povoamentos foram de

origem terceirizada

Os custos de produccedilatildeo foram entatildeo divididos segundo sua origem

sendo classificados de acordo com a metodologia de custos proposta pelo IEA

a) Custo operacional efetivo (COE) ndash correspondente a todos os custos

expliacutecitos

b) Custo operacional total (COT) ndash correspondente ao somatoacuterio do custo

operacional efetivo e matildeo-de-obra familiar (MO)

c) Custo Total (CT) ndash soma do custo operacional total e do custo de

oportunidade (CO) que eacute a remuneraccedilatildeo do capital circulante e do capital

fixo

As foacutermulas para obtenccedilatildeo do custo operacional total e custo total

encontram-se a seguir

119862119874119879 = 119862119874119864 + 119872119874 Eq 7

119862119879 = 119862119874119879 + 119862119874 Eq 8

43

3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

31 ESTIMATIVA DE VOLUME

A partir das equaccedilotildees ajustadas por Silva et al (2013) para

povoamentos de paricaacute foi possiacutevel estimar o volume comercial e de lacircminas

em trecircs ocasiotildees no tempo e em diferentes classes de produtividade nos cinco

espaccedilamentos de plantio como pode ser observado na Tabela 2

Tabela 2 Volumes comercial (VTHA) e de lacircminas (VCHA) estimados nos diferentes espaccedilamentos de plantio de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA

Idade Espaccedil

(m)

VTHA (msup3ha) VCHA (msup3ha)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 16229 18511 19336 5638 6858 7915

3x3 - 15498 18126 - 6163 7671

3x4 - 13328 15983 - 5476 7009

4x4 7133 13551 14623 2800 5705 6468

5x5 7351 8790 13093 3191 4124 6231

6 a

no

s

3x2 15173 16865 18439 5370 6411 7666

3x3 - 14606 17439 - 5912 7473

3x4 - 12325 15244 - 5188 6787

4x4 7178 11745 13410 2827 5146 6082

5x5 7115 8867 11705 3118 4158 5759

7 a

no

s

3x2 14315 15607 16406 5144 6054 7029

3x3 - 13920 16489 - 5706 7170

3x4 - 11890 14648 - 5052 6590

4x4 7028 11464 13067 2783 5055 5967

5x5 7020 8726 11515 3087 4109 5690

Em que VTHA= volume comercial por hectare VCHA= volume de lacircminas por hectare Espaccedil= espaccedilamento de plantio

A divisatildeo dos povoamentos em classes de produtividade eacute explicada

por Oliveira et al (2008) Segundo os autores a estratificaccedilatildeo realizada por

44

meio de classes de produtividade resulta em estimativas de volume mais

precisas proacuteximo agrave idade de corte Por isso a adoccedilatildeo das trecircs classes

A falta de informaccedilotildees nos espaccedilamentos intermediaacuterios 3x3 e 3x4 m

na classe de produtividade baixa ocorreu pela ausecircncia de povoamentos

nestas condiccedilotildees de siacutetio

A diferenccedila no volume comercial de madeira foi de 323 entre os

espaccedilamentos extremos 3x2 e 5x5 m na classe de produtividade alta sendo

maior o volume nos menores espaccedilamentos Resultados semelhantes foram

encontrados por Macedo et al (2005) com povoamentos de Teca em Minas

Gerais e Hoffmann (2009) em seu trabalho sobre caracterizaccedilatildeo

dendromeacutetrica e rendimento em laminaccedilatildeo de paricaacute na regiatildeo de

Paragominas PA

A diferenccedila no volume tem comportamento exponencial agrave medida em

que se utilizam siacutetios de menor produtividade sendo constatada uma diferenccedila

de 525 e 547 no volume entre os espaccedilamentos extremos nas classes

de produtividade meacutedia e baixa respectivamente Comportamento semelhante

foi observado para o volume de lacircminas de paricaacute Houve diferenccedila crescente

no volume entre os espaccedilamentos extremos sendo menor na classe de

produtividade alta (213)

Aos 6 anos a diferenccedila no volume entre os espaccedilamentos extremos foi

superior agrave idade anterior Na classe de produtividade alta a diferenccedila no

volume comercial foi de 365 Jaacute o volume de lacircminas abrangeu diferenccedila de

249

Nos siacutetios de baixa produtividade o volume comercial de madeira no

espaccedilamento 3x2 m foi 177 menor comparado ao de produtividade alta

Esta porcentagem encontra-se dentro do intervalo indicado por Morales et al

(2010) para povoamentos de pinus Segundo os autores a produtividade do

pinus foi reduzida entre 14 a 36 nos diferentes siacutetios de produccedilatildeo

Nos espaccedilamentos 4x4 e 5x5 m esta diferenccedila foi mais significativa

com aproximadamente 465 e 392 respectivamente Isso se deve entre

outras coisas agrave morte natural das plantas com diacircmetros mais acentuados

tornando mais expressiva a reduccedilatildeo de volume

Comparando a produccedilatildeo de paricaacute em relaccedilatildeo a idade de corte pode

ser observada uma reduccedilatildeo no volume de madeira do quinto para o sexto ano

45

Este comportamento pode ser resultado do autodesbaste caracteriacutestico da

espeacutecie Por se tratar de uma espeacutecie pioneira ela atinge o aacutepice de

incremento na idade meacutedia de 5 anos sendo mais viaacutevel seu corte neste

periacuteodo (CARVALHO 2007)

Balloni e Simotildees (1980) anteriormente jaacute haviam afirmado que a

porcentagem de aacutervores dominadas e mortas cresce com o avanccedilo da idade

sendo mais intenso e precoce nos espaccedilamentos mais apertados Por isso a

idade de corte deve ser definida em funccedilatildeo do ritmo de crescimento

espaccedilamento finalidade da madeira e suas interaccedilotildees

32 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO

O levantamento de custos como citado anteriormente seguiram a

metodologia sugerida pelo Instituto de Economia Agriacutecola ndash IEA sendo

agrupados por atividade

321 Custo operacional efetivo ndash COE

Todas as atividades desde a implantaccedilatildeo ateacute a exploraccedilatildeo dos

povoamentos de paricaacute foram identificadas e os gastos estimados para

obtenccedilatildeo dos custos efetivamente desembolsados pelo produtor sendo que os

custos foram deflacionados e descapitalizados para o ano de 2006 A soma

dos custos das atividades desenvolvidas durante este periacuteodo com corte aos

5 6 e 7 anos podem ser observadas na Tabela 3

Nos povoamentos em estudo os custos de implantaccedilatildeo variaram entre

R$80000 a R$180000 entre os espaccedilamentos extremos sendo menor

quanto menor o nuacutemero de plantas por hectare Este montante representa

entre 18 e 26 do custo total de produccedilatildeo de paricaacute demonstrando sua

importacircncia em relaccedilatildeo agrave outros custos

46

Tabela 3 Custo Operacional Efetivo (COE) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006

Idade Espaccedilamento

(m)

COE do volume comercial (R$ha) COE do volume de lacircminas (R$ha)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 501646 501646 501646 648938 667703 674487

3x3 - 437995 437995 - 586899 608517

3x4 - 408969 408969 - 540219 562057

4x4 388309 388309 388309 468849 521642 530459

5x5 369666 369666 369666 451856 463692 499083

6 a

no

s

3x2 512608 512608 512608 639852 652755 664594

3x3 - 451539 451539 - 574684 595999

3x4 - 423545 423545 - 529527 551493

4x4 404176 404176 404176 471255 505786 518322

5x5 385283 385283 385283 451891 465242 486598

7 a

no

s

3x2 527155 527155 527155 637832 646772 652303

3x3 - 465086 465086 - 573035 590806

3x4 - 436693 436693 - 530595 549673

4x4 416824 416824 416824 477086 507776 518871

5x5 398191 398191 398191 458394 470202 489495

47

O custo no espaccedilamento 5x5 m foi semelhante ao encontrado por Silva

et al (2004) para a implantaccedilatildeo de 1 ha de eucalipto na regiatildeo de Brasiacutelia

quando os valores foram corrigidos para o mesmo periacuteodo demonstrando

semelhanccedila na implantaccedilatildeo das duas culturas

Nos povoamentos analisados natildeo houve diferenccedilas nos custos para

implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo nos plantios com classes de produtividade distintas

os quais objetivavam a produccedilatildeo de volume comercial Em contrapartida

houve o acreacutescimo de gastos a medida em que se reduziu os espaccedilamentos

de plantio ou seja quanto menor a aacuterea ocupada por plantas maiores os

gastos com alinhamento marcaccedilatildeo de covas coveamento plantio e adubaccedilatildeo

Em relaccedilatildeo ao volume de lacircminas ocorreu a distinccedilatildeo dos custos entre

classes de produtividade uma vez que os custos com colheita e transporte

estatildeo relacionados com o volume colhido Assim em classes de produtividade

alta e menor espaccedilamento de plantio o COE foi superior em comparaccedilatildeo aos

outros povoamentos analisados

Como observado aos 5 anos natildeo houve diferenccedila no COE

independente da classe de produtividade nos povoamentos em que satildeo

mensurados o volume comercial de madeira Isso foi reflexo da quantidade de

plantas inseridas no local que no plantio foram invariaacuteveis independente da

qualidade do terreno O mesmo foi notado quando se estimou os custos para

exploraccedilatildeo de madeira aos 7 anos

A reduccedilatildeo no COE da produccedilatildeo de lacircminas com o aumento da idade

de exploraccedilatildeo eacute explicado pela reduccedilatildeo ocorrida no volume de madeira

causado pela mortalidade das plantas como observado no trabalho de Silva et

al (2013) Assim diminuem-se proporcionalmente os custos com colheita

transporte e outras atividades de manutenccedilatildeo

322 Custo operacional total ndash COT

O custo operacional total envolveu o COE e a matildeo-de-obra familiar

considerada aqui como o custo de administraccedilatildeo ou seja os proprietaacuterios dos

48

povoamentos eram os responsaacuteveis pela administraccedilatildeo dos plantios A

participaccedilatildeo do COT pode ser observada na Tabela 4

O custo da matildeo-de-obra foi considerado como um custo operacional

efetivo pois natildeo houve somente um gasto mas um desembolso ou seja uma

saiacuteda de caixa Jaacute a matildeo-de-obra familiar eacute parte do custo de produccedilatildeo pois

consistiu em uma alocaccedilatildeo de recurso produtivo (matildeo-de-obra) para a geraccedilatildeo

do produto (madeira) representando cerca de 10 dos custos de produccedilatildeo

Observando a tabela 4 pode-se notar que o maior custo de

administraccedilatildeo foi obtido para o espaccedilamento 3x2 m quando o objetivo era a

laminaccedilatildeo com custo de aproximadamente R$67450 Jaacute o espaccedilamento 5x5

m com objetivo de venda da floresta em peacute obteve o menor custo com

aproximadamente R$37000 por hectare

Resultados semelhantes foram encontrados para a produccedilatildeo de

madeira aos 6 anos Os menores custos de administraccedilatildeo estatildeo relacionados

aos menores custo de implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo dos povoamentos Aos 6 anos

o custo de administraccedilatildeo no espaccedilamento 5x5 m em classe de produtividade

alta com o objetivo de produccedilatildeo de lacircminas foi de aproximadamente R$48660

e R$38528 quando se objetivou a venda da madeira em peacute

Os custos de administraccedilatildeo tambeacutem foram reduzidos a medida em que

se aumentou o tempo para exploraccedilatildeo dos povoamentos devido a reduccedilatildeo do

volume por hectare sendo outro indicio de que esta espeacutecie deve ser

explorada logo aos 5 anos apoacutes o plantio

49

Tabela 4 Custo Operacional Total (COT) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006

Idade Espaccedilamento

(m)

COT do volume comercial (R$ha) COT do volume de lacircminas (R$ha)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 551811 551811 551811 713832 734473 741936

3x3 - 481795 481795 - 645589 669368

3x4 - 449865 449865 - 594241 618263

4x4 427140 427140 427140 515733 573807 583505

5x5 406633 406633 406633 497042 510062 548991

6 a

no

s

3x2 563869 563869 563869 703837 718031 731053

3x3 - 496693 496693 - 632152 655599

3x4 - 465900 465900 - 582479 606642

4x4 444594 444594 444594 518380 556365 570155

5x5 423812 423812 423812 497080 511767 535258

7 a

no

s

3x2 579871 579871 579871 701615 711449 717534

3x3 - 511595 511595 - 630338 649886

3x4 - 480362 480362 - 583655 604641

4x4 458507 458507 458507 524794 558554 570758

5x5 438010 438010 438010 504233 517223 538444

50

323 Custo total ndash CT

O custo total foi obtido pelo COT acrescido da remuneraccedilatildeo paga ao

capital investido e ao custo da Terra (TABELA 5)

Apoacutes contabilizados todos os custos foi possiacutevel inferir que para o

volume comercial em espaccedilamentos mais adensados o custo total foi 2294

maior do que nos plantios mais espaccedilados independente da classe de

produtividade Jaacute em povoamentos onde o objetivo do plantio era a venda de

lacircminas ocorreu uma variaccedilatildeo nos custos em fator da classe de produtividade

e espaccedilamento de plantio

A venda da madeira aos 6 anos culminou em um acreacutescimo de 67 a

86 em comparaccedilatildeo com os mesmos povoamentos sendo explorados aos 5

anos Para a produccedilatildeo de lacircminas o aumento dos custos foi menos

expressivo No espaccedilamento 3x2 m em classe de produtividade baixa o

aumento foi de 34

A exploraccedilatildeo de povoamentos aos 7 anos foi 1347 a 1596 maior

em relaccedilatildeo a exploraccedilatildeo aos 5 anos e 726 a 801 para 6 anos Estes

nuacutemeros confirmam que os custos tecircm crescido proporcionalmente com o

passar do tempo

Os custos com a remuneraccedilatildeo do capital investido e pelo uso da terra

correspondem em meacutedia a 24 dos custos totais de produccedilatildeo Poreacutem a

maioria dos produtores rurais deixam de contabilizar estes custos por se tratar

do pagamento pelo uso dos bens que ele jaacute possui (capital e terra) resultando

em valores de produccedilatildeo abaixo do que realmente deve ser computado

Comparando a produccedilatildeo de paricaacute e Teca no espaccedilamento 3x2 m

utilizando a mesma metodologia de custos observa-se que o custo total para

cultivo da Teca eacute de aproximadamente R$1080309 valor muito proacuteximo ao

observado para o plantio de paricaacute (SANGUINO 2009)

51

Tabela 5 Custo Total (CT) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006

Idade Espaccedilamento

(m)

CT do volume comercial (R$ha) CT do volume de lacircminas (R$ha)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 730146 730146 730146 917076 940890 949501

3x3 - 649366 649366 - 838341 865776

3x4 - 612527 612527 - 779099 806814

4x4 586308 586308 586308 688522 755523 766713

5x5 562648 562648 562648 666957 681978 726892

6 a

no

s

3x2 782537 782537 782537 949133 966026 981526

3x3 - 702582 702582 - 863811 891718

3x4 - 665930 665930 - 804688 833447

4x4 640572 640572 640572 728395 773606 790019

5x5 615836 615836 615836 703043 720523 748483

7 a

no

s

3x2 843816 843816 843816 99343 100552 101299

3x3 - 759911 759911 - 905837 92986

3x4 - 721528 721528 - 848467 874257

4x4 694669 694669 694669 776132 81762 832618

5x5 669481 669481 669481 750864 766827 792907

52

De maneira geral os custos mais expressivos satildeo referentes agrave manutenccedilatildeo

dos plantios independente do espaccedilamento adotado (Figura 3) Isso eacute

consequecircncia do maior nuacutemero de atividades desenvolvidas durante este periacuteodo

que variam desde o controle de formigas agrave manutenccedilatildeo de estradas

Figura 3 Custos totais da produccedilatildeo de paricaacute sob diferentes espaccedilamentos na regiatildeo de Paragominas PA

Nota-se no entanto que quanto maior o espaccedilamento de plantio utilizado

maiores satildeo os custos de manutenccedilatildeo por hectare Como haacute menor quantidade de

aacutervores por hectare a presenccedila de plantas invasoras eacute mais acentuada

aumentando os custos para seu controle Em contrapartida os custos por hectare

53

com adubaccedilatildeo plantio colheita e transporte diminuem jaacute que o nuacutemero de aacutervores

na aacuterea eacute reduzido

Deve-se ressaltar ainda que estes custos podem variar de acordo com a

classe de produtividade a idade em que vatildeo ser explorados os povoamentos e os

tipos de atividades empregadas que podem variar de acordo com o produtor e a

regiatildeo

54

4 CONCLUSOtildeES

O custo operacional efetivo representou em meacutedia 65 dos custos totais de

produccedilatildeo sendo o transporte o custo individual mais expressivo em todos os

espaccedilamentos analisados Jaacute a manutenccedilatildeo foi o conjunto de atividades mais

significativo nos povoamentos devido ao nuacutemero e ao longo periacuteodo para execuccedilatildeo

das atividades

Os custos totais de produccedilatildeo foram superiores em espaccedilamentos menores

independentemente da remuneraccedilatildeo ou natildeo pelo uso dos capitais permanente e

circulante

A diferenccedila nos custos entre espaccedilamentos extremos 3x2 m e 5x5 m eacute

justificada pelo maior volume de matildeo-de-obra e insumos necessaacuterios para execuccedilatildeo

das atividades em locais com maior nuacutemero de plantas por hectare

55

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE FLORESTAS PLANTADAS ndash ABRAF Anuaacuterio Estatiacutestico da ABRAF 2013 Ano base 2012 Brasiacutelia ABRAF 2013 148p Disponiacutevel em lthttpwwwabraflororgbrestatisticasABRAF13ABRAF13BR pdfgt Acesso em 19 Ago 2013 BALLONI E A SIMOtildeES J W O espaccedilamento de plantio e suas implicaccedilotildees silviculturais IPEF Piracicaba v1 n 3 p 1-16 Set 1980 (Seacuterie Teacutecnica) CAMPOS J C C LEITE H G Mensuraccedilatildeo florestal perguntas e respostas Viccedilosa UFV 2002 407p

CARVALHO P E R Paricaacute (Schizolobium amazonicum) Colombo Embrapa Florestas 2007 8p (Circular Teacutecnica 142)

COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO ndash CONAB Custo de produccedilatildeo agriacutecola a metodologia da Conab Brasiacutelia Conab 2010 60p HOFFMANN R G Caracterizaccedilatildeo dendromeacutetrica e avaliaccedilatildeo do rendimento em laminaccedilatildeo de madeira em plantios de paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) na regiatildeo de Paragominas PA 2009 (97f) Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) ndash Universidade Federal do Espiacuterito Santo Jerocircnimo Monteiro ES 2009 IBGE Paraacute Dom Eliseu 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwibgegovbrcidadesat xtrasperfilphpcodmun =150293gt Acesso em 12 Ago 2013b IBGE Paraacute Paragominas 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwibgegovbrcidadesat xtrasperfilphpcodmun= 150550ampsearch=para|paragominasgt Acesso em 12 Ago 2013a MACEDO R L G GOMES J E VENTURIN N SALGADO B G Desenvolvimento inicial de Tectona grandis LF (teca) em diferentes espaccedilamentos no municiacutepio de Paracatu MG Cerne Lavras v 11 n 1 p 61-69 janmar 2005 MATSUNAGA M et al Metodologia de custo de produccedilatildeo utilizada pelo IEA Agricultura em Satildeo Paulo Satildeo Paulo v 23 p 123-139 1976 MORALES C A S ALBUQUERQUE J A ALMEIDA J A MARANGONI J M STAHL J CHAVES D M Qualidade do solo e produtividade de Pinus taeda no planalto catarinense Ciecircncia Florestal Vol 20 No 4 Oct-Dec 2010 pp 629-640 OLIVEIRA M L R LEITE H G NOGUEIRA G S GARCIA S L R SOUZA A L Classificaccedilatildeo da capacidade produtiva de povoamentos natildeo desbastados de clones de eucalipto Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v43 n11 p1559-1567 nov 2008 PREFEITURA MUNICIPAL DE PARAGOMINAS O lago verde Paragominas 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwparagominaspagovbrgt Acesso em 23 Maio 2013

56

PREFEITURA MUNICIPAL DE DOM ELISEU O municiacutepio Dom Eliseu 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwdomeliseupagovbrgt Acesso em 23 Maio 2013 SANGUINO A C Custos de implantaccedilatildeo e rentabilidade econocircmica de povoamentos florestais com teca no estado do Paraacute Ciecircncias Agraacuterias Beleacutem n 52 p 61-78 juldez 2009 SILVA G F GEZAN S A SOARES C P B ZANETI L Z Modeling growth and yield of Schizolobium amazonicum under different spacings International Journal of Forestry Research v 2013 (2013) 10 p SILVA K R MINETTI L J FIEDLER N C VENTUROLI F MACHADO E G B SOUZA A P Custos e rendimentos operacionais de um plantio de eucalipto em regiatildeo de cerrado Aacutervore Viccedilosa-MG v28 n3 p 361-366 2004

57

CAPIacuteTULO 2

ANAacuteLISE ECONOcircMICA DA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA DE PARICAacute

RESUMO

As exigecircncias atuais de mercado aliadas agraves alternativas de investimento expressam

a necessidade de avaliaccedilatildeo econocircmica de projetos florestais Essa avaliaccedilatildeo

contribui com a escolha da melhor estrateacutegia de produccedilatildeo a fim de tornar os

produtos florestais brasileiros competitivos no mercado externo Por isso objetivou-

se neste trabalho analisar a viabilidade econocircmica de povoamentos de paricaacute sob

diferentes espaccedilamentos aleacutem de determinar economicamente a melhor forma de

plantio para produccedilatildeo de madeira Estes povoamentos foram implantados na regiatildeo

de Paragominas PA em 2006 sob os espaccedilamentos 3x2 3x3 3x4 4x4 e 5x5 m

divididos em trecircs classes de produtividade A produccedilatildeo foi entatildeo estimada para as

idades de 5 6 e 7 anos por meio de equaccedilotildees de crescimento e produccedilatildeo Os

custos do plantio agrave colheita foram disponibilizados por produtores rurais e

empresaacuterios da regiatildeo assim como o valor de venda de lacircminas A partir da

obtenccedilatildeo dos custos e receitas fez-se a anaacutelise econocircmica dos projetos Para tanto

foram utilizados os iacutendices econocircmicos e o criteacuterio do benefiacutecio perioacutedico equivalente

(BPE) como formas de avaliaccedilatildeo considerando-se a taxa de desconto de 6 como

a taxa miacutenima de atratividade Apoacutes a anaacutelise dos iacutendices e criteacuterio de avaliaccedilatildeo

econocircmica pode-se concluir que o espaccedilamento 3x3 m em classe de produtividade

alta com corte aos 5 anos foi o mais indicado pois gera o maior retorno financeiro

Para os maiores espaccedilamentos estudos ainda devem ser desenvolvidos mas

acredita-se que eles sejam alternativas financeiras viaacuteveis

Palavras-chave Criteacuterios de avaliaccedilatildeo espaccedilamentos de plantio iacutendices

econocircmicos retorno financeiro

58

CHAPTER 2

ECONOMIC ANALYSIS OF PRODUCTION PARICAacute

ABSTRACT

The current market demands combined with investment alternatives express the

need for economic evaluation of forestry projects This assessment contributes to the

choice of the best production strategy in order to make the Brazilian forest products

competitive in foreign markets Therefore this study aimed to analyze the economic

feasibility of stands of paricaacute under different spacings and economically determine

the best planting for timber production These settlements were established in the

region of Paragominas PA in 2006 under the spacings 3x2 3x3 3x4 4x4 and 5x5

m divided into three classes productivity The production was then estimated for

ages 5 6 and 7 years through equations of growth and production Costs from

planting to harvest were provided by farmers and entrepreneurs in the region as well

as the value of sales of blades From procurement costs and revenues became the

economic analysis of projects For both economic indicators and criteria periodic

benefit equivalent (BPE) as forms of assessment considering the discount rate of 6

as the hurdle rate were used After analyzing the indexes and economic evaluation

criteria it can be concluded that the spacing 3x3 m in class high productivity with cut

to 5 years was the most suitable because it generates the greatest financial return

For the larger spacings studies have yet to be developed but it is believed that they

are viable alternatives financial

Keywords Evaluation criteria planting space economic indicators financial return

59

1 INTRODUCcedilAtildeO

A implantaccedilatildeo da lei dos incentivos fiscais na deacutecada de 60 motivou o plantio

de florestas para ampliar a base florestal do Paiacutes e captar recursos para o

desenvolvimento do setor (MELLO et al 2005) Esses estiacutemulos baseavam-se na

expansatildeo florestal desconsiderando a qualidade da madeira

Nos dias atuais diante das exigecircncias de mercado da competiccedilatildeo com

outros paiacuteses e das pressotildees relacionadas ao meio ambiente o Brasil tem investido

natildeo somente em produccedilatildeo mais tambeacutem em teacutecnicas silviculturais que contribuam

com a qualidade final dos produtos aleacutem de teacutecnicas que reduzam os custos

envolvidos no processo produtivo Essas metas tecircm sido alcanccediladas por meio do

planejamento dos investimentos

Para realizar um investimento eacute necessaacuterio primeiramente organizar

formalmente os objetivos por meio de um projeto relacionando os meios de que se

dispotildee para alcanccedilaacute-los Posteriormente deve-se analisar o mercado potencial do

produto a fim de obter informaccedilotildees sobre os retornos esperados do investimento

comparativamente agraves alternativas disponiacuteveis eou viaacuteveis Assim com o

planejamento adequado das atividades eacute possiacutevel identificar as exigecircncias atuais de

mercado os caminhos a serem seguidos para entatildeo construir um referencial futuro

o qual identificaraacute a viabilidade ou natildeo da implantaccedilatildeo do projeto ao qual o

planejamento se destina (REZENDE OLIVEIRA 2008)

Para implantaccedilatildeo de um projeto aleacutem de se conhecer o horizonte de

planejamento que eacute o periacuteodo estimado durante o qual o empreendimento em

anaacutelise iraacute operar faz-se necessaacuterios tambeacutem testar a sua viabilidade teacutecnica

econocircmica financeira social ambiental e poliacutetica O teste da viabilidade econocircmica

eacute considerado o mais importante entre os paracircmetros de avaliaccedilatildeo pois consiste em

verificar se no projeto as receitas superam os custos Caso isso natildeo ocorra diz-se

que o projeto eacute insustentaacutevel desde a sua implantaccedilatildeo (FARO 1979 CHICHORRO

et al 2010)

Na avaliaccedilatildeo econocircmica para decisatildeo de que o projeto deve ou natildeo ser

implementado satildeo usadas teacutecnicas e criteacuterios de anaacutelise que comparam os custos e

as receitas inerentes ao projeto A anaacutelise de projetos consiste entatildeo na verificaccedilatildeo

60

de que determinada atividade eacute lucrativa ou natildeo considerando-se um horizonte de

planejamento (REZENDE OLIVEIRA 2008)

Existem vaacuterios meacutetodos de seleccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de projetos de

investimentos Geralmente recorre-se a meacutetodos que consideram principalmente as

atividades a serem executadas os periacuteodos de execuccedilatildeo e seus respectivos custos

os produtos e o periacuteodo de tempo que levaratildeo para serem produzidos seus preccedilos

e receitas ou seja o fluxo de caixa (CHICHORRO et al 2010)

Os meacutetodos de avaliaccedilatildeo econocircmica podem entatildeo ser divididos em dois

grupos principais O primeiro grupo compreende aqueles em que natildeo se considera a

variaccedilatildeo do capital no tempo sendo indicados para horizontes de planejamentos

muito curtos onde natildeo haacute inflaccedilatildeo Jaacute o segundo grupo considera a variaccedilatildeo do

capital no tempo podendo-se citar o valor presente liacutequido (VPL) e o benefiacutecio

perioacutedico equivalente (BPE) como exemplos (SILVA et al 2005)

A variaccedilatildeo do capital ocorre devido agrave remuneraccedilatildeo paga ao seu uso por

determinado tempo ou seja os juros Assim no final do prazo estipulado natildeo

haveraacute somente a quantia emprestada mais tambeacutem um acreacutescimo que

corresponde ao custo de oportunidade do uso do capital durante o periacuteodo de

empreacutestimo O valor a ser pago no final do periacuteodo dependeraacute da taxa de juros

correspondente a unidade de tempo considerada A Conab utiliza o percentual de

6 ao ano como a taxa de retorno para a remuneraccedilatildeo dos investimentos feitos pelo

produtor como se o capital fosse aplicado em outro investimento alternativo

(OLIVEIRA REZENDE 2004 CONAB 2010)

Tendo em vista este contexto objetivou-se neste trabalho analisar a

viabilidade econocircmica de povoamentos de paricaacute sob diferentes espaccedilamentos e

determinar economicamente o melhor espaccedilamento de plantio para produccedilatildeo de

madeira

61

2 MATERIAL E MEacuteTODOS

21 OBTENCcedilAtildeO DAS RECEITAS

A partir da estimativa dos volumes comercial (VTHA msup3ha) e de lacircminas

(VCHA m3ha) nos diferentes espaccedilamentos de plantio em diferentes

idades e classes produtivas tal como proposto no capiacutetulo 1 foram contraiacutedas as

receitas Os volumes comercial e de lacircminas estimados foram multiplicados pelo valor

meacutedio de venda disponiacutevel no boletim informativo de preccedilos disponibilizado pela

Coordenadoria Executiva da Administraccedilatildeo Tributaacuteria ndash CERAT do Estado do Paraacute

2013 Obteve-se assim a receita para cada espaccedilamento analisado

22 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS

Como se trata de projetos de investimento com a finalidade de obtenccedilatildeo de

madeira foram propostos trecircs horizontes de planejamento para os povoamentos de

paricaacute Esses horizontes se referiram ao periacuteodo de tempo que estes projetos foram

avaliados correspondendo a 5 6 e 7 anos entre a implantaccedilatildeo e colheita

Sabendo-se que eacute necessaacuterio reajustar os valores investidos durante o

periacuteodo de execuccedilatildeo do projeto utilizou-se uma taxa de desconto de 6 ao ano

como forma de remuneraccedilatildeo do capital investido considerando a caderneta de

poupanccedila como sendo o melhor investimento alternativo (OLIVEIRA REZENDE

2004) A inflaccedilatildeo identificada no periacuteodo foi obtida por meio do uso do Iacutendice Geral

de Preccedilos - Disponibilidade Interna (IGP-DI) o qual mede a variaccedilatildeo de preccedilos no

mercado A descapitalizaccedilatildeo foi realizada de acordo com a metodologia descrita no

capiacutetulo 1

Para anaacutelise da viabilidade econocircmica do projeto identificaram-se as

variaccedilotildees do capital no tempo Assim em relaccedilatildeo agrave classificaccedilatildeo do projeto de

investimento este foi considerado convencional ou seja ocorreu apenas uma

mudanccedila de sinal em seu fluxo de caixa satisfazendo as seguintes condiccedilotildees

62

119862119900 lt 0

119883119895 le 0 119901119886119903119886 119895 = 1 hellip 119896

119883119895 ge 0 119901119886119903119886 119895 = 119896 + 1 hellip 119899 119890

sum 119883119895

119899

119895=119896+1

gt sum 119883119895

119896

119895=0

Em que

Co = custo inicial (R$)

k = periacuteodo de tempo a partir do qual as receitas passaram a ser positivas

Xj = receita liacutequida de cada periacuteodo j e

n = duraccedilatildeo do projeto (anos)

Depois de identificado o tipo de projeto e tendo todos os custos jaacute calculados

no capiacutetulo 1 procedeu-se a anaacutelise econocircmica dos projetos por meio da avaliaccedilatildeo

dos iacutendices econocircmicos e do benefiacutecio perioacutedico equivalente (BPE)

23 IacuteNDICES ECONOcircMICOS DA PRODUCcedilAtildeO

Para verificar a rentabilidade do sistema produtivo os seguintes iacutendices

econocircmicos de produccedilatildeo foram utilizados

a) Renda bruta (RB)

119877119861 = 119876 times P Eq1

b) Margem bruta (MB)

119872119861 = 119877119861 minus 119862119874119864 Eq 2

c) Margem liacutequida (ML)

119872119871 = 119877119861 minus 119862119874119879 Eq 3

d) Lucro (L)

119871 = 119877119861 minus 119862119879 Eq 4

63

e) Lucratividade (Lc)

119871119888 =119871

119877119861 Eq 5

f) Iacutendice de rentabilidade (IR)

119868119877 =119872119871

119862 Eq 6

Em que

119877119861 = renda bruta (R$)

119876 = quantidade de produto vendido (un)

119875 = preccedilo unitaacuterio dos produtos (R$)

119872119861 = margem bruta (R$)

119862119874119864 = custo operacional efetivo (R$)

119872119871 = margem liacutequida (R$)

119862119874119879 = custo operacional total (R$)

119871 = lucro (R$)

119862119879 = custo total (R$)

119871119888 = lucratividade ()

119868119877 = iacutendice de rentabilidade () e

119862 = capital empatado (R$) referente ao somatoacuterio do custo fixo e circulante meacutedio

podendo-se considerar ou natildeo o custo da terra

24 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DOS PROJETOS

241 Benefiacutecio perioacutedico equivalente (BPE)

Para avaliaccedilatildeo da viabilidade econocircmica por meio do BPE a seguinte

foacutermula foi utilizada

119861119875119864 =119881119875119871[(1 + 119894)119905](1 + 119894)119899119905

(1 + 119894)119899119905 minus 1 Eq 7

64

Em que

n = duraccedilatildeo do projeto (anos)

t = nuacutemero de periacuteodos de capitalizaccedilatildeo

i = taxa de desconto e

VPL = valor presente liacutequido

O VPL foi obtido pela foacutermula

119881119875119871 = sum 119877119895

119899

119895=0

(1 + 119894)minus119895 minus sum 119862119895

119899

119895=0

(1 + 119894)minus119895

Eq 8

Em que

i = taxa de desconto (juros)

j = periacuteodo em que a receita ou o custo ocorreram

n = duraccedilatildeo do projeto (anos)

Rj = receita no final do ano j ou do periacuteodo de tempo e

Cj = custo no final do ano j ou do periacuteodo de tempo considerado

O BPE permite a comparaccedilatildeo de projetos com diferentes horizontes de

planejamento pois os custos jaacute estatildeo distribuiacutedos por unidade de tempo estando

impliacutecitas as diferenccedilas de horizontes Como o desconto dos fluxos de caixa foi

estimado a partir da ldquodata presenterdquo ou seja no periacuteodo de implantaccedilatildeo do projeto

estes foram comparados quando as consequecircncias monetaacuterias estavam em um

ponto comum do tempo

65

3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

31 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA VENDA DE MADEIRA EM PEacute

A renda bruta foi estimada por meio da multiplicaccedilatildeo do volume comercial e

comercial por hectare e o preccedilo pago por cada unidade agrave qual se admitiu um valor

miacutenimo de R$5370 msup3 para venda de ldquomadeira em peacuterdquo ou seja madeira natildeo

explorada e R$45156 msup3 a venda de lacircminas de paricaacute

Identicamente aos custos as receitas foram deflacionadas e

descapitalizadas para o ano 0 a fim de possibilitar a comparaccedilatildeo entre os valores

gastos e recebidos com essa praacutetica de produccedilatildeo A renda bruta obtida com a venda

de madeira de paricaacute pode ser observada na Tabela 1

Tabela 1 Renda bruta (RB) obtida com a produccedilatildeo de madeira de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA sem considerar o custo de laminaccedilatildeo

Idade Espaccedil

(m)

VTHA (R$ha) VCHA (R$ha)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 379731 433109 452408 1109193 1349221 1557365

3x3 - 362619 424113 - 1212472 1509318

3x4 - 311840 373961 - 1077399 1379067

4x4 166887 317064 342144 550865 1122453 1272564

5x5 172002 205671 306342 627806 811406 1226000

6 a

no

s

3x2 355004 394611 431419 1056449 1261369 1508350

3x3 - 341749 408022 - 1163130 1470243

3x4 - 288386 356682 - 1020754 1335360

4x4 167940 274794 313771 556167 1012394 1196711

5x5 166477 207478 273875 613368 817994 1133134

7 a

no

s

3x2 334925 365156 383863 1012137 1191106 1382874

3x3 - 325700 385794 - 1122613 1410651

3x4 - 278203 342718 - 993941 1296571

4x4 164441 268225 305743 547531 994496 1174049

5x5 164242 204174 269414 607295 808354 1119474

Em que Espaccedil = espaccedilamento (m) VTHA = volume comercial por hectare (msup3ha) e VCHA = volume de lacircminas por hectare (msup3ha)

66

A ausecircncia de valores na classe de produtividade baixa nos espaccedilamentos

3x3 e 3x4 m eacute proveniente da inesistecircncia de povoamentos nestas condiccedilotildees de

terreno Como se tratam de plantios independentes a falta de informaccedilotildees nestes

ambientes natildeo prejudicamalteram os resultados nas outras aacutereas em estudo

Observando a Tabela 1 eacute perceptiacutevel a diferenccedila entre a renda bruta obtida

com a venda de madeira em peacute e a explorada Para siacutetios de baixa produtividade e

com corte aos 5 anos a diferenccedila entre a venda de lacircminas e madeira em peacute foi de

aproximadamente R$729000 Esta diferenccedila ocorreu porque o custo de laminaccedilatildeo

natildeo foi contabilizado por falta de informaccedilotildees sobre o processo produtivo

Natildeo existem estudos que indiquem os custos reais de laminaccedilatildeo de paricaacute

proveniente de reflorestamento e quais as atividades necessaacuterias para transformar o

torete de madeira em lacircminas de forma eficiente e com boa qualidade

A renda resultante da venda de ldquomadeira em peacuterdquo em espaccedilamentos

menores como o 3x2 m superam os mais espaccedilados como o 4x4 e 5x5 m com

receita duas vezes maior quando comparados os espaccedilamentos 3x2 e 5x5 m Esta

tendecircncia ocorre entre classes de produtividade e tambeacutem entre idades distintas

Com o aumento da idade de corte houve diminuiccedilatildeo nas receitas em todos

os espaccedilamentos pois o volume de madeira foi reduzido Isso ocorre como jaacute citado

anteriormente provavelmente devido ao autodesbaste das plantas caracteriacutestico da

espeacutecie Entretanto os custos tambeacutem sofreram reduccedilatildeo devido ao menor nuacutemero

de plantas por hectare e esta relaccedilatildeo deve ser analisada

O comportamento da renda bruta em relaccedilatildeo a madeira explorada segue a

mesma tendecircncia citada acima ou seja o menor espaccedilamento no melhor siacutetio

produtivo aos 5 anos eacute o que indica ser o mais viaacutevel Todavia deve-se interagir

custos e receitas para se inferir sobre o espaccedilamento mais adequado para se obter

a maior lucratividade

Na Tabela 2 eacute possiacutevel observar os iacutendices em siacutetios com classe de

produtividade baixa para a venda de lacircminas de paricaacute

67

Tabela 2 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute para venda preacute-corte em classe de produtividade baixa (17 ndash 19 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

5 a

no

s

MB -121915 - - -221422 -197665

ML -172080 - - -260253 -234631

L -256915 - - -325921 -297147

L (t) -350415 - - -419421 -390647

Luc -068 - - -195 -173

Lucr (t) -092 - - -251 -227

IR -047 - - -085 -079

IR (t) -038 - - -065 -060

6 a

no

s

MB -157604 - - -236236 -218806

ML -208865 - - -276654 -257335

L -316133 - - -361232 -337959

L (t) -427533 - - -472632 -449359

Luc -089 - - -215 -203

Lucr (t) -120 - - -281 -270

IR -056 - - -088 -084

IR (t) -043 - - -065 -062

7 a

no

s

MB -192230 - - -244377 -225943

ML -244145 - - -285258 -264961

L -376891 - - -388205 -363216

L (t) -508091 - - -519405 -494416

Luc -113 - - -236 -221

Lucr (t) -152 - - -316 -301

IR -065 - - -090 -086

IR (t) -048 - - -064 -060

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

Na Tabela 2 eacute possiacutevel observar que sob as condiccedilotildees analisadas nenhum

espaccedilamento eacute viaacutevel economicamente Jaacute o comportamento dos iacutendices financeiros

em classe de produtividade meacutedia pode ser observado na Tabela 3

68

Tabela 3 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute para venda preacute-corte em classe de produtividade meacutedia (19 ndash 21 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

5 a

no

s

MB -68537 -75377 -97128 -71245 -163995

ML -118702 -119176 -138025 -110076 -200962

L -203537 -193247 -207187 -175744 -263477

L (t) -297037 -286747 -300687 -269244 -356977

Luc -047 -053 -066 -055 -128

Lucr (t) -069 -079 -096 -085 -174

IR -033 -036 -043 -036 -067

IR (t) -026 -028 -034 -027 -051

6 a

no

s

MB -117998 -109790 -135159 -129382 -177806

ML -169258 -154944 -177514 -169800 -216334

L -276527 -249433 -266145 -254378 -296958

L (t) -387927 -360833 -377545 -365778 -408358

Luc -070 -073 -092 -093 -143

Lucr (t) -098 -106 -131 -133 -197

IR -046 -046 -055 -054 -071

IR (t) -035 -034 -041 -040 -052

7 a

no

s

MB -161999 -131381 -150483 -140593 -186011

ML -213914 -177089 -193352 -181475 -225030

L -346659 -292189 -301302 -284422 -323284

L (t) -477859 -423389 -432502 -415622 -454484

Luc -095 -090 -108 -106 -158

Lucr (t) -131 -130 -155 -155 -223

IR -057 -052 -059 -057 -073

IR (t) -042 -037 -042 -040 -051

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

Os prejuiacutezos obtidos nestas condiccedilotildees do terreno satildeo menores quando

comparados com siacutetios de produtividade baixa O mesmo comportamento tambeacutem

foi observado para siacutetios de classe de produtividade alta como indicado na Tabela

4

69

Tabela 4 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute pra venda preacute-corte em classe de produtividade alta (21 ndash 24 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

5 a

no

s

MB -49238 -13882 -35007 -46165 -63324

ML -99403 -57682 -75904 -84996 -100291

L -184238 -131752 -145066 -150664 -162806

L (t) -277738 -225252 -238566 -244164 -256306

Luc -041 -031 -039 -044 -053

Lucr (t) -061 -053 -064 -071 -084

IR -027 -017 -024 -028 -034

IR (t) -022 -014 -018 -021 -026

6 a

no

s

MB -81189 -43517 -66863 -90406 -111408

ML -132450 -88671 -109217 -130823 -149937

L -239718 -183160 -197848 -215401 -230561

L (t) -351118 -294560 -309248 -326801 -341961

Luc -056 -045 -055 -069 -084

Lucr (t) -081 -072 -087 -104 -125

IR -036 -026 -034 -041 -049

IR (t) -028 -020 -025 -031 -036

7 a

no

s

MB -143292 -71287 -85969 -103075 -120771

ML -195207 -116995 -128837 -143956 -159790

L -327953 -232094 -236787 -246903 -258044

L (t) -459153 -363294 -367987 -378103 -389244

Luc -085 -060 -069 -081 -096

Lucr (t) -120 -094 -107 -124 -144

IR -052 -034 -039 -045 -052

IR (t) -038 -025 -028 -032 -036

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

A inviabilidade econocircmica observada nas trecircs condiccedilotildees produtivas podem

ter sido provenientes do baixo valor de mercado praticado na regiatildeo

Apoacutes o pagamento de todos os desembolsos efetivos restou o deacutebito de R$-

13882 para o espaccedilamento 3x3 m Esta quantia jaacute pode ser considerada como

70

prejuiacutezo do investimento mesmo sem ser contabilizados o pagamento da matildeo de

obra familiar (administraccedilatildeo) e os custos de oportunidade do capital

O menor valor resultante para o espaccedilamento 5x5 m se deve ao fato de

existirem atividades iguais aos outros espaccedilamentos que estatildeo sendo executas em

tempo maior que dos outros povoamentos aumentando assim o custo de produccedilatildeo

Jaacute os resultados encontrados para o espaccedilamento 3x3 m em classe de

produtividade alta satildeo atribuiacutedos agrave eficiecircncia das operaccedilotildees de manutenccedilatildeo dos

plantios principalmente pelo controle de plantas daninhas

Depois do pagamento de todos os desembolsos efetivos foi admitida a

remuneraccedilatildeo da matildeo de obra familiar em virtude da administraccedilatildeo das aacutereas de

plantio sendo proporcional aos custos de produccedilatildeo de paricaacute A margem liacutequida

negativa indica que o empreendimento eacute economicamente inviaacutevel O valor admitido

por este iacutendice se positivo natildeo seria o lucro gerado pois ainda natildeo foi descontado

o custo de oportunidade do capital investido

Para todos os povoamentos analisados houve lucro negativo principalmente

quando foi considerada a remuneraccedilatildeo pelo uso da terra Isso significa que o

investimento natildeo foi atrativo financeiramente Este resultado natildeo eacute interessante

economicamente ao produtor e pode trazer consequecircncias ainda piores como falta

de incentivo agrave produccedilatildeo falta de demanda para venda da madeira em idade de corte

e preccedilos ainda menores do que os praticados

Considerando-se o pagamento pelo uso da terra o prejuiacutezo obtido pelo

plantio de paricaacute variou entre 53 e 316 sendo maior quando mais amplo o

espaccedilamento de plantio Desconsiderando o pagamento pelo uso da terra o

prejuiacutezo se tornou menor estando entre 31 e 236

Este iacutendice representa a capacidade da atividade de transformar

investimento em margem liacutequida Assim desconsiderando o pagamento pelo uso da

terra tem-se que para cada real investido obteve-se entre R$-090 e R$-017 de

margem liacutequida sendo mais atrativo o espaccedilamento 3x3 m em classe de

produtividade alta Considerando o custo da terra o valor foi de R$-065 a R$-014

sendo melhor nos menores espaccedilamento de plantio

Deve-se salientar novamente que o valor do msup3 de madeira utilizado nesta

pesquisa eacute proveniente do preccedilo meacutedio praticado pelo CERAT ndash PA Valores

superiores a este encontrados na regiatildeo podem alterar estes resultados tornando

estes povoamentos atrativos financeiramente (quando superiores a R$10000 msup3)

71

32 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA LAMINADA

O comportamento observado foi semelhante ao da madeira vendida em peacute

ou seja os iacutendices financeiros apontaram que a viabilidade econocircmica aos 5 anos

foi superior agraves outras idades de exploraccedilatildeo (Tabela 5)

Tabela 5 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de baixa produtividade (17 ndash 19 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

5 a

no

s

MB 460255 - - 82016 175950

ML 395361 - - 35131 130764

L 285617 - - -44157 54349

L (t) 192117 - - -137657 -39151

Luc 026 - - -008 009

Lucr (t) 017 - - -025 -006

IR 090 - - 010 039

IR (t) 074 - - 008 030

6 a

no

s

MB 416597 - - 84912 161477

ML 352612 - - 37786 116288

L 218717 - - -60828 21725

L (t) 107317 - - -172228 -89675

Luc 021 - - -011 004

Lucr (t) 010 - - -031 -015

IR 081 - - 011 034

IR (t) 065 - - 008 026

7 a

no

s

MB 374305 - - 138713 217110

ML 322390 - - 97831 178092

L 161775 - - -5115 79837

L (t) 30575 - - -136315 -51363

Luc 016 - - -001 013

Lucr (t) 003 - - -025 -008

IR 075 - - 031 058

IR (t) 057 - - 022 041

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

72

Os iacutendices econocircmicos para as classes de produtividade meacutedia e alta

encontram-se nas Tabelas 6 e 7

Tabela 6 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de meacutedia produtividade (19 ndash 21 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

5 a

no

s

MB 681518 625573 537181 600811 347713

ML 614747 566883 483159 548647 301344

L 501830 467631 391801 460430 222928

L (t) 408330 374131 298301 366930 129428

Luc 037 039 036 041 027

Lucr (t) 030 031 028 033 016

IR 137 139 126 147 087

IR (t) 114 113 101 117 069

6 a

no

s

MB 608614 588446 491228 506607 352752

ML 543338 530977 438275 456029 306227

L 406743 410719 327467 350188 208871

L (t) 295343 299319 216067 238788 97471

Luc 032 035 032 035 026

Lucr (t) 023 026 021 024 012

IR 124 133 116 125 089

IR (t) 099 104 090 095 067

7 a

no

s

MB 544335 665533 565255 585678 418169

ML 492420 619825 522386 544796 379151

L 329553 504725 414437 441850 280896

L (t) 198353 373525 283237 310650 149696

Luc 028 045 042 044 035

Lucr (t) 017 033 028 031 019

IR 113 181 159 171 123

IR (t) 087 131 114 121 086

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

73

Tabela 7 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de alta produtividade (21 ndash 24 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5 5

an

os

MB 882878 900802 817010 742105 726917

ML 815429 839950 760805 689059 677009

L 701365 737042 665754 599351 592608

L (t) 607865 643542 572254 505851 499108

Luc 045 049 048 047 048

Lucr (t) 039 043 041 040 041

IR 181 201 193 182 187

IR (t) 150 164 156 146 148

6 a

no

s

MB 843757 874244 783868 678388 646537

ML 777297 814644 728718 626556 597877

L 638225 689925 613313 518092 496052

L (t) 526825 578525 501913 406692 384652

Luc 042 047 046 043 044

Lucr (t) 035 039 038 034 034

IR 174 198 187 168 168

IR (t) 140 156 146 129 128

7 a

no

s

MB 730571 953571 867885 765231 729289

ML 678656 907863 825016 724350 690271

L 514396 792763 717066 621403 592016

L (t) 383196 661563 585866 490203 460816

Luc 037 056 055 053 053

Lucr (t) 028 047 045 042 041

IR 154 266 252 228 224

IR (t) 119 192 180 161 157

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

Contrariamente agrave preacute-colheita a venda de madeira de paricaacute poacutes-colheita

tem demonstrado viabilidade economica para as idade classe de produtividade e

espaccedilamento analisados como observados nos iacutendices a seguir

Apoacutes o pagamento de todos os custos efetivos notou-se uma vantagem no

uso de espaccedilamentos mais adensados Nestes ambientes a margem bruta foi por

74

vezes maior que 40 em relaccedilatildeo aos maiores espaccedilamentos Poreacutem restam ainda

o pagamento pela administraccedilatildeo e uso do capital No entanto verificou-se que a

maioria dos projetos avaliados foram viaacuteveis economicamente pois se obteve

resultados positivos para a madeira laminada

A matildeo-de-obra familiar foi remunerada mantendo-se o montante positivo

Este montante foi utilizado posteriormente como forma de pagamento pelo custo de

oportunidade do capital Observa-se que este iacutendice manteve a tendecircncia de

comportamento semelhante agrave margem bruta exprimindo a viabilidade dos projetos

Lucro negativo soacute foi observado em espaccedilamentos amplos como o 4x4 e

5x5 m em classe de produtividade baixa em todos os anos analisados Isso

significa que o custo de oportunidade do uso do capital natildeo estaacute sendo remunerado

O resultado encontrado eacute consequecircncia de volume insuficiente de lacircminas

para o pagamento do processo produtivo Vale salientar que o processo de

laminaccedilatildeo natildeo foi quantificado

O intervalo de lucratividade sem considerar o pagamento pelo uso da terra

variou de -31 agrave 56 ou seja existem povoamentos que em certas condiccedilotildees

foram inviaacuteveis economicamente como eacute o caso dos espaccedilamentos 4x4 e 5x5 m

em classe de produtividade baixa com exploraccedilatildeo aos 5 anos Outros povoamentos

ao contraacuterio possuem lucratividade de 56 Como exemplo pode-se citar o 3x3 m

aos 7 anos em classe de produtividade alta

Quando se considera o pagamento pelo uso da terra a mesma tendecircncia foi

observada poreacutem a lucratividade foi menor

A capacidade da atividade em transformar o investimento em margem

liacutequida variou entre R$034 e R$266 sendo mais atrativo o espaccedilamento 3x3 m

Considerando o custo da terra o valor corresponde entre R$008 e R$192 sendo

melhor quanto menor o espaccedilamento de plantio

Considerando os valores obtidos nas Tabelas 5 6 e 7 foi possiacutevel inferir

sobre os custos maacuteximos que poderiam ser destinados agrave laminaccedilatildeo para que todas

as despesas fossem pagas obtendo lucratividade zero Na Tabela 8 eacute indicado

quais satildeo estes valores

75

Tabela 8 Valores maacuteximos a serem pagos pela laminaccedilatildeo (R$msup3)

Idade Classe produtiva (m) Espaccedilamentos (m)

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5 5

ano

s Baixa 1184 - - -1930 -533

Meacutedia 2206 2414 2238 2708 1472

Alta 3144 3550 3580 3459 3812

6 a

no

s Baixa 707 - - -2400 -1260

Meacutedia 1751 2049 1753 2033 1099

Alta 2857 3317 3292 3033 3286

7 a

no

s Baixa 131 - - -3253 -2045

Meacutedia 1189 1557 1223 1543 476

Alta 2255 2916 2883 2613 2836

Estas informaccedilotildees satildeo valores meacutedios dos espaccedilamentos para cada classe

de produtividade e idade Como pressupotildee-se que em siacutetio de melhor qualidade haacute

maior renda eacute possiacutevel o pagamento de um valor substancialmente maior do que

em classe de produtividade meacutedia Observa-se ainda a inviabilidade da praacutetica de

laminaccedilatildeo em classe de produtividade baixa independente da idade de corte pois a

receita foi menor que os custos mesmo sem a laminaccedilatildeo Essa consideraccedilatildeo

reforccedila os argumentos de suporte sobre os menores espaccedilamentos serem os mais

apropriados para o plantio de paricaacute

33 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA

331 Benefiacutecio perioacutedico equivalente ndash BPE

Para a taxa de 6 aa em povoamentos natildeo explorados o BPE obtido

variou entre R$-24042 e R$-8005 para os espaccedilamentos 4x4 e 3x3 m

respectivamente (Tabela 9) Isso indica que o espaccedilamento 3x3 m na classe de

produtividade alta com corte aos 5 anos eacute o que resultou no menor prejuiacutezo

financeiro sob estas condiccedilotildees analisadas Jaacute o 4x4 m em classe de produtividade

baixa com corte aos 7 anos foi a pior escolha de investimento

76

Tabela 9 BPE de plantios de paricaacute situados na regiatildeo de Paragominas PA

Idade Espaccedil

(m)

BPE (VTHA) BPE (VCHA)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 -15515 -12312 -11154 17037 30010 41982

3x3 - -11695 -8005 - 27958 44123

3x4 - -12531 -8804 - 23408 39845

4x4 -19655 -10645 -9140 -2749 27526 35861

5x5 -17929 -15909 -9868 3161 13276 35456

6 a

no

s

3x2 -19068 -16692 -14483 13023 24305 38193

3x3 - -15066 -11090 - 24543 41296

3x4 - -16069 -11971 - 19548 36699

4x4 -21774 -15363 -13024 -3750 20911 30986

5x5 -20378 -17917 -13934 1204 12432 29663

7 a

no

s

3x2 -22761 -20948 -19825 8894 18907 29965

3x3 - -18281 -14675 - 20779 36619

3x4 - -18827 -14957 - 16500 33111

4x4 -24042 -17815 -15564 -5944 18385 28258

5x5 -22542 -20146 -16232 -842 10264 27366

Em que Espaccedil = espaccedilamento (m) BPE (VTHA) = benefiacutecio perioacutedico equivalente para venda de madeira em peacute e BPE (VCHA) = benefiacutecio perioacutedico equivalente para venda de madeira laminada

A mesma tendecircncia foi observada em povoamentos explorados em que o

BPE variou entre R$-5944 e R$44123 sendo o espaccedilamento 3x3 m a melhor

opccedilatildeo de investimento O mesmo resultado foi obtido por Pavan et al (2010) com

plantios de eucalipto no Rio Grande do Sul para laminaccedilatildeo

Caso ocorressem mudanccedilas na taxa de desconto estas contribuiriam para o

aumento ou reduccedilatildeo dos lucros do plantio Segundo Soares et al (2003) aumentos

na taxa de desconto afetam significativamente o VPL e consequentemente o BPE

indicando que quanto menor a taxa de desconto utilizada maior seraacute a lucratividade

do projeto

A partir da anaacutelise econocircmica dos diferentes sistemas de plantio pode-se

inferir que o motivo pelo qual a classe de produtividade baixa resultou em uma das

piores alternativas financeiras estaacute relacionado ao autodesbaste das plantas neste

ambiente Como estas aacutereas dispotildeem de menores recursos eacute possiacutevel que tenha

77

ocorrido uma expressiva mortalidade de plantas devido agrave concorrecircncia por luz e

nutrientes do solo

Todos os espaccedilamentos de plantio podem ser alternativas viaacuteveis que

poderatildeo contribuir de maneira mais significativa na medida em que alcancem sua

capacidade maacutexima de incremento Isso eacute obtido com a diferenciaccedilatildeo entre os

horizontes de planejamento que natildeo podem ser idecircnticos para todos os

espaccedilamentos de plantio haja vista que as aacutervores se comportam de maneiras

diferentes nestes espaccedilamentoss devido agrave disponibilidade de recursos

Esta afirmaccedilatildeo jaacute foi comprovada em estudos realizados por Cordeiro et al

(2009) em que foi constatado que o sistema de produccedilatildeo do paricaacute em cultivo puro

sob o espaccedilamento 4x3 m nos quatro primeiros anos de cultivo natildeo apresentaram

viabilidade econocircmica sugerindo a necessidade de maior horizonte de

planejamento

78

4 CONCLUSOtildeES

O monocultivo de paricaacute em qualquer um dos espaccedilamentos analisados foi

considerado inviaacutevel por todos os criteacuterios utilizados nesta anaacutelise econocircmica

quando se objetivou a venda da madeira sem exploraccedilatildeo Essa resposta estaacute

associada ao baixo valor de mercado ao qual a espeacutecie estaacute subordinada

A exploraccedilatildeo de madeira mesmo sendo um processo trabalhoso e

dispendioso eacute uma alternativa para se obter valores positivos com a produccedilatildeo de

paricaacute

Observando os custos e receitas oriundos de plantios de paricaacute pode-se

afirmar que espaccedilamentos mais amplos em classe de produtividade baixa satildeo

insuficientes para remunerar o processo de laminaccedilatildeo

O maior retorno financeiro foi obtido em povoamentos de paricaacute implantados

em classe de produtividade alta sob o espaccedilamento 3x3 m com exploraccedilatildeo aos 5

anos

79

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

CHICHORRO J F BAUER M O ANDRADE W S SILVA G F SANTOS F R SILVA J L NOGUEIRA M A Avaliaccedilatildeo econocircmica de projetos florestais In CHICHORRO J F BAUER M O GARCIA G O CALDEIRA M V W Toacutepicos especiais em ciecircncias florestais 1 ed Visconde do Rio Branco Suprema 2010 v 1 p 231-260 COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO ndash CONAB Custo de produccedilatildeo agriacutecola a metodologia da Conab Brasiacutelia Conab 2010 60p COORDENADORIA EXECUTIVA DA ADMINISTRACcedilAtildeO TRIBUTAacuteRIA ndash CERAT Boletim informativo de preccedilos Paraacute 2013 22p CORDEIRO I M C C SANTANA A C LAMEIRA O A SILVA I M Anaacutelise econocircmica dos sistemas de cultivo com Schizolobium parahyba var amazonicum (Huber ex Ducke) Barneby (Paricaacute) E Ananas comosus var erectifolius (L B Smith) Coppus amp Leal (Curauaacute) no municiacutepio de Aurora do Paraacute (PA) Brasil Facultad Agronomiacutea (LUZ) 2009 26 243-265 FARO C Elementos de engenharia econocircmica 3ed Satildeo Paulo Atlas 1979 328p MELLO A A CARNIERI C ARCE J E SANQUETTA C R Planejamento florestal visando agrave maximizaccedilatildeo dos lucros e a manutenccedilatildeo do estoque de carbono Cerne Lavras v 11 n 3 p 205-217 julset 2005 OLIVEIRA A D REZENDE J L P Economia Florestal Lavras UFLAFAEPE 2004 101p PAVAN J A ALVES T W SOUZA M A Viabilidade Econocircmica da Produccedilatildeo de Eucaliptos no Rio Grande do Sul Associaccedilatildeo Brasileira de Custos vol 5 n 1 78-109 JanAbr 2010 REZENDE J L P OLIVEIRA A D Anaacutelise econocircmica e social de projetos florestais Viccedilosa MG UFV 2001 389 p SILVA M L JACOVINE L A G VALVERDE S R Economia Florestal 2 ed Viccedilosa UFV 2005 178p SOARES T S CARVALHO R M M A VALE A B Avaliaccedilatildeo econocircmica de um povoamento de Eucalyptus grandis destinado a multiprodutos Aacutervore Viccedilosa-MG v27 n5 p689-694 2003

80

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A partir das condiccedilotildees estabelecidas notou-se o efeito dos espaccedilamentos

de plantio na viabilidade econocircmica dos povoamentos de paricaacute

Em relaccedilatildeo aos custos de produccedilatildeo eles devem ser separados por

atividades sendo elas preparo da aacuterea plantio adubaccedilatildeo manutenccedilatildeo colheita e

transporte laminaccedilatildeo custo de administraccedilatildeo remuneraccedilatildeo do capital investido

Dentro de cada atividade alguns custos podem sofrer a influecircncia do

nuacutemero de plantas por hectare Como exemplo pode-se citar o nuacutemero de diaacuterias

necessaacuterias para alinhamento coveamento e plantio das mudas aleacutem da

quantidade de adubo necessaacuterio para adubaccedilatildeo de cova

O maior nuacutemero de operaccedilotildees ocorre no periacuteodo de manutenccedilatildeo dos

plantios poreacutem nenhuma delas foi considerada dispendiosa Os maiores custos

individuais foram do transporte de madeira do povoamento ateacute a induacutestria em

todos os espaccedilamentos analisados devido agraves condiccedilotildees de traacutefego nas estradas

A relaccedilatildeo entre volume comercial volume laminado e os custos de

produccedilatildeo determinam entatildeo a viabilidade dos plantios sendo o espaccedilamento mais

viaacutevel aquele que consegue absorver esta relaccedilatildeo de maneira mais eficiente

Entretanto estudos ainda devem ser desenvolvidos para averiguar a relaccedilatildeo entre a

espeacutecie e os espaccedilamentos de plantio

Page 7: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE …III. Andrade, Wendel Sandro de Paula. IV. ... À Universidade Federal do Espírito Santo e à CAPES, pela estrutura e apoio

Enquanto suspiramos por uma vida

sem dificuldades devemos nos

lembrar que o carvalho cresce forte

atraveacutes de ventos contraacuterios e que os

diamantes satildeo formados sob

pressatildeo

(Peter Marshall)

RESUMO

SILVEIRA R Avaliaccedilatildeo econocircmica da produccedilatildeo de madeira de paricaacute

(Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) sob diferentes espaccedilamentos de

plantio 2014 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) ndash Universidade

Federal do Espiacuterito Santo Jerocircnimo Monteiro ES Orientador Prof Dr Gilson

Fernandes da Silva Coorientadores Prof Dr Adriano Ribeiro de Mendonccedila e Prof

Dr Wendel Sandro de Paula Andrade

O paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) eacute uma espeacutecie nativa que

vem ganhando destaque entre os plantios comerciais na regiatildeo amazocircnica pelas

suas caracteriacutesticas de crescimento e produccedilatildeo para muacuteltiplos usos Por tal motivo

objetivou-se neste trabalho avaliar o efeito dos espaccedilamentos de plantio na anaacutelise

econocircmica da produccedilatildeo de madeira de paricaacute Para tanto os dados utilizados neste

estudo satildeo originaacuterios de povoamentos homogecircneos plantados sob os

espaccedilamentos 3x2 3x3 3x4 4x4 e 5x5 m localizados entre os municiacutepios de Dom

Elizeu e Paragominas Estado do Paraacute Estes povoamentos foram inventariados

anualmente ateacute o quinto ano sendo analisadas trecircs classes de produtividade em

cada espaccedilamento sendo elas Baixa (17 - 19 m) Meacutedia (19 ndash 21 m) e Alta (21 - 24

m) Posteriormente com auxiacutelio de modelagem os volumes total e laminado foram

estimados aos 5 6 e 7 anos Estimado o volume e identificados todos os custos de

produccedilatildeo estes foram deflacionados pelo IGP-DI e posteriormente

descapitalizados Assim procedeu-se a anaacutelise econocircmica por meio da metodologia

desenvolvida pelo Instituto de Economia Agriacutecola oacutegatildeo vinculado agrave Secretaria de

Agricultura e Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo juntamente com o criteacuterio do

benefiacutecio perioacutedico equivalente Como resultado obteve-se que o custo operacional

efetivo representou em meacutedia 65 dos custos totais de produccedilatildeo sendo o

transporte o custo individual mais expressivo em todos os espaccedilamentos

analisados As anaacutelises econocircmicas indicaram que o monocultivo de paricaacute

independente do espaccedilamento foi inviaacutevel quando se objetivou a venda da madeira

sem exploraccedilatildeo Essa resposta estaacute associada ao baixo valor de mercado ao qual a

espeacutecie estaacute subordinada A exploraccedilatildeo de madeira mesmo sendo um processo

trabalhoso e dispendioso eacute uma alternativa para se obter valores positivos com a

produccedilatildeo de paricaacute Logo pode-se inferir que o maior retorno financeiro eacute obtido em

povoamentos de paricaacute implantados em classe de produtividade alta sob o

espaccedilamento 3x3 m com exploraccedilatildeo aos 5 anos Entretanto para os maiores

espaccedilamentos de plantio estudos ainda devem ser desenvolvidos

Palavras-chave Classe de produtividade idade iacutendices econocircmicos

ABSTRACT

SILVEIRA R Economic evaluation of the production of wood paricaacute

(Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) under different planting spacings

2014 Dissertation (Master of Forest Science) - Federal University of Espiacuterito Santo

Jerocircnimo Monteiro ES Advisor Prof Dr Gilson Fernandes da Silva

Coorientadores Prof Dr Adriano Ribeiro de Mendonccedila and Prof Dr Wendel Sandro

de Paula Andrade

Paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) is a native species that has

been gaining prominence among commercial plantations in the Amazon region its

growth characteristics and production for multiple uses For this reason the aim of

this study was to evaluate the effect of planting space in economic analysis of timber

production paricaacute For this the data used in this study originate homogeneous stands

planted under the spacings 3x2 3x3 3x4 4x4 and 5x5 m located in the State of

Paraacute These stands were inventoried annually by fifth year and analyzed three

classes of productivity in each spacing which are Low (17 ndash 19 m) Medium (19 ndash 21

m) and High (21 ndash 24 m) Later with the aid of modeling the total and laminate

volumes were estimated at 5 6 and 7 years Estimate the volume and identified all

the costs these were deflated by the IGP ndash DI and subsequently undercapitalized

Thus we proceeded to the economic analysis using the methodology developed by

the Institute of Agricultural Economics along with the criterion periodic benefit

equivalent As a result it was found that the actual operating costs represented on

average 65 of total costs of production transportation and the most expressive

individual cost in all spacings analyzed The economic analysis indicated that the

monoculture paricaacute regardless of spacing was impracticable when used to sell the

timber without exploitation This response is associated with low market value to

which the species is subject The logging even being a laborious and costly process

an alternative is to give positive values to the production of paricaacute Therefore it can

be inferred that the greatest financial return is obtained in stands of paricaacute deployed

in class high productivity under the 3x3 m spacing with operating at 5 years

However for larger planting space studies have yet to be developed

Keywords Productivity class age economic indices

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO GERAL 11

11 OBJETIVO GERAL 13 12 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 13

2 REVISAtildeO DE LITERATURA 14

21 PARICAacute 14 211 Descriccedilatildeo botacircnica e anatocircmica do paricaacute 14 212 Caracteriacutesticas silviculturais do paricaacute 15 213 Utilizaccedilatildeo do paricaacute 16

22 CRESCIMENTO E PRODUCcedilAtildeO DO PARICAacute 17 23 RENDIMENTO EM LAMINACcedilAtildeO DE PARICAacute 18 24 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO 19

241 Teoria dos custos 19 242 A importacircncia dos custos 21 243 Classificaccedilatildeo dos custos 21 244 Componentes do custo 22 245 Iacutendices econocircmicos 24 246 Custos na empresa florestal 26

25 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DE PROJETOS FLORESTAIS 27

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 28

CAPIacuteTULO 1 31

RESUMO 31

ABSTRACT 32

1 INTRODUCcedilAtildeO 33

2 MATERIAL E MEacuteTODOS 35

21 AacuteREA EM ESTUDO 35 22 ESTIMATIVA DA PRODUCcedilAtildeO 36 23 DESCRICcedilAtildeO DAS ATIVIDADES 38 24 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS 39 25 CLASSIFICACcedilAtildeO DOS CUSTOS 41

3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 43

31 ESTIMATIVA DE VOLUME 43 32 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO 45

321 Custo operacional efetivo ndash COE 45 322 Custo operacional total ndash COT 47 323 Custo total ndash CT 50

4 CONCLUSOtildeES 54

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 55

CAPIacuteTULO 2 57

RESUMO 57

ABSTRACT 58

1 INTRODUCcedilAtildeO 59

2 MATERIAL E MEacuteTODOS 61

21 OBTENCcedilAtildeO DAS RECEITAS 61 22 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS 61 23 IacuteNDICES ECONOcircMICOS DA PRODUCcedilAtildeO 62 24 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DOS PROJETOS 63

241 Benefiacutecio perioacutedico equivalente (BPE) 63

3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 65

31 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA VENDA DE MADEIRA EM PEacute 65 32 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA LAMINADA 71 33 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA 75

331 Benefiacutecio perioacutedico equivalente ndash BPE 75

4 CONCLUSOtildeES 78

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 79

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 80

11

1 INTRODUCcedilAtildeO GERAL

As florestas naturais somavam em 2007 cerca de 4 bilhotildees de hectares

cobrindo aproximadamente 30 da superfiacutecie terrestre segundo informaccedilotildees da

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION ndash FAO (2007) Deste montante cerca

de metade da vegetaccedilatildeo ainda estaacute concentrada em cinco paiacuteses sendo o Brasil o

detentor da segunda maior cobertura florestal do planeta

Segundo o Sistema Nacional de Informaccedilotildees Florestais ndash SNIF (2014)

estimava-se que 69 desta cobertura teriam potencial produtivo Com isso ampliou-

se a participaccedilatildeo do setor florestal brasileiro no comeacutercio mundial Entretanto o

setor ainda encontra dificuldades na expansatildeo dos seus negoacutecios especialmente a

regiatildeo amazocircnica devido agraves restriccedilotildees impostas pela legislaccedilatildeo frente ao apelo

ambiental que a regiatildeo desperta em resposta a ocupaccedilatildeo desordenada

Com a implantaccedilatildeo de novas normas de exploraccedilatildeo reduziu-se a

disponibilidade de madeira no mercado expondo-se entatildeo a necessidade de fontes

alternativas para produccedilatildeo de mateacuteria-prima Assim a partir da praacutetica de

reflorestamento estaacute sendo possiacutevel ampliar o estoque de madeira para atender as

demandas atuais e futuras

Em 2012 o consumo brasileiro de madeira em tora proveniente de plantios

florestais foi de 1824 milhotildees de metros cuacutebicos (msup3) um indicador 72 superior

ao de 2011 (ABRAF 2013) Isso indica que a praacutetica do reflorestamento eacute uma

alternativa de negoacutecio que se expandiu no ultimo ano

Segundo o SNIF (2014) o Brasil deteacutem as melhores tecnologias na

silvicultura de eucalipto e outras espeacutecies vecircm sendo estudadas entre elas a acaacutecia

(Acacia mangium Willd) a seringueira (Hevea brasiliensis (Willd ex Adr de Juss)

Muell-Arg) e o paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) Em 2012 a aacuterea

ocupada por plantios florestais de espeacutecies natildeo convencionais como acaacutecia

araucaacuteria poacutepulus teca seringueira e paricaacute foi de 521131 ha representando

72 da aacuterea total de plantios florestais no Brasil (ABRAF 2013) Esta participaccedilatildeo

ainda que pequena se deve agraves caracteriacutesticas de crescimento e produccedilatildeo obtidas

por estas espeacutecies

Na regiatildeo amazocircnica o paricaacute eacute a espeacutecie que vem ganhando destaque

entre os plantios comerciais pelas suas caracteriacutesticas de crescimento e produccedilatildeo

12

para muacuteltiplos usos tornando crescente a demanda industrial por madeira de

lacircminas e compensados para a qual a espeacutecie eacute utilizada (MARQUES et al 2006)

Os primeiros registros com o plantio de paricaacute no Estado do Paraacute constam

da deacutecada de 1950 os quais tinham o objetivo de preservar a caracteriacutestica da

floresta amazocircnica em espaccedilos puacuteblicos e de fomentar estudos sobre o

comportamento e caracteriacutesticas das espeacutecies plantadas (MARQUES et al 2006)

Desde entatildeo muitos plantios foram registrados no Paraacute e em toda regiatildeo

amazocircnica e vaacuterios estudos foram desenvolvidos podendo-se destacar Hoffmann

(2009) Vidaurre et al (2012) Santos (2012) e Corteletti (2013) que trabalharam

com povoamentos de paricaacute localizados entre os municiacutepios de Dom Elizeu e

Paragominas estado do Paraacute Estes estudos comprovaram o alto potencial de

produccedilatildeo madeireira do paricaacute e servem como incentivo para que se estabeleccedilam

novos povoamentos Embora jaacute se tenham muitos plantios com esta espeacutecie na

Amazocircnia ainda satildeo necessaacuterios estudos com o objetivo de identificar as

caracteriacutesticas dendromeacutetricas avaliar a qualidade da madeira e sua produccedilatildeo

A atenccedilatildeo deve ser direcionada tambeacutem para os custos de produccedilatildeo

destes povoamentos que vecircm sendo estabelecidos na regiatildeo amazocircnica Natildeo

existem estudos suficientes que comprovem a lucratividade desta atividade Os

estudos que se tecircm disponiacuteveis ainda satildeo muito geneacutericos e as informaccedilotildees

carentes de dados do processo de implantaccedilatildeo da cultura

O monitoramento do processo produtivo tem sido realizado para identificar

os custos de produccedilatildeo sendo um instrumento necessaacuterio para se avaliar (medir) a

eficiecircncia das empresas Outra teacutecnica utilizada eacute a avaliaccedilatildeo econocircmica dos

projetos que testam a viabilidade de sua execuccedilatildeo

Para testar a viabilidade econocircmica dos projetos florestais faz-se necessaacuterio

o emprego de teacutecnicas econocircmicas sendo as mais tradicionais aquelas em que se

calculam o valor presente liacutequido (VPL) a taxa interna de retorno (TIR) e o benefiacutecio

perioacutedico equivalente (BPE) Este uacuteltimo sendo empregado frequentemente para

projetos com diferentes horizontes de planejamento (REZENDE OLIVEIRA 2001)

O teste da viabilidade econocircmica tem por finalidade estudar a capacidade

financeira do empreendimento a fim de verificar a possibilidade de sua

implementaccedilatildeo por meio da capacidade de sobrevivecircncia no mercado e da

identificaccedilatildeo dos fatores que podem dificultar as possibilidades de ecircxito do mesmo

comprovando-se assim a sua necessidade de execuccedilatildeo

13

11 OBJETIVO GERAL

Avaliar o efeito dos espaccedilamentos de plantio na anaacutelise econocircmica da

produccedilatildeo de madeira de paricaacute

12 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

a) Definir os custos de produccedilatildeo de povoamentos de paricaacute

b) Identificar os custos de produccedilatildeo mais afetados pelos espaccedilamentos

de plantio

c) Avaliar a participaccedilatildeo individual dos custos no processo de

implantaccedilatildeo colheita e transporte e

d) Identificar o espaccedilamento que forneceraacute o maior retorno econocircmico

por meio de indicadores e criteacuterio de avaliaccedilatildeo

14

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

21 PARICAacute

A espeacutecie Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke foi descoberta por

Huber e descrita por Ducke em 1922 sendo vulgarmente conhecida como pinho-

cuiabano paricaacute-da-amazocircnia paricaacute-da-terra-firme (Mato Grosso) paricaacute paricaacute-

grande faveira (Paraacute) canafista canafiacutestula fava-canafiacutestula (Acre) bandarra

(Rondocircnia) guapuruvu-da-amazocircnia (Distrito federal) aleacutem de cereboacute (Boliacutevia)

tambor (Colocircmbia) gavilaacuten (Costa Rica) pachaco (Equador) palo de judiacuteo palo de

picho (Meacutexico) e pashaco (Peru) (CARVALHO 2007)

Ocorre naturalmente em toda regiatildeo amazocircnica principalmente no Mato

Grosso Paraacute Amazonas e Rondocircnia no Brasil aleacutem de outros paiacuteses como Peru

Boliacutevia Colocircmbia e Venezuela (SOUZA et al 2005) Sobrevive em mata primaacuteria e

secundaacuteria de terra firme e vaacuterzea alta notadamente nas formaccedilotildees do tipo floresta

densa e floresta aberta em solos argilosos e altitudes de ateacute 800 metros

(CARVALHO 1994 ROSA 2006a)

A espeacutecie eacute tolerante a solos de baixa fertilidade e adapta-se agrave precipitaccedilatildeo

meacutedia anual de 1600 mm a 5850 mm e temperatura meacutedia de 248 ordmC (CRESPO et

al 1995) Por ser uma espeacutecie essencialmente helioacutefila natildeo tolera baixas

temperaturas (CARVALHO 2007)

211 Descriccedilatildeo botacircnica e anatocircmica do paricaacute

Segundo o sistema de classificaccedilatildeo de Cronquist a espeacutecie Schizolobium

amazonicum pertence agrave famiacutelia Caesalpiniaceae (Leguminosae Caesalpinioideae)

sendo da divisatildeo Magnoliophyta (Angiospermae) da classe Magnoliopsida

(Dicotyledonae) e ordem das Fabales

O paricaacute eacute uma aacutervore deciacutedua que pode atingir 40 m de altura e 100 cm de

DAP (diacircmetro a altura do peito medido a 130 m do solo) na idade adulta

15

(CARVALHO 2007) Seu tronco eacute ciliacutendrico e reto com casca de cor cinza clara

podendo conter sapopemas A madeira eacute macia leve com textura grossa gratilde direita

e irregular cerne creme-avermelhado e alburno creme-claro Tecircm faacutecil

processamento mas baixa durabilidade natural (SOUZA et al 2005)

Rosa (2006a) trabalhando com a botacircnica anatomia e tecnologia de paricaacute

comprovou que ao longo do crescimento vegetativo a espeacutecie pode possuir

caracteriacutesticas dendroloacutegicas diferenciadas em termos de coloraccedilatildeo da casca e do

surgimento de sapopemas

212 Caracteriacutesticas silviculturais do paricaacute

As sementes de paricaacute possuem alto grau germinativo podendo chegar a

90 Isso pode ser comprovado em estudos realizados por Lameira et al (2000)

com a propagaccedilatildeo do paricaacute por meio de sementes submetidas a processos

mecacircnicos fiacutesicos e quiacutemicos de quebra de dormecircncia Nesse estudo foi constatado

que as sementes possuem um percentual de germinaccedilatildeo de 80 a 90

O paricaacute possui entretanto dificuldade em seu manejo por seu elevado teor

de umidade e susceptibilidade ao ataque de microorganismos aleacutem da dormecircncia

tegumentar que necessita de tratamentos preacute-germinativos (ROSA 2006b

CARVALHO 2007)

Para o armazenamento de sementes eacute recomendado um periacuteodo maacuteximo de

12 meses tendo em vista que a partir do oitavo mecircs ocorre reduccedilatildeo na viabilidade

das sementes como pode ser observado no trabalho de Rosa (2006a) sobre a

ecologia e silvicultura do paricaacute

Apoacutes serem retiradas do armazenamento as sementes podem ser plantadas

de duas maneiras colocando-se as sementes para germinar em canteiros

(sementeiras) ou semeando-as diretamente na embalagem plaacutestica Ambas as

opccedilotildees permitem sobrevivecircncia de no miacutenimo 80 das plantas sendo

consideravelmente aceitaacutevel (SOUZA et al 2003)

No que se refere a implantaccedilatildeo de povoamentos uma atenccedilatildeo especial

deve ser direcionada agrave escolha do espaccedilamento a ser utilizado No Estado do Paraacute

diversos espaccedilamentos tem sido adotados (3x3 m 4x4 m 3x4 m 5x4 m 6x4 m)

16

principalmente em plantios mais antigos estando os mais recentes em maior

padronizaccedilatildeo com espaccedilamentos de 4x4 m Isso provavelmente se deve agrave

facilidade de mecanizaccedilatildeo (MARQUES et al 2006) Aleacutem disso estudos vecircm

comprovando que o espaccedilamento 4x4 m eacute mais utilizado pois proporciona a melhor

relaccedilatildeo entre crescimento em altura e diacircmetro das aacutervores (ROSA 2006b)

Em sistemas silviculturais mais adensados ou em plantios puros o paricaacute

tem demonstrado crescimento inicial em altura bastante raacutepido sendo necessaacuterios

desbastes para manter equiliacutebrio adequado entre a retirada de indiviacuteduos de

qualidade inferior doentes ou danificados e a manutenccedilatildeo de espaccedilamento

aproximadamente regular entre as plantas Deve-se ressaltar entretanto que a

espeacutecie eacute bastante suscetiacutevel aos danos causados por ventos fortes principalmente

nos estaacutegios iniciais de desenvolvimento As aacutervores isoladas e plantas da

bordadura satildeo mais propensas a quebras poreacutem estes danos satildeo bastante

reduzidos com a presenccedila de mata ou de relevo ondulado nas proximidades que

possam proteger o povoamento e reduzir esses efeitos do vento (SOUZA et al

2003)

No estudo realizado por Rondon (2002) concluiu-se que ateacute o terceiro ano o

paricaacute eacute altamente vulneraacutevel ao vento principalmente nos espaccedilamentos 4x2 m e

2x2 m Por tal motivo medidas preventivas devem ser tomadas no iniacutecio da

implantaccedilatildeo deixando-se uma faixa de mata nativa em torno do plantio Desta

maneira sob os espaccedilamentos 15x15 m 2x2 m 3x2 m 3x3 m 4x2 m 4x3 m e 4x4

m avaliadas pelo autor os dois uacuteltimos foram os que proporcionaram maiores

crescimentos em altura e diacircmetro

213 Utilizaccedilatildeo do paricaacute

Essa espeacutecie eacute bastante utilizada na produccedilatildeo de lacircminas meacutedias ou parte

interna de compensados caixotaria leve portas e parquete tendo em vista que

pode ser alcanccedilado o rendimento de ateacute 80 de aproveitamento da madeira no

processo de laminaccedilatildeo (MARQUES et al 2006)

17

Ela pode ser utilizada para produccedilatildeo energeacutetica assim como a produccedilatildeo de

papel e celulose por sua facilidade de branqueamento Propriedades medicinais

tambeacutem podem ser encontradas principalmente na casca (CARVALHO 2007)

Carvalho (2007) afirma ainda que esta espeacutecie tem grande potencial para

recuperaccedilatildeo de aacutereas degradadas Por ser uma espeacutecie pioneira o paricaacute tem bom

desenvolvimento na maioria dos solos amazocircnicos contribuindo com

sombreamento o desenvolvimento de espeacutecies cliacutemax que por ventura se

estabeleccedilam na aacuterea

O paricaacute pode ser utilizado ainda para artesanato sendo seu uso mais

comum na fabricaccedilatildeo de brinquedos saltos para calccedilados e aeromodelismo

(SOUZA et al 2003)

22 CRESCIMENTO E PRODUCcedilAtildeO DO PARICAacute

O crescimento e a produccedilatildeo de um povoamento florestal dependem da

idade da capacidade produtiva do grau de utilizaccedilatildeo do potencial produtivo do lugar

e de tratamentos silviculturais (SCOLFORO 2006 CAMPOS LEITE 2009) Esta

relaccedilatildeo pode ser mensurada por meio de modelos de crescimento e produccedilatildeo

mecaniacutesticos ou empiacutericos sendo este uacuteltimo o mais utilizado

Santos (2012) estudando o crescimento e produccedilatildeo de plantios de paricaacute

sob diferentes espaccedilamentos ajustou o modelo logiacutestico para estimar o crescimento

em diacircmetro e volume das aacutervores em cada espaccedilamento em funccedilatildeo da idade O

autor observou efeito significativo do espaccedilamento sobre as variaacuteveis diacircmetro

quadraacutetico e volume em todas as idade evidenciando a dependecircncia entre os

fatores

Neste mesmo estudo foi constatado que a maior diferenccedila entre as meacutedias

do diacircmetro quadraacutetico e o volume foi entre os espaccedilamentos extremos 3x2 m e 5x5

metros Assim o maior crescimento em diacircmetro quadraacutetico foi verificado no espaccedilo

vital com 25 msup2 e o maior crescimento em volume por aacuterea no espaccedilamento de 6msup2

Anteriormente Hoffmann (2009) jaacute havia verificado a influecircncia do diacircmetro

no rendimento da laminaccedilatildeo em que o aumento do diacircmetro promoveu maior

rendimento O mesmo foi observado por Silva et al (2013)

18

23 RENDIMENTO EM LAMINACcedilAtildeO DE PARICAacute

A produccedilatildeo de lacircminas em escala comercial surgiu a partir do seacuteculo XX

sendo impulsionada no Brasil na deacutecada de 30 com o objetivo de confeccionar

madeira compensada que tem como mateacuteria-prima paineacuteis de lacircminas de madeira

Este material eacute submetido a um processo de colagem e prensagem com adesivos

resistentes ou agrave prova drsquoaacutegua tendo muacuteltiplas aplicaccedilotildees na construccedilatildeo civil na

fabricaccedilatildeo de moacuteveis formas para concreto embalagens transporte e aplicaccedilotildees

agriacutecolas (BORDUELLE IWAKIRI MARTINS et al 2006 IWAKIRI PRATA 2008)

A qualidade da laminaccedilatildeo eacute influenciada por caracteriacutesticas da espeacutecie

(densidade da madeira) caracteriacutesticas do fuste (diacircmetro e forma) e gratilde (direccedilatildeo e

inclinaccedilatildeo) e por condiccedilotildees operacionais do equipamento (velocidade de corte

ajuste da geometria da faca e barra de pressatildeo afiaccedilatildeo da faca) sendo que a

automaccedilatildeo dos equipamentos tem resultado em lacircminas de maior qualidade e

produtividade (TSOUMIS 1991)

Esta busca pela qualidade e produtividade tem aumentado o interesse nos

estudos sobre a prognose do crescimento e da produccedilatildeo de povoamentos e do

processo de laminaccedilatildeo Isto ocorre porque as empresas florestais procuram

investimentos soacutelidos devido aos compromissos de longo prazo assumidos

As estimativas da produccedilatildeo de mateacuteria-prima e do rendimento do produto

final contribuem com o planejamento da empresa em relaccedilatildeo a novos investimentos

novos produtos a serem lanccedilados no mercado aleacutem da viabilidade do projeto em

execuccedilatildeo e de futuros investimentos Por isso faz-se necessaacuterio conhecer todo o

processo produtivo do produto com o qual se estaacute trabalhando

A laminaccedilatildeo da madeira pode ser obtida por meio de duas formas

comerciais

a) Lacircminas torneadas ndash obtidas a partir do ldquodesenrolamentordquo de toras grossas

relativamente curtas utilizando torno laminador

b) Lacircminas faqueadas ndash obtidas a partir de cortes planos realizados por

faqueadeira em peccedila de madeira em bloco

Independentemente do meacutetodo de obtenccedilatildeo de lacircminas um dos objetivos da

empresa florestal eacute a busca pelo aumento da produtividade Estas informaccedilotildees satildeo

obtidas por meio do acompanhamento do processo de transformaccedilatildeo das aacutervores

19

em lacircminas e a partir dos valores obtidos subtrai-se o produto final da quantidade

de madeira que iniciou o processo obtendo-se assim o rendimento

Para o paricaacute o rendimento encontrado em estudos realizados por Hoffmann

(2009) foi de aproximadamente 5031 em aacutervores aos 5 anos Jaacute Melo (2012)

alcanccedilou rendimento meacutedio de 59 Este autor afirma ainda que o rendimento em

laminaccedilatildeo pode ser facilmente estimado por meio de variaacuteveis dendromeacutetricas da

tora obtendo-se menores perdas para aacutervores com maiores diacircmetros

O resultado encontrado por Melo (2012) eacute semelhante ao de Bortoletto

Juacutenior e Belini (2002) para outra espeacutecie do mesmo gecircnero Estudando a produccedilatildeo

de lacircminas e compensados de guapuruvu (Schizolobium parayba (Vell) Blake)

proveniente de plantios mistos de espeacutecies nativas estes autores observaram que o

rendimento do processo de laminaccedilatildeo foi de aproximadamente 61 em lacircminas

verdes Isso demonstra que o gecircnero Schizolobium pode conter boas caracteriacutesticas

para laminaccedilatildeo

24 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO

241 Teoria dos custos

Segundo Pinto et al (2008) algumas terminologias devem ser consideradas

na contabilidade de custos

Gasto esforccedilo realizado pela empresa para obtenccedilatildeo de um bem ou serviccedilo

Investimento gasto com bens ou serviccedilos que traratildeo benefiacutecios futuros

Despesa consumo direto ou indireto com bens e serviccedilos com a finalidade

de obtenccedilatildeo de receitas

Perda gasto natildeo intencional decorrente de fatores externos e

Custos gastos acumulados para executar uma atividade fabricar um

produto ou adquirir uma mercadoria

Essas definiccedilotildees podem ser interpretadas como ilustrada na Figura 1

20

Figura 1 Forma esquemaacutetica da distribuiccedilatildeo de gastos Fonte Adaptado de Pinto et al (2008)

Aleacutem das terminologias apresentadas faz-se necessaacuterio definir orccedilamento

anaacutelise de projeto e o caacutelculo do custo de produccedilatildeo uma vez que satildeo peccedilas

fundamentais para o teste de viabilidade econocircmica do projeto

O orccedilamento tem por objetivo a verificaccedilatildeo preacutevia de gastos e a anaacutelise de

projetos objetiva a avaliaccedilatildeo econocircmica de investimentos que seratildeo realizados Jaacute o

caacutelculo do custo de produccedilatildeo por sua vez tem por objetivo quantificar o custo por

unidade produzida sendo este sempre realizado apoacutes o fim do ciclo de produccedilatildeo

O custo por produto encontrado eacute entatildeo comparado com receita obtida com

as vendas do produto e com o montante de capital utilizado na produccedilatildeo a fim de

serem calculados os indicadores econocircmicos para aquela atividade ou seja o custo

de produccedilatildeo de uma empresa eacute determinado pelas condiccedilotildees fiacutesicas de produccedilatildeo

pelo preccedilo dos recursos e pela conduta economicamente eficiente do proprietaacuterio

Custo eacute entatildeo o preccedilo pelo qual se obteacutem um bem (FERGUSON 2003)

O caacutelculo dos custos de produccedilatildeo por sua vez natildeo eacute uma tarefa faacutecil haja

visto que haacute um grande nuacutemero de informaccedilotildees que devem ser administradas para

que se tenha no final do periacuteodo de produccedilatildeo todos os custos referentes agravequela

atividade Por isso o aconselhaacutevel eacute que se faccedila o registro dos gastos

preferencialmente por atividade para facilidade de obtenccedilatildeo dos resultados

Custos

Investimentos

Despesas

PerdasUso para execuccedilatildeo de atividades adquirir mercadorias e fabricar produtos

Gastos que seratildeo usados no futuro para geraccedilatildeo de receita

Gastos que jaacute foram utilizados para geraccedilatildeo de receita

Gastos que natildeo foram usados para geraccedilatildeo de receita

21

242 A importacircncia dos custos

Para Hildebrand (1995) os custos geralmente contribuem para a anaacutelise a

curto meacutedio e longo prazo que geram informaccedilotildees importantes para o planejamento

e mensuraccedilatildeo da eficiecircncia de operaccedilotildees atividades e processos de produccedilatildeo da

empresa a avaliaccedilatildeo de alternativas de investimento novos negoacutecios e novos

sistemas de produccedilatildeo (processos maacutequinas e equipamentos entre outros)

O setor florestal trabalha geralmente a longo prazo que eacute um horizonte de

planejamento em que a curva de custo de produccedilatildeo corresponde agrave despesa com a

aquisiccedilatildeo dos fatores ao longo do caminho de expansatildeo Isto significa que para cada

niacutevel de produccedilatildeo existiraacute uma combinaccedilatildeo dos fatores variaacuteveis de miacutenimo custo

que junto com os fatores fixos permite a produccedilatildeo de determinada quantidade

(SIMONSEN1971 FERGUSON 2003) A ausecircncia do conhecimento sobre custos

provavelmente levaraacute a maacute aplicaccedilatildeo do capital de giro menor lucro menor

rentabilidade ameaccedilas a estabilidade econocircmica financeira e ao crescimento da

empresa (FERREIRA 2007)

243 Classificaccedilatildeo dos custos

Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo vaacuterios meacutetodos satildeo encontrados na

literatura sendo selecionado o modelo a partir da caracteriacutestica do produto ou do

modelo de produccedilatildeo que estaacute sendo analisado Em funccedilatildeo disso o Instituto de

Economia Agriacutecola ndash IEA oacutergatildeo vinculado agrave Secretaria de Agricultura e

Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo desenvolveu uma metodologia para o setor

agriacutecola designado Meacutetodo do Custo Operacional

Na metodologia do custo operacional se incluem apenas as despesas

efetivamente desembolsadas pelo produtor mais a depreciaccedilatildeo de maacutequinas e

benfeitorias e o custo estimado da matildeo-de-obra familiar Assim a remuneraccedilatildeo de

todos os outros fatores de produccedilatildeo natildeo incluiacutedos fica a cargo do resiacuteduo ou seja a

diferenccedila entre o custo operacional e o valor de venda do produto (MATSUNAGA et

al 1976)

22

O esquema da estrutura do custo de produccedilatildeo utilizada pelo IEA pode ser

visualizado a seguir

Figura 2 Estrutura dos custos de produccedilatildeo utilizada pelo IEA Fonte Nachiluk e Oliveira (2012) sup1 Contribuiccedilatildeo de Seguridade Social Rural

244 Componentes do custo

Os custos podem ser denominados custos expliacutecitos e impliacutecitos Os

desembolsos realizados satildeo denominados custos expliacutecitos segundo Pindyck e

Rubinfeld (1994) os quais abrangem remuneraccedilotildees de matildeo de obra salaacuterios e

custos de materiais e locaccedilatildeo de propriedades aleacutem do custo de oportunidade Eles

satildeo importantes pois envolvem pagamentos diretamente feitos pela empresa a

outras empresas e pessoas com as quais faz negoacutecios

Jaacute os custos impliacutecitos natildeo satildeo diretamente desembolsados no processo de

produccedilatildeo mas natildeo podem deixar de ser considerados uma vez que se constituem

de fato em dispecircndios Sua mensuraccedilatildeo se daacute de maneira indireta por meio da

atribuiccedilatildeo de valores que deveratildeo representar o custo de oportunidade de seu uso

Nesta categoria enquadram-se os gastos com depreciaccedilatildeo de benfeitorias

instalaccedilotildees maacutequinas e implementos agriacutecolas e remuneraccedilatildeo do capital fixo e da

terra (CONAB 2010)

Custo operacional

Custo operacional efetivo (COE)

Despesas com operaccedilotildees

Pagamentos de salaacuterios

Gastos com maacutequinas equipamentos e

implementos

Despesas com materiais

Sementes fertilizantes corretivos defensivos

sacarias etc

Encargos sociais

Custo operacional total (COT)

Depreciaccedilatildeo com maacutequinas juros de custeio e CSSRsup1

23

A classificaccedilatildeo proposta pelo IEA compreende elementos diferenciados

poreacutem de faacutecil interpretaccedilatildeo e mais adequado agrave tomada de decisotildees Assim

segundo Matsunaga et al (1976) essa classificaccedilatildeo eacute composta dos seguintes

custos

a) Custo Operacional Efetivo ndash COE

O custo operacional efetivo envolve todos os custos expliacutecitos ou seja o

custo de todos os recursos de produccedilatildeo que exigem desembolso por parte da

empresa para sua recomposiccedilatildeo excluindo-se a matildeo-de-obra familiar

Assim mesmo que determinado produto tenha sido adquirido no periacuteodo

anterior por exemplo deveraacute ser contabilizado aqui pois em algum momento houve

o desembolso para a compra do mesmo Nesse caso eacute importante que seja utilizado

o preccedilo de mercado atual e natildeo o valor pago anteriormente devido ao custo de

oportunidade

b) Custo Operacional Total ndash COT

O custo operacional total envolve a soma do COE o valor da matildeo-de-obra

familiar e as depreciaccedilotildees que equivalem a apenas uma parte dos custos fixos

b1) Depreciaccedilatildeo

A depreciaccedilatildeo corresponde ao custo indireto exigido para acumular fundos

para substituiccedilatildeo do capital investido em bens produtivos de longa duraccedilatildeo

inutilizados pela idade uso e obsolescecircncia

b2) Valor da Matildeo-de-obra Familiar

Este valor deve ser definido considerando-se o custo de oportunidade ou

seja quanto o produtor ganharia se estivesse trabalhando em outra atividade

Considerando-se eacute claro o mesmo niacutevel teacutecnico para desenvolvimento das duas

atividades

24

c) Custo Total ndash CT

Custo total nada mais eacute que a soma do COT com o valor da remuneraccedilatildeo do

capital imobilizado com a atividade

Todo o capital investido na empresa tem custo de oportunidade uma vez

que seu uso na empresa implica deixar de empregaacute-lo noutra atividade alternativa

Por definiccedilatildeo o retorno potencial desse capital na melhor alternativa possiacutevel de

utilizaccedilatildeo forneceria a medida desse custo de oportunidade Como essa estimativa

nem sempre eacute faacutecil eacute expediente comum estimar o custo de oportunidade a partir do

retorno que o capital teria se em vez de aplicado na empresa fosse investido no

mercado financeiro como por exemplo na caderneta de poupanccedila

245 Iacutendices econocircmicos

Os iacutendices econocircmicos apresentados pelo IEA segundo Matsunaga et al

(1976) satildeo

2451 Renda Bruta (RB)

A renda bruta vem a ser o valor da produccedilatildeo ou seja tudo que eacute produzido

vezes o preccedilo do produto

Embora a Renda Bruta permita saber o quanto eacute recebido pelo produto

produzido ela natildeo diz o quanto desse valor iraacute sobrar Isso porque eacute preciso retirar o

custo de produccedilatildeo Sendo assim eacute necessaacuterio que se faccedila a anaacutelise de

rentabilidade da atividade

2452 Margem Bruta (MB)

Eacute calculada pela subtraccedilatildeo do custo operacional efetivo da renda bruta ou

seja eacute a retirada de todos os custos ocorridos sendo mais produtiva agrave medida que

resulta em valores positivos

25

2453 Margem Liacutequida (ML)

Eacute calculada pela subtraccedilatildeo do custo operacional total da renda bruta sendo

um indicativo de lucratividade Comparando-se duas empresas de igual atividade

aquela que tem maior Margem Liacutequida eacute a que possui melhor rentabilidade no

negoacutecio incluindo-se aiacute a questatildeo operacional financeira e extra-operacional

Isso quer dizer que se a ML for positiva todos os desembolsos estatildeo sendo

pagos aleacutem da depreciaccedilatildeo e a matildeo-de-obra familiar Caso contraacuterio a depreciaccedilatildeo

eou a matildeo-de-obra natildeo estatildeo sendo efetivamente pagas e a empresa estaacute se

descapitalizando

2454 Lucro (L)

O lucro vem a ser o resultado da subtraccedilatildeo da renda bruta gerada pela

venda dos produtos no mercado menos o custo total de produccedilatildeo incorrido na sua

geraccedilatildeo Simplificadamente nada mais eacute do que o resultado positivo deduzido das

vendas os custos e despesas

2455 Lucratividade (Luc)

Eacute a relaccedilatildeo do valor do lucro com o montante de vendas ou seja divide-se o

valor do lucro pela quantidade vendida (renda bruta)

2456 Iacutendice de Rentabilidade (IR)

Eacute uma medida do retorno de um investimento Calcula-se dividindo o lucro

obtido (margem liacutequida) pelo valor do investimento inicial (capital empatado) Pode-

se dizer que a rentabilidade eacute a quantidade de dinheiro que o investidor ganha para

cada quantia investida

26

246 Custos na empresa florestal

Nas empresas em geral os custos satildeo classificados em funccedilatildeo de suas

necessidades de informaccedilotildees Geralmente eles satildeo divididos por operaccedilotildees ou

setores da atividade como viveiro plantaccedilotildees tratos culturais exploraccedilatildeo florestal

atividades especiais (coleta de sementes entre outros) implantaccedilatildeo de infra-

estrutura e administraccedilatildeo (BREPOHL 1980)

Em termos econocircmicos os componentes do custo satildeo agrupados de

acordo com sua funccedilatildeo no processo produtivo nas categorias de custos variaacuteveis

custos fixos custo operacional e custo total (CONAB 2010)

Na determinaccedilatildeo da idade oacutetima de corte de povoamentos florestais eacute

necessaacuterio estudar caso a caso cada componente dos custos e das receitas

envolvidas no processo de produccedilatildeo da madeira Tudo isso pelo fato do setor

florestal conter operaccedilotildees de longo prazo Por tal motivo a anaacutelise de custos pode

ter dois enfoques a anaacutelise ex-ante ou seja antes das operaccedilotildees ocorrerem e ex-

post apoacutes terem ocorrido (GRACcedilA et al 2000)

Entre os custos analisados deve-se considerar tambeacutem a depreciaccedilatildeo que

segundo Hildebrand (1995) pode ser definida como a diminuiccedilatildeo do valor dos bens

ativos resultante do desgaste pelo uso accedilatildeo da natureza ou por obsolescecircncia

teacutecnica Assim com o tempo para tornar possiacutevel a reposiccedilatildeo do equipamento eacute

necessaacuterio acumular periodicamente uma reserva em um fundo que permitiraacute no

fim de um periacuteodo a aquisiccedilatildeo de um novo equipamento

Baseados nas necessidades do setor florestal vaacuterios estudos sobre a

viabilidade econocircmica de plantios vem sendo desenvolvidos para as mais variadas

espeacutecies arboacutereas como os obtidos por Souza et al (2003) e o Centro de Pesquisa

do Paricaacute ndash CPP Deve-se ressaltar no entanto a afirmaccedilatildeo feita por Marques et al

(2006) em que os autores concluiacuteram que o custo meacutedio para implantaccedilatildeo e

conduccedilatildeo dos povoamentos podem variar conforme a regiatildeo as teacutecnicas de preparo

de solo os tratos silviculturais adotados entre outros

27

25 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DE PROJETOS FLORESTAIS

Do ponto de vista teacutecnico Oliveira e Rezende (2004) afirmam que dois ou

mais projetos podem ser compatiacuteveis quando a execuccedilatildeo de um natildeo afeta a

implementaccedilatildeo do outro ou incompatiacuteveis em caso contraacuterio Jaacute do ponto de vista

econocircmico eles podem ser dependentes quando haacute uma relaccedilatildeo de rentabilidade

entre ambos ou independentes quando nenhum eacute afetado

Estas informaccedilotildees satildeo importantes para o bom planejamento das atividades

florestais uma vez que o investimento em um projeto deve ser baseado em um

horizonte de planejamento na maioria das vezes de longo prazo podendo variar de

finito como no caso de um plantio florestal ou infinito em um manejo sustentado de

floresta nativa (CHICHORRO et al 2010)

Para realizar a anaacutelise econocircmica eacute importante considerar a vida econocircmica

do projeto Ela corresponde ao tempo que ele produziraacute lucro a vida fiacutesica de

maacutequinas e construccedilotildees o periacuteodo de anaacutelise onde se consideram os efeitos do

projeto Aleacutem do horizonte de construccedilatildeo relacionado agrave demanda do produto e o

horizonte de dados que se refere ao periacuteodo de tempo em que eacute possiacutevel prever o

fluxo de caixa (REZENDE OLIVEIRA 2001)

A avaliaccedilatildeo econocircmica ou financeira de projetos baseia-se entatildeo no fluxo

de caixa que consiste nos custos e nas receitas distribuiacutedos ao longo da vida uacutetil do

empreendimento Os meacutetodos mais recomendados para avaliaccedilatildeo econocircmica de

projetos florestais satildeo (REZENDE OLIVEIRA 2001) valor presente liacutequido (VPL)

taxa Interna de Retorno (TIR) custo (ou Benefiacutecio) Perioacutedico Equivalente (CPE ou

BPE) custo Meacutedio de Produccedilatildeo (CMPr) razatildeo Benefiacutecio (receita)Custo (BC) e

tempo de Recuperaccedilatildeo do Capital

28

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE PRODUTORES DE FLORESTAS PLANTADAS ndash ABRAF ANUAacuteRIO estatiacutestico da ABRAF Brasiacutelia ABRAF 2012 Disponiacutevel em lthttpwwwabraflororgbrestatisticasABRAF12-BRaspgt Acesso em 28 jul 2013 BORTOLETTO JUacuteNIOR G BELINI U L Produccedilatildeo de lacircminas e manufatura de compensados a partir da madeira de guapuruvu (Schizolobium parayba Blake) proveniente de um plantio misto de espeacutecies nativas Cerne v8 n2 p001-016 2002 BORDUELLE G M IWAKIRI S MARTINS D Fatores que influenciam no rendimento em laminaccedilatildeo de Pinus spp Floresta e Ambiente v12 n2 p 35 - 41 NovDez2006 BREPOHL D Custos em empreendimentos florestais Curitiba FUPEF nov 1980 18p (seacuterie teacutecnica n4) CAMPOS J C C LEITE H G Mensuraccedilatildeo florestal perguntas e respostas 3 ed Viccedilosa UFV 2009 548 p CARVALHO P E R Espeacutecies florestais brasileiras recomendaccedilotildees silviculturais potencialidades e uso da madeira Colombo Embrapa Florestas 1994 640p CARVALHO P E R Paricaacute (Schizolobium amazonicum) Colombo Embrapa Florestas 2007 8p (Circular Teacutecnica 142) CHICHORRO J F BAUER M O ANDRADE W S SILVA G F SANTOS F R SILVA J L NOGUEIRA M A Avaliaccedilatildeo econocircmica de projetos florestais In CHICHORRO J F BAUER M O GARCIA G O CALDEIRA M V W Toacutepicos especiais em ciecircncias florestais 1 ed Visconde do Rio Branco Suprema 2010 v 1 p 231-260 COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO ndash CONAB Custo de produccedilatildeo agriacutecola a metodologia da Conab Brasiacutelia Conab 2010 60p CORTELETTI R B Anaacutelise de tronco aplicada agrave avaliaccedilatildeo de crescimento de aacutervores de paricaacute 2013 (82f) Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) ndashUniversidade Federal do Espiacuterito Santo Jerocircnimo Monteiro ES 2013 CRESPO T R MINNICK G VARGAS J Evaluacioacuten de algunas leguminosas en el troacutepico de Cochabamba Bolivia In EVANS D O SZOTT L T (ed) Nitrogen fixing trees for acid soils proceedings of a workshop Morrilton NFTA Winroch International 1995 p 103-112 FERGUSON C E Microeconomia 20 ed Rio de Janeiro Forense Universitaacuteria 2003 610p FERREIRA J A Custos industriais uma ecircnfase gerencial Satildeo Paulo STS 2007 172p

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30

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31

CAPIacuteTULO 1

CUSTOS DA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA DE PARICAacute

RESUMO

O setor de florestas plantadas brasileiro vem perdendo espaccedilo no mercado

internacional pelo alto custo necessaacuterio agrave produccedilatildeo Por isso haacute a necessidade

de se investigar quais os custos mais onerosos do processo produtivo para

entatildeo se montar uma estrateacutegia de reduccedilatildeo de custos a fim de tornar o

reflorestamento novamente competitivo no mercado Deste modo objetivou-se

no trabalho estimar a produccedilatildeo de paricaacute (Schizolobium amazonicum) aos 5 6

e 7 anos em trecircs classes de produtividade e em cinco espaccedilamentos de

plantio identificando os principais custos de produccedilatildeo aleacutem dos mais afetados

pelos espaccedilamentos de plantio na regiatildeo de Paragominas PA A estimativa de

volume foi obtida segundo metodologia proposta por Silva et al (2013) e os

custos de produccedilatildeo desde as atividades de preparo da aacuterea ateacute a colheita e

transporte foram disponibilizados por produtores rurais e empresaacuterios da

regiatildeo Posteriormente fez-se a anaacutelise dos custos por meio da metodologia do

custo operacional em que se considera apenas as despesas efetivamente

desembolsadas pelo agricultor somadas agrave depreciaccedilatildeo e matildeo-de-obra familiar

Assim inferiu-se que o espaccedilamento 3x2 m foi superior em volume diante dos

outros espaccedilamentos analisados Em relaccedilatildeo agrave analise de custos o custo

operacional efetivo representou em meacutedia 65 dos custos totais de produccedilatildeo

sendo o transporte o custo individual mais expressivo em todos os

espaccedilamentos analisados Jaacute a manutenccedilatildeo foi o conjunto de atividades mais

significativo nos plantios devido ao nuacutemero e ao longo periacuteodo para sua

execuccedilatildeo Os custos totais de produccedilatildeo foram superiores em espaccedilamentos

menores independentemente da remuneraccedilatildeo ou natildeo pelo uso dos capitais

permanente e circulante

Palavras-chave Custo operacional efetivo espaccedilamento idade

produtividade

32

CHAPTER 1

PRODUCTION COST PARICAacute

ABSTRACT

The planted forest sector in Brazil has been losing ground in the international

market by the high cost needed for production Therefore there is a need to

investigate what the most expensive costs of the production process to then

build a strategy to reduce costs in order to become competitive again

reforestation in the market Thus the aim of the study was to estimate the

production of paricaacute (Schizolobium amazonicum) at 5 6 and 7 years in three

productivity classes and five planting space identifying the major costs of

production and those most affected by planting space in the region of

Paragominas PA The volume estimate was obtained according to the

methodology proposed by Silva et al (2013) and production costs since the

activities of preparation of the area to harvest and transport were provided by

farmers and entrepreneurs in the region Subsequently made to cost analysis

using the methodology of the operating cost which considers only the expenses

actually disbursed by the farmer together with the depreciation and labor

family labor Thus it was inferred that the spacing 3x2 m was higher by volume

on the other spacings analyzed Regarding the analysis of costs the effective

operating cost represented on average 65 of total production costs and

transport the most significant single cost in all spacings analyzed Have

maintenance was the most significant set of activities in plantations due to the

number and the time period for its implementation The total production costs

were higher in the smaller spacing regardless of whether or not for the use of

permanent and circulating capital

Keywords Effective operational cost spacing age productivity

33

1 INTRODUCcedilAtildeO

A crescente dificuldade em se obter madeira de florestas nativas tem

motivado empresaacuterios agrave praacutetica do reflorestamento Nesses plantios vaacuterias

espeacutecies tecircm sido utilizadas sendo o paricaacute a espeacutecie nativa de maior

expressatildeo na regiatildeo norte do paiacutes principalmente no estado do Paraacute

Segundo a ABRAF (2013) em 2012 foram plantados 87901 hectares

de paricaacute nos estados do Paraacute Tocantins e Maranhatildeo O aumento da aacuterea de

plantio nos uacuteltimos anos eacute justificado pela boa aceitaccedilatildeo desta espeacutecie no

mercado madeireiro devido aos seus variados fins como a produccedilatildeo de

lacircmina e compensado forros palitos papel moacuteveis aleacutem de peccedilas de

acabamentos e molduras

A falta de informaccedilotildees silviculturais no entanto tecircm inviabilizado a

expansatildeo de novos plantios em outras regiotildees do paiacutes Natildeo se tecircm estudos

suficientes para comprovar o melhor meacutetodo de implantaccedilatildeo desta cultura no

que se refere ao espaccedilamento a ser utilizado para maior produccedilatildeo de madeira

Este tipo de deficiecircncia pode implicar no emprego de teacutecnicas silviculturais

equivocadas que inviabiliza economicamente o cultivo reduzindo

consequentemente o interesse comercial pela espeacutecie

Os custos de produccedilatildeo devem entatildeo ser analisados para se testar a

viabilidade econocircmica dos projetos que estatildeo sendo implantados haja vista

que poucos satildeo os estudos que se referem ao monocultivo do paricaacute A

obtenccedilatildeo destes custos eacute fundamental pois eles compotildeem um ferramental de

controle e gerenciamento das atividades produtivas e de geraccedilatildeo de

importantes informaccedilotildees para auxiliar as tomadas de decisotildees pelos

produtores rurais (CONAB 2010)

Para se atestar a viabilidade econocircmica de um projeto florestal natildeo se

deve avaliar somente a espeacutecie a ser implantada mais agraves condiccedilotildees de

mercado atuais e futuras para comercializaccedilatildeo do produto Eacute notaacutevel a

importacircncia econocircmica e socioambiental do setor de florestas plantadas para o

Brasil por isso deve-se investir em conhecimento e tecnologia sobre as

espeacutecies cultivadas haja visto que o ambiente de negoacutecio para o

34

desenvolvimento desta atividade vem passando por dificuldades nos uacuteltimos

anos

A competitividade dos produtos florestais estaacute se deteriorando frente

aos seus principais concorrentes internacionais uma vez que o aumento

generalizado dos custos de produccedilatildeo de madeira no Brasil estaacute reduzindo

significativamente a rentabilidade da induacutestria integrada de base florestal e dos

produtores independentes de plantios florestais (ABRAF 2013) Comprova-se

assim a necessidade de estudos referentes aos custos de produccedilatildeo

Haacute alguns anos a importacircncia dos custos na produccedilatildeo agriacutecola e as

dificuldades de sua obtenccedilatildeo estimularam o Instituto de Economia Agriacutecola

oacutegatildeo vinculado agrave Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de Satildeo

Paulo a efetuar estimativas de custo de produccedilatildeo de diversas exploraccedilotildees

agriacutecolas por meio da metodologia designada custo operacional Neste

meacutetodo se incluem apenas as despesas efetivamente desembolsadas pelo

agricultor somadas agrave depreciaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos e matildeo-de-

obra familiar A remuneraccedilatildeo devida a todos os outros fatores de produccedilatildeo eacute

de responsabilidade do resiacuteduo ou seja a diferenccedila entre o custo operacional

e o valor de venda (MATSUNAGA et al 1976 CONAB 2010)

O ecircxito nas estimativas de custos de produccedilatildeo agriacutecola vem

estimulando pesquisadores da aacuterea florestal a utilizarem esta metodologia

tambeacutem para culturas florestais principalmente neste momento em que o

Brasil depende de medidas estruturais que promovam a reduccedilatildeo dos custos de

produccedilatildeo e incentivem o investimento para retomada da competitividade dos

produtos nacionais de base florestal no mercado internacional Por tal motivo

objetivou-se neste trabalho identificar os principais custos de produccedilatildeo bem

como o efeito dos diferentes espaccedilamentos sobre estes custos

35

2 MATERIAL E MEacuteTODOS

21 AacuteREA EM ESTUDO

Os dados utilizados neste estudo foram originaacuterios de povoamentos

homogecircneos de paricaacute (Schizolobium amazonicum) plantados sob os

espaccedilamentos 3x2 3x3 3x4 4x4 e 5x5 m localizados entre os municiacutepios de

Dom Elizeu e Paragominas Estado do Paraacute (Figura 1)

Figura 1 Localizaccedilatildeo dos municiacutepios de Dom Eliseu e Paragominas PA

O municiacutepio de Paragominas estaacute localizado no nordeste paraense

possuindo aproximadamente 20000 km2 de aacuterea territorial com 90 m de

altitude O solo caracteriacutestico da aacuterea eacute o Latossolo amarelo com vegetaccedilatildeo

originaacuteria representada pela floresta densa sendo encontradas extensas aacutereas

de mata secundaacuteria (capoeira nos seus diversos estaacutegios de desenvolvimento)

devido aos constantes desmatamentos provocados principalmente pelo

avanccedilo da agropecuaacuteria na regiatildeo (IBGE 2013a PREFEITURA MUNICIPAL

DE PARAGOMINAS 2013)

Segundo o IBGE (2013a) o clima do municiacutepio eacute do tipo mesoteacutermico e

uacutemido A temperatura meacutedia anual eacute elevada em torno de 25degC e seu regime

pluviomeacutetrico fica geralmente entre 2250 mm e 2500 mm anuais

36

O municiacutepio de Dom Eliseu pertence agrave microrregiatildeo de Paragominas

possui 5268815 kmsup2 e estaacute localizado nas coordenadas 04deg17rsquo06rdquo Sul e

47deg30rsquo18rdquo Oeste a 180 metros de altitude Ele eacute um dos municiacutepios da

chamada ldquoFronteira agriacutecola amazocircnicardquo maior produtora de commodities

agriacutecolas da porccedilatildeo norte do paiacutes e grande produtora de paricaacute (IBGE 2013b

PREFEITURA MUNICIPAL DE DOM ELISEU 2013)

22 ESTIMATIVA DA PRODUCcedilAtildeO

Foram inventariados povoamentos de paricaacute anualmente ateacute o quinto

ano sendo analisadas trecircs classes de produtividade em cada espaccedilamento

sendo elas Baixa (17 - 19 m) Meacutedia (19 ndash 21 m) e Alta (21 - 24 m)

Posteriormente empregando-se o modelo de crescimento e produccedilatildeo proposto

por Silva et al (2013) os volumes comercial e de lacircminas foram estimados

para diferentes espaccedilamentos e qualidades de local nas idades de 5 6 e 7

anos conforme o esquema apresentado na Figura 2

Figura 2 Esquema para obtenccedilatildeo dos volumes comercial e de lacircminas em povoamentos de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA

A partir dos dados de inventaacuterio estimou-se a produccedilatildeo em volume

comercial e de lacircminas por meio da metodologia proposta por Silva et al

(2013) Assim a partir de informaccedilotildees sobre as variaacuteveis aacuterea basal por

hectare (GHA) iacutendice de siacutetio (SI) altura dominante (HD) considerada como a

altura meacutedia das 100 aacutervores mais altas do povoamento (Hart) e nuacutemero de

aacutervores por hectare (NHA) na idade de cinco anos pode-se projetar a produccedilatildeo

para as idades em anaacutelise

Espaccedilamentos (m)

bull3x2

bull3x3

bull4x3

bull4x4

bull5x5

Classes de produtividade

(m)

bullBaixa

bullMeacutedia

bullAlta

Idades

(anos)

bull5

bull6

bull7

Volume comercial

Volume de lacircminas

37

A estimativa da HD na idade i foi obtida por meio da equaccedilatildeo 1

119878119868 =

119867119863119894 (1 + 119890119909119901 ((182404 minus 119860119894)

043105frasl ))

1 + 119890119909119901 ((182404 minus 119860119894119899119889

043105frasl ))

Eq 1

Em que

119890119909119901 = base de logaritmo neperiano

119867119863119894 = altura dominante na idade i

119860119894 = i-eacutesima idade (i = 5 6 7) e

119860119894119899119889 = idade iacutendice (5 anos)

Para estimativa do nuacutemero de aacutervores por hectare na idade futura

utilizou-se a equaccedilatildeo 2

1198731198671198602 = 1198731198671198601 minus ((119860119877119864119860

1198671198631)

minus20848

(119860220356 minus 1198601

20356)) Eq 2

Em que

1198731198671198602 = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade futura

1198731198671198601 = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade corrente

119860119877119864119860 = aacuterea meacutedia ocupada por cada planta no plantio

1198671198631 = altura dominante na idade corrente

1198601 = idade corrente e

1198602 = idade futura

A aacuterea basal por hectare foi estimada por meio da equaccedilatildeo 3

119866119867119860119894 = 000523119867119863119894145720119873119867119860053967

119894 Eq 3

Em que

NHAi = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade i

38

Apoacutes a obtenccedilatildeo de todas as variaacuteveis os volumes comercial e de

lacircminas foram estimados pelas equaccedilotildees 4 e 5

119881119879119867119860119894 = 122839119866119867119860119894093941119867119863119894

071858 Eq 4

119881119862119867119860119894 = 003388119866119867119860119894069131119867119863119894

183907 Eq 5

Em que

119881119879119867119860119894 = volume comercial por hectare e

119881119862119867119860119894 = volume de lacircminas por hectare

23 DESCRICcedilAtildeO DAS ATIVIDADES

Por se tratarem de aacutereas anteriormente ocupadas por pastagem fez-se

necessaacuterio o combate agrave formigas e limpeza da aacuterea manualmente e com

auxiacutelio de trator a fim de retirar do local galhos tocos e raiacutezes que por ventura

atrapalhassem o processo de mecanizaccedilatildeo

Para todas as aacutereas de plantio fez-se a anaacutelise de solo verificando-se

a necessidade de correccedilatildeo com uma tonelada de calcaacuterio dolomiacutetico por

hectare Assim foi realizada a calagem precedida da gradagem com auxiacutelio da

terceirizaccedilatildeo de tratores agriacutecolas

Apoacutes o preparo do solo iniciou-se o processo de alinhamento

marcaccedilatildeo e coveamento respeitando o espaccedilamento preacute-determinado para

cada local considerando que uma pessoa consegue abrir 500 covasdia

Posteriormente foram acrescentados 100g de NPK (6-30-6) por cova antes do

plantio das mudas de paricaacute Adubaccedilotildees de cobertura e um ano apoacutes o plantio

tambeacutem ocorreram com o objetivo de aumentar o iacutendice de sobrevivecircncia agraves

plantas

Como no campo eacute difiacutecil controlar os fatores bioacuteticos e abioacuteticos a

mortalidade de plantas eacute inevitaacutevel por isso foi observada a necessidade de

39

replantio de 5 das mudas logo no primeiro ano segundo informaccedilotildees

disponibilizadas pela empresa

A manutenccedilatildeo relativa agrave limpeza dos plantios se deu pelo coroamento

das mudas aplicaccedilatildeo de herbicida manualmente e roccedilada mecacircnica do

primeiro ao terceiro ano Desta forma natildeo houve competiccedilatildeo com plantas

invasoras que poderiam inibir o crescimento das mudas Assim devido ao

ambiente favoraacutevel e as condiccedilotildees propiacutecias de crescimento e produccedilatildeo foi

possiacutevel extrair a madeira para laminaccedilatildeo no quinto ano apoacutes a implantaccedilatildeo

A colheita foi realizada de forma semi-mecanizada (motosserra)

seguida do baldeio e carregamento ateacute a beira da estrada O transporte ateacute a

induacutestria de beneficiamento foi realizado por caminhatildeo tipo bitrem com

capacidade para 44000 kg ao preccedilo meacutedio de R$59192 por viagem

O valor da matildeo-de-obra familiar foi considerado como o custo de

administraccedilatildeo ou seja quando o proprietaacuterio presta serviccedilos na proacutepria

empresa Assim a remuneraccedilatildeo paga pelo custo de administraccedilatildeo foi

equivalente a 10 dos custos efetivamente desembolsados pela empresa

Em relaccedilatildeo agraves aacutereas onde os plantios foram realizados estas jaacute

pertenciam a empresa Laminit por isso natildeo houve a necessidade de aquisiccedilatildeo

ou arrendamento do terreno Poreacutem considerou-se o custo de oportunidade

ou seja a remuneraccedilatildeo do capital investido (permanente e circulante) por meio

do caacutelculo da parcela sobre o bem adquirido e utilizado na produccedilatildeo e inclusa

no custo fixo da produccedilatildeo Logo o investimento do produtor foi remunerado agrave

taxa de 6 ao ano como se fosse aplicado o capital em outro investimento

alternativo conforme recomendaccedilotildees da CONAB (2010)

24 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS

Para anaacutelise dos custos de produccedilatildeo florestal foi necessaacuteria a coleta de

dados anuais de todas as despesas e receitas contraiacutedas em cada

espaccedilamento durante o periacuteodo entre 2006 e 2013 O esquema da disposiccedilatildeo

dos gastos na planilha de custo pode ser observado na Tabela 1

40

Tabela 1 Distribuiccedilatildeo dos gastos efetuados para implantaccedilatildeo de povoamentos de paricaacute

Descriccedilatildeo Un R$un

Quantidade utilizada

Espaccedilamento (m)

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

Preparo da aacuterea

Anaacutelise de solo un 3450 1 1 1 1 1

Limpeza manual Diaacuteria 3500 1 1 1 1 1

Limp mecanizada ht 10218 1 1 1 1 1

Gradagem ht 10218 15 15 15 15 15

Calagem ht 6846 05 05 05 05 05

Calcaacuterio ton 8967 1 1 1 1 1

Alinhamento Diaacuteria 3500 2 14 1 08 05

Coveamento Diaacuteria 3500 334 223 167 125 08

Cercamento R$ha 30000 1 1 1 1 1

Constr de estradas R$ha 13390 1 1 1 1 1

Constr de aceiros Diaacuteria 3500 4 4 4 4 4

Adubaccedilatildeo

Adubo Kg 123 5001 3336 2502 1875 120

Adubaccedilatildeo Diaacuteria 3667 45 3 225 195 106

Plantio

Transp de mudas ht 5000 05 05 05 05 05

Mudas un 038 1751 1168 876 657 420

Plantio e replantio Diaacuteria 3500 4 27 2 15 1

Manutenccedilatildeo

Formicida Kg 674 125 10 83 695 551

Aplic de formicida Diaacuteria 3703 893 748 651 578 525

Transp de insumos ht 4233 2 2 2 2 2

Coroamento Diaacuteria 3761 67 45 35 25 16

Roccedilada ht 5602 4 5 6 7 85

Herbicida L 1732 8 9 10 105 12

Aplic de herbicida Diaacuteria 3761 4 45 5 55 6

Manutenccedilatildeo de aceiro Diaacuteria

3744 6 6 6 6 6

Manut de estrada ht 8699 469 469 469 469 469

Materiais - 6892 8 8 8 8 8

Encargos - 8185 7 7 7 7 7

Colheita e Transporte

Corte e toragem msup3 215 1844 1744 1524 1341 11705

Baldeio msup3 096 1844 1744 1524 1341 11705

Carregamento msup3 097 1844 1744 1524 1341 11705

Transporte msup3 659 1844 1744 1524 1341 11705 Valores deflacionados e descapitalizados para o ano de 2006 Considerando o volume comercial em classe de produtividade alta (21 - 24 m) com corte aos 6 anos

Os custos envolvidos nas atividades de implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo dos

povoamentos foram disponibilizados por produtores rurais da regiatildeo de

41

Paragominas Tambeacutem foram disponibilizados por empresaacuterios locais os

dados referentes agrave exploraccedilatildeo e transporte da madeira ateacute a empresa

referente a uma distacircncia meacutedia de 80 km

Para comparaccedilatildeo entre os valores incorridos durante periacuteodos

diferentes no tempo fez-se o deflacionamento dos custos para o periacuteodo

inicial (implantaccedilatildeo dos povoamentos) A correccedilatildeo da perda monetaacuteria causada

pela inflaccedilatildeo foi obtida por meio do Iacutendice Geral de Preccedilo ndash Disponibilidade

Interna (IGP ndash DI) o qual eacute responsaacutevel pelo registro da inflaccedilatildeo de preccedilos de

mateacuterias-primas agriacutecolas

Posteriormente os valores deflacionados foram descapitalizados para o

ano 0 (2006) a fim de facilitar a anaacutelise econocircmica A descapitalizaccedilatildeo foi

obtida pela seguinte foacutermula

1198810 =119881119899

(1 + 119894)119899 Eq 6

Em que

1198810 = valor inicial correspondente ao periacuteodo de implantaccedilatildeo do povoamento

(R$)

119881119899 = valor final correspondente ao ano j (R$)

119894 = taxa de juros (6 aa) e

119899 = nuacutemero de periacuteodos (anos)

25 CLASSIFICACcedilAtildeO DOS CUSTOS

Para o caacutelculo dos custos de produccedilatildeo do paricaacute foi adotada a

metodologia descrita pelo Instituto de Economia Agriacutecola (IEA) oacutergatildeo vinculado

agrave Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo Neste

caso foram considerados os custos efetivos de produccedilatildeo ou seja aquele

dinheiro efetivamente desembolsado pelo proprietaacuterio para o pagamento da

mateacuteria-prima produtos ou serviccedilos adquiridos

42

A depreciaccedilatildeo foi aqui desconsiderada pela indisponibilidade de

informaccedilotildees sobre as maacutequinas equipamentos e benfeitorias Assim

considerou-se que todos os maquinaacuterios e equipamentos utilizados para a

implantaccedilatildeo conduccedilatildeo extraccedilatildeo e transporte dos povoamentos foram de

origem terceirizada

Os custos de produccedilatildeo foram entatildeo divididos segundo sua origem

sendo classificados de acordo com a metodologia de custos proposta pelo IEA

a) Custo operacional efetivo (COE) ndash correspondente a todos os custos

expliacutecitos

b) Custo operacional total (COT) ndash correspondente ao somatoacuterio do custo

operacional efetivo e matildeo-de-obra familiar (MO)

c) Custo Total (CT) ndash soma do custo operacional total e do custo de

oportunidade (CO) que eacute a remuneraccedilatildeo do capital circulante e do capital

fixo

As foacutermulas para obtenccedilatildeo do custo operacional total e custo total

encontram-se a seguir

119862119874119879 = 119862119874119864 + 119872119874 Eq 7

119862119879 = 119862119874119879 + 119862119874 Eq 8

43

3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

31 ESTIMATIVA DE VOLUME

A partir das equaccedilotildees ajustadas por Silva et al (2013) para

povoamentos de paricaacute foi possiacutevel estimar o volume comercial e de lacircminas

em trecircs ocasiotildees no tempo e em diferentes classes de produtividade nos cinco

espaccedilamentos de plantio como pode ser observado na Tabela 2

Tabela 2 Volumes comercial (VTHA) e de lacircminas (VCHA) estimados nos diferentes espaccedilamentos de plantio de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA

Idade Espaccedil

(m)

VTHA (msup3ha) VCHA (msup3ha)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 16229 18511 19336 5638 6858 7915

3x3 - 15498 18126 - 6163 7671

3x4 - 13328 15983 - 5476 7009

4x4 7133 13551 14623 2800 5705 6468

5x5 7351 8790 13093 3191 4124 6231

6 a

no

s

3x2 15173 16865 18439 5370 6411 7666

3x3 - 14606 17439 - 5912 7473

3x4 - 12325 15244 - 5188 6787

4x4 7178 11745 13410 2827 5146 6082

5x5 7115 8867 11705 3118 4158 5759

7 a

no

s

3x2 14315 15607 16406 5144 6054 7029

3x3 - 13920 16489 - 5706 7170

3x4 - 11890 14648 - 5052 6590

4x4 7028 11464 13067 2783 5055 5967

5x5 7020 8726 11515 3087 4109 5690

Em que VTHA= volume comercial por hectare VCHA= volume de lacircminas por hectare Espaccedil= espaccedilamento de plantio

A divisatildeo dos povoamentos em classes de produtividade eacute explicada

por Oliveira et al (2008) Segundo os autores a estratificaccedilatildeo realizada por

44

meio de classes de produtividade resulta em estimativas de volume mais

precisas proacuteximo agrave idade de corte Por isso a adoccedilatildeo das trecircs classes

A falta de informaccedilotildees nos espaccedilamentos intermediaacuterios 3x3 e 3x4 m

na classe de produtividade baixa ocorreu pela ausecircncia de povoamentos

nestas condiccedilotildees de siacutetio

A diferenccedila no volume comercial de madeira foi de 323 entre os

espaccedilamentos extremos 3x2 e 5x5 m na classe de produtividade alta sendo

maior o volume nos menores espaccedilamentos Resultados semelhantes foram

encontrados por Macedo et al (2005) com povoamentos de Teca em Minas

Gerais e Hoffmann (2009) em seu trabalho sobre caracterizaccedilatildeo

dendromeacutetrica e rendimento em laminaccedilatildeo de paricaacute na regiatildeo de

Paragominas PA

A diferenccedila no volume tem comportamento exponencial agrave medida em

que se utilizam siacutetios de menor produtividade sendo constatada uma diferenccedila

de 525 e 547 no volume entre os espaccedilamentos extremos nas classes

de produtividade meacutedia e baixa respectivamente Comportamento semelhante

foi observado para o volume de lacircminas de paricaacute Houve diferenccedila crescente

no volume entre os espaccedilamentos extremos sendo menor na classe de

produtividade alta (213)

Aos 6 anos a diferenccedila no volume entre os espaccedilamentos extremos foi

superior agrave idade anterior Na classe de produtividade alta a diferenccedila no

volume comercial foi de 365 Jaacute o volume de lacircminas abrangeu diferenccedila de

249

Nos siacutetios de baixa produtividade o volume comercial de madeira no

espaccedilamento 3x2 m foi 177 menor comparado ao de produtividade alta

Esta porcentagem encontra-se dentro do intervalo indicado por Morales et al

(2010) para povoamentos de pinus Segundo os autores a produtividade do

pinus foi reduzida entre 14 a 36 nos diferentes siacutetios de produccedilatildeo

Nos espaccedilamentos 4x4 e 5x5 m esta diferenccedila foi mais significativa

com aproximadamente 465 e 392 respectivamente Isso se deve entre

outras coisas agrave morte natural das plantas com diacircmetros mais acentuados

tornando mais expressiva a reduccedilatildeo de volume

Comparando a produccedilatildeo de paricaacute em relaccedilatildeo a idade de corte pode

ser observada uma reduccedilatildeo no volume de madeira do quinto para o sexto ano

45

Este comportamento pode ser resultado do autodesbaste caracteriacutestico da

espeacutecie Por se tratar de uma espeacutecie pioneira ela atinge o aacutepice de

incremento na idade meacutedia de 5 anos sendo mais viaacutevel seu corte neste

periacuteodo (CARVALHO 2007)

Balloni e Simotildees (1980) anteriormente jaacute haviam afirmado que a

porcentagem de aacutervores dominadas e mortas cresce com o avanccedilo da idade

sendo mais intenso e precoce nos espaccedilamentos mais apertados Por isso a

idade de corte deve ser definida em funccedilatildeo do ritmo de crescimento

espaccedilamento finalidade da madeira e suas interaccedilotildees

32 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO

O levantamento de custos como citado anteriormente seguiram a

metodologia sugerida pelo Instituto de Economia Agriacutecola ndash IEA sendo

agrupados por atividade

321 Custo operacional efetivo ndash COE

Todas as atividades desde a implantaccedilatildeo ateacute a exploraccedilatildeo dos

povoamentos de paricaacute foram identificadas e os gastos estimados para

obtenccedilatildeo dos custos efetivamente desembolsados pelo produtor sendo que os

custos foram deflacionados e descapitalizados para o ano de 2006 A soma

dos custos das atividades desenvolvidas durante este periacuteodo com corte aos

5 6 e 7 anos podem ser observadas na Tabela 3

Nos povoamentos em estudo os custos de implantaccedilatildeo variaram entre

R$80000 a R$180000 entre os espaccedilamentos extremos sendo menor

quanto menor o nuacutemero de plantas por hectare Este montante representa

entre 18 e 26 do custo total de produccedilatildeo de paricaacute demonstrando sua

importacircncia em relaccedilatildeo agrave outros custos

46

Tabela 3 Custo Operacional Efetivo (COE) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006

