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    Relatrio Final de Pesquisa Cincias Humanas

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    Ttulo: A Poltica de Educao Bsica e Profissional no Esprito Santo: fundamentos, prticas docentes,

    normativas, currculos e metodologias de integrao curricular: sub-projeto - estudo de caso curso tcnico

    integrado em Edificaes do Ifes Campus Vitria.

    Identificao:

    Grande rea do CNPq.: Cincias Humanas

    rea do CNPq: - Educao com vnculo (recente) com a ps-graduao

    Ttulo do Projeto: A Poltica de Educao Bsica e Profissional no Esprito Santo:

    fundamentos, prticas docentes, normativas, currculos e metodologias de

    integrao curricular.

    Professor Orientador: Marcelo Lima

    Estudante PIBIC/PIVIC: Daniele da Silva Pereira

    Resumo:

    Trata-se de uma pesquisa sobre a poltica de integrao da educao bsica e profissional na rede federal. Tema esse estudado no sub-projeto que investigou o caso especfico do curso tcnico integrado em Edificaes (Ifes Campus Vitria). Ancorada nas categorias marxianas, metodologicamente a investigao se desenvolveu com base na anlise documental (legislao e plano de curso) e na anlise dos relatos dos docentes produzidos na pesquisa mais ampla realizada (grupo focal). Percebemos que o processo de integrao descrito nas normas (nacionais e locai)s pouco tem se mostrado na prtica, pois, muito so os exemplos de prticas isoladas e fragmentadas. Ao final vemos que prticas simples de integrao favorecem a aprendizagem dos alunos e conseguem melhorar o engajamento dos docentes no trabalho interdisciplinar que possibilita a superao dos processos de fragmentao e justaposio dos contedos. Percebemos que o que est prescrito pouco se mostra na prtica e que muitos so os exemplos de prticas isoladas, justapostas e fragmentadas. E que em alguns momentos ocorrem casos de integrao, mas isso no valorizado e apoiado pela gesto. O trabalho de iniciao cientfica potencializou a construo do trabalho de concluso de curso de pedagogia e permitiu nossa insero na produo acadmica.

    Palavras Chave - Educao Bsica e Profissional, Prtica docente, Integrao curricular, Metodologia de

    ensino e Gesto da Qualificao Profissional.

    1 Introduo

    O tema da pesquisa foi A integrao curricular da educao profissional ao ensino mdio no curso

    tcnico em Edificaes do IFES campus Vitria. O nosso trabalho sobre a integrao curricular no

    Ensino Mdio integrado ao curso tcnico em Edificaes no Ifes campus Vitria, tem sua importncia

    aliada a fatores que acreditamos ser um dos principais meios para se promover uma educao de

    qualidade. Dentre eles esto a escola gratuita, uma base currcular desejvel, professores com formao

    adequada para ministrar as aulas, uma boa infraestutura da instituio, dentre outros fatores.

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    2 Objetivos

    Nosso principal objetivo durante o perodo da pesquisa foi problematizar o processo de integrao

    curricular da educao profissional tcnica de nvel mdio ao ensino mdio nos cursos tcnicos do IFES-

    campus Vitria, mas precisamente no curso de Edificaoes. Para tanto estruturamos a pesquisa a fim de

    analisar e descrever as normativas nacionais (CF, LDB, Lei do PROEJA, Lei de Criao dos IFs e

    Diretrizes) e locais (plano de curso) da educao profissional tcnica de nvel mdio integrado ao ensino

    mdio. Buscamos analisar os pressupostos e finalidades da integrao curricular prevista no plano de

    curso da educao profissional tcnica de nvel mdio integrado ao ensino mdio do curso de Edificaes.

    Nos objetivos especficos emprededemos os esforos de: a) descrever e analisar indicadores do

    funcionamento do curso de Edificaes no contexto do IFES campus Vitria; b) descrever os principais

    problemas presentes do processo de integrao curricular do curso tcnico em Edificaes do campus

    Vitria e c) descrever as principais alternativas e viabilidades presentes do processo de integrao

    curricular do curso tcnico em Edificaes do campus Vitria.

    3 Metodologia

    O trabalho em tela adotou uma perspectiva terica marxiana e se desenvolveu com base no mtodo

    qualitativo estruturado em duas fontes principais: a) a legislao nacional/local da integrao curricular e

    b) relatos dos docentes envolvidos na integrao curricular. No primeiro caso, por meio da anlise

    documental das leis e do plano de curso que definem o currculo escolar, foram analisados os aspectos

    constitutivos da integrao curricular estabelecidos como currculo prescrito. Procedeu-se ento realizar

    uma anlise documental da legislao e do plano de curso tcnico em Edificao integrado ao Ensino

    Mdio do IFES - campus Vitria.

