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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CENTRO TECNOLÓGICO PPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA EDEMIR PEREIRA DA SILVA SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO POR ABSORÇÃO PRODUZINDO FRIO ATRAVÉS DO USO DE GASEIFICADORES BELÉM 2007

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

CENTRO TECNOLÓGICO

PPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA

EDEMIR PEREIRA DA SILVA

SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO POR ABSORÇÃO PRODUZINDO FRIO ATRAVÉS

DO USO DE GASEIFICADORES

BELÉM

2007

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

CENTRO TECNOLÓGICO

PPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA

EDEMIR PEREIRA DA SILVA

SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO POR ABSORÇÃO PRODUZINDO FRIO ATRAVÉS

DO USO DE GASEIFICADORES

Dissertação apresentada ao Programa de

pós graduação em Engenharia Mecânica da

Universidade Federal do Pará para obtenção

do título de Mestre em Engenharia

Mecânica.

Orientador: Prof. Dr. Carlos Umberto da

Silva Lima.

BELÉM

2007

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

CENTRO TECNOLÓGICO

PPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA

SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO POR ABSORÇÃO PRODUZINDO FRIO ATRAVÉS

DO USO DE GASEIFICADORES

EDEMIR PEREIRA DA SILVA

Dissertação apresentada ao programa de pós-graduação em Engenharia Mecânica da

Universidade Federal do Pará para obtenção do título de Mestre em Engenharia

Mecânica, sob a orientação do Prof. Dr. Carlos Umberto da Silva Lima

Aprovada em 14/02/2007

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________ Profº. Carlos Umberto da Silva Lima, Dr. (UFPA) Orientador _________________________________________ Profº. Jorge Emanuel Corrêa, Dr.(UFPA) Membro Interno ________________________________________ Profº. Severiano da Silva Lima Filho, Dr.(UFPA) Membro Interno _________________________________________ Profª. Brígida Ramati Pereira da Rocha, Drª.(UFPA) Membro Externo _________________________________________ Profº. Manoel Fernandes Martins Nogueira, Ph. D. Coordenador do PPGEM/UFPA

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AGRADECIMENTOS

A DEUS por ter me dado à possibilidade de conclusão desse trabalho.

Durante todo o desenvolvimento dessa pesquisa recebi ajuda diversa e valiosa que

contribuiu para que ele alcançasse sua forma final. A todos que me auxiliaram de alguma

forma, meus sinceros agradecimentos.

Ao prof. Carlos Umberto da Silva Lima, pela orientação segura que sempre

nortearam, de forma tranqüila, os rumos a serem seguidos.

Aos professores do Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade Federal

do Pará, que nunca se furtaram ao esclarecimento consistente e generoso, pois muitas vezes

subtraiam de seu precioso tempo o espaço para essas informações.

Aos colegas, engenheiros Renato Freitas, Fábio Alfaia e Márcio Martins pelo apoio

técnico e pelas cobranças que me entusiasmaram a prosseguir no sentido de concluí-lo.

À minha mãe Neuza, eterna guardiã de minha vida, e ao meu pai José Batista, que se

foi muito cedo, mas não sem antes, dar-me condições para chegar até aqui.

À Silvana, companheira do dia a dia, pelo apoio e compreensão.

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Na ciência, você não precisa ser educado, você tem apenas

que estar certo.

⎯ Winston Churchill

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RESUMO

No presente trabalho é demonstrado a viabilidade econômica do emprego do sistema

de refrigeração por absorção para produzir frio na faixa de potências de 3 kW a 70 kW

fazendo uso de gases gerados em gaseificadores. Uma simulação numérica do sistema de

refrigeração por absorção foi efetivada para o dimensionamento de cada componente do ciclo.

Considerando o número de equações envolvidas no dimensionamento do sistema, para os

cálculos e busca das propriedades termodinâmicas da amônia e da água utilizaram-se os

recursos do software Engineering Equation Solver (EES). Uma parte experimental, relativa ao

calor de mistura que ocorre no absorvedor, também foi aplicada. Na etapa final do trabalho foi

estabelecida uma comparação, em termos econômicos, com o ciclo de refrigeração por

compressão de vapor.

Palavras-chave: Refrigeração por Absorção, Engineering Equation Solver, Comparação

econômica.

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ABSTRACT

This work presents the economic feasibility of absorption cooling systems removing heat at

rates in the range of 3-70 kW. A numerical simulation was performed to predict each

component of the cycle. The software Engineering Equation Solver (E.E.S) was applied to

solve the equations systems and to quantify thermodynamics properties for water and

ammonia. Due the difficulty to obtain the mixture heat from literature, an experiment was

assembled and performed to supply the calculation with this information. Finally, an

economic comparison is made between the absorption and compression cooling cycles.

Keywords: Absorption Cooling, Engineering Equation Solver, Economic Comparison

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1.1 - Imagem do gaseificador que se encontrava em teste na UFPA................................ 2

Figura 1.2 - Co-geração bottoming (fonte: Eletropaulo, 2004) .................................................... 4

Figura 1.3 - Co-geração topping (fonte: Eletropaulo, 2004) ........................................................ 4

Figura 1.4 - Esquema simplificado do gaseificador do IISC (fonte: Mukunda et al., 2001) ....... 6

Figura 1.5 - Filtro de gás montado na entrada do motor/gerador. ................................................ 8

Figura 2.1 - Esquema de um sistema de refrigeração por absorção de simples efeito

amônia-água. .............................................................................................................................. 12

Figura 2.2 - Coluna de retificação compactada. ......................................................................... 14

Figura 2.3 - sistema de refrigeração por absorção de duplo efeito amônia/água. ...................... 15

Figura 2.4 - Ciclo de refrigeração por absorção de triplo efeito operado em 4 níveis de

pressão. ....................................................................................................................................... 16

Figura 2.5 - Desenho esquemático do Ciclo Gax. ...................................................................... 16

Figura 2.6 - Diagrama esquemático de um típico sistema absorção/compressão. ..................... 17

Figura 2.7 - Ciclo de refrigeração por absorção com ejetor. ...................................................... 18

Figura3.1 - Sistema de refrigeração por absorção de simples efeito. ......................................... 21

Figura 3.2 - Balanço de energia e massa no gerador .................................................................. 27

Figura 3.3 - Balanço de energia e massa no Retificador. ........................................................... 28

Figura 3.4 - Balanço de energia no absorvedor. ......................................................................... 29

Figura 3.5 - Balanço de energia no Condensador....................................................................... 30

Figura 3.6 - Balanço de energia no evaporador.......................................................................... 31

Figura 3.7 - Variação do COP e Wbomba com a concentração no ponto 1. ................................. 33

Figura 3.8 - Variação de Qu1 e Qu2 e Wbomba com a concentração no ponto 1. .................... 34

Figura 3.9 - Variação do COP e Wbomba com a largura do processo (Δx). ................................. 34

Figura 3.10 - Variação do COP e Qa com a largura do,processo ............................................... 35

Figura 3.11 - Variação do COP e Qe com a largura do processo (Δx). ...................................... 35

Figura 3.12 - Variação do COP e Wbomba com Ta ...................................................................... 36

Figura 3.13 - Variação do COP e Wbomba com Te ...................................................................... 37

Figura 3.14 - Variação de Qe com Qg ......................................................................................... 37

Figura 3.15 - Trocador de calor intermediário. .......................................................................... 38

Figura 3.16 - Seção transversal do trocador de calor intermediário de tubos concêntricos. ...... 38

Figura 3.17 - Esquema do absorvedor ........................................................................................ 47

Figura 3.18 - Variação do comprimento dos tubos e o número Reynolds ................................. 54

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Figura 3.19 - Variação do comprimento dos tubos com o número de passes para três

diâmetros diferentes.................................................................................................................... 55

Figura 3.20 - Esquema do gerador e disposição dos tubos no trc. ............................................. 56

Figura 3.21 - Variação do comprimento dos tubos e Nusselt em função do diâmetro externo

dos tubos..................................................................................................................................... 64

Figura 3.22 - Condensador resfriado a água e a distribuição dos tubos no feixe tubular no

corte - AA ................................................................................................................................... 65

Figura 3.23 - Variação do comprimento e do número de Reynolds da água de circulação

com o diâmetro interno............................................................................................................... 71

Figura 3.24 - Esquema do tubo capilar....................................................................................... 73

Figura 3.25 – Diâmetro do tubo capilar versus comprimento. ................................................... 81

Figura 3.26 - Evaporador tipo serpentina. .................................................................................. 82

Figura 3.27 - Eficiência de aletas anulares de perfil retangular. ................................................ 83

Figura 3.28 - Transferência de calor e fator de atrito para um trocador de calor compacto

com tubos circulares e aletas contínuas, superfície 8.0-3/8T, Kays e London........................... 83

Figura 3.29 - Variação do Nfileiras e Ntubos com Afr. ..................................................................... 95

Figura 4. 1 - Gráfico do Sistema de Compressão de Vapor. ...................................................... 96

Figura 4.2 - Gráfico representativo dos preços relativos à energia elétrica e biomassa em

função da distância. .................................................................................................................. 101

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LISTA DE TABELAS

Tabela 3.1 - R* para diversos gases ........................................................................................... 20

Tabela 3.2 - Resultados dos cálculos.......................................................................................... 20

Tabela 3.3 - parâmetros de entrada............................................................................................. 22

Tabela 3.4 - Parâmetros de entrada para dimensionamento do trocador de calor

intermediário............................................................................................................................... 39

Tabela 3.5 - Parâmetros de entrada para o cálculo do absorvedor. ............................................ 48

Tabela 3.6 - Parâmetros de entrada para dimensionamento do Gerador .................................... 56

Tabela 3.7 - Fator de correção C2, para NL<20 (Regas>1000) .................................................... 63

Tabela 3.8 - Parâmetros de entrada para o cálculo do condensador........................................... 66

Tabela 3.9 - Parâmetros de entrada para dimensionamento do dispositivo de expansão........... 73

Tabela 3.10 - Valores das propriedades para uma variação de 35ºC a -7ºC na temperatura...... 80

Tabela 3.11 - Parâmetros de entrada para dimensionamento do evaporador. ............................ 84

Tabela 4.1 - Dados de entrada para o cálculo de custos de operação dos sistemas.................. 100

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LISTA DE SÍMBOLOS

A ‘ Área total de troca de calor (m2)

C Capacidade térmica ( W/ºC)

CFC . Cloro-Fluor-Carbono

D Diâmetro(m)

G Velocidade mássica (kg/s. m2)

HCFC. Hidro-Cloro-Fluor-Carbono

h. Entalpia (kJ/kg);Coeficiente de filme (W/m2 ºC)

L Comprimento(m); distância(m)

m Vazão mássica (kg/s)

NT Número de tubos

NP Número de passes

NL Número de fileiras de tubos

Nu Número de Nusselt

P Pressão (kPa; kgf/cm2 )

Pr Número de Prandtl

Q Taxa de transferência de calor (W; kW)

Qu Fração de massa de vapor /título (%)

q Vazão volumétrica (m3/s)

R Constante do gás (kJ/kg/K)

rr. Condensado retornando do retificador

T Temperatura (K; ºC )

U Coeficiente de filme (Wm2K)

V Velocidade (m/s)

VRP Válvula redutora de pressão

X Concentração (%)

Wr Água de refrigeração

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SUBSCRITOS

abs Absorvedor

cond Condensador

disp. Gases disponíveis do gaseificador

ext Externo

ewr Entrada de água

g Relativo aos gases do gaseificador

h Hidráulico

int Interno

in Entrada de fluido

lv Líquido-vapor

out Saída de fluido

s Relativo à solução amônia/água

sat Saturado

swr Saída de água

Trc Relativo ao trocador de calor intermediário

LETRAS GREGAS

ρ Densidade (kg/m3)

μ Viscosidade absoluta (kg/ms)

Δ Variação entre duas grandezas

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................................... 1 

1.1  CONSIDERAÇÕES INICIAIS ...................................................................................................... 1 

1.2  GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA DISTRIBUÍDA A PARTIR DA GASEIFICAÇÃO DE BIOMASSA... 4 

1.2.1 Principais tipos de gaseificadores ......................................................................................... 5 

1.2.2 Descrição do gaseificador ..................................................................................................... 5 

1.3  MOTIVAÇÃO .......................................................................................................................... 9 

1.4  OBJETIVOS........................................................................................................................... 10 

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA DO SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO POR ABSORÇÃO... 11 

2.1  CICLO DE REFRIGERAÇÃO POR ABSORÇÃO ........................................................................... 11 

2.1.1 Breve histórico..................................................................................................................... 11 

2.1.2 Princípio de funcionamento................................................................................................. 11 

2.1.3 Performance do ciclo ........................................................................................................... 13 

3. CÁLCULOS DO SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO POR ABSORÇÃO............................... 19 

3.1  DETERMINAÇÃO DO COEFICIENTE DE PERFORMANCE (COP) ............................................... 19 

3.1.1 Cálculo da potência térmica disponibilizada pelo gaseificador........................................... 19 

3.1.2 Cálculo do COP do sistema de refrigeração por absorção .................................................. 21 

3.1.3 Algoritmo do COP............................................................................................................... 32 

3.1.4 Análise gráfica dos valores previamente estabelecidos para determinação do COP .......... 33 

3.2  DIMENSIONAMENTO DO TROCADOR DE CALOR INTERMEDIÁRIO .................. 37 

3.2.1 Generalidades ...................................................................................................................... 37 

3.2.2 Dados de entrada para os cálculos....................................................................................... 39 

3.2.3 Cálculo do diâmetro hidráulico (Dh) ................................................................................... 39 

3.2.4 Cálculo da temperatura média da solução que circula pelo tubo externo do trocador de

calor intermediário (Tmex) ............................................................................................................. 40 

3.2.5 Cálculo das propriedades na tubulação externa (solução rica) do trocador de calor

intermediário................................................................................................................................. 40 

3.2.6 Cálculo do coeficiente de transmissão de calor (hex) da solução que circula no tubo

externo do TRC intermediário...................................................................................................... 42 

