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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPIacuteRITO SANTO
CENTRO DE CIEcircNCIAS AGRAacuteRIAS
PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM CIEcircNCIAS FLORESTAIS
RAFAELA DA SILVEIRA
AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA DE PARICAacute
(Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) SOB DIFERENTES ESPACcedilAMENTOS
DE PLANTIO
JEROcircNIMO MONTEIRO ndash ES
2014
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provided by Repositoacuterio Institucional da Universidade Federal do Espirito Santo
RAFAELA DA SILVEIRA
AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA DE PARICAacute
(Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) SOB DIFERENTES ESPACcedilAMENTOS
DE PLANTIO
Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Florestais do Centro de Ciecircncias Agraacuterias da Universidade Federal do Espiacuterito Santo como parte das exigecircncias para obtenccedilatildeo do Tiacutetulo de Mestre em Ciecircncias Florestais na Aacuterea de Concentraccedilatildeo Recursos Florestais Orientador Prof Dr Gilson Fernandes da Silva Coorientadores Prof Dr Adriano Ribeiro de Mendonccedila e Prof Dr Wendel Sandro de Paula Andrade
JEROcircNIMO MONTEIRO ndash ES
2014
AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA DE PARICAacute
(Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) SOB DIFERENTES ESPACcedilAMENTOS
DE PLANTIO
Rafaela da Silveira
Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Florestais do Centro de Ciecircncias Agraacuterias da Universidade Federal do Espiacuterito Santo como parte das exigecircncias para obtenccedilatildeo do Tiacutetulo de Mestre em Ciecircncias Florestais na Aacuterea de Concentraccedilatildeo Recursos Florestais
Aprovada em 19 de fevereiro de 2014
____________________________________
Prof Dr Gilson Fernandes da Silva (Orientador)
Universidade Federal do Espiacuterito Santo
____________________________________
Prof Dr Wendel Sandro de Paula Andrade (Coorientador)
Universidade Federal do Espiacuterito Santo
____________________________________
Prof Dr Rinaldo Luiz Caraciolo Ferreira (Membro externo)
Universidade Federal Rural de Pernambuco
____________________________________
Prof Dr Joseacute Franklim Chichorro (Membro interno)
Universidade Federal do Espiacuterito Santo
Dados Internacionais de Catalogaccedilatildeo-na-publicaccedilatildeo (CIP)
(Biblioteca Setorial de Ciecircncias Agraacuterias Universidade Federal do Espiacuterito Santo ES Brasil)
Silveira Rafaela da 1987- S587a Avaliaccedilatildeo econocircmica da produccedilatildeo de madeira de paricaacute
(Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) sob diferentes espaccedilamentos de plantio Rafaela da Silveira ndash 2014
80 f il Orientador Gilson Fernandes da Silva Coorientador Adriano Ribeiro de Mendonccedila Wendel Sandro de Paula
Andrade Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) ndash Universidade Federal
do Espiacuterito Santo Centro de Ciecircncias Agraacuterias 1 Madeira ndash exploraccedilatildeo 2 Classe de produtividade 3 Idade 4
Iacutendices econocircmicos I Silva Gilson Fernandes da II Mendonccedila Adriano Ribeiro de III Andrade Wendel Sandro de Paula IV Universidade Federal do Espiacuterito Santo Centro de Ciecircncias Agraacuterias V Tiacutetulo
CDU 630
AGRADECIMENTOS
A Deus por ter me proporcionado tantas coisas assim como este desafio Se natildeo
fosse ele eu nunca teria chegado ateacute aqui
Aos meus pais Joseacute e Lurdes que foram os que mais sofreram com a minha
ausecircncia mais me amaram incondicionalmente todos os dias
Agrave minha irmatilde Renata pelo carinho e cuidado de sempre Satildeo nos pequenos
detalhes que percebemos que os irmatildeos satildeo parte de noacutes
Agrave Universidade Federal do Espiacuterito Santo e agrave CAPES pela estrutura e apoio
financeiro para a realizaccedilatildeo deste trabalho
Ao meu orientador Gilson Fernandes da Silva o qual foi fundamental para a
conclusatildeo deste trabalho
Aos meus coorientadores Adriano Ribeiro de Mendonccedila e Wendel Sandro de Paula
Andrade pelas contribuiccedilotildees
Agrave empresa Laminit pela disponibilidade de informaccedilotildees
Aos professores Rinaldo e Franklim pelas sugestotildees
Aos amigos de Alta Floresta MT pelo carinho e pelas palavras de conforto
Aos tantos amigos que fiz em Jerocircnimo Monteiro ES Eles fizeram a distacircncia
parecer pequena
Ao Kallil Keylla e Tharcia pela amizade incondicional e verdadeira
Agrave todos do laboratoacuterio de manejo e mensuraccedilatildeo florestal em especial aos meus
ldquoirmatildeos de orientaccedilatildeordquo Diego Cezana Onair Rafael Bridi Braacuteulio e Evandro que
foram minha famiacutelia durante este periacuteodo
Agrave Sanderleacuteia Ana Paula e Cristiani pela convivecircncia e paciecircncia
Agrave todos aqueles que de alguma forma colaboraram para a execuccedilatildeo do presente
trabalho meus sinceros agradecimentos
ldquoSou muito grata agraves adversidades que apareceram na minha vida pois elas me
ensinaram a toleracircncia a simpatia o auto-controle a perseveranccedila e outras
qualidades que sem essas adversidades eu jamais conheceriardquo
E por fim a Napoleon Hill que sabiamente escreveu estas palavras
BIOGRAFIA
RAFAELA DA SILVEIRA filha de Joseacute Antonio da Silveira e Maria de
Lourdes da Silveira nasceu em 06 de novembro de 1987 no municiacutepio de Alta
Floresta no Estado de Mato Grosso Brasil
Concluiu o Ensino Meacutedio na Escola Prof Marines Faacutetima de Saacute Teixeira de
Alta Floresta em 2005 Em 2006 ingressou na Universidade Estadual de Mato
Grosso (UNEMAT) em Alta Floresta - MT graduando-se em Engenharia Florestal
em dezembro de 2009 No mesmo ano especializou-se em Geoprocessamento pela
Uniatildeo das Faculdades de Alta Floresta (UNIFLOR)
Em marccedilo de 2012 iniciou o curso de mestrado do Programa de Poacutes-
Graduaccedilatildeo Strictu Sensu em Ciecircncias Florestais na linha de pesquisa Manejo
Florestal na Universidade Federal do Espiacuterito Santo em Jerocircnimo Monteiro ndash ES
submetendo-se agrave defesa da dissertaccedilatildeo em fevereiro de 2014
Enquanto suspiramos por uma vida
sem dificuldades devemos nos
lembrar que o carvalho cresce forte
atraveacutes de ventos contraacuterios e que os
diamantes satildeo formados sob
pressatildeo
(Peter Marshall)
RESUMO
SILVEIRA R Avaliaccedilatildeo econocircmica da produccedilatildeo de madeira de paricaacute
(Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) sob diferentes espaccedilamentos de
plantio 2014 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) ndash Universidade
Federal do Espiacuterito Santo Jerocircnimo Monteiro ES Orientador Prof Dr Gilson
Fernandes da Silva Coorientadores Prof Dr Adriano Ribeiro de Mendonccedila e Prof
Dr Wendel Sandro de Paula Andrade
O paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) eacute uma espeacutecie nativa que
vem ganhando destaque entre os plantios comerciais na regiatildeo amazocircnica pelas
suas caracteriacutesticas de crescimento e produccedilatildeo para muacuteltiplos usos Por tal motivo
objetivou-se neste trabalho avaliar o efeito dos espaccedilamentos de plantio na anaacutelise
econocircmica da produccedilatildeo de madeira de paricaacute Para tanto os dados utilizados neste
estudo satildeo originaacuterios de povoamentos homogecircneos plantados sob os
espaccedilamentos 3x2 3x3 3x4 4x4 e 5x5 m localizados entre os municiacutepios de Dom
Elizeu e Paragominas Estado do Paraacute Estes povoamentos foram inventariados
anualmente ateacute o quinto ano sendo analisadas trecircs classes de produtividade em
cada espaccedilamento sendo elas Baixa (17 - 19 m) Meacutedia (19 ndash 21 m) e Alta (21 - 24
m) Posteriormente com auxiacutelio de modelagem os volumes total e laminado foram
estimados aos 5 6 e 7 anos Estimado o volume e identificados todos os custos de
produccedilatildeo estes foram deflacionados pelo IGP-DI e posteriormente
descapitalizados Assim procedeu-se a anaacutelise econocircmica por meio da metodologia
desenvolvida pelo Instituto de Economia Agriacutecola oacutegatildeo vinculado agrave Secretaria de
Agricultura e Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo juntamente com o criteacuterio do
benefiacutecio perioacutedico equivalente Como resultado obteve-se que o custo operacional
efetivo representou em meacutedia 65 dos custos totais de produccedilatildeo sendo o
transporte o custo individual mais expressivo em todos os espaccedilamentos
analisados As anaacutelises econocircmicas indicaram que o monocultivo de paricaacute
independente do espaccedilamento foi inviaacutevel quando se objetivou a venda da madeira
sem exploraccedilatildeo Essa resposta estaacute associada ao baixo valor de mercado ao qual a
espeacutecie estaacute subordinada A exploraccedilatildeo de madeira mesmo sendo um processo
trabalhoso e dispendioso eacute uma alternativa para se obter valores positivos com a
produccedilatildeo de paricaacute Logo pode-se inferir que o maior retorno financeiro eacute obtido em
povoamentos de paricaacute implantados em classe de produtividade alta sob o
espaccedilamento 3x3 m com exploraccedilatildeo aos 5 anos Entretanto para os maiores
espaccedilamentos de plantio estudos ainda devem ser desenvolvidos
Palavras-chave Classe de produtividade idade iacutendices econocircmicos
ABSTRACT
SILVEIRA R Economic evaluation of the production of wood paricaacute
(Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) under different planting spacings
2014 Dissertation (Master of Forest Science) - Federal University of Espiacuterito Santo
Jerocircnimo Monteiro ES Advisor Prof Dr Gilson Fernandes da Silva
Coorientadores Prof Dr Adriano Ribeiro de Mendonccedila and Prof Dr Wendel Sandro
de Paula Andrade
Paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) is a native species that has
been gaining prominence among commercial plantations in the Amazon region its
growth characteristics and production for multiple uses For this reason the aim of
this study was to evaluate the effect of planting space in economic analysis of timber
production paricaacute For this the data used in this study originate homogeneous stands
planted under the spacings 3x2 3x3 3x4 4x4 and 5x5 m located in the State of
Paraacute These stands were inventoried annually by fifth year and analyzed three
classes of productivity in each spacing which are Low (17 ndash 19 m) Medium (19 ndash 21
m) and High (21 ndash 24 m) Later with the aid of modeling the total and laminate
volumes were estimated at 5 6 and 7 years Estimate the volume and identified all
the costs these were deflated by the IGP ndash DI and subsequently undercapitalized
Thus we proceeded to the economic analysis using the methodology developed by
the Institute of Agricultural Economics along with the criterion periodic benefit
equivalent As a result it was found that the actual operating costs represented on
average 65 of total costs of production transportation and the most expressive
individual cost in all spacings analyzed The economic analysis indicated that the
monoculture paricaacute regardless of spacing was impracticable when used to sell the
timber without exploitation This response is associated with low market value to
which the species is subject The logging even being a laborious and costly process
an alternative is to give positive values to the production of paricaacute Therefore it can
be inferred that the greatest financial return is obtained in stands of paricaacute deployed
in class high productivity under the 3x3 m spacing with operating at 5 years
However for larger planting space studies have yet to be developed
Keywords Productivity class age economic indices
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO GERAL 11
11 OBJETIVO GERAL 13 12 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 13
2 REVISAtildeO DE LITERATURA 14
21 PARICAacute 14 211 Descriccedilatildeo botacircnica e anatocircmica do paricaacute 14 212 Caracteriacutesticas silviculturais do paricaacute 15 213 Utilizaccedilatildeo do paricaacute 16
22 CRESCIMENTO E PRODUCcedilAtildeO DO PARICAacute 17 23 RENDIMENTO EM LAMINACcedilAtildeO DE PARICAacute 18 24 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO 19
241 Teoria dos custos 19 242 A importacircncia dos custos 21 243 Classificaccedilatildeo dos custos 21 244 Componentes do custo 22 245 Iacutendices econocircmicos 24 246 Custos na empresa florestal 26
25 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DE PROJETOS FLORESTAIS 27
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 28
CAPIacuteTULO 1 31
RESUMO 31
ABSTRACT 32
1 INTRODUCcedilAtildeO 33
2 MATERIAL E MEacuteTODOS 35
21 AacuteREA EM ESTUDO 35 22 ESTIMATIVA DA PRODUCcedilAtildeO 36 23 DESCRICcedilAtildeO DAS ATIVIDADES 38 24 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS 39 25 CLASSIFICACcedilAtildeO DOS CUSTOS 41
3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 43
31 ESTIMATIVA DE VOLUME 43 32 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO 45
321 Custo operacional efetivo ndash COE 45 322 Custo operacional total ndash COT 47 323 Custo total ndash CT 50
4 CONCLUSOtildeES 54
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 55
CAPIacuteTULO 2 57
RESUMO 57
ABSTRACT 58
1 INTRODUCcedilAtildeO 59
2 MATERIAL E MEacuteTODOS 61
21 OBTENCcedilAtildeO DAS RECEITAS 61 22 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS 61 23 IacuteNDICES ECONOcircMICOS DA PRODUCcedilAtildeO 62 24 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DOS PROJETOS 63
241 Benefiacutecio perioacutedico equivalente (BPE) 63
3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 65
31 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA VENDA DE MADEIRA EM PEacute 65 32 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA LAMINADA 71 33 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA 75
331 Benefiacutecio perioacutedico equivalente ndash BPE 75
4 CONCLUSOtildeES 78
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 79
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 80
11
1 INTRODUCcedilAtildeO GERAL
As florestas naturais somavam em 2007 cerca de 4 bilhotildees de hectares
cobrindo aproximadamente 30 da superfiacutecie terrestre segundo informaccedilotildees da
FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION ndash FAO (2007) Deste montante cerca
de metade da vegetaccedilatildeo ainda estaacute concentrada em cinco paiacuteses sendo o Brasil o
detentor da segunda maior cobertura florestal do planeta
Segundo o Sistema Nacional de Informaccedilotildees Florestais ndash SNIF (2014)
estimava-se que 69 desta cobertura teriam potencial produtivo Com isso ampliou-
se a participaccedilatildeo do setor florestal brasileiro no comeacutercio mundial Entretanto o
setor ainda encontra dificuldades na expansatildeo dos seus negoacutecios especialmente a
regiatildeo amazocircnica devido agraves restriccedilotildees impostas pela legislaccedilatildeo frente ao apelo
ambiental que a regiatildeo desperta em resposta a ocupaccedilatildeo desordenada
Com a implantaccedilatildeo de novas normas de exploraccedilatildeo reduziu-se a
disponibilidade de madeira no mercado expondo-se entatildeo a necessidade de fontes
alternativas para produccedilatildeo de mateacuteria-prima Assim a partir da praacutetica de
reflorestamento estaacute sendo possiacutevel ampliar o estoque de madeira para atender as
demandas atuais e futuras
Em 2012 o consumo brasileiro de madeira em tora proveniente de plantios
florestais foi de 1824 milhotildees de metros cuacutebicos (msup3) um indicador 72 superior
ao de 2011 (ABRAF 2013) Isso indica que a praacutetica do reflorestamento eacute uma
alternativa de negoacutecio que se expandiu no ultimo ano
Segundo o SNIF (2014) o Brasil deteacutem as melhores tecnologias na
silvicultura de eucalipto e outras espeacutecies vecircm sendo estudadas entre elas a acaacutecia
(Acacia mangium Willd) a seringueira (Hevea brasiliensis (Willd ex Adr de Juss)
Muell-Arg) e o paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) Em 2012 a aacuterea
ocupada por plantios florestais de espeacutecies natildeo convencionais como acaacutecia
araucaacuteria poacutepulus teca seringueira e paricaacute foi de 521131 ha representando
72 da aacuterea total de plantios florestais no Brasil (ABRAF 2013) Esta participaccedilatildeo
ainda que pequena se deve agraves caracteriacutesticas de crescimento e produccedilatildeo obtidas
por estas espeacutecies
Na regiatildeo amazocircnica o paricaacute eacute a espeacutecie que vem ganhando destaque
entre os plantios comerciais pelas suas caracteriacutesticas de crescimento e produccedilatildeo
12
para muacuteltiplos usos tornando crescente a demanda industrial por madeira de
lacircminas e compensados para a qual a espeacutecie eacute utilizada (MARQUES et al 2006)
Os primeiros registros com o plantio de paricaacute no Estado do Paraacute constam
da deacutecada de 1950 os quais tinham o objetivo de preservar a caracteriacutestica da
floresta amazocircnica em espaccedilos puacuteblicos e de fomentar estudos sobre o
comportamento e caracteriacutesticas das espeacutecies plantadas (MARQUES et al 2006)
Desde entatildeo muitos plantios foram registrados no Paraacute e em toda regiatildeo
amazocircnica e vaacuterios estudos foram desenvolvidos podendo-se destacar Hoffmann
(2009) Vidaurre et al (2012) Santos (2012) e Corteletti (2013) que trabalharam
com povoamentos de paricaacute localizados entre os municiacutepios de Dom Elizeu e
Paragominas estado do Paraacute Estes estudos comprovaram o alto potencial de
produccedilatildeo madeireira do paricaacute e servem como incentivo para que se estabeleccedilam
novos povoamentos Embora jaacute se tenham muitos plantios com esta espeacutecie na
Amazocircnia ainda satildeo necessaacuterios estudos com o objetivo de identificar as
caracteriacutesticas dendromeacutetricas avaliar a qualidade da madeira e sua produccedilatildeo
A atenccedilatildeo deve ser direcionada tambeacutem para os custos de produccedilatildeo
destes povoamentos que vecircm sendo estabelecidos na regiatildeo amazocircnica Natildeo
existem estudos suficientes que comprovem a lucratividade desta atividade Os
estudos que se tecircm disponiacuteveis ainda satildeo muito geneacutericos e as informaccedilotildees
carentes de dados do processo de implantaccedilatildeo da cultura
O monitoramento do processo produtivo tem sido realizado para identificar
os custos de produccedilatildeo sendo um instrumento necessaacuterio para se avaliar (medir) a
eficiecircncia das empresas Outra teacutecnica utilizada eacute a avaliaccedilatildeo econocircmica dos
projetos que testam a viabilidade de sua execuccedilatildeo
Para testar a viabilidade econocircmica dos projetos florestais faz-se necessaacuterio
o emprego de teacutecnicas econocircmicas sendo as mais tradicionais aquelas em que se
calculam o valor presente liacutequido (VPL) a taxa interna de retorno (TIR) e o benefiacutecio
perioacutedico equivalente (BPE) Este uacuteltimo sendo empregado frequentemente para
projetos com diferentes horizontes de planejamento (REZENDE OLIVEIRA 2001)
O teste da viabilidade econocircmica tem por finalidade estudar a capacidade
financeira do empreendimento a fim de verificar a possibilidade de sua
implementaccedilatildeo por meio da capacidade de sobrevivecircncia no mercado e da
identificaccedilatildeo dos fatores que podem dificultar as possibilidades de ecircxito do mesmo
comprovando-se assim a sua necessidade de execuccedilatildeo
13
11 OBJETIVO GERAL
Avaliar o efeito dos espaccedilamentos de plantio na anaacutelise econocircmica da
produccedilatildeo de madeira de paricaacute
12 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
a) Definir os custos de produccedilatildeo de povoamentos de paricaacute
b) Identificar os custos de produccedilatildeo mais afetados pelos espaccedilamentos
de plantio
c) Avaliar a participaccedilatildeo individual dos custos no processo de
implantaccedilatildeo colheita e transporte e
d) Identificar o espaccedilamento que forneceraacute o maior retorno econocircmico
por meio de indicadores e criteacuterio de avaliaccedilatildeo
14
2 REVISAtildeO DE LITERATURA
21 PARICAacute
A espeacutecie Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke foi descoberta por
Huber e descrita por Ducke em 1922 sendo vulgarmente conhecida como pinho-
cuiabano paricaacute-da-amazocircnia paricaacute-da-terra-firme (Mato Grosso) paricaacute paricaacute-
grande faveira (Paraacute) canafista canafiacutestula fava-canafiacutestula (Acre) bandarra
(Rondocircnia) guapuruvu-da-amazocircnia (Distrito federal) aleacutem de cereboacute (Boliacutevia)
tambor (Colocircmbia) gavilaacuten (Costa Rica) pachaco (Equador) palo de judiacuteo palo de
picho (Meacutexico) e pashaco (Peru) (CARVALHO 2007)
Ocorre naturalmente em toda regiatildeo amazocircnica principalmente no Mato
Grosso Paraacute Amazonas e Rondocircnia no Brasil aleacutem de outros paiacuteses como Peru
Boliacutevia Colocircmbia e Venezuela (SOUZA et al 2005) Sobrevive em mata primaacuteria e
secundaacuteria de terra firme e vaacuterzea alta notadamente nas formaccedilotildees do tipo floresta
densa e floresta aberta em solos argilosos e altitudes de ateacute 800 metros
(CARVALHO 1994 ROSA 2006a)
A espeacutecie eacute tolerante a solos de baixa fertilidade e adapta-se agrave precipitaccedilatildeo
meacutedia anual de 1600 mm a 5850 mm e temperatura meacutedia de 248 ordmC (CRESPO et
al 1995) Por ser uma espeacutecie essencialmente helioacutefila natildeo tolera baixas
temperaturas (CARVALHO 2007)
211 Descriccedilatildeo botacircnica e anatocircmica do paricaacute
Segundo o sistema de classificaccedilatildeo de Cronquist a espeacutecie Schizolobium
amazonicum pertence agrave famiacutelia Caesalpiniaceae (Leguminosae Caesalpinioideae)
sendo da divisatildeo Magnoliophyta (Angiospermae) da classe Magnoliopsida
(Dicotyledonae) e ordem das Fabales
O paricaacute eacute uma aacutervore deciacutedua que pode atingir 40 m de altura e 100 cm de
DAP (diacircmetro a altura do peito medido a 130 m do solo) na idade adulta
15
(CARVALHO 2007) Seu tronco eacute ciliacutendrico e reto com casca de cor cinza clara
podendo conter sapopemas A madeira eacute macia leve com textura grossa gratilde direita
e irregular cerne creme-avermelhado e alburno creme-claro Tecircm faacutecil
processamento mas baixa durabilidade natural (SOUZA et al 2005)
Rosa (2006a) trabalhando com a botacircnica anatomia e tecnologia de paricaacute
comprovou que ao longo do crescimento vegetativo a espeacutecie pode possuir
caracteriacutesticas dendroloacutegicas diferenciadas em termos de coloraccedilatildeo da casca e do
surgimento de sapopemas
212 Caracteriacutesticas silviculturais do paricaacute
As sementes de paricaacute possuem alto grau germinativo podendo chegar a
90 Isso pode ser comprovado em estudos realizados por Lameira et al (2000)
com a propagaccedilatildeo do paricaacute por meio de sementes submetidas a processos
mecacircnicos fiacutesicos e quiacutemicos de quebra de dormecircncia Nesse estudo foi constatado
que as sementes possuem um percentual de germinaccedilatildeo de 80 a 90
O paricaacute possui entretanto dificuldade em seu manejo por seu elevado teor
de umidade e susceptibilidade ao ataque de microorganismos aleacutem da dormecircncia
tegumentar que necessita de tratamentos preacute-germinativos (ROSA 2006b
CARVALHO 2007)
Para o armazenamento de sementes eacute recomendado um periacuteodo maacuteximo de
12 meses tendo em vista que a partir do oitavo mecircs ocorre reduccedilatildeo na viabilidade
das sementes como pode ser observado no trabalho de Rosa (2006a) sobre a
ecologia e silvicultura do paricaacute
Apoacutes serem retiradas do armazenamento as sementes podem ser plantadas
de duas maneiras colocando-se as sementes para germinar em canteiros
(sementeiras) ou semeando-as diretamente na embalagem plaacutestica Ambas as
opccedilotildees permitem sobrevivecircncia de no miacutenimo 80 das plantas sendo
consideravelmente aceitaacutevel (SOUZA et al 2003)
No que se refere a implantaccedilatildeo de povoamentos uma atenccedilatildeo especial
deve ser direcionada agrave escolha do espaccedilamento a ser utilizado No Estado do Paraacute
diversos espaccedilamentos tem sido adotados (3x3 m 4x4 m 3x4 m 5x4 m 6x4 m)
16
principalmente em plantios mais antigos estando os mais recentes em maior
padronizaccedilatildeo com espaccedilamentos de 4x4 m Isso provavelmente se deve agrave
facilidade de mecanizaccedilatildeo (MARQUES et al 2006) Aleacutem disso estudos vecircm
comprovando que o espaccedilamento 4x4 m eacute mais utilizado pois proporciona a melhor
relaccedilatildeo entre crescimento em altura e diacircmetro das aacutervores (ROSA 2006b)
Em sistemas silviculturais mais adensados ou em plantios puros o paricaacute
tem demonstrado crescimento inicial em altura bastante raacutepido sendo necessaacuterios
desbastes para manter equiliacutebrio adequado entre a retirada de indiviacuteduos de
qualidade inferior doentes ou danificados e a manutenccedilatildeo de espaccedilamento
aproximadamente regular entre as plantas Deve-se ressaltar entretanto que a
espeacutecie eacute bastante suscetiacutevel aos danos causados por ventos fortes principalmente
nos estaacutegios iniciais de desenvolvimento As aacutervores isoladas e plantas da
bordadura satildeo mais propensas a quebras poreacutem estes danos satildeo bastante
reduzidos com a presenccedila de mata ou de relevo ondulado nas proximidades que
possam proteger o povoamento e reduzir esses efeitos do vento (SOUZA et al
2003)
No estudo realizado por Rondon (2002) concluiu-se que ateacute o terceiro ano o
paricaacute eacute altamente vulneraacutevel ao vento principalmente nos espaccedilamentos 4x2 m e
2x2 m Por tal motivo medidas preventivas devem ser tomadas no iniacutecio da
implantaccedilatildeo deixando-se uma faixa de mata nativa em torno do plantio Desta
maneira sob os espaccedilamentos 15x15 m 2x2 m 3x2 m 3x3 m 4x2 m 4x3 m e 4x4
m avaliadas pelo autor os dois uacuteltimos foram os que proporcionaram maiores
crescimentos em altura e diacircmetro
213 Utilizaccedilatildeo do paricaacute
Essa espeacutecie eacute bastante utilizada na produccedilatildeo de lacircminas meacutedias ou parte
interna de compensados caixotaria leve portas e parquete tendo em vista que
pode ser alcanccedilado o rendimento de ateacute 80 de aproveitamento da madeira no
processo de laminaccedilatildeo (MARQUES et al 2006)
17
Ela pode ser utilizada para produccedilatildeo energeacutetica assim como a produccedilatildeo de
papel e celulose por sua facilidade de branqueamento Propriedades medicinais
tambeacutem podem ser encontradas principalmente na casca (CARVALHO 2007)
Carvalho (2007) afirma ainda que esta espeacutecie tem grande potencial para
recuperaccedilatildeo de aacutereas degradadas Por ser uma espeacutecie pioneira o paricaacute tem bom
desenvolvimento na maioria dos solos amazocircnicos contribuindo com
sombreamento o desenvolvimento de espeacutecies cliacutemax que por ventura se
estabeleccedilam na aacuterea
O paricaacute pode ser utilizado ainda para artesanato sendo seu uso mais
comum na fabricaccedilatildeo de brinquedos saltos para calccedilados e aeromodelismo
(SOUZA et al 2003)
22 CRESCIMENTO E PRODUCcedilAtildeO DO PARICAacute
O crescimento e a produccedilatildeo de um povoamento florestal dependem da
idade da capacidade produtiva do grau de utilizaccedilatildeo do potencial produtivo do lugar
e de tratamentos silviculturais (SCOLFORO 2006 CAMPOS LEITE 2009) Esta
relaccedilatildeo pode ser mensurada por meio de modelos de crescimento e produccedilatildeo
mecaniacutesticos ou empiacutericos sendo este uacuteltimo o mais utilizado
Santos (2012) estudando o crescimento e produccedilatildeo de plantios de paricaacute
sob diferentes espaccedilamentos ajustou o modelo logiacutestico para estimar o crescimento
em diacircmetro e volume das aacutervores em cada espaccedilamento em funccedilatildeo da idade O
autor observou efeito significativo do espaccedilamento sobre as variaacuteveis diacircmetro
quadraacutetico e volume em todas as idade evidenciando a dependecircncia entre os
fatores
Neste mesmo estudo foi constatado que a maior diferenccedila entre as meacutedias
do diacircmetro quadraacutetico e o volume foi entre os espaccedilamentos extremos 3x2 m e 5x5
metros Assim o maior crescimento em diacircmetro quadraacutetico foi verificado no espaccedilo
vital com 25 msup2 e o maior crescimento em volume por aacuterea no espaccedilamento de 6msup2
Anteriormente Hoffmann (2009) jaacute havia verificado a influecircncia do diacircmetro
no rendimento da laminaccedilatildeo em que o aumento do diacircmetro promoveu maior
rendimento O mesmo foi observado por Silva et al (2013)
18
23 RENDIMENTO EM LAMINACcedilAtildeO DE PARICAacute
A produccedilatildeo de lacircminas em escala comercial surgiu a partir do seacuteculo XX
sendo impulsionada no Brasil na deacutecada de 30 com o objetivo de confeccionar
madeira compensada que tem como mateacuteria-prima paineacuteis de lacircminas de madeira
Este material eacute submetido a um processo de colagem e prensagem com adesivos
resistentes ou agrave prova drsquoaacutegua tendo muacuteltiplas aplicaccedilotildees na construccedilatildeo civil na
fabricaccedilatildeo de moacuteveis formas para concreto embalagens transporte e aplicaccedilotildees
agriacutecolas (BORDUELLE IWAKIRI MARTINS et al 2006 IWAKIRI PRATA 2008)
A qualidade da laminaccedilatildeo eacute influenciada por caracteriacutesticas da espeacutecie
(densidade da madeira) caracteriacutesticas do fuste (diacircmetro e forma) e gratilde (direccedilatildeo e
inclinaccedilatildeo) e por condiccedilotildees operacionais do equipamento (velocidade de corte
ajuste da geometria da faca e barra de pressatildeo afiaccedilatildeo da faca) sendo que a
automaccedilatildeo dos equipamentos tem resultado em lacircminas de maior qualidade e
produtividade (TSOUMIS 1991)
Esta busca pela qualidade e produtividade tem aumentado o interesse nos
estudos sobre a prognose do crescimento e da produccedilatildeo de povoamentos e do
processo de laminaccedilatildeo Isto ocorre porque as empresas florestais procuram
investimentos soacutelidos devido aos compromissos de longo prazo assumidos
As estimativas da produccedilatildeo de mateacuteria-prima e do rendimento do produto
final contribuem com o planejamento da empresa em relaccedilatildeo a novos investimentos
novos produtos a serem lanccedilados no mercado aleacutem da viabilidade do projeto em
execuccedilatildeo e de futuros investimentos Por isso faz-se necessaacuterio conhecer todo o
processo produtivo do produto com o qual se estaacute trabalhando
A laminaccedilatildeo da madeira pode ser obtida por meio de duas formas
comerciais
a) Lacircminas torneadas ndash obtidas a partir do ldquodesenrolamentordquo de toras grossas
relativamente curtas utilizando torno laminador
b) Lacircminas faqueadas ndash obtidas a partir de cortes planos realizados por
faqueadeira em peccedila de madeira em bloco
Independentemente do meacutetodo de obtenccedilatildeo de lacircminas um dos objetivos da
empresa florestal eacute a busca pelo aumento da produtividade Estas informaccedilotildees satildeo
obtidas por meio do acompanhamento do processo de transformaccedilatildeo das aacutervores
19
em lacircminas e a partir dos valores obtidos subtrai-se o produto final da quantidade
de madeira que iniciou o processo obtendo-se assim o rendimento
Para o paricaacute o rendimento encontrado em estudos realizados por Hoffmann
(2009) foi de aproximadamente 5031 em aacutervores aos 5 anos Jaacute Melo (2012)
alcanccedilou rendimento meacutedio de 59 Este autor afirma ainda que o rendimento em
laminaccedilatildeo pode ser facilmente estimado por meio de variaacuteveis dendromeacutetricas da
tora obtendo-se menores perdas para aacutervores com maiores diacircmetros
O resultado encontrado por Melo (2012) eacute semelhante ao de Bortoletto
Juacutenior e Belini (2002) para outra espeacutecie do mesmo gecircnero Estudando a produccedilatildeo
de lacircminas e compensados de guapuruvu (Schizolobium parayba (Vell) Blake)
proveniente de plantios mistos de espeacutecies nativas estes autores observaram que o
rendimento do processo de laminaccedilatildeo foi de aproximadamente 61 em lacircminas
verdes Isso demonstra que o gecircnero Schizolobium pode conter boas caracteriacutesticas
para laminaccedilatildeo
24 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO
241 Teoria dos custos
Segundo Pinto et al (2008) algumas terminologias devem ser consideradas
na contabilidade de custos
Gasto esforccedilo realizado pela empresa para obtenccedilatildeo de um bem ou serviccedilo
Investimento gasto com bens ou serviccedilos que traratildeo benefiacutecios futuros
Despesa consumo direto ou indireto com bens e serviccedilos com a finalidade
de obtenccedilatildeo de receitas
Perda gasto natildeo intencional decorrente de fatores externos e
Custos gastos acumulados para executar uma atividade fabricar um
produto ou adquirir uma mercadoria
Essas definiccedilotildees podem ser interpretadas como ilustrada na Figura 1
20
Figura 1 Forma esquemaacutetica da distribuiccedilatildeo de gastos Fonte Adaptado de Pinto et al (2008)
Aleacutem das terminologias apresentadas faz-se necessaacuterio definir orccedilamento
anaacutelise de projeto e o caacutelculo do custo de produccedilatildeo uma vez que satildeo peccedilas
fundamentais para o teste de viabilidade econocircmica do projeto
O orccedilamento tem por objetivo a verificaccedilatildeo preacutevia de gastos e a anaacutelise de
projetos objetiva a avaliaccedilatildeo econocircmica de investimentos que seratildeo realizados Jaacute o
caacutelculo do custo de produccedilatildeo por sua vez tem por objetivo quantificar o custo por
unidade produzida sendo este sempre realizado apoacutes o fim do ciclo de produccedilatildeo
O custo por produto encontrado eacute entatildeo comparado com receita obtida com
as vendas do produto e com o montante de capital utilizado na produccedilatildeo a fim de
serem calculados os indicadores econocircmicos para aquela atividade ou seja o custo
de produccedilatildeo de uma empresa eacute determinado pelas condiccedilotildees fiacutesicas de produccedilatildeo
pelo preccedilo dos recursos e pela conduta economicamente eficiente do proprietaacuterio
Custo eacute entatildeo o preccedilo pelo qual se obteacutem um bem (FERGUSON 2003)
O caacutelculo dos custos de produccedilatildeo por sua vez natildeo eacute uma tarefa faacutecil haja
visto que haacute um grande nuacutemero de informaccedilotildees que devem ser administradas para
que se tenha no final do periacuteodo de produccedilatildeo todos os custos referentes agravequela
atividade Por isso o aconselhaacutevel eacute que se faccedila o registro dos gastos
preferencialmente por atividade para facilidade de obtenccedilatildeo dos resultados
Custos
Investimentos
Despesas
PerdasUso para execuccedilatildeo de atividades adquirir mercadorias e fabricar produtos
Gastos que seratildeo usados no futuro para geraccedilatildeo de receita
Gastos que jaacute foram utilizados para geraccedilatildeo de receita
Gastos que natildeo foram usados para geraccedilatildeo de receita
21
242 A importacircncia dos custos
Para Hildebrand (1995) os custos geralmente contribuem para a anaacutelise a
curto meacutedio e longo prazo que geram informaccedilotildees importantes para o planejamento
e mensuraccedilatildeo da eficiecircncia de operaccedilotildees atividades e processos de produccedilatildeo da
empresa a avaliaccedilatildeo de alternativas de investimento novos negoacutecios e novos
sistemas de produccedilatildeo (processos maacutequinas e equipamentos entre outros)
O setor florestal trabalha geralmente a longo prazo que eacute um horizonte de
planejamento em que a curva de custo de produccedilatildeo corresponde agrave despesa com a
aquisiccedilatildeo dos fatores ao longo do caminho de expansatildeo Isto significa que para cada
niacutevel de produccedilatildeo existiraacute uma combinaccedilatildeo dos fatores variaacuteveis de miacutenimo custo
que junto com os fatores fixos permite a produccedilatildeo de determinada quantidade
(SIMONSEN1971 FERGUSON 2003) A ausecircncia do conhecimento sobre custos
provavelmente levaraacute a maacute aplicaccedilatildeo do capital de giro menor lucro menor
rentabilidade ameaccedilas a estabilidade econocircmica financeira e ao crescimento da
empresa (FERREIRA 2007)
243 Classificaccedilatildeo dos custos
Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo vaacuterios meacutetodos satildeo encontrados na
literatura sendo selecionado o modelo a partir da caracteriacutestica do produto ou do
modelo de produccedilatildeo que estaacute sendo analisado Em funccedilatildeo disso o Instituto de
Economia Agriacutecola ndash IEA oacutergatildeo vinculado agrave Secretaria de Agricultura e
Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo desenvolveu uma metodologia para o setor
agriacutecola designado Meacutetodo do Custo Operacional
Na metodologia do custo operacional se incluem apenas as despesas
efetivamente desembolsadas pelo produtor mais a depreciaccedilatildeo de maacutequinas e
benfeitorias e o custo estimado da matildeo-de-obra familiar Assim a remuneraccedilatildeo de
todos os outros fatores de produccedilatildeo natildeo incluiacutedos fica a cargo do resiacuteduo ou seja a
diferenccedila entre o custo operacional e o valor de venda do produto (MATSUNAGA et
al 1976)
22
O esquema da estrutura do custo de produccedilatildeo utilizada pelo IEA pode ser
visualizado a seguir
Figura 2 Estrutura dos custos de produccedilatildeo utilizada pelo IEA Fonte Nachiluk e Oliveira (2012) sup1 Contribuiccedilatildeo de Seguridade Social Rural
244 Componentes do custo
Os custos podem ser denominados custos expliacutecitos e impliacutecitos Os
desembolsos realizados satildeo denominados custos expliacutecitos segundo Pindyck e
Rubinfeld (1994) os quais abrangem remuneraccedilotildees de matildeo de obra salaacuterios e
custos de materiais e locaccedilatildeo de propriedades aleacutem do custo de oportunidade Eles
satildeo importantes pois envolvem pagamentos diretamente feitos pela empresa a
outras empresas e pessoas com as quais faz negoacutecios
Jaacute os custos impliacutecitos natildeo satildeo diretamente desembolsados no processo de
produccedilatildeo mas natildeo podem deixar de ser considerados uma vez que se constituem
de fato em dispecircndios Sua mensuraccedilatildeo se daacute de maneira indireta por meio da
atribuiccedilatildeo de valores que deveratildeo representar o custo de oportunidade de seu uso
Nesta categoria enquadram-se os gastos com depreciaccedilatildeo de benfeitorias
instalaccedilotildees maacutequinas e implementos agriacutecolas e remuneraccedilatildeo do capital fixo e da
terra (CONAB 2010)
Custo operacional
Custo operacional efetivo (COE)
Despesas com operaccedilotildees
Pagamentos de salaacuterios
Gastos com maacutequinas equipamentos e
implementos
Despesas com materiais
Sementes fertilizantes corretivos defensivos
sacarias etc
Encargos sociais
Custo operacional total (COT)
Depreciaccedilatildeo com maacutequinas juros de custeio e CSSRsup1
23
A classificaccedilatildeo proposta pelo IEA compreende elementos diferenciados
poreacutem de faacutecil interpretaccedilatildeo e mais adequado agrave tomada de decisotildees Assim
segundo Matsunaga et al (1976) essa classificaccedilatildeo eacute composta dos seguintes
custos
a) Custo Operacional Efetivo ndash COE
O custo operacional efetivo envolve todos os custos expliacutecitos ou seja o
custo de todos os recursos de produccedilatildeo que exigem desembolso por parte da
empresa para sua recomposiccedilatildeo excluindo-se a matildeo-de-obra familiar
Assim mesmo que determinado produto tenha sido adquirido no periacuteodo
anterior por exemplo deveraacute ser contabilizado aqui pois em algum momento houve
o desembolso para a compra do mesmo Nesse caso eacute importante que seja utilizado
o preccedilo de mercado atual e natildeo o valor pago anteriormente devido ao custo de
oportunidade
b) Custo Operacional Total ndash COT
O custo operacional total envolve a soma do COE o valor da matildeo-de-obra
familiar e as depreciaccedilotildees que equivalem a apenas uma parte dos custos fixos
b1) Depreciaccedilatildeo
A depreciaccedilatildeo corresponde ao custo indireto exigido para acumular fundos
para substituiccedilatildeo do capital investido em bens produtivos de longa duraccedilatildeo
inutilizados pela idade uso e obsolescecircncia
b2) Valor da Matildeo-de-obra Familiar
Este valor deve ser definido considerando-se o custo de oportunidade ou
seja quanto o produtor ganharia se estivesse trabalhando em outra atividade
Considerando-se eacute claro o mesmo niacutevel teacutecnico para desenvolvimento das duas
atividades
24
c) Custo Total ndash CT
Custo total nada mais eacute que a soma do COT com o valor da remuneraccedilatildeo do
capital imobilizado com a atividade
Todo o capital investido na empresa tem custo de oportunidade uma vez
que seu uso na empresa implica deixar de empregaacute-lo noutra atividade alternativa
Por definiccedilatildeo o retorno potencial desse capital na melhor alternativa possiacutevel de
utilizaccedilatildeo forneceria a medida desse custo de oportunidade Como essa estimativa
nem sempre eacute faacutecil eacute expediente comum estimar o custo de oportunidade a partir do
retorno que o capital teria se em vez de aplicado na empresa fosse investido no
mercado financeiro como por exemplo na caderneta de poupanccedila
245 Iacutendices econocircmicos
Os iacutendices econocircmicos apresentados pelo IEA segundo Matsunaga et al
(1976) satildeo
2451 Renda Bruta (RB)
A renda bruta vem a ser o valor da produccedilatildeo ou seja tudo que eacute produzido
vezes o preccedilo do produto
Embora a Renda Bruta permita saber o quanto eacute recebido pelo produto
produzido ela natildeo diz o quanto desse valor iraacute sobrar Isso porque eacute preciso retirar o
custo de produccedilatildeo Sendo assim eacute necessaacuterio que se faccedila a anaacutelise de
rentabilidade da atividade
2452 Margem Bruta (MB)
Eacute calculada pela subtraccedilatildeo do custo operacional efetivo da renda bruta ou
seja eacute a retirada de todos os custos ocorridos sendo mais produtiva agrave medida que
resulta em valores positivos
25
2453 Margem Liacutequida (ML)
Eacute calculada pela subtraccedilatildeo do custo operacional total da renda bruta sendo
um indicativo de lucratividade Comparando-se duas empresas de igual atividade
aquela que tem maior Margem Liacutequida eacute a que possui melhor rentabilidade no
negoacutecio incluindo-se aiacute a questatildeo operacional financeira e extra-operacional
Isso quer dizer que se a ML for positiva todos os desembolsos estatildeo sendo
pagos aleacutem da depreciaccedilatildeo e a matildeo-de-obra familiar Caso contraacuterio a depreciaccedilatildeo
eou a matildeo-de-obra natildeo estatildeo sendo efetivamente pagas e a empresa estaacute se
descapitalizando
2454 Lucro (L)
O lucro vem a ser o resultado da subtraccedilatildeo da renda bruta gerada pela
venda dos produtos no mercado menos o custo total de produccedilatildeo incorrido na sua
geraccedilatildeo Simplificadamente nada mais eacute do que o resultado positivo deduzido das
vendas os custos e despesas
2455 Lucratividade (Luc)
Eacute a relaccedilatildeo do valor do lucro com o montante de vendas ou seja divide-se o
valor do lucro pela quantidade vendida (renda bruta)
2456 Iacutendice de Rentabilidade (IR)
Eacute uma medida do retorno de um investimento Calcula-se dividindo o lucro
obtido (margem liacutequida) pelo valor do investimento inicial (capital empatado) Pode-
se dizer que a rentabilidade eacute a quantidade de dinheiro que o investidor ganha para
cada quantia investida
26
246 Custos na empresa florestal
Nas empresas em geral os custos satildeo classificados em funccedilatildeo de suas
necessidades de informaccedilotildees Geralmente eles satildeo divididos por operaccedilotildees ou
setores da atividade como viveiro plantaccedilotildees tratos culturais exploraccedilatildeo florestal
atividades especiais (coleta de sementes entre outros) implantaccedilatildeo de infra-
estrutura e administraccedilatildeo (BREPOHL 1980)
Em termos econocircmicos os componentes do custo satildeo agrupados de
acordo com sua funccedilatildeo no processo produtivo nas categorias de custos variaacuteveis
custos fixos custo operacional e custo total (CONAB 2010)
Na determinaccedilatildeo da idade oacutetima de corte de povoamentos florestais eacute
necessaacuterio estudar caso a caso cada componente dos custos e das receitas
envolvidas no processo de produccedilatildeo da madeira Tudo isso pelo fato do setor
florestal conter operaccedilotildees de longo prazo Por tal motivo a anaacutelise de custos pode
ter dois enfoques a anaacutelise ex-ante ou seja antes das operaccedilotildees ocorrerem e ex-
post apoacutes terem ocorrido (GRACcedilA et al 2000)
Entre os custos analisados deve-se considerar tambeacutem a depreciaccedilatildeo que
segundo Hildebrand (1995) pode ser definida como a diminuiccedilatildeo do valor dos bens
ativos resultante do desgaste pelo uso accedilatildeo da natureza ou por obsolescecircncia
teacutecnica Assim com o tempo para tornar possiacutevel a reposiccedilatildeo do equipamento eacute
necessaacuterio acumular periodicamente uma reserva em um fundo que permitiraacute no
fim de um periacuteodo a aquisiccedilatildeo de um novo equipamento
Baseados nas necessidades do setor florestal vaacuterios estudos sobre a
viabilidade econocircmica de plantios vem sendo desenvolvidos para as mais variadas
espeacutecies arboacutereas como os obtidos por Souza et al (2003) e o Centro de Pesquisa
do Paricaacute ndash CPP Deve-se ressaltar no entanto a afirmaccedilatildeo feita por Marques et al
(2006) em que os autores concluiacuteram que o custo meacutedio para implantaccedilatildeo e
conduccedilatildeo dos povoamentos podem variar conforme a regiatildeo as teacutecnicas de preparo
de solo os tratos silviculturais adotados entre outros
27
25 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DE PROJETOS FLORESTAIS
Do ponto de vista teacutecnico Oliveira e Rezende (2004) afirmam que dois ou
mais projetos podem ser compatiacuteveis quando a execuccedilatildeo de um natildeo afeta a
implementaccedilatildeo do outro ou incompatiacuteveis em caso contraacuterio Jaacute do ponto de vista
econocircmico eles podem ser dependentes quando haacute uma relaccedilatildeo de rentabilidade
entre ambos ou independentes quando nenhum eacute afetado
Estas informaccedilotildees satildeo importantes para o bom planejamento das atividades
florestais uma vez que o investimento em um projeto deve ser baseado em um
horizonte de planejamento na maioria das vezes de longo prazo podendo variar de
finito como no caso de um plantio florestal ou infinito em um manejo sustentado de
floresta nativa (CHICHORRO et al 2010)
Para realizar a anaacutelise econocircmica eacute importante considerar a vida econocircmica
do projeto Ela corresponde ao tempo que ele produziraacute lucro a vida fiacutesica de
maacutequinas e construccedilotildees o periacuteodo de anaacutelise onde se consideram os efeitos do
projeto Aleacutem do horizonte de construccedilatildeo relacionado agrave demanda do produto e o
horizonte de dados que se refere ao periacuteodo de tempo em que eacute possiacutevel prever o
fluxo de caixa (REZENDE OLIVEIRA 2001)
A avaliaccedilatildeo econocircmica ou financeira de projetos baseia-se entatildeo no fluxo
de caixa que consiste nos custos e nas receitas distribuiacutedos ao longo da vida uacutetil do
empreendimento Os meacutetodos mais recomendados para avaliaccedilatildeo econocircmica de
projetos florestais satildeo (REZENDE OLIVEIRA 2001) valor presente liacutequido (VPL)
taxa Interna de Retorno (TIR) custo (ou Benefiacutecio) Perioacutedico Equivalente (CPE ou
BPE) custo Meacutedio de Produccedilatildeo (CMPr) razatildeo Benefiacutecio (receita)Custo (BC) e
tempo de Recuperaccedilatildeo do Capital
28
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31
CAPIacuteTULO 1
CUSTOS DA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA DE PARICAacute
RESUMO
O setor de florestas plantadas brasileiro vem perdendo espaccedilo no mercado
internacional pelo alto custo necessaacuterio agrave produccedilatildeo Por isso haacute a necessidade
de se investigar quais os custos mais onerosos do processo produtivo para
entatildeo se montar uma estrateacutegia de reduccedilatildeo de custos a fim de tornar o
reflorestamento novamente competitivo no mercado Deste modo objetivou-se
no trabalho estimar a produccedilatildeo de paricaacute (Schizolobium amazonicum) aos 5 6
e 7 anos em trecircs classes de produtividade e em cinco espaccedilamentos de
plantio identificando os principais custos de produccedilatildeo aleacutem dos mais afetados
pelos espaccedilamentos de plantio na regiatildeo de Paragominas PA A estimativa de
volume foi obtida segundo metodologia proposta por Silva et al (2013) e os
custos de produccedilatildeo desde as atividades de preparo da aacuterea ateacute a colheita e
transporte foram disponibilizados por produtores rurais e empresaacuterios da
regiatildeo Posteriormente fez-se a anaacutelise dos custos por meio da metodologia do
custo operacional em que se considera apenas as despesas efetivamente
desembolsadas pelo agricultor somadas agrave depreciaccedilatildeo e matildeo-de-obra familiar
Assim inferiu-se que o espaccedilamento 3x2 m foi superior em volume diante dos
outros espaccedilamentos analisados Em relaccedilatildeo agrave analise de custos o custo
operacional efetivo representou em meacutedia 65 dos custos totais de produccedilatildeo
sendo o transporte o custo individual mais expressivo em todos os
espaccedilamentos analisados Jaacute a manutenccedilatildeo foi o conjunto de atividades mais
significativo nos plantios devido ao nuacutemero e ao longo periacuteodo para sua
execuccedilatildeo Os custos totais de produccedilatildeo foram superiores em espaccedilamentos
menores independentemente da remuneraccedilatildeo ou natildeo pelo uso dos capitais
permanente e circulante
Palavras-chave Custo operacional efetivo espaccedilamento idade
produtividade
32
CHAPTER 1
PRODUCTION COST PARICAacute
ABSTRACT
The planted forest sector in Brazil has been losing ground in the international
market by the high cost needed for production Therefore there is a need to
investigate what the most expensive costs of the production process to then
build a strategy to reduce costs in order to become competitive again
reforestation in the market Thus the aim of the study was to estimate the
production of paricaacute (Schizolobium amazonicum) at 5 6 and 7 years in three
productivity classes and five planting space identifying the major costs of
production and those most affected by planting space in the region of
Paragominas PA The volume estimate was obtained according to the
methodology proposed by Silva et al (2013) and production costs since the
activities of preparation of the area to harvest and transport were provided by
farmers and entrepreneurs in the region Subsequently made to cost analysis
using the methodology of the operating cost which considers only the expenses
actually disbursed by the farmer together with the depreciation and labor
family labor Thus it was inferred that the spacing 3x2 m was higher by volume
on the other spacings analyzed Regarding the analysis of costs the effective
operating cost represented on average 65 of total production costs and
transport the most significant single cost in all spacings analyzed Have
maintenance was the most significant set of activities in plantations due to the
number and the time period for its implementation The total production costs
were higher in the smaller spacing regardless of whether or not for the use of
permanent and circulating capital
Keywords Effective operational cost spacing age productivity
33
1 INTRODUCcedilAtildeO
A crescente dificuldade em se obter madeira de florestas nativas tem
motivado empresaacuterios agrave praacutetica do reflorestamento Nesses plantios vaacuterias
espeacutecies tecircm sido utilizadas sendo o paricaacute a espeacutecie nativa de maior
expressatildeo na regiatildeo norte do paiacutes principalmente no estado do Paraacute
Segundo a ABRAF (2013) em 2012 foram plantados 87901 hectares
de paricaacute nos estados do Paraacute Tocantins e Maranhatildeo O aumento da aacuterea de
plantio nos uacuteltimos anos eacute justificado pela boa aceitaccedilatildeo desta espeacutecie no
mercado madeireiro devido aos seus variados fins como a produccedilatildeo de
lacircmina e compensado forros palitos papel moacuteveis aleacutem de peccedilas de
acabamentos e molduras
A falta de informaccedilotildees silviculturais no entanto tecircm inviabilizado a
expansatildeo de novos plantios em outras regiotildees do paiacutes Natildeo se tecircm estudos
suficientes para comprovar o melhor meacutetodo de implantaccedilatildeo desta cultura no
que se refere ao espaccedilamento a ser utilizado para maior produccedilatildeo de madeira
Este tipo de deficiecircncia pode implicar no emprego de teacutecnicas silviculturais
equivocadas que inviabiliza economicamente o cultivo reduzindo
consequentemente o interesse comercial pela espeacutecie
Os custos de produccedilatildeo devem entatildeo ser analisados para se testar a
viabilidade econocircmica dos projetos que estatildeo sendo implantados haja vista
que poucos satildeo os estudos que se referem ao monocultivo do paricaacute A
obtenccedilatildeo destes custos eacute fundamental pois eles compotildeem um ferramental de
controle e gerenciamento das atividades produtivas e de geraccedilatildeo de
importantes informaccedilotildees para auxiliar as tomadas de decisotildees pelos
produtores rurais (CONAB 2010)
Para se atestar a viabilidade econocircmica de um projeto florestal natildeo se
deve avaliar somente a espeacutecie a ser implantada mais agraves condiccedilotildees de
mercado atuais e futuras para comercializaccedilatildeo do produto Eacute notaacutevel a
importacircncia econocircmica e socioambiental do setor de florestas plantadas para o
Brasil por isso deve-se investir em conhecimento e tecnologia sobre as
espeacutecies cultivadas haja visto que o ambiente de negoacutecio para o
34
desenvolvimento desta atividade vem passando por dificuldades nos uacuteltimos
anos
A competitividade dos produtos florestais estaacute se deteriorando frente
aos seus principais concorrentes internacionais uma vez que o aumento
generalizado dos custos de produccedilatildeo de madeira no Brasil estaacute reduzindo
significativamente a rentabilidade da induacutestria integrada de base florestal e dos
produtores independentes de plantios florestais (ABRAF 2013) Comprova-se
assim a necessidade de estudos referentes aos custos de produccedilatildeo
Haacute alguns anos a importacircncia dos custos na produccedilatildeo agriacutecola e as
dificuldades de sua obtenccedilatildeo estimularam o Instituto de Economia Agriacutecola
oacutegatildeo vinculado agrave Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de Satildeo
Paulo a efetuar estimativas de custo de produccedilatildeo de diversas exploraccedilotildees
agriacutecolas por meio da metodologia designada custo operacional Neste
meacutetodo se incluem apenas as despesas efetivamente desembolsadas pelo
agricultor somadas agrave depreciaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos e matildeo-de-
obra familiar A remuneraccedilatildeo devida a todos os outros fatores de produccedilatildeo eacute
de responsabilidade do resiacuteduo ou seja a diferenccedila entre o custo operacional
e o valor de venda (MATSUNAGA et al 1976 CONAB 2010)
O ecircxito nas estimativas de custos de produccedilatildeo agriacutecola vem
estimulando pesquisadores da aacuterea florestal a utilizarem esta metodologia
tambeacutem para culturas florestais principalmente neste momento em que o
Brasil depende de medidas estruturais que promovam a reduccedilatildeo dos custos de
produccedilatildeo e incentivem o investimento para retomada da competitividade dos
produtos nacionais de base florestal no mercado internacional Por tal motivo
objetivou-se neste trabalho identificar os principais custos de produccedilatildeo bem
como o efeito dos diferentes espaccedilamentos sobre estes custos
35
2 MATERIAL E MEacuteTODOS
21 AacuteREA EM ESTUDO
Os dados utilizados neste estudo foram originaacuterios de povoamentos
homogecircneos de paricaacute (Schizolobium amazonicum) plantados sob os
espaccedilamentos 3x2 3x3 3x4 4x4 e 5x5 m localizados entre os municiacutepios de
Dom Elizeu e Paragominas Estado do Paraacute (Figura 1)
Figura 1 Localizaccedilatildeo dos municiacutepios de Dom Eliseu e Paragominas PA
O municiacutepio de Paragominas estaacute localizado no nordeste paraense
possuindo aproximadamente 20000 km2 de aacuterea territorial com 90 m de
altitude O solo caracteriacutestico da aacuterea eacute o Latossolo amarelo com vegetaccedilatildeo
originaacuteria representada pela floresta densa sendo encontradas extensas aacutereas
de mata secundaacuteria (capoeira nos seus diversos estaacutegios de desenvolvimento)
devido aos constantes desmatamentos provocados principalmente pelo
avanccedilo da agropecuaacuteria na regiatildeo (IBGE 2013a PREFEITURA MUNICIPAL
DE PARAGOMINAS 2013)
Segundo o IBGE (2013a) o clima do municiacutepio eacute do tipo mesoteacutermico e
uacutemido A temperatura meacutedia anual eacute elevada em torno de 25degC e seu regime
pluviomeacutetrico fica geralmente entre 2250 mm e 2500 mm anuais
36
O municiacutepio de Dom Eliseu pertence agrave microrregiatildeo de Paragominas
possui 5268815 kmsup2 e estaacute localizado nas coordenadas 04deg17rsquo06rdquo Sul e
47deg30rsquo18rdquo Oeste a 180 metros de altitude Ele eacute um dos municiacutepios da
chamada ldquoFronteira agriacutecola amazocircnicardquo maior produtora de commodities
agriacutecolas da porccedilatildeo norte do paiacutes e grande produtora de paricaacute (IBGE 2013b
PREFEITURA MUNICIPAL DE DOM ELISEU 2013)
22 ESTIMATIVA DA PRODUCcedilAtildeO
Foram inventariados povoamentos de paricaacute anualmente ateacute o quinto
ano sendo analisadas trecircs classes de produtividade em cada espaccedilamento
sendo elas Baixa (17 - 19 m) Meacutedia (19 ndash 21 m) e Alta (21 - 24 m)
Posteriormente empregando-se o modelo de crescimento e produccedilatildeo proposto
por Silva et al (2013) os volumes comercial e de lacircminas foram estimados
para diferentes espaccedilamentos e qualidades de local nas idades de 5 6 e 7
anos conforme o esquema apresentado na Figura 2
Figura 2 Esquema para obtenccedilatildeo dos volumes comercial e de lacircminas em povoamentos de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA
A partir dos dados de inventaacuterio estimou-se a produccedilatildeo em volume
comercial e de lacircminas por meio da metodologia proposta por Silva et al
(2013) Assim a partir de informaccedilotildees sobre as variaacuteveis aacuterea basal por
hectare (GHA) iacutendice de siacutetio (SI) altura dominante (HD) considerada como a
altura meacutedia das 100 aacutervores mais altas do povoamento (Hart) e nuacutemero de
aacutervores por hectare (NHA) na idade de cinco anos pode-se projetar a produccedilatildeo
para as idades em anaacutelise
Espaccedilamentos (m)
bull3x2
bull3x3
bull4x3
bull4x4
bull5x5
Classes de produtividade
(m)
bullBaixa
bullMeacutedia
bullAlta
Idades
(anos)
bull5
bull6
bull7
Volume comercial
Volume de lacircminas
37
A estimativa da HD na idade i foi obtida por meio da equaccedilatildeo 1
119878119868 =
119867119863119894 (1 + 119890119909119901 ((182404 minus 119860119894)
043105frasl ))
1 + 119890119909119901 ((182404 minus 119860119894119899119889
043105frasl ))
Eq 1
Em que
119890119909119901 = base de logaritmo neperiano
119867119863119894 = altura dominante na idade i
119860119894 = i-eacutesima idade (i = 5 6 7) e
119860119894119899119889 = idade iacutendice (5 anos)
Para estimativa do nuacutemero de aacutervores por hectare na idade futura
utilizou-se a equaccedilatildeo 2
1198731198671198602 = 1198731198671198601 minus ((119860119877119864119860
1198671198631)
minus20848
(119860220356 minus 1198601
20356)) Eq 2
Em que
1198731198671198602 = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade futura
1198731198671198601 = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade corrente
119860119877119864119860 = aacuterea meacutedia ocupada por cada planta no plantio
1198671198631 = altura dominante na idade corrente
1198601 = idade corrente e
1198602 = idade futura
A aacuterea basal por hectare foi estimada por meio da equaccedilatildeo 3
119866119867119860119894 = 000523119867119863119894145720119873119867119860053967
119894 Eq 3
Em que
NHAi = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade i
38
Apoacutes a obtenccedilatildeo de todas as variaacuteveis os volumes comercial e de
lacircminas foram estimados pelas equaccedilotildees 4 e 5
119881119879119867119860119894 = 122839119866119867119860119894093941119867119863119894
071858 Eq 4
119881119862119867119860119894 = 003388119866119867119860119894069131119867119863119894
183907 Eq 5
Em que
119881119879119867119860119894 = volume comercial por hectare e
119881119862119867119860119894 = volume de lacircminas por hectare
23 DESCRICcedilAtildeO DAS ATIVIDADES
Por se tratarem de aacutereas anteriormente ocupadas por pastagem fez-se
necessaacuterio o combate agrave formigas e limpeza da aacuterea manualmente e com
auxiacutelio de trator a fim de retirar do local galhos tocos e raiacutezes que por ventura
atrapalhassem o processo de mecanizaccedilatildeo
Para todas as aacutereas de plantio fez-se a anaacutelise de solo verificando-se
a necessidade de correccedilatildeo com uma tonelada de calcaacuterio dolomiacutetico por
hectare Assim foi realizada a calagem precedida da gradagem com auxiacutelio da
terceirizaccedilatildeo de tratores agriacutecolas
Apoacutes o preparo do solo iniciou-se o processo de alinhamento
marcaccedilatildeo e coveamento respeitando o espaccedilamento preacute-determinado para
cada local considerando que uma pessoa consegue abrir 500 covasdia
Posteriormente foram acrescentados 100g de NPK (6-30-6) por cova antes do
plantio das mudas de paricaacute Adubaccedilotildees de cobertura e um ano apoacutes o plantio
tambeacutem ocorreram com o objetivo de aumentar o iacutendice de sobrevivecircncia agraves
plantas
Como no campo eacute difiacutecil controlar os fatores bioacuteticos e abioacuteticos a
mortalidade de plantas eacute inevitaacutevel por isso foi observada a necessidade de
39
replantio de 5 das mudas logo no primeiro ano segundo informaccedilotildees
disponibilizadas pela empresa
A manutenccedilatildeo relativa agrave limpeza dos plantios se deu pelo coroamento
das mudas aplicaccedilatildeo de herbicida manualmente e roccedilada mecacircnica do
primeiro ao terceiro ano Desta forma natildeo houve competiccedilatildeo com plantas
invasoras que poderiam inibir o crescimento das mudas Assim devido ao
ambiente favoraacutevel e as condiccedilotildees propiacutecias de crescimento e produccedilatildeo foi
possiacutevel extrair a madeira para laminaccedilatildeo no quinto ano apoacutes a implantaccedilatildeo
A colheita foi realizada de forma semi-mecanizada (motosserra)
seguida do baldeio e carregamento ateacute a beira da estrada O transporte ateacute a
induacutestria de beneficiamento foi realizado por caminhatildeo tipo bitrem com
capacidade para 44000 kg ao preccedilo meacutedio de R$59192 por viagem
O valor da matildeo-de-obra familiar foi considerado como o custo de
administraccedilatildeo ou seja quando o proprietaacuterio presta serviccedilos na proacutepria
empresa Assim a remuneraccedilatildeo paga pelo custo de administraccedilatildeo foi
equivalente a 10 dos custos efetivamente desembolsados pela empresa
Em relaccedilatildeo agraves aacutereas onde os plantios foram realizados estas jaacute
pertenciam a empresa Laminit por isso natildeo houve a necessidade de aquisiccedilatildeo
ou arrendamento do terreno Poreacutem considerou-se o custo de oportunidade
ou seja a remuneraccedilatildeo do capital investido (permanente e circulante) por meio
do caacutelculo da parcela sobre o bem adquirido e utilizado na produccedilatildeo e inclusa
no custo fixo da produccedilatildeo Logo o investimento do produtor foi remunerado agrave
taxa de 6 ao ano como se fosse aplicado o capital em outro investimento
alternativo conforme recomendaccedilotildees da CONAB (2010)
24 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS
Para anaacutelise dos custos de produccedilatildeo florestal foi necessaacuteria a coleta de
dados anuais de todas as despesas e receitas contraiacutedas em cada
espaccedilamento durante o periacuteodo entre 2006 e 2013 O esquema da disposiccedilatildeo
dos gastos na planilha de custo pode ser observado na Tabela 1
40
Tabela 1 Distribuiccedilatildeo dos gastos efetuados para implantaccedilatildeo de povoamentos de paricaacute
Descriccedilatildeo Un R$un
Quantidade utilizada
Espaccedilamento (m)
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
Preparo da aacuterea
Anaacutelise de solo un 3450 1 1 1 1 1
Limpeza manual Diaacuteria 3500 1 1 1 1 1
Limp mecanizada ht 10218 1 1 1 1 1
Gradagem ht 10218 15 15 15 15 15
Calagem ht 6846 05 05 05 05 05
Calcaacuterio ton 8967 1 1 1 1 1
Alinhamento Diaacuteria 3500 2 14 1 08 05
Coveamento Diaacuteria 3500 334 223 167 125 08
Cercamento R$ha 30000 1 1 1 1 1
Constr de estradas R$ha 13390 1 1 1 1 1
Constr de aceiros Diaacuteria 3500 4 4 4 4 4
Adubaccedilatildeo
Adubo Kg 123 5001 3336 2502 1875 120
Adubaccedilatildeo Diaacuteria 3667 45 3 225 195 106
Plantio
Transp de mudas ht 5000 05 05 05 05 05
Mudas un 038 1751 1168 876 657 420
Plantio e replantio Diaacuteria 3500 4 27 2 15 1
Manutenccedilatildeo
Formicida Kg 674 125 10 83 695 551
Aplic de formicida Diaacuteria 3703 893 748 651 578 525
Transp de insumos ht 4233 2 2 2 2 2
Coroamento Diaacuteria 3761 67 45 35 25 16
Roccedilada ht 5602 4 5 6 7 85
Herbicida L 1732 8 9 10 105 12
Aplic de herbicida Diaacuteria 3761 4 45 5 55 6
Manutenccedilatildeo de aceiro Diaacuteria
3744 6 6 6 6 6
Manut de estrada ht 8699 469 469 469 469 469
Materiais - 6892 8 8 8 8 8
Encargos - 8185 7 7 7 7 7
Colheita e Transporte
Corte e toragem msup3 215 1844 1744 1524 1341 11705
Baldeio msup3 096 1844 1744 1524 1341 11705
Carregamento msup3 097 1844 1744 1524 1341 11705
Transporte msup3 659 1844 1744 1524 1341 11705 Valores deflacionados e descapitalizados para o ano de 2006 Considerando o volume comercial em classe de produtividade alta (21 - 24 m) com corte aos 6 anos
Os custos envolvidos nas atividades de implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo dos
povoamentos foram disponibilizados por produtores rurais da regiatildeo de
41
Paragominas Tambeacutem foram disponibilizados por empresaacuterios locais os
dados referentes agrave exploraccedilatildeo e transporte da madeira ateacute a empresa
referente a uma distacircncia meacutedia de 80 km
Para comparaccedilatildeo entre os valores incorridos durante periacuteodos
diferentes no tempo fez-se o deflacionamento dos custos para o periacuteodo
inicial (implantaccedilatildeo dos povoamentos) A correccedilatildeo da perda monetaacuteria causada
pela inflaccedilatildeo foi obtida por meio do Iacutendice Geral de Preccedilo ndash Disponibilidade
Interna (IGP ndash DI) o qual eacute responsaacutevel pelo registro da inflaccedilatildeo de preccedilos de
mateacuterias-primas agriacutecolas
Posteriormente os valores deflacionados foram descapitalizados para o
ano 0 (2006) a fim de facilitar a anaacutelise econocircmica A descapitalizaccedilatildeo foi
obtida pela seguinte foacutermula
1198810 =119881119899
(1 + 119894)119899 Eq 6
Em que
1198810 = valor inicial correspondente ao periacuteodo de implantaccedilatildeo do povoamento
(R$)
119881119899 = valor final correspondente ao ano j (R$)
119894 = taxa de juros (6 aa) e
119899 = nuacutemero de periacuteodos (anos)
25 CLASSIFICACcedilAtildeO DOS CUSTOS
Para o caacutelculo dos custos de produccedilatildeo do paricaacute foi adotada a
metodologia descrita pelo Instituto de Economia Agriacutecola (IEA) oacutergatildeo vinculado
agrave Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo Neste
caso foram considerados os custos efetivos de produccedilatildeo ou seja aquele
dinheiro efetivamente desembolsado pelo proprietaacuterio para o pagamento da
mateacuteria-prima produtos ou serviccedilos adquiridos
42
A depreciaccedilatildeo foi aqui desconsiderada pela indisponibilidade de
informaccedilotildees sobre as maacutequinas equipamentos e benfeitorias Assim
considerou-se que todos os maquinaacuterios e equipamentos utilizados para a
implantaccedilatildeo conduccedilatildeo extraccedilatildeo e transporte dos povoamentos foram de
origem terceirizada
Os custos de produccedilatildeo foram entatildeo divididos segundo sua origem
sendo classificados de acordo com a metodologia de custos proposta pelo IEA
a) Custo operacional efetivo (COE) ndash correspondente a todos os custos
expliacutecitos
b) Custo operacional total (COT) ndash correspondente ao somatoacuterio do custo
operacional efetivo e matildeo-de-obra familiar (MO)
c) Custo Total (CT) ndash soma do custo operacional total e do custo de
oportunidade (CO) que eacute a remuneraccedilatildeo do capital circulante e do capital
fixo
As foacutermulas para obtenccedilatildeo do custo operacional total e custo total
encontram-se a seguir
119862119874119879 = 119862119874119864 + 119872119874 Eq 7
119862119879 = 119862119874119879 + 119862119874 Eq 8
43
3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
31 ESTIMATIVA DE VOLUME
A partir das equaccedilotildees ajustadas por Silva et al (2013) para
povoamentos de paricaacute foi possiacutevel estimar o volume comercial e de lacircminas
em trecircs ocasiotildees no tempo e em diferentes classes de produtividade nos cinco
espaccedilamentos de plantio como pode ser observado na Tabela 2
Tabela 2 Volumes comercial (VTHA) e de lacircminas (VCHA) estimados nos diferentes espaccedilamentos de plantio de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA
Idade Espaccedil
(m)
VTHA (msup3ha) VCHA (msup3ha)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 16229 18511 19336 5638 6858 7915
3x3 - 15498 18126 - 6163 7671
3x4 - 13328 15983 - 5476 7009
4x4 7133 13551 14623 2800 5705 6468
5x5 7351 8790 13093 3191 4124 6231
6 a
no
s
3x2 15173 16865 18439 5370 6411 7666
3x3 - 14606 17439 - 5912 7473
3x4 - 12325 15244 - 5188 6787
4x4 7178 11745 13410 2827 5146 6082
5x5 7115 8867 11705 3118 4158 5759
7 a
no
s
3x2 14315 15607 16406 5144 6054 7029
3x3 - 13920 16489 - 5706 7170
3x4 - 11890 14648 - 5052 6590
4x4 7028 11464 13067 2783 5055 5967
5x5 7020 8726 11515 3087 4109 5690
Em que VTHA= volume comercial por hectare VCHA= volume de lacircminas por hectare Espaccedil= espaccedilamento de plantio
A divisatildeo dos povoamentos em classes de produtividade eacute explicada
por Oliveira et al (2008) Segundo os autores a estratificaccedilatildeo realizada por
44
meio de classes de produtividade resulta em estimativas de volume mais
precisas proacuteximo agrave idade de corte Por isso a adoccedilatildeo das trecircs classes
A falta de informaccedilotildees nos espaccedilamentos intermediaacuterios 3x3 e 3x4 m
na classe de produtividade baixa ocorreu pela ausecircncia de povoamentos
nestas condiccedilotildees de siacutetio
A diferenccedila no volume comercial de madeira foi de 323 entre os
espaccedilamentos extremos 3x2 e 5x5 m na classe de produtividade alta sendo
maior o volume nos menores espaccedilamentos Resultados semelhantes foram
encontrados por Macedo et al (2005) com povoamentos de Teca em Minas
Gerais e Hoffmann (2009) em seu trabalho sobre caracterizaccedilatildeo
dendromeacutetrica e rendimento em laminaccedilatildeo de paricaacute na regiatildeo de
Paragominas PA
A diferenccedila no volume tem comportamento exponencial agrave medida em
que se utilizam siacutetios de menor produtividade sendo constatada uma diferenccedila
de 525 e 547 no volume entre os espaccedilamentos extremos nas classes
de produtividade meacutedia e baixa respectivamente Comportamento semelhante
foi observado para o volume de lacircminas de paricaacute Houve diferenccedila crescente
no volume entre os espaccedilamentos extremos sendo menor na classe de
produtividade alta (213)
Aos 6 anos a diferenccedila no volume entre os espaccedilamentos extremos foi
superior agrave idade anterior Na classe de produtividade alta a diferenccedila no
volume comercial foi de 365 Jaacute o volume de lacircminas abrangeu diferenccedila de
249
Nos siacutetios de baixa produtividade o volume comercial de madeira no
espaccedilamento 3x2 m foi 177 menor comparado ao de produtividade alta
Esta porcentagem encontra-se dentro do intervalo indicado por Morales et al
(2010) para povoamentos de pinus Segundo os autores a produtividade do
pinus foi reduzida entre 14 a 36 nos diferentes siacutetios de produccedilatildeo
Nos espaccedilamentos 4x4 e 5x5 m esta diferenccedila foi mais significativa
com aproximadamente 465 e 392 respectivamente Isso se deve entre
outras coisas agrave morte natural das plantas com diacircmetros mais acentuados
tornando mais expressiva a reduccedilatildeo de volume
Comparando a produccedilatildeo de paricaacute em relaccedilatildeo a idade de corte pode
ser observada uma reduccedilatildeo no volume de madeira do quinto para o sexto ano
45
Este comportamento pode ser resultado do autodesbaste caracteriacutestico da
espeacutecie Por se tratar de uma espeacutecie pioneira ela atinge o aacutepice de
incremento na idade meacutedia de 5 anos sendo mais viaacutevel seu corte neste
periacuteodo (CARVALHO 2007)
Balloni e Simotildees (1980) anteriormente jaacute haviam afirmado que a
porcentagem de aacutervores dominadas e mortas cresce com o avanccedilo da idade
sendo mais intenso e precoce nos espaccedilamentos mais apertados Por isso a
idade de corte deve ser definida em funccedilatildeo do ritmo de crescimento
espaccedilamento finalidade da madeira e suas interaccedilotildees
32 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO
O levantamento de custos como citado anteriormente seguiram a
metodologia sugerida pelo Instituto de Economia Agriacutecola ndash IEA sendo
agrupados por atividade
321 Custo operacional efetivo ndash COE
Todas as atividades desde a implantaccedilatildeo ateacute a exploraccedilatildeo dos
povoamentos de paricaacute foram identificadas e os gastos estimados para
obtenccedilatildeo dos custos efetivamente desembolsados pelo produtor sendo que os
custos foram deflacionados e descapitalizados para o ano de 2006 A soma
dos custos das atividades desenvolvidas durante este periacuteodo com corte aos
5 6 e 7 anos podem ser observadas na Tabela 3
Nos povoamentos em estudo os custos de implantaccedilatildeo variaram entre
R$80000 a R$180000 entre os espaccedilamentos extremos sendo menor
quanto menor o nuacutemero de plantas por hectare Este montante representa
entre 18 e 26 do custo total de produccedilatildeo de paricaacute demonstrando sua
importacircncia em relaccedilatildeo agrave outros custos
46
Tabela 3 Custo Operacional Efetivo (COE) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006
Idade Espaccedilamento
(m)
COE do volume comercial (R$ha) COE do volume de lacircminas (R$ha)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 501646 501646 501646 648938 667703 674487
3x3 - 437995 437995 - 586899 608517
3x4 - 408969 408969 - 540219 562057
4x4 388309 388309 388309 468849 521642 530459
5x5 369666 369666 369666 451856 463692 499083
6 a
no
s
3x2 512608 512608 512608 639852 652755 664594
3x3 - 451539 451539 - 574684 595999
3x4 - 423545 423545 - 529527 551493
4x4 404176 404176 404176 471255 505786 518322
5x5 385283 385283 385283 451891 465242 486598
7 a
no
s
3x2 527155 527155 527155 637832 646772 652303
3x3 - 465086 465086 - 573035 590806
3x4 - 436693 436693 - 530595 549673
4x4 416824 416824 416824 477086 507776 518871
5x5 398191 398191 398191 458394 470202 489495
47
O custo no espaccedilamento 5x5 m foi semelhante ao encontrado por Silva
et al (2004) para a implantaccedilatildeo de 1 ha de eucalipto na regiatildeo de Brasiacutelia
quando os valores foram corrigidos para o mesmo periacuteodo demonstrando
semelhanccedila na implantaccedilatildeo das duas culturas
Nos povoamentos analisados natildeo houve diferenccedilas nos custos para
implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo nos plantios com classes de produtividade distintas
os quais objetivavam a produccedilatildeo de volume comercial Em contrapartida
houve o acreacutescimo de gastos a medida em que se reduziu os espaccedilamentos
de plantio ou seja quanto menor a aacuterea ocupada por plantas maiores os
gastos com alinhamento marcaccedilatildeo de covas coveamento plantio e adubaccedilatildeo
Em relaccedilatildeo ao volume de lacircminas ocorreu a distinccedilatildeo dos custos entre
classes de produtividade uma vez que os custos com colheita e transporte
estatildeo relacionados com o volume colhido Assim em classes de produtividade
alta e menor espaccedilamento de plantio o COE foi superior em comparaccedilatildeo aos
outros povoamentos analisados
Como observado aos 5 anos natildeo houve diferenccedila no COE
independente da classe de produtividade nos povoamentos em que satildeo
mensurados o volume comercial de madeira Isso foi reflexo da quantidade de
plantas inseridas no local que no plantio foram invariaacuteveis independente da
qualidade do terreno O mesmo foi notado quando se estimou os custos para
exploraccedilatildeo de madeira aos 7 anos
A reduccedilatildeo no COE da produccedilatildeo de lacircminas com o aumento da idade
de exploraccedilatildeo eacute explicado pela reduccedilatildeo ocorrida no volume de madeira
causado pela mortalidade das plantas como observado no trabalho de Silva et
al (2013) Assim diminuem-se proporcionalmente os custos com colheita
transporte e outras atividades de manutenccedilatildeo
322 Custo operacional total ndash COT
O custo operacional total envolveu o COE e a matildeo-de-obra familiar
considerada aqui como o custo de administraccedilatildeo ou seja os proprietaacuterios dos
48
povoamentos eram os responsaacuteveis pela administraccedilatildeo dos plantios A
participaccedilatildeo do COT pode ser observada na Tabela 4
O custo da matildeo-de-obra foi considerado como um custo operacional
efetivo pois natildeo houve somente um gasto mas um desembolso ou seja uma
saiacuteda de caixa Jaacute a matildeo-de-obra familiar eacute parte do custo de produccedilatildeo pois
consistiu em uma alocaccedilatildeo de recurso produtivo (matildeo-de-obra) para a geraccedilatildeo
do produto (madeira) representando cerca de 10 dos custos de produccedilatildeo
Observando a tabela 4 pode-se notar que o maior custo de
administraccedilatildeo foi obtido para o espaccedilamento 3x2 m quando o objetivo era a
laminaccedilatildeo com custo de aproximadamente R$67450 Jaacute o espaccedilamento 5x5
m com objetivo de venda da floresta em peacute obteve o menor custo com
aproximadamente R$37000 por hectare
Resultados semelhantes foram encontrados para a produccedilatildeo de
madeira aos 6 anos Os menores custos de administraccedilatildeo estatildeo relacionados
aos menores custo de implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo dos povoamentos Aos 6 anos
o custo de administraccedilatildeo no espaccedilamento 5x5 m em classe de produtividade
alta com o objetivo de produccedilatildeo de lacircminas foi de aproximadamente R$48660
e R$38528 quando se objetivou a venda da madeira em peacute
Os custos de administraccedilatildeo tambeacutem foram reduzidos a medida em que
se aumentou o tempo para exploraccedilatildeo dos povoamentos devido a reduccedilatildeo do
volume por hectare sendo outro indicio de que esta espeacutecie deve ser
explorada logo aos 5 anos apoacutes o plantio
49
Tabela 4 Custo Operacional Total (COT) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006
Idade Espaccedilamento
(m)
COT do volume comercial (R$ha) COT do volume de lacircminas (R$ha)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 551811 551811 551811 713832 734473 741936
3x3 - 481795 481795 - 645589 669368
3x4 - 449865 449865 - 594241 618263
4x4 427140 427140 427140 515733 573807 583505
5x5 406633 406633 406633 497042 510062 548991
6 a
no
s
3x2 563869 563869 563869 703837 718031 731053
3x3 - 496693 496693 - 632152 655599
3x4 - 465900 465900 - 582479 606642
4x4 444594 444594 444594 518380 556365 570155
5x5 423812 423812 423812 497080 511767 535258
7 a
no
s
3x2 579871 579871 579871 701615 711449 717534
3x3 - 511595 511595 - 630338 649886
3x4 - 480362 480362 - 583655 604641
4x4 458507 458507 458507 524794 558554 570758
5x5 438010 438010 438010 504233 517223 538444
50
323 Custo total ndash CT
O custo total foi obtido pelo COT acrescido da remuneraccedilatildeo paga ao
capital investido e ao custo da Terra (TABELA 5)
Apoacutes contabilizados todos os custos foi possiacutevel inferir que para o
volume comercial em espaccedilamentos mais adensados o custo total foi 2294
maior do que nos plantios mais espaccedilados independente da classe de
produtividade Jaacute em povoamentos onde o objetivo do plantio era a venda de
lacircminas ocorreu uma variaccedilatildeo nos custos em fator da classe de produtividade
e espaccedilamento de plantio
A venda da madeira aos 6 anos culminou em um acreacutescimo de 67 a
86 em comparaccedilatildeo com os mesmos povoamentos sendo explorados aos 5
anos Para a produccedilatildeo de lacircminas o aumento dos custos foi menos
expressivo No espaccedilamento 3x2 m em classe de produtividade baixa o
aumento foi de 34
A exploraccedilatildeo de povoamentos aos 7 anos foi 1347 a 1596 maior
em relaccedilatildeo a exploraccedilatildeo aos 5 anos e 726 a 801 para 6 anos Estes
nuacutemeros confirmam que os custos tecircm crescido proporcionalmente com o
passar do tempo
Os custos com a remuneraccedilatildeo do capital investido e pelo uso da terra
correspondem em meacutedia a 24 dos custos totais de produccedilatildeo Poreacutem a
maioria dos produtores rurais deixam de contabilizar estes custos por se tratar
do pagamento pelo uso dos bens que ele jaacute possui (capital e terra) resultando
em valores de produccedilatildeo abaixo do que realmente deve ser computado
Comparando a produccedilatildeo de paricaacute e Teca no espaccedilamento 3x2 m
utilizando a mesma metodologia de custos observa-se que o custo total para
cultivo da Teca eacute de aproximadamente R$1080309 valor muito proacuteximo ao
observado para o plantio de paricaacute (SANGUINO 2009)
51
Tabela 5 Custo Total (CT) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006
Idade Espaccedilamento
(m)
CT do volume comercial (R$ha) CT do volume de lacircminas (R$ha)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 730146 730146 730146 917076 940890 949501
3x3 - 649366 649366 - 838341 865776
3x4 - 612527 612527 - 779099 806814
4x4 586308 586308 586308 688522 755523 766713
5x5 562648 562648 562648 666957 681978 726892
6 a
no
s
3x2 782537 782537 782537 949133 966026 981526
3x3 - 702582 702582 - 863811 891718
3x4 - 665930 665930 - 804688 833447
4x4 640572 640572 640572 728395 773606 790019
5x5 615836 615836 615836 703043 720523 748483
7 a
no
s
3x2 843816 843816 843816 99343 100552 101299
3x3 - 759911 759911 - 905837 92986
3x4 - 721528 721528 - 848467 874257
4x4 694669 694669 694669 776132 81762 832618
5x5 669481 669481 669481 750864 766827 792907
52
De maneira geral os custos mais expressivos satildeo referentes agrave manutenccedilatildeo
dos plantios independente do espaccedilamento adotado (Figura 3) Isso eacute
consequecircncia do maior nuacutemero de atividades desenvolvidas durante este periacuteodo
que variam desde o controle de formigas agrave manutenccedilatildeo de estradas
Figura 3 Custos totais da produccedilatildeo de paricaacute sob diferentes espaccedilamentos na regiatildeo de Paragominas PA
Nota-se no entanto que quanto maior o espaccedilamento de plantio utilizado
maiores satildeo os custos de manutenccedilatildeo por hectare Como haacute menor quantidade de
aacutervores por hectare a presenccedila de plantas invasoras eacute mais acentuada
aumentando os custos para seu controle Em contrapartida os custos por hectare
53
com adubaccedilatildeo plantio colheita e transporte diminuem jaacute que o nuacutemero de aacutervores
na aacuterea eacute reduzido
Deve-se ressaltar ainda que estes custos podem variar de acordo com a
classe de produtividade a idade em que vatildeo ser explorados os povoamentos e os
tipos de atividades empregadas que podem variar de acordo com o produtor e a
regiatildeo
54
4 CONCLUSOtildeES
O custo operacional efetivo representou em meacutedia 65 dos custos totais de
produccedilatildeo sendo o transporte o custo individual mais expressivo em todos os
espaccedilamentos analisados Jaacute a manutenccedilatildeo foi o conjunto de atividades mais
significativo nos povoamentos devido ao nuacutemero e ao longo periacuteodo para execuccedilatildeo
das atividades
Os custos totais de produccedilatildeo foram superiores em espaccedilamentos menores
independentemente da remuneraccedilatildeo ou natildeo pelo uso dos capitais permanente e
circulante
A diferenccedila nos custos entre espaccedilamentos extremos 3x2 m e 5x5 m eacute
justificada pelo maior volume de matildeo-de-obra e insumos necessaacuterios para execuccedilatildeo
das atividades em locais com maior nuacutemero de plantas por hectare
55
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE FLORESTAS PLANTADAS ndash ABRAF Anuaacuterio Estatiacutestico da ABRAF 2013 Ano base 2012 Brasiacutelia ABRAF 2013 148p Disponiacutevel em lthttpwwwabraflororgbrestatisticasABRAF13ABRAF13BR pdfgt Acesso em 19 Ago 2013 BALLONI E A SIMOtildeES J W O espaccedilamento de plantio e suas implicaccedilotildees silviculturais IPEF Piracicaba v1 n 3 p 1-16 Set 1980 (Seacuterie Teacutecnica) CAMPOS J C C LEITE H G Mensuraccedilatildeo florestal perguntas e respostas Viccedilosa UFV 2002 407p
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56
PREFEITURA MUNICIPAL DE DOM ELISEU O municiacutepio Dom Eliseu 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwdomeliseupagovbrgt Acesso em 23 Maio 2013 SANGUINO A C Custos de implantaccedilatildeo e rentabilidade econocircmica de povoamentos florestais com teca no estado do Paraacute Ciecircncias Agraacuterias Beleacutem n 52 p 61-78 juldez 2009 SILVA G F GEZAN S A SOARES C P B ZANETI L Z Modeling growth and yield of Schizolobium amazonicum under different spacings International Journal of Forestry Research v 2013 (2013) 10 p SILVA K R MINETTI L J FIEDLER N C VENTUROLI F MACHADO E G B SOUZA A P Custos e rendimentos operacionais de um plantio de eucalipto em regiatildeo de cerrado Aacutervore Viccedilosa-MG v28 n3 p 361-366 2004
57
CAPIacuteTULO 2
ANAacuteLISE ECONOcircMICA DA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA DE PARICAacute
RESUMO
As exigecircncias atuais de mercado aliadas agraves alternativas de investimento expressam
a necessidade de avaliaccedilatildeo econocircmica de projetos florestais Essa avaliaccedilatildeo
contribui com a escolha da melhor estrateacutegia de produccedilatildeo a fim de tornar os
produtos florestais brasileiros competitivos no mercado externo Por isso objetivou-
se neste trabalho analisar a viabilidade econocircmica de povoamentos de paricaacute sob
diferentes espaccedilamentos aleacutem de determinar economicamente a melhor forma de
plantio para produccedilatildeo de madeira Estes povoamentos foram implantados na regiatildeo
de Paragominas PA em 2006 sob os espaccedilamentos 3x2 3x3 3x4 4x4 e 5x5 m
divididos em trecircs classes de produtividade A produccedilatildeo foi entatildeo estimada para as
idades de 5 6 e 7 anos por meio de equaccedilotildees de crescimento e produccedilatildeo Os
custos do plantio agrave colheita foram disponibilizados por produtores rurais e
empresaacuterios da regiatildeo assim como o valor de venda de lacircminas A partir da
obtenccedilatildeo dos custos e receitas fez-se a anaacutelise econocircmica dos projetos Para tanto
foram utilizados os iacutendices econocircmicos e o criteacuterio do benefiacutecio perioacutedico equivalente
(BPE) como formas de avaliaccedilatildeo considerando-se a taxa de desconto de 6 como
a taxa miacutenima de atratividade Apoacutes a anaacutelise dos iacutendices e criteacuterio de avaliaccedilatildeo
econocircmica pode-se concluir que o espaccedilamento 3x3 m em classe de produtividade
alta com corte aos 5 anos foi o mais indicado pois gera o maior retorno financeiro
Para os maiores espaccedilamentos estudos ainda devem ser desenvolvidos mas
acredita-se que eles sejam alternativas financeiras viaacuteveis
Palavras-chave Criteacuterios de avaliaccedilatildeo espaccedilamentos de plantio iacutendices
econocircmicos retorno financeiro
58
CHAPTER 2
ECONOMIC ANALYSIS OF PRODUCTION PARICAacute
ABSTRACT
The current market demands combined with investment alternatives express the
need for economic evaluation of forestry projects This assessment contributes to the
choice of the best production strategy in order to make the Brazilian forest products
competitive in foreign markets Therefore this study aimed to analyze the economic
feasibility of stands of paricaacute under different spacings and economically determine
the best planting for timber production These settlements were established in the
region of Paragominas PA in 2006 under the spacings 3x2 3x3 3x4 4x4 and 5x5
m divided into three classes productivity The production was then estimated for
ages 5 6 and 7 years through equations of growth and production Costs from
planting to harvest were provided by farmers and entrepreneurs in the region as well
as the value of sales of blades From procurement costs and revenues became the
economic analysis of projects For both economic indicators and criteria periodic
benefit equivalent (BPE) as forms of assessment considering the discount rate of 6
as the hurdle rate were used After analyzing the indexes and economic evaluation
criteria it can be concluded that the spacing 3x3 m in class high productivity with cut
to 5 years was the most suitable because it generates the greatest financial return
For the larger spacings studies have yet to be developed but it is believed that they
are viable alternatives financial
Keywords Evaluation criteria planting space economic indicators financial return
59
1 INTRODUCcedilAtildeO
A implantaccedilatildeo da lei dos incentivos fiscais na deacutecada de 60 motivou o plantio
de florestas para ampliar a base florestal do Paiacutes e captar recursos para o
desenvolvimento do setor (MELLO et al 2005) Esses estiacutemulos baseavam-se na
expansatildeo florestal desconsiderando a qualidade da madeira
Nos dias atuais diante das exigecircncias de mercado da competiccedilatildeo com
outros paiacuteses e das pressotildees relacionadas ao meio ambiente o Brasil tem investido
natildeo somente em produccedilatildeo mais tambeacutem em teacutecnicas silviculturais que contribuam
com a qualidade final dos produtos aleacutem de teacutecnicas que reduzam os custos
envolvidos no processo produtivo Essas metas tecircm sido alcanccediladas por meio do
planejamento dos investimentos
Para realizar um investimento eacute necessaacuterio primeiramente organizar
formalmente os objetivos por meio de um projeto relacionando os meios de que se
dispotildee para alcanccedilaacute-los Posteriormente deve-se analisar o mercado potencial do
produto a fim de obter informaccedilotildees sobre os retornos esperados do investimento
comparativamente agraves alternativas disponiacuteveis eou viaacuteveis Assim com o
planejamento adequado das atividades eacute possiacutevel identificar as exigecircncias atuais de
mercado os caminhos a serem seguidos para entatildeo construir um referencial futuro
o qual identificaraacute a viabilidade ou natildeo da implantaccedilatildeo do projeto ao qual o
planejamento se destina (REZENDE OLIVEIRA 2008)
Para implantaccedilatildeo de um projeto aleacutem de se conhecer o horizonte de
planejamento que eacute o periacuteodo estimado durante o qual o empreendimento em
anaacutelise iraacute operar faz-se necessaacuterios tambeacutem testar a sua viabilidade teacutecnica
econocircmica financeira social ambiental e poliacutetica O teste da viabilidade econocircmica
eacute considerado o mais importante entre os paracircmetros de avaliaccedilatildeo pois consiste em
verificar se no projeto as receitas superam os custos Caso isso natildeo ocorra diz-se
que o projeto eacute insustentaacutevel desde a sua implantaccedilatildeo (FARO 1979 CHICHORRO
et al 2010)
Na avaliaccedilatildeo econocircmica para decisatildeo de que o projeto deve ou natildeo ser
implementado satildeo usadas teacutecnicas e criteacuterios de anaacutelise que comparam os custos e
as receitas inerentes ao projeto A anaacutelise de projetos consiste entatildeo na verificaccedilatildeo
60
de que determinada atividade eacute lucrativa ou natildeo considerando-se um horizonte de
planejamento (REZENDE OLIVEIRA 2008)
Existem vaacuterios meacutetodos de seleccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de projetos de
investimentos Geralmente recorre-se a meacutetodos que consideram principalmente as
atividades a serem executadas os periacuteodos de execuccedilatildeo e seus respectivos custos
os produtos e o periacuteodo de tempo que levaratildeo para serem produzidos seus preccedilos
e receitas ou seja o fluxo de caixa (CHICHORRO et al 2010)
Os meacutetodos de avaliaccedilatildeo econocircmica podem entatildeo ser divididos em dois
grupos principais O primeiro grupo compreende aqueles em que natildeo se considera a
variaccedilatildeo do capital no tempo sendo indicados para horizontes de planejamentos
muito curtos onde natildeo haacute inflaccedilatildeo Jaacute o segundo grupo considera a variaccedilatildeo do
capital no tempo podendo-se citar o valor presente liacutequido (VPL) e o benefiacutecio
perioacutedico equivalente (BPE) como exemplos (SILVA et al 2005)
A variaccedilatildeo do capital ocorre devido agrave remuneraccedilatildeo paga ao seu uso por
determinado tempo ou seja os juros Assim no final do prazo estipulado natildeo
haveraacute somente a quantia emprestada mais tambeacutem um acreacutescimo que
corresponde ao custo de oportunidade do uso do capital durante o periacuteodo de
empreacutestimo O valor a ser pago no final do periacuteodo dependeraacute da taxa de juros
correspondente a unidade de tempo considerada A Conab utiliza o percentual de
6 ao ano como a taxa de retorno para a remuneraccedilatildeo dos investimentos feitos pelo
produtor como se o capital fosse aplicado em outro investimento alternativo
(OLIVEIRA REZENDE 2004 CONAB 2010)
Tendo em vista este contexto objetivou-se neste trabalho analisar a
viabilidade econocircmica de povoamentos de paricaacute sob diferentes espaccedilamentos e
determinar economicamente o melhor espaccedilamento de plantio para produccedilatildeo de
madeira
61
2 MATERIAL E MEacuteTODOS
21 OBTENCcedilAtildeO DAS RECEITAS
A partir da estimativa dos volumes comercial (VTHA msup3ha) e de lacircminas
(VCHA m3ha) nos diferentes espaccedilamentos de plantio em diferentes
idades e classes produtivas tal como proposto no capiacutetulo 1 foram contraiacutedas as
receitas Os volumes comercial e de lacircminas estimados foram multiplicados pelo valor
meacutedio de venda disponiacutevel no boletim informativo de preccedilos disponibilizado pela
Coordenadoria Executiva da Administraccedilatildeo Tributaacuteria ndash CERAT do Estado do Paraacute
2013 Obteve-se assim a receita para cada espaccedilamento analisado
22 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS
Como se trata de projetos de investimento com a finalidade de obtenccedilatildeo de
madeira foram propostos trecircs horizontes de planejamento para os povoamentos de
paricaacute Esses horizontes se referiram ao periacuteodo de tempo que estes projetos foram
avaliados correspondendo a 5 6 e 7 anos entre a implantaccedilatildeo e colheita
Sabendo-se que eacute necessaacuterio reajustar os valores investidos durante o
periacuteodo de execuccedilatildeo do projeto utilizou-se uma taxa de desconto de 6 ao ano
como forma de remuneraccedilatildeo do capital investido considerando a caderneta de
poupanccedila como sendo o melhor investimento alternativo (OLIVEIRA REZENDE
2004) A inflaccedilatildeo identificada no periacuteodo foi obtida por meio do uso do Iacutendice Geral
de Preccedilos - Disponibilidade Interna (IGP-DI) o qual mede a variaccedilatildeo de preccedilos no
mercado A descapitalizaccedilatildeo foi realizada de acordo com a metodologia descrita no
capiacutetulo 1
Para anaacutelise da viabilidade econocircmica do projeto identificaram-se as
variaccedilotildees do capital no tempo Assim em relaccedilatildeo agrave classificaccedilatildeo do projeto de
investimento este foi considerado convencional ou seja ocorreu apenas uma
mudanccedila de sinal em seu fluxo de caixa satisfazendo as seguintes condiccedilotildees
62
119862119900 lt 0
119883119895 le 0 119901119886119903119886 119895 = 1 hellip 119896
119883119895 ge 0 119901119886119903119886 119895 = 119896 + 1 hellip 119899 119890
sum 119883119895
119899
119895=119896+1
gt sum 119883119895
119896
119895=0
Em que
Co = custo inicial (R$)
k = periacuteodo de tempo a partir do qual as receitas passaram a ser positivas
Xj = receita liacutequida de cada periacuteodo j e
n = duraccedilatildeo do projeto (anos)
Depois de identificado o tipo de projeto e tendo todos os custos jaacute calculados
no capiacutetulo 1 procedeu-se a anaacutelise econocircmica dos projetos por meio da avaliaccedilatildeo
dos iacutendices econocircmicos e do benefiacutecio perioacutedico equivalente (BPE)
23 IacuteNDICES ECONOcircMICOS DA PRODUCcedilAtildeO
Para verificar a rentabilidade do sistema produtivo os seguintes iacutendices
econocircmicos de produccedilatildeo foram utilizados
a) Renda bruta (RB)
119877119861 = 119876 times P Eq1
b) Margem bruta (MB)
119872119861 = 119877119861 minus 119862119874119864 Eq 2
c) Margem liacutequida (ML)
119872119871 = 119877119861 minus 119862119874119879 Eq 3
d) Lucro (L)
119871 = 119877119861 minus 119862119879 Eq 4
63
e) Lucratividade (Lc)
119871119888 =119871
119877119861 Eq 5
f) Iacutendice de rentabilidade (IR)
119868119877 =119872119871
119862 Eq 6
Em que
119877119861 = renda bruta (R$)
119876 = quantidade de produto vendido (un)
119875 = preccedilo unitaacuterio dos produtos (R$)
119872119861 = margem bruta (R$)
119862119874119864 = custo operacional efetivo (R$)
119872119871 = margem liacutequida (R$)
119862119874119879 = custo operacional total (R$)
119871 = lucro (R$)
119862119879 = custo total (R$)
119871119888 = lucratividade ()
119868119877 = iacutendice de rentabilidade () e
119862 = capital empatado (R$) referente ao somatoacuterio do custo fixo e circulante meacutedio
podendo-se considerar ou natildeo o custo da terra
24 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DOS PROJETOS
241 Benefiacutecio perioacutedico equivalente (BPE)
Para avaliaccedilatildeo da viabilidade econocircmica por meio do BPE a seguinte
foacutermula foi utilizada
119861119875119864 =119881119875119871[(1 + 119894)119905](1 + 119894)119899119905
(1 + 119894)119899119905 minus 1 Eq 7
64
Em que
n = duraccedilatildeo do projeto (anos)
t = nuacutemero de periacuteodos de capitalizaccedilatildeo
i = taxa de desconto e
VPL = valor presente liacutequido
O VPL foi obtido pela foacutermula
119881119875119871 = sum 119877119895
119899
119895=0
(1 + 119894)minus119895 minus sum 119862119895
119899
119895=0
(1 + 119894)minus119895
Eq 8
Em que
i = taxa de desconto (juros)
j = periacuteodo em que a receita ou o custo ocorreram
n = duraccedilatildeo do projeto (anos)
Rj = receita no final do ano j ou do periacuteodo de tempo e
Cj = custo no final do ano j ou do periacuteodo de tempo considerado
O BPE permite a comparaccedilatildeo de projetos com diferentes horizontes de
planejamento pois os custos jaacute estatildeo distribuiacutedos por unidade de tempo estando
impliacutecitas as diferenccedilas de horizontes Como o desconto dos fluxos de caixa foi
estimado a partir da ldquodata presenterdquo ou seja no periacuteodo de implantaccedilatildeo do projeto
estes foram comparados quando as consequecircncias monetaacuterias estavam em um
ponto comum do tempo
65
3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
31 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA VENDA DE MADEIRA EM PEacute
A renda bruta foi estimada por meio da multiplicaccedilatildeo do volume comercial e
comercial por hectare e o preccedilo pago por cada unidade agrave qual se admitiu um valor
miacutenimo de R$5370 msup3 para venda de ldquomadeira em peacuterdquo ou seja madeira natildeo
explorada e R$45156 msup3 a venda de lacircminas de paricaacute
Identicamente aos custos as receitas foram deflacionadas e
descapitalizadas para o ano 0 a fim de possibilitar a comparaccedilatildeo entre os valores
gastos e recebidos com essa praacutetica de produccedilatildeo A renda bruta obtida com a venda
de madeira de paricaacute pode ser observada na Tabela 1
Tabela 1 Renda bruta (RB) obtida com a produccedilatildeo de madeira de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA sem considerar o custo de laminaccedilatildeo
Idade Espaccedil
(m)
VTHA (R$ha) VCHA (R$ha)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 379731 433109 452408 1109193 1349221 1557365
3x3 - 362619 424113 - 1212472 1509318
3x4 - 311840 373961 - 1077399 1379067
4x4 166887 317064 342144 550865 1122453 1272564
5x5 172002 205671 306342 627806 811406 1226000
6 a
no
s
3x2 355004 394611 431419 1056449 1261369 1508350
3x3 - 341749 408022 - 1163130 1470243
3x4 - 288386 356682 - 1020754 1335360
4x4 167940 274794 313771 556167 1012394 1196711
5x5 166477 207478 273875 613368 817994 1133134
7 a
no
s
3x2 334925 365156 383863 1012137 1191106 1382874
3x3 - 325700 385794 - 1122613 1410651
3x4 - 278203 342718 - 993941 1296571
4x4 164441 268225 305743 547531 994496 1174049
5x5 164242 204174 269414 607295 808354 1119474
Em que Espaccedil = espaccedilamento (m) VTHA = volume comercial por hectare (msup3ha) e VCHA = volume de lacircminas por hectare (msup3ha)
66
A ausecircncia de valores na classe de produtividade baixa nos espaccedilamentos
3x3 e 3x4 m eacute proveniente da inesistecircncia de povoamentos nestas condiccedilotildees de
terreno Como se tratam de plantios independentes a falta de informaccedilotildees nestes
ambientes natildeo prejudicamalteram os resultados nas outras aacutereas em estudo
Observando a Tabela 1 eacute perceptiacutevel a diferenccedila entre a renda bruta obtida
com a venda de madeira em peacute e a explorada Para siacutetios de baixa produtividade e
com corte aos 5 anos a diferenccedila entre a venda de lacircminas e madeira em peacute foi de
aproximadamente R$729000 Esta diferenccedila ocorreu porque o custo de laminaccedilatildeo
natildeo foi contabilizado por falta de informaccedilotildees sobre o processo produtivo
Natildeo existem estudos que indiquem os custos reais de laminaccedilatildeo de paricaacute
proveniente de reflorestamento e quais as atividades necessaacuterias para transformar o
torete de madeira em lacircminas de forma eficiente e com boa qualidade
A renda resultante da venda de ldquomadeira em peacuterdquo em espaccedilamentos
menores como o 3x2 m superam os mais espaccedilados como o 4x4 e 5x5 m com
receita duas vezes maior quando comparados os espaccedilamentos 3x2 e 5x5 m Esta
tendecircncia ocorre entre classes de produtividade e tambeacutem entre idades distintas
Com o aumento da idade de corte houve diminuiccedilatildeo nas receitas em todos
os espaccedilamentos pois o volume de madeira foi reduzido Isso ocorre como jaacute citado
anteriormente provavelmente devido ao autodesbaste das plantas caracteriacutestico da
espeacutecie Entretanto os custos tambeacutem sofreram reduccedilatildeo devido ao menor nuacutemero
de plantas por hectare e esta relaccedilatildeo deve ser analisada
O comportamento da renda bruta em relaccedilatildeo a madeira explorada segue a
mesma tendecircncia citada acima ou seja o menor espaccedilamento no melhor siacutetio
produtivo aos 5 anos eacute o que indica ser o mais viaacutevel Todavia deve-se interagir
custos e receitas para se inferir sobre o espaccedilamento mais adequado para se obter
a maior lucratividade
Na Tabela 2 eacute possiacutevel observar os iacutendices em siacutetios com classe de
produtividade baixa para a venda de lacircminas de paricaacute
67
Tabela 2 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute para venda preacute-corte em classe de produtividade baixa (17 ndash 19 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
5 a
no
s
MB -121915 - - -221422 -197665
ML -172080 - - -260253 -234631
L -256915 - - -325921 -297147
L (t) -350415 - - -419421 -390647
Luc -068 - - -195 -173
Lucr (t) -092 - - -251 -227
IR -047 - - -085 -079
IR (t) -038 - - -065 -060
6 a
no
s
MB -157604 - - -236236 -218806
ML -208865 - - -276654 -257335
L -316133 - - -361232 -337959
L (t) -427533 - - -472632 -449359
Luc -089 - - -215 -203
Lucr (t) -120 - - -281 -270
IR -056 - - -088 -084
IR (t) -043 - - -065 -062
7 a
no
s
MB -192230 - - -244377 -225943
ML -244145 - - -285258 -264961
L -376891 - - -388205 -363216
L (t) -508091 - - -519405 -494416
Luc -113 - - -236 -221
Lucr (t) -152 - - -316 -301
IR -065 - - -090 -086
IR (t) -048 - - -064 -060
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
Na Tabela 2 eacute possiacutevel observar que sob as condiccedilotildees analisadas nenhum
espaccedilamento eacute viaacutevel economicamente Jaacute o comportamento dos iacutendices financeiros
em classe de produtividade meacutedia pode ser observado na Tabela 3
68
Tabela 3 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute para venda preacute-corte em classe de produtividade meacutedia (19 ndash 21 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
5 a
no
s
MB -68537 -75377 -97128 -71245 -163995
ML -118702 -119176 -138025 -110076 -200962
L -203537 -193247 -207187 -175744 -263477
L (t) -297037 -286747 -300687 -269244 -356977
Luc -047 -053 -066 -055 -128
Lucr (t) -069 -079 -096 -085 -174
IR -033 -036 -043 -036 -067
IR (t) -026 -028 -034 -027 -051
6 a
no
s
MB -117998 -109790 -135159 -129382 -177806
ML -169258 -154944 -177514 -169800 -216334
L -276527 -249433 -266145 -254378 -296958
L (t) -387927 -360833 -377545 -365778 -408358
Luc -070 -073 -092 -093 -143
Lucr (t) -098 -106 -131 -133 -197
IR -046 -046 -055 -054 -071
IR (t) -035 -034 -041 -040 -052
7 a
no
s
MB -161999 -131381 -150483 -140593 -186011
ML -213914 -177089 -193352 -181475 -225030
L -346659 -292189 -301302 -284422 -323284
L (t) -477859 -423389 -432502 -415622 -454484
Luc -095 -090 -108 -106 -158
Lucr (t) -131 -130 -155 -155 -223
IR -057 -052 -059 -057 -073
IR (t) -042 -037 -042 -040 -051
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
Os prejuiacutezos obtidos nestas condiccedilotildees do terreno satildeo menores quando
comparados com siacutetios de produtividade baixa O mesmo comportamento tambeacutem
foi observado para siacutetios de classe de produtividade alta como indicado na Tabela
4
69
Tabela 4 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute pra venda preacute-corte em classe de produtividade alta (21 ndash 24 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
5 a
no
s
MB -49238 -13882 -35007 -46165 -63324
ML -99403 -57682 -75904 -84996 -100291
L -184238 -131752 -145066 -150664 -162806
L (t) -277738 -225252 -238566 -244164 -256306
Luc -041 -031 -039 -044 -053
Lucr (t) -061 -053 -064 -071 -084
IR -027 -017 -024 -028 -034
IR (t) -022 -014 -018 -021 -026
6 a
no
s
MB -81189 -43517 -66863 -90406 -111408
ML -132450 -88671 -109217 -130823 -149937
L -239718 -183160 -197848 -215401 -230561
L (t) -351118 -294560 -309248 -326801 -341961
Luc -056 -045 -055 -069 -084
Lucr (t) -081 -072 -087 -104 -125
IR -036 -026 -034 -041 -049
IR (t) -028 -020 -025 -031 -036
7 a
no
s
MB -143292 -71287 -85969 -103075 -120771
ML -195207 -116995 -128837 -143956 -159790
L -327953 -232094 -236787 -246903 -258044
L (t) -459153 -363294 -367987 -378103 -389244
Luc -085 -060 -069 -081 -096
Lucr (t) -120 -094 -107 -124 -144
IR -052 -034 -039 -045 -052
IR (t) -038 -025 -028 -032 -036
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
A inviabilidade econocircmica observada nas trecircs condiccedilotildees produtivas podem
ter sido provenientes do baixo valor de mercado praticado na regiatildeo
Apoacutes o pagamento de todos os desembolsos efetivos restou o deacutebito de R$-
13882 para o espaccedilamento 3x3 m Esta quantia jaacute pode ser considerada como
70
prejuiacutezo do investimento mesmo sem ser contabilizados o pagamento da matildeo de
obra familiar (administraccedilatildeo) e os custos de oportunidade do capital
O menor valor resultante para o espaccedilamento 5x5 m se deve ao fato de
existirem atividades iguais aos outros espaccedilamentos que estatildeo sendo executas em
tempo maior que dos outros povoamentos aumentando assim o custo de produccedilatildeo
Jaacute os resultados encontrados para o espaccedilamento 3x3 m em classe de
produtividade alta satildeo atribuiacutedos agrave eficiecircncia das operaccedilotildees de manutenccedilatildeo dos
plantios principalmente pelo controle de plantas daninhas
Depois do pagamento de todos os desembolsos efetivos foi admitida a
remuneraccedilatildeo da matildeo de obra familiar em virtude da administraccedilatildeo das aacutereas de
plantio sendo proporcional aos custos de produccedilatildeo de paricaacute A margem liacutequida
negativa indica que o empreendimento eacute economicamente inviaacutevel O valor admitido
por este iacutendice se positivo natildeo seria o lucro gerado pois ainda natildeo foi descontado
o custo de oportunidade do capital investido
Para todos os povoamentos analisados houve lucro negativo principalmente
quando foi considerada a remuneraccedilatildeo pelo uso da terra Isso significa que o
investimento natildeo foi atrativo financeiramente Este resultado natildeo eacute interessante
economicamente ao produtor e pode trazer consequecircncias ainda piores como falta
de incentivo agrave produccedilatildeo falta de demanda para venda da madeira em idade de corte
e preccedilos ainda menores do que os praticados
Considerando-se o pagamento pelo uso da terra o prejuiacutezo obtido pelo
plantio de paricaacute variou entre 53 e 316 sendo maior quando mais amplo o
espaccedilamento de plantio Desconsiderando o pagamento pelo uso da terra o
prejuiacutezo se tornou menor estando entre 31 e 236
Este iacutendice representa a capacidade da atividade de transformar
investimento em margem liacutequida Assim desconsiderando o pagamento pelo uso da
terra tem-se que para cada real investido obteve-se entre R$-090 e R$-017 de
margem liacutequida sendo mais atrativo o espaccedilamento 3x3 m em classe de
produtividade alta Considerando o custo da terra o valor foi de R$-065 a R$-014
sendo melhor nos menores espaccedilamento de plantio
Deve-se salientar novamente que o valor do msup3 de madeira utilizado nesta
pesquisa eacute proveniente do preccedilo meacutedio praticado pelo CERAT ndash PA Valores
superiores a este encontrados na regiatildeo podem alterar estes resultados tornando
estes povoamentos atrativos financeiramente (quando superiores a R$10000 msup3)
71
32 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA LAMINADA
O comportamento observado foi semelhante ao da madeira vendida em peacute
ou seja os iacutendices financeiros apontaram que a viabilidade econocircmica aos 5 anos
foi superior agraves outras idades de exploraccedilatildeo (Tabela 5)
Tabela 5 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de baixa produtividade (17 ndash 19 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
5 a
no
s
MB 460255 - - 82016 175950
ML 395361 - - 35131 130764
L 285617 - - -44157 54349
L (t) 192117 - - -137657 -39151
Luc 026 - - -008 009
Lucr (t) 017 - - -025 -006
IR 090 - - 010 039
IR (t) 074 - - 008 030
6 a
no
s
MB 416597 - - 84912 161477
ML 352612 - - 37786 116288
L 218717 - - -60828 21725
L (t) 107317 - - -172228 -89675
Luc 021 - - -011 004
Lucr (t) 010 - - -031 -015
IR 081 - - 011 034
IR (t) 065 - - 008 026
7 a
no
s
MB 374305 - - 138713 217110
ML 322390 - - 97831 178092
L 161775 - - -5115 79837
L (t) 30575 - - -136315 -51363
Luc 016 - - -001 013
Lucr (t) 003 - - -025 -008
IR 075 - - 031 058
IR (t) 057 - - 022 041
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
72
Os iacutendices econocircmicos para as classes de produtividade meacutedia e alta
encontram-se nas Tabelas 6 e 7
Tabela 6 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de meacutedia produtividade (19 ndash 21 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
5 a
no
s
MB 681518 625573 537181 600811 347713
ML 614747 566883 483159 548647 301344
L 501830 467631 391801 460430 222928
L (t) 408330 374131 298301 366930 129428
Luc 037 039 036 041 027
Lucr (t) 030 031 028 033 016
IR 137 139 126 147 087
IR (t) 114 113 101 117 069
6 a
no
s
MB 608614 588446 491228 506607 352752
ML 543338 530977 438275 456029 306227
L 406743 410719 327467 350188 208871
L (t) 295343 299319 216067 238788 97471
Luc 032 035 032 035 026
Lucr (t) 023 026 021 024 012
IR 124 133 116 125 089
IR (t) 099 104 090 095 067
7 a
no
s
MB 544335 665533 565255 585678 418169
ML 492420 619825 522386 544796 379151
L 329553 504725 414437 441850 280896
L (t) 198353 373525 283237 310650 149696
Luc 028 045 042 044 035
Lucr (t) 017 033 028 031 019
IR 113 181 159 171 123
IR (t) 087 131 114 121 086
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
73
Tabela 7 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de alta produtividade (21 ndash 24 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5 5
an
os
MB 882878 900802 817010 742105 726917
ML 815429 839950 760805 689059 677009
L 701365 737042 665754 599351 592608
L (t) 607865 643542 572254 505851 499108
Luc 045 049 048 047 048
Lucr (t) 039 043 041 040 041
IR 181 201 193 182 187
IR (t) 150 164 156 146 148
6 a
no
s
MB 843757 874244 783868 678388 646537
ML 777297 814644 728718 626556 597877
L 638225 689925 613313 518092 496052
L (t) 526825 578525 501913 406692 384652
Luc 042 047 046 043 044
Lucr (t) 035 039 038 034 034
IR 174 198 187 168 168
IR (t) 140 156 146 129 128
7 a
no
s
MB 730571 953571 867885 765231 729289
ML 678656 907863 825016 724350 690271
L 514396 792763 717066 621403 592016
L (t) 383196 661563 585866 490203 460816
Luc 037 056 055 053 053
Lucr (t) 028 047 045 042 041
IR 154 266 252 228 224
IR (t) 119 192 180 161 157
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
Contrariamente agrave preacute-colheita a venda de madeira de paricaacute poacutes-colheita
tem demonstrado viabilidade economica para as idade classe de produtividade e
espaccedilamento analisados como observados nos iacutendices a seguir
Apoacutes o pagamento de todos os custos efetivos notou-se uma vantagem no
uso de espaccedilamentos mais adensados Nestes ambientes a margem bruta foi por
74
vezes maior que 40 em relaccedilatildeo aos maiores espaccedilamentos Poreacutem restam ainda
o pagamento pela administraccedilatildeo e uso do capital No entanto verificou-se que a
maioria dos projetos avaliados foram viaacuteveis economicamente pois se obteve
resultados positivos para a madeira laminada
A matildeo-de-obra familiar foi remunerada mantendo-se o montante positivo
Este montante foi utilizado posteriormente como forma de pagamento pelo custo de
oportunidade do capital Observa-se que este iacutendice manteve a tendecircncia de
comportamento semelhante agrave margem bruta exprimindo a viabilidade dos projetos
Lucro negativo soacute foi observado em espaccedilamentos amplos como o 4x4 e
5x5 m em classe de produtividade baixa em todos os anos analisados Isso
significa que o custo de oportunidade do uso do capital natildeo estaacute sendo remunerado
O resultado encontrado eacute consequecircncia de volume insuficiente de lacircminas
para o pagamento do processo produtivo Vale salientar que o processo de
laminaccedilatildeo natildeo foi quantificado
O intervalo de lucratividade sem considerar o pagamento pelo uso da terra
variou de -31 agrave 56 ou seja existem povoamentos que em certas condiccedilotildees
foram inviaacuteveis economicamente como eacute o caso dos espaccedilamentos 4x4 e 5x5 m
em classe de produtividade baixa com exploraccedilatildeo aos 5 anos Outros povoamentos
ao contraacuterio possuem lucratividade de 56 Como exemplo pode-se citar o 3x3 m
aos 7 anos em classe de produtividade alta
Quando se considera o pagamento pelo uso da terra a mesma tendecircncia foi
observada poreacutem a lucratividade foi menor
A capacidade da atividade em transformar o investimento em margem
liacutequida variou entre R$034 e R$266 sendo mais atrativo o espaccedilamento 3x3 m
Considerando o custo da terra o valor corresponde entre R$008 e R$192 sendo
melhor quanto menor o espaccedilamento de plantio
Considerando os valores obtidos nas Tabelas 5 6 e 7 foi possiacutevel inferir
sobre os custos maacuteximos que poderiam ser destinados agrave laminaccedilatildeo para que todas
as despesas fossem pagas obtendo lucratividade zero Na Tabela 8 eacute indicado
quais satildeo estes valores
75
Tabela 8 Valores maacuteximos a serem pagos pela laminaccedilatildeo (R$msup3)
Idade Classe produtiva (m) Espaccedilamentos (m)
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5 5
ano
s Baixa 1184 - - -1930 -533
Meacutedia 2206 2414 2238 2708 1472
Alta 3144 3550 3580 3459 3812
6 a
no
s Baixa 707 - - -2400 -1260
Meacutedia 1751 2049 1753 2033 1099
Alta 2857 3317 3292 3033 3286
7 a
no
s Baixa 131 - - -3253 -2045
Meacutedia 1189 1557 1223 1543 476
Alta 2255 2916 2883 2613 2836
Estas informaccedilotildees satildeo valores meacutedios dos espaccedilamentos para cada classe
de produtividade e idade Como pressupotildee-se que em siacutetio de melhor qualidade haacute
maior renda eacute possiacutevel o pagamento de um valor substancialmente maior do que
em classe de produtividade meacutedia Observa-se ainda a inviabilidade da praacutetica de
laminaccedilatildeo em classe de produtividade baixa independente da idade de corte pois a
receita foi menor que os custos mesmo sem a laminaccedilatildeo Essa consideraccedilatildeo
reforccedila os argumentos de suporte sobre os menores espaccedilamentos serem os mais
apropriados para o plantio de paricaacute
33 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA
331 Benefiacutecio perioacutedico equivalente ndash BPE
Para a taxa de 6 aa em povoamentos natildeo explorados o BPE obtido
variou entre R$-24042 e R$-8005 para os espaccedilamentos 4x4 e 3x3 m
respectivamente (Tabela 9) Isso indica que o espaccedilamento 3x3 m na classe de
produtividade alta com corte aos 5 anos eacute o que resultou no menor prejuiacutezo
financeiro sob estas condiccedilotildees analisadas Jaacute o 4x4 m em classe de produtividade
baixa com corte aos 7 anos foi a pior escolha de investimento
76
Tabela 9 BPE de plantios de paricaacute situados na regiatildeo de Paragominas PA
Idade Espaccedil
(m)
BPE (VTHA) BPE (VCHA)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 -15515 -12312 -11154 17037 30010 41982
3x3 - -11695 -8005 - 27958 44123
3x4 - -12531 -8804 - 23408 39845
4x4 -19655 -10645 -9140 -2749 27526 35861
5x5 -17929 -15909 -9868 3161 13276 35456
6 a
no
s
3x2 -19068 -16692 -14483 13023 24305 38193
3x3 - -15066 -11090 - 24543 41296
3x4 - -16069 -11971 - 19548 36699
4x4 -21774 -15363 -13024 -3750 20911 30986
5x5 -20378 -17917 -13934 1204 12432 29663
7 a
no
s
3x2 -22761 -20948 -19825 8894 18907 29965
3x3 - -18281 -14675 - 20779 36619
3x4 - -18827 -14957 - 16500 33111
4x4 -24042 -17815 -15564 -5944 18385 28258
5x5 -22542 -20146 -16232 -842 10264 27366
Em que Espaccedil = espaccedilamento (m) BPE (VTHA) = benefiacutecio perioacutedico equivalente para venda de madeira em peacute e BPE (VCHA) = benefiacutecio perioacutedico equivalente para venda de madeira laminada
A mesma tendecircncia foi observada em povoamentos explorados em que o
BPE variou entre R$-5944 e R$44123 sendo o espaccedilamento 3x3 m a melhor
opccedilatildeo de investimento O mesmo resultado foi obtido por Pavan et al (2010) com
plantios de eucalipto no Rio Grande do Sul para laminaccedilatildeo
Caso ocorressem mudanccedilas na taxa de desconto estas contribuiriam para o
aumento ou reduccedilatildeo dos lucros do plantio Segundo Soares et al (2003) aumentos
na taxa de desconto afetam significativamente o VPL e consequentemente o BPE
indicando que quanto menor a taxa de desconto utilizada maior seraacute a lucratividade
do projeto
A partir da anaacutelise econocircmica dos diferentes sistemas de plantio pode-se
inferir que o motivo pelo qual a classe de produtividade baixa resultou em uma das
piores alternativas financeiras estaacute relacionado ao autodesbaste das plantas neste
ambiente Como estas aacutereas dispotildeem de menores recursos eacute possiacutevel que tenha
77
ocorrido uma expressiva mortalidade de plantas devido agrave concorrecircncia por luz e
nutrientes do solo
Todos os espaccedilamentos de plantio podem ser alternativas viaacuteveis que
poderatildeo contribuir de maneira mais significativa na medida em que alcancem sua
capacidade maacutexima de incremento Isso eacute obtido com a diferenciaccedilatildeo entre os
horizontes de planejamento que natildeo podem ser idecircnticos para todos os
espaccedilamentos de plantio haja vista que as aacutervores se comportam de maneiras
diferentes nestes espaccedilamentoss devido agrave disponibilidade de recursos
Esta afirmaccedilatildeo jaacute foi comprovada em estudos realizados por Cordeiro et al
(2009) em que foi constatado que o sistema de produccedilatildeo do paricaacute em cultivo puro
sob o espaccedilamento 4x3 m nos quatro primeiros anos de cultivo natildeo apresentaram
viabilidade econocircmica sugerindo a necessidade de maior horizonte de
planejamento
78
4 CONCLUSOtildeES
O monocultivo de paricaacute em qualquer um dos espaccedilamentos analisados foi
considerado inviaacutevel por todos os criteacuterios utilizados nesta anaacutelise econocircmica
quando se objetivou a venda da madeira sem exploraccedilatildeo Essa resposta estaacute
associada ao baixo valor de mercado ao qual a espeacutecie estaacute subordinada
A exploraccedilatildeo de madeira mesmo sendo um processo trabalhoso e
dispendioso eacute uma alternativa para se obter valores positivos com a produccedilatildeo de
paricaacute
Observando os custos e receitas oriundos de plantios de paricaacute pode-se
afirmar que espaccedilamentos mais amplos em classe de produtividade baixa satildeo
insuficientes para remunerar o processo de laminaccedilatildeo
O maior retorno financeiro foi obtido em povoamentos de paricaacute implantados
em classe de produtividade alta sob o espaccedilamento 3x3 m com exploraccedilatildeo aos 5
anos
79
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
CHICHORRO J F BAUER M O ANDRADE W S SILVA G F SANTOS F R SILVA J L NOGUEIRA M A Avaliaccedilatildeo econocircmica de projetos florestais In CHICHORRO J F BAUER M O GARCIA G O CALDEIRA M V W Toacutepicos especiais em ciecircncias florestais 1 ed Visconde do Rio Branco Suprema 2010 v 1 p 231-260 COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO ndash CONAB Custo de produccedilatildeo agriacutecola a metodologia da Conab Brasiacutelia Conab 2010 60p COORDENADORIA EXECUTIVA DA ADMINISTRACcedilAtildeO TRIBUTAacuteRIA ndash CERAT Boletim informativo de preccedilos Paraacute 2013 22p CORDEIRO I M C C SANTANA A C LAMEIRA O A SILVA I M Anaacutelise econocircmica dos sistemas de cultivo com Schizolobium parahyba var amazonicum (Huber ex Ducke) Barneby (Paricaacute) E Ananas comosus var erectifolius (L B Smith) Coppus amp Leal (Curauaacute) no municiacutepio de Aurora do Paraacute (PA) Brasil Facultad Agronomiacutea (LUZ) 2009 26 243-265 FARO C Elementos de engenharia econocircmica 3ed Satildeo Paulo Atlas 1979 328p MELLO A A CARNIERI C ARCE J E SANQUETTA C R Planejamento florestal visando agrave maximizaccedilatildeo dos lucros e a manutenccedilatildeo do estoque de carbono Cerne Lavras v 11 n 3 p 205-217 julset 2005 OLIVEIRA A D REZENDE J L P Economia Florestal Lavras UFLAFAEPE 2004 101p PAVAN J A ALVES T W SOUZA M A Viabilidade Econocircmica da Produccedilatildeo de Eucaliptos no Rio Grande do Sul Associaccedilatildeo Brasileira de Custos vol 5 n 1 78-109 JanAbr 2010 REZENDE J L P OLIVEIRA A D Anaacutelise econocircmica e social de projetos florestais Viccedilosa MG UFV 2001 389 p SILVA M L JACOVINE L A G VALVERDE S R Economia Florestal 2 ed Viccedilosa UFV 2005 178p SOARES T S CARVALHO R M M A VALE A B Avaliaccedilatildeo econocircmica de um povoamento de Eucalyptus grandis destinado a multiprodutos Aacutervore Viccedilosa-MG v27 n5 p689-694 2003
80
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A partir das condiccedilotildees estabelecidas notou-se o efeito dos espaccedilamentos
de plantio na viabilidade econocircmica dos povoamentos de paricaacute
Em relaccedilatildeo aos custos de produccedilatildeo eles devem ser separados por
atividades sendo elas preparo da aacuterea plantio adubaccedilatildeo manutenccedilatildeo colheita e
transporte laminaccedilatildeo custo de administraccedilatildeo remuneraccedilatildeo do capital investido
Dentro de cada atividade alguns custos podem sofrer a influecircncia do
nuacutemero de plantas por hectare Como exemplo pode-se citar o nuacutemero de diaacuterias
necessaacuterias para alinhamento coveamento e plantio das mudas aleacutem da
quantidade de adubo necessaacuterio para adubaccedilatildeo de cova
O maior nuacutemero de operaccedilotildees ocorre no periacuteodo de manutenccedilatildeo dos
plantios poreacutem nenhuma delas foi considerada dispendiosa Os maiores custos
individuais foram do transporte de madeira do povoamento ateacute a induacutestria em
todos os espaccedilamentos analisados devido agraves condiccedilotildees de traacutefego nas estradas
A relaccedilatildeo entre volume comercial volume laminado e os custos de
produccedilatildeo determinam entatildeo a viabilidade dos plantios sendo o espaccedilamento mais
viaacutevel aquele que consegue absorver esta relaccedilatildeo de maneira mais eficiente
Entretanto estudos ainda devem ser desenvolvidos para averiguar a relaccedilatildeo entre a
espeacutecie e os espaccedilamentos de plantio
RAFAELA DA SILVEIRA
AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA DE PARICAacute
(Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) SOB DIFERENTES ESPACcedilAMENTOS
DE PLANTIO
Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Florestais do Centro de Ciecircncias Agraacuterias da Universidade Federal do Espiacuterito Santo como parte das exigecircncias para obtenccedilatildeo do Tiacutetulo de Mestre em Ciecircncias Florestais na Aacuterea de Concentraccedilatildeo Recursos Florestais Orientador Prof Dr Gilson Fernandes da Silva Coorientadores Prof Dr Adriano Ribeiro de Mendonccedila e Prof Dr Wendel Sandro de Paula Andrade
JEROcircNIMO MONTEIRO ndash ES
2014
AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA DE PARICAacute
(Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) SOB DIFERENTES ESPACcedilAMENTOS
DE PLANTIO
Rafaela da Silveira
Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Florestais do Centro de Ciecircncias Agraacuterias da Universidade Federal do Espiacuterito Santo como parte das exigecircncias para obtenccedilatildeo do Tiacutetulo de Mestre em Ciecircncias Florestais na Aacuterea de Concentraccedilatildeo Recursos Florestais
Aprovada em 19 de fevereiro de 2014
____________________________________
Prof Dr Gilson Fernandes da Silva (Orientador)
Universidade Federal do Espiacuterito Santo
____________________________________
Prof Dr Wendel Sandro de Paula Andrade (Coorientador)
Universidade Federal do Espiacuterito Santo
____________________________________
Prof Dr Rinaldo Luiz Caraciolo Ferreira (Membro externo)
Universidade Federal Rural de Pernambuco
____________________________________
Prof Dr Joseacute Franklim Chichorro (Membro interno)
Universidade Federal do Espiacuterito Santo
Dados Internacionais de Catalogaccedilatildeo-na-publicaccedilatildeo (CIP)
(Biblioteca Setorial de Ciecircncias Agraacuterias Universidade Federal do Espiacuterito Santo ES Brasil)
Silveira Rafaela da 1987- S587a Avaliaccedilatildeo econocircmica da produccedilatildeo de madeira de paricaacute
(Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) sob diferentes espaccedilamentos de plantio Rafaela da Silveira ndash 2014
80 f il Orientador Gilson Fernandes da Silva Coorientador Adriano Ribeiro de Mendonccedila Wendel Sandro de Paula
Andrade Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) ndash Universidade Federal
do Espiacuterito Santo Centro de Ciecircncias Agraacuterias 1 Madeira ndash exploraccedilatildeo 2 Classe de produtividade 3 Idade 4
Iacutendices econocircmicos I Silva Gilson Fernandes da II Mendonccedila Adriano Ribeiro de III Andrade Wendel Sandro de Paula IV Universidade Federal do Espiacuterito Santo Centro de Ciecircncias Agraacuterias V Tiacutetulo
CDU 630
AGRADECIMENTOS
A Deus por ter me proporcionado tantas coisas assim como este desafio Se natildeo
fosse ele eu nunca teria chegado ateacute aqui
Aos meus pais Joseacute e Lurdes que foram os que mais sofreram com a minha
ausecircncia mais me amaram incondicionalmente todos os dias
Agrave minha irmatilde Renata pelo carinho e cuidado de sempre Satildeo nos pequenos
detalhes que percebemos que os irmatildeos satildeo parte de noacutes
Agrave Universidade Federal do Espiacuterito Santo e agrave CAPES pela estrutura e apoio
financeiro para a realizaccedilatildeo deste trabalho
Ao meu orientador Gilson Fernandes da Silva o qual foi fundamental para a
conclusatildeo deste trabalho
Aos meus coorientadores Adriano Ribeiro de Mendonccedila e Wendel Sandro de Paula
Andrade pelas contribuiccedilotildees
Agrave empresa Laminit pela disponibilidade de informaccedilotildees
Aos professores Rinaldo e Franklim pelas sugestotildees
Aos amigos de Alta Floresta MT pelo carinho e pelas palavras de conforto
Aos tantos amigos que fiz em Jerocircnimo Monteiro ES Eles fizeram a distacircncia
parecer pequena
Ao Kallil Keylla e Tharcia pela amizade incondicional e verdadeira
Agrave todos do laboratoacuterio de manejo e mensuraccedilatildeo florestal em especial aos meus
ldquoirmatildeos de orientaccedilatildeordquo Diego Cezana Onair Rafael Bridi Braacuteulio e Evandro que
foram minha famiacutelia durante este periacuteodo
Agrave Sanderleacuteia Ana Paula e Cristiani pela convivecircncia e paciecircncia
Agrave todos aqueles que de alguma forma colaboraram para a execuccedilatildeo do presente
trabalho meus sinceros agradecimentos
ldquoSou muito grata agraves adversidades que apareceram na minha vida pois elas me
ensinaram a toleracircncia a simpatia o auto-controle a perseveranccedila e outras
qualidades que sem essas adversidades eu jamais conheceriardquo
E por fim a Napoleon Hill que sabiamente escreveu estas palavras
BIOGRAFIA
RAFAELA DA SILVEIRA filha de Joseacute Antonio da Silveira e Maria de
Lourdes da Silveira nasceu em 06 de novembro de 1987 no municiacutepio de Alta
Floresta no Estado de Mato Grosso Brasil
Concluiu o Ensino Meacutedio na Escola Prof Marines Faacutetima de Saacute Teixeira de
Alta Floresta em 2005 Em 2006 ingressou na Universidade Estadual de Mato
Grosso (UNEMAT) em Alta Floresta - MT graduando-se em Engenharia Florestal
em dezembro de 2009 No mesmo ano especializou-se em Geoprocessamento pela
Uniatildeo das Faculdades de Alta Floresta (UNIFLOR)
Em marccedilo de 2012 iniciou o curso de mestrado do Programa de Poacutes-
Graduaccedilatildeo Strictu Sensu em Ciecircncias Florestais na linha de pesquisa Manejo
Florestal na Universidade Federal do Espiacuterito Santo em Jerocircnimo Monteiro ndash ES
submetendo-se agrave defesa da dissertaccedilatildeo em fevereiro de 2014
Enquanto suspiramos por uma vida
sem dificuldades devemos nos
lembrar que o carvalho cresce forte
atraveacutes de ventos contraacuterios e que os
diamantes satildeo formados sob
pressatildeo
(Peter Marshall)
RESUMO
SILVEIRA R Avaliaccedilatildeo econocircmica da produccedilatildeo de madeira de paricaacute
(Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) sob diferentes espaccedilamentos de
plantio 2014 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) ndash Universidade
Federal do Espiacuterito Santo Jerocircnimo Monteiro ES Orientador Prof Dr Gilson
Fernandes da Silva Coorientadores Prof Dr Adriano Ribeiro de Mendonccedila e Prof
Dr Wendel Sandro de Paula Andrade
O paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) eacute uma espeacutecie nativa que
vem ganhando destaque entre os plantios comerciais na regiatildeo amazocircnica pelas
suas caracteriacutesticas de crescimento e produccedilatildeo para muacuteltiplos usos Por tal motivo
objetivou-se neste trabalho avaliar o efeito dos espaccedilamentos de plantio na anaacutelise
econocircmica da produccedilatildeo de madeira de paricaacute Para tanto os dados utilizados neste
estudo satildeo originaacuterios de povoamentos homogecircneos plantados sob os
espaccedilamentos 3x2 3x3 3x4 4x4 e 5x5 m localizados entre os municiacutepios de Dom
Elizeu e Paragominas Estado do Paraacute Estes povoamentos foram inventariados
anualmente ateacute o quinto ano sendo analisadas trecircs classes de produtividade em
cada espaccedilamento sendo elas Baixa (17 - 19 m) Meacutedia (19 ndash 21 m) e Alta (21 - 24
m) Posteriormente com auxiacutelio de modelagem os volumes total e laminado foram
estimados aos 5 6 e 7 anos Estimado o volume e identificados todos os custos de
produccedilatildeo estes foram deflacionados pelo IGP-DI e posteriormente
descapitalizados Assim procedeu-se a anaacutelise econocircmica por meio da metodologia
desenvolvida pelo Instituto de Economia Agriacutecola oacutegatildeo vinculado agrave Secretaria de
Agricultura e Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo juntamente com o criteacuterio do
benefiacutecio perioacutedico equivalente Como resultado obteve-se que o custo operacional
efetivo representou em meacutedia 65 dos custos totais de produccedilatildeo sendo o
transporte o custo individual mais expressivo em todos os espaccedilamentos
analisados As anaacutelises econocircmicas indicaram que o monocultivo de paricaacute
independente do espaccedilamento foi inviaacutevel quando se objetivou a venda da madeira
sem exploraccedilatildeo Essa resposta estaacute associada ao baixo valor de mercado ao qual a
espeacutecie estaacute subordinada A exploraccedilatildeo de madeira mesmo sendo um processo
trabalhoso e dispendioso eacute uma alternativa para se obter valores positivos com a
produccedilatildeo de paricaacute Logo pode-se inferir que o maior retorno financeiro eacute obtido em
povoamentos de paricaacute implantados em classe de produtividade alta sob o
espaccedilamento 3x3 m com exploraccedilatildeo aos 5 anos Entretanto para os maiores
espaccedilamentos de plantio estudos ainda devem ser desenvolvidos
Palavras-chave Classe de produtividade idade iacutendices econocircmicos
ABSTRACT
SILVEIRA R Economic evaluation of the production of wood paricaacute
(Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) under different planting spacings
2014 Dissertation (Master of Forest Science) - Federal University of Espiacuterito Santo
Jerocircnimo Monteiro ES Advisor Prof Dr Gilson Fernandes da Silva
Coorientadores Prof Dr Adriano Ribeiro de Mendonccedila and Prof Dr Wendel Sandro
de Paula Andrade
Paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) is a native species that has
been gaining prominence among commercial plantations in the Amazon region its
growth characteristics and production for multiple uses For this reason the aim of
this study was to evaluate the effect of planting space in economic analysis of timber
production paricaacute For this the data used in this study originate homogeneous stands
planted under the spacings 3x2 3x3 3x4 4x4 and 5x5 m located in the State of
Paraacute These stands were inventoried annually by fifth year and analyzed three
classes of productivity in each spacing which are Low (17 ndash 19 m) Medium (19 ndash 21
m) and High (21 ndash 24 m) Later with the aid of modeling the total and laminate
volumes were estimated at 5 6 and 7 years Estimate the volume and identified all
the costs these were deflated by the IGP ndash DI and subsequently undercapitalized
Thus we proceeded to the economic analysis using the methodology developed by
the Institute of Agricultural Economics along with the criterion periodic benefit
equivalent As a result it was found that the actual operating costs represented on
average 65 of total costs of production transportation and the most expressive
individual cost in all spacings analyzed The economic analysis indicated that the
monoculture paricaacute regardless of spacing was impracticable when used to sell the
timber without exploitation This response is associated with low market value to
which the species is subject The logging even being a laborious and costly process
an alternative is to give positive values to the production of paricaacute Therefore it can
be inferred that the greatest financial return is obtained in stands of paricaacute deployed
in class high productivity under the 3x3 m spacing with operating at 5 years
However for larger planting space studies have yet to be developed
Keywords Productivity class age economic indices
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO GERAL 11
11 OBJETIVO GERAL 13 12 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 13
2 REVISAtildeO DE LITERATURA 14
21 PARICAacute 14 211 Descriccedilatildeo botacircnica e anatocircmica do paricaacute 14 212 Caracteriacutesticas silviculturais do paricaacute 15 213 Utilizaccedilatildeo do paricaacute 16
22 CRESCIMENTO E PRODUCcedilAtildeO DO PARICAacute 17 23 RENDIMENTO EM LAMINACcedilAtildeO DE PARICAacute 18 24 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO 19
241 Teoria dos custos 19 242 A importacircncia dos custos 21 243 Classificaccedilatildeo dos custos 21 244 Componentes do custo 22 245 Iacutendices econocircmicos 24 246 Custos na empresa florestal 26
25 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DE PROJETOS FLORESTAIS 27
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 28
CAPIacuteTULO 1 31
RESUMO 31
ABSTRACT 32
1 INTRODUCcedilAtildeO 33
2 MATERIAL E MEacuteTODOS 35
21 AacuteREA EM ESTUDO 35 22 ESTIMATIVA DA PRODUCcedilAtildeO 36 23 DESCRICcedilAtildeO DAS ATIVIDADES 38 24 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS 39 25 CLASSIFICACcedilAtildeO DOS CUSTOS 41
3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 43
31 ESTIMATIVA DE VOLUME 43 32 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO 45
321 Custo operacional efetivo ndash COE 45 322 Custo operacional total ndash COT 47 323 Custo total ndash CT 50
4 CONCLUSOtildeES 54
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 55
CAPIacuteTULO 2 57
RESUMO 57
ABSTRACT 58
1 INTRODUCcedilAtildeO 59
2 MATERIAL E MEacuteTODOS 61
21 OBTENCcedilAtildeO DAS RECEITAS 61 22 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS 61 23 IacuteNDICES ECONOcircMICOS DA PRODUCcedilAtildeO 62 24 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DOS PROJETOS 63
241 Benefiacutecio perioacutedico equivalente (BPE) 63
3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 65
31 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA VENDA DE MADEIRA EM PEacute 65 32 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA LAMINADA 71 33 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA 75
331 Benefiacutecio perioacutedico equivalente ndash BPE 75
4 CONCLUSOtildeES 78
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 79
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 80
11
1 INTRODUCcedilAtildeO GERAL
As florestas naturais somavam em 2007 cerca de 4 bilhotildees de hectares
cobrindo aproximadamente 30 da superfiacutecie terrestre segundo informaccedilotildees da
FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION ndash FAO (2007) Deste montante cerca
de metade da vegetaccedilatildeo ainda estaacute concentrada em cinco paiacuteses sendo o Brasil o
detentor da segunda maior cobertura florestal do planeta
Segundo o Sistema Nacional de Informaccedilotildees Florestais ndash SNIF (2014)
estimava-se que 69 desta cobertura teriam potencial produtivo Com isso ampliou-
se a participaccedilatildeo do setor florestal brasileiro no comeacutercio mundial Entretanto o
setor ainda encontra dificuldades na expansatildeo dos seus negoacutecios especialmente a
regiatildeo amazocircnica devido agraves restriccedilotildees impostas pela legislaccedilatildeo frente ao apelo
ambiental que a regiatildeo desperta em resposta a ocupaccedilatildeo desordenada
Com a implantaccedilatildeo de novas normas de exploraccedilatildeo reduziu-se a
disponibilidade de madeira no mercado expondo-se entatildeo a necessidade de fontes
alternativas para produccedilatildeo de mateacuteria-prima Assim a partir da praacutetica de
reflorestamento estaacute sendo possiacutevel ampliar o estoque de madeira para atender as
demandas atuais e futuras
Em 2012 o consumo brasileiro de madeira em tora proveniente de plantios
florestais foi de 1824 milhotildees de metros cuacutebicos (msup3) um indicador 72 superior
ao de 2011 (ABRAF 2013) Isso indica que a praacutetica do reflorestamento eacute uma
alternativa de negoacutecio que se expandiu no ultimo ano
Segundo o SNIF (2014) o Brasil deteacutem as melhores tecnologias na
silvicultura de eucalipto e outras espeacutecies vecircm sendo estudadas entre elas a acaacutecia
(Acacia mangium Willd) a seringueira (Hevea brasiliensis (Willd ex Adr de Juss)
Muell-Arg) e o paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) Em 2012 a aacuterea
ocupada por plantios florestais de espeacutecies natildeo convencionais como acaacutecia
araucaacuteria poacutepulus teca seringueira e paricaacute foi de 521131 ha representando
72 da aacuterea total de plantios florestais no Brasil (ABRAF 2013) Esta participaccedilatildeo
ainda que pequena se deve agraves caracteriacutesticas de crescimento e produccedilatildeo obtidas
por estas espeacutecies
Na regiatildeo amazocircnica o paricaacute eacute a espeacutecie que vem ganhando destaque
entre os plantios comerciais pelas suas caracteriacutesticas de crescimento e produccedilatildeo
12
para muacuteltiplos usos tornando crescente a demanda industrial por madeira de
lacircminas e compensados para a qual a espeacutecie eacute utilizada (MARQUES et al 2006)
Os primeiros registros com o plantio de paricaacute no Estado do Paraacute constam
da deacutecada de 1950 os quais tinham o objetivo de preservar a caracteriacutestica da
floresta amazocircnica em espaccedilos puacuteblicos e de fomentar estudos sobre o
comportamento e caracteriacutesticas das espeacutecies plantadas (MARQUES et al 2006)
Desde entatildeo muitos plantios foram registrados no Paraacute e em toda regiatildeo
amazocircnica e vaacuterios estudos foram desenvolvidos podendo-se destacar Hoffmann
(2009) Vidaurre et al (2012) Santos (2012) e Corteletti (2013) que trabalharam
com povoamentos de paricaacute localizados entre os municiacutepios de Dom Elizeu e
Paragominas estado do Paraacute Estes estudos comprovaram o alto potencial de
produccedilatildeo madeireira do paricaacute e servem como incentivo para que se estabeleccedilam
novos povoamentos Embora jaacute se tenham muitos plantios com esta espeacutecie na
Amazocircnia ainda satildeo necessaacuterios estudos com o objetivo de identificar as
caracteriacutesticas dendromeacutetricas avaliar a qualidade da madeira e sua produccedilatildeo
A atenccedilatildeo deve ser direcionada tambeacutem para os custos de produccedilatildeo
destes povoamentos que vecircm sendo estabelecidos na regiatildeo amazocircnica Natildeo
existem estudos suficientes que comprovem a lucratividade desta atividade Os
estudos que se tecircm disponiacuteveis ainda satildeo muito geneacutericos e as informaccedilotildees
carentes de dados do processo de implantaccedilatildeo da cultura
O monitoramento do processo produtivo tem sido realizado para identificar
os custos de produccedilatildeo sendo um instrumento necessaacuterio para se avaliar (medir) a
eficiecircncia das empresas Outra teacutecnica utilizada eacute a avaliaccedilatildeo econocircmica dos
projetos que testam a viabilidade de sua execuccedilatildeo
Para testar a viabilidade econocircmica dos projetos florestais faz-se necessaacuterio
o emprego de teacutecnicas econocircmicas sendo as mais tradicionais aquelas em que se
calculam o valor presente liacutequido (VPL) a taxa interna de retorno (TIR) e o benefiacutecio
perioacutedico equivalente (BPE) Este uacuteltimo sendo empregado frequentemente para
projetos com diferentes horizontes de planejamento (REZENDE OLIVEIRA 2001)
O teste da viabilidade econocircmica tem por finalidade estudar a capacidade
financeira do empreendimento a fim de verificar a possibilidade de sua
implementaccedilatildeo por meio da capacidade de sobrevivecircncia no mercado e da
identificaccedilatildeo dos fatores que podem dificultar as possibilidades de ecircxito do mesmo
comprovando-se assim a sua necessidade de execuccedilatildeo
13
11 OBJETIVO GERAL
Avaliar o efeito dos espaccedilamentos de plantio na anaacutelise econocircmica da
produccedilatildeo de madeira de paricaacute
12 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
a) Definir os custos de produccedilatildeo de povoamentos de paricaacute
b) Identificar os custos de produccedilatildeo mais afetados pelos espaccedilamentos
de plantio
c) Avaliar a participaccedilatildeo individual dos custos no processo de
implantaccedilatildeo colheita e transporte e
d) Identificar o espaccedilamento que forneceraacute o maior retorno econocircmico
por meio de indicadores e criteacuterio de avaliaccedilatildeo
14
2 REVISAtildeO DE LITERATURA
21 PARICAacute
A espeacutecie Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke foi descoberta por
Huber e descrita por Ducke em 1922 sendo vulgarmente conhecida como pinho-
cuiabano paricaacute-da-amazocircnia paricaacute-da-terra-firme (Mato Grosso) paricaacute paricaacute-
grande faveira (Paraacute) canafista canafiacutestula fava-canafiacutestula (Acre) bandarra
(Rondocircnia) guapuruvu-da-amazocircnia (Distrito federal) aleacutem de cereboacute (Boliacutevia)
tambor (Colocircmbia) gavilaacuten (Costa Rica) pachaco (Equador) palo de judiacuteo palo de
picho (Meacutexico) e pashaco (Peru) (CARVALHO 2007)
Ocorre naturalmente em toda regiatildeo amazocircnica principalmente no Mato
Grosso Paraacute Amazonas e Rondocircnia no Brasil aleacutem de outros paiacuteses como Peru
Boliacutevia Colocircmbia e Venezuela (SOUZA et al 2005) Sobrevive em mata primaacuteria e
secundaacuteria de terra firme e vaacuterzea alta notadamente nas formaccedilotildees do tipo floresta
densa e floresta aberta em solos argilosos e altitudes de ateacute 800 metros
(CARVALHO 1994 ROSA 2006a)
A espeacutecie eacute tolerante a solos de baixa fertilidade e adapta-se agrave precipitaccedilatildeo
meacutedia anual de 1600 mm a 5850 mm e temperatura meacutedia de 248 ordmC (CRESPO et
al 1995) Por ser uma espeacutecie essencialmente helioacutefila natildeo tolera baixas
temperaturas (CARVALHO 2007)
211 Descriccedilatildeo botacircnica e anatocircmica do paricaacute
Segundo o sistema de classificaccedilatildeo de Cronquist a espeacutecie Schizolobium
amazonicum pertence agrave famiacutelia Caesalpiniaceae (Leguminosae Caesalpinioideae)
sendo da divisatildeo Magnoliophyta (Angiospermae) da classe Magnoliopsida
(Dicotyledonae) e ordem das Fabales
O paricaacute eacute uma aacutervore deciacutedua que pode atingir 40 m de altura e 100 cm de
DAP (diacircmetro a altura do peito medido a 130 m do solo) na idade adulta
15
(CARVALHO 2007) Seu tronco eacute ciliacutendrico e reto com casca de cor cinza clara
podendo conter sapopemas A madeira eacute macia leve com textura grossa gratilde direita
e irregular cerne creme-avermelhado e alburno creme-claro Tecircm faacutecil
processamento mas baixa durabilidade natural (SOUZA et al 2005)
Rosa (2006a) trabalhando com a botacircnica anatomia e tecnologia de paricaacute
comprovou que ao longo do crescimento vegetativo a espeacutecie pode possuir
caracteriacutesticas dendroloacutegicas diferenciadas em termos de coloraccedilatildeo da casca e do
surgimento de sapopemas
212 Caracteriacutesticas silviculturais do paricaacute
As sementes de paricaacute possuem alto grau germinativo podendo chegar a
90 Isso pode ser comprovado em estudos realizados por Lameira et al (2000)
com a propagaccedilatildeo do paricaacute por meio de sementes submetidas a processos
mecacircnicos fiacutesicos e quiacutemicos de quebra de dormecircncia Nesse estudo foi constatado
que as sementes possuem um percentual de germinaccedilatildeo de 80 a 90
O paricaacute possui entretanto dificuldade em seu manejo por seu elevado teor
de umidade e susceptibilidade ao ataque de microorganismos aleacutem da dormecircncia
tegumentar que necessita de tratamentos preacute-germinativos (ROSA 2006b
CARVALHO 2007)
Para o armazenamento de sementes eacute recomendado um periacuteodo maacuteximo de
12 meses tendo em vista que a partir do oitavo mecircs ocorre reduccedilatildeo na viabilidade
das sementes como pode ser observado no trabalho de Rosa (2006a) sobre a
ecologia e silvicultura do paricaacute
Apoacutes serem retiradas do armazenamento as sementes podem ser plantadas
de duas maneiras colocando-se as sementes para germinar em canteiros
(sementeiras) ou semeando-as diretamente na embalagem plaacutestica Ambas as
opccedilotildees permitem sobrevivecircncia de no miacutenimo 80 das plantas sendo
consideravelmente aceitaacutevel (SOUZA et al 2003)
No que se refere a implantaccedilatildeo de povoamentos uma atenccedilatildeo especial
deve ser direcionada agrave escolha do espaccedilamento a ser utilizado No Estado do Paraacute
diversos espaccedilamentos tem sido adotados (3x3 m 4x4 m 3x4 m 5x4 m 6x4 m)
16
principalmente em plantios mais antigos estando os mais recentes em maior
padronizaccedilatildeo com espaccedilamentos de 4x4 m Isso provavelmente se deve agrave
facilidade de mecanizaccedilatildeo (MARQUES et al 2006) Aleacutem disso estudos vecircm
comprovando que o espaccedilamento 4x4 m eacute mais utilizado pois proporciona a melhor
relaccedilatildeo entre crescimento em altura e diacircmetro das aacutervores (ROSA 2006b)
Em sistemas silviculturais mais adensados ou em plantios puros o paricaacute
tem demonstrado crescimento inicial em altura bastante raacutepido sendo necessaacuterios
desbastes para manter equiliacutebrio adequado entre a retirada de indiviacuteduos de
qualidade inferior doentes ou danificados e a manutenccedilatildeo de espaccedilamento
aproximadamente regular entre as plantas Deve-se ressaltar entretanto que a
espeacutecie eacute bastante suscetiacutevel aos danos causados por ventos fortes principalmente
nos estaacutegios iniciais de desenvolvimento As aacutervores isoladas e plantas da
bordadura satildeo mais propensas a quebras poreacutem estes danos satildeo bastante
reduzidos com a presenccedila de mata ou de relevo ondulado nas proximidades que
possam proteger o povoamento e reduzir esses efeitos do vento (SOUZA et al
2003)
No estudo realizado por Rondon (2002) concluiu-se que ateacute o terceiro ano o
paricaacute eacute altamente vulneraacutevel ao vento principalmente nos espaccedilamentos 4x2 m e
2x2 m Por tal motivo medidas preventivas devem ser tomadas no iniacutecio da
implantaccedilatildeo deixando-se uma faixa de mata nativa em torno do plantio Desta
maneira sob os espaccedilamentos 15x15 m 2x2 m 3x2 m 3x3 m 4x2 m 4x3 m e 4x4
m avaliadas pelo autor os dois uacuteltimos foram os que proporcionaram maiores
crescimentos em altura e diacircmetro
213 Utilizaccedilatildeo do paricaacute
Essa espeacutecie eacute bastante utilizada na produccedilatildeo de lacircminas meacutedias ou parte
interna de compensados caixotaria leve portas e parquete tendo em vista que
pode ser alcanccedilado o rendimento de ateacute 80 de aproveitamento da madeira no
processo de laminaccedilatildeo (MARQUES et al 2006)
17
Ela pode ser utilizada para produccedilatildeo energeacutetica assim como a produccedilatildeo de
papel e celulose por sua facilidade de branqueamento Propriedades medicinais
tambeacutem podem ser encontradas principalmente na casca (CARVALHO 2007)
Carvalho (2007) afirma ainda que esta espeacutecie tem grande potencial para
recuperaccedilatildeo de aacutereas degradadas Por ser uma espeacutecie pioneira o paricaacute tem bom
desenvolvimento na maioria dos solos amazocircnicos contribuindo com
sombreamento o desenvolvimento de espeacutecies cliacutemax que por ventura se
estabeleccedilam na aacuterea
O paricaacute pode ser utilizado ainda para artesanato sendo seu uso mais
comum na fabricaccedilatildeo de brinquedos saltos para calccedilados e aeromodelismo
(SOUZA et al 2003)
22 CRESCIMENTO E PRODUCcedilAtildeO DO PARICAacute
O crescimento e a produccedilatildeo de um povoamento florestal dependem da
idade da capacidade produtiva do grau de utilizaccedilatildeo do potencial produtivo do lugar
e de tratamentos silviculturais (SCOLFORO 2006 CAMPOS LEITE 2009) Esta
relaccedilatildeo pode ser mensurada por meio de modelos de crescimento e produccedilatildeo
mecaniacutesticos ou empiacutericos sendo este uacuteltimo o mais utilizado
Santos (2012) estudando o crescimento e produccedilatildeo de plantios de paricaacute
sob diferentes espaccedilamentos ajustou o modelo logiacutestico para estimar o crescimento
em diacircmetro e volume das aacutervores em cada espaccedilamento em funccedilatildeo da idade O
autor observou efeito significativo do espaccedilamento sobre as variaacuteveis diacircmetro
quadraacutetico e volume em todas as idade evidenciando a dependecircncia entre os
fatores
Neste mesmo estudo foi constatado que a maior diferenccedila entre as meacutedias
do diacircmetro quadraacutetico e o volume foi entre os espaccedilamentos extremos 3x2 m e 5x5
metros Assim o maior crescimento em diacircmetro quadraacutetico foi verificado no espaccedilo
vital com 25 msup2 e o maior crescimento em volume por aacuterea no espaccedilamento de 6msup2
Anteriormente Hoffmann (2009) jaacute havia verificado a influecircncia do diacircmetro
no rendimento da laminaccedilatildeo em que o aumento do diacircmetro promoveu maior
rendimento O mesmo foi observado por Silva et al (2013)
18
23 RENDIMENTO EM LAMINACcedilAtildeO DE PARICAacute
A produccedilatildeo de lacircminas em escala comercial surgiu a partir do seacuteculo XX
sendo impulsionada no Brasil na deacutecada de 30 com o objetivo de confeccionar
madeira compensada que tem como mateacuteria-prima paineacuteis de lacircminas de madeira
Este material eacute submetido a um processo de colagem e prensagem com adesivos
resistentes ou agrave prova drsquoaacutegua tendo muacuteltiplas aplicaccedilotildees na construccedilatildeo civil na
fabricaccedilatildeo de moacuteveis formas para concreto embalagens transporte e aplicaccedilotildees
agriacutecolas (BORDUELLE IWAKIRI MARTINS et al 2006 IWAKIRI PRATA 2008)
A qualidade da laminaccedilatildeo eacute influenciada por caracteriacutesticas da espeacutecie
(densidade da madeira) caracteriacutesticas do fuste (diacircmetro e forma) e gratilde (direccedilatildeo e
inclinaccedilatildeo) e por condiccedilotildees operacionais do equipamento (velocidade de corte
ajuste da geometria da faca e barra de pressatildeo afiaccedilatildeo da faca) sendo que a
automaccedilatildeo dos equipamentos tem resultado em lacircminas de maior qualidade e
produtividade (TSOUMIS 1991)
Esta busca pela qualidade e produtividade tem aumentado o interesse nos
estudos sobre a prognose do crescimento e da produccedilatildeo de povoamentos e do
processo de laminaccedilatildeo Isto ocorre porque as empresas florestais procuram
investimentos soacutelidos devido aos compromissos de longo prazo assumidos
As estimativas da produccedilatildeo de mateacuteria-prima e do rendimento do produto
final contribuem com o planejamento da empresa em relaccedilatildeo a novos investimentos
novos produtos a serem lanccedilados no mercado aleacutem da viabilidade do projeto em
execuccedilatildeo e de futuros investimentos Por isso faz-se necessaacuterio conhecer todo o
processo produtivo do produto com o qual se estaacute trabalhando
A laminaccedilatildeo da madeira pode ser obtida por meio de duas formas
comerciais
a) Lacircminas torneadas ndash obtidas a partir do ldquodesenrolamentordquo de toras grossas
relativamente curtas utilizando torno laminador
b) Lacircminas faqueadas ndash obtidas a partir de cortes planos realizados por
faqueadeira em peccedila de madeira em bloco
Independentemente do meacutetodo de obtenccedilatildeo de lacircminas um dos objetivos da
empresa florestal eacute a busca pelo aumento da produtividade Estas informaccedilotildees satildeo
obtidas por meio do acompanhamento do processo de transformaccedilatildeo das aacutervores
19
em lacircminas e a partir dos valores obtidos subtrai-se o produto final da quantidade
de madeira que iniciou o processo obtendo-se assim o rendimento
Para o paricaacute o rendimento encontrado em estudos realizados por Hoffmann
(2009) foi de aproximadamente 5031 em aacutervores aos 5 anos Jaacute Melo (2012)
alcanccedilou rendimento meacutedio de 59 Este autor afirma ainda que o rendimento em
laminaccedilatildeo pode ser facilmente estimado por meio de variaacuteveis dendromeacutetricas da
tora obtendo-se menores perdas para aacutervores com maiores diacircmetros
O resultado encontrado por Melo (2012) eacute semelhante ao de Bortoletto
Juacutenior e Belini (2002) para outra espeacutecie do mesmo gecircnero Estudando a produccedilatildeo
de lacircminas e compensados de guapuruvu (Schizolobium parayba (Vell) Blake)
proveniente de plantios mistos de espeacutecies nativas estes autores observaram que o
rendimento do processo de laminaccedilatildeo foi de aproximadamente 61 em lacircminas
verdes Isso demonstra que o gecircnero Schizolobium pode conter boas caracteriacutesticas
para laminaccedilatildeo
24 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO
241 Teoria dos custos
Segundo Pinto et al (2008) algumas terminologias devem ser consideradas
na contabilidade de custos
Gasto esforccedilo realizado pela empresa para obtenccedilatildeo de um bem ou serviccedilo
Investimento gasto com bens ou serviccedilos que traratildeo benefiacutecios futuros
Despesa consumo direto ou indireto com bens e serviccedilos com a finalidade
de obtenccedilatildeo de receitas
Perda gasto natildeo intencional decorrente de fatores externos e
Custos gastos acumulados para executar uma atividade fabricar um
produto ou adquirir uma mercadoria
Essas definiccedilotildees podem ser interpretadas como ilustrada na Figura 1
20
Figura 1 Forma esquemaacutetica da distribuiccedilatildeo de gastos Fonte Adaptado de Pinto et al (2008)
Aleacutem das terminologias apresentadas faz-se necessaacuterio definir orccedilamento
anaacutelise de projeto e o caacutelculo do custo de produccedilatildeo uma vez que satildeo peccedilas
fundamentais para o teste de viabilidade econocircmica do projeto
O orccedilamento tem por objetivo a verificaccedilatildeo preacutevia de gastos e a anaacutelise de
projetos objetiva a avaliaccedilatildeo econocircmica de investimentos que seratildeo realizados Jaacute o
caacutelculo do custo de produccedilatildeo por sua vez tem por objetivo quantificar o custo por
unidade produzida sendo este sempre realizado apoacutes o fim do ciclo de produccedilatildeo
O custo por produto encontrado eacute entatildeo comparado com receita obtida com
as vendas do produto e com o montante de capital utilizado na produccedilatildeo a fim de
serem calculados os indicadores econocircmicos para aquela atividade ou seja o custo
de produccedilatildeo de uma empresa eacute determinado pelas condiccedilotildees fiacutesicas de produccedilatildeo
pelo preccedilo dos recursos e pela conduta economicamente eficiente do proprietaacuterio
Custo eacute entatildeo o preccedilo pelo qual se obteacutem um bem (FERGUSON 2003)
O caacutelculo dos custos de produccedilatildeo por sua vez natildeo eacute uma tarefa faacutecil haja
visto que haacute um grande nuacutemero de informaccedilotildees que devem ser administradas para
que se tenha no final do periacuteodo de produccedilatildeo todos os custos referentes agravequela
atividade Por isso o aconselhaacutevel eacute que se faccedila o registro dos gastos
preferencialmente por atividade para facilidade de obtenccedilatildeo dos resultados
Custos
Investimentos
Despesas
PerdasUso para execuccedilatildeo de atividades adquirir mercadorias e fabricar produtos
Gastos que seratildeo usados no futuro para geraccedilatildeo de receita
Gastos que jaacute foram utilizados para geraccedilatildeo de receita
Gastos que natildeo foram usados para geraccedilatildeo de receita
21
242 A importacircncia dos custos
Para Hildebrand (1995) os custos geralmente contribuem para a anaacutelise a
curto meacutedio e longo prazo que geram informaccedilotildees importantes para o planejamento
e mensuraccedilatildeo da eficiecircncia de operaccedilotildees atividades e processos de produccedilatildeo da
empresa a avaliaccedilatildeo de alternativas de investimento novos negoacutecios e novos
sistemas de produccedilatildeo (processos maacutequinas e equipamentos entre outros)
O setor florestal trabalha geralmente a longo prazo que eacute um horizonte de
planejamento em que a curva de custo de produccedilatildeo corresponde agrave despesa com a
aquisiccedilatildeo dos fatores ao longo do caminho de expansatildeo Isto significa que para cada
niacutevel de produccedilatildeo existiraacute uma combinaccedilatildeo dos fatores variaacuteveis de miacutenimo custo
que junto com os fatores fixos permite a produccedilatildeo de determinada quantidade
(SIMONSEN1971 FERGUSON 2003) A ausecircncia do conhecimento sobre custos
provavelmente levaraacute a maacute aplicaccedilatildeo do capital de giro menor lucro menor
rentabilidade ameaccedilas a estabilidade econocircmica financeira e ao crescimento da
empresa (FERREIRA 2007)
243 Classificaccedilatildeo dos custos
Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo vaacuterios meacutetodos satildeo encontrados na
literatura sendo selecionado o modelo a partir da caracteriacutestica do produto ou do
modelo de produccedilatildeo que estaacute sendo analisado Em funccedilatildeo disso o Instituto de
Economia Agriacutecola ndash IEA oacutergatildeo vinculado agrave Secretaria de Agricultura e
Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo desenvolveu uma metodologia para o setor
agriacutecola designado Meacutetodo do Custo Operacional
Na metodologia do custo operacional se incluem apenas as despesas
efetivamente desembolsadas pelo produtor mais a depreciaccedilatildeo de maacutequinas e
benfeitorias e o custo estimado da matildeo-de-obra familiar Assim a remuneraccedilatildeo de
todos os outros fatores de produccedilatildeo natildeo incluiacutedos fica a cargo do resiacuteduo ou seja a
diferenccedila entre o custo operacional e o valor de venda do produto (MATSUNAGA et
al 1976)
22
O esquema da estrutura do custo de produccedilatildeo utilizada pelo IEA pode ser
visualizado a seguir
Figura 2 Estrutura dos custos de produccedilatildeo utilizada pelo IEA Fonte Nachiluk e Oliveira (2012) sup1 Contribuiccedilatildeo de Seguridade Social Rural
244 Componentes do custo
Os custos podem ser denominados custos expliacutecitos e impliacutecitos Os
desembolsos realizados satildeo denominados custos expliacutecitos segundo Pindyck e
Rubinfeld (1994) os quais abrangem remuneraccedilotildees de matildeo de obra salaacuterios e
custos de materiais e locaccedilatildeo de propriedades aleacutem do custo de oportunidade Eles
satildeo importantes pois envolvem pagamentos diretamente feitos pela empresa a
outras empresas e pessoas com as quais faz negoacutecios
Jaacute os custos impliacutecitos natildeo satildeo diretamente desembolsados no processo de
produccedilatildeo mas natildeo podem deixar de ser considerados uma vez que se constituem
de fato em dispecircndios Sua mensuraccedilatildeo se daacute de maneira indireta por meio da
atribuiccedilatildeo de valores que deveratildeo representar o custo de oportunidade de seu uso
Nesta categoria enquadram-se os gastos com depreciaccedilatildeo de benfeitorias
instalaccedilotildees maacutequinas e implementos agriacutecolas e remuneraccedilatildeo do capital fixo e da
terra (CONAB 2010)
Custo operacional
Custo operacional efetivo (COE)
Despesas com operaccedilotildees
Pagamentos de salaacuterios
Gastos com maacutequinas equipamentos e
implementos
Despesas com materiais
Sementes fertilizantes corretivos defensivos
sacarias etc
Encargos sociais
Custo operacional total (COT)
Depreciaccedilatildeo com maacutequinas juros de custeio e CSSRsup1
23
A classificaccedilatildeo proposta pelo IEA compreende elementos diferenciados
poreacutem de faacutecil interpretaccedilatildeo e mais adequado agrave tomada de decisotildees Assim
segundo Matsunaga et al (1976) essa classificaccedilatildeo eacute composta dos seguintes
custos
a) Custo Operacional Efetivo ndash COE
O custo operacional efetivo envolve todos os custos expliacutecitos ou seja o
custo de todos os recursos de produccedilatildeo que exigem desembolso por parte da
empresa para sua recomposiccedilatildeo excluindo-se a matildeo-de-obra familiar
Assim mesmo que determinado produto tenha sido adquirido no periacuteodo
anterior por exemplo deveraacute ser contabilizado aqui pois em algum momento houve
o desembolso para a compra do mesmo Nesse caso eacute importante que seja utilizado
o preccedilo de mercado atual e natildeo o valor pago anteriormente devido ao custo de
oportunidade
b) Custo Operacional Total ndash COT
O custo operacional total envolve a soma do COE o valor da matildeo-de-obra
familiar e as depreciaccedilotildees que equivalem a apenas uma parte dos custos fixos
b1) Depreciaccedilatildeo
A depreciaccedilatildeo corresponde ao custo indireto exigido para acumular fundos
para substituiccedilatildeo do capital investido em bens produtivos de longa duraccedilatildeo
inutilizados pela idade uso e obsolescecircncia
b2) Valor da Matildeo-de-obra Familiar
Este valor deve ser definido considerando-se o custo de oportunidade ou
seja quanto o produtor ganharia se estivesse trabalhando em outra atividade
Considerando-se eacute claro o mesmo niacutevel teacutecnico para desenvolvimento das duas
atividades
24
c) Custo Total ndash CT
Custo total nada mais eacute que a soma do COT com o valor da remuneraccedilatildeo do
capital imobilizado com a atividade
Todo o capital investido na empresa tem custo de oportunidade uma vez
que seu uso na empresa implica deixar de empregaacute-lo noutra atividade alternativa
Por definiccedilatildeo o retorno potencial desse capital na melhor alternativa possiacutevel de
utilizaccedilatildeo forneceria a medida desse custo de oportunidade Como essa estimativa
nem sempre eacute faacutecil eacute expediente comum estimar o custo de oportunidade a partir do
retorno que o capital teria se em vez de aplicado na empresa fosse investido no
mercado financeiro como por exemplo na caderneta de poupanccedila
245 Iacutendices econocircmicos
Os iacutendices econocircmicos apresentados pelo IEA segundo Matsunaga et al
(1976) satildeo
2451 Renda Bruta (RB)
A renda bruta vem a ser o valor da produccedilatildeo ou seja tudo que eacute produzido
vezes o preccedilo do produto
Embora a Renda Bruta permita saber o quanto eacute recebido pelo produto
produzido ela natildeo diz o quanto desse valor iraacute sobrar Isso porque eacute preciso retirar o
custo de produccedilatildeo Sendo assim eacute necessaacuterio que se faccedila a anaacutelise de
rentabilidade da atividade
2452 Margem Bruta (MB)
Eacute calculada pela subtraccedilatildeo do custo operacional efetivo da renda bruta ou
seja eacute a retirada de todos os custos ocorridos sendo mais produtiva agrave medida que
resulta em valores positivos
25
2453 Margem Liacutequida (ML)
Eacute calculada pela subtraccedilatildeo do custo operacional total da renda bruta sendo
um indicativo de lucratividade Comparando-se duas empresas de igual atividade
aquela que tem maior Margem Liacutequida eacute a que possui melhor rentabilidade no
negoacutecio incluindo-se aiacute a questatildeo operacional financeira e extra-operacional
Isso quer dizer que se a ML for positiva todos os desembolsos estatildeo sendo
pagos aleacutem da depreciaccedilatildeo e a matildeo-de-obra familiar Caso contraacuterio a depreciaccedilatildeo
eou a matildeo-de-obra natildeo estatildeo sendo efetivamente pagas e a empresa estaacute se
descapitalizando
2454 Lucro (L)
O lucro vem a ser o resultado da subtraccedilatildeo da renda bruta gerada pela
venda dos produtos no mercado menos o custo total de produccedilatildeo incorrido na sua
geraccedilatildeo Simplificadamente nada mais eacute do que o resultado positivo deduzido das
vendas os custos e despesas
2455 Lucratividade (Luc)
Eacute a relaccedilatildeo do valor do lucro com o montante de vendas ou seja divide-se o
valor do lucro pela quantidade vendida (renda bruta)
2456 Iacutendice de Rentabilidade (IR)
Eacute uma medida do retorno de um investimento Calcula-se dividindo o lucro
obtido (margem liacutequida) pelo valor do investimento inicial (capital empatado) Pode-
se dizer que a rentabilidade eacute a quantidade de dinheiro que o investidor ganha para
cada quantia investida
26
246 Custos na empresa florestal
Nas empresas em geral os custos satildeo classificados em funccedilatildeo de suas
necessidades de informaccedilotildees Geralmente eles satildeo divididos por operaccedilotildees ou
setores da atividade como viveiro plantaccedilotildees tratos culturais exploraccedilatildeo florestal
atividades especiais (coleta de sementes entre outros) implantaccedilatildeo de infra-
estrutura e administraccedilatildeo (BREPOHL 1980)
Em termos econocircmicos os componentes do custo satildeo agrupados de
acordo com sua funccedilatildeo no processo produtivo nas categorias de custos variaacuteveis
custos fixos custo operacional e custo total (CONAB 2010)
Na determinaccedilatildeo da idade oacutetima de corte de povoamentos florestais eacute
necessaacuterio estudar caso a caso cada componente dos custos e das receitas
envolvidas no processo de produccedilatildeo da madeira Tudo isso pelo fato do setor
florestal conter operaccedilotildees de longo prazo Por tal motivo a anaacutelise de custos pode
ter dois enfoques a anaacutelise ex-ante ou seja antes das operaccedilotildees ocorrerem e ex-
post apoacutes terem ocorrido (GRACcedilA et al 2000)
Entre os custos analisados deve-se considerar tambeacutem a depreciaccedilatildeo que
segundo Hildebrand (1995) pode ser definida como a diminuiccedilatildeo do valor dos bens
ativos resultante do desgaste pelo uso accedilatildeo da natureza ou por obsolescecircncia
teacutecnica Assim com o tempo para tornar possiacutevel a reposiccedilatildeo do equipamento eacute
necessaacuterio acumular periodicamente uma reserva em um fundo que permitiraacute no
fim de um periacuteodo a aquisiccedilatildeo de um novo equipamento
Baseados nas necessidades do setor florestal vaacuterios estudos sobre a
viabilidade econocircmica de plantios vem sendo desenvolvidos para as mais variadas
espeacutecies arboacutereas como os obtidos por Souza et al (2003) e o Centro de Pesquisa
do Paricaacute ndash CPP Deve-se ressaltar no entanto a afirmaccedilatildeo feita por Marques et al
(2006) em que os autores concluiacuteram que o custo meacutedio para implantaccedilatildeo e
conduccedilatildeo dos povoamentos podem variar conforme a regiatildeo as teacutecnicas de preparo
de solo os tratos silviculturais adotados entre outros
27
25 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DE PROJETOS FLORESTAIS
Do ponto de vista teacutecnico Oliveira e Rezende (2004) afirmam que dois ou
mais projetos podem ser compatiacuteveis quando a execuccedilatildeo de um natildeo afeta a
implementaccedilatildeo do outro ou incompatiacuteveis em caso contraacuterio Jaacute do ponto de vista
econocircmico eles podem ser dependentes quando haacute uma relaccedilatildeo de rentabilidade
entre ambos ou independentes quando nenhum eacute afetado
Estas informaccedilotildees satildeo importantes para o bom planejamento das atividades
florestais uma vez que o investimento em um projeto deve ser baseado em um
horizonte de planejamento na maioria das vezes de longo prazo podendo variar de
finito como no caso de um plantio florestal ou infinito em um manejo sustentado de
floresta nativa (CHICHORRO et al 2010)
Para realizar a anaacutelise econocircmica eacute importante considerar a vida econocircmica
do projeto Ela corresponde ao tempo que ele produziraacute lucro a vida fiacutesica de
maacutequinas e construccedilotildees o periacuteodo de anaacutelise onde se consideram os efeitos do
projeto Aleacutem do horizonte de construccedilatildeo relacionado agrave demanda do produto e o
horizonte de dados que se refere ao periacuteodo de tempo em que eacute possiacutevel prever o
fluxo de caixa (REZENDE OLIVEIRA 2001)
A avaliaccedilatildeo econocircmica ou financeira de projetos baseia-se entatildeo no fluxo
de caixa que consiste nos custos e nas receitas distribuiacutedos ao longo da vida uacutetil do
empreendimento Os meacutetodos mais recomendados para avaliaccedilatildeo econocircmica de
projetos florestais satildeo (REZENDE OLIVEIRA 2001) valor presente liacutequido (VPL)
taxa Interna de Retorno (TIR) custo (ou Benefiacutecio) Perioacutedico Equivalente (CPE ou
BPE) custo Meacutedio de Produccedilatildeo (CMPr) razatildeo Benefiacutecio (receita)Custo (BC) e
tempo de Recuperaccedilatildeo do Capital
28
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
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30
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31
CAPIacuteTULO 1
CUSTOS DA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA DE PARICAacute
RESUMO
O setor de florestas plantadas brasileiro vem perdendo espaccedilo no mercado
internacional pelo alto custo necessaacuterio agrave produccedilatildeo Por isso haacute a necessidade
de se investigar quais os custos mais onerosos do processo produtivo para
entatildeo se montar uma estrateacutegia de reduccedilatildeo de custos a fim de tornar o
reflorestamento novamente competitivo no mercado Deste modo objetivou-se
no trabalho estimar a produccedilatildeo de paricaacute (Schizolobium amazonicum) aos 5 6
e 7 anos em trecircs classes de produtividade e em cinco espaccedilamentos de
plantio identificando os principais custos de produccedilatildeo aleacutem dos mais afetados
pelos espaccedilamentos de plantio na regiatildeo de Paragominas PA A estimativa de
volume foi obtida segundo metodologia proposta por Silva et al (2013) e os
custos de produccedilatildeo desde as atividades de preparo da aacuterea ateacute a colheita e
transporte foram disponibilizados por produtores rurais e empresaacuterios da
regiatildeo Posteriormente fez-se a anaacutelise dos custos por meio da metodologia do
custo operacional em que se considera apenas as despesas efetivamente
desembolsadas pelo agricultor somadas agrave depreciaccedilatildeo e matildeo-de-obra familiar
Assim inferiu-se que o espaccedilamento 3x2 m foi superior em volume diante dos
outros espaccedilamentos analisados Em relaccedilatildeo agrave analise de custos o custo
operacional efetivo representou em meacutedia 65 dos custos totais de produccedilatildeo
sendo o transporte o custo individual mais expressivo em todos os
espaccedilamentos analisados Jaacute a manutenccedilatildeo foi o conjunto de atividades mais
significativo nos plantios devido ao nuacutemero e ao longo periacuteodo para sua
execuccedilatildeo Os custos totais de produccedilatildeo foram superiores em espaccedilamentos
menores independentemente da remuneraccedilatildeo ou natildeo pelo uso dos capitais
permanente e circulante
Palavras-chave Custo operacional efetivo espaccedilamento idade
produtividade
32
CHAPTER 1
PRODUCTION COST PARICAacute
ABSTRACT
The planted forest sector in Brazil has been losing ground in the international
market by the high cost needed for production Therefore there is a need to
investigate what the most expensive costs of the production process to then
build a strategy to reduce costs in order to become competitive again
reforestation in the market Thus the aim of the study was to estimate the
production of paricaacute (Schizolobium amazonicum) at 5 6 and 7 years in three
productivity classes and five planting space identifying the major costs of
production and those most affected by planting space in the region of
Paragominas PA The volume estimate was obtained according to the
methodology proposed by Silva et al (2013) and production costs since the
activities of preparation of the area to harvest and transport were provided by
farmers and entrepreneurs in the region Subsequently made to cost analysis
using the methodology of the operating cost which considers only the expenses
actually disbursed by the farmer together with the depreciation and labor
family labor Thus it was inferred that the spacing 3x2 m was higher by volume
on the other spacings analyzed Regarding the analysis of costs the effective
operating cost represented on average 65 of total production costs and
transport the most significant single cost in all spacings analyzed Have
maintenance was the most significant set of activities in plantations due to the
number and the time period for its implementation The total production costs
were higher in the smaller spacing regardless of whether or not for the use of
permanent and circulating capital
Keywords Effective operational cost spacing age productivity
33
1 INTRODUCcedilAtildeO
A crescente dificuldade em se obter madeira de florestas nativas tem
motivado empresaacuterios agrave praacutetica do reflorestamento Nesses plantios vaacuterias
espeacutecies tecircm sido utilizadas sendo o paricaacute a espeacutecie nativa de maior
expressatildeo na regiatildeo norte do paiacutes principalmente no estado do Paraacute
Segundo a ABRAF (2013) em 2012 foram plantados 87901 hectares
de paricaacute nos estados do Paraacute Tocantins e Maranhatildeo O aumento da aacuterea de
plantio nos uacuteltimos anos eacute justificado pela boa aceitaccedilatildeo desta espeacutecie no
mercado madeireiro devido aos seus variados fins como a produccedilatildeo de
lacircmina e compensado forros palitos papel moacuteveis aleacutem de peccedilas de
acabamentos e molduras
A falta de informaccedilotildees silviculturais no entanto tecircm inviabilizado a
expansatildeo de novos plantios em outras regiotildees do paiacutes Natildeo se tecircm estudos
suficientes para comprovar o melhor meacutetodo de implantaccedilatildeo desta cultura no
que se refere ao espaccedilamento a ser utilizado para maior produccedilatildeo de madeira
Este tipo de deficiecircncia pode implicar no emprego de teacutecnicas silviculturais
equivocadas que inviabiliza economicamente o cultivo reduzindo
consequentemente o interesse comercial pela espeacutecie
Os custos de produccedilatildeo devem entatildeo ser analisados para se testar a
viabilidade econocircmica dos projetos que estatildeo sendo implantados haja vista
que poucos satildeo os estudos que se referem ao monocultivo do paricaacute A
obtenccedilatildeo destes custos eacute fundamental pois eles compotildeem um ferramental de
controle e gerenciamento das atividades produtivas e de geraccedilatildeo de
importantes informaccedilotildees para auxiliar as tomadas de decisotildees pelos
produtores rurais (CONAB 2010)
Para se atestar a viabilidade econocircmica de um projeto florestal natildeo se
deve avaliar somente a espeacutecie a ser implantada mais agraves condiccedilotildees de
mercado atuais e futuras para comercializaccedilatildeo do produto Eacute notaacutevel a
importacircncia econocircmica e socioambiental do setor de florestas plantadas para o
Brasil por isso deve-se investir em conhecimento e tecnologia sobre as
espeacutecies cultivadas haja visto que o ambiente de negoacutecio para o
34
desenvolvimento desta atividade vem passando por dificuldades nos uacuteltimos
anos
A competitividade dos produtos florestais estaacute se deteriorando frente
aos seus principais concorrentes internacionais uma vez que o aumento
generalizado dos custos de produccedilatildeo de madeira no Brasil estaacute reduzindo
significativamente a rentabilidade da induacutestria integrada de base florestal e dos
produtores independentes de plantios florestais (ABRAF 2013) Comprova-se
assim a necessidade de estudos referentes aos custos de produccedilatildeo
Haacute alguns anos a importacircncia dos custos na produccedilatildeo agriacutecola e as
dificuldades de sua obtenccedilatildeo estimularam o Instituto de Economia Agriacutecola
oacutegatildeo vinculado agrave Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de Satildeo
Paulo a efetuar estimativas de custo de produccedilatildeo de diversas exploraccedilotildees
agriacutecolas por meio da metodologia designada custo operacional Neste
meacutetodo se incluem apenas as despesas efetivamente desembolsadas pelo
agricultor somadas agrave depreciaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos e matildeo-de-
obra familiar A remuneraccedilatildeo devida a todos os outros fatores de produccedilatildeo eacute
de responsabilidade do resiacuteduo ou seja a diferenccedila entre o custo operacional
e o valor de venda (MATSUNAGA et al 1976 CONAB 2010)
O ecircxito nas estimativas de custos de produccedilatildeo agriacutecola vem
estimulando pesquisadores da aacuterea florestal a utilizarem esta metodologia
tambeacutem para culturas florestais principalmente neste momento em que o
Brasil depende de medidas estruturais que promovam a reduccedilatildeo dos custos de
produccedilatildeo e incentivem o investimento para retomada da competitividade dos
produtos nacionais de base florestal no mercado internacional Por tal motivo
objetivou-se neste trabalho identificar os principais custos de produccedilatildeo bem
como o efeito dos diferentes espaccedilamentos sobre estes custos
35
2 MATERIAL E MEacuteTODOS
21 AacuteREA EM ESTUDO
Os dados utilizados neste estudo foram originaacuterios de povoamentos
homogecircneos de paricaacute (Schizolobium amazonicum) plantados sob os
espaccedilamentos 3x2 3x3 3x4 4x4 e 5x5 m localizados entre os municiacutepios de
Dom Elizeu e Paragominas Estado do Paraacute (Figura 1)
Figura 1 Localizaccedilatildeo dos municiacutepios de Dom Eliseu e Paragominas PA
O municiacutepio de Paragominas estaacute localizado no nordeste paraense
possuindo aproximadamente 20000 km2 de aacuterea territorial com 90 m de
altitude O solo caracteriacutestico da aacuterea eacute o Latossolo amarelo com vegetaccedilatildeo
originaacuteria representada pela floresta densa sendo encontradas extensas aacutereas
de mata secundaacuteria (capoeira nos seus diversos estaacutegios de desenvolvimento)
devido aos constantes desmatamentos provocados principalmente pelo
avanccedilo da agropecuaacuteria na regiatildeo (IBGE 2013a PREFEITURA MUNICIPAL
DE PARAGOMINAS 2013)
Segundo o IBGE (2013a) o clima do municiacutepio eacute do tipo mesoteacutermico e
uacutemido A temperatura meacutedia anual eacute elevada em torno de 25degC e seu regime
pluviomeacutetrico fica geralmente entre 2250 mm e 2500 mm anuais
36
O municiacutepio de Dom Eliseu pertence agrave microrregiatildeo de Paragominas
possui 5268815 kmsup2 e estaacute localizado nas coordenadas 04deg17rsquo06rdquo Sul e
47deg30rsquo18rdquo Oeste a 180 metros de altitude Ele eacute um dos municiacutepios da
chamada ldquoFronteira agriacutecola amazocircnicardquo maior produtora de commodities
agriacutecolas da porccedilatildeo norte do paiacutes e grande produtora de paricaacute (IBGE 2013b
PREFEITURA MUNICIPAL DE DOM ELISEU 2013)
22 ESTIMATIVA DA PRODUCcedilAtildeO
Foram inventariados povoamentos de paricaacute anualmente ateacute o quinto
ano sendo analisadas trecircs classes de produtividade em cada espaccedilamento
sendo elas Baixa (17 - 19 m) Meacutedia (19 ndash 21 m) e Alta (21 - 24 m)
Posteriormente empregando-se o modelo de crescimento e produccedilatildeo proposto
por Silva et al (2013) os volumes comercial e de lacircminas foram estimados
para diferentes espaccedilamentos e qualidades de local nas idades de 5 6 e 7
anos conforme o esquema apresentado na Figura 2
Figura 2 Esquema para obtenccedilatildeo dos volumes comercial e de lacircminas em povoamentos de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA
A partir dos dados de inventaacuterio estimou-se a produccedilatildeo em volume
comercial e de lacircminas por meio da metodologia proposta por Silva et al
(2013) Assim a partir de informaccedilotildees sobre as variaacuteveis aacuterea basal por
hectare (GHA) iacutendice de siacutetio (SI) altura dominante (HD) considerada como a
altura meacutedia das 100 aacutervores mais altas do povoamento (Hart) e nuacutemero de
aacutervores por hectare (NHA) na idade de cinco anos pode-se projetar a produccedilatildeo
para as idades em anaacutelise
Espaccedilamentos (m)
bull3x2
bull3x3
bull4x3
bull4x4
bull5x5
Classes de produtividade
(m)
bullBaixa
bullMeacutedia
bullAlta
Idades
(anos)
bull5
bull6
bull7
Volume comercial
Volume de lacircminas
37
A estimativa da HD na idade i foi obtida por meio da equaccedilatildeo 1
119878119868 =
119867119863119894 (1 + 119890119909119901 ((182404 minus 119860119894)
043105frasl ))
1 + 119890119909119901 ((182404 minus 119860119894119899119889
043105frasl ))
Eq 1
Em que
119890119909119901 = base de logaritmo neperiano
119867119863119894 = altura dominante na idade i
119860119894 = i-eacutesima idade (i = 5 6 7) e
119860119894119899119889 = idade iacutendice (5 anos)
Para estimativa do nuacutemero de aacutervores por hectare na idade futura
utilizou-se a equaccedilatildeo 2
1198731198671198602 = 1198731198671198601 minus ((119860119877119864119860
1198671198631)
minus20848
(119860220356 minus 1198601
20356)) Eq 2
Em que
1198731198671198602 = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade futura
1198731198671198601 = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade corrente
119860119877119864119860 = aacuterea meacutedia ocupada por cada planta no plantio
1198671198631 = altura dominante na idade corrente
1198601 = idade corrente e
1198602 = idade futura
A aacuterea basal por hectare foi estimada por meio da equaccedilatildeo 3
119866119867119860119894 = 000523119867119863119894145720119873119867119860053967
119894 Eq 3
Em que
NHAi = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade i
38
Apoacutes a obtenccedilatildeo de todas as variaacuteveis os volumes comercial e de
lacircminas foram estimados pelas equaccedilotildees 4 e 5
119881119879119867119860119894 = 122839119866119867119860119894093941119867119863119894
071858 Eq 4
119881119862119867119860119894 = 003388119866119867119860119894069131119867119863119894
183907 Eq 5
Em que
119881119879119867119860119894 = volume comercial por hectare e
119881119862119867119860119894 = volume de lacircminas por hectare
23 DESCRICcedilAtildeO DAS ATIVIDADES
Por se tratarem de aacutereas anteriormente ocupadas por pastagem fez-se
necessaacuterio o combate agrave formigas e limpeza da aacuterea manualmente e com
auxiacutelio de trator a fim de retirar do local galhos tocos e raiacutezes que por ventura
atrapalhassem o processo de mecanizaccedilatildeo
Para todas as aacutereas de plantio fez-se a anaacutelise de solo verificando-se
a necessidade de correccedilatildeo com uma tonelada de calcaacuterio dolomiacutetico por
hectare Assim foi realizada a calagem precedida da gradagem com auxiacutelio da
terceirizaccedilatildeo de tratores agriacutecolas
Apoacutes o preparo do solo iniciou-se o processo de alinhamento
marcaccedilatildeo e coveamento respeitando o espaccedilamento preacute-determinado para
cada local considerando que uma pessoa consegue abrir 500 covasdia
Posteriormente foram acrescentados 100g de NPK (6-30-6) por cova antes do
plantio das mudas de paricaacute Adubaccedilotildees de cobertura e um ano apoacutes o plantio
tambeacutem ocorreram com o objetivo de aumentar o iacutendice de sobrevivecircncia agraves
plantas
Como no campo eacute difiacutecil controlar os fatores bioacuteticos e abioacuteticos a
mortalidade de plantas eacute inevitaacutevel por isso foi observada a necessidade de
39
replantio de 5 das mudas logo no primeiro ano segundo informaccedilotildees
disponibilizadas pela empresa
A manutenccedilatildeo relativa agrave limpeza dos plantios se deu pelo coroamento
das mudas aplicaccedilatildeo de herbicida manualmente e roccedilada mecacircnica do
primeiro ao terceiro ano Desta forma natildeo houve competiccedilatildeo com plantas
invasoras que poderiam inibir o crescimento das mudas Assim devido ao
ambiente favoraacutevel e as condiccedilotildees propiacutecias de crescimento e produccedilatildeo foi
possiacutevel extrair a madeira para laminaccedilatildeo no quinto ano apoacutes a implantaccedilatildeo
A colheita foi realizada de forma semi-mecanizada (motosserra)
seguida do baldeio e carregamento ateacute a beira da estrada O transporte ateacute a
induacutestria de beneficiamento foi realizado por caminhatildeo tipo bitrem com
capacidade para 44000 kg ao preccedilo meacutedio de R$59192 por viagem
O valor da matildeo-de-obra familiar foi considerado como o custo de
administraccedilatildeo ou seja quando o proprietaacuterio presta serviccedilos na proacutepria
empresa Assim a remuneraccedilatildeo paga pelo custo de administraccedilatildeo foi
equivalente a 10 dos custos efetivamente desembolsados pela empresa
Em relaccedilatildeo agraves aacutereas onde os plantios foram realizados estas jaacute
pertenciam a empresa Laminit por isso natildeo houve a necessidade de aquisiccedilatildeo
ou arrendamento do terreno Poreacutem considerou-se o custo de oportunidade
ou seja a remuneraccedilatildeo do capital investido (permanente e circulante) por meio
do caacutelculo da parcela sobre o bem adquirido e utilizado na produccedilatildeo e inclusa
no custo fixo da produccedilatildeo Logo o investimento do produtor foi remunerado agrave
taxa de 6 ao ano como se fosse aplicado o capital em outro investimento
alternativo conforme recomendaccedilotildees da CONAB (2010)
24 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS
Para anaacutelise dos custos de produccedilatildeo florestal foi necessaacuteria a coleta de
dados anuais de todas as despesas e receitas contraiacutedas em cada
espaccedilamento durante o periacuteodo entre 2006 e 2013 O esquema da disposiccedilatildeo
dos gastos na planilha de custo pode ser observado na Tabela 1
40
Tabela 1 Distribuiccedilatildeo dos gastos efetuados para implantaccedilatildeo de povoamentos de paricaacute
Descriccedilatildeo Un R$un
Quantidade utilizada
Espaccedilamento (m)
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
Preparo da aacuterea
Anaacutelise de solo un 3450 1 1 1 1 1
Limpeza manual Diaacuteria 3500 1 1 1 1 1
Limp mecanizada ht 10218 1 1 1 1 1
Gradagem ht 10218 15 15 15 15 15
Calagem ht 6846 05 05 05 05 05
Calcaacuterio ton 8967 1 1 1 1 1
Alinhamento Diaacuteria 3500 2 14 1 08 05
Coveamento Diaacuteria 3500 334 223 167 125 08
Cercamento R$ha 30000 1 1 1 1 1
Constr de estradas R$ha 13390 1 1 1 1 1
Constr de aceiros Diaacuteria 3500 4 4 4 4 4
Adubaccedilatildeo
Adubo Kg 123 5001 3336 2502 1875 120
Adubaccedilatildeo Diaacuteria 3667 45 3 225 195 106
Plantio
Transp de mudas ht 5000 05 05 05 05 05
Mudas un 038 1751 1168 876 657 420
Plantio e replantio Diaacuteria 3500 4 27 2 15 1
Manutenccedilatildeo
Formicida Kg 674 125 10 83 695 551
Aplic de formicida Diaacuteria 3703 893 748 651 578 525
Transp de insumos ht 4233 2 2 2 2 2
Coroamento Diaacuteria 3761 67 45 35 25 16
Roccedilada ht 5602 4 5 6 7 85
Herbicida L 1732 8 9 10 105 12
Aplic de herbicida Diaacuteria 3761 4 45 5 55 6
Manutenccedilatildeo de aceiro Diaacuteria
3744 6 6 6 6 6
Manut de estrada ht 8699 469 469 469 469 469
Materiais - 6892 8 8 8 8 8
Encargos - 8185 7 7 7 7 7
Colheita e Transporte
Corte e toragem msup3 215 1844 1744 1524 1341 11705
Baldeio msup3 096 1844 1744 1524 1341 11705
Carregamento msup3 097 1844 1744 1524 1341 11705
Transporte msup3 659 1844 1744 1524 1341 11705 Valores deflacionados e descapitalizados para o ano de 2006 Considerando o volume comercial em classe de produtividade alta (21 - 24 m) com corte aos 6 anos
Os custos envolvidos nas atividades de implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo dos
povoamentos foram disponibilizados por produtores rurais da regiatildeo de
41
Paragominas Tambeacutem foram disponibilizados por empresaacuterios locais os
dados referentes agrave exploraccedilatildeo e transporte da madeira ateacute a empresa
referente a uma distacircncia meacutedia de 80 km
Para comparaccedilatildeo entre os valores incorridos durante periacuteodos
diferentes no tempo fez-se o deflacionamento dos custos para o periacuteodo
inicial (implantaccedilatildeo dos povoamentos) A correccedilatildeo da perda monetaacuteria causada
pela inflaccedilatildeo foi obtida por meio do Iacutendice Geral de Preccedilo ndash Disponibilidade
Interna (IGP ndash DI) o qual eacute responsaacutevel pelo registro da inflaccedilatildeo de preccedilos de
mateacuterias-primas agriacutecolas
Posteriormente os valores deflacionados foram descapitalizados para o
ano 0 (2006) a fim de facilitar a anaacutelise econocircmica A descapitalizaccedilatildeo foi
obtida pela seguinte foacutermula
1198810 =119881119899
(1 + 119894)119899 Eq 6
Em que
1198810 = valor inicial correspondente ao periacuteodo de implantaccedilatildeo do povoamento
(R$)
119881119899 = valor final correspondente ao ano j (R$)
119894 = taxa de juros (6 aa) e
119899 = nuacutemero de periacuteodos (anos)
25 CLASSIFICACcedilAtildeO DOS CUSTOS
Para o caacutelculo dos custos de produccedilatildeo do paricaacute foi adotada a
metodologia descrita pelo Instituto de Economia Agriacutecola (IEA) oacutergatildeo vinculado
agrave Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo Neste
caso foram considerados os custos efetivos de produccedilatildeo ou seja aquele
dinheiro efetivamente desembolsado pelo proprietaacuterio para o pagamento da
mateacuteria-prima produtos ou serviccedilos adquiridos
42
A depreciaccedilatildeo foi aqui desconsiderada pela indisponibilidade de
informaccedilotildees sobre as maacutequinas equipamentos e benfeitorias Assim
considerou-se que todos os maquinaacuterios e equipamentos utilizados para a
implantaccedilatildeo conduccedilatildeo extraccedilatildeo e transporte dos povoamentos foram de
origem terceirizada
Os custos de produccedilatildeo foram entatildeo divididos segundo sua origem
sendo classificados de acordo com a metodologia de custos proposta pelo IEA
a) Custo operacional efetivo (COE) ndash correspondente a todos os custos
expliacutecitos
b) Custo operacional total (COT) ndash correspondente ao somatoacuterio do custo
operacional efetivo e matildeo-de-obra familiar (MO)
c) Custo Total (CT) ndash soma do custo operacional total e do custo de
oportunidade (CO) que eacute a remuneraccedilatildeo do capital circulante e do capital
fixo
As foacutermulas para obtenccedilatildeo do custo operacional total e custo total
encontram-se a seguir
119862119874119879 = 119862119874119864 + 119872119874 Eq 7
119862119879 = 119862119874119879 + 119862119874 Eq 8
43
3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
31 ESTIMATIVA DE VOLUME
A partir das equaccedilotildees ajustadas por Silva et al (2013) para
povoamentos de paricaacute foi possiacutevel estimar o volume comercial e de lacircminas
em trecircs ocasiotildees no tempo e em diferentes classes de produtividade nos cinco
espaccedilamentos de plantio como pode ser observado na Tabela 2
Tabela 2 Volumes comercial (VTHA) e de lacircminas (VCHA) estimados nos diferentes espaccedilamentos de plantio de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA
Idade Espaccedil
(m)
VTHA (msup3ha) VCHA (msup3ha)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 16229 18511 19336 5638 6858 7915
3x3 - 15498 18126 - 6163 7671
3x4 - 13328 15983 - 5476 7009
4x4 7133 13551 14623 2800 5705 6468
5x5 7351 8790 13093 3191 4124 6231
6 a
no
s
3x2 15173 16865 18439 5370 6411 7666
3x3 - 14606 17439 - 5912 7473
3x4 - 12325 15244 - 5188 6787
4x4 7178 11745 13410 2827 5146 6082
5x5 7115 8867 11705 3118 4158 5759
7 a
no
s
3x2 14315 15607 16406 5144 6054 7029
3x3 - 13920 16489 - 5706 7170
3x4 - 11890 14648 - 5052 6590
4x4 7028 11464 13067 2783 5055 5967
5x5 7020 8726 11515 3087 4109 5690
Em que VTHA= volume comercial por hectare VCHA= volume de lacircminas por hectare Espaccedil= espaccedilamento de plantio
A divisatildeo dos povoamentos em classes de produtividade eacute explicada
por Oliveira et al (2008) Segundo os autores a estratificaccedilatildeo realizada por
44
meio de classes de produtividade resulta em estimativas de volume mais
precisas proacuteximo agrave idade de corte Por isso a adoccedilatildeo das trecircs classes
A falta de informaccedilotildees nos espaccedilamentos intermediaacuterios 3x3 e 3x4 m
na classe de produtividade baixa ocorreu pela ausecircncia de povoamentos
nestas condiccedilotildees de siacutetio
A diferenccedila no volume comercial de madeira foi de 323 entre os
espaccedilamentos extremos 3x2 e 5x5 m na classe de produtividade alta sendo
maior o volume nos menores espaccedilamentos Resultados semelhantes foram
encontrados por Macedo et al (2005) com povoamentos de Teca em Minas
Gerais e Hoffmann (2009) em seu trabalho sobre caracterizaccedilatildeo
dendromeacutetrica e rendimento em laminaccedilatildeo de paricaacute na regiatildeo de
Paragominas PA
A diferenccedila no volume tem comportamento exponencial agrave medida em
que se utilizam siacutetios de menor produtividade sendo constatada uma diferenccedila
de 525 e 547 no volume entre os espaccedilamentos extremos nas classes
de produtividade meacutedia e baixa respectivamente Comportamento semelhante
foi observado para o volume de lacircminas de paricaacute Houve diferenccedila crescente
no volume entre os espaccedilamentos extremos sendo menor na classe de
produtividade alta (213)
Aos 6 anos a diferenccedila no volume entre os espaccedilamentos extremos foi
superior agrave idade anterior Na classe de produtividade alta a diferenccedila no
volume comercial foi de 365 Jaacute o volume de lacircminas abrangeu diferenccedila de
249
Nos siacutetios de baixa produtividade o volume comercial de madeira no
espaccedilamento 3x2 m foi 177 menor comparado ao de produtividade alta
Esta porcentagem encontra-se dentro do intervalo indicado por Morales et al
(2010) para povoamentos de pinus Segundo os autores a produtividade do
pinus foi reduzida entre 14 a 36 nos diferentes siacutetios de produccedilatildeo
Nos espaccedilamentos 4x4 e 5x5 m esta diferenccedila foi mais significativa
com aproximadamente 465 e 392 respectivamente Isso se deve entre
outras coisas agrave morte natural das plantas com diacircmetros mais acentuados
tornando mais expressiva a reduccedilatildeo de volume
Comparando a produccedilatildeo de paricaacute em relaccedilatildeo a idade de corte pode
ser observada uma reduccedilatildeo no volume de madeira do quinto para o sexto ano
45
Este comportamento pode ser resultado do autodesbaste caracteriacutestico da
espeacutecie Por se tratar de uma espeacutecie pioneira ela atinge o aacutepice de
incremento na idade meacutedia de 5 anos sendo mais viaacutevel seu corte neste
periacuteodo (CARVALHO 2007)
Balloni e Simotildees (1980) anteriormente jaacute haviam afirmado que a
porcentagem de aacutervores dominadas e mortas cresce com o avanccedilo da idade
sendo mais intenso e precoce nos espaccedilamentos mais apertados Por isso a
idade de corte deve ser definida em funccedilatildeo do ritmo de crescimento
espaccedilamento finalidade da madeira e suas interaccedilotildees
32 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO
O levantamento de custos como citado anteriormente seguiram a
metodologia sugerida pelo Instituto de Economia Agriacutecola ndash IEA sendo
agrupados por atividade
321 Custo operacional efetivo ndash COE
Todas as atividades desde a implantaccedilatildeo ateacute a exploraccedilatildeo dos
povoamentos de paricaacute foram identificadas e os gastos estimados para
obtenccedilatildeo dos custos efetivamente desembolsados pelo produtor sendo que os
custos foram deflacionados e descapitalizados para o ano de 2006 A soma
dos custos das atividades desenvolvidas durante este periacuteodo com corte aos
5 6 e 7 anos podem ser observadas na Tabela 3
Nos povoamentos em estudo os custos de implantaccedilatildeo variaram entre
R$80000 a R$180000 entre os espaccedilamentos extremos sendo menor
quanto menor o nuacutemero de plantas por hectare Este montante representa
entre 18 e 26 do custo total de produccedilatildeo de paricaacute demonstrando sua
importacircncia em relaccedilatildeo agrave outros custos
46
Tabela 3 Custo Operacional Efetivo (COE) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006
Idade Espaccedilamento
(m)
COE do volume comercial (R$ha) COE do volume de lacircminas (R$ha)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 501646 501646 501646 648938 667703 674487
3x3 - 437995 437995 - 586899 608517
3x4 - 408969 408969 - 540219 562057
4x4 388309 388309 388309 468849 521642 530459
5x5 369666 369666 369666 451856 463692 499083
6 a
no
s
3x2 512608 512608 512608 639852 652755 664594
3x3 - 451539 451539 - 574684 595999
3x4 - 423545 423545 - 529527 551493
4x4 404176 404176 404176 471255 505786 518322
5x5 385283 385283 385283 451891 465242 486598
7 a
no
s
3x2 527155 527155 527155 637832 646772 652303
3x3 - 465086 465086 - 573035 590806
3x4 - 436693 436693 - 530595 549673
4x4 416824 416824 416824 477086 507776 518871
5x5 398191 398191 398191 458394 470202 489495
47
O custo no espaccedilamento 5x5 m foi semelhante ao encontrado por Silva
et al (2004) para a implantaccedilatildeo de 1 ha de eucalipto na regiatildeo de Brasiacutelia
quando os valores foram corrigidos para o mesmo periacuteodo demonstrando
semelhanccedila na implantaccedilatildeo das duas culturas
Nos povoamentos analisados natildeo houve diferenccedilas nos custos para
implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo nos plantios com classes de produtividade distintas
os quais objetivavam a produccedilatildeo de volume comercial Em contrapartida
houve o acreacutescimo de gastos a medida em que se reduziu os espaccedilamentos
de plantio ou seja quanto menor a aacuterea ocupada por plantas maiores os
gastos com alinhamento marcaccedilatildeo de covas coveamento plantio e adubaccedilatildeo
Em relaccedilatildeo ao volume de lacircminas ocorreu a distinccedilatildeo dos custos entre
classes de produtividade uma vez que os custos com colheita e transporte
estatildeo relacionados com o volume colhido Assim em classes de produtividade
alta e menor espaccedilamento de plantio o COE foi superior em comparaccedilatildeo aos
outros povoamentos analisados
Como observado aos 5 anos natildeo houve diferenccedila no COE
independente da classe de produtividade nos povoamentos em que satildeo
mensurados o volume comercial de madeira Isso foi reflexo da quantidade de
plantas inseridas no local que no plantio foram invariaacuteveis independente da
qualidade do terreno O mesmo foi notado quando se estimou os custos para
exploraccedilatildeo de madeira aos 7 anos
A reduccedilatildeo no COE da produccedilatildeo de lacircminas com o aumento da idade
de exploraccedilatildeo eacute explicado pela reduccedilatildeo ocorrida no volume de madeira
causado pela mortalidade das plantas como observado no trabalho de Silva et
al (2013) Assim diminuem-se proporcionalmente os custos com colheita
transporte e outras atividades de manutenccedilatildeo
322 Custo operacional total ndash COT
O custo operacional total envolveu o COE e a matildeo-de-obra familiar
considerada aqui como o custo de administraccedilatildeo ou seja os proprietaacuterios dos
48
povoamentos eram os responsaacuteveis pela administraccedilatildeo dos plantios A
participaccedilatildeo do COT pode ser observada na Tabela 4
O custo da matildeo-de-obra foi considerado como um custo operacional
efetivo pois natildeo houve somente um gasto mas um desembolso ou seja uma
saiacuteda de caixa Jaacute a matildeo-de-obra familiar eacute parte do custo de produccedilatildeo pois
consistiu em uma alocaccedilatildeo de recurso produtivo (matildeo-de-obra) para a geraccedilatildeo
do produto (madeira) representando cerca de 10 dos custos de produccedilatildeo
Observando a tabela 4 pode-se notar que o maior custo de
administraccedilatildeo foi obtido para o espaccedilamento 3x2 m quando o objetivo era a
laminaccedilatildeo com custo de aproximadamente R$67450 Jaacute o espaccedilamento 5x5
m com objetivo de venda da floresta em peacute obteve o menor custo com
aproximadamente R$37000 por hectare
Resultados semelhantes foram encontrados para a produccedilatildeo de
madeira aos 6 anos Os menores custos de administraccedilatildeo estatildeo relacionados
aos menores custo de implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo dos povoamentos Aos 6 anos
o custo de administraccedilatildeo no espaccedilamento 5x5 m em classe de produtividade
alta com o objetivo de produccedilatildeo de lacircminas foi de aproximadamente R$48660
e R$38528 quando se objetivou a venda da madeira em peacute
Os custos de administraccedilatildeo tambeacutem foram reduzidos a medida em que
se aumentou o tempo para exploraccedilatildeo dos povoamentos devido a reduccedilatildeo do
volume por hectare sendo outro indicio de que esta espeacutecie deve ser
explorada logo aos 5 anos apoacutes o plantio
49
Tabela 4 Custo Operacional Total (COT) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006
Idade Espaccedilamento
(m)
COT do volume comercial (R$ha) COT do volume de lacircminas (R$ha)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 551811 551811 551811 713832 734473 741936
3x3 - 481795 481795 - 645589 669368
3x4 - 449865 449865 - 594241 618263
4x4 427140 427140 427140 515733 573807 583505
5x5 406633 406633 406633 497042 510062 548991
6 a
no
s
3x2 563869 563869 563869 703837 718031 731053
3x3 - 496693 496693 - 632152 655599
3x4 - 465900 465900 - 582479 606642
4x4 444594 444594 444594 518380 556365 570155
5x5 423812 423812 423812 497080 511767 535258
7 a
no
s
3x2 579871 579871 579871 701615 711449 717534
3x3 - 511595 511595 - 630338 649886
3x4 - 480362 480362 - 583655 604641
4x4 458507 458507 458507 524794 558554 570758
5x5 438010 438010 438010 504233 517223 538444
50
323 Custo total ndash CT
O custo total foi obtido pelo COT acrescido da remuneraccedilatildeo paga ao
capital investido e ao custo da Terra (TABELA 5)
Apoacutes contabilizados todos os custos foi possiacutevel inferir que para o
volume comercial em espaccedilamentos mais adensados o custo total foi 2294
maior do que nos plantios mais espaccedilados independente da classe de
produtividade Jaacute em povoamentos onde o objetivo do plantio era a venda de
lacircminas ocorreu uma variaccedilatildeo nos custos em fator da classe de produtividade
e espaccedilamento de plantio
A venda da madeira aos 6 anos culminou em um acreacutescimo de 67 a
86 em comparaccedilatildeo com os mesmos povoamentos sendo explorados aos 5
anos Para a produccedilatildeo de lacircminas o aumento dos custos foi menos
expressivo No espaccedilamento 3x2 m em classe de produtividade baixa o
aumento foi de 34
A exploraccedilatildeo de povoamentos aos 7 anos foi 1347 a 1596 maior
em relaccedilatildeo a exploraccedilatildeo aos 5 anos e 726 a 801 para 6 anos Estes
nuacutemeros confirmam que os custos tecircm crescido proporcionalmente com o
passar do tempo
Os custos com a remuneraccedilatildeo do capital investido e pelo uso da terra
correspondem em meacutedia a 24 dos custos totais de produccedilatildeo Poreacutem a
maioria dos produtores rurais deixam de contabilizar estes custos por se tratar
do pagamento pelo uso dos bens que ele jaacute possui (capital e terra) resultando
em valores de produccedilatildeo abaixo do que realmente deve ser computado
Comparando a produccedilatildeo de paricaacute e Teca no espaccedilamento 3x2 m
utilizando a mesma metodologia de custos observa-se que o custo total para
cultivo da Teca eacute de aproximadamente R$1080309 valor muito proacuteximo ao
observado para o plantio de paricaacute (SANGUINO 2009)
51
Tabela 5 Custo Total (CT) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006
Idade Espaccedilamento
(m)
CT do volume comercial (R$ha) CT do volume de lacircminas (R$ha)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 730146 730146 730146 917076 940890 949501
3x3 - 649366 649366 - 838341 865776
3x4 - 612527 612527 - 779099 806814
4x4 586308 586308 586308 688522 755523 766713
5x5 562648 562648 562648 666957 681978 726892
6 a
no
s
3x2 782537 782537 782537 949133 966026 981526
3x3 - 702582 702582 - 863811 891718
3x4 - 665930 665930 - 804688 833447
4x4 640572 640572 640572 728395 773606 790019
5x5 615836 615836 615836 703043 720523 748483
7 a
no
s
3x2 843816 843816 843816 99343 100552 101299
3x3 - 759911 759911 - 905837 92986
3x4 - 721528 721528 - 848467 874257
4x4 694669 694669 694669 776132 81762 832618
5x5 669481 669481 669481 750864 766827 792907
52
De maneira geral os custos mais expressivos satildeo referentes agrave manutenccedilatildeo
dos plantios independente do espaccedilamento adotado (Figura 3) Isso eacute
consequecircncia do maior nuacutemero de atividades desenvolvidas durante este periacuteodo
que variam desde o controle de formigas agrave manutenccedilatildeo de estradas
Figura 3 Custos totais da produccedilatildeo de paricaacute sob diferentes espaccedilamentos na regiatildeo de Paragominas PA
Nota-se no entanto que quanto maior o espaccedilamento de plantio utilizado
maiores satildeo os custos de manutenccedilatildeo por hectare Como haacute menor quantidade de
aacutervores por hectare a presenccedila de plantas invasoras eacute mais acentuada
aumentando os custos para seu controle Em contrapartida os custos por hectare
53
com adubaccedilatildeo plantio colheita e transporte diminuem jaacute que o nuacutemero de aacutervores
na aacuterea eacute reduzido
Deve-se ressaltar ainda que estes custos podem variar de acordo com a
classe de produtividade a idade em que vatildeo ser explorados os povoamentos e os
tipos de atividades empregadas que podem variar de acordo com o produtor e a
regiatildeo
54
4 CONCLUSOtildeES
O custo operacional efetivo representou em meacutedia 65 dos custos totais de
produccedilatildeo sendo o transporte o custo individual mais expressivo em todos os
espaccedilamentos analisados Jaacute a manutenccedilatildeo foi o conjunto de atividades mais
significativo nos povoamentos devido ao nuacutemero e ao longo periacuteodo para execuccedilatildeo
das atividades
Os custos totais de produccedilatildeo foram superiores em espaccedilamentos menores
independentemente da remuneraccedilatildeo ou natildeo pelo uso dos capitais permanente e
circulante
A diferenccedila nos custos entre espaccedilamentos extremos 3x2 m e 5x5 m eacute
justificada pelo maior volume de matildeo-de-obra e insumos necessaacuterios para execuccedilatildeo
das atividades em locais com maior nuacutemero de plantas por hectare
55