    Segundo Oliveira (2007), algumas vantagens do mtodo de anlise documental consistem no baixo custo

    e na estabilidade das informaes por serem fontes fixas de dados e pelo fato de ser uma tcnica que no

    altera o ambiente ou os sujeitos (p.210). No segundo caso, analisou-se o funcionamento da integrao

    curricular informada pelos relatos dos docentes presentes s reunies da pesquisa formao

    implementada pelo projeto de pesquisa do Prof. Dr. Marcelo Lima com a equipe (grupo focal) que atua no

    curso em questo realizadas das reunies de pesquisa.

    Nesta pesquisa procedeu-se a formao de um grupo de professores da educao geral e do ensino tcnico

    que atuam no curso de Edificaes do IFES campus Vitria. A composio do grupo frequente s

    reunies da pesquisa contou com cerca de 2/3 de docentes do ensino tcnico e o restante, 1/3 com

    professores da educao geral, com em mdia 12 professores por reunio das quais participaram cerca de

    25. Metodologicamente, este grupo de participao voluntria, tornou-se uma espcie de grupo focal.

    A pesquisa se articulou com andamento do projeto de pesquisa intitulado A Poltica de Educao

    Profissional: prticas, normativas e fundamentos da integrao do ensino mdio e ensino tcnico na rede

    pblica federal e estadual de educao profissional de 1971 A 2013. Esse projeto, coordenado pelo prof.

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    Dr. Marcelo Lima, foi registrado na pr-reitoria de pesquisa ps-graduao da UFES com n 4198/2013 e

    obteve apoio de financiamento com a incluso de uma bolsista da graduao de pedagogia.

    Registrado na plataforma Brasil com o n 14819813.3.3001.5072, o projeto de pesquisa foi submetido a

    avaliao da comisso de tica da UFES, sendo aprovada pela CEP-UFES com parecer substanciado no

    dia 01/07/2013.

    Nos anos de 2013 e 2014, foram realizadas 06 reunies no campus Vitria, as quais foram gravadas e

    transcritas para produo e anlise no mbito deste trabalho. Nas reunies vrias perguntas eram

    colocadas para provocar o debate:

    1- Qual a funo social da educao (profissional do IFES)? 2- Formar alunos para que? 3- Qual sua identidade profissional? Engenheiro? Bacharel? Professor? 4- Em que medida as outras disciplinas influenciam na aprendizagem do seu contedo? Quais? Como? 5- Quais so as principais dificuldades que podemos listar que dificultam a integrao curricular? 6- Existem momentos e situaes de interdisciplinaridade e integrao na organizao curricular? 7- Os docentes e/ou a instituio de ensino promovem a convergncia de pessoas, dos tempos escolares, dos espaos formativos e os contedos para fins de sua integrao? Exemplos? Quem toma a iniciativa? 8- Quais seriam os principais problemas e obstculos integrao? 9-Em que o seu trabalho se relaciona com os dos outros docentes e disciplinas? 10- Como est localizada no tempo e na sequncia sua disciplina na organizao curricular? 11-Que contedos se relacionam com sua disciplina no mesmo ano? 12- Quais as perspectivas da integrao no IFES? (reunio do dia 21/11/13).

    Durante as 06 reunies as questes eram retomadas e aprofundadas. Novas questes foram

    propostas no sentido de informar sobre o processo de integrao curricular.

    1 - Quais so as principais dificuldades que podemos listar que dificultam a integrao curricular? 2- O que podemos fazer para melhorar a integrao curricular no curso de Edificaes? 3 - Qual o seu conhecimento sobre a estrutura curricular do curso integrado deEdificaes no qual voc atua? Voc acha importante saber sobre isso? 4 Qual o seu conhecimento sobre a distribuio no tempo e no espao das demais disciplinas, contedos e docentes? Voc acha importante saber sobre isso? 5- Em que medida as outras disciplinas influenciam na aprendizagem da sua? Quais? Como? 6 Como a sequencia dos demais contedos e disciplinas podem interferir na aprendizagem de sua disciplina? (reunio do dia 27/03/2014).

    As reunies foram sempre gravadas pela coordenao da pesquisa.

    Reunio no IFEScampus - Vitria (13 de novembro de 2014).

    A Pesquisa documental, apesar de seus limites, revelou-se como uma tcnica fundamental de estudo da

    realidade. Tambm permitiu maior segurana, objetividade e imparcialidade no processo de levantamento

    do objeto de estudo. Na anlise empreendida, recorreu-se a categorizao das falas com base em 04

    elementos fundamentais: a) a formao e identidade docente no contexto da integrao; b) a gesto da

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    integrao; c) obstculo e dificuldades da integrao; e d) as prticas e possibilidades da integrao

    curricular. Ressaltamos que utilizamos de nomes fictcios para preservar a identidade dos profissionais

    que participaram da pesquisa. Para articular a anlise como um todo do objeto de pesquisa, a integrao

    curricular no curos de tcnico em Edificaes, retomar-se- os apectos legais e normativos supracitados

    na sua relao com as prticas docentes, tendo em vista as dificuldades e possibilidades de se realizar a

    integrao curricular no campus.