3.2.7 Cálculo das propriedades na tubulação interna do Trocador de calor intermediário .......... 42 

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3.2.8 Cálculo do coeficiente de transmissão de calor (hin) da solução NH3H2O que circula no

tubo interno do trocador de calor intermediário. .......................................................................... 44 

3.2.9 Fator de incrustação............................................................................................................. 45 

3.2.10 Cálculo da relação entre as áreas externa e interna: .......................................................... 45 

3.2.11 Cálculo da resistência térmica da tubulação...................................................................... 45 

3.2.12 Coeficiente global de transmissão de calor. ...................................................................... 45 

3.2.13 Cálculo da diferença de temperatura média logarítmica. .................................................. 46 

3.2.14 Cálculo da área de transferência de calor: ......................................................................... 46 

3.2.15 Cálculo do comprimento dos tubos: .................................................................................. 47 

3.3 DIMENSIONAMENTO DO ABSORVEDOR ...................................................................... 47 

3.3.1 Generalidades ...................................................................................................................... 47 

3.3.2 Dados de entrada para o cálculo do Absorvedor ................................................................. 48 

3.3.3 Cálculo das propriedades da solução no Absorvedor.......................................................... 48 

3.3.4 Cálculo das propriedades da solução NH3H2O. ................................................................. 50 

3.3.5 Cálculo do coeficiente de transmissão de calor na superfície externa dos tubos. ............... 50 

3.3.6 Cálculo do coeficiente de transmissão de calor relativo à água de refrigeração ................. 51 

3.3.7 Análise gráfica do comportamento do absorvedor. ............................................................. 54 

3.4 DIMENSIONAMENTO DO GERADOR .............................................................................. 55 

3.4.1.Generalidades ...................................................................................................................... 55 

3.4.2.Dados de entrada ................................................................................................................. 56 

3.4.3.Dimensionamento do feixe de tubos ................................................................................... 57 

3.4.7. Cálculo do coeficiente de troca de calor na ebulição ......................................................... 59 

3.4.8 Cálculo do coeficiente de troca de calor na parte externa dos tubos (coeficiente de troca

de calor por convecção)................................................................................................................ 61 

3.4.9.Cálculo da relação entre as áreas externa e interna da tubulação........................................ 63 

3.4.10.Cálculo do coeficiente global de transferência de calor .................................................... 63 

3.4.11 Cálculo da diferença média de temperatura logarítmica ................................................... 63 

3.4.12 Cálculo da área total de transferência de calor .................................................................. 64 

3.4.13 Cálculo do comprimento dos tubos (L) ............................................................................. 64 

3.4.14 Variação do comprimento dos tubos com seu diâmetro.................................................... 64 

3.5 DIMENSIONAMENTO DO CONDENSADOR ................................................................... 65 

3.5.1 Generalidades ...................................................................................................................... 65 

3.5.2 Dados de entrada ................................................................................................................. 65 

3.5.3 Cálculo das propriedades da solução de NH3 na temperatura média da solução................ 66 

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3.5.4 Cálculo do coeficiente de transferência de calor do refrigerante na temperatura média da

solução (hcond) ............................................................................................................................... 67 

3.5.5 Cálculo do coeficiente de transferência de calor da água de circulação do refrigerante na

temperatura média da solução (hint).............................................................................................. 67 

3.5.6 Fator de incrustação............................................................................................................. 69 

3.5.7 Cálculo da relação de áreas ................................................................................................. 69 

3.5.8 Cálculo da resistência térmica da tubulação........................................................................ 70 

3.5.9 Fórmula para o cálculo do coeficiente global de transmissão de calor ............................... 70 

3.5.10 Cálculo da diferença média logarítmica de temperatura ................................................... 70 

3.5.11 Fórmula para o cálculo da área de transferência de calor.................................................. 70 

3.5.12 Cálculo do comprimento do Condensador ........................................................................ 71 

3.5.13 Variação do comprimento do Condensador com seu diâmetro interno............................. 71 

3.6 DIMENSIONAMENTO DO DISPOSITIVO DE EXPANSÃO TIPO TUBO CAPILAR ..... 72 

3.6.1 Generalidades ...................................................................................................................... 72 

3.6.2.Tubos capilares .................................................................................................................... 72 

3.6.3 Dados de entrada ................................................................................................................. 73 

3.6.4 Metodologia......................................................................................................................... 74 

3.6.5 Cálculo das propriedades no ponto 1 .................................................................................. 74 

3.6.6 Cálculo das propriedades no ponto 2................................................................................... 76 

3.6.7  Fator de Atrito Médio entre os Pontos 1 e 2 ...................................................................... 78 

3.6.8 Velocidade Média entre os Pontos 1 e 2 ............................................................................. 79 

3.6.9 Cálculo do Comprimento do Tubo Capilar......................................................................... 79 

3.7.DIMENSIONAMENTO DO EVAPORADOR...................................................................... 82 

3.7.1.Introdução............................................................................................................................ 82 

3.7.2 Dados de entrada................................................................................................................. 84 

3.7.3 Cálculo das propriedades do refrigerante: .......................................................................... 84 

3.7.4 Cálculo do parâmetro de Martinelli. ................................................................................... 85 

3.7.5 Cálculo do fator de ebulição (F) ......................................................................................... 86 

3.7.6 Cálculo da taxa de vazão mássica ....................................................................................... 86 

3.7.7 Cálculo do Reynolds bifásico ............................................................................................. 86 

3.7.8 Fórmula para o cálculo do coeficiente de transferência de calor por convecção no lado

interior .......................................................................................................................................... 87 

3.7.9. Cálculo do coeficiente de transferência de calor por convecção no lado exterior .............. 88 

3.7.10  Cálculo da relação de áreas.......................................................................................... 90 

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3.7.11  Cálculo da eficiência global do lado exterior .............................................................. 90 

3.7.12  Fórmula para o cálculo do coeficiente global de transferência de calor...................... 92 

3.7.13  Cálculo da diferença de temperatura média logarítmica.............................................. 92 

3.7.14  Cálculo das dimensões do trocador de calor................................................................ 93 

3.7.15  Variação do Nfileiras e Ntubos com Afr............................................................................. 95 

4. ESTUDO COMPARATIVO DOS CICLOS DE REFRIGERAÇÃO POR ABSORÇÃO E

POR COMPRESSÃO DE VAPOR, EM TERMOS ECONÔMICOS, PARA A

VIABILIZAÇÃO DO PROJETO................................................................................................. 96 

4.1. PROCEDIMENTOS PARA ELABORAÇÃO DO CÓDIGO DO SISTEMA DE COMPRESSÃO DE VAPOR ... 96 

4.2. ANÁLISE DO CICLO.................................................................................................................. 96 

4.3. CODIFICAÇÃO DO SISTEMA DE COMPRESSÃO DE VAPOR .......................................................... 98 

4.3.1. Cálculos do sistema ............................................................................................................ 98 

4.4. ANÁLISE ECONÔMICA COMPARATIVA GRÁFICA ENTRE OS CICLOS DE REFRIGERAÇÃO POR

ABSORÇÃO E COMPRESSÃO DE VAPOR............................................................................................ 99 

4.4.1. Dados de entrada ................................................................................................................ 99 

4.4.2. Cálculo dos custos de operação dos sistemas................................................................... 100 

4.4.3. Análise comparativa ......................................................................................................... 101 

5. CONCLUSÕES...................................................................................................................... 102 

6. SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS.................................................................. 103 

7. REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 104 

ANEXO 1 - DETERMINAÇÃO DO CALOR DE MISTURA ................................................. 108 

ANEXO 2 – DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO POR

ABSORÇÃO - NH3H2O ........................................................................................................... 116 

ANEXO 3 - DIMENSIONAMENTO DO TRC INTERMEDIÁRIO........................................ 120 

ANEXO 4 - DIMENSIONAMENTO DO ABSORVEDOR ..................................................... 123 

ANEXO 5 - DIMENSIONAMENTO DO GERADOR ............................................................. 125 

ANEXO 6 - DIMENSIONAMENTO DO CONDENSADOR .................................................. 129 

ANEXO 7 - DIMENSIONAMENTO DO EVAPORADOR ..................................................... 131 

ANEXO 8 - CODIFICAÇÃO DO SISTEMA DE COMPRESSÃO DE VAPOR..................... 134 

ANEXO 9 - COMPARATIVO DO CONSUMO DE ENERGIA.............................................. 135 

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ANEXO 10 - DIMENSIONAMENTO DO TUBO CAPILAR ................................................. 136 

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1 INTRODUÇÃO

1.1 Considerações iniciais

A energia tem sido historicamente a base do desenvolvimento das civilizações.

Atualmente, são cada vez maiores as necessidades energéticas para a produção de bens de

consumo, serviço e produção, além de promover o desenvolvimento econômico, social e

cultural. Evidencia-se, assim, a importância da energia no contexto das grandes nações

industrializadas, e principalmente, naquelas em via de desenvolvimento, cujas necessidades

energéticas são ainda mais prementes. As fontes renováveis de energia vêm ganhando mais

adeptos e força no seu desenvolvimento e aplicação, tornando-se uma alternativa viável para o

momento atual, pela dificuldade de construção de centrais hidrelétricas, termelétricas e outras

formas de energia que, em vista de sua utilização, geram uma grande degradação ambiental

que é incontestável do ponto de vista social, econômico e humano (NEA, 2004). A

necessidade crescente de se utilizar recursos energéticos de forma racional tem levado

diversos setores da sociedade a encarar o problema energético dentro de um contexto de

conservação de energia. Tal necessidade provém da iminente escassez de combustíveis fósseis

e dos efeitos negativos das atividades de conversão de energia sobre o meio ambiente

(MATELLI et al, 2004).

Dentro desse cenário, várias são as formas alternativas de energia que podem ser

utilizadas no Brasil, por exemplo, para a produção de energia elétrica, sobretudo às regiões

mais remotas onde é maior essa necessidade, levando em conta que nas regiões que já

dispõem desse serviço, a energia é proporcionada por geradores acionados por motores diesel,

combustível, cujo deslocamento para regiões mais distantes propicia custos de transporte mais

elevados, encarecendo assim, esse processo. Desta maneira o emprego de unidades de geração

elétrica de pequeno porte, consumindo combustíveis regionais, tais como, biomassa pode

tornar-se economicamente mais viável para estas circunstâncias (USHIMA, 2004).

Segundo Corrêa (2003), dentre as possíveis fontes geradoras de energia não

poluidoras, a biomassa se apresenta como uma das mais promissoras. Aproveitar áreas

degradadas, não produtoras de alimentos e inseri-las no processo produtivo é um dos

principais objetivos da Agro-energética. Do total de energia consumida no mundo, a biomassa

corresponde a 14,6%, embora a distribuição dessa energia seja bastante desigual entre os

países industrializados e os em via de desenvolvimento.

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Com a crise do petróleo, ressurgiu uma tecnologia antiga, na forma da gaseificação

da biomassa. Assim, ocorreram muitas iniciativas a nível de pesquisas, para a gaseificação

como opção energética.

Segundo Ushima (2004), a Índia, país com problemas semelhantes ao Brasil, neste

quesito vem desenvolvendo unidades de pequeno porte de geração de energia elétrica a partir

de biomassa a cerca de duas décadas, tendo desenvolvido diversas unidades de gaseificadores

do tipo concorrentes, muitas delas operando comercialmente há mais de seis anos.

Objetivando verificar o desempenho destes gaseificadores e a viabilidade de adaptá-

los à realidade brasileira, o BUN (Biomass Users Network do Brasil) e CENBIO (Centro

Nacional de Referência em Biomassa) decidiram importar uma unidade completa de

gaseificação e geração de energia elétrica de 20 quilowatts elétrico de potência desenvolvida

pelo Indian Institute of Science(IISC) de Bangalore, e testá-la com biomassas regionais. Após

os testes de desempenho do conjunto, em andamento no IPT, e algumas adaptações pretende-

se deslocar a unidade para outras regiões do Brasil para testes em campo. Um exemplar,

similar, que se encontrava em testes na Universidade Federal do Pará, é mostrado na figura

1.1.

Figura 1.1 - Imagem do gaseificador que se encontrava em teste na UFPA.

Segundo Silveira (2004), as tecnologias de co-geração se apresentam como uma

alternativa efetiva de conservação de energia primária (energia de um combustível) que pode

ser aplicado ao setor industrial ou ao setor terciário (hospitais, hotéis, shopping centers,

restaurantes, aeroportos, etc.), quando economicamente justificado. Este termo é usualmente

empregado para designar geração simultânea de calor útil (vapor, água quente, água gelada, ar

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quente e frio) e potência (mecânica ou elétrica) a partir da queima de um único combustível, e

sua racionalidade comporta visões distintas de acordo com a aplicação a que se destina. Entre

as tecnologias empregadas para a co-geração se enquadram as que utilizam turbinas a vapor,

turbinas a gás, turbinas a gás associadas em série com turbinas a vapor, motores de combustão

interna (motores automotivos ou industriais), entre outras em menor escala de

comercialização. Os níveis globais de eficiência destas modalidades de plantas de co-geração

se situam entre 50 e 85%.

No Brasil, a evolução deste modo de geração de energia vem ocorrendo,

principalmente, nas indústrias de grande porte (açúcar e álcool, papel e celulose, químicas,

petroquímicas, etc.) e o problema maior que temos enfrentado é com relação às

regulamentações que ainda não estão bem definidas e claras. Cabe informar neste ponto,

continua Silveira, que a co-geração se mostra mais economicamente justificável quando da

disponibilidade de combustíveis originados nos próprios processos industriais, como é o caso

do bagaço de cana, na indústria de açúcar e álcool, casca de madeira, na indústria de papel e

celulose.

Informa ainda Silveira (2004) que a geração de eletricidade em termelétricas de ciclo

combinado, que pressupõe a combinação de turbina a gás, caldeira de recuperação e turbina a

vapor, é uma das técnicas mais racionais, atingindo níveis de eficiência entre 54 e 64%.

