Upload
lykhue
View
214
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
0
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHO CENTRO DE CINCIAS BIOLGICAS E DA SADE
PROGRAMA DE PS-GRADUAO SUSTENTABILIDADE DE ECOSSISTEMAS
MESTRADO
SUBSDIOS PARA GERENCIAMENTO DE RESDUOS SLIDOS DE MICRO E PEQUENAS INDSTRIAS EM SO LUS MA
Jos de Ribamar da Silva Dissertao de Mestrado
So Lus - MA 2008
Livros Grtis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grtis para download.
1
JOS DE RIBAMAR DA SILVA
SUBSDIOS PARA GERENCIAMENTO DE RESDUOS SLIDOS DE MICRO E PEQUENAS INDSTRIAS EM SO LUS MA
Dissertao apresentada ao Curso de Mestrado em Sustentabilidade de Ecossistemas da Universidade Federal do Maranho, para obteno do ttulo de Mestre em Sustentabilidade de Ecossistemas. Orientador: Prof. Dr. Mariano Oscar Anibal Ibaez
Rojas
So Lus - MA 2008
2
Silva, Jos de Ribamar Subsdios para gerenciamento de resduos slidos de micro e
pequenas indstrias em So Lus / Jos de Ribamar Silva. So Lus, 2008.
202 f. Impresso por Computador Orientador (a): Mariano Oscar Anibal Ibaez Rojas Dissertao (Mestrado em Sustentabilidade de Ecossistemas)
Universidade Federal do Maranho 2008.
1 - Micro e pequenas indstrias; 2 - SGA; 3 - So Lus(MA). 4 - Sustentabilidade. Ttulo.
CDU 65.011.55:338.92:504(812.1)
3
JOS DE RIBAMAR DA SILVA
SUBSDIOS PARA GERENCIAMENTO DE RESDUOS SLIDOS DE MICRO E PEQUENAS INDSTRIAS EM SO LUS MA
Dissertao apresentada ao Curso de Mestrado em Sustentabilidade de Ecossistemas da Universidade Federal do Maranho, para obteno do ttulo de Mestre em Sustentabilidade de Ecossistemas.
Aprovado em / /
BANCA EXAMINADORA
________________________________________________________ Prof. Dr. Mariano Oscar Anbal Ibaez Rojas (Orientador)
Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia do Maranho Universidade Federal do Maranho
________________________________________________________ Prof. Dr. Gilvanda Silva Nunes
Universidade Federal do Maranho
________________________________________________________ Prof. Dr. Jorge Lus de Oliveira Fortes Universidade Estadual do Maranho
________________________________________________________ Prof. Dr. Cludio Urbano Bittencourt Pinheiro (Suplente)
Universidade Federal do Maranho
4
Aos meus filhos Fbio e Andr Gustavo, ao meu
afilhado Adriano Corra e minha neta Amanda,
razes maiores de minha preocupao com as
geraes futuras, aos meus colegas de turma, pelo
incentivo, e aos professores, pelo conhecimento
repassado ao longo do curso.
5
AGRADECIMENTOS
Agradeo a Deus, pelas vitrias alcanadas ao longo da minha vida.
minha irm Maria das Neves, amiga de todas as horas.
Aos meus pais (in memorian), que me ensinaram a ter f, esperana e
determinao nas coisas que me proponho a fazer.
Maria Argentina, minha comadre, pela qual sinto respeito e admirao.
Aos meus colegas de turma, pelo empenho em aprender os ensinamentos
dos professores e, sem o auxlio dos quais eu no concluiria esta longa caminhada.
Aos professores do Curso, todos empenhados em contribuir para o
sucesso dos alunos.
Prof. Dr. Gilvanda Silva Nunes, responsvel pelo meu retorno
academia.
Universidade Federal do Maranho, pela iniciativa de proporcionar um
Curso de Mestrado em Sustentabilidade de Ecossistemas, disponibilizando para o
mercado, profissionais conhecedores da filosofia do Desenvolvimento Sustentvel.
Coordenao do Mestrado, pelo empenho em ajudar a todos os
colegas.
Ao Professor Joo Batista Lobato, pelo apoio e incentivo tanto a mim
quanto minha famlia.
A Rosangela e Valdir, meus companheiros de todas as horas na SEMAM.
Ao Prof. Dr. Mariano Oscar Anibal Ibaez Rojas, meu orientador durante
este trabalho, pelo incentivo e apoio.
A todas as pessoas envolvidas, direta ou indiretamente, nas atividades do
Curso.
Ao Dr. Digenes Del Bel, Diretor Presidente da Associao Brasileira de
Empresas de Tratamento de Resduos ABETRE, pelo apoio tcnico durante todas
as etapas deste trabalho.
Aos meus companheiros da Associao Maranhense de Empreendedores
AME, da Federao das Associaes e Entidades de Micro e Pequenas Empresas
Industriais do Estado do Maranho FEMPI e Associao das Micro e Pequenas
Empresas da Indstria e Comercio de So Luis AMPE/SL pelo apoio e incentivo
para gerarmos este documento de grande utilidade para o segmento da micro e
pequena indstria no Estado do Maranho.
6
Aos meus companheiros da Confederao Nacional das Entidades de
Micro e Pequenas Empresas Industriais CONAMPI, e do Movimento Nacional das
Micro e Pequenas Empresas MONAMPE, na pessoa do Presidente Erclio
Santinoni, pelo incentivo e apoio dado ao desenvolvimento deste trabalho.
Aos meus companheiros da Associao Comercial do Maranho, pelo
apoio e incentivo durante todas as etapas deste trabalho.
Ao meu amigo e colaborador Ricardo Sousa Almeida, pelo apoio durante
todas as etapas deste trabalho.
FIEMA na pessoa do Eng Denis Sodr Campos, pela disponibilizao
das tabelas de cadastro de empresas.
Finalmente, por dever de gratido e justia, agradeo ao meu compadre
Dr. Sebastio Francisco Guimares Corra, pela abertura de todas as oportunidades
que tive no Estado Maranho.
7
Estamos to preocupados em deixar um Planeta
melhor para os nossos filhos, mas nos esquecemos
de deixar filhos melhores para o nosso Planeta. (autor desconhecido)
possvel reduzir em muito o impacto negativo do
crescimento econmico na deteriorao ambiental...
Para que haja sustentabilidade, o essencial no
produzir menos, e sim produzir de outra maneira. Banco Mundial
8
RESUMO
Este trabalho tem como propsito iniciar uma discusso sobre o status das micro e pequenas indstrias no municpio de So Lus, com relao aos procedimentos operacionais e sua compatibilizao com a filosofia do desenvolvimento sustentvel, modelo sobre o qual j existe um razovel consenso de sua importncia para a sobrevivncia dos negcios e do prprio Planeta. Nos ltimos anos, a gerao de resduos pelas indstrias tornou-se um problema de ordem mundial. Quando no tratados adequadamente, os resduos slidos industriais constituem uma ameaa permanente a sade publica e ao meio ambiente. O objetivo geral deste trabalho avaliar a sustentabilidade social, econmica e ambiental sob a tica da legislao vigente, das diretrizes e das metodologias de gerenciamento e disposio de resduos slidos (RS) em sete tipologias industriais no municpio de So Lus-MA. A metodologia consistiu na obteno de dados secundrios atravs da aplicao de 52 questionrios semi-estruturados nas seguintes tipologias: metalurgia bsica (2) fabricao de produtos qumicos (5) edio, impresso e reproduo de gravaes, confeces de artigo do vesturio e assessrios (17), fabricao de moveis e indstrias diversas (11), fabricao de produtos minerais no-metlicos (5) e fabricao de produtos alimentcios (8). As informaes coletadas referem-se a dados gerais da unidade industrial, atividade de empreendimento, informaes sobre o entorno, diagnstico do sistema de gesto de resduos, classificao, condicionamento, armazenamento, coleta, tratamento, reciclagem destino final, consumo de energia e desperdcio (indicadores). A anlise dos dados primrios mostraram que o nmero de micro indstrias no universo estudado 3,72 vezes maior que o nmero de pequenas empresas e a mdia de empregos de 6,09 na micro e 16,09 na pequena empresa. A pratica da reciclagem utilizada apenas em 24 indstrias, o desperdcio ocorre em 40 processos produtivos e o consumo de energia mais freqente no intervalo entre 1-500 kw/h. Com relao ao cumprimento da legislao ambiental apenas 26 processos so licenciados, cinco implantaram Sistema de Gesto Ambiental (SGA), a segregao praticada por 41 indstrias e a coleta por 50. So produzidos 69 tipos de resduos slidos pelos processos industriais estudados sendo 26 da classe I e 43 da classe II. Com base nos indicadores apropriados na pesquisa observa-se a necessidade da utilizao das ferramentas da gesto ambiental da micro e pequena indstria visando garantir a sustentabilidade social, econmica e ambiental desses empreendimentos.
Palavras-chave: 1-Micro e pequenas indstrias; 2-SGA; 3-So Lus(MA). 4-Sustentabilidade.