    4 Resultados da Pesquisa

    Com a nossa pesquisa obtivemos muitos resultados que so de extrema importncia para dar continuidade

    ao trabalho de pesquisa, porem neste espao faremos uma explanada dos resultados que julgamos mais

    significantes para o processo. De inicio, julgamos importante mencionar que o curso em tela um dos

    mais antigos da instituio implantado entre os anos de 1960 e 1970. Atualmente, bastante diferente da

    sua fase inicial, composto por 3.750 horas, sendo 300 horas de estgio obrigatrio. E visa

    principalmente habilitar os seus egressos como tcnicos em Edificaes.

    O plano de curso analisado durante a pesquisa um documento produzido pelos profissionais

    responsveis pelo curso tcnico em edificaes, com pginas, no bojo deste documento encontramos a

    matriz curricular do curso tcnico em Edificaes.

    Segundo IFES (2010),

    [...] a matriz curricular do Curso Tcnico em Edificaes, est organizado em componentes curriculares, com regime anual e presencial, composto de quatro anos letivos com 3.450 horas e 300 horas de estgio no obrigatrio, num total de 3.900 horas (p.14).

    Estruturado em componentes curriculares, regime anual e presencial, totalizando quatro anos

    letivos, a matriz curricular est organizada em: Base Comum Nacional (BNC), ncleo diversificado e

    ncleo profissional. Na BNC, fazem parte os seguintes componentes curriculares: Linguagens, Cdigos e

    suas tecnologias; Cincias Humanas e suas tecnologias; Cincias da natureza e Matemtica e suas

    tecnologias. No ncleo diversificado, segundo IFES (2010) esto Componentes Curriculares que

    permitem estabelecer relaes entre o Ensino Mdio e o mundo do trabalho, articulado com o

    conhecimento cientfico. O ncleo diversificado, por sua vez busca integrar o Ensino Mdio com o

    mundo do trabalho, no apenas com o mercado como descrito nos objetivos do plano.

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    A matriz revela um nmero elevado de disciplinas que deve se desdobrar num nmero tambm

    elevado de avaliaes. No primeiro ano, a matriz prev 30% da carga horria destinadas s disciplinas

    tcnicas e 70 % destinado para o ensino mdio (propedutico). No segundo ano, assim como no terceiro

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    ano, a distribuio dos assuntos e tempos torna-se mais equivalente. E no quarto ano tem-se a 30% de

    tempo destinado ao ensino propedutico e 70 % ao ensino tcnico. Nesses termos, podemos afirmar que o

    curso comea (1 ano) como curso de ensino mdio com um pouco de curso tcnico, no meio (2 e 3

    anos) h maior equivalncia dos tempos e dos assuntos e no final (4 ano) tem-se um curo tcnico com

    um pouco de ensino mdio. Com uma mdia de 12 a 15 disciplinas um aluno pode chegar a fazer 60

    provas num bimestre. Deste modo sem integrao e interdisciplinaridade este tipo de currculo operado

    sem articulao entre suas partes sobrecarregam os alunos com um nmero excessivo de atividades. Para

    os alunos que vieram do ensino fundamentam sem essa preparao os problemas de rendimentos so bem

    provveis. Esse quadro enseja uma fragmentao no ensino e uma justaposio na aprendizagem. Alunos

    precisam

    Outro dado importante que consta do plano de curso perfil dos professores que nos permitiu

    elaborar uma tabela para exemplificar o tipo de formao dos docentes que lecionam para o curso de

    Edificaes.

    Com esta tabela podemos perceber que a maioria dos professores da rea tcnica que lecionam para os

    alunos do curso de Edificaes integrado ao Ensino Mdio possui formao acadmica alm da

    graduao. Em um total de 19 professores1da rea tcnica apenas 3 no possuem algum tipo de

    especializao posterior graduao. No entanto percebemos tambm que a especializao desses

    professores se encontram na rea em que lecionam, poucos tem formao na rea de educao. Dos 16

    profissionais apenas 3 (16%) tem formao na rea de educao (1 especializao, 1 mestrado e 1

    doutorado.

    Os dados abaixo mencionados fazem parte das reunies de grupo focal que foram realizadas durante a

    pesquisa. As reunies foram transcritas e as falas categorizadas em quatro categorias de analise

    diferentes, dentre elas: a) a formao e identidade docente no contexto da integrao; b) a gesto da

    integrao; c) obstculos e dificuldades da integrao; e d) as prticas e possibilidades da integrao

    curricular. Um ponto na pesquisa que se mostrou muito pestimente de ser aboradado, a identidade

    profissional dos docentes atuantes no curso tecnico em Edificaes.