“Esses níveis são dos mais altos disponíveis tecnicamente e comercialmente no mercado

mundial, em caso de plantas termelétricas”, finaliza. Os sistemas de co-geração são

basicamente separados em dois grandes grupos, em função da seqüência de utilização da

energia, podendo ser de topping cycle e bottoming cycle. A figura 1.2 apresenta o processo de

co-geração de bottoming no qual o energético produz primeiramente vapor que, utilizado para

produção de energia mecânica (e/ou elétrica) em turbinas a vapor, é depois repassado ao

processo. A figura 1.3 apresenta o processo de co-geração topping no qual o energético é

usado, primeiramente, na produção de energia elétrica (ou mecânica) em turbinas ou motores

a gás e o calor rejeitado é recuperado para o sistema térmico.

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Figura 1.2 - Co-geração bottoming (fonte: Eletropaulo, 2004)

Figura 1.3 - Co-geração topping (fonte: Eletropaulo, 2004)

1.2 Geração de energia elétrica distribuída a partir da gaseificação de biomassa

De acordo com CENBIO (2004), a gaseificação de combustíveis sólidos é o processo

de produção de um combustível gasoso com melhores condições de transporte, eficiência de

combustão e que apresente a possibilidade de ser utilizado como matéria prima para outros

processos.

Nestes processos, a matéria orgânica é total ou parcialmente transformada em gases

cujos principais componentes são, em linhas gerais, monóxido de carbono, dióxido de

carbono, hidrogênio e, dependendo das condições, metano, hidrocarbonetos leves, nitrogênio

e vapor de água em diferentes proporções.

A composição dos gases, as produções de combustíveis sólidos e líquidos

condensáveis dependem de alguns fatores tais como: tipo de forno de gaseificação, modo de

fornecimento de energia ao processo, umidade do comburente, tempo de retenção de carga,

sistema de descarga de gases e outros produtos e da matéria orgânica utilizada.

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Para que ocorra o processo de gaseificação existe uma grande complexidade de

reações químicas, sugerindo, portanto, estudos adicionais. No entanto, para efeito didático

este processo pode ser dividido em diversas etapas, quais sejam:

1- Pirólise ou decomposição térmica.

2- Oxidação de parte do carbono fixo do combustível.

3- Gaseificação propriamente dita.

4- Craqueamento do alcatrão.

5- Oxidação parcial dos produtos da pirólise.

Dependendo do movimento relativo da biomassa e do gás de gaseificação, estas etapas

transcorrem em regiões distintas do gaseificador, ou em todo seu volume, simultaneamente.

1.2.1 Principais tipos de gaseificadores

De acordo com CENBIO (2004) as características da matéria prima utilizada e as

necessidades do gás gerado foram desenvolvidos diversos tipos de gaseificadores, porém sua

grande maioria para efeito de comercialização e segundo o tipo de leito utilizado divide-se em

duas vertentes: gaseificador de leito fixo e gaseificador de leito fluidilizado ou leito

circulante. Os gaseificadores de leito fixo representam a maioria dos gaseificadores em

operação e são os mais indicados para gaseificação de pequeno porte. Dentre eles destacam-se

os subgrupos circulação de gases co-correntes (downdraft) e contracorrente (updraft) que,

embora sejam semelhantes na forma construtiva, operam de forma diferenciada no modo

como o ar e o gás fluem na direção do combustível.

1.2.2 Descrição do gaseificador

Relata Ushima (2004) que o gaseificador fabricado originalmente pelo Instituto

Indiano de Ciências, e que foi testado no Laboratório de Engenharia Mecânica da

Universidade Federal do Pará, é do tipo concorrente estratificado, no qual o ar e o gás fluem

para baixo na mesma direção que o combustível sólido. Essa mudança de sentido faz toda a

diferença para um combustível com teor elevado de matéria volátil como a biomassa. As

correntes de biomassa e ar entram pelo topo do gaseificador, aberto à atmosfera, e se

direcionam a base, como indicado na figura 1.4. O gaseificador opera com pressão

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ligeiramente inferior à atmosférica, o suficiente para possibilitar o escoamento de gases

através da carga de biomassa.

O gaseificador é dividido em três partes principais: gaseificador propriamente dito,

sistema de lavagem primário e sistema de lavagem secundário. No gaseificador, a biomassa e

parte do ar (aproximadamente 60%) são alimentadas pela parte superior. O restante do ar é

admitido através de três orifícios distribuídos uniformemente ao longo da seção transversal do

corpo do gaseificador, situados em uma cota intermediária entre o topo e a base do

gaseificador. A parte superior do gaseificador é um trocador de calor metálico, tipo duplo

tubo, revestido externamente com isolante térmico. As correntes, entrando pelo topo, passam

pelo tubo interno e são pré-aquecidas pela corrente de gás quente, que passa pelo lado externo

do tubo.

Figura 1.4 - Esquema simplificado do gaseificador do IISC (fonte: Mukunda et al., 2001)

A biomassa, descendo pelo corpo do gaseificador, se aquece e libera vapor de água de

secagem e voláteis. Em seguida, os voláteis entram em combustão, formando uma chama em

torno das partículas de biomassa. Assim, o restante dos voláteis da biomassa é liberado e

queimado nesta região que é a de mais alta temperatura no corpo do gaseificador. Os gases de

combustão dos voláteis, ao entrarem em contacto com o resíduo carbonoso da biomassa, têm

sua temperatura rapidamente reduzida de 1200ºC a 800ºC, devido principalmente às reações

endotérmicas de gaseificação de carbono com vapor de água e dióxido de carbono. Abaixo de

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800ºC, as velocidades destas reações são praticamente nulas e o resfriamento dos gases, a

partir desta temperatura, se dá praticamente por troca de calor com o meio ambiente.

Na base do gaseificador, existe um dispositivo de remoção de cinzas, constituído de

uma rosca, sobre a qual a carga do gaseificador fica montada, e um reservatório selado. Com

o avanço da gaseificação, o material carbonoso, com teores crescentes de cinza e de finos, vai

se acumulando na base do gaseificador, conseqüentemente, a perda de carga nesta região vai

se elevando com o tempo, aumentando a depressão nesta região e provocando uma redução na

vazão de gás. Quando a depressão atinge valores de ordem de 100 mm OH2 , a rosca de

descarga de cinzas é acionada. O dispositivo de acionamento dispõe de um temporizador de

aproximadamente dez segundos, que o desliga automaticamente, evitando o esvaziamento

excessivo do leito. O material carbonoso, com cinzas, é transferido para o reservatório selado.

Na parte inferior do gaseificador, os gases, após atravessarem a carga de carvão com

cinzas, passam por um ciclone de aço inox, que não é isolado termicamente, a fim de separar

o material particulado grosseiro eventualmente arrastado. Após o ciclone, os gases passam no

trocador de calor instalado no topo do gaseificador e saem pela sua parte superior. Na sua

saída, existe um dispositivo de separação inercial para remoção de material particulado

eventualmente arrastado do trocador, O próximo passo, refere-se à admissão dos gases no

primeiro sistema de lavagem,que consiste de dois estágios com jatos de água à pressão de 2

atm. A vazão de água em cada lavador é cerca de 50 litros/min. No primeiro estágio, o gás

sofre um resfriamento brusco e uma limpeza inicial. O jato de água, à alta pressão, além de

resfriar o gás, transfere parte da quantidade de movimento à corrente de gás, movimentando-o

através do circuito. Este dispositivo de lavagem é responsável pela geração da depressão no

corpo do gaseificador, dispensando o uso de máquinas de fluxo, como ventiladores, no

circuito. O gás passa, em seguida, ao segundo lavador, conforme mostrado na figura 1.4. A

água utilizada nestes dois lavadores vem de uma única bomba e é proveniente de um

reservatório com cerca de 5m3. A água de lavagem, após a operação de lavagem, retorna ao

reservatório onde sofre resfriamento por evaporação e troca de calor com o meio ambiente. Os

contaminantes, líquidos e sólidos, removidos do gás, vão se acumulando na água ao longo do

tempo, exigindo limpeza do equipamento ou mesmo descarte após um determinado período

de operação.

Após passar pelo primeiro sistema de limpeza, existe um segundo separador inercial

para coleta de gotas de líquido arrastado com os gases. No segundo sistema de limpeza, a

água de lavagem é resfriada até cerca de 10º C no refrigerador, que dispõe de um reservatório

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interno de 250 litros. Esta água, resfriada, circula em circuito fechado, entre o lavador e o

refrigerador, a uma vazão em torno de 50 litros/min. e a uma pressão de 2 atm, não se

misturando com a água do primeiro sistema.

Após passar pelo separador inercial, instalado na saída do sistema secundário de

lavagem, o gás, já limpo, e a uma temperatura abaixo do ambiente, é enviado ao motor ou ao

flare. Na entrada do motor existe um filtro, do tipo manga, para limpeza final do gás,

conforme mostrado na figura 1.5.

Figura 1.5 - Filtro de gás montado na entrada do motor/gerador.

A partida do gaseificador se dá com a ignição do motor na condição 100 %diesel. O

painel elétrico do gaseificador é alimentado com a energia produzida no gerador, permitindo

assim, o acionamento dos equipamentos auxiliares (bombas e refrigerador), e então se

procede ao acendimento do gaseificador. Este acendimento é realizado através das entradas

secundárias de ar, colocando-se uma chama à frente dos orifícios de entrada do ar. Como o

interior do gaseificador opera em depressão, estas chamas são aspiradas para sua parte interna,

dando ignição ao material localizado próximo às entradas de ar. Cerca de 15 minutos após a

ignição do leito, o gás gerado já pode ser encaminhado ao motor, iniciando-se a substituição

do diesel. O gás gerado durante este período inicial é queimado em um flare. O sistema de

controle de rotação do motor estacionário (governador), ao detectar uma tendência de

elevação de rotação no motor com a chegada de gás combustível ao motor, reduz o

fornecimento de óleo diesel, mantendo a sua rotação. Para garantir a ignição da mistura no

interior dos cilindros, e para evitar o superaquecimento dos bicos injetores de diesel, é

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necessário manter um consumo mínimo de diesel em torno de 1,2 litros/h. Desta forma, em

situações em que a demanda de energia elétrica é menor que a nominal, a vazão de gás tem de

ser reduzida, atuando-se na válvula instalada na linha de gás.

Informa ainda Ushima (2004), que a densidade mínima recomendada da biomassa, no

caso específico desse gaseificador, é da ordem de 3200kg/m e que o rendimento do

gaseificador é de cerca de 32,5m de gás por kg de biomassa. A vazão de gás gerado no

gaseificador pode chegar até 40kg/h com um poder calorífico superior em torno de 5,0

MJ/kg . Para a geração de 20 kilowatts elétrico no gerador e uma relação de substituição de

80% de diesel no motor, o consumo de gás gira em torno de 31kg/h .

1.3 Motivação

A refrigeração pode ser encontrada em praticamente todos os processos da vida

moderna, desde os domésticos até os industriais. Assim, justifica-se que, no aspecto do

consumo de energia elétrica, a indústria de refrigeração seja um dos principais utilitários, o

que lhe confere uma importância econômica considerável.

Embora o ciclo frigorífico de compressão a vapor seja considerado pela maioria como

tecnologia plenamente desenvolvida, os acontecimentos recentes, entre eles, os relativos aos

efeitos danosos ao meio ambiente, têm mostrado a necessidade da adoção de novas

tecnologias. As pesquisas nesse campo se revestem de especial importância, quando se

considera a inexistência de um substituto em grande escala para o ciclo de compressão a

vapor em futuro próximo.

Segundo Wu e Eames (2000), o aquecimento global devido ao efeito estufa e a

depleção da camada de ozônio, é cada vez mais reconhecido como processo ameaçador e

causador de aflição para o suporte ecológico da Terra. Recentes análises sobre o impacto do

potencial da mudança do clima na saúde pública concluíram que poucos graus de aumento na

média da temperatura global poderiam conduzir a enfermidades crônicas severas, doenças

infecciosas, aumento da ocorrência de morte e inundações em áreas costeiras entre outros.

De forma a combater o progresso do aquecimento global e da depleção da camada de

ozônio, dois documentos importantes “The United Nations Framework convention on Climate

Change” (FCCC) e “Montreal Protocol”, foram assinados por muitos países. De acordo com

estes documentos, os fluidos CFC e HCFC, que são largamente utilizados em refrigeradores

de compressão de vapor e bombas de calor, serão gradualmente retirados de uso no sistema.

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Esta proibição tornou possível uma intensificação nas pesquisas em refrigerantes não danosos

ao meio ambiente.

Ao lado da redução do consumo de combustíveis fósseis, o aumento da eficiência

dos refrigeradores e bomba de calor, e a utilização de energia de baixo grau constituem

formas efetivas de reduzir a emissão de 2CO . Assim, os ciclos de refrigeração acionados a

potência térmica assumem uma grande importância neste contexto. O ciclo de refrigeração

por absorção é considerado o mais viável em termos de performance energética, hoje, e o seu

potencial, já comprovado, pode ainda ser melhorado Srikhirin et. al(2001).

Considera Abreu (1999), que em confronto com o ciclo de compressão de vapor, o

ciclo de absorção tem a reputação de possuir uma eficiência baixa. Tal fato resulta de uma

comparação injusta entre ambos, tendo em vista que o critério de COP, medido

isentropicamente, baseia-se na primeira lei da termodinâmica, distinguindo apenas o efeito

produzido e a energia consumida, sem levar em conta a origem dessa energia. Esse critério,

portanto, desconsidera as perdas na geração, transmissão e distribuição da energia.

Encontrar modos de melhorar a eficiência do sistema de refrigeração por absorção

tem se tornado um grande desafio para os pesquisadores. Muitos desses trabalhos estão sendo

direcionados na descoberta de novos ciclos ou ciclos híbridos. Encontrar novos fluidos de

trabalho e melhorar a transferência de calor e massa dos refrigeradores que operam segundo

este ciclo, também são metas a serem alcançadas (HORUZ, 1998)

1.4 Objetivos

O presente trabalho busca demonstrar a viabilidade econômica de implantação de

sistemas de refrigeração por absorção com capacidade na faixa de 1TR(3 kW) a 20TR(70,3

kW), considerando que tais sistemas são construídos para pequenas potências, caso dos

refrigeradores domésticos, ou para potências de uso industrial, acima de 20 TR (ABREU,

1999).

