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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA II CURSO DE ODONTOLOGIA José Yagoh Saraiva Rolim Profª Drª Soraia de Fátima Carvalho Souza ASSOCIAÇÃO ENTRE ANEMIA FALCIFORME E DOENÇA PERIODONTAL: ASPECTOS CLÍNICOS, RADIOGRÁFICOS E NÍVEIS SALIVARES DE IMUNOGLOBLINA A PLANO DE TRABALHO A São Luís 2013

UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO CENTRO DE … · avaliação clínica das condições periodontais e radiográficas. Os parâmetros clínicos utilizados para avaliação da DP foram

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA II

CURSO DE ODONTOLOGIA

José Yagoh Saraiva Rolim

Profª Drª Soraia de Fátima Carvalho Souza

ASSOCIAÇÃO ENTRE ANEMIA FALCIFORME E DOENÇA PERIODONTAL:

ASPECTOS CLÍNICOS, RADIOGRÁFICOS E NÍVEIS SALIVARES DE

IMUNOGLOBLINA A – PLANO DE TRABALHO A

São Luís

2013

___________________________________________________

José Yagoh Saraiva Rolim

_______________________________________________________

Profª Drª Soraia de Fátima Carvalho Souza

ASSOCIAÇÃO ENTRE ANEMIA FALCIFORME E DOENÇA PERIODONTAL:

ASPECTOS CLÍNICOS, RADIOGRÁFICOS E NÍVEIS SALIVARES DE

IMUNOGLOBLINA A – PLANO DE TRABALHO A

Relatório final 2013 apresentado ao

Programa Institucional de Bolsas de

Iniciação Científica – PIBIC, da

Universidade Federal do Maranhão.

São Luís

2013

RESUMO

O presente estudo do tipo coorte retrospectiva propôs-se a investigar a associação entre

Anemia Falciforme (AF) e a doença periodontal (DP) por meio da avaliação dos

aspectos clínicos e radiográficos em indivíduos assistidos pelo setor de Odontologia da

Supervisão de Hematologia e Hemoterapia do Maranhão (HEMOMAR) em São Luís,

MA, Brasil. Os indivíduos foram alocados aleatoriamente em 3 grupos: grupo exposto 1

(com AF); grupo exposto 2 (com Traço Falciforme (TF)) e grupo não exposto (sem AF

e TF), sendo 123 indivíduos por grupo (n=369). Os indivíduos foram examinados para

avaliação clínica das condições periodontais e radiográficas. Os parâmetros clínicos

utilizados para avaliação da DP foram Índice de Placa, Índice Gengival, Índice de

Cálculo, Profundidade Clínica de Sondagem, Nível de Inserção Clínica e Recessão

Gengival. Para a avaliação radiográfica, o percentual de perda óssea alveolar foi

mensurado empregando-se a Régua de Shei. Os dados obtidos serão submetidos aos

testes Exato de Fisher, Qui-quadrado, Mann-Whitney, Kruskal-Wallis e/ou ANOVA.

Para estimar as associações de interesse, serão realizadas análises de regressão com

estratégia de modelagem stepwise, calculando-se as razões de chance (OR) brutas e

ajustadas e respectivos intervalos de confiança a 95% (IC 95%). O nível de significância

estabelecido será de 5%. Ao final do estudo, pretende-se conhecer a relação entre a AF

e a DP, bem como verificar a prevalência da DP em indivíduos com AF, com TF e

naqueles sem a doença.

Palavras-chave: Anemia Falciforme. Traço Falciforme. Doenças Periodontais.

Radiografia.

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................................................................................5

2 OBJETIVOS.................................................................................................................7

2.1 Objeto geral.................................................................................................................7

2.2 Objetivo específico......................................................................................................7

3 MATERIAIS E MÉTODOS.......................................................................................8

4 RESULTADOS..........................................................................................................15

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................16

APÊNDICES..................................................................................................................20

1 INTRODUÇÃO

As doenças periodontais (DPs) possuem etiologia multifatorial envolvendo

tecidos de suporte mole e duro, a colonização microbiana e a resposta imuno-

inflamatória do hospedeiro. A resposta do hospedeiro desempenha um importante papel

na proteção do ambiente da cavidade bucal, devido à capacidade dos anticorpos em

inibir a adesão microbiana às superfícies celulares e agregação/opsonização de

microrganismos (TENG, 2006).