    Em uma das questes a ser respondida pelos participantes da reunio dodia 21/11/13 perguntava sobre a

    identidade profissional, se eles se consideravam engenheiros, bacharis ou professores. Pimenta e

    Anastasiou (2010) explicam que

    a construo da identidade com base numa profisso inicia-se no processo de efetivar a formao na rea. Assim, os anos passados na universidade j funcionam como preparao e iniciao ao processo identitrio e de profissionalizao dos profissionais das diferentes reas. Quando

    1 O nmero de professores foi obtido por meio dos currculos anexados ao plano de curso (IFES, 2010). Acreditamos que seja o nmero de profissionais da rea tcnica que atua com os alunos.

    Formao dos professores Formao Tcnico Graduao Especializao

    (ps-graduao) Mestrado Doutorado

    N de Professores 1 2 5 8 3

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    passam a atuar como professores no ensino superior, no entanto, fazem-no sem qualquer processo formativo e mesmo sem que tenham escolhido ser professor (pg.105).

    Percebemos assim que a identidade profissional se inicia muito antes do profissional entrar em sala de

    aula. Que os anos que passou como aluno serve como experincia para que tenha uma noo da prtica

    docente. As autoras ressaltam que os profissionais que so oriundos da rea de educao ou que cursaram

    alguma licenciatura, tiveram a oportunidade de discutir questes relacionadas a educao, mesmo no

    sendo para o mesmo pblico, houve um certo aprendizado sobre a docncia, proporcionando talvez algum

    tipo de identificao. (PIMENTA E ANASTASIOU, 2010, p. 105)

    Devemos considerar, portanto a relao entre a formao inicial dos docentes sem perder de vista que a

    prtica pedaggica tambm forma o profissional bem como define sua identidade. Dos 15 profissionais

    que participaram da reunio e atuam como professores, 13 profissionais identificaram sua identidade

    profissional como professor e apenas 2 da rea tcnica (Administrao e Engenharia Civil) no se

    identificaram como professor e sim com sua formao acadmica (bacharel). Para uma melhor anlise das

    respostas dos profissionais que responderam que se identificam como professor, subdividimos em trs

    categorias: a) os que estavam indecisos e se encontraram na docncia, b) os que escolheram ser professor

    e c) os engenheiros-professores.

    Na primeira categoria os que estavam indecisos e se encontraram na docncia encontramos 2

    professoras, que mencionaram ter ingressado no mestrado por no saberem direito o que queriam ao

    terminarem a graduao. No entanto ao entrarem em sala de aula se encontraram como professoras. Um

    ponto interessante foi que as duas professoras iniciaram suas carreiras profissionais nos IFs do interior do

    estado (Nova Vencia e Santa Tereza).

    Agora, eu sou professora, agora, eu me sinto professora. A pouco tempo na verdade. Quando eu entrei na instituio, na verdade eu vim de Santa Tereza, e quando eu entrei em Santa Tereza eu era biloga. Eu relutei um pouco pra ser de fato professora, eu vou ser bem sincera. Por que mais um vez com sinceridade. Quando eu entrei, quando eu fiz biologia eu no pensava em fazer licenciatura, fiz por que a instituio - a UFES fornecia as duas formaes ao mesmo tempo, mas eu sa direto para o mestrado e a por outros motivos particulares no emendei no doutorado. E a fiz o concurso para a instituio pro IFES e me tornei professora e hoje eu gosto e estou orgulhosa da profisso, mas me sinto hoje, a pouco tempo professora.

    Percebemos na fala desta professora que mesmo com o curso de licenciatura, ela s se viu de fato sendo

    professora quando entrou em sala de aula. E na palestra do seminrio de educao profissional que a

    professora Edilene Rocha Guimares (IFPE)ministrou, trs uma fala muito interessante a respeito da

    identidade do professor que se encaixa muito bem com essa subcategoria. A fala dela aponta que a

    identidade,

    [...] comea a se formar quando ele entra na escola elementar. Quando ele entra na primeira vez na sala de aula e se v como estudante e se v ao mesmo tempo como professor, se espelha no seu professor e se v como estudante. Ento desde o primeiro dia que voc entra na escola bsica, voc vai forjando a sua identidade docente e vai construindo o seu currculo com suas experincias de vida.

    E ainda completa que,

    [...] o currculo em si, desse professor, mesmo que ele esteja como professor bacharel que no fez uma licenciatura, ele vai construindo na experincia de vida dele ao ser ver como estudante, ao se ver no seu professor, como tambm licenciado e vai se espelhando nas experincias que ele acha que foram boas. Ento muitas vezes a gente se pega repetindo uma prtica de um

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    professor que a gente dizia que era um bom professor e a gente comea a repetir aquela prtica que a gente se v naquele professor, mas a gente tem mudanas de contextos, anos se passaram, as pessoas so diferentes, os contextos so diferentes e a gente tem que atualizar a nossa prtica, a gente tem que melhorar a nossa prtica. E muitas vezes as pessoas me perguntam: Qual a sua formao? E eu nem me lembro mais que eu sou arquiteta, porque eu sou professora. Hoje a minha identidade eu sou professora que eu constru desde o primeiro dia que eu entrei na escola bsica e principalmente que eu entrei na escola tcnica federal.