O estudo de um sistema de refrigeração por absorção de simples efeito será

efetivado, tendo a amônia como refrigerante e a água como absorvente. A fonte térmica de

acionamento do sistema de refrigeração por absorção serão os gases produzidos pela unidade

de gaseificação e geração de energia elétrica de 20 quilowatts elétrico de potência fabricado

originalmente pelo Instituto Indiano de Ciências e atualmente por empresa averbada na

UFPA.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA DO SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO POR

ABSORÇÃO

2.1 Ciclo de refrigeração por absorção

2.1.1 Breve histórico

O início de desenvolvimento do ciclo de refrigeração por absorção data dos anos 1700.

Descobriu-se que gelo poderia ser produzido pela evaporação da água pura de um vaso contida

em um recipiente evacuado na presença de ácido sulfúrico. Como o ácido absorvia vapor de

água, causando uma redução de temperatura, camadas de gelo eram formadas na superfície da

água. Em 1859 Ferdinand Carré apresentou uma nova máquina, usando o par amônia-água como

fluido de trabalho. Esta máquina foi patenteada nos Estados Unidos, em 1860, e utilizada para

fabricar gelo e estocar alimentos. Ela foi utilizada como modelo básico no desenvolvimento da

refrigeração. Em 1950, um sistema utilizando Brometo de Lítio e água como fluido de trabalho,

foi introduzido para aplicações industriais. Poucos anos depois, um sistema de absorção de duplo

efeito foi produzido e utilizado como padrão industrial para ciclos de refrigeração por absorção

de alta performance operados termicamente Herold et al. (1996), citado em Srikhirin et al.

(2001).

2.1.2 Princípio de funcionamento.

A principal diferença entre os ciclos de compressão e de absorção de vapor é a força

motriz que faz circular o refrigerante através do sistema e que origina o diferencial de pressão

necessário entre os processos de vaporização e de evaporação. No ciclo de absorção, o

compressor utilizado no ciclo de compressão de vapor é substituído por um absorvedor e um

gerador que realizam todas as suas funções. Além disso, enquanto a energia exigida pelo ciclo de

compressão de vapor é fornecida pelo compressor, a energia do ciclo de absorção é fornecida,

em forma de calor, diretamente ao gerador. A figura 2.1 mostra um sistema de absorção típico. É

de se notar que o sistema é composto de quatro componentes básicos: o evaporador e o

absorvedor localizados no lado de baixa pressão do sistema, o gerador e o condensador, no lado

de alta pressão. A direção de circulação do refrigerante é do condensador para o evaporador,

deste para o absorvedor, em seguida para o gerador, sendo aquecido num trocador de calor e

retorna ao condensador, enquanto o absorvente passa do absorvedor para o gerador e retorna ao

absorvedor. A seqüência operacional pode ser iniciada pelo líquido refrigerante à alta pressão,

vindo do condensador, passando para o interior do evaporador através de um dispositivo de

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expansão, que reduz a pressão do refrigerante à baixa pressão existente no evaporador. O líquido

refrigerante vaporiza no evaporador por absorção do calor latente do ambiente a ser refrigerado e

o vapor à baixa pressão resultante passa, então, ao absorvedor através de uma passagem livre,

onde é absorvido e fica em solução com o absorvente.

Figura 2.1 - Esquema de um sistema de refrigeração por absorção de simples efeito amônia-

água.

Como o absorvedor está situado no lado de baixa pressão e o gerador, no lado de alta

pressão, a solução rica em refrigerante é bombeada do absorvedor para o gerador. A solução

pobre em refrigerante retorna ao absorvedor através de uma válvula redutora de pressão,

previamente cedendo calor, para a solução rica no trocador de calor e deste modo aumentar o

coeficiente de performance do ciclo.

Enquanto a pressão de solução absorvente aumenta do lado de baixa pressão para o lado

de alta pressão, não ocorre no processo a compressão do refrigerante, pois ele já foi comprimido

no absorvedor. Em conseqüência, a potência exigida para o bombeamento da solução é

relativamente pequena.

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No gerador, o refrigerante é separado do absorvente por aquecimento da solução e por

vaporização do refrigerante. O vapor de alta pressão de refrigerante resultante passa então para o

condensador onde é liquefeito por cessão de calor latente ao meio condensante e o ciclo é

reiniciado.

2.1.3 Performance do ciclo

As pesquisas têm apresentado trabalhos relevantes sobre o ciclo de refrigeração por

absorção. Assim, no trabalho de Perez-Blanco (1984) é discutida a importância das propriedades

químicas e termodinâmicas dos fluidos de trabalho e da combinação refrigerante/absorvente para

a performance do ciclo e o emprego da solução amônia/água, tanto para aquecimento como para

resfriamento. Também em Holmberg e Berntsson (1990) faz-se referência às características

desejáveis ao par, tais como ser quimicamente estável, não tóxica e não explosiva, entre outras.

Sozen (2001) fez um estudo de um sistema de refrigeração por absorção, considerando

a sua eficiência quando da utilização de trocadores de calor. Assim, fez a análise termodinâmica,

incluindo dois trocadores de calor no sistema, um deles tradicionalmente conhecido como

trocador da solução (mistura amônia-água) e um trocador de calor adicional (trocador de calor

do refrigerante). Após essa análise, fez uma outra, introduzindo apenas o trocador de calor da

solução e, em seguida, utilizou apenas o trocador de calor do refrigerante para efetivar a análise

termodinâmica. Fazendo um estudo comparativo das experiências, constatou que o efeito

produzido em nada alterou a performance do sistema, embora as expectativas sugerissem que o

emprego de dois trocadores forneceria uma maior eficácia.

Quando o ciclo opera com o par 3NH - OH2 , o sistema exige um componente extra

denominado Retificador, o qual se destina a purificar o refrigerante antes de sua entrada no

condensador. Como o absorvente, em uso, é altamente volátil (água), ele será vaporizado

juntamente com a amônia (refrigerante). Obviamente, esse vapor conterá certa quantidade de

água, que embora possa parecer insignificante, compromete seriamente o comportamento desses

sistemas (BOGART, 1982). Este efeito pode ser minimizado mediante a condensação parcial do

vapor gerado ou através do uso de uma coluna de destilação (HEROLD et al, 1996). Assim,

considerando, Fernandez - Seara et al. (2003) fez um estudo do comportamento de uma coluna

de destilação compactada e com condensação total utilizada em um sistema de refrigeração por

absorção com o par NH3 – H2O. Neste equipamento, a purificação do vapor efetua-se por

processos simultâneos de transferência de calor e transferência de massa, que se originam ao se

estabelecer, em seu interior, um fluxo em contracorrente entre um fluxo de vapor ascendente e

uma outra de líquido descendente. O líquido é obtido na parte superior da coluna através da

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condensação parcial do vapor em um retificador ou por condensação total em um condensador.

Neste último caso, é devolvida à torre de retificação uma parte do líquido condensado, o que se

denomina Refluxo. Para aumentar o contato entre ambas as correntes, que se situam no interior

da coluna, pratos, são introduzidos de forma a dar lugar às denominadas colunas de pratos ou

compactadas. Na coluna de retificação de um sistema de absorção com amônia-água, cujo

esquema se apresenta na figura 2.2, o calor produzido no gerador causa a ebulição do líquido e

gera uma corrente de vapor que ascende a coluna. À medida que o vapor sobe se esfria ao entrar

em contacto com a corrente líquida do refluxo procedente do condensador e, assim, parte do

vapor se condensa. A porção de vapor que se condensa tem um elevado conteúdo de água, o

componente menos volátil. A condensação dessa porção de vapor causa uma cessão de calor

latente de condensação à corrente de refluxo, o que por sua vez aumenta sua temperatura e a

evaporação de uma porção de líquido com uma concentração muito alta de amônia, o

componente mais volátil. Os processos descritos causam a purificação da amônia na corrente de

vapor e a variação da temperatura, concentração e as vazões de ambas as correntes nas diferentes

seções da torre em que coexistem as condições de saturação.

Figura 2.2 - Coluna de retificação compactada.

Wu e Eames (2000) fizeram um estudo sobre a aplicabilidade dos ciclos de absorção em

termos de estágios e efeitos e concluíram que embora as máquinas de simples efeito e duplo

efeito sejam mais populares e comercialmente disponíveis, elas apresentam baixa eficiência

energética. Os ciclos de múltiplos efeitos, em geral apresentam uma melhor performance

energética, porém eles exigem fontes de calor de altas temperaturas e são de construções

complexas e caras.

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15

Adewusi e Zurbair (2004) utilizaram a segunda lei da Termodinâmica para estudar a

performance dos sistemas de refrigeração por absorção de simples efeito e duplo efeito amônia-

água variando alguns parâmetros de entrada. Assim, a geração de entropia de cada componente e

a geração total de entropia foram calculadas através das propriedades termodinâmicas dos

fluidos de trabalho em várias condições de operação. Os resultados mostraram que o sistema de

duplo efeito tem uma alta geração de entropia total e um alto coeficiente de performance,

enquanto o de simples efeito tem uma baixa geração de entropia total e um baixo coeficiente de

performance. Na realidade, estes resultados contrariam a expectativa, uma vez que a eficiência

térmica do sistema deveria apresentar um alto coeficiente de performance e uma baixa geração

de entropia total. Isto pode ser explicado pelo fato do aumento da entropia total do sistema de

duplo efeito ser devido à introdução de um maior número de componentes térmicos, conforme

pode ser observado na figura 2.3. Nota-se que o lado esquerdo do sistema é similar à estrutura do

sistema de simples efeito. O calor rejeitado pelo absorvedor 2 é utilizado como energia de

entrada para o gerador 1. O vapor de amônia em baixa pressão vindo do evaporador é dividido

entre os dois absorvedores, enquanto o vapor de amônia em alta pressão dos retificadores dos

dois efeitos é combinado antes de chegar ao condensador. Similarmente aos sistemas de simples

efeito, o sistema de duplo efeito tem um evaporador e um condensador.

Figura 2.3 - sistema de refrigeração por absorção de duplo efeito amônia/água.

O ciclo de triplo efeito (figura 2.4) de quatro pressões usando água-brometo de lítio foi

um desenvolvimento natural do ciclo convencional de duplo efeito. Este ciclo tem uma pressão

mais elevada na parte superior do gerador relativamente ao convencional ciclo de duplo efeito e,

o vapor gerado é usado para acionar o ciclo de duplo efeito. Em conseqüência, o calor de entrada

nessa máquina é reciclado três vezes para melhorar a eficiência.

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Figura 2.4 - Ciclo de refrigeração por absorção de triplo efeito operado em 4 níveis de pressão.

Wu e Eames (2000) citam, também, que em contraste com os ciclos de múltiplos

efeitos, o GAX (sistema composto por gerador, absorvedor e trocador de calor), que usa

Amônia/água como fluidos de trabalho, fornece alta eficiência energética para configurações de

simples efeito. Um esquemático ciclo GAX é mostrado na figura 2.5, observa-se que a curva

pontilhada indica o fluido secundário transferindo calor da seção de alta temperatura do

absorvedor para a seção de baixa temperatura do Gerador. A alta potência do ciclo GAX tem

atraído bastante interesse recentemente. Neste ciclo, calor do absorvedor é diretamente fornecido

para o gerador a fim de gerar vapor refrigerante, o que significa uma menor quantidade de calor

na admissão do gerador e menos rejeitos pelo absorvedor. Com cuidadosos arranjos da

transferência de calor entre o absorvedor e o gerador uma melhoria do COP é alcançada.

Figura 2.5 - Desenho esquemático do Ciclo Gax.

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No mesmo artigo Wu e Eames (2000) focalizam que enquanto atividades de busca para

melhorar a eficiência dos ciclos de absorção têm atuado sobre os ciclos de simples e múltiplos

efeitos, outras buscas têm sido direcionadas para combinar tais ciclos com outros ciclos de

refrigeração, para alcançar melhor performance energética. A maioria dessas ações é realizada

no sentido de combinar os ciclos de absorção com os ciclos de compressão de vapor.

Provavelmente isto se deve a similaridade entre eles. Uma combinação do ciclo de compressão

de vapor e do ciclo de absorção é conhecida com o nome de ciclo de sorção-compressão. Tal

ciclo é mostrado na figura 2.6. Observe que o condensador e o evaporador do sistema de

compressão de vapor convencional são substituídos por um resorbedor (absorvedor de vapor) e

um desorbedor (gerador de vapor). O vapor de refrigerante neste ciclo é comprimido por um

compressor mecânico do gerador para o absorvedor. A carga de refrigeração é fornecida pelo

gerador enquanto o calor é fornecido pelo absorvedor. O ciclo de sorção-compressão pode

fornecer alta eficiência energética e tem configurações simples, porém necessitam de trabalho

mecânico.

Figura 2.6 - Diagrama esquemático de um típico sistema absorção/compressão.

De acordo com Aphornratana (1995) uma outra forma de combinar os ciclos de absorção

de vapor com os ciclos de compressão de vapor é utilizar um ejetor como compressor em ciclos

de absorção. A função do ejetor em um ciclo de absorção abrange o aumento dos processos de

evaporação, absorção e concentração. Kuhlenschmidt (1973), citado em Srikhirin et al. (2001)

propôs um ciclo que usa um ejetor na entrada do vapor do evaporador e descarrega este vapor

para o absorvedor, como mostra figura 2.7 No ciclo, o ejetor é acionado pelo vapor de baixa

pressão do gerador de um ciclo de absorção de duplo efeito. Este ciclo aumenta ainda mais a

temperatura e elimina a necessidade de um condensador, porém o COP não é aumentado.