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE FLORESTAS PLANTADAS ndash ABRAF Anuaacuterio Estatiacutestico da ABRAF 2013 Ano base 2012 Brasiacutelia ABRAF 2013 148p Disponiacutevel em lthttpwwwabraflororgbrestatisticasABRAF13ABRAF13BR pdfgt Acesso em 19 Ago 2013 BALLONI E A SIMOtildeES J W O espaccedilamento de plantio e suas implicaccedilotildees silviculturais IPEF Piracicaba v1 n 3 p 1-16 Set 1980 (Seacuterie Teacutecnica) CAMPOS J C C LEITE H G Mensuraccedilatildeo florestal perguntas e respostas Viccedilosa UFV 2002 407p
CARVALHO P E R Paricaacute (Schizolobium amazonicum) Colombo Embrapa Florestas 2007 8p (Circular Teacutecnica 142)
COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO ndash CONAB Custo de produccedilatildeo agriacutecola a metodologia da Conab Brasiacutelia Conab 2010 60p HOFFMANN R G Caracterizaccedilatildeo dendromeacutetrica e avaliaccedilatildeo do rendimento em laminaccedilatildeo de madeira em plantios de paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) na regiatildeo de Paragominas PA 2009 (97f) Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) ndash Universidade Federal do Espiacuterito Santo Jerocircnimo Monteiro ES 2009 IBGE Paraacute Dom Eliseu 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwibgegovbrcidadesat xtrasperfilphpcodmun =150293gt Acesso em 12 Ago 2013b IBGE Paraacute Paragominas 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwibgegovbrcidadesat xtrasperfilphpcodmun= 150550ampsearch=para|paragominasgt Acesso em 12 Ago 2013a MACEDO R L G GOMES J E VENTURIN N SALGADO B G Desenvolvimento inicial de Tectona grandis LF (teca) em diferentes espaccedilamentos no municiacutepio de Paracatu MG Cerne Lavras v 11 n 1 p 61-69 janmar 2005 MATSUNAGA M et al Metodologia de custo de produccedilatildeo utilizada pelo IEA Agricultura em Satildeo Paulo Satildeo Paulo v 23 p 123-139 1976 MORALES C A S ALBUQUERQUE J A ALMEIDA J A MARANGONI J M STAHL J CHAVES D M Qualidade do solo e produtividade de Pinus taeda no planalto catarinense Ciecircncia Florestal Vol 20 No 4 Oct-Dec 2010 pp 629-640 OLIVEIRA M L R LEITE H G NOGUEIRA G S GARCIA S L R SOUZA A L Classificaccedilatildeo da capacidade produtiva de povoamentos natildeo desbastados de clones de eucalipto Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v43 n11 p1559-1567 nov 2008 PREFEITURA MUNICIPAL DE PARAGOMINAS O lago verde Paragominas 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwparagominaspagovbrgt Acesso em 23 Maio 2013
56
PREFEITURA MUNICIPAL DE DOM ELISEU O municiacutepio Dom Eliseu 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwdomeliseupagovbrgt Acesso em 23 Maio 2013 SANGUINO A C Custos de implantaccedilatildeo e rentabilidade econocircmica de povoamentos florestais com teca no estado do Paraacute Ciecircncias Agraacuterias Beleacutem n 52 p 61-78 juldez 2009 SILVA G F GEZAN S A SOARES C P B ZANETI L Z Modeling growth and yield of Schizolobium amazonicum under different spacings International Journal of Forestry Research v 2013 (2013) 10 p SILVA K R MINETTI L J FIEDLER N C VENTUROLI F MACHADO E G B SOUZA A P Custos e rendimentos operacionais de um plantio de eucalipto em regiatildeo de cerrado Aacutervore Viccedilosa-MG v28 n3 p 361-366 2004
57
CAPIacuteTULO 2
ANAacuteLISE ECONOcircMICA DA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA DE PARICAacute
RESUMO
As exigecircncias atuais de mercado aliadas agraves alternativas de investimento expressam
a necessidade de avaliaccedilatildeo econocircmica de projetos florestais Essa avaliaccedilatildeo
contribui com a escolha da melhor estrateacutegia de produccedilatildeo a fim de tornar os
produtos florestais brasileiros competitivos no mercado externo Por isso objetivou-
se neste trabalho analisar a viabilidade econocircmica de povoamentos de paricaacute sob
diferentes espaccedilamentos aleacutem de determinar economicamente a melhor forma de
plantio para produccedilatildeo de madeira Estes povoamentos foram implantados na regiatildeo
de Paragominas PA em 2006 sob os espaccedilamentos 3x2 3x3 3x4 4x4 e 5x5 m
divididos em trecircs classes de produtividade A produccedilatildeo foi entatildeo estimada para as
idades de 5 6 e 7 anos por meio de equaccedilotildees de crescimento e produccedilatildeo Os
custos do plantio agrave colheita foram disponibilizados por produtores rurais e
empresaacuterios da regiatildeo assim como o valor de venda de lacircminas A partir da
obtenccedilatildeo dos custos e receitas fez-se a anaacutelise econocircmica dos projetos Para tanto
foram utilizados os iacutendices econocircmicos e o criteacuterio do benefiacutecio perioacutedico equivalente
(BPE) como formas de avaliaccedilatildeo considerando-se a taxa de desconto de 6 como
a taxa miacutenima de atratividade Apoacutes a anaacutelise dos iacutendices e criteacuterio de avaliaccedilatildeo
econocircmica pode-se concluir que o espaccedilamento 3x3 m em classe de produtividade
alta com corte aos 5 anos foi o mais indicado pois gera o maior retorno financeiro
Para os maiores espaccedilamentos estudos ainda devem ser desenvolvidos mas
acredita-se que eles sejam alternativas financeiras viaacuteveis
Palavras-chave Criteacuterios de avaliaccedilatildeo espaccedilamentos de plantio iacutendices
econocircmicos retorno financeiro
58
CHAPTER 2
ECONOMIC ANALYSIS OF PRODUCTION PARICAacute
ABSTRACT
The current market demands combined with investment alternatives express the
need for economic evaluation of forestry projects This assessment contributes to the
choice of the best production strategy in order to make the Brazilian forest products
competitive in foreign markets Therefore this study aimed to analyze the economic
feasibility of stands of paricaacute under different spacings and economically determine
the best planting for timber production These settlements were established in the
region of Paragominas PA in 2006 under the spacings 3x2 3x3 3x4 4x4 and 5x5
m divided into three classes productivity The production was then estimated for
ages 5 6 and 7 years through equations of growth and production Costs from
planting to harvest were provided by farmers and entrepreneurs in the region as well
as the value of sales of blades From procurement costs and revenues became the
economic analysis of projects For both economic indicators and criteria periodic
benefit equivalent (BPE) as forms of assessment considering the discount rate of 6
as the hurdle rate were used After analyzing the indexes and economic evaluation
criteria it can be concluded that the spacing 3x3 m in class high productivity with cut
to 5 years was the most suitable because it generates the greatest financial return
For the larger spacings studies have yet to be developed but it is believed that they
are viable alternatives financial
Keywords Evaluation criteria planting space economic indicators financial return
59
1 INTRODUCcedilAtildeO
A implantaccedilatildeo da lei dos incentivos fiscais na deacutecada de 60 motivou o plantio
de florestas para ampliar a base florestal do Paiacutes e captar recursos para o
desenvolvimento do setor (MELLO et al 2005) Esses estiacutemulos baseavam-se na
expansatildeo florestal desconsiderando a qualidade da madeira
Nos dias atuais diante das exigecircncias de mercado da competiccedilatildeo com
outros paiacuteses e das pressotildees relacionadas ao meio ambiente o Brasil tem investido
natildeo somente em produccedilatildeo mais tambeacutem em teacutecnicas silviculturais que contribuam
com a qualidade final dos produtos aleacutem de teacutecnicas que reduzam os custos
envolvidos no processo produtivo Essas metas tecircm sido alcanccediladas por meio do
planejamento dos investimentos
Para realizar um investimento eacute necessaacuterio primeiramente organizar
formalmente os objetivos por meio de um projeto relacionando os meios de que se
dispotildee para alcanccedilaacute-los Posteriormente deve-se analisar o mercado potencial do
produto a fim de obter informaccedilotildees sobre os retornos esperados do investimento
comparativamente agraves alternativas disponiacuteveis eou viaacuteveis Assim com o
planejamento adequado das atividades eacute possiacutevel identificar as exigecircncias atuais de
mercado os caminhos a serem seguidos para entatildeo construir um referencial futuro
o qual identificaraacute a viabilidade ou natildeo da implantaccedilatildeo do projeto ao qual o
planejamento se destina (REZENDE OLIVEIRA 2008)
Para implantaccedilatildeo de um projeto aleacutem de se conhecer o horizonte de
planejamento que eacute o periacuteodo estimado durante o qual o empreendimento em
anaacutelise iraacute operar faz-se necessaacuterios tambeacutem testar a sua viabilidade teacutecnica
econocircmica financeira social ambiental e poliacutetica O teste da viabilidade econocircmica
eacute considerado o mais importante entre os paracircmetros de avaliaccedilatildeo pois consiste em
verificar se no projeto as receitas superam os custos Caso isso natildeo ocorra diz-se
que o projeto eacute insustentaacutevel desde a sua implantaccedilatildeo (FARO 1979 CHICHORRO
et al 2010)
Na avaliaccedilatildeo econocircmica para decisatildeo de que o projeto deve ou natildeo ser
implementado satildeo usadas teacutecnicas e criteacuterios de anaacutelise que comparam os custos e
as receitas inerentes ao projeto A anaacutelise de projetos consiste entatildeo na verificaccedilatildeo
60
de que determinada atividade eacute lucrativa ou natildeo considerando-se um horizonte de
planejamento (REZENDE OLIVEIRA 2008)
Existem vaacuterios meacutetodos de seleccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de projetos de
investimentos Geralmente recorre-se a meacutetodos que consideram principalmente as
atividades a serem executadas os periacuteodos de execuccedilatildeo e seus respectivos custos
os produtos e o periacuteodo de tempo que levaratildeo para serem produzidos seus preccedilos
e receitas ou seja o fluxo de caixa (CHICHORRO et al 2010)
Os meacutetodos de avaliaccedilatildeo econocircmica podem entatildeo ser divididos em dois
grupos principais O primeiro grupo compreende aqueles em que natildeo se considera a
variaccedilatildeo do capital no tempo sendo indicados para horizontes de planejamentos
muito curtos onde natildeo haacute inflaccedilatildeo Jaacute o segundo grupo considera a variaccedilatildeo do
capital no tempo podendo-se citar o valor presente liacutequido (VPL) e o benefiacutecio
perioacutedico equivalente (BPE) como exemplos (SILVA et al 2005)
A variaccedilatildeo do capital ocorre devido agrave remuneraccedilatildeo paga ao seu uso por
determinado tempo ou seja os juros Assim no final do prazo estipulado natildeo
haveraacute somente a quantia emprestada mais tambeacutem um acreacutescimo que
corresponde ao custo de oportunidade do uso do capital durante o periacuteodo de
empreacutestimo O valor a ser pago no final do periacuteodo dependeraacute da taxa de juros
correspondente a unidade de tempo considerada A Conab utiliza o percentual de
6 ao ano como a taxa de retorno para a remuneraccedilatildeo dos investimentos feitos pelo
produtor como se o capital fosse aplicado em outro investimento alternativo
(OLIVEIRA REZENDE 2004 CONAB 2010)
Tendo em vista este contexto objetivou-se neste trabalho analisar a
viabilidade econocircmica de povoamentos de paricaacute sob diferentes espaccedilamentos e
determinar economicamente o melhor espaccedilamento de plantio para produccedilatildeo de
madeira
61
2 MATERIAL E MEacuteTODOS
21 OBTENCcedilAtildeO DAS RECEITAS
A partir da estimativa dos volumes comercial (VTHA msup3ha) e de lacircminas
(VCHA m3ha) nos diferentes espaccedilamentos de plantio em diferentes
idades e classes produtivas tal como proposto no capiacutetulo 1 foram contraiacutedas as
receitas Os volumes comercial e de lacircminas estimados foram multiplicados pelo valor
meacutedio de venda disponiacutevel no boletim informativo de preccedilos disponibilizado pela
Coordenadoria Executiva da Administraccedilatildeo Tributaacuteria ndash CERAT do Estado do Paraacute
2013 Obteve-se assim a receita para cada espaccedilamento analisado
22 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS
Como se trata de projetos de investimento com a finalidade de obtenccedilatildeo de
madeira foram propostos trecircs horizontes de planejamento para os povoamentos de
paricaacute Esses horizontes se referiram ao periacuteodo de tempo que estes projetos foram
avaliados correspondendo a 5 6 e 7 anos entre a implantaccedilatildeo e colheita
Sabendo-se que eacute necessaacuterio reajustar os valores investidos durante o
periacuteodo de execuccedilatildeo do projeto utilizou-se uma taxa de desconto de 6 ao ano
como forma de remuneraccedilatildeo do capital investido considerando a caderneta de
poupanccedila como sendo o melhor investimento alternativo (OLIVEIRA REZENDE
2004) A inflaccedilatildeo identificada no periacuteodo foi obtida por meio do uso do Iacutendice Geral
de Preccedilos - Disponibilidade Interna (IGP-DI) o qual mede a variaccedilatildeo de preccedilos no
mercado A descapitalizaccedilatildeo foi realizada de acordo com a metodologia descrita no
capiacutetulo 1
Para anaacutelise da viabilidade econocircmica do projeto identificaram-se as
variaccedilotildees do capital no tempo Assim em relaccedilatildeo agrave classificaccedilatildeo do projeto de
investimento este foi considerado convencional ou seja ocorreu apenas uma
mudanccedila de sinal em seu fluxo de caixa satisfazendo as seguintes condiccedilotildees
62
119862119900 lt 0
119883119895 le 0 119901119886119903119886 119895 = 1 hellip 119896
119883119895 ge 0 119901119886119903119886 119895 = 119896 + 1 hellip 119899 119890
sum 119883119895
119899
119895=119896+1
gt sum 119883119895
119896
119895=0
Em que
Co = custo inicial (R$)
k = periacuteodo de tempo a partir do qual as receitas passaram a ser positivas
Xj = receita liacutequida de cada periacuteodo j e
n = duraccedilatildeo do projeto (anos)
Depois de identificado o tipo de projeto e tendo todos os custos jaacute calculados
no capiacutetulo 1 procedeu-se a anaacutelise econocircmica dos projetos por meio da avaliaccedilatildeo
dos iacutendices econocircmicos e do benefiacutecio perioacutedico equivalente (BPE)
23 IacuteNDICES ECONOcircMICOS DA PRODUCcedilAtildeO
Para verificar a rentabilidade do sistema produtivo os seguintes iacutendices
econocircmicos de produccedilatildeo foram utilizados
a) Renda bruta (RB)
119877119861 = 119876 times P Eq1
b) Margem bruta (MB)
119872119861 = 119877119861 minus 119862119874119864 Eq 2
c) Margem liacutequida (ML)
119872119871 = 119877119861 minus 119862119874119879 Eq 3
d) Lucro (L)
119871 = 119877119861 minus 119862119879 Eq 4
63
e) Lucratividade (Lc)
119871119888 =119871
119877119861 Eq 5
f) Iacutendice de rentabilidade (IR)
119868119877 =119872119871
119862 Eq 6
Em que
119877119861 = renda bruta (R$)
119876 = quantidade de produto vendido (un)
119875 = preccedilo unitaacuterio dos produtos (R$)
119872119861 = margem bruta (R$)
119862119874119864 = custo operacional efetivo (R$)
119872119871 = margem liacutequida (R$)
119862119874119879 = custo operacional total (R$)
119871 = lucro (R$)
119862119879 = custo total (R$)
119871119888 = lucratividade ()
119868119877 = iacutendice de rentabilidade () e
119862 = capital empatado (R$) referente ao somatoacuterio do custo fixo e circulante meacutedio
podendo-se considerar ou natildeo o custo da terra
24 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DOS PROJETOS
241 Benefiacutecio perioacutedico equivalente (BPE)
Para avaliaccedilatildeo da viabilidade econocircmica por meio do BPE a seguinte
foacutermula foi utilizada
119861119875119864 =119881119875119871[(1 + 119894)119905](1 + 119894)119899119905
(1 + 119894)119899119905 minus 1 Eq 7
64
Em que
n = duraccedilatildeo do projeto (anos)
t = nuacutemero de periacuteodos de capitalizaccedilatildeo
i = taxa de desconto e
VPL = valor presente liacutequido
O VPL foi obtido pela foacutermula
119881119875119871 = sum 119877119895
119899
119895=0
(1 + 119894)minus119895 minus sum 119862119895
119899
119895=0
(1 + 119894)minus119895
Eq 8
Em que
i = taxa de desconto (juros)
j = periacuteodo em que a receita ou o custo ocorreram
n = duraccedilatildeo do projeto (anos)
Rj = receita no final do ano j ou do periacuteodo de tempo e
Cj = custo no final do ano j ou do periacuteodo de tempo considerado
O BPE permite a comparaccedilatildeo de projetos com diferentes horizontes de
planejamento pois os custos jaacute estatildeo distribuiacutedos por unidade de tempo estando
impliacutecitas as diferenccedilas de horizontes Como o desconto dos fluxos de caixa foi
estimado a partir da ldquodata presenterdquo ou seja no periacuteodo de implantaccedilatildeo do projeto
estes foram comparados quando as consequecircncias monetaacuterias estavam em um
ponto comum do tempo
65
3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
31 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA VENDA DE MADEIRA EM PEacute
A renda bruta foi estimada por meio da multiplicaccedilatildeo do volume comercial e
comercial por hectare e o preccedilo pago por cada unidade agrave qual se admitiu um valor
miacutenimo de R$5370 msup3 para venda de ldquomadeira em peacuterdquo ou seja madeira natildeo
explorada e R$45156 msup3 a venda de lacircminas de paricaacute
Identicamente aos custos as receitas foram deflacionadas e
descapitalizadas para o ano 0 a fim de possibilitar a comparaccedilatildeo entre os valores
gastos e recebidos com essa praacutetica de produccedilatildeo A renda bruta obtida com a venda
de madeira de paricaacute pode ser observada na Tabela 1
Tabela 1 Renda bruta (RB) obtida com a produccedilatildeo de madeira de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA sem considerar o custo de laminaccedilatildeo
Idade Espaccedil
(m)
VTHA (R$ha) VCHA (R$ha)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 379731 433109 452408 1109193 1349221 1557365
3x3 - 362619 424113 - 1212472 1509318
3x4 - 311840 373961 - 1077399 1379067
4x4 166887 317064 342144 550865 1122453 1272564
5x5 172002 205671 306342 627806 811406 1226000
6 a
no
s
3x2 355004 394611 431419 1056449 1261369 1508350
3x3 - 341749 408022 - 1163130 1470243
3x4 - 288386 356682 - 1020754 1335360
4x4 167940 274794 313771 556167 1012394 1196711
5x5 166477 207478 273875 613368 817994 1133134
7 a
no
s
3x2 334925 365156 383863 1012137 1191106 1382874
3x3 - 325700 385794 - 1122613 1410651
3x4 - 278203 342718 - 993941 1296571
4x4 164441 268225 305743 547531 994496 1174049
5x5 164242 204174 269414 607295 808354 1119474
Em que Espaccedil = espaccedilamento (m) VTHA = volume comercial por hectare (msup3ha) e VCHA = volume de lacircminas por hectare (msup3ha)
66
A ausecircncia de valores na classe de produtividade baixa nos espaccedilamentos
3x3 e 3x4 m eacute proveniente da inesistecircncia de povoamentos nestas condiccedilotildees de
terreno Como se tratam de plantios independentes a falta de informaccedilotildees nestes
ambientes natildeo prejudicamalteram os resultados nas outras aacutereas em estudo
Observando a Tabela 1 eacute perceptiacutevel a diferenccedila entre a renda bruta obtida
com a venda de madeira em peacute e a explorada Para siacutetios de baixa produtividade e
com corte aos 5 anos a diferenccedila entre a venda de lacircminas e madeira em peacute foi de
aproximadamente R$729000 Esta diferenccedila ocorreu porque o custo de laminaccedilatildeo
natildeo foi contabilizado por falta de informaccedilotildees sobre o processo produtivo
Natildeo existem estudos que indiquem os custos reais de laminaccedilatildeo de paricaacute
proveniente de reflorestamento e quais as atividades necessaacuterias para transformar o
torete de madeira em lacircminas de forma eficiente e com boa qualidade
A renda resultante da venda de ldquomadeira em peacuterdquo em espaccedilamentos
menores como o 3x2 m superam os mais espaccedilados como o 4x4 e 5x5 m com
receita duas vezes maior quando comparados os espaccedilamentos 3x2 e 5x5 m Esta
tendecircncia ocorre entre classes de produtividade e tambeacutem entre idades distintas
Com o aumento da idade de corte houve diminuiccedilatildeo nas receitas em todos
os espaccedilamentos pois o volume de madeira foi reduzido Isso ocorre como jaacute citado
anteriormente provavelmente devido ao autodesbaste das plantas caracteriacutestico da
espeacutecie Entretanto os custos tambeacutem sofreram reduccedilatildeo devido ao menor nuacutemero
de plantas por hectare e esta relaccedilatildeo deve ser analisada
O comportamento da renda bruta em relaccedilatildeo a madeira explorada segue a
mesma tendecircncia citada acima ou seja o menor espaccedilamento no melhor siacutetio
produtivo aos 5 anos eacute o que indica ser o mais viaacutevel Todavia deve-se interagir
custos e receitas para se inferir sobre o espaccedilamento mais adequado para se obter
a maior lucratividade
Na Tabela 2 eacute possiacutevel observar os iacutendices em siacutetios com classe de
produtividade baixa para a venda de lacircminas de paricaacute
67
Tabela 2 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute para venda preacute-corte em classe de produtividade baixa (17 ndash 19 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
5 a
no
s
MB -121915 - - -221422 -197665
ML -172080 - - -260253 -234631
L -256915 - - -325921 -297147
L (t) -350415 - - -419421 -390647
Luc -068 - - -195 -173
Lucr (t) -092 - - -251 -227
IR -047 - - -085 -079
IR (t) -038 - - -065 -060
6 a
no
s
MB -157604 - - -236236 -218806
ML -208865 - - -276654 -257335
L -316133 - - -361232 -337959
L (t) -427533 - - -472632 -449359
Luc -089 - - -215 -203
Lucr (t) -120 - - -281 -270
IR -056 - - -088 -084
IR (t) -043 - - -065 -062
7 a
no
s
MB -192230 - - -244377 -225943
ML -244145 - - -285258 -264961
L -376891 - - -388205 -363216
L (t) -508091 - - -519405 -494416
Luc -113 - - -236 -221
Lucr (t) -152 - - -316 -301
IR -065 - - -090 -086
IR (t) -048 - - -064 -060
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
Na Tabela 2 eacute possiacutevel observar que sob as condiccedilotildees analisadas nenhum
espaccedilamento eacute viaacutevel economicamente Jaacute o comportamento dos iacutendices financeiros
em classe de produtividade meacutedia pode ser observado na Tabela 3
68
Tabela 3 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute para venda preacute-corte em classe de produtividade meacutedia (19 ndash 21 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
5 a
no
s
MB -68537 -75377 -97128 -71245 -163995
ML -118702 -119176 -138025 -110076 -200962
L -203537 -193247 -207187 -175744 -263477
L (t) -297037 -286747 -300687 -269244 -356977
Luc -047 -053 -066 -055 -128
Lucr (t) -069 -079 -096 -085 -174
IR -033 -036 -043 -036 -067
IR (t) -026 -028 -034 -027 -051
6 a
no
s
MB -117998 -109790 -135159 -129382 -177806
ML -169258 -154944 -177514 -169800 -216334
L -276527 -249433 -266145 -254378 -296958
L (t) -387927 -360833 -377545 -365778 -408358
Luc -070 -073 -092 -093 -143
Lucr (t) -098 -106 -131 -133 -197
IR -046 -046 -055 -054 -071
IR (t) -035 -034 -041 -040 -052
7 a
no
s
MB -161999 -131381 -150483 -140593 -186011
ML -213914 -177089 -193352 -181475 -225030
L -346659 -292189 -301302 -284422 -323284
L (t) -477859 -423389 -432502 -415622 -454484
Luc -095 -090 -108 -106 -158
Lucr (t) -131 -130 -155 -155 -223
IR -057 -052 -059 -057 -073
IR (t) -042 -037 -042 -040 -051
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
Os prejuiacutezos obtidos nestas condiccedilotildees do terreno satildeo menores quando
comparados com siacutetios de produtividade baixa O mesmo comportamento tambeacutem
foi observado para siacutetios de classe de produtividade alta como indicado na Tabela
4
69
Tabela 4 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute pra venda preacute-corte em classe de produtividade alta (21 ndash 24 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
5 a
no
s
MB -49238 -13882 -35007 -46165 -63324
ML -99403 -57682 -75904 -84996 -100291
L -184238 -131752 -145066 -150664 -162806
L (t) -277738 -225252 -238566 -244164 -256306
Luc -041 -031 -039 -044 -053
Lucr (t) -061 -053 -064 -071 -084
IR -027 -017 -024 -028 -034
IR (t) -022 -014 -018 -021 -026
6 a
no
s
MB -81189 -43517 -66863 -90406 -111408
ML -132450 -88671 -109217 -130823 -149937
L -239718 -183160 -197848 -215401 -230561
L (t) -351118 -294560 -309248 -326801 -341961
Luc -056 -045 -055 -069 -084
Lucr (t) -081 -072 -087 -104 -125
IR -036 -026 -034 -041 -049
IR (t) -028 -020 -025 -031 -036
7 a
no
s
MB -143292 -71287 -85969 -103075 -120771
ML -195207 -116995 -128837 -143956 -159790
L -327953 -232094 -236787 -246903 -258044
L (t) -459153 -363294 -367987 -378103 -389244
Luc -085 -060 -069 -081 -096
Lucr (t) -120 -094 -107 -124 -144
IR -052 -034 -039 -045 -052
IR (t) -038 -025 -028 -032 -036
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
A inviabilidade econocircmica observada nas trecircs condiccedilotildees produtivas podem
ter sido provenientes do baixo valor de mercado praticado na regiatildeo
Apoacutes o pagamento de todos os desembolsos efetivos restou o deacutebito de R$-
13882 para o espaccedilamento 3x3 m Esta quantia jaacute pode ser considerada como
70
prejuiacutezo do investimento mesmo sem ser contabilizados o pagamento da matildeo de
obra familiar (administraccedilatildeo) e os custos de oportunidade do capital
O menor valor resultante para o espaccedilamento 5x5 m se deve ao fato de
existirem atividades iguais aos outros espaccedilamentos que estatildeo sendo executas em
tempo maior que dos outros povoamentos aumentando assim o custo de produccedilatildeo
Jaacute os resultados encontrados para o espaccedilamento 3x3 m em classe de
produtividade alta satildeo atribuiacutedos agrave eficiecircncia das operaccedilotildees de manutenccedilatildeo dos
plantios principalmente pelo controle de plantas daninhas
Depois do pagamento de todos os desembolsos efetivos foi admitida a
remuneraccedilatildeo da matildeo de obra familiar em virtude da administraccedilatildeo das aacutereas de
plantio sendo proporcional aos custos de produccedilatildeo de paricaacute A margem liacutequida
negativa indica que o empreendimento eacute economicamente inviaacutevel O valor admitido
por este iacutendice se positivo natildeo seria o lucro gerado pois ainda natildeo foi descontado
o custo de oportunidade do capital investido
Para todos os povoamentos analisados houve lucro negativo principalmente
quando foi considerada a remuneraccedilatildeo pelo uso da terra Isso significa que o
investimento natildeo foi atrativo financeiramente Este resultado natildeo eacute interessante
economicamente ao produtor e pode trazer consequecircncias ainda piores como falta
de incentivo agrave produccedilatildeo falta de demanda para venda da madeira em idade de corte
e preccedilos ainda menores do que os praticados
Considerando-se o pagamento pelo uso da terra o prejuiacutezo obtido pelo
plantio de paricaacute variou entre 53 e 316 sendo maior quando mais amplo o
espaccedilamento de plantio Desconsiderando o pagamento pelo uso da terra o
prejuiacutezo se tornou menor estando entre 31 e 236
Este iacutendice representa a capacidade da atividade de transformar
investimento em margem liacutequida Assim desconsiderando o pagamento pelo uso da
terra tem-se que para cada real investido obteve-se entre R$-090 e R$-017 de
margem liacutequida sendo mais atrativo o espaccedilamento 3x3 m em classe de
produtividade alta Considerando o custo da terra o valor foi de R$-065 a R$-014
sendo melhor nos menores espaccedilamento de plantio
Deve-se salientar novamente que o valor do msup3 de madeira utilizado nesta
pesquisa eacute proveniente do preccedilo meacutedio praticado pelo CERAT ndash PA Valores
superiores a este encontrados na regiatildeo podem alterar estes resultados tornando
estes povoamentos atrativos financeiramente (quando superiores a R$10000 msup3)
71
32 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA LAMINADA
O comportamento observado foi semelhante ao da madeira vendida em peacute
ou seja os iacutendices financeiros apontaram que a viabilidade econocircmica aos 5 anos
foi superior agraves outras idades de exploraccedilatildeo (Tabela 5)
Tabela 5 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de baixa produtividade (17 ndash 19 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
5 a
no
s
MB 460255 - - 82016 175950
ML 395361 - - 35131 130764
L 285617 - - -44157 54349
L (t) 192117 - - -137657 -39151
Luc 026 - - -008 009
Lucr (t) 017 - - -025 -006
IR 090 - - 010 039
IR (t) 074 - - 008 030
6 a
no
s
MB 416597 - - 84912 161477
ML 352612 - - 37786 116288
L 218717 - - -60828 21725
L (t) 107317 - - -172228 -89675
Luc 021 - - -011 004
Lucr (t) 010 - - -031 -015
IR 081 - - 011 034
IR (t) 065 - - 008 026
7 a
no
s
MB 374305 - - 138713 217110
ML 322390 - - 97831 178092
L 161775 - - -5115 79837
L (t) 30575 - - -136315 -51363
Luc 016 - - -001 013
Lucr (t) 003 - - -025 -008
IR 075 - - 031 058
IR (t) 057 - - 022 041
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
72
Os iacutendices econocircmicos para as classes de produtividade meacutedia e alta
encontram-se nas Tabelas 6 e 7
Tabela 6 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de meacutedia produtividade (19 ndash 21 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
5 a
no
s
MB 681518 625573 537181 600811 347713
ML 614747 566883 483159 548647 301344
L 501830 467631 391801 460430 222928
L (t) 408330 374131 298301 366930 129428
Luc 037 039 036 041 027
Lucr (t) 030 031 028 033 016
IR 137 139 126 147 087
IR (t) 114 113 101 117 069
6 a
no
s
MB 608614 588446 491228 506607 352752
ML 543338 530977 438275 456029 306227
L 406743 410719 327467 350188 208871
L (t) 295343 299319 216067 238788 97471
Luc 032 035 032 035 026
Lucr (t) 023 026 021 024 012
IR 124 133 116 125 089
IR (t) 099 104 090 095 067
7 a
no
s
MB 544335 665533 565255 585678 418169
ML 492420 619825 522386 544796 379151
L 329553 504725 414437 441850 280896
L (t) 198353 373525 283237 310650 149696
Luc 028 045 042 044 035
Lucr (t) 017 033 028 031 019
IR 113 181 159 171 123
IR (t) 087 131 114 121 086
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
73
Tabela 7 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de alta produtividade (21 ndash 24 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5 5
an
os
MB 882878 900802 817010 742105 726917
ML 815429 839950 760805 689059 677009
L 701365 737042 665754 599351 592608
L (t) 607865 643542 572254 505851 499108
Luc 045 049 048 047 048
Lucr (t) 039 043 041 040 041
IR 181 201 193 182 187
IR (t) 150 164 156 146 148
6 a
no
s
MB 843757 874244 783868 678388 646537
ML 777297 814644 728718 626556 597877
L 638225 689925 613313 518092 496052
L (t) 526825 578525 501913 406692 384652
Luc 042 047 046 043 044
Lucr (t) 035 039 038 034 034
IR 174 198 187 168 168
IR (t) 140 156 146 129 128
7 a
no
s
MB 730571 953571 867885 765231 729289
ML 678656 907863 825016 724350 690271
L 514396 792763 717066 621403 592016
L (t) 383196 661563 585866 490203 460816
Luc 037 056 055 053 053
Lucr (t) 028 047 045 042 041
IR 154 266 252 228 224
IR (t) 119 192 180 161 157
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
Contrariamente agrave preacute-colheita a venda de madeira de paricaacute poacutes-colheita
tem demonstrado viabilidade economica para as idade classe de produtividade e
espaccedilamento analisados como observados nos iacutendices a seguir
Apoacutes o pagamento de todos os custos efetivos notou-se uma vantagem no
uso de espaccedilamentos mais adensados Nestes ambientes a margem bruta foi por
74
vezes maior que 40 em relaccedilatildeo aos maiores espaccedilamentos Poreacutem restam ainda
o pagamento pela administraccedilatildeo e uso do capital No entanto verificou-se que a
maioria dos projetos avaliados foram viaacuteveis economicamente pois se obteve
resultados positivos para a madeira laminada
A matildeo-de-obra familiar foi remunerada mantendo-se o montante positivo
Este montante foi utilizado posteriormente como forma de pagamento pelo custo de
oportunidade do capital Observa-se que este iacutendice manteve a tendecircncia de
comportamento semelhante agrave margem bruta exprimindo a viabilidade dos projetos
Lucro negativo soacute foi observado em espaccedilamentos amplos como o 4x4 e
5x5 m em classe de produtividade baixa em todos os anos analisados Isso
significa que o custo de oportunidade do uso do capital natildeo estaacute sendo remunerado
O resultado encontrado eacute consequecircncia de volume insuficiente de lacircminas
para o pagamento do processo produtivo Vale salientar que o processo de
laminaccedilatildeo natildeo foi quantificado
O intervalo de lucratividade sem considerar o pagamento pelo uso da terra
variou de -31 agrave 56 ou seja existem povoamentos que em certas condiccedilotildees
foram inviaacuteveis economicamente como eacute o caso dos espaccedilamentos 4x4 e 5x5 m
em classe de produtividade baixa com exploraccedilatildeo aos 5 anos Outros povoamentos
ao contraacuterio possuem lucratividade de 56 Como exemplo pode-se citar o 3x3 m
aos 7 anos em classe de produtividade alta
Quando se considera o pagamento pelo uso da terra a mesma tendecircncia foi
observada poreacutem a lucratividade foi menor
A capacidade da atividade em transformar o investimento em margem
liacutequida variou entre R$034 e R$266 sendo mais atrativo o espaccedilamento 3x3 m
Considerando o custo da terra o valor corresponde entre R$008 e R$192 sendo
melhor quanto menor o espaccedilamento de plantio
Considerando os valores obtidos nas Tabelas 5 6 e 7 foi possiacutevel inferir
sobre os custos maacuteximos que poderiam ser destinados agrave laminaccedilatildeo para que todas
as despesas fossem pagas obtendo lucratividade zero Na Tabela 8 eacute indicado
quais satildeo estes valores
75
Tabela 8 Valores maacuteximos a serem pagos pela laminaccedilatildeo (R$msup3)
Idade Classe produtiva (m) Espaccedilamentos (m)
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5 5
ano
s Baixa 1184 - - -1930 -533
Meacutedia 2206 2414 2238 2708 1472
Alta 3144 3550 3580 3459 3812
6 a
no
s Baixa 707 - - -2400 -1260
Meacutedia 1751 2049 1753 2033 1099
Alta 2857 3317 3292 3033 3286
7 a
no
s Baixa 131 - - -3253 -2045
Meacutedia 1189 1557 1223 1543 476
Alta 2255 2916 2883 2613 2836
Estas informaccedilotildees satildeo valores meacutedios dos espaccedilamentos para cada classe
de produtividade e idade Como pressupotildee-se que em siacutetio de melhor qualidade haacute
maior renda eacute possiacutevel o pagamento de um valor substancialmente maior do que
em classe de produtividade meacutedia Observa-se ainda a inviabilidade da praacutetica de
laminaccedilatildeo em classe de produtividade baixa independente da idade de corte pois a
receita foi menor que os custos mesmo sem a laminaccedilatildeo Essa consideraccedilatildeo
reforccedila os argumentos de suporte sobre os menores espaccedilamentos serem os mais
apropriados para o plantio de paricaacute
33 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA
331 Benefiacutecio perioacutedico equivalente ndash BPE
Para a taxa de 6 aa em povoamentos natildeo explorados o BPE obtido
variou entre R$-24042 e R$-8005 para os espaccedilamentos 4x4 e 3x3 m
respectivamente (Tabela 9) Isso indica que o espaccedilamento 3x3 m na classe de
produtividade alta com corte aos 5 anos eacute o que resultou no menor prejuiacutezo
financeiro sob estas condiccedilotildees analisadas Jaacute o 4x4 m em classe de produtividade
baixa com corte aos 7 anos foi a pior escolha de investimento
76
Tabela 9 BPE de plantios de paricaacute situados na regiatildeo de Paragominas PA
Idade Espaccedil
(m)
BPE (VTHA) BPE (VCHA)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 -15515 -12312 -11154 17037 30010 41982
3x3 - -11695 -8005 - 27958 44123
3x4 - -12531 -8804 - 23408 39845
4x4 -19655 -10645 -9140 -2749 27526 35861
5x5 -17929 -15909 -9868 3161 13276 35456
6 a
no
s
3x2 -19068 -16692 -14483 13023 24305 38193
3x3 - -15066 -11090 - 24543 41296
3x4 - -16069 -11971 - 19548 36699
4x4 -21774 -15363 -13024 -3750 20911 30986
5x5 -20378 -17917 -13934 1204 12432 29663
7 a
no
s
3x2 -22761 -20948 -19825 8894 18907 29965
3x3 - -18281 -14675 - 20779 36619
3x4 - -18827 -14957 - 16500 33111
4x4 -24042 -17815 -15564 -5944 18385 28258
5x5 -22542 -20146 -16232 -842 10264 27366
Em que Espaccedil = espaccedilamento (m) BPE (VTHA) = benefiacutecio perioacutedico equivalente para venda de madeira em peacute e BPE (VCHA) = benefiacutecio perioacutedico equivalente para venda de madeira laminada
A mesma tendecircncia foi observada em povoamentos explorados em que o
BPE variou entre R$-5944 e R$44123 sendo o espaccedilamento 3x3 m a melhor
opccedilatildeo de investimento O mesmo resultado foi obtido por Pavan et al (2010) com
plantios de eucalipto no Rio Grande do Sul para laminaccedilatildeo
Caso ocorressem mudanccedilas na taxa de desconto estas contribuiriam para o
aumento ou reduccedilatildeo dos lucros do plantio Segundo Soares et al (2003) aumentos
na taxa de desconto afetam significativamente o VPL e consequentemente o BPE
indicando que quanto menor a taxa de desconto utilizada maior seraacute a lucratividade
do projeto
A partir da anaacutelise econocircmica dos diferentes sistemas de plantio pode-se
inferir que o motivo pelo qual a classe de produtividade baixa resultou em uma das
piores alternativas financeiras estaacute relacionado ao autodesbaste das plantas neste
ambiente Como estas aacutereas dispotildeem de menores recursos eacute possiacutevel que tenha
77
ocorrido uma expressiva mortalidade de plantas devido agrave concorrecircncia por luz e
nutrientes do solo
Todos os espaccedilamentos de plantio podem ser alternativas viaacuteveis que
poderatildeo contribuir de maneira mais significativa na medida em que alcancem sua
capacidade maacutexima de incremento Isso eacute obtido com a diferenciaccedilatildeo entre os
horizontes de planejamento que natildeo podem ser idecircnticos para todos os
espaccedilamentos de plantio haja vista que as aacutervores se comportam de maneiras
diferentes nestes espaccedilamentoss devido agrave disponibilidade de recursos
Esta afirmaccedilatildeo jaacute foi comprovada em estudos realizados por Cordeiro et al
(2009) em que foi constatado que o sistema de produccedilatildeo do paricaacute em cultivo puro
sob o espaccedilamento 4x3 m nos quatro primeiros anos de cultivo natildeo apresentaram
viabilidade econocircmica sugerindo a necessidade de maior horizonte de
planejamento
78
4 CONCLUSOtildeES
O monocultivo de paricaacute em qualquer um dos espaccedilamentos analisados foi
considerado inviaacutevel por todos os criteacuterios utilizados nesta anaacutelise econocircmica
quando se objetivou a venda da madeira sem exploraccedilatildeo Essa resposta estaacute
associada ao baixo valor de mercado ao qual a espeacutecie estaacute subordinada
A exploraccedilatildeo de madeira mesmo sendo um processo trabalhoso e
dispendioso eacute uma alternativa para se obter valores positivos com a produccedilatildeo de
paricaacute
Observando os custos e receitas oriundos de plantios de paricaacute pode-se
afirmar que espaccedilamentos mais amplos em classe de produtividade baixa satildeo
insuficientes para remunerar o processo de laminaccedilatildeo
O maior retorno financeiro foi obtido em povoamentos de paricaacute implantados
em classe de produtividade alta sob o espaccedilamento 3x3 m com exploraccedilatildeo aos 5
anos
79
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
CHICHORRO J F BAUER M O ANDRADE W S SILVA G F SANTOS F R SILVA J L NOGUEIRA M A Avaliaccedilatildeo econocircmica de projetos florestais In CHICHORRO J F BAUER M O GARCIA G O CALDEIRA M V W Toacutepicos especiais em ciecircncias florestais 1 ed Visconde do Rio Branco Suprema 2010 v 1 p 231-260 COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO ndash CONAB Custo de produccedilatildeo agriacutecola a metodologia da Conab Brasiacutelia Conab 2010 60p COORDENADORIA EXECUTIVA DA ADMINISTRACcedilAtildeO TRIBUTAacuteRIA ndash CERAT Boletim informativo de preccedilos Paraacute 2013 22p CORDEIRO I M C C SANTANA A C LAMEIRA O A SILVA I M Anaacutelise econocircmica dos sistemas de cultivo com Schizolobium parahyba var amazonicum (Huber ex Ducke) Barneby (Paricaacute) E Ananas comosus var erectifolius (L B Smith) Coppus amp Leal (Curauaacute) no municiacutepio de Aurora do Paraacute (PA) Brasil Facultad Agronomiacutea (LUZ) 2009 26 243-265 FARO C Elementos de engenharia econocircmica 3ed Satildeo Paulo Atlas 1979 328p MELLO A A CARNIERI C ARCE J E SANQUETTA C R Planejamento florestal visando agrave maximizaccedilatildeo dos lucros e a manutenccedilatildeo do estoque de carbono Cerne Lavras v 11 n 3 p 205-217 julset 2005 OLIVEIRA A D REZENDE J L P Economia Florestal Lavras UFLAFAEPE 2004 101p PAVAN J A ALVES T W SOUZA M A Viabilidade Econocircmica da Produccedilatildeo de Eucaliptos no Rio Grande do Sul Associaccedilatildeo Brasileira de Custos vol 5 n 1 78-109 JanAbr 2010 REZENDE J L P OLIVEIRA A D Anaacutelise econocircmica e social de projetos florestais Viccedilosa MG UFV 2001 389 p SILVA M L JACOVINE L A G VALVERDE S R Economia Florestal 2 ed Viccedilosa UFV 2005 178p SOARES T S CARVALHO R M M A VALE A B Avaliaccedilatildeo econocircmica de um povoamento de Eucalyptus grandis destinado a multiprodutos Aacutervore Viccedilosa-MG v27 n5 p689-694 2003
80
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A partir das condiccedilotildees estabelecidas notou-se o efeito dos espaccedilamentos
de plantio na viabilidade econocircmica dos povoamentos de paricaacute
Em relaccedilatildeo aos custos de produccedilatildeo eles devem ser separados por
atividades sendo elas preparo da aacuterea plantio adubaccedilatildeo manutenccedilatildeo colheita e
transporte laminaccedilatildeo custo de administraccedilatildeo remuneraccedilatildeo do capital investido
Dentro de cada atividade alguns custos podem sofrer a influecircncia do
nuacutemero de plantas por hectare Como exemplo pode-se citar o nuacutemero de diaacuterias
necessaacuterias para alinhamento coveamento e plantio das mudas aleacutem da
quantidade de adubo necessaacuterio para adubaccedilatildeo de cova
O maior nuacutemero de operaccedilotildees ocorre no periacuteodo de manutenccedilatildeo dos
plantios poreacutem nenhuma delas foi considerada dispendiosa Os maiores custos
individuais foram do transporte de madeira do povoamento ateacute a induacutestria em
todos os espaccedilamentos analisados devido agraves condiccedilotildees de traacutefego nas estradas
A relaccedilatildeo entre volume comercial volume laminado e os custos de
produccedilatildeo determinam entatildeo a viabilidade dos plantios sendo o espaccedilamento mais
viaacutevel aquele que consegue absorver esta relaccedilatildeo de maneira mais eficiente
Entretanto estudos ainda devem ser desenvolvidos para averiguar a relaccedilatildeo entre a
espeacutecie e os espaccedilamentos de plantio
AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA DE PARICAacute
(Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) SOB DIFERENTES ESPACcedilAMENTOS
DE PLANTIO
Rafaela da Silveira
Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Florestais do Centro de Ciecircncias Agraacuterias da Universidade Federal do Espiacuterito Santo como parte das exigecircncias para obtenccedilatildeo do Tiacutetulo de Mestre em Ciecircncias Florestais na Aacuterea de Concentraccedilatildeo Recursos Florestais
Aprovada em 19 de fevereiro de 2014
____________________________________
Prof Dr Gilson Fernandes da Silva (Orientador)
Universidade Federal do Espiacuterito Santo
____________________________________
Prof Dr Wendel Sandro de Paula Andrade (Coorientador)
Universidade Federal do Espiacuterito Santo
____________________________________
Prof Dr Rinaldo Luiz Caraciolo Ferreira (Membro externo)
Universidade Federal Rural de Pernambuco
____________________________________
Prof Dr Joseacute Franklim Chichorro (Membro interno)
Universidade Federal do Espiacuterito Santo
Dados Internacionais de Catalogaccedilatildeo-na-publicaccedilatildeo (CIP)
(Biblioteca Setorial de Ciecircncias Agraacuterias Universidade Federal do Espiacuterito Santo ES Brasil)
Silveira Rafaela da 1987- S587a Avaliaccedilatildeo econocircmica da produccedilatildeo de madeira de paricaacute
(Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) sob diferentes espaccedilamentos de plantio Rafaela da Silveira ndash 2014
80 f il Orientador Gilson Fernandes da Silva Coorientador Adriano Ribeiro de Mendonccedila Wendel Sandro de Paula
Andrade Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) ndash Universidade Federal
do Espiacuterito Santo Centro de Ciecircncias Agraacuterias 1 Madeira ndash exploraccedilatildeo 2 Classe de produtividade 3 Idade 4
Iacutendices econocircmicos I Silva Gilson Fernandes da II Mendonccedila Adriano Ribeiro de III Andrade Wendel Sandro de Paula IV Universidade Federal do Espiacuterito Santo Centro de Ciecircncias Agraacuterias V Tiacutetulo
CDU 630
AGRADECIMENTOS
A Deus por ter me proporcionado tantas coisas assim como este desafio Se natildeo
fosse ele eu nunca teria chegado ateacute aqui
Aos meus pais Joseacute e Lurdes que foram os que mais sofreram com a minha
ausecircncia mais me amaram incondicionalmente todos os dias
Agrave minha irmatilde Renata pelo carinho e cuidado de sempre Satildeo nos pequenos
detalhes que percebemos que os irmatildeos satildeo parte de noacutes
Agrave Universidade Federal do Espiacuterito Santo e agrave CAPES pela estrutura e apoio
financeiro para a realizaccedilatildeo deste trabalho
Ao meu orientador Gilson Fernandes da Silva o qual foi fundamental para a
conclusatildeo deste trabalho
Aos meus coorientadores Adriano Ribeiro de Mendonccedila e Wendel Sandro de Paula
Andrade pelas contribuiccedilotildees
Agrave empresa Laminit pela disponibilidade de informaccedilotildees
Aos professores Rinaldo e Franklim pelas sugestotildees
Aos amigos de Alta Floresta MT pelo carinho e pelas palavras de conforto
Aos tantos amigos que fiz em Jerocircnimo Monteiro ES Eles fizeram a distacircncia
parecer pequena
Ao Kallil Keylla e Tharcia pela amizade incondicional e verdadeira
Agrave todos do laboratoacuterio de manejo e mensuraccedilatildeo florestal em especial aos meus
ldquoirmatildeos de orientaccedilatildeordquo Diego Cezana Onair Rafael Bridi Braacuteulio e Evandro que
foram minha famiacutelia durante este periacuteodo
Agrave Sanderleacuteia Ana Paula e Cristiani pela convivecircncia e paciecircncia
Agrave todos aqueles que de alguma forma colaboraram para a execuccedilatildeo do presente
trabalho meus sinceros agradecimentos
ldquoSou muito grata agraves adversidades que apareceram na minha vida pois elas me
ensinaram a toleracircncia a simpatia o auto-controle a perseveranccedila e outras
qualidades que sem essas adversidades eu jamais conheceriardquo
E por fim a Napoleon Hill que sabiamente escreveu estas palavras
BIOGRAFIA
RAFAELA DA SILVEIRA filha de Joseacute Antonio da Silveira e Maria de
Lourdes da Silveira nasceu em 06 de novembro de 1987 no municiacutepio de Alta
Floresta no Estado de Mato Grosso Brasil
Concluiu o Ensino Meacutedio na Escola Prof Marines Faacutetima de Saacute Teixeira de
Alta Floresta em 2005 Em 2006 ingressou na Universidade Estadual de Mato
Grosso (UNEMAT) em Alta Floresta - MT graduando-se em Engenharia Florestal
em dezembro de 2009 No mesmo ano especializou-se em Geoprocessamento pela
Uniatildeo das Faculdades de Alta Floresta (UNIFLOR)
Em marccedilo de 2012 iniciou o curso de mestrado do Programa de Poacutes-
Graduaccedilatildeo Strictu Sensu em Ciecircncias Florestais na linha de pesquisa Manejo
Florestal na Universidade Federal do Espiacuterito Santo em Jerocircnimo Monteiro ndash ES
submetendo-se agrave defesa da dissertaccedilatildeo em fevereiro de 2014
Enquanto suspiramos por uma vida
sem dificuldades devemos nos
lembrar que o carvalho cresce forte
atraveacutes de ventos contraacuterios e que os
diamantes satildeo formados sob
pressatildeo
(Peter Marshall)
RESUMO
SILVEIRA R Avaliaccedilatildeo econocircmica da produccedilatildeo de madeira de paricaacute
(Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) sob diferentes espaccedilamentos de
plantio 2014 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) ndash Universidade
Federal do Espiacuterito Santo Jerocircnimo Monteiro ES Orientador Prof Dr Gilson
Fernandes da Silva Coorientadores Prof Dr Adriano Ribeiro de Mendonccedila e Prof
Dr Wendel Sandro de Paula Andrade
O paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) eacute uma espeacutecie nativa que
vem ganhando destaque entre os plantios comerciais na regiatildeo amazocircnica pelas
suas caracteriacutesticas de crescimento e produccedilatildeo para muacuteltiplos usos Por tal motivo
objetivou-se neste trabalho avaliar o efeito dos espaccedilamentos de plantio na anaacutelise
econocircmica da produccedilatildeo de madeira de paricaacute Para tanto os dados utilizados neste
estudo satildeo originaacuterios de povoamentos homogecircneos plantados sob os
espaccedilamentos 3x2 3x3 3x4 4x4 e 5x5 m localizados entre os municiacutepios de Dom
Elizeu e Paragominas Estado do Paraacute Estes povoamentos foram inventariados
anualmente ateacute o quinto ano sendo analisadas trecircs classes de produtividade em
cada espaccedilamento sendo elas Baixa (17 - 19 m) Meacutedia (19 ndash 21 m) e Alta (21 - 24
m) Posteriormente com auxiacutelio de modelagem os volumes total e laminado foram
estimados aos 5 6 e 7 anos Estimado o volume e identificados todos os custos de
produccedilatildeo estes foram deflacionados pelo IGP-DI e posteriormente
descapitalizados Assim procedeu-se a anaacutelise econocircmica por meio da metodologia
desenvolvida pelo Instituto de Economia Agriacutecola oacutegatildeo vinculado agrave Secretaria de
Agricultura e Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo juntamente com o criteacuterio do
benefiacutecio perioacutedico equivalente Como resultado obteve-se que o custo operacional
efetivo representou em meacutedia 65 dos custos totais de produccedilatildeo sendo o
transporte o custo individual mais expressivo em todos os espaccedilamentos
analisados As anaacutelises econocircmicas indicaram que o monocultivo de paricaacute
independente do espaccedilamento foi inviaacutevel quando se objetivou a venda da madeira
sem exploraccedilatildeo Essa resposta estaacute associada ao baixo valor de mercado ao qual a
espeacutecie estaacute subordinada A exploraccedilatildeo de madeira mesmo sendo um processo
trabalhoso e dispendioso eacute uma alternativa para se obter valores positivos com a
produccedilatildeo de paricaacute Logo pode-se inferir que o maior retorno financeiro eacute obtido em
povoamentos de paricaacute implantados em classe de produtividade alta sob o
espaccedilamento 3x3 m com exploraccedilatildeo aos 5 anos Entretanto para os maiores
espaccedilamentos de plantio estudos ainda devem ser desenvolvidos
Palavras-chave Classe de produtividade idade iacutendices econocircmicos
ABSTRACT
SILVEIRA R Economic evaluation of the production of wood paricaacute
(Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) under different planting spacings
2014 Dissertation (Master of Forest Science) - Federal University of Espiacuterito Santo
Jerocircnimo Monteiro ES Advisor Prof Dr Gilson Fernandes da Silva
Coorientadores Prof Dr Adriano Ribeiro de Mendonccedila and Prof Dr Wendel Sandro
de Paula Andrade
Paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) is a native species that has
been gaining prominence among commercial plantations in the Amazon region its
growth characteristics and production for multiple uses For this reason the aim of
this study was to evaluate the effect of planting space in economic analysis of timber
production paricaacute For this the data used in this study originate homogeneous stands
planted under the spacings 3x2 3x3 3x4 4x4 and 5x5 m located in the State of
Paraacute These stands were inventoried annually by fifth year and analyzed three
classes of productivity in each spacing which are Low (17 ndash 19 m) Medium (19 ndash 21
m) and High (21 ndash 24 m) Later with the aid of modeling the total and laminate
volumes were estimated at 5 6 and 7 years Estimate the volume and identified all
the costs these were deflated by the IGP ndash DI and subsequently undercapitalized
Thus we proceeded to the economic analysis using the methodology developed by
the Institute of Agricultural Economics along with the criterion periodic benefit
equivalent As a result it was found that the actual operating costs represented on
average 65 of total costs of production transportation and the most expressive
individual cost in all spacings analyzed The economic analysis indicated that the
monoculture paricaacute regardless of spacing was impracticable when used to sell the
timber without exploitation This response is associated with low market value to
which the species is subject The logging even being a laborious and costly process
an alternative is to give positive values to the production of paricaacute Therefore it can
be inferred that the greatest financial return is obtained in stands of paricaacute deployed
in class high productivity under the 3x3 m spacing with operating at 5 years
However for larger planting space studies have yet to be developed
Keywords Productivity class age economic indices
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO GERAL 11
11 OBJETIVO GERAL 13 12 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 13
2 REVISAtildeO DE LITERATURA 14
21 PARICAacute 14 211 Descriccedilatildeo botacircnica e anatocircmica do paricaacute 14 212 Caracteriacutesticas silviculturais do paricaacute 15 213 Utilizaccedilatildeo do paricaacute 16
22 CRESCIMENTO E PRODUCcedilAtildeO DO PARICAacute 17 23 RENDIMENTO EM LAMINACcedilAtildeO DE PARICAacute 18 24 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO 19
241 Teoria dos custos 19 242 A importacircncia dos custos 21 243 Classificaccedilatildeo dos custos 21 244 Componentes do custo 22 245 Iacutendices econocircmicos 24 246 Custos na empresa florestal 26
25 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DE PROJETOS FLORESTAIS 27
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 28
CAPIacuteTULO 1 31
RESUMO 31
ABSTRACT 32
1 INTRODUCcedilAtildeO 33
2 MATERIAL E MEacuteTODOS 35
21 AacuteREA EM ESTUDO 35 22 ESTIMATIVA DA PRODUCcedilAtildeO 36 23 DESCRICcedilAtildeO DAS ATIVIDADES 38 24 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS 39 25 CLASSIFICACcedilAtildeO DOS CUSTOS 41
3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 43
31 ESTIMATIVA DE VOLUME 43 32 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO 45
321 Custo operacional efetivo ndash COE 45 322 Custo operacional total ndash COT 47 323 Custo total ndash CT 50
4 CONCLUSOtildeES 54
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 55
CAPIacuteTULO 2 57
RESUMO 57
ABSTRACT 58
1 INTRODUCcedilAtildeO 59
2 MATERIAL E MEacuteTODOS 61
21 OBTENCcedilAtildeO DAS RECEITAS 61 22 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS 61 23 IacuteNDICES ECONOcircMICOS DA PRODUCcedilAtildeO 62 24 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DOS PROJETOS 63
241 Benefiacutecio perioacutedico equivalente (BPE) 63
3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 65
31 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA VENDA DE MADEIRA EM PEacute 65 32 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA LAMINADA 71 33 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA 75
331 Benefiacutecio perioacutedico equivalente ndash BPE 75
4 CONCLUSOtildeES 78
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 79
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 80
11
1 INTRODUCcedilAtildeO GERAL
As florestas naturais somavam em 2007 cerca de 4 bilhotildees de hectares
cobrindo aproximadamente 30 da superfiacutecie terrestre segundo informaccedilotildees da
FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION ndash FAO (2007) Deste montante cerca
de metade da vegetaccedilatildeo ainda estaacute concentrada em cinco paiacuteses sendo o Brasil o
detentor da segunda maior cobertura florestal do planeta
Segundo o Sistema Nacional de Informaccedilotildees Florestais ndash SNIF (2014)
estimava-se que 69 desta cobertura teriam potencial produtivo Com isso ampliou-
se a participaccedilatildeo do setor florestal brasileiro no comeacutercio mundial Entretanto o
setor ainda encontra dificuldades na expansatildeo dos seus negoacutecios especialmente a
regiatildeo amazocircnica devido agraves restriccedilotildees impostas pela legislaccedilatildeo frente ao apelo
ambiental que a regiatildeo desperta em resposta a ocupaccedilatildeo desordenada
Com a implantaccedilatildeo de novas normas de exploraccedilatildeo reduziu-se a
disponibilidade de madeira no mercado expondo-se entatildeo a necessidade de fontes
alternativas para produccedilatildeo de mateacuteria-prima Assim a partir da praacutetica de
reflorestamento estaacute sendo possiacutevel ampliar o estoque de madeira para atender as
demandas atuais e futuras
Em 2012 o consumo brasileiro de madeira em tora proveniente de plantios
florestais foi de 1824 milhotildees de metros cuacutebicos (msup3) um indicador 72 superior
ao de 2011 (ABRAF 2013) Isso indica que a praacutetica do reflorestamento eacute uma
alternativa de negoacutecio que se expandiu no ultimo ano
Segundo o SNIF (2014) o Brasil deteacutem as melhores tecnologias na
silvicultura de eucalipto e outras espeacutecies vecircm sendo estudadas entre elas a acaacutecia
(Acacia mangium Willd) a seringueira (Hevea brasiliensis (Willd ex Adr de Juss)
Muell-Arg) e o paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) Em 2012 a aacuterea
ocupada por plantios florestais de espeacutecies natildeo convencionais como acaacutecia
araucaacuteria poacutepulus teca seringueira e paricaacute foi de 521131 ha representando
72 da aacuterea total de plantios florestais no Brasil (ABRAF 2013) Esta participaccedilatildeo
ainda que pequena se deve agraves caracteriacutesticas de crescimento e produccedilatildeo obtidas
por estas espeacutecies
Na regiatildeo amazocircnica o paricaacute eacute a espeacutecie que vem ganhando destaque
entre os plantios comerciais pelas suas caracteriacutesticas de crescimento e produccedilatildeo
12
para muacuteltiplos usos tornando crescente a demanda industrial por madeira de
lacircminas e compensados para a qual a espeacutecie eacute utilizada (MARQUES et al 2006)
Os primeiros registros com o plantio de paricaacute no Estado do Paraacute constam
da deacutecada de 1950 os quais tinham o objetivo de preservar a caracteriacutestica da
floresta amazocircnica em espaccedilos puacuteblicos e de fomentar estudos sobre o
comportamento e caracteriacutesticas das espeacutecies plantadas (MARQUES et al 2006)
Desde entatildeo muitos plantios foram registrados no Paraacute e em toda regiatildeo
amazocircnica e vaacuterios estudos foram desenvolvidos podendo-se destacar Hoffmann
(2009) Vidaurre et al (2012) Santos (2012) e Corteletti (2013) que trabalharam
com povoamentos de paricaacute localizados entre os municiacutepios de Dom Elizeu e
Paragominas estado do Paraacute Estes estudos comprovaram o alto potencial de
produccedilatildeo madeireira do paricaacute e servem como incentivo para que se estabeleccedilam
novos povoamentos Embora jaacute se tenham muitos plantios com esta espeacutecie na
Amazocircnia ainda satildeo necessaacuterios estudos com o objetivo de identificar as
caracteriacutesticas dendromeacutetricas avaliar a qualidade da madeira e sua produccedilatildeo
A atenccedilatildeo deve ser direcionada tambeacutem para os custos de produccedilatildeo
destes povoamentos que vecircm sendo estabelecidos na regiatildeo amazocircnica Natildeo
existem estudos suficientes que comprovem a lucratividade desta atividade Os
estudos que se tecircm disponiacuteveis ainda satildeo muito geneacutericos e as informaccedilotildees
carentes de dados do processo de implantaccedilatildeo da cultura
O monitoramento do processo produtivo tem sido realizado para identificar
os custos de produccedilatildeo sendo um instrumento necessaacuterio para se avaliar (medir) a
eficiecircncia das empresas Outra teacutecnica utilizada eacute a avaliaccedilatildeo econocircmica dos
projetos que testam a viabilidade de sua execuccedilatildeo
Para testar a viabilidade econocircmica dos projetos florestais faz-se necessaacuterio
o emprego de teacutecnicas econocircmicas sendo as mais tradicionais aquelas em que se
calculam o valor presente liacutequido (VPL) a taxa interna de retorno (TIR) e o benefiacutecio
perioacutedico equivalente (BPE) Este uacuteltimo sendo empregado frequentemente para
projetos com diferentes horizontes de planejamento (REZENDE OLIVEIRA 2001)
O teste da viabilidade econocircmica tem por finalidade estudar a capacidade
financeira do empreendimento a fim de verificar a possibilidade de sua
implementaccedilatildeo por meio da capacidade de sobrevivecircncia no mercado e da
identificaccedilatildeo dos fatores que podem dificultar as possibilidades de ecircxito do mesmo
comprovando-se assim a sua necessidade de execuccedilatildeo
13
11 OBJETIVO GERAL
Avaliar o efeito dos espaccedilamentos de plantio na anaacutelise econocircmica da
produccedilatildeo de madeira de paricaacute
12 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
a) Definir os custos de produccedilatildeo de povoamentos de paricaacute
b) Identificar os custos de produccedilatildeo mais afetados pelos espaccedilamentos
de plantio
c) Avaliar a participaccedilatildeo individual dos custos no processo de
implantaccedilatildeo colheita e transporte e
d) Identificar o espaccedilamento que forneceraacute o maior retorno econocircmico
por meio de indicadores e criteacuterio de avaliaccedilatildeo
14
2 REVISAtildeO DE LITERATURA
21 PARICAacute
A espeacutecie Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke foi descoberta por
Huber e descrita por Ducke em 1922 sendo vulgarmente conhecida como pinho-
cuiabano paricaacute-da-amazocircnia paricaacute-da-terra-firme (Mato Grosso) paricaacute paricaacute-
grande faveira (Paraacute) canafista canafiacutestula fava-canafiacutestula (Acre) bandarra
(Rondocircnia) guapuruvu-da-amazocircnia (Distrito federal) aleacutem de cereboacute (Boliacutevia)
tambor (Colocircmbia) gavilaacuten (Costa Rica) pachaco (Equador) palo de judiacuteo palo de
picho (Meacutexico) e pashaco (Peru) (CARVALHO 2007)
Ocorre naturalmente em toda regiatildeo amazocircnica principalmente no Mato
Grosso Paraacute Amazonas e Rondocircnia no Brasil aleacutem de outros paiacuteses como Peru
Boliacutevia Colocircmbia e Venezuela (SOUZA et al 2005) Sobrevive em mata primaacuteria e
secundaacuteria de terra firme e vaacuterzea alta notadamente nas formaccedilotildees do tipo floresta
densa e floresta aberta em solos argilosos e altitudes de ateacute 800 metros
(CARVALHO 1994 ROSA 2006a)
A espeacutecie eacute tolerante a solos de baixa fertilidade e adapta-se agrave precipitaccedilatildeo
meacutedia anual de 1600 mm a 5850 mm e temperatura meacutedia de 248 ordmC (CRESPO et
al 1995) Por ser uma espeacutecie essencialmente helioacutefila natildeo tolera baixas
temperaturas (CARVALHO 2007)
211 Descriccedilatildeo botacircnica e anatocircmica do paricaacute
Segundo o sistema de classificaccedilatildeo de Cronquist a espeacutecie Schizolobium
amazonicum pertence agrave famiacutelia Caesalpiniaceae (Leguminosae Caesalpinioideae)
sendo da divisatildeo Magnoliophyta (Angiospermae) da classe Magnoliopsida
(Dicotyledonae) e ordem das Fabales
O paricaacute eacute uma aacutervore deciacutedua que pode atingir 40 m de altura e 100 cm de
DAP (diacircmetro a altura do peito medido a 130 m do solo) na idade adulta
15
(CARVALHO 2007) Seu tronco eacute ciliacutendrico e reto com casca de cor cinza clara
podendo conter sapopemas A madeira eacute macia leve com textura grossa gratilde direita
e irregular cerne creme-avermelhado e alburno creme-claro Tecircm faacutecil
processamento mas baixa durabilidade natural (SOUZA et al 2005)
Rosa (2006a) trabalhando com a botacircnica anatomia e tecnologia de paricaacute
comprovou que ao longo do crescimento vegetativo a espeacutecie pode possuir
caracteriacutesticas dendroloacutegicas diferenciadas em termos de coloraccedilatildeo da casca e do
surgimento de sapopemas
212 Caracteriacutesticas silviculturais do paricaacute
As sementes de paricaacute possuem alto grau germinativo podendo chegar a
90 Isso pode ser comprovado em estudos realizados por Lameira et al (2000)
com a propagaccedilatildeo do paricaacute por meio de sementes submetidas a processos
mecacircnicos fiacutesicos e quiacutemicos de quebra de dormecircncia Nesse estudo foi constatado
que as sementes possuem um percentual de germinaccedilatildeo de 80 a 90
O paricaacute possui entretanto dificuldade em seu manejo por seu elevado teor
de umidade e susceptibilidade ao ataque de microorganismos aleacutem da dormecircncia
tegumentar que necessita de tratamentos preacute-germinativos (ROSA 2006b
CARVALHO 2007)
Para o armazenamento de sementes eacute recomendado um periacuteodo maacuteximo de
12 meses tendo em vista que a partir do oitavo mecircs ocorre reduccedilatildeo na viabilidade
das sementes como pode ser observado no trabalho de Rosa (2006a) sobre a
ecologia e silvicultura do paricaacute
Apoacutes serem retiradas do armazenamento as sementes podem ser plantadas
de duas maneiras colocando-se as sementes para germinar em canteiros
(sementeiras) ou semeando-as diretamente na embalagem plaacutestica Ambas as
opccedilotildees permitem sobrevivecircncia de no miacutenimo 80 das plantas sendo
consideravelmente aceitaacutevel (SOUZA et al 2003)
No que se refere a implantaccedilatildeo de povoamentos uma atenccedilatildeo especial
deve ser direcionada agrave escolha do espaccedilamento a ser utilizado No Estado do Paraacute
diversos espaccedilamentos tem sido adotados (3x3 m 4x4 m 3x4 m 5x4 m 6x4 m)
16
principalmente em plantios mais antigos estando os mais recentes em maior
padronizaccedilatildeo com espaccedilamentos de 4x4 m Isso provavelmente se deve agrave
facilidade de mecanizaccedilatildeo (MARQUES et al 2006) Aleacutem disso estudos vecircm
comprovando que o espaccedilamento 4x4 m eacute mais utilizado pois proporciona a melhor
relaccedilatildeo entre crescimento em altura e diacircmetro das aacutervores (ROSA 2006b)
Em sistemas silviculturais mais adensados ou em plantios puros o paricaacute
tem demonstrado crescimento inicial em altura bastante raacutepido sendo necessaacuterios
desbastes para manter equiliacutebrio adequado entre a retirada de indiviacuteduos de
qualidade inferior doentes ou danificados e a manutenccedilatildeo de espaccedilamento
aproximadamente regular entre as plantas Deve-se ressaltar entretanto que a
espeacutecie eacute bastante suscetiacutevel aos danos causados por ventos fortes principalmente
nos estaacutegios iniciais de desenvolvimento As aacutervores isoladas e plantas da
bordadura satildeo mais propensas a quebras poreacutem estes danos satildeo bastante
reduzidos com a presenccedila de mata ou de relevo ondulado nas proximidades que
possam proteger o povoamento e reduzir esses efeitos do vento (SOUZA et al
2003)
No estudo realizado por Rondon (2002) concluiu-se que ateacute o terceiro ano o
paricaacute eacute altamente vulneraacutevel ao vento principalmente nos espaccedilamentos 4x2 m e
2x2 m Por tal motivo medidas preventivas devem ser tomadas no iniacutecio da
implantaccedilatildeo deixando-se uma faixa de mata nativa em torno do plantio Desta
maneira sob os espaccedilamentos 15x15 m 2x2 m 3x2 m 3x3 m 4x2 m 4x3 m e 4x4
m avaliadas pelo autor os dois uacuteltimos foram os que proporcionaram maiores
crescimentos em altura e diacircmetro
213 Utilizaccedilatildeo do paricaacute
Essa espeacutecie eacute bastante utilizada na produccedilatildeo de lacircminas meacutedias ou parte
interna de compensados caixotaria leve portas e parquete tendo em vista que
pode ser alcanccedilado o rendimento de ateacute 80 de aproveitamento da madeira no
processo de laminaccedilatildeo (MARQUES et al 2006)
17
Ela pode ser utilizada para produccedilatildeo energeacutetica assim como a produccedilatildeo de
papel e celulose por sua facilidade de branqueamento Propriedades medicinais
tambeacutem podem ser encontradas principalmente na casca (CARVALHO 2007)
Carvalho (2007) afirma ainda que esta espeacutecie tem grande potencial para
recuperaccedilatildeo de aacutereas degradadas Por ser uma espeacutecie pioneira o paricaacute tem bom
desenvolvimento na maioria dos solos amazocircnicos contribuindo com
sombreamento o desenvolvimento de espeacutecies cliacutemax que por ventura se
estabeleccedilam na aacuterea
O paricaacute pode ser utilizado ainda para artesanato sendo seu uso mais
comum na fabricaccedilatildeo de brinquedos saltos para calccedilados e aeromodelismo
(SOUZA et al 2003)
22 CRESCIMENTO E PRODUCcedilAtildeO DO PARICAacute
O crescimento e a produccedilatildeo de um povoamento florestal dependem da
idade da capacidade produtiva do grau de utilizaccedilatildeo do potencial produtivo do lugar
e de tratamentos silviculturais (SCOLFORO 2006 CAMPOS LEITE 2009) Esta
relaccedilatildeo pode ser mensurada por meio de modelos de crescimento e produccedilatildeo
mecaniacutesticos ou empiacutericos sendo este uacuteltimo o mais utilizado
Santos (2012) estudando o crescimento e produccedilatildeo de plantios de paricaacute
sob diferentes espaccedilamentos ajustou o modelo logiacutestico para estimar o crescimento
em diacircmetro e volume das aacutervores em cada espaccedilamento em funccedilatildeo da idade O
autor observou efeito significativo do espaccedilamento sobre as variaacuteveis diacircmetro
quadraacutetico e volume em todas as idade evidenciando a dependecircncia entre os
fatores
Neste mesmo estudo foi constatado que a maior diferenccedila entre as meacutedias
do diacircmetro quadraacutetico e o volume foi entre os espaccedilamentos extremos 3x2 m e 5x5
metros Assim o maior crescimento em diacircmetro quadraacutetico foi verificado no espaccedilo
vital com 25 msup2 e o maior crescimento em volume por aacuterea no espaccedilamento de 6msup2
Anteriormente Hoffmann (2009) jaacute havia verificado a influecircncia do diacircmetro
no rendimento da laminaccedilatildeo em que o aumento do diacircmetro promoveu maior
rendimento O mesmo foi observado por Silva et al (2013)
18
23 RENDIMENTO EM LAMINACcedilAtildeO DE PARICAacute
A produccedilatildeo de lacircminas em escala comercial surgiu a partir do seacuteculo XX
sendo impulsionada no Brasil na deacutecada de 30 com o objetivo de confeccionar
madeira compensada que tem como mateacuteria-prima paineacuteis de lacircminas de madeira
Este material eacute submetido a um processo de colagem e prensagem com adesivos
resistentes ou agrave prova drsquoaacutegua tendo muacuteltiplas aplicaccedilotildees na construccedilatildeo civil na
fabricaccedilatildeo de moacuteveis formas para concreto embalagens transporte e aplicaccedilotildees
agriacutecolas (BORDUELLE IWAKIRI MARTINS et al 2006 IWAKIRI PRATA 2008)
A qualidade da laminaccedilatildeo eacute influenciada por caracteriacutesticas da espeacutecie
(densidade da madeira) caracteriacutesticas do fuste (diacircmetro e forma) e gratilde (direccedilatildeo e
inclinaccedilatildeo) e por condiccedilotildees operacionais do equipamento (velocidade de corte
ajuste da geometria da faca e barra de pressatildeo afiaccedilatildeo da faca) sendo que a
automaccedilatildeo dos equipamentos tem resultado em lacircminas de maior qualidade e
produtividade (TSOUMIS 1991)
Esta busca pela qualidade e produtividade tem aumentado o interesse nos
estudos sobre a prognose do crescimento e da produccedilatildeo de povoamentos e do
processo de laminaccedilatildeo Isto ocorre porque as empresas florestais procuram
investimentos soacutelidos devido aos compromissos de longo prazo assumidos
As estimativas da produccedilatildeo de mateacuteria-prima e do rendimento do produto
final contribuem com o planejamento da empresa em relaccedilatildeo a novos investimentos
novos produtos a serem lanccedilados no mercado aleacutem da viabilidade do projeto em
execuccedilatildeo e de futuros investimentos Por isso faz-se necessaacuterio conhecer todo o
processo produtivo do produto com o qual se estaacute trabalhando
A laminaccedilatildeo da madeira pode ser obtida por meio de duas formas
comerciais
a) Lacircminas torneadas ndash obtidas a partir do ldquodesenrolamentordquo de toras grossas
relativamente curtas utilizando torno laminador
b) Lacircminas faqueadas ndash obtidas a partir de cortes planos realizados por
faqueadeira em peccedila de madeira em bloco
Independentemente do meacutetodo de obtenccedilatildeo de lacircminas um dos objetivos da
empresa florestal eacute a busca pelo aumento da produtividade Estas informaccedilotildees satildeo
obtidas por meio do acompanhamento do processo de transformaccedilatildeo das aacutervores
19
em lacircminas e a partir dos valores obtidos subtrai-se o produto final da quantidade
de madeira que iniciou o processo obtendo-se assim o rendimento
Para o paricaacute o rendimento encontrado em estudos realizados por Hoffmann
(2009) foi de aproximadamente 5031 em aacutervores aos 5 anos Jaacute Melo (2012)
alcanccedilou rendimento meacutedio de 59 Este autor afirma ainda que o rendimento em
laminaccedilatildeo pode ser facilmente estimado por meio de variaacuteveis dendromeacutetricas da
tora obtendo-se menores perdas para aacutervores com maiores diacircmetros
O resultado encontrado por Melo (2012) eacute semelhante ao de Bortoletto
Juacutenior e Belini (2002) para outra espeacutecie do mesmo gecircnero Estudando a produccedilatildeo
de lacircminas e compensados de guapuruvu (Schizolobium parayba (Vell) Blake)
proveniente de plantios mistos de espeacutecies nativas estes autores observaram que o
rendimento do processo de laminaccedilatildeo foi de aproximadamente 61 em lacircminas
verdes Isso demonstra que o gecircnero Schizolobium pode conter boas caracteriacutesticas
para laminaccedilatildeo
24 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO
241 Teoria dos custos
Segundo Pinto et al (2008) algumas terminologias devem ser consideradas
na contabilidade de custos
Gasto esforccedilo realizado pela empresa para obtenccedilatildeo de um bem ou serviccedilo
Investimento gasto com bens ou serviccedilos que traratildeo benefiacutecios futuros
Despesa consumo direto ou indireto com bens e serviccedilos com a finalidade
de obtenccedilatildeo de receitas
Perda gasto natildeo intencional decorrente de fatores externos e
Custos gastos acumulados para executar uma atividade fabricar um
produto ou adquirir uma mercadoria
Essas definiccedilotildees podem ser interpretadas como ilustrada na Figura 1
20
Figura 1 Forma esquemaacutetica da distribuiccedilatildeo de gastos Fonte Adaptado de Pinto et al (2008)
Aleacutem das terminologias apresentadas faz-se necessaacuterio definir orccedilamento
anaacutelise de projeto e o caacutelculo do custo de produccedilatildeo uma vez que satildeo peccedilas
fundamentais para o teste de viabilidade econocircmica do projeto
O orccedilamento tem por objetivo a verificaccedilatildeo preacutevia de gastos e a anaacutelise de
projetos objetiva a avaliaccedilatildeo econocircmica de investimentos que seratildeo realizados Jaacute o
caacutelculo do custo de produccedilatildeo por sua vez tem por objetivo quantificar o custo por
unidade produzida sendo este sempre realizado apoacutes o fim do ciclo de produccedilatildeo
O custo por produto encontrado eacute entatildeo comparado com receita obtida com
as vendas do produto e com o montante de capital utilizado na produccedilatildeo a fim de
serem calculados os indicadores econocircmicos para aquela atividade ou seja o custo
de produccedilatildeo de uma empresa eacute determinado pelas condiccedilotildees fiacutesicas de produccedilatildeo
pelo preccedilo dos recursos e pela conduta economicamente eficiente do proprietaacuterio
Custo eacute entatildeo o preccedilo pelo qual se obteacutem um bem (FERGUSON 2003)
O caacutelculo dos custos de produccedilatildeo por sua vez natildeo eacute uma tarefa faacutecil haja
visto que haacute um grande nuacutemero de informaccedilotildees que devem ser administradas para
que se tenha no final do periacuteodo de produccedilatildeo todos os custos referentes agravequela
atividade Por isso o aconselhaacutevel eacute que se faccedila o registro dos gastos
preferencialmente por atividade para facilidade de obtenccedilatildeo dos resultados
Custos
Investimentos
Despesas
PerdasUso para execuccedilatildeo de atividades adquirir mercadorias e fabricar produtos
Gastos que seratildeo usados no futuro para geraccedilatildeo de receita
Gastos que jaacute foram utilizados para geraccedilatildeo de receita
Gastos que natildeo foram usados para geraccedilatildeo de receita
21
242 A importacircncia dos custos
Para Hildebrand (1995) os custos geralmente contribuem para a anaacutelise a
curto meacutedio e longo prazo que geram informaccedilotildees importantes para o planejamento
e mensuraccedilatildeo da eficiecircncia de operaccedilotildees atividades e processos de produccedilatildeo da
empresa a avaliaccedilatildeo de alternativas de investimento novos negoacutecios e novos
sistemas de produccedilatildeo (processos maacutequinas e equipamentos entre outros)
O setor florestal trabalha geralmente a longo prazo que eacute um horizonte de
planejamento em que a curva de custo de produccedilatildeo corresponde agrave despesa com a
aquisiccedilatildeo dos fatores ao longo do caminho de expansatildeo Isto significa que para cada
niacutevel de produccedilatildeo existiraacute uma combinaccedilatildeo dos fatores variaacuteveis de miacutenimo custo
que junto com os fatores fixos permite a produccedilatildeo de determinada quantidade
(SIMONSEN1971 FERGUSON 2003) A ausecircncia do conhecimento sobre custos
provavelmente levaraacute a maacute aplicaccedilatildeo do capital de giro menor lucro menor
rentabilidade ameaccedilas a estabilidade econocircmica financeira e ao crescimento da
empresa (FERREIRA 2007)
243 Classificaccedilatildeo dos custos
Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo vaacuterios meacutetodos satildeo encontrados na
literatura sendo selecionado o modelo a partir da caracteriacutestica do produto ou do
modelo de produccedilatildeo que estaacute sendo analisado Em funccedilatildeo disso o Instituto de
Economia Agriacutecola ndash IEA oacutergatildeo vinculado agrave Secretaria de Agricultura e
Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo desenvolveu uma metodologia para o setor
agriacutecola designado Meacutetodo do Custo Operacional
Na metodologia do custo operacional se incluem apenas as despesas
efetivamente desembolsadas pelo produtor mais a depreciaccedilatildeo de maacutequinas e
benfeitorias e o custo estimado da matildeo-de-obra familiar Assim a remuneraccedilatildeo de
todos os outros fatores de produccedilatildeo natildeo incluiacutedos fica a cargo do resiacuteduo ou seja a
diferenccedila entre o custo operacional e o valor de venda do produto (MATSUNAGA et
al 1976)
22
O esquema da estrutura do custo de produccedilatildeo utilizada pelo IEA pode ser
visualizado a seguir
Figura 2 Estrutura dos custos de produccedilatildeo utilizada pelo IEA Fonte Nachiluk e Oliveira (2012) sup1 Contribuiccedilatildeo de Seguridade Social Rural
244 Componentes do custo
Os custos podem ser denominados custos expliacutecitos e impliacutecitos Os
desembolsos realizados satildeo denominados custos expliacutecitos segundo Pindyck e
Rubinfeld (1994) os quais abrangem remuneraccedilotildees de matildeo de obra salaacuterios e
custos de materiais e locaccedilatildeo de propriedades aleacutem do custo de oportunidade Eles
satildeo importantes pois envolvem pagamentos diretamente feitos pela empresa a
outras empresas e pessoas com as quais faz negoacutecios
Jaacute os custos impliacutecitos natildeo satildeo diretamente desembolsados no processo de
produccedilatildeo mas natildeo podem deixar de ser considerados uma vez que se constituem
de fato em dispecircndios Sua mensuraccedilatildeo se daacute de maneira indireta por meio da
atribuiccedilatildeo de valores que deveratildeo representar o custo de oportunidade de seu uso
Nesta categoria enquadram-se os gastos com depreciaccedilatildeo de benfeitorias
instalaccedilotildees maacutequinas e implementos agriacutecolas e remuneraccedilatildeo do capital fixo e da
terra (CONAB 2010)
Custo operacional
Custo operacional efetivo (COE)
Despesas com operaccedilotildees
Pagamentos de salaacuterios
Gastos com maacutequinas equipamentos e
implementos
Despesas com materiais
Sementes fertilizantes corretivos defensivos
sacarias etc
Encargos sociais
Custo operacional total (COT)
Depreciaccedilatildeo com maacutequinas juros de custeio e CSSRsup1
23
A classificaccedilatildeo proposta pelo IEA compreende elementos diferenciados
poreacutem de faacutecil interpretaccedilatildeo e mais adequado agrave tomada de decisotildees Assim
segundo Matsunaga et al (1976) essa classificaccedilatildeo eacute composta dos seguintes
custos
a) Custo Operacional Efetivo ndash COE
O custo operacional efetivo envolve todos os custos expliacutecitos ou seja o
custo de todos os recursos de produccedilatildeo que exigem desembolso por parte da
empresa para sua recomposiccedilatildeo excluindo-se a matildeo-de-obra familiar
Assim mesmo que determinado produto tenha sido adquirido no periacuteodo
anterior por exemplo deveraacute ser contabilizado aqui pois em algum momento houve
o desembolso para a compra do mesmo Nesse caso eacute importante que seja utilizado
o preccedilo de mercado atual e natildeo o valor pago anteriormente devido ao custo de
oportunidade
b) Custo Operacional Total ndash COT
O custo operacional total envolve a soma do COE o valor da matildeo-de-obra
familiar e as depreciaccedilotildees que equivalem a apenas uma parte dos custos fixos
b1) Depreciaccedilatildeo
A depreciaccedilatildeo corresponde ao custo indireto exigido para acumular fundos
para substituiccedilatildeo do capital investido em bens produtivos de longa duraccedilatildeo
inutilizados pela idade uso e obsolescecircncia
b2) Valor da Matildeo-de-obra Familiar
Este valor deve ser definido considerando-se o custo de oportunidade ou
seja quanto o produtor ganharia se estivesse trabalhando em outra atividade
Considerando-se eacute claro o mesmo niacutevel teacutecnico para desenvolvimento das duas
atividades
24
c) Custo Total ndash CT
Custo total nada mais eacute que a soma do COT com o valor da remuneraccedilatildeo do
capital imobilizado com a atividade
Todo o capital investido na empresa tem custo de oportunidade uma vez
que seu uso na empresa implica deixar de empregaacute-lo noutra atividade alternativa
Por definiccedilatildeo o retorno potencial desse capital na melhor alternativa possiacutevel de
utilizaccedilatildeo forneceria a medida desse custo de oportunidade Como essa estimativa
nem sempre eacute faacutecil eacute expediente comum estimar o custo de oportunidade a partir do
retorno que o capital teria se em vez de aplicado na empresa fosse investido no
mercado financeiro como por exemplo na caderneta de poupanccedila
245 Iacutendices econocircmicos
Os iacutendices econocircmicos apresentados pelo IEA segundo Matsunaga et al
(1976) satildeo
2451 Renda Bruta (RB)
A renda bruta vem a ser o valor da produccedilatildeo ou seja tudo que eacute produzido
vezes o preccedilo do produto
Embora a Renda Bruta permita saber o quanto eacute recebido pelo produto
produzido ela natildeo diz o quanto desse valor iraacute sobrar Isso porque eacute preciso retirar o
custo de produccedilatildeo Sendo assim eacute necessaacuterio que se faccedila a anaacutelise de
rentabilidade da atividade
2452 Margem Bruta (MB)
Eacute calculada pela subtraccedilatildeo do custo operacional efetivo da renda bruta ou
seja eacute a retirada de todos os custos ocorridos sendo mais produtiva agrave medida que
resulta em valores positivos
25
2453 Margem Liacutequida (ML)
Eacute calculada pela subtraccedilatildeo do custo operacional total da renda bruta sendo
um indicativo de lucratividade Comparando-se duas empresas de igual atividade
aquela que tem maior Margem Liacutequida eacute a que possui melhor rentabilidade no
negoacutecio incluindo-se aiacute a questatildeo operacional financeira e extra-operacional
Isso quer dizer que se a ML for positiva todos os desembolsos estatildeo sendo
pagos aleacutem da depreciaccedilatildeo e a matildeo-de-obra familiar Caso contraacuterio a depreciaccedilatildeo
eou a matildeo-de-obra natildeo estatildeo sendo efetivamente pagas e a empresa estaacute se
descapitalizando
2454 Lucro (L)
O lucro vem a ser o resultado da subtraccedilatildeo da renda bruta gerada pela
venda dos produtos no mercado menos o custo total de produccedilatildeo incorrido na sua
geraccedilatildeo Simplificadamente nada mais eacute do que o resultado positivo deduzido das
vendas os custos e despesas
2455 Lucratividade (Luc)
Eacute a relaccedilatildeo do valor do lucro com o montante de vendas ou seja divide-se o
valor do lucro pela quantidade vendida (renda bruta)
2456 Iacutendice de Rentabilidade (IR)
Eacute uma medida do retorno de um investimento Calcula-se dividindo o lucro
obtido (margem liacutequida) pelo valor do investimento inicial (capital empatado) Pode-
se dizer que a rentabilidade eacute a quantidade de dinheiro que o investidor ganha para
cada quantia investida
26
246 Custos na empresa florestal
Nas empresas em geral os custos satildeo classificados em funccedilatildeo de suas
necessidades de informaccedilotildees Geralmente eles satildeo divididos por operaccedilotildees ou
setores da atividade como viveiro plantaccedilotildees tratos culturais exploraccedilatildeo florestal
atividades especiais (coleta de sementes entre outros) implantaccedilatildeo de infra-
estrutura e administraccedilatildeo (BREPOHL 1980)
Em termos econocircmicos os componentes do custo satildeo agrupados de
acordo com sua funccedilatildeo no processo produtivo nas categorias de custos variaacuteveis
custos fixos custo operacional e custo total (CONAB 2010)
Na determinaccedilatildeo da idade oacutetima de corte de povoamentos florestais eacute
necessaacuterio estudar caso a caso cada componente dos custos e das receitas
envolvidas no processo de produccedilatildeo da madeira Tudo isso pelo fato do setor
florestal conter operaccedilotildees de longo prazo Por tal motivo a anaacutelise de custos pode
ter dois enfoques a anaacutelise ex-ante ou seja antes das operaccedilotildees ocorrerem e ex-
post apoacutes terem ocorrido (GRACcedilA et al 2000)
Entre os custos analisados deve-se considerar tambeacutem a depreciaccedilatildeo que
segundo Hildebrand (1995) pode ser definida como a diminuiccedilatildeo do valor dos bens
ativos resultante do desgaste pelo uso accedilatildeo da natureza ou por obsolescecircncia
teacutecnica Assim com o tempo para tornar possiacutevel a reposiccedilatildeo do equipamento eacute
necessaacuterio acumular periodicamente uma reserva em um fundo que permitiraacute no
fim de um periacuteodo a aquisiccedilatildeo de um novo equipamento
Baseados nas necessidades do setor florestal vaacuterios estudos sobre a
viabilidade econocircmica de plantios vem sendo desenvolvidos para as mais variadas
espeacutecies arboacutereas como os obtidos por Souza et al (2003) e o Centro de Pesquisa
do Paricaacute ndash CPP Deve-se ressaltar no entanto a afirmaccedilatildeo feita por Marques et al
(2006) em que os autores concluiacuteram que o custo meacutedio para implantaccedilatildeo e
conduccedilatildeo dos povoamentos podem variar conforme a regiatildeo as teacutecnicas de preparo
de solo os tratos silviculturais adotados entre outros
27
25 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DE PROJETOS FLORESTAIS
Do ponto de vista teacutecnico Oliveira e Rezende (2004) afirmam que dois ou
mais projetos podem ser compatiacuteveis quando a execuccedilatildeo de um natildeo afeta a
implementaccedilatildeo do outro ou incompatiacuteveis em caso contraacuterio Jaacute do ponto de vista
econocircmico eles podem ser dependentes quando haacute uma relaccedilatildeo de rentabilidade
entre ambos ou independentes quando nenhum eacute afetado
Estas informaccedilotildees satildeo importantes para o bom planejamento das atividades
florestais uma vez que o investimento em um projeto deve ser baseado em um
horizonte de planejamento na maioria das vezes de longo prazo podendo variar de
finito como no caso de um plantio florestal ou infinito em um manejo sustentado de
floresta nativa (CHICHORRO et al 2010)
Para realizar a anaacutelise econocircmica eacute importante considerar a vida econocircmica
do projeto Ela corresponde ao tempo que ele produziraacute lucro a vida fiacutesica de
maacutequinas e construccedilotildees o periacuteodo de anaacutelise onde se consideram os efeitos do
projeto Aleacutem do horizonte de construccedilatildeo relacionado agrave demanda do produto e o
horizonte de dados que se refere ao periacuteodo de tempo em que eacute possiacutevel prever o
fluxo de caixa (REZENDE OLIVEIRA 2001)
A avaliaccedilatildeo econocircmica ou financeira de projetos baseia-se entatildeo no fluxo
de caixa que consiste nos custos e nas receitas distribuiacutedos ao longo da vida uacutetil do
empreendimento Os meacutetodos mais recomendados para avaliaccedilatildeo econocircmica de
projetos florestais satildeo (REZENDE OLIVEIRA 2001) valor presente liacutequido (VPL)
taxa Interna de Retorno (TIR) custo (ou Benefiacutecio) Perioacutedico Equivalente (CPE ou
BPE) custo Meacutedio de Produccedilatildeo (CMPr) razatildeo Benefiacutecio (receita)Custo (BC) e
tempo de Recuperaccedilatildeo do Capital
28
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
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31
CAPIacuteTULO 1
CUSTOS DA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA DE PARICAacute
RESUMO
O setor de florestas plantadas brasileiro vem perdendo espaccedilo no mercado
internacional pelo alto custo necessaacuterio agrave produccedilatildeo Por isso haacute a necessidade
de se investigar quais os custos mais onerosos do processo produtivo para
entatildeo se montar uma estrateacutegia de reduccedilatildeo de custos a fim de tornar o
reflorestamento novamente competitivo no mercado Deste modo objetivou-se
no trabalho estimar a produccedilatildeo de paricaacute (Schizolobium amazonicum) aos 5 6
e 7 anos em trecircs classes de produtividade e em cinco espaccedilamentos de
plantio identificando os principais custos de produccedilatildeo aleacutem dos mais afetados
pelos espaccedilamentos de plantio na regiatildeo de Paragominas PA A estimativa de
volume foi obtida segundo metodologia proposta por Silva et al (2013) e os
custos de produccedilatildeo desde as atividades de preparo da aacuterea ateacute a colheita e
transporte foram disponibilizados por produtores rurais e empresaacuterios da
regiatildeo Posteriormente fez-se a anaacutelise dos custos por meio da metodologia do
custo operacional em que se considera apenas as despesas efetivamente
desembolsadas pelo agricultor somadas agrave depreciaccedilatildeo e matildeo-de-obra familiar
Assim inferiu-se que o espaccedilamento 3x2 m foi superior em volume diante dos
outros espaccedilamentos analisados Em relaccedilatildeo agrave analise de custos o custo
operacional efetivo representou em meacutedia 65 dos custos totais de produccedilatildeo
sendo o transporte o custo individual mais expressivo em todos os
espaccedilamentos analisados Jaacute a manutenccedilatildeo foi o conjunto de atividades mais
significativo nos plantios devido ao nuacutemero e ao longo periacuteodo para sua
execuccedilatildeo Os custos totais de produccedilatildeo foram superiores em espaccedilamentos
menores independentemente da remuneraccedilatildeo ou natildeo pelo uso dos capitais
permanente e circulante
Palavras-chave Custo operacional efetivo espaccedilamento idade
produtividade
32
CHAPTER 1
PRODUCTION COST PARICAacute
ABSTRACT
The planted forest sector in Brazil has been losing ground in the international
market by the high cost needed for production Therefore there is a need to
investigate what the most expensive costs of the production process to then
build a strategy to reduce costs in order to become competitive again
reforestation in the market Thus the aim of the study was to estimate the
production of paricaacute (Schizolobium amazonicum) at 5 6 and 7 years in three
productivity classes and five planting space identifying the major costs of
production and those most affected by planting space in the region of
Paragominas PA The volume estimate was obtained according to the
methodology proposed by Silva et al (2013) and production costs since the
activities of preparation of the area to harvest and transport were provided by
farmers and entrepreneurs in the region Subsequently made to cost analysis
using the methodology of the operating cost which considers only the expenses
actually disbursed by the farmer together with the depreciation and labor
family labor Thus it was inferred that the spacing 3x2 m was higher by volume
on the other spacings analyzed Regarding the analysis of costs the effective
operating cost represented on average 65 of total production costs and
transport the most significant single cost in all spacings analyzed Have
maintenance was the most significant set of activities in plantations due to the
number and the time period for its implementation The total production costs
were higher in the smaller spacing regardless of whether or not for the use of
permanent and circulating capital
Keywords Effective operational cost spacing age productivity
33
1 INTRODUCcedilAtildeO
A crescente dificuldade em se obter madeira de florestas nativas tem
motivado empresaacuterios agrave praacutetica do reflorestamento Nesses plantios vaacuterias
espeacutecies tecircm sido utilizadas sendo o paricaacute a espeacutecie nativa de maior
expressatildeo na regiatildeo norte do paiacutes principalmente no estado do Paraacute
Segundo a ABRAF (2013) em 2012 foram plantados 87901 hectares
de paricaacute nos estados do Paraacute Tocantins e Maranhatildeo O aumento da aacuterea de
plantio nos uacuteltimos anos eacute justificado pela boa aceitaccedilatildeo desta espeacutecie no
mercado madeireiro devido aos seus variados fins como a produccedilatildeo de
lacircmina e compensado forros palitos papel moacuteveis aleacutem de peccedilas de
acabamentos e molduras
A falta de informaccedilotildees silviculturais no entanto tecircm inviabilizado a
expansatildeo de novos plantios em outras regiotildees do paiacutes Natildeo se tecircm estudos
suficientes para comprovar o melhor meacutetodo de implantaccedilatildeo desta cultura no
que se refere ao espaccedilamento a ser utilizado para maior produccedilatildeo de madeira
Este tipo de deficiecircncia pode implicar no emprego de teacutecnicas silviculturais
equivocadas que inviabiliza economicamente o cultivo reduzindo
consequentemente o interesse comercial pela espeacutecie
Os custos de produccedilatildeo devem entatildeo ser analisados para se testar a
viabilidade econocircmica dos projetos que estatildeo sendo implantados haja vista
que poucos satildeo os estudos que se referem ao monocultivo do paricaacute A
obtenccedilatildeo destes custos eacute fundamental pois eles compotildeem um ferramental de
controle e gerenciamento das atividades produtivas e de geraccedilatildeo de
importantes informaccedilotildees para auxiliar as tomadas de decisotildees pelos
produtores rurais (CONAB 2010)
Para se atestar a viabilidade econocircmica de um projeto florestal natildeo se
deve avaliar somente a espeacutecie a ser implantada mais agraves condiccedilotildees de
mercado atuais e futuras para comercializaccedilatildeo do produto Eacute notaacutevel a
importacircncia econocircmica e socioambiental do setor de florestas plantadas para o
Brasil por isso deve-se investir em conhecimento e tecnologia sobre as
espeacutecies cultivadas haja visto que o ambiente de negoacutecio para o
34
desenvolvimento desta atividade vem passando por dificuldades nos uacuteltimos
anos
A competitividade dos produtos florestais estaacute se deteriorando frente
aos seus principais concorrentes internacionais uma vez que o aumento
generalizado dos custos de produccedilatildeo de madeira no Brasil estaacute reduzindo
significativamente a rentabilidade da induacutestria integrada de base florestal e dos
produtores independentes de plantios florestais (ABRAF 2013) Comprova-se
assim a necessidade de estudos referentes aos custos de produccedilatildeo
Haacute alguns anos a importacircncia dos custos na produccedilatildeo agriacutecola e as
dificuldades de sua obtenccedilatildeo estimularam o Instituto de Economia Agriacutecola
oacutegatildeo vinculado agrave Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de Satildeo
Paulo a efetuar estimativas de custo de produccedilatildeo de diversas exploraccedilotildees
agriacutecolas por meio da metodologia designada custo operacional Neste
meacutetodo se incluem apenas as despesas efetivamente desembolsadas pelo
agricultor somadas agrave depreciaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos e matildeo-de-
obra familiar A remuneraccedilatildeo devida a todos os outros fatores de produccedilatildeo eacute
de responsabilidade do resiacuteduo ou seja a diferenccedila entre o custo operacional
e o valor de venda (MATSUNAGA et al 1976 CONAB 2010)
O ecircxito nas estimativas de custos de produccedilatildeo agriacutecola vem
estimulando pesquisadores da aacuterea florestal a utilizarem esta metodologia
tambeacutem para culturas florestais principalmente neste momento em que o
Brasil depende de medidas estruturais que promovam a reduccedilatildeo dos custos de
produccedilatildeo e incentivem o investimento para retomada da competitividade dos
produtos nacionais de base florestal no mercado internacional Por tal motivo
objetivou-se neste trabalho identificar os principais custos de produccedilatildeo bem
como o efeito dos diferentes espaccedilamentos sobre estes custos
35
2 MATERIAL E MEacuteTODOS
21 AacuteREA EM ESTUDO
Os dados utilizados neste estudo foram originaacuterios de povoamentos
homogecircneos de paricaacute (Schizolobium amazonicum) plantados sob os
espaccedilamentos 3x2 3x3 3x4 4x4 e 5x5 m localizados entre os municiacutepios de
Dom Elizeu e Paragominas Estado do Paraacute (Figura 1)
Figura 1 Localizaccedilatildeo dos municiacutepios de Dom Eliseu e Paragominas PA
O municiacutepio de Paragominas estaacute localizado no nordeste paraense
possuindo aproximadamente 20000 km2 de aacuterea territorial com 90 m de
altitude O solo caracteriacutestico da aacuterea eacute o Latossolo amarelo com vegetaccedilatildeo
originaacuteria representada pela floresta densa sendo encontradas extensas aacutereas
de mata secundaacuteria (capoeira nos seus diversos estaacutegios de desenvolvimento)
devido aos constantes desmatamentos provocados principalmente pelo
avanccedilo da agropecuaacuteria na regiatildeo (IBGE 2013a PREFEITURA MUNICIPAL
DE PARAGOMINAS 2013)
Segundo o IBGE (2013a) o clima do municiacutepio eacute do tipo mesoteacutermico e
uacutemido A temperatura meacutedia anual eacute elevada em torno de 25degC e seu regime
pluviomeacutetrico fica geralmente entre 2250 mm e 2500 mm anuais
36
O municiacutepio de Dom Eliseu pertence agrave microrregiatildeo de Paragominas
possui 5268815 kmsup2 e estaacute localizado nas coordenadas 04deg17rsquo06rdquo Sul e
47deg30rsquo18rdquo Oeste a 180 metros de altitude Ele eacute um dos municiacutepios da
chamada ldquoFronteira agriacutecola amazocircnicardquo maior produtora de commodities
agriacutecolas da porccedilatildeo norte do paiacutes e grande produtora de paricaacute (IBGE 2013b
PREFEITURA MUNICIPAL DE DOM ELISEU 2013)
22 ESTIMATIVA DA PRODUCcedilAtildeO
Foram inventariados povoamentos de paricaacute anualmente ateacute o quinto
ano sendo analisadas trecircs classes de produtividade em cada espaccedilamento
sendo elas Baixa (17 - 19 m) Meacutedia (19 ndash 21 m) e Alta (21 - 24 m)
Posteriormente empregando-se o modelo de crescimento e produccedilatildeo proposto
por Silva et al (2013) os volumes comercial e de lacircminas foram estimados
para diferentes espaccedilamentos e qualidades de local nas idades de 5 6 e 7
anos conforme o esquema apresentado na Figura 2
Figura 2 Esquema para obtenccedilatildeo dos volumes comercial e de lacircminas em povoamentos de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA
A partir dos dados de inventaacuterio estimou-se a produccedilatildeo em volume
comercial e de lacircminas por meio da metodologia proposta por Silva et al
(2013) Assim a partir de informaccedilotildees sobre as variaacuteveis aacuterea basal por
hectare (GHA) iacutendice de siacutetio (SI) altura dominante (HD) considerada como a
altura meacutedia das 100 aacutervores mais altas do povoamento (Hart) e nuacutemero de
aacutervores por hectare (NHA) na idade de cinco anos pode-se projetar a produccedilatildeo
para as idades em anaacutelise
Espaccedilamentos (m)
bull3x2
bull3x3
bull4x3
bull4x4
bull5x5
Classes de produtividade
(m)
bullBaixa
bullMeacutedia
bullAlta
Idades
(anos)
bull5
bull6
bull7
Volume comercial
Volume de lacircminas
37
A estimativa da HD na idade i foi obtida por meio da equaccedilatildeo 1
119878119868 =
119867119863119894 (1 + 119890119909119901 ((182404 minus 119860119894)
043105frasl ))
1 + 119890119909119901 ((182404 minus 119860119894119899119889
043105frasl ))
Eq 1
Em que
119890119909119901 = base de logaritmo neperiano
119867119863119894 = altura dominante na idade i
119860119894 = i-eacutesima idade (i = 5 6 7) e
119860119894119899119889 = idade iacutendice (5 anos)
Para estimativa do nuacutemero de aacutervores por hectare na idade futura
utilizou-se a equaccedilatildeo 2
1198731198671198602 = 1198731198671198601 minus ((119860119877119864119860
1198671198631)
minus20848
(119860220356 minus 1198601
20356)) Eq 2
Em que
1198731198671198602 = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade futura
1198731198671198601 = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade corrente
119860119877119864119860 = aacuterea meacutedia ocupada por cada planta no plantio
1198671198631 = altura dominante na idade corrente
1198601 = idade corrente e
1198602 = idade futura
A aacuterea basal por hectare foi estimada por meio da equaccedilatildeo 3
119866119867119860119894 = 000523119867119863119894145720119873119867119860053967
119894 Eq 3
Em que
NHAi = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade i
38
Apoacutes a obtenccedilatildeo de todas as variaacuteveis os volumes comercial e de
lacircminas foram estimados pelas equaccedilotildees 4 e 5
119881119879119867119860119894 = 122839119866119867119860119894093941119867119863119894
071858 Eq 4
119881119862119867119860119894 = 003388119866119867119860119894069131119867119863119894
183907 Eq 5
Em que
119881119879119867119860119894 = volume comercial por hectare e
119881119862119867119860119894 = volume de lacircminas por hectare
23 DESCRICcedilAtildeO DAS ATIVIDADES
Por se tratarem de aacutereas anteriormente ocupadas por pastagem fez-se
necessaacuterio o combate agrave formigas e limpeza da aacuterea manualmente e com
auxiacutelio de trator a fim de retirar do local galhos tocos e raiacutezes que por ventura
atrapalhassem o processo de mecanizaccedilatildeo
Para todas as aacutereas de plantio fez-se a anaacutelise de solo verificando-se
a necessidade de correccedilatildeo com uma tonelada de calcaacuterio dolomiacutetico por
hectare Assim foi realizada a calagem precedida da gradagem com auxiacutelio da
terceirizaccedilatildeo de tratores agriacutecolas
Apoacutes o preparo do solo iniciou-se o processo de alinhamento
marcaccedilatildeo e coveamento respeitando o espaccedilamento preacute-determinado para
cada local considerando que uma pessoa consegue abrir 500 covasdia
Posteriormente foram acrescentados 100g de NPK (6-30-6) por cova antes do
plantio das mudas de paricaacute Adubaccedilotildees de cobertura e um ano apoacutes o plantio
tambeacutem ocorreram com o objetivo de aumentar o iacutendice de sobrevivecircncia agraves
plantas
Como no campo eacute difiacutecil controlar os fatores bioacuteticos e abioacuteticos a
mortalidade de plantas eacute inevitaacutevel por isso foi observada a necessidade de
39
replantio de 5 das mudas logo no primeiro ano segundo informaccedilotildees
disponibilizadas pela empresa
A manutenccedilatildeo relativa agrave limpeza dos plantios se deu pelo coroamento
das mudas aplicaccedilatildeo de herbicida manualmente e roccedilada mecacircnica do
primeiro ao terceiro ano Desta forma natildeo houve competiccedilatildeo com plantas
invasoras que poderiam inibir o crescimento das mudas Assim devido ao
ambiente favoraacutevel e as condiccedilotildees propiacutecias de crescimento e produccedilatildeo foi
possiacutevel extrair a madeira para laminaccedilatildeo no quinto ano apoacutes a implantaccedilatildeo
A colheita foi realizada de forma semi-mecanizada (motosserra)
seguida do baldeio e carregamento ateacute a beira da estrada O transporte ateacute a
induacutestria de beneficiamento foi realizado por caminhatildeo tipo bitrem com
capacidade para 44000 kg ao preccedilo meacutedio de R$59192 por viagem
O valor da matildeo-de-obra familiar foi considerado como o custo de
administraccedilatildeo ou seja quando o proprietaacuterio presta serviccedilos na proacutepria
empresa Assim a remuneraccedilatildeo paga pelo custo de administraccedilatildeo foi
equivalente a 10 dos custos efetivamente desembolsados pela empresa
Em relaccedilatildeo agraves aacutereas onde os plantios foram realizados estas jaacute
pertenciam a empresa Laminit por isso natildeo houve a necessidade de aquisiccedilatildeo
ou arrendamento do terreno Poreacutem considerou-se o custo de oportunidade
ou seja a remuneraccedilatildeo do capital investido (permanente e circulante) por meio
do caacutelculo da parcela sobre o bem adquirido e utilizado na produccedilatildeo e inclusa
no custo fixo da produccedilatildeo Logo o investimento do produtor foi remunerado agrave
taxa de 6 ao ano como se fosse aplicado o capital em outro investimento
alternativo conforme recomendaccedilotildees da CONAB (2010)
24 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS
Para anaacutelise dos custos de produccedilatildeo florestal foi necessaacuteria a coleta de
dados anuais de todas as despesas e receitas contraiacutedas em cada
espaccedilamento durante o periacuteodo entre 2006 e 2013 O esquema da disposiccedilatildeo
dos gastos na planilha de custo pode ser observado na Tabela 1
40
Tabela 1 Distribuiccedilatildeo dos gastos efetuados para implantaccedilatildeo de povoamentos de paricaacute
Descriccedilatildeo Un R$un
Quantidade utilizada
Espaccedilamento (m)
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
Preparo da aacuterea
Anaacutelise de solo un 3450 1 1 1 1 1
Limpeza manual Diaacuteria 3500 1 1 1 1 1
Limp mecanizada ht 10218 1 1 1 1 1
Gradagem ht 10218 15 15 15 15 15
Calagem ht 6846 05 05 05 05 05
Calcaacuterio ton 8967 1 1 1 1 1
Alinhamento Diaacuteria 3500 2 14 1 08 05
Coveamento Diaacuteria 3500 334 223 167 125 08
Cercamento R$ha 30000 1 1 1 1 1
Constr de estradas R$ha 13390 1 1 1 1 1
Constr de aceiros Diaacuteria 3500 4 4 4 4 4
Adubaccedilatildeo
Adubo Kg 123 5001 3336 2502 1875 120
Adubaccedilatildeo Diaacuteria 3667 45 3 225 195 106
Plantio
Transp de mudas ht 5000 05 05 05 05 05
Mudas un 038 1751 1168 876 657 420
Plantio e replantio Diaacuteria 3500 4 27 2 15 1
Manutenccedilatildeo
Formicida Kg 674 125 10 83 695 551
Aplic de formicida Diaacuteria 3703 893 748 651 578 525
Transp de insumos ht 4233 2 2 2 2 2
Coroamento Diaacuteria 3761 67 45 35 25 16
Roccedilada ht 5602 4 5 6 7 85
Herbicida L 1732 8 9 10 105 12
Aplic de herbicida Diaacuteria 3761 4 45 5 55 6
Manutenccedilatildeo de aceiro Diaacuteria
3744 6 6 6 6 6
Manut de estrada ht 8699 469 469 469 469 469
Materiais - 6892 8 8 8 8 8
Encargos - 8185 7 7 7 7 7
Colheita e Transporte
Corte e toragem msup3 215 1844 1744 1524 1341 11705
Baldeio msup3 096 1844 1744 1524 1341 11705
Carregamento msup3 097 1844 1744 1524 1341 11705
Transporte msup3 659 1844 1744 1524 1341 11705 Valores deflacionados e descapitalizados para o ano de 2006 Considerando o volume comercial em classe de produtividade alta (21 - 24 m) com corte aos 6 anos
Os custos envolvidos nas atividades de implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo dos
povoamentos foram disponibilizados por produtores rurais da regiatildeo de
41
Paragominas Tambeacutem foram disponibilizados por empresaacuterios locais os
dados referentes agrave exploraccedilatildeo e transporte da madeira ateacute a empresa
referente a uma distacircncia meacutedia de 80 km
Para comparaccedilatildeo entre os valores incorridos durante periacuteodos
diferentes no tempo fez-se o deflacionamento dos custos para o periacuteodo
inicial (implantaccedilatildeo dos povoamentos) A correccedilatildeo da perda monetaacuteria causada
pela inflaccedilatildeo foi obtida por meio do Iacutendice Geral de Preccedilo ndash Disponibilidade
Interna (IGP ndash DI) o qual eacute responsaacutevel pelo registro da inflaccedilatildeo de preccedilos de
mateacuterias-primas agriacutecolas
Posteriormente os valores deflacionados foram descapitalizados para o
ano 0 (2006) a fim de facilitar a anaacutelise econocircmica A descapitalizaccedilatildeo foi
obtida pela seguinte foacutermula
1198810 =119881119899
(1 + 119894)119899 Eq 6
Em que
1198810 = valor inicial correspondente ao periacuteodo de implantaccedilatildeo do povoamento
(R$)
119881119899 = valor final correspondente ao ano j (R$)
119894 = taxa de juros (6 aa) e
119899 = nuacutemero de periacuteodos (anos)
25 CLASSIFICACcedilAtildeO DOS CUSTOS
Para o caacutelculo dos custos de produccedilatildeo do paricaacute foi adotada a
metodologia descrita pelo Instituto de Economia Agriacutecola (IEA) oacutergatildeo vinculado
agrave Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo Neste
caso foram considerados os custos efetivos de produccedilatildeo ou seja aquele
dinheiro efetivamente desembolsado pelo proprietaacuterio para o pagamento da
mateacuteria-prima produtos ou serviccedilos adquiridos
42
A depreciaccedilatildeo foi aqui desconsiderada pela indisponibilidade de
informaccedilotildees sobre as maacutequinas equipamentos e benfeitorias Assim
considerou-se que todos os maquinaacuterios e equipamentos utilizados para a
implantaccedilatildeo conduccedilatildeo extraccedilatildeo e transporte dos povoamentos foram de
origem terceirizada
Os custos de produccedilatildeo foram entatildeo divididos segundo sua origem
sendo classificados de acordo com a metodologia de custos proposta pelo IEA
a) Custo operacional efetivo (COE) ndash correspondente a todos os custos
expliacutecitos
b) Custo operacional total (COT) ndash correspondente ao somatoacuterio do custo
operacional efetivo e matildeo-de-obra familiar (MO)
c) Custo Total (CT) ndash soma do custo operacional total e do custo de
oportunidade (CO) que eacute a remuneraccedilatildeo do capital circulante e do capital
fixo
As foacutermulas para obtenccedilatildeo do custo operacional total e custo total
encontram-se a seguir
119862119874119879 = 119862119874119864 + 119872119874 Eq 7
119862119879 = 119862119874119879 + 119862119874 Eq 8
43
3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
31 ESTIMATIVA DE VOLUME
A partir das equaccedilotildees ajustadas por Silva et al (2013) para
povoamentos de paricaacute foi possiacutevel estimar o volume comercial e de lacircminas
em trecircs ocasiotildees no tempo e em diferentes classes de produtividade nos cinco
espaccedilamentos de plantio como pode ser observado na Tabela 2
Tabela 2 Volumes comercial (VTHA) e de lacircminas (VCHA) estimados nos diferentes espaccedilamentos de plantio de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA
Idade Espaccedil
(m)
VTHA (msup3ha) VCHA (msup3ha)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 16229 18511 19336 5638 6858 7915
3x3 - 15498 18126 - 6163 7671
3x4 - 13328 15983 - 5476 7009
4x4 7133 13551 14623 2800 5705 6468
5x5 7351 8790 13093 3191 4124 6231
6 a
no
s
3x2 15173 16865 18439 5370 6411 7666
3x3 - 14606 17439 - 5912 7473
3x4 - 12325 15244 - 5188 6787
4x4 7178 11745 13410 2827 5146 6082
5x5 7115 8867 11705 3118 4158 5759
7 a
no
s
3x2 14315 15607 16406 5144 6054 7029
3x3 - 13920 16489 - 5706 7170
3x4 - 11890 14648 - 5052 6590
4x4 7028 11464 13067 2783 5055 5967
5x5 7020 8726 11515 3087 4109 5690
Em que VTHA= volume comercial por hectare VCHA= volume de lacircminas por hectare Espaccedil= espaccedilamento de plantio
A divisatildeo dos povoamentos em classes de produtividade eacute explicada
por Oliveira et al (2008) Segundo os autores a estratificaccedilatildeo realizada por
44
meio de classes de produtividade resulta em estimativas de volume mais
precisas proacuteximo agrave idade de corte Por isso a adoccedilatildeo das trecircs classes
A falta de informaccedilotildees nos espaccedilamentos intermediaacuterios 3x3 e 3x4 m
na classe de produtividade baixa ocorreu pela ausecircncia de povoamentos
nestas condiccedilotildees de siacutetio
A diferenccedila no volume comercial de madeira foi de 323 entre os
espaccedilamentos extremos 3x2 e 5x5 m na classe de produtividade alta sendo
maior o volume nos menores espaccedilamentos Resultados semelhantes foram
encontrados por Macedo et al (2005) com povoamentos de Teca em Minas
Gerais e Hoffmann (2009) em seu trabalho sobre caracterizaccedilatildeo
dendromeacutetrica e rendimento em laminaccedilatildeo de paricaacute na regiatildeo de
Paragominas PA
A diferenccedila no volume tem comportamento exponencial agrave medida em
que se utilizam siacutetios de menor produtividade sendo constatada uma diferenccedila
de 525 e 547 no volume entre os espaccedilamentos extremos nas classes
de produtividade meacutedia e baixa respectivamente Comportamento semelhante
foi observado para o volume de lacircminas de paricaacute Houve diferenccedila crescente
no volume entre os espaccedilamentos extremos sendo menor na classe de
produtividade alta (213)
Aos 6 anos a diferenccedila no volume entre os espaccedilamentos extremos foi
superior agrave idade anterior Na classe de produtividade alta a diferenccedila no
volume comercial foi de 365 Jaacute o volume de lacircminas abrangeu diferenccedila de
249
Nos siacutetios de baixa produtividade o volume comercial de madeira no
espaccedilamento 3x2 m foi 177 menor comparado ao de produtividade alta
Esta porcentagem encontra-se dentro do intervalo indicado por Morales et al
(2010) para povoamentos de pinus Segundo os autores a produtividade do
pinus foi reduzida entre 14 a 36 nos diferentes siacutetios de produccedilatildeo
Nos espaccedilamentos 4x4 e 5x5 m esta diferenccedila foi mais significativa
com aproximadamente 465 e 392 respectivamente Isso se deve entre
outras coisas agrave morte natural das plantas com diacircmetros mais acentuados
tornando mais expressiva a reduccedilatildeo de volume
Comparando a produccedilatildeo de paricaacute em relaccedilatildeo a idade de corte pode
ser observada uma reduccedilatildeo no volume de madeira do quinto para o sexto ano
45
Este comportamento pode ser resultado do autodesbaste caracteriacutestico da
espeacutecie Por se tratar de uma espeacutecie pioneira ela atinge o aacutepice de
incremento na idade meacutedia de 5 anos sendo mais viaacutevel seu corte neste
periacuteodo (CARVALHO 2007)
Balloni e Simotildees (1980) anteriormente jaacute haviam afirmado que a
porcentagem de aacutervores dominadas e mortas cresce com o avanccedilo da idade
sendo mais intenso e precoce nos espaccedilamentos mais apertados Por isso a
idade de corte deve ser definida em funccedilatildeo do ritmo de crescimento
espaccedilamento finalidade da madeira e suas interaccedilotildees
32 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO
O levantamento de custos como citado anteriormente seguiram a
metodologia sugerida pelo Instituto de Economia Agriacutecola ndash IEA sendo
agrupados por atividade
321 Custo operacional efetivo ndash COE
Todas as atividades desde a implantaccedilatildeo ateacute a exploraccedilatildeo dos
povoamentos de paricaacute foram identificadas e os gastos estimados para
obtenccedilatildeo dos custos efetivamente desembolsados pelo produtor sendo que os
custos foram deflacionados e descapitalizados para o ano de 2006 A soma
dos custos das atividades desenvolvidas durante este periacuteodo com corte aos
5 6 e 7 anos podem ser observadas na Tabela 3
Nos povoamentos em estudo os custos de implantaccedilatildeo variaram entre
R$80000 a R$180000 entre os espaccedilamentos extremos sendo menor
quanto menor o nuacutemero de plantas por hectare Este montante representa
entre 18 e 26 do custo total de produccedilatildeo de paricaacute demonstrando sua
importacircncia em relaccedilatildeo agrave outros custos
46
Tabela 3 Custo Operacional Efetivo (COE) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006
Idade Espaccedilamento
(m)
COE do volume comercial (R$ha) COE do volume de lacircminas (R$ha)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 501646 501646 501646 648938 667703 674487
3x3 - 437995 437995 - 586899 608517
3x4 - 408969 408969 - 540219 562057
4x4 388309 388309 388309 468849 521642 530459
5x5 369666 369666 369666 451856 463692 499083
6 a
no
s
3x2 512608 512608 512608 639852 652755 664594
3x3 - 451539 451539 - 574684 595999
3x4 - 423545 423545 - 529527 551493
4x4 404176 404176 404176 471255 505786 518322
5x5 385283 385283 385283 451891 465242 486598
7 a
no
s
3x2 527155 527155 527155 637832 646772 652303
3x3 - 465086 465086 - 573035 590806
3x4 - 436693 436693 - 530595 549673
4x4 416824 416824 416824 477086 507776 518871
5x5 398191 398191 398191 458394 470202 489495
47
O custo no espaccedilamento 5x5 m foi semelhante ao encontrado por Silva
et al (2004) para a implantaccedilatildeo de 1 ha de eucalipto na regiatildeo de Brasiacutelia
quando os valores foram corrigidos para o mesmo periacuteodo demonstrando
semelhanccedila na implantaccedilatildeo das duas culturas
Nos povoamentos analisados natildeo houve diferenccedilas nos custos para
implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo nos plantios com classes de produtividade distintas
os quais objetivavam a produccedilatildeo de volume comercial Em contrapartida
houve o acreacutescimo de gastos a medida em que se reduziu os espaccedilamentos
de plantio ou seja quanto menor a aacuterea ocupada por plantas maiores os
gastos com alinhamento marcaccedilatildeo de covas coveamento plantio e adubaccedilatildeo
Em relaccedilatildeo ao volume de lacircminas ocorreu a distinccedilatildeo dos custos entre
classes de produtividade uma vez que os custos com colheita e transporte
estatildeo relacionados com o volume colhido Assim em classes de produtividade
alta e menor espaccedilamento de plantio o COE foi superior em comparaccedilatildeo aos
outros povoamentos analisados
Como observado aos 5 anos natildeo houve diferenccedila no COE
independente da classe de produtividade nos povoamentos em que satildeo
mensurados o volume comercial de madeira Isso foi reflexo da quantidade de
plantas inseridas no local que no plantio foram invariaacuteveis independente da
qualidade do terreno O mesmo foi notado quando se estimou os custos para
exploraccedilatildeo de madeira aos 7 anos
A reduccedilatildeo no COE da produccedilatildeo de lacircminas com o aumento da idade
de exploraccedilatildeo eacute explicado pela reduccedilatildeo ocorrida no volume de madeira
causado pela mortalidade das plantas como observado no trabalho de Silva et
al (2013) Assim diminuem-se proporcionalmente os custos com colheita
transporte e outras atividades de manutenccedilatildeo
322 Custo operacional total ndash COT
O custo operacional total envolveu o COE e a matildeo-de-obra familiar
considerada aqui como o custo de administraccedilatildeo ou seja os proprietaacuterios dos
48
povoamentos eram os responsaacuteveis pela administraccedilatildeo dos plantios A
participaccedilatildeo do COT pode ser observada na Tabela 4
O custo da matildeo-de-obra foi considerado como um custo operacional
efetivo pois natildeo houve somente um gasto mas um desembolso ou seja uma
saiacuteda de caixa Jaacute a matildeo-de-obra familiar eacute parte do custo de produccedilatildeo pois
consistiu em uma alocaccedilatildeo de recurso produtivo (matildeo-de-obra) para a geraccedilatildeo
do produto (madeira) representando cerca de 10 dos custos de produccedilatildeo
Observando a tabela 4 pode-se notar que o maior custo de
administraccedilatildeo foi obtido para o espaccedilamento 3x2 m quando o objetivo era a
laminaccedilatildeo com custo de aproximadamente R$67450 Jaacute o espaccedilamento 5x5
m com objetivo de venda da floresta em peacute obteve o menor custo com
aproximadamente R$37000 por hectare
Resultados semelhantes foram encontrados para a produccedilatildeo de
madeira aos 6 anos Os menores custos de administraccedilatildeo estatildeo relacionados
aos menores custo de implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo dos povoamentos Aos 6 anos
o custo de administraccedilatildeo no espaccedilamento 5x5 m em classe de produtividade
alta com o objetivo de produccedilatildeo de lacircminas foi de aproximadamente R$48660
e R$38528 quando se objetivou a venda da madeira em peacute
Os custos de administraccedilatildeo tambeacutem foram reduzidos a medida em que
se aumentou o tempo para exploraccedilatildeo dos povoamentos devido a reduccedilatildeo do
volume por hectare sendo outro indicio de que esta espeacutecie deve ser
explorada logo aos 5 anos apoacutes o plantio
49
Tabela 4 Custo Operacional Total (COT) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006
Idade Espaccedilamento
(m)
COT do volume comercial (R$ha) COT do volume de lacircminas (R$ha)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 551811 551811 551811 713832 734473 741936
3x3 - 481795 481795 - 645589 669368
3x4 - 449865 449865 - 594241 618263
4x4 427140 427140 427140 515733 573807 583505
5x5 406633 406633 406633 497042 510062 548991
6 a
no
s
3x2 563869 563869 563869 703837 718031 731053
3x3 - 496693 496693 - 632152 655599
3x4 - 465900 465900 - 582479 606642
4x4 444594 444594 444594 518380 556365 570155
5x5 423812 423812 423812 497080 511767 535258
7 a
no
s
3x2 579871 579871 579871 701615 711449 717534
3x3 - 511595 511595 - 630338 649886
3x4 - 480362 480362 - 583655 604641
4x4 458507 458507 458507 524794 558554 570758
5x5 438010 438010 438010 504233 517223 538444
50
323 Custo total ndash CT
O custo total foi obtido pelo COT acrescido da remuneraccedilatildeo paga ao
capital investido e ao custo da Terra (TABELA 5)
Apoacutes contabilizados todos os custos foi possiacutevel inferir que para o
volume comercial em espaccedilamentos mais adensados o custo total foi 2294
maior do que nos plantios mais espaccedilados independente da classe de
produtividade Jaacute em povoamentos onde o objetivo do plantio era a venda de
lacircminas ocorreu uma variaccedilatildeo nos custos em fator da classe de produtividade
e espaccedilamento de plantio
A venda da madeira aos 6 anos culminou em um acreacutescimo de 67 a
86 em comparaccedilatildeo com os mesmos povoamentos sendo explorados aos 5
anos Para a produccedilatildeo de lacircminas o aumento dos custos foi menos
expressivo No espaccedilamento 3x2 m em classe de produtividade baixa o
aumento foi de 34
A exploraccedilatildeo de povoamentos aos 7 anos foi 1347 a 1596 maior
em relaccedilatildeo a exploraccedilatildeo aos 5 anos e 726 a 801 para 6 anos Estes
nuacutemeros confirmam que os custos tecircm crescido proporcionalmente com o
passar do tempo
Os custos com a remuneraccedilatildeo do capital investido e pelo uso da terra
correspondem em meacutedia a 24 dos custos totais de produccedilatildeo Poreacutem a
maioria dos produtores rurais deixam de contabilizar estes custos por se tratar
do pagamento pelo uso dos bens que ele jaacute possui (capital e terra) resultando
em valores de produccedilatildeo abaixo do que realmente deve ser computado
Comparando a produccedilatildeo de paricaacute e Teca no espaccedilamento 3x2 m
utilizando a mesma metodologia de custos observa-se que o custo total para
cultivo da Teca eacute de aproximadamente R$1080309 valor muito proacuteximo ao
observado para o plantio de paricaacute (SANGUINO 2009)
51
Tabela 5 Custo Total (CT) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006
Idade Espaccedilamento
(m)
CT do volume comercial (R$ha) CT do volume de lacircminas (R$ha)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 730146 730146 730146 917076 940890 949501
3x3 - 649366 649366 - 838341 865776
3x4 - 612527 612527 - 779099 806814
4x4 586308 586308 586308 688522 755523 766713
5x5 562648 562648 562648 666957 681978 726892
6 a
no
s
3x2 782537 782537 782537 949133 966026 981526
3x3 - 702582 702582 - 863811 891718
3x4 - 665930 665930 - 804688 833447
4x4 640572 640572 640572 728395 773606 790019
5x5 615836 615836 615836 703043 720523 748483
7 a
no
s
3x2 843816 843816 843816 99343 100552 101299
3x3 - 759911 759911 - 905837 92986
3x4 - 721528 721528 - 848467 874257
4x4 694669 694669 694669 776132 81762 832618
5x5 669481 669481 669481 750864 766827 792907
52
De maneira geral os custos mais expressivos satildeo referentes agrave manutenccedilatildeo
dos plantios independente do espaccedilamento adotado (Figura 3) Isso eacute
consequecircncia do maior nuacutemero de atividades desenvolvidas durante este periacuteodo
que variam desde o controle de formigas agrave manutenccedilatildeo de estradas
Figura 3 Custos totais da produccedilatildeo de paricaacute sob diferentes espaccedilamentos na regiatildeo de Paragominas PA
Nota-se no entanto que quanto maior o espaccedilamento de plantio utilizado
maiores satildeo os custos de manutenccedilatildeo por hectare Como haacute menor quantidade de
aacutervores por hectare a presenccedila de plantas invasoras eacute mais acentuada
aumentando os custos para seu controle Em contrapartida os custos por hectare
53
com adubaccedilatildeo plantio colheita e transporte diminuem jaacute que o nuacutemero de aacutervores
na aacuterea eacute reduzido
Deve-se ressaltar ainda que estes custos podem variar de acordo com a
classe de produtividade a idade em que vatildeo ser explorados os povoamentos e os
tipos de atividades empregadas que podem variar de acordo com o produtor e a
regiatildeo
54
4 CONCLUSOtildeES
O custo operacional efetivo representou em meacutedia 65 dos custos totais de
produccedilatildeo sendo o transporte o custo individual mais expressivo em todos os
espaccedilamentos analisados Jaacute a manutenccedilatildeo foi o conjunto de atividades mais
significativo nos povoamentos devido ao nuacutemero e ao longo periacuteodo para execuccedilatildeo
das atividades
Os custos totais de produccedilatildeo foram superiores em espaccedilamentos menores
independentemente da remuneraccedilatildeo ou natildeo pelo uso dos capitais permanente e
circulante
A diferenccedila nos custos entre espaccedilamentos extremos 3x2 m e 5x5 m eacute
justificada pelo maior volume de matildeo-de-obra e insumos necessaacuterios para execuccedilatildeo
das atividades em locais com maior nuacutemero de plantas por hectare
55
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE FLORESTAS PLANTADAS ndash ABRAF Anuaacuterio Estatiacutestico da ABRAF 2013 Ano base 2012 Brasiacutelia ABRAF 2013 148p Disponiacutevel em lthttpwwwabraflororgbrestatisticasABRAF13ABRAF13BR pdfgt Acesso em 19 Ago 2013 BALLONI E A SIMOtildeES J W O espaccedilamento de plantio e suas implicaccedilotildees silviculturais IPEF Piracicaba v1 n 3 p 1-16 Set 1980 (Seacuterie Teacutecnica) CAMPOS J C C LEITE H G Mensuraccedilatildeo florestal perguntas e respostas Viccedilosa UFV 2002 407p
CARVALHO P E R Paricaacute (Schizolobium amazonicum) Colombo Embrapa Florestas 2007 8p (Circular Teacutecnica 142)
COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO ndash CONAB Custo de produccedilatildeo agriacutecola a metodologia da Conab Brasiacutelia Conab 2010 60p HOFFMANN R G Caracterizaccedilatildeo dendromeacutetrica e avaliaccedilatildeo do rendimento em laminaccedilatildeo de madeira em plantios de paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) na regiatildeo de Paragominas PA 2009 (97f) Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) ndash Universidade Federal do Espiacuterito Santo Jerocircnimo Monteiro ES 2009 IBGE Paraacute Dom Eliseu 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwibgegovbrcidadesat xtrasperfilphpcodmun =150293gt Acesso em 12 Ago 2013b IBGE Paraacute Paragominas 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwibgegovbrcidadesat xtrasperfilphpcodmun= 150550ampsearch=para|paragominasgt Acesso em 12 Ago 2013a MACEDO R L G GOMES J E VENTURIN N SALGADO B G Desenvolvimento inicial de Tectona grandis LF (teca) em diferentes espaccedilamentos no municiacutepio de Paracatu MG Cerne Lavras v 11 n 1 p 61-69 janmar 2005 MATSUNAGA M et al Metodologia de custo de produccedilatildeo utilizada pelo IEA Agricultura em Satildeo Paulo Satildeo Paulo v 23 p 123-139 1976 MORALES C A S ALBUQUERQUE J A ALMEIDA J A MARANGONI J M STAHL J CHAVES D M Qualidade do solo e produtividade de Pinus taeda no planalto catarinense Ciecircncia Florestal Vol 20 No 4 Oct-Dec 2010 pp 629-640 OLIVEIRA M L R LEITE H G NOGUEIRA G S GARCIA S L R SOUZA A L Classificaccedilatildeo da capacidade produtiva de povoamentos natildeo desbastados de clones de eucalipto Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v43 n11 p1559-1567 nov 2008 PREFEITURA MUNICIPAL DE PARAGOMINAS O lago verde Paragominas 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwparagominaspagovbrgt Acesso em 23 Maio 2013
56
PREFEITURA MUNICIPAL DE DOM ELISEU O municiacutepio Dom Eliseu 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwdomeliseupagovbrgt Acesso em 23 Maio 2013 SANGUINO A C Custos de implantaccedilatildeo e rentabilidade econocircmica de povoamentos florestais com teca no estado do Paraacute Ciecircncias Agraacuterias Beleacutem n 52 p 61-78 juldez 2009 SILVA G F GEZAN S A SOARES C P B ZANETI L Z Modeling growth and yield of Schizolobium amazonicum under different spacings International Journal of Forestry Research v 2013 (2013) 10 p SILVA K R MINETTI L J FIEDLER N C VENTUROLI F MACHADO E G B SOUZA A P Custos e rendimentos operacionais de um plantio de eucalipto em regiatildeo de cerrado Aacutervore Viccedilosa-MG v28 n3 p 361-366 2004
57
CAPIacuteTULO 2
ANAacuteLISE ECONOcircMICA DA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA DE PARICAacute
RESUMO
As exigecircncias atuais de mercado aliadas agraves alternativas de investimento expressam
a necessidade de avaliaccedilatildeo econocircmica de projetos florestais Essa avaliaccedilatildeo
contribui com a escolha da melhor estrateacutegia de produccedilatildeo a fim de tornar os
produtos florestais brasileiros competitivos no mercado externo Por isso objetivou-
se neste trabalho analisar a viabilidade econocircmica de povoamentos de paricaacute sob
diferentes espaccedilamentos aleacutem de determinar economicamente a melhor forma de
plantio para produccedilatildeo de madeira Estes povoamentos foram implantados na regiatildeo
de Paragominas PA em 2006 sob os espaccedilamentos 3x2 3x3 3x4 4x4 e 5x5 m
divididos em trecircs classes de produtividade A produccedilatildeo foi entatildeo estimada para as
idades de 5 6 e 7 anos por meio de equaccedilotildees de crescimento e produccedilatildeo Os
custos do plantio agrave colheita foram disponibilizados por produtores rurais e
empresaacuterios da regiatildeo assim como o valor de venda de lacircminas A partir da
obtenccedilatildeo dos custos e receitas fez-se a anaacutelise econocircmica dos projetos Para tanto
foram utilizados os iacutendices econocircmicos e o criteacuterio do benefiacutecio perioacutedico equivalente
(BPE) como formas de avaliaccedilatildeo considerando-se a taxa de desconto de 6 como
a taxa miacutenima de atratividade Apoacutes a anaacutelise dos iacutendices e criteacuterio de avaliaccedilatildeo
econocircmica pode-se concluir que o espaccedilamento 3x3 m em classe de produtividade
alta com corte aos 5 anos foi o mais indicado pois gera o maior retorno financeiro
Para os maiores espaccedilamentos estudos ainda devem ser desenvolvidos mas
acredita-se que eles sejam alternativas financeiras viaacuteveis
Palavras-chave Criteacuterios de avaliaccedilatildeo espaccedilamentos de plantio iacutendices
econocircmicos retorno financeiro
58
CHAPTER 2
ECONOMIC ANALYSIS OF PRODUCTION PARICAacute
ABSTRACT
The current market demands combined with investment alternatives express the
need for economic evaluation of forestry projects This assessment contributes to the
choice of the best production strategy in order to make the Brazilian forest products
competitive in foreign markets Therefore this study aimed to analyze the economic
feasibility of stands of paricaacute under different spacings and economically determine
the best planting for timber production These settlements were established in the
region of Paragominas PA in 2006 under the spacings 3x2 3x3 3x4 4x4 and 5x5
m divided into three classes productivity The production was then estimated for
ages 5 6 and 7 years through equations of growth and production Costs from
planting to harvest were provided by farmers and entrepreneurs in the region as well
as the value of sales of blades From procurement costs and revenues became the
economic analysis of projects For both economic indicators and criteria periodic
benefit equivalent (BPE) as forms of assessment considering the discount rate of 6
as the hurdle rate were used After analyzing the indexes and economic evaluation
criteria it can be concluded that the spacing 3x3 m in class high productivity with cut
to 5 years was the most suitable because it generates the greatest financial return
For the larger spacings studies have yet to be developed but it is believed that they
are viable alternatives financial
Keywords Evaluation criteria planting space economic indicators financial return
59
1 INTRODUCcedilAtildeO
A implantaccedilatildeo da lei dos incentivos fiscais na deacutecada de 60 motivou o plantio
de florestas para ampliar a base florestal do Paiacutes e captar recursos para o
desenvolvimento do setor (MELLO et al 2005) Esses estiacutemulos baseavam-se na
expansatildeo florestal desconsiderando a qualidade da madeira
Nos dias atuais diante das exigecircncias de mercado da competiccedilatildeo com
outros paiacuteses e das pressotildees relacionadas ao meio ambiente o Brasil tem investido
natildeo somente em produccedilatildeo mais tambeacutem em teacutecnicas silviculturais que contribuam
com a qualidade final dos produtos aleacutem de teacutecnicas que reduzam os custos
envolvidos no processo produtivo Essas metas tecircm sido alcanccediladas por meio do
planejamento dos investimentos
Para realizar um investimento eacute necessaacuterio primeiramente organizar
formalmente os objetivos por meio de um projeto relacionando os meios de que se
dispotildee para alcanccedilaacute-los Posteriormente deve-se analisar o mercado potencial do
produto a fim de obter informaccedilotildees sobre os retornos esperados do investimento
comparativamente agraves alternativas disponiacuteveis eou viaacuteveis Assim com o
planejamento adequado das atividades eacute possiacutevel identificar as exigecircncias atuais de
mercado os caminhos a serem seguidos para entatildeo construir um referencial futuro
o qual identificaraacute a viabilidade ou natildeo da implantaccedilatildeo do projeto ao qual o
planejamento se destina (REZENDE OLIVEIRA 2008)
Para implantaccedilatildeo de um projeto aleacutem de se conhecer o horizonte de
planejamento que eacute o periacuteodo estimado durante o qual o empreendimento em
anaacutelise iraacute operar faz-se necessaacuterios tambeacutem testar a sua viabilidade teacutecnica
econocircmica financeira social ambiental e poliacutetica O teste da viabilidade econocircmica
eacute considerado o mais importante entre os paracircmetros de avaliaccedilatildeo pois consiste em
verificar se no projeto as receitas superam os custos Caso isso natildeo ocorra diz-se
que o projeto eacute insustentaacutevel desde a sua implantaccedilatildeo (FARO 1979 CHICHORRO
et al 2010)
Na avaliaccedilatildeo econocircmica para decisatildeo de que o projeto deve ou natildeo ser
implementado satildeo usadas teacutecnicas e criteacuterios de anaacutelise que comparam os custos e
as receitas inerentes ao projeto A anaacutelise de projetos consiste entatildeo na verificaccedilatildeo
60
de que determinada atividade eacute lucrativa ou natildeo considerando-se um horizonte de
planejamento (REZENDE OLIVEIRA 2008)
Existem vaacuterios meacutetodos de seleccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de projetos de
investimentos Geralmente recorre-se a meacutetodos que consideram principalmente as
atividades a serem executadas os periacuteodos de execuccedilatildeo e seus respectivos custos
os produtos e o periacuteodo de tempo que levaratildeo para serem produzidos seus preccedilos
e receitas ou seja o fluxo de caixa (CHICHORRO et al 2010)
Os meacutetodos de avaliaccedilatildeo econocircmica podem entatildeo ser divididos em dois
grupos principais O primeiro grupo compreende aqueles em que natildeo se considera a
variaccedilatildeo do capital no tempo sendo indicados para horizontes de planejamentos
muito curtos onde natildeo haacute inflaccedilatildeo Jaacute o segundo grupo considera a variaccedilatildeo do
capital no tempo podendo-se citar o valor presente liacutequido (VPL) e o benefiacutecio
perioacutedico equivalente (BPE) como exemplos (SILVA et al 2005)
A variaccedilatildeo do capital ocorre devido agrave remuneraccedilatildeo paga ao seu uso por
determinado tempo ou seja os juros Assim no final do prazo estipulado natildeo
haveraacute somente a quantia emprestada mais tambeacutem um acreacutescimo que
corresponde ao custo de oportunidade do uso do capital durante o periacuteodo de
empreacutestimo O valor a ser pago no final do periacuteodo dependeraacute da taxa de juros
correspondente a unidade de tempo considerada A Conab utiliza o percentual de
6 ao ano como a taxa de retorno para a remuneraccedilatildeo dos investimentos feitos pelo
produtor como se o capital fosse aplicado em outro investimento alternativo
(OLIVEIRA REZENDE 2004 CONAB 2010)
Tendo em vista este contexto objetivou-se neste trabalho analisar a
viabilidade econocircmica de povoamentos de paricaacute sob diferentes espaccedilamentos e
determinar economicamente o melhor espaccedilamento de plantio para produccedilatildeo de
madeira
61
2 MATERIAL E MEacuteTODOS
21 OBTENCcedilAtildeO DAS RECEITAS
A partir da estimativa dos volumes comercial (VTHA msup3ha) e de lacircminas
(VCHA m3ha) nos diferentes espaccedilamentos de plantio em diferentes
idades e classes produtivas tal como proposto no capiacutetulo 1 foram contraiacutedas as
receitas Os volumes comercial e de lacircminas estimados foram multiplicados pelo valor
meacutedio de venda disponiacutevel no boletim informativo de preccedilos disponibilizado pela
Coordenadoria Executiva da Administraccedilatildeo Tributaacuteria ndash CERAT do Estado do Paraacute
2013 Obteve-se assim a receita para cada espaccedilamento analisado
22 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS
Como se trata de projetos de investimento com a finalidade de obtenccedilatildeo de
madeira foram propostos trecircs horizontes de planejamento para os povoamentos de
paricaacute Esses horizontes se referiram ao periacuteodo de tempo que estes projetos foram
avaliados correspondendo a 5 6 e 7 anos entre a implantaccedilatildeo e colheita
Sabendo-se que eacute necessaacuterio reajustar os valores investidos durante o
periacuteodo de execuccedilatildeo do projeto utilizou-se uma taxa de desconto de 6 ao ano
como forma de remuneraccedilatildeo do capital investido considerando a caderneta de
poupanccedila como sendo o melhor investimento alternativo (OLIVEIRA REZENDE
2004) A inflaccedilatildeo identificada no periacuteodo foi obtida por meio do uso do Iacutendice Geral
de Preccedilos - Disponibilidade Interna (IGP-DI) o qual mede a variaccedilatildeo de preccedilos no
mercado A descapitalizaccedilatildeo foi realizada de acordo com a metodologia descrita no
capiacutetulo 1
Para anaacutelise da viabilidade econocircmica do projeto identificaram-se as
variaccedilotildees do capital no tempo Assim em relaccedilatildeo agrave classificaccedilatildeo do projeto de
investimento este foi considerado convencional ou seja ocorreu apenas uma
mudanccedila de sinal em seu fluxo de caixa satisfazendo as seguintes condiccedilotildees
62
119862119900 lt 0
119883119895 le 0 119901119886119903119886 119895 = 1 hellip 119896
119883119895 ge 0 119901119886119903119886 119895 = 119896 + 1 hellip 119899 119890
sum 119883119895
119899
119895=119896+1
gt sum 119883119895
119896
119895=0
Em que
Co = custo inicial (R$)
k = periacuteodo de tempo a partir do qual as receitas passaram a ser positivas
Xj = receita liacutequida de cada periacuteodo j e
n = duraccedilatildeo do projeto (anos)
Depois de identificado o tipo de projeto e tendo todos os custos jaacute calculados
no capiacutetulo 1 procedeu-se a anaacutelise econocircmica dos projetos por meio da avaliaccedilatildeo
dos iacutendices econocircmicos e do benefiacutecio perioacutedico equivalente (BPE)
23 IacuteNDICES ECONOcircMICOS DA PRODUCcedilAtildeO
Para verificar a rentabilidade do sistema produtivo os seguintes iacutendices
econocircmicos de produccedilatildeo foram utilizados
a) Renda bruta (RB)
119877119861 = 119876 times P Eq1
b) Margem bruta (MB)
119872119861 = 119877119861 minus 119862119874119864 Eq 2
c) Margem liacutequida (ML)
119872119871 = 119877119861 minus 119862119874119879 Eq 3
d) Lucro (L)
119871 = 119877119861 minus 119862119879 Eq 4
63
e) Lucratividade (Lc)
119871119888 =119871
119877119861 Eq 5
f) Iacutendice de rentabilidade (IR)
119868119877 =119872119871
119862 Eq 6
Em que
119877119861 = renda bruta (R$)
119876 = quantidade de produto vendido (un)
119875 = preccedilo unitaacuterio dos produtos (R$)
119872119861 = margem bruta (R$)
119862119874119864 = custo operacional efetivo (R$)
119872119871 = margem liacutequida (R$)
119862119874119879 = custo operacional total (R$)
119871 = lucro (R$)
119862119879 = custo total (R$)
119871119888 = lucratividade ()
119868119877 = iacutendice de rentabilidade () e
119862 = capital empatado (R$) referente ao somatoacuterio do custo fixo e circulante meacutedio
podendo-se considerar ou natildeo o custo da terra
24 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DOS PROJETOS
241 Benefiacutecio perioacutedico equivalente (BPE)
Para avaliaccedilatildeo da viabilidade econocircmica por meio do BPE a seguinte
foacutermula foi utilizada
119861119875119864 =119881119875119871[(1 + 119894)119905](1 + 119894)119899119905
(1 + 119894)119899119905 minus 1 Eq 7
64
Em que
n = duraccedilatildeo do projeto (anos)
t = nuacutemero de periacuteodos de capitalizaccedilatildeo
i = taxa de desconto e
VPL = valor presente liacutequido
O VPL foi obtido pela foacutermula
119881119875119871 = sum 119877119895
119899
119895=0
(1 + 119894)minus119895 minus sum 119862119895
119899
119895=0
(1 + 119894)minus119895
Eq 8
Em que
i = taxa de desconto (juros)
j = periacuteodo em que a receita ou o custo ocorreram
n = duraccedilatildeo do projeto (anos)
Rj = receita no final do ano j ou do periacuteodo de tempo e
Cj = custo no final do ano j ou do periacuteodo de tempo considerado
O BPE permite a comparaccedilatildeo de projetos com diferentes horizontes de
planejamento pois os custos jaacute estatildeo distribuiacutedos por unidade de tempo estando
impliacutecitas as diferenccedilas de horizontes Como o desconto dos fluxos de caixa foi
estimado a partir da ldquodata presenterdquo ou seja no periacuteodo de implantaccedilatildeo do projeto
estes foram comparados quando as consequecircncias monetaacuterias estavam em um
ponto comum do tempo
65
3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
31 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA VENDA DE MADEIRA EM PEacute
A renda bruta foi estimada por meio da multiplicaccedilatildeo do volume comercial e
comercial por hectare e o preccedilo pago por cada unidade agrave qual se admitiu um valor
miacutenimo de R$5370 msup3 para venda de ldquomadeira em peacuterdquo ou seja madeira natildeo
explorada e R$45156 msup3 a venda de lacircminas de paricaacute
Identicamente aos custos as receitas foram deflacionadas e
descapitalizadas para o ano 0 a fim de possibilitar a comparaccedilatildeo entre os valores
gastos e recebidos com essa praacutetica de produccedilatildeo A renda bruta obtida com a venda
de madeira de paricaacute pode ser observada na Tabela 1
Tabela 1 Renda bruta (RB) obtida com a produccedilatildeo de madeira de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA sem considerar o custo de laminaccedilatildeo
Idade Espaccedil
(m)
VTHA (R$ha) VCHA (R$ha)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 379731 433109 452408 1109193 1349221 1557365
3x3 - 362619 424113 - 1212472 1509318
3x4 - 311840 373961 - 1077399 1379067
4x4 166887 317064 342144 550865 1122453 1272564
5x5 172002 205671 306342 627806 811406 1226000
6 a
no
s
3x2 355004 394611 431419 1056449 1261369 1508350
3x3 - 341749 408022 - 1163130 1470243
3x4 - 288386 356682 - 1020754 1335360
4x4 167940 274794 313771 556167 1012394 1196711
5x5 166477 207478 273875 613368 817994 1133134
7 a
no
s
3x2 334925 365156 383863 1012137 1191106 1382874
3x3 - 325700 385794 - 1122613 1410651
3x4 - 278203 342718 - 993941 1296571
4x4 164441 268225 305743 547531 994496 1174049
5x5 164242 204174 269414 607295 808354 1119474
Em que Espaccedil = espaccedilamento (m) VTHA = volume comercial por hectare (msup3ha) e VCHA = volume de lacircminas por hectare (msup3ha)
66
A ausecircncia de valores na classe de produtividade baixa nos espaccedilamentos
3x3 e 3x4 m eacute proveniente da inesistecircncia de povoamentos nestas condiccedilotildees de
terreno Como se tratam de plantios independentes a falta de informaccedilotildees nestes
ambientes natildeo prejudicamalteram os resultados nas outras aacutereas em estudo
Observando a Tabela 1 eacute perceptiacutevel a diferenccedila entre a renda bruta obtida
com a venda de madeira em peacute e a explorada Para siacutetios de baixa produtividade e
com corte aos 5 anos a diferenccedila entre a venda de lacircminas e madeira em peacute foi de
aproximadamente R$729000 Esta diferenccedila ocorreu porque o custo de laminaccedilatildeo
natildeo foi contabilizado por falta de informaccedilotildees sobre o processo produtivo
Natildeo existem estudos que indiquem os custos reais de laminaccedilatildeo de paricaacute
proveniente de reflorestamento e quais as atividades necessaacuterias para transformar o
torete de madeira em lacircminas de forma eficiente e com boa qualidade
A renda resultante da venda de ldquomadeira em peacuterdquo em espaccedilamentos
menores como o 3x2 m superam os mais espaccedilados como o 4x4 e 5x5 m com
receita duas vezes maior quando comparados os espaccedilamentos 3x2 e 5x5 m Esta
tendecircncia ocorre entre classes de produtividade e tambeacutem entre idades distintas
Com o aumento da idade de corte houve diminuiccedilatildeo nas receitas em todos
os espaccedilamentos pois o volume de madeira foi reduzido Isso ocorre como jaacute citado
anteriormente provavelmente devido ao autodesbaste das plantas caracteriacutestico da
espeacutecie Entretanto os custos tambeacutem sofreram reduccedilatildeo devido ao menor nuacutemero
de plantas por hectare e esta relaccedilatildeo deve ser analisada
O comportamento da renda bruta em relaccedilatildeo a madeira explorada segue a
mesma tendecircncia citada acima ou seja o menor espaccedilamento no melhor siacutetio
produtivo aos 5 anos eacute o que indica ser o mais viaacutevel Todavia deve-se interagir
custos e receitas para se inferir sobre o espaccedilamento mais adequado para se obter
a maior lucratividade
Na Tabela 2 eacute possiacutevel observar os iacutendices em siacutetios com classe de
produtividade baixa para a venda de lacircminas de paricaacute
67
Tabela 2 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute para venda preacute-corte em classe de produtividade baixa (17 ndash 19 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
5 a
no
s
MB -121915 - - -221422 -197665
ML -172080 - - -260253 -234631
L -256915 - - -325921 -297147
L (t) -350415 - - -419421 -390647
Luc -068 - - -195 -173
Lucr (t) -092 - - -251 -227
IR -047 - - -085 -079
IR (t) -038 - - -065 -060
6 a
no
s
MB -157604 - - -236236 -218806
ML -208865 - - -276654 -257335
L -316133 - - -361232 -337959
L (t) -427533 - - -472632 -449359
Luc -089 - - -215 -203
Lucr (t) -120 - - -281 -270
IR -056 - - -088 -084
IR (t) -043 - - -065 -062
7 a
no
s
MB -192230 - - -244377 -225943
ML -244145 - - -285258 -264961
L -376891 - - -388205 -363216
L (t) -508091 - - -519405 -494416
Luc -113 - - -236 -221
Lucr (t) -152 - - -316 -301
IR -065 - - -090 -086
IR (t) -048 - - -064 -060
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
Na Tabela 2 eacute possiacutevel observar que sob as condiccedilotildees analisadas nenhum
espaccedilamento eacute viaacutevel economicamente Jaacute o comportamento dos iacutendices financeiros
em classe de produtividade meacutedia pode ser observado na Tabela 3
68
Tabela 3 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute para venda preacute-corte em classe de produtividade meacutedia (19 ndash 21 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
5 a
no
s
MB -68537 -75377 -97128 -71245 -163995
ML -118702 -119176 -138025 -110076 -200962
L -203537 -193247 -207187 -175744 -263477
L (t) -297037 -286747 -300687 -269244 -356977
Luc -047 -053 -066 -055 -128
Lucr (t) -069 -079 -096 -085 -174
IR -033 -036 -043 -036 -067
IR (t) -026 -028 -034 -027 -051
6 a
no
s
MB -117998 -109790 -135159 -129382 -177806
ML -169258 -154944 -177514 -169800 -216334
L -276527 -249433 -266145 -254378 -296958
L (t) -387927 -360833 -377545 -365778 -408358
Luc -070 -073 -092 -093 -143
Lucr (t) -098 -106 -131 -133 -197
IR -046 -046 -055 -054 -071
IR (t) -035 -034 -041 -040 -052
7 a
no
s
MB -161999 -131381 -150483 -140593 -186011
ML -213914 -177089 -193352 -181475 -225030
L -346659 -292189 -301302 -284422 -323284
L (t) -477859 -423389 -432502 -415622 -454484
Luc -095 -090 -108 -106 -158
Lucr (t) -131 -130 -155 -155 -223
IR -057 -052 -059 -057 -073
IR (t) -042 -037 -042 -040 -051
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
Os prejuiacutezos obtidos nestas condiccedilotildees do terreno satildeo menores quando
comparados com siacutetios de produtividade baixa O mesmo comportamento tambeacutem
foi observado para siacutetios de classe de produtividade alta como indicado na Tabela
4
69
Tabela 4 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute pra venda preacute-corte em classe de produtividade alta (21 ndash 24 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
5 a
no
s
MB -49238 -13882 -35007 -46165 -63324
ML -99403 -57682 -75904 -84996 -100291
L -184238 -131752 -145066 -150664 -162806
L (t) -277738 -225252 -238566 -244164 -256306
Luc -041 -031 -039 -044 -053
Lucr (t) -061 -053 -064 -071 -084
IR -027 -017 -024 -028 -034
IR (t) -022 -014 -018 -021 -026
6 a
no
s
MB -81189 -43517 -66863 -90406 -111408
ML -132450 -88671 -109217 -130823 -149937
L -239718 -183160 -197848 -215401 -230561
L (t) -351118 -294560 -309248 -326801 -341961
Luc -056 -045 -055 -069 -084
Lucr (t) -081 -072 -087 -104 -125
IR -036 -026 -034 -041 -049
IR (t) -028 -020 -025 -031 -036
7 a
no
s
MB -143292 -71287 -85969 -103075 -120771
ML -195207 -116995 -128837 -143956 -159790
L -327953 -232094 -236787 -246903 -258044
L (t) -459153 -363294 -367987 -378103 -389244
Luc -085 -060 -069 -081 -096
Lucr (t) -120 -094 -107 -124 -144
IR -052 -034 -039 -045 -052
IR (t) -038 -025 -028 -032 -036
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
A inviabilidade econocircmica observada nas trecircs condiccedilotildees produtivas podem
ter sido provenientes do baixo valor de mercado praticado na regiatildeo
Apoacutes o pagamento de todos os desembolsos efetivos restou o deacutebito de R$-
13882 para o espaccedilamento 3x3 m Esta quantia jaacute pode ser considerada como
70
prejuiacutezo do investimento mesmo sem ser contabilizados o pagamento da matildeo de
obra familiar (administraccedilatildeo) e os custos de oportunidade do capital
O menor valor resultante para o espaccedilamento 5x5 m se deve ao fato de
existirem atividades iguais aos outros espaccedilamentos que estatildeo sendo executas em
tempo maior que dos outros povoamentos aumentando assim o custo de produccedilatildeo
Jaacute os resultados encontrados para o espaccedilamento 3x3 m em classe de
produtividade alta satildeo atribuiacutedos agrave eficiecircncia das operaccedilotildees de manutenccedilatildeo dos
plantios principalmente pelo controle de plantas daninhas
Depois do pagamento de todos os desembolsos efetivos foi admitida a
remuneraccedilatildeo da matildeo de obra familiar em virtude da administraccedilatildeo das aacutereas de
plantio sendo proporcional aos custos de produccedilatildeo de paricaacute A margem liacutequida
negativa indica que o empreendimento eacute economicamente inviaacutevel O valor admitido
por este iacutendice se positivo natildeo seria o lucro gerado pois ainda natildeo foi descontado
o custo de oportunidade do capital investido
Para todos os povoamentos analisados houve lucro negativo principalmente
quando foi considerada a remuneraccedilatildeo pelo uso da terra Isso significa que o
investimento natildeo foi atrativo financeiramente Este resultado natildeo eacute interessante
economicamente ao produtor e pode trazer consequecircncias ainda piores como falta
de incentivo agrave produccedilatildeo falta de demanda para venda da madeira em idade de corte
e preccedilos ainda menores do que os praticados
Considerando-se o pagamento pelo uso da terra o prejuiacutezo obtido pelo
plantio de paricaacute variou entre 53 e 316 sendo maior quando mais amplo o
espaccedilamento de plantio Desconsiderando o pagamento pelo uso da terra o
prejuiacutezo se tornou menor estando entre 31 e 236
Este iacutendice representa a capacidade da atividade de transformar
investimento em margem liacutequida Assim desconsiderando o pagamento pelo uso da
terra tem-se que para cada real investido obteve-se entre R$-090 e R$-017 de
margem liacutequida sendo mais atrativo o espaccedilamento 3x3 m em classe de
produtividade alta Considerando o custo da terra o valor foi de R$-065 a R$-014
sendo melhor nos menores espaccedilamento de plantio
Deve-se salientar novamente que o valor do msup3 de madeira utilizado nesta
pesquisa eacute proveniente do preccedilo meacutedio praticado pelo CERAT ndash PA Valores
superiores a este encontrados na regiatildeo podem alterar estes resultados tornando
estes povoamentos atrativos financeiramente (quando superiores a R$10000 msup3)
71
32 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA LAMINADA
O comportamento observado foi semelhante ao da madeira vendida em peacute
ou seja os iacutendices financeiros apontaram que a viabilidade econocircmica aos 5 anos
foi superior agraves outras idades de exploraccedilatildeo (Tabela 5)
Tabela 5 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de baixa produtividade (17 ndash 19 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
5 a
no
s
MB 460255 - - 82016 175950
ML 395361 - - 35131 130764
L 285617 - - -44157 54349
L (t) 192117 - - -137657 -39151
Luc 026 - - -008 009
Lucr (t) 017 - - -025 -006
IR 090 - - 010 039
IR (t) 074 - - 008 030
6 a
no
s
MB 416597 - - 84912 161477
ML 352612 - - 37786 116288
L 218717 - - -60828 21725
L (t) 107317 - - -172228 -89675
Luc 021 - - -011 004
Lucr (t) 010 - - -031 -015
IR 081 - - 011 034
IR (t) 065 - - 008 026
7 a
no
s
MB 374305 - - 138713 217110
ML 322390 - - 97831 178092
L 161775 - - -5115 79837
L (t) 30575 - - -136315 -51363
Luc 016 - - -001 013
Lucr (t) 003 - - -025 -008
IR 075 - - 031 058
IR (t) 057 - - 022 041
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
72
Os iacutendices econocircmicos para as classes de produtividade meacutedia e alta
encontram-se nas Tabelas 6 e 7
Tabela 6 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de meacutedia produtividade (19 ndash 21 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
5 a
no
s
MB 681518 625573 537181 600811 347713
ML 614747 566883 483159 548647 301344
L 501830 467631 391801 460430 222928
L (t) 408330 374131 298301 366930 129428
Luc 037 039 036 041 027
Lucr (t) 030 031 028 033 016
IR 137 139 126 147 087
IR (t) 114 113 101 117 069
6 a
no
s
MB 608614 588446 491228 506607 352752
ML 543338 530977 438275 456029 306227
L 406743 410719 327467 350188 208871
L (t) 295343 299319 216067 238788 97471
Luc 032 035 032 035 026
Lucr (t) 023 026 021 024 012
IR 124 133 116 125 089
IR (t) 099 104 090 095 067
7 a
no
s
MB 544335 665533 565255 585678 418169
ML 492420 619825 522386 544796 379151
L 329553 504725 414437 441850 280896
L (t) 198353 373525 283237 310650 149696
Luc 028 045 042 044 035
Lucr (t) 017 033 028 031 019
IR 113 181 159 171 123
IR (t) 087 131 114 121 086
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
73
Tabela 7 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de alta produtividade (21 ndash 24 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5 5
an
os
MB 882878 900802 817010 742105 726917
ML 815429 839950 760805 689059 677009
L 701365 737042 665754 599351 592608
L (t) 607865 643542 572254 505851 499108
Luc 045 049 048 047 048
Lucr (t) 039 043 041 040 041
IR 181 201 193 182 187
IR (t) 150 164 156 146 148
6 a
no
s
MB 843757 874244 783868 678388 646537
ML 777297 814644 728718 626556 597877
L 638225 689925 613313 518092 496052
L (t) 526825 578525 501913 406692 384652
Luc 042 047 046 043 044
Lucr (t) 035 039 038 034 034
IR 174 198 187 168 168
IR (t) 140 156 146 129 128
7 a
no
s
MB 730571 953571 867885 765231 729289
ML 678656 907863 825016 724350 690271
L 514396 792763 717066 621403 592016
L (t) 383196 661563 585866 490203 460816
Luc 037 056 055 053 053
Lucr (t) 028 047 045 042 041
IR 154 266 252 228 224
IR (t) 119 192 180 161 157
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
Contrariamente agrave preacute-colheita a venda de madeira de paricaacute poacutes-colheita
tem demonstrado viabilidade economica para as idade classe de produtividade e
espaccedilamento analisados como observados nos iacutendices a seguir
Apoacutes o pagamento de todos os custos efetivos notou-se uma vantagem no
uso de espaccedilamentos mais adensados Nestes ambientes a margem bruta foi por
74
vezes maior que 40 em relaccedilatildeo aos maiores espaccedilamentos Poreacutem restam ainda
o pagamento pela administraccedilatildeo e uso do capital No entanto verificou-se que a
maioria dos projetos avaliados foram viaacuteveis economicamente pois se obteve
resultados positivos para a madeira laminada
A matildeo-de-obra familiar foi remunerada mantendo-se o montante positivo
Este montante foi utilizado posteriormente como forma de pagamento pelo custo de
oportunidade do capital Observa-se que este iacutendice manteve a tendecircncia de
comportamento semelhante agrave margem bruta exprimindo a viabilidade dos projetos
Lucro negativo soacute foi observado em espaccedilamentos amplos como o 4x4 e
5x5 m em classe de produtividade baixa em todos os anos analisados Isso
significa que o custo de oportunidade do uso do capital natildeo estaacute sendo remunerado
O resultado encontrado eacute consequecircncia de volume insuficiente de lacircminas
para o pagamento do processo produtivo Vale salientar que o processo de
laminaccedilatildeo natildeo foi quantificado
O intervalo de lucratividade sem considerar o pagamento pelo uso da terra
variou de -31 agrave 56 ou seja existem povoamentos que em certas condiccedilotildees
foram inviaacuteveis economicamente como eacute o caso dos espaccedilamentos 4x4 e 5x5 m
em classe de produtividade baixa com exploraccedilatildeo aos 5 anos Outros povoamentos
ao contraacuterio possuem lucratividade de 56 Como exemplo pode-se citar o 3x3 m
aos 7 anos em classe de produtividade alta
Quando se considera o pagamento pelo uso da terra a mesma tendecircncia foi
observada poreacutem a lucratividade foi menor
A capacidade da atividade em transformar o investimento em margem
liacutequida variou entre R$034 e R$266 sendo mais atrativo o espaccedilamento 3x3 m
Considerando o custo da terra o valor corresponde entre R$008 e R$192 sendo
melhor quanto menor o espaccedilamento de plantio
Considerando os valores obtidos nas Tabelas 5 6 e 7 foi possiacutevel inferir
sobre os custos maacuteximos que poderiam ser destinados agrave laminaccedilatildeo para que todas
as despesas fossem pagas obtendo lucratividade zero Na Tabela 8 eacute indicado
quais satildeo estes valores
75
Tabela 8 Valores maacuteximos a serem pagos pela laminaccedilatildeo (R$msup3)
Idade Classe produtiva (m) Espaccedilamentos (m)
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5 5
ano
s Baixa 1184 - - -1930 -533
Meacutedia 2206 2414 2238 2708 1472
Alta 3144 3550 3580 3459 3812
6 a
no
s Baixa 707 - - -2400 -1260
Meacutedia 1751 2049 1753 2033 1099
Alta 2857 3317 3292 3033 3286
7 a
no
s Baixa 131 - - -3253 -2045
Meacutedia 1189 1557 1223 1543 476
Alta 2255 2916 2883 2613 2836
Estas informaccedilotildees satildeo valores meacutedios dos espaccedilamentos para cada classe
de produtividade e idade Como pressupotildee-se que em siacutetio de melhor qualidade haacute
maior renda eacute possiacutevel o pagamento de um valor substancialmente maior do que
em classe de produtividade meacutedia Observa-se ainda a inviabilidade da praacutetica de
laminaccedilatildeo em classe de produtividade baixa independente da idade de corte pois a
receita foi menor que os custos mesmo sem a laminaccedilatildeo Essa consideraccedilatildeo
reforccedila os argumentos de suporte sobre os menores espaccedilamentos serem os mais
apropriados para o plantio de paricaacute
33 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA
331 Benefiacutecio perioacutedico equivalente ndash BPE
Para a taxa de 6 aa em povoamentos natildeo explorados o BPE obtido
variou entre R$-24042 e R$-8005 para os espaccedilamentos 4x4 e 3x3 m
respectivamente (Tabela 9) Isso indica que o espaccedilamento 3x3 m na classe de
produtividade alta com corte aos 5 anos eacute o que resultou no menor prejuiacutezo
financeiro sob estas condiccedilotildees analisadas Jaacute o 4x4 m em classe de produtividade
baixa com corte aos 7 anos foi a pior escolha de investimento
76
Tabela 9 BPE de plantios de paricaacute situados na regiatildeo de Paragominas PA
Idade Espaccedil
(m)
BPE (VTHA) BPE (VCHA)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 -15515 -12312 -11154 17037 30010 41982
3x3 - -11695 -8005 - 27958 44123
3x4 - -12531 -8804 - 23408 39845
4x4 -19655 -10645 -9140 -2749 27526 35861
5x5 -17929 -15909 -9868 3161 13276 35456
6 a
no
s
3x2 -19068 -16692 -14483 13023 24305 38193
3x3 - -15066 -11090 - 24543 41296
3x4 - -16069 -11971 - 19548 36699
4x4 -21774 -15363 -13024 -3750 20911 30986
5x5 -20378 -17917 -13934 1204 12432 29663
7 a
no
s
3x2 -22761 -20948 -19825 8894 18907 29965
3x3 - -18281 -14675 - 20779 36619
3x4 - -18827 -14957 - 16500 33111
4x4 -24042 -17815 -15564 -5944 18385 28258
5x5 -22542 -20146 -16232 -842 10264 27366
Em que Espaccedil = espaccedilamento (m) BPE (VTHA) = benefiacutecio perioacutedico equivalente para venda de madeira em peacute e BPE (VCHA) = benefiacutecio perioacutedico equivalente para venda de madeira laminada
A mesma tendecircncia foi observada em povoamentos explorados em que o
BPE variou entre R$-5944 e R$44123 sendo o espaccedilamento 3x3 m a melhor
opccedilatildeo de investimento O mesmo resultado foi obtido por Pavan et al (2010) com
plantios de eucalipto no Rio Grande do Sul para laminaccedilatildeo
Caso ocorressem mudanccedilas na taxa de desconto estas contribuiriam para o
aumento ou reduccedilatildeo dos lucros do plantio Segundo Soares et al (2003) aumentos
na taxa de desconto afetam significativamente o VPL e consequentemente o BPE
indicando que quanto menor a taxa de desconto utilizada maior seraacute a lucratividade
do projeto
A partir da anaacutelise econocircmica dos diferentes sistemas de plantio pode-se
inferir que o motivo pelo qual a classe de produtividade baixa resultou em uma das
piores alternativas financeiras estaacute relacionado ao autodesbaste das plantas neste
ambiente Como estas aacutereas dispotildeem de menores recursos eacute possiacutevel que tenha
77
ocorrido uma expressiva mortalidade de plantas devido agrave concorrecircncia por luz e
nutrientes do solo
Todos os espaccedilamentos de plantio podem ser alternativas viaacuteveis que
poderatildeo contribuir de maneira mais significativa na medida em que alcancem sua
capacidade maacutexima de incremento Isso eacute obtido com a diferenciaccedilatildeo entre os
horizontes de planejamento que natildeo podem ser idecircnticos para todos os
espaccedilamentos de plantio haja vista que as aacutervores se comportam de maneiras
diferentes nestes espaccedilamentoss devido agrave disponibilidade de recursos
Esta afirmaccedilatildeo jaacute foi comprovada em estudos realizados por Cordeiro et al
(2009) em que foi constatado que o sistema de produccedilatildeo do paricaacute em cultivo puro
sob o espaccedilamento 4x3 m nos quatro primeiros anos de cultivo natildeo apresentaram
viabilidade econocircmica sugerindo a necessidade de maior horizonte de
planejamento
78
4 CONCLUSOtildeES
O monocultivo de paricaacute em qualquer um dos espaccedilamentos analisados foi
considerado inviaacutevel por todos os criteacuterios utilizados nesta anaacutelise econocircmica
quando se objetivou a venda da madeira sem exploraccedilatildeo Essa resposta estaacute
associada ao baixo valor de mercado ao qual a espeacutecie estaacute subordinada
A exploraccedilatildeo de madeira mesmo sendo um processo trabalhoso e
dispendioso eacute uma alternativa para se obter valores positivos com a produccedilatildeo de
paricaacute
Observando os custos e receitas oriundos de plantios de paricaacute pode-se
afirmar que espaccedilamentos mais amplos em classe de produtividade baixa satildeo
insuficientes para remunerar o processo de laminaccedilatildeo
O maior retorno financeiro foi obtido em povoamentos de paricaacute implantados
em classe de produtividade alta sob o espaccedilamento 3x3 m com exploraccedilatildeo aos 5
anos
79
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
CHICHORRO J F BAUER M O ANDRADE W S SILVA G F SANTOS F R SILVA J L NOGUEIRA M A Avaliaccedilatildeo econocircmica de projetos florestais In CHICHORRO J F BAUER M O GARCIA G O CALDEIRA M V W Toacutepicos especiais em ciecircncias florestais 1 ed Visconde do Rio Branco Suprema 2010 v 1 p 231-260 COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO ndash CONAB Custo de produccedilatildeo agriacutecola a metodologia da Conab Brasiacutelia Conab 2010 60p COORDENADORIA EXECUTIVA DA ADMINISTRACcedilAtildeO TRIBUTAacuteRIA ndash CERAT Boletim informativo de preccedilos Paraacute 2013 22p CORDEIRO I M C C SANTANA A C LAMEIRA O A SILVA I M Anaacutelise econocircmica dos sistemas de cultivo com Schizolobium parahyba var amazonicum (Huber ex Ducke) Barneby (Paricaacute) E Ananas comosus var erectifolius (L B Smith) Coppus amp Leal (Curauaacute) no municiacutepio de Aurora do Paraacute (PA) Brasil Facultad Agronomiacutea (LUZ) 2009 26 243-265 FARO C Elementos de engenharia econocircmica 3ed Satildeo Paulo Atlas 1979 328p MELLO A A CARNIERI C ARCE J E SANQUETTA C R Planejamento florestal visando agrave maximizaccedilatildeo dos lucros e a manutenccedilatildeo do estoque de carbono Cerne Lavras v 11 n 3 p 205-217 julset 2005 OLIVEIRA A D REZENDE J L P Economia Florestal Lavras UFLAFAEPE 2004 101p PAVAN J A ALVES T W SOUZA M A Viabilidade Econocircmica da Produccedilatildeo de Eucaliptos no Rio Grande do Sul Associaccedilatildeo Brasileira de Custos vol 5 n 1 78-109 JanAbr 2010 REZENDE J L P OLIVEIRA A D Anaacutelise econocircmica e social de projetos florestais Viccedilosa MG UFV 2001 389 p SILVA M L JACOVINE L A G VALVERDE S R Economia Florestal 2 ed Viccedilosa UFV 2005 178p SOARES T S CARVALHO R M M A VALE A B Avaliaccedilatildeo econocircmica de um povoamento de Eucalyptus grandis destinado a multiprodutos Aacutervore Viccedilosa-MG v27 n5 p689-694 2003
80
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A partir das condiccedilotildees estabelecidas notou-se o efeito dos espaccedilamentos
de plantio na viabilidade econocircmica dos povoamentos de paricaacute
Em relaccedilatildeo aos custos de produccedilatildeo eles devem ser separados por
atividades sendo elas preparo da aacuterea plantio adubaccedilatildeo manutenccedilatildeo colheita e
transporte laminaccedilatildeo custo de administraccedilatildeo remuneraccedilatildeo do capital investido
Dentro de cada atividade alguns custos podem sofrer a influecircncia do
nuacutemero de plantas por hectare Como exemplo pode-se citar o nuacutemero de diaacuterias
necessaacuterias para alinhamento coveamento e plantio das mudas aleacutem da
quantidade de adubo necessaacuterio para adubaccedilatildeo de cova
O maior nuacutemero de operaccedilotildees ocorre no periacuteodo de manutenccedilatildeo dos
plantios poreacutem nenhuma delas foi considerada dispendiosa Os maiores custos
individuais foram do transporte de madeira do povoamento ateacute a induacutestria em
todos os espaccedilamentos analisados devido agraves condiccedilotildees de traacutefego nas estradas
A relaccedilatildeo entre volume comercial volume laminado e os custos de
produccedilatildeo determinam entatildeo a viabilidade dos plantios sendo o espaccedilamento mais
viaacutevel aquele que consegue absorver esta relaccedilatildeo de maneira mais eficiente
Entretanto estudos ainda devem ser desenvolvidos para averiguar a relaccedilatildeo entre a
espeacutecie e os espaccedilamentos de plantio
Dados Internacionais de Catalogaccedilatildeo-na-publicaccedilatildeo (CIP)
(Biblioteca Setorial de Ciecircncias Agraacuterias Universidade Federal do Espiacuterito Santo ES Brasil)
Silveira Rafaela da 1987- S587a Avaliaccedilatildeo econocircmica da produccedilatildeo de madeira de paricaacute
(Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) sob diferentes espaccedilamentos de plantio Rafaela da Silveira ndash 2014
80 f il Orientador Gilson Fernandes da Silva Coorientador Adriano Ribeiro de Mendonccedila Wendel Sandro de Paula
Andrade Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) ndash Universidade Federal
do Espiacuterito Santo Centro de Ciecircncias Agraacuterias 1 Madeira ndash exploraccedilatildeo 2 Classe de produtividade 3 Idade 4
Iacutendices econocircmicos I Silva Gilson Fernandes da II Mendonccedila Adriano Ribeiro de III Andrade Wendel Sandro de Paula IV Universidade Federal do Espiacuterito Santo Centro de Ciecircncias Agraacuterias V Tiacutetulo
CDU 630
AGRADECIMENTOS
A Deus por ter me proporcionado tantas coisas assim como este desafio Se natildeo
fosse ele eu nunca teria chegado ateacute aqui
Aos meus pais Joseacute e Lurdes que foram os que mais sofreram com a minha
ausecircncia mais me amaram incondicionalmente todos os dias
Agrave minha irmatilde Renata pelo carinho e cuidado de sempre Satildeo nos pequenos
detalhes que percebemos que os irmatildeos satildeo parte de noacutes
Agrave Universidade Federal do Espiacuterito Santo e agrave CAPES pela estrutura e apoio
financeiro para a realizaccedilatildeo deste trabalho
Ao meu orientador Gilson Fernandes da Silva o qual foi fundamental para a
conclusatildeo deste trabalho
Aos meus coorientadores Adriano Ribeiro de Mendonccedila e Wendel Sandro de Paula
Andrade pelas contribuiccedilotildees
Agrave empresa Laminit pela disponibilidade de informaccedilotildees
Aos professores Rinaldo e Franklim pelas sugestotildees
Aos amigos de Alta Floresta MT pelo carinho e pelas palavras de conforto
Aos tantos amigos que fiz em Jerocircnimo Monteiro ES Eles fizeram a distacircncia
parecer pequena
Ao Kallil Keylla e Tharcia pela amizade incondicional e verdadeira
Agrave todos do laboratoacuterio de manejo e mensuraccedilatildeo florestal em especial aos meus
ldquoirmatildeos de orientaccedilatildeordquo Diego Cezana Onair Rafael Bridi Braacuteulio e Evandro que
foram minha famiacutelia durante este periacuteodo
Agrave Sanderleacuteia Ana Paula e Cristiani pela convivecircncia e paciecircncia
Agrave todos aqueles que de alguma forma colaboraram para a execuccedilatildeo do presente
trabalho meus sinceros agradecimentos
ldquoSou muito grata agraves adversidades que apareceram na minha vida pois elas me
ensinaram a toleracircncia a simpatia o auto-controle a perseveranccedila e outras
qualidades que sem essas adversidades eu jamais conheceriardquo
E por fim a Napoleon Hill que sabiamente escreveu estas palavras
BIOGRAFIA
RAFAELA DA SILVEIRA filha de Joseacute Antonio da Silveira e Maria de
Lourdes da Silveira nasceu em 06 de novembro de 1987 no municiacutepio de Alta
Floresta no Estado de Mato Grosso Brasil
Concluiu o Ensino Meacutedio na Escola Prof Marines Faacutetima de Saacute Teixeira de
Alta Floresta em 2005 Em 2006 ingressou na Universidade Estadual de Mato
Grosso (UNEMAT) em Alta Floresta - MT graduando-se em Engenharia Florestal
em dezembro de 2009 No mesmo ano especializou-se em Geoprocessamento pela
Uniatildeo das Faculdades de Alta Floresta (UNIFLOR)
Em marccedilo de 2012 iniciou o curso de mestrado do Programa de Poacutes-
Graduaccedilatildeo Strictu Sensu em Ciecircncias Florestais na linha de pesquisa Manejo
Florestal na Universidade Federal do Espiacuterito Santo em Jerocircnimo Monteiro ndash ES
submetendo-se agrave defesa da dissertaccedilatildeo em fevereiro de 2014
Enquanto suspiramos por uma vida
sem dificuldades devemos nos
lembrar que o carvalho cresce forte
atraveacutes de ventos contraacuterios e que os
diamantes satildeo formados sob
pressatildeo
(Peter Marshall)
RESUMO
SILVEIRA R Avaliaccedilatildeo econocircmica da produccedilatildeo de madeira de paricaacute
(Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) sob diferentes espaccedilamentos de
plantio 2014 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) ndash Universidade
Federal do Espiacuterito Santo Jerocircnimo Monteiro ES Orientador Prof Dr Gilson
Fernandes da Silva Coorientadores Prof Dr Adriano Ribeiro de Mendonccedila e Prof
Dr Wendel Sandro de Paula Andrade
O paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) eacute uma espeacutecie nativa que
vem ganhando destaque entre os plantios comerciais na regiatildeo amazocircnica pelas
suas caracteriacutesticas de crescimento e produccedilatildeo para muacuteltiplos usos Por tal motivo
objetivou-se neste trabalho avaliar o efeito dos espaccedilamentos de plantio na anaacutelise
econocircmica da produccedilatildeo de madeira de paricaacute Para tanto os dados utilizados neste
estudo satildeo originaacuterios de povoamentos homogecircneos plantados sob os
espaccedilamentos 3x2 3x3 3x4 4x4 e 5x5 m localizados entre os municiacutepios de Dom
Elizeu e Paragominas Estado do Paraacute Estes povoamentos foram inventariados
anualmente ateacute o quinto ano sendo analisadas trecircs classes de produtividade em
cada espaccedilamento sendo elas Baixa (17 - 19 m) Meacutedia (19 ndash 21 m) e Alta (21 - 24
m) Posteriormente com auxiacutelio de modelagem os volumes total e laminado foram
estimados aos 5 6 e 7 anos Estimado o volume e identificados todos os custos de
produccedilatildeo estes foram deflacionados pelo IGP-DI e posteriormente
descapitalizados Assim procedeu-se a anaacutelise econocircmica por meio da metodologia
desenvolvida pelo Instituto de Economia Agriacutecola oacutegatildeo vinculado agrave Secretaria de
Agricultura e Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo juntamente com o criteacuterio do
benefiacutecio perioacutedico equivalente Como resultado obteve-se que o custo operacional
efetivo representou em meacutedia 65 dos custos totais de produccedilatildeo sendo o
transporte o custo individual mais expressivo em todos os espaccedilamentos
analisados As anaacutelises econocircmicas indicaram que o monocultivo de paricaacute
independente do espaccedilamento foi inviaacutevel quando se objetivou a venda da madeira
sem exploraccedilatildeo Essa resposta estaacute associada ao baixo valor de mercado ao qual a
espeacutecie estaacute subordinada A exploraccedilatildeo de madeira mesmo sendo um processo
trabalhoso e dispendioso eacute uma alternativa para se obter valores positivos com a
produccedilatildeo de paricaacute Logo pode-se inferir que o maior retorno financeiro eacute obtido em
povoamentos de paricaacute implantados em classe de produtividade alta sob o
espaccedilamento 3x3 m com exploraccedilatildeo aos 5 anos Entretanto para os maiores
espaccedilamentos de plantio estudos ainda devem ser desenvolvidos
Palavras-chave Classe de produtividade idade iacutendices econocircmicos
ABSTRACT
SILVEIRA R Economic evaluation of the production of wood paricaacute
(Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) under different planting spacings
2014 Dissertation (Master of Forest Science) - Federal University of Espiacuterito Santo
Jerocircnimo Monteiro ES Advisor Prof Dr Gilson Fernandes da Silva
Coorientadores Prof Dr Adriano Ribeiro de Mendonccedila and Prof Dr Wendel Sandro
de Paula Andrade
Paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) is a native species that has
been gaining prominence among commercial plantations in the Amazon region its
growth characteristics and production for multiple uses For this reason the aim of
this study was to evaluate the effect of planting space in economic analysis of timber
production paricaacute For this the data used in this study originate homogeneous stands
planted under the spacings 3x2 3x3 3x4 4x4 and 5x5 m located in the State of
Paraacute These stands were inventoried annually by fifth year and analyzed three
classes of productivity in each spacing which are Low (17 ndash 19 m) Medium (19 ndash 21
m) and High (21 ndash 24 m) Later with the aid of modeling the total and laminate
volumes were estimated at 5 6 and 7 years Estimate the volume and identified all
the costs these were deflated by the IGP ndash DI and subsequently undercapitalized
Thus we proceeded to the economic analysis using the methodology developed by
the Institute of Agricultural Economics along with the criterion periodic benefit
equivalent As a result it was found that the actual operating costs represented on
average 65 of total costs of production transportation and the most expressive
individual cost in all spacings analyzed The economic analysis indicated that the
monoculture paricaacute regardless of spacing was impracticable when used to sell the
timber without exploitation This response is associated with low market value to
which the species is subject The logging even being a laborious and costly process
an alternative is to give positive values to the production of paricaacute Therefore it can
be inferred that the greatest financial return is obtained in stands of paricaacute deployed
in class high productivity under the 3x3 m spacing with operating at 5 years
However for larger planting space studies have yet to be developed
Keywords Productivity class age economic indices
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO GERAL 11
11 OBJETIVO GERAL 13 12 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 13
2 REVISAtildeO DE LITERATURA 14
21 PARICAacute 14 211 Descriccedilatildeo botacircnica e anatocircmica do paricaacute 14 212 Caracteriacutesticas silviculturais do paricaacute 15 213 Utilizaccedilatildeo do paricaacute 16
22 CRESCIMENTO E PRODUCcedilAtildeO DO PARICAacute 17 23 RENDIMENTO EM LAMINACcedilAtildeO DE PARICAacute 18 24 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO 19
241 Teoria dos custos 19 242 A importacircncia dos custos 21 243 Classificaccedilatildeo dos custos 21 244 Componentes do custo 22 245 Iacutendices econocircmicos 24 246 Custos na empresa florestal 26
25 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DE PROJETOS FLORESTAIS 27
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 28
CAPIacuteTULO 1 31
RESUMO 31
ABSTRACT 32
1 INTRODUCcedilAtildeO 33
2 MATERIAL E MEacuteTODOS 35
21 AacuteREA EM ESTUDO 35 22 ESTIMATIVA DA PRODUCcedilAtildeO 36 23 DESCRICcedilAtildeO DAS ATIVIDADES 38 24 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS 39 25 CLASSIFICACcedilAtildeO DOS CUSTOS 41
3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 43
31 ESTIMATIVA DE VOLUME 43 32 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO 45
321 Custo operacional efetivo ndash COE 45 322 Custo operacional total ndash COT 47 323 Custo total ndash CT 50
4 CONCLUSOtildeES 54
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 55
CAPIacuteTULO 2 57
RESUMO 57
ABSTRACT 58
1 INTRODUCcedilAtildeO 59
2 MATERIAL E MEacuteTODOS 61
21 OBTENCcedilAtildeO DAS RECEITAS 61 22 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS 61 23 IacuteNDICES ECONOcircMICOS DA PRODUCcedilAtildeO 62 24 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DOS PROJETOS 63
241 Benefiacutecio perioacutedico equivalente (BPE) 63
3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 65
31 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA VENDA DE MADEIRA EM PEacute 65 32 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA LAMINADA 71 33 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA 75
331 Benefiacutecio perioacutedico equivalente ndash BPE 75
4 CONCLUSOtildeES 78
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 79
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 80
11
1 INTRODUCcedilAtildeO GERAL
As florestas naturais somavam em 2007 cerca de 4 bilhotildees de hectares
cobrindo aproximadamente 30 da superfiacutecie terrestre segundo informaccedilotildees da
FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION ndash FAO (2007) Deste montante cerca
de metade da vegetaccedilatildeo ainda estaacute concentrada em cinco paiacuteses sendo o Brasil o
detentor da segunda maior cobertura florestal do planeta
Segundo o Sistema Nacional de Informaccedilotildees Florestais ndash SNIF (2014)
estimava-se que 69 desta cobertura teriam potencial produtivo Com isso ampliou-
se a participaccedilatildeo do setor florestal brasileiro no comeacutercio mundial Entretanto o
setor ainda encontra dificuldades na expansatildeo dos seus negoacutecios especialmente a
regiatildeo amazocircnica devido agraves restriccedilotildees impostas pela legislaccedilatildeo frente ao apelo
ambiental que a regiatildeo desperta em resposta a ocupaccedilatildeo desordenada
Com a implantaccedilatildeo de novas normas de exploraccedilatildeo reduziu-se a
disponibilidade de madeira no mercado expondo-se entatildeo a necessidade de fontes
alternativas para produccedilatildeo de mateacuteria-prima Assim a partir da praacutetica de
reflorestamento estaacute sendo possiacutevel ampliar o estoque de madeira para atender as
demandas atuais e futuras
Em 2012 o consumo brasileiro de madeira em tora proveniente de plantios
florestais foi de 1824 milhotildees de metros cuacutebicos (msup3) um indicador 72 superior
ao de 2011 (ABRAF 2013) Isso indica que a praacutetica do reflorestamento eacute uma
alternativa de negoacutecio que se expandiu no ultimo ano
Segundo o SNIF (2014) o Brasil deteacutem as melhores tecnologias na
silvicultura de eucalipto e outras espeacutecies vecircm sendo estudadas entre elas a acaacutecia
(Acacia mangium Willd) a seringueira (Hevea brasiliensis (Willd ex Adr de Juss)
Muell-Arg) e o paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) Em 2012 a aacuterea
ocupada por plantios florestais de espeacutecies natildeo convencionais como acaacutecia
araucaacuteria poacutepulus teca seringueira e paricaacute foi de 521131 ha representando
72 da aacuterea total de plantios florestais no Brasil (ABRAF 2013) Esta participaccedilatildeo
ainda que pequena se deve agraves caracteriacutesticas de crescimento e produccedilatildeo obtidas
por estas espeacutecies
Na regiatildeo amazocircnica o paricaacute eacute a espeacutecie que vem ganhando destaque
entre os plantios comerciais pelas suas caracteriacutesticas de crescimento e produccedilatildeo
12
para muacuteltiplos usos tornando crescente a demanda industrial por madeira de
lacircminas e compensados para a qual a espeacutecie eacute utilizada (MARQUES et al 2006)
Os primeiros registros com o plantio de paricaacute no Estado do Paraacute constam
da deacutecada de 1950 os quais tinham o objetivo de preservar a caracteriacutestica da
floresta amazocircnica em espaccedilos puacuteblicos e de fomentar estudos sobre o
comportamento e caracteriacutesticas das espeacutecies plantadas (MARQUES et al 2006)
Desde entatildeo muitos plantios foram registrados no Paraacute e em toda regiatildeo
amazocircnica e vaacuterios estudos foram desenvolvidos podendo-se destacar Hoffmann
(2009) Vidaurre et al (2012) Santos (2012) e Corteletti (2013) que trabalharam
com povoamentos de paricaacute localizados entre os municiacutepios de Dom Elizeu e
Paragominas estado do Paraacute Estes estudos comprovaram o alto potencial de
produccedilatildeo madeireira do paricaacute e servem como incentivo para que se estabeleccedilam
novos povoamentos Embora jaacute se tenham muitos plantios com esta espeacutecie na
Amazocircnia ainda satildeo necessaacuterios estudos com o objetivo de identificar as
caracteriacutesticas dendromeacutetricas avaliar a qualidade da madeira e sua produccedilatildeo
A atenccedilatildeo deve ser direcionada tambeacutem para os custos de produccedilatildeo
destes povoamentos que vecircm sendo estabelecidos na regiatildeo amazocircnica Natildeo
existem estudos suficientes que comprovem a lucratividade desta atividade Os
estudos que se tecircm disponiacuteveis ainda satildeo muito geneacutericos e as informaccedilotildees
carentes de dados do processo de implantaccedilatildeo da cultura
O monitoramento do processo produtivo tem sido realizado para identificar
os custos de produccedilatildeo sendo um instrumento necessaacuterio para se avaliar (medir) a
eficiecircncia das empresas Outra teacutecnica utilizada eacute a avaliaccedilatildeo econocircmica dos
projetos que testam a viabilidade de sua execuccedilatildeo
Para testar a viabilidade econocircmica dos projetos florestais faz-se necessaacuterio
o emprego de teacutecnicas econocircmicas sendo as mais tradicionais aquelas em que se
calculam o valor presente liacutequido (VPL) a taxa interna de retorno (TIR) e o benefiacutecio
perioacutedico equivalente (BPE) Este uacuteltimo sendo empregado frequentemente para
projetos com diferentes horizontes de planejamento (REZENDE OLIVEIRA 2001)
O teste da viabilidade econocircmica tem por finalidade estudar a capacidade
financeira do empreendimento a fim de verificar a possibilidade de sua
implementaccedilatildeo por meio da capacidade de sobrevivecircncia no mercado e da
identificaccedilatildeo dos fatores que podem dificultar as possibilidades de ecircxito do mesmo
comprovando-se assim a sua necessidade de execuccedilatildeo
13
11 OBJETIVO GERAL
Avaliar o efeito dos espaccedilamentos de plantio na anaacutelise econocircmica da
produccedilatildeo de madeira de paricaacute
12 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
a) Definir os custos de produccedilatildeo de povoamentos de paricaacute
b) Identificar os custos de produccedilatildeo mais afetados pelos espaccedilamentos
de plantio
c) Avaliar a participaccedilatildeo individual dos custos no processo de
implantaccedilatildeo colheita e transporte e
d) Identificar o espaccedilamento que forneceraacute o maior retorno econocircmico
por meio de indicadores e criteacuterio de avaliaccedilatildeo
14
2 REVISAtildeO DE LITERATURA
21 PARICAacute
A espeacutecie Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke foi descoberta por
Huber e descrita por Ducke em 1922 sendo vulgarmente conhecida como pinho-
cuiabano paricaacute-da-amazocircnia paricaacute-da-terra-firme (Mato Grosso) paricaacute paricaacute-
grande faveira (Paraacute) canafista canafiacutestula fava-canafiacutestula (Acre) bandarra
(Rondocircnia) guapuruvu-da-amazocircnia (Distrito federal) aleacutem de cereboacute (Boliacutevia)
tambor (Colocircmbia) gavilaacuten (Costa Rica) pachaco (Equador) palo de judiacuteo palo de
picho (Meacutexico) e pashaco (Peru) (CARVALHO 2007)
Ocorre naturalmente em toda regiatildeo amazocircnica principalmente no Mato
Grosso Paraacute Amazonas e Rondocircnia no Brasil aleacutem de outros paiacuteses como Peru
Boliacutevia Colocircmbia e Venezuela (SOUZA et al 2005) Sobrevive em mata primaacuteria e
secundaacuteria de terra firme e vaacuterzea alta notadamente nas formaccedilotildees do tipo floresta
densa e floresta aberta em solos argilosos e altitudes de ateacute 800 metros
(CARVALHO 1994 ROSA 2006a)
A espeacutecie eacute tolerante a solos de baixa fertilidade e adapta-se agrave precipitaccedilatildeo
meacutedia anual de 1600 mm a 5850 mm e temperatura meacutedia de 248 ordmC (CRESPO et
al 1995) Por ser uma espeacutecie essencialmente helioacutefila natildeo tolera baixas
temperaturas (CARVALHO 2007)
211 Descriccedilatildeo botacircnica e anatocircmica do paricaacute
Segundo o sistema de classificaccedilatildeo de Cronquist a espeacutecie Schizolobium
amazonicum pertence agrave famiacutelia Caesalpiniaceae (Leguminosae Caesalpinioideae)
sendo da divisatildeo Magnoliophyta (Angiospermae) da classe Magnoliopsida
(Dicotyledonae) e ordem das Fabales
O paricaacute eacute uma aacutervore deciacutedua que pode atingir 40 m de altura e 100 cm de
DAP (diacircmetro a altura do peito medido a 130 m do solo) na idade adulta
15
(CARVALHO 2007) Seu tronco eacute ciliacutendrico e reto com casca de cor cinza clara
podendo conter sapopemas A madeira eacute macia leve com textura grossa gratilde direita
e irregular cerne creme-avermelhado e alburno creme-claro Tecircm faacutecil
processamento mas baixa durabilidade natural (SOUZA et al 2005)
Rosa (2006a) trabalhando com a botacircnica anatomia e tecnologia de paricaacute
comprovou que ao longo do crescimento vegetativo a espeacutecie pode possuir
caracteriacutesticas dendroloacutegicas diferenciadas em termos de coloraccedilatildeo da casca e do
surgimento de sapopemas
212 Caracteriacutesticas silviculturais do paricaacute
As sementes de paricaacute possuem alto grau germinativo podendo chegar a
90 Isso pode ser comprovado em estudos realizados por Lameira et al (2000)
com a propagaccedilatildeo do paricaacute por meio de sementes submetidas a processos
mecacircnicos fiacutesicos e quiacutemicos de quebra de dormecircncia Nesse estudo foi constatado
que as sementes possuem um percentual de germinaccedilatildeo de 80 a 90
O paricaacute possui entretanto dificuldade em seu manejo por seu elevado teor
de umidade e susceptibilidade ao ataque de microorganismos aleacutem da dormecircncia
tegumentar que necessita de tratamentos preacute-germinativos (ROSA 2006b
CARVALHO 2007)
Para o armazenamento de sementes eacute recomendado um periacuteodo maacuteximo de
12 meses tendo em vista que a partir do oitavo mecircs ocorre reduccedilatildeo na viabilidade
das sementes como pode ser observado no trabalho de Rosa (2006a) sobre a
ecologia e silvicultura do paricaacute
Apoacutes serem retiradas do armazenamento as sementes podem ser plantadas
de duas maneiras colocando-se as sementes para germinar em canteiros
(sementeiras) ou semeando-as diretamente na embalagem plaacutestica Ambas as
opccedilotildees permitem sobrevivecircncia de no miacutenimo 80 das plantas sendo
consideravelmente aceitaacutevel (SOUZA et al 2003)
No que se refere a implantaccedilatildeo de povoamentos uma atenccedilatildeo especial
deve ser direcionada agrave escolha do espaccedilamento a ser utilizado No Estado do Paraacute
diversos espaccedilamentos tem sido adotados (3x3 m 4x4 m 3x4 m 5x4 m 6x4 m)
16
principalmente em plantios mais antigos estando os mais recentes em maior
padronizaccedilatildeo com espaccedilamentos de 4x4 m Isso provavelmente se deve agrave
facilidade de mecanizaccedilatildeo (MARQUES et al 2006) Aleacutem disso estudos vecircm
comprovando que o espaccedilamento 4x4 m eacute mais utilizado pois proporciona a melhor
relaccedilatildeo entre crescimento em altura e diacircmetro das aacutervores (ROSA 2006b)
Em sistemas silviculturais mais adensados ou em plantios puros o paricaacute
tem demonstrado crescimento inicial em altura bastante raacutepido sendo necessaacuterios
desbastes para manter equiliacutebrio adequado entre a retirada de indiviacuteduos de
qualidade inferior doentes ou danificados e a manutenccedilatildeo de espaccedilamento
aproximadamente regular entre as plantas Deve-se ressaltar entretanto que a
espeacutecie eacute bastante suscetiacutevel aos danos causados por ventos fortes principalmente
nos estaacutegios iniciais de desenvolvimento As aacutervores isoladas e plantas da
bordadura satildeo mais propensas a quebras poreacutem estes danos satildeo bastante
reduzidos com a presenccedila de mata ou de relevo ondulado nas proximidades que
possam proteger o povoamento e reduzir esses efeitos do vento (SOUZA et al
2003)
No estudo realizado por Rondon (2002) concluiu-se que ateacute o terceiro ano o
paricaacute eacute altamente vulneraacutevel ao vento principalmente nos espaccedilamentos 4x2 m e
2x2 m Por tal motivo medidas preventivas devem ser tomadas no iniacutecio da
implantaccedilatildeo deixando-se uma faixa de mata nativa em torno do plantio Desta
maneira sob os espaccedilamentos 15x15 m 2x2 m 3x2 m 3x3 m 4x2 m 4x3 m e 4x4
m avaliadas pelo autor os dois uacuteltimos foram os que proporcionaram maiores
crescimentos em altura e diacircmetro
213 Utilizaccedilatildeo do paricaacute
Essa espeacutecie eacute bastante utilizada na produccedilatildeo de lacircminas meacutedias ou parte
interna de compensados caixotaria leve portas e parquete tendo em vista que
pode ser alcanccedilado o rendimento de ateacute 80 de aproveitamento da madeira no
processo de laminaccedilatildeo (MARQUES et al 2006)
17
Ela pode ser utilizada para produccedilatildeo energeacutetica assim como a produccedilatildeo de
papel e celulose por sua facilidade de branqueamento Propriedades medicinais
tambeacutem podem ser encontradas principalmente na casca (CARVALHO 2007)
Carvalho (2007) afirma ainda que esta espeacutecie tem grande potencial para
recuperaccedilatildeo de aacutereas degradadas Por ser uma espeacutecie pioneira o paricaacute tem bom
desenvolvimento na maioria dos solos amazocircnicos contribuindo com
sombreamento o desenvolvimento de espeacutecies cliacutemax que por ventura se
estabeleccedilam na aacuterea
O paricaacute pode ser utilizado ainda para artesanato sendo seu uso mais
comum na fabricaccedilatildeo de brinquedos saltos para calccedilados e aeromodelismo
(SOUZA et al 2003)
22 CRESCIMENTO E PRODUCcedilAtildeO DO PARICAacute
O crescimento e a produccedilatildeo de um povoamento florestal dependem da
idade da capacidade produtiva do grau de utilizaccedilatildeo do potencial produtivo do lugar
e de tratamentos silviculturais (SCOLFORO 2006 CAMPOS LEITE 2009) Esta
relaccedilatildeo pode ser mensurada por meio de modelos de crescimento e produccedilatildeo
mecaniacutesticos ou empiacutericos sendo este uacuteltimo o mais utilizado
Santos (2012) estudando o crescimento e produccedilatildeo de plantios de paricaacute
sob diferentes espaccedilamentos ajustou o modelo logiacutestico para estimar o crescimento
em diacircmetro e volume das aacutervores em cada espaccedilamento em funccedilatildeo da idade O
autor observou efeito significativo do espaccedilamento sobre as variaacuteveis diacircmetro
quadraacutetico e volume em todas as idade evidenciando a dependecircncia entre os
fatores
Neste mesmo estudo foi constatado que a maior diferenccedila entre as meacutedias
do diacircmetro quadraacutetico e o volume foi entre os espaccedilamentos extremos 3x2 m e 5x5
metros Assim o maior crescimento em diacircmetro quadraacutetico foi verificado no espaccedilo
vital com 25 msup2 e o maior crescimento em volume por aacuterea no espaccedilamento de 6msup2
Anteriormente Hoffmann (2009) jaacute havia verificado a influecircncia do diacircmetro
no rendimento da laminaccedilatildeo em que o aumento do diacircmetro promoveu maior
rendimento O mesmo foi observado por Silva et al (2013)
18
23 RENDIMENTO EM LAMINACcedilAtildeO DE PARICAacute
A produccedilatildeo de lacircminas em escala comercial surgiu a partir do seacuteculo XX
sendo impulsionada no Brasil na deacutecada de 30 com o objetivo de confeccionar
madeira compensada que tem como mateacuteria-prima paineacuteis de lacircminas de madeira
Este material eacute submetido a um processo de colagem e prensagem com adesivos
resistentes ou agrave prova drsquoaacutegua tendo muacuteltiplas aplicaccedilotildees na construccedilatildeo civil na
fabricaccedilatildeo de moacuteveis formas para concreto embalagens transporte e aplicaccedilotildees
agriacutecolas (BORDUELLE IWAKIRI MARTINS et al 2006 IWAKIRI PRATA 2008)
A qualidade da laminaccedilatildeo eacute influenciada por caracteriacutesticas da espeacutecie
(densidade da madeira) caracteriacutesticas do fuste (diacircmetro e forma) e gratilde (direccedilatildeo e
inclinaccedilatildeo) e por condiccedilotildees operacionais do equipamento (velocidade de corte
ajuste da geometria da faca e barra de pressatildeo afiaccedilatildeo da faca) sendo que a
automaccedilatildeo dos equipamentos tem resultado em lacircminas de maior qualidade e
produtividade (TSOUMIS 1991)
Esta busca pela qualidade e produtividade tem aumentado o interesse nos
estudos sobre a prognose do crescimento e da produccedilatildeo de povoamentos e do
processo de laminaccedilatildeo Isto ocorre porque as empresas florestais procuram
investimentos soacutelidos devido aos compromissos de longo prazo assumidos
As estimativas da produccedilatildeo de mateacuteria-prima e do rendimento do produto
final contribuem com o planejamento da empresa em relaccedilatildeo a novos investimentos
novos produtos a serem lanccedilados no mercado aleacutem da viabilidade do projeto em
execuccedilatildeo e de futuros investimentos Por isso faz-se necessaacuterio conhecer todo o
processo produtivo do produto com o qual se estaacute trabalhando
A laminaccedilatildeo da madeira pode ser obtida por meio de duas formas
comerciais
a) Lacircminas torneadas ndash obtidas a partir do ldquodesenrolamentordquo de toras grossas
relativamente curtas utilizando torno laminador
b) Lacircminas faqueadas ndash obtidas a partir de cortes planos realizados por
faqueadeira em peccedila de madeira em bloco
Independentemente do meacutetodo de obtenccedilatildeo de lacircminas um dos objetivos da
empresa florestal eacute a busca pelo aumento da produtividade Estas informaccedilotildees satildeo
obtidas por meio do acompanhamento do processo de transformaccedilatildeo das aacutervores
19
em lacircminas e a partir dos valores obtidos subtrai-se o produto final da quantidade
de madeira que iniciou o processo obtendo-se assim o rendimento
Para o paricaacute o rendimento encontrado em estudos realizados por Hoffmann
(2009) foi de aproximadamente 5031 em aacutervores aos 5 anos Jaacute Melo (2012)
alcanccedilou rendimento meacutedio de 59 Este autor afirma ainda que o rendimento em
laminaccedilatildeo pode ser facilmente estimado por meio de variaacuteveis dendromeacutetricas da
tora obtendo-se menores perdas para aacutervores com maiores diacircmetros
O resultado encontrado por Melo (2012) eacute semelhante ao de Bortoletto
Juacutenior e Belini (2002) para outra espeacutecie do mesmo gecircnero Estudando a produccedilatildeo
de lacircminas e compensados de guapuruvu (Schizolobium parayba (Vell) Blake)
proveniente de plantios mistos de espeacutecies nativas estes autores observaram que o
rendimento do processo de laminaccedilatildeo foi de aproximadamente 61 em lacircminas
verdes Isso demonstra que o gecircnero Schizolobium pode conter boas caracteriacutesticas
para laminaccedilatildeo
24 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO
241 Teoria dos custos
Segundo Pinto et al (2008) algumas terminologias devem ser consideradas
na contabilidade de custos
Gasto esforccedilo realizado pela empresa para obtenccedilatildeo de um bem ou serviccedilo
Investimento gasto com bens ou serviccedilos que traratildeo benefiacutecios futuros
Despesa consumo direto ou indireto com bens e serviccedilos com a finalidade
de obtenccedilatildeo de receitas
Perda gasto natildeo intencional decorrente de fatores externos e
Custos gastos acumulados para executar uma atividade fabricar um
produto ou adquirir uma mercadoria
Essas definiccedilotildees podem ser interpretadas como ilustrada na Figura 1
20
Figura 1 Forma esquemaacutetica da distribuiccedilatildeo de gastos Fonte Adaptado de Pinto et al (2008)
Aleacutem das terminologias apresentadas faz-se necessaacuterio definir orccedilamento
anaacutelise de projeto e o caacutelculo do custo de produccedilatildeo uma vez que satildeo peccedilas
fundamentais para o teste de viabilidade econocircmica do projeto
O orccedilamento tem por objetivo a verificaccedilatildeo preacutevia de gastos e a anaacutelise de
projetos objetiva a avaliaccedilatildeo econocircmica de investimentos que seratildeo realizados Jaacute o
caacutelculo do custo de produccedilatildeo por sua vez tem por objetivo quantificar o custo por
unidade produzida sendo este sempre realizado apoacutes o fim do ciclo de produccedilatildeo
O custo por produto encontrado eacute entatildeo comparado com receita obtida com
as vendas do produto e com o montante de capital utilizado na produccedilatildeo a fim de
serem calculados os indicadores econocircmicos para aquela atividade ou seja o custo
de produccedilatildeo de uma empresa eacute determinado pelas condiccedilotildees fiacutesicas de produccedilatildeo
pelo preccedilo dos recursos e pela conduta economicamente eficiente do proprietaacuterio
Custo eacute entatildeo o preccedilo pelo qual se obteacutem um bem (FERGUSON 2003)
O caacutelculo dos custos de produccedilatildeo por sua vez natildeo eacute uma tarefa faacutecil haja
visto que haacute um grande nuacutemero de informaccedilotildees que devem ser administradas para
que se tenha no final do periacuteodo de produccedilatildeo todos os custos referentes agravequela
atividade Por isso o aconselhaacutevel eacute que se faccedila o registro dos gastos
preferencialmente por atividade para facilidade de obtenccedilatildeo dos resultados
Custos
Investimentos
Despesas
PerdasUso para execuccedilatildeo de atividades adquirir mercadorias e fabricar produtos
Gastos que seratildeo usados no futuro para geraccedilatildeo de receita
Gastos que jaacute foram utilizados para geraccedilatildeo de receita
Gastos que natildeo foram usados para geraccedilatildeo de receita
21
242 A importacircncia dos custos
Para Hildebrand (1995) os custos geralmente contribuem para a anaacutelise a
curto meacutedio e longo prazo que geram informaccedilotildees importantes para o planejamento
e mensuraccedilatildeo da eficiecircncia de operaccedilotildees atividades e processos de produccedilatildeo da
empresa a avaliaccedilatildeo de alternativas de investimento novos negoacutecios e novos
sistemas de produccedilatildeo (processos maacutequinas e equipamentos entre outros)
O setor florestal trabalha geralmente a longo prazo que eacute um horizonte de
planejamento em que a curva de custo de produccedilatildeo corresponde agrave despesa com a
aquisiccedilatildeo dos fatores ao longo do caminho de expansatildeo Isto significa que para cada
niacutevel de produccedilatildeo existiraacute uma combinaccedilatildeo dos fatores variaacuteveis de miacutenimo custo
que junto com os fatores fixos permite a produccedilatildeo de determinada quantidade
(SIMONSEN1971 FERGUSON 2003) A ausecircncia do conhecimento sobre custos
provavelmente levaraacute a maacute aplicaccedilatildeo do capital de giro menor lucro menor
rentabilidade ameaccedilas a estabilidade econocircmica financeira e ao crescimento da
empresa (FERREIRA 2007)
243 Classificaccedilatildeo dos custos
Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo vaacuterios meacutetodos satildeo encontrados na
literatura sendo selecionado o modelo a partir da caracteriacutestica do produto ou do
modelo de produccedilatildeo que estaacute sendo analisado Em funccedilatildeo disso o Instituto de
Economia Agriacutecola ndash IEA oacutergatildeo vinculado agrave Secretaria de Agricultura e
Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo desenvolveu uma metodologia para o setor
agriacutecola designado Meacutetodo do Custo Operacional
Na metodologia do custo operacional se incluem apenas as despesas
efetivamente desembolsadas pelo produtor mais a depreciaccedilatildeo de maacutequinas e
benfeitorias e o custo estimado da matildeo-de-obra familiar Assim a remuneraccedilatildeo de
todos os outros fatores de produccedilatildeo natildeo incluiacutedos fica a cargo do resiacuteduo ou seja a
diferenccedila entre o custo operacional e o valor de venda do produto (MATSUNAGA et
al 1976)
22
O esquema da estrutura do custo de produccedilatildeo utilizada pelo IEA pode ser
visualizado a seguir
Figura 2 Estrutura dos custos de produccedilatildeo utilizada pelo IEA Fonte Nachiluk e Oliveira (2012) sup1 Contribuiccedilatildeo de Seguridade Social Rural
244 Componentes do custo
Os custos podem ser denominados custos expliacutecitos e impliacutecitos Os
desembolsos realizados satildeo denominados custos expliacutecitos segundo Pindyck e
Rubinfeld (1994) os quais abrangem remuneraccedilotildees de matildeo de obra salaacuterios e
custos de materiais e locaccedilatildeo de propriedades aleacutem do custo de oportunidade Eles
satildeo importantes pois envolvem pagamentos diretamente feitos pela empresa a
outras empresas e pessoas com as quais faz negoacutecios
Jaacute os custos impliacutecitos natildeo satildeo diretamente desembolsados no processo de
produccedilatildeo mas natildeo podem deixar de ser considerados uma vez que se constituem
de fato em dispecircndios Sua mensuraccedilatildeo se daacute de maneira indireta por meio da
atribuiccedilatildeo de valores que deveratildeo representar o custo de oportunidade de seu uso
Nesta categoria enquadram-se os gastos com depreciaccedilatildeo de benfeitorias
instalaccedilotildees maacutequinas e implementos agriacutecolas e remuneraccedilatildeo do capital fixo e da
terra (CONAB 2010)
Custo operacional
Custo operacional efetivo (COE)
Despesas com operaccedilotildees
Pagamentos de salaacuterios
Gastos com maacutequinas equipamentos e
implementos
Despesas com materiais
Sementes fertilizantes corretivos defensivos
sacarias etc
Encargos sociais
Custo operacional total (COT)
Depreciaccedilatildeo com maacutequinas juros de custeio e CSSRsup1
23
A classificaccedilatildeo proposta pelo IEA compreende elementos diferenciados
poreacutem de faacutecil interpretaccedilatildeo e mais adequado agrave tomada de decisotildees Assim
segundo Matsunaga et al (1976) essa classificaccedilatildeo eacute composta dos seguintes
custos
a) Custo Operacional Efetivo ndash COE
O custo operacional efetivo envolve todos os custos expliacutecitos ou seja o
custo de todos os recursos de produccedilatildeo que exigem desembolso por parte da
empresa para sua recomposiccedilatildeo excluindo-se a matildeo-de-obra familiar
Assim mesmo que determinado produto tenha sido adquirido no periacuteodo
anterior por exemplo deveraacute ser contabilizado aqui pois em algum momento houve
o desembolso para a compra do mesmo Nesse caso eacute importante que seja utilizado
o preccedilo de mercado atual e natildeo o valor pago anteriormente devido ao custo de
oportunidade
b) Custo Operacional Total ndash COT
O custo operacional total envolve a soma do COE o valor da matildeo-de-obra
familiar e as depreciaccedilotildees que equivalem a apenas uma parte dos custos fixos
b1) Depreciaccedilatildeo
A depreciaccedilatildeo corresponde ao custo indireto exigido para acumular fundos
para substituiccedilatildeo do capital investido em bens produtivos de longa duraccedilatildeo
inutilizados pela idade uso e obsolescecircncia
b2) Valor da Matildeo-de-obra Familiar
Este valor deve ser definido considerando-se o custo de oportunidade ou
seja quanto o produtor ganharia se estivesse trabalhando em outra atividade
Considerando-se eacute claro o mesmo niacutevel teacutecnico para desenvolvimento das duas
atividades
24
c) Custo Total ndash CT
Custo total nada mais eacute que a soma do COT com o valor da remuneraccedilatildeo do
capital imobilizado com a atividade
Todo o capital investido na empresa tem custo de oportunidade uma vez
que seu uso na empresa implica deixar de empregaacute-lo noutra atividade alternativa
Por definiccedilatildeo o retorno potencial desse capital na melhor alternativa possiacutevel de
utilizaccedilatildeo forneceria a medida desse custo de oportunidade Como essa estimativa
nem sempre eacute faacutecil eacute expediente comum estimar o custo de oportunidade a partir do
retorno que o capital teria se em vez de aplicado na empresa fosse investido no
mercado financeiro como por exemplo na caderneta de poupanccedila
245 Iacutendices econocircmicos
Os iacutendices econocircmicos apresentados pelo IEA segundo Matsunaga et al
(1976) satildeo
2451 Renda Bruta (RB)
A renda bruta vem a ser o valor da produccedilatildeo ou seja tudo que eacute produzido
vezes o preccedilo do produto
Embora a Renda Bruta permita saber o quanto eacute recebido pelo produto
produzido ela natildeo diz o quanto desse valor iraacute sobrar Isso porque eacute preciso retirar o
custo de produccedilatildeo Sendo assim eacute necessaacuterio que se faccedila a anaacutelise de
rentabilidade da atividade
2452 Margem Bruta (MB)
Eacute calculada pela subtraccedilatildeo do custo operacional efetivo da renda bruta ou
seja eacute a retirada de todos os custos ocorridos sendo mais produtiva agrave medida que
resulta em valores positivos
25
2453 Margem Liacutequida (ML)
Eacute calculada pela subtraccedilatildeo do custo operacional total da renda bruta sendo
um indicativo de lucratividade Comparando-se duas empresas de igual atividade
aquela que tem maior Margem Liacutequida eacute a que possui melhor rentabilidade no
negoacutecio incluindo-se aiacute a questatildeo operacional financeira e extra-operacional
Isso quer dizer que se a ML for positiva todos os desembolsos estatildeo sendo
pagos aleacutem da depreciaccedilatildeo e a matildeo-de-obra familiar Caso contraacuterio a depreciaccedilatildeo
eou a matildeo-de-obra natildeo estatildeo sendo efetivamente pagas e a empresa estaacute se
descapitalizando
2454 Lucro (L)
O lucro vem a ser o resultado da subtraccedilatildeo da renda bruta gerada pela
venda dos produtos no mercado menos o custo total de produccedilatildeo incorrido na sua
geraccedilatildeo Simplificadamente nada mais eacute do que o resultado positivo deduzido das
vendas os custos e despesas
2455 Lucratividade (Luc)
Eacute a relaccedilatildeo do valor do lucro com o montante de vendas ou seja divide-se o
valor do lucro pela quantidade vendida (renda bruta)
2456 Iacutendice de Rentabilidade (IR)
Eacute uma medida do retorno de um investimento Calcula-se dividindo o lucro
obtido (margem liacutequida) pelo valor do investimento inicial (capital empatado) Pode-
se dizer que a rentabilidade eacute a quantidade de dinheiro que o investidor ganha para
cada quantia investida
26
246 Custos na empresa florestal
Nas empresas em geral os custos satildeo classificados em funccedilatildeo de suas
necessidades de informaccedilotildees Geralmente eles satildeo divididos por operaccedilotildees ou
setores da atividade como viveiro plantaccedilotildees tratos culturais exploraccedilatildeo florestal
atividades especiais (coleta de sementes entre outros) implantaccedilatildeo de infra-
estrutura e administraccedilatildeo (BREPOHL 1980)