Idade Espaccedilamento

(m)

COE do volume comercial (R$ha) COE do volume de lacircminas (R$ha)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 501646 501646 501646 648938 667703 674487

3x3 - 437995 437995 - 586899 608517

3x4 - 408969 408969 - 540219 562057

4x4 388309 388309 388309 468849 521642 530459

5x5 369666 369666 369666 451856 463692 499083

6 a

no

s

3x2 512608 512608 512608 639852 652755 664594

3x3 - 451539 451539 - 574684 595999

3x4 - 423545 423545 - 529527 551493

4x4 404176 404176 404176 471255 505786 518322

5x5 385283 385283 385283 451891 465242 486598

7 a

no

s

3x2 527155 527155 527155 637832 646772 652303

3x3 - 465086 465086 - 573035 590806

3x4 - 436693 436693 - 530595 549673

4x4 416824 416824 416824 477086 507776 518871

5x5 398191 398191 398191 458394 470202 489495

47

O custo no espaccedilamento 5x5 m foi semelhante ao encontrado por Silva

et al (2004) para a implantaccedilatildeo de 1 ha de eucalipto na regiatildeo de Brasiacutelia

quando os valores foram corrigidos para o mesmo periacuteodo demonstrando

semelhanccedila na implantaccedilatildeo das duas culturas

Nos povoamentos analisados natildeo houve diferenccedilas nos custos para

implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo nos plantios com classes de produtividade distintas

os quais objetivavam a produccedilatildeo de volume comercial Em contrapartida

houve o acreacutescimo de gastos a medida em que se reduziu os espaccedilamentos

de plantio ou seja quanto menor a aacuterea ocupada por plantas maiores os

gastos com alinhamento marcaccedilatildeo de covas coveamento plantio e adubaccedilatildeo

Em relaccedilatildeo ao volume de lacircminas ocorreu a distinccedilatildeo dos custos entre

classes de produtividade uma vez que os custos com colheita e transporte

estatildeo relacionados com o volume colhido Assim em classes de produtividade

alta e menor espaccedilamento de plantio o COE foi superior em comparaccedilatildeo aos

outros povoamentos analisados

Como observado aos 5 anos natildeo houve diferenccedila no COE

independente da classe de produtividade nos povoamentos em que satildeo

mensurados o volume comercial de madeira Isso foi reflexo da quantidade de

plantas inseridas no local que no plantio foram invariaacuteveis independente da

qualidade do terreno O mesmo foi notado quando se estimou os custos para

exploraccedilatildeo de madeira aos 7 anos

A reduccedilatildeo no COE da produccedilatildeo de lacircminas com o aumento da idade

de exploraccedilatildeo eacute explicado pela reduccedilatildeo ocorrida no volume de madeira

causado pela mortalidade das plantas como observado no trabalho de Silva et

al (2013) Assim diminuem-se proporcionalmente os custos com colheita

transporte e outras atividades de manutenccedilatildeo

322 Custo operacional total ndash COT

O custo operacional total envolveu o COE e a matildeo-de-obra familiar

considerada aqui como o custo de administraccedilatildeo ou seja os proprietaacuterios dos

48

povoamentos eram os responsaacuteveis pela administraccedilatildeo dos plantios A

participaccedilatildeo do COT pode ser observada na Tabela 4

O custo da matildeo-de-obra foi considerado como um custo operacional

efetivo pois natildeo houve somente um gasto mas um desembolso ou seja uma

saiacuteda de caixa Jaacute a matildeo-de-obra familiar eacute parte do custo de produccedilatildeo pois

consistiu em uma alocaccedilatildeo de recurso produtivo (matildeo-de-obra) para a geraccedilatildeo

do produto (madeira) representando cerca de 10 dos custos de produccedilatildeo

Observando a tabela 4 pode-se notar que o maior custo de

administraccedilatildeo foi obtido para o espaccedilamento 3x2 m quando o objetivo era a

laminaccedilatildeo com custo de aproximadamente R$67450 Jaacute o espaccedilamento 5x5

m com objetivo de venda da floresta em peacute obteve o menor custo com

aproximadamente R$37000 por hectare

Resultados semelhantes foram encontrados para a produccedilatildeo de

madeira aos 6 anos Os menores custos de administraccedilatildeo estatildeo relacionados

aos menores custo de implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo dos povoamentos Aos 6 anos

o custo de administraccedilatildeo no espaccedilamento 5x5 m em classe de produtividade

alta com o objetivo de produccedilatildeo de lacircminas foi de aproximadamente R$48660

e R$38528 quando se objetivou a venda da madeira em peacute

Os custos de administraccedilatildeo tambeacutem foram reduzidos a medida em que

se aumentou o tempo para exploraccedilatildeo dos povoamentos devido a reduccedilatildeo do

volume por hectare sendo outro indicio de que esta espeacutecie deve ser

explorada logo aos 5 anos apoacutes o plantio

49

Tabela 4 Custo Operacional Total (COT) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006

Idade Espaccedilamento

(m)

COT do volume comercial (R$ha) COT do volume de lacircminas (R$ha)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 551811 551811 551811 713832 734473 741936

3x3 - 481795 481795 - 645589 669368

3x4 - 449865 449865 - 594241 618263

4x4 427140 427140 427140 515733 573807 583505

5x5 406633 406633 406633 497042 510062 548991

6 a

no

s

3x2 563869 563869 563869 703837 718031 731053

3x3 - 496693 496693 - 632152 655599

3x4 - 465900 465900 - 582479 606642

4x4 444594 444594 444594 518380 556365 570155

5x5 423812 423812 423812 497080 511767 535258

7 a

no

s

3x2 579871 579871 579871 701615 711449 717534

3x3 - 511595 511595 - 630338 649886

3x4 - 480362 480362 - 583655 604641

4x4 458507 458507 458507 524794 558554 570758

5x5 438010 438010 438010 504233 517223 538444

50

323 Custo total ndash CT

O custo total foi obtido pelo COT acrescido da remuneraccedilatildeo paga ao

capital investido e ao custo da Terra (TABELA 5)

Apoacutes contabilizados todos os custos foi possiacutevel inferir que para o

volume comercial em espaccedilamentos mais adensados o custo total foi 2294

maior do que nos plantios mais espaccedilados independente da classe de

produtividade Jaacute em povoamentos onde o objetivo do plantio era a venda de

lacircminas ocorreu uma variaccedilatildeo nos custos em fator da classe de produtividade

e espaccedilamento de plantio

A venda da madeira aos 6 anos culminou em um acreacutescimo de 67 a

86 em comparaccedilatildeo com os mesmos povoamentos sendo explorados aos 5

anos Para a produccedilatildeo de lacircminas o aumento dos custos foi menos

expressivo No espaccedilamento 3x2 m em classe de produtividade baixa o

aumento foi de 34

A exploraccedilatildeo de povoamentos aos 7 anos foi 1347 a 1596 maior

em relaccedilatildeo a exploraccedilatildeo aos 5 anos e 726 a 801 para 6 anos Estes

nuacutemeros confirmam que os custos tecircm crescido proporcionalmente com o

passar do tempo

Os custos com a remuneraccedilatildeo do capital investido e pelo uso da terra

correspondem em meacutedia a 24 dos custos totais de produccedilatildeo Poreacutem a

maioria dos produtores rurais deixam de contabilizar estes custos por se tratar

do pagamento pelo uso dos bens que ele jaacute possui (capital e terra) resultando

em valores de produccedilatildeo abaixo do que realmente deve ser computado

Comparando a produccedilatildeo de paricaacute e Teca no espaccedilamento 3x2 m

utilizando a mesma metodologia de custos observa-se que o custo total para

cultivo da Teca eacute de aproximadamente R$1080309 valor muito proacuteximo ao

observado para o plantio de paricaacute (SANGUINO 2009)

51

Tabela 5 Custo Total (CT) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006

Idade Espaccedilamento

(m)

CT do volume comercial (R$ha) CT do volume de lacircminas (R$ha)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 730146 730146 730146 917076 940890 949501

3x3 - 649366 649366 - 838341 865776

3x4 - 612527 612527 - 779099 806814

4x4 586308 586308 586308 688522 755523 766713

5x5 562648 562648 562648 666957 681978 726892

6 a

no

s

3x2 782537 782537 782537 949133 966026 981526

3x3 - 702582 702582 - 863811 891718

3x4 - 665930 665930 - 804688 833447

4x4 640572 640572 640572 728395 773606 790019

5x5 615836 615836 615836 703043 720523 748483

7 a

no

s

3x2 843816 843816 843816 99343 100552 101299

3x3 - 759911 759911 - 905837 92986

3x4 - 721528 721528 - 848467 874257

4x4 694669 694669 694669 776132 81762 832618

5x5 669481 669481 669481 750864 766827 792907

52

De maneira geral os custos mais expressivos satildeo referentes agrave manutenccedilatildeo

dos plantios independente do espaccedilamento adotado (Figura 3) Isso eacute

consequecircncia do maior nuacutemero de atividades desenvolvidas durante este periacuteodo

que variam desde o controle de formigas agrave manutenccedilatildeo de estradas

Figura 3 Custos totais da produccedilatildeo de paricaacute sob diferentes espaccedilamentos na regiatildeo de Paragominas PA

Nota-se no entanto que quanto maior o espaccedilamento de plantio utilizado

maiores satildeo os custos de manutenccedilatildeo por hectare Como haacute menor quantidade de

aacutervores por hectare a presenccedila de plantas invasoras eacute mais acentuada

aumentando os custos para seu controle Em contrapartida os custos por hectare

53

com adubaccedilatildeo plantio colheita e transporte diminuem jaacute que o nuacutemero de aacutervores

na aacuterea eacute reduzido

Deve-se ressaltar ainda que estes custos podem variar de acordo com a

classe de produtividade a idade em que vatildeo ser explorados os povoamentos e os

tipos de atividades empregadas que podem variar de acordo com o produtor e a

regiatildeo

54

4 CONCLUSOtildeES

O custo operacional efetivo representou em meacutedia 65 dos custos totais de

produccedilatildeo sendo o transporte o custo individual mais expressivo em todos os

espaccedilamentos analisados Jaacute a manutenccedilatildeo foi o conjunto de atividades mais

significativo nos povoamentos devido ao nuacutemero e ao longo periacuteodo para execuccedilatildeo

das atividades

Os custos totais de produccedilatildeo foram superiores em espaccedilamentos menores

independentemente da remuneraccedilatildeo ou natildeo pelo uso dos capitais permanente e

circulante

A diferenccedila nos custos entre espaccedilamentos extremos 3x2 m e 5x5 m eacute

justificada pelo maior volume de matildeo-de-obra e insumos necessaacuterios para execuccedilatildeo

das atividades em locais com maior nuacutemero de plantas por hectare

55

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE FLORESTAS PLANTADAS ndash ABRAF Anuaacuterio Estatiacutestico da ABRAF 2013 Ano base 2012 Brasiacutelia ABRAF 2013 148p Disponiacutevel em lthttpwwwabraflororgbrestatisticasABRAF13ABRAF13BR pdfgt Acesso em 19 Ago 2013 BALLONI E A SIMOtildeES J W O espaccedilamento de plantio e suas implicaccedilotildees silviculturais IPEF Piracicaba v1 n 3 p 1-16 Set 1980 (Seacuterie Teacutecnica) CAMPOS J C C LEITE H G Mensuraccedilatildeo florestal perguntas e respostas Viccedilosa UFV 2002 407p

CARVALHO P E R Paricaacute (Schizolobium amazonicum) Colombo Embrapa Florestas 2007 8p (Circular Teacutecnica 142)

COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO ndash CONAB Custo de produccedilatildeo agriacutecola a metodologia da Conab Brasiacutelia Conab 2010 60p HOFFMANN R G Caracterizaccedilatildeo dendromeacutetrica e avaliaccedilatildeo do rendimento em laminaccedilatildeo de madeira em plantios de paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) na regiatildeo de Paragominas PA 2009 (97f) Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) ndash Universidade Federal do Espiacuterito Santo Jerocircnimo Monteiro ES 2009 IBGE Paraacute Dom Eliseu 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwibgegovbrcidadesat xtrasperfilphpcodmun =150293gt Acesso em 12 Ago 2013b IBGE Paraacute Paragominas 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwibgegovbrcidadesat xtrasperfilphpcodmun= 150550ampsearch=para|paragominasgt Acesso em 12 Ago 2013a MACEDO R L G GOMES J E VENTURIN N SALGADO B G Desenvolvimento inicial de Tectona grandis LF (teca) em diferentes espaccedilamentos no municiacutepio de Paracatu MG Cerne Lavras v 11 n 1 p 61-69 janmar 2005 MATSUNAGA M et al Metodologia de custo de produccedilatildeo utilizada pelo IEA Agricultura em Satildeo Paulo Satildeo Paulo v 23 p 123-139 1976 MORALES C A S ALBUQUERQUE J A ALMEIDA J A MARANGONI J M STAHL J CHAVES D M Qualidade do solo e produtividade de Pinus taeda no planalto catarinense Ciecircncia Florestal Vol 20 No 4 Oct-Dec 2010 pp 629-640 OLIVEIRA M L R LEITE H G NOGUEIRA G S GARCIA S L R SOUZA A L Classificaccedilatildeo da capacidade produtiva de povoamentos natildeo desbastados de clones de eucalipto Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v43 n11 p1559-1567 nov 2008 PREFEITURA MUNICIPAL DE PARAGOMINAS O lago verde Paragominas 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwparagominaspagovbrgt Acesso em 23 Maio 2013

56

PREFEITURA MUNICIPAL DE DOM ELISEU O municiacutepio Dom Eliseu 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwdomeliseupagovbrgt Acesso em 23 Maio 2013 SANGUINO A C Custos de implantaccedilatildeo e rentabilidade econocircmica de povoamentos florestais com teca no estado do Paraacute Ciecircncias Agraacuterias Beleacutem n 52 p 61-78 juldez 2009 SILVA G F GEZAN S A SOARES C P B ZANETI L Z Modeling growth and yield of Schizolobium amazonicum under different spacings International Journal of Forestry Research v 2013 (2013) 10 p SILVA K R MINETTI L J FIEDLER N C VENTUROLI F MACHADO E G B SOUZA A P Custos e rendimentos operacionais de um plantio de eucalipto em regiatildeo de cerrado Aacutervore Viccedilosa-MG v28 n3 p 361-366 2004

57

CAPIacuteTULO 2

ANAacuteLISE ECONOcircMICA DA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA DE PARICAacute

RESUMO

As exigecircncias atuais de mercado aliadas agraves alternativas de investimento expressam

a necessidade de avaliaccedilatildeo econocircmica de projetos florestais Essa avaliaccedilatildeo

contribui com a escolha da melhor estrateacutegia de produccedilatildeo a fim de tornar os

produtos florestais brasileiros competitivos no mercado externo Por isso objetivou-

se neste trabalho analisar a viabilidade econocircmica de povoamentos de paricaacute sob

diferentes espaccedilamentos aleacutem de determinar economicamente a melhor forma de

plantio para produccedilatildeo de madeira Estes povoamentos foram implantados na regiatildeo

de Paragominas PA em 2006 sob os espaccedilamentos 3x2 3x3 3x4 4x4 e 5x5 m

divididos em trecircs classes de produtividade A produccedilatildeo foi entatildeo estimada para as

idades de 5 6 e 7 anos por meio de equaccedilotildees de crescimento e produccedilatildeo Os

custos do plantio agrave colheita foram disponibilizados por produtores rurais e

empresaacuterios da regiatildeo assim como o valor de venda de lacircminas A partir da

obtenccedilatildeo dos custos e receitas fez-se a anaacutelise econocircmica dos projetos Para tanto

foram utilizados os iacutendices econocircmicos e o criteacuterio do benefiacutecio perioacutedico equivalente

(BPE) como formas de avaliaccedilatildeo considerando-se a taxa de desconto de 6 como

a taxa miacutenima de atratividade Apoacutes a anaacutelise dos iacutendices e criteacuterio de avaliaccedilatildeo

econocircmica pode-se concluir que o espaccedilamento 3x3 m em classe de produtividade

alta com corte aos 5 anos foi o mais indicado pois gera o maior retorno financeiro

Para os maiores espaccedilamentos estudos ainda devem ser desenvolvidos mas

acredita-se que eles sejam alternativas financeiras viaacuteveis

Palavras-chave Criteacuterios de avaliaccedilatildeo espaccedilamentos de plantio iacutendices

econocircmicos retorno financeiro

58

CHAPTER 2

ECONOMIC ANALYSIS OF PRODUCTION PARICAacute

ABSTRACT

The current market demands combined with investment alternatives express the

need for economic evaluation of forestry projects This assessment contributes to the

choice of the best production strategy in order to make the Brazilian forest products

competitive in foreign markets Therefore this study aimed to analyze the economic

feasibility of stands of paricaacute under different spacings and economically determine

the best planting for timber production These settlements were established in the

region of Paragominas PA in 2006 under the spacings 3x2 3x3 3x4 4x4 and 5x5

m divided into three classes productivity The production was then estimated for

ages 5 6 and 7 years through equations of growth and production Costs from

planting to harvest were provided by farmers and entrepreneurs in the region as well

as the value of sales of blades From procurement costs and revenues became the

economic analysis of projects For both economic indicators and criteria periodic

benefit equivalent (BPE) as forms of assessment considering the discount rate of 6

as the hurdle rate were used After analyzing the indexes and economic evaluation

criteria it can be concluded that the spacing 3x3 m in class high productivity with cut

to 5 years was the most suitable because it generates the greatest financial return

For the larger spacings studies have yet to be developed but it is believed that they

are viable alternatives financial

Keywords Evaluation criteria planting space economic indicators financial return

59

1 INTRODUCcedilAtildeO

A implantaccedilatildeo da lei dos incentivos fiscais na deacutecada de 60 motivou o plantio

de florestas para ampliar a base florestal do Paiacutes e captar recursos para o

desenvolvimento do setor (MELLO et al 2005) Esses estiacutemulos baseavam-se na

expansatildeo florestal desconsiderando a qualidade da madeira

Nos dias atuais diante das exigecircncias de mercado da competiccedilatildeo com

outros paiacuteses e das pressotildees relacionadas ao meio ambiente o Brasil tem investido

natildeo somente em produccedilatildeo mais tambeacutem em teacutecnicas silviculturais que contribuam

com a qualidade final dos produtos aleacutem de teacutecnicas que reduzam os custos

envolvidos no processo produtivo Essas metas tecircm sido alcanccediladas por meio do

planejamento dos investimentos

Para realizar um investimento eacute necessaacuterio primeiramente organizar

formalmente os objetivos por meio de um projeto relacionando os meios de que se

dispotildee para alcanccedilaacute-los Posteriormente deve-se analisar o mercado potencial do

produto a fim de obter informaccedilotildees sobre os retornos esperados do investimento

comparativamente agraves alternativas disponiacuteveis eou viaacuteveis Assim com o

planejamento adequado das atividades eacute possiacutevel identificar as exigecircncias atuais de

mercado os caminhos a serem seguidos para entatildeo construir um referencial futuro

o qual identificaraacute a viabilidade ou natildeo da implantaccedilatildeo do projeto ao qual o

planejamento se destina (REZENDE OLIVEIRA 2008)

Para implantaccedilatildeo de um projeto aleacutem de se conhecer o horizonte de

planejamento que eacute o periacuteodo estimado durante o qual o empreendimento em

anaacutelise iraacute operar faz-se necessaacuterios tambeacutem testar a sua viabilidade teacutecnica

econocircmica financeira social ambiental e poliacutetica O teste da viabilidade econocircmica

eacute considerado o mais importante entre os paracircmetros de avaliaccedilatildeo pois consiste em

verificar se no projeto as receitas superam os custos Caso isso natildeo ocorra diz-se

que o projeto eacute insustentaacutevel desde a sua implantaccedilatildeo (FARO 1979 CHICHORRO

et al 2010)

Na avaliaccedilatildeo econocircmica para decisatildeo de que o projeto deve ou natildeo ser

implementado satildeo usadas teacutecnicas e criteacuterios de anaacutelise que comparam os custos e

as receitas inerentes ao projeto A anaacutelise de projetos consiste entatildeo na verificaccedilatildeo

60

de que determinada atividade eacute lucrativa ou natildeo considerando-se um horizonte de

planejamento (REZENDE OLIVEIRA 2008)

Existem vaacuterios meacutetodos de seleccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de projetos de

investimentos Geralmente recorre-se a meacutetodos que consideram principalmente as

atividades a serem executadas os periacuteodos de execuccedilatildeo e seus respectivos custos

os produtos e o periacuteodo de tempo que levaratildeo para serem produzidos seus preccedilos

e receitas ou seja o fluxo de caixa (CHICHORRO et al 2010)

Os meacutetodos de avaliaccedilatildeo econocircmica podem entatildeo ser divididos em dois

grupos principais O primeiro grupo compreende aqueles em que natildeo se considera a

variaccedilatildeo do capital no tempo sendo indicados para horizontes de planejamentos

muito curtos onde natildeo haacute inflaccedilatildeo Jaacute o segundo grupo considera a variaccedilatildeo do

capital no tempo podendo-se citar o valor presente liacutequido (VPL) e o benefiacutecio

perioacutedico equivalente (BPE) como exemplos (SILVA et al 2005)

A variaccedilatildeo do capital ocorre devido agrave remuneraccedilatildeo paga ao seu uso por

determinado tempo ou seja os juros Assim no final do prazo estipulado natildeo

haveraacute somente a quantia emprestada mais tambeacutem um acreacutescimo que

corresponde ao custo de oportunidade do uso do capital durante o periacuteodo de

empreacutestimo O valor a ser pago no final do periacuteodo dependeraacute da taxa de juros

correspondente a unidade de tempo considerada A Conab utiliza o percentual de

6 ao ano como a taxa de retorno para a remuneraccedilatildeo dos investimentos feitos pelo

produtor como se o capital fosse aplicado em outro investimento alternativo

(OLIVEIRA REZENDE 2004 CONAB 2010)

Tendo em vista este contexto objetivou-se neste trabalho analisar a

viabilidade econocircmica de povoamentos de paricaacute sob diferentes espaccedilamentos e

determinar economicamente o melhor espaccedilamento de plantio para produccedilatildeo de

madeira

61

2 MATERIAL E MEacuteTODOS

21 OBTENCcedilAtildeO DAS RECEITAS

A partir da estimativa dos volumes comercial (VTHA msup3ha) e de lacircminas

(VCHA m3ha) nos diferentes espaccedilamentos de plantio em diferentes

idades e classes produtivas tal como proposto no capiacutetulo 1 foram contraiacutedas as

receitas Os volumes comercial e de lacircminas estimados foram multiplicados pelo valor

meacutedio de venda disponiacutevel no boletim informativo de preccedilos disponibilizado pela

Coordenadoria Executiva da Administraccedilatildeo Tributaacuteria ndash CERAT do Estado do Paraacute

2013 Obteve-se assim a receita para cada espaccedilamento analisado

22 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS

Como se trata de projetos de investimento com a finalidade de obtenccedilatildeo de

madeira foram propostos trecircs horizontes de planejamento para os povoamentos de

paricaacute Esses horizontes se referiram ao periacuteodo de tempo que estes projetos foram

avaliados correspondendo a 5 6 e 7 anos entre a implantaccedilatildeo e colheita

Sabendo-se que eacute necessaacuterio reajustar os valores investidos durante o

periacuteodo de execuccedilatildeo do projeto utilizou-se uma taxa de desconto de 6 ao ano

como forma de remuneraccedilatildeo do capital investido considerando a caderneta de

poupanccedila como sendo o melhor investimento alternativo (OLIVEIRA REZENDE

2004) A inflaccedilatildeo identificada no periacuteodo foi obtida por meio do uso do Iacutendice Geral

de Preccedilos - Disponibilidade Interna (IGP-DI) o qual mede a variaccedilatildeo de preccedilos no

mercado A descapitalizaccedilatildeo foi realizada de acordo com a metodologia descrita no

capiacutetulo 1

Para anaacutelise da viabilidade econocircmica do projeto identificaram-se as

variaccedilotildees do capital no tempo Assim em relaccedilatildeo agrave classificaccedilatildeo do projeto de

investimento este foi considerado convencional ou seja ocorreu apenas uma

mudanccedila de sinal em seu fluxo de caixa satisfazendo as seguintes condiccedilotildees

62

119862119900 lt 0

119883119895 le 0 119901119886119903119886 119895 = 1 hellip 119896

119883119895 ge 0 119901119886119903119886 119895 = 119896 + 1 hellip 119899 119890

sum 119883119895

119899

119895=119896+1

gt sum 119883119895

119896

119895=0

Em que

Co = custo inicial (R$)

k = periacuteodo de tempo a partir do qual as receitas passaram a ser positivas

Xj = receita liacutequida de cada periacuteodo j e

n = duraccedilatildeo do projeto (anos)

Depois de identificado o tipo de projeto e tendo todos os custos jaacute calculados

no capiacutetulo 1 procedeu-se a anaacutelise econocircmica dos projetos por meio da avaliaccedilatildeo

dos iacutendices econocircmicos e do benefiacutecio perioacutedico equivalente (BPE)

23 IacuteNDICES ECONOcircMICOS DA PRODUCcedilAtildeO

Para verificar a rentabilidade do sistema produtivo os seguintes iacutendices

econocircmicos de produccedilatildeo foram utilizados

a) Renda bruta (RB)

119877119861 = 119876 times P Eq1

b) Margem bruta (MB)

119872119861 = 119877119861 minus 119862119874119864 Eq 2

c) Margem liacutequida (ML)

119872119871 = 119877119861 minus 119862119874119879 Eq 3

d) Lucro (L)

119871 = 119877119861 minus 119862119879 Eq 4

63

e) Lucratividade (Lc)

119871119888 =119871

119877119861 Eq 5

f) Iacutendice de rentabilidade (IR)

119868119877 =119872119871

119862 Eq 6

Em que

119877119861 = renda bruta (R$)

119876 = quantidade de produto vendido (un)

119875 = preccedilo unitaacuterio dos produtos (R$)

119872119861 = margem bruta (R$)

119862119874119864 = custo operacional efetivo (R$)

119872119871 = margem liacutequida (R$)

119862119874119879 = custo operacional total (R$)

119871 = lucro (R$)

119862119879 = custo total (R$)

119871119888 = lucratividade ()

119868119877 = iacutendice de rentabilidade () e

119862 = capital empatado (R$) referente ao somatoacuterio do custo fixo e circulante meacutedio

podendo-se considerar ou natildeo o custo da terra

24 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DOS PROJETOS

241 Benefiacutecio perioacutedico equivalente (BPE)

Para avaliaccedilatildeo da viabilidade econocircmica por meio do BPE a seguinte

foacutermula foi utilizada

119861119875119864 =119881119875119871[(1 + 119894)119905](1 + 119894)119899119905

(1 + 119894)119899119905 minus 1 Eq 7

64

Em que

n = duraccedilatildeo do projeto (anos)

t = nuacutemero de periacuteodos de capitalizaccedilatildeo

i = taxa de desconto e

VPL = valor presente liacutequido

O VPL foi obtido pela foacutermula

119881119875119871 = sum 119877119895

119899

119895=0

(1 + 119894)minus119895 minus sum 119862119895

119899

119895=0

(1 + 119894)minus119895

Eq 8

Em que

i = taxa de desconto (juros)

j = periacuteodo em que a receita ou o custo ocorreram

n = duraccedilatildeo do projeto (anos)

Rj = receita no final do ano j ou do periacuteodo de tempo e

Cj = custo no final do ano j ou do periacuteodo de tempo considerado

O BPE permite a comparaccedilatildeo de projetos com diferentes horizontes de

planejamento pois os custos jaacute estatildeo distribuiacutedos por unidade de tempo estando

impliacutecitas as diferenccedilas de horizontes Como o desconto dos fluxos de caixa foi

estimado a partir da ldquodata presenterdquo ou seja no periacuteodo de implantaccedilatildeo do projeto

estes foram comparados quando as consequecircncias monetaacuterias estavam em um

ponto comum do tempo

65

3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

31 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA VENDA DE MADEIRA EM PEacute

A renda bruta foi estimada por meio da multiplicaccedilatildeo do volume comercial e

comercial por hectare e o preccedilo pago por cada unidade agrave qual se admitiu um valor

miacutenimo de R$5370 msup3 para venda de ldquomadeira em peacuterdquo ou seja madeira natildeo

explorada e R$45156 msup3 a venda de lacircminas de paricaacute

Identicamente aos custos as receitas foram deflacionadas e

descapitalizadas para o ano 0 a fim de possibilitar a comparaccedilatildeo entre os valores

gastos e recebidos com essa praacutetica de produccedilatildeo A renda bruta obtida com a venda

de madeira de paricaacute pode ser observada na Tabela 1

Tabela 1 Renda bruta (RB) obtida com a produccedilatildeo de madeira de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA sem considerar o custo de laminaccedilatildeo

Idade Espaccedil

(m)

VTHA (R$ha) VCHA (R$ha)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 379731 433109 452408 1109193 1349221 1557365

3x3 - 362619 424113 - 1212472 1509318

3x4 - 311840 373961 - 1077399 1379067

4x4 166887 317064 342144 550865 1122453 1272564

5x5 172002 205671 306342 627806 811406 1226000

6 a

no

s

3x2 355004 394611 431419 1056449 1261369 1508350

3x3 - 341749 408022 - 1163130 1470243

3x4 - 288386 356682 - 1020754 1335360

4x4 167940 274794 313771 556167 1012394 1196711

5x5 166477 207478 273875 613368 817994 1133134

7 a

no

s

3x2 334925 365156 383863 1012137 1191106 1382874

3x3 - 325700 385794 - 1122613 1410651

3x4 - 278203 342718 - 993941 1296571

4x4 164441 268225 305743 547531 994496 1174049

5x5 164242 204174 269414 607295 808354 1119474

Em que Espaccedil = espaccedilamento (m) VTHA = volume comercial por hectare (msup3ha) e VCHA = volume de lacircminas por hectare (msup3ha)

66

A ausecircncia de valores na classe de produtividade baixa nos espaccedilamentos

3x3 e 3x4 m eacute proveniente da inesistecircncia de povoamentos nestas condiccedilotildees de

terreno Como se tratam de plantios independentes a falta de informaccedilotildees nestes

ambientes natildeo prejudicamalteram os resultados nas outras aacutereas em estudo

Observando a Tabela 1 eacute perceptiacutevel a diferenccedila entre a renda bruta obtida

com a venda de madeira em peacute e a explorada Para siacutetios de baixa produtividade e

com corte aos 5 anos a diferenccedila entre a venda de lacircminas e madeira em peacute foi de

aproximadamente R$729000 Esta diferenccedila ocorreu porque o custo de laminaccedilatildeo

natildeo foi contabilizado por falta de informaccedilotildees sobre o processo produtivo

Natildeo existem estudos que indiquem os custos reais de laminaccedilatildeo de paricaacute

proveniente de reflorestamento e quais as atividades necessaacuterias para transformar o

torete de madeira em lacircminas de forma eficiente e com boa qualidade

A renda resultante da venda de ldquomadeira em peacuterdquo em espaccedilamentos

menores como o 3x2 m superam os mais espaccedilados como o 4x4 e 5x5 m com

receita duas vezes maior quando comparados os espaccedilamentos 3x2 e 5x5 m Esta

tendecircncia ocorre entre classes de produtividade e tambeacutem entre idades distintas

Com o aumento da idade de corte houve diminuiccedilatildeo nas receitas em todos

os espaccedilamentos pois o volume de madeira foi reduzido Isso ocorre como jaacute citado

anteriormente provavelmente devido ao autodesbaste das plantas caracteriacutestico da

espeacutecie Entretanto os custos tambeacutem sofreram reduccedilatildeo devido ao menor nuacutemero

de plantas por hectare e esta relaccedilatildeo deve ser analisada

O comportamento da renda bruta em relaccedilatildeo a madeira explorada segue a

mesma tendecircncia citada acima ou seja o menor espaccedilamento no melhor siacutetio

produtivo aos 5 anos eacute o que indica ser o mais viaacutevel Todavia deve-se interagir

custos e receitas para se inferir sobre o espaccedilamento mais adequado para se obter

a maior lucratividade

Na Tabela 2 eacute possiacutevel observar os iacutendices em siacutetios com classe de

produtividade baixa para a venda de lacircminas de paricaacute

67

Tabela 2 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute para venda preacute-corte em classe de produtividade baixa (17 ndash 19 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

5 a

no

s

MB -121915 - - -221422 -197665

ML -172080 - - -260253 -234631

L -256915 - - -325921 -297147

L (t) -350415 - - -419421 -390647

Luc -068 - - -195 -173

Lucr (t) -092 - - -251 -227

IR -047 - - -085 -079

IR (t) -038 - - -065 -060

6 a

no

s

MB -157604 - - -236236 -218806

ML -208865 - - -276654 -257335

L -316133 - - -361232 -337959

L (t) -427533 - - -472632 -449359

Luc -089 - - -215 -203

Lucr (t) -120 - - -281 -270

IR -056 - - -088 -084

IR (t) -043 - - -065 -062

7 a

no

s

MB -192230 - - -244377 -225943

ML -244145 - - -285258 -264961

L -376891 - - -388205 -363216

L (t) -508091 - - -519405 -494416

Luc -113 - - -236 -221

Lucr (t) -152 - - -316 -301

IR -065 - - -090 -086

IR (t) -048 - - -064 -060

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

Na Tabela 2 eacute possiacutevel observar que sob as condiccedilotildees analisadas nenhum

espaccedilamento eacute viaacutevel economicamente Jaacute o comportamento dos iacutendices financeiros

em classe de produtividade meacutedia pode ser observado na Tabela 3

68

Tabela 3 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute para venda preacute-corte em classe de produtividade meacutedia (19 ndash 21 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

5 a

no

s

MB -68537 -75377 -97128 -71245 -163995

ML -118702 -119176 -138025 -110076 -200962

L -203537 -193247 -207187 -175744 -263477

L (t) -297037 -286747 -300687 -269244 -356977

Luc -047 -053 -066 -055 -128

Lucr (t) -069 -079 -096 -085 -174

IR -033 -036 -043 -036 -067

IR (t) -026 -028 -034 -027 -051

6 a

no

s

MB -117998 -109790 -135159 -129382 -177806

ML -169258 -154944 -177514 -169800 -216334

L -276527 -249433 -266145 -254378 -296958

L (t) -387927 -360833 -377545 -365778 -408358

Luc -070 -073 -092 -093 -143

Lucr (t) -098 -106 -131 -133 -197

IR -046 -046 -055 -054 -071

IR (t) -035 -034 -041 -040 -052

7 a

no

s

MB -161999 -131381 -150483 -140593 -186011

ML -213914 -177089 -193352 -181475 -225030

L -346659 -292189 -301302 -284422 -323284

L (t) -477859 -423389 -432502 -415622 -454484

Luc -095 -090 -108 -106 -158

Lucr (t) -131 -130 -155 -155 -223

IR -057 -052 -059 -057 -073

IR (t) -042 -037 -042 -040 -051

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

Os prejuiacutezos obtidos nestas condiccedilotildees do terreno satildeo menores quando

comparados com siacutetios de produtividade baixa O mesmo comportamento tambeacutem

foi observado para siacutetios de classe de produtividade alta como indicado na Tabela

4

69

Tabela 4 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute pra venda preacute-corte em classe de produtividade alta (21 ndash 24 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

5 a

no

s

MB -49238 -13882 -35007 -46165 -63324

ML -99403 -57682 -75904 -84996 -100291

L -184238 -131752 -145066 -150664 -162806

L (t) -277738 -225252 -238566 -244164 -256306

Luc -041 -031 -039 -044 -053

Lucr (t) -061 -053 -064 -071 -084

IR -027 -017 -024 -028 -034

IR (t) -022 -014 -018 -021 -026

6 a

no

s

MB -81189 -43517 -66863 -90406 -111408

ML -132450 -88671 -109217 -130823 -149937

L -239718 -183160 -197848 -215401 -230561

L (t) -351118 -294560 -309248 -326801 -341961

Luc -056 -045 -055 -069 -084

Lucr (t) -081 -072 -087 -104 -125

IR -036 -026 -034 -041 -049

IR (t) -028 -020 -025 -031 -036

7 a

no

s

MB -143292 -71287 -85969 -103075 -120771

ML -195207 -116995 -128837 -143956 -159790

L -327953 -232094 -236787 -246903 -258044

L (t) -459153 -363294 -367987 -378103 -389244

Luc -085 -060 -069 -081 -096

Lucr (t) -120 -094 -107 -124 -144

IR -052 -034 -039 -045 -052

IR (t) -038 -025 -028 -032 -036

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

A inviabilidade econocircmica observada nas trecircs condiccedilotildees produtivas podem

ter sido provenientes do baixo valor de mercado praticado na regiatildeo

Apoacutes o pagamento de todos os desembolsos efetivos restou o deacutebito de R$-

13882 para o espaccedilamento 3x3 m Esta quantia jaacute pode ser considerada como

70

prejuiacutezo do investimento mesmo sem ser contabilizados o pagamento da matildeo de

obra familiar (administraccedilatildeo) e os custos de oportunidade do capital

O menor valor resultante para o espaccedilamento 5x5 m se deve ao fato de

existirem atividades iguais aos outros espaccedilamentos que estatildeo sendo executas em

tempo maior que dos outros povoamentos aumentando assim o custo de produccedilatildeo

Jaacute os resultados encontrados para o espaccedilamento 3x3 m em classe de

produtividade alta satildeo atribuiacutedos agrave eficiecircncia das operaccedilotildees de manutenccedilatildeo dos

plantios principalmente pelo controle de plantas daninhas

Depois do pagamento de todos os desembolsos efetivos foi admitida a

remuneraccedilatildeo da matildeo de obra familiar em virtude da administraccedilatildeo das aacutereas de

plantio sendo proporcional aos custos de produccedilatildeo de paricaacute A margem liacutequida

negativa indica que o empreendimento eacute economicamente inviaacutevel O valor admitido

por este iacutendice se positivo natildeo seria o lucro gerado pois ainda natildeo foi descontado

o custo de oportunidade do capital investido

Para todos os povoamentos analisados houve lucro negativo principalmente

quando foi considerada a remuneraccedilatildeo pelo uso da terra Isso significa que o

investimento natildeo foi atrativo financeiramente Este resultado natildeo eacute interessante

economicamente ao produtor e pode trazer consequecircncias ainda piores como falta

de incentivo agrave produccedilatildeo falta de demanda para venda da madeira em idade de corte

e preccedilos ainda menores do que os praticados

Considerando-se o pagamento pelo uso da terra o prejuiacutezo obtido pelo

plantio de paricaacute variou entre 53 e 316 sendo maior quando mais amplo o

espaccedilamento de plantio Desconsiderando o pagamento pelo uso da terra o

prejuiacutezo se tornou menor estando entre 31 e 236

Este iacutendice representa a capacidade da atividade de transformar

investimento em margem liacutequida Assim desconsiderando o pagamento pelo uso da

terra tem-se que para cada real investido obteve-se entre R$-090 e R$-017 de

margem liacutequida sendo mais atrativo o espaccedilamento 3x3 m em classe de

produtividade alta Considerando o custo da terra o valor foi de R$-065 a R$-014

sendo melhor nos menores espaccedilamento de plantio

Deve-se salientar novamente que o valor do msup3 de madeira utilizado nesta

pesquisa eacute proveniente do preccedilo meacutedio praticado pelo CERAT ndash PA Valores

superiores a este encontrados na regiatildeo podem alterar estes resultados tornando

estes povoamentos atrativos financeiramente (quando superiores a R$10000 msup3)

71

32 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA LAMINADA

O comportamento observado foi semelhante ao da madeira vendida em peacute

ou seja os iacutendices financeiros apontaram que a viabilidade econocircmica aos 5 anos

foi superior agraves outras idades de exploraccedilatildeo (Tabela 5)

Tabela 5 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de baixa produtividade (17 ndash 19 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

5 a

no

s

MB 460255 - - 82016 175950

ML 395361 - - 35131 130764

L 285617 - - -44157 54349

L (t) 192117 - - -137657 -39151

Luc 026 - - -008 009

Lucr (t) 017 - - -025 -006

IR 090 - - 010 039

IR (t) 074 - - 008 030

6 a

no

s

MB 416597 - - 84912 161477

ML 352612 - - 37786 116288

L 218717 - - -60828 21725

L (t) 107317 - - -172228 -89675

Luc 021 - - -011 004

Lucr (t) 010 - - -031 -015

IR 081 - - 011 034

IR (t) 065 - - 008 026

7 a

no

s

MB 374305 - - 138713 217110

ML 322390 - - 97831 178092

L 161775 - - -5115 79837

L (t) 30575 - - -136315 -51363

Luc 016 - - -001 013

Lucr (t) 003 - - -025 -008

IR 075 - - 031 058

IR (t) 057 - - 022 041

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

72

Os iacutendices econocircmicos para as classes de produtividade meacutedia e alta

encontram-se nas Tabelas 6 e 7

Tabela 6 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de meacutedia produtividade (19 ndash 21 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

5 a

no

s

MB 681518 625573 537181 600811 347713

ML 614747 566883 483159 548647 301344

L 501830 467631 391801 460430 222928

L (t) 408330 374131 298301 366930 129428

Luc 037 039 036 041 027

Lucr (t) 030 031 028 033 016

IR 137 139 126 147 087

IR (t) 114 113 101 117 069

6 a

no

s

MB 608614 588446 491228 506607 352752

ML 543338 530977 438275 456029 306227

L 406743 410719 327467 350188 208871

L (t) 295343 299319 216067 238788 97471

Luc 032 035 032 035 026

Lucr (t) 023 026 021 024 012

IR 124 133 116 125 089

IR (t) 099 104 090 095 067

7 a

no

s

MB 544335 665533 565255 585678 418169

ML 492420 619825 522386 544796 379151

L 329553 504725 414437 441850 280896

L (t) 198353 373525 283237 310650 149696

Luc 028 045 042 044 035

Lucr (t) 017 033 028 031 019

IR 113 181 159 171 123

IR (t) 087 131 114 121 086

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

73

Tabela 7 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de alta produtividade (21 ndash 24 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5 5

an

os

MB 882878 900802 817010 742105 726917

ML 815429 839950 760805 689059 677009

L 701365 737042 665754 599351 592608

L (t) 607865 643542 572254 505851 499108

Luc 045 049 048 047 048

Lucr (t) 039 043 041 040 041

IR 181 201 193 182 187

IR (t) 150 164 156 146 148

6 a

no

s

MB 843757 874244 783868 678388 646537

ML 777297 814644 728718 626556 597877

L 638225 689925 613313 518092 496052

L (t) 526825 578525 501913 406692 384652

Luc 042 047 046 043 044

Lucr (t) 035 039 038 034 034

IR 174 198 187 168 168

IR (t) 140 156 146 129 128

7 a

no

s

MB 730571 953571 867885 765231 729289

ML 678656 907863 825016 724350 690271

L 514396 792763 717066 621403 592016

L (t) 383196 661563 585866 490203 460816

Luc 037 056 055 053 053

Lucr (t) 028 047 045 042 041

IR 154 266 252 228 224

IR (t) 119 192 180 161 157

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

Contrariamente agrave preacute-colheita a venda de madeira de paricaacute poacutes-colheita

tem demonstrado viabilidade economica para as idade classe de produtividade e

espaccedilamento analisados como observados nos iacutendices a seguir

Apoacutes o pagamento de todos os custos efetivos notou-se uma vantagem no

uso de espaccedilamentos mais adensados Nestes ambientes a margem bruta foi por

74

vezes maior que 40 em relaccedilatildeo aos maiores espaccedilamentos Poreacutem restam ainda

o pagamento pela administraccedilatildeo e uso do capital No entanto verificou-se que a

maioria dos projetos avaliados foram viaacuteveis economicamente pois se obteve

resultados positivos para a madeira laminada

A matildeo-de-obra familiar foi remunerada mantendo-se o montante positivo

Este montante foi utilizado posteriormente como forma de pagamento pelo custo de

oportunidade do capital Observa-se que este iacutendice manteve a tendecircncia de

comportamento semelhante agrave margem bruta exprimindo a viabilidade dos projetos

Lucro negativo soacute foi observado em espaccedilamentos amplos como o 4x4 e

5x5 m em classe de produtividade baixa em todos os anos analisados Isso

significa que o custo de oportunidade do uso do capital natildeo estaacute sendo remunerado

O resultado encontrado eacute consequecircncia de volume insuficiente de lacircminas

para o pagamento do processo produtivo Vale salientar que o processo de

laminaccedilatildeo natildeo foi quantificado

O intervalo de lucratividade sem considerar o pagamento pelo uso da terra

variou de -31 agrave 56 ou seja existem povoamentos que em certas condiccedilotildees

foram inviaacuteveis economicamente como eacute o caso dos espaccedilamentos 4x4 e 5x5 m

em classe de produtividade baixa com exploraccedilatildeo aos 5 anos Outros povoamentos

ao contraacuterio possuem lucratividade de 56 Como exemplo pode-se citar o 3x3 m

aos 7 anos em classe de produtividade alta

Quando se considera o pagamento pelo uso da terra a mesma tendecircncia foi

observada poreacutem a lucratividade foi menor

A capacidade da atividade em transformar o investimento em margem

liacutequida variou entre R$034 e R$266 sendo mais atrativo o espaccedilamento 3x3 m

Considerando o custo da terra o valor corresponde entre R$008 e R$192 sendo

melhor quanto menor o espaccedilamento de plantio

Considerando os valores obtidos nas Tabelas 5 6 e 7 foi possiacutevel inferir

sobre os custos maacuteximos que poderiam ser destinados agrave laminaccedilatildeo para que todas

as despesas fossem pagas obtendo lucratividade zero Na Tabela 8 eacute indicado

quais satildeo estes valores

75

Tabela 8 Valores maacuteximos a serem pagos pela laminaccedilatildeo (R$msup3)

Idade Classe produtiva (m) Espaccedilamentos (m)

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5 5

ano

s Baixa 1184 - - -1930 -533

Meacutedia 2206 2414 2238 2708 1472

Alta 3144 3550 3580 3459 3812

6 a

no

s Baixa 707 - - -2400 -1260

Meacutedia 1751 2049 1753 2033 1099

Alta 2857 3317 3292 3033 3286

7 a

no

s Baixa 131 - - -3253 -2045

Meacutedia 1189 1557 1223 1543 476

Alta 2255 2916 2883 2613 2836

Estas informaccedilotildees satildeo valores meacutedios dos espaccedilamentos para cada classe

de produtividade e idade Como pressupotildee-se que em siacutetio de melhor qualidade haacute

maior renda eacute possiacutevel o pagamento de um valor substancialmente maior do que

em classe de produtividade meacutedia Observa-se ainda a inviabilidade da praacutetica de

laminaccedilatildeo em classe de produtividade baixa independente da idade de corte pois a

receita foi menor que os custos mesmo sem a laminaccedilatildeo Essa consideraccedilatildeo

reforccedila os argumentos de suporte sobre os menores espaccedilamentos serem os mais

apropriados para o plantio de paricaacute

33 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA

331 Benefiacutecio perioacutedico equivalente ndash BPE

Para a taxa de 6 aa em povoamentos natildeo explorados o BPE obtido

variou entre R$-24042 e R$-8005 para os espaccedilamentos 4x4 e 3x3 m

respectivamente (Tabela 9) Isso indica que o espaccedilamento 3x3 m na classe de

produtividade alta com corte aos 5 anos eacute o que resultou no menor prejuiacutezo

financeiro sob estas condiccedilotildees analisadas Jaacute o 4x4 m em classe de produtividade

baixa com corte aos 7 anos foi a pior escolha de investimento

76

Tabela 9 BPE de plantios de paricaacute situados na regiatildeo de Paragominas PA

Idade Espaccedil

(m)

BPE (VTHA) BPE (VCHA)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 -15515 -12312 -11154 17037 30010 41982

3x3 - -11695 -8005 - 27958 44123

3x4 - -12531 -8804 - 23408 39845

4x4 -19655 -10645 -9140 -2749 27526 35861

5x5 -17929 -15909 -9868 3161 13276 35456

6 a

no

s

3x2 -19068 -16692 -14483 13023 24305 38193

3x3 - -15066 -11090 - 24543 41296

3x4 - -16069 -11971 - 19548 36699

4x4 -21774 -15363 -13024 -3750 20911 30986

5x5 -20378 -17917 -13934 1204 12432 29663

7 a

no

s

3x2 -22761 -20948 -19825 8894 18907 29965

3x3 - -18281 -14675 - 20779 36619

3x4 - -18827 -14957 - 16500 33111

4x4 -24042 -17815 -15564 -5944 18385 28258

5x5 -22542 -20146 -16232 -842 10264 27366

Em que Espaccedil = espaccedilamento (m) BPE (VTHA) = benefiacutecio perioacutedico equivalente para venda de madeira em peacute e BPE (VCHA) = benefiacutecio perioacutedico equivalente para venda de madeira laminada

A mesma tendecircncia foi observada em povoamentos explorados em que o

BPE variou entre R$-5944 e R$44123 sendo o espaccedilamento 3x3 m a melhor

opccedilatildeo de investimento O mesmo resultado foi obtido por Pavan et al (2010) com

plantios de eucalipto no Rio Grande do Sul para laminaccedilatildeo

Caso ocorressem mudanccedilas na taxa de desconto estas contribuiriam para o

aumento ou reduccedilatildeo dos lucros do plantio Segundo Soares et al (2003) aumentos

na taxa de desconto afetam significativamente o VPL e consequentemente o BPE

indicando que quanto menor a taxa de desconto utilizada maior seraacute a lucratividade

do projeto

A partir da anaacutelise econocircmica dos diferentes sistemas de plantio pode-se

inferir que o motivo pelo qual a classe de produtividade baixa resultou em uma das

piores alternativas financeiras estaacute relacionado ao autodesbaste das plantas neste

ambiente Como estas aacutereas dispotildeem de menores recursos eacute possiacutevel que tenha

77

ocorrido uma expressiva mortalidade de plantas devido agrave concorrecircncia por luz e

nutrientes do solo

Todos os espaccedilamentos de plantio podem ser alternativas viaacuteveis que

poderatildeo contribuir de maneira mais significativa na medida em que alcancem sua

capacidade maacutexima de incremento Isso eacute obtido com a diferenciaccedilatildeo entre os

horizontes de planejamento que natildeo podem ser idecircnticos para todos os

espaccedilamentos de plantio haja vista que as aacutervores se comportam de maneiras

diferentes nestes espaccedilamentoss devido agrave disponibilidade de recursos

Esta afirmaccedilatildeo jaacute foi comprovada em estudos realizados por Cordeiro et al

(2009) em que foi constatado que o sistema de produccedilatildeo do paricaacute em cultivo puro

sob o espaccedilamento 4x3 m nos quatro primeiros anos de cultivo natildeo apresentaram

viabilidade econocircmica sugerindo a necessidade de maior horizonte de

planejamento

78

4 CONCLUSOtildeES

O monocultivo de paricaacute em qualquer um dos espaccedilamentos analisados foi

considerado inviaacutevel por todos os criteacuterios utilizados nesta anaacutelise econocircmica

quando se objetivou a venda da madeira sem exploraccedilatildeo Essa resposta estaacute

associada ao baixo valor de mercado ao qual a espeacutecie estaacute subordinada

A exploraccedilatildeo de madeira mesmo sendo um processo trabalhoso e

dispendioso eacute uma alternativa para se obter valores positivos com a produccedilatildeo de

paricaacute

Observando os custos e receitas oriundos de plantios de paricaacute pode-se

afirmar que espaccedilamentos mais amplos em classe de produtividade baixa satildeo

insuficientes para remunerar o processo de laminaccedilatildeo

O maior retorno financeiro foi obtido em povoamentos de paricaacute implantados

em classe de produtividade alta sob o espaccedilamento 3x3 m com exploraccedilatildeo aos 5

anos

79

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

CHICHORRO J F BAUER M O ANDRADE W S SILVA G F SANTOS F R SILVA J L NOGUEIRA M A Avaliaccedilatildeo econocircmica de projetos florestais In CHICHORRO J F BAUER M O GARCIA G O CALDEIRA M V W Toacutepicos especiais em ciecircncias florestais 1 ed Visconde do Rio Branco Suprema 2010 v 1 p 231-260 COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO ndash CONAB Custo de produccedilatildeo agriacutecola a metodologia da Conab Brasiacutelia Conab 2010 60p COORDENADORIA EXECUTIVA DA ADMINISTRACcedilAtildeO TRIBUTAacuteRIA ndash CERAT Boletim informativo de preccedilos Paraacute 2013 22p CORDEIRO I M C C SANTANA A C LAMEIRA O A SILVA I M Anaacutelise econocircmica dos sistemas de cultivo com Schizolobium parahyba var amazonicum (Huber ex Ducke) Barneby (Paricaacute) E Ananas comosus var erectifolius (L B Smith) Coppus amp Leal (Curauaacute) no municiacutepio de Aurora do Paraacute (PA) Brasil Facultad Agronomiacutea (LUZ) 2009 26 243-265 FARO C Elementos de engenharia econocircmica 3ed Satildeo Paulo Atlas 1979 328p MELLO A A CARNIERI C ARCE J E SANQUETTA C R Planejamento florestal visando agrave maximizaccedilatildeo dos lucros e a manutenccedilatildeo do estoque de carbono Cerne Lavras v 11 n 3 p 205-217 julset 2005 OLIVEIRA A D REZENDE J L P Economia Florestal Lavras UFLAFAEPE 2004 101p PAVAN J A ALVES T W SOUZA M A Viabilidade Econocircmica da Produccedilatildeo de Eucaliptos no Rio Grande do Sul Associaccedilatildeo Brasileira de Custos vol 5 n 1 78-109 JanAbr 2010 REZENDE J L P OLIVEIRA A D Anaacutelise econocircmica e social de projetos florestais Viccedilosa MG UFV 2001 389 p SILVA M L JACOVINE L A G VALVERDE S R Economia Florestal 2 ed Viccedilosa UFV 2005 178p SOARES T S CARVALHO R M M A VALE A B Avaliaccedilatildeo econocircmica de um povoamento de Eucalyptus grandis destinado a multiprodutos Aacutervore Viccedilosa-MG v27 n5 p689-694 2003

80

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A partir das condiccedilotildees estabelecidas notou-se o efeito dos espaccedilamentos

de plantio na viabilidade econocircmica dos povoamentos de paricaacute

Em relaccedilatildeo aos custos de produccedilatildeo eles devem ser separados por

atividades sendo elas preparo da aacuterea plantio adubaccedilatildeo manutenccedilatildeo colheita e

transporte laminaccedilatildeo custo de administraccedilatildeo remuneraccedilatildeo do capital investido

Dentro de cada atividade alguns custos podem sofrer a influecircncia do

nuacutemero de plantas por hectare Como exemplo pode-se citar o nuacutemero de diaacuterias

necessaacuterias para alinhamento coveamento e plantio das mudas aleacutem da

quantidade de adubo necessaacuterio para adubaccedilatildeo de cova

O maior nuacutemero de operaccedilotildees ocorre no periacuteodo de manutenccedilatildeo dos

plantios poreacutem nenhuma delas foi considerada dispendiosa Os maiores custos

individuais foram do transporte de madeira do povoamento ateacute a induacutestria em

todos os espaccedilamentos analisados devido agraves condiccedilotildees de traacutefego nas estradas

A relaccedilatildeo entre volume comercial volume laminado e os custos de

produccedilatildeo determinam entatildeo a viabilidade dos plantios sendo o espaccedilamento mais

viaacutevel aquele que consegue absorver esta relaccedilatildeo de maneira mais eficiente

Entretanto estudos ainda devem ser desenvolvidos para averiguar a relaccedilatildeo entre a

espeacutecie e os espaccedilamentos de plantio

Page 8: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE …III. Andrade, Wendel Sandro de Paula. IV. ... À Universidade Federal do Espírito Santo e à CAPES, pela estrutura e apoio

RESUMO

SILVEIRA R Avaliaccedilatildeo econocircmica da produccedilatildeo de madeira de paricaacute

(Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) sob diferentes espaccedilamentos de

plantio 2014 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) ndash Universidade

Federal do Espiacuterito Santo Jerocircnimo Monteiro ES Orientador Prof Dr Gilson

Fernandes da Silva Coorientadores Prof Dr Adriano Ribeiro de Mendonccedila e Prof

Dr Wendel Sandro de Paula Andrade

O paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) eacute uma espeacutecie nativa que

vem ganhando destaque entre os plantios comerciais na regiatildeo amazocircnica pelas

suas caracteriacutesticas de crescimento e produccedilatildeo para muacuteltiplos usos Por tal motivo

objetivou-se neste trabalho avaliar o efeito dos espaccedilamentos de plantio na anaacutelise

econocircmica da produccedilatildeo de madeira de paricaacute Para tanto os dados utilizados neste

estudo satildeo originaacuterios de povoamentos homogecircneos plantados sob os

espaccedilamentos 3x2 3x3 3x4 4x4 e 5x5 m localizados entre os municiacutepios de Dom

Elizeu e Paragominas Estado do Paraacute Estes povoamentos foram inventariados

anualmente ateacute o quinto ano sendo analisadas trecircs classes de produtividade em

cada espaccedilamento sendo elas Baixa (17 - 19 m) Meacutedia (19 ndash 21 m) e Alta (21 - 24

m) Posteriormente com auxiacutelio de modelagem os volumes total e laminado foram

estimados aos 5 6 e 7 anos Estimado o volume e identificados todos os custos de

produccedilatildeo estes foram deflacionados pelo IGP-DI e posteriormente

descapitalizados Assim procedeu-se a anaacutelise econocircmica por meio da metodologia

desenvolvida pelo Instituto de Economia Agriacutecola oacutegatildeo vinculado agrave Secretaria de

Agricultura e Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo juntamente com o criteacuterio do

benefiacutecio perioacutedico equivalente Como resultado obteve-se que o custo operacional

efetivo representou em meacutedia 65 dos custos totais de produccedilatildeo sendo o

transporte o custo individual mais expressivo em todos os espaccedilamentos

analisados As anaacutelises econocircmicas indicaram que o monocultivo de paricaacute

independente do espaccedilamento foi inviaacutevel quando se objetivou a venda da madeira

sem exploraccedilatildeo Essa resposta estaacute associada ao baixo valor de mercado ao qual a

espeacutecie estaacute subordinada A exploraccedilatildeo de madeira mesmo sendo um processo

trabalhoso e dispendioso eacute uma alternativa para se obter valores positivos com a

produccedilatildeo de paricaacute Logo pode-se inferir que o maior retorno financeiro eacute obtido em

povoamentos de paricaacute implantados em classe de produtividade alta sob o

espaccedilamento 3x3 m com exploraccedilatildeo aos 5 anos Entretanto para os maiores

espaccedilamentos de plantio estudos ainda devem ser desenvolvidos

Palavras-chave Classe de produtividade idade iacutendices econocircmicos

ABSTRACT

SILVEIRA R Economic evaluation of the production of wood paricaacute

(Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) under different planting spacings

2014 Dissertation (Master of Forest Science) - Federal University of Espiacuterito Santo

Jerocircnimo Monteiro ES Advisor Prof Dr Gilson Fernandes da Silva

Coorientadores Prof Dr Adriano Ribeiro de Mendonccedila and Prof Dr Wendel Sandro

de Paula Andrade

Paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) is a native species that has

been gaining prominence among commercial plantations in the Amazon region its

growth characteristics and production for multiple uses For this reason the aim of

this study was to evaluate the effect of planting space in economic analysis of timber

production paricaacute For this the data used in this study originate homogeneous stands

planted under the spacings 3x2 3x3 3x4 4x4 and 5x5 m located in the State of

Paraacute These stands were inventoried annually by fifth year and analyzed three

classes of productivity in each spacing which are Low (17 ndash 19 m) Medium (19 ndash 21

m) and High (21 ndash 24 m) Later with the aid of modeling the total and laminate

volumes were estimated at 5 6 and 7 years Estimate the volume and identified all

the costs these were deflated by the IGP ndash DI and subsequently undercapitalized

Thus we proceeded to the economic analysis using the methodology developed by

the Institute of Agricultural Economics along with the criterion periodic benefit

equivalent As a result it was found that the actual operating costs represented on

average 65 of total costs of production transportation and the most expressive

individual cost in all spacings analyzed The economic analysis indicated that the

monoculture paricaacute regardless of spacing was impracticable when used to sell the

timber without exploitation This response is associated with low market value to

which the species is subject The logging even being a laborious and costly process

an alternative is to give positive values to the production of paricaacute Therefore it can

be inferred that the greatest financial return is obtained in stands of paricaacute deployed

in class high productivity under the 3x3 m spacing with operating at 5 years

However for larger planting space studies have yet to be developed

Keywords Productivity class age economic indices

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO GERAL 11

11 OBJETIVO GERAL 13 12 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 13

2 REVISAtildeO DE LITERATURA 14

21 PARICAacute 14 211 Descriccedilatildeo botacircnica e anatocircmica do paricaacute 14 212 Caracteriacutesticas silviculturais do paricaacute 15 213 Utilizaccedilatildeo do paricaacute 16

22 CRESCIMENTO E PRODUCcedilAtildeO DO PARICAacute 17 23 RENDIMENTO EM LAMINACcedilAtildeO DE PARICAacute 18 24 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO 19

241 Teoria dos custos 19 242 A importacircncia dos custos 21 243 Classificaccedilatildeo dos custos 21 244 Componentes do custo 22 245 Iacutendices econocircmicos 24 246 Custos na empresa florestal 26

25 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DE PROJETOS FLORESTAIS 27

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 28

CAPIacuteTULO 1 31

RESUMO 31

ABSTRACT 32

1 INTRODUCcedilAtildeO 33

2 MATERIAL E MEacuteTODOS 35

21 AacuteREA EM ESTUDO 35 22 ESTIMATIVA DA PRODUCcedilAtildeO 36 23 DESCRICcedilAtildeO DAS ATIVIDADES 38 24 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS 39 25 CLASSIFICACcedilAtildeO DOS CUSTOS 41

3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 43

31 ESTIMATIVA DE VOLUME 43 32 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO 45

321 Custo operacional efetivo ndash COE 45 322 Custo operacional total ndash COT 47 323 Custo total ndash CT 50

4 CONCLUSOtildeES 54

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 55

CAPIacuteTULO 2 57

RESUMO 57

ABSTRACT 58

1 INTRODUCcedilAtildeO 59

2 MATERIAL E MEacuteTODOS 61

21 OBTENCcedilAtildeO DAS RECEITAS 61 22 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS 61 23 IacuteNDICES ECONOcircMICOS DA PRODUCcedilAtildeO 62 24 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DOS PROJETOS 63

241 Benefiacutecio perioacutedico equivalente (BPE) 63

3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 65

31 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA VENDA DE MADEIRA EM PEacute 65 32 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA LAMINADA 71 33 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA 75

331 Benefiacutecio perioacutedico equivalente ndash BPE 75

4 CONCLUSOtildeES 78

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 79

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 80

11

1 INTRODUCcedilAtildeO GERAL

As florestas naturais somavam em 2007 cerca de 4 bilhotildees de hectares

cobrindo aproximadamente 30 da superfiacutecie terrestre segundo informaccedilotildees da

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION ndash FAO (2007) Deste montante cerca

de metade da vegetaccedilatildeo ainda estaacute concentrada em cinco paiacuteses sendo o Brasil o

detentor da segunda maior cobertura florestal do planeta

Segundo o Sistema Nacional de Informaccedilotildees Florestais ndash SNIF (2014)

estimava-se que 69 desta cobertura teriam potencial produtivo Com isso ampliou-

se a participaccedilatildeo do setor florestal brasileiro no comeacutercio mundial Entretanto o

setor ainda encontra dificuldades na expansatildeo dos seus negoacutecios especialmente a

regiatildeo amazocircnica devido agraves restriccedilotildees impostas pela legislaccedilatildeo frente ao apelo

ambiental que a regiatildeo desperta em resposta a ocupaccedilatildeo desordenada

Com a implantaccedilatildeo de novas normas de exploraccedilatildeo reduziu-se a

disponibilidade de madeira no mercado expondo-se entatildeo a necessidade de fontes

alternativas para produccedilatildeo de mateacuteria-prima Assim a partir da praacutetica de

reflorestamento estaacute sendo possiacutevel ampliar o estoque de madeira para atender as

demandas atuais e futuras

Em 2012 o consumo brasileiro de madeira em tora proveniente de plantios

florestais foi de 1824 milhotildees de metros cuacutebicos (msup3) um indicador 72 superior

ao de 2011 (ABRAF 2013) Isso indica que a praacutetica do reflorestamento eacute uma

alternativa de negoacutecio que se expandiu no ultimo ano

Segundo o SNIF (2014) o Brasil deteacutem as melhores tecnologias na

silvicultura de eucalipto e outras espeacutecies vecircm sendo estudadas entre elas a acaacutecia

(Acacia mangium Willd) a seringueira (Hevea brasiliensis (Willd ex Adr de Juss)

Muell-Arg) e o paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) Em 2012 a aacuterea

ocupada por plantios florestais de espeacutecies natildeo convencionais como acaacutecia

araucaacuteria poacutepulus teca seringueira e paricaacute foi de 521131 ha representando

72 da aacuterea total de plantios florestais no Brasil (ABRAF 2013) Esta participaccedilatildeo

ainda que pequena se deve agraves caracteriacutesticas de crescimento e produccedilatildeo obtidas

por estas espeacutecies

Na regiatildeo amazocircnica o paricaacute eacute a espeacutecie que vem ganhando destaque

entre os plantios comerciais pelas suas caracteriacutesticas de crescimento e produccedilatildeo

12

para muacuteltiplos usos tornando crescente a demanda industrial por madeira de

lacircminas e compensados para a qual a espeacutecie eacute utilizada (MARQUES et al 2006)

Os primeiros registros com o plantio de paricaacute no Estado do Paraacute constam

da deacutecada de 1950 os quais tinham o objetivo de preservar a caracteriacutestica da

floresta amazocircnica em espaccedilos puacuteblicos e de fomentar estudos sobre o

comportamento e caracteriacutesticas das espeacutecies plantadas (MARQUES et al 2006)

Desde entatildeo muitos plantios foram registrados no Paraacute e em toda regiatildeo

amazocircnica e vaacuterios estudos foram desenvolvidos podendo-se destacar Hoffmann

(2009) Vidaurre et al (2012) Santos (2012) e Corteletti (2013) que trabalharam

com povoamentos de paricaacute localizados entre os municiacutepios de Dom Elizeu e

Paragominas estado do Paraacute Estes estudos comprovaram o alto potencial de

produccedilatildeo madeireira do paricaacute e servem como incentivo para que se estabeleccedilam

novos povoamentos Embora jaacute se tenham muitos plantios com esta espeacutecie na

Amazocircnia ainda satildeo necessaacuterios estudos com o objetivo de identificar as

caracteriacutesticas dendromeacutetricas avaliar a qualidade da madeira e sua produccedilatildeo

A atenccedilatildeo deve ser direcionada tambeacutem para os custos de produccedilatildeo

destes povoamentos que vecircm sendo estabelecidos na regiatildeo amazocircnica Natildeo

existem estudos suficientes que comprovem a lucratividade desta atividade Os

estudos que se tecircm disponiacuteveis ainda satildeo muito geneacutericos e as informaccedilotildees

carentes de dados do processo de implantaccedilatildeo da cultura

O monitoramento do processo produtivo tem sido realizado para identificar

os custos de produccedilatildeo sendo um instrumento necessaacuterio para se avaliar (medir) a

eficiecircncia das empresas Outra teacutecnica utilizada eacute a avaliaccedilatildeo econocircmica dos

projetos que testam a viabilidade de sua execuccedilatildeo

Para testar a viabilidade econocircmica dos projetos florestais faz-se necessaacuterio

o emprego de teacutecnicas econocircmicas sendo as mais tradicionais aquelas em que se

calculam o valor presente liacutequido (VPL) a taxa interna de retorno (TIR) e o benefiacutecio

perioacutedico equivalente (BPE) Este uacuteltimo sendo empregado frequentemente para

projetos com diferentes horizontes de planejamento (REZENDE OLIVEIRA 2001)

O teste da viabilidade econocircmica tem por finalidade estudar a capacidade

financeira do empreendimento a fim de verificar a possibilidade de sua

implementaccedilatildeo por meio da capacidade de sobrevivecircncia no mercado e da

identificaccedilatildeo dos fatores que podem dificultar as possibilidades de ecircxito do mesmo

comprovando-se assim a sua necessidade de execuccedilatildeo

13

11 OBJETIVO GERAL

Avaliar o efeito dos espaccedilamentos de plantio na anaacutelise econocircmica da

produccedilatildeo de madeira de paricaacute

12 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

a) Definir os custos de produccedilatildeo de povoamentos de paricaacute

b) Identificar os custos de produccedilatildeo mais afetados pelos espaccedilamentos

de plantio

c) Avaliar a participaccedilatildeo individual dos custos no processo de

implantaccedilatildeo colheita e transporte e

d) Identificar o espaccedilamento que forneceraacute o maior retorno econocircmico

por meio de indicadores e criteacuterio de avaliaccedilatildeo

14

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

21 PARICAacute

A espeacutecie Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke foi descoberta por

Huber e descrita por Ducke em 1922 sendo vulgarmente conhecida como pinho-

cuiabano paricaacute-da-amazocircnia paricaacute-da-terra-firme (Mato Grosso) paricaacute paricaacute-

grande faveira (Paraacute) canafista canafiacutestula fava-canafiacutestula (Acre) bandarra

(Rondocircnia) guapuruvu-da-amazocircnia (Distrito federal) aleacutem de cereboacute (Boliacutevia)

tambor (Colocircmbia) gavilaacuten (Costa Rica) pachaco (Equador) palo de judiacuteo palo de

picho (Meacutexico) e pashaco (Peru) (CARVALHO 2007)

Ocorre naturalmente em toda regiatildeo amazocircnica principalmente no Mato

Grosso Paraacute Amazonas e Rondocircnia no Brasil aleacutem de outros paiacuteses como Peru

Boliacutevia Colocircmbia e Venezuela (SOUZA et al 2005) Sobrevive em mata primaacuteria e

secundaacuteria de terra firme e vaacuterzea alta notadamente nas formaccedilotildees do tipo floresta

densa e floresta aberta em solos argilosos e altitudes de ateacute 800 metros

(CARVALHO 1994 ROSA 2006a)

A espeacutecie eacute tolerante a solos de baixa fertilidade e adapta-se agrave precipitaccedilatildeo

meacutedia anual de 1600 mm a 5850 mm e temperatura meacutedia de 248 ordmC (CRESPO et

al 1995) Por ser uma espeacutecie essencialmente helioacutefila natildeo tolera baixas

temperaturas (CARVALHO 2007)

211 Descriccedilatildeo botacircnica e anatocircmica do paricaacute

Segundo o sistema de classificaccedilatildeo de Cronquist a espeacutecie Schizolobium

amazonicum pertence agrave famiacutelia Caesalpiniaceae (Leguminosae Caesalpinioideae)

sendo da divisatildeo Magnoliophyta (Angiospermae) da classe Magnoliopsida

(Dicotyledonae) e ordem das Fabales

O paricaacute eacute uma aacutervore deciacutedua que pode atingir 40 m de altura e 100 cm de

DAP (diacircmetro a altura do peito medido a 130 m do solo) na idade adulta

15

(CARVALHO 2007) Seu tronco eacute ciliacutendrico e reto com casca de cor cinza clara

podendo conter sapopemas A madeira eacute macia leve com textura grossa gratilde direita

e irregular cerne creme-avermelhado e alburno creme-claro Tecircm faacutecil

processamento mas baixa durabilidade natural (SOUZA et al 2005)

Rosa (2006a) trabalhando com a botacircnica anatomia e tecnologia de paricaacute

comprovou que ao longo do crescimento vegetativo a espeacutecie pode possuir

caracteriacutesticas dendroloacutegicas diferenciadas em termos de coloraccedilatildeo da casca e do

surgimento de sapopemas

212 Caracteriacutesticas silviculturais do paricaacute

As sementes de paricaacute possuem alto grau germinativo podendo chegar a

90 Isso pode ser comprovado em estudos realizados por Lameira et al (2000)

com a propagaccedilatildeo do paricaacute por meio de sementes submetidas a processos

mecacircnicos fiacutesicos e quiacutemicos de quebra de dormecircncia Nesse estudo foi constatado

que as sementes possuem um percentual de germinaccedilatildeo de 80 a 90

O paricaacute possui entretanto dificuldade em seu manejo por seu elevado teor

de umidade e susceptibilidade ao ataque de microorganismos aleacutem da dormecircncia

tegumentar que necessita de tratamentos preacute-germinativos (ROSA 2006b

CARVALHO 2007)

Para o armazenamento de sementes eacute recomendado um periacuteodo maacuteximo de

12 meses tendo em vista que a partir do oitavo mecircs ocorre reduccedilatildeo na viabilidade

das sementes como pode ser observado no trabalho de Rosa (2006a) sobre a

ecologia e silvicultura do paricaacute

Apoacutes serem retiradas do armazenamento as sementes podem ser plantadas

de duas maneiras colocando-se as sementes para germinar em canteiros

(sementeiras) ou semeando-as diretamente na embalagem plaacutestica Ambas as

opccedilotildees permitem sobrevivecircncia de no miacutenimo 80 das plantas sendo

consideravelmente aceitaacutevel (SOUZA et al 2003)

No que se refere a implantaccedilatildeo de povoamentos uma atenccedilatildeo especial

deve ser direcionada agrave escolha do espaccedilamento a ser utilizado No Estado do Paraacute

diversos espaccedilamentos tem sido adotados (3x3 m 4x4 m 3x4 m 5x4 m 6x4 m)

16

principalmente em plantios mais antigos estando os mais recentes em maior

padronizaccedilatildeo com espaccedilamentos de 4x4 m Isso provavelmente se deve agrave

facilidade de mecanizaccedilatildeo (MARQUES et al 2006) Aleacutem disso estudos vecircm

comprovando que o espaccedilamento 4x4 m eacute mais utilizado pois proporciona a melhor

relaccedilatildeo entre crescimento em altura e diacircmetro das aacutervores (ROSA 2006b)

Em sistemas silviculturais mais adensados ou em plantios puros o paricaacute

tem demonstrado crescimento inicial em altura bastante raacutepido sendo necessaacuterios

desbastes para manter equiliacutebrio adequado entre a retirada de indiviacuteduos de

qualidade inferior doentes ou danificados e a manutenccedilatildeo de espaccedilamento

aproximadamente regular entre as plantas Deve-se ressaltar entretanto que a

espeacutecie eacute bastante suscetiacutevel aos danos causados por ventos fortes principalmente

nos estaacutegios iniciais de desenvolvimento As aacutervores isoladas e plantas da

bordadura satildeo mais propensas a quebras poreacutem estes danos satildeo bastante

reduzidos com a presenccedila de mata ou de relevo ondulado nas proximidades que

possam proteger o povoamento e reduzir esses efeitos do vento (SOUZA et al

2003)

No estudo realizado por Rondon (2002) concluiu-se que ateacute o terceiro ano o

paricaacute eacute altamente vulneraacutevel ao vento principalmente nos espaccedilamentos 4x2 m e

2x2 m Por tal motivo medidas preventivas devem ser tomadas no iniacutecio da

implantaccedilatildeo deixando-se uma faixa de mata nativa em torno do plantio Desta

maneira sob os espaccedilamentos 15x15 m 2x2 m 3x2 m 3x3 m 4x2 m 4x3 m e 4x4

m avaliadas pelo autor os dois uacuteltimos foram os que proporcionaram maiores

crescimentos em altura e diacircmetro

213 Utilizaccedilatildeo do paricaacute

Essa espeacutecie eacute bastante utilizada na produccedilatildeo de lacircminas meacutedias ou parte

interna de compensados caixotaria leve portas e parquete tendo em vista que

pode ser alcanccedilado o rendimento de ateacute 80 de aproveitamento da madeira no

processo de laminaccedilatildeo (MARQUES et al 2006)

17

Ela pode ser utilizada para produccedilatildeo energeacutetica assim como a produccedilatildeo de

papel e celulose por sua facilidade de branqueamento Propriedades medicinais

tambeacutem podem ser encontradas principalmente na casca (CARVALHO 2007)

Carvalho (2007) afirma ainda que esta espeacutecie tem grande potencial para

recuperaccedilatildeo de aacutereas degradadas Por ser uma espeacutecie pioneira o paricaacute tem bom

desenvolvimento na maioria dos solos amazocircnicos contribuindo com

sombreamento o desenvolvimento de espeacutecies cliacutemax que por ventura se

estabeleccedilam na aacuterea

O paricaacute pode ser utilizado ainda para artesanato sendo seu uso mais

comum na fabricaccedilatildeo de brinquedos saltos para calccedilados e aeromodelismo

(SOUZA et al 2003)

22 CRESCIMENTO E PRODUCcedilAtildeO DO PARICAacute

O crescimento e a produccedilatildeo de um povoamento florestal dependem da

idade da capacidade produtiva do grau de utilizaccedilatildeo do potencial produtivo do lugar

e de tratamentos silviculturais (SCOLFORO 2006 CAMPOS LEITE 2009) Esta

relaccedilatildeo pode ser mensurada por meio de modelos de crescimento e produccedilatildeo

mecaniacutesticos ou empiacutericos sendo este uacuteltimo o mais utilizado

Santos (2012) estudando o crescimento e produccedilatildeo de plantios de paricaacute

sob diferentes espaccedilamentos ajustou o modelo logiacutestico para estimar o crescimento

em diacircmetro e volume das aacutervores em cada espaccedilamento em funccedilatildeo da idade O

autor observou efeito significativo do espaccedilamento sobre as variaacuteveis diacircmetro

quadraacutetico e volume em todas as idade evidenciando a dependecircncia entre os

fatores

Neste mesmo estudo foi constatado que a maior diferenccedila entre as meacutedias

do diacircmetro quadraacutetico e o volume foi entre os espaccedilamentos extremos 3x2 m e 5x5

metros Assim o maior crescimento em diacircmetro quadraacutetico foi verificado no espaccedilo

vital com 25 msup2 e o maior crescimento em volume por aacuterea no espaccedilamento de 6msup2

Anteriormente Hoffmann (2009) jaacute havia verificado a influecircncia do diacircmetro

no rendimento da laminaccedilatildeo em que o aumento do diacircmetro promoveu maior

rendimento O mesmo foi observado por Silva et al (2013)

18

23 RENDIMENTO EM LAMINACcedilAtildeO DE PARICAacute

A produccedilatildeo de lacircminas em escala comercial surgiu a partir do seacuteculo XX

sendo impulsionada no Brasil na deacutecada de 30 com o objetivo de confeccionar

madeira compensada que tem como mateacuteria-prima paineacuteis de lacircminas de madeira

Este material eacute submetido a um processo de colagem e prensagem com adesivos

resistentes ou agrave prova drsquoaacutegua tendo muacuteltiplas aplicaccedilotildees na construccedilatildeo civil na

fabricaccedilatildeo de moacuteveis formas para concreto embalagens transporte e aplicaccedilotildees

agriacutecolas (BORDUELLE IWAKIRI MARTINS et al 2006 IWAKIRI PRATA 2008)

A qualidade da laminaccedilatildeo eacute influenciada por caracteriacutesticas da espeacutecie

(densidade da madeira) caracteriacutesticas do fuste (diacircmetro e forma) e gratilde (direccedilatildeo e

inclinaccedilatildeo) e por condiccedilotildees operacionais do equipamento (velocidade de corte

ajuste da geometria da faca e barra de pressatildeo afiaccedilatildeo da faca) sendo que a

automaccedilatildeo dos equipamentos tem resultado em lacircminas de maior qualidade e

produtividade (TSOUMIS 1991)

Esta busca pela qualidade e produtividade tem aumentado o interesse nos

estudos sobre a prognose do crescimento e da produccedilatildeo de povoamentos e do

processo de laminaccedilatildeo Isto ocorre porque as empresas florestais procuram

investimentos soacutelidos devido aos compromissos de longo prazo assumidos

As estimativas da produccedilatildeo de mateacuteria-prima e do rendimento do produto

final contribuem com o planejamento da empresa em relaccedilatildeo a novos investimentos

novos produtos a serem lanccedilados no mercado aleacutem da viabilidade do projeto em

execuccedilatildeo e de futuros investimentos Por isso faz-se necessaacuterio conhecer todo o

processo produtivo do produto com o qual se estaacute trabalhando

A laminaccedilatildeo da madeira pode ser obtida por meio de duas formas

comerciais

a) Lacircminas torneadas ndash obtidas a partir do ldquodesenrolamentordquo de toras grossas

relativamente curtas utilizando torno laminador

b) Lacircminas faqueadas ndash obtidas a partir de cortes planos realizados por

faqueadeira em peccedila de madeira em bloco

Independentemente do meacutetodo de obtenccedilatildeo de lacircminas um dos objetivos da

empresa florestal eacute a busca pelo aumento da produtividade Estas informaccedilotildees satildeo

obtidas por meio do acompanhamento do processo de transformaccedilatildeo das aacutervores

19

em lacircminas e a partir dos valores obtidos subtrai-se o produto final da quantidade

de madeira que iniciou o processo obtendo-se assim o rendimento

Para o paricaacute o rendimento encontrado em estudos realizados por Hoffmann

(2009) foi de aproximadamente 5031 em aacutervores aos 5 anos Jaacute Melo (2012)

alcanccedilou rendimento meacutedio de 59 Este autor afirma ainda que o rendimento em

laminaccedilatildeo pode ser facilmente estimado por meio de variaacuteveis dendromeacutetricas da

tora obtendo-se menores perdas para aacutervores com maiores diacircmetros

O resultado encontrado por Melo (2012) eacute semelhante ao de Bortoletto

Juacutenior e Belini (2002) para outra espeacutecie do mesmo gecircnero Estudando a produccedilatildeo

de lacircminas e compensados de guapuruvu (Schizolobium parayba (Vell) Blake)

proveniente de plantios mistos de espeacutecies nativas estes autores observaram que o

rendimento do processo de laminaccedilatildeo foi de aproximadamente 61 em lacircminas

verdes Isso demonstra que o gecircnero Schizolobium pode conter boas caracteriacutesticas

para laminaccedilatildeo

24 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO

241 Teoria dos custos

Segundo Pinto et al (2008) algumas terminologias devem ser consideradas

na contabilidade de custos

Gasto esforccedilo realizado pela empresa para obtenccedilatildeo de um bem ou serviccedilo

Investimento gasto com bens ou serviccedilos que traratildeo benefiacutecios futuros

Despesa consumo direto ou indireto com bens e serviccedilos com a finalidade

de obtenccedilatildeo de receitas

Perda gasto natildeo intencional decorrente de fatores externos e

Custos gastos acumulados para executar uma atividade fabricar um

produto ou adquirir uma mercadoria

Essas definiccedilotildees podem ser interpretadas como ilustrada na Figura 1

20

Figura 1 Forma esquemaacutetica da distribuiccedilatildeo de gastos Fonte Adaptado de Pinto et al (2008)

Aleacutem das terminologias apresentadas faz-se necessaacuterio definir orccedilamento

anaacutelise de projeto e o caacutelculo do custo de produccedilatildeo uma vez que satildeo peccedilas

fundamentais para o teste de viabilidade econocircmica do projeto

O orccedilamento tem por objetivo a verificaccedilatildeo preacutevia de gastos e a anaacutelise de

projetos objetiva a avaliaccedilatildeo econocircmica de investimentos que seratildeo realizados Jaacute o

caacutelculo do custo de produccedilatildeo por sua vez tem por objetivo quantificar o custo por

unidade produzida sendo este sempre realizado apoacutes o fim do ciclo de produccedilatildeo

O custo por produto encontrado eacute entatildeo comparado com receita obtida com

as vendas do produto e com o montante de capital utilizado na produccedilatildeo a fim de

serem calculados os indicadores econocircmicos para aquela atividade ou seja o custo

de produccedilatildeo de uma empresa eacute determinado pelas condiccedilotildees fiacutesicas de produccedilatildeo

pelo preccedilo dos recursos e pela conduta economicamente eficiente do proprietaacuterio

Custo eacute entatildeo o preccedilo pelo qual se obteacutem um bem (FERGUSON 2003)

O caacutelculo dos custos de produccedilatildeo por sua vez natildeo eacute uma tarefa faacutecil haja

visto que haacute um grande nuacutemero de informaccedilotildees que devem ser administradas para

que se tenha no final do periacuteodo de produccedilatildeo todos os custos referentes agravequela

atividade Por isso o aconselhaacutevel eacute que se faccedila o registro dos gastos

preferencialmente por atividade para facilidade de obtenccedilatildeo dos resultados

Custos

Investimentos

Despesas

PerdasUso para execuccedilatildeo de atividades adquirir mercadorias e fabricar produtos

Gastos que seratildeo usados no futuro para geraccedilatildeo de receita

Gastos que jaacute foram utilizados para geraccedilatildeo de receita

Gastos que natildeo foram usados para geraccedilatildeo de receita

21

242 A importacircncia dos custos

Para Hildebrand (1995) os custos geralmente contribuem para a anaacutelise a

curto meacutedio e longo prazo que geram informaccedilotildees importantes para o planejamento

e mensuraccedilatildeo da eficiecircncia de operaccedilotildees atividades e processos de produccedilatildeo da

empresa a avaliaccedilatildeo de alternativas de investimento novos negoacutecios e novos

sistemas de produccedilatildeo (processos maacutequinas e equipamentos entre outros)

O setor florestal trabalha geralmente a longo prazo que eacute um horizonte de

planejamento em que a curva de custo de produccedilatildeo corresponde agrave despesa com a

aquisiccedilatildeo dos fatores ao longo do caminho de expansatildeo Isto significa que para cada

niacutevel de produccedilatildeo existiraacute uma combinaccedilatildeo dos fatores variaacuteveis de miacutenimo custo

que junto com os fatores fixos permite a produccedilatildeo de determinada quantidade

(SIMONSEN1971 FERGUSON 2003) A ausecircncia do conhecimento sobre custos

provavelmente levaraacute a maacute aplicaccedilatildeo do capital de giro menor lucro menor

rentabilidade ameaccedilas a estabilidade econocircmica financeira e ao crescimento da

empresa (FERREIRA 2007)

243 Classificaccedilatildeo dos custos

Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo vaacuterios meacutetodos satildeo encontrados na

literatura sendo selecionado o modelo a partir da caracteriacutestica do produto ou do

modelo de produccedilatildeo que estaacute sendo analisado Em funccedilatildeo disso o Instituto de

Economia Agriacutecola ndash IEA oacutergatildeo vinculado agrave Secretaria de Agricultura e

Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo desenvolveu uma metodologia para o setor

agriacutecola designado Meacutetodo do Custo Operacional

Na metodologia do custo operacional se incluem apenas as despesas

efetivamente desembolsadas pelo produtor mais a depreciaccedilatildeo de maacutequinas e

benfeitorias e o custo estimado da matildeo-de-obra familiar Assim a remuneraccedilatildeo de

todos os outros fatores de produccedilatildeo natildeo incluiacutedos fica a cargo do resiacuteduo ou seja a

diferenccedila entre o custo operacional e o valor de venda do produto (MATSUNAGA et

al 1976)

22

O esquema da estrutura do custo de produccedilatildeo utilizada pelo IEA pode ser

visualizado a seguir

Figura 2 Estrutura dos custos de produccedilatildeo utilizada pelo IEA Fonte Nachiluk e Oliveira (2012) sup1 Contribuiccedilatildeo de Seguridade Social Rural

244 Componentes do custo

Os custos podem ser denominados custos expliacutecitos e impliacutecitos Os

desembolsos realizados satildeo denominados custos expliacutecitos segundo Pindyck e

Rubinfeld (1994) os quais abrangem remuneraccedilotildees de matildeo de obra salaacuterios e

custos de materiais e locaccedilatildeo de propriedades aleacutem do custo de oportunidade Eles

satildeo importantes pois envolvem pagamentos diretamente feitos pela empresa a

outras empresas e pessoas com as quais faz negoacutecios

Jaacute os custos impliacutecitos natildeo satildeo diretamente desembolsados no processo de

produccedilatildeo mas natildeo podem deixar de ser considerados uma vez que se constituem

de fato em dispecircndios Sua mensuraccedilatildeo se daacute de maneira indireta por meio da

atribuiccedilatildeo de valores que deveratildeo representar o custo de oportunidade de seu uso

Nesta categoria enquadram-se os gastos com depreciaccedilatildeo de benfeitorias

instalaccedilotildees maacutequinas e implementos agriacutecolas e remuneraccedilatildeo do capital fixo e da

terra (CONAB 2010)

Custo operacional

Custo operacional efetivo (COE)

Despesas com operaccedilotildees

Pagamentos de salaacuterios

Gastos com maacutequinas equipamentos e

implementos

Despesas com materiais

Sementes fertilizantes corretivos defensivos

sacarias etc

Encargos sociais

Custo operacional total (COT)

Depreciaccedilatildeo com maacutequinas juros de custeio e CSSRsup1

23

A classificaccedilatildeo proposta pelo IEA compreende elementos diferenciados

poreacutem de faacutecil interpretaccedilatildeo e mais adequado agrave tomada de decisotildees Assim

segundo Matsunaga et al (1976) essa classificaccedilatildeo eacute composta dos seguintes

custos

a) Custo Operacional Efetivo ndash COE

O custo operacional efetivo envolve todos os custos expliacutecitos ou seja o

custo de todos os recursos de produccedilatildeo que exigem desembolso por parte da

empresa para sua recomposiccedilatildeo excluindo-se a matildeo-de-obra familiar

Assim mesmo que determinado produto tenha sido adquirido no periacuteodo

anterior por exemplo deveraacute ser contabilizado aqui pois em algum momento houve

o desembolso para a compra do mesmo Nesse caso eacute importante que seja utilizado

o preccedilo de mercado atual e natildeo o valor pago anteriormente devido ao custo de

oportunidade

b) Custo Operacional Total ndash COT

O custo operacional total envolve a soma do COE o valor da matildeo-de-obra

familiar e as depreciaccedilotildees que equivalem a apenas uma parte dos custos fixos

b1) Depreciaccedilatildeo

A depreciaccedilatildeo corresponde ao custo indireto exigido para acumular fundos

para substituiccedilatildeo do capital investido em bens produtivos de longa duraccedilatildeo

inutilizados pela idade uso e obsolescecircncia

b2) Valor da Matildeo-de-obra Familiar

Este valor deve ser definido considerando-se o custo de oportunidade ou

seja quanto o produtor ganharia se estivesse trabalhando em outra atividade

Considerando-se eacute claro o mesmo niacutevel teacutecnico para desenvolvimento das duas

atividades

24

c) Custo Total ndash CT

Custo total nada mais eacute que a soma do COT com o valor da remuneraccedilatildeo do

capital imobilizado com a atividade

Todo o capital investido na empresa tem custo de oportunidade uma vez

que seu uso na empresa implica deixar de empregaacute-lo noutra atividade alternativa

Por definiccedilatildeo o retorno potencial desse capital na melhor alternativa possiacutevel de

utilizaccedilatildeo forneceria a medida desse custo de oportunidade Como essa estimativa

nem sempre eacute faacutecil eacute expediente comum estimar o custo de oportunidade a partir do

retorno que o capital teria se em vez de aplicado na empresa fosse investido no

mercado financeiro como por exemplo na caderneta de poupanccedila

245 Iacutendices econocircmicos

Os iacutendices econocircmicos apresentados pelo IEA segundo Matsunaga et al

(1976) satildeo

2451 Renda Bruta (RB)

A renda bruta vem a ser o valor da produccedilatildeo ou seja tudo que eacute produzido

vezes o preccedilo do produto

Embora a Renda Bruta permita saber o quanto eacute recebido pelo produto

produzido ela natildeo diz o quanto desse valor iraacute sobrar Isso porque eacute preciso retirar o

custo de produccedilatildeo Sendo assim eacute necessaacuterio que se faccedila a anaacutelise de

rentabilidade da atividade

2452 Margem Bruta (MB)

Eacute calculada pela subtraccedilatildeo do custo operacional efetivo da renda bruta ou

seja eacute a retirada de todos os custos ocorridos sendo mais produtiva agrave medida que

resulta em valores positivos

25

2453 Margem Liacutequida (ML)

Eacute calculada pela subtraccedilatildeo do custo operacional total da renda bruta sendo

um indicativo de lucratividade Comparando-se duas empresas de igual atividade

aquela que tem maior Margem Liacutequida eacute a que possui melhor rentabilidade no

negoacutecio incluindo-se aiacute a questatildeo operacional financeira e extra-operacional

Isso quer dizer que se a ML for positiva todos os desembolsos estatildeo sendo

pagos aleacutem da depreciaccedilatildeo e a matildeo-de-obra familiar Caso contraacuterio a depreciaccedilatildeo

eou a matildeo-de-obra natildeo estatildeo sendo efetivamente pagas e a empresa estaacute se

descapitalizando

2454 Lucro (L)

O lucro vem a ser o resultado da subtraccedilatildeo da renda bruta gerada pela

venda dos produtos no mercado menos o custo total de produccedilatildeo incorrido na sua

geraccedilatildeo Simplificadamente nada mais eacute do que o resultado positivo deduzido das

vendas os custos e despesas

2455 Lucratividade (Luc)

Eacute a relaccedilatildeo do valor do lucro com o montante de vendas ou seja divide-se o

valor do lucro pela quantidade vendida (renda bruta)

2456 Iacutendice de Rentabilidade (IR)

Eacute uma medida do retorno de um investimento Calcula-se dividindo o lucro

obtido (margem liacutequida) pelo valor do investimento inicial (capital empatado) Pode-

se dizer que a rentabilidade eacute a quantidade de dinheiro que o investidor ganha para

cada quantia investida

26

246 Custos na empresa florestal

Nas empresas em geral os custos satildeo classificados em funccedilatildeo de suas

necessidades de informaccedilotildees Geralmente eles satildeo divididos por operaccedilotildees ou

setores da atividade como viveiro plantaccedilotildees tratos culturais exploraccedilatildeo florestal

atividades especiais (coleta de sementes entre outros) implantaccedilatildeo de infra-

estrutura e administraccedilatildeo (BREPOHL 1980)

Em termos econocircmicos os componentes do custo satildeo agrupados de

acordo com sua funccedilatildeo no processo produtivo nas categorias de custos variaacuteveis

custos fixos custo operacional e custo total (CONAB 2010)

Na determinaccedilatildeo da idade oacutetima de corte de povoamentos florestais eacute

necessaacuterio estudar caso a caso cada componente dos custos e das receitas

envolvidas no processo de produccedilatildeo da madeira Tudo isso pelo fato do setor

florestal conter operaccedilotildees de longo prazo Por tal motivo a anaacutelise de custos pode

ter dois enfoques a anaacutelise ex-ante ou seja antes das operaccedilotildees ocorrerem e ex-

post apoacutes terem ocorrido (GRACcedilA et al 2000)

Entre os custos analisados deve-se considerar tambeacutem a depreciaccedilatildeo que

segundo Hildebrand (1995) pode ser definida como a diminuiccedilatildeo do valor dos bens

ativos resultante do desgaste pelo uso accedilatildeo da natureza ou por obsolescecircncia

teacutecnica Assim com o tempo para tornar possiacutevel a reposiccedilatildeo do equipamento eacute

necessaacuterio acumular periodicamente uma reserva em um fundo que permitiraacute no

fim de um periacuteodo a aquisiccedilatildeo de um novo equipamento

Baseados nas necessidades do setor florestal vaacuterios estudos sobre a

viabilidade econocircmica de plantios vem sendo desenvolvidos para as mais variadas

espeacutecies arboacutereas como os obtidos por Souza et al (2003) e o Centro de Pesquisa

do Paricaacute ndash CPP Deve-se ressaltar no entanto a afirmaccedilatildeo feita por Marques et al

(2006) em que os autores concluiacuteram que o custo meacutedio para implantaccedilatildeo e

conduccedilatildeo dos povoamentos podem variar conforme a regiatildeo as teacutecnicas de preparo

de solo os tratos silviculturais adotados entre outros

27

25 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DE PROJETOS FLORESTAIS

Do ponto de vista teacutecnico Oliveira e Rezende (2004) afirmam que dois ou

mais projetos podem ser compatiacuteveis quando a execuccedilatildeo de um natildeo afeta a

implementaccedilatildeo do outro ou incompatiacuteveis em caso contraacuterio Jaacute do ponto de vista

econocircmico eles podem ser dependentes quando haacute uma relaccedilatildeo de rentabilidade

entre ambos ou independentes quando nenhum eacute afetado

Estas informaccedilotildees satildeo importantes para o bom planejamento das atividades

florestais uma vez que o investimento em um projeto deve ser baseado em um

horizonte de planejamento na maioria das vezes de longo prazo podendo variar de

finito como no caso de um plantio florestal ou infinito em um manejo sustentado de

floresta nativa (CHICHORRO et al 2010)

Para realizar a anaacutelise econocircmica eacute importante considerar a vida econocircmica

do projeto Ela corresponde ao tempo que ele produziraacute lucro a vida fiacutesica de

maacutequinas e construccedilotildees o periacuteodo de anaacutelise onde se consideram os efeitos do

projeto Aleacutem do horizonte de construccedilatildeo relacionado agrave demanda do produto e o

horizonte de dados que se refere ao periacuteodo de tempo em que eacute possiacutevel prever o

fluxo de caixa (REZENDE OLIVEIRA 2001)

A avaliaccedilatildeo econocircmica ou financeira de projetos baseia-se entatildeo no fluxo

de caixa que consiste nos custos e nas receitas distribuiacutedos ao longo da vida uacutetil do

empreendimento Os meacutetodos mais recomendados para avaliaccedilatildeo econocircmica de

projetos florestais satildeo (REZENDE OLIVEIRA 2001) valor presente liacutequido (VPL)

taxa Interna de Retorno (TIR) custo (ou Benefiacutecio) Perioacutedico Equivalente (CPE ou

BPE) custo Meacutedio de Produccedilatildeo (CMPr) razatildeo Benefiacutecio (receita)Custo (BC) e

tempo de Recuperaccedilatildeo do Capital

28

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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29

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION ndash FAO Consolidaccedilatildeo dos instrumentos poliacuteticos e institucionais para a implementaccedilatildeo do PNF 2007 Disponiacutevel em lthttpwwwfaoorgbrprj_utfbra062braespgt Acesso em 12 jul 2013 GRACcedilA L R RODIGHERI H R CONTO A J Custos florestais de produccedilatildeo conceituaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo Colombo Embrapa Florestas 2000 32p (Embrapa Florestas Documentos 50) HILDEBRAND E Sistema de apropriaccedilatildeo e anaacutelise de custos para a empresa florestal 1995 (156f) Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) ndash Universidade Federal do Paranaacute Curitiba PR 1995 HOFFMANN R G Caracterizaccedilatildeo dendromeacutetrica e avaliaccedilatildeo do rendimento em laminaccedilatildeo de madeira em plantios de paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) na regiatildeo de Paragominas PA 2009 (97f) Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) ndash Universidade Federal do Espiacuterito Santo Jerocircnimo Monteiro ES 2009 HOSOKAWA R T MOURA J B CUNHA U S Introduccedilatildeo ao manejo e economia de florestas Curitiba UFPR 1998 162p IWAKIRI S PRATA J G Produccedilatildeo de paineacuteis compensados multilaminados de Eucalyptus Revista da madeira 211 ed Mar 2008 LAMEIRA O A GOMES A P R LOPES S C LEAtildeO N V M Efeito da escarificaccedilatildeo sobre a germinaccedilatildeo de sementes de paricaacute (Schizolobium amazonicum) in vitro Beleacutem Embrapa Amazocircnia Oriental 2000 3 p (Embrapa Amazocircnia Oriental Comunicado Teacutecnico 21) MARQUES L C T YARED J A G SIVIERO MA A evoluccedilatildeo do conhecimento sobre o paricaacute para reflorestamento no Estado do Paraacute Embrapa Amazocircnia Oriental 2006 5 p (Comunicado Teacutecnico 158) MATSUNAGA M et al Metodologia de custo de produccedilatildeo utilizada pelo IEA Agricultura em Satildeo Paulo Satildeo Paulo v 23 t 1 p 123-139 1976

MELO R R Avaliaccedilatildeo de variaacuteveis tecnoloacutegicas na produccedilatildeo de paineacuteis LVL confeccionados com paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) 2012 (164f) Tese (Doutorado em Ciecircncias Florestais) Universidade de Brasiacutelia Brasiacutelia DF 2012 NACHILUK K OLIVEIRA M D M Custo de produccedilatildeo uma importante ferramenta gerencial na agropecuaacuteria Instituto de Economia Agriacutecola ndash IEA v 7 n 5 maio 2012 OLIVEIRA A D REZENDE J L P Economia Florestal Lavras UFLAFAEPE 2004 101p PINDYCK R S RUBINFELD D L Microeconomia Satildeo Paulo Makron Books 1994 968p

30

PINTO A A G LIMEIRA A L F SILVA C A S COELHO F S Gestatildeo de custos 2 ed Rio de Janeiro FGV 2008 140p REZENDE J L P OLIVEIRA A D Anaacutelise econocircmica e social de projetos florestais Viccedilosa MG UFV 2001 389 p RONDON E V Produccedilatildeo de biomassa e crescimento de aacutervores de Schizolobium amazonicum (Huber) Ducke sob diferentes espaccedilamentos na regiatildeo de mata Aacutervore Viccedilosa-MG v26 n5 p573-576 2002 ROSA L S Caracteriacutesticas botacircnicas anatocircmicas e tecnoloacutegicas do paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) Revista de Ciecircncias Agraacuterias Beleacutem n 46 p63-79 juldez 2006a ROSA L S Ecologia e silvicultura do paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) na amazocircnia brasileira Revista de Ciecircncias Agraacuterias Beleacutem n 45 p 135-174 janjun 2006b SANTOS E M Crescimento e produccedilatildeo de plantios de paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) sob diferentes espaccedilamentos 2012 (74f) Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) Universidade Federal do Espiacuterito Santo Jerocircnimo Monteiro ES 2012 SCOLFORO J R S Biometria florestal modelos de crescimento e produccedilatildeo florestal Lavras UFLAFAEPE 2006 393p SILVA G F GEZAN S A SOARES C P B ZANETI L Z Modeling growth and yield of Schizolobium amazonicum under different spacings International Journal of Forestry Research v 2013 (2013) 10 p SIMONSEN M H Teoria microeconocircmica Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas 1971 2 ed 410p SISTEMA NACIONAL DE INFORMACcedilOtildeES FLORESTAIS ndash SNIF Produccedilatildeo florestal cadeia produtiva Serviccedilo Florestal Brasileiro Brasilia 2014 SOUZA C R ROSSI L M B AZEVEDO C P VIEIRA A H Paricaacute Schizolobium parahyba var amazonicum (Huber x Ducke) Barneby 1 ed Manaus EMBRAPA Dezembro 2003 (Circular Teacutecnica 18) SOUZA D B CARVALHO G S RAMOS E J A Paricaacute Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke Manaus EMBRAPA 2005 2p (Informativo Teacutecnico Rede de Sementes da Amazocircnia n13) TSOUMIS G Science and Technology of Wood structure properties utilization New York Chapmam amp Hall 1991 494 p VIDAURRE G B CARNEIRO A C O VITAL B R SANTOS R C S VALLE M L A Propriedades energeacuteticas da madeira e do carvatildeo de paricaacute (Schizolobium amazonicum) Aacutervore Viccedilosa-MG v36 n2 p365-371 2012

31

CAPIacuteTULO 1

CUSTOS DA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA DE PARICAacute

RESUMO

O setor de florestas plantadas brasileiro vem perdendo espaccedilo no mercado

internacional pelo alto custo necessaacuterio agrave produccedilatildeo Por isso haacute a necessidade

de se investigar quais os custos mais onerosos do processo produtivo para

entatildeo se montar uma estrateacutegia de reduccedilatildeo de custos a fim de tornar o

reflorestamento novamente competitivo no mercado Deste modo objetivou-se

no trabalho estimar a produccedilatildeo de paricaacute (Schizolobium amazonicum) aos 5 6

e 7 anos em trecircs classes de produtividade e em cinco espaccedilamentos de

plantio identificando os principais custos de produccedilatildeo aleacutem dos mais afetados

pelos espaccedilamentos de plantio na regiatildeo de Paragominas PA A estimativa de

volume foi obtida segundo metodologia proposta por Silva et al (2013) e os

custos de produccedilatildeo desde as atividades de preparo da aacuterea ateacute a colheita e

transporte foram disponibilizados por produtores rurais e empresaacuterios da

regiatildeo Posteriormente fez-se a anaacutelise dos custos por meio da metodologia do

custo operacional em que se considera apenas as despesas efetivamente

desembolsadas pelo agricultor somadas agrave depreciaccedilatildeo e matildeo-de-obra familiar

Assim inferiu-se que o espaccedilamento 3x2 m foi superior em volume diante dos

outros espaccedilamentos analisados Em relaccedilatildeo agrave analise de custos o custo

operacional efetivo representou em meacutedia 65 dos custos totais de produccedilatildeo

sendo o transporte o custo individual mais expressivo em todos os

espaccedilamentos analisados Jaacute a manutenccedilatildeo foi o conjunto de atividades mais

significativo nos plantios devido ao nuacutemero e ao longo periacuteodo para sua

execuccedilatildeo Os custos totais de produccedilatildeo foram superiores em espaccedilamentos

menores independentemente da remuneraccedilatildeo ou natildeo pelo uso dos capitais

permanente e circulante

Palavras-chave Custo operacional efetivo espaccedilamento idade

produtividade

32

CHAPTER 1

PRODUCTION COST PARICAacute

ABSTRACT

The planted forest sector in Brazil has been losing ground in the international

market by the high cost needed for production Therefore there is a need to

investigate what the most expensive costs of the production process to then

build a strategy to reduce costs in order to become competitive again

reforestation in the market Thus the aim of the study was to estimate the

production of paricaacute (Schizolobium amazonicum) at 5 6 and 7 years in three

productivity classes and five planting space identifying the major costs of

production and those most affected by planting space in the region of

Paragominas PA The volume estimate was obtained according to the

methodology proposed by Silva et al (2013) and production costs since the

activities of preparation of the area to harvest and transport were provided by

farmers and entrepreneurs in the region Subsequently made to cost analysis

using the methodology of the operating cost which considers only the expenses

actually disbursed by the farmer together with the depreciation and labor

family labor Thus it was inferred that the spacing 3x2 m was higher by volume

on the other spacings analyzed Regarding the analysis of costs the effective

operating cost represented on average 65 of total production costs and

transport the most significant single cost in all spacings analyzed Have

maintenance was the most significant set of activities in plantations due to the

number and the time period for its implementation The total production costs

were higher in the smaller spacing regardless of whether or not for the use of

permanent and circulating capital

Keywords Effective operational cost spacing age productivity

33

1 INTRODUCcedilAtildeO

A crescente dificuldade em se obter madeira de florestas nativas tem

motivado empresaacuterios agrave praacutetica do reflorestamento Nesses plantios vaacuterias

espeacutecies tecircm sido utilizadas sendo o paricaacute a espeacutecie nativa de maior

expressatildeo na regiatildeo norte do paiacutes principalmente no estado do Paraacute

Segundo a ABRAF (2013) em 2012 foram plantados 87901 hectares

de paricaacute nos estados do Paraacute Tocantins e Maranhatildeo O aumento da aacuterea de

plantio nos uacuteltimos anos eacute justificado pela boa aceitaccedilatildeo desta espeacutecie no

mercado madeireiro devido aos seus variados fins como a produccedilatildeo de

lacircmina e compensado forros palitos papel moacuteveis aleacutem de peccedilas de

acabamentos e molduras

A falta de informaccedilotildees silviculturais no entanto tecircm inviabilizado a

expansatildeo de novos plantios em outras regiotildees do paiacutes Natildeo se tecircm estudos

suficientes para comprovar o melhor meacutetodo de implantaccedilatildeo desta cultura no

que se refere ao espaccedilamento a ser utilizado para maior produccedilatildeo de madeira

Este tipo de deficiecircncia pode implicar no emprego de teacutecnicas silviculturais

equivocadas que inviabiliza economicamente o cultivo reduzindo

consequentemente o interesse comercial pela espeacutecie

Os custos de produccedilatildeo devem entatildeo ser analisados para se testar a

viabilidade econocircmica dos projetos que estatildeo sendo implantados haja vista

que poucos satildeo os estudos que se referem ao monocultivo do paricaacute A

obtenccedilatildeo destes custos eacute fundamental pois eles compotildeem um ferramental de

controle e gerenciamento das atividades produtivas e de geraccedilatildeo de

importantes informaccedilotildees para auxiliar as tomadas de decisotildees pelos

produtores rurais (CONAB 2010)

Para se atestar a viabilidade econocircmica de um projeto florestal natildeo se

deve avaliar somente a espeacutecie a ser implantada mais agraves condiccedilotildees de

mercado atuais e futuras para comercializaccedilatildeo do produto Eacute notaacutevel a

importacircncia econocircmica e socioambiental do setor de florestas plantadas para o

Brasil por isso deve-se investir em conhecimento e tecnologia sobre as

espeacutecies cultivadas haja visto que o ambiente de negoacutecio para o

34

desenvolvimento desta atividade vem passando por dificuldades nos uacuteltimos

anos

A competitividade dos produtos florestais estaacute se deteriorando frente

aos seus principais concorrentes internacionais uma vez que o aumento

generalizado dos custos de produccedilatildeo de madeira no Brasil estaacute reduzindo

significativamente a rentabilidade da induacutestria integrada de base florestal e dos

produtores independentes de plantios florestais (ABRAF 2013) Comprova-se

assim a necessidade de estudos referentes aos custos de produccedilatildeo

Haacute alguns anos a importacircncia dos custos na produccedilatildeo agriacutecola e as

dificuldades de sua obtenccedilatildeo estimularam o Instituto de Economia Agriacutecola

oacutegatildeo vinculado agrave Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de Satildeo

Paulo a efetuar estimativas de custo de produccedilatildeo de diversas exploraccedilotildees

agriacutecolas por meio da metodologia designada custo operacional Neste

meacutetodo se incluem apenas as despesas efetivamente desembolsadas pelo

agricultor somadas agrave depreciaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos e matildeo-de-

obra familiar A remuneraccedilatildeo devida a todos os outros fatores de produccedilatildeo eacute

de responsabilidade do resiacuteduo ou seja a diferenccedila entre o custo operacional

e o valor de venda (MATSUNAGA et al 1976 CONAB 2010)

O ecircxito nas estimativas de custos de produccedilatildeo agriacutecola vem

estimulando pesquisadores da aacuterea florestal a utilizarem esta metodologia

tambeacutem para culturas florestais principalmente neste momento em que o

Brasil depende de medidas estruturais que promovam a reduccedilatildeo dos custos de

produccedilatildeo e incentivem o investimento para retomada da competitividade dos

produtos nacionais de base florestal no mercado internacional Por tal motivo

objetivou-se neste trabalho identificar os principais custos de produccedilatildeo bem

como o efeito dos diferentes espaccedilamentos sobre estes custos

35

2 MATERIAL E MEacuteTODOS

21 AacuteREA EM ESTUDO

Os dados utilizados neste estudo foram originaacuterios de povoamentos

homogecircneos de paricaacute (Schizolobium amazonicum) plantados sob os

espaccedilamentos 3x2 3x3 3x4 4x4 e 5x5 m localizados entre os municiacutepios de

Dom Elizeu e Paragominas Estado do Paraacute (Figura 1)

Figura 1 Localizaccedilatildeo dos municiacutepios de Dom Eliseu e Paragominas PA

O municiacutepio de Paragominas estaacute localizado no nordeste paraense

possuindo aproximadamente 20000 km2 de aacuterea territorial com 90 m de

altitude O solo caracteriacutestico da aacuterea eacute o Latossolo amarelo com vegetaccedilatildeo

originaacuteria representada pela floresta densa sendo encontradas extensas aacutereas

de mata secundaacuteria (capoeira nos seus diversos estaacutegios de desenvolvimento)

devido aos constantes desmatamentos provocados principalmente pelo

avanccedilo da agropecuaacuteria na regiatildeo (IBGE 2013a PREFEITURA MUNICIPAL

DE PARAGOMINAS 2013)

Segundo o IBGE (2013a) o clima do municiacutepio eacute do tipo mesoteacutermico e

uacutemido A temperatura meacutedia anual eacute elevada em torno de 25degC e seu regime

pluviomeacutetrico fica geralmente entre 2250 mm e 2500 mm anuais

36

O municiacutepio de Dom Eliseu pertence agrave microrregiatildeo de Paragominas

possui 5268815 kmsup2 e estaacute localizado nas coordenadas 04deg17rsquo06rdquo Sul e

47deg30rsquo18rdquo Oeste a 180 metros de altitude Ele eacute um dos municiacutepios da

chamada ldquoFronteira agriacutecola amazocircnicardquo maior produtora de commodities

agriacutecolas da porccedilatildeo norte do paiacutes e grande produtora de paricaacute (IBGE 2013b

PREFEITURA MUNICIPAL DE DOM ELISEU 2013)

22 ESTIMATIVA DA PRODUCcedilAtildeO

Foram inventariados povoamentos de paricaacute anualmente ateacute o quinto

ano sendo analisadas trecircs classes de produtividade em cada espaccedilamento

sendo elas Baixa (17 - 19 m) Meacutedia (19 ndash 21 m) e Alta (21 - 24 m)

Posteriormente empregando-se o modelo de crescimento e produccedilatildeo proposto

por Silva et al (2013) os volumes comercial e de lacircminas foram estimados

para diferentes espaccedilamentos e qualidades de local nas idades de 5 6 e 7

anos conforme o esquema apresentado na Figura 2

Figura 2 Esquema para obtenccedilatildeo dos volumes comercial e de lacircminas em povoamentos de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA

A partir dos dados de inventaacuterio estimou-se a produccedilatildeo em volume

comercial e de lacircminas por meio da metodologia proposta por Silva et al

(2013) Assim a partir de informaccedilotildees sobre as variaacuteveis aacuterea basal por

hectare (GHA) iacutendice de siacutetio (SI) altura dominante (HD) considerada como a

altura meacutedia das 100 aacutervores mais altas do povoamento (Hart) e nuacutemero de

aacutervores por hectare (NHA) na idade de cinco anos pode-se projetar a produccedilatildeo

para as idades em anaacutelise

Espaccedilamentos (m)

bull3x2

bull3x3

bull4x3

bull4x4

bull5x5

Classes de produtividade

(m)

bullBaixa

bullMeacutedia

bullAlta

Idades

(anos)

bull5

bull6

bull7

Volume comercial

Volume de lacircminas

37

A estimativa da HD na idade i foi obtida por meio da equaccedilatildeo 1

119878119868 =

119867119863119894 (1 + 119890119909119901 ((182404 minus 119860119894)

043105frasl ))

1 + 119890119909119901 ((182404 minus 119860119894119899119889

043105frasl ))

Eq 1

Em que

119890119909119901 = base de logaritmo neperiano

119867119863119894 = altura dominante na idade i

119860119894 = i-eacutesima idade (i = 5 6 7) e

119860119894119899119889 = idade iacutendice (5 anos)

Para estimativa do nuacutemero de aacutervores por hectare na idade futura

utilizou-se a equaccedilatildeo 2

1198731198671198602 = 1198731198671198601 minus ((119860119877119864119860

1198671198631)

minus20848

(119860220356 minus 1198601

20356)) Eq 2

Em que

1198731198671198602 = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade futura

1198731198671198601 = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade corrente

119860119877119864119860 = aacuterea meacutedia ocupada por cada planta no plantio

1198671198631 = altura dominante na idade corrente

1198601 = idade corrente e

1198602 = idade futura

A aacuterea basal por hectare foi estimada por meio da equaccedilatildeo 3

119866119867119860119894 = 000523119867119863119894145720119873119867119860053967

119894 Eq 3

Em que

NHAi = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade i

38

Apoacutes a obtenccedilatildeo de todas as variaacuteveis os volumes comercial e de

lacircminas foram estimados pelas equaccedilotildees 4 e 5

119881119879119867119860119894 = 122839119866119867119860119894093941119867119863119894

071858 Eq 4

119881119862119867119860119894 = 003388119866119867119860119894069131119867119863119894

183907 Eq 5

Em que

119881119879119867119860119894 = volume comercial por hectare e

119881119862119867119860119894 = volume de lacircminas por hectare

23 DESCRICcedilAtildeO DAS ATIVIDADES

Por se tratarem de aacutereas anteriormente ocupadas por pastagem fez-se

necessaacuterio o combate agrave formigas e limpeza da aacuterea manualmente e com

auxiacutelio de trator a fim de retirar do local galhos tocos e raiacutezes que por ventura

atrapalhassem o processo de mecanizaccedilatildeo

Para todas as aacutereas de plantio fez-se a anaacutelise de solo verificando-se

a necessidade de correccedilatildeo com uma tonelada de calcaacuterio dolomiacutetico por

hectare Assim foi realizada a calagem precedida da gradagem com auxiacutelio da

terceirizaccedilatildeo de tratores agriacutecolas

Apoacutes o preparo do solo iniciou-se o processo de alinhamento

marcaccedilatildeo e coveamento respeitando o espaccedilamento preacute-determinado para

cada local considerando que uma pessoa consegue abrir 500 covasdia

Posteriormente foram acrescentados 100g de NPK (6-30-6) por cova antes do

plantio das mudas de paricaacute Adubaccedilotildees de cobertura e um ano apoacutes o plantio

tambeacutem ocorreram com o objetivo de aumentar o iacutendice de sobrevivecircncia agraves

plantas

Como no campo eacute difiacutecil controlar os fatores bioacuteticos e abioacuteticos a

mortalidade de plantas eacute inevitaacutevel por isso foi observada a necessidade de

39

replantio de 5 das mudas logo no primeiro ano segundo informaccedilotildees

disponibilizadas pela empresa

A manutenccedilatildeo relativa agrave limpeza dos plantios se deu pelo coroamento

das mudas aplicaccedilatildeo de herbicida manualmente e roccedilada mecacircnica do

primeiro ao terceiro ano Desta forma natildeo houve competiccedilatildeo com plantas

invasoras que poderiam inibir o crescimento das mudas Assim devido ao

ambiente favoraacutevel e as condiccedilotildees propiacutecias de crescimento e produccedilatildeo foi

possiacutevel extrair a madeira para laminaccedilatildeo no quinto ano apoacutes a implantaccedilatildeo

A colheita foi realizada de forma semi-mecanizada (motosserra)

seguida do baldeio e carregamento ateacute a beira da estrada O transporte ateacute a

induacutestria de beneficiamento foi realizado por caminhatildeo tipo bitrem com

capacidade para 44000 kg ao preccedilo meacutedio de R$59192 por viagem

O valor da matildeo-de-obra familiar foi considerado como o custo de

administraccedilatildeo ou seja quando o proprietaacuterio presta serviccedilos na proacutepria

empresa Assim a remuneraccedilatildeo paga pelo custo de administraccedilatildeo foi

equivalente a 10 dos custos efetivamente desembolsados pela empresa

Em relaccedilatildeo agraves aacutereas onde os plantios foram realizados estas jaacute

pertenciam a empresa Laminit por isso natildeo houve a necessidade de aquisiccedilatildeo

ou arrendamento do terreno Poreacutem considerou-se o custo de oportunidade

ou seja a remuneraccedilatildeo do capital investido (permanente e circulante) por meio

do caacutelculo da parcela sobre o bem adquirido e utilizado na produccedilatildeo e inclusa

no custo fixo da produccedilatildeo Logo o investimento do produtor foi remunerado agrave

taxa de 6 ao ano como se fosse aplicado o capital em outro investimento

alternativo conforme recomendaccedilotildees da CONAB (2010)

24 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS

Para anaacutelise dos custos de produccedilatildeo florestal foi necessaacuteria a coleta de

dados anuais de todas as despesas e receitas contraiacutedas em cada

espaccedilamento durante o periacuteodo entre 2006 e 2013 O esquema da disposiccedilatildeo

dos gastos na planilha de custo pode ser observado na Tabela 1

40

Tabela 1 Distribuiccedilatildeo dos gastos efetuados para implantaccedilatildeo de povoamentos de paricaacute

Descriccedilatildeo Un R$un

Quantidade utilizada

Espaccedilamento (m)

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

Preparo da aacuterea

Anaacutelise de solo un 3450 1 1 1 1 1

Limpeza manual Diaacuteria 3500 1 1 1 1 1

Limp mecanizada ht 10218 1 1 1 1 1

Gradagem ht 10218 15 15 15 15 15

Calagem ht 6846 05 05 05 05 05

Calcaacuterio ton 8967 1 1 1 1 1

Alinhamento Diaacuteria 3500 2 14 1 08 05

Coveamento Diaacuteria 3500 334 223 167 125 08

Cercamento R$ha 30000 1 1 1 1 1

Constr de estradas R$ha 13390 1 1 1 1 1

Constr de aceiros Diaacuteria 3500 4 4 4 4 4

Adubaccedilatildeo

Adubo Kg 123 5001 3336 2502 1875 120

Adubaccedilatildeo Diaacuteria 3667 45 3 225 195 106

Plantio

Transp de mudas ht 5000 05 05 05 05 05

Mudas un 038 1751 1168 876 657 420

Plantio e replantio Diaacuteria 3500 4 27 2 15 1

Manutenccedilatildeo

Formicida Kg 674 125 10 83 695 551

Aplic de formicida Diaacuteria 3703 893 748 651 578 525

Transp de insumos ht 4233 2 2 2 2 2

Coroamento Diaacuteria 3761 67 45 35 25 16

Roccedilada ht 5602 4 5 6 7 85

Herbicida L 1732 8 9 10 105 12

Aplic de herbicida Diaacuteria 3761 4 45 5 55 6

Manutenccedilatildeo de aceiro Diaacuteria

3744 6 6 6 6 6

Manut de estrada ht 8699 469 469 469 469 469

Materiais - 6892 8 8 8 8 8

Encargos - 8185 7 7 7 7 7

Colheita e Transporte

Corte e toragem msup3 215 1844 1744 1524 1341 11705

Baldeio msup3 096 1844 1744 1524 1341 11705

Carregamento msup3 097 1844 1744 1524 1341 11705

Transporte msup3 659 1844 1744 1524 1341 11705 Valores deflacionados e descapitalizados para o ano de 2006 Considerando o volume comercial em classe de produtividade alta (21 - 24 m) com corte aos 6 anos

Os custos envolvidos nas atividades de implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo dos

povoamentos foram disponibilizados por produtores rurais da regiatildeo de

41

Paragominas Tambeacutem foram disponibilizados por empresaacuterios locais os

dados referentes agrave exploraccedilatildeo e transporte da madeira ateacute a empresa

referente a uma distacircncia meacutedia de 80 km

Para comparaccedilatildeo entre os valores incorridos durante periacuteodos

diferentes no tempo fez-se o deflacionamento dos custos para o periacuteodo

inicial (implantaccedilatildeo dos povoamentos) A correccedilatildeo da perda monetaacuteria causada

pela inflaccedilatildeo foi obtida por meio do Iacutendice Geral de Preccedilo ndash Disponibilidade

Interna (IGP ndash DI) o qual eacute responsaacutevel pelo registro da inflaccedilatildeo de preccedilos de

mateacuterias-primas agriacutecolas

Posteriormente os valores deflacionados foram descapitalizados para o

ano 0 (2006) a fim de facilitar a anaacutelise econocircmica A descapitalizaccedilatildeo foi

obtida pela seguinte foacutermula

1198810 =119881119899

(1 + 119894)119899 Eq 6

Em que

1198810 = valor inicial correspondente ao periacuteodo de implantaccedilatildeo do povoamento

(R$)

119881119899 = valor final correspondente ao ano j (R$)

119894 = taxa de juros (6 aa) e

119899 = nuacutemero de periacuteodos (anos)

25 CLASSIFICACcedilAtildeO DOS CUSTOS

Para o caacutelculo dos custos de produccedilatildeo do paricaacute foi adotada a

metodologia descrita pelo Instituto de Economia Agriacutecola (IEA) oacutergatildeo vinculado

agrave Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo Neste

caso foram considerados os custos efetivos de produccedilatildeo ou seja aquele

dinheiro efetivamente desembolsado pelo proprietaacuterio para o pagamento da

mateacuteria-prima produtos ou serviccedilos adquiridos

42

A depreciaccedilatildeo foi aqui desconsiderada pela indisponibilidade de

informaccedilotildees sobre as maacutequinas equipamentos e benfeitorias Assim

considerou-se que todos os maquinaacuterios e equipamentos utilizados para a

implantaccedilatildeo conduccedilatildeo extraccedilatildeo e transporte dos povoamentos foram de

origem terceirizada

Os custos de produccedilatildeo foram entatildeo divididos segundo sua origem

sendo classificados de acordo com a metodologia de custos proposta pelo IEA

a) Custo operacional efetivo (COE) ndash correspondente a todos os custos

expliacutecitos

b) Custo operacional total (COT) ndash correspondente ao somatoacuterio do custo

operacional efetivo e matildeo-de-obra familiar (MO)

c) Custo Total (CT) ndash soma do custo operacional total e do custo de

oportunidade (CO) que eacute a remuneraccedilatildeo do capital circulante e do capital

fixo

As foacutermulas para obtenccedilatildeo do custo operacional total e custo total

encontram-se a seguir

119862119874119879 = 119862119874119864 + 119872119874 Eq 7

119862119879 = 119862119874119879 + 119862119874 Eq 8

43

3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

31 ESTIMATIVA DE VOLUME

A partir das equaccedilotildees ajustadas por Silva et al (2013) para

povoamentos de paricaacute foi possiacutevel estimar o volume comercial e de lacircminas

em trecircs ocasiotildees no tempo e em diferentes classes de produtividade nos cinco

espaccedilamentos de plantio como pode ser observado na Tabela 2

Tabela 2 Volumes comercial (VTHA) e de lacircminas (VCHA) estimados nos diferentes espaccedilamentos de plantio de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA

Idade Espaccedil

(m)

VTHA (msup3ha) VCHA (msup3ha)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 16229 18511 19336 5638 6858 7915

3x3 - 15498 18126 - 6163 7671

3x4 - 13328 15983 - 5476 7009

4x4 7133 13551 14623 2800 5705 6468

5x5 7351 8790 13093 3191 4124 6231

6 a

no

s

3x2 15173 16865 18439 5370 6411 7666

3x3 - 14606 17439 - 5912 7473

3x4 - 12325 15244 - 5188 6787

4x4 7178 11745 13410 2827 5146 6082

5x5 7115 8867 11705 3118 4158 5759

7 a

no

s

3x2 14315 15607 16406 5144 6054 7029

3x3 - 13920 16489 - 5706 7170

3x4 - 11890 14648 - 5052 6590

4x4 7028 11464 13067 2783 5055 5967

5x5 7020 8726 11515 3087 4109 5690

Em que VTHA= volume comercial por hectare VCHA= volume de lacircminas por hectare Espaccedil= espaccedilamento de plantio

A divisatildeo dos povoamentos em classes de produtividade eacute explicada

por Oliveira et al (2008) Segundo os autores a estratificaccedilatildeo realizada por

44

meio de classes de produtividade resulta em estimativas de volume mais

precisas proacuteximo agrave idade de corte Por isso a adoccedilatildeo das trecircs classes

A falta de informaccedilotildees nos espaccedilamentos intermediaacuterios 3x3 e 3x4 m

na classe de produtividade baixa ocorreu pela ausecircncia de povoamentos

nestas condiccedilotildees de siacutetio

A diferenccedila no volume comercial de madeira foi de 323 entre os

espaccedilamentos extremos 3x2 e 5x5 m na classe de produtividade alta sendo

maior o volume nos menores espaccedilamentos Resultados semelhantes foram

encontrados por Macedo et al (2005) com povoamentos de Teca em Minas

Gerais e Hoffmann (2009) em seu trabalho sobre caracterizaccedilatildeo

dendromeacutetrica e rendimento em laminaccedilatildeo de paricaacute na regiatildeo de

Paragominas PA

A diferenccedila no volume tem comportamento exponencial agrave medida em

que se utilizam siacutetios de menor produtividade sendo constatada uma diferenccedila

de 525 e 547 no volume entre os espaccedilamentos extremos nas classes

de produtividade meacutedia e baixa respectivamente Comportamento semelhante

foi observado para o volume de lacircminas de paricaacute Houve diferenccedila crescente

no volume entre os espaccedilamentos extremos sendo menor na classe de

produtividade alta (213)

Aos 6 anos a diferenccedila no volume entre os espaccedilamentos extremos foi

superior agrave idade anterior Na classe de produtividade alta a diferenccedila no

volume comercial foi de 365 Jaacute o volume de lacircminas abrangeu diferenccedila de

249

Nos siacutetios de baixa produtividade o volume comercial de madeira no

espaccedilamento 3x2 m foi 177 menor comparado ao de produtividade alta

Esta porcentagem encontra-se dentro do intervalo indicado por Morales et al

(2010) para povoamentos de pinus Segundo os autores a produtividade do

pinus foi reduzida entre 14 a 36 nos diferentes siacutetios de produccedilatildeo

Nos espaccedilamentos 4x4 e 5x5 m esta diferenccedila foi mais significativa

com aproximadamente 465 e 392 respectivamente Isso se deve entre

outras coisas agrave morte natural das plantas com diacircmetros mais acentuados

tornando mais expressiva a reduccedilatildeo de volume

Comparando a produccedilatildeo de paricaacute em relaccedilatildeo a idade de corte pode

ser observada uma reduccedilatildeo no volume de madeira do quinto para o sexto ano

45

Este comportamento pode ser resultado do autodesbaste caracteriacutestico da

espeacutecie Por se tratar de uma espeacutecie pioneira ela atinge o aacutepice de

incremento na idade meacutedia de 5 anos sendo mais viaacutevel seu corte neste

periacuteodo (CARVALHO 2007)

Balloni e Simotildees (1980) anteriormente jaacute haviam afirmado que a

porcentagem de aacutervores dominadas e mortas cresce com o avanccedilo da idade

sendo mais intenso e precoce nos espaccedilamentos mais apertados Por isso a

idade de corte deve ser definida em funccedilatildeo do ritmo de crescimento

espaccedilamento finalidade da madeira e suas interaccedilotildees

32 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO

O levantamento de custos como citado anteriormente seguiram a

metodologia sugerida pelo Instituto de Economia Agriacutecola ndash IEA sendo

agrupados por atividade

321 Custo operacional efetivo ndash COE

Todas as atividades desde a implantaccedilatildeo ateacute a exploraccedilatildeo dos

povoamentos de paricaacute foram identificadas e os gastos estimados para

obtenccedilatildeo dos custos efetivamente desembolsados pelo produtor sendo que os

custos foram deflacionados e descapitalizados para o ano de 2006 A soma

dos custos das atividades desenvolvidas durante este periacuteodo com corte aos

5 6 e 7 anos podem ser observadas na Tabela 3

Nos povoamentos em estudo os custos de implantaccedilatildeo variaram entre

R$80000 a R$180000 entre os espaccedilamentos extremos sendo menor

quanto menor o nuacutemero de plantas por hectare Este montante representa

entre 18 e 26 do custo total de produccedilatildeo de paricaacute demonstrando sua

importacircncia em relaccedilatildeo agrave outros custos

46

Tabela 3 Custo Operacional Efetivo (COE) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006

Idade Espaccedilamento

(m)

COE do volume comercial (R$ha) COE do volume de lacircminas (R$ha)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 501646 501646 501646 648938 667703 674487

3x3 - 437995 437995 - 586899 608517

3x4 - 408969 408969 - 540219 562057

4x4 388309 388309 388309 468849 521642 530459

5x5 369666 369666 369666 451856 463692 499083

6 a

no

s

3x2 512608 512608 512608 639852 652755 664594

3x3 - 451539 451539 - 574684 595999

3x4 - 423545 423545 - 529527 551493

4x4 404176 404176 404176 471255 505786 518322

5x5 385283 385283 385283 451891 465242 486598

7 a

no

s

3x2 527155 527155 527155 637832 646772 652303

3x3 - 465086 465086 - 573035 590806

3x4 - 436693 436693 - 530595 549673

4x4 416824 416824 416824 477086 507776 518871

5x5 398191 398191 398191 458394 470202 489495

47

O custo no espaccedilamento 5x5 m foi semelhante ao encontrado por Silva

et al (2004) para a implantaccedilatildeo de 1 ha de eucalipto na regiatildeo de Brasiacutelia

quando os valores foram corrigidos para o mesmo periacuteodo demonstrando

semelhanccedila na implantaccedilatildeo das duas culturas

Nos povoamentos analisados natildeo houve diferenccedilas nos custos para

implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo nos plantios com classes de produtividade distintas

os quais objetivavam a produccedilatildeo de volume comercial Em contrapartida

houve o acreacutescimo de gastos a medida em que se reduziu os espaccedilamentos

de plantio ou seja quanto menor a aacuterea ocupada por plantas maiores os

gastos com alinhamento marcaccedilatildeo de covas coveamento plantio e adubaccedilatildeo

Em relaccedilatildeo ao volume de lacircminas ocorreu a distinccedilatildeo dos custos entre

classes de produtividade uma vez que os custos com colheita e transporte

estatildeo relacionados com o volume colhido Assim em classes de produtividade

alta e menor espaccedilamento de plantio o COE foi superior em comparaccedilatildeo aos

outros povoamentos analisados

Como observado aos 5 anos natildeo houve diferenccedila no COE

independente da classe de produtividade nos povoamentos em que satildeo

mensurados o volume comercial de madeira Isso foi reflexo da quantidade de

plantas inseridas no local que no plantio foram invariaacuteveis independente da

qualidade do terreno O mesmo foi notado quando se estimou os custos para

exploraccedilatildeo de madeira aos 7 anos

A reduccedilatildeo no COE da produccedilatildeo de lacircminas com o aumento da idade

de exploraccedilatildeo eacute explicado pela reduccedilatildeo ocorrida no volume de madeira

causado pela mortalidade das plantas como observado no trabalho de Silva et

al (2013) Assim diminuem-se proporcionalmente os custos com colheita

transporte e outras atividades de manutenccedilatildeo

322 Custo operacional total ndash COT

O custo operacional total envolveu o COE e a matildeo-de-obra familiar

considerada aqui como o custo de administraccedilatildeo ou seja os proprietaacuterios dos