Para Wijeysundera (1996), citado em Srikhirin et al. (2001), os maiores limites de

eficiência das máquinas de calor são usualmente obtidos pela análise dos correspondentes ciclos

reversíveis. Curzon e Ahlborn (1975) introduziram as irreversibilidades externas na transferência

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de calor na análise do ciclo das máquinas térmicas. Cada análise foi aplicada para dar maior

realidade aos limites superiores da eficiência térmica dos ciclos de potência. Inicialmente, a

análise dos ciclos de refrigeração, no mesmo sentido, não mereceu a devida atenção. Bejan

(1993) apresentou uma análise detalhada de um sistema de refrigeração operando entre dois

reservatórios de calor os quais incluíam dois tipos de irreversibilidades externas na transferência

de calor.

Figura 2.7 - Ciclo de refrigeração por absorção com ejetor.

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3 CÁLCULOS DO SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO POR ABSORÇÃO

3.1 Determinação do coeficiente de performance (COP)

O COP é a medida da performance do ciclo de refrigeração. Se vários ciclos da mesma

espécie e para a mesma aplicação são comparados, o ciclo com maior COP representa o melhor

ciclo. Entretanto, se ciclos de diferentes espécies, como os acionados por diferentes formas de

energias, são comparados, o COP não é uma medida real (SRIKHIRIN et al, 2001).

Em geral, um alto COP carrega como penalidade um aumento na complexidade dos

equipamentos e custos elevados. Além disso, uma maior complexidade geralmente causa uma

maior sensibilidade para temperaturas próximas (como por exemplo, a diferença de temperatura

que ocorre nos trocadores de calor). Em conseqüência essa é a dificuldade para se obter um alto

COP pelo aumento de estágios do ciclo e os efeitos produzidos na prática. (SRIKHIRIN et al,

2001).

3.1.1 Cálculo da potência térmica disponibilizada pelo gaseificador

Inicialmente, será calculada a massa específica dos gases do gaseificador a partir de sua

composição: 0,03CH4; 0,2CO; 0,12CO2; 0,2H2 e 0,45N2 (INSTITUTO INDIANO DE

CIÊNCIAS, 2000)

A temperatura utilizada para o cálculo da massa específica é especificada no manual do

fabricante do gaseificador, cima citada, na ordem de 300ºC. A pressão utilizada para o cálculo da

massa específica é a pressão atmosférica (1 atm = 101325 Pa). Os cálculos são apresentados a

seguir.

A massa específica de um determinado gás, sob baixa pressão, pode ser determinada

pela equação de estado de um gás perfeito (WYLEN e SONNTAG, 1993).

TρRP *= (3.1)

A tabela 3.1 apresenta os valores de R* para diversos gases (WYLEN e SONNTAG,

1993).

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Tabela 3.1 - R* para diversos gases

A massa específica da mistura pode ser calculada pela seguinte expressão (TURNS,

2000):

∑=i

iimistura ρXρ (3.2)

Onde:

iX é a fração em volume de cada gás da mistura e iρ é a massa específica de cada

componente da mistura.

Efetuados os cálculos foram obtidos os resultados mostrados na tabela 3.2.

Tabela 3.2 - Resultados dos cálculos.

Gás ρi [kg/m3] Xi Xi ρi

CH4 0,34114 0,03 0,010234

CO 0,59574 0,20 0,119147

CO2 0,93602 0,12 0,112322

H2 0,04288 0,20 0,008575

N2 0,59580 0,45 0,268109

ρmistura= 0,52kg/m3

A vazão mássica é obtida de:

misturagg ρ Qm = (3.3)

Segundo Ushima (2004). a vazão mássica do gaseificador é da ordem de 31 kg/h. Para o

cálculo da potência térmica será disponibilizada apenas 35% da vazão mássica do gaseificador:

gdispg, m 0,35 m = (3.4)

Gás R*(J/kgK)

CH4 518,4

CO 296,8

CO2 188,9

H2 4.124

N2 296,8

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ou:

misturagdispg, ρ Q 0,35 m = (3.5)

/s0,003013kgm dispg, =

A potência térmica cedida pelo gaseificador, dispg,Q , para o sistema de refrigeração é:

dispg,cgdispg, m PQ = (3.6)

Sendo o poder calorífico do gás, Pcg igual a 5000 KJ/kg, (INSTITUTO INDIANO DE

CIÊNCIAS, 2000), a potência térmica disponível para o sistema de refrigeração é:

15,07kWQ dispg, =

3.1.2 Cálculo do COP do sistema de refrigeração por absorção

O ciclo de refrigeração por absorção apresentado na figura 3.1 e numerado segundo os

pontos de entrada e saída de cada componente do sistema, servirá de base para a seqüência dos

cálculos.

Figura3.1 - Sistema de refrigeração por absorção de simples efeito.

Como considerações iniciais, que satisfazem pré-requisitos fundamentais, para a

efetivação do trabalho, a temperatura da água de resfriamento é de 27°C, e a temperatura de

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evaporação de -7°C. A primeira temperatura está ligada às condições ambientais e a segunda ao

efeito frigorífico a ser alcançado.

A temperatura do condensador foi arbitrada com um adicional de 8°C em relação à

temperatura da água de resfriamento, o mesmo ocorrendo com a temperatura do absorvedor.

A largura do processo (diferença de concentração entre a solução rica em refrigerante

que se dirige ao Gerador e a concentração pobre em refrigerante que retorna ao Absorvedor) e a

concentração da solução rica adotadas foram 0,06 e 0,45 respectivamente. Os resultados das

simulações que motivaram tais escolhas serão apresentados na parte final deste tópico.

As perdas de carga e as perdas térmicas nas canalizações e acessórios foram

desprezadas para efeito de cálculo.

Na tabela 3.3 são apresentados os parâmetros para o desenvolvimento dos cálculos.

Nela aparecem os valores de 0,45XXX 321 === e 0,39XXX 654 === que serão

justificados no item 3.1.3.

Tabela 3.3 - parâmetros de entrada.

Temp. do absorvedor Ta 35º C

Temp. do condensador Tc 35º C

Temp. do evaporador Te -7º C

Largura do processo Δx 0,06

Concentração da solução retificada 8X 1

Concentração da solução nos pontos 1, 2 e 3 32,1, XXX 0,45

Concentração da solução nos pontos 4, 5 e 6 654 X,X,X 0,39

Concentração da solução nos pontos 8, 9, 10 e 11 111098 X,X,X,X 1

• Cálculo da pressão no lado de alta do sistema

Considerando-se a temperatura no condensador (Tc =35ºC), concentração da solução

retificada ( 1XXXX 111098 ==== ) e a fração de massa de vapor na saída do condensador

(Qu=0) determina-se a pressão no lado de alta. O valor das propriedades foi obtido com auxílio

do software EES:

Palta = 1.319 kPa(13,45 kgf/cm2)

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De modo similar determinaram-se as propriedades em outros pontos

• Cálculo da pressão no lado de baixa do sistema

De posse da temperatura no evaporador (-7ºC), da concentração no ponto 11 (igual a

concentração da solução retificada, 1), e da fração de massa de vapor na saída do evaporador

(Qu=1), determina-se a pressão no lado de baixa:

Pbaixa= 319,8kPa(3,262 kgf/cm2)

• Cálculo da temperatura de corte

Trata-se da mínima temperatura na qual a solução binária deve iniciar a vaporização. A

temperatura de corte serve de referencial para a correta operação do sistema de refrigeração por

absorção, pois exige ser maior a temperatura da fonte térmica de alimentação do sistema (fonte

quente). A temperatura de corte refere-se àquela da saída do trocador de calor da solução (T3)

em seu trajeto para o gerador (TYAGI-1988)

Considerando-se a pressão no lado de alta (Palta=13,45 kgf/cm2), a concentração no

ponto 1( 50,4X1 = ) e a fração de massa de vapor (Qucorte =0), determina-se a temperatura de

corte:

Tcorte = 357,93K (84,93°C)

• Cálculo das propriedades nos diversos pontos do sistema:

Ponto 1

De posse da temperatura no Absorvedor ( Cº53TT 1a == ), da pressão no lado de baixa

(Pbaixa = =1P 3,262kgf/cm2), e da concentração nesse ponto ( 0,45X1 = ) determinam-se os

valores das demais propriedades termodinâmicas:

/kgm 0,002487v 31 =

00291,0Qu1 =

kJ/kg 19,77h1 −=

K kJ/kg 3858,0s1 =

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Ponto 2

De posse da pressão no lado de alta (Palta= =2P 13,45 kgf/cm2), da concentração nesse

ponto ( 0,45XX 12 == ) e da entropia ( )kJ/kg3858,0ss 12 == , determinam-se os valores das

demais propriedades termodinâmicas:

K06,093T2 = (36,06ºC)

/kg0,001194mv 32 =

0,001Qu 2 −=

75,99kJ/kgh 2 −=

O valor negativo da fração de massa de vapor caracteriza a condição de líquido

comprimido da solução nesse ponto.

Ponto 3

De posse da temperatura de corte (Tcorte=84,93ºC), da pressão no lado de alta

(Palta=13,45kgf/cm2) e da concentração no ponto 1 0,45)(X1 = , determinam-se os valores das

demais propriedades termodinâmicas neste ponto:

kJ/kg9,144h3 =

/kg0,001285mv 33 =

0,0001031Qu3 =

Ponto 4

De posse da pressão no lado de alta (13,45 kgf/cm2), da concentração no ponto 4

( 0,39X 4 = ), e da fração de massa de vapor ( 0Qu 4 = ), determinam-se as demais propriedades

termodinâmicas:

C)K(96,84º84,693T4 =

kJ/kg9,206h 4 =

/kg0,001256mv 34 =

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Ponto 5

De posse da pressão no lado de alta (Palta=13,45 kgf/cm2), da concentração no ponto 4

0,39)(X 4 = e da entalpia do ponto 5 ( kJ/kg19,38h5 −= ), calculada através do balanço de

energia do trocador de calor intermediário: )h-(hm)h-(hm 231544 = , determinam-se as demais

propriedades termodinâmicas:

K25,315T5 = (42,25ºC)

/kg0,001171mv 35 =

0,001Qu5 −=

O valor negativo da fração de massa de vapor nesse ponto caracteriza a condição de

líquido comprimido da solução.

Ponto 6

Neste caso as entalpias no ponto 5 e no ponto 6 são iguais, por se tratar de um processo

isoentálpico Assim,

kJ/kg19,38h6 −=

K4,315T6 = (42,4ºC)

/kg0,001172mv 36 =

Ponto 7

Considerando-se a temperatura no Gerador K)84,693T(T 4g == ; a pressão no lado de

alta (13,45 kgf/cm2), e da fração de massa de vapor ( 1Qu7 = ) obtém-se as demais propriedades

neste ponto:

0,9603X7 =

kJ/kg509.1h7 =

/kg0,1245mv 37 = .

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Ponto 8

De posse da pressão no lado de alta pressão (Palta =13,45 kgf/cm2), da concentração no

ponto 8 ( 1X8 = ) e da fração de massa de vapor 1)(Qu8 = obtemos as demais propriedades:

C)(35ºK 083T8 =

kJ/kg2921.h8 =

/kg0,09617mv 38 =

Ponto 9

Considerando a pressão no lado de alta pressão ( Palta=13,45 kgf/cm2), a concentração

no ponto 9 ( 1X9 = ) e a fração de massa de vapor ( 0Qu9 = ) obtemos as demais propriedades

nesse ponto:

C)308K(35ºT9 =

kJ/kg41,651h9 =

/kg0,001707mv 39 =

Ponto 10

De posse da pressão no lado de baixa (Pbaixa= 3,262 kgf/cm2), da concentração no ponto

10 ( 1X10 = ), e da entalpia no ponto10 ( kJ/kg41,651hh 910 == ) obtém-se as demais

propriedades termodinâmicas do ponto:

C)º7K(662T10 −=

/kg0,05878mv 310 =

1532,0Qu10 =

kJ/kg4,651h10 =

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Ponto 11

De posse da pressão no lado de baixa pressão (Pbaixa=3,262kgf/cm2), da concentração no

ponto11( 1X11 = ), e da fração de massa de vapor ( 1Qu11 = ), determinam-se as demais

propriedades termodinâmicas do ponto:

C)º7266K(T11 −=

kJ/kg2601.h11 =

/kg0,3751mv 311 =

• Balanço de energia e de massa do sistema

Balanço de energia e de massa no Gerador

Para este cálculo aplica-se a 1ª Lei da Termodinâmica (Conservação de energia) no

volume de controle do Gerador apresentado na figura 3.2. As propriedades e fluxo de massa

identificados com o sub-índice “rr” referem-se ao condensado retornando do retificador.

Figura 3.2 - Balanço de energia e massa no gerador

Balanço de energia:

7744rrrr33g mhmhmhmhQ +=++ (3.7)

Balanço de massa de NH3 no Gerador:

7744rrrr33 mXmXmXmX +=+ (3.8)

Qg

4

rr3

h m

h mh mh m

gerador

3 rr

4

4

rr73

m

mmm

gerador

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Balanço de massa total ( NH3 + H2O ) no Gerador:

74rr3 mmmm +=+ (3.9)

• Balanço de energia e massa no retificador

Figura 3.3 - Balanço de energia e massa no Retificador.

Balanço de energia:

oretificaçãrrrr8877 Qmhmhmh −+= (3.10)

Balanço de massa total:

rr87 mmm += (3.11)

Balanço de massa de amônia:

rrrr8877 mXmXmX += (3.12)

Resolvendo o sistema de equações (3.7), (3.8), (3.9), (3.10), (3.11) e (3.12) obtém-se os

valores de 3m , 4m , 7m , 8m , rrm e oretificaçãQ :

s0,07545kg/m3 =

s0,06799kg/m4 =

/s0,007977kgm7 =

8h m8

rrh mrr h m7 7

8

7

qretificação

8m

7mrrm7

8

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/s0,007458kgm8 =

g/s0,0005190kmrr =

kW29,2Q oretificaçã −=

Os demais fluxos mássicos são determinados a partir de 3m , 4m e 8m :

321 mmm == (3.13)

456 mmm == (3.14)

891011 mmmm === (3.15)

• Cálculo das potências térmicas com base nos balanços segundo os volumes de

controle No absorvedor:

Figura 3.4 - Balanço de energia no absorvedor.