9
ABSTRACT
The aim of this work was to start a discussion on the status of the micro and small companies operating in the So Luis MA, municipality, concerning the operational procedures and its compatibility with the sustainable development philosophy, model about whose importance there already exist a reasonable perception for the surviving of the business in general and for the whole planet in particular. In recent years, the generation of industrial wastes became a worldwide problem. When improperly treated, the industrial solid residuals constitute a permanent threat to public health and to the environment. The general goal of this work is to evaluate the social, economical and environmental sustainability under the current legislation optic, the norms and the management methodologies, as well as the final disposal of solid wastes (SW), considered into seven industrial typologies in the So Luis, MA municipality. The methodology consisted in the attainment of secondary data by means of the application of 52 questionnaires semi-structurized in the following typologies: basic metallurgy (2); chemicals production (5); edition, impression and recording reproduction, vests/clothes and accessories confection (17); furniture fabrication and diverse industries (11); non-metallic goods production (5) and food production industries (8). Collected information refer to general data of the industrial units, entrepreneur/venture activities, the surroundings, waste managing system diagnosis, classification, conditioning, storing, collection, treatment, recycling, final wastes destiny, energy consumption and energy waste (indicators). The analysis of primary data showed that the number of micro-companies in the studied scenarios is 3.72 times greater than the number of small-companies and the average jobs is 6.09 for micro-companies and 16.09 in the small-companies. Recycling practice is used just in 24 industries, material wasting occurs in 40 production processes and the energy consumption frequently reaches around 1 to 500 kw/h. Concerning environmental legislation, only 26 are licensed, 5 settled the environmental Management System (EMS); segregation is practiced by 41 industries and 50 practice waste collection. 69 types of solid residuals are produced in the studied industrial processes, 2 belonging to the class I and 43 to class II. Based upon appropriate indicators in this research, it is noticeable the necessity the micro and small-companies have of handling and adopting environmental managing tools in order to guarantee the social, economic and environmental sustainability of such ventures.
Keywords: Micro and small-companies, EMS, So Lus (MA), Sustainability.
10
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 Principais indstrias do setor algodoeiro e de fibras animais e vegetais........ 36
Quadro 2 Diferenas principais entre resduos dos setores pblico e produtivo. ...40
Quadro 3 Tratamento de resduos e servios ambientais. .....................................44
Quadro 4 Unidades receptoras (empresas privadas) especializadas na prestao
de servios de tratamento e disposio final.............................................................44
Quadro 5 Clientes ativos referentes aos anos 2004 e 2005 que utilizaram servios
ambientais. ................................................................................................................45
Quadro 6 - Descrio do Resduo Classe I. ..............................................................49
Quadro 7 Descrio do Resduo Classe II ou Classe III. .......................................50
Quadro 8 Quantidade diria de lixo coletado, por unidade de destino final do lixo
coletado.....................................................................................................................55
Quadro 9 - Nmero de distritos com servios de limpeza urbana e/ou coleta de lixo,
por unidades de destinao final do lixo coletado, segundo as Grandes Regies,
Unidades da Federao, Regies Metropolitanas e Municpios das Capitais. ..........56
Quadro 10 Gerao normal versus passivos ambientais. ......................................58
Quadro 11 Gerao de Resduos Slidos Industriais no Brasil (Parcial) ...............59
Quadro 12 - Concentrao de clorofrmio e formaldedo nos resduos de madeiras e
seus derivados ........................................................................................................134
11
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Padro de destinao preponderante em cada setor gerador. ................41
Figura 2 - Fluxograma para caracterizao e classificao de resduos...................48
Figura 3 Abordagens para solucionar os problemas com resduos........................53
Figura 4 Escala de prioridades no Gerenciamento de Resduos. ..........................54
Figura 5 - Incompatibilidade de resduos. .................................................................63
Figura 6 - Esquema representativo de uma cmara de combusto. .........................72
Figura 7 - Fluxograma de etapas do projeto para aterros industriais. .......................80
Figura 8 - Esquemas de aterros industriais a) Aterro Classe I; b) aterro Classe II....84
Figura 9 - Representao esquemtica da cadeia produtiva de madeira e moveis.......127
Figura 10 - Sucatas da metalrgica para venda......................................................197
Figura 11 - Limalhas de ao da metalrgica............................................................197
Figura 12 - Fabricao de vela de forma artesanal .................................................197
Figura 13 - Equipamentos industriais para fabricao do sabo.............................197
Figura 14 - Manipulao de produtos farmacuticos...............................................197
Figura 15 - Resduos de escritrio ..........................................................................198
Figura 16 - Impressora Offset..................................................................................198
Figura 17 - Estopas contaminadas..........................................................................198
Figura 18 - Chapa de Alumnio................................................................................198
Figura 19 - Fbrica de confeces ..........................................................................199
Figura 20 - Carretis de linha (papelo). .................................................................199
Figura 21 - Retalhos de tecidos...............................................................................199
Figura 22 -. Resduos de movelaria ........................................................................200
Figura 23 -. Serragem e maravalho.........................................................................200
Figura 24 -. Vassouras de piaava..........................................................................200
Figura 25 - Chapa polida de granito. .......................................................................201
Figura 26 - Aparas de mrmore e granito. ..............................................................201
Figura 27 - Embalagens contaminadas...................................................................201
Figura 28 - Madeira para alimentao de forno.......................................................202
Figura 29 Pes no adequados para venda.........................................................202
Figura 30 -.Cinzas da queima da madeira ..............................................................202
Figura 31 - Forno a gs desativado.........................................................................202
12
LISTA DE GRFICOS
Grfico 1 - Servios ambientais.................................................................................45
Grfico 2 Avaliao da gerao normal versus passivos ambientais.....................57
Grfico 3 - Percentual de Micro e Pequenas Empresas que participaram da
pesquisa. .................................................................................................................149
Grfico 4 - Freqncia de micro e pequenas indstrias ..........................................149
Grfico 5 - Percentual total e por categoria do nmero de empregos ofertados pelas
Micro e Pequenas Empresas que participaram da pesquisa. .................................150
Grfico 6 Nmero de empregos ofertados por ramo de atividade e categoria de
empresas.................................................................................................................151
Grfico 7 - Percentual de empresas que utilizam 1, 2 e 3 matrias-primas ............152
Grfico 8 Quantidade de matria prima por tipologia. ..........................................153
Grfico 9 - Percentual de empresas que utilizam 1, 2 e 3 insumos.........................154
Grfico 10 Percentual da quantidade de insumos por tipologia ...........................155
Grfico 11 - Percentual de empresas que reciclam seus resduos .........................156
Grfico 12 - Percentual de empresas que reciclam seus resduos ........................156
Grfico 13 Freqncia de reciclagem por tipologia. ............................................157
Grfico 14 - Percentual total do desperdcio nas empresas investigadas. ..............158
Grfico 15 - Percentuais de desperdcio das empresas..........................................159
Grfico 16 Percentagem de desperdcio por ramo de atividade...........................159
Grfico 17 Nmero de Empresas e faixa porcentual de desperdcio por categoria e
ramo de Atividade ...................................................................................................161
Grfico 18 Freqncia de consumo de energia por tipologia. ..............................165
Grfico 19 Freqncia de Licenciamento Ambiental, Sistema de Gesto Ambiental
e Coleta interna de resduos. ..................................................................................166
Grfico 20 Freqncia de segregao de resduos..............................................168
Grfico 21 Freqncia de resduos classe I e classe II. .......................................169
13
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Relao por ramo de atividade de empresas com CNPJ ativo no
municpio de So Lus MA......................................................................................94
Tabela 2 Relao de indstrias com CNPJ ativo, escolhidas para aplicao de
questionrios no municpio de So Lus - MA ...........................................................95
Tabela 3 Nmero de questionrios que foram aplicados por tipologia...................95
Tabela 4 Descrio das sees existentes na Classificao Nacional de Atividades
Econmicas...............................................................................................................96
Tabela 5 - Distribuio do nmero de questionrios previstos e aplicados por
tipologia em So Lus MA.......................................................................................98
Tabela 6 Critrios adotados para excluso de indstrias.....................................101
Tabela 7 Categoria e nmero de empregos no processo. ...................................101
Tabela 8 - Nmero de matrias-primas, principais insumos, reciclagem, desperdcio
e consumo de energia. ............................................................................................102
Tabela 9 - Licenciamento ambiental, sistema de gesto ambiental, segregao,
coleta e entorno.......................................................................................................103
Tabela 10 Resduos slidos gerados na metalrgica, classificao com base na
NBR 10004 destino atual e destino final ambientalmente correto. ..........................104
Tabela 11 Resduos slidos gerados pela fundio, classificao com base na
NBR10004, destino atual e destino final ambientalmente correto. ......................10405
Tabela 12 Critrios adotados para excluso de Indstrias...................................106
Tabela 13 - Categoria das empresas e nmero de empregos no processo............108
Tabela 14 Nmeros de matrias-primas, principais insumos, reciclagem,
desperdcio e consumo de energia. ........................................................................108
Tabela 15 - Licenciamento Ambiental, Sistema de Gesto Ambiental, segregao,
coleta e entorno.......................................................................................................109
Tabela 16 Resduos gerados, na fabricao de velas classificao NBR 10004,
destino atual e destino final ambientalmente correto. .............................................110