As DPs podem ser classificadas em dois grupos: gengivites e periodontites.

O primeiro grupo é caracterizado por alterações nos tecidos moles da gengiva marginal

e livre, e o segundo, caracteriza-se por alterações em tecidos moles e duros, como osso

alveolar, ligamento periodontal e cemento radicular (ALBANDAR et al., 2005;

BRAGA et al., 2007).

A gengivite é uma inflamação unicamente do periodonto de proteção e,

clinicamente, caracteriza-se por presença de hiperemia, sangramento à sondagem e

aumento do fluido gengival, estando associada à presença de biofilme bacteriano no

sulco gengival. Uma vez estabelecida a gengivite em indivíduos susceptíveis, pode

desenvolver-se para um quadro de periodontite (LOE et al., 1965; ALBANDAR et al.,

2005; BRAGA et al., 2007).

O estabelecimento da periodontite determina o aprofundamento patológico

do sulco gengival por meio da migração apical do epitélio juncional, destruição do

ligamento periodontal, do cemento e do osso alveolar (ALVES et al., 2007).

Clinicamente, a periodontite caracteriza-se pela perda de inserção, acompanhada pela

formação de bolsa, presença de sangramento à sondagem e alterações na densidade e

altura do osso alveolar subjacente (CARRANZA & NEWMAN, 2007).

As DPs evoluem pela destruição dos tecidos periodontais provocada pela

ação dos produtos tóxicos liberados por microrganismos presentes no biofilme

bacteriano. Dentre estes produtos estão as endotoxinas e os lipopolissacarídeos que

induzem à produção de citocinas (troboxano A2, interleucina 1β, interleucina-6 e fator

de necrose tumoral-α), além das prostaglandinas, iniciando assim o processo

inflamatório (COSTERTON, STEWART, 2001; NICOLAU et al., 2003;

SOCRANSKY, HAFFAJEE, 2005). Tanto a gengivite quanto a periodontite são

moduladas pela resposta imune do hospedeiro e por fatores ambientais tais como

tabagismo, alcoolismo, obesidade, diabetes e estresse, bem como por fatores de risco

genético (OFFENBACHER, 1996; KINANE, PETERSON, STATHOPOULOU, 2006).

A Anemia Falciforme (AF) é uma alteração genética que resulta da mutação

do ponto no gene da globina-β da hemoglobina normal (HbA) originando a

hemoglobina alterada (HbS). Em situações persistentes de baixa tensão de oxigênio as

HbS sofrem polimerização com falcização das hemácias, o que ocasiona o encurtamento

da vida média dos glóbulos vermelhos de 120 para 15 a 25 dias e, consequente

vasoclusão, causando isquemia, infarto e necrose tecidual (HEBBEL, VERCELLOTI,

NATH, 2009), seguida pelo aumento da concentração dos níveis de Imunoglobulina A

(IgA) (DE CEULAER et al., 1986). Esta imunoglobulina é encontrada em superfícies de

mucosas, neutraliza a ação de microrganismos, facilita sua fagocitose e destruição,

impedindo assim a instalação de processos infecciosos (MILETIC et al., 1996).

Apesar da IgA ser considerada um fator de proteção para as infecções

bucais, sabe-se que indivíduos com AF são mais propensos a infecções bacterianas

(HEBBEL, VERCELLOTI, NATH, 2009), e por isso podem apresentar maior

severidade das DPs (ONUBALILI, 1983; BENOIST et al., 2006). Tal severidade pode

ser avaliada a partir das manifestações clínicas da doença, constituição da microflora

presente no biofilme subgengival e dos achados histopatológicos nas lesões

periodontais. A concentração de anticorpos locais e a avaliação sistêmica imunológica

dos indivíduos com DP também têm fornecido dados importantes para a compreensão

da evolução desta doença (TAKAHASHI et al., 2001).

Um aspecto radiográfico importante a ser investigado como potencial fator

de risco envolvido na etiologia e evolução da DP em indivíduos com AF é a hiperplasia

e expansão compensatória da medula óssea desencadeada pela destruição precoce das

hemácias, que modifica as estruturas ósseas alveolares e pode levar à formação de um

padrão ósseo diferenciado (MOURSHED, TUKSON, 1974; GILLIS, WEST, 2004).