48

povoamentos eram os responsaacuteveis pela administraccedilatildeo dos plantios A

participaccedilatildeo do COT pode ser observada na Tabela 4

O custo da matildeo-de-obra foi considerado como um custo operacional

efetivo pois natildeo houve somente um gasto mas um desembolso ou seja uma

saiacuteda de caixa Jaacute a matildeo-de-obra familiar eacute parte do custo de produccedilatildeo pois

consistiu em uma alocaccedilatildeo de recurso produtivo (matildeo-de-obra) para a geraccedilatildeo

do produto (madeira) representando cerca de 10 dos custos de produccedilatildeo

Observando a tabela 4 pode-se notar que o maior custo de

administraccedilatildeo foi obtido para o espaccedilamento 3x2 m quando o objetivo era a

laminaccedilatildeo com custo de aproximadamente R$67450 Jaacute o espaccedilamento 5x5

m com objetivo de venda da floresta em peacute obteve o menor custo com

aproximadamente R$37000 por hectare

Resultados semelhantes foram encontrados para a produccedilatildeo de

madeira aos 6 anos Os menores custos de administraccedilatildeo estatildeo relacionados

aos menores custo de implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo dos povoamentos Aos 6 anos

o custo de administraccedilatildeo no espaccedilamento 5x5 m em classe de produtividade

alta com o objetivo de produccedilatildeo de lacircminas foi de aproximadamente R$48660

e R$38528 quando se objetivou a venda da madeira em peacute

Os custos de administraccedilatildeo tambeacutem foram reduzidos a medida em que

se aumentou o tempo para exploraccedilatildeo dos povoamentos devido a reduccedilatildeo do

volume por hectare sendo outro indicio de que esta espeacutecie deve ser

explorada logo aos 5 anos apoacutes o plantio

49

Tabela 4 Custo Operacional Total (COT) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006

Idade Espaccedilamento

(m)

COT do volume comercial (R$ha) COT do volume de lacircminas (R$ha)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 551811 551811 551811 713832 734473 741936

3x3 - 481795 481795 - 645589 669368

3x4 - 449865 449865 - 594241 618263

4x4 427140 427140 427140 515733 573807 583505

5x5 406633 406633 406633 497042 510062 548991

6 a

no

s

3x2 563869 563869 563869 703837 718031 731053

3x3 - 496693 496693 - 632152 655599

3x4 - 465900 465900 - 582479 606642

4x4 444594 444594 444594 518380 556365 570155

5x5 423812 423812 423812 497080 511767 535258

7 a

no

s

3x2 579871 579871 579871 701615 711449 717534

3x3 - 511595 511595 - 630338 649886

3x4 - 480362 480362 - 583655 604641

4x4 458507 458507 458507 524794 558554 570758

5x5 438010 438010 438010 504233 517223 538444

50

323 Custo total ndash CT

O custo total foi obtido pelo COT acrescido da remuneraccedilatildeo paga ao

capital investido e ao custo da Terra (TABELA 5)

Apoacutes contabilizados todos os custos foi possiacutevel inferir que para o

volume comercial em espaccedilamentos mais adensados o custo total foi 2294

maior do que nos plantios mais espaccedilados independente da classe de

produtividade Jaacute em povoamentos onde o objetivo do plantio era a venda de

lacircminas ocorreu uma variaccedilatildeo nos custos em fator da classe de produtividade

e espaccedilamento de plantio

A venda da madeira aos 6 anos culminou em um acreacutescimo de 67 a

86 em comparaccedilatildeo com os mesmos povoamentos sendo explorados aos 5

anos Para a produccedilatildeo de lacircminas o aumento dos custos foi menos

expressivo No espaccedilamento 3x2 m em classe de produtividade baixa o

aumento foi de 34

A exploraccedilatildeo de povoamentos aos 7 anos foi 1347 a 1596 maior

em relaccedilatildeo a exploraccedilatildeo aos 5 anos e 726 a 801 para 6 anos Estes

nuacutemeros confirmam que os custos tecircm crescido proporcionalmente com o

passar do tempo

Os custos com a remuneraccedilatildeo do capital investido e pelo uso da terra

correspondem em meacutedia a 24 dos custos totais de produccedilatildeo Poreacutem a

maioria dos produtores rurais deixam de contabilizar estes custos por se tratar

do pagamento pelo uso dos bens que ele jaacute possui (capital e terra) resultando

em valores de produccedilatildeo abaixo do que realmente deve ser computado

Comparando a produccedilatildeo de paricaacute e Teca no espaccedilamento 3x2 m

utilizando a mesma metodologia de custos observa-se que o custo total para

cultivo da Teca eacute de aproximadamente R$1080309 valor muito proacuteximo ao

observado para o plantio de paricaacute (SANGUINO 2009)

51

Tabela 5 Custo Total (CT) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006

Idade Espaccedilamento

(m)

CT do volume comercial (R$ha) CT do volume de lacircminas (R$ha)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 730146 730146 730146 917076 940890 949501

3x3 - 649366 649366 - 838341 865776

3x4 - 612527 612527 - 779099 806814

4x4 586308 586308 586308 688522 755523 766713

5x5 562648 562648 562648 666957 681978 726892

6 a

no

s

3x2 782537 782537 782537 949133 966026 981526

3x3 - 702582 702582 - 863811 891718

3x4 - 665930 665930 - 804688 833447

4x4 640572 640572 640572 728395 773606 790019

5x5 615836 615836 615836 703043 720523 748483

7 a

no

s

3x2 843816 843816 843816 99343 100552 101299

3x3 - 759911 759911 - 905837 92986

3x4 - 721528 721528 - 848467 874257

4x4 694669 694669 694669 776132 81762 832618

5x5 669481 669481 669481 750864 766827 792907

52

De maneira geral os custos mais expressivos satildeo referentes agrave manutenccedilatildeo

dos plantios independente do espaccedilamento adotado (Figura 3) Isso eacute

consequecircncia do maior nuacutemero de atividades desenvolvidas durante este periacuteodo

que variam desde o controle de formigas agrave manutenccedilatildeo de estradas

Figura 3 Custos totais da produccedilatildeo de paricaacute sob diferentes espaccedilamentos na regiatildeo de Paragominas PA

Nota-se no entanto que quanto maior o espaccedilamento de plantio utilizado

maiores satildeo os custos de manutenccedilatildeo por hectare Como haacute menor quantidade de

aacutervores por hectare a presenccedila de plantas invasoras eacute mais acentuada

aumentando os custos para seu controle Em contrapartida os custos por hectare

53

com adubaccedilatildeo plantio colheita e transporte diminuem jaacute que o nuacutemero de aacutervores

na aacuterea eacute reduzido

Deve-se ressaltar ainda que estes custos podem variar de acordo com a

classe de produtividade a idade em que vatildeo ser explorados os povoamentos e os

tipos de atividades empregadas que podem variar de acordo com o produtor e a

regiatildeo

54

4 CONCLUSOtildeES

O custo operacional efetivo representou em meacutedia 65 dos custos totais de

produccedilatildeo sendo o transporte o custo individual mais expressivo em todos os

espaccedilamentos analisados Jaacute a manutenccedilatildeo foi o conjunto de atividades mais

significativo nos povoamentos devido ao nuacutemero e ao longo periacuteodo para execuccedilatildeo

das atividades

Os custos totais de produccedilatildeo foram superiores em espaccedilamentos menores

independentemente da remuneraccedilatildeo ou natildeo pelo uso dos capitais permanente e

circulante

A diferenccedila nos custos entre espaccedilamentos extremos 3x2 m e 5x5 m eacute

justificada pelo maior volume de matildeo-de-obra e insumos necessaacuterios para execuccedilatildeo

das atividades em locais com maior nuacutemero de plantas por hectare

55

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE FLORESTAS PLANTADAS ndash ABRAF Anuaacuterio Estatiacutestico da ABRAF 2013 Ano base 2012 Brasiacutelia ABRAF 2013 148p Disponiacutevel em lthttpwwwabraflororgbrestatisticasABRAF13ABRAF13BR pdfgt Acesso em 19 Ago 2013 BALLONI E A SIMOtildeES J W O espaccedilamento de plantio e suas implicaccedilotildees silviculturais IPEF Piracicaba v1 n 3 p 1-16 Set 1980 (Seacuterie Teacutecnica) CAMPOS J C C LEITE H G Mensuraccedilatildeo florestal perguntas e respostas Viccedilosa UFV 2002 407p

CARVALHO P E R Paricaacute (Schizolobium amazonicum) Colombo Embrapa Florestas 2007 8p (Circular Teacutecnica 142)

COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO ndash CONAB Custo de produccedilatildeo agriacutecola a metodologia da Conab Brasiacutelia Conab 2010 60p HOFFMANN R G Caracterizaccedilatildeo dendromeacutetrica e avaliaccedilatildeo do rendimento em laminaccedilatildeo de madeira em plantios de paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) na regiatildeo de Paragominas PA 2009 (97f) Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) ndash Universidade Federal do Espiacuterito Santo Jerocircnimo Monteiro ES 2009 IBGE Paraacute Dom Eliseu 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwibgegovbrcidadesat xtrasperfilphpcodmun =150293gt Acesso em 12 Ago 2013b IBGE Paraacute Paragominas 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwibgegovbrcidadesat xtrasperfilphpcodmun= 150550ampsearch=para|paragominasgt Acesso em 12 Ago 2013a MACEDO R L G GOMES J E VENTURIN N SALGADO B G Desenvolvimento inicial de Tectona grandis LF (teca) em diferentes espaccedilamentos no municiacutepio de Paracatu MG Cerne Lavras v 11 n 1 p 61-69 janmar 2005 MATSUNAGA M et al Metodologia de custo de produccedilatildeo utilizada pelo IEA Agricultura em Satildeo Paulo Satildeo Paulo v 23 p 123-139 1976 MORALES C A S ALBUQUERQUE J A ALMEIDA J A MARANGONI J M STAHL J CHAVES D M Qualidade do solo e produtividade de Pinus taeda no planalto catarinense Ciecircncia Florestal Vol 20 No 4 Oct-Dec 2010 pp 629-640 OLIVEIRA M L R LEITE H G NOGUEIRA G S GARCIA S L R SOUZA A L Classificaccedilatildeo da capacidade produtiva de povoamentos natildeo desbastados de clones de eucalipto Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v43 n11 p1559-1567 nov 2008 PREFEITURA MUNICIPAL DE PARAGOMINAS O lago verde Paragominas 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwparagominaspagovbrgt Acesso em 23 Maio 2013

56

PREFEITURA MUNICIPAL DE DOM ELISEU O municiacutepio Dom Eliseu 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwdomeliseupagovbrgt Acesso em 23 Maio 2013 SANGUINO A C Custos de implantaccedilatildeo e rentabilidade econocircmica de povoamentos florestais com teca no estado do Paraacute Ciecircncias Agraacuterias Beleacutem n 52 p 61-78 juldez 2009 SILVA G F GEZAN S A SOARES C P B ZANETI L Z Modeling growth and yield of Schizolobium amazonicum under different spacings International Journal of Forestry Research v 2013 (2013) 10 p SILVA K R MINETTI L J FIEDLER N C VENTUROLI F MACHADO E G B SOUZA A P Custos e rendimentos operacionais de um plantio de eucalipto em regiatildeo de cerrado Aacutervore Viccedilosa-MG v28 n3 p 361-366 2004

57

CAPIacuteTULO 2

ANAacuteLISE ECONOcircMICA DA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA DE PARICAacute

RESUMO

As exigecircncias atuais de mercado aliadas agraves alternativas de investimento expressam

a necessidade de avaliaccedilatildeo econocircmica de projetos florestais Essa avaliaccedilatildeo

contribui com a escolha da melhor estrateacutegia de produccedilatildeo a fim de tornar os

produtos florestais brasileiros competitivos no mercado externo Por isso objetivou-

se neste trabalho analisar a viabilidade econocircmica de povoamentos de paricaacute sob

diferentes espaccedilamentos aleacutem de determinar economicamente a melhor forma de

plantio para produccedilatildeo de madeira Estes povoamentos foram implantados na regiatildeo

de Paragominas PA em 2006 sob os espaccedilamentos 3x2 3x3 3x4 4x4 e 5x5 m

divididos em trecircs classes de produtividade A produccedilatildeo foi entatildeo estimada para as

idades de 5 6 e 7 anos por meio de equaccedilotildees de crescimento e produccedilatildeo Os

custos do plantio agrave colheita foram disponibilizados por produtores rurais e

empresaacuterios da regiatildeo assim como o valor de venda de lacircminas A partir da

obtenccedilatildeo dos custos e receitas fez-se a anaacutelise econocircmica dos projetos Para tanto

foram utilizados os iacutendices econocircmicos e o criteacuterio do benefiacutecio perioacutedico equivalente

(BPE) como formas de avaliaccedilatildeo considerando-se a taxa de desconto de 6 como

a taxa miacutenima de atratividade Apoacutes a anaacutelise dos iacutendices e criteacuterio de avaliaccedilatildeo

econocircmica pode-se concluir que o espaccedilamento 3x3 m em classe de produtividade

alta com corte aos 5 anos foi o mais indicado pois gera o maior retorno financeiro

Para os maiores espaccedilamentos estudos ainda devem ser desenvolvidos mas

acredita-se que eles sejam alternativas financeiras viaacuteveis

Palavras-chave Criteacuterios de avaliaccedilatildeo espaccedilamentos de plantio iacutendices

econocircmicos retorno financeiro

58

CHAPTER 2

ECONOMIC ANALYSIS OF PRODUCTION PARICAacute

ABSTRACT

The current market demands combined with investment alternatives express the

need for economic evaluation of forestry projects This assessment contributes to the

choice of the best production strategy in order to make the Brazilian forest products

competitive in foreign markets Therefore this study aimed to analyze the economic

feasibility of stands of paricaacute under different spacings and economically determine

the best planting for timber production These settlements were established in the

region of Paragominas PA in 2006 under the spacings 3x2 3x3 3x4 4x4 and 5x5

m divided into three classes productivity The production was then estimated for

ages 5 6 and 7 years through equations of growth and production Costs from

planting to harvest were provided by farmers and entrepreneurs in the region as well

as the value of sales of blades From procurement costs and revenues became the

economic analysis of projects For both economic indicators and criteria periodic

benefit equivalent (BPE) as forms of assessment considering the discount rate of 6

as the hurdle rate were used After analyzing the indexes and economic evaluation

criteria it can be concluded that the spacing 3x3 m in class high productivity with cut

to 5 years was the most suitable because it generates the greatest financial return

For the larger spacings studies have yet to be developed but it is believed that they

are viable alternatives financial

Keywords Evaluation criteria planting space economic indicators financial return

59

1 INTRODUCcedilAtildeO

A implantaccedilatildeo da lei dos incentivos fiscais na deacutecada de 60 motivou o plantio

de florestas para ampliar a base florestal do Paiacutes e captar recursos para o

desenvolvimento do setor (MELLO et al 2005) Esses estiacutemulos baseavam-se na

expansatildeo florestal desconsiderando a qualidade da madeira

Nos dias atuais diante das exigecircncias de mercado da competiccedilatildeo com

outros paiacuteses e das pressotildees relacionadas ao meio ambiente o Brasil tem investido

natildeo somente em produccedilatildeo mais tambeacutem em teacutecnicas silviculturais que contribuam

com a qualidade final dos produtos aleacutem de teacutecnicas que reduzam os custos

envolvidos no processo produtivo Essas metas tecircm sido alcanccediladas por meio do

planejamento dos investimentos

Para realizar um investimento eacute necessaacuterio primeiramente organizar

formalmente os objetivos por meio de um projeto relacionando os meios de que se

dispotildee para alcanccedilaacute-los Posteriormente deve-se analisar o mercado potencial do

produto a fim de obter informaccedilotildees sobre os retornos esperados do investimento

comparativamente agraves alternativas disponiacuteveis eou viaacuteveis Assim com o

planejamento adequado das atividades eacute possiacutevel identificar as exigecircncias atuais de

mercado os caminhos a serem seguidos para entatildeo construir um referencial futuro

o qual identificaraacute a viabilidade ou natildeo da implantaccedilatildeo do projeto ao qual o

planejamento se destina (REZENDE OLIVEIRA 2008)

Para implantaccedilatildeo de um projeto aleacutem de se conhecer o horizonte de

planejamento que eacute o periacuteodo estimado durante o qual o empreendimento em

anaacutelise iraacute operar faz-se necessaacuterios tambeacutem testar a sua viabilidade teacutecnica

econocircmica financeira social ambiental e poliacutetica O teste da viabilidade econocircmica

eacute considerado o mais importante entre os paracircmetros de avaliaccedilatildeo pois consiste em

verificar se no projeto as receitas superam os custos Caso isso natildeo ocorra diz-se

que o projeto eacute insustentaacutevel desde a sua implantaccedilatildeo (FARO 1979 CHICHORRO

et al 2010)

Na avaliaccedilatildeo econocircmica para decisatildeo de que o projeto deve ou natildeo ser

implementado satildeo usadas teacutecnicas e criteacuterios de anaacutelise que comparam os custos e

as receitas inerentes ao projeto A anaacutelise de projetos consiste entatildeo na verificaccedilatildeo

60

de que determinada atividade eacute lucrativa ou natildeo considerando-se um horizonte de

planejamento (REZENDE OLIVEIRA 2008)

Existem vaacuterios meacutetodos de seleccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de projetos de

investimentos Geralmente recorre-se a meacutetodos que consideram principalmente as

atividades a serem executadas os periacuteodos de execuccedilatildeo e seus respectivos custos

os produtos e o periacuteodo de tempo que levaratildeo para serem produzidos seus preccedilos

e receitas ou seja o fluxo de caixa (CHICHORRO et al 2010)

Os meacutetodos de avaliaccedilatildeo econocircmica podem entatildeo ser divididos em dois

grupos principais O primeiro grupo compreende aqueles em que natildeo se considera a

variaccedilatildeo do capital no tempo sendo indicados para horizontes de planejamentos

muito curtos onde natildeo haacute inflaccedilatildeo Jaacute o segundo grupo considera a variaccedilatildeo do

capital no tempo podendo-se citar o valor presente liacutequido (VPL) e o benefiacutecio

perioacutedico equivalente (BPE) como exemplos (SILVA et al 2005)

A variaccedilatildeo do capital ocorre devido agrave remuneraccedilatildeo paga ao seu uso por

determinado tempo ou seja os juros Assim no final do prazo estipulado natildeo

haveraacute somente a quantia emprestada mais tambeacutem um acreacutescimo que

corresponde ao custo de oportunidade do uso do capital durante o periacuteodo de

empreacutestimo O valor a ser pago no final do periacuteodo dependeraacute da taxa de juros

correspondente a unidade de tempo considerada A Conab utiliza o percentual de

6 ao ano como a taxa de retorno para a remuneraccedilatildeo dos investimentos feitos pelo

produtor como se o capital fosse aplicado em outro investimento alternativo

(OLIVEIRA REZENDE 2004 CONAB 2010)

Tendo em vista este contexto objetivou-se neste trabalho analisar a

viabilidade econocircmica de povoamentos de paricaacute sob diferentes espaccedilamentos e

determinar economicamente o melhor espaccedilamento de plantio para produccedilatildeo de

madeira

61

2 MATERIAL E MEacuteTODOS

21 OBTENCcedilAtildeO DAS RECEITAS

A partir da estimativa dos volumes comercial (VTHA msup3ha) e de lacircminas

(VCHA m3ha) nos diferentes espaccedilamentos de plantio em diferentes

idades e classes produtivas tal como proposto no capiacutetulo 1 foram contraiacutedas as

receitas Os volumes comercial e de lacircminas estimados foram multiplicados pelo valor

meacutedio de venda disponiacutevel no boletim informativo de preccedilos disponibilizado pela

Coordenadoria Executiva da Administraccedilatildeo Tributaacuteria ndash CERAT do Estado do Paraacute

2013 Obteve-se assim a receita para cada espaccedilamento analisado

22 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS

Como se trata de projetos de investimento com a finalidade de obtenccedilatildeo de

madeira foram propostos trecircs horizontes de planejamento para os povoamentos de

paricaacute Esses horizontes se referiram ao periacuteodo de tempo que estes projetos foram

avaliados correspondendo a 5 6 e 7 anos entre a implantaccedilatildeo e colheita

Sabendo-se que eacute necessaacuterio reajustar os valores investidos durante o

periacuteodo de execuccedilatildeo do projeto utilizou-se uma taxa de desconto de 6 ao ano

como forma de remuneraccedilatildeo do capital investido considerando a caderneta de

poupanccedila como sendo o melhor investimento alternativo (OLIVEIRA REZENDE

2004) A inflaccedilatildeo identificada no periacuteodo foi obtida por meio do uso do Iacutendice Geral

de Preccedilos - Disponibilidade Interna (IGP-DI) o qual mede a variaccedilatildeo de preccedilos no

mercado A descapitalizaccedilatildeo foi realizada de acordo com a metodologia descrita no

capiacutetulo 1

Para anaacutelise da viabilidade econocircmica do projeto identificaram-se as

variaccedilotildees do capital no tempo Assim em relaccedilatildeo agrave classificaccedilatildeo do projeto de

investimento este foi considerado convencional ou seja ocorreu apenas uma

mudanccedila de sinal em seu fluxo de caixa satisfazendo as seguintes condiccedilotildees

62

119862119900 lt 0

119883119895 le 0 119901119886119903119886 119895 = 1 hellip 119896

119883119895 ge 0 119901119886119903119886 119895 = 119896 + 1 hellip 119899 119890

sum 119883119895

119899

119895=119896+1

gt sum 119883119895

119896

119895=0

Em que

Co = custo inicial (R$)

k = periacuteodo de tempo a partir do qual as receitas passaram a ser positivas

Xj = receita liacutequida de cada periacuteodo j e

n = duraccedilatildeo do projeto (anos)

Depois de identificado o tipo de projeto e tendo todos os custos jaacute calculados

no capiacutetulo 1 procedeu-se a anaacutelise econocircmica dos projetos por meio da avaliaccedilatildeo

dos iacutendices econocircmicos e do benefiacutecio perioacutedico equivalente (BPE)

23 IacuteNDICES ECONOcircMICOS DA PRODUCcedilAtildeO

Para verificar a rentabilidade do sistema produtivo os seguintes iacutendices

econocircmicos de produccedilatildeo foram utilizados

a) Renda bruta (RB)

119877119861 = 119876 times P Eq1

b) Margem bruta (MB)

119872119861 = 119877119861 minus 119862119874119864 Eq 2

c) Margem liacutequida (ML)

119872119871 = 119877119861 minus 119862119874119879 Eq 3

d) Lucro (L)

119871 = 119877119861 minus 119862119879 Eq 4

63

e) Lucratividade (Lc)

119871119888 =119871

119877119861 Eq 5

f) Iacutendice de rentabilidade (IR)

119868119877 =119872119871

119862 Eq 6

Em que

119877119861 = renda bruta (R$)

119876 = quantidade de produto vendido (un)

119875 = preccedilo unitaacuterio dos produtos (R$)

119872119861 = margem bruta (R$)

119862119874119864 = custo operacional efetivo (R$)

119872119871 = margem liacutequida (R$)

119862119874119879 = custo operacional total (R$)

119871 = lucro (R$)

119862119879 = custo total (R$)

119871119888 = lucratividade ()

119868119877 = iacutendice de rentabilidade () e

119862 = capital empatado (R$) referente ao somatoacuterio do custo fixo e circulante meacutedio

podendo-se considerar ou natildeo o custo da terra

24 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DOS PROJETOS

241 Benefiacutecio perioacutedico equivalente (BPE)

Para avaliaccedilatildeo da viabilidade econocircmica por meio do BPE a seguinte

foacutermula foi utilizada

119861119875119864 =119881119875119871[(1 + 119894)119905](1 + 119894)119899119905

(1 + 119894)119899119905 minus 1 Eq 7

64

Em que

n = duraccedilatildeo do projeto (anos)

t = nuacutemero de periacuteodos de capitalizaccedilatildeo

i = taxa de desconto e

VPL = valor presente liacutequido

O VPL foi obtido pela foacutermula

119881119875119871 = sum 119877119895

119899

119895=0

(1 + 119894)minus119895 minus sum 119862119895

119899

119895=0

(1 + 119894)minus119895

Eq 8

Em que

i = taxa de desconto (juros)

j = periacuteodo em que a receita ou o custo ocorreram

n = duraccedilatildeo do projeto (anos)

Rj = receita no final do ano j ou do periacuteodo de tempo e

Cj = custo no final do ano j ou do periacuteodo de tempo considerado

O BPE permite a comparaccedilatildeo de projetos com diferentes horizontes de

planejamento pois os custos jaacute estatildeo distribuiacutedos por unidade de tempo estando

impliacutecitas as diferenccedilas de horizontes Como o desconto dos fluxos de caixa foi

estimado a partir da ldquodata presenterdquo ou seja no periacuteodo de implantaccedilatildeo do projeto

estes foram comparados quando as consequecircncias monetaacuterias estavam em um

ponto comum do tempo

65

3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

31 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA VENDA DE MADEIRA EM PEacute

A renda bruta foi estimada por meio da multiplicaccedilatildeo do volume comercial e

comercial por hectare e o preccedilo pago por cada unidade agrave qual se admitiu um valor

miacutenimo de R$5370 msup3 para venda de ldquomadeira em peacuterdquo ou seja madeira natildeo

explorada e R$45156 msup3 a venda de lacircminas de paricaacute

Identicamente aos custos as receitas foram deflacionadas e

descapitalizadas para o ano 0 a fim de possibilitar a comparaccedilatildeo entre os valores

gastos e recebidos com essa praacutetica de produccedilatildeo A renda bruta obtida com a venda

de madeira de paricaacute pode ser observada na Tabela 1

Tabela 1 Renda bruta (RB) obtida com a produccedilatildeo de madeira de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA sem considerar o custo de laminaccedilatildeo

Idade Espaccedil

(m)

VTHA (R$ha) VCHA (R$ha)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 379731 433109 452408 1109193 1349221 1557365

3x3 - 362619 424113 - 1212472 1509318

3x4 - 311840 373961 - 1077399 1379067

4x4 166887 317064 342144 550865 1122453 1272564

5x5 172002 205671 306342 627806 811406 1226000

6 a

no

s

3x2 355004 394611 431419 1056449 1261369 1508350

3x3 - 341749 408022 - 1163130 1470243

3x4 - 288386 356682 - 1020754 1335360

4x4 167940 274794 313771 556167 1012394 1196711

5x5 166477 207478 273875 613368 817994 1133134

7 a

no

s

3x2 334925 365156 383863 1012137 1191106 1382874

3x3 - 325700 385794 - 1122613 1410651

3x4 - 278203 342718 - 993941 1296571

4x4 164441 268225 305743 547531 994496 1174049

5x5 164242 204174 269414 607295 808354 1119474

Em que Espaccedil = espaccedilamento (m) VTHA = volume comercial por hectare (msup3ha) e VCHA = volume de lacircminas por hectare (msup3ha)

66

A ausecircncia de valores na classe de produtividade baixa nos espaccedilamentos

3x3 e 3x4 m eacute proveniente da inesistecircncia de povoamentos nestas condiccedilotildees de

terreno Como se tratam de plantios independentes a falta de informaccedilotildees nestes

ambientes natildeo prejudicamalteram os resultados nas outras aacutereas em estudo

Observando a Tabela 1 eacute perceptiacutevel a diferenccedila entre a renda bruta obtida

com a venda de madeira em peacute e a explorada Para siacutetios de baixa produtividade e

com corte aos 5 anos a diferenccedila entre a venda de lacircminas e madeira em peacute foi de

aproximadamente R$729000 Esta diferenccedila ocorreu porque o custo de laminaccedilatildeo

natildeo foi contabilizado por falta de informaccedilotildees sobre o processo produtivo

Natildeo existem estudos que indiquem os custos reais de laminaccedilatildeo de paricaacute

proveniente de reflorestamento e quais as atividades necessaacuterias para transformar o

torete de madeira em lacircminas de forma eficiente e com boa qualidade

A renda resultante da venda de ldquomadeira em peacuterdquo em espaccedilamentos

menores como o 3x2 m superam os mais espaccedilados como o 4x4 e 5x5 m com

receita duas vezes maior quando comparados os espaccedilamentos 3x2 e 5x5 m Esta

tendecircncia ocorre entre classes de produtividade e tambeacutem entre idades distintas

Com o aumento da idade de corte houve diminuiccedilatildeo nas receitas em todos

os espaccedilamentos pois o volume de madeira foi reduzido Isso ocorre como jaacute citado

anteriormente provavelmente devido ao autodesbaste das plantas caracteriacutestico da

espeacutecie Entretanto os custos tambeacutem sofreram reduccedilatildeo devido ao menor nuacutemero

de plantas por hectare e esta relaccedilatildeo deve ser analisada

O comportamento da renda bruta em relaccedilatildeo a madeira explorada segue a

mesma tendecircncia citada acima ou seja o menor espaccedilamento no melhor siacutetio

produtivo aos 5 anos eacute o que indica ser o mais viaacutevel Todavia deve-se interagir

custos e receitas para se inferir sobre o espaccedilamento mais adequado para se obter

a maior lucratividade

Na Tabela 2 eacute possiacutevel observar os iacutendices em siacutetios com classe de

produtividade baixa para a venda de lacircminas de paricaacute

67

Tabela 2 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute para venda preacute-corte em classe de produtividade baixa (17 ndash 19 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

5 a

no

s

MB -121915 - - -221422 -197665

ML -172080 - - -260253 -234631

L -256915 - - -325921 -297147

L (t) -350415 - - -419421 -390647

Luc -068 - - -195 -173

Lucr (t) -092 - - -251 -227

IR -047 - - -085 -079

IR (t) -038 - - -065 -060

6 a

no

s

MB -157604 - - -236236 -218806

ML -208865 - - -276654 -257335

L -316133 - - -361232 -337959

L (t) -427533 - - -472632 -449359

Luc -089 - - -215 -203

Lucr (t) -120 - - -281 -270

IR -056 - - -088 -084

IR (t) -043 - - -065 -062

7 a

no

s

MB -192230 - - -244377 -225943

ML -244145 - - -285258 -264961

L -376891 - - -388205 -363216

L (t) -508091 - - -519405 -494416

Luc -113 - - -236 -221

Lucr (t) -152 - - -316 -301

IR -065 - - -090 -086

IR (t) -048 - - -064 -060

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

Na Tabela 2 eacute possiacutevel observar que sob as condiccedilotildees analisadas nenhum

espaccedilamento eacute viaacutevel economicamente Jaacute o comportamento dos iacutendices financeiros

em classe de produtividade meacutedia pode ser observado na Tabela 3

68

Tabela 3 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute para venda preacute-corte em classe de produtividade meacutedia (19 ndash 21 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

5 a

no

s

MB -68537 -75377 -97128 -71245 -163995

ML -118702 -119176 -138025 -110076 -200962

L -203537 -193247 -207187 -175744 -263477

L (t) -297037 -286747 -300687 -269244 -356977

Luc -047 -053 -066 -055 -128

Lucr (t) -069 -079 -096 -085 -174

IR -033 -036 -043 -036 -067

IR (t) -026 -028 -034 -027 -051

6 a

no

s

MB -117998 -109790 -135159 -129382 -177806

ML -169258 -154944 -177514 -169800 -216334

L -276527 -249433 -266145 -254378 -296958

L (t) -387927 -360833 -377545 -365778 -408358

Luc -070 -073 -092 -093 -143

Lucr (t) -098 -106 -131 -133 -197

IR -046 -046 -055 -054 -071

IR (t) -035 -034 -041 -040 -052

7 a

no

s

MB -161999 -131381 -150483 -140593 -186011

ML -213914 -177089 -193352 -181475 -225030

L -346659 -292189 -301302 -284422 -323284

L (t) -477859 -423389 -432502 -415622 -454484

Luc -095 -090 -108 -106 -158

Lucr (t) -131 -130 -155 -155 -223

IR -057 -052 -059 -057 -073

IR (t) -042 -037 -042 -040 -051

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

Os prejuiacutezos obtidos nestas condiccedilotildees do terreno satildeo menores quando

comparados com siacutetios de produtividade baixa O mesmo comportamento tambeacutem

foi observado para siacutetios de classe de produtividade alta como indicado na Tabela

4

69

Tabela 4 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute pra venda preacute-corte em classe de produtividade alta (21 ndash 24 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

5 a

no

s

MB -49238 -13882 -35007 -46165 -63324

ML -99403 -57682 -75904 -84996 -100291

L -184238 -131752 -145066 -150664 -162806

L (t) -277738 -225252 -238566 -244164 -256306

Luc -041 -031 -039 -044 -053

Lucr (t) -061 -053 -064 -071 -084

IR -027 -017 -024 -028 -034

IR (t) -022 -014 -018 -021 -026

6 a

no

s

MB -81189 -43517 -66863 -90406 -111408

ML -132450 -88671 -109217 -130823 -149937

L -239718 -183160 -197848 -215401 -230561

L (t) -351118 -294560 -309248 -326801 -341961

Luc -056 -045 -055 -069 -084

Lucr (t) -081 -072 -087 -104 -125

IR -036 -026 -034 -041 -049

IR (t) -028 -020 -025 -031 -036

7 a

no

s

MB -143292 -71287 -85969 -103075 -120771

ML -195207 -116995 -128837 -143956 -159790

L -327953 -232094 -236787 -246903 -258044

L (t) -459153 -363294 -367987 -378103 -389244

Luc -085 -060 -069 -081 -096

Lucr (t) -120 -094 -107 -124 -144

IR -052 -034 -039 -045 -052

IR (t) -038 -025 -028 -032 -036

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

A inviabilidade econocircmica observada nas trecircs condiccedilotildees produtivas podem

ter sido provenientes do baixo valor de mercado praticado na regiatildeo

Apoacutes o pagamento de todos os desembolsos efetivos restou o deacutebito de R$-

13882 para o espaccedilamento 3x3 m Esta quantia jaacute pode ser considerada como

70

prejuiacutezo do investimento mesmo sem ser contabilizados o pagamento da matildeo de

obra familiar (administraccedilatildeo) e os custos de oportunidade do capital

O menor valor resultante para o espaccedilamento 5x5 m se deve ao fato de

existirem atividades iguais aos outros espaccedilamentos que estatildeo sendo executas em

tempo maior que dos outros povoamentos aumentando assim o custo de produccedilatildeo

Jaacute os resultados encontrados para o espaccedilamento 3x3 m em classe de

produtividade alta satildeo atribuiacutedos agrave eficiecircncia das operaccedilotildees de manutenccedilatildeo dos

plantios principalmente pelo controle de plantas daninhas

Depois do pagamento de todos os desembolsos efetivos foi admitida a

remuneraccedilatildeo da matildeo de obra familiar em virtude da administraccedilatildeo das aacutereas de

plantio sendo proporcional aos custos de produccedilatildeo de paricaacute A margem liacutequida

negativa indica que o empreendimento eacute economicamente inviaacutevel O valor admitido

por este iacutendice se positivo natildeo seria o lucro gerado pois ainda natildeo foi descontado

o custo de oportunidade do capital investido

Para todos os povoamentos analisados houve lucro negativo principalmente

quando foi considerada a remuneraccedilatildeo pelo uso da terra Isso significa que o

investimento natildeo foi atrativo financeiramente Este resultado natildeo eacute interessante

economicamente ao produtor e pode trazer consequecircncias ainda piores como falta

de incentivo agrave produccedilatildeo falta de demanda para venda da madeira em idade de corte

e preccedilos ainda menores do que os praticados

Considerando-se o pagamento pelo uso da terra o prejuiacutezo obtido pelo

plantio de paricaacute variou entre 53 e 316 sendo maior quando mais amplo o

espaccedilamento de plantio Desconsiderando o pagamento pelo uso da terra o

prejuiacutezo se tornou menor estando entre 31 e 236

Este iacutendice representa a capacidade da atividade de transformar

investimento em margem liacutequida Assim desconsiderando o pagamento pelo uso da

terra tem-se que para cada real investido obteve-se entre R$-090 e R$-017 de

margem liacutequida sendo mais atrativo o espaccedilamento 3x3 m em classe de

produtividade alta Considerando o custo da terra o valor foi de R$-065 a R$-014

sendo melhor nos menores espaccedilamento de plantio

Deve-se salientar novamente que o valor do msup3 de madeira utilizado nesta

pesquisa eacute proveniente do preccedilo meacutedio praticado pelo CERAT ndash PA Valores

superiores a este encontrados na regiatildeo podem alterar estes resultados tornando

estes povoamentos atrativos financeiramente (quando superiores a R$10000 msup3)

71

32 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA LAMINADA

O comportamento observado foi semelhante ao da madeira vendida em peacute

ou seja os iacutendices financeiros apontaram que a viabilidade econocircmica aos 5 anos

foi superior agraves outras idades de exploraccedilatildeo (Tabela 5)

Tabela 5 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de baixa produtividade (17 ndash 19 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

5 a

no

s

MB 460255 - - 82016 175950

ML 395361 - - 35131 130764

L 285617 - - -44157 54349

L (t) 192117 - - -137657 -39151

Luc 026 - - -008 009

Lucr (t) 017 - - -025 -006

IR 090 - - 010 039

IR (t) 074 - - 008 030

6 a

no

s

MB 416597 - - 84912 161477

ML 352612 - - 37786 116288

L 218717 - - -60828 21725

L (t) 107317 - - -172228 -89675

Luc 021 - - -011 004

Lucr (t) 010 - - -031 -015

IR 081 - - 011 034

IR (t) 065 - - 008 026

7 a

no

s

MB 374305 - - 138713 217110

ML 322390 - - 97831 178092

L 161775 - - -5115 79837

L (t) 30575 - - -136315 -51363

Luc 016 - - -001 013

Lucr (t) 003 - - -025 -008

IR 075 - - 031 058

IR (t) 057 - - 022 041

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

72

Os iacutendices econocircmicos para as classes de produtividade meacutedia e alta

encontram-se nas Tabelas 6 e 7

Tabela 6 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de meacutedia produtividade (19 ndash 21 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

5 a

no

s

MB 681518 625573 537181 600811 347713

ML 614747 566883 483159 548647 301344

L 501830 467631 391801 460430 222928

L (t) 408330 374131 298301 366930 129428

Luc 037 039 036 041 027

Lucr (t) 030 031 028 033 016

IR 137 139 126 147 087

IR (t) 114 113 101 117 069

6 a

no

s

MB 608614 588446 491228 506607 352752

ML 543338 530977 438275 456029 306227

L 406743 410719 327467 350188 208871

L (t) 295343 299319 216067 238788 97471

Luc 032 035 032 035 026

Lucr (t) 023 026 021 024 012

IR 124 133 116 125 089

IR (t) 099 104 090 095 067

7 a

no

s

MB 544335 665533 565255 585678 418169

ML 492420 619825 522386 544796 379151

L 329553 504725 414437 441850 280896

L (t) 198353 373525 283237 310650 149696

Luc 028 045 042 044 035

Lucr (t) 017 033 028 031 019

IR 113 181 159 171 123

IR (t) 087 131 114 121 086

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

73

Tabela 7 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de alta produtividade (21 ndash 24 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5 5

an

os

MB 882878 900802 817010 742105 726917

ML 815429 839950 760805 689059 677009

L 701365 737042 665754 599351 592608

L (t) 607865 643542 572254 505851 499108

Luc 045 049 048 047 048

Lucr (t) 039 043 041 040 041

IR 181 201 193 182 187

IR (t) 150 164 156 146 148

6 a

no

s

MB 843757 874244 783868 678388 646537

ML 777297 814644 728718 626556 597877

L 638225 689925 613313 518092 496052

L (t) 526825 578525 501913 406692 384652

Luc 042 047 046 043 044

Lucr (t) 035 039 038 034 034

IR 174 198 187 168 168

IR (t) 140 156 146 129 128

7 a

no

s

MB 730571 953571 867885 765231 729289

ML 678656 907863 825016 724350 690271

L 514396 792763 717066 621403 592016

L (t) 383196 661563 585866 490203 460816

Luc 037 056 055 053 053

Lucr (t) 028 047 045 042 041

IR 154 266 252 228 224

IR (t) 119 192 180 161 157

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

Contrariamente agrave preacute-colheita a venda de madeira de paricaacute poacutes-colheita

tem demonstrado viabilidade economica para as idade classe de produtividade e

espaccedilamento analisados como observados nos iacutendices a seguir

Apoacutes o pagamento de todos os custos efetivos notou-se uma vantagem no

uso de espaccedilamentos mais adensados Nestes ambientes a margem bruta foi por

74

vezes maior que 40 em relaccedilatildeo aos maiores espaccedilamentos Poreacutem restam ainda

o pagamento pela administraccedilatildeo e uso do capital No entanto verificou-se que a

maioria dos projetos avaliados foram viaacuteveis economicamente pois se obteve

resultados positivos para a madeira laminada

A matildeo-de-obra familiar foi remunerada mantendo-se o montante positivo

Este montante foi utilizado posteriormente como forma de pagamento pelo custo de

oportunidade do capital Observa-se que este iacutendice manteve a tendecircncia de

comportamento semelhante agrave margem bruta exprimindo a viabilidade dos projetos

Lucro negativo soacute foi observado em espaccedilamentos amplos como o 4x4 e

5x5 m em classe de produtividade baixa em todos os anos analisados Isso

significa que o custo de oportunidade do uso do capital natildeo estaacute sendo remunerado

O resultado encontrado eacute consequecircncia de volume insuficiente de lacircminas

para o pagamento do processo produtivo Vale salientar que o processo de

laminaccedilatildeo natildeo foi quantificado

O intervalo de lucratividade sem considerar o pagamento pelo uso da terra

variou de -31 agrave 56 ou seja existem povoamentos que em certas condiccedilotildees

foram inviaacuteveis economicamente como eacute o caso dos espaccedilamentos 4x4 e 5x5 m

em classe de produtividade baixa com exploraccedilatildeo aos 5 anos Outros povoamentos

ao contraacuterio possuem lucratividade de 56 Como exemplo pode-se citar o 3x3 m

aos 7 anos em classe de produtividade alta

Quando se considera o pagamento pelo uso da terra a mesma tendecircncia foi

observada poreacutem a lucratividade foi menor

A capacidade da atividade em transformar o investimento em margem

liacutequida variou entre R$034 e R$266 sendo mais atrativo o espaccedilamento 3x3 m

Considerando o custo da terra o valor corresponde entre R$008 e R$192 sendo

melhor quanto menor o espaccedilamento de plantio

Considerando os valores obtidos nas Tabelas 5 6 e 7 foi possiacutevel inferir

sobre os custos maacuteximos que poderiam ser destinados agrave laminaccedilatildeo para que todas

as despesas fossem pagas obtendo lucratividade zero Na Tabela 8 eacute indicado

quais satildeo estes valores

75

Tabela 8 Valores maacuteximos a serem pagos pela laminaccedilatildeo (R$msup3)

Idade Classe produtiva (m) Espaccedilamentos (m)

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5 5

ano

s Baixa 1184 - - -1930 -533

Meacutedia 2206 2414 2238 2708 1472

Alta 3144 3550 3580 3459 3812

6 a

no

s Baixa 707 - - -2400 -1260

Meacutedia 1751 2049 1753 2033 1099

Alta 2857 3317 3292 3033 3286

7 a

no

s Baixa 131 - - -3253 -2045

Meacutedia 1189 1557 1223 1543 476

Alta 2255 2916 2883 2613 2836

Estas informaccedilotildees satildeo valores meacutedios dos espaccedilamentos para cada classe

de produtividade e idade Como pressupotildee-se que em siacutetio de melhor qualidade haacute

maior renda eacute possiacutevel o pagamento de um valor substancialmente maior do que

em classe de produtividade meacutedia Observa-se ainda a inviabilidade da praacutetica de

laminaccedilatildeo em classe de produtividade baixa independente da idade de corte pois a

receita foi menor que os custos mesmo sem a laminaccedilatildeo Essa consideraccedilatildeo

reforccedila os argumentos de suporte sobre os menores espaccedilamentos serem os mais

apropriados para o plantio de paricaacute

33 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA

331 Benefiacutecio perioacutedico equivalente ndash BPE

Para a taxa de 6 aa em povoamentos natildeo explorados o BPE obtido

variou entre R$-24042 e R$-8005 para os espaccedilamentos 4x4 e 3x3 m

respectivamente (Tabela 9) Isso indica que o espaccedilamento 3x3 m na classe de

produtividade alta com corte aos 5 anos eacute o que resultou no menor prejuiacutezo

financeiro sob estas condiccedilotildees analisadas Jaacute o 4x4 m em classe de produtividade

baixa com corte aos 7 anos foi a pior escolha de investimento

76

Tabela 9 BPE de plantios de paricaacute situados na regiatildeo de Paragominas PA

Idade Espaccedil

(m)

BPE (VTHA) BPE (VCHA)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 -15515 -12312 -11154 17037 30010 41982

3x3 - -11695 -8005 - 27958 44123

3x4 - -12531 -8804 - 23408 39845

4x4 -19655 -10645 -9140 -2749 27526 35861

5x5 -17929 -15909 -9868 3161 13276 35456

6 a

no

s

3x2 -19068 -16692 -14483 13023 24305 38193

3x3 - -15066 -11090 - 24543 41296

3x4 - -16069 -11971 - 19548 36699

4x4 -21774 -15363 -13024 -3750 20911 30986

5x5 -20378 -17917 -13934 1204 12432 29663

7 a

no

s

3x2 -22761 -20948 -19825 8894 18907 29965

3x3 - -18281 -14675 - 20779 36619

3x4 - -18827 -14957 - 16500 33111

4x4 -24042 -17815 -15564 -5944 18385 28258

5x5 -22542 -20146 -16232 -842 10264 27366

Em que Espaccedil = espaccedilamento (m) BPE (VTHA) = benefiacutecio perioacutedico equivalente para venda de madeira em peacute e BPE (VCHA) = benefiacutecio perioacutedico equivalente para venda de madeira laminada

A mesma tendecircncia foi observada em povoamentos explorados em que o

BPE variou entre R$-5944 e R$44123 sendo o espaccedilamento 3x3 m a melhor

opccedilatildeo de investimento O mesmo resultado foi obtido por Pavan et al (2010) com

plantios de eucalipto no Rio Grande do Sul para laminaccedilatildeo

Caso ocorressem mudanccedilas na taxa de desconto estas contribuiriam para o

aumento ou reduccedilatildeo dos lucros do plantio Segundo Soares et al (2003) aumentos

na taxa de desconto afetam significativamente o VPL e consequentemente o BPE

indicando que quanto menor a taxa de desconto utilizada maior seraacute a lucratividade

do projeto

A partir da anaacutelise econocircmica dos diferentes sistemas de plantio pode-se

inferir que o motivo pelo qual a classe de produtividade baixa resultou em uma das

piores alternativas financeiras estaacute relacionado ao autodesbaste das plantas neste

ambiente Como estas aacutereas dispotildeem de menores recursos eacute possiacutevel que tenha

77

ocorrido uma expressiva mortalidade de plantas devido agrave concorrecircncia por luz e

nutrientes do solo

Todos os espaccedilamentos de plantio podem ser alternativas viaacuteveis que

poderatildeo contribuir de maneira mais significativa na medida em que alcancem sua

capacidade maacutexima de incremento Isso eacute obtido com a diferenciaccedilatildeo entre os

horizontes de planejamento que natildeo podem ser idecircnticos para todos os

espaccedilamentos de plantio haja vista que as aacutervores se comportam de maneiras

diferentes nestes espaccedilamentoss devido agrave disponibilidade de recursos

Esta afirmaccedilatildeo jaacute foi comprovada em estudos realizados por Cordeiro et al

(2009) em que foi constatado que o sistema de produccedilatildeo do paricaacute em cultivo puro

sob o espaccedilamento 4x3 m nos quatro primeiros anos de cultivo natildeo apresentaram

viabilidade econocircmica sugerindo a necessidade de maior horizonte de

planejamento

78

4 CONCLUSOtildeES

O monocultivo de paricaacute em qualquer um dos espaccedilamentos analisados foi

considerado inviaacutevel por todos os criteacuterios utilizados nesta anaacutelise econocircmica

quando se objetivou a venda da madeira sem exploraccedilatildeo Essa resposta estaacute

associada ao baixo valor de mercado ao qual a espeacutecie estaacute subordinada

A exploraccedilatildeo de madeira mesmo sendo um processo trabalhoso e

dispendioso eacute uma alternativa para se obter valores positivos com a produccedilatildeo de

paricaacute

Observando os custos e receitas oriundos de plantios de paricaacute pode-se

afirmar que espaccedilamentos mais amplos em classe de produtividade baixa satildeo

insuficientes para remunerar o processo de laminaccedilatildeo

O maior retorno financeiro foi obtido em povoamentos de paricaacute implantados

em classe de produtividade alta sob o espaccedilamento 3x3 m com exploraccedilatildeo aos 5

anos

79

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

CHICHORRO J F BAUER M O ANDRADE W S SILVA G F SANTOS F R SILVA J L NOGUEIRA M A Avaliaccedilatildeo econocircmica de projetos florestais In CHICHORRO J F BAUER M O GARCIA G O CALDEIRA M V W Toacutepicos especiais em ciecircncias florestais 1 ed Visconde do Rio Branco Suprema 2010 v 1 p 231-260 COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO ndash CONAB Custo de produccedilatildeo agriacutecola a metodologia da Conab Brasiacutelia Conab 2010 60p COORDENADORIA EXECUTIVA DA ADMINISTRACcedilAtildeO TRIBUTAacuteRIA ndash CERAT Boletim informativo de preccedilos Paraacute 2013 22p CORDEIRO I M C C SANTANA A C LAMEIRA O A SILVA I M Anaacutelise econocircmica dos sistemas de cultivo com Schizolobium parahyba var amazonicum (Huber ex Ducke) Barneby (Paricaacute) E Ananas comosus var erectifolius (L B Smith) Coppus amp Leal (Curauaacute) no municiacutepio de Aurora do Paraacute (PA) Brasil Facultad Agronomiacutea (LUZ) 2009 26 243-265 FARO C Elementos de engenharia econocircmica 3ed Satildeo Paulo Atlas 1979 328p MELLO A A CARNIERI C ARCE J E SANQUETTA C R Planejamento florestal visando agrave maximizaccedilatildeo dos lucros e a manutenccedilatildeo do estoque de carbono Cerne Lavras v 11 n 3 p 205-217 julset 2005 OLIVEIRA A D REZENDE J L P Economia Florestal Lavras UFLAFAEPE 2004 101p PAVAN J A ALVES T W SOUZA M A Viabilidade Econocircmica da Produccedilatildeo de Eucaliptos no Rio Grande do Sul Associaccedilatildeo Brasileira de Custos vol 5 n 1 78-109 JanAbr 2010 REZENDE J L P OLIVEIRA A D Anaacutelise econocircmica e social de projetos florestais Viccedilosa MG UFV 2001 389 p SILVA M L JACOVINE L A G VALVERDE S R Economia Florestal 2 ed Viccedilosa UFV 2005 178p SOARES T S CARVALHO R M M A VALE A B Avaliaccedilatildeo econocircmica de um povoamento de Eucalyptus grandis destinado a multiprodutos Aacutervore Viccedilosa-MG v27 n5 p689-694 2003

80

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A partir das condiccedilotildees estabelecidas notou-se o efeito dos espaccedilamentos

de plantio na viabilidade econocircmica dos povoamentos de paricaacute

Em relaccedilatildeo aos custos de produccedilatildeo eles devem ser separados por

atividades sendo elas preparo da aacuterea plantio adubaccedilatildeo manutenccedilatildeo colheita e

transporte laminaccedilatildeo custo de administraccedilatildeo remuneraccedilatildeo do capital investido

Dentro de cada atividade alguns custos podem sofrer a influecircncia do

nuacutemero de plantas por hectare Como exemplo pode-se citar o nuacutemero de diaacuterias

necessaacuterias para alinhamento coveamento e plantio das mudas aleacutem da

quantidade de adubo necessaacuterio para adubaccedilatildeo de cova

O maior nuacutemero de operaccedilotildees ocorre no periacuteodo de manutenccedilatildeo dos

plantios poreacutem nenhuma delas foi considerada dispendiosa Os maiores custos

individuais foram do transporte de madeira do povoamento ateacute a induacutestria em

todos os espaccedilamentos analisados devido agraves condiccedilotildees de traacutefego nas estradas

A relaccedilatildeo entre volume comercial volume laminado e os custos de

produccedilatildeo determinam entatildeo a viabilidade dos plantios sendo o espaccedilamento mais

viaacutevel aquele que consegue absorver esta relaccedilatildeo de maneira mais eficiente

Entretanto estudos ainda devem ser desenvolvidos para averiguar a relaccedilatildeo entre a

espeacutecie e os espaccedilamentos de plantio

Page 9: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE …III. Andrade, Wendel Sandro de Paula. IV. ... À Universidade Federal do Espírito Santo e à CAPES, pela estrutura e apoio

povoamentos de paricaacute implantados em classe de produtividade alta sob o

espaccedilamento 3x3 m com exploraccedilatildeo aos 5 anos Entretanto para os maiores

espaccedilamentos de plantio estudos ainda devem ser desenvolvidos

Palavras-chave Classe de produtividade idade iacutendices econocircmicos

ABSTRACT

SILVEIRA R Economic evaluation of the production of wood paricaacute

(Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) under different planting spacings

2014 Dissertation (Master of Forest Science) - Federal University of Espiacuterito Santo

Jerocircnimo Monteiro ES Advisor Prof Dr Gilson Fernandes da Silva

Coorientadores Prof Dr Adriano Ribeiro de Mendonccedila and Prof Dr Wendel Sandro

de Paula Andrade

Paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) is a native species that has

been gaining prominence among commercial plantations in the Amazon region its

growth characteristics and production for multiple uses For this reason the aim of

this study was to evaluate the effect of planting space in economic analysis of timber

production paricaacute For this the data used in this study originate homogeneous stands

planted under the spacings 3x2 3x3 3x4 4x4 and 5x5 m located in the State of

Paraacute These stands were inventoried annually by fifth year and analyzed three

classes of productivity in each spacing which are Low (17 ndash 19 m) Medium (19 ndash 21

m) and High (21 ndash 24 m) Later with the aid of modeling the total and laminate

volumes were estimated at 5 6 and 7 years Estimate the volume and identified all

the costs these were deflated by the IGP ndash DI and subsequently undercapitalized

Thus we proceeded to the economic analysis using the methodology developed by

the Institute of Agricultural Economics along with the criterion periodic benefit

equivalent As a result it was found that the actual operating costs represented on

average 65 of total costs of production transportation and the most expressive

individual cost in all spacings analyzed The economic analysis indicated that the

monoculture paricaacute regardless of spacing was impracticable when used to sell the

timber without exploitation This response is associated with low market value to

which the species is subject The logging even being a laborious and costly process

an alternative is to give positive values to the production of paricaacute Therefore it can

be inferred that the greatest financial return is obtained in stands of paricaacute deployed

in class high productivity under the 3x3 m spacing with operating at 5 years

However for larger planting space studies have yet to be developed

Keywords Productivity class age economic indices

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO GERAL 11

11 OBJETIVO GERAL 13 12 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 13

2 REVISAtildeO DE LITERATURA 14

21 PARICAacute 14 211 Descriccedilatildeo botacircnica e anatocircmica do paricaacute 14 212 Caracteriacutesticas silviculturais do paricaacute 15 213 Utilizaccedilatildeo do paricaacute 16

22 CRESCIMENTO E PRODUCcedilAtildeO DO PARICAacute 17 23 RENDIMENTO EM LAMINACcedilAtildeO DE PARICAacute 18 24 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO 19

241 Teoria dos custos 19 242 A importacircncia dos custos 21 243 Classificaccedilatildeo dos custos 21 244 Componentes do custo 22 245 Iacutendices econocircmicos 24 246 Custos na empresa florestal 26

25 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DE PROJETOS FLORESTAIS 27

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 28

CAPIacuteTULO 1 31

RESUMO 31

ABSTRACT 32

1 INTRODUCcedilAtildeO 33

2 MATERIAL E MEacuteTODOS 35

21 AacuteREA EM ESTUDO 35 22 ESTIMATIVA DA PRODUCcedilAtildeO 36 23 DESCRICcedilAtildeO DAS ATIVIDADES 38 24 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS 39 25 CLASSIFICACcedilAtildeO DOS CUSTOS 41

3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 43

31 ESTIMATIVA DE VOLUME 43 32 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO 45

321 Custo operacional efetivo ndash COE 45 322 Custo operacional total ndash COT 47 323 Custo total ndash CT 50

4 CONCLUSOtildeES 54

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 55

CAPIacuteTULO 2 57

RESUMO 57

ABSTRACT 58

1 INTRODUCcedilAtildeO 59

2 MATERIAL E MEacuteTODOS 61

21 OBTENCcedilAtildeO DAS RECEITAS 61 22 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS 61 23 IacuteNDICES ECONOcircMICOS DA PRODUCcedilAtildeO 62 24 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DOS PROJETOS 63

241 Benefiacutecio perioacutedico equivalente (BPE) 63

3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 65

31 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA VENDA DE MADEIRA EM PEacute 65 32 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA LAMINADA 71 33 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA 75

331 Benefiacutecio perioacutedico equivalente ndash BPE 75

4 CONCLUSOtildeES 78

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 79

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 80

11

1 INTRODUCcedilAtildeO GERAL

As florestas naturais somavam em 2007 cerca de 4 bilhotildees de hectares

cobrindo aproximadamente 30 da superfiacutecie terrestre segundo informaccedilotildees da

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION ndash FAO (2007) Deste montante cerca

de metade da vegetaccedilatildeo ainda estaacute concentrada em cinco paiacuteses sendo o Brasil o

detentor da segunda maior cobertura florestal do planeta

Segundo o Sistema Nacional de Informaccedilotildees Florestais ndash SNIF (2014)

estimava-se que 69 desta cobertura teriam potencial produtivo Com isso ampliou-

se a participaccedilatildeo do setor florestal brasileiro no comeacutercio mundial Entretanto o

setor ainda encontra dificuldades na expansatildeo dos seus negoacutecios especialmente a

regiatildeo amazocircnica devido agraves restriccedilotildees impostas pela legislaccedilatildeo frente ao apelo

ambiental que a regiatildeo desperta em resposta a ocupaccedilatildeo desordenada

Com a implantaccedilatildeo de novas normas de exploraccedilatildeo reduziu-se a

disponibilidade de madeira no mercado expondo-se entatildeo a necessidade de fontes

alternativas para produccedilatildeo de mateacuteria-prima Assim a partir da praacutetica de

reflorestamento estaacute sendo possiacutevel ampliar o estoque de madeira para atender as

demandas atuais e futuras

Em 2012 o consumo brasileiro de madeira em tora proveniente de plantios

florestais foi de 1824 milhotildees de metros cuacutebicos (msup3) um indicador 72 superior

ao de 2011 (ABRAF 2013) Isso indica que a praacutetica do reflorestamento eacute uma

alternativa de negoacutecio que se expandiu no ultimo ano

Segundo o SNIF (2014) o Brasil deteacutem as melhores tecnologias na

silvicultura de eucalipto e outras espeacutecies vecircm sendo estudadas entre elas a acaacutecia

(Acacia mangium Willd) a seringueira (Hevea brasiliensis (Willd ex Adr de Juss)

Muell-Arg) e o paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) Em 2012 a aacuterea

ocupada por plantios florestais de espeacutecies natildeo convencionais como acaacutecia

araucaacuteria poacutepulus teca seringueira e paricaacute foi de 521131 ha representando

72 da aacuterea total de plantios florestais no Brasil (ABRAF 2013) Esta participaccedilatildeo

ainda que pequena se deve agraves caracteriacutesticas de crescimento e produccedilatildeo obtidas

por estas espeacutecies

Na regiatildeo amazocircnica o paricaacute eacute a espeacutecie que vem ganhando destaque

entre os plantios comerciais pelas suas caracteriacutesticas de crescimento e produccedilatildeo

12

para muacuteltiplos usos tornando crescente a demanda industrial por madeira de

lacircminas e compensados para a qual a espeacutecie eacute utilizada (MARQUES et al 2006)

Os primeiros registros com o plantio de paricaacute no Estado do Paraacute constam

da deacutecada de 1950 os quais tinham o objetivo de preservar a caracteriacutestica da

floresta amazocircnica em espaccedilos puacuteblicos e de fomentar estudos sobre o

comportamento e caracteriacutesticas das espeacutecies plantadas (MARQUES et al 2006)

Desde entatildeo muitos plantios foram registrados no Paraacute e em toda regiatildeo

amazocircnica e vaacuterios estudos foram desenvolvidos podendo-se destacar Hoffmann

(2009) Vidaurre et al (2012) Santos (2012) e Corteletti (2013) que trabalharam

com povoamentos de paricaacute localizados entre os municiacutepios de Dom Elizeu e

Paragominas estado do Paraacute Estes estudos comprovaram o alto potencial de

produccedilatildeo madeireira do paricaacute e servem como incentivo para que se estabeleccedilam

novos povoamentos Embora jaacute se tenham muitos plantios com esta espeacutecie na

Amazocircnia ainda satildeo necessaacuterios estudos com o objetivo de identificar as

caracteriacutesticas dendromeacutetricas avaliar a qualidade da madeira e sua produccedilatildeo

A atenccedilatildeo deve ser direcionada tambeacutem para os custos de produccedilatildeo

destes povoamentos que vecircm sendo estabelecidos na regiatildeo amazocircnica Natildeo

existem estudos suficientes que comprovem a lucratividade desta atividade Os

estudos que se tecircm disponiacuteveis ainda satildeo muito geneacutericos e as informaccedilotildees

carentes de dados do processo de implantaccedilatildeo da cultura

O monitoramento do processo produtivo tem sido realizado para identificar

os custos de produccedilatildeo sendo um instrumento necessaacuterio para se avaliar (medir) a

eficiecircncia das empresas Outra teacutecnica utilizada eacute a avaliaccedilatildeo econocircmica dos

projetos que testam a viabilidade de sua execuccedilatildeo

Para testar a viabilidade econocircmica dos projetos florestais faz-se necessaacuterio

o emprego de teacutecnicas econocircmicas sendo as mais tradicionais aquelas em que se

calculam o valor presente liacutequido (VPL) a taxa interna de retorno (TIR) e o benefiacutecio

perioacutedico equivalente (BPE) Este uacuteltimo sendo empregado frequentemente para

projetos com diferentes horizontes de planejamento (REZENDE OLIVEIRA 2001)

O teste da viabilidade econocircmica tem por finalidade estudar a capacidade

financeira do empreendimento a fim de verificar a possibilidade de sua

implementaccedilatildeo por meio da capacidade de sobrevivecircncia no mercado e da

identificaccedilatildeo dos fatores que podem dificultar as possibilidades de ecircxito do mesmo

comprovando-se assim a sua necessidade de execuccedilatildeo

13

11 OBJETIVO GERAL

Avaliar o efeito dos espaccedilamentos de plantio na anaacutelise econocircmica da

produccedilatildeo de madeira de paricaacute

12 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

a) Definir os custos de produccedilatildeo de povoamentos de paricaacute

b) Identificar os custos de produccedilatildeo mais afetados pelos espaccedilamentos

de plantio

c) Avaliar a participaccedilatildeo individual dos custos no processo de

implantaccedilatildeo colheita e transporte e

d) Identificar o espaccedilamento que forneceraacute o maior retorno econocircmico

por meio de indicadores e criteacuterio de avaliaccedilatildeo

14

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

21 PARICAacute

A espeacutecie Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke foi descoberta por

Huber e descrita por Ducke em 1922 sendo vulgarmente conhecida como pinho-

cuiabano paricaacute-da-amazocircnia paricaacute-da-terra-firme (Mato Grosso) paricaacute paricaacute-

grande faveira (Paraacute) canafista canafiacutestula fava-canafiacutestula (Acre) bandarra

(Rondocircnia) guapuruvu-da-amazocircnia (Distrito federal) aleacutem de cereboacute (Boliacutevia)

tambor (Colocircmbia) gavilaacuten (Costa Rica) pachaco (Equador) palo de judiacuteo palo de

picho (Meacutexico) e pashaco (Peru) (CARVALHO 2007)

Ocorre naturalmente em toda regiatildeo amazocircnica principalmente no Mato

Grosso Paraacute Amazonas e Rondocircnia no Brasil aleacutem de outros paiacuteses como Peru

Boliacutevia Colocircmbia e Venezuela (SOUZA et al 2005) Sobrevive em mata primaacuteria e

secundaacuteria de terra firme e vaacuterzea alta notadamente nas formaccedilotildees do tipo floresta

densa e floresta aberta em solos argilosos e altitudes de ateacute 800 metros

(CARVALHO 1994 ROSA 2006a)

A espeacutecie eacute tolerante a solos de baixa fertilidade e adapta-se agrave precipitaccedilatildeo

meacutedia anual de 1600 mm a 5850 mm e temperatura meacutedia de 248 ordmC (CRESPO et

al 1995) Por ser uma espeacutecie essencialmente helioacutefila natildeo tolera baixas

temperaturas (CARVALHO 2007)

211 Descriccedilatildeo botacircnica e anatocircmica do paricaacute

Segundo o sistema de classificaccedilatildeo de Cronquist a espeacutecie Schizolobium

amazonicum pertence agrave famiacutelia Caesalpiniaceae (Leguminosae Caesalpinioideae)

sendo da divisatildeo Magnoliophyta (Angiospermae) da classe Magnoliopsida

(Dicotyledonae) e ordem das Fabales

O paricaacute eacute uma aacutervore deciacutedua que pode atingir 40 m de altura e 100 cm de

DAP (diacircmetro a altura do peito medido a 130 m do solo) na idade adulta

15

(CARVALHO 2007) Seu tronco eacute ciliacutendrico e reto com casca de cor cinza clara

podendo conter sapopemas A madeira eacute macia leve com textura grossa gratilde direita

e irregular cerne creme-avermelhado e alburno creme-claro Tecircm faacutecil

processamento mas baixa durabilidade natural (SOUZA et al 2005)

Rosa (2006a) trabalhando com a botacircnica anatomia e tecnologia de paricaacute

comprovou que ao longo do crescimento vegetativo a espeacutecie pode possuir

caracteriacutesticas dendroloacutegicas diferenciadas em termos de coloraccedilatildeo da casca e do

surgimento de sapopemas

212 Caracteriacutesticas silviculturais do paricaacute

As sementes de paricaacute possuem alto grau germinativo podendo chegar a

90 Isso pode ser comprovado em estudos realizados por Lameira et al (2000)

com a propagaccedilatildeo do paricaacute por meio de sementes submetidas a processos

mecacircnicos fiacutesicos e quiacutemicos de quebra de dormecircncia Nesse estudo foi constatado

que as sementes possuem um percentual de germinaccedilatildeo de 80 a 90

O paricaacute possui entretanto dificuldade em seu manejo por seu elevado teor

de umidade e susceptibilidade ao ataque de microorganismos aleacutem da dormecircncia

tegumentar que necessita de tratamentos preacute-germinativos (ROSA 2006b

CARVALHO 2007)

Para o armazenamento de sementes eacute recomendado um periacuteodo maacuteximo de

12 meses tendo em vista que a partir do oitavo mecircs ocorre reduccedilatildeo na viabilidade

das sementes como pode ser observado no trabalho de Rosa (2006a) sobre a

ecologia e silvicultura do paricaacute

Apoacutes serem retiradas do armazenamento as sementes podem ser plantadas

de duas maneiras colocando-se as sementes para germinar em canteiros

(sementeiras) ou semeando-as diretamente na embalagem plaacutestica Ambas as

opccedilotildees permitem sobrevivecircncia de no miacutenimo 80 das plantas sendo

consideravelmente aceitaacutevel (SOUZA et al 2003)

No que se refere a implantaccedilatildeo de povoamentos uma atenccedilatildeo especial

deve ser direcionada agrave escolha do espaccedilamento a ser utilizado No Estado do Paraacute

diversos espaccedilamentos tem sido adotados (3x3 m 4x4 m 3x4 m 5x4 m 6x4 m)

16

principalmente em plantios mais antigos estando os mais recentes em maior

padronizaccedilatildeo com espaccedilamentos de 4x4 m Isso provavelmente se deve agrave

facilidade de mecanizaccedilatildeo (MARQUES et al 2006) Aleacutem disso estudos vecircm

comprovando que o espaccedilamento 4x4 m eacute mais utilizado pois proporciona a melhor

relaccedilatildeo entre crescimento em altura e diacircmetro das aacutervores (ROSA 2006b)

Em sistemas silviculturais mais adensados ou em plantios puros o paricaacute

tem demonstrado crescimento inicial em altura bastante raacutepido sendo necessaacuterios

desbastes para manter equiliacutebrio adequado entre a retirada de indiviacuteduos de

qualidade inferior doentes ou danificados e a manutenccedilatildeo de espaccedilamento

aproximadamente regular entre as plantas Deve-se ressaltar entretanto que a

espeacutecie eacute bastante suscetiacutevel aos danos causados por ventos fortes principalmente

nos estaacutegios iniciais de desenvolvimento As aacutervores isoladas e plantas da

bordadura satildeo mais propensas a quebras poreacutem estes danos satildeo bastante

reduzidos com a presenccedila de mata ou de relevo ondulado nas proximidades que

possam proteger o povoamento e reduzir esses efeitos do vento (SOUZA et al

2003)

No estudo realizado por Rondon (2002) concluiu-se que ateacute o terceiro ano o

paricaacute eacute altamente vulneraacutevel ao vento principalmente nos espaccedilamentos 4x2 m e

2x2 m Por tal motivo medidas preventivas devem ser tomadas no iniacutecio da

implantaccedilatildeo deixando-se uma faixa de mata nativa em torno do plantio Desta

maneira sob os espaccedilamentos 15x15 m 2x2 m 3x2 m 3x3 m 4x2 m 4x3 m e 4x4

m avaliadas pelo autor os dois uacuteltimos foram os que proporcionaram maiores

crescimentos em altura e diacircmetro

213 Utilizaccedilatildeo do paricaacute

Essa espeacutecie eacute bastante utilizada na produccedilatildeo de lacircminas meacutedias ou parte

interna de compensados caixotaria leve portas e parquete tendo em vista que

pode ser alcanccedilado o rendimento de ateacute 80 de aproveitamento da madeira no

processo de laminaccedilatildeo (MARQUES et al 2006)

17

Ela pode ser utilizada para produccedilatildeo energeacutetica assim como a produccedilatildeo de

papel e celulose por sua facilidade de branqueamento Propriedades medicinais

tambeacutem podem ser encontradas principalmente na casca (CARVALHO 2007)

Carvalho (2007) afirma ainda que esta espeacutecie tem grande potencial para

recuperaccedilatildeo de aacutereas degradadas Por ser uma espeacutecie pioneira o paricaacute tem bom

desenvolvimento na maioria dos solos amazocircnicos contribuindo com

sombreamento o desenvolvimento de espeacutecies cliacutemax que por ventura se

estabeleccedilam na aacuterea

O paricaacute pode ser utilizado ainda para artesanato sendo seu uso mais

comum na fabricaccedilatildeo de brinquedos saltos para calccedilados e aeromodelismo

(SOUZA et al 2003)

22 CRESCIMENTO E PRODUCcedilAtildeO DO PARICAacute

O crescimento e a produccedilatildeo de um povoamento florestal dependem da

idade da capacidade produtiva do grau de utilizaccedilatildeo do potencial produtivo do lugar

e de tratamentos silviculturais (SCOLFORO 2006 CAMPOS LEITE 2009) Esta

relaccedilatildeo pode ser mensurada por meio de modelos de crescimento e produccedilatildeo

mecaniacutesticos ou empiacutericos sendo este uacuteltimo o mais utilizado

Santos (2012) estudando o crescimento e produccedilatildeo de plantios de paricaacute

sob diferentes espaccedilamentos ajustou o modelo logiacutestico para estimar o crescimento

em diacircmetro e volume das aacutervores em cada espaccedilamento em funccedilatildeo da idade O

autor observou efeito significativo do espaccedilamento sobre as variaacuteveis diacircmetro

quadraacutetico e volume em todas as idade evidenciando a dependecircncia entre os

fatores

Neste mesmo estudo foi constatado que a maior diferenccedila entre as meacutedias

do diacircmetro quadraacutetico e o volume foi entre os espaccedilamentos extremos 3x2 m e 5x5

metros Assim o maior crescimento em diacircmetro quadraacutetico foi verificado no espaccedilo

vital com 25 msup2 e o maior crescimento em volume por aacuterea no espaccedilamento de 6msup2

Anteriormente Hoffmann (2009) jaacute havia verificado a influecircncia do diacircmetro

no rendimento da laminaccedilatildeo em que o aumento do diacircmetro promoveu maior

rendimento O mesmo foi observado por Silva et al (2013)

18

23 RENDIMENTO EM LAMINACcedilAtildeO DE PARICAacute

A produccedilatildeo de lacircminas em escala comercial surgiu a partir do seacuteculo XX

sendo impulsionada no Brasil na deacutecada de 30 com o objetivo de confeccionar

madeira compensada que tem como mateacuteria-prima paineacuteis de lacircminas de madeira

Este material eacute submetido a um processo de colagem e prensagem com adesivos

resistentes ou agrave prova drsquoaacutegua tendo muacuteltiplas aplicaccedilotildees na construccedilatildeo civil na

fabricaccedilatildeo de moacuteveis formas para concreto embalagens transporte e aplicaccedilotildees

agriacutecolas (BORDUELLE IWAKIRI MARTINS et al 2006 IWAKIRI PRATA 2008)

A qualidade da laminaccedilatildeo eacute influenciada por caracteriacutesticas da espeacutecie

(densidade da madeira) caracteriacutesticas do fuste (diacircmetro e forma) e gratilde (direccedilatildeo e

inclinaccedilatildeo) e por condiccedilotildees operacionais do equipamento (velocidade de corte

ajuste da geometria da faca e barra de pressatildeo afiaccedilatildeo da faca) sendo que a

automaccedilatildeo dos equipamentos tem resultado em lacircminas de maior qualidade e

produtividade (TSOUMIS 1991)

Esta busca pela qualidade e produtividade tem aumentado o interesse nos

estudos sobre a prognose do crescimento e da produccedilatildeo de povoamentos e do

processo de laminaccedilatildeo Isto ocorre porque as empresas florestais procuram

investimentos soacutelidos devido aos compromissos de longo prazo assumidos

As estimativas da produccedilatildeo de mateacuteria-prima e do rendimento do produto

final contribuem com o planejamento da empresa em relaccedilatildeo a novos investimentos

novos produtos a serem lanccedilados no mercado aleacutem da viabilidade do projeto em

execuccedilatildeo e de futuros investimentos Por isso faz-se necessaacuterio conhecer todo o

processo produtivo do produto com o qual se estaacute trabalhando

A laminaccedilatildeo da madeira pode ser obtida por meio de duas formas

comerciais

a) Lacircminas torneadas ndash obtidas a partir do ldquodesenrolamentordquo de toras grossas

relativamente curtas utilizando torno laminador

b) Lacircminas faqueadas ndash obtidas a partir de cortes planos realizados por

faqueadeira em peccedila de madeira em bloco

Independentemente do meacutetodo de obtenccedilatildeo de lacircminas um dos objetivos da

empresa florestal eacute a busca pelo aumento da produtividade Estas informaccedilotildees satildeo

obtidas por meio do acompanhamento do processo de transformaccedilatildeo das aacutervores

19

em lacircminas e a partir dos valores obtidos subtrai-se o produto final da quantidade

de madeira que iniciou o processo obtendo-se assim o rendimento

Para o paricaacute o rendimento encontrado em estudos realizados por Hoffmann

(2009) foi de aproximadamente 5031 em aacutervores aos 5 anos Jaacute Melo (2012)

alcanccedilou rendimento meacutedio de 59 Este autor afirma ainda que o rendimento em

laminaccedilatildeo pode ser facilmente estimado por meio de variaacuteveis dendromeacutetricas da

tora obtendo-se menores perdas para aacutervores com maiores diacircmetros

O resultado encontrado por Melo (2012) eacute semelhante ao de Bortoletto

Juacutenior e Belini (2002) para outra espeacutecie do mesmo gecircnero Estudando a produccedilatildeo

de lacircminas e compensados de guapuruvu (Schizolobium parayba (Vell) Blake)

proveniente de plantios mistos de espeacutecies nativas estes autores observaram que o

rendimento do processo de laminaccedilatildeo foi de aproximadamente 61 em lacircminas

verdes Isso demonstra que o gecircnero Schizolobium pode conter boas caracteriacutesticas

para laminaccedilatildeo

24 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO

241 Teoria dos custos

Segundo Pinto et al (2008) algumas terminologias devem ser consideradas

na contabilidade de custos

Gasto esforccedilo realizado pela empresa para obtenccedilatildeo de um bem ou serviccedilo

Investimento gasto com bens ou serviccedilos que traratildeo benefiacutecios futuros

Despesa consumo direto ou indireto com bens e serviccedilos com a finalidade

de obtenccedilatildeo de receitas

Perda gasto natildeo intencional decorrente de fatores externos e

Custos gastos acumulados para executar uma atividade fabricar um

produto ou adquirir uma mercadoria

Essas definiccedilotildees podem ser interpretadas como ilustrada na Figura 1

20

Figura 1 Forma esquemaacutetica da distribuiccedilatildeo de gastos Fonte Adaptado de Pinto et al (2008)

Aleacutem das terminologias apresentadas faz-se necessaacuterio definir orccedilamento

anaacutelise de projeto e o caacutelculo do custo de produccedilatildeo uma vez que satildeo peccedilas

fundamentais para o teste de viabilidade econocircmica do projeto

O orccedilamento tem por objetivo a verificaccedilatildeo preacutevia de gastos e a anaacutelise de

projetos objetiva a avaliaccedilatildeo econocircmica de investimentos que seratildeo realizados Jaacute o

caacutelculo do custo de produccedilatildeo por sua vez tem por objetivo quantificar o custo por

unidade produzida sendo este sempre realizado apoacutes o fim do ciclo de produccedilatildeo

O custo por produto encontrado eacute entatildeo comparado com receita obtida com

as vendas do produto e com o montante de capital utilizado na produccedilatildeo a fim de

serem calculados os indicadores econocircmicos para aquela atividade ou seja o custo

de produccedilatildeo de uma empresa eacute determinado pelas condiccedilotildees fiacutesicas de produccedilatildeo

pelo preccedilo dos recursos e pela conduta economicamente eficiente do proprietaacuterio

Custo eacute entatildeo o preccedilo pelo qual se obteacutem um bem (FERGUSON 2003)

O caacutelculo dos custos de produccedilatildeo por sua vez natildeo eacute uma tarefa faacutecil haja

visto que haacute um grande nuacutemero de informaccedilotildees que devem ser administradas para

que se tenha no final do periacuteodo de produccedilatildeo todos os custos referentes agravequela

atividade Por isso o aconselhaacutevel eacute que se faccedila o registro dos gastos

preferencialmente por atividade para facilidade de obtenccedilatildeo dos resultados

Custos

Investimentos

Despesas

PerdasUso para execuccedilatildeo de atividades adquirir mercadorias e fabricar produtos

Gastos que seratildeo usados no futuro para geraccedilatildeo de receita

Gastos que jaacute foram utilizados para geraccedilatildeo de receita

Gastos que natildeo foram usados para geraccedilatildeo de receita

21

242 A importacircncia dos custos

Para Hildebrand (1995) os custos geralmente contribuem para a anaacutelise a

curto meacutedio e longo prazo que geram informaccedilotildees importantes para o planejamento

e mensuraccedilatildeo da eficiecircncia de operaccedilotildees atividades e processos de produccedilatildeo da

empresa a avaliaccedilatildeo de alternativas de investimento novos negoacutecios e novos

sistemas de produccedilatildeo (processos maacutequinas e equipamentos entre outros)

O setor florestal trabalha geralmente a longo prazo que eacute um horizonte de

planejamento em que a curva de custo de produccedilatildeo corresponde agrave despesa com a

aquisiccedilatildeo dos fatores ao longo do caminho de expansatildeo Isto significa que para cada

niacutevel de produccedilatildeo existiraacute uma combinaccedilatildeo dos fatores variaacuteveis de miacutenimo custo

que junto com os fatores fixos permite a produccedilatildeo de determinada quantidade

(SIMONSEN1971 FERGUSON 2003) A ausecircncia do conhecimento sobre custos

provavelmente levaraacute a maacute aplicaccedilatildeo do capital de giro menor lucro menor

rentabilidade ameaccedilas a estabilidade econocircmica financeira e ao crescimento da

empresa (FERREIRA 2007)

243 Classificaccedilatildeo dos custos

Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo vaacuterios meacutetodos satildeo encontrados na

literatura sendo selecionado o modelo a partir da caracteriacutestica do produto ou do

modelo de produccedilatildeo que estaacute sendo analisado Em funccedilatildeo disso o Instituto de

Economia Agriacutecola ndash IEA oacutergatildeo vinculado agrave Secretaria de Agricultura e

Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo desenvolveu uma metodologia para o setor

agriacutecola designado Meacutetodo do Custo Operacional

Na metodologia do custo operacional se incluem apenas as despesas

efetivamente desembolsadas pelo produtor mais a depreciaccedilatildeo de maacutequinas e

benfeitorias e o custo estimado da matildeo-de-obra familiar Assim a remuneraccedilatildeo de

todos os outros fatores de produccedilatildeo natildeo incluiacutedos fica a cargo do resiacuteduo ou seja a

diferenccedila entre o custo operacional e o valor de venda do produto (MATSUNAGA et

al 1976)

22

O esquema da estrutura do custo de produccedilatildeo utilizada pelo IEA pode ser

visualizado a seguir

Figura 2 Estrutura dos custos de produccedilatildeo utilizada pelo IEA Fonte Nachiluk e Oliveira (2012) sup1 Contribuiccedilatildeo de Seguridade Social Rural

244 Componentes do custo

Os custos podem ser denominados custos expliacutecitos e impliacutecitos Os

desembolsos realizados satildeo denominados custos expliacutecitos segundo Pindyck e

Rubinfeld (1994) os quais abrangem remuneraccedilotildees de matildeo de obra salaacuterios e

custos de materiais e locaccedilatildeo de propriedades aleacutem do custo de oportunidade Eles

satildeo importantes pois envolvem pagamentos diretamente feitos pela empresa a

outras empresas e pessoas com as quais faz negoacutecios

Jaacute os custos impliacutecitos natildeo satildeo diretamente desembolsados no processo de

produccedilatildeo mas natildeo podem deixar de ser considerados uma vez que se constituem

de fato em dispecircndios Sua mensuraccedilatildeo se daacute de maneira indireta por meio da

atribuiccedilatildeo de valores que deveratildeo representar o custo de oportunidade de seu uso

Nesta categoria enquadram-se os gastos com depreciaccedilatildeo de benfeitorias

instalaccedilotildees maacutequinas e implementos agriacutecolas e remuneraccedilatildeo do capital fixo e da

terra (CONAB 2010)

Custo operacional

Custo operacional efetivo (COE)

Despesas com operaccedilotildees

Pagamentos de salaacuterios

Gastos com maacutequinas equipamentos e

implementos

Despesas com materiais

Sementes fertilizantes corretivos defensivos

sacarias etc

Encargos sociais

Custo operacional total (COT)

Depreciaccedilatildeo com maacutequinas juros de custeio e CSSRsup1

23

A classificaccedilatildeo proposta pelo IEA compreende elementos diferenciados

poreacutem de faacutecil interpretaccedilatildeo e mais adequado agrave tomada de decisotildees Assim

segundo Matsunaga et al (1976) essa classificaccedilatildeo eacute composta dos seguintes

custos

a) Custo Operacional Efetivo ndash COE

O custo operacional efetivo envolve todos os custos expliacutecitos ou seja o

custo de todos os recursos de produccedilatildeo que exigem desembolso por parte da

empresa para sua recomposiccedilatildeo excluindo-se a matildeo-de-obra familiar

Assim mesmo que determinado produto tenha sido adquirido no periacuteodo

anterior por exemplo deveraacute ser contabilizado aqui pois em algum momento houve

o desembolso para a compra do mesmo Nesse caso eacute importante que seja utilizado

o preccedilo de mercado atual e natildeo o valor pago anteriormente devido ao custo de

oportunidade

b) Custo Operacional Total ndash COT

O custo operacional total envolve a soma do COE o valor da matildeo-de-obra

familiar e as depreciaccedilotildees que equivalem a apenas uma parte dos custos fixos

b1) Depreciaccedilatildeo

A depreciaccedilatildeo corresponde ao custo indireto exigido para acumular fundos

para substituiccedilatildeo do capital investido em bens produtivos de longa duraccedilatildeo

inutilizados pela idade uso e obsolescecircncia

b2) Valor da Matildeo-de-obra Familiar

Este valor deve ser definido considerando-se o custo de oportunidade ou

seja quanto o produtor ganharia se estivesse trabalhando em outra atividade

Considerando-se eacute claro o mesmo niacutevel teacutecnico para desenvolvimento das duas

atividades

24

c) Custo Total ndash CT

Custo total nada mais eacute que a soma do COT com o valor da remuneraccedilatildeo do

capital imobilizado com a atividade

Todo o capital investido na empresa tem custo de oportunidade uma vez

que seu uso na empresa implica deixar de empregaacute-lo noutra atividade alternativa

Por definiccedilatildeo o retorno potencial desse capital na melhor alternativa possiacutevel de

utilizaccedilatildeo forneceria a medida desse custo de oportunidade Como essa estimativa

nem sempre eacute faacutecil eacute expediente comum estimar o custo de oportunidade a partir do

retorno que o capital teria se em vez de aplicado na empresa fosse investido no

mercado financeiro como por exemplo na caderneta de poupanccedila

245 Iacutendices econocircmicos

Os iacutendices econocircmicos apresentados pelo IEA segundo Matsunaga et al

(1976) satildeo

2451 Renda Bruta (RB)

A renda bruta vem a ser o valor da produccedilatildeo ou seja tudo que eacute produzido

vezes o preccedilo do produto

Embora a Renda Bruta permita saber o quanto eacute recebido pelo produto

produzido ela natildeo diz o quanto desse valor iraacute sobrar Isso porque eacute preciso retirar o

custo de produccedilatildeo Sendo assim eacute necessaacuterio que se faccedila a anaacutelise de

rentabilidade da atividade

2452 Margem Bruta (MB)

Eacute calculada pela subtraccedilatildeo do custo operacional efetivo da renda bruta ou

seja eacute a retirada de todos os custos ocorridos sendo mais produtiva agrave medida que

resulta em valores positivos

25

2453 Margem Liacutequida (ML)

Eacute calculada pela subtraccedilatildeo do custo operacional total da renda bruta sendo

um indicativo de lucratividade Comparando-se duas empresas de igual atividade

aquela que tem maior Margem Liacutequida eacute a que possui melhor rentabilidade no

negoacutecio incluindo-se aiacute a questatildeo operacional financeira e extra-operacional

Isso quer dizer que se a ML for positiva todos os desembolsos estatildeo sendo

pagos aleacutem da depreciaccedilatildeo e a matildeo-de-obra familiar Caso contraacuterio a depreciaccedilatildeo

eou a matildeo-de-obra natildeo estatildeo sendo efetivamente pagas e a empresa estaacute se

descapitalizando

2454 Lucro (L)

O lucro vem a ser o resultado da subtraccedilatildeo da renda bruta gerada pela

venda dos produtos no mercado menos o custo total de produccedilatildeo incorrido na sua

geraccedilatildeo Simplificadamente nada mais eacute do que o resultado positivo deduzido das

vendas os custos e despesas

2455 Lucratividade (Luc)

Eacute a relaccedilatildeo do valor do lucro com o montante de vendas ou seja divide-se o

valor do lucro pela quantidade vendida (renda bruta)

2456 Iacutendice de Rentabilidade (IR)

Eacute uma medida do retorno de um investimento Calcula-se dividindo o lucro

obtido (margem liacutequida) pelo valor do investimento inicial (capital empatado) Pode-

se dizer que a rentabilidade eacute a quantidade de dinheiro que o investidor ganha para

cada quantia investida

26

246 Custos na empresa florestal

Nas empresas em geral os custos satildeo classificados em funccedilatildeo de suas

necessidades de informaccedilotildees Geralmente eles satildeo divididos por operaccedilotildees ou

setores da atividade como viveiro plantaccedilotildees tratos culturais exploraccedilatildeo florestal

atividades especiais (coleta de sementes entre outros) implantaccedilatildeo de infra-

estrutura e administraccedilatildeo (BREPOHL 1980)

Em termos econocircmicos os componentes do custo satildeo agrupados de

acordo com sua funccedilatildeo no processo produtivo nas categorias de custos variaacuteveis

custos fixos custo operacional e custo total (CONAB 2010)

Na determinaccedilatildeo da idade oacutetima de corte de povoamentos florestais eacute

necessaacuterio estudar caso a caso cada componente dos custos e das receitas

envolvidas no processo de produccedilatildeo da madeira Tudo isso pelo fato do setor

florestal conter operaccedilotildees de longo prazo Por tal motivo a anaacutelise de custos pode

ter dois enfoques a anaacutelise ex-ante ou seja antes das operaccedilotildees ocorrerem e ex-

post apoacutes terem ocorrido (GRACcedilA et al 2000)

Entre os custos analisados deve-se considerar tambeacutem a depreciaccedilatildeo que

segundo Hildebrand (1995) pode ser definida como a diminuiccedilatildeo do valor dos bens

ativos resultante do desgaste pelo uso accedilatildeo da natureza ou por obsolescecircncia

teacutecnica Assim com o tempo para tornar possiacutevel a reposiccedilatildeo do equipamento eacute

necessaacuterio acumular periodicamente uma reserva em um fundo que permitiraacute no

fim de um periacuteodo a aquisiccedilatildeo de um novo equipamento

Baseados nas necessidades do setor florestal vaacuterios estudos sobre a

viabilidade econocircmica de plantios vem sendo desenvolvidos para as mais variadas

espeacutecies arboacutereas como os obtidos por Souza et al (2003) e o Centro de Pesquisa

do Paricaacute ndash CPP Deve-se ressaltar no entanto a afirmaccedilatildeo feita por Marques et al

(2006) em que os autores concluiacuteram que o custo meacutedio para implantaccedilatildeo e

conduccedilatildeo dos povoamentos podem variar conforme a regiatildeo as teacutecnicas de preparo

de solo os tratos silviculturais adotados entre outros

27

25 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DE PROJETOS FLORESTAIS

Do ponto de vista teacutecnico Oliveira e Rezende (2004) afirmam que dois ou

mais projetos podem ser compatiacuteveis quando a execuccedilatildeo de um natildeo afeta a

implementaccedilatildeo do outro ou incompatiacuteveis em caso contraacuterio Jaacute do ponto de vista

econocircmico eles podem ser dependentes quando haacute uma relaccedilatildeo de rentabilidade

entre ambos ou independentes quando nenhum eacute afetado

Estas informaccedilotildees satildeo importantes para o bom planejamento das atividades

florestais uma vez que o investimento em um projeto deve ser baseado em um

horizonte de planejamento na maioria das vezes de longo prazo podendo variar de

finito como no caso de um plantio florestal ou infinito em um manejo sustentado de

floresta nativa (CHICHORRO et al 2010)

Para realizar a anaacutelise econocircmica eacute importante considerar a vida econocircmica

do projeto Ela corresponde ao tempo que ele produziraacute lucro a vida fiacutesica de

maacutequinas e construccedilotildees o periacuteodo de anaacutelise onde se consideram os efeitos do

projeto Aleacutem do horizonte de construccedilatildeo relacionado agrave demanda do produto e o

horizonte de dados que se refere ao periacuteodo de tempo em que eacute possiacutevel prever o

fluxo de caixa (REZENDE OLIVEIRA 2001)

A avaliaccedilatildeo econocircmica ou financeira de projetos baseia-se entatildeo no fluxo

de caixa que consiste nos custos e nas receitas distribuiacutedos ao longo da vida uacutetil do

empreendimento Os meacutetodos mais recomendados para avaliaccedilatildeo econocircmica de

projetos florestais satildeo (REZENDE OLIVEIRA 2001) valor presente liacutequido (VPL)

taxa Interna de Retorno (TIR) custo (ou Benefiacutecio) Perioacutedico Equivalente (CPE ou

BPE) custo Meacutedio de Produccedilatildeo (CMPr) razatildeo Benefiacutecio (receita)Custo (BC) e

tempo de Recuperaccedilatildeo do Capital

28

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE PRODUTORES DE FLORESTAS PLANTADAS ndash ABRAF ANUAacuteRIO estatiacutestico da ABRAF Brasiacutelia ABRAF 2012 Disponiacutevel em lthttpwwwabraflororgbrestatisticasABRAF12-BRaspgt Acesso em 28 jul 2013 BORTOLETTO JUacuteNIOR G BELINI U L Produccedilatildeo de lacircminas e manufatura de compensados a partir da madeira de guapuruvu (Schizolobium parayba Blake) proveniente de um plantio misto de espeacutecies nativas Cerne v8 n2 p001-016 2002 BORDUELLE G M IWAKIRI S MARTINS D Fatores que influenciam no rendimento em laminaccedilatildeo de Pinus spp Floresta e Ambiente v12 n2 p 35 - 41 NovDez2006 BREPOHL D Custos em empreendimentos florestais Curitiba FUPEF nov 1980 18p (seacuterie teacutecnica n4) CAMPOS J C C LEITE H G Mensuraccedilatildeo florestal perguntas e respostas 3 ed Viccedilosa UFV 2009 548 p CARVALHO P E R Espeacutecies florestais brasileiras recomendaccedilotildees silviculturais potencialidades e uso da madeira Colombo Embrapa Florestas 1994 640p CARVALHO P E R Paricaacute (Schizolobium amazonicum) Colombo Embrapa Florestas 2007 8p (Circular Teacutecnica 142) CHICHORRO J F BAUER M O ANDRADE W S SILVA G F SANTOS F R SILVA J L NOGUEIRA M A Avaliaccedilatildeo econocircmica de projetos florestais In CHICHORRO J F BAUER M O GARCIA G O CALDEIRA M V W Toacutepicos especiais em ciecircncias florestais 1 ed Visconde do Rio Branco Suprema 2010 v 1 p 231-260 COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO ndash CONAB Custo de produccedilatildeo agriacutecola a metodologia da Conab Brasiacutelia Conab 2010 60p CORTELETTI R B Anaacutelise de tronco aplicada agrave avaliaccedilatildeo de crescimento de aacutervores de paricaacute 2013 (82f) Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) ndashUniversidade Federal do Espiacuterito Santo Jerocircnimo Monteiro ES 2013 CRESPO T R MINNICK G VARGAS J Evaluacioacuten de algunas leguminosas en el troacutepico de Cochabamba Bolivia In EVANS D O SZOTT L T (ed) Nitrogen fixing trees for acid soils proceedings of a workshop Morrilton NFTA Winroch International 1995 p 103-112 FERGUSON C E Microeconomia 20 ed Rio de Janeiro Forense Universitaacuteria 2003 610p FERREIRA J A Custos industriais uma ecircnfase gerencial Satildeo Paulo STS 2007 172p

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PINTO A A G LIMEIRA A L F SILVA C A S COELHO F S Gestatildeo de custos 2 ed Rio de Janeiro FGV 2008 140p REZENDE J L P OLIVEIRA A D Anaacutelise econocircmica e social de projetos florestais Viccedilosa MG UFV 2001 389 p RONDON E V Produccedilatildeo de biomassa e crescimento de aacutervores de Schizolobium amazonicum (Huber) Ducke sob diferentes espaccedilamentos na regiatildeo de mata Aacutervore Viccedilosa-MG v26 n5 p573-576 2002 ROSA L S Caracteriacutesticas botacircnicas anatocircmicas e tecnoloacutegicas do paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) Revista de Ciecircncias Agraacuterias Beleacutem n 46 p63-79 juldez 2006a ROSA L S Ecologia e silvicultura do paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) na amazocircnia brasileira Revista de Ciecircncias Agraacuterias Beleacutem n 45 p 135-174 janjun 2006b SANTOS E M Crescimento e produccedilatildeo de plantios de paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) sob diferentes espaccedilamentos 2012 (74f) Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) Universidade Federal do Espiacuterito Santo Jerocircnimo Monteiro ES 2012 SCOLFORO J R S Biometria florestal modelos de crescimento e produccedilatildeo florestal Lavras UFLAFAEPE 2006 393p SILVA G F GEZAN S A SOARES C P B ZANETI L Z Modeling growth and yield of Schizolobium amazonicum under different spacings International Journal of Forestry Research v 2013 (2013) 10 p SIMONSEN M H Teoria microeconocircmica Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas 1971 2 ed 410p SISTEMA NACIONAL DE INFORMACcedilOtildeES FLORESTAIS ndash SNIF Produccedilatildeo florestal cadeia produtiva Serviccedilo Florestal Brasileiro Brasilia 2014 SOUZA C R ROSSI L M B AZEVEDO C P VIEIRA A H Paricaacute Schizolobium parahyba var amazonicum (Huber x Ducke) Barneby 1 ed Manaus EMBRAPA Dezembro 2003 (Circular Teacutecnica 18) SOUZA D B CARVALHO G S RAMOS E J A Paricaacute Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke Manaus EMBRAPA 2005 2p (Informativo Teacutecnico Rede de Sementes da Amazocircnia n13) TSOUMIS G Science and Technology of Wood structure properties utilization New York Chapmam amp Hall 1991 494 p VIDAURRE G B CARNEIRO A C O VITAL B R SANTOS R C S VALLE M L A Propriedades energeacuteticas da madeira e do carvatildeo de paricaacute (Schizolobium amazonicum) Aacutervore Viccedilosa-MG v36 n2 p365-371 2012

31

CAPIacuteTULO 1

CUSTOS DA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA DE PARICAacute

RESUMO

O setor de florestas plantadas brasileiro vem perdendo espaccedilo no mercado

internacional pelo alto custo necessaacuterio agrave produccedilatildeo Por isso haacute a necessidade

de se investigar quais os custos mais onerosos do processo produtivo para

entatildeo se montar uma estrateacutegia de reduccedilatildeo de custos a fim de tornar o

reflorestamento novamente competitivo no mercado Deste modo objetivou-se

no trabalho estimar a produccedilatildeo de paricaacute (Schizolobium amazonicum) aos 5 6

e 7 anos em trecircs classes de produtividade e em cinco espaccedilamentos de

plantio identificando os principais custos de produccedilatildeo aleacutem dos mais afetados

pelos espaccedilamentos de plantio na regiatildeo de Paragominas PA A estimativa de

volume foi obtida segundo metodologia proposta por Silva et al (2013) e os

custos de produccedilatildeo desde as atividades de preparo da aacuterea ateacute a colheita e

transporte foram disponibilizados por produtores rurais e empresaacuterios da

regiatildeo Posteriormente fez-se a anaacutelise dos custos por meio da metodologia do

custo operacional em que se considera apenas as despesas efetivamente

desembolsadas pelo agricultor somadas agrave depreciaccedilatildeo e matildeo-de-obra familiar

Assim inferiu-se que o espaccedilamento 3x2 m foi superior em volume diante dos

outros espaccedilamentos analisados Em relaccedilatildeo agrave analise de custos o custo

operacional efetivo representou em meacutedia 65 dos custos totais de produccedilatildeo

sendo o transporte o custo individual mais expressivo em todos os

espaccedilamentos analisados Jaacute a manutenccedilatildeo foi o conjunto de atividades mais

significativo nos plantios devido ao nuacutemero e ao longo periacuteodo para sua

execuccedilatildeo Os custos totais de produccedilatildeo foram superiores em espaccedilamentos

menores independentemente da remuneraccedilatildeo ou natildeo pelo uso dos capitais

permanente e circulante

Palavras-chave Custo operacional efetivo espaccedilamento idade

produtividade

32

CHAPTER 1

PRODUCTION COST PARICAacute

ABSTRACT

The planted forest sector in Brazil has been losing ground in the international

market by the high cost needed for production Therefore there is a need to

investigate what the most expensive costs of the production process to then

build a strategy to reduce costs in order to become competitive again

reforestation in the market Thus the aim of the study was to estimate the

production of paricaacute (Schizolobium amazonicum) at 5 6 and 7 years in three

productivity classes and five planting space identifying the major costs of

production and those most affected by planting space in the region of

Paragominas PA The volume estimate was obtained according to the

methodology proposed by Silva et al (2013) and production costs since the

activities of preparation of the area to harvest and transport were provided by

farmers and entrepreneurs in the region Subsequently made to cost analysis

using the methodology of the operating cost which considers only the expenses

actually disbursed by the farmer together with the depreciation and labor

family labor Thus it was inferred that the spacing 3x2 m was higher by volume

on the other spacings analyzed Regarding the analysis of costs the effective

operating cost represented on average 65 of total production costs and

transport the most significant single cost in all spacings analyzed Have

maintenance was the most significant set of activities in plantations due to the

number and the time period for its implementation The total production costs

were higher in the smaller spacing regardless of whether or not for the use of

permanent and circulating capital

Keywords Effective operational cost spacing age productivity

33

1 INTRODUCcedilAtildeO

A crescente dificuldade em se obter madeira de florestas nativas tem

motivado empresaacuterios agrave praacutetica do reflorestamento Nesses plantios vaacuterias

espeacutecies tecircm sido utilizadas sendo o paricaacute a espeacutecie nativa de maior

expressatildeo na regiatildeo norte do paiacutes principalmente no estado do Paraacute

Segundo a ABRAF (2013) em 2012 foram plantados 87901 hectares

de paricaacute nos estados do Paraacute Tocantins e Maranhatildeo O aumento da aacuterea de

plantio nos uacuteltimos anos eacute justificado pela boa aceitaccedilatildeo desta espeacutecie no

mercado madeireiro devido aos seus variados fins como a produccedilatildeo de

lacircmina e compensado forros palitos papel moacuteveis aleacutem de peccedilas de

acabamentos e molduras

A falta de informaccedilotildees silviculturais no entanto tecircm inviabilizado a

expansatildeo de novos plantios em outras regiotildees do paiacutes Natildeo se tecircm estudos

suficientes para comprovar o melhor meacutetodo de implantaccedilatildeo desta cultura no

que se refere ao espaccedilamento a ser utilizado para maior produccedilatildeo de madeira

Este tipo de deficiecircncia pode implicar no emprego de teacutecnicas silviculturais

equivocadas que inviabiliza economicamente o cultivo reduzindo

consequentemente o interesse comercial pela espeacutecie

Os custos de produccedilatildeo devem entatildeo ser analisados para se testar a

viabilidade econocircmica dos projetos que estatildeo sendo implantados haja vista

que poucos satildeo os estudos que se referem ao monocultivo do paricaacute A

obtenccedilatildeo destes custos eacute fundamental pois eles compotildeem um ferramental de

controle e gerenciamento das atividades produtivas e de geraccedilatildeo de

importantes informaccedilotildees para auxiliar as tomadas de decisotildees pelos

produtores rurais (CONAB 2010)

Para se atestar a viabilidade econocircmica de um projeto florestal natildeo se

deve avaliar somente a espeacutecie a ser implantada mais agraves condiccedilotildees de

mercado atuais e futuras para comercializaccedilatildeo do produto Eacute notaacutevel a

importacircncia econocircmica e socioambiental do setor de florestas plantadas para o

Brasil por isso deve-se investir em conhecimento e tecnologia sobre as

espeacutecies cultivadas haja visto que o ambiente de negoacutecio para o

34

desenvolvimento desta atividade vem passando por dificuldades nos uacuteltimos

anos

A competitividade dos produtos florestais estaacute se deteriorando frente

aos seus principais concorrentes internacionais uma vez que o aumento

generalizado dos custos de produccedilatildeo de madeira no Brasil estaacute reduzindo

significativamente a rentabilidade da induacutestria integrada de base florestal e dos

produtores independentes de plantios florestais (ABRAF 2013) Comprova-se

assim a necessidade de estudos referentes aos custos de produccedilatildeo

Haacute alguns anos a importacircncia dos custos na produccedilatildeo agriacutecola e as

dificuldades de sua obtenccedilatildeo estimularam o Instituto de Economia Agriacutecola

oacutegatildeo vinculado agrave Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de Satildeo

Paulo a efetuar estimativas de custo de produccedilatildeo de diversas exploraccedilotildees

agriacutecolas por meio da metodologia designada custo operacional Neste

meacutetodo se incluem apenas as despesas efetivamente desembolsadas pelo

agricultor somadas agrave depreciaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos e matildeo-de-

obra familiar A remuneraccedilatildeo devida a todos os outros fatores de produccedilatildeo eacute

de responsabilidade do resiacuteduo ou seja a diferenccedila entre o custo operacional

e o valor de venda (MATSUNAGA et al 1976 CONAB 2010)

O ecircxito nas estimativas de custos de produccedilatildeo agriacutecola vem

estimulando pesquisadores da aacuterea florestal a utilizarem esta metodologia

tambeacutem para culturas florestais principalmente neste momento em que o

Brasil depende de medidas estruturais que promovam a reduccedilatildeo dos custos de

produccedilatildeo e incentivem o investimento para retomada da competitividade dos

produtos nacionais de base florestal no mercado internacional Por tal motivo

objetivou-se neste trabalho identificar os principais custos de produccedilatildeo bem

como o efeito dos diferentes espaccedilamentos sobre estes custos

35

2 MATERIAL E MEacuteTODOS

21 AacuteREA EM ESTUDO

Os dados utilizados neste estudo foram originaacuterios de povoamentos

homogecircneos de paricaacute (Schizolobium amazonicum) plantados sob os

espaccedilamentos 3x2 3x3 3x4 4x4 e 5x5 m localizados entre os municiacutepios de

Dom Elizeu e Paragominas Estado do Paraacute (Figura 1)

Figura 1 Localizaccedilatildeo dos municiacutepios de Dom Eliseu e Paragominas PA

O municiacutepio de Paragominas estaacute localizado no nordeste paraense

possuindo aproximadamente 20000 km2 de aacuterea territorial com 90 m de

altitude O solo caracteriacutestico da aacuterea eacute o Latossolo amarelo com vegetaccedilatildeo

originaacuteria representada pela floresta densa sendo encontradas extensas aacutereas

de mata secundaacuteria (capoeira nos seus diversos estaacutegios de desenvolvimento)

devido aos constantes desmatamentos provocados principalmente pelo

avanccedilo da agropecuaacuteria na regiatildeo (IBGE 2013a PREFEITURA MUNICIPAL

DE PARAGOMINAS 2013)

Segundo o IBGE (2013a) o clima do municiacutepio eacute do tipo mesoteacutermico e

uacutemido A temperatura meacutedia anual eacute elevada em torno de 25degC e seu regime

pluviomeacutetrico fica geralmente entre 2250 mm e 2500 mm anuais

36

O municiacutepio de Dom Eliseu pertence agrave microrregiatildeo de Paragominas

possui 5268815 kmsup2 e estaacute localizado nas coordenadas 04deg17rsquo06rdquo Sul e

47deg30rsquo18rdquo Oeste a 180 metros de altitude Ele eacute um dos municiacutepios da

chamada ldquoFronteira agriacutecola amazocircnicardquo maior produtora de commodities

agriacutecolas da porccedilatildeo norte do paiacutes e grande produtora de paricaacute (IBGE 2013b

PREFEITURA MUNICIPAL DE DOM ELISEU 2013)

22 ESTIMATIVA DA PRODUCcedilAtildeO

Foram inventariados povoamentos de paricaacute anualmente ateacute o quinto

ano sendo analisadas trecircs classes de produtividade em cada espaccedilamento

sendo elas Baixa (17 - 19 m) Meacutedia (19 ndash 21 m) e Alta (21 - 24 m)

Posteriormente empregando-se o modelo de crescimento e produccedilatildeo proposto

por Silva et al (2013) os volumes comercial e de lacircminas foram estimados

para diferentes espaccedilamentos e qualidades de local nas idades de 5 6 e 7

anos conforme o esquema apresentado na Figura 2

Figura 2 Esquema para obtenccedilatildeo dos volumes comercial e de lacircminas em povoamentos de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA

A partir dos dados de inventaacuterio estimou-se a produccedilatildeo em volume

comercial e de lacircminas por meio da metodologia proposta por Silva et al

(2013) Assim a partir de informaccedilotildees sobre as variaacuteveis aacuterea basal por

hectare (GHA) iacutendice de siacutetio (SI) altura dominante (HD) considerada como a

altura meacutedia das 100 aacutervores mais altas do povoamento (Hart) e nuacutemero de

aacutervores por hectare (NHA) na idade de cinco anos pode-se projetar a produccedilatildeo

para as idades em anaacutelise

Espaccedilamentos (m)

bull3x2

bull3x3

bull4x3

bull4x4

bull5x5

Classes de produtividade

(m)

bullBaixa

bullMeacutedia

bullAlta

Idades

(anos)

bull5

bull6

bull7

Volume comercial

Volume de lacircminas

37

A estimativa da HD na idade i foi obtida por meio da equaccedilatildeo 1

119878119868 =

119867119863119894 (1 + 119890119909119901 ((182404 minus 119860119894)

043105frasl ))

1 + 119890119909119901 ((182404 minus 119860119894119899119889

043105frasl ))

Eq 1

Em que

119890119909119901 = base de logaritmo neperiano

119867119863119894 = altura dominante na idade i

119860119894 = i-eacutesima idade (i = 5 6 7) e

119860119894119899119889 = idade iacutendice (5 anos)

Para estimativa do nuacutemero de aacutervores por hectare na idade futura

utilizou-se a equaccedilatildeo 2

1198731198671198602 = 1198731198671198601 minus ((119860119877119864119860

1198671198631)

minus20848

(119860220356 minus 1198601

20356)) Eq 2

Em que

1198731198671198602 = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade futura

1198731198671198601 = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade corrente

119860119877119864119860 = aacuterea meacutedia ocupada por cada planta no plantio

1198671198631 = altura dominante na idade corrente

1198601 = idade corrente e

1198602 = idade futura

A aacuterea basal por hectare foi estimada por meio da equaccedilatildeo 3

119866119867119860119894 = 000523119867119863119894145720119873119867119860053967

119894 Eq 3

Em que

NHAi = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade i

38

Apoacutes a obtenccedilatildeo de todas as variaacuteveis os volumes comercial e de

lacircminas foram estimados pelas equaccedilotildees 4 e 5

119881119879119867119860119894 = 122839119866119867119860119894093941119867119863119894

071858 Eq 4

119881119862119867119860119894 = 003388119866119867119860119894069131119867119863119894

183907 Eq 5

Em que

119881119879119867119860119894 = volume comercial por hectare e

119881119862119867119860119894 = volume de lacircminas por hectare

23 DESCRICcedilAtildeO DAS ATIVIDADES

Por se tratarem de aacutereas anteriormente ocupadas por pastagem fez-se

necessaacuterio o combate agrave formigas e limpeza da aacuterea manualmente e com

auxiacutelio de trator a fim de retirar do local galhos tocos e raiacutezes que por ventura

atrapalhassem o processo de mecanizaccedilatildeo

Para todas as aacutereas de plantio fez-se a anaacutelise de solo verificando-se

a necessidade de correccedilatildeo com uma tonelada de calcaacuterio dolomiacutetico por

hectare Assim foi realizada a calagem precedida da gradagem com auxiacutelio da

terceirizaccedilatildeo de tratores agriacutecolas

Apoacutes o preparo do solo iniciou-se o processo de alinhamento

marcaccedilatildeo e coveamento respeitando o espaccedilamento preacute-determinado para

cada local considerando que uma pessoa consegue abrir 500 covasdia

Posteriormente foram acrescentados 100g de NPK (6-30-6) por cova antes do

plantio das mudas de paricaacute Adubaccedilotildees de cobertura e um ano apoacutes o plantio

tambeacutem ocorreram com o objetivo de aumentar o iacutendice de sobrevivecircncia agraves

plantas

Como no campo eacute difiacutecil controlar os fatores bioacuteticos e abioacuteticos a

mortalidade de plantas eacute inevitaacutevel por isso foi observada a necessidade de

39

replantio de 5 das mudas logo no primeiro ano segundo informaccedilotildees

disponibilizadas pela empresa

A manutenccedilatildeo relativa agrave limpeza dos plantios se deu pelo coroamento

das mudas aplicaccedilatildeo de herbicida manualmente e roccedilada mecacircnica do

primeiro ao terceiro ano Desta forma natildeo houve competiccedilatildeo com plantas

invasoras que poderiam inibir o crescimento das mudas Assim devido ao

ambiente favoraacutevel e as condiccedilotildees propiacutecias de crescimento e produccedilatildeo foi

possiacutevel extrair a madeira para laminaccedilatildeo no quinto ano apoacutes a implantaccedilatildeo

A colheita foi realizada de forma semi-mecanizada (motosserra)

seguida do baldeio e carregamento ateacute a beira da estrada O transporte ateacute a

induacutestria de beneficiamento foi realizado por caminhatildeo tipo bitrem com

capacidade para 44000 kg ao preccedilo meacutedio de R$59192 por viagem

O valor da matildeo-de-obra familiar foi considerado como o custo de

administraccedilatildeo ou seja quando o proprietaacuterio presta serviccedilos na proacutepria

empresa Assim a remuneraccedilatildeo paga pelo custo de administraccedilatildeo foi

equivalente a 10 dos custos efetivamente desembolsados pela empresa

Em relaccedilatildeo agraves aacutereas onde os plantios foram realizados estas jaacute

pertenciam a empresa Laminit por isso natildeo houve a necessidade de aquisiccedilatildeo

ou arrendamento do terreno Poreacutem considerou-se o custo de oportunidade

ou seja a remuneraccedilatildeo do capital investido (permanente e circulante) por meio

do caacutelculo da parcela sobre o bem adquirido e utilizado na produccedilatildeo e inclusa

no custo fixo da produccedilatildeo Logo o investimento do produtor foi remunerado agrave

taxa de 6 ao ano como se fosse aplicado o capital em outro investimento

alternativo conforme recomendaccedilotildees da CONAB (2010)

24 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS

Para anaacutelise dos custos de produccedilatildeo florestal foi necessaacuteria a coleta de

dados anuais de todas as despesas e receitas contraiacutedas em cada

espaccedilamento durante o periacuteodo entre 2006 e 2013 O esquema da disposiccedilatildeo

dos gastos na planilha de custo pode ser observado na Tabela 1

40

Tabela 1 Distribuiccedilatildeo dos gastos efetuados para implantaccedilatildeo de povoamentos de paricaacute

Descriccedilatildeo Un R$un

Quantidade utilizada

Espaccedilamento (m)

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

Preparo da aacuterea

Anaacutelise de solo un 3450 1 1 1 1 1

Limpeza manual Diaacuteria 3500 1 1 1 1 1

Limp mecanizada ht 10218 1 1 1 1 1

Gradagem ht 10218 15 15 15 15 15

Calagem ht 6846 05 05 05 05 05

Calcaacuterio ton 8967 1 1 1 1 1

Alinhamento Diaacuteria 3500 2 14 1 08 05

Coveamento Diaacuteria 3500 334 223 167 125 08

Cercamento R$ha 30000 1 1 1 1 1

Constr de estradas R$ha 13390 1 1 1 1 1

Constr de aceiros Diaacuteria 3500 4 4 4 4 4

Adubaccedilatildeo

Adubo Kg 123 5001 3336 2502 1875 120

Adubaccedilatildeo Diaacuteria 3667 45 3 225 195 106

Plantio

Transp de mudas ht 5000 05 05 05 05 05

Mudas un 038 1751 1168 876 657 420

Plantio e replantio Diaacuteria 3500 4 27 2 15 1

Manutenccedilatildeo

Formicida Kg 674 125 10 83 695 551

Aplic de formicida Diaacuteria 3703 893 748 651 578 525

Transp de insumos ht 4233 2 2 2 2 2

Coroamento Diaacuteria 3761 67 45 35 25 16

Roccedilada ht 5602 4 5 6 7 85

Herbicida L 1732 8 9 10 105 12

Aplic de herbicida Diaacuteria 3761 4 45 5 55 6

Manutenccedilatildeo de aceiro Diaacuteria

3744 6 6 6 6 6

Manut de estrada ht 8699 469 469 469 469 469

Materiais - 6892 8 8 8 8 8

Encargos - 8185 7 7 7 7 7

Colheita e Transporte

Corte e toragem msup3 215 1844 1744 1524 1341 11705

Baldeio msup3 096 1844 1744 1524 1341 11705

Carregamento msup3 097 1844 1744 1524 1341 11705

Transporte msup3 659 1844 1744 1524 1341 11705 Valores deflacionados e descapitalizados para o ano de 2006 Considerando o volume comercial em classe de produtividade alta (21 - 24 m) com corte aos 6 anos

Os custos envolvidos nas atividades de implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo dos

povoamentos foram disponibilizados por produtores rurais da regiatildeo de

41

Paragominas Tambeacutem foram disponibilizados por empresaacuterios locais os

dados referentes agrave exploraccedilatildeo e transporte da madeira ateacute a empresa

referente a uma distacircncia meacutedia de 80 km

Para comparaccedilatildeo entre os valores incorridos durante periacuteodos

diferentes no tempo fez-se o deflacionamento dos custos para o periacuteodo

inicial (implantaccedilatildeo dos povoamentos) A correccedilatildeo da perda monetaacuteria causada

pela inflaccedilatildeo foi obtida por meio do Iacutendice Geral de Preccedilo ndash Disponibilidade

Interna (IGP ndash DI) o qual eacute responsaacutevel pelo registro da inflaccedilatildeo de preccedilos de

mateacuterias-primas agriacutecolas

Posteriormente os valores deflacionados foram descapitalizados para o

ano 0 (2006) a fim de facilitar a anaacutelise econocircmica A descapitalizaccedilatildeo foi

obtida pela seguinte foacutermula

1198810 =119881119899

(1 + 119894)119899 Eq 6

Em que

1198810 = valor inicial correspondente ao periacuteodo de implantaccedilatildeo do povoamento

(R$)

119881119899 = valor final correspondente ao ano j (R$)

119894 = taxa de juros (6 aa) e

119899 = nuacutemero de periacuteodos (anos)

25 CLASSIFICACcedilAtildeO DOS CUSTOS

Para o caacutelculo dos custos de produccedilatildeo do paricaacute foi adotada a

metodologia descrita pelo Instituto de Economia Agriacutecola (IEA) oacutergatildeo vinculado

agrave Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo Neste

caso foram considerados os custos efetivos de produccedilatildeo ou seja aquele

dinheiro efetivamente desembolsado pelo proprietaacuterio para o pagamento da

mateacuteria-prima produtos ou serviccedilos adquiridos

42

A depreciaccedilatildeo foi aqui desconsiderada pela indisponibilidade de

informaccedilotildees sobre as maacutequinas equipamentos e benfeitorias Assim

considerou-se que todos os maquinaacuterios e equipamentos utilizados para a

implantaccedilatildeo conduccedilatildeo extraccedilatildeo e transporte dos povoamentos foram de

origem terceirizada

Os custos de produccedilatildeo foram entatildeo divididos segundo sua origem

sendo classificados de acordo com a metodologia de custos proposta pelo IEA

a) Custo operacional efetivo (COE) ndash correspondente a todos os custos

expliacutecitos

b) Custo operacional total (COT) ndash correspondente ao somatoacuterio do custo

operacional efetivo e matildeo-de-obra familiar (MO)

c) Custo Total (CT) ndash soma do custo operacional total e do custo de

oportunidade (CO) que eacute a remuneraccedilatildeo do capital circulante e do capital

fixo

As foacutermulas para obtenccedilatildeo do custo operacional total e custo total

encontram-se a seguir

119862119874119879 = 119862119874119864 + 119872119874 Eq 7

119862119879 = 119862119874119879 + 119862119874 Eq 8

43

3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

31 ESTIMATIVA DE VOLUME

A partir das equaccedilotildees ajustadas por Silva et al (2013) para

povoamentos de paricaacute foi possiacutevel estimar o volume comercial e de lacircminas

em trecircs ocasiotildees no tempo e em diferentes classes de produtividade nos cinco

espaccedilamentos de plantio como pode ser observado na Tabela 2

Tabela 2 Volumes comercial (VTHA) e de lacircminas (VCHA) estimados nos diferentes espaccedilamentos de plantio de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA

Idade Espaccedil

(m)

VTHA (msup3ha) VCHA (msup3ha)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 16229 18511 19336 5638 6858 7915

3x3 - 15498 18126 - 6163 7671

3x4 - 13328 15983 - 5476 7009

4x4 7133 13551 14623 2800 5705 6468

5x5 7351 8790 13093 3191 4124 6231

6 a

no

s

3x2 15173 16865 18439 5370 6411 7666

3x3 - 14606 17439 - 5912 7473

3x4 - 12325 15244 - 5188 6787

4x4 7178 11745 13410 2827 5146 6082

5x5 7115 8867 11705 3118 4158 5759

7 a

no

s

3x2 14315 15607 16406 5144 6054 7029

3x3 - 13920 16489 - 5706 7170

3x4 - 11890 14648 - 5052 6590

4x4 7028 11464 13067 2783 5055 5967

5x5 7020 8726 11515 3087 4109 5690

Em que VTHA= volume comercial por hectare VCHA= volume de lacircminas por hectare Espaccedil= espaccedilamento de plantio

A divisatildeo dos povoamentos em classes de produtividade eacute explicada

por Oliveira et al (2008) Segundo os autores a estratificaccedilatildeo realizada por

44

meio de classes de produtividade resulta em estimativas de volume mais

precisas proacuteximo agrave idade de corte Por isso a adoccedilatildeo das trecircs classes

A falta de informaccedilotildees nos espaccedilamentos intermediaacuterios 3x3 e 3x4 m

na classe de produtividade baixa ocorreu pela ausecircncia de povoamentos

nestas condiccedilotildees de siacutetio

A diferenccedila no volume comercial de madeira foi de 323 entre os

espaccedilamentos extremos 3x2 e 5x5 m na classe de produtividade alta sendo

maior o volume nos menores espaccedilamentos Resultados semelhantes foram

encontrados por Macedo et al (2005) com povoamentos de Teca em Minas

Gerais e Hoffmann (2009) em seu trabalho sobre caracterizaccedilatildeo

dendromeacutetrica e rendimento em laminaccedilatildeo de paricaacute na regiatildeo de

Paragominas PA

A diferenccedila no volume tem comportamento exponencial agrave medida em

que se utilizam siacutetios de menor produtividade sendo constatada uma diferenccedila

de 525 e 547 no volume entre os espaccedilamentos extremos nas classes

de produtividade meacutedia e baixa respectivamente Comportamento semelhante

foi observado para o volume de lacircminas de paricaacute Houve diferenccedila crescente

no volume entre os espaccedilamentos extremos sendo menor na classe de

produtividade alta (213)

Aos 6 anos a diferenccedila no volume entre os espaccedilamentos extremos foi

superior agrave idade anterior Na classe de produtividade alta a diferenccedila no

volume comercial foi de 365 Jaacute o volume de lacircminas abrangeu diferenccedila de

249

Nos siacutetios de baixa produtividade o volume comercial de madeira no

espaccedilamento 3x2 m foi 177 menor comparado ao de produtividade alta

Esta porcentagem encontra-se dentro do intervalo indicado por Morales et al

(2010) para povoamentos de pinus Segundo os autores a produtividade do

pinus foi reduzida entre 14 a 36 nos diferentes siacutetios de produccedilatildeo

Nos espaccedilamentos 4x4 e 5x5 m esta diferenccedila foi mais significativa

com aproximadamente 465 e 392 respectivamente Isso se deve entre

outras coisas agrave morte natural das plantas com diacircmetros mais acentuados

tornando mais expressiva a reduccedilatildeo de volume

Comparando a produccedilatildeo de paricaacute em relaccedilatildeo a idade de corte pode

ser observada uma reduccedilatildeo no volume de madeira do quinto para o sexto ano

45

Este comportamento pode ser resultado do autodesbaste caracteriacutestico da

espeacutecie Por se tratar de uma espeacutecie pioneira ela atinge o aacutepice de

incremento na idade meacutedia de 5 anos sendo mais viaacutevel seu corte neste

periacuteodo (CARVALHO 2007)

Balloni e Simotildees (1980) anteriormente jaacute haviam afirmado que a

porcentagem de aacutervores dominadas e mortas cresce com o avanccedilo da idade

sendo mais intenso e precoce nos espaccedilamentos mais apertados Por isso a

idade de corte deve ser definida em funccedilatildeo do ritmo de crescimento

espaccedilamento finalidade da madeira e suas interaccedilotildees

32 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO

O levantamento de custos como citado anteriormente seguiram a

metodologia sugerida pelo Instituto de Economia Agriacutecola ndash IEA sendo

agrupados por atividade

321 Custo operacional efetivo ndash COE

Todas as atividades desde a implantaccedilatildeo ateacute a exploraccedilatildeo dos

povoamentos de paricaacute foram identificadas e os gastos estimados para

obtenccedilatildeo dos custos efetivamente desembolsados pelo produtor sendo que os

custos foram deflacionados e descapitalizados para o ano de 2006 A soma

dos custos das atividades desenvolvidas durante este periacuteodo com corte aos

5 6 e 7 anos podem ser observadas na Tabela 3

Nos povoamentos em estudo os custos de implantaccedilatildeo variaram entre

R$80000 a R$180000 entre os espaccedilamentos extremos sendo menor

quanto menor o nuacutemero de plantas por hectare Este montante representa

entre 18 e 26 do custo total de produccedilatildeo de paricaacute demonstrando sua

importacircncia em relaccedilatildeo agrave outros custos

46

Tabela 3 Custo Operacional Efetivo (COE) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006

Idade Espaccedilamento

(m)

COE do volume comercial (R$ha) COE do volume de lacircminas (R$ha)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 501646 501646 501646 648938 667703 674487

3x3 - 437995 437995 - 586899 608517

3x4 - 408969 408969 - 540219 562057

4x4 388309 388309 388309 468849 521642 530459

5x5 369666 369666 369666 451856 463692 499083

6 a

no

s

3x2 512608 512608 512608 639852 652755 664594

3x3 - 451539 451539 - 574684 595999

3x4 - 423545 423545 - 529527 551493

4x4 404176 404176 404176 471255 505786 518322

5x5 385283 385283 385283 451891 465242 486598

7 a

no

s

3x2 527155 527155 527155 637832 646772 652303

3x3 - 465086 465086 - 573035 590806

3x4 - 436693 436693 - 530595 549673

4x4 416824 416824 416824 477086 507776 518871

5x5 398191 398191 398191 458394 470202 489495

47

O custo no espaccedilamento 5x5 m foi semelhante ao encontrado por Silva

et al (2004) para a implantaccedilatildeo de 1 ha de eucalipto na regiatildeo de Brasiacutelia

quando os valores foram corrigidos para o mesmo periacuteodo demonstrando

semelhanccedila na implantaccedilatildeo das duas culturas

Nos povoamentos analisados natildeo houve diferenccedilas nos custos para

implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo nos plantios com classes de produtividade distintas

os quais objetivavam a produccedilatildeo de volume comercial Em contrapartida

houve o acreacutescimo de gastos a medida em que se reduziu os espaccedilamentos

de plantio ou seja quanto menor a aacuterea ocupada por plantas maiores os

gastos com alinhamento marcaccedilatildeo de covas coveamento plantio e adubaccedilatildeo

Em relaccedilatildeo ao volume de lacircminas ocorreu a distinccedilatildeo dos custos entre

classes de produtividade uma vez que os custos com colheita e transporte

estatildeo relacionados com o volume colhido Assim em classes de produtividade

alta e menor espaccedilamento de plantio o COE foi superior em comparaccedilatildeo aos

outros povoamentos analisados

Como observado aos 5 anos natildeo houve diferenccedila no COE

independente da classe de produtividade nos povoamentos em que satildeo

mensurados o volume comercial de madeira Isso foi reflexo da quantidade de

plantas inseridas no local que no plantio foram invariaacuteveis independente da

qualidade do terreno O mesmo foi notado quando se estimou os custos para

exploraccedilatildeo de madeira aos 7 anos

A reduccedilatildeo no COE da produccedilatildeo de lacircminas com o aumento da idade

de exploraccedilatildeo eacute explicado pela reduccedilatildeo ocorrida no volume de madeira

causado pela mortalidade das plantas como observado no trabalho de Silva et

al (2013) Assim diminuem-se proporcionalmente os custos com colheita

transporte e outras atividades de manutenccedilatildeo

322 Custo operacional total ndash COT

O custo operacional total envolveu o COE e a matildeo-de-obra familiar

considerada aqui como o custo de administraccedilatildeo ou seja os proprietaacuterios dos

48

povoamentos eram os responsaacuteveis pela administraccedilatildeo dos plantios A

participaccedilatildeo do COT pode ser observada na Tabela 4

O custo da matildeo-de-obra foi considerado como um custo operacional

efetivo pois natildeo houve somente um gasto mas um desembolso ou seja uma

saiacuteda de caixa Jaacute a matildeo-de-obra familiar eacute parte do custo de produccedilatildeo pois

consistiu em uma alocaccedilatildeo de recurso produtivo (matildeo-de-obra) para a geraccedilatildeo

do produto (madeira) representando cerca de 10 dos custos de produccedilatildeo

Observando a tabela 4 pode-se notar que o maior custo de

administraccedilatildeo foi obtido para o espaccedilamento 3x2 m quando o objetivo era a

laminaccedilatildeo com custo de aproximadamente R$67450 Jaacute o espaccedilamento 5x5

m com objetivo de venda da floresta em peacute obteve o menor custo com

aproximadamente R$37000 por hectare

Resultados semelhantes foram encontrados para a produccedilatildeo de

madeira aos 6 anos Os menores custos de administraccedilatildeo estatildeo relacionados

aos menores custo de implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo dos povoamentos Aos 6 anos

o custo de administraccedilatildeo no espaccedilamento 5x5 m em classe de produtividade

alta com o objetivo de produccedilatildeo de lacircminas foi de aproximadamente R$48660

e R$38528 quando se objetivou a venda da madeira em peacute

Os custos de administraccedilatildeo tambeacutem foram reduzidos a medida em que

se aumentou o tempo para exploraccedilatildeo dos povoamentos devido a reduccedilatildeo do

volume por hectare sendo outro indicio de que esta espeacutecie deve ser

explorada logo aos 5 anos apoacutes o plantio

49

Tabela 4 Custo Operacional Total (COT) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006

Idade Espaccedilamento

(m)

COT do volume comercial (R$ha) COT do volume de lacircminas (R$ha)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 551811 551811 551811 713832 734473 741936

3x3 - 481795 481795 - 645589 669368

3x4 - 449865 449865 - 594241 618263

4x4 427140 427140 427140 515733 573807 583505

5x5 406633 406633 406633 497042 510062 548991

6 a

no

s

3x2 563869 563869 563869 703837 718031 731053

3x3 - 496693 496693 - 632152 655599

3x4 - 465900 465900 - 582479 606642

4x4 444594 444594 444594 518380 556365 570155

5x5 423812 423812 423812 497080 511767 535258

7 a

no

s

3x2 579871 579871 579871 701615 711449 717534

3x3 - 511595 511595 - 630338 649886

3x4 - 480362 480362 - 583655 604641

4x4 458507 458507 458507 524794 558554 570758

5x5 438010 438010 438010 504233 517223 538444

50

323 Custo total ndash CT

O custo total foi obtido pelo COT acrescido da remuneraccedilatildeo paga ao

capital investido e ao custo da Terra (TABELA 5)

Apoacutes contabilizados todos os custos foi possiacutevel inferir que para o

volume comercial em espaccedilamentos mais adensados o custo total foi 2294

maior do que nos plantios mais espaccedilados independente da classe de

produtividade Jaacute em povoamentos onde o objetivo do plantio era a venda de

lacircminas ocorreu uma variaccedilatildeo nos custos em fator da classe de produtividade

e espaccedilamento de plantio

A venda da madeira aos 6 anos culminou em um acreacutescimo de 67 a

86 em comparaccedilatildeo com os mesmos povoamentos sendo explorados aos 5

anos Para a produccedilatildeo de lacircminas o aumento dos custos foi menos

expressivo No espaccedilamento 3x2 m em classe de produtividade baixa o

aumento foi de 34

A exploraccedilatildeo de povoamentos aos 7 anos foi 1347 a 1596 maior

em relaccedilatildeo a exploraccedilatildeo aos 5 anos e 726 a 801 para 6 anos Estes

nuacutemeros confirmam que os custos tecircm crescido proporcionalmente com o

passar do tempo

Os custos com a remuneraccedilatildeo do capital investido e pelo uso da terra

correspondem em meacutedia a 24 dos custos totais de produccedilatildeo Poreacutem a

maioria dos produtores rurais deixam de contabilizar estes custos por se tratar

do pagamento pelo uso dos bens que ele jaacute possui (capital e terra) resultando

em valores de produccedilatildeo abaixo do que realmente deve ser computado

Comparando a produccedilatildeo de paricaacute e Teca no espaccedilamento 3x2 m

utilizando a mesma metodologia de custos observa-se que o custo total para

cultivo da Teca eacute de aproximadamente R$1080309 valor muito proacuteximo ao

observado para o plantio de paricaacute (SANGUINO 2009)

51

Tabela 5 Custo Total (CT) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006

Idade Espaccedilamento

(m)

CT do volume comercial (R$ha) CT do volume de lacircminas (R$ha)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 730146 730146 730146 917076 940890 949501

3x3 - 649366 649366 - 838341 865776

3x4 - 612527 612527 - 779099 806814

4x4 586308 586308 586308 688522 755523 766713

5x5 562648 562648 562648 666957 681978 726892

6 a

no

s

3x2 782537 782537 782537 949133 966026 981526

3x3 - 702582 702582 - 863811 891718

3x4 - 665930 665930 - 804688 833447

4x4 640572 640572 640572 728395 773606 790019

5x5 615836 615836 615836 703043 720523 748483

7 a

no

s

3x2 843816 843816 843816 99343 100552 101299

3x3 - 759911 759911 - 905837 92986

3x4 - 721528 721528 - 848467 874257

4x4 694669 694669 694669 776132 81762 832618

5x5 669481 669481 669481 750864 766827 792907

52

De maneira geral os custos mais expressivos satildeo referentes agrave manutenccedilatildeo

dos plantios independente do espaccedilamento adotado (Figura 3) Isso eacute

consequecircncia do maior nuacutemero de atividades desenvolvidas durante este periacuteodo

que variam desde o controle de formigas agrave manutenccedilatildeo de estradas

Figura 3 Custos totais da produccedilatildeo de paricaacute sob diferentes espaccedilamentos na regiatildeo de Paragominas PA

Nota-se no entanto que quanto maior o espaccedilamento de plantio utilizado

maiores satildeo os custos de manutenccedilatildeo por hectare Como haacute menor quantidade de

aacutervores por hectare a presenccedila de plantas invasoras eacute mais acentuada

aumentando os custos para seu controle Em contrapartida os custos por hectare

53

com adubaccedilatildeo plantio colheita e transporte diminuem jaacute que o nuacutemero de aacutervores

na aacuterea eacute reduzido

Deve-se ressaltar ainda que estes custos podem variar de acordo com a

classe de produtividade a idade em que vatildeo ser explorados os povoamentos e os

tipos de atividades empregadas que podem variar de acordo com o produtor e a

regiatildeo

54

4 CONCLUSOtildeES

O custo operacional efetivo representou em meacutedia 65 dos custos totais de

produccedilatildeo sendo o transporte o custo individual mais expressivo em todos os

espaccedilamentos analisados Jaacute a manutenccedilatildeo foi o conjunto de atividades mais

significativo nos povoamentos devido ao nuacutemero e ao longo periacuteodo para execuccedilatildeo

das atividades

Os custos totais de produccedilatildeo foram superiores em espaccedilamentos menores

independentemente da remuneraccedilatildeo ou natildeo pelo uso dos capitais permanente e

circulante

A diferenccedila nos custos entre espaccedilamentos extremos 3x2 m e 5x5 m eacute

justificada pelo maior volume de matildeo-de-obra e insumos necessaacuterios para execuccedilatildeo

das atividades em locais com maior nuacutemero de plantas por hectare

55

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE FLORESTAS PLANTADAS ndash ABRAF Anuaacuterio Estatiacutestico da ABRAF 2013 Ano base 2012 Brasiacutelia ABRAF 2013 148p Disponiacutevel em lthttpwwwabraflororgbrestatisticasABRAF13ABRAF13BR pdfgt Acesso em 19 Ago 2013 BALLONI E A SIMOtildeES J W O espaccedilamento de plantio e suas implicaccedilotildees silviculturais IPEF Piracicaba v1 n 3 p 1-16 Set 1980 (Seacuterie Teacutecnica) CAMPOS J C C LEITE H G Mensuraccedilatildeo florestal perguntas e respostas Viccedilosa UFV 2002 407p