Tabela 17 Resduos gerados na fabricao de sabo, classificao NBR 10004,
destino atual e destino final ambientalmente correto. .............................................111
Tabela 18 Resduos gerados nas farmcias de manipulao, classificao NBR
10004, destino atual e destino final ambientalmente correto. .................................112
Tabela 19 Critrios adotados para excluso de indstrias. ..................................114
14
Tabela 20 Categoria das empresas e numero de empregos no processo. ..........116
Tabela 21 - Nmero de matrias-primas, principais insumos, reciclagem, desperdcio
e consumo de energia. ............................................................................................116
Tabela 22 - Licenciamento Ambiental, Sistema de Gesto Ambiental, segregao,
coleta e entorno.......................................................................................................117
Tabela 23 - Resduos gerados pelas unidades de edio, impresso e reproduo
de gravaes, classificao NBR 10004, destino atual e destino final ambientalmente
correto. ....................................................................................................................118
Tabela 24 Critrios adotados para excluso de indstrias...................................120
Tabela 25 Categoria das empresas e numero de empregos no processo. ..........121
Tabela 26 - Nmero de matrias-primas, principais insumos, reciclagem, desperdcio
e consumo de energia.............................................................................................122
Tabela 27 - Licenciamento Ambiental, Sistema de Gesto Ambiental, segregao,
coleta e entorno.......................................................................................................123
Tabela 28 - Resduos gerados pelas indstrias de confeco, classificao NBR
10.004, destino atual e destino final ambientalmente correto..................................124
Tabela 29 - Critrios adotados para excluso de indstrias....................................128
Tabela 30 - Categoria de empresas e numero de empregos no processo..............129
Tabela 31 - Nmero de matrias-primas, principais insumos, reciclagem, desperdcio
e consumo de energia. ............................................................................................130
Tabela 32 - Licenciamento Ambiental, Sistema de Gesto Ambiental, segregao,
coleta e entorno.......................................................................................................131
Tabela 33 - Resduos gerados pelas indstrias de mveis, classificao NBR 10.004,
destino final e destino ambientalmente correto. ......................................................132
Tabela 34 Critrios adotados para excluso de indstrias...................................136
Tabela 35 Categoria das empresas e numero de empregos no processo ...........137
Tabela 36 - Nmero de matrias-primas, principais insumos, reciclagem, desperdcio
e consumo de energia.............................................................................................138
Tabela 37 - Licenciamento Ambiental, Sistema de Gesto Ambiental, segregao,
coleta e entorno.......................................................................................................138
Tabela 38 - Resduos gerados, pelas indstrias de beneficiamento de produtos
minerais no-metlicos, classificao NBR 10.004, destino atual e destino final
ambientalmente correto...........................................................................................139
Tabela 39 Critrios adotados para excluso de indstrias...................................141
15
Tabela 40 Categoria das empresas e nmero de empregos no processo ...........143
Tabela 41 - Nmero de matrias-primas, principais insumos, reciclagem, desperdcio
e consumo de energia. ............................................................................................143
Tabela 42 - Licenciamento Ambiental, Sistema de Gesto Ambiental, segregao,
coleta e entorno.......................................................................................................144
Tabela 43 - Resduos gerados nas padarias, classificao NBR 10.004, destino atual
e destino final ambientalmente correto....................................................................145
16
LISTAS DE SIGLAS
ABETRE - Associao Brasileira de Empresas de Tratamento de Resduos
ABIFA - Associao Brasileira de Fundio
ABIMOVEL - Associao Brasileira das Indstrias do Mobilirio
ABIP - Associao Brasileira das Indstrias de Panificao e Confeitaria
ABIROCHAS - Associao Brasileira das Indstrias de Rochas Ornamentais
ABITRIGO - Associao Brasileira da Indstria de Trigo
ABNT - Associao Brasileira de Normas Tcnicas
ABRELPE - Associao Brasileira de Empresas de Limpeza Pblica e Resduos Especiais
AL - Alagoas
ANVISA - Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria
APA - reas de Proteo Ambiental
APP - reas de Preservao Permanente
ARIP - Aterro de Resduos Industriais Perigosos
BA - Bahia
Br - Bromo
C - Carbono
CADRI - Certificado de Aprovao de Destinao de Resduo Industrial
CDC - Cdigo de Defesa do Consumidor
CEPIS - Centro Panamericano de Engenharia Sanitria e Cincias do Ambiente
CERCLA - Comprehensive Enviromental Response, and Liability Act
CETESB - Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental
Cl - Cloro
CNAE - Classificao Nacional de Atividades Econmicas
CNEN - Comisso Nacional de Energia Nuclear
CNPJ - Cadestro nacional de Pessoa Jurdica
CO2 - Dixido de Carbono
CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente
COPENOR - Companhia Petroqumica do Nordeste
CPDS - Comisso de Polticas de Desenvolvimento Sustentvel e da
Agenda 21 Nacional
CSPE - Polietileno clorossulfonado ;
DDT - Diclorodifeniltricloroetano
17
DOU - Dirio Oficial da Unio
EGF - Escria Granulada de Fundio
EIA - Estudo de Impacto Ambiental
ELPO - Poliolefinas classificadas
EPA - Agncia de Proteo Ambiental
EPDM - Borracha de etileno-propileno
EPIS - Equipamentos de proteo individual
EPT - Termopolmero de etileno-propileno
EUA - Estados Unidos da Amrica
F - Flor
FBCN - Fundao Brasileira para a Conservao da Natureza
FGV - Fundao Getlio Vargas
FIEMA - Federao das Indstrias do Estado do Maranho
FMI - Fundo Monetrio Internacional
H - Hidrognio
H2O - gua
HF - cido Fluordrico
I - Iodo
IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
IBGC - Instituto Brasileiro de Governana Corporativa
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica
IPPS - Industrial Pollution Projection System
ISIC - International Standard Industrial Classification
ISO - Organizao Internacional de Normalizao
ITPC - Instituto Tecnolgico da Panificao e Confeitaria
JUCEMA - Junta Comercial do Estado do Maranho
LA - Licenciamento Ambiental
MDF - Fibra de Mdia Densidade
MTE - Ministrio do Trabalho e Emprego
N - Nitrognio
NBR - Norma Brasileira
O - Oxignio
OECD - Organization for Economic Co-operation and Developmet
ONG - Organizao No Governamental
18
ONU - Organizao das Naes Unidas
OPAS-OMS - Organizao Pan-Americana da Sade/ Organizao Mundial da Sade
OSHA - Associao de Sade e Segurana Ocupacional dos EUA
P - Fosforo
PAEG - Plano de Ao Econmica do Governo
PCBs - Bifenilas policloradas
PNUMA - Programa das Naes Unidas para o Maio Ambiente
PCI - Poder calorfico inferior
PIB - Produto Interno Bruto
PROPAN - Programa de Apoio a Panificao
PRTR - Pollution Release Transfer Register
PVC - Cloreto de polivinila
RCRA - Resource Conservation Act
RDC - Resoluo da Diretoria Colegiada
RIMA - Relatrio de Impacto Ambiental
RS - Rio Grande do Sul
RS - Resduo Slido
RSI - Resduo Slido Industrial
RSS - Resduos de Servios de Sade
S - Enxofre
SC - Santa Catarina
SEBRAE - Servio Brasileiro de Apoio s Micro e Pequenas Empresas
SEG - Segregao dos Resduos
SEMA - Secretaria Especial do Meio Ambiente
SEMTHURB - Secretaria Municipal de Terras, Habitao e Urbanismo
SERQUIP - Tratamento de Resduos MA Ltda
SGA - Sistema de Gesto Ambiental
SISNAMA - Sistema Nacional do Meio Ambiente
SITE - Supefund Innovative Techonology Evaluation
US-EPA - Environmental Protection Agency
UV - Ultravioleta
VOCs - Volatile Organic Compound (Compostos Orgnicos Volateis)
WBCSD - Conselho Mundial Empresarial para o Desenvolvimento Sustentvel
WRI - Instituto de Recursos Mundiais
19
SUMRIO
1 INTRODUO .......................................................................................................22 2 OBJETIVOS...........................................................................................................27 2.1 Geral ...................................................................................................................27 2.2 Especficos ........................................................................................................27 3 HIPTESE DO TRABALHO..................................................................................28 4 REVISO DE LITERATURA .................................................................................29 4.1 A Revoluo Industrial......................................................................................29 4.1.1 A industrializao brasileira..............................................................................31
4.1.1.1 A industrializao maranhense .....................................................................32
4.2 Os Resduos Slidos (RS) Industriais .............................................................38 4.2.1 Os resduos slidos industriais definies.....................................................46
4.2.2 Os Resduos Slidos Industriais - Classificao ..............................................47
4.3 Gerenciamento de resduos industriais ..........................................................51 4.3.1 Gerao de resduos slidos industriais no Brasil ............................................51
4.3.1.1 ndices internacionais de gerao de resduos industriais ............................60
4.3.1.1.1 Sistema de Projeo da Poluio Industrial (Industrial Pollution Projection
System (IPPS)...........................................................................................................60
4.3.1.1.2 Manual de minimizao da poluio (Pollution prevention and abatement
handbook) .................................................................................................................61
4.3.1.1.3 Registro e transferncia mnima de poluio (Pollution Release Transfer
Register (PRTR)........................................................................................................61
4.3.2 Coleta ...............................................................................................................61
4.3.3 Segregao ......................................................................................................62
4.3.4 Estocagem .......................................................................................................64
4.3.5 Transporte ........................................................................................................64
4.3.6 Tratamento de Resduos Slidos Industriais ....................................................65
4.3.6.1 Incinerao....................................................................................................69
4.3.6.1.1 Caracterizao de resduos para incinerao ............................................70
4.3.6.1.2 Descrio do Processo de Incinerao ......................................................71
4.3.6.1.3 Tratamento dos Gases de Combusto.......................................................72
4.3.6.1.4 Impactos Ambientais Gerais da Incinerao de Resduos .........................73
4.3.6.2 Co-Processamento de Resduos na Indstria Brasileira de Cimento............75
20
4.3.7 Disposio Final ...............................................................................................76
4.3.7.1 Seleo de Locais para Implantao de Aterros ...........................................77
4.4 Legislao ambiental ........................................................................................84 4.4.1 A Evoluo da Proteo Ambiental no Brasil ...................................................86
4.4.2 Direito Ambiental Brasileiro ..............................................................................90
4.4.3 Responsabilidade Civil, por Danos Causados ao Meio Ambiente....................90
4.4.4 Responsabilidade Penal, pelos Danos Causados ao Meio Ambiente ..............91
4.4.5 Responsabilidade Administrativa .....................................................................91