Neste contexto, o objetivo deste estudo foi testar a hipótese de associação

entre AF e a DP por meio da avaliação dos aspectos clínicos, radiográficos e dos níveis

salivares de IgA.

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

Estimar a associação entre a AF e a severidade da doença periodontal.

2.2 Objetivo específico

Estimar a prevalência da doença periodontal, considerando seus aspectos

clínicos e radiográficos, nos indivíduos com AF, TF e naqueles sem a doença.

3 MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 Desenho do estudo

O delineamento deste estudo foi uma coorte retrospectiva, uma vez que os seus

participantes foram alocados a partir do status de exposição, ou seja, da AF.

3.2 Campo de estudo

O estudo foi realizado no Setor de Odontologia da HEMOMAR (Supervisão de

Hematologia e Hemoterapia do Maranhão) em São Luís, MA, Brasil. A HEMOMAR

atua como centro de referência para o Maranhão nas áreas de Hematologia e

Hemoterapia e auxilia no diagnóstico e pesquisa de diversas doenças hematológicas

hereditárias e adquiridas, dentre elas a AF.

3.3 Sujeitos do estudo

Os sujeitos do estudo foram alocados em três grupos:

GRUPO EXPOSTO 1: com AF;

GRUPO EXPOSTO 2: com TF;

GRUPO NÃO EXPOSTO (GRUPO DE COMPARAÇÃO): sem AF ou TF.

3.4 Procedimentos de amostragem

3.4.1 Cálculo amostral

Utilizando-se o software Epi-Info, versão 6.0, estima-se que uma amostra de 336

pessoas teria poder de 80% para detectar razões de chance (OR) significativas de 3,0, a

partir de uma incidência de 10% de doença entre os não-expostos, com nível de

significância de 5% e proporção 1:1 entre expostos e não-expostos. Acrescendo-se 10%

a esse número, para compensar possíveis perdas, chegou-se a uma amostra de 369

sujeitos (123 com AF, 123 portadores do TF e 123 sem AF ou TF).

3.4.2 Seleção dos sujeitos do estudo

Foram selecionados indivíduos a partir dos 12 anos de idade, pareados por sexo,

idade e classe sócio-econômica:

GRUPO EXPOSTO 1: Indivíduos cadastrados no Setor de Serviço Social da

HEMOMAR, por meio de sorteio causal simples.

GRUPO EXPOSTO 2: Parentes dos sujeitos do Grupo Exposto.

GRUPO NÃO EXPOSTO (GRUPO DE COMPARAÇÃO): Vizinhos dos

sujeitos do Grupo Exposto 1 ou do Grupo de Exposto 2.

3.4.3 Critérios de exclusão

Foram excluídos os indivíduos com outras condições sistêmicas que possam

representar fator de risco para o estabelecimento da DP, como diabetes, tabagismo,

alcoolismo, obesidade, doença renal crônica e SIDA; que tinham sido submetidos a

tratamento periodontal e/ou antibioticoterapia nos últimos seis meses; que estivessem

em tratamento ortodôntico ou que tivessem recebido tratamento ortodôntico prévio, e

mulheres que estivessem grávidas ou amamentando.

3.5 Coleta de dados

Os dados foram obtidos por meio de entrevista aos indivíduos selecionados para

compor a amostra utilizando-se um questionário estruturado (APÊNDICE A) com as

seguintes seções:

Identificação e dados sócio-econômicos: nome, idade, gênero, cor da pele

auto-referida e classificada pelo entrevistador, endereço; renda familiar,

ocupação e escolaridade segundo critérios da ABEP (2010)

Situação geral da saúde: condições de saúde e se fazia uso de algum

medicamento

Hábitos de vida: consumo de fumo, de bebidas alcoólicas e de drogas ilícitas

Aspectos relacionados à saúde bucal: atenção odontológica, tipo e

freqüência de higienização, uso de fio dental e de enxaguatório bucal.

Foram realizadas avaliações clínicas da DP e radiográficas da perda óssea

alveolar. Os dados coletados foram anotados em ficha clínica.