CARVALHO P E R Paricaacute (Schizolobium amazonicum) Colombo Embrapa Florestas 2007 8p (Circular Teacutecnica 142)

COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO ndash CONAB Custo de produccedilatildeo agriacutecola a metodologia da Conab Brasiacutelia Conab 2010 60p HOFFMANN R G Caracterizaccedilatildeo dendromeacutetrica e avaliaccedilatildeo do rendimento em laminaccedilatildeo de madeira em plantios de paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) na regiatildeo de Paragominas PA 2009 (97f) Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) ndash Universidade Federal do Espiacuterito Santo Jerocircnimo Monteiro ES 2009 IBGE Paraacute Dom Eliseu 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwibgegovbrcidadesat xtrasperfilphpcodmun =150293gt Acesso em 12 Ago 2013b IBGE Paraacute Paragominas 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwibgegovbrcidadesat xtrasperfilphpcodmun= 150550ampsearch=para|paragominasgt Acesso em 12 Ago 2013a MACEDO R L G GOMES J E VENTURIN N SALGADO B G Desenvolvimento inicial de Tectona grandis LF (teca) em diferentes espaccedilamentos no municiacutepio de Paracatu MG Cerne Lavras v 11 n 1 p 61-69 janmar 2005 MATSUNAGA M et al Metodologia de custo de produccedilatildeo utilizada pelo IEA Agricultura em Satildeo Paulo Satildeo Paulo v 23 p 123-139 1976 MORALES C A S ALBUQUERQUE J A ALMEIDA J A MARANGONI J M STAHL J CHAVES D M Qualidade do solo e produtividade de Pinus taeda no planalto catarinense Ciecircncia Florestal Vol 20 No 4 Oct-Dec 2010 pp 629-640 OLIVEIRA M L R LEITE H G NOGUEIRA G S GARCIA S L R SOUZA A L Classificaccedilatildeo da capacidade produtiva de povoamentos natildeo desbastados de clones de eucalipto Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v43 n11 p1559-1567 nov 2008 PREFEITURA MUNICIPAL DE PARAGOMINAS O lago verde Paragominas 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwparagominaspagovbrgt Acesso em 23 Maio 2013

56

PREFEITURA MUNICIPAL DE DOM ELISEU O municiacutepio Dom Eliseu 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwdomeliseupagovbrgt Acesso em 23 Maio 2013 SANGUINO A C Custos de implantaccedilatildeo e rentabilidade econocircmica de povoamentos florestais com teca no estado do Paraacute Ciecircncias Agraacuterias Beleacutem n 52 p 61-78 juldez 2009 SILVA G F GEZAN S A SOARES C P B ZANETI L Z Modeling growth and yield of Schizolobium amazonicum under different spacings International Journal of Forestry Research v 2013 (2013) 10 p SILVA K R MINETTI L J FIEDLER N C VENTUROLI F MACHADO E G B SOUZA A P Custos e rendimentos operacionais de um plantio de eucalipto em regiatildeo de cerrado Aacutervore Viccedilosa-MG v28 n3 p 361-366 2004

57

CAPIacuteTULO 2

ANAacuteLISE ECONOcircMICA DA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA DE PARICAacute

RESUMO

As exigecircncias atuais de mercado aliadas agraves alternativas de investimento expressam

a necessidade de avaliaccedilatildeo econocircmica de projetos florestais Essa avaliaccedilatildeo

contribui com a escolha da melhor estrateacutegia de produccedilatildeo a fim de tornar os

produtos florestais brasileiros competitivos no mercado externo Por isso objetivou-

se neste trabalho analisar a viabilidade econocircmica de povoamentos de paricaacute sob

diferentes espaccedilamentos aleacutem de determinar economicamente a melhor forma de

plantio para produccedilatildeo de madeira Estes povoamentos foram implantados na regiatildeo

de Paragominas PA em 2006 sob os espaccedilamentos 3x2 3x3 3x4 4x4 e 5x5 m

divididos em trecircs classes de produtividade A produccedilatildeo foi entatildeo estimada para as

idades de 5 6 e 7 anos por meio de equaccedilotildees de crescimento e produccedilatildeo Os

custos do plantio agrave colheita foram disponibilizados por produtores rurais e

empresaacuterios da regiatildeo assim como o valor de venda de lacircminas A partir da

obtenccedilatildeo dos custos e receitas fez-se a anaacutelise econocircmica dos projetos Para tanto

foram utilizados os iacutendices econocircmicos e o criteacuterio do benefiacutecio perioacutedico equivalente

(BPE) como formas de avaliaccedilatildeo considerando-se a taxa de desconto de 6 como

a taxa miacutenima de atratividade Apoacutes a anaacutelise dos iacutendices e criteacuterio de avaliaccedilatildeo

econocircmica pode-se concluir que o espaccedilamento 3x3 m em classe de produtividade

alta com corte aos 5 anos foi o mais indicado pois gera o maior retorno financeiro

Para os maiores espaccedilamentos estudos ainda devem ser desenvolvidos mas

acredita-se que eles sejam alternativas financeiras viaacuteveis

Palavras-chave Criteacuterios de avaliaccedilatildeo espaccedilamentos de plantio iacutendices

econocircmicos retorno financeiro

58

CHAPTER 2

ECONOMIC ANALYSIS OF PRODUCTION PARICAacute

ABSTRACT

The current market demands combined with investment alternatives express the

need for economic evaluation of forestry projects This assessment contributes to the

choice of the best production strategy in order to make the Brazilian forest products

competitive in foreign markets Therefore this study aimed to analyze the economic

feasibility of stands of paricaacute under different spacings and economically determine

the best planting for timber production These settlements were established in the

region of Paragominas PA in 2006 under the spacings 3x2 3x3 3x4 4x4 and 5x5

m divided into three classes productivity The production was then estimated for

ages 5 6 and 7 years through equations of growth and production Costs from

planting to harvest were provided by farmers and entrepreneurs in the region as well

as the value of sales of blades From procurement costs and revenues became the

economic analysis of projects For both economic indicators and criteria periodic

benefit equivalent (BPE) as forms of assessment considering the discount rate of 6

as the hurdle rate were used After analyzing the indexes and economic evaluation

criteria it can be concluded that the spacing 3x3 m in class high productivity with cut

to 5 years was the most suitable because it generates the greatest financial return

For the larger spacings studies have yet to be developed but it is believed that they

are viable alternatives financial

Keywords Evaluation criteria planting space economic indicators financial return

59

1 INTRODUCcedilAtildeO

A implantaccedilatildeo da lei dos incentivos fiscais na deacutecada de 60 motivou o plantio

de florestas para ampliar a base florestal do Paiacutes e captar recursos para o

desenvolvimento do setor (MELLO et al 2005) Esses estiacutemulos baseavam-se na

expansatildeo florestal desconsiderando a qualidade da madeira

Nos dias atuais diante das exigecircncias de mercado da competiccedilatildeo com

outros paiacuteses e das pressotildees relacionadas ao meio ambiente o Brasil tem investido

natildeo somente em produccedilatildeo mais tambeacutem em teacutecnicas silviculturais que contribuam

com a qualidade final dos produtos aleacutem de teacutecnicas que reduzam os custos

envolvidos no processo produtivo Essas metas tecircm sido alcanccediladas por meio do

planejamento dos investimentos

Para realizar um investimento eacute necessaacuterio primeiramente organizar

formalmente os objetivos por meio de um projeto relacionando os meios de que se

dispotildee para alcanccedilaacute-los Posteriormente deve-se analisar o mercado potencial do

produto a fim de obter informaccedilotildees sobre os retornos esperados do investimento

comparativamente agraves alternativas disponiacuteveis eou viaacuteveis Assim com o

planejamento adequado das atividades eacute possiacutevel identificar as exigecircncias atuais de

mercado os caminhos a serem seguidos para entatildeo construir um referencial futuro

o qual identificaraacute a viabilidade ou natildeo da implantaccedilatildeo do projeto ao qual o

planejamento se destina (REZENDE OLIVEIRA 2008)

Para implantaccedilatildeo de um projeto aleacutem de se conhecer o horizonte de

planejamento que eacute o periacuteodo estimado durante o qual o empreendimento em

anaacutelise iraacute operar faz-se necessaacuterios tambeacutem testar a sua viabilidade teacutecnica

econocircmica financeira social ambiental e poliacutetica O teste da viabilidade econocircmica

eacute considerado o mais importante entre os paracircmetros de avaliaccedilatildeo pois consiste em

verificar se no projeto as receitas superam os custos Caso isso natildeo ocorra diz-se

que o projeto eacute insustentaacutevel desde a sua implantaccedilatildeo (FARO 1979 CHICHORRO

et al 2010)

Na avaliaccedilatildeo econocircmica para decisatildeo de que o projeto deve ou natildeo ser

implementado satildeo usadas teacutecnicas e criteacuterios de anaacutelise que comparam os custos e

as receitas inerentes ao projeto A anaacutelise de projetos consiste entatildeo na verificaccedilatildeo

60

de que determinada atividade eacute lucrativa ou natildeo considerando-se um horizonte de

planejamento (REZENDE OLIVEIRA 2008)

Existem vaacuterios meacutetodos de seleccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de projetos de

investimentos Geralmente recorre-se a meacutetodos que consideram principalmente as

atividades a serem executadas os periacuteodos de execuccedilatildeo e seus respectivos custos

os produtos e o periacuteodo de tempo que levaratildeo para serem produzidos seus preccedilos

e receitas ou seja o fluxo de caixa (CHICHORRO et al 2010)

Os meacutetodos de avaliaccedilatildeo econocircmica podem entatildeo ser divididos em dois

grupos principais O primeiro grupo compreende aqueles em que natildeo se considera a

variaccedilatildeo do capital no tempo sendo indicados para horizontes de planejamentos

muito curtos onde natildeo haacute inflaccedilatildeo Jaacute o segundo grupo considera a variaccedilatildeo do

capital no tempo podendo-se citar o valor presente liacutequido (VPL) e o benefiacutecio

perioacutedico equivalente (BPE) como exemplos (SILVA et al 2005)

A variaccedilatildeo do capital ocorre devido agrave remuneraccedilatildeo paga ao seu uso por

determinado tempo ou seja os juros Assim no final do prazo estipulado natildeo

haveraacute somente a quantia emprestada mais tambeacutem um acreacutescimo que

corresponde ao custo de oportunidade do uso do capital durante o periacuteodo de

empreacutestimo O valor a ser pago no final do periacuteodo dependeraacute da taxa de juros

correspondente a unidade de tempo considerada A Conab utiliza o percentual de

6 ao ano como a taxa de retorno para a remuneraccedilatildeo dos investimentos feitos pelo

produtor como se o capital fosse aplicado em outro investimento alternativo

(OLIVEIRA REZENDE 2004 CONAB 2010)

Tendo em vista este contexto objetivou-se neste trabalho analisar a

viabilidade econocircmica de povoamentos de paricaacute sob diferentes espaccedilamentos e

determinar economicamente o melhor espaccedilamento de plantio para produccedilatildeo de

madeira

61

2 MATERIAL E MEacuteTODOS

21 OBTENCcedilAtildeO DAS RECEITAS

A partir da estimativa dos volumes comercial (VTHA msup3ha) e de lacircminas

(VCHA m3ha) nos diferentes espaccedilamentos de plantio em diferentes

idades e classes produtivas tal como proposto no capiacutetulo 1 foram contraiacutedas as

receitas Os volumes comercial e de lacircminas estimados foram multiplicados pelo valor

meacutedio de venda disponiacutevel no boletim informativo de preccedilos disponibilizado pela

Coordenadoria Executiva da Administraccedilatildeo Tributaacuteria ndash CERAT do Estado do Paraacute

2013 Obteve-se assim a receita para cada espaccedilamento analisado

22 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS

Como se trata de projetos de investimento com a finalidade de obtenccedilatildeo de

madeira foram propostos trecircs horizontes de planejamento para os povoamentos de

paricaacute Esses horizontes se referiram ao periacuteodo de tempo que estes projetos foram

avaliados correspondendo a 5 6 e 7 anos entre a implantaccedilatildeo e colheita

Sabendo-se que eacute necessaacuterio reajustar os valores investidos durante o

periacuteodo de execuccedilatildeo do projeto utilizou-se uma taxa de desconto de 6 ao ano

como forma de remuneraccedilatildeo do capital investido considerando a caderneta de

poupanccedila como sendo o melhor investimento alternativo (OLIVEIRA REZENDE

2004) A inflaccedilatildeo identificada no periacuteodo foi obtida por meio do uso do Iacutendice Geral

de Preccedilos - Disponibilidade Interna (IGP-DI) o qual mede a variaccedilatildeo de preccedilos no

mercado A descapitalizaccedilatildeo foi realizada de acordo com a metodologia descrita no

capiacutetulo 1

Para anaacutelise da viabilidade econocircmica do projeto identificaram-se as

variaccedilotildees do capital no tempo Assim em relaccedilatildeo agrave classificaccedilatildeo do projeto de

investimento este foi considerado convencional ou seja ocorreu apenas uma

mudanccedila de sinal em seu fluxo de caixa satisfazendo as seguintes condiccedilotildees

62

119862119900 lt 0

119883119895 le 0 119901119886119903119886 119895 = 1 hellip 119896

119883119895 ge 0 119901119886119903119886 119895 = 119896 + 1 hellip 119899 119890

sum 119883119895

119899

119895=119896+1

gt sum 119883119895

119896

119895=0

Em que

Co = custo inicial (R$)

k = periacuteodo de tempo a partir do qual as receitas passaram a ser positivas

Xj = receita liacutequida de cada periacuteodo j e

n = duraccedilatildeo do projeto (anos)

Depois de identificado o tipo de projeto e tendo todos os custos jaacute calculados

no capiacutetulo 1 procedeu-se a anaacutelise econocircmica dos projetos por meio da avaliaccedilatildeo

dos iacutendices econocircmicos e do benefiacutecio perioacutedico equivalente (BPE)

23 IacuteNDICES ECONOcircMICOS DA PRODUCcedilAtildeO

Para verificar a rentabilidade do sistema produtivo os seguintes iacutendices

econocircmicos de produccedilatildeo foram utilizados

a) Renda bruta (RB)

119877119861 = 119876 times P Eq1

b) Margem bruta (MB)

119872119861 = 119877119861 minus 119862119874119864 Eq 2

c) Margem liacutequida (ML)

119872119871 = 119877119861 minus 119862119874119879 Eq 3

d) Lucro (L)

119871 = 119877119861 minus 119862119879 Eq 4

63

e) Lucratividade (Lc)

119871119888 =119871

119877119861 Eq 5

f) Iacutendice de rentabilidade (IR)

119868119877 =119872119871

119862 Eq 6

Em que

119877119861 = renda bruta (R$)

119876 = quantidade de produto vendido (un)

119875 = preccedilo unitaacuterio dos produtos (R$)

119872119861 = margem bruta (R$)

119862119874119864 = custo operacional efetivo (R$)

119872119871 = margem liacutequida (R$)

119862119874119879 = custo operacional total (R$)

119871 = lucro (R$)

119862119879 = custo total (R$)

119871119888 = lucratividade ()

119868119877 = iacutendice de rentabilidade () e

119862 = capital empatado (R$) referente ao somatoacuterio do custo fixo e circulante meacutedio

podendo-se considerar ou natildeo o custo da terra

24 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DOS PROJETOS

241 Benefiacutecio perioacutedico equivalente (BPE)

Para avaliaccedilatildeo da viabilidade econocircmica por meio do BPE a seguinte

foacutermula foi utilizada

119861119875119864 =119881119875119871[(1 + 119894)119905](1 + 119894)119899119905

(1 + 119894)119899119905 minus 1 Eq 7

64

Em que

n = duraccedilatildeo do projeto (anos)

t = nuacutemero de periacuteodos de capitalizaccedilatildeo

i = taxa de desconto e

VPL = valor presente liacutequido

O VPL foi obtido pela foacutermula

119881119875119871 = sum 119877119895

119899

119895=0

(1 + 119894)minus119895 minus sum 119862119895

119899

119895=0

(1 + 119894)minus119895

Eq 8

Em que

i = taxa de desconto (juros)

j = periacuteodo em que a receita ou o custo ocorreram

n = duraccedilatildeo do projeto (anos)

Rj = receita no final do ano j ou do periacuteodo de tempo e

Cj = custo no final do ano j ou do periacuteodo de tempo considerado

O BPE permite a comparaccedilatildeo de projetos com diferentes horizontes de

planejamento pois os custos jaacute estatildeo distribuiacutedos por unidade de tempo estando

impliacutecitas as diferenccedilas de horizontes Como o desconto dos fluxos de caixa foi

estimado a partir da ldquodata presenterdquo ou seja no periacuteodo de implantaccedilatildeo do projeto

estes foram comparados quando as consequecircncias monetaacuterias estavam em um

ponto comum do tempo

65

3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

31 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA VENDA DE MADEIRA EM PEacute

A renda bruta foi estimada por meio da multiplicaccedilatildeo do volume comercial e

comercial por hectare e o preccedilo pago por cada unidade agrave qual se admitiu um valor

miacutenimo de R$5370 msup3 para venda de ldquomadeira em peacuterdquo ou seja madeira natildeo

explorada e R$45156 msup3 a venda de lacircminas de paricaacute

Identicamente aos custos as receitas foram deflacionadas e

descapitalizadas para o ano 0 a fim de possibilitar a comparaccedilatildeo entre os valores

gastos e recebidos com essa praacutetica de produccedilatildeo A renda bruta obtida com a venda

de madeira de paricaacute pode ser observada na Tabela 1

Tabela 1 Renda bruta (RB) obtida com a produccedilatildeo de madeira de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA sem considerar o custo de laminaccedilatildeo

Idade Espaccedil

(m)

VTHA (R$ha) VCHA (R$ha)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 379731 433109 452408 1109193 1349221 1557365

3x3 - 362619 424113 - 1212472 1509318

3x4 - 311840 373961 - 1077399 1379067

4x4 166887 317064 342144 550865 1122453 1272564

5x5 172002 205671 306342 627806 811406 1226000

6 a

no

s

3x2 355004 394611 431419 1056449 1261369 1508350

3x3 - 341749 408022 - 1163130 1470243

3x4 - 288386 356682 - 1020754 1335360

4x4 167940 274794 313771 556167 1012394 1196711

5x5 166477 207478 273875 613368 817994 1133134

7 a

no

s

3x2 334925 365156 383863 1012137 1191106 1382874

3x3 - 325700 385794 - 1122613 1410651

3x4 - 278203 342718 - 993941 1296571

4x4 164441 268225 305743 547531 994496 1174049

5x5 164242 204174 269414 607295 808354 1119474

Em que Espaccedil = espaccedilamento (m) VTHA = volume comercial por hectare (msup3ha) e VCHA = volume de lacircminas por hectare (msup3ha)

66

A ausecircncia de valores na classe de produtividade baixa nos espaccedilamentos

3x3 e 3x4 m eacute proveniente da inesistecircncia de povoamentos nestas condiccedilotildees de

terreno Como se tratam de plantios independentes a falta de informaccedilotildees nestes

ambientes natildeo prejudicamalteram os resultados nas outras aacutereas em estudo

Observando a Tabela 1 eacute perceptiacutevel a diferenccedila entre a renda bruta obtida

com a venda de madeira em peacute e a explorada Para siacutetios de baixa produtividade e

com corte aos 5 anos a diferenccedila entre a venda de lacircminas e madeira em peacute foi de

aproximadamente R$729000 Esta diferenccedila ocorreu porque o custo de laminaccedilatildeo

natildeo foi contabilizado por falta de informaccedilotildees sobre o processo produtivo

Natildeo existem estudos que indiquem os custos reais de laminaccedilatildeo de paricaacute

proveniente de reflorestamento e quais as atividades necessaacuterias para transformar o

torete de madeira em lacircminas de forma eficiente e com boa qualidade

A renda resultante da venda de ldquomadeira em peacuterdquo em espaccedilamentos

menores como o 3x2 m superam os mais espaccedilados como o 4x4 e 5x5 m com

receita duas vezes maior quando comparados os espaccedilamentos 3x2 e 5x5 m Esta

tendecircncia ocorre entre classes de produtividade e tambeacutem entre idades distintas

Com o aumento da idade de corte houve diminuiccedilatildeo nas receitas em todos

os espaccedilamentos pois o volume de madeira foi reduzido Isso ocorre como jaacute citado

anteriormente provavelmente devido ao autodesbaste das plantas caracteriacutestico da

espeacutecie Entretanto os custos tambeacutem sofreram reduccedilatildeo devido ao menor nuacutemero

de plantas por hectare e esta relaccedilatildeo deve ser analisada

O comportamento da renda bruta em relaccedilatildeo a madeira explorada segue a

mesma tendecircncia citada acima ou seja o menor espaccedilamento no melhor siacutetio

produtivo aos 5 anos eacute o que indica ser o mais viaacutevel Todavia deve-se interagir

custos e receitas para se inferir sobre o espaccedilamento mais adequado para se obter

a maior lucratividade

Na Tabela 2 eacute possiacutevel observar os iacutendices em siacutetios com classe de

produtividade baixa para a venda de lacircminas de paricaacute

67

Tabela 2 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute para venda preacute-corte em classe de produtividade baixa (17 ndash 19 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

5 a

no

s

MB -121915 - - -221422 -197665

ML -172080 - - -260253 -234631

L -256915 - - -325921 -297147

L (t) -350415 - - -419421 -390647

Luc -068 - - -195 -173

Lucr (t) -092 - - -251 -227

IR -047 - - -085 -079

IR (t) -038 - - -065 -060

6 a

no

s

MB -157604 - - -236236 -218806

ML -208865 - - -276654 -257335

L -316133 - - -361232 -337959

L (t) -427533 - - -472632 -449359

Luc -089 - - -215 -203

Lucr (t) -120 - - -281 -270

IR -056 - - -088 -084

IR (t) -043 - - -065 -062

7 a

no

s

MB -192230 - - -244377 -225943

ML -244145 - - -285258 -264961

L -376891 - - -388205 -363216

L (t) -508091 - - -519405 -494416

Luc -113 - - -236 -221

Lucr (t) -152 - - -316 -301

IR -065 - - -090 -086

IR (t) -048 - - -064 -060

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

Na Tabela 2 eacute possiacutevel observar que sob as condiccedilotildees analisadas nenhum

espaccedilamento eacute viaacutevel economicamente Jaacute o comportamento dos iacutendices financeiros

em classe de produtividade meacutedia pode ser observado na Tabela 3

68

Tabela 3 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute para venda preacute-corte em classe de produtividade meacutedia (19 ndash 21 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

5 a

no

s

MB -68537 -75377 -97128 -71245 -163995

ML -118702 -119176 -138025 -110076 -200962

L -203537 -193247 -207187 -175744 -263477

L (t) -297037 -286747 -300687 -269244 -356977

Luc -047 -053 -066 -055 -128

Lucr (t) -069 -079 -096 -085 -174

IR -033 -036 -043 -036 -067

IR (t) -026 -028 -034 -027 -051

6 a

no

s

MB -117998 -109790 -135159 -129382 -177806

ML -169258 -154944 -177514 -169800 -216334

L -276527 -249433 -266145 -254378 -296958

L (t) -387927 -360833 -377545 -365778 -408358

Luc -070 -073 -092 -093 -143

Lucr (t) -098 -106 -131 -133 -197

IR -046 -046 -055 -054 -071

IR (t) -035 -034 -041 -040 -052

7 a

no

s

MB -161999 -131381 -150483 -140593 -186011

ML -213914 -177089 -193352 -181475 -225030

L -346659 -292189 -301302 -284422 -323284

L (t) -477859 -423389 -432502 -415622 -454484

Luc -095 -090 -108 -106 -158

Lucr (t) -131 -130 -155 -155 -223

IR -057 -052 -059 -057 -073

IR (t) -042 -037 -042 -040 -051

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

Os prejuiacutezos obtidos nestas condiccedilotildees do terreno satildeo menores quando

comparados com siacutetios de produtividade baixa O mesmo comportamento tambeacutem

foi observado para siacutetios de classe de produtividade alta como indicado na Tabela

4

69

Tabela 4 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute pra venda preacute-corte em classe de produtividade alta (21 ndash 24 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

5 a

no

s

MB -49238 -13882 -35007 -46165 -63324

ML -99403 -57682 -75904 -84996 -100291

L -184238 -131752 -145066 -150664 -162806

L (t) -277738 -225252 -238566 -244164 -256306

Luc -041 -031 -039 -044 -053

Lucr (t) -061 -053 -064 -071 -084

IR -027 -017 -024 -028 -034

IR (t) -022 -014 -018 -021 -026

6 a

no

s

MB -81189 -43517 -66863 -90406 -111408

ML -132450 -88671 -109217 -130823 -149937

L -239718 -183160 -197848 -215401 -230561

L (t) -351118 -294560 -309248 -326801 -341961

Luc -056 -045 -055 -069 -084

Lucr (t) -081 -072 -087 -104 -125

IR -036 -026 -034 -041 -049

IR (t) -028 -020 -025 -031 -036

7 a

no

s

MB -143292 -71287 -85969 -103075 -120771

ML -195207 -116995 -128837 -143956 -159790

L -327953 -232094 -236787 -246903 -258044

L (t) -459153 -363294 -367987 -378103 -389244

Luc -085 -060 -069 -081 -096

Lucr (t) -120 -094 -107 -124 -144

IR -052 -034 -039 -045 -052

IR (t) -038 -025 -028 -032 -036

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

A inviabilidade econocircmica observada nas trecircs condiccedilotildees produtivas podem

ter sido provenientes do baixo valor de mercado praticado na regiatildeo

Apoacutes o pagamento de todos os desembolsos efetivos restou o deacutebito de R$-

13882 para o espaccedilamento 3x3 m Esta quantia jaacute pode ser considerada como

70

prejuiacutezo do investimento mesmo sem ser contabilizados o pagamento da matildeo de

obra familiar (administraccedilatildeo) e os custos de oportunidade do capital

O menor valor resultante para o espaccedilamento 5x5 m se deve ao fato de

existirem atividades iguais aos outros espaccedilamentos que estatildeo sendo executas em

tempo maior que dos outros povoamentos aumentando assim o custo de produccedilatildeo

Jaacute os resultados encontrados para o espaccedilamento 3x3 m em classe de

produtividade alta satildeo atribuiacutedos agrave eficiecircncia das operaccedilotildees de manutenccedilatildeo dos

plantios principalmente pelo controle de plantas daninhas

Depois do pagamento de todos os desembolsos efetivos foi admitida a

remuneraccedilatildeo da matildeo de obra familiar em virtude da administraccedilatildeo das aacutereas de

plantio sendo proporcional aos custos de produccedilatildeo de paricaacute A margem liacutequida

negativa indica que o empreendimento eacute economicamente inviaacutevel O valor admitido

por este iacutendice se positivo natildeo seria o lucro gerado pois ainda natildeo foi descontado

o custo de oportunidade do capital investido

Para todos os povoamentos analisados houve lucro negativo principalmente

quando foi considerada a remuneraccedilatildeo pelo uso da terra Isso significa que o

investimento natildeo foi atrativo financeiramente Este resultado natildeo eacute interessante

economicamente ao produtor e pode trazer consequecircncias ainda piores como falta

de incentivo agrave produccedilatildeo falta de demanda para venda da madeira em idade de corte

e preccedilos ainda menores do que os praticados

Considerando-se o pagamento pelo uso da terra o prejuiacutezo obtido pelo

plantio de paricaacute variou entre 53 e 316 sendo maior quando mais amplo o

espaccedilamento de plantio Desconsiderando o pagamento pelo uso da terra o

prejuiacutezo se tornou menor estando entre 31 e 236

Este iacutendice representa a capacidade da atividade de transformar

investimento em margem liacutequida Assim desconsiderando o pagamento pelo uso da

terra tem-se que para cada real investido obteve-se entre R$-090 e R$-017 de

margem liacutequida sendo mais atrativo o espaccedilamento 3x3 m em classe de

produtividade alta Considerando o custo da terra o valor foi de R$-065 a R$-014

sendo melhor nos menores espaccedilamento de plantio

Deve-se salientar novamente que o valor do msup3 de madeira utilizado nesta

pesquisa eacute proveniente do preccedilo meacutedio praticado pelo CERAT ndash PA Valores

superiores a este encontrados na regiatildeo podem alterar estes resultados tornando

estes povoamentos atrativos financeiramente (quando superiores a R$10000 msup3)

71

32 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA LAMINADA

O comportamento observado foi semelhante ao da madeira vendida em peacute

ou seja os iacutendices financeiros apontaram que a viabilidade econocircmica aos 5 anos

foi superior agraves outras idades de exploraccedilatildeo (Tabela 5)

Tabela 5 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de baixa produtividade (17 ndash 19 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

5 a

no

s

MB 460255 - - 82016 175950

ML 395361 - - 35131 130764

L 285617 - - -44157 54349

L (t) 192117 - - -137657 -39151

Luc 026 - - -008 009

Lucr (t) 017 - - -025 -006

IR 090 - - 010 039

IR (t) 074 - - 008 030

6 a

no

s

MB 416597 - - 84912 161477

ML 352612 - - 37786 116288

L 218717 - - -60828 21725

L (t) 107317 - - -172228 -89675

Luc 021 - - -011 004

Lucr (t) 010 - - -031 -015

IR 081 - - 011 034

IR (t) 065 - - 008 026

7 a

no

s

MB 374305 - - 138713 217110

ML 322390 - - 97831 178092

L 161775 - - -5115 79837

L (t) 30575 - - -136315 -51363

Luc 016 - - -001 013

Lucr (t) 003 - - -025 -008

IR 075 - - 031 058

IR (t) 057 - - 022 041

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

72

Os iacutendices econocircmicos para as classes de produtividade meacutedia e alta

encontram-se nas Tabelas 6 e 7

Tabela 6 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de meacutedia produtividade (19 ndash 21 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

5 a

no

s

MB 681518 625573 537181 600811 347713

ML 614747 566883 483159 548647 301344

L 501830 467631 391801 460430 222928

L (t) 408330 374131 298301 366930 129428

Luc 037 039 036 041 027

Lucr (t) 030 031 028 033 016

IR 137 139 126 147 087

IR (t) 114 113 101 117 069

6 a

no

s

MB 608614 588446 491228 506607 352752

ML 543338 530977 438275 456029 306227

L 406743 410719 327467 350188 208871

L (t) 295343 299319 216067 238788 97471

Luc 032 035 032 035 026

Lucr (t) 023 026 021 024 012

IR 124 133 116 125 089

IR (t) 099 104 090 095 067

7 a

no

s

MB 544335 665533 565255 585678 418169

ML 492420 619825 522386 544796 379151

L 329553 504725 414437 441850 280896

L (t) 198353 373525 283237 310650 149696

Luc 028 045 042 044 035

Lucr (t) 017 033 028 031 019

IR 113 181 159 171 123

IR (t) 087 131 114 121 086

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

73

Tabela 7 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de alta produtividade (21 ndash 24 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5 5

an

os

MB 882878 900802 817010 742105 726917

ML 815429 839950 760805 689059 677009

L 701365 737042 665754 599351 592608

L (t) 607865 643542 572254 505851 499108

Luc 045 049 048 047 048

Lucr (t) 039 043 041 040 041

IR 181 201 193 182 187

IR (t) 150 164 156 146 148

6 a

no

s

MB 843757 874244 783868 678388 646537

ML 777297 814644 728718 626556 597877

L 638225 689925 613313 518092 496052

L (t) 526825 578525 501913 406692 384652

Luc 042 047 046 043 044

Lucr (t) 035 039 038 034 034

IR 174 198 187 168 168

IR (t) 140 156 146 129 128

7 a

no

s

MB 730571 953571 867885 765231 729289

ML 678656 907863 825016 724350 690271

L 514396 792763 717066 621403 592016

L (t) 383196 661563 585866 490203 460816

Luc 037 056 055 053 053

Lucr (t) 028 047 045 042 041

IR 154 266 252 228 224

IR (t) 119 192 180 161 157

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

Contrariamente agrave preacute-colheita a venda de madeira de paricaacute poacutes-colheita

tem demonstrado viabilidade economica para as idade classe de produtividade e

espaccedilamento analisados como observados nos iacutendices a seguir

Apoacutes o pagamento de todos os custos efetivos notou-se uma vantagem no

uso de espaccedilamentos mais adensados Nestes ambientes a margem bruta foi por

74

vezes maior que 40 em relaccedilatildeo aos maiores espaccedilamentos Poreacutem restam ainda

o pagamento pela administraccedilatildeo e uso do capital No entanto verificou-se que a

maioria dos projetos avaliados foram viaacuteveis economicamente pois se obteve

resultados positivos para a madeira laminada

A matildeo-de-obra familiar foi remunerada mantendo-se o montante positivo

Este montante foi utilizado posteriormente como forma de pagamento pelo custo de

oportunidade do capital Observa-se que este iacutendice manteve a tendecircncia de

comportamento semelhante agrave margem bruta exprimindo a viabilidade dos projetos

Lucro negativo soacute foi observado em espaccedilamentos amplos como o 4x4 e

5x5 m em classe de produtividade baixa em todos os anos analisados Isso

significa que o custo de oportunidade do uso do capital natildeo estaacute sendo remunerado

O resultado encontrado eacute consequecircncia de volume insuficiente de lacircminas

para o pagamento do processo produtivo Vale salientar que o processo de

laminaccedilatildeo natildeo foi quantificado

O intervalo de lucratividade sem considerar o pagamento pelo uso da terra

variou de -31 agrave 56 ou seja existem povoamentos que em certas condiccedilotildees

foram inviaacuteveis economicamente como eacute o caso dos espaccedilamentos 4x4 e 5x5 m

em classe de produtividade baixa com exploraccedilatildeo aos 5 anos Outros povoamentos

ao contraacuterio possuem lucratividade de 56 Como exemplo pode-se citar o 3x3 m

aos 7 anos em classe de produtividade alta

Quando se considera o pagamento pelo uso da terra a mesma tendecircncia foi

observada poreacutem a lucratividade foi menor

A capacidade da atividade em transformar o investimento em margem

liacutequida variou entre R$034 e R$266 sendo mais atrativo o espaccedilamento 3x3 m

Considerando o custo da terra o valor corresponde entre R$008 e R$192 sendo

melhor quanto menor o espaccedilamento de plantio

Considerando os valores obtidos nas Tabelas 5 6 e 7 foi possiacutevel inferir

sobre os custos maacuteximos que poderiam ser destinados agrave laminaccedilatildeo para que todas

as despesas fossem pagas obtendo lucratividade zero Na Tabela 8 eacute indicado

quais satildeo estes valores

75

Tabela 8 Valores maacuteximos a serem pagos pela laminaccedilatildeo (R$msup3)

Idade Classe produtiva (m) Espaccedilamentos (m)

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5 5

ano

s Baixa 1184 - - -1930 -533

Meacutedia 2206 2414 2238 2708 1472

Alta 3144 3550 3580 3459 3812

6 a

no

s Baixa 707 - - -2400 -1260

Meacutedia 1751 2049 1753 2033 1099

Alta 2857 3317 3292 3033 3286

7 a

no

s Baixa 131 - - -3253 -2045

Meacutedia 1189 1557 1223 1543 476

Alta 2255 2916 2883 2613 2836

Estas informaccedilotildees satildeo valores meacutedios dos espaccedilamentos para cada classe

de produtividade e idade Como pressupotildee-se que em siacutetio de melhor qualidade haacute

maior renda eacute possiacutevel o pagamento de um valor substancialmente maior do que

em classe de produtividade meacutedia Observa-se ainda a inviabilidade da praacutetica de

laminaccedilatildeo em classe de produtividade baixa independente da idade de corte pois a

receita foi menor que os custos mesmo sem a laminaccedilatildeo Essa consideraccedilatildeo

reforccedila os argumentos de suporte sobre os menores espaccedilamentos serem os mais

apropriados para o plantio de paricaacute

33 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA

331 Benefiacutecio perioacutedico equivalente ndash BPE

Para a taxa de 6 aa em povoamentos natildeo explorados o BPE obtido

variou entre R$-24042 e R$-8005 para os espaccedilamentos 4x4 e 3x3 m

respectivamente (Tabela 9) Isso indica que o espaccedilamento 3x3 m na classe de

produtividade alta com corte aos 5 anos eacute o que resultou no menor prejuiacutezo

financeiro sob estas condiccedilotildees analisadas Jaacute o 4x4 m em classe de produtividade

baixa com corte aos 7 anos foi a pior escolha de investimento

76

Tabela 9 BPE de plantios de paricaacute situados na regiatildeo de Paragominas PA

Idade Espaccedil

(m)

BPE (VTHA) BPE (VCHA)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 -15515 -12312 -11154 17037 30010 41982

3x3 - -11695 -8005 - 27958 44123

3x4 - -12531 -8804 - 23408 39845

4x4 -19655 -10645 -9140 -2749 27526 35861

5x5 -17929 -15909 -9868 3161 13276 35456

6 a

no

s

3x2 -19068 -16692 -14483 13023 24305 38193

3x3 - -15066 -11090 - 24543 41296

3x4 - -16069 -11971 - 19548 36699

4x4 -21774 -15363 -13024 -3750 20911 30986

5x5 -20378 -17917 -13934 1204 12432 29663

7 a

no

s

3x2 -22761 -20948 -19825 8894 18907 29965

3x3 - -18281 -14675 - 20779 36619

3x4 - -18827 -14957 - 16500 33111

4x4 -24042 -17815 -15564 -5944 18385 28258

5x5 -22542 -20146 -16232 -842 10264 27366

Em que Espaccedil = espaccedilamento (m) BPE (VTHA) = benefiacutecio perioacutedico equivalente para venda de madeira em peacute e BPE (VCHA) = benefiacutecio perioacutedico equivalente para venda de madeira laminada

A mesma tendecircncia foi observada em povoamentos explorados em que o

BPE variou entre R$-5944 e R$44123 sendo o espaccedilamento 3x3 m a melhor

opccedilatildeo de investimento O mesmo resultado foi obtido por Pavan et al (2010) com

plantios de eucalipto no Rio Grande do Sul para laminaccedilatildeo

Caso ocorressem mudanccedilas na taxa de desconto estas contribuiriam para o

aumento ou reduccedilatildeo dos lucros do plantio Segundo Soares et al (2003) aumentos

na taxa de desconto afetam significativamente o VPL e consequentemente o BPE

indicando que quanto menor a taxa de desconto utilizada maior seraacute a lucratividade

do projeto

A partir da anaacutelise econocircmica dos diferentes sistemas de plantio pode-se

inferir que o motivo pelo qual a classe de produtividade baixa resultou em uma das

piores alternativas financeiras estaacute relacionado ao autodesbaste das plantas neste

ambiente Como estas aacutereas dispotildeem de menores recursos eacute possiacutevel que tenha

77

ocorrido uma expressiva mortalidade de plantas devido agrave concorrecircncia por luz e

nutrientes do solo

Todos os espaccedilamentos de plantio podem ser alternativas viaacuteveis que

poderatildeo contribuir de maneira mais significativa na medida em que alcancem sua

capacidade maacutexima de incremento Isso eacute obtido com a diferenciaccedilatildeo entre os

horizontes de planejamento que natildeo podem ser idecircnticos para todos os

espaccedilamentos de plantio haja vista que as aacutervores se comportam de maneiras

diferentes nestes espaccedilamentoss devido agrave disponibilidade de recursos

Esta afirmaccedilatildeo jaacute foi comprovada em estudos realizados por Cordeiro et al

(2009) em que foi constatado que o sistema de produccedilatildeo do paricaacute em cultivo puro

sob o espaccedilamento 4x3 m nos quatro primeiros anos de cultivo natildeo apresentaram

viabilidade econocircmica sugerindo a necessidade de maior horizonte de

planejamento

78

4 CONCLUSOtildeES

O monocultivo de paricaacute em qualquer um dos espaccedilamentos analisados foi

considerado inviaacutevel por todos os criteacuterios utilizados nesta anaacutelise econocircmica

quando se objetivou a venda da madeira sem exploraccedilatildeo Essa resposta estaacute

associada ao baixo valor de mercado ao qual a espeacutecie estaacute subordinada

A exploraccedilatildeo de madeira mesmo sendo um processo trabalhoso e

dispendioso eacute uma alternativa para se obter valores positivos com a produccedilatildeo de

paricaacute

Observando os custos e receitas oriundos de plantios de paricaacute pode-se

afirmar que espaccedilamentos mais amplos em classe de produtividade baixa satildeo

insuficientes para remunerar o processo de laminaccedilatildeo

O maior retorno financeiro foi obtido em povoamentos de paricaacute implantados

em classe de produtividade alta sob o espaccedilamento 3x3 m com exploraccedilatildeo aos 5

anos

79

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

CHICHORRO J F BAUER M O ANDRADE W S SILVA G F SANTOS F R SILVA J L NOGUEIRA M A Avaliaccedilatildeo econocircmica de projetos florestais In CHICHORRO J F BAUER M O GARCIA G O CALDEIRA M V W Toacutepicos especiais em ciecircncias florestais 1 ed Visconde do Rio Branco Suprema 2010 v 1 p 231-260 COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO ndash CONAB Custo de produccedilatildeo agriacutecola a metodologia da Conab Brasiacutelia Conab 2010 60p COORDENADORIA EXECUTIVA DA ADMINISTRACcedilAtildeO TRIBUTAacuteRIA ndash CERAT Boletim informativo de preccedilos Paraacute 2013 22p CORDEIRO I M C C SANTANA A C LAMEIRA O A SILVA I M Anaacutelise econocircmica dos sistemas de cultivo com Schizolobium parahyba var amazonicum (Huber ex Ducke) Barneby (Paricaacute) E Ananas comosus var erectifolius (L B Smith) Coppus amp Leal (Curauaacute) no municiacutepio de Aurora do Paraacute (PA) Brasil Facultad Agronomiacutea (LUZ) 2009 26 243-265 FARO C Elementos de engenharia econocircmica 3ed Satildeo Paulo Atlas 1979 328p MELLO A A CARNIERI C ARCE J E SANQUETTA C R Planejamento florestal visando agrave maximizaccedilatildeo dos lucros e a manutenccedilatildeo do estoque de carbono Cerne Lavras v 11 n 3 p 205-217 julset 2005 OLIVEIRA A D REZENDE J L P Economia Florestal Lavras UFLAFAEPE 2004 101p PAVAN J A ALVES T W SOUZA M A Viabilidade Econocircmica da Produccedilatildeo de Eucaliptos no Rio Grande do Sul Associaccedilatildeo Brasileira de Custos vol 5 n 1 78-109 JanAbr 2010 REZENDE J L P OLIVEIRA A D Anaacutelise econocircmica e social de projetos florestais Viccedilosa MG UFV 2001 389 p SILVA M L JACOVINE L A G VALVERDE S R Economia Florestal 2 ed Viccedilosa UFV 2005 178p SOARES T S CARVALHO R M M A VALE A B Avaliaccedilatildeo econocircmica de um povoamento de Eucalyptus grandis destinado a multiprodutos Aacutervore Viccedilosa-MG v27 n5 p689-694 2003

80

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A partir das condiccedilotildees estabelecidas notou-se o efeito dos espaccedilamentos

de plantio na viabilidade econocircmica dos povoamentos de paricaacute

Em relaccedilatildeo aos custos de produccedilatildeo eles devem ser separados por

atividades sendo elas preparo da aacuterea plantio adubaccedilatildeo manutenccedilatildeo colheita e

transporte laminaccedilatildeo custo de administraccedilatildeo remuneraccedilatildeo do capital investido

Dentro de cada atividade alguns custos podem sofrer a influecircncia do

nuacutemero de plantas por hectare Como exemplo pode-se citar o nuacutemero de diaacuterias

necessaacuterias para alinhamento coveamento e plantio das mudas aleacutem da

quantidade de adubo necessaacuterio para adubaccedilatildeo de cova

O maior nuacutemero de operaccedilotildees ocorre no periacuteodo de manutenccedilatildeo dos

plantios poreacutem nenhuma delas foi considerada dispendiosa Os maiores custos

individuais foram do transporte de madeira do povoamento ateacute a induacutestria em

todos os espaccedilamentos analisados devido agraves condiccedilotildees de traacutefego nas estradas

A relaccedilatildeo entre volume comercial volume laminado e os custos de

produccedilatildeo determinam entatildeo a viabilidade dos plantios sendo o espaccedilamento mais

viaacutevel aquele que consegue absorver esta relaccedilatildeo de maneira mais eficiente

Entretanto estudos ainda devem ser desenvolvidos para averiguar a relaccedilatildeo entre a

espeacutecie e os espaccedilamentos de plantio

Page 10: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE …III. Andrade, Wendel Sandro de Paula. IV. ... À Universidade Federal do Espírito Santo e à CAPES, pela estrutura e apoio

ABSTRACT

SILVEIRA R Economic evaluation of the production of wood paricaacute

(Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) under different planting spacings

2014 Dissertation (Master of Forest Science) - Federal University of Espiacuterito Santo

Jerocircnimo Monteiro ES Advisor Prof Dr Gilson Fernandes da Silva

Coorientadores Prof Dr Adriano Ribeiro de Mendonccedila and Prof Dr Wendel Sandro

de Paula Andrade

Paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) is a native species that has

been gaining prominence among commercial plantations in the Amazon region its

growth characteristics and production for multiple uses For this reason the aim of

this study was to evaluate the effect of planting space in economic analysis of timber

production paricaacute For this the data used in this study originate homogeneous stands

planted under the spacings 3x2 3x3 3x4 4x4 and 5x5 m located in the State of

Paraacute These stands were inventoried annually by fifth year and analyzed three

classes of productivity in each spacing which are Low (17 ndash 19 m) Medium (19 ndash 21

m) and High (21 ndash 24 m) Later with the aid of modeling the total and laminate

volumes were estimated at 5 6 and 7 years Estimate the volume and identified all

the costs these were deflated by the IGP ndash DI and subsequently undercapitalized

Thus we proceeded to the economic analysis using the methodology developed by

the Institute of Agricultural Economics along with the criterion periodic benefit

equivalent As a result it was found that the actual operating costs represented on

average 65 of total costs of production transportation and the most expressive

individual cost in all spacings analyzed The economic analysis indicated that the

monoculture paricaacute regardless of spacing was impracticable when used to sell the

timber without exploitation This response is associated with low market value to

which the species is subject The logging even being a laborious and costly process

an alternative is to give positive values to the production of paricaacute Therefore it can

be inferred that the greatest financial return is obtained in stands of paricaacute deployed

in class high productivity under the 3x3 m spacing with operating at 5 years

However for larger planting space studies have yet to be developed

Keywords Productivity class age economic indices

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO GERAL 11

11 OBJETIVO GERAL 13 12 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 13

2 REVISAtildeO DE LITERATURA 14

21 PARICAacute 14 211 Descriccedilatildeo botacircnica e anatocircmica do paricaacute 14 212 Caracteriacutesticas silviculturais do paricaacute 15 213 Utilizaccedilatildeo do paricaacute 16

22 CRESCIMENTO E PRODUCcedilAtildeO DO PARICAacute 17 23 RENDIMENTO EM LAMINACcedilAtildeO DE PARICAacute 18 24 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO 19

241 Teoria dos custos 19 242 A importacircncia dos custos 21 243 Classificaccedilatildeo dos custos 21 244 Componentes do custo 22 245 Iacutendices econocircmicos 24 246 Custos na empresa florestal 26

25 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DE PROJETOS FLORESTAIS 27

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 28

CAPIacuteTULO 1 31

RESUMO 31

ABSTRACT 32

1 INTRODUCcedilAtildeO 33

2 MATERIAL E MEacuteTODOS 35

21 AacuteREA EM ESTUDO 35 22 ESTIMATIVA DA PRODUCcedilAtildeO 36 23 DESCRICcedilAtildeO DAS ATIVIDADES 38 24 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS 39 25 CLASSIFICACcedilAtildeO DOS CUSTOS 41

3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 43

31 ESTIMATIVA DE VOLUME 43 32 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO 45

321 Custo operacional efetivo ndash COE 45 322 Custo operacional total ndash COT 47 323 Custo total ndash CT 50

4 CONCLUSOtildeES 54

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 55

CAPIacuteTULO 2 57

RESUMO 57

ABSTRACT 58

1 INTRODUCcedilAtildeO 59

2 MATERIAL E MEacuteTODOS 61

21 OBTENCcedilAtildeO DAS RECEITAS 61 22 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS 61 23 IacuteNDICES ECONOcircMICOS DA PRODUCcedilAtildeO 62 24 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DOS PROJETOS 63

241 Benefiacutecio perioacutedico equivalente (BPE) 63

3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 65

31 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA VENDA DE MADEIRA EM PEacute 65 32 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA LAMINADA 71 33 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA 75

331 Benefiacutecio perioacutedico equivalente ndash BPE 75

4 CONCLUSOtildeES 78

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 79

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 80

11

1 INTRODUCcedilAtildeO GERAL

As florestas naturais somavam em 2007 cerca de 4 bilhotildees de hectares

cobrindo aproximadamente 30 da superfiacutecie terrestre segundo informaccedilotildees da

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION ndash FAO (2007) Deste montante cerca

de metade da vegetaccedilatildeo ainda estaacute concentrada em cinco paiacuteses sendo o Brasil o

detentor da segunda maior cobertura florestal do planeta

Segundo o Sistema Nacional de Informaccedilotildees Florestais ndash SNIF (2014)

estimava-se que 69 desta cobertura teriam potencial produtivo Com isso ampliou-

se a participaccedilatildeo do setor florestal brasileiro no comeacutercio mundial Entretanto o

setor ainda encontra dificuldades na expansatildeo dos seus negoacutecios especialmente a

regiatildeo amazocircnica devido agraves restriccedilotildees impostas pela legislaccedilatildeo frente ao apelo

ambiental que a regiatildeo desperta em resposta a ocupaccedilatildeo desordenada

Com a implantaccedilatildeo de novas normas de exploraccedilatildeo reduziu-se a

disponibilidade de madeira no mercado expondo-se entatildeo a necessidade de fontes

alternativas para produccedilatildeo de mateacuteria-prima Assim a partir da praacutetica de

reflorestamento estaacute sendo possiacutevel ampliar o estoque de madeira para atender as

demandas atuais e futuras

Em 2012 o consumo brasileiro de madeira em tora proveniente de plantios

florestais foi de 1824 milhotildees de metros cuacutebicos (msup3) um indicador 72 superior

ao de 2011 (ABRAF 2013) Isso indica que a praacutetica do reflorestamento eacute uma

alternativa de negoacutecio que se expandiu no ultimo ano

Segundo o SNIF (2014) o Brasil deteacutem as melhores tecnologias na

silvicultura de eucalipto e outras espeacutecies vecircm sendo estudadas entre elas a acaacutecia

(Acacia mangium Willd) a seringueira (Hevea brasiliensis (Willd ex Adr de Juss)

Muell-Arg) e o paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) Em 2012 a aacuterea

ocupada por plantios florestais de espeacutecies natildeo convencionais como acaacutecia

araucaacuteria poacutepulus teca seringueira e paricaacute foi de 521131 ha representando

72 da aacuterea total de plantios florestais no Brasil (ABRAF 2013) Esta participaccedilatildeo

ainda que pequena se deve agraves caracteriacutesticas de crescimento e produccedilatildeo obtidas

por estas espeacutecies

Na regiatildeo amazocircnica o paricaacute eacute a espeacutecie que vem ganhando destaque

entre os plantios comerciais pelas suas caracteriacutesticas de crescimento e produccedilatildeo

12

para muacuteltiplos usos tornando crescente a demanda industrial por madeira de

lacircminas e compensados para a qual a espeacutecie eacute utilizada (MARQUES et al 2006)

Os primeiros registros com o plantio de paricaacute no Estado do Paraacute constam

da deacutecada de 1950 os quais tinham o objetivo de preservar a caracteriacutestica da

floresta amazocircnica em espaccedilos puacuteblicos e de fomentar estudos sobre o

comportamento e caracteriacutesticas das espeacutecies plantadas (MARQUES et al 2006)

Desde entatildeo muitos plantios foram registrados no Paraacute e em toda regiatildeo

amazocircnica e vaacuterios estudos foram desenvolvidos podendo-se destacar Hoffmann

(2009) Vidaurre et al (2012) Santos (2012) e Corteletti (2013) que trabalharam

com povoamentos de paricaacute localizados entre os municiacutepios de Dom Elizeu e

Paragominas estado do Paraacute Estes estudos comprovaram o alto potencial de

produccedilatildeo madeireira do paricaacute e servem como incentivo para que se estabeleccedilam

novos povoamentos Embora jaacute se tenham muitos plantios com esta espeacutecie na

Amazocircnia ainda satildeo necessaacuterios estudos com o objetivo de identificar as

caracteriacutesticas dendromeacutetricas avaliar a qualidade da madeira e sua produccedilatildeo

A atenccedilatildeo deve ser direcionada tambeacutem para os custos de produccedilatildeo

destes povoamentos que vecircm sendo estabelecidos na regiatildeo amazocircnica Natildeo

existem estudos suficientes que comprovem a lucratividade desta atividade Os

estudos que se tecircm disponiacuteveis ainda satildeo muito geneacutericos e as informaccedilotildees

carentes de dados do processo de implantaccedilatildeo da cultura

O monitoramento do processo produtivo tem sido realizado para identificar

os custos de produccedilatildeo sendo um instrumento necessaacuterio para se avaliar (medir) a

eficiecircncia das empresas Outra teacutecnica utilizada eacute a avaliaccedilatildeo econocircmica dos

projetos que testam a viabilidade de sua execuccedilatildeo

Para testar a viabilidade econocircmica dos projetos florestais faz-se necessaacuterio

o emprego de teacutecnicas econocircmicas sendo as mais tradicionais aquelas em que se

calculam o valor presente liacutequido (VPL) a taxa interna de retorno (TIR) e o benefiacutecio

perioacutedico equivalente (BPE) Este uacuteltimo sendo empregado frequentemente para

projetos com diferentes horizontes de planejamento (REZENDE OLIVEIRA 2001)

O teste da viabilidade econocircmica tem por finalidade estudar a capacidade

financeira do empreendimento a fim de verificar a possibilidade de sua

implementaccedilatildeo por meio da capacidade de sobrevivecircncia no mercado e da

identificaccedilatildeo dos fatores que podem dificultar as possibilidades de ecircxito do mesmo

comprovando-se assim a sua necessidade de execuccedilatildeo

13

11 OBJETIVO GERAL

Avaliar o efeito dos espaccedilamentos de plantio na anaacutelise econocircmica da

produccedilatildeo de madeira de paricaacute

12 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

a) Definir os custos de produccedilatildeo de povoamentos de paricaacute

b) Identificar os custos de produccedilatildeo mais afetados pelos espaccedilamentos

de plantio

c) Avaliar a participaccedilatildeo individual dos custos no processo de

implantaccedilatildeo colheita e transporte e

d) Identificar o espaccedilamento que forneceraacute o maior retorno econocircmico

por meio de indicadores e criteacuterio de avaliaccedilatildeo

14

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

21 PARICAacute

A espeacutecie Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke foi descoberta por

Huber e descrita por Ducke em 1922 sendo vulgarmente conhecida como pinho-

cuiabano paricaacute-da-amazocircnia paricaacute-da-terra-firme (Mato Grosso) paricaacute paricaacute-

grande faveira (Paraacute) canafista canafiacutestula fava-canafiacutestula (Acre) bandarra

(Rondocircnia) guapuruvu-da-amazocircnia (Distrito federal) aleacutem de cereboacute (Boliacutevia)

tambor (Colocircmbia) gavilaacuten (Costa Rica) pachaco (Equador) palo de judiacuteo palo de

picho (Meacutexico) e pashaco (Peru) (CARVALHO 2007)

Ocorre naturalmente em toda regiatildeo amazocircnica principalmente no Mato

Grosso Paraacute Amazonas e Rondocircnia no Brasil aleacutem de outros paiacuteses como Peru

Boliacutevia Colocircmbia e Venezuela (SOUZA et al 2005) Sobrevive em mata primaacuteria e

secundaacuteria de terra firme e vaacuterzea alta notadamente nas formaccedilotildees do tipo floresta

densa e floresta aberta em solos argilosos e altitudes de ateacute 800 metros

(CARVALHO 1994 ROSA 2006a)

A espeacutecie eacute tolerante a solos de baixa fertilidade e adapta-se agrave precipitaccedilatildeo

meacutedia anual de 1600 mm a 5850 mm e temperatura meacutedia de 248 ordmC (CRESPO et

al 1995) Por ser uma espeacutecie essencialmente helioacutefila natildeo tolera baixas

temperaturas (CARVALHO 2007)

211 Descriccedilatildeo botacircnica e anatocircmica do paricaacute

Segundo o sistema de classificaccedilatildeo de Cronquist a espeacutecie Schizolobium

amazonicum pertence agrave famiacutelia Caesalpiniaceae (Leguminosae Caesalpinioideae)

sendo da divisatildeo Magnoliophyta (Angiospermae) da classe Magnoliopsida

(Dicotyledonae) e ordem das Fabales

O paricaacute eacute uma aacutervore deciacutedua que pode atingir 40 m de altura e 100 cm de

DAP (diacircmetro a altura do peito medido a 130 m do solo) na idade adulta

15

(CARVALHO 2007) Seu tronco eacute ciliacutendrico e reto com casca de cor cinza clara

podendo conter sapopemas A madeira eacute macia leve com textura grossa gratilde direita

e irregular cerne creme-avermelhado e alburno creme-claro Tecircm faacutecil

processamento mas baixa durabilidade natural (SOUZA et al 2005)

Rosa (2006a) trabalhando com a botacircnica anatomia e tecnologia de paricaacute

comprovou que ao longo do crescimento vegetativo a espeacutecie pode possuir

caracteriacutesticas dendroloacutegicas diferenciadas em termos de coloraccedilatildeo da casca e do

surgimento de sapopemas

212 Caracteriacutesticas silviculturais do paricaacute

As sementes de paricaacute possuem alto grau germinativo podendo chegar a

90 Isso pode ser comprovado em estudos realizados por Lameira et al (2000)

com a propagaccedilatildeo do paricaacute por meio de sementes submetidas a processos

mecacircnicos fiacutesicos e quiacutemicos de quebra de dormecircncia Nesse estudo foi constatado

que as sementes possuem um percentual de germinaccedilatildeo de 80 a 90

O paricaacute possui entretanto dificuldade em seu manejo por seu elevado teor

de umidade e susceptibilidade ao ataque de microorganismos aleacutem da dormecircncia

tegumentar que necessita de tratamentos preacute-germinativos (ROSA 2006b

CARVALHO 2007)

Para o armazenamento de sementes eacute recomendado um periacuteodo maacuteximo de

12 meses tendo em vista que a partir do oitavo mecircs ocorre reduccedilatildeo na viabilidade

das sementes como pode ser observado no trabalho de Rosa (2006a) sobre a

ecologia e silvicultura do paricaacute

Apoacutes serem retiradas do armazenamento as sementes podem ser plantadas

de duas maneiras colocando-se as sementes para germinar em canteiros

(sementeiras) ou semeando-as diretamente na embalagem plaacutestica Ambas as

opccedilotildees permitem sobrevivecircncia de no miacutenimo 80 das plantas sendo

consideravelmente aceitaacutevel (SOUZA et al 2003)

No que se refere a implantaccedilatildeo de povoamentos uma atenccedilatildeo especial

deve ser direcionada agrave escolha do espaccedilamento a ser utilizado No Estado do Paraacute

diversos espaccedilamentos tem sido adotados (3x3 m 4x4 m 3x4 m 5x4 m 6x4 m)

16

principalmente em plantios mais antigos estando os mais recentes em maior

padronizaccedilatildeo com espaccedilamentos de 4x4 m Isso provavelmente se deve agrave

facilidade de mecanizaccedilatildeo (MARQUES et al 2006) Aleacutem disso estudos vecircm

comprovando que o espaccedilamento 4x4 m eacute mais utilizado pois proporciona a melhor

relaccedilatildeo entre crescimento em altura e diacircmetro das aacutervores (ROSA 2006b)

Em sistemas silviculturais mais adensados ou em plantios puros o paricaacute

tem demonstrado crescimento inicial em altura bastante raacutepido sendo necessaacuterios

desbastes para manter equiliacutebrio adequado entre a retirada de indiviacuteduos de

qualidade inferior doentes ou danificados e a manutenccedilatildeo de espaccedilamento

aproximadamente regular entre as plantas Deve-se ressaltar entretanto que a

espeacutecie eacute bastante suscetiacutevel aos danos causados por ventos fortes principalmente

nos estaacutegios iniciais de desenvolvimento As aacutervores isoladas e plantas da

bordadura satildeo mais propensas a quebras poreacutem estes danos satildeo bastante

reduzidos com a presenccedila de mata ou de relevo ondulado nas proximidades que

possam proteger o povoamento e reduzir esses efeitos do vento (SOUZA et al

2003)

No estudo realizado por Rondon (2002) concluiu-se que ateacute o terceiro ano o

paricaacute eacute altamente vulneraacutevel ao vento principalmente nos espaccedilamentos 4x2 m e

2x2 m Por tal motivo medidas preventivas devem ser tomadas no iniacutecio da

implantaccedilatildeo deixando-se uma faixa de mata nativa em torno do plantio Desta

maneira sob os espaccedilamentos 15x15 m 2x2 m 3x2 m 3x3 m 4x2 m 4x3 m e 4x4

m avaliadas pelo autor os dois uacuteltimos foram os que proporcionaram maiores

crescimentos em altura e diacircmetro

213 Utilizaccedilatildeo do paricaacute

Essa espeacutecie eacute bastante utilizada na produccedilatildeo de lacircminas meacutedias ou parte

interna de compensados caixotaria leve portas e parquete tendo em vista que

pode ser alcanccedilado o rendimento de ateacute 80 de aproveitamento da madeira no

processo de laminaccedilatildeo (MARQUES et al 2006)

17

Ela pode ser utilizada para produccedilatildeo energeacutetica assim como a produccedilatildeo de

papel e celulose por sua facilidade de branqueamento Propriedades medicinais

tambeacutem podem ser encontradas principalmente na casca (CARVALHO 2007)

Carvalho (2007) afirma ainda que esta espeacutecie tem grande potencial para

recuperaccedilatildeo de aacutereas degradadas Por ser uma espeacutecie pioneira o paricaacute tem bom

desenvolvimento na maioria dos solos amazocircnicos contribuindo com

sombreamento o desenvolvimento de espeacutecies cliacutemax que por ventura se

estabeleccedilam na aacuterea

O paricaacute pode ser utilizado ainda para artesanato sendo seu uso mais

comum na fabricaccedilatildeo de brinquedos saltos para calccedilados e aeromodelismo

(SOUZA et al 2003)

22 CRESCIMENTO E PRODUCcedilAtildeO DO PARICAacute

O crescimento e a produccedilatildeo de um povoamento florestal dependem da

idade da capacidade produtiva do grau de utilizaccedilatildeo do potencial produtivo do lugar

e de tratamentos silviculturais (SCOLFORO 2006 CAMPOS LEITE 2009) Esta

relaccedilatildeo pode ser mensurada por meio de modelos de crescimento e produccedilatildeo

mecaniacutesticos ou empiacutericos sendo este uacuteltimo o mais utilizado

Santos (2012) estudando o crescimento e produccedilatildeo de plantios de paricaacute

sob diferentes espaccedilamentos ajustou o modelo logiacutestico para estimar o crescimento

em diacircmetro e volume das aacutervores em cada espaccedilamento em funccedilatildeo da idade O

autor observou efeito significativo do espaccedilamento sobre as variaacuteveis diacircmetro

quadraacutetico e volume em todas as idade evidenciando a dependecircncia entre os

fatores

Neste mesmo estudo foi constatado que a maior diferenccedila entre as meacutedias

do diacircmetro quadraacutetico e o volume foi entre os espaccedilamentos extremos 3x2 m e 5x5

metros Assim o maior crescimento em diacircmetro quadraacutetico foi verificado no espaccedilo

vital com 25 msup2 e o maior crescimento em volume por aacuterea no espaccedilamento de 6msup2

Anteriormente Hoffmann (2009) jaacute havia verificado a influecircncia do diacircmetro

no rendimento da laminaccedilatildeo em que o aumento do diacircmetro promoveu maior

rendimento O mesmo foi observado por Silva et al (2013)

18

23 RENDIMENTO EM LAMINACcedilAtildeO DE PARICAacute

A produccedilatildeo de lacircminas em escala comercial surgiu a partir do seacuteculo XX

sendo impulsionada no Brasil na deacutecada de 30 com o objetivo de confeccionar

madeira compensada que tem como mateacuteria-prima paineacuteis de lacircminas de madeira

Este material eacute submetido a um processo de colagem e prensagem com adesivos

resistentes ou agrave prova drsquoaacutegua tendo muacuteltiplas aplicaccedilotildees na construccedilatildeo civil na

fabricaccedilatildeo de moacuteveis formas para concreto embalagens transporte e aplicaccedilotildees

agriacutecolas (BORDUELLE IWAKIRI MARTINS et al 2006 IWAKIRI PRATA 2008)

A qualidade da laminaccedilatildeo eacute influenciada por caracteriacutesticas da espeacutecie

(densidade da madeira) caracteriacutesticas do fuste (diacircmetro e forma) e gratilde (direccedilatildeo e

inclinaccedilatildeo) e por condiccedilotildees operacionais do equipamento (velocidade de corte

ajuste da geometria da faca e barra de pressatildeo afiaccedilatildeo da faca) sendo que a

automaccedilatildeo dos equipamentos tem resultado em lacircminas de maior qualidade e

produtividade (TSOUMIS 1991)

Esta busca pela qualidade e produtividade tem aumentado o interesse nos

estudos sobre a prognose do crescimento e da produccedilatildeo de povoamentos e do

processo de laminaccedilatildeo Isto ocorre porque as empresas florestais procuram

investimentos soacutelidos devido aos compromissos de longo prazo assumidos

As estimativas da produccedilatildeo de mateacuteria-prima e do rendimento do produto

final contribuem com o planejamento da empresa em relaccedilatildeo a novos investimentos

novos produtos a serem lanccedilados no mercado aleacutem da viabilidade do projeto em

execuccedilatildeo e de futuros investimentos Por isso faz-se necessaacuterio conhecer todo o

processo produtivo do produto com o qual se estaacute trabalhando

A laminaccedilatildeo da madeira pode ser obtida por meio de duas formas

comerciais

a) Lacircminas torneadas ndash obtidas a partir do ldquodesenrolamentordquo de toras grossas

relativamente curtas utilizando torno laminador

b) Lacircminas faqueadas ndash obtidas a partir de cortes planos realizados por

faqueadeira em peccedila de madeira em bloco

Independentemente do meacutetodo de obtenccedilatildeo de lacircminas um dos objetivos da

empresa florestal eacute a busca pelo aumento da produtividade Estas informaccedilotildees satildeo

obtidas por meio do acompanhamento do processo de transformaccedilatildeo das aacutervores

19

em lacircminas e a partir dos valores obtidos subtrai-se o produto final da quantidade

de madeira que iniciou o processo obtendo-se assim o rendimento

Para o paricaacute o rendimento encontrado em estudos realizados por Hoffmann

(2009) foi de aproximadamente 5031 em aacutervores aos 5 anos Jaacute Melo (2012)

alcanccedilou rendimento meacutedio de 59 Este autor afirma ainda que o rendimento em

laminaccedilatildeo pode ser facilmente estimado por meio de variaacuteveis dendromeacutetricas da

tora obtendo-se menores perdas para aacutervores com maiores diacircmetros

O resultado encontrado por Melo (2012) eacute semelhante ao de Bortoletto

Juacutenior e Belini (2002) para outra espeacutecie do mesmo gecircnero Estudando a produccedilatildeo

de lacircminas e compensados de guapuruvu (Schizolobium parayba (Vell) Blake)

proveniente de plantios mistos de espeacutecies nativas estes autores observaram que o

rendimento do processo de laminaccedilatildeo foi de aproximadamente 61 em lacircminas

verdes Isso demonstra que o gecircnero Schizolobium pode conter boas caracteriacutesticas

para laminaccedilatildeo

24 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO

241 Teoria dos custos

Segundo Pinto et al (2008) algumas terminologias devem ser consideradas

na contabilidade de custos

Gasto esforccedilo realizado pela empresa para obtenccedilatildeo de um bem ou serviccedilo

Investimento gasto com bens ou serviccedilos que traratildeo benefiacutecios futuros

Despesa consumo direto ou indireto com bens e serviccedilos com a finalidade

de obtenccedilatildeo de receitas

Perda gasto natildeo intencional decorrente de fatores externos e

Custos gastos acumulados para executar uma atividade fabricar um

produto ou adquirir uma mercadoria

Essas definiccedilotildees podem ser interpretadas como ilustrada na Figura 1

20

Figura 1 Forma esquemaacutetica da distribuiccedilatildeo de gastos Fonte Adaptado de Pinto et al (2008)

Aleacutem das terminologias apresentadas faz-se necessaacuterio definir orccedilamento

anaacutelise de projeto e o caacutelculo do custo de produccedilatildeo uma vez que satildeo peccedilas

fundamentais para o teste de viabilidade econocircmica do projeto

O orccedilamento tem por objetivo a verificaccedilatildeo preacutevia de gastos e a anaacutelise de

projetos objetiva a avaliaccedilatildeo econocircmica de investimentos que seratildeo realizados Jaacute o

caacutelculo do custo de produccedilatildeo por sua vez tem por objetivo quantificar o custo por

unidade produzida sendo este sempre realizado apoacutes o fim do ciclo de produccedilatildeo

O custo por produto encontrado eacute entatildeo comparado com receita obtida com

as vendas do produto e com o montante de capital utilizado na produccedilatildeo a fim de

serem calculados os indicadores econocircmicos para aquela atividade ou seja o custo

de produccedilatildeo de uma empresa eacute determinado pelas condiccedilotildees fiacutesicas de produccedilatildeo

pelo preccedilo dos recursos e pela conduta economicamente eficiente do proprietaacuterio

Custo eacute entatildeo o preccedilo pelo qual se obteacutem um bem (FERGUSON 2003)

O caacutelculo dos custos de produccedilatildeo por sua vez natildeo eacute uma tarefa faacutecil haja

visto que haacute um grande nuacutemero de informaccedilotildees que devem ser administradas para

que se tenha no final do periacuteodo de produccedilatildeo todos os custos referentes agravequela

atividade Por isso o aconselhaacutevel eacute que se faccedila o registro dos gastos

preferencialmente por atividade para facilidade de obtenccedilatildeo dos resultados

Custos

Investimentos

Despesas

PerdasUso para execuccedilatildeo de atividades adquirir mercadorias e fabricar produtos

Gastos que seratildeo usados no futuro para geraccedilatildeo de receita

Gastos que jaacute foram utilizados para geraccedilatildeo de receita

Gastos que natildeo foram usados para geraccedilatildeo de receita

21

242 A importacircncia dos custos

Para Hildebrand (1995) os custos geralmente contribuem para a anaacutelise a

curto meacutedio e longo prazo que geram informaccedilotildees importantes para o planejamento

e mensuraccedilatildeo da eficiecircncia de operaccedilotildees atividades e processos de produccedilatildeo da

empresa a avaliaccedilatildeo de alternativas de investimento novos negoacutecios e novos

sistemas de produccedilatildeo (processos maacutequinas e equipamentos entre outros)

O setor florestal trabalha geralmente a longo prazo que eacute um horizonte de

planejamento em que a curva de custo de produccedilatildeo corresponde agrave despesa com a

aquisiccedilatildeo dos fatores ao longo do caminho de expansatildeo Isto significa que para cada

niacutevel de produccedilatildeo existiraacute uma combinaccedilatildeo dos fatores variaacuteveis de miacutenimo custo

que junto com os fatores fixos permite a produccedilatildeo de determinada quantidade

(SIMONSEN1971 FERGUSON 2003) A ausecircncia do conhecimento sobre custos

provavelmente levaraacute a maacute aplicaccedilatildeo do capital de giro menor lucro menor

rentabilidade ameaccedilas a estabilidade econocircmica financeira e ao crescimento da

empresa (FERREIRA 2007)

243 Classificaccedilatildeo dos custos

Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo vaacuterios meacutetodos satildeo encontrados na

literatura sendo selecionado o modelo a partir da caracteriacutestica do produto ou do

modelo de produccedilatildeo que estaacute sendo analisado Em funccedilatildeo disso o Instituto de

Economia Agriacutecola ndash IEA oacutergatildeo vinculado agrave Secretaria de Agricultura e

Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo desenvolveu uma metodologia para o setor

agriacutecola designado Meacutetodo do Custo Operacional

Na metodologia do custo operacional se incluem apenas as despesas

efetivamente desembolsadas pelo produtor mais a depreciaccedilatildeo de maacutequinas e

benfeitorias e o custo estimado da matildeo-de-obra familiar Assim a remuneraccedilatildeo de

todos os outros fatores de produccedilatildeo natildeo incluiacutedos fica a cargo do resiacuteduo ou seja a

diferenccedila entre o custo operacional e o valor de venda do produto (MATSUNAGA et

al 1976)

22

O esquema da estrutura do custo de produccedilatildeo utilizada pelo IEA pode ser

visualizado a seguir

Figura 2 Estrutura dos custos de produccedilatildeo utilizada pelo IEA Fonte Nachiluk e Oliveira (2012) sup1 Contribuiccedilatildeo de Seguridade Social Rural

244 Componentes do custo

Os custos podem ser denominados custos expliacutecitos e impliacutecitos Os

desembolsos realizados satildeo denominados custos expliacutecitos segundo Pindyck e

Rubinfeld (1994) os quais abrangem remuneraccedilotildees de matildeo de obra salaacuterios e

custos de materiais e locaccedilatildeo de propriedades aleacutem do custo de oportunidade Eles

satildeo importantes pois envolvem pagamentos diretamente feitos pela empresa a

outras empresas e pessoas com as quais faz negoacutecios

Jaacute os custos impliacutecitos natildeo satildeo diretamente desembolsados no processo de

produccedilatildeo mas natildeo podem deixar de ser considerados uma vez que se constituem

de fato em dispecircndios Sua mensuraccedilatildeo se daacute de maneira indireta por meio da

atribuiccedilatildeo de valores que deveratildeo representar o custo de oportunidade de seu uso

Nesta categoria enquadram-se os gastos com depreciaccedilatildeo de benfeitorias

instalaccedilotildees maacutequinas e implementos agriacutecolas e remuneraccedilatildeo do capital fixo e da

terra (CONAB 2010)

Custo operacional

Custo operacional efetivo (COE)

Despesas com operaccedilotildees

Pagamentos de salaacuterios

Gastos com maacutequinas equipamentos e

implementos

Despesas com materiais

Sementes fertilizantes corretivos defensivos

sacarias etc

Encargos sociais

Custo operacional total (COT)

Depreciaccedilatildeo com maacutequinas juros de custeio e CSSRsup1

23

A classificaccedilatildeo proposta pelo IEA compreende elementos diferenciados

poreacutem de faacutecil interpretaccedilatildeo e mais adequado agrave tomada de decisotildees Assim

segundo Matsunaga et al (1976) essa classificaccedilatildeo eacute composta dos seguintes

custos

a) Custo Operacional Efetivo ndash COE

O custo operacional efetivo envolve todos os custos expliacutecitos ou seja o

custo de todos os recursos de produccedilatildeo que exigem desembolso por parte da

empresa para sua recomposiccedilatildeo excluindo-se a matildeo-de-obra familiar

Assim mesmo que determinado produto tenha sido adquirido no periacuteodo

anterior por exemplo deveraacute ser contabilizado aqui pois em algum momento houve

o desembolso para a compra do mesmo Nesse caso eacute importante que seja utilizado

o preccedilo de mercado atual e natildeo o valor pago anteriormente devido ao custo de

oportunidade

b) Custo Operacional Total ndash COT

O custo operacional total envolve a soma do COE o valor da matildeo-de-obra

familiar e as depreciaccedilotildees que equivalem a apenas uma parte dos custos fixos

b1) Depreciaccedilatildeo

A depreciaccedilatildeo corresponde ao custo indireto exigido para acumular fundos

para substituiccedilatildeo do capital investido em bens produtivos de longa duraccedilatildeo

inutilizados pela idade uso e obsolescecircncia

b2) Valor da Matildeo-de-obra Familiar

Este valor deve ser definido considerando-se o custo de oportunidade ou

seja quanto o produtor ganharia se estivesse trabalhando em outra atividade

Considerando-se eacute claro o mesmo niacutevel teacutecnico para desenvolvimento das duas

atividades

24

c) Custo Total ndash CT

Custo total nada mais eacute que a soma do COT com o valor da remuneraccedilatildeo do

capital imobilizado com a atividade

Todo o capital investido na empresa tem custo de oportunidade uma vez

que seu uso na empresa implica deixar de empregaacute-lo noutra atividade alternativa

Por definiccedilatildeo o retorno potencial desse capital na melhor alternativa possiacutevel de

utilizaccedilatildeo forneceria a medida desse custo de oportunidade Como essa estimativa

nem sempre eacute faacutecil eacute expediente comum estimar o custo de oportunidade a partir do

retorno que o capital teria se em vez de aplicado na empresa fosse investido no

mercado financeiro como por exemplo na caderneta de poupanccedila

245 Iacutendices econocircmicos

Os iacutendices econocircmicos apresentados pelo IEA segundo Matsunaga et al

(1976) satildeo

2451 Renda Bruta (RB)

A renda bruta vem a ser o valor da produccedilatildeo ou seja tudo que eacute produzido

vezes o preccedilo do produto

Embora a Renda Bruta permita saber o quanto eacute recebido pelo produto

produzido ela natildeo diz o quanto desse valor iraacute sobrar Isso porque eacute preciso retirar o

custo de produccedilatildeo Sendo assim eacute necessaacuterio que se faccedila a anaacutelise de

rentabilidade da atividade

2452 Margem Bruta (MB)

Eacute calculada pela subtraccedilatildeo do custo operacional efetivo da renda bruta ou

seja eacute a retirada de todos os custos ocorridos sendo mais produtiva agrave medida que

resulta em valores positivos

25

2453 Margem Liacutequida (ML)

Eacute calculada pela subtraccedilatildeo do custo operacional total da renda bruta sendo

um indicativo de lucratividade Comparando-se duas empresas de igual atividade

aquela que tem maior Margem Liacutequida eacute a que possui melhor rentabilidade no

negoacutecio incluindo-se aiacute a questatildeo operacional financeira e extra-operacional

Isso quer dizer que se a ML for positiva todos os desembolsos estatildeo sendo

pagos aleacutem da depreciaccedilatildeo e a matildeo-de-obra familiar Caso contraacuterio a depreciaccedilatildeo

eou a matildeo-de-obra natildeo estatildeo sendo efetivamente pagas e a empresa estaacute se

descapitalizando

2454 Lucro (L)

O lucro vem a ser o resultado da subtraccedilatildeo da renda bruta gerada pela

venda dos produtos no mercado menos o custo total de produccedilatildeo incorrido na sua

geraccedilatildeo Simplificadamente nada mais eacute do que o resultado positivo deduzido das

vendas os custos e despesas

2455 Lucratividade (Luc)

Eacute a relaccedilatildeo do valor do lucro com o montante de vendas ou seja divide-se o

valor do lucro pela quantidade vendida (renda bruta)

2456 Iacutendice de Rentabilidade (IR)

Eacute uma medida do retorno de um investimento Calcula-se dividindo o lucro

obtido (margem liacutequida) pelo valor do investimento inicial (capital empatado) Pode-

se dizer que a rentabilidade eacute a quantidade de dinheiro que o investidor ganha para

cada quantia investida

26

246 Custos na empresa florestal

Nas empresas em geral os custos satildeo classificados em funccedilatildeo de suas

necessidades de informaccedilotildees Geralmente eles satildeo divididos por operaccedilotildees ou

setores da atividade como viveiro plantaccedilotildees tratos culturais exploraccedilatildeo florestal

atividades especiais (coleta de sementes entre outros) implantaccedilatildeo de infra-

estrutura e administraccedilatildeo (BREPOHL 1980)

Em termos econocircmicos os componentes do custo satildeo agrupados de

acordo com sua funccedilatildeo no processo produtivo nas categorias de custos variaacuteveis

custos fixos custo operacional e custo total (CONAB 2010)

Na determinaccedilatildeo da idade oacutetima de corte de povoamentos florestais eacute

necessaacuterio estudar caso a caso cada componente dos custos e das receitas

envolvidas no processo de produccedilatildeo da madeira Tudo isso pelo fato do setor

florestal conter operaccedilotildees de longo prazo Por tal motivo a anaacutelise de custos pode

ter dois enfoques a anaacutelise ex-ante ou seja antes das operaccedilotildees ocorrerem e ex-

post apoacutes terem ocorrido (GRACcedilA et al 2000)

Entre os custos analisados deve-se considerar tambeacutem a depreciaccedilatildeo que

segundo Hildebrand (1995) pode ser definida como a diminuiccedilatildeo do valor dos bens

ativos resultante do desgaste pelo uso accedilatildeo da natureza ou por obsolescecircncia

teacutecnica Assim com o tempo para tornar possiacutevel a reposiccedilatildeo do equipamento eacute

necessaacuterio acumular periodicamente uma reserva em um fundo que permitiraacute no

fim de um periacuteodo a aquisiccedilatildeo de um novo equipamento

Baseados nas necessidades do setor florestal vaacuterios estudos sobre a

viabilidade econocircmica de plantios vem sendo desenvolvidos para as mais variadas

espeacutecies arboacutereas como os obtidos por Souza et al (2003) e o Centro de Pesquisa

do Paricaacute ndash CPP Deve-se ressaltar no entanto a afirmaccedilatildeo feita por Marques et al

(2006) em que os autores concluiacuteram que o custo meacutedio para implantaccedilatildeo e

conduccedilatildeo dos povoamentos podem variar conforme a regiatildeo as teacutecnicas de preparo

de solo os tratos silviculturais adotados entre outros

27

25 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DE PROJETOS FLORESTAIS

Do ponto de vista teacutecnico Oliveira e Rezende (2004) afirmam que dois ou

mais projetos podem ser compatiacuteveis quando a execuccedilatildeo de um natildeo afeta a

implementaccedilatildeo do outro ou incompatiacuteveis em caso contraacuterio Jaacute do ponto de vista

econocircmico eles podem ser dependentes quando haacute uma relaccedilatildeo de rentabilidade

entre ambos ou independentes quando nenhum eacute afetado

Estas informaccedilotildees satildeo importantes para o bom planejamento das atividades

florestais uma vez que o investimento em um projeto deve ser baseado em um

horizonte de planejamento na maioria das vezes de longo prazo podendo variar de

finito como no caso de um plantio florestal ou infinito em um manejo sustentado de

floresta nativa (CHICHORRO et al 2010)

Para realizar a anaacutelise econocircmica eacute importante considerar a vida econocircmica

do projeto Ela corresponde ao tempo que ele produziraacute lucro a vida fiacutesica de

maacutequinas e construccedilotildees o periacuteodo de anaacutelise onde se consideram os efeitos do

projeto Aleacutem do horizonte de construccedilatildeo relacionado agrave demanda do produto e o

horizonte de dados que se refere ao periacuteodo de tempo em que eacute possiacutevel prever o

fluxo de caixa (REZENDE OLIVEIRA 2001)

A avaliaccedilatildeo econocircmica ou financeira de projetos baseia-se entatildeo no fluxo

de caixa que consiste nos custos e nas receitas distribuiacutedos ao longo da vida uacutetil do

empreendimento Os meacutetodos mais recomendados para avaliaccedilatildeo econocircmica de

projetos florestais satildeo (REZENDE OLIVEIRA 2001) valor presente liacutequido (VPL)

taxa Interna de Retorno (TIR) custo (ou Benefiacutecio) Perioacutedico Equivalente (CPE ou

BPE) custo Meacutedio de Produccedilatildeo (CMPr) razatildeo Benefiacutecio (receita)Custo (BC) e

tempo de Recuperaccedilatildeo do Capital

28

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE PRODUTORES DE FLORESTAS PLANTADAS ndash ABRAF ANUAacuteRIO estatiacutestico da ABRAF Brasiacutelia ABRAF 2012 Disponiacutevel em lthttpwwwabraflororgbrestatisticasABRAF12-BRaspgt Acesso em 28 jul 2013 BORTOLETTO JUacuteNIOR G BELINI U L Produccedilatildeo de lacircminas e manufatura de compensados a partir da madeira de guapuruvu (Schizolobium parayba Blake) proveniente de um plantio misto de espeacutecies nativas Cerne v8 n2 p001-016 2002 BORDUELLE G M IWAKIRI S MARTINS D Fatores que influenciam no rendimento em laminaccedilatildeo de Pinus spp Floresta e Ambiente v12 n2 p 35 - 41 NovDez2006 BREPOHL D Custos em empreendimentos florestais Curitiba FUPEF nov 1980 18p (seacuterie teacutecnica n4) CAMPOS J C C LEITE H G Mensuraccedilatildeo florestal perguntas e respostas 3 ed Viccedilosa UFV 2009 548 p CARVALHO P E R Espeacutecies florestais brasileiras recomendaccedilotildees silviculturais potencialidades e uso da madeira Colombo Embrapa Florestas 1994 640p CARVALHO P E R Paricaacute (Schizolobium amazonicum) Colombo Embrapa Florestas 2007 8p (Circular Teacutecnica 142) CHICHORRO J F BAUER M O ANDRADE W S SILVA G F SANTOS F R SILVA J L NOGUEIRA M A Avaliaccedilatildeo econocircmica de projetos florestais In CHICHORRO J F BAUER M O GARCIA G O CALDEIRA M V W Toacutepicos especiais em ciecircncias florestais 1 ed Visconde do Rio Branco Suprema 2010 v 1 p 231-260 COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO ndash CONAB Custo de produccedilatildeo agriacutecola a metodologia da Conab Brasiacutelia Conab 2010 60p CORTELETTI R B Anaacutelise de tronco aplicada agrave avaliaccedilatildeo de crescimento de aacutervores de paricaacute 2013 (82f) Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) ndashUniversidade Federal do Espiacuterito Santo Jerocircnimo Monteiro ES 2013 CRESPO T R MINNICK G VARGAS J Evaluacioacuten de algunas leguminosas en el troacutepico de Cochabamba Bolivia In EVANS D O SZOTT L T (ed) Nitrogen fixing trees for acid soils proceedings of a workshop Morrilton NFTA Winroch International 1995 p 103-112 FERGUSON C E Microeconomia 20 ed Rio de Janeiro Forense Universitaacuteria 2003 610p FERREIRA J A Custos industriais uma ecircnfase gerencial Satildeo Paulo STS 2007 172p

29

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION ndash FAO Consolidaccedilatildeo dos instrumentos poliacuteticos e institucionais para a implementaccedilatildeo do PNF 2007 Disponiacutevel em lthttpwwwfaoorgbrprj_utfbra062braespgt Acesso em 12 jul 2013 GRACcedilA L R RODIGHERI H R CONTO A J Custos florestais de produccedilatildeo conceituaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo Colombo Embrapa Florestas 2000 32p (Embrapa Florestas Documentos 50) HILDEBRAND E Sistema de apropriaccedilatildeo e anaacutelise de custos para a empresa florestal 1995 (156f) Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) ndash Universidade Federal do Paranaacute Curitiba PR 1995 HOFFMANN R G Caracterizaccedilatildeo dendromeacutetrica e avaliaccedilatildeo do rendimento em laminaccedilatildeo de madeira em plantios de paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) na regiatildeo de Paragominas PA 2009 (97f) Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) ndash Universidade Federal do Espiacuterito Santo Jerocircnimo Monteiro ES 2009 HOSOKAWA R T MOURA J B CUNHA U S Introduccedilatildeo ao manejo e economia de florestas Curitiba UFPR 1998 162p IWAKIRI S PRATA J G Produccedilatildeo de paineacuteis compensados multilaminados de Eucalyptus Revista da madeira 211 ed Mar 2008 LAMEIRA O A GOMES A P R LOPES S C LEAtildeO N V M Efeito da escarificaccedilatildeo sobre a germinaccedilatildeo de sementes de paricaacute (Schizolobium amazonicum) in vitro Beleacutem Embrapa Amazocircnia Oriental 2000 3 p (Embrapa Amazocircnia Oriental Comunicado Teacutecnico 21) MARQUES L C T YARED J A G SIVIERO MA A evoluccedilatildeo do conhecimento sobre o paricaacute para reflorestamento no Estado do Paraacute Embrapa Amazocircnia Oriental 2006 5 p (Comunicado Teacutecnico 158) MATSUNAGA M et al Metodologia de custo de produccedilatildeo utilizada pelo IEA Agricultura em Satildeo Paulo Satildeo Paulo v 23 t 1 p 123-139 1976

MELO R R Avaliaccedilatildeo de variaacuteveis tecnoloacutegicas na produccedilatildeo de paineacuteis LVL confeccionados com paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) 2012 (164f) Tese (Doutorado em Ciecircncias Florestais) Universidade de Brasiacutelia Brasiacutelia DF 2012 NACHILUK K OLIVEIRA M D M Custo de produccedilatildeo uma importante ferramenta gerencial na agropecuaacuteria Instituto de Economia Agriacutecola ndash IEA v 7 n 5 maio 2012 OLIVEIRA A D REZENDE J L P Economia Florestal Lavras UFLAFAEPE 2004 101p PINDYCK R S RUBINFELD D L Microeconomia Satildeo Paulo Makron Books 1994 968p

30

PINTO A A G LIMEIRA A L F SILVA C A S COELHO F S Gestatildeo de custos 2 ed Rio de Janeiro FGV 2008 140p REZENDE J L P OLIVEIRA A D Anaacutelise econocircmica e social de projetos florestais Viccedilosa MG UFV 2001 389 p RONDON E V Produccedilatildeo de biomassa e crescimento de aacutervores de Schizolobium amazonicum (Huber) Ducke sob diferentes espaccedilamentos na regiatildeo de mata Aacutervore Viccedilosa-MG v26 n5 p573-576 2002 ROSA L S Caracteriacutesticas botacircnicas anatocircmicas e tecnoloacutegicas do paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) Revista de Ciecircncias Agraacuterias Beleacutem n 46 p63-79 juldez 2006a ROSA L S Ecologia e silvicultura do paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) na amazocircnia brasileira Revista de Ciecircncias Agraacuterias Beleacutem n 45 p 135-174 janjun 2006b SANTOS E M Crescimento e produccedilatildeo de plantios de paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) sob diferentes espaccedilamentos 2012 (74f) Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) Universidade Federal do Espiacuterito Santo Jerocircnimo Monteiro ES 2012 SCOLFORO J R S Biometria florestal modelos de crescimento e produccedilatildeo florestal Lavras UFLAFAEPE 2006 393p SILVA G F GEZAN S A SOARES C P B ZANETI L Z Modeling growth and yield of Schizolobium amazonicum under different spacings International Journal of Forestry Research v 2013 (2013) 10 p SIMONSEN M H Teoria microeconocircmica Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas 1971 2 ed 410p SISTEMA NACIONAL DE INFORMACcedilOtildeES FLORESTAIS ndash SNIF Produccedilatildeo florestal cadeia produtiva Serviccedilo Florestal Brasileiro Brasilia 2014 SOUZA C R ROSSI L M B AZEVEDO C P VIEIRA A H Paricaacute Schizolobium parahyba var amazonicum (Huber x Ducke) Barneby 1 ed Manaus EMBRAPA Dezembro 2003 (Circular Teacutecnica 18) SOUZA D B CARVALHO G S RAMOS E J A Paricaacute Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke Manaus EMBRAPA 2005 2p (Informativo Teacutecnico Rede de Sementes da Amazocircnia n13) TSOUMIS G Science and Technology of Wood structure properties utilization New York Chapmam amp Hall 1991 494 p VIDAURRE G B CARNEIRO A C O VITAL B R SANTOS R C S VALLE M L A Propriedades energeacuteticas da madeira e do carvatildeo de paricaacute (Schizolobium amazonicum) Aacutervore Viccedilosa-MG v36 n2 p365-371 2012

31

CAPIacuteTULO 1

CUSTOS DA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA DE PARICAacute

RESUMO

O setor de florestas plantadas brasileiro vem perdendo espaccedilo no mercado

internacional pelo alto custo necessaacuterio agrave produccedilatildeo Por isso haacute a necessidade

de se investigar quais os custos mais onerosos do processo produtivo para

entatildeo se montar uma estrateacutegia de reduccedilatildeo de custos a fim de tornar o

reflorestamento novamente competitivo no mercado Deste modo objetivou-se

no trabalho estimar a produccedilatildeo de paricaacute (Schizolobium amazonicum) aos 5 6

e 7 anos em trecircs classes de produtividade e em cinco espaccedilamentos de

plantio identificando os principais custos de produccedilatildeo aleacutem dos mais afetados

pelos espaccedilamentos de plantio na regiatildeo de Paragominas PA A estimativa de

volume foi obtida segundo metodologia proposta por Silva et al (2013) e os

custos de produccedilatildeo desde as atividades de preparo da aacuterea ateacute a colheita e

transporte foram disponibilizados por produtores rurais e empresaacuterios da

regiatildeo Posteriormente fez-se a anaacutelise dos custos por meio da metodologia do

custo operacional em que se considera apenas as despesas efetivamente

desembolsadas pelo agricultor somadas agrave depreciaccedilatildeo e matildeo-de-obra familiar

Assim inferiu-se que o espaccedilamento 3x2 m foi superior em volume diante dos

outros espaccedilamentos analisados Em relaccedilatildeo agrave analise de custos o custo

operacional efetivo representou em meacutedia 65 dos custos totais de produccedilatildeo

sendo o transporte o custo individual mais expressivo em todos os

espaccedilamentos analisados Jaacute a manutenccedilatildeo foi o conjunto de atividades mais

significativo nos plantios devido ao nuacutemero e ao longo periacuteodo para sua

execuccedilatildeo Os custos totais de produccedilatildeo foram superiores em espaccedilamentos

menores independentemente da remuneraccedilatildeo ou natildeo pelo uso dos capitais

permanente e circulante

Palavras-chave Custo operacional efetivo espaccedilamento idade

produtividade

32

CHAPTER 1

PRODUCTION COST PARICAacute

ABSTRACT

The planted forest sector in Brazil has been losing ground in the international

market by the high cost needed for production Therefore there is a need to

investigate what the most expensive costs of the production process to then

build a strategy to reduce costs in order to become competitive again

reforestation in the market Thus the aim of the study was to estimate the

production of paricaacute (Schizolobium amazonicum) at 5 6 and 7 years in three

productivity classes and five planting space identifying the major costs of

production and those most affected by planting space in the region of

Paragominas PA The volume estimate was obtained according to the

methodology proposed by Silva et al (2013) and production costs since the

activities of preparation of the area to harvest and transport were provided by

farmers and entrepreneurs in the region Subsequently made to cost analysis

using the methodology of the operating cost which considers only the expenses

actually disbursed by the farmer together with the depreciation and labor

family labor Thus it was inferred that the spacing 3x2 m was higher by volume

on the other spacings analyzed Regarding the analysis of costs the effective

operating cost represented on average 65 of total production costs and

transport the most significant single cost in all spacings analyzed Have

maintenance was the most significant set of activities in plantations due to the

number and the time period for its implementation The total production costs

were higher in the smaller spacing regardless of whether or not for the use of

permanent and circulating capital

Keywords Effective operational cost spacing age productivity

33

1 INTRODUCcedilAtildeO

A crescente dificuldade em se obter madeira de florestas nativas tem

motivado empresaacuterios agrave praacutetica do reflorestamento Nesses plantios vaacuterias

espeacutecies tecircm sido utilizadas sendo o paricaacute a espeacutecie nativa de maior

expressatildeo na regiatildeo norte do paiacutes principalmente no estado do Paraacute

Segundo a ABRAF (2013) em 2012 foram plantados 87901 hectares

de paricaacute nos estados do Paraacute Tocantins e Maranhatildeo O aumento da aacuterea de

plantio nos uacuteltimos anos eacute justificado pela boa aceitaccedilatildeo desta espeacutecie no

mercado madeireiro devido aos seus variados fins como a produccedilatildeo de

lacircmina e compensado forros palitos papel moacuteveis aleacutem de peccedilas de

acabamentos e molduras

A falta de informaccedilotildees silviculturais no entanto tecircm inviabilizado a

expansatildeo de novos plantios em outras regiotildees do paiacutes Natildeo se tecircm estudos

suficientes para comprovar o melhor meacutetodo de implantaccedilatildeo desta cultura no

que se refere ao espaccedilamento a ser utilizado para maior produccedilatildeo de madeira

Este tipo de deficiecircncia pode implicar no emprego de teacutecnicas silviculturais

equivocadas que inviabiliza economicamente o cultivo reduzindo

consequentemente o interesse comercial pela espeacutecie

Os custos de produccedilatildeo devem entatildeo ser analisados para se testar a

viabilidade econocircmica dos projetos que estatildeo sendo implantados haja vista

que poucos satildeo os estudos que se referem ao monocultivo do paricaacute A

obtenccedilatildeo destes custos eacute fundamental pois eles compotildeem um ferramental de

controle e gerenciamento das atividades produtivas e de geraccedilatildeo de

importantes informaccedilotildees para auxiliar as tomadas de decisotildees pelos

produtores rurais (CONAB 2010)

Para se atestar a viabilidade econocircmica de um projeto florestal natildeo se

deve avaliar somente a espeacutecie a ser implantada mais agraves condiccedilotildees de

mercado atuais e futuras para comercializaccedilatildeo do produto Eacute notaacutevel a

importacircncia econocircmica e socioambiental do setor de florestas plantadas para o

Brasil por isso deve-se investir em conhecimento e tecnologia sobre as

espeacutecies cultivadas haja visto que o ambiente de negoacutecio para o

34

desenvolvimento desta atividade vem passando por dificuldades nos uacuteltimos

anos

A competitividade dos produtos florestais estaacute se deteriorando frente

aos seus principais concorrentes internacionais uma vez que o aumento

generalizado dos custos de produccedilatildeo de madeira no Brasil estaacute reduzindo

significativamente a rentabilidade da induacutestria integrada de base florestal e dos

produtores independentes de plantios florestais (ABRAF 2013) Comprova-se

assim a necessidade de estudos referentes aos custos de produccedilatildeo

Haacute alguns anos a importacircncia dos custos na produccedilatildeo agriacutecola e as

dificuldades de sua obtenccedilatildeo estimularam o Instituto de Economia Agriacutecola

oacutegatildeo vinculado agrave Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de Satildeo

Paulo a efetuar estimativas de custo de produccedilatildeo de diversas exploraccedilotildees

agriacutecolas por meio da metodologia designada custo operacional Neste

meacutetodo se incluem apenas as despesas efetivamente desembolsadas pelo

agricultor somadas agrave depreciaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos e matildeo-de-

obra familiar A remuneraccedilatildeo devida a todos os outros fatores de produccedilatildeo eacute

de responsabilidade do resiacuteduo ou seja a diferenccedila entre o custo operacional

e o valor de venda (MATSUNAGA et al 1976 CONAB 2010)

O ecircxito nas estimativas de custos de produccedilatildeo agriacutecola vem

estimulando pesquisadores da aacuterea florestal a utilizarem esta metodologia

tambeacutem para culturas florestais principalmente neste momento em que o

Brasil depende de medidas estruturais que promovam a reduccedilatildeo dos custos de

produccedilatildeo e incentivem o investimento para retomada da competitividade dos

produtos nacionais de base florestal no mercado internacional Por tal motivo

objetivou-se neste trabalho identificar os principais custos de produccedilatildeo bem

como o efeito dos diferentes espaccedilamentos sobre estes custos

35

2 MATERIAL E MEacuteTODOS

21 AacuteREA EM ESTUDO

Os dados utilizados neste estudo foram originaacuterios de povoamentos

homogecircneos de paricaacute (Schizolobium amazonicum) plantados sob os

espaccedilamentos 3x2 3x3 3x4 4x4 e 5x5 m localizados entre os municiacutepios de

Dom Elizeu e Paragominas Estado do Paraacute (Figura 1)

Figura 1 Localizaccedilatildeo dos municiacutepios de Dom Eliseu e Paragominas PA

O municiacutepio de Paragominas estaacute localizado no nordeste paraense

possuindo aproximadamente 20000 km2 de aacuterea territorial com 90 m de

altitude O solo caracteriacutestico da aacuterea eacute o Latossolo amarelo com vegetaccedilatildeo

originaacuteria representada pela floresta densa sendo encontradas extensas aacutereas

de mata secundaacuteria (capoeira nos seus diversos estaacutegios de desenvolvimento)

devido aos constantes desmatamentos provocados principalmente pelo

avanccedilo da agropecuaacuteria na regiatildeo (IBGE 2013a PREFEITURA MUNICIPAL

DE PARAGOMINAS 2013)

Segundo o IBGE (2013a) o clima do municiacutepio eacute do tipo mesoteacutermico e

uacutemido A temperatura meacutedia anual eacute elevada em torno de 25degC e seu regime

pluviomeacutetrico fica geralmente entre 2250 mm e 2500 mm anuais

36

O municiacutepio de Dom Eliseu pertence agrave microrregiatildeo de Paragominas

possui 5268815 kmsup2 e estaacute localizado nas coordenadas 04deg17rsquo06rdquo Sul e

47deg30rsquo18rdquo Oeste a 180 metros de altitude Ele eacute um dos municiacutepios da

chamada ldquoFronteira agriacutecola amazocircnicardquo maior produtora de commodities

agriacutecolas da porccedilatildeo norte do paiacutes e grande produtora de paricaacute (IBGE 2013b

PREFEITURA MUNICIPAL DE DOM ELISEU 2013)

22 ESTIMATIVA DA PRODUCcedilAtildeO

Foram inventariados povoamentos de paricaacute anualmente ateacute o quinto

ano sendo analisadas trecircs classes de produtividade em cada espaccedilamento

sendo elas Baixa (17 - 19 m) Meacutedia (19 ndash 21 m) e Alta (21 - 24 m)

Posteriormente empregando-se o modelo de crescimento e produccedilatildeo proposto

por Silva et al (2013) os volumes comercial e de lacircminas foram estimados

para diferentes espaccedilamentos e qualidades de local nas idades de 5 6 e 7

anos conforme o esquema apresentado na Figura 2

Figura 2 Esquema para obtenccedilatildeo dos volumes comercial e de lacircminas em povoamentos de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA

A partir dos dados de inventaacuterio estimou-se a produccedilatildeo em volume

comercial e de lacircminas por meio da metodologia proposta por Silva et al

(2013) Assim a partir de informaccedilotildees sobre as variaacuteveis aacuterea basal por

hectare (GHA) iacutendice de siacutetio (SI) altura dominante (HD) considerada como a

altura meacutedia das 100 aacutervores mais altas do povoamento (Hart) e nuacutemero de

aacutervores por hectare (NHA) na idade de cinco anos pode-se projetar a produccedilatildeo

para as idades em anaacutelise

Espaccedilamentos (m)

bull3x2

bull3x3

bull4x3

bull4x4

bull5x5

Classes de produtividade

(m)

bullBaixa

bullMeacutedia

bullAlta

Idades

(anos)

bull5

bull6

bull7

Volume comercial

Volume de lacircminas

37

A estimativa da HD na idade i foi obtida por meio da equaccedilatildeo 1

119878119868 =

119867119863119894 (1 + 119890119909119901 ((182404 minus 119860119894)

043105frasl ))

1 + 119890119909119901 ((182404 minus 119860119894119899119889

043105frasl ))

Eq 1

Em que

119890119909119901 = base de logaritmo neperiano

119867119863119894 = altura dominante na idade i

119860119894 = i-eacutesima idade (i = 5 6 7) e

119860119894119899119889 = idade iacutendice (5 anos)

Para estimativa do nuacutemero de aacutervores por hectare na idade futura

utilizou-se a equaccedilatildeo 2

1198731198671198602 = 1198731198671198601 minus ((119860119877119864119860

1198671198631)

minus20848

(119860220356 minus 1198601

20356)) Eq 2

Em que

1198731198671198602 = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade futura

1198731198671198601 = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade corrente

119860119877119864119860 = aacuterea meacutedia ocupada por cada planta no plantio

1198671198631 = altura dominante na idade corrente

1198601 = idade corrente e

1198602 = idade futura

A aacuterea basal por hectare foi estimada por meio da equaccedilatildeo 3

119866119867119860119894 = 000523119867119863119894145720119873119867119860053967

119894 Eq 3

Em que

NHAi = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade i

38

Apoacutes a obtenccedilatildeo de todas as variaacuteveis os volumes comercial e de

lacircminas foram estimados pelas equaccedilotildees 4 e 5

119881119879119867119860119894 = 122839119866119867119860119894093941119867119863119894

071858 Eq 4

119881119862119867119860119894 = 003388119866119867119860119894069131119867119863119894

183907 Eq 5

Em que

119881119879119867119860119894 = volume comercial por hectare e

119881119862119867119860119894 = volume de lacircminas por hectare

23 DESCRICcedilAtildeO DAS ATIVIDADES

Por se tratarem de aacutereas anteriormente ocupadas por pastagem fez-se

necessaacuterio o combate agrave formigas e limpeza da aacuterea manualmente e com

auxiacutelio de trator a fim de retirar do local galhos tocos e raiacutezes que por ventura

atrapalhassem o processo de mecanizaccedilatildeo

Para todas as aacutereas de plantio fez-se a anaacutelise de solo verificando-se

a necessidade de correccedilatildeo com uma tonelada de calcaacuterio dolomiacutetico por

hectare Assim foi realizada a calagem precedida da gradagem com auxiacutelio da

terceirizaccedilatildeo de tratores agriacutecolas

Apoacutes o preparo do solo iniciou-se o processo de alinhamento

marcaccedilatildeo e coveamento respeitando o espaccedilamento preacute-determinado para

cada local considerando que uma pessoa consegue abrir 500 covasdia

Posteriormente foram acrescentados 100g de NPK (6-30-6) por cova antes do

plantio das mudas de paricaacute Adubaccedilotildees de cobertura e um ano apoacutes o plantio

tambeacutem ocorreram com o objetivo de aumentar o iacutendice de sobrevivecircncia agraves

plantas

Como no campo eacute difiacutecil controlar os fatores bioacuteticos e abioacuteticos a

mortalidade de plantas eacute inevitaacutevel por isso foi observada a necessidade de

39

replantio de 5 das mudas logo no primeiro ano segundo informaccedilotildees

disponibilizadas pela empresa

A manutenccedilatildeo relativa agrave limpeza dos plantios se deu pelo coroamento

das mudas aplicaccedilatildeo de herbicida manualmente e roccedilada mecacircnica do

primeiro ao terceiro ano Desta forma natildeo houve competiccedilatildeo com plantas

invasoras que poderiam inibir o crescimento das mudas Assim devido ao

ambiente favoraacutevel e as condiccedilotildees propiacutecias de crescimento e produccedilatildeo foi

possiacutevel extrair a madeira para laminaccedilatildeo no quinto ano apoacutes a implantaccedilatildeo

A colheita foi realizada de forma semi-mecanizada (motosserra)

seguida do baldeio e carregamento ateacute a beira da estrada O transporte ateacute a

induacutestria de beneficiamento foi realizado por caminhatildeo tipo bitrem com

capacidade para 44000 kg ao preccedilo meacutedio de R$59192 por viagem

O valor da matildeo-de-obra familiar foi considerado como o custo de

administraccedilatildeo ou seja quando o proprietaacuterio presta serviccedilos na proacutepria

empresa Assim a remuneraccedilatildeo paga pelo custo de administraccedilatildeo foi

equivalente a 10 dos custos efetivamente desembolsados pela empresa

Em relaccedilatildeo agraves aacutereas onde os plantios foram realizados estas jaacute

pertenciam a empresa Laminit por isso natildeo houve a necessidade de aquisiccedilatildeo

ou arrendamento do terreno Poreacutem considerou-se o custo de oportunidade

ou seja a remuneraccedilatildeo do capital investido (permanente e circulante) por meio

do caacutelculo da parcela sobre o bem adquirido e utilizado na produccedilatildeo e inclusa

no custo fixo da produccedilatildeo Logo o investimento do produtor foi remunerado agrave

taxa de 6 ao ano como se fosse aplicado o capital em outro investimento

alternativo conforme recomendaccedilotildees da CONAB (2010)

24 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS

Para anaacutelise dos custos de produccedilatildeo florestal foi necessaacuteria a coleta de

dados anuais de todas as despesas e receitas contraiacutedas em cada

espaccedilamento durante o periacuteodo entre 2006 e 2013 O esquema da disposiccedilatildeo

dos gastos na planilha de custo pode ser observado na Tabela 1

40

Tabela 1 Distribuiccedilatildeo dos gastos efetuados para implantaccedilatildeo de povoamentos de paricaacute

Descriccedilatildeo Un R$un

Quantidade utilizada

Espaccedilamento (m)

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

Preparo da aacuterea

Anaacutelise de solo un 3450 1 1 1 1 1

Limpeza manual Diaacuteria 3500 1 1 1 1 1

Limp mecanizada ht 10218 1 1 1 1 1

Gradagem ht 10218 15 15 15 15 15

Calagem ht 6846 05 05 05 05 05

Calcaacuterio ton 8967 1 1 1 1 1

Alinhamento Diaacuteria 3500 2 14 1 08 05

Coveamento Diaacuteria 3500 334 223 167 125 08

Cercamento R$ha 30000 1 1 1 1 1

Constr de estradas R$ha 13390 1 1 1 1 1

Constr de aceiros Diaacuteria 3500 4 4 4 4 4

Adubaccedilatildeo

Adubo Kg 123 5001 3336 2502 1875 120

Adubaccedilatildeo Diaacuteria 3667 45 3 225 195 106

Plantio

Transp de mudas ht 5000 05 05 05 05 05

Mudas un 038 1751 1168 876 657 420

Plantio e replantio Diaacuteria 3500 4 27 2 15 1

Manutenccedilatildeo

Formicida Kg 674 125 10 83 695 551

Aplic de formicida Diaacuteria 3703 893 748 651 578 525

Transp de insumos ht 4233 2 2 2 2 2

Coroamento Diaacuteria 3761 67 45 35 25 16

Roccedilada ht 5602 4 5 6 7 85

Herbicida L 1732 8 9 10 105 12

Aplic de herbicida Diaacuteria 3761 4 45 5 55 6

Manutenccedilatildeo de aceiro Diaacuteria

3744 6 6 6 6 6

Manut de estrada ht 8699 469 469 469 469 469

Materiais - 6892 8 8 8 8 8

Encargos - 8185 7 7 7 7 7

Colheita e Transporte

Corte e toragem msup3 215 1844 1744 1524 1341 11705

Baldeio msup3 096 1844 1744 1524 1341 11705

Carregamento msup3 097 1844 1744 1524 1341 11705

Transporte msup3 659 1844 1744 1524 1341 11705 Valores deflacionados e descapitalizados para o ano de 2006 Considerando o volume comercial em classe de produtividade alta (21 - 24 m) com corte aos 6 anos

Os custos envolvidos nas atividades de implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo dos

povoamentos foram disponibilizados por produtores rurais da regiatildeo de

41

Paragominas Tambeacutem foram disponibilizados por empresaacuterios locais os

dados referentes agrave exploraccedilatildeo e transporte da madeira ateacute a empresa

referente a uma distacircncia meacutedia de 80 km

Para comparaccedilatildeo entre os valores incorridos durante periacuteodos

diferentes no tempo fez-se o deflacionamento dos custos para o periacuteodo

inicial (implantaccedilatildeo dos povoamentos) A correccedilatildeo da perda monetaacuteria causada

pela inflaccedilatildeo foi obtida por meio do Iacutendice Geral de Preccedilo ndash Disponibilidade

Interna (IGP ndash DI) o qual eacute responsaacutevel pelo registro da inflaccedilatildeo de preccedilos de

mateacuterias-primas agriacutecolas

Posteriormente os valores deflacionados foram descapitalizados para o

ano 0 (2006) a fim de facilitar a anaacutelise econocircmica A descapitalizaccedilatildeo foi

obtida pela seguinte foacutermula

1198810 =119881119899

(1 + 119894)119899 Eq 6

Em que

1198810 = valor inicial correspondente ao periacuteodo de implantaccedilatildeo do povoamento

(R$)

119881119899 = valor final correspondente ao ano j (R$)

119894 = taxa de juros (6 aa) e

119899 = nuacutemero de periacuteodos (anos)

25 CLASSIFICACcedilAtildeO DOS CUSTOS

Para o caacutelculo dos custos de produccedilatildeo do paricaacute foi adotada a

metodologia descrita pelo Instituto de Economia Agriacutecola (IEA) oacutergatildeo vinculado

agrave Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo Neste

caso foram considerados os custos efetivos de produccedilatildeo ou seja aquele

dinheiro efetivamente desembolsado pelo proprietaacuterio para o pagamento da

mateacuteria-prima produtos ou serviccedilos adquiridos

42

A depreciaccedilatildeo foi aqui desconsiderada pela indisponibilidade de

informaccedilotildees sobre as maacutequinas equipamentos e benfeitorias Assim

considerou-se que todos os maquinaacuterios e equipamentos utilizados para a

implantaccedilatildeo conduccedilatildeo extraccedilatildeo e transporte dos povoamentos foram de

origem terceirizada

Os custos de produccedilatildeo foram entatildeo divididos segundo sua origem

sendo classificados de acordo com a metodologia de custos proposta pelo IEA

a) Custo operacional efetivo (COE) ndash correspondente a todos os custos

expliacutecitos

b) Custo operacional total (COT) ndash correspondente ao somatoacuterio do custo

operacional efetivo e matildeo-de-obra familiar (MO)

c) Custo Total (CT) ndash soma do custo operacional total e do custo de

oportunidade (CO) que eacute a remuneraccedilatildeo do capital circulante e do capital

fixo

As foacutermulas para obtenccedilatildeo do custo operacional total e custo total

encontram-se a seguir

119862119874119879 = 119862119874119864 + 119872119874 Eq 7

119862119879 = 119862119874119879 + 119862119874 Eq 8

43

3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

31 ESTIMATIVA DE VOLUME

A partir das equaccedilotildees ajustadas por Silva et al (2013) para

povoamentos de paricaacute foi possiacutevel estimar o volume comercial e de lacircminas

em trecircs ocasiotildees no tempo e em diferentes classes de produtividade nos cinco

espaccedilamentos de plantio como pode ser observado na Tabela 2

Tabela 2 Volumes comercial (VTHA) e de lacircminas (VCHA) estimados nos diferentes espaccedilamentos de plantio de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA

Idade Espaccedil

(m)

VTHA (msup3ha) VCHA (msup3ha)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 16229 18511 19336 5638 6858 7915

3x3 - 15498 18126 - 6163 7671

3x4 - 13328 15983 - 5476 7009

4x4 7133 13551 14623 2800 5705 6468

5x5 7351 8790 13093 3191 4124 6231

6 a

no

s

3x2 15173 16865 18439 5370 6411 7666

3x3 - 14606 17439 - 5912 7473

3x4 - 12325 15244 - 5188 6787

4x4 7178 11745 13410 2827 5146 6082

5x5 7115 8867 11705 3118 4158 5759

7 a

no

s

3x2 14315 15607 16406 5144 6054 7029

3x3 - 13920 16489 - 5706 7170

3x4 - 11890 14648 - 5052 6590

4x4 7028 11464 13067 2783 5055 5967

5x5 7020 8726 11515 3087 4109 5690

Em que VTHA= volume comercial por hectare VCHA= volume de lacircminas por hectare Espaccedil= espaccedilamento de plantio

A divisatildeo dos povoamentos em classes de produtividade eacute explicada

por Oliveira et al (2008) Segundo os autores a estratificaccedilatildeo realizada por

44

meio de classes de produtividade resulta em estimativas de volume mais

precisas proacuteximo agrave idade de corte Por isso a adoccedilatildeo das trecircs classes

A falta de informaccedilotildees nos espaccedilamentos intermediaacuterios 3x3 e 3x4 m

na classe de produtividade baixa ocorreu pela ausecircncia de povoamentos

nestas condiccedilotildees de siacutetio

A diferenccedila no volume comercial de madeira foi de 323 entre os

espaccedilamentos extremos 3x2 e 5x5 m na classe de produtividade alta sendo

maior o volume nos menores espaccedilamentos Resultados semelhantes foram

encontrados por Macedo et al (2005) com povoamentos de Teca em Minas

Gerais e Hoffmann (2009) em seu trabalho sobre caracterizaccedilatildeo

dendromeacutetrica e rendimento em laminaccedilatildeo de paricaacute na regiatildeo de

Paragominas PA

A diferenccedila no volume tem comportamento exponencial agrave medida em

que se utilizam siacutetios de menor produtividade sendo constatada uma diferenccedila

de 525 e 547 no volume entre os espaccedilamentos extremos nas classes

de produtividade meacutedia e baixa respectivamente Comportamento semelhante

foi observado para o volume de lacircminas de paricaacute Houve diferenccedila crescente

no volume entre os espaccedilamentos extremos sendo menor na classe de

produtividade alta (213)

Aos 6 anos a diferenccedila no volume entre os espaccedilamentos extremos foi

superior agrave idade anterior Na classe de produtividade alta a diferenccedila no

volume comercial foi de 365 Jaacute o volume de lacircminas abrangeu diferenccedila de

249

Nos siacutetios de baixa produtividade o volume comercial de madeira no

espaccedilamento 3x2 m foi 177 menor comparado ao de produtividade alta

Esta porcentagem encontra-se dentro do intervalo indicado por Morales et al

(2010) para povoamentos de pinus Segundo os autores a produtividade do

pinus foi reduzida entre 14 a 36 nos diferentes siacutetios de produccedilatildeo

Nos espaccedilamentos 4x4 e 5x5 m esta diferenccedila foi mais significativa

com aproximadamente 465 e 392 respectivamente Isso se deve entre

outras coisas agrave morte natural das plantas com diacircmetros mais acentuados

tornando mais expressiva a reduccedilatildeo de volume

Comparando a produccedilatildeo de paricaacute em relaccedilatildeo a idade de corte pode

ser observada uma reduccedilatildeo no volume de madeira do quinto para o sexto ano

45

Este comportamento pode ser resultado do autodesbaste caracteriacutestico da

espeacutecie Por se tratar de uma espeacutecie pioneira ela atinge o aacutepice de

incremento na idade meacutedia de 5 anos sendo mais viaacutevel seu corte neste

periacuteodo (CARVALHO 2007)

Balloni e Simotildees (1980) anteriormente jaacute haviam afirmado que a

porcentagem de aacutervores dominadas e mortas cresce com o avanccedilo da idade

sendo mais intenso e precoce nos espaccedilamentos mais apertados Por isso a

idade de corte deve ser definida em funccedilatildeo do ritmo de crescimento

espaccedilamento finalidade da madeira e suas interaccedilotildees

32 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO

O levantamento de custos como citado anteriormente seguiram a

metodologia sugerida pelo Instituto de Economia Agriacutecola ndash IEA sendo

agrupados por atividade

321 Custo operacional efetivo ndash COE

Todas as atividades desde a implantaccedilatildeo ateacute a exploraccedilatildeo dos

povoamentos de paricaacute foram identificadas e os gastos estimados para

obtenccedilatildeo dos custos efetivamente desembolsados pelo produtor sendo que os

custos foram deflacionados e descapitalizados para o ano de 2006 A soma

dos custos das atividades desenvolvidas durante este periacuteodo com corte aos

5 6 e 7 anos podem ser observadas na Tabela 3

Nos povoamentos em estudo os custos de implantaccedilatildeo variaram entre

R$80000 a R$180000 entre os espaccedilamentos extremos sendo menor

quanto menor o nuacutemero de plantas por hectare Este montante representa

entre 18 e 26 do custo total de produccedilatildeo de paricaacute demonstrando sua

importacircncia em relaccedilatildeo agrave outros custos

46

Tabela 3 Custo Operacional Efetivo (COE) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006

Idade Espaccedilamento

(m)

COE do volume comercial (R$ha) COE do volume de lacircminas (R$ha)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 501646 501646 501646 648938 667703 674487

3x3 - 437995 437995 - 586899 608517

3x4 - 408969 408969 - 540219 562057

4x4 388309 388309 388309 468849 521642 530459

5x5 369666 369666 369666 451856 463692 499083

6 a

no

s

3x2 512608 512608 512608 639852 652755 664594

3x3 - 451539 451539 - 574684 595999

3x4 - 423545 423545 - 529527 551493

4x4 404176 404176 404176 471255 505786 518322

5x5 385283 385283 385283 451891 465242 486598

7 a

no

s

3x2 527155 527155 527155 637832 646772 652303

3x3 - 465086 465086 - 573035 590806

3x4 - 436693 436693 - 530595 549673

4x4 416824 416824 416824 477086 507776 518871

5x5 398191 398191 398191 458394 470202 489495

47

O custo no espaccedilamento 5x5 m foi semelhante ao encontrado por Silva

et al (2004) para a implantaccedilatildeo de 1 ha de eucalipto na regiatildeo de Brasiacutelia

quando os valores foram corrigidos para o mesmo periacuteodo demonstrando

semelhanccedila na implantaccedilatildeo das duas culturas

Nos povoamentos analisados natildeo houve diferenccedilas nos custos para

implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo nos plantios com classes de produtividade distintas

os quais objetivavam a produccedilatildeo de volume comercial Em contrapartida

houve o acreacutescimo de gastos a medida em que se reduziu os espaccedilamentos

de plantio ou seja quanto menor a aacuterea ocupada por plantas maiores os

gastos com alinhamento marcaccedilatildeo de covas coveamento plantio e adubaccedilatildeo

Em relaccedilatildeo ao volume de lacircminas ocorreu a distinccedilatildeo dos custos entre

classes de produtividade uma vez que os custos com colheita e transporte

estatildeo relacionados com o volume colhido Assim em classes de produtividade

alta e menor espaccedilamento de plantio o COE foi superior em comparaccedilatildeo aos

outros povoamentos analisados

Como observado aos 5 anos natildeo houve diferenccedila no COE

independente da classe de produtividade nos povoamentos em que satildeo

mensurados o volume comercial de madeira Isso foi reflexo da quantidade de

plantas inseridas no local que no plantio foram invariaacuteveis independente da

qualidade do terreno O mesmo foi notado quando se estimou os custos para

exploraccedilatildeo de madeira aos 7 anos

A reduccedilatildeo no COE da produccedilatildeo de lacircminas com o aumento da idade

de exploraccedilatildeo eacute explicado pela reduccedilatildeo ocorrida no volume de madeira

causado pela mortalidade das plantas como observado no trabalho de Silva et

al (2013) Assim diminuem-se proporcionalmente os custos com colheita

transporte e outras atividades de manutenccedilatildeo

322 Custo operacional total ndash COT

O custo operacional total envolveu o COE e a matildeo-de-obra familiar

considerada aqui como o custo de administraccedilatildeo ou seja os proprietaacuterios dos

48

povoamentos eram os responsaacuteveis pela administraccedilatildeo dos plantios A

participaccedilatildeo do COT pode ser observada na Tabela 4

O custo da matildeo-de-obra foi considerado como um custo operacional

efetivo pois natildeo houve somente um gasto mas um desembolso ou seja uma

saiacuteda de caixa Jaacute a matildeo-de-obra familiar eacute parte do custo de produccedilatildeo pois

consistiu em uma alocaccedilatildeo de recurso produtivo (matildeo-de-obra) para a geraccedilatildeo

do produto (madeira) representando cerca de 10 dos custos de produccedilatildeo

Observando a tabela 4 pode-se notar que o maior custo de

administraccedilatildeo foi obtido para o espaccedilamento 3x2 m quando o objetivo era a

laminaccedilatildeo com custo de aproximadamente R$67450 Jaacute o espaccedilamento 5x5

m com objetivo de venda da floresta em peacute obteve o menor custo com

aproximadamente R$37000 por hectare

Resultados semelhantes foram encontrados para a produccedilatildeo de

madeira aos 6 anos Os menores custos de administraccedilatildeo estatildeo relacionados

aos menores custo de implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo dos povoamentos Aos 6 anos

o custo de administraccedilatildeo no espaccedilamento 5x5 m em classe de produtividade

alta com o objetivo de produccedilatildeo de lacircminas foi de aproximadamente R$48660

e R$38528 quando se objetivou a venda da madeira em peacute

Os custos de administraccedilatildeo tambeacutem foram reduzidos a medida em que

se aumentou o tempo para exploraccedilatildeo dos povoamentos devido a reduccedilatildeo do

volume por hectare sendo outro indicio de que esta espeacutecie deve ser

explorada logo aos 5 anos apoacutes o plantio

49

Tabela 4 Custo Operacional Total (COT) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006

Idade Espaccedilamento

(m)

COT do volume comercial (R$ha) COT do volume de lacircminas (R$ha)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 551811 551811 551811 713832 734473 741936

3x3 - 481795 481795 - 645589 669368

3x4 - 449865 449865 - 594241 618263

4x4 427140 427140 427140 515733 573807 583505

5x5 406633 406633 406633 497042 510062 548991

6 a

no

s

3x2 563869 563869 563869 703837 718031 731053

3x3 - 496693 496693 - 632152 655599

3x4 - 465900 465900 - 582479 606642

4x4 444594 444594 444594 518380 556365 570155

5x5 423812 423812 423812 497080 511767 535258

7 a

no

s

3x2 579871 579871 579871 701615 711449 717534

3x3 - 511595 511595 - 630338 649886

3x4 - 480362 480362 - 583655 604641

4x4 458507 458507 458507 524794 558554 570758

5x5 438010 438010 438010 504233 517223 538444

50

323 Custo total ndash CT

O custo total foi obtido pelo COT acrescido da remuneraccedilatildeo paga ao

capital investido e ao custo da Terra (TABELA 5)

Apoacutes contabilizados todos os custos foi possiacutevel inferir que para o

volume comercial em espaccedilamentos mais adensados o custo total foi 2294

maior do que nos plantios mais espaccedilados independente da classe de

produtividade Jaacute em povoamentos onde o objetivo do plantio era a venda de

lacircminas ocorreu uma variaccedilatildeo nos custos em fator da classe de produtividade

e espaccedilamento de plantio

A venda da madeira aos 6 anos culminou em um acreacutescimo de 67 a

86 em comparaccedilatildeo com os mesmos povoamentos sendo explorados aos 5

anos Para a produccedilatildeo de lacircminas o aumento dos custos foi menos

expressivo No espaccedilamento 3x2 m em classe de produtividade baixa o

aumento foi de 34

A exploraccedilatildeo de povoamentos aos 7 anos foi 1347 a 1596 maior

em relaccedilatildeo a exploraccedilatildeo aos 5 anos e 726 a 801 para 6 anos Estes

nuacutemeros confirmam que os custos tecircm crescido proporcionalmente com o

passar do tempo

Os custos com a remuneraccedilatildeo do capital investido e pelo uso da terra

correspondem em meacutedia a 24 dos custos totais de produccedilatildeo Poreacutem a

maioria dos produtores rurais deixam de contabilizar estes custos por se tratar

do pagamento pelo uso dos bens que ele jaacute possui (capital e terra) resultando

em valores de produccedilatildeo abaixo do que realmente deve ser computado

Comparando a produccedilatildeo de paricaacute e Teca no espaccedilamento 3x2 m

utilizando a mesma metodologia de custos observa-se que o custo total para

cultivo da Teca eacute de aproximadamente R$1080309 valor muito proacuteximo ao

observado para o plantio de paricaacute (SANGUINO 2009)

51

Tabela 5 Custo Total (CT) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006

Idade Espaccedilamento

(m)

CT do volume comercial (R$ha) CT do volume de lacircminas (R$ha)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 730146 730146 730146 917076 940890 949501

3x3 - 649366 649366 - 838341 865776

3x4 - 612527 612527 - 779099 806814

4x4 586308 586308 586308 688522 755523 766713

5x5 562648 562648 562648 666957 681978 726892

6 a

no

s

3x2 782537 782537 782537 949133 966026 981526

3x3 - 702582 702582 - 863811 891718

3x4 - 665930 665930 - 804688 833447

4x4 640572 640572 640572 728395 773606 790019

5x5 615836 615836 615836 703043 720523 748483

7 a

no

s

3x2 843816 843816 843816 99343 100552 101299

3x3 - 759911 759911 - 905837 92986

3x4 - 721528 721528 - 848467 874257

4x4 694669 694669 694669 776132 81762 832618

5x5 669481 669481 669481 750864 766827 792907

52

De maneira geral os custos mais expressivos satildeo referentes agrave manutenccedilatildeo

dos plantios independente do espaccedilamento adotado (Figura 3) Isso eacute

consequecircncia do maior nuacutemero de atividades desenvolvidas durante este periacuteodo

que variam desde o controle de formigas agrave manutenccedilatildeo de estradas

Figura 3 Custos totais da produccedilatildeo de paricaacute sob diferentes espaccedilamentos na regiatildeo de Paragominas PA

Nota-se no entanto que quanto maior o espaccedilamento de plantio utilizado

maiores satildeo os custos de manutenccedilatildeo por hectare Como haacute menor quantidade de

aacutervores por hectare a presenccedila de plantas invasoras eacute mais acentuada

aumentando os custos para seu controle Em contrapartida os custos por hectare

53

com adubaccedilatildeo plantio colheita e transporte diminuem jaacute que o nuacutemero de aacutervores

na aacuterea eacute reduzido

Deve-se ressaltar ainda que estes custos podem variar de acordo com a

classe de produtividade a idade em que vatildeo ser explorados os povoamentos e os

tipos de atividades empregadas que podem variar de acordo com o produtor e a

regiatildeo

54

4 CONCLUSOtildeES

O custo operacional efetivo representou em meacutedia 65 dos custos totais de

produccedilatildeo sendo o transporte o custo individual mais expressivo em todos os

espaccedilamentos analisados Jaacute a manutenccedilatildeo foi o conjunto de atividades mais

significativo nos povoamentos devido ao nuacutemero e ao longo periacuteodo para execuccedilatildeo

das atividades

Os custos totais de produccedilatildeo foram superiores em espaccedilamentos menores

independentemente da remuneraccedilatildeo ou natildeo pelo uso dos capitais permanente e

circulante

A diferenccedila nos custos entre espaccedilamentos extremos 3x2 m e 5x5 m eacute

justificada pelo maior volume de matildeo-de-obra e insumos necessaacuterios para execuccedilatildeo

das atividades em locais com maior nuacutemero de plantas por hectare

55

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE FLORESTAS PLANTADAS ndash ABRAF Anuaacuterio Estatiacutestico da ABRAF 2013 Ano base 2012 Brasiacutelia ABRAF 2013 148p Disponiacutevel em lthttpwwwabraflororgbrestatisticasABRAF13ABRAF13BR pdfgt Acesso em 19 Ago 2013 BALLONI E A SIMOtildeES J W O espaccedilamento de plantio e suas implicaccedilotildees silviculturais IPEF Piracicaba v1 n 3 p 1-16 Set 1980 (Seacuterie Teacutecnica) CAMPOS J C C LEITE H G Mensuraccedilatildeo florestal perguntas e respostas Viccedilosa UFV 2002 407p

CARVALHO P E R Paricaacute (Schizolobium amazonicum) Colombo Embrapa Florestas 2007 8p (Circular Teacutecnica 142)

COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO ndash CONAB Custo de produccedilatildeo agriacutecola a metodologia da Conab Brasiacutelia Conab 2010 60p HOFFMANN R G Caracterizaccedilatildeo dendromeacutetrica e avaliaccedilatildeo do rendimento em laminaccedilatildeo de madeira em plantios de paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) na regiatildeo de Paragominas PA 2009 (97f) Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) ndash Universidade Federal do Espiacuterito Santo Jerocircnimo Monteiro ES 2009 IBGE Paraacute Dom Eliseu 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwibgegovbrcidadesat xtrasperfilphpcodmun =150293gt Acesso em 12 Ago 2013b IBGE Paraacute Paragominas 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwibgegovbrcidadesat xtrasperfilphpcodmun= 150550ampsearch=para|paragominasgt Acesso em 12 Ago 2013a MACEDO R L G GOMES J E VENTURIN N SALGADO B G Desenvolvimento inicial de Tectona grandis LF (teca) em diferentes espaccedilamentos no municiacutepio de Paracatu MG Cerne Lavras v 11 n 1 p 61-69 janmar 2005 MATSUNAGA M et al Metodologia de custo de produccedilatildeo utilizada pelo IEA Agricultura em Satildeo Paulo Satildeo Paulo v 23 p 123-139 1976 MORALES C A S ALBUQUERQUE J A ALMEIDA J A MARANGONI J M STAHL J CHAVES D M Qualidade do solo e produtividade de Pinus taeda no planalto catarinense Ciecircncia Florestal Vol 20 No 4 Oct-Dec 2010 pp 629-640 OLIVEIRA M L R LEITE H G NOGUEIRA G S GARCIA S L R SOUZA A L Classificaccedilatildeo da capacidade produtiva de povoamentos natildeo desbastados de clones de eucalipto Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v43 n11 p1559-1567 nov 2008 PREFEITURA MUNICIPAL DE PARAGOMINAS O lago verde Paragominas 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwparagominaspagovbrgt Acesso em 23 Maio 2013

56

PREFEITURA MUNICIPAL DE DOM ELISEU O municiacutepio Dom Eliseu 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwdomeliseupagovbrgt Acesso em 23 Maio 2013 SANGUINO A C Custos de implantaccedilatildeo e rentabilidade econocircmica de povoamentos florestais com teca no estado do Paraacute Ciecircncias Agraacuterias Beleacutem n 52 p 61-78 juldez 2009 SILVA G F GEZAN S A SOARES C P B ZANETI L Z Modeling growth and yield of Schizolobium amazonicum under different spacings International Journal of Forestry Research v 2013 (2013) 10 p SILVA K R MINETTI L J FIEDLER N C VENTUROLI F MACHADO E G B SOUZA A P Custos e rendimentos operacionais de um plantio de eucalipto em regiatildeo de cerrado Aacutervore Viccedilosa-MG v28 n3 p 361-366 2004

57

CAPIacuteTULO 2

ANAacuteLISE ECONOcircMICA DA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA DE PARICAacute

RESUMO

As exigecircncias atuais de mercado aliadas agraves alternativas de investimento expressam

a necessidade de avaliaccedilatildeo econocircmica de projetos florestais Essa avaliaccedilatildeo

contribui com a escolha da melhor estrateacutegia de produccedilatildeo a fim de tornar os

produtos florestais brasileiros competitivos no mercado externo Por isso objetivou-

se neste trabalho analisar a viabilidade econocircmica de povoamentos de paricaacute sob

diferentes espaccedilamentos aleacutem de determinar economicamente a melhor forma de

plantio para produccedilatildeo de madeira Estes povoamentos foram implantados na regiatildeo

de Paragominas PA em 2006 sob os espaccedilamentos 3x2 3x3 3x4 4x4 e 5x5 m

divididos em trecircs classes de produtividade A produccedilatildeo foi entatildeo estimada para as

idades de 5 6 e 7 anos por meio de equaccedilotildees de crescimento e produccedilatildeo Os

custos do plantio agrave colheita foram disponibilizados por produtores rurais e

empresaacuterios da regiatildeo assim como o valor de venda de lacircminas A partir da

obtenccedilatildeo dos custos e receitas fez-se a anaacutelise econocircmica dos projetos Para tanto

foram utilizados os iacutendices econocircmicos e o criteacuterio do benefiacutecio perioacutedico equivalente