11111166a hmhmhmQ +−−= (3.16)

kW62,12Qa −=

O valor negativo de aQ refere-se às características do sistema, que por tratar-se de um

processo exotérmico exige a rejeição de calor, para que o sistema tenha solução de continuidade.

No trocador de calor intermediário:

Considerando os dados obtidos anteriormente, o balanço de energia do trocador

intermediário pode ser realizado da forma abaixo discriminada.

Absorvedor

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)h(hmQ 232TRC −= (3.17)

kW66,16QTRC =

No Gerador:

De acordo com o estabelecido no item 3.1.1:

kW 15,07Q Q dispg,g ==

No Condensador:

Figura 3.5 - Balanço de energia no Condensador.

kW406,8Qc −=

O valor negativo de cQ refere-se às características do sistema, que por tratar-se de um

processo exotérmico, exige rejeição de calor, para que o sistema tenha solução de continuidade.

No Evaporador:

)h(hmQ 898c −= (3.18)

Condensador

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Figura 3.6 - Balanço de energia no evaporador.

kW165,8Qe = (2,322TR)

Na Bomba:

)h-(hmW 121b = (3.20)

kW09024,0Wb −=

O valor negativo de bW é um indicador de que o sistema recebe trabalho.

• Cálculo do Coeficiente de performance

De posse de eQ e gQ pode-se calcular o COP do sistema, desconsiderando a potência

da bomba, cujo valor, é muito menor do que os demais parâmetros considerados. Assim:

COP= 0,54

O valor do COP encontra-se dentro dos padrões estabelecidos nas referências

consultadas.

)h(hmQ 101110e −= (3.19)

g

e

QQCOP = (3.21)

Evaporador

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3.1.3 Algoritmo do COP

CÁLCULO DO CALOR CEDIDO PELO GÁS (Qg )

ENTRADA DE DADOS PCg, mg, Ta, Tc, Te, LargPro, X1 = X2 = X3, X4 = X5 = X6, X8 = X9 = X10 = X11

CÁLCULO DO CALOR DISPONIBILIZADO

(Qg 1)

CÁCULO DA PRESSÃO DE ALTA (Palta)

CÁLCULO DA PRESSÃO DE BAIXA (Pbaixa)

CÁLCULO DATEMPERATURA DE CORTE (Tcorte)

CÁLCULO DAS ENTALPIAS EM CADA PONTO h(1 a 11)

CÁLCUL0 DAS VAZÔES MÁSSICAS m(1 a 11)

CÁLCULO DA QUANTIDADE DE CALOR NO ABSORVEDOR

(Qa )

CÁLCULO DA QUANTIDADE DE CALOR NO CONDENSADOR

(Qc)

CÁLCULO DA QUANTIDADE DE CALOR NO EVAPORADOR

(Qe)

COP

COP = g

e

QQ

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33

0,25 0,275 0,3 0,325 0,35 0,375 0,4 0,425 0,45 0,475 0,5 0,525 0,550,30

0,33

0,36

0,39

0,42

0,45

0,48

0,51

0,54

0,57

0,60

0,00

0,25

0,50

0,75

1,00

1,25

1,50

1,75

2,00

2,25

2,50

X1

CO

P

COPCOP

Wbo

mba

(kW

)

WbombaWbomba

3.1.4 Análise gráfica dos valores previamente estabelecidos para determinação do COP

Neste tópico serão mostradas as variações do COP com algumas variáveis de interesse,

gerando-se gráficos através do software Engineering Equation Solver(E.E.S).

No gráfico da figura 3.7 varia-se o coeficiente de performance (COP) e a potência

fornecida à bomba de solução (Wbomba) com a concentração no ponto 1 (X1). Observa-se que o

aumento de X1 propicia o aumento do COP. No entanto esse aumento é limitado, pois a partir de

X1= 0, 45, embora o COP permaneça aumentando, a energia fornecida à bomba de solução

aumenta de forma comprometedora.

A figura 3.8 apresenta a variação da fração de massa de vapor nos pontos 1(Qu1) e 2

(Qu2) e a potência fornecida à bomba de solução com a concentração no ponto 1(X1). Observa-

se que com todos os valores anteriores a X1= 0, 45, a solução apresenta-se no estado líquido e o

valor de potência fornecido à bomba de solução é muito pequena e praticamente não varia com

X1. Entretanto, acima desse valor, a bomba passa a operar com uma mistura de líquido e vapor

aumentando, portanto, a potência requerida. As considerações expostas acima, sugerem adotar o

valor de 0,45 para o valor da concentração no ponto 1, isto é X1= 0,45.

Figura 3.7 - Variação do COP e Wbomba com a concentração no ponto 1.

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34

0,25 0,275 0,3 0,325 0,35 0,375 0,4 0,425 0,45 0,475 0,5 0,525 0,55-0,04

-0,02

0,00

0,02

0,04

0,06

0,08

0,10

0,12

0,14

0,16

0,18

0,20

0,0

0,3

0,5

0,8

1,0

1,3

1,5

1,8

2,0

2,3

2,5

X1

Qu1

, Q

u2

Qu1Qu1Qu2Qu2

Wbo

mba

(kW

)

WbombaWbomba

0 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06 0,07 0,08 0,09 0,1 0,11 0,120,49

0,5

0,51

0,52

0,53

0,54

0,55

0,56

0,57

0,00

0,05

0,10

0,15

0,20

0,25

0,30

0,35

0,40

0,45

0,50

0,55

0,60

Δx

CO

P

COP

Wbo

mba

(kW

)

WbombaWbomba

Figura 3.8 - Variação de Qu1 e Qu2 e Wbomba com a concentração no ponto 1.

A variação do Coeficiente de performance e outras variáveis com a largura do processo

(Δx) são mostradas nas figuras 3.9, 3.10 e 3.11. Tais variações são efetivadas considerando Qg

constante e igual a 15,07kW. Na figura 3.9, nota-se que a diminuição de Δx implica no aumento

do Coeficiente de performance e da potência necessária ao funcionamento da bomba (Wbomba).

Observa-se ainda, que a taxa de aumento do Coeficiente de performance é praticamente

constante enquanto que a taxa de potência relativa à bomba aumenta significativamente.

Considerando que o valor de Δx = 0,06 não exige uma grande elevação de potência absorvida

pela bomba e simultaneamente um valor do Coeficiente de performance dentro dos padrões

estabelecidos para o sistema amônia-água, este é um valor a ser considerado para a largura do

processo.

Figura 3.9 - Variação do COP e Wbomba com a largura do processo (Δx).

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35

0 0,02 0,04 0,06 0,08 0,1 0,120,49

0,5

0,51

0,52

0,53

0,54

0,55

0,56

0,57

-13,4

-13,2

-13,0

-12,8

-12,6

-12,4

-12,2

-12,0

-11,8

Δx

CO

P

COP

Qa

(kW

)

QaQa

0 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06 0,07 0,08 0,09 0,1 0,11 0,120,49

0,5

0,51

0,52

0,53

0,54

0,55

0,56

0,57

7,4

7,6

7,8

8,0

8,2

8,4

8,6

8,8

Δx

CO

P

COP

Qe(

kW)

QeQe

Na figura 3.10 observa-se que Qa aumenta com a largura do processo, porém um

aumento muito grande de Δx irá provocar uma grande elevação de Qa. O valor Δx = 0,06

também é adequado, para este caso, pois não exige um valor de Qa muito elevado.

Na figura 3.11 percebe-se que o COP e Qe diminuem com o aumento da largura do

processo. A variação praticamente igual de ambos já era esperada, uma vez que o valor de Qg

adotado foi constante.

Figura 3.10 - Variação do COP e Qa com a largura do,processo

Figura 3.11 - Variação do COP e Qe com a largura do processo (Δx).

As análises relacionadas às figuras 3.9, 3.10 e 3.11 permitem adotar o valor Δx = 0,06.

Observa-se na figura 3.12 que a redução da temperatura de absorção, Ta, implica no

aumento do COP e na redução da potência fornecida à bomba (Wbomba). Porém, como a

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36

30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 400,515

0,520

0,525

0,530

0,535

0,540

0,545

0,550

0,555

0,05

0,08

0,11

0,14

0,17

0,20

0,23

0,26

0,29

0,32

0,35

Ta (°C)

CO

P

COP

Wbo

mba

(kW

)

WbombaWbomba

temperatura de absorção deve ser maior que a temperatura da água de refrigeração do

absorvedor, não é possível adotar valores menores para Ta, pois, a troca de calor seria

impossível. Assim, o valor adotado foi de 8ºC acima da temperatura água de circulação,

estimada em 27ºC.

Figura 3.12 - Variação do COP e Wbomba com Ta

Na figura 3.13 é apresentada à variação do COP e da potência fornecida à bomba com a

temperatura de evaporação. Verifica-se que a redução da temperatura de evaporação reduz o

COP e aumenta a potência fornecida à bomba, o que é indesejável. Como Qg é assumido

constante nos cálculos a redução do COP exige a redução de Qe. O gráfico da figura mostra que

a capacidade de retirada de calor do sistema diminui com a redução de Te.

Finalmente, na figura 3.14 é mostrada a variação de Qe em função Qg. Nele observa-se

que quanto maior a potência térmica fornecida ao sistema maior será a capacidade de

refrigeração produzida. Observa-se que se fosse disponibilizada toda a potência térmica do

gaseificador (43,05kW) o maior valor de Qe a ser alcançado seria de 6,6 TR.

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37

5 10 15 20 25 30 35 40 45 500

1

2

3

4

5

6

7

8

Qg (kW)

Qe(

TR)

35% da capacidade do gaseificador

-12 -11 -10 -9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -10,524

0,526

0,528

0,53

0,532

0,534

0,536

0,538

0,54

0,542

0,05

0,10

0,15

0,20

0,25

0,30

0,35

0,40

Te (oC)

CO

P

COP

Wbo

mba

(kW

)

WbombaWbomba

Figura 3.13 - Variação do COP e Wbomba com Te

Figura 3.14 - Variação de Qe com Qg

3.2 DIMENSIONAMENTO DO TROCADOR DE CALOR INTERMEDIÁRIO

3.2.1 Generalidades

O trocador de calor intermediário tem a função de reaproveitar a energia térmica

oriunda da solução pobre que retorna do Gerador para o Absorvedor. Esse fato traduz-se em

economia, pois dessa forma reduz-se a quantidade de calor a ser fornecida à solução no Gerador,

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38

bem como, à quantidade de água de refrigeração cedida ao absorvedor. Neste trabalho é usado

um trocador de calor de passe único, correntes opostas e tubos concêntricos onde a solução

pobre, de maior temperatura, retorna pelo interior do tubo interno e a solução rica, de menor

temperatura, circula pelo interior do tubo externo. O esquema do trocador de calor ,assim como ,

as temperaturas de entrada e saída das soluções mencionadas acima, apresentam-se na figura

3.15.

Figura 3.15 - Trocador de calor intermediário.

Figura 3.16 - Seção transversal do trocador de calor intermediário de tubos concêntricos.

T2=47,5ºC

T5=45°C

T4=94,3°C

T3=83,2°C

T5=88°C

T2=47,2°C

T3=84,93°C

T4=96,84°C

T5=42,3°C

T2=36,06°C

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39

3.2.2 Dados de entrada para os cálculos

A tabela 3.4 apresenta os parâmetros que serão utilizados nos cálculos.

Tabela 3.4 - Parâmetros de entrada para dimensionamento do trocador de calor intermediário.

Quantidade de calor cedida para a solução fria Qtrc 16.666W

Temperatura de entrada da solução pobre T4 96,84ºC

Temperatura de saída da solução pobre T5 42,3ºC

Temperatura de entrada da solução rica T2 36,06ºC

Temperatura de saída da solução rica T3 84,93ºC

Pressão no lado de alta Palta 1.319kPa

Diâmetro externo da tubulação externa Dex 0,01908 m

Diâmetro interno da tubulação externa Dix 0,0117 m

Condutibilidade térmica do aço kaço 54 W/mK

Diâmetro externo da tubulação interna de 0,0127 m

Diâmetro interno da tubulação interna di 0,0117 m

Concentração ponto 2 X2 0,45

Concentração ponto 4 X4 0,39

Vazão mássica através do ponto 3 3m 0,07545kg/s

Vazão mássica através do ponto 4 4m 0,06799kg/s

3.2.3 Cálculo do diâmetro hidráulico (Dh)

O diâmetro hidráulico refere-se à diferença relativa ao diâmetro interno da tubulação

maior e o diâmetro externo da tubulação menor, considerando-se naturalmente, uma tubulação

disposta com tubos concêntricos. A equação utilizada para o seu cálculo é apresentada em

Incropera e Dewitt (1998).

eixh d-DD = (3.22)

m 0,003 Dh =

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40

3.2.4 Cálculo da temperatura média da solução que circula pelo tubo externo do trocador

de calor intermediário (Tmex)

A diferença de temperatura entre o fluido quente e frio em geral não é constante ao

longo do tubo e, a quantidade de calor na unidade de tempo variará de seção para seção. Para

determiná-la, é preciso usar uma temperatura média apropriada segundo Stoecker & Jones

(1985). Trata-se, portanto, da média aritmética entre as temperaturas de entrada e de saída da

solução rica (vinda do Absorvedor) através do trocador de calor intermediário, cuja forma final

é:

( ) 2/TTT 23mex += (3.23)

C º 60,5Tmex =

3.2.5 Cálculo das propriedades na tubulação externa (solução rica) do trocador de calor

intermediário

Entrando-se com os dados relativos à temperatura média externa obtida anteriormente

(60,5ºC) e a pressão no lado de alta (1319 kPa), obtêm-se:

• Condutibilidade térmica da solução NH3H2O K0,03093W/mk NH3 =

0,642W/mKkH20 =

Assim:

( ) H2OTRCIE4NH3TRCIE4NH3H2OE k X1k Xk −+= (3.24)

W/mK0,367 k NH3H2OE =

• Calor específico da solução NH3H2O K2,818kJ/kgc NH3P, =

4,18kJ/kgKc H2OP, =

Assim:

( ) H2OTRCIEP,4NH3TRCIEP,4NH3H2OEP, c X1c Xc −+= (3.25)

kJ/kgK 3,567 c NH3H2OEP, =

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41

• Viscosidade da solução NH3H2O

kg/ms0,00001167MiNH3 =

g/ms0,0004634kMiH20 =

Assim:

mskg/ 0,0002601 MiNH3H2OE =

• Massa específica da solução NH3H2O Determina-se diretamente com a sub-rotina do E.E.S.