4.4.6 Ao Civil Pblica Ambiental............................................................................92
5 MATERIAL E MTODOS ......................................................................................93 5.1 Levantamento Bibliogrfico sobre o Tema Abordado no Trabalho..............93 5.2 Caracterstica da rea de Estudo ....................................................................93 5.3 Levantamento das Micro e Pequenas Indstrias na rea de Estudo ...........94 5.4 Seleo das Indstrias......................................................................................95 5.5 Elaborao do Questionrio.............................................................................97 5.6 Visita aos Empreendimentos Selecionados e Aplicao dos Questionrios ....97 5.7 Organizao do Questionrio por Processo Industrial..................................98 5.8 Criao de um Banco de Dados.......................................................................98 5.9 Anlise, Interpretao, Concluso e Recomendaes das Aes ...............99 6 RESULTADOS E DISCUSSES.........................................................................100 6.1 Metalurgia Bsica............................................................................................101 6.1.1 Dimenso Social ............................................................................................101
6.1.2 Dimenso Econmica.....................................................................................102
6.1.3 Dimenso Ambiental ......................................................................................103
6.1.4 Resduos ........................................................................................................103
6.2 Fabricao de Produtos Txteis........................................................................106
6.3 Fabricao de Produtos Qumicos ................................................................106 6.3.1 Dimenso Social ............................................................................................107
6.3.2 Dimenso Econmica.....................................................................................108
6.3.3 Dimenso Ambiental ......................................................................................109
6.3.4 Resduos ........................................................................................................110
6.4 Edio, Impresso e Reproduo de Gravaes .........................................112 6.4.1 Dimenso Social ............................................................................................116
6.4.2 Dimenso Econmica.....................................................................................116
21
6.4.3 Dimenso Ambiental ......................................................................................117
6.4.4 Resduos ........................................................................................................117
6.5 Confeco de Artigos do Vesturio e Acessrios .......................................119 6.5.1 Dimenso social .............................................................................................121
6.5.2 Dimenso Econmica.....................................................................................121
6.5.3 Dimenso Ambiental ......................................................................................123
6.5.4 Resduos ........................................................................................................124
6.6 Indstrias de Mveis.......................................................................................125 6.6.1 Elos Montante da Cadeia de Mveis no Brasil ............................................126
6.6.2 Elo Jusante da Cadeia Produtiva de Moveis no Brasil ................................126
6.6.2.1. Dimenso Social ........................................................................................129
6.6.4 Dimenso Econmica.....................................................................................130
6.6.5 Dimenso Ambiental ......................................................................................131
6.6.6 Resduos ........................................................................................................132
6.7 Fabricao de Produtos Minerais No-Metlicos.........................................135 6.7.1 Dimenso Social ............................................................................................137
6.7.2 Dimenso Econmica.....................................................................................137
6.7.3 Dimenso Ambiental ......................................................................................138
6.7.4 Resduos ........................................................................................................139
6.8 Fabricao de Produtos Alimentcios ...........................................................140 6.8.1 Dimenso Social ............................................................................................143
6.8.2 Dimenso econmica.....................................................................................143
6.8.3 Dimenso Ambiental ......................................................................................144
6.8.4 Resduos ........................................................................................................144
6.9 Contextualizao.............................................................................................147 6.9.1 Dimenso Social ............................................................................................148
6.9.2 Dimenso Econmica.....................................................................................151
6.9.3 Dimenso Ambiental ......................................................................................166
6.9.4 Sustentabilidade das Empresas .....................................................................170
7 CONCLUSO ......................................................................................................173 8 RECOMENDAES............................................................................................175
REFERNCIAS ..................................................................................................................................... 177
APNDICES .........................................................................................................185 ANEXOS...............................................................................................................190
22
1 INTRODUO
No inicio da dcada de 1980, o mundo ainda no sabia como fazer na
prtica a conciliao da atividade econmica com conservao do ambiente, assunto
que j tinha sido discutido amplamente na Conferncia Ambiental das Organizaes
das Naes Unidas-ONU, realizada em 1972, em Estocolmo. O crescente
conhecimento cientfico do funcionamento dos ecossistemas e sua complexidade,
desafiava e ainda desafia nosso modelo conceitual de mundo (ALMEIDA, 2002).
Acostumado com uma viso cartesiana, mecanicista e reducionista,
sedimentada ao longo de 300 anos de Revoluo Cientfica e Industrial, o homem
nos ltimos anos do sculo XX constatou que a natureza no se deixa apreender
completamente pelas ferramentas tradicionais, baseadas na compartimentao do
universo para poder entend-lo.
A natureza sistmica, complexa, no linear e no funciona como a soma
das partes que a compem, mas como o produto da inter-relao das partes, e para
ser entendida precisa de um novo paradigma orgnico, holstico, integrador
(ALMEIDA, 2002).
Por essa razo, nessa poca, uma vanguarda de cientistas, religiosos,
economistas, filsofos e polticos j percebiam que era preciso formular uma nova
sntese, j que a cincia chamava ateno para o aquecimento global, a destruio
da camada de oznio, a chuva cida e a desertificao.
Nesse momento, entra em cena a Comisso Brundtland, presidida pela
ex-Primeira Ministra da Noruega, Gro-Harlem Brundtland, batizada de Comisso
Mundial Sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada pela ONU em 1983. O
objetivo de tal comisso foi estudar e propor uma agenda global, capaz de capacitar
a humanidade para enfrentar os principais problemas ambientais do planeta e
assegurar o progresso humano, sem comprometer os recursos para as futuras
geraes. Foi o Relatrio da Comisso Brundtland que ps em circulao a
expresso Desenvolvimento Sustentvel (ALMEIDA, 2002).
A Revoluo Industrial, sem dvida, foi um marco importante na
intensificao dos problemas ambientais ocasionados pelo aparecimento de uma
diversidade de substncias e materiais que no existiam na Natureza. Mais de 10
milhes de substncias foram sintetizadas, atravs de tcnicas produtivas
intensivas, em material e energia para atender mercados de grandes dimenses,
23
alterando a maneira de produzir degradao ambiental, pelo aumento da escala de
explorao dos recursos naturais e das descargas de resduos, com intensidade
capaz de ameaar a possibilidade de subsistncia de muitos povos da atualidade e
das geraes futuras (BARBIERE, 2007).
A poluio um dos aspectos visveis dos problemas ambientais e esta
constatao deu-se de forma gradativa ao longo do tempo. No incio, a percepo
da poluio ocorre em nvel local, ou seja, em torno das unidades geradoras,
ampliando-se para as regies e pases e, finalmente, tomando propores
planetrias. Os poluentes so materiais ou energia que produzem algum tipo de
problema indesejvel, devido s suas propriedades fsico-qumicas, quantidades
despejadas e capacidade de assimilao no ambiente. Os poluentes podem ser
gerados por fontes naturais ou antropognicas, as quais tm causado os maiores
problemas ambientais (BARBIERE, 2007).
As empresas tm sido responsabilizadas pelo esgotamento e tambm
pelas alteraes dos recursos naturais, base dos insumos que do origem aos bens
consumidos pelas pessoas. Na verdade, esse papel de vils do ambiente, que vem
sendo atribudo s empresas, tem sua razo de ser, visto que, proporcionalmente,
poucas so as que se preocupam em tornar mais eficientes ecologicamente seus
processos produtivos, como demonstram os dados estatsticos nacionais e mundiais
(DIAS, 2008).
Em geral, quando as empresas tomam essa iniciativa, apenas para
atender a alguma exigncia dos rgos governamentais, e no por assumirem uma
postura de responsabilidade scio-ambiental. Isto ocorre talvez por falta de
esclarecimento dos empresrios com relao s ferramentas de gesto que podem
ser utilizadas para melhorar a produtividade dos processos, diminuir os custos,
reduzir e minimizar os resduos e promover inovaes tecnolgicas. Tais
mecanismos podem ser viabilizados com a implantao do Sistema de Gesto
Ambiental (SGA), e abrir caminho para um desenvolvimento minimamente
sustentvel (DIAS, 2008).
Inmeras tendncias no mundo empresarial apontam na direo de uma
abordagem holstica da administrao e da mudana organizacional, por meio da
qual as empresas tradicionais incorporam preocupaes com a administrao
ecolgica e podem proporcionar uma linguagem de transio, para que as
24
preocupaes ambientais se instalem no corao das empresas, em vez delas
adotarem simples programas perifricos (CALLENBACH et al, 1993).
O conceito de desenvolvimento sustentvel, no meio empresarial, tem
sido assimilado como uma forma das empresas assumirem um compromisso de
gesto mais eficiente atravs da adoo de prticas identificadas com a
ecoeficincia e a produo mais limpa, do que uma elevao do nvel de conscincia
do empresariado em torno de uma perspectiva de um desenvolvimento econmico
mais sustentvel (DIAS, 2008).
Segundo Dias (2008), so trs as dimenses do desenvolvimento
sustentvel nas empresas: a) Social as empresas devem satisfazer aos requisitos de proporcionar
as melhores condies de trabalho aos seus empregados, contemplando a diversidade cultural existente na sociedade em que atuam, proporcionando oportunidade aos deficientes e participando das manifestaes socioculturais da comunidade que vive no seu entorno;
b) Econmica as empresas tm que ser economicamente viveis, quanto rentabilidade, dando retorno ao investimento realizado pelo capital privado;
c) Ambiental as empresas tm que ser ecoeficientes em seus processos produtivos, praticar a produo mais limpa, dar condies para o desenvolvimento de uma cultura ambiental organizacional, assumir uma postura de responsabilidade ambiental, evitando a contaminao de qualquer tipo de ambiente natural e participar das atividades patrocinadas pelas autoridades governamentais locais e regionais na defesa do ambiente natural.