(BPE) como formas de avaliaccedilatildeo considerando-se a taxa de desconto de 6 como

a taxa miacutenima de atratividade Apoacutes a anaacutelise dos iacutendices e criteacuterio de avaliaccedilatildeo

econocircmica pode-se concluir que o espaccedilamento 3x3 m em classe de produtividade

alta com corte aos 5 anos foi o mais indicado pois gera o maior retorno financeiro

Para os maiores espaccedilamentos estudos ainda devem ser desenvolvidos mas

acredita-se que eles sejam alternativas financeiras viaacuteveis

Palavras-chave Criteacuterios de avaliaccedilatildeo espaccedilamentos de plantio iacutendices

econocircmicos retorno financeiro

58

CHAPTER 2

ECONOMIC ANALYSIS OF PRODUCTION PARICAacute

ABSTRACT

The current market demands combined with investment alternatives express the

need for economic evaluation of forestry projects This assessment contributes to the

choice of the best production strategy in order to make the Brazilian forest products

competitive in foreign markets Therefore this study aimed to analyze the economic

feasibility of stands of paricaacute under different spacings and economically determine

the best planting for timber production These settlements were established in the

region of Paragominas PA in 2006 under the spacings 3x2 3x3 3x4 4x4 and 5x5

m divided into three classes productivity The production was then estimated for

ages 5 6 and 7 years through equations of growth and production Costs from

planting to harvest were provided by farmers and entrepreneurs in the region as well

as the value of sales of blades From procurement costs and revenues became the

economic analysis of projects For both economic indicators and criteria periodic

benefit equivalent (BPE) as forms of assessment considering the discount rate of 6

as the hurdle rate were used After analyzing the indexes and economic evaluation

criteria it can be concluded that the spacing 3x3 m in class high productivity with cut

to 5 years was the most suitable because it generates the greatest financial return

For the larger spacings studies have yet to be developed but it is believed that they

are viable alternatives financial

Keywords Evaluation criteria planting space economic indicators financial return

59

1 INTRODUCcedilAtildeO

A implantaccedilatildeo da lei dos incentivos fiscais na deacutecada de 60 motivou o plantio

de florestas para ampliar a base florestal do Paiacutes e captar recursos para o

desenvolvimento do setor (MELLO et al 2005) Esses estiacutemulos baseavam-se na

expansatildeo florestal desconsiderando a qualidade da madeira

Nos dias atuais diante das exigecircncias de mercado da competiccedilatildeo com

outros paiacuteses e das pressotildees relacionadas ao meio ambiente o Brasil tem investido

natildeo somente em produccedilatildeo mais tambeacutem em teacutecnicas silviculturais que contribuam

com a qualidade final dos produtos aleacutem de teacutecnicas que reduzam os custos

envolvidos no processo produtivo Essas metas tecircm sido alcanccediladas por meio do

planejamento dos investimentos

Para realizar um investimento eacute necessaacuterio primeiramente organizar

formalmente os objetivos por meio de um projeto relacionando os meios de que se

dispotildee para alcanccedilaacute-los Posteriormente deve-se analisar o mercado potencial do

produto a fim de obter informaccedilotildees sobre os retornos esperados do investimento

comparativamente agraves alternativas disponiacuteveis eou viaacuteveis Assim com o

planejamento adequado das atividades eacute possiacutevel identificar as exigecircncias atuais de

mercado os caminhos a serem seguidos para entatildeo construir um referencial futuro

o qual identificaraacute a viabilidade ou natildeo da implantaccedilatildeo do projeto ao qual o

planejamento se destina (REZENDE OLIVEIRA 2008)

Para implantaccedilatildeo de um projeto aleacutem de se conhecer o horizonte de

planejamento que eacute o periacuteodo estimado durante o qual o empreendimento em

anaacutelise iraacute operar faz-se necessaacuterios tambeacutem testar a sua viabilidade teacutecnica

econocircmica financeira social ambiental e poliacutetica O teste da viabilidade econocircmica

eacute considerado o mais importante entre os paracircmetros de avaliaccedilatildeo pois consiste em

verificar se no projeto as receitas superam os custos Caso isso natildeo ocorra diz-se

que o projeto eacute insustentaacutevel desde a sua implantaccedilatildeo (FARO 1979 CHICHORRO

et al 2010)

Na avaliaccedilatildeo econocircmica para decisatildeo de que o projeto deve ou natildeo ser

implementado satildeo usadas teacutecnicas e criteacuterios de anaacutelise que comparam os custos e

as receitas inerentes ao projeto A anaacutelise de projetos consiste entatildeo na verificaccedilatildeo

60

de que determinada atividade eacute lucrativa ou natildeo considerando-se um horizonte de

planejamento (REZENDE OLIVEIRA 2008)

Existem vaacuterios meacutetodos de seleccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de projetos de

investimentos Geralmente recorre-se a meacutetodos que consideram principalmente as

atividades a serem executadas os periacuteodos de execuccedilatildeo e seus respectivos custos

os produtos e o periacuteodo de tempo que levaratildeo para serem produzidos seus preccedilos

e receitas ou seja o fluxo de caixa (CHICHORRO et al 2010)

Os meacutetodos de avaliaccedilatildeo econocircmica podem entatildeo ser divididos em dois

grupos principais O primeiro grupo compreende aqueles em que natildeo se considera a

variaccedilatildeo do capital no tempo sendo indicados para horizontes de planejamentos

muito curtos onde natildeo haacute inflaccedilatildeo Jaacute o segundo grupo considera a variaccedilatildeo do

capital no tempo podendo-se citar o valor presente liacutequido (VPL) e o benefiacutecio

perioacutedico equivalente (BPE) como exemplos (SILVA et al 2005)

A variaccedilatildeo do capital ocorre devido agrave remuneraccedilatildeo paga ao seu uso por

determinado tempo ou seja os juros Assim no final do prazo estipulado natildeo

haveraacute somente a quantia emprestada mais tambeacutem um acreacutescimo que

corresponde ao custo de oportunidade do uso do capital durante o periacuteodo de

empreacutestimo O valor a ser pago no final do periacuteodo dependeraacute da taxa de juros

correspondente a unidade de tempo considerada A Conab utiliza o percentual de

6 ao ano como a taxa de retorno para a remuneraccedilatildeo dos investimentos feitos pelo

produtor como se o capital fosse aplicado em outro investimento alternativo

(OLIVEIRA REZENDE 2004 CONAB 2010)

Tendo em vista este contexto objetivou-se neste trabalho analisar a

viabilidade econocircmica de povoamentos de paricaacute sob diferentes espaccedilamentos e

determinar economicamente o melhor espaccedilamento de plantio para produccedilatildeo de

madeira

61

2 MATERIAL E MEacuteTODOS

21 OBTENCcedilAtildeO DAS RECEITAS

A partir da estimativa dos volumes comercial (VTHA msup3ha) e de lacircminas

(VCHA m3ha) nos diferentes espaccedilamentos de plantio em diferentes

idades e classes produtivas tal como proposto no capiacutetulo 1 foram contraiacutedas as

receitas Os volumes comercial e de lacircminas estimados foram multiplicados pelo valor

meacutedio de venda disponiacutevel no boletim informativo de preccedilos disponibilizado pela

Coordenadoria Executiva da Administraccedilatildeo Tributaacuteria ndash CERAT do Estado do Paraacute

2013 Obteve-se assim a receita para cada espaccedilamento analisado

22 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS

Como se trata de projetos de investimento com a finalidade de obtenccedilatildeo de

madeira foram propostos trecircs horizontes de planejamento para os povoamentos de

paricaacute Esses horizontes se referiram ao periacuteodo de tempo que estes projetos foram

avaliados correspondendo a 5 6 e 7 anos entre a implantaccedilatildeo e colheita

Sabendo-se que eacute necessaacuterio reajustar os valores investidos durante o

periacuteodo de execuccedilatildeo do projeto utilizou-se uma taxa de desconto de 6 ao ano

como forma de remuneraccedilatildeo do capital investido considerando a caderneta de

poupanccedila como sendo o melhor investimento alternativo (OLIVEIRA REZENDE

2004) A inflaccedilatildeo identificada no periacuteodo foi obtida por meio do uso do Iacutendice Geral

de Preccedilos - Disponibilidade Interna (IGP-DI) o qual mede a variaccedilatildeo de preccedilos no

mercado A descapitalizaccedilatildeo foi realizada de acordo com a metodologia descrita no

capiacutetulo 1

Para anaacutelise da viabilidade econocircmica do projeto identificaram-se as

variaccedilotildees do capital no tempo Assim em relaccedilatildeo agrave classificaccedilatildeo do projeto de

investimento este foi considerado convencional ou seja ocorreu apenas uma

mudanccedila de sinal em seu fluxo de caixa satisfazendo as seguintes condiccedilotildees

62

119862119900 lt 0

119883119895 le 0 119901119886119903119886 119895 = 1 hellip 119896

119883119895 ge 0 119901119886119903119886 119895 = 119896 + 1 hellip 119899 119890

sum 119883119895

119899

119895=119896+1

gt sum 119883119895

119896

119895=0

Em que

Co = custo inicial (R$)

k = periacuteodo de tempo a partir do qual as receitas passaram a ser positivas

Xj = receita liacutequida de cada periacuteodo j e

n = duraccedilatildeo do projeto (anos)

Depois de identificado o tipo de projeto e tendo todos os custos jaacute calculados

no capiacutetulo 1 procedeu-se a anaacutelise econocircmica dos projetos por meio da avaliaccedilatildeo

dos iacutendices econocircmicos e do benefiacutecio perioacutedico equivalente (BPE)

23 IacuteNDICES ECONOcircMICOS DA PRODUCcedilAtildeO

Para verificar a rentabilidade do sistema produtivo os seguintes iacutendices

econocircmicos de produccedilatildeo foram utilizados

a) Renda bruta (RB)

119877119861 = 119876 times P Eq1

b) Margem bruta (MB)

119872119861 = 119877119861 minus 119862119874119864 Eq 2

c) Margem liacutequida (ML)

119872119871 = 119877119861 minus 119862119874119879 Eq 3

d) Lucro (L)

119871 = 119877119861 minus 119862119879 Eq 4

63

e) Lucratividade (Lc)

119871119888 =119871

119877119861 Eq 5

f) Iacutendice de rentabilidade (IR)

119868119877 =119872119871

119862 Eq 6

Em que

119877119861 = renda bruta (R$)

119876 = quantidade de produto vendido (un)

119875 = preccedilo unitaacuterio dos produtos (R$)

119872119861 = margem bruta (R$)

119862119874119864 = custo operacional efetivo (R$)

119872119871 = margem liacutequida (R$)

119862119874119879 = custo operacional total (R$)

119871 = lucro (R$)

119862119879 = custo total (R$)

119871119888 = lucratividade ()

119868119877 = iacutendice de rentabilidade () e

119862 = capital empatado (R$) referente ao somatoacuterio do custo fixo e circulante meacutedio

podendo-se considerar ou natildeo o custo da terra

24 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DOS PROJETOS

241 Benefiacutecio perioacutedico equivalente (BPE)

Para avaliaccedilatildeo da viabilidade econocircmica por meio do BPE a seguinte

foacutermula foi utilizada

119861119875119864 =119881119875119871[(1 + 119894)119905](1 + 119894)119899119905

(1 + 119894)119899119905 minus 1 Eq 7

64

Em que

n = duraccedilatildeo do projeto (anos)

t = nuacutemero de periacuteodos de capitalizaccedilatildeo

i = taxa de desconto e

VPL = valor presente liacutequido

O VPL foi obtido pela foacutermula

119881119875119871 = sum 119877119895

119899

119895=0

(1 + 119894)minus119895 minus sum 119862119895

119899

119895=0

(1 + 119894)minus119895

Eq 8

Em que

i = taxa de desconto (juros)

j = periacuteodo em que a receita ou o custo ocorreram

n = duraccedilatildeo do projeto (anos)

Rj = receita no final do ano j ou do periacuteodo de tempo e

Cj = custo no final do ano j ou do periacuteodo de tempo considerado

O BPE permite a comparaccedilatildeo de projetos com diferentes horizontes de

planejamento pois os custos jaacute estatildeo distribuiacutedos por unidade de tempo estando

impliacutecitas as diferenccedilas de horizontes Como o desconto dos fluxos de caixa foi

estimado a partir da ldquodata presenterdquo ou seja no periacuteodo de implantaccedilatildeo do projeto

estes foram comparados quando as consequecircncias monetaacuterias estavam em um

ponto comum do tempo

65

3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

31 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA VENDA DE MADEIRA EM PEacute

A renda bruta foi estimada por meio da multiplicaccedilatildeo do volume comercial e

comercial por hectare e o preccedilo pago por cada unidade agrave qual se admitiu um valor

miacutenimo de R$5370 msup3 para venda de ldquomadeira em peacuterdquo ou seja madeira natildeo

explorada e R$45156 msup3 a venda de lacircminas de paricaacute

Identicamente aos custos as receitas foram deflacionadas e

descapitalizadas para o ano 0 a fim de possibilitar a comparaccedilatildeo entre os valores

gastos e recebidos com essa praacutetica de produccedilatildeo A renda bruta obtida com a venda

de madeira de paricaacute pode ser observada na Tabela 1

Tabela 1 Renda bruta (RB) obtida com a produccedilatildeo de madeira de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA sem considerar o custo de laminaccedilatildeo

Idade Espaccedil

(m)

VTHA (R$ha) VCHA (R$ha)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 379731 433109 452408 1109193 1349221 1557365

3x3 - 362619 424113 - 1212472 1509318

3x4 - 311840 373961 - 1077399 1379067

4x4 166887 317064 342144 550865 1122453 1272564

5x5 172002 205671 306342 627806 811406 1226000

6 a

no

s

3x2 355004 394611 431419 1056449 1261369 1508350

3x3 - 341749 408022 - 1163130 1470243

3x4 - 288386 356682 - 1020754 1335360

4x4 167940 274794 313771 556167 1012394 1196711

5x5 166477 207478 273875 613368 817994 1133134

7 a

no

s

3x2 334925 365156 383863 1012137 1191106 1382874

3x3 - 325700 385794 - 1122613 1410651

3x4 - 278203 342718 - 993941 1296571

4x4 164441 268225 305743 547531 994496 1174049

5x5 164242 204174 269414 607295 808354 1119474

Em que Espaccedil = espaccedilamento (m) VTHA = volume comercial por hectare (msup3ha) e VCHA = volume de lacircminas por hectare (msup3ha)

66

A ausecircncia de valores na classe de produtividade baixa nos espaccedilamentos

3x3 e 3x4 m eacute proveniente da inesistecircncia de povoamentos nestas condiccedilotildees de

terreno Como se tratam de plantios independentes a falta de informaccedilotildees nestes

ambientes natildeo prejudicamalteram os resultados nas outras aacutereas em estudo

Observando a Tabela 1 eacute perceptiacutevel a diferenccedila entre a renda bruta obtida

com a venda de madeira em peacute e a explorada Para siacutetios de baixa produtividade e

com corte aos 5 anos a diferenccedila entre a venda de lacircminas e madeira em peacute foi de

aproximadamente R$729000 Esta diferenccedila ocorreu porque o custo de laminaccedilatildeo

natildeo foi contabilizado por falta de informaccedilotildees sobre o processo produtivo

Natildeo existem estudos que indiquem os custos reais de laminaccedilatildeo de paricaacute

proveniente de reflorestamento e quais as atividades necessaacuterias para transformar o

torete de madeira em lacircminas de forma eficiente e com boa qualidade

A renda resultante da venda de ldquomadeira em peacuterdquo em espaccedilamentos

menores como o 3x2 m superam os mais espaccedilados como o 4x4 e 5x5 m com

receita duas vezes maior quando comparados os espaccedilamentos 3x2 e 5x5 m Esta

tendecircncia ocorre entre classes de produtividade e tambeacutem entre idades distintas

Com o aumento da idade de corte houve diminuiccedilatildeo nas receitas em todos

os espaccedilamentos pois o volume de madeira foi reduzido Isso ocorre como jaacute citado

anteriormente provavelmente devido ao autodesbaste das plantas caracteriacutestico da

espeacutecie Entretanto os custos tambeacutem sofreram reduccedilatildeo devido ao menor nuacutemero

de plantas por hectare e esta relaccedilatildeo deve ser analisada

O comportamento da renda bruta em relaccedilatildeo a madeira explorada segue a

mesma tendecircncia citada acima ou seja o menor espaccedilamento no melhor siacutetio

produtivo aos 5 anos eacute o que indica ser o mais viaacutevel Todavia deve-se interagir

custos e receitas para se inferir sobre o espaccedilamento mais adequado para se obter

a maior lucratividade

Na Tabela 2 eacute possiacutevel observar os iacutendices em siacutetios com classe de

produtividade baixa para a venda de lacircminas de paricaacute

67

Tabela 2 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute para venda preacute-corte em classe de produtividade baixa (17 ndash 19 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

5 a

no

s

MB -121915 - - -221422 -197665

ML -172080 - - -260253 -234631

L -256915 - - -325921 -297147

L (t) -350415 - - -419421 -390647

Luc -068 - - -195 -173

Lucr (t) -092 - - -251 -227

IR -047 - - -085 -079

IR (t) -038 - - -065 -060

6 a

no

s

MB -157604 - - -236236 -218806

ML -208865 - - -276654 -257335

L -316133 - - -361232 -337959

L (t) -427533 - - -472632 -449359

Luc -089 - - -215 -203

Lucr (t) -120 - - -281 -270

IR -056 - - -088 -084

IR (t) -043 - - -065 -062

7 a

no

s

MB -192230 - - -244377 -225943

ML -244145 - - -285258 -264961

L -376891 - - -388205 -363216

L (t) -508091 - - -519405 -494416

Luc -113 - - -236 -221

Lucr (t) -152 - - -316 -301

IR -065 - - -090 -086

IR (t) -048 - - -064 -060

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

Na Tabela 2 eacute possiacutevel observar que sob as condiccedilotildees analisadas nenhum

espaccedilamento eacute viaacutevel economicamente Jaacute o comportamento dos iacutendices financeiros

em classe de produtividade meacutedia pode ser observado na Tabela 3

68

Tabela 3 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute para venda preacute-corte em classe de produtividade meacutedia (19 ndash 21 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

5 a

no

s

MB -68537 -75377 -97128 -71245 -163995

ML -118702 -119176 -138025 -110076 -200962

L -203537 -193247 -207187 -175744 -263477

L (t) -297037 -286747 -300687 -269244 -356977

Luc -047 -053 -066 -055 -128

Lucr (t) -069 -079 -096 -085 -174

IR -033 -036 -043 -036 -067

IR (t) -026 -028 -034 -027 -051

6 a

no

s

MB -117998 -109790 -135159 -129382 -177806

ML -169258 -154944 -177514 -169800 -216334

L -276527 -249433 -266145 -254378 -296958

L (t) -387927 -360833 -377545 -365778 -408358

Luc -070 -073 -092 -093 -143

Lucr (t) -098 -106 -131 -133 -197

IR -046 -046 -055 -054 -071

IR (t) -035 -034 -041 -040 -052

7 a

no

s

MB -161999 -131381 -150483 -140593 -186011

ML -213914 -177089 -193352 -181475 -225030

L -346659 -292189 -301302 -284422 -323284

L (t) -477859 -423389 -432502 -415622 -454484

Luc -095 -090 -108 -106 -158

Lucr (t) -131 -130 -155 -155 -223

IR -057 -052 -059 -057 -073

IR (t) -042 -037 -042 -040 -051

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

Os prejuiacutezos obtidos nestas condiccedilotildees do terreno satildeo menores quando

comparados com siacutetios de produtividade baixa O mesmo comportamento tambeacutem

foi observado para siacutetios de classe de produtividade alta como indicado na Tabela

4

69

Tabela 4 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute pra venda preacute-corte em classe de produtividade alta (21 ndash 24 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

5 a

no

s

MB -49238 -13882 -35007 -46165 -63324

ML -99403 -57682 -75904 -84996 -100291

L -184238 -131752 -145066 -150664 -162806

L (t) -277738 -225252 -238566 -244164 -256306

Luc -041 -031 -039 -044 -053

Lucr (t) -061 -053 -064 -071 -084

IR -027 -017 -024 -028 -034

IR (t) -022 -014 -018 -021 -026

6 a

no

s

MB -81189 -43517 -66863 -90406 -111408

ML -132450 -88671 -109217 -130823 -149937

L -239718 -183160 -197848 -215401 -230561

L (t) -351118 -294560 -309248 -326801 -341961

Luc -056 -045 -055 -069 -084

Lucr (t) -081 -072 -087 -104 -125

IR -036 -026 -034 -041 -049

IR (t) -028 -020 -025 -031 -036

7 a

no

s

MB -143292 -71287 -85969 -103075 -120771

ML -195207 -116995 -128837 -143956 -159790

L -327953 -232094 -236787 -246903 -258044

L (t) -459153 -363294 -367987 -378103 -389244

Luc -085 -060 -069 -081 -096

Lucr (t) -120 -094 -107 -124 -144

IR -052 -034 -039 -045 -052

IR (t) -038 -025 -028 -032 -036

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

A inviabilidade econocircmica observada nas trecircs condiccedilotildees produtivas podem

ter sido provenientes do baixo valor de mercado praticado na regiatildeo

Apoacutes o pagamento de todos os desembolsos efetivos restou o deacutebito de R$-

13882 para o espaccedilamento 3x3 m Esta quantia jaacute pode ser considerada como

70

prejuiacutezo do investimento mesmo sem ser contabilizados o pagamento da matildeo de

obra familiar (administraccedilatildeo) e os custos de oportunidade do capital

O menor valor resultante para o espaccedilamento 5x5 m se deve ao fato de

existirem atividades iguais aos outros espaccedilamentos que estatildeo sendo executas em

tempo maior que dos outros povoamentos aumentando assim o custo de produccedilatildeo

Jaacute os resultados encontrados para o espaccedilamento 3x3 m em classe de

produtividade alta satildeo atribuiacutedos agrave eficiecircncia das operaccedilotildees de manutenccedilatildeo dos

plantios principalmente pelo controle de plantas daninhas

Depois do pagamento de todos os desembolsos efetivos foi admitida a

remuneraccedilatildeo da matildeo de obra familiar em virtude da administraccedilatildeo das aacutereas de

plantio sendo proporcional aos custos de produccedilatildeo de paricaacute A margem liacutequida

negativa indica que o empreendimento eacute economicamente inviaacutevel O valor admitido

por este iacutendice se positivo natildeo seria o lucro gerado pois ainda natildeo foi descontado

o custo de oportunidade do capital investido

Para todos os povoamentos analisados houve lucro negativo principalmente

quando foi considerada a remuneraccedilatildeo pelo uso da terra Isso significa que o

investimento natildeo foi atrativo financeiramente Este resultado natildeo eacute interessante

economicamente ao produtor e pode trazer consequecircncias ainda piores como falta

de incentivo agrave produccedilatildeo falta de demanda para venda da madeira em idade de corte

e preccedilos ainda menores do que os praticados

Considerando-se o pagamento pelo uso da terra o prejuiacutezo obtido pelo

plantio de paricaacute variou entre 53 e 316 sendo maior quando mais amplo o

espaccedilamento de plantio Desconsiderando o pagamento pelo uso da terra o

prejuiacutezo se tornou menor estando entre 31 e 236

Este iacutendice representa a capacidade da atividade de transformar

investimento em margem liacutequida Assim desconsiderando o pagamento pelo uso da

terra tem-se que para cada real investido obteve-se entre R$-090 e R$-017 de

margem liacutequida sendo mais atrativo o espaccedilamento 3x3 m em classe de

produtividade alta Considerando o custo da terra o valor foi de R$-065 a R$-014

sendo melhor nos menores espaccedilamento de plantio

Deve-se salientar novamente que o valor do msup3 de madeira utilizado nesta

pesquisa eacute proveniente do preccedilo meacutedio praticado pelo CERAT ndash PA Valores

superiores a este encontrados na regiatildeo podem alterar estes resultados tornando

estes povoamentos atrativos financeiramente (quando superiores a R$10000 msup3)

71

32 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA LAMINADA

O comportamento observado foi semelhante ao da madeira vendida em peacute

ou seja os iacutendices financeiros apontaram que a viabilidade econocircmica aos 5 anos

foi superior agraves outras idades de exploraccedilatildeo (Tabela 5)

Tabela 5 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de baixa produtividade (17 ndash 19 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

5 a

no

s

MB 460255 - - 82016 175950

ML 395361 - - 35131 130764

L 285617 - - -44157 54349

L (t) 192117 - - -137657 -39151

Luc 026 - - -008 009

Lucr (t) 017 - - -025 -006

IR 090 - - 010 039

IR (t) 074 - - 008 030

6 a

no

s

MB 416597 - - 84912 161477

ML 352612 - - 37786 116288

L 218717 - - -60828 21725

L (t) 107317 - - -172228 -89675

Luc 021 - - -011 004

Lucr (t) 010 - - -031 -015

IR 081 - - 011 034

IR (t) 065 - - 008 026

7 a

no

s

MB 374305 - - 138713 217110

ML 322390 - - 97831 178092

L 161775 - - -5115 79837

L (t) 30575 - - -136315 -51363

Luc 016 - - -001 013

Lucr (t) 003 - - -025 -008

IR 075 - - 031 058

IR (t) 057 - - 022 041

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

72

Os iacutendices econocircmicos para as classes de produtividade meacutedia e alta

encontram-se nas Tabelas 6 e 7

Tabela 6 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de meacutedia produtividade (19 ndash 21 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

5 a

no

s

MB 681518 625573 537181 600811 347713

ML 614747 566883 483159 548647 301344

L 501830 467631 391801 460430 222928

L (t) 408330 374131 298301 366930 129428

Luc 037 039 036 041 027

Lucr (t) 030 031 028 033 016

IR 137 139 126 147 087

IR (t) 114 113 101 117 069

6 a

no

s

MB 608614 588446 491228 506607 352752

ML 543338 530977 438275 456029 306227

L 406743 410719 327467 350188 208871

L (t) 295343 299319 216067 238788 97471

Luc 032 035 032 035 026

Lucr (t) 023 026 021 024 012

IR 124 133 116 125 089

IR (t) 099 104 090 095 067

7 a

no

s

MB 544335 665533 565255 585678 418169

ML 492420 619825 522386 544796 379151

L 329553 504725 414437 441850 280896

L (t) 198353 373525 283237 310650 149696

Luc 028 045 042 044 035

Lucr (t) 017 033 028 031 019

IR 113 181 159 171 123

IR (t) 087 131 114 121 086

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

73

Tabela 7 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de alta produtividade (21 ndash 24 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5 5

an

os

MB 882878 900802 817010 742105 726917

ML 815429 839950 760805 689059 677009

L 701365 737042 665754 599351 592608

L (t) 607865 643542 572254 505851 499108

Luc 045 049 048 047 048

Lucr (t) 039 043 041 040 041

IR 181 201 193 182 187

IR (t) 150 164 156 146 148

6 a

no

s

MB 843757 874244 783868 678388 646537

ML 777297 814644 728718 626556 597877

L 638225 689925 613313 518092 496052

L (t) 526825 578525 501913 406692 384652

Luc 042 047 046 043 044

Lucr (t) 035 039 038 034 034

IR 174 198 187 168 168

IR (t) 140 156 146 129 128

7 a

no

s

MB 730571 953571 867885 765231 729289

ML 678656 907863 825016 724350 690271

L 514396 792763 717066 621403 592016

L (t) 383196 661563 585866 490203 460816

Luc 037 056 055 053 053

Lucr (t) 028 047 045 042 041

IR 154 266 252 228 224

IR (t) 119 192 180 161 157

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

Contrariamente agrave preacute-colheita a venda de madeira de paricaacute poacutes-colheita

tem demonstrado viabilidade economica para as idade classe de produtividade e

espaccedilamento analisados como observados nos iacutendices a seguir

Apoacutes o pagamento de todos os custos efetivos notou-se uma vantagem no

uso de espaccedilamentos mais adensados Nestes ambientes a margem bruta foi por

74

vezes maior que 40 em relaccedilatildeo aos maiores espaccedilamentos Poreacutem restam ainda

o pagamento pela administraccedilatildeo e uso do capital No entanto verificou-se que a

maioria dos projetos avaliados foram viaacuteveis economicamente pois se obteve

resultados positivos para a madeira laminada

A matildeo-de-obra familiar foi remunerada mantendo-se o montante positivo

Este montante foi utilizado posteriormente como forma de pagamento pelo custo de

oportunidade do capital Observa-se que este iacutendice manteve a tendecircncia de

comportamento semelhante agrave margem bruta exprimindo a viabilidade dos projetos

Lucro negativo soacute foi observado em espaccedilamentos amplos como o 4x4 e

5x5 m em classe de produtividade baixa em todos os anos analisados Isso

significa que o custo de oportunidade do uso do capital natildeo estaacute sendo remunerado

O resultado encontrado eacute consequecircncia de volume insuficiente de lacircminas

para o pagamento do processo produtivo Vale salientar que o processo de

laminaccedilatildeo natildeo foi quantificado

O intervalo de lucratividade sem considerar o pagamento pelo uso da terra

variou de -31 agrave 56 ou seja existem povoamentos que em certas condiccedilotildees

foram inviaacuteveis economicamente como eacute o caso dos espaccedilamentos 4x4 e 5x5 m

em classe de produtividade baixa com exploraccedilatildeo aos 5 anos Outros povoamentos

ao contraacuterio possuem lucratividade de 56 Como exemplo pode-se citar o 3x3 m

aos 7 anos em classe de produtividade alta

Quando se considera o pagamento pelo uso da terra a mesma tendecircncia foi

observada poreacutem a lucratividade foi menor

A capacidade da atividade em transformar o investimento em margem

liacutequida variou entre R$034 e R$266 sendo mais atrativo o espaccedilamento 3x3 m

Considerando o custo da terra o valor corresponde entre R$008 e R$192 sendo

melhor quanto menor o espaccedilamento de plantio

Considerando os valores obtidos nas Tabelas 5 6 e 7 foi possiacutevel inferir

sobre os custos maacuteximos que poderiam ser destinados agrave laminaccedilatildeo para que todas

as despesas fossem pagas obtendo lucratividade zero Na Tabela 8 eacute indicado

quais satildeo estes valores

75

Tabela 8 Valores maacuteximos a serem pagos pela laminaccedilatildeo (R$msup3)

Idade Classe produtiva (m) Espaccedilamentos (m)

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5 5

ano

s Baixa 1184 - - -1930 -533

Meacutedia 2206 2414 2238 2708 1472

Alta 3144 3550 3580 3459 3812

6 a

no

s Baixa 707 - - -2400 -1260

Meacutedia 1751 2049 1753 2033 1099

Alta 2857 3317 3292 3033 3286

7 a

no

s Baixa 131 - - -3253 -2045

Meacutedia 1189 1557 1223 1543 476

Alta 2255 2916 2883 2613 2836

Estas informaccedilotildees satildeo valores meacutedios dos espaccedilamentos para cada classe

de produtividade e idade Como pressupotildee-se que em siacutetio de melhor qualidade haacute

maior renda eacute possiacutevel o pagamento de um valor substancialmente maior do que

em classe de produtividade meacutedia Observa-se ainda a inviabilidade da praacutetica de

laminaccedilatildeo em classe de produtividade baixa independente da idade de corte pois a

receita foi menor que os custos mesmo sem a laminaccedilatildeo Essa consideraccedilatildeo

reforccedila os argumentos de suporte sobre os menores espaccedilamentos serem os mais

apropriados para o plantio de paricaacute

33 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA

331 Benefiacutecio perioacutedico equivalente ndash BPE

Para a taxa de 6 aa em povoamentos natildeo explorados o BPE obtido

variou entre R$-24042 e R$-8005 para os espaccedilamentos 4x4 e 3x3 m

respectivamente (Tabela 9) Isso indica que o espaccedilamento 3x3 m na classe de

produtividade alta com corte aos 5 anos eacute o que resultou no menor prejuiacutezo

financeiro sob estas condiccedilotildees analisadas Jaacute o 4x4 m em classe de produtividade

baixa com corte aos 7 anos foi a pior escolha de investimento

76

Tabela 9 BPE de plantios de paricaacute situados na regiatildeo de Paragominas PA

Idade Espaccedil

(m)

BPE (VTHA) BPE (VCHA)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 -15515 -12312 -11154 17037 30010 41982

3x3 - -11695 -8005 - 27958 44123

3x4 - -12531 -8804 - 23408 39845

4x4 -19655 -10645 -9140 -2749 27526 35861

5x5 -17929 -15909 -9868 3161 13276 35456

6 a

no

s

3x2 -19068 -16692 -14483 13023 24305 38193

3x3 - -15066 -11090 - 24543 41296

3x4 - -16069 -11971 - 19548 36699

4x4 -21774 -15363 -13024 -3750 20911 30986

5x5 -20378 -17917 -13934 1204 12432 29663

7 a

no

s

3x2 -22761 -20948 -19825 8894 18907 29965

3x3 - -18281 -14675 - 20779 36619

3x4 - -18827 -14957 - 16500 33111

4x4 -24042 -17815 -15564 -5944 18385 28258

5x5 -22542 -20146 -16232 -842 10264 27366

Em que Espaccedil = espaccedilamento (m) BPE (VTHA) = benefiacutecio perioacutedico equivalente para venda de madeira em peacute e BPE (VCHA) = benefiacutecio perioacutedico equivalente para venda de madeira laminada

A mesma tendecircncia foi observada em povoamentos explorados em que o

BPE variou entre R$-5944 e R$44123 sendo o espaccedilamento 3x3 m a melhor

opccedilatildeo de investimento O mesmo resultado foi obtido por Pavan et al (2010) com

plantios de eucalipto no Rio Grande do Sul para laminaccedilatildeo

Caso ocorressem mudanccedilas na taxa de desconto estas contribuiriam para o

aumento ou reduccedilatildeo dos lucros do plantio Segundo Soares et al (2003) aumentos

na taxa de desconto afetam significativamente o VPL e consequentemente o BPE

indicando que quanto menor a taxa de desconto utilizada maior seraacute a lucratividade

do projeto

A partir da anaacutelise econocircmica dos diferentes sistemas de plantio pode-se

inferir que o motivo pelo qual a classe de produtividade baixa resultou em uma das

piores alternativas financeiras estaacute relacionado ao autodesbaste das plantas neste

ambiente Como estas aacutereas dispotildeem de menores recursos eacute possiacutevel que tenha

77

ocorrido uma expressiva mortalidade de plantas devido agrave concorrecircncia por luz e

nutrientes do solo

Todos os espaccedilamentos de plantio podem ser alternativas viaacuteveis que

poderatildeo contribuir de maneira mais significativa na medida em que alcancem sua

capacidade maacutexima de incremento Isso eacute obtido com a diferenciaccedilatildeo entre os

horizontes de planejamento que natildeo podem ser idecircnticos para todos os

espaccedilamentos de plantio haja vista que as aacutervores se comportam de maneiras

diferentes nestes espaccedilamentoss devido agrave disponibilidade de recursos

Esta afirmaccedilatildeo jaacute foi comprovada em estudos realizados por Cordeiro et al

(2009) em que foi constatado que o sistema de produccedilatildeo do paricaacute em cultivo puro

sob o espaccedilamento 4x3 m nos quatro primeiros anos de cultivo natildeo apresentaram

viabilidade econocircmica sugerindo a necessidade de maior horizonte de

planejamento

78

4 CONCLUSOtildeES

O monocultivo de paricaacute em qualquer um dos espaccedilamentos analisados foi

considerado inviaacutevel por todos os criteacuterios utilizados nesta anaacutelise econocircmica

quando se objetivou a venda da madeira sem exploraccedilatildeo Essa resposta estaacute

associada ao baixo valor de mercado ao qual a espeacutecie estaacute subordinada

A exploraccedilatildeo de madeira mesmo sendo um processo trabalhoso e

dispendioso eacute uma alternativa para se obter valores positivos com a produccedilatildeo de

paricaacute

Observando os custos e receitas oriundos de plantios de paricaacute pode-se

afirmar que espaccedilamentos mais amplos em classe de produtividade baixa satildeo

insuficientes para remunerar o processo de laminaccedilatildeo

O maior retorno financeiro foi obtido em povoamentos de paricaacute implantados

em classe de produtividade alta sob o espaccedilamento 3x3 m com exploraccedilatildeo aos 5

anos

79

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

CHICHORRO J F BAUER M O ANDRADE W S SILVA G F SANTOS F R SILVA J L NOGUEIRA M A Avaliaccedilatildeo econocircmica de projetos florestais In CHICHORRO J F BAUER M O GARCIA G O CALDEIRA M V W Toacutepicos especiais em ciecircncias florestais 1 ed Visconde do Rio Branco Suprema 2010 v 1 p 231-260 COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO ndash CONAB Custo de produccedilatildeo agriacutecola a metodologia da Conab Brasiacutelia Conab 2010 60p COORDENADORIA EXECUTIVA DA ADMINISTRACcedilAtildeO TRIBUTAacuteRIA ndash CERAT Boletim informativo de preccedilos Paraacute 2013 22p CORDEIRO I M C C SANTANA A C LAMEIRA O A SILVA I M Anaacutelise econocircmica dos sistemas de cultivo com Schizolobium parahyba var amazonicum (Huber ex Ducke) Barneby (Paricaacute) E Ananas comosus var erectifolius (L B Smith) Coppus amp Leal (Curauaacute) no municiacutepio de Aurora do Paraacute (PA) Brasil Facultad Agronomiacutea (LUZ) 2009 26 243-265 FARO C Elementos de engenharia econocircmica 3ed Satildeo Paulo Atlas 1979 328p MELLO A A CARNIERI C ARCE J E SANQUETTA C R Planejamento florestal visando agrave maximizaccedilatildeo dos lucros e a manutenccedilatildeo do estoque de carbono Cerne Lavras v 11 n 3 p 205-217 julset 2005 OLIVEIRA A D REZENDE J L P Economia Florestal Lavras UFLAFAEPE 2004 101p PAVAN J A ALVES T W SOUZA M A Viabilidade Econocircmica da Produccedilatildeo de Eucaliptos no Rio Grande do Sul Associaccedilatildeo Brasileira de Custos vol 5 n 1 78-109 JanAbr 2010 REZENDE J L P OLIVEIRA A D Anaacutelise econocircmica e social de projetos florestais Viccedilosa MG UFV 2001 389 p SILVA M L JACOVINE L A G VALVERDE S R Economia Florestal 2 ed Viccedilosa UFV 2005 178p SOARES T S CARVALHO R M M A VALE A B Avaliaccedilatildeo econocircmica de um povoamento de Eucalyptus grandis destinado a multiprodutos Aacutervore Viccedilosa-MG v27 n5 p689-694 2003

80

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A partir das condiccedilotildees estabelecidas notou-se o efeito dos espaccedilamentos

de plantio na viabilidade econocircmica dos povoamentos de paricaacute

Em relaccedilatildeo aos custos de produccedilatildeo eles devem ser separados por

atividades sendo elas preparo da aacuterea plantio adubaccedilatildeo manutenccedilatildeo colheita e

transporte laminaccedilatildeo custo de administraccedilatildeo remuneraccedilatildeo do capital investido

Dentro de cada atividade alguns custos podem sofrer a influecircncia do

nuacutemero de plantas por hectare Como exemplo pode-se citar o nuacutemero de diaacuterias

necessaacuterias para alinhamento coveamento e plantio das mudas aleacutem da

quantidade de adubo necessaacuterio para adubaccedilatildeo de cova

O maior nuacutemero de operaccedilotildees ocorre no periacuteodo de manutenccedilatildeo dos

plantios poreacutem nenhuma delas foi considerada dispendiosa Os maiores custos

individuais foram do transporte de madeira do povoamento ateacute a induacutestria em

todos os espaccedilamentos analisados devido agraves condiccedilotildees de traacutefego nas estradas

A relaccedilatildeo entre volume comercial volume laminado e os custos de

produccedilatildeo determinam entatildeo a viabilidade dos plantios sendo o espaccedilamento mais

viaacutevel aquele que consegue absorver esta relaccedilatildeo de maneira mais eficiente

Entretanto estudos ainda devem ser desenvolvidos para averiguar a relaccedilatildeo entre a

espeacutecie e os espaccedilamentos de plantio

Page 11: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE …III. Andrade, Wendel Sandro de Paula. IV. ... À Universidade Federal do Espírito Santo e à CAPES, pela estrutura e apoio

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO GERAL 11

11 OBJETIVO GERAL 13 12 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 13

2 REVISAtildeO DE LITERATURA 14

21 PARICAacute 14 211 Descriccedilatildeo botacircnica e anatocircmica do paricaacute 14 212 Caracteriacutesticas silviculturais do paricaacute 15 213 Utilizaccedilatildeo do paricaacute 16

22 CRESCIMENTO E PRODUCcedilAtildeO DO PARICAacute 17 23 RENDIMENTO EM LAMINACcedilAtildeO DE PARICAacute 18 24 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO 19

241 Teoria dos custos 19 242 A importacircncia dos custos 21 243 Classificaccedilatildeo dos custos 21 244 Componentes do custo 22 245 Iacutendices econocircmicos 24 246 Custos na empresa florestal 26

25 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DE PROJETOS FLORESTAIS 27

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 28

CAPIacuteTULO 1 31

RESUMO 31

ABSTRACT 32

1 INTRODUCcedilAtildeO 33

2 MATERIAL E MEacuteTODOS 35

21 AacuteREA EM ESTUDO 35 22 ESTIMATIVA DA PRODUCcedilAtildeO 36 23 DESCRICcedilAtildeO DAS ATIVIDADES 38 24 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS 39 25 CLASSIFICACcedilAtildeO DOS CUSTOS 41

3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 43

31 ESTIMATIVA DE VOLUME 43 32 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO 45

321 Custo operacional efetivo ndash COE 45 322 Custo operacional total ndash COT 47 323 Custo total ndash CT 50

4 CONCLUSOtildeES 54

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 55

CAPIacuteTULO 2 57

RESUMO 57

ABSTRACT 58

1 INTRODUCcedilAtildeO 59

2 MATERIAL E MEacuteTODOS 61

21 OBTENCcedilAtildeO DAS RECEITAS 61 22 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS 61 23 IacuteNDICES ECONOcircMICOS DA PRODUCcedilAtildeO 62 24 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DOS PROJETOS 63

241 Benefiacutecio perioacutedico equivalente (BPE) 63

3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 65

31 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA VENDA DE MADEIRA EM PEacute 65 32 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA LAMINADA 71 33 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA 75

331 Benefiacutecio perioacutedico equivalente ndash BPE 75

4 CONCLUSOtildeES 78

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 79

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 80

11

1 INTRODUCcedilAtildeO GERAL

As florestas naturais somavam em 2007 cerca de 4 bilhotildees de hectares

cobrindo aproximadamente 30 da superfiacutecie terrestre segundo informaccedilotildees da

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION ndash FAO (2007) Deste montante cerca

de metade da vegetaccedilatildeo ainda estaacute concentrada em cinco paiacuteses sendo o Brasil o

detentor da segunda maior cobertura florestal do planeta

Segundo o Sistema Nacional de Informaccedilotildees Florestais ndash SNIF (2014)

estimava-se que 69 desta cobertura teriam potencial produtivo Com isso ampliou-

se a participaccedilatildeo do setor florestal brasileiro no comeacutercio mundial Entretanto o

setor ainda encontra dificuldades na expansatildeo dos seus negoacutecios especialmente a

regiatildeo amazocircnica devido agraves restriccedilotildees impostas pela legislaccedilatildeo frente ao apelo

ambiental que a regiatildeo desperta em resposta a ocupaccedilatildeo desordenada

Com a implantaccedilatildeo de novas normas de exploraccedilatildeo reduziu-se a

disponibilidade de madeira no mercado expondo-se entatildeo a necessidade de fontes

alternativas para produccedilatildeo de mateacuteria-prima Assim a partir da praacutetica de

reflorestamento estaacute sendo possiacutevel ampliar o estoque de madeira para atender as

demandas atuais e futuras

Em 2012 o consumo brasileiro de madeira em tora proveniente de plantios

florestais foi de 1824 milhotildees de metros cuacutebicos (msup3) um indicador 72 superior

ao de 2011 (ABRAF 2013) Isso indica que a praacutetica do reflorestamento eacute uma

alternativa de negoacutecio que se expandiu no ultimo ano

Segundo o SNIF (2014) o Brasil deteacutem as melhores tecnologias na

silvicultura de eucalipto e outras espeacutecies vecircm sendo estudadas entre elas a acaacutecia

(Acacia mangium Willd) a seringueira (Hevea brasiliensis (Willd ex Adr de Juss)

Muell-Arg) e o paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) Em 2012 a aacuterea

ocupada por plantios florestais de espeacutecies natildeo convencionais como acaacutecia

araucaacuteria poacutepulus teca seringueira e paricaacute foi de 521131 ha representando

72 da aacuterea total de plantios florestais no Brasil (ABRAF 2013) Esta participaccedilatildeo

ainda que pequena se deve agraves caracteriacutesticas de crescimento e produccedilatildeo obtidas

por estas espeacutecies

Na regiatildeo amazocircnica o paricaacute eacute a espeacutecie que vem ganhando destaque

entre os plantios comerciais pelas suas caracteriacutesticas de crescimento e produccedilatildeo

12

para muacuteltiplos usos tornando crescente a demanda industrial por madeira de

lacircminas e compensados para a qual a espeacutecie eacute utilizada (MARQUES et al 2006)

Os primeiros registros com o plantio de paricaacute no Estado do Paraacute constam

da deacutecada de 1950 os quais tinham o objetivo de preservar a caracteriacutestica da

floresta amazocircnica em espaccedilos puacuteblicos e de fomentar estudos sobre o

comportamento e caracteriacutesticas das espeacutecies plantadas (MARQUES et al 2006)

Desde entatildeo muitos plantios foram registrados no Paraacute e em toda regiatildeo

amazocircnica e vaacuterios estudos foram desenvolvidos podendo-se destacar Hoffmann

(2009) Vidaurre et al (2012) Santos (2012) e Corteletti (2013) que trabalharam

com povoamentos de paricaacute localizados entre os municiacutepios de Dom Elizeu e

Paragominas estado do Paraacute Estes estudos comprovaram o alto potencial de

produccedilatildeo madeireira do paricaacute e servem como incentivo para que se estabeleccedilam

novos povoamentos Embora jaacute se tenham muitos plantios com esta espeacutecie na

Amazocircnia ainda satildeo necessaacuterios estudos com o objetivo de identificar as

caracteriacutesticas dendromeacutetricas avaliar a qualidade da madeira e sua produccedilatildeo

A atenccedilatildeo deve ser direcionada tambeacutem para os custos de produccedilatildeo

destes povoamentos que vecircm sendo estabelecidos na regiatildeo amazocircnica Natildeo

existem estudos suficientes que comprovem a lucratividade desta atividade Os

estudos que se tecircm disponiacuteveis ainda satildeo muito geneacutericos e as informaccedilotildees

carentes de dados do processo de implantaccedilatildeo da cultura

O monitoramento do processo produtivo tem sido realizado para identificar

os custos de produccedilatildeo sendo um instrumento necessaacuterio para se avaliar (medir) a

eficiecircncia das empresas Outra teacutecnica utilizada eacute a avaliaccedilatildeo econocircmica dos

projetos que testam a viabilidade de sua execuccedilatildeo

Para testar a viabilidade econocircmica dos projetos florestais faz-se necessaacuterio

o emprego de teacutecnicas econocircmicas sendo as mais tradicionais aquelas em que se

calculam o valor presente liacutequido (VPL) a taxa interna de retorno (TIR) e o benefiacutecio

perioacutedico equivalente (BPE) Este uacuteltimo sendo empregado frequentemente para

projetos com diferentes horizontes de planejamento (REZENDE OLIVEIRA 2001)

O teste da viabilidade econocircmica tem por finalidade estudar a capacidade

financeira do empreendimento a fim de verificar a possibilidade de sua

implementaccedilatildeo por meio da capacidade de sobrevivecircncia no mercado e da

identificaccedilatildeo dos fatores que podem dificultar as possibilidades de ecircxito do mesmo

comprovando-se assim a sua necessidade de execuccedilatildeo

13

11 OBJETIVO GERAL

Avaliar o efeito dos espaccedilamentos de plantio na anaacutelise econocircmica da

produccedilatildeo de madeira de paricaacute

12 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

a) Definir os custos de produccedilatildeo de povoamentos de paricaacute

b) Identificar os custos de produccedilatildeo mais afetados pelos espaccedilamentos

de plantio

c) Avaliar a participaccedilatildeo individual dos custos no processo de

implantaccedilatildeo colheita e transporte e

d) Identificar o espaccedilamento que forneceraacute o maior retorno econocircmico

por meio de indicadores e criteacuterio de avaliaccedilatildeo

14

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

21 PARICAacute

A espeacutecie Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke foi descoberta por

Huber e descrita por Ducke em 1922 sendo vulgarmente conhecida como pinho-

cuiabano paricaacute-da-amazocircnia paricaacute-da-terra-firme (Mato Grosso) paricaacute paricaacute-

grande faveira (Paraacute) canafista canafiacutestula fava-canafiacutestula (Acre) bandarra

(Rondocircnia) guapuruvu-da-amazocircnia (Distrito federal) aleacutem de cereboacute (Boliacutevia)

tambor (Colocircmbia) gavilaacuten (Costa Rica) pachaco (Equador) palo de judiacuteo palo de

picho (Meacutexico) e pashaco (Peru) (CARVALHO 2007)

Ocorre naturalmente em toda regiatildeo amazocircnica principalmente no Mato

Grosso Paraacute Amazonas e Rondocircnia no Brasil aleacutem de outros paiacuteses como Peru

Boliacutevia Colocircmbia e Venezuela (SOUZA et al 2005) Sobrevive em mata primaacuteria e

secundaacuteria de terra firme e vaacuterzea alta notadamente nas formaccedilotildees do tipo floresta

densa e floresta aberta em solos argilosos e altitudes de ateacute 800 metros

(CARVALHO 1994 ROSA 2006a)

A espeacutecie eacute tolerante a solos de baixa fertilidade e adapta-se agrave precipitaccedilatildeo

meacutedia anual de 1600 mm a 5850 mm e temperatura meacutedia de 248 ordmC (CRESPO et

al 1995) Por ser uma espeacutecie essencialmente helioacutefila natildeo tolera baixas

temperaturas (CARVALHO 2007)

211 Descriccedilatildeo botacircnica e anatocircmica do paricaacute

Segundo o sistema de classificaccedilatildeo de Cronquist a espeacutecie Schizolobium

amazonicum pertence agrave famiacutelia Caesalpiniaceae (Leguminosae Caesalpinioideae)

sendo da divisatildeo Magnoliophyta (Angiospermae) da classe Magnoliopsida

(Dicotyledonae) e ordem das Fabales

O paricaacute eacute uma aacutervore deciacutedua que pode atingir 40 m de altura e 100 cm de

DAP (diacircmetro a altura do peito medido a 130 m do solo) na idade adulta

15

(CARVALHO 2007) Seu tronco eacute ciliacutendrico e reto com casca de cor cinza clara

podendo conter sapopemas A madeira eacute macia leve com textura grossa gratilde direita

e irregular cerne creme-avermelhado e alburno creme-claro Tecircm faacutecil

processamento mas baixa durabilidade natural (SOUZA et al 2005)

Rosa (2006a) trabalhando com a botacircnica anatomia e tecnologia de paricaacute

comprovou que ao longo do crescimento vegetativo a espeacutecie pode possuir

caracteriacutesticas dendroloacutegicas diferenciadas em termos de coloraccedilatildeo da casca e do

surgimento de sapopemas

212 Caracteriacutesticas silviculturais do paricaacute

As sementes de paricaacute possuem alto grau germinativo podendo chegar a

90 Isso pode ser comprovado em estudos realizados por Lameira et al (2000)

com a propagaccedilatildeo do paricaacute por meio de sementes submetidas a processos

mecacircnicos fiacutesicos e quiacutemicos de quebra de dormecircncia Nesse estudo foi constatado

que as sementes possuem um percentual de germinaccedilatildeo de 80 a 90

O paricaacute possui entretanto dificuldade em seu manejo por seu elevado teor

de umidade e susceptibilidade ao ataque de microorganismos aleacutem da dormecircncia

tegumentar que necessita de tratamentos preacute-germinativos (ROSA 2006b

CARVALHO 2007)

Para o armazenamento de sementes eacute recomendado um periacuteodo maacuteximo de

12 meses tendo em vista que a partir do oitavo mecircs ocorre reduccedilatildeo na viabilidade

das sementes como pode ser observado no trabalho de Rosa (2006a) sobre a

ecologia e silvicultura do paricaacute

Apoacutes serem retiradas do armazenamento as sementes podem ser plantadas

de duas maneiras colocando-se as sementes para germinar em canteiros

(sementeiras) ou semeando-as diretamente na embalagem plaacutestica Ambas as

opccedilotildees permitem sobrevivecircncia de no miacutenimo 80 das plantas sendo

consideravelmente aceitaacutevel (SOUZA et al 2003)

No que se refere a implantaccedilatildeo de povoamentos uma atenccedilatildeo especial

deve ser direcionada agrave escolha do espaccedilamento a ser utilizado No Estado do Paraacute

diversos espaccedilamentos tem sido adotados (3x3 m 4x4 m 3x4 m 5x4 m 6x4 m)

16

principalmente em plantios mais antigos estando os mais recentes em maior

padronizaccedilatildeo com espaccedilamentos de 4x4 m Isso provavelmente se deve agrave

facilidade de mecanizaccedilatildeo (MARQUES et al 2006) Aleacutem disso estudos vecircm

comprovando que o espaccedilamento 4x4 m eacute mais utilizado pois proporciona a melhor

relaccedilatildeo entre crescimento em altura e diacircmetro das aacutervores (ROSA 2006b)

Em sistemas silviculturais mais adensados ou em plantios puros o paricaacute

tem demonstrado crescimento inicial em altura bastante raacutepido sendo necessaacuterios

desbastes para manter equiliacutebrio adequado entre a retirada de indiviacuteduos de

qualidade inferior doentes ou danificados e a manutenccedilatildeo de espaccedilamento

aproximadamente regular entre as plantas Deve-se ressaltar entretanto que a

espeacutecie eacute bastante suscetiacutevel aos danos causados por ventos fortes principalmente

nos estaacutegios iniciais de desenvolvimento As aacutervores isoladas e plantas da

bordadura satildeo mais propensas a quebras poreacutem estes danos satildeo bastante

reduzidos com a presenccedila de mata ou de relevo ondulado nas proximidades que

possam proteger o povoamento e reduzir esses efeitos do vento (SOUZA et al

2003)

No estudo realizado por Rondon (2002) concluiu-se que ateacute o terceiro ano o

paricaacute eacute altamente vulneraacutevel ao vento principalmente nos espaccedilamentos 4x2 m e

2x2 m Por tal motivo medidas preventivas devem ser tomadas no iniacutecio da

implantaccedilatildeo deixando-se uma faixa de mata nativa em torno do plantio Desta

maneira sob os espaccedilamentos 15x15 m 2x2 m 3x2 m 3x3 m 4x2 m 4x3 m e 4x4

m avaliadas pelo autor os dois uacuteltimos foram os que proporcionaram maiores

crescimentos em altura e diacircmetro

213 Utilizaccedilatildeo do paricaacute

Essa espeacutecie eacute bastante utilizada na produccedilatildeo de lacircminas meacutedias ou parte

interna de compensados caixotaria leve portas e parquete tendo em vista que

pode ser alcanccedilado o rendimento de ateacute 80 de aproveitamento da madeira no

processo de laminaccedilatildeo (MARQUES et al 2006)

17

Ela pode ser utilizada para produccedilatildeo energeacutetica assim como a produccedilatildeo de

papel e celulose por sua facilidade de branqueamento Propriedades medicinais

tambeacutem podem ser encontradas principalmente na casca (CARVALHO 2007)

Carvalho (2007) afirma ainda que esta espeacutecie tem grande potencial para

recuperaccedilatildeo de aacutereas degradadas Por ser uma espeacutecie pioneira o paricaacute tem bom

desenvolvimento na maioria dos solos amazocircnicos contribuindo com

sombreamento o desenvolvimento de espeacutecies cliacutemax que por ventura se

estabeleccedilam na aacuterea

O paricaacute pode ser utilizado ainda para artesanato sendo seu uso mais

comum na fabricaccedilatildeo de brinquedos saltos para calccedilados e aeromodelismo

(SOUZA et al 2003)

22 CRESCIMENTO E PRODUCcedilAtildeO DO PARICAacute

O crescimento e a produccedilatildeo de um povoamento florestal dependem da

idade da capacidade produtiva do grau de utilizaccedilatildeo do potencial produtivo do lugar

e de tratamentos silviculturais (SCOLFORO 2006 CAMPOS LEITE 2009) Esta

relaccedilatildeo pode ser mensurada por meio de modelos de crescimento e produccedilatildeo

mecaniacutesticos ou empiacutericos sendo este uacuteltimo o mais utilizado

Santos (2012) estudando o crescimento e produccedilatildeo de plantios de paricaacute

sob diferentes espaccedilamentos ajustou o modelo logiacutestico para estimar o crescimento

em diacircmetro e volume das aacutervores em cada espaccedilamento em funccedilatildeo da idade O

autor observou efeito significativo do espaccedilamento sobre as variaacuteveis diacircmetro

quadraacutetico e volume em todas as idade evidenciando a dependecircncia entre os

fatores

Neste mesmo estudo foi constatado que a maior diferenccedila entre as meacutedias

do diacircmetro quadraacutetico e o volume foi entre os espaccedilamentos extremos 3x2 m e 5x5

metros Assim o maior crescimento em diacircmetro quadraacutetico foi verificado no espaccedilo

vital com 25 msup2 e o maior crescimento em volume por aacuterea no espaccedilamento de 6msup2

Anteriormente Hoffmann (2009) jaacute havia verificado a influecircncia do diacircmetro

no rendimento da laminaccedilatildeo em que o aumento do diacircmetro promoveu maior

rendimento O mesmo foi observado por Silva et al (2013)

18

23 RENDIMENTO EM LAMINACcedilAtildeO DE PARICAacute

A produccedilatildeo de lacircminas em escala comercial surgiu a partir do seacuteculo XX

sendo impulsionada no Brasil na deacutecada de 30 com o objetivo de confeccionar

madeira compensada que tem como mateacuteria-prima paineacuteis de lacircminas de madeira

Este material eacute submetido a um processo de colagem e prensagem com adesivos

resistentes ou agrave prova drsquoaacutegua tendo muacuteltiplas aplicaccedilotildees na construccedilatildeo civil na

fabricaccedilatildeo de moacuteveis formas para concreto embalagens transporte e aplicaccedilotildees

agriacutecolas (BORDUELLE IWAKIRI MARTINS et al 2006 IWAKIRI PRATA 2008)

A qualidade da laminaccedilatildeo eacute influenciada por caracteriacutesticas da espeacutecie

(densidade da madeira) caracteriacutesticas do fuste (diacircmetro e forma) e gratilde (direccedilatildeo e

inclinaccedilatildeo) e por condiccedilotildees operacionais do equipamento (velocidade de corte

ajuste da geometria da faca e barra de pressatildeo afiaccedilatildeo da faca) sendo que a

automaccedilatildeo dos equipamentos tem resultado em lacircminas de maior qualidade e

produtividade (TSOUMIS 1991)

Esta busca pela qualidade e produtividade tem aumentado o interesse nos

estudos sobre a prognose do crescimento e da produccedilatildeo de povoamentos e do

processo de laminaccedilatildeo Isto ocorre porque as empresas florestais procuram

investimentos soacutelidos devido aos compromissos de longo prazo assumidos

As estimativas da produccedilatildeo de mateacuteria-prima e do rendimento do produto

final contribuem com o planejamento da empresa em relaccedilatildeo a novos investimentos

novos produtos a serem lanccedilados no mercado aleacutem da viabilidade do projeto em

execuccedilatildeo e de futuros investimentos Por isso faz-se necessaacuterio conhecer todo o

processo produtivo do produto com o qual se estaacute trabalhando

A laminaccedilatildeo da madeira pode ser obtida por meio de duas formas

comerciais

a) Lacircminas torneadas ndash obtidas a partir do ldquodesenrolamentordquo de toras grossas

relativamente curtas utilizando torno laminador

b) Lacircminas faqueadas ndash obtidas a partir de cortes planos realizados por

faqueadeira em peccedila de madeira em bloco

Independentemente do meacutetodo de obtenccedilatildeo de lacircminas um dos objetivos da

empresa florestal eacute a busca pelo aumento da produtividade Estas informaccedilotildees satildeo

obtidas por meio do acompanhamento do processo de transformaccedilatildeo das aacutervores

19

em lacircminas e a partir dos valores obtidos subtrai-se o produto final da quantidade

de madeira que iniciou o processo obtendo-se assim o rendimento

Para o paricaacute o rendimento encontrado em estudos realizados por Hoffmann

(2009) foi de aproximadamente 5031 em aacutervores aos 5 anos Jaacute Melo (2012)

alcanccedilou rendimento meacutedio de 59 Este autor afirma ainda que o rendimento em

laminaccedilatildeo pode ser facilmente estimado por meio de variaacuteveis dendromeacutetricas da

tora obtendo-se menores perdas para aacutervores com maiores diacircmetros

O resultado encontrado por Melo (2012) eacute semelhante ao de Bortoletto

Juacutenior e Belini (2002) para outra espeacutecie do mesmo gecircnero Estudando a produccedilatildeo

de lacircminas e compensados de guapuruvu (Schizolobium parayba (Vell) Blake)

proveniente de plantios mistos de espeacutecies nativas estes autores observaram que o

rendimento do processo de laminaccedilatildeo foi de aproximadamente 61 em lacircminas

verdes Isso demonstra que o gecircnero Schizolobium pode conter boas caracteriacutesticas

para laminaccedilatildeo

24 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO

241 Teoria dos custos

Segundo Pinto et al (2008) algumas terminologias devem ser consideradas

na contabilidade de custos

Gasto esforccedilo realizado pela empresa para obtenccedilatildeo de um bem ou serviccedilo

Investimento gasto com bens ou serviccedilos que traratildeo benefiacutecios futuros

Despesa consumo direto ou indireto com bens e serviccedilos com a finalidade

de obtenccedilatildeo de receitas

Perda gasto natildeo intencional decorrente de fatores externos e

Custos gastos acumulados para executar uma atividade fabricar um

produto ou adquirir uma mercadoria

Essas definiccedilotildees podem ser interpretadas como ilustrada na Figura 1

20

Figura 1 Forma esquemaacutetica da distribuiccedilatildeo de gastos Fonte Adaptado de Pinto et al (2008)

Aleacutem das terminologias apresentadas faz-se necessaacuterio definir orccedilamento

anaacutelise de projeto e o caacutelculo do custo de produccedilatildeo uma vez que satildeo peccedilas

fundamentais para o teste de viabilidade econocircmica do projeto

O orccedilamento tem por objetivo a verificaccedilatildeo preacutevia de gastos e a anaacutelise de

projetos objetiva a avaliaccedilatildeo econocircmica de investimentos que seratildeo realizados Jaacute o

caacutelculo do custo de produccedilatildeo por sua vez tem por objetivo quantificar o custo por

unidade produzida sendo este sempre realizado apoacutes o fim do ciclo de produccedilatildeo

O custo por produto encontrado eacute entatildeo comparado com receita obtida com

as vendas do produto e com o montante de capital utilizado na produccedilatildeo a fim de

serem calculados os indicadores econocircmicos para aquela atividade ou seja o custo

de produccedilatildeo de uma empresa eacute determinado pelas condiccedilotildees fiacutesicas de produccedilatildeo

pelo preccedilo dos recursos e pela conduta economicamente eficiente do proprietaacuterio

Custo eacute entatildeo o preccedilo pelo qual se obteacutem um bem (FERGUSON 2003)

O caacutelculo dos custos de produccedilatildeo por sua vez natildeo eacute uma tarefa faacutecil haja

visto que haacute um grande nuacutemero de informaccedilotildees que devem ser administradas para

que se tenha no final do periacuteodo de produccedilatildeo todos os custos referentes agravequela

atividade Por isso o aconselhaacutevel eacute que se faccedila o registro dos gastos

preferencialmente por atividade para facilidade de obtenccedilatildeo dos resultados

Custos

Investimentos

Despesas

PerdasUso para execuccedilatildeo de atividades adquirir mercadorias e fabricar produtos

Gastos que seratildeo usados no futuro para geraccedilatildeo de receita

Gastos que jaacute foram utilizados para geraccedilatildeo de receita

Gastos que natildeo foram usados para geraccedilatildeo de receita

21

242 A importacircncia dos custos

Para Hildebrand (1995) os custos geralmente contribuem para a anaacutelise a

curto meacutedio e longo prazo que geram informaccedilotildees importantes para o planejamento

e mensuraccedilatildeo da eficiecircncia de operaccedilotildees atividades e processos de produccedilatildeo da

empresa a avaliaccedilatildeo de alternativas de investimento novos negoacutecios e novos

sistemas de produccedilatildeo (processos maacutequinas e equipamentos entre outros)

O setor florestal trabalha geralmente a longo prazo que eacute um horizonte de

planejamento em que a curva de custo de produccedilatildeo corresponde agrave despesa com a

aquisiccedilatildeo dos fatores ao longo do caminho de expansatildeo Isto significa que para cada

niacutevel de produccedilatildeo existiraacute uma combinaccedilatildeo dos fatores variaacuteveis de miacutenimo custo

que junto com os fatores fixos permite a produccedilatildeo de determinada quantidade

(SIMONSEN1971 FERGUSON 2003) A ausecircncia do conhecimento sobre custos

provavelmente levaraacute a maacute aplicaccedilatildeo do capital de giro menor lucro menor

rentabilidade ameaccedilas a estabilidade econocircmica financeira e ao crescimento da

empresa (FERREIRA 2007)

243 Classificaccedilatildeo dos custos

Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo vaacuterios meacutetodos satildeo encontrados na

literatura sendo selecionado o modelo a partir da caracteriacutestica do produto ou do

modelo de produccedilatildeo que estaacute sendo analisado Em funccedilatildeo disso o Instituto de

Economia Agriacutecola ndash IEA oacutergatildeo vinculado agrave Secretaria de Agricultura e

Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo desenvolveu uma metodologia para o setor

agriacutecola designado Meacutetodo do Custo Operacional

Na metodologia do custo operacional se incluem apenas as despesas

efetivamente desembolsadas pelo produtor mais a depreciaccedilatildeo de maacutequinas e

benfeitorias e o custo estimado da matildeo-de-obra familiar Assim a remuneraccedilatildeo de

todos os outros fatores de produccedilatildeo natildeo incluiacutedos fica a cargo do resiacuteduo ou seja a

diferenccedila entre o custo operacional e o valor de venda do produto (MATSUNAGA et

al 1976)

22

O esquema da estrutura do custo de produccedilatildeo utilizada pelo IEA pode ser

visualizado a seguir

Figura 2 Estrutura dos custos de produccedilatildeo utilizada pelo IEA Fonte Nachiluk e Oliveira (2012) sup1 Contribuiccedilatildeo de Seguridade Social Rural

244 Componentes do custo

Os custos podem ser denominados custos expliacutecitos e impliacutecitos Os

desembolsos realizados satildeo denominados custos expliacutecitos segundo Pindyck e

Rubinfeld (1994) os quais abrangem remuneraccedilotildees de matildeo de obra salaacuterios e

custos de materiais e locaccedilatildeo de propriedades aleacutem do custo de oportunidade Eles

satildeo importantes pois envolvem pagamentos diretamente feitos pela empresa a

outras empresas e pessoas com as quais faz negoacutecios

Jaacute os custos impliacutecitos natildeo satildeo diretamente desembolsados no processo de

produccedilatildeo mas natildeo podem deixar de ser considerados uma vez que se constituem

de fato em dispecircndios Sua mensuraccedilatildeo se daacute de maneira indireta por meio da

atribuiccedilatildeo de valores que deveratildeo representar o custo de oportunidade de seu uso

Nesta categoria enquadram-se os gastos com depreciaccedilatildeo de benfeitorias

instalaccedilotildees maacutequinas e implementos agriacutecolas e remuneraccedilatildeo do capital fixo e da

terra (CONAB 2010)

Custo operacional

Custo operacional efetivo (COE)

Despesas com operaccedilotildees

Pagamentos de salaacuterios

Gastos com maacutequinas equipamentos e

implementos

Despesas com materiais

Sementes fertilizantes corretivos defensivos

sacarias etc

Encargos sociais

Custo operacional total (COT)

Depreciaccedilatildeo com maacutequinas juros de custeio e CSSRsup1

23

A classificaccedilatildeo proposta pelo IEA compreende elementos diferenciados

poreacutem de faacutecil interpretaccedilatildeo e mais adequado agrave tomada de decisotildees Assim

segundo Matsunaga et al (1976) essa classificaccedilatildeo eacute composta dos seguintes

custos

a) Custo Operacional Efetivo ndash COE

O custo operacional efetivo envolve todos os custos expliacutecitos ou seja o

custo de todos os recursos de produccedilatildeo que exigem desembolso por parte da

empresa para sua recomposiccedilatildeo excluindo-se a matildeo-de-obra familiar

Assim mesmo que determinado produto tenha sido adquirido no periacuteodo

anterior por exemplo deveraacute ser contabilizado aqui pois em algum momento houve

o desembolso para a compra do mesmo Nesse caso eacute importante que seja utilizado

o preccedilo de mercado atual e natildeo o valor pago anteriormente devido ao custo de

oportunidade

b) Custo Operacional Total ndash COT

O custo operacional total envolve a soma do COE o valor da matildeo-de-obra

familiar e as depreciaccedilotildees que equivalem a apenas uma parte dos custos fixos

b1) Depreciaccedilatildeo

A depreciaccedilatildeo corresponde ao custo indireto exigido para acumular fundos

para substituiccedilatildeo do capital investido em bens produtivos de longa duraccedilatildeo

inutilizados pela idade uso e obsolescecircncia

b2) Valor da Matildeo-de-obra Familiar

Este valor deve ser definido considerando-se o custo de oportunidade ou

seja quanto o produtor ganharia se estivesse trabalhando em outra atividade

Considerando-se eacute claro o mesmo niacutevel teacutecnico para desenvolvimento das duas

atividades

24

c) Custo Total ndash CT

Custo total nada mais eacute que a soma do COT com o valor da remuneraccedilatildeo do

capital imobilizado com a atividade

Todo o capital investido na empresa tem custo de oportunidade uma vez

que seu uso na empresa implica deixar de empregaacute-lo noutra atividade alternativa

Por definiccedilatildeo o retorno potencial desse capital na melhor alternativa possiacutevel de

utilizaccedilatildeo forneceria a medida desse custo de oportunidade Como essa estimativa

nem sempre eacute faacutecil eacute expediente comum estimar o custo de oportunidade a partir do

retorno que o capital teria se em vez de aplicado na empresa fosse investido no

mercado financeiro como por exemplo na caderneta de poupanccedila

245 Iacutendices econocircmicos

Os iacutendices econocircmicos apresentados pelo IEA segundo Matsunaga et al

(1976) satildeo

2451 Renda Bruta (RB)

A renda bruta vem a ser o valor da produccedilatildeo ou seja tudo que eacute produzido

vezes o preccedilo do produto

Embora a Renda Bruta permita saber o quanto eacute recebido pelo produto

produzido ela natildeo diz o quanto desse valor iraacute sobrar Isso porque eacute preciso retirar o

custo de produccedilatildeo Sendo assim eacute necessaacuterio que se faccedila a anaacutelise de

rentabilidade da atividade

2452 Margem Bruta (MB)

Eacute calculada pela subtraccedilatildeo do custo operacional efetivo da renda bruta ou

seja eacute a retirada de todos os custos ocorridos sendo mais produtiva agrave medida que

resulta em valores positivos

25

2453 Margem Liacutequida (ML)

Eacute calculada pela subtraccedilatildeo do custo operacional total da renda bruta sendo

um indicativo de lucratividade Comparando-se duas empresas de igual atividade

aquela que tem maior Margem Liacutequida eacute a que possui melhor rentabilidade no

negoacutecio incluindo-se aiacute a questatildeo operacional financeira e extra-operacional

Isso quer dizer que se a ML for positiva todos os desembolsos estatildeo sendo

pagos aleacutem da depreciaccedilatildeo e a matildeo-de-obra familiar Caso contraacuterio a depreciaccedilatildeo

eou a matildeo-de-obra natildeo estatildeo sendo efetivamente pagas e a empresa estaacute se

descapitalizando

2454 Lucro (L)

O lucro vem a ser o resultado da subtraccedilatildeo da renda bruta gerada pela

venda dos produtos no mercado menos o custo total de produccedilatildeo incorrido na sua

geraccedilatildeo Simplificadamente nada mais eacute do que o resultado positivo deduzido das

vendas os custos e despesas

2455 Lucratividade (Luc)

Eacute a relaccedilatildeo do valor do lucro com o montante de vendas ou seja divide-se o

valor do lucro pela quantidade vendida (renda bruta)

2456 Iacutendice de Rentabilidade (IR)

Eacute uma medida do retorno de um investimento Calcula-se dividindo o lucro

obtido (margem liacutequida) pelo valor do investimento inicial (capital empatado) Pode-

se dizer que a rentabilidade eacute a quantidade de dinheiro que o investidor ganha para

cada quantia investida

26

246 Custos na empresa florestal

Nas empresas em geral os custos satildeo classificados em funccedilatildeo de suas

necessidades de informaccedilotildees Geralmente eles satildeo divididos por operaccedilotildees ou

setores da atividade como viveiro plantaccedilotildees tratos culturais exploraccedilatildeo florestal

atividades especiais (coleta de sementes entre outros) implantaccedilatildeo de infra-

estrutura e administraccedilatildeo (BREPOHL 1980)

Em termos econocircmicos os componentes do custo satildeo agrupados de

acordo com sua funccedilatildeo no processo produtivo nas categorias de custos variaacuteveis

custos fixos custo operacional e custo total (CONAB 2010)

Na determinaccedilatildeo da idade oacutetima de corte de povoamentos florestais eacute

necessaacuterio estudar caso a caso cada componente dos custos e das receitas

envolvidas no processo de produccedilatildeo da madeira Tudo isso pelo fato do setor

florestal conter operaccedilotildees de longo prazo Por tal motivo a anaacutelise de custos pode

ter dois enfoques a anaacutelise ex-ante ou seja antes das operaccedilotildees ocorrerem e ex-

post apoacutes terem ocorrido (GRACcedilA et al 2000)

Entre os custos analisados deve-se considerar tambeacutem a depreciaccedilatildeo que

segundo Hildebrand (1995) pode ser definida como a diminuiccedilatildeo do valor dos bens

ativos resultante do desgaste pelo uso accedilatildeo da natureza ou por obsolescecircncia

teacutecnica Assim com o tempo para tornar possiacutevel a reposiccedilatildeo do equipamento eacute

necessaacuterio acumular periodicamente uma reserva em um fundo que permitiraacute no

fim de um periacuteodo a aquisiccedilatildeo de um novo equipamento

Baseados nas necessidades do setor florestal vaacuterios estudos sobre a

viabilidade econocircmica de plantios vem sendo desenvolvidos para as mais variadas

espeacutecies arboacutereas como os obtidos por Souza et al (2003) e o Centro de Pesquisa

do Paricaacute ndash CPP Deve-se ressaltar no entanto a afirmaccedilatildeo feita por Marques et al

(2006) em que os autores concluiacuteram que o custo meacutedio para implantaccedilatildeo e

conduccedilatildeo dos povoamentos podem variar conforme a regiatildeo as teacutecnicas de preparo

de solo os tratos silviculturais adotados entre outros

27

25 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DE PROJETOS FLORESTAIS

Do ponto de vista teacutecnico Oliveira e Rezende (2004) afirmam que dois ou

mais projetos podem ser compatiacuteveis quando a execuccedilatildeo de um natildeo afeta a

implementaccedilatildeo do outro ou incompatiacuteveis em caso contraacuterio Jaacute do ponto de vista

econocircmico eles podem ser dependentes quando haacute uma relaccedilatildeo de rentabilidade

entre ambos ou independentes quando nenhum eacute afetado

Estas informaccedilotildees satildeo importantes para o bom planejamento das atividades

florestais uma vez que o investimento em um projeto deve ser baseado em um

horizonte de planejamento na maioria das vezes de longo prazo podendo variar de

finito como no caso de um plantio florestal ou infinito em um manejo sustentado de

floresta nativa (CHICHORRO et al 2010)

Para realizar a anaacutelise econocircmica eacute importante considerar a vida econocircmica

do projeto Ela corresponde ao tempo que ele produziraacute lucro a vida fiacutesica de

maacutequinas e construccedilotildees o periacuteodo de anaacutelise onde se consideram os efeitos do

projeto Aleacutem do horizonte de construccedilatildeo relacionado agrave demanda do produto e o

horizonte de dados que se refere ao periacuteodo de tempo em que eacute possiacutevel prever o

fluxo de caixa (REZENDE OLIVEIRA 2001)

A avaliaccedilatildeo econocircmica ou financeira de projetos baseia-se entatildeo no fluxo

de caixa que consiste nos custos e nas receitas distribuiacutedos ao longo da vida uacutetil do

empreendimento Os meacutetodos mais recomendados para avaliaccedilatildeo econocircmica de

projetos florestais satildeo (REZENDE OLIVEIRA 2001) valor presente liacutequido (VPL)

taxa Interna de Retorno (TIR) custo (ou Benefiacutecio) Perioacutedico Equivalente (CPE ou

BPE) custo Meacutedio de Produccedilatildeo (CMPr) razatildeo Benefiacutecio (receita)Custo (BC) e

tempo de Recuperaccedilatildeo do Capital

28

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE PRODUTORES DE FLORESTAS PLANTADAS ndash ABRAF ANUAacuteRIO estatiacutestico da ABRAF Brasiacutelia ABRAF 2012 Disponiacutevel em lthttpwwwabraflororgbrestatisticasABRAF12-BRaspgt Acesso em 28 jul 2013 BORTOLETTO JUacuteNIOR G BELINI U L Produccedilatildeo de lacircminas e manufatura de compensados a partir da madeira de guapuruvu (Schizolobium parayba Blake) proveniente de um plantio misto de espeacutecies nativas Cerne v8 n2 p001-016 2002 BORDUELLE G M IWAKIRI S MARTINS D Fatores que influenciam no rendimento em laminaccedilatildeo de Pinus spp Floresta e Ambiente v12 n2 p 35 - 41 NovDez2006 BREPOHL D Custos em empreendimentos florestais Curitiba FUPEF nov 1980 18p (seacuterie teacutecnica n4) CAMPOS J C C LEITE H G Mensuraccedilatildeo florestal perguntas e respostas 3 ed Viccedilosa UFV 2009 548 p CARVALHO P E R Espeacutecies florestais brasileiras recomendaccedilotildees silviculturais potencialidades e uso da madeira Colombo Embrapa Florestas 1994 640p CARVALHO P E R Paricaacute (Schizolobium amazonicum) Colombo Embrapa Florestas 2007 8p (Circular Teacutecnica 142) CHICHORRO J F BAUER M O ANDRADE W S SILVA G F SANTOS F R SILVA J L NOGUEIRA M A Avaliaccedilatildeo econocircmica de projetos florestais In CHICHORRO J F BAUER M O GARCIA G O CALDEIRA M V W Toacutepicos especiais em ciecircncias florestais 1 ed Visconde do Rio Branco Suprema 2010 v 1 p 231-260 COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO ndash CONAB Custo de produccedilatildeo agriacutecola a metodologia da Conab Brasiacutelia Conab 2010 60p CORTELETTI R B Anaacutelise de tronco aplicada agrave avaliaccedilatildeo de crescimento de aacutervores de paricaacute 2013 (82f) Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) ndashUniversidade Federal do Espiacuterito Santo Jerocircnimo Monteiro ES 2013 CRESPO T R MINNICK G VARGAS J Evaluacioacuten de algunas leguminosas en el troacutepico de Cochabamba Bolivia In EVANS D O SZOTT L T (ed) Nitrogen fixing trees for acid soils proceedings of a workshop Morrilton NFTA Winroch International 1995 p 103-112 FERGUSON C E Microeconomia 20 ed Rio de Janeiro Forense Universitaacuteria 2003 610p FERREIRA J A Custos industriais uma ecircnfase gerencial Satildeo Paulo STS 2007 172p

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30

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31

CAPIacuteTULO 1

CUSTOS DA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA DE PARICAacute

RESUMO

O setor de florestas plantadas brasileiro vem perdendo espaccedilo no mercado

internacional pelo alto custo necessaacuterio agrave produccedilatildeo Por isso haacute a necessidade

de se investigar quais os custos mais onerosos do processo produtivo para

entatildeo se montar uma estrateacutegia de reduccedilatildeo de custos a fim de tornar o

reflorestamento novamente competitivo no mercado Deste modo objetivou-se

no trabalho estimar a produccedilatildeo de paricaacute (Schizolobium amazonicum) aos 5 6

e 7 anos em trecircs classes de produtividade e em cinco espaccedilamentos de

plantio identificando os principais custos de produccedilatildeo aleacutem dos mais afetados

pelos espaccedilamentos de plantio na regiatildeo de Paragominas PA A estimativa de

volume foi obtida segundo metodologia proposta por Silva et al (2013) e os

custos de produccedilatildeo desde as atividades de preparo da aacuterea ateacute a colheita e

transporte foram disponibilizados por produtores rurais e empresaacuterios da

regiatildeo Posteriormente fez-se a anaacutelise dos custos por meio da metodologia do

custo operacional em que se considera apenas as despesas efetivamente

desembolsadas pelo agricultor somadas agrave depreciaccedilatildeo e matildeo-de-obra familiar

Assim inferiu-se que o espaccedilamento 3x2 m foi superior em volume diante dos

outros espaccedilamentos analisados Em relaccedilatildeo agrave analise de custos o custo

operacional efetivo representou em meacutedia 65 dos custos totais de produccedilatildeo

sendo o transporte o custo individual mais expressivo em todos os

espaccedilamentos analisados Jaacute a manutenccedilatildeo foi o conjunto de atividades mais

significativo nos plantios devido ao nuacutemero e ao longo periacuteodo para sua

execuccedilatildeo Os custos totais de produccedilatildeo foram superiores em espaccedilamentos

menores independentemente da remuneraccedilatildeo ou natildeo pelo uso dos capitais

permanente e circulante

Palavras-chave Custo operacional efetivo espaccedilamento idade

produtividade

32

CHAPTER 1

PRODUCTION COST PARICAacute

ABSTRACT

The planted forest sector in Brazil has been losing ground in the international

market by the high cost needed for production Therefore there is a need to

investigate what the most expensive costs of the production process to then

build a strategy to reduce costs in order to become competitive again

reforestation in the market Thus the aim of the study was to estimate the

production of paricaacute (Schizolobium amazonicum) at 5 6 and 7 years in three

productivity classes and five planting space identifying the major costs of

production and those most affected by planting space in the region of

Paragominas PA The volume estimate was obtained according to the

methodology proposed by Silva et al (2013) and production costs since the

activities of preparation of the area to harvest and transport were provided by

farmers and entrepreneurs in the region Subsequently made to cost analysis

using the methodology of the operating cost which considers only the expenses

actually disbursed by the farmer together with the depreciation and labor

family labor Thus it was inferred that the spacing 3x2 m was higher by volume

on the other spacings analyzed Regarding the analysis of costs the effective

operating cost represented on average 65 of total production costs and

transport the most significant single cost in all spacings analyzed Have

maintenance was the most significant set of activities in plantations due to the

number and the time period for its implementation The total production costs

were higher in the smaller spacing regardless of whether or not for the use of

permanent and circulating capital

Keywords Effective operational cost spacing age productivity

33

1 INTRODUCcedilAtildeO

A crescente dificuldade em se obter madeira de florestas nativas tem

motivado empresaacuterios agrave praacutetica do reflorestamento Nesses plantios vaacuterias

espeacutecies tecircm sido utilizadas sendo o paricaacute a espeacutecie nativa de maior

expressatildeo na regiatildeo norte do paiacutes principalmente no estado do Paraacute

Segundo a ABRAF (2013) em 2012 foram plantados 87901 hectares

de paricaacute nos estados do Paraacute Tocantins e Maranhatildeo O aumento da aacuterea de

plantio nos uacuteltimos anos eacute justificado pela boa aceitaccedilatildeo desta espeacutecie no

mercado madeireiro devido aos seus variados fins como a produccedilatildeo de

lacircmina e compensado forros palitos papel moacuteveis aleacutem de peccedilas de

acabamentos e molduras

A falta de informaccedilotildees silviculturais no entanto tecircm inviabilizado a

expansatildeo de novos plantios em outras regiotildees do paiacutes Natildeo se tecircm estudos

suficientes para comprovar o melhor meacutetodo de implantaccedilatildeo desta cultura no

que se refere ao espaccedilamento a ser utilizado para maior produccedilatildeo de madeira

Este tipo de deficiecircncia pode implicar no emprego de teacutecnicas silviculturais

equivocadas que inviabiliza economicamente o cultivo reduzindo

consequentemente o interesse comercial pela espeacutecie

Os custos de produccedilatildeo devem entatildeo ser analisados para se testar a

viabilidade econocircmica dos projetos que estatildeo sendo implantados haja vista

que poucos satildeo os estudos que se referem ao monocultivo do paricaacute A

obtenccedilatildeo destes custos eacute fundamental pois eles compotildeem um ferramental de

controle e gerenciamento das atividades produtivas e de geraccedilatildeo de

importantes informaccedilotildees para auxiliar as tomadas de decisotildees pelos

produtores rurais (CONAB 2010)

Para se atestar a viabilidade econocircmica de um projeto florestal natildeo se

deve avaliar somente a espeacutecie a ser implantada mais agraves condiccedilotildees de

mercado atuais e futuras para comercializaccedilatildeo do produto Eacute notaacutevel a

importacircncia econocircmica e socioambiental do setor de florestas plantadas para o

Brasil por isso deve-se investir em conhecimento e tecnologia sobre as

espeacutecies cultivadas haja visto que o ambiente de negoacutecio para o

34

desenvolvimento desta atividade vem passando por dificuldades nos uacuteltimos

anos

A competitividade dos produtos florestais estaacute se deteriorando frente

aos seus principais concorrentes internacionais uma vez que o aumento

generalizado dos custos de produccedilatildeo de madeira no Brasil estaacute reduzindo

significativamente a rentabilidade da induacutestria integrada de base florestal e dos

produtores independentes de plantios florestais (ABRAF 2013) Comprova-se

assim a necessidade de estudos referentes aos custos de produccedilatildeo

Haacute alguns anos a importacircncia dos custos na produccedilatildeo agriacutecola e as

dificuldades de sua obtenccedilatildeo estimularam o Instituto de Economia Agriacutecola

oacutegatildeo vinculado agrave Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de Satildeo

Paulo a efetuar estimativas de custo de produccedilatildeo de diversas exploraccedilotildees

agriacutecolas por meio da metodologia designada custo operacional Neste

meacutetodo se incluem apenas as despesas efetivamente desembolsadas pelo

agricultor somadas agrave depreciaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos e matildeo-de-

obra familiar A remuneraccedilatildeo devida a todos os outros fatores de produccedilatildeo eacute

de responsabilidade do resiacuteduo ou seja a diferenccedila entre o custo operacional

e o valor de venda (MATSUNAGA et al 1976 CONAB 2010)

O ecircxito nas estimativas de custos de produccedilatildeo agriacutecola vem

estimulando pesquisadores da aacuterea florestal a utilizarem esta metodologia

tambeacutem para culturas florestais principalmente neste momento em que o

Brasil depende de medidas estruturais que promovam a reduccedilatildeo dos custos de

produccedilatildeo e incentivem o investimento para retomada da competitividade dos

produtos nacionais de base florestal no mercado internacional Por tal motivo

objetivou-se neste trabalho identificar os principais custos de produccedilatildeo bem

como o efeito dos diferentes espaccedilamentos sobre estes custos

35

2 MATERIAL E MEacuteTODOS

21 AacuteREA EM ESTUDO

Os dados utilizados neste estudo foram originaacuterios de povoamentos

homogecircneos de paricaacute (Schizolobium amazonicum) plantados sob os

espaccedilamentos 3x2 3x3 3x4 4x4 e 5x5 m localizados entre os municiacutepios de

Dom Elizeu e Paragominas Estado do Paraacute (Figura 1)

Figura 1 Localizaccedilatildeo dos municiacutepios de Dom Eliseu e Paragominas PA

O municiacutepio de Paragominas estaacute localizado no nordeste paraense

possuindo aproximadamente 20000 km2 de aacuterea territorial com 90 m de

altitude O solo caracteriacutestico da aacuterea eacute o Latossolo amarelo com vegetaccedilatildeo

originaacuteria representada pela floresta densa sendo encontradas extensas aacutereas

de mata secundaacuteria (capoeira nos seus diversos estaacutegios de desenvolvimento)

devido aos constantes desmatamentos provocados principalmente pelo

avanccedilo da agropecuaacuteria na regiatildeo (IBGE 2013a PREFEITURA MUNICIPAL

DE PARAGOMINAS 2013)

Segundo o IBGE (2013a) o clima do municiacutepio eacute do tipo mesoteacutermico e

uacutemido A temperatura meacutedia anual eacute elevada em torno de 25degC e seu regime

pluviomeacutetrico fica geralmente entre 2250 mm e 2500 mm anuais

36

O municiacutepio de Dom Eliseu pertence agrave microrregiatildeo de Paragominas

possui 5268815 kmsup2 e estaacute localizado nas coordenadas 04deg17rsquo06rdquo Sul e

47deg30rsquo18rdquo Oeste a 180 metros de altitude Ele eacute um dos municiacutepios da

chamada ldquoFronteira agriacutecola amazocircnicardquo maior produtora de commodities

agriacutecolas da porccedilatildeo norte do paiacutes e grande produtora de paricaacute (IBGE 2013b

PREFEITURA MUNICIPAL DE DOM ELISEU 2013)

22 ESTIMATIVA DA PRODUCcedilAtildeO

Foram inventariados povoamentos de paricaacute anualmente ateacute o quinto

ano sendo analisadas trecircs classes de produtividade em cada espaccedilamento

sendo elas Baixa (17 - 19 m) Meacutedia (19 ndash 21 m) e Alta (21 - 24 m)

Posteriormente empregando-se o modelo de crescimento e produccedilatildeo proposto

por Silva et al (2013) os volumes comercial e de lacircminas foram estimados

para diferentes espaccedilamentos e qualidades de local nas idades de 5 6 e 7

anos conforme o esquema apresentado na Figura 2

Figura 2 Esquema para obtenccedilatildeo dos volumes comercial e de lacircminas em povoamentos de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA

A partir dos dados de inventaacuterio estimou-se a produccedilatildeo em volume

comercial e de lacircminas por meio da metodologia proposta por Silva et al

(2013) Assim a partir de informaccedilotildees sobre as variaacuteveis aacuterea basal por

hectare (GHA) iacutendice de siacutetio (SI) altura dominante (HD) considerada como a

altura meacutedia das 100 aacutervores mais altas do povoamento (Hart) e nuacutemero de

aacutervores por hectare (NHA) na idade de cinco anos pode-se projetar a produccedilatildeo

para as idades em anaacutelise

Espaccedilamentos (m)

bull3x2

bull3x3

bull4x3

bull4x4

bull5x5

Classes de produtividade

(m)

bullBaixa

bullMeacutedia

bullAlta

Idades

(anos)

bull5

bull6

bull7

Volume comercial

Volume de lacircminas

37

A estimativa da HD na idade i foi obtida por meio da equaccedilatildeo 1

119878119868 =

119867119863119894 (1 + 119890119909119901 ((182404 minus 119860119894)

043105frasl ))

1 + 119890119909119901 ((182404 minus 119860119894119899119889

043105frasl ))

Eq 1

Em que

119890119909119901 = base de logaritmo neperiano

119867119863119894 = altura dominante na idade i

119860119894 = i-eacutesima idade (i = 5 6 7) e

119860119894119899119889 = idade iacutendice (5 anos)

Para estimativa do nuacutemero de aacutervores por hectare na idade futura

utilizou-se a equaccedilatildeo 2

1198731198671198602 = 1198731198671198601 minus ((119860119877119864119860

1198671198631)

minus20848

(119860220356 minus 1198601

20356)) Eq 2

Em que

1198731198671198602 = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade futura

1198731198671198601 = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade corrente

119860119877119864119860 = aacuterea meacutedia ocupada por cada planta no plantio

1198671198631 = altura dominante na idade corrente

1198601 = idade corrente e

1198602 = idade futura

A aacuterea basal por hectare foi estimada por meio da equaccedilatildeo 3

119866119867119860119894 = 000523119867119863119894145720119873119867119860053967

119894 Eq 3

Em que

NHAi = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade i

38

Apoacutes a obtenccedilatildeo de todas as variaacuteveis os volumes comercial e de

lacircminas foram estimados pelas equaccedilotildees 4 e 5

119881119879119867119860119894 = 122839119866119867119860119894093941119867119863119894

071858 Eq 4

119881119862119867119860119894 = 003388119866119867119860119894069131119867119863119894

183907 Eq 5

Em que

119881119879119867119860119894 = volume comercial por hectare e

119881119862119867119860119894 = volume de lacircminas por hectare

23 DESCRICcedilAtildeO DAS ATIVIDADES

Por se tratarem de aacutereas anteriormente ocupadas por pastagem fez-se

necessaacuterio o combate agrave formigas e limpeza da aacuterea manualmente e com

auxiacutelio de trator a fim de retirar do local galhos tocos e raiacutezes que por ventura

atrapalhassem o processo de mecanizaccedilatildeo

Para todas as aacutereas de plantio fez-se a anaacutelise de solo verificando-se

a necessidade de correccedilatildeo com uma tonelada de calcaacuterio dolomiacutetico por

hectare Assim foi realizada a calagem precedida da gradagem com auxiacutelio da

terceirizaccedilatildeo de tratores agriacutecolas

Apoacutes o preparo do solo iniciou-se o processo de alinhamento

marcaccedilatildeo e coveamento respeitando o espaccedilamento preacute-determinado para

cada local considerando que uma pessoa consegue abrir 500 covasdia

Posteriormente foram acrescentados 100g de NPK (6-30-6) por cova antes do

plantio das mudas de paricaacute Adubaccedilotildees de cobertura e um ano apoacutes o plantio

tambeacutem ocorreram com o objetivo de aumentar o iacutendice de sobrevivecircncia agraves

plantas

Como no campo eacute difiacutecil controlar os fatores bioacuteticos e abioacuteticos a

mortalidade de plantas eacute inevitaacutevel por isso foi observada a necessidade de

39

replantio de 5 das mudas logo no primeiro ano segundo informaccedilotildees

disponibilizadas pela empresa

A manutenccedilatildeo relativa agrave limpeza dos plantios se deu pelo coroamento

das mudas aplicaccedilatildeo de herbicida manualmente e roccedilada mecacircnica do

primeiro ao terceiro ano Desta forma natildeo houve competiccedilatildeo com plantas

invasoras que poderiam inibir o crescimento das mudas Assim devido ao

ambiente favoraacutevel e as condiccedilotildees propiacutecias de crescimento e produccedilatildeo foi

possiacutevel extrair a madeira para laminaccedilatildeo no quinto ano apoacutes a implantaccedilatildeo

A colheita foi realizada de forma semi-mecanizada (motosserra)

seguida do baldeio e carregamento ateacute a beira da estrada O transporte ateacute a

induacutestria de beneficiamento foi realizado por caminhatildeo tipo bitrem com

capacidade para 44000 kg ao preccedilo meacutedio de R$59192 por viagem

O valor da matildeo-de-obra familiar foi considerado como o custo de

administraccedilatildeo ou seja quando o proprietaacuterio presta serviccedilos na proacutepria

empresa Assim a remuneraccedilatildeo paga pelo custo de administraccedilatildeo foi

equivalente a 10 dos custos efetivamente desembolsados pela empresa

Em relaccedilatildeo agraves aacutereas onde os plantios foram realizados estas jaacute

pertenciam a empresa Laminit por isso natildeo houve a necessidade de aquisiccedilatildeo

ou arrendamento do terreno Poreacutem considerou-se o custo de oportunidade

ou seja a remuneraccedilatildeo do capital investido (permanente e circulante) por meio

do caacutelculo da parcela sobre o bem adquirido e utilizado na produccedilatildeo e inclusa

no custo fixo da produccedilatildeo Logo o investimento do produtor foi remunerado agrave

taxa de 6 ao ano como se fosse aplicado o capital em outro investimento

alternativo conforme recomendaccedilotildees da CONAB (2010)

24 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS

Para anaacutelise dos custos de produccedilatildeo florestal foi necessaacuteria a coleta de

dados anuais de todas as despesas e receitas contraiacutedas em cada

espaccedilamento durante o periacuteodo entre 2006 e 2013 O esquema da disposiccedilatildeo

dos gastos na planilha de custo pode ser observado na Tabela 1

40

Tabela 1 Distribuiccedilatildeo dos gastos efetuados para implantaccedilatildeo de povoamentos de paricaacute

Descriccedilatildeo Un R$un

Quantidade utilizada

Espaccedilamento (m)

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

Preparo da aacuterea

Anaacutelise de solo un 3450 1 1 1 1 1

Limpeza manual Diaacuteria 3500 1 1 1 1 1

Limp mecanizada ht 10218 1 1 1 1 1

Gradagem ht 10218 15 15 15 15 15

Calagem ht 6846 05 05 05 05 05

Calcaacuterio ton 8967 1 1 1 1 1

Alinhamento Diaacuteria 3500 2 14 1 08 05

Coveamento Diaacuteria 3500 334 223 167 125 08

Cercamento R$ha 30000 1 1 1 1 1

Constr de estradas R$ha 13390 1 1 1 1 1

Constr de aceiros Diaacuteria 3500 4 4 4 4 4

Adubaccedilatildeo

Adubo Kg 123 5001 3336 2502 1875 120

Adubaccedilatildeo Diaacuteria 3667 45 3 225 195 106

Plantio

Transp de mudas ht 5000 05 05 05 05 05

Mudas un 038 1751 1168 876 657 420

Plantio e replantio Diaacuteria 3500 4 27 2 15 1

Manutenccedilatildeo

Formicida Kg 674 125 10 83 695 551

Aplic de formicida Diaacuteria 3703 893 748 651 578 525

Transp de insumos ht 4233 2 2 2 2 2

Coroamento Diaacuteria 3761 67 45 35 25 16

Roccedilada ht 5602 4 5 6 7 85

Herbicida L 1732 8 9 10 105 12

Aplic de herbicida Diaacuteria 3761 4 45 5 55 6

Manutenccedilatildeo de aceiro Diaacuteria

3744 6 6 6 6 6

Manut de estrada ht 8699 469 469 469 469 469

Materiais - 6892 8 8 8 8 8

Encargos - 8185 7 7 7 7 7

Colheita e Transporte

Corte e toragem msup3 215 1844 1744 1524 1341 11705

Baldeio msup3 096 1844 1744 1524 1341 11705

Carregamento msup3 097 1844 1744 1524 1341 11705

Transporte msup3 659 1844 1744 1524 1341 11705 Valores deflacionados e descapitalizados para o ano de 2006 Considerando o volume comercial em classe de produtividade alta (21 - 24 m) com corte aos 6 anos

Os custos envolvidos nas atividades de implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo dos

povoamentos foram disponibilizados por produtores rurais da regiatildeo de

41

Paragominas Tambeacutem foram disponibilizados por empresaacuterios locais os

dados referentes agrave exploraccedilatildeo e transporte da madeira ateacute a empresa

referente a uma distacircncia meacutedia de 80 km

Para comparaccedilatildeo entre os valores incorridos durante periacuteodos

diferentes no tempo fez-se o deflacionamento dos custos para o periacuteodo

inicial (implantaccedilatildeo dos povoamentos) A correccedilatildeo da perda monetaacuteria causada

pela inflaccedilatildeo foi obtida por meio do Iacutendice Geral de Preccedilo ndash Disponibilidade

Interna (IGP ndash DI) o qual eacute responsaacutevel pelo registro da inflaccedilatildeo de preccedilos de

mateacuterias-primas agriacutecolas

Posteriormente os valores deflacionados foram descapitalizados para o

ano 0 (2006) a fim de facilitar a anaacutelise econocircmica A descapitalizaccedilatildeo foi

obtida pela seguinte foacutermula

1198810 =119881119899

(1 + 119894)119899 Eq 6

Em que

1198810 = valor inicial correspondente ao periacuteodo de implantaccedilatildeo do povoamento

(R$)

119881119899 = valor final correspondente ao ano j (R$)

119894 = taxa de juros (6 aa) e

119899 = nuacutemero de periacuteodos (anos)

25 CLASSIFICACcedilAtildeO DOS CUSTOS

Para o caacutelculo dos custos de produccedilatildeo do paricaacute foi adotada a

metodologia descrita pelo Instituto de Economia Agriacutecola (IEA) oacutergatildeo vinculado

agrave Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo Neste

caso foram considerados os custos efetivos de produccedilatildeo ou seja aquele

dinheiro efetivamente desembolsado pelo proprietaacuterio para o pagamento da

mateacuteria-prima produtos ou serviccedilos adquiridos

42

A depreciaccedilatildeo foi aqui desconsiderada pela indisponibilidade de

informaccedilotildees sobre as maacutequinas equipamentos e benfeitorias Assim

considerou-se que todos os maquinaacuterios e equipamentos utilizados para a

implantaccedilatildeo conduccedilatildeo extraccedilatildeo e transporte dos povoamentos foram de

origem terceirizada

Os custos de produccedilatildeo foram entatildeo divididos segundo sua origem

sendo classificados de acordo com a metodologia de custos proposta pelo IEA

a) Custo operacional efetivo (COE) ndash correspondente a todos os custos

expliacutecitos

b) Custo operacional total (COT) ndash correspondente ao somatoacuterio do custo

operacional efetivo e matildeo-de-obra familiar (MO)

c) Custo Total (CT) ndash soma do custo operacional total e do custo de

oportunidade (CO) que eacute a remuneraccedilatildeo do capital circulante e do capital

fixo

As foacutermulas para obtenccedilatildeo do custo operacional total e custo total

encontram-se a seguir

119862119874119879 = 119862119874119864 + 119872119874 Eq 7

119862119879 = 119862119874119879 + 119862119874 Eq 8

43

3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

31 ESTIMATIVA DE VOLUME

A partir das equaccedilotildees ajustadas por Silva et al (2013) para

povoamentos de paricaacute foi possiacutevel estimar o volume comercial e de lacircminas

em trecircs ocasiotildees no tempo e em diferentes classes de produtividade nos cinco

espaccedilamentos de plantio como pode ser observado na Tabela 2

Tabela 2 Volumes comercial (VTHA) e de lacircminas (VCHA) estimados nos diferentes espaccedilamentos de plantio de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA

Idade Espaccedil

(m)

VTHA (msup3ha) VCHA (msup3ha)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 16229 18511 19336 5638 6858 7915

3x3 - 15498 18126 - 6163 7671

3x4 - 13328 15983 - 5476 7009

4x4 7133 13551 14623 2800 5705 6468

5x5 7351 8790 13093 3191 4124 6231

6 a

no

s

3x2 15173 16865 18439 5370 6411 7666

3x3 - 14606 17439 - 5912 7473

3x4 - 12325 15244 - 5188 6787

4x4 7178 11745 13410 2827 5146 6082

5x5 7115 8867 11705 3118 4158 5759

7 a

no

s

3x2 14315 15607 16406 5144 6054 7029

3x3 - 13920 16489 - 5706 7170

3x4 - 11890 14648 - 5052 6590

4x4 7028 11464 13067 2783 5055 5967

5x5 7020 8726 11515 3087 4109 5690

Em que VTHA= volume comercial por hectare VCHA= volume de lacircminas por hectare Espaccedil= espaccedilamento de plantio

A divisatildeo dos povoamentos em classes de produtividade eacute explicada

por Oliveira et al (2008) Segundo os autores a estratificaccedilatildeo realizada por

44

meio de classes de produtividade resulta em estimativas de volume mais

precisas proacuteximo agrave idade de corte Por isso a adoccedilatildeo das trecircs classes

A falta de informaccedilotildees nos espaccedilamentos intermediaacuterios 3x3 e 3x4 m

na classe de produtividade baixa ocorreu pela ausecircncia de povoamentos

nestas condiccedilotildees de siacutetio

A diferenccedila no volume comercial de madeira foi de 323 entre os

espaccedilamentos extremos 3x2 e 5x5 m na classe de produtividade alta sendo

maior o volume nos menores espaccedilamentos Resultados semelhantes foram

encontrados por Macedo et al (2005) com povoamentos de Teca em Minas

Gerais e Hoffmann (2009) em seu trabalho sobre caracterizaccedilatildeo

dendromeacutetrica e rendimento em laminaccedilatildeo de paricaacute na regiatildeo de

Paragominas PA

A diferenccedila no volume tem comportamento exponencial agrave medida em

que se utilizam siacutetios de menor produtividade sendo constatada uma diferenccedila

de 525 e 547 no volume entre os espaccedilamentos extremos nas classes

de produtividade meacutedia e baixa respectivamente Comportamento semelhante

foi observado para o volume de lacircminas de paricaacute Houve diferenccedila crescente

no volume entre os espaccedilamentos extremos sendo menor na classe de

produtividade alta (213)

Aos 6 anos a diferenccedila no volume entre os espaccedilamentos extremos foi

superior agrave idade anterior Na classe de produtividade alta a diferenccedila no

volume comercial foi de 365 Jaacute o volume de lacircminas abrangeu diferenccedila de

249

Nos siacutetios de baixa produtividade o volume comercial de madeira no

espaccedilamento 3x2 m foi 177 menor comparado ao de produtividade alta

Esta porcentagem encontra-se dentro do intervalo indicado por Morales et al

(2010) para povoamentos de pinus Segundo os autores a produtividade do

pinus foi reduzida entre 14 a 36 nos diferentes siacutetios de produccedilatildeo

Nos espaccedilamentos 4x4 e 5x5 m esta diferenccedila foi mais significativa

com aproximadamente 465 e 392 respectivamente Isso se deve entre

outras coisas agrave morte natural das plantas com diacircmetros mais acentuados

tornando mais expressiva a reduccedilatildeo de volume

Comparando a produccedilatildeo de paricaacute em relaccedilatildeo a idade de corte pode

ser observada uma reduccedilatildeo no volume de madeira do quinto para o sexto ano

45

Este comportamento pode ser resultado do autodesbaste caracteriacutestico da

espeacutecie Por se tratar de uma espeacutecie pioneira ela atinge o aacutepice de

incremento na idade meacutedia de 5 anos sendo mais viaacutevel seu corte neste

periacuteodo (CARVALHO 2007)

Balloni e Simotildees (1980) anteriormente jaacute haviam afirmado que a

porcentagem de aacutervores dominadas e mortas cresce com o avanccedilo da idade

sendo mais intenso e precoce nos espaccedilamentos mais apertados Por isso a

idade de corte deve ser definida em funccedilatildeo do ritmo de crescimento

espaccedilamento finalidade da madeira e suas interaccedilotildees

32 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO

O levantamento de custos como citado anteriormente seguiram a

metodologia sugerida pelo Instituto de Economia Agriacutecola ndash IEA sendo

agrupados por atividade

321 Custo operacional efetivo ndash COE

Todas as atividades desde a implantaccedilatildeo ateacute a exploraccedilatildeo dos

povoamentos de paricaacute foram identificadas e os gastos estimados para

obtenccedilatildeo dos custos efetivamente desembolsados pelo produtor sendo que os

custos foram deflacionados e descapitalizados para o ano de 2006 A soma

dos custos das atividades desenvolvidas durante este periacuteodo com corte aos

5 6 e 7 anos podem ser observadas na Tabela 3

Nos povoamentos em estudo os custos de implantaccedilatildeo variaram entre

R$80000 a R$180000 entre os espaccedilamentos extremos sendo menor

quanto menor o nuacutemero de plantas por hectare Este montante representa

entre 18 e 26 do custo total de produccedilatildeo de paricaacute demonstrando sua

importacircncia em relaccedilatildeo agrave outros custos

46

Tabela 3 Custo Operacional Efetivo (COE) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006

Idade Espaccedilamento

(m)

COE do volume comercial (R$ha) COE do volume de lacircminas (R$ha)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 501646 501646 501646 648938 667703 674487

3x3 - 437995 437995 - 586899 608517

3x4 - 408969 408969 - 540219 562057

4x4 388309 388309 388309 468849 521642 530459

5x5 369666 369666 369666 451856 463692 499083

6 a

no

s

3x2 512608 512608 512608 639852 652755 664594

3x3 - 451539 451539 - 574684 595999

3x4 - 423545 423545 - 529527 551493

4x4 404176 404176 404176 471255 505786 518322

5x5 385283 385283 385283 451891 465242 486598

7 a

no

s

3x2 527155 527155 527155 637832 646772 652303

3x3 - 465086 465086 - 573035 590806

3x4 - 436693 436693 - 530595 549673

4x4 416824 416824 416824 477086 507776 518871

5x5 398191 398191 398191 458394 470202 489495

47

O custo no espaccedilamento 5x5 m foi semelhante ao encontrado por Silva

et al (2004) para a implantaccedilatildeo de 1 ha de eucalipto na regiatildeo de Brasiacutelia

quando os valores foram corrigidos para o mesmo periacuteodo demonstrando

semelhanccedila na implantaccedilatildeo das duas culturas

Nos povoamentos analisados natildeo houve diferenccedilas nos custos para

implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo nos plantios com classes de produtividade distintas

os quais objetivavam a produccedilatildeo de volume comercial Em contrapartida

houve o acreacutescimo de gastos a medida em que se reduziu os espaccedilamentos

de plantio ou seja quanto menor a aacuterea ocupada por plantas maiores os

gastos com alinhamento marcaccedilatildeo de covas coveamento plantio e adubaccedilatildeo

Em relaccedilatildeo ao volume de lacircminas ocorreu a distinccedilatildeo dos custos entre

classes de produtividade uma vez que os custos com colheita e transporte

estatildeo relacionados com o volume colhido Assim em classes de produtividade

alta e menor espaccedilamento de plantio o COE foi superior em comparaccedilatildeo aos

outros povoamentos analisados

Como observado aos 5 anos natildeo houve diferenccedila no COE

independente da classe de produtividade nos povoamentos em que satildeo

mensurados o volume comercial de madeira Isso foi reflexo da quantidade de

plantas inseridas no local que no plantio foram invariaacuteveis independente da

qualidade do terreno O mesmo foi notado quando se estimou os custos para

exploraccedilatildeo de madeira aos 7 anos

A reduccedilatildeo no COE da produccedilatildeo de lacircminas com o aumento da idade

de exploraccedilatildeo eacute explicado pela reduccedilatildeo ocorrida no volume de madeira

causado pela mortalidade das plantas como observado no trabalho de Silva et

al (2013) Assim diminuem-se proporcionalmente os custos com colheita

transporte e outras atividades de manutenccedilatildeo

322 Custo operacional total ndash COT

O custo operacional total envolveu o COE e a matildeo-de-obra familiar

considerada aqui como o custo de administraccedilatildeo ou seja os proprietaacuterios dos

48

povoamentos eram os responsaacuteveis pela administraccedilatildeo dos plantios A

participaccedilatildeo do COT pode ser observada na Tabela 4

O custo da matildeo-de-obra foi considerado como um custo operacional

efetivo pois natildeo houve somente um gasto mas um desembolso ou seja uma

saiacuteda de caixa Jaacute a matildeo-de-obra familiar eacute parte do custo de produccedilatildeo pois

consistiu em uma alocaccedilatildeo de recurso produtivo (matildeo-de-obra) para a geraccedilatildeo

do produto (madeira) representando cerca de 10 dos custos de produccedilatildeo

Observando a tabela 4 pode-se notar que o maior custo de

administraccedilatildeo foi obtido para o espaccedilamento 3x2 m quando o objetivo era a

laminaccedilatildeo com custo de aproximadamente R$67450 Jaacute o espaccedilamento 5x5

m com objetivo de venda da floresta em peacute obteve o menor custo com

aproximadamente R$37000 por hectare

Resultados semelhantes foram encontrados para a produccedilatildeo de

madeira aos 6 anos Os menores custos de administraccedilatildeo estatildeo relacionados

aos menores custo de implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo dos povoamentos Aos 6 anos

o custo de administraccedilatildeo no espaccedilamento 5x5 m em classe de produtividade

alta com o objetivo de produccedilatildeo de lacircminas foi de aproximadamente R$48660

e R$38528 quando se objetivou a venda da madeira em peacute

Os custos de administraccedilatildeo tambeacutem foram reduzidos a medida em que

se aumentou o tempo para exploraccedilatildeo dos povoamentos devido a reduccedilatildeo do

volume por hectare sendo outro indicio de que esta espeacutecie deve ser

explorada logo aos 5 anos apoacutes o plantio

49

Tabela 4 Custo Operacional Total (COT) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006

Idade Espaccedilamento

(m)

COT do volume comercial (R$ha) COT do volume de lacircminas (R$ha)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 551811 551811 551811 713832 734473 741936

3x3 - 481795 481795 - 645589 669368

3x4 - 449865 449865 - 594241 618263

4x4 427140 427140 427140 515733 573807 583505

5x5 406633 406633 406633 497042 510062 548991

6 a

no

s

3x2 563869 563869 563869 703837 718031 731053

3x3 - 496693 496693 - 632152 655599

3x4 - 465900 465900 - 582479 606642

4x4 444594 444594 444594 518380 556365 570155

5x5 423812 423812 423812 497080 511767 535258

7 a

no

s

3x2 579871 579871 579871 701615 711449 717534

3x3 - 511595 511595 - 630338 649886

3x4 - 480362 480362 - 583655 604641

4x4 458507 458507 458507 524794 558554 570758

5x5 438010 438010 438010 504233 517223 538444

50

323 Custo total ndash CT

O custo total foi obtido pelo COT acrescido da remuneraccedilatildeo paga ao

capital investido e ao custo da Terra (TABELA 5)

Apoacutes contabilizados todos os custos foi possiacutevel inferir que para o

volume comercial em espaccedilamentos mais adensados o custo total foi 2294

maior do que nos plantios mais espaccedilados independente da classe de

produtividade Jaacute em povoamentos onde o objetivo do plantio era a venda de

lacircminas ocorreu uma variaccedilatildeo nos custos em fator da classe de produtividade

e espaccedilamento de plantio

A venda da madeira aos 6 anos culminou em um acreacutescimo de 67 a

86 em comparaccedilatildeo com os mesmos povoamentos sendo explorados aos 5

anos Para a produccedilatildeo de lacircminas o aumento dos custos foi menos

expressivo No espaccedilamento 3x2 m em classe de produtividade baixa o

aumento foi de 34

A exploraccedilatildeo de povoamentos aos 7 anos foi 1347 a 1596 maior

em relaccedilatildeo a exploraccedilatildeo aos 5 anos e 726 a 801 para 6 anos Estes

nuacutemeros confirmam que os custos tecircm crescido proporcionalmente com o

passar do tempo

Os custos com a remuneraccedilatildeo do capital investido e pelo uso da terra

correspondem em meacutedia a 24 dos custos totais de produccedilatildeo Poreacutem a

maioria dos produtores rurais deixam de contabilizar estes custos por se tratar

do pagamento pelo uso dos bens que ele jaacute possui (capital e terra) resultando

em valores de produccedilatildeo abaixo do que realmente deve ser computado

Comparando a produccedilatildeo de paricaacute e Teca no espaccedilamento 3x2 m

utilizando a mesma metodologia de custos observa-se que o custo total para

cultivo da Teca eacute de aproximadamente R$1080309 valor muito proacuteximo ao

observado para o plantio de paricaacute (SANGUINO 2009)

51

Tabela 5 Custo Total (CT) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006

Idade Espaccedilamento

(m)

CT do volume comercial (R$ha) CT do volume de lacircminas (R$ha)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 730146 730146 730146 917076 940890 949501

3x3 - 649366 649366 - 838341 865776

3x4 - 612527 612527 - 779099 806814

4x4 586308 586308 586308 688522 755523 766713

5x5 562648 562648 562648 666957 681978 726892

6 a

no

s

3x2 782537 782537 782537 949133 966026 981526

3x3 - 702582 702582 - 863811 891718

3x4 - 665930 665930 - 804688 833447

4x4 640572 640572 640572 728395 773606 790019

5x5 615836 615836 615836 703043 720523 748483

7 a

no

s

3x2 843816 843816 843816 99343 100552 101299

3x3 - 759911 759911 - 905837 92986

3x4 - 721528 721528 - 848467 874257

4x4 694669 694669 694669 776132 81762 832618

5x5 669481 669481 669481 750864 766827 792907

52

De maneira geral os custos mais expressivos satildeo referentes agrave manutenccedilatildeo

dos plantios independente do espaccedilamento adotado (Figura 3) Isso eacute

consequecircncia do maior nuacutemero de atividades desenvolvidas durante este periacuteodo

que variam desde o controle de formigas agrave manutenccedilatildeo de estradas

Figura 3 Custos totais da produccedilatildeo de paricaacute sob diferentes espaccedilamentos na regiatildeo de Paragominas PA

Nota-se no entanto que quanto maior o espaccedilamento de plantio utilizado

maiores satildeo os custos de manutenccedilatildeo por hectare Como haacute menor quantidade de

aacutervores por hectare a presenccedila de plantas invasoras eacute mais acentuada

aumentando os custos para seu controle Em contrapartida os custos por hectare

53

com adubaccedilatildeo plantio colheita e transporte diminuem jaacute que o nuacutemero de aacutervores

na aacuterea eacute reduzido

Deve-se ressaltar ainda que estes custos podem variar de acordo com a

classe de produtividade a idade em que vatildeo ser explorados os povoamentos e os

tipos de atividades empregadas que podem variar de acordo com o produtor e a

regiatildeo

54

4 CONCLUSOtildeES

O custo operacional efetivo representou em meacutedia 65 dos custos totais de

produccedilatildeo sendo o transporte o custo individual mais expressivo em todos os

espaccedilamentos analisados Jaacute a manutenccedilatildeo foi o conjunto de atividades mais

significativo nos povoamentos devido ao nuacutemero e ao longo periacuteodo para execuccedilatildeo

das atividades

Os custos totais de produccedilatildeo foram superiores em espaccedilamentos menores

independentemente da remuneraccedilatildeo ou natildeo pelo uso dos capitais permanente e

circulante

A diferenccedila nos custos entre espaccedilamentos extremos 3x2 m e 5x5 m eacute

justificada pelo maior volume de matildeo-de-obra e insumos necessaacuterios para execuccedilatildeo

das atividades em locais com maior nuacutemero de plantas por hectare

55

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE FLORESTAS PLANTADAS ndash ABRAF Anuaacuterio Estatiacutestico da ABRAF 2013 Ano base 2012 Brasiacutelia ABRAF 2013 148p Disponiacutevel em lthttpwwwabraflororgbrestatisticasABRAF13ABRAF13BR pdfgt Acesso em 19 Ago 2013 BALLONI E A SIMOtildeES J W O espaccedilamento de plantio e suas implicaccedilotildees silviculturais IPEF Piracicaba v1 n 3 p 1-16 Set 1980 (Seacuterie Teacutecnica) CAMPOS J C C LEITE H G Mensuraccedilatildeo florestal perguntas e respostas Viccedilosa UFV 2002 407p

CARVALHO P E R Paricaacute (Schizolobium amazonicum) Colombo Embrapa Florestas 2007 8p (Circular Teacutecnica 142)

COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO ndash CONAB Custo de produccedilatildeo agriacutecola a metodologia da Conab Brasiacutelia Conab 2010 60p HOFFMANN R G Caracterizaccedilatildeo dendromeacutetrica e avaliaccedilatildeo do rendimento em laminaccedilatildeo de madeira em plantios de paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) na regiatildeo de Paragominas PA 2009 (97f) Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) ndash Universidade Federal do Espiacuterito Santo Jerocircnimo Monteiro ES 2009 IBGE Paraacute Dom Eliseu 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwibgegovbrcidadesat xtrasperfilphpcodmun =150293gt Acesso em 12 Ago 2013b IBGE Paraacute Paragominas 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwibgegovbrcidadesat xtrasperfilphpcodmun= 150550ampsearch=para|paragominasgt Acesso em 12 Ago 2013a MACEDO R L G GOMES J E VENTURIN N SALGADO B G Desenvolvimento inicial de Tectona grandis LF (teca) em diferentes espaccedilamentos no municiacutepio de Paracatu MG Cerne Lavras v 11 n 1 p 61-69 janmar 2005 MATSUNAGA M et al Metodologia de custo de produccedilatildeo utilizada pelo IEA Agricultura em Satildeo Paulo Satildeo Paulo v 23 p 123-139 1976 MORALES C A S ALBUQUERQUE J A ALMEIDA J A MARANGONI J M STAHL J CHAVES D M Qualidade do solo e produtividade de Pinus taeda no planalto catarinense Ciecircncia Florestal Vol 20 No 4 Oct-Dec 2010 pp 629-640 OLIVEIRA M L R LEITE H G NOGUEIRA G S GARCIA S L R SOUZA A L Classificaccedilatildeo da capacidade produtiva de povoamentos natildeo desbastados de clones de eucalipto Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v43 n11 p1559-1567 nov 2008 PREFEITURA MUNICIPAL DE PARAGOMINAS O lago verde Paragominas 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwparagominaspagovbrgt Acesso em 23 Maio 2013

56

PREFEITURA MUNICIPAL DE DOM ELISEU O municiacutepio Dom Eliseu 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwdomeliseupagovbrgt Acesso em 23 Maio 2013 SANGUINO A C Custos de implantaccedilatildeo e rentabilidade econocircmica de povoamentos florestais com teca no estado do Paraacute Ciecircncias Agraacuterias Beleacutem n 52 p 61-78 juldez 2009 SILVA G F GEZAN S A SOARES C P B ZANETI L Z Modeling growth and yield of Schizolobium amazonicum under different spacings International Journal of Forestry Research v 2013 (2013) 10 p SILVA K R MINETTI L J FIEDLER N C VENTUROLI F MACHADO E G B SOUZA A P Custos e rendimentos operacionais de um plantio de eucalipto em regiatildeo de cerrado Aacutervore Viccedilosa-MG v28 n3 p 361-366 2004

57

CAPIacuteTULO 2

ANAacuteLISE ECONOcircMICA DA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA DE PARICAacute

RESUMO

As exigecircncias atuais de mercado aliadas agraves alternativas de investimento expressam

a necessidade de avaliaccedilatildeo econocircmica de projetos florestais Essa avaliaccedilatildeo

contribui com a escolha da melhor estrateacutegia de produccedilatildeo a fim de tornar os

produtos florestais brasileiros competitivos no mercado externo Por isso objetivou-

se neste trabalho analisar a viabilidade econocircmica de povoamentos de paricaacute sob

diferentes espaccedilamentos aleacutem de determinar economicamente a melhor forma de

plantio para produccedilatildeo de madeira Estes povoamentos foram implantados na regiatildeo

de Paragominas PA em 2006 sob os espaccedilamentos 3x2 3x3 3x4 4x4 e 5x5 m

divididos em trecircs classes de produtividade A produccedilatildeo foi entatildeo estimada para as

idades de 5 6 e 7 anos por meio de equaccedilotildees de crescimento e produccedilatildeo Os

custos do plantio agrave colheita foram disponibilizados por produtores rurais e

empresaacuterios da regiatildeo assim como o valor de venda de lacircminas A partir da

obtenccedilatildeo dos custos e receitas fez-se a anaacutelise econocircmica dos projetos Para tanto

foram utilizados os iacutendices econocircmicos e o criteacuterio do benefiacutecio perioacutedico equivalente

(BPE) como formas de avaliaccedilatildeo considerando-se a taxa de desconto de 6 como

a taxa miacutenima de atratividade Apoacutes a anaacutelise dos iacutendices e criteacuterio de avaliaccedilatildeo

econocircmica pode-se concluir que o espaccedilamento 3x3 m em classe de produtividade

alta com corte aos 5 anos foi o mais indicado pois gera o maior retorno financeiro

Para os maiores espaccedilamentos estudos ainda devem ser desenvolvidos mas

acredita-se que eles sejam alternativas financeiras viaacuteveis

Palavras-chave Criteacuterios de avaliaccedilatildeo espaccedilamentos de plantio iacutendices

econocircmicos retorno financeiro

58

CHAPTER 2

ECONOMIC ANALYSIS OF PRODUCTION PARICAacute

ABSTRACT

The current market demands combined with investment alternatives express the

need for economic evaluation of forestry projects This assessment contributes to the

choice of the best production strategy in order to make the Brazilian forest products

competitive in foreign markets Therefore this study aimed to analyze the economic

feasibility of stands of paricaacute under different spacings and economically determine

the best planting for timber production These settlements were established in the

region of Paragominas PA in 2006 under the spacings 3x2 3x3 3x4 4x4 and 5x5

m divided into three classes productivity The production was then estimated for

ages 5 6 and 7 years through equations of growth and production Costs from

planting to harvest were provided by farmers and entrepreneurs in the region as well

as the value of sales of blades From procurement costs and revenues became the

economic analysis of projects For both economic indicators and criteria periodic

benefit equivalent (BPE) as forms of assessment considering the discount rate of 6

as the hurdle rate were used After analyzing the indexes and economic evaluation

criteria it can be concluded that the spacing 3x3 m in class high productivity with cut

to 5 years was the most suitable because it generates the greatest financial return

For the larger spacings studies have yet to be developed but it is believed that they

are viable alternatives financial

Keywords Evaluation criteria planting space economic indicators financial return

59

1 INTRODUCcedilAtildeO

A implantaccedilatildeo da lei dos incentivos fiscais na deacutecada de 60 motivou o plantio

de florestas para ampliar a base florestal do Paiacutes e captar recursos para o

desenvolvimento do setor (MELLO et al 2005) Esses estiacutemulos baseavam-se na

expansatildeo florestal desconsiderando a qualidade da madeira

Nos dias atuais diante das exigecircncias de mercado da competiccedilatildeo com

outros paiacuteses e das pressotildees relacionadas ao meio ambiente o Brasil tem investido

natildeo somente em produccedilatildeo mais tambeacutem em teacutecnicas silviculturais que contribuam

com a qualidade final dos produtos aleacutem de teacutecnicas que reduzam os custos

envolvidos no processo produtivo Essas metas tecircm sido alcanccediladas por meio do

planejamento dos investimentos

Para realizar um investimento eacute necessaacuterio primeiramente organizar

formalmente os objetivos por meio de um projeto relacionando os meios de que se

dispotildee para alcanccedilaacute-los Posteriormente deve-se analisar o mercado potencial do

produto a fim de obter informaccedilotildees sobre os retornos esperados do investimento

comparativamente agraves alternativas disponiacuteveis eou viaacuteveis Assim com o

planejamento adequado das atividades eacute possiacutevel identificar as exigecircncias atuais de

mercado os caminhos a serem seguidos para entatildeo construir um referencial futuro

o qual identificaraacute a viabilidade ou natildeo da implantaccedilatildeo do projeto ao qual o

planejamento se destina (REZENDE OLIVEIRA 2008)

Para implantaccedilatildeo de um projeto aleacutem de se conhecer o horizonte de

planejamento que eacute o periacuteodo estimado durante o qual o empreendimento em

anaacutelise iraacute operar faz-se necessaacuterios tambeacutem testar a sua viabilidade teacutecnica

econocircmica financeira social ambiental e poliacutetica O teste da viabilidade econocircmica

eacute considerado o mais importante entre os paracircmetros de avaliaccedilatildeo pois consiste em

verificar se no projeto as receitas superam os custos Caso isso natildeo ocorra diz-se

que o projeto eacute insustentaacutevel desde a sua implantaccedilatildeo (FARO 1979 CHICHORRO

et al 2010)

Na avaliaccedilatildeo econocircmica para decisatildeo de que o projeto deve ou natildeo ser

implementado satildeo usadas teacutecnicas e criteacuterios de anaacutelise que comparam os custos e

as receitas inerentes ao projeto A anaacutelise de projetos consiste entatildeo na verificaccedilatildeo

60

de que determinada atividade eacute lucrativa ou natildeo considerando-se um horizonte de

planejamento (REZENDE OLIVEIRA 2008)

Existem vaacuterios meacutetodos de seleccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de projetos de

investimentos Geralmente recorre-se a meacutetodos que consideram principalmente as

atividades a serem executadas os periacuteodos de execuccedilatildeo e seus respectivos custos

os produtos e o periacuteodo de tempo que levaratildeo para serem produzidos seus preccedilos

e receitas ou seja o fluxo de caixa (CHICHORRO et al 2010)

Os meacutetodos de avaliaccedilatildeo econocircmica podem entatildeo ser divididos em dois

grupos principais O primeiro grupo compreende aqueles em que natildeo se considera a

variaccedilatildeo do capital no tempo sendo indicados para horizontes de planejamentos

muito curtos onde natildeo haacute inflaccedilatildeo Jaacute o segundo grupo considera a variaccedilatildeo do

capital no tempo podendo-se citar o valor presente liacutequido (VPL) e o benefiacutecio

perioacutedico equivalente (BPE) como exemplos (SILVA et al 2005)

A variaccedilatildeo do capital ocorre devido agrave remuneraccedilatildeo paga ao seu uso por

determinado tempo ou seja os juros Assim no final do prazo estipulado natildeo

haveraacute somente a quantia emprestada mais tambeacutem um acreacutescimo que

corresponde ao custo de oportunidade do uso do capital durante o periacuteodo de

empreacutestimo O valor a ser pago no final do periacuteodo dependeraacute da taxa de juros

correspondente a unidade de tempo considerada A Conab utiliza o percentual de

6 ao ano como a taxa de retorno para a remuneraccedilatildeo dos investimentos feitos pelo

produtor como se o capital fosse aplicado em outro investimento alternativo

(OLIVEIRA REZENDE 2004 CONAB 2010)

Tendo em vista este contexto objetivou-se neste trabalho analisar a

viabilidade econocircmica de povoamentos de paricaacute sob diferentes espaccedilamentos e

determinar economicamente o melhor espaccedilamento de plantio para produccedilatildeo de

madeira

61

2 MATERIAL E MEacuteTODOS

21 OBTENCcedilAtildeO DAS RECEITAS

A partir da estimativa dos volumes comercial (VTHA msup3ha) e de lacircminas

(VCHA m3ha) nos diferentes espaccedilamentos de plantio em diferentes

idades e classes produtivas tal como proposto no capiacutetulo 1 foram contraiacutedas as

receitas Os volumes comercial e de lacircminas estimados foram multiplicados pelo valor

meacutedio de venda disponiacutevel no boletim informativo de preccedilos disponibilizado pela

Coordenadoria Executiva da Administraccedilatildeo Tributaacuteria ndash CERAT do Estado do Paraacute

2013 Obteve-se assim a receita para cada espaccedilamento analisado

22 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS

Como se trata de projetos de investimento com a finalidade de obtenccedilatildeo de

madeira foram propostos trecircs horizontes de planejamento para os povoamentos de

paricaacute Esses horizontes se referiram ao periacuteodo de tempo que estes projetos foram

avaliados correspondendo a 5 6 e 7 anos entre a implantaccedilatildeo e colheita

Sabendo-se que eacute necessaacuterio reajustar os valores investidos durante o

periacuteodo de execuccedilatildeo do projeto utilizou-se uma taxa de desconto de 6 ao ano

como forma de remuneraccedilatildeo do capital investido considerando a caderneta de

poupanccedila como sendo o melhor investimento alternativo (OLIVEIRA REZENDE

2004) A inflaccedilatildeo identificada no periacuteodo foi obtida por meio do uso do Iacutendice Geral

de Preccedilos - Disponibilidade Interna (IGP-DI) o qual mede a variaccedilatildeo de preccedilos no

mercado A descapitalizaccedilatildeo foi realizada de acordo com a metodologia descrita no

capiacutetulo 1

Para anaacutelise da viabilidade econocircmica do projeto identificaram-se as

variaccedilotildees do capital no tempo Assim em relaccedilatildeo agrave classificaccedilatildeo do projeto de

investimento este foi considerado convencional ou seja ocorreu apenas uma

mudanccedila de sinal em seu fluxo de caixa satisfazendo as seguintes condiccedilotildees

62

119862119900 lt 0

119883119895 le 0 119901119886119903119886 119895 = 1 hellip 119896

119883119895 ge 0 119901119886119903119886 119895 = 119896 + 1 hellip 119899 119890

sum 119883119895

119899

119895=119896+1

gt sum 119883119895

119896

119895=0

Em que

Co = custo inicial (R$)

k = periacuteodo de tempo a partir do qual as receitas passaram a ser positivas

Xj = receita liacutequida de cada periacuteodo j e

n = duraccedilatildeo do projeto (anos)

Depois de identificado o tipo de projeto e tendo todos os custos jaacute calculados

no capiacutetulo 1 procedeu-se a anaacutelise econocircmica dos projetos por meio da avaliaccedilatildeo

dos iacutendices econocircmicos e do benefiacutecio perioacutedico equivalente (BPE)

23 IacuteNDICES ECONOcircMICOS DA PRODUCcedilAtildeO

Para verificar a rentabilidade do sistema produtivo os seguintes iacutendices

econocircmicos de produccedilatildeo foram utilizados

a) Renda bruta (RB)

119877119861 = 119876 times P Eq1

b) Margem bruta (MB)

119872119861 = 119877119861 minus 119862119874119864 Eq 2

c) Margem liacutequida (ML)

119872119871 = 119877119861 minus 119862119874119879 Eq 3

d) Lucro (L)

119871 = 119877119861 minus 119862119879 Eq 4

63

e) Lucratividade (Lc)

119871119888 =119871

119877119861 Eq 5

f) Iacutendice de rentabilidade (IR)

119868119877 =119872119871

119862 Eq 6

Em que

119877119861 = renda bruta (R$)

119876 = quantidade de produto vendido (un)

119875 = preccedilo unitaacuterio dos produtos (R$)

119872119861 = margem bruta (R$)

119862119874119864 = custo operacional efetivo (R$)

119872119871 = margem liacutequida (R$)

119862119874119879 = custo operacional total (R$)

119871 = lucro (R$)

119862119879 = custo total (R$)

119871119888 = lucratividade ()

119868119877 = iacutendice de rentabilidade () e

119862 = capital empatado (R$) referente ao somatoacuterio do custo fixo e circulante meacutedio

podendo-se considerar ou natildeo o custo da terra

24 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DOS PROJETOS

241 Benefiacutecio perioacutedico equivalente (BPE)

Para avaliaccedilatildeo da viabilidade econocircmica por meio do BPE a seguinte

foacutermula foi utilizada

119861119875119864 =119881119875119871[(1 + 119894)119905](1 + 119894)119899119905