    Essa ltima fala da professora Edilene Rocha Guimares pode-se associar a prxima categoria que

    nomeamos deos que escolheram ser professor, nessa subcategoria se enquadram 5 professores (3 do

    ncleo bsico e 2 do ncleo tcnico). Trs deles escolheram fazer licenciatura por que queriam ser

    professores (os do ncleo bsico) e 2 j lecionam desde que terminaram a graduao. Uma delas diz que,

    Eu sou professora de matemtica, eu fiz Edificaes, mas, eu j queria ser professora de

    matemtica.Mais um exemplo dessa categoria esse relato,

    Eu me sinto professora! Eu tive at uma formao na rea de pedagogia que eles ofereceram na poca de escola tcnica, eu lembro que tinha poucos anos que eu estava na instituio e foi ofertada uma especializao, at com a UFES [...].

    Na ltima subcategoria temos os profissionais: engenheiros-professores tambm com 5 profissionais. O

    nome dessa categoria resultou das respostas que os docentes deram as questes, na qual dizem que no

    conseguem ser s professores, nem s engenheiros. No conseguem se classificar em professores ou

    engenheiros, eles se colocam como engenheiros-professores. Uma exemplificao muito interessante a

    resposta de uma das participantes da pesquisa:

    Eu falei que eu sou professora engenheira porque no consigo desatrelar... Assim, eu no consigo, eu no sou engenheira e tambm no sou s professora. Eu dou aula sempre. Desde que eu me formei na universidade eu dou aula. Ento assim, ao longo da minha carreira eu sempre estive, mesmo estando, atuando como engenheira, eu em algum momento eu dava aulas, ento eu sempre tive os dois lados bem marcantes na minha vida. Ento eu no consigo ser um sem ser o outro. Eu no tenho como deixar a engenharia pra ser s professora, eu uso a engenharia. No consigo separ-las.

    Com essas respostas percebemos que todos esses profissionais gostam muito de estar em sala de aula com

    os alunos, mesmo os que fizeram uma escolha posterior pela docncia. Afirmamos assim, que a

    identidade desses profissionais constituda a cada dia, a cada experincia, a cada vivncia que eles tem

    com os alunos e com os colegas de trabalho, cada formao, umnovo aprendizado que compe a

    identidade profissional desse docente.

    Dos dois profissionais que no se identificam como professores um deles relata:

    Eu sou engenheiro. Eu sinto que meus alunos precisam um pouco de engenheiro. Tem professor demais tambm. Eles precisam de um pouco de engenheiro na veia. Eu acho que faz parte o aluno ele ter essa convivncia com diversos tipos de personalidades, diversos tipos de conhecimento, essa diversidade importante pra ele. Eu sinto aqui na escola, se eu te falar hoje que de tudo o que eu fao o que me d mais prazer dar aula [..].

    Na fala desse profissional, ao dizer que os alunos necessitam de viver com diversos tipos de

    personalidade, de certa forma podemos dizer que ele est contribuindo indiretamente para que esse aluno

    tenha um desenvolvimento, convivendo com pessoas de outras reas de atuao. E ao dizer que uma

    satisfao para ele dar aula, um ponto importante, mesmo esse profissional no se considerando

    professor,podemos coloc-lo na categoria dos engenheiros-professores. Um ponto de destaque so os

    obstculos integrao, que aparece muito nas falas dos professores. Vrios profissionais apresentam

    situaes que impedem que ocorra algum tipo de integrao entre o grupo, os alunos e entre os prprios

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    profissionais. A integrao entre tempo, espaos, contedos e pessoas. O primeiro obstculo que eles

    apontam em relao a no saberem integrar os contedos de matrias diferentes. A docente menciona

    no saber como integrar sua matria com a dos outros professores.

    Na verdade assim eu acho que a gente tem que aprender a integrar, igual o professor falou ali, eu no sei se as outras disciplinas integram com a educao fsica, a eu perguntei pra Beatriz aqui, somos uma matria tcnica n?! A eu fiquei pensando aqui, eu no sei integrar com a educao fsica, por exemplo, eu acho que isso pode acontecer com outras disciplinas tambm, a gente no saber nem que vis que aquilo ali vai entrar [...].

    No saber como relacionar um contedo com o outro muito comum na fala dos profissionais, eles

    alegam que no sabem o contedo que o outro est passando e no sabe como relacionar o seu contedo

    com os das outras disciplinas. Na fala da professora da matria tcnica, ela comenta no saber integrar

    com uma matria que da rea propedutica e que aparentemente no se relaciona com a matria dela.

    Uma reclamao constante dos professores a falta de oportunidade para que eles se encontrem. Segundo

    eles o nico momento que eles se encontram no conselho de classe, no qual aquele modelo

    tradicional de nota e falta e que sempre isolado por cursos ou coordenadorias.