Na prtica pode-se descrever uma empresa sustentvel como sendo
aquela com perspectivas concretas de prosseguir sua atividade por muito tempo
com riscos minimizados e uma relao amistosa com a sociedade (SCHARF et al,
2004).
Embora as informaes disponveis no possibilitem uma totalizao
completa dos Resduos Slidos Industriais no Brasil, os dados constantes do
Panorama dos Resduos Slidos no Brasil (ABRELPE, 2007), publicado pela
Associao Brasileira de Empresas de Limpeza Pblica e Resduos Especiais
(ABRELPE), do conta de que foram geradas 86.484.064 ton/ano de resduos
industriais no Brasil, sendo 82.747.991 ton de resduos no perigosos e 3.736.073
ton de resduos perigosos, o que representa 4,5% do total dos resduos gerados
(ABRELPE, 2007).
Na falta de uma Poltica Nacional de Resduos Slidos, que tramita no
Congresso abordando, entre outros itens, a responsabilidade ps-consumo, o
25
Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) vem elaborando resolues para
orientar os vrios setores. A Resoluo 313/2002 do CONAMA dispe sobre o
Inventrio Nacional de Resduos Slidos Industriais, considerando, entre outros
pontos, a falta de informaes precisas sobre a quantidade, os tipos e os destinos
dos Resduos Slidos gerados no parque industrial brasileiro.
No Brasil, o segmento dos pequenos negcios formado por 14,8
milhes de empreendimentos (que geram cerca de 28,7 milhes de empregos), dos
quais 10,3 milhes so informais e 4,5 milhes so formais, uma realidade que
precisa ser encarada pelo governo e pelos bancos, visto que essas unidades
produtivas oferecem produtos e servios especficos e representam 99,23% dos
negcios do pas (SEBRAE, 2008).
A degradao ambiental no decorre somente das atividades das grandes
corporaes, pois as micro e pequenas empresas, principalmente as informais, por
falta de um Sistema de Gesto Ambiental (SGA), e pelo seu elevado nmero podem
ser mais impactantes, do que as grandes. A inovao tecnolgica , sem dvida,
uma ferramenta apropriada para melhorar o desempenho dessas empresas e
diminuir o ritmo acelerado da poluio ambiental (ANDRADE; CHIUVITE, 2004).
Uma pesquisa recente, elaborada pelo Servio de Apoio a Micro e
Pequenas Empresas-SEBRAE/SP, mostra o impacto positivo que a inovao
tecnolgica provocou em 450 micro e pequenas empresas escolhidas de forma
aleatria, comparando dois universos, os das empresas que investiram em inovao
tecnolgica em 2007 e as empresas que no investiram. Os resultados observados
foram:
a) As empresas inovadoras aumentaram o faturamento em 52%, e a
produo/ano em 46%, alm de um ganho de produtividade por
empregado de 39%;
b) As empresas que no inovaram tiveram aumentos de produo de
27%, do faturamento de 23% e da produtividade por funcionrio em
20%.
A pesquisa constatou a baixa difuso da inovao tecnolgica nas micro e
pequenas empresas (ZAPAROLLI, 2008).
Este trabalho tem como propsito conhecer o status quo em termos de
sustentabilidade de sete tipologias industriais nos segmentos das micro e pequenas
empresas estabelecidas em So Lus-MA, tendo em vista a carncia de informaes
26
que limita os dirigentes de entidades, a mostrar aos seus associados os benefcios
da inovao tecnolgica, como ferramenta de gesto.
Dessa forma a dissertao esta dividida em oito(08) captulos. No primeiro
captulo so abordados aspectos da tridimensionalidade do modelo de
desenvolvimento sustentvel e suas relaes com a nova viso que as empresas
devem adotar, para alcanar a sustentabilidade.
O segundo captulo refere-se ao objetivo geral e especficos do trabalho.
O terceiro trata da hiptese do trabalho.
O quarto captulo dedicado reviso de literatura como embasamento
terico, para a formulao das concluses apresentadas.
O quinto trata do material e mtodos utilizados para a coleta das
informaes sobre o estado da arte (status quo) das empresas pesquisadas.
No sexto captulo esto dispostas em quadros e tabelas as informaes
prestadas pelas empresas que aceitaram participar da pesquisa. Estas informaes
esto estritamente relacionadas ao trip base da sustentabilidade adotada em neste
trabalho. Os dados colhidos nas dimenses social, econmica e ambiental de cada
empresa, no contexto de sua tipologia, so analisados com o auxilio de histogramas
e em conformidade com o Desenvolvimento Sustentvel.
No stimo esto expe-se as concluses referentes ao estado da arte das
empresas pesquisadas.
No oitavo capitulo esto s recomendaes que se julga oportunas para a
adequao das empresas s conformidades do modelo de desenvolvimento
sustentvel cujo foco conciliar crescimento com manuteno da qualidade de vida
27
2 OBJETIVOS
2.1 Geral
Avaliar a sustentabilidade social, ambiental e socioeconmica, sob a tica
da legislao vigente, das diretrizes e das metodologias de gerenciamento e
disposio de resduos slidos (RS) em sete tipologias industriais, no municpio de
So Lus-MA.
2.2 Especficos
a) Levantar e discutir a legislao pertinente ao processo produtivo das
tipologias estudadas (nacional, estadual, municipal);
b) Conhecer dados gerais dos empreendimentos/processos;
c) Caracterizar os recursos de produo envolvidos nas tipologias;
d) Identificar as potencialidades poluentes dos resduos gerados nos
processos industriais estudados, por tipologia;
e) Identificar as potencialidades econmicas dos resduos, com relao
reduo, ao reuso, ao reaproveitamento e sua destinao final;
f) Verificar a sustentabilidade scio/econmica/ambiental dos resduos
industriais, conforme a tipologia estudada;
g) Contribuir, com base nos dados levantados, com a elaborao do
inventrio municipal dos resduos slidos industriais de So Lus,
previsto na resoluo CONAMA 313/2002, e com o projeto de
implantao de uma bolsa de resduos.
28
3 HIPTESE DO TRABALHO
A disposio segura dos resduos slidos industriais produzidos pelas
micro e pequenas indstrias em So Lus, pode obedecer legislao vigente, e ao
mesmo tempo, criar perspectivas de gerao de trabalho e renda, atravs do
aproveitamento do potencial socioeconmico dos resduos produzidos.
29
4 REVISO DE LITERATURA 4.1 A Revoluo Industrial
A consolidao do capitalismo como sistema socioeconmico hegemnico
teve na Revoluo Industrial ou Industrializao Clssica, originada em meados do
Sculo XVIII, o embasamento necessrio para alavancar um ritmo acelerado de
mudanas, o que possibilitou a produo em massa concentrada no espao e uma
intensa diviso de trabalho entre as pessoas, regies e naes (VESENTINI, 2000).
A transformao de matria-prima em produtos elaborados passou por
trs estgios, a saber:
a) Artesanato: processo no qual no existe diviso de trabalho, sendo o
arteso responsvel por todas as etapas ou atividades necessrias
para obteno do produto final;
b) Manufatura: estgio intermedirio entre o artesanato e a
industrializao, foi uma atividade produtiva muito comum na Europa
ocidental durante os sculos XVI, XVII e meados do sculo XVIII; e
c) Indstria Moderna: predominante nos dias atuais, remanescente da
Revoluo Industrial, iniciada com a descoberta da mquina a vapor e
que teve, como smbolos, o carvo e a Indstria Txtil (VESENTINI,
2000).
A Revoluo Industrial teve incio em meados do sculo XVIII, no Reino
Unido, expandindo-se no sculo XIX para outros pases como a Alemanha, Frana e
Blgica, assim como para os Estados Unidos da Amrica (EUA). Posteriormente, no
final desse sculo, atingiu a Rssia, o Japo, a Austrlia e a Nova Zelndia.
O processo de transio do feudalismo para o capitalismo teve a
Revoluo Industrial como o acontecimento mais importante, pois ela foi responsvel
pelo aparecimento de uma nova maneira de organizar o espao geogrfico
(VESENTINI, 2000).
A primeira Revoluo Industrial ocorreu de meados do sculo XVIII at
por volta de 1870 (final do sculo XIX), sendo o Reino Unido a grande potncia
industrial do mundo nesse perodo. Na poca, predominava o carvo mineral como
fonte de energia, para as indstrias txteis cujos teares eram acionados pelas
mquinas a vapor (VESENTINI, 2000).
30
A Segunda Revoluo Industrial teve como smbolos a descoberta da
eletricidade, dos motores eltricos e as inovaes tecnolgicas, acontecimentos que
marcaram as ltimas dcadas do sculo XIX, ocasio em que a liderana britnica
comeou a ser substituda por outras economias mais dinmicas, como a alem e a
norte-americana, atravs da expanso das grandes empresas (VESENTINI, 2000).
O carvo mineral foi sendo substitudo pelo petrleo que, com o advento
da indstria automobilstica, torna-se a mais importante fonte de energia do mundo,
criando as bases para a implantao das indstrias siderrgicas e metalrgicas, em
substituio s indstrias txteis. No final do sculo XX, veio a indstria
petroqumica. O perodo da Segunda Revoluo Industrial vai, ento, at o final dos
anos 70 (VESENTINI, 2000).
Dois processos tpicos do sculo XX, dentro da segunda Revoluo
Industrial merecem ser destacados (VESENTINI, 2000):
a) taylorismo;
b) fordismo;
O taylorismo concebido pelo engenheiro norte-americano Frederick W.
Taylor, por volta de 1900, consiste na separao do trabalho por tarefas e nveis
hierrquicos (executivos e operrios), existindo um controle sobre o tempo gasto em
cada tarefa, para que ela seja executada no mnimo de tempo (VESENTINI, 2000).