(1 + 119894)119899119905 minus 1 Eq 7

64

Em que

n = duraccedilatildeo do projeto (anos)

t = nuacutemero de periacuteodos de capitalizaccedilatildeo

i = taxa de desconto e

VPL = valor presente liacutequido

O VPL foi obtido pela foacutermula

119881119875119871 = sum 119877119895

119899

119895=0

(1 + 119894)minus119895 minus sum 119862119895

119899

119895=0

(1 + 119894)minus119895

Eq 8

Em que

i = taxa de desconto (juros)

j = periacuteodo em que a receita ou o custo ocorreram

n = duraccedilatildeo do projeto (anos)

Rj = receita no final do ano j ou do periacuteodo de tempo e

Cj = custo no final do ano j ou do periacuteodo de tempo considerado

O BPE permite a comparaccedilatildeo de projetos com diferentes horizontes de

planejamento pois os custos jaacute estatildeo distribuiacutedos por unidade de tempo estando

impliacutecitas as diferenccedilas de horizontes Como o desconto dos fluxos de caixa foi

estimado a partir da ldquodata presenterdquo ou seja no periacuteodo de implantaccedilatildeo do projeto

estes foram comparados quando as consequecircncias monetaacuterias estavam em um

ponto comum do tempo

65

3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

31 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA VENDA DE MADEIRA EM PEacute

A renda bruta foi estimada por meio da multiplicaccedilatildeo do volume comercial e

comercial por hectare e o preccedilo pago por cada unidade agrave qual se admitiu um valor

miacutenimo de R$5370 msup3 para venda de ldquomadeira em peacuterdquo ou seja madeira natildeo

explorada e R$45156 msup3 a venda de lacircminas de paricaacute

Identicamente aos custos as receitas foram deflacionadas e

descapitalizadas para o ano 0 a fim de possibilitar a comparaccedilatildeo entre os valores

gastos e recebidos com essa praacutetica de produccedilatildeo A renda bruta obtida com a venda

de madeira de paricaacute pode ser observada na Tabela 1

Tabela 1 Renda bruta (RB) obtida com a produccedilatildeo de madeira de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA sem considerar o custo de laminaccedilatildeo

Idade Espaccedil

(m)

VTHA (R$ha) VCHA (R$ha)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 379731 433109 452408 1109193 1349221 1557365

3x3 - 362619 424113 - 1212472 1509318

3x4 - 311840 373961 - 1077399 1379067

4x4 166887 317064 342144 550865 1122453 1272564

5x5 172002 205671 306342 627806 811406 1226000

6 a

no

s

3x2 355004 394611 431419 1056449 1261369 1508350

3x3 - 341749 408022 - 1163130 1470243

3x4 - 288386 356682 - 1020754 1335360

4x4 167940 274794 313771 556167 1012394 1196711

5x5 166477 207478 273875 613368 817994 1133134

7 a

no

s

3x2 334925 365156 383863 1012137 1191106 1382874

3x3 - 325700 385794 - 1122613 1410651

3x4 - 278203 342718 - 993941 1296571

4x4 164441 268225 305743 547531 994496 1174049

5x5 164242 204174 269414 607295 808354 1119474

Em que Espaccedil = espaccedilamento (m) VTHA = volume comercial por hectare (msup3ha) e VCHA = volume de lacircminas por hectare (msup3ha)

66

A ausecircncia de valores na classe de produtividade baixa nos espaccedilamentos

3x3 e 3x4 m eacute proveniente da inesistecircncia de povoamentos nestas condiccedilotildees de

terreno Como se tratam de plantios independentes a falta de informaccedilotildees nestes

ambientes natildeo prejudicamalteram os resultados nas outras aacutereas em estudo

Observando a Tabela 1 eacute perceptiacutevel a diferenccedila entre a renda bruta obtida

com a venda de madeira em peacute e a explorada Para siacutetios de baixa produtividade e

com corte aos 5 anos a diferenccedila entre a venda de lacircminas e madeira em peacute foi de

aproximadamente R$729000 Esta diferenccedila ocorreu porque o custo de laminaccedilatildeo

natildeo foi contabilizado por falta de informaccedilotildees sobre o processo produtivo

Natildeo existem estudos que indiquem os custos reais de laminaccedilatildeo de paricaacute

proveniente de reflorestamento e quais as atividades necessaacuterias para transformar o

torete de madeira em lacircminas de forma eficiente e com boa qualidade

A renda resultante da venda de ldquomadeira em peacuterdquo em espaccedilamentos

menores como o 3x2 m superam os mais espaccedilados como o 4x4 e 5x5 m com

receita duas vezes maior quando comparados os espaccedilamentos 3x2 e 5x5 m Esta

tendecircncia ocorre entre classes de produtividade e tambeacutem entre idades distintas

Com o aumento da idade de corte houve diminuiccedilatildeo nas receitas em todos

os espaccedilamentos pois o volume de madeira foi reduzido Isso ocorre como jaacute citado

anteriormente provavelmente devido ao autodesbaste das plantas caracteriacutestico da

espeacutecie Entretanto os custos tambeacutem sofreram reduccedilatildeo devido ao menor nuacutemero

de plantas por hectare e esta relaccedilatildeo deve ser analisada

O comportamento da renda bruta em relaccedilatildeo a madeira explorada segue a

mesma tendecircncia citada acima ou seja o menor espaccedilamento no melhor siacutetio

produtivo aos 5 anos eacute o que indica ser o mais viaacutevel Todavia deve-se interagir

custos e receitas para se inferir sobre o espaccedilamento mais adequado para se obter

a maior lucratividade

Na Tabela 2 eacute possiacutevel observar os iacutendices em siacutetios com classe de

produtividade baixa para a venda de lacircminas de paricaacute

67

Tabela 2 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute para venda preacute-corte em classe de produtividade baixa (17 ndash 19 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

5 a

no

s

MB -121915 - - -221422 -197665

ML -172080 - - -260253 -234631

L -256915 - - -325921 -297147

L (t) -350415 - - -419421 -390647

Luc -068 - - -195 -173

Lucr (t) -092 - - -251 -227

IR -047 - - -085 -079

IR (t) -038 - - -065 -060

6 a

no

s

MB -157604 - - -236236 -218806

ML -208865 - - -276654 -257335

L -316133 - - -361232 -337959

L (t) -427533 - - -472632 -449359

Luc -089 - - -215 -203

Lucr (t) -120 - - -281 -270

IR -056 - - -088 -084

IR (t) -043 - - -065 -062

7 a

no

s

MB -192230 - - -244377 -225943

ML -244145 - - -285258 -264961

L -376891 - - -388205 -363216

L (t) -508091 - - -519405 -494416

Luc -113 - - -236 -221

Lucr (t) -152 - - -316 -301

IR -065 - - -090 -086

IR (t) -048 - - -064 -060

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

Na Tabela 2 eacute possiacutevel observar que sob as condiccedilotildees analisadas nenhum

espaccedilamento eacute viaacutevel economicamente Jaacute o comportamento dos iacutendices financeiros

em classe de produtividade meacutedia pode ser observado na Tabela 3

68

Tabela 3 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute para venda preacute-corte em classe de produtividade meacutedia (19 ndash 21 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

5 a

no

s

MB -68537 -75377 -97128 -71245 -163995

ML -118702 -119176 -138025 -110076 -200962

L -203537 -193247 -207187 -175744 -263477

L (t) -297037 -286747 -300687 -269244 -356977

Luc -047 -053 -066 -055 -128

Lucr (t) -069 -079 -096 -085 -174

IR -033 -036 -043 -036 -067

IR (t) -026 -028 -034 -027 -051

6 a

no

s

MB -117998 -109790 -135159 -129382 -177806

ML -169258 -154944 -177514 -169800 -216334

L -276527 -249433 -266145 -254378 -296958

L (t) -387927 -360833 -377545 -365778 -408358

Luc -070 -073 -092 -093 -143

Lucr (t) -098 -106 -131 -133 -197

IR -046 -046 -055 -054 -071

IR (t) -035 -034 -041 -040 -052

7 a

no

s

MB -161999 -131381 -150483 -140593 -186011

ML -213914 -177089 -193352 -181475 -225030

L -346659 -292189 -301302 -284422 -323284

L (t) -477859 -423389 -432502 -415622 -454484

Luc -095 -090 -108 -106 -158

Lucr (t) -131 -130 -155 -155 -223

IR -057 -052 -059 -057 -073

IR (t) -042 -037 -042 -040 -051

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

Os prejuiacutezos obtidos nestas condiccedilotildees do terreno satildeo menores quando

comparados com siacutetios de produtividade baixa O mesmo comportamento tambeacutem

foi observado para siacutetios de classe de produtividade alta como indicado na Tabela

4

69

Tabela 4 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute pra venda preacute-corte em classe de produtividade alta (21 ndash 24 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

5 a

no

s

MB -49238 -13882 -35007 -46165 -63324

ML -99403 -57682 -75904 -84996 -100291

L -184238 -131752 -145066 -150664 -162806

L (t) -277738 -225252 -238566 -244164 -256306

Luc -041 -031 -039 -044 -053

Lucr (t) -061 -053 -064 -071 -084

IR -027 -017 -024 -028 -034

IR (t) -022 -014 -018 -021 -026

6 a

no

s

MB -81189 -43517 -66863 -90406 -111408

ML -132450 -88671 -109217 -130823 -149937

L -239718 -183160 -197848 -215401 -230561

L (t) -351118 -294560 -309248 -326801 -341961

Luc -056 -045 -055 -069 -084

Lucr (t) -081 -072 -087 -104 -125

IR -036 -026 -034 -041 -049

IR (t) -028 -020 -025 -031 -036

7 a

no

s

MB -143292 -71287 -85969 -103075 -120771

ML -195207 -116995 -128837 -143956 -159790

L -327953 -232094 -236787 -246903 -258044

L (t) -459153 -363294 -367987 -378103 -389244

Luc -085 -060 -069 -081 -096

Lucr (t) -120 -094 -107 -124 -144

IR -052 -034 -039 -045 -052

IR (t) -038 -025 -028 -032 -036

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

A inviabilidade econocircmica observada nas trecircs condiccedilotildees produtivas podem

ter sido provenientes do baixo valor de mercado praticado na regiatildeo

Apoacutes o pagamento de todos os desembolsos efetivos restou o deacutebito de R$-

13882 para o espaccedilamento 3x3 m Esta quantia jaacute pode ser considerada como

70

prejuiacutezo do investimento mesmo sem ser contabilizados o pagamento da matildeo de

obra familiar (administraccedilatildeo) e os custos de oportunidade do capital

O menor valor resultante para o espaccedilamento 5x5 m se deve ao fato de

existirem atividades iguais aos outros espaccedilamentos que estatildeo sendo executas em

tempo maior que dos outros povoamentos aumentando assim o custo de produccedilatildeo

Jaacute os resultados encontrados para o espaccedilamento 3x3 m em classe de

produtividade alta satildeo atribuiacutedos agrave eficiecircncia das operaccedilotildees de manutenccedilatildeo dos

plantios principalmente pelo controle de plantas daninhas

Depois do pagamento de todos os desembolsos efetivos foi admitida a

remuneraccedilatildeo da matildeo de obra familiar em virtude da administraccedilatildeo das aacutereas de

plantio sendo proporcional aos custos de produccedilatildeo de paricaacute A margem liacutequida

negativa indica que o empreendimento eacute economicamente inviaacutevel O valor admitido

por este iacutendice se positivo natildeo seria o lucro gerado pois ainda natildeo foi descontado

o custo de oportunidade do capital investido

Para todos os povoamentos analisados houve lucro negativo principalmente

quando foi considerada a remuneraccedilatildeo pelo uso da terra Isso significa que o

investimento natildeo foi atrativo financeiramente Este resultado natildeo eacute interessante

economicamente ao produtor e pode trazer consequecircncias ainda piores como falta

de incentivo agrave produccedilatildeo falta de demanda para venda da madeira em idade de corte

e preccedilos ainda menores do que os praticados

Considerando-se o pagamento pelo uso da terra o prejuiacutezo obtido pelo

plantio de paricaacute variou entre 53 e 316 sendo maior quando mais amplo o

espaccedilamento de plantio Desconsiderando o pagamento pelo uso da terra o

prejuiacutezo se tornou menor estando entre 31 e 236

Este iacutendice representa a capacidade da atividade de transformar

investimento em margem liacutequida Assim desconsiderando o pagamento pelo uso da

terra tem-se que para cada real investido obteve-se entre R$-090 e R$-017 de

margem liacutequida sendo mais atrativo o espaccedilamento 3x3 m em classe de

produtividade alta Considerando o custo da terra o valor foi de R$-065 a R$-014

sendo melhor nos menores espaccedilamento de plantio

Deve-se salientar novamente que o valor do msup3 de madeira utilizado nesta

pesquisa eacute proveniente do preccedilo meacutedio praticado pelo CERAT ndash PA Valores

superiores a este encontrados na regiatildeo podem alterar estes resultados tornando

estes povoamentos atrativos financeiramente (quando superiores a R$10000 msup3)

71

32 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA LAMINADA

O comportamento observado foi semelhante ao da madeira vendida em peacute

ou seja os iacutendices financeiros apontaram que a viabilidade econocircmica aos 5 anos

foi superior agraves outras idades de exploraccedilatildeo (Tabela 5)

Tabela 5 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de baixa produtividade (17 ndash 19 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

5 a

no

s

MB 460255 - - 82016 175950

ML 395361 - - 35131 130764

L 285617 - - -44157 54349

L (t) 192117 - - -137657 -39151

Luc 026 - - -008 009

Lucr (t) 017 - - -025 -006

IR 090 - - 010 039

IR (t) 074 - - 008 030

6 a

no

s

MB 416597 - - 84912 161477

ML 352612 - - 37786 116288

L 218717 - - -60828 21725

L (t) 107317 - - -172228 -89675

Luc 021 - - -011 004

Lucr (t) 010 - - -031 -015

IR 081 - - 011 034

IR (t) 065 - - 008 026

7 a

no

s

MB 374305 - - 138713 217110

ML 322390 - - 97831 178092

L 161775 - - -5115 79837

L (t) 30575 - - -136315 -51363

Luc 016 - - -001 013

Lucr (t) 003 - - -025 -008

IR 075 - - 031 058

IR (t) 057 - - 022 041

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

72

Os iacutendices econocircmicos para as classes de produtividade meacutedia e alta

encontram-se nas Tabelas 6 e 7

Tabela 6 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de meacutedia produtividade (19 ndash 21 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

5 a

no

s

MB 681518 625573 537181 600811 347713

ML 614747 566883 483159 548647 301344

L 501830 467631 391801 460430 222928

L (t) 408330 374131 298301 366930 129428

Luc 037 039 036 041 027

Lucr (t) 030 031 028 033 016

IR 137 139 126 147 087

IR (t) 114 113 101 117 069

6 a

no

s

MB 608614 588446 491228 506607 352752

ML 543338 530977 438275 456029 306227

L 406743 410719 327467 350188 208871

L (t) 295343 299319 216067 238788 97471

Luc 032 035 032 035 026

Lucr (t) 023 026 021 024 012

IR 124 133 116 125 089

IR (t) 099 104 090 095 067

7 a

no

s

MB 544335 665533 565255 585678 418169

ML 492420 619825 522386 544796 379151

L 329553 504725 414437 441850 280896

L (t) 198353 373525 283237 310650 149696

Luc 028 045 042 044 035

Lucr (t) 017 033 028 031 019

IR 113 181 159 171 123

IR (t) 087 131 114 121 086

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

73

Tabela 7 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de alta produtividade (21 ndash 24 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5 5

an

os

MB 882878 900802 817010 742105 726917

ML 815429 839950 760805 689059 677009

L 701365 737042 665754 599351 592608

L (t) 607865 643542 572254 505851 499108

Luc 045 049 048 047 048

Lucr (t) 039 043 041 040 041

IR 181 201 193 182 187

IR (t) 150 164 156 146 148

6 a

no

s

MB 843757 874244 783868 678388 646537

ML 777297 814644 728718 626556 597877

L 638225 689925 613313 518092 496052

L (t) 526825 578525 501913 406692 384652

Luc 042 047 046 043 044

Lucr (t) 035 039 038 034 034

IR 174 198 187 168 168

IR (t) 140 156 146 129 128

7 a

no

s

MB 730571 953571 867885 765231 729289

ML 678656 907863 825016 724350 690271

L 514396 792763 717066 621403 592016

L (t) 383196 661563 585866 490203 460816

Luc 037 056 055 053 053

Lucr (t) 028 047 045 042 041

IR 154 266 252 228 224

IR (t) 119 192 180 161 157

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

Contrariamente agrave preacute-colheita a venda de madeira de paricaacute poacutes-colheita

tem demonstrado viabilidade economica para as idade classe de produtividade e

espaccedilamento analisados como observados nos iacutendices a seguir

Apoacutes o pagamento de todos os custos efetivos notou-se uma vantagem no

uso de espaccedilamentos mais adensados Nestes ambientes a margem bruta foi por

74

vezes maior que 40 em relaccedilatildeo aos maiores espaccedilamentos Poreacutem restam ainda

o pagamento pela administraccedilatildeo e uso do capital No entanto verificou-se que a

maioria dos projetos avaliados foram viaacuteveis economicamente pois se obteve

resultados positivos para a madeira laminada

A matildeo-de-obra familiar foi remunerada mantendo-se o montante positivo

Este montante foi utilizado posteriormente como forma de pagamento pelo custo de

oportunidade do capital Observa-se que este iacutendice manteve a tendecircncia de

comportamento semelhante agrave margem bruta exprimindo a viabilidade dos projetos

Lucro negativo soacute foi observado em espaccedilamentos amplos como o 4x4 e

5x5 m em classe de produtividade baixa em todos os anos analisados Isso

significa que o custo de oportunidade do uso do capital natildeo estaacute sendo remunerado

O resultado encontrado eacute consequecircncia de volume insuficiente de lacircminas

para o pagamento do processo produtivo Vale salientar que o processo de

laminaccedilatildeo natildeo foi quantificado

O intervalo de lucratividade sem considerar o pagamento pelo uso da terra

variou de -31 agrave 56 ou seja existem povoamentos que em certas condiccedilotildees

foram inviaacuteveis economicamente como eacute o caso dos espaccedilamentos 4x4 e 5x5 m

em classe de produtividade baixa com exploraccedilatildeo aos 5 anos Outros povoamentos

ao contraacuterio possuem lucratividade de 56 Como exemplo pode-se citar o 3x3 m

aos 7 anos em classe de produtividade alta

Quando se considera o pagamento pelo uso da terra a mesma tendecircncia foi

observada poreacutem a lucratividade foi menor

A capacidade da atividade em transformar o investimento em margem

liacutequida variou entre R$034 e R$266 sendo mais atrativo o espaccedilamento 3x3 m

Considerando o custo da terra o valor corresponde entre R$008 e R$192 sendo

melhor quanto menor o espaccedilamento de plantio

Considerando os valores obtidos nas Tabelas 5 6 e 7 foi possiacutevel inferir

sobre os custos maacuteximos que poderiam ser destinados agrave laminaccedilatildeo para que todas

as despesas fossem pagas obtendo lucratividade zero Na Tabela 8 eacute indicado

quais satildeo estes valores

75

Tabela 8 Valores maacuteximos a serem pagos pela laminaccedilatildeo (R$msup3)

Idade Classe produtiva (m) Espaccedilamentos (m)

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5 5

ano

s Baixa 1184 - - -1930 -533

Meacutedia 2206 2414 2238 2708 1472

Alta 3144 3550 3580 3459 3812

6 a

no

s Baixa 707 - - -2400 -1260

Meacutedia 1751 2049 1753 2033 1099

Alta 2857 3317 3292 3033 3286

7 a

no

s Baixa 131 - - -3253 -2045

Meacutedia 1189 1557 1223 1543 476

Alta 2255 2916 2883 2613 2836

Estas informaccedilotildees satildeo valores meacutedios dos espaccedilamentos para cada classe

de produtividade e idade Como pressupotildee-se que em siacutetio de melhor qualidade haacute

maior renda eacute possiacutevel o pagamento de um valor substancialmente maior do que

em classe de produtividade meacutedia Observa-se ainda a inviabilidade da praacutetica de

laminaccedilatildeo em classe de produtividade baixa independente da idade de corte pois a

receita foi menor que os custos mesmo sem a laminaccedilatildeo Essa consideraccedilatildeo

reforccedila os argumentos de suporte sobre os menores espaccedilamentos serem os mais

apropriados para o plantio de paricaacute

33 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA

331 Benefiacutecio perioacutedico equivalente ndash BPE

Para a taxa de 6 aa em povoamentos natildeo explorados o BPE obtido

variou entre R$-24042 e R$-8005 para os espaccedilamentos 4x4 e 3x3 m

respectivamente (Tabela 9) Isso indica que o espaccedilamento 3x3 m na classe de

produtividade alta com corte aos 5 anos eacute o que resultou no menor prejuiacutezo

financeiro sob estas condiccedilotildees analisadas Jaacute o 4x4 m em classe de produtividade

baixa com corte aos 7 anos foi a pior escolha de investimento

76

Tabela 9 BPE de plantios de paricaacute situados na regiatildeo de Paragominas PA

Idade Espaccedil

(m)

BPE (VTHA) BPE (VCHA)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 -15515 -12312 -11154 17037 30010 41982

3x3 - -11695 -8005 - 27958 44123

3x4 - -12531 -8804 - 23408 39845

4x4 -19655 -10645 -9140 -2749 27526 35861

5x5 -17929 -15909 -9868 3161 13276 35456

6 a

no

s

3x2 -19068 -16692 -14483 13023 24305 38193

3x3 - -15066 -11090 - 24543 41296

3x4 - -16069 -11971 - 19548 36699

4x4 -21774 -15363 -13024 -3750 20911 30986

5x5 -20378 -17917 -13934 1204 12432 29663

7 a

no

s

3x2 -22761 -20948 -19825 8894 18907 29965

3x3 - -18281 -14675 - 20779 36619

3x4 - -18827 -14957 - 16500 33111

4x4 -24042 -17815 -15564 -5944 18385 28258

5x5 -22542 -20146 -16232 -842 10264 27366

Em que Espaccedil = espaccedilamento (m) BPE (VTHA) = benefiacutecio perioacutedico equivalente para venda de madeira em peacute e BPE (VCHA) = benefiacutecio perioacutedico equivalente para venda de madeira laminada

A mesma tendecircncia foi observada em povoamentos explorados em que o

BPE variou entre R$-5944 e R$44123 sendo o espaccedilamento 3x3 m a melhor

opccedilatildeo de investimento O mesmo resultado foi obtido por Pavan et al (2010) com

plantios de eucalipto no Rio Grande do Sul para laminaccedilatildeo

Caso ocorressem mudanccedilas na taxa de desconto estas contribuiriam para o

aumento ou reduccedilatildeo dos lucros do plantio Segundo Soares et al (2003) aumentos

na taxa de desconto afetam significativamente o VPL e consequentemente o BPE

indicando que quanto menor a taxa de desconto utilizada maior seraacute a lucratividade

do projeto

A partir da anaacutelise econocircmica dos diferentes sistemas de plantio pode-se

inferir que o motivo pelo qual a classe de produtividade baixa resultou em uma das

piores alternativas financeiras estaacute relacionado ao autodesbaste das plantas neste

ambiente Como estas aacutereas dispotildeem de menores recursos eacute possiacutevel que tenha

77

ocorrido uma expressiva mortalidade de plantas devido agrave concorrecircncia por luz e

nutrientes do solo

Todos os espaccedilamentos de plantio podem ser alternativas viaacuteveis que

poderatildeo contribuir de maneira mais significativa na medida em que alcancem sua

capacidade maacutexima de incremento Isso eacute obtido com a diferenciaccedilatildeo entre os

horizontes de planejamento que natildeo podem ser idecircnticos para todos os

espaccedilamentos de plantio haja vista que as aacutervores se comportam de maneiras

diferentes nestes espaccedilamentoss devido agrave disponibilidade de recursos

Esta afirmaccedilatildeo jaacute foi comprovada em estudos realizados por Cordeiro et al

(2009) em que foi constatado que o sistema de produccedilatildeo do paricaacute em cultivo puro

sob o espaccedilamento 4x3 m nos quatro primeiros anos de cultivo natildeo apresentaram

viabilidade econocircmica sugerindo a necessidade de maior horizonte de

planejamento

78

4 CONCLUSOtildeES

O monocultivo de paricaacute em qualquer um dos espaccedilamentos analisados foi

considerado inviaacutevel por todos os criteacuterios utilizados nesta anaacutelise econocircmica

quando se objetivou a venda da madeira sem exploraccedilatildeo Essa resposta estaacute

associada ao baixo valor de mercado ao qual a espeacutecie estaacute subordinada

A exploraccedilatildeo de madeira mesmo sendo um processo trabalhoso e

dispendioso eacute uma alternativa para se obter valores positivos com a produccedilatildeo de

paricaacute

Observando os custos e receitas oriundos de plantios de paricaacute pode-se

afirmar que espaccedilamentos mais amplos em classe de produtividade baixa satildeo

insuficientes para remunerar o processo de laminaccedilatildeo

O maior retorno financeiro foi obtido em povoamentos de paricaacute implantados

em classe de produtividade alta sob o espaccedilamento 3x3 m com exploraccedilatildeo aos 5

anos

79

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

CHICHORRO J F BAUER M O ANDRADE W S SILVA G F SANTOS F R SILVA J L NOGUEIRA M A Avaliaccedilatildeo econocircmica de projetos florestais In CHICHORRO J F BAUER M O GARCIA G O CALDEIRA M V W Toacutepicos especiais em ciecircncias florestais 1 ed Visconde do Rio Branco Suprema 2010 v 1 p 231-260 COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO ndash CONAB Custo de produccedilatildeo agriacutecola a metodologia da Conab Brasiacutelia Conab 2010 60p COORDENADORIA EXECUTIVA DA ADMINISTRACcedilAtildeO TRIBUTAacuteRIA ndash CERAT Boletim informativo de preccedilos Paraacute 2013 22p CORDEIRO I M C C SANTANA A C LAMEIRA O A SILVA I M Anaacutelise econocircmica dos sistemas de cultivo com Schizolobium parahyba var amazonicum (Huber ex Ducke) Barneby (Paricaacute) E Ananas comosus var erectifolius (L B Smith) Coppus amp Leal (Curauaacute) no municiacutepio de Aurora do Paraacute (PA) Brasil Facultad Agronomiacutea (LUZ) 2009 26 243-265 FARO C Elementos de engenharia econocircmica 3ed Satildeo Paulo Atlas 1979 328p MELLO A A CARNIERI C ARCE J E SANQUETTA C R Planejamento florestal visando agrave maximizaccedilatildeo dos lucros e a manutenccedilatildeo do estoque de carbono Cerne Lavras v 11 n 3 p 205-217 julset 2005 OLIVEIRA A D REZENDE J L P Economia Florestal Lavras UFLAFAEPE 2004 101p PAVAN J A ALVES T W SOUZA M A Viabilidade Econocircmica da Produccedilatildeo de Eucaliptos no Rio Grande do Sul Associaccedilatildeo Brasileira de Custos vol 5 n 1 78-109 JanAbr 2010 REZENDE J L P OLIVEIRA A D Anaacutelise econocircmica e social de projetos florestais Viccedilosa MG UFV 2001 389 p SILVA M L JACOVINE L A G VALVERDE S R Economia Florestal 2 ed Viccedilosa UFV 2005 178p SOARES T S CARVALHO R M M A VALE A B Avaliaccedilatildeo econocircmica de um povoamento de Eucalyptus grandis destinado a multiprodutos Aacutervore Viccedilosa-MG v27 n5 p689-694 2003

80

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A partir das condiccedilotildees estabelecidas notou-se o efeito dos espaccedilamentos

de plantio na viabilidade econocircmica dos povoamentos de paricaacute

Em relaccedilatildeo aos custos de produccedilatildeo eles devem ser separados por

atividades sendo elas preparo da aacuterea plantio adubaccedilatildeo manutenccedilatildeo colheita e

transporte laminaccedilatildeo custo de administraccedilatildeo remuneraccedilatildeo do capital investido

Dentro de cada atividade alguns custos podem sofrer a influecircncia do

nuacutemero de plantas por hectare Como exemplo pode-se citar o nuacutemero de diaacuterias

necessaacuterias para alinhamento coveamento e plantio das mudas aleacutem da

quantidade de adubo necessaacuterio para adubaccedilatildeo de cova

O maior nuacutemero de operaccedilotildees ocorre no periacuteodo de manutenccedilatildeo dos

plantios poreacutem nenhuma delas foi considerada dispendiosa Os maiores custos

individuais foram do transporte de madeira do povoamento ateacute a induacutestria em

todos os espaccedilamentos analisados devido agraves condiccedilotildees de traacutefego nas estradas

A relaccedilatildeo entre volume comercial volume laminado e os custos de

produccedilatildeo determinam entatildeo a viabilidade dos plantios sendo o espaccedilamento mais

viaacutevel aquele que consegue absorver esta relaccedilatildeo de maneira mais eficiente

Entretanto estudos ainda devem ser desenvolvidos para averiguar a relaccedilatildeo entre a

espeacutecie e os espaccedilamentos de plantio

Page 12: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE …III. Andrade, Wendel Sandro de Paula. IV. ... À Universidade Federal do Espírito Santo e à CAPES, pela estrutura e apoio

ABSTRACT 58

1 INTRODUCcedilAtildeO 59

2 MATERIAL E MEacuteTODOS 61

21 OBTENCcedilAtildeO DAS RECEITAS 61 22 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS 61 23 IacuteNDICES ECONOcircMICOS DA PRODUCcedilAtildeO 62 24 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DOS PROJETOS 63

241 Benefiacutecio perioacutedico equivalente (BPE) 63

3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 65

31 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA VENDA DE MADEIRA EM PEacute 65 32 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA LAMINADA 71 33 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA 75

331 Benefiacutecio perioacutedico equivalente ndash BPE 75

4 CONCLUSOtildeES 78

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 79

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 80

11

1 INTRODUCcedilAtildeO GERAL

As florestas naturais somavam em 2007 cerca de 4 bilhotildees de hectares

cobrindo aproximadamente 30 da superfiacutecie terrestre segundo informaccedilotildees da

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION ndash FAO (2007) Deste montante cerca

de metade da vegetaccedilatildeo ainda estaacute concentrada em cinco paiacuteses sendo o Brasil o

detentor da segunda maior cobertura florestal do planeta

Segundo o Sistema Nacional de Informaccedilotildees Florestais ndash SNIF (2014)

estimava-se que 69 desta cobertura teriam potencial produtivo Com isso ampliou-

se a participaccedilatildeo do setor florestal brasileiro no comeacutercio mundial Entretanto o

setor ainda encontra dificuldades na expansatildeo dos seus negoacutecios especialmente a

regiatildeo amazocircnica devido agraves restriccedilotildees impostas pela legislaccedilatildeo frente ao apelo

ambiental que a regiatildeo desperta em resposta a ocupaccedilatildeo desordenada

Com a implantaccedilatildeo de novas normas de exploraccedilatildeo reduziu-se a

disponibilidade de madeira no mercado expondo-se entatildeo a necessidade de fontes

alternativas para produccedilatildeo de mateacuteria-prima Assim a partir da praacutetica de

reflorestamento estaacute sendo possiacutevel ampliar o estoque de madeira para atender as

demandas atuais e futuras

Em 2012 o consumo brasileiro de madeira em tora proveniente de plantios

florestais foi de 1824 milhotildees de metros cuacutebicos (msup3) um indicador 72 superior

ao de 2011 (ABRAF 2013) Isso indica que a praacutetica do reflorestamento eacute uma

alternativa de negoacutecio que se expandiu no ultimo ano

Segundo o SNIF (2014) o Brasil deteacutem as melhores tecnologias na

silvicultura de eucalipto e outras espeacutecies vecircm sendo estudadas entre elas a acaacutecia

(Acacia mangium Willd) a seringueira (Hevea brasiliensis (Willd ex Adr de Juss)

Muell-Arg) e o paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) Em 2012 a aacuterea

ocupada por plantios florestais de espeacutecies natildeo convencionais como acaacutecia

araucaacuteria poacutepulus teca seringueira e paricaacute foi de 521131 ha representando

72 da aacuterea total de plantios florestais no Brasil (ABRAF 2013) Esta participaccedilatildeo

ainda que pequena se deve agraves caracteriacutesticas de crescimento e produccedilatildeo obtidas

por estas espeacutecies

Na regiatildeo amazocircnica o paricaacute eacute a espeacutecie que vem ganhando destaque

entre os plantios comerciais pelas suas caracteriacutesticas de crescimento e produccedilatildeo

12

para muacuteltiplos usos tornando crescente a demanda industrial por madeira de

lacircminas e compensados para a qual a espeacutecie eacute utilizada (MARQUES et al 2006)

Os primeiros registros com o plantio de paricaacute no Estado do Paraacute constam

da deacutecada de 1950 os quais tinham o objetivo de preservar a caracteriacutestica da

floresta amazocircnica em espaccedilos puacuteblicos e de fomentar estudos sobre o

comportamento e caracteriacutesticas das espeacutecies plantadas (MARQUES et al 2006)

Desde entatildeo muitos plantios foram registrados no Paraacute e em toda regiatildeo

amazocircnica e vaacuterios estudos foram desenvolvidos podendo-se destacar Hoffmann

(2009) Vidaurre et al (2012) Santos (2012) e Corteletti (2013) que trabalharam

com povoamentos de paricaacute localizados entre os municiacutepios de Dom Elizeu e

Paragominas estado do Paraacute Estes estudos comprovaram o alto potencial de

produccedilatildeo madeireira do paricaacute e servem como incentivo para que se estabeleccedilam

novos povoamentos Embora jaacute se tenham muitos plantios com esta espeacutecie na

Amazocircnia ainda satildeo necessaacuterios estudos com o objetivo de identificar as

caracteriacutesticas dendromeacutetricas avaliar a qualidade da madeira e sua produccedilatildeo

A atenccedilatildeo deve ser direcionada tambeacutem para os custos de produccedilatildeo

destes povoamentos que vecircm sendo estabelecidos na regiatildeo amazocircnica Natildeo

existem estudos suficientes que comprovem a lucratividade desta atividade Os

estudos que se tecircm disponiacuteveis ainda satildeo muito geneacutericos e as informaccedilotildees

carentes de dados do processo de implantaccedilatildeo da cultura

O monitoramento do processo produtivo tem sido realizado para identificar

os custos de produccedilatildeo sendo um instrumento necessaacuterio para se avaliar (medir) a

eficiecircncia das empresas Outra teacutecnica utilizada eacute a avaliaccedilatildeo econocircmica dos

projetos que testam a viabilidade de sua execuccedilatildeo

Para testar a viabilidade econocircmica dos projetos florestais faz-se necessaacuterio

o emprego de teacutecnicas econocircmicas sendo as mais tradicionais aquelas em que se

calculam o valor presente liacutequido (VPL) a taxa interna de retorno (TIR) e o benefiacutecio

perioacutedico equivalente (BPE) Este uacuteltimo sendo empregado frequentemente para

projetos com diferentes horizontes de planejamento (REZENDE OLIVEIRA 2001)

O teste da viabilidade econocircmica tem por finalidade estudar a capacidade

financeira do empreendimento a fim de verificar a possibilidade de sua

implementaccedilatildeo por meio da capacidade de sobrevivecircncia no mercado e da

identificaccedilatildeo dos fatores que podem dificultar as possibilidades de ecircxito do mesmo

comprovando-se assim a sua necessidade de execuccedilatildeo

13

11 OBJETIVO GERAL

Avaliar o efeito dos espaccedilamentos de plantio na anaacutelise econocircmica da

produccedilatildeo de madeira de paricaacute

12 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

a) Definir os custos de produccedilatildeo de povoamentos de paricaacute

b) Identificar os custos de produccedilatildeo mais afetados pelos espaccedilamentos

de plantio

c) Avaliar a participaccedilatildeo individual dos custos no processo de

implantaccedilatildeo colheita e transporte e

d) Identificar o espaccedilamento que forneceraacute o maior retorno econocircmico

por meio de indicadores e criteacuterio de avaliaccedilatildeo

14

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

21 PARICAacute

A espeacutecie Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke foi descoberta por

Huber e descrita por Ducke em 1922 sendo vulgarmente conhecida como pinho-

cuiabano paricaacute-da-amazocircnia paricaacute-da-terra-firme (Mato Grosso) paricaacute paricaacute-

grande faveira (Paraacute) canafista canafiacutestula fava-canafiacutestula (Acre) bandarra

(Rondocircnia) guapuruvu-da-amazocircnia (Distrito federal) aleacutem de cereboacute (Boliacutevia)

tambor (Colocircmbia) gavilaacuten (Costa Rica) pachaco (Equador) palo de judiacuteo palo de

picho (Meacutexico) e pashaco (Peru) (CARVALHO 2007)

Ocorre naturalmente em toda regiatildeo amazocircnica principalmente no Mato

Grosso Paraacute Amazonas e Rondocircnia no Brasil aleacutem de outros paiacuteses como Peru

Boliacutevia Colocircmbia e Venezuela (SOUZA et al 2005) Sobrevive em mata primaacuteria e

secundaacuteria de terra firme e vaacuterzea alta notadamente nas formaccedilotildees do tipo floresta

densa e floresta aberta em solos argilosos e altitudes de ateacute 800 metros

(CARVALHO 1994 ROSA 2006a)

A espeacutecie eacute tolerante a solos de baixa fertilidade e adapta-se agrave precipitaccedilatildeo

meacutedia anual de 1600 mm a 5850 mm e temperatura meacutedia de 248 ordmC (CRESPO et

al 1995) Por ser uma espeacutecie essencialmente helioacutefila natildeo tolera baixas

temperaturas (CARVALHO 2007)

211 Descriccedilatildeo botacircnica e anatocircmica do paricaacute

Segundo o sistema de classificaccedilatildeo de Cronquist a espeacutecie Schizolobium

amazonicum pertence agrave famiacutelia Caesalpiniaceae (Leguminosae Caesalpinioideae)

sendo da divisatildeo Magnoliophyta (Angiospermae) da classe Magnoliopsida

(Dicotyledonae) e ordem das Fabales

O paricaacute eacute uma aacutervore deciacutedua que pode atingir 40 m de altura e 100 cm de

DAP (diacircmetro a altura do peito medido a 130 m do solo) na idade adulta

15

(CARVALHO 2007) Seu tronco eacute ciliacutendrico e reto com casca de cor cinza clara

podendo conter sapopemas A madeira eacute macia leve com textura grossa gratilde direita

e irregular cerne creme-avermelhado e alburno creme-claro Tecircm faacutecil

processamento mas baixa durabilidade natural (SOUZA et al 2005)

Rosa (2006a) trabalhando com a botacircnica anatomia e tecnologia de paricaacute

comprovou que ao longo do crescimento vegetativo a espeacutecie pode possuir

caracteriacutesticas dendroloacutegicas diferenciadas em termos de coloraccedilatildeo da casca e do

surgimento de sapopemas

212 Caracteriacutesticas silviculturais do paricaacute

As sementes de paricaacute possuem alto grau germinativo podendo chegar a

90 Isso pode ser comprovado em estudos realizados por Lameira et al (2000)

com a propagaccedilatildeo do paricaacute por meio de sementes submetidas a processos

mecacircnicos fiacutesicos e quiacutemicos de quebra de dormecircncia Nesse estudo foi constatado

que as sementes possuem um percentual de germinaccedilatildeo de 80 a 90

O paricaacute possui entretanto dificuldade em seu manejo por seu elevado teor

de umidade e susceptibilidade ao ataque de microorganismos aleacutem da dormecircncia

tegumentar que necessita de tratamentos preacute-germinativos (ROSA 2006b

CARVALHO 2007)

Para o armazenamento de sementes eacute recomendado um periacuteodo maacuteximo de

12 meses tendo em vista que a partir do oitavo mecircs ocorre reduccedilatildeo na viabilidade

das sementes como pode ser observado no trabalho de Rosa (2006a) sobre a

ecologia e silvicultura do paricaacute

Apoacutes serem retiradas do armazenamento as sementes podem ser plantadas

de duas maneiras colocando-se as sementes para germinar em canteiros

(sementeiras) ou semeando-as diretamente na embalagem plaacutestica Ambas as

opccedilotildees permitem sobrevivecircncia de no miacutenimo 80 das plantas sendo

consideravelmente aceitaacutevel (SOUZA et al 2003)

No que se refere a implantaccedilatildeo de povoamentos uma atenccedilatildeo especial

deve ser direcionada agrave escolha do espaccedilamento a ser utilizado No Estado do Paraacute

diversos espaccedilamentos tem sido adotados (3x3 m 4x4 m 3x4 m 5x4 m 6x4 m)

16

principalmente em plantios mais antigos estando os mais recentes em maior

padronizaccedilatildeo com espaccedilamentos de 4x4 m Isso provavelmente se deve agrave

facilidade de mecanizaccedilatildeo (MARQUES et al 2006) Aleacutem disso estudos vecircm

comprovando que o espaccedilamento 4x4 m eacute mais utilizado pois proporciona a melhor

relaccedilatildeo entre crescimento em altura e diacircmetro das aacutervores (ROSA 2006b)

Em sistemas silviculturais mais adensados ou em plantios puros o paricaacute

tem demonstrado crescimento inicial em altura bastante raacutepido sendo necessaacuterios

desbastes para manter equiliacutebrio adequado entre a retirada de indiviacuteduos de

qualidade inferior doentes ou danificados e a manutenccedilatildeo de espaccedilamento

aproximadamente regular entre as plantas Deve-se ressaltar entretanto que a

espeacutecie eacute bastante suscetiacutevel aos danos causados por ventos fortes principalmente

nos estaacutegios iniciais de desenvolvimento As aacutervores isoladas e plantas da

bordadura satildeo mais propensas a quebras poreacutem estes danos satildeo bastante

reduzidos com a presenccedila de mata ou de relevo ondulado nas proximidades que

possam proteger o povoamento e reduzir esses efeitos do vento (SOUZA et al

2003)

No estudo realizado por Rondon (2002) concluiu-se que ateacute o terceiro ano o

paricaacute eacute altamente vulneraacutevel ao vento principalmente nos espaccedilamentos 4x2 m e

2x2 m Por tal motivo medidas preventivas devem ser tomadas no iniacutecio da

implantaccedilatildeo deixando-se uma faixa de mata nativa em torno do plantio Desta

maneira sob os espaccedilamentos 15x15 m 2x2 m 3x2 m 3x3 m 4x2 m 4x3 m e 4x4

m avaliadas pelo autor os dois uacuteltimos foram os que proporcionaram maiores

crescimentos em altura e diacircmetro

213 Utilizaccedilatildeo do paricaacute

Essa espeacutecie eacute bastante utilizada na produccedilatildeo de lacircminas meacutedias ou parte

interna de compensados caixotaria leve portas e parquete tendo em vista que

pode ser alcanccedilado o rendimento de ateacute 80 de aproveitamento da madeira no

processo de laminaccedilatildeo (MARQUES et al 2006)

17

Ela pode ser utilizada para produccedilatildeo energeacutetica assim como a produccedilatildeo de

papel e celulose por sua facilidade de branqueamento Propriedades medicinais

tambeacutem podem ser encontradas principalmente na casca (CARVALHO 2007)

Carvalho (2007) afirma ainda que esta espeacutecie tem grande potencial para

recuperaccedilatildeo de aacutereas degradadas Por ser uma espeacutecie pioneira o paricaacute tem bom

desenvolvimento na maioria dos solos amazocircnicos contribuindo com

sombreamento o desenvolvimento de espeacutecies cliacutemax que por ventura se

estabeleccedilam na aacuterea

O paricaacute pode ser utilizado ainda para artesanato sendo seu uso mais

comum na fabricaccedilatildeo de brinquedos saltos para calccedilados e aeromodelismo

(SOUZA et al 2003)

22 CRESCIMENTO E PRODUCcedilAtildeO DO PARICAacute

O crescimento e a produccedilatildeo de um povoamento florestal dependem da

idade da capacidade produtiva do grau de utilizaccedilatildeo do potencial produtivo do lugar

e de tratamentos silviculturais (SCOLFORO 2006 CAMPOS LEITE 2009) Esta

relaccedilatildeo pode ser mensurada por meio de modelos de crescimento e produccedilatildeo

mecaniacutesticos ou empiacutericos sendo este uacuteltimo o mais utilizado

Santos (2012) estudando o crescimento e produccedilatildeo de plantios de paricaacute

sob diferentes espaccedilamentos ajustou o modelo logiacutestico para estimar o crescimento

em diacircmetro e volume das aacutervores em cada espaccedilamento em funccedilatildeo da idade O

autor observou efeito significativo do espaccedilamento sobre as variaacuteveis diacircmetro

quadraacutetico e volume em todas as idade evidenciando a dependecircncia entre os

fatores

Neste mesmo estudo foi constatado que a maior diferenccedila entre as meacutedias

do diacircmetro quadraacutetico e o volume foi entre os espaccedilamentos extremos 3x2 m e 5x5

metros Assim o maior crescimento em diacircmetro quadraacutetico foi verificado no espaccedilo

vital com 25 msup2 e o maior crescimento em volume por aacuterea no espaccedilamento de 6msup2

Anteriormente Hoffmann (2009) jaacute havia verificado a influecircncia do diacircmetro

no rendimento da laminaccedilatildeo em que o aumento do diacircmetro promoveu maior

rendimento O mesmo foi observado por Silva et al (2013)

18

23 RENDIMENTO EM LAMINACcedilAtildeO DE PARICAacute

A produccedilatildeo de lacircminas em escala comercial surgiu a partir do seacuteculo XX

sendo impulsionada no Brasil na deacutecada de 30 com o objetivo de confeccionar

madeira compensada que tem como mateacuteria-prima paineacuteis de lacircminas de madeira

Este material eacute submetido a um processo de colagem e prensagem com adesivos

resistentes ou agrave prova drsquoaacutegua tendo muacuteltiplas aplicaccedilotildees na construccedilatildeo civil na

fabricaccedilatildeo de moacuteveis formas para concreto embalagens transporte e aplicaccedilotildees

agriacutecolas (BORDUELLE IWAKIRI MARTINS et al 2006 IWAKIRI PRATA 2008)

A qualidade da laminaccedilatildeo eacute influenciada por caracteriacutesticas da espeacutecie

(densidade da madeira) caracteriacutesticas do fuste (diacircmetro e forma) e gratilde (direccedilatildeo e

inclinaccedilatildeo) e por condiccedilotildees operacionais do equipamento (velocidade de corte

ajuste da geometria da faca e barra de pressatildeo afiaccedilatildeo da faca) sendo que a

automaccedilatildeo dos equipamentos tem resultado em lacircminas de maior qualidade e

produtividade (TSOUMIS 1991)

Esta busca pela qualidade e produtividade tem aumentado o interesse nos

estudos sobre a prognose do crescimento e da produccedilatildeo de povoamentos e do

processo de laminaccedilatildeo Isto ocorre porque as empresas florestais procuram

investimentos soacutelidos devido aos compromissos de longo prazo assumidos

As estimativas da produccedilatildeo de mateacuteria-prima e do rendimento do produto

final contribuem com o planejamento da empresa em relaccedilatildeo a novos investimentos

novos produtos a serem lanccedilados no mercado aleacutem da viabilidade do projeto em

execuccedilatildeo e de futuros investimentos Por isso faz-se necessaacuterio conhecer todo o

processo produtivo do produto com o qual se estaacute trabalhando

A laminaccedilatildeo da madeira pode ser obtida por meio de duas formas

comerciais

a) Lacircminas torneadas ndash obtidas a partir do ldquodesenrolamentordquo de toras grossas

relativamente curtas utilizando torno laminador

b) Lacircminas faqueadas ndash obtidas a partir de cortes planos realizados por

faqueadeira em peccedila de madeira em bloco

Independentemente do meacutetodo de obtenccedilatildeo de lacircminas um dos objetivos da

empresa florestal eacute a busca pelo aumento da produtividade Estas informaccedilotildees satildeo

obtidas por meio do acompanhamento do processo de transformaccedilatildeo das aacutervores

19

em lacircminas e a partir dos valores obtidos subtrai-se o produto final da quantidade

de madeira que iniciou o processo obtendo-se assim o rendimento

Para o paricaacute o rendimento encontrado em estudos realizados por Hoffmann

(2009) foi de aproximadamente 5031 em aacutervores aos 5 anos Jaacute Melo (2012)

alcanccedilou rendimento meacutedio de 59 Este autor afirma ainda que o rendimento em

laminaccedilatildeo pode ser facilmente estimado por meio de variaacuteveis dendromeacutetricas da

tora obtendo-se menores perdas para aacutervores com maiores diacircmetros

O resultado encontrado por Melo (2012) eacute semelhante ao de Bortoletto

Juacutenior e Belini (2002) para outra espeacutecie do mesmo gecircnero Estudando a produccedilatildeo

de lacircminas e compensados de guapuruvu (Schizolobium parayba (Vell) Blake)

proveniente de plantios mistos de espeacutecies nativas estes autores observaram que o

rendimento do processo de laminaccedilatildeo foi de aproximadamente 61 em lacircminas

verdes Isso demonstra que o gecircnero Schizolobium pode conter boas caracteriacutesticas

para laminaccedilatildeo

24 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO

241 Teoria dos custos

Segundo Pinto et al (2008) algumas terminologias devem ser consideradas

na contabilidade de custos

Gasto esforccedilo realizado pela empresa para obtenccedilatildeo de um bem ou serviccedilo

Investimento gasto com bens ou serviccedilos que traratildeo benefiacutecios futuros

Despesa consumo direto ou indireto com bens e serviccedilos com a finalidade

de obtenccedilatildeo de receitas

Perda gasto natildeo intencional decorrente de fatores externos e

Custos gastos acumulados para executar uma atividade fabricar um

produto ou adquirir uma mercadoria

Essas definiccedilotildees podem ser interpretadas como ilustrada na Figura 1

20

Figura 1 Forma esquemaacutetica da distribuiccedilatildeo de gastos Fonte Adaptado de Pinto et al (2008)

Aleacutem das terminologias apresentadas faz-se necessaacuterio definir orccedilamento

anaacutelise de projeto e o caacutelculo do custo de produccedilatildeo uma vez que satildeo peccedilas

fundamentais para o teste de viabilidade econocircmica do projeto

O orccedilamento tem por objetivo a verificaccedilatildeo preacutevia de gastos e a anaacutelise de

projetos objetiva a avaliaccedilatildeo econocircmica de investimentos que seratildeo realizados Jaacute o

caacutelculo do custo de produccedilatildeo por sua vez tem por objetivo quantificar o custo por

unidade produzida sendo este sempre realizado apoacutes o fim do ciclo de produccedilatildeo

O custo por produto encontrado eacute entatildeo comparado com receita obtida com

as vendas do produto e com o montante de capital utilizado na produccedilatildeo a fim de

serem calculados os indicadores econocircmicos para aquela atividade ou seja o custo

de produccedilatildeo de uma empresa eacute determinado pelas condiccedilotildees fiacutesicas de produccedilatildeo

pelo preccedilo dos recursos e pela conduta economicamente eficiente do proprietaacuterio

Custo eacute entatildeo o preccedilo pelo qual se obteacutem um bem (FERGUSON 2003)

O caacutelculo dos custos de produccedilatildeo por sua vez natildeo eacute uma tarefa faacutecil haja

visto que haacute um grande nuacutemero de informaccedilotildees que devem ser administradas para

que se tenha no final do periacuteodo de produccedilatildeo todos os custos referentes agravequela

atividade Por isso o aconselhaacutevel eacute que se faccedila o registro dos gastos

preferencialmente por atividade para facilidade de obtenccedilatildeo dos resultados

Custos

Investimentos

Despesas

PerdasUso para execuccedilatildeo de atividades adquirir mercadorias e fabricar produtos

Gastos que seratildeo usados no futuro para geraccedilatildeo de receita

Gastos que jaacute foram utilizados para geraccedilatildeo de receita

Gastos que natildeo foram usados para geraccedilatildeo de receita

21

242 A importacircncia dos custos

Para Hildebrand (1995) os custos geralmente contribuem para a anaacutelise a

curto meacutedio e longo prazo que geram informaccedilotildees importantes para o planejamento

e mensuraccedilatildeo da eficiecircncia de operaccedilotildees atividades e processos de produccedilatildeo da

empresa a avaliaccedilatildeo de alternativas de investimento novos negoacutecios e novos

sistemas de produccedilatildeo (processos maacutequinas e equipamentos entre outros)

O setor florestal trabalha geralmente a longo prazo que eacute um horizonte de

planejamento em que a curva de custo de produccedilatildeo corresponde agrave despesa com a

aquisiccedilatildeo dos fatores ao longo do caminho de expansatildeo Isto significa que para cada

niacutevel de produccedilatildeo existiraacute uma combinaccedilatildeo dos fatores variaacuteveis de miacutenimo custo

que junto com os fatores fixos permite a produccedilatildeo de determinada quantidade

(SIMONSEN1971 FERGUSON 2003) A ausecircncia do conhecimento sobre custos

provavelmente levaraacute a maacute aplicaccedilatildeo do capital de giro menor lucro menor

rentabilidade ameaccedilas a estabilidade econocircmica financeira e ao crescimento da

empresa (FERREIRA 2007)

243 Classificaccedilatildeo dos custos

Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo vaacuterios meacutetodos satildeo encontrados na

literatura sendo selecionado o modelo a partir da caracteriacutestica do produto ou do

modelo de produccedilatildeo que estaacute sendo analisado Em funccedilatildeo disso o Instituto de

Economia Agriacutecola ndash IEA oacutergatildeo vinculado agrave Secretaria de Agricultura e

Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo desenvolveu uma metodologia para o setor

agriacutecola designado Meacutetodo do Custo Operacional

Na metodologia do custo operacional se incluem apenas as despesas

efetivamente desembolsadas pelo produtor mais a depreciaccedilatildeo de maacutequinas e

benfeitorias e o custo estimado da matildeo-de-obra familiar Assim a remuneraccedilatildeo de

todos os outros fatores de produccedilatildeo natildeo incluiacutedos fica a cargo do resiacuteduo ou seja a

diferenccedila entre o custo operacional e o valor de venda do produto (MATSUNAGA et

al 1976)

22

O esquema da estrutura do custo de produccedilatildeo utilizada pelo IEA pode ser

visualizado a seguir

Figura 2 Estrutura dos custos de produccedilatildeo utilizada pelo IEA Fonte Nachiluk e Oliveira (2012) sup1 Contribuiccedilatildeo de Seguridade Social Rural

244 Componentes do custo

Os custos podem ser denominados custos expliacutecitos e impliacutecitos Os

desembolsos realizados satildeo denominados custos expliacutecitos segundo Pindyck e

Rubinfeld (1994) os quais abrangem remuneraccedilotildees de matildeo de obra salaacuterios e

custos de materiais e locaccedilatildeo de propriedades aleacutem do custo de oportunidade Eles

satildeo importantes pois envolvem pagamentos diretamente feitos pela empresa a

outras empresas e pessoas com as quais faz negoacutecios

Jaacute os custos impliacutecitos natildeo satildeo diretamente desembolsados no processo de

produccedilatildeo mas natildeo podem deixar de ser considerados uma vez que se constituem

de fato em dispecircndios Sua mensuraccedilatildeo se daacute de maneira indireta por meio da

atribuiccedilatildeo de valores que deveratildeo representar o custo de oportunidade de seu uso

Nesta categoria enquadram-se os gastos com depreciaccedilatildeo de benfeitorias

instalaccedilotildees maacutequinas e implementos agriacutecolas e remuneraccedilatildeo do capital fixo e da

terra (CONAB 2010)

Custo operacional

Custo operacional efetivo (COE)

Despesas com operaccedilotildees

Pagamentos de salaacuterios

Gastos com maacutequinas equipamentos e

implementos

Despesas com materiais

Sementes fertilizantes corretivos defensivos

sacarias etc

Encargos sociais

Custo operacional total (COT)

Depreciaccedilatildeo com maacutequinas juros de custeio e CSSRsup1

23

A classificaccedilatildeo proposta pelo IEA compreende elementos diferenciados

poreacutem de faacutecil interpretaccedilatildeo e mais adequado agrave tomada de decisotildees Assim

segundo Matsunaga et al (1976) essa classificaccedilatildeo eacute composta dos seguintes

custos

a) Custo Operacional Efetivo ndash COE

O custo operacional efetivo envolve todos os custos expliacutecitos ou seja o

custo de todos os recursos de produccedilatildeo que exigem desembolso por parte da

empresa para sua recomposiccedilatildeo excluindo-se a matildeo-de-obra familiar

Assim mesmo que determinado produto tenha sido adquirido no periacuteodo

anterior por exemplo deveraacute ser contabilizado aqui pois em algum momento houve

o desembolso para a compra do mesmo Nesse caso eacute importante que seja utilizado

o preccedilo de mercado atual e natildeo o valor pago anteriormente devido ao custo de

oportunidade

b) Custo Operacional Total ndash COT

O custo operacional total envolve a soma do COE o valor da matildeo-de-obra

familiar e as depreciaccedilotildees que equivalem a apenas uma parte dos custos fixos

b1) Depreciaccedilatildeo

A depreciaccedilatildeo corresponde ao custo indireto exigido para acumular fundos

para substituiccedilatildeo do capital investido em bens produtivos de longa duraccedilatildeo

inutilizados pela idade uso e obsolescecircncia

b2) Valor da Matildeo-de-obra Familiar

Este valor deve ser definido considerando-se o custo de oportunidade ou

seja quanto o produtor ganharia se estivesse trabalhando em outra atividade

Considerando-se eacute claro o mesmo niacutevel teacutecnico para desenvolvimento das duas

atividades

24

c) Custo Total ndash CT

Custo total nada mais eacute que a soma do COT com o valor da remuneraccedilatildeo do

capital imobilizado com a atividade

Todo o capital investido na empresa tem custo de oportunidade uma vez

que seu uso na empresa implica deixar de empregaacute-lo noutra atividade alternativa

Por definiccedilatildeo o retorno potencial desse capital na melhor alternativa possiacutevel de

utilizaccedilatildeo forneceria a medida desse custo de oportunidade Como essa estimativa

nem sempre eacute faacutecil eacute expediente comum estimar o custo de oportunidade a partir do

retorno que o capital teria se em vez de aplicado na empresa fosse investido no

mercado financeiro como por exemplo na caderneta de poupanccedila

245 Iacutendices econocircmicos

Os iacutendices econocircmicos apresentados pelo IEA segundo Matsunaga et al

(1976) satildeo

2451 Renda Bruta (RB)

A renda bruta vem a ser o valor da produccedilatildeo ou seja tudo que eacute produzido

vezes o preccedilo do produto

Embora a Renda Bruta permita saber o quanto eacute recebido pelo produto

produzido ela natildeo diz o quanto desse valor iraacute sobrar Isso porque eacute preciso retirar o

custo de produccedilatildeo Sendo assim eacute necessaacuterio que se faccedila a anaacutelise de

rentabilidade da atividade

2452 Margem Bruta (MB)

Eacute calculada pela subtraccedilatildeo do custo operacional efetivo da renda bruta ou

seja eacute a retirada de todos os custos ocorridos sendo mais produtiva agrave medida que

resulta em valores positivos

25

2453 Margem Liacutequida (ML)

Eacute calculada pela subtraccedilatildeo do custo operacional total da renda bruta sendo

um indicativo de lucratividade Comparando-se duas empresas de igual atividade

aquela que tem maior Margem Liacutequida eacute a que possui melhor rentabilidade no

negoacutecio incluindo-se aiacute a questatildeo operacional financeira e extra-operacional

Isso quer dizer que se a ML for positiva todos os desembolsos estatildeo sendo

pagos aleacutem da depreciaccedilatildeo e a matildeo-de-obra familiar Caso contraacuterio a depreciaccedilatildeo

eou a matildeo-de-obra natildeo estatildeo sendo efetivamente pagas e a empresa estaacute se

descapitalizando

2454 Lucro (L)

O lucro vem a ser o resultado da subtraccedilatildeo da renda bruta gerada pela

venda dos produtos no mercado menos o custo total de produccedilatildeo incorrido na sua

geraccedilatildeo Simplificadamente nada mais eacute do que o resultado positivo deduzido das

vendas os custos e despesas

2455 Lucratividade (Luc)

Eacute a relaccedilatildeo do valor do lucro com o montante de vendas ou seja divide-se o

valor do lucro pela quantidade vendida (renda bruta)

2456 Iacutendice de Rentabilidade (IR)

Eacute uma medida do retorno de um investimento Calcula-se dividindo o lucro

obtido (margem liacutequida) pelo valor do investimento inicial (capital empatado) Pode-

se dizer que a rentabilidade eacute a quantidade de dinheiro que o investidor ganha para

cada quantia investida

26

246 Custos na empresa florestal

Nas empresas em geral os custos satildeo classificados em funccedilatildeo de suas

necessidades de informaccedilotildees Geralmente eles satildeo divididos por operaccedilotildees ou

setores da atividade como viveiro plantaccedilotildees tratos culturais exploraccedilatildeo florestal

atividades especiais (coleta de sementes entre outros) implantaccedilatildeo de infra-

estrutura e administraccedilatildeo (BREPOHL 1980)

Em termos econocircmicos os componentes do custo satildeo agrupados de

acordo com sua funccedilatildeo no processo produtivo nas categorias de custos variaacuteveis

custos fixos custo operacional e custo total (CONAB 2010)

Na determinaccedilatildeo da idade oacutetima de corte de povoamentos florestais eacute

necessaacuterio estudar caso a caso cada componente dos custos e das receitas

envolvidas no processo de produccedilatildeo da madeira Tudo isso pelo fato do setor

florestal conter operaccedilotildees de longo prazo Por tal motivo a anaacutelise de custos pode

ter dois enfoques a anaacutelise ex-ante ou seja antes das operaccedilotildees ocorrerem e ex-

post apoacutes terem ocorrido (GRACcedilA et al 2000)

Entre os custos analisados deve-se considerar tambeacutem a depreciaccedilatildeo que

segundo Hildebrand (1995) pode ser definida como a diminuiccedilatildeo do valor dos bens

ativos resultante do desgaste pelo uso accedilatildeo da natureza ou por obsolescecircncia

teacutecnica Assim com o tempo para tornar possiacutevel a reposiccedilatildeo do equipamento eacute

necessaacuterio acumular periodicamente uma reserva em um fundo que permitiraacute no

fim de um periacuteodo a aquisiccedilatildeo de um novo equipamento

Baseados nas necessidades do setor florestal vaacuterios estudos sobre a

viabilidade econocircmica de plantios vem sendo desenvolvidos para as mais variadas

espeacutecies arboacutereas como os obtidos por Souza et al (2003) e o Centro de Pesquisa

do Paricaacute ndash CPP Deve-se ressaltar no entanto a afirmaccedilatildeo feita por Marques et al

(2006) em que os autores concluiacuteram que o custo meacutedio para implantaccedilatildeo e

conduccedilatildeo dos povoamentos podem variar conforme a regiatildeo as teacutecnicas de preparo

de solo os tratos silviculturais adotados entre outros

27

25 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DE PROJETOS FLORESTAIS

Do ponto de vista teacutecnico Oliveira e Rezende (2004) afirmam que dois ou

mais projetos podem ser compatiacuteveis quando a execuccedilatildeo de um natildeo afeta a

implementaccedilatildeo do outro ou incompatiacuteveis em caso contraacuterio Jaacute do ponto de vista

econocircmico eles podem ser dependentes quando haacute uma relaccedilatildeo de rentabilidade

entre ambos ou independentes quando nenhum eacute afetado

Estas informaccedilotildees satildeo importantes para o bom planejamento das atividades

florestais uma vez que o investimento em um projeto deve ser baseado em um

horizonte de planejamento na maioria das vezes de longo prazo podendo variar de

finito como no caso de um plantio florestal ou infinito em um manejo sustentado de

floresta nativa (CHICHORRO et al 2010)

Para realizar a anaacutelise econocircmica eacute importante considerar a vida econocircmica

do projeto Ela corresponde ao tempo que ele produziraacute lucro a vida fiacutesica de

maacutequinas e construccedilotildees o periacuteodo de anaacutelise onde se consideram os efeitos do

projeto Aleacutem do horizonte de construccedilatildeo relacionado agrave demanda do produto e o

horizonte de dados que se refere ao periacuteodo de tempo em que eacute possiacutevel prever o

fluxo de caixa (REZENDE OLIVEIRA 2001)

A avaliaccedilatildeo econocircmica ou financeira de projetos baseia-se entatildeo no fluxo

de caixa que consiste nos custos e nas receitas distribuiacutedos ao longo da vida uacutetil do

empreendimento Os meacutetodos mais recomendados para avaliaccedilatildeo econocircmica de

projetos florestais satildeo (REZENDE OLIVEIRA 2001) valor presente liacutequido (VPL)

taxa Interna de Retorno (TIR) custo (ou Benefiacutecio) Perioacutedico Equivalente (CPE ou

BPE) custo Meacutedio de Produccedilatildeo (CMPr) razatildeo Benefiacutecio (receita)Custo (BC) e

tempo de Recuperaccedilatildeo do Capital

28

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE PRODUTORES DE FLORESTAS PLANTADAS ndash ABRAF ANUAacuteRIO estatiacutestico da ABRAF Brasiacutelia ABRAF 2012 Disponiacutevel em lthttpwwwabraflororgbrestatisticasABRAF12-BRaspgt Acesso em 28 jul 2013 BORTOLETTO JUacuteNIOR G BELINI U L Produccedilatildeo de lacircminas e manufatura de compensados a partir da madeira de guapuruvu (Schizolobium parayba Blake) proveniente de um plantio misto de espeacutecies nativas Cerne v8 n2 p001-016 2002 BORDUELLE G M IWAKIRI S MARTINS D Fatores que influenciam no rendimento em laminaccedilatildeo de Pinus spp Floresta e Ambiente v12 n2 p 35 - 41 NovDez2006 BREPOHL D Custos em empreendimentos florestais Curitiba FUPEF nov 1980 18p (seacuterie teacutecnica n4) CAMPOS J C C LEITE H G Mensuraccedilatildeo florestal perguntas e respostas 3 ed Viccedilosa UFV 2009 548 p CARVALHO P E R Espeacutecies florestais brasileiras recomendaccedilotildees silviculturais potencialidades e uso da madeira Colombo Embrapa Florestas 1994 640p CARVALHO P E R Paricaacute (Schizolobium amazonicum) Colombo Embrapa Florestas 2007 8p (Circular Teacutecnica 142) CHICHORRO J F BAUER M O ANDRADE W S SILVA G F SANTOS F R SILVA J L NOGUEIRA M A Avaliaccedilatildeo econocircmica de projetos florestais In CHICHORRO J F BAUER M O GARCIA G O CALDEIRA M V W Toacutepicos especiais em ciecircncias florestais 1 ed Visconde do Rio Branco Suprema 2010 v 1 p 231-260 COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO ndash CONAB Custo de produccedilatildeo agriacutecola a metodologia da Conab Brasiacutelia Conab 2010 60p CORTELETTI R B Anaacutelise de tronco aplicada agrave avaliaccedilatildeo de crescimento de aacutervores de paricaacute 2013 (82f) Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) ndashUniversidade Federal do Espiacuterito Santo Jerocircnimo Monteiro ES 2013 CRESPO T R MINNICK G VARGAS J Evaluacioacuten de algunas leguminosas en el troacutepico de Cochabamba Bolivia In EVANS D O SZOTT L T (ed) Nitrogen fixing trees for acid soils proceedings of a workshop Morrilton NFTA Winroch International 1995 p 103-112 FERGUSON C E Microeconomia 20 ed Rio de Janeiro Forense Universitaacuteria 2003 610p FERREIRA J A Custos industriais uma ecircnfase gerencial Satildeo Paulo STS 2007 172p

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MELO R R Avaliaccedilatildeo de variaacuteveis tecnoloacutegicas na produccedilatildeo de paineacuteis LVL confeccionados com paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) 2012 (164f) Tese (Doutorado em Ciecircncias Florestais) Universidade de Brasiacutelia Brasiacutelia DF 2012 NACHILUK K OLIVEIRA M D M Custo de produccedilatildeo uma importante ferramenta gerencial na agropecuaacuteria Instituto de Economia Agriacutecola ndash IEA v 7 n 5 maio 2012 OLIVEIRA A D REZENDE J L P Economia Florestal Lavras UFLAFAEPE 2004 101p PINDYCK R S RUBINFELD D L Microeconomia Satildeo Paulo Makron Books 1994 968p

30

PINTO A A G LIMEIRA A L F SILVA C A S COELHO F S Gestatildeo de custos 2 ed Rio de Janeiro FGV 2008 140p REZENDE J L P OLIVEIRA A D Anaacutelise econocircmica e social de projetos florestais Viccedilosa MG UFV 2001 389 p RONDON E V Produccedilatildeo de biomassa e crescimento de aacutervores de Schizolobium amazonicum (Huber) Ducke sob diferentes espaccedilamentos na regiatildeo de mata Aacutervore Viccedilosa-MG v26 n5 p573-576 2002 ROSA L S Caracteriacutesticas botacircnicas anatocircmicas e tecnoloacutegicas do paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) Revista de Ciecircncias Agraacuterias Beleacutem n 46 p63-79 juldez 2006a ROSA L S Ecologia e silvicultura do paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) na amazocircnia brasileira Revista de Ciecircncias Agraacuterias Beleacutem n 45 p 135-174 janjun 2006b SANTOS E M Crescimento e produccedilatildeo de plantios de paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) sob diferentes espaccedilamentos 2012 (74f) Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) Universidade Federal do Espiacuterito Santo Jerocircnimo Monteiro ES 2012 SCOLFORO J R S Biometria florestal modelos de crescimento e produccedilatildeo florestal Lavras UFLAFAEPE 2006 393p SILVA G F GEZAN S A SOARES C P B ZANETI L Z Modeling growth and yield of Schizolobium amazonicum under different spacings International Journal of Forestry Research v 2013 (2013) 10 p SIMONSEN M H Teoria microeconocircmica Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas 1971 2 ed 410p SISTEMA NACIONAL DE INFORMACcedilOtildeES FLORESTAIS ndash SNIF Produccedilatildeo florestal cadeia produtiva Serviccedilo Florestal Brasileiro Brasilia 2014 SOUZA C R ROSSI L M B AZEVEDO C P VIEIRA A H Paricaacute Schizolobium parahyba var amazonicum (Huber x Ducke) Barneby 1 ed Manaus EMBRAPA Dezembro 2003 (Circular Teacutecnica 18) SOUZA D B CARVALHO G S RAMOS E J A Paricaacute Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke Manaus EMBRAPA 2005 2p (Informativo Teacutecnico Rede de Sementes da Amazocircnia n13) TSOUMIS G Science and Technology of Wood structure properties utilization New York Chapmam amp Hall 1991 494 p VIDAURRE G B CARNEIRO A C O VITAL B R SANTOS R C S VALLE M L A Propriedades energeacuteticas da madeira e do carvatildeo de paricaacute (Schizolobium amazonicum) Aacutervore Viccedilosa-MG v36 n2 p365-371 2012

31

CAPIacuteTULO 1

CUSTOS DA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA DE PARICAacute

RESUMO

O setor de florestas plantadas brasileiro vem perdendo espaccedilo no mercado

internacional pelo alto custo necessaacuterio agrave produccedilatildeo Por isso haacute a necessidade

de se investigar quais os custos mais onerosos do processo produtivo para

entatildeo se montar uma estrateacutegia de reduccedilatildeo de custos a fim de tornar o

reflorestamento novamente competitivo no mercado Deste modo objetivou-se

no trabalho estimar a produccedilatildeo de paricaacute (Schizolobium amazonicum) aos 5 6

e 7 anos em trecircs classes de produtividade e em cinco espaccedilamentos de

plantio identificando os principais custos de produccedilatildeo aleacutem dos mais afetados

pelos espaccedilamentos de plantio na regiatildeo de Paragominas PA A estimativa de

volume foi obtida segundo metodologia proposta por Silva et al (2013) e os

custos de produccedilatildeo desde as atividades de preparo da aacuterea ateacute a colheita e

transporte foram disponibilizados por produtores rurais e empresaacuterios da

regiatildeo Posteriormente fez-se a anaacutelise dos custos por meio da metodologia do

custo operacional em que se considera apenas as despesas efetivamente

desembolsadas pelo agricultor somadas agrave depreciaccedilatildeo e matildeo-de-obra familiar

Assim inferiu-se que o espaccedilamento 3x2 m foi superior em volume diante dos

outros espaccedilamentos analisados Em relaccedilatildeo agrave analise de custos o custo

operacional efetivo representou em meacutedia 65 dos custos totais de produccedilatildeo

sendo o transporte o custo individual mais expressivo em todos os

espaccedilamentos analisados Jaacute a manutenccedilatildeo foi o conjunto de atividades mais

significativo nos plantios devido ao nuacutemero e ao longo periacuteodo para sua

execuccedilatildeo Os custos totais de produccedilatildeo foram superiores em espaccedilamentos

menores independentemente da remuneraccedilatildeo ou natildeo pelo uso dos capitais

permanente e circulante

Palavras-chave Custo operacional efetivo espaccedilamento idade

produtividade

32

CHAPTER 1

PRODUCTION COST PARICAacute

ABSTRACT

The planted forest sector in Brazil has been losing ground in the international

market by the high cost needed for production Therefore there is a need to

investigate what the most expensive costs of the production process to then

build a strategy to reduce costs in order to become competitive again

reforestation in the market Thus the aim of the study was to estimate the

production of paricaacute (Schizolobium amazonicum) at 5 6 and 7 years in three

productivity classes and five planting space identifying the major costs of

production and those most affected by planting space in the region of

Paragominas PA The volume estimate was obtained according to the

methodology proposed by Silva et al (2013) and production costs since the

activities of preparation of the area to harvest and transport were provided by

farmers and entrepreneurs in the region Subsequently made to cost analysis

using the methodology of the operating cost which considers only the expenses

actually disbursed by the farmer together with the depreciation and labor

family labor Thus it was inferred that the spacing 3x2 m was higher by volume

on the other spacings analyzed Regarding the analysis of costs the effective

operating cost represented on average 65 of total production costs and

transport the most significant single cost in all spacings analyzed Have

maintenance was the most significant set of activities in plantations due to the

number and the time period for its implementation The total production costs

were higher in the smaller spacing regardless of whether or not for the use of

permanent and circulating capital

Keywords Effective operational cost spacing age productivity

33

1 INTRODUCcedilAtildeO

A crescente dificuldade em se obter madeira de florestas nativas tem

motivado empresaacuterios agrave praacutetica do reflorestamento Nesses plantios vaacuterias

espeacutecies tecircm sido utilizadas sendo o paricaacute a espeacutecie nativa de maior

expressatildeo na regiatildeo norte do paiacutes principalmente no estado do Paraacute

Segundo a ABRAF (2013) em 2012 foram plantados 87901 hectares

de paricaacute nos estados do Paraacute Tocantins e Maranhatildeo O aumento da aacuterea de

plantio nos uacuteltimos anos eacute justificado pela boa aceitaccedilatildeo desta espeacutecie no

mercado madeireiro devido aos seus variados fins como a produccedilatildeo de

lacircmina e compensado forros palitos papel moacuteveis aleacutem de peccedilas de

acabamentos e molduras

A falta de informaccedilotildees silviculturais no entanto tecircm inviabilizado a

expansatildeo de novos plantios em outras regiotildees do paiacutes Natildeo se tecircm estudos

suficientes para comprovar o melhor meacutetodo de implantaccedilatildeo desta cultura no

que se refere ao espaccedilamento a ser utilizado para maior produccedilatildeo de madeira

Este tipo de deficiecircncia pode implicar no emprego de teacutecnicas silviculturais

equivocadas que inviabiliza economicamente o cultivo reduzindo

consequentemente o interesse comercial pela espeacutecie

Os custos de produccedilatildeo devem entatildeo ser analisados para se testar a

viabilidade econocircmica dos projetos que estatildeo sendo implantados haja vista

que poucos satildeo os estudos que se referem ao monocultivo do paricaacute A

obtenccedilatildeo destes custos eacute fundamental pois eles compotildeem um ferramental de

controle e gerenciamento das atividades produtivas e de geraccedilatildeo de

importantes informaccedilotildees para auxiliar as tomadas de decisotildees pelos

produtores rurais (CONAB 2010)

Para se atestar a viabilidade econocircmica de um projeto florestal natildeo se

deve avaliar somente a espeacutecie a ser implantada mais agraves condiccedilotildees de

mercado atuais e futuras para comercializaccedilatildeo do produto Eacute notaacutevel a

importacircncia econocircmica e socioambiental do setor de florestas plantadas para o

Brasil por isso deve-se investir em conhecimento e tecnologia sobre as

espeacutecies cultivadas haja visto que o ambiente de negoacutecio para o

34

desenvolvimento desta atividade vem passando por dificuldades nos uacuteltimos

anos

A competitividade dos produtos florestais estaacute se deteriorando frente

aos seus principais concorrentes internacionais uma vez que o aumento

generalizado dos custos de produccedilatildeo de madeira no Brasil estaacute reduzindo

significativamente a rentabilidade da induacutestria integrada de base florestal e dos

produtores independentes de plantios florestais (ABRAF 2013) Comprova-se

assim a necessidade de estudos referentes aos custos de produccedilatildeo

Haacute alguns anos a importacircncia dos custos na produccedilatildeo agriacutecola e as

dificuldades de sua obtenccedilatildeo estimularam o Instituto de Economia Agriacutecola

oacutegatildeo vinculado agrave Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de Satildeo

Paulo a efetuar estimativas de custo de produccedilatildeo de diversas exploraccedilotildees

agriacutecolas por meio da metodologia designada custo operacional Neste

meacutetodo se incluem apenas as despesas efetivamente desembolsadas pelo

agricultor somadas agrave depreciaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos e matildeo-de-

obra familiar A remuneraccedilatildeo devida a todos os outros fatores de produccedilatildeo eacute

de responsabilidade do resiacuteduo ou seja a diferenccedila entre o custo operacional

e o valor de venda (MATSUNAGA et al 1976 CONAB 2010)

O ecircxito nas estimativas de custos de produccedilatildeo agriacutecola vem

estimulando pesquisadores da aacuterea florestal a utilizarem esta metodologia

tambeacutem para culturas florestais principalmente neste momento em que o

Brasil depende de medidas estruturais que promovam a reduccedilatildeo dos custos de

produccedilatildeo e incentivem o investimento para retomada da competitividade dos

produtos nacionais de base florestal no mercado internacional Por tal motivo

objetivou-se neste trabalho identificar os principais custos de produccedilatildeo bem

como o efeito dos diferentes espaccedilamentos sobre estes custos

35

2 MATERIAL E MEacuteTODOS

21 AacuteREA EM ESTUDO

Os dados utilizados neste estudo foram originaacuterios de povoamentos

homogecircneos de paricaacute (Schizolobium amazonicum) plantados sob os

espaccedilamentos 3x2 3x3 3x4 4x4 e 5x5 m localizados entre os municiacutepios de

Dom Elizeu e Paragominas Estado do Paraacute (Figura 1)

Figura 1 Localizaccedilatildeo dos municiacutepios de Dom Eliseu e Paragominas PA

O municiacutepio de Paragominas estaacute localizado no nordeste paraense

possuindo aproximadamente 20000 km2 de aacuterea territorial com 90 m de

altitude O solo caracteriacutestico da aacuterea eacute o Latossolo amarelo com vegetaccedilatildeo

originaacuteria representada pela floresta densa sendo encontradas extensas aacutereas

de mata secundaacuteria (capoeira nos seus diversos estaacutegios de desenvolvimento)

devido aos constantes desmatamentos provocados principalmente pelo

avanccedilo da agropecuaacuteria na regiatildeo (IBGE 2013a PREFEITURA MUNICIPAL

DE PARAGOMINAS 2013)

Segundo o IBGE (2013a) o clima do municiacutepio eacute do tipo mesoteacutermico e

uacutemido A temperatura meacutedia anual eacute elevada em torno de 25degC e seu regime

pluviomeacutetrico fica geralmente entre 2250 mm e 2500 mm anuais

36

O municiacutepio de Dom Eliseu pertence agrave microrregiatildeo de Paragominas

possui 5268815 kmsup2 e estaacute localizado nas coordenadas 04deg17rsquo06rdquo Sul e

47deg30rsquo18rdquo Oeste a 180 metros de altitude Ele eacute um dos municiacutepios da

chamada ldquoFronteira agriacutecola amazocircnicardquo maior produtora de commodities

agriacutecolas da porccedilatildeo norte do paiacutes e grande produtora de paricaacute (IBGE 2013b

PREFEITURA MUNICIPAL DE DOM ELISEU 2013)

22 ESTIMATIVA DA PRODUCcedilAtildeO

Foram inventariados povoamentos de paricaacute anualmente ateacute o quinto

ano sendo analisadas trecircs classes de produtividade em cada espaccedilamento

sendo elas Baixa (17 - 19 m) Meacutedia (19 ndash 21 m) e Alta (21 - 24 m)

Posteriormente empregando-se o modelo de crescimento e produccedilatildeo proposto

por Silva et al (2013) os volumes comercial e de lacircminas foram estimados

para diferentes espaccedilamentos e qualidades de local nas idades de 5 6 e 7

anos conforme o esquema apresentado na Figura 2

Figura 2 Esquema para obtenccedilatildeo dos volumes comercial e de lacircminas em povoamentos de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA

A partir dos dados de inventaacuterio estimou-se a produccedilatildeo em volume

comercial e de lacircminas por meio da metodologia proposta por Silva et al

(2013) Assim a partir de informaccedilotildees sobre as variaacuteveis aacuterea basal por

hectare (GHA) iacutendice de siacutetio (SI) altura dominante (HD) considerada como a

altura meacutedia das 100 aacutervores mais altas do povoamento (Hart) e nuacutemero de

aacutervores por hectare (NHA) na idade de cinco anos pode-se projetar a produccedilatildeo

para as idades em anaacutelise

Espaccedilamentos (m)

bull3x2

bull3x3

bull4x3

bull4x4

bull5x5

Classes de produtividade

(m)

bullBaixa

bullMeacutedia

bullAlta

Idades

(anos)

bull5

bull6

bull7

Volume comercial

Volume de lacircminas

37

A estimativa da HD na idade i foi obtida por meio da equaccedilatildeo 1

119878119868 =

119867119863119894 (1 + 119890119909119901 ((182404 minus 119860119894)

043105frasl ))

1 + 119890119909119901 ((182404 minus 119860119894119899119889

043105frasl ))

Eq 1

Em que

119890119909119901 = base de logaritmo neperiano

119867119863119894 = altura dominante na idade i

119860119894 = i-eacutesima idade (i = 5 6 7) e

119860119894119899119889 = idade iacutendice (5 anos)

Para estimativa do nuacutemero de aacutervores por hectare na idade futura

utilizou-se a equaccedilatildeo 2

1198731198671198602 = 1198731198671198601 minus ((119860119877119864119860

1198671198631)

minus20848

(119860220356 minus 1198601

20356)) Eq 2

Em que

1198731198671198602 = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade futura

1198731198671198601 = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade corrente

119860119877119864119860 = aacuterea meacutedia ocupada por cada planta no plantio

1198671198631 = altura dominante na idade corrente

1198601 = idade corrente e

1198602 = idade futura

A aacuterea basal por hectare foi estimada por meio da equaccedilatildeo 3

119866119867119860119894 = 000523119867119863119894145720119873119867119860053967

119894 Eq 3

Em que

NHAi = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade i

38

Apoacutes a obtenccedilatildeo de todas as variaacuteveis os volumes comercial e de

lacircminas foram estimados pelas equaccedilotildees 4 e 5

119881119879119867119860119894 = 122839119866119867119860119894093941119867119863119894

071858 Eq 4

119881119862119867119860119894 = 003388119866119867119860119894069131119867119863119894

183907 Eq 5

Em que

119881119879119867119860119894 = volume comercial por hectare e

119881119862119867119860119894 = volume de lacircminas por hectare

23 DESCRICcedilAtildeO DAS ATIVIDADES

Por se tratarem de aacutereas anteriormente ocupadas por pastagem fez-se

necessaacuterio o combate agrave formigas e limpeza da aacuterea manualmente e com

auxiacutelio de trator a fim de retirar do local galhos tocos e raiacutezes que por ventura

atrapalhassem o processo de mecanizaccedilatildeo

Para todas as aacutereas de plantio fez-se a anaacutelise de solo verificando-se

a necessidade de correccedilatildeo com uma tonelada de calcaacuterio dolomiacutetico por

hectare Assim foi realizada a calagem precedida da gradagem com auxiacutelio da

terceirizaccedilatildeo de tratores agriacutecolas

Apoacutes o preparo do solo iniciou-se o processo de alinhamento

marcaccedilatildeo e coveamento respeitando o espaccedilamento preacute-determinado para

cada local considerando que uma pessoa consegue abrir 500 covasdia

Posteriormente foram acrescentados 100g de NPK (6-30-6) por cova antes do

plantio das mudas de paricaacute Adubaccedilotildees de cobertura e um ano apoacutes o plantio

tambeacutem ocorreram com o objetivo de aumentar o iacutendice de sobrevivecircncia agraves

plantas

Como no campo eacute difiacutecil controlar os fatores bioacuteticos e abioacuteticos a

mortalidade de plantas eacute inevitaacutevel por isso foi observada a necessidade de

39

replantio de 5 das mudas logo no primeiro ano segundo informaccedilotildees

disponibilizadas pela empresa

A manutenccedilatildeo relativa agrave limpeza dos plantios se deu pelo coroamento

das mudas aplicaccedilatildeo de herbicida manualmente e roccedilada mecacircnica do

primeiro ao terceiro ano Desta forma natildeo houve competiccedilatildeo com plantas

invasoras que poderiam inibir o crescimento das mudas Assim devido ao

ambiente favoraacutevel e as condiccedilotildees propiacutecias de crescimento e produccedilatildeo foi

possiacutevel extrair a madeira para laminaccedilatildeo no quinto ano apoacutes a implantaccedilatildeo

A colheita foi realizada de forma semi-mecanizada (motosserra)

seguida do baldeio e carregamento ateacute a beira da estrada O transporte ateacute a

induacutestria de beneficiamento foi realizado por caminhatildeo tipo bitrem com

capacidade para 44000 kg ao preccedilo meacutedio de R$59192 por viagem

O valor da matildeo-de-obra familiar foi considerado como o custo de

administraccedilatildeo ou seja quando o proprietaacuterio presta serviccedilos na proacutepria

empresa Assim a remuneraccedilatildeo paga pelo custo de administraccedilatildeo foi

equivalente a 10 dos custos efetivamente desembolsados pela empresa

Em relaccedilatildeo agraves aacutereas onde os plantios foram realizados estas jaacute

pertenciam a empresa Laminit por isso natildeo houve a necessidade de aquisiccedilatildeo

ou arrendamento do terreno Poreacutem considerou-se o custo de oportunidade

ou seja a remuneraccedilatildeo do capital investido (permanente e circulante) por meio

do caacutelculo da parcela sobre o bem adquirido e utilizado na produccedilatildeo e inclusa

no custo fixo da produccedilatildeo Logo o investimento do produtor foi remunerado agrave

taxa de 6 ao ano como se fosse aplicado o capital em outro investimento

alternativo conforme recomendaccedilotildees da CONAB (2010)

24 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS

Para anaacutelise dos custos de produccedilatildeo florestal foi necessaacuteria a coleta de

dados anuais de todas as despesas e receitas contraiacutedas em cada

espaccedilamento durante o periacuteodo entre 2006 e 2013 O esquema da disposiccedilatildeo

dos gastos na planilha de custo pode ser observado na Tabela 1

40

Tabela 1 Distribuiccedilatildeo dos gastos efetuados para implantaccedilatildeo de povoamentos de paricaacute

Descriccedilatildeo Un R$un

Quantidade utilizada

Espaccedilamento (m)

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

Preparo da aacuterea

Anaacutelise de solo un 3450 1 1 1 1 1

Limpeza manual Diaacuteria 3500 1 1 1 1 1

Limp mecanizada ht 10218 1 1 1 1 1

Gradagem ht 10218 15 15 15 15 15

Calagem ht 6846 05 05 05 05 05

Calcaacuterio ton 8967 1 1 1 1 1

Alinhamento Diaacuteria 3500 2 14 1 08 05

Coveamento Diaacuteria 3500 334 223 167 125 08

Cercamento R$ha 30000 1 1 1 1 1

Constr de estradas R$ha 13390 1 1 1 1 1

Constr de aceiros Diaacuteria 3500 4 4 4 4 4

Adubaccedilatildeo

Adubo Kg 123 5001 3336 2502 1875 120

Adubaccedilatildeo Diaacuteria 3667 45 3 225 195 106

Plantio

Transp de mudas ht 5000 05 05 05 05 05

Mudas un 038 1751 1168 876 657 420

Plantio e replantio Diaacuteria 3500 4 27 2 15 1

Manutenccedilatildeo

Formicida Kg 674 125 10 83 695 551

Aplic de formicida Diaacuteria 3703 893 748 651 578 525

Transp de insumos ht 4233 2 2 2 2 2

Coroamento Diaacuteria 3761 67 45 35 25 16

Roccedilada ht 5602 4 5 6 7 85

Herbicida L 1732 8 9 10 105 12

Aplic de herbicida Diaacuteria 3761 4 45 5 55 6

Manutenccedilatildeo de aceiro Diaacuteria

3744 6 6 6 6 6

Manut de estrada ht 8699 469 469 469 469 469

Materiais - 6892 8 8 8 8 8

Encargos - 8185 7 7 7 7 7

Colheita e Transporte

Corte e toragem msup3 215 1844 1744 1524 1341 11705

Baldeio msup3 096 1844 1744 1524 1341 11705

Carregamento msup3 097 1844 1744 1524 1341 11705

Transporte msup3 659 1844 1744 1524 1341 11705 Valores deflacionados e descapitalizados para o ano de 2006 Considerando o volume comercial em classe de produtividade alta (21 - 24 m) com corte aos 6 anos

Os custos envolvidos nas atividades de implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo dos

povoamentos foram disponibilizados por produtores rurais da regiatildeo de

41

Paragominas Tambeacutem foram disponibilizados por empresaacuterios locais os

dados referentes agrave exploraccedilatildeo e transporte da madeira ateacute a empresa

referente a uma distacircncia meacutedia de 80 km

Para comparaccedilatildeo entre os valores incorridos durante periacuteodos

diferentes no tempo fez-se o deflacionamento dos custos para o periacuteodo

inicial (implantaccedilatildeo dos povoamentos) A correccedilatildeo da perda monetaacuteria causada

pela inflaccedilatildeo foi obtida por meio do Iacutendice Geral de Preccedilo ndash Disponibilidade

Interna (IGP ndash DI) o qual eacute responsaacutevel pelo registro da inflaccedilatildeo de preccedilos de

mateacuterias-primas agriacutecolas

Posteriormente os valores deflacionados foram descapitalizados para o

ano 0 (2006) a fim de facilitar a anaacutelise econocircmica A descapitalizaccedilatildeo foi

obtida pela seguinte foacutermula

1198810 =119881119899

(1 + 119894)119899 Eq 6

Em que

1198810 = valor inicial correspondente ao periacuteodo de implantaccedilatildeo do povoamento

(R$)

119881119899 = valor final correspondente ao ano j (R$)

119894 = taxa de juros (6 aa) e

119899 = nuacutemero de periacuteodos (anos)

25 CLASSIFICACcedilAtildeO DOS CUSTOS

Para o caacutelculo dos custos de produccedilatildeo do paricaacute foi adotada a

metodologia descrita pelo Instituto de Economia Agriacutecola (IEA) oacutergatildeo vinculado

agrave Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo Neste

caso foram considerados os custos efetivos de produccedilatildeo ou seja aquele

dinheiro efetivamente desembolsado pelo proprietaacuterio para o pagamento da

mateacuteria-prima produtos ou serviccedilos adquiridos

42

A depreciaccedilatildeo foi aqui desconsiderada pela indisponibilidade de

informaccedilotildees sobre as maacutequinas equipamentos e benfeitorias Assim

considerou-se que todos os maquinaacuterios e equipamentos utilizados para a

implantaccedilatildeo conduccedilatildeo extraccedilatildeo e transporte dos povoamentos foram de

origem terceirizada

Os custos de produccedilatildeo foram entatildeo divididos segundo sua origem

sendo classificados de acordo com a metodologia de custos proposta pelo IEA

a) Custo operacional efetivo (COE) ndash correspondente a todos os custos

expliacutecitos

b) Custo operacional total (COT) ndash correspondente ao somatoacuterio do custo

operacional efetivo e matildeo-de-obra familiar (MO)

c) Custo Total (CT) ndash soma do custo operacional total e do custo de

oportunidade (CO) que eacute a remuneraccedilatildeo do capital circulante e do capital

fixo

As foacutermulas para obtenccedilatildeo do custo operacional total e custo total

encontram-se a seguir

119862119874119879 = 119862119874119864 + 119872119874 Eq 7

119862119879 = 119862119874119879 + 119862119874 Eq 8

43

3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

31 ESTIMATIVA DE VOLUME

A partir das equaccedilotildees ajustadas por Silva et al (2013) para

povoamentos de paricaacute foi possiacutevel estimar o volume comercial e de lacircminas

em trecircs ocasiotildees no tempo e em diferentes classes de produtividade nos cinco

espaccedilamentos de plantio como pode ser observado na Tabela 2

Tabela 2 Volumes comercial (VTHA) e de lacircminas (VCHA) estimados nos diferentes espaccedilamentos de plantio de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA

Idade Espaccedil

(m)

VTHA (msup3ha) VCHA (msup3ha)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 16229 18511 19336 5638 6858 7915

3x3 - 15498 18126 - 6163 7671

3x4 - 13328 15983 - 5476 7009

4x4 7133 13551 14623 2800 5705 6468

5x5 7351 8790 13093 3191 4124 6231

6 a

no

s

3x2 15173 16865 18439 5370 6411 7666

3x3 - 14606 17439 - 5912 7473

3x4 - 12325 15244 - 5188 6787

4x4 7178 11745 13410 2827 5146 6082

5x5 7115 8867 11705 3118 4158 5759

7 a

no

s

3x2 14315 15607 16406 5144 6054 7029

3x3 - 13920 16489 - 5706 7170

3x4 - 11890 14648 - 5052 6590

4x4 7028 11464 13067 2783 5055 5967

5x5 7020 8726 11515 3087 4109 5690

Em que VTHA= volume comercial por hectare VCHA= volume de lacircminas por hectare Espaccedil= espaccedilamento de plantio

A divisatildeo dos povoamentos em classes de produtividade eacute explicada

por Oliveira et al (2008) Segundo os autores a estratificaccedilatildeo realizada por

44

meio de classes de produtividade resulta em estimativas de volume mais

precisas proacuteximo agrave idade de corte Por isso a adoccedilatildeo das trecircs classes

A falta de informaccedilotildees nos espaccedilamentos intermediaacuterios 3x3 e 3x4 m

na classe de produtividade baixa ocorreu pela ausecircncia de povoamentos

nestas condiccedilotildees de siacutetio

A diferenccedila no volume comercial de madeira foi de 323 entre os

espaccedilamentos extremos 3x2 e 5x5 m na classe de produtividade alta sendo

maior o volume nos menores espaccedilamentos Resultados semelhantes foram

encontrados por Macedo et al (2005) com povoamentos de Teca em Minas

Gerais e Hoffmann (2009) em seu trabalho sobre caracterizaccedilatildeo

dendromeacutetrica e rendimento em laminaccedilatildeo de paricaacute na regiatildeo de

Paragominas PA

A diferenccedila no volume tem comportamento exponencial agrave medida em

que se utilizam siacutetios de menor produtividade sendo constatada uma diferenccedila

de 525 e 547 no volume entre os espaccedilamentos extremos nas classes

de produtividade meacutedia e baixa respectivamente Comportamento semelhante

foi observado para o volume de lacircminas de paricaacute Houve diferenccedila crescente

no volume entre os espaccedilamentos extremos sendo menor na classe de

produtividade alta (213)

Aos 6 anos a diferenccedila no volume entre os espaccedilamentos extremos foi

superior agrave idade anterior Na classe de produtividade alta a diferenccedila no

volume comercial foi de 365 Jaacute o volume de lacircminas abrangeu diferenccedila de

249

Nos siacutetios de baixa produtividade o volume comercial de madeira no

espaccedilamento 3x2 m foi 177 menor comparado ao de produtividade alta

Esta porcentagem encontra-se dentro do intervalo indicado por Morales et al

(2010) para povoamentos de pinus Segundo os autores a produtividade do

pinus foi reduzida entre 14 a 36 nos diferentes siacutetios de produccedilatildeo

Nos espaccedilamentos 4x4 e 5x5 m esta diferenccedila foi mais significativa

com aproximadamente 465 e 392 respectivamente Isso se deve entre

outras coisas agrave morte natural das plantas com diacircmetros mais acentuados

tornando mais expressiva a reduccedilatildeo de volume

Comparando a produccedilatildeo de paricaacute em relaccedilatildeo a idade de corte pode

ser observada uma reduccedilatildeo no volume de madeira do quinto para o sexto ano

45

Este comportamento pode ser resultado do autodesbaste caracteriacutestico da

espeacutecie Por se tratar de uma espeacutecie pioneira ela atinge o aacutepice de

incremento na idade meacutedia de 5 anos sendo mais viaacutevel seu corte neste

periacuteodo (CARVALHO 2007)

Balloni e Simotildees (1980) anteriormente jaacute haviam afirmado que a

porcentagem de aacutervores dominadas e mortas cresce com o avanccedilo da idade

sendo mais intenso e precoce nos espaccedilamentos mais apertados Por isso a

idade de corte deve ser definida em funccedilatildeo do ritmo de crescimento

espaccedilamento finalidade da madeira e suas interaccedilotildees

32 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO

O levantamento de custos como citado anteriormente seguiram a

metodologia sugerida pelo Instituto de Economia Agriacutecola ndash IEA sendo

agrupados por atividade

321 Custo operacional efetivo ndash COE

Todas as atividades desde a implantaccedilatildeo ateacute a exploraccedilatildeo dos

povoamentos de paricaacute foram identificadas e os gastos estimados para

obtenccedilatildeo dos custos efetivamente desembolsados pelo produtor sendo que os

custos foram deflacionados e descapitalizados para o ano de 2006 A soma

dos custos das atividades desenvolvidas durante este periacuteodo com corte aos

5 6 e 7 anos podem ser observadas na Tabela 3

Nos povoamentos em estudo os custos de implantaccedilatildeo variaram entre

R$80000 a R$180000 entre os espaccedilamentos extremos sendo menor

quanto menor o nuacutemero de plantas por hectare Este montante representa

entre 18 e 26 do custo total de produccedilatildeo de paricaacute demonstrando sua

importacircncia em relaccedilatildeo agrave outros custos

46

Tabela 3 Custo Operacional Efetivo (COE) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006

Idade Espaccedilamento

(m)

COE do volume comercial (R$ha) COE do volume de lacircminas (R$ha)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 501646 501646 501646 648938 667703 674487

3x3 - 437995 437995 - 586899 608517

3x4 - 408969 408969 - 540219 562057

4x4 388309 388309 388309 468849 521642 530459

5x5 369666 369666 369666 451856 463692 499083

6 a

no

s

3x2 512608 512608 512608 639852 652755 664594

3x3 - 451539 451539 - 574684 595999

3x4 - 423545 423545 - 529527 551493

4x4 404176 404176 404176 471255 505786 518322

5x5 385283 385283 385283 451891 465242 486598

7 a

no

s

3x2 527155 527155 527155 637832 646772 652303

3x3 - 465086 465086 - 573035 590806

3x4 - 436693 436693 - 530595 549673

4x4 416824 416824 416824 477086 507776 518871

5x5 398191 398191 398191 458394 470202 489495

47

O custo no espaccedilamento 5x5 m foi semelhante ao encontrado por Silva

et al (2004) para a implantaccedilatildeo de 1 ha de eucalipto na regiatildeo de Brasiacutelia

quando os valores foram corrigidos para o mesmo periacuteodo demonstrando

semelhanccedila na implantaccedilatildeo das duas culturas

Nos povoamentos analisados natildeo houve diferenccedilas nos custos para

implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo nos plantios com classes de produtividade distintas

os quais objetivavam a produccedilatildeo de volume comercial Em contrapartida

houve o acreacutescimo de gastos a medida em que se reduziu os espaccedilamentos

de plantio ou seja quanto menor a aacuterea ocupada por plantas maiores os

gastos com alinhamento marcaccedilatildeo de covas coveamento plantio e adubaccedilatildeo

Em relaccedilatildeo ao volume de lacircminas ocorreu a distinccedilatildeo dos custos entre

classes de produtividade uma vez que os custos com colheita e transporte

estatildeo relacionados com o volume colhido Assim em classes de produtividade

alta e menor espaccedilamento de plantio o COE foi superior em comparaccedilatildeo aos

outros povoamentos analisados

Como observado aos 5 anos natildeo houve diferenccedila no COE

independente da classe de produtividade nos povoamentos em que satildeo

mensurados o volume comercial de madeira Isso foi reflexo da quantidade de

plantas inseridas no local que no plantio foram invariaacuteveis independente da

qualidade do terreno O mesmo foi notado quando se estimou os custos para

exploraccedilatildeo de madeira aos 7 anos

A reduccedilatildeo no COE da produccedilatildeo de lacircminas com o aumento da idade

de exploraccedilatildeo eacute explicado pela reduccedilatildeo ocorrida no volume de madeira

causado pela mortalidade das plantas como observado no trabalho de Silva et

al (2013) Assim diminuem-se proporcionalmente os custos com colheita

transporte e outras atividades de manutenccedilatildeo

322 Custo operacional total ndash COT

O custo operacional total envolveu o COE e a matildeo-de-obra familiar

considerada aqui como o custo de administraccedilatildeo ou seja os proprietaacuterios dos

48

povoamentos eram os responsaacuteveis pela administraccedilatildeo dos plantios A

participaccedilatildeo do COT pode ser observada na Tabela 4

O custo da matildeo-de-obra foi considerado como um custo operacional

efetivo pois natildeo houve somente um gasto mas um desembolso ou seja uma

saiacuteda de caixa Jaacute a matildeo-de-obra familiar eacute parte do custo de produccedilatildeo pois

consistiu em uma alocaccedilatildeo de recurso produtivo (matildeo-de-obra) para a geraccedilatildeo

do produto (madeira) representando cerca de 10 dos custos de produccedilatildeo

Observando a tabela 4 pode-se notar que o maior custo de

administraccedilatildeo foi obtido para o espaccedilamento 3x2 m quando o objetivo era a

laminaccedilatildeo com custo de aproximadamente R$67450 Jaacute o espaccedilamento 5x5

m com objetivo de venda da floresta em peacute obteve o menor custo com

aproximadamente R$37000 por hectare

Resultados semelhantes foram encontrados para a produccedilatildeo de

madeira aos 6 anos Os menores custos de administraccedilatildeo estatildeo relacionados

aos menores custo de implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo dos povoamentos Aos 6 anos

o custo de administraccedilatildeo no espaccedilamento 5x5 m em classe de produtividade

alta com o objetivo de produccedilatildeo de lacircminas foi de aproximadamente R$48660

e R$38528 quando se objetivou a venda da madeira em peacute

Os custos de administraccedilatildeo tambeacutem foram reduzidos a medida em que

se aumentou o tempo para exploraccedilatildeo dos povoamentos devido a reduccedilatildeo do

volume por hectare sendo outro indicio de que esta espeacutecie deve ser

explorada logo aos 5 anos apoacutes o plantio

49

Tabela 4 Custo Operacional Total (COT) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006

Idade Espaccedilamento

(m)

COT do volume comercial (R$ha) COT do volume de lacircminas (R$ha)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 551811 551811 551811 713832 734473 741936

3x3 - 481795 481795 - 645589 669368

3x4 - 449865 449865 - 594241 618263

4x4 427140 427140 427140 515733 573807 583505

5x5 406633 406633 406633 497042 510062 548991

6 a

no

s

3x2 563869 563869 563869 703837 718031 731053

3x3 - 496693 496693 - 632152 655599

3x4 - 465900 465900 - 582479 606642

4x4 444594 444594 444594 518380 556365 570155

5x5 423812 423812 423812 497080 511767 535258

7 a

no

s

3x2 579871 579871 579871 701615 711449 717534

3x3 - 511595 511595 - 630338 649886

3x4 - 480362 480362 - 583655 604641

4x4 458507 458507 458507 524794 558554 570758

5x5 438010 438010 438010 504233 517223 538444

50

323 Custo total ndash CT

O custo total foi obtido pelo COT acrescido da remuneraccedilatildeo paga ao

capital investido e ao custo da Terra (TABELA 5)

Apoacutes contabilizados todos os custos foi possiacutevel inferir que para o

volume comercial em espaccedilamentos mais adensados o custo total foi 2294

maior do que nos plantios mais espaccedilados independente da classe de

produtividade Jaacute em povoamentos onde o objetivo do plantio era a venda de

lacircminas ocorreu uma variaccedilatildeo nos custos em fator da classe de produtividade

e espaccedilamento de plantio

A venda da madeira aos 6 anos culminou em um acreacutescimo de 67 a

86 em comparaccedilatildeo com os mesmos povoamentos sendo explorados aos 5

anos Para a produccedilatildeo de lacircminas o aumento dos custos foi menos

expressivo No espaccedilamento 3x2 m em classe de produtividade baixa o

aumento foi de 34

A exploraccedilatildeo de povoamentos aos 7 anos foi 1347 a 1596 maior

em relaccedilatildeo a exploraccedilatildeo aos 5 anos e 726 a 801 para 6 anos Estes

nuacutemeros confirmam que os custos tecircm crescido proporcionalmente com o

passar do tempo

Os custos com a remuneraccedilatildeo do capital investido e pelo uso da terra

correspondem em meacutedia a 24 dos custos totais de produccedilatildeo Poreacutem a

maioria dos produtores rurais deixam de contabilizar estes custos por se tratar

do pagamento pelo uso dos bens que ele jaacute possui (capital e terra) resultando

em valores de produccedilatildeo abaixo do que realmente deve ser computado

Comparando a produccedilatildeo de paricaacute e Teca no espaccedilamento 3x2 m

utilizando a mesma metodologia de custos observa-se que o custo total para

cultivo da Teca eacute de aproximadamente R$1080309 valor muito proacuteximo ao

observado para o plantio de paricaacute (SANGUINO 2009)

51

Tabela 5 Custo Total (CT) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006

Idade Espaccedilamento

(m)

CT do volume comercial (R$ha) CT do volume de lacircminas (R$ha)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 730146 730146 730146 917076 940890 949501

3x3 - 649366 649366 - 838341 865776

3x4 - 612527 612527 - 779099 806814

4x4 586308 586308 586308 688522 755523 766713

5x5 562648 562648 562648 666957 681978 726892

6 a

no

s

3x2 782537 782537 782537 949133 966026 981526

3x3 - 702582 702582 - 863811 891718

3x4 - 665930 665930 - 804688 833447

4x4 640572 640572 640572 728395 773606 790019

5x5 615836 615836 615836 703043 720523 748483

7 a

no

s

3x2 843816 843816 843816 99343 100552 101299

3x3 - 759911 759911 - 905837 92986

3x4 - 721528 721528 - 848467 874257

4x4 694669 694669 694669 776132 81762 832618

5x5 669481 669481 669481 750864 766827 792907

52

De maneira geral os custos mais expressivos satildeo referentes agrave manutenccedilatildeo

dos plantios independente do espaccedilamento adotado (Figura 3) Isso eacute

consequecircncia do maior nuacutemero de atividades desenvolvidas durante este periacuteodo

que variam desde o controle de formigas agrave manutenccedilatildeo de estradas

Figura 3 Custos totais da produccedilatildeo de paricaacute sob diferentes espaccedilamentos na regiatildeo de Paragominas PA

Nota-se no entanto que quanto maior o espaccedilamento de plantio utilizado

maiores satildeo os custos de manutenccedilatildeo por hectare Como haacute menor quantidade de

aacutervores por hectare a presenccedila de plantas invasoras eacute mais acentuada

aumentando os custos para seu controle Em contrapartida os custos por hectare

53

com adubaccedilatildeo plantio colheita e transporte diminuem jaacute que o nuacutemero de aacutervores

na aacuterea eacute reduzido

Deve-se ressaltar ainda que estes custos podem variar de acordo com a

classe de produtividade a idade em que vatildeo ser explorados os povoamentos e os

tipos de atividades empregadas que podem variar de acordo com o produtor e a

regiatildeo

54

4 CONCLUSOtildeES

O custo operacional efetivo representou em meacutedia 65 dos custos totais de

produccedilatildeo sendo o transporte o custo individual mais expressivo em todos os

espaccedilamentos analisados Jaacute a manutenccedilatildeo foi o conjunto de atividades mais

significativo nos povoamentos devido ao nuacutemero e ao longo periacuteodo para execuccedilatildeo

das atividades

Os custos totais de produccedilatildeo foram superiores em espaccedilamentos menores

independentemente da remuneraccedilatildeo ou natildeo pelo uso dos capitais permanente e

circulante

A diferenccedila nos custos entre espaccedilamentos extremos 3x2 m e 5x5 m eacute

justificada pelo maior volume de matildeo-de-obra e insumos necessaacuterios para execuccedilatildeo

das atividades em locais com maior nuacutemero de plantas por hectare

55

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE FLORESTAS PLANTADAS ndash ABRAF Anuaacuterio Estatiacutestico da ABRAF 2013 Ano base 2012 Brasiacutelia ABRAF 2013 148p Disponiacutevel em lthttpwwwabraflororgbrestatisticasABRAF13ABRAF13BR pdfgt Acesso em 19 Ago 2013 BALLONI E A SIMOtildeES J W O espaccedilamento de plantio e suas implicaccedilotildees silviculturais IPEF Piracicaba v1 n 3 p 1-16 Set 1980 (Seacuterie Teacutecnica) CAMPOS J C C LEITE H G Mensuraccedilatildeo florestal perguntas e respostas Viccedilosa UFV 2002 407p

CARVALHO P E R Paricaacute (Schizolobium amazonicum) Colombo Embrapa Florestas 2007 8p (Circular Teacutecnica 142)

COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO ndash CONAB Custo de produccedilatildeo agriacutecola a metodologia da Conab Brasiacutelia Conab 2010 60p HOFFMANN R G Caracterizaccedilatildeo dendromeacutetrica e avaliaccedilatildeo do rendimento em laminaccedilatildeo de madeira em plantios de paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) na regiatildeo de Paragominas PA 2009 (97f) Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) ndash Universidade Federal do Espiacuterito Santo Jerocircnimo Monteiro ES 2009 IBGE Paraacute Dom Eliseu 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwibgegovbrcidadesat xtrasperfilphpcodmun =150293gt Acesso em 12 Ago 2013b IBGE Paraacute Paragominas 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwibgegovbrcidadesat xtrasperfilphpcodmun= 150550ampsearch=para|paragominasgt Acesso em 12 Ago 2013a MACEDO R L G GOMES J E VENTURIN N SALGADO B G Desenvolvimento inicial de Tectona grandis LF (teca) em diferentes espaccedilamentos no municiacutepio de Paracatu MG Cerne Lavras v 11 n 1 p 61-69 janmar 2005 MATSUNAGA M et al Metodologia de custo de produccedilatildeo utilizada pelo IEA Agricultura em Satildeo Paulo Satildeo Paulo v 23 p 123-139 1976 MORALES C A S ALBUQUERQUE J A ALMEIDA J A MARANGONI J M STAHL J CHAVES D M Qualidade do solo e produtividade de Pinus taeda no planalto catarinense Ciecircncia Florestal Vol 20 No 4 Oct-Dec 2010 pp 629-640 OLIVEIRA M L R LEITE H G NOGUEIRA G S GARCIA S L R SOUZA A L Classificaccedilatildeo da capacidade produtiva de povoamentos natildeo desbastados de clones de eucalipto Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v43 n11 p1559-1567 nov 2008 PREFEITURA MUNICIPAL DE PARAGOMINAS O lago verde Paragominas 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwparagominaspagovbrgt Acesso em 23 Maio 2013

56

PREFEITURA MUNICIPAL DE DOM ELISEU O municiacutepio Dom Eliseu 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwdomeliseupagovbrgt Acesso em 23 Maio 2013 SANGUINO A C Custos de implantaccedilatildeo e rentabilidade econocircmica de povoamentos florestais com teca no estado do Paraacute Ciecircncias Agraacuterias Beleacutem n 52 p 61-78 juldez 2009 SILVA G F GEZAN S A SOARES C P B ZANETI L Z Modeling growth and yield of Schizolobium amazonicum under different spacings International Journal of Forestry Research v 2013 (2013) 10 p SILVA K R MINETTI L J FIEDLER N C VENTUROLI F MACHADO E G B SOUZA A P Custos e rendimentos operacionais de um plantio de eucalipto em regiatildeo de cerrado Aacutervore Viccedilosa-MG v28 n3 p 361-366 2004

57

CAPIacuteTULO 2

ANAacuteLISE ECONOcircMICA DA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA DE PARICAacute

RESUMO

As exigecircncias atuais de mercado aliadas agraves alternativas de investimento expressam

a necessidade de avaliaccedilatildeo econocircmica de projetos florestais Essa avaliaccedilatildeo

contribui com a escolha da melhor estrateacutegia de produccedilatildeo a fim de tornar os

produtos florestais brasileiros competitivos no mercado externo Por isso objetivou-

se neste trabalho analisar a viabilidade econocircmica de povoamentos de paricaacute sob

diferentes espaccedilamentos aleacutem de determinar economicamente a melhor forma de

plantio para produccedilatildeo de madeira Estes povoamentos foram implantados na regiatildeo

de Paragominas PA em 2006 sob os espaccedilamentos 3x2 3x3 3x4 4x4 e 5x5 m

divididos em trecircs classes de produtividade A produccedilatildeo foi entatildeo estimada para as

idades de 5 6 e 7 anos por meio de equaccedilotildees de crescimento e produccedilatildeo Os

custos do plantio agrave colheita foram disponibilizados por produtores rurais e

empresaacuterios da regiatildeo assim como o valor de venda de lacircminas A partir da

obtenccedilatildeo dos custos e receitas fez-se a anaacutelise econocircmica dos projetos Para tanto

foram utilizados os iacutendices econocircmicos e o criteacuterio do benefiacutecio perioacutedico equivalente

(BPE) como formas de avaliaccedilatildeo considerando-se a taxa de desconto de 6 como

a taxa miacutenima de atratividade Apoacutes a anaacutelise dos iacutendices e criteacuterio de avaliaccedilatildeo

econocircmica pode-se concluir que o espaccedilamento 3x3 m em classe de produtividade

alta com corte aos 5 anos foi o mais indicado pois gera o maior retorno financeiro

Para os maiores espaccedilamentos estudos ainda devem ser desenvolvidos mas

acredita-se que eles sejam alternativas financeiras viaacuteveis

Palavras-chave Criteacuterios de avaliaccedilatildeo espaccedilamentos de plantio iacutendices

econocircmicos retorno financeiro

58

CHAPTER 2

ECONOMIC ANALYSIS OF PRODUCTION PARICAacute

ABSTRACT

The current market demands combined with investment alternatives express the

need for economic evaluation of forestry projects This assessment contributes to the

choice of the best production strategy in order to make the Brazilian forest products

competitive in foreign markets Therefore this study aimed to analyze the economic

feasibility of stands of paricaacute under different spacings and economically determine

the best planting for timber production These settlements were established in the

region of Paragominas PA in 2006 under the spacings 3x2 3x3 3x4 4x4 and 5x5

m divided into three classes productivity The production was then estimated for

ages 5 6 and 7 years through equations of growth and production Costs from

planting to harvest were provided by farmers and entrepreneurs in the region as well

as the value of sales of blades From procurement costs and revenues became the

economic analysis of projects For both economic indicators and criteria periodic

benefit equivalent (BPE) as forms of assessment considering the discount rate of 6

as the hurdle rate were used After analyzing the indexes and economic evaluation

criteria it can be concluded that the spacing 3x3 m in class high productivity with cut

to 5 years was the most suitable because it generates the greatest financial return

For the larger spacings studies have yet to be developed but it is believed that they

are viable alternatives financial

Keywords Evaluation criteria planting space economic indicators financial return

59

1 INTRODUCcedilAtildeO

A implantaccedilatildeo da lei dos incentivos fiscais na deacutecada de 60 motivou o plantio

de florestas para ampliar a base florestal do Paiacutes e captar recursos para o

desenvolvimento do setor (MELLO et al 2005) Esses estiacutemulos baseavam-se na

expansatildeo florestal desconsiderando a qualidade da madeira

Nos dias atuais diante das exigecircncias de mercado da competiccedilatildeo com

outros paiacuteses e das pressotildees relacionadas ao meio ambiente o Brasil tem investido

natildeo somente em produccedilatildeo mais tambeacutem em teacutecnicas silviculturais que contribuam

com a qualidade final dos produtos aleacutem de teacutecnicas que reduzam os custos

envolvidos no processo produtivo Essas metas tecircm sido alcanccediladas por meio do

planejamento dos investimentos

Para realizar um investimento eacute necessaacuterio primeiramente organizar

formalmente os objetivos por meio de um projeto relacionando os meios de que se

dispotildee para alcanccedilaacute-los Posteriormente deve-se analisar o mercado potencial do

produto a fim de obter informaccedilotildees sobre os retornos esperados do investimento

comparativamente agraves alternativas disponiacuteveis eou viaacuteveis Assim com o

planejamento adequado das atividades eacute possiacutevel identificar as exigecircncias atuais de

mercado os caminhos a serem seguidos para entatildeo construir um referencial futuro

o qual identificaraacute a viabilidade ou natildeo da implantaccedilatildeo do projeto ao qual o

planejamento se destina (REZENDE OLIVEIRA 2008)

Para implantaccedilatildeo de um projeto aleacutem de se conhecer o horizonte de

planejamento que eacute o periacuteodo estimado durante o qual o empreendimento em

anaacutelise iraacute operar faz-se necessaacuterios tambeacutem testar a sua viabilidade teacutecnica

econocircmica financeira social ambiental e poliacutetica O teste da viabilidade econocircmica

eacute considerado o mais importante entre os paracircmetros de avaliaccedilatildeo pois consiste em

verificar se no projeto as receitas superam os custos Caso isso natildeo ocorra diz-se

que o projeto eacute insustentaacutevel desde a sua implantaccedilatildeo (FARO 1979 CHICHORRO

et al 2010)

Na avaliaccedilatildeo econocircmica para decisatildeo de que o projeto deve ou natildeo ser

implementado satildeo usadas teacutecnicas e criteacuterios de anaacutelise que comparam os custos e

as receitas inerentes ao projeto A anaacutelise de projetos consiste entatildeo na verificaccedilatildeo

60

de que determinada atividade eacute lucrativa ou natildeo considerando-se um horizonte de

planejamento (REZENDE OLIVEIRA 2008)

Existem vaacuterios meacutetodos de seleccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de projetos de

investimentos Geralmente recorre-se a meacutetodos que consideram principalmente as

atividades a serem executadas os periacuteodos de execuccedilatildeo e seus respectivos custos

os produtos e o periacuteodo de tempo que levaratildeo para serem produzidos seus preccedilos

e receitas ou seja o fluxo de caixa (CHICHORRO et al 2010)

Os meacutetodos de avaliaccedilatildeo econocircmica podem entatildeo ser divididos em dois

grupos principais O primeiro grupo compreende aqueles em que natildeo se considera a

variaccedilatildeo do capital no tempo sendo indicados para horizontes de planejamentos

muito curtos onde natildeo haacute inflaccedilatildeo Jaacute o segundo grupo considera a variaccedilatildeo do

capital no tempo podendo-se citar o valor presente liacutequido (VPL) e o benefiacutecio

perioacutedico equivalente (BPE) como exemplos (SILVA et al 2005)

A variaccedilatildeo do capital ocorre devido agrave remuneraccedilatildeo paga ao seu uso por

determinado tempo ou seja os juros Assim no final do prazo estipulado natildeo

haveraacute somente a quantia emprestada mais tambeacutem um acreacutescimo que

corresponde ao custo de oportunidade do uso do capital durante o periacuteodo de

empreacutestimo O valor a ser pago no final do periacuteodo dependeraacute da taxa de juros

correspondente a unidade de tempo considerada A Conab utiliza o percentual de

6 ao ano como a taxa de retorno para a remuneraccedilatildeo dos investimentos feitos pelo

produtor como se o capital fosse aplicado em outro investimento alternativo

(OLIVEIRA REZENDE 2004 CONAB 2010)

Tendo em vista este contexto objetivou-se neste trabalho analisar a

viabilidade econocircmica de povoamentos de paricaacute sob diferentes espaccedilamentos e

determinar economicamente o melhor espaccedilamento de plantio para produccedilatildeo de

madeira

61

2 MATERIAL E MEacuteTODOS

21 OBTENCcedilAtildeO DAS RECEITAS

A partir da estimativa dos volumes comercial (VTHA msup3ha) e de lacircminas

(VCHA m3ha) nos diferentes espaccedilamentos de plantio em diferentes

idades e classes produtivas tal como proposto no capiacutetulo 1 foram contraiacutedas as

receitas Os volumes comercial e de lacircminas estimados foram multiplicados pelo valor

meacutedio de venda disponiacutevel no boletim informativo de preccedilos disponibilizado pela

Coordenadoria Executiva da Administraccedilatildeo Tributaacuteria ndash CERAT do Estado do Paraacute

2013 Obteve-se assim a receita para cada espaccedilamento analisado

22 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS

Como se trata de projetos de investimento com a finalidade de obtenccedilatildeo de

madeira foram propostos trecircs horizontes de planejamento para os povoamentos de

paricaacute Esses horizontes se referiram ao periacuteodo de tempo que estes projetos foram

avaliados correspondendo a 5 6 e 7 anos entre a implantaccedilatildeo e colheita

Sabendo-se que eacute necessaacuterio reajustar os valores investidos durante o

periacuteodo de execuccedilatildeo do projeto utilizou-se uma taxa de desconto de 6 ao ano

como forma de remuneraccedilatildeo do capital investido considerando a caderneta de

poupanccedila como sendo o melhor investimento alternativo (OLIVEIRA REZENDE

2004) A inflaccedilatildeo identificada no periacuteodo foi obtida por meio do uso do Iacutendice Geral

de Preccedilos - Disponibilidade Interna (IGP-DI) o qual mede a variaccedilatildeo de preccedilos no

mercado A descapitalizaccedilatildeo foi realizada de acordo com a metodologia descrita no

capiacutetulo 1

Para anaacutelise da viabilidade econocircmica do projeto identificaram-se as

variaccedilotildees do capital no tempo Assim em relaccedilatildeo agrave classificaccedilatildeo do projeto de

investimento este foi considerado convencional ou seja ocorreu apenas uma

mudanccedila de sinal em seu fluxo de caixa satisfazendo as seguintes condiccedilotildees

62

119862119900 lt 0

119883119895 le 0 119901119886119903119886 119895 = 1 hellip 119896

119883119895 ge 0 119901119886119903119886 119895 = 119896 + 1 hellip 119899 119890

sum 119883119895

119899

119895=119896+1

gt sum 119883119895

119896

119895=0

Em que

Co = custo inicial (R$)

k = periacuteodo de tempo a partir do qual as receitas passaram a ser positivas

Xj = receita liacutequida de cada periacuteodo j e

n = duraccedilatildeo do projeto (anos)

Depois de identificado o tipo de projeto e tendo todos os custos jaacute calculados

no capiacutetulo 1 procedeu-se a anaacutelise econocircmica dos projetos por meio da avaliaccedilatildeo

dos iacutendices econocircmicos e do benefiacutecio perioacutedico equivalente (BPE)

23 IacuteNDICES ECONOcircMICOS DA PRODUCcedilAtildeO

Para verificar a rentabilidade do sistema produtivo os seguintes iacutendices

econocircmicos de produccedilatildeo foram utilizados

a) Renda bruta (RB)

119877119861 = 119876 times P Eq1

b) Margem bruta (MB)

119872119861 = 119877119861 minus 119862119874119864 Eq 2

c) Margem liacutequida (ML)

119872119871 = 119877119861 minus 119862119874119879 Eq 3

d) Lucro (L)

119871 = 119877119861 minus 119862119879 Eq 4

63

e) Lucratividade (Lc)

119871119888 =119871

119877119861 Eq 5

f) Iacutendice de rentabilidade (IR)

119868119877 =119872119871

119862 Eq 6

Em que

119877119861 = renda bruta (R$)

119876 = quantidade de produto vendido (un)

119875 = preccedilo unitaacuterio dos produtos (R$)

119872119861 = margem bruta (R$)

119862119874119864 = custo operacional efetivo (R$)

119872119871 = margem liacutequida (R$)

119862119874119879 = custo operacional total (R$)

119871 = lucro (R$)

119862119879 = custo total (R$)

119871119888 = lucratividade ()

119868119877 = iacutendice de rentabilidade () e

119862 = capital empatado (R$) referente ao somatoacuterio do custo fixo e circulante meacutedio

podendo-se considerar ou natildeo o custo da terra

24 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DOS PROJETOS

241 Benefiacutecio perioacutedico equivalente (BPE)

Para avaliaccedilatildeo da viabilidade econocircmica por meio do BPE a seguinte

foacutermula foi utilizada

119861119875119864 =119881119875119871[(1 + 119894)119905](1 + 119894)119899119905

(1 + 119894)119899119905 minus 1 Eq 7

64

Em que

n = duraccedilatildeo do projeto (anos)

t = nuacutemero de periacuteodos de capitalizaccedilatildeo

i = taxa de desconto e

VPL = valor presente liacutequido

O VPL foi obtido pela foacutermula

119881119875119871 = sum 119877119895

119899

119895=0

(1 + 119894)minus119895 minus sum 119862119895

119899

119895=0

(1 + 119894)minus119895

Eq 8

Em que

i = taxa de desconto (juros)

j = periacuteodo em que a receita ou o custo ocorreram

n = duraccedilatildeo do projeto (anos)

Rj = receita no final do ano j ou do periacuteodo de tempo e

Cj = custo no final do ano j ou do periacuteodo de tempo considerado

O BPE permite a comparaccedilatildeo de projetos com diferentes horizontes de

planejamento pois os custos jaacute estatildeo distribuiacutedos por unidade de tempo estando

impliacutecitas as diferenccedilas de horizontes Como o desconto dos fluxos de caixa foi

estimado a partir da ldquodata presenterdquo ou seja no periacuteodo de implantaccedilatildeo do projeto

estes foram comparados quando as consequecircncias monetaacuterias estavam em um

ponto comum do tempo

65

3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

31 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA VENDA DE MADEIRA EM PEacute

A renda bruta foi estimada por meio da multiplicaccedilatildeo do volume comercial e

comercial por hectare e o preccedilo pago por cada unidade agrave qual se admitiu um valor

miacutenimo de R$5370 msup3 para venda de ldquomadeira em peacuterdquo ou seja madeira natildeo

explorada e R$45156 msup3 a venda de lacircminas de paricaacute

Identicamente aos custos as receitas foram deflacionadas e

descapitalizadas para o ano 0 a fim de possibilitar a comparaccedilatildeo entre os valores

gastos e recebidos com essa praacutetica de produccedilatildeo A renda bruta obtida com a venda

de madeira de paricaacute pode ser observada na Tabela 1

Tabela 1 Renda bruta (RB) obtida com a produccedilatildeo de madeira de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA sem considerar o custo de laminaccedilatildeo

Idade Espaccedil

(m)

VTHA (R$ha) VCHA (R$ha)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 379731 433109 452408 1109193 1349221 1557365

3x3 - 362619 424113 - 1212472 1509318

3x4 - 311840 373961 - 1077399 1379067

4x4 166887 317064 342144 550865 1122453 1272564

5x5 172002 205671 306342 627806 811406 1226000

6 a

no

s

3x2 355004 394611 431419 1056449 1261369 1508350

3x3 - 341749 408022 - 1163130 1470243

3x4 - 288386 356682 - 1020754 1335360

4x4 167940 274794 313771 556167 1012394 1196711

5x5 166477 207478 273875 613368 817994 1133134

7 a

no

s

3x2 334925 365156 383863 1012137 1191106 1382874

3x3 - 325700 385794 - 1122613 1410651

3x4 - 278203 342718 - 993941 1296571

4x4 164441 268225 305743 547531 994496 1174049

5x5 164242 204174 269414 607295 808354 1119474

Em que Espaccedil = espaccedilamento (m) VTHA = volume comercial por hectare (msup3ha) e VCHA = volume de lacircminas por hectare (msup3ha)

66

A ausecircncia de valores na classe de produtividade baixa nos espaccedilamentos

3x3 e 3x4 m eacute proveniente da inesistecircncia de povoamentos nestas condiccedilotildees de

terreno Como se tratam de plantios independentes a falta de informaccedilotildees nestes

ambientes natildeo prejudicamalteram os resultados nas outras aacutereas em estudo

Observando a Tabela 1 eacute perceptiacutevel a diferenccedila entre a renda bruta obtida

com a venda de madeira em peacute e a explorada Para siacutetios de baixa produtividade e

com corte aos 5 anos a diferenccedila entre a venda de lacircminas e madeira em peacute foi de

aproximadamente R$729000 Esta diferenccedila ocorreu porque o custo de laminaccedilatildeo

natildeo foi contabilizado por falta de informaccedilotildees sobre o processo produtivo

Natildeo existem estudos que indiquem os custos reais de laminaccedilatildeo de paricaacute

proveniente de reflorestamento e quais as atividades necessaacuterias para transformar o

torete de madeira em lacircminas de forma eficiente e com boa qualidade

A renda resultante da venda de ldquomadeira em peacuterdquo em espaccedilamentos

menores como o 3x2 m superam os mais espaccedilados como o 4x4 e 5x5 m com

receita duas vezes maior quando comparados os espaccedilamentos 3x2 e 5x5 m Esta

tendecircncia ocorre entre classes de produtividade e tambeacutem entre idades distintas

Com o aumento da idade de corte houve diminuiccedilatildeo nas receitas em todos

os espaccedilamentos pois o volume de madeira foi reduzido Isso ocorre como jaacute citado

anteriormente provavelmente devido ao autodesbaste das plantas caracteriacutestico da

espeacutecie Entretanto os custos tambeacutem sofreram reduccedilatildeo devido ao menor nuacutemero

de plantas por hectare e esta relaccedilatildeo deve ser analisada

O comportamento da renda bruta em relaccedilatildeo a madeira explorada segue a

mesma tendecircncia citada acima ou seja o menor espaccedilamento no melhor siacutetio

produtivo aos 5 anos eacute o que indica ser o mais viaacutevel Todavia deve-se interagir

custos e receitas para se inferir sobre o espaccedilamento mais adequado para se obter

a maior lucratividade

Na Tabela 2 eacute possiacutevel observar os iacutendices em siacutetios com classe de

produtividade baixa para a venda de lacircminas de paricaacute

67

Tabela 2 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute para venda preacute-corte em classe de produtividade baixa (17 ndash 19 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

5 a

no

s

MB -121915 - - -221422 -197665

ML -172080 - - -260253 -234631

L -256915 - - -325921 -297147

L (t) -350415 - - -419421 -390647

Luc -068 - - -195 -173

Lucr (t) -092 - - -251 -227

IR -047 - - -085 -079

IR (t) -038 - - -065 -060

6 a

no

s

MB -157604 - - -236236 -218806

ML -208865 - - -276654 -257335

L -316133 - - -361232 -337959

L (t) -427533 - - -472632 -449359

Luc -089 - - -215 -203

Lucr (t) -120 - - -281 -270

IR -056 - - -088 -084

IR (t) -043 - - -065 -062

7 a

no

s

MB -192230 - - -244377 -225943

ML -244145 - - -285258 -264961

L -376891 - - -388205 -363216

L (t) -508091 - - -519405 -494416

Luc -113 - - -236 -221

Lucr (t) -152 - - -316 -301

IR -065 - - -090 -086

IR (t) -048 - - -064 -060

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

Na Tabela 2 eacute possiacutevel observar que sob as condiccedilotildees analisadas nenhum

espaccedilamento eacute viaacutevel economicamente Jaacute o comportamento dos iacutendices financeiros

em classe de produtividade meacutedia pode ser observado na Tabela 3

68

Tabela 3 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute para venda preacute-corte em classe de produtividade meacutedia (19 ndash 21 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

5 a

no

s

MB -68537 -75377 -97128 -71245 -163995

ML -118702 -119176 -138025 -110076 -200962

L -203537 -193247 -207187 -175744 -263477

L (t) -297037 -286747 -300687 -269244 -356977

Luc -047 -053 -066 -055 -128

Lucr (t) -069 -079 -096 -085 -174

IR -033 -036 -043 -036 -067

IR (t) -026 -028 -034 -027 -051

6 a

no

s

MB -117998 -109790 -135159 -129382 -177806

ML -169258 -154944 -177514 -169800 -216334

L -276527 -249433 -266145 -254378 -296958

L (t) -387927 -360833 -377545 -365778 -408358

Luc -070 -073 -092 -093 -143

Lucr (t) -098 -106 -131 -133 -197

IR -046 -046 -055 -054 -071

IR (t) -035 -034 -041 -040 -052

7 a

no

s

MB -161999 -131381 -150483 -140593 -186011

ML -213914 -177089 -193352 -181475 -225030

L -346659 -292189 -301302 -284422 -323284

L (t) -477859 -423389 -432502 -415622 -454484

Luc -095 -090 -108 -106 -158

Lucr (t) -131 -130 -155 -155 -223

IR -057 -052 -059 -057 -073

IR (t) -042 -037 -042 -040 -051

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

Os prejuiacutezos obtidos nestas condiccedilotildees do terreno satildeo menores quando

comparados com siacutetios de produtividade baixa O mesmo comportamento tambeacutem

foi observado para siacutetios de classe de produtividade alta como indicado na Tabela

4

69

Tabela 4 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute pra venda preacute-corte em classe de produtividade alta (21 ndash 24 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

5 a

no

s

MB -49238 -13882 -35007 -46165 -63324

ML -99403 -57682 -75904 -84996 -100291

L -184238 -131752 -145066 -150664 -162806

L (t) -277738 -225252 -238566 -244164 -256306

Luc -041 -031 -039 -044 -053

Lucr (t) -061 -053 -064 -071 -084

IR -027 -017 -024 -028 -034

IR (t) -022 -014 -018 -021 -026

6 a

no

s

MB -81189 -43517 -66863 -90406 -111408

ML -132450 -88671 -109217 -130823 -149937

L -239718 -183160 -197848 -215401 -230561

L (t) -351118 -294560 -309248 -326801 -341961

Luc -056 -045 -055 -069 -084

Lucr (t) -081 -072 -087 -104 -125

IR -036 -026 -034 -041 -049

IR (t) -028 -020 -025 -031 -036

7 a

no

s

MB -143292 -71287 -85969 -103075 -120771

ML -195207 -116995 -128837 -143956 -159790

L -327953 -232094 -236787 -246903 -258044

L (t) -459153 -363294 -367987 -378103 -389244

Luc -085 -060 -069 -081 -096

Lucr (t) -120 -094 -107 -124 -144

IR -052 -034 -039 -045 -052

IR (t) -038 -025 -028 -032 -036

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

A inviabilidade econocircmica observada nas trecircs condiccedilotildees produtivas podem

ter sido provenientes do baixo valor de mercado praticado na regiatildeo

Apoacutes o pagamento de todos os desembolsos efetivos restou o deacutebito de R$-