    A gente s tem esses encontros no conselho de classe que s nota e falta, nota e falta, a parte do contedo a instituio no propicia esses momentos de encontro. As reunies so sempre assim, edificaes aqui, matemtica l, fsica l a gente no tem essas reunies de turma.

    Para esse obstculo, os docentes dizem que j reivindicaram junto a coordenadoria um momento para que

    eles possam ter um planejamento conjunto (propedutico e tcnico) e isso tem mais ou menos dois anos e

    ainda nada foi feito. Aqui percebemos que os prprios docentes j pensaram em formas de melhorar a

    integrao entre o propedutico e o tcnico, no entanto, uma atribuio que no cabe somente a eles.

    Ento colocamos esse como um obstculo do nvel da gesto da instituio.

    Essa uma reivindicao que a coordenao j faz desde 2012, n?! Que foi comeado desde 2012 que a gente j solicita isso e a gente j observou que enquanto no houver esse planejamento conjunto do integrado as coisas vo ficar soltas.

    Mais uma vez os profissionais afirmam que esse desencontro de profissionais por conta da gesto, gera

    um prejuzo para os alunos, deixando os contedos sem conexo. Outros obstculos identificados nas

    falas dos profissionais, so em relao a rotatividade de professores do ncleo bsico; a professores

    atuando em vrios lugares ao mesmo tempo e nunca estarem nas reunies de grupo; e a instituio no

    proporcionar espaos e tempos para que eles se renam. Todos esses impasses mencionados pelos

    docentes produzem a no concretizao de um trabalho de integrao satisfatrio. A docente reclamaas

    vezes eles nem conhecem os profissionais do propedutico.

    No sei nem quem . Por que a gente tem alguns problemas aqui que em algumas disciplinas muda quatro vezes o professor de matemtica durante o ano [...], meio complicado a gente tentar fazer uma integrao se as pessoas esto atuando em muitos locais. Ento eles nunca esto aqui pra discutir por que tem as suas atribuies em outros locais [...].

    Nessa fala a professora faz uma crtica voltada a instituio. Ela reclama em relao a rotatividade de

    professores do ncleo bsico, porque quando se troca muito de professores na rea propedutica, a

    integrao entre as pessoas fica prejudicada, e o ensino fica fragilizado, e issoocasiona em um no

    aproveitamento dos alunos em relao ao contedo.Outro destaque na fala da profissional em relao as

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    pessoas no estarem juntas para discutir as decises, elas tem muitas atribuies dentro da instituio que

    quando necessitam de estar em locais para discusso no podem pois esto em sala de aula.

    Prticas integradoras

    Alguns profissionais da instituio j tm certa familiaridade com as prticas de integrao, muitos deles

    citaram exemplos de como tentam ou como fazem em suas salas de aula para que a integrao mesmo que

    tmida se realize. Dentre as formas de integrao possveis, destacamos a integrao de contedos como a

    mais comum nas prticas dos profissionais que atuam na instituio. Essa professora, por exemplo,

    procurou integrar contedos de diferentes disciplinas em seu contedo de sala de aula.

    [...] eu trabalhei esse bimestre a integrao das etapas do projeto arquitetnico inseridas na qumica, na fsica, na matemtica, no portugus. Ento eles enxergavam o que tinha de qumica quando eu fao um projeto arquitetnico e o que, que tinha de fsica, e eles conseguiam enxergar bastante coisa, at mais que eu [...].

    Observa-se que aqui os alunos se interessaram tanto pelo projeto arquitetnico inserido nas demais

    matrias, que conseguiram enxergar coisas que passaram despercebidas pela professora. [...] eu assim,

    nossa, mas que legal, vocs conseguiram visualizar bastante. E ainda comearam a se aprofundar mais

    do que projeto arquitetnico, n?. Levando- se em prtica a construo civil [...].Essa prtica da

    professora conseguiu levar em conta aspectos da construo civil, com outras matrias do curso de

    Edificaes e que so do ncleo bsico do curso. Mostrando assim que se pode realizar a integrao de

    uma forma bem simples mas com muito significado para os alunos.

    Um exemplo muito interessante de prticas integradoras que deram certo, que eles tm no curso de

    Edificaes, mas precisamente dentro da coordenadoria. a parceria com a professora de lngua

    portuguesa. Eles destacaram inmeras prticas de integrao com essa docente. Nesse trecho o

    coordenador do curso relata a experincia de integrao com a professora de lngua portuguesa:

    Eu j tive uma experincia de alguns anos de coordenadoria com a professora de portugus Ceclia.[...] Ela a partir de uma disciplina da rea tcnica que obtinha um perfil de redao de relatrios, ns percebemos a dificuldade dos alunos com a parte de portugus, na parte da redao e convidamos a colaborao dela, inicialmente pra corrigir alguns textos com a gente [...].