O trabalhador passa a ter o tempo de execuo de certa quantidade de
peas ou produtos cronometrado, sendo que aqueles que produzem mais em menos
tempo recebem um prmio (VESENTINI, 2000).
Quanto ao fordismo, este movimento surgiu na dcada de 1920, era
constitudo por um conjunto de mtodos voltados para a produo em massa, em
quantidades nunca vistas anteriormente. A lgica do fordismo que, para se
produzir em massa, necessrio que existam consumidores para comprar toda a
produo.
O fordismo absorve algumas tcnicas do taylorismo, mas trata de
organizar a linha de montagem de dada fbrica para produzir mais, controlando as
fontes de matrias-primas e de energia, a formao de mo-de-obra, os transportes
e o aperfeioamento das mquinas para ampliar a produo (VESENTINI, 2000).
A terceira Revoluo Industrial aconteceu nas ltimas dcadas do sculo
XX, especialmente na segunda metade dos anos 70, e foi marcada pelo
conhecimento e pela tecnologia avanada, que deu origem a setores de ponta. Tais
31
setores modificaram outros setores, como a informtica, a robotizao, as
telecomunicaes, a qumica fina, a indstria de novos materiais, a biotecnologia, o
ramo da engenharia gentica, entre tantos outros (VESENTINI, 2000).
4.1.1 A industrializao brasileira
O Desenvolvimento Industrial no Brasil teve incio no final dos anos vinte.
A crise do setor agrcola/exportador e, em seguida, os efeitos da Grande Depresso
sobre a economia motivaram a ao do Estado em defesa da cafeicultura, fato que
ajudou indiretamente o desenvolvimento industrial (VERSIANI et al, 1990).
A renda gerada no mercado interno, proporcional demanda de produtos
manufaturados que passou a crescer, assim como o nvel da renda, foram
sustentados por polticas macroeconmicas expansionistas, implementadas em
defesa do setor exportador (VERSIANI et al, 1990).
Outros fatores que tambm concorreram para proteger a indstria foram a
desvalorizao da taxa de cmbio, o controle do mercado do cmbio e os controles
quantitativos das importaes, que ajudaram a indstria a liderar o crescimento. A
industrializao avanou substituindo importaes de bens de consumo e de alguns
bens intermedirios (VERSIANI et al, 1990).
No final da dcada de 1930 e meados dos anos 50, o Estado passou a
financiar e investir diretamente no desenvolvimento de algumas indstrias de
insumos bsicos, como a minerao, a siderurgia, as produtoras de lcalis e a
petroqumica. O Estado passou tambm a reforar a infra-estrutura de energia e
transportes, muito embora essa ao de governo no tenha obedecido a uma
estratgia de desenvolvimento industrial, que s viria a ocorrer na segunda metade
da dcada de 1950 (VERSIANI et al, 1990).
O problema da industrializao, at meados de 1950, era a insuficiente
capacidade de financiamento do processo, visto que o pas dependia da receita das
importaes de bens agrcolas, especialmente do caf, para cobertura das
importaes de bens industrializados, e o capital estrangeiro de fonte privada ou
oficial era escasso (ANJOS, 2002).
A entrada de capital estrangeiro no governo Juscelino Kubitschek (1956-
1960), na forma de emprstimos, financiamentos e investimentos, garantiu a
instalao de novas empresas, particularmente aquelas produtoras de bens de
32
consumo durveis e tambm de mquinas e equipamentos. Os investimentos
pblicos realizados tambm garantiram a ampliao da malha rodoviria e da oferta
de energia (ANJOS, 2002).
A acelerao da inflao, a queda dos investimentos e os dficits nas
contas externas e nas contas pblicas, no incio dos anos de 1960, determinaram a
implementao de medidas de estabilizao atravs do Plano de Ao Econmica
do Governo (PAEG), no governo Castelo Branco (1964). A poltica de estabilizao
recomendava reformas nos sistemas financeiro e tributrio, cujas reestruturaes
ampliaram os mecanismos e recursos para financiamento dos gastos e
investimentos privados e pblicos (ANJOS, 2002).
A dcada de 1970 representou um marco para a economia brasileira,
apesar do primeiro choque do petrleo em 1973. Essa dcada encerrou com o
modelo de desenvolvimento denominado de substituio, no qual o processo de
industrializao ocorreu motivado por estrangulamentos externos, contando com
elevada proteo do mercado, atravs de controles diretos ou indiretos das
importaes (ANJOS, 2002).
Os desequilbrios nos anos de 1980 e o impacto na produo e no
emprego produziram uma alterao efetiva de tendncia da economia. Com o
agravamento da situao das contas externas, o governo brasileiro, recorreu ao
Fundo Monetrio Internacional (FMI), para conseguir novos recursos e o aval da
instituio para um programa de ajuste da economia, cujo acordo foi fechado para o
binio 1983-1984, impondo uma poltica drstica de ajuste interno e externo sob a
responsabilidade do setor pblico (ANJOS, 2002).
4.1.1.1 A industrializao maranhense
Com o propsito de desenvolver as atividades econmicas no Maranho,
foi criada, em 1682, em nome da Coroa Portuguesa, a Companhia do Comrcio do
Maranho. Segundo Joo Lisboa, em seus apontamentos para a histria do
Maranho, era em assuntos da agricultura, indstria, comrcio e navegao que o
Governo Portugus desenvolvia com maior vigor o seu esprito de interveno,
restries e monoplios (BELLO FILHO, 2004).
Em 1755, foi criada a Companhia Geral do Gro Par e Maranho,
introduzindo mo-de-obra africana, melhores tcnicas agrcolas e crdito, inovaes
33
que contriburam para a dinamizao da economia, principalmente da cultura do
algodo, matria-prima fundamental para a indstria txtil inglesa, que deixara de
contar com a produo norte-americana, em face da Declarao de Independncia
das treze colnias inglesas, em 1776.
Em 1780, a exportao de algodo respondia por 24% das exportaes
do Brasil colnia, superada apenas pelo acar, que participava com 34%. O
Produto Interno Bruto-PIB per capita do Brasil era de U$ 61,2, enquanto que o dos
Estados do Maranho e Piau juntos era de U$ 112 (BARBOSA, 2005).
O Brasil foi elevado categoria de Reino Unido de Portugal e Algarves
em 1815, deixando de ser oficialmente colnia, e a capitania do Maranho passou a
ser uma provncia, melhorando as condies de vida da sua populao, ocasio em
que se formou um movimento intelectual baseado no Arcadismo e na introduo do
pensamento pr-romntico no Brasil, responsvel pela denominao de Atenas
Brasileira para a cidade de So Lus (BARBOSA, 2005).
A cotonicultura colocou o Maranho em alguns aspectos do negcio do
algodo como pioneiro no Brasil, sendo o primeiro grande produtor e exportador
brasileiro, em fins do sculo XVIII, quando se instalou a primeira estao
experimental de algodo, em Coroat, e o primeiro descaroador, em 1826, na
Fazenda Barbados, em Itapecuru (BARBOSA, 2005).
Entre 1760-1820, a fora econmica do Maranho foi promovida pela
cultura do algodo, em conformidade com o antigo sistema colonial que fazia parte
do sistema mercantilista, responsvel pelo surgimento dos grandes estados
modernos na Europa Ocidental, que exploravam a compra e venda de mercadoria
nas colnias (BARBOSA, 2005).
importante destacar que as polticas econmicas que afetavam a
dinmica da produo do algodo maranhense, na sua fase de maior crescimento
(1760-1820), eram definidas em Portugal e o objetivo era o enriquecimento da Coroa
Portuguesa. Por outro lado, o solo maranhense, em virtude do manejo inadequado,
apresentava queda de fertilidade natural, o que obrigava a abertura de novas
fronteiras agrcolas pelo menos a cada trs anos, depredando as florestas nativas
(BARBOSA, 2005).
A partir da Independncia do Brasil, em 1822, a acumulao de capital
tambm passa a ser apropriada pela elite econmica, constituda pelos comerciantes
e proprietrios de terra. O imposto de exportao, que desde 1828 era de 15%, foi
34
alterado em 1844 para 30% e 60%, ficando em 50% para os tecidos. A importao
de mquinas ficou livre de impostos (BARBOSA, 2005).
A economia algodoeira do Maranho no se beneficiou com as medidas
tomadas, pelas seguintes razes (BARBOSA, 2005):
a) O custo dos escravos, pois seu pagamento era adiantado, e a
lucratividade dar-se-ia por toda a vida til do trabalhador ou cessaria
com sua morte prematura;
b) A escravido que bloqueava uma maior diviso tcnica do trabalho
quanto especializao do trabalhador;
c) Os custos com vigilncia dos escravos;
d) Os problemas agronmicos da produo do algodo, especialmente da
produtividade baixa, quando comparada dos EUA;
e) A burguesia maranhense mantinha-se alinhada ao pensamento e s
prticas mercantilistas do passado.
A partir de 1846, o custo da produo do algodo aumentou pelo fato de
que a importao de escravos se tornara economicamente invivel, pois com a
expanso da cultura do caf, no Sudeste do Brasil, o trfico interno dessa fora de
trabalho passou a ser utilizado pela economia agroexportadora do caf (BARBOSA,
2005).
Alm disso, o algodo j no tinha competitividade no mercado
internacional, e o escoamento da produo tambm se tornava mais oneroso,
medida que a fronteira agrcola se distanciava das margens dos rios que
desaguavam no golfo maranhense (BARBOSA, 2005).