13882 para o espaccedilamento 3x3 m Esta quantia jaacute pode ser considerada como

70

prejuiacutezo do investimento mesmo sem ser contabilizados o pagamento da matildeo de

obra familiar (administraccedilatildeo) e os custos de oportunidade do capital

O menor valor resultante para o espaccedilamento 5x5 m se deve ao fato de

existirem atividades iguais aos outros espaccedilamentos que estatildeo sendo executas em

tempo maior que dos outros povoamentos aumentando assim o custo de produccedilatildeo

Jaacute os resultados encontrados para o espaccedilamento 3x3 m em classe de

produtividade alta satildeo atribuiacutedos agrave eficiecircncia das operaccedilotildees de manutenccedilatildeo dos

plantios principalmente pelo controle de plantas daninhas

Depois do pagamento de todos os desembolsos efetivos foi admitida a

remuneraccedilatildeo da matildeo de obra familiar em virtude da administraccedilatildeo das aacutereas de

plantio sendo proporcional aos custos de produccedilatildeo de paricaacute A margem liacutequida

negativa indica que o empreendimento eacute economicamente inviaacutevel O valor admitido

por este iacutendice se positivo natildeo seria o lucro gerado pois ainda natildeo foi descontado

o custo de oportunidade do capital investido

Para todos os povoamentos analisados houve lucro negativo principalmente

quando foi considerada a remuneraccedilatildeo pelo uso da terra Isso significa que o

investimento natildeo foi atrativo financeiramente Este resultado natildeo eacute interessante

economicamente ao produtor e pode trazer consequecircncias ainda piores como falta

de incentivo agrave produccedilatildeo falta de demanda para venda da madeira em idade de corte

e preccedilos ainda menores do que os praticados

Considerando-se o pagamento pelo uso da terra o prejuiacutezo obtido pelo

plantio de paricaacute variou entre 53 e 316 sendo maior quando mais amplo o

espaccedilamento de plantio Desconsiderando o pagamento pelo uso da terra o

prejuiacutezo se tornou menor estando entre 31 e 236

Este iacutendice representa a capacidade da atividade de transformar

investimento em margem liacutequida Assim desconsiderando o pagamento pelo uso da

terra tem-se que para cada real investido obteve-se entre R$-090 e R$-017 de

margem liacutequida sendo mais atrativo o espaccedilamento 3x3 m em classe de

produtividade alta Considerando o custo da terra o valor foi de R$-065 a R$-014

sendo melhor nos menores espaccedilamento de plantio

Deve-se salientar novamente que o valor do msup3 de madeira utilizado nesta

pesquisa eacute proveniente do preccedilo meacutedio praticado pelo CERAT ndash PA Valores

superiores a este encontrados na regiatildeo podem alterar estes resultados tornando

estes povoamentos atrativos financeiramente (quando superiores a R$10000 msup3)

71

32 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA LAMINADA

O comportamento observado foi semelhante ao da madeira vendida em peacute

ou seja os iacutendices financeiros apontaram que a viabilidade econocircmica aos 5 anos

foi superior agraves outras idades de exploraccedilatildeo (Tabela 5)

Tabela 5 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de baixa produtividade (17 ndash 19 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

5 a

no

s

MB 460255 - - 82016 175950

ML 395361 - - 35131 130764

L 285617 - - -44157 54349

L (t) 192117 - - -137657 -39151

Luc 026 - - -008 009

Lucr (t) 017 - - -025 -006

IR 090 - - 010 039

IR (t) 074 - - 008 030

6 a

no

s

MB 416597 - - 84912 161477

ML 352612 - - 37786 116288

L 218717 - - -60828 21725

L (t) 107317 - - -172228 -89675

Luc 021 - - -011 004

Lucr (t) 010 - - -031 -015

IR 081 - - 011 034

IR (t) 065 - - 008 026

7 a

no

s

MB 374305 - - 138713 217110

ML 322390 - - 97831 178092

L 161775 - - -5115 79837

L (t) 30575 - - -136315 -51363

Luc 016 - - -001 013

Lucr (t) 003 - - -025 -008

IR 075 - - 031 058

IR (t) 057 - - 022 041

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

72

Os iacutendices econocircmicos para as classes de produtividade meacutedia e alta

encontram-se nas Tabelas 6 e 7

Tabela 6 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de meacutedia produtividade (19 ndash 21 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

5 a

no

s

MB 681518 625573 537181 600811 347713

ML 614747 566883 483159 548647 301344

L 501830 467631 391801 460430 222928

L (t) 408330 374131 298301 366930 129428

Luc 037 039 036 041 027

Lucr (t) 030 031 028 033 016

IR 137 139 126 147 087

IR (t) 114 113 101 117 069

6 a

no

s

MB 608614 588446 491228 506607 352752

ML 543338 530977 438275 456029 306227

L 406743 410719 327467 350188 208871

L (t) 295343 299319 216067 238788 97471

Luc 032 035 032 035 026

Lucr (t) 023 026 021 024 012

IR 124 133 116 125 089

IR (t) 099 104 090 095 067

7 a

no

s

MB 544335 665533 565255 585678 418169

ML 492420 619825 522386 544796 379151

L 329553 504725 414437 441850 280896

L (t) 198353 373525 283237 310650 149696

Luc 028 045 042 044 035

Lucr (t) 017 033 028 031 019

IR 113 181 159 171 123

IR (t) 087 131 114 121 086

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

73

Tabela 7 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de alta produtividade (21 ndash 24 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5 5

an

os

MB 882878 900802 817010 742105 726917

ML 815429 839950 760805 689059 677009

L 701365 737042 665754 599351 592608

L (t) 607865 643542 572254 505851 499108

Luc 045 049 048 047 048

Lucr (t) 039 043 041 040 041

IR 181 201 193 182 187

IR (t) 150 164 156 146 148

6 a

no

s

MB 843757 874244 783868 678388 646537

ML 777297 814644 728718 626556 597877

L 638225 689925 613313 518092 496052

L (t) 526825 578525 501913 406692 384652

Luc 042 047 046 043 044

Lucr (t) 035 039 038 034 034

IR 174 198 187 168 168

IR (t) 140 156 146 129 128

7 a

no

s

MB 730571 953571 867885 765231 729289

ML 678656 907863 825016 724350 690271

L 514396 792763 717066 621403 592016

L (t) 383196 661563 585866 490203 460816

Luc 037 056 055 053 053

Lucr (t) 028 047 045 042 041

IR 154 266 252 228 224

IR (t) 119 192 180 161 157

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

Contrariamente agrave preacute-colheita a venda de madeira de paricaacute poacutes-colheita

tem demonstrado viabilidade economica para as idade classe de produtividade e

espaccedilamento analisados como observados nos iacutendices a seguir

Apoacutes o pagamento de todos os custos efetivos notou-se uma vantagem no

uso de espaccedilamentos mais adensados Nestes ambientes a margem bruta foi por

74

vezes maior que 40 em relaccedilatildeo aos maiores espaccedilamentos Poreacutem restam ainda

o pagamento pela administraccedilatildeo e uso do capital No entanto verificou-se que a

maioria dos projetos avaliados foram viaacuteveis economicamente pois se obteve

resultados positivos para a madeira laminada

A matildeo-de-obra familiar foi remunerada mantendo-se o montante positivo

Este montante foi utilizado posteriormente como forma de pagamento pelo custo de

oportunidade do capital Observa-se que este iacutendice manteve a tendecircncia de

comportamento semelhante agrave margem bruta exprimindo a viabilidade dos projetos

Lucro negativo soacute foi observado em espaccedilamentos amplos como o 4x4 e

5x5 m em classe de produtividade baixa em todos os anos analisados Isso

significa que o custo de oportunidade do uso do capital natildeo estaacute sendo remunerado

O resultado encontrado eacute consequecircncia de volume insuficiente de lacircminas

para o pagamento do processo produtivo Vale salientar que o processo de

laminaccedilatildeo natildeo foi quantificado

O intervalo de lucratividade sem considerar o pagamento pelo uso da terra

variou de -31 agrave 56 ou seja existem povoamentos que em certas condiccedilotildees

foram inviaacuteveis economicamente como eacute o caso dos espaccedilamentos 4x4 e 5x5 m

em classe de produtividade baixa com exploraccedilatildeo aos 5 anos Outros povoamentos

ao contraacuterio possuem lucratividade de 56 Como exemplo pode-se citar o 3x3 m

aos 7 anos em classe de produtividade alta

Quando se considera o pagamento pelo uso da terra a mesma tendecircncia foi

observada poreacutem a lucratividade foi menor

A capacidade da atividade em transformar o investimento em margem

liacutequida variou entre R$034 e R$266 sendo mais atrativo o espaccedilamento 3x3 m

Considerando o custo da terra o valor corresponde entre R$008 e R$192 sendo

melhor quanto menor o espaccedilamento de plantio

Considerando os valores obtidos nas Tabelas 5 6 e 7 foi possiacutevel inferir

sobre os custos maacuteximos que poderiam ser destinados agrave laminaccedilatildeo para que todas

as despesas fossem pagas obtendo lucratividade zero Na Tabela 8 eacute indicado

quais satildeo estes valores

75

Tabela 8 Valores maacuteximos a serem pagos pela laminaccedilatildeo (R$msup3)

Idade Classe produtiva (m) Espaccedilamentos (m)

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5 5

ano

s Baixa 1184 - - -1930 -533

Meacutedia 2206 2414 2238 2708 1472

Alta 3144 3550 3580 3459 3812

6 a

no

s Baixa 707 - - -2400 -1260

Meacutedia 1751 2049 1753 2033 1099

Alta 2857 3317 3292 3033 3286

7 a

no

s Baixa 131 - - -3253 -2045

Meacutedia 1189 1557 1223 1543 476

Alta 2255 2916 2883 2613 2836

Estas informaccedilotildees satildeo valores meacutedios dos espaccedilamentos para cada classe

de produtividade e idade Como pressupotildee-se que em siacutetio de melhor qualidade haacute

maior renda eacute possiacutevel o pagamento de um valor substancialmente maior do que

em classe de produtividade meacutedia Observa-se ainda a inviabilidade da praacutetica de

laminaccedilatildeo em classe de produtividade baixa independente da idade de corte pois a

receita foi menor que os custos mesmo sem a laminaccedilatildeo Essa consideraccedilatildeo

reforccedila os argumentos de suporte sobre os menores espaccedilamentos serem os mais

apropriados para o plantio de paricaacute

33 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA

331 Benefiacutecio perioacutedico equivalente ndash BPE

Para a taxa de 6 aa em povoamentos natildeo explorados o BPE obtido

variou entre R$-24042 e R$-8005 para os espaccedilamentos 4x4 e 3x3 m

respectivamente (Tabela 9) Isso indica que o espaccedilamento 3x3 m na classe de

produtividade alta com corte aos 5 anos eacute o que resultou no menor prejuiacutezo

financeiro sob estas condiccedilotildees analisadas Jaacute o 4x4 m em classe de produtividade

baixa com corte aos 7 anos foi a pior escolha de investimento

76

Tabela 9 BPE de plantios de paricaacute situados na regiatildeo de Paragominas PA

Idade Espaccedil

(m)

BPE (VTHA) BPE (VCHA)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 -15515 -12312 -11154 17037 30010 41982

3x3 - -11695 -8005 - 27958 44123

3x4 - -12531 -8804 - 23408 39845

4x4 -19655 -10645 -9140 -2749 27526 35861

5x5 -17929 -15909 -9868 3161 13276 35456

6 a

no

s

3x2 -19068 -16692 -14483 13023 24305 38193

3x3 - -15066 -11090 - 24543 41296

3x4 - -16069 -11971 - 19548 36699

4x4 -21774 -15363 -13024 -3750 20911 30986

5x5 -20378 -17917 -13934 1204 12432 29663

7 a

no

s

3x2 -22761 -20948 -19825 8894 18907 29965

3x3 - -18281 -14675 - 20779 36619

3x4 - -18827 -14957 - 16500 33111

4x4 -24042 -17815 -15564 -5944 18385 28258

5x5 -22542 -20146 -16232 -842 10264 27366

Em que Espaccedil = espaccedilamento (m) BPE (VTHA) = benefiacutecio perioacutedico equivalente para venda de madeira em peacute e BPE (VCHA) = benefiacutecio perioacutedico equivalente para venda de madeira laminada

A mesma tendecircncia foi observada em povoamentos explorados em que o

BPE variou entre R$-5944 e R$44123 sendo o espaccedilamento 3x3 m a melhor

opccedilatildeo de investimento O mesmo resultado foi obtido por Pavan et al (2010) com

plantios de eucalipto no Rio Grande do Sul para laminaccedilatildeo

Caso ocorressem mudanccedilas na taxa de desconto estas contribuiriam para o

aumento ou reduccedilatildeo dos lucros do plantio Segundo Soares et al (2003) aumentos

na taxa de desconto afetam significativamente o VPL e consequentemente o BPE

indicando que quanto menor a taxa de desconto utilizada maior seraacute a lucratividade

do projeto

A partir da anaacutelise econocircmica dos diferentes sistemas de plantio pode-se

inferir que o motivo pelo qual a classe de produtividade baixa resultou em uma das

piores alternativas financeiras estaacute relacionado ao autodesbaste das plantas neste

ambiente Como estas aacutereas dispotildeem de menores recursos eacute possiacutevel que tenha

77

ocorrido uma expressiva mortalidade de plantas devido agrave concorrecircncia por luz e

nutrientes do solo

Todos os espaccedilamentos de plantio podem ser alternativas viaacuteveis que

poderatildeo contribuir de maneira mais significativa na medida em que alcancem sua

capacidade maacutexima de incremento Isso eacute obtido com a diferenciaccedilatildeo entre os

horizontes de planejamento que natildeo podem ser idecircnticos para todos os

espaccedilamentos de plantio haja vista que as aacutervores se comportam de maneiras

diferentes nestes espaccedilamentoss devido agrave disponibilidade de recursos

Esta afirmaccedilatildeo jaacute foi comprovada em estudos realizados por Cordeiro et al

(2009) em que foi constatado que o sistema de produccedilatildeo do paricaacute em cultivo puro

sob o espaccedilamento 4x3 m nos quatro primeiros anos de cultivo natildeo apresentaram

viabilidade econocircmica sugerindo a necessidade de maior horizonte de

planejamento

78

4 CONCLUSOtildeES

O monocultivo de paricaacute em qualquer um dos espaccedilamentos analisados foi

considerado inviaacutevel por todos os criteacuterios utilizados nesta anaacutelise econocircmica

quando se objetivou a venda da madeira sem exploraccedilatildeo Essa resposta estaacute

associada ao baixo valor de mercado ao qual a espeacutecie estaacute subordinada

A exploraccedilatildeo de madeira mesmo sendo um processo trabalhoso e

dispendioso eacute uma alternativa para se obter valores positivos com a produccedilatildeo de

paricaacute

Observando os custos e receitas oriundos de plantios de paricaacute pode-se

afirmar que espaccedilamentos mais amplos em classe de produtividade baixa satildeo

insuficientes para remunerar o processo de laminaccedilatildeo

O maior retorno financeiro foi obtido em povoamentos de paricaacute implantados

em classe de produtividade alta sob o espaccedilamento 3x3 m com exploraccedilatildeo aos 5

anos

79

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

CHICHORRO J F BAUER M O ANDRADE W S SILVA G F SANTOS F R SILVA J L NOGUEIRA M A Avaliaccedilatildeo econocircmica de projetos florestais In CHICHORRO J F BAUER M O GARCIA G O CALDEIRA M V W Toacutepicos especiais em ciecircncias florestais 1 ed Visconde do Rio Branco Suprema 2010 v 1 p 231-260 COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO ndash CONAB Custo de produccedilatildeo agriacutecola a metodologia da Conab Brasiacutelia Conab 2010 60p COORDENADORIA EXECUTIVA DA ADMINISTRACcedilAtildeO TRIBUTAacuteRIA ndash CERAT Boletim informativo de preccedilos Paraacute 2013 22p CORDEIRO I M C C SANTANA A C LAMEIRA O A SILVA I M Anaacutelise econocircmica dos sistemas de cultivo com Schizolobium parahyba var amazonicum (Huber ex Ducke) Barneby (Paricaacute) E Ananas comosus var erectifolius (L B Smith) Coppus amp Leal (Curauaacute) no municiacutepio de Aurora do Paraacute (PA) Brasil Facultad Agronomiacutea (LUZ) 2009 26 243-265 FARO C Elementos de engenharia econocircmica 3ed Satildeo Paulo Atlas 1979 328p MELLO A A CARNIERI C ARCE J E SANQUETTA C R Planejamento florestal visando agrave maximizaccedilatildeo dos lucros e a manutenccedilatildeo do estoque de carbono Cerne Lavras v 11 n 3 p 205-217 julset 2005 OLIVEIRA A D REZENDE J L P Economia Florestal Lavras UFLAFAEPE 2004 101p PAVAN J A ALVES T W SOUZA M A Viabilidade Econocircmica da Produccedilatildeo de Eucaliptos no Rio Grande do Sul Associaccedilatildeo Brasileira de Custos vol 5 n 1 78-109 JanAbr 2010 REZENDE J L P OLIVEIRA A D Anaacutelise econocircmica e social de projetos florestais Viccedilosa MG UFV 2001 389 p SILVA M L JACOVINE L A G VALVERDE S R Economia Florestal 2 ed Viccedilosa UFV 2005 178p SOARES T S CARVALHO R M M A VALE A B Avaliaccedilatildeo econocircmica de um povoamento de Eucalyptus grandis destinado a multiprodutos Aacutervore Viccedilosa-MG v27 n5 p689-694 2003

80

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A partir das condiccedilotildees estabelecidas notou-se o efeito dos espaccedilamentos

de plantio na viabilidade econocircmica dos povoamentos de paricaacute

Em relaccedilatildeo aos custos de produccedilatildeo eles devem ser separados por

atividades sendo elas preparo da aacuterea plantio adubaccedilatildeo manutenccedilatildeo colheita e

transporte laminaccedilatildeo custo de administraccedilatildeo remuneraccedilatildeo do capital investido

Dentro de cada atividade alguns custos podem sofrer a influecircncia do

nuacutemero de plantas por hectare Como exemplo pode-se citar o nuacutemero de diaacuterias

necessaacuterias para alinhamento coveamento e plantio das mudas aleacutem da

quantidade de adubo necessaacuterio para adubaccedilatildeo de cova

O maior nuacutemero de operaccedilotildees ocorre no periacuteodo de manutenccedilatildeo dos

plantios poreacutem nenhuma delas foi considerada dispendiosa Os maiores custos

individuais foram do transporte de madeira do povoamento ateacute a induacutestria em

todos os espaccedilamentos analisados devido agraves condiccedilotildees de traacutefego nas estradas

A relaccedilatildeo entre volume comercial volume laminado e os custos de

produccedilatildeo determinam entatildeo a viabilidade dos plantios sendo o espaccedilamento mais

viaacutevel aquele que consegue absorver esta relaccedilatildeo de maneira mais eficiente

Entretanto estudos ainda devem ser desenvolvidos para averiguar a relaccedilatildeo entre a

espeacutecie e os espaccedilamentos de plantio

Page 13: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE …III. Andrade, Wendel Sandro de Paula. IV. ... À Universidade Federal do Espírito Santo e à CAPES, pela estrutura e apoio

11

1 INTRODUCcedilAtildeO GERAL

As florestas naturais somavam em 2007 cerca de 4 bilhotildees de hectares

cobrindo aproximadamente 30 da superfiacutecie terrestre segundo informaccedilotildees da

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION ndash FAO (2007) Deste montante cerca

de metade da vegetaccedilatildeo ainda estaacute concentrada em cinco paiacuteses sendo o Brasil o

detentor da segunda maior cobertura florestal do planeta

Segundo o Sistema Nacional de Informaccedilotildees Florestais ndash SNIF (2014)

estimava-se que 69 desta cobertura teriam potencial produtivo Com isso ampliou-

se a participaccedilatildeo do setor florestal brasileiro no comeacutercio mundial Entretanto o

setor ainda encontra dificuldades na expansatildeo dos seus negoacutecios especialmente a

regiatildeo amazocircnica devido agraves restriccedilotildees impostas pela legislaccedilatildeo frente ao apelo

ambiental que a regiatildeo desperta em resposta a ocupaccedilatildeo desordenada

Com a implantaccedilatildeo de novas normas de exploraccedilatildeo reduziu-se a

disponibilidade de madeira no mercado expondo-se entatildeo a necessidade de fontes

alternativas para produccedilatildeo de mateacuteria-prima Assim a partir da praacutetica de

reflorestamento estaacute sendo possiacutevel ampliar o estoque de madeira para atender as

demandas atuais e futuras

Em 2012 o consumo brasileiro de madeira em tora proveniente de plantios

florestais foi de 1824 milhotildees de metros cuacutebicos (msup3) um indicador 72 superior

ao de 2011 (ABRAF 2013) Isso indica que a praacutetica do reflorestamento eacute uma

alternativa de negoacutecio que se expandiu no ultimo ano

Segundo o SNIF (2014) o Brasil deteacutem as melhores tecnologias na

silvicultura de eucalipto e outras espeacutecies vecircm sendo estudadas entre elas a acaacutecia

(Acacia mangium Willd) a seringueira (Hevea brasiliensis (Willd ex Adr de Juss)

Muell-Arg) e o paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) Em 2012 a aacuterea

ocupada por plantios florestais de espeacutecies natildeo convencionais como acaacutecia

araucaacuteria poacutepulus teca seringueira e paricaacute foi de 521131 ha representando

72 da aacuterea total de plantios florestais no Brasil (ABRAF 2013) Esta participaccedilatildeo

ainda que pequena se deve agraves caracteriacutesticas de crescimento e produccedilatildeo obtidas

por estas espeacutecies

Na regiatildeo amazocircnica o paricaacute eacute a espeacutecie que vem ganhando destaque

entre os plantios comerciais pelas suas caracteriacutesticas de crescimento e produccedilatildeo

12

para muacuteltiplos usos tornando crescente a demanda industrial por madeira de

lacircminas e compensados para a qual a espeacutecie eacute utilizada (MARQUES et al 2006)

Os primeiros registros com o plantio de paricaacute no Estado do Paraacute constam

da deacutecada de 1950 os quais tinham o objetivo de preservar a caracteriacutestica da

floresta amazocircnica em espaccedilos puacuteblicos e de fomentar estudos sobre o

comportamento e caracteriacutesticas das espeacutecies plantadas (MARQUES et al 2006)

Desde entatildeo muitos plantios foram registrados no Paraacute e em toda regiatildeo

amazocircnica e vaacuterios estudos foram desenvolvidos podendo-se destacar Hoffmann

(2009) Vidaurre et al (2012) Santos (2012) e Corteletti (2013) que trabalharam

com povoamentos de paricaacute localizados entre os municiacutepios de Dom Elizeu e

Paragominas estado do Paraacute Estes estudos comprovaram o alto potencial de

produccedilatildeo madeireira do paricaacute e servem como incentivo para que se estabeleccedilam

novos povoamentos Embora jaacute se tenham muitos plantios com esta espeacutecie na

Amazocircnia ainda satildeo necessaacuterios estudos com o objetivo de identificar as

caracteriacutesticas dendromeacutetricas avaliar a qualidade da madeira e sua produccedilatildeo

A atenccedilatildeo deve ser direcionada tambeacutem para os custos de produccedilatildeo

destes povoamentos que vecircm sendo estabelecidos na regiatildeo amazocircnica Natildeo

existem estudos suficientes que comprovem a lucratividade desta atividade Os

estudos que se tecircm disponiacuteveis ainda satildeo muito geneacutericos e as informaccedilotildees

carentes de dados do processo de implantaccedilatildeo da cultura

O monitoramento do processo produtivo tem sido realizado para identificar

os custos de produccedilatildeo sendo um instrumento necessaacuterio para se avaliar (medir) a

eficiecircncia das empresas Outra teacutecnica utilizada eacute a avaliaccedilatildeo econocircmica dos

projetos que testam a viabilidade de sua execuccedilatildeo

Para testar a viabilidade econocircmica dos projetos florestais faz-se necessaacuterio

o emprego de teacutecnicas econocircmicas sendo as mais tradicionais aquelas em que se

calculam o valor presente liacutequido (VPL) a taxa interna de retorno (TIR) e o benefiacutecio

perioacutedico equivalente (BPE) Este uacuteltimo sendo empregado frequentemente para

projetos com diferentes horizontes de planejamento (REZENDE OLIVEIRA 2001)

O teste da viabilidade econocircmica tem por finalidade estudar a capacidade

financeira do empreendimento a fim de verificar a possibilidade de sua

implementaccedilatildeo por meio da capacidade de sobrevivecircncia no mercado e da

identificaccedilatildeo dos fatores que podem dificultar as possibilidades de ecircxito do mesmo

comprovando-se assim a sua necessidade de execuccedilatildeo

13

11 OBJETIVO GERAL

Avaliar o efeito dos espaccedilamentos de plantio na anaacutelise econocircmica da

produccedilatildeo de madeira de paricaacute

12 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

a) Definir os custos de produccedilatildeo de povoamentos de paricaacute

b) Identificar os custos de produccedilatildeo mais afetados pelos espaccedilamentos

de plantio

c) Avaliar a participaccedilatildeo individual dos custos no processo de

implantaccedilatildeo colheita e transporte e

d) Identificar o espaccedilamento que forneceraacute o maior retorno econocircmico

por meio de indicadores e criteacuterio de avaliaccedilatildeo

14

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

21 PARICAacute

A espeacutecie Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke foi descoberta por

Huber e descrita por Ducke em 1922 sendo vulgarmente conhecida como pinho-

cuiabano paricaacute-da-amazocircnia paricaacute-da-terra-firme (Mato Grosso) paricaacute paricaacute-

grande faveira (Paraacute) canafista canafiacutestula fava-canafiacutestula (Acre) bandarra

(Rondocircnia) guapuruvu-da-amazocircnia (Distrito federal) aleacutem de cereboacute (Boliacutevia)

tambor (Colocircmbia) gavilaacuten (Costa Rica) pachaco (Equador) palo de judiacuteo palo de

picho (Meacutexico) e pashaco (Peru) (CARVALHO 2007)

Ocorre naturalmente em toda regiatildeo amazocircnica principalmente no Mato

Grosso Paraacute Amazonas e Rondocircnia no Brasil aleacutem de outros paiacuteses como Peru

Boliacutevia Colocircmbia e Venezuela (SOUZA et al 2005) Sobrevive em mata primaacuteria e

secundaacuteria de terra firme e vaacuterzea alta notadamente nas formaccedilotildees do tipo floresta

densa e floresta aberta em solos argilosos e altitudes de ateacute 800 metros

(CARVALHO 1994 ROSA 2006a)

A espeacutecie eacute tolerante a solos de baixa fertilidade e adapta-se agrave precipitaccedilatildeo

meacutedia anual de 1600 mm a 5850 mm e temperatura meacutedia de 248 ordmC (CRESPO et

al 1995) Por ser uma espeacutecie essencialmente helioacutefila natildeo tolera baixas

temperaturas (CARVALHO 2007)

211 Descriccedilatildeo botacircnica e anatocircmica do paricaacute

Segundo o sistema de classificaccedilatildeo de Cronquist a espeacutecie Schizolobium

amazonicum pertence agrave famiacutelia Caesalpiniaceae (Leguminosae Caesalpinioideae)

sendo da divisatildeo Magnoliophyta (Angiospermae) da classe Magnoliopsida

(Dicotyledonae) e ordem das Fabales

O paricaacute eacute uma aacutervore deciacutedua que pode atingir 40 m de altura e 100 cm de

DAP (diacircmetro a altura do peito medido a 130 m do solo) na idade adulta

15

(CARVALHO 2007) Seu tronco eacute ciliacutendrico e reto com casca de cor cinza clara

podendo conter sapopemas A madeira eacute macia leve com textura grossa gratilde direita

e irregular cerne creme-avermelhado e alburno creme-claro Tecircm faacutecil

processamento mas baixa durabilidade natural (SOUZA et al 2005)

Rosa (2006a) trabalhando com a botacircnica anatomia e tecnologia de paricaacute

comprovou que ao longo do crescimento vegetativo a espeacutecie pode possuir

caracteriacutesticas dendroloacutegicas diferenciadas em termos de coloraccedilatildeo da casca e do

surgimento de sapopemas

212 Caracteriacutesticas silviculturais do paricaacute

As sementes de paricaacute possuem alto grau germinativo podendo chegar a

90 Isso pode ser comprovado em estudos realizados por Lameira et al (2000)

com a propagaccedilatildeo do paricaacute por meio de sementes submetidas a processos

mecacircnicos fiacutesicos e quiacutemicos de quebra de dormecircncia Nesse estudo foi constatado

que as sementes possuem um percentual de germinaccedilatildeo de 80 a 90

O paricaacute possui entretanto dificuldade em seu manejo por seu elevado teor

de umidade e susceptibilidade ao ataque de microorganismos aleacutem da dormecircncia

tegumentar que necessita de tratamentos preacute-germinativos (ROSA 2006b

CARVALHO 2007)

Para o armazenamento de sementes eacute recomendado um periacuteodo maacuteximo de

12 meses tendo em vista que a partir do oitavo mecircs ocorre reduccedilatildeo na viabilidade

das sementes como pode ser observado no trabalho de Rosa (2006a) sobre a

ecologia e silvicultura do paricaacute

Apoacutes serem retiradas do armazenamento as sementes podem ser plantadas

de duas maneiras colocando-se as sementes para germinar em canteiros

(sementeiras) ou semeando-as diretamente na embalagem plaacutestica Ambas as

opccedilotildees permitem sobrevivecircncia de no miacutenimo 80 das plantas sendo

consideravelmente aceitaacutevel (SOUZA et al 2003)

No que se refere a implantaccedilatildeo de povoamentos uma atenccedilatildeo especial

deve ser direcionada agrave escolha do espaccedilamento a ser utilizado No Estado do Paraacute

diversos espaccedilamentos tem sido adotados (3x3 m 4x4 m 3x4 m 5x4 m 6x4 m)

16

principalmente em plantios mais antigos estando os mais recentes em maior

padronizaccedilatildeo com espaccedilamentos de 4x4 m Isso provavelmente se deve agrave

facilidade de mecanizaccedilatildeo (MARQUES et al 2006) Aleacutem disso estudos vecircm

comprovando que o espaccedilamento 4x4 m eacute mais utilizado pois proporciona a melhor

relaccedilatildeo entre crescimento em altura e diacircmetro das aacutervores (ROSA 2006b)

Em sistemas silviculturais mais adensados ou em plantios puros o paricaacute

tem demonstrado crescimento inicial em altura bastante raacutepido sendo necessaacuterios

desbastes para manter equiliacutebrio adequado entre a retirada de indiviacuteduos de

qualidade inferior doentes ou danificados e a manutenccedilatildeo de espaccedilamento

aproximadamente regular entre as plantas Deve-se ressaltar entretanto que a

espeacutecie eacute bastante suscetiacutevel aos danos causados por ventos fortes principalmente

nos estaacutegios iniciais de desenvolvimento As aacutervores isoladas e plantas da

bordadura satildeo mais propensas a quebras poreacutem estes danos satildeo bastante

reduzidos com a presenccedila de mata ou de relevo ondulado nas proximidades que

possam proteger o povoamento e reduzir esses efeitos do vento (SOUZA et al

2003)

No estudo realizado por Rondon (2002) concluiu-se que ateacute o terceiro ano o

paricaacute eacute altamente vulneraacutevel ao vento principalmente nos espaccedilamentos 4x2 m e

2x2 m Por tal motivo medidas preventivas devem ser tomadas no iniacutecio da

implantaccedilatildeo deixando-se uma faixa de mata nativa em torno do plantio Desta

maneira sob os espaccedilamentos 15x15 m 2x2 m 3x2 m 3x3 m 4x2 m 4x3 m e 4x4

m avaliadas pelo autor os dois uacuteltimos foram os que proporcionaram maiores

crescimentos em altura e diacircmetro

213 Utilizaccedilatildeo do paricaacute

Essa espeacutecie eacute bastante utilizada na produccedilatildeo de lacircminas meacutedias ou parte

interna de compensados caixotaria leve portas e parquete tendo em vista que

pode ser alcanccedilado o rendimento de ateacute 80 de aproveitamento da madeira no

processo de laminaccedilatildeo (MARQUES et al 2006)

17

Ela pode ser utilizada para produccedilatildeo energeacutetica assim como a produccedilatildeo de

papel e celulose por sua facilidade de branqueamento Propriedades medicinais

tambeacutem podem ser encontradas principalmente na casca (CARVALHO 2007)

Carvalho (2007) afirma ainda que esta espeacutecie tem grande potencial para

recuperaccedilatildeo de aacutereas degradadas Por ser uma espeacutecie pioneira o paricaacute tem bom

desenvolvimento na maioria dos solos amazocircnicos contribuindo com

sombreamento o desenvolvimento de espeacutecies cliacutemax que por ventura se

estabeleccedilam na aacuterea

O paricaacute pode ser utilizado ainda para artesanato sendo seu uso mais

comum na fabricaccedilatildeo de brinquedos saltos para calccedilados e aeromodelismo

(SOUZA et al 2003)

22 CRESCIMENTO E PRODUCcedilAtildeO DO PARICAacute

O crescimento e a produccedilatildeo de um povoamento florestal dependem da

idade da capacidade produtiva do grau de utilizaccedilatildeo do potencial produtivo do lugar

e de tratamentos silviculturais (SCOLFORO 2006 CAMPOS LEITE 2009) Esta

relaccedilatildeo pode ser mensurada por meio de modelos de crescimento e produccedilatildeo

mecaniacutesticos ou empiacutericos sendo este uacuteltimo o mais utilizado

Santos (2012) estudando o crescimento e produccedilatildeo de plantios de paricaacute

sob diferentes espaccedilamentos ajustou o modelo logiacutestico para estimar o crescimento

em diacircmetro e volume das aacutervores em cada espaccedilamento em funccedilatildeo da idade O

autor observou efeito significativo do espaccedilamento sobre as variaacuteveis diacircmetro

quadraacutetico e volume em todas as idade evidenciando a dependecircncia entre os

fatores

Neste mesmo estudo foi constatado que a maior diferenccedila entre as meacutedias

do diacircmetro quadraacutetico e o volume foi entre os espaccedilamentos extremos 3x2 m e 5x5

metros Assim o maior crescimento em diacircmetro quadraacutetico foi verificado no espaccedilo

vital com 25 msup2 e o maior crescimento em volume por aacuterea no espaccedilamento de 6msup2

Anteriormente Hoffmann (2009) jaacute havia verificado a influecircncia do diacircmetro

no rendimento da laminaccedilatildeo em que o aumento do diacircmetro promoveu maior

rendimento O mesmo foi observado por Silva et al (2013)

18

23 RENDIMENTO EM LAMINACcedilAtildeO DE PARICAacute

A produccedilatildeo de lacircminas em escala comercial surgiu a partir do seacuteculo XX

sendo impulsionada no Brasil na deacutecada de 30 com o objetivo de confeccionar

madeira compensada que tem como mateacuteria-prima paineacuteis de lacircminas de madeira

Este material eacute submetido a um processo de colagem e prensagem com adesivos

resistentes ou agrave prova drsquoaacutegua tendo muacuteltiplas aplicaccedilotildees na construccedilatildeo civil na

fabricaccedilatildeo de moacuteveis formas para concreto embalagens transporte e aplicaccedilotildees

agriacutecolas (BORDUELLE IWAKIRI MARTINS et al 2006 IWAKIRI PRATA 2008)

A qualidade da laminaccedilatildeo eacute influenciada por caracteriacutesticas da espeacutecie

(densidade da madeira) caracteriacutesticas do fuste (diacircmetro e forma) e gratilde (direccedilatildeo e

inclinaccedilatildeo) e por condiccedilotildees operacionais do equipamento (velocidade de corte

ajuste da geometria da faca e barra de pressatildeo afiaccedilatildeo da faca) sendo que a

automaccedilatildeo dos equipamentos tem resultado em lacircminas de maior qualidade e

produtividade (TSOUMIS 1991)

Esta busca pela qualidade e produtividade tem aumentado o interesse nos

estudos sobre a prognose do crescimento e da produccedilatildeo de povoamentos e do

processo de laminaccedilatildeo Isto ocorre porque as empresas florestais procuram

investimentos soacutelidos devido aos compromissos de longo prazo assumidos

As estimativas da produccedilatildeo de mateacuteria-prima e do rendimento do produto

final contribuem com o planejamento da empresa em relaccedilatildeo a novos investimentos

novos produtos a serem lanccedilados no mercado aleacutem da viabilidade do projeto em

execuccedilatildeo e de futuros investimentos Por isso faz-se necessaacuterio conhecer todo o

processo produtivo do produto com o qual se estaacute trabalhando

A laminaccedilatildeo da madeira pode ser obtida por meio de duas formas

comerciais

a) Lacircminas torneadas ndash obtidas a partir do ldquodesenrolamentordquo de toras grossas

relativamente curtas utilizando torno laminador

b) Lacircminas faqueadas ndash obtidas a partir de cortes planos realizados por

faqueadeira em peccedila de madeira em bloco

Independentemente do meacutetodo de obtenccedilatildeo de lacircminas um dos objetivos da

empresa florestal eacute a busca pelo aumento da produtividade Estas informaccedilotildees satildeo

obtidas por meio do acompanhamento do processo de transformaccedilatildeo das aacutervores

19

em lacircminas e a partir dos valores obtidos subtrai-se o produto final da quantidade

de madeira que iniciou o processo obtendo-se assim o rendimento

Para o paricaacute o rendimento encontrado em estudos realizados por Hoffmann

(2009) foi de aproximadamente 5031 em aacutervores aos 5 anos Jaacute Melo (2012)

alcanccedilou rendimento meacutedio de 59 Este autor afirma ainda que o rendimento em

laminaccedilatildeo pode ser facilmente estimado por meio de variaacuteveis dendromeacutetricas da

tora obtendo-se menores perdas para aacutervores com maiores diacircmetros

O resultado encontrado por Melo (2012) eacute semelhante ao de Bortoletto

Juacutenior e Belini (2002) para outra espeacutecie do mesmo gecircnero Estudando a produccedilatildeo

de lacircminas e compensados de guapuruvu (Schizolobium parayba (Vell) Blake)

proveniente de plantios mistos de espeacutecies nativas estes autores observaram que o

rendimento do processo de laminaccedilatildeo foi de aproximadamente 61 em lacircminas

verdes Isso demonstra que o gecircnero Schizolobium pode conter boas caracteriacutesticas

para laminaccedilatildeo

24 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO

241 Teoria dos custos

Segundo Pinto et al (2008) algumas terminologias devem ser consideradas

na contabilidade de custos

Gasto esforccedilo realizado pela empresa para obtenccedilatildeo de um bem ou serviccedilo

Investimento gasto com bens ou serviccedilos que traratildeo benefiacutecios futuros

Despesa consumo direto ou indireto com bens e serviccedilos com a finalidade

de obtenccedilatildeo de receitas

Perda gasto natildeo intencional decorrente de fatores externos e

Custos gastos acumulados para executar uma atividade fabricar um

produto ou adquirir uma mercadoria

Essas definiccedilotildees podem ser interpretadas como ilustrada na Figura 1

20

Figura 1 Forma esquemaacutetica da distribuiccedilatildeo de gastos Fonte Adaptado de Pinto et al (2008)

Aleacutem das terminologias apresentadas faz-se necessaacuterio definir orccedilamento

anaacutelise de projeto e o caacutelculo do custo de produccedilatildeo uma vez que satildeo peccedilas

fundamentais para o teste de viabilidade econocircmica do projeto

O orccedilamento tem por objetivo a verificaccedilatildeo preacutevia de gastos e a anaacutelise de

projetos objetiva a avaliaccedilatildeo econocircmica de investimentos que seratildeo realizados Jaacute o

caacutelculo do custo de produccedilatildeo por sua vez tem por objetivo quantificar o custo por

unidade produzida sendo este sempre realizado apoacutes o fim do ciclo de produccedilatildeo

O custo por produto encontrado eacute entatildeo comparado com receita obtida com

as vendas do produto e com o montante de capital utilizado na produccedilatildeo a fim de

serem calculados os indicadores econocircmicos para aquela atividade ou seja o custo

de produccedilatildeo de uma empresa eacute determinado pelas condiccedilotildees fiacutesicas de produccedilatildeo

pelo preccedilo dos recursos e pela conduta economicamente eficiente do proprietaacuterio

Custo eacute entatildeo o preccedilo pelo qual se obteacutem um bem (FERGUSON 2003)

O caacutelculo dos custos de produccedilatildeo por sua vez natildeo eacute uma tarefa faacutecil haja

visto que haacute um grande nuacutemero de informaccedilotildees que devem ser administradas para

que se tenha no final do periacuteodo de produccedilatildeo todos os custos referentes agravequela

atividade Por isso o aconselhaacutevel eacute que se faccedila o registro dos gastos

preferencialmente por atividade para facilidade de obtenccedilatildeo dos resultados

Custos

Investimentos

Despesas

PerdasUso para execuccedilatildeo de atividades adquirir mercadorias e fabricar produtos

Gastos que seratildeo usados no futuro para geraccedilatildeo de receita

Gastos que jaacute foram utilizados para geraccedilatildeo de receita

Gastos que natildeo foram usados para geraccedilatildeo de receita

21

242 A importacircncia dos custos

Para Hildebrand (1995) os custos geralmente contribuem para a anaacutelise a

curto meacutedio e longo prazo que geram informaccedilotildees importantes para o planejamento

e mensuraccedilatildeo da eficiecircncia de operaccedilotildees atividades e processos de produccedilatildeo da

empresa a avaliaccedilatildeo de alternativas de investimento novos negoacutecios e novos

sistemas de produccedilatildeo (processos maacutequinas e equipamentos entre outros)

O setor florestal trabalha geralmente a longo prazo que eacute um horizonte de

planejamento em que a curva de custo de produccedilatildeo corresponde agrave despesa com a

aquisiccedilatildeo dos fatores ao longo do caminho de expansatildeo Isto significa que para cada

niacutevel de produccedilatildeo existiraacute uma combinaccedilatildeo dos fatores variaacuteveis de miacutenimo custo

que junto com os fatores fixos permite a produccedilatildeo de determinada quantidade

(SIMONSEN1971 FERGUSON 2003) A ausecircncia do conhecimento sobre custos

provavelmente levaraacute a maacute aplicaccedilatildeo do capital de giro menor lucro menor

rentabilidade ameaccedilas a estabilidade econocircmica financeira e ao crescimento da

empresa (FERREIRA 2007)

243 Classificaccedilatildeo dos custos

Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo vaacuterios meacutetodos satildeo encontrados na

literatura sendo selecionado o modelo a partir da caracteriacutestica do produto ou do

modelo de produccedilatildeo que estaacute sendo analisado Em funccedilatildeo disso o Instituto de

Economia Agriacutecola ndash IEA oacutergatildeo vinculado agrave Secretaria de Agricultura e

Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo desenvolveu uma metodologia para o setor

agriacutecola designado Meacutetodo do Custo Operacional

Na metodologia do custo operacional se incluem apenas as despesas

efetivamente desembolsadas pelo produtor mais a depreciaccedilatildeo de maacutequinas e

benfeitorias e o custo estimado da matildeo-de-obra familiar Assim a remuneraccedilatildeo de

todos os outros fatores de produccedilatildeo natildeo incluiacutedos fica a cargo do resiacuteduo ou seja a

diferenccedila entre o custo operacional e o valor de venda do produto (MATSUNAGA et

al 1976)

22

O esquema da estrutura do custo de produccedilatildeo utilizada pelo IEA pode ser

visualizado a seguir

Figura 2 Estrutura dos custos de produccedilatildeo utilizada pelo IEA Fonte Nachiluk e Oliveira (2012) sup1 Contribuiccedilatildeo de Seguridade Social Rural

244 Componentes do custo

Os custos podem ser denominados custos expliacutecitos e impliacutecitos Os

desembolsos realizados satildeo denominados custos expliacutecitos segundo Pindyck e

Rubinfeld (1994) os quais abrangem remuneraccedilotildees de matildeo de obra salaacuterios e

custos de materiais e locaccedilatildeo de propriedades aleacutem do custo de oportunidade Eles

satildeo importantes pois envolvem pagamentos diretamente feitos pela empresa a

outras empresas e pessoas com as quais faz negoacutecios

Jaacute os custos impliacutecitos natildeo satildeo diretamente desembolsados no processo de

produccedilatildeo mas natildeo podem deixar de ser considerados uma vez que se constituem

de fato em dispecircndios Sua mensuraccedilatildeo se daacute de maneira indireta por meio da

atribuiccedilatildeo de valores que deveratildeo representar o custo de oportunidade de seu uso

Nesta categoria enquadram-se os gastos com depreciaccedilatildeo de benfeitorias

instalaccedilotildees maacutequinas e implementos agriacutecolas e remuneraccedilatildeo do capital fixo e da

terra (CONAB 2010)

Custo operacional

Custo operacional efetivo (COE)

Despesas com operaccedilotildees

Pagamentos de salaacuterios

Gastos com maacutequinas equipamentos e

implementos

Despesas com materiais

Sementes fertilizantes corretivos defensivos

sacarias etc

Encargos sociais

Custo operacional total (COT)

Depreciaccedilatildeo com maacutequinas juros de custeio e CSSRsup1

23

A classificaccedilatildeo proposta pelo IEA compreende elementos diferenciados

poreacutem de faacutecil interpretaccedilatildeo e mais adequado agrave tomada de decisotildees Assim

segundo Matsunaga et al (1976) essa classificaccedilatildeo eacute composta dos seguintes

custos

a) Custo Operacional Efetivo ndash COE

O custo operacional efetivo envolve todos os custos expliacutecitos ou seja o

custo de todos os recursos de produccedilatildeo que exigem desembolso por parte da

empresa para sua recomposiccedilatildeo excluindo-se a matildeo-de-obra familiar

Assim mesmo que determinado produto tenha sido adquirido no periacuteodo

anterior por exemplo deveraacute ser contabilizado aqui pois em algum momento houve

o desembolso para a compra do mesmo Nesse caso eacute importante que seja utilizado

o preccedilo de mercado atual e natildeo o valor pago anteriormente devido ao custo de

oportunidade

b) Custo Operacional Total ndash COT

O custo operacional total envolve a soma do COE o valor da matildeo-de-obra

familiar e as depreciaccedilotildees que equivalem a apenas uma parte dos custos fixos

b1) Depreciaccedilatildeo

A depreciaccedilatildeo corresponde ao custo indireto exigido para acumular fundos

para substituiccedilatildeo do capital investido em bens produtivos de longa duraccedilatildeo

inutilizados pela idade uso e obsolescecircncia

b2) Valor da Matildeo-de-obra Familiar

Este valor deve ser definido considerando-se o custo de oportunidade ou

seja quanto o produtor ganharia se estivesse trabalhando em outra atividade

Considerando-se eacute claro o mesmo niacutevel teacutecnico para desenvolvimento das duas

atividades

24

c) Custo Total ndash CT

Custo total nada mais eacute que a soma do COT com o valor da remuneraccedilatildeo do

capital imobilizado com a atividade

Todo o capital investido na empresa tem custo de oportunidade uma vez

que seu uso na empresa implica deixar de empregaacute-lo noutra atividade alternativa

Por definiccedilatildeo o retorno potencial desse capital na melhor alternativa possiacutevel de

utilizaccedilatildeo forneceria a medida desse custo de oportunidade Como essa estimativa

nem sempre eacute faacutecil eacute expediente comum estimar o custo de oportunidade a partir do

retorno que o capital teria se em vez de aplicado na empresa fosse investido no

mercado financeiro como por exemplo na caderneta de poupanccedila

245 Iacutendices econocircmicos

Os iacutendices econocircmicos apresentados pelo IEA segundo Matsunaga et al

(1976) satildeo

2451 Renda Bruta (RB)

A renda bruta vem a ser o valor da produccedilatildeo ou seja tudo que eacute produzido

vezes o preccedilo do produto

Embora a Renda Bruta permita saber o quanto eacute recebido pelo produto

produzido ela natildeo diz o quanto desse valor iraacute sobrar Isso porque eacute preciso retirar o

custo de produccedilatildeo Sendo assim eacute necessaacuterio que se faccedila a anaacutelise de

rentabilidade da atividade

2452 Margem Bruta (MB)

Eacute calculada pela subtraccedilatildeo do custo operacional efetivo da renda bruta ou

seja eacute a retirada de todos os custos ocorridos sendo mais produtiva agrave medida que

resulta em valores positivos

25

2453 Margem Liacutequida (ML)

Eacute calculada pela subtraccedilatildeo do custo operacional total da renda bruta sendo

um indicativo de lucratividade Comparando-se duas empresas de igual atividade

aquela que tem maior Margem Liacutequida eacute a que possui melhor rentabilidade no

negoacutecio incluindo-se aiacute a questatildeo operacional financeira e extra-operacional

Isso quer dizer que se a ML for positiva todos os desembolsos estatildeo sendo

pagos aleacutem da depreciaccedilatildeo e a matildeo-de-obra familiar Caso contraacuterio a depreciaccedilatildeo

eou a matildeo-de-obra natildeo estatildeo sendo efetivamente pagas e a empresa estaacute se

descapitalizando

2454 Lucro (L)

O lucro vem a ser o resultado da subtraccedilatildeo da renda bruta gerada pela

venda dos produtos no mercado menos o custo total de produccedilatildeo incorrido na sua

geraccedilatildeo Simplificadamente nada mais eacute do que o resultado positivo deduzido das

vendas os custos e despesas

2455 Lucratividade (Luc)

Eacute a relaccedilatildeo do valor do lucro com o montante de vendas ou seja divide-se o

valor do lucro pela quantidade vendida (renda bruta)

2456 Iacutendice de Rentabilidade (IR)

Eacute uma medida do retorno de um investimento Calcula-se dividindo o lucro

obtido (margem liacutequida) pelo valor do investimento inicial (capital empatado) Pode-

se dizer que a rentabilidade eacute a quantidade de dinheiro que o investidor ganha para

cada quantia investida

26

246 Custos na empresa florestal

Nas empresas em geral os custos satildeo classificados em funccedilatildeo de suas

necessidades de informaccedilotildees Geralmente eles satildeo divididos por operaccedilotildees ou

setores da atividade como viveiro plantaccedilotildees tratos culturais exploraccedilatildeo florestal

atividades especiais (coleta de sementes entre outros) implantaccedilatildeo de infra-

estrutura e administraccedilatildeo (BREPOHL 1980)

Em termos econocircmicos os componentes do custo satildeo agrupados de

acordo com sua funccedilatildeo no processo produtivo nas categorias de custos variaacuteveis

custos fixos custo operacional e custo total (CONAB 2010)

Na determinaccedilatildeo da idade oacutetima de corte de povoamentos florestais eacute

necessaacuterio estudar caso a caso cada componente dos custos e das receitas

envolvidas no processo de produccedilatildeo da madeira Tudo isso pelo fato do setor

florestal conter operaccedilotildees de longo prazo Por tal motivo a anaacutelise de custos pode

ter dois enfoques a anaacutelise ex-ante ou seja antes das operaccedilotildees ocorrerem e ex-

post apoacutes terem ocorrido (GRACcedilA et al 2000)

Entre os custos analisados deve-se considerar tambeacutem a depreciaccedilatildeo que

segundo Hildebrand (1995) pode ser definida como a diminuiccedilatildeo do valor dos bens

ativos resultante do desgaste pelo uso accedilatildeo da natureza ou por obsolescecircncia

teacutecnica Assim com o tempo para tornar possiacutevel a reposiccedilatildeo do equipamento eacute

necessaacuterio acumular periodicamente uma reserva em um fundo que permitiraacute no

fim de um periacuteodo a aquisiccedilatildeo de um novo equipamento

Baseados nas necessidades do setor florestal vaacuterios estudos sobre a

viabilidade econocircmica de plantios vem sendo desenvolvidos para as mais variadas

espeacutecies arboacutereas como os obtidos por Souza et al (2003) e o Centro de Pesquisa

do Paricaacute ndash CPP Deve-se ressaltar no entanto a afirmaccedilatildeo feita por Marques et al

(2006) em que os autores concluiacuteram que o custo meacutedio para implantaccedilatildeo e

conduccedilatildeo dos povoamentos podem variar conforme a regiatildeo as teacutecnicas de preparo

de solo os tratos silviculturais adotados entre outros

27

25 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DE PROJETOS FLORESTAIS

Do ponto de vista teacutecnico Oliveira e Rezende (2004) afirmam que dois ou

mais projetos podem ser compatiacuteveis quando a execuccedilatildeo de um natildeo afeta a

implementaccedilatildeo do outro ou incompatiacuteveis em caso contraacuterio Jaacute do ponto de vista

econocircmico eles podem ser dependentes quando haacute uma relaccedilatildeo de rentabilidade

entre ambos ou independentes quando nenhum eacute afetado

Estas informaccedilotildees satildeo importantes para o bom planejamento das atividades

florestais uma vez que o investimento em um projeto deve ser baseado em um

horizonte de planejamento na maioria das vezes de longo prazo podendo variar de

finito como no caso de um plantio florestal ou infinito em um manejo sustentado de

floresta nativa (CHICHORRO et al 2010)

Para realizar a anaacutelise econocircmica eacute importante considerar a vida econocircmica

do projeto Ela corresponde ao tempo que ele produziraacute lucro a vida fiacutesica de

maacutequinas e construccedilotildees o periacuteodo de anaacutelise onde se consideram os efeitos do

projeto Aleacutem do horizonte de construccedilatildeo relacionado agrave demanda do produto e o

horizonte de dados que se refere ao periacuteodo de tempo em que eacute possiacutevel prever o

fluxo de caixa (REZENDE OLIVEIRA 2001)

A avaliaccedilatildeo econocircmica ou financeira de projetos baseia-se entatildeo no fluxo

de caixa que consiste nos custos e nas receitas distribuiacutedos ao longo da vida uacutetil do

empreendimento Os meacutetodos mais recomendados para avaliaccedilatildeo econocircmica de

projetos florestais satildeo (REZENDE OLIVEIRA 2001) valor presente liacutequido (VPL)

taxa Interna de Retorno (TIR) custo (ou Benefiacutecio) Perioacutedico Equivalente (CPE ou

BPE) custo Meacutedio de Produccedilatildeo (CMPr) razatildeo Benefiacutecio (receita)Custo (BC) e

tempo de Recuperaccedilatildeo do Capital

28

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE PRODUTORES DE FLORESTAS PLANTADAS ndash ABRAF ANUAacuteRIO estatiacutestico da ABRAF Brasiacutelia ABRAF 2012 Disponiacutevel em lthttpwwwabraflororgbrestatisticasABRAF12-BRaspgt Acesso em 28 jul 2013 BORTOLETTO JUacuteNIOR G BELINI U L Produccedilatildeo de lacircminas e manufatura de compensados a partir da madeira de guapuruvu (Schizolobium parayba Blake) proveniente de um plantio misto de espeacutecies nativas Cerne v8 n2 p001-016 2002 BORDUELLE G M IWAKIRI S MARTINS D Fatores que influenciam no rendimento em laminaccedilatildeo de Pinus spp Floresta e Ambiente v12 n2 p 35 - 41 NovDez2006 BREPOHL D Custos em empreendimentos florestais Curitiba FUPEF nov 1980 18p (seacuterie teacutecnica n4) CAMPOS J C C LEITE H G Mensuraccedilatildeo florestal perguntas e respostas 3 ed Viccedilosa UFV 2009 548 p CARVALHO P E R Espeacutecies florestais brasileiras recomendaccedilotildees silviculturais potencialidades e uso da madeira Colombo Embrapa Florestas 1994 640p CARVALHO P E R Paricaacute (Schizolobium amazonicum) Colombo Embrapa Florestas 2007 8p (Circular Teacutecnica 142) CHICHORRO J F BAUER M O ANDRADE W S SILVA G F SANTOS F R SILVA J L NOGUEIRA M A Avaliaccedilatildeo econocircmica de projetos florestais In CHICHORRO J F BAUER M O GARCIA G O CALDEIRA M V W Toacutepicos especiais em ciecircncias florestais 1 ed Visconde do Rio Branco Suprema 2010 v 1 p 231-260 COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO ndash CONAB Custo de produccedilatildeo agriacutecola a metodologia da Conab Brasiacutelia Conab 2010 60p CORTELETTI R B Anaacutelise de tronco aplicada agrave avaliaccedilatildeo de crescimento de aacutervores de paricaacute 2013 (82f) Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) ndashUniversidade Federal do Espiacuterito Santo Jerocircnimo Monteiro ES 2013 CRESPO T R MINNICK G VARGAS J Evaluacioacuten de algunas leguminosas en el troacutepico de Cochabamba Bolivia In EVANS D O SZOTT L T (ed) Nitrogen fixing trees for acid soils proceedings of a workshop Morrilton NFTA Winroch International 1995 p 103-112 FERGUSON C E Microeconomia 20 ed Rio de Janeiro Forense Universitaacuteria 2003 610p FERREIRA J A Custos industriais uma ecircnfase gerencial Satildeo Paulo STS 2007 172p

29

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION ndash FAO Consolidaccedilatildeo dos instrumentos poliacuteticos e institucionais para a implementaccedilatildeo do PNF 2007 Disponiacutevel em lthttpwwwfaoorgbrprj_utfbra062braespgt Acesso em 12 jul 2013 GRACcedilA L R RODIGHERI H R CONTO A J Custos florestais de produccedilatildeo conceituaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo Colombo Embrapa Florestas 2000 32p (Embrapa Florestas Documentos 50) HILDEBRAND E Sistema de apropriaccedilatildeo e anaacutelise de custos para a empresa florestal 1995 (156f) Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) ndash Universidade Federal do Paranaacute Curitiba PR 1995 HOFFMANN R G Caracterizaccedilatildeo dendromeacutetrica e avaliaccedilatildeo do rendimento em laminaccedilatildeo de madeira em plantios de paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) na regiatildeo de Paragominas PA 2009 (97f) Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) ndash Universidade Federal do Espiacuterito Santo Jerocircnimo Monteiro ES 2009 HOSOKAWA R T MOURA J B CUNHA U S Introduccedilatildeo ao manejo e economia de florestas Curitiba UFPR 1998 162p IWAKIRI S PRATA J G Produccedilatildeo de paineacuteis compensados multilaminados de Eucalyptus Revista da madeira 211 ed Mar 2008 LAMEIRA O A GOMES A P R LOPES S C LEAtildeO N V M Efeito da escarificaccedilatildeo sobre a germinaccedilatildeo de sementes de paricaacute (Schizolobium amazonicum) in vitro Beleacutem Embrapa Amazocircnia Oriental 2000 3 p (Embrapa Amazocircnia Oriental Comunicado Teacutecnico 21) MARQUES L C T YARED J A G SIVIERO MA A evoluccedilatildeo do conhecimento sobre o paricaacute para reflorestamento no Estado do Paraacute Embrapa Amazocircnia Oriental 2006 5 p (Comunicado Teacutecnico 158) MATSUNAGA M et al Metodologia de custo de produccedilatildeo utilizada pelo IEA Agricultura em Satildeo Paulo Satildeo Paulo v 23 t 1 p 123-139 1976

MELO R R Avaliaccedilatildeo de variaacuteveis tecnoloacutegicas na produccedilatildeo de paineacuteis LVL confeccionados com paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) 2012 (164f) Tese (Doutorado em Ciecircncias Florestais) Universidade de Brasiacutelia Brasiacutelia DF 2012 NACHILUK K OLIVEIRA M D M Custo de produccedilatildeo uma importante ferramenta gerencial na agropecuaacuteria Instituto de Economia Agriacutecola ndash IEA v 7 n 5 maio 2012 OLIVEIRA A D REZENDE J L P Economia Florestal Lavras UFLAFAEPE 2004 101p PINDYCK R S RUBINFELD D L Microeconomia Satildeo Paulo Makron Books 1994 968p

30

PINTO A A G LIMEIRA A L F SILVA C A S COELHO F S Gestatildeo de custos 2 ed Rio de Janeiro FGV 2008 140p REZENDE J L P OLIVEIRA A D Anaacutelise econocircmica e social de projetos florestais Viccedilosa MG UFV 2001 389 p RONDON E V Produccedilatildeo de biomassa e crescimento de aacutervores de Schizolobium amazonicum (Huber) Ducke sob diferentes espaccedilamentos na regiatildeo de mata Aacutervore Viccedilosa-MG v26 n5 p573-576 2002 ROSA L S Caracteriacutesticas botacircnicas anatocircmicas e tecnoloacutegicas do paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) Revista de Ciecircncias Agraacuterias Beleacutem n 46 p63-79 juldez 2006a ROSA L S Ecologia e silvicultura do paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) na amazocircnia brasileira Revista de Ciecircncias Agraacuterias Beleacutem n 45 p 135-174 janjun 2006b SANTOS E M Crescimento e produccedilatildeo de plantios de paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) sob diferentes espaccedilamentos 2012 (74f) Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) Universidade Federal do Espiacuterito Santo Jerocircnimo Monteiro ES 2012 SCOLFORO J R S Biometria florestal modelos de crescimento e produccedilatildeo florestal Lavras UFLAFAEPE 2006 393p SILVA G F GEZAN S A SOARES C P B ZANETI L Z Modeling growth and yield of Schizolobium amazonicum under different spacings International Journal of Forestry Research v 2013 (2013) 10 p SIMONSEN M H Teoria microeconocircmica Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas 1971 2 ed 410p SISTEMA NACIONAL DE INFORMACcedilOtildeES FLORESTAIS ndash SNIF Produccedilatildeo florestal cadeia produtiva Serviccedilo Florestal Brasileiro Brasilia 2014 SOUZA C R ROSSI L M B AZEVEDO C P VIEIRA A H Paricaacute Schizolobium parahyba var amazonicum (Huber x Ducke) Barneby 1 ed Manaus EMBRAPA Dezembro 2003 (Circular Teacutecnica 18) SOUZA D B CARVALHO G S RAMOS E J A Paricaacute Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke Manaus EMBRAPA 2005 2p (Informativo Teacutecnico Rede de Sementes da Amazocircnia n13) TSOUMIS G Science and Technology of Wood structure properties utilization New York Chapmam amp Hall 1991 494 p VIDAURRE G B CARNEIRO A C O VITAL B R SANTOS R C S VALLE M L A Propriedades energeacuteticas da madeira e do carvatildeo de paricaacute (Schizolobium amazonicum) Aacutervore Viccedilosa-MG v36 n2 p365-371 2012

31

CAPIacuteTULO 1

CUSTOS DA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA DE PARICAacute

RESUMO

O setor de florestas plantadas brasileiro vem perdendo espaccedilo no mercado

internacional pelo alto custo necessaacuterio agrave produccedilatildeo Por isso haacute a necessidade

de se investigar quais os custos mais onerosos do processo produtivo para

entatildeo se montar uma estrateacutegia de reduccedilatildeo de custos a fim de tornar o

reflorestamento novamente competitivo no mercado Deste modo objetivou-se

no trabalho estimar a produccedilatildeo de paricaacute (Schizolobium amazonicum) aos 5 6

e 7 anos em trecircs classes de produtividade e em cinco espaccedilamentos de

plantio identificando os principais custos de produccedilatildeo aleacutem dos mais afetados

pelos espaccedilamentos de plantio na regiatildeo de Paragominas PA A estimativa de

volume foi obtida segundo metodologia proposta por Silva et al (2013) e os

custos de produccedilatildeo desde as atividades de preparo da aacuterea ateacute a colheita e

transporte foram disponibilizados por produtores rurais e empresaacuterios da

regiatildeo Posteriormente fez-se a anaacutelise dos custos por meio da metodologia do

custo operacional em que se considera apenas as despesas efetivamente

desembolsadas pelo agricultor somadas agrave depreciaccedilatildeo e matildeo-de-obra familiar

Assim inferiu-se que o espaccedilamento 3x2 m foi superior em volume diante dos

outros espaccedilamentos analisados Em relaccedilatildeo agrave analise de custos o custo

operacional efetivo representou em meacutedia 65 dos custos totais de produccedilatildeo

sendo o transporte o custo individual mais expressivo em todos os

espaccedilamentos analisados Jaacute a manutenccedilatildeo foi o conjunto de atividades mais

significativo nos plantios devido ao nuacutemero e ao longo periacuteodo para sua

execuccedilatildeo Os custos totais de produccedilatildeo foram superiores em espaccedilamentos

menores independentemente da remuneraccedilatildeo ou natildeo pelo uso dos capitais

permanente e circulante

Palavras-chave Custo operacional efetivo espaccedilamento idade

produtividade

32

CHAPTER 1

PRODUCTION COST PARICAacute

ABSTRACT

The planted forest sector in Brazil has been losing ground in the international

market by the high cost needed for production Therefore there is a need to

investigate what the most expensive costs of the production process to then

build a strategy to reduce costs in order to become competitive again

reforestation in the market Thus the aim of the study was to estimate the

production of paricaacute (Schizolobium amazonicum) at 5 6 and 7 years in three

productivity classes and five planting space identifying the major costs of

production and those most affected by planting space in the region of

Paragominas PA The volume estimate was obtained according to the

methodology proposed by Silva et al (2013) and production costs since the

activities of preparation of the area to harvest and transport were provided by

farmers and entrepreneurs in the region Subsequently made to cost analysis

using the methodology of the operating cost which considers only the expenses

actually disbursed by the farmer together with the depreciation and labor

family labor Thus it was inferred that the spacing 3x2 m was higher by volume

on the other spacings analyzed Regarding the analysis of costs the effective

operating cost represented on average 65 of total production costs and

transport the most significant single cost in all spacings analyzed Have

maintenance was the most significant set of activities in plantations due to the

number and the time period for its implementation The total production costs

were higher in the smaller spacing regardless of whether or not for the use of

permanent and circulating capital

Keywords Effective operational cost spacing age productivity

33

1 INTRODUCcedilAtildeO

A crescente dificuldade em se obter madeira de florestas nativas tem

motivado empresaacuterios agrave praacutetica do reflorestamento Nesses plantios vaacuterias

espeacutecies tecircm sido utilizadas sendo o paricaacute a espeacutecie nativa de maior

expressatildeo na regiatildeo norte do paiacutes principalmente no estado do Paraacute

Segundo a ABRAF (2013) em 2012 foram plantados 87901 hectares

de paricaacute nos estados do Paraacute Tocantins e Maranhatildeo O aumento da aacuterea de

plantio nos uacuteltimos anos eacute justificado pela boa aceitaccedilatildeo desta espeacutecie no

mercado madeireiro devido aos seus variados fins como a produccedilatildeo de

lacircmina e compensado forros palitos papel moacuteveis aleacutem de peccedilas de

acabamentos e molduras

A falta de informaccedilotildees silviculturais no entanto tecircm inviabilizado a

expansatildeo de novos plantios em outras regiotildees do paiacutes Natildeo se tecircm estudos

suficientes para comprovar o melhor meacutetodo de implantaccedilatildeo desta cultura no

que se refere ao espaccedilamento a ser utilizado para maior produccedilatildeo de madeira

Este tipo de deficiecircncia pode implicar no emprego de teacutecnicas silviculturais

equivocadas que inviabiliza economicamente o cultivo reduzindo

consequentemente o interesse comercial pela espeacutecie

Os custos de produccedilatildeo devem entatildeo ser analisados para se testar a

viabilidade econocircmica dos projetos que estatildeo sendo implantados haja vista

que poucos satildeo os estudos que se referem ao monocultivo do paricaacute A

obtenccedilatildeo destes custos eacute fundamental pois eles compotildeem um ferramental de

controle e gerenciamento das atividades produtivas e de geraccedilatildeo de

importantes informaccedilotildees para auxiliar as tomadas de decisotildees pelos

produtores rurais (CONAB 2010)

Para se atestar a viabilidade econocircmica de um projeto florestal natildeo se

deve avaliar somente a espeacutecie a ser implantada mais agraves condiccedilotildees de

mercado atuais e futuras para comercializaccedilatildeo do produto Eacute notaacutevel a

importacircncia econocircmica e socioambiental do setor de florestas plantadas para o

Brasil por isso deve-se investir em conhecimento e tecnologia sobre as

espeacutecies cultivadas haja visto que o ambiente de negoacutecio para o

34

desenvolvimento desta atividade vem passando por dificuldades nos uacuteltimos

anos

A competitividade dos produtos florestais estaacute se deteriorando frente

aos seus principais concorrentes internacionais uma vez que o aumento

generalizado dos custos de produccedilatildeo de madeira no Brasil estaacute reduzindo

significativamente a rentabilidade da induacutestria integrada de base florestal e dos

produtores independentes de plantios florestais (ABRAF 2013) Comprova-se

assim a necessidade de estudos referentes aos custos de produccedilatildeo

Haacute alguns anos a importacircncia dos custos na produccedilatildeo agriacutecola e as

dificuldades de sua obtenccedilatildeo estimularam o Instituto de Economia Agriacutecola

oacutegatildeo vinculado agrave Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de Satildeo

Paulo a efetuar estimativas de custo de produccedilatildeo de diversas exploraccedilotildees

agriacutecolas por meio da metodologia designada custo operacional Neste

meacutetodo se incluem apenas as despesas efetivamente desembolsadas pelo

agricultor somadas agrave depreciaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos e matildeo-de-

obra familiar A remuneraccedilatildeo devida a todos os outros fatores de produccedilatildeo eacute

de responsabilidade do resiacuteduo ou seja a diferenccedila entre o custo operacional

e o valor de venda (MATSUNAGA et al 1976 CONAB 2010)

O ecircxito nas estimativas de custos de produccedilatildeo agriacutecola vem

estimulando pesquisadores da aacuterea florestal a utilizarem esta metodologia

tambeacutem para culturas florestais principalmente neste momento em que o

Brasil depende de medidas estruturais que promovam a reduccedilatildeo dos custos de

produccedilatildeo e incentivem o investimento para retomada da competitividade dos

produtos nacionais de base florestal no mercado internacional Por tal motivo

objetivou-se neste trabalho identificar os principais custos de produccedilatildeo bem

como o efeito dos diferentes espaccedilamentos sobre estes custos

35

2 MATERIAL E MEacuteTODOS

21 AacuteREA EM ESTUDO

Os dados utilizados neste estudo foram originaacuterios de povoamentos

homogecircneos de paricaacute (Schizolobium amazonicum) plantados sob os

espaccedilamentos 3x2 3x3 3x4 4x4 e 5x5 m localizados entre os municiacutepios de

Dom Elizeu e Paragominas Estado do Paraacute (Figura 1)

Figura 1 Localizaccedilatildeo dos municiacutepios de Dom Eliseu e Paragominas PA

O municiacutepio de Paragominas estaacute localizado no nordeste paraense

possuindo aproximadamente 20000 km2 de aacuterea territorial com 90 m de

altitude O solo caracteriacutestico da aacuterea eacute o Latossolo amarelo com vegetaccedilatildeo

originaacuteria representada pela floresta densa sendo encontradas extensas aacutereas

de mata secundaacuteria (capoeira nos seus diversos estaacutegios de desenvolvimento)

devido aos constantes desmatamentos provocados principalmente pelo

avanccedilo da agropecuaacuteria na regiatildeo (IBGE 2013a PREFEITURA MUNICIPAL

DE PARAGOMINAS 2013)

Segundo o IBGE (2013a) o clima do municiacutepio eacute do tipo mesoteacutermico e

uacutemido A temperatura meacutedia anual eacute elevada em torno de 25degC e seu regime

pluviomeacutetrico fica geralmente entre 2250 mm e 2500 mm anuais

36

O municiacutepio de Dom Eliseu pertence agrave microrregiatildeo de Paragominas

possui 5268815 kmsup2 e estaacute localizado nas coordenadas 04deg17rsquo06rdquo Sul e

47deg30rsquo18rdquo Oeste a 180 metros de altitude Ele eacute um dos municiacutepios da

chamada ldquoFronteira agriacutecola amazocircnicardquo maior produtora de commodities

agriacutecolas da porccedilatildeo norte do paiacutes e grande produtora de paricaacute (IBGE 2013b

PREFEITURA MUNICIPAL DE DOM ELISEU 2013)

22 ESTIMATIVA DA PRODUCcedilAtildeO

Foram inventariados povoamentos de paricaacute anualmente ateacute o quinto

ano sendo analisadas trecircs classes de produtividade em cada espaccedilamento

sendo elas Baixa (17 - 19 m) Meacutedia (19 ndash 21 m) e Alta (21 - 24 m)

Posteriormente empregando-se o modelo de crescimento e produccedilatildeo proposto

por Silva et al (2013) os volumes comercial e de lacircminas foram estimados

para diferentes espaccedilamentos e qualidades de local nas idades de 5 6 e 7

anos conforme o esquema apresentado na Figura 2

Figura 2 Esquema para obtenccedilatildeo dos volumes comercial e de lacircminas em povoamentos de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA

A partir dos dados de inventaacuterio estimou-se a produccedilatildeo em volume

comercial e de lacircminas por meio da metodologia proposta por Silva et al

(2013) Assim a partir de informaccedilotildees sobre as variaacuteveis aacuterea basal por

hectare (GHA) iacutendice de siacutetio (SI) altura dominante (HD) considerada como a

altura meacutedia das 100 aacutervores mais altas do povoamento (Hart) e nuacutemero de

aacutervores por hectare (NHA) na idade de cinco anos pode-se projetar a produccedilatildeo

para as idades em anaacutelise

Espaccedilamentos (m)

bull3x2

bull3x3

bull4x3

bull4x4

bull5x5

Classes de produtividade

(m)

bullBaixa

bullMeacutedia

bullAlta

Idades

(anos)

bull5

bull6

bull7

Volume comercial

Volume de lacircminas

37

A estimativa da HD na idade i foi obtida por meio da equaccedilatildeo 1

119878119868 =

119867119863119894 (1 + 119890119909119901 ((182404 minus 119860119894)

043105frasl ))

1 + 119890119909119901 ((182404 minus 119860119894119899119889

043105frasl ))

Eq 1

Em que

119890119909119901 = base de logaritmo neperiano

119867119863119894 = altura dominante na idade i

119860119894 = i-eacutesima idade (i = 5 6 7) e

119860119894119899119889 = idade iacutendice (5 anos)

Para estimativa do nuacutemero de aacutervores por hectare na idade futura

utilizou-se a equaccedilatildeo 2

1198731198671198602 = 1198731198671198601 minus ((119860119877119864119860

1198671198631)

minus20848

(119860220356 minus 1198601

20356)) Eq 2

Em que

1198731198671198602 = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade futura

1198731198671198601 = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade corrente

119860119877119864119860 = aacuterea meacutedia ocupada por cada planta no plantio

1198671198631 = altura dominante na idade corrente

1198601 = idade corrente e

1198602 = idade futura

A aacuterea basal por hectare foi estimada por meio da equaccedilatildeo 3

119866119867119860119894 = 000523119867119863119894145720119873119867119860053967

119894 Eq 3

Em que

NHAi = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade i

38

Apoacutes a obtenccedilatildeo de todas as variaacuteveis os volumes comercial e de

lacircminas foram estimados pelas equaccedilotildees 4 e 5

119881119879119867119860119894 = 122839119866119867119860119894093941119867119863119894

071858 Eq 4

119881119862119867119860119894 = 003388119866119867119860119894069131119867119863119894

183907 Eq 5

Em que

119881119879119867119860119894 = volume comercial por hectare e

119881119862119867119860119894 = volume de lacircminas por hectare

23 DESCRICcedilAtildeO DAS ATIVIDADES

Por se tratarem de aacutereas anteriormente ocupadas por pastagem fez-se

necessaacuterio o combate agrave formigas e limpeza da aacuterea manualmente e com

auxiacutelio de trator a fim de retirar do local galhos tocos e raiacutezes que por ventura

atrapalhassem o processo de mecanizaccedilatildeo

Para todas as aacutereas de plantio fez-se a anaacutelise de solo verificando-se

a necessidade de correccedilatildeo com uma tonelada de calcaacuterio dolomiacutetico por

hectare Assim foi realizada a calagem precedida da gradagem com auxiacutelio da

terceirizaccedilatildeo de tratores agriacutecolas

Apoacutes o preparo do solo iniciou-se o processo de alinhamento

marcaccedilatildeo e coveamento respeitando o espaccedilamento preacute-determinado para

cada local considerando que uma pessoa consegue abrir 500 covasdia

Posteriormente foram acrescentados 100g de NPK (6-30-6) por cova antes do

plantio das mudas de paricaacute Adubaccedilotildees de cobertura e um ano apoacutes o plantio

tambeacutem ocorreram com o objetivo de aumentar o iacutendice de sobrevivecircncia agraves

plantas

Como no campo eacute difiacutecil controlar os fatores bioacuteticos e abioacuteticos a

mortalidade de plantas eacute inevitaacutevel por isso foi observada a necessidade de

39

replantio de 5 das mudas logo no primeiro ano segundo informaccedilotildees

disponibilizadas pela empresa

A manutenccedilatildeo relativa agrave limpeza dos plantios se deu pelo coroamento

das mudas aplicaccedilatildeo de herbicida manualmente e roccedilada mecacircnica do

primeiro ao terceiro ano Desta forma natildeo houve competiccedilatildeo com plantas

invasoras que poderiam inibir o crescimento das mudas Assim devido ao

ambiente favoraacutevel e as condiccedilotildees propiacutecias de crescimento e produccedilatildeo foi

possiacutevel extrair a madeira para laminaccedilatildeo no quinto ano apoacutes a implantaccedilatildeo

A colheita foi realizada de forma semi-mecanizada (motosserra)

seguida do baldeio e carregamento ateacute a beira da estrada O transporte ateacute a

induacutestria de beneficiamento foi realizado por caminhatildeo tipo bitrem com

capacidade para 44000 kg ao preccedilo meacutedio de R$59192 por viagem

O valor da matildeo-de-obra familiar foi considerado como o custo de

administraccedilatildeo ou seja quando o proprietaacuterio presta serviccedilos na proacutepria

empresa Assim a remuneraccedilatildeo paga pelo custo de administraccedilatildeo foi

equivalente a 10 dos custos efetivamente desembolsados pela empresa

Em relaccedilatildeo agraves aacutereas onde os plantios foram realizados estas jaacute

pertenciam a empresa Laminit por isso natildeo houve a necessidade de aquisiccedilatildeo

ou arrendamento do terreno Poreacutem considerou-se o custo de oportunidade

ou seja a remuneraccedilatildeo do capital investido (permanente e circulante) por meio

do caacutelculo da parcela sobre o bem adquirido e utilizado na produccedilatildeo e inclusa

no custo fixo da produccedilatildeo Logo o investimento do produtor foi remunerado agrave

taxa de 6 ao ano como se fosse aplicado o capital em outro investimento

alternativo conforme recomendaccedilotildees da CONAB (2010)

24 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS

Para anaacutelise dos custos de produccedilatildeo florestal foi necessaacuteria a coleta de

dados anuais de todas as despesas e receitas contraiacutedas em cada

espaccedilamento durante o periacuteodo entre 2006 e 2013 O esquema da disposiccedilatildeo

dos gastos na planilha de custo pode ser observado na Tabela 1

40

Tabela 1 Distribuiccedilatildeo dos gastos efetuados para implantaccedilatildeo de povoamentos de paricaacute

Descriccedilatildeo Un R$un

Quantidade utilizada

Espaccedilamento (m)

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

Preparo da aacuterea

Anaacutelise de solo un 3450 1 1 1 1 1

Limpeza manual Diaacuteria 3500 1 1 1 1 1

Limp mecanizada ht 10218 1 1 1 1 1

Gradagem ht 10218 15 15 15 15 15

Calagem ht 6846 05 05 05 05 05

Calcaacuterio ton 8967 1 1 1 1 1

Alinhamento Diaacuteria 3500 2 14 1 08 05

Coveamento Diaacuteria 3500 334 223 167 125 08

Cercamento R$ha 30000 1 1 1 1 1

Constr de estradas R$ha 13390 1 1 1 1 1

Constr de aceiros Diaacuteria 3500 4 4 4 4 4

Adubaccedilatildeo

Adubo Kg 123 5001 3336 2502 1875 120

Adubaccedilatildeo Diaacuteria 3667 45 3 225 195 106

Plantio

Transp de mudas ht 5000 05 05 05 05 05

Mudas un 038 1751 1168 876 657 420

Plantio e replantio Diaacuteria 3500 4 27 2 15 1

Manutenccedilatildeo

Formicida Kg 674 125 10 83 695 551

Aplic de formicida Diaacuteria 3703 893 748 651 578 525

Transp de insumos ht 4233 2 2 2 2 2

Coroamento Diaacuteria 3761 67 45 35 25 16

Roccedilada ht 5602 4 5 6 7 85

Herbicida L 1732 8 9 10 105 12

Aplic de herbicida Diaacuteria 3761 4 45 5 55 6

Manutenccedilatildeo de aceiro Diaacuteria

3744 6 6 6 6 6

Manut de estrada ht 8699 469 469 469 469 469

Materiais - 6892 8 8 8 8 8

Encargos - 8185 7 7 7 7 7

Colheita e Transporte

Corte e toragem msup3 215 1844 1744 1524 1341 11705

Baldeio msup3 096 1844 1744 1524 1341 11705

Carregamento msup3 097 1844 1744 1524 1341 11705

Transporte msup3 659 1844 1744 1524 1341 11705 Valores deflacionados e descapitalizados para o ano de 2006 Considerando o volume comercial em classe de produtividade alta (21 - 24 m) com corte aos 6 anos

Os custos envolvidos nas atividades de implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo dos

povoamentos foram disponibilizados por produtores rurais da regiatildeo de

41

Paragominas Tambeacutem foram disponibilizados por empresaacuterios locais os

dados referentes agrave exploraccedilatildeo e transporte da madeira ateacute a empresa

referente a uma distacircncia meacutedia de 80 km

Para comparaccedilatildeo entre os valores incorridos durante periacuteodos

diferentes no tempo fez-se o deflacionamento dos custos para o periacuteodo

inicial (implantaccedilatildeo dos povoamentos) A correccedilatildeo da perda monetaacuteria causada

pela inflaccedilatildeo foi obtida por meio do Iacutendice Geral de Preccedilo ndash Disponibilidade

Interna (IGP ndash DI) o qual eacute responsaacutevel pelo registro da inflaccedilatildeo de preccedilos de

mateacuterias-primas agriacutecolas

Posteriormente os valores deflacionados foram descapitalizados para o

ano 0 (2006) a fim de facilitar a anaacutelise econocircmica A descapitalizaccedilatildeo foi

obtida pela seguinte foacutermula

1198810 =119881119899

(1 + 119894)119899 Eq 6

Em que

1198810 = valor inicial correspondente ao periacuteodo de implantaccedilatildeo do povoamento

(R$)

119881119899 = valor final correspondente ao ano j (R$)

119894 = taxa de juros (6 aa) e

119899 = nuacutemero de periacuteodos (anos)

25 CLASSIFICACcedilAtildeO DOS CUSTOS

Para o caacutelculo dos custos de produccedilatildeo do paricaacute foi adotada a

metodologia descrita pelo Instituto de Economia Agriacutecola (IEA) oacutergatildeo vinculado

agrave Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo Neste

caso foram considerados os custos efetivos de produccedilatildeo ou seja aquele

dinheiro efetivamente desembolsado pelo proprietaacuterio para o pagamento da

mateacuteria-prima produtos ou serviccedilos adquiridos

42

A depreciaccedilatildeo foi aqui desconsiderada pela indisponibilidade de

informaccedilotildees sobre as maacutequinas equipamentos e benfeitorias Assim

considerou-se que todos os maquinaacuterios e equipamentos utilizados para a

implantaccedilatildeo conduccedilatildeo extraccedilatildeo e transporte dos povoamentos foram de

origem terceirizada

Os custos de produccedilatildeo foram entatildeo divididos segundo sua origem

sendo classificados de acordo com a metodologia de custos proposta pelo IEA

a) Custo operacional efetivo (COE) ndash correspondente a todos os custos

expliacutecitos

b) Custo operacional total (COT) ndash correspondente ao somatoacuterio do custo

operacional efetivo e matildeo-de-obra familiar (MO)

c) Custo Total (CT) ndash soma do custo operacional total e do custo de

oportunidade (CO) que eacute a remuneraccedilatildeo do capital circulante e do capital

fixo

As foacutermulas para obtenccedilatildeo do custo operacional total e custo total

encontram-se a seguir

119862119874119879 = 119862119874119864 + 119872119874 Eq 7

119862119879 = 119862119874119879 + 119862119874 Eq 8

43

3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

31 ESTIMATIVA DE VOLUME

A partir das equaccedilotildees ajustadas por Silva et al (2013) para

povoamentos de paricaacute foi possiacutevel estimar o volume comercial e de lacircminas

em trecircs ocasiotildees no tempo e em diferentes classes de produtividade nos cinco

espaccedilamentos de plantio como pode ser observado na Tabela 2

Tabela 2 Volumes comercial (VTHA) e de lacircminas (VCHA) estimados nos diferentes espaccedilamentos de plantio de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA

Idade Espaccedil

(m)

VTHA (msup3ha) VCHA (msup3ha)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 16229 18511 19336 5638 6858 7915

3x3 - 15498 18126 - 6163 7671

3x4 - 13328 15983 - 5476 7009

4x4 7133 13551 14623 2800 5705 6468

5x5 7351 8790 13093 3191 4124 6231

6 a

no

s

3x2 15173 16865 18439 5370 6411 7666

3x3 - 14606 17439 - 5912 7473

3x4 - 12325 15244 - 5188 6787

4x4 7178 11745 13410 2827 5146 6082

5x5 7115 8867 11705 3118 4158 5759

7 a

no

s

3x2 14315 15607 16406 5144 6054 7029

3x3 - 13920 16489 - 5706 7170

3x4 - 11890 14648 - 5052 6590

4x4 7028 11464 13067 2783 5055 5967

5x5 7020 8726 11515 3087 4109 5690

Em que VTHA= volume comercial por hectare VCHA= volume de lacircminas por hectare Espaccedil= espaccedilamento de plantio

A divisatildeo dos povoamentos em classes de produtividade eacute explicada

por Oliveira et al (2008) Segundo os autores a estratificaccedilatildeo realizada por

44

meio de classes de produtividade resulta em estimativas de volume mais

precisas proacuteximo agrave idade de corte Por isso a adoccedilatildeo das trecircs classes

A falta de informaccedilotildees nos espaccedilamentos intermediaacuterios 3x3 e 3x4 m

na classe de produtividade baixa ocorreu pela ausecircncia de povoamentos

nestas condiccedilotildees de siacutetio

A diferenccedila no volume comercial de madeira foi de 323 entre os

espaccedilamentos extremos 3x2 e 5x5 m na classe de produtividade alta sendo

maior o volume nos menores espaccedilamentos Resultados semelhantes foram

encontrados por Macedo et al (2005) com povoamentos de Teca em Minas

Gerais e Hoffmann (2009) em seu trabalho sobre caracterizaccedilatildeo

dendromeacutetrica e rendimento em laminaccedilatildeo de paricaacute na regiatildeo de

Paragominas PA

A diferenccedila no volume tem comportamento exponencial agrave medida em

que se utilizam siacutetios de menor produtividade sendo constatada uma diferenccedila

de 525 e 547 no volume entre os espaccedilamentos extremos nas classes

de produtividade meacutedia e baixa respectivamente Comportamento semelhante

foi observado para o volume de lacircminas de paricaacute Houve diferenccedila crescente

no volume entre os espaccedilamentos extremos sendo menor na classe de

produtividade alta (213)

Aos 6 anos a diferenccedila no volume entre os espaccedilamentos extremos foi

superior agrave idade anterior Na classe de produtividade alta a diferenccedila no

volume comercial foi de 365 Jaacute o volume de lacircminas abrangeu diferenccedila de

249

Nos siacutetios de baixa produtividade o volume comercial de madeira no

espaccedilamento 3x2 m foi 177 menor comparado ao de produtividade alta

Esta porcentagem encontra-se dentro do intervalo indicado por Morales et al

(2010) para povoamentos de pinus Segundo os autores a produtividade do

pinus foi reduzida entre 14 a 36 nos diferentes siacutetios de produccedilatildeo

Nos espaccedilamentos 4x4 e 5x5 m esta diferenccedila foi mais significativa

com aproximadamente 465 e 392 respectivamente Isso se deve entre

outras coisas agrave morte natural das plantas com diacircmetros mais acentuados

tornando mais expressiva a reduccedilatildeo de volume

Comparando a produccedilatildeo de paricaacute em relaccedilatildeo a idade de corte pode

ser observada uma reduccedilatildeo no volume de madeira do quinto para o sexto ano

45

Este comportamento pode ser resultado do autodesbaste caracteriacutestico da

espeacutecie Por se tratar de uma espeacutecie pioneira ela atinge o aacutepice de

incremento na idade meacutedia de 5 anos sendo mais viaacutevel seu corte neste

periacuteodo (CARVALHO 2007)

Balloni e Simotildees (1980) anteriormente jaacute haviam afirmado que a

porcentagem de aacutervores dominadas e mortas cresce com o avanccedilo da idade

sendo mais intenso e precoce nos espaccedilamentos mais apertados Por isso a

idade de corte deve ser definida em funccedilatildeo do ritmo de crescimento

espaccedilamento finalidade da madeira e suas interaccedilotildees

32 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO

O levantamento de custos como citado anteriormente seguiram a

metodologia sugerida pelo Instituto de Economia Agriacutecola ndash IEA sendo

agrupados por atividade

321 Custo operacional efetivo ndash COE

Todas as atividades desde a implantaccedilatildeo ateacute a exploraccedilatildeo dos

povoamentos de paricaacute foram identificadas e os gastos estimados para

obtenccedilatildeo dos custos efetivamente desembolsados pelo produtor sendo que os

custos foram deflacionados e descapitalizados para o ano de 2006 A soma

dos custos das atividades desenvolvidas durante este periacuteodo com corte aos

5 6 e 7 anos podem ser observadas na Tabela 3

Nos povoamentos em estudo os custos de implantaccedilatildeo variaram entre

R$80000 a R$180000 entre os espaccedilamentos extremos sendo menor

quanto menor o nuacutemero de plantas por hectare Este montante representa

entre 18 e 26 do custo total de produccedilatildeo de paricaacute demonstrando sua

importacircncia em relaccedilatildeo agrave outros custos

46

Tabela 3 Custo Operacional Efetivo (COE) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006

Idade Espaccedilamento

(m)

COE do volume comercial (R$ha) COE do volume de lacircminas (R$ha)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 501646 501646 501646 648938 667703 674487

3x3 - 437995 437995 - 586899 608517

3x4 - 408969 408969 - 540219 562057

4x4 388309 388309 388309 468849 521642 530459

5x5 369666 369666 369666 451856 463692 499083

6 a

no

s

3x2 512608 512608 512608 639852 652755 664594

3x3 - 451539 451539 - 574684 595999

3x4 - 423545 423545 - 529527 551493

4x4 404176 404176 404176 471255 505786 518322

5x5 385283 385283 385283 451891 465242 486598

7 a

no

s

3x2 527155 527155 527155 637832 646772 652303

3x3 - 465086 465086 - 573035 590806

3x4 - 436693 436693 - 530595 549673

4x4 416824 416824 416824 477086 507776 518871

5x5 398191 398191 398191 458394 470202 489495

47

O custo no espaccedilamento 5x5 m foi semelhante ao encontrado por Silva

et al (2004) para a implantaccedilatildeo de 1 ha de eucalipto na regiatildeo de Brasiacutelia

quando os valores foram corrigidos para o mesmo periacuteodo demonstrando

semelhanccedila na implantaccedilatildeo das duas culturas

Nos povoamentos analisados natildeo houve diferenccedilas nos custos para

implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo nos plantios com classes de produtividade distintas

os quais objetivavam a produccedilatildeo de volume comercial Em contrapartida

houve o acreacutescimo de gastos a medida em que se reduziu os espaccedilamentos

de plantio ou seja quanto menor a aacuterea ocupada por plantas maiores os

gastos com alinhamento marcaccedilatildeo de covas coveamento plantio e adubaccedilatildeo

Em relaccedilatildeo ao volume de lacircminas ocorreu a distinccedilatildeo dos custos entre

classes de produtividade uma vez que os custos com colheita e transporte

estatildeo relacionados com o volume colhido Assim em classes de produtividade

alta e menor espaccedilamento de plantio o COE foi superior em comparaccedilatildeo aos

outros povoamentos analisados

Como observado aos 5 anos natildeo houve diferenccedila no COE

independente da classe de produtividade nos povoamentos em que satildeo

mensurados o volume comercial de madeira Isso foi reflexo da quantidade de

plantas inseridas no local que no plantio foram invariaacuteveis independente da

qualidade do terreno O mesmo foi notado quando se estimou os custos para

exploraccedilatildeo de madeira aos 7 anos

A reduccedilatildeo no COE da produccedilatildeo de lacircminas com o aumento da idade

de exploraccedilatildeo eacute explicado pela reduccedilatildeo ocorrida no volume de madeira

causado pela mortalidade das plantas como observado no trabalho de Silva et

al (2013) Assim diminuem-se proporcionalmente os custos com colheita

transporte e outras atividades de manutenccedilatildeo

322 Custo operacional total ndash COT

O custo operacional total envolveu o COE e a matildeo-de-obra familiar

considerada aqui como o custo de administraccedilatildeo ou seja os proprietaacuterios dos

48

povoamentos eram os responsaacuteveis pela administraccedilatildeo dos plantios A

participaccedilatildeo do COT pode ser observada na Tabela 4

O custo da matildeo-de-obra foi considerado como um custo operacional

efetivo pois natildeo houve somente um gasto mas um desembolso ou seja uma

saiacuteda de caixa Jaacute a matildeo-de-obra familiar eacute parte do custo de produccedilatildeo pois

consistiu em uma alocaccedilatildeo de recurso produtivo (matildeo-de-obra) para a geraccedilatildeo

do produto (madeira) representando cerca de 10 dos custos de produccedilatildeo

Observando a tabela 4 pode-se notar que o maior custo de

administraccedilatildeo foi obtido para o espaccedilamento 3x2 m quando o objetivo era a

laminaccedilatildeo com custo de aproximadamente R$67450 Jaacute o espaccedilamento 5x5

m com objetivo de venda da floresta em peacute obteve o menor custo com

aproximadamente R$37000 por hectare

Resultados semelhantes foram encontrados para a produccedilatildeo de

madeira aos 6 anos Os menores custos de administraccedilatildeo estatildeo relacionados

aos menores custo de implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo dos povoamentos Aos 6 anos

o custo de administraccedilatildeo no espaccedilamento 5x5 m em classe de produtividade

alta com o objetivo de produccedilatildeo de lacircminas foi de aproximadamente R$48660

e R$38528 quando se objetivou a venda da madeira em peacute

Os custos de administraccedilatildeo tambeacutem foram reduzidos a medida em que

se aumentou o tempo para exploraccedilatildeo dos povoamentos devido a reduccedilatildeo do

volume por hectare sendo outro indicio de que esta espeacutecie deve ser

explorada logo aos 5 anos apoacutes o plantio

49

Tabela 4 Custo Operacional Total (COT) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006

Idade Espaccedilamento

(m)

COT do volume comercial (R$ha) COT do volume de lacircminas (R$ha)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 551811 551811 551811 713832 734473 741936

3x3 - 481795 481795 - 645589 669368

3x4 - 449865 449865 - 594241 618263

4x4 427140 427140 427140 515733 573807 583505

5x5 406633 406633 406633 497042 510062 548991

6 a

no

s

3x2 563869 563869 563869 703837 718031 731053

3x3 - 496693 496693 - 632152 655599

3x4 - 465900 465900 - 582479 606642

4x4 444594 444594 444594 518380 556365 570155

5x5 423812 423812 423812 497080 511767 535258

7 a

no

s

3x2 579871 579871 579871 701615 711449 717534

3x3 - 511595 511595 - 630338 649886

3x4 - 480362 480362 - 583655 604641

4x4 458507 458507 458507 524794 558554 570758

5x5 438010 438010 438010 504233 517223 538444

50

323 Custo total ndash CT

O custo total foi obtido pelo COT acrescido da remuneraccedilatildeo paga ao

capital investido e ao custo da Terra (TABELA 5)

Apoacutes contabilizados todos os custos foi possiacutevel inferir que para o

volume comercial em espaccedilamentos mais adensados o custo total foi 2294

maior do que nos plantios mais espaccedilados independente da classe de

produtividade Jaacute em povoamentos onde o objetivo do plantio era a venda de

lacircminas ocorreu uma variaccedilatildeo nos custos em fator da classe de produtividade

e espaccedilamento de plantio

A venda da madeira aos 6 anos culminou em um acreacutescimo de 67 a

86 em comparaccedilatildeo com os mesmos povoamentos sendo explorados aos 5

anos Para a produccedilatildeo de lacircminas o aumento dos custos foi menos

expressivo No espaccedilamento 3x2 m em classe de produtividade baixa o

aumento foi de 34

A exploraccedilatildeo de povoamentos aos 7 anos foi 1347 a 1596 maior

em relaccedilatildeo a exploraccedilatildeo aos 5 anos e 726 a 801 para 6 anos Estes

nuacutemeros confirmam que os custos tecircm crescido proporcionalmente com o

passar do tempo

Os custos com a remuneraccedilatildeo do capital investido e pelo uso da terra

correspondem em meacutedia a 24 dos custos totais de produccedilatildeo Poreacutem a

maioria dos produtores rurais deixam de contabilizar estes custos por se tratar

do pagamento pelo uso dos bens que ele jaacute possui (capital e terra) resultando

em valores de produccedilatildeo abaixo do que realmente deve ser computado

Comparando a produccedilatildeo de paricaacute e Teca no espaccedilamento 3x2 m

utilizando a mesma metodologia de custos observa-se que o custo total para

cultivo da Teca eacute de aproximadamente R$1080309 valor muito proacuteximo ao

observado para o plantio de paricaacute (SANGUINO 2009)

51

Tabela 5 Custo Total (CT) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006

Idade Espaccedilamento

(m)

CT do volume comercial (R$ha) CT do volume de lacircminas (R$ha)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 730146 730146 730146 917076 940890 949501

3x3 - 649366 649366 - 838341 865776

3x4 - 612527 612527 - 779099 806814

4x4 586308 586308 586308 688522 755523 766713

5x5 562648 562648 562648 666957 681978 726892

6 a

no

s

3x2 782537 782537 782537 949133 966026 981526

3x3 - 702582 702582 - 863811 891718

3x4 - 665930 665930 - 804688 833447

4x4 640572 640572 640572 728395 773606 790019

5x5 615836 615836 615836 703043 720523 748483

7 a

no

s

3x2 843816 843816 843816 99343 100552 101299

3x3 - 759911 759911 - 905837 92986

3x4 - 721528 721528 - 848467 874257

4x4 694669 694669 694669 776132 81762 832618

5x5 669481 669481 669481 750864 766827 792907

52

De maneira geral os custos mais expressivos satildeo referentes agrave manutenccedilatildeo

dos plantios independente do espaccedilamento adotado (Figura 3) Isso eacute

consequecircncia do maior nuacutemero de atividades desenvolvidas durante este periacuteodo

que variam desde o controle de formigas agrave manutenccedilatildeo de estradas

Figura 3 Custos totais da produccedilatildeo de paricaacute sob diferentes espaccedilamentos na regiatildeo de Paragominas PA

Nota-se no entanto que quanto maior o espaccedilamento de plantio utilizado

maiores satildeo os custos de manutenccedilatildeo por hectare Como haacute menor quantidade de

aacutervores por hectare a presenccedila de plantas invasoras eacute mais acentuada

aumentando os custos para seu controle Em contrapartida os custos por hectare

53

com adubaccedilatildeo plantio colheita e transporte diminuem jaacute que o nuacutemero de aacutervores

na aacuterea eacute reduzido

Deve-se ressaltar ainda que estes custos podem variar de acordo com a

classe de produtividade a idade em que vatildeo ser explorados os povoamentos e os

tipos de atividades empregadas que podem variar de acordo com o produtor e a

regiatildeo

54

4 CONCLUSOtildeES

O custo operacional efetivo representou em meacutedia 65 dos custos totais de

produccedilatildeo sendo o transporte o custo individual mais expressivo em todos os

espaccedilamentos analisados Jaacute a manutenccedilatildeo foi o conjunto de atividades mais

significativo nos povoamentos devido ao nuacutemero e ao longo periacuteodo para execuccedilatildeo

das atividades

Os custos totais de produccedilatildeo foram superiores em espaccedilamentos menores

independentemente da remuneraccedilatildeo ou natildeo pelo uso dos capitais permanente e

circulante

A diferenccedila nos custos entre espaccedilamentos extremos 3x2 m e 5x5 m eacute

justificada pelo maior volume de matildeo-de-obra e insumos necessaacuterios para execuccedilatildeo

das atividades em locais com maior nuacutemero de plantas por hectare

55

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE FLORESTAS PLANTADAS ndash ABRAF Anuaacuterio Estatiacutestico da ABRAF 2013 Ano base 2012 Brasiacutelia ABRAF 2013 148p Disponiacutevel em lthttpwwwabraflororgbrestatisticasABRAF13ABRAF13BR pdfgt Acesso em 19 Ago 2013 BALLONI E A SIMOtildeES J W O espaccedilamento de plantio e suas implicaccedilotildees silviculturais IPEF Piracicaba v1 n 3 p 1-16 Set 1980 (Seacuterie Teacutecnica) CAMPOS J C C LEITE H G Mensuraccedilatildeo florestal perguntas e respostas Viccedilosa UFV 2002 407p

CARVALHO P E R Paricaacute (Schizolobium amazonicum) Colombo Embrapa Florestas 2007 8p (Circular Teacutecnica 142)

COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO ndash CONAB Custo de produccedilatildeo agriacutecola a metodologia da Conab Brasiacutelia Conab 2010 60p HOFFMANN R G Caracterizaccedilatildeo dendromeacutetrica e avaliaccedilatildeo do rendimento em laminaccedilatildeo de madeira em plantios de paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) na regiatildeo de Paragominas PA 2009 (97f) Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) ndash Universidade Federal do Espiacuterito Santo Jerocircnimo Monteiro ES 2009 IBGE Paraacute Dom Eliseu 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwibgegovbrcidadesat xtrasperfilphpcodmun =150293gt Acesso em 12 Ago 2013b IBGE Paraacute Paragominas 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwibgegovbrcidadesat xtrasperfilphpcodmun= 150550ampsearch=para|paragominasgt Acesso em 12 Ago 2013a MACEDO R L G GOMES J E VENTURIN N SALGADO B G Desenvolvimento inicial de Tectona grandis LF (teca) em diferentes espaccedilamentos no municiacutepio de Paracatu MG Cerne Lavras v 11 n 1 p 61-69 janmar 2005 MATSUNAGA M et al Metodologia de custo de produccedilatildeo utilizada pelo IEA Agricultura em Satildeo Paulo Satildeo Paulo v 23 p 123-139 1976 MORALES C A S ALBUQUERQUE J A ALMEIDA J A MARANGONI J M STAHL J CHAVES D M Qualidade do solo e produtividade de Pinus taeda no planalto catarinense Ciecircncia Florestal Vol 20 No 4 Oct-Dec 2010 pp 629-640 OLIVEIRA M L R LEITE H G NOGUEIRA G S GARCIA S L R SOUZA A L Classificaccedilatildeo da capacidade produtiva de povoamentos natildeo desbastados de clones de eucalipto Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v43 n11 p1559-1567 nov 2008 PREFEITURA MUNICIPAL DE PARAGOMINAS O lago verde Paragominas 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwparagominaspagovbrgt Acesso em 23 Maio 2013

56

PREFEITURA MUNICIPAL DE DOM ELISEU O municiacutepio Dom Eliseu 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwdomeliseupagovbrgt Acesso em 23 Maio 2013 SANGUINO A C Custos de implantaccedilatildeo e rentabilidade econocircmica de povoamentos florestais com teca no estado do Paraacute Ciecircncias Agraacuterias Beleacutem n 52 p 61-78 juldez 2009 SILVA G F GEZAN S A SOARES C P B ZANETI L Z Modeling growth and yield of Schizolobium amazonicum under different spacings International Journal of Forestry Research v 2013 (2013) 10 p SILVA K R MINETTI L J FIEDLER N C VENTUROLI F MACHADO E G B SOUZA A P Custos e rendimentos operacionais de um plantio de eucalipto em regiatildeo de cerrado Aacutervore Viccedilosa-MG v28 n3 p 361-366 2004

57

CAPIacuteTULO 2

ANAacuteLISE ECONOcircMICA DA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA DE PARICAacute

RESUMO

As exigecircncias atuais de mercado aliadas agraves alternativas de investimento expressam

a necessidade de avaliaccedilatildeo econocircmica de projetos florestais Essa avaliaccedilatildeo

contribui com a escolha da melhor estrateacutegia de produccedilatildeo a fim de tornar os

produtos florestais brasileiros competitivos no mercado externo Por isso objetivou-

se neste trabalho analisar a viabilidade econocircmica de povoamentos de paricaacute sob

diferentes espaccedilamentos aleacutem de determinar economicamente a melhor forma de

plantio para produccedilatildeo de madeira Estes povoamentos foram implantados na regiatildeo

de Paragominas PA em 2006 sob os espaccedilamentos 3x2 3x3 3x4 4x4 e 5x5 m

divididos em trecircs classes de produtividade A produccedilatildeo foi entatildeo estimada para as

idades de 5 6 e 7 anos por meio de equaccedilotildees de crescimento e produccedilatildeo Os

custos do plantio agrave colheita foram disponibilizados por produtores rurais e

empresaacuterios da regiatildeo assim como o valor de venda de lacircminas A partir da

obtenccedilatildeo dos custos e receitas fez-se a anaacutelise econocircmica dos projetos Para tanto

foram utilizados os iacutendices econocircmicos e o criteacuterio do benefiacutecio perioacutedico equivalente

(BPE) como formas de avaliaccedilatildeo considerando-se a taxa de desconto de 6 como

a taxa miacutenima de atratividade Apoacutes a anaacutelise dos iacutendices e criteacuterio de avaliaccedilatildeo

econocircmica pode-se concluir que o espaccedilamento 3x3 m em classe de produtividade

alta com corte aos 5 anos foi o mais indicado pois gera o maior retorno financeiro

Para os maiores espaccedilamentos estudos ainda devem ser desenvolvidos mas

acredita-se que eles sejam alternativas financeiras viaacuteveis

Palavras-chave Criteacuterios de avaliaccedilatildeo espaccedilamentos de plantio iacutendices

econocircmicos retorno financeiro

58

CHAPTER 2

ECONOMIC ANALYSIS OF PRODUCTION PARICAacute

ABSTRACT

The current market demands combined with investment alternatives express the

need for economic evaluation of forestry projects This assessment contributes to the

choice of the best production strategy in order to make the Brazilian forest products

competitive in foreign markets Therefore this study aimed to analyze the economic

feasibility of stands of paricaacute under different spacings and economically determine

the best planting for timber production These settlements were established in the

region of Paragominas PA in 2006 under the spacings 3x2 3x3 3x4 4x4 and 5x5

m divided into three classes productivity The production was then estimated for

ages 5 6 and 7 years through equations of growth and production Costs from

planting to harvest were provided by farmers and entrepreneurs in the region as well

as the value of sales of blades From procurement costs and revenues became the

economic analysis of projects For both economic indicators and criteria periodic

benefit equivalent (BPE) as forms of assessment considering the discount rate of 6

as the hurdle rate were used After analyzing the indexes and economic evaluation

criteria it can be concluded that the spacing 3x3 m in class high productivity with cut

to 5 years was the most suitable because it generates the greatest financial return

For the larger spacings studies have yet to be developed but it is believed that they

are viable alternatives financial

Keywords Evaluation criteria planting space economic indicators financial return

59

1 INTRODUCcedilAtildeO

A implantaccedilatildeo da lei dos incentivos fiscais na deacutecada de 60 motivou o plantio

de florestas para ampliar a base florestal do Paiacutes e captar recursos para o

desenvolvimento do setor (MELLO et al 2005) Esses estiacutemulos baseavam-se na

expansatildeo florestal desconsiderando a qualidade da madeira

Nos dias atuais diante das exigecircncias de mercado da competiccedilatildeo com

outros paiacuteses e das pressotildees relacionadas ao meio ambiente o Brasil tem investido

natildeo somente em produccedilatildeo mais tambeacutem em teacutecnicas silviculturais que contribuam

com a qualidade final dos produtos aleacutem de teacutecnicas que reduzam os custos

envolvidos no processo produtivo Essas metas tecircm sido alcanccediladas por meio do

planejamento dos investimentos

Para realizar um investimento eacute necessaacuterio primeiramente organizar

formalmente os objetivos por meio de um projeto relacionando os meios de que se

dispotildee para alcanccedilaacute-los Posteriormente deve-se analisar o mercado potencial do

produto a fim de obter informaccedilotildees sobre os retornos esperados do investimento

comparativamente agraves alternativas disponiacuteveis eou viaacuteveis Assim com o

planejamento adequado das atividades eacute possiacutevel identificar as exigecircncias atuais de

mercado os caminhos a serem seguidos para entatildeo construir um referencial futuro

o qual identificaraacute a viabilidade ou natildeo da implantaccedilatildeo do projeto ao qual o

planejamento se destina (REZENDE OLIVEIRA 2008)

Para implantaccedilatildeo de um projeto aleacutem de se conhecer o horizonte de

planejamento que eacute o periacuteodo estimado durante o qual o empreendimento em

anaacutelise iraacute operar faz-se necessaacuterios tambeacutem testar a sua viabilidade teacutecnica

econocircmica financeira social ambiental e poliacutetica O teste da viabilidade econocircmica

eacute considerado o mais importante entre os paracircmetros de avaliaccedilatildeo pois consiste em

verificar se no projeto as receitas superam os custos Caso isso natildeo ocorra diz-se

que o projeto eacute insustentaacutevel desde a sua implantaccedilatildeo (FARO 1979 CHICHORRO

et al 2010)

Na avaliaccedilatildeo econocircmica para decisatildeo de que o projeto deve ou natildeo ser

implementado satildeo usadas teacutecnicas e criteacuterios de anaacutelise que comparam os custos e

as receitas inerentes ao projeto A anaacutelise de projetos consiste entatildeo na verificaccedilatildeo

60

de que determinada atividade eacute lucrativa ou natildeo considerando-se um horizonte de

planejamento (REZENDE OLIVEIRA 2008)

Existem vaacuterios meacutetodos de seleccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de projetos de

investimentos Geralmente recorre-se a meacutetodos que consideram principalmente as

atividades a serem executadas os periacuteodos de execuccedilatildeo e seus respectivos custos

os produtos e o periacuteodo de tempo que levaratildeo para serem produzidos seus preccedilos

e receitas ou seja o fluxo de caixa (CHICHORRO et al 2010)

Os meacutetodos de avaliaccedilatildeo econocircmica podem entatildeo ser divididos em dois

grupos principais O primeiro grupo compreende aqueles em que natildeo se considera a

variaccedilatildeo do capital no tempo sendo indicados para horizontes de planejamentos

muito curtos onde natildeo haacute inflaccedilatildeo Jaacute o segundo grupo considera a variaccedilatildeo do

capital no tempo podendo-se citar o valor presente liacutequido (VPL) e o benefiacutecio

perioacutedico equivalente (BPE) como exemplos (SILVA et al 2005)

A variaccedilatildeo do capital ocorre devido agrave remuneraccedilatildeo paga ao seu uso por

determinado tempo ou seja os juros Assim no final do prazo estipulado natildeo

haveraacute somente a quantia emprestada mais tambeacutem um acreacutescimo que

corresponde ao custo de oportunidade do uso do capital durante o periacuteodo de

empreacutestimo O valor a ser pago no final do periacuteodo dependeraacute da taxa de juros

correspondente a unidade de tempo considerada A Conab utiliza o percentual de

6 ao ano como a taxa de retorno para a remuneraccedilatildeo dos investimentos feitos pelo

produtor como se o capital fosse aplicado em outro investimento alternativo

(OLIVEIRA REZENDE 2004 CONAB 2010)

Tendo em vista este contexto objetivou-se neste trabalho analisar a

viabilidade econocircmica de povoamentos de paricaacute sob diferentes espaccedilamentos e

determinar economicamente o melhor espaccedilamento de plantio para produccedilatildeo de

madeira

61

2 MATERIAL E MEacuteTODOS

21 OBTENCcedilAtildeO DAS RECEITAS

A partir da estimativa dos volumes comercial (VTHA msup3ha) e de lacircminas

(VCHA m3ha) nos diferentes espaccedilamentos de plantio em diferentes

idades e classes produtivas tal como proposto no capiacutetulo 1 foram contraiacutedas as

receitas Os volumes comercial e de lacircminas estimados foram multiplicados pelo valor

meacutedio de venda disponiacutevel no boletim informativo de preccedilos disponibilizado pela

Coordenadoria Executiva da Administraccedilatildeo Tributaacuteria ndash CERAT do Estado do Paraacute

2013 Obteve-se assim a receita para cada espaccedilamento analisado

22 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS

Como se trata de projetos de investimento com a finalidade de obtenccedilatildeo de

madeira foram propostos trecircs horizontes de planejamento para os povoamentos de

paricaacute Esses horizontes se referiram ao periacuteodo de tempo que estes projetos foram

avaliados correspondendo a 5 6 e 7 anos entre a implantaccedilatildeo e colheita

Sabendo-se que eacute necessaacuterio reajustar os valores investidos durante o

periacuteodo de execuccedilatildeo do projeto utilizou-se uma taxa de desconto de 6 ao ano

como forma de remuneraccedilatildeo do capital investido considerando a caderneta de

poupanccedila como sendo o melhor investimento alternativo (OLIVEIRA REZENDE

2004) A inflaccedilatildeo identificada no periacuteodo foi obtida por meio do uso do Iacutendice Geral

de Preccedilos - Disponibilidade Interna (IGP-DI) o qual mede a variaccedilatildeo de preccedilos no

mercado A descapitalizaccedilatildeo foi realizada de acordo com a metodologia descrita no

capiacutetulo 1

Para anaacutelise da viabilidade econocircmica do projeto identificaram-se as

variaccedilotildees do capital no tempo Assim em relaccedilatildeo agrave classificaccedilatildeo do projeto de

investimento este foi considerado convencional ou seja ocorreu apenas uma

mudanccedila de sinal em seu fluxo de caixa satisfazendo as seguintes condiccedilotildees

62

119862119900 lt 0

119883119895 le 0 119901119886119903119886 119895 = 1 hellip 119896

119883119895 ge 0 119901119886119903119886 119895 = 119896 + 1 hellip 119899 119890

sum 119883119895

119899

119895=119896+1

gt sum 119883119895

119896

119895=0

Em que

Co = custo inicial (R$)

k = periacuteodo de tempo a partir do qual as receitas passaram a ser positivas

Xj = receita liacutequida de cada periacuteodo j e

n = duraccedilatildeo do projeto (anos)

Depois de identificado o tipo de projeto e tendo todos os custos jaacute calculados

no capiacutetulo 1 procedeu-se a anaacutelise econocircmica dos projetos por meio da avaliaccedilatildeo

dos iacutendices econocircmicos e do benefiacutecio perioacutedico equivalente (BPE)

23 IacuteNDICES ECONOcircMICOS DA PRODUCcedilAtildeO

Para verificar a rentabilidade do sistema produtivo os seguintes iacutendices

econocircmicos de produccedilatildeo foram utilizados

a) Renda bruta (RB)

119877119861 = 119876 times P Eq1

b) Margem bruta (MB)

119872119861 = 119877119861 minus 119862119874119864 Eq 2

c) Margem liacutequida (ML)

119872119871 = 119877119861 minus 119862119874119879 Eq 3

d) Lucro (L)

119871 = 119877119861 minus 119862119879 Eq 4

63

e) Lucratividade (Lc)

119871119888 =119871

119877119861 Eq 5

f) Iacutendice de rentabilidade (IR)

119868119877 =119872119871

119862 Eq 6

Em que

119877119861 = renda bruta (R$)

119876 = quantidade de produto vendido (un)

119875 = preccedilo unitaacuterio dos produtos (R$)

119872119861 = margem bruta (R$)

119862119874119864 = custo operacional efetivo (R$)

119872119871 = margem liacutequida (R$)

119862119874119879 = custo operacional total (R$)

119871 = lucro (R$)

119862119879 = custo total (R$)

119871119888 = lucratividade ()

119868119877 = iacutendice de rentabilidade () e

119862 = capital empatado (R$) referente ao somatoacuterio do custo fixo e circulante meacutedio

podendo-se considerar ou natildeo o custo da terra

24 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DOS PROJETOS

241 Benefiacutecio perioacutedico equivalente (BPE)

Para avaliaccedilatildeo da viabilidade econocircmica por meio do BPE a seguinte

foacutermula foi utilizada

119861119875119864 =119881119875119871[(1 + 119894)119905](1 + 119894)119899119905

(1 + 119894)119899119905 minus 1 Eq 7

64

Em que

n = duraccedilatildeo do projeto (anos)

t = nuacutemero de periacuteodos de capitalizaccedilatildeo

i = taxa de desconto e

VPL = valor presente liacutequido

O VPL foi obtido pela foacutermula

119881119875119871 = sum 119877119895

119899

119895=0

(1 + 119894)minus119895 minus sum 119862119895

119899

119895=0

(1 + 119894)minus119895

Eq 8

Em que

i = taxa de desconto (juros)

j = periacuteodo em que a receita ou o custo ocorreram

n = duraccedilatildeo do projeto (anos)

Rj = receita no final do ano j ou do periacuteodo de tempo e

Cj = custo no final do ano j ou do periacuteodo de tempo considerado

O BPE permite a comparaccedilatildeo de projetos com diferentes horizontes de

planejamento pois os custos jaacute estatildeo distribuiacutedos por unidade de tempo estando

impliacutecitas as diferenccedilas de horizontes Como o desconto dos fluxos de caixa foi

estimado a partir da ldquodata presenterdquo ou seja no periacuteodo de implantaccedilatildeo do projeto

estes foram comparados quando as consequecircncias monetaacuterias estavam em um

ponto comum do tempo

65

3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

31 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA VENDA DE MADEIRA EM PEacute

A renda bruta foi estimada por meio da multiplicaccedilatildeo do volume comercial e

comercial por hectare e o preccedilo pago por cada unidade agrave qual se admitiu um valor

miacutenimo de R$5370 msup3 para venda de ldquomadeira em peacuterdquo ou seja madeira natildeo

explorada e R$45156 msup3 a venda de lacircminas de paricaacute

Identicamente aos custos as receitas foram deflacionadas e

descapitalizadas para o ano 0 a fim de possibilitar a comparaccedilatildeo entre os valores

gastos e recebidos com essa praacutetica de produccedilatildeo A renda bruta obtida com a venda

de madeira de paricaacute pode ser observada na Tabela 1

Tabela 1 Renda bruta (RB) obtida com a produccedilatildeo de madeira de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA sem considerar o custo de laminaccedilatildeo

Idade Espaccedil

(m)

VTHA (R$ha) VCHA (R$ha)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 379731 433109 452408 1109193 1349221 1557365

3x3 - 362619 424113 - 1212472 1509318

3x4 - 311840 373961 - 1077399 1379067

4x4 166887 317064 342144 550865 1122453 1272564

5x5 172002 205671 306342 627806 811406 1226000

6 a

no

s

3x2 355004 394611 431419 1056449 1261369 1508350

3x3 - 341749 408022 - 1163130 1470243

3x4 - 288386 356682 - 1020754 1335360

4x4 167940 274794 313771 556167 1012394 1196711

5x5 166477 207478 273875 613368 817994 1133134

7 a

no

s

3x2 334925 365156 383863 1012137 1191106 1382874

3x3 - 325700 385794 - 1122613 1410651

3x4 - 278203 342718 - 993941 1296571

4x4 164441 268225 305743 547531 994496 1174049

5x5 164242 204174 269414 607295 808354 1119474

Em que Espaccedil = espaccedilamento (m) VTHA = volume comercial por hectare (msup3ha) e VCHA = volume de lacircminas por hectare (msup3ha)

66

A ausecircncia de valores na classe de produtividade baixa nos espaccedilamentos

3x3 e 3x4 m eacute proveniente da inesistecircncia de povoamentos nestas condiccedilotildees de

terreno Como se tratam de plantios independentes a falta de informaccedilotildees nestes

ambientes natildeo prejudicamalteram os resultados nas outras aacutereas em estudo

Observando a Tabela 1 eacute perceptiacutevel a diferenccedila entre a renda bruta obtida

com a venda de madeira em peacute e a explorada Para siacutetios de baixa produtividade e

com corte aos 5 anos a diferenccedila entre a venda de lacircminas e madeira em peacute foi de

aproximadamente R$729000 Esta diferenccedila ocorreu porque o custo de laminaccedilatildeo

natildeo foi contabilizado por falta de informaccedilotildees sobre o processo produtivo

Natildeo existem estudos que indiquem os custos reais de laminaccedilatildeo de paricaacute

proveniente de reflorestamento e quais as atividades necessaacuterias para transformar o

torete de madeira em lacircminas de forma eficiente e com boa qualidade

A renda resultante da venda de ldquomadeira em peacuterdquo em espaccedilamentos

menores como o 3x2 m superam os mais espaccedilados como o 4x4 e 5x5 m com

receita duas vezes maior quando comparados os espaccedilamentos 3x2 e 5x5 m Esta

tendecircncia ocorre entre classes de produtividade e tambeacutem entre idades distintas

Com o aumento da idade de corte houve diminuiccedilatildeo nas receitas em todos

os espaccedilamentos pois o volume de madeira foi reduzido Isso ocorre como jaacute citado

anteriormente provavelmente devido ao autodesbaste das plantas caracteriacutestico da

espeacutecie Entretanto os custos tambeacutem sofreram reduccedilatildeo devido ao menor nuacutemero

de plantas por hectare e esta relaccedilatildeo deve ser analisada

O comportamento da renda bruta em relaccedilatildeo a madeira explorada segue a

mesma tendecircncia citada acima ou seja o menor espaccedilamento no melhor siacutetio

produtivo aos 5 anos eacute o que indica ser o mais viaacutevel Todavia deve-se interagir

custos e receitas para se inferir sobre o espaccedilamento mais adequado para se obter

a maior lucratividade

Na Tabela 2 eacute possiacutevel observar os iacutendices em siacutetios com classe de

produtividade baixa para a venda de lacircminas de paricaacute

67

Tabela 2 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute para venda preacute-corte em classe de produtividade baixa (17 ndash 19 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

5 a

no

s

MB -121915 - - -221422 -197665

ML -172080 - - -260253 -234631

L -256915 - - -325921 -297147

L (t) -350415 - - -419421 -390647

Luc -068 - - -195 -173

Lucr (t) -092 - - -251 -227

IR -047 - - -085 -079

IR (t) -038 - - -065 -060

6 a

no

s

MB -157604 - - -236236 -218806

ML -208865 - - -276654 -257335

L -316133 - - -361232 -337959

L (t) -427533 - - -472632 -449359

Luc -089 - - -215 -203

Lucr (t) -120 - - -281 -270

IR -056 - - -088 -084

IR (t) -043 - - -065 -062

7 a

no

s

MB -192230 - - -244377 -225943

ML -244145 - - -285258 -264961

L -376891 - - -388205 -363216

L (t) -508091 - - -519405 -494416

Luc -113 - - -236 -221

Lucr (t) -152 - - -316 -301

IR -065 - - -090 -086

IR (t) -048 - - -064 -060

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

Na Tabela 2 eacute possiacutevel observar que sob as condiccedilotildees analisadas nenhum

espaccedilamento eacute viaacutevel economicamente Jaacute o comportamento dos iacutendices financeiros

em classe de produtividade meacutedia pode ser observado na Tabela 3

68

Tabela 3 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute para venda preacute-corte em classe de produtividade meacutedia (19 ndash 21 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

5 a

no

s

MB -68537 -75377 -97128 -71245 -163995

ML -118702 -119176 -138025 -110076 -200962

L -203537 -193247 -207187 -175744 -263477

L (t) -297037 -286747 -300687 -269244 -356977

Luc -047 -053 -066 -055 -128

Lucr (t) -069 -079 -096 -085 -174

IR -033 -036 -043 -036 -067

IR (t) -026 -028 -034 -027 -051

6 a

no

s

MB -117998 -109790 -135159 -129382 -177806

ML -169258 -154944 -177514 -169800 -216334

L -276527 -249433 -266145 -254378 -296958

L (t) -387927 -360833 -377545 -365778 -408358

Luc -070 -073 -092 -093 -143

Lucr (t) -098 -106 -131 -133 -197

IR -046 -046 -055 -054 -071

IR (t) -035 -034 -041 -040 -052

7 a

no

s

MB -161999 -131381 -150483 -140593 -186011

ML -213914 -177089 -193352 -181475 -225030

L -346659 -292189 -301302 -284422 -323284

L (t) -477859 -423389 -432502 -415622 -454484

Luc -095 -090 -108 -106 -158

Lucr (t) -131 -130 -155 -155 -223

IR -057 -052 -059 -057 -073

IR (t) -042 -037 -042 -040 -051

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

Os prejuiacutezos obtidos nestas condiccedilotildees do terreno satildeo menores quando

comparados com siacutetios de produtividade baixa O mesmo comportamento tambeacutem

foi observado para siacutetios de classe de produtividade alta como indicado na Tabela

4

69

Tabela 4 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute pra venda preacute-corte em classe de produtividade alta (21 ndash 24 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

5 a

no

s

MB -49238 -13882 -35007 -46165 -63324

ML -99403 -57682 -75904 -84996 -100291

L -184238 -131752 -145066 -150664 -162806

L (t) -277738 -225252 -238566 -244164 -256306

Luc -041 -031 -039 -044 -053

Lucr (t) -061 -053 -064 -071 -084

IR -027 -017 -024 -028 -034

IR (t) -022 -014 -018 -021 -026

6 a

no

s

MB -81189 -43517 -66863 -90406 -111408

ML -132450 -88671 -109217 -130823 -149937

L -239718 -183160 -197848 -215401 -230561

L (t) -351118 -294560 -309248 -326801 -341961

Luc -056 -045 -055 -069 -084

Lucr (t) -081 -072 -087 -104 -125

IR -036 -026 -034 -041 -049

IR (t) -028 -020 -025 -031 -036

7 a

no

s

MB -143292 -71287 -85969 -103075 -120771

ML -195207 -116995 -128837 -143956 -159790

L -327953 -232094 -236787 -246903 -258044

L (t) -459153 -363294 -367987 -378103 -389244

Luc -085 -060 -069 -081 -096

Lucr (t) -120 -094 -107 -124 -144

IR -052 -034 -039 -045 -052

IR (t) -038 -025 -028 -032 -036

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

A inviabilidade econocircmica observada nas trecircs condiccedilotildees produtivas podem

ter sido provenientes do baixo valor de mercado praticado na regiatildeo

Apoacutes o pagamento de todos os desembolsos efetivos restou o deacutebito de R$-

13882 para o espaccedilamento 3x3 m Esta quantia jaacute pode ser considerada como

70

prejuiacutezo do investimento mesmo sem ser contabilizados o pagamento da matildeo de

obra familiar (administraccedilatildeo) e os custos de oportunidade do capital

O menor valor resultante para o espaccedilamento 5x5 m se deve ao fato de

existirem atividades iguais aos outros espaccedilamentos que estatildeo sendo executas em

tempo maior que dos outros povoamentos aumentando assim o custo de produccedilatildeo

Jaacute os resultados encontrados para o espaccedilamento 3x3 m em classe de

produtividade alta satildeo atribuiacutedos agrave eficiecircncia das operaccedilotildees de manutenccedilatildeo dos

plantios principalmente pelo controle de plantas daninhas

Depois do pagamento de todos os desembolsos efetivos foi admitida a

remuneraccedilatildeo da matildeo de obra familiar em virtude da administraccedilatildeo das aacutereas de

plantio sendo proporcional aos custos de produccedilatildeo de paricaacute A margem liacutequida

negativa indica que o empreendimento eacute economicamente inviaacutevel O valor admitido

por este iacutendice se positivo natildeo seria o lucro gerado pois ainda natildeo foi descontado

o custo de oportunidade do capital investido

Para todos os povoamentos analisados houve lucro negativo principalmente

quando foi considerada a remuneraccedilatildeo pelo uso da terra Isso significa que o

investimento natildeo foi atrativo financeiramente Este resultado natildeo eacute interessante

economicamente ao produtor e pode trazer consequecircncias ainda piores como falta

de incentivo agrave produccedilatildeo falta de demanda para venda da madeira em idade de corte

e preccedilos ainda menores do que os praticados

Considerando-se o pagamento pelo uso da terra o prejuiacutezo obtido pelo

plantio de paricaacute variou entre 53 e 316 sendo maior quando mais amplo o

espaccedilamento de plantio Desconsiderando o pagamento pelo uso da terra o

prejuiacutezo se tornou menor estando entre 31 e 236

Este iacutendice representa a capacidade da atividade de transformar

investimento em margem liacutequida Assim desconsiderando o pagamento pelo uso da

terra tem-se que para cada real investido obteve-se entre R$-090 e R$-017 de

margem liacutequida sendo mais atrativo o espaccedilamento 3x3 m em classe de

produtividade alta Considerando o custo da terra o valor foi de R$-065 a R$-014

sendo melhor nos menores espaccedilamento de plantio

Deve-se salientar novamente que o valor do msup3 de madeira utilizado nesta

pesquisa eacute proveniente do preccedilo meacutedio praticado pelo CERAT ndash PA Valores

superiores a este encontrados na regiatildeo podem alterar estes resultados tornando

estes povoamentos atrativos financeiramente (quando superiores a R$10000 msup3)

71

32 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA LAMINADA

O comportamento observado foi semelhante ao da madeira vendida em peacute

ou seja os iacutendices financeiros apontaram que a viabilidade econocircmica aos 5 anos

foi superior agraves outras idades de exploraccedilatildeo (Tabela 5)

Tabela 5 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de baixa produtividade (17 ndash 19 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

5 a

no

s

MB 460255 - - 82016 175950

ML 395361 - - 35131 130764

L 285617 - - -44157 54349

L (t) 192117 - - -137657 -39151

Luc 026 - - -008 009

Lucr (t) 017 - - -025 -006

IR 090 - - 010 039

IR (t) 074 - - 008 030

6 a

no

s

MB 416597 - - 84912 161477

ML 352612 - - 37786 116288

L 218717 - - -60828 21725

L (t) 107317 - - -172228 -89675

Luc 021 - - -011 004

Lucr (t) 010 - - -031 -015

IR 081 - - 011 034

IR (t) 065 - - 008 026

7 a

no

s

MB 374305 - - 138713 217110

ML 322390 - - 97831 178092

L 161775 - - -5115 79837

L (t) 30575 - - -136315 -51363

Luc 016 - - -001 013

Lucr (t) 003 - - -025 -008

IR 075 - - 031 058

IR (t) 057 - - 022 041

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

72

Os iacutendices econocircmicos para as classes de produtividade meacutedia e alta

encontram-se nas Tabelas 6 e 7

Tabela 6 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de meacutedia produtividade (19 ndash 21 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

5 a

no

s

MB 681518 625573 537181 600811 347713

ML 614747 566883 483159 548647 301344

L 501830 467631 391801 460430 222928

L (t) 408330 374131 298301 366930 129428

Luc 037 039 036 041 027

Lucr (t) 030 031 028 033 016

IR 137 139 126 147 087

IR (t) 114 113 101 117 069

6 a

no

s

MB 608614 588446 491228 506607 352752

ML 543338 530977 438275 456029 306227

L 406743 410719 327467 350188 208871

L (t) 295343 299319 216067 238788 97471

Luc 032 035 032 035 026

Lucr (t) 023 026 021 024 012

IR 124 133 116 125 089

IR (t) 099 104 090 095 067

7 a

no

s

MB 544335 665533 565255 585678 418169

ML 492420 619825 522386 544796 379151

L 329553 504725 414437 441850 280896

L (t) 198353 373525 283237 310650 149696

Luc 028 045 042 044 035

Lucr (t) 017 033 028 031 019

IR 113 181 159 171 123

IR (t) 087 131 114 121 086

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

73

Tabela 7 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de alta produtividade (21 ndash 24 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5 5

an

os

MB 882878 900802 817010 742105 726917

ML 815429 839950 760805 689059 677009

L 701365 737042 665754 599351 592608

L (t) 607865 643542 572254 505851 499108

Luc 045 049 048 047 048

Lucr (t) 039 043 041 040 041

IR 181 201 193 182 187

IR (t) 150 164 156 146 148

6 a

no

s

MB 843757 874244 783868 678388 646537

ML 777297 814644 728718 626556 597877

L 638225 689925 613313 518092 496052

L (t) 526825 578525 501913 406692 384652

Luc 042 047 046 043 044

Lucr (t) 035 039 038 034 034

IR 174 198 187 168 168

IR (t) 140 156 146 129 128

7 a

no

s

MB 730571 953571 867885 765231 729289

ML 678656 907863 825016 724350 690271

L 514396 792763 717066 621403 592016

L (t) 383196 661563 585866 490203 460816

Luc 037 056 055 053 053

Lucr (t) 028 047 045 042 041

IR 154 266 252 228 224

IR (t) 119 192 180 161 157

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

Contrariamente agrave preacute-colheita a venda de madeira de paricaacute poacutes-colheita

tem demonstrado viabilidade economica para as idade classe de produtividade e

espaccedilamento analisados como observados nos iacutendices a seguir

Apoacutes o pagamento de todos os custos efetivos notou-se uma vantagem no

uso de espaccedilamentos mais adensados Nestes ambientes a margem bruta foi por

74

vezes maior que 40 em relaccedilatildeo aos maiores espaccedilamentos Poreacutem restam ainda

o pagamento pela administraccedilatildeo e uso do capital No entanto verificou-se que a

maioria dos projetos avaliados foram viaacuteveis economicamente pois se obteve

resultados positivos para a madeira laminada

A matildeo-de-obra familiar foi remunerada mantendo-se o montante positivo

Este montante foi utilizado posteriormente como forma de pagamento pelo custo de

oportunidade do capital Observa-se que este iacutendice manteve a tendecircncia de

comportamento semelhante agrave margem bruta exprimindo a viabilidade dos projetos

Lucro negativo soacute foi observado em espaccedilamentos amplos como o 4x4 e

5x5 m em classe de produtividade baixa em todos os anos analisados Isso

significa que o custo de oportunidade do uso do capital natildeo estaacute sendo remunerado

O resultado encontrado eacute consequecircncia de volume insuficiente de lacircminas

para o pagamento do processo produtivo Vale salientar que o processo de

laminaccedilatildeo natildeo foi quantificado

O intervalo de lucratividade sem considerar o pagamento pelo uso da terra

variou de -31 agrave 56 ou seja existem povoamentos que em certas condiccedilotildees

foram inviaacuteveis economicamente como eacute o caso dos espaccedilamentos 4x4 e 5x5 m

em classe de produtividade baixa com exploraccedilatildeo aos 5 anos Outros povoamentos

ao contraacuterio possuem lucratividade de 56 Como exemplo pode-se citar o 3x3 m

aos 7 anos em classe de produtividade alta

Quando se considera o pagamento pelo uso da terra a mesma tendecircncia foi

observada poreacutem a lucratividade foi menor

A capacidade da atividade em transformar o investimento em margem

liacutequida variou entre R$034 e R$266 sendo mais atrativo o espaccedilamento 3x3 m