    Ao perceberem que os alunos estavam com dificuldades, os professores da rea tcnica procuraram

    auxlio para melhorar o desenvolvimento dos alunos. Ao procurarem a professora de portugus, percebe-

    se que a prtica de integrao foi no intencional, foi uma necessidade dentro daquele momento que eles

    estavam vivendo dentro do curso. Com essas poucas prticas presentes no curso, podemos observar que

    alguns professores se interessam em estar proporcionando essa integrao, de forma voluntria, de

    contedos e de pessoas para melhorar o aprendizado do aluno, e para que o contedo se torne mais

    significativo para o mesmo. Com isso surgiram muitas ideias que poderiam viabilizar a integrao dentro

    do curso tcnico em Edificaes integrado ao Ensino Mdio.

    5 Consideraes finais

    Consideramos que a forma pedaggica mais adequada para que a educao bsica possa cumprir suas

    finalidades e atender as necessidades de insero no mundo social, do conhecimento e do trabalho por

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    meio do ensino mdio integrado. Porque possibilita uma formao humana mais inteira e completa, que

    busca garantir o pleno desenvolvimento do indivduo sem negligenciar a relao que existe entre os

    saberes.

    Acreditamos que a escola pblica possibilita a construo de uma escola nica e de uma sociedade que

    coloca no horizonte de todo o mundo do trabalho. E concebe a formao do educando no apenas como

    aquisio de informaes, mas, sim, como a apropriao e a transformao das informaes recebidas.

    Com isso o indivduo adquire sua prpria autonomia em relaoao conhecimento que aprende.

    Pensar em um currculo integrado para esse aluno pensar em uma reorganizao curricular na qual os

    contedos escolares sejam redimensionados e redirecionados sem que haja uma desqualificao dos

    mesmos e que promova a integrao entre os saberes de formao geral e os de formao profissional.

    Esses contedos escolares divididos em reas de conhecimento podem ser meios para que o aluno consiga

    uma melhor compreenso de si e do mundo (natural, social, econmico, histrico) ao seu redor. Pois o

    saber cientfico convertido em saber escolar deve ser proposto ao aluno de modo que ele possa permitir

    uma atuao produtiva e tambm uma melhor compreenso das questes sociais, polticas, econmicos e

    ambientais emergentes na sociedade contempornea.

    A integrao com seu significado maior de tornar inteiro sempre foi uma necessidade epistmica de um

    saber cientfico. E ao se transformar-se em saber escolar nutriu-se de uma viso positivista (fragmentada e

    hierarquizada) do conhecimento. No entanto para dar vida e materialidade a integrao necessrio afluir

    as atividades curriculares, os contedos de ensino, os sujeitos do ensino-aprendizagem, os espaos e os

    tempos. Com a inexistncia de certos conjuntos de condies materiais, organizacionais e culturais,muitas

    vezes, criam obstculos integrao no interior da escola. Porm esse fato no deve impedir a elaborao

    e o planejamento s vistas de currculo integrado. Assim, a integrao depende de uma construo

    coletiva do conhecimento. E parte da premissa de que todo conhecimento mediado por mltiplas formas

    de interao social e de prticas escolares partilhadas entre docentes e discentes.

    A pesquisa nos proporcionou coletar inmeras informaes sobre como se tem sido realizada a integrao

    dentro do curso tcnico em Edificaes. No entanto percebemos que o processo de integrao descrito nas

    normas nacionais e locais pouco tem se mostrado na prtica, pois, muito so os exemplos de prticas

    isoladas e no valorizadas dentro do curso de Edificaes. Entretanto percebemos que muito mais poderia

    ser feito para que a integrao pudesse de fato se efetivar como uma prtica pedaggica dentro do curso.

    No curso tcnico pesquisado ainda temos profissionais lecionam para os alunos e que no tem uma

    formao pedaggica, isso pode ser colocado como um dos possveis impasses que distanciam as prticas

    pedaggicas que integram o curso. No entanto percebemos que por meio da formao continuada muitos

    professores puderam se inteirar de mais conhecimento sobre a educao profissional. O seminrio e os

    encontros da pesquisa se mostraram como momentos de aprendizagem para esses profissionais,

    ressaltando assim a importncia da formao continuada principalmente para os professores da rea

    tcnica, pois como vimos, poucos tem uma formao pedaggica complementar aos seus estudos.

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    Percebemos que a falta de integrao est relacionada com 4 aspectos muito importantes. Visto que

    acreditamos que a integrao s ocorre quando os espaos, os tempos, os contedos e as pessoas ento se

    movimentado com o mesmo propsito. Mediante nossas anlises das normativas nacionais, conclumos

    que um pronto principal em toda a legislao que analisamos a formao do indivduo para a vida e para

    o trabalho. A formao do ensino mdio vinculada formao profissional, por meio do trabalho como

    princpio educativo para tornar esse individuo um cidado com uma formao ntegra. E mais uma vez

    defendemos que a melhor forma de se possibilitar ao indivduo essa formao unitria, completa e

    orgnica por meio do Ensino Mdio integrado formao profissional em uma instituio que tenha a

    qualidade do ensino como uma das suas principais metas.