Foi impossvel, dessa forma, o Maranho fortalecer o seu
desenvolvimento econmico com a cotonicultura, pois no antigo sistema colonial, os
processos de acumulao de capital e os novos planos de investimentos se davam
na Europa, enquanto que na fase nacional esse objetivo no foi alcanado, devido
mentalidade e prtica mercantilista dos investidores maranhenses, s condies
estruturais, baixa produtividade agrcola e concorrncia da produo americana
com melhores condies de competitividade no mercado internacional (BARBOSA,
2005).
Duas alternativas foram tentadas, a fim de evitar que o desastre da economia
fosse maior:
35
a) A dinamizao da cultura da cana-de-acar a partir de 1850, com a
implantao de engenhos;
b) A implantao das fbricas txteis 25 anos mais tarde.
Apesar desse esforo, os reveses no foram evitados, muito embora
tivssemos implantado 500 engenhos, com mais da metade sendo movidos a vapor,
a fora hidrulica e a trao animal. O acar no respondeu aos anseios dos
investidores visto que, alm de demandar trabalho escravo, os preos estavam nas
mais baixas cotaes da histria (CAMPOS, 2008).
Dessa forma, a implantao da indstria surgia como alternativa para
salvar a riqueza que restava (CAMPOS, 2008).
O Maranho foi, ento, pioneiro na industrializao do algodo, tendo
instalado sua primeira fbrica em 1855 e at o terceiro decnio do sculo XIX, sua
economia foi baseada na cultura do algodo (BARBOSA, 2005).
No perodo entre 1860-1865, o algodo maranhense teve sua demanda
ampliada no mercado internacional, em virtude da Guerra da Secesso Americana,
sendo que os Estados Unidos reverteram esse quadro aps o conflito, ao voltarem a
produzir algodo com uma produtividade maior (BARBOSA, 2005).
Com o xito obtido pela primeira fbrica de tecido de algodo no Maranho
(1880), muitos capitalistas foram estimulados a investir nesse ramo de atividade
(Quadro 1).
36
COMPANHIA CRIAO FALNCIA LOCALIZAO NMERO
DE TEARES
N DE EMPREGADOS
PRODUO / ANO
Companhia de Fiao e Tecidos Maranhense
1888/1890 1970 Camba 300 1.800.000 m de riscado
Companhia de Fiao e Tecelagem de So Lus
1894 1960 Rua So Pantaleo
55 55 350.000 metros
Companhia Lanifcios Maranhenses Santa Amlia
1892 1969 Rua Cndido Ribeiro
50 440.000 metros
Companhia Progresso Maranhense
1892 Rua Antnio Rayol
150 160 70.000 metros
Companhia Manufatura Agrcola do MA
1893 Cod 250 750.000 metros
Companhia Fabril Maranhense
1893 1971 Senador Joo Pedro
600 3.000.000 metros
Companhia de Fiao e Tecido do Rio Anil
1893 1966 Anil 100 1.000.000 metros
Companhia de Fiao e Tecido do Cnhamo
1891 1969 Senador Costa Rodrigues
250 1.500.000 metros
Companhia Industrial Caxiense
1880 Caxias 130 250
Companhia de Fiao e Tecidos
1889 1950 Pr. Pedro II Caxias
220 350
Companhia Industrial Maranhense
1894 Rua dos Prazeres
22 50 120 t / ano
Fbrica de Tecidos e Malhas Ewerton
1892 Rua de Santana
500 metros de tecidos e 400 dzias de meia / ms
Fabrica Sanhar Trizidela / Caxias
300.000 metros
Fabrica So Tiago Depsito Martins
Contoniere Brasil Ltda 1930 1945 Fb. Algodo para a Lili
Quadro 1 Principais indstrias do setor algodoeiro e de fibras animais e vegetais. Fonte: WIKIPDIA, 2008.
Em 1895, o conjunto das indstrias maranhenses compreendia 17
fbricas em sociedades annimas e 10 particulares, sendo:
a) Dez de fiao e tecidos de algodo;
b) Uma de fiar algodo;
c) Uma de tecido cnhamo;
d) Uma de tecido de l;
e) Uma de meias;
f) Uma de fsforos;
g) Uma de chumbo e pregos;
h) Uma de calados;
i) Uma de produtos cermicos;
37
j) Quatro de pilar arroz;
k) Duas de pilar arroz e fabricar sabo;
l) Uma de sabo;
m) Duas de acar e aguardente.
A diminuio dos negcios e o retraimento dos compradores deram incio
ao fracasso da indstria txtil, exatamente quando comeava uma elevada produo
local de tecidos de algodo, obrigando os produtores a recorrerem a outros estados
para vender os estoques a preos mais baixos, perdendo dinheiro, fato que causou
um longo perodo de depresso e runa de vrias empresas (CAMPOS, 2008).
Entretanto, com a Primeira Guerra Mundial (1918), as indstrias de
tecidos do Maranho sinalizaram melhores condies, inclusive havendo tambm
uma valorizao no preo do algodo. Mesmo com algumas oscilaes, nos
primeiros 25 anos do sculo XX, a indstria maranhense melhorou bastante sua
capacidade produtiva, tendo o nmero de teares aumentado em 31,7%, e o nmero
de operrios passado de 2634, no incio do sculo, para 3397, em 1921 (CAMPOS,
2008).
A fora de trabalho era formada, basicamente por 70% de mulheres
oriundas das camadas urbanas empobrecidas ou pelo movimento migratrio do
campo para So Lus.
A libertao dos escravos e a quebradeira das lavouras produtoras de
algodo proporcionaram uma reordenao econmica, que resultou no
deslocamento de mo-de-obra para as zonas de Itapecuru, Mearim, Graja e
Pindar, plos nos quais ganhava impulso a produo de arroz, como tambm para
reas de extrao de babau, na Baixada Ocidental Maranhense, e para as cidades
onde as fbricas txteis estavam estabelecidas, principalmente So Lus.
Os nveis de produo comearam a declinar a partir de 1925, motivados
pelo descalabro administrativo das fbricas, o que acelerou o desequilbrio entre o
volume da produo e a real procura de mercado, resultando na quebra dos preos
dos produtos e no comprometimento das margens de lucro. Os produtos oriundos da
Bahia e de So Paulo comearam a concorrer com os nossos, fabricados com
mquinas obsoletas e precrias, agravando os problemas do setor (CAMPOS,
2008).
38
Por falta de crdito agrcola, m qualidade das sementes, carncia de
transporte fcil e barato para os centros de consumo, as colheitas do algodo no
Maranho entraram em declnio, de tal forma que, no perodo 1939-1941, a
produo passou de 9,85% para 1,84% das exportaes do Estado.
O babau consolidava-se como importante pilar da economia maranhense
desde 1941 e, nos primeiros meses do ano seguinte, os produtos maranhenses
tiveram um sbito aumento de procura e de preos, tanto nos mercados nacionais
quanto estrangeiros (CAMPOS, 2008).
No perodo entre os anos 1960-1980, 52 empresas de mdio e grande
porte, funcionavam no Maranho, incentivadas pela disponibilidade de babau. A
produo anual girava em torno de 130 mil ton, sendo o principal item da pauta de
exportao do Estado, e o leo bruto e refinado abastecia indstrias alimentcias e
de higiene e beleza no pas e no exterior (BRASIL, 2005).
A soja comeou seu processo de expanso na dcada de 80, em
condies mais competitivas, o que possibilitou uma migrao de demanda para o
leo de soja, no mercado de leos comestveis, deixando para o babau o mercado
de leos luricos consumidos nos setores de higiene, limpeza e cosmticos.
Entretanto, nos anos 90, o processo de abertura da economia brasileira reduziu as
alquotas de importao dos leos luricos, e produtos do Sudeste Asitico entraram
no mercado, com preos bastante competitivos, reduzindo ainda mais a demanda
por leo de babau (BRASIL, 2005).
Esses fatos concorreram para a falncia de vrias esmagadoras de
sementes e para uma significativa reduo nos parques industriais de leos
maranhenses (BRASIL, 2005).
4.2 Os Resduos Slidos (RS) Industriais
Os problemas ambientais gerados pelo processo de desenvolvimento da
sociedade humana so, sem dvida, um imenso desafio que envolve
administradores, tcnicos, pesquisadores e cientistas que, trabalhando em conjunto,
buscam solues, apoiados nas vrias tecnologias de despoluio capazes de
extrair do resduo final algo valorizado ou mesmo reduzir seu carter poluidor
(ALBERGUINE et al, 2005).
39
Nos ltimos anos, o tratamento de resduos evoluiu bastante, de tal forma
que um resduo final hoje pode no ser, em um futuro prximo, razo pela qual deve
ser evitado o descarte de resduos brutos e a formao de passivos ambientais.
(CAMPOS et al, 2002).
O descarte de forma negligente de resduos industriais perigosos
responsvel por mais de 6.000 reas contaminadas no Brasil, com potencial de
causar danos graves ao ambiente e sade pblica, fato que obriga as empresas a
abandonarem prticas gerenciais convencionais adotadas por dcadas, que
consideravam resduos industriais como uma perda inevitvel do processo produtivo,
e no como uma oportunidade de reduo de custos.
A disponibilidade de mtodos e tcnicas, a competitividade do mercado
globalizado, a abertura do mercado brasileiro, a regulamentao de leis de controle
cada vez mais severas, os custos crescentes com tratamento e as conseqncias
negativas provocadas pelos resduos so aspectos que podem comprometer o lucro
e a imagem das empresas, razo pela qual mais vantajoso no se produzir
resduos ou pelo menos produzi-los em menor quantidade (MARTINI JUNIOR et al,
2005).
Na verdade, a preocupao com os riscos potenciais resultantes da
disposio inadequada dos resduos industriais recente e, mesmo nos pases
desenvolvidos, ainda existem reas industriais contaminadas quimicamente e que
vm causando graves danos sade humana, s estruturas genticas e de
reproduo e ao ambiente (SISINNO; OLIVEIRA, 2000).