Em termos econocircmicos os componentes do custo satildeo agrupados de
acordo com sua funccedilatildeo no processo produtivo nas categorias de custos variaacuteveis
custos fixos custo operacional e custo total (CONAB 2010)
Na determinaccedilatildeo da idade oacutetima de corte de povoamentos florestais eacute
necessaacuterio estudar caso a caso cada componente dos custos e das receitas
envolvidas no processo de produccedilatildeo da madeira Tudo isso pelo fato do setor
florestal conter operaccedilotildees de longo prazo Por tal motivo a anaacutelise de custos pode
ter dois enfoques a anaacutelise ex-ante ou seja antes das operaccedilotildees ocorrerem e ex-
post apoacutes terem ocorrido (GRACcedilA et al 2000)
Entre os custos analisados deve-se considerar tambeacutem a depreciaccedilatildeo que
segundo Hildebrand (1995) pode ser definida como a diminuiccedilatildeo do valor dos bens
ativos resultante do desgaste pelo uso accedilatildeo da natureza ou por obsolescecircncia
teacutecnica Assim com o tempo para tornar possiacutevel a reposiccedilatildeo do equipamento eacute
necessaacuterio acumular periodicamente uma reserva em um fundo que permitiraacute no
fim de um periacuteodo a aquisiccedilatildeo de um novo equipamento
Baseados nas necessidades do setor florestal vaacuterios estudos sobre a
viabilidade econocircmica de plantios vem sendo desenvolvidos para as mais variadas
espeacutecies arboacutereas como os obtidos por Souza et al (2003) e o Centro de Pesquisa
do Paricaacute ndash CPP Deve-se ressaltar no entanto a afirmaccedilatildeo feita por Marques et al
(2006) em que os autores concluiacuteram que o custo meacutedio para implantaccedilatildeo e
conduccedilatildeo dos povoamentos podem variar conforme a regiatildeo as teacutecnicas de preparo
de solo os tratos silviculturais adotados entre outros
27
25 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DE PROJETOS FLORESTAIS
Do ponto de vista teacutecnico Oliveira e Rezende (2004) afirmam que dois ou
mais projetos podem ser compatiacuteveis quando a execuccedilatildeo de um natildeo afeta a
implementaccedilatildeo do outro ou incompatiacuteveis em caso contraacuterio Jaacute do ponto de vista
econocircmico eles podem ser dependentes quando haacute uma relaccedilatildeo de rentabilidade
entre ambos ou independentes quando nenhum eacute afetado
Estas informaccedilotildees satildeo importantes para o bom planejamento das atividades
florestais uma vez que o investimento em um projeto deve ser baseado em um
horizonte de planejamento na maioria das vezes de longo prazo podendo variar de
finito como no caso de um plantio florestal ou infinito em um manejo sustentado de
floresta nativa (CHICHORRO et al 2010)
Para realizar a anaacutelise econocircmica eacute importante considerar a vida econocircmica
do projeto Ela corresponde ao tempo que ele produziraacute lucro a vida fiacutesica de
maacutequinas e construccedilotildees o periacuteodo de anaacutelise onde se consideram os efeitos do
projeto Aleacutem do horizonte de construccedilatildeo relacionado agrave demanda do produto e o
horizonte de dados que se refere ao periacuteodo de tempo em que eacute possiacutevel prever o
fluxo de caixa (REZENDE OLIVEIRA 2001)
A avaliaccedilatildeo econocircmica ou financeira de projetos baseia-se entatildeo no fluxo
de caixa que consiste nos custos e nas receitas distribuiacutedos ao longo da vida uacutetil do
empreendimento Os meacutetodos mais recomendados para avaliaccedilatildeo econocircmica de
projetos florestais satildeo (REZENDE OLIVEIRA 2001) valor presente liacutequido (VPL)
taxa Interna de Retorno (TIR) custo (ou Benefiacutecio) Perioacutedico Equivalente (CPE ou
BPE) custo Meacutedio de Produccedilatildeo (CMPr) razatildeo Benefiacutecio (receita)Custo (BC) e
tempo de Recuperaccedilatildeo do Capital
28
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
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31
CAPIacuteTULO 1
CUSTOS DA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA DE PARICAacute
RESUMO
O setor de florestas plantadas brasileiro vem perdendo espaccedilo no mercado
internacional pelo alto custo necessaacuterio agrave produccedilatildeo Por isso haacute a necessidade
de se investigar quais os custos mais onerosos do processo produtivo para
entatildeo se montar uma estrateacutegia de reduccedilatildeo de custos a fim de tornar o
reflorestamento novamente competitivo no mercado Deste modo objetivou-se
no trabalho estimar a produccedilatildeo de paricaacute (Schizolobium amazonicum) aos 5 6
e 7 anos em trecircs classes de produtividade e em cinco espaccedilamentos de
plantio identificando os principais custos de produccedilatildeo aleacutem dos mais afetados
pelos espaccedilamentos de plantio na regiatildeo de Paragominas PA A estimativa de
volume foi obtida segundo metodologia proposta por Silva et al (2013) e os
custos de produccedilatildeo desde as atividades de preparo da aacuterea ateacute a colheita e
transporte foram disponibilizados por produtores rurais e empresaacuterios da
regiatildeo Posteriormente fez-se a anaacutelise dos custos por meio da metodologia do
custo operacional em que se considera apenas as despesas efetivamente
desembolsadas pelo agricultor somadas agrave depreciaccedilatildeo e matildeo-de-obra familiar
Assim inferiu-se que o espaccedilamento 3x2 m foi superior em volume diante dos
outros espaccedilamentos analisados Em relaccedilatildeo agrave analise de custos o custo
operacional efetivo representou em meacutedia 65 dos custos totais de produccedilatildeo
sendo o transporte o custo individual mais expressivo em todos os
espaccedilamentos analisados Jaacute a manutenccedilatildeo foi o conjunto de atividades mais
significativo nos plantios devido ao nuacutemero e ao longo periacuteodo para sua
execuccedilatildeo Os custos totais de produccedilatildeo foram superiores em espaccedilamentos
menores independentemente da remuneraccedilatildeo ou natildeo pelo uso dos capitais
permanente e circulante
Palavras-chave Custo operacional efetivo espaccedilamento idade
produtividade
32
CHAPTER 1
PRODUCTION COST PARICAacute
ABSTRACT
The planted forest sector in Brazil has been losing ground in the international
market by the high cost needed for production Therefore there is a need to
investigate what the most expensive costs of the production process to then
build a strategy to reduce costs in order to become competitive again
reforestation in the market Thus the aim of the study was to estimate the
production of paricaacute (Schizolobium amazonicum) at 5 6 and 7 years in three
productivity classes and five planting space identifying the major costs of
production and those most affected by planting space in the region of
Paragominas PA The volume estimate was obtained according to the
methodology proposed by Silva et al (2013) and production costs since the
activities of preparation of the area to harvest and transport were provided by
farmers and entrepreneurs in the region Subsequently made to cost analysis
using the methodology of the operating cost which considers only the expenses
actually disbursed by the farmer together with the depreciation and labor
family labor Thus it was inferred that the spacing 3x2 m was higher by volume
on the other spacings analyzed Regarding the analysis of costs the effective
operating cost represented on average 65 of total production costs and
transport the most significant single cost in all spacings analyzed Have
maintenance was the most significant set of activities in plantations due to the
number and the time period for its implementation The total production costs
were higher in the smaller spacing regardless of whether or not for the use of
permanent and circulating capital
Keywords Effective operational cost spacing age productivity
33
1 INTRODUCcedilAtildeO
A crescente dificuldade em se obter madeira de florestas nativas tem
motivado empresaacuterios agrave praacutetica do reflorestamento Nesses plantios vaacuterias
espeacutecies tecircm sido utilizadas sendo o paricaacute a espeacutecie nativa de maior
expressatildeo na regiatildeo norte do paiacutes principalmente no estado do Paraacute
Segundo a ABRAF (2013) em 2012 foram plantados 87901 hectares
de paricaacute nos estados do Paraacute Tocantins e Maranhatildeo O aumento da aacuterea de
plantio nos uacuteltimos anos eacute justificado pela boa aceitaccedilatildeo desta espeacutecie no
mercado madeireiro devido aos seus variados fins como a produccedilatildeo de
lacircmina e compensado forros palitos papel moacuteveis aleacutem de peccedilas de
acabamentos e molduras
A falta de informaccedilotildees silviculturais no entanto tecircm inviabilizado a
expansatildeo de novos plantios em outras regiotildees do paiacutes Natildeo se tecircm estudos
suficientes para comprovar o melhor meacutetodo de implantaccedilatildeo desta cultura no
que se refere ao espaccedilamento a ser utilizado para maior produccedilatildeo de madeira
Este tipo de deficiecircncia pode implicar no emprego de teacutecnicas silviculturais
equivocadas que inviabiliza economicamente o cultivo reduzindo
consequentemente o interesse comercial pela espeacutecie
Os custos de produccedilatildeo devem entatildeo ser analisados para se testar a
viabilidade econocircmica dos projetos que estatildeo sendo implantados haja vista
que poucos satildeo os estudos que se referem ao monocultivo do paricaacute A
obtenccedilatildeo destes custos eacute fundamental pois eles compotildeem um ferramental de
controle e gerenciamento das atividades produtivas e de geraccedilatildeo de
importantes informaccedilotildees para auxiliar as tomadas de decisotildees pelos
produtores rurais (CONAB 2010)
Para se atestar a viabilidade econocircmica de um projeto florestal natildeo se
deve avaliar somente a espeacutecie a ser implantada mais agraves condiccedilotildees de
mercado atuais e futuras para comercializaccedilatildeo do produto Eacute notaacutevel a
importacircncia econocircmica e socioambiental do setor de florestas plantadas para o
Brasil por isso deve-se investir em conhecimento e tecnologia sobre as
espeacutecies cultivadas haja visto que o ambiente de negoacutecio para o
34
desenvolvimento desta atividade vem passando por dificuldades nos uacuteltimos
anos
A competitividade dos produtos florestais estaacute se deteriorando frente
aos seus principais concorrentes internacionais uma vez que o aumento
generalizado dos custos de produccedilatildeo de madeira no Brasil estaacute reduzindo
significativamente a rentabilidade da induacutestria integrada de base florestal e dos
produtores independentes de plantios florestais (ABRAF 2013) Comprova-se
assim a necessidade de estudos referentes aos custos de produccedilatildeo
Haacute alguns anos a importacircncia dos custos na produccedilatildeo agriacutecola e as
dificuldades de sua obtenccedilatildeo estimularam o Instituto de Economia Agriacutecola
oacutegatildeo vinculado agrave Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de Satildeo
Paulo a efetuar estimativas de custo de produccedilatildeo de diversas exploraccedilotildees
agriacutecolas por meio da metodologia designada custo operacional Neste
meacutetodo se incluem apenas as despesas efetivamente desembolsadas pelo
agricultor somadas agrave depreciaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos e matildeo-de-
obra familiar A remuneraccedilatildeo devida a todos os outros fatores de produccedilatildeo eacute
de responsabilidade do resiacuteduo ou seja a diferenccedila entre o custo operacional
e o valor de venda (MATSUNAGA et al 1976 CONAB 2010)
O ecircxito nas estimativas de custos de produccedilatildeo agriacutecola vem
estimulando pesquisadores da aacuterea florestal a utilizarem esta metodologia
tambeacutem para culturas florestais principalmente neste momento em que o
Brasil depende de medidas estruturais que promovam a reduccedilatildeo dos custos de
produccedilatildeo e incentivem o investimento para retomada da competitividade dos
produtos nacionais de base florestal no mercado internacional Por tal motivo
objetivou-se neste trabalho identificar os principais custos de produccedilatildeo bem
como o efeito dos diferentes espaccedilamentos sobre estes custos
35
2 MATERIAL E MEacuteTODOS
21 AacuteREA EM ESTUDO
Os dados utilizados neste estudo foram originaacuterios de povoamentos
homogecircneos de paricaacute (Schizolobium amazonicum) plantados sob os
espaccedilamentos 3x2 3x3 3x4 4x4 e 5x5 m localizados entre os municiacutepios de
Dom Elizeu e Paragominas Estado do Paraacute (Figura 1)
Figura 1 Localizaccedilatildeo dos municiacutepios de Dom Eliseu e Paragominas PA
O municiacutepio de Paragominas estaacute localizado no nordeste paraense
possuindo aproximadamente 20000 km2 de aacuterea territorial com 90 m de
altitude O solo caracteriacutestico da aacuterea eacute o Latossolo amarelo com vegetaccedilatildeo
originaacuteria representada pela floresta densa sendo encontradas extensas aacutereas
de mata secundaacuteria (capoeira nos seus diversos estaacutegios de desenvolvimento)
devido aos constantes desmatamentos provocados principalmente pelo
avanccedilo da agropecuaacuteria na regiatildeo (IBGE 2013a PREFEITURA MUNICIPAL
DE PARAGOMINAS 2013)
Segundo o IBGE (2013a) o clima do municiacutepio eacute do tipo mesoteacutermico e
uacutemido A temperatura meacutedia anual eacute elevada em torno de 25degC e seu regime
pluviomeacutetrico fica geralmente entre 2250 mm e 2500 mm anuais
36
O municiacutepio de Dom Eliseu pertence agrave microrregiatildeo de Paragominas
possui 5268815 kmsup2 e estaacute localizado nas coordenadas 04deg17rsquo06rdquo Sul e
47deg30rsquo18rdquo Oeste a 180 metros de altitude Ele eacute um dos municiacutepios da
chamada ldquoFronteira agriacutecola amazocircnicardquo maior produtora de commodities
agriacutecolas da porccedilatildeo norte do paiacutes e grande produtora de paricaacute (IBGE 2013b
PREFEITURA MUNICIPAL DE DOM ELISEU 2013)
22 ESTIMATIVA DA PRODUCcedilAtildeO
Foram inventariados povoamentos de paricaacute anualmente ateacute o quinto
ano sendo analisadas trecircs classes de produtividade em cada espaccedilamento
sendo elas Baixa (17 - 19 m) Meacutedia (19 ndash 21 m) e Alta (21 - 24 m)
Posteriormente empregando-se o modelo de crescimento e produccedilatildeo proposto
por Silva et al (2013) os volumes comercial e de lacircminas foram estimados
para diferentes espaccedilamentos e qualidades de local nas idades de 5 6 e 7
anos conforme o esquema apresentado na Figura 2
Figura 2 Esquema para obtenccedilatildeo dos volumes comercial e de lacircminas em povoamentos de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA
A partir dos dados de inventaacuterio estimou-se a produccedilatildeo em volume
comercial e de lacircminas por meio da metodologia proposta por Silva et al
(2013) Assim a partir de informaccedilotildees sobre as variaacuteveis aacuterea basal por
hectare (GHA) iacutendice de siacutetio (SI) altura dominante (HD) considerada como a
altura meacutedia das 100 aacutervores mais altas do povoamento (Hart) e nuacutemero de
aacutervores por hectare (NHA) na idade de cinco anos pode-se projetar a produccedilatildeo
para as idades em anaacutelise
Espaccedilamentos (m)
bull3x2
bull3x3
bull4x3
bull4x4
bull5x5
Classes de produtividade
(m)
bullBaixa
bullMeacutedia
bullAlta
Idades
(anos)
bull5
bull6
bull7
Volume comercial
Volume de lacircminas
37
A estimativa da HD na idade i foi obtida por meio da equaccedilatildeo 1
119878119868 =
119867119863119894 (1 + 119890119909119901 ((182404 minus 119860119894)
043105frasl ))
1 + 119890119909119901 ((182404 minus 119860119894119899119889
043105frasl ))
Eq 1
Em que
119890119909119901 = base de logaritmo neperiano
119867119863119894 = altura dominante na idade i
119860119894 = i-eacutesima idade (i = 5 6 7) e
119860119894119899119889 = idade iacutendice (5 anos)
Para estimativa do nuacutemero de aacutervores por hectare na idade futura
utilizou-se a equaccedilatildeo 2
1198731198671198602 = 1198731198671198601 minus ((119860119877119864119860
1198671198631)
minus20848
(119860220356 minus 1198601
20356)) Eq 2
Em que
1198731198671198602 = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade futura
1198731198671198601 = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade corrente
119860119877119864119860 = aacuterea meacutedia ocupada por cada planta no plantio
1198671198631 = altura dominante na idade corrente
1198601 = idade corrente e
1198602 = idade futura
A aacuterea basal por hectare foi estimada por meio da equaccedilatildeo 3
119866119867119860119894 = 000523119867119863119894145720119873119867119860053967
119894 Eq 3
Em que
NHAi = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade i
38
Apoacutes a obtenccedilatildeo de todas as variaacuteveis os volumes comercial e de
lacircminas foram estimados pelas equaccedilotildees 4 e 5
119881119879119867119860119894 = 122839119866119867119860119894093941119867119863119894
071858 Eq 4
119881119862119867119860119894 = 003388119866119867119860119894069131119867119863119894
183907 Eq 5
Em que
119881119879119867119860119894 = volume comercial por hectare e
119881119862119867119860119894 = volume de lacircminas por hectare
23 DESCRICcedilAtildeO DAS ATIVIDADES
Por se tratarem de aacutereas anteriormente ocupadas por pastagem fez-se
necessaacuterio o combate agrave formigas e limpeza da aacuterea manualmente e com
auxiacutelio de trator a fim de retirar do local galhos tocos e raiacutezes que por ventura
atrapalhassem o processo de mecanizaccedilatildeo
Para todas as aacutereas de plantio fez-se a anaacutelise de solo verificando-se
a necessidade de correccedilatildeo com uma tonelada de calcaacuterio dolomiacutetico por
hectare Assim foi realizada a calagem precedida da gradagem com auxiacutelio da
terceirizaccedilatildeo de tratores agriacutecolas
Apoacutes o preparo do solo iniciou-se o processo de alinhamento
marcaccedilatildeo e coveamento respeitando o espaccedilamento preacute-determinado para
cada local considerando que uma pessoa consegue abrir 500 covasdia
Posteriormente foram acrescentados 100g de NPK (6-30-6) por cova antes do
plantio das mudas de paricaacute Adubaccedilotildees de cobertura e um ano apoacutes o plantio
tambeacutem ocorreram com o objetivo de aumentar o iacutendice de sobrevivecircncia agraves
plantas
Como no campo eacute difiacutecil controlar os fatores bioacuteticos e abioacuteticos a
mortalidade de plantas eacute inevitaacutevel por isso foi observada a necessidade de
39
replantio de 5 das mudas logo no primeiro ano segundo informaccedilotildees
disponibilizadas pela empresa
A manutenccedilatildeo relativa agrave limpeza dos plantios se deu pelo coroamento
das mudas aplicaccedilatildeo de herbicida manualmente e roccedilada mecacircnica do
primeiro ao terceiro ano Desta forma natildeo houve competiccedilatildeo com plantas
invasoras que poderiam inibir o crescimento das mudas Assim devido ao
ambiente favoraacutevel e as condiccedilotildees propiacutecias de crescimento e produccedilatildeo foi
possiacutevel extrair a madeira para laminaccedilatildeo no quinto ano apoacutes a implantaccedilatildeo
A colheita foi realizada de forma semi-mecanizada (motosserra)
seguida do baldeio e carregamento ateacute a beira da estrada O transporte ateacute a
induacutestria de beneficiamento foi realizado por caminhatildeo tipo bitrem com
capacidade para 44000 kg ao preccedilo meacutedio de R$59192 por viagem
O valor da matildeo-de-obra familiar foi considerado como o custo de
administraccedilatildeo ou seja quando o proprietaacuterio presta serviccedilos na proacutepria
empresa Assim a remuneraccedilatildeo paga pelo custo de administraccedilatildeo foi
equivalente a 10 dos custos efetivamente desembolsados pela empresa
Em relaccedilatildeo agraves aacutereas onde os plantios foram realizados estas jaacute
pertenciam a empresa Laminit por isso natildeo houve a necessidade de aquisiccedilatildeo
ou arrendamento do terreno Poreacutem considerou-se o custo de oportunidade
ou seja a remuneraccedilatildeo do capital investido (permanente e circulante) por meio
do caacutelculo da parcela sobre o bem adquirido e utilizado na produccedilatildeo e inclusa
no custo fixo da produccedilatildeo Logo o investimento do produtor foi remunerado agrave
taxa de 6 ao ano como se fosse aplicado o capital em outro investimento
alternativo conforme recomendaccedilotildees da CONAB (2010)
24 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS
Para anaacutelise dos custos de produccedilatildeo florestal foi necessaacuteria a coleta de
dados anuais de todas as despesas e receitas contraiacutedas em cada
espaccedilamento durante o periacuteodo entre 2006 e 2013 O esquema da disposiccedilatildeo
dos gastos na planilha de custo pode ser observado na Tabela 1
40
Tabela 1 Distribuiccedilatildeo dos gastos efetuados para implantaccedilatildeo de povoamentos de paricaacute
Descriccedilatildeo Un R$un
Quantidade utilizada
Espaccedilamento (m)
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
Preparo da aacuterea
Anaacutelise de solo un 3450 1 1 1 1 1
Limpeza manual Diaacuteria 3500 1 1 1 1 1
Limp mecanizada ht 10218 1 1 1 1 1
Gradagem ht 10218 15 15 15 15 15
Calagem ht 6846 05 05 05 05 05
Calcaacuterio ton 8967 1 1 1 1 1
Alinhamento Diaacuteria 3500 2 14 1 08 05
Coveamento Diaacuteria 3500 334 223 167 125 08
Cercamento R$ha 30000 1 1 1 1 1
Constr de estradas R$ha 13390 1 1 1 1 1
Constr de aceiros Diaacuteria 3500 4 4 4 4 4
Adubaccedilatildeo
Adubo Kg 123 5001 3336 2502 1875 120
Adubaccedilatildeo Diaacuteria 3667 45 3 225 195 106
Plantio
Transp de mudas ht 5000 05 05 05 05 05
Mudas un 038 1751 1168 876 657 420
Plantio e replantio Diaacuteria 3500 4 27 2 15 1
Manutenccedilatildeo
Formicida Kg 674 125 10 83 695 551
Aplic de formicida Diaacuteria 3703 893 748 651 578 525
Transp de insumos ht 4233 2 2 2 2 2
Coroamento Diaacuteria 3761 67 45 35 25 16
Roccedilada ht 5602 4 5 6 7 85
Herbicida L 1732 8 9 10 105 12
Aplic de herbicida Diaacuteria 3761 4 45 5 55 6
Manutenccedilatildeo de aceiro Diaacuteria
3744 6 6 6 6 6
Manut de estrada ht 8699 469 469 469 469 469
Materiais - 6892 8 8 8 8 8
Encargos - 8185 7 7 7 7 7
Colheita e Transporte
Corte e toragem msup3 215 1844 1744 1524 1341 11705
Baldeio msup3 096 1844 1744 1524 1341 11705
Carregamento msup3 097 1844 1744 1524 1341 11705
Transporte msup3 659 1844 1744 1524 1341 11705 Valores deflacionados e descapitalizados para o ano de 2006 Considerando o volume comercial em classe de produtividade alta (21 - 24 m) com corte aos 6 anos
Os custos envolvidos nas atividades de implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo dos
povoamentos foram disponibilizados por produtores rurais da regiatildeo de
41
Paragominas Tambeacutem foram disponibilizados por empresaacuterios locais os
dados referentes agrave exploraccedilatildeo e transporte da madeira ateacute a empresa
referente a uma distacircncia meacutedia de 80 km
Para comparaccedilatildeo entre os valores incorridos durante periacuteodos
diferentes no tempo fez-se o deflacionamento dos custos para o periacuteodo
inicial (implantaccedilatildeo dos povoamentos) A correccedilatildeo da perda monetaacuteria causada
pela inflaccedilatildeo foi obtida por meio do Iacutendice Geral de Preccedilo ndash Disponibilidade
Interna (IGP ndash DI) o qual eacute responsaacutevel pelo registro da inflaccedilatildeo de preccedilos de
mateacuterias-primas agriacutecolas
Posteriormente os valores deflacionados foram descapitalizados para o
ano 0 (2006) a fim de facilitar a anaacutelise econocircmica A descapitalizaccedilatildeo foi
obtida pela seguinte foacutermula
1198810 =119881119899
(1 + 119894)119899 Eq 6
Em que
1198810 = valor inicial correspondente ao periacuteodo de implantaccedilatildeo do povoamento
(R$)
119881119899 = valor final correspondente ao ano j (R$)
119894 = taxa de juros (6 aa) e
119899 = nuacutemero de periacuteodos (anos)
25 CLASSIFICACcedilAtildeO DOS CUSTOS
Para o caacutelculo dos custos de produccedilatildeo do paricaacute foi adotada a
metodologia descrita pelo Instituto de Economia Agriacutecola (IEA) oacutergatildeo vinculado
agrave Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo Neste
caso foram considerados os custos efetivos de produccedilatildeo ou seja aquele
dinheiro efetivamente desembolsado pelo proprietaacuterio para o pagamento da
mateacuteria-prima produtos ou serviccedilos adquiridos
42
A depreciaccedilatildeo foi aqui desconsiderada pela indisponibilidade de
informaccedilotildees sobre as maacutequinas equipamentos e benfeitorias Assim
considerou-se que todos os maquinaacuterios e equipamentos utilizados para a
implantaccedilatildeo conduccedilatildeo extraccedilatildeo e transporte dos povoamentos foram de
origem terceirizada
Os custos de produccedilatildeo foram entatildeo divididos segundo sua origem
sendo classificados de acordo com a metodologia de custos proposta pelo IEA
a) Custo operacional efetivo (COE) ndash correspondente a todos os custos
expliacutecitos
b) Custo operacional total (COT) ndash correspondente ao somatoacuterio do custo
operacional efetivo e matildeo-de-obra familiar (MO)
c) Custo Total (CT) ndash soma do custo operacional total e do custo de
oportunidade (CO) que eacute a remuneraccedilatildeo do capital circulante e do capital
fixo
As foacutermulas para obtenccedilatildeo do custo operacional total e custo total
encontram-se a seguir
119862119874119879 = 119862119874119864 + 119872119874 Eq 7
119862119879 = 119862119874119879 + 119862119874 Eq 8
43
3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
31 ESTIMATIVA DE VOLUME
A partir das equaccedilotildees ajustadas por Silva et al (2013) para
povoamentos de paricaacute foi possiacutevel estimar o volume comercial e de lacircminas
em trecircs ocasiotildees no tempo e em diferentes classes de produtividade nos cinco
espaccedilamentos de plantio como pode ser observado na Tabela 2
Tabela 2 Volumes comercial (VTHA) e de lacircminas (VCHA) estimados nos diferentes espaccedilamentos de plantio de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA
Idade Espaccedil
(m)
VTHA (msup3ha) VCHA (msup3ha)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 16229 18511 19336 5638 6858 7915
3x3 - 15498 18126 - 6163 7671
3x4 - 13328 15983 - 5476 7009
4x4 7133 13551 14623 2800 5705 6468
5x5 7351 8790 13093 3191 4124 6231
6 a
no
s
3x2 15173 16865 18439 5370 6411 7666
3x3 - 14606 17439 - 5912 7473
3x4 - 12325 15244 - 5188 6787
4x4 7178 11745 13410 2827 5146 6082
5x5 7115 8867 11705 3118 4158 5759
7 a
no
s
3x2 14315 15607 16406 5144 6054 7029
3x3 - 13920 16489 - 5706 7170
3x4 - 11890 14648 - 5052 6590
4x4 7028 11464 13067 2783 5055 5967
5x5 7020 8726 11515 3087 4109 5690
Em que VTHA= volume comercial por hectare VCHA= volume de lacircminas por hectare Espaccedil= espaccedilamento de plantio
A divisatildeo dos povoamentos em classes de produtividade eacute explicada
por Oliveira et al (2008) Segundo os autores a estratificaccedilatildeo realizada por
44
meio de classes de produtividade resulta em estimativas de volume mais
precisas proacuteximo agrave idade de corte Por isso a adoccedilatildeo das trecircs classes
A falta de informaccedilotildees nos espaccedilamentos intermediaacuterios 3x3 e 3x4 m
na classe de produtividade baixa ocorreu pela ausecircncia de povoamentos
nestas condiccedilotildees de siacutetio
A diferenccedila no volume comercial de madeira foi de 323 entre os
espaccedilamentos extremos 3x2 e 5x5 m na classe de produtividade alta sendo
maior o volume nos menores espaccedilamentos Resultados semelhantes foram
encontrados por Macedo et al (2005) com povoamentos de Teca em Minas
Gerais e Hoffmann (2009) em seu trabalho sobre caracterizaccedilatildeo
dendromeacutetrica e rendimento em laminaccedilatildeo de paricaacute na regiatildeo de
Paragominas PA
A diferenccedila no volume tem comportamento exponencial agrave medida em
que se utilizam siacutetios de menor produtividade sendo constatada uma diferenccedila
de 525 e 547 no volume entre os espaccedilamentos extremos nas classes
de produtividade meacutedia e baixa respectivamente Comportamento semelhante
foi observado para o volume de lacircminas de paricaacute Houve diferenccedila crescente
no volume entre os espaccedilamentos extremos sendo menor na classe de
produtividade alta (213)
Aos 6 anos a diferenccedila no volume entre os espaccedilamentos extremos foi
superior agrave idade anterior Na classe de produtividade alta a diferenccedila no
volume comercial foi de 365 Jaacute o volume de lacircminas abrangeu diferenccedila de
249
Nos siacutetios de baixa produtividade o volume comercial de madeira no
espaccedilamento 3x2 m foi 177 menor comparado ao de produtividade alta
Esta porcentagem encontra-se dentro do intervalo indicado por Morales et al
(2010) para povoamentos de pinus Segundo os autores a produtividade do
pinus foi reduzida entre 14 a 36 nos diferentes siacutetios de produccedilatildeo
Nos espaccedilamentos 4x4 e 5x5 m esta diferenccedila foi mais significativa
com aproximadamente 465 e 392 respectivamente Isso se deve entre
outras coisas agrave morte natural das plantas com diacircmetros mais acentuados
tornando mais expressiva a reduccedilatildeo de volume
Comparando a produccedilatildeo de paricaacute em relaccedilatildeo a idade de corte pode
ser observada uma reduccedilatildeo no volume de madeira do quinto para o sexto ano
45
Este comportamento pode ser resultado do autodesbaste caracteriacutestico da
espeacutecie Por se tratar de uma espeacutecie pioneira ela atinge o aacutepice de
incremento na idade meacutedia de 5 anos sendo mais viaacutevel seu corte neste
periacuteodo (CARVALHO 2007)
Balloni e Simotildees (1980) anteriormente jaacute haviam afirmado que a
porcentagem de aacutervores dominadas e mortas cresce com o avanccedilo da idade
sendo mais intenso e precoce nos espaccedilamentos mais apertados Por isso a
idade de corte deve ser definida em funccedilatildeo do ritmo de crescimento
espaccedilamento finalidade da madeira e suas interaccedilotildees
32 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO
O levantamento de custos como citado anteriormente seguiram a
metodologia sugerida pelo Instituto de Economia Agriacutecola ndash IEA sendo
agrupados por atividade
321 Custo operacional efetivo ndash COE
Todas as atividades desde a implantaccedilatildeo ateacute a exploraccedilatildeo dos
povoamentos de paricaacute foram identificadas e os gastos estimados para
obtenccedilatildeo dos custos efetivamente desembolsados pelo produtor sendo que os
custos foram deflacionados e descapitalizados para o ano de 2006 A soma
dos custos das atividades desenvolvidas durante este periacuteodo com corte aos
5 6 e 7 anos podem ser observadas na Tabela 3
Nos povoamentos em estudo os custos de implantaccedilatildeo variaram entre
R$80000 a R$180000 entre os espaccedilamentos extremos sendo menor
quanto menor o nuacutemero de plantas por hectare Este montante representa
entre 18 e 26 do custo total de produccedilatildeo de paricaacute demonstrando sua
importacircncia em relaccedilatildeo agrave outros custos
46
Tabela 3 Custo Operacional Efetivo (COE) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006
Idade Espaccedilamento
(m)
COE do volume comercial (R$ha) COE do volume de lacircminas (R$ha)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 501646 501646 501646 648938 667703 674487
3x3 - 437995 437995 - 586899 608517
3x4 - 408969 408969 - 540219 562057
4x4 388309 388309 388309 468849 521642 530459
5x5 369666 369666 369666 451856 463692 499083
6 a
no
s
3x2 512608 512608 512608 639852 652755 664594
3x3 - 451539 451539 - 574684 595999
3x4 - 423545 423545 - 529527 551493
4x4 404176 404176 404176 471255 505786 518322
5x5 385283 385283 385283 451891 465242 486598
7 a
no
s
3x2 527155 527155 527155 637832 646772 652303
3x3 - 465086 465086 - 573035 590806
3x4 - 436693 436693 - 530595 549673
4x4 416824 416824 416824 477086 507776 518871
5x5 398191 398191 398191 458394 470202 489495
47
O custo no espaccedilamento 5x5 m foi semelhante ao encontrado por Silva
et al (2004) para a implantaccedilatildeo de 1 ha de eucalipto na regiatildeo de Brasiacutelia
quando os valores foram corrigidos para o mesmo periacuteodo demonstrando
semelhanccedila na implantaccedilatildeo das duas culturas
Nos povoamentos analisados natildeo houve diferenccedilas nos custos para
implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo nos plantios com classes de produtividade distintas
os quais objetivavam a produccedilatildeo de volume comercial Em contrapartida
houve o acreacutescimo de gastos a medida em que se reduziu os espaccedilamentos
de plantio ou seja quanto menor a aacuterea ocupada por plantas maiores os
gastos com alinhamento marcaccedilatildeo de covas coveamento plantio e adubaccedilatildeo
Em relaccedilatildeo ao volume de lacircminas ocorreu a distinccedilatildeo dos custos entre
classes de produtividade uma vez que os custos com colheita e transporte
estatildeo relacionados com o volume colhido Assim em classes de produtividade
alta e menor espaccedilamento de plantio o COE foi superior em comparaccedilatildeo aos
outros povoamentos analisados
Como observado aos 5 anos natildeo houve diferenccedila no COE
independente da classe de produtividade nos povoamentos em que satildeo
mensurados o volume comercial de madeira Isso foi reflexo da quantidade de
plantas inseridas no local que no plantio foram invariaacuteveis independente da
qualidade do terreno O mesmo foi notado quando se estimou os custos para
exploraccedilatildeo de madeira aos 7 anos
A reduccedilatildeo no COE da produccedilatildeo de lacircminas com o aumento da idade
de exploraccedilatildeo eacute explicado pela reduccedilatildeo ocorrida no volume de madeira
causado pela mortalidade das plantas como observado no trabalho de Silva et
al (2013) Assim diminuem-se proporcionalmente os custos com colheita
transporte e outras atividades de manutenccedilatildeo
322 Custo operacional total ndash COT
O custo operacional total envolveu o COE e a matildeo-de-obra familiar
considerada aqui como o custo de administraccedilatildeo ou seja os proprietaacuterios dos
48
povoamentos eram os responsaacuteveis pela administraccedilatildeo dos plantios A
participaccedilatildeo do COT pode ser observada na Tabela 4
O custo da matildeo-de-obra foi considerado como um custo operacional
efetivo pois natildeo houve somente um gasto mas um desembolso ou seja uma
saiacuteda de caixa Jaacute a matildeo-de-obra familiar eacute parte do custo de produccedilatildeo pois
consistiu em uma alocaccedilatildeo de recurso produtivo (matildeo-de-obra) para a geraccedilatildeo
do produto (madeira) representando cerca de 10 dos custos de produccedilatildeo
Observando a tabela 4 pode-se notar que o maior custo de
administraccedilatildeo foi obtido para o espaccedilamento 3x2 m quando o objetivo era a
laminaccedilatildeo com custo de aproximadamente R$67450 Jaacute o espaccedilamento 5x5
m com objetivo de venda da floresta em peacute obteve o menor custo com
aproximadamente R$37000 por hectare
Resultados semelhantes foram encontrados para a produccedilatildeo de
madeira aos 6 anos Os menores custos de administraccedilatildeo estatildeo relacionados
aos menores custo de implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo dos povoamentos Aos 6 anos
o custo de administraccedilatildeo no espaccedilamento 5x5 m em classe de produtividade
alta com o objetivo de produccedilatildeo de lacircminas foi de aproximadamente R$48660
e R$38528 quando se objetivou a venda da madeira em peacute
Os custos de administraccedilatildeo tambeacutem foram reduzidos a medida em que
se aumentou o tempo para exploraccedilatildeo dos povoamentos devido a reduccedilatildeo do
volume por hectare sendo outro indicio de que esta espeacutecie deve ser
explorada logo aos 5 anos apoacutes o plantio
49
Tabela 4 Custo Operacional Total (COT) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006
Idade Espaccedilamento
(m)
COT do volume comercial (R$ha) COT do volume de lacircminas (R$ha)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 551811 551811 551811 713832 734473 741936
3x3 - 481795 481795 - 645589 669368
3x4 - 449865 449865 - 594241 618263
4x4 427140 427140 427140 515733 573807 583505
5x5 406633 406633 406633 497042 510062 548991
6 a
no
s
3x2 563869 563869 563869 703837 718031 731053
3x3 - 496693 496693 - 632152 655599
3x4 - 465900 465900 - 582479 606642
4x4 444594 444594 444594 518380 556365 570155
5x5 423812 423812 423812 497080 511767 535258
7 a
no
s
3x2 579871 579871 579871 701615 711449 717534
3x3 - 511595 511595 - 630338 649886
3x4 - 480362 480362 - 583655 604641
4x4 458507 458507 458507 524794 558554 570758
5x5 438010 438010 438010 504233 517223 538444
50
323 Custo total ndash CT
O custo total foi obtido pelo COT acrescido da remuneraccedilatildeo paga ao
capital investido e ao custo da Terra (TABELA 5)
Apoacutes contabilizados todos os custos foi possiacutevel inferir que para o
volume comercial em espaccedilamentos mais adensados o custo total foi 2294
maior do que nos plantios mais espaccedilados independente da classe de
produtividade Jaacute em povoamentos onde o objetivo do plantio era a venda de
lacircminas ocorreu uma variaccedilatildeo nos custos em fator da classe de produtividade
e espaccedilamento de plantio
A venda da madeira aos 6 anos culminou em um acreacutescimo de 67 a
86 em comparaccedilatildeo com os mesmos povoamentos sendo explorados aos 5
anos Para a produccedilatildeo de lacircminas o aumento dos custos foi menos
expressivo No espaccedilamento 3x2 m em classe de produtividade baixa o
aumento foi de 34
A exploraccedilatildeo de povoamentos aos 7 anos foi 1347 a 1596 maior
em relaccedilatildeo a exploraccedilatildeo aos 5 anos e 726 a 801 para 6 anos Estes
nuacutemeros confirmam que os custos tecircm crescido proporcionalmente com o
passar do tempo
Os custos com a remuneraccedilatildeo do capital investido e pelo uso da terra
correspondem em meacutedia a 24 dos custos totais de produccedilatildeo Poreacutem a
maioria dos produtores rurais deixam de contabilizar estes custos por se tratar
do pagamento pelo uso dos bens que ele jaacute possui (capital e terra) resultando
em valores de produccedilatildeo abaixo do que realmente deve ser computado
Comparando a produccedilatildeo de paricaacute e Teca no espaccedilamento 3x2 m
utilizando a mesma metodologia de custos observa-se que o custo total para
cultivo da Teca eacute de aproximadamente R$1080309 valor muito proacuteximo ao
observado para o plantio de paricaacute (SANGUINO 2009)
51
Tabela 5 Custo Total (CT) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006
Idade Espaccedilamento
(m)
CT do volume comercial (R$ha) CT do volume de lacircminas (R$ha)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 730146 730146 730146 917076 940890 949501
3x3 - 649366 649366 - 838341 865776
3x4 - 612527 612527 - 779099 806814
4x4 586308 586308 586308 688522 755523 766713
5x5 562648 562648 562648 666957 681978 726892
6 a
no
s
3x2 782537 782537 782537 949133 966026 981526
3x3 - 702582 702582 - 863811 891718
3x4 - 665930 665930 - 804688 833447
4x4 640572 640572 640572 728395 773606 790019
5x5 615836 615836 615836 703043 720523 748483
7 a
no
s
3x2 843816 843816 843816 99343 100552 101299
3x3 - 759911 759911 - 905837 92986
3x4 - 721528 721528 - 848467 874257
4x4 694669 694669 694669 776132 81762 832618
5x5 669481 669481 669481 750864 766827 792907
52
De maneira geral os custos mais expressivos satildeo referentes agrave manutenccedilatildeo
dos plantios independente do espaccedilamento adotado (Figura 3) Isso eacute
consequecircncia do maior nuacutemero de atividades desenvolvidas durante este periacuteodo
que variam desde o controle de formigas agrave manutenccedilatildeo de estradas
Figura 3 Custos totais da produccedilatildeo de paricaacute sob diferentes espaccedilamentos na regiatildeo de Paragominas PA
Nota-se no entanto que quanto maior o espaccedilamento de plantio utilizado
maiores satildeo os custos de manutenccedilatildeo por hectare Como haacute menor quantidade de
aacutervores por hectare a presenccedila de plantas invasoras eacute mais acentuada
aumentando os custos para seu controle Em contrapartida os custos por hectare
53
com adubaccedilatildeo plantio colheita e transporte diminuem jaacute que o nuacutemero de aacutervores
na aacuterea eacute reduzido
Deve-se ressaltar ainda que estes custos podem variar de acordo com a
classe de produtividade a idade em que vatildeo ser explorados os povoamentos e os
tipos de atividades empregadas que podem variar de acordo com o produtor e a
regiatildeo
54
4 CONCLUSOtildeES
O custo operacional efetivo representou em meacutedia 65 dos custos totais de
produccedilatildeo sendo o transporte o custo individual mais expressivo em todos os
espaccedilamentos analisados Jaacute a manutenccedilatildeo foi o conjunto de atividades mais
significativo nos povoamentos devido ao nuacutemero e ao longo periacuteodo para execuccedilatildeo
das atividades
Os custos totais de produccedilatildeo foram superiores em espaccedilamentos menores
independentemente da remuneraccedilatildeo ou natildeo pelo uso dos capitais permanente e
circulante
A diferenccedila nos custos entre espaccedilamentos extremos 3x2 m e 5x5 m eacute
justificada pelo maior volume de matildeo-de-obra e insumos necessaacuterios para execuccedilatildeo
das atividades em locais com maior nuacutemero de plantas por hectare
55
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE FLORESTAS PLANTADAS ndash ABRAF Anuaacuterio Estatiacutestico da ABRAF 2013 Ano base 2012 Brasiacutelia ABRAF 2013 148p Disponiacutevel em lthttpwwwabraflororgbrestatisticasABRAF13ABRAF13BR pdfgt Acesso em 19 Ago 2013 BALLONI E A SIMOtildeES J W O espaccedilamento de plantio e suas implicaccedilotildees silviculturais IPEF Piracicaba v1 n 3 p 1-16 Set 1980 (Seacuterie Teacutecnica) CAMPOS J C C LEITE H G Mensuraccedilatildeo florestal perguntas e respostas Viccedilosa UFV 2002 407p
CARVALHO P E R Paricaacute (Schizolobium amazonicum) Colombo Embrapa Florestas 2007 8p (Circular Teacutecnica 142)
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56
PREFEITURA MUNICIPAL DE DOM ELISEU O municiacutepio Dom Eliseu 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwdomeliseupagovbrgt Acesso em 23 Maio 2013 SANGUINO A C Custos de implantaccedilatildeo e rentabilidade econocircmica de povoamentos florestais com teca no estado do Paraacute Ciecircncias Agraacuterias Beleacutem n 52 p 61-78 juldez 2009 SILVA G F GEZAN S A SOARES C P B ZANETI L Z Modeling growth and yield of Schizolobium amazonicum under different spacings International Journal of Forestry Research v 2013 (2013) 10 p SILVA K R MINETTI L J FIEDLER N C VENTUROLI F MACHADO E G B SOUZA A P Custos e rendimentos operacionais de um plantio de eucalipto em regiatildeo de cerrado Aacutervore Viccedilosa-MG v28 n3 p 361-366 2004
57
CAPIacuteTULO 2
ANAacuteLISE ECONOcircMICA DA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA DE PARICAacute
RESUMO
As exigecircncias atuais de mercado aliadas agraves alternativas de investimento expressam
a necessidade de avaliaccedilatildeo econocircmica de projetos florestais Essa avaliaccedilatildeo
contribui com a escolha da melhor estrateacutegia de produccedilatildeo a fim de tornar os
produtos florestais brasileiros competitivos no mercado externo Por isso objetivou-
se neste trabalho analisar a viabilidade econocircmica de povoamentos de paricaacute sob
diferentes espaccedilamentos aleacutem de determinar economicamente a melhor forma de
plantio para produccedilatildeo de madeira Estes povoamentos foram implantados na regiatildeo
de Paragominas PA em 2006 sob os espaccedilamentos 3x2 3x3 3x4 4x4 e 5x5 m
divididos em trecircs classes de produtividade A produccedilatildeo foi entatildeo estimada para as
idades de 5 6 e 7 anos por meio de equaccedilotildees de crescimento e produccedilatildeo Os
custos do plantio agrave colheita foram disponibilizados por produtores rurais e
empresaacuterios da regiatildeo assim como o valor de venda de lacircminas A partir da
obtenccedilatildeo dos custos e receitas fez-se a anaacutelise econocircmica dos projetos Para tanto
foram utilizados os iacutendices econocircmicos e o criteacuterio do benefiacutecio perioacutedico equivalente
(BPE) como formas de avaliaccedilatildeo considerando-se a taxa de desconto de 6 como
a taxa miacutenima de atratividade Apoacutes a anaacutelise dos iacutendices e criteacuterio de avaliaccedilatildeo
econocircmica pode-se concluir que o espaccedilamento 3x3 m em classe de produtividade
alta com corte aos 5 anos foi o mais indicado pois gera o maior retorno financeiro
Para os maiores espaccedilamentos estudos ainda devem ser desenvolvidos mas
acredita-se que eles sejam alternativas financeiras viaacuteveis
Palavras-chave Criteacuterios de avaliaccedilatildeo espaccedilamentos de plantio iacutendices
econocircmicos retorno financeiro
58
CHAPTER 2
ECONOMIC ANALYSIS OF PRODUCTION PARICAacute
ABSTRACT
The current market demands combined with investment alternatives express the
need for economic evaluation of forestry projects This assessment contributes to the
choice of the best production strategy in order to make the Brazilian forest products
competitive in foreign markets Therefore this study aimed to analyze the economic
feasibility of stands of paricaacute under different spacings and economically determine
the best planting for timber production These settlements were established in the
region of Paragominas PA in 2006 under the spacings 3x2 3x3 3x4 4x4 and 5x5
m divided into three classes productivity The production was then estimated for
ages 5 6 and 7 years through equations of growth and production Costs from
planting to harvest were provided by farmers and entrepreneurs in the region as well
as the value of sales of blades From procurement costs and revenues became the
economic analysis of projects For both economic indicators and criteria periodic
benefit equivalent (BPE) as forms of assessment considering the discount rate of 6
as the hurdle rate were used After analyzing the indexes and economic evaluation
criteria it can be concluded that the spacing 3x3 m in class high productivity with cut
to 5 years was the most suitable because it generates the greatest financial return
For the larger spacings studies have yet to be developed but it is believed that they
are viable alternatives financial
Keywords Evaluation criteria planting space economic indicators financial return
59
1 INTRODUCcedilAtildeO
A implantaccedilatildeo da lei dos incentivos fiscais na deacutecada de 60 motivou o plantio
de florestas para ampliar a base florestal do Paiacutes e captar recursos para o
desenvolvimento do setor (MELLO et al 2005) Esses estiacutemulos baseavam-se na
expansatildeo florestal desconsiderando a qualidade da madeira
Nos dias atuais diante das exigecircncias de mercado da competiccedilatildeo com
outros paiacuteses e das pressotildees relacionadas ao meio ambiente o Brasil tem investido
natildeo somente em produccedilatildeo mais tambeacutem em teacutecnicas silviculturais que contribuam
com a qualidade final dos produtos aleacutem de teacutecnicas que reduzam os custos
envolvidos no processo produtivo Essas metas tecircm sido alcanccediladas por meio do
planejamento dos investimentos
Para realizar um investimento eacute necessaacuterio primeiramente organizar
formalmente os objetivos por meio de um projeto relacionando os meios de que se
dispotildee para alcanccedilaacute-los Posteriormente deve-se analisar o mercado potencial do
produto a fim de obter informaccedilotildees sobre os retornos esperados do investimento
comparativamente agraves alternativas disponiacuteveis eou viaacuteveis Assim com o
planejamento adequado das atividades eacute possiacutevel identificar as exigecircncias atuais de
mercado os caminhos a serem seguidos para entatildeo construir um referencial futuro
o qual identificaraacute a viabilidade ou natildeo da implantaccedilatildeo do projeto ao qual o
planejamento se destina (REZENDE OLIVEIRA 2008)
Para implantaccedilatildeo de um projeto aleacutem de se conhecer o horizonte de
planejamento que eacute o periacuteodo estimado durante o qual o empreendimento em
anaacutelise iraacute operar faz-se necessaacuterios tambeacutem testar a sua viabilidade teacutecnica
econocircmica financeira social ambiental e poliacutetica O teste da viabilidade econocircmica
eacute considerado o mais importante entre os paracircmetros de avaliaccedilatildeo pois consiste em
verificar se no projeto as receitas superam os custos Caso isso natildeo ocorra diz-se
que o projeto eacute insustentaacutevel desde a sua implantaccedilatildeo (FARO 1979 CHICHORRO
et al 2010)
Na avaliaccedilatildeo econocircmica para decisatildeo de que o projeto deve ou natildeo ser
implementado satildeo usadas teacutecnicas e criteacuterios de anaacutelise que comparam os custos e
as receitas inerentes ao projeto A anaacutelise de projetos consiste entatildeo na verificaccedilatildeo
60
de que determinada atividade eacute lucrativa ou natildeo considerando-se um horizonte de
planejamento (REZENDE OLIVEIRA 2008)
Existem vaacuterios meacutetodos de seleccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de projetos de
investimentos Geralmente recorre-se a meacutetodos que consideram principalmente as
atividades a serem executadas os periacuteodos de execuccedilatildeo e seus respectivos custos
os produtos e o periacuteodo de tempo que levaratildeo para serem produzidos seus preccedilos
e receitas ou seja o fluxo de caixa (CHICHORRO et al 2010)
Os meacutetodos de avaliaccedilatildeo econocircmica podem entatildeo ser divididos em dois
grupos principais O primeiro grupo compreende aqueles em que natildeo se considera a
variaccedilatildeo do capital no tempo sendo indicados para horizontes de planejamentos
muito curtos onde natildeo haacute inflaccedilatildeo Jaacute o segundo grupo considera a variaccedilatildeo do
capital no tempo podendo-se citar o valor presente liacutequido (VPL) e o benefiacutecio
perioacutedico equivalente (BPE) como exemplos (SILVA et al 2005)
A variaccedilatildeo do capital ocorre devido agrave remuneraccedilatildeo paga ao seu uso por
determinado tempo ou seja os juros Assim no final do prazo estipulado natildeo
haveraacute somente a quantia emprestada mais tambeacutem um acreacutescimo que
corresponde ao custo de oportunidade do uso do capital durante o periacuteodo de
empreacutestimo O valor a ser pago no final do periacuteodo dependeraacute da taxa de juros
correspondente a unidade de tempo considerada A Conab utiliza o percentual de
6 ao ano como a taxa de retorno para a remuneraccedilatildeo dos investimentos feitos pelo
produtor como se o capital fosse aplicado em outro investimento alternativo
(OLIVEIRA REZENDE 2004 CONAB 2010)
Tendo em vista este contexto objetivou-se neste trabalho analisar a
viabilidade econocircmica de povoamentos de paricaacute sob diferentes espaccedilamentos e
determinar economicamente o melhor espaccedilamento de plantio para produccedilatildeo de
madeira
61
2 MATERIAL E MEacuteTODOS
21 OBTENCcedilAtildeO DAS RECEITAS
A partir da estimativa dos volumes comercial (VTHA msup3ha) e de lacircminas
(VCHA m3ha) nos diferentes espaccedilamentos de plantio em diferentes
idades e classes produtivas tal como proposto no capiacutetulo 1 foram contraiacutedas as
receitas Os volumes comercial e de lacircminas estimados foram multiplicados pelo valor
meacutedio de venda disponiacutevel no boletim informativo de preccedilos disponibilizado pela
Coordenadoria Executiva da Administraccedilatildeo Tributaacuteria ndash CERAT do Estado do Paraacute
2013 Obteve-se assim a receita para cada espaccedilamento analisado
22 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS
Como se trata de projetos de investimento com a finalidade de obtenccedilatildeo de
madeira foram propostos trecircs horizontes de planejamento para os povoamentos de
paricaacute Esses horizontes se referiram ao periacuteodo de tempo que estes projetos foram
avaliados correspondendo a 5 6 e 7 anos entre a implantaccedilatildeo e colheita
Sabendo-se que eacute necessaacuterio reajustar os valores investidos durante o
periacuteodo de execuccedilatildeo do projeto utilizou-se uma taxa de desconto de 6 ao ano
como forma de remuneraccedilatildeo do capital investido considerando a caderneta de
poupanccedila como sendo o melhor investimento alternativo (OLIVEIRA REZENDE
2004) A inflaccedilatildeo identificada no periacuteodo foi obtida por meio do uso do Iacutendice Geral
de Preccedilos - Disponibilidade Interna (IGP-DI) o qual mede a variaccedilatildeo de preccedilos no
mercado A descapitalizaccedilatildeo foi realizada de acordo com a metodologia descrita no
capiacutetulo 1
Para anaacutelise da viabilidade econocircmica do projeto identificaram-se as
variaccedilotildees do capital no tempo Assim em relaccedilatildeo agrave classificaccedilatildeo do projeto de
investimento este foi considerado convencional ou seja ocorreu apenas uma
mudanccedila de sinal em seu fluxo de caixa satisfazendo as seguintes condiccedilotildees
62
119862119900 lt 0
119883119895 le 0 119901119886119903119886 119895 = 1 hellip 119896
119883119895 ge 0 119901119886119903119886 119895 = 119896 + 1 hellip 119899 119890
sum 119883119895
119899
119895=119896+1
gt sum 119883119895
119896
119895=0
Em que
Co = custo inicial (R$)
k = periacuteodo de tempo a partir do qual as receitas passaram a ser positivas
Xj = receita liacutequida de cada periacuteodo j e
n = duraccedilatildeo do projeto (anos)
Depois de identificado o tipo de projeto e tendo todos os custos jaacute calculados
no capiacutetulo 1 procedeu-se a anaacutelise econocircmica dos projetos por meio da avaliaccedilatildeo
dos iacutendices econocircmicos e do benefiacutecio perioacutedico equivalente (BPE)
23 IacuteNDICES ECONOcircMICOS DA PRODUCcedilAtildeO
Para verificar a rentabilidade do sistema produtivo os seguintes iacutendices
econocircmicos de produccedilatildeo foram utilizados
a) Renda bruta (RB)
119877119861 = 119876 times P Eq1
b) Margem bruta (MB)
119872119861 = 119877119861 minus 119862119874119864 Eq 2
c) Margem liacutequida (ML)
119872119871 = 119877119861 minus 119862119874119879 Eq 3
d) Lucro (L)
119871 = 119877119861 minus 119862119879 Eq 4
63
e) Lucratividade (Lc)
119871119888 =119871
119877119861 Eq 5
f) Iacutendice de rentabilidade (IR)
119868119877 =119872119871
119862 Eq 6
Em que
119877119861 = renda bruta (R$)
119876 = quantidade de produto vendido (un)
119875 = preccedilo unitaacuterio dos produtos (R$)
119872119861 = margem bruta (R$)
119862119874119864 = custo operacional efetivo (R$)
119872119871 = margem liacutequida (R$)
119862119874119879 = custo operacional total (R$)
119871 = lucro (R$)
119862119879 = custo total (R$)
119871119888 = lucratividade ()
119868119877 = iacutendice de rentabilidade () e
119862 = capital empatado (R$) referente ao somatoacuterio do custo fixo e circulante meacutedio
podendo-se considerar ou natildeo o custo da terra
24 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DOS PROJETOS
241 Benefiacutecio perioacutedico equivalente (BPE)
Para avaliaccedilatildeo da viabilidade econocircmica por meio do BPE a seguinte
foacutermula foi utilizada
119861119875119864 =119881119875119871[(1 + 119894)119905](1 + 119894)119899119905
(1 + 119894)119899119905 minus 1 Eq 7
64
Em que
n = duraccedilatildeo do projeto (anos)
t = nuacutemero de periacuteodos de capitalizaccedilatildeo
i = taxa de desconto e
VPL = valor presente liacutequido
O VPL foi obtido pela foacutermula
119881119875119871 = sum 119877119895
119899
119895=0
(1 + 119894)minus119895 minus sum 119862119895
119899
119895=0
(1 + 119894)minus119895
Eq 8
Em que
i = taxa de desconto (juros)
j = periacuteodo em que a receita ou o custo ocorreram
n = duraccedilatildeo do projeto (anos)
Rj = receita no final do ano j ou do periacuteodo de tempo e
Cj = custo no final do ano j ou do periacuteodo de tempo considerado
O BPE permite a comparaccedilatildeo de projetos com diferentes horizontes de
planejamento pois os custos jaacute estatildeo distribuiacutedos por unidade de tempo estando
impliacutecitas as diferenccedilas de horizontes Como o desconto dos fluxos de caixa foi
estimado a partir da ldquodata presenterdquo ou seja no periacuteodo de implantaccedilatildeo do projeto
estes foram comparados quando as consequecircncias monetaacuterias estavam em um
ponto comum do tempo
65
3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
31 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA VENDA DE MADEIRA EM PEacute
A renda bruta foi estimada por meio da multiplicaccedilatildeo do volume comercial e
comercial por hectare e o preccedilo pago por cada unidade agrave qual se admitiu um valor
miacutenimo de R$5370 msup3 para venda de ldquomadeira em peacuterdquo ou seja madeira natildeo
explorada e R$45156 msup3 a venda de lacircminas de paricaacute
Identicamente aos custos as receitas foram deflacionadas e
descapitalizadas para o ano 0 a fim de possibilitar a comparaccedilatildeo entre os valores
gastos e recebidos com essa praacutetica de produccedilatildeo A renda bruta obtida com a venda
de madeira de paricaacute pode ser observada na Tabela 1
Tabela 1 Renda bruta (RB) obtida com a produccedilatildeo de madeira de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA sem considerar o custo de laminaccedilatildeo
Idade Espaccedil
(m)
VTHA (R$ha) VCHA (R$ha)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 379731 433109 452408 1109193 1349221 1557365
3x3 - 362619 424113 - 1212472 1509318
3x4 - 311840 373961 - 1077399 1379067
4x4 166887 317064 342144 550865 1122453 1272564
5x5 172002 205671 306342 627806 811406 1226000
6 a
no
s
3x2 355004 394611 431419 1056449 1261369 1508350
3x3 - 341749 408022 - 1163130 1470243
3x4 - 288386 356682 - 1020754 1335360
4x4 167940 274794 313771 556167 1012394 1196711
5x5 166477 207478 273875 613368 817994 1133134
7 a
no
s
3x2 334925 365156 383863 1012137 1191106 1382874
3x3 - 325700 385794 - 1122613 1410651
3x4 - 278203 342718 - 993941 1296571
4x4 164441 268225 305743 547531 994496 1174049
5x5 164242 204174 269414 607295 808354 1119474
Em que Espaccedil = espaccedilamento (m) VTHA = volume comercial por hectare (msup3ha) e VCHA = volume de lacircminas por hectare (msup3ha)
66
A ausecircncia de valores na classe de produtividade baixa nos espaccedilamentos
3x3 e 3x4 m eacute proveniente da inesistecircncia de povoamentos nestas condiccedilotildees de
terreno Como se tratam de plantios independentes a falta de informaccedilotildees nestes
ambientes natildeo prejudicamalteram os resultados nas outras aacutereas em estudo
Observando a Tabela 1 eacute perceptiacutevel a diferenccedila entre a renda bruta obtida
com a venda de madeira em peacute e a explorada Para siacutetios de baixa produtividade e
com corte aos 5 anos a diferenccedila entre a venda de lacircminas e madeira em peacute foi de
aproximadamente R$729000 Esta diferenccedila ocorreu porque o custo de laminaccedilatildeo
natildeo foi contabilizado por falta de informaccedilotildees sobre o processo produtivo
Natildeo existem estudos que indiquem os custos reais de laminaccedilatildeo de paricaacute
proveniente de reflorestamento e quais as atividades necessaacuterias para transformar o
torete de madeira em lacircminas de forma eficiente e com boa qualidade
A renda resultante da venda de ldquomadeira em peacuterdquo em espaccedilamentos
menores como o 3x2 m superam os mais espaccedilados como o 4x4 e 5x5 m com
receita duas vezes maior quando comparados os espaccedilamentos 3x2 e 5x5 m Esta
tendecircncia ocorre entre classes de produtividade e tambeacutem entre idades distintas
Com o aumento da idade de corte houve diminuiccedilatildeo nas receitas em todos
os espaccedilamentos pois o volume de madeira foi reduzido Isso ocorre como jaacute citado
anteriormente provavelmente devido ao autodesbaste das plantas caracteriacutestico da
espeacutecie Entretanto os custos tambeacutem sofreram reduccedilatildeo devido ao menor nuacutemero
de plantas por hectare e esta relaccedilatildeo deve ser analisada
O comportamento da renda bruta em relaccedilatildeo a madeira explorada segue a
mesma tendecircncia citada acima ou seja o menor espaccedilamento no melhor siacutetio
produtivo aos 5 anos eacute o que indica ser o mais viaacutevel Todavia deve-se interagir
custos e receitas para se inferir sobre o espaccedilamento mais adequado para se obter
a maior lucratividade
Na Tabela 2 eacute possiacutevel observar os iacutendices em siacutetios com classe de
produtividade baixa para a venda de lacircminas de paricaacute
67
Tabela 2 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute para venda preacute-corte em classe de produtividade baixa (17 ndash 19 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
5 a
no
s
MB -121915 - - -221422 -197665
ML -172080 - - -260253 -234631
L -256915 - - -325921 -297147
L (t) -350415 - - -419421 -390647
Luc -068 - - -195 -173
Lucr (t) -092 - - -251 -227
IR -047 - - -085 -079
IR (t) -038 - - -065 -060
6 a
no
s
MB -157604 - - -236236 -218806
ML -208865 - - -276654 -257335
L -316133 - - -361232 -337959
L (t) -427533 - - -472632 -449359
Luc -089 - - -215 -203
Lucr (t) -120 - - -281 -270
IR -056 - - -088 -084
IR (t) -043 - - -065 -062
7 a
no
s
MB -192230 - - -244377 -225943
ML -244145 - - -285258 -264961
L -376891 - - -388205 -363216
L (t) -508091 - - -519405 -494416
Luc -113 - - -236 -221
Lucr (t) -152 - - -316 -301
IR -065 - - -090 -086
IR (t) -048 - - -064 -060
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
Na Tabela 2 eacute possiacutevel observar que sob as condiccedilotildees analisadas nenhum
espaccedilamento eacute viaacutevel economicamente Jaacute o comportamento dos iacutendices financeiros
em classe de produtividade meacutedia pode ser observado na Tabela 3
68
Tabela 3 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute para venda preacute-corte em classe de produtividade meacutedia (19 ndash 21 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
5 a
no
s
MB -68537 -75377 -97128 -71245 -163995
ML -118702 -119176 -138025 -110076 -200962
L -203537 -193247 -207187 -175744 -263477
L (t) -297037 -286747 -300687 -269244 -356977
Luc -047 -053 -066 -055 -128
Lucr (t) -069 -079 -096 -085 -174
IR -033 -036 -043 -036 -067
IR (t) -026 -028 -034 -027 -051
6 a
no
s
MB -117998 -109790 -135159 -129382 -177806
ML -169258 -154944 -177514 -169800 -216334
L -276527 -249433 -266145 -254378 -296958
L (t) -387927 -360833 -377545 -365778 -408358
Luc -070 -073 -092 -093 -143
Lucr (t) -098 -106 -131 -133 -197
IR -046 -046 -055 -054 -071
IR (t) -035 -034 -041 -040 -052
7 a
no
s
MB -161999 -131381 -150483 -140593 -186011
ML -213914 -177089 -193352 -181475 -225030
L -346659 -292189 -301302 -284422 -323284
L (t) -477859 -423389 -432502 -415622 -454484
Luc -095 -090 -108 -106 -158
Lucr (t) -131 -130 -155 -155 -223
IR -057 -052 -059 -057 -073
IR (t) -042 -037 -042 -040 -051
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
Os prejuiacutezos obtidos nestas condiccedilotildees do terreno satildeo menores quando
comparados com siacutetios de produtividade baixa O mesmo comportamento tambeacutem
foi observado para siacutetios de classe de produtividade alta como indicado na Tabela
4
69
Tabela 4 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute pra venda preacute-corte em classe de produtividade alta (21 ndash 24 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
5 a
no
s
MB -49238 -13882 -35007 -46165 -63324
ML -99403 -57682 -75904 -84996 -100291
L -184238 -131752 -145066 -150664 -162806
L (t) -277738 -225252 -238566 -244164 -256306
Luc -041 -031 -039 -044 -053
Lucr (t) -061 -053 -064 -071 -084
IR -027 -017 -024 -028 -034
IR (t) -022 -014 -018 -021 -026
6 a
no
s
MB -81189 -43517 -66863 -90406 -111408
ML -132450 -88671 -109217 -130823 -149937
L -239718 -183160 -197848 -215401 -230561
L (t) -351118 -294560 -309248 -326801 -341961
Luc -056 -045 -055 -069 -084
Lucr (t) -081 -072 -087 -104 -125
IR -036 -026 -034 -041 -049
IR (t) -028 -020 -025 -031 -036
7 a
no
s
MB -143292 -71287 -85969 -103075 -120771
ML -195207 -116995 -128837 -143956 -159790
L -327953 -232094 -236787 -246903 -258044
L (t) -459153 -363294 -367987 -378103 -389244
Luc -085 -060 -069 -081 -096
Lucr (t) -120 -094 -107 -124 -144
IR -052 -034 -039 -045 -052
IR (t) -038 -025 -028 -032 -036
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
A inviabilidade econocircmica observada nas trecircs condiccedilotildees produtivas podem
ter sido provenientes do baixo valor de mercado praticado na regiatildeo
Apoacutes o pagamento de todos os desembolsos efetivos restou o deacutebito de R$-
13882 para o espaccedilamento 3x3 m Esta quantia jaacute pode ser considerada como
70
prejuiacutezo do investimento mesmo sem ser contabilizados o pagamento da matildeo de
obra familiar (administraccedilatildeo) e os custos de oportunidade do capital
O menor valor resultante para o espaccedilamento 5x5 m se deve ao fato de
existirem atividades iguais aos outros espaccedilamentos que estatildeo sendo executas em
tempo maior que dos outros povoamentos aumentando assim o custo de produccedilatildeo
Jaacute os resultados encontrados para o espaccedilamento 3x3 m em classe de
produtividade alta satildeo atribuiacutedos agrave eficiecircncia das operaccedilotildees de manutenccedilatildeo dos
plantios principalmente pelo controle de plantas daninhas
Depois do pagamento de todos os desembolsos efetivos foi admitida a
remuneraccedilatildeo da matildeo de obra familiar em virtude da administraccedilatildeo das aacutereas de
plantio sendo proporcional aos custos de produccedilatildeo de paricaacute A margem liacutequida
negativa indica que o empreendimento eacute economicamente inviaacutevel O valor admitido
por este iacutendice se positivo natildeo seria o lucro gerado pois ainda natildeo foi descontado
o custo de oportunidade do capital investido
Para todos os povoamentos analisados houve lucro negativo principalmente
quando foi considerada a remuneraccedilatildeo pelo uso da terra Isso significa que o
investimento natildeo foi atrativo financeiramente Este resultado natildeo eacute interessante
economicamente ao produtor e pode trazer consequecircncias ainda piores como falta
de incentivo agrave produccedilatildeo falta de demanda para venda da madeira em idade de corte
e preccedilos ainda menores do que os praticados
Considerando-se o pagamento pelo uso da terra o prejuiacutezo obtido pelo
plantio de paricaacute variou entre 53 e 316 sendo maior quando mais amplo o
espaccedilamento de plantio Desconsiderando o pagamento pelo uso da terra o
prejuiacutezo se tornou menor estando entre 31 e 236
Este iacutendice representa a capacidade da atividade de transformar
investimento em margem liacutequida Assim desconsiderando o pagamento pelo uso da
terra tem-se que para cada real investido obteve-se entre R$-090 e R$-017 de
margem liacutequida sendo mais atrativo o espaccedilamento 3x3 m em classe de
produtividade alta Considerando o custo da terra o valor foi de R$-065 a R$-014
sendo melhor nos menores espaccedilamento de plantio
Deve-se salientar novamente que o valor do msup3 de madeira utilizado nesta
pesquisa eacute proveniente do preccedilo meacutedio praticado pelo CERAT ndash PA Valores
superiores a este encontrados na regiatildeo podem alterar estes resultados tornando
estes povoamentos atrativos financeiramente (quando superiores a R$10000 msup3)
71
32 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA LAMINADA
O comportamento observado foi semelhante ao da madeira vendida em peacute
ou seja os iacutendices financeiros apontaram que a viabilidade econocircmica aos 5 anos
foi superior agraves outras idades de exploraccedilatildeo (Tabela 5)
Tabela 5 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de baixa produtividade (17 ndash 19 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
5 a
no
s
MB 460255 - - 82016 175950
ML 395361 - - 35131 130764
L 285617 - - -44157 54349
L (t) 192117 - - -137657 -39151
Luc 026 - - -008 009
Lucr (t) 017 - - -025 -006
IR 090 - - 010 039
IR (t) 074 - - 008 030
6 a
no
s
MB 416597 - - 84912 161477
ML 352612 - - 37786 116288
L 218717 - - -60828 21725
L (t) 107317 - - -172228 -89675
Luc 021 - - -011 004
Lucr (t) 010 - - -031 -015
IR 081 - - 011 034
IR (t) 065 - - 008 026
7 a
no
s
MB 374305 - - 138713 217110
ML 322390 - - 97831 178092
L 161775 - - -5115 79837
L (t) 30575 - - -136315 -51363
Luc 016 - - -001 013
Lucr (t) 003 - - -025 -008
IR 075 - - 031 058
IR (t) 057 - - 022 041
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
72
Os iacutendices econocircmicos para as classes de produtividade meacutedia e alta
encontram-se nas Tabelas 6 e 7
Tabela 6 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de meacutedia produtividade (19 ndash 21 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
5 a
no
s
MB 681518 625573 537181 600811 347713
ML 614747 566883 483159 548647 301344
L 501830 467631 391801 460430 222928
L (t) 408330 374131 298301 366930 129428
Luc 037 039 036 041 027
Lucr (t) 030 031 028 033 016
IR 137 139 126 147 087
IR (t) 114 113 101 117 069
6 a
no
s
MB 608614 588446 491228 506607 352752
ML 543338 530977 438275 456029 306227
L 406743 410719 327467 350188 208871
L (t) 295343 299319 216067 238788 97471
Luc 032 035 032 035 026
Lucr (t) 023 026 021 024 012
IR 124 133 116 125 089
IR (t) 099 104 090 095 067
7 a
no
s
MB 544335 665533 565255 585678 418169
ML 492420 619825 522386 544796 379151
L 329553 504725 414437 441850 280896
L (t) 198353 373525 283237 310650 149696
Luc 028 045 042 044 035
Lucr (t) 017 033 028 031 019
IR 113 181 159 171 123
IR (t) 087 131 114 121 086
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
73
Tabela 7 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de alta produtividade (21 ndash 24 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5 5
an
os
MB 882878 900802 817010 742105 726917
ML 815429 839950 760805 689059 677009
L 701365 737042 665754 599351 592608
L (t) 607865 643542 572254 505851 499108
Luc 045 049 048 047 048
Lucr (t) 039 043 041 040 041
IR 181 201 193 182 187
IR (t) 150 164 156 146 148
6 a
no
s
MB 843757 874244 783868 678388 646537
ML 777297 814644 728718 626556 597877
L 638225 689925 613313 518092 496052
L (t) 526825 578525 501913 406692 384652
Luc 042 047 046 043 044
Lucr (t) 035 039 038 034 034
IR 174 198 187 168 168
IR (t) 140 156 146 129 128
7 a
no
s
MB 730571 953571 867885 765231 729289
ML 678656 907863 825016 724350 690271
L 514396 792763 717066 621403 592016
L (t) 383196 661563 585866 490203 460816
Luc 037 056 055 053 053
Lucr (t) 028 047 045 042 041
IR 154 266 252 228 224
IR (t) 119 192 180 161 157
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
Contrariamente agrave preacute-colheita a venda de madeira de paricaacute poacutes-colheita
tem demonstrado viabilidade economica para as idade classe de produtividade e
espaccedilamento analisados como observados nos iacutendices a seguir
Apoacutes o pagamento de todos os custos efetivos notou-se uma vantagem no
uso de espaccedilamentos mais adensados Nestes ambientes a margem bruta foi por
74
vezes maior que 40 em relaccedilatildeo aos maiores espaccedilamentos Poreacutem restam ainda
o pagamento pela administraccedilatildeo e uso do capital No entanto verificou-se que a
maioria dos projetos avaliados foram viaacuteveis economicamente pois se obteve
resultados positivos para a madeira laminada
A matildeo-de-obra familiar foi remunerada mantendo-se o montante positivo
Este montante foi utilizado posteriormente como forma de pagamento pelo custo de
oportunidade do capital Observa-se que este iacutendice manteve a tendecircncia de
comportamento semelhante agrave margem bruta exprimindo a viabilidade dos projetos
Lucro negativo soacute foi observado em espaccedilamentos amplos como o 4x4 e
5x5 m em classe de produtividade baixa em todos os anos analisados Isso
significa que o custo de oportunidade do uso do capital natildeo estaacute sendo remunerado
O resultado encontrado eacute consequecircncia de volume insuficiente de lacircminas
para o pagamento do processo produtivo Vale salientar que o processo de
laminaccedilatildeo natildeo foi quantificado
O intervalo de lucratividade sem considerar o pagamento pelo uso da terra
variou de -31 agrave 56 ou seja existem povoamentos que em certas condiccedilotildees
foram inviaacuteveis economicamente como eacute o caso dos espaccedilamentos 4x4 e 5x5 m
em classe de produtividade baixa com exploraccedilatildeo aos 5 anos Outros povoamentos
ao contraacuterio possuem lucratividade de 56 Como exemplo pode-se citar o 3x3 m
aos 7 anos em classe de produtividade alta
Quando se considera o pagamento pelo uso da terra a mesma tendecircncia foi
observada poreacutem a lucratividade foi menor
A capacidade da atividade em transformar o investimento em margem
liacutequida variou entre R$034 e R$266 sendo mais atrativo o espaccedilamento 3x3 m
Considerando o custo da terra o valor corresponde entre R$008 e R$192 sendo
melhor quanto menor o espaccedilamento de plantio
Considerando os valores obtidos nas Tabelas 5 6 e 7 foi possiacutevel inferir
sobre os custos maacuteximos que poderiam ser destinados agrave laminaccedilatildeo para que todas
as despesas fossem pagas obtendo lucratividade zero Na Tabela 8 eacute indicado
quais satildeo estes valores
75
Tabela 8 Valores maacuteximos a serem pagos pela laminaccedilatildeo (R$msup3)
Idade Classe produtiva (m) Espaccedilamentos (m)
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5 5
ano
s Baixa 1184 - - -1930 -533
Meacutedia 2206 2414 2238 2708 1472
Alta 3144 3550 3580 3459 3812
6 a
no
s Baixa 707 - - -2400 -1260
Meacutedia 1751 2049 1753 2033 1099
Alta 2857 3317 3292 3033 3286
7 a
no
s Baixa 131 - - -3253 -2045
Meacutedia 1189 1557 1223 1543 476
Alta 2255 2916 2883 2613 2836
Estas informaccedilotildees satildeo valores meacutedios dos espaccedilamentos para cada classe
de produtividade e idade Como pressupotildee-se que em siacutetio de melhor qualidade haacute
maior renda eacute possiacutevel o pagamento de um valor substancialmente maior do que
em classe de produtividade meacutedia Observa-se ainda a inviabilidade da praacutetica de
laminaccedilatildeo em classe de produtividade baixa independente da idade de corte pois a
receita foi menor que os custos mesmo sem a laminaccedilatildeo Essa consideraccedilatildeo
reforccedila os argumentos de suporte sobre os menores espaccedilamentos serem os mais
apropriados para o plantio de paricaacute
33 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA
331 Benefiacutecio perioacutedico equivalente ndash BPE
Para a taxa de 6 aa em povoamentos natildeo explorados o BPE obtido
variou entre R$-24042 e R$-8005 para os espaccedilamentos 4x4 e 3x3 m
respectivamente (Tabela 9) Isso indica que o espaccedilamento 3x3 m na classe de
produtividade alta com corte aos 5 anos eacute o que resultou no menor prejuiacutezo
financeiro sob estas condiccedilotildees analisadas Jaacute o 4x4 m em classe de produtividade
baixa com corte aos 7 anos foi a pior escolha de investimento
76
Tabela 9 BPE de plantios de paricaacute situados na regiatildeo de Paragominas PA
Idade Espaccedil
(m)
BPE (VTHA) BPE (VCHA)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 -15515 -12312 -11154 17037 30010 41982
3x3 - -11695 -8005 - 27958 44123
3x4 - -12531 -8804 - 23408 39845
4x4 -19655 -10645 -9140 -2749 27526 35861
5x5 -17929 -15909 -9868 3161 13276 35456
6 a
no
s
3x2 -19068 -16692 -14483 13023 24305 38193
3x3 - -15066 -11090 - 24543 41296
3x4 - -16069 -11971 - 19548 36699
4x4 -21774 -15363 -13024 -3750 20911 30986
5x5 -20378 -17917 -13934 1204 12432 29663
7 a
no
s
3x2 -22761 -20948 -19825 8894 18907 29965
3x3 - -18281 -14675 - 20779 36619
3x4 - -18827 -14957 - 16500 33111
4x4 -24042 -17815 -15564 -5944 18385 28258
5x5 -22542 -20146 -16232 -842 10264 27366
Em que Espaccedil = espaccedilamento (m) BPE (VTHA) = benefiacutecio perioacutedico equivalente para venda de madeira em peacute e BPE (VCHA) = benefiacutecio perioacutedico equivalente para venda de madeira laminada
A mesma tendecircncia foi observada em povoamentos explorados em que o
BPE variou entre R$-5944 e R$44123 sendo o espaccedilamento 3x3 m a melhor
opccedilatildeo de investimento O mesmo resultado foi obtido por Pavan et al (2010) com
plantios de eucalipto no Rio Grande do Sul para laminaccedilatildeo
Caso ocorressem mudanccedilas na taxa de desconto estas contribuiriam para o
aumento ou reduccedilatildeo dos lucros do plantio Segundo Soares et al (2003) aumentos
na taxa de desconto afetam significativamente o VPL e consequentemente o BPE
indicando que quanto menor a taxa de desconto utilizada maior seraacute a lucratividade
do projeto
A partir da anaacutelise econocircmica dos diferentes sistemas de plantio pode-se
inferir que o motivo pelo qual a classe de produtividade baixa resultou em uma das
piores alternativas financeiras estaacute relacionado ao autodesbaste das plantas neste
ambiente Como estas aacutereas dispotildeem de menores recursos eacute possiacutevel que tenha
77
ocorrido uma expressiva mortalidade de plantas devido agrave concorrecircncia por luz e
nutrientes do solo
Todos os espaccedilamentos de plantio podem ser alternativas viaacuteveis que
poderatildeo contribuir de maneira mais significativa na medida em que alcancem sua
capacidade maacutexima de incremento Isso eacute obtido com a diferenciaccedilatildeo entre os
horizontes de planejamento que natildeo podem ser idecircnticos para todos os
espaccedilamentos de plantio haja vista que as aacutervores se comportam de maneiras
diferentes nestes espaccedilamentoss devido agrave disponibilidade de recursos
Esta afirmaccedilatildeo jaacute foi comprovada em estudos realizados por Cordeiro et al
(2009) em que foi constatado que o sistema de produccedilatildeo do paricaacute em cultivo puro
sob o espaccedilamento 4x3 m nos quatro primeiros anos de cultivo natildeo apresentaram
viabilidade econocircmica sugerindo a necessidade de maior horizonte de
planejamento
78
4 CONCLUSOtildeES
O monocultivo de paricaacute em qualquer um dos espaccedilamentos analisados foi
considerado inviaacutevel por todos os criteacuterios utilizados nesta anaacutelise econocircmica
quando se objetivou a venda da madeira sem exploraccedilatildeo Essa resposta estaacute
associada ao baixo valor de mercado ao qual a espeacutecie estaacute subordinada
A exploraccedilatildeo de madeira mesmo sendo um processo trabalhoso e
dispendioso eacute uma alternativa para se obter valores positivos com a produccedilatildeo de
paricaacute
Observando os custos e receitas oriundos de plantios de paricaacute pode-se
afirmar que espaccedilamentos mais amplos em classe de produtividade baixa satildeo
insuficientes para remunerar o processo de laminaccedilatildeo
O maior retorno financeiro foi obtido em povoamentos de paricaacute implantados
em classe de produtividade alta sob o espaccedilamento 3x3 m com exploraccedilatildeo aos 5
anos
79
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
CHICHORRO J F BAUER M O ANDRADE W S SILVA G F SANTOS F R SILVA J L NOGUEIRA M A Avaliaccedilatildeo econocircmica de projetos florestais In CHICHORRO J F BAUER M O GARCIA G O CALDEIRA M V W Toacutepicos especiais em ciecircncias florestais 1 ed Visconde do Rio Branco Suprema 2010 v 1 p 231-260 COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO ndash CONAB Custo de produccedilatildeo agriacutecola a metodologia da Conab Brasiacutelia Conab 2010 60p COORDENADORIA EXECUTIVA DA ADMINISTRACcedilAtildeO TRIBUTAacuteRIA ndash CERAT Boletim informativo de preccedilos Paraacute 2013 22p CORDEIRO I M C C SANTANA A C LAMEIRA O A SILVA I M Anaacutelise econocircmica dos sistemas de cultivo com Schizolobium parahyba var amazonicum (Huber ex Ducke) Barneby (Paricaacute) E Ananas comosus var erectifolius (L B Smith) Coppus amp Leal (Curauaacute) no municiacutepio de Aurora do Paraacute (PA) Brasil Facultad Agronomiacutea (LUZ) 2009 26 243-265 FARO C Elementos de engenharia econocircmica 3ed Satildeo Paulo Atlas 1979 328p MELLO A A CARNIERI C ARCE J E SANQUETTA C R Planejamento florestal visando agrave maximizaccedilatildeo dos lucros e a manutenccedilatildeo do estoque de carbono Cerne Lavras v 11 n 3 p 205-217 julset 2005 OLIVEIRA A D REZENDE J L P Economia Florestal Lavras UFLAFAEPE 2004 101p PAVAN J A ALVES T W SOUZA M A Viabilidade Econocircmica da Produccedilatildeo de Eucaliptos no Rio Grande do Sul Associaccedilatildeo Brasileira de Custos vol 5 n 1 78-109 JanAbr 2010 REZENDE J L P OLIVEIRA A D Anaacutelise econocircmica e social de projetos florestais Viccedilosa MG UFV 2001 389 p SILVA M L JACOVINE L A G VALVERDE S R Economia Florestal 2 ed Viccedilosa UFV 2005 178p SOARES T S CARVALHO R M M A VALE A B Avaliaccedilatildeo econocircmica de um povoamento de Eucalyptus grandis destinado a multiprodutos Aacutervore Viccedilosa-MG v27 n5 p689-694 2003
80
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A partir das condiccedilotildees estabelecidas notou-se o efeito dos espaccedilamentos
de plantio na viabilidade econocircmica dos povoamentos de paricaacute
Em relaccedilatildeo aos custos de produccedilatildeo eles devem ser separados por
atividades sendo elas preparo da aacuterea plantio adubaccedilatildeo manutenccedilatildeo colheita e
transporte laminaccedilatildeo custo de administraccedilatildeo remuneraccedilatildeo do capital investido
Dentro de cada atividade alguns custos podem sofrer a influecircncia do
nuacutemero de plantas por hectare Como exemplo pode-se citar o nuacutemero de diaacuterias
necessaacuterias para alinhamento coveamento e plantio das mudas aleacutem da
quantidade de adubo necessaacuterio para adubaccedilatildeo de cova
O maior nuacutemero de operaccedilotildees ocorre no periacuteodo de manutenccedilatildeo dos
plantios poreacutem nenhuma delas foi considerada dispendiosa Os maiores custos
individuais foram do transporte de madeira do povoamento ateacute a induacutestria em
todos os espaccedilamentos analisados devido agraves condiccedilotildees de traacutefego nas estradas
A relaccedilatildeo entre volume comercial volume laminado e os custos de
produccedilatildeo determinam entatildeo a viabilidade dos plantios sendo o espaccedilamento mais
viaacutevel aquele que consegue absorver esta relaccedilatildeo de maneira mais eficiente
Entretanto estudos ainda devem ser desenvolvidos para averiguar a relaccedilatildeo entre a
espeacutecie e os espaccedilamentos de plantio
AGRADECIMENTOS
A Deus por ter me proporcionado tantas coisas assim como este desafio Se natildeo
fosse ele eu nunca teria chegado ateacute aqui
Aos meus pais Joseacute e Lurdes que foram os que mais sofreram com a minha
ausecircncia mais me amaram incondicionalmente todos os dias
Agrave minha irmatilde Renata pelo carinho e cuidado de sempre Satildeo nos pequenos
detalhes que percebemos que os irmatildeos satildeo parte de noacutes
Agrave Universidade Federal do Espiacuterito Santo e agrave CAPES pela estrutura e apoio
financeiro para a realizaccedilatildeo deste trabalho
Ao meu orientador Gilson Fernandes da Silva o qual foi fundamental para a
conclusatildeo deste trabalho
Aos meus coorientadores Adriano Ribeiro de Mendonccedila e Wendel Sandro de Paula
Andrade pelas contribuiccedilotildees
Agrave empresa Laminit pela disponibilidade de informaccedilotildees
Aos professores Rinaldo e Franklim pelas sugestotildees
Aos amigos de Alta Floresta MT pelo carinho e pelas palavras de conforto
Aos tantos amigos que fiz em Jerocircnimo Monteiro ES Eles fizeram a distacircncia
parecer pequena
Ao Kallil Keylla e Tharcia pela amizade incondicional e verdadeira
Agrave todos do laboratoacuterio de manejo e mensuraccedilatildeo florestal em especial aos meus
ldquoirmatildeos de orientaccedilatildeordquo Diego Cezana Onair Rafael Bridi Braacuteulio e Evandro que
foram minha famiacutelia durante este periacuteodo
Agrave Sanderleacuteia Ana Paula e Cristiani pela convivecircncia e paciecircncia
Agrave todos aqueles que de alguma forma colaboraram para a execuccedilatildeo do presente
trabalho meus sinceros agradecimentos
ldquoSou muito grata agraves adversidades que apareceram na minha vida pois elas me
ensinaram a toleracircncia a simpatia o auto-controle a perseveranccedila e outras
qualidades que sem essas adversidades eu jamais conheceriardquo
E por fim a Napoleon Hill que sabiamente escreveu estas palavras
BIOGRAFIA
RAFAELA DA SILVEIRA filha de Joseacute Antonio da Silveira e Maria de
Lourdes da Silveira nasceu em 06 de novembro de 1987 no municiacutepio de Alta
Floresta no Estado de Mato Grosso Brasil
Concluiu o Ensino Meacutedio na Escola Prof Marines Faacutetima de Saacute Teixeira de
Alta Floresta em 2005 Em 2006 ingressou na Universidade Estadual de Mato
Grosso (UNEMAT) em Alta Floresta - MT graduando-se em Engenharia Florestal
em dezembro de 2009 No mesmo ano especializou-se em Geoprocessamento pela
Uniatildeo das Faculdades de Alta Floresta (UNIFLOR)
Em marccedilo de 2012 iniciou o curso de mestrado do Programa de Poacutes-
Graduaccedilatildeo Strictu Sensu em Ciecircncias Florestais na linha de pesquisa Manejo
Florestal na Universidade Federal do Espiacuterito Santo em Jerocircnimo Monteiro ndash ES
submetendo-se agrave defesa da dissertaccedilatildeo em fevereiro de 2014
Enquanto suspiramos por uma vida
sem dificuldades devemos nos
lembrar que o carvalho cresce forte
atraveacutes de ventos contraacuterios e que os
diamantes satildeo formados sob
pressatildeo
(Peter Marshall)
RESUMO
SILVEIRA R Avaliaccedilatildeo econocircmica da produccedilatildeo de madeira de paricaacute
(Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) sob diferentes espaccedilamentos de
plantio 2014 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) ndash Universidade
Federal do Espiacuterito Santo Jerocircnimo Monteiro ES Orientador Prof Dr Gilson
Fernandes da Silva Coorientadores Prof Dr Adriano Ribeiro de Mendonccedila e Prof
Dr Wendel Sandro de Paula Andrade
O paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) eacute uma espeacutecie nativa que
vem ganhando destaque entre os plantios comerciais na regiatildeo amazocircnica pelas
suas caracteriacutesticas de crescimento e produccedilatildeo para muacuteltiplos usos Por tal motivo
objetivou-se neste trabalho avaliar o efeito dos espaccedilamentos de plantio na anaacutelise
econocircmica da produccedilatildeo de madeira de paricaacute Para tanto os dados utilizados neste
estudo satildeo originaacuterios de povoamentos homogecircneos plantados sob os
espaccedilamentos 3x2 3x3 3x4 4x4 e 5x5 m localizados entre os municiacutepios de Dom
Elizeu e Paragominas Estado do Paraacute Estes povoamentos foram inventariados
anualmente ateacute o quinto ano sendo analisadas trecircs classes de produtividade em
cada espaccedilamento sendo elas Baixa (17 - 19 m) Meacutedia (19 ndash 21 m) e Alta (21 - 24
m) Posteriormente com auxiacutelio de modelagem os volumes total e laminado foram
estimados aos 5 6 e 7 anos Estimado o volume e identificados todos os custos de
produccedilatildeo estes foram deflacionados pelo IGP-DI e posteriormente
descapitalizados Assim procedeu-se a anaacutelise econocircmica por meio da metodologia
desenvolvida pelo Instituto de Economia Agriacutecola oacutegatildeo vinculado agrave Secretaria de
Agricultura e Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo juntamente com o criteacuterio do
benefiacutecio perioacutedico equivalente Como resultado obteve-se que o custo operacional
efetivo representou em meacutedia 65 dos custos totais de produccedilatildeo sendo o
transporte o custo individual mais expressivo em todos os espaccedilamentos
analisados As anaacutelises econocircmicas indicaram que o monocultivo de paricaacute
independente do espaccedilamento foi inviaacutevel quando se objetivou a venda da madeira
sem exploraccedilatildeo Essa resposta estaacute associada ao baixo valor de mercado ao qual a
espeacutecie estaacute subordinada A exploraccedilatildeo de madeira mesmo sendo um processo
trabalhoso e dispendioso eacute uma alternativa para se obter valores positivos com a
produccedilatildeo de paricaacute Logo pode-se inferir que o maior retorno financeiro eacute obtido em
povoamentos de paricaacute implantados em classe de produtividade alta sob o
espaccedilamento 3x3 m com exploraccedilatildeo aos 5 anos Entretanto para os maiores
espaccedilamentos de plantio estudos ainda devem ser desenvolvidos
Palavras-chave Classe de produtividade idade iacutendices econocircmicos
ABSTRACT
SILVEIRA R Economic evaluation of the production of wood paricaacute
(Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) under different planting spacings
2014 Dissertation (Master of Forest Science) - Federal University of Espiacuterito Santo
Jerocircnimo Monteiro ES Advisor Prof Dr Gilson Fernandes da Silva
Coorientadores Prof Dr Adriano Ribeiro de Mendonccedila and Prof Dr Wendel Sandro
de Paula Andrade
Paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) is a native species that has
been gaining prominence among commercial plantations in the Amazon region its
growth characteristics and production for multiple uses For this reason the aim of
this study was to evaluate the effect of planting space in economic analysis of timber
production paricaacute For this the data used in this study originate homogeneous stands
planted under the spacings 3x2 3x3 3x4 4x4 and 5x5 m located in the State of
Paraacute These stands were inventoried annually by fifth year and analyzed three
classes of productivity in each spacing which are Low (17 ndash 19 m) Medium (19 ndash 21
m) and High (21 ndash 24 m) Later with the aid of modeling the total and laminate
volumes were estimated at 5 6 and 7 years Estimate the volume and identified all
the costs these were deflated by the IGP ndash DI and subsequently undercapitalized
Thus we proceeded to the economic analysis using the methodology developed by
the Institute of Agricultural Economics along with the criterion periodic benefit
equivalent As a result it was found that the actual operating costs represented on
average 65 of total costs of production transportation and the most expressive
individual cost in all spacings analyzed The economic analysis indicated that the
monoculture paricaacute regardless of spacing was impracticable when used to sell the
timber without exploitation This response is associated with low market value to
which the species is subject The logging even being a laborious and costly process
an alternative is to give positive values to the production of paricaacute Therefore it can
be inferred that the greatest financial return is obtained in stands of paricaacute deployed
in class high productivity under the 3x3 m spacing with operating at 5 years
However for larger planting space studies have yet to be developed
Keywords Productivity class age economic indices
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO GERAL 11
11 OBJETIVO GERAL 13 12 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 13
2 REVISAtildeO DE LITERATURA 14
21 PARICAacute 14 211 Descriccedilatildeo botacircnica e anatocircmica do paricaacute 14 212 Caracteriacutesticas silviculturais do paricaacute 15 213 Utilizaccedilatildeo do paricaacute 16
22 CRESCIMENTO E PRODUCcedilAtildeO DO PARICAacute 17 23 RENDIMENTO EM LAMINACcedilAtildeO DE PARICAacute 18 24 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO 19
241 Teoria dos custos 19 242 A importacircncia dos custos 21 243 Classificaccedilatildeo dos custos 21 244 Componentes do custo 22 245 Iacutendices econocircmicos 24 246 Custos na empresa florestal 26
25 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DE PROJETOS FLORESTAIS 27
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 28
CAPIacuteTULO 1 31
RESUMO 31
ABSTRACT 32
1 INTRODUCcedilAtildeO 33
2 MATERIAL E MEacuteTODOS 35
21 AacuteREA EM ESTUDO 35 22 ESTIMATIVA DA PRODUCcedilAtildeO 36 23 DESCRICcedilAtildeO DAS ATIVIDADES 38 24 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS 39 25 CLASSIFICACcedilAtildeO DOS CUSTOS 41
3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 43
31 ESTIMATIVA DE VOLUME 43 32 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO 45
321 Custo operacional efetivo ndash COE 45 322 Custo operacional total ndash COT 47 323 Custo total ndash CT 50
4 CONCLUSOtildeES 54
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 55
CAPIacuteTULO 2 57
RESUMO 57
ABSTRACT 58
1 INTRODUCcedilAtildeO 59
2 MATERIAL E MEacuteTODOS 61
21 OBTENCcedilAtildeO DAS RECEITAS 61 22 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS 61 23 IacuteNDICES ECONOcircMICOS DA PRODUCcedilAtildeO 62 24 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DOS PROJETOS 63
241 Benefiacutecio perioacutedico equivalente (BPE) 63
3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 65
31 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA VENDA DE MADEIRA EM PEacute 65 32 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA LAMINADA 71 33 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA 75
331 Benefiacutecio perioacutedico equivalente ndash BPE 75
4 CONCLUSOtildeES 78
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 79
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 80
11
1 INTRODUCcedilAtildeO GERAL
As florestas naturais somavam em 2007 cerca de 4 bilhotildees de hectares
cobrindo aproximadamente 30 da superfiacutecie terrestre segundo informaccedilotildees da
FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION ndash FAO (2007) Deste montante cerca
de metade da vegetaccedilatildeo ainda estaacute concentrada em cinco paiacuteses sendo o Brasil o
detentor da segunda maior cobertura florestal do planeta
Segundo o Sistema Nacional de Informaccedilotildees Florestais ndash SNIF (2014)
estimava-se que 69 desta cobertura teriam potencial produtivo Com isso ampliou-
se a participaccedilatildeo do setor florestal brasileiro no comeacutercio mundial Entretanto o
setor ainda encontra dificuldades na expansatildeo dos seus negoacutecios especialmente a
regiatildeo amazocircnica devido agraves restriccedilotildees impostas pela legislaccedilatildeo frente ao apelo
ambiental que a regiatildeo desperta em resposta a ocupaccedilatildeo desordenada
Com a implantaccedilatildeo de novas normas de exploraccedilatildeo reduziu-se a
disponibilidade de madeira no mercado expondo-se entatildeo a necessidade de fontes
alternativas para produccedilatildeo de mateacuteria-prima Assim a partir da praacutetica de
reflorestamento estaacute sendo possiacutevel ampliar o estoque de madeira para atender as
demandas atuais e futuras
Em 2012 o consumo brasileiro de madeira em tora proveniente de plantios
florestais foi de 1824 milhotildees de metros cuacutebicos (msup3) um indicador 72 superior
ao de 2011 (ABRAF 2013) Isso indica que a praacutetica do reflorestamento eacute uma
alternativa de negoacutecio que se expandiu no ultimo ano
Segundo o SNIF (2014) o Brasil deteacutem as melhores tecnologias na
silvicultura de eucalipto e outras espeacutecies vecircm sendo estudadas entre elas a acaacutecia
(Acacia mangium Willd) a seringueira (Hevea brasiliensis (Willd ex Adr de Juss)
Muell-Arg) e o paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) Em 2012 a aacuterea
ocupada por plantios florestais de espeacutecies natildeo convencionais como acaacutecia
araucaacuteria poacutepulus teca seringueira e paricaacute foi de 521131 ha representando
72 da aacuterea total de plantios florestais no Brasil (ABRAF 2013) Esta participaccedilatildeo
ainda que pequena se deve agraves caracteriacutesticas de crescimento e produccedilatildeo obtidas
por estas espeacutecies
Na regiatildeo amazocircnica o paricaacute eacute a espeacutecie que vem ganhando destaque
entre os plantios comerciais pelas suas caracteriacutesticas de crescimento e produccedilatildeo
12
para muacuteltiplos usos tornando crescente a demanda industrial por madeira de
lacircminas e compensados para a qual a espeacutecie eacute utilizada (MARQUES et al 2006)
Os primeiros registros com o plantio de paricaacute no Estado do Paraacute constam
da deacutecada de 1950 os quais tinham o objetivo de preservar a caracteriacutestica da
floresta amazocircnica em espaccedilos puacuteblicos e de fomentar estudos sobre o
comportamento e caracteriacutesticas das espeacutecies plantadas (MARQUES et al 2006)
Desde entatildeo muitos plantios foram registrados no Paraacute e em toda regiatildeo
amazocircnica e vaacuterios estudos foram desenvolvidos podendo-se destacar Hoffmann
(2009) Vidaurre et al (2012) Santos (2012) e Corteletti (2013) que trabalharam
com povoamentos de paricaacute localizados entre os municiacutepios de Dom Elizeu e
Paragominas estado do Paraacute Estes estudos comprovaram o alto potencial de
produccedilatildeo madeireira do paricaacute e servem como incentivo para que se estabeleccedilam
novos povoamentos Embora jaacute se tenham muitos plantios com esta espeacutecie na
Amazocircnia ainda satildeo necessaacuterios estudos com o objetivo de identificar as
caracteriacutesticas dendromeacutetricas avaliar a qualidade da madeira e sua produccedilatildeo
A atenccedilatildeo deve ser direcionada tambeacutem para os custos de produccedilatildeo
destes povoamentos que vecircm sendo estabelecidos na regiatildeo amazocircnica Natildeo
existem estudos suficientes que comprovem a lucratividade desta atividade Os
estudos que se tecircm disponiacuteveis ainda satildeo muito geneacutericos e as informaccedilotildees
carentes de dados do processo de implantaccedilatildeo da cultura
O monitoramento do processo produtivo tem sido realizado para identificar
os custos de produccedilatildeo sendo um instrumento necessaacuterio para se avaliar (medir) a
eficiecircncia das empresas Outra teacutecnica utilizada eacute a avaliaccedilatildeo econocircmica dos
projetos que testam a viabilidade de sua execuccedilatildeo
Para testar a viabilidade econocircmica dos projetos florestais faz-se necessaacuterio
o emprego de teacutecnicas econocircmicas sendo as mais tradicionais aquelas em que se
calculam o valor presente liacutequido (VPL) a taxa interna de retorno (TIR) e o benefiacutecio
perioacutedico equivalente (BPE) Este uacuteltimo sendo empregado frequentemente para
projetos com diferentes horizontes de planejamento (REZENDE OLIVEIRA 2001)
O teste da viabilidade econocircmica tem por finalidade estudar a capacidade
financeira do empreendimento a fim de verificar a possibilidade de sua
implementaccedilatildeo por meio da capacidade de sobrevivecircncia no mercado e da
identificaccedilatildeo dos fatores que podem dificultar as possibilidades de ecircxito do mesmo
comprovando-se assim a sua necessidade de execuccedilatildeo
13
11 OBJETIVO GERAL
Avaliar o efeito dos espaccedilamentos de plantio na anaacutelise econocircmica da
produccedilatildeo de madeira de paricaacute
12 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
a) Definir os custos de produccedilatildeo de povoamentos de paricaacute
b) Identificar os custos de produccedilatildeo mais afetados pelos espaccedilamentos
de plantio
c) Avaliar a participaccedilatildeo individual dos custos no processo de
implantaccedilatildeo colheita e transporte e
d) Identificar o espaccedilamento que forneceraacute o maior retorno econocircmico
por meio de indicadores e criteacuterio de avaliaccedilatildeo
14
2 REVISAtildeO DE LITERATURA
21 PARICAacute
A espeacutecie Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke foi descoberta por
Huber e descrita por Ducke em 1922 sendo vulgarmente conhecida como pinho-
cuiabano paricaacute-da-amazocircnia paricaacute-da-terra-firme (Mato Grosso) paricaacute paricaacute-
grande faveira (Paraacute) canafista canafiacutestula fava-canafiacutestula (Acre) bandarra
(Rondocircnia) guapuruvu-da-amazocircnia (Distrito federal) aleacutem de cereboacute (Boliacutevia)
tambor (Colocircmbia) gavilaacuten (Costa Rica) pachaco (Equador) palo de judiacuteo palo de
picho (Meacutexico) e pashaco (Peru) (CARVALHO 2007)
Ocorre naturalmente em toda regiatildeo amazocircnica principalmente no Mato
Grosso Paraacute Amazonas e Rondocircnia no Brasil aleacutem de outros paiacuteses como Peru
Boliacutevia Colocircmbia e Venezuela (SOUZA et al 2005) Sobrevive em mata primaacuteria e
secundaacuteria de terra firme e vaacuterzea alta notadamente nas formaccedilotildees do tipo floresta
densa e floresta aberta em solos argilosos e altitudes de ateacute 800 metros
(CARVALHO 1994 ROSA 2006a)
A espeacutecie eacute tolerante a solos de baixa fertilidade e adapta-se agrave precipitaccedilatildeo
meacutedia anual de 1600 mm a 5850 mm e temperatura meacutedia de 248 ordmC (CRESPO et
al 1995) Por ser uma espeacutecie essencialmente helioacutefila natildeo tolera baixas
temperaturas (CARVALHO 2007)
211 Descriccedilatildeo botacircnica e anatocircmica do paricaacute
Segundo o sistema de classificaccedilatildeo de Cronquist a espeacutecie Schizolobium
amazonicum pertence agrave famiacutelia Caesalpiniaceae (Leguminosae Caesalpinioideae)
sendo da divisatildeo Magnoliophyta (Angiospermae) da classe Magnoliopsida
(Dicotyledonae) e ordem das Fabales
O paricaacute eacute uma aacutervore deciacutedua que pode atingir 40 m de altura e 100 cm de
DAP (diacircmetro a altura do peito medido a 130 m do solo) na idade adulta
15
(CARVALHO 2007) Seu tronco eacute ciliacutendrico e reto com casca de cor cinza clara
podendo conter sapopemas A madeira eacute macia leve com textura grossa gratilde direita
e irregular cerne creme-avermelhado e alburno creme-claro Tecircm faacutecil
processamento mas baixa durabilidade natural (SOUZA et al 2005)
Rosa (2006a) trabalhando com a botacircnica anatomia e tecnologia de paricaacute
comprovou que ao longo do crescimento vegetativo a espeacutecie pode possuir
caracteriacutesticas dendroloacutegicas diferenciadas em termos de coloraccedilatildeo da casca e do
surgimento de sapopemas
212 Caracteriacutesticas silviculturais do paricaacute
As sementes de paricaacute possuem alto grau germinativo podendo chegar a
90 Isso pode ser comprovado em estudos realizados por Lameira et al (2000)
com a propagaccedilatildeo do paricaacute por meio de sementes submetidas a processos
mecacircnicos fiacutesicos e quiacutemicos de quebra de dormecircncia Nesse estudo foi constatado
que as sementes possuem um percentual de germinaccedilatildeo de 80 a 90
O paricaacute possui entretanto dificuldade em seu manejo por seu elevado teor
de umidade e susceptibilidade ao ataque de microorganismos aleacutem da dormecircncia
tegumentar que necessita de tratamentos preacute-germinativos (ROSA 2006b
CARVALHO 2007)
Para o armazenamento de sementes eacute recomendado um periacuteodo maacuteximo de
12 meses tendo em vista que a partir do oitavo mecircs ocorre reduccedilatildeo na viabilidade
das sementes como pode ser observado no trabalho de Rosa (2006a) sobre a
ecologia e silvicultura do paricaacute
Apoacutes serem retiradas do armazenamento as sementes podem ser plantadas
de duas maneiras colocando-se as sementes para germinar em canteiros
(sementeiras) ou semeando-as diretamente na embalagem plaacutestica Ambas as
opccedilotildees permitem sobrevivecircncia de no miacutenimo 80 das plantas sendo
consideravelmente aceitaacutevel (SOUZA et al 2003)
No que se refere a implantaccedilatildeo de povoamentos uma atenccedilatildeo especial
deve ser direcionada agrave escolha do espaccedilamento a ser utilizado No Estado do Paraacute
diversos espaccedilamentos tem sido adotados (3x3 m 4x4 m 3x4 m 5x4 m 6x4 m)
16
principalmente em plantios mais antigos estando os mais recentes em maior
padronizaccedilatildeo com espaccedilamentos de 4x4 m Isso provavelmente se deve agrave
facilidade de mecanizaccedilatildeo (MARQUES et al 2006) Aleacutem disso estudos vecircm
comprovando que o espaccedilamento 4x4 m eacute mais utilizado pois proporciona a melhor
relaccedilatildeo entre crescimento em altura e diacircmetro das aacutervores (ROSA 2006b)
Em sistemas silviculturais mais adensados ou em plantios puros o paricaacute
tem demonstrado crescimento inicial em altura bastante raacutepido sendo necessaacuterios
desbastes para manter equiliacutebrio adequado entre a retirada de indiviacuteduos de
qualidade inferior doentes ou danificados e a manutenccedilatildeo de espaccedilamento
aproximadamente regular entre as plantas Deve-se ressaltar entretanto que a
espeacutecie eacute bastante suscetiacutevel aos danos causados por ventos fortes principalmente
nos estaacutegios iniciais de desenvolvimento As aacutervores isoladas e plantas da
bordadura satildeo mais propensas a quebras poreacutem estes danos satildeo bastante
reduzidos com a presenccedila de mata ou de relevo ondulado nas proximidades que
possam proteger o povoamento e reduzir esses efeitos do vento (SOUZA et al
2003)
No estudo realizado por Rondon (2002) concluiu-se que ateacute o terceiro ano o
paricaacute eacute altamente vulneraacutevel ao vento principalmente nos espaccedilamentos 4x2 m e
2x2 m Por tal motivo medidas preventivas devem ser tomadas no iniacutecio da
implantaccedilatildeo deixando-se uma faixa de mata nativa em torno do plantio Desta
maneira sob os espaccedilamentos 15x15 m 2x2 m 3x2 m 3x3 m 4x2 m 4x3 m e 4x4
m avaliadas pelo autor os dois uacuteltimos foram os que proporcionaram maiores
crescimentos em altura e diacircmetro
213 Utilizaccedilatildeo do paricaacute
Essa espeacutecie eacute bastante utilizada na produccedilatildeo de lacircminas meacutedias ou parte
interna de compensados caixotaria leve portas e parquete tendo em vista que
pode ser alcanccedilado o rendimento de ateacute 80 de aproveitamento da madeira no
processo de laminaccedilatildeo (MARQUES et al 2006)
17
Ela pode ser utilizada para produccedilatildeo energeacutetica assim como a produccedilatildeo de
papel e celulose por sua facilidade de branqueamento Propriedades medicinais
tambeacutem podem ser encontradas principalmente na casca (CARVALHO 2007)
Carvalho (2007) afirma ainda que esta espeacutecie tem grande potencial para
recuperaccedilatildeo de aacutereas degradadas Por ser uma espeacutecie pioneira o paricaacute tem bom
desenvolvimento na maioria dos solos amazocircnicos contribuindo com
sombreamento o desenvolvimento de espeacutecies cliacutemax que por ventura se
estabeleccedilam na aacuterea
O paricaacute pode ser utilizado ainda para artesanato sendo seu uso mais
comum na fabricaccedilatildeo de brinquedos saltos para calccedilados e aeromodelismo
(SOUZA et al 2003)
22 CRESCIMENTO E PRODUCcedilAtildeO DO PARICAacute
O crescimento e a produccedilatildeo de um povoamento florestal dependem da
idade da capacidade produtiva do grau de utilizaccedilatildeo do potencial produtivo do lugar
e de tratamentos silviculturais (SCOLFORO 2006 CAMPOS LEITE 2009) Esta
relaccedilatildeo pode ser mensurada por meio de modelos de crescimento e produccedilatildeo
mecaniacutesticos ou empiacutericos sendo este uacuteltimo o mais utilizado
Santos (2012) estudando o crescimento e produccedilatildeo de plantios de paricaacute
sob diferentes espaccedilamentos ajustou o modelo logiacutestico para estimar o crescimento
em diacircmetro e volume das aacutervores em cada espaccedilamento em funccedilatildeo da idade O
autor observou efeito significativo do espaccedilamento sobre as variaacuteveis diacircmetro
quadraacutetico e volume em todas as idade evidenciando a dependecircncia entre os
fatores
Neste mesmo estudo foi constatado que a maior diferenccedila entre as meacutedias
do diacircmetro quadraacutetico e o volume foi entre os espaccedilamentos extremos 3x2 m e 5x5
metros Assim o maior crescimento em diacircmetro quadraacutetico foi verificado no espaccedilo
vital com 25 msup2 e o maior crescimento em volume por aacuterea no espaccedilamento de 6msup2
Anteriormente Hoffmann (2009) jaacute havia verificado a influecircncia do diacircmetro
no rendimento da laminaccedilatildeo em que o aumento do diacircmetro promoveu maior
rendimento O mesmo foi observado por Silva et al (2013)
18
23 RENDIMENTO EM LAMINACcedilAtildeO DE PARICAacute
A produccedilatildeo de lacircminas em escala comercial surgiu a partir do seacuteculo XX
sendo impulsionada no Brasil na deacutecada de 30 com o objetivo de confeccionar
madeira compensada que tem como mateacuteria-prima paineacuteis de lacircminas de madeira
Este material eacute submetido a um processo de colagem e prensagem com adesivos
resistentes ou agrave prova drsquoaacutegua tendo muacuteltiplas aplicaccedilotildees na construccedilatildeo civil na
fabricaccedilatildeo de moacuteveis formas para concreto embalagens transporte e aplicaccedilotildees
agriacutecolas (BORDUELLE IWAKIRI MARTINS et al 2006 IWAKIRI PRATA 2008)
A qualidade da laminaccedilatildeo eacute influenciada por caracteriacutesticas da espeacutecie
(densidade da madeira) caracteriacutesticas do fuste (diacircmetro e forma) e gratilde (direccedilatildeo e
inclinaccedilatildeo) e por condiccedilotildees operacionais do equipamento (velocidade de corte
ajuste da geometria da faca e barra de pressatildeo afiaccedilatildeo da faca) sendo que a
automaccedilatildeo dos equipamentos tem resultado em lacircminas de maior qualidade e
produtividade (TSOUMIS 1991)
Esta busca pela qualidade e produtividade tem aumentado o interesse nos
estudos sobre a prognose do crescimento e da produccedilatildeo de povoamentos e do
processo de laminaccedilatildeo Isto ocorre porque as empresas florestais procuram
investimentos soacutelidos devido aos compromissos de longo prazo assumidos
As estimativas da produccedilatildeo de mateacuteria-prima e do rendimento do produto
final contribuem com o planejamento da empresa em relaccedilatildeo a novos investimentos
novos produtos a serem lanccedilados no mercado aleacutem da viabilidade do projeto em
execuccedilatildeo e de futuros investimentos Por isso faz-se necessaacuterio conhecer todo o
processo produtivo do produto com o qual se estaacute trabalhando
A laminaccedilatildeo da madeira pode ser obtida por meio de duas formas
comerciais
a) Lacircminas torneadas ndash obtidas a partir do ldquodesenrolamentordquo de toras grossas
relativamente curtas utilizando torno laminador
b) Lacircminas faqueadas ndash obtidas a partir de cortes planos realizados por
faqueadeira em peccedila de madeira em bloco
Independentemente do meacutetodo de obtenccedilatildeo de lacircminas um dos objetivos da
empresa florestal eacute a busca pelo aumento da produtividade Estas informaccedilotildees satildeo
obtidas por meio do acompanhamento do processo de transformaccedilatildeo das aacutervores
19
em lacircminas e a partir dos valores obtidos subtrai-se o produto final da quantidade
de madeira que iniciou o processo obtendo-se assim o rendimento
Para o paricaacute o rendimento encontrado em estudos realizados por Hoffmann
(2009) foi de aproximadamente 5031 em aacutervores aos 5 anos Jaacute Melo (2012)
alcanccedilou rendimento meacutedio de 59 Este autor afirma ainda que o rendimento em
laminaccedilatildeo pode ser facilmente estimado por meio de variaacuteveis dendromeacutetricas da
tora obtendo-se menores perdas para aacutervores com maiores diacircmetros
O resultado encontrado por Melo (2012) eacute semelhante ao de Bortoletto
Juacutenior e Belini (2002) para outra espeacutecie do mesmo gecircnero Estudando a produccedilatildeo
de lacircminas e compensados de guapuruvu (Schizolobium parayba (Vell) Blake)
proveniente de plantios mistos de espeacutecies nativas estes autores observaram que o
rendimento do processo de laminaccedilatildeo foi de aproximadamente 61 em lacircminas
verdes Isso demonstra que o gecircnero Schizolobium pode conter boas caracteriacutesticas
para laminaccedilatildeo
24 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO
241 Teoria dos custos
Segundo Pinto et al (2008) algumas terminologias devem ser consideradas
na contabilidade de custos
Gasto esforccedilo realizado pela empresa para obtenccedilatildeo de um bem ou serviccedilo
Investimento gasto com bens ou serviccedilos que traratildeo benefiacutecios futuros
Despesa consumo direto ou indireto com bens e serviccedilos com a finalidade
de obtenccedilatildeo de receitas
Perda gasto natildeo intencional decorrente de fatores externos e
Custos gastos acumulados para executar uma atividade fabricar um
produto ou adquirir uma mercadoria
Essas definiccedilotildees podem ser interpretadas como ilustrada na Figura 1
20
Figura 1 Forma esquemaacutetica da distribuiccedilatildeo de gastos Fonte Adaptado de Pinto et al (2008)
Aleacutem das terminologias apresentadas faz-se necessaacuterio definir orccedilamento
anaacutelise de projeto e o caacutelculo do custo de produccedilatildeo uma vez que satildeo peccedilas
fundamentais para o teste de viabilidade econocircmica do projeto
O orccedilamento tem por objetivo a verificaccedilatildeo preacutevia de gastos e a anaacutelise de
projetos objetiva a avaliaccedilatildeo econocircmica de investimentos que seratildeo realizados Jaacute o
caacutelculo do custo de produccedilatildeo por sua vez tem por objetivo quantificar o custo por
unidade produzida sendo este sempre realizado apoacutes o fim do ciclo de produccedilatildeo
O custo por produto encontrado eacute entatildeo comparado com receita obtida com
as vendas do produto e com o montante de capital utilizado na produccedilatildeo a fim de
serem calculados os indicadores econocircmicos para aquela atividade ou seja o custo
de produccedilatildeo de uma empresa eacute determinado pelas condiccedilotildees fiacutesicas de produccedilatildeo
pelo preccedilo dos recursos e pela conduta economicamente eficiente do proprietaacuterio
Custo eacute entatildeo o preccedilo pelo qual se obteacutem um bem (FERGUSON 2003)
O caacutelculo dos custos de produccedilatildeo por sua vez natildeo eacute uma tarefa faacutecil haja
visto que haacute um grande nuacutemero de informaccedilotildees que devem ser administradas para
que se tenha no final do periacuteodo de produccedilatildeo todos os custos referentes agravequela
atividade Por isso o aconselhaacutevel eacute que se faccedila o registro dos gastos
preferencialmente por atividade para facilidade de obtenccedilatildeo dos resultados
Custos
Investimentos
Despesas
PerdasUso para execuccedilatildeo de atividades adquirir mercadorias e fabricar produtos
Gastos que seratildeo usados no futuro para geraccedilatildeo de receita
Gastos que jaacute foram utilizados para geraccedilatildeo de receita
Gastos que natildeo foram usados para geraccedilatildeo de receita
21
242 A importacircncia dos custos
Para Hildebrand (1995) os custos geralmente contribuem para a anaacutelise a
curto meacutedio e longo prazo que geram informaccedilotildees importantes para o planejamento
e mensuraccedilatildeo da eficiecircncia de operaccedilotildees atividades e processos de produccedilatildeo da
empresa a avaliaccedilatildeo de alternativas de investimento novos negoacutecios e novos
sistemas de produccedilatildeo (processos maacutequinas e equipamentos entre outros)
O setor florestal trabalha geralmente a longo prazo que eacute um horizonte de
planejamento em que a curva de custo de produccedilatildeo corresponde agrave despesa com a
aquisiccedilatildeo dos fatores ao longo do caminho de expansatildeo Isto significa que para cada
niacutevel de produccedilatildeo existiraacute uma combinaccedilatildeo dos fatores variaacuteveis de miacutenimo custo
que junto com os fatores fixos permite a produccedilatildeo de determinada quantidade
(SIMONSEN1971 FERGUSON 2003) A ausecircncia do conhecimento sobre custos
provavelmente levaraacute a maacute aplicaccedilatildeo do capital de giro menor lucro menor
rentabilidade ameaccedilas a estabilidade econocircmica financeira e ao crescimento da
empresa (FERREIRA 2007)
243 Classificaccedilatildeo dos custos
Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo vaacuterios meacutetodos satildeo encontrados na
literatura sendo selecionado o modelo a partir da caracteriacutestica do produto ou do
modelo de produccedilatildeo que estaacute sendo analisado Em funccedilatildeo disso o Instituto de
Economia Agriacutecola ndash IEA oacutergatildeo vinculado agrave Secretaria de Agricultura e
Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo desenvolveu uma metodologia para o setor
agriacutecola designado Meacutetodo do Custo Operacional
Na metodologia do custo operacional se incluem apenas as despesas
efetivamente desembolsadas pelo produtor mais a depreciaccedilatildeo de maacutequinas e
benfeitorias e o custo estimado da matildeo-de-obra familiar Assim a remuneraccedilatildeo de
todos os outros fatores de produccedilatildeo natildeo incluiacutedos fica a cargo do resiacuteduo ou seja a
diferenccedila entre o custo operacional e o valor de venda do produto (MATSUNAGA et
al 1976)
22
O esquema da estrutura do custo de produccedilatildeo utilizada pelo IEA pode ser
visualizado a seguir
Figura 2 Estrutura dos custos de produccedilatildeo utilizada pelo IEA Fonte Nachiluk e Oliveira (2012) sup1 Contribuiccedilatildeo de Seguridade Social Rural
244 Componentes do custo
Os custos podem ser denominados custos expliacutecitos e impliacutecitos Os
desembolsos realizados satildeo denominados custos expliacutecitos segundo Pindyck e
Rubinfeld (1994) os quais abrangem remuneraccedilotildees de matildeo de obra salaacuterios e
custos de materiais e locaccedilatildeo de propriedades aleacutem do custo de oportunidade Eles
satildeo importantes pois envolvem pagamentos diretamente feitos pela empresa a
outras empresas e pessoas com as quais faz negoacutecios
Jaacute os custos impliacutecitos natildeo satildeo diretamente desembolsados no processo de
produccedilatildeo mas natildeo podem deixar de ser considerados uma vez que se constituem
de fato em dispecircndios Sua mensuraccedilatildeo se daacute de maneira indireta por meio da
atribuiccedilatildeo de valores que deveratildeo representar o custo de oportunidade de seu uso
Nesta categoria enquadram-se os gastos com depreciaccedilatildeo de benfeitorias
instalaccedilotildees maacutequinas e implementos agriacutecolas e remuneraccedilatildeo do capital fixo e da
terra (CONAB 2010)
Custo operacional
Custo operacional efetivo (COE)
Despesas com operaccedilotildees
Pagamentos de salaacuterios
Gastos com maacutequinas equipamentos e
implementos
Despesas com materiais
Sementes fertilizantes corretivos defensivos
sacarias etc
Encargos sociais
Custo operacional total (COT)
Depreciaccedilatildeo com maacutequinas juros de custeio e CSSRsup1
23
A classificaccedilatildeo proposta pelo IEA compreende elementos diferenciados
poreacutem de faacutecil interpretaccedilatildeo e mais adequado agrave tomada de decisotildees Assim
segundo Matsunaga et al (1976) essa classificaccedilatildeo eacute composta dos seguintes
custos
a) Custo Operacional Efetivo ndash COE
O custo operacional efetivo envolve todos os custos expliacutecitos ou seja o
custo de todos os recursos de produccedilatildeo que exigem desembolso por parte da
empresa para sua recomposiccedilatildeo excluindo-se a matildeo-de-obra familiar
Assim mesmo que determinado produto tenha sido adquirido no periacuteodo
anterior por exemplo deveraacute ser contabilizado aqui pois em algum momento houve
o desembolso para a compra do mesmo Nesse caso eacute importante que seja utilizado
o preccedilo de mercado atual e natildeo o valor pago anteriormente devido ao custo de
oportunidade
b) Custo Operacional Total ndash COT
O custo operacional total envolve a soma do COE o valor da matildeo-de-obra
familiar e as depreciaccedilotildees que equivalem a apenas uma parte dos custos fixos
b1) Depreciaccedilatildeo
A depreciaccedilatildeo corresponde ao custo indireto exigido para acumular fundos
para substituiccedilatildeo do capital investido em bens produtivos de longa duraccedilatildeo
inutilizados pela idade uso e obsolescecircncia
b2) Valor da Matildeo-de-obra Familiar
Este valor deve ser definido considerando-se o custo de oportunidade ou
seja quanto o produtor ganharia se estivesse trabalhando em outra atividade
Considerando-se eacute claro o mesmo niacutevel teacutecnico para desenvolvimento das duas
atividades
24
c) Custo Total ndash CT
Custo total nada mais eacute que a soma do COT com o valor da remuneraccedilatildeo do
capital imobilizado com a atividade
Todo o capital investido na empresa tem custo de oportunidade uma vez
que seu uso na empresa implica deixar de empregaacute-lo noutra atividade alternativa
Por definiccedilatildeo o retorno potencial desse capital na melhor alternativa possiacutevel de
utilizaccedilatildeo forneceria a medida desse custo de oportunidade Como essa estimativa
nem sempre eacute faacutecil eacute expediente comum estimar o custo de oportunidade a partir do
retorno que o capital teria se em vez de aplicado na empresa fosse investido no
mercado financeiro como por exemplo na caderneta de poupanccedila
245 Iacutendices econocircmicos
Os iacutendices econocircmicos apresentados pelo IEA segundo Matsunaga et al
(1976) satildeo
2451 Renda Bruta (RB)
A renda bruta vem a ser o valor da produccedilatildeo ou seja tudo que eacute produzido
vezes o preccedilo do produto
Embora a Renda Bruta permita saber o quanto eacute recebido pelo produto
produzido ela natildeo diz o quanto desse valor iraacute sobrar Isso porque eacute preciso retirar o
custo de produccedilatildeo Sendo assim eacute necessaacuterio que se faccedila a anaacutelise de
rentabilidade da atividade
2452 Margem Bruta (MB)
Eacute calculada pela subtraccedilatildeo do custo operacional efetivo da renda bruta ou
seja eacute a retirada de todos os custos ocorridos sendo mais produtiva agrave medida que
resulta em valores positivos
25
2453 Margem Liacutequida (ML)
Eacute calculada pela subtraccedilatildeo do custo operacional total da renda bruta sendo
um indicativo de lucratividade Comparando-se duas empresas de igual atividade
aquela que tem maior Margem Liacutequida eacute a que possui melhor rentabilidade no
negoacutecio incluindo-se aiacute a questatildeo operacional financeira e extra-operacional
Isso quer dizer que se a ML for positiva todos os desembolsos estatildeo sendo
pagos aleacutem da depreciaccedilatildeo e a matildeo-de-obra familiar Caso contraacuterio a depreciaccedilatildeo
eou a matildeo-de-obra natildeo estatildeo sendo efetivamente pagas e a empresa estaacute se
descapitalizando
2454 Lucro (L)
O lucro vem a ser o resultado da subtraccedilatildeo da renda bruta gerada pela
venda dos produtos no mercado menos o custo total de produccedilatildeo incorrido na sua
geraccedilatildeo Simplificadamente nada mais eacute do que o resultado positivo deduzido das
vendas os custos e despesas
2455 Lucratividade (Luc)
Eacute a relaccedilatildeo do valor do lucro com o montante de vendas ou seja divide-se o
valor do lucro pela quantidade vendida (renda bruta)
2456 Iacutendice de Rentabilidade (IR)
Eacute uma medida do retorno de um investimento Calcula-se dividindo o lucro
obtido (margem liacutequida) pelo valor do investimento inicial (capital empatado) Pode-
se dizer que a rentabilidade eacute a quantidade de dinheiro que o investidor ganha para
cada quantia investida
26
246 Custos na empresa florestal
Nas empresas em geral os custos satildeo classificados em funccedilatildeo de suas
necessidades de informaccedilotildees Geralmente eles satildeo divididos por operaccedilotildees ou
setores da atividade como viveiro plantaccedilotildees tratos culturais exploraccedilatildeo florestal
atividades especiais (coleta de sementes entre outros) implantaccedilatildeo de infra-
estrutura e administraccedilatildeo (BREPOHL 1980)
Em termos econocircmicos os componentes do custo satildeo agrupados de
acordo com sua funccedilatildeo no processo produtivo nas categorias de custos variaacuteveis
custos fixos custo operacional e custo total (CONAB 2010)
Na determinaccedilatildeo da idade oacutetima de corte de povoamentos florestais eacute
necessaacuterio estudar caso a caso cada componente dos custos e das receitas
envolvidas no processo de produccedilatildeo da madeira Tudo isso pelo fato do setor
florestal conter operaccedilotildees de longo prazo Por tal motivo a anaacutelise de custos pode
ter dois enfoques a anaacutelise ex-ante ou seja antes das operaccedilotildees ocorrerem e ex-
post apoacutes terem ocorrido (GRACcedilA et al 2000)
Entre os custos analisados deve-se considerar tambeacutem a depreciaccedilatildeo que
segundo Hildebrand (1995) pode ser definida como a diminuiccedilatildeo do valor dos bens
ativos resultante do desgaste pelo uso accedilatildeo da natureza ou por obsolescecircncia
teacutecnica Assim com o tempo para tornar possiacutevel a reposiccedilatildeo do equipamento eacute
necessaacuterio acumular periodicamente uma reserva em um fundo que permitiraacute no
fim de um periacuteodo a aquisiccedilatildeo de um novo equipamento
Baseados nas necessidades do setor florestal vaacuterios estudos sobre a
viabilidade econocircmica de plantios vem sendo desenvolvidos para as mais variadas
espeacutecies arboacutereas como os obtidos por Souza et al (2003) e o Centro de Pesquisa
do Paricaacute ndash CPP Deve-se ressaltar no entanto a afirmaccedilatildeo feita por Marques et al
(2006) em que os autores concluiacuteram que o custo meacutedio para implantaccedilatildeo e
conduccedilatildeo dos povoamentos podem variar conforme a regiatildeo as teacutecnicas de preparo
de solo os tratos silviculturais adotados entre outros
27
25 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DE PROJETOS FLORESTAIS
Do ponto de vista teacutecnico Oliveira e Rezende (2004) afirmam que dois ou
mais projetos podem ser compatiacuteveis quando a execuccedilatildeo de um natildeo afeta a
implementaccedilatildeo do outro ou incompatiacuteveis em caso contraacuterio Jaacute do ponto de vista
econocircmico eles podem ser dependentes quando haacute uma relaccedilatildeo de rentabilidade
entre ambos ou independentes quando nenhum eacute afetado
Estas informaccedilotildees satildeo importantes para o bom planejamento das atividades
florestais uma vez que o investimento em um projeto deve ser baseado em um
horizonte de planejamento na maioria das vezes de longo prazo podendo variar de
finito como no caso de um plantio florestal ou infinito em um manejo sustentado de
floresta nativa (CHICHORRO et al 2010)
Para realizar a anaacutelise econocircmica eacute importante considerar a vida econocircmica
do projeto Ela corresponde ao tempo que ele produziraacute lucro a vida fiacutesica de
maacutequinas e construccedilotildees o periacuteodo de anaacutelise onde se consideram os efeitos do
projeto Aleacutem do horizonte de construccedilatildeo relacionado agrave demanda do produto e o
horizonte de dados que se refere ao periacuteodo de tempo em que eacute possiacutevel prever o
fluxo de caixa (REZENDE OLIVEIRA 2001)
A avaliaccedilatildeo econocircmica ou financeira de projetos baseia-se entatildeo no fluxo
de caixa que consiste nos custos e nas receitas distribuiacutedos ao longo da vida uacutetil do
empreendimento Os meacutetodos mais recomendados para avaliaccedilatildeo econocircmica de
projetos florestais satildeo (REZENDE OLIVEIRA 2001) valor presente liacutequido (VPL)
taxa Interna de Retorno (TIR) custo (ou Benefiacutecio) Perioacutedico Equivalente (CPE ou
BPE) custo Meacutedio de Produccedilatildeo (CMPr) razatildeo Benefiacutecio (receita)Custo (BC) e
tempo de Recuperaccedilatildeo do Capital
28
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
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30
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31
CAPIacuteTULO 1
CUSTOS DA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA DE PARICAacute
RESUMO
O setor de florestas plantadas brasileiro vem perdendo espaccedilo no mercado
internacional pelo alto custo necessaacuterio agrave produccedilatildeo Por isso haacute a necessidade
de se investigar quais os custos mais onerosos do processo produtivo para
entatildeo se montar uma estrateacutegia de reduccedilatildeo de custos a fim de tornar o
reflorestamento novamente competitivo no mercado Deste modo objetivou-se
no trabalho estimar a produccedilatildeo de paricaacute (Schizolobium amazonicum) aos 5 6
e 7 anos em trecircs classes de produtividade e em cinco espaccedilamentos de
plantio identificando os principais custos de produccedilatildeo aleacutem dos mais afetados
pelos espaccedilamentos de plantio na regiatildeo de Paragominas PA A estimativa de
volume foi obtida segundo metodologia proposta por Silva et al (2013) e os
custos de produccedilatildeo desde as atividades de preparo da aacuterea ateacute a colheita e
transporte foram disponibilizados por produtores rurais e empresaacuterios da
regiatildeo Posteriormente fez-se a anaacutelise dos custos por meio da metodologia do
custo operacional em que se considera apenas as despesas efetivamente
desembolsadas pelo agricultor somadas agrave depreciaccedilatildeo e matildeo-de-obra familiar
Assim inferiu-se que o espaccedilamento 3x2 m foi superior em volume diante dos
outros espaccedilamentos analisados Em relaccedilatildeo agrave analise de custos o custo
operacional efetivo representou em meacutedia 65 dos custos totais de produccedilatildeo
sendo o transporte o custo individual mais expressivo em todos os
espaccedilamentos analisados Jaacute a manutenccedilatildeo foi o conjunto de atividades mais
significativo nos plantios devido ao nuacutemero e ao longo periacuteodo para sua
execuccedilatildeo Os custos totais de produccedilatildeo foram superiores em espaccedilamentos
menores independentemente da remuneraccedilatildeo ou natildeo pelo uso dos capitais
permanente e circulante
Palavras-chave Custo operacional efetivo espaccedilamento idade
produtividade
32
CHAPTER 1
PRODUCTION COST PARICAacute
ABSTRACT
The planted forest sector in Brazil has been losing ground in the international
market by the high cost needed for production Therefore there is a need to
investigate what the most expensive costs of the production process to then
build a strategy to reduce costs in order to become competitive again
reforestation in the market Thus the aim of the study was to estimate the
production of paricaacute (Schizolobium amazonicum) at 5 6 and 7 years in three
productivity classes and five planting space identifying the major costs of
production and those most affected by planting space in the region of
Paragominas PA The volume estimate was obtained according to the
methodology proposed by Silva et al (2013) and production costs since the
activities of preparation of the area to harvest and transport were provided by
farmers and entrepreneurs in the region Subsequently made to cost analysis
using the methodology of the operating cost which considers only the expenses
actually disbursed by the farmer together with the depreciation and labor
family labor Thus it was inferred that the spacing 3x2 m was higher by volume
on the other spacings analyzed Regarding the analysis of costs the effective
operating cost represented on average 65 of total production costs and
transport the most significant single cost in all spacings analyzed Have
maintenance was the most significant set of activities in plantations due to the
number and the time period for its implementation The total production costs
were higher in the smaller spacing regardless of whether or not for the use of
permanent and circulating capital
Keywords Effective operational cost spacing age productivity
33
1 INTRODUCcedilAtildeO
A crescente dificuldade em se obter madeira de florestas nativas tem
motivado empresaacuterios agrave praacutetica do reflorestamento Nesses plantios vaacuterias
espeacutecies tecircm sido utilizadas sendo o paricaacute a espeacutecie nativa de maior
expressatildeo na regiatildeo norte do paiacutes principalmente no estado do Paraacute
Segundo a ABRAF (2013) em 2012 foram plantados 87901 hectares
de paricaacute nos estados do Paraacute Tocantins e Maranhatildeo O aumento da aacuterea de
plantio nos uacuteltimos anos eacute justificado pela boa aceitaccedilatildeo desta espeacutecie no
mercado madeireiro devido aos seus variados fins como a produccedilatildeo de
lacircmina e compensado forros palitos papel moacuteveis aleacutem de peccedilas de
acabamentos e molduras
A falta de informaccedilotildees silviculturais no entanto tecircm inviabilizado a
expansatildeo de novos plantios em outras regiotildees do paiacutes Natildeo se tecircm estudos
suficientes para comprovar o melhor meacutetodo de implantaccedilatildeo desta cultura no
que se refere ao espaccedilamento a ser utilizado para maior produccedilatildeo de madeira
Este tipo de deficiecircncia pode implicar no emprego de teacutecnicas silviculturais
equivocadas que inviabiliza economicamente o cultivo reduzindo
consequentemente o interesse comercial pela espeacutecie
Os custos de produccedilatildeo devem entatildeo ser analisados para se testar a
viabilidade econocircmica dos projetos que estatildeo sendo implantados haja vista
que poucos satildeo os estudos que se referem ao monocultivo do paricaacute A
obtenccedilatildeo destes custos eacute fundamental pois eles compotildeem um ferramental de
controle e gerenciamento das atividades produtivas e de geraccedilatildeo de
importantes informaccedilotildees para auxiliar as tomadas de decisotildees pelos
produtores rurais (CONAB 2010)
Para se atestar a viabilidade econocircmica de um projeto florestal natildeo se
deve avaliar somente a espeacutecie a ser implantada mais agraves condiccedilotildees de
mercado atuais e futuras para comercializaccedilatildeo do produto Eacute notaacutevel a
importacircncia econocircmica e socioambiental do setor de florestas plantadas para o
Brasil por isso deve-se investir em conhecimento e tecnologia sobre as
espeacutecies cultivadas haja visto que o ambiente de negoacutecio para o
34
desenvolvimento desta atividade vem passando por dificuldades nos uacuteltimos
anos
A competitividade dos produtos florestais estaacute se deteriorando frente
aos seus principais concorrentes internacionais uma vez que o aumento
generalizado dos custos de produccedilatildeo de madeira no Brasil estaacute reduzindo
significativamente a rentabilidade da induacutestria integrada de base florestal e dos
produtores independentes de plantios florestais (ABRAF 2013) Comprova-se
assim a necessidade de estudos referentes aos custos de produccedilatildeo
Haacute alguns anos a importacircncia dos custos na produccedilatildeo agriacutecola e as
dificuldades de sua obtenccedilatildeo estimularam o Instituto de Economia Agriacutecola
oacutegatildeo vinculado agrave Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de Satildeo
Paulo a efetuar estimativas de custo de produccedilatildeo de diversas exploraccedilotildees
agriacutecolas por meio da metodologia designada custo operacional Neste
meacutetodo se incluem apenas as despesas efetivamente desembolsadas pelo
agricultor somadas agrave depreciaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos e matildeo-de-
obra familiar A remuneraccedilatildeo devida a todos os outros fatores de produccedilatildeo eacute
de responsabilidade do resiacuteduo ou seja a diferenccedila entre o custo operacional
e o valor de venda (MATSUNAGA et al 1976 CONAB 2010)
O ecircxito nas estimativas de custos de produccedilatildeo agriacutecola vem
estimulando pesquisadores da aacuterea florestal a utilizarem esta metodologia
tambeacutem para culturas florestais principalmente neste momento em que o
Brasil depende de medidas estruturais que promovam a reduccedilatildeo dos custos de
produccedilatildeo e incentivem o investimento para retomada da competitividade dos
produtos nacionais de base florestal no mercado internacional Por tal motivo
objetivou-se neste trabalho identificar os principais custos de produccedilatildeo bem
como o efeito dos diferentes espaccedilamentos sobre estes custos
35
2 MATERIAL E MEacuteTODOS
21 AacuteREA EM ESTUDO
Os dados utilizados neste estudo foram originaacuterios de povoamentos
homogecircneos de paricaacute (Schizolobium amazonicum) plantados sob os
espaccedilamentos 3x2 3x3 3x4 4x4 e 5x5 m localizados entre os municiacutepios de
Dom Elizeu e Paragominas Estado do Paraacute (Figura 1)
Figura 1 Localizaccedilatildeo dos municiacutepios de Dom Eliseu e Paragominas PA
O municiacutepio de Paragominas estaacute localizado no nordeste paraense
possuindo aproximadamente 20000 km2 de aacuterea territorial com 90 m de
altitude O solo caracteriacutestico da aacuterea eacute o Latossolo amarelo com vegetaccedilatildeo
originaacuteria representada pela floresta densa sendo encontradas extensas aacutereas
de mata secundaacuteria (capoeira nos seus diversos estaacutegios de desenvolvimento)
devido aos constantes desmatamentos provocados principalmente pelo
avanccedilo da agropecuaacuteria na regiatildeo (IBGE 2013a PREFEITURA MUNICIPAL
DE PARAGOMINAS 2013)
Segundo o IBGE (2013a) o clima do municiacutepio eacute do tipo mesoteacutermico e
uacutemido A temperatura meacutedia anual eacute elevada em torno de 25degC e seu regime
pluviomeacutetrico fica geralmente entre 2250 mm e 2500 mm anuais
36
O municiacutepio de Dom Eliseu pertence agrave microrregiatildeo de Paragominas
possui 5268815 kmsup2 e estaacute localizado nas coordenadas 04deg17rsquo06rdquo Sul e
47deg30rsquo18rdquo Oeste a 180 metros de altitude Ele eacute um dos municiacutepios da
chamada ldquoFronteira agriacutecola amazocircnicardquo maior produtora de commodities
agriacutecolas da porccedilatildeo norte do paiacutes e grande produtora de paricaacute (IBGE 2013b
PREFEITURA MUNICIPAL DE DOM ELISEU 2013)
22 ESTIMATIVA DA PRODUCcedilAtildeO
Foram inventariados povoamentos de paricaacute anualmente ateacute o quinto
ano sendo analisadas trecircs classes de produtividade em cada espaccedilamento
sendo elas Baixa (17 - 19 m) Meacutedia (19 ndash 21 m) e Alta (21 - 24 m)
Posteriormente empregando-se o modelo de crescimento e produccedilatildeo proposto
por Silva et al (2013) os volumes comercial e de lacircminas foram estimados
para diferentes espaccedilamentos e qualidades de local nas idades de 5 6 e 7
anos conforme o esquema apresentado na Figura 2
Figura 2 Esquema para obtenccedilatildeo dos volumes comercial e de lacircminas em povoamentos de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA
A partir dos dados de inventaacuterio estimou-se a produccedilatildeo em volume
comercial e de lacircminas por meio da metodologia proposta por Silva et al
(2013) Assim a partir de informaccedilotildees sobre as variaacuteveis aacuterea basal por
hectare (GHA) iacutendice de siacutetio (SI) altura dominante (HD) considerada como a
altura meacutedia das 100 aacutervores mais altas do povoamento (Hart) e nuacutemero de
aacutervores por hectare (NHA) na idade de cinco anos pode-se projetar a produccedilatildeo
para as idades em anaacutelise
Espaccedilamentos (m)
bull3x2
bull3x3
bull4x3
bull4x4
bull5x5
Classes de produtividade
(m)
bullBaixa
bullMeacutedia
bullAlta
Idades
(anos)
bull5
bull6
bull7
Volume comercial
Volume de lacircminas
37
A estimativa da HD na idade i foi obtida por meio da equaccedilatildeo 1
119878119868 =
119867119863119894 (1 + 119890119909119901 ((182404 minus 119860119894)
043105frasl ))
1 + 119890119909119901 ((182404 minus 119860119894119899119889
043105frasl ))
Eq 1
Em que
119890119909119901 = base de logaritmo neperiano
119867119863119894 = altura dominante na idade i
119860119894 = i-eacutesima idade (i = 5 6 7) e
119860119894119899119889 = idade iacutendice (5 anos)
Para estimativa do nuacutemero de aacutervores por hectare na idade futura
utilizou-se a equaccedilatildeo 2
1198731198671198602 = 1198731198671198601 minus ((119860119877119864119860
1198671198631)
minus20848
(119860220356 minus 1198601
20356)) Eq 2
Em que
1198731198671198602 = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade futura
1198731198671198601 = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade corrente
119860119877119864119860 = aacuterea meacutedia ocupada por cada planta no plantio
1198671198631 = altura dominante na idade corrente
1198601 = idade corrente e
1198602 = idade futura
A aacuterea basal por hectare foi estimada por meio da equaccedilatildeo 3
119866119867119860119894 = 000523119867119863119894145720119873119867119860053967
119894 Eq 3
Em que
NHAi = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade i
38
Apoacutes a obtenccedilatildeo de todas as variaacuteveis os volumes comercial e de
lacircminas foram estimados pelas equaccedilotildees 4 e 5
119881119879119867119860119894 = 122839119866119867119860119894093941119867119863119894
071858 Eq 4
119881119862119867119860119894 = 003388119866119867119860119894069131119867119863119894
183907 Eq 5
Em que
119881119879119867119860119894 = volume comercial por hectare e
119881119862119867119860119894 = volume de lacircminas por hectare
23 DESCRICcedilAtildeO DAS ATIVIDADES
Por se tratarem de aacutereas anteriormente ocupadas por pastagem fez-se
necessaacuterio o combate agrave formigas e limpeza da aacuterea manualmente e com
auxiacutelio de trator a fim de retirar do local galhos tocos e raiacutezes que por ventura
atrapalhassem o processo de mecanizaccedilatildeo
Para todas as aacutereas de plantio fez-se a anaacutelise de solo verificando-se
a necessidade de correccedilatildeo com uma tonelada de calcaacuterio dolomiacutetico por
hectare Assim foi realizada a calagem precedida da gradagem com auxiacutelio da
terceirizaccedilatildeo de tratores agriacutecolas
Apoacutes o preparo do solo iniciou-se o processo de alinhamento
marcaccedilatildeo e coveamento respeitando o espaccedilamento preacute-determinado para
cada local considerando que uma pessoa consegue abrir 500 covasdia
Posteriormente foram acrescentados 100g de NPK (6-30-6) por cova antes do
plantio das mudas de paricaacute Adubaccedilotildees de cobertura e um ano apoacutes o plantio
tambeacutem ocorreram com o objetivo de aumentar o iacutendice de sobrevivecircncia agraves
plantas
Como no campo eacute difiacutecil controlar os fatores bioacuteticos e abioacuteticos a
mortalidade de plantas eacute inevitaacutevel por isso foi observada a necessidade de
39
replantio de 5 das mudas logo no primeiro ano segundo informaccedilotildees
disponibilizadas pela empresa
A manutenccedilatildeo relativa agrave limpeza dos plantios se deu pelo coroamento
das mudas aplicaccedilatildeo de herbicida manualmente e roccedilada mecacircnica do
primeiro ao terceiro ano Desta forma natildeo houve competiccedilatildeo com plantas
invasoras que poderiam inibir o crescimento das mudas Assim devido ao
ambiente favoraacutevel e as condiccedilotildees propiacutecias de crescimento e produccedilatildeo foi
possiacutevel extrair a madeira para laminaccedilatildeo no quinto ano apoacutes a implantaccedilatildeo
A colheita foi realizada de forma semi-mecanizada (motosserra)
seguida do baldeio e carregamento ateacute a beira da estrada O transporte ateacute a
induacutestria de beneficiamento foi realizado por caminhatildeo tipo bitrem com
capacidade para 44000 kg ao preccedilo meacutedio de R$59192 por viagem
O valor da matildeo-de-obra familiar foi considerado como o custo de
administraccedilatildeo ou seja quando o proprietaacuterio presta serviccedilos na proacutepria
empresa Assim a remuneraccedilatildeo paga pelo custo de administraccedilatildeo foi
equivalente a 10 dos custos efetivamente desembolsados pela empresa
Em relaccedilatildeo agraves aacutereas onde os plantios foram realizados estas jaacute
pertenciam a empresa Laminit por isso natildeo houve a necessidade de aquisiccedilatildeo
ou arrendamento do terreno Poreacutem considerou-se o custo de oportunidade
ou seja a remuneraccedilatildeo do capital investido (permanente e circulante) por meio
do caacutelculo da parcela sobre o bem adquirido e utilizado na produccedilatildeo e inclusa
no custo fixo da produccedilatildeo Logo o investimento do produtor foi remunerado agrave
taxa de 6 ao ano como se fosse aplicado o capital em outro investimento
alternativo conforme recomendaccedilotildees da CONAB (2010)
24 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS
Para anaacutelise dos custos de produccedilatildeo florestal foi necessaacuteria a coleta de
dados anuais de todas as despesas e receitas contraiacutedas em cada
espaccedilamento durante o periacuteodo entre 2006 e 2013 O esquema da disposiccedilatildeo
dos gastos na planilha de custo pode ser observado na Tabela 1
40
Tabela 1 Distribuiccedilatildeo dos gastos efetuados para implantaccedilatildeo de povoamentos de paricaacute
Descriccedilatildeo Un R$un
Quantidade utilizada
Espaccedilamento (m)
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
Preparo da aacuterea
Anaacutelise de solo un 3450 1 1 1 1 1
Limpeza manual Diaacuteria 3500 1 1 1 1 1
Limp mecanizada ht 10218 1 1 1 1 1
Gradagem ht 10218 15 15 15 15 15
Calagem ht 6846 05 05 05 05 05
Calcaacuterio ton 8967 1 1 1 1 1
Alinhamento Diaacuteria 3500 2 14 1 08 05
Coveamento Diaacuteria 3500 334 223 167 125 08
Cercamento R$ha 30000 1 1 1 1 1
Constr de estradas R$ha 13390 1 1 1 1 1
Constr de aceiros Diaacuteria 3500 4 4 4 4 4
Adubaccedilatildeo
Adubo Kg 123 5001 3336 2502 1875 120
Adubaccedilatildeo Diaacuteria 3667 45 3 225 195 106
Plantio
Transp de mudas ht 5000 05 05 05 05 05
Mudas un 038 1751 1168 876 657 420
Plantio e replantio Diaacuteria 3500 4 27 2 15 1
Manutenccedilatildeo
Formicida Kg 674 125 10 83 695 551
Aplic de formicida Diaacuteria 3703 893 748 651 578 525
Transp de insumos ht 4233 2 2 2 2 2
Coroamento Diaacuteria 3761 67 45 35 25 16
Roccedilada ht 5602 4 5 6 7 85
Herbicida L 1732 8 9 10 105 12
Aplic de herbicida Diaacuteria 3761 4 45 5 55 6
Manutenccedilatildeo de aceiro Diaacuteria
3744 6 6 6 6 6
Manut de estrada ht 8699 469 469 469 469 469
Materiais - 6892 8 8 8 8 8
Encargos - 8185 7 7 7 7 7
Colheita e Transporte
Corte e toragem msup3 215 1844 1744 1524 1341 11705
Baldeio msup3 096 1844 1744 1524 1341 11705
Carregamento msup3 097 1844 1744 1524 1341 11705
Transporte msup3 659 1844 1744 1524 1341 11705 Valores deflacionados e descapitalizados para o ano de 2006 Considerando o volume comercial em classe de produtividade alta (21 - 24 m) com corte aos 6 anos
Os custos envolvidos nas atividades de implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo dos
povoamentos foram disponibilizados por produtores rurais da regiatildeo de
41
Paragominas Tambeacutem foram disponibilizados por empresaacuterios locais os
dados referentes agrave exploraccedilatildeo e transporte da madeira ateacute a empresa
referente a uma distacircncia meacutedia de 80 km
Para comparaccedilatildeo entre os valores incorridos durante periacuteodos
diferentes no tempo fez-se o deflacionamento dos custos para o periacuteodo
inicial (implantaccedilatildeo dos povoamentos) A correccedilatildeo da perda monetaacuteria causada
pela inflaccedilatildeo foi obtida por meio do Iacutendice Geral de Preccedilo ndash Disponibilidade
Interna (IGP ndash DI) o qual eacute responsaacutevel pelo registro da inflaccedilatildeo de preccedilos de
mateacuterias-primas agriacutecolas
Posteriormente os valores deflacionados foram descapitalizados para o
ano 0 (2006) a fim de facilitar a anaacutelise econocircmica A descapitalizaccedilatildeo foi
obtida pela seguinte foacutermula
1198810 =119881119899
(1 + 119894)119899 Eq 6
Em que
1198810 = valor inicial correspondente ao periacuteodo de implantaccedilatildeo do povoamento
(R$)
119881119899 = valor final correspondente ao ano j (R$)
119894 = taxa de juros (6 aa) e
119899 = nuacutemero de periacuteodos (anos)
25 CLASSIFICACcedilAtildeO DOS CUSTOS
Para o caacutelculo dos custos de produccedilatildeo do paricaacute foi adotada a
metodologia descrita pelo Instituto de Economia Agriacutecola (IEA) oacutergatildeo vinculado
agrave Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo Neste
caso foram considerados os custos efetivos de produccedilatildeo ou seja aquele
dinheiro efetivamente desembolsado pelo proprietaacuterio para o pagamento da
mateacuteria-prima produtos ou serviccedilos adquiridos
42
A depreciaccedilatildeo foi aqui desconsiderada pela indisponibilidade de
informaccedilotildees sobre as maacutequinas equipamentos e benfeitorias Assim
considerou-se que todos os maquinaacuterios e equipamentos utilizados para a
implantaccedilatildeo conduccedilatildeo extraccedilatildeo e transporte dos povoamentos foram de
origem terceirizada
Os custos de produccedilatildeo foram entatildeo divididos segundo sua origem
sendo classificados de acordo com a metodologia de custos proposta pelo IEA
a) Custo operacional efetivo (COE) ndash correspondente a todos os custos
expliacutecitos
b) Custo operacional total (COT) ndash correspondente ao somatoacuterio do custo
operacional efetivo e matildeo-de-obra familiar (MO)
c) Custo Total (CT) ndash soma do custo operacional total e do custo de
oportunidade (CO) que eacute a remuneraccedilatildeo do capital circulante e do capital
fixo
As foacutermulas para obtenccedilatildeo do custo operacional total e custo total
encontram-se a seguir
119862119874119879 = 119862119874119864 + 119872119874 Eq 7
119862119879 = 119862119874119879 + 119862119874 Eq 8
43
3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
31 ESTIMATIVA DE VOLUME
A partir das equaccedilotildees ajustadas por Silva et al (2013) para
povoamentos de paricaacute foi possiacutevel estimar o volume comercial e de lacircminas
em trecircs ocasiotildees no tempo e em diferentes classes de produtividade nos cinco
espaccedilamentos de plantio como pode ser observado na Tabela 2
Tabela 2 Volumes comercial (VTHA) e de lacircminas (VCHA) estimados nos diferentes espaccedilamentos de plantio de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA
Idade Espaccedil
(m)
VTHA (msup3ha) VCHA (msup3ha)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 16229 18511 19336 5638 6858 7915
3x3 - 15498 18126 - 6163 7671
3x4 - 13328 15983 - 5476 7009
4x4 7133 13551 14623 2800 5705 6468
5x5 7351 8790 13093 3191 4124 6231
6 a
no
s
3x2 15173 16865 18439 5370 6411 7666
3x3 - 14606 17439 - 5912 7473
3x4 - 12325 15244 - 5188 6787
4x4 7178 11745 13410 2827 5146 6082
5x5 7115 8867 11705 3118 4158 5759
7 a
no
s
3x2 14315 15607 16406 5144 6054 7029
3x3 - 13920 16489 - 5706 7170
3x4 - 11890 14648 - 5052 6590
4x4 7028 11464 13067 2783 5055 5967
5x5 7020 8726 11515 3087 4109 5690
Em que VTHA= volume comercial por hectare VCHA= volume de lacircminas por hectare Espaccedil= espaccedilamento de plantio
A divisatildeo dos povoamentos em classes de produtividade eacute explicada
por Oliveira et al (2008) Segundo os autores a estratificaccedilatildeo realizada por
44
meio de classes de produtividade resulta em estimativas de volume mais
precisas proacuteximo agrave idade de corte Por isso a adoccedilatildeo das trecircs classes
A falta de informaccedilotildees nos espaccedilamentos intermediaacuterios 3x3 e 3x4 m
na classe de produtividade baixa ocorreu pela ausecircncia de povoamentos
nestas condiccedilotildees de siacutetio
A diferenccedila no volume comercial de madeira foi de 323 entre os
espaccedilamentos extremos 3x2 e 5x5 m na classe de produtividade alta sendo
maior o volume nos menores espaccedilamentos Resultados semelhantes foram
encontrados por Macedo et al (2005) com povoamentos de Teca em Minas
Gerais e Hoffmann (2009) em seu trabalho sobre caracterizaccedilatildeo
dendromeacutetrica e rendimento em laminaccedilatildeo de paricaacute na regiatildeo de
Paragominas PA
A diferenccedila no volume tem comportamento exponencial agrave medida em
que se utilizam siacutetios de menor produtividade sendo constatada uma diferenccedila
de 525 e 547 no volume entre os espaccedilamentos extremos nas classes
de produtividade meacutedia e baixa respectivamente Comportamento semelhante
foi observado para o volume de lacircminas de paricaacute Houve diferenccedila crescente
no volume entre os espaccedilamentos extremos sendo menor na classe de
produtividade alta (213)
Aos 6 anos a diferenccedila no volume entre os espaccedilamentos extremos foi
superior agrave idade anterior Na classe de produtividade alta a diferenccedila no
volume comercial foi de 365 Jaacute o volume de lacircminas abrangeu diferenccedila de
249
Nos siacutetios de baixa produtividade o volume comercial de madeira no
espaccedilamento 3x2 m foi 177 menor comparado ao de produtividade alta
Esta porcentagem encontra-se dentro do intervalo indicado por Morales et al
(2010) para povoamentos de pinus Segundo os autores a produtividade do
pinus foi reduzida entre 14 a 36 nos diferentes siacutetios de produccedilatildeo
Nos espaccedilamentos 4x4 e 5x5 m esta diferenccedila foi mais significativa
com aproximadamente 465 e 392 respectivamente Isso se deve entre
outras coisas agrave morte natural das plantas com diacircmetros mais acentuados
tornando mais expressiva a reduccedilatildeo de volume
Comparando a produccedilatildeo de paricaacute em relaccedilatildeo a idade de corte pode
ser observada uma reduccedilatildeo no volume de madeira do quinto para o sexto ano
45
Este comportamento pode ser resultado do autodesbaste caracteriacutestico da
espeacutecie Por se tratar de uma espeacutecie pioneira ela atinge o aacutepice de
incremento na idade meacutedia de 5 anos sendo mais viaacutevel seu corte neste
periacuteodo (CARVALHO 2007)
Balloni e Simotildees (1980) anteriormente jaacute haviam afirmado que a
porcentagem de aacutervores dominadas e mortas cresce com o avanccedilo da idade
sendo mais intenso e precoce nos espaccedilamentos mais apertados Por isso a
idade de corte deve ser definida em funccedilatildeo do ritmo de crescimento
espaccedilamento finalidade da madeira e suas interaccedilotildees
32 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO
O levantamento de custos como citado anteriormente seguiram a
metodologia sugerida pelo Instituto de Economia Agriacutecola ndash IEA sendo
agrupados por atividade
321 Custo operacional efetivo ndash COE
Todas as atividades desde a implantaccedilatildeo ateacute a exploraccedilatildeo dos
povoamentos de paricaacute foram identificadas e os gastos estimados para
obtenccedilatildeo dos custos efetivamente desembolsados pelo produtor sendo que os
custos foram deflacionados e descapitalizados para o ano de 2006 A soma
dos custos das atividades desenvolvidas durante este periacuteodo com corte aos
5 6 e 7 anos podem ser observadas na Tabela 3
Nos povoamentos em estudo os custos de implantaccedilatildeo variaram entre
R$80000 a R$180000 entre os espaccedilamentos extremos sendo menor
quanto menor o nuacutemero de plantas por hectare Este montante representa
entre 18 e 26 do custo total de produccedilatildeo de paricaacute demonstrando sua
importacircncia em relaccedilatildeo agrave outros custos
46
Tabela 3 Custo Operacional Efetivo (COE) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006
Idade Espaccedilamento
(m)
COE do volume comercial (R$ha) COE do volume de lacircminas (R$ha)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 501646 501646 501646 648938 667703 674487
3x3 - 437995 437995 - 586899 608517
3x4 - 408969 408969 - 540219 562057
4x4 388309 388309 388309 468849 521642 530459
5x5 369666 369666 369666 451856 463692 499083
6 a
no
s
3x2 512608 512608 512608 639852 652755 664594
3x3 - 451539 451539 - 574684 595999
3x4 - 423545 423545 - 529527 551493
4x4 404176 404176 404176 471255 505786 518322
5x5 385283 385283 385283 451891 465242 486598
7 a
no
s
3x2 527155 527155 527155 637832 646772 652303
3x3 - 465086 465086 - 573035 590806
3x4 - 436693 436693 - 530595 549673
4x4 416824 416824 416824 477086 507776 518871
5x5 398191 398191 398191 458394 470202 489495
47
O custo no espaccedilamento 5x5 m foi semelhante ao encontrado por Silva
et al (2004) para a implantaccedilatildeo de 1 ha de eucalipto na regiatildeo de Brasiacutelia
quando os valores foram corrigidos para o mesmo periacuteodo demonstrando
semelhanccedila na implantaccedilatildeo das duas culturas
Nos povoamentos analisados natildeo houve diferenccedilas nos custos para
implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo nos plantios com classes de produtividade distintas
os quais objetivavam a produccedilatildeo de volume comercial Em contrapartida
houve o acreacutescimo de gastos a medida em que se reduziu os espaccedilamentos
de plantio ou seja quanto menor a aacuterea ocupada por plantas maiores os
gastos com alinhamento marcaccedilatildeo de covas coveamento plantio e adubaccedilatildeo
Em relaccedilatildeo ao volume de lacircminas ocorreu a distinccedilatildeo dos custos entre
classes de produtividade uma vez que os custos com colheita e transporte
estatildeo relacionados com o volume colhido Assim em classes de produtividade
alta e menor espaccedilamento de plantio o COE foi superior em comparaccedilatildeo aos
outros povoamentos analisados
Como observado aos 5 anos natildeo houve diferenccedila no COE
independente da classe de produtividade nos povoamentos em que satildeo
mensurados o volume comercial de madeira Isso foi reflexo da quantidade de
plantas inseridas no local que no plantio foram invariaacuteveis independente da
qualidade do terreno O mesmo foi notado quando se estimou os custos para
exploraccedilatildeo de madeira aos 7 anos
A reduccedilatildeo no COE da produccedilatildeo de lacircminas com o aumento da idade
de exploraccedilatildeo eacute explicado pela reduccedilatildeo ocorrida no volume de madeira
causado pela mortalidade das plantas como observado no trabalho de Silva et
al (2013) Assim diminuem-se proporcionalmente os custos com colheita
transporte e outras atividades de manutenccedilatildeo
322 Custo operacional total ndash COT
O custo operacional total envolveu o COE e a matildeo-de-obra familiar
considerada aqui como o custo de administraccedilatildeo ou seja os proprietaacuterios dos
48
povoamentos eram os responsaacuteveis pela administraccedilatildeo dos plantios A
participaccedilatildeo do COT pode ser observada na Tabela 4
O custo da matildeo-de-obra foi considerado como um custo operacional
efetivo pois natildeo houve somente um gasto mas um desembolso ou seja uma
saiacuteda de caixa Jaacute a matildeo-de-obra familiar eacute parte do custo de produccedilatildeo pois
consistiu em uma alocaccedilatildeo de recurso produtivo (matildeo-de-obra) para a geraccedilatildeo
do produto (madeira) representando cerca de 10 dos custos de produccedilatildeo
Observando a tabela 4 pode-se notar que o maior custo de
administraccedilatildeo foi obtido para o espaccedilamento 3x2 m quando o objetivo era a
laminaccedilatildeo com custo de aproximadamente R$67450 Jaacute o espaccedilamento 5x5
m com objetivo de venda da floresta em peacute obteve o menor custo com
aproximadamente R$37000 por hectare
Resultados semelhantes foram encontrados para a produccedilatildeo de
madeira aos 6 anos Os menores custos de administraccedilatildeo estatildeo relacionados
aos menores custo de implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo dos povoamentos Aos 6 anos
o custo de administraccedilatildeo no espaccedilamento 5x5 m em classe de produtividade
alta com o objetivo de produccedilatildeo de lacircminas foi de aproximadamente R$48660
e R$38528 quando se objetivou a venda da madeira em peacute
Os custos de administraccedilatildeo tambeacutem foram reduzidos a medida em que
se aumentou o tempo para exploraccedilatildeo dos povoamentos devido a reduccedilatildeo do
volume por hectare sendo outro indicio de que esta espeacutecie deve ser
explorada logo aos 5 anos apoacutes o plantio
49
Tabela 4 Custo Operacional Total (COT) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006
Idade Espaccedilamento
(m)
COT do volume comercial (R$ha) COT do volume de lacircminas (R$ha)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 551811 551811 551811 713832 734473 741936
3x3 - 481795 481795 - 645589 669368
3x4 - 449865 449865 - 594241 618263
4x4 427140 427140 427140 515733 573807 583505
5x5 406633 406633 406633 497042 510062 548991
6 a
no
s
3x2 563869 563869 563869 703837 718031 731053
3x3 - 496693 496693 - 632152 655599
3x4 - 465900 465900 - 582479 606642
4x4 444594 444594 444594 518380 556365 570155
5x5 423812 423812 423812 497080 511767 535258
7 a
no
s
3x2 579871 579871 579871 701615 711449 717534
3x3 - 511595 511595 - 630338 649886
3x4 - 480362 480362 - 583655 604641
4x4 458507 458507 458507 524794 558554 570758
5x5 438010 438010 438010 504233 517223 538444
50
323 Custo total ndash CT
O custo total foi obtido pelo COT acrescido da remuneraccedilatildeo paga ao
capital investido e ao custo da Terra (TABELA 5)
Apoacutes contabilizados todos os custos foi possiacutevel inferir que para o
volume comercial em espaccedilamentos mais adensados o custo total foi 2294
maior do que nos plantios mais espaccedilados independente da classe de
produtividade Jaacute em povoamentos onde o objetivo do plantio era a venda de
lacircminas ocorreu uma variaccedilatildeo nos custos em fator da classe de produtividade
e espaccedilamento de plantio
A venda da madeira aos 6 anos culminou em um acreacutescimo de 67 a
86 em comparaccedilatildeo com os mesmos povoamentos sendo explorados aos 5
anos Para a produccedilatildeo de lacircminas o aumento dos custos foi menos
expressivo No espaccedilamento 3x2 m em classe de produtividade baixa o
aumento foi de 34
A exploraccedilatildeo de povoamentos aos 7 anos foi 1347 a 1596 maior
em relaccedilatildeo a exploraccedilatildeo aos 5 anos e 726 a 801 para 6 anos Estes
nuacutemeros confirmam que os custos tecircm crescido proporcionalmente com o
passar do tempo
Os custos com a remuneraccedilatildeo do capital investido e pelo uso da terra
correspondem em meacutedia a 24 dos custos totais de produccedilatildeo Poreacutem a
maioria dos produtores rurais deixam de contabilizar estes custos por se tratar
do pagamento pelo uso dos bens que ele jaacute possui (capital e terra) resultando
em valores de produccedilatildeo abaixo do que realmente deve ser computado
Comparando a produccedilatildeo de paricaacute e Teca no espaccedilamento 3x2 m
utilizando a mesma metodologia de custos observa-se que o custo total para
cultivo da Teca eacute de aproximadamente R$1080309 valor muito proacuteximo ao
observado para o plantio de paricaacute (SANGUINO 2009)
51
Tabela 5 Custo Total (CT) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006
Idade Espaccedilamento
(m)
CT do volume comercial (R$ha) CT do volume de lacircminas (R$ha)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 730146 730146 730146 917076 940890 949501
3x3 - 649366 649366 - 838341 865776
3x4 - 612527 612527 - 779099 806814
4x4 586308 586308 586308 688522 755523 766713
5x5 562648 562648 562648 666957 681978 726892
6 a
no
s
3x2 782537 782537 782537 949133 966026 981526
3x3 - 702582 702582 - 863811 891718
3x4 - 665930 665930 - 804688 833447
4x4 640572 640572 640572 728395 773606 790019
5x5 615836 615836 615836 703043 720523 748483
7 a
no
s
3x2 843816 843816 843816 99343 100552 101299
3x3 - 759911 759911 - 905837 92986
3x4 - 721528 721528 - 848467 874257
4x4 694669 694669 694669 776132 81762 832618
5x5 669481 669481 669481 750864 766827 792907
52
De maneira geral os custos mais expressivos satildeo referentes agrave manutenccedilatildeo
dos plantios independente do espaccedilamento adotado (Figura 3) Isso eacute
consequecircncia do maior nuacutemero de atividades desenvolvidas durante este periacuteodo
que variam desde o controle de formigas agrave manutenccedilatildeo de estradas
Figura 3 Custos totais da produccedilatildeo de paricaacute sob diferentes espaccedilamentos na regiatildeo de Paragominas PA
Nota-se no entanto que quanto maior o espaccedilamento de plantio utilizado
maiores satildeo os custos de manutenccedilatildeo por hectare Como haacute menor quantidade de
aacutervores por hectare a presenccedila de plantas invasoras eacute mais acentuada
aumentando os custos para seu controle Em contrapartida os custos por hectare
53
com adubaccedilatildeo plantio colheita e transporte diminuem jaacute que o nuacutemero de aacutervores
na aacuterea eacute reduzido
Deve-se ressaltar ainda que estes custos podem variar de acordo com a
classe de produtividade a idade em que vatildeo ser explorados os povoamentos e os
tipos de atividades empregadas que podem variar de acordo com o produtor e a
regiatildeo
54
4 CONCLUSOtildeES
O custo operacional efetivo representou em meacutedia 65 dos custos totais de
produccedilatildeo sendo o transporte o custo individual mais expressivo em todos os
espaccedilamentos analisados Jaacute a manutenccedilatildeo foi o conjunto de atividades mais
significativo nos povoamentos devido ao nuacutemero e ao longo periacuteodo para execuccedilatildeo
das atividades
Os custos totais de produccedilatildeo foram superiores em espaccedilamentos menores
independentemente da remuneraccedilatildeo ou natildeo pelo uso dos capitais permanente e
circulante
A diferenccedila nos custos entre espaccedilamentos extremos 3x2 m e 5x5 m eacute
justificada pelo maior volume de matildeo-de-obra e insumos necessaacuterios para execuccedilatildeo
das atividades em locais com maior nuacutemero de plantas por hectare
55
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE FLORESTAS PLANTADAS ndash ABRAF Anuaacuterio Estatiacutestico da ABRAF 2013 Ano base 2012 Brasiacutelia ABRAF 2013 148p Disponiacutevel em lthttpwwwabraflororgbrestatisticasABRAF13ABRAF13BR pdfgt Acesso em 19 Ago 2013 BALLONI E A SIMOtildeES J W O espaccedilamento de plantio e suas implicaccedilotildees silviculturais IPEF Piracicaba v1 n 3 p 1-16 Set 1980 (Seacuterie Teacutecnica) CAMPOS J C C LEITE H G Mensuraccedilatildeo florestal perguntas e respostas Viccedilosa UFV 2002 407p
CARVALHO P E R Paricaacute (Schizolobium amazonicum) Colombo Embrapa Florestas 2007 8p (Circular Teacutecnica 142)
COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO ndash CONAB Custo de produccedilatildeo agriacutecola a metodologia da Conab Brasiacutelia Conab 2010 60p HOFFMANN R G Caracterizaccedilatildeo dendromeacutetrica e avaliaccedilatildeo do rendimento em laminaccedilatildeo de madeira em plantios de paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) na regiatildeo de Paragominas PA 2009 (97f) Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) ndash Universidade Federal do Espiacuterito Santo Jerocircnimo Monteiro ES 2009 IBGE Paraacute Dom Eliseu 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwibgegovbrcidadesat xtrasperfilphpcodmun =150293gt Acesso em 12 Ago 2013b IBGE Paraacute Paragominas 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwibgegovbrcidadesat xtrasperfilphpcodmun= 150550ampsearch=para|paragominasgt Acesso em 12 Ago 2013a MACEDO R L G GOMES J E VENTURIN N SALGADO B G Desenvolvimento inicial de Tectona grandis LF (teca) em diferentes espaccedilamentos no municiacutepio de Paracatu MG Cerne Lavras v 11 n 1 p 61-69 janmar 2005 MATSUNAGA M et al Metodologia de custo de produccedilatildeo utilizada pelo IEA Agricultura em Satildeo Paulo Satildeo Paulo v 23 p 123-139 1976 MORALES C A S ALBUQUERQUE J A ALMEIDA J A MARANGONI J M STAHL J CHAVES D M Qualidade do solo e produtividade de Pinus taeda no planalto catarinense Ciecircncia Florestal Vol 20 No 4 Oct-Dec 2010 pp 629-640 OLIVEIRA M L R LEITE H G NOGUEIRA G S GARCIA S L R SOUZA A L Classificaccedilatildeo da capacidade produtiva de povoamentos natildeo desbastados de clones de eucalipto Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v43 n11 p1559-1567 nov 2008 PREFEITURA MUNICIPAL DE PARAGOMINAS O lago verde Paragominas 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwparagominaspagovbrgt Acesso em 23 Maio 2013
56
PREFEITURA MUNICIPAL DE DOM ELISEU O municiacutepio Dom Eliseu 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwdomeliseupagovbrgt Acesso em 23 Maio 2013 SANGUINO A C Custos de implantaccedilatildeo e rentabilidade econocircmica de povoamentos florestais com teca no estado do Paraacute Ciecircncias Agraacuterias Beleacutem n 52 p 61-78 juldez 2009 SILVA G F GEZAN S A SOARES C P B ZANETI L Z Modeling growth and yield of Schizolobium amazonicum under different spacings International Journal of Forestry Research v 2013 (2013) 10 p SILVA K R MINETTI L J FIEDLER N C VENTUROLI F MACHADO E G B SOUZA A P Custos e rendimentos operacionais de um plantio de eucalipto em regiatildeo de cerrado Aacutervore Viccedilosa-MG v28 n3 p 361-366 2004
57
CAPIacuteTULO 2
ANAacuteLISE ECONOcircMICA DA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA DE PARICAacute
RESUMO
As exigecircncias atuais de mercado aliadas agraves alternativas de investimento expressam
a necessidade de avaliaccedilatildeo econocircmica de projetos florestais Essa avaliaccedilatildeo
contribui com a escolha da melhor estrateacutegia de produccedilatildeo a fim de tornar os
produtos florestais brasileiros competitivos no mercado externo Por isso objetivou-
se neste trabalho analisar a viabilidade econocircmica de povoamentos de paricaacute sob
diferentes espaccedilamentos aleacutem de determinar economicamente a melhor forma de
plantio para produccedilatildeo de madeira Estes povoamentos foram implantados na regiatildeo
de Paragominas PA em 2006 sob os espaccedilamentos 3x2 3x3 3x4 4x4 e 5x5 m
divididos em trecircs classes de produtividade A produccedilatildeo foi entatildeo estimada para as
idades de 5 6 e 7 anos por meio de equaccedilotildees de crescimento e produccedilatildeo Os
custos do plantio agrave colheita foram disponibilizados por produtores rurais e
empresaacuterios da regiatildeo assim como o valor de venda de lacircminas A partir da
obtenccedilatildeo dos custos e receitas fez-se a anaacutelise econocircmica dos projetos Para tanto
foram utilizados os iacutendices econocircmicos e o criteacuterio do benefiacutecio perioacutedico equivalente
(BPE) como formas de avaliaccedilatildeo considerando-se a taxa de desconto de 6 como
a taxa miacutenima de atratividade Apoacutes a anaacutelise dos iacutendices e criteacuterio de avaliaccedilatildeo
econocircmica pode-se concluir que o espaccedilamento 3x3 m em classe de produtividade
alta com corte aos 5 anos foi o mais indicado pois gera o maior retorno financeiro
Para os maiores espaccedilamentos estudos ainda devem ser desenvolvidos mas
acredita-se que eles sejam alternativas financeiras viaacuteveis
Palavras-chave Criteacuterios de avaliaccedilatildeo espaccedilamentos de plantio iacutendices
econocircmicos retorno financeiro
58
CHAPTER 2
ECONOMIC ANALYSIS OF PRODUCTION PARICAacute
ABSTRACT
The current market demands combined with investment alternatives express the
need for economic evaluation of forestry projects This assessment contributes to the
choice of the best production strategy in order to make the Brazilian forest products
competitive in foreign markets Therefore this study aimed to analyze the economic
feasibility of stands of paricaacute under different spacings and economically determine
the best planting for timber production These settlements were established in the
region of Paragominas PA in 2006 under the spacings 3x2 3x3 3x4 4x4 and 5x5
m divided into three classes productivity The production was then estimated for
ages 5 6 and 7 years through equations of growth and production Costs from
planting to harvest were provided by farmers and entrepreneurs in the region as well
as the value of sales of blades From procurement costs and revenues became the
economic analysis of projects For both economic indicators and criteria periodic
benefit equivalent (BPE) as forms of assessment considering the discount rate of 6
as the hurdle rate were used After analyzing the indexes and economic evaluation
criteria it can be concluded that the spacing 3x3 m in class high productivity with cut
to 5 years was the most suitable because it generates the greatest financial return
For the larger spacings studies have yet to be developed but it is believed that they
are viable alternatives financial
Keywords Evaluation criteria planting space economic indicators financial return
59
1 INTRODUCcedilAtildeO
A implantaccedilatildeo da lei dos incentivos fiscais na deacutecada de 60 motivou o plantio
de florestas para ampliar a base florestal do Paiacutes e captar recursos para o
desenvolvimento do setor (MELLO et al 2005) Esses estiacutemulos baseavam-se na
expansatildeo florestal desconsiderando a qualidade da madeira
Nos dias atuais diante das exigecircncias de mercado da competiccedilatildeo com
outros paiacuteses e das pressotildees relacionadas ao meio ambiente o Brasil tem investido
natildeo somente em produccedilatildeo mais tambeacutem em teacutecnicas silviculturais que contribuam
com a qualidade final dos produtos aleacutem de teacutecnicas que reduzam os custos
envolvidos no processo produtivo Essas metas tecircm sido alcanccediladas por meio do
planejamento dos investimentos
Para realizar um investimento eacute necessaacuterio primeiramente organizar
formalmente os objetivos por meio de um projeto relacionando os meios de que se
dispotildee para alcanccedilaacute-los Posteriormente deve-se analisar o mercado potencial do
produto a fim de obter informaccedilotildees sobre os retornos esperados do investimento
comparativamente agraves alternativas disponiacuteveis eou viaacuteveis Assim com o
planejamento adequado das atividades eacute possiacutevel identificar as exigecircncias atuais de
mercado os caminhos a serem seguidos para entatildeo construir um referencial futuro
o qual identificaraacute a viabilidade ou natildeo da implantaccedilatildeo do projeto ao qual o
planejamento se destina (REZENDE OLIVEIRA 2008)
Para implantaccedilatildeo de um projeto aleacutem de se conhecer o horizonte de
planejamento que eacute o periacuteodo estimado durante o qual o empreendimento em
anaacutelise iraacute operar faz-se necessaacuterios tambeacutem testar a sua viabilidade teacutecnica
econocircmica financeira social ambiental e poliacutetica O teste da viabilidade econocircmica
eacute considerado o mais importante entre os paracircmetros de avaliaccedilatildeo pois consiste em
verificar se no projeto as receitas superam os custos Caso isso natildeo ocorra diz-se
que o projeto eacute insustentaacutevel desde a sua implantaccedilatildeo (FARO 1979 CHICHORRO
et al 2010)
Na avaliaccedilatildeo econocircmica para decisatildeo de que o projeto deve ou natildeo ser
implementado satildeo usadas teacutecnicas e criteacuterios de anaacutelise que comparam os custos e
as receitas inerentes ao projeto A anaacutelise de projetos consiste entatildeo na verificaccedilatildeo
60
de que determinada atividade eacute lucrativa ou natildeo considerando-se um horizonte de
planejamento (REZENDE OLIVEIRA 2008)
Existem vaacuterios meacutetodos de seleccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de projetos de
investimentos Geralmente recorre-se a meacutetodos que consideram principalmente as
atividades a serem executadas os periacuteodos de execuccedilatildeo e seus respectivos custos
os produtos e o periacuteodo de tempo que levaratildeo para serem produzidos seus preccedilos
e receitas ou seja o fluxo de caixa (CHICHORRO et al 2010)
Os meacutetodos de avaliaccedilatildeo econocircmica podem entatildeo ser divididos em dois
grupos principais O primeiro grupo compreende aqueles em que natildeo se considera a
variaccedilatildeo do capital no tempo sendo indicados para horizontes de planejamentos
muito curtos onde natildeo haacute inflaccedilatildeo Jaacute o segundo grupo considera a variaccedilatildeo do
capital no tempo podendo-se citar o valor presente liacutequido (VPL) e o benefiacutecio
perioacutedico equivalente (BPE) como exemplos (SILVA et al 2005)
A variaccedilatildeo do capital ocorre devido agrave remuneraccedilatildeo paga ao seu uso por
determinado tempo ou seja os juros Assim no final do prazo estipulado natildeo
haveraacute somente a quantia emprestada mais tambeacutem um acreacutescimo que
corresponde ao custo de oportunidade do uso do capital durante o periacuteodo de
empreacutestimo O valor a ser pago no final do periacuteodo dependeraacute da taxa de juros
correspondente a unidade de tempo considerada A Conab utiliza o percentual de
6 ao ano como a taxa de retorno para a remuneraccedilatildeo dos investimentos feitos pelo
produtor como se o capital fosse aplicado em outro investimento alternativo
(OLIVEIRA REZENDE 2004 CONAB 2010)
Tendo em vista este contexto objetivou-se neste trabalho analisar a
viabilidade econocircmica de povoamentos de paricaacute sob diferentes espaccedilamentos e
determinar economicamente o melhor espaccedilamento de plantio para produccedilatildeo de
madeira
61
2 MATERIAL E MEacuteTODOS
21 OBTENCcedilAtildeO DAS RECEITAS
A partir da estimativa dos volumes comercial (VTHA msup3ha) e de lacircminas
(VCHA m3ha) nos diferentes espaccedilamentos de plantio em diferentes
idades e classes produtivas tal como proposto no capiacutetulo 1 foram contraiacutedas as
receitas Os volumes comercial e de lacircminas estimados foram multiplicados pelo valor
meacutedio de venda disponiacutevel no boletim informativo de preccedilos disponibilizado pela
Coordenadoria Executiva da Administraccedilatildeo Tributaacuteria ndash CERAT do Estado do Paraacute
2013 Obteve-se assim a receita para cada espaccedilamento analisado
22 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS
Como se trata de projetos de investimento com a finalidade de obtenccedilatildeo de
madeira foram propostos trecircs horizontes de planejamento para os povoamentos de
paricaacute Esses horizontes se referiram ao periacuteodo de tempo que estes projetos foram
avaliados correspondendo a 5 6 e 7 anos entre a implantaccedilatildeo e colheita
Sabendo-se que eacute necessaacuterio reajustar os valores investidos durante o
periacuteodo de execuccedilatildeo do projeto utilizou-se uma taxa de desconto de 6 ao ano
como forma de remuneraccedilatildeo do capital investido considerando a caderneta de
poupanccedila como sendo o melhor investimento alternativo (OLIVEIRA REZENDE
2004) A inflaccedilatildeo identificada no periacuteodo foi obtida por meio do uso do Iacutendice Geral
de Preccedilos - Disponibilidade Interna (IGP-DI) o qual mede a variaccedilatildeo de preccedilos no
mercado A descapitalizaccedilatildeo foi realizada de acordo com a metodologia descrita no
capiacutetulo 1
Para anaacutelise da viabilidade econocircmica do projeto identificaram-se as
variaccedilotildees do capital no tempo Assim em relaccedilatildeo agrave classificaccedilatildeo do projeto de
investimento este foi considerado convencional ou seja ocorreu apenas uma
mudanccedila de sinal em seu fluxo de caixa satisfazendo as seguintes condiccedilotildees
62
119862119900 lt 0
119883119895 le 0 119901119886119903119886 119895 = 1 hellip 119896
119883119895 ge 0 119901119886119903119886 119895 = 119896 + 1 hellip 119899 119890
sum 119883119895
119899
119895=119896+1
gt sum 119883119895
119896
119895=0
Em que
Co = custo inicial (R$)
k = periacuteodo de tempo a partir do qual as receitas passaram a ser positivas
Xj = receita liacutequida de cada periacuteodo j e
n = duraccedilatildeo do projeto (anos)
Depois de identificado o tipo de projeto e tendo todos os custos jaacute calculados
no capiacutetulo 1 procedeu-se a anaacutelise econocircmica dos projetos por meio da avaliaccedilatildeo
dos iacutendices econocircmicos e do benefiacutecio perioacutedico equivalente (BPE)
23 IacuteNDICES ECONOcircMICOS DA PRODUCcedilAtildeO
Para verificar a rentabilidade do sistema produtivo os seguintes iacutendices
econocircmicos de produccedilatildeo foram utilizados
a) Renda bruta (RB)
119877119861 = 119876 times P Eq1
b) Margem bruta (MB)
119872119861 = 119877119861 minus 119862119874119864 Eq 2
c) Margem liacutequida (ML)
119872119871 = 119877119861 minus 119862119874119879 Eq 3
d) Lucro (L)
119871 = 119877119861 minus 119862119879 Eq 4
63
e) Lucratividade (Lc)
119871119888 =119871
119877119861 Eq 5
f) Iacutendice de rentabilidade (IR)
119868119877 =119872119871
119862 Eq 6
Em que
119877119861 = renda bruta (R$)
119876 = quantidade de produto vendido (un)
119875 = preccedilo unitaacuterio dos produtos (R$)
119872119861 = margem bruta (R$)
119862119874119864 = custo operacional efetivo (R$)
119872119871 = margem liacutequida (R$)
119862119874119879 = custo operacional total (R$)
119871 = lucro (R$)
119862119879 = custo total (R$)
119871119888 = lucratividade ()
119868119877 = iacutendice de rentabilidade () e
119862 = capital empatado (R$) referente ao somatoacuterio do custo fixo e circulante meacutedio
podendo-se considerar ou natildeo o custo da terra
24 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DOS PROJETOS
241 Benefiacutecio perioacutedico equivalente (BPE)
Para avaliaccedilatildeo da viabilidade econocircmica por meio do BPE a seguinte
foacutermula foi utilizada
119861119875119864 =119881119875119871[(1 + 119894)119905](1 + 119894)119899119905
(1 + 119894)119899119905 minus 1 Eq 7
64
Em que
n = duraccedilatildeo do projeto (anos)
t = nuacutemero de periacuteodos de capitalizaccedilatildeo
i = taxa de desconto e
VPL = valor presente liacutequido
O VPL foi obtido pela foacutermula
119881119875119871 = sum 119877119895
119899
119895=0
(1 + 119894)minus119895 minus sum 119862119895
119899
119895=0
(1 + 119894)minus119895
Eq 8
Em que
i = taxa de desconto (juros)
j = periacuteodo em que a receita ou o custo ocorreram
n = duraccedilatildeo do projeto (anos)
Rj = receita no final do ano j ou do periacuteodo de tempo e
Cj = custo no final do ano j ou do periacuteodo de tempo considerado
O BPE permite a comparaccedilatildeo de projetos com diferentes horizontes de
planejamento pois os custos jaacute estatildeo distribuiacutedos por unidade de tempo estando
impliacutecitas as diferenccedilas de horizontes Como o desconto dos fluxos de caixa foi
estimado a partir da ldquodata presenterdquo ou seja no periacuteodo de implantaccedilatildeo do projeto
estes foram comparados quando as consequecircncias monetaacuterias estavam em um
ponto comum do tempo
65
3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
31 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA VENDA DE MADEIRA EM PEacute
A renda bruta foi estimada por meio da multiplicaccedilatildeo do volume comercial e
comercial por hectare e o preccedilo pago por cada unidade agrave qual se admitiu um valor
miacutenimo de R$5370 msup3 para venda de ldquomadeira em peacuterdquo ou seja madeira natildeo
explorada e R$45156 msup3 a venda de lacircminas de paricaacute
Identicamente aos custos as receitas foram deflacionadas e
descapitalizadas para o ano 0 a fim de possibilitar a comparaccedilatildeo entre os valores
gastos e recebidos com essa praacutetica de produccedilatildeo A renda bruta obtida com a venda
de madeira de paricaacute pode ser observada na Tabela 1
Tabela 1 Renda bruta (RB) obtida com a produccedilatildeo de madeira de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA sem considerar o custo de laminaccedilatildeo
Idade Espaccedil
(m)
VTHA (R$ha) VCHA (R$ha)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 379731 433109 452408 1109193 1349221 1557365
3x3 - 362619 424113 - 1212472 1509318
3x4 - 311840 373961 - 1077399 1379067
4x4 166887 317064 342144 550865 1122453 1272564
5x5 172002 205671 306342 627806 811406 1226000
6 a
no
s
3x2 355004 394611 431419 1056449 1261369 1508350
3x3 - 341749 408022 - 1163130 1470243
3x4 - 288386 356682 - 1020754 1335360
4x4 167940 274794 313771 556167 1012394 1196711
5x5 166477 207478 273875 613368 817994 1133134
7 a
no
s
3x2 334925 365156 383863 1012137 1191106 1382874
3x3 - 325700 385794 - 1122613 1410651
3x4 - 278203 342718 - 993941 1296571
4x4 164441 268225 305743 547531 994496 1174049
5x5 164242 204174 269414 607295 808354 1119474
Em que Espaccedil = espaccedilamento (m) VTHA = volume comercial por hectare (msup3ha) e VCHA = volume de lacircminas por hectare (msup3ha)
66
A ausecircncia de valores na classe de produtividade baixa nos espaccedilamentos
3x3 e 3x4 m eacute proveniente da inesistecircncia de povoamentos nestas condiccedilotildees de
terreno Como se tratam de plantios independentes a falta de informaccedilotildees nestes
ambientes natildeo prejudicamalteram os resultados nas outras aacutereas em estudo
Observando a Tabela 1 eacute perceptiacutevel a diferenccedila entre a renda bruta obtida
com a venda de madeira em peacute e a explorada Para siacutetios de baixa produtividade e
com corte aos 5 anos a diferenccedila entre a venda de lacircminas e madeira em peacute foi de
aproximadamente R$729000 Esta diferenccedila ocorreu porque o custo de laminaccedilatildeo
natildeo foi contabilizado por falta de informaccedilotildees sobre o processo produtivo
Natildeo existem estudos que indiquem os custos reais de laminaccedilatildeo de paricaacute
proveniente de reflorestamento e quais as atividades necessaacuterias para transformar o
torete de madeira em lacircminas de forma eficiente e com boa qualidade
A renda resultante da venda de ldquomadeira em peacuterdquo em espaccedilamentos
menores como o 3x2 m superam os mais espaccedilados como o 4x4 e 5x5 m com
receita duas vezes maior quando comparados os espaccedilamentos 3x2 e 5x5 m Esta
tendecircncia ocorre entre classes de produtividade e tambeacutem entre idades distintas
Com o aumento da idade de corte houve diminuiccedilatildeo nas receitas em todos
os espaccedilamentos pois o volume de madeira foi reduzido Isso ocorre como jaacute citado
anteriormente provavelmente devido ao autodesbaste das plantas caracteriacutestico da
espeacutecie Entretanto os custos tambeacutem sofreram reduccedilatildeo devido ao menor nuacutemero
de plantas por hectare e esta relaccedilatildeo deve ser analisada
O comportamento da renda bruta em relaccedilatildeo a madeira explorada segue a
mesma tendecircncia citada acima ou seja o menor espaccedilamento no melhor siacutetio
produtivo aos 5 anos eacute o que indica ser o mais viaacutevel Todavia deve-se interagir
custos e receitas para se inferir sobre o espaccedilamento mais adequado para se obter
a maior lucratividade
Na Tabela 2 eacute possiacutevel observar os iacutendices em siacutetios com classe de
produtividade baixa para a venda de lacircminas de paricaacute
67
Tabela 2 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute para venda preacute-corte em classe de produtividade baixa (17 ndash 19 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
5 a
no
s
MB -121915 - - -221422 -197665
ML -172080 - - -260253 -234631
L -256915 - - -325921 -297147
L (t) -350415 - - -419421 -390647
Luc -068 - - -195 -173
Lucr (t) -092 - - -251 -227
IR -047 - - -085 -079
IR (t) -038 - - -065 -060
6 a
no
s
MB -157604 - - -236236 -218806
ML -208865 - - -276654 -257335
L -316133 - - -361232 -337959
L (t) -427533 - - -472632 -449359
Luc -089 - - -215 -203
Lucr (t) -120 - - -281 -270
IR -056 - - -088 -084
IR (t) -043 - - -065 -062
7 a
no
s
MB -192230 - - -244377 -225943
ML -244145 - - -285258 -264961
L -376891 - - -388205 -363216
L (t) -508091 - - -519405 -494416
Luc -113 - - -236 -221
Lucr (t) -152 - - -316 -301
IR -065 - - -090 -086
IR (t) -048 - - -064 -060
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
Na Tabela 2 eacute possiacutevel observar que sob as condiccedilotildees analisadas nenhum
espaccedilamento eacute viaacutevel economicamente Jaacute o comportamento dos iacutendices financeiros
em classe de produtividade meacutedia pode ser observado na Tabela 3
68
Tabela 3 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute para venda preacute-corte em classe de produtividade meacutedia (19 ndash 21 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
5 a
no
s
MB -68537 -75377 -97128 -71245 -163995
ML -118702 -119176 -138025 -110076 -200962
L -203537 -193247 -207187 -175744 -263477
L (t) -297037 -286747 -300687 -269244 -356977
Luc -047 -053 -066 -055 -128
Lucr (t) -069 -079 -096 -085 -174
IR -033 -036 -043 -036 -067
IR (t) -026 -028 -034 -027 -051
6 a
no
s
MB -117998 -109790 -135159 -129382 -177806
ML -169258 -154944 -177514 -169800 -216334
L -276527 -249433 -266145 -254378 -296958
L (t) -387927 -360833 -377545 -365778 -408358
Luc -070 -073 -092 -093 -143
Lucr (t) -098 -106 -131 -133 -197
IR -046 -046 -055 -054 -071
IR (t) -035 -034 -041 -040 -052
7 a
no
s
MB -161999 -131381 -150483 -140593 -186011
ML -213914 -177089 -193352 -181475 -225030
L -346659 -292189 -301302 -284422 -323284
L (t) -477859 -423389 -432502 -415622 -454484
Luc -095 -090 -108 -106 -158
Lucr (t) -131 -130 -155 -155 -223
IR -057 -052 -059 -057 -073
IR (t) -042 -037 -042 -040 -051
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
Os prejuiacutezos obtidos nestas condiccedilotildees do terreno satildeo menores quando
comparados com siacutetios de produtividade baixa O mesmo comportamento tambeacutem
foi observado para siacutetios de classe de produtividade alta como indicado na Tabela
4
69
Tabela 4 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute pra venda preacute-corte em classe de produtividade alta (21 ndash 24 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
5 a
no
s
MB -49238 -13882 -35007 -46165 -63324
ML -99403 -57682 -75904 -84996 -100291
L -184238 -131752 -145066 -150664 -162806
L (t) -277738 -225252 -238566 -244164 -256306
Luc -041 -031 -039 -044 -053
Lucr (t) -061 -053 -064 -071 -084
IR -027 -017 -024 -028 -034
IR (t) -022 -014 -018 -021 -026
6 a
no
s
MB -81189 -43517 -66863 -90406 -111408
ML -132450 -88671 -109217 -130823 -149937
L -239718 -183160 -197848 -215401 -230561
L (t) -351118 -294560 -309248 -326801 -341961
Luc -056 -045 -055 -069 -084
Lucr (t) -081 -072 -087 -104 -125
IR -036 -026 -034 -041 -049
IR (t) -028 -020 -025 -031 -036
7 a
no
s
MB -143292 -71287 -85969 -103075 -120771
ML -195207 -116995 -128837 -143956 -159790
L -327953 -232094 -236787 -246903 -258044
L (t) -459153 -363294 -367987 -378103 -389244
Luc -085 -060 -069 -081 -096
Lucr (t) -120 -094 -107 -124 -144
IR -052 -034 -039 -045 -052
IR (t) -038 -025 -028 -032 -036
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
A inviabilidade econocircmica observada nas trecircs condiccedilotildees produtivas podem
ter sido provenientes do baixo valor de mercado praticado na regiatildeo
Apoacutes o pagamento de todos os desembolsos efetivos restou o deacutebito de R$-
13882 para o espaccedilamento 3x3 m Esta quantia jaacute pode ser considerada como
70
prejuiacutezo do investimento mesmo sem ser contabilizados o pagamento da matildeo de
obra familiar (administraccedilatildeo) e os custos de oportunidade do capital
O menor valor resultante para o espaccedilamento 5x5 m se deve ao fato de
existirem atividades iguais aos outros espaccedilamentos que estatildeo sendo executas em
tempo maior que dos outros povoamentos aumentando assim o custo de produccedilatildeo
Jaacute os resultados encontrados para o espaccedilamento 3x3 m em classe de
produtividade alta satildeo atribuiacutedos agrave eficiecircncia das operaccedilotildees de manutenccedilatildeo dos
plantios principalmente pelo controle de plantas daninhas
Depois do pagamento de todos os desembolsos efetivos foi admitida a
remuneraccedilatildeo da matildeo de obra familiar em virtude da administraccedilatildeo das aacutereas de
plantio sendo proporcional aos custos de produccedilatildeo de paricaacute A margem liacutequida
negativa indica que o empreendimento eacute economicamente inviaacutevel O valor admitido
por este iacutendice se positivo natildeo seria o lucro gerado pois ainda natildeo foi descontado
o custo de oportunidade do capital investido
Para todos os povoamentos analisados houve lucro negativo principalmente
quando foi considerada a remuneraccedilatildeo pelo uso da terra Isso significa que o
investimento natildeo foi atrativo financeiramente Este resultado natildeo eacute interessante
economicamente ao produtor e pode trazer consequecircncias ainda piores como falta
de incentivo agrave produccedilatildeo falta de demanda para venda da madeira em idade de corte
e preccedilos ainda menores do que os praticados
Considerando-se o pagamento pelo uso da terra o prejuiacutezo obtido pelo
plantio de paricaacute variou entre 53 e 316 sendo maior quando mais amplo o
espaccedilamento de plantio Desconsiderando o pagamento pelo uso da terra o
prejuiacutezo se tornou menor estando entre 31 e 236
Este iacutendice representa a capacidade da atividade de transformar
investimento em margem liacutequida Assim desconsiderando o pagamento pelo uso da
terra tem-se que para cada real investido obteve-se entre R$-090 e R$-017 de
margem liacutequida sendo mais atrativo o espaccedilamento 3x3 m em classe de
produtividade alta Considerando o custo da terra o valor foi de R$-065 a R$-014
sendo melhor nos menores espaccedilamento de plantio
Deve-se salientar novamente que o valor do msup3 de madeira utilizado nesta
pesquisa eacute proveniente do preccedilo meacutedio praticado pelo CERAT ndash PA Valores
superiores a este encontrados na regiatildeo podem alterar estes resultados tornando
estes povoamentos atrativos financeiramente (quando superiores a R$10000 msup3)
71
32 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA LAMINADA
O comportamento observado foi semelhante ao da madeira vendida em peacute
ou seja os iacutendices financeiros apontaram que a viabilidade econocircmica aos 5 anos
foi superior agraves outras idades de exploraccedilatildeo (Tabela 5)
Tabela 5 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de baixa produtividade (17 ndash 19 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
5 a
no
s
MB 460255 - - 82016 175950
ML 395361 - - 35131 130764
L 285617 - - -44157 54349
L (t) 192117 - - -137657 -39151
Luc 026 - - -008 009
Lucr (t) 017 - - -025 -006
IR 090 - - 010 039
IR (t) 074 - - 008 030
6 a
no
s
MB 416597 - - 84912 161477
ML 352612 - - 37786 116288
L 218717 - - -60828 21725
L (t) 107317 - - -172228 -89675
Luc 021 - - -011 004
Lucr (t) 010 - - -031 -015
IR 081 - - 011 034
IR (t) 065 - - 008 026
7 a
no
s
MB 374305 - - 138713 217110
ML 322390 - - 97831 178092
L 161775 - - -5115 79837
L (t) 30575 - - -136315 -51363
Luc 016 - - -001 013
Lucr (t) 003 - - -025 -008
IR 075 - - 031 058
IR (t) 057 - - 022 041
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
72
Os iacutendices econocircmicos para as classes de produtividade meacutedia e alta
encontram-se nas Tabelas 6 e 7
Tabela 6 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de meacutedia produtividade (19 ndash 21 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
5 a
no
s
MB 681518 625573 537181 600811 347713
ML 614747 566883 483159 548647 301344
L 501830 467631 391801 460430 222928
L (t) 408330 374131 298301 366930 129428
Luc 037 039 036 041 027
Lucr (t) 030 031 028 033 016
IR 137 139 126 147 087
IR (t) 114 113 101 117 069
6 a
no
s
MB 608614 588446 491228 506607 352752
ML 543338 530977 438275 456029 306227
L 406743 410719 327467 350188 208871
L (t) 295343 299319 216067 238788 97471
Luc 032 035 032 035 026
Lucr (t) 023 026 021 024 012
IR 124 133 116 125 089
IR (t) 099 104 090 095 067
7 a
no
s
MB 544335 665533 565255 585678 418169
ML 492420 619825 522386 544796 379151
L 329553 504725 414437 441850 280896
L (t) 198353 373525 283237 310650 149696
Luc 028 045 042 044 035
Lucr (t) 017 033 028 031 019
IR 113 181 159 171 123
IR (t) 087 131 114 121 086
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
73
Tabela 7 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de alta produtividade (21 ndash 24 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5 5
an
os
MB 882878 900802 817010 742105 726917
ML 815429 839950 760805 689059 677009
L 701365 737042 665754 599351 592608
L (t) 607865 643542 572254 505851 499108
Luc 045 049 048 047 048
Lucr (t) 039 043 041 040 041
IR 181 201 193 182 187
IR (t) 150 164 156 146 148
6 a
no
s
MB 843757 874244 783868 678388 646537
ML 777297 814644 728718 626556 597877
L 638225 689925 613313 518092 496052
L (t) 526825 578525 501913 406692 384652
Luc 042 047 046 043 044
Lucr (t) 035 039 038 034 034
IR 174 198 187 168 168
IR (t) 140 156 146 129 128
7 a
no
s
MB 730571 953571 867885 765231 729289
ML 678656 907863 825016 724350 690271
L 514396 792763 717066 621403 592016
L (t) 383196 661563 585866 490203 460816
Luc 037 056 055 053 053
Lucr (t) 028 047 045 042 041
IR 154 266 252 228 224
IR (t) 119 192 180 161 157
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
Contrariamente agrave preacute-colheita a venda de madeira de paricaacute poacutes-colheita
tem demonstrado viabilidade economica para as idade classe de produtividade e
espaccedilamento analisados como observados nos iacutendices a seguir
Apoacutes o pagamento de todos os custos efetivos notou-se uma vantagem no
uso de espaccedilamentos mais adensados Nestes ambientes a margem bruta foi por
74
vezes maior que 40 em relaccedilatildeo aos maiores espaccedilamentos Poreacutem restam ainda
o pagamento pela administraccedilatildeo e uso do capital No entanto verificou-se que a
maioria dos projetos avaliados foram viaacuteveis economicamente pois se obteve
resultados positivos para a madeira laminada
A matildeo-de-obra familiar foi remunerada mantendo-se o montante positivo
Este montante foi utilizado posteriormente como forma de pagamento pelo custo de
oportunidade do capital Observa-se que este iacutendice manteve a tendecircncia de
comportamento semelhante agrave margem bruta exprimindo a viabilidade dos projetos
Lucro negativo soacute foi observado em espaccedilamentos amplos como o 4x4 e
5x5 m em classe de produtividade baixa em todos os anos analisados Isso
significa que o custo de oportunidade do uso do capital natildeo estaacute sendo remunerado
O resultado encontrado eacute consequecircncia de volume insuficiente de lacircminas
para o pagamento do processo produtivo Vale salientar que o processo de
laminaccedilatildeo natildeo foi quantificado
O intervalo de lucratividade sem considerar o pagamento pelo uso da terra
variou de -31 agrave 56 ou seja existem povoamentos que em certas condiccedilotildees
foram inviaacuteveis economicamente como eacute o caso dos espaccedilamentos 4x4 e 5x5 m
em classe de produtividade baixa com exploraccedilatildeo aos 5 anos Outros povoamentos
ao contraacuterio possuem lucratividade de 56 Como exemplo pode-se citar o 3x3 m
aos 7 anos em classe de produtividade alta
Quando se considera o pagamento pelo uso da terra a mesma tendecircncia foi
observada poreacutem a lucratividade foi menor
A capacidade da atividade em transformar o investimento em margem
liacutequida variou entre R$034 e R$266 sendo mais atrativo o espaccedilamento 3x3 m
Considerando o custo da terra o valor corresponde entre R$008 e R$192 sendo
melhor quanto menor o espaccedilamento de plantio
Considerando os valores obtidos nas Tabelas 5 6 e 7 foi possiacutevel inferir
sobre os custos maacuteximos que poderiam ser destinados agrave laminaccedilatildeo para que todas
as despesas fossem pagas obtendo lucratividade zero Na Tabela 8 eacute indicado
quais satildeo estes valores
75
Tabela 8 Valores maacuteximos a serem pagos pela laminaccedilatildeo (R$msup3)
Idade Classe produtiva (m) Espaccedilamentos (m)
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5 5
ano
s Baixa 1184 - - -1930 -533
Meacutedia 2206 2414 2238 2708 1472
Alta 3144 3550 3580 3459 3812
6 a
no
s Baixa 707 - - -2400 -1260
Meacutedia 1751 2049 1753 2033 1099
Alta 2857 3317 3292 3033 3286
7 a
no
s Baixa 131 - - -3253 -2045
Meacutedia 1189 1557 1223 1543 476
Alta 2255 2916 2883 2613 2836
Estas informaccedilotildees satildeo valores meacutedios dos espaccedilamentos para cada classe
de produtividade e idade Como pressupotildee-se que em siacutetio de melhor qualidade haacute
maior renda eacute possiacutevel o pagamento de um valor substancialmente maior do que
em classe de produtividade meacutedia Observa-se ainda a inviabilidade da praacutetica de
laminaccedilatildeo em classe de produtividade baixa independente da idade de corte pois a
receita foi menor que os custos mesmo sem a laminaccedilatildeo Essa consideraccedilatildeo
reforccedila os argumentos de suporte sobre os menores espaccedilamentos serem os mais
apropriados para o plantio de paricaacute
33 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA
331 Benefiacutecio perioacutedico equivalente ndash BPE
Para a taxa de 6 aa em povoamentos natildeo explorados o BPE obtido
variou entre R$-24042 e R$-8005 para os espaccedilamentos 4x4 e 3x3 m
respectivamente (Tabela 9) Isso indica que o espaccedilamento 3x3 m na classe de
produtividade alta com corte aos 5 anos eacute o que resultou no menor prejuiacutezo
financeiro sob estas condiccedilotildees analisadas Jaacute o 4x4 m em classe de produtividade
baixa com corte aos 7 anos foi a pior escolha de investimento
76
Tabela 9 BPE de plantios de paricaacute situados na regiatildeo de Paragominas PA
Idade Espaccedil
(m)
BPE (VTHA) BPE (VCHA)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 -15515 -12312 -11154 17037 30010 41982
3x3 - -11695 -8005 - 27958 44123
3x4 - -12531 -8804 - 23408 39845
4x4 -19655 -10645 -9140 -2749 27526 35861
5x5 -17929 -15909 -9868 3161 13276 35456
6 a
no
s
3x2 -19068 -16692 -14483 13023 24305 38193
3x3 - -15066 -11090 - 24543 41296
3x4 - -16069 -11971 - 19548 36699
4x4 -21774 -15363 -13024 -3750 20911 30986
5x5 -20378 -17917 -13934 1204 12432 29663
7 a
no
s
3x2 -22761 -20948 -19825 8894 18907 29965
3x3 - -18281 -14675 - 20779 36619
3x4 - -18827 -14957 - 16500 33111
4x4 -24042 -17815 -15564 -5944 18385 28258
5x5 -22542 -20146 -16232 -842 10264 27366
Em que Espaccedil = espaccedilamento (m) BPE (VTHA) = benefiacutecio perioacutedico equivalente para venda de madeira em peacute e BPE (VCHA) = benefiacutecio perioacutedico equivalente para venda de madeira laminada
A mesma tendecircncia foi observada em povoamentos explorados em que o
BPE variou entre R$-5944 e R$44123 sendo o espaccedilamento 3x3 m a melhor
opccedilatildeo de investimento O mesmo resultado foi obtido por Pavan et al (2010) com
plantios de eucalipto no Rio Grande do Sul para laminaccedilatildeo
Caso ocorressem mudanccedilas na taxa de desconto estas contribuiriam para o
aumento ou reduccedilatildeo dos lucros do plantio Segundo Soares et al (2003) aumentos
na taxa de desconto afetam significativamente o VPL e consequentemente o BPE
indicando que quanto menor a taxa de desconto utilizada maior seraacute a lucratividade
do projeto
A partir da anaacutelise econocircmica dos diferentes sistemas de plantio pode-se
inferir que o motivo pelo qual a classe de produtividade baixa resultou em uma das
piores alternativas financeiras estaacute relacionado ao autodesbaste das plantas neste
ambiente Como estas aacutereas dispotildeem de menores recursos eacute possiacutevel que tenha
77
ocorrido uma expressiva mortalidade de plantas devido agrave concorrecircncia por luz e
nutrientes do solo
Todos os espaccedilamentos de plantio podem ser alternativas viaacuteveis que
poderatildeo contribuir de maneira mais significativa na medida em que alcancem sua
capacidade maacutexima de incremento Isso eacute obtido com a diferenciaccedilatildeo entre os
horizontes de planejamento que natildeo podem ser idecircnticos para todos os
espaccedilamentos de plantio haja vista que as aacutervores se comportam de maneiras
diferentes nestes espaccedilamentoss devido agrave disponibilidade de recursos
Esta afirmaccedilatildeo jaacute foi comprovada em estudos realizados por Cordeiro et al
(2009) em que foi constatado que o sistema de produccedilatildeo do paricaacute em cultivo puro
sob o espaccedilamento 4x3 m nos quatro primeiros anos de cultivo natildeo apresentaram
viabilidade econocircmica sugerindo a necessidade de maior horizonte de
planejamento
78
4 CONCLUSOtildeES
O monocultivo de paricaacute em qualquer um dos espaccedilamentos analisados foi
considerado inviaacutevel por todos os criteacuterios utilizados nesta anaacutelise econocircmica
quando se objetivou a venda da madeira sem exploraccedilatildeo Essa resposta estaacute
associada ao baixo valor de mercado ao qual a espeacutecie estaacute subordinada
A exploraccedilatildeo de madeira mesmo sendo um processo trabalhoso e
dispendioso eacute uma alternativa para se obter valores positivos com a produccedilatildeo de
paricaacute
Observando os custos e receitas oriundos de plantios de paricaacute pode-se
afirmar que espaccedilamentos mais amplos em classe de produtividade baixa satildeo
insuficientes para remunerar o processo de laminaccedilatildeo
O maior retorno financeiro foi obtido em povoamentos de paricaacute implantados
em classe de produtividade alta sob o espaccedilamento 3x3 m com exploraccedilatildeo aos 5
anos
79
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
CHICHORRO J F BAUER M O ANDRADE W S SILVA G F SANTOS F R SILVA J L NOGUEIRA M A Avaliaccedilatildeo econocircmica de projetos florestais In CHICHORRO J F BAUER M O GARCIA G O CALDEIRA M V W Toacutepicos especiais em ciecircncias florestais 1 ed Visconde do Rio Branco Suprema 2010 v 1 p 231-260 COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO ndash CONAB Custo de produccedilatildeo agriacutecola a metodologia da Conab Brasiacutelia Conab 2010 60p COORDENADORIA EXECUTIVA DA ADMINISTRACcedilAtildeO TRIBUTAacuteRIA ndash CERAT Boletim informativo de preccedilos Paraacute 2013 22p CORDEIRO I M C C SANTANA A C LAMEIRA O A SILVA I M Anaacutelise econocircmica dos sistemas de cultivo com Schizolobium parahyba var amazonicum (Huber ex Ducke) Barneby (Paricaacute) E Ananas comosus var erectifolius (L B Smith) Coppus amp Leal (Curauaacute) no municiacutepio de Aurora do Paraacute (PA) Brasil Facultad Agronomiacutea (LUZ) 2009 26 243-265 FARO C Elementos de engenharia econocircmica 3ed Satildeo Paulo Atlas 1979 328p MELLO A A CARNIERI C ARCE J E SANQUETTA C R Planejamento florestal visando agrave maximizaccedilatildeo dos lucros e a manutenccedilatildeo do estoque de carbono Cerne Lavras v 11 n 3 p 205-217 julset 2005 OLIVEIRA A D REZENDE J L P Economia Florestal Lavras UFLAFAEPE 2004 101p PAVAN J A ALVES T W SOUZA M A Viabilidade Econocircmica da Produccedilatildeo de Eucaliptos no Rio Grande do Sul Associaccedilatildeo Brasileira de Custos vol 5 n 1 78-109 JanAbr 2010 REZENDE J L P OLIVEIRA A D Anaacutelise econocircmica e social de projetos florestais Viccedilosa MG UFV 2001 389 p SILVA M L JACOVINE L A G VALVERDE S R Economia Florestal 2 ed Viccedilosa UFV 2005 178p SOARES T S CARVALHO R M M A VALE A B Avaliaccedilatildeo econocircmica de um povoamento de Eucalyptus grandis destinado a multiprodutos Aacutervore Viccedilosa-MG v27 n5 p689-694 2003
80
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A partir das condiccedilotildees estabelecidas notou-se o efeito dos espaccedilamentos
de plantio na viabilidade econocircmica dos povoamentos de paricaacute
Em relaccedilatildeo aos custos de produccedilatildeo eles devem ser separados por
atividades sendo elas preparo da aacuterea plantio adubaccedilatildeo manutenccedilatildeo colheita e
transporte laminaccedilatildeo custo de administraccedilatildeo remuneraccedilatildeo do capital investido
Dentro de cada atividade alguns custos podem sofrer a influecircncia do
nuacutemero de plantas por hectare Como exemplo pode-se citar o nuacutemero de diaacuterias
necessaacuterias para alinhamento coveamento e plantio das mudas aleacutem da
quantidade de adubo necessaacuterio para adubaccedilatildeo de cova
O maior nuacutemero de operaccedilotildees ocorre no periacuteodo de manutenccedilatildeo dos
plantios poreacutem nenhuma delas foi considerada dispendiosa Os maiores custos
individuais foram do transporte de madeira do povoamento ateacute a induacutestria em
todos os espaccedilamentos analisados devido agraves condiccedilotildees de traacutefego nas estradas
A relaccedilatildeo entre volume comercial volume laminado e os custos de
produccedilatildeo determinam entatildeo a viabilidade dos plantios sendo o espaccedilamento mais
viaacutevel aquele que consegue absorver esta relaccedilatildeo de maneira mais eficiente
Entretanto estudos ainda devem ser desenvolvidos para averiguar a relaccedilatildeo entre a
espeacutecie e os espaccedilamentos de plantio
BIOGRAFIA
RAFAELA DA SILVEIRA filha de Joseacute Antonio da Silveira e Maria de
Lourdes da Silveira nasceu em 06 de novembro de 1987 no municiacutepio de Alta
Floresta no Estado de Mato Grosso Brasil
Concluiu o Ensino Meacutedio na Escola Prof Marines Faacutetima de Saacute Teixeira de
Alta Floresta em 2005 Em 2006 ingressou na Universidade Estadual de Mato
Grosso (UNEMAT) em Alta Floresta - MT graduando-se em Engenharia Florestal
em dezembro de 2009 No mesmo ano especializou-se em Geoprocessamento pela
Uniatildeo das Faculdades de Alta Floresta (UNIFLOR)
Em marccedilo de 2012 iniciou o curso de mestrado do Programa de Poacutes-
Graduaccedilatildeo Strictu Sensu em Ciecircncias Florestais na linha de pesquisa Manejo
Florestal na Universidade Federal do Espiacuterito Santo em Jerocircnimo Monteiro ndash ES
submetendo-se agrave defesa da dissertaccedilatildeo em fevereiro de 2014
Enquanto suspiramos por uma vida
sem dificuldades devemos nos
lembrar que o carvalho cresce forte
atraveacutes de ventos contraacuterios e que os
diamantes satildeo formados sob
pressatildeo
(Peter Marshall)
RESUMO
SILVEIRA R Avaliaccedilatildeo econocircmica da produccedilatildeo de madeira de paricaacute
(Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) sob diferentes espaccedilamentos de
plantio 2014 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) ndash Universidade
Federal do Espiacuterito Santo Jerocircnimo Monteiro ES Orientador Prof Dr Gilson
Fernandes da Silva Coorientadores Prof Dr Adriano Ribeiro de Mendonccedila e Prof
Dr Wendel Sandro de Paula Andrade
O paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) eacute uma espeacutecie nativa que
vem ganhando destaque entre os plantios comerciais na regiatildeo amazocircnica pelas
suas caracteriacutesticas de crescimento e produccedilatildeo para muacuteltiplos usos Por tal motivo
objetivou-se neste trabalho avaliar o efeito dos espaccedilamentos de plantio na anaacutelise
econocircmica da produccedilatildeo de madeira de paricaacute Para tanto os dados utilizados neste
estudo satildeo originaacuterios de povoamentos homogecircneos plantados sob os
espaccedilamentos 3x2 3x3 3x4 4x4 e 5x5 m localizados entre os municiacutepios de Dom
Elizeu e Paragominas Estado do Paraacute Estes povoamentos foram inventariados
anualmente ateacute o quinto ano sendo analisadas trecircs classes de produtividade em
cada espaccedilamento sendo elas Baixa (17 - 19 m) Meacutedia (19 ndash 21 m) e Alta (21 - 24
m) Posteriormente com auxiacutelio de modelagem os volumes total e laminado foram
estimados aos 5 6 e 7 anos Estimado o volume e identificados todos os custos de
produccedilatildeo estes foram deflacionados pelo IGP-DI e posteriormente
descapitalizados Assim procedeu-se a anaacutelise econocircmica por meio da metodologia
desenvolvida pelo Instituto de Economia Agriacutecola oacutegatildeo vinculado agrave Secretaria de
Agricultura e Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo juntamente com o criteacuterio do
benefiacutecio perioacutedico equivalente Como resultado obteve-se que o custo operacional
efetivo representou em meacutedia 65 dos custos totais de produccedilatildeo sendo o
transporte o custo individual mais expressivo em todos os espaccedilamentos
analisados As anaacutelises econocircmicas indicaram que o monocultivo de paricaacute
independente do espaccedilamento foi inviaacutevel quando se objetivou a venda da madeira
sem exploraccedilatildeo Essa resposta estaacute associada ao baixo valor de mercado ao qual a
espeacutecie estaacute subordinada A exploraccedilatildeo de madeira mesmo sendo um processo
trabalhoso e dispendioso eacute uma alternativa para se obter valores positivos com a
produccedilatildeo de paricaacute Logo pode-se inferir que o maior retorno financeiro eacute obtido em
povoamentos de paricaacute implantados em classe de produtividade alta sob o
espaccedilamento 3x3 m com exploraccedilatildeo aos 5 anos Entretanto para os maiores
espaccedilamentos de plantio estudos ainda devem ser desenvolvidos
Palavras-chave Classe de produtividade idade iacutendices econocircmicos
ABSTRACT
SILVEIRA R Economic evaluation of the production of wood paricaacute
(Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) under different planting spacings