3. 6 Avaliação clínica da doença periodontal

Foram utilizados os métodos descritos abaixo:

Índice de Placa (SILNESS; LÖE, 1964)

Índice Gengival (LÖE; SILNESS, 1963)

Índice de Cálculo (BJÖRBY; LÖE, 1967)

Profundidade Clínica de Sondagem (NOVAK et al., 2000)

Nível de Inserção Clínica (NOVAK et al., 2000)

Recessão ou Hiperplasia Gengival (NOVAK et al., 2000)

Envolvimento de Furca (HAMP et al., 1975)

Mobilidade Dental (NYMAN, LINDHE, 2005)

Foi considerado como parâmetro para o diagnóstico da DP (periodontite),

participantes do estudo com no mínimo quatro dentes com um ou mais sítios com PCS

≥ 4 mm, NIC ≥ 3 mm e presença de sangramento à sondagem (GOMES FILHO et al.,

2007).

3.6.1 Índice de Placa (IP)

Com auxílio de um espelho bucal e sonda periodontal milimetrada de Willians

(Hu-Friedy, Chicago, EUA) foram avaliadas quatro superfícies lisas do dente, onde cada

superfície receberá um escore de 0 a 3. Os escores foram somados e divididos por

quatro, obtendo-se o IP por dente. Ao somar os índices dos dentes e dividir pelo número

de dentes examinados, o IP para o paciente foi obtido de acordo com os seguintes

critérios:

0=ausência de placa na região gengival;

1=uma película de placa aderida à gengiva marginal livre e áreas

adjacentes dos dentes;

2=acúmulo moderado de depósitos dentro da bolsa gengival ou no dente

e margem gengival livre;

3=abundância de placa dentro do sulco gengival e/ou no dente e margem

gengival.

3.6.2 Índice Gengival (IG)

Foi igualmente determinado, tendo como critérios:

0=ausência de inflamação (gengiva normal);

1=inflamação leve: pequena mudança de cor e textura, ausência de

sangramento à sondagem;

2=inflamação moderada: brilho moderado, vermelhidão, edema e

hipertrofia. Sangramento à sondagem;

3=inflamação severa: vermelhidão acentuada e hipertrofia. Sangramento

espontâneo. Ulceração.

3.6.3 Índice de Cálculo (IC)

Igualmente determinado, tendo como critérios os seguintes:

0=ausência de cálculo;

1=presença de cálculo supragengival;

2=presença de cálculo subgengival;

3=presença de cálculo abundante.

3.6.4 Profundidade Clínica de Sondagem (PCS)

Medida que corresponde à distância da margem gengival até a porção mais

apical sondável. Foi realizada em seis pontos em todos os dentes: mésio-vestibular,

médio-vestibular, disto-vestibular, mésio-palatino/lingual, médio-palatino/lingual e

disto-palatino/lingual.

3.6.5 Nível de Inserção Clínica (NIC)

Medida que corresponde à distância da junção amelocementária até a porção

mais apical do sulco/bolsa periodontal, no ato da sondagem periodontal. Foi realizada

em 6 pontos em todos os dentes conforme descrito anteriormente.

3.6.6 Recessão ou Hiperplasia Gengival (RG)

Foi medida pelo deslocamento da margem gengival apical a junção amelo-

cementária nas faces vestibular e lingual ou palatina.

3.6.7 Envolvimento de Furca

Com o auxílio da Sonda Nabers, as perdas ósseas horizontais foram classificadas

como:

Grau I: perda horizontal dos tecidos de suporte não excedendo 1/3 da

largura do dente

Grau II: perda horizontal dos tecidos de suporte excedendo 1/3 da largura

do dente, mas não envolvendo toda a largura da área da furca

Grau III: destruição horizontal “lado a lado” dos tecidos de suporte na

área de furca

3.6.8 Mobilidade Dentária

Como o auxílio de dois instrumentos apoiados na coroa dentária, a mobilidade

foi classificada de acordo com os seguintes escores:

Grau I: mobilidade da coroa dentária de 0,2 a 1 mm no sentido horizontal

Grau II: mobilidade da coroa dentária excedendo 1mm no sentido

horizontal

Grau III: mobilidade da coroa dentária nos sentidos vertical e horizontal

3.7 Avaliação radiográfica da perda óssea alveolar

A avaliação radiográfica da perda óssea foi realizada por meio de tomadas

radiográficas utilizando-se a técnica do paralelismo com posicionadores radiográficos

convencionais (Cone Indicator®, Indusbello, cidade, Paraná, Brasil). Foram utilizadas

películas radiográficas do tipo Insight nº 2 (Kodak, cidade, estado, EUA) e aparelho de

raios X XRM (Rhos, Rio de Janeiro, RJ, Brasil), operando com 60 kVp, 10 mA. O

processamento radiográfico foi realizado em caixa portátil com o auxílio de soluções

reveladoras e fixadoras (Kodak, EUA) empregando-se o método manual-visual. As

imagens radiográficas foram visualizadas em negatoscópio, possibilitando a avaliação

da perda óssea alveolar com auxilio da régua de Schei.