    As normativas locais que se baseiam nas nacionais e tambm reafirmam que prioridade para o instituto

    que se oferte a educao profissional juntamente com o Ensino Mdio. No plano de curso percebemos

    que h certa preocupao em formar o cidado juntamente com a formao tcnica. Porm mais uma vez

    ressaltamos que o mesmo tem poucas falas sobre a integrao em si. E por mais que considere a formao

    cidad do indivduo, a interligao com a formao tcnica de fato pouco ocorre.E acreditamos que

    importante para esse futuro tcnico ter uma formao voltada para a formao geral e tambm para uma

    formao especfica. J que quando a formao proporcionada para o aluno feita de forma integral, o

    aproveitamento dele muito maior do que com uma formao fragmentada.

    Com a pesquisa percebemos que apesar de toda lesgislao (nacional e local) que versam sobre a

    educao profissional, que discorrem sobre o direito de garantir ao aluno uma formao integra, os

    esforos que se fazem dentro da instituio so bem tmidos para que de fato a integrao se concretize.

    No h uma responsabilidade dos profissionais para com a integrao e a sugesto de muitos deles de

    isso seja uma prtica institucionalizada.

    Em relao aos obstculos encontrados pelos docentes, a maioria so do ambito da gesto e que poderiam

    ser solucionados com uma melhor organizao do tempo do curso, e isso inclui desde o tempo de

    planejamento em conjunto entre tcnico epropedutico, at demandas geradas por esse palnejamento

    coletivo. Percebemos na fala dos profissinais que dentre os maiores obstculos em relao a integrao

    que se encontram no curso, so os que elencamos desde o incio, a dificuldade de integrar pessoas,

    tempos, espaos e contedos. Os docentes julgam no ter tempo para se reunir, julgam que no conhecem

    os profissionais e tambm que a instituio no promove espaos para que isso ocorra. A integrao de

    contedos se encontra dentre as experincias de integrao mais citadas pelos profissionaise a mais

    frequente dentro do curso, no entanto percebemos que ocorrem principalmetente com reas afins.

    Com os encontros proporcionados pela pesquisa, os profissionais puderam se conhecer e contar para os

    outros sobre sua formao e em que atuam dentro da instituio. Puderam ter alguma noo de como

    poderiam iniciar o processo de integrao e adotar prticas integradoras dentro da matria que lecionam

    em sala de aula.A gama de possibilidades proposta por esses professissionais do curso, nos impressionou.

    Eles falaram N viabilidades que poderiam ser executadas no cotidiano do curso para que se promovesse

    a integrao. Com isso concluimos o quo importante a integrao de pessoas ao se encontrarem no

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    mesmo espao e ao mesmo tempo, conseguem conversar e integrar os contedos e suas disciplinas. Com

    ideias que se complementam, que integram vrios contedos das matrias do tcnico e do propedutico ao

    mesmo tempo e que isso valoriza a significao que o aluno adquire em relao ao contedo.

    Ao final vemos que prticas simples de integrao favorecem a aprendizagem dos alunos e consegue

    fazer com que as pessoas (participantes do processo) estejam cada vez mais engajadas em trabalhar para

    que se obtenha um bom resultado. Pois, a pesquisa no se finda ao final desse texto, ela continua a ser

    realizada e cada vez proporciona melhores e maiores prticas de integrao.

    Lemos ento que o processo de integrao vai se dando aos poucos dentro do curso de Edificaes, agora

    com mais vida e fora do que antes. E que a formao continuada e a luta por mais integrao de tempos,

    espaos, pessoas e contedos deve ser mantida dentro do curso tcnico em Edificaes integrado ao

    Ensino Mdio do IFES campus Vitria. Para alm dos resultados da pesquisa, que por sinal foram bem

    alm do esperado, a pesquisa realizada durante o perodo de iniciao cientfica, se tornou o principal

    objeto de pesquisa para o trabalho de concluso de curso da bolsista, o trabalho foi apresentado no ms de

    dezembro do ano de 2014. Os resultados da pesquisa ainda auxiliaram na produo de um artigo que foi

    apresentado na modalidade de comunicao oral no V Seminrio de Educao Brasileira, realizado em

    Campinas/SP nos dias 15,16 e 17 de junho de 2015.

    Apresentao e discusso do trabalho no V SEB

    6 RefernciasBibliogrficas

    BRASIL. Lei de diretrizes e Bases da educao.Disponvel em:

    IFES.Projeto de curso tcnico em edificaes integrado ao ensino mdio. Vitria, 2010.

    Melo, P. S. L. e Arajo, W. P. Grupo focal na pesquisa em educao. Trabalho apresentado no GT 03, 2010. Disponvel em:

    Minayo, M. S. C. O desafio do conhecimento pesquisa qualitativa. So Paulo huctec, 1997. Disponvel em:

    Pimenta, S. G.; Anastasiou, L. G. C. Docncia no ensino superior.4 ed. So Paulo: Cortez, 2010.