2014 Dissertation (Master of Forest Science) - Federal University of Espiacuterito Santo
Jerocircnimo Monteiro ES Advisor Prof Dr Gilson Fernandes da Silva
Coorientadores Prof Dr Adriano Ribeiro de Mendonccedila and Prof Dr Wendel Sandro
de Paula Andrade
Paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) is a native species that has
been gaining prominence among commercial plantations in the Amazon region its
growth characteristics and production for multiple uses For this reason the aim of
this study was to evaluate the effect of planting space in economic analysis of timber
production paricaacute For this the data used in this study originate homogeneous stands
planted under the spacings 3x2 3x3 3x4 4x4 and 5x5 m located in the State of
Paraacute These stands were inventoried annually by fifth year and analyzed three
classes of productivity in each spacing which are Low (17 ndash 19 m) Medium (19 ndash 21
m) and High (21 ndash 24 m) Later with the aid of modeling the total and laminate
volumes were estimated at 5 6 and 7 years Estimate the volume and identified all
the costs these were deflated by the IGP ndash DI and subsequently undercapitalized
Thus we proceeded to the economic analysis using the methodology developed by
the Institute of Agricultural Economics along with the criterion periodic benefit
equivalent As a result it was found that the actual operating costs represented on
average 65 of total costs of production transportation and the most expressive
individual cost in all spacings analyzed The economic analysis indicated that the
monoculture paricaacute regardless of spacing was impracticable when used to sell the
timber without exploitation This response is associated with low market value to
which the species is subject The logging even being a laborious and costly process
an alternative is to give positive values to the production of paricaacute Therefore it can
be inferred that the greatest financial return is obtained in stands of paricaacute deployed
in class high productivity under the 3x3 m spacing with operating at 5 years
However for larger planting space studies have yet to be developed
Keywords Productivity class age economic indices
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO GERAL 11
11 OBJETIVO GERAL 13 12 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 13
2 REVISAtildeO DE LITERATURA 14
21 PARICAacute 14 211 Descriccedilatildeo botacircnica e anatocircmica do paricaacute 14 212 Caracteriacutesticas silviculturais do paricaacute 15 213 Utilizaccedilatildeo do paricaacute 16
22 CRESCIMENTO E PRODUCcedilAtildeO DO PARICAacute 17 23 RENDIMENTO EM LAMINACcedilAtildeO DE PARICAacute 18 24 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO 19
241 Teoria dos custos 19 242 A importacircncia dos custos 21 243 Classificaccedilatildeo dos custos 21 244 Componentes do custo 22 245 Iacutendices econocircmicos 24 246 Custos na empresa florestal 26
25 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DE PROJETOS FLORESTAIS 27
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 28
CAPIacuteTULO 1 31
RESUMO 31
ABSTRACT 32
1 INTRODUCcedilAtildeO 33
2 MATERIAL E MEacuteTODOS 35
21 AacuteREA EM ESTUDO 35 22 ESTIMATIVA DA PRODUCcedilAtildeO 36 23 DESCRICcedilAtildeO DAS ATIVIDADES 38 24 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS 39 25 CLASSIFICACcedilAtildeO DOS CUSTOS 41
3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 43
31 ESTIMATIVA DE VOLUME 43 32 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO 45
321 Custo operacional efetivo ndash COE 45 322 Custo operacional total ndash COT 47 323 Custo total ndash CT 50
4 CONCLUSOtildeES 54
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 55
CAPIacuteTULO 2 57
RESUMO 57
ABSTRACT 58
1 INTRODUCcedilAtildeO 59
2 MATERIAL E MEacuteTODOS 61
21 OBTENCcedilAtildeO DAS RECEITAS 61 22 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS 61 23 IacuteNDICES ECONOcircMICOS DA PRODUCcedilAtildeO 62 24 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DOS PROJETOS 63
241 Benefiacutecio perioacutedico equivalente (BPE) 63
3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 65
31 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA VENDA DE MADEIRA EM PEacute 65 32 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA LAMINADA 71 33 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA 75
331 Benefiacutecio perioacutedico equivalente ndash BPE 75
4 CONCLUSOtildeES 78
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 79
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 80
11
1 INTRODUCcedilAtildeO GERAL
As florestas naturais somavam em 2007 cerca de 4 bilhotildees de hectares
cobrindo aproximadamente 30 da superfiacutecie terrestre segundo informaccedilotildees da
FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION ndash FAO (2007) Deste montante cerca
de metade da vegetaccedilatildeo ainda estaacute concentrada em cinco paiacuteses sendo o Brasil o
detentor da segunda maior cobertura florestal do planeta
Segundo o Sistema Nacional de Informaccedilotildees Florestais ndash SNIF (2014)
estimava-se que 69 desta cobertura teriam potencial produtivo Com isso ampliou-
se a participaccedilatildeo do setor florestal brasileiro no comeacutercio mundial Entretanto o
setor ainda encontra dificuldades na expansatildeo dos seus negoacutecios especialmente a
regiatildeo amazocircnica devido agraves restriccedilotildees impostas pela legislaccedilatildeo frente ao apelo
ambiental que a regiatildeo desperta em resposta a ocupaccedilatildeo desordenada
Com a implantaccedilatildeo de novas normas de exploraccedilatildeo reduziu-se a
disponibilidade de madeira no mercado expondo-se entatildeo a necessidade de fontes
alternativas para produccedilatildeo de mateacuteria-prima Assim a partir da praacutetica de
reflorestamento estaacute sendo possiacutevel ampliar o estoque de madeira para atender as
demandas atuais e futuras
Em 2012 o consumo brasileiro de madeira em tora proveniente de plantios
florestais foi de 1824 milhotildees de metros cuacutebicos (msup3) um indicador 72 superior
ao de 2011 (ABRAF 2013) Isso indica que a praacutetica do reflorestamento eacute uma
alternativa de negoacutecio que se expandiu no ultimo ano
Segundo o SNIF (2014) o Brasil deteacutem as melhores tecnologias na
silvicultura de eucalipto e outras espeacutecies vecircm sendo estudadas entre elas a acaacutecia
(Acacia mangium Willd) a seringueira (Hevea brasiliensis (Willd ex Adr de Juss)
Muell-Arg) e o paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) Em 2012 a aacuterea
ocupada por plantios florestais de espeacutecies natildeo convencionais como acaacutecia
araucaacuteria poacutepulus teca seringueira e paricaacute foi de 521131 ha representando
72 da aacuterea total de plantios florestais no Brasil (ABRAF 2013) Esta participaccedilatildeo
ainda que pequena se deve agraves caracteriacutesticas de crescimento e produccedilatildeo obtidas
por estas espeacutecies
Na regiatildeo amazocircnica o paricaacute eacute a espeacutecie que vem ganhando destaque
entre os plantios comerciais pelas suas caracteriacutesticas de crescimento e produccedilatildeo
12
para muacuteltiplos usos tornando crescente a demanda industrial por madeira de
lacircminas e compensados para a qual a espeacutecie eacute utilizada (MARQUES et al 2006)
Os primeiros registros com o plantio de paricaacute no Estado do Paraacute constam
da deacutecada de 1950 os quais tinham o objetivo de preservar a caracteriacutestica da
floresta amazocircnica em espaccedilos puacuteblicos e de fomentar estudos sobre o
comportamento e caracteriacutesticas das espeacutecies plantadas (MARQUES et al 2006)
Desde entatildeo muitos plantios foram registrados no Paraacute e em toda regiatildeo
amazocircnica e vaacuterios estudos foram desenvolvidos podendo-se destacar Hoffmann
(2009) Vidaurre et al (2012) Santos (2012) e Corteletti (2013) que trabalharam
com povoamentos de paricaacute localizados entre os municiacutepios de Dom Elizeu e
Paragominas estado do Paraacute Estes estudos comprovaram o alto potencial de
produccedilatildeo madeireira do paricaacute e servem como incentivo para que se estabeleccedilam
novos povoamentos Embora jaacute se tenham muitos plantios com esta espeacutecie na
Amazocircnia ainda satildeo necessaacuterios estudos com o objetivo de identificar as
caracteriacutesticas dendromeacutetricas avaliar a qualidade da madeira e sua produccedilatildeo
A atenccedilatildeo deve ser direcionada tambeacutem para os custos de produccedilatildeo
destes povoamentos que vecircm sendo estabelecidos na regiatildeo amazocircnica Natildeo
existem estudos suficientes que comprovem a lucratividade desta atividade Os
estudos que se tecircm disponiacuteveis ainda satildeo muito geneacutericos e as informaccedilotildees
carentes de dados do processo de implantaccedilatildeo da cultura
O monitoramento do processo produtivo tem sido realizado para identificar
os custos de produccedilatildeo sendo um instrumento necessaacuterio para se avaliar (medir) a
eficiecircncia das empresas Outra teacutecnica utilizada eacute a avaliaccedilatildeo econocircmica dos
projetos que testam a viabilidade de sua execuccedilatildeo
Para testar a viabilidade econocircmica dos projetos florestais faz-se necessaacuterio
o emprego de teacutecnicas econocircmicas sendo as mais tradicionais aquelas em que se
calculam o valor presente liacutequido (VPL) a taxa interna de retorno (TIR) e o benefiacutecio
perioacutedico equivalente (BPE) Este uacuteltimo sendo empregado frequentemente para
projetos com diferentes horizontes de planejamento (REZENDE OLIVEIRA 2001)
O teste da viabilidade econocircmica tem por finalidade estudar a capacidade
financeira do empreendimento a fim de verificar a possibilidade de sua
implementaccedilatildeo por meio da capacidade de sobrevivecircncia no mercado e da
identificaccedilatildeo dos fatores que podem dificultar as possibilidades de ecircxito do mesmo
comprovando-se assim a sua necessidade de execuccedilatildeo
13
11 OBJETIVO GERAL
Avaliar o efeito dos espaccedilamentos de plantio na anaacutelise econocircmica da
produccedilatildeo de madeira de paricaacute
12 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
a) Definir os custos de produccedilatildeo de povoamentos de paricaacute
b) Identificar os custos de produccedilatildeo mais afetados pelos espaccedilamentos
de plantio
c) Avaliar a participaccedilatildeo individual dos custos no processo de
implantaccedilatildeo colheita e transporte e
d) Identificar o espaccedilamento que forneceraacute o maior retorno econocircmico
por meio de indicadores e criteacuterio de avaliaccedilatildeo
14
2 REVISAtildeO DE LITERATURA
21 PARICAacute
A espeacutecie Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke foi descoberta por
Huber e descrita por Ducke em 1922 sendo vulgarmente conhecida como pinho-
cuiabano paricaacute-da-amazocircnia paricaacute-da-terra-firme (Mato Grosso) paricaacute paricaacute-
grande faveira (Paraacute) canafista canafiacutestula fava-canafiacutestula (Acre) bandarra
(Rondocircnia) guapuruvu-da-amazocircnia (Distrito federal) aleacutem de cereboacute (Boliacutevia)
tambor (Colocircmbia) gavilaacuten (Costa Rica) pachaco (Equador) palo de judiacuteo palo de
picho (Meacutexico) e pashaco (Peru) (CARVALHO 2007)
Ocorre naturalmente em toda regiatildeo amazocircnica principalmente no Mato
Grosso Paraacute Amazonas e Rondocircnia no Brasil aleacutem de outros paiacuteses como Peru
Boliacutevia Colocircmbia e Venezuela (SOUZA et al 2005) Sobrevive em mata primaacuteria e
secundaacuteria de terra firme e vaacuterzea alta notadamente nas formaccedilotildees do tipo floresta
densa e floresta aberta em solos argilosos e altitudes de ateacute 800 metros
(CARVALHO 1994 ROSA 2006a)
A espeacutecie eacute tolerante a solos de baixa fertilidade e adapta-se agrave precipitaccedilatildeo
meacutedia anual de 1600 mm a 5850 mm e temperatura meacutedia de 248 ordmC (CRESPO et
al 1995) Por ser uma espeacutecie essencialmente helioacutefila natildeo tolera baixas
temperaturas (CARVALHO 2007)
211 Descriccedilatildeo botacircnica e anatocircmica do paricaacute
Segundo o sistema de classificaccedilatildeo de Cronquist a espeacutecie Schizolobium
amazonicum pertence agrave famiacutelia Caesalpiniaceae (Leguminosae Caesalpinioideae)
sendo da divisatildeo Magnoliophyta (Angiospermae) da classe Magnoliopsida
(Dicotyledonae) e ordem das Fabales
O paricaacute eacute uma aacutervore deciacutedua que pode atingir 40 m de altura e 100 cm de
DAP (diacircmetro a altura do peito medido a 130 m do solo) na idade adulta
15
(CARVALHO 2007) Seu tronco eacute ciliacutendrico e reto com casca de cor cinza clara
podendo conter sapopemas A madeira eacute macia leve com textura grossa gratilde direita
e irregular cerne creme-avermelhado e alburno creme-claro Tecircm faacutecil
processamento mas baixa durabilidade natural (SOUZA et al 2005)
Rosa (2006a) trabalhando com a botacircnica anatomia e tecnologia de paricaacute
comprovou que ao longo do crescimento vegetativo a espeacutecie pode possuir
caracteriacutesticas dendroloacutegicas diferenciadas em termos de coloraccedilatildeo da casca e do
surgimento de sapopemas
212 Caracteriacutesticas silviculturais do paricaacute
As sementes de paricaacute possuem alto grau germinativo podendo chegar a
90 Isso pode ser comprovado em estudos realizados por Lameira et al (2000)
com a propagaccedilatildeo do paricaacute por meio de sementes submetidas a processos
mecacircnicos fiacutesicos e quiacutemicos de quebra de dormecircncia Nesse estudo foi constatado
que as sementes possuem um percentual de germinaccedilatildeo de 80 a 90
O paricaacute possui entretanto dificuldade em seu manejo por seu elevado teor
de umidade e susceptibilidade ao ataque de microorganismos aleacutem da dormecircncia
tegumentar que necessita de tratamentos preacute-germinativos (ROSA 2006b
CARVALHO 2007)
Para o armazenamento de sementes eacute recomendado um periacuteodo maacuteximo de
12 meses tendo em vista que a partir do oitavo mecircs ocorre reduccedilatildeo na viabilidade
das sementes como pode ser observado no trabalho de Rosa (2006a) sobre a
ecologia e silvicultura do paricaacute
Apoacutes serem retiradas do armazenamento as sementes podem ser plantadas
de duas maneiras colocando-se as sementes para germinar em canteiros
(sementeiras) ou semeando-as diretamente na embalagem plaacutestica Ambas as
opccedilotildees permitem sobrevivecircncia de no miacutenimo 80 das plantas sendo
consideravelmente aceitaacutevel (SOUZA et al 2003)
No que se refere a implantaccedilatildeo de povoamentos uma atenccedilatildeo especial
deve ser direcionada agrave escolha do espaccedilamento a ser utilizado No Estado do Paraacute
diversos espaccedilamentos tem sido adotados (3x3 m 4x4 m 3x4 m 5x4 m 6x4 m)
16
principalmente em plantios mais antigos estando os mais recentes em maior
padronizaccedilatildeo com espaccedilamentos de 4x4 m Isso provavelmente se deve agrave
facilidade de mecanizaccedilatildeo (MARQUES et al 2006) Aleacutem disso estudos vecircm
comprovando que o espaccedilamento 4x4 m eacute mais utilizado pois proporciona a melhor
relaccedilatildeo entre crescimento em altura e diacircmetro das aacutervores (ROSA 2006b)
Em sistemas silviculturais mais adensados ou em plantios puros o paricaacute
tem demonstrado crescimento inicial em altura bastante raacutepido sendo necessaacuterios
desbastes para manter equiliacutebrio adequado entre a retirada de indiviacuteduos de
qualidade inferior doentes ou danificados e a manutenccedilatildeo de espaccedilamento
aproximadamente regular entre as plantas Deve-se ressaltar entretanto que a
espeacutecie eacute bastante suscetiacutevel aos danos causados por ventos fortes principalmente
nos estaacutegios iniciais de desenvolvimento As aacutervores isoladas e plantas da
bordadura satildeo mais propensas a quebras poreacutem estes danos satildeo bastante
reduzidos com a presenccedila de mata ou de relevo ondulado nas proximidades que
possam proteger o povoamento e reduzir esses efeitos do vento (SOUZA et al
2003)
No estudo realizado por Rondon (2002) concluiu-se que ateacute o terceiro ano o
paricaacute eacute altamente vulneraacutevel ao vento principalmente nos espaccedilamentos 4x2 m e
2x2 m Por tal motivo medidas preventivas devem ser tomadas no iniacutecio da
implantaccedilatildeo deixando-se uma faixa de mata nativa em torno do plantio Desta
maneira sob os espaccedilamentos 15x15 m 2x2 m 3x2 m 3x3 m 4x2 m 4x3 m e 4x4
m avaliadas pelo autor os dois uacuteltimos foram os que proporcionaram maiores
crescimentos em altura e diacircmetro
213 Utilizaccedilatildeo do paricaacute
Essa espeacutecie eacute bastante utilizada na produccedilatildeo de lacircminas meacutedias ou parte
interna de compensados caixotaria leve portas e parquete tendo em vista que
pode ser alcanccedilado o rendimento de ateacute 80 de aproveitamento da madeira no
processo de laminaccedilatildeo (MARQUES et al 2006)
17
Ela pode ser utilizada para produccedilatildeo energeacutetica assim como a produccedilatildeo de
papel e celulose por sua facilidade de branqueamento Propriedades medicinais
tambeacutem podem ser encontradas principalmente na casca (CARVALHO 2007)
Carvalho (2007) afirma ainda que esta espeacutecie tem grande potencial para
recuperaccedilatildeo de aacutereas degradadas Por ser uma espeacutecie pioneira o paricaacute tem bom
desenvolvimento na maioria dos solos amazocircnicos contribuindo com
sombreamento o desenvolvimento de espeacutecies cliacutemax que por ventura se
estabeleccedilam na aacuterea
O paricaacute pode ser utilizado ainda para artesanato sendo seu uso mais
comum na fabricaccedilatildeo de brinquedos saltos para calccedilados e aeromodelismo
(SOUZA et al 2003)
22 CRESCIMENTO E PRODUCcedilAtildeO DO PARICAacute
O crescimento e a produccedilatildeo de um povoamento florestal dependem da
idade da capacidade produtiva do grau de utilizaccedilatildeo do potencial produtivo do lugar
e de tratamentos silviculturais (SCOLFORO 2006 CAMPOS LEITE 2009) Esta
relaccedilatildeo pode ser mensurada por meio de modelos de crescimento e produccedilatildeo
mecaniacutesticos ou empiacutericos sendo este uacuteltimo o mais utilizado
Santos (2012) estudando o crescimento e produccedilatildeo de plantios de paricaacute
sob diferentes espaccedilamentos ajustou o modelo logiacutestico para estimar o crescimento
em diacircmetro e volume das aacutervores em cada espaccedilamento em funccedilatildeo da idade O
autor observou efeito significativo do espaccedilamento sobre as variaacuteveis diacircmetro
quadraacutetico e volume em todas as idade evidenciando a dependecircncia entre os
fatores
Neste mesmo estudo foi constatado que a maior diferenccedila entre as meacutedias
do diacircmetro quadraacutetico e o volume foi entre os espaccedilamentos extremos 3x2 m e 5x5
metros Assim o maior crescimento em diacircmetro quadraacutetico foi verificado no espaccedilo
vital com 25 msup2 e o maior crescimento em volume por aacuterea no espaccedilamento de 6msup2
Anteriormente Hoffmann (2009) jaacute havia verificado a influecircncia do diacircmetro
no rendimento da laminaccedilatildeo em que o aumento do diacircmetro promoveu maior
rendimento O mesmo foi observado por Silva et al (2013)
18
23 RENDIMENTO EM LAMINACcedilAtildeO DE PARICAacute
A produccedilatildeo de lacircminas em escala comercial surgiu a partir do seacuteculo XX
sendo impulsionada no Brasil na deacutecada de 30 com o objetivo de confeccionar
madeira compensada que tem como mateacuteria-prima paineacuteis de lacircminas de madeira
Este material eacute submetido a um processo de colagem e prensagem com adesivos
resistentes ou agrave prova drsquoaacutegua tendo muacuteltiplas aplicaccedilotildees na construccedilatildeo civil na
fabricaccedilatildeo de moacuteveis formas para concreto embalagens transporte e aplicaccedilotildees
agriacutecolas (BORDUELLE IWAKIRI MARTINS et al 2006 IWAKIRI PRATA 2008)
A qualidade da laminaccedilatildeo eacute influenciada por caracteriacutesticas da espeacutecie
(densidade da madeira) caracteriacutesticas do fuste (diacircmetro e forma) e gratilde (direccedilatildeo e
inclinaccedilatildeo) e por condiccedilotildees operacionais do equipamento (velocidade de corte
ajuste da geometria da faca e barra de pressatildeo afiaccedilatildeo da faca) sendo que a
automaccedilatildeo dos equipamentos tem resultado em lacircminas de maior qualidade e
produtividade (TSOUMIS 1991)
Esta busca pela qualidade e produtividade tem aumentado o interesse nos
estudos sobre a prognose do crescimento e da produccedilatildeo de povoamentos e do
processo de laminaccedilatildeo Isto ocorre porque as empresas florestais procuram
investimentos soacutelidos devido aos compromissos de longo prazo assumidos
As estimativas da produccedilatildeo de mateacuteria-prima e do rendimento do produto
final contribuem com o planejamento da empresa em relaccedilatildeo a novos investimentos
novos produtos a serem lanccedilados no mercado aleacutem da viabilidade do projeto em
execuccedilatildeo e de futuros investimentos Por isso faz-se necessaacuterio conhecer todo o
processo produtivo do produto com o qual se estaacute trabalhando
A laminaccedilatildeo da madeira pode ser obtida por meio de duas formas
comerciais
a) Lacircminas torneadas ndash obtidas a partir do ldquodesenrolamentordquo de toras grossas
relativamente curtas utilizando torno laminador
b) Lacircminas faqueadas ndash obtidas a partir de cortes planos realizados por
faqueadeira em peccedila de madeira em bloco
Independentemente do meacutetodo de obtenccedilatildeo de lacircminas um dos objetivos da
empresa florestal eacute a busca pelo aumento da produtividade Estas informaccedilotildees satildeo
obtidas por meio do acompanhamento do processo de transformaccedilatildeo das aacutervores
19
em lacircminas e a partir dos valores obtidos subtrai-se o produto final da quantidade
de madeira que iniciou o processo obtendo-se assim o rendimento
Para o paricaacute o rendimento encontrado em estudos realizados por Hoffmann
(2009) foi de aproximadamente 5031 em aacutervores aos 5 anos Jaacute Melo (2012)
alcanccedilou rendimento meacutedio de 59 Este autor afirma ainda que o rendimento em
laminaccedilatildeo pode ser facilmente estimado por meio de variaacuteveis dendromeacutetricas da
tora obtendo-se menores perdas para aacutervores com maiores diacircmetros
O resultado encontrado por Melo (2012) eacute semelhante ao de Bortoletto
Juacutenior e Belini (2002) para outra espeacutecie do mesmo gecircnero Estudando a produccedilatildeo
de lacircminas e compensados de guapuruvu (Schizolobium parayba (Vell) Blake)
proveniente de plantios mistos de espeacutecies nativas estes autores observaram que o
rendimento do processo de laminaccedilatildeo foi de aproximadamente 61 em lacircminas
verdes Isso demonstra que o gecircnero Schizolobium pode conter boas caracteriacutesticas
para laminaccedilatildeo
24 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO
241 Teoria dos custos
Segundo Pinto et al (2008) algumas terminologias devem ser consideradas
na contabilidade de custos
Gasto esforccedilo realizado pela empresa para obtenccedilatildeo de um bem ou serviccedilo
Investimento gasto com bens ou serviccedilos que traratildeo benefiacutecios futuros
Despesa consumo direto ou indireto com bens e serviccedilos com a finalidade
de obtenccedilatildeo de receitas
Perda gasto natildeo intencional decorrente de fatores externos e
Custos gastos acumulados para executar uma atividade fabricar um
produto ou adquirir uma mercadoria
Essas definiccedilotildees podem ser interpretadas como ilustrada na Figura 1
20
Figura 1 Forma esquemaacutetica da distribuiccedilatildeo de gastos Fonte Adaptado de Pinto et al (2008)
Aleacutem das terminologias apresentadas faz-se necessaacuterio definir orccedilamento
anaacutelise de projeto e o caacutelculo do custo de produccedilatildeo uma vez que satildeo peccedilas
fundamentais para o teste de viabilidade econocircmica do projeto
O orccedilamento tem por objetivo a verificaccedilatildeo preacutevia de gastos e a anaacutelise de
projetos objetiva a avaliaccedilatildeo econocircmica de investimentos que seratildeo realizados Jaacute o
caacutelculo do custo de produccedilatildeo por sua vez tem por objetivo quantificar o custo por
unidade produzida sendo este sempre realizado apoacutes o fim do ciclo de produccedilatildeo
O custo por produto encontrado eacute entatildeo comparado com receita obtida com
as vendas do produto e com o montante de capital utilizado na produccedilatildeo a fim de
serem calculados os indicadores econocircmicos para aquela atividade ou seja o custo
de produccedilatildeo de uma empresa eacute determinado pelas condiccedilotildees fiacutesicas de produccedilatildeo
pelo preccedilo dos recursos e pela conduta economicamente eficiente do proprietaacuterio
Custo eacute entatildeo o preccedilo pelo qual se obteacutem um bem (FERGUSON 2003)
O caacutelculo dos custos de produccedilatildeo por sua vez natildeo eacute uma tarefa faacutecil haja
visto que haacute um grande nuacutemero de informaccedilotildees que devem ser administradas para
que se tenha no final do periacuteodo de produccedilatildeo todos os custos referentes agravequela
atividade Por isso o aconselhaacutevel eacute que se faccedila o registro dos gastos
preferencialmente por atividade para facilidade de obtenccedilatildeo dos resultados
Custos
Investimentos
Despesas
PerdasUso para execuccedilatildeo de atividades adquirir mercadorias e fabricar produtos
Gastos que seratildeo usados no futuro para geraccedilatildeo de receita
Gastos que jaacute foram utilizados para geraccedilatildeo de receita
Gastos que natildeo foram usados para geraccedilatildeo de receita
21
242 A importacircncia dos custos
Para Hildebrand (1995) os custos geralmente contribuem para a anaacutelise a
curto meacutedio e longo prazo que geram informaccedilotildees importantes para o planejamento
e mensuraccedilatildeo da eficiecircncia de operaccedilotildees atividades e processos de produccedilatildeo da
empresa a avaliaccedilatildeo de alternativas de investimento novos negoacutecios e novos
sistemas de produccedilatildeo (processos maacutequinas e equipamentos entre outros)
O setor florestal trabalha geralmente a longo prazo que eacute um horizonte de
planejamento em que a curva de custo de produccedilatildeo corresponde agrave despesa com a
aquisiccedilatildeo dos fatores ao longo do caminho de expansatildeo Isto significa que para cada
niacutevel de produccedilatildeo existiraacute uma combinaccedilatildeo dos fatores variaacuteveis de miacutenimo custo
que junto com os fatores fixos permite a produccedilatildeo de determinada quantidade
(SIMONSEN1971 FERGUSON 2003) A ausecircncia do conhecimento sobre custos
provavelmente levaraacute a maacute aplicaccedilatildeo do capital de giro menor lucro menor
rentabilidade ameaccedilas a estabilidade econocircmica financeira e ao crescimento da
empresa (FERREIRA 2007)
243 Classificaccedilatildeo dos custos
Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo vaacuterios meacutetodos satildeo encontrados na
literatura sendo selecionado o modelo a partir da caracteriacutestica do produto ou do
modelo de produccedilatildeo que estaacute sendo analisado Em funccedilatildeo disso o Instituto de
Economia Agriacutecola ndash IEA oacutergatildeo vinculado agrave Secretaria de Agricultura e
Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo desenvolveu uma metodologia para o setor
agriacutecola designado Meacutetodo do Custo Operacional
Na metodologia do custo operacional se incluem apenas as despesas
efetivamente desembolsadas pelo produtor mais a depreciaccedilatildeo de maacutequinas e
benfeitorias e o custo estimado da matildeo-de-obra familiar Assim a remuneraccedilatildeo de
todos os outros fatores de produccedilatildeo natildeo incluiacutedos fica a cargo do resiacuteduo ou seja a
diferenccedila entre o custo operacional e o valor de venda do produto (MATSUNAGA et
al 1976)
22
O esquema da estrutura do custo de produccedilatildeo utilizada pelo IEA pode ser
visualizado a seguir
Figura 2 Estrutura dos custos de produccedilatildeo utilizada pelo IEA Fonte Nachiluk e Oliveira (2012) sup1 Contribuiccedilatildeo de Seguridade Social Rural
244 Componentes do custo
Os custos podem ser denominados custos expliacutecitos e impliacutecitos Os
desembolsos realizados satildeo denominados custos expliacutecitos segundo Pindyck e
Rubinfeld (1994) os quais abrangem remuneraccedilotildees de matildeo de obra salaacuterios e
custos de materiais e locaccedilatildeo de propriedades aleacutem do custo de oportunidade Eles
satildeo importantes pois envolvem pagamentos diretamente feitos pela empresa a
outras empresas e pessoas com as quais faz negoacutecios
Jaacute os custos impliacutecitos natildeo satildeo diretamente desembolsados no processo de
produccedilatildeo mas natildeo podem deixar de ser considerados uma vez que se constituem
de fato em dispecircndios Sua mensuraccedilatildeo se daacute de maneira indireta por meio da
atribuiccedilatildeo de valores que deveratildeo representar o custo de oportunidade de seu uso
Nesta categoria enquadram-se os gastos com depreciaccedilatildeo de benfeitorias
instalaccedilotildees maacutequinas e implementos agriacutecolas e remuneraccedilatildeo do capital fixo e da
terra (CONAB 2010)
Custo operacional
Custo operacional efetivo (COE)
Despesas com operaccedilotildees
Pagamentos de salaacuterios
Gastos com maacutequinas equipamentos e
implementos
Despesas com materiais
Sementes fertilizantes corretivos defensivos
sacarias etc
Encargos sociais
Custo operacional total (COT)
Depreciaccedilatildeo com maacutequinas juros de custeio e CSSRsup1
23
A classificaccedilatildeo proposta pelo IEA compreende elementos diferenciados
poreacutem de faacutecil interpretaccedilatildeo e mais adequado agrave tomada de decisotildees Assim
segundo Matsunaga et al (1976) essa classificaccedilatildeo eacute composta dos seguintes
custos
a) Custo Operacional Efetivo ndash COE
O custo operacional efetivo envolve todos os custos expliacutecitos ou seja o
custo de todos os recursos de produccedilatildeo que exigem desembolso por parte da
empresa para sua recomposiccedilatildeo excluindo-se a matildeo-de-obra familiar
Assim mesmo que determinado produto tenha sido adquirido no periacuteodo
anterior por exemplo deveraacute ser contabilizado aqui pois em algum momento houve
o desembolso para a compra do mesmo Nesse caso eacute importante que seja utilizado
o preccedilo de mercado atual e natildeo o valor pago anteriormente devido ao custo de
oportunidade
b) Custo Operacional Total ndash COT
O custo operacional total envolve a soma do COE o valor da matildeo-de-obra
familiar e as depreciaccedilotildees que equivalem a apenas uma parte dos custos fixos
b1) Depreciaccedilatildeo
A depreciaccedilatildeo corresponde ao custo indireto exigido para acumular fundos
para substituiccedilatildeo do capital investido em bens produtivos de longa duraccedilatildeo
inutilizados pela idade uso e obsolescecircncia
b2) Valor da Matildeo-de-obra Familiar
Este valor deve ser definido considerando-se o custo de oportunidade ou
seja quanto o produtor ganharia se estivesse trabalhando em outra atividade
Considerando-se eacute claro o mesmo niacutevel teacutecnico para desenvolvimento das duas
atividades
24
c) Custo Total ndash CT
Custo total nada mais eacute que a soma do COT com o valor da remuneraccedilatildeo do
capital imobilizado com a atividade
Todo o capital investido na empresa tem custo de oportunidade uma vez
que seu uso na empresa implica deixar de empregaacute-lo noutra atividade alternativa
Por definiccedilatildeo o retorno potencial desse capital na melhor alternativa possiacutevel de
utilizaccedilatildeo forneceria a medida desse custo de oportunidade Como essa estimativa
nem sempre eacute faacutecil eacute expediente comum estimar o custo de oportunidade a partir do
retorno que o capital teria se em vez de aplicado na empresa fosse investido no
mercado financeiro como por exemplo na caderneta de poupanccedila
245 Iacutendices econocircmicos
Os iacutendices econocircmicos apresentados pelo IEA segundo Matsunaga et al
(1976) satildeo
2451 Renda Bruta (RB)
A renda bruta vem a ser o valor da produccedilatildeo ou seja tudo que eacute produzido
vezes o preccedilo do produto
Embora a Renda Bruta permita saber o quanto eacute recebido pelo produto
produzido ela natildeo diz o quanto desse valor iraacute sobrar Isso porque eacute preciso retirar o
custo de produccedilatildeo Sendo assim eacute necessaacuterio que se faccedila a anaacutelise de
rentabilidade da atividade
2452 Margem Bruta (MB)
Eacute calculada pela subtraccedilatildeo do custo operacional efetivo da renda bruta ou
seja eacute a retirada de todos os custos ocorridos sendo mais produtiva agrave medida que
resulta em valores positivos
25
2453 Margem Liacutequida (ML)
Eacute calculada pela subtraccedilatildeo do custo operacional total da renda bruta sendo
um indicativo de lucratividade Comparando-se duas empresas de igual atividade
aquela que tem maior Margem Liacutequida eacute a que possui melhor rentabilidade no
negoacutecio incluindo-se aiacute a questatildeo operacional financeira e extra-operacional
Isso quer dizer que se a ML for positiva todos os desembolsos estatildeo sendo
pagos aleacutem da depreciaccedilatildeo e a matildeo-de-obra familiar Caso contraacuterio a depreciaccedilatildeo
eou a matildeo-de-obra natildeo estatildeo sendo efetivamente pagas e a empresa estaacute se
descapitalizando
2454 Lucro (L)
O lucro vem a ser o resultado da subtraccedilatildeo da renda bruta gerada pela
venda dos produtos no mercado menos o custo total de produccedilatildeo incorrido na sua
geraccedilatildeo Simplificadamente nada mais eacute do que o resultado positivo deduzido das
vendas os custos e despesas
2455 Lucratividade (Luc)
Eacute a relaccedilatildeo do valor do lucro com o montante de vendas ou seja divide-se o
valor do lucro pela quantidade vendida (renda bruta)
2456 Iacutendice de Rentabilidade (IR)
Eacute uma medida do retorno de um investimento Calcula-se dividindo o lucro
obtido (margem liacutequida) pelo valor do investimento inicial (capital empatado) Pode-
se dizer que a rentabilidade eacute a quantidade de dinheiro que o investidor ganha para
cada quantia investida
26
246 Custos na empresa florestal
Nas empresas em geral os custos satildeo classificados em funccedilatildeo de suas
necessidades de informaccedilotildees Geralmente eles satildeo divididos por operaccedilotildees ou
setores da atividade como viveiro plantaccedilotildees tratos culturais exploraccedilatildeo florestal
atividades especiais (coleta de sementes entre outros) implantaccedilatildeo de infra-
estrutura e administraccedilatildeo (BREPOHL 1980)
Em termos econocircmicos os componentes do custo satildeo agrupados de
acordo com sua funccedilatildeo no processo produtivo nas categorias de custos variaacuteveis
custos fixos custo operacional e custo total (CONAB 2010)
Na determinaccedilatildeo da idade oacutetima de corte de povoamentos florestais eacute
necessaacuterio estudar caso a caso cada componente dos custos e das receitas
envolvidas no processo de produccedilatildeo da madeira Tudo isso pelo fato do setor
florestal conter operaccedilotildees de longo prazo Por tal motivo a anaacutelise de custos pode
ter dois enfoques a anaacutelise ex-ante ou seja antes das operaccedilotildees ocorrerem e ex-
post apoacutes terem ocorrido (GRACcedilA et al 2000)
Entre os custos analisados deve-se considerar tambeacutem a depreciaccedilatildeo que
segundo Hildebrand (1995) pode ser definida como a diminuiccedilatildeo do valor dos bens
ativos resultante do desgaste pelo uso accedilatildeo da natureza ou por obsolescecircncia
teacutecnica Assim com o tempo para tornar possiacutevel a reposiccedilatildeo do equipamento eacute
necessaacuterio acumular periodicamente uma reserva em um fundo que permitiraacute no
fim de um periacuteodo a aquisiccedilatildeo de um novo equipamento
Baseados nas necessidades do setor florestal vaacuterios estudos sobre a
viabilidade econocircmica de plantios vem sendo desenvolvidos para as mais variadas
espeacutecies arboacutereas como os obtidos por Souza et al (2003) e o Centro de Pesquisa
do Paricaacute ndash CPP Deve-se ressaltar no entanto a afirmaccedilatildeo feita por Marques et al
(2006) em que os autores concluiacuteram que o custo meacutedio para implantaccedilatildeo e
conduccedilatildeo dos povoamentos podem variar conforme a regiatildeo as teacutecnicas de preparo
de solo os tratos silviculturais adotados entre outros
27
25 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DE PROJETOS FLORESTAIS
Do ponto de vista teacutecnico Oliveira e Rezende (2004) afirmam que dois ou
mais projetos podem ser compatiacuteveis quando a execuccedilatildeo de um natildeo afeta a
implementaccedilatildeo do outro ou incompatiacuteveis em caso contraacuterio Jaacute do ponto de vista
econocircmico eles podem ser dependentes quando haacute uma relaccedilatildeo de rentabilidade
entre ambos ou independentes quando nenhum eacute afetado
Estas informaccedilotildees satildeo importantes para o bom planejamento das atividades
florestais uma vez que o investimento em um projeto deve ser baseado em um
horizonte de planejamento na maioria das vezes de longo prazo podendo variar de
finito como no caso de um plantio florestal ou infinito em um manejo sustentado de
floresta nativa (CHICHORRO et al 2010)
Para realizar a anaacutelise econocircmica eacute importante considerar a vida econocircmica
do projeto Ela corresponde ao tempo que ele produziraacute lucro a vida fiacutesica de
maacutequinas e construccedilotildees o periacuteodo de anaacutelise onde se consideram os efeitos do
projeto Aleacutem do horizonte de construccedilatildeo relacionado agrave demanda do produto e o
horizonte de dados que se refere ao periacuteodo de tempo em que eacute possiacutevel prever o
fluxo de caixa (REZENDE OLIVEIRA 2001)
A avaliaccedilatildeo econocircmica ou financeira de projetos baseia-se entatildeo no fluxo
de caixa que consiste nos custos e nas receitas distribuiacutedos ao longo da vida uacutetil do
empreendimento Os meacutetodos mais recomendados para avaliaccedilatildeo econocircmica de
projetos florestais satildeo (REZENDE OLIVEIRA 2001) valor presente liacutequido (VPL)
taxa Interna de Retorno (TIR) custo (ou Benefiacutecio) Perioacutedico Equivalente (CPE ou
BPE) custo Meacutedio de Produccedilatildeo (CMPr) razatildeo Benefiacutecio (receita)Custo (BC) e
tempo de Recuperaccedilatildeo do Capital
28
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30
PINTO A A G LIMEIRA A L F SILVA C A S COELHO F S Gestatildeo de custos 2 ed Rio de Janeiro FGV 2008 140p REZENDE J L P OLIVEIRA A D Anaacutelise econocircmica e social de projetos florestais Viccedilosa MG UFV 2001 389 p RONDON E V Produccedilatildeo de biomassa e crescimento de aacutervores de Schizolobium amazonicum (Huber) Ducke sob diferentes espaccedilamentos na regiatildeo de mata Aacutervore Viccedilosa-MG v26 n5 p573-576 2002 ROSA L S Caracteriacutesticas botacircnicas anatocircmicas e tecnoloacutegicas do paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) Revista de Ciecircncias Agraacuterias Beleacutem n 46 p63-79 juldez 2006a ROSA L S Ecologia e silvicultura do paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) na amazocircnia brasileira Revista de Ciecircncias Agraacuterias Beleacutem n 45 p 135-174 janjun 2006b SANTOS E M Crescimento e produccedilatildeo de plantios de paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) sob diferentes espaccedilamentos 2012 (74f) Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) Universidade Federal do Espiacuterito Santo Jerocircnimo Monteiro ES 2012 SCOLFORO J R S Biometria florestal modelos de crescimento e produccedilatildeo florestal Lavras UFLAFAEPE 2006 393p SILVA G F GEZAN S A SOARES C P B ZANETI L Z Modeling growth and yield of Schizolobium amazonicum under different spacings International Journal of Forestry Research v 2013 (2013) 10 p SIMONSEN M H Teoria microeconocircmica Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas 1971 2 ed 410p SISTEMA NACIONAL DE INFORMACcedilOtildeES FLORESTAIS ndash SNIF Produccedilatildeo florestal cadeia produtiva Serviccedilo Florestal Brasileiro Brasilia 2014 SOUZA C R ROSSI L M B AZEVEDO C P VIEIRA A H Paricaacute Schizolobium parahyba var amazonicum (Huber x Ducke) Barneby 1 ed Manaus EMBRAPA Dezembro 2003 (Circular Teacutecnica 18) SOUZA D B CARVALHO G S RAMOS E J A Paricaacute Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke Manaus EMBRAPA 2005 2p (Informativo Teacutecnico Rede de Sementes da Amazocircnia n13) TSOUMIS G Science and Technology of Wood structure properties utilization New York Chapmam amp Hall 1991 494 p VIDAURRE G B CARNEIRO A C O VITAL B R SANTOS R C S VALLE M L A Propriedades energeacuteticas da madeira e do carvatildeo de paricaacute (Schizolobium amazonicum) Aacutervore Viccedilosa-MG v36 n2 p365-371 2012
31
CAPIacuteTULO 1
CUSTOS DA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA DE PARICAacute
RESUMO
O setor de florestas plantadas brasileiro vem perdendo espaccedilo no mercado
internacional pelo alto custo necessaacuterio agrave produccedilatildeo Por isso haacute a necessidade
de se investigar quais os custos mais onerosos do processo produtivo para
entatildeo se montar uma estrateacutegia de reduccedilatildeo de custos a fim de tornar o
reflorestamento novamente competitivo no mercado Deste modo objetivou-se
no trabalho estimar a produccedilatildeo de paricaacute (Schizolobium amazonicum) aos 5 6
e 7 anos em trecircs classes de produtividade e em cinco espaccedilamentos de
plantio identificando os principais custos de produccedilatildeo aleacutem dos mais afetados
pelos espaccedilamentos de plantio na regiatildeo de Paragominas PA A estimativa de
volume foi obtida segundo metodologia proposta por Silva et al (2013) e os
custos de produccedilatildeo desde as atividades de preparo da aacuterea ateacute a colheita e
transporte foram disponibilizados por produtores rurais e empresaacuterios da
regiatildeo Posteriormente fez-se a anaacutelise dos custos por meio da metodologia do
custo operacional em que se considera apenas as despesas efetivamente
desembolsadas pelo agricultor somadas agrave depreciaccedilatildeo e matildeo-de-obra familiar
Assim inferiu-se que o espaccedilamento 3x2 m foi superior em volume diante dos
outros espaccedilamentos analisados Em relaccedilatildeo agrave analise de custos o custo
operacional efetivo representou em meacutedia 65 dos custos totais de produccedilatildeo
sendo o transporte o custo individual mais expressivo em todos os
espaccedilamentos analisados Jaacute a manutenccedilatildeo foi o conjunto de atividades mais
significativo nos plantios devido ao nuacutemero e ao longo periacuteodo para sua
execuccedilatildeo Os custos totais de produccedilatildeo foram superiores em espaccedilamentos
menores independentemente da remuneraccedilatildeo ou natildeo pelo uso dos capitais
permanente e circulante
Palavras-chave Custo operacional efetivo espaccedilamento idade
produtividade
32
CHAPTER 1
PRODUCTION COST PARICAacute
ABSTRACT
The planted forest sector in Brazil has been losing ground in the international
market by the high cost needed for production Therefore there is a need to
investigate what the most expensive costs of the production process to then
build a strategy to reduce costs in order to become competitive again
reforestation in the market Thus the aim of the study was to estimate the
production of paricaacute (Schizolobium amazonicum) at 5 6 and 7 years in three
productivity classes and five planting space identifying the major costs of
production and those most affected by planting space in the region of
Paragominas PA The volume estimate was obtained according to the
methodology proposed by Silva et al (2013) and production costs since the
activities of preparation of the area to harvest and transport were provided by
farmers and entrepreneurs in the region Subsequently made to cost analysis
using the methodology of the operating cost which considers only the expenses
actually disbursed by the farmer together with the depreciation and labor
family labor Thus it was inferred that the spacing 3x2 m was higher by volume
on the other spacings analyzed Regarding the analysis of costs the effective
operating cost represented on average 65 of total production costs and
transport the most significant single cost in all spacings analyzed Have
maintenance was the most significant set of activities in plantations due to the
number and the time period for its implementation The total production costs
were higher in the smaller spacing regardless of whether or not for the use of
permanent and circulating capital
Keywords Effective operational cost spacing age productivity
33
1 INTRODUCcedilAtildeO
A crescente dificuldade em se obter madeira de florestas nativas tem
motivado empresaacuterios agrave praacutetica do reflorestamento Nesses plantios vaacuterias
espeacutecies tecircm sido utilizadas sendo o paricaacute a espeacutecie nativa de maior
expressatildeo na regiatildeo norte do paiacutes principalmente no estado do Paraacute
Segundo a ABRAF (2013) em 2012 foram plantados 87901 hectares
de paricaacute nos estados do Paraacute Tocantins e Maranhatildeo O aumento da aacuterea de
plantio nos uacuteltimos anos eacute justificado pela boa aceitaccedilatildeo desta espeacutecie no
mercado madeireiro devido aos seus variados fins como a produccedilatildeo de
lacircmina e compensado forros palitos papel moacuteveis aleacutem de peccedilas de
acabamentos e molduras
A falta de informaccedilotildees silviculturais no entanto tecircm inviabilizado a
expansatildeo de novos plantios em outras regiotildees do paiacutes Natildeo se tecircm estudos
suficientes para comprovar o melhor meacutetodo de implantaccedilatildeo desta cultura no
que se refere ao espaccedilamento a ser utilizado para maior produccedilatildeo de madeira
Este tipo de deficiecircncia pode implicar no emprego de teacutecnicas silviculturais
equivocadas que inviabiliza economicamente o cultivo reduzindo
consequentemente o interesse comercial pela espeacutecie
Os custos de produccedilatildeo devem entatildeo ser analisados para se testar a
viabilidade econocircmica dos projetos que estatildeo sendo implantados haja vista
que poucos satildeo os estudos que se referem ao monocultivo do paricaacute A
obtenccedilatildeo destes custos eacute fundamental pois eles compotildeem um ferramental de
controle e gerenciamento das atividades produtivas e de geraccedilatildeo de
importantes informaccedilotildees para auxiliar as tomadas de decisotildees pelos
produtores rurais (CONAB 2010)
Para se atestar a viabilidade econocircmica de um projeto florestal natildeo se
deve avaliar somente a espeacutecie a ser implantada mais agraves condiccedilotildees de
mercado atuais e futuras para comercializaccedilatildeo do produto Eacute notaacutevel a
importacircncia econocircmica e socioambiental do setor de florestas plantadas para o
Brasil por isso deve-se investir em conhecimento e tecnologia sobre as
espeacutecies cultivadas haja visto que o ambiente de negoacutecio para o
34
desenvolvimento desta atividade vem passando por dificuldades nos uacuteltimos
anos
A competitividade dos produtos florestais estaacute se deteriorando frente
aos seus principais concorrentes internacionais uma vez que o aumento
generalizado dos custos de produccedilatildeo de madeira no Brasil estaacute reduzindo
significativamente a rentabilidade da induacutestria integrada de base florestal e dos
produtores independentes de plantios florestais (ABRAF 2013) Comprova-se
assim a necessidade de estudos referentes aos custos de produccedilatildeo
Haacute alguns anos a importacircncia dos custos na produccedilatildeo agriacutecola e as
dificuldades de sua obtenccedilatildeo estimularam o Instituto de Economia Agriacutecola
oacutegatildeo vinculado agrave Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de Satildeo
Paulo a efetuar estimativas de custo de produccedilatildeo de diversas exploraccedilotildees
agriacutecolas por meio da metodologia designada custo operacional Neste
meacutetodo se incluem apenas as despesas efetivamente desembolsadas pelo
agricultor somadas agrave depreciaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos e matildeo-de-
obra familiar A remuneraccedilatildeo devida a todos os outros fatores de produccedilatildeo eacute
de responsabilidade do resiacuteduo ou seja a diferenccedila entre o custo operacional
e o valor de venda (MATSUNAGA et al 1976 CONAB 2010)
O ecircxito nas estimativas de custos de produccedilatildeo agriacutecola vem
estimulando pesquisadores da aacuterea florestal a utilizarem esta metodologia
tambeacutem para culturas florestais principalmente neste momento em que o
Brasil depende de medidas estruturais que promovam a reduccedilatildeo dos custos de
produccedilatildeo e incentivem o investimento para retomada da competitividade dos
produtos nacionais de base florestal no mercado internacional Por tal motivo
objetivou-se neste trabalho identificar os principais custos de produccedilatildeo bem
como o efeito dos diferentes espaccedilamentos sobre estes custos
35
2 MATERIAL E MEacuteTODOS
21 AacuteREA EM ESTUDO
Os dados utilizados neste estudo foram originaacuterios de povoamentos
homogecircneos de paricaacute (Schizolobium amazonicum) plantados sob os
espaccedilamentos 3x2 3x3 3x4 4x4 e 5x5 m localizados entre os municiacutepios de
Dom Elizeu e Paragominas Estado do Paraacute (Figura 1)
Figura 1 Localizaccedilatildeo dos municiacutepios de Dom Eliseu e Paragominas PA
O municiacutepio de Paragominas estaacute localizado no nordeste paraense
possuindo aproximadamente 20000 km2 de aacuterea territorial com 90 m de
altitude O solo caracteriacutestico da aacuterea eacute o Latossolo amarelo com vegetaccedilatildeo
originaacuteria representada pela floresta densa sendo encontradas extensas aacutereas
de mata secundaacuteria (capoeira nos seus diversos estaacutegios de desenvolvimento)
devido aos constantes desmatamentos provocados principalmente pelo
avanccedilo da agropecuaacuteria na regiatildeo (IBGE 2013a PREFEITURA MUNICIPAL
DE PARAGOMINAS 2013)
Segundo o IBGE (2013a) o clima do municiacutepio eacute do tipo mesoteacutermico e
uacutemido A temperatura meacutedia anual eacute elevada em torno de 25degC e seu regime
pluviomeacutetrico fica geralmente entre 2250 mm e 2500 mm anuais
36
O municiacutepio de Dom Eliseu pertence agrave microrregiatildeo de Paragominas
possui 5268815 kmsup2 e estaacute localizado nas coordenadas 04deg17rsquo06rdquo Sul e
47deg30rsquo18rdquo Oeste a 180 metros de altitude Ele eacute um dos municiacutepios da
chamada ldquoFronteira agriacutecola amazocircnicardquo maior produtora de commodities
agriacutecolas da porccedilatildeo norte do paiacutes e grande produtora de paricaacute (IBGE 2013b
PREFEITURA MUNICIPAL DE DOM ELISEU 2013)
22 ESTIMATIVA DA PRODUCcedilAtildeO
Foram inventariados povoamentos de paricaacute anualmente ateacute o quinto
ano sendo analisadas trecircs classes de produtividade em cada espaccedilamento
sendo elas Baixa (17 - 19 m) Meacutedia (19 ndash 21 m) e Alta (21 - 24 m)
Posteriormente empregando-se o modelo de crescimento e produccedilatildeo proposto
por Silva et al (2013) os volumes comercial e de lacircminas foram estimados
para diferentes espaccedilamentos e qualidades de local nas idades de 5 6 e 7
anos conforme o esquema apresentado na Figura 2
Figura 2 Esquema para obtenccedilatildeo dos volumes comercial e de lacircminas em povoamentos de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA
A partir dos dados de inventaacuterio estimou-se a produccedilatildeo em volume
comercial e de lacircminas por meio da metodologia proposta por Silva et al
(2013) Assim a partir de informaccedilotildees sobre as variaacuteveis aacuterea basal por
hectare (GHA) iacutendice de siacutetio (SI) altura dominante (HD) considerada como a
altura meacutedia das 100 aacutervores mais altas do povoamento (Hart) e nuacutemero de
aacutervores por hectare (NHA) na idade de cinco anos pode-se projetar a produccedilatildeo
para as idades em anaacutelise
Espaccedilamentos (m)
bull3x2
bull3x3
bull4x3
bull4x4
bull5x5
Classes de produtividade
(m)
bullBaixa
bullMeacutedia
bullAlta
Idades
(anos)
bull5
bull6
bull7
Volume comercial
Volume de lacircminas
37
A estimativa da HD na idade i foi obtida por meio da equaccedilatildeo 1
119878119868 =
119867119863119894 (1 + 119890119909119901 ((182404 minus 119860119894)
043105frasl ))
1 + 119890119909119901 ((182404 minus 119860119894119899119889
043105frasl ))
Eq 1
Em que
119890119909119901 = base de logaritmo neperiano
119867119863119894 = altura dominante na idade i
119860119894 = i-eacutesima idade (i = 5 6 7) e
119860119894119899119889 = idade iacutendice (5 anos)
Para estimativa do nuacutemero de aacutervores por hectare na idade futura
utilizou-se a equaccedilatildeo 2
1198731198671198602 = 1198731198671198601 minus ((119860119877119864119860
1198671198631)
minus20848
(119860220356 minus 1198601
20356)) Eq 2
Em que
1198731198671198602 = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade futura
1198731198671198601 = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade corrente
119860119877119864119860 = aacuterea meacutedia ocupada por cada planta no plantio
1198671198631 = altura dominante na idade corrente
1198601 = idade corrente e
1198602 = idade futura
A aacuterea basal por hectare foi estimada por meio da equaccedilatildeo 3
119866119867119860119894 = 000523119867119863119894145720119873119867119860053967
119894 Eq 3
Em que
NHAi = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade i
38
Apoacutes a obtenccedilatildeo de todas as variaacuteveis os volumes comercial e de
lacircminas foram estimados pelas equaccedilotildees 4 e 5
119881119879119867119860119894 = 122839119866119867119860119894093941119867119863119894
071858 Eq 4
119881119862119867119860119894 = 003388119866119867119860119894069131119867119863119894
183907 Eq 5
Em que
119881119879119867119860119894 = volume comercial por hectare e
119881119862119867119860119894 = volume de lacircminas por hectare
23 DESCRICcedilAtildeO DAS ATIVIDADES
Por se tratarem de aacutereas anteriormente ocupadas por pastagem fez-se
necessaacuterio o combate agrave formigas e limpeza da aacuterea manualmente e com
auxiacutelio de trator a fim de retirar do local galhos tocos e raiacutezes que por ventura
atrapalhassem o processo de mecanizaccedilatildeo
Para todas as aacutereas de plantio fez-se a anaacutelise de solo verificando-se
a necessidade de correccedilatildeo com uma tonelada de calcaacuterio dolomiacutetico por
hectare Assim foi realizada a calagem precedida da gradagem com auxiacutelio da
terceirizaccedilatildeo de tratores agriacutecolas
Apoacutes o preparo do solo iniciou-se o processo de alinhamento
marcaccedilatildeo e coveamento respeitando o espaccedilamento preacute-determinado para
cada local considerando que uma pessoa consegue abrir 500 covasdia
Posteriormente foram acrescentados 100g de NPK (6-30-6) por cova antes do
plantio das mudas de paricaacute Adubaccedilotildees de cobertura e um ano apoacutes o plantio
tambeacutem ocorreram com o objetivo de aumentar o iacutendice de sobrevivecircncia agraves
plantas
Como no campo eacute difiacutecil controlar os fatores bioacuteticos e abioacuteticos a
mortalidade de plantas eacute inevitaacutevel por isso foi observada a necessidade de
39
replantio de 5 das mudas logo no primeiro ano segundo informaccedilotildees
disponibilizadas pela empresa
A manutenccedilatildeo relativa agrave limpeza dos plantios se deu pelo coroamento
das mudas aplicaccedilatildeo de herbicida manualmente e roccedilada mecacircnica do
primeiro ao terceiro ano Desta forma natildeo houve competiccedilatildeo com plantas
invasoras que poderiam inibir o crescimento das mudas Assim devido ao
ambiente favoraacutevel e as condiccedilotildees propiacutecias de crescimento e produccedilatildeo foi
possiacutevel extrair a madeira para laminaccedilatildeo no quinto ano apoacutes a implantaccedilatildeo
A colheita foi realizada de forma semi-mecanizada (motosserra)
seguida do baldeio e carregamento ateacute a beira da estrada O transporte ateacute a
induacutestria de beneficiamento foi realizado por caminhatildeo tipo bitrem com
capacidade para 44000 kg ao preccedilo meacutedio de R$59192 por viagem
O valor da matildeo-de-obra familiar foi considerado como o custo de
administraccedilatildeo ou seja quando o proprietaacuterio presta serviccedilos na proacutepria
empresa Assim a remuneraccedilatildeo paga pelo custo de administraccedilatildeo foi
equivalente a 10 dos custos efetivamente desembolsados pela empresa
Em relaccedilatildeo agraves aacutereas onde os plantios foram realizados estas jaacute
pertenciam a empresa Laminit por isso natildeo houve a necessidade de aquisiccedilatildeo
ou arrendamento do terreno Poreacutem considerou-se o custo de oportunidade
ou seja a remuneraccedilatildeo do capital investido (permanente e circulante) por meio
do caacutelculo da parcela sobre o bem adquirido e utilizado na produccedilatildeo e inclusa
no custo fixo da produccedilatildeo Logo o investimento do produtor foi remunerado agrave
taxa de 6 ao ano como se fosse aplicado o capital em outro investimento
alternativo conforme recomendaccedilotildees da CONAB (2010)
24 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS
Para anaacutelise dos custos de produccedilatildeo florestal foi necessaacuteria a coleta de
dados anuais de todas as despesas e receitas contraiacutedas em cada
espaccedilamento durante o periacuteodo entre 2006 e 2013 O esquema da disposiccedilatildeo
dos gastos na planilha de custo pode ser observado na Tabela 1
40
Tabela 1 Distribuiccedilatildeo dos gastos efetuados para implantaccedilatildeo de povoamentos de paricaacute
Descriccedilatildeo Un R$un
Quantidade utilizada
Espaccedilamento (m)
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
Preparo da aacuterea
Anaacutelise de solo un 3450 1 1 1 1 1
Limpeza manual Diaacuteria 3500 1 1 1 1 1
Limp mecanizada ht 10218 1 1 1 1 1
Gradagem ht 10218 15 15 15 15 15
Calagem ht 6846 05 05 05 05 05
Calcaacuterio ton 8967 1 1 1 1 1
Alinhamento Diaacuteria 3500 2 14 1 08 05
Coveamento Diaacuteria 3500 334 223 167 125 08
Cercamento R$ha 30000 1 1 1 1 1
Constr de estradas R$ha 13390 1 1 1 1 1
Constr de aceiros Diaacuteria 3500 4 4 4 4 4
Adubaccedilatildeo
Adubo Kg 123 5001 3336 2502 1875 120
Adubaccedilatildeo Diaacuteria 3667 45 3 225 195 106
Plantio
Transp de mudas ht 5000 05 05 05 05 05
Mudas un 038 1751 1168 876 657 420
Plantio e replantio Diaacuteria 3500 4 27 2 15 1
Manutenccedilatildeo
Formicida Kg 674 125 10 83 695 551
Aplic de formicida Diaacuteria 3703 893 748 651 578 525
Transp de insumos ht 4233 2 2 2 2 2
Coroamento Diaacuteria 3761 67 45 35 25 16
Roccedilada ht 5602 4 5 6 7 85
Herbicida L 1732 8 9 10 105 12
Aplic de herbicida Diaacuteria 3761 4 45 5 55 6
Manutenccedilatildeo de aceiro Diaacuteria
3744 6 6 6 6 6
Manut de estrada ht 8699 469 469 469 469 469
Materiais - 6892 8 8 8 8 8
Encargos - 8185 7 7 7 7 7
Colheita e Transporte
Corte e toragem msup3 215 1844 1744 1524 1341 11705
Baldeio msup3 096 1844 1744 1524 1341 11705
Carregamento msup3 097 1844 1744 1524 1341 11705
Transporte msup3 659 1844 1744 1524 1341 11705 Valores deflacionados e descapitalizados para o ano de 2006 Considerando o volume comercial em classe de produtividade alta (21 - 24 m) com corte aos 6 anos
Os custos envolvidos nas atividades de implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo dos
povoamentos foram disponibilizados por produtores rurais da regiatildeo de
41
Paragominas Tambeacutem foram disponibilizados por empresaacuterios locais os
dados referentes agrave exploraccedilatildeo e transporte da madeira ateacute a empresa
referente a uma distacircncia meacutedia de 80 km
Para comparaccedilatildeo entre os valores incorridos durante periacuteodos
diferentes no tempo fez-se o deflacionamento dos custos para o periacuteodo
inicial (implantaccedilatildeo dos povoamentos) A correccedilatildeo da perda monetaacuteria causada
pela inflaccedilatildeo foi obtida por meio do Iacutendice Geral de Preccedilo ndash Disponibilidade
Interna (IGP ndash DI) o qual eacute responsaacutevel pelo registro da inflaccedilatildeo de preccedilos de
mateacuterias-primas agriacutecolas
Posteriormente os valores deflacionados foram descapitalizados para o
ano 0 (2006) a fim de facilitar a anaacutelise econocircmica A descapitalizaccedilatildeo foi
obtida pela seguinte foacutermula
1198810 =119881119899
(1 + 119894)119899 Eq 6
Em que
1198810 = valor inicial correspondente ao periacuteodo de implantaccedilatildeo do povoamento
(R$)
119881119899 = valor final correspondente ao ano j (R$)
119894 = taxa de juros (6 aa) e
119899 = nuacutemero de periacuteodos (anos)
25 CLASSIFICACcedilAtildeO DOS CUSTOS
Para o caacutelculo dos custos de produccedilatildeo do paricaacute foi adotada a
metodologia descrita pelo Instituto de Economia Agriacutecola (IEA) oacutergatildeo vinculado
agrave Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo Neste
caso foram considerados os custos efetivos de produccedilatildeo ou seja aquele
dinheiro efetivamente desembolsado pelo proprietaacuterio para o pagamento da
mateacuteria-prima produtos ou serviccedilos adquiridos
42
A depreciaccedilatildeo foi aqui desconsiderada pela indisponibilidade de
informaccedilotildees sobre as maacutequinas equipamentos e benfeitorias Assim
considerou-se que todos os maquinaacuterios e equipamentos utilizados para a
implantaccedilatildeo conduccedilatildeo extraccedilatildeo e transporte dos povoamentos foram de
origem terceirizada
Os custos de produccedilatildeo foram entatildeo divididos segundo sua origem
sendo classificados de acordo com a metodologia de custos proposta pelo IEA
a) Custo operacional efetivo (COE) ndash correspondente a todos os custos
expliacutecitos
b) Custo operacional total (COT) ndash correspondente ao somatoacuterio do custo
operacional efetivo e matildeo-de-obra familiar (MO)
c) Custo Total (CT) ndash soma do custo operacional total e do custo de
oportunidade (CO) que eacute a remuneraccedilatildeo do capital circulante e do capital
fixo
As foacutermulas para obtenccedilatildeo do custo operacional total e custo total
encontram-se a seguir
119862119874119879 = 119862119874119864 + 119872119874 Eq 7
119862119879 = 119862119874119879 + 119862119874 Eq 8
43
3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
31 ESTIMATIVA DE VOLUME
A partir das equaccedilotildees ajustadas por Silva et al (2013) para
povoamentos de paricaacute foi possiacutevel estimar o volume comercial e de lacircminas
em trecircs ocasiotildees no tempo e em diferentes classes de produtividade nos cinco
espaccedilamentos de plantio como pode ser observado na Tabela 2
Tabela 2 Volumes comercial (VTHA) e de lacircminas (VCHA) estimados nos diferentes espaccedilamentos de plantio de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA
Idade Espaccedil
(m)
VTHA (msup3ha) VCHA (msup3ha)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 16229 18511 19336 5638 6858 7915
3x3 - 15498 18126 - 6163 7671
3x4 - 13328 15983 - 5476 7009
4x4 7133 13551 14623 2800 5705 6468
5x5 7351 8790 13093 3191 4124 6231
6 a
no
s
3x2 15173 16865 18439 5370 6411 7666
3x3 - 14606 17439 - 5912 7473
3x4 - 12325 15244 - 5188 6787
4x4 7178 11745 13410 2827 5146 6082
5x5 7115 8867 11705 3118 4158 5759
7 a
no
s
3x2 14315 15607 16406 5144 6054 7029
3x3 - 13920 16489 - 5706 7170
3x4 - 11890 14648 - 5052 6590
4x4 7028 11464 13067 2783 5055 5967
5x5 7020 8726 11515 3087 4109 5690
Em que VTHA= volume comercial por hectare VCHA= volume de lacircminas por hectare Espaccedil= espaccedilamento de plantio
A divisatildeo dos povoamentos em classes de produtividade eacute explicada
por Oliveira et al (2008) Segundo os autores a estratificaccedilatildeo realizada por
44
meio de classes de produtividade resulta em estimativas de volume mais
precisas proacuteximo agrave idade de corte Por isso a adoccedilatildeo das trecircs classes
A falta de informaccedilotildees nos espaccedilamentos intermediaacuterios 3x3 e 3x4 m
na classe de produtividade baixa ocorreu pela ausecircncia de povoamentos
nestas condiccedilotildees de siacutetio
A diferenccedila no volume comercial de madeira foi de 323 entre os
espaccedilamentos extremos 3x2 e 5x5 m na classe de produtividade alta sendo
maior o volume nos menores espaccedilamentos Resultados semelhantes foram
encontrados por Macedo et al (2005) com povoamentos de Teca em Minas
Gerais e Hoffmann (2009) em seu trabalho sobre caracterizaccedilatildeo
dendromeacutetrica e rendimento em laminaccedilatildeo de paricaacute na regiatildeo de
Paragominas PA
A diferenccedila no volume tem comportamento exponencial agrave medida em
que se utilizam siacutetios de menor produtividade sendo constatada uma diferenccedila
de 525 e 547 no volume entre os espaccedilamentos extremos nas classes
de produtividade meacutedia e baixa respectivamente Comportamento semelhante
foi observado para o volume de lacircminas de paricaacute Houve diferenccedila crescente
no volume entre os espaccedilamentos extremos sendo menor na classe de
produtividade alta (213)
Aos 6 anos a diferenccedila no volume entre os espaccedilamentos extremos foi
superior agrave idade anterior Na classe de produtividade alta a diferenccedila no
volume comercial foi de 365 Jaacute o volume de lacircminas abrangeu diferenccedila de
249
Nos siacutetios de baixa produtividade o volume comercial de madeira no
espaccedilamento 3x2 m foi 177 menor comparado ao de produtividade alta
Esta porcentagem encontra-se dentro do intervalo indicado por Morales et al
(2010) para povoamentos de pinus Segundo os autores a produtividade do
pinus foi reduzida entre 14 a 36 nos diferentes siacutetios de produccedilatildeo
Nos espaccedilamentos 4x4 e 5x5 m esta diferenccedila foi mais significativa
com aproximadamente 465 e 392 respectivamente Isso se deve entre
outras coisas agrave morte natural das plantas com diacircmetros mais acentuados
tornando mais expressiva a reduccedilatildeo de volume
Comparando a produccedilatildeo de paricaacute em relaccedilatildeo a idade de corte pode
ser observada uma reduccedilatildeo no volume de madeira do quinto para o sexto ano
45
Este comportamento pode ser resultado do autodesbaste caracteriacutestico da
espeacutecie Por se tratar de uma espeacutecie pioneira ela atinge o aacutepice de
incremento na idade meacutedia de 5 anos sendo mais viaacutevel seu corte neste
periacuteodo (CARVALHO 2007)
Balloni e Simotildees (1980) anteriormente jaacute haviam afirmado que a
porcentagem de aacutervores dominadas e mortas cresce com o avanccedilo da idade
sendo mais intenso e precoce nos espaccedilamentos mais apertados Por isso a
idade de corte deve ser definida em funccedilatildeo do ritmo de crescimento
espaccedilamento finalidade da madeira e suas interaccedilotildees
32 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO
O levantamento de custos como citado anteriormente seguiram a
metodologia sugerida pelo Instituto de Economia Agriacutecola ndash IEA sendo
agrupados por atividade
321 Custo operacional efetivo ndash COE
Todas as atividades desde a implantaccedilatildeo ateacute a exploraccedilatildeo dos
povoamentos de paricaacute foram identificadas e os gastos estimados para
obtenccedilatildeo dos custos efetivamente desembolsados pelo produtor sendo que os
custos foram deflacionados e descapitalizados para o ano de 2006 A soma
dos custos das atividades desenvolvidas durante este periacuteodo com corte aos
5 6 e 7 anos podem ser observadas na Tabela 3
Nos povoamentos em estudo os custos de implantaccedilatildeo variaram entre
R$80000 a R$180000 entre os espaccedilamentos extremos sendo menor
quanto menor o nuacutemero de plantas por hectare Este montante representa
entre 18 e 26 do custo total de produccedilatildeo de paricaacute demonstrando sua
importacircncia em relaccedilatildeo agrave outros custos
46
Tabela 3 Custo Operacional Efetivo (COE) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006
Idade Espaccedilamento
(m)
COE do volume comercial (R$ha) COE do volume de lacircminas (R$ha)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 501646 501646 501646 648938 667703 674487
3x3 - 437995 437995 - 586899 608517
3x4 - 408969 408969 - 540219 562057
4x4 388309 388309 388309 468849 521642 530459
5x5 369666 369666 369666 451856 463692 499083
6 a
no
s
3x2 512608 512608 512608 639852 652755 664594
3x3 - 451539 451539 - 574684 595999
3x4 - 423545 423545 - 529527 551493
4x4 404176 404176 404176 471255 505786 518322
5x5 385283 385283 385283 451891 465242 486598
7 a
no
s
3x2 527155 527155 527155 637832 646772 652303
3x3 - 465086 465086 - 573035 590806
3x4 - 436693 436693 - 530595 549673
4x4 416824 416824 416824 477086 507776 518871
5x5 398191 398191 398191 458394 470202 489495
47
O custo no espaccedilamento 5x5 m foi semelhante ao encontrado por Silva
et al (2004) para a implantaccedilatildeo de 1 ha de eucalipto na regiatildeo de Brasiacutelia
quando os valores foram corrigidos para o mesmo periacuteodo demonstrando
semelhanccedila na implantaccedilatildeo das duas culturas
Nos povoamentos analisados natildeo houve diferenccedilas nos custos para
implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo nos plantios com classes de produtividade distintas
os quais objetivavam a produccedilatildeo de volume comercial Em contrapartida
houve o acreacutescimo de gastos a medida em que se reduziu os espaccedilamentos
de plantio ou seja quanto menor a aacuterea ocupada por plantas maiores os
gastos com alinhamento marcaccedilatildeo de covas coveamento plantio e adubaccedilatildeo
Em relaccedilatildeo ao volume de lacircminas ocorreu a distinccedilatildeo dos custos entre
classes de produtividade uma vez que os custos com colheita e transporte
estatildeo relacionados com o volume colhido Assim em classes de produtividade
alta e menor espaccedilamento de plantio o COE foi superior em comparaccedilatildeo aos
outros povoamentos analisados
Como observado aos 5 anos natildeo houve diferenccedila no COE
independente da classe de produtividade nos povoamentos em que satildeo
mensurados o volume comercial de madeira Isso foi reflexo da quantidade de
plantas inseridas no local que no plantio foram invariaacuteveis independente da
qualidade do terreno O mesmo foi notado quando se estimou os custos para
exploraccedilatildeo de madeira aos 7 anos
A reduccedilatildeo no COE da produccedilatildeo de lacircminas com o aumento da idade
de exploraccedilatildeo eacute explicado pela reduccedilatildeo ocorrida no volume de madeira
causado pela mortalidade das plantas como observado no trabalho de Silva et
al (2013) Assim diminuem-se proporcionalmente os custos com colheita
transporte e outras atividades de manutenccedilatildeo
322 Custo operacional total ndash COT
O custo operacional total envolveu o COE e a matildeo-de-obra familiar
considerada aqui como o custo de administraccedilatildeo ou seja os proprietaacuterios dos
48
povoamentos eram os responsaacuteveis pela administraccedilatildeo dos plantios A
participaccedilatildeo do COT pode ser observada na Tabela 4
O custo da matildeo-de-obra foi considerado como um custo operacional
efetivo pois natildeo houve somente um gasto mas um desembolso ou seja uma
saiacuteda de caixa Jaacute a matildeo-de-obra familiar eacute parte do custo de produccedilatildeo pois
consistiu em uma alocaccedilatildeo de recurso produtivo (matildeo-de-obra) para a geraccedilatildeo
do produto (madeira) representando cerca de 10 dos custos de produccedilatildeo
Observando a tabela 4 pode-se notar que o maior custo de
administraccedilatildeo foi obtido para o espaccedilamento 3x2 m quando o objetivo era a
laminaccedilatildeo com custo de aproximadamente R$67450 Jaacute o espaccedilamento 5x5
m com objetivo de venda da floresta em peacute obteve o menor custo com
aproximadamente R$37000 por hectare
Resultados semelhantes foram encontrados para a produccedilatildeo de
madeira aos 6 anos Os menores custos de administraccedilatildeo estatildeo relacionados
aos menores custo de implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo dos povoamentos Aos 6 anos
o custo de administraccedilatildeo no espaccedilamento 5x5 m em classe de produtividade
alta com o objetivo de produccedilatildeo de lacircminas foi de aproximadamente R$48660
e R$38528 quando se objetivou a venda da madeira em peacute
Os custos de administraccedilatildeo tambeacutem foram reduzidos a medida em que
se aumentou o tempo para exploraccedilatildeo dos povoamentos devido a reduccedilatildeo do
volume por hectare sendo outro indicio de que esta espeacutecie deve ser
explorada logo aos 5 anos apoacutes o plantio
49
Tabela 4 Custo Operacional Total (COT) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006
Idade Espaccedilamento
(m)
COT do volume comercial (R$ha) COT do volume de lacircminas (R$ha)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 551811 551811 551811 713832 734473 741936
3x3 - 481795 481795 - 645589 669368
3x4 - 449865 449865 - 594241 618263
4x4 427140 427140 427140 515733 573807 583505
5x5 406633 406633 406633 497042 510062 548991
6 a
no
s
3x2 563869 563869 563869 703837 718031 731053
3x3 - 496693 496693 - 632152 655599
3x4 - 465900 465900 - 582479 606642
4x4 444594 444594 444594 518380 556365 570155
5x5 423812 423812 423812 497080 511767 535258
7 a
no
s
3x2 579871 579871 579871 701615 711449 717534
3x3 - 511595 511595 - 630338 649886
3x4 - 480362 480362 - 583655 604641
4x4 458507 458507 458507 524794 558554 570758
5x5 438010 438010 438010 504233 517223 538444
50
323 Custo total ndash CT
O custo total foi obtido pelo COT acrescido da remuneraccedilatildeo paga ao
capital investido e ao custo da Terra (TABELA 5)
Apoacutes contabilizados todos os custos foi possiacutevel inferir que para o
volume comercial em espaccedilamentos mais adensados o custo total foi 2294
maior do que nos plantios mais espaccedilados independente da classe de
produtividade Jaacute em povoamentos onde o objetivo do plantio era a venda de
lacircminas ocorreu uma variaccedilatildeo nos custos em fator da classe de produtividade
e espaccedilamento de plantio
A venda da madeira aos 6 anos culminou em um acreacutescimo de 67 a
86 em comparaccedilatildeo com os mesmos povoamentos sendo explorados aos 5
anos Para a produccedilatildeo de lacircminas o aumento dos custos foi menos
expressivo No espaccedilamento 3x2 m em classe de produtividade baixa o
aumento foi de 34
A exploraccedilatildeo de povoamentos aos 7 anos foi 1347 a 1596 maior
em relaccedilatildeo a exploraccedilatildeo aos 5 anos e 726 a 801 para 6 anos Estes
nuacutemeros confirmam que os custos tecircm crescido proporcionalmente com o
passar do tempo
Os custos com a remuneraccedilatildeo do capital investido e pelo uso da terra
correspondem em meacutedia a 24 dos custos totais de produccedilatildeo Poreacutem a
maioria dos produtores rurais deixam de contabilizar estes custos por se tratar
do pagamento pelo uso dos bens que ele jaacute possui (capital e terra) resultando
em valores de produccedilatildeo abaixo do que realmente deve ser computado
Comparando a produccedilatildeo de paricaacute e Teca no espaccedilamento 3x2 m
utilizando a mesma metodologia de custos observa-se que o custo total para
cultivo da Teca eacute de aproximadamente R$1080309 valor muito proacuteximo ao
observado para o plantio de paricaacute (SANGUINO 2009)
51
Tabela 5 Custo Total (CT) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006
Idade Espaccedilamento
(m)
CT do volume comercial (R$ha) CT do volume de lacircminas (R$ha)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 730146 730146 730146 917076 940890 949501
3x3 - 649366 649366 - 838341 865776
3x4 - 612527 612527 - 779099 806814
4x4 586308 586308 586308 688522 755523 766713
5x5 562648 562648 562648 666957 681978 726892
6 a
no
s
3x2 782537 782537 782537 949133 966026 981526
3x3 - 702582 702582 - 863811 891718
3x4 - 665930 665930 - 804688 833447
4x4 640572 640572 640572 728395 773606 790019
5x5 615836 615836 615836 703043 720523 748483
7 a
no
s
3x2 843816 843816 843816 99343 100552 101299
3x3 - 759911 759911 - 905837 92986
3x4 - 721528 721528 - 848467 874257
4x4 694669 694669 694669 776132 81762 832618
5x5 669481 669481 669481 750864 766827 792907
52
De maneira geral os custos mais expressivos satildeo referentes agrave manutenccedilatildeo
dos plantios independente do espaccedilamento adotado (Figura 3) Isso eacute
consequecircncia do maior nuacutemero de atividades desenvolvidas durante este periacuteodo
que variam desde o controle de formigas agrave manutenccedilatildeo de estradas
Figura 3 Custos totais da produccedilatildeo de paricaacute sob diferentes espaccedilamentos na regiatildeo de Paragominas PA
Nota-se no entanto que quanto maior o espaccedilamento de plantio utilizado
maiores satildeo os custos de manutenccedilatildeo por hectare Como haacute menor quantidade de
aacutervores por hectare a presenccedila de plantas invasoras eacute mais acentuada
aumentando os custos para seu controle Em contrapartida os custos por hectare
53
com adubaccedilatildeo plantio colheita e transporte diminuem jaacute que o nuacutemero de aacutervores
na aacuterea eacute reduzido
Deve-se ressaltar ainda que estes custos podem variar de acordo com a
classe de produtividade a idade em que vatildeo ser explorados os povoamentos e os
tipos de atividades empregadas que podem variar de acordo com o produtor e a
regiatildeo
54
4 CONCLUSOtildeES
O custo operacional efetivo representou em meacutedia 65 dos custos totais de
produccedilatildeo sendo o transporte o custo individual mais expressivo em todos os
espaccedilamentos analisados Jaacute a manutenccedilatildeo foi o conjunto de atividades mais
significativo nos povoamentos devido ao nuacutemero e ao longo periacuteodo para execuccedilatildeo
das atividades
Os custos totais de produccedilatildeo foram superiores em espaccedilamentos menores
independentemente da remuneraccedilatildeo ou natildeo pelo uso dos capitais permanente e
circulante
A diferenccedila nos custos entre espaccedilamentos extremos 3x2 m e 5x5 m eacute
justificada pelo maior volume de matildeo-de-obra e insumos necessaacuterios para execuccedilatildeo
das atividades em locais com maior nuacutemero de plantas por hectare
55
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE FLORESTAS PLANTADAS ndash ABRAF Anuaacuterio Estatiacutestico da ABRAF 2013 Ano base 2012 Brasiacutelia ABRAF 2013 148p Disponiacutevel em lthttpwwwabraflororgbrestatisticasABRAF13ABRAF13BR pdfgt Acesso em 19 Ago 2013 BALLONI E A SIMOtildeES J W O espaccedilamento de plantio e suas implicaccedilotildees silviculturais IPEF Piracicaba v1 n 3 p 1-16 Set 1980 (Seacuterie Teacutecnica) CAMPOS J C C LEITE H G Mensuraccedilatildeo florestal perguntas e respostas Viccedilosa UFV 2002 407p
CARVALHO P E R Paricaacute (Schizolobium amazonicum) Colombo Embrapa Florestas 2007 8p (Circular Teacutecnica 142)
COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO ndash CONAB Custo de produccedilatildeo agriacutecola a metodologia da Conab Brasiacutelia Conab 2010 60p HOFFMANN R G Caracterizaccedilatildeo dendromeacutetrica e avaliaccedilatildeo do rendimento em laminaccedilatildeo de madeira em plantios de paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) na regiatildeo de Paragominas PA 2009 (97f) Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) ndash Universidade Federal do Espiacuterito Santo Jerocircnimo Monteiro ES 2009 IBGE Paraacute Dom Eliseu 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwibgegovbrcidadesat xtrasperfilphpcodmun =150293gt Acesso em 12 Ago 2013b IBGE Paraacute Paragominas 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwibgegovbrcidadesat xtrasperfilphpcodmun= 150550ampsearch=para|paragominasgt Acesso em 12 Ago 2013a MACEDO R L G GOMES J E VENTURIN N SALGADO B G Desenvolvimento inicial de Tectona grandis LF (teca) em diferentes espaccedilamentos no municiacutepio de Paracatu MG Cerne Lavras v 11 n 1 p 61-69 janmar 2005 MATSUNAGA M et al Metodologia de custo de produccedilatildeo utilizada pelo IEA Agricultura em Satildeo Paulo Satildeo Paulo v 23 p 123-139 1976 MORALES C A S ALBUQUERQUE J A ALMEIDA J A MARANGONI J M STAHL J CHAVES D M Qualidade do solo e produtividade de Pinus taeda no planalto catarinense Ciecircncia Florestal Vol 20 No 4 Oct-Dec 2010 pp 629-640 OLIVEIRA M L R LEITE H G NOGUEIRA G S GARCIA S L R SOUZA A L Classificaccedilatildeo da capacidade produtiva de povoamentos natildeo desbastados de clones de eucalipto Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v43 n11 p1559-1567 nov 2008 PREFEITURA MUNICIPAL DE PARAGOMINAS O lago verde Paragominas 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwparagominaspagovbrgt Acesso em 23 Maio 2013
56
PREFEITURA MUNICIPAL DE DOM ELISEU O municiacutepio Dom Eliseu 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwdomeliseupagovbrgt Acesso em 23 Maio 2013 SANGUINO A C Custos de implantaccedilatildeo e rentabilidade econocircmica de povoamentos florestais com teca no estado do Paraacute Ciecircncias Agraacuterias Beleacutem n 52 p 61-78 juldez 2009 SILVA G F GEZAN S A SOARES C P B ZANETI L Z Modeling growth and yield of Schizolobium amazonicum under different spacings International Journal of Forestry Research v 2013 (2013) 10 p SILVA K R MINETTI L J FIEDLER N C VENTUROLI F MACHADO E G B SOUZA A P Custos e rendimentos operacionais de um plantio de eucalipto em regiatildeo de cerrado Aacutervore Viccedilosa-MG v28 n3 p 361-366 2004
57
CAPIacuteTULO 2
ANAacuteLISE ECONOcircMICA DA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA DE PARICAacute
RESUMO
As exigecircncias atuais de mercado aliadas agraves alternativas de investimento expressam
a necessidade de avaliaccedilatildeo econocircmica de projetos florestais Essa avaliaccedilatildeo
contribui com a escolha da melhor estrateacutegia de produccedilatildeo a fim de tornar os
produtos florestais brasileiros competitivos no mercado externo Por isso objetivou-
se neste trabalho analisar a viabilidade econocircmica de povoamentos de paricaacute sob
diferentes espaccedilamentos aleacutem de determinar economicamente a melhor forma de
plantio para produccedilatildeo de madeira Estes povoamentos foram implantados na regiatildeo
de Paragominas PA em 2006 sob os espaccedilamentos 3x2 3x3 3x4 4x4 e 5x5 m
divididos em trecircs classes de produtividade A produccedilatildeo foi entatildeo estimada para as
idades de 5 6 e 7 anos por meio de equaccedilotildees de crescimento e produccedilatildeo Os
custos do plantio agrave colheita foram disponibilizados por produtores rurais e
empresaacuterios da regiatildeo assim como o valor de venda de lacircminas A partir da
obtenccedilatildeo dos custos e receitas fez-se a anaacutelise econocircmica dos projetos Para tanto
foram utilizados os iacutendices econocircmicos e o criteacuterio do benefiacutecio perioacutedico equivalente
(BPE) como formas de avaliaccedilatildeo considerando-se a taxa de desconto de 6 como
a taxa miacutenima de atratividade Apoacutes a anaacutelise dos iacutendices e criteacuterio de avaliaccedilatildeo
econocircmica pode-se concluir que o espaccedilamento 3x3 m em classe de produtividade
alta com corte aos 5 anos foi o mais indicado pois gera o maior retorno financeiro
Para os maiores espaccedilamentos estudos ainda devem ser desenvolvidos mas
acredita-se que eles sejam alternativas financeiras viaacuteveis
Palavras-chave Criteacuterios de avaliaccedilatildeo espaccedilamentos de plantio iacutendices
econocircmicos retorno financeiro
58
CHAPTER 2
ECONOMIC ANALYSIS OF PRODUCTION PARICAacute
ABSTRACT
The current market demands combined with investment alternatives express the
need for economic evaluation of forestry projects This assessment contributes to the
choice of the best production strategy in order to make the Brazilian forest products
competitive in foreign markets Therefore this study aimed to analyze the economic
feasibility of stands of paricaacute under different spacings and economically determine
the best planting for timber production These settlements were established in the
region of Paragominas PA in 2006 under the spacings 3x2 3x3 3x4 4x4 and 5x5
m divided into three classes productivity The production was then estimated for
ages 5 6 and 7 years through equations of growth and production Costs from
planting to harvest were provided by farmers and entrepreneurs in the region as well
as the value of sales of blades From procurement costs and revenues became the
economic analysis of projects For both economic indicators and criteria periodic
benefit equivalent (BPE) as forms of assessment considering the discount rate of 6
as the hurdle rate were used After analyzing the indexes and economic evaluation
criteria it can be concluded that the spacing 3x3 m in class high productivity with cut
to 5 years was the most suitable because it generates the greatest financial return
For the larger spacings studies have yet to be developed but it is believed that they
are viable alternatives financial
Keywords Evaluation criteria planting space economic indicators financial return
59
1 INTRODUCcedilAtildeO
A implantaccedilatildeo da lei dos incentivos fiscais na deacutecada de 60 motivou o plantio
de florestas para ampliar a base florestal do Paiacutes e captar recursos para o
desenvolvimento do setor (MELLO et al 2005) Esses estiacutemulos baseavam-se na
expansatildeo florestal desconsiderando a qualidade da madeira
Nos dias atuais diante das exigecircncias de mercado da competiccedilatildeo com
outros paiacuteses e das pressotildees relacionadas ao meio ambiente o Brasil tem investido
natildeo somente em produccedilatildeo mais tambeacutem em teacutecnicas silviculturais que contribuam
com a qualidade final dos produtos aleacutem de teacutecnicas que reduzam os custos
envolvidos no processo produtivo Essas metas tecircm sido alcanccediladas por meio do
planejamento dos investimentos
Para realizar um investimento eacute necessaacuterio primeiramente organizar
formalmente os objetivos por meio de um projeto relacionando os meios de que se
dispotildee para alcanccedilaacute-los Posteriormente deve-se analisar o mercado potencial do
produto a fim de obter informaccedilotildees sobre os retornos esperados do investimento
comparativamente agraves alternativas disponiacuteveis eou viaacuteveis Assim com o
planejamento adequado das atividades eacute possiacutevel identificar as exigecircncias atuais de
mercado os caminhos a serem seguidos para entatildeo construir um referencial futuro
o qual identificaraacute a viabilidade ou natildeo da implantaccedilatildeo do projeto ao qual o
planejamento se destina (REZENDE OLIVEIRA 2008)
Para implantaccedilatildeo de um projeto aleacutem de se conhecer o horizonte de
planejamento que eacute o periacuteodo estimado durante o qual o empreendimento em
anaacutelise iraacute operar faz-se necessaacuterios tambeacutem testar a sua viabilidade teacutecnica
econocircmica financeira social ambiental e poliacutetica O teste da viabilidade econocircmica
eacute considerado o mais importante entre os paracircmetros de avaliaccedilatildeo pois consiste em
verificar se no projeto as receitas superam os custos Caso isso natildeo ocorra diz-se
que o projeto eacute insustentaacutevel desde a sua implantaccedilatildeo (FARO 1979 CHICHORRO
et al 2010)
Na avaliaccedilatildeo econocircmica para decisatildeo de que o projeto deve ou natildeo ser
implementado satildeo usadas teacutecnicas e criteacuterios de anaacutelise que comparam os custos e
as receitas inerentes ao projeto A anaacutelise de projetos consiste entatildeo na verificaccedilatildeo
60
de que determinada atividade eacute lucrativa ou natildeo considerando-se um horizonte de
planejamento (REZENDE OLIVEIRA 2008)
Existem vaacuterios meacutetodos de seleccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de projetos de
investimentos Geralmente recorre-se a meacutetodos que consideram principalmente as
atividades a serem executadas os periacuteodos de execuccedilatildeo e seus respectivos custos
os produtos e o periacuteodo de tempo que levaratildeo para serem produzidos seus preccedilos
e receitas ou seja o fluxo de caixa (CHICHORRO et al 2010)
Os meacutetodos de avaliaccedilatildeo econocircmica podem entatildeo ser divididos em dois
grupos principais O primeiro grupo compreende aqueles em que natildeo se considera a
variaccedilatildeo do capital no tempo sendo indicados para horizontes de planejamentos
muito curtos onde natildeo haacute inflaccedilatildeo Jaacute o segundo grupo considera a variaccedilatildeo do
capital no tempo podendo-se citar o valor presente liacutequido (VPL) e o benefiacutecio
perioacutedico equivalente (BPE) como exemplos (SILVA et al 2005)
A variaccedilatildeo do capital ocorre devido agrave remuneraccedilatildeo paga ao seu uso por
determinado tempo ou seja os juros Assim no final do prazo estipulado natildeo
haveraacute somente a quantia emprestada mais tambeacutem um acreacutescimo que
corresponde ao custo de oportunidade do uso do capital durante o periacuteodo de
empreacutestimo O valor a ser pago no final do periacuteodo dependeraacute da taxa de juros
correspondente a unidade de tempo considerada A Conab utiliza o percentual de
6 ao ano como a taxa de retorno para a remuneraccedilatildeo dos investimentos feitos pelo
produtor como se o capital fosse aplicado em outro investimento alternativo
(OLIVEIRA REZENDE 2004 CONAB 2010)
Tendo em vista este contexto objetivou-se neste trabalho analisar a
viabilidade econocircmica de povoamentos de paricaacute sob diferentes espaccedilamentos e
determinar economicamente o melhor espaccedilamento de plantio para produccedilatildeo de
madeira
61
2 MATERIAL E MEacuteTODOS
21 OBTENCcedilAtildeO DAS RECEITAS
A partir da estimativa dos volumes comercial (VTHA msup3ha) e de lacircminas
(VCHA m3ha) nos diferentes espaccedilamentos de plantio em diferentes
idades e classes produtivas tal como proposto no capiacutetulo 1 foram contraiacutedas as
receitas Os volumes comercial e de lacircminas estimados foram multiplicados pelo valor
meacutedio de venda disponiacutevel no boletim informativo de preccedilos disponibilizado pela
Coordenadoria Executiva da Administraccedilatildeo Tributaacuteria ndash CERAT do Estado do Paraacute
2013 Obteve-se assim a receita para cada espaccedilamento analisado
22 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS
Como se trata de projetos de investimento com a finalidade de obtenccedilatildeo de
madeira foram propostos trecircs horizontes de planejamento para os povoamentos de
paricaacute Esses horizontes se referiram ao periacuteodo de tempo que estes projetos foram
avaliados correspondendo a 5 6 e 7 anos entre a implantaccedilatildeo e colheita
Sabendo-se que eacute necessaacuterio reajustar os valores investidos durante o
periacuteodo de execuccedilatildeo do projeto utilizou-se uma taxa de desconto de 6 ao ano
como forma de remuneraccedilatildeo do capital investido considerando a caderneta de
poupanccedila como sendo o melhor investimento alternativo (OLIVEIRA REZENDE
2004) A inflaccedilatildeo identificada no periacuteodo foi obtida por meio do uso do Iacutendice Geral
de Preccedilos - Disponibilidade Interna (IGP-DI) o qual mede a variaccedilatildeo de preccedilos no
mercado A descapitalizaccedilatildeo foi realizada de acordo com a metodologia descrita no
capiacutetulo 1
Para anaacutelise da viabilidade econocircmica do projeto identificaram-se as
variaccedilotildees do capital no tempo Assim em relaccedilatildeo agrave classificaccedilatildeo do projeto de
investimento este foi considerado convencional ou seja ocorreu apenas uma
mudanccedila de sinal em seu fluxo de caixa satisfazendo as seguintes condiccedilotildees
62
119862119900 lt 0
119883119895 le 0 119901119886119903119886 119895 = 1 hellip 119896
119883119895 ge 0 119901119886119903119886 119895 = 119896 + 1 hellip 119899 119890
sum 119883119895
119899
119895=119896+1
gt sum 119883119895
119896
119895=0
Em que
Co = custo inicial (R$)
k = periacuteodo de tempo a partir do qual as receitas passaram a ser positivas
Xj = receita liacutequida de cada periacuteodo j e
n = duraccedilatildeo do projeto (anos)
Depois de identificado o tipo de projeto e tendo todos os custos jaacute calculados
no capiacutetulo 1 procedeu-se a anaacutelise econocircmica dos projetos por meio da avaliaccedilatildeo
dos iacutendices econocircmicos e do benefiacutecio perioacutedico equivalente (BPE)
23 IacuteNDICES ECONOcircMICOS DA PRODUCcedilAtildeO
Para verificar a rentabilidade do sistema produtivo os seguintes iacutendices
econocircmicos de produccedilatildeo foram utilizados
a) Renda bruta (RB)
119877119861 = 119876 times P Eq1
b) Margem bruta (MB)
119872119861 = 119877119861 minus 119862119874119864 Eq 2
c) Margem liacutequida (ML)
119872119871 = 119877119861 minus 119862119874119879 Eq 3
d) Lucro (L)
119871 = 119877119861 minus 119862119879 Eq 4
63
e) Lucratividade (Lc)
119871119888 =119871
119877119861 Eq 5
f) Iacutendice de rentabilidade (IR)
119868119877 =119872119871
119862 Eq 6
Em que
119877119861 = renda bruta (R$)
119876 = quantidade de produto vendido (un)
119875 = preccedilo unitaacuterio dos produtos (R$)
119872119861 = margem bruta (R$)
119862119874119864 = custo operacional efetivo (R$)
119872119871 = margem liacutequida (R$)
119862119874119879 = custo operacional total (R$)
119871 = lucro (R$)
119862119879 = custo total (R$)
119871119888 = lucratividade ()
119868119877 = iacutendice de rentabilidade () e
119862 = capital empatado (R$) referente ao somatoacuterio do custo fixo e circulante meacutedio
podendo-se considerar ou natildeo o custo da terra
24 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DOS PROJETOS
241 Benefiacutecio perioacutedico equivalente (BPE)
Para avaliaccedilatildeo da viabilidade econocircmica por meio do BPE a seguinte
foacutermula foi utilizada
119861119875119864 =119881119875119871[(1 + 119894)119905](1 + 119894)119899119905
(1 + 119894)119899119905 minus 1 Eq 7
64
Em que
n = duraccedilatildeo do projeto (anos)
t = nuacutemero de periacuteodos de capitalizaccedilatildeo
i = taxa de desconto e
VPL = valor presente liacutequido
O VPL foi obtido pela foacutermula
119881119875119871 = sum 119877119895
119899
119895=0
(1 + 119894)minus119895 minus sum 119862119895
119899
119895=0
(1 + 119894)minus119895
Eq 8
Em que
i = taxa de desconto (juros)
j = periacuteodo em que a receita ou o custo ocorreram
n = duraccedilatildeo do projeto (anos)
Rj = receita no final do ano j ou do periacuteodo de tempo e
Cj = custo no final do ano j ou do periacuteodo de tempo considerado
O BPE permite a comparaccedilatildeo de projetos com diferentes horizontes de
planejamento pois os custos jaacute estatildeo distribuiacutedos por unidade de tempo estando
impliacutecitas as diferenccedilas de horizontes Como o desconto dos fluxos de caixa foi
estimado a partir da ldquodata presenterdquo ou seja no periacuteodo de implantaccedilatildeo do projeto
estes foram comparados quando as consequecircncias monetaacuterias estavam em um
ponto comum do tempo
65
3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
31 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA VENDA DE MADEIRA EM PEacute
A renda bruta foi estimada por meio da multiplicaccedilatildeo do volume comercial e
comercial por hectare e o preccedilo pago por cada unidade agrave qual se admitiu um valor
miacutenimo de R$5370 msup3 para venda de ldquomadeira em peacuterdquo ou seja madeira natildeo
explorada e R$45156 msup3 a venda de lacircminas de paricaacute
Identicamente aos custos as receitas foram deflacionadas e
descapitalizadas para o ano 0 a fim de possibilitar a comparaccedilatildeo entre os valores
gastos e recebidos com essa praacutetica de produccedilatildeo A renda bruta obtida com a venda
de madeira de paricaacute pode ser observada na Tabela 1
Tabela 1 Renda bruta (RB) obtida com a produccedilatildeo de madeira de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA sem considerar o custo de laminaccedilatildeo
Idade Espaccedil
(m)
VTHA (R$ha) VCHA (R$ha)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 379731 433109 452408 1109193 1349221 1557365
3x3 - 362619 424113 - 1212472 1509318
3x4 - 311840 373961 - 1077399 1379067
4x4 166887 317064 342144 550865 1122453 1272564
5x5 172002 205671 306342 627806 811406 1226000
6 a
no
s
3x2 355004 394611 431419 1056449 1261369 1508350
3x3 - 341749 408022 - 1163130 1470243
3x4 - 288386 356682 - 1020754 1335360
4x4 167940 274794 313771 556167 1012394 1196711
5x5 166477 207478 273875 613368 817994 1133134
7 a
no
s
3x2 334925 365156 383863 1012137 1191106 1382874
3x3 - 325700 385794 - 1122613 1410651
3x4 - 278203 342718 - 993941 1296571
4x4 164441 268225 305743 547531 994496 1174049
5x5 164242 204174 269414 607295 808354 1119474
Em que Espaccedil = espaccedilamento (m) VTHA = volume comercial por hectare (msup3ha) e VCHA = volume de lacircminas por hectare (msup3ha)
66
A ausecircncia de valores na classe de produtividade baixa nos espaccedilamentos
3x3 e 3x4 m eacute proveniente da inesistecircncia de povoamentos nestas condiccedilotildees de
terreno Como se tratam de plantios independentes a falta de informaccedilotildees nestes
ambientes natildeo prejudicamalteram os resultados nas outras aacutereas em estudo
Observando a Tabela 1 eacute perceptiacutevel a diferenccedila entre a renda bruta obtida
com a venda de madeira em peacute e a explorada Para siacutetios de baixa produtividade e
com corte aos 5 anos a diferenccedila entre a venda de lacircminas e madeira em peacute foi de
aproximadamente R$729000 Esta diferenccedila ocorreu porque o custo de laminaccedilatildeo
natildeo foi contabilizado por falta de informaccedilotildees sobre o processo produtivo
Natildeo existem estudos que indiquem os custos reais de laminaccedilatildeo de paricaacute
proveniente de reflorestamento e quais as atividades necessaacuterias para transformar o
torete de madeira em lacircminas de forma eficiente e com boa qualidade
A renda resultante da venda de ldquomadeira em peacuterdquo em espaccedilamentos
menores como o 3x2 m superam os mais espaccedilados como o 4x4 e 5x5 m com
receita duas vezes maior quando comparados os espaccedilamentos 3x2 e 5x5 m Esta
tendecircncia ocorre entre classes de produtividade e tambeacutem entre idades distintas
Com o aumento da idade de corte houve diminuiccedilatildeo nas receitas em todos
os espaccedilamentos pois o volume de madeira foi reduzido Isso ocorre como jaacute citado
anteriormente provavelmente devido ao autodesbaste das plantas caracteriacutestico da
espeacutecie Entretanto os custos tambeacutem sofreram reduccedilatildeo devido ao menor nuacutemero
de plantas por hectare e esta relaccedilatildeo deve ser analisada
O comportamento da renda bruta em relaccedilatildeo a madeira explorada segue a
mesma tendecircncia citada acima ou seja o menor espaccedilamento no melhor siacutetio
produtivo aos 5 anos eacute o que indica ser o mais viaacutevel Todavia deve-se interagir
custos e receitas para se inferir sobre o espaccedilamento mais adequado para se obter
a maior lucratividade
Na Tabela 2 eacute possiacutevel observar os iacutendices em siacutetios com classe de
produtividade baixa para a venda de lacircminas de paricaacute
67
Tabela 2 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute para venda preacute-corte em classe de produtividade baixa (17 ndash 19 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
5 a
no
s
MB -121915 - - -221422 -197665
ML -172080 - - -260253 -234631
L -256915 - - -325921 -297147
L (t) -350415 - - -419421 -390647
Luc -068 - - -195 -173
Lucr (t) -092 - - -251 -227
IR -047 - - -085 -079
IR (t) -038 - - -065 -060
6 a
no
s
MB -157604 - - -236236 -218806
ML -208865 - - -276654 -257335
L -316133 - - -361232 -337959
L (t) -427533 - - -472632 -449359
Luc -089 - - -215 -203
Lucr (t) -120 - - -281 -270
IR -056 - - -088 -084
IR (t) -043 - - -065 -062
7 a
no
s
MB -192230 - - -244377 -225943
ML -244145 - - -285258 -264961
L -376891 - - -388205 -363216
L (t) -508091 - - -519405 -494416
Luc -113 - - -236 -221
Lucr (t) -152 - - -316 -301
IR -065 - - -090 -086
IR (t) -048 - - -064 -060
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
Na Tabela 2 eacute possiacutevel observar que sob as condiccedilotildees analisadas nenhum
espaccedilamento eacute viaacutevel economicamente Jaacute o comportamento dos iacutendices financeiros
em classe de produtividade meacutedia pode ser observado na Tabela 3
68
Tabela 3 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute para venda preacute-corte em classe de produtividade meacutedia (19 ndash 21 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
5 a
no
s
MB -68537 -75377 -97128 -71245 -163995
ML -118702 -119176 -138025 -110076 -200962
L -203537 -193247 -207187 -175744 -263477
L (t) -297037 -286747 -300687 -269244 -356977
Luc -047 -053 -066 -055 -128
Lucr (t) -069 -079 -096 -085 -174
IR -033 -036 -043 -036 -067
IR (t) -026 -028 -034 -027 -051
6 a
no
s
MB -117998 -109790 -135159 -129382 -177806
ML -169258 -154944 -177514 -169800 -216334
L -276527 -249433 -266145 -254378 -296958
L (t) -387927 -360833 -377545 -365778 -408358
Luc -070 -073 -092 -093 -143
Lucr (t) -098 -106 -131 -133 -197
IR -046 -046 -055 -054 -071
IR (t) -035 -034 -041 -040 -052
7 a
no
s
MB -161999 -131381 -150483 -140593 -186011
ML -213914 -177089 -193352 -181475 -225030
L -346659 -292189 -301302 -284422 -323284
L (t) -477859 -423389 -432502 -415622 -454484
Luc -095 -090 -108 -106 -158
Lucr (t) -131 -130 -155 -155 -223
IR -057 -052 -059 -057 -073
IR (t) -042 -037 -042 -040 -051
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
Os prejuiacutezos obtidos nestas condiccedilotildees do terreno satildeo menores quando
comparados com siacutetios de produtividade baixa O mesmo comportamento tambeacutem
foi observado para siacutetios de classe de produtividade alta como indicado na Tabela
4
69
Tabela 4 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute pra venda preacute-corte em classe de produtividade alta (21 ndash 24 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
5 a
no
s
MB -49238 -13882 -35007 -46165 -63324
ML -99403 -57682 -75904 -84996 -100291
L -184238 -131752 -145066 -150664 -162806
L (t) -277738 -225252 -238566 -244164 -256306
Luc -041 -031 -039 -044 -053
Lucr (t) -061 -053 -064 -071 -084
IR -027 -017 -024 -028 -034
IR (t) -022 -014 -018 -021 -026
6 a
no
s
MB -81189 -43517 -66863 -90406 -111408
ML -132450 -88671 -109217 -130823 -149937
L -239718 -183160 -197848 -215401 -230561
L (t) -351118 -294560 -309248 -326801 -341961
Luc -056 -045 -055 -069 -084
Lucr (t) -081 -072 -087 -104 -125
IR -036 -026 -034 -041 -049
IR (t) -028 -020 -025 -031 -036
7 a
no
s
MB -143292 -71287 -85969 -103075 -120771
ML -195207 -116995 -128837 -143956 -159790
L -327953 -232094 -236787 -246903 -258044
L (t) -459153 -363294 -367987 -378103 -389244
Luc -085 -060 -069 -081 -096
Lucr (t) -120 -094 -107 -124 -144
IR -052 -034 -039 -045 -052
IR (t) -038 -025 -028 -032 -036
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
A inviabilidade econocircmica observada nas trecircs condiccedilotildees produtivas podem
ter sido provenientes do baixo valor de mercado praticado na regiatildeo
Apoacutes o pagamento de todos os desembolsos efetivos restou o deacutebito de R$-
13882 para o espaccedilamento 3x3 m Esta quantia jaacute pode ser considerada como
70
prejuiacutezo do investimento mesmo sem ser contabilizados o pagamento da matildeo de
obra familiar (administraccedilatildeo) e os custos de oportunidade do capital
O menor valor resultante para o espaccedilamento 5x5 m se deve ao fato de
existirem atividades iguais aos outros espaccedilamentos que estatildeo sendo executas em
tempo maior que dos outros povoamentos aumentando assim o custo de produccedilatildeo
Jaacute os resultados encontrados para o espaccedilamento 3x3 m em classe de
produtividade alta satildeo atribuiacutedos agrave eficiecircncia das operaccedilotildees de manutenccedilatildeo dos
plantios principalmente pelo controle de plantas daninhas
Depois do pagamento de todos os desembolsos efetivos foi admitida a
remuneraccedilatildeo da matildeo de obra familiar em virtude da administraccedilatildeo das aacutereas de
plantio sendo proporcional aos custos de produccedilatildeo de paricaacute A margem liacutequida
negativa indica que o empreendimento eacute economicamente inviaacutevel O valor admitido
por este iacutendice se positivo natildeo seria o lucro gerado pois ainda natildeo foi descontado
o custo de oportunidade do capital investido
Para todos os povoamentos analisados houve lucro negativo principalmente
quando foi considerada a remuneraccedilatildeo pelo uso da terra Isso significa que o
investimento natildeo foi atrativo financeiramente Este resultado natildeo eacute interessante
economicamente ao produtor e pode trazer consequecircncias ainda piores como falta
de incentivo agrave produccedilatildeo falta de demanda para venda da madeira em idade de corte
e preccedilos ainda menores do que os praticados
Considerando-se o pagamento pelo uso da terra o prejuiacutezo obtido pelo
plantio de paricaacute variou entre 53 e 316 sendo maior quando mais amplo o
espaccedilamento de plantio Desconsiderando o pagamento pelo uso da terra o
prejuiacutezo se tornou menor estando entre 31 e 236
Este iacutendice representa a capacidade da atividade de transformar
investimento em margem liacutequida Assim desconsiderando o pagamento pelo uso da
terra tem-se que para cada real investido obteve-se entre R$-090 e R$-017 de
margem liacutequida sendo mais atrativo o espaccedilamento 3x3 m em classe de
produtividade alta Considerando o custo da terra o valor foi de R$-065 a R$-014
sendo melhor nos menores espaccedilamento de plantio
Deve-se salientar novamente que o valor do msup3 de madeira utilizado nesta
pesquisa eacute proveniente do preccedilo meacutedio praticado pelo CERAT ndash PA Valores
superiores a este encontrados na regiatildeo podem alterar estes resultados tornando
estes povoamentos atrativos financeiramente (quando superiores a R$10000 msup3)
71
32 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA LAMINADA
O comportamento observado foi semelhante ao da madeira vendida em peacute
ou seja os iacutendices financeiros apontaram que a viabilidade econocircmica aos 5 anos
foi superior agraves outras idades de exploraccedilatildeo (Tabela 5)
Tabela 5 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de baixa produtividade (17 ndash 19 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
5 a
no
s
MB 460255 - - 82016 175950
ML 395361 - - 35131 130764
L 285617 - - -44157 54349
L (t) 192117 - - -137657 -39151
Luc 026 - - -008 009
Lucr (t) 017 - - -025 -006
IR 090 - - 010 039
IR (t) 074 - - 008 030
6 a
no
s
MB 416597 - - 84912 161477
ML 352612 - - 37786 116288
L 218717 - - -60828 21725
L (t) 107317 - - -172228 -89675
Luc 021 - - -011 004
Lucr (t) 010 - - -031 -015
IR 081 - - 011 034
IR (t) 065 - - 008 026
7 a
no
s
MB 374305 - - 138713 217110
ML 322390 - - 97831 178092
L 161775 - - -5115 79837
L (t) 30575 - - -136315 -51363
Luc 016 - - -001 013
Lucr (t) 003 - - -025 -008
IR 075 - - 031 058
IR (t) 057 - - 022 041
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
72
Os iacutendices econocircmicos para as classes de produtividade meacutedia e alta
encontram-se nas Tabelas 6 e 7
Tabela 6 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de meacutedia produtividade (19 ndash 21 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
5 a
no
s
MB 681518 625573 537181 600811 347713
ML 614747 566883 483159 548647 301344
L 501830 467631 391801 460430 222928
L (t) 408330 374131 298301 366930 129428
Luc 037 039 036 041 027
Lucr (t) 030 031 028 033 016
IR 137 139 126 147 087
IR (t) 114 113 101 117 069
6 a
no
s
MB 608614 588446 491228 506607 352752
ML 543338 530977 438275 456029 306227
L 406743 410719 327467 350188 208871
L (t) 295343 299319 216067 238788 97471
Luc 032 035 032 035 026
Lucr (t) 023 026 021 024 012
IR 124 133 116 125 089
IR (t) 099 104 090 095 067
7 a
no
s
MB 544335 665533 565255 585678 418169
ML 492420 619825 522386 544796 379151
L 329553 504725 414437 441850 280896
L (t) 198353 373525 283237 310650 149696
Luc 028 045 042 044 035
Lucr (t) 017 033 028 031 019
IR 113 181 159 171 123
IR (t) 087 131 114 121 086
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
73
Tabela 7 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de alta produtividade (21 ndash 24 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5 5
an
os
MB 882878 900802 817010 742105 726917
ML 815429 839950 760805 689059 677009
L 701365 737042 665754 599351 592608
L (t) 607865 643542 572254 505851 499108
Luc 045 049 048 047 048
Lucr (t) 039 043 041 040 041
IR 181 201 193 182 187
IR (t) 150 164 156 146 148
6 a
no
s
MB 843757 874244 783868 678388 646537
ML 777297 814644 728718 626556 597877
L 638225 689925 613313 518092 496052
L (t) 526825 578525 501913 406692 384652
Luc 042 047 046 043 044
Lucr (t) 035 039 038 034 034
IR 174 198 187 168 168
IR (t) 140 156 146 129 128
7 a
no
s
MB 730571 953571 867885 765231 729289
ML 678656 907863 825016 724350 690271
L 514396 792763 717066 621403 592016
L (t) 383196 661563 585866 490203 460816
Luc 037 056 055 053 053
Lucr (t) 028 047 045 042 041
IR 154 266 252 228 224
IR (t) 119 192 180 161 157
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
Contrariamente agrave preacute-colheita a venda de madeira de paricaacute poacutes-colheita
tem demonstrado viabilidade economica para as idade classe de produtividade e
espaccedilamento analisados como observados nos iacutendices a seguir
Apoacutes o pagamento de todos os custos efetivos notou-se uma vantagem no
uso de espaccedilamentos mais adensados Nestes ambientes a margem bruta foi por
74
vezes maior que 40 em relaccedilatildeo aos maiores espaccedilamentos Poreacutem restam ainda
o pagamento pela administraccedilatildeo e uso do capital No entanto verificou-se que a
maioria dos projetos avaliados foram viaacuteveis economicamente pois se obteve
resultados positivos para a madeira laminada
A matildeo-de-obra familiar foi remunerada mantendo-se o montante positivo
Este montante foi utilizado posteriormente como forma de pagamento pelo custo de
oportunidade do capital Observa-se que este iacutendice manteve a tendecircncia de
comportamento semelhante agrave margem bruta exprimindo a viabilidade dos projetos
Lucro negativo soacute foi observado em espaccedilamentos amplos como o 4x4 e
5x5 m em classe de produtividade baixa em todos os anos analisados Isso
significa que o custo de oportunidade do uso do capital natildeo estaacute sendo remunerado
O resultado encontrado eacute consequecircncia de volume insuficiente de lacircminas
para o pagamento do processo produtivo Vale salientar que o processo de
laminaccedilatildeo natildeo foi quantificado
O intervalo de lucratividade sem considerar o pagamento pelo uso da terra
variou de -31 agrave 56 ou seja existem povoamentos que em certas condiccedilotildees
foram inviaacuteveis economicamente como eacute o caso dos espaccedilamentos 4x4 e 5x5 m
em classe de produtividade baixa com exploraccedilatildeo aos 5 anos Outros povoamentos
ao contraacuterio possuem lucratividade de 56 Como exemplo pode-se citar o 3x3 m
aos 7 anos em classe de produtividade alta
Quando se considera o pagamento pelo uso da terra a mesma tendecircncia foi
observada poreacutem a lucratividade foi menor
A capacidade da atividade em transformar o investimento em margem
liacutequida variou entre R$034 e R$266 sendo mais atrativo o espaccedilamento 3x3 m
Considerando o custo da terra o valor corresponde entre R$008 e R$192 sendo
melhor quanto menor o espaccedilamento de plantio
Considerando os valores obtidos nas Tabelas 5 6 e 7 foi possiacutevel inferir
sobre os custos maacuteximos que poderiam ser destinados agrave laminaccedilatildeo para que todas
as despesas fossem pagas obtendo lucratividade zero Na Tabela 8 eacute indicado
quais satildeo estes valores
75
Tabela 8 Valores maacuteximos a serem pagos pela laminaccedilatildeo (R$msup3)
Idade Classe produtiva (m) Espaccedilamentos (m)
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5 5
ano
s Baixa 1184 - - -1930 -533
Meacutedia 2206 2414 2238 2708 1472
Alta 3144 3550 3580 3459 3812
6 a
no
s Baixa 707 - - -2400 -1260
Meacutedia 1751 2049 1753 2033 1099
Alta 2857 3317 3292 3033 3286
7 a
no
s Baixa 131 - - -3253 -2045
Meacutedia 1189 1557 1223 1543 476
Alta 2255 2916 2883 2613 2836
Estas informaccedilotildees satildeo valores meacutedios dos espaccedilamentos para cada classe
de produtividade e idade Como pressupotildee-se que em siacutetio de melhor qualidade haacute
maior renda eacute possiacutevel o pagamento de um valor substancialmente maior do que
em classe de produtividade meacutedia Observa-se ainda a inviabilidade da praacutetica de
laminaccedilatildeo em classe de produtividade baixa independente da idade de corte pois a
receita foi menor que os custos mesmo sem a laminaccedilatildeo Essa consideraccedilatildeo
reforccedila os argumentos de suporte sobre os menores espaccedilamentos serem os mais
apropriados para o plantio de paricaacute
33 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA
331 Benefiacutecio perioacutedico equivalente ndash BPE
Para a taxa de 6 aa em povoamentos natildeo explorados o BPE obtido
variou entre R$-24042 e R$-8005 para os espaccedilamentos 4x4 e 3x3 m
respectivamente (Tabela 9) Isso indica que o espaccedilamento 3x3 m na classe de
produtividade alta com corte aos 5 anos eacute o que resultou no menor prejuiacutezo
financeiro sob estas condiccedilotildees analisadas Jaacute o 4x4 m em classe de produtividade
baixa com corte aos 7 anos foi a pior escolha de investimento
76
Tabela 9 BPE de plantios de paricaacute situados na regiatildeo de Paragominas PA
Idade Espaccedil
(m)
BPE (VTHA) BPE (VCHA)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 -15515 -12312 -11154 17037 30010 41982
3x3 - -11695 -8005 - 27958 44123
3x4 - -12531 -8804 - 23408 39845
4x4 -19655 -10645 -9140 -2749 27526 35861
5x5 -17929 -15909 -9868 3161 13276 35456
6 a
no
s
3x2 -19068 -16692 -14483 13023 24305 38193
3x3 - -15066 -11090 - 24543 41296
3x4 - -16069 -11971 - 19548 36699
4x4 -21774 -15363 -13024 -3750 20911 30986
5x5 -20378 -17917 -13934 1204 12432 29663
7 a
no
s
3x2 -22761 -20948 -19825 8894 18907 29965
3x3 - -18281 -14675 - 20779 36619
3x4 - -18827 -14957 - 16500 33111
4x4 -24042 -17815 -15564 -5944 18385 28258
5x5 -22542 -20146 -16232 -842 10264 27366
Em que Espaccedil = espaccedilamento (m) BPE (VTHA) = benefiacutecio perioacutedico equivalente para venda de madeira em peacute e BPE (VCHA) = benefiacutecio perioacutedico equivalente para venda de madeira laminada
A mesma tendecircncia foi observada em povoamentos explorados em que o
BPE variou entre R$-5944 e R$44123 sendo o espaccedilamento 3x3 m a melhor
opccedilatildeo de investimento O mesmo resultado foi obtido por Pavan et al (2010) com
plantios de eucalipto no Rio Grande do Sul para laminaccedilatildeo
Caso ocorressem mudanccedilas na taxa de desconto estas contribuiriam para o
aumento ou reduccedilatildeo dos lucros do plantio Segundo Soares et al (2003) aumentos
na taxa de desconto afetam significativamente o VPL e consequentemente o BPE
indicando que quanto menor a taxa de desconto utilizada maior seraacute a lucratividade
do projeto
A partir da anaacutelise econocircmica dos diferentes sistemas de plantio pode-se
inferir que o motivo pelo qual a classe de produtividade baixa resultou em uma das
piores alternativas financeiras estaacute relacionado ao autodesbaste das plantas neste
ambiente Como estas aacutereas dispotildeem de menores recursos eacute possiacutevel que tenha
77
ocorrido uma expressiva mortalidade de plantas devido agrave concorrecircncia por luz e
nutrientes do solo
Todos os espaccedilamentos de plantio podem ser alternativas viaacuteveis que
poderatildeo contribuir de maneira mais significativa na medida em que alcancem sua
capacidade maacutexima de incremento Isso eacute obtido com a diferenciaccedilatildeo entre os
horizontes de planejamento que natildeo podem ser idecircnticos para todos os
espaccedilamentos de plantio haja vista que as aacutervores se comportam de maneiras
diferentes nestes espaccedilamentoss devido agrave disponibilidade de recursos
Esta afirmaccedilatildeo jaacute foi comprovada em estudos realizados por Cordeiro et al
(2009) em que foi constatado que o sistema de produccedilatildeo do paricaacute em cultivo puro
sob o espaccedilamento 4x3 m nos quatro primeiros anos de cultivo natildeo apresentaram
viabilidade econocircmica sugerindo a necessidade de maior horizonte de
planejamento
78
4 CONCLUSOtildeES
O monocultivo de paricaacute em qualquer um dos espaccedilamentos analisados foi
considerado inviaacutevel por todos os criteacuterios utilizados nesta anaacutelise econocircmica
quando se objetivou a venda da madeira sem exploraccedilatildeo Essa resposta estaacute
associada ao baixo valor de mercado ao qual a espeacutecie estaacute subordinada
A exploraccedilatildeo de madeira mesmo sendo um processo trabalhoso e
dispendioso eacute uma alternativa para se obter valores positivos com a produccedilatildeo de
paricaacute
Observando os custos e receitas oriundos de plantios de paricaacute pode-se
afirmar que espaccedilamentos mais amplos em classe de produtividade baixa satildeo
insuficientes para remunerar o processo de laminaccedilatildeo
O maior retorno financeiro foi obtido em povoamentos de paricaacute implantados
em classe de produtividade alta sob o espaccedilamento 3x3 m com exploraccedilatildeo aos 5
anos
79
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
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80
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A partir das condiccedilotildees estabelecidas notou-se o efeito dos espaccedilamentos
de plantio na viabilidade econocircmica dos povoamentos de paricaacute
Em relaccedilatildeo aos custos de produccedilatildeo eles devem ser separados por
atividades sendo elas preparo da aacuterea plantio adubaccedilatildeo manutenccedilatildeo colheita e
transporte laminaccedilatildeo custo de administraccedilatildeo remuneraccedilatildeo do capital investido
Dentro de cada atividade alguns custos podem sofrer a influecircncia do
nuacutemero de plantas por hectare Como exemplo pode-se citar o nuacutemero de diaacuterias
necessaacuterias para alinhamento coveamento e plantio das mudas aleacutem da
quantidade de adubo necessaacuterio para adubaccedilatildeo de cova
O maior nuacutemero de operaccedilotildees ocorre no periacuteodo de manutenccedilatildeo dos
plantios poreacutem nenhuma delas foi considerada dispendiosa Os maiores custos
individuais foram do transporte de madeira do povoamento ateacute a induacutestria em
todos os espaccedilamentos analisados devido agraves condiccedilotildees de traacutefego nas estradas
A relaccedilatildeo entre volume comercial volume laminado e os custos de
produccedilatildeo determinam entatildeo a viabilidade dos plantios sendo o espaccedilamento mais
viaacutevel aquele que consegue absorver esta relaccedilatildeo de maneira mais eficiente
Entretanto estudos ainda devem ser desenvolvidos para averiguar a relaccedilatildeo entre a
espeacutecie e os espaccedilamentos de plantio
Enquanto suspiramos por uma vida
sem dificuldades devemos nos
lembrar que o carvalho cresce forte
atraveacutes de ventos contraacuterios e que os
diamantes satildeo formados sob
pressatildeo
(Peter Marshall)
RESUMO
SILVEIRA R Avaliaccedilatildeo econocircmica da produccedilatildeo de madeira de paricaacute
(Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) sob diferentes espaccedilamentos de
plantio 2014 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) ndash Universidade
Federal do Espiacuterito Santo Jerocircnimo Monteiro ES Orientador Prof Dr Gilson
Fernandes da Silva Coorientadores Prof Dr Adriano Ribeiro de Mendonccedila e Prof
Dr Wendel Sandro de Paula Andrade
O paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) eacute uma espeacutecie nativa que
vem ganhando destaque entre os plantios comerciais na regiatildeo amazocircnica pelas
suas caracteriacutesticas de crescimento e produccedilatildeo para muacuteltiplos usos Por tal motivo
objetivou-se neste trabalho avaliar o efeito dos espaccedilamentos de plantio na anaacutelise
econocircmica da produccedilatildeo de madeira de paricaacute Para tanto os dados utilizados neste
estudo satildeo originaacuterios de povoamentos homogecircneos plantados sob os
espaccedilamentos 3x2 3x3 3x4 4x4 e 5x5 m localizados entre os municiacutepios de Dom
Elizeu e Paragominas Estado do Paraacute Estes povoamentos foram inventariados
anualmente ateacute o quinto ano sendo analisadas trecircs classes de produtividade em
cada espaccedilamento sendo elas Baixa (17 - 19 m) Meacutedia (19 ndash 21 m) e Alta (21 - 24
m) Posteriormente com auxiacutelio de modelagem os volumes total e laminado foram
estimados aos 5 6 e 7 anos Estimado o volume e identificados todos os custos de
produccedilatildeo estes foram deflacionados pelo IGP-DI e posteriormente
descapitalizados Assim procedeu-se a anaacutelise econocircmica por meio da metodologia
desenvolvida pelo Instituto de Economia Agriacutecola oacutegatildeo vinculado agrave Secretaria de
Agricultura e Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo juntamente com o criteacuterio do
benefiacutecio perioacutedico equivalente Como resultado obteve-se que o custo operacional
efetivo representou em meacutedia 65 dos custos totais de produccedilatildeo sendo o
transporte o custo individual mais expressivo em todos os espaccedilamentos
analisados As anaacutelises econocircmicas indicaram que o monocultivo de paricaacute
independente do espaccedilamento foi inviaacutevel quando se objetivou a venda da madeira
sem exploraccedilatildeo Essa resposta estaacute associada ao baixo valor de mercado ao qual a
espeacutecie estaacute subordinada A exploraccedilatildeo de madeira mesmo sendo um processo
trabalhoso e dispendioso eacute uma alternativa para se obter valores positivos com a
produccedilatildeo de paricaacute Logo pode-se inferir que o maior retorno financeiro eacute obtido em
povoamentos de paricaacute implantados em classe de produtividade alta sob o
espaccedilamento 3x3 m com exploraccedilatildeo aos 5 anos Entretanto para os maiores
espaccedilamentos de plantio estudos ainda devem ser desenvolvidos
Palavras-chave Classe de produtividade idade iacutendices econocircmicos
ABSTRACT
SILVEIRA R Economic evaluation of the production of wood paricaacute
(Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) under different planting spacings
2014 Dissertation (Master of Forest Science) - Federal University of Espiacuterito Santo
Jerocircnimo Monteiro ES Advisor Prof Dr Gilson Fernandes da Silva
Coorientadores Prof Dr Adriano Ribeiro de Mendonccedila and Prof Dr Wendel Sandro
de Paula Andrade
Paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) is a native species that has
been gaining prominence among commercial plantations in the Amazon region its
growth characteristics and production for multiple uses For this reason the aim of
this study was to evaluate the effect of planting space in economic analysis of timber
production paricaacute For this the data used in this study originate homogeneous stands
planted under the spacings 3x2 3x3 3x4 4x4 and 5x5 m located in the State of
Paraacute These stands were inventoried annually by fifth year and analyzed three
classes of productivity in each spacing which are Low (17 ndash 19 m) Medium (19 ndash 21
m) and High (21 ndash 24 m) Later with the aid of modeling the total and laminate
volumes were estimated at 5 6 and 7 years Estimate the volume and identified all
the costs these were deflated by the IGP ndash DI and subsequently undercapitalized
Thus we proceeded to the economic analysis using the methodology developed by
the Institute of Agricultural Economics along with the criterion periodic benefit
equivalent As a result it was found that the actual operating costs represented on
average 65 of total costs of production transportation and the most expressive
individual cost in all spacings analyzed The economic analysis indicated that the
monoculture paricaacute regardless of spacing was impracticable when used to sell the
timber without exploitation This response is associated with low market value to
which the species is subject The logging even being a laborious and costly process
an alternative is to give positive values to the production of paricaacute Therefore it can
be inferred that the greatest financial return is obtained in stands of paricaacute deployed
in class high productivity under the 3x3 m spacing with operating at 5 years
However for larger planting space studies have yet to be developed
Keywords Productivity class age economic indices
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO GERAL 11
11 OBJETIVO GERAL 13 12 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 13
2 REVISAtildeO DE LITERATURA 14
21 PARICAacute 14 211 Descriccedilatildeo botacircnica e anatocircmica do paricaacute 14 212 Caracteriacutesticas silviculturais do paricaacute 15 213 Utilizaccedilatildeo do paricaacute 16
22 CRESCIMENTO E PRODUCcedilAtildeO DO PARICAacute 17 23 RENDIMENTO EM LAMINACcedilAtildeO DE PARICAacute 18 24 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO 19
241 Teoria dos custos 19 242 A importacircncia dos custos 21 243 Classificaccedilatildeo dos custos 21 244 Componentes do custo 22 245 Iacutendices econocircmicos 24 246 Custos na empresa florestal 26
25 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DE PROJETOS FLORESTAIS 27
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 28
CAPIacuteTULO 1 31
RESUMO 31
ABSTRACT 32
1 INTRODUCcedilAtildeO 33
2 MATERIAL E MEacuteTODOS 35
21 AacuteREA EM ESTUDO 35 22 ESTIMATIVA DA PRODUCcedilAtildeO 36 23 DESCRICcedilAtildeO DAS ATIVIDADES 38 24 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS 39 25 CLASSIFICACcedilAtildeO DOS CUSTOS 41
3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 43
31 ESTIMATIVA DE VOLUME 43 32 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO 45
321 Custo operacional efetivo ndash COE 45 322 Custo operacional total ndash COT 47 323 Custo total ndash CT 50
4 CONCLUSOtildeES 54
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 55
CAPIacuteTULO 2 57
RESUMO 57
ABSTRACT 58
1 INTRODUCcedilAtildeO 59
2 MATERIAL E MEacuteTODOS 61
21 OBTENCcedilAtildeO DAS RECEITAS 61 22 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS 61 23 IacuteNDICES ECONOcircMICOS DA PRODUCcedilAtildeO 62 24 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DOS PROJETOS 63
241 Benefiacutecio perioacutedico equivalente (BPE) 63
3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 65
31 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA VENDA DE MADEIRA EM PEacute 65 32 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA LAMINADA 71 33 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA 75
331 Benefiacutecio perioacutedico equivalente ndash BPE 75
4 CONCLUSOtildeES 78
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 79
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 80
11
1 INTRODUCcedilAtildeO GERAL
As florestas naturais somavam em 2007 cerca de 4 bilhotildees de hectares
cobrindo aproximadamente 30 da superfiacutecie terrestre segundo informaccedilotildees da
FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION ndash FAO (2007) Deste montante cerca
de metade da vegetaccedilatildeo ainda estaacute concentrada em cinco paiacuteses sendo o Brasil o
detentor da segunda maior cobertura florestal do planeta
Segundo o Sistema Nacional de Informaccedilotildees Florestais ndash SNIF (2014)
estimava-se que 69 desta cobertura teriam potencial produtivo Com isso ampliou-
se a participaccedilatildeo do setor florestal brasileiro no comeacutercio mundial Entretanto o
setor ainda encontra dificuldades na expansatildeo dos seus negoacutecios especialmente a
regiatildeo amazocircnica devido agraves restriccedilotildees impostas pela legislaccedilatildeo frente ao apelo
ambiental que a regiatildeo desperta em resposta a ocupaccedilatildeo desordenada
Com a implantaccedilatildeo de novas normas de exploraccedilatildeo reduziu-se a
disponibilidade de madeira no mercado expondo-se entatildeo a necessidade de fontes
alternativas para produccedilatildeo de mateacuteria-prima Assim a partir da praacutetica de
reflorestamento estaacute sendo possiacutevel ampliar o estoque de madeira para atender as
demandas atuais e futuras
Em 2012 o consumo brasileiro de madeira em tora proveniente de plantios
florestais foi de 1824 milhotildees de metros cuacutebicos (msup3) um indicador 72 superior
ao de 2011 (ABRAF 2013) Isso indica que a praacutetica do reflorestamento eacute uma
alternativa de negoacutecio que se expandiu no ultimo ano
Segundo o SNIF (2014) o Brasil deteacutem as melhores tecnologias na
silvicultura de eucalipto e outras espeacutecies vecircm sendo estudadas entre elas a acaacutecia
(Acacia mangium Willd) a seringueira (Hevea brasiliensis (Willd ex Adr de Juss)
Muell-Arg) e o paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) Em 2012 a aacuterea
ocupada por plantios florestais de espeacutecies natildeo convencionais como acaacutecia
araucaacuteria poacutepulus teca seringueira e paricaacute foi de 521131 ha representando
72 da aacuterea total de plantios florestais no Brasil (ABRAF 2013) Esta participaccedilatildeo
ainda que pequena se deve agraves caracteriacutesticas de crescimento e produccedilatildeo obtidas
por estas espeacutecies
Na regiatildeo amazocircnica o paricaacute eacute a espeacutecie que vem ganhando destaque
entre os plantios comerciais pelas suas caracteriacutesticas de crescimento e produccedilatildeo
12
para muacuteltiplos usos tornando crescente a demanda industrial por madeira de
lacircminas e compensados para a qual a espeacutecie eacute utilizada (MARQUES et al 2006)
Os primeiros registros com o plantio de paricaacute no Estado do Paraacute constam
da deacutecada de 1950 os quais tinham o objetivo de preservar a caracteriacutestica da
floresta amazocircnica em espaccedilos puacuteblicos e de fomentar estudos sobre o
comportamento e caracteriacutesticas das espeacutecies plantadas (MARQUES et al 2006)
Desde entatildeo muitos plantios foram registrados no Paraacute e em toda regiatildeo
amazocircnica e vaacuterios estudos foram desenvolvidos podendo-se destacar Hoffmann
(2009) Vidaurre et al (2012) Santos (2012) e Corteletti (2013) que trabalharam
com povoamentos de paricaacute localizados entre os municiacutepios de Dom Elizeu e
Paragominas estado do Paraacute Estes estudos comprovaram o alto potencial de
produccedilatildeo madeireira do paricaacute e servem como incentivo para que se estabeleccedilam
novos povoamentos Embora jaacute se tenham muitos plantios com esta espeacutecie na
Amazocircnia ainda satildeo necessaacuterios estudos com o objetivo de identificar as
caracteriacutesticas dendromeacutetricas avaliar a qualidade da madeira e sua produccedilatildeo
A atenccedilatildeo deve ser direcionada tambeacutem para os custos de produccedilatildeo
destes povoamentos que vecircm sendo estabelecidos na regiatildeo amazocircnica Natildeo
existem estudos suficientes que comprovem a lucratividade desta atividade Os
estudos que se tecircm disponiacuteveis ainda satildeo muito geneacutericos e as informaccedilotildees
carentes de dados do processo de implantaccedilatildeo da cultura
O monitoramento do processo produtivo tem sido realizado para identificar
os custos de produccedilatildeo sendo um instrumento necessaacuterio para se avaliar (medir) a
eficiecircncia das empresas Outra teacutecnica utilizada eacute a avaliaccedilatildeo econocircmica dos
projetos que testam a viabilidade de sua execuccedilatildeo
Para testar a viabilidade econocircmica dos projetos florestais faz-se necessaacuterio
o emprego de teacutecnicas econocircmicas sendo as mais tradicionais aquelas em que se
calculam o valor presente liacutequido (VPL) a taxa interna de retorno (TIR) e o benefiacutecio
perioacutedico equivalente (BPE) Este uacuteltimo sendo empregado frequentemente para
projetos com diferentes horizontes de planejamento (REZENDE OLIVEIRA 2001)
O teste da viabilidade econocircmica tem por finalidade estudar a capacidade
financeira do empreendimento a fim de verificar a possibilidade de sua
implementaccedilatildeo por meio da capacidade de sobrevivecircncia no mercado e da
identificaccedilatildeo dos fatores que podem dificultar as possibilidades de ecircxito do mesmo
comprovando-se assim a sua necessidade de execuccedilatildeo
13
11 OBJETIVO GERAL
Avaliar o efeito dos espaccedilamentos de plantio na anaacutelise econocircmica da
produccedilatildeo de madeira de paricaacute
12 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
a) Definir os custos de produccedilatildeo de povoamentos de paricaacute
b) Identificar os custos de produccedilatildeo mais afetados pelos espaccedilamentos
de plantio
c) Avaliar a participaccedilatildeo individual dos custos no processo de
implantaccedilatildeo colheita e transporte e
d) Identificar o espaccedilamento que forneceraacute o maior retorno econocircmico
por meio de indicadores e criteacuterio de avaliaccedilatildeo
14
2 REVISAtildeO DE LITERATURA
21 PARICAacute
A espeacutecie Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke foi descoberta por
Huber e descrita por Ducke em 1922 sendo vulgarmente conhecida como pinho-
cuiabano paricaacute-da-amazocircnia paricaacute-da-terra-firme (Mato Grosso) paricaacute paricaacute-
grande faveira (Paraacute) canafista canafiacutestula fava-canafiacutestula (Acre) bandarra
(Rondocircnia) guapuruvu-da-amazocircnia (Distrito federal) aleacutem de cereboacute (Boliacutevia)
tambor (Colocircmbia) gavilaacuten (Costa Rica) pachaco (Equador) palo de judiacuteo palo de
picho (Meacutexico) e pashaco (Peru) (CARVALHO 2007)
Ocorre naturalmente em toda regiatildeo amazocircnica principalmente no Mato
Grosso Paraacute Amazonas e Rondocircnia no Brasil aleacutem de outros paiacuteses como Peru
Boliacutevia Colocircmbia e Venezuela (SOUZA et al 2005) Sobrevive em mata primaacuteria e
secundaacuteria de terra firme e vaacuterzea alta notadamente nas formaccedilotildees do tipo floresta
densa e floresta aberta em solos argilosos e altitudes de ateacute 800 metros
(CARVALHO 1994 ROSA 2006a)
A espeacutecie eacute tolerante a solos de baixa fertilidade e adapta-se agrave precipitaccedilatildeo
meacutedia anual de 1600 mm a 5850 mm e temperatura meacutedia de 248 ordmC (CRESPO et
al 1995) Por ser uma espeacutecie essencialmente helioacutefila natildeo tolera baixas
temperaturas (CARVALHO 2007)
211 Descriccedilatildeo botacircnica e anatocircmica do paricaacute
Segundo o sistema de classificaccedilatildeo de Cronquist a espeacutecie Schizolobium
amazonicum pertence agrave famiacutelia Caesalpiniaceae (Leguminosae Caesalpinioideae)
sendo da divisatildeo Magnoliophyta (Angiospermae) da classe Magnoliopsida
(Dicotyledonae) e ordem das Fabales
O paricaacute eacute uma aacutervore deciacutedua que pode atingir 40 m de altura e 100 cm de
DAP (diacircmetro a altura do peito medido a 130 m do solo) na idade adulta
15
(CARVALHO 2007) Seu tronco eacute ciliacutendrico e reto com casca de cor cinza clara
podendo conter sapopemas A madeira eacute macia leve com textura grossa gratilde direita
e irregular cerne creme-avermelhado e alburno creme-claro Tecircm faacutecil
processamento mas baixa durabilidade natural (SOUZA et al 2005)
Rosa (2006a) trabalhando com a botacircnica anatomia e tecnologia de paricaacute
comprovou que ao longo do crescimento vegetativo a espeacutecie pode possuir
caracteriacutesticas dendroloacutegicas diferenciadas em termos de coloraccedilatildeo da casca e do
surgimento de sapopemas
212 Caracteriacutesticas silviculturais do paricaacute
As sementes de paricaacute possuem alto grau germinativo podendo chegar a
90 Isso pode ser comprovado em estudos realizados por Lameira et al (2000)
com a propagaccedilatildeo do paricaacute por meio de sementes submetidas a processos
mecacircnicos fiacutesicos e quiacutemicos de quebra de dormecircncia Nesse estudo foi constatado
que as sementes possuem um percentual de germinaccedilatildeo de 80 a 90
O paricaacute possui entretanto dificuldade em seu manejo por seu elevado teor
de umidade e susceptibilidade ao ataque de microorganismos aleacutem da dormecircncia
tegumentar que necessita de tratamentos preacute-germinativos (ROSA 2006b
CARVALHO 2007)
Para o armazenamento de sementes eacute recomendado um periacuteodo maacuteximo de
12 meses tendo em vista que a partir do oitavo mecircs ocorre reduccedilatildeo na viabilidade
das sementes como pode ser observado no trabalho de Rosa (2006a) sobre a
ecologia e silvicultura do paricaacute
Apoacutes serem retiradas do armazenamento as sementes podem ser plantadas
de duas maneiras colocando-se as sementes para germinar em canteiros
(sementeiras) ou semeando-as diretamente na embalagem plaacutestica Ambas as
opccedilotildees permitem sobrevivecircncia de no miacutenimo 80 das plantas sendo
consideravelmente aceitaacutevel (SOUZA et al 2003)
No que se refere a implantaccedilatildeo de povoamentos uma atenccedilatildeo especial
deve ser direcionada agrave escolha do espaccedilamento a ser utilizado No Estado do Paraacute
diversos espaccedilamentos tem sido adotados (3x3 m 4x4 m 3x4 m 5x4 m 6x4 m)
16
principalmente em plantios mais antigos estando os mais recentes em maior
padronizaccedilatildeo com espaccedilamentos de 4x4 m Isso provavelmente se deve agrave
facilidade de mecanizaccedilatildeo (MARQUES et al 2006) Aleacutem disso estudos vecircm
comprovando que o espaccedilamento 4x4 m eacute mais utilizado pois proporciona a melhor
relaccedilatildeo entre crescimento em altura e diacircmetro das aacutervores (ROSA 2006b)
Em sistemas silviculturais mais adensados ou em plantios puros o paricaacute
tem demonstrado crescimento inicial em altura bastante raacutepido sendo necessaacuterios
desbastes para manter equiliacutebrio adequado entre a retirada de indiviacuteduos de
qualidade inferior doentes ou danificados e a manutenccedilatildeo de espaccedilamento
aproximadamente regular entre as plantas Deve-se ressaltar entretanto que a
espeacutecie eacute bastante suscetiacutevel aos danos causados por ventos fortes principalmente
nos estaacutegios iniciais de desenvolvimento As aacutervores isoladas e plantas da
bordadura satildeo mais propensas a quebras poreacutem estes danos satildeo bastante
reduzidos com a presenccedila de mata ou de relevo ondulado nas proximidades que
possam proteger o povoamento e reduzir esses efeitos do vento (SOUZA et al
2003)
No estudo realizado por Rondon (2002) concluiu-se que ateacute o terceiro ano o
paricaacute eacute altamente vulneraacutevel ao vento principalmente nos espaccedilamentos 4x2 m e
2x2 m Por tal motivo medidas preventivas devem ser tomadas no iniacutecio da
implantaccedilatildeo deixando-se uma faixa de mata nativa em torno do plantio Desta
maneira sob os espaccedilamentos 15x15 m 2x2 m 3x2 m 3x3 m 4x2 m 4x3 m e 4x4
m avaliadas pelo autor os dois uacuteltimos foram os que proporcionaram maiores
crescimentos em altura e diacircmetro
213 Utilizaccedilatildeo do paricaacute
Essa espeacutecie eacute bastante utilizada na produccedilatildeo de lacircminas meacutedias ou parte
interna de compensados caixotaria leve portas e parquete tendo em vista que
pode ser alcanccedilado o rendimento de ateacute 80 de aproveitamento da madeira no
processo de laminaccedilatildeo (MARQUES et al 2006)
17
Ela pode ser utilizada para produccedilatildeo energeacutetica assim como a produccedilatildeo de
papel e celulose por sua facilidade de branqueamento Propriedades medicinais
tambeacutem podem ser encontradas principalmente na casca (CARVALHO 2007)
Carvalho (2007) afirma ainda que esta espeacutecie tem grande potencial para
recuperaccedilatildeo de aacutereas degradadas Por ser uma espeacutecie pioneira o paricaacute tem bom
desenvolvimento na maioria dos solos amazocircnicos contribuindo com
sombreamento o desenvolvimento de espeacutecies cliacutemax que por ventura se
estabeleccedilam na aacuterea
O paricaacute pode ser utilizado ainda para artesanato sendo seu uso mais
comum na fabricaccedilatildeo de brinquedos saltos para calccedilados e aeromodelismo
(SOUZA et al 2003)
22 CRESCIMENTO E PRODUCcedilAtildeO DO PARICAacute
O crescimento e a produccedilatildeo de um povoamento florestal dependem da
idade da capacidade produtiva do grau de utilizaccedilatildeo do potencial produtivo do lugar
e de tratamentos silviculturais (SCOLFORO 2006 CAMPOS LEITE 2009) Esta
relaccedilatildeo pode ser mensurada por meio de modelos de crescimento e produccedilatildeo
mecaniacutesticos ou empiacutericos sendo este uacuteltimo o mais utilizado
Santos (2012) estudando o crescimento e produccedilatildeo de plantios de paricaacute
sob diferentes espaccedilamentos ajustou o modelo logiacutestico para estimar o crescimento
em diacircmetro e volume das aacutervores em cada espaccedilamento em funccedilatildeo da idade O
autor observou efeito significativo do espaccedilamento sobre as variaacuteveis diacircmetro
quadraacutetico e volume em todas as idade evidenciando a dependecircncia entre os
fatores
Neste mesmo estudo foi constatado que a maior diferenccedila entre as meacutedias
do diacircmetro quadraacutetico e o volume foi entre os espaccedilamentos extremos 3x2 m e 5x5
metros Assim o maior crescimento em diacircmetro quadraacutetico foi verificado no espaccedilo
vital com 25 msup2 e o maior crescimento em volume por aacuterea no espaccedilamento de 6msup2
Anteriormente Hoffmann (2009) jaacute havia verificado a influecircncia do diacircmetro
no rendimento da laminaccedilatildeo em que o aumento do diacircmetro promoveu maior
rendimento O mesmo foi observado por Silva et al (2013)
18
23 RENDIMENTO EM LAMINACcedilAtildeO DE PARICAacute
A produccedilatildeo de lacircminas em escala comercial surgiu a partir do seacuteculo XX
sendo impulsionada no Brasil na deacutecada de 30 com o objetivo de confeccionar
madeira compensada que tem como mateacuteria-prima paineacuteis de lacircminas de madeira
Este material eacute submetido a um processo de colagem e prensagem com adesivos
resistentes ou agrave prova drsquoaacutegua tendo muacuteltiplas aplicaccedilotildees na construccedilatildeo civil na
fabricaccedilatildeo de moacuteveis formas para concreto embalagens transporte e aplicaccedilotildees
agriacutecolas (BORDUELLE IWAKIRI MARTINS et al 2006 IWAKIRI PRATA 2008)
A qualidade da laminaccedilatildeo eacute influenciada por caracteriacutesticas da espeacutecie
(densidade da madeira) caracteriacutesticas do fuste (diacircmetro e forma) e gratilde (direccedilatildeo e
inclinaccedilatildeo) e por condiccedilotildees operacionais do equipamento (velocidade de corte
ajuste da geometria da faca e barra de pressatildeo afiaccedilatildeo da faca) sendo que a
automaccedilatildeo dos equipamentos tem resultado em lacircminas de maior qualidade e
produtividade (TSOUMIS 1991)
Esta busca pela qualidade e produtividade tem aumentado o interesse nos
estudos sobre a prognose do crescimento e da produccedilatildeo de povoamentos e do
processo de laminaccedilatildeo Isto ocorre porque as empresas florestais procuram
investimentos soacutelidos devido aos compromissos de longo prazo assumidos
As estimativas da produccedilatildeo de mateacuteria-prima e do rendimento do produto
final contribuem com o planejamento da empresa em relaccedilatildeo a novos investimentos
novos produtos a serem lanccedilados no mercado aleacutem da viabilidade do projeto em
execuccedilatildeo e de futuros investimentos Por isso faz-se necessaacuterio conhecer todo o
processo produtivo do produto com o qual se estaacute trabalhando
A laminaccedilatildeo da madeira pode ser obtida por meio de duas formas
comerciais
a) Lacircminas torneadas ndash obtidas a partir do ldquodesenrolamentordquo de toras grossas
relativamente curtas utilizando torno laminador
b) Lacircminas faqueadas ndash obtidas a partir de cortes planos realizados por
faqueadeira em peccedila de madeira em bloco
Independentemente do meacutetodo de obtenccedilatildeo de lacircminas um dos objetivos da
empresa florestal eacute a busca pelo aumento da produtividade Estas informaccedilotildees satildeo
obtidas por meio do acompanhamento do processo de transformaccedilatildeo das aacutervores
19
em lacircminas e a partir dos valores obtidos subtrai-se o produto final da quantidade
de madeira que iniciou o processo obtendo-se assim o rendimento
Para o paricaacute o rendimento encontrado em estudos realizados por Hoffmann
(2009) foi de aproximadamente 5031 em aacutervores aos 5 anos Jaacute Melo (2012)
alcanccedilou rendimento meacutedio de 59 Este autor afirma ainda que o rendimento em
laminaccedilatildeo pode ser facilmente estimado por meio de variaacuteveis dendromeacutetricas da
tora obtendo-se menores perdas para aacutervores com maiores diacircmetros
O resultado encontrado por Melo (2012) eacute semelhante ao de Bortoletto
Juacutenior e Belini (2002) para outra espeacutecie do mesmo gecircnero Estudando a produccedilatildeo
de lacircminas e compensados de guapuruvu (Schizolobium parayba (Vell) Blake)
proveniente de plantios mistos de espeacutecies nativas estes autores observaram que o
rendimento do processo de laminaccedilatildeo foi de aproximadamente 61 em lacircminas
verdes Isso demonstra que o gecircnero Schizolobium pode conter boas caracteriacutesticas
para laminaccedilatildeo
24 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO
241 Teoria dos custos
Segundo Pinto et al (2008) algumas terminologias devem ser consideradas
na contabilidade de custos
Gasto esforccedilo realizado pela empresa para obtenccedilatildeo de um bem ou serviccedilo
Investimento gasto com bens ou serviccedilos que traratildeo benefiacutecios futuros
Despesa consumo direto ou indireto com bens e serviccedilos com a finalidade
de obtenccedilatildeo de receitas
Perda gasto natildeo intencional decorrente de fatores externos e
Custos gastos acumulados para executar uma atividade fabricar um
produto ou adquirir uma mercadoria
Essas definiccedilotildees podem ser interpretadas como ilustrada na Figura 1
20
Figura 1 Forma esquemaacutetica da distribuiccedilatildeo de gastos Fonte Adaptado de Pinto et al (2008)
Aleacutem das terminologias apresentadas faz-se necessaacuterio definir orccedilamento
anaacutelise de projeto e o caacutelculo do custo de produccedilatildeo uma vez que satildeo peccedilas
fundamentais para o teste de viabilidade econocircmica do projeto
O orccedilamento tem por objetivo a verificaccedilatildeo preacutevia de gastos e a anaacutelise de
projetos objetiva a avaliaccedilatildeo econocircmica de investimentos que seratildeo realizados Jaacute o
caacutelculo do custo de produccedilatildeo por sua vez tem por objetivo quantificar o custo por
unidade produzida sendo este sempre realizado apoacutes o fim do ciclo de produccedilatildeo
O custo por produto encontrado eacute entatildeo comparado com receita obtida com
as vendas do produto e com o montante de capital utilizado na produccedilatildeo a fim de
serem calculados os indicadores econocircmicos para aquela atividade ou seja o custo
de produccedilatildeo de uma empresa eacute determinado pelas condiccedilotildees fiacutesicas de produccedilatildeo
pelo preccedilo dos recursos e pela conduta economicamente eficiente do proprietaacuterio
Custo eacute entatildeo o preccedilo pelo qual se obteacutem um bem (FERGUSON 2003)
O caacutelculo dos custos de produccedilatildeo por sua vez natildeo eacute uma tarefa faacutecil haja
visto que haacute um grande nuacutemero de informaccedilotildees que devem ser administradas para
que se tenha no final do periacuteodo de produccedilatildeo todos os custos referentes agravequela
atividade Por isso o aconselhaacutevel eacute que se faccedila o registro dos gastos
preferencialmente por atividade para facilidade de obtenccedilatildeo dos resultados
Custos
Investimentos
Despesas
PerdasUso para execuccedilatildeo de atividades adquirir mercadorias e fabricar produtos
Gastos que seratildeo usados no futuro para geraccedilatildeo de receita
Gastos que jaacute foram utilizados para geraccedilatildeo de receita
Gastos que natildeo foram usados para geraccedilatildeo de receita
21
242 A importacircncia dos custos
Para Hildebrand (1995) os custos geralmente contribuem para a anaacutelise a
curto meacutedio e longo prazo que geram informaccedilotildees importantes para o planejamento
e mensuraccedilatildeo da eficiecircncia de operaccedilotildees atividades e processos de produccedilatildeo da
empresa a avaliaccedilatildeo de alternativas de investimento novos negoacutecios e novos
sistemas de produccedilatildeo (processos maacutequinas e equipamentos entre outros)
O setor florestal trabalha geralmente a longo prazo que eacute um horizonte de
planejamento em que a curva de custo de produccedilatildeo corresponde agrave despesa com a
aquisiccedilatildeo dos fatores ao longo do caminho de expansatildeo Isto significa que para cada
niacutevel de produccedilatildeo existiraacute uma combinaccedilatildeo dos fatores variaacuteveis de miacutenimo custo
que junto com os fatores fixos permite a produccedilatildeo de determinada quantidade
(SIMONSEN1971 FERGUSON 2003) A ausecircncia do conhecimento sobre custos
provavelmente levaraacute a maacute aplicaccedilatildeo do capital de giro menor lucro menor
rentabilidade ameaccedilas a estabilidade econocircmica financeira e ao crescimento da
empresa (FERREIRA 2007)
243 Classificaccedilatildeo dos custos
Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo vaacuterios meacutetodos satildeo encontrados na
literatura sendo selecionado o modelo a partir da caracteriacutestica do produto ou do
modelo de produccedilatildeo que estaacute sendo analisado Em funccedilatildeo disso o Instituto de
Economia Agriacutecola ndash IEA oacutergatildeo vinculado agrave Secretaria de Agricultura e
Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo desenvolveu uma metodologia para o setor
agriacutecola designado Meacutetodo do Custo Operacional
Na metodologia do custo operacional se incluem apenas as despesas
efetivamente desembolsadas pelo produtor mais a depreciaccedilatildeo de maacutequinas e
benfeitorias e o custo estimado da matildeo-de-obra familiar Assim a remuneraccedilatildeo de
todos os outros fatores de produccedilatildeo natildeo incluiacutedos fica a cargo do resiacuteduo ou seja a
diferenccedila entre o custo operacional e o valor de venda do produto (MATSUNAGA et
al 1976)
22
O esquema da estrutura do custo de produccedilatildeo utilizada pelo IEA pode ser
visualizado a seguir
Figura 2 Estrutura dos custos de produccedilatildeo utilizada pelo IEA Fonte Nachiluk e Oliveira (2012) sup1 Contribuiccedilatildeo de Seguridade Social Rural
244 Componentes do custo
Os custos podem ser denominados custos expliacutecitos e impliacutecitos Os
desembolsos realizados satildeo denominados custos expliacutecitos segundo Pindyck e
Rubinfeld (1994) os quais abrangem remuneraccedilotildees de matildeo de obra salaacuterios e
custos de materiais e locaccedilatildeo de propriedades aleacutem do custo de oportunidade Eles
satildeo importantes pois envolvem pagamentos diretamente feitos pela empresa a
outras empresas e pessoas com as quais faz negoacutecios
Jaacute os custos impliacutecitos natildeo satildeo diretamente desembolsados no processo de
produccedilatildeo mas natildeo podem deixar de ser considerados uma vez que se constituem
de fato em dispecircndios Sua mensuraccedilatildeo se daacute de maneira indireta por meio da
atribuiccedilatildeo de valores que deveratildeo representar o custo de oportunidade de seu uso
Nesta categoria enquadram-se os gastos com depreciaccedilatildeo de benfeitorias
instalaccedilotildees maacutequinas e implementos agriacutecolas e remuneraccedilatildeo do capital fixo e da
terra (CONAB 2010)
Custo operacional
Custo operacional efetivo (COE)
Despesas com operaccedilotildees
Pagamentos de salaacuterios
Gastos com maacutequinas equipamentos e
implementos
Despesas com materiais
Sementes fertilizantes corretivos defensivos
sacarias etc
Encargos sociais
Custo operacional total (COT)
Depreciaccedilatildeo com maacutequinas juros de custeio e CSSRsup1
23
A classificaccedilatildeo proposta pelo IEA compreende elementos diferenciados
poreacutem de faacutecil interpretaccedilatildeo e mais adequado agrave tomada de decisotildees Assim
segundo Matsunaga et al (1976) essa classificaccedilatildeo eacute composta dos seguintes
custos
a) Custo Operacional Efetivo ndash COE
O custo operacional efetivo envolve todos os custos expliacutecitos ou seja o
custo de todos os recursos de produccedilatildeo que exigem desembolso por parte da
empresa para sua recomposiccedilatildeo excluindo-se a matildeo-de-obra familiar
Assim mesmo que determinado produto tenha sido adquirido no periacuteodo
anterior por exemplo deveraacute ser contabilizado aqui pois em algum momento houve
o desembolso para a compra do mesmo Nesse caso eacute importante que seja utilizado
o preccedilo de mercado atual e natildeo o valor pago anteriormente devido ao custo de
oportunidade
b) Custo Operacional Total ndash COT
O custo operacional total envolve a soma do COE o valor da matildeo-de-obra
familiar e as depreciaccedilotildees que equivalem a apenas uma parte dos custos fixos
b1) Depreciaccedilatildeo
A depreciaccedilatildeo corresponde ao custo indireto exigido para acumular fundos
para substituiccedilatildeo do capital investido em bens produtivos de longa duraccedilatildeo
inutilizados pela idade uso e obsolescecircncia
b2) Valor da Matildeo-de-obra Familiar
Este valor deve ser definido considerando-se o custo de oportunidade ou
seja quanto o produtor ganharia se estivesse trabalhando em outra atividade
Considerando-se eacute claro o mesmo niacutevel teacutecnico para desenvolvimento das duas
atividades
24
c) Custo Total ndash CT
Custo total nada mais eacute que a soma do COT com o valor da remuneraccedilatildeo do
capital imobilizado com a atividade
Todo o capital investido na empresa tem custo de oportunidade uma vez
que seu uso na empresa implica deixar de empregaacute-lo noutra atividade alternativa
Por definiccedilatildeo o retorno potencial desse capital na melhor alternativa possiacutevel de
utilizaccedilatildeo forneceria a medida desse custo de oportunidade Como essa estimativa
nem sempre eacute faacutecil eacute expediente comum estimar o custo de oportunidade a partir do
retorno que o capital teria se em vez de aplicado na empresa fosse investido no
mercado financeiro como por exemplo na caderneta de poupanccedila
245 Iacutendices econocircmicos
Os iacutendices econocircmicos apresentados pelo IEA segundo Matsunaga et al
(1976) satildeo
2451 Renda Bruta (RB)
A renda bruta vem a ser o valor da produccedilatildeo ou seja tudo que eacute produzido
vezes o preccedilo do produto
Embora a Renda Bruta permita saber o quanto eacute recebido pelo produto
produzido ela natildeo diz o quanto desse valor iraacute sobrar Isso porque eacute preciso retirar o
custo de produccedilatildeo Sendo assim eacute necessaacuterio que se faccedila a anaacutelise de
rentabilidade da atividade
2452 Margem Bruta (MB)
Eacute calculada pela subtraccedilatildeo do custo operacional efetivo da renda bruta ou
seja eacute a retirada de todos os custos ocorridos sendo mais produtiva agrave medida que
resulta em valores positivos
25
2453 Margem Liacutequida (ML)
Eacute calculada pela subtraccedilatildeo do custo operacional total da renda bruta sendo
um indicativo de lucratividade Comparando-se duas empresas de igual atividade
aquela que tem maior Margem Liacutequida eacute a que possui melhor rentabilidade no
negoacutecio incluindo-se aiacute a questatildeo operacional financeira e extra-operacional
Isso quer dizer que se a ML for positiva todos os desembolsos estatildeo sendo
pagos aleacutem da depreciaccedilatildeo e a matildeo-de-obra familiar Caso contraacuterio a depreciaccedilatildeo
eou a matildeo-de-obra natildeo estatildeo sendo efetivamente pagas e a empresa estaacute se
descapitalizando
2454 Lucro (L)
O lucro vem a ser o resultado da subtraccedilatildeo da renda bruta gerada pela
venda dos produtos no mercado menos o custo total de produccedilatildeo incorrido na sua
geraccedilatildeo Simplificadamente nada mais eacute do que o resultado positivo deduzido das
vendas os custos e despesas
2455 Lucratividade (Luc)
Eacute a relaccedilatildeo do valor do lucro com o montante de vendas ou seja divide-se o
valor do lucro pela quantidade vendida (renda bruta)
2456 Iacutendice de Rentabilidade (IR)
Eacute uma medida do retorno de um investimento Calcula-se dividindo o lucro
obtido (margem liacutequida) pelo valor do investimento inicial (capital empatado) Pode-
se dizer que a rentabilidade eacute a quantidade de dinheiro que o investidor ganha para
cada quantia investida
26
246 Custos na empresa florestal
Nas empresas em geral os custos satildeo classificados em funccedilatildeo de suas
necessidades de informaccedilotildees Geralmente eles satildeo divididos por operaccedilotildees ou
setores da atividade como viveiro plantaccedilotildees tratos culturais exploraccedilatildeo florestal
atividades especiais (coleta de sementes entre outros) implantaccedilatildeo de infra-
estrutura e administraccedilatildeo (BREPOHL 1980)
Em termos econocircmicos os componentes do custo satildeo agrupados de
acordo com sua funccedilatildeo no processo produtivo nas categorias de custos variaacuteveis
custos fixos custo operacional e custo total (CONAB 2010)
Na determinaccedilatildeo da idade oacutetima de corte de povoamentos florestais eacute
necessaacuterio estudar caso a caso cada componente dos custos e das receitas
envolvidas no processo de produccedilatildeo da madeira Tudo isso pelo fato do setor
florestal conter operaccedilotildees de longo prazo Por tal motivo a anaacutelise de custos pode
ter dois enfoques a anaacutelise ex-ante ou seja antes das operaccedilotildees ocorrerem e ex-
post apoacutes terem ocorrido (GRACcedilA et al 2000)
Entre os custos analisados deve-se considerar tambeacutem a depreciaccedilatildeo que
segundo Hildebrand (1995) pode ser definida como a diminuiccedilatildeo do valor dos bens
ativos resultante do desgaste pelo uso accedilatildeo da natureza ou por obsolescecircncia
teacutecnica Assim com o tempo para tornar possiacutevel a reposiccedilatildeo do equipamento eacute
necessaacuterio acumular periodicamente uma reserva em um fundo que permitiraacute no
fim de um periacuteodo a aquisiccedilatildeo de um novo equipamento
Baseados nas necessidades do setor florestal vaacuterios estudos sobre a
viabilidade econocircmica de plantios vem sendo desenvolvidos para as mais variadas
espeacutecies arboacutereas como os obtidos por Souza et al (2003) e o Centro de Pesquisa
do Paricaacute ndash CPP Deve-se ressaltar no entanto a afirmaccedilatildeo feita por Marques et al
(2006) em que os autores concluiacuteram que o custo meacutedio para implantaccedilatildeo e
conduccedilatildeo dos povoamentos podem variar conforme a regiatildeo as teacutecnicas de preparo
de solo os tratos silviculturais adotados entre outros
27
25 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DE PROJETOS FLORESTAIS
Do ponto de vista teacutecnico Oliveira e Rezende (2004) afirmam que dois ou
mais projetos podem ser compatiacuteveis quando a execuccedilatildeo de um natildeo afeta a
implementaccedilatildeo do outro ou incompatiacuteveis em caso contraacuterio Jaacute do ponto de vista
econocircmico eles podem ser dependentes quando haacute uma relaccedilatildeo de rentabilidade
entre ambos ou independentes quando nenhum eacute afetado
Estas informaccedilotildees satildeo importantes para o bom planejamento das atividades
florestais uma vez que o investimento em um projeto deve ser baseado em um
horizonte de planejamento na maioria das vezes de longo prazo podendo variar de
finito como no caso de um plantio florestal ou infinito em um manejo sustentado de
floresta nativa (CHICHORRO et al 2010)
Para realizar a anaacutelise econocircmica eacute importante considerar a vida econocircmica
do projeto Ela corresponde ao tempo que ele produziraacute lucro a vida fiacutesica de
maacutequinas e construccedilotildees o periacuteodo de anaacutelise onde se consideram os efeitos do
projeto Aleacutem do horizonte de construccedilatildeo relacionado agrave demanda do produto e o
horizonte de dados que se refere ao periacuteodo de tempo em que eacute possiacutevel prever o
fluxo de caixa (REZENDE OLIVEIRA 2001)
A avaliaccedilatildeo econocircmica ou financeira de projetos baseia-se entatildeo no fluxo
de caixa que consiste nos custos e nas receitas distribuiacutedos ao longo da vida uacutetil do
empreendimento Os meacutetodos mais recomendados para avaliaccedilatildeo econocircmica de
projetos florestais satildeo (REZENDE OLIVEIRA 2001) valor presente liacutequido (VPL)
taxa Interna de Retorno (TIR) custo (ou Benefiacutecio) Perioacutedico Equivalente (CPE ou
BPE) custo Meacutedio de Produccedilatildeo (CMPr) razatildeo Benefiacutecio (receita)Custo (BC) e
tempo de Recuperaccedilatildeo do Capital
28
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
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30
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31
CAPIacuteTULO 1
CUSTOS DA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA DE PARICAacute
RESUMO
O setor de florestas plantadas brasileiro vem perdendo espaccedilo no mercado
internacional pelo alto custo necessaacuterio agrave produccedilatildeo Por isso haacute a necessidade
de se investigar quais os custos mais onerosos do processo produtivo para
entatildeo se montar uma estrateacutegia de reduccedilatildeo de custos a fim de tornar o
reflorestamento novamente competitivo no mercado Deste modo objetivou-se
no trabalho estimar a produccedilatildeo de paricaacute (Schizolobium amazonicum) aos 5 6
e 7 anos em trecircs classes de produtividade e em cinco espaccedilamentos de
plantio identificando os principais custos de produccedilatildeo aleacutem dos mais afetados
pelos espaccedilamentos de plantio na regiatildeo de Paragominas PA A estimativa de
volume foi obtida segundo metodologia proposta por Silva et al (2013) e os
custos de produccedilatildeo desde as atividades de preparo da aacuterea ateacute a colheita e
transporte foram disponibilizados por produtores rurais e empresaacuterios da
regiatildeo Posteriormente fez-se a anaacutelise dos custos por meio da metodologia do
custo operacional em que se considera apenas as despesas efetivamente
desembolsadas pelo agricultor somadas agrave depreciaccedilatildeo e matildeo-de-obra familiar
Assim inferiu-se que o espaccedilamento 3x2 m foi superior em volume diante dos
outros espaccedilamentos analisados Em relaccedilatildeo agrave analise de custos o custo
operacional efetivo representou em meacutedia 65 dos custos totais de produccedilatildeo
sendo o transporte o custo individual mais expressivo em todos os
espaccedilamentos analisados Jaacute a manutenccedilatildeo foi o conjunto de atividades mais
significativo nos plantios devido ao nuacutemero e ao longo periacuteodo para sua
execuccedilatildeo Os custos totais de produccedilatildeo foram superiores em espaccedilamentos
menores independentemente da remuneraccedilatildeo ou natildeo pelo uso dos capitais
permanente e circulante
Palavras-chave Custo operacional efetivo espaccedilamento idade
produtividade
32
CHAPTER 1
PRODUCTION COST PARICAacute
ABSTRACT
The planted forest sector in Brazil has been losing ground in the international
market by the high cost needed for production Therefore there is a need to
investigate what the most expensive costs of the production process to then
build a strategy to reduce costs in order to become competitive again
reforestation in the market Thus the aim of the study was to estimate the
production of paricaacute (Schizolobium amazonicum) at 5 6 and 7 years in three
productivity classes and five planting space identifying the major costs of
production and those most affected by planting space in the region of
Paragominas PA The volume estimate was obtained according to the
methodology proposed by Silva et al (2013) and production costs since the
activities of preparation of the area to harvest and transport were provided by
farmers and entrepreneurs in the region Subsequently made to cost analysis
using the methodology of the operating cost which considers only the expenses
actually disbursed by the farmer together with the depreciation and labor
family labor Thus it was inferred that the spacing 3x2 m was higher by volume
on the other spacings analyzed Regarding the analysis of costs the effective
operating cost represented on average 65 of total production costs and
transport the most significant single cost in all spacings analyzed Have
maintenance was the most significant set of activities in plantations due to the
number and the time period for its implementation The total production costs
were higher in the smaller spacing regardless of whether or not for the use of
permanent and circulating capital
Keywords Effective operational cost spacing age productivity
33
1 INTRODUCcedilAtildeO
A crescente dificuldade em se obter madeira de florestas nativas tem
motivado empresaacuterios agrave praacutetica do reflorestamento Nesses plantios vaacuterias
espeacutecies tecircm sido utilizadas sendo o paricaacute a espeacutecie nativa de maior
expressatildeo na regiatildeo norte do paiacutes principalmente no estado do Paraacute
Segundo a ABRAF (2013) em 2012 foram plantados 87901 hectares
de paricaacute nos estados do Paraacute Tocantins e Maranhatildeo O aumento da aacuterea de
plantio nos uacuteltimos anos eacute justificado pela boa aceitaccedilatildeo desta espeacutecie no
mercado madeireiro devido aos seus variados fins como a produccedilatildeo de
lacircmina e compensado forros palitos papel moacuteveis aleacutem de peccedilas de
acabamentos e molduras
A falta de informaccedilotildees silviculturais no entanto tecircm inviabilizado a
expansatildeo de novos plantios em outras regiotildees do paiacutes Natildeo se tecircm estudos
suficientes para comprovar o melhor meacutetodo de implantaccedilatildeo desta cultura no
que se refere ao espaccedilamento a ser utilizado para maior produccedilatildeo de madeira
Este tipo de deficiecircncia pode implicar no emprego de teacutecnicas silviculturais
equivocadas que inviabiliza economicamente o cultivo reduzindo
consequentemente o interesse comercial pela espeacutecie
Os custos de produccedilatildeo devem entatildeo ser analisados para se testar a
viabilidade econocircmica dos projetos que estatildeo sendo implantados haja vista
que poucos satildeo os estudos que se referem ao monocultivo do paricaacute A
obtenccedilatildeo destes custos eacute fundamental pois eles compotildeem um ferramental de
controle e gerenciamento das atividades produtivas e de geraccedilatildeo de
importantes informaccedilotildees para auxiliar as tomadas de decisotildees pelos
produtores rurais (CONAB 2010)
Para se atestar a viabilidade econocircmica de um projeto florestal natildeo se
deve avaliar somente a espeacutecie a ser implantada mais agraves condiccedilotildees de
mercado atuais e futuras para comercializaccedilatildeo do produto Eacute notaacutevel a
importacircncia econocircmica e socioambiental do setor de florestas plantadas para o
Brasil por isso deve-se investir em conhecimento e tecnologia sobre as
espeacutecies cultivadas haja visto que o ambiente de negoacutecio para o
34
desenvolvimento desta atividade vem passando por dificuldades nos uacuteltimos
anos
A competitividade dos produtos florestais estaacute se deteriorando frente
aos seus principais concorrentes internacionais uma vez que o aumento
generalizado dos custos de produccedilatildeo de madeira no Brasil estaacute reduzindo
significativamente a rentabilidade da induacutestria integrada de base florestal e dos
produtores independentes de plantios florestais (ABRAF 2013) Comprova-se
assim a necessidade de estudos referentes aos custos de produccedilatildeo
Haacute alguns anos a importacircncia dos custos na produccedilatildeo agriacutecola e as
dificuldades de sua obtenccedilatildeo estimularam o Instituto de Economia Agriacutecola
oacutegatildeo vinculado agrave Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de Satildeo
Paulo a efetuar estimativas de custo de produccedilatildeo de diversas exploraccedilotildees
agriacutecolas por meio da metodologia designada custo operacional Neste
meacutetodo se incluem apenas as despesas efetivamente desembolsadas pelo
agricultor somadas agrave depreciaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos e matildeo-de-
obra familiar A remuneraccedilatildeo devida a todos os outros fatores de produccedilatildeo eacute
de responsabilidade do resiacuteduo ou seja a diferenccedila entre o custo operacional
e o valor de venda (MATSUNAGA et al 1976 CONAB 2010)
O ecircxito nas estimativas de custos de produccedilatildeo agriacutecola vem
estimulando pesquisadores da aacuterea florestal a utilizarem esta metodologia
tambeacutem para culturas florestais principalmente neste momento em que o
Brasil depende de medidas estruturais que promovam a reduccedilatildeo dos custos de
produccedilatildeo e incentivem o investimento para retomada da competitividade dos
produtos nacionais de base florestal no mercado internacional Por tal motivo
objetivou-se neste trabalho identificar os principais custos de produccedilatildeo bem
como o efeito dos diferentes espaccedilamentos sobre estes custos
35
2 MATERIAL E MEacuteTODOS
21 AacuteREA EM ESTUDO
Os dados utilizados neste estudo foram originaacuterios de povoamentos
homogecircneos de paricaacute (Schizolobium amazonicum) plantados sob os
espaccedilamentos 3x2 3x3 3x4 4x4 e 5x5 m localizados entre os municiacutepios de
Dom Elizeu e Paragominas Estado do Paraacute (Figura 1)
Figura 1 Localizaccedilatildeo dos municiacutepios de Dom Eliseu e Paragominas PA
O municiacutepio de Paragominas estaacute localizado no nordeste paraense
possuindo aproximadamente 20000 km2 de aacuterea territorial com 90 m de
altitude O solo caracteriacutestico da aacuterea eacute o Latossolo amarelo com vegetaccedilatildeo
originaacuteria representada pela floresta densa sendo encontradas extensas aacutereas
de mata secundaacuteria (capoeira nos seus diversos estaacutegios de desenvolvimento)
devido aos constantes desmatamentos provocados principalmente pelo
avanccedilo da agropecuaacuteria na regiatildeo (IBGE 2013a PREFEITURA MUNICIPAL
DE PARAGOMINAS 2013)
Segundo o IBGE (2013a) o clima do municiacutepio eacute do tipo mesoteacutermico e
uacutemido A temperatura meacutedia anual eacute elevada em torno de 25degC e seu regime
pluviomeacutetrico fica geralmente entre 2250 mm e 2500 mm anuais
36
O municiacutepio de Dom Eliseu pertence agrave microrregiatildeo de Paragominas
possui 5268815 kmsup2 e estaacute localizado nas coordenadas 04deg17rsquo06rdquo Sul e
47deg30rsquo18rdquo Oeste a 180 metros de altitude Ele eacute um dos municiacutepios da
chamada ldquoFronteira agriacutecola amazocircnicardquo maior produtora de commodities
agriacutecolas da porccedilatildeo norte do paiacutes e grande produtora de paricaacute (IBGE 2013b
PREFEITURA MUNICIPAL DE DOM ELISEU 2013)
22 ESTIMATIVA DA PRODUCcedilAtildeO
Foram inventariados povoamentos de paricaacute anualmente ateacute o quinto
ano sendo analisadas trecircs classes de produtividade em cada espaccedilamento
sendo elas Baixa (17 - 19 m) Meacutedia (19 ndash 21 m) e Alta (21 - 24 m)
Posteriormente empregando-se o modelo de crescimento e produccedilatildeo proposto
por Silva et al (2013) os volumes comercial e de lacircminas foram estimados
para diferentes espaccedilamentos e qualidades de local nas idades de 5 6 e 7
anos conforme o esquema apresentado na Figura 2
Figura 2 Esquema para obtenccedilatildeo dos volumes comercial e de lacircminas em povoamentos de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA
A partir dos dados de inventaacuterio estimou-se a produccedilatildeo em volume
comercial e de lacircminas por meio da metodologia proposta por Silva et al
(2013) Assim a partir de informaccedilotildees sobre as variaacuteveis aacuterea basal por
hectare (GHA) iacutendice de siacutetio (SI) altura dominante (HD) considerada como a
altura meacutedia das 100 aacutervores mais altas do povoamento (Hart) e nuacutemero de
aacutervores por hectare (NHA) na idade de cinco anos pode-se projetar a produccedilatildeo
para as idades em anaacutelise
Espaccedilamentos (m)
bull3x2
bull3x3
bull4x3
bull4x4
bull5x5
Classes de produtividade
(m)
bullBaixa
bullMeacutedia
bullAlta
Idades
(anos)
bull5
bull6
bull7
Volume comercial
Volume de lacircminas
37
A estimativa da HD na idade i foi obtida por meio da equaccedilatildeo 1
119878119868 =
119867119863119894 (1 + 119890119909119901 ((182404 minus 119860119894)
043105frasl ))
1 + 119890119909119901 ((182404 minus 119860119894119899119889
043105frasl ))
Eq 1
Em que
119890119909119901 = base de logaritmo neperiano
119867119863119894 = altura dominante na idade i
119860119894 = i-eacutesima idade (i = 5 6 7) e
119860119894119899119889 = idade iacutendice (5 anos)
Para estimativa do nuacutemero de aacutervores por hectare na idade futura
utilizou-se a equaccedilatildeo 2
1198731198671198602 = 1198731198671198601 minus ((119860119877119864119860
1198671198631)
minus20848
(119860220356 minus 1198601
20356)) Eq 2
Em que
1198731198671198602 = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade futura
1198731198671198601 = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade corrente
119860119877119864119860 = aacuterea meacutedia ocupada por cada planta no plantio
1198671198631 = altura dominante na idade corrente
1198601 = idade corrente e
1198602 = idade futura
A aacuterea basal por hectare foi estimada por meio da equaccedilatildeo 3
119866119867119860119894 = 000523119867119863119894145720119873119867119860053967
119894 Eq 3
Em que
NHAi = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade i
38
Apoacutes a obtenccedilatildeo de todas as variaacuteveis os volumes comercial e de
lacircminas foram estimados pelas equaccedilotildees 4 e 5
119881119879119867119860119894 = 122839119866119867119860119894093941119867119863119894
071858 Eq 4
119881119862119867119860119894 = 003388119866119867119860119894069131119867119863119894
183907 Eq 5
Em que
119881119879119867119860119894 = volume comercial por hectare e
119881119862119867119860119894 = volume de lacircminas por hectare
23 DESCRICcedilAtildeO DAS ATIVIDADES
Por se tratarem de aacutereas anteriormente ocupadas por pastagem fez-se
necessaacuterio o combate agrave formigas e limpeza da aacuterea manualmente e com
auxiacutelio de trator a fim de retirar do local galhos tocos e raiacutezes que por ventura
atrapalhassem o processo de mecanizaccedilatildeo
Para todas as aacutereas de plantio fez-se a anaacutelise de solo verificando-se
a necessidade de correccedilatildeo com uma tonelada de calcaacuterio dolomiacutetico por
hectare Assim foi realizada a calagem precedida da gradagem com auxiacutelio da
terceirizaccedilatildeo de tratores agriacutecolas
Apoacutes o preparo do solo iniciou-se o processo de alinhamento
marcaccedilatildeo e coveamento respeitando o espaccedilamento preacute-determinado para
cada local considerando que uma pessoa consegue abrir 500 covasdia
Posteriormente foram acrescentados 100g de NPK (6-30-6) por cova antes do
plantio das mudas de paricaacute Adubaccedilotildees de cobertura e um ano apoacutes o plantio
tambeacutem ocorreram com o objetivo de aumentar o iacutendice de sobrevivecircncia agraves
plantas
Como no campo eacute difiacutecil controlar os fatores bioacuteticos e abioacuteticos a
mortalidade de plantas eacute inevitaacutevel por isso foi observada a necessidade de
39
replantio de 5 das mudas logo no primeiro ano segundo informaccedilotildees
disponibilizadas pela empresa
A manutenccedilatildeo relativa agrave limpeza dos plantios se deu pelo coroamento
das mudas aplicaccedilatildeo de herbicida manualmente e roccedilada mecacircnica do
primeiro ao terceiro ano Desta forma natildeo houve competiccedilatildeo com plantas
invasoras que poderiam inibir o crescimento das mudas Assim devido ao
ambiente favoraacutevel e as condiccedilotildees propiacutecias de crescimento e produccedilatildeo foi
possiacutevel extrair a madeira para laminaccedilatildeo no quinto ano apoacutes a implantaccedilatildeo
A colheita foi realizada de forma semi-mecanizada (motosserra)
seguida do baldeio e carregamento ateacute a beira da estrada O transporte ateacute a
induacutestria de beneficiamento foi realizado por caminhatildeo tipo bitrem com
capacidade para 44000 kg ao preccedilo meacutedio de R$59192 por viagem
O valor da matildeo-de-obra familiar foi considerado como o custo de
administraccedilatildeo ou seja quando o proprietaacuterio presta serviccedilos na proacutepria
empresa Assim a remuneraccedilatildeo paga pelo custo de administraccedilatildeo foi
equivalente a 10 dos custos efetivamente desembolsados pela empresa
Em relaccedilatildeo agraves aacutereas onde os plantios foram realizados estas jaacute
pertenciam a empresa Laminit por isso natildeo houve a necessidade de aquisiccedilatildeo
ou arrendamento do terreno Poreacutem considerou-se o custo de oportunidade
ou seja a remuneraccedilatildeo do capital investido (permanente e circulante) por meio
do caacutelculo da parcela sobre o bem adquirido e utilizado na produccedilatildeo e inclusa
no custo fixo da produccedilatildeo Logo o investimento do produtor foi remunerado agrave
taxa de 6 ao ano como se fosse aplicado o capital em outro investimento
alternativo conforme recomendaccedilotildees da CONAB (2010)
24 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS
Para anaacutelise dos custos de produccedilatildeo florestal foi necessaacuteria a coleta de
dados anuais de todas as despesas e receitas contraiacutedas em cada
espaccedilamento durante o periacuteodo entre 2006 e 2013 O esquema da disposiccedilatildeo
dos gastos na planilha de custo pode ser observado na Tabela 1
40
Tabela 1 Distribuiccedilatildeo dos gastos efetuados para implantaccedilatildeo de povoamentos de paricaacute
Descriccedilatildeo Un R$un
Quantidade utilizada
Espaccedilamento (m)
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
Preparo da aacuterea
Anaacutelise de solo un 3450 1 1 1 1 1
Limpeza manual Diaacuteria 3500 1 1 1 1 1
Limp mecanizada ht 10218 1 1 1 1 1
Gradagem ht 10218 15 15 15 15 15
Calagem ht 6846 05 05 05 05 05
Calcaacuterio ton 8967 1 1 1 1 1
Alinhamento Diaacuteria 3500 2 14 1 08 05
Coveamento Diaacuteria 3500 334 223 167 125 08
Cercamento R$ha 30000 1 1 1 1 1
Constr de estradas R$ha 13390 1 1 1 1 1
Constr de aceiros Diaacuteria 3500 4 4 4 4 4
Adubaccedilatildeo
Adubo Kg 123 5001 3336 2502 1875 120
Adubaccedilatildeo Diaacuteria 3667 45 3 225 195 106
Plantio
Transp de mudas ht 5000 05 05 05 05 05
Mudas un 038 1751 1168 876 657 420
Plantio e replantio Diaacuteria 3500 4 27 2 15 1
Manutenccedilatildeo
Formicida Kg 674 125 10 83 695 551
Aplic de formicida Diaacuteria 3703 893 748 651 578 525
Transp de insumos ht 4233 2 2 2 2 2
Coroamento Diaacuteria 3761 67 45 35 25 16
Roccedilada ht 5602 4 5 6 7 85
Herbicida L 1732 8 9 10 105 12
Aplic de herbicida Diaacuteria 3761 4 45 5 55 6
Manutenccedilatildeo de aceiro Diaacuteria
3744 6 6 6 6 6
Manut de estrada ht 8699 469 469 469 469 469
Materiais - 6892 8 8 8 8 8
Encargos - 8185 7 7 7 7 7
Colheita e Transporte
Corte e toragem msup3 215 1844 1744 1524 1341 11705
Baldeio msup3 096 1844 1744 1524 1341 11705
Carregamento msup3 097 1844 1744 1524 1341 11705
Transporte msup3 659 1844 1744 1524 1341 11705 Valores deflacionados e descapitalizados para o ano de 2006 Considerando o volume comercial em classe de produtividade alta (21 - 24 m) com corte aos 6 anos
Os custos envolvidos nas atividades de implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo dos
povoamentos foram disponibilizados por produtores rurais da regiatildeo de
41
Paragominas Tambeacutem foram disponibilizados por empresaacuterios locais os
dados referentes agrave exploraccedilatildeo e transporte da madeira ateacute a empresa
referente a uma distacircncia meacutedia de 80 km
Para comparaccedilatildeo entre os valores incorridos durante periacuteodos
diferentes no tempo fez-se o deflacionamento dos custos para o periacuteodo
inicial (implantaccedilatildeo dos povoamentos) A correccedilatildeo da perda monetaacuteria causada
pela inflaccedilatildeo foi obtida por meio do Iacutendice Geral de Preccedilo ndash Disponibilidade
Interna (IGP ndash DI) o qual eacute responsaacutevel pelo registro da inflaccedilatildeo de preccedilos de
mateacuterias-primas agriacutecolas
Posteriormente os valores deflacionados foram descapitalizados para o
ano 0 (2006) a fim de facilitar a anaacutelise econocircmica A descapitalizaccedilatildeo foi
obtida pela seguinte foacutermula
1198810 =119881119899
(1 + 119894)119899 Eq 6
Em que
1198810 = valor inicial correspondente ao periacuteodo de implantaccedilatildeo do povoamento
(R$)
119881119899 = valor final correspondente ao ano j (R$)
119894 = taxa de juros (6 aa) e
119899 = nuacutemero de periacuteodos (anos)
25 CLASSIFICACcedilAtildeO DOS CUSTOS
Para o caacutelculo dos custos de produccedilatildeo do paricaacute foi adotada a
metodologia descrita pelo Instituto de Economia Agriacutecola (IEA) oacutergatildeo vinculado
agrave Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo Neste
caso foram considerados os custos efetivos de produccedilatildeo ou seja aquele
dinheiro efetivamente desembolsado pelo proprietaacuterio para o pagamento da
mateacuteria-prima produtos ou serviccedilos adquiridos
42
A depreciaccedilatildeo foi aqui desconsiderada pela indisponibilidade de
informaccedilotildees sobre as maacutequinas equipamentos e benfeitorias Assim
considerou-se que todos os maquinaacuterios e equipamentos utilizados para a
implantaccedilatildeo conduccedilatildeo extraccedilatildeo e transporte dos povoamentos foram de
origem terceirizada
Os custos de produccedilatildeo foram entatildeo divididos segundo sua origem
sendo classificados de acordo com a metodologia de custos proposta pelo IEA
a) Custo operacional efetivo (COE) ndash correspondente a todos os custos
expliacutecitos
b) Custo operacional total (COT) ndash correspondente ao somatoacuterio do custo
operacional efetivo e matildeo-de-obra familiar (MO)
c) Custo Total (CT) ndash soma do custo operacional total e do custo de
oportunidade (CO) que eacute a remuneraccedilatildeo do capital circulante e do capital
fixo
As foacutermulas para obtenccedilatildeo do custo operacional total e custo total
encontram-se a seguir
119862119874119879 = 119862119874119864 + 119872119874 Eq 7
119862119879 = 119862119874119879 + 119862119874 Eq 8
43
3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
31 ESTIMATIVA DE VOLUME
A partir das equaccedilotildees ajustadas por Silva et al (2013) para
povoamentos de paricaacute foi possiacutevel estimar o volume comercial e de lacircminas
em trecircs ocasiotildees no tempo e em diferentes classes de produtividade nos cinco
espaccedilamentos de plantio como pode ser observado na Tabela 2
Tabela 2 Volumes comercial (VTHA) e de lacircminas (VCHA) estimados nos diferentes espaccedilamentos de plantio de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA
Idade Espaccedil
(m)
VTHA (msup3ha) VCHA (msup3ha)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 16229 18511 19336 5638 6858 7915
3x3 - 15498 18126 - 6163 7671
3x4 - 13328 15983 - 5476 7009
4x4 7133 13551 14623 2800 5705 6468
5x5 7351 8790 13093 3191 4124 6231
6 a
no
s
3x2 15173 16865 18439 5370 6411 7666
3x3 - 14606 17439 - 5912 7473
3x4 - 12325 15244 - 5188 6787
4x4 7178 11745 13410 2827 5146 6082
5x5 7115 8867 11705 3118 4158 5759
7 a
no
s
3x2 14315 15607 16406 5144 6054 7029
3x3 - 13920 16489 - 5706 7170
3x4 - 11890 14648 - 5052 6590
4x4 7028 11464 13067 2783 5055 5967
5x5 7020 8726 11515 3087 4109 5690
Em que VTHA= volume comercial por hectare VCHA= volume de lacircminas por hectare Espaccedil= espaccedilamento de plantio
A divisatildeo dos povoamentos em classes de produtividade eacute explicada
por Oliveira et al (2008) Segundo os autores a estratificaccedilatildeo realizada por
44
meio de classes de produtividade resulta em estimativas de volume mais
precisas proacuteximo agrave idade de corte Por isso a adoccedilatildeo das trecircs classes
A falta de informaccedilotildees nos espaccedilamentos intermediaacuterios 3x3 e 3x4 m
na classe de produtividade baixa ocorreu pela ausecircncia de povoamentos
nestas condiccedilotildees de siacutetio
A diferenccedila no volume comercial de madeira foi de 323 entre os
espaccedilamentos extremos 3x2 e 5x5 m na classe de produtividade alta sendo
maior o volume nos menores espaccedilamentos Resultados semelhantes foram
encontrados por Macedo et al (2005) com povoamentos de Teca em Minas
Gerais e Hoffmann (2009) em seu trabalho sobre caracterizaccedilatildeo
dendromeacutetrica e rendimento em laminaccedilatildeo de paricaacute na regiatildeo de
Paragominas PA
A diferenccedila no volume tem comportamento exponencial agrave medida em
que se utilizam siacutetios de menor produtividade sendo constatada uma diferenccedila
de 525 e 547 no volume entre os espaccedilamentos extremos nas classes
de produtividade meacutedia e baixa respectivamente Comportamento semelhante
foi observado para o volume de lacircminas de paricaacute Houve diferenccedila crescente
no volume entre os espaccedilamentos extremos sendo menor na classe de
produtividade alta (213)
Aos 6 anos a diferenccedila no volume entre os espaccedilamentos extremos foi
superior agrave idade anterior Na classe de produtividade alta a diferenccedila no
volume comercial foi de 365 Jaacute o volume de lacircminas abrangeu diferenccedila de
249
Nos siacutetios de baixa produtividade o volume comercial de madeira no
espaccedilamento 3x2 m foi 177 menor comparado ao de produtividade alta
Esta porcentagem encontra-se dentro do intervalo indicado por Morales et al
(2010) para povoamentos de pinus Segundo os autores a produtividade do
pinus foi reduzida entre 14 a 36 nos diferentes siacutetios de produccedilatildeo
Nos espaccedilamentos 4x4 e 5x5 m esta diferenccedila foi mais significativa
com aproximadamente 465 e 392 respectivamente Isso se deve entre
outras coisas agrave morte natural das plantas com diacircmetros mais acentuados
tornando mais expressiva a reduccedilatildeo de volume
Comparando a produccedilatildeo de paricaacute em relaccedilatildeo a idade de corte pode
ser observada uma reduccedilatildeo no volume de madeira do quinto para o sexto ano
45
Este comportamento pode ser resultado do autodesbaste caracteriacutestico da
espeacutecie Por se tratar de uma espeacutecie pioneira ela atinge o aacutepice de
incremento na idade meacutedia de 5 anos sendo mais viaacutevel seu corte neste
periacuteodo (CARVALHO 2007)
Balloni e Simotildees (1980) anteriormente jaacute haviam afirmado que a
porcentagem de aacutervores dominadas e mortas cresce com o avanccedilo da idade
sendo mais intenso e precoce nos espaccedilamentos mais apertados Por isso a
idade de corte deve ser definida em funccedilatildeo do ritmo de crescimento
espaccedilamento finalidade da madeira e suas interaccedilotildees
32 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO
O levantamento de custos como citado anteriormente seguiram a
metodologia sugerida pelo Instituto de Economia Agriacutecola ndash IEA sendo
agrupados por atividade
321 Custo operacional efetivo ndash COE
Todas as atividades desde a implantaccedilatildeo ateacute a exploraccedilatildeo dos
povoamentos de paricaacute foram identificadas e os gastos estimados para
obtenccedilatildeo dos custos efetivamente desembolsados pelo produtor sendo que os
custos foram deflacionados e descapitalizados para o ano de 2006 A soma
dos custos das atividades desenvolvidas durante este periacuteodo com corte aos
5 6 e 7 anos podem ser observadas na Tabela 3
Nos povoamentos em estudo os custos de implantaccedilatildeo variaram entre
R$80000 a R$180000 entre os espaccedilamentos extremos sendo menor
quanto menor o nuacutemero de plantas por hectare Este montante representa
entre 18 e 26 do custo total de produccedilatildeo de paricaacute demonstrando sua
importacircncia em relaccedilatildeo agrave outros custos
46
Tabela 3 Custo Operacional Efetivo (COE) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006
Idade Espaccedilamento
(m)
COE do volume comercial (R$ha) COE do volume de lacircminas (R$ha)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 501646 501646 501646 648938 667703 674487
3x3 - 437995 437995 - 586899 608517
3x4 - 408969 408969 - 540219 562057
4x4 388309 388309 388309 468849 521642 530459
5x5 369666 369666 369666 451856 463692 499083
6 a
no
s
3x2 512608 512608 512608 639852 652755 664594
3x3 - 451539 451539 - 574684 595999
3x4 - 423545 423545 - 529527 551493
4x4 404176 404176 404176 471255 505786 518322
5x5 385283 385283 385283 451891 465242 486598
7 a
no
s
3x2 527155 527155 527155 637832 646772 652303
3x3 - 465086 465086 - 573035 590806
3x4 - 436693 436693 - 530595 549673
4x4 416824 416824 416824 477086 507776 518871
5x5 398191 398191 398191 458394 470202 489495
47
O custo no espaccedilamento 5x5 m foi semelhante ao encontrado por Silva
et al (2004) para a implantaccedilatildeo de 1 ha de eucalipto na regiatildeo de Brasiacutelia
quando os valores foram corrigidos para o mesmo periacuteodo demonstrando
semelhanccedila na implantaccedilatildeo das duas culturas
Nos povoamentos analisados natildeo houve diferenccedilas nos custos para
implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo nos plantios com classes de produtividade distintas
os quais objetivavam a produccedilatildeo de volume comercial Em contrapartida
houve o acreacutescimo de gastos a medida em que se reduziu os espaccedilamentos
de plantio ou seja quanto menor a aacuterea ocupada por plantas maiores os
gastos com alinhamento marcaccedilatildeo de covas coveamento plantio e adubaccedilatildeo
Em relaccedilatildeo ao volume de lacircminas ocorreu a distinccedilatildeo dos custos entre
classes de produtividade uma vez que os custos com colheita e transporte
estatildeo relacionados com o volume colhido Assim em classes de produtividade
alta e menor espaccedilamento de plantio o COE foi superior em comparaccedilatildeo aos
outros povoamentos analisados
Como observado aos 5 anos natildeo houve diferenccedila no COE
independente da classe de produtividade nos povoamentos em que satildeo
mensurados o volume comercial de madeira Isso foi reflexo da quantidade de
plantas inseridas no local que no plantio foram invariaacuteveis independente da
qualidade do terreno O mesmo foi notado quando se estimou os custos para
exploraccedilatildeo de madeira aos 7 anos
A reduccedilatildeo no COE da produccedilatildeo de lacircminas com o aumento da idade
de exploraccedilatildeo eacute explicado pela reduccedilatildeo ocorrida no volume de madeira
causado pela mortalidade das plantas como observado no trabalho de Silva et
al (2013) Assim diminuem-se proporcionalmente os custos com colheita
transporte e outras atividades de manutenccedilatildeo
322 Custo operacional total ndash COT
O custo operacional total envolveu o COE e a matildeo-de-obra familiar
considerada aqui como o custo de administraccedilatildeo ou seja os proprietaacuterios dos
48
povoamentos eram os responsaacuteveis pela administraccedilatildeo dos plantios A
participaccedilatildeo do COT pode ser observada na Tabela 4
O custo da matildeo-de-obra foi considerado como um custo operacional
efetivo pois natildeo houve somente um gasto mas um desembolso ou seja uma
saiacuteda de caixa Jaacute a matildeo-de-obra familiar eacute parte do custo de produccedilatildeo pois
consistiu em uma alocaccedilatildeo de recurso produtivo (matildeo-de-obra) para a geraccedilatildeo
do produto (madeira) representando cerca de 10 dos custos de produccedilatildeo
Observando a tabela 4 pode-se notar que o maior custo de
administraccedilatildeo foi obtido para o espaccedilamento 3x2 m quando o objetivo era a
laminaccedilatildeo com custo de aproximadamente R$67450 Jaacute o espaccedilamento 5x5
m com objetivo de venda da floresta em peacute obteve o menor custo com
aproximadamente R$37000 por hectare
Resultados semelhantes foram encontrados para a produccedilatildeo de
madeira aos 6 anos Os menores custos de administraccedilatildeo estatildeo relacionados
aos menores custo de implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo dos povoamentos Aos 6 anos
o custo de administraccedilatildeo no espaccedilamento 5x5 m em classe de produtividade
alta com o objetivo de produccedilatildeo de lacircminas foi de aproximadamente R$48660
e R$38528 quando se objetivou a venda da madeira em peacute
Os custos de administraccedilatildeo tambeacutem foram reduzidos a medida em que
se aumentou o tempo para exploraccedilatildeo dos povoamentos devido a reduccedilatildeo do
volume por hectare sendo outro indicio de que esta espeacutecie deve ser
explorada logo aos 5 anos apoacutes o plantio
49
Tabela 4 Custo Operacional Total (COT) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006
Idade Espaccedilamento
(m)
COT do volume comercial (R$ha) COT do volume de lacircminas (R$ha)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 551811 551811 551811 713832 734473 741936
3x3 - 481795 481795 - 645589 669368
3x4 - 449865 449865 - 594241 618263
4x4 427140 427140 427140 515733 573807 583505
5x5 406633 406633 406633 497042 510062 548991
6 a
no
s
3x2 563869 563869 563869 703837 718031 731053
3x3 - 496693 496693 - 632152 655599
3x4 - 465900 465900 - 582479 606642
4x4 444594 444594 444594 518380 556365 570155
5x5 423812 423812 423812 497080 511767 535258
7 a
no
s
3x2 579871 579871 579871 701615 711449 717534
3x3 - 511595 511595 - 630338 649886
3x4 - 480362 480362 - 583655 604641
4x4 458507 458507 458507 524794 558554 570758
5x5 438010 438010 438010 504233 517223 538444
50
323 Custo total ndash CT
O custo total foi obtido pelo COT acrescido da remuneraccedilatildeo paga ao
capital investido e ao custo da Terra (TABELA 5)
Apoacutes contabilizados todos os custos foi possiacutevel inferir que para o
volume comercial em espaccedilamentos mais adensados o custo total foi 2294
maior do que nos plantios mais espaccedilados independente da classe de
produtividade Jaacute em povoamentos onde o objetivo do plantio era a venda de
lacircminas ocorreu uma variaccedilatildeo nos custos em fator da classe de produtividade
e espaccedilamento de plantio
A venda da madeira aos 6 anos culminou em um acreacutescimo de 67 a
86 em comparaccedilatildeo com os mesmos povoamentos sendo explorados aos 5
anos Para a produccedilatildeo de lacircminas o aumento dos custos foi menos
expressivo No espaccedilamento 3x2 m em classe de produtividade baixa o
aumento foi de 34
A exploraccedilatildeo de povoamentos aos 7 anos foi 1347 a 1596 maior
em relaccedilatildeo a exploraccedilatildeo aos 5 anos e 726 a 801 para 6 anos Estes
nuacutemeros confirmam que os custos tecircm crescido proporcionalmente com o
passar do tempo
Os custos com a remuneraccedilatildeo do capital investido e pelo uso da terra
correspondem em meacutedia a 24 dos custos totais de produccedilatildeo Poreacutem a
maioria dos produtores rurais deixam de contabilizar estes custos por se tratar
do pagamento pelo uso dos bens que ele jaacute possui (capital e terra) resultando
em valores de produccedilatildeo abaixo do que realmente deve ser computado
Comparando a produccedilatildeo de paricaacute e Teca no espaccedilamento 3x2 m
utilizando a mesma metodologia de custos observa-se que o custo total para
cultivo da Teca eacute de aproximadamente R$1080309 valor muito proacuteximo ao
observado para o plantio de paricaacute (SANGUINO 2009)
51
Tabela 5 Custo Total (CT) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006
Idade Espaccedilamento
(m)
CT do volume comercial (R$ha) CT do volume de lacircminas (R$ha)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 730146 730146 730146 917076 940890 949501
3x3 - 649366 649366 - 838341 865776
3x4 - 612527 612527 - 779099 806814
4x4 586308 586308 586308 688522 755523 766713
5x5 562648 562648 562648 666957 681978 726892
6 a
no
s
3x2 782537 782537 782537 949133 966026 981526
3x3 - 702582 702582 - 863811 891718
3x4 - 665930 665930 - 804688 833447
4x4 640572 640572 640572 728395 773606 790019
5x5 615836 615836 615836 703043 720523 748483
7 a
no
s
3x2 843816 843816 843816 99343 100552 101299
3x3 - 759911 759911 - 905837 92986
3x4 - 721528 721528 - 848467 874257
4x4 694669 694669 694669 776132 81762 832618
5x5 669481 669481 669481 750864 766827 792907
52
De maneira geral os custos mais expressivos satildeo referentes agrave manutenccedilatildeo
dos plantios independente do espaccedilamento adotado (Figura 3) Isso eacute
consequecircncia do maior nuacutemero de atividades desenvolvidas durante este periacuteodo
que variam desde o controle de formigas agrave manutenccedilatildeo de estradas
Figura 3 Custos totais da produccedilatildeo de paricaacute sob diferentes espaccedilamentos na regiatildeo de Paragominas PA
Nota-se no entanto que quanto maior o espaccedilamento de plantio utilizado
maiores satildeo os custos de manutenccedilatildeo por hectare Como haacute menor quantidade de
aacutervores por hectare a presenccedila de plantas invasoras eacute mais acentuada
aumentando os custos para seu controle Em contrapartida os custos por hectare
53
com adubaccedilatildeo plantio colheita e transporte diminuem jaacute que o nuacutemero de aacutervores
na aacuterea eacute reduzido
Deve-se ressaltar ainda que estes custos podem variar de acordo com a
classe de produtividade a idade em que vatildeo ser explorados os povoamentos e os
tipos de atividades empregadas que podem variar de acordo com o produtor e a
regiatildeo
54
4 CONCLUSOtildeES
O custo operacional efetivo representou em meacutedia 65 dos custos totais de
produccedilatildeo sendo o transporte o custo individual mais expressivo em todos os
espaccedilamentos analisados Jaacute a manutenccedilatildeo foi o conjunto de atividades mais
significativo nos povoamentos devido ao nuacutemero e ao longo periacuteodo para execuccedilatildeo
das atividades
Os custos totais de produccedilatildeo foram superiores em espaccedilamentos menores
independentemente da remuneraccedilatildeo ou natildeo pelo uso dos capitais permanente e
circulante
A diferenccedila nos custos entre espaccedilamentos extremos 3x2 m e 5x5 m eacute
justificada pelo maior volume de matildeo-de-obra e insumos necessaacuterios para execuccedilatildeo
das atividades em locais com maior nuacutemero de plantas por hectare
55
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE FLORESTAS PLANTADAS ndash ABRAF Anuaacuterio Estatiacutestico da ABRAF 2013 Ano base 2012 Brasiacutelia ABRAF 2013 148p Disponiacutevel em lthttpwwwabraflororgbrestatisticasABRAF13ABRAF13BR pdfgt Acesso em 19 Ago 2013 BALLONI E A SIMOtildeES J W O espaccedilamento de plantio e suas implicaccedilotildees silviculturais IPEF Piracicaba v1 n 3 p 1-16 Set 1980 (Seacuterie Teacutecnica) CAMPOS J C C LEITE H G Mensuraccedilatildeo florestal perguntas e respostas Viccedilosa UFV 2002 407p
CARVALHO P E R Paricaacute (Schizolobium amazonicum) Colombo Embrapa Florestas 2007 8p (Circular Teacutecnica 142)
COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO ndash CONAB Custo de produccedilatildeo agriacutecola a metodologia da Conab Brasiacutelia Conab 2010 60p HOFFMANN R G Caracterizaccedilatildeo dendromeacutetrica e avaliaccedilatildeo do rendimento em laminaccedilatildeo de madeira em plantios de paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) na regiatildeo de Paragominas PA 2009 (97f) Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) ndash Universidade Federal do Espiacuterito Santo Jerocircnimo Monteiro ES 2009 IBGE Paraacute Dom Eliseu 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwibgegovbrcidadesat xtrasperfilphpcodmun =150293gt Acesso em 12 Ago 2013b IBGE Paraacute Paragominas 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwibgegovbrcidadesat xtrasperfilphpcodmun= 150550ampsearch=para|paragominasgt Acesso em 12 Ago 2013a MACEDO R L G GOMES J E VENTURIN N SALGADO B G Desenvolvimento inicial de Tectona grandis LF (teca) em diferentes espaccedilamentos no municiacutepio de Paracatu MG Cerne Lavras v 11 n 1 p 61-69 janmar 2005 MATSUNAGA M et al Metodologia de custo de produccedilatildeo utilizada pelo IEA Agricultura em Satildeo Paulo Satildeo Paulo v 23 p 123-139 1976 MORALES C A S ALBUQUERQUE J A ALMEIDA J A MARANGONI J M STAHL J CHAVES D M Qualidade do solo e produtividade de Pinus taeda no planalto catarinense Ciecircncia Florestal Vol 20 No 4 Oct-Dec 2010 pp 629-640 OLIVEIRA M L R LEITE H G NOGUEIRA G S GARCIA S L R SOUZA A L Classificaccedilatildeo da capacidade produtiva de povoamentos natildeo desbastados de clones de eucalipto Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v43 n11 p1559-1567 nov 2008 PREFEITURA MUNICIPAL DE PARAGOMINAS O lago verde Paragominas 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwparagominaspagovbrgt Acesso em 23 Maio 2013
56
PREFEITURA MUNICIPAL DE DOM ELISEU O municiacutepio Dom Eliseu 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwdomeliseupagovbrgt Acesso em 23 Maio 2013 SANGUINO A C Custos de implantaccedilatildeo e rentabilidade econocircmica de povoamentos florestais com teca no estado do Paraacute Ciecircncias Agraacuterias Beleacutem n 52 p 61-78 juldez 2009 SILVA G F GEZAN S A SOARES C P B ZANETI L Z Modeling growth and yield of Schizolobium amazonicum under different spacings International Journal of Forestry Research v 2013 (2013) 10 p SILVA K R MINETTI L J FIEDLER N C VENTUROLI F MACHADO E G B SOUZA A P Custos e rendimentos operacionais de um plantio de eucalipto em regiatildeo de cerrado Aacutervore Viccedilosa-MG v28 n3 p 361-366 2004
57
CAPIacuteTULO 2
ANAacuteLISE ECONOcircMICA DA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA DE PARICAacute
RESUMO
As exigecircncias atuais de mercado aliadas agraves alternativas de investimento expressam
a necessidade de avaliaccedilatildeo econocircmica de projetos florestais Essa avaliaccedilatildeo
contribui com a escolha da melhor estrateacutegia de produccedilatildeo a fim de tornar os
produtos florestais brasileiros competitivos no mercado externo Por isso objetivou-
se neste trabalho analisar a viabilidade econocircmica de povoamentos de paricaacute sob
diferentes espaccedilamentos aleacutem de determinar economicamente a melhor forma de
plantio para produccedilatildeo de madeira Estes povoamentos foram implantados na regiatildeo
de Paragominas PA em 2006 sob os espaccedilamentos 3x2 3x3 3x4 4x4 e 5x5 m
divididos em trecircs classes de produtividade A produccedilatildeo foi entatildeo estimada para as
idades de 5 6 e 7 anos por meio de equaccedilotildees de crescimento e produccedilatildeo Os
custos do plantio agrave colheita foram disponibilizados por produtores rurais e
empresaacuterios da regiatildeo assim como o valor de venda de lacircminas A partir da
obtenccedilatildeo dos custos e receitas fez-se a anaacutelise econocircmica dos projetos Para tanto
foram utilizados os iacutendices econocircmicos e o criteacuterio do benefiacutecio perioacutedico equivalente
(BPE) como formas de avaliaccedilatildeo considerando-se a taxa de desconto de 6 como
a taxa miacutenima de atratividade Apoacutes a anaacutelise dos iacutendices e criteacuterio de avaliaccedilatildeo
econocircmica pode-se concluir que o espaccedilamento 3x3 m em classe de produtividade
alta com corte aos 5 anos foi o mais indicado pois gera o maior retorno financeiro
Para os maiores espaccedilamentos estudos ainda devem ser desenvolvidos mas
acredita-se que eles sejam alternativas financeiras viaacuteveis
Palavras-chave Criteacuterios de avaliaccedilatildeo espaccedilamentos de plantio iacutendices
econocircmicos retorno financeiro
58
CHAPTER 2
ECONOMIC ANALYSIS OF PRODUCTION PARICAacute
ABSTRACT
The current market demands combined with investment alternatives express the
need for economic evaluation of forestry projects This assessment contributes to the
choice of the best production strategy in order to make the Brazilian forest products
competitive in foreign markets Therefore this study aimed to analyze the economic
feasibility of stands of paricaacute under different spacings and economically determine
the best planting for timber production These settlements were established in the
region of Paragominas PA in 2006 under the spacings 3x2 3x3 3x4 4x4 and 5x5
m divided into three classes productivity The production was then estimated for
ages 5 6 and 7 years through equations of growth and production Costs from
planting to harvest were provided by farmers and entrepreneurs in the region as well
as the value of sales of blades From procurement costs and revenues became the
economic analysis of projects For both economic indicators and criteria periodic
benefit equivalent (BPE) as forms of assessment considering the discount rate of 6
as the hurdle rate were used After analyzing the indexes and economic evaluation
criteria it can be concluded that the spacing 3x3 m in class high productivity with cut
to 5 years was the most suitable because it generates the greatest financial return
For the larger spacings studies have yet to be developed but it is believed that they
are viable alternatives financial
Keywords Evaluation criteria planting space economic indicators financial return
59
1 INTRODUCcedilAtildeO
A implantaccedilatildeo da lei dos incentivos fiscais na deacutecada de 60 motivou o plantio
de florestas para ampliar a base florestal do Paiacutes e captar recursos para o
desenvolvimento do setor (MELLO et al 2005) Esses estiacutemulos baseavam-se na
expansatildeo florestal desconsiderando a qualidade da madeira
Nos dias atuais diante das exigecircncias de mercado da competiccedilatildeo com
outros paiacuteses e das pressotildees relacionadas ao meio ambiente o Brasil tem investido
natildeo somente em produccedilatildeo mais tambeacutem em teacutecnicas silviculturais que contribuam
com a qualidade final dos produtos aleacutem de teacutecnicas que reduzam os custos
envolvidos no processo produtivo Essas metas tecircm sido alcanccediladas por meio do
planejamento dos investimentos
Para realizar um investimento eacute necessaacuterio primeiramente organizar
formalmente os objetivos por meio de um projeto relacionando os meios de que se
dispotildee para alcanccedilaacute-los Posteriormente deve-se analisar o mercado potencial do
produto a fim de obter informaccedilotildees sobre os retornos esperados do investimento
comparativamente agraves alternativas disponiacuteveis eou viaacuteveis Assim com o
planejamento adequado das atividades eacute possiacutevel identificar as exigecircncias atuais de
mercado os caminhos a serem seguidos para entatildeo construir um referencial futuro
o qual identificaraacute a viabilidade ou natildeo da implantaccedilatildeo do projeto ao qual o
planejamento se destina (REZENDE OLIVEIRA 2008)
Para implantaccedilatildeo de um projeto aleacutem de se conhecer o horizonte de
planejamento que eacute o periacuteodo estimado durante o qual o empreendimento em
anaacutelise iraacute operar faz-se necessaacuterios tambeacutem testar a sua viabilidade teacutecnica
econocircmica financeira social ambiental e poliacutetica O teste da viabilidade econocircmica
eacute considerado o mais importante entre os paracircmetros de avaliaccedilatildeo pois consiste em
verificar se no projeto as receitas superam os custos Caso isso natildeo ocorra diz-se
que o projeto eacute insustentaacutevel desde a sua implantaccedilatildeo (FARO 1979 CHICHORRO
et al 2010)
Na avaliaccedilatildeo econocircmica para decisatildeo de que o projeto deve ou natildeo ser
implementado satildeo usadas teacutecnicas e criteacuterios de anaacutelise que comparam os custos e
as receitas inerentes ao projeto A anaacutelise de projetos consiste entatildeo na verificaccedilatildeo
60
de que determinada atividade eacute lucrativa ou natildeo considerando-se um horizonte de
planejamento (REZENDE OLIVEIRA 2008)
Existem vaacuterios meacutetodos de seleccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de projetos de
investimentos Geralmente recorre-se a meacutetodos que consideram principalmente as
atividades a serem executadas os periacuteodos de execuccedilatildeo e seus respectivos custos
os produtos e o periacuteodo de tempo que levaratildeo para serem produzidos seus preccedilos
e receitas ou seja o fluxo de caixa (CHICHORRO et al 2010)
Os meacutetodos de avaliaccedilatildeo econocircmica podem entatildeo ser divididos em dois
grupos principais O primeiro grupo compreende aqueles em que natildeo se considera a
variaccedilatildeo do capital no tempo sendo indicados para horizontes de planejamentos
muito curtos onde natildeo haacute inflaccedilatildeo Jaacute o segundo grupo considera a variaccedilatildeo do
capital no tempo podendo-se citar o valor presente liacutequido (VPL) e o benefiacutecio
perioacutedico equivalente (BPE) como exemplos (SILVA et al 2005)
A variaccedilatildeo do capital ocorre devido agrave remuneraccedilatildeo paga ao seu uso por
determinado tempo ou seja os juros Assim no final do prazo estipulado natildeo
haveraacute somente a quantia emprestada mais tambeacutem um acreacutescimo que
corresponde ao custo de oportunidade do uso do capital durante o periacuteodo de
empreacutestimo O valor a ser pago no final do periacuteodo dependeraacute da taxa de juros
correspondente a unidade de tempo considerada A Conab utiliza o percentual de
6 ao ano como a taxa de retorno para a remuneraccedilatildeo dos investimentos feitos pelo
produtor como se o capital fosse aplicado em outro investimento alternativo
(OLIVEIRA REZENDE 2004 CONAB 2010)
Tendo em vista este contexto objetivou-se neste trabalho analisar a
viabilidade econocircmica de povoamentos de paricaacute sob diferentes espaccedilamentos e
determinar economicamente o melhor espaccedilamento de plantio para produccedilatildeo de
madeira
61
2 MATERIAL E MEacuteTODOS
21 OBTENCcedilAtildeO DAS RECEITAS
A partir da estimativa dos volumes comercial (VTHA msup3ha) e de lacircminas
(VCHA m3ha) nos diferentes espaccedilamentos de plantio em diferentes
idades e classes produtivas tal como proposto no capiacutetulo 1 foram contraiacutedas as
receitas Os volumes comercial e de lacircminas estimados foram multiplicados pelo valor
meacutedio de venda disponiacutevel no boletim informativo de preccedilos disponibilizado pela
Coordenadoria Executiva da Administraccedilatildeo Tributaacuteria ndash CERAT do Estado do Paraacute
2013 Obteve-se assim a receita para cada espaccedilamento analisado
22 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS
Como se trata de projetos de investimento com a finalidade de obtenccedilatildeo de
madeira foram propostos trecircs horizontes de planejamento para os povoamentos de
paricaacute Esses horizontes se referiram ao periacuteodo de tempo que estes projetos foram
avaliados correspondendo a 5 6 e 7 anos entre a implantaccedilatildeo e colheita
Sabendo-se que eacute necessaacuterio reajustar os valores investidos durante o
periacuteodo de execuccedilatildeo do projeto utilizou-se uma taxa de desconto de 6 ao ano
como forma de remuneraccedilatildeo do capital investido considerando a caderneta de