Os dados obtidos foram anotados na Ficha da Avaliação Radiográfica

(APÊNDICE B) e os indivíduos foram classificados como portadores de perda óssea

alveolar, quando possuíam pelo menos dois sítios com perda óssea radiográfica igual ou

superior a 30% do comprimento da raiz em dois ou mais dentes não adjacentes (SCHEI

et al., 1959) (Fig 1 e 2).

3.7.1 Régua de Schei

A régua de Schei foi confeccionada em plástico transparente e consta de um

conjunto de linhas que divergem a partir dum ponto comum, sendo a linha do topo

horizontal e as restantes linhas eqüidistantes ao longo do mesmo corte vertical, gerando

10 intervalos regulares, cada um dos quais corresponde a 10%. A linha horizontal foi

aplicada sobre a junção amelo-cementária, mantendo esta referência fixa a régua foi

deslocada horizontalmente de modo que a linha inferior ficasse colocada sobre o ápice

radicular (Figura 1 e 2) (SCHEI et al., 1959).

Figura 1 – Régua de Schei

Figura 2 – Utilização da régua de Schei

4 RESULTADOS

Até o presente momento foram avaliados 252 indivíduos, 106 com AF, 109 com

TF e 37 do grupo Controle (sem AF e TF), representando mais de 2/3 do tamanho

amostral (n=369). Isto se deve a algumas intercorrências que aconteceram durante o

período de agosto a dezembro de 2012, a saber: (1) durante este período o aparelho de

raios-X da HEMOMAR parou de funcionar. Ficamos na dependência da administração

em realizar o conserto do aparelho, o que não ocorreu. Diante da impossibilidade de

execução da pesquisa já que a avaliação radiográfica é um dos aspectos imprescindíveis

do estudo, solicitamos à FAPEMA remanejamento de recurso financeiro do Edital No

01/2012 (Apoio a projetos de pesquisa-Edital Universal) para o conserto do aparelho em

13/12/2012, o qual foi prontamente atendido; e (2) a avaliação dos pacientes foi

retomada em 01/2013, entretanto a maioria dos indivíduos com Anemia Falciforme

(AF) e Traço Falciforme (TF) reside no interior do estado e só comparece a

HEMOMAR nos dias de consulta médica de controle da doença, o que dificultou a

realização da pesquisa. Solicitamos ao Programa Institucional de Bolsas de Iniciação

Cientifica (PIBIC/CNPq/FAPEMA/UFMA) a renovação das bolsas de iniciação

científica a fim de darmos continuidade ao estudo. Fomos contemplados com duas

bolsas de iniciação científica (PIBIC-V).

Mesmo diante destas intercorrências, os processamentos das imagens

radiográficas, assim como as avaliações da perda óssea alveolar por avaliadores

calibrados, já foram iniciados. Contudo, a realização da análise estatística de dados

parciais torna-se inviável, já que uma parcela da amostra não representa sua totalidade e

não garante ao estudo o poder necessário para detectar diferenças entre os grupos e

estimar possível associação entre as doenças.

Ainda assim, esperamos finalizar a coleta de dados antes da realização do

Seminário de Iniciação Científica (SEMIC) 2013, o que possibilitará a apresentação de

resultados que permitam conhecer a relação entre a AF e a DP, bem como verificar a

prevalência da DP em indivíduos com AF, com TF e naqueles sem a doença.