3

NH3H2OE kg/m 815 Ro =

• Vazão mássica ( 3m ) da solução que circula no tubo externo

Este valor foi obtido no item 3.1.2.6

kg/s 0,07545 m3 =

• Vazão volumétrica (qex) da solução NH3H2O

NH3H2OE

3ex Ro

mq = (3.27)

=exq 0,00009258 m3/s

• Velocidade da solução NH3H2O

)/4π(Dq

V 2h

exex = (3.28)

m/s 1,383 Vex =

• Cálculo do número de Reynolds da solução NH3H2O NH3H2OEhexNH3H2OEex )/MiDV(RoRe = (3.29)

13.004 Reex =

( ) H2OTRCIE4NH3TRCIE4NH3H2OE Mi X1Mi XMi −+= (3.26)

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42

• Cálculo do número de Prandtl da solução NH3H2O

NH3H2OE

NH3H2OENH3H2OEP,ex k

Mi cPr = (3.30)

2,528 Prex =

3.2.6 Cálculo do coeficiente de transmissão de calor (hex) da solução que circula no tubo

externo do TRC intermediário

Para este cálculo é utilizada a correlação apresentada em Kreith e Bohn (2003):

0,667ex

0,2exexNH3H2OENH3H2OEP,ex PrReVRoc 0,023h −−= (3.31)

K 7493W/m h 2ex =

3.2.7 Cálculo das propriedades na tubulação interna do Trocador de calor intermediário

• Temperatura média da solução que circula no tubo interno do trocador de calor intermediário (Tmin)

( ) 2/TTT 54min += (3.32)

C 69,57º Tmin =

Entrando-se com os dados relativos à temperatura média interna, obtida anteriormente

(69,57ºC) e a pressão no lado de alta (1319 kPa), obtêm-se:

• Cálculo da condutibilidade térmica da solução de NH3H2O

0,0319W/mKk NH3 =

0,6497W/mKk H20 =

Assim:

( ) H2OTRCII2NH3TRCII2NH3H2OI k X1k Xk −+= (3.33)

W/mK0,4088 k NH3H2O =

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43

• Cálculo do calor específico da solução NH3H2O

K2,725kJ/kgc NH3P, =

K4,184kJ/kgc H20P, =

Assim:

kJ/kgK 3,615 c NH3H2OP, =

• Cálculo da Viscosidade da solução NH3H2O:

kJ/kgK0,00001199Mi NH3 =

J/kgK0,0004067kMiH20 =

Assim:

s kg/m 0,0002528 Mi NH3H2O =

• Cálculo da densidade da solução NH3H2O.

Realizada diretamente com a sub-rotina do EES:

3

NH3H2OI kg/m 828,8 Ro =

• Vazão mássica ( 4m ) da solução NH3H2O.

O valor a seguir foi obtido no item 3.1.2.6

s0,06799kg/m4 =

( ) H2OTRCIIP,2NH3TRCIIP,2NH3H2OIP, c X1c Xc −+= (3.34)

( ) H2OTRCII2NH3TRCII2NH3H2OI Mi X1Mi XMi −+= (3.35)

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44

• Vazão volumétrica da solução NH3H2O:

NH3H2OI4in RomQ = (3.36)

/sm 0,00008204 Q 3in =

• Velocidade da solução NH3H2O:

( )/4d πQV 2iinin = (3.37)

m/s 0,763 Vin =

• Cálculo do número de Reynolds da solução NH3H2O:

NH3H2OI

inNH3H2OIin Mi

di V RoRe = (3.38)

29.269 Rein =

• Cálculo do número de Prandtl da solução NH3H2O:

NH3H2OI

NH3H2OINH3H2OIP,in k

Mi cPr =

(3.39)

3.2.8 Cálculo do coeficiente de transmissão de calor (hin) da solução NH3H2O que circula no

tubo interno do trocador de calor intermediário.

Neste caso é utilizada a correlação de Dittus-Boeter, citada em Incropera e Dewitt

(1998), válida para 0,7≤Prin≤160, Rein≥10000 e L/D≥10:

0,3in

0,8in

i

NH3H2OIin Pr Re

dk023,0h = (3.40)

K W/m3.828 h 2in =

236,2 Prin =

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45

3.2.9 Fator de incrustação.

Os fatores de incrustação para várias aplicações são compilados em tabelas por

associações pertinentes sendo bastante usual o valor de 1/hfi=0,000176 m2K/W (STOECKER e

JONES, 1985).

3.2.10 Cálculo da relação entre as áreas externa e interna:

e

i

ddRelA = (3.41)

9213,0RelA =

3.2.11 Cálculo da resistência térmica da tubulação.

De acordo com Stoecker e Jones (1985), a resistência térmica da tubulação apresenta

um valor desprezível quando comparado com os valores de suas congêneres e é calculada

através da equação a seguir:

⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛⎟⎠⎞

⎜⎝⎛ +

⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛ −=

2dd

dk 2

ddR ie

eaço

ietubo (3.42)

K/Wm000009639,0R 2tubo =

3.2.12 Coeficiente global de transmissão de calor.

Segundo Incropera e Dewitt (1998), uma etapa essencial e freqüentemente a mais

imprecisa de qualquer análise de trocadores de calor é a determinação do coeficiente global de

transferência de calor. Esse coeficiente é definido em função da resistência térmica total à

transferência de calor entre dois fluidos. Ele é normalmente determinado levando-se em

consideração as resistências condutivas e convectivas entre fluidos separados por paredes

compostas plana e cilíndricas, respectivamente. Contudo, há de se reconhecer, que tais

resultados se aplicam somente no caso de superfícies limpas e sem aletas.

Ocorre que ao longo da operação normal dos trocadores de calor, com freqüência as

superfícies estão sujeitas à deposição de impurezas dos fluidos, à formação de ferrugem, ou a

outras reações entre o fluido e o material que compõe a parede. A conseqüente formação de uma

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46

película ou de incrustações sobre a superfície pode aumentar significativamente a resistência à

transferência de calor entre os fluidos. Esse efeito é levado em conta através da introdução de

uma resistência térmica adicional denominada fator de incrustação, acima mencionada, que

depende da temperatura de operação, da velocidade do fluido e do tempo de operação do

equipamento. O coeficiente global de transmissão de calor baseado na área interna é calculado

através da seguinte equação:

infitubo

exi h1RelAhRelA R

h1

U1

+++= (3.43)

KmW1755U 2i =

3.2.13 Cálculo da diferença de temperatura média logarítmica.

De acordo com Kreith e Bohn (2003), as temperaturas dos fluidos em um trocador de

calor, não são em geral constantes, mais variam de ponto para ponto à medida que o calor é

transferido do fluido mais quente para o mais frio. Mesmo para uma resistência térmica

constante, a quantidade de calor transmitida por unidade de tempo varia ao longo do trajeto do

escoamento, pois seu valor depende da diferença de temperatura entre os fluidos quente e frio

em cada seção. Assim, a seguinte equação é aplicada para o cálculo da DTML:

( ) ( )[ ] ⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛−−

−−−=25

342534 TT

TTlnTTTTDTML (3.44)

C º 8,772 DTML =

3.2.14 Cálculo da área de transferência de calor:

DTML UQA

i

Trci = (3.45)

2i m 1,083 A =

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47

3.2.15 Cálculo do comprimento dos tubos:

i

i

d πAL = (3.46)

m 29,45 L =

O valor encontrado para o comprimento do trocador de calor é construtivamente viável.

Assim, uma disposição de tubos em 15 voltas pode ser considerada, resultando, dessa forma, em

aproximadamente 2 metros por volta.

3.3 DIMENSIONAMENTO DO ABSORVEDOR

3.3.1 Generalidades

O absorvedor é o equipamento onde ocorre o processo de absorção. Consta de um

trocador de calor de contacto indireto no qual coexistem a solução de NH3 (refrigerante) e água

(absorvente). Na figura 3.17 o absorvedor é apresentado esquematicamente com os dados

relativos às variáveis de entrada da solução fraca de retorno do Gerador e da solução rica de

retorno do evaporador, além da saída da solução rica comprimida pela bomba com destino ao

Gerador. Também são mostradas as entradas e saídas da água de resfriamento, fluxos que

garantem a manutenção do processo de absorção.

Figura 3.17 - Esquema do absorvedor

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48

3.3.2 Dados de entrada para o cálculo do Absorvedor

A tabela 3.5 apresenta os parâmetros que serão utilizados nos cálculos

Tabela 3.5 - Parâmetros de entrada para o cálculo do absorvedor.

3.3.3 Cálculo das propriedades da solução no Absorvedor

As propriedades da solução foram avaliadas a temperatura T1 e a concentração X1, que

são a temperatura e concentração de absorção, respectivamente, considerando serem estas a

temperatura de equilíbrio térmico e de concentração da solução no absorvedor.

• Cálculo da entalpia da solução líquida NH3H2O:

82,53kJ/kgh1 −=

Temp. da solução na aspiração da bomba T1 Cº35

Temp. da entrada da solução NH3H2O via TRC T6 Cº4,42

Temp. de entrada de NH3 via Evaporador T11 Cº7−

Temp. de entrada da água de refrigeração Tewr Cº27

Temp. de saída da água de refrigeração Tswr Cº35

Pressão no lado de baixa Pbaixa kPa8,319

Diâmetro ext. dos tubos do sistema de refrigeração de m021,0

Diâmetro int. dos tubos do sistema de refrigeração di m01526,0

Condutibilidade térmica do material dos tubos kaço 54W/mK

Quantidade de calor rejeitada pelo absorvedor Qa W627.12

Vazão mássica na entrada do Absorvedor 1011 mm = kg/s007459,0

Número de tubos NT 4

Número de Passes NP 4

Aceleração da gravidade g 2m/s81,9

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49

• Cálculo da entalpia de vapor da NH3:

kJ/kg1752.h v =

• Cálculo da entalpia líquido-vapor da solução NH3H2O:

hl - hvh NH3H2Olv, = (3.47)

J/kg5,2572.h NH3H2Olv, k=

• Cálculo da condutividade térmica da NH3:

W/mK0,02614 k NH3Abs =

• Cálculo da condutividade térmica da H2O:

0,6108W/mK k H2OAbs =

• Cálculo do calor específico da NH3:

kJ/kgK 2,309 c NH3AbsP, =

• Cálculo do calor específico da H2O:

kJ/kgK 4,182 c H2OAbsP, =

• Cálculo da viscosidade da NH3: s kg/m 0,00001062 MiNH3Abs =

• Cálculo da viscosidade da H2O: s kg/m 0,0007196 MiH2OAbs =

• Cálculo da densidade da NH3: 3

NH3Abs kg/m 2,191 Ro =

• Cálculo da densidade da H2O: 3

H2OAbs kg/m 994,1 Ro =

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50

3.3.4 Cálculo das propriedades da solução NH3H2O. • Cálculo da Condutibilidade térmica da solução NH3H2O:

( ) H2OAbs1NH3Abs1NH3H2O k X1k Xk −+= (3.48)

W/mK0,3477 k NH3H2O = • Cálculo do Calor específico da solução NH3H2O:

( ) H2OAbsP,1NH3AbsP,1NH3H2OP, c X1c Xc −+= (3.49)

K3,339kJ/kg c NH3H2OP, =

• Cálculo da viscosidade da solução NH3H2O:

( ) H2OAbs1NH3Abs1NH3H2O MiX1MiXMi −+= (3.50)

s g/m0,0004006k MiNH3H2O =

• Cálculo da densidade da solução NH3H2O:

( ) H2OAbs1NH3Abs1NH3H2O RoX1RoXRo −+= (3.51)

547,8kg/m³ RoNH3H2O =

3.3.5 Cálculo do coeficiente de transmissão de calor na superfície externa dos tubos.

• Fórmula para o cálculo da diferença de temperatura entre as superfícies do vapor de refrigerante (superfície externa) e da água de resfriamento (interior dos tubos).