poupanccedila como sendo o melhor investimento alternativo (OLIVEIRA REZENDE
2004) A inflaccedilatildeo identificada no periacuteodo foi obtida por meio do uso do Iacutendice Geral
de Preccedilos - Disponibilidade Interna (IGP-DI) o qual mede a variaccedilatildeo de preccedilos no
mercado A descapitalizaccedilatildeo foi realizada de acordo com a metodologia descrita no
capiacutetulo 1
Para anaacutelise da viabilidade econocircmica do projeto identificaram-se as
variaccedilotildees do capital no tempo Assim em relaccedilatildeo agrave classificaccedilatildeo do projeto de
investimento este foi considerado convencional ou seja ocorreu apenas uma
mudanccedila de sinal em seu fluxo de caixa satisfazendo as seguintes condiccedilotildees
62
119862119900 lt 0
119883119895 le 0 119901119886119903119886 119895 = 1 hellip 119896
119883119895 ge 0 119901119886119903119886 119895 = 119896 + 1 hellip 119899 119890
sum 119883119895
119899
119895=119896+1
gt sum 119883119895
119896
119895=0
Em que
Co = custo inicial (R$)
k = periacuteodo de tempo a partir do qual as receitas passaram a ser positivas
Xj = receita liacutequida de cada periacuteodo j e
n = duraccedilatildeo do projeto (anos)
Depois de identificado o tipo de projeto e tendo todos os custos jaacute calculados
no capiacutetulo 1 procedeu-se a anaacutelise econocircmica dos projetos por meio da avaliaccedilatildeo
dos iacutendices econocircmicos e do benefiacutecio perioacutedico equivalente (BPE)
23 IacuteNDICES ECONOcircMICOS DA PRODUCcedilAtildeO
Para verificar a rentabilidade do sistema produtivo os seguintes iacutendices
econocircmicos de produccedilatildeo foram utilizados
a) Renda bruta (RB)
119877119861 = 119876 times P Eq1
b) Margem bruta (MB)
119872119861 = 119877119861 minus 119862119874119864 Eq 2
c) Margem liacutequida (ML)
119872119871 = 119877119861 minus 119862119874119879 Eq 3
d) Lucro (L)
119871 = 119877119861 minus 119862119879 Eq 4
63
e) Lucratividade (Lc)
119871119888 =119871
119877119861 Eq 5
f) Iacutendice de rentabilidade (IR)
119868119877 =119872119871
119862 Eq 6
Em que
119877119861 = renda bruta (R$)
119876 = quantidade de produto vendido (un)
119875 = preccedilo unitaacuterio dos produtos (R$)
119872119861 = margem bruta (R$)
119862119874119864 = custo operacional efetivo (R$)
119872119871 = margem liacutequida (R$)
119862119874119879 = custo operacional total (R$)
119871 = lucro (R$)
119862119879 = custo total (R$)
119871119888 = lucratividade ()
119868119877 = iacutendice de rentabilidade () e
119862 = capital empatado (R$) referente ao somatoacuterio do custo fixo e circulante meacutedio
podendo-se considerar ou natildeo o custo da terra
24 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DOS PROJETOS
241 Benefiacutecio perioacutedico equivalente (BPE)
Para avaliaccedilatildeo da viabilidade econocircmica por meio do BPE a seguinte
foacutermula foi utilizada
119861119875119864 =119881119875119871[(1 + 119894)119905](1 + 119894)119899119905
(1 + 119894)119899119905 minus 1 Eq 7
64
Em que
n = duraccedilatildeo do projeto (anos)
t = nuacutemero de periacuteodos de capitalizaccedilatildeo
i = taxa de desconto e
VPL = valor presente liacutequido
O VPL foi obtido pela foacutermula
119881119875119871 = sum 119877119895
119899
119895=0
(1 + 119894)minus119895 minus sum 119862119895
119899
119895=0
(1 + 119894)minus119895
Eq 8
Em que
i = taxa de desconto (juros)
j = periacuteodo em que a receita ou o custo ocorreram
n = duraccedilatildeo do projeto (anos)
Rj = receita no final do ano j ou do periacuteodo de tempo e
Cj = custo no final do ano j ou do periacuteodo de tempo considerado
O BPE permite a comparaccedilatildeo de projetos com diferentes horizontes de
planejamento pois os custos jaacute estatildeo distribuiacutedos por unidade de tempo estando
impliacutecitas as diferenccedilas de horizontes Como o desconto dos fluxos de caixa foi
estimado a partir da ldquodata presenterdquo ou seja no periacuteodo de implantaccedilatildeo do projeto
estes foram comparados quando as consequecircncias monetaacuterias estavam em um
ponto comum do tempo
65
3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
31 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA VENDA DE MADEIRA EM PEacute
A renda bruta foi estimada por meio da multiplicaccedilatildeo do volume comercial e
comercial por hectare e o preccedilo pago por cada unidade agrave qual se admitiu um valor
miacutenimo de R$5370 msup3 para venda de ldquomadeira em peacuterdquo ou seja madeira natildeo
explorada e R$45156 msup3 a venda de lacircminas de paricaacute
Identicamente aos custos as receitas foram deflacionadas e
descapitalizadas para o ano 0 a fim de possibilitar a comparaccedilatildeo entre os valores
gastos e recebidos com essa praacutetica de produccedilatildeo A renda bruta obtida com a venda
de madeira de paricaacute pode ser observada na Tabela 1
Tabela 1 Renda bruta (RB) obtida com a produccedilatildeo de madeira de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA sem considerar o custo de laminaccedilatildeo
Idade Espaccedil
(m)
VTHA (R$ha) VCHA (R$ha)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 379731 433109 452408 1109193 1349221 1557365
3x3 - 362619 424113 - 1212472 1509318
3x4 - 311840 373961 - 1077399 1379067
4x4 166887 317064 342144 550865 1122453 1272564
5x5 172002 205671 306342 627806 811406 1226000
6 a
no
s
3x2 355004 394611 431419 1056449 1261369 1508350
3x3 - 341749 408022 - 1163130 1470243
3x4 - 288386 356682 - 1020754 1335360
4x4 167940 274794 313771 556167 1012394 1196711
5x5 166477 207478 273875 613368 817994 1133134
7 a
no
s
3x2 334925 365156 383863 1012137 1191106 1382874
3x3 - 325700 385794 - 1122613 1410651
3x4 - 278203 342718 - 993941 1296571
4x4 164441 268225 305743 547531 994496 1174049
5x5 164242 204174 269414 607295 808354 1119474
Em que Espaccedil = espaccedilamento (m) VTHA = volume comercial por hectare (msup3ha) e VCHA = volume de lacircminas por hectare (msup3ha)
66
A ausecircncia de valores na classe de produtividade baixa nos espaccedilamentos
3x3 e 3x4 m eacute proveniente da inesistecircncia de povoamentos nestas condiccedilotildees de
terreno Como se tratam de plantios independentes a falta de informaccedilotildees nestes
ambientes natildeo prejudicamalteram os resultados nas outras aacutereas em estudo
Observando a Tabela 1 eacute perceptiacutevel a diferenccedila entre a renda bruta obtida
com a venda de madeira em peacute e a explorada Para siacutetios de baixa produtividade e
com corte aos 5 anos a diferenccedila entre a venda de lacircminas e madeira em peacute foi de
aproximadamente R$729000 Esta diferenccedila ocorreu porque o custo de laminaccedilatildeo
natildeo foi contabilizado por falta de informaccedilotildees sobre o processo produtivo
Natildeo existem estudos que indiquem os custos reais de laminaccedilatildeo de paricaacute
proveniente de reflorestamento e quais as atividades necessaacuterias para transformar o
torete de madeira em lacircminas de forma eficiente e com boa qualidade
A renda resultante da venda de ldquomadeira em peacuterdquo em espaccedilamentos
menores como o 3x2 m superam os mais espaccedilados como o 4x4 e 5x5 m com
receita duas vezes maior quando comparados os espaccedilamentos 3x2 e 5x5 m Esta
tendecircncia ocorre entre classes de produtividade e tambeacutem entre idades distintas
Com o aumento da idade de corte houve diminuiccedilatildeo nas receitas em todos
os espaccedilamentos pois o volume de madeira foi reduzido Isso ocorre como jaacute citado
anteriormente provavelmente devido ao autodesbaste das plantas caracteriacutestico da
espeacutecie Entretanto os custos tambeacutem sofreram reduccedilatildeo devido ao menor nuacutemero
de plantas por hectare e esta relaccedilatildeo deve ser analisada
O comportamento da renda bruta em relaccedilatildeo a madeira explorada segue a
mesma tendecircncia citada acima ou seja o menor espaccedilamento no melhor siacutetio
produtivo aos 5 anos eacute o que indica ser o mais viaacutevel Todavia deve-se interagir
custos e receitas para se inferir sobre o espaccedilamento mais adequado para se obter
a maior lucratividade
Na Tabela 2 eacute possiacutevel observar os iacutendices em siacutetios com classe de
produtividade baixa para a venda de lacircminas de paricaacute
67
Tabela 2 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute para venda preacute-corte em classe de produtividade baixa (17 ndash 19 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
5 a
no
s
MB -121915 - - -221422 -197665
ML -172080 - - -260253 -234631
L -256915 - - -325921 -297147
L (t) -350415 - - -419421 -390647
Luc -068 - - -195 -173
Lucr (t) -092 - - -251 -227
IR -047 - - -085 -079
IR (t) -038 - - -065 -060
6 a
no
s
MB -157604 - - -236236 -218806
ML -208865 - - -276654 -257335
L -316133 - - -361232 -337959
L (t) -427533 - - -472632 -449359
Luc -089 - - -215 -203
Lucr (t) -120 - - -281 -270
IR -056 - - -088 -084
IR (t) -043 - - -065 -062
7 a
no
s
MB -192230 - - -244377 -225943
ML -244145 - - -285258 -264961
L -376891 - - -388205 -363216
L (t) -508091 - - -519405 -494416
Luc -113 - - -236 -221
Lucr (t) -152 - - -316 -301
IR -065 - - -090 -086
IR (t) -048 - - -064 -060
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
Na Tabela 2 eacute possiacutevel observar que sob as condiccedilotildees analisadas nenhum
espaccedilamento eacute viaacutevel economicamente Jaacute o comportamento dos iacutendices financeiros
em classe de produtividade meacutedia pode ser observado na Tabela 3
68
Tabela 3 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute para venda preacute-corte em classe de produtividade meacutedia (19 ndash 21 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
5 a
no
s
MB -68537 -75377 -97128 -71245 -163995
ML -118702 -119176 -138025 -110076 -200962
L -203537 -193247 -207187 -175744 -263477
L (t) -297037 -286747 -300687 -269244 -356977
Luc -047 -053 -066 -055 -128
Lucr (t) -069 -079 -096 -085 -174
IR -033 -036 -043 -036 -067
IR (t) -026 -028 -034 -027 -051
6 a
no
s
MB -117998 -109790 -135159 -129382 -177806
ML -169258 -154944 -177514 -169800 -216334
L -276527 -249433 -266145 -254378 -296958
L (t) -387927 -360833 -377545 -365778 -408358
Luc -070 -073 -092 -093 -143
Lucr (t) -098 -106 -131 -133 -197
IR -046 -046 -055 -054 -071
IR (t) -035 -034 -041 -040 -052
7 a
no
s
MB -161999 -131381 -150483 -140593 -186011
ML -213914 -177089 -193352 -181475 -225030
L -346659 -292189 -301302 -284422 -323284
L (t) -477859 -423389 -432502 -415622 -454484
Luc -095 -090 -108 -106 -158
Lucr (t) -131 -130 -155 -155 -223
IR -057 -052 -059 -057 -073
IR (t) -042 -037 -042 -040 -051
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
Os prejuiacutezos obtidos nestas condiccedilotildees do terreno satildeo menores quando
comparados com siacutetios de produtividade baixa O mesmo comportamento tambeacutem
foi observado para siacutetios de classe de produtividade alta como indicado na Tabela
4
69
Tabela 4 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute pra venda preacute-corte em classe de produtividade alta (21 ndash 24 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
5 a
no
s
MB -49238 -13882 -35007 -46165 -63324
ML -99403 -57682 -75904 -84996 -100291
L -184238 -131752 -145066 -150664 -162806
L (t) -277738 -225252 -238566 -244164 -256306
Luc -041 -031 -039 -044 -053
Lucr (t) -061 -053 -064 -071 -084
IR -027 -017 -024 -028 -034
IR (t) -022 -014 -018 -021 -026
6 a
no
s
MB -81189 -43517 -66863 -90406 -111408
ML -132450 -88671 -109217 -130823 -149937
L -239718 -183160 -197848 -215401 -230561
L (t) -351118 -294560 -309248 -326801 -341961
Luc -056 -045 -055 -069 -084
Lucr (t) -081 -072 -087 -104 -125
IR -036 -026 -034 -041 -049
IR (t) -028 -020 -025 -031 -036
7 a
no
s
MB -143292 -71287 -85969 -103075 -120771
ML -195207 -116995 -128837 -143956 -159790
L -327953 -232094 -236787 -246903 -258044
L (t) -459153 -363294 -367987 -378103 -389244
Luc -085 -060 -069 -081 -096
Lucr (t) -120 -094 -107 -124 -144
IR -052 -034 -039 -045 -052
IR (t) -038 -025 -028 -032 -036
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
A inviabilidade econocircmica observada nas trecircs condiccedilotildees produtivas podem
ter sido provenientes do baixo valor de mercado praticado na regiatildeo
Apoacutes o pagamento de todos os desembolsos efetivos restou o deacutebito de R$-
13882 para o espaccedilamento 3x3 m Esta quantia jaacute pode ser considerada como
70
prejuiacutezo do investimento mesmo sem ser contabilizados o pagamento da matildeo de
obra familiar (administraccedilatildeo) e os custos de oportunidade do capital
O menor valor resultante para o espaccedilamento 5x5 m se deve ao fato de
existirem atividades iguais aos outros espaccedilamentos que estatildeo sendo executas em
tempo maior que dos outros povoamentos aumentando assim o custo de produccedilatildeo
Jaacute os resultados encontrados para o espaccedilamento 3x3 m em classe de
produtividade alta satildeo atribuiacutedos agrave eficiecircncia das operaccedilotildees de manutenccedilatildeo dos
plantios principalmente pelo controle de plantas daninhas
Depois do pagamento de todos os desembolsos efetivos foi admitida a
remuneraccedilatildeo da matildeo de obra familiar em virtude da administraccedilatildeo das aacutereas de
plantio sendo proporcional aos custos de produccedilatildeo de paricaacute A margem liacutequida
negativa indica que o empreendimento eacute economicamente inviaacutevel O valor admitido
por este iacutendice se positivo natildeo seria o lucro gerado pois ainda natildeo foi descontado
o custo de oportunidade do capital investido
Para todos os povoamentos analisados houve lucro negativo principalmente
quando foi considerada a remuneraccedilatildeo pelo uso da terra Isso significa que o
investimento natildeo foi atrativo financeiramente Este resultado natildeo eacute interessante
economicamente ao produtor e pode trazer consequecircncias ainda piores como falta
de incentivo agrave produccedilatildeo falta de demanda para venda da madeira em idade de corte
e preccedilos ainda menores do que os praticados
Considerando-se o pagamento pelo uso da terra o prejuiacutezo obtido pelo
plantio de paricaacute variou entre 53 e 316 sendo maior quando mais amplo o
espaccedilamento de plantio Desconsiderando o pagamento pelo uso da terra o
prejuiacutezo se tornou menor estando entre 31 e 236
Este iacutendice representa a capacidade da atividade de transformar
investimento em margem liacutequida Assim desconsiderando o pagamento pelo uso da
terra tem-se que para cada real investido obteve-se entre R$-090 e R$-017 de
margem liacutequida sendo mais atrativo o espaccedilamento 3x3 m em classe de
produtividade alta Considerando o custo da terra o valor foi de R$-065 a R$-014
sendo melhor nos menores espaccedilamento de plantio
Deve-se salientar novamente que o valor do msup3 de madeira utilizado nesta
pesquisa eacute proveniente do preccedilo meacutedio praticado pelo CERAT ndash PA Valores
superiores a este encontrados na regiatildeo podem alterar estes resultados tornando
estes povoamentos atrativos financeiramente (quando superiores a R$10000 msup3)
71
32 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA LAMINADA
O comportamento observado foi semelhante ao da madeira vendida em peacute
ou seja os iacutendices financeiros apontaram que a viabilidade econocircmica aos 5 anos
foi superior agraves outras idades de exploraccedilatildeo (Tabela 5)
Tabela 5 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de baixa produtividade (17 ndash 19 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
5 a
no
s
MB 460255 - - 82016 175950
ML 395361 - - 35131 130764
L 285617 - - -44157 54349
L (t) 192117 - - -137657 -39151
Luc 026 - - -008 009
Lucr (t) 017 - - -025 -006
IR 090 - - 010 039
IR (t) 074 - - 008 030
6 a
no
s
MB 416597 - - 84912 161477
ML 352612 - - 37786 116288
L 218717 - - -60828 21725
L (t) 107317 - - -172228 -89675
Luc 021 - - -011 004
Lucr (t) 010 - - -031 -015
IR 081 - - 011 034
IR (t) 065 - - 008 026
7 a
no
s
MB 374305 - - 138713 217110
ML 322390 - - 97831 178092
L 161775 - - -5115 79837
L (t) 30575 - - -136315 -51363
Luc 016 - - -001 013
Lucr (t) 003 - - -025 -008
IR 075 - - 031 058
IR (t) 057 - - 022 041
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
72
Os iacutendices econocircmicos para as classes de produtividade meacutedia e alta
encontram-se nas Tabelas 6 e 7
Tabela 6 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de meacutedia produtividade (19 ndash 21 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
5 a
no
s
MB 681518 625573 537181 600811 347713
ML 614747 566883 483159 548647 301344
L 501830 467631 391801 460430 222928
L (t) 408330 374131 298301 366930 129428
Luc 037 039 036 041 027
Lucr (t) 030 031 028 033 016
IR 137 139 126 147 087
IR (t) 114 113 101 117 069
6 a
no
s
MB 608614 588446 491228 506607 352752
ML 543338 530977 438275 456029 306227
L 406743 410719 327467 350188 208871
L (t) 295343 299319 216067 238788 97471
Luc 032 035 032 035 026
Lucr (t) 023 026 021 024 012
IR 124 133 116 125 089
IR (t) 099 104 090 095 067
7 a
no
s
MB 544335 665533 565255 585678 418169
ML 492420 619825 522386 544796 379151
L 329553 504725 414437 441850 280896
L (t) 198353 373525 283237 310650 149696
Luc 028 045 042 044 035
Lucr (t) 017 033 028 031 019
IR 113 181 159 171 123
IR (t) 087 131 114 121 086
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
73
Tabela 7 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de alta produtividade (21 ndash 24 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5 5
an
os
MB 882878 900802 817010 742105 726917
ML 815429 839950 760805 689059 677009
L 701365 737042 665754 599351 592608
L (t) 607865 643542 572254 505851 499108
Luc 045 049 048 047 048
Lucr (t) 039 043 041 040 041
IR 181 201 193 182 187
IR (t) 150 164 156 146 148
6 a
no
s
MB 843757 874244 783868 678388 646537
ML 777297 814644 728718 626556 597877
L 638225 689925 613313 518092 496052
L (t) 526825 578525 501913 406692 384652
Luc 042 047 046 043 044
Lucr (t) 035 039 038 034 034
IR 174 198 187 168 168
IR (t) 140 156 146 129 128
7 a
no
s
MB 730571 953571 867885 765231 729289
ML 678656 907863 825016 724350 690271
L 514396 792763 717066 621403 592016
L (t) 383196 661563 585866 490203 460816
Luc 037 056 055 053 053
Lucr (t) 028 047 045 042 041
IR 154 266 252 228 224
IR (t) 119 192 180 161 157
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
Contrariamente agrave preacute-colheita a venda de madeira de paricaacute poacutes-colheita
tem demonstrado viabilidade economica para as idade classe de produtividade e
espaccedilamento analisados como observados nos iacutendices a seguir
Apoacutes o pagamento de todos os custos efetivos notou-se uma vantagem no
uso de espaccedilamentos mais adensados Nestes ambientes a margem bruta foi por
74
vezes maior que 40 em relaccedilatildeo aos maiores espaccedilamentos Poreacutem restam ainda
o pagamento pela administraccedilatildeo e uso do capital No entanto verificou-se que a
maioria dos projetos avaliados foram viaacuteveis economicamente pois se obteve
resultados positivos para a madeira laminada
A matildeo-de-obra familiar foi remunerada mantendo-se o montante positivo
Este montante foi utilizado posteriormente como forma de pagamento pelo custo de
oportunidade do capital Observa-se que este iacutendice manteve a tendecircncia de
comportamento semelhante agrave margem bruta exprimindo a viabilidade dos projetos
Lucro negativo soacute foi observado em espaccedilamentos amplos como o 4x4 e
5x5 m em classe de produtividade baixa em todos os anos analisados Isso
significa que o custo de oportunidade do uso do capital natildeo estaacute sendo remunerado
O resultado encontrado eacute consequecircncia de volume insuficiente de lacircminas
para o pagamento do processo produtivo Vale salientar que o processo de
laminaccedilatildeo natildeo foi quantificado
O intervalo de lucratividade sem considerar o pagamento pelo uso da terra
variou de -31 agrave 56 ou seja existem povoamentos que em certas condiccedilotildees
foram inviaacuteveis economicamente como eacute o caso dos espaccedilamentos 4x4 e 5x5 m
em classe de produtividade baixa com exploraccedilatildeo aos 5 anos Outros povoamentos
ao contraacuterio possuem lucratividade de 56 Como exemplo pode-se citar o 3x3 m
aos 7 anos em classe de produtividade alta
Quando se considera o pagamento pelo uso da terra a mesma tendecircncia foi
observada poreacutem a lucratividade foi menor
A capacidade da atividade em transformar o investimento em margem
liacutequida variou entre R$034 e R$266 sendo mais atrativo o espaccedilamento 3x3 m
Considerando o custo da terra o valor corresponde entre R$008 e R$192 sendo
melhor quanto menor o espaccedilamento de plantio
Considerando os valores obtidos nas Tabelas 5 6 e 7 foi possiacutevel inferir
sobre os custos maacuteximos que poderiam ser destinados agrave laminaccedilatildeo para que todas
as despesas fossem pagas obtendo lucratividade zero Na Tabela 8 eacute indicado
quais satildeo estes valores
75
Tabela 8 Valores maacuteximos a serem pagos pela laminaccedilatildeo (R$msup3)
Idade Classe produtiva (m) Espaccedilamentos (m)
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5 5
ano
s Baixa 1184 - - -1930 -533
Meacutedia 2206 2414 2238 2708 1472
Alta 3144 3550 3580 3459 3812
6 a
no
s Baixa 707 - - -2400 -1260
Meacutedia 1751 2049 1753 2033 1099
Alta 2857 3317 3292 3033 3286
7 a
no
s Baixa 131 - - -3253 -2045
Meacutedia 1189 1557 1223 1543 476
Alta 2255 2916 2883 2613 2836
Estas informaccedilotildees satildeo valores meacutedios dos espaccedilamentos para cada classe
de produtividade e idade Como pressupotildee-se que em siacutetio de melhor qualidade haacute
maior renda eacute possiacutevel o pagamento de um valor substancialmente maior do que
em classe de produtividade meacutedia Observa-se ainda a inviabilidade da praacutetica de
laminaccedilatildeo em classe de produtividade baixa independente da idade de corte pois a
receita foi menor que os custos mesmo sem a laminaccedilatildeo Essa consideraccedilatildeo
reforccedila os argumentos de suporte sobre os menores espaccedilamentos serem os mais
apropriados para o plantio de paricaacute
33 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA
331 Benefiacutecio perioacutedico equivalente ndash BPE
Para a taxa de 6 aa em povoamentos natildeo explorados o BPE obtido
variou entre R$-24042 e R$-8005 para os espaccedilamentos 4x4 e 3x3 m
respectivamente (Tabela 9) Isso indica que o espaccedilamento 3x3 m na classe de
produtividade alta com corte aos 5 anos eacute o que resultou no menor prejuiacutezo
financeiro sob estas condiccedilotildees analisadas Jaacute o 4x4 m em classe de produtividade
baixa com corte aos 7 anos foi a pior escolha de investimento
76
Tabela 9 BPE de plantios de paricaacute situados na regiatildeo de Paragominas PA
Idade Espaccedil
(m)
BPE (VTHA) BPE (VCHA)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 -15515 -12312 -11154 17037 30010 41982
3x3 - -11695 -8005 - 27958 44123
3x4 - -12531 -8804 - 23408 39845
4x4 -19655 -10645 -9140 -2749 27526 35861
5x5 -17929 -15909 -9868 3161 13276 35456
6 a
no
s
3x2 -19068 -16692 -14483 13023 24305 38193
3x3 - -15066 -11090 - 24543 41296
3x4 - -16069 -11971 - 19548 36699
4x4 -21774 -15363 -13024 -3750 20911 30986
5x5 -20378 -17917 -13934 1204 12432 29663
7 a
no
s
3x2 -22761 -20948 -19825 8894 18907 29965
3x3 - -18281 -14675 - 20779 36619
3x4 - -18827 -14957 - 16500 33111
4x4 -24042 -17815 -15564 -5944 18385 28258
5x5 -22542 -20146 -16232 -842 10264 27366
Em que Espaccedil = espaccedilamento (m) BPE (VTHA) = benefiacutecio perioacutedico equivalente para venda de madeira em peacute e BPE (VCHA) = benefiacutecio perioacutedico equivalente para venda de madeira laminada
A mesma tendecircncia foi observada em povoamentos explorados em que o
BPE variou entre R$-5944 e R$44123 sendo o espaccedilamento 3x3 m a melhor
opccedilatildeo de investimento O mesmo resultado foi obtido por Pavan et al (2010) com
plantios de eucalipto no Rio Grande do Sul para laminaccedilatildeo
Caso ocorressem mudanccedilas na taxa de desconto estas contribuiriam para o
aumento ou reduccedilatildeo dos lucros do plantio Segundo Soares et al (2003) aumentos
na taxa de desconto afetam significativamente o VPL e consequentemente o BPE
indicando que quanto menor a taxa de desconto utilizada maior seraacute a lucratividade
do projeto
A partir da anaacutelise econocircmica dos diferentes sistemas de plantio pode-se
inferir que o motivo pelo qual a classe de produtividade baixa resultou em uma das
piores alternativas financeiras estaacute relacionado ao autodesbaste das plantas neste
ambiente Como estas aacutereas dispotildeem de menores recursos eacute possiacutevel que tenha
77
ocorrido uma expressiva mortalidade de plantas devido agrave concorrecircncia por luz e
nutrientes do solo
Todos os espaccedilamentos de plantio podem ser alternativas viaacuteveis que
poderatildeo contribuir de maneira mais significativa na medida em que alcancem sua
capacidade maacutexima de incremento Isso eacute obtido com a diferenciaccedilatildeo entre os
horizontes de planejamento que natildeo podem ser idecircnticos para todos os
espaccedilamentos de plantio haja vista que as aacutervores se comportam de maneiras
diferentes nestes espaccedilamentoss devido agrave disponibilidade de recursos
Esta afirmaccedilatildeo jaacute foi comprovada em estudos realizados por Cordeiro et al
(2009) em que foi constatado que o sistema de produccedilatildeo do paricaacute em cultivo puro
sob o espaccedilamento 4x3 m nos quatro primeiros anos de cultivo natildeo apresentaram
viabilidade econocircmica sugerindo a necessidade de maior horizonte de
planejamento
78
4 CONCLUSOtildeES
O monocultivo de paricaacute em qualquer um dos espaccedilamentos analisados foi
considerado inviaacutevel por todos os criteacuterios utilizados nesta anaacutelise econocircmica
quando se objetivou a venda da madeira sem exploraccedilatildeo Essa resposta estaacute
associada ao baixo valor de mercado ao qual a espeacutecie estaacute subordinada
A exploraccedilatildeo de madeira mesmo sendo um processo trabalhoso e
dispendioso eacute uma alternativa para se obter valores positivos com a produccedilatildeo de
paricaacute
Observando os custos e receitas oriundos de plantios de paricaacute pode-se
afirmar que espaccedilamentos mais amplos em classe de produtividade baixa satildeo
insuficientes para remunerar o processo de laminaccedilatildeo
O maior retorno financeiro foi obtido em povoamentos de paricaacute implantados
em classe de produtividade alta sob o espaccedilamento 3x3 m com exploraccedilatildeo aos 5
anos
79
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
CHICHORRO J F BAUER M O ANDRADE W S SILVA G F SANTOS F R SILVA J L NOGUEIRA M A Avaliaccedilatildeo econocircmica de projetos florestais In CHICHORRO J F BAUER M O GARCIA G O CALDEIRA M V W Toacutepicos especiais em ciecircncias florestais 1 ed Visconde do Rio Branco Suprema 2010 v 1 p 231-260 COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO ndash CONAB Custo de produccedilatildeo agriacutecola a metodologia da Conab Brasiacutelia Conab 2010 60p COORDENADORIA EXECUTIVA DA ADMINISTRACcedilAtildeO TRIBUTAacuteRIA ndash CERAT Boletim informativo de preccedilos Paraacute 2013 22p CORDEIRO I M C C SANTANA A C LAMEIRA O A SILVA I M Anaacutelise econocircmica dos sistemas de cultivo com Schizolobium parahyba var amazonicum (Huber ex Ducke) Barneby (Paricaacute) E Ananas comosus var erectifolius (L B Smith) Coppus amp Leal (Curauaacute) no municiacutepio de Aurora do Paraacute (PA) Brasil Facultad Agronomiacutea (LUZ) 2009 26 243-265 FARO C Elementos de engenharia econocircmica 3ed Satildeo Paulo Atlas 1979 328p MELLO A A CARNIERI C ARCE J E SANQUETTA C R Planejamento florestal visando agrave maximizaccedilatildeo dos lucros e a manutenccedilatildeo do estoque de carbono Cerne Lavras v 11 n 3 p 205-217 julset 2005 OLIVEIRA A D REZENDE J L P Economia Florestal Lavras UFLAFAEPE 2004 101p PAVAN J A ALVES T W SOUZA M A Viabilidade Econocircmica da Produccedilatildeo de Eucaliptos no Rio Grande do Sul Associaccedilatildeo Brasileira de Custos vol 5 n 1 78-109 JanAbr 2010 REZENDE J L P OLIVEIRA A D Anaacutelise econocircmica e social de projetos florestais Viccedilosa MG UFV 2001 389 p SILVA M L JACOVINE L A G VALVERDE S R Economia Florestal 2 ed Viccedilosa UFV 2005 178p SOARES T S CARVALHO R M M A VALE A B Avaliaccedilatildeo econocircmica de um povoamento de Eucalyptus grandis destinado a multiprodutos Aacutervore Viccedilosa-MG v27 n5 p689-694 2003
80
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A partir das condiccedilotildees estabelecidas notou-se o efeito dos espaccedilamentos
de plantio na viabilidade econocircmica dos povoamentos de paricaacute
Em relaccedilatildeo aos custos de produccedilatildeo eles devem ser separados por
atividades sendo elas preparo da aacuterea plantio adubaccedilatildeo manutenccedilatildeo colheita e
transporte laminaccedilatildeo custo de administraccedilatildeo remuneraccedilatildeo do capital investido
Dentro de cada atividade alguns custos podem sofrer a influecircncia do
nuacutemero de plantas por hectare Como exemplo pode-se citar o nuacutemero de diaacuterias
necessaacuterias para alinhamento coveamento e plantio das mudas aleacutem da
quantidade de adubo necessaacuterio para adubaccedilatildeo de cova
O maior nuacutemero de operaccedilotildees ocorre no periacuteodo de manutenccedilatildeo dos
plantios poreacutem nenhuma delas foi considerada dispendiosa Os maiores custos
individuais foram do transporte de madeira do povoamento ateacute a induacutestria em
todos os espaccedilamentos analisados devido agraves condiccedilotildees de traacutefego nas estradas
A relaccedilatildeo entre volume comercial volume laminado e os custos de
produccedilatildeo determinam entatildeo a viabilidade dos plantios sendo o espaccedilamento mais
viaacutevel aquele que consegue absorver esta relaccedilatildeo de maneira mais eficiente
Entretanto estudos ainda devem ser desenvolvidos para averiguar a relaccedilatildeo entre a
espeacutecie e os espaccedilamentos de plantio
RESUMO
SILVEIRA R Avaliaccedilatildeo econocircmica da produccedilatildeo de madeira de paricaacute
(Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) sob diferentes espaccedilamentos de
plantio 2014 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) ndash Universidade
Federal do Espiacuterito Santo Jerocircnimo Monteiro ES Orientador Prof Dr Gilson
Fernandes da Silva Coorientadores Prof Dr Adriano Ribeiro de Mendonccedila e Prof
Dr Wendel Sandro de Paula Andrade
O paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) eacute uma espeacutecie nativa que
vem ganhando destaque entre os plantios comerciais na regiatildeo amazocircnica pelas
suas caracteriacutesticas de crescimento e produccedilatildeo para muacuteltiplos usos Por tal motivo
objetivou-se neste trabalho avaliar o efeito dos espaccedilamentos de plantio na anaacutelise
econocircmica da produccedilatildeo de madeira de paricaacute Para tanto os dados utilizados neste
estudo satildeo originaacuterios de povoamentos homogecircneos plantados sob os
espaccedilamentos 3x2 3x3 3x4 4x4 e 5x5 m localizados entre os municiacutepios de Dom
Elizeu e Paragominas Estado do Paraacute Estes povoamentos foram inventariados
anualmente ateacute o quinto ano sendo analisadas trecircs classes de produtividade em
cada espaccedilamento sendo elas Baixa (17 - 19 m) Meacutedia (19 ndash 21 m) e Alta (21 - 24
m) Posteriormente com auxiacutelio de modelagem os volumes total e laminado foram
estimados aos 5 6 e 7 anos Estimado o volume e identificados todos os custos de
produccedilatildeo estes foram deflacionados pelo IGP-DI e posteriormente
descapitalizados Assim procedeu-se a anaacutelise econocircmica por meio da metodologia
desenvolvida pelo Instituto de Economia Agriacutecola oacutegatildeo vinculado agrave Secretaria de
Agricultura e Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo juntamente com o criteacuterio do
benefiacutecio perioacutedico equivalente Como resultado obteve-se que o custo operacional
efetivo representou em meacutedia 65 dos custos totais de produccedilatildeo sendo o
transporte o custo individual mais expressivo em todos os espaccedilamentos
analisados As anaacutelises econocircmicas indicaram que o monocultivo de paricaacute
independente do espaccedilamento foi inviaacutevel quando se objetivou a venda da madeira
sem exploraccedilatildeo Essa resposta estaacute associada ao baixo valor de mercado ao qual a
espeacutecie estaacute subordinada A exploraccedilatildeo de madeira mesmo sendo um processo
trabalhoso e dispendioso eacute uma alternativa para se obter valores positivos com a
produccedilatildeo de paricaacute Logo pode-se inferir que o maior retorno financeiro eacute obtido em
povoamentos de paricaacute implantados em classe de produtividade alta sob o
espaccedilamento 3x3 m com exploraccedilatildeo aos 5 anos Entretanto para os maiores
espaccedilamentos de plantio estudos ainda devem ser desenvolvidos
Palavras-chave Classe de produtividade idade iacutendices econocircmicos
ABSTRACT
SILVEIRA R Economic evaluation of the production of wood paricaacute
(Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) under different planting spacings
2014 Dissertation (Master of Forest Science) - Federal University of Espiacuterito Santo
Jerocircnimo Monteiro ES Advisor Prof Dr Gilson Fernandes da Silva
Coorientadores Prof Dr Adriano Ribeiro de Mendonccedila and Prof Dr Wendel Sandro
de Paula Andrade
Paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) is a native species that has
been gaining prominence among commercial plantations in the Amazon region its
growth characteristics and production for multiple uses For this reason the aim of
this study was to evaluate the effect of planting space in economic analysis of timber
production paricaacute For this the data used in this study originate homogeneous stands
planted under the spacings 3x2 3x3 3x4 4x4 and 5x5 m located in the State of
Paraacute These stands were inventoried annually by fifth year and analyzed three
classes of productivity in each spacing which are Low (17 ndash 19 m) Medium (19 ndash 21
m) and High (21 ndash 24 m) Later with the aid of modeling the total and laminate
volumes were estimated at 5 6 and 7 years Estimate the volume and identified all
the costs these were deflated by the IGP ndash DI and subsequently undercapitalized
Thus we proceeded to the economic analysis using the methodology developed by
the Institute of Agricultural Economics along with the criterion periodic benefit
equivalent As a result it was found that the actual operating costs represented on
average 65 of total costs of production transportation and the most expressive
individual cost in all spacings analyzed The economic analysis indicated that the
monoculture paricaacute regardless of spacing was impracticable when used to sell the
timber without exploitation This response is associated with low market value to
which the species is subject The logging even being a laborious and costly process
an alternative is to give positive values to the production of paricaacute Therefore it can
be inferred that the greatest financial return is obtained in stands of paricaacute deployed
in class high productivity under the 3x3 m spacing with operating at 5 years
However for larger planting space studies have yet to be developed
Keywords Productivity class age economic indices
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO GERAL 11
11 OBJETIVO GERAL 13 12 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 13
2 REVISAtildeO DE LITERATURA 14
21 PARICAacute 14 211 Descriccedilatildeo botacircnica e anatocircmica do paricaacute 14 212 Caracteriacutesticas silviculturais do paricaacute 15 213 Utilizaccedilatildeo do paricaacute 16
22 CRESCIMENTO E PRODUCcedilAtildeO DO PARICAacute 17 23 RENDIMENTO EM LAMINACcedilAtildeO DE PARICAacute 18 24 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO 19
241 Teoria dos custos 19 242 A importacircncia dos custos 21 243 Classificaccedilatildeo dos custos 21 244 Componentes do custo 22 245 Iacutendices econocircmicos 24 246 Custos na empresa florestal 26
25 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DE PROJETOS FLORESTAIS 27
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 28
CAPIacuteTULO 1 31
RESUMO 31
ABSTRACT 32
1 INTRODUCcedilAtildeO 33
2 MATERIAL E MEacuteTODOS 35
21 AacuteREA EM ESTUDO 35 22 ESTIMATIVA DA PRODUCcedilAtildeO 36 23 DESCRICcedilAtildeO DAS ATIVIDADES 38 24 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS 39 25 CLASSIFICACcedilAtildeO DOS CUSTOS 41
3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 43
31 ESTIMATIVA DE VOLUME 43 32 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO 45
321 Custo operacional efetivo ndash COE 45 322 Custo operacional total ndash COT 47 323 Custo total ndash CT 50
4 CONCLUSOtildeES 54
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 55
CAPIacuteTULO 2 57
RESUMO 57
ABSTRACT 58
1 INTRODUCcedilAtildeO 59
2 MATERIAL E MEacuteTODOS 61
21 OBTENCcedilAtildeO DAS RECEITAS 61 22 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS 61 23 IacuteNDICES ECONOcircMICOS DA PRODUCcedilAtildeO 62 24 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DOS PROJETOS 63
241 Benefiacutecio perioacutedico equivalente (BPE) 63
3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 65
31 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA VENDA DE MADEIRA EM PEacute 65 32 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA LAMINADA 71 33 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA 75
331 Benefiacutecio perioacutedico equivalente ndash BPE 75
4 CONCLUSOtildeES 78
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 79
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 80
11
1 INTRODUCcedilAtildeO GERAL
As florestas naturais somavam em 2007 cerca de 4 bilhotildees de hectares
cobrindo aproximadamente 30 da superfiacutecie terrestre segundo informaccedilotildees da
FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION ndash FAO (2007) Deste montante cerca
de metade da vegetaccedilatildeo ainda estaacute concentrada em cinco paiacuteses sendo o Brasil o
detentor da segunda maior cobertura florestal do planeta
Segundo o Sistema Nacional de Informaccedilotildees Florestais ndash SNIF (2014)
estimava-se que 69 desta cobertura teriam potencial produtivo Com isso ampliou-
se a participaccedilatildeo do setor florestal brasileiro no comeacutercio mundial Entretanto o
setor ainda encontra dificuldades na expansatildeo dos seus negoacutecios especialmente a
regiatildeo amazocircnica devido agraves restriccedilotildees impostas pela legislaccedilatildeo frente ao apelo
ambiental que a regiatildeo desperta em resposta a ocupaccedilatildeo desordenada
Com a implantaccedilatildeo de novas normas de exploraccedilatildeo reduziu-se a
disponibilidade de madeira no mercado expondo-se entatildeo a necessidade de fontes
alternativas para produccedilatildeo de mateacuteria-prima Assim a partir da praacutetica de
reflorestamento estaacute sendo possiacutevel ampliar o estoque de madeira para atender as
demandas atuais e futuras
Em 2012 o consumo brasileiro de madeira em tora proveniente de plantios
florestais foi de 1824 milhotildees de metros cuacutebicos (msup3) um indicador 72 superior
ao de 2011 (ABRAF 2013) Isso indica que a praacutetica do reflorestamento eacute uma
alternativa de negoacutecio que se expandiu no ultimo ano
Segundo o SNIF (2014) o Brasil deteacutem as melhores tecnologias na
silvicultura de eucalipto e outras espeacutecies vecircm sendo estudadas entre elas a acaacutecia
(Acacia mangium Willd) a seringueira (Hevea brasiliensis (Willd ex Adr de Juss)
Muell-Arg) e o paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) Em 2012 a aacuterea
ocupada por plantios florestais de espeacutecies natildeo convencionais como acaacutecia
araucaacuteria poacutepulus teca seringueira e paricaacute foi de 521131 ha representando
72 da aacuterea total de plantios florestais no Brasil (ABRAF 2013) Esta participaccedilatildeo
ainda que pequena se deve agraves caracteriacutesticas de crescimento e produccedilatildeo obtidas
por estas espeacutecies
Na regiatildeo amazocircnica o paricaacute eacute a espeacutecie que vem ganhando destaque
entre os plantios comerciais pelas suas caracteriacutesticas de crescimento e produccedilatildeo
12
para muacuteltiplos usos tornando crescente a demanda industrial por madeira de
lacircminas e compensados para a qual a espeacutecie eacute utilizada (MARQUES et al 2006)
Os primeiros registros com o plantio de paricaacute no Estado do Paraacute constam
da deacutecada de 1950 os quais tinham o objetivo de preservar a caracteriacutestica da
floresta amazocircnica em espaccedilos puacuteblicos e de fomentar estudos sobre o
comportamento e caracteriacutesticas das espeacutecies plantadas (MARQUES et al 2006)
Desde entatildeo muitos plantios foram registrados no Paraacute e em toda regiatildeo
amazocircnica e vaacuterios estudos foram desenvolvidos podendo-se destacar Hoffmann
(2009) Vidaurre et al (2012) Santos (2012) e Corteletti (2013) que trabalharam
com povoamentos de paricaacute localizados entre os municiacutepios de Dom Elizeu e
Paragominas estado do Paraacute Estes estudos comprovaram o alto potencial de
produccedilatildeo madeireira do paricaacute e servem como incentivo para que se estabeleccedilam
novos povoamentos Embora jaacute se tenham muitos plantios com esta espeacutecie na
Amazocircnia ainda satildeo necessaacuterios estudos com o objetivo de identificar as
caracteriacutesticas dendromeacutetricas avaliar a qualidade da madeira e sua produccedilatildeo
A atenccedilatildeo deve ser direcionada tambeacutem para os custos de produccedilatildeo
destes povoamentos que vecircm sendo estabelecidos na regiatildeo amazocircnica Natildeo
existem estudos suficientes que comprovem a lucratividade desta atividade Os
estudos que se tecircm disponiacuteveis ainda satildeo muito geneacutericos e as informaccedilotildees
carentes de dados do processo de implantaccedilatildeo da cultura
O monitoramento do processo produtivo tem sido realizado para identificar
os custos de produccedilatildeo sendo um instrumento necessaacuterio para se avaliar (medir) a
eficiecircncia das empresas Outra teacutecnica utilizada eacute a avaliaccedilatildeo econocircmica dos
projetos que testam a viabilidade de sua execuccedilatildeo
Para testar a viabilidade econocircmica dos projetos florestais faz-se necessaacuterio
o emprego de teacutecnicas econocircmicas sendo as mais tradicionais aquelas em que se
calculam o valor presente liacutequido (VPL) a taxa interna de retorno (TIR) e o benefiacutecio
perioacutedico equivalente (BPE) Este uacuteltimo sendo empregado frequentemente para
projetos com diferentes horizontes de planejamento (REZENDE OLIVEIRA 2001)
O teste da viabilidade econocircmica tem por finalidade estudar a capacidade
financeira do empreendimento a fim de verificar a possibilidade de sua
implementaccedilatildeo por meio da capacidade de sobrevivecircncia no mercado e da
identificaccedilatildeo dos fatores que podem dificultar as possibilidades de ecircxito do mesmo
comprovando-se assim a sua necessidade de execuccedilatildeo
13
11 OBJETIVO GERAL
Avaliar o efeito dos espaccedilamentos de plantio na anaacutelise econocircmica da
produccedilatildeo de madeira de paricaacute
12 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
a) Definir os custos de produccedilatildeo de povoamentos de paricaacute
b) Identificar os custos de produccedilatildeo mais afetados pelos espaccedilamentos
de plantio
c) Avaliar a participaccedilatildeo individual dos custos no processo de
implantaccedilatildeo colheita e transporte e
d) Identificar o espaccedilamento que forneceraacute o maior retorno econocircmico
por meio de indicadores e criteacuterio de avaliaccedilatildeo
14
2 REVISAtildeO DE LITERATURA
21 PARICAacute
A espeacutecie Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke foi descoberta por
Huber e descrita por Ducke em 1922 sendo vulgarmente conhecida como pinho-
cuiabano paricaacute-da-amazocircnia paricaacute-da-terra-firme (Mato Grosso) paricaacute paricaacute-
grande faveira (Paraacute) canafista canafiacutestula fava-canafiacutestula (Acre) bandarra
(Rondocircnia) guapuruvu-da-amazocircnia (Distrito federal) aleacutem de cereboacute (Boliacutevia)
tambor (Colocircmbia) gavilaacuten (Costa Rica) pachaco (Equador) palo de judiacuteo palo de
picho (Meacutexico) e pashaco (Peru) (CARVALHO 2007)
Ocorre naturalmente em toda regiatildeo amazocircnica principalmente no Mato
Grosso Paraacute Amazonas e Rondocircnia no Brasil aleacutem de outros paiacuteses como Peru
Boliacutevia Colocircmbia e Venezuela (SOUZA et al 2005) Sobrevive em mata primaacuteria e
secundaacuteria de terra firme e vaacuterzea alta notadamente nas formaccedilotildees do tipo floresta
densa e floresta aberta em solos argilosos e altitudes de ateacute 800 metros
(CARVALHO 1994 ROSA 2006a)
A espeacutecie eacute tolerante a solos de baixa fertilidade e adapta-se agrave precipitaccedilatildeo
meacutedia anual de 1600 mm a 5850 mm e temperatura meacutedia de 248 ordmC (CRESPO et
al 1995) Por ser uma espeacutecie essencialmente helioacutefila natildeo tolera baixas
temperaturas (CARVALHO 2007)
211 Descriccedilatildeo botacircnica e anatocircmica do paricaacute
Segundo o sistema de classificaccedilatildeo de Cronquist a espeacutecie Schizolobium
amazonicum pertence agrave famiacutelia Caesalpiniaceae (Leguminosae Caesalpinioideae)
sendo da divisatildeo Magnoliophyta (Angiospermae) da classe Magnoliopsida
(Dicotyledonae) e ordem das Fabales
O paricaacute eacute uma aacutervore deciacutedua que pode atingir 40 m de altura e 100 cm de
DAP (diacircmetro a altura do peito medido a 130 m do solo) na idade adulta
15
(CARVALHO 2007) Seu tronco eacute ciliacutendrico e reto com casca de cor cinza clara
podendo conter sapopemas A madeira eacute macia leve com textura grossa gratilde direita
e irregular cerne creme-avermelhado e alburno creme-claro Tecircm faacutecil
processamento mas baixa durabilidade natural (SOUZA et al 2005)
Rosa (2006a) trabalhando com a botacircnica anatomia e tecnologia de paricaacute
comprovou que ao longo do crescimento vegetativo a espeacutecie pode possuir
caracteriacutesticas dendroloacutegicas diferenciadas em termos de coloraccedilatildeo da casca e do
surgimento de sapopemas
212 Caracteriacutesticas silviculturais do paricaacute
As sementes de paricaacute possuem alto grau germinativo podendo chegar a
90 Isso pode ser comprovado em estudos realizados por Lameira et al (2000)
com a propagaccedilatildeo do paricaacute por meio de sementes submetidas a processos
mecacircnicos fiacutesicos e quiacutemicos de quebra de dormecircncia Nesse estudo foi constatado
que as sementes possuem um percentual de germinaccedilatildeo de 80 a 90
O paricaacute possui entretanto dificuldade em seu manejo por seu elevado teor
de umidade e susceptibilidade ao ataque de microorganismos aleacutem da dormecircncia
tegumentar que necessita de tratamentos preacute-germinativos (ROSA 2006b
CARVALHO 2007)
Para o armazenamento de sementes eacute recomendado um periacuteodo maacuteximo de
12 meses tendo em vista que a partir do oitavo mecircs ocorre reduccedilatildeo na viabilidade
das sementes como pode ser observado no trabalho de Rosa (2006a) sobre a
ecologia e silvicultura do paricaacute
Apoacutes serem retiradas do armazenamento as sementes podem ser plantadas
de duas maneiras colocando-se as sementes para germinar em canteiros
(sementeiras) ou semeando-as diretamente na embalagem plaacutestica Ambas as
opccedilotildees permitem sobrevivecircncia de no miacutenimo 80 das plantas sendo
consideravelmente aceitaacutevel (SOUZA et al 2003)
No que se refere a implantaccedilatildeo de povoamentos uma atenccedilatildeo especial
deve ser direcionada agrave escolha do espaccedilamento a ser utilizado No Estado do Paraacute
diversos espaccedilamentos tem sido adotados (3x3 m 4x4 m 3x4 m 5x4 m 6x4 m)
16
principalmente em plantios mais antigos estando os mais recentes em maior
padronizaccedilatildeo com espaccedilamentos de 4x4 m Isso provavelmente se deve agrave
facilidade de mecanizaccedilatildeo (MARQUES et al 2006) Aleacutem disso estudos vecircm
comprovando que o espaccedilamento 4x4 m eacute mais utilizado pois proporciona a melhor
relaccedilatildeo entre crescimento em altura e diacircmetro das aacutervores (ROSA 2006b)
Em sistemas silviculturais mais adensados ou em plantios puros o paricaacute
tem demonstrado crescimento inicial em altura bastante raacutepido sendo necessaacuterios
desbastes para manter equiliacutebrio adequado entre a retirada de indiviacuteduos de
qualidade inferior doentes ou danificados e a manutenccedilatildeo de espaccedilamento
aproximadamente regular entre as plantas Deve-se ressaltar entretanto que a
espeacutecie eacute bastante suscetiacutevel aos danos causados por ventos fortes principalmente
nos estaacutegios iniciais de desenvolvimento As aacutervores isoladas e plantas da
bordadura satildeo mais propensas a quebras poreacutem estes danos satildeo bastante
reduzidos com a presenccedila de mata ou de relevo ondulado nas proximidades que
possam proteger o povoamento e reduzir esses efeitos do vento (SOUZA et al
2003)
No estudo realizado por Rondon (2002) concluiu-se que ateacute o terceiro ano o
paricaacute eacute altamente vulneraacutevel ao vento principalmente nos espaccedilamentos 4x2 m e
2x2 m Por tal motivo medidas preventivas devem ser tomadas no iniacutecio da
implantaccedilatildeo deixando-se uma faixa de mata nativa em torno do plantio Desta
maneira sob os espaccedilamentos 15x15 m 2x2 m 3x2 m 3x3 m 4x2 m 4x3 m e 4x4
m avaliadas pelo autor os dois uacuteltimos foram os que proporcionaram maiores
crescimentos em altura e diacircmetro
213 Utilizaccedilatildeo do paricaacute
Essa espeacutecie eacute bastante utilizada na produccedilatildeo de lacircminas meacutedias ou parte
interna de compensados caixotaria leve portas e parquete tendo em vista que
pode ser alcanccedilado o rendimento de ateacute 80 de aproveitamento da madeira no
processo de laminaccedilatildeo (MARQUES et al 2006)
17
Ela pode ser utilizada para produccedilatildeo energeacutetica assim como a produccedilatildeo de
papel e celulose por sua facilidade de branqueamento Propriedades medicinais
tambeacutem podem ser encontradas principalmente na casca (CARVALHO 2007)
Carvalho (2007) afirma ainda que esta espeacutecie tem grande potencial para
recuperaccedilatildeo de aacutereas degradadas Por ser uma espeacutecie pioneira o paricaacute tem bom
desenvolvimento na maioria dos solos amazocircnicos contribuindo com
sombreamento o desenvolvimento de espeacutecies cliacutemax que por ventura se
estabeleccedilam na aacuterea
O paricaacute pode ser utilizado ainda para artesanato sendo seu uso mais
comum na fabricaccedilatildeo de brinquedos saltos para calccedilados e aeromodelismo
(SOUZA et al 2003)
22 CRESCIMENTO E PRODUCcedilAtildeO DO PARICAacute
O crescimento e a produccedilatildeo de um povoamento florestal dependem da
idade da capacidade produtiva do grau de utilizaccedilatildeo do potencial produtivo do lugar
e de tratamentos silviculturais (SCOLFORO 2006 CAMPOS LEITE 2009) Esta
relaccedilatildeo pode ser mensurada por meio de modelos de crescimento e produccedilatildeo
mecaniacutesticos ou empiacutericos sendo este uacuteltimo o mais utilizado
Santos (2012) estudando o crescimento e produccedilatildeo de plantios de paricaacute
sob diferentes espaccedilamentos ajustou o modelo logiacutestico para estimar o crescimento
em diacircmetro e volume das aacutervores em cada espaccedilamento em funccedilatildeo da idade O
autor observou efeito significativo do espaccedilamento sobre as variaacuteveis diacircmetro
quadraacutetico e volume em todas as idade evidenciando a dependecircncia entre os
fatores
Neste mesmo estudo foi constatado que a maior diferenccedila entre as meacutedias
do diacircmetro quadraacutetico e o volume foi entre os espaccedilamentos extremos 3x2 m e 5x5
metros Assim o maior crescimento em diacircmetro quadraacutetico foi verificado no espaccedilo
vital com 25 msup2 e o maior crescimento em volume por aacuterea no espaccedilamento de 6msup2
Anteriormente Hoffmann (2009) jaacute havia verificado a influecircncia do diacircmetro
no rendimento da laminaccedilatildeo em que o aumento do diacircmetro promoveu maior
rendimento O mesmo foi observado por Silva et al (2013)
18
23 RENDIMENTO EM LAMINACcedilAtildeO DE PARICAacute
A produccedilatildeo de lacircminas em escala comercial surgiu a partir do seacuteculo XX
sendo impulsionada no Brasil na deacutecada de 30 com o objetivo de confeccionar
madeira compensada que tem como mateacuteria-prima paineacuteis de lacircminas de madeira
Este material eacute submetido a um processo de colagem e prensagem com adesivos
resistentes ou agrave prova drsquoaacutegua tendo muacuteltiplas aplicaccedilotildees na construccedilatildeo civil na
fabricaccedilatildeo de moacuteveis formas para concreto embalagens transporte e aplicaccedilotildees
agriacutecolas (BORDUELLE IWAKIRI MARTINS et al 2006 IWAKIRI PRATA 2008)
A qualidade da laminaccedilatildeo eacute influenciada por caracteriacutesticas da espeacutecie
(densidade da madeira) caracteriacutesticas do fuste (diacircmetro e forma) e gratilde (direccedilatildeo e
inclinaccedilatildeo) e por condiccedilotildees operacionais do equipamento (velocidade de corte
ajuste da geometria da faca e barra de pressatildeo afiaccedilatildeo da faca) sendo que a
automaccedilatildeo dos equipamentos tem resultado em lacircminas de maior qualidade e
produtividade (TSOUMIS 1991)
Esta busca pela qualidade e produtividade tem aumentado o interesse nos
estudos sobre a prognose do crescimento e da produccedilatildeo de povoamentos e do
processo de laminaccedilatildeo Isto ocorre porque as empresas florestais procuram
investimentos soacutelidos devido aos compromissos de longo prazo assumidos
As estimativas da produccedilatildeo de mateacuteria-prima e do rendimento do produto
final contribuem com o planejamento da empresa em relaccedilatildeo a novos investimentos
novos produtos a serem lanccedilados no mercado aleacutem da viabilidade do projeto em
execuccedilatildeo e de futuros investimentos Por isso faz-se necessaacuterio conhecer todo o
processo produtivo do produto com o qual se estaacute trabalhando
A laminaccedilatildeo da madeira pode ser obtida por meio de duas formas
comerciais
a) Lacircminas torneadas ndash obtidas a partir do ldquodesenrolamentordquo de toras grossas
relativamente curtas utilizando torno laminador
b) Lacircminas faqueadas ndash obtidas a partir de cortes planos realizados por
faqueadeira em peccedila de madeira em bloco
Independentemente do meacutetodo de obtenccedilatildeo de lacircminas um dos objetivos da
empresa florestal eacute a busca pelo aumento da produtividade Estas informaccedilotildees satildeo
obtidas por meio do acompanhamento do processo de transformaccedilatildeo das aacutervores
19
em lacircminas e a partir dos valores obtidos subtrai-se o produto final da quantidade
de madeira que iniciou o processo obtendo-se assim o rendimento
Para o paricaacute o rendimento encontrado em estudos realizados por Hoffmann
(2009) foi de aproximadamente 5031 em aacutervores aos 5 anos Jaacute Melo (2012)
alcanccedilou rendimento meacutedio de 59 Este autor afirma ainda que o rendimento em
laminaccedilatildeo pode ser facilmente estimado por meio de variaacuteveis dendromeacutetricas da
tora obtendo-se menores perdas para aacutervores com maiores diacircmetros
O resultado encontrado por Melo (2012) eacute semelhante ao de Bortoletto
Juacutenior e Belini (2002) para outra espeacutecie do mesmo gecircnero Estudando a produccedilatildeo
de lacircminas e compensados de guapuruvu (Schizolobium parayba (Vell) Blake)
proveniente de plantios mistos de espeacutecies nativas estes autores observaram que o
rendimento do processo de laminaccedilatildeo foi de aproximadamente 61 em lacircminas
verdes Isso demonstra que o gecircnero Schizolobium pode conter boas caracteriacutesticas
para laminaccedilatildeo
24 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO
241 Teoria dos custos
Segundo Pinto et al (2008) algumas terminologias devem ser consideradas
na contabilidade de custos
Gasto esforccedilo realizado pela empresa para obtenccedilatildeo de um bem ou serviccedilo
Investimento gasto com bens ou serviccedilos que traratildeo benefiacutecios futuros
Despesa consumo direto ou indireto com bens e serviccedilos com a finalidade
de obtenccedilatildeo de receitas
Perda gasto natildeo intencional decorrente de fatores externos e
Custos gastos acumulados para executar uma atividade fabricar um
produto ou adquirir uma mercadoria
Essas definiccedilotildees podem ser interpretadas como ilustrada na Figura 1
20
Figura 1 Forma esquemaacutetica da distribuiccedilatildeo de gastos Fonte Adaptado de Pinto et al (2008)
Aleacutem das terminologias apresentadas faz-se necessaacuterio definir orccedilamento
anaacutelise de projeto e o caacutelculo do custo de produccedilatildeo uma vez que satildeo peccedilas
fundamentais para o teste de viabilidade econocircmica do projeto
O orccedilamento tem por objetivo a verificaccedilatildeo preacutevia de gastos e a anaacutelise de
projetos objetiva a avaliaccedilatildeo econocircmica de investimentos que seratildeo realizados Jaacute o
caacutelculo do custo de produccedilatildeo por sua vez tem por objetivo quantificar o custo por
unidade produzida sendo este sempre realizado apoacutes o fim do ciclo de produccedilatildeo
O custo por produto encontrado eacute entatildeo comparado com receita obtida com
as vendas do produto e com o montante de capital utilizado na produccedilatildeo a fim de
serem calculados os indicadores econocircmicos para aquela atividade ou seja o custo
de produccedilatildeo de uma empresa eacute determinado pelas condiccedilotildees fiacutesicas de produccedilatildeo
pelo preccedilo dos recursos e pela conduta economicamente eficiente do proprietaacuterio
Custo eacute entatildeo o preccedilo pelo qual se obteacutem um bem (FERGUSON 2003)
O caacutelculo dos custos de produccedilatildeo por sua vez natildeo eacute uma tarefa faacutecil haja
visto que haacute um grande nuacutemero de informaccedilotildees que devem ser administradas para
que se tenha no final do periacuteodo de produccedilatildeo todos os custos referentes agravequela
atividade Por isso o aconselhaacutevel eacute que se faccedila o registro dos gastos
preferencialmente por atividade para facilidade de obtenccedilatildeo dos resultados
Custos
Investimentos
Despesas
PerdasUso para execuccedilatildeo de atividades adquirir mercadorias e fabricar produtos
Gastos que seratildeo usados no futuro para geraccedilatildeo de receita
Gastos que jaacute foram utilizados para geraccedilatildeo de receita
Gastos que natildeo foram usados para geraccedilatildeo de receita
21
242 A importacircncia dos custos
Para Hildebrand (1995) os custos geralmente contribuem para a anaacutelise a
curto meacutedio e longo prazo que geram informaccedilotildees importantes para o planejamento
e mensuraccedilatildeo da eficiecircncia de operaccedilotildees atividades e processos de produccedilatildeo da
empresa a avaliaccedilatildeo de alternativas de investimento novos negoacutecios e novos
sistemas de produccedilatildeo (processos maacutequinas e equipamentos entre outros)
O setor florestal trabalha geralmente a longo prazo que eacute um horizonte de
planejamento em que a curva de custo de produccedilatildeo corresponde agrave despesa com a
aquisiccedilatildeo dos fatores ao longo do caminho de expansatildeo Isto significa que para cada
niacutevel de produccedilatildeo existiraacute uma combinaccedilatildeo dos fatores variaacuteveis de miacutenimo custo
que junto com os fatores fixos permite a produccedilatildeo de determinada quantidade
(SIMONSEN1971 FERGUSON 2003) A ausecircncia do conhecimento sobre custos
provavelmente levaraacute a maacute aplicaccedilatildeo do capital de giro menor lucro menor
rentabilidade ameaccedilas a estabilidade econocircmica financeira e ao crescimento da
empresa (FERREIRA 2007)
243 Classificaccedilatildeo dos custos
Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo vaacuterios meacutetodos satildeo encontrados na
literatura sendo selecionado o modelo a partir da caracteriacutestica do produto ou do
modelo de produccedilatildeo que estaacute sendo analisado Em funccedilatildeo disso o Instituto de
Economia Agriacutecola ndash IEA oacutergatildeo vinculado agrave Secretaria de Agricultura e
Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo desenvolveu uma metodologia para o setor
agriacutecola designado Meacutetodo do Custo Operacional
Na metodologia do custo operacional se incluem apenas as despesas
efetivamente desembolsadas pelo produtor mais a depreciaccedilatildeo de maacutequinas e
benfeitorias e o custo estimado da matildeo-de-obra familiar Assim a remuneraccedilatildeo de
todos os outros fatores de produccedilatildeo natildeo incluiacutedos fica a cargo do resiacuteduo ou seja a
diferenccedila entre o custo operacional e o valor de venda do produto (MATSUNAGA et
al 1976)
22
O esquema da estrutura do custo de produccedilatildeo utilizada pelo IEA pode ser
visualizado a seguir
Figura 2 Estrutura dos custos de produccedilatildeo utilizada pelo IEA Fonte Nachiluk e Oliveira (2012) sup1 Contribuiccedilatildeo de Seguridade Social Rural
244 Componentes do custo
Os custos podem ser denominados custos expliacutecitos e impliacutecitos Os
desembolsos realizados satildeo denominados custos expliacutecitos segundo Pindyck e
Rubinfeld (1994) os quais abrangem remuneraccedilotildees de matildeo de obra salaacuterios e
custos de materiais e locaccedilatildeo de propriedades aleacutem do custo de oportunidade Eles
satildeo importantes pois envolvem pagamentos diretamente feitos pela empresa a
outras empresas e pessoas com as quais faz negoacutecios
Jaacute os custos impliacutecitos natildeo satildeo diretamente desembolsados no processo de
produccedilatildeo mas natildeo podem deixar de ser considerados uma vez que se constituem
de fato em dispecircndios Sua mensuraccedilatildeo se daacute de maneira indireta por meio da
atribuiccedilatildeo de valores que deveratildeo representar o custo de oportunidade de seu uso
Nesta categoria enquadram-se os gastos com depreciaccedilatildeo de benfeitorias
instalaccedilotildees maacutequinas e implementos agriacutecolas e remuneraccedilatildeo do capital fixo e da
terra (CONAB 2010)
Custo operacional
Custo operacional efetivo (COE)
Despesas com operaccedilotildees
Pagamentos de salaacuterios
Gastos com maacutequinas equipamentos e
implementos
Despesas com materiais
Sementes fertilizantes corretivos defensivos
sacarias etc
Encargos sociais
Custo operacional total (COT)
Depreciaccedilatildeo com maacutequinas juros de custeio e CSSRsup1
23
A classificaccedilatildeo proposta pelo IEA compreende elementos diferenciados
poreacutem de faacutecil interpretaccedilatildeo e mais adequado agrave tomada de decisotildees Assim
segundo Matsunaga et al (1976) essa classificaccedilatildeo eacute composta dos seguintes
custos
a) Custo Operacional Efetivo ndash COE
O custo operacional efetivo envolve todos os custos expliacutecitos ou seja o
custo de todos os recursos de produccedilatildeo que exigem desembolso por parte da
empresa para sua recomposiccedilatildeo excluindo-se a matildeo-de-obra familiar
Assim mesmo que determinado produto tenha sido adquirido no periacuteodo
anterior por exemplo deveraacute ser contabilizado aqui pois em algum momento houve
o desembolso para a compra do mesmo Nesse caso eacute importante que seja utilizado
o preccedilo de mercado atual e natildeo o valor pago anteriormente devido ao custo de
oportunidade
b) Custo Operacional Total ndash COT
O custo operacional total envolve a soma do COE o valor da matildeo-de-obra
familiar e as depreciaccedilotildees que equivalem a apenas uma parte dos custos fixos
b1) Depreciaccedilatildeo
A depreciaccedilatildeo corresponde ao custo indireto exigido para acumular fundos
para substituiccedilatildeo do capital investido em bens produtivos de longa duraccedilatildeo
inutilizados pela idade uso e obsolescecircncia
b2) Valor da Matildeo-de-obra Familiar
Este valor deve ser definido considerando-se o custo de oportunidade ou
seja quanto o produtor ganharia se estivesse trabalhando em outra atividade
Considerando-se eacute claro o mesmo niacutevel teacutecnico para desenvolvimento das duas
atividades
24
c) Custo Total ndash CT
Custo total nada mais eacute que a soma do COT com o valor da remuneraccedilatildeo do
capital imobilizado com a atividade
Todo o capital investido na empresa tem custo de oportunidade uma vez
que seu uso na empresa implica deixar de empregaacute-lo noutra atividade alternativa
Por definiccedilatildeo o retorno potencial desse capital na melhor alternativa possiacutevel de
utilizaccedilatildeo forneceria a medida desse custo de oportunidade Como essa estimativa
nem sempre eacute faacutecil eacute expediente comum estimar o custo de oportunidade a partir do
retorno que o capital teria se em vez de aplicado na empresa fosse investido no
mercado financeiro como por exemplo na caderneta de poupanccedila
245 Iacutendices econocircmicos
Os iacutendices econocircmicos apresentados pelo IEA segundo Matsunaga et al
(1976) satildeo
2451 Renda Bruta (RB)
A renda bruta vem a ser o valor da produccedilatildeo ou seja tudo que eacute produzido
vezes o preccedilo do produto
Embora a Renda Bruta permita saber o quanto eacute recebido pelo produto
produzido ela natildeo diz o quanto desse valor iraacute sobrar Isso porque eacute preciso retirar o
custo de produccedilatildeo Sendo assim eacute necessaacuterio que se faccedila a anaacutelise de
rentabilidade da atividade
2452 Margem Bruta (MB)
Eacute calculada pela subtraccedilatildeo do custo operacional efetivo da renda bruta ou
seja eacute a retirada de todos os custos ocorridos sendo mais produtiva agrave medida que
resulta em valores positivos
25
2453 Margem Liacutequida (ML)
Eacute calculada pela subtraccedilatildeo do custo operacional total da renda bruta sendo
um indicativo de lucratividade Comparando-se duas empresas de igual atividade
aquela que tem maior Margem Liacutequida eacute a que possui melhor rentabilidade no
negoacutecio incluindo-se aiacute a questatildeo operacional financeira e extra-operacional
Isso quer dizer que se a ML for positiva todos os desembolsos estatildeo sendo
pagos aleacutem da depreciaccedilatildeo e a matildeo-de-obra familiar Caso contraacuterio a depreciaccedilatildeo
eou a matildeo-de-obra natildeo estatildeo sendo efetivamente pagas e a empresa estaacute se
descapitalizando
2454 Lucro (L)
O lucro vem a ser o resultado da subtraccedilatildeo da renda bruta gerada pela
venda dos produtos no mercado menos o custo total de produccedilatildeo incorrido na sua
geraccedilatildeo Simplificadamente nada mais eacute do que o resultado positivo deduzido das
vendas os custos e despesas
2455 Lucratividade (Luc)
Eacute a relaccedilatildeo do valor do lucro com o montante de vendas ou seja divide-se o
valor do lucro pela quantidade vendida (renda bruta)
2456 Iacutendice de Rentabilidade (IR)
Eacute uma medida do retorno de um investimento Calcula-se dividindo o lucro
obtido (margem liacutequida) pelo valor do investimento inicial (capital empatado) Pode-
se dizer que a rentabilidade eacute a quantidade de dinheiro que o investidor ganha para
cada quantia investida
26
246 Custos na empresa florestal
Nas empresas em geral os custos satildeo classificados em funccedilatildeo de suas
necessidades de informaccedilotildees Geralmente eles satildeo divididos por operaccedilotildees ou
setores da atividade como viveiro plantaccedilotildees tratos culturais exploraccedilatildeo florestal
atividades especiais (coleta de sementes entre outros) implantaccedilatildeo de infra-
estrutura e administraccedilatildeo (BREPOHL 1980)
Em termos econocircmicos os componentes do custo satildeo agrupados de
acordo com sua funccedilatildeo no processo produtivo nas categorias de custos variaacuteveis
custos fixos custo operacional e custo total (CONAB 2010)
Na determinaccedilatildeo da idade oacutetima de corte de povoamentos florestais eacute
necessaacuterio estudar caso a caso cada componente dos custos e das receitas
envolvidas no processo de produccedilatildeo da madeira Tudo isso pelo fato do setor
florestal conter operaccedilotildees de longo prazo Por tal motivo a anaacutelise de custos pode
ter dois enfoques a anaacutelise ex-ante ou seja antes das operaccedilotildees ocorrerem e ex-
post apoacutes terem ocorrido (GRACcedilA et al 2000)
Entre os custos analisados deve-se considerar tambeacutem a depreciaccedilatildeo que
segundo Hildebrand (1995) pode ser definida como a diminuiccedilatildeo do valor dos bens
ativos resultante do desgaste pelo uso accedilatildeo da natureza ou por obsolescecircncia
teacutecnica Assim com o tempo para tornar possiacutevel a reposiccedilatildeo do equipamento eacute
necessaacuterio acumular periodicamente uma reserva em um fundo que permitiraacute no
fim de um periacuteodo a aquisiccedilatildeo de um novo equipamento
Baseados nas necessidades do setor florestal vaacuterios estudos sobre a
viabilidade econocircmica de plantios vem sendo desenvolvidos para as mais variadas
espeacutecies arboacutereas como os obtidos por Souza et al (2003) e o Centro de Pesquisa
do Paricaacute ndash CPP Deve-se ressaltar no entanto a afirmaccedilatildeo feita por Marques et al
(2006) em que os autores concluiacuteram que o custo meacutedio para implantaccedilatildeo e
conduccedilatildeo dos povoamentos podem variar conforme a regiatildeo as teacutecnicas de preparo
de solo os tratos silviculturais adotados entre outros
27
25 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DE PROJETOS FLORESTAIS
Do ponto de vista teacutecnico Oliveira e Rezende (2004) afirmam que dois ou
mais projetos podem ser compatiacuteveis quando a execuccedilatildeo de um natildeo afeta a
implementaccedilatildeo do outro ou incompatiacuteveis em caso contraacuterio Jaacute do ponto de vista
econocircmico eles podem ser dependentes quando haacute uma relaccedilatildeo de rentabilidade
entre ambos ou independentes quando nenhum eacute afetado
Estas informaccedilotildees satildeo importantes para o bom planejamento das atividades
florestais uma vez que o investimento em um projeto deve ser baseado em um
horizonte de planejamento na maioria das vezes de longo prazo podendo variar de
finito como no caso de um plantio florestal ou infinito em um manejo sustentado de
floresta nativa (CHICHORRO et al 2010)
Para realizar a anaacutelise econocircmica eacute importante considerar a vida econocircmica
do projeto Ela corresponde ao tempo que ele produziraacute lucro a vida fiacutesica de
maacutequinas e construccedilotildees o periacuteodo de anaacutelise onde se consideram os efeitos do
projeto Aleacutem do horizonte de construccedilatildeo relacionado agrave demanda do produto e o
horizonte de dados que se refere ao periacuteodo de tempo em que eacute possiacutevel prever o
fluxo de caixa (REZENDE OLIVEIRA 2001)
A avaliaccedilatildeo econocircmica ou financeira de projetos baseia-se entatildeo no fluxo
de caixa que consiste nos custos e nas receitas distribuiacutedos ao longo da vida uacutetil do
empreendimento Os meacutetodos mais recomendados para avaliaccedilatildeo econocircmica de
projetos florestais satildeo (REZENDE OLIVEIRA 2001) valor presente liacutequido (VPL)
taxa Interna de Retorno (TIR) custo (ou Benefiacutecio) Perioacutedico Equivalente (CPE ou
BPE) custo Meacutedio de Produccedilatildeo (CMPr) razatildeo Benefiacutecio (receita)Custo (BC) e
tempo de Recuperaccedilatildeo do Capital
28
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29
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MELO R R Avaliaccedilatildeo de variaacuteveis tecnoloacutegicas na produccedilatildeo de paineacuteis LVL confeccionados com paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) 2012 (164f) Tese (Doutorado em Ciecircncias Florestais) Universidade de Brasiacutelia Brasiacutelia DF 2012 NACHILUK K OLIVEIRA M D M Custo de produccedilatildeo uma importante ferramenta gerencial na agropecuaacuteria Instituto de Economia Agriacutecola ndash IEA v 7 n 5 maio 2012 OLIVEIRA A D REZENDE J L P Economia Florestal Lavras UFLAFAEPE 2004 101p PINDYCK R S RUBINFELD D L Microeconomia Satildeo Paulo Makron Books 1994 968p
30
PINTO A A G LIMEIRA A L F SILVA C A S COELHO F S Gestatildeo de custos 2 ed Rio de Janeiro FGV 2008 140p REZENDE J L P OLIVEIRA A D Anaacutelise econocircmica e social de projetos florestais Viccedilosa MG UFV 2001 389 p RONDON E V Produccedilatildeo de biomassa e crescimento de aacutervores de Schizolobium amazonicum (Huber) Ducke sob diferentes espaccedilamentos na regiatildeo de mata Aacutervore Viccedilosa-MG v26 n5 p573-576 2002 ROSA L S Caracteriacutesticas botacircnicas anatocircmicas e tecnoloacutegicas do paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) Revista de Ciecircncias Agraacuterias Beleacutem n 46 p63-79 juldez 2006a ROSA L S Ecologia e silvicultura do paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) na amazocircnia brasileira Revista de Ciecircncias Agraacuterias Beleacutem n 45 p 135-174 janjun 2006b SANTOS E M Crescimento e produccedilatildeo de plantios de paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) sob diferentes espaccedilamentos 2012 (74f) Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) Universidade Federal do Espiacuterito Santo Jerocircnimo Monteiro ES 2012 SCOLFORO J R S Biometria florestal modelos de crescimento e produccedilatildeo florestal Lavras UFLAFAEPE 2006 393p SILVA G F GEZAN S A SOARES C P B ZANETI L Z Modeling growth and yield of Schizolobium amazonicum under different spacings International Journal of Forestry Research v 2013 (2013) 10 p SIMONSEN M H Teoria microeconocircmica Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas 1971 2 ed 410p SISTEMA NACIONAL DE INFORMACcedilOtildeES FLORESTAIS ndash SNIF Produccedilatildeo florestal cadeia produtiva Serviccedilo Florestal Brasileiro Brasilia 2014 SOUZA C R ROSSI L M B AZEVEDO C P VIEIRA A H Paricaacute Schizolobium parahyba var amazonicum (Huber x Ducke) Barneby 1 ed Manaus EMBRAPA Dezembro 2003 (Circular Teacutecnica 18) SOUZA D B CARVALHO G S RAMOS E J A Paricaacute Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke Manaus EMBRAPA 2005 2p (Informativo Teacutecnico Rede de Sementes da Amazocircnia n13) TSOUMIS G Science and Technology of Wood structure properties utilization New York Chapmam amp Hall 1991 494 p VIDAURRE G B CARNEIRO A C O VITAL B R SANTOS R C S VALLE M L A Propriedades energeacuteticas da madeira e do carvatildeo de paricaacute (Schizolobium amazonicum) Aacutervore Viccedilosa-MG v36 n2 p365-371 2012
31
CAPIacuteTULO 1
CUSTOS DA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA DE PARICAacute
RESUMO
O setor de florestas plantadas brasileiro vem perdendo espaccedilo no mercado
internacional pelo alto custo necessaacuterio agrave produccedilatildeo Por isso haacute a necessidade
de se investigar quais os custos mais onerosos do processo produtivo para
entatildeo se montar uma estrateacutegia de reduccedilatildeo de custos a fim de tornar o
reflorestamento novamente competitivo no mercado Deste modo objetivou-se
no trabalho estimar a produccedilatildeo de paricaacute (Schizolobium amazonicum) aos 5 6
e 7 anos em trecircs classes de produtividade e em cinco espaccedilamentos de
plantio identificando os principais custos de produccedilatildeo aleacutem dos mais afetados
pelos espaccedilamentos de plantio na regiatildeo de Paragominas PA A estimativa de
volume foi obtida segundo metodologia proposta por Silva et al (2013) e os
custos de produccedilatildeo desde as atividades de preparo da aacuterea ateacute a colheita e
transporte foram disponibilizados por produtores rurais e empresaacuterios da
regiatildeo Posteriormente fez-se a anaacutelise dos custos por meio da metodologia do
custo operacional em que se considera apenas as despesas efetivamente
desembolsadas pelo agricultor somadas agrave depreciaccedilatildeo e matildeo-de-obra familiar
Assim inferiu-se que o espaccedilamento 3x2 m foi superior em volume diante dos
outros espaccedilamentos analisados Em relaccedilatildeo agrave analise de custos o custo
operacional efetivo representou em meacutedia 65 dos custos totais de produccedilatildeo
sendo o transporte o custo individual mais expressivo em todos os
espaccedilamentos analisados Jaacute a manutenccedilatildeo foi o conjunto de atividades mais
significativo nos plantios devido ao nuacutemero e ao longo periacuteodo para sua
execuccedilatildeo Os custos totais de produccedilatildeo foram superiores em espaccedilamentos
menores independentemente da remuneraccedilatildeo ou natildeo pelo uso dos capitais
permanente e circulante
Palavras-chave Custo operacional efetivo espaccedilamento idade
produtividade
32
CHAPTER 1
PRODUCTION COST PARICAacute
ABSTRACT
The planted forest sector in Brazil has been losing ground in the international
market by the high cost needed for production Therefore there is a need to
investigate what the most expensive costs of the production process to then
build a strategy to reduce costs in order to become competitive again
reforestation in the market Thus the aim of the study was to estimate the
production of paricaacute (Schizolobium amazonicum) at 5 6 and 7 years in three
productivity classes and five planting space identifying the major costs of
production and those most affected by planting space in the region of
Paragominas PA The volume estimate was obtained according to the
methodology proposed by Silva et al (2013) and production costs since the
activities of preparation of the area to harvest and transport were provided by
farmers and entrepreneurs in the region Subsequently made to cost analysis
using the methodology of the operating cost which considers only the expenses
actually disbursed by the farmer together with the depreciation and labor
family labor Thus it was inferred that the spacing 3x2 m was higher by volume
on the other spacings analyzed Regarding the analysis of costs the effective
operating cost represented on average 65 of total production costs and
transport the most significant single cost in all spacings analyzed Have
maintenance was the most significant set of activities in plantations due to the
number and the time period for its implementation The total production costs
were higher in the smaller spacing regardless of whether or not for the use of
permanent and circulating capital
Keywords Effective operational cost spacing age productivity
33
1 INTRODUCcedilAtildeO
A crescente dificuldade em se obter madeira de florestas nativas tem
motivado empresaacuterios agrave praacutetica do reflorestamento Nesses plantios vaacuterias
espeacutecies tecircm sido utilizadas sendo o paricaacute a espeacutecie nativa de maior
expressatildeo na regiatildeo norte do paiacutes principalmente no estado do Paraacute
Segundo a ABRAF (2013) em 2012 foram plantados 87901 hectares
de paricaacute nos estados do Paraacute Tocantins e Maranhatildeo O aumento da aacuterea de
plantio nos uacuteltimos anos eacute justificado pela boa aceitaccedilatildeo desta espeacutecie no
mercado madeireiro devido aos seus variados fins como a produccedilatildeo de
lacircmina e compensado forros palitos papel moacuteveis aleacutem de peccedilas de
acabamentos e molduras
A falta de informaccedilotildees silviculturais no entanto tecircm inviabilizado a
expansatildeo de novos plantios em outras regiotildees do paiacutes Natildeo se tecircm estudos
suficientes para comprovar o melhor meacutetodo de implantaccedilatildeo desta cultura no
que se refere ao espaccedilamento a ser utilizado para maior produccedilatildeo de madeira
Este tipo de deficiecircncia pode implicar no emprego de teacutecnicas silviculturais
equivocadas que inviabiliza economicamente o cultivo reduzindo
consequentemente o interesse comercial pela espeacutecie
Os custos de produccedilatildeo devem entatildeo ser analisados para se testar a
viabilidade econocircmica dos projetos que estatildeo sendo implantados haja vista
que poucos satildeo os estudos que se referem ao monocultivo do paricaacute A
obtenccedilatildeo destes custos eacute fundamental pois eles compotildeem um ferramental de
controle e gerenciamento das atividades produtivas e de geraccedilatildeo de
importantes informaccedilotildees para auxiliar as tomadas de decisotildees pelos
produtores rurais (CONAB 2010)
Para se atestar a viabilidade econocircmica de um projeto florestal natildeo se
deve avaliar somente a espeacutecie a ser implantada mais agraves condiccedilotildees de
mercado atuais e futuras para comercializaccedilatildeo do produto Eacute notaacutevel a
importacircncia econocircmica e socioambiental do setor de florestas plantadas para o
Brasil por isso deve-se investir em conhecimento e tecnologia sobre as
espeacutecies cultivadas haja visto que o ambiente de negoacutecio para o
34
desenvolvimento desta atividade vem passando por dificuldades nos uacuteltimos
anos
A competitividade dos produtos florestais estaacute se deteriorando frente
aos seus principais concorrentes internacionais uma vez que o aumento
generalizado dos custos de produccedilatildeo de madeira no Brasil estaacute reduzindo
significativamente a rentabilidade da induacutestria integrada de base florestal e dos
produtores independentes de plantios florestais (ABRAF 2013) Comprova-se
assim a necessidade de estudos referentes aos custos de produccedilatildeo
Haacute alguns anos a importacircncia dos custos na produccedilatildeo agriacutecola e as
dificuldades de sua obtenccedilatildeo estimularam o Instituto de Economia Agriacutecola
oacutegatildeo vinculado agrave Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de Satildeo
Paulo a efetuar estimativas de custo de produccedilatildeo de diversas exploraccedilotildees
agriacutecolas por meio da metodologia designada custo operacional Neste
meacutetodo se incluem apenas as despesas efetivamente desembolsadas pelo
agricultor somadas agrave depreciaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos e matildeo-de-
obra familiar A remuneraccedilatildeo devida a todos os outros fatores de produccedilatildeo eacute
de responsabilidade do resiacuteduo ou seja a diferenccedila entre o custo operacional
e o valor de venda (MATSUNAGA et al 1976 CONAB 2010)
O ecircxito nas estimativas de custos de produccedilatildeo agriacutecola vem
estimulando pesquisadores da aacuterea florestal a utilizarem esta metodologia
tambeacutem para culturas florestais principalmente neste momento em que o
Brasil depende de medidas estruturais que promovam a reduccedilatildeo dos custos de
produccedilatildeo e incentivem o investimento para retomada da competitividade dos
produtos nacionais de base florestal no mercado internacional Por tal motivo
objetivou-se neste trabalho identificar os principais custos de produccedilatildeo bem
como o efeito dos diferentes espaccedilamentos sobre estes custos
35
2 MATERIAL E MEacuteTODOS
21 AacuteREA EM ESTUDO
Os dados utilizados neste estudo foram originaacuterios de povoamentos
homogecircneos de paricaacute (Schizolobium amazonicum) plantados sob os
espaccedilamentos 3x2 3x3 3x4 4x4 e 5x5 m localizados entre os municiacutepios de
Dom Elizeu e Paragominas Estado do Paraacute (Figura 1)
Figura 1 Localizaccedilatildeo dos municiacutepios de Dom Eliseu e Paragominas PA
O municiacutepio de Paragominas estaacute localizado no nordeste paraense
possuindo aproximadamente 20000 km2 de aacuterea territorial com 90 m de
altitude O solo caracteriacutestico da aacuterea eacute o Latossolo amarelo com vegetaccedilatildeo
originaacuteria representada pela floresta densa sendo encontradas extensas aacutereas
de mata secundaacuteria (capoeira nos seus diversos estaacutegios de desenvolvimento)
devido aos constantes desmatamentos provocados principalmente pelo
avanccedilo da agropecuaacuteria na regiatildeo (IBGE 2013a PREFEITURA MUNICIPAL
DE PARAGOMINAS 2013)
Segundo o IBGE (2013a) o clima do municiacutepio eacute do tipo mesoteacutermico e
uacutemido A temperatura meacutedia anual eacute elevada em torno de 25degC e seu regime
pluviomeacutetrico fica geralmente entre 2250 mm e 2500 mm anuais
36
O municiacutepio de Dom Eliseu pertence agrave microrregiatildeo de Paragominas
possui 5268815 kmsup2 e estaacute localizado nas coordenadas 04deg17rsquo06rdquo Sul e
47deg30rsquo18rdquo Oeste a 180 metros de altitude Ele eacute um dos municiacutepios da
chamada ldquoFronteira agriacutecola amazocircnicardquo maior produtora de commodities
agriacutecolas da porccedilatildeo norte do paiacutes e grande produtora de paricaacute (IBGE 2013b
PREFEITURA MUNICIPAL DE DOM ELISEU 2013)
22 ESTIMATIVA DA PRODUCcedilAtildeO
Foram inventariados povoamentos de paricaacute anualmente ateacute o quinto
ano sendo analisadas trecircs classes de produtividade em cada espaccedilamento
sendo elas Baixa (17 - 19 m) Meacutedia (19 ndash 21 m) e Alta (21 - 24 m)
Posteriormente empregando-se o modelo de crescimento e produccedilatildeo proposto
por Silva et al (2013) os volumes comercial e de lacircminas foram estimados
para diferentes espaccedilamentos e qualidades de local nas idades de 5 6 e 7
anos conforme o esquema apresentado na Figura 2
Figura 2 Esquema para obtenccedilatildeo dos volumes comercial e de lacircminas em povoamentos de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA
A partir dos dados de inventaacuterio estimou-se a produccedilatildeo em volume
comercial e de lacircminas por meio da metodologia proposta por Silva et al
(2013) Assim a partir de informaccedilotildees sobre as variaacuteveis aacuterea basal por
hectare (GHA) iacutendice de siacutetio (SI) altura dominante (HD) considerada como a
altura meacutedia das 100 aacutervores mais altas do povoamento (Hart) e nuacutemero de
aacutervores por hectare (NHA) na idade de cinco anos pode-se projetar a produccedilatildeo
para as idades em anaacutelise
Espaccedilamentos (m)
bull3x2
bull3x3
bull4x3
bull4x4
bull5x5
Classes de produtividade
(m)
bullBaixa
bullMeacutedia
bullAlta
Idades
(anos)
bull5
bull6
bull7
Volume comercial
Volume de lacircminas
37
A estimativa da HD na idade i foi obtida por meio da equaccedilatildeo 1
119878119868 =
119867119863119894 (1 + 119890119909119901 ((182404 minus 119860119894)
043105frasl ))
1 + 119890119909119901 ((182404 minus 119860119894119899119889
043105frasl ))
Eq 1
Em que
119890119909119901 = base de logaritmo neperiano
119867119863119894 = altura dominante na idade i
119860119894 = i-eacutesima idade (i = 5 6 7) e
119860119894119899119889 = idade iacutendice (5 anos)
Para estimativa do nuacutemero de aacutervores por hectare na idade futura
utilizou-se a equaccedilatildeo 2
1198731198671198602 = 1198731198671198601 minus ((119860119877119864119860
1198671198631)
minus20848
(119860220356 minus 1198601
20356)) Eq 2
Em que
1198731198671198602 = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade futura
1198731198671198601 = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade corrente
119860119877119864119860 = aacuterea meacutedia ocupada por cada planta no plantio
1198671198631 = altura dominante na idade corrente
1198601 = idade corrente e
1198602 = idade futura
A aacuterea basal por hectare foi estimada por meio da equaccedilatildeo 3
119866119867119860119894 = 000523119867119863119894145720119873119867119860053967
119894 Eq 3
Em que
NHAi = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade i
38
Apoacutes a obtenccedilatildeo de todas as variaacuteveis os volumes comercial e de
lacircminas foram estimados pelas equaccedilotildees 4 e 5
119881119879119867119860119894 = 122839119866119867119860119894093941119867119863119894
071858 Eq 4
119881119862119867119860119894 = 003388119866119867119860119894069131119867119863119894
183907 Eq 5
Em que
119881119879119867119860119894 = volume comercial por hectare e
119881119862119867119860119894 = volume de lacircminas por hectare
23 DESCRICcedilAtildeO DAS ATIVIDADES
Por se tratarem de aacutereas anteriormente ocupadas por pastagem fez-se
necessaacuterio o combate agrave formigas e limpeza da aacuterea manualmente e com
auxiacutelio de trator a fim de retirar do local galhos tocos e raiacutezes que por ventura
atrapalhassem o processo de mecanizaccedilatildeo
Para todas as aacutereas de plantio fez-se a anaacutelise de solo verificando-se
a necessidade de correccedilatildeo com uma tonelada de calcaacuterio dolomiacutetico por
hectare Assim foi realizada a calagem precedida da gradagem com auxiacutelio da
terceirizaccedilatildeo de tratores agriacutecolas
Apoacutes o preparo do solo iniciou-se o processo de alinhamento
marcaccedilatildeo e coveamento respeitando o espaccedilamento preacute-determinado para
cada local considerando que uma pessoa consegue abrir 500 covasdia
Posteriormente foram acrescentados 100g de NPK (6-30-6) por cova antes do
plantio das mudas de paricaacute Adubaccedilotildees de cobertura e um ano apoacutes o plantio
tambeacutem ocorreram com o objetivo de aumentar o iacutendice de sobrevivecircncia agraves
plantas
Como no campo eacute difiacutecil controlar os fatores bioacuteticos e abioacuteticos a
mortalidade de plantas eacute inevitaacutevel por isso foi observada a necessidade de
39
replantio de 5 das mudas logo no primeiro ano segundo informaccedilotildees
disponibilizadas pela empresa
A manutenccedilatildeo relativa agrave limpeza dos plantios se deu pelo coroamento
das mudas aplicaccedilatildeo de herbicida manualmente e roccedilada mecacircnica do
primeiro ao terceiro ano Desta forma natildeo houve competiccedilatildeo com plantas
invasoras que poderiam inibir o crescimento das mudas Assim devido ao
ambiente favoraacutevel e as condiccedilotildees propiacutecias de crescimento e produccedilatildeo foi
possiacutevel extrair a madeira para laminaccedilatildeo no quinto ano apoacutes a implantaccedilatildeo
A colheita foi realizada de forma semi-mecanizada (motosserra)
seguida do baldeio e carregamento ateacute a beira da estrada O transporte ateacute a
induacutestria de beneficiamento foi realizado por caminhatildeo tipo bitrem com
capacidade para 44000 kg ao preccedilo meacutedio de R$59192 por viagem
O valor da matildeo-de-obra familiar foi considerado como o custo de
administraccedilatildeo ou seja quando o proprietaacuterio presta serviccedilos na proacutepria
empresa Assim a remuneraccedilatildeo paga pelo custo de administraccedilatildeo foi
equivalente a 10 dos custos efetivamente desembolsados pela empresa
Em relaccedilatildeo agraves aacutereas onde os plantios foram realizados estas jaacute
pertenciam a empresa Laminit por isso natildeo houve a necessidade de aquisiccedilatildeo
ou arrendamento do terreno Poreacutem considerou-se o custo de oportunidade
ou seja a remuneraccedilatildeo do capital investido (permanente e circulante) por meio
do caacutelculo da parcela sobre o bem adquirido e utilizado na produccedilatildeo e inclusa
no custo fixo da produccedilatildeo Logo o investimento do produtor foi remunerado agrave
taxa de 6 ao ano como se fosse aplicado o capital em outro investimento
alternativo conforme recomendaccedilotildees da CONAB (2010)
24 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS
Para anaacutelise dos custos de produccedilatildeo florestal foi necessaacuteria a coleta de
dados anuais de todas as despesas e receitas contraiacutedas em cada
espaccedilamento durante o periacuteodo entre 2006 e 2013 O esquema da disposiccedilatildeo
dos gastos na planilha de custo pode ser observado na Tabela 1
40
Tabela 1 Distribuiccedilatildeo dos gastos efetuados para implantaccedilatildeo de povoamentos de paricaacute
Descriccedilatildeo Un R$un
Quantidade utilizada
Espaccedilamento (m)
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
Preparo da aacuterea
Anaacutelise de solo un 3450 1 1 1 1 1
Limpeza manual Diaacuteria 3500 1 1 1 1 1
Limp mecanizada ht 10218 1 1 1 1 1
Gradagem ht 10218 15 15 15 15 15
Calagem ht 6846 05 05 05 05 05
Calcaacuterio ton 8967 1 1 1 1 1
Alinhamento Diaacuteria 3500 2 14 1 08 05
Coveamento Diaacuteria 3500 334 223 167 125 08
Cercamento R$ha 30000 1 1 1 1 1
Constr de estradas R$ha 13390 1 1 1 1 1
Constr de aceiros Diaacuteria 3500 4 4 4 4 4
Adubaccedilatildeo
Adubo Kg 123 5001 3336 2502 1875 120
Adubaccedilatildeo Diaacuteria 3667 45 3 225 195 106
Plantio
Transp de mudas ht 5000 05 05 05 05 05
Mudas un 038 1751 1168 876 657 420
Plantio e replantio Diaacuteria 3500 4 27 2 15 1
Manutenccedilatildeo
Formicida Kg 674 125 10 83 695 551
Aplic de formicida Diaacuteria 3703 893 748 651 578 525
Transp de insumos ht 4233 2 2 2 2 2
Coroamento Diaacuteria 3761 67 45 35 25 16
Roccedilada ht 5602 4 5 6 7 85
Herbicida L 1732 8 9 10 105 12
Aplic de herbicida Diaacuteria 3761 4 45 5 55 6
Manutenccedilatildeo de aceiro Diaacuteria
3744 6 6 6 6 6
Manut de estrada ht 8699 469 469 469 469 469
Materiais - 6892 8 8 8 8 8
Encargos - 8185 7 7 7 7 7
Colheita e Transporte
Corte e toragem msup3 215 1844 1744 1524 1341 11705
Baldeio msup3 096 1844 1744 1524 1341 11705
Carregamento msup3 097 1844 1744 1524 1341 11705
Transporte msup3 659 1844 1744 1524 1341 11705 Valores deflacionados e descapitalizados para o ano de 2006 Considerando o volume comercial em classe de produtividade alta (21 - 24 m) com corte aos 6 anos
Os custos envolvidos nas atividades de implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo dos
povoamentos foram disponibilizados por produtores rurais da regiatildeo de
41
Paragominas Tambeacutem foram disponibilizados por empresaacuterios locais os
dados referentes agrave exploraccedilatildeo e transporte da madeira ateacute a empresa
referente a uma distacircncia meacutedia de 80 km
Para comparaccedilatildeo entre os valores incorridos durante periacuteodos
diferentes no tempo fez-se o deflacionamento dos custos para o periacuteodo
inicial (implantaccedilatildeo dos povoamentos) A correccedilatildeo da perda monetaacuteria causada
pela inflaccedilatildeo foi obtida por meio do Iacutendice Geral de Preccedilo ndash Disponibilidade
Interna (IGP ndash DI) o qual eacute responsaacutevel pelo registro da inflaccedilatildeo de preccedilos de
mateacuterias-primas agriacutecolas
Posteriormente os valores deflacionados foram descapitalizados para o
ano 0 (2006) a fim de facilitar a anaacutelise econocircmica A descapitalizaccedilatildeo foi
obtida pela seguinte foacutermula
1198810 =119881119899
(1 + 119894)119899 Eq 6
Em que
1198810 = valor inicial correspondente ao periacuteodo de implantaccedilatildeo do povoamento
(R$)
119881119899 = valor final correspondente ao ano j (R$)
119894 = taxa de juros (6 aa) e
119899 = nuacutemero de periacuteodos (anos)
25 CLASSIFICACcedilAtildeO DOS CUSTOS
Para o caacutelculo dos custos de produccedilatildeo do paricaacute foi adotada a
metodologia descrita pelo Instituto de Economia Agriacutecola (IEA) oacutergatildeo vinculado
agrave Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo Neste
caso foram considerados os custos efetivos de produccedilatildeo ou seja aquele
dinheiro efetivamente desembolsado pelo proprietaacuterio para o pagamento da
mateacuteria-prima produtos ou serviccedilos adquiridos
42
A depreciaccedilatildeo foi aqui desconsiderada pela indisponibilidade de
informaccedilotildees sobre as maacutequinas equipamentos e benfeitorias Assim
considerou-se que todos os maquinaacuterios e equipamentos utilizados para a
implantaccedilatildeo conduccedilatildeo extraccedilatildeo e transporte dos povoamentos foram de
origem terceirizada
Os custos de produccedilatildeo foram entatildeo divididos segundo sua origem
sendo classificados de acordo com a metodologia de custos proposta pelo IEA
a) Custo operacional efetivo (COE) ndash correspondente a todos os custos
expliacutecitos
b) Custo operacional total (COT) ndash correspondente ao somatoacuterio do custo
operacional efetivo e matildeo-de-obra familiar (MO)
c) Custo Total (CT) ndash soma do custo operacional total e do custo de
oportunidade (CO) que eacute a remuneraccedilatildeo do capital circulante e do capital
fixo
As foacutermulas para obtenccedilatildeo do custo operacional total e custo total
encontram-se a seguir
119862119874119879 = 119862119874119864 + 119872119874 Eq 7
119862119879 = 119862119874119879 + 119862119874 Eq 8
43
3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
31 ESTIMATIVA DE VOLUME
A partir das equaccedilotildees ajustadas por Silva et al (2013) para
povoamentos de paricaacute foi possiacutevel estimar o volume comercial e de lacircminas
em trecircs ocasiotildees no tempo e em diferentes classes de produtividade nos cinco
espaccedilamentos de plantio como pode ser observado na Tabela 2
Tabela 2 Volumes comercial (VTHA) e de lacircminas (VCHA) estimados nos diferentes espaccedilamentos de plantio de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA
Idade Espaccedil
(m)
VTHA (msup3ha) VCHA (msup3ha)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 16229 18511 19336 5638 6858 7915
3x3 - 15498 18126 - 6163 7671
3x4 - 13328 15983 - 5476 7009
4x4 7133 13551 14623 2800 5705 6468
5x5 7351 8790 13093 3191 4124 6231
6 a
no
s
3x2 15173 16865 18439 5370 6411 7666
3x3 - 14606 17439 - 5912 7473
3x4 - 12325 15244 - 5188 6787
4x4 7178 11745 13410 2827 5146 6082
5x5 7115 8867 11705 3118 4158 5759
7 a
no
s
3x2 14315 15607 16406 5144 6054 7029
3x3 - 13920 16489 - 5706 7170
3x4 - 11890 14648 - 5052 6590
4x4 7028 11464 13067 2783 5055 5967
5x5 7020 8726 11515 3087 4109 5690
Em que VTHA= volume comercial por hectare VCHA= volume de lacircminas por hectare Espaccedil= espaccedilamento de plantio
A divisatildeo dos povoamentos em classes de produtividade eacute explicada
por Oliveira et al (2008) Segundo os autores a estratificaccedilatildeo realizada por
44
meio de classes de produtividade resulta em estimativas de volume mais
precisas proacuteximo agrave idade de corte Por isso a adoccedilatildeo das trecircs classes
A falta de informaccedilotildees nos espaccedilamentos intermediaacuterios 3x3 e 3x4 m
na classe de produtividade baixa ocorreu pela ausecircncia de povoamentos
nestas condiccedilotildees de siacutetio
A diferenccedila no volume comercial de madeira foi de 323 entre os
espaccedilamentos extremos 3x2 e 5x5 m na classe de produtividade alta sendo
maior o volume nos menores espaccedilamentos Resultados semelhantes foram
encontrados por Macedo et al (2005) com povoamentos de Teca em Minas
Gerais e Hoffmann (2009) em seu trabalho sobre caracterizaccedilatildeo
dendromeacutetrica e rendimento em laminaccedilatildeo de paricaacute na regiatildeo de
Paragominas PA
A diferenccedila no volume tem comportamento exponencial agrave medida em
que se utilizam siacutetios de menor produtividade sendo constatada uma diferenccedila
de 525 e 547 no volume entre os espaccedilamentos extremos nas classes
de produtividade meacutedia e baixa respectivamente Comportamento semelhante
foi observado para o volume de lacircminas de paricaacute Houve diferenccedila crescente
no volume entre os espaccedilamentos extremos sendo menor na classe de
produtividade alta (213)
Aos 6 anos a diferenccedila no volume entre os espaccedilamentos extremos foi
superior agrave idade anterior Na classe de produtividade alta a diferenccedila no
volume comercial foi de 365 Jaacute o volume de lacircminas abrangeu diferenccedila de
249
Nos siacutetios de baixa produtividade o volume comercial de madeira no
espaccedilamento 3x2 m foi 177 menor comparado ao de produtividade alta
Esta porcentagem encontra-se dentro do intervalo indicado por Morales et al
(2010) para povoamentos de pinus Segundo os autores a produtividade do
pinus foi reduzida entre 14 a 36 nos diferentes siacutetios de produccedilatildeo
Nos espaccedilamentos 4x4 e 5x5 m esta diferenccedila foi mais significativa
com aproximadamente 465 e 392 respectivamente Isso se deve entre
outras coisas agrave morte natural das plantas com diacircmetros mais acentuados
tornando mais expressiva a reduccedilatildeo de volume
Comparando a produccedilatildeo de paricaacute em relaccedilatildeo a idade de corte pode
ser observada uma reduccedilatildeo no volume de madeira do quinto para o sexto ano
45
Este comportamento pode ser resultado do autodesbaste caracteriacutestico da
espeacutecie Por se tratar de uma espeacutecie pioneira ela atinge o aacutepice de
incremento na idade meacutedia de 5 anos sendo mais viaacutevel seu corte neste
periacuteodo (CARVALHO 2007)
Balloni e Simotildees (1980) anteriormente jaacute haviam afirmado que a
porcentagem de aacutervores dominadas e mortas cresce com o avanccedilo da idade
sendo mais intenso e precoce nos espaccedilamentos mais apertados Por isso a
idade de corte deve ser definida em funccedilatildeo do ritmo de crescimento
espaccedilamento finalidade da madeira e suas interaccedilotildees
32 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO
O levantamento de custos como citado anteriormente seguiram a
metodologia sugerida pelo Instituto de Economia Agriacutecola ndash IEA sendo
agrupados por atividade
321 Custo operacional efetivo ndash COE
Todas as atividades desde a implantaccedilatildeo ateacute a exploraccedilatildeo dos
povoamentos de paricaacute foram identificadas e os gastos estimados para
obtenccedilatildeo dos custos efetivamente desembolsados pelo produtor sendo que os
custos foram deflacionados e descapitalizados para o ano de 2006 A soma
dos custos das atividades desenvolvidas durante este periacuteodo com corte aos
5 6 e 7 anos podem ser observadas na Tabela 3
Nos povoamentos em estudo os custos de implantaccedilatildeo variaram entre
R$80000 a R$180000 entre os espaccedilamentos extremos sendo menor
quanto menor o nuacutemero de plantas por hectare Este montante representa
entre 18 e 26 do custo total de produccedilatildeo de paricaacute demonstrando sua
importacircncia em relaccedilatildeo agrave outros custos
46
Tabela 3 Custo Operacional Efetivo (COE) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006
Idade Espaccedilamento
(m)
COE do volume comercial (R$ha) COE do volume de lacircminas (R$ha)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 501646 501646 501646 648938 667703 674487
3x3 - 437995 437995 - 586899 608517
3x4 - 408969 408969 - 540219 562057
4x4 388309 388309 388309 468849 521642 530459
5x5 369666 369666 369666 451856 463692 499083
6 a
no
s
3x2 512608 512608 512608 639852 652755 664594
3x3 - 451539 451539 - 574684 595999
3x4 - 423545 423545 - 529527 551493
4x4 404176 404176 404176 471255 505786 518322
5x5 385283 385283 385283 451891 465242 486598
7 a
no
s
3x2 527155 527155 527155 637832 646772 652303
3x3 - 465086 465086 - 573035 590806
3x4 - 436693 436693 - 530595 549673
4x4 416824 416824 416824 477086 507776 518871
5x5 398191 398191 398191 458394 470202 489495
47
O custo no espaccedilamento 5x5 m foi semelhante ao encontrado por Silva
et al (2004) para a implantaccedilatildeo de 1 ha de eucalipto na regiatildeo de Brasiacutelia
quando os valores foram corrigidos para o mesmo periacuteodo demonstrando
semelhanccedila na implantaccedilatildeo das duas culturas
Nos povoamentos analisados natildeo houve diferenccedilas nos custos para
implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo nos plantios com classes de produtividade distintas
os quais objetivavam a produccedilatildeo de volume comercial Em contrapartida
houve o acreacutescimo de gastos a medida em que se reduziu os espaccedilamentos
de plantio ou seja quanto menor a aacuterea ocupada por plantas maiores os
gastos com alinhamento marcaccedilatildeo de covas coveamento plantio e adubaccedilatildeo
Em relaccedilatildeo ao volume de lacircminas ocorreu a distinccedilatildeo dos custos entre
classes de produtividade uma vez que os custos com colheita e transporte
estatildeo relacionados com o volume colhido Assim em classes de produtividade
alta e menor espaccedilamento de plantio o COE foi superior em comparaccedilatildeo aos
outros povoamentos analisados
Como observado aos 5 anos natildeo houve diferenccedila no COE
independente da classe de produtividade nos povoamentos em que satildeo
mensurados o volume comercial de madeira Isso foi reflexo da quantidade de
plantas inseridas no local que no plantio foram invariaacuteveis independente da
qualidade do terreno O mesmo foi notado quando se estimou os custos para
exploraccedilatildeo de madeira aos 7 anos
A reduccedilatildeo no COE da produccedilatildeo de lacircminas com o aumento da idade
de exploraccedilatildeo eacute explicado pela reduccedilatildeo ocorrida no volume de madeira
causado pela mortalidade das plantas como observado no trabalho de Silva et
al (2013) Assim diminuem-se proporcionalmente os custos com colheita
transporte e outras atividades de manutenccedilatildeo
322 Custo operacional total ndash COT
O custo operacional total envolveu o COE e a matildeo-de-obra familiar
considerada aqui como o custo de administraccedilatildeo ou seja os proprietaacuterios dos
48
povoamentos eram os responsaacuteveis pela administraccedilatildeo dos plantios A
participaccedilatildeo do COT pode ser observada na Tabela 4
O custo da matildeo-de-obra foi considerado como um custo operacional
efetivo pois natildeo houve somente um gasto mas um desembolso ou seja uma
saiacuteda de caixa Jaacute a matildeo-de-obra familiar eacute parte do custo de produccedilatildeo pois
consistiu em uma alocaccedilatildeo de recurso produtivo (matildeo-de-obra) para a geraccedilatildeo
do produto (madeira) representando cerca de 10 dos custos de produccedilatildeo
Observando a tabela 4 pode-se notar que o maior custo de
administraccedilatildeo foi obtido para o espaccedilamento 3x2 m quando o objetivo era a
laminaccedilatildeo com custo de aproximadamente R$67450 Jaacute o espaccedilamento 5x5
m com objetivo de venda da floresta em peacute obteve o menor custo com
aproximadamente R$37000 por hectare
Resultados semelhantes foram encontrados para a produccedilatildeo de
madeira aos 6 anos Os menores custos de administraccedilatildeo estatildeo relacionados
aos menores custo de implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo dos povoamentos Aos 6 anos
o custo de administraccedilatildeo no espaccedilamento 5x5 m em classe de produtividade
alta com o objetivo de produccedilatildeo de lacircminas foi de aproximadamente R$48660
e R$38528 quando se objetivou a venda da madeira em peacute
Os custos de administraccedilatildeo tambeacutem foram reduzidos a medida em que
se aumentou o tempo para exploraccedilatildeo dos povoamentos devido a reduccedilatildeo do
volume por hectare sendo outro indicio de que esta espeacutecie deve ser
explorada logo aos 5 anos apoacutes o plantio
49
Tabela 4 Custo Operacional Total (COT) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006
Idade Espaccedilamento
(m)
COT do volume comercial (R$ha) COT do volume de lacircminas (R$ha)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 551811 551811 551811 713832 734473 741936
3x3 - 481795 481795 - 645589 669368
3x4 - 449865 449865 - 594241 618263
4x4 427140 427140 427140 515733 573807 583505
5x5 406633 406633 406633 497042 510062 548991
6 a
no
s
3x2 563869 563869 563869 703837 718031 731053
3x3 - 496693 496693 - 632152 655599
3x4 - 465900 465900 - 582479 606642
4x4 444594 444594 444594 518380 556365 570155
5x5 423812 423812 423812 497080 511767 535258
7 a
no
s
3x2 579871 579871 579871 701615 711449 717534
3x3 - 511595 511595 - 630338 649886
3x4 - 480362 480362 - 583655 604641
4x4 458507 458507 458507 524794 558554 570758
5x5 438010 438010 438010 504233 517223 538444
50
323 Custo total ndash CT
O custo total foi obtido pelo COT acrescido da remuneraccedilatildeo paga ao
capital investido e ao custo da Terra (TABELA 5)
Apoacutes contabilizados todos os custos foi possiacutevel inferir que para o
volume comercial em espaccedilamentos mais adensados o custo total foi 2294
maior do que nos plantios mais espaccedilados independente da classe de
produtividade Jaacute em povoamentos onde o objetivo do plantio era a venda de
lacircminas ocorreu uma variaccedilatildeo nos custos em fator da classe de produtividade
e espaccedilamento de plantio
A venda da madeira aos 6 anos culminou em um acreacutescimo de 67 a
86 em comparaccedilatildeo com os mesmos povoamentos sendo explorados aos 5
anos Para a produccedilatildeo de lacircminas o aumento dos custos foi menos
expressivo No espaccedilamento 3x2 m em classe de produtividade baixa o
aumento foi de 34
A exploraccedilatildeo de povoamentos aos 7 anos foi 1347 a 1596 maior
em relaccedilatildeo a exploraccedilatildeo aos 5 anos e 726 a 801 para 6 anos Estes
nuacutemeros confirmam que os custos tecircm crescido proporcionalmente com o
passar do tempo
Os custos com a remuneraccedilatildeo do capital investido e pelo uso da terra
correspondem em meacutedia a 24 dos custos totais de produccedilatildeo Poreacutem a
maioria dos produtores rurais deixam de contabilizar estes custos por se tratar
do pagamento pelo uso dos bens que ele jaacute possui (capital e terra) resultando
em valores de produccedilatildeo abaixo do que realmente deve ser computado
Comparando a produccedilatildeo de paricaacute e Teca no espaccedilamento 3x2 m
utilizando a mesma metodologia de custos observa-se que o custo total para
cultivo da Teca eacute de aproximadamente R$1080309 valor muito proacuteximo ao
observado para o plantio de paricaacute (SANGUINO 2009)
51
Tabela 5 Custo Total (CT) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006
Idade Espaccedilamento
(m)
CT do volume comercial (R$ha) CT do volume de lacircminas (R$ha)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 730146 730146 730146 917076 940890 949501
3x3 - 649366 649366 - 838341 865776
3x4 - 612527 612527 - 779099 806814
4x4 586308 586308 586308 688522 755523 766713
5x5 562648 562648 562648 666957 681978 726892
6 a
no
s
3x2 782537 782537 782537 949133 966026 981526
3x3 - 702582 702582 - 863811 891718
3x4 - 665930 665930 - 804688 833447
4x4 640572 640572 640572 728395 773606 790019
5x5 615836 615836 615836 703043 720523 748483
7 a
no
s
3x2 843816 843816 843816 99343 100552 101299
3x3 - 759911 759911 - 905837 92986
3x4 - 721528 721528 - 848467 874257
4x4 694669 694669 694669 776132 81762 832618
5x5 669481 669481 669481 750864 766827 792907
52
De maneira geral os custos mais expressivos satildeo referentes agrave manutenccedilatildeo
dos plantios independente do espaccedilamento adotado (Figura 3) Isso eacute
consequecircncia do maior nuacutemero de atividades desenvolvidas durante este periacuteodo
que variam desde o controle de formigas agrave manutenccedilatildeo de estradas
Figura 3 Custos totais da produccedilatildeo de paricaacute sob diferentes espaccedilamentos na regiatildeo de Paragominas PA
Nota-se no entanto que quanto maior o espaccedilamento de plantio utilizado
maiores satildeo os custos de manutenccedilatildeo por hectare Como haacute menor quantidade de
aacutervores por hectare a presenccedila de plantas invasoras eacute mais acentuada
aumentando os custos para seu controle Em contrapartida os custos por hectare
53
com adubaccedilatildeo plantio colheita e transporte diminuem jaacute que o nuacutemero de aacutervores
na aacuterea eacute reduzido
Deve-se ressaltar ainda que estes custos podem variar de acordo com a
classe de produtividade a idade em que vatildeo ser explorados os povoamentos e os
tipos de atividades empregadas que podem variar de acordo com o produtor e a
regiatildeo
54
4 CONCLUSOtildeES
O custo operacional efetivo representou em meacutedia 65 dos custos totais de
produccedilatildeo sendo o transporte o custo individual mais expressivo em todos os
espaccedilamentos analisados Jaacute a manutenccedilatildeo foi o conjunto de atividades mais
significativo nos povoamentos devido ao nuacutemero e ao longo periacuteodo para execuccedilatildeo
das atividades
Os custos totais de produccedilatildeo foram superiores em espaccedilamentos menores
independentemente da remuneraccedilatildeo ou natildeo pelo uso dos capitais permanente e
circulante
A diferenccedila nos custos entre espaccedilamentos extremos 3x2 m e 5x5 m eacute
justificada pelo maior volume de matildeo-de-obra e insumos necessaacuterios para execuccedilatildeo
das atividades em locais com maior nuacutemero de plantas por hectare
55
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE FLORESTAS PLANTADAS ndash ABRAF Anuaacuterio Estatiacutestico da ABRAF 2013 Ano base 2012 Brasiacutelia ABRAF 2013 148p Disponiacutevel em lthttpwwwabraflororgbrestatisticasABRAF13ABRAF13BR pdfgt Acesso em 19 Ago 2013 BALLONI E A SIMOtildeES J W O espaccedilamento de plantio e suas implicaccedilotildees silviculturais IPEF Piracicaba v1 n 3 p 1-16 Set 1980 (Seacuterie Teacutecnica) CAMPOS J C C LEITE H G Mensuraccedilatildeo florestal perguntas e respostas Viccedilosa UFV 2002 407p
CARVALHO P E R Paricaacute (Schizolobium amazonicum) Colombo Embrapa Florestas 2007 8p (Circular Teacutecnica 142)
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56
PREFEITURA MUNICIPAL DE DOM ELISEU O municiacutepio Dom Eliseu 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwdomeliseupagovbrgt Acesso em 23 Maio 2013 SANGUINO A C Custos de implantaccedilatildeo e rentabilidade econocircmica de povoamentos florestais com teca no estado do Paraacute Ciecircncias Agraacuterias Beleacutem n 52 p 61-78 juldez 2009 SILVA G F GEZAN S A SOARES C P B ZANETI L Z Modeling growth and yield of Schizolobium amazonicum under different spacings International Journal of Forestry Research v 2013 (2013) 10 p SILVA K R MINETTI L J FIEDLER N C VENTUROLI F MACHADO E G B SOUZA A P Custos e rendimentos operacionais de um plantio de eucalipto em regiatildeo de cerrado Aacutervore Viccedilosa-MG v28 n3 p 361-366 2004
57
CAPIacuteTULO 2
ANAacuteLISE ECONOcircMICA DA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA DE PARICAacute
RESUMO
As exigecircncias atuais de mercado aliadas agraves alternativas de investimento expressam
a necessidade de avaliaccedilatildeo econocircmica de projetos florestais Essa avaliaccedilatildeo
contribui com a escolha da melhor estrateacutegia de produccedilatildeo a fim de tornar os
produtos florestais brasileiros competitivos no mercado externo Por isso objetivou-
se neste trabalho analisar a viabilidade econocircmica de povoamentos de paricaacute sob
diferentes espaccedilamentos aleacutem de determinar economicamente a melhor forma de
plantio para produccedilatildeo de madeira Estes povoamentos foram implantados na regiatildeo
de Paragominas PA em 2006 sob os espaccedilamentos 3x2 3x3 3x4 4x4 e 5x5 m
divididos em trecircs classes de produtividade A produccedilatildeo foi entatildeo estimada para as
idades de 5 6 e 7 anos por meio de equaccedilotildees de crescimento e produccedilatildeo Os
custos do plantio agrave colheita foram disponibilizados por produtores rurais e
empresaacuterios da regiatildeo assim como o valor de venda de lacircminas A partir da
obtenccedilatildeo dos custos e receitas fez-se a anaacutelise econocircmica dos projetos Para tanto
foram utilizados os iacutendices econocircmicos e o criteacuterio do benefiacutecio perioacutedico equivalente
(BPE) como formas de avaliaccedilatildeo considerando-se a taxa de desconto de 6 como
a taxa miacutenima de atratividade Apoacutes a anaacutelise dos iacutendices e criteacuterio de avaliaccedilatildeo
econocircmica pode-se concluir que o espaccedilamento 3x3 m em classe de produtividade
alta com corte aos 5 anos foi o mais indicado pois gera o maior retorno financeiro
Para os maiores espaccedilamentos estudos ainda devem ser desenvolvidos mas
acredita-se que eles sejam alternativas financeiras viaacuteveis
Palavras-chave Criteacuterios de avaliaccedilatildeo espaccedilamentos de plantio iacutendices
econocircmicos retorno financeiro
58
CHAPTER 2
ECONOMIC ANALYSIS OF PRODUCTION PARICAacute
ABSTRACT
The current market demands combined with investment alternatives express the
need for economic evaluation of forestry projects This assessment contributes to the
choice of the best production strategy in order to make the Brazilian forest products
competitive in foreign markets Therefore this study aimed to analyze the economic
feasibility of stands of paricaacute under different spacings and economically determine
the best planting for timber production These settlements were established in the
region of Paragominas PA in 2006 under the spacings 3x2 3x3 3x4 4x4 and 5x5
m divided into three classes productivity The production was then estimated for
ages 5 6 and 7 years through equations of growth and production Costs from
planting to harvest were provided by farmers and entrepreneurs in the region as well
as the value of sales of blades From procurement costs and revenues became the
economic analysis of projects For both economic indicators and criteria periodic
benefit equivalent (BPE) as forms of assessment considering the discount rate of 6
as the hurdle rate were used After analyzing the indexes and economic evaluation
criteria it can be concluded that the spacing 3x3 m in class high productivity with cut
to 5 years was the most suitable because it generates the greatest financial return
For the larger spacings studies have yet to be developed but it is believed that they
are viable alternatives financial
Keywords Evaluation criteria planting space economic indicators financial return
59
1 INTRODUCcedilAtildeO
A implantaccedilatildeo da lei dos incentivos fiscais na deacutecada de 60 motivou o plantio
de florestas para ampliar a base florestal do Paiacutes e captar recursos para o
desenvolvimento do setor (MELLO et al 2005) Esses estiacutemulos baseavam-se na
expansatildeo florestal desconsiderando a qualidade da madeira
Nos dias atuais diante das exigecircncias de mercado da competiccedilatildeo com
outros paiacuteses e das pressotildees relacionadas ao meio ambiente o Brasil tem investido
natildeo somente em produccedilatildeo mais tambeacutem em teacutecnicas silviculturais que contribuam
com a qualidade final dos produtos aleacutem de teacutecnicas que reduzam os custos
envolvidos no processo produtivo Essas metas tecircm sido alcanccediladas por meio do
planejamento dos investimentos
Para realizar um investimento eacute necessaacuterio primeiramente organizar
formalmente os objetivos por meio de um projeto relacionando os meios de que se
dispotildee para alcanccedilaacute-los Posteriormente deve-se analisar o mercado potencial do
produto a fim de obter informaccedilotildees sobre os retornos esperados do investimento
comparativamente agraves alternativas disponiacuteveis eou viaacuteveis Assim com o
planejamento adequado das atividades eacute possiacutevel identificar as exigecircncias atuais de
mercado os caminhos a serem seguidos para entatildeo construir um referencial futuro
o qual identificaraacute a viabilidade ou natildeo da implantaccedilatildeo do projeto ao qual o
planejamento se destina (REZENDE OLIVEIRA 2008)
Para implantaccedilatildeo de um projeto aleacutem de se conhecer o horizonte de
planejamento que eacute o periacuteodo estimado durante o qual o empreendimento em
anaacutelise iraacute operar faz-se necessaacuterios tambeacutem testar a sua viabilidade teacutecnica
econocircmica financeira social ambiental e poliacutetica O teste da viabilidade econocircmica
eacute considerado o mais importante entre os paracircmetros de avaliaccedilatildeo pois consiste em
verificar se no projeto as receitas superam os custos Caso isso natildeo ocorra diz-se
que o projeto eacute insustentaacutevel desde a sua implantaccedilatildeo (FARO 1979 CHICHORRO
et al 2010)
Na avaliaccedilatildeo econocircmica para decisatildeo de que o projeto deve ou natildeo ser
implementado satildeo usadas teacutecnicas e criteacuterios de anaacutelise que comparam os custos e
as receitas inerentes ao projeto A anaacutelise de projetos consiste entatildeo na verificaccedilatildeo
60
de que determinada atividade eacute lucrativa ou natildeo considerando-se um horizonte de
planejamento (REZENDE OLIVEIRA 2008)
Existem vaacuterios meacutetodos de seleccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de projetos de
investimentos Geralmente recorre-se a meacutetodos que consideram principalmente as
atividades a serem executadas os periacuteodos de execuccedilatildeo e seus respectivos custos
os produtos e o periacuteodo de tempo que levaratildeo para serem produzidos seus preccedilos
e receitas ou seja o fluxo de caixa (CHICHORRO et al 2010)
Os meacutetodos de avaliaccedilatildeo econocircmica podem entatildeo ser divididos em dois
grupos principais O primeiro grupo compreende aqueles em que natildeo se considera a
variaccedilatildeo do capital no tempo sendo indicados para horizontes de planejamentos
muito curtos onde natildeo haacute inflaccedilatildeo Jaacute o segundo grupo considera a variaccedilatildeo do
capital no tempo podendo-se citar o valor presente liacutequido (VPL) e o benefiacutecio
perioacutedico equivalente (BPE) como exemplos (SILVA et al 2005)
A variaccedilatildeo do capital ocorre devido agrave remuneraccedilatildeo paga ao seu uso por
determinado tempo ou seja os juros Assim no final do prazo estipulado natildeo
haveraacute somente a quantia emprestada mais tambeacutem um acreacutescimo que
corresponde ao custo de oportunidade do uso do capital durante o periacuteodo de
empreacutestimo O valor a ser pago no final do periacuteodo dependeraacute da taxa de juros
correspondente a unidade de tempo considerada A Conab utiliza o percentual de
6 ao ano como a taxa de retorno para a remuneraccedilatildeo dos investimentos feitos pelo
produtor como se o capital fosse aplicado em outro investimento alternativo
(OLIVEIRA REZENDE 2004 CONAB 2010)
Tendo em vista este contexto objetivou-se neste trabalho analisar a
viabilidade econocircmica de povoamentos de paricaacute sob diferentes espaccedilamentos e
determinar economicamente o melhor espaccedilamento de plantio para produccedilatildeo de
madeira
61
2 MATERIAL E MEacuteTODOS
21 OBTENCcedilAtildeO DAS RECEITAS
A partir da estimativa dos volumes comercial (VTHA msup3ha) e de lacircminas
(VCHA m3ha) nos diferentes espaccedilamentos de plantio em diferentes
idades e classes produtivas tal como proposto no capiacutetulo 1 foram contraiacutedas as
receitas Os volumes comercial e de lacircminas estimados foram multiplicados pelo valor
meacutedio de venda disponiacutevel no boletim informativo de preccedilos disponibilizado pela
Coordenadoria Executiva da Administraccedilatildeo Tributaacuteria ndash CERAT do Estado do Paraacute
2013 Obteve-se assim a receita para cada espaccedilamento analisado
22 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS
Como se trata de projetos de investimento com a finalidade de obtenccedilatildeo de
madeira foram propostos trecircs horizontes de planejamento para os povoamentos de
paricaacute Esses horizontes se referiram ao periacuteodo de tempo que estes projetos foram
avaliados correspondendo a 5 6 e 7 anos entre a implantaccedilatildeo e colheita
Sabendo-se que eacute necessaacuterio reajustar os valores investidos durante o
periacuteodo de execuccedilatildeo do projeto utilizou-se uma taxa de desconto de 6 ao ano
como forma de remuneraccedilatildeo do capital investido considerando a caderneta de
poupanccedila como sendo o melhor investimento alternativo (OLIVEIRA REZENDE
2004) A inflaccedilatildeo identificada no periacuteodo foi obtida por meio do uso do Iacutendice Geral
de Preccedilos - Disponibilidade Interna (IGP-DI) o qual mede a variaccedilatildeo de preccedilos no
mercado A descapitalizaccedilatildeo foi realizada de acordo com a metodologia descrita no
capiacutetulo 1
Para anaacutelise da viabilidade econocircmica do projeto identificaram-se as
variaccedilotildees do capital no tempo Assim em relaccedilatildeo agrave classificaccedilatildeo do projeto de
investimento este foi considerado convencional ou seja ocorreu apenas uma
mudanccedila de sinal em seu fluxo de caixa satisfazendo as seguintes condiccedilotildees
62
119862119900 lt 0
119883119895 le 0 119901119886119903119886 119895 = 1 hellip 119896
119883119895 ge 0 119901119886119903119886 119895 = 119896 + 1 hellip 119899 119890
sum 119883119895
119899
119895=119896+1
gt sum 119883119895
119896
119895=0
Em que
Co = custo inicial (R$)
k = periacuteodo de tempo a partir do qual as receitas passaram a ser positivas
Xj = receita liacutequida de cada periacuteodo j e
n = duraccedilatildeo do projeto (anos)
Depois de identificado o tipo de projeto e tendo todos os custos jaacute calculados
no capiacutetulo 1 procedeu-se a anaacutelise econocircmica dos projetos por meio da avaliaccedilatildeo
dos iacutendices econocircmicos e do benefiacutecio perioacutedico equivalente (BPE)
23 IacuteNDICES ECONOcircMICOS DA PRODUCcedilAtildeO
Para verificar a rentabilidade do sistema produtivo os seguintes iacutendices
econocircmicos de produccedilatildeo foram utilizados
a) Renda bruta (RB)
119877119861 = 119876 times P Eq1
b) Margem bruta (MB)
119872119861 = 119877119861 minus 119862119874119864 Eq 2
c) Margem liacutequida (ML)
119872119871 = 119877119861 minus 119862119874119879 Eq 3
d) Lucro (L)
119871 = 119877119861 minus 119862119879 Eq 4
63
e) Lucratividade (Lc)
119871119888 =119871
119877119861 Eq 5
f) Iacutendice de rentabilidade (IR)
119868119877 =119872119871
119862 Eq 6
Em que
119877119861 = renda bruta (R$)
119876 = quantidade de produto vendido (un)
119875 = preccedilo unitaacuterio dos produtos (R$)
119872119861 = margem bruta (R$)
119862119874119864 = custo operacional efetivo (R$)
119872119871 = margem liacutequida (R$)
119862119874119879 = custo operacional total (R$)
119871 = lucro (R$)
119862119879 = custo total (R$)
119871119888 = lucratividade ()
119868119877 = iacutendice de rentabilidade () e
119862 = capital empatado (R$) referente ao somatoacuterio do custo fixo e circulante meacutedio
podendo-se considerar ou natildeo o custo da terra
24 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DOS PROJETOS
241 Benefiacutecio perioacutedico equivalente (BPE)
Para avaliaccedilatildeo da viabilidade econocircmica por meio do BPE a seguinte
foacutermula foi utilizada
119861119875119864 =119881119875119871[(1 + 119894)119905](1 + 119894)119899119905
(1 + 119894)119899119905 minus 1 Eq 7
64
Em que
n = duraccedilatildeo do projeto (anos)
t = nuacutemero de periacuteodos de capitalizaccedilatildeo
i = taxa de desconto e
VPL = valor presente liacutequido
O VPL foi obtido pela foacutermula
119881119875119871 = sum 119877119895
119899
119895=0
(1 + 119894)minus119895 minus sum 119862119895
119899
119895=0
(1 + 119894)minus119895
Eq 8
Em que
i = taxa de desconto (juros)
j = periacuteodo em que a receita ou o custo ocorreram
n = duraccedilatildeo do projeto (anos)
Rj = receita no final do ano j ou do periacuteodo de tempo e
Cj = custo no final do ano j ou do periacuteodo de tempo considerado
O BPE permite a comparaccedilatildeo de projetos com diferentes horizontes de
planejamento pois os custos jaacute estatildeo distribuiacutedos por unidade de tempo estando
impliacutecitas as diferenccedilas de horizontes Como o desconto dos fluxos de caixa foi
estimado a partir da ldquodata presenterdquo ou seja no periacuteodo de implantaccedilatildeo do projeto
estes foram comparados quando as consequecircncias monetaacuterias estavam em um
ponto comum do tempo
65
3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
31 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA VENDA DE MADEIRA EM PEacute
A renda bruta foi estimada por meio da multiplicaccedilatildeo do volume comercial e
comercial por hectare e o preccedilo pago por cada unidade agrave qual se admitiu um valor
miacutenimo de R$5370 msup3 para venda de ldquomadeira em peacuterdquo ou seja madeira natildeo
explorada e R$45156 msup3 a venda de lacircminas de paricaacute
Identicamente aos custos as receitas foram deflacionadas e
descapitalizadas para o ano 0 a fim de possibilitar a comparaccedilatildeo entre os valores
gastos e recebidos com essa praacutetica de produccedilatildeo A renda bruta obtida com a venda
de madeira de paricaacute pode ser observada na Tabela 1
Tabela 1 Renda bruta (RB) obtida com a produccedilatildeo de madeira de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA sem considerar o custo de laminaccedilatildeo
Idade Espaccedil
(m)
VTHA (R$ha) VCHA (R$ha)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 379731 433109 452408 1109193 1349221 1557365
3x3 - 362619 424113 - 1212472 1509318
3x4 - 311840 373961 - 1077399 1379067
4x4 166887 317064 342144 550865 1122453 1272564
5x5 172002 205671 306342 627806 811406 1226000
6 a
no
s
3x2 355004 394611 431419 1056449 1261369 1508350
3x3 - 341749 408022 - 1163130 1470243
3x4 - 288386 356682 - 1020754 1335360
4x4 167940 274794 313771 556167 1012394 1196711
5x5 166477 207478 273875 613368 817994 1133134
7 a
no
s
3x2 334925 365156 383863 1012137 1191106 1382874
3x3 - 325700 385794 - 1122613 1410651
3x4 - 278203 342718 - 993941 1296571
4x4 164441 268225 305743 547531 994496 1174049
5x5 164242 204174 269414 607295 808354 1119474
Em que Espaccedil = espaccedilamento (m) VTHA = volume comercial por hectare (msup3ha) e VCHA = volume de lacircminas por hectare (msup3ha)
66
A ausecircncia de valores na classe de produtividade baixa nos espaccedilamentos
3x3 e 3x4 m eacute proveniente da inesistecircncia de povoamentos nestas condiccedilotildees de
terreno Como se tratam de plantios independentes a falta de informaccedilotildees nestes
ambientes natildeo prejudicamalteram os resultados nas outras aacutereas em estudo
Observando a Tabela 1 eacute perceptiacutevel a diferenccedila entre a renda bruta obtida
com a venda de madeira em peacute e a explorada Para siacutetios de baixa produtividade e
com corte aos 5 anos a diferenccedila entre a venda de lacircminas e madeira em peacute foi de
aproximadamente R$729000 Esta diferenccedila ocorreu porque o custo de laminaccedilatildeo
natildeo foi contabilizado por falta de informaccedilotildees sobre o processo produtivo
Natildeo existem estudos que indiquem os custos reais de laminaccedilatildeo de paricaacute
proveniente de reflorestamento e quais as atividades necessaacuterias para transformar o
torete de madeira em lacircminas de forma eficiente e com boa qualidade
A renda resultante da venda de ldquomadeira em peacuterdquo em espaccedilamentos
menores como o 3x2 m superam os mais espaccedilados como o 4x4 e 5x5 m com
receita duas vezes maior quando comparados os espaccedilamentos 3x2 e 5x5 m Esta
tendecircncia ocorre entre classes de produtividade e tambeacutem entre idades distintas
Com o aumento da idade de corte houve diminuiccedilatildeo nas receitas em todos
os espaccedilamentos pois o volume de madeira foi reduzido Isso ocorre como jaacute citado
anteriormente provavelmente devido ao autodesbaste das plantas caracteriacutestico da
espeacutecie Entretanto os custos tambeacutem sofreram reduccedilatildeo devido ao menor nuacutemero
de plantas por hectare e esta relaccedilatildeo deve ser analisada
O comportamento da renda bruta em relaccedilatildeo a madeira explorada segue a
mesma tendecircncia citada acima ou seja o menor espaccedilamento no melhor siacutetio
produtivo aos 5 anos eacute o que indica ser o mais viaacutevel Todavia deve-se interagir
custos e receitas para se inferir sobre o espaccedilamento mais adequado para se obter
a maior lucratividade
Na Tabela 2 eacute possiacutevel observar os iacutendices em siacutetios com classe de
produtividade baixa para a venda de lacircminas de paricaacute
67
Tabela 2 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute para venda preacute-corte em classe de produtividade baixa (17 ndash 19 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
5 a
no
s
MB -121915 - - -221422 -197665
ML -172080 - - -260253 -234631
L -256915 - - -325921 -297147
L (t) -350415 - - -419421 -390647
Luc -068 - - -195 -173
Lucr (t) -092 - - -251 -227
IR -047 - - -085 -079
IR (t) -038 - - -065 -060
6 a
no
s
MB -157604 - - -236236 -218806
ML -208865 - - -276654 -257335
L -316133 - - -361232 -337959
L (t) -427533 - - -472632 -449359
Luc -089 - - -215 -203
Lucr (t) -120 - - -281 -270
IR -056 - - -088 -084
IR (t) -043 - - -065 -062
7 a
no
s
MB -192230 - - -244377 -225943
ML -244145 - - -285258 -264961
L -376891 - - -388205 -363216
L (t) -508091 - - -519405 -494416
Luc -113 - - -236 -221
Lucr (t) -152 - - -316 -301
IR -065 - - -090 -086
IR (t) -048 - - -064 -060
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
Na Tabela 2 eacute possiacutevel observar que sob as condiccedilotildees analisadas nenhum
espaccedilamento eacute viaacutevel economicamente Jaacute o comportamento dos iacutendices financeiros
em classe de produtividade meacutedia pode ser observado na Tabela 3
68
Tabela 3 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute para venda preacute-corte em classe de produtividade meacutedia (19 ndash 21 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
5 a
no
s
MB -68537 -75377 -97128 -71245 -163995
ML -118702 -119176 -138025 -110076 -200962
L -203537 -193247 -207187 -175744 -263477
L (t) -297037 -286747 -300687 -269244 -356977
Luc -047 -053 -066 -055 -128
Lucr (t) -069 -079 -096 -085 -174
IR -033 -036 -043 -036 -067
IR (t) -026 -028 -034 -027 -051
6 a
no
s
MB -117998 -109790 -135159 -129382 -177806
ML -169258 -154944 -177514 -169800 -216334
L -276527 -249433 -266145 -254378 -296958
L (t) -387927 -360833 -377545 -365778 -408358
Luc -070 -073 -092 -093 -143
Lucr (t) -098 -106 -131 -133 -197
IR -046 -046 -055 -054 -071
IR (t) -035 -034 -041 -040 -052
7 a
no
s
MB -161999 -131381 -150483 -140593 -186011
ML -213914 -177089 -193352 -181475 -225030
L -346659 -292189 -301302 -284422 -323284
L (t) -477859 -423389 -432502 -415622 -454484
Luc -095 -090 -108 -106 -158
Lucr (t) -131 -130 -155 -155 -223
IR -057 -052 -059 -057 -073
IR (t) -042 -037 -042 -040 -051
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
Os prejuiacutezos obtidos nestas condiccedilotildees do terreno satildeo menores quando
comparados com siacutetios de produtividade baixa O mesmo comportamento tambeacutem
foi observado para siacutetios de classe de produtividade alta como indicado na Tabela
4
69
Tabela 4 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute pra venda preacute-corte em classe de produtividade alta (21 ndash 24 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
5 a
no
s
MB -49238 -13882 -35007 -46165 -63324
ML -99403 -57682 -75904 -84996 -100291
L -184238 -131752 -145066 -150664 -162806
L (t) -277738 -225252 -238566 -244164 -256306
Luc -041 -031 -039 -044 -053
Lucr (t) -061 -053 -064 -071 -084
IR -027 -017 -024 -028 -034
IR (t) -022 -014 -018 -021 -026
6 a
no
s
MB -81189 -43517 -66863 -90406 -111408
ML -132450 -88671 -109217 -130823 -149937
L -239718 -183160 -197848 -215401 -230561
L (t) -351118 -294560 -309248 -326801 -341961
Luc -056 -045 -055 -069 -084
Lucr (t) -081 -072 -087 -104 -125
IR -036 -026 -034 -041 -049
IR (t) -028 -020 -025 -031 -036
7 a
no
s
MB -143292 -71287 -85969 -103075 -120771
ML -195207 -116995 -128837 -143956 -159790
L -327953 -232094 -236787 -246903 -258044
L (t) -459153 -363294 -367987 -378103 -389244
Luc -085 -060 -069 -081 -096
Lucr (t) -120 -094 -107 -124 -144
IR -052 -034 -039 -045 -052
IR (t) -038 -025 -028 -032 -036
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
A inviabilidade econocircmica observada nas trecircs condiccedilotildees produtivas podem
ter sido provenientes do baixo valor de mercado praticado na regiatildeo
Apoacutes o pagamento de todos os desembolsos efetivos restou o deacutebito de R$-
13882 para o espaccedilamento 3x3 m Esta quantia jaacute pode ser considerada como
70
prejuiacutezo do investimento mesmo sem ser contabilizados o pagamento da matildeo de
obra familiar (administraccedilatildeo) e os custos de oportunidade do capital
O menor valor resultante para o espaccedilamento 5x5 m se deve ao fato de
existirem atividades iguais aos outros espaccedilamentos que estatildeo sendo executas em
tempo maior que dos outros povoamentos aumentando assim o custo de produccedilatildeo
Jaacute os resultados encontrados para o espaccedilamento 3x3 m em classe de
produtividade alta satildeo atribuiacutedos agrave eficiecircncia das operaccedilotildees de manutenccedilatildeo dos
plantios principalmente pelo controle de plantas daninhas
Depois do pagamento de todos os desembolsos efetivos foi admitida a
remuneraccedilatildeo da matildeo de obra familiar em virtude da administraccedilatildeo das aacutereas de
plantio sendo proporcional aos custos de produccedilatildeo de paricaacute A margem liacutequida
negativa indica que o empreendimento eacute economicamente inviaacutevel O valor admitido
por este iacutendice se positivo natildeo seria o lucro gerado pois ainda natildeo foi descontado
o custo de oportunidade do capital investido
Para todos os povoamentos analisados houve lucro negativo principalmente
quando foi considerada a remuneraccedilatildeo pelo uso da terra Isso significa que o
investimento natildeo foi atrativo financeiramente Este resultado natildeo eacute interessante
economicamente ao produtor e pode trazer consequecircncias ainda piores como falta
de incentivo agrave produccedilatildeo falta de demanda para venda da madeira em idade de corte
e preccedilos ainda menores do que os praticados
Considerando-se o pagamento pelo uso da terra o prejuiacutezo obtido pelo
plantio de paricaacute variou entre 53 e 316 sendo maior quando mais amplo o
espaccedilamento de plantio Desconsiderando o pagamento pelo uso da terra o
prejuiacutezo se tornou menor estando entre 31 e 236
Este iacutendice representa a capacidade da atividade de transformar
investimento em margem liacutequida Assim desconsiderando o pagamento pelo uso da
terra tem-se que para cada real investido obteve-se entre R$-090 e R$-017 de
margem liacutequida sendo mais atrativo o espaccedilamento 3x3 m em classe de
produtividade alta Considerando o custo da terra o valor foi de R$-065 a R$-014
sendo melhor nos menores espaccedilamento de plantio
Deve-se salientar novamente que o valor do msup3 de madeira utilizado nesta
pesquisa eacute proveniente do preccedilo meacutedio praticado pelo CERAT ndash PA Valores
superiores a este encontrados na regiatildeo podem alterar estes resultados tornando
estes povoamentos atrativos financeiramente (quando superiores a R$10000 msup3)
71
32 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA LAMINADA
O comportamento observado foi semelhante ao da madeira vendida em peacute
ou seja os iacutendices financeiros apontaram que a viabilidade econocircmica aos 5 anos
foi superior agraves outras idades de exploraccedilatildeo (Tabela 5)
Tabela 5 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de baixa produtividade (17 ndash 19 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
5 a
no
s
MB 460255 - - 82016 175950
ML 395361 - - 35131 130764
L 285617 - - -44157 54349
L (t) 192117 - - -137657 -39151
Luc 026 - - -008 009
Lucr (t) 017 - - -025 -006
IR 090 - - 010 039
IR (t) 074 - - 008 030
6 a
no
s
MB 416597 - - 84912 161477
ML 352612 - - 37786 116288
L 218717 - - -60828 21725
L (t) 107317 - - -172228 -89675
Luc 021 - - -011 004
Lucr (t) 010 - - -031 -015
IR 081 - - 011 034
IR (t) 065 - - 008 026
7 a
no
s
MB 374305 - - 138713 217110
ML 322390 - - 97831 178092
L 161775 - - -5115 79837
L (t) 30575 - - -136315 -51363
Luc 016 - - -001 013
Lucr (t) 003 - - -025 -008
IR 075 - - 031 058
IR (t) 057 - - 022 041
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
72
Os iacutendices econocircmicos para as classes de produtividade meacutedia e alta
encontram-se nas Tabelas 6 e 7
Tabela 6 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de meacutedia produtividade (19 ndash 21 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
5 a
no
s
MB 681518 625573 537181 600811 347713
ML 614747 566883 483159 548647 301344
L 501830 467631 391801 460430 222928
L (t) 408330 374131 298301 366930 129428
Luc 037 039 036 041 027
Lucr (t) 030 031 028 033 016
IR 137 139 126 147 087
IR (t) 114 113 101 117 069
6 a
no
s
MB 608614 588446 491228 506607 352752
ML 543338 530977 438275 456029 306227
L 406743 410719 327467 350188 208871
L (t) 295343 299319 216067 238788 97471
Luc 032 035 032 035 026
Lucr (t) 023 026 021 024 012
IR 124 133 116 125 089
IR (t) 099 104 090 095 067
7 a
no
s
MB 544335 665533 565255 585678 418169
ML 492420 619825 522386 544796 379151
L 329553 504725 414437 441850 280896
L (t) 198353 373525 283237 310650 149696
Luc 028 045 042 044 035
Lucr (t) 017 033 028 031 019
IR 113 181 159 171 123
IR (t) 087 131 114 121 086
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
73
Tabela 7 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de alta produtividade (21 ndash 24 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5 5
an
os
MB 882878 900802 817010 742105 726917
ML 815429 839950 760805 689059 677009
L 701365 737042 665754 599351 592608
L (t) 607865 643542 572254 505851 499108
Luc 045 049 048 047 048
Lucr (t) 039 043 041 040 041
IR 181 201 193 182 187
IR (t) 150 164 156 146 148
6 a
no
s
MB 843757 874244 783868 678388 646537
ML 777297 814644 728718 626556 597877
L 638225 689925 613313 518092 496052
L (t) 526825 578525 501913 406692 384652
Luc 042 047 046 043 044
Lucr (t) 035 039 038 034 034
IR 174 198 187 168 168
IR (t) 140 156 146 129 128
7 a
no
s
MB 730571 953571 867885 765231 729289
ML 678656 907863 825016 724350 690271
L 514396 792763 717066 621403 592016
L (t) 383196 661563 585866 490203 460816
Luc 037 056 055 053 053
Lucr (t) 028 047 045 042 041
IR 154 266 252 228 224
IR (t) 119 192 180 161 157
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
Contrariamente agrave preacute-colheita a venda de madeira de paricaacute poacutes-colheita
tem demonstrado viabilidade economica para as idade classe de produtividade e
espaccedilamento analisados como observados nos iacutendices a seguir
Apoacutes o pagamento de todos os custos efetivos notou-se uma vantagem no
uso de espaccedilamentos mais adensados Nestes ambientes a margem bruta foi por
74
vezes maior que 40 em relaccedilatildeo aos maiores espaccedilamentos Poreacutem restam ainda
o pagamento pela administraccedilatildeo e uso do capital No entanto verificou-se que a
maioria dos projetos avaliados foram viaacuteveis economicamente pois se obteve
resultados positivos para a madeira laminada
A matildeo-de-obra familiar foi remunerada mantendo-se o montante positivo
Este montante foi utilizado posteriormente como forma de pagamento pelo custo de
oportunidade do capital Observa-se que este iacutendice manteve a tendecircncia de
comportamento semelhante agrave margem bruta exprimindo a viabilidade dos projetos
Lucro negativo soacute foi observado em espaccedilamentos amplos como o 4x4 e
5x5 m em classe de produtividade baixa em todos os anos analisados Isso
significa que o custo de oportunidade do uso do capital natildeo estaacute sendo remunerado
O resultado encontrado eacute consequecircncia de volume insuficiente de lacircminas
para o pagamento do processo produtivo Vale salientar que o processo de
laminaccedilatildeo natildeo foi quantificado
O intervalo de lucratividade sem considerar o pagamento pelo uso da terra
variou de -31 agrave 56 ou seja existem povoamentos que em certas condiccedilotildees
foram inviaacuteveis economicamente como eacute o caso dos espaccedilamentos 4x4 e 5x5 m
em classe de produtividade baixa com exploraccedilatildeo aos 5 anos Outros povoamentos
ao contraacuterio possuem lucratividade de 56 Como exemplo pode-se citar o 3x3 m
aos 7 anos em classe de produtividade alta
Quando se considera o pagamento pelo uso da terra a mesma tendecircncia foi
observada poreacutem a lucratividade foi menor
A capacidade da atividade em transformar o investimento em margem
liacutequida variou entre R$034 e R$266 sendo mais atrativo o espaccedilamento 3x3 m
Considerando o custo da terra o valor corresponde entre R$008 e R$192 sendo
melhor quanto menor o espaccedilamento de plantio
Considerando os valores obtidos nas Tabelas 5 6 e 7 foi possiacutevel inferir
sobre os custos maacuteximos que poderiam ser destinados agrave laminaccedilatildeo para que todas
as despesas fossem pagas obtendo lucratividade zero Na Tabela 8 eacute indicado
quais satildeo estes valores
75
Tabela 8 Valores maacuteximos a serem pagos pela laminaccedilatildeo (R$msup3)
Idade Classe produtiva (m) Espaccedilamentos (m)
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5 5
ano
s Baixa 1184 - - -1930 -533
Meacutedia 2206 2414 2238 2708 1472
Alta 3144 3550 3580 3459 3812
6 a
no
s Baixa 707 - - -2400 -1260
Meacutedia 1751 2049 1753 2033 1099
Alta 2857 3317 3292 3033 3286
7 a
no
s Baixa 131 - - -3253 -2045
Meacutedia 1189 1557 1223 1543 476
Alta 2255 2916 2883 2613 2836
Estas informaccedilotildees satildeo valores meacutedios dos espaccedilamentos para cada classe
de produtividade e idade Como pressupotildee-se que em siacutetio de melhor qualidade haacute
maior renda eacute possiacutevel o pagamento de um valor substancialmente maior do que
em classe de produtividade meacutedia Observa-se ainda a inviabilidade da praacutetica de
laminaccedilatildeo em classe de produtividade baixa independente da idade de corte pois a
receita foi menor que os custos mesmo sem a laminaccedilatildeo Essa consideraccedilatildeo
reforccedila os argumentos de suporte sobre os menores espaccedilamentos serem os mais
apropriados para o plantio de paricaacute
33 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA
331 Benefiacutecio perioacutedico equivalente ndash BPE
Para a taxa de 6 aa em povoamentos natildeo explorados o BPE obtido
variou entre R$-24042 e R$-8005 para os espaccedilamentos 4x4 e 3x3 m
respectivamente (Tabela 9) Isso indica que o espaccedilamento 3x3 m na classe de
produtividade alta com corte aos 5 anos eacute o que resultou no menor prejuiacutezo
financeiro sob estas condiccedilotildees analisadas Jaacute o 4x4 m em classe de produtividade
baixa com corte aos 7 anos foi a pior escolha de investimento
76
Tabela 9 BPE de plantios de paricaacute situados na regiatildeo de Paragominas PA
Idade Espaccedil
(m)
BPE (VTHA) BPE (VCHA)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 -15515 -12312 -11154 17037 30010 41982
3x3 - -11695 -8005 - 27958 44123
3x4 - -12531 -8804 - 23408 39845
4x4 -19655 -10645 -9140 -2749 27526 35861
5x5 -17929 -15909 -9868 3161 13276 35456
6 a
no
s
3x2 -19068 -16692 -14483 13023 24305 38193
3x3 - -15066 -11090 - 24543 41296
3x4 - -16069 -11971 - 19548 36699
4x4 -21774 -15363 -13024 -3750 20911 30986
5x5 -20378 -17917 -13934 1204 12432 29663
7 a
no
s
3x2 -22761 -20948 -19825 8894 18907 29965
3x3 - -18281 -14675 - 20779 36619
3x4 - -18827 -14957 - 16500 33111
4x4 -24042 -17815 -15564 -5944 18385 28258
5x5 -22542 -20146 -16232 -842 10264 27366
Em que Espaccedil = espaccedilamento (m) BPE (VTHA) = benefiacutecio perioacutedico equivalente para venda de madeira em peacute e BPE (VCHA) = benefiacutecio perioacutedico equivalente para venda de madeira laminada
A mesma tendecircncia foi observada em povoamentos explorados em que o
BPE variou entre R$-5944 e R$44123 sendo o espaccedilamento 3x3 m a melhor
opccedilatildeo de investimento O mesmo resultado foi obtido por Pavan et al (2010) com
plantios de eucalipto no Rio Grande do Sul para laminaccedilatildeo
Caso ocorressem mudanccedilas na taxa de desconto estas contribuiriam para o
aumento ou reduccedilatildeo dos lucros do plantio Segundo Soares et al (2003) aumentos
na taxa de desconto afetam significativamente o VPL e consequentemente o BPE
indicando que quanto menor a taxa de desconto utilizada maior seraacute a lucratividade
do projeto
A partir da anaacutelise econocircmica dos diferentes sistemas de plantio pode-se
inferir que o motivo pelo qual a classe de produtividade baixa resultou em uma das
piores alternativas financeiras estaacute relacionado ao autodesbaste das plantas neste
ambiente Como estas aacutereas dispotildeem de menores recursos eacute possiacutevel que tenha
77
ocorrido uma expressiva mortalidade de plantas devido agrave concorrecircncia por luz e
nutrientes do solo
Todos os espaccedilamentos de plantio podem ser alternativas viaacuteveis que
poderatildeo contribuir de maneira mais significativa na medida em que alcancem sua
capacidade maacutexima de incremento Isso eacute obtido com a diferenciaccedilatildeo entre os
horizontes de planejamento que natildeo podem ser idecircnticos para todos os
espaccedilamentos de plantio haja vista que as aacutervores se comportam de maneiras
diferentes nestes espaccedilamentoss devido agrave disponibilidade de recursos
Esta afirmaccedilatildeo jaacute foi comprovada em estudos realizados por Cordeiro et al
(2009) em que foi constatado que o sistema de produccedilatildeo do paricaacute em cultivo puro
sob o espaccedilamento 4x3 m nos quatro primeiros anos de cultivo natildeo apresentaram
viabilidade econocircmica sugerindo a necessidade de maior horizonte de
planejamento
78
4 CONCLUSOtildeES
O monocultivo de paricaacute em qualquer um dos espaccedilamentos analisados foi
considerado inviaacutevel por todos os criteacuterios utilizados nesta anaacutelise econocircmica
quando se objetivou a venda da madeira sem exploraccedilatildeo Essa resposta estaacute
associada ao baixo valor de mercado ao qual a espeacutecie estaacute subordinada
A exploraccedilatildeo de madeira mesmo sendo um processo trabalhoso e
dispendioso eacute uma alternativa para se obter valores positivos com a produccedilatildeo de
paricaacute
Observando os custos e receitas oriundos de plantios de paricaacute pode-se
afirmar que espaccedilamentos mais amplos em classe de produtividade baixa satildeo
insuficientes para remunerar o processo de laminaccedilatildeo
O maior retorno financeiro foi obtido em povoamentos de paricaacute implantados
em classe de produtividade alta sob o espaccedilamento 3x3 m com exploraccedilatildeo aos 5
anos
79
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
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80
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A partir das condiccedilotildees estabelecidas notou-se o efeito dos espaccedilamentos
de plantio na viabilidade econocircmica dos povoamentos de paricaacute
Em relaccedilatildeo aos custos de produccedilatildeo eles devem ser separados por
atividades sendo elas preparo da aacuterea plantio adubaccedilatildeo manutenccedilatildeo colheita e
transporte laminaccedilatildeo custo de administraccedilatildeo remuneraccedilatildeo do capital investido
Dentro de cada atividade alguns custos podem sofrer a influecircncia do
nuacutemero de plantas por hectare Como exemplo pode-se citar o nuacutemero de diaacuterias
necessaacuterias para alinhamento coveamento e plantio das mudas aleacutem da
quantidade de adubo necessaacuterio para adubaccedilatildeo de cova
O maior nuacutemero de operaccedilotildees ocorre no periacuteodo de manutenccedilatildeo dos
plantios poreacutem nenhuma delas foi considerada dispendiosa Os maiores custos
individuais foram do transporte de madeira do povoamento ateacute a induacutestria em
todos os espaccedilamentos analisados devido agraves condiccedilotildees de traacutefego nas estradas
A relaccedilatildeo entre volume comercial volume laminado e os custos de
produccedilatildeo determinam entatildeo a viabilidade dos plantios sendo o espaccedilamento mais
viaacutevel aquele que consegue absorver esta relaccedilatildeo de maneira mais eficiente
Entretanto estudos ainda devem ser desenvolvidos para averiguar a relaccedilatildeo entre a
espeacutecie e os espaccedilamentos de plantio
povoamentos de paricaacute implantados em classe de produtividade alta sob o
espaccedilamento 3x3 m com exploraccedilatildeo aos 5 anos Entretanto para os maiores
espaccedilamentos de plantio estudos ainda devem ser desenvolvidos
Palavras-chave Classe de produtividade idade iacutendices econocircmicos
ABSTRACT
SILVEIRA R Economic evaluation of the production of wood paricaacute
(Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) under different planting spacings
2014 Dissertation (Master of Forest Science) - Federal University of Espiacuterito Santo
Jerocircnimo Monteiro ES Advisor Prof Dr Gilson Fernandes da Silva
Coorientadores Prof Dr Adriano Ribeiro de Mendonccedila and Prof Dr Wendel Sandro
de Paula Andrade
Paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) is a native species that has
been gaining prominence among commercial plantations in the Amazon region its
growth characteristics and production for multiple uses For this reason the aim of
this study was to evaluate the effect of planting space in economic analysis of timber
production paricaacute For this the data used in this study originate homogeneous stands
planted under the spacings 3x2 3x3 3x4 4x4 and 5x5 m located in the State of
Paraacute These stands were inventoried annually by fifth year and analyzed three
classes of productivity in each spacing which are Low (17 ndash 19 m) Medium (19 ndash 21
m) and High (21 ndash 24 m) Later with the aid of modeling the total and laminate
volumes were estimated at 5 6 and 7 years Estimate the volume and identified all
the costs these were deflated by the IGP ndash DI and subsequently undercapitalized
Thus we proceeded to the economic analysis using the methodology developed by
the Institute of Agricultural Economics along with the criterion periodic benefit
equivalent As a result it was found that the actual operating costs represented on
average 65 of total costs of production transportation and the most expressive
individual cost in all spacings analyzed The economic analysis indicated that the
monoculture paricaacute regardless of spacing was impracticable when used to sell the
timber without exploitation This response is associated with low market value to
which the species is subject The logging even being a laborious and costly process
an alternative is to give positive values to the production of paricaacute Therefore it can
be inferred that the greatest financial return is obtained in stands of paricaacute deployed
in class high productivity under the 3x3 m spacing with operating at 5 years
However for larger planting space studies have yet to be developed
Keywords Productivity class age economic indices
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO GERAL 11
11 OBJETIVO GERAL 13 12 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 13
2 REVISAtildeO DE LITERATURA 14
21 PARICAacute 14 211 Descriccedilatildeo botacircnica e anatocircmica do paricaacute 14 212 Caracteriacutesticas silviculturais do paricaacute 15 213 Utilizaccedilatildeo do paricaacute 16
22 CRESCIMENTO E PRODUCcedilAtildeO DO PARICAacute 17 23 RENDIMENTO EM LAMINACcedilAtildeO DE PARICAacute 18 24 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO 19
241 Teoria dos custos 19 242 A importacircncia dos custos 21 243 Classificaccedilatildeo dos custos 21 244 Componentes do custo 22 245 Iacutendices econocircmicos 24 246 Custos na empresa florestal 26
25 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DE PROJETOS FLORESTAIS 27
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 28
CAPIacuteTULO 1 31
RESUMO 31
ABSTRACT 32
1 INTRODUCcedilAtildeO 33
2 MATERIAL E MEacuteTODOS 35
21 AacuteREA EM ESTUDO 35 22 ESTIMATIVA DA PRODUCcedilAtildeO 36 23 DESCRICcedilAtildeO DAS ATIVIDADES 38 24 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS 39 25 CLASSIFICACcedilAtildeO DOS CUSTOS 41
3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 43
31 ESTIMATIVA DE VOLUME 43 32 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO 45
321 Custo operacional efetivo ndash COE 45 322 Custo operacional total ndash COT 47 323 Custo total ndash CT 50
4 CONCLUSOtildeES 54
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 55
CAPIacuteTULO 2 57
RESUMO 57
ABSTRACT 58
1 INTRODUCcedilAtildeO 59
2 MATERIAL E MEacuteTODOS 61
21 OBTENCcedilAtildeO DAS RECEITAS 61 22 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS 61 23 IacuteNDICES ECONOcircMICOS DA PRODUCcedilAtildeO 62 24 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DOS PROJETOS 63
241 Benefiacutecio perioacutedico equivalente (BPE) 63
3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 65
31 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA VENDA DE MADEIRA EM PEacute 65 32 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA LAMINADA 71 33 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA 75
331 Benefiacutecio perioacutedico equivalente ndash BPE 75
4 CONCLUSOtildeES 78
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 79
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 80
11
1 INTRODUCcedilAtildeO GERAL
As florestas naturais somavam em 2007 cerca de 4 bilhotildees de hectares
cobrindo aproximadamente 30 da superfiacutecie terrestre segundo informaccedilotildees da
FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION ndash FAO (2007) Deste montante cerca
de metade da vegetaccedilatildeo ainda estaacute concentrada em cinco paiacuteses sendo o Brasil o
detentor da segunda maior cobertura florestal do planeta
Segundo o Sistema Nacional de Informaccedilotildees Florestais ndash SNIF (2014)
estimava-se que 69 desta cobertura teriam potencial produtivo Com isso ampliou-
se a participaccedilatildeo do setor florestal brasileiro no comeacutercio mundial Entretanto o
setor ainda encontra dificuldades na expansatildeo dos seus negoacutecios especialmente a
regiatildeo amazocircnica devido agraves restriccedilotildees impostas pela legislaccedilatildeo frente ao apelo
ambiental que a regiatildeo desperta em resposta a ocupaccedilatildeo desordenada
Com a implantaccedilatildeo de novas normas de exploraccedilatildeo reduziu-se a
disponibilidade de madeira no mercado expondo-se entatildeo a necessidade de fontes
alternativas para produccedilatildeo de mateacuteria-prima Assim a partir da praacutetica de
reflorestamento estaacute sendo possiacutevel ampliar o estoque de madeira para atender as
demandas atuais e futuras
Em 2012 o consumo brasileiro de madeira em tora proveniente de plantios
florestais foi de 1824 milhotildees de metros cuacutebicos (msup3) um indicador 72 superior
ao de 2011 (ABRAF 2013) Isso indica que a praacutetica do reflorestamento eacute uma
alternativa de negoacutecio que se expandiu no ultimo ano
Segundo o SNIF (2014) o Brasil deteacutem as melhores tecnologias na
silvicultura de eucalipto e outras espeacutecies vecircm sendo estudadas entre elas a acaacutecia
(Acacia mangium Willd) a seringueira (Hevea brasiliensis (Willd ex Adr de Juss)
Muell-Arg) e o paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) Em 2012 a aacuterea
ocupada por plantios florestais de espeacutecies natildeo convencionais como acaacutecia
araucaacuteria poacutepulus teca seringueira e paricaacute foi de 521131 ha representando
72 da aacuterea total de plantios florestais no Brasil (ABRAF 2013) Esta participaccedilatildeo
ainda que pequena se deve agraves caracteriacutesticas de crescimento e produccedilatildeo obtidas
por estas espeacutecies
Na regiatildeo amazocircnica o paricaacute eacute a espeacutecie que vem ganhando destaque
entre os plantios comerciais pelas suas caracteriacutesticas de crescimento e produccedilatildeo
12
para muacuteltiplos usos tornando crescente a demanda industrial por madeira de
lacircminas e compensados para a qual a espeacutecie eacute utilizada (MARQUES et al 2006)
Os primeiros registros com o plantio de paricaacute no Estado do Paraacute constam
da deacutecada de 1950 os quais tinham o objetivo de preservar a caracteriacutestica da
floresta amazocircnica em espaccedilos puacuteblicos e de fomentar estudos sobre o
comportamento e caracteriacutesticas das espeacutecies plantadas (MARQUES et al 2006)
Desde entatildeo muitos plantios foram registrados no Paraacute e em toda regiatildeo
amazocircnica e vaacuterios estudos foram desenvolvidos podendo-se destacar Hoffmann
(2009) Vidaurre et al (2012) Santos (2012) e Corteletti (2013) que trabalharam
com povoamentos de paricaacute localizados entre os municiacutepios de Dom Elizeu e
Paragominas estado do Paraacute Estes estudos comprovaram o alto potencial de
produccedilatildeo madeireira do paricaacute e servem como incentivo para que se estabeleccedilam
novos povoamentos Embora jaacute se tenham muitos plantios com esta espeacutecie na
Amazocircnia ainda satildeo necessaacuterios estudos com o objetivo de identificar as
caracteriacutesticas dendromeacutetricas avaliar a qualidade da madeira e sua produccedilatildeo
A atenccedilatildeo deve ser direcionada tambeacutem para os custos de produccedilatildeo
destes povoamentos que vecircm sendo estabelecidos na regiatildeo amazocircnica Natildeo
existem estudos suficientes que comprovem a lucratividade desta atividade Os
estudos que se tecircm disponiacuteveis ainda satildeo muito geneacutericos e as informaccedilotildees
carentes de dados do processo de implantaccedilatildeo da cultura
O monitoramento do processo produtivo tem sido realizado para identificar
os custos de produccedilatildeo sendo um instrumento necessaacuterio para se avaliar (medir) a
eficiecircncia das empresas Outra teacutecnica utilizada eacute a avaliaccedilatildeo econocircmica dos
projetos que testam a viabilidade de sua execuccedilatildeo
Para testar a viabilidade econocircmica dos projetos florestais faz-se necessaacuterio
o emprego de teacutecnicas econocircmicas sendo as mais tradicionais aquelas em que se
calculam o valor presente liacutequido (VPL) a taxa interna de retorno (TIR) e o benefiacutecio
perioacutedico equivalente (BPE) Este uacuteltimo sendo empregado frequentemente para
projetos com diferentes horizontes de planejamento (REZENDE OLIVEIRA 2001)
O teste da viabilidade econocircmica tem por finalidade estudar a capacidade
financeira do empreendimento a fim de verificar a possibilidade de sua
implementaccedilatildeo por meio da capacidade de sobrevivecircncia no mercado e da
identificaccedilatildeo dos fatores que podem dificultar as possibilidades de ecircxito do mesmo
comprovando-se assim a sua necessidade de execuccedilatildeo
13
11 OBJETIVO GERAL
Avaliar o efeito dos espaccedilamentos de plantio na anaacutelise econocircmica da
produccedilatildeo de madeira de paricaacute
12 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
a) Definir os custos de produccedilatildeo de povoamentos de paricaacute
b) Identificar os custos de produccedilatildeo mais afetados pelos espaccedilamentos
de plantio
c) Avaliar a participaccedilatildeo individual dos custos no processo de
implantaccedilatildeo colheita e transporte e
d) Identificar o espaccedilamento que forneceraacute o maior retorno econocircmico
por meio de indicadores e criteacuterio de avaliaccedilatildeo
14
2 REVISAtildeO DE LITERATURA
21 PARICAacute
A espeacutecie Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke foi descoberta por
Huber e descrita por Ducke em 1922 sendo vulgarmente conhecida como pinho-
cuiabano paricaacute-da-amazocircnia paricaacute-da-terra-firme (Mato Grosso) paricaacute paricaacute-
grande faveira (Paraacute) canafista canafiacutestula fava-canafiacutestula (Acre) bandarra
(Rondocircnia) guapuruvu-da-amazocircnia (Distrito federal) aleacutem de cereboacute (Boliacutevia)
tambor (Colocircmbia) gavilaacuten (Costa Rica) pachaco (Equador) palo de judiacuteo palo de
picho (Meacutexico) e pashaco (Peru) (CARVALHO 2007)
Ocorre naturalmente em toda regiatildeo amazocircnica principalmente no Mato
Grosso Paraacute Amazonas e Rondocircnia no Brasil aleacutem de outros paiacuteses como Peru
Boliacutevia Colocircmbia e Venezuela (SOUZA et al 2005) Sobrevive em mata primaacuteria e
secundaacuteria de terra firme e vaacuterzea alta notadamente nas formaccedilotildees do tipo floresta
densa e floresta aberta em solos argilosos e altitudes de ateacute 800 metros
(CARVALHO 1994 ROSA 2006a)
A espeacutecie eacute tolerante a solos de baixa fertilidade e adapta-se agrave precipitaccedilatildeo
meacutedia anual de 1600 mm a 5850 mm e temperatura meacutedia de 248 ordmC (CRESPO et
al 1995) Por ser uma espeacutecie essencialmente helioacutefila natildeo tolera baixas
temperaturas (CARVALHO 2007)
211 Descriccedilatildeo botacircnica e anatocircmica do paricaacute
Segundo o sistema de classificaccedilatildeo de Cronquist a espeacutecie Schizolobium
amazonicum pertence agrave famiacutelia Caesalpiniaceae (Leguminosae Caesalpinioideae)
sendo da divisatildeo Magnoliophyta (Angiospermae) da classe Magnoliopsida
(Dicotyledonae) e ordem das Fabales
O paricaacute eacute uma aacutervore deciacutedua que pode atingir 40 m de altura e 100 cm de
DAP (diacircmetro a altura do peito medido a 130 m do solo) na idade adulta
15
(CARVALHO 2007) Seu tronco eacute ciliacutendrico e reto com casca de cor cinza clara
podendo conter sapopemas A madeira eacute macia leve com textura grossa gratilde direita
e irregular cerne creme-avermelhado e alburno creme-claro Tecircm faacutecil
processamento mas baixa durabilidade natural (SOUZA et al 2005)
Rosa (2006a) trabalhando com a botacircnica anatomia e tecnologia de paricaacute
comprovou que ao longo do crescimento vegetativo a espeacutecie pode possuir
caracteriacutesticas dendroloacutegicas diferenciadas em termos de coloraccedilatildeo da casca e do
surgimento de sapopemas
212 Caracteriacutesticas silviculturais do paricaacute
As sementes de paricaacute possuem alto grau germinativo podendo chegar a
90 Isso pode ser comprovado em estudos realizados por Lameira et al (2000)
com a propagaccedilatildeo do paricaacute por meio de sementes submetidas a processos
mecacircnicos fiacutesicos e quiacutemicos de quebra de dormecircncia Nesse estudo foi constatado
que as sementes possuem um percentual de germinaccedilatildeo de 80 a 90
O paricaacute possui entretanto dificuldade em seu manejo por seu elevado teor
de umidade e susceptibilidade ao ataque de microorganismos aleacutem da dormecircncia
tegumentar que necessita de tratamentos preacute-germinativos (ROSA 2006b
CARVALHO 2007)
Para o armazenamento de sementes eacute recomendado um periacuteodo maacuteximo de
12 meses tendo em vista que a partir do oitavo mecircs ocorre reduccedilatildeo na viabilidade
das sementes como pode ser observado no trabalho de Rosa (2006a) sobre a
ecologia e silvicultura do paricaacute
Apoacutes serem retiradas do armazenamento as sementes podem ser plantadas
de duas maneiras colocando-se as sementes para germinar em canteiros
(sementeiras) ou semeando-as diretamente na embalagem plaacutestica Ambas as
opccedilotildees permitem sobrevivecircncia de no miacutenimo 80 das plantas sendo
consideravelmente aceitaacutevel (SOUZA et al 2003)
No que se refere a implantaccedilatildeo de povoamentos uma atenccedilatildeo especial
deve ser direcionada agrave escolha do espaccedilamento a ser utilizado No Estado do Paraacute
diversos espaccedilamentos tem sido adotados (3x3 m 4x4 m 3x4 m 5x4 m 6x4 m)
16
principalmente em plantios mais antigos estando os mais recentes em maior
padronizaccedilatildeo com espaccedilamentos de 4x4 m Isso provavelmente se deve agrave
facilidade de mecanizaccedilatildeo (MARQUES et al 2006) Aleacutem disso estudos vecircm
comprovando que o espaccedilamento 4x4 m eacute mais utilizado pois proporciona a melhor
relaccedilatildeo entre crescimento em altura e diacircmetro das aacutervores (ROSA 2006b)
Em sistemas silviculturais mais adensados ou em plantios puros o paricaacute
tem demonstrado crescimento inicial em altura bastante raacutepido sendo necessaacuterios
desbastes para manter equiliacutebrio adequado entre a retirada de indiviacuteduos de
qualidade inferior doentes ou danificados e a manutenccedilatildeo de espaccedilamento
aproximadamente regular entre as plantas Deve-se ressaltar entretanto que a
espeacutecie eacute bastante suscetiacutevel aos danos causados por ventos fortes principalmente
nos estaacutegios iniciais de desenvolvimento As aacutervores isoladas e plantas da
bordadura satildeo mais propensas a quebras poreacutem estes danos satildeo bastante
reduzidos com a presenccedila de mata ou de relevo ondulado nas proximidades que
possam proteger o povoamento e reduzir esses efeitos do vento (SOUZA et al
2003)
No estudo realizado por Rondon (2002) concluiu-se que ateacute o terceiro ano o
paricaacute eacute altamente vulneraacutevel ao vento principalmente nos espaccedilamentos 4x2 m e
2x2 m Por tal motivo medidas preventivas devem ser tomadas no iniacutecio da
implantaccedilatildeo deixando-se uma faixa de mata nativa em torno do plantio Desta
maneira sob os espaccedilamentos 15x15 m 2x2 m 3x2 m 3x3 m 4x2 m 4x3 m e 4x4
m avaliadas pelo autor os dois uacuteltimos foram os que proporcionaram maiores
crescimentos em altura e diacircmetro
213 Utilizaccedilatildeo do paricaacute
Essa espeacutecie eacute bastante utilizada na produccedilatildeo de lacircminas meacutedias ou parte
interna de compensados caixotaria leve portas e parquete tendo em vista que
pode ser alcanccedilado o rendimento de ateacute 80 de aproveitamento da madeira no
processo de laminaccedilatildeo (MARQUES et al 2006)
17
Ela pode ser utilizada para produccedilatildeo energeacutetica assim como a produccedilatildeo de
papel e celulose por sua facilidade de branqueamento Propriedades medicinais
tambeacutem podem ser encontradas principalmente na casca (CARVALHO 2007)
Carvalho (2007) afirma ainda que esta espeacutecie tem grande potencial para
recuperaccedilatildeo de aacutereas degradadas Por ser uma espeacutecie pioneira o paricaacute tem bom
desenvolvimento na maioria dos solos amazocircnicos contribuindo com
sombreamento o desenvolvimento de espeacutecies cliacutemax que por ventura se
estabeleccedilam na aacuterea
O paricaacute pode ser utilizado ainda para artesanato sendo seu uso mais
comum na fabricaccedilatildeo de brinquedos saltos para calccedilados e aeromodelismo
(SOUZA et al 2003)
22 CRESCIMENTO E PRODUCcedilAtildeO DO PARICAacute
O crescimento e a produccedilatildeo de um povoamento florestal dependem da
idade da capacidade produtiva do grau de utilizaccedilatildeo do potencial produtivo do lugar
e de tratamentos silviculturais (SCOLFORO 2006 CAMPOS LEITE 2009) Esta
relaccedilatildeo pode ser mensurada por meio de modelos de crescimento e produccedilatildeo
mecaniacutesticos ou empiacutericos sendo este uacuteltimo o mais utilizado
Santos (2012) estudando o crescimento e produccedilatildeo de plantios de paricaacute
sob diferentes espaccedilamentos ajustou o modelo logiacutestico para estimar o crescimento
em diacircmetro e volume das aacutervores em cada espaccedilamento em funccedilatildeo da idade O
autor observou efeito significativo do espaccedilamento sobre as variaacuteveis diacircmetro
quadraacutetico e volume em todas as idade evidenciando a dependecircncia entre os
fatores
Neste mesmo estudo foi constatado que a maior diferenccedila entre as meacutedias
do diacircmetro quadraacutetico e o volume foi entre os espaccedilamentos extremos 3x2 m e 5x5
metros Assim o maior crescimento em diacircmetro quadraacutetico foi verificado no espaccedilo
vital com 25 msup2 e o maior crescimento em volume por aacuterea no espaccedilamento de 6msup2
Anteriormente Hoffmann (2009) jaacute havia verificado a influecircncia do diacircmetro
no rendimento da laminaccedilatildeo em que o aumento do diacircmetro promoveu maior
rendimento O mesmo foi observado por Silva et al (2013)
18
23 RENDIMENTO EM LAMINACcedilAtildeO DE PARICAacute
A produccedilatildeo de lacircminas em escala comercial surgiu a partir do seacuteculo XX
sendo impulsionada no Brasil na deacutecada de 30 com o objetivo de confeccionar
madeira compensada que tem como mateacuteria-prima paineacuteis de lacircminas de madeira
Este material eacute submetido a um processo de colagem e prensagem com adesivos
resistentes ou agrave prova drsquoaacutegua tendo muacuteltiplas aplicaccedilotildees na construccedilatildeo civil na
fabricaccedilatildeo de moacuteveis formas para concreto embalagens transporte e aplicaccedilotildees
agriacutecolas (BORDUELLE IWAKIRI MARTINS et al 2006 IWAKIRI PRATA 2008)
A qualidade da laminaccedilatildeo eacute influenciada por caracteriacutesticas da espeacutecie
(densidade da madeira) caracteriacutesticas do fuste (diacircmetro e forma) e gratilde (direccedilatildeo e
inclinaccedilatildeo) e por condiccedilotildees operacionais do equipamento (velocidade de corte
ajuste da geometria da faca e barra de pressatildeo afiaccedilatildeo da faca) sendo que a
automaccedilatildeo dos equipamentos tem resultado em lacircminas de maior qualidade e
produtividade (TSOUMIS 1991)
Esta busca pela qualidade e produtividade tem aumentado o interesse nos
estudos sobre a prognose do crescimento e da produccedilatildeo de povoamentos e do
processo de laminaccedilatildeo Isto ocorre porque as empresas florestais procuram
investimentos soacutelidos devido aos compromissos de longo prazo assumidos
As estimativas da produccedilatildeo de mateacuteria-prima e do rendimento do produto
final contribuem com o planejamento da empresa em relaccedilatildeo a novos investimentos
novos produtos a serem lanccedilados no mercado aleacutem da viabilidade do projeto em
execuccedilatildeo e de futuros investimentos Por isso faz-se necessaacuterio conhecer todo o
processo produtivo do produto com o qual se estaacute trabalhando
A laminaccedilatildeo da madeira pode ser obtida por meio de duas formas
comerciais
a) Lacircminas torneadas ndash obtidas a partir do ldquodesenrolamentordquo de toras grossas
relativamente curtas utilizando torno laminador
b) Lacircminas faqueadas ndash obtidas a partir de cortes planos realizados por
faqueadeira em peccedila de madeira em bloco
Independentemente do meacutetodo de obtenccedilatildeo de lacircminas um dos objetivos da
empresa florestal eacute a busca pelo aumento da produtividade Estas informaccedilotildees satildeo
obtidas por meio do acompanhamento do processo de transformaccedilatildeo das aacutervores
19
em lacircminas e a partir dos valores obtidos subtrai-se o produto final da quantidade
de madeira que iniciou o processo obtendo-se assim o rendimento
Para o paricaacute o rendimento encontrado em estudos realizados por Hoffmann
(2009) foi de aproximadamente 5031 em aacutervores aos 5 anos Jaacute Melo (2012)
alcanccedilou rendimento meacutedio de 59 Este autor afirma ainda que o rendimento em
laminaccedilatildeo pode ser facilmente estimado por meio de variaacuteveis dendromeacutetricas da
tora obtendo-se menores perdas para aacutervores com maiores diacircmetros
O resultado encontrado por Melo (2012) eacute semelhante ao de Bortoletto
Juacutenior e Belini (2002) para outra espeacutecie do mesmo gecircnero Estudando a produccedilatildeo
de lacircminas e compensados de guapuruvu (Schizolobium parayba (Vell) Blake)
proveniente de plantios mistos de espeacutecies nativas estes autores observaram que o
rendimento do processo de laminaccedilatildeo foi de aproximadamente 61 em lacircminas
verdes Isso demonstra que o gecircnero Schizolobium pode conter boas caracteriacutesticas
para laminaccedilatildeo
24 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO
241 Teoria dos custos
Segundo Pinto et al (2008) algumas terminologias devem ser consideradas
na contabilidade de custos
Gasto esforccedilo realizado pela empresa para obtenccedilatildeo de um bem ou serviccedilo
Investimento gasto com bens ou serviccedilos que traratildeo benefiacutecios futuros
Despesa consumo direto ou indireto com bens e serviccedilos com a finalidade
de obtenccedilatildeo de receitas
Perda gasto natildeo intencional decorrente de fatores externos e
Custos gastos acumulados para executar uma atividade fabricar um
produto ou adquirir uma mercadoria
Essas definiccedilotildees podem ser interpretadas como ilustrada na Figura 1
20
Figura 1 Forma esquemaacutetica da distribuiccedilatildeo de gastos Fonte Adaptado de Pinto et al (2008)
Aleacutem das terminologias apresentadas faz-se necessaacuterio definir orccedilamento
anaacutelise de projeto e o caacutelculo do custo de produccedilatildeo uma vez que satildeo peccedilas
fundamentais para o teste de viabilidade econocircmica do projeto
O orccedilamento tem por objetivo a verificaccedilatildeo preacutevia de gastos e a anaacutelise de
projetos objetiva a avaliaccedilatildeo econocircmica de investimentos que seratildeo realizados Jaacute o
caacutelculo do custo de produccedilatildeo por sua vez tem por objetivo quantificar o custo por
unidade produzida sendo este sempre realizado apoacutes o fim do ciclo de produccedilatildeo
O custo por produto encontrado eacute entatildeo comparado com receita obtida com
as vendas do produto e com o montante de capital utilizado na produccedilatildeo a fim de
serem calculados os indicadores econocircmicos para aquela atividade ou seja o custo
de produccedilatildeo de uma empresa eacute determinado pelas condiccedilotildees fiacutesicas de produccedilatildeo
pelo preccedilo dos recursos e pela conduta economicamente eficiente do proprietaacuterio
Custo eacute entatildeo o preccedilo pelo qual se obteacutem um bem (FERGUSON 2003)
O caacutelculo dos custos de produccedilatildeo por sua vez natildeo eacute uma tarefa faacutecil haja
visto que haacute um grande nuacutemero de informaccedilotildees que devem ser administradas para
que se tenha no final do periacuteodo de produccedilatildeo todos os custos referentes agravequela
atividade Por isso o aconselhaacutevel eacute que se faccedila o registro dos gastos
preferencialmente por atividade para facilidade de obtenccedilatildeo dos resultados
Custos
Investimentos
Despesas
PerdasUso para execuccedilatildeo de atividades adquirir mercadorias e fabricar produtos
Gastos que seratildeo usados no futuro para geraccedilatildeo de receita
Gastos que jaacute foram utilizados para geraccedilatildeo de receita
Gastos que natildeo foram usados para geraccedilatildeo de receita
21
242 A importacircncia dos custos
Para Hildebrand (1995) os custos geralmente contribuem para a anaacutelise a
curto meacutedio e longo prazo que geram informaccedilotildees importantes para o planejamento
e mensuraccedilatildeo da eficiecircncia de operaccedilotildees atividades e processos de produccedilatildeo da
empresa a avaliaccedilatildeo de alternativas de investimento novos negoacutecios e novos
sistemas de produccedilatildeo (processos maacutequinas e equipamentos entre outros)
O setor florestal trabalha geralmente a longo prazo que eacute um horizonte de
planejamento em que a curva de custo de produccedilatildeo corresponde agrave despesa com a
aquisiccedilatildeo dos fatores ao longo do caminho de expansatildeo Isto significa que para cada
niacutevel de produccedilatildeo existiraacute uma combinaccedilatildeo dos fatores variaacuteveis de miacutenimo custo
que junto com os fatores fixos permite a produccedilatildeo de determinada quantidade
(SIMONSEN1971 FERGUSON 2003) A ausecircncia do conhecimento sobre custos
provavelmente levaraacute a maacute aplicaccedilatildeo do capital de giro menor lucro menor
rentabilidade ameaccedilas a estabilidade econocircmica financeira e ao crescimento da
empresa (FERREIRA 2007)
243 Classificaccedilatildeo dos custos
Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo vaacuterios meacutetodos satildeo encontrados na
literatura sendo selecionado o modelo a partir da caracteriacutestica do produto ou do
modelo de produccedilatildeo que estaacute sendo analisado Em funccedilatildeo disso o Instituto de
Economia Agriacutecola ndash IEA oacutergatildeo vinculado agrave Secretaria de Agricultura e
Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo desenvolveu uma metodologia para o setor
agriacutecola designado Meacutetodo do Custo Operacional
Na metodologia do custo operacional se incluem apenas as despesas
efetivamente desembolsadas pelo produtor mais a depreciaccedilatildeo de maacutequinas e
benfeitorias e o custo estimado da matildeo-de-obra familiar Assim a remuneraccedilatildeo de
todos os outros fatores de produccedilatildeo natildeo incluiacutedos fica a cargo do resiacuteduo ou seja a
diferenccedila entre o custo operacional e o valor de venda do produto (MATSUNAGA et
al 1976)
22
O esquema da estrutura do custo de produccedilatildeo utilizada pelo IEA pode ser
visualizado a seguir
Figura 2 Estrutura dos custos de produccedilatildeo utilizada pelo IEA Fonte Nachiluk e Oliveira (2012) sup1 Contribuiccedilatildeo de Seguridade Social Rural
244 Componentes do custo
Os custos podem ser denominados custos expliacutecitos e impliacutecitos Os
desembolsos realizados satildeo denominados custos expliacutecitos segundo Pindyck e
Rubinfeld (1994) os quais abrangem remuneraccedilotildees de matildeo de obra salaacuterios e
custos de materiais e locaccedilatildeo de propriedades aleacutem do custo de oportunidade Eles
satildeo importantes pois envolvem pagamentos diretamente feitos pela empresa a
outras empresas e pessoas com as quais faz negoacutecios
Jaacute os custos impliacutecitos natildeo satildeo diretamente desembolsados no processo de
produccedilatildeo mas natildeo podem deixar de ser considerados uma vez que se constituem
de fato em dispecircndios Sua mensuraccedilatildeo se daacute de maneira indireta por meio da
atribuiccedilatildeo de valores que deveratildeo representar o custo de oportunidade de seu uso
Nesta categoria enquadram-se os gastos com depreciaccedilatildeo de benfeitorias
instalaccedilotildees maacutequinas e implementos agriacutecolas e remuneraccedilatildeo do capital fixo e da
terra (CONAB 2010)
Custo operacional
Custo operacional efetivo (COE)
Despesas com operaccedilotildees
Pagamentos de salaacuterios
Gastos com maacutequinas equipamentos e
implementos
Despesas com materiais
Sementes fertilizantes corretivos defensivos
sacarias etc
Encargos sociais
Custo operacional total (COT)
Depreciaccedilatildeo com maacutequinas juros de custeio e CSSRsup1
23
A classificaccedilatildeo proposta pelo IEA compreende elementos diferenciados
poreacutem de faacutecil interpretaccedilatildeo e mais adequado agrave tomada de decisotildees Assim
segundo Matsunaga et al (1976) essa classificaccedilatildeo eacute composta dos seguintes
custos
a) Custo Operacional Efetivo ndash COE
O custo operacional efetivo envolve todos os custos expliacutecitos ou seja o
custo de todos os recursos de produccedilatildeo que exigem desembolso por parte da
empresa para sua recomposiccedilatildeo excluindo-se a matildeo-de-obra familiar
Assim mesmo que determinado produto tenha sido adquirido no periacuteodo
anterior por exemplo deveraacute ser contabilizado aqui pois em algum momento houve
o desembolso para a compra do mesmo Nesse caso eacute importante que seja utilizado
o preccedilo de mercado atual e natildeo o valor pago anteriormente devido ao custo de
oportunidade
b) Custo Operacional Total ndash COT
O custo operacional total envolve a soma do COE o valor da matildeo-de-obra
familiar e as depreciaccedilotildees que equivalem a apenas uma parte dos custos fixos
b1) Depreciaccedilatildeo
A depreciaccedilatildeo corresponde ao custo indireto exigido para acumular fundos
para substituiccedilatildeo do capital investido em bens produtivos de longa duraccedilatildeo
inutilizados pela idade uso e obsolescecircncia
b2) Valor da Matildeo-de-obra Familiar
Este valor deve ser definido considerando-se o custo de oportunidade ou
seja quanto o produtor ganharia se estivesse trabalhando em outra atividade
Considerando-se eacute claro o mesmo niacutevel teacutecnico para desenvolvimento das duas
atividades
24
c) Custo Total ndash CT
Custo total nada mais eacute que a soma do COT com o valor da remuneraccedilatildeo do
capital imobilizado com a atividade
Todo o capital investido na empresa tem custo de oportunidade uma vez
que seu uso na empresa implica deixar de empregaacute-lo noutra atividade alternativa
Por definiccedilatildeo o retorno potencial desse capital na melhor alternativa possiacutevel de
utilizaccedilatildeo forneceria a medida desse custo de oportunidade Como essa estimativa
nem sempre eacute faacutecil eacute expediente comum estimar o custo de oportunidade a partir do
retorno que o capital teria se em vez de aplicado na empresa fosse investido no
mercado financeiro como por exemplo na caderneta de poupanccedila
245 Iacutendices econocircmicos
Os iacutendices econocircmicos apresentados pelo IEA segundo Matsunaga et al
(1976) satildeo
2451 Renda Bruta (RB)
A renda bruta vem a ser o valor da produccedilatildeo ou seja tudo que eacute produzido
vezes o preccedilo do produto
Embora a Renda Bruta permita saber o quanto eacute recebido pelo produto
produzido ela natildeo diz o quanto desse valor iraacute sobrar Isso porque eacute preciso retirar o
custo de produccedilatildeo Sendo assim eacute necessaacuterio que se faccedila a anaacutelise de
rentabilidade da atividade
2452 Margem Bruta (MB)
Eacute calculada pela subtraccedilatildeo do custo operacional efetivo da renda bruta ou
seja eacute a retirada de todos os custos ocorridos sendo mais produtiva agrave medida que
resulta em valores positivos
25
2453 Margem Liacutequida (ML)
Eacute calculada pela subtraccedilatildeo do custo operacional total da renda bruta sendo
um indicativo de lucratividade Comparando-se duas empresas de igual atividade
aquela que tem maior Margem Liacutequida eacute a que possui melhor rentabilidade no
negoacutecio incluindo-se aiacute a questatildeo operacional financeira e extra-operacional
Isso quer dizer que se a ML for positiva todos os desembolsos estatildeo sendo
pagos aleacutem da depreciaccedilatildeo e a matildeo-de-obra familiar Caso contraacuterio a depreciaccedilatildeo
eou a matildeo-de-obra natildeo estatildeo sendo efetivamente pagas e a empresa estaacute se
descapitalizando
2454 Lucro (L)
O lucro vem a ser o resultado da subtraccedilatildeo da renda bruta gerada pela
venda dos produtos no mercado menos o custo total de produccedilatildeo incorrido na sua
geraccedilatildeo Simplificadamente nada mais eacute do que o resultado positivo deduzido das
vendas os custos e despesas
2455 Lucratividade (Luc)
Eacute a relaccedilatildeo do valor do lucro com o montante de vendas ou seja divide-se o
valor do lucro pela quantidade vendida (renda bruta)
2456 Iacutendice de Rentabilidade (IR)
Eacute uma medida do retorno de um investimento Calcula-se dividindo o lucro
obtido (margem liacutequida) pelo valor do investimento inicial (capital empatado) Pode-
se dizer que a rentabilidade eacute a quantidade de dinheiro que o investidor ganha para
cada quantia investida
26
246 Custos na empresa florestal
Nas empresas em geral os custos satildeo classificados em funccedilatildeo de suas
necessidades de informaccedilotildees Geralmente eles satildeo divididos por operaccedilotildees ou
setores da atividade como viveiro plantaccedilotildees tratos culturais exploraccedilatildeo florestal
atividades especiais (coleta de sementes entre outros) implantaccedilatildeo de infra-
estrutura e administraccedilatildeo (BREPOHL 1980)
Em termos econocircmicos os componentes do custo satildeo agrupados de
acordo com sua funccedilatildeo no processo produtivo nas categorias de custos variaacuteveis
custos fixos custo operacional e custo total (CONAB 2010)
Na determinaccedilatildeo da idade oacutetima de corte de povoamentos florestais eacute
necessaacuterio estudar caso a caso cada componente dos custos e das receitas
envolvidas no processo de produccedilatildeo da madeira Tudo isso pelo fato do setor
florestal conter operaccedilotildees de longo prazo Por tal motivo a anaacutelise de custos pode
ter dois enfoques a anaacutelise ex-ante ou seja antes das operaccedilotildees ocorrerem e ex-
post apoacutes terem ocorrido (GRACcedilA et al 2000)
Entre os custos analisados deve-se considerar tambeacutem a depreciaccedilatildeo que
segundo Hildebrand (1995) pode ser definida como a diminuiccedilatildeo do valor dos bens
ativos resultante do desgaste pelo uso accedilatildeo da natureza ou por obsolescecircncia
teacutecnica Assim com o tempo para tornar possiacutevel a reposiccedilatildeo do equipamento eacute
necessaacuterio acumular periodicamente uma reserva em um fundo que permitiraacute no
fim de um periacuteodo a aquisiccedilatildeo de um novo equipamento
Baseados nas necessidades do setor florestal vaacuterios estudos sobre a
viabilidade econocircmica de plantios vem sendo desenvolvidos para as mais variadas
espeacutecies arboacutereas como os obtidos por Souza et al (2003) e o Centro de Pesquisa
do Paricaacute ndash CPP Deve-se ressaltar no entanto a afirmaccedilatildeo feita por Marques et al
(2006) em que os autores concluiacuteram que o custo meacutedio para implantaccedilatildeo e
conduccedilatildeo dos povoamentos podem variar conforme a regiatildeo as teacutecnicas de preparo
de solo os tratos silviculturais adotados entre outros
27
25 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DE PROJETOS FLORESTAIS
Do ponto de vista teacutecnico Oliveira e Rezende (2004) afirmam que dois ou
mais projetos podem ser compatiacuteveis quando a execuccedilatildeo de um natildeo afeta a
implementaccedilatildeo do outro ou incompatiacuteveis em caso contraacuterio Jaacute do ponto de vista
econocircmico eles podem ser dependentes quando haacute uma relaccedilatildeo de rentabilidade
entre ambos ou independentes quando nenhum eacute afetado
Estas informaccedilotildees satildeo importantes para o bom planejamento das atividades
florestais uma vez que o investimento em um projeto deve ser baseado em um
horizonte de planejamento na maioria das vezes de longo prazo podendo variar de
finito como no caso de um plantio florestal ou infinito em um manejo sustentado de
floresta nativa (CHICHORRO et al 2010)
Para realizar a anaacutelise econocircmica eacute importante considerar a vida econocircmica
do projeto Ela corresponde ao tempo que ele produziraacute lucro a vida fiacutesica de
maacutequinas e construccedilotildees o periacuteodo de anaacutelise onde se consideram os efeitos do
projeto Aleacutem do horizonte de construccedilatildeo relacionado agrave demanda do produto e o
horizonte de dados que se refere ao periacuteodo de tempo em que eacute possiacutevel prever o
fluxo de caixa (REZENDE OLIVEIRA 2001)
A avaliaccedilatildeo econocircmica ou financeira de projetos baseia-se entatildeo no fluxo
de caixa que consiste nos custos e nas receitas distribuiacutedos ao longo da vida uacutetil do
empreendimento Os meacutetodos mais recomendados para avaliaccedilatildeo econocircmica de
projetos florestais satildeo (REZENDE OLIVEIRA 2001) valor presente liacutequido (VPL)
taxa Interna de Retorno (TIR) custo (ou Benefiacutecio) Perioacutedico Equivalente (CPE ou
BPE) custo Meacutedio de Produccedilatildeo (CMPr) razatildeo Benefiacutecio (receita)Custo (BC) e
tempo de Recuperaccedilatildeo do Capital
28
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
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30
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31
CAPIacuteTULO 1
CUSTOS DA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA DE PARICAacute
RESUMO
O setor de florestas plantadas brasileiro vem perdendo espaccedilo no mercado
internacional pelo alto custo necessaacuterio agrave produccedilatildeo Por isso haacute a necessidade
de se investigar quais os custos mais onerosos do processo produtivo para
entatildeo se montar uma estrateacutegia de reduccedilatildeo de custos a fim de tornar o
reflorestamento novamente competitivo no mercado Deste modo objetivou-se
no trabalho estimar a produccedilatildeo de paricaacute (Schizolobium amazonicum) aos 5 6
e 7 anos em trecircs classes de produtividade e em cinco espaccedilamentos de
plantio identificando os principais custos de produccedilatildeo aleacutem dos mais afetados
pelos espaccedilamentos de plantio na regiatildeo de Paragominas PA A estimativa de
volume foi obtida segundo metodologia proposta por Silva et al (2013) e os
custos de produccedilatildeo desde as atividades de preparo da aacuterea ateacute a colheita e
transporte foram disponibilizados por produtores rurais e empresaacuterios da
regiatildeo Posteriormente fez-se a anaacutelise dos custos por meio da metodologia do
custo operacional em que se considera apenas as despesas efetivamente
desembolsadas pelo agricultor somadas agrave depreciaccedilatildeo e matildeo-de-obra familiar
Assim inferiu-se que o espaccedilamento 3x2 m foi superior em volume diante dos
outros espaccedilamentos analisados Em relaccedilatildeo agrave analise de custos o custo
operacional efetivo representou em meacutedia 65 dos custos totais de produccedilatildeo
sendo o transporte o custo individual mais expressivo em todos os
espaccedilamentos analisados Jaacute a manutenccedilatildeo foi o conjunto de atividades mais
significativo nos plantios devido ao nuacutemero e ao longo periacuteodo para sua
execuccedilatildeo Os custos totais de produccedilatildeo foram superiores em espaccedilamentos
menores independentemente da remuneraccedilatildeo ou natildeo pelo uso dos capitais
permanente e circulante
Palavras-chave Custo operacional efetivo espaccedilamento idade
produtividade
32
CHAPTER 1
PRODUCTION COST PARICAacute
ABSTRACT
The planted forest sector in Brazil has been losing ground in the international
market by the high cost needed for production Therefore there is a need to
investigate what the most expensive costs of the production process to then
build a strategy to reduce costs in order to become competitive again
reforestation in the market Thus the aim of the study was to estimate the
production of paricaacute (Schizolobium amazonicum) at 5 6 and 7 years in three
productivity classes and five planting space identifying the major costs of
production and those most affected by planting space in the region of
Paragominas PA The volume estimate was obtained according to the
methodology proposed by Silva et al (2013) and production costs since the
activities of preparation of the area to harvest and transport were provided by
farmers and entrepreneurs in the region Subsequently made to cost analysis
using the methodology of the operating cost which considers only the expenses
actually disbursed by the farmer together with the depreciation and labor
family labor Thus it was inferred that the spacing 3x2 m was higher by volume
on the other spacings analyzed Regarding the analysis of costs the effective
operating cost represented on average 65 of total production costs and
transport the most significant single cost in all spacings analyzed Have
maintenance was the most significant set of activities in plantations due to the
number and the time period for its implementation The total production costs
were higher in the smaller spacing regardless of whether or not for the use of
permanent and circulating capital
Keywords Effective operational cost spacing age productivity
33
1 INTRODUCcedilAtildeO
A crescente dificuldade em se obter madeira de florestas nativas tem
motivado empresaacuterios agrave praacutetica do reflorestamento Nesses plantios vaacuterias
espeacutecies tecircm sido utilizadas sendo o paricaacute a espeacutecie nativa de maior
expressatildeo na regiatildeo norte do paiacutes principalmente no estado do Paraacute
Segundo a ABRAF (2013) em 2012 foram plantados 87901 hectares
de paricaacute nos estados do Paraacute Tocantins e Maranhatildeo O aumento da aacuterea de
plantio nos uacuteltimos anos eacute justificado pela boa aceitaccedilatildeo desta espeacutecie no
mercado madeireiro devido aos seus variados fins como a produccedilatildeo de
lacircmina e compensado forros palitos papel moacuteveis aleacutem de peccedilas de
acabamentos e molduras
A falta de informaccedilotildees silviculturais no entanto tecircm inviabilizado a
expansatildeo de novos plantios em outras regiotildees do paiacutes Natildeo se tecircm estudos
suficientes para comprovar o melhor meacutetodo de implantaccedilatildeo desta cultura no
que se refere ao espaccedilamento a ser utilizado para maior produccedilatildeo de madeira
Este tipo de deficiecircncia pode implicar no emprego de teacutecnicas silviculturais
equivocadas que inviabiliza economicamente o cultivo reduzindo
consequentemente o interesse comercial pela espeacutecie
Os custos de produccedilatildeo devem entatildeo ser analisados para se testar a
viabilidade econocircmica dos projetos que estatildeo sendo implantados haja vista
que poucos satildeo os estudos que se referem ao monocultivo do paricaacute A
obtenccedilatildeo destes custos eacute fundamental pois eles compotildeem um ferramental de
controle e gerenciamento das atividades produtivas e de geraccedilatildeo de
importantes informaccedilotildees para auxiliar as tomadas de decisotildees pelos
produtores rurais (CONAB 2010)
Para se atestar a viabilidade econocircmica de um projeto florestal natildeo se
deve avaliar somente a espeacutecie a ser implantada mais agraves condiccedilotildees de
mercado atuais e futuras para comercializaccedilatildeo do produto Eacute notaacutevel a
importacircncia econocircmica e socioambiental do setor de florestas plantadas para o
Brasil por isso deve-se investir em conhecimento e tecnologia sobre as
espeacutecies cultivadas haja visto que o ambiente de negoacutecio para o
34
desenvolvimento desta atividade vem passando por dificuldades nos uacuteltimos
anos
A competitividade dos produtos florestais estaacute se deteriorando frente
aos seus principais concorrentes internacionais uma vez que o aumento
generalizado dos custos de produccedilatildeo de madeira no Brasil estaacute reduzindo
significativamente a rentabilidade da induacutestria integrada de base florestal e dos
produtores independentes de plantios florestais (ABRAF 2013) Comprova-se
assim a necessidade de estudos referentes aos custos de produccedilatildeo
Haacute alguns anos a importacircncia dos custos na produccedilatildeo agriacutecola e as
dificuldades de sua obtenccedilatildeo estimularam o Instituto de Economia Agriacutecola
oacutegatildeo vinculado agrave Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de Satildeo
Paulo a efetuar estimativas de custo de produccedilatildeo de diversas exploraccedilotildees
agriacutecolas por meio da metodologia designada custo operacional Neste
meacutetodo se incluem apenas as despesas efetivamente desembolsadas pelo
agricultor somadas agrave depreciaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos e matildeo-de-
obra familiar A remuneraccedilatildeo devida a todos os outros fatores de produccedilatildeo eacute
de responsabilidade do resiacuteduo ou seja a diferenccedila entre o custo operacional
e o valor de venda (MATSUNAGA et al 1976 CONAB 2010)
O ecircxito nas estimativas de custos de produccedilatildeo agriacutecola vem
estimulando pesquisadores da aacuterea florestal a utilizarem esta metodologia
tambeacutem para culturas florestais principalmente neste momento em que o
Brasil depende de medidas estruturais que promovam a reduccedilatildeo dos custos de
produccedilatildeo e incentivem o investimento para retomada da competitividade dos
produtos nacionais de base florestal no mercado internacional Por tal motivo
objetivou-se neste trabalho identificar os principais custos de produccedilatildeo bem
como o efeito dos diferentes espaccedilamentos sobre estes custos
35
2 MATERIAL E MEacuteTODOS
21 AacuteREA EM ESTUDO
Os dados utilizados neste estudo foram originaacuterios de povoamentos
homogecircneos de paricaacute (Schizolobium amazonicum) plantados sob os
espaccedilamentos 3x2 3x3 3x4 4x4 e 5x5 m localizados entre os municiacutepios de
Dom Elizeu e Paragominas Estado do Paraacute (Figura 1)
Figura 1 Localizaccedilatildeo dos municiacutepios de Dom Eliseu e Paragominas PA
O municiacutepio de Paragominas estaacute localizado no nordeste paraense
possuindo aproximadamente 20000 km2 de aacuterea territorial com 90 m de
altitude O solo caracteriacutestico da aacuterea eacute o Latossolo amarelo com vegetaccedilatildeo
originaacuteria representada pela floresta densa sendo encontradas extensas aacutereas
de mata secundaacuteria (capoeira nos seus diversos estaacutegios de desenvolvimento)
devido aos constantes desmatamentos provocados principalmente pelo
avanccedilo da agropecuaacuteria na regiatildeo (IBGE 2013a PREFEITURA MUNICIPAL
DE PARAGOMINAS 2013)
Segundo o IBGE (2013a) o clima do municiacutepio eacute do tipo mesoteacutermico e
uacutemido A temperatura meacutedia anual eacute elevada em torno de 25degC e seu regime
pluviomeacutetrico fica geralmente entre 2250 mm e 2500 mm anuais
36
O municiacutepio de Dom Eliseu pertence agrave microrregiatildeo de Paragominas
possui 5268815 kmsup2 e estaacute localizado nas coordenadas 04deg17rsquo06rdquo Sul e
47deg30rsquo18rdquo Oeste a 180 metros de altitude Ele eacute um dos municiacutepios da
chamada ldquoFronteira agriacutecola amazocircnicardquo maior produtora de commodities
agriacutecolas da porccedilatildeo norte do paiacutes e grande produtora de paricaacute (IBGE 2013b
PREFEITURA MUNICIPAL DE DOM ELISEU 2013)
22 ESTIMATIVA DA PRODUCcedilAtildeO
Foram inventariados povoamentos de paricaacute anualmente ateacute o quinto
ano sendo analisadas trecircs classes de produtividade em cada espaccedilamento
sendo elas Baixa (17 - 19 m) Meacutedia (19 ndash 21 m) e Alta (21 - 24 m)
Posteriormente empregando-se o modelo de crescimento e produccedilatildeo proposto
por Silva et al (2013) os volumes comercial e de lacircminas foram estimados
para diferentes espaccedilamentos e qualidades de local nas idades de 5 6 e 7
anos conforme o esquema apresentado na Figura 2
Figura 2 Esquema para obtenccedilatildeo dos volumes comercial e de lacircminas em povoamentos de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA
A partir dos dados de inventaacuterio estimou-se a produccedilatildeo em volume
comercial e de lacircminas por meio da metodologia proposta por Silva et al
(2013) Assim a partir de informaccedilotildees sobre as variaacuteveis aacuterea basal por
hectare (GHA) iacutendice de siacutetio (SI) altura dominante (HD) considerada como a
altura meacutedia das 100 aacutervores mais altas do povoamento (Hart) e nuacutemero de
aacutervores por hectare (NHA) na idade de cinco anos pode-se projetar a produccedilatildeo
para as idades em anaacutelise
Espaccedilamentos (m)
bull3x2
bull3x3
bull4x3
bull4x4
bull5x5
Classes de produtividade
(m)
bullBaixa
bullMeacutedia
bullAlta
Idades
(anos)
bull5
bull6
bull7
Volume comercial
Volume de lacircminas
37
A estimativa da HD na idade i foi obtida por meio da equaccedilatildeo 1
119878119868 =
119867119863119894 (1 + 119890119909119901 ((182404 minus 119860119894)
043105frasl ))
1 + 119890119909119901 ((182404 minus 119860119894119899119889
043105frasl ))
Eq 1
Em que
119890119909119901 = base de logaritmo neperiano
119867119863119894 = altura dominante na idade i
119860119894 = i-eacutesima idade (i = 5 6 7) e
119860119894119899119889 = idade iacutendice (5 anos)
Para estimativa do nuacutemero de aacutervores por hectare na idade futura
utilizou-se a equaccedilatildeo 2
1198731198671198602 = 1198731198671198601 minus ((119860119877119864119860
1198671198631)
minus20848
(119860220356 minus 1198601
20356)) Eq 2
Em que
1198731198671198602 = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade futura
1198731198671198601 = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade corrente
119860119877119864119860 = aacuterea meacutedia ocupada por cada planta no plantio
1198671198631 = altura dominante na idade corrente
1198601 = idade corrente e
1198602 = idade futura
A aacuterea basal por hectare foi estimada por meio da equaccedilatildeo 3
119866119867119860119894 = 000523119867119863119894145720119873119867119860053967
119894 Eq 3
Em que
NHAi = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade i
38
Apoacutes a obtenccedilatildeo de todas as variaacuteveis os volumes comercial e de
lacircminas foram estimados pelas equaccedilotildees 4 e 5
119881119879119867119860119894 = 122839119866119867119860119894093941119867119863119894
071858 Eq 4
119881119862119867119860119894 = 003388119866119867119860119894069131119867119863119894
183907 Eq 5
Em que
119881119879119867119860119894 = volume comercial por hectare e
119881119862119867119860119894 = volume de lacircminas por hectare
23 DESCRICcedilAtildeO DAS ATIVIDADES
Por se tratarem de aacutereas anteriormente ocupadas por pastagem fez-se
necessaacuterio o combate agrave formigas e limpeza da aacuterea manualmente e com
auxiacutelio de trator a fim de retirar do local galhos tocos e raiacutezes que por ventura
atrapalhassem o processo de mecanizaccedilatildeo
Para todas as aacutereas de plantio fez-se a anaacutelise de solo verificando-se
a necessidade de correccedilatildeo com uma tonelada de calcaacuterio dolomiacutetico por
hectare Assim foi realizada a calagem precedida da gradagem com auxiacutelio da
terceirizaccedilatildeo de tratores agriacutecolas
Apoacutes o preparo do solo iniciou-se o processo de alinhamento
marcaccedilatildeo e coveamento respeitando o espaccedilamento preacute-determinado para
cada local considerando que uma pessoa consegue abrir 500 covasdia
Posteriormente foram acrescentados 100g de NPK (6-30-6) por cova antes do
plantio das mudas de paricaacute Adubaccedilotildees de cobertura e um ano apoacutes o plantio
tambeacutem ocorreram com o objetivo de aumentar o iacutendice de sobrevivecircncia agraves
plantas
Como no campo eacute difiacutecil controlar os fatores bioacuteticos e abioacuteticos a
mortalidade de plantas eacute inevitaacutevel por isso foi observada a necessidade de
39
replantio de 5 das mudas logo no primeiro ano segundo informaccedilotildees
disponibilizadas pela empresa
A manutenccedilatildeo relativa agrave limpeza dos plantios se deu pelo coroamento
das mudas aplicaccedilatildeo de herbicida manualmente e roccedilada mecacircnica do
primeiro ao terceiro ano Desta forma natildeo houve competiccedilatildeo com plantas
invasoras que poderiam inibir o crescimento das mudas Assim devido ao
ambiente favoraacutevel e as condiccedilotildees propiacutecias de crescimento e produccedilatildeo foi
possiacutevel extrair a madeira para laminaccedilatildeo no quinto ano apoacutes a implantaccedilatildeo
A colheita foi realizada de forma semi-mecanizada (motosserra)
seguida do baldeio e carregamento ateacute a beira da estrada O transporte ateacute a
induacutestria de beneficiamento foi realizado por caminhatildeo tipo bitrem com
capacidade para 44000 kg ao preccedilo meacutedio de R$59192 por viagem
O valor da matildeo-de-obra familiar foi considerado como o custo de
administraccedilatildeo ou seja quando o proprietaacuterio presta serviccedilos na proacutepria
empresa Assim a remuneraccedilatildeo paga pelo custo de administraccedilatildeo foi
equivalente a 10 dos custos efetivamente desembolsados pela empresa
Em relaccedilatildeo agraves aacutereas onde os plantios foram realizados estas jaacute
pertenciam a empresa Laminit por isso natildeo houve a necessidade de aquisiccedilatildeo
ou arrendamento do terreno Poreacutem considerou-se o custo de oportunidade
ou seja a remuneraccedilatildeo do capital investido (permanente e circulante) por meio
do caacutelculo da parcela sobre o bem adquirido e utilizado na produccedilatildeo e inclusa
no custo fixo da produccedilatildeo Logo o investimento do produtor foi remunerado agrave
taxa de 6 ao ano como se fosse aplicado o capital em outro investimento
alternativo conforme recomendaccedilotildees da CONAB (2010)
24 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS
Para anaacutelise dos custos de produccedilatildeo florestal foi necessaacuteria a coleta de
dados anuais de todas as despesas e receitas contraiacutedas em cada
espaccedilamento durante o periacuteodo entre 2006 e 2013 O esquema da disposiccedilatildeo
dos gastos na planilha de custo pode ser observado na Tabela 1
40
Tabela 1 Distribuiccedilatildeo dos gastos efetuados para implantaccedilatildeo de povoamentos de paricaacute
Descriccedilatildeo Un R$un
Quantidade utilizada
Espaccedilamento (m)
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
Preparo da aacuterea
Anaacutelise de solo un 3450 1 1 1 1 1
Limpeza manual Diaacuteria 3500 1 1 1 1 1
Limp mecanizada ht 10218 1 1 1 1 1
Gradagem ht 10218 15 15 15 15 15
Calagem ht 6846 05 05 05 05 05
Calcaacuterio ton 8967 1 1 1 1 1
Alinhamento Diaacuteria 3500 2 14 1 08 05
Coveamento Diaacuteria 3500 334 223 167 125 08
Cercamento R$ha 30000 1 1 1 1 1
Constr de estradas R$ha 13390 1 1 1 1 1
Constr de aceiros Diaacuteria 3500 4 4 4 4 4
Adubaccedilatildeo
Adubo Kg 123 5001 3336 2502 1875 120
Adubaccedilatildeo Diaacuteria 3667 45 3 225 195 106
Plantio
Transp de mudas ht 5000 05 05 05 05 05
Mudas un 038 1751 1168 876 657 420
Plantio e replantio Diaacuteria 3500 4 27 2 15 1
Manutenccedilatildeo
Formicida Kg 674 125 10 83 695 551
Aplic de formicida Diaacuteria 3703 893 748 651 578 525
Transp de insumos ht 4233 2 2 2 2 2
Coroamento Diaacuteria 3761 67 45 35 25 16
Roccedilada ht 5602 4 5 6 7 85
Herbicida L 1732 8 9 10 105 12
Aplic de herbicida Diaacuteria 3761 4 45 5 55 6
Manutenccedilatildeo de aceiro Diaacuteria
3744 6 6 6 6 6
Manut de estrada ht 8699 469 469 469 469 469
Materiais - 6892 8 8 8 8 8
Encargos - 8185 7 7 7 7 7
Colheita e Transporte
Corte e toragem msup3 215 1844 1744 1524 1341 11705
Baldeio msup3 096 1844 1744 1524 1341 11705
Carregamento msup3 097 1844 1744 1524 1341 11705
Transporte msup3 659 1844 1744 1524 1341 11705 Valores deflacionados e descapitalizados para o ano de 2006 Considerando o volume comercial em classe de produtividade alta (21 - 24 m) com corte aos 6 anos
Os custos envolvidos nas atividades de implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo dos
povoamentos foram disponibilizados por produtores rurais da regiatildeo de
41
Paragominas Tambeacutem foram disponibilizados por empresaacuterios locais os
dados referentes agrave exploraccedilatildeo e transporte da madeira ateacute a empresa
referente a uma distacircncia meacutedia de 80 km
Para comparaccedilatildeo entre os valores incorridos durante periacuteodos
diferentes no tempo fez-se o deflacionamento dos custos para o periacuteodo
inicial (implantaccedilatildeo dos povoamentos) A correccedilatildeo da perda monetaacuteria causada
pela inflaccedilatildeo foi obtida por meio do Iacutendice Geral de Preccedilo ndash Disponibilidade
Interna (IGP ndash DI) o qual eacute responsaacutevel pelo registro da inflaccedilatildeo de preccedilos de
mateacuterias-primas agriacutecolas
Posteriormente os valores deflacionados foram descapitalizados para o
ano 0 (2006) a fim de facilitar a anaacutelise econocircmica A descapitalizaccedilatildeo foi
obtida pela seguinte foacutermula
1198810 =119881119899
(1 + 119894)119899 Eq 6
Em que
1198810 = valor inicial correspondente ao periacuteodo de implantaccedilatildeo do povoamento
(R$)
119881119899 = valor final correspondente ao ano j (R$)
119894 = taxa de juros (6 aa) e
119899 = nuacutemero de periacuteodos (anos)
25 CLASSIFICACcedilAtildeO DOS CUSTOS
Para o caacutelculo dos custos de produccedilatildeo do paricaacute foi adotada a
metodologia descrita pelo Instituto de Economia Agriacutecola (IEA) oacutergatildeo vinculado
agrave Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo Neste
caso foram considerados os custos efetivos de produccedilatildeo ou seja aquele
dinheiro efetivamente desembolsado pelo proprietaacuterio para o pagamento da
mateacuteria-prima produtos ou serviccedilos adquiridos
42
A depreciaccedilatildeo foi aqui desconsiderada pela indisponibilidade de
informaccedilotildees sobre as maacutequinas equipamentos e benfeitorias Assim
considerou-se que todos os maquinaacuterios e equipamentos utilizados para a
implantaccedilatildeo conduccedilatildeo extraccedilatildeo e transporte dos povoamentos foram de
origem terceirizada
Os custos de produccedilatildeo foram entatildeo divididos segundo sua origem
sendo classificados de acordo com a metodologia de custos proposta pelo IEA
a) Custo operacional efetivo (COE) ndash correspondente a todos os custos