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APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO

Identificação e dados sócio-econômicos (ABEP, 2010)

n°: _____

Data do preenchimento: ___/___/_____

Nome: ________________________________________________________________________________________

Data de nascimento: ___/___/_____ (Idade: ____ anos)

Endereço: ______________________________________________________________________________________

Cidade/UF: _______________________________________________

Telefone: ( ) _______________________

Gênero:

Masculino

Feminino

Cor (auto-referida):

Preta/Negra

Parda/Mulata/Cabocla/Morena

Branca

Amarela/Oriental

Indígena Não sabe

Cor (classificada pelo

entrevistador):

Preta/Negra

Parda/Mulata/Cabocla/Morena

Branca

Amarela/Oriental Indígena

Não sabe

Itens Quantidade de itens

0 1 2 3 4 ou +

Televisão em cores 0 1 2 3 4

Rádio 0 1 2 3 4

Banheiro 0 4 5 6 7

Automóvel 0 4 7 9 9

Empregada mensalista 0 3 4 4 4

Máquina de lavar 0 2 2 2 2

Videocassete e/ou DVD 0 2 2 2 2

Geladeira 0 4 4 4 4

Freezer (aparelho independente ou parte da geladeira duplex) 0 2 2 2 2

Qual é o Grau de Instrução da pessoa com maior renda?

Analfabeto/ Até 3ª série Fundamental/ Até 3ª série 1º. Grau 0

Até 4ª série Fundamental / Até 4ª série 1º. Grau 1

Fundamental completo/ 1º. Grau completo 2

Médio completo/ 2º. Grau completo 4

Superior completo 8

TOTAL DE PONTOS: _____

Classe PONTOS

A1 42-46

A2 35-41

B1 29-34

B2 23-28

C1 18-22

C2 14-17

D 8-13

E 0-7

Situação geral da saúde

Doenças sistêmicas

Hipertensão Sim Não

Alergia Sim Não Qual? _____________________________________

Cardiopatias Sim Não Qual? _____________________________________

Doenças renais Sim Não Qual? _____________________________________

Doenças hepáticas Sim Não Qual? _____________________________________

Doenças ósseas Sim Não Qual? _____________________________________

Doenças metabólicas Sim Não Qual? _____________________________________

Outras Sim Não Qual? _____________________________________

Fez uso recente ou está fazendo uso de alguma medicação? Sim Não

Se sim, qual? ________________________________________________________________________________

Hábitos de vida

1 Hábito de fumar

Fumante Quanto fuma por dia? _____________ Há quanto tempo fuma? ________________

Não fumante

Ex-fumante Fumou por quanto tempo? _________ Há quanto tempo deixou de fumar? __________

Quanto fumava por dia? 01 a 10 11 a 20 21 a 30 mais de 30

2 Ingestão de bebidas alcoólicas

Bebe Com que freqüência? diariamente 2 a 3 vezes/semana 1 vez/semana

1 vez/mês ocasionalmente

Não bebe

Já bebeu Deixou de beber há quanto tempo? __________

Bebeu durante quanto tempo? menos de 6 meses de 6 meses a 1 ano

de 1 a 5 anos de 5 a 10 anos mais de 10 anos

Com que freqüência bebia? diariamente 2 a 3 vezes/semana 1 vez/semana

1 vez/mês ocasionalmente

3 Já fez uso de alguma droga ilícita? Sim Não

Se sim, qual? ____________________________

Com que freqüência? Raramente 1 vez/semana 2 a 3 vezes/semana Todo dia ou quase

todo dia

Aspectos relacionados à saúde bucal

Assistência odontológica

1 Quando foi a última vez que foi ao dentista?

nunca foi

menos de 1 ano

de 1 a 2 anos

mais de 2 anos

2 Consulta periodicamente o dentista? Sim Não

3 Se sim, com que freqüência vai ao dentista?

de 6 em 6 meses

1 vez ao ano

2 ou mais vezes ao ano

4 Já recebeu orientação profissional em como realizar a higiene oral? Sim Não

5 Já perdeu algum dente? Sim Não

6 Se sim, por qual motivo?

Cárie

Trauma

Periodontite/piorréia

Indicação ortodôntica

Outro ____________________________________

7 Há quanto tempo?

menos de 6 meses

de 6 meses a 1 ano

de 1 a 2 anos

mais de 2 a 5 anos

mais de 5 anos

APÊNDICE B – FICHA DA AVALIAÇÃO RADIOGRÁFICA

PERDA ÓSSEA (%)

Sítios 18 17 16 15 14 13 12 11 21 22 23 24 25 26 27 28

M

D

IR

Sítios 48 47 46 45 44 43 42 41 31 32 33 34 35 36 37 38

M

D

IR

M= Mesial

D= Distal

IR= Inter–radicular

Número de dentes com perda óssea em 1sítio: _____________________________

Número de dentes com perda óssea em 2 ou mais sítios ( ≤30%): __________________