O resduo industrial destinado ao tratamento e disposio final
chamado Resduo ltimo, por ser considerado, pelo gerador, como No
aproveitvel, por qualquer razo tcnica ou econmica em determinado momento
(ABETRE, 2006). Apesar de serem considerados sob uma tica nica e homognea, os RS
compreendem dois contextos diferentes, no que se refere responsabilidade dos
agentes e s dinmicas de administrao e de manejo, cujo entendimento a base
para a formulao de polticas pblicas e empresariais (ABETRE, 2006). Com relao fonte de gerao, os RS classificam-se como (ABETRE,
2006):
a) Resduos do setor pblico: produzidos pelos servios de limpeza
pblica, saneamento e obras pblicas;
40
b) Resduos do setor produtivo: produzidos em empresas e organizaes
industriais, comerciais e de servios.
Os resduos slidos do setor produtivo podem ter duas procedncias:
Setor primrio: agricultura, pecuria, silvicultura, explorao florestal,
pesca e indstria extrativa mineral, sendo que o tratamento e a
disposio final desse tipo de RS so feitos no local pelo prprio
gerador;
Setores secundrio e tercirio: indstria de transformao,
construo civil, comrcio e servios.
Esse tipo de RS tratado externamente por empresas privadas ou
disposto em aterros industriais. No Quadro 2 esto relacionadas s diferenas entre
resduos dos setores pblico e produtivo, enquanto que, na Figura 1, tem-se o
padro de destinao preponderante em cada setor gerador (ABETRE, 2006).
Quadro 2 Diferenas principais entre resduos dos setores pblico e produtivo. Fonte: ABETRE, 2006.
41
Figura 1 Padro de destinao preponderante em cada setor gerador. Fonte: ABETRE, 2006.
As setas de fluxo apresentadas na Figura 1 no representam a quantidade de
resduos, e sim o canal de destinao mais frequentemente utilizadas pelas empresas e
organizaes de cada setor econmico.
Com relao ao tratamento de resduos industriais, as grandes corporaes
mundiais desenvolvem tecnologias para aplicao, no no tratamento, mas sim na
reduo da gerao de resduos, modificando os processos de fabricao, sendo que
aqueles que no puderem ser eliminados sero reciclados. Esta estratgia est
fundamentada em conceitos da ecoeficincia (produzir mais com menos) do Conselho
Mundial Empresarial para o Desenvolvimento Sustentvel (WBCSD)
(PRICEWATERHOUSECOOPERS, 2006).
As Organizaes No-Governamentais (ONGs) tm contribudo bastante
para a consolidao dessa nova postura do setor de resduos industriais,
condenando a poluio causada pela prtica da incinerao e de outras formas de
tratamento, j disseminadas em pases desenvolvidos nos ltimos anos.
A vertente europia, por exemplo, tem como foco a mudana de consumo
e produo, baseada na definio de novos modelos em logstica e
reaproveitamento de materiais, que influenciam na produtividade das empresas e
causam um forte impacto ambiental positivo. Nos anos 70, calcula-se que na
Alemanha existiam cerca de 50.000 pequenos aterros para disposio de resduos
domsticos e comerciais, sendo que suas atividades no eram controladas e suas
EMPRESAS DE TRATAMENTO (prestadores de servio)
42
prticas no eram regulamentadas, ameaando contaminar as guas. Desde essa
poca, os alemes aplicam na rea ambiental, o princpio da precauo. Atualmente
pela nova regulamentao daquele pas, somente resduos que no possam ser
recuperados por motivos tcnicos, econmicos ou ecolgicos podem ser destinados
disposio final. O modelo atual de gerenciamento de resduos na Europa
basicamente estruturado no modelo alemo, com ajustes nas prticas de sucesso
aplicadas por outros pases da comunidade europia
(PRICEWATERHOUSECOOPERS, 2006).
Nos EUA, uma das primeiras legislaes sobre disposio de resduos
slidos a Solid Waste Disposal Act, de 1965. Em 1970, foi fundada a Agncia
Americana de Proteo Ambiental (Environmental Protection Agency US-EPA), que
responsvel pela administrao de uma srie de leis de proteo ambiental, entre
elas o Resource Conservation Act (RCRA), e o Comprehensive Enviromental
Response, and Liability Act (CERCLA) (PRICEWATERHOUSECOOPERS, 2006).
A US-EPA, apoiada pela RCRA, desenvolveu uma regulamentao
denominada do bero ao tmulo, do ingls Cradle-to-grave, abordando
procedimentos para substncias txicas (pesticidas, substncias inflamveis,
corrosivas e material explosivo), desde a gerao, o armazenamento, o transporte e
o tratamento at a disposio final (PRICEWATERHOUSECOOPERS, 2006).
Com relao aos passivos ambientais, as novas legislaes trouxeram
uma srie de problemas sistemticos para as indstrias, que at ento no tinham
comprometimento com seus resduos e opes de mercado para atender
crescente demanda, inclusive as empresas pequenas, consideradas limpas,
estavam sendo pressionadas, no sentido de desenvolverem o setor de tratamento
de resduos com novas tecnologias e prticas (PRICEWATERHOUSECOOPERS,
2006).
Para ajudar no desenvolvimento das novas tecnologias voltadas para o
tratamento de resduos, a US-EPA criou o programa Supefund Innovative
Techonology Evaluation (SITE) Strategy and Program Plan, cujos objetivos eram:
(PRICEWATERHOUSECOOPERS, 2006).
a) Identificar e, quando possvel, remover os obstculos para o
desenvolvimento e o uso comercial de novas tecnologias para
tratamento de resduos;
43
b) Conduzir um programa que demonstre as inovaes tecnolgicas do
setor, que possua melhor desempenho, segurana e preo
(PRICEWATERHOUSECOOPERS, 2006).
A anlise da evoluo do desenvolvimento do setor de tratamento de
resduos nos EUA demonstra que a legislao e a indstria devem evoluir juntas e
no separadas.
Na Amrica do Sul, o Brasil considerado o pas mais desenvolvidos nas
questes de tratamento e disposio de resduos, e a consolidao dessa posio,
assim como o desenvolvimento de prticas cada vez mais adequadas nossa
realidade, implica em considerar o segmento como uma oportunidade e no como
problema. (PRICEWATERHOUSECOOPERS, 2006).
Por outro lado, a Legislao Brasileira considerada moderna e
abrangente, mas apesar da competncia tcnica, a estrutura dos rgos
fiscalizadores dificulta a plena aplicao das leis e normas vigentes, beneficiando a
ao das empresas que no exercitam as boas prticas do setor.
As empresas de maior porte tm responsabilidade comprovada com seus
resduos, respeitando a legislao para evitar o comprometimento de sua imagem
perante o mercado internacional, alm de considerarem o setor de tratamento de
resduos como oportunidade, e no como problema. Quanto s empresas de micro e
pequeno portes, observa-se que o desenvolvimento de melhores prticas depende
da implantao de um programa de conscientizao dos empresrios, quanto s
vantagens do tratamento de resduos como gerador de oportunidades e
principalmente de solues financeiras e operacionais para facilitar o acesso ao
melhoramento dos processos e inovaes tecnolgicas
(PRICEWATERHOUSECOOPERS, 2006).
Na verdade, o mercado de tratamento de resduos encontra-se em
estgios diferentes, do ponto de vista da legislao e da operacionalizao.
(PRICEWATERHOUSECOOPERS, 2006)
Ao longo das ltimas dcadas, mesmo sem qualquer poltica de
incentivos, a iniciativa privada consolidou no Brasil um parque especializado em
tratamento de resduos e servios ambientais, cujos nmeros referentes ao ano de
2005 constam no Quadro 3. (ABETRE, 2006).
44
PRINCIPAIS NMEROS DO ANO DE 2005 Unidades receptoras de resduos .......................... 112 unidades privadas em operao Tratamento de resduos
Industriais ........................................................... 3,3 milhes de toneladas Municipais .......................................................... 4,8 milhes de toneladas Total ................................................................... 8,1 milhes de toneladas
Receita Tratamento de resduos ........................... R$ 1,0 bilho Outros servios ambientais ...................... R$ 0,5 bilho Total .......................................................... R$ 1,5 bilho
Clientes ...................................................................... 15 mil clientes ativos Empregos ................................................................... 14,4 mil empregos diretos Responsabilidade social ............................... mais de R$ 4,0 milhes investidos (dado parcial)
Quadro 3 Tratamento de resduos e servios ambientais. Fonte: ABETRE, 2006.
As unidades receptoras de resduos so constitudas por empresas
privadas, devidamente licenciadas pelos rgos ambientais para realizar qualquer
processamento de resduos, abrangendo uma ou mais atividade como recepo,
segregao, reciclagem, armazenamento temporrio, tratamento ou disposio
(ABETRE, 2006).
O Quadro 4 relaciona as unidades receptoras (empresas privadas)
especializadas na prestao de servios de tratamento e disposio final de RS, no
abrangendo, portanto, unidades que no realizam atividades especficas, tais como
depsitos temporrios, centrais de triagem e recicladoras (ABETRE, 2006).
UNIDADES RECEPRORAS DE RESDUOS EMPRESAS PRIVADAS
TECNOLOGIA UNIDADES EXISTENTES
Aterros para Resduos Classe II-A 37
Aterros para Resduos Classe I 16
Cimenteiras licenciadas para co-processamento 30
Unidades de blendagem para co-processamento 9
Incineradores industriais 12
Outras tecnologias 8
Total 112
Quadro 4 Unidades receptoras (empresas privadas) especializad