expliacutecitos
b) Custo operacional total (COT) ndash correspondente ao somatoacuterio do custo
operacional efetivo e matildeo-de-obra familiar (MO)
c) Custo Total (CT) ndash soma do custo operacional total e do custo de
oportunidade (CO) que eacute a remuneraccedilatildeo do capital circulante e do capital
fixo
As foacutermulas para obtenccedilatildeo do custo operacional total e custo total
encontram-se a seguir
119862119874119879 = 119862119874119864 + 119872119874 Eq 7
119862119879 = 119862119874119879 + 119862119874 Eq 8
43
3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
31 ESTIMATIVA DE VOLUME
A partir das equaccedilotildees ajustadas por Silva et al (2013) para
povoamentos de paricaacute foi possiacutevel estimar o volume comercial e de lacircminas
em trecircs ocasiotildees no tempo e em diferentes classes de produtividade nos cinco
espaccedilamentos de plantio como pode ser observado na Tabela 2
Tabela 2 Volumes comercial (VTHA) e de lacircminas (VCHA) estimados nos diferentes espaccedilamentos de plantio de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA
Idade Espaccedil
(m)
VTHA (msup3ha) VCHA (msup3ha)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 16229 18511 19336 5638 6858 7915
3x3 - 15498 18126 - 6163 7671
3x4 - 13328 15983 - 5476 7009
4x4 7133 13551 14623 2800 5705 6468
5x5 7351 8790 13093 3191 4124 6231
6 a
no
s
3x2 15173 16865 18439 5370 6411 7666
3x3 - 14606 17439 - 5912 7473
3x4 - 12325 15244 - 5188 6787
4x4 7178 11745 13410 2827 5146 6082
5x5 7115 8867 11705 3118 4158 5759
7 a
no
s
3x2 14315 15607 16406 5144 6054 7029
3x3 - 13920 16489 - 5706 7170
3x4 - 11890 14648 - 5052 6590
4x4 7028 11464 13067 2783 5055 5967
5x5 7020 8726 11515 3087 4109 5690
Em que VTHA= volume comercial por hectare VCHA= volume de lacircminas por hectare Espaccedil= espaccedilamento de plantio
A divisatildeo dos povoamentos em classes de produtividade eacute explicada
por Oliveira et al (2008) Segundo os autores a estratificaccedilatildeo realizada por
44
meio de classes de produtividade resulta em estimativas de volume mais
precisas proacuteximo agrave idade de corte Por isso a adoccedilatildeo das trecircs classes
A falta de informaccedilotildees nos espaccedilamentos intermediaacuterios 3x3 e 3x4 m
na classe de produtividade baixa ocorreu pela ausecircncia de povoamentos
nestas condiccedilotildees de siacutetio
A diferenccedila no volume comercial de madeira foi de 323 entre os
espaccedilamentos extremos 3x2 e 5x5 m na classe de produtividade alta sendo
maior o volume nos menores espaccedilamentos Resultados semelhantes foram
encontrados por Macedo et al (2005) com povoamentos de Teca em Minas
Gerais e Hoffmann (2009) em seu trabalho sobre caracterizaccedilatildeo
dendromeacutetrica e rendimento em laminaccedilatildeo de paricaacute na regiatildeo de
Paragominas PA
A diferenccedila no volume tem comportamento exponencial agrave medida em
que se utilizam siacutetios de menor produtividade sendo constatada uma diferenccedila
de 525 e 547 no volume entre os espaccedilamentos extremos nas classes
de produtividade meacutedia e baixa respectivamente Comportamento semelhante
foi observado para o volume de lacircminas de paricaacute Houve diferenccedila crescente
no volume entre os espaccedilamentos extremos sendo menor na classe de
produtividade alta (213)
Aos 6 anos a diferenccedila no volume entre os espaccedilamentos extremos foi
superior agrave idade anterior Na classe de produtividade alta a diferenccedila no
volume comercial foi de 365 Jaacute o volume de lacircminas abrangeu diferenccedila de
249
Nos siacutetios de baixa produtividade o volume comercial de madeira no
espaccedilamento 3x2 m foi 177 menor comparado ao de produtividade alta
Esta porcentagem encontra-se dentro do intervalo indicado por Morales et al
(2010) para povoamentos de pinus Segundo os autores a produtividade do
pinus foi reduzida entre 14 a 36 nos diferentes siacutetios de produccedilatildeo
Nos espaccedilamentos 4x4 e 5x5 m esta diferenccedila foi mais significativa
com aproximadamente 465 e 392 respectivamente Isso se deve entre
outras coisas agrave morte natural das plantas com diacircmetros mais acentuados
tornando mais expressiva a reduccedilatildeo de volume
Comparando a produccedilatildeo de paricaacute em relaccedilatildeo a idade de corte pode
ser observada uma reduccedilatildeo no volume de madeira do quinto para o sexto ano
45
Este comportamento pode ser resultado do autodesbaste caracteriacutestico da
espeacutecie Por se tratar de uma espeacutecie pioneira ela atinge o aacutepice de
incremento na idade meacutedia de 5 anos sendo mais viaacutevel seu corte neste
periacuteodo (CARVALHO 2007)
Balloni e Simotildees (1980) anteriormente jaacute haviam afirmado que a
porcentagem de aacutervores dominadas e mortas cresce com o avanccedilo da idade
sendo mais intenso e precoce nos espaccedilamentos mais apertados Por isso a
idade de corte deve ser definida em funccedilatildeo do ritmo de crescimento
espaccedilamento finalidade da madeira e suas interaccedilotildees
32 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO
O levantamento de custos como citado anteriormente seguiram a
metodologia sugerida pelo Instituto de Economia Agriacutecola ndash IEA sendo
agrupados por atividade
321 Custo operacional efetivo ndash COE
Todas as atividades desde a implantaccedilatildeo ateacute a exploraccedilatildeo dos
povoamentos de paricaacute foram identificadas e os gastos estimados para
obtenccedilatildeo dos custos efetivamente desembolsados pelo produtor sendo que os
custos foram deflacionados e descapitalizados para o ano de 2006 A soma
dos custos das atividades desenvolvidas durante este periacuteodo com corte aos
5 6 e 7 anos podem ser observadas na Tabela 3
Nos povoamentos em estudo os custos de implantaccedilatildeo variaram entre
R$80000 a R$180000 entre os espaccedilamentos extremos sendo menor
quanto menor o nuacutemero de plantas por hectare Este montante representa
entre 18 e 26 do custo total de produccedilatildeo de paricaacute demonstrando sua
importacircncia em relaccedilatildeo agrave outros custos
46
Tabela 3 Custo Operacional Efetivo (COE) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006
Idade Espaccedilamento
(m)
COE do volume comercial (R$ha) COE do volume de lacircminas (R$ha)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 501646 501646 501646 648938 667703 674487
3x3 - 437995 437995 - 586899 608517
3x4 - 408969 408969 - 540219 562057
4x4 388309 388309 388309 468849 521642 530459
5x5 369666 369666 369666 451856 463692 499083
6 a
no
s
3x2 512608 512608 512608 639852 652755 664594
3x3 - 451539 451539 - 574684 595999
3x4 - 423545 423545 - 529527 551493
4x4 404176 404176 404176 471255 505786 518322
5x5 385283 385283 385283 451891 465242 486598
7 a
no
s
3x2 527155 527155 527155 637832 646772 652303
3x3 - 465086 465086 - 573035 590806
3x4 - 436693 436693 - 530595 549673
4x4 416824 416824 416824 477086 507776 518871
5x5 398191 398191 398191 458394 470202 489495
47
O custo no espaccedilamento 5x5 m foi semelhante ao encontrado por Silva
et al (2004) para a implantaccedilatildeo de 1 ha de eucalipto na regiatildeo de Brasiacutelia
quando os valores foram corrigidos para o mesmo periacuteodo demonstrando
semelhanccedila na implantaccedilatildeo das duas culturas
Nos povoamentos analisados natildeo houve diferenccedilas nos custos para
implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo nos plantios com classes de produtividade distintas
os quais objetivavam a produccedilatildeo de volume comercial Em contrapartida
houve o acreacutescimo de gastos a medida em que se reduziu os espaccedilamentos
de plantio ou seja quanto menor a aacuterea ocupada por plantas maiores os
gastos com alinhamento marcaccedilatildeo de covas coveamento plantio e adubaccedilatildeo
Em relaccedilatildeo ao volume de lacircminas ocorreu a distinccedilatildeo dos custos entre
classes de produtividade uma vez que os custos com colheita e transporte
estatildeo relacionados com o volume colhido Assim em classes de produtividade
alta e menor espaccedilamento de plantio o COE foi superior em comparaccedilatildeo aos
outros povoamentos analisados
Como observado aos 5 anos natildeo houve diferenccedila no COE
independente da classe de produtividade nos povoamentos em que satildeo
mensurados o volume comercial de madeira Isso foi reflexo da quantidade de
plantas inseridas no local que no plantio foram invariaacuteveis independente da
qualidade do terreno O mesmo foi notado quando se estimou os custos para
exploraccedilatildeo de madeira aos 7 anos
A reduccedilatildeo no COE da produccedilatildeo de lacircminas com o aumento da idade
de exploraccedilatildeo eacute explicado pela reduccedilatildeo ocorrida no volume de madeira
causado pela mortalidade das plantas como observado no trabalho de Silva et
al (2013) Assim diminuem-se proporcionalmente os custos com colheita
transporte e outras atividades de manutenccedilatildeo
322 Custo operacional total ndash COT
O custo operacional total envolveu o COE e a matildeo-de-obra familiar
considerada aqui como o custo de administraccedilatildeo ou seja os proprietaacuterios dos
48
povoamentos eram os responsaacuteveis pela administraccedilatildeo dos plantios A
participaccedilatildeo do COT pode ser observada na Tabela 4
O custo da matildeo-de-obra foi considerado como um custo operacional
efetivo pois natildeo houve somente um gasto mas um desembolso ou seja uma
saiacuteda de caixa Jaacute a matildeo-de-obra familiar eacute parte do custo de produccedilatildeo pois
consistiu em uma alocaccedilatildeo de recurso produtivo (matildeo-de-obra) para a geraccedilatildeo
do produto (madeira) representando cerca de 10 dos custos de produccedilatildeo
Observando a tabela 4 pode-se notar que o maior custo de
administraccedilatildeo foi obtido para o espaccedilamento 3x2 m quando o objetivo era a
laminaccedilatildeo com custo de aproximadamente R$67450 Jaacute o espaccedilamento 5x5
m com objetivo de venda da floresta em peacute obteve o menor custo com
aproximadamente R$37000 por hectare
Resultados semelhantes foram encontrados para a produccedilatildeo de
madeira aos 6 anos Os menores custos de administraccedilatildeo estatildeo relacionados
aos menores custo de implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo dos povoamentos Aos 6 anos
o custo de administraccedilatildeo no espaccedilamento 5x5 m em classe de produtividade
alta com o objetivo de produccedilatildeo de lacircminas foi de aproximadamente R$48660
e R$38528 quando se objetivou a venda da madeira em peacute
Os custos de administraccedilatildeo tambeacutem foram reduzidos a medida em que
se aumentou o tempo para exploraccedilatildeo dos povoamentos devido a reduccedilatildeo do
volume por hectare sendo outro indicio de que esta espeacutecie deve ser
explorada logo aos 5 anos apoacutes o plantio
49
Tabela 4 Custo Operacional Total (COT) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006
Idade Espaccedilamento
(m)
COT do volume comercial (R$ha) COT do volume de lacircminas (R$ha)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 551811 551811 551811 713832 734473 741936
3x3 - 481795 481795 - 645589 669368
3x4 - 449865 449865 - 594241 618263
4x4 427140 427140 427140 515733 573807 583505
5x5 406633 406633 406633 497042 510062 548991
6 a
no
s
3x2 563869 563869 563869 703837 718031 731053
3x3 - 496693 496693 - 632152 655599
3x4 - 465900 465900 - 582479 606642
4x4 444594 444594 444594 518380 556365 570155
5x5 423812 423812 423812 497080 511767 535258
7 a
no
s
3x2 579871 579871 579871 701615 711449 717534
3x3 - 511595 511595 - 630338 649886
3x4 - 480362 480362 - 583655 604641
4x4 458507 458507 458507 524794 558554 570758
5x5 438010 438010 438010 504233 517223 538444
50
323 Custo total ndash CT
O custo total foi obtido pelo COT acrescido da remuneraccedilatildeo paga ao
capital investido e ao custo da Terra (TABELA 5)
Apoacutes contabilizados todos os custos foi possiacutevel inferir que para o
volume comercial em espaccedilamentos mais adensados o custo total foi 2294
maior do que nos plantios mais espaccedilados independente da classe de
produtividade Jaacute em povoamentos onde o objetivo do plantio era a venda de
lacircminas ocorreu uma variaccedilatildeo nos custos em fator da classe de produtividade
e espaccedilamento de plantio
A venda da madeira aos 6 anos culminou em um acreacutescimo de 67 a
86 em comparaccedilatildeo com os mesmos povoamentos sendo explorados aos 5
anos Para a produccedilatildeo de lacircminas o aumento dos custos foi menos
expressivo No espaccedilamento 3x2 m em classe de produtividade baixa o
aumento foi de 34
A exploraccedilatildeo de povoamentos aos 7 anos foi 1347 a 1596 maior
em relaccedilatildeo a exploraccedilatildeo aos 5 anos e 726 a 801 para 6 anos Estes
nuacutemeros confirmam que os custos tecircm crescido proporcionalmente com o
passar do tempo
Os custos com a remuneraccedilatildeo do capital investido e pelo uso da terra
correspondem em meacutedia a 24 dos custos totais de produccedilatildeo Poreacutem a
maioria dos produtores rurais deixam de contabilizar estes custos por se tratar
do pagamento pelo uso dos bens que ele jaacute possui (capital e terra) resultando
em valores de produccedilatildeo abaixo do que realmente deve ser computado
Comparando a produccedilatildeo de paricaacute e Teca no espaccedilamento 3x2 m
utilizando a mesma metodologia de custos observa-se que o custo total para
cultivo da Teca eacute de aproximadamente R$1080309 valor muito proacuteximo ao
observado para o plantio de paricaacute (SANGUINO 2009)
51
Tabela 5 Custo Total (CT) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006
Idade Espaccedilamento
(m)
CT do volume comercial (R$ha) CT do volume de lacircminas (R$ha)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 730146 730146 730146 917076 940890 949501
3x3 - 649366 649366 - 838341 865776
3x4 - 612527 612527 - 779099 806814
4x4 586308 586308 586308 688522 755523 766713
5x5 562648 562648 562648 666957 681978 726892
6 a
no
s
3x2 782537 782537 782537 949133 966026 981526
3x3 - 702582 702582 - 863811 891718
3x4 - 665930 665930 - 804688 833447
4x4 640572 640572 640572 728395 773606 790019
5x5 615836 615836 615836 703043 720523 748483
7 a
no
s
3x2 843816 843816 843816 99343 100552 101299
3x3 - 759911 759911 - 905837 92986
3x4 - 721528 721528 - 848467 874257
4x4 694669 694669 694669 776132 81762 832618
5x5 669481 669481 669481 750864 766827 792907
52
De maneira geral os custos mais expressivos satildeo referentes agrave manutenccedilatildeo
dos plantios independente do espaccedilamento adotado (Figura 3) Isso eacute
consequecircncia do maior nuacutemero de atividades desenvolvidas durante este periacuteodo
que variam desde o controle de formigas agrave manutenccedilatildeo de estradas
Figura 3 Custos totais da produccedilatildeo de paricaacute sob diferentes espaccedilamentos na regiatildeo de Paragominas PA
Nota-se no entanto que quanto maior o espaccedilamento de plantio utilizado
maiores satildeo os custos de manutenccedilatildeo por hectare Como haacute menor quantidade de
aacutervores por hectare a presenccedila de plantas invasoras eacute mais acentuada
aumentando os custos para seu controle Em contrapartida os custos por hectare
53
com adubaccedilatildeo plantio colheita e transporte diminuem jaacute que o nuacutemero de aacutervores
na aacuterea eacute reduzido
Deve-se ressaltar ainda que estes custos podem variar de acordo com a
classe de produtividade a idade em que vatildeo ser explorados os povoamentos e os
tipos de atividades empregadas que podem variar de acordo com o produtor e a
regiatildeo
54
4 CONCLUSOtildeES
O custo operacional efetivo representou em meacutedia 65 dos custos totais de
produccedilatildeo sendo o transporte o custo individual mais expressivo em todos os
espaccedilamentos analisados Jaacute a manutenccedilatildeo foi o conjunto de atividades mais
significativo nos povoamentos devido ao nuacutemero e ao longo periacuteodo para execuccedilatildeo
das atividades
Os custos totais de produccedilatildeo foram superiores em espaccedilamentos menores
independentemente da remuneraccedilatildeo ou natildeo pelo uso dos capitais permanente e
circulante
A diferenccedila nos custos entre espaccedilamentos extremos 3x2 m e 5x5 m eacute
justificada pelo maior volume de matildeo-de-obra e insumos necessaacuterios para execuccedilatildeo
das atividades em locais com maior nuacutemero de plantas por hectare
55
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE FLORESTAS PLANTADAS ndash ABRAF Anuaacuterio Estatiacutestico da ABRAF 2013 Ano base 2012 Brasiacutelia ABRAF 2013 148p Disponiacutevel em lthttpwwwabraflororgbrestatisticasABRAF13ABRAF13BR pdfgt Acesso em 19 Ago 2013 BALLONI E A SIMOtildeES J W O espaccedilamento de plantio e suas implicaccedilotildees silviculturais IPEF Piracicaba v1 n 3 p 1-16 Set 1980 (Seacuterie Teacutecnica) CAMPOS J C C LEITE H G Mensuraccedilatildeo florestal perguntas e respostas Viccedilosa UFV 2002 407p
CARVALHO P E R Paricaacute (Schizolobium amazonicum) Colombo Embrapa Florestas 2007 8p (Circular Teacutecnica 142)
COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO ndash CONAB Custo de produccedilatildeo agriacutecola a metodologia da Conab Brasiacutelia Conab 2010 60p HOFFMANN R G Caracterizaccedilatildeo dendromeacutetrica e avaliaccedilatildeo do rendimento em laminaccedilatildeo de madeira em plantios de paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) na regiatildeo de Paragominas PA 2009 (97f) Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) ndash Universidade Federal do Espiacuterito Santo Jerocircnimo Monteiro ES 2009 IBGE Paraacute Dom Eliseu 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwibgegovbrcidadesat xtrasperfilphpcodmun =150293gt Acesso em 12 Ago 2013b IBGE Paraacute Paragominas 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwibgegovbrcidadesat xtrasperfilphpcodmun= 150550ampsearch=para|paragominasgt Acesso em 12 Ago 2013a MACEDO R L G GOMES J E VENTURIN N SALGADO B G Desenvolvimento inicial de Tectona grandis LF (teca) em diferentes espaccedilamentos no municiacutepio de Paracatu MG Cerne Lavras v 11 n 1 p 61-69 janmar 2005 MATSUNAGA M et al Metodologia de custo de produccedilatildeo utilizada pelo IEA Agricultura em Satildeo Paulo Satildeo Paulo v 23 p 123-139 1976 MORALES C A S ALBUQUERQUE J A ALMEIDA J A MARANGONI J M STAHL J CHAVES D M Qualidade do solo e produtividade de Pinus taeda no planalto catarinense Ciecircncia Florestal Vol 20 No 4 Oct-Dec 2010 pp 629-640 OLIVEIRA M L R LEITE H G NOGUEIRA G S GARCIA S L R SOUZA A L Classificaccedilatildeo da capacidade produtiva de povoamentos natildeo desbastados de clones de eucalipto Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v43 n11 p1559-1567 nov 2008 PREFEITURA MUNICIPAL DE PARAGOMINAS O lago verde Paragominas 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwparagominaspagovbrgt Acesso em 23 Maio 2013
56
PREFEITURA MUNICIPAL DE DOM ELISEU O municiacutepio Dom Eliseu 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwdomeliseupagovbrgt Acesso em 23 Maio 2013 SANGUINO A C Custos de implantaccedilatildeo e rentabilidade econocircmica de povoamentos florestais com teca no estado do Paraacute Ciecircncias Agraacuterias Beleacutem n 52 p 61-78 juldez 2009 SILVA G F GEZAN S A SOARES C P B ZANETI L Z Modeling growth and yield of Schizolobium amazonicum under different spacings International Journal of Forestry Research v 2013 (2013) 10 p SILVA K R MINETTI L J FIEDLER N C VENTUROLI F MACHADO E G B SOUZA A P Custos e rendimentos operacionais de um plantio de eucalipto em regiatildeo de cerrado Aacutervore Viccedilosa-MG v28 n3 p 361-366 2004
57
CAPIacuteTULO 2
ANAacuteLISE ECONOcircMICA DA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA DE PARICAacute
RESUMO
As exigecircncias atuais de mercado aliadas agraves alternativas de investimento expressam
a necessidade de avaliaccedilatildeo econocircmica de projetos florestais Essa avaliaccedilatildeo
contribui com a escolha da melhor estrateacutegia de produccedilatildeo a fim de tornar os
produtos florestais brasileiros competitivos no mercado externo Por isso objetivou-
se neste trabalho analisar a viabilidade econocircmica de povoamentos de paricaacute sob
diferentes espaccedilamentos aleacutem de determinar economicamente a melhor forma de
plantio para produccedilatildeo de madeira Estes povoamentos foram implantados na regiatildeo
de Paragominas PA em 2006 sob os espaccedilamentos 3x2 3x3 3x4 4x4 e 5x5 m
divididos em trecircs classes de produtividade A produccedilatildeo foi entatildeo estimada para as
idades de 5 6 e 7 anos por meio de equaccedilotildees de crescimento e produccedilatildeo Os
custos do plantio agrave colheita foram disponibilizados por produtores rurais e
empresaacuterios da regiatildeo assim como o valor de venda de lacircminas A partir da
obtenccedilatildeo dos custos e receitas fez-se a anaacutelise econocircmica dos projetos Para tanto
foram utilizados os iacutendices econocircmicos e o criteacuterio do benefiacutecio perioacutedico equivalente
(BPE) como formas de avaliaccedilatildeo considerando-se a taxa de desconto de 6 como
a taxa miacutenima de atratividade Apoacutes a anaacutelise dos iacutendices e criteacuterio de avaliaccedilatildeo
econocircmica pode-se concluir que o espaccedilamento 3x3 m em classe de produtividade
alta com corte aos 5 anos foi o mais indicado pois gera o maior retorno financeiro
Para os maiores espaccedilamentos estudos ainda devem ser desenvolvidos mas
acredita-se que eles sejam alternativas financeiras viaacuteveis
Palavras-chave Criteacuterios de avaliaccedilatildeo espaccedilamentos de plantio iacutendices
econocircmicos retorno financeiro
58
CHAPTER 2
ECONOMIC ANALYSIS OF PRODUCTION PARICAacute
ABSTRACT
The current market demands combined with investment alternatives express the
need for economic evaluation of forestry projects This assessment contributes to the
choice of the best production strategy in order to make the Brazilian forest products
competitive in foreign markets Therefore this study aimed to analyze the economic
feasibility of stands of paricaacute under different spacings and economically determine
the best planting for timber production These settlements were established in the
region of Paragominas PA in 2006 under the spacings 3x2 3x3 3x4 4x4 and 5x5
m divided into three classes productivity The production was then estimated for
ages 5 6 and 7 years through equations of growth and production Costs from
planting to harvest were provided by farmers and entrepreneurs in the region as well
as the value of sales of blades From procurement costs and revenues became the
economic analysis of projects For both economic indicators and criteria periodic
benefit equivalent (BPE) as forms of assessment considering the discount rate of 6
as the hurdle rate were used After analyzing the indexes and economic evaluation
criteria it can be concluded that the spacing 3x3 m in class high productivity with cut
to 5 years was the most suitable because it generates the greatest financial return
For the larger spacings studies have yet to be developed but it is believed that they
are viable alternatives financial
Keywords Evaluation criteria planting space economic indicators financial return
59
1 INTRODUCcedilAtildeO
A implantaccedilatildeo da lei dos incentivos fiscais na deacutecada de 60 motivou o plantio
de florestas para ampliar a base florestal do Paiacutes e captar recursos para o
desenvolvimento do setor (MELLO et al 2005) Esses estiacutemulos baseavam-se na
expansatildeo florestal desconsiderando a qualidade da madeira
Nos dias atuais diante das exigecircncias de mercado da competiccedilatildeo com
outros paiacuteses e das pressotildees relacionadas ao meio ambiente o Brasil tem investido
natildeo somente em produccedilatildeo mais tambeacutem em teacutecnicas silviculturais que contribuam
com a qualidade final dos produtos aleacutem de teacutecnicas que reduzam os custos
envolvidos no processo produtivo Essas metas tecircm sido alcanccediladas por meio do
planejamento dos investimentos
Para realizar um investimento eacute necessaacuterio primeiramente organizar
formalmente os objetivos por meio de um projeto relacionando os meios de que se
dispotildee para alcanccedilaacute-los Posteriormente deve-se analisar o mercado potencial do
produto a fim de obter informaccedilotildees sobre os retornos esperados do investimento
comparativamente agraves alternativas disponiacuteveis eou viaacuteveis Assim com o
planejamento adequado das atividades eacute possiacutevel identificar as exigecircncias atuais de
mercado os caminhos a serem seguidos para entatildeo construir um referencial futuro
o qual identificaraacute a viabilidade ou natildeo da implantaccedilatildeo do projeto ao qual o
planejamento se destina (REZENDE OLIVEIRA 2008)
Para implantaccedilatildeo de um projeto aleacutem de se conhecer o horizonte de
planejamento que eacute o periacuteodo estimado durante o qual o empreendimento em
anaacutelise iraacute operar faz-se necessaacuterios tambeacutem testar a sua viabilidade teacutecnica
econocircmica financeira social ambiental e poliacutetica O teste da viabilidade econocircmica
eacute considerado o mais importante entre os paracircmetros de avaliaccedilatildeo pois consiste em
verificar se no projeto as receitas superam os custos Caso isso natildeo ocorra diz-se
que o projeto eacute insustentaacutevel desde a sua implantaccedilatildeo (FARO 1979 CHICHORRO
et al 2010)
Na avaliaccedilatildeo econocircmica para decisatildeo de que o projeto deve ou natildeo ser
implementado satildeo usadas teacutecnicas e criteacuterios de anaacutelise que comparam os custos e
as receitas inerentes ao projeto A anaacutelise de projetos consiste entatildeo na verificaccedilatildeo
60
de que determinada atividade eacute lucrativa ou natildeo considerando-se um horizonte de
planejamento (REZENDE OLIVEIRA 2008)
Existem vaacuterios meacutetodos de seleccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de projetos de
investimentos Geralmente recorre-se a meacutetodos que consideram principalmente as
atividades a serem executadas os periacuteodos de execuccedilatildeo e seus respectivos custos
os produtos e o periacuteodo de tempo que levaratildeo para serem produzidos seus preccedilos
e receitas ou seja o fluxo de caixa (CHICHORRO et al 2010)
Os meacutetodos de avaliaccedilatildeo econocircmica podem entatildeo ser divididos em dois
grupos principais O primeiro grupo compreende aqueles em que natildeo se considera a
variaccedilatildeo do capital no tempo sendo indicados para horizontes de planejamentos
muito curtos onde natildeo haacute inflaccedilatildeo Jaacute o segundo grupo considera a variaccedilatildeo do
capital no tempo podendo-se citar o valor presente liacutequido (VPL) e o benefiacutecio
perioacutedico equivalente (BPE) como exemplos (SILVA et al 2005)
A variaccedilatildeo do capital ocorre devido agrave remuneraccedilatildeo paga ao seu uso por
determinado tempo ou seja os juros Assim no final do prazo estipulado natildeo
haveraacute somente a quantia emprestada mais tambeacutem um acreacutescimo que
corresponde ao custo de oportunidade do uso do capital durante o periacuteodo de
empreacutestimo O valor a ser pago no final do periacuteodo dependeraacute da taxa de juros
correspondente a unidade de tempo considerada A Conab utiliza o percentual de
6 ao ano como a taxa de retorno para a remuneraccedilatildeo dos investimentos feitos pelo
produtor como se o capital fosse aplicado em outro investimento alternativo
(OLIVEIRA REZENDE 2004 CONAB 2010)
Tendo em vista este contexto objetivou-se neste trabalho analisar a
viabilidade econocircmica de povoamentos de paricaacute sob diferentes espaccedilamentos e
determinar economicamente o melhor espaccedilamento de plantio para produccedilatildeo de
madeira
61
2 MATERIAL E MEacuteTODOS
21 OBTENCcedilAtildeO DAS RECEITAS
A partir da estimativa dos volumes comercial (VTHA msup3ha) e de lacircminas
(VCHA m3ha) nos diferentes espaccedilamentos de plantio em diferentes
idades e classes produtivas tal como proposto no capiacutetulo 1 foram contraiacutedas as
receitas Os volumes comercial e de lacircminas estimados foram multiplicados pelo valor
meacutedio de venda disponiacutevel no boletim informativo de preccedilos disponibilizado pela
Coordenadoria Executiva da Administraccedilatildeo Tributaacuteria ndash CERAT do Estado do Paraacute
2013 Obteve-se assim a receita para cada espaccedilamento analisado
22 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS
Como se trata de projetos de investimento com a finalidade de obtenccedilatildeo de
madeira foram propostos trecircs horizontes de planejamento para os povoamentos de
paricaacute Esses horizontes se referiram ao periacuteodo de tempo que estes projetos foram
avaliados correspondendo a 5 6 e 7 anos entre a implantaccedilatildeo e colheita
Sabendo-se que eacute necessaacuterio reajustar os valores investidos durante o
periacuteodo de execuccedilatildeo do projeto utilizou-se uma taxa de desconto de 6 ao ano
como forma de remuneraccedilatildeo do capital investido considerando a caderneta de
poupanccedila como sendo o melhor investimento alternativo (OLIVEIRA REZENDE
2004) A inflaccedilatildeo identificada no periacuteodo foi obtida por meio do uso do Iacutendice Geral
de Preccedilos - Disponibilidade Interna (IGP-DI) o qual mede a variaccedilatildeo de preccedilos no
mercado A descapitalizaccedilatildeo foi realizada de acordo com a metodologia descrita no
capiacutetulo 1
Para anaacutelise da viabilidade econocircmica do projeto identificaram-se as
variaccedilotildees do capital no tempo Assim em relaccedilatildeo agrave classificaccedilatildeo do projeto de
investimento este foi considerado convencional ou seja ocorreu apenas uma
mudanccedila de sinal em seu fluxo de caixa satisfazendo as seguintes condiccedilotildees
62
119862119900 lt 0
119883119895 le 0 119901119886119903119886 119895 = 1 hellip 119896
119883119895 ge 0 119901119886119903119886 119895 = 119896 + 1 hellip 119899 119890
sum 119883119895
119899
119895=119896+1
gt sum 119883119895
119896
119895=0
Em que
Co = custo inicial (R$)
k = periacuteodo de tempo a partir do qual as receitas passaram a ser positivas
Xj = receita liacutequida de cada periacuteodo j e
n = duraccedilatildeo do projeto (anos)
Depois de identificado o tipo de projeto e tendo todos os custos jaacute calculados
no capiacutetulo 1 procedeu-se a anaacutelise econocircmica dos projetos por meio da avaliaccedilatildeo
dos iacutendices econocircmicos e do benefiacutecio perioacutedico equivalente (BPE)
23 IacuteNDICES ECONOcircMICOS DA PRODUCcedilAtildeO
Para verificar a rentabilidade do sistema produtivo os seguintes iacutendices
econocircmicos de produccedilatildeo foram utilizados
a) Renda bruta (RB)
119877119861 = 119876 times P Eq1
b) Margem bruta (MB)
119872119861 = 119877119861 minus 119862119874119864 Eq 2
c) Margem liacutequida (ML)
119872119871 = 119877119861 minus 119862119874119879 Eq 3
d) Lucro (L)
119871 = 119877119861 minus 119862119879 Eq 4
63
e) Lucratividade (Lc)
119871119888 =119871
119877119861 Eq 5
f) Iacutendice de rentabilidade (IR)
119868119877 =119872119871
119862 Eq 6
Em que
119877119861 = renda bruta (R$)
119876 = quantidade de produto vendido (un)
119875 = preccedilo unitaacuterio dos produtos (R$)
119872119861 = margem bruta (R$)
119862119874119864 = custo operacional efetivo (R$)
119872119871 = margem liacutequida (R$)
119862119874119879 = custo operacional total (R$)
119871 = lucro (R$)
119862119879 = custo total (R$)
119871119888 = lucratividade ()
119868119877 = iacutendice de rentabilidade () e
119862 = capital empatado (R$) referente ao somatoacuterio do custo fixo e circulante meacutedio
podendo-se considerar ou natildeo o custo da terra
24 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DOS PROJETOS
241 Benefiacutecio perioacutedico equivalente (BPE)
Para avaliaccedilatildeo da viabilidade econocircmica por meio do BPE a seguinte
foacutermula foi utilizada
119861119875119864 =119881119875119871[(1 + 119894)119905](1 + 119894)119899119905
(1 + 119894)119899119905 minus 1 Eq 7
64
Em que
n = duraccedilatildeo do projeto (anos)
t = nuacutemero de periacuteodos de capitalizaccedilatildeo
i = taxa de desconto e
VPL = valor presente liacutequido
O VPL foi obtido pela foacutermula
119881119875119871 = sum 119877119895
119899
119895=0
(1 + 119894)minus119895 minus sum 119862119895
119899
119895=0
(1 + 119894)minus119895
Eq 8
Em que
i = taxa de desconto (juros)
j = periacuteodo em que a receita ou o custo ocorreram
n = duraccedilatildeo do projeto (anos)
Rj = receita no final do ano j ou do periacuteodo de tempo e
Cj = custo no final do ano j ou do periacuteodo de tempo considerado
O BPE permite a comparaccedilatildeo de projetos com diferentes horizontes de
planejamento pois os custos jaacute estatildeo distribuiacutedos por unidade de tempo estando
impliacutecitas as diferenccedilas de horizontes Como o desconto dos fluxos de caixa foi
estimado a partir da ldquodata presenterdquo ou seja no periacuteodo de implantaccedilatildeo do projeto
estes foram comparados quando as consequecircncias monetaacuterias estavam em um
ponto comum do tempo
65
3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
31 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA VENDA DE MADEIRA EM PEacute
A renda bruta foi estimada por meio da multiplicaccedilatildeo do volume comercial e
comercial por hectare e o preccedilo pago por cada unidade agrave qual se admitiu um valor
miacutenimo de R$5370 msup3 para venda de ldquomadeira em peacuterdquo ou seja madeira natildeo
explorada e R$45156 msup3 a venda de lacircminas de paricaacute
Identicamente aos custos as receitas foram deflacionadas e
descapitalizadas para o ano 0 a fim de possibilitar a comparaccedilatildeo entre os valores
gastos e recebidos com essa praacutetica de produccedilatildeo A renda bruta obtida com a venda
de madeira de paricaacute pode ser observada na Tabela 1
Tabela 1 Renda bruta (RB) obtida com a produccedilatildeo de madeira de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA sem considerar o custo de laminaccedilatildeo
Idade Espaccedil
(m)
VTHA (R$ha) VCHA (R$ha)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 379731 433109 452408 1109193 1349221 1557365
3x3 - 362619 424113 - 1212472 1509318
3x4 - 311840 373961 - 1077399 1379067
4x4 166887 317064 342144 550865 1122453 1272564
5x5 172002 205671 306342 627806 811406 1226000
6 a
no
s
3x2 355004 394611 431419 1056449 1261369 1508350
3x3 - 341749 408022 - 1163130 1470243
3x4 - 288386 356682 - 1020754 1335360
4x4 167940 274794 313771 556167 1012394 1196711
5x5 166477 207478 273875 613368 817994 1133134
7 a
no
s
3x2 334925 365156 383863 1012137 1191106 1382874
3x3 - 325700 385794 - 1122613 1410651
3x4 - 278203 342718 - 993941 1296571
4x4 164441 268225 305743 547531 994496 1174049
5x5 164242 204174 269414 607295 808354 1119474
Em que Espaccedil = espaccedilamento (m) VTHA = volume comercial por hectare (msup3ha) e VCHA = volume de lacircminas por hectare (msup3ha)
66
A ausecircncia de valores na classe de produtividade baixa nos espaccedilamentos
3x3 e 3x4 m eacute proveniente da inesistecircncia de povoamentos nestas condiccedilotildees de
terreno Como se tratam de plantios independentes a falta de informaccedilotildees nestes
ambientes natildeo prejudicamalteram os resultados nas outras aacutereas em estudo
Observando a Tabela 1 eacute perceptiacutevel a diferenccedila entre a renda bruta obtida
com a venda de madeira em peacute e a explorada Para siacutetios de baixa produtividade e
com corte aos 5 anos a diferenccedila entre a venda de lacircminas e madeira em peacute foi de
aproximadamente R$729000 Esta diferenccedila ocorreu porque o custo de laminaccedilatildeo
natildeo foi contabilizado por falta de informaccedilotildees sobre o processo produtivo
Natildeo existem estudos que indiquem os custos reais de laminaccedilatildeo de paricaacute
proveniente de reflorestamento e quais as atividades necessaacuterias para transformar o
torete de madeira em lacircminas de forma eficiente e com boa qualidade
A renda resultante da venda de ldquomadeira em peacuterdquo em espaccedilamentos
menores como o 3x2 m superam os mais espaccedilados como o 4x4 e 5x5 m com
receita duas vezes maior quando comparados os espaccedilamentos 3x2 e 5x5 m Esta
tendecircncia ocorre entre classes de produtividade e tambeacutem entre idades distintas
Com o aumento da idade de corte houve diminuiccedilatildeo nas receitas em todos
os espaccedilamentos pois o volume de madeira foi reduzido Isso ocorre como jaacute citado
anteriormente provavelmente devido ao autodesbaste das plantas caracteriacutestico da
espeacutecie Entretanto os custos tambeacutem sofreram reduccedilatildeo devido ao menor nuacutemero
de plantas por hectare e esta relaccedilatildeo deve ser analisada
O comportamento da renda bruta em relaccedilatildeo a madeira explorada segue a
mesma tendecircncia citada acima ou seja o menor espaccedilamento no melhor siacutetio
produtivo aos 5 anos eacute o que indica ser o mais viaacutevel Todavia deve-se interagir
custos e receitas para se inferir sobre o espaccedilamento mais adequado para se obter
a maior lucratividade
Na Tabela 2 eacute possiacutevel observar os iacutendices em siacutetios com classe de
produtividade baixa para a venda de lacircminas de paricaacute
67
Tabela 2 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute para venda preacute-corte em classe de produtividade baixa (17 ndash 19 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
5 a
no
s
MB -121915 - - -221422 -197665
ML -172080 - - -260253 -234631
L -256915 - - -325921 -297147
L (t) -350415 - - -419421 -390647
Luc -068 - - -195 -173
Lucr (t) -092 - - -251 -227
IR -047 - - -085 -079
IR (t) -038 - - -065 -060
6 a
no
s
MB -157604 - - -236236 -218806
ML -208865 - - -276654 -257335
L -316133 - - -361232 -337959
L (t) -427533 - - -472632 -449359
Luc -089 - - -215 -203
Lucr (t) -120 - - -281 -270
IR -056 - - -088 -084
IR (t) -043 - - -065 -062
7 a
no
s
MB -192230 - - -244377 -225943
ML -244145 - - -285258 -264961
L -376891 - - -388205 -363216
L (t) -508091 - - -519405 -494416
Luc -113 - - -236 -221
Lucr (t) -152 - - -316 -301
IR -065 - - -090 -086
IR (t) -048 - - -064 -060
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
Na Tabela 2 eacute possiacutevel observar que sob as condiccedilotildees analisadas nenhum
espaccedilamento eacute viaacutevel economicamente Jaacute o comportamento dos iacutendices financeiros
em classe de produtividade meacutedia pode ser observado na Tabela 3
68
Tabela 3 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute para venda preacute-corte em classe de produtividade meacutedia (19 ndash 21 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
5 a
no
s
MB -68537 -75377 -97128 -71245 -163995
ML -118702 -119176 -138025 -110076 -200962
L -203537 -193247 -207187 -175744 -263477
L (t) -297037 -286747 -300687 -269244 -356977
Luc -047 -053 -066 -055 -128
Lucr (t) -069 -079 -096 -085 -174
IR -033 -036 -043 -036 -067
IR (t) -026 -028 -034 -027 -051
6 a
no
s
MB -117998 -109790 -135159 -129382 -177806
ML -169258 -154944 -177514 -169800 -216334
L -276527 -249433 -266145 -254378 -296958
L (t) -387927 -360833 -377545 -365778 -408358
Luc -070 -073 -092 -093 -143
Lucr (t) -098 -106 -131 -133 -197
IR -046 -046 -055 -054 -071
IR (t) -035 -034 -041 -040 -052
7 a
no
s
MB -161999 -131381 -150483 -140593 -186011
ML -213914 -177089 -193352 -181475 -225030
L -346659 -292189 -301302 -284422 -323284
L (t) -477859 -423389 -432502 -415622 -454484
Luc -095 -090 -108 -106 -158
Lucr (t) -131 -130 -155 -155 -223
IR -057 -052 -059 -057 -073
IR (t) -042 -037 -042 -040 -051
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
Os prejuiacutezos obtidos nestas condiccedilotildees do terreno satildeo menores quando
comparados com siacutetios de produtividade baixa O mesmo comportamento tambeacutem
foi observado para siacutetios de classe de produtividade alta como indicado na Tabela
4
69
Tabela 4 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute pra venda preacute-corte em classe de produtividade alta (21 ndash 24 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
5 a
no
s
MB -49238 -13882 -35007 -46165 -63324
ML -99403 -57682 -75904 -84996 -100291
L -184238 -131752 -145066 -150664 -162806
L (t) -277738 -225252 -238566 -244164 -256306
Luc -041 -031 -039 -044 -053
Lucr (t) -061 -053 -064 -071 -084
IR -027 -017 -024 -028 -034
IR (t) -022 -014 -018 -021 -026
6 a
no
s
MB -81189 -43517 -66863 -90406 -111408
ML -132450 -88671 -109217 -130823 -149937
L -239718 -183160 -197848 -215401 -230561
L (t) -351118 -294560 -309248 -326801 -341961
Luc -056 -045 -055 -069 -084
Lucr (t) -081 -072 -087 -104 -125
IR -036 -026 -034 -041 -049
IR (t) -028 -020 -025 -031 -036
7 a
no
s
MB -143292 -71287 -85969 -103075 -120771
ML -195207 -116995 -128837 -143956 -159790
L -327953 -232094 -236787 -246903 -258044
L (t) -459153 -363294 -367987 -378103 -389244
Luc -085 -060 -069 -081 -096
Lucr (t) -120 -094 -107 -124 -144
IR -052 -034 -039 -045 -052
IR (t) -038 -025 -028 -032 -036
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
A inviabilidade econocircmica observada nas trecircs condiccedilotildees produtivas podem
ter sido provenientes do baixo valor de mercado praticado na regiatildeo
Apoacutes o pagamento de todos os desembolsos efetivos restou o deacutebito de R$-
13882 para o espaccedilamento 3x3 m Esta quantia jaacute pode ser considerada como
70
prejuiacutezo do investimento mesmo sem ser contabilizados o pagamento da matildeo de
obra familiar (administraccedilatildeo) e os custos de oportunidade do capital
O menor valor resultante para o espaccedilamento 5x5 m se deve ao fato de
existirem atividades iguais aos outros espaccedilamentos que estatildeo sendo executas em
tempo maior que dos outros povoamentos aumentando assim o custo de produccedilatildeo
Jaacute os resultados encontrados para o espaccedilamento 3x3 m em classe de
produtividade alta satildeo atribuiacutedos agrave eficiecircncia das operaccedilotildees de manutenccedilatildeo dos
plantios principalmente pelo controle de plantas daninhas
Depois do pagamento de todos os desembolsos efetivos foi admitida a
remuneraccedilatildeo da matildeo de obra familiar em virtude da administraccedilatildeo das aacutereas de
plantio sendo proporcional aos custos de produccedilatildeo de paricaacute A margem liacutequida
negativa indica que o empreendimento eacute economicamente inviaacutevel O valor admitido
por este iacutendice se positivo natildeo seria o lucro gerado pois ainda natildeo foi descontado
o custo de oportunidade do capital investido
Para todos os povoamentos analisados houve lucro negativo principalmente
quando foi considerada a remuneraccedilatildeo pelo uso da terra Isso significa que o
investimento natildeo foi atrativo financeiramente Este resultado natildeo eacute interessante
economicamente ao produtor e pode trazer consequecircncias ainda piores como falta
de incentivo agrave produccedilatildeo falta de demanda para venda da madeira em idade de corte
e preccedilos ainda menores do que os praticados
Considerando-se o pagamento pelo uso da terra o prejuiacutezo obtido pelo
plantio de paricaacute variou entre 53 e 316 sendo maior quando mais amplo o
espaccedilamento de plantio Desconsiderando o pagamento pelo uso da terra o
prejuiacutezo se tornou menor estando entre 31 e 236
Este iacutendice representa a capacidade da atividade de transformar
investimento em margem liacutequida Assim desconsiderando o pagamento pelo uso da
terra tem-se que para cada real investido obteve-se entre R$-090 e R$-017 de
margem liacutequida sendo mais atrativo o espaccedilamento 3x3 m em classe de
produtividade alta Considerando o custo da terra o valor foi de R$-065 a R$-014
sendo melhor nos menores espaccedilamento de plantio
Deve-se salientar novamente que o valor do msup3 de madeira utilizado nesta
pesquisa eacute proveniente do preccedilo meacutedio praticado pelo CERAT ndash PA Valores
superiores a este encontrados na regiatildeo podem alterar estes resultados tornando
estes povoamentos atrativos financeiramente (quando superiores a R$10000 msup3)
71
32 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA LAMINADA
O comportamento observado foi semelhante ao da madeira vendida em peacute
ou seja os iacutendices financeiros apontaram que a viabilidade econocircmica aos 5 anos
foi superior agraves outras idades de exploraccedilatildeo (Tabela 5)
Tabela 5 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de baixa produtividade (17 ndash 19 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
5 a
no
s
MB 460255 - - 82016 175950
ML 395361 - - 35131 130764
L 285617 - - -44157 54349
L (t) 192117 - - -137657 -39151
Luc 026 - - -008 009
Lucr (t) 017 - - -025 -006
IR 090 - - 010 039
IR (t) 074 - - 008 030
6 a
no
s
MB 416597 - - 84912 161477
ML 352612 - - 37786 116288
L 218717 - - -60828 21725
L (t) 107317 - - -172228 -89675
Luc 021 - - -011 004
Lucr (t) 010 - - -031 -015
IR 081 - - 011 034
IR (t) 065 - - 008 026
7 a
no
s
MB 374305 - - 138713 217110
ML 322390 - - 97831 178092
L 161775 - - -5115 79837
L (t) 30575 - - -136315 -51363
Luc 016 - - -001 013
Lucr (t) 003 - - -025 -008
IR 075 - - 031 058
IR (t) 057 - - 022 041
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
72
Os iacutendices econocircmicos para as classes de produtividade meacutedia e alta
encontram-se nas Tabelas 6 e 7
Tabela 6 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de meacutedia produtividade (19 ndash 21 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
5 a
no
s
MB 681518 625573 537181 600811 347713
ML 614747 566883 483159 548647 301344
L 501830 467631 391801 460430 222928
L (t) 408330 374131 298301 366930 129428
Luc 037 039 036 041 027
Lucr (t) 030 031 028 033 016
IR 137 139 126 147 087
IR (t) 114 113 101 117 069
6 a
no
s
MB 608614 588446 491228 506607 352752
ML 543338 530977 438275 456029 306227
L 406743 410719 327467 350188 208871
L (t) 295343 299319 216067 238788 97471
Luc 032 035 032 035 026
Lucr (t) 023 026 021 024 012
IR 124 133 116 125 089
IR (t) 099 104 090 095 067
7 a
no
s
MB 544335 665533 565255 585678 418169
ML 492420 619825 522386 544796 379151
L 329553 504725 414437 441850 280896
L (t) 198353 373525 283237 310650 149696
Luc 028 045 042 044 035
Lucr (t) 017 033 028 031 019
IR 113 181 159 171 123
IR (t) 087 131 114 121 086
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
73
Tabela 7 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de alta produtividade (21 ndash 24 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5 5
an
os
MB 882878 900802 817010 742105 726917
ML 815429 839950 760805 689059 677009
L 701365 737042 665754 599351 592608
L (t) 607865 643542 572254 505851 499108
Luc 045 049 048 047 048
Lucr (t) 039 043 041 040 041
IR 181 201 193 182 187
IR (t) 150 164 156 146 148
6 a
no
s
MB 843757 874244 783868 678388 646537
ML 777297 814644 728718 626556 597877
L 638225 689925 613313 518092 496052
L (t) 526825 578525 501913 406692 384652
Luc 042 047 046 043 044
Lucr (t) 035 039 038 034 034
IR 174 198 187 168 168
IR (t) 140 156 146 129 128
7 a
no
s
MB 730571 953571 867885 765231 729289
ML 678656 907863 825016 724350 690271
L 514396 792763 717066 621403 592016
L (t) 383196 661563 585866 490203 460816
Luc 037 056 055 053 053
Lucr (t) 028 047 045 042 041
IR 154 266 252 228 224
IR (t) 119 192 180 161 157
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
Contrariamente agrave preacute-colheita a venda de madeira de paricaacute poacutes-colheita
tem demonstrado viabilidade economica para as idade classe de produtividade e
espaccedilamento analisados como observados nos iacutendices a seguir
Apoacutes o pagamento de todos os custos efetivos notou-se uma vantagem no
uso de espaccedilamentos mais adensados Nestes ambientes a margem bruta foi por
74
vezes maior que 40 em relaccedilatildeo aos maiores espaccedilamentos Poreacutem restam ainda
o pagamento pela administraccedilatildeo e uso do capital No entanto verificou-se que a
maioria dos projetos avaliados foram viaacuteveis economicamente pois se obteve
resultados positivos para a madeira laminada
A matildeo-de-obra familiar foi remunerada mantendo-se o montante positivo
Este montante foi utilizado posteriormente como forma de pagamento pelo custo de
oportunidade do capital Observa-se que este iacutendice manteve a tendecircncia de
comportamento semelhante agrave margem bruta exprimindo a viabilidade dos projetos
Lucro negativo soacute foi observado em espaccedilamentos amplos como o 4x4 e
5x5 m em classe de produtividade baixa em todos os anos analisados Isso
significa que o custo de oportunidade do uso do capital natildeo estaacute sendo remunerado
O resultado encontrado eacute consequecircncia de volume insuficiente de lacircminas
para o pagamento do processo produtivo Vale salientar que o processo de
laminaccedilatildeo natildeo foi quantificado
O intervalo de lucratividade sem considerar o pagamento pelo uso da terra
variou de -31 agrave 56 ou seja existem povoamentos que em certas condiccedilotildees
foram inviaacuteveis economicamente como eacute o caso dos espaccedilamentos 4x4 e 5x5 m
em classe de produtividade baixa com exploraccedilatildeo aos 5 anos Outros povoamentos
ao contraacuterio possuem lucratividade de 56 Como exemplo pode-se citar o 3x3 m
aos 7 anos em classe de produtividade alta
Quando se considera o pagamento pelo uso da terra a mesma tendecircncia foi
observada poreacutem a lucratividade foi menor
A capacidade da atividade em transformar o investimento em margem
liacutequida variou entre R$034 e R$266 sendo mais atrativo o espaccedilamento 3x3 m
Considerando o custo da terra o valor corresponde entre R$008 e R$192 sendo
melhor quanto menor o espaccedilamento de plantio
Considerando os valores obtidos nas Tabelas 5 6 e 7 foi possiacutevel inferir
sobre os custos maacuteximos que poderiam ser destinados agrave laminaccedilatildeo para que todas
as despesas fossem pagas obtendo lucratividade zero Na Tabela 8 eacute indicado
quais satildeo estes valores
75
Tabela 8 Valores maacuteximos a serem pagos pela laminaccedilatildeo (R$msup3)
Idade Classe produtiva (m) Espaccedilamentos (m)
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5 5
ano
s Baixa 1184 - - -1930 -533
Meacutedia 2206 2414 2238 2708 1472
Alta 3144 3550 3580 3459 3812
6 a
no
s Baixa 707 - - -2400 -1260
Meacutedia 1751 2049 1753 2033 1099
Alta 2857 3317 3292 3033 3286
7 a
no
s Baixa 131 - - -3253 -2045
Meacutedia 1189 1557 1223 1543 476
Alta 2255 2916 2883 2613 2836
Estas informaccedilotildees satildeo valores meacutedios dos espaccedilamentos para cada classe
de produtividade e idade Como pressupotildee-se que em siacutetio de melhor qualidade haacute
maior renda eacute possiacutevel o pagamento de um valor substancialmente maior do que
em classe de produtividade meacutedia Observa-se ainda a inviabilidade da praacutetica de
laminaccedilatildeo em classe de produtividade baixa independente da idade de corte pois a
receita foi menor que os custos mesmo sem a laminaccedilatildeo Essa consideraccedilatildeo
reforccedila os argumentos de suporte sobre os menores espaccedilamentos serem os mais
apropriados para o plantio de paricaacute
33 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA
331 Benefiacutecio perioacutedico equivalente ndash BPE
Para a taxa de 6 aa em povoamentos natildeo explorados o BPE obtido
variou entre R$-24042 e R$-8005 para os espaccedilamentos 4x4 e 3x3 m
respectivamente (Tabela 9) Isso indica que o espaccedilamento 3x3 m na classe de
produtividade alta com corte aos 5 anos eacute o que resultou no menor prejuiacutezo
financeiro sob estas condiccedilotildees analisadas Jaacute o 4x4 m em classe de produtividade
baixa com corte aos 7 anos foi a pior escolha de investimento
76
Tabela 9 BPE de plantios de paricaacute situados na regiatildeo de Paragominas PA
Idade Espaccedil
(m)
BPE (VTHA) BPE (VCHA)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 -15515 -12312 -11154 17037 30010 41982
3x3 - -11695 -8005 - 27958 44123
3x4 - -12531 -8804 - 23408 39845
4x4 -19655 -10645 -9140 -2749 27526 35861
5x5 -17929 -15909 -9868 3161 13276 35456
6 a
no
s
3x2 -19068 -16692 -14483 13023 24305 38193
3x3 - -15066 -11090 - 24543 41296
3x4 - -16069 -11971 - 19548 36699
4x4 -21774 -15363 -13024 -3750 20911 30986
5x5 -20378 -17917 -13934 1204 12432 29663
7 a
no
s
3x2 -22761 -20948 -19825 8894 18907 29965
3x3 - -18281 -14675 - 20779 36619
3x4 - -18827 -14957 - 16500 33111
4x4 -24042 -17815 -15564 -5944 18385 28258
5x5 -22542 -20146 -16232 -842 10264 27366
Em que Espaccedil = espaccedilamento (m) BPE (VTHA) = benefiacutecio perioacutedico equivalente para venda de madeira em peacute e BPE (VCHA) = benefiacutecio perioacutedico equivalente para venda de madeira laminada
A mesma tendecircncia foi observada em povoamentos explorados em que o
BPE variou entre R$-5944 e R$44123 sendo o espaccedilamento 3x3 m a melhor
opccedilatildeo de investimento O mesmo resultado foi obtido por Pavan et al (2010) com
plantios de eucalipto no Rio Grande do Sul para laminaccedilatildeo
Caso ocorressem mudanccedilas na taxa de desconto estas contribuiriam para o
aumento ou reduccedilatildeo dos lucros do plantio Segundo Soares et al (2003) aumentos
na taxa de desconto afetam significativamente o VPL e consequentemente o BPE
indicando que quanto menor a taxa de desconto utilizada maior seraacute a lucratividade
do projeto
A partir da anaacutelise econocircmica dos diferentes sistemas de plantio pode-se
inferir que o motivo pelo qual a classe de produtividade baixa resultou em uma das
piores alternativas financeiras estaacute relacionado ao autodesbaste das plantas neste
ambiente Como estas aacutereas dispotildeem de menores recursos eacute possiacutevel que tenha
77
ocorrido uma expressiva mortalidade de plantas devido agrave concorrecircncia por luz e
nutrientes do solo
Todos os espaccedilamentos de plantio podem ser alternativas viaacuteveis que
poderatildeo contribuir de maneira mais significativa na medida em que alcancem sua
capacidade maacutexima de incremento Isso eacute obtido com a diferenciaccedilatildeo entre os
horizontes de planejamento que natildeo podem ser idecircnticos para todos os
espaccedilamentos de plantio haja vista que as aacutervores se comportam de maneiras
diferentes nestes espaccedilamentoss devido agrave disponibilidade de recursos
Esta afirmaccedilatildeo jaacute foi comprovada em estudos realizados por Cordeiro et al
(2009) em que foi constatado que o sistema de produccedilatildeo do paricaacute em cultivo puro
sob o espaccedilamento 4x3 m nos quatro primeiros anos de cultivo natildeo apresentaram
viabilidade econocircmica sugerindo a necessidade de maior horizonte de
planejamento
78
4 CONCLUSOtildeES
O monocultivo de paricaacute em qualquer um dos espaccedilamentos analisados foi
considerado inviaacutevel por todos os criteacuterios utilizados nesta anaacutelise econocircmica
quando se objetivou a venda da madeira sem exploraccedilatildeo Essa resposta estaacute
associada ao baixo valor de mercado ao qual a espeacutecie estaacute subordinada
A exploraccedilatildeo de madeira mesmo sendo um processo trabalhoso e
dispendioso eacute uma alternativa para se obter valores positivos com a produccedilatildeo de
paricaacute
Observando os custos e receitas oriundos de plantios de paricaacute pode-se
afirmar que espaccedilamentos mais amplos em classe de produtividade baixa satildeo
insuficientes para remunerar o processo de laminaccedilatildeo
O maior retorno financeiro foi obtido em povoamentos de paricaacute implantados
em classe de produtividade alta sob o espaccedilamento 3x3 m com exploraccedilatildeo aos 5
anos
79
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
CHICHORRO J F BAUER M O ANDRADE W S SILVA G F SANTOS F R SILVA J L NOGUEIRA M A Avaliaccedilatildeo econocircmica de projetos florestais In CHICHORRO J F BAUER M O GARCIA G O CALDEIRA M V W Toacutepicos especiais em ciecircncias florestais 1 ed Visconde do Rio Branco Suprema 2010 v 1 p 231-260 COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO ndash CONAB Custo de produccedilatildeo agriacutecola a metodologia da Conab Brasiacutelia Conab 2010 60p COORDENADORIA EXECUTIVA DA ADMINISTRACcedilAtildeO TRIBUTAacuteRIA ndash CERAT Boletim informativo de preccedilos Paraacute 2013 22p CORDEIRO I M C C SANTANA A C LAMEIRA O A SILVA I M Anaacutelise econocircmica dos sistemas de cultivo com Schizolobium parahyba var amazonicum (Huber ex Ducke) Barneby (Paricaacute) E Ananas comosus var erectifolius (L B Smith) Coppus amp Leal (Curauaacute) no municiacutepio de Aurora do Paraacute (PA) Brasil Facultad Agronomiacutea (LUZ) 2009 26 243-265 FARO C Elementos de engenharia econocircmica 3ed Satildeo Paulo Atlas 1979 328p MELLO A A CARNIERI C ARCE J E SANQUETTA C R Planejamento florestal visando agrave maximizaccedilatildeo dos lucros e a manutenccedilatildeo do estoque de carbono Cerne Lavras v 11 n 3 p 205-217 julset 2005 OLIVEIRA A D REZENDE J L P Economia Florestal Lavras UFLAFAEPE 2004 101p PAVAN J A ALVES T W SOUZA M A Viabilidade Econocircmica da Produccedilatildeo de Eucaliptos no Rio Grande do Sul Associaccedilatildeo Brasileira de Custos vol 5 n 1 78-109 JanAbr 2010 REZENDE J L P OLIVEIRA A D Anaacutelise econocircmica e social de projetos florestais Viccedilosa MG UFV 2001 389 p SILVA M L JACOVINE L A G VALVERDE S R Economia Florestal 2 ed Viccedilosa UFV 2005 178p SOARES T S CARVALHO R M M A VALE A B Avaliaccedilatildeo econocircmica de um povoamento de Eucalyptus grandis destinado a multiprodutos Aacutervore Viccedilosa-MG v27 n5 p689-694 2003
80
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A partir das condiccedilotildees estabelecidas notou-se o efeito dos espaccedilamentos
de plantio na viabilidade econocircmica dos povoamentos de paricaacute
Em relaccedilatildeo aos custos de produccedilatildeo eles devem ser separados por
atividades sendo elas preparo da aacuterea plantio adubaccedilatildeo manutenccedilatildeo colheita e
transporte laminaccedilatildeo custo de administraccedilatildeo remuneraccedilatildeo do capital investido
Dentro de cada atividade alguns custos podem sofrer a influecircncia do
nuacutemero de plantas por hectare Como exemplo pode-se citar o nuacutemero de diaacuterias
necessaacuterias para alinhamento coveamento e plantio das mudas aleacutem da
quantidade de adubo necessaacuterio para adubaccedilatildeo de cova
O maior nuacutemero de operaccedilotildees ocorre no periacuteodo de manutenccedilatildeo dos
plantios poreacutem nenhuma delas foi considerada dispendiosa Os maiores custos
individuais foram do transporte de madeira do povoamento ateacute a induacutestria em
todos os espaccedilamentos analisados devido agraves condiccedilotildees de traacutefego nas estradas
A relaccedilatildeo entre volume comercial volume laminado e os custos de
produccedilatildeo determinam entatildeo a viabilidade dos plantios sendo o espaccedilamento mais
viaacutevel aquele que consegue absorver esta relaccedilatildeo de maneira mais eficiente
Entretanto estudos ainda devem ser desenvolvidos para averiguar a relaccedilatildeo entre a
espeacutecie e os espaccedilamentos de plantio
ABSTRACT
SILVEIRA R Economic evaluation of the production of wood paricaacute
(Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) under different planting spacings
2014 Dissertation (Master of Forest Science) - Federal University of Espiacuterito Santo
Jerocircnimo Monteiro ES Advisor Prof Dr Gilson Fernandes da Silva
Coorientadores Prof Dr Adriano Ribeiro de Mendonccedila and Prof Dr Wendel Sandro
de Paula Andrade
Paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) is a native species that has
been gaining prominence among commercial plantations in the Amazon region its
growth characteristics and production for multiple uses For this reason the aim of
this study was to evaluate the effect of planting space in economic analysis of timber
production paricaacute For this the data used in this study originate homogeneous stands
planted under the spacings 3x2 3x3 3x4 4x4 and 5x5 m located in the State of
Paraacute These stands were inventoried annually by fifth year and analyzed three
classes of productivity in each spacing which are Low (17 ndash 19 m) Medium (19 ndash 21
m) and High (21 ndash 24 m) Later with the aid of modeling the total and laminate
volumes were estimated at 5 6 and 7 years Estimate the volume and identified all
the costs these were deflated by the IGP ndash DI and subsequently undercapitalized
Thus we proceeded to the economic analysis using the methodology developed by
the Institute of Agricultural Economics along with the criterion periodic benefit
equivalent As a result it was found that the actual operating costs represented on
average 65 of total costs of production transportation and the most expressive
individual cost in all spacings analyzed The economic analysis indicated that the
monoculture paricaacute regardless of spacing was impracticable when used to sell the
timber without exploitation This response is associated with low market value to
which the species is subject The logging even being a laborious and costly process
an alternative is to give positive values to the production of paricaacute Therefore it can
be inferred that the greatest financial return is obtained in stands of paricaacute deployed
in class high productivity under the 3x3 m spacing with operating at 5 years
However for larger planting space studies have yet to be developed
Keywords Productivity class age economic indices
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO GERAL 11
11 OBJETIVO GERAL 13 12 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 13
2 REVISAtildeO DE LITERATURA 14
21 PARICAacute 14 211 Descriccedilatildeo botacircnica e anatocircmica do paricaacute 14 212 Caracteriacutesticas silviculturais do paricaacute 15 213 Utilizaccedilatildeo do paricaacute 16
22 CRESCIMENTO E PRODUCcedilAtildeO DO PARICAacute 17 23 RENDIMENTO EM LAMINACcedilAtildeO DE PARICAacute 18 24 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO 19
241 Teoria dos custos 19 242 A importacircncia dos custos 21 243 Classificaccedilatildeo dos custos 21 244 Componentes do custo 22 245 Iacutendices econocircmicos 24 246 Custos na empresa florestal 26
25 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DE PROJETOS FLORESTAIS 27
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 28
CAPIacuteTULO 1 31
RESUMO 31
ABSTRACT 32
1 INTRODUCcedilAtildeO 33
2 MATERIAL E MEacuteTODOS 35
21 AacuteREA EM ESTUDO 35 22 ESTIMATIVA DA PRODUCcedilAtildeO 36 23 DESCRICcedilAtildeO DAS ATIVIDADES 38 24 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS 39 25 CLASSIFICACcedilAtildeO DOS CUSTOS 41
3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 43
31 ESTIMATIVA DE VOLUME 43 32 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO 45
321 Custo operacional efetivo ndash COE 45 322 Custo operacional total ndash COT 47 323 Custo total ndash CT 50
4 CONCLUSOtildeES 54
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 55
CAPIacuteTULO 2 57
RESUMO 57
ABSTRACT 58
1 INTRODUCcedilAtildeO 59
2 MATERIAL E MEacuteTODOS 61
21 OBTENCcedilAtildeO DAS RECEITAS 61 22 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS 61 23 IacuteNDICES ECONOcircMICOS DA PRODUCcedilAtildeO 62 24 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DOS PROJETOS 63
241 Benefiacutecio perioacutedico equivalente (BPE) 63
3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 65
31 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA VENDA DE MADEIRA EM PEacute 65 32 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA LAMINADA 71 33 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA 75
331 Benefiacutecio perioacutedico equivalente ndash BPE 75
4 CONCLUSOtildeES 78
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 79
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 80
11
1 INTRODUCcedilAtildeO GERAL
As florestas naturais somavam em 2007 cerca de 4 bilhotildees de hectares
cobrindo aproximadamente 30 da superfiacutecie terrestre segundo informaccedilotildees da
FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION ndash FAO (2007) Deste montante cerca
de metade da vegetaccedilatildeo ainda estaacute concentrada em cinco paiacuteses sendo o Brasil o
detentor da segunda maior cobertura florestal do planeta
Segundo o Sistema Nacional de Informaccedilotildees Florestais ndash SNIF (2014)
estimava-se que 69 desta cobertura teriam potencial produtivo Com isso ampliou-
se a participaccedilatildeo do setor florestal brasileiro no comeacutercio mundial Entretanto o
setor ainda encontra dificuldades na expansatildeo dos seus negoacutecios especialmente a
regiatildeo amazocircnica devido agraves restriccedilotildees impostas pela legislaccedilatildeo frente ao apelo
ambiental que a regiatildeo desperta em resposta a ocupaccedilatildeo desordenada
Com a implantaccedilatildeo de novas normas de exploraccedilatildeo reduziu-se a
disponibilidade de madeira no mercado expondo-se entatildeo a necessidade de fontes
alternativas para produccedilatildeo de mateacuteria-prima Assim a partir da praacutetica de
reflorestamento estaacute sendo possiacutevel ampliar o estoque de madeira para atender as
demandas atuais e futuras
Em 2012 o consumo brasileiro de madeira em tora proveniente de plantios
florestais foi de 1824 milhotildees de metros cuacutebicos (msup3) um indicador 72 superior
ao de 2011 (ABRAF 2013) Isso indica que a praacutetica do reflorestamento eacute uma
alternativa de negoacutecio que se expandiu no ultimo ano
Segundo o SNIF (2014) o Brasil deteacutem as melhores tecnologias na
silvicultura de eucalipto e outras espeacutecies vecircm sendo estudadas entre elas a acaacutecia
(Acacia mangium Willd) a seringueira (Hevea brasiliensis (Willd ex Adr de Juss)
Muell-Arg) e o paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) Em 2012 a aacuterea
ocupada por plantios florestais de espeacutecies natildeo convencionais como acaacutecia
araucaacuteria poacutepulus teca seringueira e paricaacute foi de 521131 ha representando
72 da aacuterea total de plantios florestais no Brasil (ABRAF 2013) Esta participaccedilatildeo
ainda que pequena se deve agraves caracteriacutesticas de crescimento e produccedilatildeo obtidas
por estas espeacutecies
Na regiatildeo amazocircnica o paricaacute eacute a espeacutecie que vem ganhando destaque
entre os plantios comerciais pelas suas caracteriacutesticas de crescimento e produccedilatildeo
12
para muacuteltiplos usos tornando crescente a demanda industrial por madeira de
lacircminas e compensados para a qual a espeacutecie eacute utilizada (MARQUES et al 2006)
Os primeiros registros com o plantio de paricaacute no Estado do Paraacute constam
da deacutecada de 1950 os quais tinham o objetivo de preservar a caracteriacutestica da
floresta amazocircnica em espaccedilos puacuteblicos e de fomentar estudos sobre o
comportamento e caracteriacutesticas das espeacutecies plantadas (MARQUES et al 2006)
Desde entatildeo muitos plantios foram registrados no Paraacute e em toda regiatildeo
amazocircnica e vaacuterios estudos foram desenvolvidos podendo-se destacar Hoffmann
(2009) Vidaurre et al (2012) Santos (2012) e Corteletti (2013) que trabalharam
com povoamentos de paricaacute localizados entre os municiacutepios de Dom Elizeu e
Paragominas estado do Paraacute Estes estudos comprovaram o alto potencial de
produccedilatildeo madeireira do paricaacute e servem como incentivo para que se estabeleccedilam
novos povoamentos Embora jaacute se tenham muitos plantios com esta espeacutecie na
Amazocircnia ainda satildeo necessaacuterios estudos com o objetivo de identificar as
caracteriacutesticas dendromeacutetricas avaliar a qualidade da madeira e sua produccedilatildeo
A atenccedilatildeo deve ser direcionada tambeacutem para os custos de produccedilatildeo
destes povoamentos que vecircm sendo estabelecidos na regiatildeo amazocircnica Natildeo
existem estudos suficientes que comprovem a lucratividade desta atividade Os
estudos que se tecircm disponiacuteveis ainda satildeo muito geneacutericos e as informaccedilotildees
carentes de dados do processo de implantaccedilatildeo da cultura
O monitoramento do processo produtivo tem sido realizado para identificar
os custos de produccedilatildeo sendo um instrumento necessaacuterio para se avaliar (medir) a
eficiecircncia das empresas Outra teacutecnica utilizada eacute a avaliaccedilatildeo econocircmica dos
projetos que testam a viabilidade de sua execuccedilatildeo
Para testar a viabilidade econocircmica dos projetos florestais faz-se necessaacuterio
o emprego de teacutecnicas econocircmicas sendo as mais tradicionais aquelas em que se
calculam o valor presente liacutequido (VPL) a taxa interna de retorno (TIR) e o benefiacutecio
perioacutedico equivalente (BPE) Este uacuteltimo sendo empregado frequentemente para
projetos com diferentes horizontes de planejamento (REZENDE OLIVEIRA 2001)
O teste da viabilidade econocircmica tem por finalidade estudar a capacidade
financeira do empreendimento a fim de verificar a possibilidade de sua
implementaccedilatildeo por meio da capacidade de sobrevivecircncia no mercado e da
identificaccedilatildeo dos fatores que podem dificultar as possibilidades de ecircxito do mesmo
comprovando-se assim a sua necessidade de execuccedilatildeo
13
11 OBJETIVO GERAL
Avaliar o efeito dos espaccedilamentos de plantio na anaacutelise econocircmica da
produccedilatildeo de madeira de paricaacute
12 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
a) Definir os custos de produccedilatildeo de povoamentos de paricaacute
b) Identificar os custos de produccedilatildeo mais afetados pelos espaccedilamentos
de plantio
c) Avaliar a participaccedilatildeo individual dos custos no processo de
implantaccedilatildeo colheita e transporte e
d) Identificar o espaccedilamento que forneceraacute o maior retorno econocircmico
por meio de indicadores e criteacuterio de avaliaccedilatildeo
14
2 REVISAtildeO DE LITERATURA
21 PARICAacute
A espeacutecie Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke foi descoberta por
Huber e descrita por Ducke em 1922 sendo vulgarmente conhecida como pinho-
cuiabano paricaacute-da-amazocircnia paricaacute-da-terra-firme (Mato Grosso) paricaacute paricaacute-
grande faveira (Paraacute) canafista canafiacutestula fava-canafiacutestula (Acre) bandarra
(Rondocircnia) guapuruvu-da-amazocircnia (Distrito federal) aleacutem de cereboacute (Boliacutevia)
tambor (Colocircmbia) gavilaacuten (Costa Rica) pachaco (Equador) palo de judiacuteo palo de
picho (Meacutexico) e pashaco (Peru) (CARVALHO 2007)
Ocorre naturalmente em toda regiatildeo amazocircnica principalmente no Mato
Grosso Paraacute Amazonas e Rondocircnia no Brasil aleacutem de outros paiacuteses como Peru
Boliacutevia Colocircmbia e Venezuela (SOUZA et al 2005) Sobrevive em mata primaacuteria e
secundaacuteria de terra firme e vaacuterzea alta notadamente nas formaccedilotildees do tipo floresta
densa e floresta aberta em solos argilosos e altitudes de ateacute 800 metros
(CARVALHO 1994 ROSA 2006a)
A espeacutecie eacute tolerante a solos de baixa fertilidade e adapta-se agrave precipitaccedilatildeo
meacutedia anual de 1600 mm a 5850 mm e temperatura meacutedia de 248 ordmC (CRESPO et
al 1995) Por ser uma espeacutecie essencialmente helioacutefila natildeo tolera baixas
temperaturas (CARVALHO 2007)
211 Descriccedilatildeo botacircnica e anatocircmica do paricaacute
Segundo o sistema de classificaccedilatildeo de Cronquist a espeacutecie Schizolobium
amazonicum pertence agrave famiacutelia Caesalpiniaceae (Leguminosae Caesalpinioideae)
sendo da divisatildeo Magnoliophyta (Angiospermae) da classe Magnoliopsida
(Dicotyledonae) e ordem das Fabales
O paricaacute eacute uma aacutervore deciacutedua que pode atingir 40 m de altura e 100 cm de
DAP (diacircmetro a altura do peito medido a 130 m do solo) na idade adulta
15
(CARVALHO 2007) Seu tronco eacute ciliacutendrico e reto com casca de cor cinza clara
podendo conter sapopemas A madeira eacute macia leve com textura grossa gratilde direita
e irregular cerne creme-avermelhado e alburno creme-claro Tecircm faacutecil
processamento mas baixa durabilidade natural (SOUZA et al 2005)
Rosa (2006a) trabalhando com a botacircnica anatomia e tecnologia de paricaacute
comprovou que ao longo do crescimento vegetativo a espeacutecie pode possuir
caracteriacutesticas dendroloacutegicas diferenciadas em termos de coloraccedilatildeo da casca e do
surgimento de sapopemas
212 Caracteriacutesticas silviculturais do paricaacute
As sementes de paricaacute possuem alto grau germinativo podendo chegar a
90 Isso pode ser comprovado em estudos realizados por Lameira et al (2000)
com a propagaccedilatildeo do paricaacute por meio de sementes submetidas a processos
mecacircnicos fiacutesicos e quiacutemicos de quebra de dormecircncia Nesse estudo foi constatado
que as sementes possuem um percentual de germinaccedilatildeo de 80 a 90
O paricaacute possui entretanto dificuldade em seu manejo por seu elevado teor
de umidade e susceptibilidade ao ataque de microorganismos aleacutem da dormecircncia
tegumentar que necessita de tratamentos preacute-germinativos (ROSA 2006b
CARVALHO 2007)
Para o armazenamento de sementes eacute recomendado um periacuteodo maacuteximo de
12 meses tendo em vista que a partir do oitavo mecircs ocorre reduccedilatildeo na viabilidade
das sementes como pode ser observado no trabalho de Rosa (2006a) sobre a
ecologia e silvicultura do paricaacute
Apoacutes serem retiradas do armazenamento as sementes podem ser plantadas
de duas maneiras colocando-se as sementes para germinar em canteiros
(sementeiras) ou semeando-as diretamente na embalagem plaacutestica Ambas as
opccedilotildees permitem sobrevivecircncia de no miacutenimo 80 das plantas sendo
consideravelmente aceitaacutevel (SOUZA et al 2003)
No que se refere a implantaccedilatildeo de povoamentos uma atenccedilatildeo especial
deve ser direcionada agrave escolha do espaccedilamento a ser utilizado No Estado do Paraacute
diversos espaccedilamentos tem sido adotados (3x3 m 4x4 m 3x4 m 5x4 m 6x4 m)
16
principalmente em plantios mais antigos estando os mais recentes em maior
padronizaccedilatildeo com espaccedilamentos de 4x4 m Isso provavelmente se deve agrave
facilidade de mecanizaccedilatildeo (MARQUES et al 2006) Aleacutem disso estudos vecircm
comprovando que o espaccedilamento 4x4 m eacute mais utilizado pois proporciona a melhor
relaccedilatildeo entre crescimento em altura e diacircmetro das aacutervores (ROSA 2006b)
Em sistemas silviculturais mais adensados ou em plantios puros o paricaacute
tem demonstrado crescimento inicial em altura bastante raacutepido sendo necessaacuterios
desbastes para manter equiliacutebrio adequado entre a retirada de indiviacuteduos de
qualidade inferior doentes ou danificados e a manutenccedilatildeo de espaccedilamento
aproximadamente regular entre as plantas Deve-se ressaltar entretanto que a
espeacutecie eacute bastante suscetiacutevel aos danos causados por ventos fortes principalmente
nos estaacutegios iniciais de desenvolvimento As aacutervores isoladas e plantas da
bordadura satildeo mais propensas a quebras poreacutem estes danos satildeo bastante
reduzidos com a presenccedila de mata ou de relevo ondulado nas proximidades que
possam proteger o povoamento e reduzir esses efeitos do vento (SOUZA et al
2003)
No estudo realizado por Rondon (2002) concluiu-se que ateacute o terceiro ano o
paricaacute eacute altamente vulneraacutevel ao vento principalmente nos espaccedilamentos 4x2 m e
2x2 m Por tal motivo medidas preventivas devem ser tomadas no iniacutecio da
implantaccedilatildeo deixando-se uma faixa de mata nativa em torno do plantio Desta
maneira sob os espaccedilamentos 15x15 m 2x2 m 3x2 m 3x3 m 4x2 m 4x3 m e 4x4
m avaliadas pelo autor os dois uacuteltimos foram os que proporcionaram maiores
crescimentos em altura e diacircmetro
213 Utilizaccedilatildeo do paricaacute
Essa espeacutecie eacute bastante utilizada na produccedilatildeo de lacircminas meacutedias ou parte
interna de compensados caixotaria leve portas e parquete tendo em vista que
pode ser alcanccedilado o rendimento de ateacute 80 de aproveitamento da madeira no
processo de laminaccedilatildeo (MARQUES et al 2006)
17
Ela pode ser utilizada para produccedilatildeo energeacutetica assim como a produccedilatildeo de
papel e celulose por sua facilidade de branqueamento Propriedades medicinais
tambeacutem podem ser encontradas principalmente na casca (CARVALHO 2007)
Carvalho (2007) afirma ainda que esta espeacutecie tem grande potencial para
recuperaccedilatildeo de aacutereas degradadas Por ser uma espeacutecie pioneira o paricaacute tem bom
desenvolvimento na maioria dos solos amazocircnicos contribuindo com
sombreamento o desenvolvimento de espeacutecies cliacutemax que por ventura se
estabeleccedilam na aacuterea
O paricaacute pode ser utilizado ainda para artesanato sendo seu uso mais
comum na fabricaccedilatildeo de brinquedos saltos para calccedilados e aeromodelismo
(SOUZA et al 2003)
22 CRESCIMENTO E PRODUCcedilAtildeO DO PARICAacute
O crescimento e a produccedilatildeo de um povoamento florestal dependem da
idade da capacidade produtiva do grau de utilizaccedilatildeo do potencial produtivo do lugar
e de tratamentos silviculturais (SCOLFORO 2006 CAMPOS LEITE 2009) Esta
relaccedilatildeo pode ser mensurada por meio de modelos de crescimento e produccedilatildeo
mecaniacutesticos ou empiacutericos sendo este uacuteltimo o mais utilizado
Santos (2012) estudando o crescimento e produccedilatildeo de plantios de paricaacute
sob diferentes espaccedilamentos ajustou o modelo logiacutestico para estimar o crescimento
em diacircmetro e volume das aacutervores em cada espaccedilamento em funccedilatildeo da idade O
autor observou efeito significativo do espaccedilamento sobre as variaacuteveis diacircmetro
quadraacutetico e volume em todas as idade evidenciando a dependecircncia entre os
fatores
Neste mesmo estudo foi constatado que a maior diferenccedila entre as meacutedias
do diacircmetro quadraacutetico e o volume foi entre os espaccedilamentos extremos 3x2 m e 5x5
metros Assim o maior crescimento em diacircmetro quadraacutetico foi verificado no espaccedilo
vital com 25 msup2 e o maior crescimento em volume por aacuterea no espaccedilamento de 6msup2
Anteriormente Hoffmann (2009) jaacute havia verificado a influecircncia do diacircmetro
no rendimento da laminaccedilatildeo em que o aumento do diacircmetro promoveu maior
rendimento O mesmo foi observado por Silva et al (2013)
18
23 RENDIMENTO EM LAMINACcedilAtildeO DE PARICAacute
A produccedilatildeo de lacircminas em escala comercial surgiu a partir do seacuteculo XX
sendo impulsionada no Brasil na deacutecada de 30 com o objetivo de confeccionar
madeira compensada que tem como mateacuteria-prima paineacuteis de lacircminas de madeira
Este material eacute submetido a um processo de colagem e prensagem com adesivos
resistentes ou agrave prova drsquoaacutegua tendo muacuteltiplas aplicaccedilotildees na construccedilatildeo civil na
fabricaccedilatildeo de moacuteveis formas para concreto embalagens transporte e aplicaccedilotildees
agriacutecolas (BORDUELLE IWAKIRI MARTINS et al 2006 IWAKIRI PRATA 2008)
A qualidade da laminaccedilatildeo eacute influenciada por caracteriacutesticas da espeacutecie
(densidade da madeira) caracteriacutesticas do fuste (diacircmetro e forma) e gratilde (direccedilatildeo e
inclinaccedilatildeo) e por condiccedilotildees operacionais do equipamento (velocidade de corte
ajuste da geometria da faca e barra de pressatildeo afiaccedilatildeo da faca) sendo que a
automaccedilatildeo dos equipamentos tem resultado em lacircminas de maior qualidade e
produtividade (TSOUMIS 1991)
Esta busca pela qualidade e produtividade tem aumentado o interesse nos
estudos sobre a prognose do crescimento e da produccedilatildeo de povoamentos e do
processo de laminaccedilatildeo Isto ocorre porque as empresas florestais procuram
investimentos soacutelidos devido aos compromissos de longo prazo assumidos
As estimativas da produccedilatildeo de mateacuteria-prima e do rendimento do produto
final contribuem com o planejamento da empresa em relaccedilatildeo a novos investimentos
novos produtos a serem lanccedilados no mercado aleacutem da viabilidade do projeto em
execuccedilatildeo e de futuros investimentos Por isso faz-se necessaacuterio conhecer todo o
processo produtivo do produto com o qual se estaacute trabalhando
A laminaccedilatildeo da madeira pode ser obtida por meio de duas formas
comerciais
a) Lacircminas torneadas ndash obtidas a partir do ldquodesenrolamentordquo de toras grossas
relativamente curtas utilizando torno laminador
b) Lacircminas faqueadas ndash obtidas a partir de cortes planos realizados por
faqueadeira em peccedila de madeira em bloco
Independentemente do meacutetodo de obtenccedilatildeo de lacircminas um dos objetivos da
empresa florestal eacute a busca pelo aumento da produtividade Estas informaccedilotildees satildeo
obtidas por meio do acompanhamento do processo de transformaccedilatildeo das aacutervores
19
em lacircminas e a partir dos valores obtidos subtrai-se o produto final da quantidade
de madeira que iniciou o processo obtendo-se assim o rendimento
Para o paricaacute o rendimento encontrado em estudos realizados por Hoffmann
(2009) foi de aproximadamente 5031 em aacutervores aos 5 anos Jaacute Melo (2012)
alcanccedilou rendimento meacutedio de 59 Este autor afirma ainda que o rendimento em
laminaccedilatildeo pode ser facilmente estimado por meio de variaacuteveis dendromeacutetricas da
tora obtendo-se menores perdas para aacutervores com maiores diacircmetros
O resultado encontrado por Melo (2012) eacute semelhante ao de Bortoletto
Juacutenior e Belini (2002) para outra espeacutecie do mesmo gecircnero Estudando a produccedilatildeo
de lacircminas e compensados de guapuruvu (Schizolobium parayba (Vell) Blake)
proveniente de plantios mistos de espeacutecies nativas estes autores observaram que o
rendimento do processo de laminaccedilatildeo foi de aproximadamente 61 em lacircminas
verdes Isso demonstra que o gecircnero Schizolobium pode conter boas caracteriacutesticas
para laminaccedilatildeo
24 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO
241 Teoria dos custos
Segundo Pinto et al (2008) algumas terminologias devem ser consideradas
na contabilidade de custos
Gasto esforccedilo realizado pela empresa para obtenccedilatildeo de um bem ou serviccedilo
Investimento gasto com bens ou serviccedilos que traratildeo benefiacutecios futuros
Despesa consumo direto ou indireto com bens e serviccedilos com a finalidade
de obtenccedilatildeo de receitas
Perda gasto natildeo intencional decorrente de fatores externos e
Custos gastos acumulados para executar uma atividade fabricar um
produto ou adquirir uma mercadoria
Essas definiccedilotildees podem ser interpretadas como ilustrada na Figura 1
20
Figura 1 Forma esquemaacutetica da distribuiccedilatildeo de gastos Fonte Adaptado de Pinto et al (2008)
Aleacutem das terminologias apresentadas faz-se necessaacuterio definir orccedilamento
anaacutelise de projeto e o caacutelculo do custo de produccedilatildeo uma vez que satildeo peccedilas
fundamentais para o teste de viabilidade econocircmica do projeto
O orccedilamento tem por objetivo a verificaccedilatildeo preacutevia de gastos e a anaacutelise de
projetos objetiva a avaliaccedilatildeo econocircmica de investimentos que seratildeo realizados Jaacute o
caacutelculo do custo de produccedilatildeo por sua vez tem por objetivo quantificar o custo por
unidade produzida sendo este sempre realizado apoacutes o fim do ciclo de produccedilatildeo
O custo por produto encontrado eacute entatildeo comparado com receita obtida com
as vendas do produto e com o montante de capital utilizado na produccedilatildeo a fim de
serem calculados os indicadores econocircmicos para aquela atividade ou seja o custo
de produccedilatildeo de uma empresa eacute determinado pelas condiccedilotildees fiacutesicas de produccedilatildeo
pelo preccedilo dos recursos e pela conduta economicamente eficiente do proprietaacuterio
Custo eacute entatildeo o preccedilo pelo qual se obteacutem um bem (FERGUSON 2003)
O caacutelculo dos custos de produccedilatildeo por sua vez natildeo eacute uma tarefa faacutecil haja
visto que haacute um grande nuacutemero de informaccedilotildees que devem ser administradas para
que se tenha no final do periacuteodo de produccedilatildeo todos os custos referentes agravequela
atividade Por isso o aconselhaacutevel eacute que se faccedila o registro dos gastos
preferencialmente por atividade para facilidade de obtenccedilatildeo dos resultados
Custos
Investimentos
Despesas
PerdasUso para execuccedilatildeo de atividades adquirir mercadorias e fabricar produtos
Gastos que seratildeo usados no futuro para geraccedilatildeo de receita
Gastos que jaacute foram utilizados para geraccedilatildeo de receita
Gastos que natildeo foram usados para geraccedilatildeo de receita
21
242 A importacircncia dos custos
Para Hildebrand (1995) os custos geralmente contribuem para a anaacutelise a
curto meacutedio e longo prazo que geram informaccedilotildees importantes para o planejamento
e mensuraccedilatildeo da eficiecircncia de operaccedilotildees atividades e processos de produccedilatildeo da
empresa a avaliaccedilatildeo de alternativas de investimento novos negoacutecios e novos
sistemas de produccedilatildeo (processos maacutequinas e equipamentos entre outros)
O setor florestal trabalha geralmente a longo prazo que eacute um horizonte de
planejamento em que a curva de custo de produccedilatildeo corresponde agrave despesa com a
aquisiccedilatildeo dos fatores ao longo do caminho de expansatildeo Isto significa que para cada
niacutevel de produccedilatildeo existiraacute uma combinaccedilatildeo dos fatores variaacuteveis de miacutenimo custo
que junto com os fatores fixos permite a produccedilatildeo de determinada quantidade
(SIMONSEN1971 FERGUSON 2003) A ausecircncia do conhecimento sobre custos
provavelmente levaraacute a maacute aplicaccedilatildeo do capital de giro menor lucro menor
rentabilidade ameaccedilas a estabilidade econocircmica financeira e ao crescimento da
empresa (FERREIRA 2007)
243 Classificaccedilatildeo dos custos
Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo vaacuterios meacutetodos satildeo encontrados na
literatura sendo selecionado o modelo a partir da caracteriacutestica do produto ou do
modelo de produccedilatildeo que estaacute sendo analisado Em funccedilatildeo disso o Instituto de
Economia Agriacutecola ndash IEA oacutergatildeo vinculado agrave Secretaria de Agricultura e
Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo desenvolveu uma metodologia para o setor
agriacutecola designado Meacutetodo do Custo Operacional
Na metodologia do custo operacional se incluem apenas as despesas
efetivamente desembolsadas pelo produtor mais a depreciaccedilatildeo de maacutequinas e
benfeitorias e o custo estimado da matildeo-de-obra familiar Assim a remuneraccedilatildeo de
todos os outros fatores de produccedilatildeo natildeo incluiacutedos fica a cargo do resiacuteduo ou seja a
diferenccedila entre o custo operacional e o valor de venda do produto (MATSUNAGA et
al 1976)
22
O esquema da estrutura do custo de produccedilatildeo utilizada pelo IEA pode ser
visualizado a seguir
Figura 2 Estrutura dos custos de produccedilatildeo utilizada pelo IEA Fonte Nachiluk e Oliveira (2012) sup1 Contribuiccedilatildeo de Seguridade Social Rural
244 Componentes do custo
Os custos podem ser denominados custos expliacutecitos e impliacutecitos Os
desembolsos realizados satildeo denominados custos expliacutecitos segundo Pindyck e
Rubinfeld (1994) os quais abrangem remuneraccedilotildees de matildeo de obra salaacuterios e
custos de materiais e locaccedilatildeo de propriedades aleacutem do custo de oportunidade Eles
satildeo importantes pois envolvem pagamentos diretamente feitos pela empresa a
outras empresas e pessoas com as quais faz negoacutecios
Jaacute os custos impliacutecitos natildeo satildeo diretamente desembolsados no processo de
produccedilatildeo mas natildeo podem deixar de ser considerados uma vez que se constituem
de fato em dispecircndios Sua mensuraccedilatildeo se daacute de maneira indireta por meio da
atribuiccedilatildeo de valores que deveratildeo representar o custo de oportunidade de seu uso
Nesta categoria enquadram-se os gastos com depreciaccedilatildeo de benfeitorias
instalaccedilotildees maacutequinas e implementos agriacutecolas e remuneraccedilatildeo do capital fixo e da
terra (CONAB 2010)
Custo operacional
Custo operacional efetivo (COE)
Despesas com operaccedilotildees
Pagamentos de salaacuterios
Gastos com maacutequinas equipamentos e
implementos
Despesas com materiais
Sementes fertilizantes corretivos defensivos
sacarias etc
Encargos sociais
Custo operacional total (COT)
Depreciaccedilatildeo com maacutequinas juros de custeio e CSSRsup1
23
A classificaccedilatildeo proposta pelo IEA compreende elementos diferenciados
poreacutem de faacutecil interpretaccedilatildeo e mais adequado agrave tomada de decisotildees Assim
segundo Matsunaga et al (1976) essa classificaccedilatildeo eacute composta dos seguintes
custos
a) Custo Operacional Efetivo ndash COE
O custo operacional efetivo envolve todos os custos expliacutecitos ou seja o
custo de todos os recursos de produccedilatildeo que exigem desembolso por parte da
empresa para sua recomposiccedilatildeo excluindo-se a matildeo-de-obra familiar
Assim mesmo que determinado produto tenha sido adquirido no periacuteodo
anterior por exemplo deveraacute ser contabilizado aqui pois em algum momento houve
o desembolso para a compra do mesmo Nesse caso eacute importante que seja utilizado
o preccedilo de mercado atual e natildeo o valor pago anteriormente devido ao custo de
oportunidade
b) Custo Operacional Total ndash COT
O custo operacional total envolve a soma do COE o valor da matildeo-de-obra
familiar e as depreciaccedilotildees que equivalem a apenas uma parte dos custos fixos
b1) Depreciaccedilatildeo
A depreciaccedilatildeo corresponde ao custo indireto exigido para acumular fundos
para substituiccedilatildeo do capital investido em bens produtivos de longa duraccedilatildeo
inutilizados pela idade uso e obsolescecircncia
b2) Valor da Matildeo-de-obra Familiar
Este valor deve ser definido considerando-se o custo de oportunidade ou
seja quanto o produtor ganharia se estivesse trabalhando em outra atividade
Considerando-se eacute claro o mesmo niacutevel teacutecnico para desenvolvimento das duas
atividades
24
c) Custo Total ndash CT
Custo total nada mais eacute que a soma do COT com o valor da remuneraccedilatildeo do
capital imobilizado com a atividade
Todo o capital investido na empresa tem custo de oportunidade uma vez
que seu uso na empresa implica deixar de empregaacute-lo noutra atividade alternativa
Por definiccedilatildeo o retorno potencial desse capital na melhor alternativa possiacutevel de
utilizaccedilatildeo forneceria a medida desse custo de oportunidade Como essa estimativa
nem sempre eacute faacutecil eacute expediente comum estimar o custo de oportunidade a partir do
retorno que o capital teria se em vez de aplicado na empresa fosse investido no
mercado financeiro como por exemplo na caderneta de poupanccedila
245 Iacutendices econocircmicos
Os iacutendices econocircmicos apresentados pelo IEA segundo Matsunaga et al
(1976) satildeo
2451 Renda Bruta (RB)
A renda bruta vem a ser o valor da produccedilatildeo ou seja tudo que eacute produzido
vezes o preccedilo do produto
Embora a Renda Bruta permita saber o quanto eacute recebido pelo produto
produzido ela natildeo diz o quanto desse valor iraacute sobrar Isso porque eacute preciso retirar o
custo de produccedilatildeo Sendo assim eacute necessaacuterio que se faccedila a anaacutelise de
rentabilidade da atividade
2452 Margem Bruta (MB)
Eacute calculada pela subtraccedilatildeo do custo operacional efetivo da renda bruta ou
seja eacute a retirada de todos os custos ocorridos sendo mais produtiva agrave medida que
resulta em valores positivos
25
2453 Margem Liacutequida (ML)
Eacute calculada pela subtraccedilatildeo do custo operacional total da renda bruta sendo
um indicativo de lucratividade Comparando-se duas empresas de igual atividade
aquela que tem maior Margem Liacutequida eacute a que possui melhor rentabilidade no
negoacutecio incluindo-se aiacute a questatildeo operacional financeira e extra-operacional
Isso quer dizer que se a ML for positiva todos os desembolsos estatildeo sendo
pagos aleacutem da depreciaccedilatildeo e a matildeo-de-obra familiar Caso contraacuterio a depreciaccedilatildeo
eou a matildeo-de-obra natildeo estatildeo sendo efetivamente pagas e a empresa estaacute se
descapitalizando
2454 Lucro (L)
O lucro vem a ser o resultado da subtraccedilatildeo da renda bruta gerada pela
venda dos produtos no mercado menos o custo total de produccedilatildeo incorrido na sua
geraccedilatildeo Simplificadamente nada mais eacute do que o resultado positivo deduzido das
vendas os custos e despesas
2455 Lucratividade (Luc)
Eacute a relaccedilatildeo do valor do lucro com o montante de vendas ou seja divide-se o
valor do lucro pela quantidade vendida (renda bruta)
2456 Iacutendice de Rentabilidade (IR)
Eacute uma medida do retorno de um investimento Calcula-se dividindo o lucro
obtido (margem liacutequida) pelo valor do investimento inicial (capital empatado) Pode-
se dizer que a rentabilidade eacute a quantidade de dinheiro que o investidor ganha para
cada quantia investida
26
246 Custos na empresa florestal
Nas empresas em geral os custos satildeo classificados em funccedilatildeo de suas
necessidades de informaccedilotildees Geralmente eles satildeo divididos por operaccedilotildees ou
setores da atividade como viveiro plantaccedilotildees tratos culturais exploraccedilatildeo florestal
atividades especiais (coleta de sementes entre outros) implantaccedilatildeo de infra-
estrutura e administraccedilatildeo (BREPOHL 1980)
Em termos econocircmicos os componentes do custo satildeo agrupados de
acordo com sua funccedilatildeo no processo produtivo nas categorias de custos variaacuteveis
custos fixos custo operacional e custo total (CONAB 2010)
Na determinaccedilatildeo da idade oacutetima de corte de povoamentos florestais eacute
necessaacuterio estudar caso a caso cada componente dos custos e das receitas
envolvidas no processo de produccedilatildeo da madeira Tudo isso pelo fato do setor
florestal conter operaccedilotildees de longo prazo Por tal motivo a anaacutelise de custos pode
ter dois enfoques a anaacutelise ex-ante ou seja antes das operaccedilotildees ocorrerem e ex-
post apoacutes terem ocorrido (GRACcedilA et al 2000)
Entre os custos analisados deve-se considerar tambeacutem a depreciaccedilatildeo que
segundo Hildebrand (1995) pode ser definida como a diminuiccedilatildeo do valor dos bens
ativos resultante do desgaste pelo uso accedilatildeo da natureza ou por obsolescecircncia
teacutecnica Assim com o tempo para tornar possiacutevel a reposiccedilatildeo do equipamento eacute
necessaacuterio acumular periodicamente uma reserva em um fundo que permitiraacute no
fim de um periacuteodo a aquisiccedilatildeo de um novo equipamento
Baseados nas necessidades do setor florestal vaacuterios estudos sobre a
viabilidade econocircmica de plantios vem sendo desenvolvidos para as mais variadas
espeacutecies arboacutereas como os obtidos por Souza et al (2003) e o Centro de Pesquisa
do Paricaacute ndash CPP Deve-se ressaltar no entanto a afirmaccedilatildeo feita por Marques et al
(2006) em que os autores concluiacuteram que o custo meacutedio para implantaccedilatildeo e
conduccedilatildeo dos povoamentos podem variar conforme a regiatildeo as teacutecnicas de preparo
de solo os tratos silviculturais adotados entre outros
27
25 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DE PROJETOS FLORESTAIS
Do ponto de vista teacutecnico Oliveira e Rezende (2004) afirmam que dois ou
mais projetos podem ser compatiacuteveis quando a execuccedilatildeo de um natildeo afeta a
implementaccedilatildeo do outro ou incompatiacuteveis em caso contraacuterio Jaacute do ponto de vista
econocircmico eles podem ser dependentes quando haacute uma relaccedilatildeo de rentabilidade
entre ambos ou independentes quando nenhum eacute afetado
Estas informaccedilotildees satildeo importantes para o bom planejamento das atividades
florestais uma vez que o investimento em um projeto deve ser baseado em um
horizonte de planejamento na maioria das vezes de longo prazo podendo variar de
finito como no caso de um plantio florestal ou infinito em um manejo sustentado de
floresta nativa (CHICHORRO et al 2010)
Para realizar a anaacutelise econocircmica eacute importante considerar a vida econocircmica
do projeto Ela corresponde ao tempo que ele produziraacute lucro a vida fiacutesica de
maacutequinas e construccedilotildees o periacuteodo de anaacutelise onde se consideram os efeitos do
projeto Aleacutem do horizonte de construccedilatildeo relacionado agrave demanda do produto e o
horizonte de dados que se refere ao periacuteodo de tempo em que eacute possiacutevel prever o
fluxo de caixa (REZENDE OLIVEIRA 2001)
A avaliaccedilatildeo econocircmica ou financeira de projetos baseia-se entatildeo no fluxo
de caixa que consiste nos custos e nas receitas distribuiacutedos ao longo da vida uacutetil do
empreendimento Os meacutetodos mais recomendados para avaliaccedilatildeo econocircmica de
projetos florestais satildeo (REZENDE OLIVEIRA 2001) valor presente liacutequido (VPL)
taxa Interna de Retorno (TIR) custo (ou Benefiacutecio) Perioacutedico Equivalente (CPE ou
BPE) custo Meacutedio de Produccedilatildeo (CMPr) razatildeo Benefiacutecio (receita)Custo (BC) e
tempo de Recuperaccedilatildeo do Capital
28
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31
CAPIacuteTULO 1
CUSTOS DA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA DE PARICAacute
RESUMO
O setor de florestas plantadas brasileiro vem perdendo espaccedilo no mercado
internacional pelo alto custo necessaacuterio agrave produccedilatildeo Por isso haacute a necessidade
de se investigar quais os custos mais onerosos do processo produtivo para
entatildeo se montar uma estrateacutegia de reduccedilatildeo de custos a fim de tornar o
reflorestamento novamente competitivo no mercado Deste modo objetivou-se
no trabalho estimar a produccedilatildeo de paricaacute (Schizolobium amazonicum) aos 5 6
e 7 anos em trecircs classes de produtividade e em cinco espaccedilamentos de
plantio identificando os principais custos de produccedilatildeo aleacutem dos mais afetados
pelos espaccedilamentos de plantio na regiatildeo de Paragominas PA A estimativa de
volume foi obtida segundo metodologia proposta por Silva et al (2013) e os
custos de produccedilatildeo desde as atividades de preparo da aacuterea ateacute a colheita e
transporte foram disponibilizados por produtores rurais e empresaacuterios da
regiatildeo Posteriormente fez-se a anaacutelise dos custos por meio da metodologia do
custo operacional em que se considera apenas as despesas efetivamente
desembolsadas pelo agricultor somadas agrave depreciaccedilatildeo e matildeo-de-obra familiar
Assim inferiu-se que o espaccedilamento 3x2 m foi superior em volume diante dos
outros espaccedilamentos analisados Em relaccedilatildeo agrave analise de custos o custo
operacional efetivo representou em meacutedia 65 dos custos totais de produccedilatildeo
sendo o transporte o custo individual mais expressivo em todos os
espaccedilamentos analisados Jaacute a manutenccedilatildeo foi o conjunto de atividades mais
significativo nos plantios devido ao nuacutemero e ao longo periacuteodo para sua
execuccedilatildeo Os custos totais de produccedilatildeo foram superiores em espaccedilamentos
menores independentemente da remuneraccedilatildeo ou natildeo pelo uso dos capitais
permanente e circulante
Palavras-chave Custo operacional efetivo espaccedilamento idade
produtividade
32
CHAPTER 1
PRODUCTION COST PARICAacute
ABSTRACT
The planted forest sector in Brazil has been losing ground in the international
market by the high cost needed for production Therefore there is a need to
investigate what the most expensive costs of the production process to then
build a strategy to reduce costs in order to become competitive again
reforestation in the market Thus the aim of the study was to estimate the
production of paricaacute (Schizolobium amazonicum) at 5 6 and 7 years in three
productivity classes and five planting space identifying the major costs of
production and those most affected by planting space in the region of
Paragominas PA The volume estimate was obtained according to the
methodology proposed by Silva et al (2013) and production costs since the
activities of preparation of the area to harvest and transport were provided by
farmers and entrepreneurs in the region Subsequently made to cost analysis
using the methodology of the operating cost which considers only the expenses
actually disbursed by the farmer together with the depreciation and labor
family labor Thus it was inferred that the spacing 3x2 m was higher by volume
on the other spacings analyzed Regarding the analysis of costs the effective
operating cost represented on average 65 of total production costs and
transport the most significant single cost in all spacings analyzed Have
maintenance was the most significant set of activities in plantations due to the
number and the time period for its implementation The total production costs
were higher in the smaller spacing regardless of whether or not for the use of
permanent and circulating capital
Keywords Effective operational cost spacing age productivity
33
1 INTRODUCcedilAtildeO
A crescente dificuldade em se obter madeira de florestas nativas tem
motivado empresaacuterios agrave praacutetica do reflorestamento Nesses plantios vaacuterias
espeacutecies tecircm sido utilizadas sendo o paricaacute a espeacutecie nativa de maior
expressatildeo na regiatildeo norte do paiacutes principalmente no estado do Paraacute
Segundo a ABRAF (2013) em 2012 foram plantados 87901 hectares
de paricaacute nos estados do Paraacute Tocantins e Maranhatildeo O aumento da aacuterea de
plantio nos uacuteltimos anos eacute justificado pela boa aceitaccedilatildeo desta espeacutecie no
mercado madeireiro devido aos seus variados fins como a produccedilatildeo de
lacircmina e compensado forros palitos papel moacuteveis aleacutem de peccedilas de
acabamentos e molduras
A falta de informaccedilotildees silviculturais no entanto tecircm inviabilizado a
expansatildeo de novos plantios em outras regiotildees do paiacutes Natildeo se tecircm estudos
suficientes para comprovar o melhor meacutetodo de implantaccedilatildeo desta cultura no
que se refere ao espaccedilamento a ser utilizado para maior produccedilatildeo de madeira
Este tipo de deficiecircncia pode implicar no emprego de teacutecnicas silviculturais
equivocadas que inviabiliza economicamente o cultivo reduzindo
consequentemente o interesse comercial pela espeacutecie
Os custos de produccedilatildeo devem entatildeo ser analisados para se testar a
viabilidade econocircmica dos projetos que estatildeo sendo implantados haja vista
que poucos satildeo os estudos que se referem ao monocultivo do paricaacute A
obtenccedilatildeo destes custos eacute fundamental pois eles compotildeem um ferramental de
controle e gerenciamento das atividades produtivas e de geraccedilatildeo de
importantes informaccedilotildees para auxiliar as tomadas de decisotildees pelos
produtores rurais (CONAB 2010)
Para se atestar a viabilidade econocircmica de um projeto florestal natildeo se
deve avaliar somente a espeacutecie a ser implantada mais agraves condiccedilotildees de
mercado atuais e futuras para comercializaccedilatildeo do produto Eacute notaacutevel a
importacircncia econocircmica e socioambiental do setor de florestas plantadas para o
Brasil por isso deve-se investir em conhecimento e tecnologia sobre as
espeacutecies cultivadas haja visto que o ambiente de negoacutecio para o
34
desenvolvimento desta atividade vem passando por dificuldades nos uacuteltimos
anos
A competitividade dos produtos florestais estaacute se deteriorando frente
aos seus principais concorrentes internacionais uma vez que o aumento
generalizado dos custos de produccedilatildeo de madeira no Brasil estaacute reduzindo
significativamente a rentabilidade da induacutestria integrada de base florestal e dos
produtores independentes de plantios florestais (ABRAF 2013) Comprova-se
assim a necessidade de estudos referentes aos custos de produccedilatildeo
Haacute alguns anos a importacircncia dos custos na produccedilatildeo agriacutecola e as
dificuldades de sua obtenccedilatildeo estimularam o Instituto de Economia Agriacutecola
oacutegatildeo vinculado agrave Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de Satildeo
Paulo a efetuar estimativas de custo de produccedilatildeo de diversas exploraccedilotildees
agriacutecolas por meio da metodologia designada custo operacional Neste
meacutetodo se incluem apenas as despesas efetivamente desembolsadas pelo
agricultor somadas agrave depreciaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos e matildeo-de-
obra familiar A remuneraccedilatildeo devida a todos os outros fatores de produccedilatildeo eacute
de responsabilidade do resiacuteduo ou seja a diferenccedila entre o custo operacional
e o valor de venda (MATSUNAGA et al 1976 CONAB 2010)
O ecircxito nas estimativas de custos de produccedilatildeo agriacutecola vem
estimulando pesquisadores da aacuterea florestal a utilizarem esta metodologia
tambeacutem para culturas florestais principalmente neste momento em que o
Brasil depende de medidas estruturais que promovam a reduccedilatildeo dos custos de
produccedilatildeo e incentivem o investimento para retomada da competitividade dos
produtos nacionais de base florestal no mercado internacional Por tal motivo
objetivou-se neste trabalho identificar os principais custos de produccedilatildeo bem
como o efeito dos diferentes espaccedilamentos sobre estes custos
35
2 MATERIAL E MEacuteTODOS
21 AacuteREA EM ESTUDO
Os dados utilizados neste estudo foram originaacuterios de povoamentos
homogecircneos de paricaacute (Schizolobium amazonicum) plantados sob os
espaccedilamentos 3x2 3x3 3x4 4x4 e 5x5 m localizados entre os municiacutepios de
Dom Elizeu e Paragominas Estado do Paraacute (Figura 1)
Figura 1 Localizaccedilatildeo dos municiacutepios de Dom Eliseu e Paragominas PA
O municiacutepio de Paragominas estaacute localizado no nordeste paraense
possuindo aproximadamente 20000 km2 de aacuterea territorial com 90 m de
altitude O solo caracteriacutestico da aacuterea eacute o Latossolo amarelo com vegetaccedilatildeo
originaacuteria representada pela floresta densa sendo encontradas extensas aacutereas
de mata secundaacuteria (capoeira nos seus diversos estaacutegios de desenvolvimento)
devido aos constantes desmatamentos provocados principalmente pelo
avanccedilo da agropecuaacuteria na regiatildeo (IBGE 2013a PREFEITURA MUNICIPAL
DE PARAGOMINAS 2013)
Segundo o IBGE (2013a) o clima do municiacutepio eacute do tipo mesoteacutermico e
uacutemido A temperatura meacutedia anual eacute elevada em torno de 25degC e seu regime
pluviomeacutetrico fica geralmente entre 2250 mm e 2500 mm anuais
36
O municiacutepio de Dom Eliseu pertence agrave microrregiatildeo de Paragominas
possui 5268815 kmsup2 e estaacute localizado nas coordenadas 04deg17rsquo06rdquo Sul e
47deg30rsquo18rdquo Oeste a 180 metros de altitude Ele eacute um dos municiacutepios da
chamada ldquoFronteira agriacutecola amazocircnicardquo maior produtora de commodities
agriacutecolas da porccedilatildeo norte do paiacutes e grande produtora de paricaacute (IBGE 2013b
PREFEITURA MUNICIPAL DE DOM ELISEU 2013)
22 ESTIMATIVA DA PRODUCcedilAtildeO
Foram inventariados povoamentos de paricaacute anualmente ateacute o quinto
ano sendo analisadas trecircs classes de produtividade em cada espaccedilamento
sendo elas Baixa (17 - 19 m) Meacutedia (19 ndash 21 m) e Alta (21 - 24 m)
Posteriormente empregando-se o modelo de crescimento e produccedilatildeo proposto
por Silva et al (2013) os volumes comercial e de lacircminas foram estimados
para diferentes espaccedilamentos e qualidades de local nas idades de 5 6 e 7
anos conforme o esquema apresentado na Figura 2
Figura 2 Esquema para obtenccedilatildeo dos volumes comercial e de lacircminas em povoamentos de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA
A partir dos dados de inventaacuterio estimou-se a produccedilatildeo em volume
comercial e de lacircminas por meio da metodologia proposta por Silva et al
(2013) Assim a partir de informaccedilotildees sobre as variaacuteveis aacuterea basal por
hectare (GHA) iacutendice de siacutetio (SI) altura dominante (HD) considerada como a
altura meacutedia das 100 aacutervores mais altas do povoamento (Hart) e nuacutemero de
aacutervores por hectare (NHA) na idade de cinco anos pode-se projetar a produccedilatildeo
para as idades em anaacutelise
Espaccedilamentos (m)
bull3x2
bull3x3
bull4x3
bull4x4
bull5x5
Classes de produtividade
(m)
bullBaixa
bullMeacutedia
bullAlta
Idades
(anos)
bull5
bull6
bull7
Volume comercial
Volume de lacircminas
37
A estimativa da HD na idade i foi obtida por meio da equaccedilatildeo 1
119878119868 =
119867119863119894 (1 + 119890119909119901 ((182404 minus 119860119894)
043105frasl ))
1 + 119890119909119901 ((182404 minus 119860119894119899119889
043105frasl ))
Eq 1
Em que
119890119909119901 = base de logaritmo neperiano
119867119863119894 = altura dominante na idade i
119860119894 = i-eacutesima idade (i = 5 6 7) e
119860119894119899119889 = idade iacutendice (5 anos)
Para estimativa do nuacutemero de aacutervores por hectare na idade futura
utilizou-se a equaccedilatildeo 2
1198731198671198602 = 1198731198671198601 minus ((119860119877119864119860
1198671198631)
minus20848
(119860220356 minus 1198601
20356)) Eq 2
Em que
1198731198671198602 = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade futura
1198731198671198601 = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade corrente
119860119877119864119860 = aacuterea meacutedia ocupada por cada planta no plantio
1198671198631 = altura dominante na idade corrente
1198601 = idade corrente e
1198602 = idade futura
A aacuterea basal por hectare foi estimada por meio da equaccedilatildeo 3
119866119867119860119894 = 000523119867119863119894145720119873119867119860053967
119894 Eq 3
Em que
NHAi = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade i
38
Apoacutes a obtenccedilatildeo de todas as variaacuteveis os volumes comercial e de
lacircminas foram estimados pelas equaccedilotildees 4 e 5
119881119879119867119860119894 = 122839119866119867119860119894093941119867119863119894
071858 Eq 4
119881119862119867119860119894 = 003388119866119867119860119894069131119867119863119894
183907 Eq 5
Em que
119881119879119867119860119894 = volume comercial por hectare e
119881119862119867119860119894 = volume de lacircminas por hectare
23 DESCRICcedilAtildeO DAS ATIVIDADES
Por se tratarem de aacutereas anteriormente ocupadas por pastagem fez-se
necessaacuterio o combate agrave formigas e limpeza da aacuterea manualmente e com
auxiacutelio de trator a fim de retirar do local galhos tocos e raiacutezes que por ventura
atrapalhassem o processo de mecanizaccedilatildeo
Para todas as aacutereas de plantio fez-se a anaacutelise de solo verificando-se
a necessidade de correccedilatildeo com uma tonelada de calcaacuterio dolomiacutetico por
hectare Assim foi realizada a calagem precedida da gradagem com auxiacutelio da
terceirizaccedilatildeo de tratores agriacutecolas
Apoacutes o preparo do solo iniciou-se o processo de alinhamento
marcaccedilatildeo e coveamento respeitando o espaccedilamento preacute-determinado para
cada local considerando que uma pessoa consegue abrir 500 covasdia
Posteriormente foram acrescentados 100g de NPK (6-30-6) por cova antes do
plantio das mudas de paricaacute Adubaccedilotildees de cobertura e um ano apoacutes o plantio
tambeacutem ocorreram com o objetivo de aumentar o iacutendice de sobrevivecircncia agraves
plantas
Como no campo eacute difiacutecil controlar os fatores bioacuteticos e abioacuteticos a
mortalidade de plantas eacute inevitaacutevel por isso foi observada a necessidade de
39
replantio de 5 das mudas logo no primeiro ano segundo informaccedilotildees
disponibilizadas pela empresa
A manutenccedilatildeo relativa agrave limpeza dos plantios se deu pelo coroamento
das mudas aplicaccedilatildeo de herbicida manualmente e roccedilada mecacircnica do
primeiro ao terceiro ano Desta forma natildeo houve competiccedilatildeo com plantas
invasoras que poderiam inibir o crescimento das mudas Assim devido ao
ambiente favoraacutevel e as condiccedilotildees propiacutecias de crescimento e produccedilatildeo foi
possiacutevel extrair a madeira para laminaccedilatildeo no quinto ano apoacutes a implantaccedilatildeo
A colheita foi realizada de forma semi-mecanizada (motosserra)
seguida do baldeio e carregamento ateacute a beira da estrada O transporte ateacute a
induacutestria de beneficiamento foi realizado por caminhatildeo tipo bitrem com
capacidade para 44000 kg ao preccedilo meacutedio de R$59192 por viagem
O valor da matildeo-de-obra familiar foi considerado como o custo de
administraccedilatildeo ou seja quando o proprietaacuterio presta serviccedilos na proacutepria
empresa Assim a remuneraccedilatildeo paga pelo custo de administraccedilatildeo foi
equivalente a 10 dos custos efetivamente desembolsados pela empresa
Em relaccedilatildeo agraves aacutereas onde os plantios foram realizados estas jaacute
pertenciam a empresa Laminit por isso natildeo houve a necessidade de aquisiccedilatildeo
ou arrendamento do terreno Poreacutem considerou-se o custo de oportunidade
ou seja a remuneraccedilatildeo do capital investido (permanente e circulante) por meio
do caacutelculo da parcela sobre o bem adquirido e utilizado na produccedilatildeo e inclusa
no custo fixo da produccedilatildeo Logo o investimento do produtor foi remunerado agrave
taxa de 6 ao ano como se fosse aplicado o capital em outro investimento
alternativo conforme recomendaccedilotildees da CONAB (2010)
24 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS
Para anaacutelise dos custos de produccedilatildeo florestal foi necessaacuteria a coleta de
dados anuais de todas as despesas e receitas contraiacutedas em cada
espaccedilamento durante o periacuteodo entre 2006 e 2013 O esquema da disposiccedilatildeo
dos gastos na planilha de custo pode ser observado na Tabela 1
40
Tabela 1 Distribuiccedilatildeo dos gastos efetuados para implantaccedilatildeo de povoamentos de paricaacute
Descriccedilatildeo Un R$un
Quantidade utilizada
Espaccedilamento (m)
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
Preparo da aacuterea
Anaacutelise de solo un 3450 1 1 1 1 1
Limpeza manual Diaacuteria 3500 1 1 1 1 1
Limp mecanizada ht 10218 1 1 1 1 1
Gradagem ht 10218 15 15 15 15 15
Calagem ht 6846 05 05 05 05 05
Calcaacuterio ton 8967 1 1 1 1 1
Alinhamento Diaacuteria 3500 2 14 1 08 05
Coveamento Diaacuteria 3500 334 223 167 125 08
Cercamento R$ha 30000 1 1 1 1 1
Constr de estradas R$ha 13390 1 1 1 1 1
Constr de aceiros Diaacuteria 3500 4 4 4 4 4
Adubaccedilatildeo
Adubo Kg 123 5001 3336 2502 1875 120
Adubaccedilatildeo Diaacuteria 3667 45 3 225 195 106
Plantio
Transp de mudas ht 5000 05 05 05 05 05
Mudas un 038 1751 1168 876 657 420
Plantio e replantio Diaacuteria 3500 4 27 2 15 1
Manutenccedilatildeo
Formicida Kg 674 125 10 83 695 551
Aplic de formicida Diaacuteria 3703 893 748 651 578 525
Transp de insumos ht 4233 2 2 2 2 2
Coroamento Diaacuteria 3761 67 45 35 25 16
Roccedilada ht 5602 4 5 6 7 85
Herbicida L 1732 8 9 10 105 12
Aplic de herbicida Diaacuteria 3761 4 45 5 55 6
Manutenccedilatildeo de aceiro Diaacuteria
3744 6 6 6 6 6
Manut de estrada ht 8699 469 469 469 469 469
Materiais - 6892 8 8 8 8 8
Encargos - 8185 7 7 7 7 7
Colheita e Transporte
Corte e toragem msup3 215 1844 1744 1524 1341 11705
Baldeio msup3 096 1844 1744 1524 1341 11705
Carregamento msup3 097 1844 1744 1524 1341 11705
Transporte msup3 659 1844 1744 1524 1341 11705 Valores deflacionados e descapitalizados para o ano de 2006 Considerando o volume comercial em classe de produtividade alta (21 - 24 m) com corte aos 6 anos
Os custos envolvidos nas atividades de implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo dos
povoamentos foram disponibilizados por produtores rurais da regiatildeo de
41
Paragominas Tambeacutem foram disponibilizados por empresaacuterios locais os
dados referentes agrave exploraccedilatildeo e transporte da madeira ateacute a empresa
referente a uma distacircncia meacutedia de 80 km
Para comparaccedilatildeo entre os valores incorridos durante periacuteodos
diferentes no tempo fez-se o deflacionamento dos custos para o periacuteodo
inicial (implantaccedilatildeo dos povoamentos) A correccedilatildeo da perda monetaacuteria causada
pela inflaccedilatildeo foi obtida por meio do Iacutendice Geral de Preccedilo ndash Disponibilidade
Interna (IGP ndash DI) o qual eacute responsaacutevel pelo registro da inflaccedilatildeo de preccedilos de
mateacuterias-primas agriacutecolas
Posteriormente os valores deflacionados foram descapitalizados para o
ano 0 (2006) a fim de facilitar a anaacutelise econocircmica A descapitalizaccedilatildeo foi
obtida pela seguinte foacutermula
1198810 =119881119899
(1 + 119894)119899 Eq 6
Em que
1198810 = valor inicial correspondente ao periacuteodo de implantaccedilatildeo do povoamento
(R$)
119881119899 = valor final correspondente ao ano j (R$)
119894 = taxa de juros (6 aa) e
119899 = nuacutemero de periacuteodos (anos)
25 CLASSIFICACcedilAtildeO DOS CUSTOS
Para o caacutelculo dos custos de produccedilatildeo do paricaacute foi adotada a
metodologia descrita pelo Instituto de Economia Agriacutecola (IEA) oacutergatildeo vinculado
agrave Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo Neste
caso foram considerados os custos efetivos de produccedilatildeo ou seja aquele
dinheiro efetivamente desembolsado pelo proprietaacuterio para o pagamento da
mateacuteria-prima produtos ou serviccedilos adquiridos
42
A depreciaccedilatildeo foi aqui desconsiderada pela indisponibilidade de
informaccedilotildees sobre as maacutequinas equipamentos e benfeitorias Assim
considerou-se que todos os maquinaacuterios e equipamentos utilizados para a
implantaccedilatildeo conduccedilatildeo extraccedilatildeo e transporte dos povoamentos foram de
origem terceirizada
Os custos de produccedilatildeo foram entatildeo divididos segundo sua origem
sendo classificados de acordo com a metodologia de custos proposta pelo IEA
a) Custo operacional efetivo (COE) ndash correspondente a todos os custos
expliacutecitos
b) Custo operacional total (COT) ndash correspondente ao somatoacuterio do custo
operacional efetivo e matildeo-de-obra familiar (MO)
c) Custo Total (CT) ndash soma do custo operacional total e do custo de
oportunidade (CO) que eacute a remuneraccedilatildeo do capital circulante e do capital
fixo
As foacutermulas para obtenccedilatildeo do custo operacional total e custo total
encontram-se a seguir
119862119874119879 = 119862119874119864 + 119872119874 Eq 7
119862119879 = 119862119874119879 + 119862119874 Eq 8
43
3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
31 ESTIMATIVA DE VOLUME
A partir das equaccedilotildees ajustadas por Silva et al (2013) para
povoamentos de paricaacute foi possiacutevel estimar o volume comercial e de lacircminas
em trecircs ocasiotildees no tempo e em diferentes classes de produtividade nos cinco
espaccedilamentos de plantio como pode ser observado na Tabela 2
Tabela 2 Volumes comercial (VTHA) e de lacircminas (VCHA) estimados nos diferentes espaccedilamentos de plantio de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA
Idade Espaccedil
(m)
VTHA (msup3ha) VCHA (msup3ha)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 16229 18511 19336 5638 6858 7915
3x3 - 15498 18126 - 6163 7671
3x4 - 13328 15983 - 5476 7009
4x4 7133 13551 14623 2800 5705 6468
5x5 7351 8790 13093 3191 4124 6231
6 a
no
s
3x2 15173 16865 18439 5370 6411 7666
3x3 - 14606 17439 - 5912 7473
3x4 - 12325 15244 - 5188 6787
4x4 7178 11745 13410 2827 5146 6082
5x5 7115 8867 11705 3118 4158 5759
7 a
no
s
3x2 14315 15607 16406 5144 6054 7029
3x3 - 13920 16489 - 5706 7170
3x4 - 11890 14648 - 5052 6590
4x4 7028 11464 13067 2783 5055 5967
5x5 7020 8726 11515 3087 4109 5690
Em que VTHA= volume comercial por hectare VCHA= volume de lacircminas por hectare Espaccedil= espaccedilamento de plantio
A divisatildeo dos povoamentos em classes de produtividade eacute explicada
por Oliveira et al (2008) Segundo os autores a estratificaccedilatildeo realizada por
44
meio de classes de produtividade resulta em estimativas de volume mais
precisas proacuteximo agrave idade de corte Por isso a adoccedilatildeo das trecircs classes
A falta de informaccedilotildees nos espaccedilamentos intermediaacuterios 3x3 e 3x4 m
na classe de produtividade baixa ocorreu pela ausecircncia de povoamentos
nestas condiccedilotildees de siacutetio
A diferenccedila no volume comercial de madeira foi de 323 entre os
espaccedilamentos extremos 3x2 e 5x5 m na classe de produtividade alta sendo
maior o volume nos menores espaccedilamentos Resultados semelhantes foram
encontrados por Macedo et al (2005) com povoamentos de Teca em Minas
Gerais e Hoffmann (2009) em seu trabalho sobre caracterizaccedilatildeo
dendromeacutetrica e rendimento em laminaccedilatildeo de paricaacute na regiatildeo de
Paragominas PA
A diferenccedila no volume tem comportamento exponencial agrave medida em
que se utilizam siacutetios de menor produtividade sendo constatada uma diferenccedila
de 525 e 547 no volume entre os espaccedilamentos extremos nas classes
de produtividade meacutedia e baixa respectivamente Comportamento semelhante
foi observado para o volume de lacircminas de paricaacute Houve diferenccedila crescente
no volume entre os espaccedilamentos extremos sendo menor na classe de
produtividade alta (213)
Aos 6 anos a diferenccedila no volume entre os espaccedilamentos extremos foi
superior agrave idade anterior Na classe de produtividade alta a diferenccedila no
volume comercial foi de 365 Jaacute o volume de lacircminas abrangeu diferenccedila de
249
Nos siacutetios de baixa produtividade o volume comercial de madeira no
espaccedilamento 3x2 m foi 177 menor comparado ao de produtividade alta
Esta porcentagem encontra-se dentro do intervalo indicado por Morales et al
(2010) para povoamentos de pinus Segundo os autores a produtividade do
pinus foi reduzida entre 14 a 36 nos diferentes siacutetios de produccedilatildeo
Nos espaccedilamentos 4x4 e 5x5 m esta diferenccedila foi mais significativa
com aproximadamente 465 e 392 respectivamente Isso se deve entre
outras coisas agrave morte natural das plantas com diacircmetros mais acentuados
tornando mais expressiva a reduccedilatildeo de volume
Comparando a produccedilatildeo de paricaacute em relaccedilatildeo a idade de corte pode
ser observada uma reduccedilatildeo no volume de madeira do quinto para o sexto ano
45
Este comportamento pode ser resultado do autodesbaste caracteriacutestico da
espeacutecie Por se tratar de uma espeacutecie pioneira ela atinge o aacutepice de
incremento na idade meacutedia de 5 anos sendo mais viaacutevel seu corte neste
periacuteodo (CARVALHO 2007)
Balloni e Simotildees (1980) anteriormente jaacute haviam afirmado que a
porcentagem de aacutervores dominadas e mortas cresce com o avanccedilo da idade
sendo mais intenso e precoce nos espaccedilamentos mais apertados Por isso a
idade de corte deve ser definida em funccedilatildeo do ritmo de crescimento
espaccedilamento finalidade da madeira e suas interaccedilotildees
32 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO
O levantamento de custos como citado anteriormente seguiram a
metodologia sugerida pelo Instituto de Economia Agriacutecola ndash IEA sendo
agrupados por atividade
321 Custo operacional efetivo ndash COE
Todas as atividades desde a implantaccedilatildeo ateacute a exploraccedilatildeo dos
povoamentos de paricaacute foram identificadas e os gastos estimados para
obtenccedilatildeo dos custos efetivamente desembolsados pelo produtor sendo que os
custos foram deflacionados e descapitalizados para o ano de 2006 A soma
dos custos das atividades desenvolvidas durante este periacuteodo com corte aos
5 6 e 7 anos podem ser observadas na Tabela 3
Nos povoamentos em estudo os custos de implantaccedilatildeo variaram entre
R$80000 a R$180000 entre os espaccedilamentos extremos sendo menor
quanto menor o nuacutemero de plantas por hectare Este montante representa
entre 18 e 26 do custo total de produccedilatildeo de paricaacute demonstrando sua
importacircncia em relaccedilatildeo agrave outros custos
46
Tabela 3 Custo Operacional Efetivo (COE) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006
Idade Espaccedilamento
(m)
COE do volume comercial (R$ha) COE do volume de lacircminas (R$ha)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 501646 501646 501646 648938 667703 674487
3x3 - 437995 437995 - 586899 608517
3x4 - 408969 408969 - 540219 562057
4x4 388309 388309 388309 468849 521642 530459
5x5 369666 369666 369666 451856 463692 499083
6 a
no
s
3x2 512608 512608 512608 639852 652755 664594
3x3 - 451539 451539 - 574684 595999
3x4 - 423545 423545 - 529527 551493
4x4 404176 404176 404176 471255 505786 518322
5x5 385283 385283 385283 451891 465242 486598
7 a
no
s
3x2 527155 527155 527155 637832 646772 652303
3x3 - 465086 465086 - 573035 590806
3x4 - 436693 436693 - 530595 549673
4x4 416824 416824 416824 477086 507776 518871
5x5 398191 398191 398191 458394 470202 489495
47
O custo no espaccedilamento 5x5 m foi semelhante ao encontrado por Silva
et al (2004) para a implantaccedilatildeo de 1 ha de eucalipto na regiatildeo de Brasiacutelia
quando os valores foram corrigidos para o mesmo periacuteodo demonstrando
semelhanccedila na implantaccedilatildeo das duas culturas
Nos povoamentos analisados natildeo houve diferenccedilas nos custos para
implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo nos plantios com classes de produtividade distintas
os quais objetivavam a produccedilatildeo de volume comercial Em contrapartida
houve o acreacutescimo de gastos a medida em que se reduziu os espaccedilamentos
de plantio ou seja quanto menor a aacuterea ocupada por plantas maiores os
gastos com alinhamento marcaccedilatildeo de covas coveamento plantio e adubaccedilatildeo
Em relaccedilatildeo ao volume de lacircminas ocorreu a distinccedilatildeo dos custos entre
classes de produtividade uma vez que os custos com colheita e transporte
estatildeo relacionados com o volume colhido Assim em classes de produtividade
alta e menor espaccedilamento de plantio o COE foi superior em comparaccedilatildeo aos
outros povoamentos analisados
Como observado aos 5 anos natildeo houve diferenccedila no COE
independente da classe de produtividade nos povoamentos em que satildeo
mensurados o volume comercial de madeira Isso foi reflexo da quantidade de
plantas inseridas no local que no plantio foram invariaacuteveis independente da
qualidade do terreno O mesmo foi notado quando se estimou os custos para
exploraccedilatildeo de madeira aos 7 anos
A reduccedilatildeo no COE da produccedilatildeo de lacircminas com o aumento da idade
de exploraccedilatildeo eacute explicado pela reduccedilatildeo ocorrida no volume de madeira
causado pela mortalidade das plantas como observado no trabalho de Silva et
al (2013) Assim diminuem-se proporcionalmente os custos com colheita
transporte e outras atividades de manutenccedilatildeo
322 Custo operacional total ndash COT
O custo operacional total envolveu o COE e a matildeo-de-obra familiar
considerada aqui como o custo de administraccedilatildeo ou seja os proprietaacuterios dos
48
povoamentos eram os responsaacuteveis pela administraccedilatildeo dos plantios A
participaccedilatildeo do COT pode ser observada na Tabela 4
O custo da matildeo-de-obra foi considerado como um custo operacional
efetivo pois natildeo houve somente um gasto mas um desembolso ou seja uma
saiacuteda de caixa Jaacute a matildeo-de-obra familiar eacute parte do custo de produccedilatildeo pois
consistiu em uma alocaccedilatildeo de recurso produtivo (matildeo-de-obra) para a geraccedilatildeo
do produto (madeira) representando cerca de 10 dos custos de produccedilatildeo
Observando a tabela 4 pode-se notar que o maior custo de
administraccedilatildeo foi obtido para o espaccedilamento 3x2 m quando o objetivo era a
laminaccedilatildeo com custo de aproximadamente R$67450 Jaacute o espaccedilamento 5x5
m com objetivo de venda da floresta em peacute obteve o menor custo com
aproximadamente R$37000 por hectare
Resultados semelhantes foram encontrados para a produccedilatildeo de
madeira aos 6 anos Os menores custos de administraccedilatildeo estatildeo relacionados
aos menores custo de implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo dos povoamentos Aos 6 anos
o custo de administraccedilatildeo no espaccedilamento 5x5 m em classe de produtividade
alta com o objetivo de produccedilatildeo de lacircminas foi de aproximadamente R$48660
e R$38528 quando se objetivou a venda da madeira em peacute
Os custos de administraccedilatildeo tambeacutem foram reduzidos a medida em que
se aumentou o tempo para exploraccedilatildeo dos povoamentos devido a reduccedilatildeo do
volume por hectare sendo outro indicio de que esta espeacutecie deve ser
explorada logo aos 5 anos apoacutes o plantio
49
Tabela 4 Custo Operacional Total (COT) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006
Idade Espaccedilamento
(m)
COT do volume comercial (R$ha) COT do volume de lacircminas (R$ha)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 551811 551811 551811 713832 734473 741936
3x3 - 481795 481795 - 645589 669368
3x4 - 449865 449865 - 594241 618263
4x4 427140 427140 427140 515733 573807 583505
5x5 406633 406633 406633 497042 510062 548991
6 a
no
s
3x2 563869 563869 563869 703837 718031 731053
3x3 - 496693 496693 - 632152 655599
3x4 - 465900 465900 - 582479 606642
4x4 444594 444594 444594 518380 556365 570155
5x5 423812 423812 423812 497080 511767 535258
7 a
no
s
3x2 579871 579871 579871 701615 711449 717534
3x3 - 511595 511595 - 630338 649886
3x4 - 480362 480362 - 583655 604641
4x4 458507 458507 458507 524794 558554 570758
5x5 438010 438010 438010 504233 517223 538444
50
323 Custo total ndash CT
O custo total foi obtido pelo COT acrescido da remuneraccedilatildeo paga ao
capital investido e ao custo da Terra (TABELA 5)
Apoacutes contabilizados todos os custos foi possiacutevel inferir que para o
volume comercial em espaccedilamentos mais adensados o custo total foi 2294
maior do que nos plantios mais espaccedilados independente da classe de
produtividade Jaacute em povoamentos onde o objetivo do plantio era a venda de
lacircminas ocorreu uma variaccedilatildeo nos custos em fator da classe de produtividade
e espaccedilamento de plantio
A venda da madeira aos 6 anos culminou em um acreacutescimo de 67 a
86 em comparaccedilatildeo com os mesmos povoamentos sendo explorados aos 5
anos Para a produccedilatildeo de lacircminas o aumento dos custos foi menos
expressivo No espaccedilamento 3x2 m em classe de produtividade baixa o
aumento foi de 34
A exploraccedilatildeo de povoamentos aos 7 anos foi 1347 a 1596 maior
em relaccedilatildeo a exploraccedilatildeo aos 5 anos e 726 a 801 para 6 anos Estes
nuacutemeros confirmam que os custos tecircm crescido proporcionalmente com o
passar do tempo
Os custos com a remuneraccedilatildeo do capital investido e pelo uso da terra
correspondem em meacutedia a 24 dos custos totais de produccedilatildeo Poreacutem a
maioria dos produtores rurais deixam de contabilizar estes custos por se tratar
do pagamento pelo uso dos bens que ele jaacute possui (capital e terra) resultando
em valores de produccedilatildeo abaixo do que realmente deve ser computado
Comparando a produccedilatildeo de paricaacute e Teca no espaccedilamento 3x2 m
utilizando a mesma metodologia de custos observa-se que o custo total para
cultivo da Teca eacute de aproximadamente R$1080309 valor muito proacuteximo ao
observado para o plantio de paricaacute (SANGUINO 2009)
51
Tabela 5 Custo Total (CT) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006
Idade Espaccedilamento
(m)
CT do volume comercial (R$ha) CT do volume de lacircminas (R$ha)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 730146 730146 730146 917076 940890 949501
3x3 - 649366 649366 - 838341 865776
3x4 - 612527 612527 - 779099 806814
4x4 586308 586308 586308 688522 755523 766713
5x5 562648 562648 562648 666957 681978 726892
6 a
no
s
3x2 782537 782537 782537 949133 966026 981526
3x3 - 702582 702582 - 863811 891718
3x4 - 665930 665930 - 804688 833447
4x4 640572 640572 640572 728395 773606 790019
5x5 615836 615836 615836 703043 720523 748483
7 a
no
s
3x2 843816 843816 843816 99343 100552 101299
3x3 - 759911 759911 - 905837 92986
3x4 - 721528 721528 - 848467 874257
4x4 694669 694669 694669 776132 81762 832618
5x5 669481 669481 669481 750864 766827 792907
52
De maneira geral os custos mais expressivos satildeo referentes agrave manutenccedilatildeo
dos plantios independente do espaccedilamento adotado (Figura 3) Isso eacute
consequecircncia do maior nuacutemero de atividades desenvolvidas durante este periacuteodo
que variam desde o controle de formigas agrave manutenccedilatildeo de estradas
Figura 3 Custos totais da produccedilatildeo de paricaacute sob diferentes espaccedilamentos na regiatildeo de Paragominas PA
Nota-se no entanto que quanto maior o espaccedilamento de plantio utilizado
maiores satildeo os custos de manutenccedilatildeo por hectare Como haacute menor quantidade de
aacutervores por hectare a presenccedila de plantas invasoras eacute mais acentuada
aumentando os custos para seu controle Em contrapartida os custos por hectare
53
com adubaccedilatildeo plantio colheita e transporte diminuem jaacute que o nuacutemero de aacutervores
na aacuterea eacute reduzido
Deve-se ressaltar ainda que estes custos podem variar de acordo com a
classe de produtividade a idade em que vatildeo ser explorados os povoamentos e os
tipos de atividades empregadas que podem variar de acordo com o produtor e a
regiatildeo
54
4 CONCLUSOtildeES
O custo operacional efetivo representou em meacutedia 65 dos custos totais de
produccedilatildeo sendo o transporte o custo individual mais expressivo em todos os
espaccedilamentos analisados Jaacute a manutenccedilatildeo foi o conjunto de atividades mais
significativo nos povoamentos devido ao nuacutemero e ao longo periacuteodo para execuccedilatildeo
das atividades
Os custos totais de produccedilatildeo foram superiores em espaccedilamentos menores
independentemente da remuneraccedilatildeo ou natildeo pelo uso dos capitais permanente e
circulante
A diferenccedila nos custos entre espaccedilamentos extremos 3x2 m e 5x5 m eacute
justificada pelo maior volume de matildeo-de-obra e insumos necessaacuterios para execuccedilatildeo
das atividades em locais com maior nuacutemero de plantas por hectare
55
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE FLORESTAS PLANTADAS ndash ABRAF Anuaacuterio Estatiacutestico da ABRAF 2013 Ano base 2012 Brasiacutelia ABRAF 2013 148p Disponiacutevel em lthttpwwwabraflororgbrestatisticasABRAF13ABRAF13BR pdfgt Acesso em 19 Ago 2013 BALLONI E A SIMOtildeES J W O espaccedilamento de plantio e suas implicaccedilotildees silviculturais IPEF Piracicaba v1 n 3 p 1-16 Set 1980 (Seacuterie Teacutecnica) CAMPOS J C C LEITE H G Mensuraccedilatildeo florestal perguntas e respostas Viccedilosa UFV 2002 407p
CARVALHO P E R Paricaacute (Schizolobium amazonicum) Colombo Embrapa Florestas 2007 8p (Circular Teacutecnica 142)
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56
PREFEITURA MUNICIPAL DE DOM ELISEU O municiacutepio Dom Eliseu 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwdomeliseupagovbrgt Acesso em 23 Maio 2013 SANGUINO A C Custos de implantaccedilatildeo e rentabilidade econocircmica de povoamentos florestais com teca no estado do Paraacute Ciecircncias Agraacuterias Beleacutem n 52 p 61-78 juldez 2009 SILVA G F GEZAN S A SOARES C P B ZANETI L Z Modeling growth and yield of Schizolobium amazonicum under different spacings International Journal of Forestry Research v 2013 (2013) 10 p SILVA K R MINETTI L J FIEDLER N C VENTUROLI F MACHADO E G B SOUZA A P Custos e rendimentos operacionais de um plantio de eucalipto em regiatildeo de cerrado Aacutervore Viccedilosa-MG v28 n3 p 361-366 2004
57
CAPIacuteTULO 2
ANAacuteLISE ECONOcircMICA DA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA DE PARICAacute
RESUMO
As exigecircncias atuais de mercado aliadas agraves alternativas de investimento expressam
a necessidade de avaliaccedilatildeo econocircmica de projetos florestais Essa avaliaccedilatildeo
contribui com a escolha da melhor estrateacutegia de produccedilatildeo a fim de tornar os
produtos florestais brasileiros competitivos no mercado externo Por isso objetivou-
se neste trabalho analisar a viabilidade econocircmica de povoamentos de paricaacute sob
diferentes espaccedilamentos aleacutem de determinar economicamente a melhor forma de
plantio para produccedilatildeo de madeira Estes povoamentos foram implantados na regiatildeo
de Paragominas PA em 2006 sob os espaccedilamentos 3x2 3x3 3x4 4x4 e 5x5 m
divididos em trecircs classes de produtividade A produccedilatildeo foi entatildeo estimada para as
idades de 5 6 e 7 anos por meio de equaccedilotildees de crescimento e produccedilatildeo Os
custos do plantio agrave colheita foram disponibilizados por produtores rurais e
empresaacuterios da regiatildeo assim como o valor de venda de lacircminas A partir da
obtenccedilatildeo dos custos e receitas fez-se a anaacutelise econocircmica dos projetos Para tanto
foram utilizados os iacutendices econocircmicos e o criteacuterio do benefiacutecio perioacutedico equivalente
(BPE) como formas de avaliaccedilatildeo considerando-se a taxa de desconto de 6 como
a taxa miacutenima de atratividade Apoacutes a anaacutelise dos iacutendices e criteacuterio de avaliaccedilatildeo
econocircmica pode-se concluir que o espaccedilamento 3x3 m em classe de produtividade
alta com corte aos 5 anos foi o mais indicado pois gera o maior retorno financeiro
Para os maiores espaccedilamentos estudos ainda devem ser desenvolvidos mas
acredita-se que eles sejam alternativas financeiras viaacuteveis
Palavras-chave Criteacuterios de avaliaccedilatildeo espaccedilamentos de plantio iacutendices
econocircmicos retorno financeiro
58
CHAPTER 2
ECONOMIC ANALYSIS OF PRODUCTION PARICAacute
ABSTRACT
The current market demands combined with investment alternatives express the
need for economic evaluation of forestry projects This assessment contributes to the
choice of the best production strategy in order to make the Brazilian forest products
competitive in foreign markets Therefore this study aimed to analyze the economic
feasibility of stands of paricaacute under different spacings and economically determine
the best planting for timber production These settlements were established in the
region of Paragominas PA in 2006 under the spacings 3x2 3x3 3x4 4x4 and 5x5
m divided into three classes productivity The production was then estimated for
ages 5 6 and 7 years through equations of growth and production Costs from
planting to harvest were provided by farmers and entrepreneurs in the region as well
as the value of sales of blades From procurement costs and revenues became the
economic analysis of projects For both economic indicators and criteria periodic
benefit equivalent (BPE) as forms of assessment considering the discount rate of 6
as the hurdle rate were used After analyzing the indexes and economic evaluation
criteria it can be concluded that the spacing 3x3 m in class high productivity with cut
to 5 years was the most suitable because it generates the greatest financial return
For the larger spacings studies have yet to be developed but it is believed that they
are viable alternatives financial
Keywords Evaluation criteria planting space economic indicators financial return
59
1 INTRODUCcedilAtildeO
A implantaccedilatildeo da lei dos incentivos fiscais na deacutecada de 60 motivou o plantio
de florestas para ampliar a base florestal do Paiacutes e captar recursos para o
desenvolvimento do setor (MELLO et al 2005) Esses estiacutemulos baseavam-se na
expansatildeo florestal desconsiderando a qualidade da madeira
Nos dias atuais diante das exigecircncias de mercado da competiccedilatildeo com
outros paiacuteses e das pressotildees relacionadas ao meio ambiente o Brasil tem investido
natildeo somente em produccedilatildeo mais tambeacutem em teacutecnicas silviculturais que contribuam
com a qualidade final dos produtos aleacutem de teacutecnicas que reduzam os custos
envolvidos no processo produtivo Essas metas tecircm sido alcanccediladas por meio do
planejamento dos investimentos
Para realizar um investimento eacute necessaacuterio primeiramente organizar
formalmente os objetivos por meio de um projeto relacionando os meios de que se
dispotildee para alcanccedilaacute-los Posteriormente deve-se analisar o mercado potencial do
produto a fim de obter informaccedilotildees sobre os retornos esperados do investimento
comparativamente agraves alternativas disponiacuteveis eou viaacuteveis Assim com o
planejamento adequado das atividades eacute possiacutevel identificar as exigecircncias atuais de
mercado os caminhos a serem seguidos para entatildeo construir um referencial futuro
o qual identificaraacute a viabilidade ou natildeo da implantaccedilatildeo do projeto ao qual o
planejamento se destina (REZENDE OLIVEIRA 2008)
Para implantaccedilatildeo de um projeto aleacutem de se conhecer o horizonte de
planejamento que eacute o periacuteodo estimado durante o qual o empreendimento em
anaacutelise iraacute operar faz-se necessaacuterios tambeacutem testar a sua viabilidade teacutecnica
econocircmica financeira social ambiental e poliacutetica O teste da viabilidade econocircmica
eacute considerado o mais importante entre os paracircmetros de avaliaccedilatildeo pois consiste em
verificar se no projeto as receitas superam os custos Caso isso natildeo ocorra diz-se
que o projeto eacute insustentaacutevel desde a sua implantaccedilatildeo (FARO 1979 CHICHORRO
et al 2010)
Na avaliaccedilatildeo econocircmica para decisatildeo de que o projeto deve ou natildeo ser
implementado satildeo usadas teacutecnicas e criteacuterios de anaacutelise que comparam os custos e
as receitas inerentes ao projeto A anaacutelise de projetos consiste entatildeo na verificaccedilatildeo
60
de que determinada atividade eacute lucrativa ou natildeo considerando-se um horizonte de
planejamento (REZENDE OLIVEIRA 2008)
Existem vaacuterios meacutetodos de seleccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de projetos de
investimentos Geralmente recorre-se a meacutetodos que consideram principalmente as
atividades a serem executadas os periacuteodos de execuccedilatildeo e seus respectivos custos
os produtos e o periacuteodo de tempo que levaratildeo para serem produzidos seus preccedilos
e receitas ou seja o fluxo de caixa (CHICHORRO et al 2010)
Os meacutetodos de avaliaccedilatildeo econocircmica podem entatildeo ser divididos em dois
grupos principais O primeiro grupo compreende aqueles em que natildeo se considera a
variaccedilatildeo do capital no tempo sendo indicados para horizontes de planejamentos
muito curtos onde natildeo haacute inflaccedilatildeo Jaacute o segundo grupo considera a variaccedilatildeo do
capital no tempo podendo-se citar o valor presente liacutequido (VPL) e o benefiacutecio
perioacutedico equivalente (BPE) como exemplos (SILVA et al 2005)
A variaccedilatildeo do capital ocorre devido agrave remuneraccedilatildeo paga ao seu uso por
determinado tempo ou seja os juros Assim no final do prazo estipulado natildeo
haveraacute somente a quantia emprestada mais tambeacutem um acreacutescimo que
corresponde ao custo de oportunidade do uso do capital durante o periacuteodo de
empreacutestimo O valor a ser pago no final do periacuteodo dependeraacute da taxa de juros
correspondente a unidade de tempo considerada A Conab utiliza o percentual de
6 ao ano como a taxa de retorno para a remuneraccedilatildeo dos investimentos feitos pelo
produtor como se o capital fosse aplicado em outro investimento alternativo
(OLIVEIRA REZENDE 2004 CONAB 2010)
Tendo em vista este contexto objetivou-se neste trabalho analisar a
viabilidade econocircmica de povoamentos de paricaacute sob diferentes espaccedilamentos e
determinar economicamente o melhor espaccedilamento de plantio para produccedilatildeo de
madeira
61
2 MATERIAL E MEacuteTODOS
21 OBTENCcedilAtildeO DAS RECEITAS
A partir da estimativa dos volumes comercial (VTHA msup3ha) e de lacircminas
(VCHA m3ha) nos diferentes espaccedilamentos de plantio em diferentes
idades e classes produtivas tal como proposto no capiacutetulo 1 foram contraiacutedas as
receitas Os volumes comercial e de lacircminas estimados foram multiplicados pelo valor
meacutedio de venda disponiacutevel no boletim informativo de preccedilos disponibilizado pela
Coordenadoria Executiva da Administraccedilatildeo Tributaacuteria ndash CERAT do Estado do Paraacute
2013 Obteve-se assim a receita para cada espaccedilamento analisado
22 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS
Como se trata de projetos de investimento com a finalidade de obtenccedilatildeo de
madeira foram propostos trecircs horizontes de planejamento para os povoamentos de
paricaacute Esses horizontes se referiram ao periacuteodo de tempo que estes projetos foram
avaliados correspondendo a 5 6 e 7 anos entre a implantaccedilatildeo e colheita
Sabendo-se que eacute necessaacuterio reajustar os valores investidos durante o
periacuteodo de execuccedilatildeo do projeto utilizou-se uma taxa de desconto de 6 ao ano
como forma de remuneraccedilatildeo do capital investido considerando a caderneta de
poupanccedila como sendo o melhor investimento alternativo (OLIVEIRA REZENDE
2004) A inflaccedilatildeo identificada no periacuteodo foi obtida por meio do uso do Iacutendice Geral
de Preccedilos - Disponibilidade Interna (IGP-DI) o qual mede a variaccedilatildeo de preccedilos no
mercado A descapitalizaccedilatildeo foi realizada de acordo com a metodologia descrita no
capiacutetulo 1
Para anaacutelise da viabilidade econocircmica do projeto identificaram-se as
variaccedilotildees do capital no tempo Assim em relaccedilatildeo agrave classificaccedilatildeo do projeto de
investimento este foi considerado convencional ou seja ocorreu apenas uma
mudanccedila de sinal em seu fluxo de caixa satisfazendo as seguintes condiccedilotildees
62
119862119900 lt 0
119883119895 le 0 119901119886119903119886 119895 = 1 hellip 119896
119883119895 ge 0 119901119886119903119886 119895 = 119896 + 1 hellip 119899 119890
sum 119883119895
119899
119895=119896+1
gt sum 119883119895
119896
119895=0
Em que
Co = custo inicial (R$)
k = periacuteodo de tempo a partir do qual as receitas passaram a ser positivas
Xj = receita liacutequida de cada periacuteodo j e
n = duraccedilatildeo do projeto (anos)
Depois de identificado o tipo de projeto e tendo todos os custos jaacute calculados
no capiacutetulo 1 procedeu-se a anaacutelise econocircmica dos projetos por meio da avaliaccedilatildeo
dos iacutendices econocircmicos e do benefiacutecio perioacutedico equivalente (BPE)
23 IacuteNDICES ECONOcircMICOS DA PRODUCcedilAtildeO
Para verificar a rentabilidade do sistema produtivo os seguintes iacutendices
econocircmicos de produccedilatildeo foram utilizados
a) Renda bruta (RB)
119877119861 = 119876 times P Eq1
b) Margem bruta (MB)
119872119861 = 119877119861 minus 119862119874119864 Eq 2
c) Margem liacutequida (ML)
119872119871 = 119877119861 minus 119862119874119879 Eq 3
d) Lucro (L)
119871 = 119877119861 minus 119862119879 Eq 4
63
e) Lucratividade (Lc)
119871119888 =119871
119877119861 Eq 5
f) Iacutendice de rentabilidade (IR)
119868119877 =119872119871
119862 Eq 6
Em que
119877119861 = renda bruta (R$)
119876 = quantidade de produto vendido (un)
119875 = preccedilo unitaacuterio dos produtos (R$)
119872119861 = margem bruta (R$)
119862119874119864 = custo operacional efetivo (R$)
119872119871 = margem liacutequida (R$)
119862119874119879 = custo operacional total (R$)
119871 = lucro (R$)
119862119879 = custo total (R$)
119871119888 = lucratividade ()
119868119877 = iacutendice de rentabilidade () e
119862 = capital empatado (R$) referente ao somatoacuterio do custo fixo e circulante meacutedio
podendo-se considerar ou natildeo o custo da terra
24 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DOS PROJETOS
241 Benefiacutecio perioacutedico equivalente (BPE)
Para avaliaccedilatildeo da viabilidade econocircmica por meio do BPE a seguinte
foacutermula foi utilizada
119861119875119864 =119881119875119871[(1 + 119894)119905](1 + 119894)119899119905
(1 + 119894)119899119905 minus 1 Eq 7
64
Em que
n = duraccedilatildeo do projeto (anos)
t = nuacutemero de periacuteodos de capitalizaccedilatildeo
i = taxa de desconto e
VPL = valor presente liacutequido
O VPL foi obtido pela foacutermula
119881119875119871 = sum 119877119895
119899
119895=0
(1 + 119894)minus119895 minus sum 119862119895
119899
119895=0
(1 + 119894)minus119895
Eq 8
Em que
i = taxa de desconto (juros)
j = periacuteodo em que a receita ou o custo ocorreram
n = duraccedilatildeo do projeto (anos)
Rj = receita no final do ano j ou do periacuteodo de tempo e
Cj = custo no final do ano j ou do periacuteodo de tempo considerado
O BPE permite a comparaccedilatildeo de projetos com diferentes horizontes de
planejamento pois os custos jaacute estatildeo distribuiacutedos por unidade de tempo estando
impliacutecitas as diferenccedilas de horizontes Como o desconto dos fluxos de caixa foi
estimado a partir da ldquodata presenterdquo ou seja no periacuteodo de implantaccedilatildeo do projeto
estes foram comparados quando as consequecircncias monetaacuterias estavam em um
ponto comum do tempo
65
3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
31 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA VENDA DE MADEIRA EM PEacute
A renda bruta foi estimada por meio da multiplicaccedilatildeo do volume comercial e
comercial por hectare e o preccedilo pago por cada unidade agrave qual se admitiu um valor
miacutenimo de R$5370 msup3 para venda de ldquomadeira em peacuterdquo ou seja madeira natildeo
explorada e R$45156 msup3 a venda de lacircminas de paricaacute
Identicamente aos custos as receitas foram deflacionadas e
descapitalizadas para o ano 0 a fim de possibilitar a comparaccedilatildeo entre os valores
gastos e recebidos com essa praacutetica de produccedilatildeo A renda bruta obtida com a venda
de madeira de paricaacute pode ser observada na Tabela 1
Tabela 1 Renda bruta (RB) obtida com a produccedilatildeo de madeira de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA sem considerar o custo de laminaccedilatildeo
Idade Espaccedil
(m)
VTHA (R$ha) VCHA (R$ha)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 379731 433109 452408 1109193 1349221 1557365
3x3 - 362619 424113 - 1212472 1509318
3x4 - 311840 373961 - 1077399 1379067
4x4 166887 317064 342144 550865 1122453 1272564
5x5 172002 205671 306342 627806 811406 1226000
6 a
no
s
3x2 355004 394611 431419 1056449 1261369 1508350
3x3 - 341749 408022 - 1163130 1470243
3x4 - 288386 356682 - 1020754 1335360
4x4 167940 274794 313771 556167 1012394 1196711
5x5 166477 207478 273875 613368 817994 1133134
7 a
no
s
3x2 334925 365156 383863 1012137 1191106 1382874
3x3 - 325700 385794 - 1122613 1410651
3x4 - 278203 342718 - 993941 1296571
4x4 164441 268225 305743 547531 994496 1174049
5x5 164242 204174 269414 607295 808354 1119474
Em que Espaccedil = espaccedilamento (m) VTHA = volume comercial por hectare (msup3ha) e VCHA = volume de lacircminas por hectare (msup3ha)
66
A ausecircncia de valores na classe de produtividade baixa nos espaccedilamentos
3x3 e 3x4 m eacute proveniente da inesistecircncia de povoamentos nestas condiccedilotildees de
terreno Como se tratam de plantios independentes a falta de informaccedilotildees nestes
ambientes natildeo prejudicamalteram os resultados nas outras aacutereas em estudo
Observando a Tabela 1 eacute perceptiacutevel a diferenccedila entre a renda bruta obtida
com a venda de madeira em peacute e a explorada Para siacutetios de baixa produtividade e
com corte aos 5 anos a diferenccedila entre a venda de lacircminas e madeira em peacute foi de
aproximadamente R$729000 Esta diferenccedila ocorreu porque o custo de laminaccedilatildeo
natildeo foi contabilizado por falta de informaccedilotildees sobre o processo produtivo
Natildeo existem estudos que indiquem os custos reais de laminaccedilatildeo de paricaacute
proveniente de reflorestamento e quais as atividades necessaacuterias para transformar o
torete de madeira em lacircminas de forma eficiente e com boa qualidade
A renda resultante da venda de ldquomadeira em peacuterdquo em espaccedilamentos
menores como o 3x2 m superam os mais espaccedilados como o 4x4 e 5x5 m com
receita duas vezes maior quando comparados os espaccedilamentos 3x2 e 5x5 m Esta
tendecircncia ocorre entre classes de produtividade e tambeacutem entre idades distintas
Com o aumento da idade de corte houve diminuiccedilatildeo nas receitas em todos
os espaccedilamentos pois o volume de madeira foi reduzido Isso ocorre como jaacute citado
anteriormente provavelmente devido ao autodesbaste das plantas caracteriacutestico da
espeacutecie Entretanto os custos tambeacutem sofreram reduccedilatildeo devido ao menor nuacutemero
de plantas por hectare e esta relaccedilatildeo deve ser analisada
O comportamento da renda bruta em relaccedilatildeo a madeira explorada segue a
mesma tendecircncia citada acima ou seja o menor espaccedilamento no melhor siacutetio
produtivo aos 5 anos eacute o que indica ser o mais viaacutevel Todavia deve-se interagir
custos e receitas para se inferir sobre o espaccedilamento mais adequado para se obter
a maior lucratividade
Na Tabela 2 eacute possiacutevel observar os iacutendices em siacutetios com classe de
produtividade baixa para a venda de lacircminas de paricaacute
67
Tabela 2 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute para venda preacute-corte em classe de produtividade baixa (17 ndash 19 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
5 a
no
s
MB -121915 - - -221422 -197665
ML -172080 - - -260253 -234631
L -256915 - - -325921 -297147
L (t) -350415 - - -419421 -390647
Luc -068 - - -195 -173
Lucr (t) -092 - - -251 -227
IR -047 - - -085 -079
IR (t) -038 - - -065 -060
6 a
no
s
MB -157604 - - -236236 -218806
ML -208865 - - -276654 -257335
L -316133 - - -361232 -337959
L (t) -427533 - - -472632 -449359
Luc -089 - - -215 -203
Lucr (t) -120 - - -281 -270
IR -056 - - -088 -084
IR (t) -043 - - -065 -062
7 a
no
s
MB -192230 - - -244377 -225943
ML -244145 - - -285258 -264961
L -376891 - - -388205 -363216
L (t) -508091 - - -519405 -494416
Luc -113 - - -236 -221
Lucr (t) -152 - - -316 -301
IR -065 - - -090 -086
IR (t) -048 - - -064 -060
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
Na Tabela 2 eacute possiacutevel observar que sob as condiccedilotildees analisadas nenhum
espaccedilamento eacute viaacutevel economicamente Jaacute o comportamento dos iacutendices financeiros
em classe de produtividade meacutedia pode ser observado na Tabela 3
68
Tabela 3 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute para venda preacute-corte em classe de produtividade meacutedia (19 ndash 21 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
5 a
no
s
MB -68537 -75377 -97128 -71245 -163995
ML -118702 -119176 -138025 -110076 -200962
L -203537 -193247 -207187 -175744 -263477
L (t) -297037 -286747 -300687 -269244 -356977
Luc -047 -053 -066 -055 -128
Lucr (t) -069 -079 -096 -085 -174
IR -033 -036 -043 -036 -067
IR (t) -026 -028 -034 -027 -051
6 a
no
s
MB -117998 -109790 -135159 -129382 -177806
ML -169258 -154944 -177514 -169800 -216334
L -276527 -249433 -266145 -254378 -296958
L (t) -387927 -360833 -377545 -365778 -408358
Luc -070 -073 -092 -093 -143
Lucr (t) -098 -106 -131 -133 -197
IR -046 -046 -055 -054 -071
IR (t) -035 -034 -041 -040 -052
7 a
no
s
MB -161999 -131381 -150483 -140593 -186011
ML -213914 -177089 -193352 -181475 -225030
L -346659 -292189 -301302 -284422 -323284
L (t) -477859 -423389 -432502 -415622 -454484
Luc -095 -090 -108 -106 -158
Lucr (t) -131 -130 -155 -155 -223
IR -057 -052 -059 -057 -073
IR (t) -042 -037 -042 -040 -051
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
Os prejuiacutezos obtidos nestas condiccedilotildees do terreno satildeo menores quando
comparados com siacutetios de produtividade baixa O mesmo comportamento tambeacutem
foi observado para siacutetios de classe de produtividade alta como indicado na Tabela
4
69
Tabela 4 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute pra venda preacute-corte em classe de produtividade alta (21 ndash 24 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
5 a
no
s
MB -49238 -13882 -35007 -46165 -63324
ML -99403 -57682 -75904 -84996 -100291
L -184238 -131752 -145066 -150664 -162806
L (t) -277738 -225252 -238566 -244164 -256306
Luc -041 -031 -039 -044 -053
Lucr (t) -061 -053 -064 -071 -084
IR -027 -017 -024 -028 -034
IR (t) -022 -014 -018 -021 -026
6 a
no
s
MB -81189 -43517 -66863 -90406 -111408
ML -132450 -88671 -109217 -130823 -149937
L -239718 -183160 -197848 -215401 -230561
L (t) -351118 -294560 -309248 -326801 -341961
Luc -056 -045 -055 -069 -084
Lucr (t) -081 -072 -087 -104 -125
IR -036 -026 -034 -041 -049
IR (t) -028 -020 -025 -031 -036
7 a
no
s
MB -143292 -71287 -85969 -103075 -120771
ML -195207 -116995 -128837 -143956 -159790
L -327953 -232094 -236787 -246903 -258044
L (t) -459153 -363294 -367987 -378103 -389244
Luc -085 -060 -069 -081 -096
Lucr (t) -120 -094 -107 -124 -144
IR -052 -034 -039 -045 -052
IR (t) -038 -025 -028 -032 -036
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
A inviabilidade econocircmica observada nas trecircs condiccedilotildees produtivas podem
ter sido provenientes do baixo valor de mercado praticado na regiatildeo
Apoacutes o pagamento de todos os desembolsos efetivos restou o deacutebito de R$-
13882 para o espaccedilamento 3x3 m Esta quantia jaacute pode ser considerada como
70
prejuiacutezo do investimento mesmo sem ser contabilizados o pagamento da matildeo de
obra familiar (administraccedilatildeo) e os custos de oportunidade do capital
O menor valor resultante para o espaccedilamento 5x5 m se deve ao fato de
existirem atividades iguais aos outros espaccedilamentos que estatildeo sendo executas em
tempo maior que dos outros povoamentos aumentando assim o custo de produccedilatildeo
Jaacute os resultados encontrados para o espaccedilamento 3x3 m em classe de
produtividade alta satildeo atribuiacutedos agrave eficiecircncia das operaccedilotildees de manutenccedilatildeo dos
plantios principalmente pelo controle de plantas daninhas
Depois do pagamento de todos os desembolsos efetivos foi admitida a
remuneraccedilatildeo da matildeo de obra familiar em virtude da administraccedilatildeo das aacutereas de
plantio sendo proporcional aos custos de produccedilatildeo de paricaacute A margem liacutequida
negativa indica que o empreendimento eacute economicamente inviaacutevel O valor admitido
por este iacutendice se positivo natildeo seria o lucro gerado pois ainda natildeo foi descontado
o custo de oportunidade do capital investido
Para todos os povoamentos analisados houve lucro negativo principalmente
quando foi considerada a remuneraccedilatildeo pelo uso da terra Isso significa que o
investimento natildeo foi atrativo financeiramente Este resultado natildeo eacute interessante
economicamente ao produtor e pode trazer consequecircncias ainda piores como falta
de incentivo agrave produccedilatildeo falta de demanda para venda da madeira em idade de corte
e preccedilos ainda menores do que os praticados
Considerando-se o pagamento pelo uso da terra o prejuiacutezo obtido pelo
plantio de paricaacute variou entre 53 e 316 sendo maior quando mais amplo o
espaccedilamento de plantio Desconsiderando o pagamento pelo uso da terra o
prejuiacutezo se tornou menor estando entre 31 e 236
Este iacutendice representa a capacidade da atividade de transformar
investimento em margem liacutequida Assim desconsiderando o pagamento pelo uso da
terra tem-se que para cada real investido obteve-se entre R$-090 e R$-017 de
margem liacutequida sendo mais atrativo o espaccedilamento 3x3 m em classe de
produtividade alta Considerando o custo da terra o valor foi de R$-065 a R$-014
sendo melhor nos menores espaccedilamento de plantio
Deve-se salientar novamente que o valor do msup3 de madeira utilizado nesta
pesquisa eacute proveniente do preccedilo meacutedio praticado pelo CERAT ndash PA Valores
superiores a este encontrados na regiatildeo podem alterar estes resultados tornando
estes povoamentos atrativos financeiramente (quando superiores a R$10000 msup3)
71
32 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA LAMINADA
O comportamento observado foi semelhante ao da madeira vendida em peacute
ou seja os iacutendices financeiros apontaram que a viabilidade econocircmica aos 5 anos
foi superior agraves outras idades de exploraccedilatildeo (Tabela 5)
Tabela 5 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de baixa produtividade (17 ndash 19 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
5 a
no
s
MB 460255 - - 82016 175950
ML 395361 - - 35131 130764
L 285617 - - -44157 54349
L (t) 192117 - - -137657 -39151
Luc 026 - - -008 009
Lucr (t) 017 - - -025 -006
IR 090 - - 010 039
IR (t) 074 - - 008 030
6 a
no
s
MB 416597 - - 84912 161477
ML 352612 - - 37786 116288
L 218717 - - -60828 21725
L (t) 107317 - - -172228 -89675
Luc 021 - - -011 004
Lucr (t) 010 - - -031 -015
IR 081 - - 011 034
IR (t) 065 - - 008 026
7 a
no
s
MB 374305 - - 138713 217110
ML 322390 - - 97831 178092
L 161775 - - -5115 79837
L (t) 30575 - - -136315 -51363
Luc 016 - - -001 013
Lucr (t) 003 - - -025 -008
IR 075 - - 031 058
IR (t) 057 - - 022 041
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
72
Os iacutendices econocircmicos para as classes de produtividade meacutedia e alta
encontram-se nas Tabelas 6 e 7
Tabela 6 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de meacutedia produtividade (19 ndash 21 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
5 a
no
s
MB 681518 625573 537181 600811 347713
ML 614747 566883 483159 548647 301344
L 501830 467631 391801 460430 222928
L (t) 408330 374131 298301 366930 129428
Luc 037 039 036 041 027
Lucr (t) 030 031 028 033 016
IR 137 139 126 147 087
IR (t) 114 113 101 117 069
6 a
no
s
MB 608614 588446 491228 506607 352752
ML 543338 530977 438275 456029 306227
L 406743 410719 327467 350188 208871
L (t) 295343 299319 216067 238788 97471
Luc 032 035 032 035 026
Lucr (t) 023 026 021 024 012
IR 124 133 116 125 089
IR (t) 099 104 090 095 067
7 a
no
s
MB 544335 665533 565255 585678 418169
ML 492420 619825 522386 544796 379151
L 329553 504725 414437 441850 280896
L (t) 198353 373525 283237 310650 149696
Luc 028 045 042 044 035
Lucr (t) 017 033 028 031 019
IR 113 181 159 171 123
IR (t) 087 131 114 121 086
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
73
Tabela 7 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de alta produtividade (21 ndash 24 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5 5
an
os
MB 882878 900802 817010 742105 726917
ML 815429 839950 760805 689059 677009
L 701365 737042 665754 599351 592608
L (t) 607865 643542 572254 505851 499108
Luc 045 049 048 047 048
Lucr (t) 039 043 041 040 041
IR 181 201 193 182 187
IR (t) 150 164 156 146 148
6 a
no
s
MB 843757 874244 783868 678388 646537
ML 777297 814644 728718 626556 597877
L 638225 689925 613313 518092 496052
L (t) 526825 578525 501913 406692 384652
Luc 042 047 046 043 044
Lucr (t) 035 039 038 034 034
IR 174 198 187 168 168
IR (t) 140 156 146 129 128
7 a
no
s
MB 730571 953571 867885 765231 729289
ML 678656 907863 825016 724350 690271
L 514396 792763 717066 621403 592016
L (t) 383196 661563 585866 490203 460816
Luc 037 056 055 053 053
Lucr (t) 028 047 045 042 041
IR 154 266 252 228 224
IR (t) 119 192 180 161 157
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
Contrariamente agrave preacute-colheita a venda de madeira de paricaacute poacutes-colheita
tem demonstrado viabilidade economica para as idade classe de produtividade e
espaccedilamento analisados como observados nos iacutendices a seguir
Apoacutes o pagamento de todos os custos efetivos notou-se uma vantagem no
uso de espaccedilamentos mais adensados Nestes ambientes a margem bruta foi por
74
vezes maior que 40 em relaccedilatildeo aos maiores espaccedilamentos Poreacutem restam ainda
o pagamento pela administraccedilatildeo e uso do capital No entanto verificou-se que a
maioria dos projetos avaliados foram viaacuteveis economicamente pois se obteve
resultados positivos para a madeira laminada
A matildeo-de-obra familiar foi remunerada mantendo-se o montante positivo
Este montante foi utilizado posteriormente como forma de pagamento pelo custo de
oportunidade do capital Observa-se que este iacutendice manteve a tendecircncia de
comportamento semelhante agrave margem bruta exprimindo a viabilidade dos projetos
Lucro negativo soacute foi observado em espaccedilamentos amplos como o 4x4 e
5x5 m em classe de produtividade baixa em todos os anos analisados Isso
significa que o custo de oportunidade do uso do capital natildeo estaacute sendo remunerado
O resultado encontrado eacute consequecircncia de volume insuficiente de lacircminas
para o pagamento do processo produtivo Vale salientar que o processo de
laminaccedilatildeo natildeo foi quantificado
O intervalo de lucratividade sem considerar o pagamento pelo uso da terra
variou de -31 agrave 56 ou seja existem povoamentos que em certas condiccedilotildees
foram inviaacuteveis economicamente como eacute o caso dos espaccedilamentos 4x4 e 5x5 m
em classe de produtividade baixa com exploraccedilatildeo aos 5 anos Outros povoamentos
ao contraacuterio possuem lucratividade de 56 Como exemplo pode-se citar o 3x3 m
aos 7 anos em classe de produtividade alta
Quando se considera o pagamento pelo uso da terra a mesma tendecircncia foi
observada poreacutem a lucratividade foi menor
A capacidade da atividade em transformar o investimento em margem
liacutequida variou entre R$034 e R$266 sendo mais atrativo o espaccedilamento 3x3 m
Considerando o custo da terra o valor corresponde entre R$008 e R$192 sendo
melhor quanto menor o espaccedilamento de plantio
Considerando os valores obtidos nas Tabelas 5 6 e 7 foi possiacutevel inferir
sobre os custos maacuteximos que poderiam ser destinados agrave laminaccedilatildeo para que todas
as despesas fossem pagas obtendo lucratividade zero Na Tabela 8 eacute indicado
quais satildeo estes valores
75
Tabela 8 Valores maacuteximos a serem pagos pela laminaccedilatildeo (R$msup3)
Idade Classe produtiva (m) Espaccedilamentos (m)
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5 5
ano
s Baixa 1184 - - -1930 -533
Meacutedia 2206 2414 2238 2708 1472
Alta 3144 3550 3580 3459 3812
6 a
no
s Baixa 707 - - -2400 -1260
Meacutedia 1751 2049 1753 2033 1099
Alta 2857 3317 3292 3033 3286
7 a
no
s Baixa 131 - - -3253 -2045
Meacutedia 1189 1557 1223 1543 476
Alta 2255 2916 2883 2613 2836
Estas informaccedilotildees satildeo valores meacutedios dos espaccedilamentos para cada classe
de produtividade e idade Como pressupotildee-se que em siacutetio de melhor qualidade haacute
maior renda eacute possiacutevel o pagamento de um valor substancialmente maior do que
em classe de produtividade meacutedia Observa-se ainda a inviabilidade da praacutetica de
laminaccedilatildeo em classe de produtividade baixa independente da idade de corte pois a
receita foi menor que os custos mesmo sem a laminaccedilatildeo Essa consideraccedilatildeo
reforccedila os argumentos de suporte sobre os menores espaccedilamentos serem os mais
apropriados para o plantio de paricaacute
33 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA
331 Benefiacutecio perioacutedico equivalente ndash BPE
Para a taxa de 6 aa em povoamentos natildeo explorados o BPE obtido
variou entre R$-24042 e R$-8005 para os espaccedilamentos 4x4 e 3x3 m
respectivamente (Tabela 9) Isso indica que o espaccedilamento 3x3 m na classe de
produtividade alta com corte aos 5 anos eacute o que resultou no menor prejuiacutezo
financeiro sob estas condiccedilotildees analisadas Jaacute o 4x4 m em classe de produtividade
baixa com corte aos 7 anos foi a pior escolha de investimento
76
Tabela 9 BPE de plantios de paricaacute situados na regiatildeo de Paragominas PA
Idade Espaccedil
(m)
BPE (VTHA) BPE (VCHA)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 -15515 -12312 -11154 17037 30010 41982
3x3 - -11695 -8005 - 27958 44123
3x4 - -12531 -8804 - 23408 39845
4x4 -19655 -10645 -9140 -2749 27526 35861
5x5 -17929 -15909 -9868 3161 13276 35456
6 a
no
s
3x2 -19068 -16692 -14483 13023 24305 38193
3x3 - -15066 -11090 - 24543 41296
3x4 - -16069 -11971 - 19548 36699
4x4 -21774 -15363 -13024 -3750 20911 30986
5x5 -20378 -17917 -13934 1204 12432 29663
7 a
no
s
3x2 -22761 -20948 -19825 8894 18907 29965
3x3 - -18281 -14675 - 20779 36619
3x4 - -18827 -14957 - 16500 33111
4x4 -24042 -17815 -15564 -5944 18385 28258
5x5 -22542 -20146 -16232 -842 10264 27366
Em que Espaccedil = espaccedilamento (m) BPE (VTHA) = benefiacutecio perioacutedico equivalente para venda de madeira em peacute e BPE (VCHA) = benefiacutecio perioacutedico equivalente para venda de madeira laminada
A mesma tendecircncia foi observada em povoamentos explorados em que o
BPE variou entre R$-5944 e R$44123 sendo o espaccedilamento 3x3 m a melhor
opccedilatildeo de investimento O mesmo resultado foi obtido por Pavan et al (2010) com
plantios de eucalipto no Rio Grande do Sul para laminaccedilatildeo
Caso ocorressem mudanccedilas na taxa de desconto estas contribuiriam para o
aumento ou reduccedilatildeo dos lucros do plantio Segundo Soares et al (2003) aumentos
na taxa de desconto afetam significativamente o VPL e consequentemente o BPE
indicando que quanto menor a taxa de desconto utilizada maior seraacute a lucratividade
do projeto
A partir da anaacutelise econocircmica dos diferentes sistemas de plantio pode-se
inferir que o motivo pelo qual a classe de produtividade baixa resultou em uma das
piores alternativas financeiras estaacute relacionado ao autodesbaste das plantas neste
ambiente Como estas aacutereas dispotildeem de menores recursos eacute possiacutevel que tenha
77
ocorrido uma expressiva mortalidade de plantas devido agrave concorrecircncia por luz e
nutrientes do solo
Todos os espaccedilamentos de plantio podem ser alternativas viaacuteveis que
poderatildeo contribuir de maneira mais significativa na medida em que alcancem sua
capacidade maacutexima de incremento Isso eacute obtido com a diferenciaccedilatildeo entre os
horizontes de planejamento que natildeo podem ser idecircnticos para todos os
espaccedilamentos de plantio haja vista que as aacutervores se comportam de maneiras
diferentes nestes espaccedilamentoss devido agrave disponibilidade de recursos
Esta afirmaccedilatildeo jaacute foi comprovada em estudos realizados por Cordeiro et al
(2009) em que foi constatado que o sistema de produccedilatildeo do paricaacute em cultivo puro
sob o espaccedilamento 4x3 m nos quatro primeiros anos de cultivo natildeo apresentaram
viabilidade econocircmica sugerindo a necessidade de maior horizonte de
planejamento
78
4 CONCLUSOtildeES
O monocultivo de paricaacute em qualquer um dos espaccedilamentos analisados foi
considerado inviaacutevel por todos os criteacuterios utilizados nesta anaacutelise econocircmica
quando se objetivou a venda da madeira sem exploraccedilatildeo Essa resposta estaacute
associada ao baixo valor de mercado ao qual a espeacutecie estaacute subordinada
A exploraccedilatildeo de madeira mesmo sendo um processo trabalhoso e
dispendioso eacute uma alternativa para se obter valores positivos com a produccedilatildeo de
paricaacute
Observando os custos e receitas oriundos de plantios de paricaacute pode-se
afirmar que espaccedilamentos mais amplos em classe de produtividade baixa satildeo
insuficientes para remunerar o processo de laminaccedilatildeo
O maior retorno financeiro foi obtido em povoamentos de paricaacute implantados
em classe de produtividade alta sob o espaccedilamento 3x3 m com exploraccedilatildeo aos 5
anos
79
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
CHICHORRO J F BAUER M O ANDRADE W S SILVA G F SANTOS F R SILVA J L NOGUEIRA M A Avaliaccedilatildeo econocircmica de projetos florestais In CHICHORRO J F BAUER M O GARCIA G O CALDEIRA M V W Toacutepicos especiais em ciecircncias florestais 1 ed Visconde do Rio Branco Suprema 2010 v 1 p 231-260 COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO ndash CONAB Custo de produccedilatildeo agriacutecola a metodologia da Conab Brasiacutelia Conab 2010 60p COORDENADORIA EXECUTIVA DA ADMINISTRACcedilAtildeO TRIBUTAacuteRIA ndash CERAT Boletim informativo de preccedilos Paraacute 2013 22p CORDEIRO I M C C SANTANA A C LAMEIRA O A SILVA I M Anaacutelise econocircmica dos sistemas de cultivo com Schizolobium parahyba var amazonicum (Huber ex Ducke) Barneby (Paricaacute) E Ananas comosus var erectifolius (L B Smith) Coppus amp Leal (Curauaacute) no municiacutepio de Aurora do Paraacute (PA) Brasil Facultad Agronomiacutea (LUZ) 2009 26 243-265 FARO C Elementos de engenharia econocircmica 3ed Satildeo Paulo Atlas 1979 328p MELLO A A CARNIERI C ARCE J E SANQUETTA C R Planejamento florestal visando agrave maximizaccedilatildeo dos lucros e a manutenccedilatildeo do estoque de carbono Cerne Lavras v 11 n 3 p 205-217 julset 2005 OLIVEIRA A D REZENDE J L P Economia Florestal Lavras UFLAFAEPE 2004 101p PAVAN J A ALVES T W SOUZA M A Viabilidade Econocircmica da Produccedilatildeo de Eucaliptos no Rio Grande do Sul Associaccedilatildeo Brasileira de Custos vol 5 n 1 78-109 JanAbr 2010 REZENDE J L P OLIVEIRA A D Anaacutelise econocircmica e social de projetos florestais Viccedilosa MG UFV 2001 389 p SILVA M L JACOVINE L A G VALVERDE S R Economia Florestal 2 ed Viccedilosa UFV 2005 178p SOARES T S CARVALHO R M M A VALE A B Avaliaccedilatildeo econocircmica de um povoamento de Eucalyptus grandis destinado a multiprodutos Aacutervore Viccedilosa-MG v27 n5 p689-694 2003
80
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A partir das condiccedilotildees estabelecidas notou-se o efeito dos espaccedilamentos
de plantio na viabilidade econocircmica dos povoamentos de paricaacute
Em relaccedilatildeo aos custos de produccedilatildeo eles devem ser separados por
atividades sendo elas preparo da aacuterea plantio adubaccedilatildeo manutenccedilatildeo colheita e
transporte laminaccedilatildeo custo de administraccedilatildeo remuneraccedilatildeo do capital investido
Dentro de cada atividade alguns custos podem sofrer a influecircncia do
nuacutemero de plantas por hectare Como exemplo pode-se citar o nuacutemero de diaacuterias
necessaacuterias para alinhamento coveamento e plantio das mudas aleacutem da
quantidade de adubo necessaacuterio para adubaccedilatildeo de cova
O maior nuacutemero de operaccedilotildees ocorre no periacuteodo de manutenccedilatildeo dos
plantios poreacutem nenhuma delas foi considerada dispendiosa Os maiores custos
individuais foram do transporte de madeira do povoamento ateacute a induacutestria em
todos os espaccedilamentos analisados devido agraves condiccedilotildees de traacutefego nas estradas
A relaccedilatildeo entre volume comercial volume laminado e os custos de
produccedilatildeo determinam entatildeo a viabilidade dos plantios sendo o espaccedilamento mais
viaacutevel aquele que consegue absorver esta relaccedilatildeo de maneira mais eficiente
Entretanto estudos ainda devem ser desenvolvidos para averiguar a relaccedilatildeo entre a
espeacutecie e os espaccedilamentos de plantio
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO GERAL 11
11 OBJETIVO GERAL 13 12 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 13
2 REVISAtildeO DE LITERATURA 14
21 PARICAacute 14 211 Descriccedilatildeo botacircnica e anatocircmica do paricaacute 14 212 Caracteriacutesticas silviculturais do paricaacute 15 213 Utilizaccedilatildeo do paricaacute 16
22 CRESCIMENTO E PRODUCcedilAtildeO DO PARICAacute 17 23 RENDIMENTO EM LAMINACcedilAtildeO DE PARICAacute 18 24 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO 19
241 Teoria dos custos 19 242 A importacircncia dos custos 21 243 Classificaccedilatildeo dos custos 21 244 Componentes do custo 22 245 Iacutendices econocircmicos 24 246 Custos na empresa florestal 26
25 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DE PROJETOS FLORESTAIS 27
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 28
CAPIacuteTULO 1 31
RESUMO 31
ABSTRACT 32
1 INTRODUCcedilAtildeO 33
2 MATERIAL E MEacuteTODOS 35
21 AacuteREA EM ESTUDO 35 22 ESTIMATIVA DA PRODUCcedilAtildeO 36 23 DESCRICcedilAtildeO DAS ATIVIDADES 38 24 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS 39 25 CLASSIFICACcedilAtildeO DOS CUSTOS 41
3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 43
31 ESTIMATIVA DE VOLUME 43 32 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO 45
321 Custo operacional efetivo ndash COE 45 322 Custo operacional total ndash COT 47 323 Custo total ndash CT 50
4 CONCLUSOtildeES 54
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 55
CAPIacuteTULO 2 57
RESUMO 57
ABSTRACT 58
1 INTRODUCcedilAtildeO 59
2 MATERIAL E MEacuteTODOS 61
21 OBTENCcedilAtildeO DAS RECEITAS 61 22 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS 61 23 IacuteNDICES ECONOcircMICOS DA PRODUCcedilAtildeO 62 24 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DOS PROJETOS 63
241 Benefiacutecio perioacutedico equivalente (BPE) 63
3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 65
31 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA VENDA DE MADEIRA EM PEacute 65 32 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA LAMINADA 71 33 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA 75
331 Benefiacutecio perioacutedico equivalente ndash BPE 75
4 CONCLUSOtildeES 78
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 79
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 80
11
1 INTRODUCcedilAtildeO GERAL
As florestas naturais somavam em 2007 cerca de 4 bilhotildees de hectares
cobrindo aproximadamente 30 da superfiacutecie terrestre segundo informaccedilotildees da
FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION ndash FAO (2007) Deste montante cerca
de metade da vegetaccedilatildeo ainda estaacute concentrada em cinco paiacuteses sendo o Brasil o
detentor da segunda maior cobertura florestal do planeta
Segundo o Sistema Nacional de Informaccedilotildees Florestais ndash SNIF (2014)
estimava-se que 69 desta cobertura teriam potencial produtivo Com isso ampliou-
se a participaccedilatildeo do setor florestal brasileiro no comeacutercio mundial Entretanto o
setor ainda encontra dificuldades na expansatildeo dos seus negoacutecios especialmente a
regiatildeo amazocircnica devido agraves restriccedilotildees impostas pela legislaccedilatildeo frente ao apelo
ambiental que a regiatildeo desperta em resposta a ocupaccedilatildeo desordenada
Com a implantaccedilatildeo de novas normas de exploraccedilatildeo reduziu-se a
disponibilidade de madeira no mercado expondo-se entatildeo a necessidade de fontes
alternativas para produccedilatildeo de mateacuteria-prima Assim a partir da praacutetica de
reflorestamento estaacute sendo possiacutevel ampliar o estoque de madeira para atender as
demandas atuais e futuras
Em 2012 o consumo brasileiro de madeira em tora proveniente de plantios
florestais foi de 1824 milhotildees de metros cuacutebicos (msup3) um indicador 72 superior
ao de 2011 (ABRAF 2013) Isso indica que a praacutetica do reflorestamento eacute uma
alternativa de negoacutecio que se expandiu no ultimo ano
Segundo o SNIF (2014) o Brasil deteacutem as melhores tecnologias na
silvicultura de eucalipto e outras espeacutecies vecircm sendo estudadas entre elas a acaacutecia
(Acacia mangium Willd) a seringueira (Hevea brasiliensis (Willd ex Adr de Juss)
Muell-Arg) e o paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) Em 2012 a aacuterea
ocupada por plantios florestais de espeacutecies natildeo convencionais como acaacutecia
araucaacuteria poacutepulus teca seringueira e paricaacute foi de 521131 ha representando
72 da aacuterea total de plantios florestais no Brasil (ABRAF 2013) Esta participaccedilatildeo
ainda que pequena se deve agraves caracteriacutesticas de crescimento e produccedilatildeo obtidas
por estas espeacutecies
Na regiatildeo amazocircnica o paricaacute eacute a espeacutecie que vem ganhando destaque
entre os plantios comerciais pelas suas caracteriacutesticas de crescimento e produccedilatildeo
12
para muacuteltiplos usos tornando crescente a demanda industrial por madeira de
lacircminas e compensados para a qual a espeacutecie eacute utilizada (MARQUES et al 2006)
Os primeiros registros com o plantio de paricaacute no Estado do Paraacute constam
da deacutecada de 1950 os quais tinham o objetivo de preservar a caracteriacutestica da
floresta amazocircnica em espaccedilos puacuteblicos e de fomentar estudos sobre o
comportamento e caracteriacutesticas das espeacutecies plantadas (MARQUES et al 2006)
Desde entatildeo muitos plantios foram registrados no Paraacute e em toda regiatildeo
amazocircnica e vaacuterios estudos foram desenvolvidos podendo-se destacar Hoffmann
(2009) Vidaurre et al (2012) Santos (2012) e Corteletti (2013) que trabalharam
com povoamentos de paricaacute localizados entre os municiacutepios de Dom Elizeu e
Paragominas estado do Paraacute Estes estudos comprovaram o alto potencial de
produccedilatildeo madeireira do paricaacute e servem como incentivo para que se estabeleccedilam
novos povoamentos Embora jaacute se tenham muitos plantios com esta espeacutecie na
Amazocircnia ainda satildeo necessaacuterios estudos com o objetivo de identificar as
caracteriacutesticas dendromeacutetricas avaliar a qualidade da madeira e sua produccedilatildeo
A atenccedilatildeo deve ser direcionada tambeacutem para os custos de produccedilatildeo
destes povoamentos que vecircm sendo estabelecidos na regiatildeo amazocircnica Natildeo
existem estudos suficientes que comprovem a lucratividade desta atividade Os
estudos que se tecircm disponiacuteveis ainda satildeo muito geneacutericos e as informaccedilotildees
carentes de dados do processo de implantaccedilatildeo da cultura
O monitoramento do processo produtivo tem sido realizado para identificar
os custos de produccedilatildeo sendo um instrumento necessaacuterio para se avaliar (medir) a
eficiecircncia das empresas Outra teacutecnica utilizada eacute a avaliaccedilatildeo econocircmica dos
projetos que testam a viabilidade de sua execuccedilatildeo
Para testar a viabilidade econocircmica dos projetos florestais faz-se necessaacuterio
o emprego de teacutecnicas econocircmicas sendo as mais tradicionais aquelas em que se
calculam o valor presente liacutequido (VPL) a taxa interna de retorno (TIR) e o benefiacutecio
perioacutedico equivalente (BPE) Este uacuteltimo sendo empregado frequentemente para
projetos com diferentes horizontes de planejamento (REZENDE OLIVEIRA 2001)
O teste da viabilidade econocircmica tem por finalidade estudar a capacidade
financeira do empreendimento a fim de verificar a possibilidade de sua
implementaccedilatildeo por meio da capacidade de sobrevivecircncia no mercado e da
identificaccedilatildeo dos fatores que podem dificultar as possibilidades de ecircxito do mesmo
comprovando-se assim a sua necessidade de execuccedilatildeo
13
11 OBJETIVO GERAL
Avaliar o efeito dos espaccedilamentos de plantio na anaacutelise econocircmica da
produccedilatildeo de madeira de paricaacute
12 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
a) Definir os custos de produccedilatildeo de povoamentos de paricaacute
b) Identificar os custos de produccedilatildeo mais afetados pelos espaccedilamentos
de plantio
c) Avaliar a participaccedilatildeo individual dos custos no processo de
implantaccedilatildeo colheita e transporte e
d) Identificar o espaccedilamento que forneceraacute o maior retorno econocircmico
por meio de indicadores e criteacuterio de avaliaccedilatildeo
14
2 REVISAtildeO DE LITERATURA
21 PARICAacute
A espeacutecie Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke foi descoberta por
Huber e descrita por Ducke em 1922 sendo vulgarmente conhecida como pinho-
cuiabano paricaacute-da-amazocircnia paricaacute-da-terra-firme (Mato Grosso) paricaacute paricaacute-
grande faveira (Paraacute) canafista canafiacutestula fava-canafiacutestula (Acre) bandarra
(Rondocircnia) guapuruvu-da-amazocircnia (Distrito federal) aleacutem de cereboacute (Boliacutevia)
tambor (Colocircmbia) gavilaacuten (Costa Rica) pachaco (Equador) palo de judiacuteo palo de
picho (Meacutexico) e pashaco (Peru) (CARVALHO 2007)
Ocorre naturalmente em toda regiatildeo amazocircnica principalmente no Mato
Grosso Paraacute Amazonas e Rondocircnia no Brasil aleacutem de outros paiacuteses como Peru
Boliacutevia Colocircmbia e Venezuela (SOUZA et al 2005) Sobrevive em mata primaacuteria e
secundaacuteria de terra firme e vaacuterzea alta notadamente nas formaccedilotildees do tipo floresta
densa e floresta aberta em solos argilosos e altitudes de ateacute 800 metros
(CARVALHO 1994 ROSA 2006a)
A espeacutecie eacute tolerante a solos de baixa fertilidade e adapta-se agrave precipitaccedilatildeo
meacutedia anual de 1600 mm a 5850 mm e temperatura meacutedia de 248 ordmC (CRESPO et
al 1995) Por ser uma espeacutecie essencialmente helioacutefila natildeo tolera baixas
temperaturas (CARVALHO 2007)
211 Descriccedilatildeo botacircnica e anatocircmica do paricaacute
Segundo o sistema de classificaccedilatildeo de Cronquist a espeacutecie Schizolobium
amazonicum pertence agrave famiacutelia Caesalpiniaceae (Leguminosae Caesalpinioideae)
sendo da divisatildeo Magnoliophyta (Angiospermae) da classe Magnoliopsida
(Dicotyledonae) e ordem das Fabales
O paricaacute eacute uma aacutervore deciacutedua que pode atingir 40 m de altura e 100 cm de
DAP (diacircmetro a altura do peito medido a 130 m do solo) na idade adulta
15
(CARVALHO 2007) Seu tronco eacute ciliacutendrico e reto com casca de cor cinza clara
podendo conter sapopemas A madeira eacute macia leve com textura grossa gratilde direita
e irregular cerne creme-avermelhado e alburno creme-claro Tecircm faacutecil
processamento mas baixa durabilidade natural (SOUZA et al 2005)
Rosa (2006a) trabalhando com a botacircnica anatomia e tecnologia de paricaacute
comprovou que ao longo do crescimento vegetativo a espeacutecie pode possuir
caracteriacutesticas dendroloacutegicas diferenciadas em termos de coloraccedilatildeo da casca e do
surgimento de sapopemas
212 Caracteriacutesticas silviculturais do paricaacute
As sementes de paricaacute possuem alto grau germinativo podendo chegar a
90 Isso pode ser comprovado em estudos realizados por Lameira et al (2000)
com a propagaccedilatildeo do paricaacute por meio de sementes submetidas a processos
mecacircnicos fiacutesicos e quiacutemicos de quebra de dormecircncia Nesse estudo foi constatado
que as sementes possuem um percentual de germinaccedilatildeo de 80 a 90
O paricaacute possui entretanto dificuldade em seu manejo por seu elevado teor
de umidade e susceptibilidade ao ataque de microorganismos aleacutem da dormecircncia
tegumentar que necessita de tratamentos preacute-germinativos (ROSA 2006b
CARVALHO 2007)
Para o armazenamento de sementes eacute recomendado um periacuteodo maacuteximo de
12 meses tendo em vista que a partir do oitavo mecircs ocorre reduccedilatildeo na viabilidade
das sementes como pode ser observado no trabalho de Rosa (2006a) sobre a
ecologia e silvicultura do paricaacute
Apoacutes serem retiradas do armazenamento as sementes podem ser plantadas
de duas maneiras colocando-se as sementes para germinar em canteiros
(sementeiras) ou semeando-as diretamente na embalagem plaacutestica Ambas as
opccedilotildees permitem sobrevivecircncia de no miacutenimo 80 das plantas sendo
consideravelmente aceitaacutevel (SOUZA et al 2003)
No que se refere a implantaccedilatildeo de povoamentos uma atenccedilatildeo especial
deve ser direcionada agrave escolha do espaccedilamento a ser utilizado No Estado do Paraacute
diversos espaccedilamentos tem sido adotados (3x3 m 4x4 m 3x4 m 5x4 m 6x4 m)
16
principalmente em plantios mais antigos estando os mais recentes em maior
padronizaccedilatildeo com espaccedilamentos de 4x4 m Isso provavelmente se deve agrave
facilidade de mecanizaccedilatildeo (MARQUES et al 2006) Aleacutem disso estudos vecircm
comprovando que o espaccedilamento 4x4 m eacute mais utilizado pois proporciona a melhor
relaccedilatildeo entre crescimento em altura e diacircmetro das aacutervores (ROSA 2006b)
Em sistemas silviculturais mais adensados ou em plantios puros o paricaacute
tem demonstrado crescimento inicial em altura bastante raacutepido sendo necessaacuterios
desbastes para manter equiliacutebrio adequado entre a retirada de indiviacuteduos de
qualidade inferior doentes ou danificados e a manutenccedilatildeo de espaccedilamento
aproximadamente regular entre as plantas Deve-se ressaltar entretanto que a
espeacutecie eacute bastante suscetiacutevel aos danos causados por ventos fortes principalmente
nos estaacutegios iniciais de desenvolvimento As aacutervores isoladas e plantas da
bordadura satildeo mais propensas a quebras poreacutem estes danos satildeo bastante
reduzidos com a presenccedila de mata ou de relevo ondulado nas proximidades que
possam proteger o povoamento e reduzir esses efeitos do vento (SOUZA et al
2003)
No estudo realizado por Rondon (2002) concluiu-se que ateacute o terceiro ano o
paricaacute eacute altamente vulneraacutevel ao vento principalmente nos espaccedilamentos 4x2 m e
2x2 m Por tal motivo medidas preventivas devem ser tomadas no iniacutecio da
implantaccedilatildeo deixando-se uma faixa de mata nativa em torno do plantio Desta
maneira sob os espaccedilamentos 15x15 m 2x2 m 3x2 m 3x3 m 4x2 m 4x3 m e 4x4
m avaliadas pelo autor os dois uacuteltimos foram os que proporcionaram maiores
crescimentos em altura e diacircmetro
213 Utilizaccedilatildeo do paricaacute
Essa espeacutecie eacute bastante utilizada na produccedilatildeo de lacircminas meacutedias ou parte
interna de compensados caixotaria leve portas e parquete tendo em vista que
pode ser alcanccedilado o rendimento de ateacute 80 de aproveitamento da madeira no
processo de laminaccedilatildeo (MARQUES et al 2006)
17
Ela pode ser utilizada para produccedilatildeo energeacutetica assim como a produccedilatildeo de
papel e celulose por sua facilidade de branqueamento Propriedades medicinais
tambeacutem podem ser encontradas principalmente na casca (CARVALHO 2007)
Carvalho (2007) afirma ainda que esta espeacutecie tem grande potencial para
recuperaccedilatildeo de aacutereas degradadas Por ser uma espeacutecie pioneira o paricaacute tem bom
desenvolvimento na maioria dos solos amazocircnicos contribuindo com
sombreamento o desenvolvimento de espeacutecies cliacutemax que por ventura se
estabeleccedilam na aacuterea
O paricaacute pode ser utilizado ainda para artesanato sendo seu uso mais
comum na fabricaccedilatildeo de brinquedos saltos para calccedilados e aeromodelismo
(SOUZA et al 2003)
22 CRESCIMENTO E PRODUCcedilAtildeO DO PARICAacute
O crescimento e a produccedilatildeo de um povoamento florestal dependem da
idade da capacidade produtiva do grau de utilizaccedilatildeo do potencial produtivo do lugar
e de tratamentos silviculturais (SCOLFORO 2006 CAMPOS LEITE 2009) Esta
relaccedilatildeo pode ser mensurada por meio de modelos de crescimento e produccedilatildeo
mecaniacutesticos ou empiacutericos sendo este uacuteltimo o mais utilizado
Santos (2012) estudando o crescimento e produccedilatildeo de plantios de paricaacute
sob diferentes espaccedilamentos ajustou o modelo logiacutestico para estimar o crescimento
em diacircmetro e volume das aacutervores em cada espaccedilamento em funccedilatildeo da idade O
autor observou efeito significativo do espaccedilamento sobre as variaacuteveis diacircmetro
quadraacutetico e volume em todas as idade evidenciando a dependecircncia entre os
fatores
Neste mesmo estudo foi constatado que a maior diferenccedila entre as meacutedias
do diacircmetro quadraacutetico e o volume foi entre os espaccedilamentos extremos 3x2 m e 5x5
metros Assim o maior crescimento em diacircmetro quadraacutetico foi verificado no espaccedilo
vital com 25 msup2 e o maior crescimento em volume por aacuterea no espaccedilamento de 6msup2
Anteriormente Hoffmann (2009) jaacute havia verificado a influecircncia do diacircmetro
no rendimento da laminaccedilatildeo em que o aumento do diacircmetro promoveu maior
rendimento O mesmo foi observado por Silva et al (2013)
18
23 RENDIMENTO EM LAMINACcedilAtildeO DE PARICAacute
A produccedilatildeo de lacircminas em escala comercial surgiu a partir do seacuteculo XX
sendo impulsionada no Brasil na deacutecada de 30 com o objetivo de confeccionar
madeira compensada que tem como mateacuteria-prima paineacuteis de lacircminas de madeira
Este material eacute submetido a um processo de colagem e prensagem com adesivos
resistentes ou agrave prova drsquoaacutegua tendo muacuteltiplas aplicaccedilotildees na construccedilatildeo civil na
fabricaccedilatildeo de moacuteveis formas para concreto embalagens transporte e aplicaccedilotildees
agriacutecolas (BORDUELLE IWAKIRI MARTINS et al 2006 IWAKIRI PRATA 2008)
A qualidade da laminaccedilatildeo eacute influenciada por caracteriacutesticas da espeacutecie
(densidade da madeira) caracteriacutesticas do fuste (diacircmetro e forma) e gratilde (direccedilatildeo e
inclinaccedilatildeo) e por condiccedilotildees operacionais do equipamento (velocidade de corte
ajuste da geometria da faca e barra de pressatildeo afiaccedilatildeo da faca) sendo que a
automaccedilatildeo dos equipamentos tem resultado em lacircminas de maior qualidade e
produtividade (TSOUMIS 1991)
Esta busca pela qualidade e produtividade tem aumentado o interesse nos
estudos sobre a prognose do crescimento e da produccedilatildeo de povoamentos e do
processo de laminaccedilatildeo Isto ocorre porque as empresas florestais procuram
investimentos soacutelidos devido aos compromissos de longo prazo assumidos
As estimativas da produccedilatildeo de mateacuteria-prima e do rendimento do produto
final contribuem com o planejamento da empresa em relaccedilatildeo a novos investimentos
novos produtos a serem lanccedilados no mercado aleacutem da viabilidade do projeto em
execuccedilatildeo e de futuros investimentos Por isso faz-se necessaacuterio conhecer todo o
processo produtivo do produto com o qual se estaacute trabalhando
A laminaccedilatildeo da madeira pode ser obtida por meio de duas formas
comerciais
a) Lacircminas torneadas ndash obtidas a partir do ldquodesenrolamentordquo de toras grossas
relativamente curtas utilizando torno laminador
b) Lacircminas faqueadas ndash obtidas a partir de cortes planos realizados por
faqueadeira em peccedila de madeira em bloco
Independentemente do meacutetodo de obtenccedilatildeo de lacircminas um dos objetivos da
empresa florestal eacute a busca pelo aumento da produtividade Estas informaccedilotildees satildeo
obtidas por meio do acompanhamento do processo de transformaccedilatildeo das aacutervores
19
em lacircminas e a partir dos valores obtidos subtrai-se o produto final da quantidade
de madeira que iniciou o processo obtendo-se assim o rendimento
Para o paricaacute o rendimento encontrado em estudos realizados por Hoffmann
(2009) foi de aproximadamente 5031 em aacutervores aos 5 anos Jaacute Melo (2012)
alcanccedilou rendimento meacutedio de 59 Este autor afirma ainda que o rendimento em
laminaccedilatildeo pode ser facilmente estimado por meio de variaacuteveis dendromeacutetricas da
tora obtendo-se menores perdas para aacutervores com maiores diacircmetros
O resultado encontrado por Melo (2012) eacute semelhante ao de Bortoletto
Juacutenior e Belini (2002) para outra espeacutecie do mesmo gecircnero Estudando a produccedilatildeo
de lacircminas e compensados de guapuruvu (Schizolobium parayba (Vell) Blake)
proveniente de plantios mistos de espeacutecies nativas estes autores observaram que o
rendimento do processo de laminaccedilatildeo foi de aproximadamente 61 em lacircminas
verdes Isso demonstra que o gecircnero Schizolobium pode conter boas caracteriacutesticas
para laminaccedilatildeo
24 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO
241 Teoria dos custos
Segundo Pinto et al (2008) algumas terminologias devem ser consideradas
na contabilidade de custos
Gasto esforccedilo realizado pela empresa para obtenccedilatildeo de um bem ou serviccedilo
Investimento gasto com bens ou serviccedilos que traratildeo benefiacutecios futuros
Despesa consumo direto ou indireto com bens e serviccedilos com a finalidade
de obtenccedilatildeo de receitas
Perda gasto natildeo intencional decorrente de fatores externos e
Custos gastos acumulados para executar uma atividade fabricar um
produto ou adquirir uma mercadoria
Essas definiccedilotildees podem ser interpretadas como ilustrada na Figura 1
20
Figura 1 Forma esquemaacutetica da distribuiccedilatildeo de gastos Fonte Adaptado de Pinto et al (2008)
Aleacutem das terminologias apresentadas faz-se necessaacuterio definir orccedilamento
anaacutelise de projeto e o caacutelculo do custo de produccedilatildeo uma vez que satildeo peccedilas
fundamentais para o teste de viabilidade econocircmica do projeto
O orccedilamento tem por objetivo a verificaccedilatildeo preacutevia de gastos e a anaacutelise de
projetos objetiva a avaliaccedilatildeo econocircmica de investimentos que seratildeo realizados Jaacute o
caacutelculo do custo de produccedilatildeo por sua vez tem por objetivo quantificar o custo por
unidade produzida sendo este sempre realizado apoacutes o fim do ciclo de produccedilatildeo
O custo por produto encontrado eacute entatildeo comparado com receita obtida com
as vendas do produto e com o montante de capital utilizado na produccedilatildeo a fim de
serem calculados os indicadores econocircmicos para aquela atividade ou seja o custo
de produccedilatildeo de uma empresa eacute determinado pelas condiccedilotildees fiacutesicas de produccedilatildeo
pelo preccedilo dos recursos e pela conduta economicamente eficiente do proprietaacuterio
Custo eacute entatildeo o preccedilo pelo qual se obteacutem um bem (FERGUSON 2003)
O caacutelculo dos custos de produccedilatildeo por sua vez natildeo eacute uma tarefa faacutecil haja
visto que haacute um grande nuacutemero de informaccedilotildees que devem ser administradas para
que se tenha no final do periacuteodo de produccedilatildeo todos os custos referentes agravequela
atividade Por isso o aconselhaacutevel eacute que se faccedila o registro dos gastos
preferencialmente por atividade para facilidade de obtenccedilatildeo dos resultados
Custos
Investimentos
Despesas
PerdasUso para execuccedilatildeo de atividades adquirir mercadorias e fabricar produtos
Gastos que seratildeo usados no futuro para geraccedilatildeo de receita
Gastos que jaacute foram utilizados para geraccedilatildeo de receita
Gastos que natildeo foram usados para geraccedilatildeo de receita
21
242 A importacircncia dos custos
Para Hildebrand (1995) os custos geralmente contribuem para a anaacutelise a
curto meacutedio e longo prazo que geram informaccedilotildees importantes para o planejamento
e mensuraccedilatildeo da eficiecircncia de operaccedilotildees atividades e processos de produccedilatildeo da
empresa a avaliaccedilatildeo de alternativas de investimento novos negoacutecios e novos
sistemas de produccedilatildeo (processos maacutequinas e equipamentos entre outros)
O setor florestal trabalha geralmente a longo prazo que eacute um horizonte de
planejamento em que a curva de custo de produccedilatildeo corresponde agrave despesa com a
aquisiccedilatildeo dos fatores ao longo do caminho de expansatildeo Isto significa que para cada
niacutevel de produccedilatildeo existiraacute uma combinaccedilatildeo dos fatores variaacuteveis de miacutenimo custo
que junto com os fatores fixos permite a produccedilatildeo de determinada quantidade
(SIMONSEN1971 FERGUSON 2003) A ausecircncia do conhecimento sobre custos
provavelmente levaraacute a maacute aplicaccedilatildeo do capital de giro menor lucro menor
rentabilidade ameaccedilas a estabilidade econocircmica financeira e ao crescimento da
empresa (FERREIRA 2007)
243 Classificaccedilatildeo dos custos
Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo vaacuterios meacutetodos satildeo encontrados na
literatura sendo selecionado o modelo a partir da caracteriacutestica do produto ou do
modelo de produccedilatildeo que estaacute sendo analisado Em funccedilatildeo disso o Instituto de
Economia Agriacutecola ndash IEA oacutergatildeo vinculado agrave Secretaria de Agricultura e
Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo desenvolveu uma metodologia para o setor
agriacutecola designado Meacutetodo do Custo Operacional
Na metodologia do custo operacional se incluem apenas as despesas
efetivamente desembolsadas pelo produtor mais a depreciaccedilatildeo de maacutequinas e
benfeitorias e o custo estimado da matildeo-de-obra familiar Assim a remuneraccedilatildeo de
todos os outros fatores de produccedilatildeo natildeo incluiacutedos fica a cargo do resiacuteduo ou seja a
diferenccedila entre o custo operacional e o valor de venda do produto (MATSUNAGA et
al 1976)
22
O esquema da estrutura do custo de produccedilatildeo utilizada pelo IEA pode ser
visualizado a seguir
Figura 2 Estrutura dos custos de produccedilatildeo utilizada pelo IEA Fonte Nachiluk e Oliveira (2012) sup1 Contribuiccedilatildeo de Seguridade Social Rural
244 Componentes do custo
Os custos podem ser denominados custos expliacutecitos e impliacutecitos Os
desembolsos realizados satildeo denominados custos expliacutecitos segundo Pindyck e
Rubinfeld (1994) os quais abrangem remuneraccedilotildees de matildeo de obra salaacuterios e
custos de materiais e locaccedilatildeo de propriedades aleacutem do custo de oportunidade Eles
satildeo importantes pois envolvem pagamentos diretamente feitos pela empresa a
outras empresas e pessoas com as quais faz negoacutecios
Jaacute os custos impliacutecitos natildeo satildeo diretamente desembolsados no processo de
produccedilatildeo mas natildeo podem deixar de ser considerados uma vez que se constituem
de fato em dispecircndios Sua mensuraccedilatildeo se daacute de maneira indireta por meio da
atribuiccedilatildeo de valores que deveratildeo representar o custo de oportunidade de seu uso
Nesta categoria enquadram-se os gastos com depreciaccedilatildeo de benfeitorias
instalaccedilotildees maacutequinas e implementos agriacutecolas e remuneraccedilatildeo do capital fixo e da
terra (CONAB 2010)
Custo operacional
Custo operacional efetivo (COE)
Despesas com operaccedilotildees
Pagamentos de salaacuterios
Gastos com maacutequinas equipamentos e
implementos
Despesas com materiais
Sementes fertilizantes corretivos defensivos
sacarias etc
Encargos sociais
Custo operacional total (COT)
Depreciaccedilatildeo com maacutequinas juros de custeio e CSSRsup1
23
A classificaccedilatildeo proposta pelo IEA compreende elementos diferenciados
poreacutem de faacutecil interpretaccedilatildeo e mais adequado agrave tomada de decisotildees Assim
segundo Matsunaga et al (1976) essa classificaccedilatildeo eacute composta dos seguintes
custos
a) Custo Operacional Efetivo ndash COE
O custo operacional efetivo envolve todos os custos expliacutecitos ou seja o
custo de todos os recursos de produccedilatildeo que exigem desembolso por parte da
empresa para sua recomposiccedilatildeo excluindo-se a matildeo-de-obra familiar
Assim mesmo que determinado produto tenha sido adquirido no periacuteodo
anterior por exemplo deveraacute ser contabilizado aqui pois em algum momento houve
o desembolso para a compra do mesmo Nesse caso eacute importante que seja utilizado
o preccedilo de mercado atual e natildeo o valor pago anteriormente devido ao custo de
oportunidade
b) Custo Operacional Total ndash COT
O custo operacional total envolve a soma do COE o valor da matildeo-de-obra
familiar e as depreciaccedilotildees que equivalem a apenas uma parte dos custos fixos
b1) Depreciaccedilatildeo
A depreciaccedilatildeo corresponde ao custo indireto exigido para acumular fundos
para substituiccedilatildeo do capital investido em bens produtivos de longa duraccedilatildeo
inutilizados pela idade uso e obsolescecircncia
b2) Valor da Matildeo-de-obra Familiar
Este valor deve ser definido considerando-se o custo de oportunidade ou
seja quanto o produtor ganharia se estivesse trabalhando em outra atividade
Considerando-se eacute claro o mesmo niacutevel teacutecnico para desenvolvimento das duas
atividades
24
c) Custo Total ndash CT
Custo total nada mais eacute que a soma do COT com o valor da remuneraccedilatildeo do
capital imobilizado com a atividade
Todo o capital investido na empresa tem custo de oportunidade uma vez
que seu uso na empresa implica deixar de empregaacute-lo noutra atividade alternativa
Por definiccedilatildeo o retorno potencial desse capital na melhor alternativa possiacutevel de
utilizaccedilatildeo forneceria a medida desse custo de oportunidade Como essa estimativa
nem sempre eacute faacutecil eacute expediente comum estimar o custo de oportunidade a partir do
retorno que o capital teria se em vez de aplicado na empresa fosse investido no
mercado financeiro como por exemplo na caderneta de poupanccedila
245 Iacutendices econocircmicos
Os iacutendices econocircmicos apresentados pelo IEA segundo Matsunaga et al
(1976) satildeo
2451 Renda Bruta (RB)
A renda bruta vem a ser o valor da produccedilatildeo ou seja tudo que eacute produzido
vezes o preccedilo do produto
Embora a Renda Bruta permita saber o quanto eacute recebido pelo produto
produzido ela natildeo diz o quanto desse valor iraacute sobrar Isso porque eacute preciso retirar o
custo de produccedilatildeo Sendo assim eacute necessaacuterio que se faccedila a anaacutelise de
rentabilidade da atividade
2452 Margem Bruta (MB)
Eacute calculada pela subtraccedilatildeo do custo operacional efetivo da renda bruta ou
seja eacute a retirada de todos os custos ocorridos sendo mais produtiva agrave medida que
resulta em valores positivos
25
2453 Margem Liacutequida (ML)
Eacute calculada pela subtraccedilatildeo do custo operacional total da renda bruta sendo
um indicativo de lucratividade Comparando-se duas empresas de igual atividade
aquela que tem maior Margem Liacutequida eacute a que possui melhor rentabilidade no
negoacutecio incluindo-se aiacute a questatildeo operacional financeira e extra-operacional
Isso quer dizer que se a ML for positiva todos os desembolsos estatildeo sendo
pagos aleacutem da depreciaccedilatildeo e a matildeo-de-obra familiar Caso contraacuterio a depreciaccedilatildeo
eou a matildeo-de-obra natildeo estatildeo sendo efetivamente pagas e a empresa estaacute se
descapitalizando
2454 Lucro (L)
O lucro vem a ser o resultado da subtraccedilatildeo da renda bruta gerada pela
venda dos produtos no mercado menos o custo total de produccedilatildeo incorrido na sua
geraccedilatildeo Simplificadamente nada mais eacute do que o resultado positivo deduzido das
vendas os custos e despesas
2455 Lucratividade (Luc)
Eacute a relaccedilatildeo do valor do lucro com o montante de vendas ou seja divide-se o
valor do lucro pela quantidade vendida (renda bruta)
2456 Iacutendice de Rentabilidade (IR)
Eacute uma medida do retorno de um investimento Calcula-se dividindo o lucro
obtido (margem liacutequida) pelo valor do investimento inicial (capital empatado) Pode-
se dizer que a rentabilidade eacute a quantidade de dinheiro que o investidor ganha para
cada quantia investida
26
246 Custos na empresa florestal
Nas empresas em geral os custos satildeo classificados em funccedilatildeo de suas
necessidades de informaccedilotildees Geralmente eles satildeo divididos por operaccedilotildees ou
setores da atividade como viveiro plantaccedilotildees tratos culturais exploraccedilatildeo florestal
atividades especiais (coleta de sementes entre outros) implantaccedilatildeo de infra-
estrutura e administraccedilatildeo (BREPOHL 1980)
Em termos econocircmicos os componentes do custo satildeo agrupados de
acordo com sua funccedilatildeo no processo produtivo nas categorias de custos variaacuteveis
custos fixos custo operacional e custo total (CONAB 2010)
Na determinaccedilatildeo da idade oacutetima de corte de povoamentos florestais eacute
necessaacuterio estudar caso a caso cada componente dos custos e das receitas
envolvidas no processo de produccedilatildeo da madeira Tudo isso pelo fato do setor
florestal conter operaccedilotildees de longo prazo Por tal motivo a anaacutelise de custos pode
ter dois enfoques a anaacutelise ex-ante ou seja antes das operaccedilotildees ocorrerem e ex-
post apoacutes terem ocorrido (GRACcedilA et al 2000)
Entre os custos analisados deve-se considerar tambeacutem a depreciaccedilatildeo que
segundo Hildebrand (1995) pode ser definida como a diminuiccedilatildeo do valor dos bens
ativos resultante do desgaste pelo uso accedilatildeo da natureza ou por obsolescecircncia
teacutecnica Assim com o tempo para tornar possiacutevel a reposiccedilatildeo do equipamento eacute
necessaacuterio acumular periodicamente uma reserva em um fundo que permitiraacute no
fim de um periacuteodo a aquisiccedilatildeo de um novo equipamento
Baseados nas necessidades do setor florestal vaacuterios estudos sobre a
viabilidade econocircmica de plantios vem sendo desenvolvidos para as mais variadas
espeacutecies arboacutereas como os obtidos por Souza et al (2003) e o Centro de Pesquisa
do Paricaacute ndash CPP Deve-se ressaltar no entanto a afirmaccedilatildeo feita por Marques et al
(2006) em que os autores concluiacuteram que o custo meacutedio para implantaccedilatildeo e
conduccedilatildeo dos povoamentos podem variar conforme a regiatildeo as teacutecnicas de preparo
de solo os tratos silviculturais adotados entre outros
27
25 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DE PROJETOS FLORESTAIS
Do ponto de vista teacutecnico Oliveira e Rezende (2004) afirmam que dois ou
mais projetos podem ser compatiacuteveis quando a execuccedilatildeo de um natildeo afeta a
implementaccedilatildeo do outro ou incompatiacuteveis em caso contraacuterio Jaacute do ponto de vista
econocircmico eles podem ser dependentes quando haacute uma relaccedilatildeo de rentabilidade
entre ambos ou independentes quando nenhum eacute afetado
Estas informaccedilotildees satildeo importantes para o bom planejamento das atividades
florestais uma vez que o investimento em um projeto deve ser baseado em um
horizonte de planejamento na maioria das vezes de longo prazo podendo variar de
finito como no caso de um plantio florestal ou infinito em um manejo sustentado de
floresta nativa (CHICHORRO et al 2010)