Considerando o custo da terra o valor corresponde entre R$008 e R$192 sendo

melhor quanto menor o espaccedilamento de plantio

Considerando os valores obtidos nas Tabelas 5 6 e 7 foi possiacutevel inferir

sobre os custos maacuteximos que poderiam ser destinados agrave laminaccedilatildeo para que todas

as despesas fossem pagas obtendo lucratividade zero Na Tabela 8 eacute indicado

quais satildeo estes valores

75

Tabela 8 Valores maacuteximos a serem pagos pela laminaccedilatildeo (R$msup3)

Idade Classe produtiva (m) Espaccedilamentos (m)

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5 5

ano

s Baixa 1184 - - -1930 -533

Meacutedia 2206 2414 2238 2708 1472

Alta 3144 3550 3580 3459 3812

6 a

no

s Baixa 707 - - -2400 -1260

Meacutedia 1751 2049 1753 2033 1099

Alta 2857 3317 3292 3033 3286

7 a

no

s Baixa 131 - - -3253 -2045

Meacutedia 1189 1557 1223 1543 476

Alta 2255 2916 2883 2613 2836

Estas informaccedilotildees satildeo valores meacutedios dos espaccedilamentos para cada classe

de produtividade e idade Como pressupotildee-se que em siacutetio de melhor qualidade haacute

maior renda eacute possiacutevel o pagamento de um valor substancialmente maior do que

em classe de produtividade meacutedia Observa-se ainda a inviabilidade da praacutetica de

laminaccedilatildeo em classe de produtividade baixa independente da idade de corte pois a

receita foi menor que os custos mesmo sem a laminaccedilatildeo Essa consideraccedilatildeo

reforccedila os argumentos de suporte sobre os menores espaccedilamentos serem os mais

apropriados para o plantio de paricaacute

33 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA

331 Benefiacutecio perioacutedico equivalente ndash BPE

Para a taxa de 6 aa em povoamentos natildeo explorados o BPE obtido

variou entre R$-24042 e R$-8005 para os espaccedilamentos 4x4 e 3x3 m

respectivamente (Tabela 9) Isso indica que o espaccedilamento 3x3 m na classe de

produtividade alta com corte aos 5 anos eacute o que resultou no menor prejuiacutezo

financeiro sob estas condiccedilotildees analisadas Jaacute o 4x4 m em classe de produtividade

baixa com corte aos 7 anos foi a pior escolha de investimento

76

Tabela 9 BPE de plantios de paricaacute situados na regiatildeo de Paragominas PA

Idade Espaccedil

(m)

BPE (VTHA) BPE (VCHA)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 -15515 -12312 -11154 17037 30010 41982

3x3 - -11695 -8005 - 27958 44123

3x4 - -12531 -8804 - 23408 39845

4x4 -19655 -10645 -9140 -2749 27526 35861

5x5 -17929 -15909 -9868 3161 13276 35456

6 a

no

s

3x2 -19068 -16692 -14483 13023 24305 38193

3x3 - -15066 -11090 - 24543 41296

3x4 - -16069 -11971 - 19548 36699

4x4 -21774 -15363 -13024 -3750 20911 30986

5x5 -20378 -17917 -13934 1204 12432 29663

7 a

no

s

3x2 -22761 -20948 -19825 8894 18907 29965

3x3 - -18281 -14675 - 20779 36619

3x4 - -18827 -14957 - 16500 33111

4x4 -24042 -17815 -15564 -5944 18385 28258

5x5 -22542 -20146 -16232 -842 10264 27366

Em que Espaccedil = espaccedilamento (m) BPE (VTHA) = benefiacutecio perioacutedico equivalente para venda de madeira em peacute e BPE (VCHA) = benefiacutecio perioacutedico equivalente para venda de madeira laminada

A mesma tendecircncia foi observada em povoamentos explorados em que o

BPE variou entre R$-5944 e R$44123 sendo o espaccedilamento 3x3 m a melhor

opccedilatildeo de investimento O mesmo resultado foi obtido por Pavan et al (2010) com

plantios de eucalipto no Rio Grande do Sul para laminaccedilatildeo

Caso ocorressem mudanccedilas na taxa de desconto estas contribuiriam para o

aumento ou reduccedilatildeo dos lucros do plantio Segundo Soares et al (2003) aumentos

na taxa de desconto afetam significativamente o VPL e consequentemente o BPE

indicando que quanto menor a taxa de desconto utilizada maior seraacute a lucratividade

do projeto

A partir da anaacutelise econocircmica dos diferentes sistemas de plantio pode-se

inferir que o motivo pelo qual a classe de produtividade baixa resultou em uma das

piores alternativas financeiras estaacute relacionado ao autodesbaste das plantas neste

ambiente Como estas aacutereas dispotildeem de menores recursos eacute possiacutevel que tenha

77

ocorrido uma expressiva mortalidade de plantas devido agrave concorrecircncia por luz e

nutrientes do solo

Todos os espaccedilamentos de plantio podem ser alternativas viaacuteveis que

poderatildeo contribuir de maneira mais significativa na medida em que alcancem sua

capacidade maacutexima de incremento Isso eacute obtido com a diferenciaccedilatildeo entre os

horizontes de planejamento que natildeo podem ser idecircnticos para todos os

espaccedilamentos de plantio haja vista que as aacutervores se comportam de maneiras

diferentes nestes espaccedilamentoss devido agrave disponibilidade de recursos

Esta afirmaccedilatildeo jaacute foi comprovada em estudos realizados por Cordeiro et al

(2009) em que foi constatado que o sistema de produccedilatildeo do paricaacute em cultivo puro

sob o espaccedilamento 4x3 m nos quatro primeiros anos de cultivo natildeo apresentaram

viabilidade econocircmica sugerindo a necessidade de maior horizonte de

planejamento

78

4 CONCLUSOtildeES

O monocultivo de paricaacute em qualquer um dos espaccedilamentos analisados foi

considerado inviaacutevel por todos os criteacuterios utilizados nesta anaacutelise econocircmica

quando se objetivou a venda da madeira sem exploraccedilatildeo Essa resposta estaacute

associada ao baixo valor de mercado ao qual a espeacutecie estaacute subordinada

A exploraccedilatildeo de madeira mesmo sendo um processo trabalhoso e

dispendioso eacute uma alternativa para se obter valores positivos com a produccedilatildeo de

paricaacute

Observando os custos e receitas oriundos de plantios de paricaacute pode-se

afirmar que espaccedilamentos mais amplos em classe de produtividade baixa satildeo

insuficientes para remunerar o processo de laminaccedilatildeo

O maior retorno financeiro foi obtido em povoamentos de paricaacute implantados

em classe de produtividade alta sob o espaccedilamento 3x3 m com exploraccedilatildeo aos 5

anos

79

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

CHICHORRO J F BAUER M O ANDRADE W S SILVA G F SANTOS F R SILVA J L NOGUEIRA M A Avaliaccedilatildeo econocircmica de projetos florestais In CHICHORRO J F BAUER M O GARCIA G O CALDEIRA M V W Toacutepicos especiais em ciecircncias florestais 1 ed Visconde do Rio Branco Suprema 2010 v 1 p 231-260 COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO ndash CONAB Custo de produccedilatildeo agriacutecola a metodologia da Conab Brasiacutelia Conab 2010 60p COORDENADORIA EXECUTIVA DA ADMINISTRACcedilAtildeO TRIBUTAacuteRIA ndash CERAT Boletim informativo de preccedilos Paraacute 2013 22p CORDEIRO I M C C SANTANA A C LAMEIRA O A SILVA I M Anaacutelise econocircmica dos sistemas de cultivo com Schizolobium parahyba var amazonicum (Huber ex Ducke) Barneby (Paricaacute) E Ananas comosus var erectifolius (L B Smith) Coppus amp Leal (Curauaacute) no municiacutepio de Aurora do Paraacute (PA) Brasil Facultad Agronomiacutea (LUZ) 2009 26 243-265 FARO C Elementos de engenharia econocircmica 3ed Satildeo Paulo Atlas 1979 328p MELLO A A CARNIERI C ARCE J E SANQUETTA C R Planejamento florestal visando agrave maximizaccedilatildeo dos lucros e a manutenccedilatildeo do estoque de carbono Cerne Lavras v 11 n 3 p 205-217 julset 2005 OLIVEIRA A D REZENDE J L P Economia Florestal Lavras UFLAFAEPE 2004 101p PAVAN J A ALVES T W SOUZA M A Viabilidade Econocircmica da Produccedilatildeo de Eucaliptos no Rio Grande do Sul Associaccedilatildeo Brasileira de Custos vol 5 n 1 78-109 JanAbr 2010 REZENDE J L P OLIVEIRA A D Anaacutelise econocircmica e social de projetos florestais Viccedilosa MG UFV 2001 389 p SILVA M L JACOVINE L A G VALVERDE S R Economia Florestal 2 ed Viccedilosa UFV 2005 178p SOARES T S CARVALHO R M M A VALE A B Avaliaccedilatildeo econocircmica de um povoamento de Eucalyptus grandis destinado a multiprodutos Aacutervore Viccedilosa-MG v27 n5 p689-694 2003

80

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A partir das condiccedilotildees estabelecidas notou-se o efeito dos espaccedilamentos

de plantio na viabilidade econocircmica dos povoamentos de paricaacute

Em relaccedilatildeo aos custos de produccedilatildeo eles devem ser separados por

atividades sendo elas preparo da aacuterea plantio adubaccedilatildeo manutenccedilatildeo colheita e

transporte laminaccedilatildeo custo de administraccedilatildeo remuneraccedilatildeo do capital investido

Dentro de cada atividade alguns custos podem sofrer a influecircncia do

nuacutemero de plantas por hectare Como exemplo pode-se citar o nuacutemero de diaacuterias

necessaacuterias para alinhamento coveamento e plantio das mudas aleacutem da

quantidade de adubo necessaacuterio para adubaccedilatildeo de cova

O maior nuacutemero de operaccedilotildees ocorre no periacuteodo de manutenccedilatildeo dos

plantios poreacutem nenhuma delas foi considerada dispendiosa Os maiores custos

individuais foram do transporte de madeira do povoamento ateacute a induacutestria em

todos os espaccedilamentos analisados devido agraves condiccedilotildees de traacutefego nas estradas

A relaccedilatildeo entre volume comercial volume laminado e os custos de

produccedilatildeo determinam entatildeo a viabilidade dos plantios sendo o espaccedilamento mais

viaacutevel aquele que consegue absorver esta relaccedilatildeo de maneira mais eficiente

Entretanto estudos ainda devem ser desenvolvidos para averiguar a relaccedilatildeo entre a

espeacutecie e os espaccedilamentos de plantio

Page 14: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE …III. Andrade, Wendel Sandro de Paula. IV. ... À Universidade Federal do Espírito Santo e à CAPES, pela estrutura e apoio

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para muacuteltiplos usos tornando crescente a demanda industrial por madeira de

lacircminas e compensados para a qual a espeacutecie eacute utilizada (MARQUES et al 2006)

Os primeiros registros com o plantio de paricaacute no Estado do Paraacute constam

da deacutecada de 1950 os quais tinham o objetivo de preservar a caracteriacutestica da

floresta amazocircnica em espaccedilos puacuteblicos e de fomentar estudos sobre o

comportamento e caracteriacutesticas das espeacutecies plantadas (MARQUES et al 2006)

Desde entatildeo muitos plantios foram registrados no Paraacute e em toda regiatildeo

amazocircnica e vaacuterios estudos foram desenvolvidos podendo-se destacar Hoffmann

(2009) Vidaurre et al (2012) Santos (2012) e Corteletti (2013) que trabalharam

com povoamentos de paricaacute localizados entre os municiacutepios de Dom Elizeu e

Paragominas estado do Paraacute Estes estudos comprovaram o alto potencial de

produccedilatildeo madeireira do paricaacute e servem como incentivo para que se estabeleccedilam

novos povoamentos Embora jaacute se tenham muitos plantios com esta espeacutecie na

Amazocircnia ainda satildeo necessaacuterios estudos com o objetivo de identificar as

caracteriacutesticas dendromeacutetricas avaliar a qualidade da madeira e sua produccedilatildeo

A atenccedilatildeo deve ser direcionada tambeacutem para os custos de produccedilatildeo

destes povoamentos que vecircm sendo estabelecidos na regiatildeo amazocircnica Natildeo

existem estudos suficientes que comprovem a lucratividade desta atividade Os

estudos que se tecircm disponiacuteveis ainda satildeo muito geneacutericos e as informaccedilotildees

carentes de dados do processo de implantaccedilatildeo da cultura

O monitoramento do processo produtivo tem sido realizado para identificar

os custos de produccedilatildeo sendo um instrumento necessaacuterio para se avaliar (medir) a

eficiecircncia das empresas Outra teacutecnica utilizada eacute a avaliaccedilatildeo econocircmica dos

projetos que testam a viabilidade de sua execuccedilatildeo

Para testar a viabilidade econocircmica dos projetos florestais faz-se necessaacuterio

o emprego de teacutecnicas econocircmicas sendo as mais tradicionais aquelas em que se

calculam o valor presente liacutequido (VPL) a taxa interna de retorno (TIR) e o benefiacutecio

perioacutedico equivalente (BPE) Este uacuteltimo sendo empregado frequentemente para

projetos com diferentes horizontes de planejamento (REZENDE OLIVEIRA 2001)

O teste da viabilidade econocircmica tem por finalidade estudar a capacidade

financeira do empreendimento a fim de verificar a possibilidade de sua

implementaccedilatildeo por meio da capacidade de sobrevivecircncia no mercado e da

identificaccedilatildeo dos fatores que podem dificultar as possibilidades de ecircxito do mesmo

comprovando-se assim a sua necessidade de execuccedilatildeo

13

11 OBJETIVO GERAL

Avaliar o efeito dos espaccedilamentos de plantio na anaacutelise econocircmica da

produccedilatildeo de madeira de paricaacute

12 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

a) Definir os custos de produccedilatildeo de povoamentos de paricaacute

b) Identificar os custos de produccedilatildeo mais afetados pelos espaccedilamentos

de plantio

c) Avaliar a participaccedilatildeo individual dos custos no processo de

implantaccedilatildeo colheita e transporte e

d) Identificar o espaccedilamento que forneceraacute o maior retorno econocircmico

por meio de indicadores e criteacuterio de avaliaccedilatildeo

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2 REVISAtildeO DE LITERATURA

21 PARICAacute

A espeacutecie Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke foi descoberta por

Huber e descrita por Ducke em 1922 sendo vulgarmente conhecida como pinho-

cuiabano paricaacute-da-amazocircnia paricaacute-da-terra-firme (Mato Grosso) paricaacute paricaacute-

grande faveira (Paraacute) canafista canafiacutestula fava-canafiacutestula (Acre) bandarra

(Rondocircnia) guapuruvu-da-amazocircnia (Distrito federal) aleacutem de cereboacute (Boliacutevia)

tambor (Colocircmbia) gavilaacuten (Costa Rica) pachaco (Equador) palo de judiacuteo palo de

picho (Meacutexico) e pashaco (Peru) (CARVALHO 2007)

Ocorre naturalmente em toda regiatildeo amazocircnica principalmente no Mato

Grosso Paraacute Amazonas e Rondocircnia no Brasil aleacutem de outros paiacuteses como Peru

Boliacutevia Colocircmbia e Venezuela (SOUZA et al 2005) Sobrevive em mata primaacuteria e

secundaacuteria de terra firme e vaacuterzea alta notadamente nas formaccedilotildees do tipo floresta

densa e floresta aberta em solos argilosos e altitudes de ateacute 800 metros

(CARVALHO 1994 ROSA 2006a)

A espeacutecie eacute tolerante a solos de baixa fertilidade e adapta-se agrave precipitaccedilatildeo

meacutedia anual de 1600 mm a 5850 mm e temperatura meacutedia de 248 ordmC (CRESPO et

al 1995) Por ser uma espeacutecie essencialmente helioacutefila natildeo tolera baixas

temperaturas (CARVALHO 2007)

211 Descriccedilatildeo botacircnica e anatocircmica do paricaacute

Segundo o sistema de classificaccedilatildeo de Cronquist a espeacutecie Schizolobium

amazonicum pertence agrave famiacutelia Caesalpiniaceae (Leguminosae Caesalpinioideae)

sendo da divisatildeo Magnoliophyta (Angiospermae) da classe Magnoliopsida

(Dicotyledonae) e ordem das Fabales

O paricaacute eacute uma aacutervore deciacutedua que pode atingir 40 m de altura e 100 cm de

DAP (diacircmetro a altura do peito medido a 130 m do solo) na idade adulta

15

(CARVALHO 2007) Seu tronco eacute ciliacutendrico e reto com casca de cor cinza clara

podendo conter sapopemas A madeira eacute macia leve com textura grossa gratilde direita

e irregular cerne creme-avermelhado e alburno creme-claro Tecircm faacutecil

processamento mas baixa durabilidade natural (SOUZA et al 2005)

Rosa (2006a) trabalhando com a botacircnica anatomia e tecnologia de paricaacute

comprovou que ao longo do crescimento vegetativo a espeacutecie pode possuir

caracteriacutesticas dendroloacutegicas diferenciadas em termos de coloraccedilatildeo da casca e do

surgimento de sapopemas

212 Caracteriacutesticas silviculturais do paricaacute

As sementes de paricaacute possuem alto grau germinativo podendo chegar a

90 Isso pode ser comprovado em estudos realizados por Lameira et al (2000)

com a propagaccedilatildeo do paricaacute por meio de sementes submetidas a processos

mecacircnicos fiacutesicos e quiacutemicos de quebra de dormecircncia Nesse estudo foi constatado

que as sementes possuem um percentual de germinaccedilatildeo de 80 a 90

O paricaacute possui entretanto dificuldade em seu manejo por seu elevado teor

de umidade e susceptibilidade ao ataque de microorganismos aleacutem da dormecircncia

tegumentar que necessita de tratamentos preacute-germinativos (ROSA 2006b

CARVALHO 2007)

Para o armazenamento de sementes eacute recomendado um periacuteodo maacuteximo de

12 meses tendo em vista que a partir do oitavo mecircs ocorre reduccedilatildeo na viabilidade

das sementes como pode ser observado no trabalho de Rosa (2006a) sobre a

ecologia e silvicultura do paricaacute

Apoacutes serem retiradas do armazenamento as sementes podem ser plantadas

de duas maneiras colocando-se as sementes para germinar em canteiros

(sementeiras) ou semeando-as diretamente na embalagem plaacutestica Ambas as

opccedilotildees permitem sobrevivecircncia de no miacutenimo 80 das plantas sendo

consideravelmente aceitaacutevel (SOUZA et al 2003)

No que se refere a implantaccedilatildeo de povoamentos uma atenccedilatildeo especial

deve ser direcionada agrave escolha do espaccedilamento a ser utilizado No Estado do Paraacute

diversos espaccedilamentos tem sido adotados (3x3 m 4x4 m 3x4 m 5x4 m 6x4 m)

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principalmente em plantios mais antigos estando os mais recentes em maior

padronizaccedilatildeo com espaccedilamentos de 4x4 m Isso provavelmente se deve agrave

facilidade de mecanizaccedilatildeo (MARQUES et al 2006) Aleacutem disso estudos vecircm

comprovando que o espaccedilamento 4x4 m eacute mais utilizado pois proporciona a melhor

relaccedilatildeo entre crescimento em altura e diacircmetro das aacutervores (ROSA 2006b)

Em sistemas silviculturais mais adensados ou em plantios puros o paricaacute

tem demonstrado crescimento inicial em altura bastante raacutepido sendo necessaacuterios

desbastes para manter equiliacutebrio adequado entre a retirada de indiviacuteduos de

qualidade inferior doentes ou danificados e a manutenccedilatildeo de espaccedilamento

aproximadamente regular entre as plantas Deve-se ressaltar entretanto que a

espeacutecie eacute bastante suscetiacutevel aos danos causados por ventos fortes principalmente

nos estaacutegios iniciais de desenvolvimento As aacutervores isoladas e plantas da

bordadura satildeo mais propensas a quebras poreacutem estes danos satildeo bastante

reduzidos com a presenccedila de mata ou de relevo ondulado nas proximidades que

possam proteger o povoamento e reduzir esses efeitos do vento (SOUZA et al

2003)

No estudo realizado por Rondon (2002) concluiu-se que ateacute o terceiro ano o

paricaacute eacute altamente vulneraacutevel ao vento principalmente nos espaccedilamentos 4x2 m e

2x2 m Por tal motivo medidas preventivas devem ser tomadas no iniacutecio da

implantaccedilatildeo deixando-se uma faixa de mata nativa em torno do plantio Desta

maneira sob os espaccedilamentos 15x15 m 2x2 m 3x2 m 3x3 m 4x2 m 4x3 m e 4x4

m avaliadas pelo autor os dois uacuteltimos foram os que proporcionaram maiores

crescimentos em altura e diacircmetro

213 Utilizaccedilatildeo do paricaacute

Essa espeacutecie eacute bastante utilizada na produccedilatildeo de lacircminas meacutedias ou parte

interna de compensados caixotaria leve portas e parquete tendo em vista que

pode ser alcanccedilado o rendimento de ateacute 80 de aproveitamento da madeira no

processo de laminaccedilatildeo (MARQUES et al 2006)

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Ela pode ser utilizada para produccedilatildeo energeacutetica assim como a produccedilatildeo de

papel e celulose por sua facilidade de branqueamento Propriedades medicinais

tambeacutem podem ser encontradas principalmente na casca (CARVALHO 2007)

Carvalho (2007) afirma ainda que esta espeacutecie tem grande potencial para

recuperaccedilatildeo de aacutereas degradadas Por ser uma espeacutecie pioneira o paricaacute tem bom

desenvolvimento na maioria dos solos amazocircnicos contribuindo com

sombreamento o desenvolvimento de espeacutecies cliacutemax que por ventura se

estabeleccedilam na aacuterea

O paricaacute pode ser utilizado ainda para artesanato sendo seu uso mais

comum na fabricaccedilatildeo de brinquedos saltos para calccedilados e aeromodelismo

(SOUZA et al 2003)

22 CRESCIMENTO E PRODUCcedilAtildeO DO PARICAacute

O crescimento e a produccedilatildeo de um povoamento florestal dependem da

idade da capacidade produtiva do grau de utilizaccedilatildeo do potencial produtivo do lugar

e de tratamentos silviculturais (SCOLFORO 2006 CAMPOS LEITE 2009) Esta

relaccedilatildeo pode ser mensurada por meio de modelos de crescimento e produccedilatildeo

mecaniacutesticos ou empiacutericos sendo este uacuteltimo o mais utilizado

Santos (2012) estudando o crescimento e produccedilatildeo de plantios de paricaacute

sob diferentes espaccedilamentos ajustou o modelo logiacutestico para estimar o crescimento

em diacircmetro e volume das aacutervores em cada espaccedilamento em funccedilatildeo da idade O

autor observou efeito significativo do espaccedilamento sobre as variaacuteveis diacircmetro

quadraacutetico e volume em todas as idade evidenciando a dependecircncia entre os

fatores

Neste mesmo estudo foi constatado que a maior diferenccedila entre as meacutedias

do diacircmetro quadraacutetico e o volume foi entre os espaccedilamentos extremos 3x2 m e 5x5

metros Assim o maior crescimento em diacircmetro quadraacutetico foi verificado no espaccedilo

vital com 25 msup2 e o maior crescimento em volume por aacuterea no espaccedilamento de 6msup2

Anteriormente Hoffmann (2009) jaacute havia verificado a influecircncia do diacircmetro

no rendimento da laminaccedilatildeo em que o aumento do diacircmetro promoveu maior

rendimento O mesmo foi observado por Silva et al (2013)

18

23 RENDIMENTO EM LAMINACcedilAtildeO DE PARICAacute

A produccedilatildeo de lacircminas em escala comercial surgiu a partir do seacuteculo XX

sendo impulsionada no Brasil na deacutecada de 30 com o objetivo de confeccionar

madeira compensada que tem como mateacuteria-prima paineacuteis de lacircminas de madeira

Este material eacute submetido a um processo de colagem e prensagem com adesivos

resistentes ou agrave prova drsquoaacutegua tendo muacuteltiplas aplicaccedilotildees na construccedilatildeo civil na

fabricaccedilatildeo de moacuteveis formas para concreto embalagens transporte e aplicaccedilotildees

agriacutecolas (BORDUELLE IWAKIRI MARTINS et al 2006 IWAKIRI PRATA 2008)

A qualidade da laminaccedilatildeo eacute influenciada por caracteriacutesticas da espeacutecie

(densidade da madeira) caracteriacutesticas do fuste (diacircmetro e forma) e gratilde (direccedilatildeo e

inclinaccedilatildeo) e por condiccedilotildees operacionais do equipamento (velocidade de corte

ajuste da geometria da faca e barra de pressatildeo afiaccedilatildeo da faca) sendo que a

automaccedilatildeo dos equipamentos tem resultado em lacircminas de maior qualidade e

produtividade (TSOUMIS 1991)

Esta busca pela qualidade e produtividade tem aumentado o interesse nos

estudos sobre a prognose do crescimento e da produccedilatildeo de povoamentos e do

processo de laminaccedilatildeo Isto ocorre porque as empresas florestais procuram

investimentos soacutelidos devido aos compromissos de longo prazo assumidos

As estimativas da produccedilatildeo de mateacuteria-prima e do rendimento do produto

final contribuem com o planejamento da empresa em relaccedilatildeo a novos investimentos

novos produtos a serem lanccedilados no mercado aleacutem da viabilidade do projeto em

execuccedilatildeo e de futuros investimentos Por isso faz-se necessaacuterio conhecer todo o

processo produtivo do produto com o qual se estaacute trabalhando

A laminaccedilatildeo da madeira pode ser obtida por meio de duas formas

comerciais

a) Lacircminas torneadas ndash obtidas a partir do ldquodesenrolamentordquo de toras grossas

relativamente curtas utilizando torno laminador

b) Lacircminas faqueadas ndash obtidas a partir de cortes planos realizados por

faqueadeira em peccedila de madeira em bloco

Independentemente do meacutetodo de obtenccedilatildeo de lacircminas um dos objetivos da

empresa florestal eacute a busca pelo aumento da produtividade Estas informaccedilotildees satildeo

obtidas por meio do acompanhamento do processo de transformaccedilatildeo das aacutervores

19

em lacircminas e a partir dos valores obtidos subtrai-se o produto final da quantidade

de madeira que iniciou o processo obtendo-se assim o rendimento

Para o paricaacute o rendimento encontrado em estudos realizados por Hoffmann

(2009) foi de aproximadamente 5031 em aacutervores aos 5 anos Jaacute Melo (2012)

alcanccedilou rendimento meacutedio de 59 Este autor afirma ainda que o rendimento em

laminaccedilatildeo pode ser facilmente estimado por meio de variaacuteveis dendromeacutetricas da

tora obtendo-se menores perdas para aacutervores com maiores diacircmetros

O resultado encontrado por Melo (2012) eacute semelhante ao de Bortoletto

Juacutenior e Belini (2002) para outra espeacutecie do mesmo gecircnero Estudando a produccedilatildeo

de lacircminas e compensados de guapuruvu (Schizolobium parayba (Vell) Blake)

proveniente de plantios mistos de espeacutecies nativas estes autores observaram que o

rendimento do processo de laminaccedilatildeo foi de aproximadamente 61 em lacircminas

verdes Isso demonstra que o gecircnero Schizolobium pode conter boas caracteriacutesticas

para laminaccedilatildeo

24 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO

241 Teoria dos custos

Segundo Pinto et al (2008) algumas terminologias devem ser consideradas

na contabilidade de custos

Gasto esforccedilo realizado pela empresa para obtenccedilatildeo de um bem ou serviccedilo

Investimento gasto com bens ou serviccedilos que traratildeo benefiacutecios futuros

Despesa consumo direto ou indireto com bens e serviccedilos com a finalidade

de obtenccedilatildeo de receitas

Perda gasto natildeo intencional decorrente de fatores externos e

Custos gastos acumulados para executar uma atividade fabricar um

produto ou adquirir uma mercadoria

Essas definiccedilotildees podem ser interpretadas como ilustrada na Figura 1

20

Figura 1 Forma esquemaacutetica da distribuiccedilatildeo de gastos Fonte Adaptado de Pinto et al (2008)

Aleacutem das terminologias apresentadas faz-se necessaacuterio definir orccedilamento

anaacutelise de projeto e o caacutelculo do custo de produccedilatildeo uma vez que satildeo peccedilas

fundamentais para o teste de viabilidade econocircmica do projeto

O orccedilamento tem por objetivo a verificaccedilatildeo preacutevia de gastos e a anaacutelise de

projetos objetiva a avaliaccedilatildeo econocircmica de investimentos que seratildeo realizados Jaacute o

caacutelculo do custo de produccedilatildeo por sua vez tem por objetivo quantificar o custo por

unidade produzida sendo este sempre realizado apoacutes o fim do ciclo de produccedilatildeo

O custo por produto encontrado eacute entatildeo comparado com receita obtida com

as vendas do produto e com o montante de capital utilizado na produccedilatildeo a fim de

serem calculados os indicadores econocircmicos para aquela atividade ou seja o custo

de produccedilatildeo de uma empresa eacute determinado pelas condiccedilotildees fiacutesicas de produccedilatildeo

pelo preccedilo dos recursos e pela conduta economicamente eficiente do proprietaacuterio

Custo eacute entatildeo o preccedilo pelo qual se obteacutem um bem (FERGUSON 2003)

O caacutelculo dos custos de produccedilatildeo por sua vez natildeo eacute uma tarefa faacutecil haja

visto que haacute um grande nuacutemero de informaccedilotildees que devem ser administradas para

que se tenha no final do periacuteodo de produccedilatildeo todos os custos referentes agravequela

atividade Por isso o aconselhaacutevel eacute que se faccedila o registro dos gastos

preferencialmente por atividade para facilidade de obtenccedilatildeo dos resultados

Custos

Investimentos

Despesas

PerdasUso para execuccedilatildeo de atividades adquirir mercadorias e fabricar produtos

Gastos que seratildeo usados no futuro para geraccedilatildeo de receita

Gastos que jaacute foram utilizados para geraccedilatildeo de receita

Gastos que natildeo foram usados para geraccedilatildeo de receita

21

242 A importacircncia dos custos

Para Hildebrand (1995) os custos geralmente contribuem para a anaacutelise a

curto meacutedio e longo prazo que geram informaccedilotildees importantes para o planejamento

e mensuraccedilatildeo da eficiecircncia de operaccedilotildees atividades e processos de produccedilatildeo da

empresa a avaliaccedilatildeo de alternativas de investimento novos negoacutecios e novos

sistemas de produccedilatildeo (processos maacutequinas e equipamentos entre outros)

O setor florestal trabalha geralmente a longo prazo que eacute um horizonte de

planejamento em que a curva de custo de produccedilatildeo corresponde agrave despesa com a

aquisiccedilatildeo dos fatores ao longo do caminho de expansatildeo Isto significa que para cada

niacutevel de produccedilatildeo existiraacute uma combinaccedilatildeo dos fatores variaacuteveis de miacutenimo custo

que junto com os fatores fixos permite a produccedilatildeo de determinada quantidade

(SIMONSEN1971 FERGUSON 2003) A ausecircncia do conhecimento sobre custos

provavelmente levaraacute a maacute aplicaccedilatildeo do capital de giro menor lucro menor

rentabilidade ameaccedilas a estabilidade econocircmica financeira e ao crescimento da

empresa (FERREIRA 2007)

243 Classificaccedilatildeo dos custos

Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo vaacuterios meacutetodos satildeo encontrados na

literatura sendo selecionado o modelo a partir da caracteriacutestica do produto ou do

modelo de produccedilatildeo que estaacute sendo analisado Em funccedilatildeo disso o Instituto de

Economia Agriacutecola ndash IEA oacutergatildeo vinculado agrave Secretaria de Agricultura e

Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo desenvolveu uma metodologia para o setor

agriacutecola designado Meacutetodo do Custo Operacional

Na metodologia do custo operacional se incluem apenas as despesas

efetivamente desembolsadas pelo produtor mais a depreciaccedilatildeo de maacutequinas e

benfeitorias e o custo estimado da matildeo-de-obra familiar Assim a remuneraccedilatildeo de

todos os outros fatores de produccedilatildeo natildeo incluiacutedos fica a cargo do resiacuteduo ou seja a

diferenccedila entre o custo operacional e o valor de venda do produto (MATSUNAGA et

al 1976)

22

O esquema da estrutura do custo de produccedilatildeo utilizada pelo IEA pode ser

visualizado a seguir

Figura 2 Estrutura dos custos de produccedilatildeo utilizada pelo IEA Fonte Nachiluk e Oliveira (2012) sup1 Contribuiccedilatildeo de Seguridade Social Rural

244 Componentes do custo

Os custos podem ser denominados custos expliacutecitos e impliacutecitos Os

desembolsos realizados satildeo denominados custos expliacutecitos segundo Pindyck e

Rubinfeld (1994) os quais abrangem remuneraccedilotildees de matildeo de obra salaacuterios e

custos de materiais e locaccedilatildeo de propriedades aleacutem do custo de oportunidade Eles

satildeo importantes pois envolvem pagamentos diretamente feitos pela empresa a

outras empresas e pessoas com as quais faz negoacutecios

Jaacute os custos impliacutecitos natildeo satildeo diretamente desembolsados no processo de

produccedilatildeo mas natildeo podem deixar de ser considerados uma vez que se constituem

de fato em dispecircndios Sua mensuraccedilatildeo se daacute de maneira indireta por meio da

atribuiccedilatildeo de valores que deveratildeo representar o custo de oportunidade de seu uso

Nesta categoria enquadram-se os gastos com depreciaccedilatildeo de benfeitorias

instalaccedilotildees maacutequinas e implementos agriacutecolas e remuneraccedilatildeo do capital fixo e da

terra (CONAB 2010)

Custo operacional

Custo operacional efetivo (COE)

Despesas com operaccedilotildees

Pagamentos de salaacuterios

Gastos com maacutequinas equipamentos e

implementos

Despesas com materiais

Sementes fertilizantes corretivos defensivos

sacarias etc

Encargos sociais

Custo operacional total (COT)

Depreciaccedilatildeo com maacutequinas juros de custeio e CSSRsup1

23

A classificaccedilatildeo proposta pelo IEA compreende elementos diferenciados

poreacutem de faacutecil interpretaccedilatildeo e mais adequado agrave tomada de decisotildees Assim

segundo Matsunaga et al (1976) essa classificaccedilatildeo eacute composta dos seguintes

custos

a) Custo Operacional Efetivo ndash COE

O custo operacional efetivo envolve todos os custos expliacutecitos ou seja o

custo de todos os recursos de produccedilatildeo que exigem desembolso por parte da

empresa para sua recomposiccedilatildeo excluindo-se a matildeo-de-obra familiar

Assim mesmo que determinado produto tenha sido adquirido no periacuteodo

anterior por exemplo deveraacute ser contabilizado aqui pois em algum momento houve

o desembolso para a compra do mesmo Nesse caso eacute importante que seja utilizado

o preccedilo de mercado atual e natildeo o valor pago anteriormente devido ao custo de

oportunidade

b) Custo Operacional Total ndash COT

O custo operacional total envolve a soma do COE o valor da matildeo-de-obra

familiar e as depreciaccedilotildees que equivalem a apenas uma parte dos custos fixos

b1) Depreciaccedilatildeo

A depreciaccedilatildeo corresponde ao custo indireto exigido para acumular fundos

para substituiccedilatildeo do capital investido em bens produtivos de longa duraccedilatildeo

inutilizados pela idade uso e obsolescecircncia

b2) Valor da Matildeo-de-obra Familiar

Este valor deve ser definido considerando-se o custo de oportunidade ou

seja quanto o produtor ganharia se estivesse trabalhando em outra atividade

Considerando-se eacute claro o mesmo niacutevel teacutecnico para desenvolvimento das duas

atividades

24

c) Custo Total ndash CT

Custo total nada mais eacute que a soma do COT com o valor da remuneraccedilatildeo do

capital imobilizado com a atividade

Todo o capital investido na empresa tem custo de oportunidade uma vez

que seu uso na empresa implica deixar de empregaacute-lo noutra atividade alternativa

Por definiccedilatildeo o retorno potencial desse capital na melhor alternativa possiacutevel de

utilizaccedilatildeo forneceria a medida desse custo de oportunidade Como essa estimativa

nem sempre eacute faacutecil eacute expediente comum estimar o custo de oportunidade a partir do

retorno que o capital teria se em vez de aplicado na empresa fosse investido no

mercado financeiro como por exemplo na caderneta de poupanccedila

245 Iacutendices econocircmicos

Os iacutendices econocircmicos apresentados pelo IEA segundo Matsunaga et al

(1976) satildeo

2451 Renda Bruta (RB)

A renda bruta vem a ser o valor da produccedilatildeo ou seja tudo que eacute produzido

vezes o preccedilo do produto

Embora a Renda Bruta permita saber o quanto eacute recebido pelo produto

produzido ela natildeo diz o quanto desse valor iraacute sobrar Isso porque eacute preciso retirar o

custo de produccedilatildeo Sendo assim eacute necessaacuterio que se faccedila a anaacutelise de

rentabilidade da atividade

2452 Margem Bruta (MB)

Eacute calculada pela subtraccedilatildeo do custo operacional efetivo da renda bruta ou

seja eacute a retirada de todos os custos ocorridos sendo mais produtiva agrave medida que

resulta em valores positivos

25

2453 Margem Liacutequida (ML)

Eacute calculada pela subtraccedilatildeo do custo operacional total da renda bruta sendo

um indicativo de lucratividade Comparando-se duas empresas de igual atividade

aquela que tem maior Margem Liacutequida eacute a que possui melhor rentabilidade no

negoacutecio incluindo-se aiacute a questatildeo operacional financeira e extra-operacional

Isso quer dizer que se a ML for positiva todos os desembolsos estatildeo sendo

pagos aleacutem da depreciaccedilatildeo e a matildeo-de-obra familiar Caso contraacuterio a depreciaccedilatildeo

eou a matildeo-de-obra natildeo estatildeo sendo efetivamente pagas e a empresa estaacute se

descapitalizando

2454 Lucro (L)

O lucro vem a ser o resultado da subtraccedilatildeo da renda bruta gerada pela

venda dos produtos no mercado menos o custo total de produccedilatildeo incorrido na sua

geraccedilatildeo Simplificadamente nada mais eacute do que o resultado positivo deduzido das

vendas os custos e despesas

2455 Lucratividade (Luc)

Eacute a relaccedilatildeo do valor do lucro com o montante de vendas ou seja divide-se o

valor do lucro pela quantidade vendida (renda bruta)

2456 Iacutendice de Rentabilidade (IR)

Eacute uma medida do retorno de um investimento Calcula-se dividindo o lucro

obtido (margem liacutequida) pelo valor do investimento inicial (capital empatado) Pode-

se dizer que a rentabilidade eacute a quantidade de dinheiro que o investidor ganha para

cada quantia investida

26

246 Custos na empresa florestal

Nas empresas em geral os custos satildeo classificados em funccedilatildeo de suas

necessidades de informaccedilotildees Geralmente eles satildeo divididos por operaccedilotildees ou

setores da atividade como viveiro plantaccedilotildees tratos culturais exploraccedilatildeo florestal

atividades especiais (coleta de sementes entre outros) implantaccedilatildeo de infra-

estrutura e administraccedilatildeo (BREPOHL 1980)

Em termos econocircmicos os componentes do custo satildeo agrupados de

acordo com sua funccedilatildeo no processo produtivo nas categorias de custos variaacuteveis

custos fixos custo operacional e custo total (CONAB 2010)

Na determinaccedilatildeo da idade oacutetima de corte de povoamentos florestais eacute

necessaacuterio estudar caso a caso cada componente dos custos e das receitas

envolvidas no processo de produccedilatildeo da madeira Tudo isso pelo fato do setor

florestal conter operaccedilotildees de longo prazo Por tal motivo a anaacutelise de custos pode

ter dois enfoques a anaacutelise ex-ante ou seja antes das operaccedilotildees ocorrerem e ex-

post apoacutes terem ocorrido (GRACcedilA et al 2000)

Entre os custos analisados deve-se considerar tambeacutem a depreciaccedilatildeo que

segundo Hildebrand (1995) pode ser definida como a diminuiccedilatildeo do valor dos bens

ativos resultante do desgaste pelo uso accedilatildeo da natureza ou por obsolescecircncia

teacutecnica Assim com o tempo para tornar possiacutevel a reposiccedilatildeo do equipamento eacute

necessaacuterio acumular periodicamente uma reserva em um fundo que permitiraacute no

fim de um periacuteodo a aquisiccedilatildeo de um novo equipamento

Baseados nas necessidades do setor florestal vaacuterios estudos sobre a

viabilidade econocircmica de plantios vem sendo desenvolvidos para as mais variadas

espeacutecies arboacutereas como os obtidos por Souza et al (2003) e o Centro de Pesquisa

do Paricaacute ndash CPP Deve-se ressaltar no entanto a afirmaccedilatildeo feita por Marques et al

(2006) em que os autores concluiacuteram que o custo meacutedio para implantaccedilatildeo e

conduccedilatildeo dos povoamentos podem variar conforme a regiatildeo as teacutecnicas de preparo

de solo os tratos silviculturais adotados entre outros

27

25 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DE PROJETOS FLORESTAIS

Do ponto de vista teacutecnico Oliveira e Rezende (2004) afirmam que dois ou

mais projetos podem ser compatiacuteveis quando a execuccedilatildeo de um natildeo afeta a

implementaccedilatildeo do outro ou incompatiacuteveis em caso contraacuterio Jaacute do ponto de vista

econocircmico eles podem ser dependentes quando haacute uma relaccedilatildeo de rentabilidade

entre ambos ou independentes quando nenhum eacute afetado

Estas informaccedilotildees satildeo importantes para o bom planejamento das atividades

florestais uma vez que o investimento em um projeto deve ser baseado em um

horizonte de planejamento na maioria das vezes de longo prazo podendo variar de

finito como no caso de um plantio florestal ou infinito em um manejo sustentado de

floresta nativa (CHICHORRO et al 2010)

Para realizar a anaacutelise econocircmica eacute importante considerar a vida econocircmica

do projeto Ela corresponde ao tempo que ele produziraacute lucro a vida fiacutesica de

maacutequinas e construccedilotildees o periacuteodo de anaacutelise onde se consideram os efeitos do

projeto Aleacutem do horizonte de construccedilatildeo relacionado agrave demanda do produto e o

horizonte de dados que se refere ao periacuteodo de tempo em que eacute possiacutevel prever o

fluxo de caixa (REZENDE OLIVEIRA 2001)

A avaliaccedilatildeo econocircmica ou financeira de projetos baseia-se entatildeo no fluxo

de caixa que consiste nos custos e nas receitas distribuiacutedos ao longo da vida uacutetil do

empreendimento Os meacutetodos mais recomendados para avaliaccedilatildeo econocircmica de

projetos florestais satildeo (REZENDE OLIVEIRA 2001) valor presente liacutequido (VPL)

taxa Interna de Retorno (TIR) custo (ou Benefiacutecio) Perioacutedico Equivalente (CPE ou

BPE) custo Meacutedio de Produccedilatildeo (CMPr) razatildeo Benefiacutecio (receita)Custo (BC) e

tempo de Recuperaccedilatildeo do Capital

28

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE PRODUTORES DE FLORESTAS PLANTADAS ndash ABRAF ANUAacuteRIO estatiacutestico da ABRAF Brasiacutelia ABRAF 2012 Disponiacutevel em lthttpwwwabraflororgbrestatisticasABRAF12-BRaspgt Acesso em 28 jul 2013 BORTOLETTO JUacuteNIOR G BELINI U L Produccedilatildeo de lacircminas e manufatura de compensados a partir da madeira de guapuruvu (Schizolobium parayba Blake) proveniente de um plantio misto de espeacutecies nativas Cerne v8 n2 p001-016 2002 BORDUELLE G M IWAKIRI S MARTINS D Fatores que influenciam no rendimento em laminaccedilatildeo de Pinus spp Floresta e Ambiente v12 n2 p 35 - 41 NovDez2006 BREPOHL D Custos em empreendimentos florestais Curitiba FUPEF nov 1980 18p (seacuterie teacutecnica n4) CAMPOS J C C LEITE H G Mensuraccedilatildeo florestal perguntas e respostas 3 ed Viccedilosa UFV 2009 548 p CARVALHO P E R Espeacutecies florestais brasileiras recomendaccedilotildees silviculturais potencialidades e uso da madeira Colombo Embrapa Florestas 1994 640p CARVALHO P E R Paricaacute (Schizolobium amazonicum) Colombo Embrapa Florestas 2007 8p (Circular Teacutecnica 142) CHICHORRO J F BAUER M O ANDRADE W S SILVA G F SANTOS F R SILVA J L NOGUEIRA M A Avaliaccedilatildeo econocircmica de projetos florestais In CHICHORRO J F BAUER M O GARCIA G O CALDEIRA M V W Toacutepicos especiais em ciecircncias florestais 1 ed Visconde do Rio Branco Suprema 2010 v 1 p 231-260 COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO ndash CONAB Custo de produccedilatildeo agriacutecola a metodologia da Conab Brasiacutelia Conab 2010 60p CORTELETTI R B Anaacutelise de tronco aplicada agrave avaliaccedilatildeo de crescimento de aacutervores de paricaacute 2013 (82f) Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) ndashUniversidade Federal do Espiacuterito Santo Jerocircnimo Monteiro ES 2013 CRESPO T R MINNICK G VARGAS J Evaluacioacuten de algunas leguminosas en el troacutepico de Cochabamba Bolivia In EVANS D O SZOTT L T (ed) Nitrogen fixing trees for acid soils proceedings of a workshop Morrilton NFTA Winroch International 1995 p 103-112 FERGUSON C E Microeconomia 20 ed Rio de Janeiro Forense Universitaacuteria 2003 610p FERREIRA J A Custos industriais uma ecircnfase gerencial Satildeo Paulo STS 2007 172p

29

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION ndash FAO Consolidaccedilatildeo dos instrumentos poliacuteticos e institucionais para a implementaccedilatildeo do PNF 2007 Disponiacutevel em lthttpwwwfaoorgbrprj_utfbra062braespgt Acesso em 12 jul 2013 GRACcedilA L R RODIGHERI H R CONTO A J Custos florestais de produccedilatildeo conceituaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo Colombo Embrapa Florestas 2000 32p (Embrapa Florestas Documentos 50) HILDEBRAND E Sistema de apropriaccedilatildeo e anaacutelise de custos para a empresa florestal 1995 (156f) Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) ndash Universidade Federal do Paranaacute Curitiba PR 1995 HOFFMANN R G Caracterizaccedilatildeo dendromeacutetrica e avaliaccedilatildeo do rendimento em laminaccedilatildeo de madeira em plantios de paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) na regiatildeo de Paragominas PA 2009 (97f) Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) ndash Universidade Federal do Espiacuterito Santo Jerocircnimo Monteiro ES 2009 HOSOKAWA R T MOURA J B CUNHA U S Introduccedilatildeo ao manejo e economia de florestas Curitiba UFPR 1998 162p IWAKIRI S PRATA J G Produccedilatildeo de paineacuteis compensados multilaminados de Eucalyptus Revista da madeira 211 ed Mar 2008 LAMEIRA O A GOMES A P R LOPES S C LEAtildeO N V M Efeito da escarificaccedilatildeo sobre a germinaccedilatildeo de sementes de paricaacute (Schizolobium amazonicum) in vitro Beleacutem Embrapa Amazocircnia Oriental 2000 3 p (Embrapa Amazocircnia Oriental Comunicado Teacutecnico 21) MARQUES L C T YARED J A G SIVIERO MA A evoluccedilatildeo do conhecimento sobre o paricaacute para reflorestamento no Estado do Paraacute Embrapa Amazocircnia Oriental 2006 5 p (Comunicado Teacutecnico 158) MATSUNAGA M et al Metodologia de custo de produccedilatildeo utilizada pelo IEA Agricultura em Satildeo Paulo Satildeo Paulo v 23 t 1 p 123-139 1976

MELO R R Avaliaccedilatildeo de variaacuteveis tecnoloacutegicas na produccedilatildeo de paineacuteis LVL confeccionados com paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) 2012 (164f) Tese (Doutorado em Ciecircncias Florestais) Universidade de Brasiacutelia Brasiacutelia DF 2012 NACHILUK K OLIVEIRA M D M Custo de produccedilatildeo uma importante ferramenta gerencial na agropecuaacuteria Instituto de Economia Agriacutecola ndash IEA v 7 n 5 maio 2012 OLIVEIRA A D REZENDE J L P Economia Florestal Lavras UFLAFAEPE 2004 101p PINDYCK R S RUBINFELD D L Microeconomia Satildeo Paulo Makron Books 1994 968p

30

PINTO A A G LIMEIRA A L F SILVA C A S COELHO F S Gestatildeo de custos 2 ed Rio de Janeiro FGV 2008 140p REZENDE J L P OLIVEIRA A D Anaacutelise econocircmica e social de projetos florestais Viccedilosa MG UFV 2001 389 p RONDON E V Produccedilatildeo de biomassa e crescimento de aacutervores de Schizolobium amazonicum (Huber) Ducke sob diferentes espaccedilamentos na regiatildeo de mata Aacutervore Viccedilosa-MG v26 n5 p573-576 2002 ROSA L S Caracteriacutesticas botacircnicas anatocircmicas e tecnoloacutegicas do paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) Revista de Ciecircncias Agraacuterias Beleacutem n 46 p63-79 juldez 2006a ROSA L S Ecologia e silvicultura do paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) na amazocircnia brasileira Revista de Ciecircncias Agraacuterias Beleacutem n 45 p 135-174 janjun 2006b SANTOS E M Crescimento e produccedilatildeo de plantios de paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) sob diferentes espaccedilamentos 2012 (74f) Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) Universidade Federal do Espiacuterito Santo Jerocircnimo Monteiro ES 2012 SCOLFORO J R S Biometria florestal modelos de crescimento e produccedilatildeo florestal Lavras UFLAFAEPE 2006 393p SILVA G F GEZAN S A SOARES C P B ZANETI L Z Modeling growth and yield of Schizolobium amazonicum under different spacings International Journal of Forestry Research v 2013 (2013) 10 p SIMONSEN M H Teoria microeconocircmica Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas 1971 2 ed 410p SISTEMA NACIONAL DE INFORMACcedilOtildeES FLORESTAIS ndash SNIF Produccedilatildeo florestal cadeia produtiva Serviccedilo Florestal Brasileiro Brasilia 2014 SOUZA C R ROSSI L M B AZEVEDO C P VIEIRA A H Paricaacute Schizolobium parahyba var amazonicum (Huber x Ducke) Barneby 1 ed Manaus EMBRAPA Dezembro 2003 (Circular Teacutecnica 18) SOUZA D B CARVALHO G S RAMOS E J A Paricaacute Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke Manaus EMBRAPA 2005 2p (Informativo Teacutecnico Rede de Sementes da Amazocircnia n13) TSOUMIS G Science and Technology of Wood structure properties utilization New York Chapmam amp Hall 1991 494 p VIDAURRE G B CARNEIRO A C O VITAL B R SANTOS R C S VALLE M L A Propriedades energeacuteticas da madeira e do carvatildeo de paricaacute (Schizolobium amazonicum) Aacutervore Viccedilosa-MG v36 n2 p365-371 2012

31

CAPIacuteTULO 1

CUSTOS DA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA DE PARICAacute

RESUMO

O setor de florestas plantadas brasileiro vem perdendo espaccedilo no mercado

internacional pelo alto custo necessaacuterio agrave produccedilatildeo Por isso haacute a necessidade

de se investigar quais os custos mais onerosos do processo produtivo para

entatildeo se montar uma estrateacutegia de reduccedilatildeo de custos a fim de tornar o

reflorestamento novamente competitivo no mercado Deste modo objetivou-se

no trabalho estimar a produccedilatildeo de paricaacute (Schizolobium amazonicum) aos 5 6

e 7 anos em trecircs classes de produtividade e em cinco espaccedilamentos de

plantio identificando os principais custos de produccedilatildeo aleacutem dos mais afetados

pelos espaccedilamentos de plantio na regiatildeo de Paragominas PA A estimativa de

volume foi obtida segundo metodologia proposta por Silva et al (2013) e os

custos de produccedilatildeo desde as atividades de preparo da aacuterea ateacute a colheita e

transporte foram disponibilizados por produtores rurais e empresaacuterios da

regiatildeo Posteriormente fez-se a anaacutelise dos custos por meio da metodologia do

custo operacional em que se considera apenas as despesas efetivamente

desembolsadas pelo agricultor somadas agrave depreciaccedilatildeo e matildeo-de-obra familiar

Assim inferiu-se que o espaccedilamento 3x2 m foi superior em volume diante dos

outros espaccedilamentos analisados Em relaccedilatildeo agrave analise de custos o custo

operacional efetivo representou em meacutedia 65 dos custos totais de produccedilatildeo

sendo o transporte o custo individual mais expressivo em todos os

espaccedilamentos analisados Jaacute a manutenccedilatildeo foi o conjunto de atividades mais

significativo nos plantios devido ao nuacutemero e ao longo periacuteodo para sua

execuccedilatildeo Os custos totais de produccedilatildeo foram superiores em espaccedilamentos

menores independentemente da remuneraccedilatildeo ou natildeo pelo uso dos capitais

permanente e circulante

Palavras-chave Custo operacional efetivo espaccedilamento idade

produtividade

32

CHAPTER 1

PRODUCTION COST PARICAacute

ABSTRACT

The planted forest sector in Brazil has been losing ground in the international

market by the high cost needed for production Therefore there is a need to

investigate what the most expensive costs of the production process to then

build a strategy to reduce costs in order to become competitive again

reforestation in the market Thus the aim of the study was to estimate the

production of paricaacute (Schizolobium amazonicum) at 5 6 and 7 years in three

productivity classes and five planting space identifying the major costs of

production and those most affected by planting space in the region of

Paragominas PA The volume estimate was obtained according to the

methodology proposed by Silva et al (2013) and production costs since the

activities of preparation of the area to harvest and transport were provided by

farmers and entrepreneurs in the region Subsequently made to cost analysis

using the methodology of the operating cost which considers only the expenses

actually disbursed by the farmer together with the depreciation and labor

family labor Thus it was inferred that the spacing 3x2 m was higher by volume

on the other spacings analyzed Regarding the analysis of costs the effective

operating cost represented on average 65 of total production costs and

transport the most significant single cost in all spacings analyzed Have

maintenance was the most significant set of activities in plantations due to the

number and the time period for its implementation The total production costs

were higher in the smaller spacing regardless of whether or not for the use of

permanent and circulating capital

Keywords Effective operational cost spacing age productivity

33

1 INTRODUCcedilAtildeO

A crescente dificuldade em se obter madeira de florestas nativas tem

motivado empresaacuterios agrave praacutetica do reflorestamento Nesses plantios vaacuterias

espeacutecies tecircm sido utilizadas sendo o paricaacute a espeacutecie nativa de maior

expressatildeo na regiatildeo norte do paiacutes principalmente no estado do Paraacute

Segundo a ABRAF (2013) em 2012 foram plantados 87901 hectares

de paricaacute nos estados do Paraacute Tocantins e Maranhatildeo O aumento da aacuterea de

plantio nos uacuteltimos anos eacute justificado pela boa aceitaccedilatildeo desta espeacutecie no

mercado madeireiro devido aos seus variados fins como a produccedilatildeo de

lacircmina e compensado forros palitos papel moacuteveis aleacutem de peccedilas de

acabamentos e molduras

A falta de informaccedilotildees silviculturais no entanto tecircm inviabilizado a

expansatildeo de novos plantios em outras regiotildees do paiacutes Natildeo se tecircm estudos

suficientes para comprovar o melhor meacutetodo de implantaccedilatildeo desta cultura no

que se refere ao espaccedilamento a ser utilizado para maior produccedilatildeo de madeira

Este tipo de deficiecircncia pode implicar no emprego de teacutecnicas silviculturais

equivocadas que inviabiliza economicamente o cultivo reduzindo

consequentemente o interesse comercial pela espeacutecie

Os custos de produccedilatildeo devem entatildeo ser analisados para se testar a

viabilidade econocircmica dos projetos que estatildeo sendo implantados haja vista

que poucos satildeo os estudos que se referem ao monocultivo do paricaacute A

obtenccedilatildeo destes custos eacute fundamental pois eles compotildeem um ferramental de

controle e gerenciamento das atividades produtivas e de geraccedilatildeo de

importantes informaccedilotildees para auxiliar as tomadas de decisotildees pelos

produtores rurais (CONAB 2010)

Para se atestar a viabilidade econocircmica de um projeto florestal natildeo se

deve avaliar somente a espeacutecie a ser implantada mais agraves condiccedilotildees de

mercado atuais e futuras para comercializaccedilatildeo do produto Eacute notaacutevel a

importacircncia econocircmica e socioambiental do setor de florestas plantadas para o

Brasil por isso deve-se investir em conhecimento e tecnologia sobre as

espeacutecies cultivadas haja visto que o ambiente de negoacutecio para o

34

desenvolvimento desta atividade vem passando por dificuldades nos uacuteltimos

anos

A competitividade dos produtos florestais estaacute se deteriorando frente

aos seus principais concorrentes internacionais uma vez que o aumento

generalizado dos custos de produccedilatildeo de madeira no Brasil estaacute reduzindo

significativamente a rentabilidade da induacutestria integrada de base florestal e dos

produtores independentes de plantios florestais (ABRAF 2013) Comprova-se

assim a necessidade de estudos referentes aos custos de produccedilatildeo

Haacute alguns anos a importacircncia dos custos na produccedilatildeo agriacutecola e as

dificuldades de sua obtenccedilatildeo estimularam o Instituto de Economia Agriacutecola

oacutegatildeo vinculado agrave Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de Satildeo

Paulo a efetuar estimativas de custo de produccedilatildeo de diversas exploraccedilotildees

agriacutecolas por meio da metodologia designada custo operacional Neste

meacutetodo se incluem apenas as despesas efetivamente desembolsadas pelo

agricultor somadas agrave depreciaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos e matildeo-de-

obra familiar A remuneraccedilatildeo devida a todos os outros fatores de produccedilatildeo eacute

de responsabilidade do resiacuteduo ou seja a diferenccedila entre o custo operacional

e o valor de venda (MATSUNAGA et al 1976 CONAB 2010)

O ecircxito nas estimativas de custos de produccedilatildeo agriacutecola vem

estimulando pesquisadores da aacuterea florestal a utilizarem esta metodologia

tambeacutem para culturas florestais principalmente neste momento em que o

Brasil depende de medidas estruturais que promovam a reduccedilatildeo dos custos de

produccedilatildeo e incentivem o investimento para retomada da competitividade dos

produtos nacionais de base florestal no mercado internacional Por tal motivo

objetivou-se neste trabalho identificar os principais custos de produccedilatildeo bem

como o efeito dos diferentes espaccedilamentos sobre estes custos

35

2 MATERIAL E MEacuteTODOS

21 AacuteREA EM ESTUDO

Os dados utilizados neste estudo foram originaacuterios de povoamentos

homogecircneos de paricaacute (Schizolobium amazonicum) plantados sob os

espaccedilamentos 3x2 3x3 3x4 4x4 e 5x5 m localizados entre os municiacutepios de

Dom Elizeu e Paragominas Estado do Paraacute (Figura 1)

Figura 1 Localizaccedilatildeo dos municiacutepios de Dom Eliseu e Paragominas PA

O municiacutepio de Paragominas estaacute localizado no nordeste paraense

possuindo aproximadamente 20000 km2 de aacuterea territorial com 90 m de

altitude O solo caracteriacutestico da aacuterea eacute o Latossolo amarelo com vegetaccedilatildeo

originaacuteria representada pela floresta densa sendo encontradas extensas aacutereas

de mata secundaacuteria (capoeira nos seus diversos estaacutegios de desenvolvimento)

devido aos constantes desmatamentos provocados principalmente pelo

avanccedilo da agropecuaacuteria na regiatildeo (IBGE 2013a PREFEITURA MUNICIPAL

DE PARAGOMINAS 2013)

Segundo o IBGE (2013a) o clima do municiacutepio eacute do tipo mesoteacutermico e

uacutemido A temperatura meacutedia anual eacute elevada em torno de 25degC e seu regime

pluviomeacutetrico fica geralmente entre 2250 mm e 2500 mm anuais

36

O municiacutepio de Dom Eliseu pertence agrave microrregiatildeo de Paragominas

possui 5268815 kmsup2 e estaacute localizado nas coordenadas 04deg17rsquo06rdquo Sul e

47deg30rsquo18rdquo Oeste a 180 metros de altitude Ele eacute um dos municiacutepios da

chamada ldquoFronteira agriacutecola amazocircnicardquo maior produtora de commodities

agriacutecolas da porccedilatildeo norte do paiacutes e grande produtora de paricaacute (IBGE 2013b

PREFEITURA MUNICIPAL DE DOM ELISEU 2013)

22 ESTIMATIVA DA PRODUCcedilAtildeO

Foram inventariados povoamentos de paricaacute anualmente ateacute o quinto

ano sendo analisadas trecircs classes de produtividade em cada espaccedilamento

sendo elas Baixa (17 - 19 m) Meacutedia (19 ndash 21 m) e Alta (21 - 24 m)

Posteriormente empregando-se o modelo de crescimento e produccedilatildeo proposto

por Silva et al (2013) os volumes comercial e de lacircminas foram estimados

para diferentes espaccedilamentos e qualidades de local nas idades de 5 6 e 7

anos conforme o esquema apresentado na Figura 2

Figura 2 Esquema para obtenccedilatildeo dos volumes comercial e de lacircminas em povoamentos de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA

A partir dos dados de inventaacuterio estimou-se a produccedilatildeo em volume

comercial e de lacircminas por meio da metodologia proposta por Silva et al

(2013) Assim a partir de informaccedilotildees sobre as variaacuteveis aacuterea basal por

hectare (GHA) iacutendice de siacutetio (SI) altura dominante (HD) considerada como a

altura meacutedia das 100 aacutervores mais altas do povoamento (Hart) e nuacutemero de

aacutervores por hectare (NHA) na idade de cinco anos pode-se projetar a produccedilatildeo

para as idades em anaacutelise

Espaccedilamentos (m)

bull3x2

bull3x3

bull4x3

bull4x4

bull5x5

Classes de produtividade

(m)

bullBaixa

bullMeacutedia

bullAlta

Idades

(anos)

bull5

bull6

bull7

Volume comercial

Volume de lacircminas

37

A estimativa da HD na idade i foi obtida por meio da equaccedilatildeo 1

119878119868 =

119867119863119894 (1 + 119890119909119901 ((182404 minus 119860119894)

043105frasl ))

1 + 119890119909119901 ((182404 minus 119860119894119899119889

043105frasl ))

Eq 1

Em que

119890119909119901 = base de logaritmo neperiano

119867119863119894 = altura dominante na idade i

119860119894 = i-eacutesima idade (i = 5 6 7) e

119860119894119899119889 = idade iacutendice (5 anos)

Para estimativa do nuacutemero de aacutervores por hectare na idade futura

utilizou-se a equaccedilatildeo 2

1198731198671198602 = 1198731198671198601 minus ((119860119877119864119860

1198671198631)

minus20848

(119860220356 minus 1198601

20356)) Eq 2

Em que

1198731198671198602 = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade futura

1198731198671198601 = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade corrente

119860119877119864119860 = aacuterea meacutedia ocupada por cada planta no plantio

1198671198631 = altura dominante na idade corrente

1198601 = idade corrente e

1198602 = idade futura

A aacuterea basal por hectare foi estimada por meio da equaccedilatildeo 3

119866119867119860119894 = 000523119867119863119894145720119873119867119860053967

119894 Eq 3

Em que

NHAi = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade i

38

Apoacutes a obtenccedilatildeo de todas as variaacuteveis os volumes comercial e de

lacircminas foram estimados pelas equaccedilotildees 4 e 5

119881119879119867119860119894 = 122839119866119867119860119894093941119867119863119894

071858 Eq 4

119881119862119867119860119894 = 003388119866119867119860119894069131119867119863119894

183907 Eq 5

Em que

119881119879119867119860119894 = volume comercial por hectare e

119881119862119867119860119894 = volume de lacircminas por hectare

23 DESCRICcedilAtildeO DAS ATIVIDADES

Por se tratarem de aacutereas anteriormente ocupadas por pastagem fez-se

necessaacuterio o combate agrave formigas e limpeza da aacuterea manualmente e com

auxiacutelio de trator a fim de retirar do local galhos tocos e raiacutezes que por ventura

atrapalhassem o processo de mecanizaccedilatildeo

Para todas as aacutereas de plantio fez-se a anaacutelise de solo verificando-se

a necessidade de correccedilatildeo com uma tonelada de calcaacuterio dolomiacutetico por

hectare Assim foi realizada a calagem precedida da gradagem com auxiacutelio da

terceirizaccedilatildeo de tratores agriacutecolas

Apoacutes o preparo do solo iniciou-se o processo de alinhamento

marcaccedilatildeo e coveamento respeitando o espaccedilamento preacute-determinado para

cada local considerando que uma pessoa consegue abrir 500 covasdia

Posteriormente foram acrescentados 100g de NPK (6-30-6) por cova antes do

plantio das mudas de paricaacute Adubaccedilotildees de cobertura e um ano apoacutes o plantio

tambeacutem ocorreram com o objetivo de aumentar o iacutendice de sobrevivecircncia agraves

plantas

Como no campo eacute difiacutecil controlar os fatores bioacuteticos e abioacuteticos a

mortalidade de plantas eacute inevitaacutevel por isso foi observada a necessidade de

39

replantio de 5 das mudas logo no primeiro ano segundo informaccedilotildees

disponibilizadas pela empresa

A manutenccedilatildeo relativa agrave limpeza dos plantios se deu pelo coroamento

das mudas aplicaccedilatildeo de herbicida manualmente e roccedilada mecacircnica do

primeiro ao terceiro ano Desta forma natildeo houve competiccedilatildeo com plantas

invasoras que poderiam inibir o crescimento das mudas Assim devido ao

ambiente favoraacutevel e as condiccedilotildees propiacutecias de crescimento e produccedilatildeo foi

possiacutevel extrair a madeira para laminaccedilatildeo no quinto ano apoacutes a implantaccedilatildeo

A colheita foi realizada de forma semi-mecanizada (motosserra)

seguida do baldeio e carregamento ateacute a beira da estrada O transporte ateacute a

induacutestria de beneficiamento foi realizado por caminhatildeo tipo bitrem com

capacidade para 44000 kg ao preccedilo meacutedio de R$59192 por viagem

O valor da matildeo-de-obra familiar foi considerado como o custo de

administraccedilatildeo ou seja quando o proprietaacuterio presta serviccedilos na proacutepria

empresa Assim a remuneraccedilatildeo paga pelo custo de administraccedilatildeo foi

equivalente a 10 dos custos efetivamente desembolsados pela empresa

Em relaccedilatildeo agraves aacutereas onde os plantios foram realizados estas jaacute

pertenciam a empresa Laminit por isso natildeo houve a necessidade de aquisiccedilatildeo

ou arrendamento do terreno Poreacutem considerou-se o custo de oportunidade

ou seja a remuneraccedilatildeo do capital investido (permanente e circulante) por meio

do caacutelculo da parcela sobre o bem adquirido e utilizado na produccedilatildeo e inclusa

no custo fixo da produccedilatildeo Logo o investimento do produtor foi remunerado agrave

taxa de 6 ao ano como se fosse aplicado o capital em outro investimento

alternativo conforme recomendaccedilotildees da CONAB (2010)

24 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS

Para anaacutelise dos custos de produccedilatildeo florestal foi necessaacuteria a coleta de

dados anuais de todas as despesas e receitas contraiacutedas em cada

espaccedilamento durante o periacuteodo entre 2006 e 2013 O esquema da disposiccedilatildeo

dos gastos na planilha de custo pode ser observado na Tabela 1

40

Tabela 1 Distribuiccedilatildeo dos gastos efetuados para implantaccedilatildeo de povoamentos de paricaacute

Descriccedilatildeo Un R$un

Quantidade utilizada

Espaccedilamento (m)

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

Preparo da aacuterea

Anaacutelise de solo un 3450 1 1 1 1 1

Limpeza manual Diaacuteria 3500 1 1 1 1 1

Limp mecanizada ht 10218 1 1 1 1 1

Gradagem ht 10218 15 15 15 15 15

Calagem ht 6846 05 05 05 05 05

Calcaacuterio ton 8967 1 1 1 1 1

Alinhamento Diaacuteria 3500 2 14 1 08 05

Coveamento Diaacuteria 3500 334 223 167 125 08

Cercamento R$ha 30000 1 1 1 1 1

Constr de estradas R$ha 13390 1 1 1 1 1

Constr de aceiros Diaacuteria 3500 4 4 4 4 4

Adubaccedilatildeo

Adubo Kg 123 5001 3336 2502 1875 120

Adubaccedilatildeo Diaacuteria 3667 45 3 225 195 106

Plantio

Transp de mudas ht 5000 05 05 05 05 05

Mudas un 038 1751 1168 876 657 420

Plantio e replantio Diaacuteria 3500 4 27 2 15 1

Manutenccedilatildeo

Formicida Kg 674 125 10 83 695 551

Aplic de formicida Diaacuteria 3703 893 748 651 578 525

Transp de insumos ht 4233 2 2 2 2 2

Coroamento Diaacuteria 3761 67 45 35 25 16

Roccedilada ht 5602 4 5 6 7 85

Herbicida L 1732 8 9 10 105 12

Aplic de herbicida Diaacuteria 3761 4 45 5 55 6

Manutenccedilatildeo de aceiro Diaacuteria

3744 6 6 6 6 6

Manut de estrada ht 8699 469 469 469 469 469

Materiais - 6892 8 8 8 8 8

Encargos - 8185 7 7 7 7 7

Colheita e Transporte

Corte e toragem msup3 215 1844 1744 1524 1341 11705

Baldeio msup3 096 1844 1744 1524 1341 11705

Carregamento msup3 097 1844 1744 1524 1341 11705

Transporte msup3 659 1844 1744 1524 1341 11705 Valores deflacionados e descapitalizados para o ano de 2006 Considerando o volume comercial em classe de produtividade alta (21 - 24 m) com corte aos 6 anos

Os custos envolvidos nas atividades de implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo dos

povoamentos foram disponibilizados por produtores rurais da regiatildeo de

41

Paragominas Tambeacutem foram disponibilizados por empresaacuterios locais os

dados referentes agrave exploraccedilatildeo e transporte da madeira ateacute a empresa

referente a uma distacircncia meacutedia de 80 km

Para comparaccedilatildeo entre os valores incorridos durante periacuteodos

diferentes no tempo fez-se o deflacionamento dos custos para o periacuteodo

inicial (implantaccedilatildeo dos povoamentos) A correccedilatildeo da perda monetaacuteria causada

pela inflaccedilatildeo foi obtida por meio do Iacutendice Geral de Preccedilo ndash Disponibilidade

Interna (IGP ndash DI) o qual eacute responsaacutevel pelo registro da inflaccedilatildeo de preccedilos de

mateacuterias-primas agriacutecolas

Posteriormente os valores deflacionados foram descapitalizados para o

ano 0 (2006) a fim de facilitar a anaacutelise econocircmica A descapitalizaccedilatildeo foi

obtida pela seguinte foacutermula

1198810 =119881119899

(1 + 119894)119899 Eq 6

Em que

1198810 = valor inicial correspondente ao periacuteodo de implantaccedilatildeo do povoamento

(R$)

119881119899 = valor final correspondente ao ano j (R$)

119894 = taxa de juros (6 aa) e

119899 = nuacutemero de periacuteodos (anos)

25 CLASSIFICACcedilAtildeO DOS CUSTOS

Para o caacutelculo dos custos de produccedilatildeo do paricaacute foi adotada a

metodologia descrita pelo Instituto de Economia Agriacutecola (IEA) oacutergatildeo vinculado

agrave Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo Neste

caso foram considerados os custos efetivos de produccedilatildeo ou seja aquele

dinheiro efetivamente desembolsado pelo proprietaacuterio para o pagamento da

mateacuteria-prima produtos ou serviccedilos adquiridos

42

A depreciaccedilatildeo foi aqui desconsiderada pela indisponibilidade de

informaccedilotildees sobre as maacutequinas equipamentos e benfeitorias Assim

considerou-se que todos os maquinaacuterios e equipamentos utilizados para a

implantaccedilatildeo conduccedilatildeo extraccedilatildeo e transporte dos povoamentos foram de

origem terceirizada

Os custos de produccedilatildeo foram entatildeo divididos segundo sua origem

sendo classificados de acordo com a metodologia de custos proposta pelo IEA

a) Custo operacional efetivo (COE) ndash correspondente a todos os custos

expliacutecitos

b) Custo operacional total (COT) ndash correspondente ao somatoacuterio do custo

operacional efetivo e matildeo-de-obra familiar (MO)

c) Custo Total (CT) ndash soma do custo operacional total e do custo de

oportunidade (CO) que eacute a remuneraccedilatildeo do capital circulante e do capital

fixo

As foacutermulas para obtenccedilatildeo do custo operacional total e custo total

encontram-se a seguir

119862119874119879 = 119862119874119864 + 119872119874 Eq 7

119862119879 = 119862119874119879 + 119862119874 Eq 8

43

3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

31 ESTIMATIVA DE VOLUME

A partir das equaccedilotildees ajustadas por Silva et al (2013) para

povoamentos de paricaacute foi possiacutevel estimar o volume comercial e de lacircminas

em trecircs ocasiotildees no tempo e em diferentes classes de produtividade nos cinco

espaccedilamentos de plantio como pode ser observado na Tabela 2

Tabela 2 Volumes comercial (VTHA) e de lacircminas (VCHA) estimados nos diferentes espaccedilamentos de plantio de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA

Idade Espaccedil

(m)

VTHA (msup3ha) VCHA (msup3ha)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 16229 18511 19336 5638 6858 7915

3x3 - 15498 18126 - 6163 7671

3x4 - 13328 15983 - 5476 7009

4x4 7133 13551 14623 2800 5705 6468

5x5 7351 8790 13093 3191 4124 6231

6 a

no

s

3x2 15173 16865 18439 5370 6411 7666

3x3 - 14606 17439 - 5912 7473

3x4 - 12325 15244 - 5188 6787

4x4 7178 11745 13410 2827 5146 6082

5x5 7115 8867 11705 3118 4158 5759

7 a

no

s

3x2 14315 15607 16406 5144 6054 7029

3x3 - 13920 16489 - 5706 7170

3x4 - 11890 14648 - 5052 6590

4x4 7028 11464 13067 2783 5055 5967

5x5 7020 8726 11515 3087 4109 5690

Em que VTHA= volume comercial por hectare VCHA= volume de lacircminas por hectare Espaccedil= espaccedilamento de plantio

A divisatildeo dos povoamentos em classes de produtividade eacute explicada

por Oliveira et al (2008) Segundo os autores a estratificaccedilatildeo realizada por

44

meio de classes de produtividade resulta em estimativas de volume mais

precisas proacuteximo agrave idade de corte Por isso a adoccedilatildeo das trecircs classes

A falta de informaccedilotildees nos espaccedilamentos intermediaacuterios 3x3 e 3x4 m

na classe de produtividade baixa ocorreu pela ausecircncia de povoamentos

nestas condiccedilotildees de siacutetio

A diferenccedila no volume comercial de madeira foi de 323 entre os

espaccedilamentos extremos 3x2 e 5x5 m na classe de produtividade alta sendo

maior o volume nos menores espaccedilamentos Resultados semelhantes foram

encontrados por Macedo et al (2005) com povoamentos de Teca em Minas

Gerais e Hoffmann (2009) em seu trabalho sobre caracterizaccedilatildeo

dendromeacutetrica e rendimento em laminaccedilatildeo de paricaacute na regiatildeo de

Paragominas PA

A diferenccedila no volume tem comportamento exponencial agrave medida em

que se utilizam siacutetios de menor produtividade sendo constatada uma diferenccedila

de 525 e 547 no volume entre os espaccedilamentos extremos nas classes

de produtividade meacutedia e baixa respectivamente Comportamento semelhante

foi observado para o volume de lacircminas de paricaacute Houve diferenccedila crescente

no volume entre os espaccedilamentos extremos sendo menor na classe de

produtividade alta (213)

Aos 6 anos a diferenccedila no volume entre os espaccedilamentos extremos foi

superior agrave idade anterior Na classe de produtividade alta a diferenccedila no

volume comercial foi de 365 Jaacute o volume de lacircminas abrangeu diferenccedila de

249

Nos siacutetios de baixa produtividade o volume comercial de madeira no

espaccedilamento 3x2 m foi 177 menor comparado ao de produtividade alta

Esta porcentagem encontra-se dentro do intervalo indicado por Morales et al

(2010) para povoamentos de pinus Segundo os autores a produtividade do

pinus foi reduzida entre 14 a 36 nos diferentes siacutetios de produccedilatildeo

Nos espaccedilamentos 4x4 e 5x5 m esta diferenccedila foi mais significativa

com aproximadamente 465 e 392 respectivamente Isso se deve entre

outras coisas agrave morte natural das plantas com diacircmetros mais acentuados

tornando mais expressiva a reduccedilatildeo de volume

Comparando a produccedilatildeo de paricaacute em relaccedilatildeo a idade de corte pode

ser observada uma reduccedilatildeo no volume de madeira do quinto para o sexto ano

45

Este comportamento pode ser resultado do autodesbaste caracteriacutestico da

espeacutecie Por se tratar de uma espeacutecie pioneira ela atinge o aacutepice de

incremento na idade meacutedia de 5 anos sendo mais viaacutevel seu corte neste

periacuteodo (CARVALHO 2007)

Balloni e Simotildees (1980) anteriormente jaacute haviam afirmado que a

porcentagem de aacutervores dominadas e mortas cresce com o avanccedilo da idade

sendo mais intenso e precoce nos espaccedilamentos mais apertados Por isso a

idade de corte deve ser definida em funccedilatildeo do ritmo de crescimento

espaccedilamento finalidade da madeira e suas interaccedilotildees

32 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO

O levantamento de custos como citado anteriormente seguiram a

metodologia sugerida pelo Instituto de Economia Agriacutecola ndash IEA sendo

agrupados por atividade

321 Custo operacional efetivo ndash COE

Todas as atividades desde a implantaccedilatildeo ateacute a exploraccedilatildeo dos

povoamentos de paricaacute foram identificadas e os gastos estimados para

obtenccedilatildeo dos custos efetivamente desembolsados pelo produtor sendo que os

custos foram deflacionados e descapitalizados para o ano de 2006 A soma

dos custos das atividades desenvolvidas durante este periacuteodo com corte aos

5 6 e 7 anos podem ser observadas na Tabela 3

Nos povoamentos em estudo os custos de implantaccedilatildeo variaram entre

R$80000 a R$180000 entre os espaccedilamentos extremos sendo menor

quanto menor o nuacutemero de plantas por hectare Este montante representa

entre 18 e 26 do custo total de produccedilatildeo de paricaacute demonstrando sua

importacircncia em relaccedilatildeo agrave outros custos

46

Tabela 3 Custo Operacional Efetivo (COE) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006

Idade Espaccedilamento

(m)

COE do volume comercial (R$ha) COE do volume de lacircminas (R$ha)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 501646 501646 501646 648938 667703 674487

3x3 - 437995 437995 - 586899 608517

3x4 - 408969 408969 - 540219 562057

4x4 388309 388309 388309 468849 521642 530459

5x5 369666 369666 369666 451856 463692 499083

6 a

no

s

3x2 512608 512608 512608 639852 652755 664594

3x3 - 451539 451539 - 574684 595999

3x4 - 423545 423545 - 529527 551493

4x4 404176 404176 404176 471255 505786 518322

5x5 385283 385283 385283 451891 465242 486598

7 a

no

s

3x2 527155 527155 527155 637832 646772 652303

3x3 - 465086 465086 - 573035 590806

3x4 - 436693 436693 - 530595 549673

4x4 416824 416824 416824 477086 507776 518871

5x5 398191 398191 398191 458394 470202 489495

47

O custo no espaccedilamento 5x5 m foi semelhante ao encontrado por Silva

et al (2004) para a implantaccedilatildeo de 1 ha de eucalipto na regiatildeo de Brasiacutelia

quando os valores foram corrigidos para o mesmo periacuteodo demonstrando

semelhanccedila na implantaccedilatildeo das duas culturas

Nos povoamentos analisados natildeo houve diferenccedilas nos custos para

implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo nos plantios com classes de produtividade distintas

os quais objetivavam a produccedilatildeo de volume comercial Em contrapartida

houve o acreacutescimo de gastos a medida em que se reduziu os espaccedilamentos

de plantio ou seja quanto menor a aacuterea ocupada por plantas maiores os

gastos com alinhamento marcaccedilatildeo de covas coveamento plantio e adubaccedilatildeo

Em relaccedilatildeo ao volume de lacircminas ocorreu a distinccedilatildeo dos custos entre

classes de produtividade uma vez que os custos com colheita e transporte

estatildeo relacionados com o volume colhido Assim em classes de produtividade

alta e menor espaccedilamento de plantio o COE foi superior em comparaccedilatildeo aos

outros povoamentos analisados

Como observado aos 5 anos natildeo houve diferenccedila no COE

independente da classe de produtividade nos povoamentos em que satildeo

mensurados o volume comercial de madeira Isso foi reflexo da quantidade de

plantas inseridas no local que no plantio foram invariaacuteveis independente da

qualidade do terreno O mesmo foi notado quando se estimou os custos para

exploraccedilatildeo de madeira aos 7 anos

A reduccedilatildeo no COE da produccedilatildeo de lacircminas com o aumento da idade

de exploraccedilatildeo eacute explicado pela reduccedilatildeo ocorrida no volume de madeira

causado pela mortalidade das plantas como observado no trabalho de Silva et

al (2013) Assim diminuem-se proporcionalmente os custos com colheita

transporte e outras atividades de manutenccedilatildeo

322 Custo operacional total ndash COT

O custo operacional total envolveu o COE e a matildeo-de-obra familiar

considerada aqui como o custo de administraccedilatildeo ou seja os proprietaacuterios dos

48

povoamentos eram os responsaacuteveis pela administraccedilatildeo dos plantios A

participaccedilatildeo do COT pode ser observada na Tabela 4

O custo da matildeo-de-obra foi considerado como um custo operacional

efetivo pois natildeo houve somente um gasto mas um desembolso ou seja uma

saiacuteda de caixa Jaacute a matildeo-de-obra familiar eacute parte do custo de produccedilatildeo pois

consistiu em uma alocaccedilatildeo de recurso produtivo (matildeo-de-obra) para a geraccedilatildeo

do produto (madeira) representando cerca de 10 dos custos de produccedilatildeo

Observando a tabela 4 pode-se notar que o maior custo de

administraccedilatildeo foi obtido para o espaccedilamento 3x2 m quando o objetivo era a

laminaccedilatildeo com custo de aproximadamente R$67450 Jaacute o espaccedilamento 5x5

m com objetivo de venda da floresta em peacute obteve o menor custo com

aproximadamente R$37000 por hectare

Resultados semelhantes foram encontrados para a produccedilatildeo de

madeira aos 6 anos Os menores custos de administraccedilatildeo estatildeo relacionados

aos menores custo de implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo dos povoamentos Aos 6 anos

o custo de administraccedilatildeo no espaccedilamento 5x5 m em classe de produtividade

alta com o objetivo de produccedilatildeo de lacircminas foi de aproximadamente R$48660

e R$38528 quando se objetivou a venda da madeira em peacute

Os custos de administraccedilatildeo tambeacutem foram reduzidos a medida em que

se aumentou o tempo para exploraccedilatildeo dos povoamentos devido a reduccedilatildeo do

volume por hectare sendo outro indicio de que esta espeacutecie deve ser

explorada logo aos 5 anos apoacutes o plantio

49

Tabela 4 Custo Operacional Total (COT) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006

Idade Espaccedilamento

(m)

COT do volume comercial (R$ha) COT do volume de lacircminas (R$ha)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 551811 551811 551811 713832 734473 741936

3x3 - 481795 481795 - 645589 669368

3x4 - 449865 449865 - 594241 618263

4x4 427140 427140 427140 515733 573807 583505

5x5 406633 406633 406633 497042 510062 548991

6 a

no

s

3x2 563869 563869 563869 703837 718031 731053

3x3 - 496693 496693 - 632152 655599

3x4 - 465900 465900 - 582479 606642

4x4 444594 444594 444594 518380 556365 570155

5x5 423812 423812 423812 497080 511767 535258

7 a

no

s

3x2 579871 579871 579871 701615 711449 717534

3x3 - 511595 511595 - 630338 649886

3x4 - 480362 480362 - 583655 604641

4x4 458507 458507 458507 524794 558554 570758

5x5 438010 438010 438010 504233 517223 538444

50

323 Custo total ndash CT

O custo total foi obtido pelo COT acrescido da remuneraccedilatildeo paga ao

capital investido e ao custo da Terra (TABELA 5)

Apoacutes contabilizados todos os custos foi possiacutevel inferir que para o

volume comercial em espaccedilamentos mais adensados o custo total foi 2294

maior do que nos plantios mais espaccedilados independente da classe de

produtividade Jaacute em povoamentos onde o objetivo do plantio era a venda de

lacircminas ocorreu uma variaccedilatildeo nos custos em fator da classe de produtividade

e espaccedilamento de plantio

A venda da madeira aos 6 anos culminou em um acreacutescimo de 67 a

86 em comparaccedilatildeo com os mesmos povoamentos sendo explorados aos 5

anos Para a produccedilatildeo de lacircminas o aumento dos custos foi menos

expressivo No espaccedilamento 3x2 m em classe de produtividade baixa o

aumento foi de 34

A exploraccedilatildeo de povoamentos aos 7 anos foi 1347 a 1596 maior

em relaccedilatildeo a exploraccedilatildeo aos 5 anos e 726 a 801 para 6 anos Estes

nuacutemeros confirmam que os custos tecircm crescido proporcionalmente com o

passar do tempo

Os custos com a remuneraccedilatildeo do capital investido e pelo uso da terra

correspondem em meacutedia a 24 dos custos totais de produccedilatildeo Poreacutem a

maioria dos produtores rurais deixam de contabilizar estes custos por se tratar

do pagamento pelo uso dos bens que ele jaacute possui (capital e terra) resultando

em valores de produccedilatildeo abaixo do que realmente deve ser computado

Comparando a produccedilatildeo de paricaacute e Teca no espaccedilamento 3x2 m

utilizando a mesma metodologia de custos observa-se que o custo total para

cultivo da Teca eacute de aproximadamente R$1080309 valor muito proacuteximo ao

observado para o plantio de paricaacute (SANGUINO 2009)

51

Tabela 5 Custo Total (CT) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006

Idade Espaccedilamento

(m)

CT do volume comercial (R$ha) CT do volume de lacircminas (R$ha)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 730146 730146 730146 917076 940890 949501

3x3 - 649366 649366 - 838341 865776

3x4 - 612527 612527 - 779099 806814

4x4 586308 586308 586308 688522 755523 766713

5x5 562648 562648 562648 666957 681978 726892

6 a

no

s

3x2 782537 782537 782537 949133 966026 981526

3x3 - 702582 702582 - 863811 891718

3x4 - 665930 665930 - 804688 833447

4x4 640572 640572 640572 728395 773606 790019

5x5 615836 615836 615836 703043 720523 748483

7 a

no

s

3x2 843816 843816 843816 99343 100552 101299

3x3 - 759911 759911 - 905837 92986

3x4 - 721528 721528 - 848467 874257

4x4 694669 694669 694669 776132 81762 832618

5x5 669481 669481 669481 750864 766827 792907

52

De maneira geral os custos mais expressivos satildeo referentes agrave manutenccedilatildeo

dos plantios independente do espaccedilamento adotado (Figura 3) Isso eacute

consequecircncia do maior nuacutemero de atividades desenvolvidas durante este periacuteodo

que variam desde o controle de formigas agrave manutenccedilatildeo de estradas

Figura 3 Custos totais da produccedilatildeo de paricaacute sob diferentes espaccedilamentos na regiatildeo de Paragominas PA

Nota-se no entanto que quanto maior o espaccedilamento de plantio utilizado

maiores satildeo os custos de manutenccedilatildeo por hectare Como haacute menor quantidade de

aacutervores por hectare a presenccedila de plantas invasoras eacute mais acentuada

aumentando os custos para seu controle Em contrapartida os custos por hectare

53

com adubaccedilatildeo plantio colheita e transporte diminuem jaacute que o nuacutemero de aacutervores

na aacuterea eacute reduzido

Deve-se ressaltar ainda que estes custos podem variar de acordo com a

classe de produtividade a idade em que vatildeo ser explorados os povoamentos e os

tipos de atividades empregadas que podem variar de acordo com o produtor e a

regiatildeo

54

4 CONCLUSOtildeES

O custo operacional efetivo representou em meacutedia 65 dos custos totais de

produccedilatildeo sendo o transporte o custo individual mais expressivo em todos os

espaccedilamentos analisados Jaacute a manutenccedilatildeo foi o conjunto de atividades mais

significativo nos povoamentos devido ao nuacutemero e ao longo periacuteodo para execuccedilatildeo

das atividades

Os custos totais de produccedilatildeo foram superiores em espaccedilamentos menores

independentemente da remuneraccedilatildeo ou natildeo pelo uso dos capitais permanente e

circulante

A diferenccedila nos custos entre espaccedilamentos extremos 3x2 m e 5x5 m eacute

justificada pelo maior volume de matildeo-de-obra e insumos necessaacuterios para execuccedilatildeo

das atividades em locais com maior nuacutemero de plantas por hectare

55

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE FLORESTAS PLANTADAS ndash ABRAF Anuaacuterio Estatiacutestico da ABRAF 2013 Ano base 2012 Brasiacutelia ABRAF 2013 148p Disponiacutevel em lthttpwwwabraflororgbrestatisticasABRAF13ABRAF13BR pdfgt Acesso em 19 Ago 2013 BALLONI E A SIMOtildeES J W O espaccedilamento de plantio e suas implicaccedilotildees silviculturais IPEF Piracicaba v1 n 3 p 1-16 Set 1980 (Seacuterie Teacutecnica) CAMPOS J C C LEITE H G Mensuraccedilatildeo florestal perguntas e respostas Viccedilosa UFV 2002 407p

CARVALHO P E R Paricaacute (Schizolobium amazonicum) Colombo Embrapa Florestas 2007 8p (Circular Teacutecnica 142)

COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO ndash CONAB Custo de produccedilatildeo agriacutecola a metodologia da Conab Brasiacutelia Conab 2010 60p HOFFMANN R G Caracterizaccedilatildeo dendromeacutetrica e avaliaccedilatildeo do rendimento em laminaccedilatildeo de madeira em plantios de paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) na regiatildeo de Paragominas PA 2009 (97f) Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) ndash Universidade Federal do Espiacuterito Santo Jerocircnimo Monteiro ES 2009 IBGE Paraacute Dom Eliseu 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwibgegovbrcidadesat xtrasperfilphpcodmun =150293gt Acesso em 12 Ago 2013b IBGE Paraacute Paragominas 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwibgegovbrcidadesat xtrasperfilphpcodmun= 150550ampsearch=para|paragominasgt Acesso em 12 Ago 2013a MACEDO R L G GOMES J E VENTURIN N SALGADO B G Desenvolvimento inicial de Tectona grandis LF (teca) em diferentes espaccedilamentos no municiacutepio de Paracatu MG Cerne Lavras v 11 n 1 p 61-69 janmar 2005 MATSUNAGA M et al Metodologia de custo de produccedilatildeo utilizada pelo IEA Agricultura em Satildeo Paulo Satildeo Paulo v 23 p 123-139 1976 MORALES C A S ALBUQUERQUE J A ALMEIDA J A MARANGONI J M STAHL J CHAVES D M Qualidade do solo e produtividade de Pinus taeda no planalto catarinense Ciecircncia Florestal Vol 20 No 4 Oct-Dec 2010 pp 629-640 OLIVEIRA M L R LEITE H G NOGUEIRA G S GARCIA S L R SOUZA A L Classificaccedilatildeo da capacidade produtiva de povoamentos natildeo desbastados de clones de eucalipto Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v43 n11 p1559-1567 nov 2008 PREFEITURA MUNICIPAL DE PARAGOMINAS O lago verde Paragominas 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwparagominaspagovbrgt Acesso em 23 Maio 2013

56

PREFEITURA MUNICIPAL DE DOM ELISEU O municiacutepio Dom Eliseu 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwdomeliseupagovbrgt Acesso em 23 Maio 2013 SANGUINO A C Custos de implantaccedilatildeo e rentabilidade econocircmica de povoamentos florestais com teca no estado do Paraacute Ciecircncias Agraacuterias Beleacutem n 52 p 61-78 juldez 2009 SILVA G F GEZAN S A SOARES C P B ZANETI L Z Modeling growth and yield of Schizolobium amazonicum under different spacings International Journal of Forestry Research v 2013 (2013) 10 p SILVA K R MINETTI L J FIEDLER N C VENTUROLI F MACHADO E G B SOUZA A P Custos e rendimentos operacionais de um plantio de eucalipto em regiatildeo de cerrado Aacutervore Viccedilosa-MG v28 n3 p 361-366 2004

57

CAPIacuteTULO 2

ANAacuteLISE ECONOcircMICA DA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA DE PARICAacute

RESUMO

As exigecircncias atuais de mercado aliadas agraves alternativas de investimento expressam

a necessidade de avaliaccedilatildeo econocircmica de projetos florestais Essa avaliaccedilatildeo

contribui com a escolha da melhor estrateacutegia de produccedilatildeo a fim de tornar os

produtos florestais brasileiros competitivos no mercado externo Por isso objetivou-

se neste trabalho analisar a viabilidade econocircmica de povoamentos de paricaacute sob

diferentes espaccedilamentos aleacutem de determinar economicamente a melhor forma de

plantio para produccedilatildeo de madeira Estes povoamentos foram implantados na regiatildeo

de Paragominas PA em 2006 sob os espaccedilamentos 3x2 3x3 3x4 4x4 e 5x5 m

divididos em trecircs classes de produtividade A produccedilatildeo foi entatildeo estimada para as

idades de 5 6 e 7 anos por meio de equaccedilotildees de crescimento e produccedilatildeo Os

custos do plantio agrave colheita foram disponibilizados por produtores rurais e

empresaacuterios da regiatildeo assim como o valor de venda de lacircminas A partir da

obtenccedilatildeo dos custos e receitas fez-se a anaacutelise econocircmica dos projetos Para tanto

foram utilizados os iacutendices econocircmicos e o criteacuterio do benefiacutecio perioacutedico equivalente

(BPE) como formas de avaliaccedilatildeo considerando-se a taxa de desconto de 6 como

a taxa miacutenima de atratividade Apoacutes a anaacutelise dos iacutendices e criteacuterio de avaliaccedilatildeo

econocircmica pode-se concluir que o espaccedilamento 3x3 m em classe de produtividade

alta com corte aos 5 anos foi o mais indicado pois gera o maior retorno financeiro

Para os maiores espaccedilamentos estudos ainda devem ser desenvolvidos mas

acredita-se que eles sejam alternativas financeiras viaacuteveis

Palavras-chave Criteacuterios de avaliaccedilatildeo espaccedilamentos de plantio iacutendices

econocircmicos retorno financeiro

58

CHAPTER 2

ECONOMIC ANALYSIS OF PRODUCTION PARICAacute

ABSTRACT

The current market demands combined with investment alternatives express the

need for economic evaluation of forestry projects This assessment contributes to the

choice of the best production strategy in order to make the Brazilian forest products

competitive in foreign markets Therefore this study aimed to analyze the economic

feasibility of stands of paricaacute under different spacings and economically determine

the best planting for timber production These settlements were established in the

region of Paragominas PA in 2006 under the spacings 3x2 3x3 3x4 4x4 and 5x5

m divided into three classes productivity The production was then estimated for

ages 5 6 and 7 years through equations of growth and production Costs from

planting to harvest were provided by farmers and entrepreneurs in the region as well

as the value of sales of blades From procurement costs and revenues became the

economic analysis of projects For both economic indicators and criteria periodic

benefit equivalent (BPE) as forms of assessment considering the discount rate of 6

as the hurdle rate were used After analyzing the indexes and economic evaluation

criteria it can be concluded that the spacing 3x3 m in class high productivity with cut

to 5 years was the most suitable because it generates the greatest financial return

For the larger spacings studies have yet to be developed but it is believed that they

are viable alternatives financial

Keywords Evaluation criteria planting space economic indicators financial return

59

1 INTRODUCcedilAtildeO

A implantaccedilatildeo da lei dos incentivos fiscais na deacutecada de 60 motivou o plantio

de florestas para ampliar a base florestal do Paiacutes e captar recursos para o

desenvolvimento do setor (MELLO et al 2005) Esses estiacutemulos baseavam-se na

expansatildeo florestal desconsiderando a qualidade da madeira

Nos dias atuais diante das exigecircncias de mercado da competiccedilatildeo com

outros paiacuteses e das pressotildees relacionadas ao meio ambiente o Brasil tem investido

natildeo somente em produccedilatildeo mais tambeacutem em teacutecnicas silviculturais que contribuam

com a qualidade final dos produtos aleacutem de teacutecnicas que reduzam os custos

envolvidos no processo produtivo Essas metas tecircm sido alcanccediladas por meio do

planejamento dos investimentos

Para realizar um investimento eacute necessaacuterio primeiramente organizar

formalmente os objetivos por meio de um projeto relacionando os meios de que se

dispotildee para alcanccedilaacute-los Posteriormente deve-se analisar o mercado potencial do

produto a fim de obter informaccedilotildees sobre os retornos esperados do investimento

comparativamente agraves alternativas disponiacuteveis eou viaacuteveis Assim com o

planejamento adequado das atividades eacute possiacutevel identificar as exigecircncias atuais de

mercado os caminhos a serem seguidos para entatildeo construir um referencial futuro

o qual identificaraacute a viabilidade ou natildeo da implantaccedilatildeo do projeto ao qual o

planejamento se destina (REZENDE OLIVEIRA 2008)

Para implantaccedilatildeo de um projeto aleacutem de se conhecer o horizonte de

planejamento que eacute o periacuteodo estimado durante o qual o empreendimento em

anaacutelise iraacute operar faz-se necessaacuterios tambeacutem testar a sua viabilidade teacutecnica

econocircmica financeira social ambiental e poliacutetica O teste da viabilidade econocircmica

eacute considerado o mais importante entre os paracircmetros de avaliaccedilatildeo pois consiste em

verificar se no projeto as receitas superam os custos Caso isso natildeo ocorra diz-se

que o projeto eacute insustentaacutevel desde a sua implantaccedilatildeo (FARO 1979 CHICHORRO

et al 2010)

Na avaliaccedilatildeo econocircmica para decisatildeo de que o projeto deve ou natildeo ser

implementado satildeo usadas teacutecnicas e criteacuterios de anaacutelise que comparam os custos e

as receitas inerentes ao projeto A anaacutelise de projetos consiste entatildeo na verificaccedilatildeo

60

de que determinada atividade eacute lucrativa ou natildeo considerando-se um horizonte de

planejamento (REZENDE OLIVEIRA 2008)

Existem vaacuterios meacutetodos de seleccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de projetos de

investimentos Geralmente recorre-se a meacutetodos que consideram principalmente as

atividades a serem executadas os periacuteodos de execuccedilatildeo e seus respectivos custos

os produtos e o periacuteodo de tempo que levaratildeo para serem produzidos seus preccedilos

e receitas ou seja o fluxo de caixa (CHICHORRO et al 2010)

Os meacutetodos de avaliaccedilatildeo econocircmica podem entatildeo ser divididos em dois

grupos principais O primeiro grupo compreende aqueles em que natildeo se considera a

variaccedilatildeo do capital no tempo sendo indicados para horizontes de planejamentos

muito curtos onde natildeo haacute inflaccedilatildeo Jaacute o segundo grupo considera a variaccedilatildeo do

capital no tempo podendo-se citar o valor presente liacutequido (VPL) e o benefiacutecio

perioacutedico equivalente (BPE) como exemplos (SILVA et al 2005)

A variaccedilatildeo do capital ocorre devido agrave remuneraccedilatildeo paga ao seu uso por

determinado tempo ou seja os juros Assim no final do prazo estipulado natildeo

haveraacute somente a quantia emprestada mais tambeacutem um acreacutescimo que

corresponde ao custo de oportunidade do uso do capital durante o periacuteodo de

empreacutestimo O valor a ser pago no final do periacuteodo dependeraacute da taxa de juros

correspondente a unidade de tempo considerada A Conab utiliza o percentual de

6 ao ano como a taxa de retorno para a remuneraccedilatildeo dos investimentos feitos pelo

produtor como se o capital fosse aplicado em outro investimento alternativo

(OLIVEIRA REZENDE 2004 CONAB 2010)

Tendo em vista este contexto objetivou-se neste trabalho analisar a

viabilidade econocircmica de povoamentos de paricaacute sob diferentes espaccedilamentos e

determinar economicamente o melhor espaccedilamento de plantio para produccedilatildeo de

madeira

61

2 MATERIAL E MEacuteTODOS

21 OBTENCcedilAtildeO DAS RECEITAS

A partir da estimativa dos volumes comercial (VTHA msup3ha) e de lacircminas

(VCHA m3ha) nos diferentes espaccedilamentos de plantio em diferentes

idades e classes produtivas tal como proposto no capiacutetulo 1 foram contraiacutedas as

receitas Os volumes comercial e de lacircminas estimados foram multiplicados pelo valor

meacutedio de venda disponiacutevel no boletim informativo de preccedilos disponibilizado pela

Coordenadoria Executiva da Administraccedilatildeo Tributaacuteria ndash CERAT do Estado do Paraacute

2013 Obteve-se assim a receita para cada espaccedilamento analisado

22 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS

Como se trata de projetos de investimento com a finalidade de obtenccedilatildeo de

madeira foram propostos trecircs horizontes de planejamento para os povoamentos de

paricaacute Esses horizontes se referiram ao periacuteodo de tempo que estes projetos foram

avaliados correspondendo a 5 6 e 7 anos entre a implantaccedilatildeo e colheita

Sabendo-se que eacute necessaacuterio reajustar os valores investidos durante o

periacuteodo de execuccedilatildeo do projeto utilizou-se uma taxa de desconto de 6 ao ano

como forma de remuneraccedilatildeo do capital investido considerando a caderneta de

poupanccedila como sendo o melhor investimento alternativo (OLIVEIRA REZENDE

2004) A inflaccedilatildeo identificada no periacuteodo foi obtida por meio do uso do Iacutendice Geral

de Preccedilos - Disponibilidade Interna (IGP-DI) o qual mede a variaccedilatildeo de preccedilos no

mercado A descapitalizaccedilatildeo foi realizada de acordo com a metodologia descrita no

capiacutetulo 1

Para anaacutelise da viabilidade econocircmica do projeto identificaram-se as

variaccedilotildees do capital no tempo Assim em relaccedilatildeo agrave classificaccedilatildeo do projeto de

investimento este foi considerado convencional ou seja ocorreu apenas uma

mudanccedila de sinal em seu fluxo de caixa satisfazendo as seguintes condiccedilotildees

62

119862119900 lt 0

119883119895 le 0 119901119886119903119886 119895 = 1 hellip 119896

119883119895 ge 0 119901119886119903119886 119895 = 119896 + 1 hellip 119899 119890

sum 119883119895

119899

119895=119896+1

gt sum 119883119895

119896

119895=0

Em que

Co = custo inicial (R$)

k = periacuteodo de tempo a partir do qual as receitas passaram a ser positivas

Xj = receita liacutequida de cada periacuteodo j e

n = duraccedilatildeo do projeto (anos)

Depois de identificado o tipo de projeto e tendo todos os custos jaacute calculados

no capiacutetulo 1 procedeu-se a anaacutelise econocircmica dos projetos por meio da avaliaccedilatildeo

dos iacutendices econocircmicos e do benefiacutecio perioacutedico equivalente (BPE)

23 IacuteNDICES ECONOcircMICOS DA PRODUCcedilAtildeO

Para verificar a rentabilidade do sistema produtivo os seguintes iacutendices

econocircmicos de produccedilatildeo foram utilizados

a) Renda bruta (RB)

119877119861 = 119876 times P Eq1

b) Margem bruta (MB)

119872119861 = 119877119861 minus 119862119874119864 Eq 2

c) Margem liacutequida (ML)

119872119871 = 119877119861 minus 119862119874119879 Eq 3

d) Lucro (L)

119871 = 119877119861 minus 119862119879 Eq 4

63

e) Lucratividade (Lc)

119871119888 =119871

119877119861 Eq 5

f) Iacutendice de rentabilidade (IR)

119868119877 =119872119871

119862 Eq 6

Em que

119877119861 = renda bruta (R$)

119876 = quantidade de produto vendido (un)

119875 = preccedilo unitaacuterio dos produtos (R$)

119872119861 = margem bruta (R$)

119862119874119864 = custo operacional efetivo (R$)

119872119871 = margem liacutequida (R$)

119862119874119879 = custo operacional total (R$)

119871 = lucro (R$)

119862119879 = custo total (R$)

119871119888 = lucratividade ()

119868119877 = iacutendice de rentabilidade () e

119862 = capital empatado (R$) referente ao somatoacuterio do custo fixo e circulante meacutedio

podendo-se considerar ou natildeo o custo da terra

24 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DOS PROJETOS

241 Benefiacutecio perioacutedico equivalente (BPE)

Para avaliaccedilatildeo da viabilidade econocircmica por meio do BPE a seguinte

foacutermula foi utilizada

119861119875119864 =119881119875119871[(1 + 119894)119905](1 + 119894)119899119905

(1 + 119894)119899119905 minus 1 Eq 7

64

Em que

n = duraccedilatildeo do projeto (anos)

t = nuacutemero de periacuteodos de capitalizaccedilatildeo

i = taxa de desconto e

VPL = valor presente liacutequido

O VPL foi obtido pela foacutermula

119881119875119871 = sum 119877119895

119899

119895=0

(1 + 119894)minus119895 minus sum 119862119895

119899

119895=0

(1 + 119894)minus119895

Eq 8

Em que

i = taxa de desconto (juros)

j = periacuteodo em que a receita ou o custo ocorreram

n = duraccedilatildeo do projeto (anos)

Rj = receita no final do ano j ou do periacuteodo de tempo e

Cj = custo no final do ano j ou do periacuteodo de tempo considerado

O BPE permite a comparaccedilatildeo de projetos com diferentes horizontes de

planejamento pois os custos jaacute estatildeo distribuiacutedos por unidade de tempo estando

impliacutecitas as diferenccedilas de horizontes Como o desconto dos fluxos de caixa foi

estimado a partir da ldquodata presenterdquo ou seja no periacuteodo de implantaccedilatildeo do projeto

estes foram comparados quando as consequecircncias monetaacuterias estavam em um

ponto comum do tempo

65

3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

31 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA VENDA DE MADEIRA EM PEacute

A renda bruta foi estimada por meio da multiplicaccedilatildeo do volume comercial e

comercial por hectare e o preccedilo pago por cada unidade agrave qual se admitiu um valor

miacutenimo de R$5370 msup3 para venda de ldquomadeira em peacuterdquo ou seja madeira natildeo

explorada e R$45156 msup3 a venda de lacircminas de paricaacute

Identicamente aos custos as receitas foram deflacionadas e

descapitalizadas para o ano 0 a fim de possibilitar a comparaccedilatildeo entre os valores

gastos e recebidos com essa praacutetica de produccedilatildeo A renda bruta obtida com a venda

de madeira de paricaacute pode ser observada na Tabela 1

Tabela 1 Renda bruta (RB) obtida com a produccedilatildeo de madeira de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA sem considerar o custo de laminaccedilatildeo

Idade Espaccedil

(m)

VTHA (R$ha) VCHA (R$ha)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 379731 433109 452408 1109193 1349221 1557365

3x3 - 362619 424113 - 1212472 1509318

3x4 - 311840 373961 - 1077399 1379067

4x4 166887 317064 342144 550865 1122453 1272564

5x5 172002 205671 306342 627806 811406 1226000

6 a

no

s

3x2 355004 394611 431419 1056449 1261369 1508350

3x3 - 341749 408022 - 1163130 1470243

3x4 - 288386 356682 - 1020754 1335360

4x4 167940 274794 313771 556167 1012394 1196711

5x5 166477 207478 273875 613368 817994 1133134

7 a

no

s

3x2 334925 365156 383863 1012137 1191106 1382874

3x3 - 325700 385794 - 1122613 1410651

3x4 - 278203 342718 - 993941 1296571

4x4 164441 268225 305743 547531 994496 1174049

5x5 164242 204174 269414 607295 808354 1119474

Em que Espaccedil = espaccedilamento (m) VTHA = volume comercial por hectare (msup3ha) e VCHA = volume de lacircminas por hectare (msup3ha)

66

A ausecircncia de valores na classe de produtividade baixa nos espaccedilamentos

3x3 e 3x4 m eacute proveniente da inesistecircncia de povoamentos nestas condiccedilotildees de

terreno Como se tratam de plantios independentes a falta de informaccedilotildees nestes

ambientes natildeo prejudicamalteram os resultados nas outras aacutereas em estudo

Observando a Tabela 1 eacute perceptiacutevel a diferenccedila entre a renda bruta obtida

com a venda de madeira em peacute e a explorada Para siacutetios de baixa produtividade e

com corte aos 5 anos a diferenccedila entre a venda de lacircminas e madeira em peacute foi de

aproximadamente R$729000 Esta diferenccedila ocorreu porque o custo de laminaccedilatildeo

natildeo foi contabilizado por falta de informaccedilotildees sobre o processo produtivo

Natildeo existem estudos que indiquem os custos reais de laminaccedilatildeo de paricaacute

proveniente de reflorestamento e quais as atividades necessaacuterias para transformar o

torete de madeira em lacircminas de forma eficiente e com boa qualidade

A renda resultante da venda de ldquomadeira em peacuterdquo em espaccedilamentos

menores como o 3x2 m superam os mais espaccedilados como o 4x4 e 5x5 m com

receita duas vezes maior quando comparados os espaccedilamentos 3x2 e 5x5 m Esta

tendecircncia ocorre entre classes de produtividade e tambeacutem entre idades distintas

Com o aumento da idade de corte houve diminuiccedilatildeo nas receitas em todos

os espaccedilamentos pois o volume de madeira foi reduzido Isso ocorre como jaacute citado

anteriormente provavelmente devido ao autodesbaste das plantas caracteriacutestico da

espeacutecie Entretanto os custos tambeacutem sofreram reduccedilatildeo devido ao menor nuacutemero

de plantas por hectare e esta relaccedilatildeo deve ser analisada

O comportamento da renda bruta em relaccedilatildeo a madeira explorada segue a

mesma tendecircncia citada acima ou seja o menor espaccedilamento no melhor siacutetio

produtivo aos 5 anos eacute o que indica ser o mais viaacutevel Todavia deve-se interagir

custos e receitas para se inferir sobre o espaccedilamento mais adequado para se obter

a maior lucratividade

Na Tabela 2 eacute possiacutevel observar os iacutendices em siacutetios com classe de

produtividade baixa para a venda de lacircminas de paricaacute

67

Tabela 2 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute para venda preacute-corte em classe de produtividade baixa (17 ndash 19 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

5 a

no

s

MB -121915 - - -221422 -197665

ML -172080 - - -260253 -234631

L -256915 - - -325921 -297147

L (t) -350415 - - -419421 -390647

Luc -068 - - -195 -173

Lucr (t) -092 - - -251 -227

IR -047 - - -085 -079

IR (t) -038 - - -065 -060

6 a

no

s

MB -157604 - - -236236 -218806

ML -208865 - - -276654 -257335

L -316133 - - -361232 -337959

L (t) -427533 - - -472632 -449359

Luc -089 - - -215 -203

Lucr (t) -120 - - -281 -270

IR -056 - - -088 -084

IR (t) -043 - - -065 -062

7 a

no

s

MB -192230 - - -244377 -225943

ML -244145 - - -285258 -264961

L -376891 - - -388205 -363216

L (t) -508091 - - -519405 -494416

Luc -113 - - -236 -221

Lucr (t) -152 - - -316 -301

IR -065 - - -090 -086

IR (t) -048 - - -064 -060

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

Na Tabela 2 eacute possiacutevel observar que sob as condiccedilotildees analisadas nenhum

espaccedilamento eacute viaacutevel economicamente Jaacute o comportamento dos iacutendices financeiros

em classe de produtividade meacutedia pode ser observado na Tabela 3

68

Tabela 3 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute para venda preacute-corte em classe de produtividade meacutedia (19 ndash 21 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

5 a

no

s

MB -68537 -75377 -97128 -71245 -163995

ML -118702 -119176 -138025 -110076 -200962

L -203537 -193247 -207187 -175744 -263477

L (t) -297037 -286747 -300687 -269244 -356977

Luc -047 -053 -066 -055 -128

Lucr (t) -069 -079 -096 -085 -174

IR -033 -036 -043 -036 -067

IR (t) -026 -028 -034 -027 -051

6 a

no

s

MB -117998 -109790 -135159 -129382 -177806

ML -169258 -154944 -177514 -169800 -216334

L -276527 -249433 -266145 -254378 -296958

L (t) -387927 -360833 -377545 -365778 -408358

Luc -070 -073 -092 -093 -143

Lucr (t) -098 -106 -131 -133 -197

IR -046 -046 -055 -054 -071

IR (t) -035 -034 -041 -040 -052

7 a

no

s

MB -161999 -131381 -150483 -140593 -186011

ML -213914 -177089 -193352 -181475 -225030

L -346659 -292189 -301302 -284422 -323284

L (t) -477859 -423389 -432502 -415622 -454484

Luc -095 -090 -108 -106 -158

Lucr (t) -131 -130 -155 -155 -223

IR -057 -052 -059 -057 -073

IR (t) -042 -037 -042 -040 -051

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

Os prejuiacutezos obtidos nestas condiccedilotildees do terreno satildeo menores quando

comparados com siacutetios de produtividade baixa O mesmo comportamento tambeacutem

foi observado para siacutetios de classe de produtividade alta como indicado na Tabela

4

69

Tabela 4 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute pra venda preacute-corte em classe de produtividade alta (21 ndash 24 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

5 a

no

s

MB -49238 -13882 -35007 -46165 -63324

ML -99403 -57682 -75904 -84996 -100291

L -184238 -131752 -145066 -150664 -162806

L (t) -277738 -225252 -238566 -244164 -256306

Luc -041 -031 -039 -044 -053

Lucr (t) -061 -053 -064 -071 -084

IR -027 -017 -024 -028 -034

IR (t) -022 -014 -018 -021 -026

6 a

no

s

MB -81189 -43517 -66863 -90406 -111408

ML -132450 -88671 -109217 -130823 -149937

L -239718 -183160 -197848 -215401 -230561

L (t) -351118 -294560 -309248 -326801 -341961

Luc -056 -045 -055 -069 -084

Lucr (t) -081 -072 -087 -104 -125

IR -036 -026 -034 -041 -049

IR (t) -028 -020 -025 -031 -036

7 a

no

s

MB -143292 -71287 -85969 -103075 -120771

ML -195207 -116995 -128837 -143956 -159790

L -327953 -232094 -236787 -246903 -258044

L (t) -459153 -363294 -367987 -378103 -389244

Luc -085 -060 -069 -081 -096

Lucr (t) -120 -094 -107 -124 -144

IR -052 -034 -039 -045 -052

IR (t) -038 -025 -028 -032 -036

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

A inviabilidade econocircmica observada nas trecircs condiccedilotildees produtivas podem

ter sido provenientes do baixo valor de mercado praticado na regiatildeo

Apoacutes o pagamento de todos os desembolsos efetivos restou o deacutebito de R$-

13882 para o espaccedilamento 3x3 m Esta quantia jaacute pode ser considerada como

70

prejuiacutezo do investimento mesmo sem ser contabilizados o pagamento da matildeo de

obra familiar (administraccedilatildeo) e os custos de oportunidade do capital

O menor valor resultante para o espaccedilamento 5x5 m se deve ao fato de

existirem atividades iguais aos outros espaccedilamentos que estatildeo sendo executas em

tempo maior que dos outros povoamentos aumentando assim o custo de produccedilatildeo

Jaacute os resultados encontrados para o espaccedilamento 3x3 m em classe de

produtividade alta satildeo atribuiacutedos agrave eficiecircncia das operaccedilotildees de manutenccedilatildeo dos

plantios principalmente pelo controle de plantas daninhas

Depois do pagamento de todos os desembolsos efetivos foi admitida a

remuneraccedilatildeo da matildeo de obra familiar em virtude da administraccedilatildeo das aacutereas de

plantio sendo proporcional aos custos de produccedilatildeo de paricaacute A margem liacutequida

negativa indica que o empreendimento eacute economicamente inviaacutevel O valor admitido

por este iacutendice se positivo natildeo seria o lucro gerado pois ainda natildeo foi descontado

o custo de oportunidade do capital investido

Para todos os povoamentos analisados houve lucro negativo principalmente

quando foi considerada a remuneraccedilatildeo pelo uso da terra Isso significa que o

investimento natildeo foi atrativo financeiramente Este resultado natildeo eacute interessante

economicamente ao produtor e pode trazer consequecircncias ainda piores como falta

de incentivo agrave produccedilatildeo falta de demanda para venda da madeira em idade de corte

e preccedilos ainda menores do que os praticados

Considerando-se o pagamento pelo uso da terra o prejuiacutezo obtido pelo

plantio de paricaacute variou entre 53 e 316 sendo maior quando mais amplo o

espaccedilamento de plantio Desconsiderando o pagamento pelo uso da terra o

prejuiacutezo se tornou menor estando entre 31 e 236

Este iacutendice representa a capacidade da atividade de transformar

investimento em margem liacutequida Assim desconsiderando o pagamento pelo uso da

terra tem-se que para cada real investido obteve-se entre R$-090 e R$-017 de

margem liacutequida sendo mais atrativo o espaccedilamento 3x3 m em classe de

produtividade alta Considerando o custo da terra o valor foi de R$-065 a R$-014

sendo melhor nos menores espaccedilamento de plantio

Deve-se salientar novamente que o valor do msup3 de madeira utilizado nesta

pesquisa eacute proveniente do preccedilo meacutedio praticado pelo CERAT ndash PA Valores

superiores a este encontrados na regiatildeo podem alterar estes resultados tornando

estes povoamentos atrativos financeiramente (quando superiores a R$10000 msup3)

71

32 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA LAMINADA

O comportamento observado foi semelhante ao da madeira vendida em peacute

ou seja os iacutendices financeiros apontaram que a viabilidade econocircmica aos 5 anos

foi superior agraves outras idades de exploraccedilatildeo (Tabela 5)

Tabela 5 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de baixa produtividade (17 ndash 19 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

5 a

no

s

MB 460255 - - 82016 175950

ML 395361 - - 35131 130764

L 285617 - - -44157 54349

L (t) 192117 - - -137657 -39151

Luc 026 - - -008 009

Lucr (t) 017 - - -025 -006

IR 090 - - 010 039

IR (t) 074 - - 008 030

6 a

no

s

MB 416597 - - 84912 161477

ML 352612 - - 37786 116288

L 218717 - - -60828 21725

L (t) 107317 - - -172228 -89675

Luc 021 - - -011 004

Lucr (t) 010 - - -031 -015

IR 081 - - 011 034

IR (t) 065 - - 008 026

7 a

no

s

MB 374305 - - 138713 217110

ML 322390 - - 97831 178092

L 161775 - - -5115 79837

L (t) 30575 - - -136315 -51363

Luc 016 - - -001 013

Lucr (t) 003 - - -025 -008

IR 075 - - 031 058

IR (t) 057 - - 022 041

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

72

Os iacutendices econocircmicos para as classes de produtividade meacutedia e alta

encontram-se nas Tabelas 6 e 7

Tabela 6 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de meacutedia produtividade (19 ndash 21 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5

5 a

no

s

MB 681518 625573 537181 600811 347713

ML 614747 566883 483159 548647 301344

L 501830 467631 391801 460430 222928

L (t) 408330 374131 298301 366930 129428

Luc 037 039 036 041 027

Lucr (t) 030 031 028 033 016

IR 137 139 126 147 087

IR (t) 114 113 101 117 069

6 a

no

s

MB 608614 588446 491228 506607 352752

ML 543338 530977 438275 456029 306227

L 406743 410719 327467 350188 208871

L (t) 295343 299319 216067 238788 97471

Luc 032 035 032 035 026

Lucr (t) 023 026 021 024 012

IR 124 133 116 125 089

IR (t) 099 104 090 095 067

7 a

no

s

MB 544335 665533 565255 585678 418169

ML 492420 619825 522386 544796 379151

L 329553 504725 414437 441850 280896

L (t) 198353 373525 283237 310650 149696

Luc 028 045 042 044 035

Lucr (t) 017 033 028 031 019

IR 113 181 159 171 123

IR (t) 087 131 114 121 086

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

73

Tabela 7 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de alta produtividade (21 ndash 24 m)

Idade Iacutendices

econocircmicos

Espaccedilamento

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5 5

an

os

MB 882878 900802 817010 742105 726917

ML 815429 839950 760805 689059 677009

L 701365 737042 665754 599351 592608

L (t) 607865 643542 572254 505851 499108

Luc 045 049 048 047 048

Lucr (t) 039 043 041 040 041

IR 181 201 193 182 187

IR (t) 150 164 156 146 148

6 a

no

s

MB 843757 874244 783868 678388 646537

ML 777297 814644 728718 626556 597877

L 638225 689925 613313 518092 496052

L (t) 526825 578525 501913 406692 384652

Luc 042 047 046 043 044

Lucr (t) 035 039 038 034 034

IR 174 198 187 168 168

IR (t) 140 156 146 129 128

7 a

no

s

MB 730571 953571 867885 765231 729289

ML 678656 907863 825016 724350 690271

L 514396 792763 717066 621403 592016

L (t) 383196 661563 585866 490203 460816

Luc 037 056 055 053 053

Lucr (t) 028 047 045 042 041

IR 154 266 252 228 224

IR (t) 119 192 180 161 157

Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra

Contrariamente agrave preacute-colheita a venda de madeira de paricaacute poacutes-colheita

tem demonstrado viabilidade economica para as idade classe de produtividade e

espaccedilamento analisados como observados nos iacutendices a seguir

Apoacutes o pagamento de todos os custos efetivos notou-se uma vantagem no

uso de espaccedilamentos mais adensados Nestes ambientes a margem bruta foi por

74

vezes maior que 40 em relaccedilatildeo aos maiores espaccedilamentos Poreacutem restam ainda

o pagamento pela administraccedilatildeo e uso do capital No entanto verificou-se que a

maioria dos projetos avaliados foram viaacuteveis economicamente pois se obteve

resultados positivos para a madeira laminada

A matildeo-de-obra familiar foi remunerada mantendo-se o montante positivo

Este montante foi utilizado posteriormente como forma de pagamento pelo custo de

oportunidade do capital Observa-se que este iacutendice manteve a tendecircncia de

comportamento semelhante agrave margem bruta exprimindo a viabilidade dos projetos

Lucro negativo soacute foi observado em espaccedilamentos amplos como o 4x4 e

5x5 m em classe de produtividade baixa em todos os anos analisados Isso

significa que o custo de oportunidade do uso do capital natildeo estaacute sendo remunerado

O resultado encontrado eacute consequecircncia de volume insuficiente de lacircminas

para o pagamento do processo produtivo Vale salientar que o processo de

laminaccedilatildeo natildeo foi quantificado

O intervalo de lucratividade sem considerar o pagamento pelo uso da terra

variou de -31 agrave 56 ou seja existem povoamentos que em certas condiccedilotildees

foram inviaacuteveis economicamente como eacute o caso dos espaccedilamentos 4x4 e 5x5 m

em classe de produtividade baixa com exploraccedilatildeo aos 5 anos Outros povoamentos

ao contraacuterio possuem lucratividade de 56 Como exemplo pode-se citar o 3x3 m

aos 7 anos em classe de produtividade alta

Quando se considera o pagamento pelo uso da terra a mesma tendecircncia foi

observada poreacutem a lucratividade foi menor

A capacidade da atividade em transformar o investimento em margem

liacutequida variou entre R$034 e R$266 sendo mais atrativo o espaccedilamento 3x3 m

Considerando o custo da terra o valor corresponde entre R$008 e R$192 sendo

melhor quanto menor o espaccedilamento de plantio

Considerando os valores obtidos nas Tabelas 5 6 e 7 foi possiacutevel inferir

sobre os custos maacuteximos que poderiam ser destinados agrave laminaccedilatildeo para que todas

as despesas fossem pagas obtendo lucratividade zero Na Tabela 8 eacute indicado

quais satildeo estes valores

75

Tabela 8 Valores maacuteximos a serem pagos pela laminaccedilatildeo (R$msup3)

Idade Classe produtiva (m) Espaccedilamentos (m)

3x2 3x3 3x4 4x4 5x5 5

ano

s Baixa 1184 - - -1930 -533

Meacutedia 2206 2414 2238 2708 1472

Alta 3144 3550 3580 3459 3812

6 a

no

s Baixa 707 - - -2400 -1260

Meacutedia 1751 2049 1753 2033 1099

Alta 2857 3317 3292 3033 3286

7 a

no

s Baixa 131 - - -3253 -2045

Meacutedia 1189 1557 1223 1543 476

Alta 2255 2916 2883 2613 2836

Estas informaccedilotildees satildeo valores meacutedios dos espaccedilamentos para cada classe

de produtividade e idade Como pressupotildee-se que em siacutetio de melhor qualidade haacute

maior renda eacute possiacutevel o pagamento de um valor substancialmente maior do que

em classe de produtividade meacutedia Observa-se ainda a inviabilidade da praacutetica de

laminaccedilatildeo em classe de produtividade baixa independente da idade de corte pois a

receita foi menor que os custos mesmo sem a laminaccedilatildeo Essa consideraccedilatildeo

reforccedila os argumentos de suporte sobre os menores espaccedilamentos serem os mais

apropriados para o plantio de paricaacute

33 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA

331 Benefiacutecio perioacutedico equivalente ndash BPE

Para a taxa de 6 aa em povoamentos natildeo explorados o BPE obtido

variou entre R$-24042 e R$-8005 para os espaccedilamentos 4x4 e 3x3 m

respectivamente (Tabela 9) Isso indica que o espaccedilamento 3x3 m na classe de

produtividade alta com corte aos 5 anos eacute o que resultou no menor prejuiacutezo

financeiro sob estas condiccedilotildees analisadas Jaacute o 4x4 m em classe de produtividade

baixa com corte aos 7 anos foi a pior escolha de investimento

76

Tabela 9 BPE de plantios de paricaacute situados na regiatildeo de Paragominas PA

Idade Espaccedil

(m)

BPE (VTHA) BPE (VCHA)

Classe de produtividade (m)

Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta

5 a

no

s

3x2 -15515 -12312 -11154 17037 30010 41982

3x3 - -11695 -8005 - 27958 44123

3x4 - -12531 -8804 - 23408 39845

4x4 -19655 -10645 -9140 -2749 27526 35861

5x5 -17929 -15909 -9868 3161 13276 35456

6 a

no

s

3x2 -19068 -16692 -14483 13023 24305 38193

3x3 - -15066 -11090 - 24543 41296

3x4 - -16069 -11971 - 19548 36699

4x4 -21774 -15363 -13024 -3750 20911 30986

5x5 -20378 -17917 -13934 1204 12432 29663

7 a

no

s

3x2 -22761 -20948 -19825 8894 18907 29965

3x3 - -18281 -14675 - 20779 36619

3x4 - -18827 -14957 - 16500 33111

4x4 -24042 -17815 -15564 -5944 18385 28258

5x5 -22542 -20146 -16232 -842 10264 27366

Em que Espaccedil = espaccedilamento (m) BPE (VTHA) = benefiacutecio perioacutedico equivalente para venda de madeira em peacute e BPE (VCHA) = benefiacutecio perioacutedico equivalente para venda de madeira laminada

A mesma tendecircncia foi observada em povoamentos explorados em que o

BPE variou entre R$-5944 e R$44123 sendo o espaccedilamento 3x3 m a melhor

opccedilatildeo de investimento O mesmo resultado foi obtido por Pavan et al (2010) com

plantios de eucalipto no Rio Grande do Sul para laminaccedilatildeo

Caso ocorressem mudanccedilas na taxa de desconto estas contribuiriam para o

aumento ou reduccedilatildeo dos lucros do plantio Segundo Soares et al (2003) aumentos

na taxa de desconto afetam significativamente o VPL e consequentemente o BPE

indicando que quanto menor a taxa de desconto utilizada maior seraacute a lucratividade

do projeto

A partir da anaacutelise econocircmica dos diferentes sistemas de plantio pode-se

inferir que o motivo pelo qual a classe de produtividade baixa resultou em uma das

piores alternativas financeiras estaacute relacionado ao autodesbaste das plantas neste

ambiente Como estas aacutereas dispotildeem de menores recursos eacute possiacutevel que tenha

77

ocorrido uma expressiva mortalidade de plantas devido agrave concorrecircncia por luz e

nutrientes do solo

Todos os espaccedilamentos de plantio podem ser alternativas viaacuteveis que

poderatildeo contribuir de maneira mais significativa na medida em que alcancem sua

capacidade maacutexima de incremento Isso eacute obtido com a diferenciaccedilatildeo entre os

horizontes de planejamento que natildeo podem ser idecircnticos para todos os

espaccedilamentos de plantio haja vista que as aacutervores se comportam de maneiras

diferentes nestes espaccedilamentoss devido agrave disponibilidade de recursos

Esta afirmaccedilatildeo jaacute foi comprovada em estudos realizados por Cordeiro et al

(2009) em que foi constatado que o sistema de produccedilatildeo do paricaacute em cultivo puro

sob o espaccedilamento 4x3 m nos quatro primeiros anos de cultivo natildeo apresentaram

viabilidade econocircmica sugerindo a necessidade de maior horizonte de

planejamento

78

4 CONCLUSOtildeES

O monocultivo de paricaacute em qualquer um dos espaccedilamentos analisados foi

considerado inviaacutevel por todos os criteacuterios utilizados nesta anaacutelise econocircmica

quando se objetivou a venda da madeira sem exploraccedilatildeo Essa resposta estaacute

associada ao baixo valor de mercado ao qual a espeacutecie estaacute subordinada

A exploraccedilatildeo de madeira mesmo sendo um processo trabalhoso e

dispendioso eacute uma alternativa para se obter valores positivos com a produccedilatildeo de

paricaacute

Observando os custos e receitas oriundos de plantios de paricaacute pode-se

afirmar que espaccedilamentos mais amplos em classe de produtividade baixa satildeo

insuficientes para remunerar o processo de laminaccedilatildeo

O maior retorno financeiro foi obtido em povoamentos de paricaacute implantados

em classe de produtividade alta sob o espaccedilamento 3x3 m com exploraccedilatildeo aos 5

anos

79

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

CHICHORRO J F BAUER M O ANDRADE W S SILVA G F SANTOS F R SILVA J L NOGUEIRA M A Avaliaccedilatildeo econocircmica de projetos florestais In CHICHORRO J F BAUER M O GARCIA G O CALDEIRA M V W Toacutepicos especiais em ciecircncias florestais 1 ed Visconde do Rio Branco Suprema 2010 v 1 p 231-260 COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO ndash CONAB Custo de produccedilatildeo agriacutecola a metodologia da Conab Brasiacutelia Conab 2010 60p COORDENADORIA EXECUTIVA DA ADMINISTRACcedilAtildeO TRIBUTAacuteRIA ndash CERAT Boletim informativo de preccedilos Paraacute 2013 22p CORDEIRO I M C C SANTANA A C LAMEIRA O A SILVA I M Anaacutelise econocircmica dos sistemas de cultivo com Schizolobium parahyba var amazonicum (Huber ex Ducke) Barneby (Paricaacute) E Ananas comosus var erectifolius (L B Smith) Coppus amp Leal (Curauaacute) no municiacutepio de Aurora do Paraacute (PA) Brasil Facultad Agronomiacutea (LUZ) 2009 26 243-265 FARO C Elementos de engenharia econocircmica 3ed Satildeo Paulo Atlas 1979 328p MELLO A A CARNIERI C ARCE J E SANQUETTA C R Planejamento florestal visando agrave maximizaccedilatildeo dos lucros e a manutenccedilatildeo do estoque de carbono Cerne Lavras v 11 n 3 p 205-217 julset 2005 OLIVEIRA A D REZENDE J L P Economia Florestal Lavras UFLAFAEPE 2004 101p PAVAN J A ALVES T W SOUZA M A Viabilidade Econocircmica da Produccedilatildeo de Eucaliptos no Rio Grande do Sul Associaccedilatildeo Brasileira de Custos vol 5 n 1 78-109 JanAbr 2010 REZENDE J L P OLIVEIRA A D Anaacutelise econocircmica e social de projetos florestais Viccedilosa MG UFV 2001 389 p SILVA M L JACOVINE L A G VALVERDE S R Economia Florestal 2 ed Viccedilosa UFV 2005 178p SOARES T S CARVALHO R M M A VALE A B Avaliaccedilatildeo econocircmica de um povoamento de Eucalyptus grandis destinado a multiprodutos Aacutervore Viccedilosa-MG v27 n5 p689-694 2003

80

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A partir das condiccedilotildees estabelecidas notou-se o efeito dos espaccedilamentos

de plantio na viabilidade econocircmica dos povoamentos de paricaacute

Em relaccedilatildeo aos custos de produccedilatildeo eles devem ser separados por

atividades sendo elas preparo da aacuterea plantio adubaccedilatildeo manutenccedilatildeo colheita e

transporte laminaccedilatildeo custo de administraccedilatildeo remuneraccedilatildeo do capital investido

Dentro de cada atividade alguns custos podem sofrer a influecircncia do

nuacutemero de plantas por hectare Como exemplo pode-se citar o nuacutemero de diaacuterias

necessaacuterias para alinhamento coveamento e plantio das mudas aleacutem da

quantidade de adubo necessaacuterio para adubaccedilatildeo de cova

O maior nuacutemero de operaccedilotildees ocorre no periacuteodo de manutenccedilatildeo dos

plantios poreacutem nenhuma delas foi considerada dispendiosa Os maiores custos

individuais foram do transporte de madeira do povoamento ateacute a induacutestria em

todos os espaccedilamentos analisados devido agraves condiccedilotildees de traacutefego nas estradas

A relaccedilatildeo entre volume comercial volume laminado e os custos de

produccedilatildeo determinam entatildeo a viabilidade dos plantios sendo o espaccedilamento mais

viaacutevel aquele que consegue absorver esta relaccedilatildeo de maneira mais eficiente

Entretanto estudos ainda devem ser desenvolvidos para averiguar a relaccedilatildeo entre a

espeacutecie e os espaccedilamentos de plantio

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