Para realizar a anaacutelise econocircmica eacute importante considerar a vida econocircmica
do projeto Ela corresponde ao tempo que ele produziraacute lucro a vida fiacutesica de
maacutequinas e construccedilotildees o periacuteodo de anaacutelise onde se consideram os efeitos do
projeto Aleacutem do horizonte de construccedilatildeo relacionado agrave demanda do produto e o
horizonte de dados que se refere ao periacuteodo de tempo em que eacute possiacutevel prever o
fluxo de caixa (REZENDE OLIVEIRA 2001)
A avaliaccedilatildeo econocircmica ou financeira de projetos baseia-se entatildeo no fluxo
de caixa que consiste nos custos e nas receitas distribuiacutedos ao longo da vida uacutetil do
empreendimento Os meacutetodos mais recomendados para avaliaccedilatildeo econocircmica de
projetos florestais satildeo (REZENDE OLIVEIRA 2001) valor presente liacutequido (VPL)
taxa Interna de Retorno (TIR) custo (ou Benefiacutecio) Perioacutedico Equivalente (CPE ou
BPE) custo Meacutedio de Produccedilatildeo (CMPr) razatildeo Benefiacutecio (receita)Custo (BC) e
tempo de Recuperaccedilatildeo do Capital
28
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE PRODUTORES DE FLORESTAS PLANTADAS ndash ABRAF ANUAacuteRIO estatiacutestico da ABRAF Brasiacutelia ABRAF 2012 Disponiacutevel em lthttpwwwabraflororgbrestatisticasABRAF12-BRaspgt Acesso em 28 jul 2013 BORTOLETTO JUacuteNIOR G BELINI U L Produccedilatildeo de lacircminas e manufatura de compensados a partir da madeira de guapuruvu (Schizolobium parayba Blake) proveniente de um plantio misto de espeacutecies nativas Cerne v8 n2 p001-016 2002 BORDUELLE G M IWAKIRI S MARTINS D Fatores que influenciam no rendimento em laminaccedilatildeo de Pinus spp Floresta e Ambiente v12 n2 p 35 - 41 NovDez2006 BREPOHL D Custos em empreendimentos florestais Curitiba FUPEF nov 1980 18p (seacuterie teacutecnica n4) CAMPOS J C C LEITE H G Mensuraccedilatildeo florestal perguntas e respostas 3 ed Viccedilosa UFV 2009 548 p CARVALHO P E R Espeacutecies florestais brasileiras recomendaccedilotildees silviculturais potencialidades e uso da madeira Colombo Embrapa Florestas 1994 640p CARVALHO P E R Paricaacute (Schizolobium amazonicum) Colombo Embrapa Florestas 2007 8p (Circular Teacutecnica 142) CHICHORRO J F BAUER M O ANDRADE W S SILVA G F SANTOS F R SILVA J L NOGUEIRA M A Avaliaccedilatildeo econocircmica de projetos florestais In CHICHORRO J F BAUER M O GARCIA G O CALDEIRA M V W Toacutepicos especiais em ciecircncias florestais 1 ed Visconde do Rio Branco Suprema 2010 v 1 p 231-260 COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO ndash CONAB Custo de produccedilatildeo agriacutecola a metodologia da Conab Brasiacutelia Conab 2010 60p CORTELETTI R B Anaacutelise de tronco aplicada agrave avaliaccedilatildeo de crescimento de aacutervores de paricaacute 2013 (82f) Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) ndashUniversidade Federal do Espiacuterito Santo Jerocircnimo Monteiro ES 2013 CRESPO T R MINNICK G VARGAS J Evaluacioacuten de algunas leguminosas en el troacutepico de Cochabamba Bolivia In EVANS D O SZOTT L T (ed) Nitrogen fixing trees for acid soils proceedings of a workshop Morrilton NFTA Winroch International 1995 p 103-112 FERGUSON C E Microeconomia 20 ed Rio de Janeiro Forense Universitaacuteria 2003 610p FERREIRA J A Custos industriais uma ecircnfase gerencial Satildeo Paulo STS 2007 172p
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30
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31
CAPIacuteTULO 1
CUSTOS DA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA DE PARICAacute
RESUMO
O setor de florestas plantadas brasileiro vem perdendo espaccedilo no mercado
internacional pelo alto custo necessaacuterio agrave produccedilatildeo Por isso haacute a necessidade
de se investigar quais os custos mais onerosos do processo produtivo para
entatildeo se montar uma estrateacutegia de reduccedilatildeo de custos a fim de tornar o
reflorestamento novamente competitivo no mercado Deste modo objetivou-se
no trabalho estimar a produccedilatildeo de paricaacute (Schizolobium amazonicum) aos 5 6
e 7 anos em trecircs classes de produtividade e em cinco espaccedilamentos de
plantio identificando os principais custos de produccedilatildeo aleacutem dos mais afetados
pelos espaccedilamentos de plantio na regiatildeo de Paragominas PA A estimativa de
volume foi obtida segundo metodologia proposta por Silva et al (2013) e os
custos de produccedilatildeo desde as atividades de preparo da aacuterea ateacute a colheita e
transporte foram disponibilizados por produtores rurais e empresaacuterios da
regiatildeo Posteriormente fez-se a anaacutelise dos custos por meio da metodologia do
custo operacional em que se considera apenas as despesas efetivamente
desembolsadas pelo agricultor somadas agrave depreciaccedilatildeo e matildeo-de-obra familiar
Assim inferiu-se que o espaccedilamento 3x2 m foi superior em volume diante dos
outros espaccedilamentos analisados Em relaccedilatildeo agrave analise de custos o custo
operacional efetivo representou em meacutedia 65 dos custos totais de produccedilatildeo
sendo o transporte o custo individual mais expressivo em todos os
espaccedilamentos analisados Jaacute a manutenccedilatildeo foi o conjunto de atividades mais
significativo nos plantios devido ao nuacutemero e ao longo periacuteodo para sua
execuccedilatildeo Os custos totais de produccedilatildeo foram superiores em espaccedilamentos
menores independentemente da remuneraccedilatildeo ou natildeo pelo uso dos capitais
permanente e circulante
Palavras-chave Custo operacional efetivo espaccedilamento idade
produtividade
32
CHAPTER 1
PRODUCTION COST PARICAacute
ABSTRACT
The planted forest sector in Brazil has been losing ground in the international
market by the high cost needed for production Therefore there is a need to
investigate what the most expensive costs of the production process to then
build a strategy to reduce costs in order to become competitive again
reforestation in the market Thus the aim of the study was to estimate the
production of paricaacute (Schizolobium amazonicum) at 5 6 and 7 years in three
productivity classes and five planting space identifying the major costs of
production and those most affected by planting space in the region of
Paragominas PA The volume estimate was obtained according to the
methodology proposed by Silva et al (2013) and production costs since the
activities of preparation of the area to harvest and transport were provided by
farmers and entrepreneurs in the region Subsequently made to cost analysis
using the methodology of the operating cost which considers only the expenses
actually disbursed by the farmer together with the depreciation and labor
family labor Thus it was inferred that the spacing 3x2 m was higher by volume
on the other spacings analyzed Regarding the analysis of costs the effective
operating cost represented on average 65 of total production costs and
transport the most significant single cost in all spacings analyzed Have
maintenance was the most significant set of activities in plantations due to the
number and the time period for its implementation The total production costs
were higher in the smaller spacing regardless of whether or not for the use of
permanent and circulating capital
Keywords Effective operational cost spacing age productivity
33
1 INTRODUCcedilAtildeO
A crescente dificuldade em se obter madeira de florestas nativas tem
motivado empresaacuterios agrave praacutetica do reflorestamento Nesses plantios vaacuterias
espeacutecies tecircm sido utilizadas sendo o paricaacute a espeacutecie nativa de maior
expressatildeo na regiatildeo norte do paiacutes principalmente no estado do Paraacute
Segundo a ABRAF (2013) em 2012 foram plantados 87901 hectares
de paricaacute nos estados do Paraacute Tocantins e Maranhatildeo O aumento da aacuterea de
plantio nos uacuteltimos anos eacute justificado pela boa aceitaccedilatildeo desta espeacutecie no
mercado madeireiro devido aos seus variados fins como a produccedilatildeo de
lacircmina e compensado forros palitos papel moacuteveis aleacutem de peccedilas de
acabamentos e molduras
A falta de informaccedilotildees silviculturais no entanto tecircm inviabilizado a
expansatildeo de novos plantios em outras regiotildees do paiacutes Natildeo se tecircm estudos
suficientes para comprovar o melhor meacutetodo de implantaccedilatildeo desta cultura no
que se refere ao espaccedilamento a ser utilizado para maior produccedilatildeo de madeira
Este tipo de deficiecircncia pode implicar no emprego de teacutecnicas silviculturais
equivocadas que inviabiliza economicamente o cultivo reduzindo
consequentemente o interesse comercial pela espeacutecie
Os custos de produccedilatildeo devem entatildeo ser analisados para se testar a
viabilidade econocircmica dos projetos que estatildeo sendo implantados haja vista
que poucos satildeo os estudos que se referem ao monocultivo do paricaacute A
obtenccedilatildeo destes custos eacute fundamental pois eles compotildeem um ferramental de
controle e gerenciamento das atividades produtivas e de geraccedilatildeo de
importantes informaccedilotildees para auxiliar as tomadas de decisotildees pelos
produtores rurais (CONAB 2010)
Para se atestar a viabilidade econocircmica de um projeto florestal natildeo se
deve avaliar somente a espeacutecie a ser implantada mais agraves condiccedilotildees de
mercado atuais e futuras para comercializaccedilatildeo do produto Eacute notaacutevel a
importacircncia econocircmica e socioambiental do setor de florestas plantadas para o
Brasil por isso deve-se investir em conhecimento e tecnologia sobre as
espeacutecies cultivadas haja visto que o ambiente de negoacutecio para o
34
desenvolvimento desta atividade vem passando por dificuldades nos uacuteltimos
anos
A competitividade dos produtos florestais estaacute se deteriorando frente
aos seus principais concorrentes internacionais uma vez que o aumento
generalizado dos custos de produccedilatildeo de madeira no Brasil estaacute reduzindo
significativamente a rentabilidade da induacutestria integrada de base florestal e dos
produtores independentes de plantios florestais (ABRAF 2013) Comprova-se
assim a necessidade de estudos referentes aos custos de produccedilatildeo
Haacute alguns anos a importacircncia dos custos na produccedilatildeo agriacutecola e as
dificuldades de sua obtenccedilatildeo estimularam o Instituto de Economia Agriacutecola
oacutegatildeo vinculado agrave Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de Satildeo
Paulo a efetuar estimativas de custo de produccedilatildeo de diversas exploraccedilotildees
agriacutecolas por meio da metodologia designada custo operacional Neste
meacutetodo se incluem apenas as despesas efetivamente desembolsadas pelo
agricultor somadas agrave depreciaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos e matildeo-de-
obra familiar A remuneraccedilatildeo devida a todos os outros fatores de produccedilatildeo eacute
de responsabilidade do resiacuteduo ou seja a diferenccedila entre o custo operacional
e o valor de venda (MATSUNAGA et al 1976 CONAB 2010)
O ecircxito nas estimativas de custos de produccedilatildeo agriacutecola vem
estimulando pesquisadores da aacuterea florestal a utilizarem esta metodologia
tambeacutem para culturas florestais principalmente neste momento em que o
Brasil depende de medidas estruturais que promovam a reduccedilatildeo dos custos de
produccedilatildeo e incentivem o investimento para retomada da competitividade dos
produtos nacionais de base florestal no mercado internacional Por tal motivo
objetivou-se neste trabalho identificar os principais custos de produccedilatildeo bem
como o efeito dos diferentes espaccedilamentos sobre estes custos
35
2 MATERIAL E MEacuteTODOS
21 AacuteREA EM ESTUDO
Os dados utilizados neste estudo foram originaacuterios de povoamentos
homogecircneos de paricaacute (Schizolobium amazonicum) plantados sob os
espaccedilamentos 3x2 3x3 3x4 4x4 e 5x5 m localizados entre os municiacutepios de
Dom Elizeu e Paragominas Estado do Paraacute (Figura 1)
Figura 1 Localizaccedilatildeo dos municiacutepios de Dom Eliseu e Paragominas PA
O municiacutepio de Paragominas estaacute localizado no nordeste paraense
possuindo aproximadamente 20000 km2 de aacuterea territorial com 90 m de
altitude O solo caracteriacutestico da aacuterea eacute o Latossolo amarelo com vegetaccedilatildeo
originaacuteria representada pela floresta densa sendo encontradas extensas aacutereas
de mata secundaacuteria (capoeira nos seus diversos estaacutegios de desenvolvimento)
devido aos constantes desmatamentos provocados principalmente pelo
avanccedilo da agropecuaacuteria na regiatildeo (IBGE 2013a PREFEITURA MUNICIPAL
DE PARAGOMINAS 2013)
Segundo o IBGE (2013a) o clima do municiacutepio eacute do tipo mesoteacutermico e
uacutemido A temperatura meacutedia anual eacute elevada em torno de 25degC e seu regime
pluviomeacutetrico fica geralmente entre 2250 mm e 2500 mm anuais
36
O municiacutepio de Dom Eliseu pertence agrave microrregiatildeo de Paragominas
possui 5268815 kmsup2 e estaacute localizado nas coordenadas 04deg17rsquo06rdquo Sul e
47deg30rsquo18rdquo Oeste a 180 metros de altitude Ele eacute um dos municiacutepios da
chamada ldquoFronteira agriacutecola amazocircnicardquo maior produtora de commodities
agriacutecolas da porccedilatildeo norte do paiacutes e grande produtora de paricaacute (IBGE 2013b
PREFEITURA MUNICIPAL DE DOM ELISEU 2013)
22 ESTIMATIVA DA PRODUCcedilAtildeO
Foram inventariados povoamentos de paricaacute anualmente ateacute o quinto
ano sendo analisadas trecircs classes de produtividade em cada espaccedilamento
sendo elas Baixa (17 - 19 m) Meacutedia (19 ndash 21 m) e Alta (21 - 24 m)
Posteriormente empregando-se o modelo de crescimento e produccedilatildeo proposto
por Silva et al (2013) os volumes comercial e de lacircminas foram estimados
para diferentes espaccedilamentos e qualidades de local nas idades de 5 6 e 7
anos conforme o esquema apresentado na Figura 2
Figura 2 Esquema para obtenccedilatildeo dos volumes comercial e de lacircminas em povoamentos de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA
A partir dos dados de inventaacuterio estimou-se a produccedilatildeo em volume
comercial e de lacircminas por meio da metodologia proposta por Silva et al
(2013) Assim a partir de informaccedilotildees sobre as variaacuteveis aacuterea basal por
hectare (GHA) iacutendice de siacutetio (SI) altura dominante (HD) considerada como a
altura meacutedia das 100 aacutervores mais altas do povoamento (Hart) e nuacutemero de
aacutervores por hectare (NHA) na idade de cinco anos pode-se projetar a produccedilatildeo
para as idades em anaacutelise
Espaccedilamentos (m)
bull3x2
bull3x3
bull4x3
bull4x4
bull5x5
Classes de produtividade
(m)
bullBaixa
bullMeacutedia
bullAlta
Idades
(anos)
bull5
bull6
bull7
Volume comercial
Volume de lacircminas
37
A estimativa da HD na idade i foi obtida por meio da equaccedilatildeo 1
119878119868 =
119867119863119894 (1 + 119890119909119901 ((182404 minus 119860119894)
043105frasl ))
1 + 119890119909119901 ((182404 minus 119860119894119899119889
043105frasl ))
Eq 1
Em que
119890119909119901 = base de logaritmo neperiano
119867119863119894 = altura dominante na idade i
119860119894 = i-eacutesima idade (i = 5 6 7) e
119860119894119899119889 = idade iacutendice (5 anos)
Para estimativa do nuacutemero de aacutervores por hectare na idade futura
utilizou-se a equaccedilatildeo 2
1198731198671198602 = 1198731198671198601 minus ((119860119877119864119860
1198671198631)
minus20848
(119860220356 minus 1198601
20356)) Eq 2
Em que
1198731198671198602 = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade futura
1198731198671198601 = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade corrente
119860119877119864119860 = aacuterea meacutedia ocupada por cada planta no plantio
1198671198631 = altura dominante na idade corrente
1198601 = idade corrente e
1198602 = idade futura
A aacuterea basal por hectare foi estimada por meio da equaccedilatildeo 3
119866119867119860119894 = 000523119867119863119894145720119873119867119860053967
119894 Eq 3
Em que
NHAi = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade i
38
Apoacutes a obtenccedilatildeo de todas as variaacuteveis os volumes comercial e de
lacircminas foram estimados pelas equaccedilotildees 4 e 5
119881119879119867119860119894 = 122839119866119867119860119894093941119867119863119894
071858 Eq 4
119881119862119867119860119894 = 003388119866119867119860119894069131119867119863119894
183907 Eq 5
Em que
119881119879119867119860119894 = volume comercial por hectare e
119881119862119867119860119894 = volume de lacircminas por hectare
23 DESCRICcedilAtildeO DAS ATIVIDADES
Por se tratarem de aacutereas anteriormente ocupadas por pastagem fez-se
necessaacuterio o combate agrave formigas e limpeza da aacuterea manualmente e com
auxiacutelio de trator a fim de retirar do local galhos tocos e raiacutezes que por ventura
atrapalhassem o processo de mecanizaccedilatildeo
Para todas as aacutereas de plantio fez-se a anaacutelise de solo verificando-se
a necessidade de correccedilatildeo com uma tonelada de calcaacuterio dolomiacutetico por
hectare Assim foi realizada a calagem precedida da gradagem com auxiacutelio da
terceirizaccedilatildeo de tratores agriacutecolas
Apoacutes o preparo do solo iniciou-se o processo de alinhamento
marcaccedilatildeo e coveamento respeitando o espaccedilamento preacute-determinado para
cada local considerando que uma pessoa consegue abrir 500 covasdia
Posteriormente foram acrescentados 100g de NPK (6-30-6) por cova antes do
plantio das mudas de paricaacute Adubaccedilotildees de cobertura e um ano apoacutes o plantio
tambeacutem ocorreram com o objetivo de aumentar o iacutendice de sobrevivecircncia agraves
plantas
Como no campo eacute difiacutecil controlar os fatores bioacuteticos e abioacuteticos a
mortalidade de plantas eacute inevitaacutevel por isso foi observada a necessidade de
39
replantio de 5 das mudas logo no primeiro ano segundo informaccedilotildees
disponibilizadas pela empresa
A manutenccedilatildeo relativa agrave limpeza dos plantios se deu pelo coroamento
das mudas aplicaccedilatildeo de herbicida manualmente e roccedilada mecacircnica do
primeiro ao terceiro ano Desta forma natildeo houve competiccedilatildeo com plantas
invasoras que poderiam inibir o crescimento das mudas Assim devido ao
ambiente favoraacutevel e as condiccedilotildees propiacutecias de crescimento e produccedilatildeo foi
possiacutevel extrair a madeira para laminaccedilatildeo no quinto ano apoacutes a implantaccedilatildeo
A colheita foi realizada de forma semi-mecanizada (motosserra)
seguida do baldeio e carregamento ateacute a beira da estrada O transporte ateacute a
induacutestria de beneficiamento foi realizado por caminhatildeo tipo bitrem com
capacidade para 44000 kg ao preccedilo meacutedio de R$59192 por viagem
O valor da matildeo-de-obra familiar foi considerado como o custo de
administraccedilatildeo ou seja quando o proprietaacuterio presta serviccedilos na proacutepria
empresa Assim a remuneraccedilatildeo paga pelo custo de administraccedilatildeo foi
equivalente a 10 dos custos efetivamente desembolsados pela empresa
Em relaccedilatildeo agraves aacutereas onde os plantios foram realizados estas jaacute
pertenciam a empresa Laminit por isso natildeo houve a necessidade de aquisiccedilatildeo
ou arrendamento do terreno Poreacutem considerou-se o custo de oportunidade
ou seja a remuneraccedilatildeo do capital investido (permanente e circulante) por meio
do caacutelculo da parcela sobre o bem adquirido e utilizado na produccedilatildeo e inclusa
no custo fixo da produccedilatildeo Logo o investimento do produtor foi remunerado agrave
taxa de 6 ao ano como se fosse aplicado o capital em outro investimento
alternativo conforme recomendaccedilotildees da CONAB (2010)
24 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS
Para anaacutelise dos custos de produccedilatildeo florestal foi necessaacuteria a coleta de
dados anuais de todas as despesas e receitas contraiacutedas em cada
espaccedilamento durante o periacuteodo entre 2006 e 2013 O esquema da disposiccedilatildeo
dos gastos na planilha de custo pode ser observado na Tabela 1
40
Tabela 1 Distribuiccedilatildeo dos gastos efetuados para implantaccedilatildeo de povoamentos de paricaacute
Descriccedilatildeo Un R$un
Quantidade utilizada
Espaccedilamento (m)
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
Preparo da aacuterea
Anaacutelise de solo un 3450 1 1 1 1 1
Limpeza manual Diaacuteria 3500 1 1 1 1 1
Limp mecanizada ht 10218 1 1 1 1 1
Gradagem ht 10218 15 15 15 15 15
Calagem ht 6846 05 05 05 05 05
Calcaacuterio ton 8967 1 1 1 1 1
Alinhamento Diaacuteria 3500 2 14 1 08 05
Coveamento Diaacuteria 3500 334 223 167 125 08
Cercamento R$ha 30000 1 1 1 1 1
Constr de estradas R$ha 13390 1 1 1 1 1
Constr de aceiros Diaacuteria 3500 4 4 4 4 4
Adubaccedilatildeo
Adubo Kg 123 5001 3336 2502 1875 120
Adubaccedilatildeo Diaacuteria 3667 45 3 225 195 106
Plantio
Transp de mudas ht 5000 05 05 05 05 05
Mudas un 038 1751 1168 876 657 420
Plantio e replantio Diaacuteria 3500 4 27 2 15 1
Manutenccedilatildeo
Formicida Kg 674 125 10 83 695 551
Aplic de formicida Diaacuteria 3703 893 748 651 578 525
Transp de insumos ht 4233 2 2 2 2 2
Coroamento Diaacuteria 3761 67 45 35 25 16
Roccedilada ht 5602 4 5 6 7 85
Herbicida L 1732 8 9 10 105 12
Aplic de herbicida Diaacuteria 3761 4 45 5 55 6
Manutenccedilatildeo de aceiro Diaacuteria
3744 6 6 6 6 6
Manut de estrada ht 8699 469 469 469 469 469
Materiais - 6892 8 8 8 8 8
Encargos - 8185 7 7 7 7 7
Colheita e Transporte
Corte e toragem msup3 215 1844 1744 1524 1341 11705
Baldeio msup3 096 1844 1744 1524 1341 11705
Carregamento msup3 097 1844 1744 1524 1341 11705
Transporte msup3 659 1844 1744 1524 1341 11705 Valores deflacionados e descapitalizados para o ano de 2006 Considerando o volume comercial em classe de produtividade alta (21 - 24 m) com corte aos 6 anos
Os custos envolvidos nas atividades de implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo dos
povoamentos foram disponibilizados por produtores rurais da regiatildeo de
41
Paragominas Tambeacutem foram disponibilizados por empresaacuterios locais os
dados referentes agrave exploraccedilatildeo e transporte da madeira ateacute a empresa
referente a uma distacircncia meacutedia de 80 km
Para comparaccedilatildeo entre os valores incorridos durante periacuteodos
diferentes no tempo fez-se o deflacionamento dos custos para o periacuteodo
inicial (implantaccedilatildeo dos povoamentos) A correccedilatildeo da perda monetaacuteria causada
pela inflaccedilatildeo foi obtida por meio do Iacutendice Geral de Preccedilo ndash Disponibilidade
Interna (IGP ndash DI) o qual eacute responsaacutevel pelo registro da inflaccedilatildeo de preccedilos de
mateacuterias-primas agriacutecolas
Posteriormente os valores deflacionados foram descapitalizados para o
ano 0 (2006) a fim de facilitar a anaacutelise econocircmica A descapitalizaccedilatildeo foi
obtida pela seguinte foacutermula
1198810 =119881119899
(1 + 119894)119899 Eq 6
Em que
1198810 = valor inicial correspondente ao periacuteodo de implantaccedilatildeo do povoamento
(R$)
119881119899 = valor final correspondente ao ano j (R$)
119894 = taxa de juros (6 aa) e
119899 = nuacutemero de periacuteodos (anos)
25 CLASSIFICACcedilAtildeO DOS CUSTOS
Para o caacutelculo dos custos de produccedilatildeo do paricaacute foi adotada a
metodologia descrita pelo Instituto de Economia Agriacutecola (IEA) oacutergatildeo vinculado
agrave Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo Neste
caso foram considerados os custos efetivos de produccedilatildeo ou seja aquele
dinheiro efetivamente desembolsado pelo proprietaacuterio para o pagamento da
mateacuteria-prima produtos ou serviccedilos adquiridos
42
A depreciaccedilatildeo foi aqui desconsiderada pela indisponibilidade de
informaccedilotildees sobre as maacutequinas equipamentos e benfeitorias Assim
considerou-se que todos os maquinaacuterios e equipamentos utilizados para a
implantaccedilatildeo conduccedilatildeo extraccedilatildeo e transporte dos povoamentos foram de
origem terceirizada
Os custos de produccedilatildeo foram entatildeo divididos segundo sua origem
sendo classificados de acordo com a metodologia de custos proposta pelo IEA
a) Custo operacional efetivo (COE) ndash correspondente a todos os custos
expliacutecitos
b) Custo operacional total (COT) ndash correspondente ao somatoacuterio do custo
operacional efetivo e matildeo-de-obra familiar (MO)
c) Custo Total (CT) ndash soma do custo operacional total e do custo de
oportunidade (CO) que eacute a remuneraccedilatildeo do capital circulante e do capital
fixo
As foacutermulas para obtenccedilatildeo do custo operacional total e custo total
encontram-se a seguir
119862119874119879 = 119862119874119864 + 119872119874 Eq 7
119862119879 = 119862119874119879 + 119862119874 Eq 8
43
3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
31 ESTIMATIVA DE VOLUME
A partir das equaccedilotildees ajustadas por Silva et al (2013) para
povoamentos de paricaacute foi possiacutevel estimar o volume comercial e de lacircminas
em trecircs ocasiotildees no tempo e em diferentes classes de produtividade nos cinco
espaccedilamentos de plantio como pode ser observado na Tabela 2
Tabela 2 Volumes comercial (VTHA) e de lacircminas (VCHA) estimados nos diferentes espaccedilamentos de plantio de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA
Idade Espaccedil
(m)
VTHA (msup3ha) VCHA (msup3ha)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 16229 18511 19336 5638 6858 7915
3x3 - 15498 18126 - 6163 7671
3x4 - 13328 15983 - 5476 7009
4x4 7133 13551 14623 2800 5705 6468
5x5 7351 8790 13093 3191 4124 6231
6 a
no
s
3x2 15173 16865 18439 5370 6411 7666
3x3 - 14606 17439 - 5912 7473
3x4 - 12325 15244 - 5188 6787
4x4 7178 11745 13410 2827 5146 6082
5x5 7115 8867 11705 3118 4158 5759
7 a
no
s
3x2 14315 15607 16406 5144 6054 7029
3x3 - 13920 16489 - 5706 7170
3x4 - 11890 14648 - 5052 6590
4x4 7028 11464 13067 2783 5055 5967
5x5 7020 8726 11515 3087 4109 5690
Em que VTHA= volume comercial por hectare VCHA= volume de lacircminas por hectare Espaccedil= espaccedilamento de plantio
A divisatildeo dos povoamentos em classes de produtividade eacute explicada
por Oliveira et al (2008) Segundo os autores a estratificaccedilatildeo realizada por
44
meio de classes de produtividade resulta em estimativas de volume mais
precisas proacuteximo agrave idade de corte Por isso a adoccedilatildeo das trecircs classes
A falta de informaccedilotildees nos espaccedilamentos intermediaacuterios 3x3 e 3x4 m
na classe de produtividade baixa ocorreu pela ausecircncia de povoamentos
nestas condiccedilotildees de siacutetio
A diferenccedila no volume comercial de madeira foi de 323 entre os
espaccedilamentos extremos 3x2 e 5x5 m na classe de produtividade alta sendo
maior o volume nos menores espaccedilamentos Resultados semelhantes foram
encontrados por Macedo et al (2005) com povoamentos de Teca em Minas
Gerais e Hoffmann (2009) em seu trabalho sobre caracterizaccedilatildeo
dendromeacutetrica e rendimento em laminaccedilatildeo de paricaacute na regiatildeo de
Paragominas PA
A diferenccedila no volume tem comportamento exponencial agrave medida em
que se utilizam siacutetios de menor produtividade sendo constatada uma diferenccedila
de 525 e 547 no volume entre os espaccedilamentos extremos nas classes
de produtividade meacutedia e baixa respectivamente Comportamento semelhante
foi observado para o volume de lacircminas de paricaacute Houve diferenccedila crescente
no volume entre os espaccedilamentos extremos sendo menor na classe de
produtividade alta (213)
Aos 6 anos a diferenccedila no volume entre os espaccedilamentos extremos foi
superior agrave idade anterior Na classe de produtividade alta a diferenccedila no
volume comercial foi de 365 Jaacute o volume de lacircminas abrangeu diferenccedila de
249
Nos siacutetios de baixa produtividade o volume comercial de madeira no
espaccedilamento 3x2 m foi 177 menor comparado ao de produtividade alta
Esta porcentagem encontra-se dentro do intervalo indicado por Morales et al
(2010) para povoamentos de pinus Segundo os autores a produtividade do
pinus foi reduzida entre 14 a 36 nos diferentes siacutetios de produccedilatildeo
Nos espaccedilamentos 4x4 e 5x5 m esta diferenccedila foi mais significativa
com aproximadamente 465 e 392 respectivamente Isso se deve entre
outras coisas agrave morte natural das plantas com diacircmetros mais acentuados
tornando mais expressiva a reduccedilatildeo de volume
Comparando a produccedilatildeo de paricaacute em relaccedilatildeo a idade de corte pode
ser observada uma reduccedilatildeo no volume de madeira do quinto para o sexto ano
45
Este comportamento pode ser resultado do autodesbaste caracteriacutestico da
espeacutecie Por se tratar de uma espeacutecie pioneira ela atinge o aacutepice de
incremento na idade meacutedia de 5 anos sendo mais viaacutevel seu corte neste
periacuteodo (CARVALHO 2007)
Balloni e Simotildees (1980) anteriormente jaacute haviam afirmado que a
porcentagem de aacutervores dominadas e mortas cresce com o avanccedilo da idade
sendo mais intenso e precoce nos espaccedilamentos mais apertados Por isso a
idade de corte deve ser definida em funccedilatildeo do ritmo de crescimento
espaccedilamento finalidade da madeira e suas interaccedilotildees
32 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO
O levantamento de custos como citado anteriormente seguiram a
metodologia sugerida pelo Instituto de Economia Agriacutecola ndash IEA sendo
agrupados por atividade
321 Custo operacional efetivo ndash COE
Todas as atividades desde a implantaccedilatildeo ateacute a exploraccedilatildeo dos
povoamentos de paricaacute foram identificadas e os gastos estimados para
obtenccedilatildeo dos custos efetivamente desembolsados pelo produtor sendo que os
custos foram deflacionados e descapitalizados para o ano de 2006 A soma
dos custos das atividades desenvolvidas durante este periacuteodo com corte aos
5 6 e 7 anos podem ser observadas na Tabela 3
Nos povoamentos em estudo os custos de implantaccedilatildeo variaram entre
R$80000 a R$180000 entre os espaccedilamentos extremos sendo menor
quanto menor o nuacutemero de plantas por hectare Este montante representa
entre 18 e 26 do custo total de produccedilatildeo de paricaacute demonstrando sua
importacircncia em relaccedilatildeo agrave outros custos
46
Tabela 3 Custo Operacional Efetivo (COE) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006
Idade Espaccedilamento
(m)
COE do volume comercial (R$ha) COE do volume de lacircminas (R$ha)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 501646 501646 501646 648938 667703 674487
3x3 - 437995 437995 - 586899 608517
3x4 - 408969 408969 - 540219 562057
4x4 388309 388309 388309 468849 521642 530459
5x5 369666 369666 369666 451856 463692 499083
6 a
no
s
3x2 512608 512608 512608 639852 652755 664594
3x3 - 451539 451539 - 574684 595999
3x4 - 423545 423545 - 529527 551493
4x4 404176 404176 404176 471255 505786 518322
5x5 385283 385283 385283 451891 465242 486598
7 a
no
s
3x2 527155 527155 527155 637832 646772 652303
3x3 - 465086 465086 - 573035 590806
3x4 - 436693 436693 - 530595 549673
4x4 416824 416824 416824 477086 507776 518871
5x5 398191 398191 398191 458394 470202 489495
47
O custo no espaccedilamento 5x5 m foi semelhante ao encontrado por Silva
et al (2004) para a implantaccedilatildeo de 1 ha de eucalipto na regiatildeo de Brasiacutelia
quando os valores foram corrigidos para o mesmo periacuteodo demonstrando
semelhanccedila na implantaccedilatildeo das duas culturas
Nos povoamentos analisados natildeo houve diferenccedilas nos custos para
implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo nos plantios com classes de produtividade distintas
os quais objetivavam a produccedilatildeo de volume comercial Em contrapartida
houve o acreacutescimo de gastos a medida em que se reduziu os espaccedilamentos
de plantio ou seja quanto menor a aacuterea ocupada por plantas maiores os
gastos com alinhamento marcaccedilatildeo de covas coveamento plantio e adubaccedilatildeo
Em relaccedilatildeo ao volume de lacircminas ocorreu a distinccedilatildeo dos custos entre
classes de produtividade uma vez que os custos com colheita e transporte
estatildeo relacionados com o volume colhido Assim em classes de produtividade
alta e menor espaccedilamento de plantio o COE foi superior em comparaccedilatildeo aos
outros povoamentos analisados
Como observado aos 5 anos natildeo houve diferenccedila no COE
independente da classe de produtividade nos povoamentos em que satildeo
mensurados o volume comercial de madeira Isso foi reflexo da quantidade de
plantas inseridas no local que no plantio foram invariaacuteveis independente da
qualidade do terreno O mesmo foi notado quando se estimou os custos para
exploraccedilatildeo de madeira aos 7 anos
A reduccedilatildeo no COE da produccedilatildeo de lacircminas com o aumento da idade
de exploraccedilatildeo eacute explicado pela reduccedilatildeo ocorrida no volume de madeira
causado pela mortalidade das plantas como observado no trabalho de Silva et
al (2013) Assim diminuem-se proporcionalmente os custos com colheita
transporte e outras atividades de manutenccedilatildeo
322 Custo operacional total ndash COT
O custo operacional total envolveu o COE e a matildeo-de-obra familiar
considerada aqui como o custo de administraccedilatildeo ou seja os proprietaacuterios dos
48
povoamentos eram os responsaacuteveis pela administraccedilatildeo dos plantios A
participaccedilatildeo do COT pode ser observada na Tabela 4
O custo da matildeo-de-obra foi considerado como um custo operacional
efetivo pois natildeo houve somente um gasto mas um desembolso ou seja uma
saiacuteda de caixa Jaacute a matildeo-de-obra familiar eacute parte do custo de produccedilatildeo pois
consistiu em uma alocaccedilatildeo de recurso produtivo (matildeo-de-obra) para a geraccedilatildeo
do produto (madeira) representando cerca de 10 dos custos de produccedilatildeo
Observando a tabela 4 pode-se notar que o maior custo de
administraccedilatildeo foi obtido para o espaccedilamento 3x2 m quando o objetivo era a
laminaccedilatildeo com custo de aproximadamente R$67450 Jaacute o espaccedilamento 5x5
m com objetivo de venda da floresta em peacute obteve o menor custo com
aproximadamente R$37000 por hectare
Resultados semelhantes foram encontrados para a produccedilatildeo de
madeira aos 6 anos Os menores custos de administraccedilatildeo estatildeo relacionados
aos menores custo de implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo dos povoamentos Aos 6 anos
o custo de administraccedilatildeo no espaccedilamento 5x5 m em classe de produtividade
alta com o objetivo de produccedilatildeo de lacircminas foi de aproximadamente R$48660
e R$38528 quando se objetivou a venda da madeira em peacute
Os custos de administraccedilatildeo tambeacutem foram reduzidos a medida em que
se aumentou o tempo para exploraccedilatildeo dos povoamentos devido a reduccedilatildeo do
volume por hectare sendo outro indicio de que esta espeacutecie deve ser
explorada logo aos 5 anos apoacutes o plantio
49
Tabela 4 Custo Operacional Total (COT) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006
Idade Espaccedilamento
(m)
COT do volume comercial (R$ha) COT do volume de lacircminas (R$ha)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 551811 551811 551811 713832 734473 741936
3x3 - 481795 481795 - 645589 669368
3x4 - 449865 449865 - 594241 618263
4x4 427140 427140 427140 515733 573807 583505
5x5 406633 406633 406633 497042 510062 548991
6 a
no
s
3x2 563869 563869 563869 703837 718031 731053
3x3 - 496693 496693 - 632152 655599
3x4 - 465900 465900 - 582479 606642
4x4 444594 444594 444594 518380 556365 570155
5x5 423812 423812 423812 497080 511767 535258
7 a
no
s
3x2 579871 579871 579871 701615 711449 717534
3x3 - 511595 511595 - 630338 649886
3x4 - 480362 480362 - 583655 604641
4x4 458507 458507 458507 524794 558554 570758
5x5 438010 438010 438010 504233 517223 538444
50
323 Custo total ndash CT
O custo total foi obtido pelo COT acrescido da remuneraccedilatildeo paga ao
capital investido e ao custo da Terra (TABELA 5)
Apoacutes contabilizados todos os custos foi possiacutevel inferir que para o
volume comercial em espaccedilamentos mais adensados o custo total foi 2294
maior do que nos plantios mais espaccedilados independente da classe de
produtividade Jaacute em povoamentos onde o objetivo do plantio era a venda de
lacircminas ocorreu uma variaccedilatildeo nos custos em fator da classe de produtividade
e espaccedilamento de plantio
A venda da madeira aos 6 anos culminou em um acreacutescimo de 67 a
86 em comparaccedilatildeo com os mesmos povoamentos sendo explorados aos 5
anos Para a produccedilatildeo de lacircminas o aumento dos custos foi menos
expressivo No espaccedilamento 3x2 m em classe de produtividade baixa o
aumento foi de 34
A exploraccedilatildeo de povoamentos aos 7 anos foi 1347 a 1596 maior
em relaccedilatildeo a exploraccedilatildeo aos 5 anos e 726 a 801 para 6 anos Estes
nuacutemeros confirmam que os custos tecircm crescido proporcionalmente com o
passar do tempo
Os custos com a remuneraccedilatildeo do capital investido e pelo uso da terra
correspondem em meacutedia a 24 dos custos totais de produccedilatildeo Poreacutem a
maioria dos produtores rurais deixam de contabilizar estes custos por se tratar
do pagamento pelo uso dos bens que ele jaacute possui (capital e terra) resultando
em valores de produccedilatildeo abaixo do que realmente deve ser computado
Comparando a produccedilatildeo de paricaacute e Teca no espaccedilamento 3x2 m
utilizando a mesma metodologia de custos observa-se que o custo total para
cultivo da Teca eacute de aproximadamente R$1080309 valor muito proacuteximo ao
observado para o plantio de paricaacute (SANGUINO 2009)
51
Tabela 5 Custo Total (CT) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006
Idade Espaccedilamento
(m)
CT do volume comercial (R$ha) CT do volume de lacircminas (R$ha)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 730146 730146 730146 917076 940890 949501
3x3 - 649366 649366 - 838341 865776
3x4 - 612527 612527 - 779099 806814
4x4 586308 586308 586308 688522 755523 766713
5x5 562648 562648 562648 666957 681978 726892
6 a
no
s
3x2 782537 782537 782537 949133 966026 981526
3x3 - 702582 702582 - 863811 891718
3x4 - 665930 665930 - 804688 833447
4x4 640572 640572 640572 728395 773606 790019
5x5 615836 615836 615836 703043 720523 748483
7 a
no
s
3x2 843816 843816 843816 99343 100552 101299
3x3 - 759911 759911 - 905837 92986
3x4 - 721528 721528 - 848467 874257
4x4 694669 694669 694669 776132 81762 832618
5x5 669481 669481 669481 750864 766827 792907
52
De maneira geral os custos mais expressivos satildeo referentes agrave manutenccedilatildeo
dos plantios independente do espaccedilamento adotado (Figura 3) Isso eacute
consequecircncia do maior nuacutemero de atividades desenvolvidas durante este periacuteodo
que variam desde o controle de formigas agrave manutenccedilatildeo de estradas
Figura 3 Custos totais da produccedilatildeo de paricaacute sob diferentes espaccedilamentos na regiatildeo de Paragominas PA
Nota-se no entanto que quanto maior o espaccedilamento de plantio utilizado
maiores satildeo os custos de manutenccedilatildeo por hectare Como haacute menor quantidade de
aacutervores por hectare a presenccedila de plantas invasoras eacute mais acentuada
aumentando os custos para seu controle Em contrapartida os custos por hectare
53
com adubaccedilatildeo plantio colheita e transporte diminuem jaacute que o nuacutemero de aacutervores
na aacuterea eacute reduzido
Deve-se ressaltar ainda que estes custos podem variar de acordo com a
classe de produtividade a idade em que vatildeo ser explorados os povoamentos e os
tipos de atividades empregadas que podem variar de acordo com o produtor e a
regiatildeo
54
4 CONCLUSOtildeES
O custo operacional efetivo representou em meacutedia 65 dos custos totais de
produccedilatildeo sendo o transporte o custo individual mais expressivo em todos os
espaccedilamentos analisados Jaacute a manutenccedilatildeo foi o conjunto de atividades mais
significativo nos povoamentos devido ao nuacutemero e ao longo periacuteodo para execuccedilatildeo
das atividades
Os custos totais de produccedilatildeo foram superiores em espaccedilamentos menores
independentemente da remuneraccedilatildeo ou natildeo pelo uso dos capitais permanente e
circulante
A diferenccedila nos custos entre espaccedilamentos extremos 3x2 m e 5x5 m eacute
justificada pelo maior volume de matildeo-de-obra e insumos necessaacuterios para execuccedilatildeo
das atividades em locais com maior nuacutemero de plantas por hectare
55
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE FLORESTAS PLANTADAS ndash ABRAF Anuaacuterio Estatiacutestico da ABRAF 2013 Ano base 2012 Brasiacutelia ABRAF 2013 148p Disponiacutevel em lthttpwwwabraflororgbrestatisticasABRAF13ABRAF13BR pdfgt Acesso em 19 Ago 2013 BALLONI E A SIMOtildeES J W O espaccedilamento de plantio e suas implicaccedilotildees silviculturais IPEF Piracicaba v1 n 3 p 1-16 Set 1980 (Seacuterie Teacutecnica) CAMPOS J C C LEITE H G Mensuraccedilatildeo florestal perguntas e respostas Viccedilosa UFV 2002 407p
CARVALHO P E R Paricaacute (Schizolobium amazonicum) Colombo Embrapa Florestas 2007 8p (Circular Teacutecnica 142)
COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO ndash CONAB Custo de produccedilatildeo agriacutecola a metodologia da Conab Brasiacutelia Conab 2010 60p HOFFMANN R G Caracterizaccedilatildeo dendromeacutetrica e avaliaccedilatildeo do rendimento em laminaccedilatildeo de madeira em plantios de paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) na regiatildeo de Paragominas PA 2009 (97f) Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) ndash Universidade Federal do Espiacuterito Santo Jerocircnimo Monteiro ES 2009 IBGE Paraacute Dom Eliseu 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwibgegovbrcidadesat xtrasperfilphpcodmun =150293gt Acesso em 12 Ago 2013b IBGE Paraacute Paragominas 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwibgegovbrcidadesat xtrasperfilphpcodmun= 150550ampsearch=para|paragominasgt Acesso em 12 Ago 2013a MACEDO R L G GOMES J E VENTURIN N SALGADO B G Desenvolvimento inicial de Tectona grandis LF (teca) em diferentes espaccedilamentos no municiacutepio de Paracatu MG Cerne Lavras v 11 n 1 p 61-69 janmar 2005 MATSUNAGA M et al Metodologia de custo de produccedilatildeo utilizada pelo IEA Agricultura em Satildeo Paulo Satildeo Paulo v 23 p 123-139 1976 MORALES C A S ALBUQUERQUE J A ALMEIDA J A MARANGONI J M STAHL J CHAVES D M Qualidade do solo e produtividade de Pinus taeda no planalto catarinense Ciecircncia Florestal Vol 20 No 4 Oct-Dec 2010 pp 629-640 OLIVEIRA M L R LEITE H G NOGUEIRA G S GARCIA S L R SOUZA A L Classificaccedilatildeo da capacidade produtiva de povoamentos natildeo desbastados de clones de eucalipto Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v43 n11 p1559-1567 nov 2008 PREFEITURA MUNICIPAL DE PARAGOMINAS O lago verde Paragominas 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwparagominaspagovbrgt Acesso em 23 Maio 2013
56
PREFEITURA MUNICIPAL DE DOM ELISEU O municiacutepio Dom Eliseu 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwdomeliseupagovbrgt Acesso em 23 Maio 2013 SANGUINO A C Custos de implantaccedilatildeo e rentabilidade econocircmica de povoamentos florestais com teca no estado do Paraacute Ciecircncias Agraacuterias Beleacutem n 52 p 61-78 juldez 2009 SILVA G F GEZAN S A SOARES C P B ZANETI L Z Modeling growth and yield of Schizolobium amazonicum under different spacings International Journal of Forestry Research v 2013 (2013) 10 p SILVA K R MINETTI L J FIEDLER N C VENTUROLI F MACHADO E G B SOUZA A P Custos e rendimentos operacionais de um plantio de eucalipto em regiatildeo de cerrado Aacutervore Viccedilosa-MG v28 n3 p 361-366 2004
57
CAPIacuteTULO 2
ANAacuteLISE ECONOcircMICA DA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA DE PARICAacute
RESUMO
As exigecircncias atuais de mercado aliadas agraves alternativas de investimento expressam
a necessidade de avaliaccedilatildeo econocircmica de projetos florestais Essa avaliaccedilatildeo
contribui com a escolha da melhor estrateacutegia de produccedilatildeo a fim de tornar os
produtos florestais brasileiros competitivos no mercado externo Por isso objetivou-
se neste trabalho analisar a viabilidade econocircmica de povoamentos de paricaacute sob
diferentes espaccedilamentos aleacutem de determinar economicamente a melhor forma de
plantio para produccedilatildeo de madeira Estes povoamentos foram implantados na regiatildeo
de Paragominas PA em 2006 sob os espaccedilamentos 3x2 3x3 3x4 4x4 e 5x5 m
divididos em trecircs classes de produtividade A produccedilatildeo foi entatildeo estimada para as
idades de 5 6 e 7 anos por meio de equaccedilotildees de crescimento e produccedilatildeo Os
custos do plantio agrave colheita foram disponibilizados por produtores rurais e
empresaacuterios da regiatildeo assim como o valor de venda de lacircminas A partir da
obtenccedilatildeo dos custos e receitas fez-se a anaacutelise econocircmica dos projetos Para tanto
foram utilizados os iacutendices econocircmicos e o criteacuterio do benefiacutecio perioacutedico equivalente
(BPE) como formas de avaliaccedilatildeo considerando-se a taxa de desconto de 6 como
a taxa miacutenima de atratividade Apoacutes a anaacutelise dos iacutendices e criteacuterio de avaliaccedilatildeo
econocircmica pode-se concluir que o espaccedilamento 3x3 m em classe de produtividade
alta com corte aos 5 anos foi o mais indicado pois gera o maior retorno financeiro
Para os maiores espaccedilamentos estudos ainda devem ser desenvolvidos mas
acredita-se que eles sejam alternativas financeiras viaacuteveis
Palavras-chave Criteacuterios de avaliaccedilatildeo espaccedilamentos de plantio iacutendices
econocircmicos retorno financeiro
58
CHAPTER 2
ECONOMIC ANALYSIS OF PRODUCTION PARICAacute
ABSTRACT
The current market demands combined with investment alternatives express the
need for economic evaluation of forestry projects This assessment contributes to the
choice of the best production strategy in order to make the Brazilian forest products
competitive in foreign markets Therefore this study aimed to analyze the economic
feasibility of stands of paricaacute under different spacings and economically determine
the best planting for timber production These settlements were established in the
region of Paragominas PA in 2006 under the spacings 3x2 3x3 3x4 4x4 and 5x5
m divided into three classes productivity The production was then estimated for
ages 5 6 and 7 years through equations of growth and production Costs from
planting to harvest were provided by farmers and entrepreneurs in the region as well
as the value of sales of blades From procurement costs and revenues became the
economic analysis of projects For both economic indicators and criteria periodic
benefit equivalent (BPE) as forms of assessment considering the discount rate of 6
as the hurdle rate were used After analyzing the indexes and economic evaluation
criteria it can be concluded that the spacing 3x3 m in class high productivity with cut
to 5 years was the most suitable because it generates the greatest financial return
For the larger spacings studies have yet to be developed but it is believed that they
are viable alternatives financial
Keywords Evaluation criteria planting space economic indicators financial return
59
1 INTRODUCcedilAtildeO
A implantaccedilatildeo da lei dos incentivos fiscais na deacutecada de 60 motivou o plantio
de florestas para ampliar a base florestal do Paiacutes e captar recursos para o
desenvolvimento do setor (MELLO et al 2005) Esses estiacutemulos baseavam-se na
expansatildeo florestal desconsiderando a qualidade da madeira
Nos dias atuais diante das exigecircncias de mercado da competiccedilatildeo com
outros paiacuteses e das pressotildees relacionadas ao meio ambiente o Brasil tem investido
natildeo somente em produccedilatildeo mais tambeacutem em teacutecnicas silviculturais que contribuam
com a qualidade final dos produtos aleacutem de teacutecnicas que reduzam os custos
envolvidos no processo produtivo Essas metas tecircm sido alcanccediladas por meio do
planejamento dos investimentos
Para realizar um investimento eacute necessaacuterio primeiramente organizar
formalmente os objetivos por meio de um projeto relacionando os meios de que se
dispotildee para alcanccedilaacute-los Posteriormente deve-se analisar o mercado potencial do
produto a fim de obter informaccedilotildees sobre os retornos esperados do investimento
comparativamente agraves alternativas disponiacuteveis eou viaacuteveis Assim com o
planejamento adequado das atividades eacute possiacutevel identificar as exigecircncias atuais de
mercado os caminhos a serem seguidos para entatildeo construir um referencial futuro
o qual identificaraacute a viabilidade ou natildeo da implantaccedilatildeo do projeto ao qual o
planejamento se destina (REZENDE OLIVEIRA 2008)
Para implantaccedilatildeo de um projeto aleacutem de se conhecer o horizonte de
planejamento que eacute o periacuteodo estimado durante o qual o empreendimento em
anaacutelise iraacute operar faz-se necessaacuterios tambeacutem testar a sua viabilidade teacutecnica
econocircmica financeira social ambiental e poliacutetica O teste da viabilidade econocircmica
eacute considerado o mais importante entre os paracircmetros de avaliaccedilatildeo pois consiste em
verificar se no projeto as receitas superam os custos Caso isso natildeo ocorra diz-se
que o projeto eacute insustentaacutevel desde a sua implantaccedilatildeo (FARO 1979 CHICHORRO
et al 2010)
Na avaliaccedilatildeo econocircmica para decisatildeo de que o projeto deve ou natildeo ser
implementado satildeo usadas teacutecnicas e criteacuterios de anaacutelise que comparam os custos e
as receitas inerentes ao projeto A anaacutelise de projetos consiste entatildeo na verificaccedilatildeo
60
de que determinada atividade eacute lucrativa ou natildeo considerando-se um horizonte de
planejamento (REZENDE OLIVEIRA 2008)
Existem vaacuterios meacutetodos de seleccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de projetos de
investimentos Geralmente recorre-se a meacutetodos que consideram principalmente as
atividades a serem executadas os periacuteodos de execuccedilatildeo e seus respectivos custos
os produtos e o periacuteodo de tempo que levaratildeo para serem produzidos seus preccedilos
e receitas ou seja o fluxo de caixa (CHICHORRO et al 2010)
Os meacutetodos de avaliaccedilatildeo econocircmica podem entatildeo ser divididos em dois
grupos principais O primeiro grupo compreende aqueles em que natildeo se considera a
variaccedilatildeo do capital no tempo sendo indicados para horizontes de planejamentos
muito curtos onde natildeo haacute inflaccedilatildeo Jaacute o segundo grupo considera a variaccedilatildeo do
capital no tempo podendo-se citar o valor presente liacutequido (VPL) e o benefiacutecio
perioacutedico equivalente (BPE) como exemplos (SILVA et al 2005)
A variaccedilatildeo do capital ocorre devido agrave remuneraccedilatildeo paga ao seu uso por
determinado tempo ou seja os juros Assim no final do prazo estipulado natildeo
haveraacute somente a quantia emprestada mais tambeacutem um acreacutescimo que
corresponde ao custo de oportunidade do uso do capital durante o periacuteodo de
empreacutestimo O valor a ser pago no final do periacuteodo dependeraacute da taxa de juros
correspondente a unidade de tempo considerada A Conab utiliza o percentual de
6 ao ano como a taxa de retorno para a remuneraccedilatildeo dos investimentos feitos pelo
produtor como se o capital fosse aplicado em outro investimento alternativo
(OLIVEIRA REZENDE 2004 CONAB 2010)
Tendo em vista este contexto objetivou-se neste trabalho analisar a
viabilidade econocircmica de povoamentos de paricaacute sob diferentes espaccedilamentos e
determinar economicamente o melhor espaccedilamento de plantio para produccedilatildeo de
madeira
61
2 MATERIAL E MEacuteTODOS
21 OBTENCcedilAtildeO DAS RECEITAS
A partir da estimativa dos volumes comercial (VTHA msup3ha) e de lacircminas
(VCHA m3ha) nos diferentes espaccedilamentos de plantio em diferentes
idades e classes produtivas tal como proposto no capiacutetulo 1 foram contraiacutedas as
receitas Os volumes comercial e de lacircminas estimados foram multiplicados pelo valor
meacutedio de venda disponiacutevel no boletim informativo de preccedilos disponibilizado pela
Coordenadoria Executiva da Administraccedilatildeo Tributaacuteria ndash CERAT do Estado do Paraacute
2013 Obteve-se assim a receita para cada espaccedilamento analisado
22 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS
Como se trata de projetos de investimento com a finalidade de obtenccedilatildeo de
madeira foram propostos trecircs horizontes de planejamento para os povoamentos de
paricaacute Esses horizontes se referiram ao periacuteodo de tempo que estes projetos foram
avaliados correspondendo a 5 6 e 7 anos entre a implantaccedilatildeo e colheita
Sabendo-se que eacute necessaacuterio reajustar os valores investidos durante o
periacuteodo de execuccedilatildeo do projeto utilizou-se uma taxa de desconto de 6 ao ano
como forma de remuneraccedilatildeo do capital investido considerando a caderneta de
poupanccedila como sendo o melhor investimento alternativo (OLIVEIRA REZENDE
2004) A inflaccedilatildeo identificada no periacuteodo foi obtida por meio do uso do Iacutendice Geral
de Preccedilos - Disponibilidade Interna (IGP-DI) o qual mede a variaccedilatildeo de preccedilos no
mercado A descapitalizaccedilatildeo foi realizada de acordo com a metodologia descrita no
capiacutetulo 1
Para anaacutelise da viabilidade econocircmica do projeto identificaram-se as
variaccedilotildees do capital no tempo Assim em relaccedilatildeo agrave classificaccedilatildeo do projeto de
investimento este foi considerado convencional ou seja ocorreu apenas uma
mudanccedila de sinal em seu fluxo de caixa satisfazendo as seguintes condiccedilotildees
62
119862119900 lt 0
119883119895 le 0 119901119886119903119886 119895 = 1 hellip 119896
119883119895 ge 0 119901119886119903119886 119895 = 119896 + 1 hellip 119899 119890
sum 119883119895
119899
119895=119896+1
gt sum 119883119895
119896
119895=0
Em que
Co = custo inicial (R$)
k = periacuteodo de tempo a partir do qual as receitas passaram a ser positivas
Xj = receita liacutequida de cada periacuteodo j e
n = duraccedilatildeo do projeto (anos)
Depois de identificado o tipo de projeto e tendo todos os custos jaacute calculados
no capiacutetulo 1 procedeu-se a anaacutelise econocircmica dos projetos por meio da avaliaccedilatildeo
dos iacutendices econocircmicos e do benefiacutecio perioacutedico equivalente (BPE)
23 IacuteNDICES ECONOcircMICOS DA PRODUCcedilAtildeO
Para verificar a rentabilidade do sistema produtivo os seguintes iacutendices
econocircmicos de produccedilatildeo foram utilizados
a) Renda bruta (RB)
119877119861 = 119876 times P Eq1
b) Margem bruta (MB)
119872119861 = 119877119861 minus 119862119874119864 Eq 2
c) Margem liacutequida (ML)
119872119871 = 119877119861 minus 119862119874119879 Eq 3
d) Lucro (L)
119871 = 119877119861 minus 119862119879 Eq 4
63
e) Lucratividade (Lc)
119871119888 =119871
119877119861 Eq 5
f) Iacutendice de rentabilidade (IR)
119868119877 =119872119871
119862 Eq 6
Em que
119877119861 = renda bruta (R$)
119876 = quantidade de produto vendido (un)
119875 = preccedilo unitaacuterio dos produtos (R$)
119872119861 = margem bruta (R$)
119862119874119864 = custo operacional efetivo (R$)
119872119871 = margem liacutequida (R$)
119862119874119879 = custo operacional total (R$)
119871 = lucro (R$)
119862119879 = custo total (R$)
119871119888 = lucratividade ()
119868119877 = iacutendice de rentabilidade () e
119862 = capital empatado (R$) referente ao somatoacuterio do custo fixo e circulante meacutedio
podendo-se considerar ou natildeo o custo da terra
24 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DOS PROJETOS
241 Benefiacutecio perioacutedico equivalente (BPE)
Para avaliaccedilatildeo da viabilidade econocircmica por meio do BPE a seguinte
foacutermula foi utilizada
119861119875119864 =119881119875119871[(1 + 119894)119905](1 + 119894)119899119905
(1 + 119894)119899119905 minus 1 Eq 7
64
Em que
n = duraccedilatildeo do projeto (anos)
t = nuacutemero de periacuteodos de capitalizaccedilatildeo
i = taxa de desconto e
VPL = valor presente liacutequido
O VPL foi obtido pela foacutermula
119881119875119871 = sum 119877119895
119899
119895=0
(1 + 119894)minus119895 minus sum 119862119895
119899
119895=0
(1 + 119894)minus119895
Eq 8
Em que
i = taxa de desconto (juros)
j = periacuteodo em que a receita ou o custo ocorreram
n = duraccedilatildeo do projeto (anos)
Rj = receita no final do ano j ou do periacuteodo de tempo e
Cj = custo no final do ano j ou do periacuteodo de tempo considerado
O BPE permite a comparaccedilatildeo de projetos com diferentes horizontes de
planejamento pois os custos jaacute estatildeo distribuiacutedos por unidade de tempo estando
impliacutecitas as diferenccedilas de horizontes Como o desconto dos fluxos de caixa foi
estimado a partir da ldquodata presenterdquo ou seja no periacuteodo de implantaccedilatildeo do projeto
estes foram comparados quando as consequecircncias monetaacuterias estavam em um
ponto comum do tempo
65
3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
31 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA VENDA DE MADEIRA EM PEacute
A renda bruta foi estimada por meio da multiplicaccedilatildeo do volume comercial e
comercial por hectare e o preccedilo pago por cada unidade agrave qual se admitiu um valor
miacutenimo de R$5370 msup3 para venda de ldquomadeira em peacuterdquo ou seja madeira natildeo
explorada e R$45156 msup3 a venda de lacircminas de paricaacute
Identicamente aos custos as receitas foram deflacionadas e
descapitalizadas para o ano 0 a fim de possibilitar a comparaccedilatildeo entre os valores
gastos e recebidos com essa praacutetica de produccedilatildeo A renda bruta obtida com a venda
de madeira de paricaacute pode ser observada na Tabela 1
Tabela 1 Renda bruta (RB) obtida com a produccedilatildeo de madeira de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA sem considerar o custo de laminaccedilatildeo
Idade Espaccedil
(m)
VTHA (R$ha) VCHA (R$ha)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 379731 433109 452408 1109193 1349221 1557365
3x3 - 362619 424113 - 1212472 1509318
3x4 - 311840 373961 - 1077399 1379067
4x4 166887 317064 342144 550865 1122453 1272564
5x5 172002 205671 306342 627806 811406 1226000
6 a
no
s
3x2 355004 394611 431419 1056449 1261369 1508350
3x3 - 341749 408022 - 1163130 1470243
3x4 - 288386 356682 - 1020754 1335360
4x4 167940 274794 313771 556167 1012394 1196711
5x5 166477 207478 273875 613368 817994 1133134
7 a
no
s
3x2 334925 365156 383863 1012137 1191106 1382874
3x3 - 325700 385794 - 1122613 1410651
3x4 - 278203 342718 - 993941 1296571
4x4 164441 268225 305743 547531 994496 1174049
5x5 164242 204174 269414 607295 808354 1119474
Em que Espaccedil = espaccedilamento (m) VTHA = volume comercial por hectare (msup3ha) e VCHA = volume de lacircminas por hectare (msup3ha)
66
A ausecircncia de valores na classe de produtividade baixa nos espaccedilamentos
3x3 e 3x4 m eacute proveniente da inesistecircncia de povoamentos nestas condiccedilotildees de
terreno Como se tratam de plantios independentes a falta de informaccedilotildees nestes
ambientes natildeo prejudicamalteram os resultados nas outras aacutereas em estudo
Observando a Tabela 1 eacute perceptiacutevel a diferenccedila entre a renda bruta obtida
com a venda de madeira em peacute e a explorada Para siacutetios de baixa produtividade e
com corte aos 5 anos a diferenccedila entre a venda de lacircminas e madeira em peacute foi de
aproximadamente R$729000 Esta diferenccedila ocorreu porque o custo de laminaccedilatildeo
natildeo foi contabilizado por falta de informaccedilotildees sobre o processo produtivo
Natildeo existem estudos que indiquem os custos reais de laminaccedilatildeo de paricaacute
proveniente de reflorestamento e quais as atividades necessaacuterias para transformar o
torete de madeira em lacircminas de forma eficiente e com boa qualidade
A renda resultante da venda de ldquomadeira em peacuterdquo em espaccedilamentos
menores como o 3x2 m superam os mais espaccedilados como o 4x4 e 5x5 m com
receita duas vezes maior quando comparados os espaccedilamentos 3x2 e 5x5 m Esta
tendecircncia ocorre entre classes de produtividade e tambeacutem entre idades distintas
Com o aumento da idade de corte houve diminuiccedilatildeo nas receitas em todos
os espaccedilamentos pois o volume de madeira foi reduzido Isso ocorre como jaacute citado
anteriormente provavelmente devido ao autodesbaste das plantas caracteriacutestico da
espeacutecie Entretanto os custos tambeacutem sofreram reduccedilatildeo devido ao menor nuacutemero
de plantas por hectare e esta relaccedilatildeo deve ser analisada
O comportamento da renda bruta em relaccedilatildeo a madeira explorada segue a
mesma tendecircncia citada acima ou seja o menor espaccedilamento no melhor siacutetio
produtivo aos 5 anos eacute o que indica ser o mais viaacutevel Todavia deve-se interagir
custos e receitas para se inferir sobre o espaccedilamento mais adequado para se obter
a maior lucratividade
Na Tabela 2 eacute possiacutevel observar os iacutendices em siacutetios com classe de
produtividade baixa para a venda de lacircminas de paricaacute
67
Tabela 2 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute para venda preacute-corte em classe de produtividade baixa (17 ndash 19 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
5 a
no
s
MB -121915 - - -221422 -197665
ML -172080 - - -260253 -234631
L -256915 - - -325921 -297147
L (t) -350415 - - -419421 -390647
Luc -068 - - -195 -173
Lucr (t) -092 - - -251 -227
IR -047 - - -085 -079
IR (t) -038 - - -065 -060
6 a
no
s
MB -157604 - - -236236 -218806
ML -208865 - - -276654 -257335
L -316133 - - -361232 -337959
L (t) -427533 - - -472632 -449359
Luc -089 - - -215 -203
Lucr (t) -120 - - -281 -270
IR -056 - - -088 -084
IR (t) -043 - - -065 -062
7 a
no
s
MB -192230 - - -244377 -225943
ML -244145 - - -285258 -264961
L -376891 - - -388205 -363216
L (t) -508091 - - -519405 -494416
Luc -113 - - -236 -221
Lucr (t) -152 - - -316 -301
IR -065 - - -090 -086
IR (t) -048 - - -064 -060
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
Na Tabela 2 eacute possiacutevel observar que sob as condiccedilotildees analisadas nenhum
espaccedilamento eacute viaacutevel economicamente Jaacute o comportamento dos iacutendices financeiros
em classe de produtividade meacutedia pode ser observado na Tabela 3
68
Tabela 3 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute para venda preacute-corte em classe de produtividade meacutedia (19 ndash 21 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
5 a
no
s
MB -68537 -75377 -97128 -71245 -163995
ML -118702 -119176 -138025 -110076 -200962
L -203537 -193247 -207187 -175744 -263477
L (t) -297037 -286747 -300687 -269244 -356977
Luc -047 -053 -066 -055 -128
Lucr (t) -069 -079 -096 -085 -174
IR -033 -036 -043 -036 -067
IR (t) -026 -028 -034 -027 -051
6 a
no
s
MB -117998 -109790 -135159 -129382 -177806
ML -169258 -154944 -177514 -169800 -216334
L -276527 -249433 -266145 -254378 -296958
L (t) -387927 -360833 -377545 -365778 -408358
Luc -070 -073 -092 -093 -143
Lucr (t) -098 -106 -131 -133 -197
IR -046 -046 -055 -054 -071
IR (t) -035 -034 -041 -040 -052
7 a
no
s
MB -161999 -131381 -150483 -140593 -186011
ML -213914 -177089 -193352 -181475 -225030
L -346659 -292189 -301302 -284422 -323284
L (t) -477859 -423389 -432502 -415622 -454484
Luc -095 -090 -108 -106 -158
Lucr (t) -131 -130 -155 -155 -223
IR -057 -052 -059 -057 -073
IR (t) -042 -037 -042 -040 -051
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
Os prejuiacutezos obtidos nestas condiccedilotildees do terreno satildeo menores quando
comparados com siacutetios de produtividade baixa O mesmo comportamento tambeacutem
foi observado para siacutetios de classe de produtividade alta como indicado na Tabela
4
69
Tabela 4 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute pra venda preacute-corte em classe de produtividade alta (21 ndash 24 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
5 a
no
s
MB -49238 -13882 -35007 -46165 -63324
ML -99403 -57682 -75904 -84996 -100291
L -184238 -131752 -145066 -150664 -162806
L (t) -277738 -225252 -238566 -244164 -256306
Luc -041 -031 -039 -044 -053
Lucr (t) -061 -053 -064 -071 -084
IR -027 -017 -024 -028 -034
IR (t) -022 -014 -018 -021 -026
6 a
no
s
MB -81189 -43517 -66863 -90406 -111408
ML -132450 -88671 -109217 -130823 -149937
L -239718 -183160 -197848 -215401 -230561
L (t) -351118 -294560 -309248 -326801 -341961
Luc -056 -045 -055 -069 -084
Lucr (t) -081 -072 -087 -104 -125
IR -036 -026 -034 -041 -049
IR (t) -028 -020 -025 -031 -036
7 a
no
s
MB -143292 -71287 -85969 -103075 -120771
ML -195207 -116995 -128837 -143956 -159790
L -327953 -232094 -236787 -246903 -258044
L (t) -459153 -363294 -367987 -378103 -389244
Luc -085 -060 -069 -081 -096
Lucr (t) -120 -094 -107 -124 -144
IR -052 -034 -039 -045 -052
IR (t) -038 -025 -028 -032 -036
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
A inviabilidade econocircmica observada nas trecircs condiccedilotildees produtivas podem
ter sido provenientes do baixo valor de mercado praticado na regiatildeo
Apoacutes o pagamento de todos os desembolsos efetivos restou o deacutebito de R$-
13882 para o espaccedilamento 3x3 m Esta quantia jaacute pode ser considerada como
70
prejuiacutezo do investimento mesmo sem ser contabilizados o pagamento da matildeo de
obra familiar (administraccedilatildeo) e os custos de oportunidade do capital
O menor valor resultante para o espaccedilamento 5x5 m se deve ao fato de
existirem atividades iguais aos outros espaccedilamentos que estatildeo sendo executas em
tempo maior que dos outros povoamentos aumentando assim o custo de produccedilatildeo
Jaacute os resultados encontrados para o espaccedilamento 3x3 m em classe de
produtividade alta satildeo atribuiacutedos agrave eficiecircncia das operaccedilotildees de manutenccedilatildeo dos
plantios principalmente pelo controle de plantas daninhas
Depois do pagamento de todos os desembolsos efetivos foi admitida a
remuneraccedilatildeo da matildeo de obra familiar em virtude da administraccedilatildeo das aacutereas de
plantio sendo proporcional aos custos de produccedilatildeo de paricaacute A margem liacutequida
negativa indica que o empreendimento eacute economicamente inviaacutevel O valor admitido
por este iacutendice se positivo natildeo seria o lucro gerado pois ainda natildeo foi descontado
o custo de oportunidade do capital investido
Para todos os povoamentos analisados houve lucro negativo principalmente
quando foi considerada a remuneraccedilatildeo pelo uso da terra Isso significa que o
investimento natildeo foi atrativo financeiramente Este resultado natildeo eacute interessante
economicamente ao produtor e pode trazer consequecircncias ainda piores como falta
de incentivo agrave produccedilatildeo falta de demanda para venda da madeira em idade de corte
e preccedilos ainda menores do que os praticados
Considerando-se o pagamento pelo uso da terra o prejuiacutezo obtido pelo
plantio de paricaacute variou entre 53 e 316 sendo maior quando mais amplo o
espaccedilamento de plantio Desconsiderando o pagamento pelo uso da terra o
prejuiacutezo se tornou menor estando entre 31 e 236
Este iacutendice representa a capacidade da atividade de transformar
investimento em margem liacutequida Assim desconsiderando o pagamento pelo uso da
terra tem-se que para cada real investido obteve-se entre R$-090 e R$-017 de
margem liacutequida sendo mais atrativo o espaccedilamento 3x3 m em classe de
produtividade alta Considerando o custo da terra o valor foi de R$-065 a R$-014
sendo melhor nos menores espaccedilamento de plantio
Deve-se salientar novamente que o valor do msup3 de madeira utilizado nesta
pesquisa eacute proveniente do preccedilo meacutedio praticado pelo CERAT ndash PA Valores
superiores a este encontrados na regiatildeo podem alterar estes resultados tornando
estes povoamentos atrativos financeiramente (quando superiores a R$10000 msup3)
71
32 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA LAMINADA
O comportamento observado foi semelhante ao da madeira vendida em peacute
ou seja os iacutendices financeiros apontaram que a viabilidade econocircmica aos 5 anos
foi superior agraves outras idades de exploraccedilatildeo (Tabela 5)
Tabela 5 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de baixa produtividade (17 ndash 19 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
5 a
no
s
MB 460255 - - 82016 175950
ML 395361 - - 35131 130764
L 285617 - - -44157 54349
L (t) 192117 - - -137657 -39151
Luc 026 - - -008 009
Lucr (t) 017 - - -025 -006
IR 090 - - 010 039
IR (t) 074 - - 008 030
6 a
no
s
MB 416597 - - 84912 161477
ML 352612 - - 37786 116288
L 218717 - - -60828 21725
L (t) 107317 - - -172228 -89675
Luc 021 - - -011 004
Lucr (t) 010 - - -031 -015
IR 081 - - 011 034
IR (t) 065 - - 008 026
7 a
no
s
MB 374305 - - 138713 217110
ML 322390 - - 97831 178092
L 161775 - - -5115 79837
L (t) 30575 - - -136315 -51363
Luc 016 - - -001 013
Lucr (t) 003 - - -025 -008
IR 075 - - 031 058
IR (t) 057 - - 022 041
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
72
Os iacutendices econocircmicos para as classes de produtividade meacutedia e alta
encontram-se nas Tabelas 6 e 7
Tabela 6 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de meacutedia produtividade (19 ndash 21 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
5 a
no
s
MB 681518 625573 537181 600811 347713
ML 614747 566883 483159 548647 301344
L 501830 467631 391801 460430 222928
L (t) 408330 374131 298301 366930 129428
Luc 037 039 036 041 027
Lucr (t) 030 031 028 033 016
IR 137 139 126 147 087
IR (t) 114 113 101 117 069
6 a
no
s
MB 608614 588446 491228 506607 352752
ML 543338 530977 438275 456029 306227
L 406743 410719 327467 350188 208871
L (t) 295343 299319 216067 238788 97471
Luc 032 035 032 035 026
Lucr (t) 023 026 021 024 012
IR 124 133 116 125 089
IR (t) 099 104 090 095 067
7 a
no
s
MB 544335 665533 565255 585678 418169
ML 492420 619825 522386 544796 379151
L 329553 504725 414437 441850 280896
L (t) 198353 373525 283237 310650 149696
Luc 028 045 042 044 035
Lucr (t) 017 033 028 031 019
IR 113 181 159 171 123
IR (t) 087 131 114 121 086
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
73
Tabela 7 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de alta produtividade (21 ndash 24 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5 5
an
os
MB 882878 900802 817010 742105 726917
ML 815429 839950 760805 689059 677009
L 701365 737042 665754 599351 592608
L (t) 607865 643542 572254 505851 499108
Luc 045 049 048 047 048
Lucr (t) 039 043 041 040 041
IR 181 201 193 182 187
IR (t) 150 164 156 146 148
6 a
no
s
MB 843757 874244 783868 678388 646537
ML 777297 814644 728718 626556 597877
L 638225 689925 613313 518092 496052
L (t) 526825 578525 501913 406692 384652
Luc 042 047 046 043 044
Lucr (t) 035 039 038 034 034
IR 174 198 187 168 168
IR (t) 140 156 146 129 128
7 a
no
s
MB 730571 953571 867885 765231 729289
ML 678656 907863 825016 724350 690271
L 514396 792763 717066 621403 592016
L (t) 383196 661563 585866 490203 460816
Luc 037 056 055 053 053
Lucr (t) 028 047 045 042 041
IR 154 266 252 228 224
IR (t) 119 192 180 161 157
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
Contrariamente agrave preacute-colheita a venda de madeira de paricaacute poacutes-colheita
tem demonstrado viabilidade economica para as idade classe de produtividade e
espaccedilamento analisados como observados nos iacutendices a seguir
Apoacutes o pagamento de todos os custos efetivos notou-se uma vantagem no
uso de espaccedilamentos mais adensados Nestes ambientes a margem bruta foi por
74
vezes maior que 40 em relaccedilatildeo aos maiores espaccedilamentos Poreacutem restam ainda
o pagamento pela administraccedilatildeo e uso do capital No entanto verificou-se que a
maioria dos projetos avaliados foram viaacuteveis economicamente pois se obteve
resultados positivos para a madeira laminada
A matildeo-de-obra familiar foi remunerada mantendo-se o montante positivo
Este montante foi utilizado posteriormente como forma de pagamento pelo custo de
oportunidade do capital Observa-se que este iacutendice manteve a tendecircncia de
comportamento semelhante agrave margem bruta exprimindo a viabilidade dos projetos
Lucro negativo soacute foi observado em espaccedilamentos amplos como o 4x4 e
5x5 m em classe de produtividade baixa em todos os anos analisados Isso
significa que o custo de oportunidade do uso do capital natildeo estaacute sendo remunerado
O resultado encontrado eacute consequecircncia de volume insuficiente de lacircminas
para o pagamento do processo produtivo Vale salientar que o processo de
laminaccedilatildeo natildeo foi quantificado
O intervalo de lucratividade sem considerar o pagamento pelo uso da terra
variou de -31 agrave 56 ou seja existem povoamentos que em certas condiccedilotildees
foram inviaacuteveis economicamente como eacute o caso dos espaccedilamentos 4x4 e 5x5 m
em classe de produtividade baixa com exploraccedilatildeo aos 5 anos Outros povoamentos
ao contraacuterio possuem lucratividade de 56 Como exemplo pode-se citar o 3x3 m
aos 7 anos em classe de produtividade alta
Quando se considera o pagamento pelo uso da terra a mesma tendecircncia foi
observada poreacutem a lucratividade foi menor
A capacidade da atividade em transformar o investimento em margem
liacutequida variou entre R$034 e R$266 sendo mais atrativo o espaccedilamento 3x3 m
Considerando o custo da terra o valor corresponde entre R$008 e R$192 sendo
melhor quanto menor o espaccedilamento de plantio
Considerando os valores obtidos nas Tabelas 5 6 e 7 foi possiacutevel inferir
sobre os custos maacuteximos que poderiam ser destinados agrave laminaccedilatildeo para que todas
as despesas fossem pagas obtendo lucratividade zero Na Tabela 8 eacute indicado
quais satildeo estes valores
75
Tabela 8 Valores maacuteximos a serem pagos pela laminaccedilatildeo (R$msup3)
Idade Classe produtiva (m) Espaccedilamentos (m)
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5 5
ano
s Baixa 1184 - - -1930 -533
Meacutedia 2206 2414 2238 2708 1472
Alta 3144 3550 3580 3459 3812
6 a
no
s Baixa 707 - - -2400 -1260
Meacutedia 1751 2049 1753 2033 1099
Alta 2857 3317 3292 3033 3286
7 a
no
s Baixa 131 - - -3253 -2045
Meacutedia 1189 1557 1223 1543 476
Alta 2255 2916 2883 2613 2836
Estas informaccedilotildees satildeo valores meacutedios dos espaccedilamentos para cada classe
de produtividade e idade Como pressupotildee-se que em siacutetio de melhor qualidade haacute
maior renda eacute possiacutevel o pagamento de um valor substancialmente maior do que
em classe de produtividade meacutedia Observa-se ainda a inviabilidade da praacutetica de
laminaccedilatildeo em classe de produtividade baixa independente da idade de corte pois a
receita foi menor que os custos mesmo sem a laminaccedilatildeo Essa consideraccedilatildeo
reforccedila os argumentos de suporte sobre os menores espaccedilamentos serem os mais
apropriados para o plantio de paricaacute
33 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA
331 Benefiacutecio perioacutedico equivalente ndash BPE
Para a taxa de 6 aa em povoamentos natildeo explorados o BPE obtido
variou entre R$-24042 e R$-8005 para os espaccedilamentos 4x4 e 3x3 m
respectivamente (Tabela 9) Isso indica que o espaccedilamento 3x3 m na classe de
produtividade alta com corte aos 5 anos eacute o que resultou no menor prejuiacutezo
financeiro sob estas condiccedilotildees analisadas Jaacute o 4x4 m em classe de produtividade
baixa com corte aos 7 anos foi a pior escolha de investimento
76
Tabela 9 BPE de plantios de paricaacute situados na regiatildeo de Paragominas PA
Idade Espaccedil
(m)
BPE (VTHA) BPE (VCHA)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 -15515 -12312 -11154 17037 30010 41982
3x3 - -11695 -8005 - 27958 44123
3x4 - -12531 -8804 - 23408 39845
4x4 -19655 -10645 -9140 -2749 27526 35861
5x5 -17929 -15909 -9868 3161 13276 35456
6 a
no
s
3x2 -19068 -16692 -14483 13023 24305 38193
3x3 - -15066 -11090 - 24543 41296
3x4 - -16069 -11971 - 19548 36699
4x4 -21774 -15363 -13024 -3750 20911 30986
5x5 -20378 -17917 -13934 1204 12432 29663
7 a
no
s
3x2 -22761 -20948 -19825 8894 18907 29965
3x3 - -18281 -14675 - 20779 36619
3x4 - -18827 -14957 - 16500 33111
4x4 -24042 -17815 -15564 -5944 18385 28258
5x5 -22542 -20146 -16232 -842 10264 27366
Em que Espaccedil = espaccedilamento (m) BPE (VTHA) = benefiacutecio perioacutedico equivalente para venda de madeira em peacute e BPE (VCHA) = benefiacutecio perioacutedico equivalente para venda de madeira laminada
A mesma tendecircncia foi observada em povoamentos explorados em que o
BPE variou entre R$-5944 e R$44123 sendo o espaccedilamento 3x3 m a melhor
opccedilatildeo de investimento O mesmo resultado foi obtido por Pavan et al (2010) com
plantios de eucalipto no Rio Grande do Sul para laminaccedilatildeo
Caso ocorressem mudanccedilas na taxa de desconto estas contribuiriam para o
aumento ou reduccedilatildeo dos lucros do plantio Segundo Soares et al (2003) aumentos
na taxa de desconto afetam significativamente o VPL e consequentemente o BPE
indicando que quanto menor a taxa de desconto utilizada maior seraacute a lucratividade
do projeto
A partir da anaacutelise econocircmica dos diferentes sistemas de plantio pode-se
inferir que o motivo pelo qual a classe de produtividade baixa resultou em uma das
piores alternativas financeiras estaacute relacionado ao autodesbaste das plantas neste
ambiente Como estas aacutereas dispotildeem de menores recursos eacute possiacutevel que tenha
77
ocorrido uma expressiva mortalidade de plantas devido agrave concorrecircncia por luz e
nutrientes do solo
Todos os espaccedilamentos de plantio podem ser alternativas viaacuteveis que
poderatildeo contribuir de maneira mais significativa na medida em que alcancem sua
capacidade maacutexima de incremento Isso eacute obtido com a diferenciaccedilatildeo entre os
horizontes de planejamento que natildeo podem ser idecircnticos para todos os
espaccedilamentos de plantio haja vista que as aacutervores se comportam de maneiras
diferentes nestes espaccedilamentoss devido agrave disponibilidade de recursos
Esta afirmaccedilatildeo jaacute foi comprovada em estudos realizados por Cordeiro et al
(2009) em que foi constatado que o sistema de produccedilatildeo do paricaacute em cultivo puro
sob o espaccedilamento 4x3 m nos quatro primeiros anos de cultivo natildeo apresentaram
viabilidade econocircmica sugerindo a necessidade de maior horizonte de
planejamento
78
4 CONCLUSOtildeES
O monocultivo de paricaacute em qualquer um dos espaccedilamentos analisados foi
considerado inviaacutevel por todos os criteacuterios utilizados nesta anaacutelise econocircmica
quando se objetivou a venda da madeira sem exploraccedilatildeo Essa resposta estaacute
associada ao baixo valor de mercado ao qual a espeacutecie estaacute subordinada
A exploraccedilatildeo de madeira mesmo sendo um processo trabalhoso e
dispendioso eacute uma alternativa para se obter valores positivos com a produccedilatildeo de
paricaacute
Observando os custos e receitas oriundos de plantios de paricaacute pode-se
afirmar que espaccedilamentos mais amplos em classe de produtividade baixa satildeo
insuficientes para remunerar o processo de laminaccedilatildeo
O maior retorno financeiro foi obtido em povoamentos de paricaacute implantados
em classe de produtividade alta sob o espaccedilamento 3x3 m com exploraccedilatildeo aos 5
anos
79
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
CHICHORRO J F BAUER M O ANDRADE W S SILVA G F SANTOS F R SILVA J L NOGUEIRA M A Avaliaccedilatildeo econocircmica de projetos florestais In CHICHORRO J F BAUER M O GARCIA G O CALDEIRA M V W Toacutepicos especiais em ciecircncias florestais 1 ed Visconde do Rio Branco Suprema 2010 v 1 p 231-260 COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO ndash CONAB Custo de produccedilatildeo agriacutecola a metodologia da Conab Brasiacutelia Conab 2010 60p COORDENADORIA EXECUTIVA DA ADMINISTRACcedilAtildeO TRIBUTAacuteRIA ndash CERAT Boletim informativo de preccedilos Paraacute 2013 22p CORDEIRO I M C C SANTANA A C LAMEIRA O A SILVA I M Anaacutelise econocircmica dos sistemas de cultivo com Schizolobium parahyba var amazonicum (Huber ex Ducke) Barneby (Paricaacute) E Ananas comosus var erectifolius (L B Smith) Coppus amp Leal (Curauaacute) no municiacutepio de Aurora do Paraacute (PA) Brasil Facultad Agronomiacutea (LUZ) 2009 26 243-265 FARO C Elementos de engenharia econocircmica 3ed Satildeo Paulo Atlas 1979 328p MELLO A A CARNIERI C ARCE J E SANQUETTA C R Planejamento florestal visando agrave maximizaccedilatildeo dos lucros e a manutenccedilatildeo do estoque de carbono Cerne Lavras v 11 n 3 p 205-217 julset 2005 OLIVEIRA A D REZENDE J L P Economia Florestal Lavras UFLAFAEPE 2004 101p PAVAN J A ALVES T W SOUZA M A Viabilidade Econocircmica da Produccedilatildeo de Eucaliptos no Rio Grande do Sul Associaccedilatildeo Brasileira de Custos vol 5 n 1 78-109 JanAbr 2010 REZENDE J L P OLIVEIRA A D Anaacutelise econocircmica e social de projetos florestais Viccedilosa MG UFV 2001 389 p SILVA M L JACOVINE L A G VALVERDE S R Economia Florestal 2 ed Viccedilosa UFV 2005 178p SOARES T S CARVALHO R M M A VALE A B Avaliaccedilatildeo econocircmica de um povoamento de Eucalyptus grandis destinado a multiprodutos Aacutervore Viccedilosa-MG v27 n5 p689-694 2003
80
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A partir das condiccedilotildees estabelecidas notou-se o efeito dos espaccedilamentos
de plantio na viabilidade econocircmica dos povoamentos de paricaacute
Em relaccedilatildeo aos custos de produccedilatildeo eles devem ser separados por
atividades sendo elas preparo da aacuterea plantio adubaccedilatildeo manutenccedilatildeo colheita e
transporte laminaccedilatildeo custo de administraccedilatildeo remuneraccedilatildeo do capital investido
Dentro de cada atividade alguns custos podem sofrer a influecircncia do
nuacutemero de plantas por hectare Como exemplo pode-se citar o nuacutemero de diaacuterias
necessaacuterias para alinhamento coveamento e plantio das mudas aleacutem da
quantidade de adubo necessaacuterio para adubaccedilatildeo de cova
O maior nuacutemero de operaccedilotildees ocorre no periacuteodo de manutenccedilatildeo dos
plantios poreacutem nenhuma delas foi considerada dispendiosa Os maiores custos
individuais foram do transporte de madeira do povoamento ateacute a induacutestria em
todos os espaccedilamentos analisados devido agraves condiccedilotildees de traacutefego nas estradas
A relaccedilatildeo entre volume comercial volume laminado e os custos de
produccedilatildeo determinam entatildeo a viabilidade dos plantios sendo o espaccedilamento mais
viaacutevel aquele que consegue absorver esta relaccedilatildeo de maneira mais eficiente
Entretanto estudos ainda devem ser desenvolvidos para averiguar a relaccedilatildeo entre a
espeacutecie e os espaccedilamentos de plantio
ABSTRACT 58
1 INTRODUCcedilAtildeO 59
2 MATERIAL E MEacuteTODOS 61
21 OBTENCcedilAtildeO DAS RECEITAS 61 22 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS 61 23 IacuteNDICES ECONOcircMICOS DA PRODUCcedilAtildeO 62 24 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DOS PROJETOS 63
241 Benefiacutecio perioacutedico equivalente (BPE) 63
3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 65
31 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA VENDA DE MADEIRA EM PEacute 65 32 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA LAMINADA 71 33 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA 75
331 Benefiacutecio perioacutedico equivalente ndash BPE 75
4 CONCLUSOtildeES 78
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 79
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 80
11
1 INTRODUCcedilAtildeO GERAL
As florestas naturais somavam em 2007 cerca de 4 bilhotildees de hectares
cobrindo aproximadamente 30 da superfiacutecie terrestre segundo informaccedilotildees da
FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION ndash FAO (2007) Deste montante cerca
de metade da vegetaccedilatildeo ainda estaacute concentrada em cinco paiacuteses sendo o Brasil o
detentor da segunda maior cobertura florestal do planeta
Segundo o Sistema Nacional de Informaccedilotildees Florestais ndash SNIF (2014)
estimava-se que 69 desta cobertura teriam potencial produtivo Com isso ampliou-
se a participaccedilatildeo do setor florestal brasileiro no comeacutercio mundial Entretanto o
setor ainda encontra dificuldades na expansatildeo dos seus negoacutecios especialmente a
regiatildeo amazocircnica devido agraves restriccedilotildees impostas pela legislaccedilatildeo frente ao apelo
ambiental que a regiatildeo desperta em resposta a ocupaccedilatildeo desordenada
Com a implantaccedilatildeo de novas normas de exploraccedilatildeo reduziu-se a
disponibilidade de madeira no mercado expondo-se entatildeo a necessidade de fontes
alternativas para produccedilatildeo de mateacuteria-prima Assim a partir da praacutetica de
reflorestamento estaacute sendo possiacutevel ampliar o estoque de madeira para atender as
demandas atuais e futuras
Em 2012 o consumo brasileiro de madeira em tora proveniente de plantios
florestais foi de 1824 milhotildees de metros cuacutebicos (msup3) um indicador 72 superior
ao de 2011 (ABRAF 2013) Isso indica que a praacutetica do reflorestamento eacute uma
alternativa de negoacutecio que se expandiu no ultimo ano
Segundo o SNIF (2014) o Brasil deteacutem as melhores tecnologias na
silvicultura de eucalipto e outras espeacutecies vecircm sendo estudadas entre elas a acaacutecia
(Acacia mangium Willd) a seringueira (Hevea brasiliensis (Willd ex Adr de Juss)
Muell-Arg) e o paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) Em 2012 a aacuterea
ocupada por plantios florestais de espeacutecies natildeo convencionais como acaacutecia
araucaacuteria poacutepulus teca seringueira e paricaacute foi de 521131 ha representando
72 da aacuterea total de plantios florestais no Brasil (ABRAF 2013) Esta participaccedilatildeo
ainda que pequena se deve agraves caracteriacutesticas de crescimento e produccedilatildeo obtidas
por estas espeacutecies
Na regiatildeo amazocircnica o paricaacute eacute a espeacutecie que vem ganhando destaque
entre os plantios comerciais pelas suas caracteriacutesticas de crescimento e produccedilatildeo
12
para muacuteltiplos usos tornando crescente a demanda industrial por madeira de
lacircminas e compensados para a qual a espeacutecie eacute utilizada (MARQUES et al 2006)
Os primeiros registros com o plantio de paricaacute no Estado do Paraacute constam
da deacutecada de 1950 os quais tinham o objetivo de preservar a caracteriacutestica da
floresta amazocircnica em espaccedilos puacuteblicos e de fomentar estudos sobre o
comportamento e caracteriacutesticas das espeacutecies plantadas (MARQUES et al 2006)
Desde entatildeo muitos plantios foram registrados no Paraacute e em toda regiatildeo
amazocircnica e vaacuterios estudos foram desenvolvidos podendo-se destacar Hoffmann
(2009) Vidaurre et al (2012) Santos (2012) e Corteletti (2013) que trabalharam
com povoamentos de paricaacute localizados entre os municiacutepios de Dom Elizeu e
Paragominas estado do Paraacute Estes estudos comprovaram o alto potencial de
produccedilatildeo madeireira do paricaacute e servem como incentivo para que se estabeleccedilam
novos povoamentos Embora jaacute se tenham muitos plantios com esta espeacutecie na
Amazocircnia ainda satildeo necessaacuterios estudos com o objetivo de identificar as
caracteriacutesticas dendromeacutetricas avaliar a qualidade da madeira e sua produccedilatildeo
A atenccedilatildeo deve ser direcionada tambeacutem para os custos de produccedilatildeo
destes povoamentos que vecircm sendo estabelecidos na regiatildeo amazocircnica Natildeo
existem estudos suficientes que comprovem a lucratividade desta atividade Os
estudos que se tecircm disponiacuteveis ainda satildeo muito geneacutericos e as informaccedilotildees
carentes de dados do processo de implantaccedilatildeo da cultura
O monitoramento do processo produtivo tem sido realizado para identificar
os custos de produccedilatildeo sendo um instrumento necessaacuterio para se avaliar (medir) a
eficiecircncia das empresas Outra teacutecnica utilizada eacute a avaliaccedilatildeo econocircmica dos
projetos que testam a viabilidade de sua execuccedilatildeo
Para testar a viabilidade econocircmica dos projetos florestais faz-se necessaacuterio
o emprego de teacutecnicas econocircmicas sendo as mais tradicionais aquelas em que se
calculam o valor presente liacutequido (VPL) a taxa interna de retorno (TIR) e o benefiacutecio
perioacutedico equivalente (BPE) Este uacuteltimo sendo empregado frequentemente para
projetos com diferentes horizontes de planejamento (REZENDE OLIVEIRA 2001)
O teste da viabilidade econocircmica tem por finalidade estudar a capacidade
financeira do empreendimento a fim de verificar a possibilidade de sua
implementaccedilatildeo por meio da capacidade de sobrevivecircncia no mercado e da
identificaccedilatildeo dos fatores que podem dificultar as possibilidades de ecircxito do mesmo
comprovando-se assim a sua necessidade de execuccedilatildeo
13
11 OBJETIVO GERAL
Avaliar o efeito dos espaccedilamentos de plantio na anaacutelise econocircmica da
produccedilatildeo de madeira de paricaacute
12 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
a) Definir os custos de produccedilatildeo de povoamentos de paricaacute
b) Identificar os custos de produccedilatildeo mais afetados pelos espaccedilamentos
de plantio
c) Avaliar a participaccedilatildeo individual dos custos no processo de
implantaccedilatildeo colheita e transporte e
d) Identificar o espaccedilamento que forneceraacute o maior retorno econocircmico
por meio de indicadores e criteacuterio de avaliaccedilatildeo
14
2 REVISAtildeO DE LITERATURA
21 PARICAacute
A espeacutecie Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke foi descoberta por
Huber e descrita por Ducke em 1922 sendo vulgarmente conhecida como pinho-
cuiabano paricaacute-da-amazocircnia paricaacute-da-terra-firme (Mato Grosso) paricaacute paricaacute-
grande faveira (Paraacute) canafista canafiacutestula fava-canafiacutestula (Acre) bandarra
(Rondocircnia) guapuruvu-da-amazocircnia (Distrito federal) aleacutem de cereboacute (Boliacutevia)
tambor (Colocircmbia) gavilaacuten (Costa Rica) pachaco (Equador) palo de judiacuteo palo de
picho (Meacutexico) e pashaco (Peru) (CARVALHO 2007)
Ocorre naturalmente em toda regiatildeo amazocircnica principalmente no Mato
Grosso Paraacute Amazonas e Rondocircnia no Brasil aleacutem de outros paiacuteses como Peru
Boliacutevia Colocircmbia e Venezuela (SOUZA et al 2005) Sobrevive em mata primaacuteria e
secundaacuteria de terra firme e vaacuterzea alta notadamente nas formaccedilotildees do tipo floresta
densa e floresta aberta em solos argilosos e altitudes de ateacute 800 metros
(CARVALHO 1994 ROSA 2006a)
A espeacutecie eacute tolerante a solos de baixa fertilidade e adapta-se agrave precipitaccedilatildeo
meacutedia anual de 1600 mm a 5850 mm e temperatura meacutedia de 248 ordmC (CRESPO et
al 1995) Por ser uma espeacutecie essencialmente helioacutefila natildeo tolera baixas
temperaturas (CARVALHO 2007)
211 Descriccedilatildeo botacircnica e anatocircmica do paricaacute
Segundo o sistema de classificaccedilatildeo de Cronquist a espeacutecie Schizolobium
amazonicum pertence agrave famiacutelia Caesalpiniaceae (Leguminosae Caesalpinioideae)
sendo da divisatildeo Magnoliophyta (Angiospermae) da classe Magnoliopsida
(Dicotyledonae) e ordem das Fabales
O paricaacute eacute uma aacutervore deciacutedua que pode atingir 40 m de altura e 100 cm de
DAP (diacircmetro a altura do peito medido a 130 m do solo) na idade adulta
15
(CARVALHO 2007) Seu tronco eacute ciliacutendrico e reto com casca de cor cinza clara
podendo conter sapopemas A madeira eacute macia leve com textura grossa gratilde direita
e irregular cerne creme-avermelhado e alburno creme-claro Tecircm faacutecil
processamento mas baixa durabilidade natural (SOUZA et al 2005)
Rosa (2006a) trabalhando com a botacircnica anatomia e tecnologia de paricaacute
comprovou que ao longo do crescimento vegetativo a espeacutecie pode possuir
caracteriacutesticas dendroloacutegicas diferenciadas em termos de coloraccedilatildeo da casca e do
surgimento de sapopemas
212 Caracteriacutesticas silviculturais do paricaacute
As sementes de paricaacute possuem alto grau germinativo podendo chegar a
90 Isso pode ser comprovado em estudos realizados por Lameira et al (2000)
com a propagaccedilatildeo do paricaacute por meio de sementes submetidas a processos
mecacircnicos fiacutesicos e quiacutemicos de quebra de dormecircncia Nesse estudo foi constatado
que as sementes possuem um percentual de germinaccedilatildeo de 80 a 90
O paricaacute possui entretanto dificuldade em seu manejo por seu elevado teor
de umidade e susceptibilidade ao ataque de microorganismos aleacutem da dormecircncia
tegumentar que necessita de tratamentos preacute-germinativos (ROSA 2006b
CARVALHO 2007)
Para o armazenamento de sementes eacute recomendado um periacuteodo maacuteximo de
12 meses tendo em vista que a partir do oitavo mecircs ocorre reduccedilatildeo na viabilidade
das sementes como pode ser observado no trabalho de Rosa (2006a) sobre a
ecologia e silvicultura do paricaacute
Apoacutes serem retiradas do armazenamento as sementes podem ser plantadas
de duas maneiras colocando-se as sementes para germinar em canteiros
(sementeiras) ou semeando-as diretamente na embalagem plaacutestica Ambas as
opccedilotildees permitem sobrevivecircncia de no miacutenimo 80 das plantas sendo
consideravelmente aceitaacutevel (SOUZA et al 2003)
No que se refere a implantaccedilatildeo de povoamentos uma atenccedilatildeo especial
deve ser direcionada agrave escolha do espaccedilamento a ser utilizado No Estado do Paraacute
diversos espaccedilamentos tem sido adotados (3x3 m 4x4 m 3x4 m 5x4 m 6x4 m)
16
principalmente em plantios mais antigos estando os mais recentes em maior
padronizaccedilatildeo com espaccedilamentos de 4x4 m Isso provavelmente se deve agrave
facilidade de mecanizaccedilatildeo (MARQUES et al 2006) Aleacutem disso estudos vecircm
comprovando que o espaccedilamento 4x4 m eacute mais utilizado pois proporciona a melhor
relaccedilatildeo entre crescimento em altura e diacircmetro das aacutervores (ROSA 2006b)
Em sistemas silviculturais mais adensados ou em plantios puros o paricaacute
tem demonstrado crescimento inicial em altura bastante raacutepido sendo necessaacuterios
desbastes para manter equiliacutebrio adequado entre a retirada de indiviacuteduos de
qualidade inferior doentes ou danificados e a manutenccedilatildeo de espaccedilamento
aproximadamente regular entre as plantas Deve-se ressaltar entretanto que a
espeacutecie eacute bastante suscetiacutevel aos danos causados por ventos fortes principalmente
nos estaacutegios iniciais de desenvolvimento As aacutervores isoladas e plantas da
bordadura satildeo mais propensas a quebras poreacutem estes danos satildeo bastante
reduzidos com a presenccedila de mata ou de relevo ondulado nas proximidades que
possam proteger o povoamento e reduzir esses efeitos do vento (SOUZA et al
2003)
No estudo realizado por Rondon (2002) concluiu-se que ateacute o terceiro ano o
paricaacute eacute altamente vulneraacutevel ao vento principalmente nos espaccedilamentos 4x2 m e
2x2 m Por tal motivo medidas preventivas devem ser tomadas no iniacutecio da
implantaccedilatildeo deixando-se uma faixa de mata nativa em torno do plantio Desta
maneira sob os espaccedilamentos 15x15 m 2x2 m 3x2 m 3x3 m 4x2 m 4x3 m e 4x4
m avaliadas pelo autor os dois uacuteltimos foram os que proporcionaram maiores
crescimentos em altura e diacircmetro
213 Utilizaccedilatildeo do paricaacute
Essa espeacutecie eacute bastante utilizada na produccedilatildeo de lacircminas meacutedias ou parte
interna de compensados caixotaria leve portas e parquete tendo em vista que
pode ser alcanccedilado o rendimento de ateacute 80 de aproveitamento da madeira no
processo de laminaccedilatildeo (MARQUES et al 2006)
17
Ela pode ser utilizada para produccedilatildeo energeacutetica assim como a produccedilatildeo de
papel e celulose por sua facilidade de branqueamento Propriedades medicinais
tambeacutem podem ser encontradas principalmente na casca (CARVALHO 2007)
Carvalho (2007) afirma ainda que esta espeacutecie tem grande potencial para
recuperaccedilatildeo de aacutereas degradadas Por ser uma espeacutecie pioneira o paricaacute tem bom
desenvolvimento na maioria dos solos amazocircnicos contribuindo com
sombreamento o desenvolvimento de espeacutecies cliacutemax que por ventura se
estabeleccedilam na aacuterea
O paricaacute pode ser utilizado ainda para artesanato sendo seu uso mais
comum na fabricaccedilatildeo de brinquedos saltos para calccedilados e aeromodelismo
(SOUZA et al 2003)
22 CRESCIMENTO E PRODUCcedilAtildeO DO PARICAacute
O crescimento e a produccedilatildeo de um povoamento florestal dependem da
idade da capacidade produtiva do grau de utilizaccedilatildeo do potencial produtivo do lugar
e de tratamentos silviculturais (SCOLFORO 2006 CAMPOS LEITE 2009) Esta
relaccedilatildeo pode ser mensurada por meio de modelos de crescimento e produccedilatildeo
mecaniacutesticos ou empiacutericos sendo este uacuteltimo o mais utilizado
Santos (2012) estudando o crescimento e produccedilatildeo de plantios de paricaacute
sob diferentes espaccedilamentos ajustou o modelo logiacutestico para estimar o crescimento
em diacircmetro e volume das aacutervores em cada espaccedilamento em funccedilatildeo da idade O
autor observou efeito significativo do espaccedilamento sobre as variaacuteveis diacircmetro
quadraacutetico e volume em todas as idade evidenciando a dependecircncia entre os
fatores
Neste mesmo estudo foi constatado que a maior diferenccedila entre as meacutedias
do diacircmetro quadraacutetico e o volume foi entre os espaccedilamentos extremos 3x2 m e 5x5
metros Assim o maior crescimento em diacircmetro quadraacutetico foi verificado no espaccedilo
vital com 25 msup2 e o maior crescimento em volume por aacuterea no espaccedilamento de 6msup2
Anteriormente Hoffmann (2009) jaacute havia verificado a influecircncia do diacircmetro
no rendimento da laminaccedilatildeo em que o aumento do diacircmetro promoveu maior
rendimento O mesmo foi observado por Silva et al (2013)
18
23 RENDIMENTO EM LAMINACcedilAtildeO DE PARICAacute
A produccedilatildeo de lacircminas em escala comercial surgiu a partir do seacuteculo XX
sendo impulsionada no Brasil na deacutecada de 30 com o objetivo de confeccionar
madeira compensada que tem como mateacuteria-prima paineacuteis de lacircminas de madeira
Este material eacute submetido a um processo de colagem e prensagem com adesivos
resistentes ou agrave prova drsquoaacutegua tendo muacuteltiplas aplicaccedilotildees na construccedilatildeo civil na
fabricaccedilatildeo de moacuteveis formas para concreto embalagens transporte e aplicaccedilotildees
agriacutecolas (BORDUELLE IWAKIRI MARTINS et al 2006 IWAKIRI PRATA 2008)
A qualidade da laminaccedilatildeo eacute influenciada por caracteriacutesticas da espeacutecie
(densidade da madeira) caracteriacutesticas do fuste (diacircmetro e forma) e gratilde (direccedilatildeo e
inclinaccedilatildeo) e por condiccedilotildees operacionais do equipamento (velocidade de corte
ajuste da geometria da faca e barra de pressatildeo afiaccedilatildeo da faca) sendo que a
automaccedilatildeo dos equipamentos tem resultado em lacircminas de maior qualidade e
produtividade (TSOUMIS 1991)
Esta busca pela qualidade e produtividade tem aumentado o interesse nos
estudos sobre a prognose do crescimento e da produccedilatildeo de povoamentos e do
processo de laminaccedilatildeo Isto ocorre porque as empresas florestais procuram
investimentos soacutelidos devido aos compromissos de longo prazo assumidos
As estimativas da produccedilatildeo de mateacuteria-prima e do rendimento do produto
final contribuem com o planejamento da empresa em relaccedilatildeo a novos investimentos
novos produtos a serem lanccedilados no mercado aleacutem da viabilidade do projeto em
execuccedilatildeo e de futuros investimentos Por isso faz-se necessaacuterio conhecer todo o
processo produtivo do produto com o qual se estaacute trabalhando
A laminaccedilatildeo da madeira pode ser obtida por meio de duas formas
comerciais
a) Lacircminas torneadas ndash obtidas a partir do ldquodesenrolamentordquo de toras grossas
relativamente curtas utilizando torno laminador
b) Lacircminas faqueadas ndash obtidas a partir de cortes planos realizados por
faqueadeira em peccedila de madeira em bloco
Independentemente do meacutetodo de obtenccedilatildeo de lacircminas um dos objetivos da
empresa florestal eacute a busca pelo aumento da produtividade Estas informaccedilotildees satildeo
obtidas por meio do acompanhamento do processo de transformaccedilatildeo das aacutervores
19
em lacircminas e a partir dos valores obtidos subtrai-se o produto final da quantidade
de madeira que iniciou o processo obtendo-se assim o rendimento
Para o paricaacute o rendimento encontrado em estudos realizados por Hoffmann
(2009) foi de aproximadamente 5031 em aacutervores aos 5 anos Jaacute Melo (2012)
alcanccedilou rendimento meacutedio de 59 Este autor afirma ainda que o rendimento em
laminaccedilatildeo pode ser facilmente estimado por meio de variaacuteveis dendromeacutetricas da
tora obtendo-se menores perdas para aacutervores com maiores diacircmetros
O resultado encontrado por Melo (2012) eacute semelhante ao de Bortoletto
Juacutenior e Belini (2002) para outra espeacutecie do mesmo gecircnero Estudando a produccedilatildeo
de lacircminas e compensados de guapuruvu (Schizolobium parayba (Vell) Blake)
proveniente de plantios mistos de espeacutecies nativas estes autores observaram que o
rendimento do processo de laminaccedilatildeo foi de aproximadamente 61 em lacircminas
verdes Isso demonstra que o gecircnero Schizolobium pode conter boas caracteriacutesticas
para laminaccedilatildeo
24 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO
241 Teoria dos custos
Segundo Pinto et al (2008) algumas terminologias devem ser consideradas
na contabilidade de custos
Gasto esforccedilo realizado pela empresa para obtenccedilatildeo de um bem ou serviccedilo
Investimento gasto com bens ou serviccedilos que traratildeo benefiacutecios futuros
Despesa consumo direto ou indireto com bens e serviccedilos com a finalidade
de obtenccedilatildeo de receitas
Perda gasto natildeo intencional decorrente de fatores externos e
Custos gastos acumulados para executar uma atividade fabricar um
produto ou adquirir uma mercadoria
Essas definiccedilotildees podem ser interpretadas como ilustrada na Figura 1
20
Figura 1 Forma esquemaacutetica da distribuiccedilatildeo de gastos Fonte Adaptado de Pinto et al (2008)
Aleacutem das terminologias apresentadas faz-se necessaacuterio definir orccedilamento
anaacutelise de projeto e o caacutelculo do custo de produccedilatildeo uma vez que satildeo peccedilas
fundamentais para o teste de viabilidade econocircmica do projeto
O orccedilamento tem por objetivo a verificaccedilatildeo preacutevia de gastos e a anaacutelise de
projetos objetiva a avaliaccedilatildeo econocircmica de investimentos que seratildeo realizados Jaacute o
caacutelculo do custo de produccedilatildeo por sua vez tem por objetivo quantificar o custo por
unidade produzida sendo este sempre realizado apoacutes o fim do ciclo de produccedilatildeo
O custo por produto encontrado eacute entatildeo comparado com receita obtida com
as vendas do produto e com o montante de capital utilizado na produccedilatildeo a fim de
serem calculados os indicadores econocircmicos para aquela atividade ou seja o custo
de produccedilatildeo de uma empresa eacute determinado pelas condiccedilotildees fiacutesicas de produccedilatildeo
pelo preccedilo dos recursos e pela conduta economicamente eficiente do proprietaacuterio
Custo eacute entatildeo o preccedilo pelo qual se obteacutem um bem (FERGUSON 2003)
O caacutelculo dos custos de produccedilatildeo por sua vez natildeo eacute uma tarefa faacutecil haja
visto que haacute um grande nuacutemero de informaccedilotildees que devem ser administradas para
que se tenha no final do periacuteodo de produccedilatildeo todos os custos referentes agravequela
atividade Por isso o aconselhaacutevel eacute que se faccedila o registro dos gastos
preferencialmente por atividade para facilidade de obtenccedilatildeo dos resultados
Custos
Investimentos
Despesas
PerdasUso para execuccedilatildeo de atividades adquirir mercadorias e fabricar produtos
Gastos que seratildeo usados no futuro para geraccedilatildeo de receita
Gastos que jaacute foram utilizados para geraccedilatildeo de receita
Gastos que natildeo foram usados para geraccedilatildeo de receita
21
242 A importacircncia dos custos
Para Hildebrand (1995) os custos geralmente contribuem para a anaacutelise a
curto meacutedio e longo prazo que geram informaccedilotildees importantes para o planejamento
e mensuraccedilatildeo da eficiecircncia de operaccedilotildees atividades e processos de produccedilatildeo da
empresa a avaliaccedilatildeo de alternativas de investimento novos negoacutecios e novos
sistemas de produccedilatildeo (processos maacutequinas e equipamentos entre outros)
O setor florestal trabalha geralmente a longo prazo que eacute um horizonte de
planejamento em que a curva de custo de produccedilatildeo corresponde agrave despesa com a
aquisiccedilatildeo dos fatores ao longo do caminho de expansatildeo Isto significa que para cada
niacutevel de produccedilatildeo existiraacute uma combinaccedilatildeo dos fatores variaacuteveis de miacutenimo custo
que junto com os fatores fixos permite a produccedilatildeo de determinada quantidade
(SIMONSEN1971 FERGUSON 2003) A ausecircncia do conhecimento sobre custos
provavelmente levaraacute a maacute aplicaccedilatildeo do capital de giro menor lucro menor
rentabilidade ameaccedilas a estabilidade econocircmica financeira e ao crescimento da
empresa (FERREIRA 2007)
243 Classificaccedilatildeo dos custos
Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo vaacuterios meacutetodos satildeo encontrados na
literatura sendo selecionado o modelo a partir da caracteriacutestica do produto ou do
modelo de produccedilatildeo que estaacute sendo analisado Em funccedilatildeo disso o Instituto de
Economia Agriacutecola ndash IEA oacutergatildeo vinculado agrave Secretaria de Agricultura e
Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo desenvolveu uma metodologia para o setor
agriacutecola designado Meacutetodo do Custo Operacional
Na metodologia do custo operacional se incluem apenas as despesas
efetivamente desembolsadas pelo produtor mais a depreciaccedilatildeo de maacutequinas e
benfeitorias e o custo estimado da matildeo-de-obra familiar Assim a remuneraccedilatildeo de
todos os outros fatores de produccedilatildeo natildeo incluiacutedos fica a cargo do resiacuteduo ou seja a
diferenccedila entre o custo operacional e o valor de venda do produto (MATSUNAGA et
al 1976)
22
O esquema da estrutura do custo de produccedilatildeo utilizada pelo IEA pode ser
visualizado a seguir
Figura 2 Estrutura dos custos de produccedilatildeo utilizada pelo IEA Fonte Nachiluk e Oliveira (2012) sup1 Contribuiccedilatildeo de Seguridade Social Rural
244 Componentes do custo
Os custos podem ser denominados custos expliacutecitos e impliacutecitos Os
desembolsos realizados satildeo denominados custos expliacutecitos segundo Pindyck e
Rubinfeld (1994) os quais abrangem remuneraccedilotildees de matildeo de obra salaacuterios e
custos de materiais e locaccedilatildeo de propriedades aleacutem do custo de oportunidade Eles
satildeo importantes pois envolvem pagamentos diretamente feitos pela empresa a
outras empresas e pessoas com as quais faz negoacutecios
Jaacute os custos impliacutecitos natildeo satildeo diretamente desembolsados no processo de
produccedilatildeo mas natildeo podem deixar de ser considerados uma vez que se constituem
de fato em dispecircndios Sua mensuraccedilatildeo se daacute de maneira indireta por meio da
atribuiccedilatildeo de valores que deveratildeo representar o custo de oportunidade de seu uso
Nesta categoria enquadram-se os gastos com depreciaccedilatildeo de benfeitorias
instalaccedilotildees maacutequinas e implementos agriacutecolas e remuneraccedilatildeo do capital fixo e da
terra (CONAB 2010)
Custo operacional
Custo operacional efetivo (COE)
Despesas com operaccedilotildees
Pagamentos de salaacuterios
Gastos com maacutequinas equipamentos e
implementos
Despesas com materiais
Sementes fertilizantes corretivos defensivos
sacarias etc
Encargos sociais
Custo operacional total (COT)
Depreciaccedilatildeo com maacutequinas juros de custeio e CSSRsup1
23
A classificaccedilatildeo proposta pelo IEA compreende elementos diferenciados
poreacutem de faacutecil interpretaccedilatildeo e mais adequado agrave tomada de decisotildees Assim
segundo Matsunaga et al (1976) essa classificaccedilatildeo eacute composta dos seguintes
custos
a) Custo Operacional Efetivo ndash COE
O custo operacional efetivo envolve todos os custos expliacutecitos ou seja o
custo de todos os recursos de produccedilatildeo que exigem desembolso por parte da
empresa para sua recomposiccedilatildeo excluindo-se a matildeo-de-obra familiar
Assim mesmo que determinado produto tenha sido adquirido no periacuteodo
anterior por exemplo deveraacute ser contabilizado aqui pois em algum momento houve
o desembolso para a compra do mesmo Nesse caso eacute importante que seja utilizado
o preccedilo de mercado atual e natildeo o valor pago anteriormente devido ao custo de
oportunidade
b) Custo Operacional Total ndash COT
O custo operacional total envolve a soma do COE o valor da matildeo-de-obra
familiar e as depreciaccedilotildees que equivalem a apenas uma parte dos custos fixos
b1) Depreciaccedilatildeo
A depreciaccedilatildeo corresponde ao custo indireto exigido para acumular fundos
para substituiccedilatildeo do capital investido em bens produtivos de longa duraccedilatildeo
inutilizados pela idade uso e obsolescecircncia
b2) Valor da Matildeo-de-obra Familiar
Este valor deve ser definido considerando-se o custo de oportunidade ou
seja quanto o produtor ganharia se estivesse trabalhando em outra atividade
Considerando-se eacute claro o mesmo niacutevel teacutecnico para desenvolvimento das duas
atividades
24
c) Custo Total ndash CT
Custo total nada mais eacute que a soma do COT com o valor da remuneraccedilatildeo do
capital imobilizado com a atividade
Todo o capital investido na empresa tem custo de oportunidade uma vez
que seu uso na empresa implica deixar de empregaacute-lo noutra atividade alternativa
Por definiccedilatildeo o retorno potencial desse capital na melhor alternativa possiacutevel de
utilizaccedilatildeo forneceria a medida desse custo de oportunidade Como essa estimativa
nem sempre eacute faacutecil eacute expediente comum estimar o custo de oportunidade a partir do
retorno que o capital teria se em vez de aplicado na empresa fosse investido no
mercado financeiro como por exemplo na caderneta de poupanccedila
245 Iacutendices econocircmicos
Os iacutendices econocircmicos apresentados pelo IEA segundo Matsunaga et al
(1976) satildeo
2451 Renda Bruta (RB)
A renda bruta vem a ser o valor da produccedilatildeo ou seja tudo que eacute produzido
vezes o preccedilo do produto
Embora a Renda Bruta permita saber o quanto eacute recebido pelo produto
produzido ela natildeo diz o quanto desse valor iraacute sobrar Isso porque eacute preciso retirar o
custo de produccedilatildeo Sendo assim eacute necessaacuterio que se faccedila a anaacutelise de
rentabilidade da atividade
2452 Margem Bruta (MB)
Eacute calculada pela subtraccedilatildeo do custo operacional efetivo da renda bruta ou
seja eacute a retirada de todos os custos ocorridos sendo mais produtiva agrave medida que
resulta em valores positivos
25
2453 Margem Liacutequida (ML)
Eacute calculada pela subtraccedilatildeo do custo operacional total da renda bruta sendo
um indicativo de lucratividade Comparando-se duas empresas de igual atividade
aquela que tem maior Margem Liacutequida eacute a que possui melhor rentabilidade no
negoacutecio incluindo-se aiacute a questatildeo operacional financeira e extra-operacional
Isso quer dizer que se a ML for positiva todos os desembolsos estatildeo sendo
pagos aleacutem da depreciaccedilatildeo e a matildeo-de-obra familiar Caso contraacuterio a depreciaccedilatildeo
eou a matildeo-de-obra natildeo estatildeo sendo efetivamente pagas e a empresa estaacute se
descapitalizando
2454 Lucro (L)
O lucro vem a ser o resultado da subtraccedilatildeo da renda bruta gerada pela
venda dos produtos no mercado menos o custo total de produccedilatildeo incorrido na sua
geraccedilatildeo Simplificadamente nada mais eacute do que o resultado positivo deduzido das
vendas os custos e despesas
2455 Lucratividade (Luc)
Eacute a relaccedilatildeo do valor do lucro com o montante de vendas ou seja divide-se o
valor do lucro pela quantidade vendida (renda bruta)
2456 Iacutendice de Rentabilidade (IR)
Eacute uma medida do retorno de um investimento Calcula-se dividindo o lucro
obtido (margem liacutequida) pelo valor do investimento inicial (capital empatado) Pode-
se dizer que a rentabilidade eacute a quantidade de dinheiro que o investidor ganha para
cada quantia investida
26
246 Custos na empresa florestal
Nas empresas em geral os custos satildeo classificados em funccedilatildeo de suas
necessidades de informaccedilotildees Geralmente eles satildeo divididos por operaccedilotildees ou
setores da atividade como viveiro plantaccedilotildees tratos culturais exploraccedilatildeo florestal
atividades especiais (coleta de sementes entre outros) implantaccedilatildeo de infra-
estrutura e administraccedilatildeo (BREPOHL 1980)
Em termos econocircmicos os componentes do custo satildeo agrupados de
acordo com sua funccedilatildeo no processo produtivo nas categorias de custos variaacuteveis
custos fixos custo operacional e custo total (CONAB 2010)
Na determinaccedilatildeo da idade oacutetima de corte de povoamentos florestais eacute
necessaacuterio estudar caso a caso cada componente dos custos e das receitas
envolvidas no processo de produccedilatildeo da madeira Tudo isso pelo fato do setor
florestal conter operaccedilotildees de longo prazo Por tal motivo a anaacutelise de custos pode
ter dois enfoques a anaacutelise ex-ante ou seja antes das operaccedilotildees ocorrerem e ex-
post apoacutes terem ocorrido (GRACcedilA et al 2000)
Entre os custos analisados deve-se considerar tambeacutem a depreciaccedilatildeo que
segundo Hildebrand (1995) pode ser definida como a diminuiccedilatildeo do valor dos bens
ativos resultante do desgaste pelo uso accedilatildeo da natureza ou por obsolescecircncia
teacutecnica Assim com o tempo para tornar possiacutevel a reposiccedilatildeo do equipamento eacute
necessaacuterio acumular periodicamente uma reserva em um fundo que permitiraacute no
fim de um periacuteodo a aquisiccedilatildeo de um novo equipamento
Baseados nas necessidades do setor florestal vaacuterios estudos sobre a
viabilidade econocircmica de plantios vem sendo desenvolvidos para as mais variadas
espeacutecies arboacutereas como os obtidos por Souza et al (2003) e o Centro de Pesquisa
do Paricaacute ndash CPP Deve-se ressaltar no entanto a afirmaccedilatildeo feita por Marques et al
(2006) em que os autores concluiacuteram que o custo meacutedio para implantaccedilatildeo e
conduccedilatildeo dos povoamentos podem variar conforme a regiatildeo as teacutecnicas de preparo
de solo os tratos silviculturais adotados entre outros
27
25 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DE PROJETOS FLORESTAIS
Do ponto de vista teacutecnico Oliveira e Rezende (2004) afirmam que dois ou
mais projetos podem ser compatiacuteveis quando a execuccedilatildeo de um natildeo afeta a
implementaccedilatildeo do outro ou incompatiacuteveis em caso contraacuterio Jaacute do ponto de vista
econocircmico eles podem ser dependentes quando haacute uma relaccedilatildeo de rentabilidade
entre ambos ou independentes quando nenhum eacute afetado
Estas informaccedilotildees satildeo importantes para o bom planejamento das atividades
florestais uma vez que o investimento em um projeto deve ser baseado em um
horizonte de planejamento na maioria das vezes de longo prazo podendo variar de
finito como no caso de um plantio florestal ou infinito em um manejo sustentado de
floresta nativa (CHICHORRO et al 2010)
Para realizar a anaacutelise econocircmica eacute importante considerar a vida econocircmica
do projeto Ela corresponde ao tempo que ele produziraacute lucro a vida fiacutesica de
maacutequinas e construccedilotildees o periacuteodo de anaacutelise onde se consideram os efeitos do
projeto Aleacutem do horizonte de construccedilatildeo relacionado agrave demanda do produto e o
horizonte de dados que se refere ao periacuteodo de tempo em que eacute possiacutevel prever o
fluxo de caixa (REZENDE OLIVEIRA 2001)
A avaliaccedilatildeo econocircmica ou financeira de projetos baseia-se entatildeo no fluxo
de caixa que consiste nos custos e nas receitas distribuiacutedos ao longo da vida uacutetil do
empreendimento Os meacutetodos mais recomendados para avaliaccedilatildeo econocircmica de
projetos florestais satildeo (REZENDE OLIVEIRA 2001) valor presente liacutequido (VPL)
taxa Interna de Retorno (TIR) custo (ou Benefiacutecio) Perioacutedico Equivalente (CPE ou
BPE) custo Meacutedio de Produccedilatildeo (CMPr) razatildeo Benefiacutecio (receita)Custo (BC) e
tempo de Recuperaccedilatildeo do Capital
28
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
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30
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31
CAPIacuteTULO 1
CUSTOS DA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA DE PARICAacute
RESUMO
O setor de florestas plantadas brasileiro vem perdendo espaccedilo no mercado
internacional pelo alto custo necessaacuterio agrave produccedilatildeo Por isso haacute a necessidade
de se investigar quais os custos mais onerosos do processo produtivo para
entatildeo se montar uma estrateacutegia de reduccedilatildeo de custos a fim de tornar o
reflorestamento novamente competitivo no mercado Deste modo objetivou-se
no trabalho estimar a produccedilatildeo de paricaacute (Schizolobium amazonicum) aos 5 6
e 7 anos em trecircs classes de produtividade e em cinco espaccedilamentos de
plantio identificando os principais custos de produccedilatildeo aleacutem dos mais afetados
pelos espaccedilamentos de plantio na regiatildeo de Paragominas PA A estimativa de
volume foi obtida segundo metodologia proposta por Silva et al (2013) e os
custos de produccedilatildeo desde as atividades de preparo da aacuterea ateacute a colheita e
transporte foram disponibilizados por produtores rurais e empresaacuterios da
regiatildeo Posteriormente fez-se a anaacutelise dos custos por meio da metodologia do
custo operacional em que se considera apenas as despesas efetivamente
desembolsadas pelo agricultor somadas agrave depreciaccedilatildeo e matildeo-de-obra familiar
Assim inferiu-se que o espaccedilamento 3x2 m foi superior em volume diante dos
outros espaccedilamentos analisados Em relaccedilatildeo agrave analise de custos o custo
operacional efetivo representou em meacutedia 65 dos custos totais de produccedilatildeo
sendo o transporte o custo individual mais expressivo em todos os
espaccedilamentos analisados Jaacute a manutenccedilatildeo foi o conjunto de atividades mais
significativo nos plantios devido ao nuacutemero e ao longo periacuteodo para sua
execuccedilatildeo Os custos totais de produccedilatildeo foram superiores em espaccedilamentos
menores independentemente da remuneraccedilatildeo ou natildeo pelo uso dos capitais
permanente e circulante
Palavras-chave Custo operacional efetivo espaccedilamento idade
produtividade
32
CHAPTER 1
PRODUCTION COST PARICAacute
ABSTRACT
The planted forest sector in Brazil has been losing ground in the international
market by the high cost needed for production Therefore there is a need to
investigate what the most expensive costs of the production process to then
build a strategy to reduce costs in order to become competitive again
reforestation in the market Thus the aim of the study was to estimate the
production of paricaacute (Schizolobium amazonicum) at 5 6 and 7 years in three
productivity classes and five planting space identifying the major costs of
production and those most affected by planting space in the region of
Paragominas PA The volume estimate was obtained according to the
methodology proposed by Silva et al (2013) and production costs since the
activities of preparation of the area to harvest and transport were provided by
farmers and entrepreneurs in the region Subsequently made to cost analysis
using the methodology of the operating cost which considers only the expenses
actually disbursed by the farmer together with the depreciation and labor
family labor Thus it was inferred that the spacing 3x2 m was higher by volume
on the other spacings analyzed Regarding the analysis of costs the effective
operating cost represented on average 65 of total production costs and
transport the most significant single cost in all spacings analyzed Have
maintenance was the most significant set of activities in plantations due to the
number and the time period for its implementation The total production costs
were higher in the smaller spacing regardless of whether or not for the use of
permanent and circulating capital
Keywords Effective operational cost spacing age productivity
33
1 INTRODUCcedilAtildeO
A crescente dificuldade em se obter madeira de florestas nativas tem
motivado empresaacuterios agrave praacutetica do reflorestamento Nesses plantios vaacuterias
espeacutecies tecircm sido utilizadas sendo o paricaacute a espeacutecie nativa de maior
expressatildeo na regiatildeo norte do paiacutes principalmente no estado do Paraacute
Segundo a ABRAF (2013) em 2012 foram plantados 87901 hectares
de paricaacute nos estados do Paraacute Tocantins e Maranhatildeo O aumento da aacuterea de
plantio nos uacuteltimos anos eacute justificado pela boa aceitaccedilatildeo desta espeacutecie no
mercado madeireiro devido aos seus variados fins como a produccedilatildeo de
lacircmina e compensado forros palitos papel moacuteveis aleacutem de peccedilas de
acabamentos e molduras
A falta de informaccedilotildees silviculturais no entanto tecircm inviabilizado a
expansatildeo de novos plantios em outras regiotildees do paiacutes Natildeo se tecircm estudos
suficientes para comprovar o melhor meacutetodo de implantaccedilatildeo desta cultura no
que se refere ao espaccedilamento a ser utilizado para maior produccedilatildeo de madeira
Este tipo de deficiecircncia pode implicar no emprego de teacutecnicas silviculturais
equivocadas que inviabiliza economicamente o cultivo reduzindo
consequentemente o interesse comercial pela espeacutecie
Os custos de produccedilatildeo devem entatildeo ser analisados para se testar a
viabilidade econocircmica dos projetos que estatildeo sendo implantados haja vista
que poucos satildeo os estudos que se referem ao monocultivo do paricaacute A
obtenccedilatildeo destes custos eacute fundamental pois eles compotildeem um ferramental de
controle e gerenciamento das atividades produtivas e de geraccedilatildeo de
importantes informaccedilotildees para auxiliar as tomadas de decisotildees pelos
produtores rurais (CONAB 2010)
Para se atestar a viabilidade econocircmica de um projeto florestal natildeo se
deve avaliar somente a espeacutecie a ser implantada mais agraves condiccedilotildees de
mercado atuais e futuras para comercializaccedilatildeo do produto Eacute notaacutevel a
importacircncia econocircmica e socioambiental do setor de florestas plantadas para o
Brasil por isso deve-se investir em conhecimento e tecnologia sobre as
espeacutecies cultivadas haja visto que o ambiente de negoacutecio para o
34
desenvolvimento desta atividade vem passando por dificuldades nos uacuteltimos
anos
A competitividade dos produtos florestais estaacute se deteriorando frente
aos seus principais concorrentes internacionais uma vez que o aumento
generalizado dos custos de produccedilatildeo de madeira no Brasil estaacute reduzindo
significativamente a rentabilidade da induacutestria integrada de base florestal e dos
produtores independentes de plantios florestais (ABRAF 2013) Comprova-se
assim a necessidade de estudos referentes aos custos de produccedilatildeo
Haacute alguns anos a importacircncia dos custos na produccedilatildeo agriacutecola e as
dificuldades de sua obtenccedilatildeo estimularam o Instituto de Economia Agriacutecola
oacutegatildeo vinculado agrave Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de Satildeo
Paulo a efetuar estimativas de custo de produccedilatildeo de diversas exploraccedilotildees
agriacutecolas por meio da metodologia designada custo operacional Neste
meacutetodo se incluem apenas as despesas efetivamente desembolsadas pelo
agricultor somadas agrave depreciaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos e matildeo-de-
obra familiar A remuneraccedilatildeo devida a todos os outros fatores de produccedilatildeo eacute
de responsabilidade do resiacuteduo ou seja a diferenccedila entre o custo operacional
e o valor de venda (MATSUNAGA et al 1976 CONAB 2010)
O ecircxito nas estimativas de custos de produccedilatildeo agriacutecola vem
estimulando pesquisadores da aacuterea florestal a utilizarem esta metodologia
tambeacutem para culturas florestais principalmente neste momento em que o
Brasil depende de medidas estruturais que promovam a reduccedilatildeo dos custos de
produccedilatildeo e incentivem o investimento para retomada da competitividade dos
produtos nacionais de base florestal no mercado internacional Por tal motivo
objetivou-se neste trabalho identificar os principais custos de produccedilatildeo bem
como o efeito dos diferentes espaccedilamentos sobre estes custos
35
2 MATERIAL E MEacuteTODOS
21 AacuteREA EM ESTUDO
Os dados utilizados neste estudo foram originaacuterios de povoamentos
homogecircneos de paricaacute (Schizolobium amazonicum) plantados sob os
espaccedilamentos 3x2 3x3 3x4 4x4 e 5x5 m localizados entre os municiacutepios de
Dom Elizeu e Paragominas Estado do Paraacute (Figura 1)
Figura 1 Localizaccedilatildeo dos municiacutepios de Dom Eliseu e Paragominas PA
O municiacutepio de Paragominas estaacute localizado no nordeste paraense
possuindo aproximadamente 20000 km2 de aacuterea territorial com 90 m de
altitude O solo caracteriacutestico da aacuterea eacute o Latossolo amarelo com vegetaccedilatildeo
originaacuteria representada pela floresta densa sendo encontradas extensas aacutereas
de mata secundaacuteria (capoeira nos seus diversos estaacutegios de desenvolvimento)
devido aos constantes desmatamentos provocados principalmente pelo
avanccedilo da agropecuaacuteria na regiatildeo (IBGE 2013a PREFEITURA MUNICIPAL
DE PARAGOMINAS 2013)
Segundo o IBGE (2013a) o clima do municiacutepio eacute do tipo mesoteacutermico e
uacutemido A temperatura meacutedia anual eacute elevada em torno de 25degC e seu regime
pluviomeacutetrico fica geralmente entre 2250 mm e 2500 mm anuais
36
O municiacutepio de Dom Eliseu pertence agrave microrregiatildeo de Paragominas
possui 5268815 kmsup2 e estaacute localizado nas coordenadas 04deg17rsquo06rdquo Sul e
47deg30rsquo18rdquo Oeste a 180 metros de altitude Ele eacute um dos municiacutepios da
chamada ldquoFronteira agriacutecola amazocircnicardquo maior produtora de commodities
agriacutecolas da porccedilatildeo norte do paiacutes e grande produtora de paricaacute (IBGE 2013b
PREFEITURA MUNICIPAL DE DOM ELISEU 2013)
22 ESTIMATIVA DA PRODUCcedilAtildeO
Foram inventariados povoamentos de paricaacute anualmente ateacute o quinto
ano sendo analisadas trecircs classes de produtividade em cada espaccedilamento
sendo elas Baixa (17 - 19 m) Meacutedia (19 ndash 21 m) e Alta (21 - 24 m)
Posteriormente empregando-se o modelo de crescimento e produccedilatildeo proposto
por Silva et al (2013) os volumes comercial e de lacircminas foram estimados
para diferentes espaccedilamentos e qualidades de local nas idades de 5 6 e 7
anos conforme o esquema apresentado na Figura 2
Figura 2 Esquema para obtenccedilatildeo dos volumes comercial e de lacircminas em povoamentos de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA
A partir dos dados de inventaacuterio estimou-se a produccedilatildeo em volume
comercial e de lacircminas por meio da metodologia proposta por Silva et al
(2013) Assim a partir de informaccedilotildees sobre as variaacuteveis aacuterea basal por
hectare (GHA) iacutendice de siacutetio (SI) altura dominante (HD) considerada como a
altura meacutedia das 100 aacutervores mais altas do povoamento (Hart) e nuacutemero de
aacutervores por hectare (NHA) na idade de cinco anos pode-se projetar a produccedilatildeo
para as idades em anaacutelise
Espaccedilamentos (m)
bull3x2
bull3x3
bull4x3
bull4x4
bull5x5
Classes de produtividade
(m)
bullBaixa
bullMeacutedia
bullAlta
Idades
(anos)
bull5
bull6
bull7
Volume comercial
Volume de lacircminas
37
A estimativa da HD na idade i foi obtida por meio da equaccedilatildeo 1
119878119868 =
119867119863119894 (1 + 119890119909119901 ((182404 minus 119860119894)
043105frasl ))
1 + 119890119909119901 ((182404 minus 119860119894119899119889
043105frasl ))
Eq 1
Em que
119890119909119901 = base de logaritmo neperiano
119867119863119894 = altura dominante na idade i
119860119894 = i-eacutesima idade (i = 5 6 7) e
119860119894119899119889 = idade iacutendice (5 anos)
Para estimativa do nuacutemero de aacutervores por hectare na idade futura
utilizou-se a equaccedilatildeo 2
1198731198671198602 = 1198731198671198601 minus ((119860119877119864119860
1198671198631)
minus20848
(119860220356 minus 1198601
20356)) Eq 2
Em que
1198731198671198602 = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade futura
1198731198671198601 = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade corrente
119860119877119864119860 = aacuterea meacutedia ocupada por cada planta no plantio
1198671198631 = altura dominante na idade corrente
1198601 = idade corrente e
1198602 = idade futura
A aacuterea basal por hectare foi estimada por meio da equaccedilatildeo 3
119866119867119860119894 = 000523119867119863119894145720119873119867119860053967
119894 Eq 3
Em que
NHAi = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade i
38
Apoacutes a obtenccedilatildeo de todas as variaacuteveis os volumes comercial e de
lacircminas foram estimados pelas equaccedilotildees 4 e 5
119881119879119867119860119894 = 122839119866119867119860119894093941119867119863119894
071858 Eq 4
119881119862119867119860119894 = 003388119866119867119860119894069131119867119863119894
183907 Eq 5
Em que
119881119879119867119860119894 = volume comercial por hectare e
119881119862119867119860119894 = volume de lacircminas por hectare
23 DESCRICcedilAtildeO DAS ATIVIDADES
Por se tratarem de aacutereas anteriormente ocupadas por pastagem fez-se
necessaacuterio o combate agrave formigas e limpeza da aacuterea manualmente e com
auxiacutelio de trator a fim de retirar do local galhos tocos e raiacutezes que por ventura
atrapalhassem o processo de mecanizaccedilatildeo
Para todas as aacutereas de plantio fez-se a anaacutelise de solo verificando-se
a necessidade de correccedilatildeo com uma tonelada de calcaacuterio dolomiacutetico por
hectare Assim foi realizada a calagem precedida da gradagem com auxiacutelio da
terceirizaccedilatildeo de tratores agriacutecolas
Apoacutes o preparo do solo iniciou-se o processo de alinhamento
marcaccedilatildeo e coveamento respeitando o espaccedilamento preacute-determinado para
cada local considerando que uma pessoa consegue abrir 500 covasdia
Posteriormente foram acrescentados 100g de NPK (6-30-6) por cova antes do
plantio das mudas de paricaacute Adubaccedilotildees de cobertura e um ano apoacutes o plantio
tambeacutem ocorreram com o objetivo de aumentar o iacutendice de sobrevivecircncia agraves
plantas
Como no campo eacute difiacutecil controlar os fatores bioacuteticos e abioacuteticos a
mortalidade de plantas eacute inevitaacutevel por isso foi observada a necessidade de
39
replantio de 5 das mudas logo no primeiro ano segundo informaccedilotildees
disponibilizadas pela empresa
A manutenccedilatildeo relativa agrave limpeza dos plantios se deu pelo coroamento
das mudas aplicaccedilatildeo de herbicida manualmente e roccedilada mecacircnica do
primeiro ao terceiro ano Desta forma natildeo houve competiccedilatildeo com plantas
invasoras que poderiam inibir o crescimento das mudas Assim devido ao
ambiente favoraacutevel e as condiccedilotildees propiacutecias de crescimento e produccedilatildeo foi
possiacutevel extrair a madeira para laminaccedilatildeo no quinto ano apoacutes a implantaccedilatildeo
A colheita foi realizada de forma semi-mecanizada (motosserra)
seguida do baldeio e carregamento ateacute a beira da estrada O transporte ateacute a
induacutestria de beneficiamento foi realizado por caminhatildeo tipo bitrem com
capacidade para 44000 kg ao preccedilo meacutedio de R$59192 por viagem
O valor da matildeo-de-obra familiar foi considerado como o custo de
administraccedilatildeo ou seja quando o proprietaacuterio presta serviccedilos na proacutepria
empresa Assim a remuneraccedilatildeo paga pelo custo de administraccedilatildeo foi
equivalente a 10 dos custos efetivamente desembolsados pela empresa
Em relaccedilatildeo agraves aacutereas onde os plantios foram realizados estas jaacute
pertenciam a empresa Laminit por isso natildeo houve a necessidade de aquisiccedilatildeo
ou arrendamento do terreno Poreacutem considerou-se o custo de oportunidade
ou seja a remuneraccedilatildeo do capital investido (permanente e circulante) por meio
do caacutelculo da parcela sobre o bem adquirido e utilizado na produccedilatildeo e inclusa
no custo fixo da produccedilatildeo Logo o investimento do produtor foi remunerado agrave
taxa de 6 ao ano como se fosse aplicado o capital em outro investimento
alternativo conforme recomendaccedilotildees da CONAB (2010)
24 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS
Para anaacutelise dos custos de produccedilatildeo florestal foi necessaacuteria a coleta de
dados anuais de todas as despesas e receitas contraiacutedas em cada
espaccedilamento durante o periacuteodo entre 2006 e 2013 O esquema da disposiccedilatildeo
dos gastos na planilha de custo pode ser observado na Tabela 1
40
Tabela 1 Distribuiccedilatildeo dos gastos efetuados para implantaccedilatildeo de povoamentos de paricaacute
Descriccedilatildeo Un R$un
Quantidade utilizada
Espaccedilamento (m)
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
Preparo da aacuterea
Anaacutelise de solo un 3450 1 1 1 1 1
Limpeza manual Diaacuteria 3500 1 1 1 1 1
Limp mecanizada ht 10218 1 1 1 1 1
Gradagem ht 10218 15 15 15 15 15
Calagem ht 6846 05 05 05 05 05
Calcaacuterio ton 8967 1 1 1 1 1
Alinhamento Diaacuteria 3500 2 14 1 08 05
Coveamento Diaacuteria 3500 334 223 167 125 08
Cercamento R$ha 30000 1 1 1 1 1
Constr de estradas R$ha 13390 1 1 1 1 1
Constr de aceiros Diaacuteria 3500 4 4 4 4 4
Adubaccedilatildeo
Adubo Kg 123 5001 3336 2502 1875 120
Adubaccedilatildeo Diaacuteria 3667 45 3 225 195 106
Plantio
Transp de mudas ht 5000 05 05 05 05 05
Mudas un 038 1751 1168 876 657 420
Plantio e replantio Diaacuteria 3500 4 27 2 15 1
Manutenccedilatildeo
Formicida Kg 674 125 10 83 695 551
Aplic de formicida Diaacuteria 3703 893 748 651 578 525
Transp de insumos ht 4233 2 2 2 2 2
Coroamento Diaacuteria 3761 67 45 35 25 16
Roccedilada ht 5602 4 5 6 7 85
Herbicida L 1732 8 9 10 105 12
Aplic de herbicida Diaacuteria 3761 4 45 5 55 6
Manutenccedilatildeo de aceiro Diaacuteria
3744 6 6 6 6 6
Manut de estrada ht 8699 469 469 469 469 469
Materiais - 6892 8 8 8 8 8
Encargos - 8185 7 7 7 7 7
Colheita e Transporte
Corte e toragem msup3 215 1844 1744 1524 1341 11705
Baldeio msup3 096 1844 1744 1524 1341 11705
Carregamento msup3 097 1844 1744 1524 1341 11705
Transporte msup3 659 1844 1744 1524 1341 11705 Valores deflacionados e descapitalizados para o ano de 2006 Considerando o volume comercial em classe de produtividade alta (21 - 24 m) com corte aos 6 anos
Os custos envolvidos nas atividades de implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo dos
povoamentos foram disponibilizados por produtores rurais da regiatildeo de
41
Paragominas Tambeacutem foram disponibilizados por empresaacuterios locais os
dados referentes agrave exploraccedilatildeo e transporte da madeira ateacute a empresa
referente a uma distacircncia meacutedia de 80 km
Para comparaccedilatildeo entre os valores incorridos durante periacuteodos
diferentes no tempo fez-se o deflacionamento dos custos para o periacuteodo
inicial (implantaccedilatildeo dos povoamentos) A correccedilatildeo da perda monetaacuteria causada
pela inflaccedilatildeo foi obtida por meio do Iacutendice Geral de Preccedilo ndash Disponibilidade
Interna (IGP ndash DI) o qual eacute responsaacutevel pelo registro da inflaccedilatildeo de preccedilos de
mateacuterias-primas agriacutecolas
Posteriormente os valores deflacionados foram descapitalizados para o
ano 0 (2006) a fim de facilitar a anaacutelise econocircmica A descapitalizaccedilatildeo foi
obtida pela seguinte foacutermula
1198810 =119881119899
(1 + 119894)119899 Eq 6
Em que
1198810 = valor inicial correspondente ao periacuteodo de implantaccedilatildeo do povoamento
(R$)
119881119899 = valor final correspondente ao ano j (R$)
119894 = taxa de juros (6 aa) e
119899 = nuacutemero de periacuteodos (anos)
25 CLASSIFICACcedilAtildeO DOS CUSTOS
Para o caacutelculo dos custos de produccedilatildeo do paricaacute foi adotada a
metodologia descrita pelo Instituto de Economia Agriacutecola (IEA) oacutergatildeo vinculado
agrave Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo Neste
caso foram considerados os custos efetivos de produccedilatildeo ou seja aquele
dinheiro efetivamente desembolsado pelo proprietaacuterio para o pagamento da
mateacuteria-prima produtos ou serviccedilos adquiridos
42
A depreciaccedilatildeo foi aqui desconsiderada pela indisponibilidade de
informaccedilotildees sobre as maacutequinas equipamentos e benfeitorias Assim
considerou-se que todos os maquinaacuterios e equipamentos utilizados para a
implantaccedilatildeo conduccedilatildeo extraccedilatildeo e transporte dos povoamentos foram de
origem terceirizada
Os custos de produccedilatildeo foram entatildeo divididos segundo sua origem
sendo classificados de acordo com a metodologia de custos proposta pelo IEA
a) Custo operacional efetivo (COE) ndash correspondente a todos os custos
expliacutecitos
b) Custo operacional total (COT) ndash correspondente ao somatoacuterio do custo
operacional efetivo e matildeo-de-obra familiar (MO)
c) Custo Total (CT) ndash soma do custo operacional total e do custo de
oportunidade (CO) que eacute a remuneraccedilatildeo do capital circulante e do capital
fixo
As foacutermulas para obtenccedilatildeo do custo operacional total e custo total
encontram-se a seguir
119862119874119879 = 119862119874119864 + 119872119874 Eq 7
119862119879 = 119862119874119879 + 119862119874 Eq 8
43
3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
31 ESTIMATIVA DE VOLUME
A partir das equaccedilotildees ajustadas por Silva et al (2013) para
povoamentos de paricaacute foi possiacutevel estimar o volume comercial e de lacircminas
em trecircs ocasiotildees no tempo e em diferentes classes de produtividade nos cinco
espaccedilamentos de plantio como pode ser observado na Tabela 2
Tabela 2 Volumes comercial (VTHA) e de lacircminas (VCHA) estimados nos diferentes espaccedilamentos de plantio de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA
Idade Espaccedil
(m)
VTHA (msup3ha) VCHA (msup3ha)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 16229 18511 19336 5638 6858 7915
3x3 - 15498 18126 - 6163 7671
3x4 - 13328 15983 - 5476 7009
4x4 7133 13551 14623 2800 5705 6468
5x5 7351 8790 13093 3191 4124 6231
6 a
no
s
3x2 15173 16865 18439 5370 6411 7666
3x3 - 14606 17439 - 5912 7473
3x4 - 12325 15244 - 5188 6787
4x4 7178 11745 13410 2827 5146 6082
5x5 7115 8867 11705 3118 4158 5759
7 a
no
s
3x2 14315 15607 16406 5144 6054 7029
3x3 - 13920 16489 - 5706 7170
3x4 - 11890 14648 - 5052 6590
4x4 7028 11464 13067 2783 5055 5967
5x5 7020 8726 11515 3087 4109 5690
Em que VTHA= volume comercial por hectare VCHA= volume de lacircminas por hectare Espaccedil= espaccedilamento de plantio
A divisatildeo dos povoamentos em classes de produtividade eacute explicada
por Oliveira et al (2008) Segundo os autores a estratificaccedilatildeo realizada por
44
meio de classes de produtividade resulta em estimativas de volume mais
precisas proacuteximo agrave idade de corte Por isso a adoccedilatildeo das trecircs classes
A falta de informaccedilotildees nos espaccedilamentos intermediaacuterios 3x3 e 3x4 m
na classe de produtividade baixa ocorreu pela ausecircncia de povoamentos
nestas condiccedilotildees de siacutetio
A diferenccedila no volume comercial de madeira foi de 323 entre os
espaccedilamentos extremos 3x2 e 5x5 m na classe de produtividade alta sendo
maior o volume nos menores espaccedilamentos Resultados semelhantes foram
encontrados por Macedo et al (2005) com povoamentos de Teca em Minas
Gerais e Hoffmann (2009) em seu trabalho sobre caracterizaccedilatildeo
dendromeacutetrica e rendimento em laminaccedilatildeo de paricaacute na regiatildeo de
Paragominas PA
A diferenccedila no volume tem comportamento exponencial agrave medida em
que se utilizam siacutetios de menor produtividade sendo constatada uma diferenccedila
de 525 e 547 no volume entre os espaccedilamentos extremos nas classes
de produtividade meacutedia e baixa respectivamente Comportamento semelhante
foi observado para o volume de lacircminas de paricaacute Houve diferenccedila crescente
no volume entre os espaccedilamentos extremos sendo menor na classe de
produtividade alta (213)
Aos 6 anos a diferenccedila no volume entre os espaccedilamentos extremos foi
superior agrave idade anterior Na classe de produtividade alta a diferenccedila no
volume comercial foi de 365 Jaacute o volume de lacircminas abrangeu diferenccedila de
249
Nos siacutetios de baixa produtividade o volume comercial de madeira no
espaccedilamento 3x2 m foi 177 menor comparado ao de produtividade alta
Esta porcentagem encontra-se dentro do intervalo indicado por Morales et al
(2010) para povoamentos de pinus Segundo os autores a produtividade do
pinus foi reduzida entre 14 a 36 nos diferentes siacutetios de produccedilatildeo
Nos espaccedilamentos 4x4 e 5x5 m esta diferenccedila foi mais significativa
com aproximadamente 465 e 392 respectivamente Isso se deve entre
outras coisas agrave morte natural das plantas com diacircmetros mais acentuados
tornando mais expressiva a reduccedilatildeo de volume
Comparando a produccedilatildeo de paricaacute em relaccedilatildeo a idade de corte pode
ser observada uma reduccedilatildeo no volume de madeira do quinto para o sexto ano
45
Este comportamento pode ser resultado do autodesbaste caracteriacutestico da
espeacutecie Por se tratar de uma espeacutecie pioneira ela atinge o aacutepice de
incremento na idade meacutedia de 5 anos sendo mais viaacutevel seu corte neste
periacuteodo (CARVALHO 2007)
Balloni e Simotildees (1980) anteriormente jaacute haviam afirmado que a
porcentagem de aacutervores dominadas e mortas cresce com o avanccedilo da idade
sendo mais intenso e precoce nos espaccedilamentos mais apertados Por isso a
idade de corte deve ser definida em funccedilatildeo do ritmo de crescimento
espaccedilamento finalidade da madeira e suas interaccedilotildees
32 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO
O levantamento de custos como citado anteriormente seguiram a
metodologia sugerida pelo Instituto de Economia Agriacutecola ndash IEA sendo
agrupados por atividade
321 Custo operacional efetivo ndash COE
Todas as atividades desde a implantaccedilatildeo ateacute a exploraccedilatildeo dos
povoamentos de paricaacute foram identificadas e os gastos estimados para
obtenccedilatildeo dos custos efetivamente desembolsados pelo produtor sendo que os
custos foram deflacionados e descapitalizados para o ano de 2006 A soma
dos custos das atividades desenvolvidas durante este periacuteodo com corte aos
5 6 e 7 anos podem ser observadas na Tabela 3
Nos povoamentos em estudo os custos de implantaccedilatildeo variaram entre
R$80000 a R$180000 entre os espaccedilamentos extremos sendo menor
quanto menor o nuacutemero de plantas por hectare Este montante representa
entre 18 e 26 do custo total de produccedilatildeo de paricaacute demonstrando sua
importacircncia em relaccedilatildeo agrave outros custos
46
Tabela 3 Custo Operacional Efetivo (COE) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006
Idade Espaccedilamento
(m)
COE do volume comercial (R$ha) COE do volume de lacircminas (R$ha)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 501646 501646 501646 648938 667703 674487
3x3 - 437995 437995 - 586899 608517
3x4 - 408969 408969 - 540219 562057
4x4 388309 388309 388309 468849 521642 530459
5x5 369666 369666 369666 451856 463692 499083
6 a
no
s
3x2 512608 512608 512608 639852 652755 664594
3x3 - 451539 451539 - 574684 595999
3x4 - 423545 423545 - 529527 551493
4x4 404176 404176 404176 471255 505786 518322
5x5 385283 385283 385283 451891 465242 486598
7 a
no
s
3x2 527155 527155 527155 637832 646772 652303
3x3 - 465086 465086 - 573035 590806
3x4 - 436693 436693 - 530595 549673
4x4 416824 416824 416824 477086 507776 518871
5x5 398191 398191 398191 458394 470202 489495
47
O custo no espaccedilamento 5x5 m foi semelhante ao encontrado por Silva
et al (2004) para a implantaccedilatildeo de 1 ha de eucalipto na regiatildeo de Brasiacutelia
quando os valores foram corrigidos para o mesmo periacuteodo demonstrando
semelhanccedila na implantaccedilatildeo das duas culturas
Nos povoamentos analisados natildeo houve diferenccedilas nos custos para
implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo nos plantios com classes de produtividade distintas
os quais objetivavam a produccedilatildeo de volume comercial Em contrapartida
houve o acreacutescimo de gastos a medida em que se reduziu os espaccedilamentos
de plantio ou seja quanto menor a aacuterea ocupada por plantas maiores os
gastos com alinhamento marcaccedilatildeo de covas coveamento plantio e adubaccedilatildeo
Em relaccedilatildeo ao volume de lacircminas ocorreu a distinccedilatildeo dos custos entre
classes de produtividade uma vez que os custos com colheita e transporte
estatildeo relacionados com o volume colhido Assim em classes de produtividade
alta e menor espaccedilamento de plantio o COE foi superior em comparaccedilatildeo aos
outros povoamentos analisados
Como observado aos 5 anos natildeo houve diferenccedila no COE
independente da classe de produtividade nos povoamentos em que satildeo
mensurados o volume comercial de madeira Isso foi reflexo da quantidade de
plantas inseridas no local que no plantio foram invariaacuteveis independente da
qualidade do terreno O mesmo foi notado quando se estimou os custos para
exploraccedilatildeo de madeira aos 7 anos
A reduccedilatildeo no COE da produccedilatildeo de lacircminas com o aumento da idade
de exploraccedilatildeo eacute explicado pela reduccedilatildeo ocorrida no volume de madeira
causado pela mortalidade das plantas como observado no trabalho de Silva et
al (2013) Assim diminuem-se proporcionalmente os custos com colheita
transporte e outras atividades de manutenccedilatildeo
322 Custo operacional total ndash COT
O custo operacional total envolveu o COE e a matildeo-de-obra familiar
considerada aqui como o custo de administraccedilatildeo ou seja os proprietaacuterios dos
48
povoamentos eram os responsaacuteveis pela administraccedilatildeo dos plantios A
participaccedilatildeo do COT pode ser observada na Tabela 4
O custo da matildeo-de-obra foi considerado como um custo operacional
efetivo pois natildeo houve somente um gasto mas um desembolso ou seja uma
saiacuteda de caixa Jaacute a matildeo-de-obra familiar eacute parte do custo de produccedilatildeo pois
consistiu em uma alocaccedilatildeo de recurso produtivo (matildeo-de-obra) para a geraccedilatildeo
do produto (madeira) representando cerca de 10 dos custos de produccedilatildeo
Observando a tabela 4 pode-se notar que o maior custo de
administraccedilatildeo foi obtido para o espaccedilamento 3x2 m quando o objetivo era a
laminaccedilatildeo com custo de aproximadamente R$67450 Jaacute o espaccedilamento 5x5
m com objetivo de venda da floresta em peacute obteve o menor custo com
aproximadamente R$37000 por hectare
Resultados semelhantes foram encontrados para a produccedilatildeo de
madeira aos 6 anos Os menores custos de administraccedilatildeo estatildeo relacionados
aos menores custo de implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo dos povoamentos Aos 6 anos
o custo de administraccedilatildeo no espaccedilamento 5x5 m em classe de produtividade
alta com o objetivo de produccedilatildeo de lacircminas foi de aproximadamente R$48660
e R$38528 quando se objetivou a venda da madeira em peacute
Os custos de administraccedilatildeo tambeacutem foram reduzidos a medida em que
se aumentou o tempo para exploraccedilatildeo dos povoamentos devido a reduccedilatildeo do
volume por hectare sendo outro indicio de que esta espeacutecie deve ser
explorada logo aos 5 anos apoacutes o plantio
49
Tabela 4 Custo Operacional Total (COT) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006
Idade Espaccedilamento
(m)
COT do volume comercial (R$ha) COT do volume de lacircminas (R$ha)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 551811 551811 551811 713832 734473 741936
3x3 - 481795 481795 - 645589 669368
3x4 - 449865 449865 - 594241 618263
4x4 427140 427140 427140 515733 573807 583505
5x5 406633 406633 406633 497042 510062 548991
6 a
no
s
3x2 563869 563869 563869 703837 718031 731053
3x3 - 496693 496693 - 632152 655599
3x4 - 465900 465900 - 582479 606642
4x4 444594 444594 444594 518380 556365 570155
5x5 423812 423812 423812 497080 511767 535258
7 a
no
s
3x2 579871 579871 579871 701615 711449 717534
3x3 - 511595 511595 - 630338 649886
3x4 - 480362 480362 - 583655 604641
4x4 458507 458507 458507 524794 558554 570758
5x5 438010 438010 438010 504233 517223 538444
50
323 Custo total ndash CT
O custo total foi obtido pelo COT acrescido da remuneraccedilatildeo paga ao
capital investido e ao custo da Terra (TABELA 5)
Apoacutes contabilizados todos os custos foi possiacutevel inferir que para o
volume comercial em espaccedilamentos mais adensados o custo total foi 2294
maior do que nos plantios mais espaccedilados independente da classe de
produtividade Jaacute em povoamentos onde o objetivo do plantio era a venda de
lacircminas ocorreu uma variaccedilatildeo nos custos em fator da classe de produtividade
e espaccedilamento de plantio
A venda da madeira aos 6 anos culminou em um acreacutescimo de 67 a
86 em comparaccedilatildeo com os mesmos povoamentos sendo explorados aos 5
anos Para a produccedilatildeo de lacircminas o aumento dos custos foi menos
expressivo No espaccedilamento 3x2 m em classe de produtividade baixa o
aumento foi de 34
A exploraccedilatildeo de povoamentos aos 7 anos foi 1347 a 1596 maior
em relaccedilatildeo a exploraccedilatildeo aos 5 anos e 726 a 801 para 6 anos Estes
nuacutemeros confirmam que os custos tecircm crescido proporcionalmente com o
passar do tempo
Os custos com a remuneraccedilatildeo do capital investido e pelo uso da terra
correspondem em meacutedia a 24 dos custos totais de produccedilatildeo Poreacutem a
maioria dos produtores rurais deixam de contabilizar estes custos por se tratar
do pagamento pelo uso dos bens que ele jaacute possui (capital e terra) resultando
em valores de produccedilatildeo abaixo do que realmente deve ser computado
Comparando a produccedilatildeo de paricaacute e Teca no espaccedilamento 3x2 m
utilizando a mesma metodologia de custos observa-se que o custo total para
cultivo da Teca eacute de aproximadamente R$1080309 valor muito proacuteximo ao
observado para o plantio de paricaacute (SANGUINO 2009)
51
Tabela 5 Custo Total (CT) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006
Idade Espaccedilamento
(m)
CT do volume comercial (R$ha) CT do volume de lacircminas (R$ha)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 730146 730146 730146 917076 940890 949501
3x3 - 649366 649366 - 838341 865776
3x4 - 612527 612527 - 779099 806814
4x4 586308 586308 586308 688522 755523 766713
5x5 562648 562648 562648 666957 681978 726892
6 a
no
s
3x2 782537 782537 782537 949133 966026 981526
3x3 - 702582 702582 - 863811 891718
3x4 - 665930 665930 - 804688 833447
4x4 640572 640572 640572 728395 773606 790019
5x5 615836 615836 615836 703043 720523 748483
7 a
no
s
3x2 843816 843816 843816 99343 100552 101299
3x3 - 759911 759911 - 905837 92986
3x4 - 721528 721528 - 848467 874257
4x4 694669 694669 694669 776132 81762 832618
5x5 669481 669481 669481 750864 766827 792907
52
De maneira geral os custos mais expressivos satildeo referentes agrave manutenccedilatildeo
dos plantios independente do espaccedilamento adotado (Figura 3) Isso eacute
consequecircncia do maior nuacutemero de atividades desenvolvidas durante este periacuteodo
que variam desde o controle de formigas agrave manutenccedilatildeo de estradas
Figura 3 Custos totais da produccedilatildeo de paricaacute sob diferentes espaccedilamentos na regiatildeo de Paragominas PA
Nota-se no entanto que quanto maior o espaccedilamento de plantio utilizado
maiores satildeo os custos de manutenccedilatildeo por hectare Como haacute menor quantidade de
aacutervores por hectare a presenccedila de plantas invasoras eacute mais acentuada
aumentando os custos para seu controle Em contrapartida os custos por hectare
53
com adubaccedilatildeo plantio colheita e transporte diminuem jaacute que o nuacutemero de aacutervores
na aacuterea eacute reduzido
Deve-se ressaltar ainda que estes custos podem variar de acordo com a
classe de produtividade a idade em que vatildeo ser explorados os povoamentos e os
tipos de atividades empregadas que podem variar de acordo com o produtor e a
regiatildeo
54
4 CONCLUSOtildeES
O custo operacional efetivo representou em meacutedia 65 dos custos totais de
produccedilatildeo sendo o transporte o custo individual mais expressivo em todos os
espaccedilamentos analisados Jaacute a manutenccedilatildeo foi o conjunto de atividades mais
significativo nos povoamentos devido ao nuacutemero e ao longo periacuteodo para execuccedilatildeo
das atividades
Os custos totais de produccedilatildeo foram superiores em espaccedilamentos menores
independentemente da remuneraccedilatildeo ou natildeo pelo uso dos capitais permanente e
circulante
A diferenccedila nos custos entre espaccedilamentos extremos 3x2 m e 5x5 m eacute
justificada pelo maior volume de matildeo-de-obra e insumos necessaacuterios para execuccedilatildeo
das atividades em locais com maior nuacutemero de plantas por hectare
55
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE FLORESTAS PLANTADAS ndash ABRAF Anuaacuterio Estatiacutestico da ABRAF 2013 Ano base 2012 Brasiacutelia ABRAF 2013 148p Disponiacutevel em lthttpwwwabraflororgbrestatisticasABRAF13ABRAF13BR pdfgt Acesso em 19 Ago 2013 BALLONI E A SIMOtildeES J W O espaccedilamento de plantio e suas implicaccedilotildees silviculturais IPEF Piracicaba v1 n 3 p 1-16 Set 1980 (Seacuterie Teacutecnica) CAMPOS J C C LEITE H G Mensuraccedilatildeo florestal perguntas e respostas Viccedilosa UFV 2002 407p
CARVALHO P E R Paricaacute (Schizolobium amazonicum) Colombo Embrapa Florestas 2007 8p (Circular Teacutecnica 142)
COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO ndash CONAB Custo de produccedilatildeo agriacutecola a metodologia da Conab Brasiacutelia Conab 2010 60p HOFFMANN R G Caracterizaccedilatildeo dendromeacutetrica e avaliaccedilatildeo do rendimento em laminaccedilatildeo de madeira em plantios de paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) na regiatildeo de Paragominas PA 2009 (97f) Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) ndash Universidade Federal do Espiacuterito Santo Jerocircnimo Monteiro ES 2009 IBGE Paraacute Dom Eliseu 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwibgegovbrcidadesat xtrasperfilphpcodmun =150293gt Acesso em 12 Ago 2013b IBGE Paraacute Paragominas 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwibgegovbrcidadesat xtrasperfilphpcodmun= 150550ampsearch=para|paragominasgt Acesso em 12 Ago 2013a MACEDO R L G GOMES J E VENTURIN N SALGADO B G Desenvolvimento inicial de Tectona grandis LF (teca) em diferentes espaccedilamentos no municiacutepio de Paracatu MG Cerne Lavras v 11 n 1 p 61-69 janmar 2005 MATSUNAGA M et al Metodologia de custo de produccedilatildeo utilizada pelo IEA Agricultura em Satildeo Paulo Satildeo Paulo v 23 p 123-139 1976 MORALES C A S ALBUQUERQUE J A ALMEIDA J A MARANGONI J M STAHL J CHAVES D M Qualidade do solo e produtividade de Pinus taeda no planalto catarinense Ciecircncia Florestal Vol 20 No 4 Oct-Dec 2010 pp 629-640 OLIVEIRA M L R LEITE H G NOGUEIRA G S GARCIA S L R SOUZA A L Classificaccedilatildeo da capacidade produtiva de povoamentos natildeo desbastados de clones de eucalipto Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v43 n11 p1559-1567 nov 2008 PREFEITURA MUNICIPAL DE PARAGOMINAS O lago verde Paragominas 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwparagominaspagovbrgt Acesso em 23 Maio 2013
56
PREFEITURA MUNICIPAL DE DOM ELISEU O municiacutepio Dom Eliseu 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwdomeliseupagovbrgt Acesso em 23 Maio 2013 SANGUINO A C Custos de implantaccedilatildeo e rentabilidade econocircmica de povoamentos florestais com teca no estado do Paraacute Ciecircncias Agraacuterias Beleacutem n 52 p 61-78 juldez 2009 SILVA G F GEZAN S A SOARES C P B ZANETI L Z Modeling growth and yield of Schizolobium amazonicum under different spacings International Journal of Forestry Research v 2013 (2013) 10 p SILVA K R MINETTI L J FIEDLER N C VENTUROLI F MACHADO E G B SOUZA A P Custos e rendimentos operacionais de um plantio de eucalipto em regiatildeo de cerrado Aacutervore Viccedilosa-MG v28 n3 p 361-366 2004
57
CAPIacuteTULO 2
ANAacuteLISE ECONOcircMICA DA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA DE PARICAacute
RESUMO
As exigecircncias atuais de mercado aliadas agraves alternativas de investimento expressam
a necessidade de avaliaccedilatildeo econocircmica de projetos florestais Essa avaliaccedilatildeo
contribui com a escolha da melhor estrateacutegia de produccedilatildeo a fim de tornar os
produtos florestais brasileiros competitivos no mercado externo Por isso objetivou-
se neste trabalho analisar a viabilidade econocircmica de povoamentos de paricaacute sob
diferentes espaccedilamentos aleacutem de determinar economicamente a melhor forma de
plantio para produccedilatildeo de madeira Estes povoamentos foram implantados na regiatildeo
de Paragominas PA em 2006 sob os espaccedilamentos 3x2 3x3 3x4 4x4 e 5x5 m
divididos em trecircs classes de produtividade A produccedilatildeo foi entatildeo estimada para as
idades de 5 6 e 7 anos por meio de equaccedilotildees de crescimento e produccedilatildeo Os
custos do plantio agrave colheita foram disponibilizados por produtores rurais e
empresaacuterios da regiatildeo assim como o valor de venda de lacircminas A partir da
obtenccedilatildeo dos custos e receitas fez-se a anaacutelise econocircmica dos projetos Para tanto
foram utilizados os iacutendices econocircmicos e o criteacuterio do benefiacutecio perioacutedico equivalente
(BPE) como formas de avaliaccedilatildeo considerando-se a taxa de desconto de 6 como
a taxa miacutenima de atratividade Apoacutes a anaacutelise dos iacutendices e criteacuterio de avaliaccedilatildeo
econocircmica pode-se concluir que o espaccedilamento 3x3 m em classe de produtividade
alta com corte aos 5 anos foi o mais indicado pois gera o maior retorno financeiro
Para os maiores espaccedilamentos estudos ainda devem ser desenvolvidos mas
acredita-se que eles sejam alternativas financeiras viaacuteveis
Palavras-chave Criteacuterios de avaliaccedilatildeo espaccedilamentos de plantio iacutendices
econocircmicos retorno financeiro
58
CHAPTER 2
ECONOMIC ANALYSIS OF PRODUCTION PARICAacute
ABSTRACT
The current market demands combined with investment alternatives express the
need for economic evaluation of forestry projects This assessment contributes to the
choice of the best production strategy in order to make the Brazilian forest products
competitive in foreign markets Therefore this study aimed to analyze the economic
feasibility of stands of paricaacute under different spacings and economically determine
the best planting for timber production These settlements were established in the
region of Paragominas PA in 2006 under the spacings 3x2 3x3 3x4 4x4 and 5x5
m divided into three classes productivity The production was then estimated for
ages 5 6 and 7 years through equations of growth and production Costs from
planting to harvest were provided by farmers and entrepreneurs in the region as well
as the value of sales of blades From procurement costs and revenues became the
economic analysis of projects For both economic indicators and criteria periodic
benefit equivalent (BPE) as forms of assessment considering the discount rate of 6
as the hurdle rate were used After analyzing the indexes and economic evaluation
criteria it can be concluded that the spacing 3x3 m in class high productivity with cut
to 5 years was the most suitable because it generates the greatest financial return
For the larger spacings studies have yet to be developed but it is believed that they
are viable alternatives financial
Keywords Evaluation criteria planting space economic indicators financial return
59
1 INTRODUCcedilAtildeO
A implantaccedilatildeo da lei dos incentivos fiscais na deacutecada de 60 motivou o plantio
de florestas para ampliar a base florestal do Paiacutes e captar recursos para o
desenvolvimento do setor (MELLO et al 2005) Esses estiacutemulos baseavam-se na
expansatildeo florestal desconsiderando a qualidade da madeira
Nos dias atuais diante das exigecircncias de mercado da competiccedilatildeo com
outros paiacuteses e das pressotildees relacionadas ao meio ambiente o Brasil tem investido
natildeo somente em produccedilatildeo mais tambeacutem em teacutecnicas silviculturais que contribuam
com a qualidade final dos produtos aleacutem de teacutecnicas que reduzam os custos
envolvidos no processo produtivo Essas metas tecircm sido alcanccediladas por meio do
planejamento dos investimentos
Para realizar um investimento eacute necessaacuterio primeiramente organizar
formalmente os objetivos por meio de um projeto relacionando os meios de que se
dispotildee para alcanccedilaacute-los Posteriormente deve-se analisar o mercado potencial do
produto a fim de obter informaccedilotildees sobre os retornos esperados do investimento
comparativamente agraves alternativas disponiacuteveis eou viaacuteveis Assim com o
planejamento adequado das atividades eacute possiacutevel identificar as exigecircncias atuais de
mercado os caminhos a serem seguidos para entatildeo construir um referencial futuro
o qual identificaraacute a viabilidade ou natildeo da implantaccedilatildeo do projeto ao qual o
planejamento se destina (REZENDE OLIVEIRA 2008)
Para implantaccedilatildeo de um projeto aleacutem de se conhecer o horizonte de
planejamento que eacute o periacuteodo estimado durante o qual o empreendimento em
anaacutelise iraacute operar faz-se necessaacuterios tambeacutem testar a sua viabilidade teacutecnica
econocircmica financeira social ambiental e poliacutetica O teste da viabilidade econocircmica
eacute considerado o mais importante entre os paracircmetros de avaliaccedilatildeo pois consiste em
verificar se no projeto as receitas superam os custos Caso isso natildeo ocorra diz-se
que o projeto eacute insustentaacutevel desde a sua implantaccedilatildeo (FARO 1979 CHICHORRO
et al 2010)
Na avaliaccedilatildeo econocircmica para decisatildeo de que o projeto deve ou natildeo ser
implementado satildeo usadas teacutecnicas e criteacuterios de anaacutelise que comparam os custos e
as receitas inerentes ao projeto A anaacutelise de projetos consiste entatildeo na verificaccedilatildeo
60
de que determinada atividade eacute lucrativa ou natildeo considerando-se um horizonte de
planejamento (REZENDE OLIVEIRA 2008)
Existem vaacuterios meacutetodos de seleccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de projetos de
investimentos Geralmente recorre-se a meacutetodos que consideram principalmente as
atividades a serem executadas os periacuteodos de execuccedilatildeo e seus respectivos custos
os produtos e o periacuteodo de tempo que levaratildeo para serem produzidos seus preccedilos
e receitas ou seja o fluxo de caixa (CHICHORRO et al 2010)
Os meacutetodos de avaliaccedilatildeo econocircmica podem entatildeo ser divididos em dois
grupos principais O primeiro grupo compreende aqueles em que natildeo se considera a
variaccedilatildeo do capital no tempo sendo indicados para horizontes de planejamentos
muito curtos onde natildeo haacute inflaccedilatildeo Jaacute o segundo grupo considera a variaccedilatildeo do
capital no tempo podendo-se citar o valor presente liacutequido (VPL) e o benefiacutecio
perioacutedico equivalente (BPE) como exemplos (SILVA et al 2005)
A variaccedilatildeo do capital ocorre devido agrave remuneraccedilatildeo paga ao seu uso por
determinado tempo ou seja os juros Assim no final do prazo estipulado natildeo
haveraacute somente a quantia emprestada mais tambeacutem um acreacutescimo que
corresponde ao custo de oportunidade do uso do capital durante o periacuteodo de
empreacutestimo O valor a ser pago no final do periacuteodo dependeraacute da taxa de juros
correspondente a unidade de tempo considerada A Conab utiliza o percentual de
6 ao ano como a taxa de retorno para a remuneraccedilatildeo dos investimentos feitos pelo
produtor como se o capital fosse aplicado em outro investimento alternativo
(OLIVEIRA REZENDE 2004 CONAB 2010)
Tendo em vista este contexto objetivou-se neste trabalho analisar a
viabilidade econocircmica de povoamentos de paricaacute sob diferentes espaccedilamentos e
determinar economicamente o melhor espaccedilamento de plantio para produccedilatildeo de
madeira
61
2 MATERIAL E MEacuteTODOS
21 OBTENCcedilAtildeO DAS RECEITAS
A partir da estimativa dos volumes comercial (VTHA msup3ha) e de lacircminas
(VCHA m3ha) nos diferentes espaccedilamentos de plantio em diferentes
idades e classes produtivas tal como proposto no capiacutetulo 1 foram contraiacutedas as
receitas Os volumes comercial e de lacircminas estimados foram multiplicados pelo valor
meacutedio de venda disponiacutevel no boletim informativo de preccedilos disponibilizado pela
Coordenadoria Executiva da Administraccedilatildeo Tributaacuteria ndash CERAT do Estado do Paraacute
2013 Obteve-se assim a receita para cada espaccedilamento analisado
22 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS
Como se trata de projetos de investimento com a finalidade de obtenccedilatildeo de
madeira foram propostos trecircs horizontes de planejamento para os povoamentos de
paricaacute Esses horizontes se referiram ao periacuteodo de tempo que estes projetos foram
avaliados correspondendo a 5 6 e 7 anos entre a implantaccedilatildeo e colheita
Sabendo-se que eacute necessaacuterio reajustar os valores investidos durante o
periacuteodo de execuccedilatildeo do projeto utilizou-se uma taxa de desconto de 6 ao ano
como forma de remuneraccedilatildeo do capital investido considerando a caderneta de
poupanccedila como sendo o melhor investimento alternativo (OLIVEIRA REZENDE
2004) A inflaccedilatildeo identificada no periacuteodo foi obtida por meio do uso do Iacutendice Geral
de Preccedilos - Disponibilidade Interna (IGP-DI) o qual mede a variaccedilatildeo de preccedilos no
mercado A descapitalizaccedilatildeo foi realizada de acordo com a metodologia descrita no
capiacutetulo 1
Para anaacutelise da viabilidade econocircmica do projeto identificaram-se as
variaccedilotildees do capital no tempo Assim em relaccedilatildeo agrave classificaccedilatildeo do projeto de
investimento este foi considerado convencional ou seja ocorreu apenas uma
mudanccedila de sinal em seu fluxo de caixa satisfazendo as seguintes condiccedilotildees
62
119862119900 lt 0
119883119895 le 0 119901119886119903119886 119895 = 1 hellip 119896
119883119895 ge 0 119901119886119903119886 119895 = 119896 + 1 hellip 119899 119890
sum 119883119895
119899
119895=119896+1
gt sum 119883119895
119896
119895=0
Em que
Co = custo inicial (R$)
k = periacuteodo de tempo a partir do qual as receitas passaram a ser positivas
Xj = receita liacutequida de cada periacuteodo j e
n = duraccedilatildeo do projeto (anos)
Depois de identificado o tipo de projeto e tendo todos os custos jaacute calculados
no capiacutetulo 1 procedeu-se a anaacutelise econocircmica dos projetos por meio da avaliaccedilatildeo
dos iacutendices econocircmicos e do benefiacutecio perioacutedico equivalente (BPE)
23 IacuteNDICES ECONOcircMICOS DA PRODUCcedilAtildeO
Para verificar a rentabilidade do sistema produtivo os seguintes iacutendices
econocircmicos de produccedilatildeo foram utilizados
a) Renda bruta (RB)
119877119861 = 119876 times P Eq1
b) Margem bruta (MB)
119872119861 = 119877119861 minus 119862119874119864 Eq 2
c) Margem liacutequida (ML)
119872119871 = 119877119861 minus 119862119874119879 Eq 3
d) Lucro (L)
119871 = 119877119861 minus 119862119879 Eq 4
63
e) Lucratividade (Lc)
119871119888 =119871
119877119861 Eq 5
f) Iacutendice de rentabilidade (IR)
119868119877 =119872119871
119862 Eq 6
Em que
119877119861 = renda bruta (R$)
119876 = quantidade de produto vendido (un)
119875 = preccedilo unitaacuterio dos produtos (R$)
119872119861 = margem bruta (R$)
119862119874119864 = custo operacional efetivo (R$)
119872119871 = margem liacutequida (R$)
119862119874119879 = custo operacional total (R$)
119871 = lucro (R$)
119862119879 = custo total (R$)
119871119888 = lucratividade ()
119868119877 = iacutendice de rentabilidade () e
119862 = capital empatado (R$) referente ao somatoacuterio do custo fixo e circulante meacutedio
podendo-se considerar ou natildeo o custo da terra
24 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DOS PROJETOS
241 Benefiacutecio perioacutedico equivalente (BPE)
Para avaliaccedilatildeo da viabilidade econocircmica por meio do BPE a seguinte
foacutermula foi utilizada
119861119875119864 =119881119875119871[(1 + 119894)119905](1 + 119894)119899119905
(1 + 119894)119899119905 minus 1 Eq 7
64
Em que
n = duraccedilatildeo do projeto (anos)
t = nuacutemero de periacuteodos de capitalizaccedilatildeo
i = taxa de desconto e
VPL = valor presente liacutequido
O VPL foi obtido pela foacutermula
119881119875119871 = sum 119877119895
119899
119895=0
(1 + 119894)minus119895 minus sum 119862119895
119899
119895=0
(1 + 119894)minus119895
Eq 8
Em que
i = taxa de desconto (juros)
j = periacuteodo em que a receita ou o custo ocorreram
n = duraccedilatildeo do projeto (anos)
Rj = receita no final do ano j ou do periacuteodo de tempo e
Cj = custo no final do ano j ou do periacuteodo de tempo considerado
O BPE permite a comparaccedilatildeo de projetos com diferentes horizontes de
planejamento pois os custos jaacute estatildeo distribuiacutedos por unidade de tempo estando
impliacutecitas as diferenccedilas de horizontes Como o desconto dos fluxos de caixa foi
estimado a partir da ldquodata presenterdquo ou seja no periacuteodo de implantaccedilatildeo do projeto
estes foram comparados quando as consequecircncias monetaacuterias estavam em um
ponto comum do tempo
65
3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
31 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA VENDA DE MADEIRA EM PEacute
A renda bruta foi estimada por meio da multiplicaccedilatildeo do volume comercial e
comercial por hectare e o preccedilo pago por cada unidade agrave qual se admitiu um valor
miacutenimo de R$5370 msup3 para venda de ldquomadeira em peacuterdquo ou seja madeira natildeo
explorada e R$45156 msup3 a venda de lacircminas de paricaacute
Identicamente aos custos as receitas foram deflacionadas e
descapitalizadas para o ano 0 a fim de possibilitar a comparaccedilatildeo entre os valores
gastos e recebidos com essa praacutetica de produccedilatildeo A renda bruta obtida com a venda
de madeira de paricaacute pode ser observada na Tabela 1
Tabela 1 Renda bruta (RB) obtida com a produccedilatildeo de madeira de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA sem considerar o custo de laminaccedilatildeo
Idade Espaccedil
(m)
VTHA (R$ha) VCHA (R$ha)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 379731 433109 452408 1109193 1349221 1557365
3x3 - 362619 424113 - 1212472 1509318
3x4 - 311840 373961 - 1077399 1379067
4x4 166887 317064 342144 550865 1122453 1272564
5x5 172002 205671 306342 627806 811406 1226000
6 a
no
s
3x2 355004 394611 431419 1056449 1261369 1508350
3x3 - 341749 408022 - 1163130 1470243
3x4 - 288386 356682 - 1020754 1335360
4x4 167940 274794 313771 556167 1012394 1196711
5x5 166477 207478 273875 613368 817994 1133134
7 a
no
s
3x2 334925 365156 383863 1012137 1191106 1382874
3x3 - 325700 385794 - 1122613 1410651
3x4 - 278203 342718 - 993941 1296571
4x4 164441 268225 305743 547531 994496 1174049
5x5 164242 204174 269414 607295 808354 1119474
Em que Espaccedil = espaccedilamento (m) VTHA = volume comercial por hectare (msup3ha) e VCHA = volume de lacircminas por hectare (msup3ha)
66
A ausecircncia de valores na classe de produtividade baixa nos espaccedilamentos
3x3 e 3x4 m eacute proveniente da inesistecircncia de povoamentos nestas condiccedilotildees de
terreno Como se tratam de plantios independentes a falta de informaccedilotildees nestes
ambientes natildeo prejudicamalteram os resultados nas outras aacutereas em estudo
Observando a Tabela 1 eacute perceptiacutevel a diferenccedila entre a renda bruta obtida
com a venda de madeira em peacute e a explorada Para siacutetios de baixa produtividade e
com corte aos 5 anos a diferenccedila entre a venda de lacircminas e madeira em peacute foi de
aproximadamente R$729000 Esta diferenccedila ocorreu porque o custo de laminaccedilatildeo
natildeo foi contabilizado por falta de informaccedilotildees sobre o processo produtivo
Natildeo existem estudos que indiquem os custos reais de laminaccedilatildeo de paricaacute
proveniente de reflorestamento e quais as atividades necessaacuterias para transformar o
torete de madeira em lacircminas de forma eficiente e com boa qualidade
A renda resultante da venda de ldquomadeira em peacuterdquo em espaccedilamentos
menores como o 3x2 m superam os mais espaccedilados como o 4x4 e 5x5 m com
receita duas vezes maior quando comparados os espaccedilamentos 3x2 e 5x5 m Esta
tendecircncia ocorre entre classes de produtividade e tambeacutem entre idades distintas
Com o aumento da idade de corte houve diminuiccedilatildeo nas receitas em todos
os espaccedilamentos pois o volume de madeira foi reduzido Isso ocorre como jaacute citado
anteriormente provavelmente devido ao autodesbaste das plantas caracteriacutestico da
espeacutecie Entretanto os custos tambeacutem sofreram reduccedilatildeo devido ao menor nuacutemero
de plantas por hectare e esta relaccedilatildeo deve ser analisada
O comportamento da renda bruta em relaccedilatildeo a madeira explorada segue a
mesma tendecircncia citada acima ou seja o menor espaccedilamento no melhor siacutetio
produtivo aos 5 anos eacute o que indica ser o mais viaacutevel Todavia deve-se interagir
custos e receitas para se inferir sobre o espaccedilamento mais adequado para se obter
a maior lucratividade
Na Tabela 2 eacute possiacutevel observar os iacutendices em siacutetios com classe de
produtividade baixa para a venda de lacircminas de paricaacute
67
Tabela 2 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute para venda preacute-corte em classe de produtividade baixa (17 ndash 19 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
5 a
no
s
MB -121915 - - -221422 -197665
ML -172080 - - -260253 -234631
L -256915 - - -325921 -297147
L (t) -350415 - - -419421 -390647
Luc -068 - - -195 -173
Lucr (t) -092 - - -251 -227
IR -047 - - -085 -079
IR (t) -038 - - -065 -060
6 a
no
s
MB -157604 - - -236236 -218806
ML -208865 - - -276654 -257335
L -316133 - - -361232 -337959
L (t) -427533 - - -472632 -449359
Luc -089 - - -215 -203
Lucr (t) -120 - - -281 -270
IR -056 - - -088 -084
IR (t) -043 - - -065 -062
7 a
no
s
MB -192230 - - -244377 -225943
ML -244145 - - -285258 -264961
L -376891 - - -388205 -363216
L (t) -508091 - - -519405 -494416
Luc -113 - - -236 -221
Lucr (t) -152 - - -316 -301
IR -065 - - -090 -086
IR (t) -048 - - -064 -060
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
Na Tabela 2 eacute possiacutevel observar que sob as condiccedilotildees analisadas nenhum
espaccedilamento eacute viaacutevel economicamente Jaacute o comportamento dos iacutendices financeiros
em classe de produtividade meacutedia pode ser observado na Tabela 3
68
Tabela 3 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute para venda preacute-corte em classe de produtividade meacutedia (19 ndash 21 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
5 a
no
s
MB -68537 -75377 -97128 -71245 -163995
ML -118702 -119176 -138025 -110076 -200962
L -203537 -193247 -207187 -175744 -263477
L (t) -297037 -286747 -300687 -269244 -356977
Luc -047 -053 -066 -055 -128
Lucr (t) -069 -079 -096 -085 -174
IR -033 -036 -043 -036 -067
IR (t) -026 -028 -034 -027 -051
6 a
no
s
MB -117998 -109790 -135159 -129382 -177806
ML -169258 -154944 -177514 -169800 -216334
L -276527 -249433 -266145 -254378 -296958
L (t) -387927 -360833 -377545 -365778 -408358
Luc -070 -073 -092 -093 -143
Lucr (t) -098 -106 -131 -133 -197
IR -046 -046 -055 -054 -071
IR (t) -035 -034 -041 -040 -052
7 a
no
s
MB -161999 -131381 -150483 -140593 -186011
ML -213914 -177089 -193352 -181475 -225030
L -346659 -292189 -301302 -284422 -323284
L (t) -477859 -423389 -432502 -415622 -454484
Luc -095 -090 -108 -106 -158
Lucr (t) -131 -130 -155 -155 -223
IR -057 -052 -059 -057 -073
IR (t) -042 -037 -042 -040 -051
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
Os prejuiacutezos obtidos nestas condiccedilotildees do terreno satildeo menores quando
comparados com siacutetios de produtividade baixa O mesmo comportamento tambeacutem
foi observado para siacutetios de classe de produtividade alta como indicado na Tabela
4
69
Tabela 4 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute pra venda preacute-corte em classe de produtividade alta (21 ndash 24 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
5 a
no
s
MB -49238 -13882 -35007 -46165 -63324
ML -99403 -57682 -75904 -84996 -100291
L -184238 -131752 -145066 -150664 -162806
L (t) -277738 -225252 -238566 -244164 -256306
Luc -041 -031 -039 -044 -053
Lucr (t) -061 -053 -064 -071 -084
IR -027 -017 -024 -028 -034
IR (t) -022 -014 -018 -021 -026
6 a
no
s
MB -81189 -43517 -66863 -90406 -111408
ML -132450 -88671 -109217 -130823 -149937
L -239718 -183160 -197848 -215401 -230561
L (t) -351118 -294560 -309248 -326801 -341961
Luc -056 -045 -055 -069 -084
Lucr (t) -081 -072 -087 -104 -125
IR -036 -026 -034 -041 -049
IR (t) -028 -020 -025 -031 -036
7 a
no
s
MB -143292 -71287 -85969 -103075 -120771
ML -195207 -116995 -128837 -143956 -159790
L -327953 -232094 -236787 -246903 -258044
L (t) -459153 -363294 -367987 -378103 -389244
Luc -085 -060 -069 -081 -096
Lucr (t) -120 -094 -107 -124 -144
IR -052 -034 -039 -045 -052
IR (t) -038 -025 -028 -032 -036
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
A inviabilidade econocircmica observada nas trecircs condiccedilotildees produtivas podem
ter sido provenientes do baixo valor de mercado praticado na regiatildeo
Apoacutes o pagamento de todos os desembolsos efetivos restou o deacutebito de R$-
13882 para o espaccedilamento 3x3 m Esta quantia jaacute pode ser considerada como
70
prejuiacutezo do investimento mesmo sem ser contabilizados o pagamento da matildeo de
obra familiar (administraccedilatildeo) e os custos de oportunidade do capital
O menor valor resultante para o espaccedilamento 5x5 m se deve ao fato de
existirem atividades iguais aos outros espaccedilamentos que estatildeo sendo executas em
tempo maior que dos outros povoamentos aumentando assim o custo de produccedilatildeo
Jaacute os resultados encontrados para o espaccedilamento 3x3 m em classe de
produtividade alta satildeo atribuiacutedos agrave eficiecircncia das operaccedilotildees de manutenccedilatildeo dos
plantios principalmente pelo controle de plantas daninhas
Depois do pagamento de todos os desembolsos efetivos foi admitida a
remuneraccedilatildeo da matildeo de obra familiar em virtude da administraccedilatildeo das aacutereas de
plantio sendo proporcional aos custos de produccedilatildeo de paricaacute A margem liacutequida
negativa indica que o empreendimento eacute economicamente inviaacutevel O valor admitido
por este iacutendice se positivo natildeo seria o lucro gerado pois ainda natildeo foi descontado
o custo de oportunidade do capital investido
Para todos os povoamentos analisados houve lucro negativo principalmente
quando foi considerada a remuneraccedilatildeo pelo uso da terra Isso significa que o
investimento natildeo foi atrativo financeiramente Este resultado natildeo eacute interessante
economicamente ao produtor e pode trazer consequecircncias ainda piores como falta
de incentivo agrave produccedilatildeo falta de demanda para venda da madeira em idade de corte
e preccedilos ainda menores do que os praticados
Considerando-se o pagamento pelo uso da terra o prejuiacutezo obtido pelo
plantio de paricaacute variou entre 53 e 316 sendo maior quando mais amplo o
espaccedilamento de plantio Desconsiderando o pagamento pelo uso da terra o
prejuiacutezo se tornou menor estando entre 31 e 236
Este iacutendice representa a capacidade da atividade de transformar
investimento em margem liacutequida Assim desconsiderando o pagamento pelo uso da
terra tem-se que para cada real investido obteve-se entre R$-090 e R$-017 de
margem liacutequida sendo mais atrativo o espaccedilamento 3x3 m em classe de
produtividade alta Considerando o custo da terra o valor foi de R$-065 a R$-014
sendo melhor nos menores espaccedilamento de plantio
Deve-se salientar novamente que o valor do msup3 de madeira utilizado nesta
pesquisa eacute proveniente do preccedilo meacutedio praticado pelo CERAT ndash PA Valores
superiores a este encontrados na regiatildeo podem alterar estes resultados tornando
estes povoamentos atrativos financeiramente (quando superiores a R$10000 msup3)
71
32 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA LAMINADA
O comportamento observado foi semelhante ao da madeira vendida em peacute
ou seja os iacutendices financeiros apontaram que a viabilidade econocircmica aos 5 anos
foi superior agraves outras idades de exploraccedilatildeo (Tabela 5)
Tabela 5 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de baixa produtividade (17 ndash 19 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
5 a
no
s
MB 460255 - - 82016 175950
ML 395361 - - 35131 130764
L 285617 - - -44157 54349
L (t) 192117 - - -137657 -39151
Luc 026 - - -008 009
Lucr (t) 017 - - -025 -006
IR 090 - - 010 039
IR (t) 074 - - 008 030
6 a
no
s
MB 416597 - - 84912 161477
ML 352612 - - 37786 116288
L 218717 - - -60828 21725
L (t) 107317 - - -172228 -89675
Luc 021 - - -011 004
Lucr (t) 010 - - -031 -015
IR 081 - - 011 034
IR (t) 065 - - 008 026
7 a
no
s
MB 374305 - - 138713 217110
ML 322390 - - 97831 178092
L 161775 - - -5115 79837
L (t) 30575 - - -136315 -51363
Luc 016 - - -001 013
Lucr (t) 003 - - -025 -008
IR 075 - - 031 058
IR (t) 057 - - 022 041
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
72
Os iacutendices econocircmicos para as classes de produtividade meacutedia e alta
encontram-se nas Tabelas 6 e 7
Tabela 6 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de meacutedia produtividade (19 ndash 21 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
5 a
no
s
MB 681518 625573 537181 600811 347713
ML 614747 566883 483159 548647 301344
L 501830 467631 391801 460430 222928
L (t) 408330 374131 298301 366930 129428
Luc 037 039 036 041 027
Lucr (t) 030 031 028 033 016
IR 137 139 126 147 087
IR (t) 114 113 101 117 069
6 a
no
s
MB 608614 588446 491228 506607 352752
ML 543338 530977 438275 456029 306227
L 406743 410719 327467 350188 208871
L (t) 295343 299319 216067 238788 97471
Luc 032 035 032 035 026
Lucr (t) 023 026 021 024 012
IR 124 133 116 125 089
IR (t) 099 104 090 095 067
7 a
no
s
MB 544335 665533 565255 585678 418169
ML 492420 619825 522386 544796 379151
L 329553 504725 414437 441850 280896
L (t) 198353 373525 283237 310650 149696
Luc 028 045 042 044 035
Lucr (t) 017 033 028 031 019
IR 113 181 159 171 123
IR (t) 087 131 114 121 086
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
73
Tabela 7 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de alta produtividade (21 ndash 24 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5 5
an
os
MB 882878 900802 817010 742105 726917
ML 815429 839950 760805 689059 677009
L 701365 737042 665754 599351 592608
L (t) 607865 643542 572254 505851 499108
Luc 045 049 048 047 048
Lucr (t) 039 043 041 040 041
IR 181 201 193 182 187
IR (t) 150 164 156 146 148
6 a
no
s
MB 843757 874244 783868 678388 646537
ML 777297 814644 728718 626556 597877
L 638225 689925 613313 518092 496052
L (t) 526825 578525 501913 406692 384652
Luc 042 047 046 043 044
Lucr (t) 035 039 038 034 034
IR 174 198 187 168 168
IR (t) 140 156 146 129 128
7 a
no
s
MB 730571 953571 867885 765231 729289
ML 678656 907863 825016 724350 690271
L 514396 792763 717066 621403 592016
L (t) 383196 661563 585866 490203 460816
Luc 037 056 055 053 053
Lucr (t) 028 047 045 042 041
IR 154 266 252 228 224
IR (t) 119 192 180 161 157
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
Contrariamente agrave preacute-colheita a venda de madeira de paricaacute poacutes-colheita
tem demonstrado viabilidade economica para as idade classe de produtividade e
espaccedilamento analisados como observados nos iacutendices a seguir
Apoacutes o pagamento de todos os custos efetivos notou-se uma vantagem no
uso de espaccedilamentos mais adensados Nestes ambientes a margem bruta foi por
74
vezes maior que 40 em relaccedilatildeo aos maiores espaccedilamentos Poreacutem restam ainda
o pagamento pela administraccedilatildeo e uso do capital No entanto verificou-se que a
maioria dos projetos avaliados foram viaacuteveis economicamente pois se obteve
resultados positivos para a madeira laminada
A matildeo-de-obra familiar foi remunerada mantendo-se o montante positivo
Este montante foi utilizado posteriormente como forma de pagamento pelo custo de
oportunidade do capital Observa-se que este iacutendice manteve a tendecircncia de
comportamento semelhante agrave margem bruta exprimindo a viabilidade dos projetos
Lucro negativo soacute foi observado em espaccedilamentos amplos como o 4x4 e
5x5 m em classe de produtividade baixa em todos os anos analisados Isso
significa que o custo de oportunidade do uso do capital natildeo estaacute sendo remunerado
O resultado encontrado eacute consequecircncia de volume insuficiente de lacircminas
para o pagamento do processo produtivo Vale salientar que o processo de
laminaccedilatildeo natildeo foi quantificado
O intervalo de lucratividade sem considerar o pagamento pelo uso da terra
variou de -31 agrave 56 ou seja existem povoamentos que em certas condiccedilotildees
foram inviaacuteveis economicamente como eacute o caso dos espaccedilamentos 4x4 e 5x5 m
em classe de produtividade baixa com exploraccedilatildeo aos 5 anos Outros povoamentos
ao contraacuterio possuem lucratividade de 56 Como exemplo pode-se citar o 3x3 m
aos 7 anos em classe de produtividade alta
Quando se considera o pagamento pelo uso da terra a mesma tendecircncia foi
observada poreacutem a lucratividade foi menor
A capacidade da atividade em transformar o investimento em margem
liacutequida variou entre R$034 e R$266 sendo mais atrativo o espaccedilamento 3x3 m
Considerando o custo da terra o valor corresponde entre R$008 e R$192 sendo
melhor quanto menor o espaccedilamento de plantio
Considerando os valores obtidos nas Tabelas 5 6 e 7 foi possiacutevel inferir
sobre os custos maacuteximos que poderiam ser destinados agrave laminaccedilatildeo para que todas
as despesas fossem pagas obtendo lucratividade zero Na Tabela 8 eacute indicado
quais satildeo estes valores
75
Tabela 8 Valores maacuteximos a serem pagos pela laminaccedilatildeo (R$msup3)
Idade Classe produtiva (m) Espaccedilamentos (m)
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5 5
ano
s Baixa 1184 - - -1930 -533
Meacutedia 2206 2414 2238 2708 1472
Alta 3144 3550 3580 3459 3812
6 a
no
s Baixa 707 - - -2400 -1260
Meacutedia 1751 2049 1753 2033 1099
Alta 2857 3317 3292 3033 3286
7 a
no
s Baixa 131 - - -3253 -2045
Meacutedia 1189 1557 1223 1543 476
Alta 2255 2916 2883 2613 2836
Estas informaccedilotildees satildeo valores meacutedios dos espaccedilamentos para cada classe
de produtividade e idade Como pressupotildee-se que em siacutetio de melhor qualidade haacute
maior renda eacute possiacutevel o pagamento de um valor substancialmente maior do que
em classe de produtividade meacutedia Observa-se ainda a inviabilidade da praacutetica de
laminaccedilatildeo em classe de produtividade baixa independente da idade de corte pois a
receita foi menor que os custos mesmo sem a laminaccedilatildeo Essa consideraccedilatildeo
reforccedila os argumentos de suporte sobre os menores espaccedilamentos serem os mais
apropriados para o plantio de paricaacute
33 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA
331 Benefiacutecio perioacutedico equivalente ndash BPE
Para a taxa de 6 aa em povoamentos natildeo explorados o BPE obtido
variou entre R$-24042 e R$-8005 para os espaccedilamentos 4x4 e 3x3 m
respectivamente (Tabela 9) Isso indica que o espaccedilamento 3x3 m na classe de
produtividade alta com corte aos 5 anos eacute o que resultou no menor prejuiacutezo
financeiro sob estas condiccedilotildees analisadas Jaacute o 4x4 m em classe de produtividade
baixa com corte aos 7 anos foi a pior escolha de investimento
76
Tabela 9 BPE de plantios de paricaacute situados na regiatildeo de Paragominas PA
Idade Espaccedil
(m)
BPE (VTHA) BPE (VCHA)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 -15515 -12312 -11154 17037 30010 41982
3x3 - -11695 -8005 - 27958 44123
3x4 - -12531 -8804 - 23408 39845
4x4 -19655 -10645 -9140 -2749 27526 35861
5x5 -17929 -15909 -9868 3161 13276 35456
6 a
no
s
3x2 -19068 -16692 -14483 13023 24305 38193
3x3 - -15066 -11090 - 24543 41296
3x4 - -16069 -11971 - 19548 36699
4x4 -21774 -15363 -13024 -3750 20911 30986
5x5 -20378 -17917 -13934 1204 12432 29663
7 a
no
s
3x2 -22761 -20948 -19825 8894 18907 29965
3x3 - -18281 -14675 - 20779 36619
3x4 - -18827 -14957 - 16500 33111
4x4 -24042 -17815 -15564 -5944 18385 28258
5x5 -22542 -20146 -16232 -842 10264 27366
Em que Espaccedil = espaccedilamento (m) BPE (VTHA) = benefiacutecio perioacutedico equivalente para venda de madeira em peacute e BPE (VCHA) = benefiacutecio perioacutedico equivalente para venda de madeira laminada
A mesma tendecircncia foi observada em povoamentos explorados em que o
BPE variou entre R$-5944 e R$44123 sendo o espaccedilamento 3x3 m a melhor
opccedilatildeo de investimento O mesmo resultado foi obtido por Pavan et al (2010) com
plantios de eucalipto no Rio Grande do Sul para laminaccedilatildeo
Caso ocorressem mudanccedilas na taxa de desconto estas contribuiriam para o
aumento ou reduccedilatildeo dos lucros do plantio Segundo Soares et al (2003) aumentos
na taxa de desconto afetam significativamente o VPL e consequentemente o BPE
indicando que quanto menor a taxa de desconto utilizada maior seraacute a lucratividade
do projeto
A partir da anaacutelise econocircmica dos diferentes sistemas de plantio pode-se
inferir que o motivo pelo qual a classe de produtividade baixa resultou em uma das
piores alternativas financeiras estaacute relacionado ao autodesbaste das plantas neste
ambiente Como estas aacutereas dispotildeem de menores recursos eacute possiacutevel que tenha
77
ocorrido uma expressiva mortalidade de plantas devido agrave concorrecircncia por luz e
nutrientes do solo
Todos os espaccedilamentos de plantio podem ser alternativas viaacuteveis que
poderatildeo contribuir de maneira mais significativa na medida em que alcancem sua
capacidade maacutexima de incremento Isso eacute obtido com a diferenciaccedilatildeo entre os
horizontes de planejamento que natildeo podem ser idecircnticos para todos os
espaccedilamentos de plantio haja vista que as aacutervores se comportam de maneiras
diferentes nestes espaccedilamentoss devido agrave disponibilidade de recursos
Esta afirmaccedilatildeo jaacute foi comprovada em estudos realizados por Cordeiro et al
(2009) em que foi constatado que o sistema de produccedilatildeo do paricaacute em cultivo puro
sob o espaccedilamento 4x3 m nos quatro primeiros anos de cultivo natildeo apresentaram
viabilidade econocircmica sugerindo a necessidade de maior horizonte de
planejamento
78
4 CONCLUSOtildeES
O monocultivo de paricaacute em qualquer um dos espaccedilamentos analisados foi
considerado inviaacutevel por todos os criteacuterios utilizados nesta anaacutelise econocircmica
quando se objetivou a venda da madeira sem exploraccedilatildeo Essa resposta estaacute
associada ao baixo valor de mercado ao qual a espeacutecie estaacute subordinada
A exploraccedilatildeo de madeira mesmo sendo um processo trabalhoso e
dispendioso eacute uma alternativa para se obter valores positivos com a produccedilatildeo de
paricaacute
Observando os custos e receitas oriundos de plantios de paricaacute pode-se
afirmar que espaccedilamentos mais amplos em classe de produtividade baixa satildeo
insuficientes para remunerar o processo de laminaccedilatildeo
O maior retorno financeiro foi obtido em povoamentos de paricaacute implantados
em classe de produtividade alta sob o espaccedilamento 3x3 m com exploraccedilatildeo aos 5
anos
79
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
CHICHORRO J F BAUER M O ANDRADE W S SILVA G F SANTOS F R SILVA J L NOGUEIRA M A Avaliaccedilatildeo econocircmica de projetos florestais In CHICHORRO J F BAUER M O GARCIA G O CALDEIRA M V W Toacutepicos especiais em ciecircncias florestais 1 ed Visconde do Rio Branco Suprema 2010 v 1 p 231-260 COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO ndash CONAB Custo de produccedilatildeo agriacutecola a metodologia da Conab Brasiacutelia Conab 2010 60p COORDENADORIA EXECUTIVA DA ADMINISTRACcedilAtildeO TRIBUTAacuteRIA ndash CERAT Boletim informativo de preccedilos Paraacute 2013 22p CORDEIRO I M C C SANTANA A C LAMEIRA O A SILVA I M Anaacutelise econocircmica dos sistemas de cultivo com Schizolobium parahyba var amazonicum (Huber ex Ducke) Barneby (Paricaacute) E Ananas comosus var erectifolius (L B Smith) Coppus amp Leal (Curauaacute) no municiacutepio de Aurora do Paraacute (PA) Brasil Facultad Agronomiacutea (LUZ) 2009 26 243-265 FARO C Elementos de engenharia econocircmica 3ed Satildeo Paulo Atlas 1979 328p MELLO A A CARNIERI C ARCE J E SANQUETTA C R Planejamento florestal visando agrave maximizaccedilatildeo dos lucros e a manutenccedilatildeo do estoque de carbono Cerne Lavras v 11 n 3 p 205-217 julset 2005 OLIVEIRA A D REZENDE J L P Economia Florestal Lavras UFLAFAEPE 2004 101p PAVAN J A ALVES T W SOUZA M A Viabilidade Econocircmica da Produccedilatildeo de Eucaliptos no Rio Grande do Sul Associaccedilatildeo Brasileira de Custos vol 5 n 1 78-109 JanAbr 2010 REZENDE J L P OLIVEIRA A D Anaacutelise econocircmica e social de projetos florestais Viccedilosa MG UFV 2001 389 p SILVA M L JACOVINE L A G VALVERDE S R Economia Florestal 2 ed Viccedilosa UFV 2005 178p SOARES T S CARVALHO R M M A VALE A B Avaliaccedilatildeo econocircmica de um povoamento de Eucalyptus grandis destinado a multiprodutos Aacutervore Viccedilosa-MG v27 n5 p689-694 2003
80
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A partir das condiccedilotildees estabelecidas notou-se o efeito dos espaccedilamentos
de plantio na viabilidade econocircmica dos povoamentos de paricaacute
Em relaccedilatildeo aos custos de produccedilatildeo eles devem ser separados por
atividades sendo elas preparo da aacuterea plantio adubaccedilatildeo manutenccedilatildeo colheita e
transporte laminaccedilatildeo custo de administraccedilatildeo remuneraccedilatildeo do capital investido
Dentro de cada atividade alguns custos podem sofrer a influecircncia do
nuacutemero de plantas por hectare Como exemplo pode-se citar o nuacutemero de diaacuterias
necessaacuterias para alinhamento coveamento e plantio das mudas aleacutem da
quantidade de adubo necessaacuterio para adubaccedilatildeo de cova
O maior nuacutemero de operaccedilotildees ocorre no periacuteodo de manutenccedilatildeo dos
plantios poreacutem nenhuma delas foi considerada dispendiosa Os maiores custos
individuais foram do transporte de madeira do povoamento ateacute a induacutestria em
todos os espaccedilamentos analisados devido agraves condiccedilotildees de traacutefego nas estradas
A relaccedilatildeo entre volume comercial volume laminado e os custos de
produccedilatildeo determinam entatildeo a viabilidade dos plantios sendo o espaccedilamento mais
viaacutevel aquele que consegue absorver esta relaccedilatildeo de maneira mais eficiente
Entretanto estudos ainda devem ser desenvolvidos para averiguar a relaccedilatildeo entre a
espeacutecie e os espaccedilamentos de plantio
11
1 INTRODUCcedilAtildeO GERAL
As florestas naturais somavam em 2007 cerca de 4 bilhotildees de hectares
cobrindo aproximadamente 30 da superfiacutecie terrestre segundo informaccedilotildees da
FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION ndash FAO (2007) Deste montante cerca
de metade da vegetaccedilatildeo ainda estaacute concentrada em cinco paiacuteses sendo o Brasil o
detentor da segunda maior cobertura florestal do planeta
Segundo o Sistema Nacional de Informaccedilotildees Florestais ndash SNIF (2014)
estimava-se que 69 desta cobertura teriam potencial produtivo Com isso ampliou-
se a participaccedilatildeo do setor florestal brasileiro no comeacutercio mundial Entretanto o
setor ainda encontra dificuldades na expansatildeo dos seus negoacutecios especialmente a
regiatildeo amazocircnica devido agraves restriccedilotildees impostas pela legislaccedilatildeo frente ao apelo
ambiental que a regiatildeo desperta em resposta a ocupaccedilatildeo desordenada
Com a implantaccedilatildeo de novas normas de exploraccedilatildeo reduziu-se a
disponibilidade de madeira no mercado expondo-se entatildeo a necessidade de fontes
alternativas para produccedilatildeo de mateacuteria-prima Assim a partir da praacutetica de
reflorestamento estaacute sendo possiacutevel ampliar o estoque de madeira para atender as
demandas atuais e futuras
Em 2012 o consumo brasileiro de madeira em tora proveniente de plantios
florestais foi de 1824 milhotildees de metros cuacutebicos (msup3) um indicador 72 superior
ao de 2011 (ABRAF 2013) Isso indica que a praacutetica do reflorestamento eacute uma
alternativa de negoacutecio que se expandiu no ultimo ano
Segundo o SNIF (2014) o Brasil deteacutem as melhores tecnologias na
silvicultura de eucalipto e outras espeacutecies vecircm sendo estudadas entre elas a acaacutecia
(Acacia mangium Willd) a seringueira (Hevea brasiliensis (Willd ex Adr de Juss)
Muell-Arg) e o paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) Em 2012 a aacuterea
ocupada por plantios florestais de espeacutecies natildeo convencionais como acaacutecia
araucaacuteria poacutepulus teca seringueira e paricaacute foi de 521131 ha representando
72 da aacuterea total de plantios florestais no Brasil (ABRAF 2013) Esta participaccedilatildeo
ainda que pequena se deve agraves caracteriacutesticas de crescimento e produccedilatildeo obtidas
por estas espeacutecies
Na regiatildeo amazocircnica o paricaacute eacute a espeacutecie que vem ganhando destaque
entre os plantios comerciais pelas suas caracteriacutesticas de crescimento e produccedilatildeo
12
para muacuteltiplos usos tornando crescente a demanda industrial por madeira de
lacircminas e compensados para a qual a espeacutecie eacute utilizada (MARQUES et al 2006)
Os primeiros registros com o plantio de paricaacute no Estado do Paraacute constam
da deacutecada de 1950 os quais tinham o objetivo de preservar a caracteriacutestica da
floresta amazocircnica em espaccedilos puacuteblicos e de fomentar estudos sobre o
comportamento e caracteriacutesticas das espeacutecies plantadas (MARQUES et al 2006)
Desde entatildeo muitos plantios foram registrados no Paraacute e em toda regiatildeo
amazocircnica e vaacuterios estudos foram desenvolvidos podendo-se destacar Hoffmann
(2009) Vidaurre et al (2012) Santos (2012) e Corteletti (2013) que trabalharam
com povoamentos de paricaacute localizados entre os municiacutepios de Dom Elizeu e
Paragominas estado do Paraacute Estes estudos comprovaram o alto potencial de
produccedilatildeo madeireira do paricaacute e servem como incentivo para que se estabeleccedilam
novos povoamentos Embora jaacute se tenham muitos plantios com esta espeacutecie na
Amazocircnia ainda satildeo necessaacuterios estudos com o objetivo de identificar as
caracteriacutesticas dendromeacutetricas avaliar a qualidade da madeira e sua produccedilatildeo
A atenccedilatildeo deve ser direcionada tambeacutem para os custos de produccedilatildeo
destes povoamentos que vecircm sendo estabelecidos na regiatildeo amazocircnica Natildeo
existem estudos suficientes que comprovem a lucratividade desta atividade Os
estudos que se tecircm disponiacuteveis ainda satildeo muito geneacutericos e as informaccedilotildees
carentes de dados do processo de implantaccedilatildeo da cultura
O monitoramento do processo produtivo tem sido realizado para identificar
os custos de produccedilatildeo sendo um instrumento necessaacuterio para se avaliar (medir) a
eficiecircncia das empresas Outra teacutecnica utilizada eacute a avaliaccedilatildeo econocircmica dos
projetos que testam a viabilidade de sua execuccedilatildeo
Para testar a viabilidade econocircmica dos projetos florestais faz-se necessaacuterio
o emprego de teacutecnicas econocircmicas sendo as mais tradicionais aquelas em que se
calculam o valor presente liacutequido (VPL) a taxa interna de retorno (TIR) e o benefiacutecio
perioacutedico equivalente (BPE) Este uacuteltimo sendo empregado frequentemente para
projetos com diferentes horizontes de planejamento (REZENDE OLIVEIRA 2001)
O teste da viabilidade econocircmica tem por finalidade estudar a capacidade
financeira do empreendimento a fim de verificar a possibilidade de sua
implementaccedilatildeo por meio da capacidade de sobrevivecircncia no mercado e da
identificaccedilatildeo dos fatores que podem dificultar as possibilidades de ecircxito do mesmo
comprovando-se assim a sua necessidade de execuccedilatildeo
13
11 OBJETIVO GERAL
Avaliar o efeito dos espaccedilamentos de plantio na anaacutelise econocircmica da
produccedilatildeo de madeira de paricaacute
12 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
a) Definir os custos de produccedilatildeo de povoamentos de paricaacute
b) Identificar os custos de produccedilatildeo mais afetados pelos espaccedilamentos
de plantio
c) Avaliar a participaccedilatildeo individual dos custos no processo de
implantaccedilatildeo colheita e transporte e
d) Identificar o espaccedilamento que forneceraacute o maior retorno econocircmico
por meio de indicadores e criteacuterio de avaliaccedilatildeo
14
2 REVISAtildeO DE LITERATURA
21 PARICAacute
A espeacutecie Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke foi descoberta por
Huber e descrita por Ducke em 1922 sendo vulgarmente conhecida como pinho-
cuiabano paricaacute-da-amazocircnia paricaacute-da-terra-firme (Mato Grosso) paricaacute paricaacute-
grande faveira (Paraacute) canafista canafiacutestula fava-canafiacutestula (Acre) bandarra
(Rondocircnia) guapuruvu-da-amazocircnia (Distrito federal) aleacutem de cereboacute (Boliacutevia)
tambor (Colocircmbia) gavilaacuten (Costa Rica) pachaco (Equador) palo de judiacuteo palo de
picho (Meacutexico) e pashaco (Peru) (CARVALHO 2007)
Ocorre naturalmente em toda regiatildeo amazocircnica principalmente no Mato
Grosso Paraacute Amazonas e Rondocircnia no Brasil aleacutem de outros paiacuteses como Peru
Boliacutevia Colocircmbia e Venezuela (SOUZA et al 2005) Sobrevive em mata primaacuteria e
secundaacuteria de terra firme e vaacuterzea alta notadamente nas formaccedilotildees do tipo floresta
densa e floresta aberta em solos argilosos e altitudes de ateacute 800 metros
(CARVALHO 1994 ROSA 2006a)
A espeacutecie eacute tolerante a solos de baixa fertilidade e adapta-se agrave precipitaccedilatildeo
meacutedia anual de 1600 mm a 5850 mm e temperatura meacutedia de 248 ordmC (CRESPO et
al 1995) Por ser uma espeacutecie essencialmente helioacutefila natildeo tolera baixas
temperaturas (CARVALHO 2007)
211 Descriccedilatildeo botacircnica e anatocircmica do paricaacute
Segundo o sistema de classificaccedilatildeo de Cronquist a espeacutecie Schizolobium
amazonicum pertence agrave famiacutelia Caesalpiniaceae (Leguminosae Caesalpinioideae)
sendo da divisatildeo Magnoliophyta (Angiospermae) da classe Magnoliopsida
(Dicotyledonae) e ordem das Fabales
O paricaacute eacute uma aacutervore deciacutedua que pode atingir 40 m de altura e 100 cm de
DAP (diacircmetro a altura do peito medido a 130 m do solo) na idade adulta
15
(CARVALHO 2007) Seu tronco eacute ciliacutendrico e reto com casca de cor cinza clara
podendo conter sapopemas A madeira eacute macia leve com textura grossa gratilde direita
e irregular cerne creme-avermelhado e alburno creme-claro Tecircm faacutecil
processamento mas baixa durabilidade natural (SOUZA et al 2005)
Rosa (2006a) trabalhando com a botacircnica anatomia e tecnologia de paricaacute
comprovou que ao longo do crescimento vegetativo a espeacutecie pode possuir
caracteriacutesticas dendroloacutegicas diferenciadas em termos de coloraccedilatildeo da casca e do
surgimento de sapopemas
212 Caracteriacutesticas silviculturais do paricaacute
As sementes de paricaacute possuem alto grau germinativo podendo chegar a
90 Isso pode ser comprovado em estudos realizados por Lameira et al (2000)
com a propagaccedilatildeo do paricaacute por meio de sementes submetidas a processos
mecacircnicos fiacutesicos e quiacutemicos de quebra de dormecircncia Nesse estudo foi constatado
que as sementes possuem um percentual de germinaccedilatildeo de 80 a 90
O paricaacute possui entretanto dificuldade em seu manejo por seu elevado teor
de umidade e susceptibilidade ao ataque de microorganismos aleacutem da dormecircncia
tegumentar que necessita de tratamentos preacute-germinativos (ROSA 2006b
CARVALHO 2007)
Para o armazenamento de sementes eacute recomendado um periacuteodo maacuteximo de
12 meses tendo em vista que a partir do oitavo mecircs ocorre reduccedilatildeo na viabilidade
das sementes como pode ser observado no trabalho de Rosa (2006a) sobre a
ecologia e silvicultura do paricaacute
Apoacutes serem retiradas do armazenamento as sementes podem ser plantadas
de duas maneiras colocando-se as sementes para germinar em canteiros
(sementeiras) ou semeando-as diretamente na embalagem plaacutestica Ambas as
opccedilotildees permitem sobrevivecircncia de no miacutenimo 80 das plantas sendo
consideravelmente aceitaacutevel (SOUZA et al 2003)
No que se refere a implantaccedilatildeo de povoamentos uma atenccedilatildeo especial
deve ser direcionada agrave escolha do espaccedilamento a ser utilizado No Estado do Paraacute
diversos espaccedilamentos tem sido adotados (3x3 m 4x4 m 3x4 m 5x4 m 6x4 m)
16
principalmente em plantios mais antigos estando os mais recentes em maior
padronizaccedilatildeo com espaccedilamentos de 4x4 m Isso provavelmente se deve agrave
facilidade de mecanizaccedilatildeo (MARQUES et al 2006) Aleacutem disso estudos vecircm
comprovando que o espaccedilamento 4x4 m eacute mais utilizado pois proporciona a melhor
relaccedilatildeo entre crescimento em altura e diacircmetro das aacutervores (ROSA 2006b)
Em sistemas silviculturais mais adensados ou em plantios puros o paricaacute
tem demonstrado crescimento inicial em altura bastante raacutepido sendo necessaacuterios
desbastes para manter equiliacutebrio adequado entre a retirada de indiviacuteduos de
qualidade inferior doentes ou danificados e a manutenccedilatildeo de espaccedilamento
aproximadamente regular entre as plantas Deve-se ressaltar entretanto que a
espeacutecie eacute bastante suscetiacutevel aos danos causados por ventos fortes principalmente
nos estaacutegios iniciais de desenvolvimento As aacutervores isoladas e plantas da
bordadura satildeo mais propensas a quebras poreacutem estes danos satildeo bastante
reduzidos com a presenccedila de mata ou de relevo ondulado nas proximidades que
possam proteger o povoamento e reduzir esses efeitos do vento (SOUZA et al
2003)
No estudo realizado por Rondon (2002) concluiu-se que ateacute o terceiro ano o
paricaacute eacute altamente vulneraacutevel ao vento principalmente nos espaccedilamentos 4x2 m e
2x2 m Por tal motivo medidas preventivas devem ser tomadas no iniacutecio da
implantaccedilatildeo deixando-se uma faixa de mata nativa em torno do plantio Desta
maneira sob os espaccedilamentos 15x15 m 2x2 m 3x2 m 3x3 m 4x2 m 4x3 m e 4x4
m avaliadas pelo autor os dois uacuteltimos foram os que proporcionaram maiores
crescimentos em altura e diacircmetro
213 Utilizaccedilatildeo do paricaacute
Essa espeacutecie eacute bastante utilizada na produccedilatildeo de lacircminas meacutedias ou parte
interna de compensados caixotaria leve portas e parquete tendo em vista que
pode ser alcanccedilado o rendimento de ateacute 80 de aproveitamento da madeira no
processo de laminaccedilatildeo (MARQUES et al 2006)
17
Ela pode ser utilizada para produccedilatildeo energeacutetica assim como a produccedilatildeo de
papel e celulose por sua facilidade de branqueamento Propriedades medicinais
tambeacutem podem ser encontradas principalmente na casca (CARVALHO 2007)
Carvalho (2007) afirma ainda que esta espeacutecie tem grande potencial para
recuperaccedilatildeo de aacutereas degradadas Por ser uma espeacutecie pioneira o paricaacute tem bom
desenvolvimento na maioria dos solos amazocircnicos contribuindo com
sombreamento o desenvolvimento de espeacutecies cliacutemax que por ventura se
estabeleccedilam na aacuterea
O paricaacute pode ser utilizado ainda para artesanato sendo seu uso mais
comum na fabricaccedilatildeo de brinquedos saltos para calccedilados e aeromodelismo
(SOUZA et al 2003)
22 CRESCIMENTO E PRODUCcedilAtildeO DO PARICAacute
O crescimento e a produccedilatildeo de um povoamento florestal dependem da
idade da capacidade produtiva do grau de utilizaccedilatildeo do potencial produtivo do lugar
e de tratamentos silviculturais (SCOLFORO 2006 CAMPOS LEITE 2009) Esta
relaccedilatildeo pode ser mensurada por meio de modelos de crescimento e produccedilatildeo
mecaniacutesticos ou empiacutericos sendo este uacuteltimo o mais utilizado
Santos (2012) estudando o crescimento e produccedilatildeo de plantios de paricaacute
sob diferentes espaccedilamentos ajustou o modelo logiacutestico para estimar o crescimento
em diacircmetro e volume das aacutervores em cada espaccedilamento em funccedilatildeo da idade O
autor observou efeito significativo do espaccedilamento sobre as variaacuteveis diacircmetro
quadraacutetico e volume em todas as idade evidenciando a dependecircncia entre os
fatores
Neste mesmo estudo foi constatado que a maior diferenccedila entre as meacutedias
do diacircmetro quadraacutetico e o volume foi entre os espaccedilamentos extremos 3x2 m e 5x5
metros Assim o maior crescimento em diacircmetro quadraacutetico foi verificado no espaccedilo
vital com 25 msup2 e o maior crescimento em volume por aacuterea no espaccedilamento de 6msup2
Anteriormente Hoffmann (2009) jaacute havia verificado a influecircncia do diacircmetro
no rendimento da laminaccedilatildeo em que o aumento do diacircmetro promoveu maior
rendimento O mesmo foi observado por Silva et al (2013)
18
23 RENDIMENTO EM LAMINACcedilAtildeO DE PARICAacute
A produccedilatildeo de lacircminas em escala comercial surgiu a partir do seacuteculo XX
sendo impulsionada no Brasil na deacutecada de 30 com o objetivo de confeccionar
madeira compensada que tem como mateacuteria-prima paineacuteis de lacircminas de madeira
Este material eacute submetido a um processo de colagem e prensagem com adesivos
resistentes ou agrave prova drsquoaacutegua tendo muacuteltiplas aplicaccedilotildees na construccedilatildeo civil na
fabricaccedilatildeo de moacuteveis formas para concreto embalagens transporte e aplicaccedilotildees
agriacutecolas (BORDUELLE IWAKIRI MARTINS et al 2006 IWAKIRI PRATA 2008)
A qualidade da laminaccedilatildeo eacute influenciada por caracteriacutesticas da espeacutecie
(densidade da madeira) caracteriacutesticas do fuste (diacircmetro e forma) e gratilde (direccedilatildeo e
inclinaccedilatildeo) e por condiccedilotildees operacionais do equipamento (velocidade de corte
ajuste da geometria da faca e barra de pressatildeo afiaccedilatildeo da faca) sendo que a
automaccedilatildeo dos equipamentos tem resultado em lacircminas de maior qualidade e
produtividade (TSOUMIS 1991)
Esta busca pela qualidade e produtividade tem aumentado o interesse nos
estudos sobre a prognose do crescimento e da produccedilatildeo de povoamentos e do
processo de laminaccedilatildeo Isto ocorre porque as empresas florestais procuram
investimentos soacutelidos devido aos compromissos de longo prazo assumidos
As estimativas da produccedilatildeo de mateacuteria-prima e do rendimento do produto
final contribuem com o planejamento da empresa em relaccedilatildeo a novos investimentos
novos produtos a serem lanccedilados no mercado aleacutem da viabilidade do projeto em
execuccedilatildeo e de futuros investimentos Por isso faz-se necessaacuterio conhecer todo o
processo produtivo do produto com o qual se estaacute trabalhando
A laminaccedilatildeo da madeira pode ser obtida por meio de duas formas
comerciais
a) Lacircminas torneadas ndash obtidas a partir do ldquodesenrolamentordquo de toras grossas
relativamente curtas utilizando torno laminador
b) Lacircminas faqueadas ndash obtidas a partir de cortes planos realizados por
faqueadeira em peccedila de madeira em bloco
Independentemente do meacutetodo de obtenccedilatildeo de lacircminas um dos objetivos da
empresa florestal eacute a busca pelo aumento da produtividade Estas informaccedilotildees satildeo
obtidas por meio do acompanhamento do processo de transformaccedilatildeo das aacutervores
19
em lacircminas e a partir dos valores obtidos subtrai-se o produto final da quantidade
de madeira que iniciou o processo obtendo-se assim o rendimento
Para o paricaacute o rendimento encontrado em estudos realizados por Hoffmann
(2009) foi de aproximadamente 5031 em aacutervores aos 5 anos Jaacute Melo (2012)
alcanccedilou rendimento meacutedio de 59 Este autor afirma ainda que o rendimento em
laminaccedilatildeo pode ser facilmente estimado por meio de variaacuteveis dendromeacutetricas da
tora obtendo-se menores perdas para aacutervores com maiores diacircmetros
O resultado encontrado por Melo (2012) eacute semelhante ao de Bortoletto
Juacutenior e Belini (2002) para outra espeacutecie do mesmo gecircnero Estudando a produccedilatildeo
de lacircminas e compensados de guapuruvu (Schizolobium parayba (Vell) Blake)
proveniente de plantios mistos de espeacutecies nativas estes autores observaram que o
rendimento do processo de laminaccedilatildeo foi de aproximadamente 61 em lacircminas
verdes Isso demonstra que o gecircnero Schizolobium pode conter boas caracteriacutesticas
para laminaccedilatildeo
24 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO
241 Teoria dos custos
Segundo Pinto et al (2008) algumas terminologias devem ser consideradas
na contabilidade de custos
Gasto esforccedilo realizado pela empresa para obtenccedilatildeo de um bem ou serviccedilo
Investimento gasto com bens ou serviccedilos que traratildeo benefiacutecios futuros
Despesa consumo direto ou indireto com bens e serviccedilos com a finalidade
de obtenccedilatildeo de receitas
Perda gasto natildeo intencional decorrente de fatores externos e
Custos gastos acumulados para executar uma atividade fabricar um
produto ou adquirir uma mercadoria
Essas definiccedilotildees podem ser interpretadas como ilustrada na Figura 1
20
Figura 1 Forma esquemaacutetica da distribuiccedilatildeo de gastos Fonte Adaptado de Pinto et al (2008)
Aleacutem das terminologias apresentadas faz-se necessaacuterio definir orccedilamento
anaacutelise de projeto e o caacutelculo do custo de produccedilatildeo uma vez que satildeo peccedilas
fundamentais para o teste de viabilidade econocircmica do projeto
O orccedilamento tem por objetivo a verificaccedilatildeo preacutevia de gastos e a anaacutelise de
projetos objetiva a avaliaccedilatildeo econocircmica de investimentos que seratildeo realizados Jaacute o
caacutelculo do custo de produccedilatildeo por sua vez tem por objetivo quantificar o custo por
unidade produzida sendo este sempre realizado apoacutes o fim do ciclo de produccedilatildeo
O custo por produto encontrado eacute entatildeo comparado com receita obtida com
as vendas do produto e com o montante de capital utilizado na produccedilatildeo a fim de
serem calculados os indicadores econocircmicos para aquela atividade ou seja o custo
de produccedilatildeo de uma empresa eacute determinado pelas condiccedilotildees fiacutesicas de produccedilatildeo
pelo preccedilo dos recursos e pela conduta economicamente eficiente do proprietaacuterio
Custo eacute entatildeo o preccedilo pelo qual se obteacutem um bem (FERGUSON 2003)
O caacutelculo dos custos de produccedilatildeo por sua vez natildeo eacute uma tarefa faacutecil haja
visto que haacute um grande nuacutemero de informaccedilotildees que devem ser administradas para
que se tenha no final do periacuteodo de produccedilatildeo todos os custos referentes agravequela
atividade Por isso o aconselhaacutevel eacute que se faccedila o registro dos gastos
preferencialmente por atividade para facilidade de obtenccedilatildeo dos resultados
Custos
Investimentos
Despesas
PerdasUso para execuccedilatildeo de atividades adquirir mercadorias e fabricar produtos
Gastos que seratildeo usados no futuro para geraccedilatildeo de receita
Gastos que jaacute foram utilizados para geraccedilatildeo de receita
Gastos que natildeo foram usados para geraccedilatildeo de receita
21
242 A importacircncia dos custos
Para Hildebrand (1995) os custos geralmente contribuem para a anaacutelise a
curto meacutedio e longo prazo que geram informaccedilotildees importantes para o planejamento
e mensuraccedilatildeo da eficiecircncia de operaccedilotildees atividades e processos de produccedilatildeo da
empresa a avaliaccedilatildeo de alternativas de investimento novos negoacutecios e novos
sistemas de produccedilatildeo (processos maacutequinas e equipamentos entre outros)
O setor florestal trabalha geralmente a longo prazo que eacute um horizonte de
planejamento em que a curva de custo de produccedilatildeo corresponde agrave despesa com a
aquisiccedilatildeo dos fatores ao longo do caminho de expansatildeo Isto significa que para cada
niacutevel de produccedilatildeo existiraacute uma combinaccedilatildeo dos fatores variaacuteveis de miacutenimo custo
que junto com os fatores fixos permite a produccedilatildeo de determinada quantidade
(SIMONSEN1971 FERGUSON 2003) A ausecircncia do conhecimento sobre custos
provavelmente levaraacute a maacute aplicaccedilatildeo do capital de giro menor lucro menor
rentabilidade ameaccedilas a estabilidade econocircmica financeira e ao crescimento da
empresa (FERREIRA 2007)
243 Classificaccedilatildeo dos custos
Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo vaacuterios meacutetodos satildeo encontrados na
literatura sendo selecionado o modelo a partir da caracteriacutestica do produto ou do
modelo de produccedilatildeo que estaacute sendo analisado Em funccedilatildeo disso o Instituto de
Economia Agriacutecola ndash IEA oacutergatildeo vinculado agrave Secretaria de Agricultura e
Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo desenvolveu uma metodologia para o setor
agriacutecola designado Meacutetodo do Custo Operacional
Na metodologia do custo operacional se incluem apenas as despesas
efetivamente desembolsadas pelo produtor mais a depreciaccedilatildeo de maacutequinas e
benfeitorias e o custo estimado da matildeo-de-obra familiar Assim a remuneraccedilatildeo de
todos os outros fatores de produccedilatildeo natildeo incluiacutedos fica a cargo do resiacuteduo ou seja a
diferenccedila entre o custo operacional e o valor de venda do produto (MATSUNAGA et
al 1976)
22
O esquema da estrutura do custo de produccedilatildeo utilizada pelo IEA pode ser
visualizado a seguir
Figura 2 Estrutura dos custos de produccedilatildeo utilizada pelo IEA Fonte Nachiluk e Oliveira (2012) sup1 Contribuiccedilatildeo de Seguridade Social Rural
244 Componentes do custo
Os custos podem ser denominados custos expliacutecitos e impliacutecitos Os
desembolsos realizados satildeo denominados custos expliacutecitos segundo Pindyck e
Rubinfeld (1994) os quais abrangem remuneraccedilotildees de matildeo de obra salaacuterios e
custos de materiais e locaccedilatildeo de propriedades aleacutem do custo de oportunidade Eles
satildeo importantes pois envolvem pagamentos diretamente feitos pela empresa a
outras empresas e pessoas com as quais faz negoacutecios
Jaacute os custos impliacutecitos natildeo satildeo diretamente desembolsados no processo de
produccedilatildeo mas natildeo podem deixar de ser considerados uma vez que se constituem
de fato em dispecircndios Sua mensuraccedilatildeo se daacute de maneira indireta por meio da
atribuiccedilatildeo de valores que deveratildeo representar o custo de oportunidade de seu uso
Nesta categoria enquadram-se os gastos com depreciaccedilatildeo de benfeitorias
instalaccedilotildees maacutequinas e implementos agriacutecolas e remuneraccedilatildeo do capital fixo e da
terra (CONAB 2010)
Custo operacional
Custo operacional efetivo (COE)
Despesas com operaccedilotildees
Pagamentos de salaacuterios
Gastos com maacutequinas equipamentos e
implementos
Despesas com materiais
Sementes fertilizantes corretivos defensivos
sacarias etc
Encargos sociais
Custo operacional total (COT)
Depreciaccedilatildeo com maacutequinas juros de custeio e CSSRsup1
23
A classificaccedilatildeo proposta pelo IEA compreende elementos diferenciados
poreacutem de faacutecil interpretaccedilatildeo e mais adequado agrave tomada de decisotildees Assim
segundo Matsunaga et al (1976) essa classificaccedilatildeo eacute composta dos seguintes
custos
a) Custo Operacional Efetivo ndash COE
O custo operacional efetivo envolve todos os custos expliacutecitos ou seja o
custo de todos os recursos de produccedilatildeo que exigem desembolso por parte da
empresa para sua recomposiccedilatildeo excluindo-se a matildeo-de-obra familiar
Assim mesmo que determinado produto tenha sido adquirido no periacuteodo
anterior por exemplo deveraacute ser contabilizado aqui pois em algum momento houve
o desembolso para a compra do mesmo Nesse caso eacute importante que seja utilizado
o preccedilo de mercado atual e natildeo o valor pago anteriormente devido ao custo de
oportunidade
b) Custo Operacional Total ndash COT
O custo operacional total envolve a soma do COE o valor da matildeo-de-obra
familiar e as depreciaccedilotildees que equivalem a apenas uma parte dos custos fixos
b1) Depreciaccedilatildeo
A depreciaccedilatildeo corresponde ao custo indireto exigido para acumular fundos
para substituiccedilatildeo do capital investido em bens produtivos de longa duraccedilatildeo
inutilizados pela idade uso e obsolescecircncia
b2) Valor da Matildeo-de-obra Familiar
Este valor deve ser definido considerando-se o custo de oportunidade ou
seja quanto o produtor ganharia se estivesse trabalhando em outra atividade
Considerando-se eacute claro o mesmo niacutevel teacutecnico para desenvolvimento das duas
atividades
24
c) Custo Total ndash CT
Custo total nada mais eacute que a soma do COT com o valor da remuneraccedilatildeo do
capital imobilizado com a atividade
Todo o capital investido na empresa tem custo de oportunidade uma vez
que seu uso na empresa implica deixar de empregaacute-lo noutra atividade alternativa
Por definiccedilatildeo o retorno potencial desse capital na melhor alternativa possiacutevel de
utilizaccedilatildeo forneceria a medida desse custo de oportunidade Como essa estimativa
nem sempre eacute faacutecil eacute expediente comum estimar o custo de oportunidade a partir do
retorno que o capital teria se em vez de aplicado na empresa fosse investido no
mercado financeiro como por exemplo na caderneta de poupanccedila
245 Iacutendices econocircmicos
Os iacutendices econocircmicos apresentados pelo IEA segundo Matsunaga et al
(1976) satildeo
2451 Renda Bruta (RB)
A renda bruta vem a ser o valor da produccedilatildeo ou seja tudo que eacute produzido
vezes o preccedilo do produto
Embora a Renda Bruta permita saber o quanto eacute recebido pelo produto
produzido ela natildeo diz o quanto desse valor iraacute sobrar Isso porque eacute preciso retirar o
custo de produccedilatildeo Sendo assim eacute necessaacuterio que se faccedila a anaacutelise de
rentabilidade da atividade
2452 Margem Bruta (MB)
Eacute calculada pela subtraccedilatildeo do custo operacional efetivo da renda bruta ou
seja eacute a retirada de todos os custos ocorridos sendo mais produtiva agrave medida que
resulta em valores positivos
25
2453 Margem Liacutequida (ML)
Eacute calculada pela subtraccedilatildeo do custo operacional total da renda bruta sendo
um indicativo de lucratividade Comparando-se duas empresas de igual atividade
aquela que tem maior Margem Liacutequida eacute a que possui melhor rentabilidade no
negoacutecio incluindo-se aiacute a questatildeo operacional financeira e extra-operacional
Isso quer dizer que se a ML for positiva todos os desembolsos estatildeo sendo
pagos aleacutem da depreciaccedilatildeo e a matildeo-de-obra familiar Caso contraacuterio a depreciaccedilatildeo
eou a matildeo-de-obra natildeo estatildeo sendo efetivamente pagas e a empresa estaacute se
descapitalizando
2454 Lucro (L)
O lucro vem a ser o resultado da subtraccedilatildeo da renda bruta gerada pela
venda dos produtos no mercado menos o custo total de produccedilatildeo incorrido na sua
geraccedilatildeo Simplificadamente nada mais eacute do que o resultado positivo deduzido das
vendas os custos e despesas
2455 Lucratividade (Luc)
Eacute a relaccedilatildeo do valor do lucro com o montante de vendas ou seja divide-se o
valor do lucro pela quantidade vendida (renda bruta)
2456 Iacutendice de Rentabilidade (IR)
Eacute uma medida do retorno de um investimento Calcula-se dividindo o lucro
obtido (margem liacutequida) pelo valor do investimento inicial (capital empatado) Pode-
se dizer que a rentabilidade eacute a quantidade de dinheiro que o investidor ganha para
cada quantia investida
26
246 Custos na empresa florestal
Nas empresas em geral os custos satildeo classificados em funccedilatildeo de suas
necessidades de informaccedilotildees Geralmente eles satildeo divididos por operaccedilotildees ou
setores da atividade como viveiro plantaccedilotildees tratos culturais exploraccedilatildeo florestal
atividades especiais (coleta de sementes entre outros) implantaccedilatildeo de infra-
estrutura e administraccedilatildeo (BREPOHL 1980)
Em termos econocircmicos os componentes do custo satildeo agrupados de
acordo com sua funccedilatildeo no processo produtivo nas categorias de custos variaacuteveis
custos fixos custo operacional e custo total (CONAB 2010)
Na determinaccedilatildeo da idade oacutetima de corte de povoamentos florestais eacute
necessaacuterio estudar caso a caso cada componente dos custos e das receitas
envolvidas no processo de produccedilatildeo da madeira Tudo isso pelo fato do setor
florestal conter operaccedilotildees de longo prazo Por tal motivo a anaacutelise de custos pode
ter dois enfoques a anaacutelise ex-ante ou seja antes das operaccedilotildees ocorrerem e ex-
post apoacutes terem ocorrido (GRACcedilA et al 2000)
Entre os custos analisados deve-se considerar tambeacutem a depreciaccedilatildeo que
segundo Hildebrand (1995) pode ser definida como a diminuiccedilatildeo do valor dos bens
ativos resultante do desgaste pelo uso accedilatildeo da natureza ou por obsolescecircncia
teacutecnica Assim com o tempo para tornar possiacutevel a reposiccedilatildeo do equipamento eacute
necessaacuterio acumular periodicamente uma reserva em um fundo que permitiraacute no
fim de um periacuteodo a aquisiccedilatildeo de um novo equipamento
Baseados nas necessidades do setor florestal vaacuterios estudos sobre a
viabilidade econocircmica de plantios vem sendo desenvolvidos para as mais variadas
espeacutecies arboacutereas como os obtidos por Souza et al (2003) e o Centro de Pesquisa
do Paricaacute ndash CPP Deve-se ressaltar no entanto a afirmaccedilatildeo feita por Marques et al
(2006) em que os autores concluiacuteram que o custo meacutedio para implantaccedilatildeo e
conduccedilatildeo dos povoamentos podem variar conforme a regiatildeo as teacutecnicas de preparo
de solo os tratos silviculturais adotados entre outros
27
25 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DE PROJETOS FLORESTAIS
Do ponto de vista teacutecnico Oliveira e Rezende (2004) afirmam que dois ou
mais projetos podem ser compatiacuteveis quando a execuccedilatildeo de um natildeo afeta a
implementaccedilatildeo do outro ou incompatiacuteveis em caso contraacuterio Jaacute do ponto de vista
econocircmico eles podem ser dependentes quando haacute uma relaccedilatildeo de rentabilidade
entre ambos ou independentes quando nenhum eacute afetado
Estas informaccedilotildees satildeo importantes para o bom planejamento das atividades
florestais uma vez que o investimento em um projeto deve ser baseado em um
horizonte de planejamento na maioria das vezes de longo prazo podendo variar de
finito como no caso de um plantio florestal ou infinito em um manejo sustentado de
floresta nativa (CHICHORRO et al 2010)
Para realizar a anaacutelise econocircmica eacute importante considerar a vida econocircmica
do projeto Ela corresponde ao tempo que ele produziraacute lucro a vida fiacutesica de
maacutequinas e construccedilotildees o periacuteodo de anaacutelise onde se consideram os efeitos do
projeto Aleacutem do horizonte de construccedilatildeo relacionado agrave demanda do produto e o
horizonte de dados que se refere ao periacuteodo de tempo em que eacute possiacutevel prever o
fluxo de caixa (REZENDE OLIVEIRA 2001)
A avaliaccedilatildeo econocircmica ou financeira de projetos baseia-se entatildeo no fluxo
de caixa que consiste nos custos e nas receitas distribuiacutedos ao longo da vida uacutetil do
empreendimento Os meacutetodos mais recomendados para avaliaccedilatildeo econocircmica de
projetos florestais satildeo (REZENDE OLIVEIRA 2001) valor presente liacutequido (VPL)
taxa Interna de Retorno (TIR) custo (ou Benefiacutecio) Perioacutedico Equivalente (CPE ou
BPE) custo Meacutedio de Produccedilatildeo (CMPr) razatildeo Benefiacutecio (receita)Custo (BC) e
tempo de Recuperaccedilatildeo do Capital
28
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
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30
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31
CAPIacuteTULO 1
CUSTOS DA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA DE PARICAacute
RESUMO
O setor de florestas plantadas brasileiro vem perdendo espaccedilo no mercado
internacional pelo alto custo necessaacuterio agrave produccedilatildeo Por isso haacute a necessidade
de se investigar quais os custos mais onerosos do processo produtivo para
entatildeo se montar uma estrateacutegia de reduccedilatildeo de custos a fim de tornar o
reflorestamento novamente competitivo no mercado Deste modo objetivou-se
no trabalho estimar a produccedilatildeo de paricaacute (Schizolobium amazonicum) aos 5 6
e 7 anos em trecircs classes de produtividade e em cinco espaccedilamentos de
plantio identificando os principais custos de produccedilatildeo aleacutem dos mais afetados
pelos espaccedilamentos de plantio na regiatildeo de Paragominas PA A estimativa de
volume foi obtida segundo metodologia proposta por Silva et al (2013) e os
custos de produccedilatildeo desde as atividades de preparo da aacuterea ateacute a colheita e
transporte foram disponibilizados por produtores rurais e empresaacuterios da
regiatildeo Posteriormente fez-se a anaacutelise dos custos por meio da metodologia do
custo operacional em que se considera apenas as despesas efetivamente
desembolsadas pelo agricultor somadas agrave depreciaccedilatildeo e matildeo-de-obra familiar
Assim inferiu-se que o espaccedilamento 3x2 m foi superior em volume diante dos
outros espaccedilamentos analisados Em relaccedilatildeo agrave analise de custos o custo
operacional efetivo representou em meacutedia 65 dos custos totais de produccedilatildeo
sendo o transporte o custo individual mais expressivo em todos os
espaccedilamentos analisados Jaacute a manutenccedilatildeo foi o conjunto de atividades mais
significativo nos plantios devido ao nuacutemero e ao longo periacuteodo para sua
execuccedilatildeo Os custos totais de produccedilatildeo foram superiores em espaccedilamentos
menores independentemente da remuneraccedilatildeo ou natildeo pelo uso dos capitais
permanente e circulante
Palavras-chave Custo operacional efetivo espaccedilamento idade
produtividade
32
CHAPTER 1
PRODUCTION COST PARICAacute
ABSTRACT
The planted forest sector in Brazil has been losing ground in the international
market by the high cost needed for production Therefore there is a need to
investigate what the most expensive costs of the production process to then
build a strategy to reduce costs in order to become competitive again
reforestation in the market Thus the aim of the study was to estimate the
production of paricaacute (Schizolobium amazonicum) at 5 6 and 7 years in three
productivity classes and five planting space identifying the major costs of
production and those most affected by planting space in the region of
Paragominas PA The volume estimate was obtained according to the
methodology proposed by Silva et al (2013) and production costs since the
activities of preparation of the area to harvest and transport were provided by
farmers and entrepreneurs in the region Subsequently made to cost analysis
using the methodology of the operating cost which considers only the expenses
actually disbursed by the farmer together with the depreciation and labor
family labor Thus it was inferred that the spacing 3x2 m was higher by volume
on the other spacings analyzed Regarding the analysis of costs the effective
operating cost represented on average 65 of total production costs and
transport the most significant single cost in all spacings analyzed Have
maintenance was the most significant set of activities in plantations due to the
number and the time period for its implementation The total production costs
were higher in the smaller spacing regardless of whether or not for the use of
permanent and circulating capital
Keywords Effective operational cost spacing age productivity
33
1 INTRODUCcedilAtildeO
A crescente dificuldade em se obter madeira de florestas nativas tem
motivado empresaacuterios agrave praacutetica do reflorestamento Nesses plantios vaacuterias
espeacutecies tecircm sido utilizadas sendo o paricaacute a espeacutecie nativa de maior
expressatildeo na regiatildeo norte do paiacutes principalmente no estado do Paraacute
Segundo a ABRAF (2013) em 2012 foram plantados 87901 hectares
de paricaacute nos estados do Paraacute Tocantins e Maranhatildeo O aumento da aacuterea de
plantio nos uacuteltimos anos eacute justificado pela boa aceitaccedilatildeo desta espeacutecie no
mercado madeireiro devido aos seus variados fins como a produccedilatildeo de
lacircmina e compensado forros palitos papel moacuteveis aleacutem de peccedilas de
acabamentos e molduras
A falta de informaccedilotildees silviculturais no entanto tecircm inviabilizado a
expansatildeo de novos plantios em outras regiotildees do paiacutes Natildeo se tecircm estudos
suficientes para comprovar o melhor meacutetodo de implantaccedilatildeo desta cultura no
que se refere ao espaccedilamento a ser utilizado para maior produccedilatildeo de madeira
Este tipo de deficiecircncia pode implicar no emprego de teacutecnicas silviculturais
equivocadas que inviabiliza economicamente o cultivo reduzindo
consequentemente o interesse comercial pela espeacutecie
Os custos de produccedilatildeo devem entatildeo ser analisados para se testar a
viabilidade econocircmica dos projetos que estatildeo sendo implantados haja vista
que poucos satildeo os estudos que se referem ao monocultivo do paricaacute A
obtenccedilatildeo destes custos eacute fundamental pois eles compotildeem um ferramental de
controle e gerenciamento das atividades produtivas e de geraccedilatildeo de
importantes informaccedilotildees para auxiliar as tomadas de decisotildees pelos
produtores rurais (CONAB 2010)
Para se atestar a viabilidade econocircmica de um projeto florestal natildeo se
deve avaliar somente a espeacutecie a ser implantada mais agraves condiccedilotildees de
mercado atuais e futuras para comercializaccedilatildeo do produto Eacute notaacutevel a
importacircncia econocircmica e socioambiental do setor de florestas plantadas para o
Brasil por isso deve-se investir em conhecimento e tecnologia sobre as
espeacutecies cultivadas haja visto que o ambiente de negoacutecio para o
34
desenvolvimento desta atividade vem passando por dificuldades nos uacuteltimos
anos
A competitividade dos produtos florestais estaacute se deteriorando frente
aos seus principais concorrentes internacionais uma vez que o aumento
generalizado dos custos de produccedilatildeo de madeira no Brasil estaacute reduzindo
significativamente a rentabilidade da induacutestria integrada de base florestal e dos
produtores independentes de plantios florestais (ABRAF 2013) Comprova-se
assim a necessidade de estudos referentes aos custos de produccedilatildeo
Haacute alguns anos a importacircncia dos custos na produccedilatildeo agriacutecola e as
dificuldades de sua obtenccedilatildeo estimularam o Instituto de Economia Agriacutecola
oacutegatildeo vinculado agrave Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de Satildeo
Paulo a efetuar estimativas de custo de produccedilatildeo de diversas exploraccedilotildees
agriacutecolas por meio da metodologia designada custo operacional Neste
meacutetodo se incluem apenas as despesas efetivamente desembolsadas pelo
agricultor somadas agrave depreciaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos e matildeo-de-
obra familiar A remuneraccedilatildeo devida a todos os outros fatores de produccedilatildeo eacute
de responsabilidade do resiacuteduo ou seja a diferenccedila entre o custo operacional
e o valor de venda (MATSUNAGA et al 1976 CONAB 2010)
O ecircxito nas estimativas de custos de produccedilatildeo agriacutecola vem
estimulando pesquisadores da aacuterea florestal a utilizarem esta metodologia
tambeacutem para culturas florestais principalmente neste momento em que o
Brasil depende de medidas estruturais que promovam a reduccedilatildeo dos custos de
produccedilatildeo e incentivem o investimento para retomada da competitividade dos
produtos nacionais de base florestal no mercado internacional Por tal motivo
objetivou-se neste trabalho identificar os principais custos de produccedilatildeo bem
como o efeito dos diferentes espaccedilamentos sobre estes custos
35
2 MATERIAL E MEacuteTODOS
21 AacuteREA EM ESTUDO
Os dados utilizados neste estudo foram originaacuterios de povoamentos
homogecircneos de paricaacute (Schizolobium amazonicum) plantados sob os
espaccedilamentos 3x2 3x3 3x4 4x4 e 5x5 m localizados entre os municiacutepios de
Dom Elizeu e Paragominas Estado do Paraacute (Figura 1)
Figura 1 Localizaccedilatildeo dos municiacutepios de Dom Eliseu e Paragominas PA
O municiacutepio de Paragominas estaacute localizado no nordeste paraense
possuindo aproximadamente 20000 km2 de aacuterea territorial com 90 m de
altitude O solo caracteriacutestico da aacuterea eacute o Latossolo amarelo com vegetaccedilatildeo
originaacuteria representada pela floresta densa sendo encontradas extensas aacutereas
de mata secundaacuteria (capoeira nos seus diversos estaacutegios de desenvolvimento)
devido aos constantes desmatamentos provocados principalmente pelo
avanccedilo da agropecuaacuteria na regiatildeo (IBGE 2013a PREFEITURA MUNICIPAL
DE PARAGOMINAS 2013)
Segundo o IBGE (2013a) o clima do municiacutepio eacute do tipo mesoteacutermico e
uacutemido A temperatura meacutedia anual eacute elevada em torno de 25degC e seu regime
pluviomeacutetrico fica geralmente entre 2250 mm e 2500 mm anuais
36
O municiacutepio de Dom Eliseu pertence agrave microrregiatildeo de Paragominas
possui 5268815 kmsup2 e estaacute localizado nas coordenadas 04deg17rsquo06rdquo Sul e
47deg30rsquo18rdquo Oeste a 180 metros de altitude Ele eacute um dos municiacutepios da
chamada ldquoFronteira agriacutecola amazocircnicardquo maior produtora de commodities
agriacutecolas da porccedilatildeo norte do paiacutes e grande produtora de paricaacute (IBGE 2013b
PREFEITURA MUNICIPAL DE DOM ELISEU 2013)
22 ESTIMATIVA DA PRODUCcedilAtildeO
Foram inventariados povoamentos de paricaacute anualmente ateacute o quinto
ano sendo analisadas trecircs classes de produtividade em cada espaccedilamento
sendo elas Baixa (17 - 19 m) Meacutedia (19 ndash 21 m) e Alta (21 - 24 m)
Posteriormente empregando-se o modelo de crescimento e produccedilatildeo proposto
por Silva et al (2013) os volumes comercial e de lacircminas foram estimados
para diferentes espaccedilamentos e qualidades de local nas idades de 5 6 e 7
anos conforme o esquema apresentado na Figura 2
Figura 2 Esquema para obtenccedilatildeo dos volumes comercial e de lacircminas em povoamentos de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA
A partir dos dados de inventaacuterio estimou-se a produccedilatildeo em volume
comercial e de lacircminas por meio da metodologia proposta por Silva et al
(2013) Assim a partir de informaccedilotildees sobre as variaacuteveis aacuterea basal por
hectare (GHA) iacutendice de siacutetio (SI) altura dominante (HD) considerada como a
altura meacutedia das 100 aacutervores mais altas do povoamento (Hart) e nuacutemero de
aacutervores por hectare (NHA) na idade de cinco anos pode-se projetar a produccedilatildeo
para as idades em anaacutelise
Espaccedilamentos (m)
bull3x2
bull3x3
bull4x3
bull4x4
bull5x5
Classes de produtividade
(m)
bullBaixa
bullMeacutedia
bullAlta
Idades
(anos)
bull5
bull6
bull7
Volume comercial
Volume de lacircminas
37
A estimativa da HD na idade i foi obtida por meio da equaccedilatildeo 1
119878119868 =
119867119863119894 (1 + 119890119909119901 ((182404 minus 119860119894)
043105frasl ))
1 + 119890119909119901 ((182404 minus 119860119894119899119889
043105frasl ))
Eq 1
Em que
119890119909119901 = base de logaritmo neperiano
119867119863119894 = altura dominante na idade i
119860119894 = i-eacutesima idade (i = 5 6 7) e
119860119894119899119889 = idade iacutendice (5 anos)
Para estimativa do nuacutemero de aacutervores por hectare na idade futura
utilizou-se a equaccedilatildeo 2
1198731198671198602 = 1198731198671198601 minus ((119860119877119864119860
1198671198631)
minus20848
(119860220356 minus 1198601
20356)) Eq 2
Em que
1198731198671198602 = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade futura
1198731198671198601 = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade corrente
119860119877119864119860 = aacuterea meacutedia ocupada por cada planta no plantio
1198671198631 = altura dominante na idade corrente
1198601 = idade corrente e
1198602 = idade futura
A aacuterea basal por hectare foi estimada por meio da equaccedilatildeo 3
119866119867119860119894 = 000523119867119863119894145720119873119867119860053967
119894 Eq 3
Em que
NHAi = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade i
38
Apoacutes a obtenccedilatildeo de todas as variaacuteveis os volumes comercial e de
lacircminas foram estimados pelas equaccedilotildees 4 e 5
119881119879119867119860119894 = 122839119866119867119860119894093941119867119863119894
071858 Eq 4
119881119862119867119860119894 = 003388119866119867119860119894069131119867119863119894
183907 Eq 5
Em que
119881119879119867119860119894 = volume comercial por hectare e
119881119862119867119860119894 = volume de lacircminas por hectare
23 DESCRICcedilAtildeO DAS ATIVIDADES
Por se tratarem de aacutereas anteriormente ocupadas por pastagem fez-se
necessaacuterio o combate agrave formigas e limpeza da aacuterea manualmente e com
auxiacutelio de trator a fim de retirar do local galhos tocos e raiacutezes que por ventura
atrapalhassem o processo de mecanizaccedilatildeo
Para todas as aacutereas de plantio fez-se a anaacutelise de solo verificando-se
a necessidade de correccedilatildeo com uma tonelada de calcaacuterio dolomiacutetico por
hectare Assim foi realizada a calagem precedida da gradagem com auxiacutelio da
terceirizaccedilatildeo de tratores agriacutecolas
Apoacutes o preparo do solo iniciou-se o processo de alinhamento
marcaccedilatildeo e coveamento respeitando o espaccedilamento preacute-determinado para
cada local considerando que uma pessoa consegue abrir 500 covasdia
Posteriormente foram acrescentados 100g de NPK (6-30-6) por cova antes do
plantio das mudas de paricaacute Adubaccedilotildees de cobertura e um ano apoacutes o plantio
tambeacutem ocorreram com o objetivo de aumentar o iacutendice de sobrevivecircncia agraves
plantas
Como no campo eacute difiacutecil controlar os fatores bioacuteticos e abioacuteticos a
mortalidade de plantas eacute inevitaacutevel por isso foi observada a necessidade de
39
replantio de 5 das mudas logo no primeiro ano segundo informaccedilotildees
disponibilizadas pela empresa
A manutenccedilatildeo relativa agrave limpeza dos plantios se deu pelo coroamento
das mudas aplicaccedilatildeo de herbicida manualmente e roccedilada mecacircnica do
primeiro ao terceiro ano Desta forma natildeo houve competiccedilatildeo com plantas
invasoras que poderiam inibir o crescimento das mudas Assim devido ao
ambiente favoraacutevel e as condiccedilotildees propiacutecias de crescimento e produccedilatildeo foi
possiacutevel extrair a madeira para laminaccedilatildeo no quinto ano apoacutes a implantaccedilatildeo
A colheita foi realizada de forma semi-mecanizada (motosserra)
seguida do baldeio e carregamento ateacute a beira da estrada O transporte ateacute a
induacutestria de beneficiamento foi realizado por caminhatildeo tipo bitrem com
capacidade para 44000 kg ao preccedilo meacutedio de R$59192 por viagem
O valor da matildeo-de-obra familiar foi considerado como o custo de
administraccedilatildeo ou seja quando o proprietaacuterio presta serviccedilos na proacutepria
empresa Assim a remuneraccedilatildeo paga pelo custo de administraccedilatildeo foi
equivalente a 10 dos custos efetivamente desembolsados pela empresa
Em relaccedilatildeo agraves aacutereas onde os plantios foram realizados estas jaacute
pertenciam a empresa Laminit por isso natildeo houve a necessidade de aquisiccedilatildeo
ou arrendamento do terreno Poreacutem considerou-se o custo de oportunidade
ou seja a remuneraccedilatildeo do capital investido (permanente e circulante) por meio
do caacutelculo da parcela sobre o bem adquirido e utilizado na produccedilatildeo e inclusa
no custo fixo da produccedilatildeo Logo o investimento do produtor foi remunerado agrave
taxa de 6 ao ano como se fosse aplicado o capital em outro investimento
alternativo conforme recomendaccedilotildees da CONAB (2010)
24 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS
Para anaacutelise dos custos de produccedilatildeo florestal foi necessaacuteria a coleta de
dados anuais de todas as despesas e receitas contraiacutedas em cada
espaccedilamento durante o periacuteodo entre 2006 e 2013 O esquema da disposiccedilatildeo
dos gastos na planilha de custo pode ser observado na Tabela 1
40
Tabela 1 Distribuiccedilatildeo dos gastos efetuados para implantaccedilatildeo de povoamentos de paricaacute
Descriccedilatildeo Un R$un
Quantidade utilizada
Espaccedilamento (m)
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
Preparo da aacuterea
Anaacutelise de solo un 3450 1 1 1 1 1
Limpeza manual Diaacuteria 3500 1 1 1 1 1
Limp mecanizada ht 10218 1 1 1 1 1
Gradagem ht 10218 15 15 15 15 15
Calagem ht 6846 05 05 05 05 05
Calcaacuterio ton 8967 1 1 1 1 1
Alinhamento Diaacuteria 3500 2 14 1 08 05
Coveamento Diaacuteria 3500 334 223 167 125 08
Cercamento R$ha 30000 1 1 1 1 1
Constr de estradas R$ha 13390 1 1 1 1 1
Constr de aceiros Diaacuteria 3500 4 4 4 4 4
Adubaccedilatildeo
Adubo Kg 123 5001 3336 2502 1875 120
Adubaccedilatildeo Diaacuteria 3667 45 3 225 195 106
Plantio
Transp de mudas ht 5000 05 05 05 05 05
Mudas un 038 1751 1168 876 657 420
Plantio e replantio Diaacuteria 3500 4 27 2 15 1
Manutenccedilatildeo
Formicida Kg 674 125 10 83 695 551
Aplic de formicida Diaacuteria 3703 893 748 651 578 525
Transp de insumos ht 4233 2 2 2 2 2
Coroamento Diaacuteria 3761 67 45 35 25 16
Roccedilada ht 5602 4 5 6 7 85
Herbicida L 1732 8 9 10 105 12
Aplic de herbicida Diaacuteria 3761 4 45 5 55 6
Manutenccedilatildeo de aceiro Diaacuteria
3744 6 6 6 6 6
Manut de estrada ht 8699 469 469 469 469 469
Materiais - 6892 8 8 8 8 8
Encargos - 8185 7 7 7 7 7
Colheita e Transporte
Corte e toragem msup3 215 1844 1744 1524 1341 11705
Baldeio msup3 096 1844 1744 1524 1341 11705
Carregamento msup3 097 1844 1744 1524 1341 11705
Transporte msup3 659 1844 1744 1524 1341 11705 Valores deflacionados e descapitalizados para o ano de 2006 Considerando o volume comercial em classe de produtividade alta (21 - 24 m) com corte aos 6 anos
Os custos envolvidos nas atividades de implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo dos
povoamentos foram disponibilizados por produtores rurais da regiatildeo de
41
Paragominas Tambeacutem foram disponibilizados por empresaacuterios locais os
dados referentes agrave exploraccedilatildeo e transporte da madeira ateacute a empresa
referente a uma distacircncia meacutedia de 80 km
Para comparaccedilatildeo entre os valores incorridos durante periacuteodos
diferentes no tempo fez-se o deflacionamento dos custos para o periacuteodo
inicial (implantaccedilatildeo dos povoamentos) A correccedilatildeo da perda monetaacuteria causada
pela inflaccedilatildeo foi obtida por meio do Iacutendice Geral de Preccedilo ndash Disponibilidade
Interna (IGP ndash DI) o qual eacute responsaacutevel pelo registro da inflaccedilatildeo de preccedilos de
mateacuterias-primas agriacutecolas
Posteriormente os valores deflacionados foram descapitalizados para o
ano 0 (2006) a fim de facilitar a anaacutelise econocircmica A descapitalizaccedilatildeo foi
obtida pela seguinte foacutermula
1198810 =119881119899
(1 + 119894)119899 Eq 6
Em que
1198810 = valor inicial correspondente ao periacuteodo de implantaccedilatildeo do povoamento
(R$)
119881119899 = valor final correspondente ao ano j (R$)
119894 = taxa de juros (6 aa) e
119899 = nuacutemero de periacuteodos (anos)
25 CLASSIFICACcedilAtildeO DOS CUSTOS
Para o caacutelculo dos custos de produccedilatildeo do paricaacute foi adotada a
metodologia descrita pelo Instituto de Economia Agriacutecola (IEA) oacutergatildeo vinculado
agrave Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo Neste
caso foram considerados os custos efetivos de produccedilatildeo ou seja aquele
dinheiro efetivamente desembolsado pelo proprietaacuterio para o pagamento da
mateacuteria-prima produtos ou serviccedilos adquiridos
42
A depreciaccedilatildeo foi aqui desconsiderada pela indisponibilidade de
informaccedilotildees sobre as maacutequinas equipamentos e benfeitorias Assim
considerou-se que todos os maquinaacuterios e equipamentos utilizados para a
implantaccedilatildeo conduccedilatildeo extraccedilatildeo e transporte dos povoamentos foram de
origem terceirizada
Os custos de produccedilatildeo foram entatildeo divididos segundo sua origem
sendo classificados de acordo com a metodologia de custos proposta pelo IEA
a) Custo operacional efetivo (COE) ndash correspondente a todos os custos
expliacutecitos
b) Custo operacional total (COT) ndash correspondente ao somatoacuterio do custo
operacional efetivo e matildeo-de-obra familiar (MO)
c) Custo Total (CT) ndash soma do custo operacional total e do custo de
oportunidade (CO) que eacute a remuneraccedilatildeo do capital circulante e do capital
fixo
As foacutermulas para obtenccedilatildeo do custo operacional total e custo total
encontram-se a seguir
119862119874119879 = 119862119874119864 + 119872119874 Eq 7
119862119879 = 119862119874119879 + 119862119874 Eq 8
43
3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
31 ESTIMATIVA DE VOLUME
A partir das equaccedilotildees ajustadas por Silva et al (2013) para
povoamentos de paricaacute foi possiacutevel estimar o volume comercial e de lacircminas
em trecircs ocasiotildees no tempo e em diferentes classes de produtividade nos cinco
espaccedilamentos de plantio como pode ser observado na Tabela 2
Tabela 2 Volumes comercial (VTHA) e de lacircminas (VCHA) estimados nos diferentes espaccedilamentos de plantio de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA
Idade Espaccedil
(m)
VTHA (msup3ha) VCHA (msup3ha)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 16229 18511 19336 5638 6858 7915
3x3 - 15498 18126 - 6163 7671
3x4 - 13328 15983 - 5476 7009
4x4 7133 13551 14623 2800 5705 6468
5x5 7351 8790 13093 3191 4124 6231
6 a
no
s
3x2 15173 16865 18439 5370 6411 7666
3x3 - 14606 17439 - 5912 7473
3x4 - 12325 15244 - 5188 6787
4x4 7178 11745 13410 2827 5146 6082
5x5 7115 8867 11705 3118 4158 5759
7 a
no
s
3x2 14315 15607 16406 5144 6054 7029
3x3 - 13920 16489 - 5706 7170
3x4 - 11890 14648 - 5052 6590
4x4 7028 11464 13067 2783 5055 5967
5x5 7020 8726 11515 3087 4109 5690
Em que VTHA= volume comercial por hectare VCHA= volume de lacircminas por hectare Espaccedil= espaccedilamento de plantio
A divisatildeo dos povoamentos em classes de produtividade eacute explicada
por Oliveira et al (2008) Segundo os autores a estratificaccedilatildeo realizada por
44
meio de classes de produtividade resulta em estimativas de volume mais
precisas proacuteximo agrave idade de corte Por isso a adoccedilatildeo das trecircs classes
A falta de informaccedilotildees nos espaccedilamentos intermediaacuterios 3x3 e 3x4 m
na classe de produtividade baixa ocorreu pela ausecircncia de povoamentos
nestas condiccedilotildees de siacutetio
A diferenccedila no volume comercial de madeira foi de 323 entre os
espaccedilamentos extremos 3x2 e 5x5 m na classe de produtividade alta sendo
maior o volume nos menores espaccedilamentos Resultados semelhantes foram
encontrados por Macedo et al (2005) com povoamentos de Teca em Minas
Gerais e Hoffmann (2009) em seu trabalho sobre caracterizaccedilatildeo
dendromeacutetrica e rendimento em laminaccedilatildeo de paricaacute na regiatildeo de
Paragominas PA
A diferenccedila no volume tem comportamento exponencial agrave medida em
que se utilizam siacutetios de menor produtividade sendo constatada uma diferenccedila
de 525 e 547 no volume entre os espaccedilamentos extremos nas classes
de produtividade meacutedia e baixa respectivamente Comportamento semelhante
foi observado para o volume de lacircminas de paricaacute Houve diferenccedila crescente
no volume entre os espaccedilamentos extremos sendo menor na classe de
produtividade alta (213)
Aos 6 anos a diferenccedila no volume entre os espaccedilamentos extremos foi
superior agrave idade anterior Na classe de produtividade alta a diferenccedila no
volume comercial foi de 365 Jaacute o volume de lacircminas abrangeu diferenccedila de
249
Nos siacutetios de baixa produtividade o volume comercial de madeira no
espaccedilamento 3x2 m foi 177 menor comparado ao de produtividade alta
Esta porcentagem encontra-se dentro do intervalo indicado por Morales et al
(2010) para povoamentos de pinus Segundo os autores a produtividade do
pinus foi reduzida entre 14 a 36 nos diferentes siacutetios de produccedilatildeo
Nos espaccedilamentos 4x4 e 5x5 m esta diferenccedila foi mais significativa
com aproximadamente 465 e 392 respectivamente Isso se deve entre
outras coisas agrave morte natural das plantas com diacircmetros mais acentuados
tornando mais expressiva a reduccedilatildeo de volume
Comparando a produccedilatildeo de paricaacute em relaccedilatildeo a idade de corte pode
ser observada uma reduccedilatildeo no volume de madeira do quinto para o sexto ano
45
Este comportamento pode ser resultado do autodesbaste caracteriacutestico da
espeacutecie Por se tratar de uma espeacutecie pioneira ela atinge o aacutepice de
incremento na idade meacutedia de 5 anos sendo mais viaacutevel seu corte neste
periacuteodo (CARVALHO 2007)
Balloni e Simotildees (1980) anteriormente jaacute haviam afirmado que a
porcentagem de aacutervores dominadas e mortas cresce com o avanccedilo da idade
sendo mais intenso e precoce nos espaccedilamentos mais apertados Por isso a
idade de corte deve ser definida em funccedilatildeo do ritmo de crescimento
espaccedilamento finalidade da madeira e suas interaccedilotildees
32 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO
O levantamento de custos como citado anteriormente seguiram a
metodologia sugerida pelo Instituto de Economia Agriacutecola ndash IEA sendo
agrupados por atividade
321 Custo operacional efetivo ndash COE
Todas as atividades desde a implantaccedilatildeo ateacute a exploraccedilatildeo dos
povoamentos de paricaacute foram identificadas e os gastos estimados para
obtenccedilatildeo dos custos efetivamente desembolsados pelo produtor sendo que os
custos foram deflacionados e descapitalizados para o ano de 2006 A soma
dos custos das atividades desenvolvidas durante este periacuteodo com corte aos
5 6 e 7 anos podem ser observadas na Tabela 3
Nos povoamentos em estudo os custos de implantaccedilatildeo variaram entre
R$80000 a R$180000 entre os espaccedilamentos extremos sendo menor
quanto menor o nuacutemero de plantas por hectare Este montante representa
entre 18 e 26 do custo total de produccedilatildeo de paricaacute demonstrando sua
importacircncia em relaccedilatildeo agrave outros custos
46
Tabela 3 Custo Operacional Efetivo (COE) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006
Idade Espaccedilamento
(m)
COE do volume comercial (R$ha) COE do volume de lacircminas (R$ha)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 501646 501646 501646 648938 667703 674487
3x3 - 437995 437995 - 586899 608517
3x4 - 408969 408969 - 540219 562057
4x4 388309 388309 388309 468849 521642 530459
5x5 369666 369666 369666 451856 463692 499083
6 a
no
s
3x2 512608 512608 512608 639852 652755 664594
3x3 - 451539 451539 - 574684 595999
3x4 - 423545 423545 - 529527 551493
4x4 404176 404176 404176 471255 505786 518322
5x5 385283 385283 385283 451891 465242 486598
7 a
no
s
3x2 527155 527155 527155 637832 646772 652303
3x3 - 465086 465086 - 573035 590806
3x4 - 436693 436693 - 530595 549673
4x4 416824 416824 416824 477086 507776 518871
5x5 398191 398191 398191 458394 470202 489495
47
O custo no espaccedilamento 5x5 m foi semelhante ao encontrado por Silva
et al (2004) para a implantaccedilatildeo de 1 ha de eucalipto na regiatildeo de Brasiacutelia
quando os valores foram corrigidos para o mesmo periacuteodo demonstrando
semelhanccedila na implantaccedilatildeo das duas culturas
Nos povoamentos analisados natildeo houve diferenccedilas nos custos para
implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo nos plantios com classes de produtividade distintas
os quais objetivavam a produccedilatildeo de volume comercial Em contrapartida
houve o acreacutescimo de gastos a medida em que se reduziu os espaccedilamentos
de plantio ou seja quanto menor a aacuterea ocupada por plantas maiores os
gastos com alinhamento marcaccedilatildeo de covas coveamento plantio e adubaccedilatildeo
Em relaccedilatildeo ao volume de lacircminas ocorreu a distinccedilatildeo dos custos entre
classes de produtividade uma vez que os custos com colheita e transporte
estatildeo relacionados com o volume colhido Assim em classes de produtividade
alta e menor espaccedilamento de plantio o COE foi superior em comparaccedilatildeo aos
outros povoamentos analisados
Como observado aos 5 anos natildeo houve diferenccedila no COE
independente da classe de produtividade nos povoamentos em que satildeo
mensurados o volume comercial de madeira Isso foi reflexo da quantidade de
plantas inseridas no local que no plantio foram invariaacuteveis independente da
qualidade do terreno O mesmo foi notado quando se estimou os custos para
exploraccedilatildeo de madeira aos 7 anos
A reduccedilatildeo no COE da produccedilatildeo de lacircminas com o aumento da idade
de exploraccedilatildeo eacute explicado pela reduccedilatildeo ocorrida no volume de madeira
causado pela mortalidade das plantas como observado no trabalho de Silva et
al (2013) Assim diminuem-se proporcionalmente os custos com colheita
transporte e outras atividades de manutenccedilatildeo
322 Custo operacional total ndash COT
O custo operacional total envolveu o COE e a matildeo-de-obra familiar
considerada aqui como o custo de administraccedilatildeo ou seja os proprietaacuterios dos
48
povoamentos eram os responsaacuteveis pela administraccedilatildeo dos plantios A
participaccedilatildeo do COT pode ser observada na Tabela 4
O custo da matildeo-de-obra foi considerado como um custo operacional
efetivo pois natildeo houve somente um gasto mas um desembolso ou seja uma
saiacuteda de caixa Jaacute a matildeo-de-obra familiar eacute parte do custo de produccedilatildeo pois
consistiu em uma alocaccedilatildeo de recurso produtivo (matildeo-de-obra) para a geraccedilatildeo
do produto (madeira) representando cerca de 10 dos custos de produccedilatildeo
Observando a tabela 4 pode-se notar que o maior custo de
administraccedilatildeo foi obtido para o espaccedilamento 3x2 m quando o objetivo era a
laminaccedilatildeo com custo de aproximadamente R$67450 Jaacute o espaccedilamento 5x5
m com objetivo de venda da floresta em peacute obteve o menor custo com
aproximadamente R$37000 por hectare
Resultados semelhantes foram encontrados para a produccedilatildeo de
madeira aos 6 anos Os menores custos de administraccedilatildeo estatildeo relacionados
aos menores custo de implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo dos povoamentos Aos 6 anos
o custo de administraccedilatildeo no espaccedilamento 5x5 m em classe de produtividade
alta com o objetivo de produccedilatildeo de lacircminas foi de aproximadamente R$48660
e R$38528 quando se objetivou a venda da madeira em peacute
Os custos de administraccedilatildeo tambeacutem foram reduzidos a medida em que
se aumentou o tempo para exploraccedilatildeo dos povoamentos devido a reduccedilatildeo do
volume por hectare sendo outro indicio de que esta espeacutecie deve ser
explorada logo aos 5 anos apoacutes o plantio
49
Tabela 4 Custo Operacional Total (COT) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006
Idade Espaccedilamento
(m)
COT do volume comercial (R$ha) COT do volume de lacircminas (R$ha)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 551811 551811 551811 713832 734473 741936
3x3 - 481795 481795 - 645589 669368
3x4 - 449865 449865 - 594241 618263
4x4 427140 427140 427140 515733 573807 583505
5x5 406633 406633 406633 497042 510062 548991
6 a
no
s
3x2 563869 563869 563869 703837 718031 731053
3x3 - 496693 496693 - 632152 655599
3x4 - 465900 465900 - 582479 606642
4x4 444594 444594 444594 518380 556365 570155
5x5 423812 423812 423812 497080 511767 535258
7 a
no
s
3x2 579871 579871 579871 701615 711449 717534
3x3 - 511595 511595 - 630338 649886
3x4 - 480362 480362 - 583655 604641
4x4 458507 458507 458507 524794 558554 570758
5x5 438010 438010 438010 504233 517223 538444
50
323 Custo total ndash CT
O custo total foi obtido pelo COT acrescido da remuneraccedilatildeo paga ao
capital investido e ao custo da Terra (TABELA 5)
Apoacutes contabilizados todos os custos foi possiacutevel inferir que para o
volume comercial em espaccedilamentos mais adensados o custo total foi 2294
maior do que nos plantios mais espaccedilados independente da classe de
produtividade Jaacute em povoamentos onde o objetivo do plantio era a venda de
lacircminas ocorreu uma variaccedilatildeo nos custos em fator da classe de produtividade
e espaccedilamento de plantio
A venda da madeira aos 6 anos culminou em um acreacutescimo de 67 a
86 em comparaccedilatildeo com os mesmos povoamentos sendo explorados aos 5
anos Para a produccedilatildeo de lacircminas o aumento dos custos foi menos
expressivo No espaccedilamento 3x2 m em classe de produtividade baixa o
aumento foi de 34
A exploraccedilatildeo de povoamentos aos 7 anos foi 1347 a 1596 maior
em relaccedilatildeo a exploraccedilatildeo aos 5 anos e 726 a 801 para 6 anos Estes
nuacutemeros confirmam que os custos tecircm crescido proporcionalmente com o
passar do tempo
Os custos com a remuneraccedilatildeo do capital investido e pelo uso da terra
correspondem em meacutedia a 24 dos custos totais de produccedilatildeo Poreacutem a
maioria dos produtores rurais deixam de contabilizar estes custos por se tratar
do pagamento pelo uso dos bens que ele jaacute possui (capital e terra) resultando
em valores de produccedilatildeo abaixo do que realmente deve ser computado
Comparando a produccedilatildeo de paricaacute e Teca no espaccedilamento 3x2 m
utilizando a mesma metodologia de custos observa-se que o custo total para
cultivo da Teca eacute de aproximadamente R$1080309 valor muito proacuteximo ao
observado para o plantio de paricaacute (SANGUINO 2009)
51
Tabela 5 Custo Total (CT) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006
Idade Espaccedilamento
(m)
CT do volume comercial (R$ha) CT do volume de lacircminas (R$ha)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 730146 730146 730146 917076 940890 949501
3x3 - 649366 649366 - 838341 865776
3x4 - 612527 612527 - 779099 806814
4x4 586308 586308 586308 688522 755523 766713
5x5 562648 562648 562648 666957 681978 726892
6 a
no
s
3x2 782537 782537 782537 949133 966026 981526
3x3 - 702582 702582 - 863811 891718
3x4 - 665930 665930 - 804688 833447
4x4 640572 640572 640572 728395 773606 790019
5x5 615836 615836 615836 703043 720523 748483
7 a
no
s
3x2 843816 843816 843816 99343 100552 101299
3x3 - 759911 759911 - 905837 92986
3x4 - 721528 721528 - 848467 874257
4x4 694669 694669 694669 776132 81762 832618
5x5 669481 669481 669481 750864 766827 792907
52
De maneira geral os custos mais expressivos satildeo referentes agrave manutenccedilatildeo
dos plantios independente do espaccedilamento adotado (Figura 3) Isso eacute
consequecircncia do maior nuacutemero de atividades desenvolvidas durante este periacuteodo
que variam desde o controle de formigas agrave manutenccedilatildeo de estradas
Figura 3 Custos totais da produccedilatildeo de paricaacute sob diferentes espaccedilamentos na regiatildeo de Paragominas PA
Nota-se no entanto que quanto maior o espaccedilamento de plantio utilizado
maiores satildeo os custos de manutenccedilatildeo por hectare Como haacute menor quantidade de
aacutervores por hectare a presenccedila de plantas invasoras eacute mais acentuada
aumentando os custos para seu controle Em contrapartida os custos por hectare
53
com adubaccedilatildeo plantio colheita e transporte diminuem jaacute que o nuacutemero de aacutervores
na aacuterea eacute reduzido
Deve-se ressaltar ainda que estes custos podem variar de acordo com a
classe de produtividade a idade em que vatildeo ser explorados os povoamentos e os
tipos de atividades empregadas que podem variar de acordo com o produtor e a
regiatildeo
54
4 CONCLUSOtildeES
O custo operacional efetivo representou em meacutedia 65 dos custos totais de
produccedilatildeo sendo o transporte o custo individual mais expressivo em todos os
espaccedilamentos analisados Jaacute a manutenccedilatildeo foi o conjunto de atividades mais
significativo nos povoamentos devido ao nuacutemero e ao longo periacuteodo para execuccedilatildeo
das atividades
Os custos totais de produccedilatildeo foram superiores em espaccedilamentos menores
independentemente da remuneraccedilatildeo ou natildeo pelo uso dos capitais permanente e
circulante
A diferenccedila nos custos entre espaccedilamentos extremos 3x2 m e 5x5 m eacute
justificada pelo maior volume de matildeo-de-obra e insumos necessaacuterios para execuccedilatildeo
das atividades em locais com maior nuacutemero de plantas por hectare
55
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE FLORESTAS PLANTADAS ndash ABRAF Anuaacuterio Estatiacutestico da ABRAF 2013 Ano base 2012 Brasiacutelia ABRAF 2013 148p Disponiacutevel em lthttpwwwabraflororgbrestatisticasABRAF13ABRAF13BR pdfgt Acesso em 19 Ago 2013 BALLONI E A SIMOtildeES J W O espaccedilamento de plantio e suas implicaccedilotildees silviculturais IPEF Piracicaba v1 n 3 p 1-16 Set 1980 (Seacuterie Teacutecnica) CAMPOS J C C LEITE H G Mensuraccedilatildeo florestal perguntas e respostas Viccedilosa UFV 2002 407p
CARVALHO P E R Paricaacute (Schizolobium amazonicum) Colombo Embrapa Florestas 2007 8p (Circular Teacutecnica 142)
COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO ndash CONAB Custo de produccedilatildeo agriacutecola a metodologia da Conab Brasiacutelia Conab 2010 60p HOFFMANN R G Caracterizaccedilatildeo dendromeacutetrica e avaliaccedilatildeo do rendimento em laminaccedilatildeo de madeira em plantios de paricaacute (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) na regiatildeo de Paragominas PA 2009 (97f) Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias Florestais) ndash Universidade Federal do Espiacuterito Santo Jerocircnimo Monteiro ES 2009 IBGE Paraacute Dom Eliseu 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwibgegovbrcidadesat xtrasperfilphpcodmun =150293gt Acesso em 12 Ago 2013b IBGE Paraacute Paragominas 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwibgegovbrcidadesat xtrasperfilphpcodmun= 150550ampsearch=para|paragominasgt Acesso em 12 Ago 2013a MACEDO R L G GOMES J E VENTURIN N SALGADO B G Desenvolvimento inicial de Tectona grandis LF (teca) em diferentes espaccedilamentos no municiacutepio de Paracatu MG Cerne Lavras v 11 n 1 p 61-69 janmar 2005 MATSUNAGA M et al Metodologia de custo de produccedilatildeo utilizada pelo IEA Agricultura em Satildeo Paulo Satildeo Paulo v 23 p 123-139 1976 MORALES C A S ALBUQUERQUE J A ALMEIDA J A MARANGONI J M STAHL J CHAVES D M Qualidade do solo e produtividade de Pinus taeda no planalto catarinense Ciecircncia Florestal Vol 20 No 4 Oct-Dec 2010 pp 629-640 OLIVEIRA M L R LEITE H G NOGUEIRA G S GARCIA S L R SOUZA A L Classificaccedilatildeo da capacidade produtiva de povoamentos natildeo desbastados de clones de eucalipto Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v43 n11 p1559-1567 nov 2008 PREFEITURA MUNICIPAL DE PARAGOMINAS O lago verde Paragominas 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwparagominaspagovbrgt Acesso em 23 Maio 2013
56
PREFEITURA MUNICIPAL DE DOM ELISEU O municiacutepio Dom Eliseu 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwdomeliseupagovbrgt Acesso em 23 Maio 2013 SANGUINO A C Custos de implantaccedilatildeo e rentabilidade econocircmica de povoamentos florestais com teca no estado do Paraacute Ciecircncias Agraacuterias Beleacutem n 52 p 61-78 juldez 2009 SILVA G F GEZAN S A SOARES C P B ZANETI L Z Modeling growth and yield of Schizolobium amazonicum under different spacings International Journal of Forestry Research v 2013 (2013) 10 p SILVA K R MINETTI L J FIEDLER N C VENTUROLI F MACHADO E G B SOUZA A P Custos e rendimentos operacionais de um plantio de eucalipto em regiatildeo de cerrado Aacutervore Viccedilosa-MG v28 n3 p 361-366 2004
57
CAPIacuteTULO 2
ANAacuteLISE ECONOcircMICA DA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA DE PARICAacute
RESUMO
As exigecircncias atuais de mercado aliadas agraves alternativas de investimento expressam
a necessidade de avaliaccedilatildeo econocircmica de projetos florestais Essa avaliaccedilatildeo
contribui com a escolha da melhor estrateacutegia de produccedilatildeo a fim de tornar os
produtos florestais brasileiros competitivos no mercado externo Por isso objetivou-
se neste trabalho analisar a viabilidade econocircmica de povoamentos de paricaacute sob
diferentes espaccedilamentos aleacutem de determinar economicamente a melhor forma de
plantio para produccedilatildeo de madeira Estes povoamentos foram implantados na regiatildeo
de Paragominas PA em 2006 sob os espaccedilamentos 3x2 3x3 3x4 4x4 e 5x5 m
divididos em trecircs classes de produtividade A produccedilatildeo foi entatildeo estimada para as
idades de 5 6 e 7 anos por meio de equaccedilotildees de crescimento e produccedilatildeo Os
custos do plantio agrave colheita foram disponibilizados por produtores rurais e
empresaacuterios da regiatildeo assim como o valor de venda de lacircminas A partir da
obtenccedilatildeo dos custos e receitas fez-se a anaacutelise econocircmica dos projetos Para tanto
foram utilizados os iacutendices econocircmicos e o criteacuterio do benefiacutecio perioacutedico equivalente
(BPE) como formas de avaliaccedilatildeo considerando-se a taxa de desconto de 6 como
a taxa miacutenima de atratividade Apoacutes a anaacutelise dos iacutendices e criteacuterio de avaliaccedilatildeo
econocircmica pode-se concluir que o espaccedilamento 3x3 m em classe de produtividade
alta com corte aos 5 anos foi o mais indicado pois gera o maior retorno financeiro
Para os maiores espaccedilamentos estudos ainda devem ser desenvolvidos mas
acredita-se que eles sejam alternativas financeiras viaacuteveis
Palavras-chave Criteacuterios de avaliaccedilatildeo espaccedilamentos de plantio iacutendices
econocircmicos retorno financeiro
58
CHAPTER 2
ECONOMIC ANALYSIS OF PRODUCTION PARICAacute
ABSTRACT
The current market demands combined with investment alternatives express the
need for economic evaluation of forestry projects This assessment contributes to the
choice of the best production strategy in order to make the Brazilian forest products
competitive in foreign markets Therefore this study aimed to analyze the economic
feasibility of stands of paricaacute under different spacings and economically determine
the best planting for timber production These settlements were established in the
region of Paragominas PA in 2006 under the spacings 3x2 3x3 3x4 4x4 and 5x5
m divided into three classes productivity The production was then estimated for
ages 5 6 and 7 years through equations of growth and production Costs from
planting to harvest were provided by farmers and entrepreneurs in the region as well
as the value of sales of blades From procurement costs and revenues became the
economic analysis of projects For both economic indicators and criteria periodic
benefit equivalent (BPE) as forms of assessment considering the discount rate of 6
as the hurdle rate were used After analyzing the indexes and economic evaluation
criteria it can be concluded that the spacing 3x3 m in class high productivity with cut
to 5 years was the most suitable because it generates the greatest financial return
For the larger spacings studies have yet to be developed but it is believed that they
are viable alternatives financial
Keywords Evaluation criteria planting space economic indicators financial return
59
1 INTRODUCcedilAtildeO
A implantaccedilatildeo da lei dos incentivos fiscais na deacutecada de 60 motivou o plantio
de florestas para ampliar a base florestal do Paiacutes e captar recursos para o
desenvolvimento do setor (MELLO et al 2005) Esses estiacutemulos baseavam-se na
expansatildeo florestal desconsiderando a qualidade da madeira
Nos dias atuais diante das exigecircncias de mercado da competiccedilatildeo com
outros paiacuteses e das pressotildees relacionadas ao meio ambiente o Brasil tem investido
natildeo somente em produccedilatildeo mais tambeacutem em teacutecnicas silviculturais que contribuam
com a qualidade final dos produtos aleacutem de teacutecnicas que reduzam os custos
envolvidos no processo produtivo Essas metas tecircm sido alcanccediladas por meio do
planejamento dos investimentos
Para realizar um investimento eacute necessaacuterio primeiramente organizar
formalmente os objetivos por meio de um projeto relacionando os meios de que se
dispotildee para alcanccedilaacute-los Posteriormente deve-se analisar o mercado potencial do
produto a fim de obter informaccedilotildees sobre os retornos esperados do investimento
comparativamente agraves alternativas disponiacuteveis eou viaacuteveis Assim com o
planejamento adequado das atividades eacute possiacutevel identificar as exigecircncias atuais de
mercado os caminhos a serem seguidos para entatildeo construir um referencial futuro
o qual identificaraacute a viabilidade ou natildeo da implantaccedilatildeo do projeto ao qual o
planejamento se destina (REZENDE OLIVEIRA 2008)
Para implantaccedilatildeo de um projeto aleacutem de se conhecer o horizonte de
planejamento que eacute o periacuteodo estimado durante o qual o empreendimento em
anaacutelise iraacute operar faz-se necessaacuterios tambeacutem testar a sua viabilidade teacutecnica
econocircmica financeira social ambiental e poliacutetica O teste da viabilidade econocircmica
eacute considerado o mais importante entre os paracircmetros de avaliaccedilatildeo pois consiste em
verificar se no projeto as receitas superam os custos Caso isso natildeo ocorra diz-se
que o projeto eacute insustentaacutevel desde a sua implantaccedilatildeo (FARO 1979 CHICHORRO
et al 2010)
Na avaliaccedilatildeo econocircmica para decisatildeo de que o projeto deve ou natildeo ser
implementado satildeo usadas teacutecnicas e criteacuterios de anaacutelise que comparam os custos e
as receitas inerentes ao projeto A anaacutelise de projetos consiste entatildeo na verificaccedilatildeo
60
de que determinada atividade eacute lucrativa ou natildeo considerando-se um horizonte de
planejamento (REZENDE OLIVEIRA 2008)
Existem vaacuterios meacutetodos de seleccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de projetos de
investimentos Geralmente recorre-se a meacutetodos que consideram principalmente as
atividades a serem executadas os periacuteodos de execuccedilatildeo e seus respectivos custos
os produtos e o periacuteodo de tempo que levaratildeo para serem produzidos seus preccedilos
e receitas ou seja o fluxo de caixa (CHICHORRO et al 2010)
Os meacutetodos de avaliaccedilatildeo econocircmica podem entatildeo ser divididos em dois
grupos principais O primeiro grupo compreende aqueles em que natildeo se considera a
variaccedilatildeo do capital no tempo sendo indicados para horizontes de planejamentos
muito curtos onde natildeo haacute inflaccedilatildeo Jaacute o segundo grupo considera a variaccedilatildeo do
capital no tempo podendo-se citar o valor presente liacutequido (VPL) e o benefiacutecio
perioacutedico equivalente (BPE) como exemplos (SILVA et al 2005)
A variaccedilatildeo do capital ocorre devido agrave remuneraccedilatildeo paga ao seu uso por
determinado tempo ou seja os juros Assim no final do prazo estipulado natildeo
haveraacute somente a quantia emprestada mais tambeacutem um acreacutescimo que
corresponde ao custo de oportunidade do uso do capital durante o periacuteodo de
empreacutestimo O valor a ser pago no final do periacuteodo dependeraacute da taxa de juros
correspondente a unidade de tempo considerada A Conab utiliza o percentual de
6 ao ano como a taxa de retorno para a remuneraccedilatildeo dos investimentos feitos pelo
produtor como se o capital fosse aplicado em outro investimento alternativo
(OLIVEIRA REZENDE 2004 CONAB 2010)
Tendo em vista este contexto objetivou-se neste trabalho analisar a
viabilidade econocircmica de povoamentos de paricaacute sob diferentes espaccedilamentos e
determinar economicamente o melhor espaccedilamento de plantio para produccedilatildeo de
madeira
61
2 MATERIAL E MEacuteTODOS
21 OBTENCcedilAtildeO DAS RECEITAS
A partir da estimativa dos volumes comercial (VTHA msup3ha) e de lacircminas
(VCHA m3ha) nos diferentes espaccedilamentos de plantio em diferentes
idades e classes produtivas tal como proposto no capiacutetulo 1 foram contraiacutedas as
receitas Os volumes comercial e de lacircminas estimados foram multiplicados pelo valor
meacutedio de venda disponiacutevel no boletim informativo de preccedilos disponibilizado pela
Coordenadoria Executiva da Administraccedilatildeo Tributaacuteria ndash CERAT do Estado do Paraacute
2013 Obteve-se assim a receita para cada espaccedilamento analisado
22 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS
Como se trata de projetos de investimento com a finalidade de obtenccedilatildeo de
madeira foram propostos trecircs horizontes de planejamento para os povoamentos de
paricaacute Esses horizontes se referiram ao periacuteodo de tempo que estes projetos foram
avaliados correspondendo a 5 6 e 7 anos entre a implantaccedilatildeo e colheita
Sabendo-se que eacute necessaacuterio reajustar os valores investidos durante o
periacuteodo de execuccedilatildeo do projeto utilizou-se uma taxa de desconto de 6 ao ano
como forma de remuneraccedilatildeo do capital investido considerando a caderneta de
poupanccedila como sendo o melhor investimento alternativo (OLIVEIRA REZENDE
2004) A inflaccedilatildeo identificada no periacuteodo foi obtida por meio do uso do Iacutendice Geral
de Preccedilos - Disponibilidade Interna (IGP-DI) o qual mede a variaccedilatildeo de preccedilos no
mercado A descapitalizaccedilatildeo foi realizada de acordo com a metodologia descrita no
capiacutetulo 1
Para anaacutelise da viabilidade econocircmica do projeto identificaram-se as
variaccedilotildees do capital no tempo Assim em relaccedilatildeo agrave classificaccedilatildeo do projeto de
investimento este foi considerado convencional ou seja ocorreu apenas uma
mudanccedila de sinal em seu fluxo de caixa satisfazendo as seguintes condiccedilotildees
62
119862119900 lt 0
119883119895 le 0 119901119886119903119886 119895 = 1 hellip 119896
119883119895 ge 0 119901119886119903119886 119895 = 119896 + 1 hellip 119899 119890
sum 119883119895
119899
119895=119896+1
gt sum 119883119895
119896
119895=0
Em que
Co = custo inicial (R$)
k = periacuteodo de tempo a partir do qual as receitas passaram a ser positivas
Xj = receita liacutequida de cada periacuteodo j e
n = duraccedilatildeo do projeto (anos)
Depois de identificado o tipo de projeto e tendo todos os custos jaacute calculados
no capiacutetulo 1 procedeu-se a anaacutelise econocircmica dos projetos por meio da avaliaccedilatildeo
dos iacutendices econocircmicos e do benefiacutecio perioacutedico equivalente (BPE)
23 IacuteNDICES ECONOcircMICOS DA PRODUCcedilAtildeO
Para verificar a rentabilidade do sistema produtivo os seguintes iacutendices
econocircmicos de produccedilatildeo foram utilizados
a) Renda bruta (RB)
119877119861 = 119876 times P Eq1
b) Margem bruta (MB)
119872119861 = 119877119861 minus 119862119874119864 Eq 2
c) Margem liacutequida (ML)
119872119871 = 119877119861 minus 119862119874119879 Eq 3
d) Lucro (L)
119871 = 119877119861 minus 119862119879 Eq 4
63
e) Lucratividade (Lc)
119871119888 =119871
119877119861 Eq 5
f) Iacutendice de rentabilidade (IR)
119868119877 =119872119871
119862 Eq 6
Em que
119877119861 = renda bruta (R$)
119876 = quantidade de produto vendido (un)
119875 = preccedilo unitaacuterio dos produtos (R$)
119872119861 = margem bruta (R$)
119862119874119864 = custo operacional efetivo (R$)
119872119871 = margem liacutequida (R$)
119862119874119879 = custo operacional total (R$)
119871 = lucro (R$)
119862119879 = custo total (R$)
119871119888 = lucratividade ()
119868119877 = iacutendice de rentabilidade () e
119862 = capital empatado (R$) referente ao somatoacuterio do custo fixo e circulante meacutedio
podendo-se considerar ou natildeo o custo da terra
24 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DOS PROJETOS
241 Benefiacutecio perioacutedico equivalente (BPE)
Para avaliaccedilatildeo da viabilidade econocircmica por meio do BPE a seguinte
foacutermula foi utilizada
119861119875119864 =119881119875119871[(1 + 119894)119905](1 + 119894)119899119905
(1 + 119894)119899119905 minus 1 Eq 7
64
Em que
n = duraccedilatildeo do projeto (anos)
t = nuacutemero de periacuteodos de capitalizaccedilatildeo
i = taxa de desconto e
VPL = valor presente liacutequido
O VPL foi obtido pela foacutermula
119881119875119871 = sum 119877119895
119899
119895=0
(1 + 119894)minus119895 minus sum 119862119895
119899
119895=0
(1 + 119894)minus119895
Eq 8
Em que
i = taxa de desconto (juros)
j = periacuteodo em que a receita ou o custo ocorreram
n = duraccedilatildeo do projeto (anos)
Rj = receita no final do ano j ou do periacuteodo de tempo e
Cj = custo no final do ano j ou do periacuteodo de tempo considerado
O BPE permite a comparaccedilatildeo de projetos com diferentes horizontes de
planejamento pois os custos jaacute estatildeo distribuiacutedos por unidade de tempo estando
impliacutecitas as diferenccedilas de horizontes Como o desconto dos fluxos de caixa foi
estimado a partir da ldquodata presenterdquo ou seja no periacuteodo de implantaccedilatildeo do projeto
estes foram comparados quando as consequecircncias monetaacuterias estavam em um
ponto comum do tempo
65
3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
31 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA VENDA DE MADEIRA EM PEacute
A renda bruta foi estimada por meio da multiplicaccedilatildeo do volume comercial e
comercial por hectare e o preccedilo pago por cada unidade agrave qual se admitiu um valor
miacutenimo de R$5370 msup3 para venda de ldquomadeira em peacuterdquo ou seja madeira natildeo
explorada e R$45156 msup3 a venda de lacircminas de paricaacute
Identicamente aos custos as receitas foram deflacionadas e
descapitalizadas para o ano 0 a fim de possibilitar a comparaccedilatildeo entre os valores
gastos e recebidos com essa praacutetica de produccedilatildeo A renda bruta obtida com a venda
de madeira de paricaacute pode ser observada na Tabela 1
Tabela 1 Renda bruta (RB) obtida com a produccedilatildeo de madeira de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA sem considerar o custo de laminaccedilatildeo
Idade Espaccedil
(m)
VTHA (R$ha) VCHA (R$ha)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 379731 433109 452408 1109193 1349221 1557365
3x3 - 362619 424113 - 1212472 1509318
3x4 - 311840 373961 - 1077399 1379067
4x4 166887 317064 342144 550865 1122453 1272564
5x5 172002 205671 306342 627806 811406 1226000
6 a
no
s
3x2 355004 394611 431419 1056449 1261369 1508350
3x3 - 341749 408022 - 1163130 1470243
3x4 - 288386 356682 - 1020754 1335360
4x4 167940 274794 313771 556167 1012394 1196711
5x5 166477 207478 273875 613368 817994 1133134
7 a
no
s
3x2 334925 365156 383863 1012137 1191106 1382874
3x3 - 325700 385794 - 1122613 1410651
3x4 - 278203 342718 - 993941 1296571
4x4 164441 268225 305743 547531 994496 1174049
5x5 164242 204174 269414 607295 808354 1119474
Em que Espaccedil = espaccedilamento (m) VTHA = volume comercial por hectare (msup3ha) e VCHA = volume de lacircminas por hectare (msup3ha)
66
A ausecircncia de valores na classe de produtividade baixa nos espaccedilamentos
3x3 e 3x4 m eacute proveniente da inesistecircncia de povoamentos nestas condiccedilotildees de
terreno Como se tratam de plantios independentes a falta de informaccedilotildees nestes
ambientes natildeo prejudicamalteram os resultados nas outras aacutereas em estudo
Observando a Tabela 1 eacute perceptiacutevel a diferenccedila entre a renda bruta obtida
com a venda de madeira em peacute e a explorada Para siacutetios de baixa produtividade e
com corte aos 5 anos a diferenccedila entre a venda de lacircminas e madeira em peacute foi de
aproximadamente R$729000 Esta diferenccedila ocorreu porque o custo de laminaccedilatildeo
natildeo foi contabilizado por falta de informaccedilotildees sobre o processo produtivo
Natildeo existem estudos que indiquem os custos reais de laminaccedilatildeo de paricaacute
proveniente de reflorestamento e quais as atividades necessaacuterias para transformar o
torete de madeira em lacircminas de forma eficiente e com boa qualidade
A renda resultante da venda de ldquomadeira em peacuterdquo em espaccedilamentos
menores como o 3x2 m superam os mais espaccedilados como o 4x4 e 5x5 m com
receita duas vezes maior quando comparados os espaccedilamentos 3x2 e 5x5 m Esta
tendecircncia ocorre entre classes de produtividade e tambeacutem entre idades distintas
Com o aumento da idade de corte houve diminuiccedilatildeo nas receitas em todos
os espaccedilamentos pois o volume de madeira foi reduzido Isso ocorre como jaacute citado
anteriormente provavelmente devido ao autodesbaste das plantas caracteriacutestico da
espeacutecie Entretanto os custos tambeacutem sofreram reduccedilatildeo devido ao menor nuacutemero
de plantas por hectare e esta relaccedilatildeo deve ser analisada
O comportamento da renda bruta em relaccedilatildeo a madeira explorada segue a
mesma tendecircncia citada acima ou seja o menor espaccedilamento no melhor siacutetio
produtivo aos 5 anos eacute o que indica ser o mais viaacutevel Todavia deve-se interagir
custos e receitas para se inferir sobre o espaccedilamento mais adequado para se obter
a maior lucratividade
Na Tabela 2 eacute possiacutevel observar os iacutendices em siacutetios com classe de
produtividade baixa para a venda de lacircminas de paricaacute
67
Tabela 2 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute para venda preacute-corte em classe de produtividade baixa (17 ndash 19 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
5 a
no
s
MB -121915 - - -221422 -197665
ML -172080 - - -260253 -234631
L -256915 - - -325921 -297147
L (t) -350415 - - -419421 -390647
Luc -068 - - -195 -173
Lucr (t) -092 - - -251 -227
IR -047 - - -085 -079
IR (t) -038 - - -065 -060
6 a
no
s
MB -157604 - - -236236 -218806
ML -208865 - - -276654 -257335
L -316133 - - -361232 -337959
L (t) -427533 - - -472632 -449359
Luc -089 - - -215 -203
Lucr (t) -120 - - -281 -270
IR -056 - - -088 -084
IR (t) -043 - - -065 -062
7 a
no
s
MB -192230 - - -244377 -225943
ML -244145 - - -285258 -264961
L -376891 - - -388205 -363216
L (t) -508091 - - -519405 -494416
Luc -113 - - -236 -221
Lucr (t) -152 - - -316 -301
IR -065 - - -090 -086
IR (t) -048 - - -064 -060
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
Na Tabela 2 eacute possiacutevel observar que sob as condiccedilotildees analisadas nenhum
espaccedilamento eacute viaacutevel economicamente Jaacute o comportamento dos iacutendices financeiros
em classe de produtividade meacutedia pode ser observado na Tabela 3
68
Tabela 3 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute para venda preacute-corte em classe de produtividade meacutedia (19 ndash 21 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
5 a
no
s
MB -68537 -75377 -97128 -71245 -163995
ML -118702 -119176 -138025 -110076 -200962
L -203537 -193247 -207187 -175744 -263477
L (t) -297037 -286747 -300687 -269244 -356977
Luc -047 -053 -066 -055 -128
Lucr (t) -069 -079 -096 -085 -174
IR -033 -036 -043 -036 -067
IR (t) -026 -028 -034 -027 -051
6 a
no
s
MB -117998 -109790 -135159 -129382 -177806
ML -169258 -154944 -177514 -169800 -216334
L -276527 -249433 -266145 -254378 -296958
L (t) -387927 -360833 -377545 -365778 -408358
Luc -070 -073 -092 -093 -143
Lucr (t) -098 -106 -131 -133 -197
IR -046 -046 -055 -054 -071
IR (t) -035 -034 -041 -040 -052
7 a
no
s
MB -161999 -131381 -150483 -140593 -186011
ML -213914 -177089 -193352 -181475 -225030
L -346659 -292189 -301302 -284422 -323284
L (t) -477859 -423389 -432502 -415622 -454484
Luc -095 -090 -108 -106 -158
Lucr (t) -131 -130 -155 -155 -223
IR -057 -052 -059 -057 -073
IR (t) -042 -037 -042 -040 -051
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
Os prejuiacutezos obtidos nestas condiccedilotildees do terreno satildeo menores quando
comparados com siacutetios de produtividade baixa O mesmo comportamento tambeacutem
foi observado para siacutetios de classe de produtividade alta como indicado na Tabela
4
69
Tabela 4 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute pra venda preacute-corte em classe de produtividade alta (21 ndash 24 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
5 a
no
s
MB -49238 -13882 -35007 -46165 -63324
ML -99403 -57682 -75904 -84996 -100291
L -184238 -131752 -145066 -150664 -162806
L (t) -277738 -225252 -238566 -244164 -256306
Luc -041 -031 -039 -044 -053
Lucr (t) -061 -053 -064 -071 -084
IR -027 -017 -024 -028 -034
IR (t) -022 -014 -018 -021 -026
6 a
no
s
MB -81189 -43517 -66863 -90406 -111408
ML -132450 -88671 -109217 -130823 -149937
L -239718 -183160 -197848 -215401 -230561
L (t) -351118 -294560 -309248 -326801 -341961
Luc -056 -045 -055 -069 -084
Lucr (t) -081 -072 -087 -104 -125
IR -036 -026 -034 -041 -049
IR (t) -028 -020 -025 -031 -036
7 a
no
s
MB -143292 -71287 -85969 -103075 -120771
ML -195207 -116995 -128837 -143956 -159790
L -327953 -232094 -236787 -246903 -258044
L (t) -459153 -363294 -367987 -378103 -389244
Luc -085 -060 -069 -081 -096
Lucr (t) -120 -094 -107 -124 -144
IR -052 -034 -039 -045 -052
IR (t) -038 -025 -028 -032 -036
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
A inviabilidade econocircmica observada nas trecircs condiccedilotildees produtivas podem
ter sido provenientes do baixo valor de mercado praticado na regiatildeo
Apoacutes o pagamento de todos os desembolsos efetivos restou o deacutebito de R$-
13882 para o espaccedilamento 3x3 m Esta quantia jaacute pode ser considerada como
70
prejuiacutezo do investimento mesmo sem ser contabilizados o pagamento da matildeo de
obra familiar (administraccedilatildeo) e os custos de oportunidade do capital
O menor valor resultante para o espaccedilamento 5x5 m se deve ao fato de
existirem atividades iguais aos outros espaccedilamentos que estatildeo sendo executas em
tempo maior que dos outros povoamentos aumentando assim o custo de produccedilatildeo
Jaacute os resultados encontrados para o espaccedilamento 3x3 m em classe de
produtividade alta satildeo atribuiacutedos agrave eficiecircncia das operaccedilotildees de manutenccedilatildeo dos
plantios principalmente pelo controle de plantas daninhas
Depois do pagamento de todos os desembolsos efetivos foi admitida a
remuneraccedilatildeo da matildeo de obra familiar em virtude da administraccedilatildeo das aacutereas de
plantio sendo proporcional aos custos de produccedilatildeo de paricaacute A margem liacutequida
negativa indica que o empreendimento eacute economicamente inviaacutevel O valor admitido
por este iacutendice se positivo natildeo seria o lucro gerado pois ainda natildeo foi descontado
o custo de oportunidade do capital investido
Para todos os povoamentos analisados houve lucro negativo principalmente
quando foi considerada a remuneraccedilatildeo pelo uso da terra Isso significa que o
investimento natildeo foi atrativo financeiramente Este resultado natildeo eacute interessante
economicamente ao produtor e pode trazer consequecircncias ainda piores como falta
de incentivo agrave produccedilatildeo falta de demanda para venda da madeira em idade de corte
e preccedilos ainda menores do que os praticados
Considerando-se o pagamento pelo uso da terra o prejuiacutezo obtido pelo
plantio de paricaacute variou entre 53 e 316 sendo maior quando mais amplo o
espaccedilamento de plantio Desconsiderando o pagamento pelo uso da terra o
prejuiacutezo se tornou menor estando entre 31 e 236
Este iacutendice representa a capacidade da atividade de transformar
investimento em margem liacutequida Assim desconsiderando o pagamento pelo uso da
terra tem-se que para cada real investido obteve-se entre R$-090 e R$-017 de
margem liacutequida sendo mais atrativo o espaccedilamento 3x3 m em classe de
produtividade alta Considerando o custo da terra o valor foi de R$-065 a R$-014
sendo melhor nos menores espaccedilamento de plantio
Deve-se salientar novamente que o valor do msup3 de madeira utilizado nesta
pesquisa eacute proveniente do preccedilo meacutedio praticado pelo CERAT ndash PA Valores
superiores a este encontrados na regiatildeo podem alterar estes resultados tornando
estes povoamentos atrativos financeiramente (quando superiores a R$10000 msup3)
71
32 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA LAMINADA
O comportamento observado foi semelhante ao da madeira vendida em peacute
ou seja os iacutendices financeiros apontaram que a viabilidade econocircmica aos 5 anos
foi superior agraves outras idades de exploraccedilatildeo (Tabela 5)
Tabela 5 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de baixa produtividade (17 ndash 19 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
5 a
no
s
MB 460255 - - 82016 175950
ML 395361 - - 35131 130764
L 285617 - - -44157 54349
L (t) 192117 - - -137657 -39151
Luc 026 - - -008 009
Lucr (t) 017 - - -025 -006
IR 090 - - 010 039
IR (t) 074 - - 008 030
6 a
no
s
MB 416597 - - 84912 161477
ML 352612 - - 37786 116288
L 218717 - - -60828 21725
L (t) 107317 - - -172228 -89675
Luc 021 - - -011 004
Lucr (t) 010 - - -031 -015
IR 081 - - 011 034
IR (t) 065 - - 008 026
7 a
no
s
MB 374305 - - 138713 217110
ML 322390 - - 97831 178092
L 161775 - - -5115 79837
L (t) 30575 - - -136315 -51363
Luc 016 - - -001 013
Lucr (t) 003 - - -025 -008
IR 075 - - 031 058
IR (t) 057 - - 022 041
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
72
Os iacutendices econocircmicos para as classes de produtividade meacutedia e alta
encontram-se nas Tabelas 6 e 7
Tabela 6 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de meacutedia produtividade (19 ndash 21 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
5 a
no
s
MB 681518 625573 537181 600811 347713
ML 614747 566883 483159 548647 301344
L 501830 467631 391801 460430 222928
L (t) 408330 374131 298301 366930 129428
Luc 037 039 036 041 027
Lucr (t) 030 031 028 033 016
IR 137 139 126 147 087
IR (t) 114 113 101 117 069
6 a
no
s
MB 608614 588446 491228 506607 352752
ML 543338 530977 438275 456029 306227
L 406743 410719 327467 350188 208871
L (t) 295343 299319 216067 238788 97471
Luc 032 035 032 035 026
Lucr (t) 023 026 021 024 012
IR 124 133 116 125 089
IR (t) 099 104 090 095 067
7 a
no
s
MB 544335 665533 565255 585678 418169
ML 492420 619825 522386 544796 379151
L 329553 504725 414437 441850 280896
L (t) 198353 373525 283237 310650 149696
Luc 028 045 042 044 035
Lucr (t) 017 033 028 031 019
IR 113 181 159 171 123
IR (t) 087 131 114 121 086
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
73
Tabela 7 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de alta produtividade (21 ndash 24 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5 5
an
os
MB 882878 900802 817010 742105 726917
ML 815429 839950 760805 689059 677009
L 701365 737042 665754 599351 592608
L (t) 607865 643542 572254 505851 499108
Luc 045 049 048 047 048
Lucr (t) 039 043 041 040 041
IR 181 201 193 182 187
IR (t) 150 164 156 146 148
6 a
no
s
MB 843757 874244 783868 678388 646537
ML 777297 814644 728718 626556 597877
L 638225 689925 613313 518092 496052
L (t) 526825 578525 501913 406692 384652
Luc 042 047 046 043 044
Lucr (t) 035 039 038 034 034
IR 174 198 187 168 168
IR (t) 140 156 146 129 128
7 a
no
s
MB 730571 953571 867885 765231 729289
ML 678656 907863 825016 724350 690271
L 514396 792763 717066 621403 592016
L (t) 383196 661563 585866 490203 460816
Luc 037 056 055 053 053
Lucr (t) 028 047 045 042 041
IR 154 266 252 228 224
IR (t) 119 192 180 161 157
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
Contrariamente agrave preacute-colheita a venda de madeira de paricaacute poacutes-colheita
tem demonstrado viabilidade economica para as idade classe de produtividade e
espaccedilamento analisados como observados nos iacutendices a seguir
Apoacutes o pagamento de todos os custos efetivos notou-se uma vantagem no
uso de espaccedilamentos mais adensados Nestes ambientes a margem bruta foi por
74
vezes maior que 40 em relaccedilatildeo aos maiores espaccedilamentos Poreacutem restam ainda
o pagamento pela administraccedilatildeo e uso do capital No entanto verificou-se que a
maioria dos projetos avaliados foram viaacuteveis economicamente pois se obteve
resultados positivos para a madeira laminada
A matildeo-de-obra familiar foi remunerada mantendo-se o montante positivo
Este montante foi utilizado posteriormente como forma de pagamento pelo custo de
oportunidade do capital Observa-se que este iacutendice manteve a tendecircncia de
comportamento semelhante agrave margem bruta exprimindo a viabilidade dos projetos
Lucro negativo soacute foi observado em espaccedilamentos amplos como o 4x4 e
5x5 m em classe de produtividade baixa em todos os anos analisados Isso
significa que o custo de oportunidade do uso do capital natildeo estaacute sendo remunerado
O resultado encontrado eacute consequecircncia de volume insuficiente de lacircminas
para o pagamento do processo produtivo Vale salientar que o processo de
laminaccedilatildeo natildeo foi quantificado
O intervalo de lucratividade sem considerar o pagamento pelo uso da terra
variou de -31 agrave 56 ou seja existem povoamentos que em certas condiccedilotildees
foram inviaacuteveis economicamente como eacute o caso dos espaccedilamentos 4x4 e 5x5 m
em classe de produtividade baixa com exploraccedilatildeo aos 5 anos Outros povoamentos
ao contraacuterio possuem lucratividade de 56 Como exemplo pode-se citar o 3x3 m
aos 7 anos em classe de produtividade alta
Quando se considera o pagamento pelo uso da terra a mesma tendecircncia foi
observada poreacutem a lucratividade foi menor
A capacidade da atividade em transformar o investimento em margem
liacutequida variou entre R$034 e R$266 sendo mais atrativo o espaccedilamento 3x3 m
Considerando o custo da terra o valor corresponde entre R$008 e R$192 sendo
melhor quanto menor o espaccedilamento de plantio
Considerando os valores obtidos nas Tabelas 5 6 e 7 foi possiacutevel inferir
sobre os custos maacuteximos que poderiam ser destinados agrave laminaccedilatildeo para que todas
as despesas fossem pagas obtendo lucratividade zero Na Tabela 8 eacute indicado
quais satildeo estes valores
75
Tabela 8 Valores maacuteximos a serem pagos pela laminaccedilatildeo (R$msup3)
Idade Classe produtiva (m) Espaccedilamentos (m)
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5 5
ano
s Baixa 1184 - - -1930 -533
Meacutedia 2206 2414 2238 2708 1472
Alta 3144 3550 3580 3459 3812
6 a
no
s Baixa 707 - - -2400 -1260
Meacutedia 1751 2049 1753 2033 1099
Alta 2857 3317 3292 3033 3286
7 a
no
s Baixa 131 - - -3253 -2045
Meacutedia 1189 1557 1223 1543 476
Alta 2255 2916 2883 2613 2836
Estas informaccedilotildees satildeo valores meacutedios dos espaccedilamentos para cada classe
de produtividade e idade Como pressupotildee-se que em siacutetio de melhor qualidade haacute
maior renda eacute possiacutevel o pagamento de um valor substancialmente maior do que
em classe de produtividade meacutedia Observa-se ainda a inviabilidade da praacutetica de
laminaccedilatildeo em classe de produtividade baixa independente da idade de corte pois a
receita foi menor que os custos mesmo sem a laminaccedilatildeo Essa consideraccedilatildeo
reforccedila os argumentos de suporte sobre os menores espaccedilamentos serem os mais
apropriados para o plantio de paricaacute
33 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA
331 Benefiacutecio perioacutedico equivalente ndash BPE
Para a taxa de 6 aa em povoamentos natildeo explorados o BPE obtido
variou entre R$-24042 e R$-8005 para os espaccedilamentos 4x4 e 3x3 m
respectivamente (Tabela 9) Isso indica que o espaccedilamento 3x3 m na classe de
produtividade alta com corte aos 5 anos eacute o que resultou no menor prejuiacutezo
financeiro sob estas condiccedilotildees analisadas Jaacute o 4x4 m em classe de produtividade
baixa com corte aos 7 anos foi a pior escolha de investimento
76
Tabela 9 BPE de plantios de paricaacute situados na regiatildeo de Paragominas PA
Idade Espaccedil
(m)
BPE (VTHA) BPE (VCHA)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 -15515 -12312 -11154 17037 30010 41982
3x3 - -11695 -8005 - 27958 44123
3x4 - -12531 -8804 - 23408 39845
4x4 -19655 -10645 -9140 -2749 27526 35861
5x5 -17929 -15909 -9868 3161 13276 35456
6 a
no
s
3x2 -19068 -16692 -14483 13023 24305 38193
3x3 - -15066 -11090 - 24543 41296
3x4 - -16069 -11971 - 19548 36699
4x4 -21774 -15363 -13024 -3750 20911 30986
5x5 -20378 -17917 -13934 1204 12432 29663
7 a
no
s
3x2 -22761 -20948 -19825 8894 18907 29965
3x3 - -18281 -14675 - 20779 36619
3x4 - -18827 -14957 - 16500 33111
4x4 -24042 -17815 -15564 -5944 18385 28258
5x5 -22542 -20146 -16232 -842 10264 27366
Em que Espaccedil = espaccedilamento (m) BPE (VTHA) = benefiacutecio perioacutedico equivalente para venda de madeira em peacute e BPE (VCHA) = benefiacutecio perioacutedico equivalente para venda de madeira laminada
A mesma tendecircncia foi observada em povoamentos explorados em que o
BPE variou entre R$-5944 e R$44123 sendo o espaccedilamento 3x3 m a melhor
opccedilatildeo de investimento O mesmo resultado foi obtido por Pavan et al (2010) com
plantios de eucalipto no Rio Grande do Sul para laminaccedilatildeo
Caso ocorressem mudanccedilas na taxa de desconto estas contribuiriam para o
aumento ou reduccedilatildeo dos lucros do plantio Segundo Soares et al (2003) aumentos
na taxa de desconto afetam significativamente o VPL e consequentemente o BPE
indicando que quanto menor a taxa de desconto utilizada maior seraacute a lucratividade
do projeto
A partir da anaacutelise econocircmica dos diferentes sistemas de plantio pode-se
inferir que o motivo pelo qual a classe de produtividade baixa resultou em uma das
piores alternativas financeiras estaacute relacionado ao autodesbaste das plantas neste
ambiente Como estas aacutereas dispotildeem de menores recursos eacute possiacutevel que tenha
77
ocorrido uma expressiva mortalidade de plantas devido agrave concorrecircncia por luz e
nutrientes do solo
Todos os espaccedilamentos de plantio podem ser alternativas viaacuteveis que
poderatildeo contribuir de maneira mais significativa na medida em que alcancem sua
capacidade maacutexima de incremento Isso eacute obtido com a diferenciaccedilatildeo entre os
horizontes de planejamento que natildeo podem ser idecircnticos para todos os
espaccedilamentos de plantio haja vista que as aacutervores se comportam de maneiras
diferentes nestes espaccedilamentoss devido agrave disponibilidade de recursos
Esta afirmaccedilatildeo jaacute foi comprovada em estudos realizados por Cordeiro et al
(2009) em que foi constatado que o sistema de produccedilatildeo do paricaacute em cultivo puro
sob o espaccedilamento 4x3 m nos quatro primeiros anos de cultivo natildeo apresentaram
viabilidade econocircmica sugerindo a necessidade de maior horizonte de
planejamento
78
4 CONCLUSOtildeES
O monocultivo de paricaacute em qualquer um dos espaccedilamentos analisados foi
considerado inviaacutevel por todos os criteacuterios utilizados nesta anaacutelise econocircmica
quando se objetivou a venda da madeira sem exploraccedilatildeo Essa resposta estaacute
associada ao baixo valor de mercado ao qual a espeacutecie estaacute subordinada
A exploraccedilatildeo de madeira mesmo sendo um processo trabalhoso e
dispendioso eacute uma alternativa para se obter valores positivos com a produccedilatildeo de
paricaacute
Observando os custos e receitas oriundos de plantios de paricaacute pode-se
afirmar que espaccedilamentos mais amplos em classe de produtividade baixa satildeo
insuficientes para remunerar o processo de laminaccedilatildeo
O maior retorno financeiro foi obtido em povoamentos de paricaacute implantados
em classe de produtividade alta sob o espaccedilamento 3x3 m com exploraccedilatildeo aos 5
anos
79
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
CHICHORRO J F BAUER M O ANDRADE W S SILVA G F SANTOS F R SILVA J L NOGUEIRA M A Avaliaccedilatildeo econocircmica de projetos florestais In CHICHORRO J F BAUER M O GARCIA G O CALDEIRA M V W Toacutepicos especiais em ciecircncias florestais 1 ed Visconde do Rio Branco Suprema 2010 v 1 p 231-260 COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO ndash CONAB Custo de produccedilatildeo agriacutecola a metodologia da Conab Brasiacutelia Conab 2010 60p COORDENADORIA EXECUTIVA DA ADMINISTRACcedilAtildeO TRIBUTAacuteRIA ndash CERAT Boletim informativo de preccedilos Paraacute 2013 22p CORDEIRO I M C C SANTANA A C LAMEIRA O A SILVA I M Anaacutelise econocircmica dos sistemas de cultivo com Schizolobium parahyba var amazonicum (Huber ex Ducke) Barneby (Paricaacute) E Ananas comosus var erectifolius (L B Smith) Coppus amp Leal (Curauaacute) no municiacutepio de Aurora do Paraacute (PA) Brasil Facultad Agronomiacutea (LUZ) 2009 26 243-265 FARO C Elementos de engenharia econocircmica 3ed Satildeo Paulo Atlas 1979 328p MELLO A A CARNIERI C ARCE J E SANQUETTA C R Planejamento florestal visando agrave maximizaccedilatildeo dos lucros e a manutenccedilatildeo do estoque de carbono Cerne Lavras v 11 n 3 p 205-217 julset 2005 OLIVEIRA A D REZENDE J L P Economia Florestal Lavras UFLAFAEPE 2004 101p PAVAN J A ALVES T W SOUZA M A Viabilidade Econocircmica da Produccedilatildeo de Eucaliptos no Rio Grande do Sul Associaccedilatildeo Brasileira de Custos vol 5 n 1 78-109 JanAbr 2010 REZENDE J L P OLIVEIRA A D Anaacutelise econocircmica e social de projetos florestais Viccedilosa MG UFV 2001 389 p SILVA M L JACOVINE L A G VALVERDE S R Economia Florestal 2 ed Viccedilosa UFV 2005 178p SOARES T S CARVALHO R M M A VALE A B Avaliaccedilatildeo econocircmica de um povoamento de Eucalyptus grandis destinado a multiprodutos Aacutervore Viccedilosa-MG v27 n5 p689-694 2003
80
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A partir das condiccedilotildees estabelecidas notou-se o efeito dos espaccedilamentos
de plantio na viabilidade econocircmica dos povoamentos de paricaacute
Em relaccedilatildeo aos custos de produccedilatildeo eles devem ser separados por
atividades sendo elas preparo da aacuterea plantio adubaccedilatildeo manutenccedilatildeo colheita e
transporte laminaccedilatildeo custo de administraccedilatildeo remuneraccedilatildeo do capital investido
Dentro de cada atividade alguns custos podem sofrer a influecircncia do
nuacutemero de plantas por hectare Como exemplo pode-se citar o nuacutemero de diaacuterias
necessaacuterias para alinhamento coveamento e plantio das mudas aleacutem da
quantidade de adubo necessaacuterio para adubaccedilatildeo de cova
O maior nuacutemero de operaccedilotildees ocorre no periacuteodo de manutenccedilatildeo dos
plantios poreacutem nenhuma delas foi considerada dispendiosa Os maiores custos
individuais foram do transporte de madeira do povoamento ateacute a induacutestria em
todos os espaccedilamentos analisados devido agraves condiccedilotildees de traacutefego nas estradas
A relaccedilatildeo entre volume comercial volume laminado e os custos de
produccedilatildeo determinam entatildeo a viabilidade dos plantios sendo o espaccedilamento mais
viaacutevel aquele que consegue absorver esta relaccedilatildeo de maneira mais eficiente
Entretanto estudos ainda devem ser desenvolvidos para averiguar a relaccedilatildeo entre a
espeacutecie e os espaccedilamentos de plantio
12
para muacuteltiplos usos tornando crescente a demanda industrial por madeira de
lacircminas e compensados para a qual a espeacutecie eacute utilizada (MARQUES et al 2006)
Os primeiros registros com o plantio de paricaacute no Estado do Paraacute constam
da deacutecada de 1950 os quais tinham o objetivo de preservar a caracteriacutestica da
floresta amazocircnica em espaccedilos puacuteblicos e de fomentar estudos sobre o
comportamento e caracteriacutesticas das espeacutecies plantadas (MARQUES et al 2006)
Desde entatildeo muitos plantios foram registrados no Paraacute e em toda regiatildeo
amazocircnica e vaacuterios estudos foram desenvolvidos podendo-se destacar Hoffmann
(2009) Vidaurre et al (2012) Santos (2012) e Corteletti (2013) que trabalharam
com povoamentos de paricaacute localizados entre os municiacutepios de Dom Elizeu e
Paragominas estado do Paraacute Estes estudos comprovaram o alto potencial de
produccedilatildeo madeireira do paricaacute e servem como incentivo para que se estabeleccedilam
novos povoamentos Embora jaacute se tenham muitos plantios com esta espeacutecie na
Amazocircnia ainda satildeo necessaacuterios estudos com o objetivo de identificar as
caracteriacutesticas dendromeacutetricas avaliar a qualidade da madeira e sua produccedilatildeo
A atenccedilatildeo deve ser direcionada tambeacutem para os custos de produccedilatildeo
destes povoamentos que vecircm sendo estabelecidos na regiatildeo amazocircnica Natildeo
existem estudos suficientes que comprovem a lucratividade desta atividade Os
estudos que se tecircm disponiacuteveis ainda satildeo muito geneacutericos e as informaccedilotildees
carentes de dados do processo de implantaccedilatildeo da cultura
O monitoramento do processo produtivo tem sido realizado para identificar
os custos de produccedilatildeo sendo um instrumento necessaacuterio para se avaliar (medir) a
eficiecircncia das empresas Outra teacutecnica utilizada eacute a avaliaccedilatildeo econocircmica dos
projetos que testam a viabilidade de sua execuccedilatildeo
Para testar a viabilidade econocircmica dos projetos florestais faz-se necessaacuterio
o emprego de teacutecnicas econocircmicas sendo as mais tradicionais aquelas em que se
calculam o valor presente liacutequido (VPL) a taxa interna de retorno (TIR) e o benefiacutecio
perioacutedico equivalente (BPE) Este uacuteltimo sendo empregado frequentemente para
projetos com diferentes horizontes de planejamento (REZENDE OLIVEIRA 2001)
O teste da viabilidade econocircmica tem por finalidade estudar a capacidade
financeira do empreendimento a fim de verificar a possibilidade de sua
implementaccedilatildeo por meio da capacidade de sobrevivecircncia no mercado e da
identificaccedilatildeo dos fatores que podem dificultar as possibilidades de ecircxito do mesmo
comprovando-se assim a sua necessidade de execuccedilatildeo
13
11 OBJETIVO GERAL
Avaliar o efeito dos espaccedilamentos de plantio na anaacutelise econocircmica da
produccedilatildeo de madeira de paricaacute
12 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
a) Definir os custos de produccedilatildeo de povoamentos de paricaacute
b) Identificar os custos de produccedilatildeo mais afetados pelos espaccedilamentos
de plantio
c) Avaliar a participaccedilatildeo individual dos custos no processo de
implantaccedilatildeo colheita e transporte e
d) Identificar o espaccedilamento que forneceraacute o maior retorno econocircmico
por meio de indicadores e criteacuterio de avaliaccedilatildeo
14
2 REVISAtildeO DE LITERATURA
21 PARICAacute
A espeacutecie Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke foi descoberta por
Huber e descrita por Ducke em 1922 sendo vulgarmente conhecida como pinho-
cuiabano paricaacute-da-amazocircnia paricaacute-da-terra-firme (Mato Grosso) paricaacute paricaacute-
grande faveira (Paraacute) canafista canafiacutestula fava-canafiacutestula (Acre) bandarra
(Rondocircnia) guapuruvu-da-amazocircnia (Distrito federal) aleacutem de cereboacute (Boliacutevia)
tambor (Colocircmbia) gavilaacuten (Costa Rica) pachaco (Equador) palo de judiacuteo palo de
picho (Meacutexico) e pashaco (Peru) (CARVALHO 2007)
Ocorre naturalmente em toda regiatildeo amazocircnica principalmente no Mato
Grosso Paraacute Amazonas e Rondocircnia no Brasil aleacutem de outros paiacuteses como Peru
Boliacutevia Colocircmbia e Venezuela (SOUZA et al 2005) Sobrevive em mata primaacuteria e
secundaacuteria de terra firme e vaacuterzea alta notadamente nas formaccedilotildees do tipo floresta
densa e floresta aberta em solos argilosos e altitudes de ateacute 800 metros
(CARVALHO 1994 ROSA 2006a)
A espeacutecie eacute tolerante a solos de baixa fertilidade e adapta-se agrave precipitaccedilatildeo
meacutedia anual de 1600 mm a 5850 mm e temperatura meacutedia de 248 ordmC (CRESPO et
al 1995) Por ser uma espeacutecie essencialmente helioacutefila natildeo tolera baixas
temperaturas (CARVALHO 2007)
211 Descriccedilatildeo botacircnica e anatocircmica do paricaacute
Segundo o sistema de classificaccedilatildeo de Cronquist a espeacutecie Schizolobium
amazonicum pertence agrave famiacutelia Caesalpiniaceae (Leguminosae Caesalpinioideae)
sendo da divisatildeo Magnoliophyta (Angiospermae) da classe Magnoliopsida
(Dicotyledonae) e ordem das Fabales
O paricaacute eacute uma aacutervore deciacutedua que pode atingir 40 m de altura e 100 cm de
DAP (diacircmetro a altura do peito medido a 130 m do solo) na idade adulta
15
(CARVALHO 2007) Seu tronco eacute ciliacutendrico e reto com casca de cor cinza clara
podendo conter sapopemas A madeira eacute macia leve com textura grossa gratilde direita
e irregular cerne creme-avermelhado e alburno creme-claro Tecircm faacutecil
processamento mas baixa durabilidade natural (SOUZA et al 2005)
Rosa (2006a) trabalhando com a botacircnica anatomia e tecnologia de paricaacute
comprovou que ao longo do crescimento vegetativo a espeacutecie pode possuir
caracteriacutesticas dendroloacutegicas diferenciadas em termos de coloraccedilatildeo da casca e do
surgimento de sapopemas
212 Caracteriacutesticas silviculturais do paricaacute
As sementes de paricaacute possuem alto grau germinativo podendo chegar a
90 Isso pode ser comprovado em estudos realizados por Lameira et al (2000)
com a propagaccedilatildeo do paricaacute por meio de sementes submetidas a processos
mecacircnicos fiacutesicos e quiacutemicos de quebra de dormecircncia Nesse estudo foi constatado
que as sementes possuem um percentual de germinaccedilatildeo de 80 a 90
O paricaacute possui entretanto dificuldade em seu manejo por seu elevado teor
de umidade e susceptibilidade ao ataque de microorganismos aleacutem da dormecircncia
tegumentar que necessita de tratamentos preacute-germinativos (ROSA 2006b
CARVALHO 2007)
Para o armazenamento de sementes eacute recomendado um periacuteodo maacuteximo de
12 meses tendo em vista que a partir do oitavo mecircs ocorre reduccedilatildeo na viabilidade
das sementes como pode ser observado no trabalho de Rosa (2006a) sobre a
ecologia e silvicultura do paricaacute
Apoacutes serem retiradas do armazenamento as sementes podem ser plantadas
de duas maneiras colocando-se as sementes para germinar em canteiros
(sementeiras) ou semeando-as diretamente na embalagem plaacutestica Ambas as
opccedilotildees permitem sobrevivecircncia de no miacutenimo 80 das plantas sendo
consideravelmente aceitaacutevel (SOUZA et al 2003)
No que se refere a implantaccedilatildeo de povoamentos uma atenccedilatildeo especial
deve ser direcionada agrave escolha do espaccedilamento a ser utilizado No Estado do Paraacute
diversos espaccedilamentos tem sido adotados (3x3 m 4x4 m 3x4 m 5x4 m 6x4 m)
16
principalmente em plantios mais antigos estando os mais recentes em maior
padronizaccedilatildeo com espaccedilamentos de 4x4 m Isso provavelmente se deve agrave
facilidade de mecanizaccedilatildeo (MARQUES et al 2006) Aleacutem disso estudos vecircm
comprovando que o espaccedilamento 4x4 m eacute mais utilizado pois proporciona a melhor
relaccedilatildeo entre crescimento em altura e diacircmetro das aacutervores (ROSA 2006b)
Em sistemas silviculturais mais adensados ou em plantios puros o paricaacute
tem demonstrado crescimento inicial em altura bastante raacutepido sendo necessaacuterios
desbastes para manter equiliacutebrio adequado entre a retirada de indiviacuteduos de
qualidade inferior doentes ou danificados e a manutenccedilatildeo de espaccedilamento
aproximadamente regular entre as plantas Deve-se ressaltar entretanto que a
espeacutecie eacute bastante suscetiacutevel aos danos causados por ventos fortes principalmente
nos estaacutegios iniciais de desenvolvimento As aacutervores isoladas e plantas da
bordadura satildeo mais propensas a quebras poreacutem estes danos satildeo bastante
reduzidos com a presenccedila de mata ou de relevo ondulado nas proximidades que
possam proteger o povoamento e reduzir esses efeitos do vento (SOUZA et al
2003)
No estudo realizado por Rondon (2002) concluiu-se que ateacute o terceiro ano o
paricaacute eacute altamente vulneraacutevel ao vento principalmente nos espaccedilamentos 4x2 m e
2x2 m Por tal motivo medidas preventivas devem ser tomadas no iniacutecio da
implantaccedilatildeo deixando-se uma faixa de mata nativa em torno do plantio Desta
maneira sob os espaccedilamentos 15x15 m 2x2 m 3x2 m 3x3 m 4x2 m 4x3 m e 4x4
m avaliadas pelo autor os dois uacuteltimos foram os que proporcionaram maiores
crescimentos em altura e diacircmetro
213 Utilizaccedilatildeo do paricaacute
Essa espeacutecie eacute bastante utilizada na produccedilatildeo de lacircminas meacutedias ou parte
interna de compensados caixotaria leve portas e parquete tendo em vista que
pode ser alcanccedilado o rendimento de ateacute 80 de aproveitamento da madeira no
processo de laminaccedilatildeo (MARQUES et al 2006)
17
Ela pode ser utilizada para produccedilatildeo energeacutetica assim como a produccedilatildeo de
papel e celulose por sua facilidade de branqueamento Propriedades medicinais
tambeacutem podem ser encontradas principalmente na casca (CARVALHO 2007)
Carvalho (2007) afirma ainda que esta espeacutecie tem grande potencial para
recuperaccedilatildeo de aacutereas degradadas Por ser uma espeacutecie pioneira o paricaacute tem bom
desenvolvimento na maioria dos solos amazocircnicos contribuindo com
sombreamento o desenvolvimento de espeacutecies cliacutemax que por ventura se
estabeleccedilam na aacuterea
O paricaacute pode ser utilizado ainda para artesanato sendo seu uso mais
comum na fabricaccedilatildeo de brinquedos saltos para calccedilados e aeromodelismo
(SOUZA et al 2003)
22 CRESCIMENTO E PRODUCcedilAtildeO DO PARICAacute
O crescimento e a produccedilatildeo de um povoamento florestal dependem da
idade da capacidade produtiva do grau de utilizaccedilatildeo do potencial produtivo do lugar
e de tratamentos silviculturais (SCOLFORO 2006 CAMPOS LEITE 2009) Esta
relaccedilatildeo pode ser mensurada por meio de modelos de crescimento e produccedilatildeo
mecaniacutesticos ou empiacutericos sendo este uacuteltimo o mais utilizado
Santos (2012) estudando o crescimento e produccedilatildeo de plantios de paricaacute
sob diferentes espaccedilamentos ajustou o modelo logiacutestico para estimar o crescimento
em diacircmetro e volume das aacutervores em cada espaccedilamento em funccedilatildeo da idade O
autor observou efeito significativo do espaccedilamento sobre as variaacuteveis diacircmetro
quadraacutetico e volume em todas as idade evidenciando a dependecircncia entre os
fatores
Neste mesmo estudo foi constatado que a maior diferenccedila entre as meacutedias
do diacircmetro quadraacutetico e o volume foi entre os espaccedilamentos extremos 3x2 m e 5x5
metros Assim o maior crescimento em diacircmetro quadraacutetico foi verificado no espaccedilo
vital com 25 msup2 e o maior crescimento em volume por aacuterea no espaccedilamento de 6msup2
Anteriormente Hoffmann (2009) jaacute havia verificado a influecircncia do diacircmetro
no rendimento da laminaccedilatildeo em que o aumento do diacircmetro promoveu maior
rendimento O mesmo foi observado por Silva et al (2013)
18
23 RENDIMENTO EM LAMINACcedilAtildeO DE PARICAacute
A produccedilatildeo de lacircminas em escala comercial surgiu a partir do seacuteculo XX
sendo impulsionada no Brasil na deacutecada de 30 com o objetivo de confeccionar
madeira compensada que tem como mateacuteria-prima paineacuteis de lacircminas de madeira
Este material eacute submetido a um processo de colagem e prensagem com adesivos
resistentes ou agrave prova drsquoaacutegua tendo muacuteltiplas aplicaccedilotildees na construccedilatildeo civil na
fabricaccedilatildeo de moacuteveis formas para concreto embalagens transporte e aplicaccedilotildees
agriacutecolas (BORDUELLE IWAKIRI MARTINS et al 2006 IWAKIRI PRATA 2008)
A qualidade da laminaccedilatildeo eacute influenciada por caracteriacutesticas da espeacutecie
(densidade da madeira) caracteriacutesticas do fuste (diacircmetro e forma) e gratilde (direccedilatildeo e
inclinaccedilatildeo) e por condiccedilotildees operacionais do equipamento (velocidade de corte
ajuste da geometria da faca e barra de pressatildeo afiaccedilatildeo da faca) sendo que a
automaccedilatildeo dos equipamentos tem resultado em lacircminas de maior qualidade e
produtividade (TSOUMIS 1991)
Esta busca pela qualidade e produtividade tem aumentado o interesse nos
estudos sobre a prognose do crescimento e da produccedilatildeo de povoamentos e do
processo de laminaccedilatildeo Isto ocorre porque as empresas florestais procuram
investimentos soacutelidos devido aos compromissos de longo prazo assumidos
As estimativas da produccedilatildeo de mateacuteria-prima e do rendimento do produto
final contribuem com o planejamento da empresa em relaccedilatildeo a novos investimentos
novos produtos a serem lanccedilados no mercado aleacutem da viabilidade do projeto em
execuccedilatildeo e de futuros investimentos Por isso faz-se necessaacuterio conhecer todo o
processo produtivo do produto com o qual se estaacute trabalhando
A laminaccedilatildeo da madeira pode ser obtida por meio de duas formas
comerciais
a) Lacircminas torneadas ndash obtidas a partir do ldquodesenrolamentordquo de toras grossas
relativamente curtas utilizando torno laminador
b) Lacircminas faqueadas ndash obtidas a partir de cortes planos realizados por
faqueadeira em peccedila de madeira em bloco
Independentemente do meacutetodo de obtenccedilatildeo de lacircminas um dos objetivos da
empresa florestal eacute a busca pelo aumento da produtividade Estas informaccedilotildees satildeo
obtidas por meio do acompanhamento do processo de transformaccedilatildeo das aacutervores
19
em lacircminas e a partir dos valores obtidos subtrai-se o produto final da quantidade
de madeira que iniciou o processo obtendo-se assim o rendimento
Para o paricaacute o rendimento encontrado em estudos realizados por Hoffmann
(2009) foi de aproximadamente 5031 em aacutervores aos 5 anos Jaacute Melo (2012)
alcanccedilou rendimento meacutedio de 59 Este autor afirma ainda que o rendimento em
laminaccedilatildeo pode ser facilmente estimado por meio de variaacuteveis dendromeacutetricas da
tora obtendo-se menores perdas para aacutervores com maiores diacircmetros
O resultado encontrado por Melo (2012) eacute semelhante ao de Bortoletto
Juacutenior e Belini (2002) para outra espeacutecie do mesmo gecircnero Estudando a produccedilatildeo
de lacircminas e compensados de guapuruvu (Schizolobium parayba (Vell) Blake)
proveniente de plantios mistos de espeacutecies nativas estes autores observaram que o
rendimento do processo de laminaccedilatildeo foi de aproximadamente 61 em lacircminas
verdes Isso demonstra que o gecircnero Schizolobium pode conter boas caracteriacutesticas
para laminaccedilatildeo
24 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO
241 Teoria dos custos
Segundo Pinto et al (2008) algumas terminologias devem ser consideradas
na contabilidade de custos
Gasto esforccedilo realizado pela empresa para obtenccedilatildeo de um bem ou serviccedilo
Investimento gasto com bens ou serviccedilos que traratildeo benefiacutecios futuros
Despesa consumo direto ou indireto com bens e serviccedilos com a finalidade
de obtenccedilatildeo de receitas
Perda gasto natildeo intencional decorrente de fatores externos e
Custos gastos acumulados para executar uma atividade fabricar um
produto ou adquirir uma mercadoria
Essas definiccedilotildees podem ser interpretadas como ilustrada na Figura 1
20
Figura 1 Forma esquemaacutetica da distribuiccedilatildeo de gastos Fonte Adaptado de Pinto et al (2008)
Aleacutem das terminologias apresentadas faz-se necessaacuterio definir orccedilamento
anaacutelise de projeto e o caacutelculo do custo de produccedilatildeo uma vez que satildeo peccedilas
fundamentais para o teste de viabilidade econocircmica do projeto
O orccedilamento tem por objetivo a verificaccedilatildeo preacutevia de gastos e a anaacutelise de
projetos objetiva a avaliaccedilatildeo econocircmica de investimentos que seratildeo realizados Jaacute o
caacutelculo do custo de produccedilatildeo por sua vez tem por objetivo quantificar o custo por
unidade produzida sendo este sempre realizado apoacutes o fim do ciclo de produccedilatildeo
O custo por produto encontrado eacute entatildeo comparado com receita obtida com
as vendas do produto e com o montante de capital utilizado na produccedilatildeo a fim de
serem calculados os indicadores econocircmicos para aquela atividade ou seja o custo
de produccedilatildeo de uma empresa eacute determinado pelas condiccedilotildees fiacutesicas de produccedilatildeo
pelo preccedilo dos recursos e pela conduta economicamente eficiente do proprietaacuterio
Custo eacute entatildeo o preccedilo pelo qual se obteacutem um bem (FERGUSON 2003)
O caacutelculo dos custos de produccedilatildeo por sua vez natildeo eacute uma tarefa faacutecil haja
visto que haacute um grande nuacutemero de informaccedilotildees que devem ser administradas para
que se tenha no final do periacuteodo de produccedilatildeo todos os custos referentes agravequela
atividade Por isso o aconselhaacutevel eacute que se faccedila o registro dos gastos
preferencialmente por atividade para facilidade de obtenccedilatildeo dos resultados
Custos
Investimentos
Despesas
PerdasUso para execuccedilatildeo de atividades adquirir mercadorias e fabricar produtos
Gastos que seratildeo usados no futuro para geraccedilatildeo de receita
Gastos que jaacute foram utilizados para geraccedilatildeo de receita
Gastos que natildeo foram usados para geraccedilatildeo de receita
21
242 A importacircncia dos custos
Para Hildebrand (1995) os custos geralmente contribuem para a anaacutelise a
curto meacutedio e longo prazo que geram informaccedilotildees importantes para o planejamento
e mensuraccedilatildeo da eficiecircncia de operaccedilotildees atividades e processos de produccedilatildeo da
empresa a avaliaccedilatildeo de alternativas de investimento novos negoacutecios e novos
sistemas de produccedilatildeo (processos maacutequinas e equipamentos entre outros)
O setor florestal trabalha geralmente a longo prazo que eacute um horizonte de
planejamento em que a curva de custo de produccedilatildeo corresponde agrave despesa com a
aquisiccedilatildeo dos fatores ao longo do caminho de expansatildeo Isto significa que para cada
niacutevel de produccedilatildeo existiraacute uma combinaccedilatildeo dos fatores variaacuteveis de miacutenimo custo
que junto com os fatores fixos permite a produccedilatildeo de determinada quantidade
(SIMONSEN1971 FERGUSON 2003) A ausecircncia do conhecimento sobre custos
provavelmente levaraacute a maacute aplicaccedilatildeo do capital de giro menor lucro menor
rentabilidade ameaccedilas a estabilidade econocircmica financeira e ao crescimento da
empresa (FERREIRA 2007)
243 Classificaccedilatildeo dos custos
Para o caacutelculo do custo de produccedilatildeo vaacuterios meacutetodos satildeo encontrados na
literatura sendo selecionado o modelo a partir da caracteriacutestica do produto ou do
modelo de produccedilatildeo que estaacute sendo analisado Em funccedilatildeo disso o Instituto de
Economia Agriacutecola ndash IEA oacutergatildeo vinculado agrave Secretaria de Agricultura e
Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo desenvolveu uma metodologia para o setor
agriacutecola designado Meacutetodo do Custo Operacional
Na metodologia do custo operacional se incluem apenas as despesas
efetivamente desembolsadas pelo produtor mais a depreciaccedilatildeo de maacutequinas e
benfeitorias e o custo estimado da matildeo-de-obra familiar Assim a remuneraccedilatildeo de
todos os outros fatores de produccedilatildeo natildeo incluiacutedos fica a cargo do resiacuteduo ou seja a
diferenccedila entre o custo operacional e o valor de venda do produto (MATSUNAGA et
al 1976)
22
O esquema da estrutura do custo de produccedilatildeo utilizada pelo IEA pode ser
visualizado a seguir
Figura 2 Estrutura dos custos de produccedilatildeo utilizada pelo IEA Fonte Nachiluk e Oliveira (2012) sup1 Contribuiccedilatildeo de Seguridade Social Rural
244 Componentes do custo
Os custos podem ser denominados custos expliacutecitos e impliacutecitos Os
desembolsos realizados satildeo denominados custos expliacutecitos segundo Pindyck e
Rubinfeld (1994) os quais abrangem remuneraccedilotildees de matildeo de obra salaacuterios e
custos de materiais e locaccedilatildeo de propriedades aleacutem do custo de oportunidade Eles
satildeo importantes pois envolvem pagamentos diretamente feitos pela empresa a
outras empresas e pessoas com as quais faz negoacutecios
Jaacute os custos impliacutecitos natildeo satildeo diretamente desembolsados no processo de
produccedilatildeo mas natildeo podem deixar de ser considerados uma vez que se constituem
de fato em dispecircndios Sua mensuraccedilatildeo se daacute de maneira indireta por meio da
atribuiccedilatildeo de valores que deveratildeo representar o custo de oportunidade de seu uso
Nesta categoria enquadram-se os gastos com depreciaccedilatildeo de benfeitorias
instalaccedilotildees maacutequinas e implementos agriacutecolas e remuneraccedilatildeo do capital fixo e da
terra (CONAB 2010)
Custo operacional
Custo operacional efetivo (COE)
Despesas com operaccedilotildees
Pagamentos de salaacuterios
Gastos com maacutequinas equipamentos e
implementos
Despesas com materiais
Sementes fertilizantes corretivos defensivos
sacarias etc
Encargos sociais
Custo operacional total (COT)
Depreciaccedilatildeo com maacutequinas juros de custeio e CSSRsup1
23
A classificaccedilatildeo proposta pelo IEA compreende elementos diferenciados
poreacutem de faacutecil interpretaccedilatildeo e mais adequado agrave tomada de decisotildees Assim
segundo Matsunaga et al (1976) essa classificaccedilatildeo eacute composta dos seguintes
custos
a) Custo Operacional Efetivo ndash COE
O custo operacional efetivo envolve todos os custos expliacutecitos ou seja o
custo de todos os recursos de produccedilatildeo que exigem desembolso por parte da
empresa para sua recomposiccedilatildeo excluindo-se a matildeo-de-obra familiar
Assim mesmo que determinado produto tenha sido adquirido no periacuteodo
anterior por exemplo deveraacute ser contabilizado aqui pois em algum momento houve
o desembolso para a compra do mesmo Nesse caso eacute importante que seja utilizado
o preccedilo de mercado atual e natildeo o valor pago anteriormente devido ao custo de
oportunidade
b) Custo Operacional Total ndash COT
O custo operacional total envolve a soma do COE o valor da matildeo-de-obra
familiar e as depreciaccedilotildees que equivalem a apenas uma parte dos custos fixos
b1) Depreciaccedilatildeo
A depreciaccedilatildeo corresponde ao custo indireto exigido para acumular fundos
para substituiccedilatildeo do capital investido em bens produtivos de longa duraccedilatildeo
inutilizados pela idade uso e obsolescecircncia
b2) Valor da Matildeo-de-obra Familiar
Este valor deve ser definido considerando-se o custo de oportunidade ou
seja quanto o produtor ganharia se estivesse trabalhando em outra atividade
Considerando-se eacute claro o mesmo niacutevel teacutecnico para desenvolvimento das duas
atividades
24
c) Custo Total ndash CT
Custo total nada mais eacute que a soma do COT com o valor da remuneraccedilatildeo do
capital imobilizado com a atividade
Todo o capital investido na empresa tem custo de oportunidade uma vez
que seu uso na empresa implica deixar de empregaacute-lo noutra atividade alternativa
Por definiccedilatildeo o retorno potencial desse capital na melhor alternativa possiacutevel de
utilizaccedilatildeo forneceria a medida desse custo de oportunidade Como essa estimativa
nem sempre eacute faacutecil eacute expediente comum estimar o custo de oportunidade a partir do
retorno que o capital teria se em vez de aplicado na empresa fosse investido no
mercado financeiro como por exemplo na caderneta de poupanccedila
245 Iacutendices econocircmicos
Os iacutendices econocircmicos apresentados pelo IEA segundo Matsunaga et al
(1976) satildeo
2451 Renda Bruta (RB)
A renda bruta vem a ser o valor da produccedilatildeo ou seja tudo que eacute produzido
vezes o preccedilo do produto
Embora a Renda Bruta permita saber o quanto eacute recebido pelo produto
produzido ela natildeo diz o quanto desse valor iraacute sobrar Isso porque eacute preciso retirar o
custo de produccedilatildeo Sendo assim eacute necessaacuterio que se faccedila a anaacutelise de
rentabilidade da atividade
2452 Margem Bruta (MB)
Eacute calculada pela subtraccedilatildeo do custo operacional efetivo da renda bruta ou
seja eacute a retirada de todos os custos ocorridos sendo mais produtiva agrave medida que
resulta em valores positivos
25
2453 Margem Liacutequida (ML)
Eacute calculada pela subtraccedilatildeo do custo operacional total da renda bruta sendo
um indicativo de lucratividade Comparando-se duas empresas de igual atividade
aquela que tem maior Margem Liacutequida eacute a que possui melhor rentabilidade no
negoacutecio incluindo-se aiacute a questatildeo operacional financeira e extra-operacional
Isso quer dizer que se a ML for positiva todos os desembolsos estatildeo sendo
pagos aleacutem da depreciaccedilatildeo e a matildeo-de-obra familiar Caso contraacuterio a depreciaccedilatildeo
eou a matildeo-de-obra natildeo estatildeo sendo efetivamente pagas e a empresa estaacute se
descapitalizando
2454 Lucro (L)
O lucro vem a ser o resultado da subtraccedilatildeo da renda bruta gerada pela
venda dos produtos no mercado menos o custo total de produccedilatildeo incorrido na sua
geraccedilatildeo Simplificadamente nada mais eacute do que o resultado positivo deduzido das
vendas os custos e despesas
2455 Lucratividade (Luc)
Eacute a relaccedilatildeo do valor do lucro com o montante de vendas ou seja divide-se o
valor do lucro pela quantidade vendida (renda bruta)
2456 Iacutendice de Rentabilidade (IR)
Eacute uma medida do retorno de um investimento Calcula-se dividindo o lucro
obtido (margem liacutequida) pelo valor do investimento inicial (capital empatado) Pode-
se dizer que a rentabilidade eacute a quantidade de dinheiro que o investidor ganha para
cada quantia investida
26
246 Custos na empresa florestal
Nas empresas em geral os custos satildeo classificados em funccedilatildeo de suas
necessidades de informaccedilotildees Geralmente eles satildeo divididos por operaccedilotildees ou
setores da atividade como viveiro plantaccedilotildees tratos culturais exploraccedilatildeo florestal
atividades especiais (coleta de sementes entre outros) implantaccedilatildeo de infra-
estrutura e administraccedilatildeo (BREPOHL 1980)
Em termos econocircmicos os componentes do custo satildeo agrupados de
acordo com sua funccedilatildeo no processo produtivo nas categorias de custos variaacuteveis
custos fixos custo operacional e custo total (CONAB 2010)
Na determinaccedilatildeo da idade oacutetima de corte de povoamentos florestais eacute
necessaacuterio estudar caso a caso cada componente dos custos e das receitas
envolvidas no processo de produccedilatildeo da madeira Tudo isso pelo fato do setor
florestal conter operaccedilotildees de longo prazo Por tal motivo a anaacutelise de custos pode
ter dois enfoques a anaacutelise ex-ante ou seja antes das operaccedilotildees ocorrerem e ex-
post apoacutes terem ocorrido (GRACcedilA et al 2000)
Entre os custos analisados deve-se considerar tambeacutem a depreciaccedilatildeo que
segundo Hildebrand (1995) pode ser definida como a diminuiccedilatildeo do valor dos bens
ativos resultante do desgaste pelo uso accedilatildeo da natureza ou por obsolescecircncia
teacutecnica Assim com o tempo para tornar possiacutevel a reposiccedilatildeo do equipamento eacute
necessaacuterio acumular periodicamente uma reserva em um fundo que permitiraacute no
fim de um periacuteodo a aquisiccedilatildeo de um novo equipamento
Baseados nas necessidades do setor florestal vaacuterios estudos sobre a
viabilidade econocircmica de plantios vem sendo desenvolvidos para as mais variadas
espeacutecies arboacutereas como os obtidos por Souza et al (2003) e o Centro de Pesquisa
do Paricaacute ndash CPP Deve-se ressaltar no entanto a afirmaccedilatildeo feita por Marques et al
(2006) em que os autores concluiacuteram que o custo meacutedio para implantaccedilatildeo e
conduccedilatildeo dos povoamentos podem variar conforme a regiatildeo as teacutecnicas de preparo
de solo os tratos silviculturais adotados entre outros
27
25 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DE PROJETOS FLORESTAIS
Do ponto de vista teacutecnico Oliveira e Rezende (2004) afirmam que dois ou
mais projetos podem ser compatiacuteveis quando a execuccedilatildeo de um natildeo afeta a
implementaccedilatildeo do outro ou incompatiacuteveis em caso contraacuterio Jaacute do ponto de vista
econocircmico eles podem ser dependentes quando haacute uma relaccedilatildeo de rentabilidade
entre ambos ou independentes quando nenhum eacute afetado
Estas informaccedilotildees satildeo importantes para o bom planejamento das atividades
florestais uma vez que o investimento em um projeto deve ser baseado em um
horizonte de planejamento na maioria das vezes de longo prazo podendo variar de
finito como no caso de um plantio florestal ou infinito em um manejo sustentado de
floresta nativa (CHICHORRO et al 2010)
Para realizar a anaacutelise econocircmica eacute importante considerar a vida econocircmica
do projeto Ela corresponde ao tempo que ele produziraacute lucro a vida fiacutesica de
maacutequinas e construccedilotildees o periacuteodo de anaacutelise onde se consideram os efeitos do
projeto Aleacutem do horizonte de construccedilatildeo relacionado agrave demanda do produto e o
horizonte de dados que se refere ao periacuteodo de tempo em que eacute possiacutevel prever o
fluxo de caixa (REZENDE OLIVEIRA 2001)
A avaliaccedilatildeo econocircmica ou financeira de projetos baseia-se entatildeo no fluxo
de caixa que consiste nos custos e nas receitas distribuiacutedos ao longo da vida uacutetil do
empreendimento Os meacutetodos mais recomendados para avaliaccedilatildeo econocircmica de
projetos florestais satildeo (REZENDE OLIVEIRA 2001) valor presente liacutequido (VPL)
taxa Interna de Retorno (TIR) custo (ou Benefiacutecio) Perioacutedico Equivalente (CPE ou
BPE) custo Meacutedio de Produccedilatildeo (CMPr) razatildeo Benefiacutecio (receita)Custo (BC) e
tempo de Recuperaccedilatildeo do Capital
28
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31
CAPIacuteTULO 1
CUSTOS DA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA DE PARICAacute
RESUMO
O setor de florestas plantadas brasileiro vem perdendo espaccedilo no mercado
internacional pelo alto custo necessaacuterio agrave produccedilatildeo Por isso haacute a necessidade
de se investigar quais os custos mais onerosos do processo produtivo para
entatildeo se montar uma estrateacutegia de reduccedilatildeo de custos a fim de tornar o
reflorestamento novamente competitivo no mercado Deste modo objetivou-se
no trabalho estimar a produccedilatildeo de paricaacute (Schizolobium amazonicum) aos 5 6
e 7 anos em trecircs classes de produtividade e em cinco espaccedilamentos de
plantio identificando os principais custos de produccedilatildeo aleacutem dos mais afetados
pelos espaccedilamentos de plantio na regiatildeo de Paragominas PA A estimativa de
volume foi obtida segundo metodologia proposta por Silva et al (2013) e os
custos de produccedilatildeo desde as atividades de preparo da aacuterea ateacute a colheita e
transporte foram disponibilizados por produtores rurais e empresaacuterios da
regiatildeo Posteriormente fez-se a anaacutelise dos custos por meio da metodologia do
custo operacional em que se considera apenas as despesas efetivamente
desembolsadas pelo agricultor somadas agrave depreciaccedilatildeo e matildeo-de-obra familiar
Assim inferiu-se que o espaccedilamento 3x2 m foi superior em volume diante dos
outros espaccedilamentos analisados Em relaccedilatildeo agrave analise de custos o custo
operacional efetivo representou em meacutedia 65 dos custos totais de produccedilatildeo
sendo o transporte o custo individual mais expressivo em todos os
espaccedilamentos analisados Jaacute a manutenccedilatildeo foi o conjunto de atividades mais
significativo nos plantios devido ao nuacutemero e ao longo periacuteodo para sua
execuccedilatildeo Os custos totais de produccedilatildeo foram superiores em espaccedilamentos
menores independentemente da remuneraccedilatildeo ou natildeo pelo uso dos capitais
permanente e circulante
Palavras-chave Custo operacional efetivo espaccedilamento idade
produtividade
32
CHAPTER 1
PRODUCTION COST PARICAacute
ABSTRACT
The planted forest sector in Brazil has been losing ground in the international
market by the high cost needed for production Therefore there is a need to
investigate what the most expensive costs of the production process to then
build a strategy to reduce costs in order to become competitive again
reforestation in the market Thus the aim of the study was to estimate the
production of paricaacute (Schizolobium amazonicum) at 5 6 and 7 years in three
productivity classes and five planting space identifying the major costs of
production and those most affected by planting space in the region of
Paragominas PA The volume estimate was obtained according to the
methodology proposed by Silva et al (2013) and production costs since the
activities of preparation of the area to harvest and transport were provided by
farmers and entrepreneurs in the region Subsequently made to cost analysis
using the methodology of the operating cost which considers only the expenses
actually disbursed by the farmer together with the depreciation and labor
family labor Thus it was inferred that the spacing 3x2 m was higher by volume
on the other spacings analyzed Regarding the analysis of costs the effective
operating cost represented on average 65 of total production costs and
transport the most significant single cost in all spacings analyzed Have
maintenance was the most significant set of activities in plantations due to the
number and the time period for its implementation The total production costs
were higher in the smaller spacing regardless of whether or not for the use of
permanent and circulating capital
Keywords Effective operational cost spacing age productivity
33
1 INTRODUCcedilAtildeO
A crescente dificuldade em se obter madeira de florestas nativas tem
motivado empresaacuterios agrave praacutetica do reflorestamento Nesses plantios vaacuterias
espeacutecies tecircm sido utilizadas sendo o paricaacute a espeacutecie nativa de maior
expressatildeo na regiatildeo norte do paiacutes principalmente no estado do Paraacute
Segundo a ABRAF (2013) em 2012 foram plantados 87901 hectares
de paricaacute nos estados do Paraacute Tocantins e Maranhatildeo O aumento da aacuterea de
plantio nos uacuteltimos anos eacute justificado pela boa aceitaccedilatildeo desta espeacutecie no
mercado madeireiro devido aos seus variados fins como a produccedilatildeo de
lacircmina e compensado forros palitos papel moacuteveis aleacutem de peccedilas de
acabamentos e molduras
A falta de informaccedilotildees silviculturais no entanto tecircm inviabilizado a
expansatildeo de novos plantios em outras regiotildees do paiacutes Natildeo se tecircm estudos
suficientes para comprovar o melhor meacutetodo de implantaccedilatildeo desta cultura no
que se refere ao espaccedilamento a ser utilizado para maior produccedilatildeo de madeira
Este tipo de deficiecircncia pode implicar no emprego de teacutecnicas silviculturais
equivocadas que inviabiliza economicamente o cultivo reduzindo
consequentemente o interesse comercial pela espeacutecie
Os custos de produccedilatildeo devem entatildeo ser analisados para se testar a
viabilidade econocircmica dos projetos que estatildeo sendo implantados haja vista
que poucos satildeo os estudos que se referem ao monocultivo do paricaacute A
obtenccedilatildeo destes custos eacute fundamental pois eles compotildeem um ferramental de
controle e gerenciamento das atividades produtivas e de geraccedilatildeo de
importantes informaccedilotildees para auxiliar as tomadas de decisotildees pelos
produtores rurais (CONAB 2010)
Para se atestar a viabilidade econocircmica de um projeto florestal natildeo se
deve avaliar somente a espeacutecie a ser implantada mais agraves condiccedilotildees de
mercado atuais e futuras para comercializaccedilatildeo do produto Eacute notaacutevel a
importacircncia econocircmica e socioambiental do setor de florestas plantadas para o
Brasil por isso deve-se investir em conhecimento e tecnologia sobre as
espeacutecies cultivadas haja visto que o ambiente de negoacutecio para o
34
desenvolvimento desta atividade vem passando por dificuldades nos uacuteltimos
anos
A competitividade dos produtos florestais estaacute se deteriorando frente
aos seus principais concorrentes internacionais uma vez que o aumento
generalizado dos custos de produccedilatildeo de madeira no Brasil estaacute reduzindo
significativamente a rentabilidade da induacutestria integrada de base florestal e dos
produtores independentes de plantios florestais (ABRAF 2013) Comprova-se
assim a necessidade de estudos referentes aos custos de produccedilatildeo
Haacute alguns anos a importacircncia dos custos na produccedilatildeo agriacutecola e as
dificuldades de sua obtenccedilatildeo estimularam o Instituto de Economia Agriacutecola
oacutegatildeo vinculado agrave Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de Satildeo
Paulo a efetuar estimativas de custo de produccedilatildeo de diversas exploraccedilotildees
agriacutecolas por meio da metodologia designada custo operacional Neste
meacutetodo se incluem apenas as despesas efetivamente desembolsadas pelo
agricultor somadas agrave depreciaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos e matildeo-de-
obra familiar A remuneraccedilatildeo devida a todos os outros fatores de produccedilatildeo eacute
de responsabilidade do resiacuteduo ou seja a diferenccedila entre o custo operacional
e o valor de venda (MATSUNAGA et al 1976 CONAB 2010)
O ecircxito nas estimativas de custos de produccedilatildeo agriacutecola vem
estimulando pesquisadores da aacuterea florestal a utilizarem esta metodologia
tambeacutem para culturas florestais principalmente neste momento em que o
Brasil depende de medidas estruturais que promovam a reduccedilatildeo dos custos de
produccedilatildeo e incentivem o investimento para retomada da competitividade dos
produtos nacionais de base florestal no mercado internacional Por tal motivo
objetivou-se neste trabalho identificar os principais custos de produccedilatildeo bem
como o efeito dos diferentes espaccedilamentos sobre estes custos
35
2 MATERIAL E MEacuteTODOS
21 AacuteREA EM ESTUDO
Os dados utilizados neste estudo foram originaacuterios de povoamentos
homogecircneos de paricaacute (Schizolobium amazonicum) plantados sob os
espaccedilamentos 3x2 3x3 3x4 4x4 e 5x5 m localizados entre os municiacutepios de
Dom Elizeu e Paragominas Estado do Paraacute (Figura 1)
Figura 1 Localizaccedilatildeo dos municiacutepios de Dom Eliseu e Paragominas PA
O municiacutepio de Paragominas estaacute localizado no nordeste paraense
possuindo aproximadamente 20000 km2 de aacuterea territorial com 90 m de
altitude O solo caracteriacutestico da aacuterea eacute o Latossolo amarelo com vegetaccedilatildeo
originaacuteria representada pela floresta densa sendo encontradas extensas aacutereas
de mata secundaacuteria (capoeira nos seus diversos estaacutegios de desenvolvimento)
devido aos constantes desmatamentos provocados principalmente pelo
avanccedilo da agropecuaacuteria na regiatildeo (IBGE 2013a PREFEITURA MUNICIPAL
DE PARAGOMINAS 2013)
Segundo o IBGE (2013a) o clima do municiacutepio eacute do tipo mesoteacutermico e
uacutemido A temperatura meacutedia anual eacute elevada em torno de 25degC e seu regime
pluviomeacutetrico fica geralmente entre 2250 mm e 2500 mm anuais
36
O municiacutepio de Dom Eliseu pertence agrave microrregiatildeo de Paragominas
possui 5268815 kmsup2 e estaacute localizado nas coordenadas 04deg17rsquo06rdquo Sul e
47deg30rsquo18rdquo Oeste a 180 metros de altitude Ele eacute um dos municiacutepios da
chamada ldquoFronteira agriacutecola amazocircnicardquo maior produtora de commodities
agriacutecolas da porccedilatildeo norte do paiacutes e grande produtora de paricaacute (IBGE 2013b
PREFEITURA MUNICIPAL DE DOM ELISEU 2013)
22 ESTIMATIVA DA PRODUCcedilAtildeO
Foram inventariados povoamentos de paricaacute anualmente ateacute o quinto
ano sendo analisadas trecircs classes de produtividade em cada espaccedilamento
sendo elas Baixa (17 - 19 m) Meacutedia (19 ndash 21 m) e Alta (21 - 24 m)
Posteriormente empregando-se o modelo de crescimento e produccedilatildeo proposto
por Silva et al (2013) os volumes comercial e de lacircminas foram estimados
para diferentes espaccedilamentos e qualidades de local nas idades de 5 6 e 7
anos conforme o esquema apresentado na Figura 2
Figura 2 Esquema para obtenccedilatildeo dos volumes comercial e de lacircminas em povoamentos de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA
A partir dos dados de inventaacuterio estimou-se a produccedilatildeo em volume
comercial e de lacircminas por meio da metodologia proposta por Silva et al
(2013) Assim a partir de informaccedilotildees sobre as variaacuteveis aacuterea basal por
hectare (GHA) iacutendice de siacutetio (SI) altura dominante (HD) considerada como a
altura meacutedia das 100 aacutervores mais altas do povoamento (Hart) e nuacutemero de
aacutervores por hectare (NHA) na idade de cinco anos pode-se projetar a produccedilatildeo
para as idades em anaacutelise
Espaccedilamentos (m)
bull3x2
bull3x3
bull4x3
bull4x4
bull5x5
Classes de produtividade
(m)
bullBaixa
bullMeacutedia
bullAlta
Idades
(anos)
bull5
bull6
bull7
Volume comercial
Volume de lacircminas
37
A estimativa da HD na idade i foi obtida por meio da equaccedilatildeo 1
119878119868 =
119867119863119894 (1 + 119890119909119901 ((182404 minus 119860119894)
043105frasl ))
1 + 119890119909119901 ((182404 minus 119860119894119899119889
043105frasl ))
Eq 1
Em que
119890119909119901 = base de logaritmo neperiano
119867119863119894 = altura dominante na idade i
119860119894 = i-eacutesima idade (i = 5 6 7) e
119860119894119899119889 = idade iacutendice (5 anos)
Para estimativa do nuacutemero de aacutervores por hectare na idade futura
utilizou-se a equaccedilatildeo 2
1198731198671198602 = 1198731198671198601 minus ((119860119877119864119860
1198671198631)
minus20848
(119860220356 minus 1198601
20356)) Eq 2
Em que
1198731198671198602 = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade futura
1198731198671198601 = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade corrente
119860119877119864119860 = aacuterea meacutedia ocupada por cada planta no plantio
1198671198631 = altura dominante na idade corrente
1198601 = idade corrente e
1198602 = idade futura
A aacuterea basal por hectare foi estimada por meio da equaccedilatildeo 3
119866119867119860119894 = 000523119867119863119894145720119873119867119860053967
119894 Eq 3
Em que
NHAi = nuacutemero de aacutervores por hectare na idade i
38
Apoacutes a obtenccedilatildeo de todas as variaacuteveis os volumes comercial e de
lacircminas foram estimados pelas equaccedilotildees 4 e 5
119881119879119867119860119894 = 122839119866119867119860119894093941119867119863119894
071858 Eq 4
119881119862119867119860119894 = 003388119866119867119860119894069131119867119863119894
183907 Eq 5
Em que
119881119879119867119860119894 = volume comercial por hectare e
119881119862119867119860119894 = volume de lacircminas por hectare
23 DESCRICcedilAtildeO DAS ATIVIDADES
Por se tratarem de aacutereas anteriormente ocupadas por pastagem fez-se
necessaacuterio o combate agrave formigas e limpeza da aacuterea manualmente e com
auxiacutelio de trator a fim de retirar do local galhos tocos e raiacutezes que por ventura
atrapalhassem o processo de mecanizaccedilatildeo
Para todas as aacutereas de plantio fez-se a anaacutelise de solo verificando-se
a necessidade de correccedilatildeo com uma tonelada de calcaacuterio dolomiacutetico por
hectare Assim foi realizada a calagem precedida da gradagem com auxiacutelio da
terceirizaccedilatildeo de tratores agriacutecolas
Apoacutes o preparo do solo iniciou-se o processo de alinhamento
marcaccedilatildeo e coveamento respeitando o espaccedilamento preacute-determinado para
cada local considerando que uma pessoa consegue abrir 500 covasdia
Posteriormente foram acrescentados 100g de NPK (6-30-6) por cova antes do
plantio das mudas de paricaacute Adubaccedilotildees de cobertura e um ano apoacutes o plantio
tambeacutem ocorreram com o objetivo de aumentar o iacutendice de sobrevivecircncia agraves
plantas
Como no campo eacute difiacutecil controlar os fatores bioacuteticos e abioacuteticos a
mortalidade de plantas eacute inevitaacutevel por isso foi observada a necessidade de
39
replantio de 5 das mudas logo no primeiro ano segundo informaccedilotildees
disponibilizadas pela empresa
A manutenccedilatildeo relativa agrave limpeza dos plantios se deu pelo coroamento
das mudas aplicaccedilatildeo de herbicida manualmente e roccedilada mecacircnica do
primeiro ao terceiro ano Desta forma natildeo houve competiccedilatildeo com plantas
invasoras que poderiam inibir o crescimento das mudas Assim devido ao
ambiente favoraacutevel e as condiccedilotildees propiacutecias de crescimento e produccedilatildeo foi
possiacutevel extrair a madeira para laminaccedilatildeo no quinto ano apoacutes a implantaccedilatildeo
A colheita foi realizada de forma semi-mecanizada (motosserra)
seguida do baldeio e carregamento ateacute a beira da estrada O transporte ateacute a
induacutestria de beneficiamento foi realizado por caminhatildeo tipo bitrem com
capacidade para 44000 kg ao preccedilo meacutedio de R$59192 por viagem
O valor da matildeo-de-obra familiar foi considerado como o custo de
administraccedilatildeo ou seja quando o proprietaacuterio presta serviccedilos na proacutepria
empresa Assim a remuneraccedilatildeo paga pelo custo de administraccedilatildeo foi
equivalente a 10 dos custos efetivamente desembolsados pela empresa
Em relaccedilatildeo agraves aacutereas onde os plantios foram realizados estas jaacute
pertenciam a empresa Laminit por isso natildeo houve a necessidade de aquisiccedilatildeo
ou arrendamento do terreno Poreacutem considerou-se o custo de oportunidade
ou seja a remuneraccedilatildeo do capital investido (permanente e circulante) por meio
do caacutelculo da parcela sobre o bem adquirido e utilizado na produccedilatildeo e inclusa
no custo fixo da produccedilatildeo Logo o investimento do produtor foi remunerado agrave
taxa de 6 ao ano como se fosse aplicado o capital em outro investimento
alternativo conforme recomendaccedilotildees da CONAB (2010)
24 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS
Para anaacutelise dos custos de produccedilatildeo florestal foi necessaacuteria a coleta de
dados anuais de todas as despesas e receitas contraiacutedas em cada
espaccedilamento durante o periacuteodo entre 2006 e 2013 O esquema da disposiccedilatildeo
dos gastos na planilha de custo pode ser observado na Tabela 1
40
Tabela 1 Distribuiccedilatildeo dos gastos efetuados para implantaccedilatildeo de povoamentos de paricaacute
Descriccedilatildeo Un R$un
Quantidade utilizada
Espaccedilamento (m)
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
Preparo da aacuterea
Anaacutelise de solo un 3450 1 1 1 1 1
Limpeza manual Diaacuteria 3500 1 1 1 1 1
Limp mecanizada ht 10218 1 1 1 1 1
Gradagem ht 10218 15 15 15 15 15
Calagem ht 6846 05 05 05 05 05
Calcaacuterio ton 8967 1 1 1 1 1
Alinhamento Diaacuteria 3500 2 14 1 08 05
Coveamento Diaacuteria 3500 334 223 167 125 08
Cercamento R$ha 30000 1 1 1 1 1
Constr de estradas R$ha 13390 1 1 1 1 1
Constr de aceiros Diaacuteria 3500 4 4 4 4 4
Adubaccedilatildeo
Adubo Kg 123 5001 3336 2502 1875 120
Adubaccedilatildeo Diaacuteria 3667 45 3 225 195 106
Plantio
Transp de mudas ht 5000 05 05 05 05 05
Mudas un 038 1751 1168 876 657 420
Plantio e replantio Diaacuteria 3500 4 27 2 15 1
Manutenccedilatildeo
Formicida Kg 674 125 10 83 695 551
Aplic de formicida Diaacuteria 3703 893 748 651 578 525
Transp de insumos ht 4233 2 2 2 2 2
Coroamento Diaacuteria 3761 67 45 35 25 16
Roccedilada ht 5602 4 5 6 7 85
Herbicida L 1732 8 9 10 105 12
Aplic de herbicida Diaacuteria 3761 4 45 5 55 6
Manutenccedilatildeo de aceiro Diaacuteria
3744 6 6 6 6 6
Manut de estrada ht 8699 469 469 469 469 469
Materiais - 6892 8 8 8 8 8
Encargos - 8185 7 7 7 7 7
Colheita e Transporte
Corte e toragem msup3 215 1844 1744 1524 1341 11705
Baldeio msup3 096 1844 1744 1524 1341 11705
Carregamento msup3 097 1844 1744 1524 1341 11705
Transporte msup3 659 1844 1744 1524 1341 11705 Valores deflacionados e descapitalizados para o ano de 2006 Considerando o volume comercial em classe de produtividade alta (21 - 24 m) com corte aos 6 anos
Os custos envolvidos nas atividades de implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo dos
povoamentos foram disponibilizados por produtores rurais da regiatildeo de
41
Paragominas Tambeacutem foram disponibilizados por empresaacuterios locais os
dados referentes agrave exploraccedilatildeo e transporte da madeira ateacute a empresa
referente a uma distacircncia meacutedia de 80 km
Para comparaccedilatildeo entre os valores incorridos durante periacuteodos
diferentes no tempo fez-se o deflacionamento dos custos para o periacuteodo
inicial (implantaccedilatildeo dos povoamentos) A correccedilatildeo da perda monetaacuteria causada
pela inflaccedilatildeo foi obtida por meio do Iacutendice Geral de Preccedilo ndash Disponibilidade
Interna (IGP ndash DI) o qual eacute responsaacutevel pelo registro da inflaccedilatildeo de preccedilos de
mateacuterias-primas agriacutecolas
Posteriormente os valores deflacionados foram descapitalizados para o
ano 0 (2006) a fim de facilitar a anaacutelise econocircmica A descapitalizaccedilatildeo foi
obtida pela seguinte foacutermula
1198810 =119881119899
(1 + 119894)119899 Eq 6
Em que
1198810 = valor inicial correspondente ao periacuteodo de implantaccedilatildeo do povoamento
(R$)
119881119899 = valor final correspondente ao ano j (R$)
119894 = taxa de juros (6 aa) e
119899 = nuacutemero de periacuteodos (anos)
25 CLASSIFICACcedilAtildeO DOS CUSTOS
Para o caacutelculo dos custos de produccedilatildeo do paricaacute foi adotada a
metodologia descrita pelo Instituto de Economia Agriacutecola (IEA) oacutergatildeo vinculado
agrave Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de Satildeo Paulo Neste
caso foram considerados os custos efetivos de produccedilatildeo ou seja aquele
dinheiro efetivamente desembolsado pelo proprietaacuterio para o pagamento da
mateacuteria-prima produtos ou serviccedilos adquiridos
42
A depreciaccedilatildeo foi aqui desconsiderada pela indisponibilidade de
informaccedilotildees sobre as maacutequinas equipamentos e benfeitorias Assim
considerou-se que todos os maquinaacuterios e equipamentos utilizados para a
implantaccedilatildeo conduccedilatildeo extraccedilatildeo e transporte dos povoamentos foram de
origem terceirizada
Os custos de produccedilatildeo foram entatildeo divididos segundo sua origem
sendo classificados de acordo com a metodologia de custos proposta pelo IEA
a) Custo operacional efetivo (COE) ndash correspondente a todos os custos
expliacutecitos
b) Custo operacional total (COT) ndash correspondente ao somatoacuterio do custo
operacional efetivo e matildeo-de-obra familiar (MO)
c) Custo Total (CT) ndash soma do custo operacional total e do custo de
oportunidade (CO) que eacute a remuneraccedilatildeo do capital circulante e do capital
fixo
As foacutermulas para obtenccedilatildeo do custo operacional total e custo total
encontram-se a seguir
119862119874119879 = 119862119874119864 + 119872119874 Eq 7
119862119879 = 119862119874119879 + 119862119874 Eq 8
43
3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
31 ESTIMATIVA DE VOLUME
A partir das equaccedilotildees ajustadas por Silva et al (2013) para
povoamentos de paricaacute foi possiacutevel estimar o volume comercial e de lacircminas
em trecircs ocasiotildees no tempo e em diferentes classes de produtividade nos cinco
espaccedilamentos de plantio como pode ser observado na Tabela 2
Tabela 2 Volumes comercial (VTHA) e de lacircminas (VCHA) estimados nos diferentes espaccedilamentos de plantio de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA
Idade Espaccedil
(m)
VTHA (msup3ha) VCHA (msup3ha)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 16229 18511 19336 5638 6858 7915
3x3 - 15498 18126 - 6163 7671
3x4 - 13328 15983 - 5476 7009
4x4 7133 13551 14623 2800 5705 6468
5x5 7351 8790 13093 3191 4124 6231
6 a
no
s
3x2 15173 16865 18439 5370 6411 7666
3x3 - 14606 17439 - 5912 7473
3x4 - 12325 15244 - 5188 6787
4x4 7178 11745 13410 2827 5146 6082
5x5 7115 8867 11705 3118 4158 5759
7 a
no
s
3x2 14315 15607 16406 5144 6054 7029
3x3 - 13920 16489 - 5706 7170
3x4 - 11890 14648 - 5052 6590
4x4 7028 11464 13067 2783 5055 5967
5x5 7020 8726 11515 3087 4109 5690
Em que VTHA= volume comercial por hectare VCHA= volume de lacircminas por hectare Espaccedil= espaccedilamento de plantio
A divisatildeo dos povoamentos em classes de produtividade eacute explicada
por Oliveira et al (2008) Segundo os autores a estratificaccedilatildeo realizada por
44
meio de classes de produtividade resulta em estimativas de volume mais
precisas proacuteximo agrave idade de corte Por isso a adoccedilatildeo das trecircs classes
A falta de informaccedilotildees nos espaccedilamentos intermediaacuterios 3x3 e 3x4 m
na classe de produtividade baixa ocorreu pela ausecircncia de povoamentos
nestas condiccedilotildees de siacutetio
A diferenccedila no volume comercial de madeira foi de 323 entre os
espaccedilamentos extremos 3x2 e 5x5 m na classe de produtividade alta sendo
maior o volume nos menores espaccedilamentos Resultados semelhantes foram
encontrados por Macedo et al (2005) com povoamentos de Teca em Minas
Gerais e Hoffmann (2009) em seu trabalho sobre caracterizaccedilatildeo
dendromeacutetrica e rendimento em laminaccedilatildeo de paricaacute na regiatildeo de
Paragominas PA
A diferenccedila no volume tem comportamento exponencial agrave medida em
que se utilizam siacutetios de menor produtividade sendo constatada uma diferenccedila
de 525 e 547 no volume entre os espaccedilamentos extremos nas classes
de produtividade meacutedia e baixa respectivamente Comportamento semelhante
foi observado para o volume de lacircminas de paricaacute Houve diferenccedila crescente
no volume entre os espaccedilamentos extremos sendo menor na classe de
produtividade alta (213)
Aos 6 anos a diferenccedila no volume entre os espaccedilamentos extremos foi
superior agrave idade anterior Na classe de produtividade alta a diferenccedila no
volume comercial foi de 365 Jaacute o volume de lacircminas abrangeu diferenccedila de
249
Nos siacutetios de baixa produtividade o volume comercial de madeira no
espaccedilamento 3x2 m foi 177 menor comparado ao de produtividade alta
Esta porcentagem encontra-se dentro do intervalo indicado por Morales et al
(2010) para povoamentos de pinus Segundo os autores a produtividade do
pinus foi reduzida entre 14 a 36 nos diferentes siacutetios de produccedilatildeo
Nos espaccedilamentos 4x4 e 5x5 m esta diferenccedila foi mais significativa
com aproximadamente 465 e 392 respectivamente Isso se deve entre
outras coisas agrave morte natural das plantas com diacircmetros mais acentuados
tornando mais expressiva a reduccedilatildeo de volume
Comparando a produccedilatildeo de paricaacute em relaccedilatildeo a idade de corte pode
ser observada uma reduccedilatildeo no volume de madeira do quinto para o sexto ano
45
Este comportamento pode ser resultado do autodesbaste caracteriacutestico da
espeacutecie Por se tratar de uma espeacutecie pioneira ela atinge o aacutepice de
incremento na idade meacutedia de 5 anos sendo mais viaacutevel seu corte neste
periacuteodo (CARVALHO 2007)
Balloni e Simotildees (1980) anteriormente jaacute haviam afirmado que a
porcentagem de aacutervores dominadas e mortas cresce com o avanccedilo da idade
sendo mais intenso e precoce nos espaccedilamentos mais apertados Por isso a
idade de corte deve ser definida em funccedilatildeo do ritmo de crescimento
espaccedilamento finalidade da madeira e suas interaccedilotildees
32 CUSTOS DE PRODUCcedilAtildeO
O levantamento de custos como citado anteriormente seguiram a
metodologia sugerida pelo Instituto de Economia Agriacutecola ndash IEA sendo
agrupados por atividade
321 Custo operacional efetivo ndash COE
Todas as atividades desde a implantaccedilatildeo ateacute a exploraccedilatildeo dos
povoamentos de paricaacute foram identificadas e os gastos estimados para
obtenccedilatildeo dos custos efetivamente desembolsados pelo produtor sendo que os
custos foram deflacionados e descapitalizados para o ano de 2006 A soma
dos custos das atividades desenvolvidas durante este periacuteodo com corte aos
5 6 e 7 anos podem ser observadas na Tabela 3
Nos povoamentos em estudo os custos de implantaccedilatildeo variaram entre
R$80000 a R$180000 entre os espaccedilamentos extremos sendo menor
quanto menor o nuacutemero de plantas por hectare Este montante representa
entre 18 e 26 do custo total de produccedilatildeo de paricaacute demonstrando sua
importacircncia em relaccedilatildeo agrave outros custos
46
Tabela 3 Custo Operacional Efetivo (COE) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006
Idade Espaccedilamento
(m)
COE do volume comercial (R$ha) COE do volume de lacircminas (R$ha)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 501646 501646 501646 648938 667703 674487
3x3 - 437995 437995 - 586899 608517
3x4 - 408969 408969 - 540219 562057
4x4 388309 388309 388309 468849 521642 530459
5x5 369666 369666 369666 451856 463692 499083
6 a
no
s
3x2 512608 512608 512608 639852 652755 664594
3x3 - 451539 451539 - 574684 595999
3x4 - 423545 423545 - 529527 551493
4x4 404176 404176 404176 471255 505786 518322
5x5 385283 385283 385283 451891 465242 486598
7 a
no
s
3x2 527155 527155 527155 637832 646772 652303
3x3 - 465086 465086 - 573035 590806
3x4 - 436693 436693 - 530595 549673
4x4 416824 416824 416824 477086 507776 518871
5x5 398191 398191 398191 458394 470202 489495
47
O custo no espaccedilamento 5x5 m foi semelhante ao encontrado por Silva
et al (2004) para a implantaccedilatildeo de 1 ha de eucalipto na regiatildeo de Brasiacutelia
quando os valores foram corrigidos para o mesmo periacuteodo demonstrando
semelhanccedila na implantaccedilatildeo das duas culturas
Nos povoamentos analisados natildeo houve diferenccedilas nos custos para
implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo nos plantios com classes de produtividade distintas
os quais objetivavam a produccedilatildeo de volume comercial Em contrapartida
houve o acreacutescimo de gastos a medida em que se reduziu os espaccedilamentos
de plantio ou seja quanto menor a aacuterea ocupada por plantas maiores os
gastos com alinhamento marcaccedilatildeo de covas coveamento plantio e adubaccedilatildeo
Em relaccedilatildeo ao volume de lacircminas ocorreu a distinccedilatildeo dos custos entre
classes de produtividade uma vez que os custos com colheita e transporte
estatildeo relacionados com o volume colhido Assim em classes de produtividade
alta e menor espaccedilamento de plantio o COE foi superior em comparaccedilatildeo aos
outros povoamentos analisados
Como observado aos 5 anos natildeo houve diferenccedila no COE
independente da classe de produtividade nos povoamentos em que satildeo
mensurados o volume comercial de madeira Isso foi reflexo da quantidade de
plantas inseridas no local que no plantio foram invariaacuteveis independente da
qualidade do terreno O mesmo foi notado quando se estimou os custos para
exploraccedilatildeo de madeira aos 7 anos
A reduccedilatildeo no COE da produccedilatildeo de lacircminas com o aumento da idade
de exploraccedilatildeo eacute explicado pela reduccedilatildeo ocorrida no volume de madeira
causado pela mortalidade das plantas como observado no trabalho de Silva et
al (2013) Assim diminuem-se proporcionalmente os custos com colheita
transporte e outras atividades de manutenccedilatildeo
322 Custo operacional total ndash COT
O custo operacional total envolveu o COE e a matildeo-de-obra familiar
considerada aqui como o custo de administraccedilatildeo ou seja os proprietaacuterios dos
48
povoamentos eram os responsaacuteveis pela administraccedilatildeo dos plantios A
participaccedilatildeo do COT pode ser observada na Tabela 4
O custo da matildeo-de-obra foi considerado como um custo operacional
efetivo pois natildeo houve somente um gasto mas um desembolso ou seja uma
saiacuteda de caixa Jaacute a matildeo-de-obra familiar eacute parte do custo de produccedilatildeo pois
consistiu em uma alocaccedilatildeo de recurso produtivo (matildeo-de-obra) para a geraccedilatildeo
do produto (madeira) representando cerca de 10 dos custos de produccedilatildeo
Observando a tabela 4 pode-se notar que o maior custo de
administraccedilatildeo foi obtido para o espaccedilamento 3x2 m quando o objetivo era a
laminaccedilatildeo com custo de aproximadamente R$67450 Jaacute o espaccedilamento 5x5
m com objetivo de venda da floresta em peacute obteve o menor custo com
aproximadamente R$37000 por hectare
Resultados semelhantes foram encontrados para a produccedilatildeo de
madeira aos 6 anos Os menores custos de administraccedilatildeo estatildeo relacionados
aos menores custo de implantaccedilatildeo e conduccedilatildeo dos povoamentos Aos 6 anos
o custo de administraccedilatildeo no espaccedilamento 5x5 m em classe de produtividade
alta com o objetivo de produccedilatildeo de lacircminas foi de aproximadamente R$48660
e R$38528 quando se objetivou a venda da madeira em peacute
Os custos de administraccedilatildeo tambeacutem foram reduzidos a medida em que
se aumentou o tempo para exploraccedilatildeo dos povoamentos devido a reduccedilatildeo do
volume por hectare sendo outro indicio de que esta espeacutecie deve ser
explorada logo aos 5 anos apoacutes o plantio
49
Tabela 4 Custo Operacional Total (COT) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006
Idade Espaccedilamento
(m)
COT do volume comercial (R$ha) COT do volume de lacircminas (R$ha)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 551811 551811 551811 713832 734473 741936
3x3 - 481795 481795 - 645589 669368
3x4 - 449865 449865 - 594241 618263
4x4 427140 427140 427140 515733 573807 583505
5x5 406633 406633 406633 497042 510062 548991
6 a
no
s
3x2 563869 563869 563869 703837 718031 731053
3x3 - 496693 496693 - 632152 655599
3x4 - 465900 465900 - 582479 606642
4x4 444594 444594 444594 518380 556365 570155
5x5 423812 423812 423812 497080 511767 535258
7 a
no
s
3x2 579871 579871 579871 701615 711449 717534
3x3 - 511595 511595 - 630338 649886
3x4 - 480362 480362 - 583655 604641
4x4 458507 458507 458507 524794 558554 570758
5x5 438010 438010 438010 504233 517223 538444
50
323 Custo total ndash CT
O custo total foi obtido pelo COT acrescido da remuneraccedilatildeo paga ao
capital investido e ao custo da Terra (TABELA 5)
Apoacutes contabilizados todos os custos foi possiacutevel inferir que para o
volume comercial em espaccedilamentos mais adensados o custo total foi 2294
maior do que nos plantios mais espaccedilados independente da classe de
produtividade Jaacute em povoamentos onde o objetivo do plantio era a venda de
lacircminas ocorreu uma variaccedilatildeo nos custos em fator da classe de produtividade
e espaccedilamento de plantio
A venda da madeira aos 6 anos culminou em um acreacutescimo de 67 a
86 em comparaccedilatildeo com os mesmos povoamentos sendo explorados aos 5
anos Para a produccedilatildeo de lacircminas o aumento dos custos foi menos
expressivo No espaccedilamento 3x2 m em classe de produtividade baixa o
aumento foi de 34
A exploraccedilatildeo de povoamentos aos 7 anos foi 1347 a 1596 maior
em relaccedilatildeo a exploraccedilatildeo aos 5 anos e 726 a 801 para 6 anos Estes
nuacutemeros confirmam que os custos tecircm crescido proporcionalmente com o
passar do tempo
Os custos com a remuneraccedilatildeo do capital investido e pelo uso da terra
correspondem em meacutedia a 24 dos custos totais de produccedilatildeo Poreacutem a
maioria dos produtores rurais deixam de contabilizar estes custos por se tratar
do pagamento pelo uso dos bens que ele jaacute possui (capital e terra) resultando
em valores de produccedilatildeo abaixo do que realmente deve ser computado
Comparando a produccedilatildeo de paricaacute e Teca no espaccedilamento 3x2 m
utilizando a mesma metodologia de custos observa-se que o custo total para
cultivo da Teca eacute de aproximadamente R$1080309 valor muito proacuteximo ao
observado para o plantio de paricaacute (SANGUINO 2009)
51
Tabela 5 Custo Total (CT) da produccedilatildeo de paricaacute em valores de 2006
Idade Espaccedilamento
(m)
CT do volume comercial (R$ha) CT do volume de lacircminas (R$ha)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 730146 730146 730146 917076 940890 949501
3x3 - 649366 649366 - 838341 865776
3x4 - 612527 612527 - 779099 806814
4x4 586308 586308 586308 688522 755523 766713
5x5 562648 562648 562648 666957 681978 726892
6 a
no
s
3x2 782537 782537 782537 949133 966026 981526
3x3 - 702582 702582 - 863811 891718
3x4 - 665930 665930 - 804688 833447
4x4 640572 640572 640572 728395 773606 790019
5x5 615836 615836 615836 703043 720523 748483
7 a
no
s
3x2 843816 843816 843816 99343 100552 101299
3x3 - 759911 759911 - 905837 92986
3x4 - 721528 721528 - 848467 874257
4x4 694669 694669 694669 776132 81762 832618
5x5 669481 669481 669481 750864 766827 792907
52
De maneira geral os custos mais expressivos satildeo referentes agrave manutenccedilatildeo
dos plantios independente do espaccedilamento adotado (Figura 3) Isso eacute
consequecircncia do maior nuacutemero de atividades desenvolvidas durante este periacuteodo
que variam desde o controle de formigas agrave manutenccedilatildeo de estradas
Figura 3 Custos totais da produccedilatildeo de paricaacute sob diferentes espaccedilamentos na regiatildeo de Paragominas PA
Nota-se no entanto que quanto maior o espaccedilamento de plantio utilizado
maiores satildeo os custos de manutenccedilatildeo por hectare Como haacute menor quantidade de
aacutervores por hectare a presenccedila de plantas invasoras eacute mais acentuada
aumentando os custos para seu controle Em contrapartida os custos por hectare
53
com adubaccedilatildeo plantio colheita e transporte diminuem jaacute que o nuacutemero de aacutervores
na aacuterea eacute reduzido
Deve-se ressaltar ainda que estes custos podem variar de acordo com a
classe de produtividade a idade em que vatildeo ser explorados os povoamentos e os
tipos de atividades empregadas que podem variar de acordo com o produtor e a
regiatildeo
54
4 CONCLUSOtildeES
O custo operacional efetivo representou em meacutedia 65 dos custos totais de
produccedilatildeo sendo o transporte o custo individual mais expressivo em todos os
espaccedilamentos analisados Jaacute a manutenccedilatildeo foi o conjunto de atividades mais
significativo nos povoamentos devido ao nuacutemero e ao longo periacuteodo para execuccedilatildeo
das atividades
Os custos totais de produccedilatildeo foram superiores em espaccedilamentos menores
independentemente da remuneraccedilatildeo ou natildeo pelo uso dos capitais permanente e
circulante
A diferenccedila nos custos entre espaccedilamentos extremos 3x2 m e 5x5 m eacute
justificada pelo maior volume de matildeo-de-obra e insumos necessaacuterios para execuccedilatildeo
das atividades em locais com maior nuacutemero de plantas por hectare
55
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE FLORESTAS PLANTADAS ndash ABRAF Anuaacuterio Estatiacutestico da ABRAF 2013 Ano base 2012 Brasiacutelia ABRAF 2013 148p Disponiacutevel em lthttpwwwabraflororgbrestatisticasABRAF13ABRAF13BR pdfgt Acesso em 19 Ago 2013 BALLONI E A SIMOtildeES J W O espaccedilamento de plantio e suas implicaccedilotildees silviculturais IPEF Piracicaba v1 n 3 p 1-16 Set 1980 (Seacuterie Teacutecnica) CAMPOS J C C LEITE H G Mensuraccedilatildeo florestal perguntas e respostas Viccedilosa UFV 2002 407p
CARVALHO P E R Paricaacute (Schizolobium amazonicum) Colombo Embrapa Florestas 2007 8p (Circular Teacutecnica 142)
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56
PREFEITURA MUNICIPAL DE DOM ELISEU O municiacutepio Dom Eliseu 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwdomeliseupagovbrgt Acesso em 23 Maio 2013 SANGUINO A C Custos de implantaccedilatildeo e rentabilidade econocircmica de povoamentos florestais com teca no estado do Paraacute Ciecircncias Agraacuterias Beleacutem n 52 p 61-78 juldez 2009 SILVA G F GEZAN S A SOARES C P B ZANETI L Z Modeling growth and yield of Schizolobium amazonicum under different spacings International Journal of Forestry Research v 2013 (2013) 10 p SILVA K R MINETTI L J FIEDLER N C VENTUROLI F MACHADO E G B SOUZA A P Custos e rendimentos operacionais de um plantio de eucalipto em regiatildeo de cerrado Aacutervore Viccedilosa-MG v28 n3 p 361-366 2004
57
CAPIacuteTULO 2
ANAacuteLISE ECONOcircMICA DA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA DE PARICAacute
RESUMO
As exigecircncias atuais de mercado aliadas agraves alternativas de investimento expressam
a necessidade de avaliaccedilatildeo econocircmica de projetos florestais Essa avaliaccedilatildeo
contribui com a escolha da melhor estrateacutegia de produccedilatildeo a fim de tornar os
produtos florestais brasileiros competitivos no mercado externo Por isso objetivou-
se neste trabalho analisar a viabilidade econocircmica de povoamentos de paricaacute sob
diferentes espaccedilamentos aleacutem de determinar economicamente a melhor forma de
plantio para produccedilatildeo de madeira Estes povoamentos foram implantados na regiatildeo
de Paragominas PA em 2006 sob os espaccedilamentos 3x2 3x3 3x4 4x4 e 5x5 m
divididos em trecircs classes de produtividade A produccedilatildeo foi entatildeo estimada para as
idades de 5 6 e 7 anos por meio de equaccedilotildees de crescimento e produccedilatildeo Os
custos do plantio agrave colheita foram disponibilizados por produtores rurais e
empresaacuterios da regiatildeo assim como o valor de venda de lacircminas A partir da
obtenccedilatildeo dos custos e receitas fez-se a anaacutelise econocircmica dos projetos Para tanto
foram utilizados os iacutendices econocircmicos e o criteacuterio do benefiacutecio perioacutedico equivalente
(BPE) como formas de avaliaccedilatildeo considerando-se a taxa de desconto de 6 como
a taxa miacutenima de atratividade Apoacutes a anaacutelise dos iacutendices e criteacuterio de avaliaccedilatildeo
econocircmica pode-se concluir que o espaccedilamento 3x3 m em classe de produtividade
alta com corte aos 5 anos foi o mais indicado pois gera o maior retorno financeiro
Para os maiores espaccedilamentos estudos ainda devem ser desenvolvidos mas
acredita-se que eles sejam alternativas financeiras viaacuteveis
Palavras-chave Criteacuterios de avaliaccedilatildeo espaccedilamentos de plantio iacutendices
econocircmicos retorno financeiro
58
CHAPTER 2
ECONOMIC ANALYSIS OF PRODUCTION PARICAacute
ABSTRACT
The current market demands combined with investment alternatives express the
need for economic evaluation of forestry projects This assessment contributes to the
choice of the best production strategy in order to make the Brazilian forest products
competitive in foreign markets Therefore this study aimed to analyze the economic
feasibility of stands of paricaacute under different spacings and economically determine
the best planting for timber production These settlements were established in the
region of Paragominas PA in 2006 under the spacings 3x2 3x3 3x4 4x4 and 5x5
m divided into three classes productivity The production was then estimated for
ages 5 6 and 7 years through equations of growth and production Costs from
planting to harvest were provided by farmers and entrepreneurs in the region as well
as the value of sales of blades From procurement costs and revenues became the
economic analysis of projects For both economic indicators and criteria periodic
benefit equivalent (BPE) as forms of assessment considering the discount rate of 6
as the hurdle rate were used After analyzing the indexes and economic evaluation
criteria it can be concluded that the spacing 3x3 m in class high productivity with cut
to 5 years was the most suitable because it generates the greatest financial return
For the larger spacings studies have yet to be developed but it is believed that they
are viable alternatives financial
Keywords Evaluation criteria planting space economic indicators financial return
59
1 INTRODUCcedilAtildeO
A implantaccedilatildeo da lei dos incentivos fiscais na deacutecada de 60 motivou o plantio
de florestas para ampliar a base florestal do Paiacutes e captar recursos para o
desenvolvimento do setor (MELLO et al 2005) Esses estiacutemulos baseavam-se na
expansatildeo florestal desconsiderando a qualidade da madeira
Nos dias atuais diante das exigecircncias de mercado da competiccedilatildeo com
outros paiacuteses e das pressotildees relacionadas ao meio ambiente o Brasil tem investido
natildeo somente em produccedilatildeo mais tambeacutem em teacutecnicas silviculturais que contribuam
com a qualidade final dos produtos aleacutem de teacutecnicas que reduzam os custos
envolvidos no processo produtivo Essas metas tecircm sido alcanccediladas por meio do
planejamento dos investimentos
Para realizar um investimento eacute necessaacuterio primeiramente organizar
formalmente os objetivos por meio de um projeto relacionando os meios de que se
dispotildee para alcanccedilaacute-los Posteriormente deve-se analisar o mercado potencial do
produto a fim de obter informaccedilotildees sobre os retornos esperados do investimento
comparativamente agraves alternativas disponiacuteveis eou viaacuteveis Assim com o
planejamento adequado das atividades eacute possiacutevel identificar as exigecircncias atuais de
mercado os caminhos a serem seguidos para entatildeo construir um referencial futuro
o qual identificaraacute a viabilidade ou natildeo da implantaccedilatildeo do projeto ao qual o
planejamento se destina (REZENDE OLIVEIRA 2008)
Para implantaccedilatildeo de um projeto aleacutem de se conhecer o horizonte de
planejamento que eacute o periacuteodo estimado durante o qual o empreendimento em
anaacutelise iraacute operar faz-se necessaacuterios tambeacutem testar a sua viabilidade teacutecnica
econocircmica financeira social ambiental e poliacutetica O teste da viabilidade econocircmica
eacute considerado o mais importante entre os paracircmetros de avaliaccedilatildeo pois consiste em
verificar se no projeto as receitas superam os custos Caso isso natildeo ocorra diz-se
que o projeto eacute insustentaacutevel desde a sua implantaccedilatildeo (FARO 1979 CHICHORRO
et al 2010)
Na avaliaccedilatildeo econocircmica para decisatildeo de que o projeto deve ou natildeo ser
implementado satildeo usadas teacutecnicas e criteacuterios de anaacutelise que comparam os custos e
as receitas inerentes ao projeto A anaacutelise de projetos consiste entatildeo na verificaccedilatildeo
60
de que determinada atividade eacute lucrativa ou natildeo considerando-se um horizonte de
planejamento (REZENDE OLIVEIRA 2008)
Existem vaacuterios meacutetodos de seleccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de projetos de
investimentos Geralmente recorre-se a meacutetodos que consideram principalmente as
atividades a serem executadas os periacuteodos de execuccedilatildeo e seus respectivos custos
os produtos e o periacuteodo de tempo que levaratildeo para serem produzidos seus preccedilos
e receitas ou seja o fluxo de caixa (CHICHORRO et al 2010)
Os meacutetodos de avaliaccedilatildeo econocircmica podem entatildeo ser divididos em dois
grupos principais O primeiro grupo compreende aqueles em que natildeo se considera a
variaccedilatildeo do capital no tempo sendo indicados para horizontes de planejamentos
muito curtos onde natildeo haacute inflaccedilatildeo Jaacute o segundo grupo considera a variaccedilatildeo do
capital no tempo podendo-se citar o valor presente liacutequido (VPL) e o benefiacutecio
perioacutedico equivalente (BPE) como exemplos (SILVA et al 2005)
A variaccedilatildeo do capital ocorre devido agrave remuneraccedilatildeo paga ao seu uso por
determinado tempo ou seja os juros Assim no final do prazo estipulado natildeo
haveraacute somente a quantia emprestada mais tambeacutem um acreacutescimo que
corresponde ao custo de oportunidade do uso do capital durante o periacuteodo de
empreacutestimo O valor a ser pago no final do periacuteodo dependeraacute da taxa de juros
correspondente a unidade de tempo considerada A Conab utiliza o percentual de
6 ao ano como a taxa de retorno para a remuneraccedilatildeo dos investimentos feitos pelo
produtor como se o capital fosse aplicado em outro investimento alternativo
(OLIVEIRA REZENDE 2004 CONAB 2010)
Tendo em vista este contexto objetivou-se neste trabalho analisar a
viabilidade econocircmica de povoamentos de paricaacute sob diferentes espaccedilamentos e
determinar economicamente o melhor espaccedilamento de plantio para produccedilatildeo de
madeira
61
2 MATERIAL E MEacuteTODOS
21 OBTENCcedilAtildeO DAS RECEITAS
A partir da estimativa dos volumes comercial (VTHA msup3ha) e de lacircminas
(VCHA m3ha) nos diferentes espaccedilamentos de plantio em diferentes
idades e classes produtivas tal como proposto no capiacutetulo 1 foram contraiacutedas as
receitas Os volumes comercial e de lacircminas estimados foram multiplicados pelo valor
meacutedio de venda disponiacutevel no boletim informativo de preccedilos disponibilizado pela
Coordenadoria Executiva da Administraccedilatildeo Tributaacuteria ndash CERAT do Estado do Paraacute
2013 Obteve-se assim a receita para cada espaccedilamento analisado
22 OBTENCcedilAtildeO DOS CUSTOS
Como se trata de projetos de investimento com a finalidade de obtenccedilatildeo de
madeira foram propostos trecircs horizontes de planejamento para os povoamentos de
paricaacute Esses horizontes se referiram ao periacuteodo de tempo que estes projetos foram
avaliados correspondendo a 5 6 e 7 anos entre a implantaccedilatildeo e colheita
Sabendo-se que eacute necessaacuterio reajustar os valores investidos durante o
periacuteodo de execuccedilatildeo do projeto utilizou-se uma taxa de desconto de 6 ao ano
como forma de remuneraccedilatildeo do capital investido considerando a caderneta de
poupanccedila como sendo o melhor investimento alternativo (OLIVEIRA REZENDE
2004) A inflaccedilatildeo identificada no periacuteodo foi obtida por meio do uso do Iacutendice Geral
de Preccedilos - Disponibilidade Interna (IGP-DI) o qual mede a variaccedilatildeo de preccedilos no
mercado A descapitalizaccedilatildeo foi realizada de acordo com a metodologia descrita no
capiacutetulo 1
Para anaacutelise da viabilidade econocircmica do projeto identificaram-se as
variaccedilotildees do capital no tempo Assim em relaccedilatildeo agrave classificaccedilatildeo do projeto de
investimento este foi considerado convencional ou seja ocorreu apenas uma
mudanccedila de sinal em seu fluxo de caixa satisfazendo as seguintes condiccedilotildees
62
119862119900 lt 0
119883119895 le 0 119901119886119903119886 119895 = 1 hellip 119896
119883119895 ge 0 119901119886119903119886 119895 = 119896 + 1 hellip 119899 119890
sum 119883119895
119899
119895=119896+1
gt sum 119883119895
119896
119895=0
Em que
Co = custo inicial (R$)
k = periacuteodo de tempo a partir do qual as receitas passaram a ser positivas
Xj = receita liacutequida de cada periacuteodo j e
n = duraccedilatildeo do projeto (anos)
Depois de identificado o tipo de projeto e tendo todos os custos jaacute calculados
no capiacutetulo 1 procedeu-se a anaacutelise econocircmica dos projetos por meio da avaliaccedilatildeo
dos iacutendices econocircmicos e do benefiacutecio perioacutedico equivalente (BPE)
23 IacuteNDICES ECONOcircMICOS DA PRODUCcedilAtildeO
Para verificar a rentabilidade do sistema produtivo os seguintes iacutendices
econocircmicos de produccedilatildeo foram utilizados
a) Renda bruta (RB)
119877119861 = 119876 times P Eq1
b) Margem bruta (MB)
119872119861 = 119877119861 minus 119862119874119864 Eq 2
c) Margem liacutequida (ML)
119872119871 = 119877119861 minus 119862119874119879 Eq 3
d) Lucro (L)
119871 = 119877119861 minus 119862119879 Eq 4
63
e) Lucratividade (Lc)
119871119888 =119871
119877119861 Eq 5
f) Iacutendice de rentabilidade (IR)
119868119877 =119872119871
119862 Eq 6
Em que
119877119861 = renda bruta (R$)
119876 = quantidade de produto vendido (un)
119875 = preccedilo unitaacuterio dos produtos (R$)
119872119861 = margem bruta (R$)
119862119874119864 = custo operacional efetivo (R$)
119872119871 = margem liacutequida (R$)
119862119874119879 = custo operacional total (R$)
119871 = lucro (R$)
119862119879 = custo total (R$)
119871119888 = lucratividade ()
119868119877 = iacutendice de rentabilidade () e
119862 = capital empatado (R$) referente ao somatoacuterio do custo fixo e circulante meacutedio
podendo-se considerar ou natildeo o custo da terra
24 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA DOS PROJETOS
241 Benefiacutecio perioacutedico equivalente (BPE)
Para avaliaccedilatildeo da viabilidade econocircmica por meio do BPE a seguinte
foacutermula foi utilizada
119861119875119864 =119881119875119871[(1 + 119894)119905](1 + 119894)119899119905
(1 + 119894)119899119905 minus 1 Eq 7
64
Em que
n = duraccedilatildeo do projeto (anos)
t = nuacutemero de periacuteodos de capitalizaccedilatildeo
i = taxa de desconto e
VPL = valor presente liacutequido
O VPL foi obtido pela foacutermula
119881119875119871 = sum 119877119895
119899
119895=0
(1 + 119894)minus119895 minus sum 119862119895
119899
119895=0
(1 + 119894)minus119895
Eq 8
Em que
i = taxa de desconto (juros)
j = periacuteodo em que a receita ou o custo ocorreram
n = duraccedilatildeo do projeto (anos)
Rj = receita no final do ano j ou do periacuteodo de tempo e
Cj = custo no final do ano j ou do periacuteodo de tempo considerado
O BPE permite a comparaccedilatildeo de projetos com diferentes horizontes de
planejamento pois os custos jaacute estatildeo distribuiacutedos por unidade de tempo estando
impliacutecitas as diferenccedilas de horizontes Como o desconto dos fluxos de caixa foi
estimado a partir da ldquodata presenterdquo ou seja no periacuteodo de implantaccedilatildeo do projeto
estes foram comparados quando as consequecircncias monetaacuterias estavam em um
ponto comum do tempo
65
3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
31 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA VENDA DE MADEIRA EM PEacute
A renda bruta foi estimada por meio da multiplicaccedilatildeo do volume comercial e
comercial por hectare e o preccedilo pago por cada unidade agrave qual se admitiu um valor
miacutenimo de R$5370 msup3 para venda de ldquomadeira em peacuterdquo ou seja madeira natildeo
explorada e R$45156 msup3 a venda de lacircminas de paricaacute
Identicamente aos custos as receitas foram deflacionadas e
descapitalizadas para o ano 0 a fim de possibilitar a comparaccedilatildeo entre os valores
gastos e recebidos com essa praacutetica de produccedilatildeo A renda bruta obtida com a venda
de madeira de paricaacute pode ser observada na Tabela 1
Tabela 1 Renda bruta (RB) obtida com a produccedilatildeo de madeira de paricaacute na regiatildeo de Paragominas PA sem considerar o custo de laminaccedilatildeo
Idade Espaccedil
(m)
VTHA (R$ha) VCHA (R$ha)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 379731 433109 452408 1109193 1349221 1557365
3x3 - 362619 424113 - 1212472 1509318
3x4 - 311840 373961 - 1077399 1379067
4x4 166887 317064 342144 550865 1122453 1272564
5x5 172002 205671 306342 627806 811406 1226000
6 a
no
s
3x2 355004 394611 431419 1056449 1261369 1508350
3x3 - 341749 408022 - 1163130 1470243
3x4 - 288386 356682 - 1020754 1335360
4x4 167940 274794 313771 556167 1012394 1196711
5x5 166477 207478 273875 613368 817994 1133134
7 a
no
s
3x2 334925 365156 383863 1012137 1191106 1382874
3x3 - 325700 385794 - 1122613 1410651
3x4 - 278203 342718 - 993941 1296571
4x4 164441 268225 305743 547531 994496 1174049
5x5 164242 204174 269414 607295 808354 1119474
Em que Espaccedil = espaccedilamento (m) VTHA = volume comercial por hectare (msup3ha) e VCHA = volume de lacircminas por hectare (msup3ha)
66
A ausecircncia de valores na classe de produtividade baixa nos espaccedilamentos
3x3 e 3x4 m eacute proveniente da inesistecircncia de povoamentos nestas condiccedilotildees de
terreno Como se tratam de plantios independentes a falta de informaccedilotildees nestes
ambientes natildeo prejudicamalteram os resultados nas outras aacutereas em estudo
Observando a Tabela 1 eacute perceptiacutevel a diferenccedila entre a renda bruta obtida
com a venda de madeira em peacute e a explorada Para siacutetios de baixa produtividade e
com corte aos 5 anos a diferenccedila entre a venda de lacircminas e madeira em peacute foi de
aproximadamente R$729000 Esta diferenccedila ocorreu porque o custo de laminaccedilatildeo
natildeo foi contabilizado por falta de informaccedilotildees sobre o processo produtivo
Natildeo existem estudos que indiquem os custos reais de laminaccedilatildeo de paricaacute
proveniente de reflorestamento e quais as atividades necessaacuterias para transformar o
torete de madeira em lacircminas de forma eficiente e com boa qualidade
A renda resultante da venda de ldquomadeira em peacuterdquo em espaccedilamentos
menores como o 3x2 m superam os mais espaccedilados como o 4x4 e 5x5 m com
receita duas vezes maior quando comparados os espaccedilamentos 3x2 e 5x5 m Esta
tendecircncia ocorre entre classes de produtividade e tambeacutem entre idades distintas
Com o aumento da idade de corte houve diminuiccedilatildeo nas receitas em todos
os espaccedilamentos pois o volume de madeira foi reduzido Isso ocorre como jaacute citado
anteriormente provavelmente devido ao autodesbaste das plantas caracteriacutestico da
espeacutecie Entretanto os custos tambeacutem sofreram reduccedilatildeo devido ao menor nuacutemero
de plantas por hectare e esta relaccedilatildeo deve ser analisada
O comportamento da renda bruta em relaccedilatildeo a madeira explorada segue a
mesma tendecircncia citada acima ou seja o menor espaccedilamento no melhor siacutetio
produtivo aos 5 anos eacute o que indica ser o mais viaacutevel Todavia deve-se interagir
custos e receitas para se inferir sobre o espaccedilamento mais adequado para se obter
a maior lucratividade
Na Tabela 2 eacute possiacutevel observar os iacutendices em siacutetios com classe de
produtividade baixa para a venda de lacircminas de paricaacute
67
Tabela 2 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute para venda preacute-corte em classe de produtividade baixa (17 ndash 19 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
5 a
no
s
MB -121915 - - -221422 -197665
ML -172080 - - -260253 -234631
L -256915 - - -325921 -297147
L (t) -350415 - - -419421 -390647
Luc -068 - - -195 -173
Lucr (t) -092 - - -251 -227
IR -047 - - -085 -079
IR (t) -038 - - -065 -060
6 a
no
s
MB -157604 - - -236236 -218806
ML -208865 - - -276654 -257335
L -316133 - - -361232 -337959
L (t) -427533 - - -472632 -449359
Luc -089 - - -215 -203
Lucr (t) -120 - - -281 -270
IR -056 - - -088 -084
IR (t) -043 - - -065 -062
7 a
no
s
MB -192230 - - -244377 -225943
ML -244145 - - -285258 -264961
L -376891 - - -388205 -363216
L (t) -508091 - - -519405 -494416
Luc -113 - - -236 -221
Lucr (t) -152 - - -316 -301
IR -065 - - -090 -086
IR (t) -048 - - -064 -060
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
Na Tabela 2 eacute possiacutevel observar que sob as condiccedilotildees analisadas nenhum
espaccedilamento eacute viaacutevel economicamente Jaacute o comportamento dos iacutendices financeiros
em classe de produtividade meacutedia pode ser observado na Tabela 3
68
Tabela 3 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute para venda preacute-corte em classe de produtividade meacutedia (19 ndash 21 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
5 a
no
s
MB -68537 -75377 -97128 -71245 -163995
ML -118702 -119176 -138025 -110076 -200962
L -203537 -193247 -207187 -175744 -263477
L (t) -297037 -286747 -300687 -269244 -356977
Luc -047 -053 -066 -055 -128
Lucr (t) -069 -079 -096 -085 -174
IR -033 -036 -043 -036 -067
IR (t) -026 -028 -034 -027 -051
6 a
no
s
MB -117998 -109790 -135159 -129382 -177806
ML -169258 -154944 -177514 -169800 -216334
L -276527 -249433 -266145 -254378 -296958
L (t) -387927 -360833 -377545 -365778 -408358
Luc -070 -073 -092 -093 -143
Lucr (t) -098 -106 -131 -133 -197
IR -046 -046 -055 -054 -071
IR (t) -035 -034 -041 -040 -052
7 a
no
s
MB -161999 -131381 -150483 -140593 -186011
ML -213914 -177089 -193352 -181475 -225030
L -346659 -292189 -301302 -284422 -323284
L (t) -477859 -423389 -432502 -415622 -454484
Luc -095 -090 -108 -106 -158
Lucr (t) -131 -130 -155 -155 -223
IR -057 -052 -059 -057 -073
IR (t) -042 -037 -042 -040 -051
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
Os prejuiacutezos obtidos nestas condiccedilotildees do terreno satildeo menores quando
comparados com siacutetios de produtividade baixa O mesmo comportamento tambeacutem
foi observado para siacutetios de classe de produtividade alta como indicado na Tabela
4
69
Tabela 4 Iacutendices econocircmicos obtidos em povoamentos de paricaacute pra venda preacute-corte em classe de produtividade alta (21 ndash 24 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
5 a
no
s
MB -49238 -13882 -35007 -46165 -63324
ML -99403 -57682 -75904 -84996 -100291
L -184238 -131752 -145066 -150664 -162806
L (t) -277738 -225252 -238566 -244164 -256306
Luc -041 -031 -039 -044 -053
Lucr (t) -061 -053 -064 -071 -084
IR -027 -017 -024 -028 -034
IR (t) -022 -014 -018 -021 -026
6 a
no
s
MB -81189 -43517 -66863 -90406 -111408
ML -132450 -88671 -109217 -130823 -149937
L -239718 -183160 -197848 -215401 -230561
L (t) -351118 -294560 -309248 -326801 -341961
Luc -056 -045 -055 -069 -084
Lucr (t) -081 -072 -087 -104 -125
IR -036 -026 -034 -041 -049
IR (t) -028 -020 -025 -031 -036
7 a
no
s
MB -143292 -71287 -85969 -103075 -120771
ML -195207 -116995 -128837 -143956 -159790
L -327953 -232094 -236787 -246903 -258044
L (t) -459153 -363294 -367987 -378103 -389244
Luc -085 -060 -069 -081 -096
Lucr (t) -120 -094 -107 -124 -144
IR -052 -034 -039 -045 -052
IR (t) -038 -025 -028 -032 -036
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
A inviabilidade econocircmica observada nas trecircs condiccedilotildees produtivas podem
ter sido provenientes do baixo valor de mercado praticado na regiatildeo
Apoacutes o pagamento de todos os desembolsos efetivos restou o deacutebito de R$-
13882 para o espaccedilamento 3x3 m Esta quantia jaacute pode ser considerada como
70
prejuiacutezo do investimento mesmo sem ser contabilizados o pagamento da matildeo de
obra familiar (administraccedilatildeo) e os custos de oportunidade do capital
O menor valor resultante para o espaccedilamento 5x5 m se deve ao fato de
existirem atividades iguais aos outros espaccedilamentos que estatildeo sendo executas em
tempo maior que dos outros povoamentos aumentando assim o custo de produccedilatildeo
Jaacute os resultados encontrados para o espaccedilamento 3x3 m em classe de
produtividade alta satildeo atribuiacutedos agrave eficiecircncia das operaccedilotildees de manutenccedilatildeo dos
plantios principalmente pelo controle de plantas daninhas
Depois do pagamento de todos os desembolsos efetivos foi admitida a
remuneraccedilatildeo da matildeo de obra familiar em virtude da administraccedilatildeo das aacutereas de
plantio sendo proporcional aos custos de produccedilatildeo de paricaacute A margem liacutequida
negativa indica que o empreendimento eacute economicamente inviaacutevel O valor admitido
por este iacutendice se positivo natildeo seria o lucro gerado pois ainda natildeo foi descontado
o custo de oportunidade do capital investido
Para todos os povoamentos analisados houve lucro negativo principalmente
quando foi considerada a remuneraccedilatildeo pelo uso da terra Isso significa que o
investimento natildeo foi atrativo financeiramente Este resultado natildeo eacute interessante
economicamente ao produtor e pode trazer consequecircncias ainda piores como falta
de incentivo agrave produccedilatildeo falta de demanda para venda da madeira em idade de corte
e preccedilos ainda menores do que os praticados
Considerando-se o pagamento pelo uso da terra o prejuiacutezo obtido pelo
plantio de paricaacute variou entre 53 e 316 sendo maior quando mais amplo o
espaccedilamento de plantio Desconsiderando o pagamento pelo uso da terra o
prejuiacutezo se tornou menor estando entre 31 e 236
Este iacutendice representa a capacidade da atividade de transformar
investimento em margem liacutequida Assim desconsiderando o pagamento pelo uso da
terra tem-se que para cada real investido obteve-se entre R$-090 e R$-017 de
margem liacutequida sendo mais atrativo o espaccedilamento 3x3 m em classe de
produtividade alta Considerando o custo da terra o valor foi de R$-065 a R$-014
sendo melhor nos menores espaccedilamento de plantio
Deve-se salientar novamente que o valor do msup3 de madeira utilizado nesta
pesquisa eacute proveniente do preccedilo meacutedio praticado pelo CERAT ndash PA Valores
superiores a este encontrados na regiatildeo podem alterar estes resultados tornando
estes povoamentos atrativos financeiramente (quando superiores a R$10000 msup3)
71
32 IacuteNDICES ECONOcircMICOS PARA PRODUCcedilAtildeO DE MADEIRA LAMINADA
O comportamento observado foi semelhante ao da madeira vendida em peacute
ou seja os iacutendices financeiros apontaram que a viabilidade econocircmica aos 5 anos
foi superior agraves outras idades de exploraccedilatildeo (Tabela 5)
Tabela 5 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de baixa produtividade (17 ndash 19 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
5 a
no
s
MB 460255 - - 82016 175950
ML 395361 - - 35131 130764
L 285617 - - -44157 54349
L (t) 192117 - - -137657 -39151
Luc 026 - - -008 009
Lucr (t) 017 - - -025 -006
IR 090 - - 010 039
IR (t) 074 - - 008 030
6 a
no
s
MB 416597 - - 84912 161477
ML 352612 - - 37786 116288
L 218717 - - -60828 21725
L (t) 107317 - - -172228 -89675
Luc 021 - - -011 004
Lucr (t) 010 - - -031 -015
IR 081 - - 011 034
IR (t) 065 - - 008 026
7 a
no
s
MB 374305 - - 138713 217110
ML 322390 - - 97831 178092
L 161775 - - -5115 79837
L (t) 30575 - - -136315 -51363
Luc 016 - - -001 013
Lucr (t) 003 - - -025 -008
IR 075 - - 031 058
IR (t) 057 - - 022 041
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
72
Os iacutendices econocircmicos para as classes de produtividade meacutedia e alta
encontram-se nas Tabelas 6 e 7
Tabela 6 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de meacutedia produtividade (19 ndash 21 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5
5 a
no
s
MB 681518 625573 537181 600811 347713
ML 614747 566883 483159 548647 301344
L 501830 467631 391801 460430 222928
L (t) 408330 374131 298301 366930 129428
Luc 037 039 036 041 027
Lucr (t) 030 031 028 033 016
IR 137 139 126 147 087
IR (t) 114 113 101 117 069
6 a
no
s
MB 608614 588446 491228 506607 352752
ML 543338 530977 438275 456029 306227
L 406743 410719 327467 350188 208871
L (t) 295343 299319 216067 238788 97471
Luc 032 035 032 035 026
Lucr (t) 023 026 021 024 012
IR 124 133 116 125 089
IR (t) 099 104 090 095 067
7 a
no
s
MB 544335 665533 565255 585678 418169
ML 492420 619825 522386 544796 379151
L 329553 504725 414437 441850 280896
L (t) 198353 373525 283237 310650 149696
Luc 028 045 042 044 035
Lucr (t) 017 033 028 031 019
IR 113 181 159 171 123
IR (t) 087 131 114 121 086
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
73
Tabela 7 Iacutendices econocircmicos obtidos em siacutetios de alta produtividade (21 ndash 24 m)
Idade Iacutendices
econocircmicos
Espaccedilamento
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5 5
an
os
MB 882878 900802 817010 742105 726917
ML 815429 839950 760805 689059 677009
L 701365 737042 665754 599351 592608
L (t) 607865 643542 572254 505851 499108
Luc 045 049 048 047 048
Lucr (t) 039 043 041 040 041
IR 181 201 193 182 187
IR (t) 150 164 156 146 148
6 a
no
s
MB 843757 874244 783868 678388 646537
ML 777297 814644 728718 626556 597877
L 638225 689925 613313 518092 496052
L (t) 526825 578525 501913 406692 384652
Luc 042 047 046 043 044
Lucr (t) 035 039 038 034 034
IR 174 198 187 168 168
IR (t) 140 156 146 129 128
7 a
no
s
MB 730571 953571 867885 765231 729289
ML 678656 907863 825016 724350 690271
L 514396 792763 717066 621403 592016
L (t) 383196 661563 585866 490203 460816
Luc 037 056 055 053 053
Lucr (t) 028 047 045 042 041
IR 154 266 252 228 224
IR (t) 119 192 180 161 157
Em que MB = margem bruta ML = margem liacutequida L = lucro L (t) = lucro considerando o uso da Terra Luc = lucratividade Luc (t) = lucratividade considerando o uso da Terra IR = iacutendice de rentabilidade e IR (t) = iacutendice de rentabilidade considerand o uso da Terra
Contrariamente agrave preacute-colheita a venda de madeira de paricaacute poacutes-colheita
tem demonstrado viabilidade economica para as idade classe de produtividade e
espaccedilamento analisados como observados nos iacutendices a seguir
Apoacutes o pagamento de todos os custos efetivos notou-se uma vantagem no
uso de espaccedilamentos mais adensados Nestes ambientes a margem bruta foi por
74
vezes maior que 40 em relaccedilatildeo aos maiores espaccedilamentos Poreacutem restam ainda
o pagamento pela administraccedilatildeo e uso do capital No entanto verificou-se que a
maioria dos projetos avaliados foram viaacuteveis economicamente pois se obteve
resultados positivos para a madeira laminada
A matildeo-de-obra familiar foi remunerada mantendo-se o montante positivo
Este montante foi utilizado posteriormente como forma de pagamento pelo custo de
oportunidade do capital Observa-se que este iacutendice manteve a tendecircncia de
comportamento semelhante agrave margem bruta exprimindo a viabilidade dos projetos
Lucro negativo soacute foi observado em espaccedilamentos amplos como o 4x4 e
5x5 m em classe de produtividade baixa em todos os anos analisados Isso
significa que o custo de oportunidade do uso do capital natildeo estaacute sendo remunerado
O resultado encontrado eacute consequecircncia de volume insuficiente de lacircminas
para o pagamento do processo produtivo Vale salientar que o processo de
laminaccedilatildeo natildeo foi quantificado
O intervalo de lucratividade sem considerar o pagamento pelo uso da terra
variou de -31 agrave 56 ou seja existem povoamentos que em certas condiccedilotildees
foram inviaacuteveis economicamente como eacute o caso dos espaccedilamentos 4x4 e 5x5 m
em classe de produtividade baixa com exploraccedilatildeo aos 5 anos Outros povoamentos
ao contraacuterio possuem lucratividade de 56 Como exemplo pode-se citar o 3x3 m
aos 7 anos em classe de produtividade alta
Quando se considera o pagamento pelo uso da terra a mesma tendecircncia foi
observada poreacutem a lucratividade foi menor
A capacidade da atividade em transformar o investimento em margem
liacutequida variou entre R$034 e R$266 sendo mais atrativo o espaccedilamento 3x3 m
Considerando o custo da terra o valor corresponde entre R$008 e R$192 sendo
melhor quanto menor o espaccedilamento de plantio
Considerando os valores obtidos nas Tabelas 5 6 e 7 foi possiacutevel inferir
sobre os custos maacuteximos que poderiam ser destinados agrave laminaccedilatildeo para que todas
as despesas fossem pagas obtendo lucratividade zero Na Tabela 8 eacute indicado
quais satildeo estes valores
75
Tabela 8 Valores maacuteximos a serem pagos pela laminaccedilatildeo (R$msup3)
Idade Classe produtiva (m) Espaccedilamentos (m)
3x2 3x3 3x4 4x4 5x5 5
ano
s Baixa 1184 - - -1930 -533
Meacutedia 2206 2414 2238 2708 1472
Alta 3144 3550 3580 3459 3812
6 a
no
s Baixa 707 - - -2400 -1260
Meacutedia 1751 2049 1753 2033 1099
Alta 2857 3317 3292 3033 3286
7 a
no
s Baixa 131 - - -3253 -2045
Meacutedia 1189 1557 1223 1543 476
Alta 2255 2916 2883 2613 2836
Estas informaccedilotildees satildeo valores meacutedios dos espaccedilamentos para cada classe
de produtividade e idade Como pressupotildee-se que em siacutetio de melhor qualidade haacute
maior renda eacute possiacutevel o pagamento de um valor substancialmente maior do que
em classe de produtividade meacutedia Observa-se ainda a inviabilidade da praacutetica de
laminaccedilatildeo em classe de produtividade baixa independente da idade de corte pois a
receita foi menor que os custos mesmo sem a laminaccedilatildeo Essa consideraccedilatildeo
reforccedila os argumentos de suporte sobre os menores espaccedilamentos serem os mais
apropriados para o plantio de paricaacute
33 AVALIACcedilAtildeO ECONOcircMICA
331 Benefiacutecio perioacutedico equivalente ndash BPE
Para a taxa de 6 aa em povoamentos natildeo explorados o BPE obtido
variou entre R$-24042 e R$-8005 para os espaccedilamentos 4x4 e 3x3 m
respectivamente (Tabela 9) Isso indica que o espaccedilamento 3x3 m na classe de
produtividade alta com corte aos 5 anos eacute o que resultou no menor prejuiacutezo
financeiro sob estas condiccedilotildees analisadas Jaacute o 4x4 m em classe de produtividade
baixa com corte aos 7 anos foi a pior escolha de investimento
76
Tabela 9 BPE de plantios de paricaacute situados na regiatildeo de Paragominas PA
Idade Espaccedil
(m)
BPE (VTHA) BPE (VCHA)
Classe de produtividade (m)
Baixa Meacutedia Alta Baixa Meacutedia Alta
5 a
no
s
3x2 -15515 -12312 -11154 17037 30010 41982
3x3 - -11695 -8005 - 27958 44123
3x4 - -12531 -8804 - 23408 39845
4x4 -19655 -10645 -9140 -2749 27526 35861
5x5 -17929 -15909 -9868 3161 13276 35456
6 a
no
s
3x2 -19068 -16692 -14483 13023 24305 38193
3x3 - -15066 -11090 - 24543 41296
3x4 - -16069 -11971 - 19548 36699
4x4 -21774 -15363 -13024 -3750 20911 30986
5x5 -20378 -17917 -13934 1204 12432 29663
7 a
no
s
3x2 -22761 -20948 -19825 8894 18907 29965
3x3 - -18281 -14675 - 20779 36619
3x4 - -18827 -14957 - 16500 33111
4x4 -24042 -17815 -15564 -5944 18385 28258
5x5 -22542 -20146 -16232 -842 10264 27366
Em que Espaccedil = espaccedilamento (m) BPE (VTHA) = benefiacutecio perioacutedico equivalente para venda de madeira em peacute e BPE (VCHA) = benefiacutecio perioacutedico equivalente para venda de madeira laminada
A mesma tendecircncia foi observada em povoamentos explorados em que o
BPE variou entre R$-5944 e R$44123 sendo o espaccedilamento 3x3 m a melhor
opccedilatildeo de investimento O mesmo resultado foi obtido por Pavan et al (2010) com
plantios de eucalipto no Rio Grande do Sul para laminaccedilatildeo
Caso ocorressem mudanccedilas na taxa de desconto estas contribuiriam para o
aumento ou reduccedilatildeo dos lucros do plantio Segundo Soares et al (2003) aumentos
na taxa de desconto afetam significativamente o VPL e consequentemente o BPE
indicando que quanto menor a taxa de desconto utilizada maior seraacute a lucratividade
do projeto
A partir da anaacutelise econocircmica dos diferentes sistemas de plantio pode-se
inferir que o motivo pelo qual a classe de produtividade baixa resultou em uma das
piores alternativas financeiras estaacute relacionado ao autodesbaste das plantas neste
ambiente Como estas aacutereas dispotildeem de menores recursos eacute possiacutevel que tenha
77
ocorrido uma expressiva mortalidade de plantas devido agrave concorrecircncia por luz e
nutrientes do solo
Todos os espaccedilamentos de plantio podem ser alternativas viaacuteveis que
poderatildeo contribuir de maneira mais significativa na medida em que alcancem sua
capacidade maacutexima de incremento Isso eacute obtido com a diferenciaccedilatildeo entre os
horizontes de planejamento que natildeo podem ser idecircnticos para todos os
espaccedilamentos de plantio haja vista que as aacutervores se comportam de maneiras
diferentes nestes espaccedilamentoss devido agrave disponibilidade de recursos
Esta afirmaccedilatildeo jaacute foi comprovada em estudos realizados por Cordeiro et al
(2009) em que foi constatado que o sistema de produccedilatildeo do paricaacute em cultivo puro
sob o espaccedilamento 4x3 m nos quatro primeiros anos de cultivo natildeo apresentaram
viabilidade econocircmica sugerindo a necessidade de maior horizonte de
planejamento
78
4 CONCLUSOtildeES
O monocultivo de paricaacute em qualquer um dos espaccedilamentos analisados foi
considerado inviaacutevel por todos os criteacuterios utilizados nesta anaacutelise econocircmica
quando se objetivou a venda da madeira sem exploraccedilatildeo Essa resposta estaacute
associada ao baixo valor de mercado ao qual a espeacutecie estaacute subordinada
A exploraccedilatildeo de madeira mesmo sendo um processo trabalhoso e
dispendioso eacute uma alternativa para se obter valores positivos com a produccedilatildeo de
paricaacute
Observando os custos e receitas oriundos de plantios de paricaacute pode-se
afirmar que espaccedilamentos mais amplos em classe de produtividade baixa satildeo
insuficientes para remunerar o processo de laminaccedilatildeo
O maior retorno financeiro foi obtido em povoamentos de paricaacute implantados
em classe de produtividade alta sob o espaccedilamento 3x3 m com exploraccedilatildeo aos 5
anos
79
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
CHICHORRO J F BAUER M O ANDRADE W S SILVA G F SANTOS F R SILVA J L NOGUEIRA M A Avaliaccedilatildeo econocircmica de projetos florestais In CHICHORRO J F BAUER M O GARCIA G O CALDEIRA M V W Toacutepicos especiais em ciecircncias florestais 1 ed Visconde do Rio Branco Suprema 2010 v 1 p 231-260 COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO ndash CONAB Custo de produccedilatildeo agriacutecola a metodologia da Conab Brasiacutelia Conab 2010 60p COORDENADORIA EXECUTIVA DA ADMINISTRACcedilAtildeO TRIBUTAacuteRIA ndash CERAT Boletim informativo de preccedilos Paraacute 2013 22p CORDEIRO I M C C SANTANA A C LAMEIRA O A SILVA I M Anaacutelise econocircmica dos sistemas de cultivo com Schizolobium parahyba var amazonicum (Huber ex Ducke) Barneby (Paricaacute) E Ananas comosus var erectifolius (L B Smith) Coppus amp Leal (Curauaacute) no municiacutepio de Aurora do Paraacute (PA) Brasil Facultad Agronomiacutea (LUZ) 2009 26 243-265 FARO C Elementos de engenharia econocircmica 3ed Satildeo Paulo Atlas 1979 328p MELLO A A CARNIERI C ARCE J E SANQUETTA C R Planejamento florestal visando agrave maximizaccedilatildeo dos lucros e a manutenccedilatildeo do estoque de carbono Cerne Lavras v 11 n 3 p 205-217 julset 2005 OLIVEIRA A D REZENDE J L P Economia Florestal Lavras UFLAFAEPE 2004 101p PAVAN J A ALVES T W SOUZA M A Viabilidade Econocircmica da Produccedilatildeo de Eucaliptos no Rio Grande do Sul Associaccedilatildeo Brasileira de Custos vol 5 n 1 78-109 JanAbr 2010 REZENDE J L P OLIVEIRA A D Anaacutelise econocircmica e social de projetos florestais Viccedilosa MG UFV 2001 389 p SILVA M L JACOVINE L A G VALVERDE S R Economia Florestal 2 ed Viccedilosa UFV 2005 178p SOARES T S CARVALHO R M M A VALE A B Avaliaccedilatildeo econocircmica de um povoamento de Eucalyptus grandis destinado a multiprodutos Aacutervore Viccedilosa-MG v27 n5 p689-694 2003
80
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A partir das condiccedilotildees estabelecidas notou-se o efeito dos espaccedilamentos
de plantio na viabilidade econocircmica dos povoamentos de paricaacute
Em relaccedilatildeo aos custos de produccedilatildeo eles devem ser separados por
atividades sendo elas preparo da aacuterea plantio adubaccedilatildeo manutenccedilatildeo colheita e
transporte laminaccedilatildeo custo de administraccedilatildeo remuneraccedilatildeo do capital investido
Dentro de cada atividade alguns custos podem sofrer a influecircncia do
nuacutemero de plantas por hectare Como exemplo pode-se citar o nuacutemero de diaacuterias
necessaacuterias para alinhamento coveamento e plantio das mudas aleacutem da
quantidade de adubo necessaacuterio para adubaccedilatildeo de cova
O maior nuacutemero de operaccedilotildees ocorre no periacuteodo de manutenccedilatildeo dos
plantios poreacutem nenhuma delas foi considerada dispendiosa Os maiores custos
individuais foram do transporte de madeira do povoamento ateacute a induacutestria em
todos os espaccedilamentos analisados devido agraves condiccedilotildees de traacutefego nas estradas
A relaccedilatildeo entre volume comercial volume laminado e os custos de
produccedilatildeo determinam entatildeo a viabilidade dos plantios sendo o espaccedilamento mais
viaacutevel aquele que consegue absorver esta relaccedilatildeo de maneira mais eficiente
Entretanto estudos ainda devem ser desenvolvidos para averiguar a relaccedilatildeo entre a
espeacutecie e os espaccedilamentos de plantio