Esse gradiente de temperatura pode ser calculado através da seguinte equação:

ΔT A hQa econd= (3.52)

• Cálculo da média de tubos nas fileiras verticais

44444n +++

= =4

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51

• Fórmula para o cálculo do coeficiente de transmissão de calor na superfície externa

Para este cálculo foi utilizada a correlação apresentada em Stoecker e Jones (1985): 0,25

eNH3H2O

3NH3H2ONH3H2OAbslv,

2NH3H2O

cond dn T Mik h Ro g

0,725h⎥⎥⎦

⎢⎢⎣

Δ= (3.53)

3.3.6 Cálculo do coeficiente de transmissão de calor relativo à água de refrigeração

• Cálculo da temperatura média da água de refrigeração ( ) 2TTT swrewrmwr += (3.54)

C30,5ºTmwr =

• Cálculo da condutividade térmica da água de resfriamento W/mK0,6038 k wr =

• Cálculo da densidade da água de refrigeração 3

wr kg/m 995,5 Ro =

• Cálculo do calor específico da água de refrigeração kJ/kgK 4,183 c wrP, =

• Cálculo da viscosidade da água de refrigeração kg/ms 0,0007893 Mi wr =

• Vazão mássica da água de refrigeração

( ) )T(T cQQm ewrswrwrp,mistawr −+= (3.55)

Como a potência devida ao calor de mistura é cerca de 1% de aQ , conforme mostrado

no ANEXO 1, ele é desprezado para efeito de cálculo. Assim:

s / kg 0,4312 m wr =

• Cálculo da vazão volumétrica da água de refrigeração

wr

wrwr Ro

mq = (3.56)

/s0,0004332mq 3wr =

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52

• Cálculo da velocidade de escoamento da água de resfriamento

( ) 2i

wrwr d4 NT

qV

π= (3.57)

0,5921m/sVwr =

• Cálculo do número de Reynolds do escoamento

wr

wrwrwr Mi

di V RoRe = (3.58)

10.077Rewr =

• Cálculo do número de Prandtl do escoamento

wr

wrwrp,wr k

MicPr = (3.59)

5,469Prwr =

• Cálculo do coeficiente de transmissão de calor relativo à água de circulação

Com os dados obtidos acima se determina o coeficiente de transmissão de calor relativo

à água de circulação A correlação de Dittus-Boelter, citada em Incropera e Dewitt (1998), será

utilizada para o cálculo do coeficiente de transmissão de calor. Essa correlação é valida para

0,7≤Prwr≤160, Rewr≥10000 e L/di≥10. O valor de “n” utilizado na equação abaixo será 0,4

considerando-se que água será aquecida.

nwr

4/5wr

i

wrint Pr Re

dk

0,023h = (3.60)

K3.159W/mh 2int =

• Fator de incrustação

Segundo Stoecker e Jones (1985), os fatores de incrustação para várias aplicações são

compilados em tabelas por associações pertinentes, sendo bastante usual o valor de

1/hfi=0,000176 m2K/W.

• Cálculo da relação de áreas

i

e

i

0

dd

AARelA == (3.61)

1,376 RelA =

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53

• Cálculo da resistência térmica da tubulação

⎥⎦

⎤⎢⎣

⎡⎟⎠⎞

⎜⎝⎛ +

⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛ −=

2dd

dk 2

ddR ie

eaço

ietubo (3.62)

K/Wm0,00006156R 2tubo =

• Fórmula para o cálculo do Coeficiente global de transmissão de calor O coeficiente global calculado é baseado na área externa dos tubos:

intfitubo

conde h1RelA hRelA R

h1

U1

+++= (3.63)

• Cálculo da diferença de temperatura média logarítmica

Apesar de existirem dois fluxos de entrada, 6m e 11m , as temperaturas de 6m serão

consideradas para o cálculo da DMLT, pois este fluxo é cerca de dez vezes maior que o fluxo

no ponto11 Assim:

( ) ( )[ ] ⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛−−

−−−=ewr1

swr6ewr1swr6 TT

TTlnTTTTDMLT (3.64)

Cº198,8DMLT =

• Fórmula para o cálculo da Área de transferência de calor

Na equação abaixo mistatotal QQQ += , de acordo com o item A.1.3.4, do anexo 1, o

calor de mistura, mistQ , é muito menor que aQ , e, portanto desprezível nos cálculos.

DMLT UQA

e

totale = (3.65)

As equações 3.52, 3.53, 3.63 e 3.65 são interdependentes, por isso devem ser resolvidas

simultaneamente. Resolvendo-as obtemos:

K06.309W/mh 2cond =

C1,447ΔT °=

K W/m1114 U 2e =

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54

0,016 0,017 0,018 0,019 0,02 0,021 0,022 0,023 0,024 0,0251,30

1,32

1,33

1,34

1,36

1,37

1,39

1,40

1,42

9000

10000

11000

12000

13000

14000

15000

16000

17000

de [m]

L [m

]

LL

Rew

r

RewrRewr

2e m 1,383 A =

• Cálculo do comprimento do Absorvedor

m 1,31 L =

O equipamento com as dimensões acima calculadas, segundo a literatura, encontra-se

dentro das características para um sistema deste porte.

3.3.7 Análise gráfica do comportamento do absorvedor.

A figura 3.18 apresenta a variação do comprimento dos tubos e do número de Reynolds

com o diâmetro externo dos mesmos. Observa-se, no gráfico, obtido através do software

Engineering Equation Solver (E.E. S), que o aumento do diâmetro externo dos tubos implica na

redução de número de Reynolds, cujo valor é fundamental para o presente projeto por tratar-se

de um regime turbulento. Observa-se, também, que o valor do diâmetro de 0,0232m é o valor

limite para o número Reynolds exigido para caracterizar o regime turbulento. Nota-se, ainda, que

o comprimento varia com o diâmetro externo dos tubos. Assim, foi adotado o valor de

de=0,021m para o presente projeto, que atende as exigências desse sistema em particular.

Figura 3.18 - Variação do comprimento dos tubos e o número Reynolds

NT d πALe

e= (3.66)

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55

1 2 3 4 5 6 7 8 9 100

1

2

3

4

5

6

7

NP

L (m

)

de=0,016de=0,016de=0,018de=0,018de=0,021de=0,021

A figura 3.19 a seguir apresenta a variação do comprimento dos tubos com o número de

passes dos tubos para 3 diâmetros diferentes. Verifica-se que quando NP aumenta L diminui. O

número de passes igual a 4 foi o adotado porque acima desse valor praticamente não se altera o

comprimento do tubo. Observa-se também que as curvas que representam a variação de

comprimento com o número de passes não se alteram com a modificação do diâmetro.

Figura 3.19 - Variação do comprimento dos tubos com o número de passes para três diâmetros

diferentes.

3.4 DIMENSIONAMENTO DO GERADOR

3.4.1.Generalidades

O gerador é um trocador de calor de feixe tubular e carcaça, no qual a solução rica é

admitida à temperatura de saturação de 84,94ºC oriunda do trocador de calor intermediário e os

gases produzidos pela queima do gás proveniente do gaseificador atravessam externamente o

feixe tubular do Gerador cedendo calor á temperatura de 300ºC para a solução que escoa

internamente ao feixe. A solução pobre que resta após a vaporização, retorna ao Absorvedor,

através de uma nova passagem pelas canalizações do trocador de calor intermediário a fim de

ceder sua energia à solução rica que se dirige ao Gerador. Esta ação diminui irreversibilidades do

sistema, além de reduzir significativamente o consumo de combustível. A figura 3.20 apresenta

um exemplo ilustrativo do Gerador, com o s valores de entrada e saída das variáveis que tomam

parte no processo.

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56

Figura 3.20 - Esquema do gerador e disposição dos tubos no trc.

3.4.2.Dados de entrada

A tabela 3.6 apresenta os parâmetros que serão utilizados nos cálculos.

Tabela 3.6 - Parâmetros de entrada para dimensionamento do Gerador

Concentração de NH3 nos pontos 1,2 e 3 XNH31 45,0

Temperatura de admissão da solução no gerador T3 C84,94º

Temperatura da solução vaporizada no gerador T7 C96,85º

Temperatura de admissão dos gases do gaseificador Teg C300º

Temperatura de descarga dos gases do gaseificador Tsg C180º

Pressão no lado de alta Palta 1319kPa

Diâmetro externo dos tubos do feixe tubular de 0,0127mm

Diâmetro interno dos tubos do feixe tubular di 0,010mm

Condutibilidade térmica do aço kaço 54W/mK

Número de tubos por passe NT 5

Número de passes NP 7

Vazão mássica da solução nos pontos 1, 2 e 3 321 mmm == s0,07545kg/

Calor específico do gás produzido no gaseificador cp,g 1090J/kgK

Cond. térmica do gás produzido no gaseificador kg K0,05518W/m

Viscosidade do gás produzido no gaseificador gμ 00003534,0 s kg/m

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57

3.4.3.Dimensionamento do feixe de tubos

De acordo com Ozisik (1990), a transferência de calor e a perda de carga característica

de feixes de tubos têm numerosas aplicações no projeto de trocadores de calor e de equipamento

industrial de transferência de calor. Considerando, por exemplo, um tipo comum de trocador de

calor que consiste em um feixe de tubos no qual um fluido passa pelo interior do tubo e o outro

passa transversalmente em torno dos mesmos, os arranjos de feixes de tubos utilizados mais

freqüentemente incluem os arranjos “alinhado e alternado”. A geometria dos feixes de tubos é

caracterizada pelo passo transversal (ST) e pelo passo longitudinal (SL) entre os centros dos

tubos; o passo diagonal (SD), entre os centros dos tubos, no sentido longitudinal, é utilizado

muitas vezes, no caso do arranjo alternado.

• Cálculo do Passo Transversal dos tubos

Segundo Incropera e Dewitt (1998), para ST/SL <0,75 a transferência de calor é

ineficiente, por isso os valores de ST e SL foram escolhidos de modo que a razão ST/SL ficasse

sempre maior que 0,75 e independente do diâmetro do duto. Assim:

SL/de=1,5

SL =0,01905 m

ST/de=1,25

ST =0,01588 m

ST/SL=0,8333

3.4.4.Cálculo das propriedades da solução NH3:

Entrando-se com os valores da temperatura média da solução(T7=96,85ºC) e do título na

entrada do gerador(Qu=0,1057), obtêm-se:

• Cálculo da condutividade térmica

0,3148W/mKk NH3 =

• Cálculo da capacidade térmica

6,7kJ/kgKc NH3P, =

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58

• Cálculo da viscosidade

kg/ms0,00006826Mi NH3 =

• Cálculo da viscosidade da fase líquida

3LNH3, 465,3kg/mRo =

• Cálculo da viscosidade da fase de vapor 3

VNH3, 51,74kg/mRo =

3.4.5.Cálculos das propriedades da H2O

• Cálculo da condutividade térmica

0,664W/mKk H2O =

• Cálculo da capacidade térmica

K4,213kJ/kgc H2OP, =

• Cálculo da viscosidade

g/ms0,0002915kMi H2O =

• Cálculo da densidade da fase líquida

3LH2O, 960,6kg/mRo =

• Cálculo da densidade da fase sólida

3VH2O, 0,5373kg/mRo =

3.4.6 Cálculo das propriedades da solução NH3H2O:

Definindo: XX 3NH3 = e X1X 3H2O −= :

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59

• Cálculo da condutividade térmica da solução

H2OH2ONH3NH3LS, k Xk Xk +=

0,5068W/mKk LS, =

• Cálculo da capacidade térmica da solução

H2OP,H2ONH3P,NH3LS,P, c Xc Xc +=

5,33kJ/kgKc LS,P, =

• Cálculo da viscosidade da solução

H2OH2ONH3NH3LS, Mi XMi XMi +=

/ms0,000191kgMi LS, =

• Cálculo da densidade da solução

LH2O,H2OLNH3,NH3LS, Ro XRo XRo +=

3LS, 737,7kg/mRo =

• Cálculo do número de Prandtl da solução

LS,LS,LS,P,LS, k/MicPr =

01,2Pr LS, =

• Cálculo da densidade da solução na fase de vapor

VH2O,H2OVNH3,NH3VS, Ro XRo XRo +=

3VS, 23,58kg/mRo =

3.4.7. Cálculo do coeficiente de troca de calor na ebulição

Inicialmente são calculados alguns parâmetros:

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60

• Vazão volumétrica da solução

LS,

3s Ro

mq = (3.67)

/sm 0,0001023q 3s =

• Velocidade da solução na admissão na parte externa dos tubos.

( ) ⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛=

4di πNTqV

2

sfluido (3.68)

0,2604m/sVfluido =

• Velocidade mássica através dos tubos

Segundo Ozisik (1990) a equação (3.67) pode ser utilizada para esse cálculo:

( ) ( )4πdiNTmG 23= (3.69)

skg/m1,921G 2=

Finalmente, para o cálculo do coeficiente de troca de calor por convecção serão

utilizadas as propriedades da solução saturada líquida e será empregada a correlação apresentada

em Kreith e Bohn (2003):

i

LS,0,4LS,

0,87

l

e

0,28

VS,

LS,int d

kPr

MiXG d

RoRo

0,06h ⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛= (3.70)

CºW/m530.4h 2int =

• Cálculo da resistência térmica do tubo

Para este cálculo será utilizada a correlação atribuída a Stoecker e Jones (1985):

⎥⎦

⎤⎢⎣

⎡⎟⎠⎞

⎜⎝⎛ +

⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛ −=

2dd

d2k

ddR ie

eaço

ietubo (3.71)

C/Wºm 0,00002797 R 2tubo =

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61

• Determinação do Fator de incrustação

Segundo Stoecker e Jones (1985), os fatores de incrustação para várias aplicações são

compilados em tabelas de associações pertinentes, sendo bastante usual o valor de:

1/hfi=0,000176m2K/W.

3.4.8 Cálculo do coeficiente de troca de calor na parte externa dos tubos (coeficiente de

troca de calor por convecção)

Cálculo dos parâmetros iniciais:

• Vazão volumétrica dos gases produzidos pelo gaseificador

g

ggás ρ

mq = (3.72)

/sm 0,1771q 3gás =

• Velocidade dos gases nas tubulações

Afrq

V gásgás = (3.73)

m/s 2,581Vgás =

• Velocidade máxima de escoamento dos gases nas tubulações

A equação citada em Incropera e Dewitt (1998) é utilizada para esse cálculo:

( )de-S/SVU TTgasmax =

12,9m/sUmax =

• Velocidade mássica máxima

maxgasmax URoG =

s8,87kg/mG 2max =

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62

• Cálculo do número de Reynolds

gasemaxgas /MidGRe =

4.138,5Regas =

• Cálculo do número de Prandtl

As propriedades gases foram consideradas como sendo iguais os do ar a uma

temperatura de:

( )/2TTT sgegmédia +=

C240ºTmédia =

Assim, utilizando a sub-rotina do EES obtêm-se:

7027,0Pr =gás

Para obtenção de supPr a temperatura da superfície externa dos tubos teve que ser

calculada:

T7)-NP)(Twi NT L d(hQ iintg π= (transferência de calor da solução para a parede

interna)

( )/QgTwi-TweR tubo = (transferência de calor através da parede dos tubos)

C100,7ºTwe =

onde Twe e Twi são as temperaturas das paredes dos dutos, do lado externo e interno,

respectivamente. Assim:

7208,0Prsup =

Finalmente, utilizando as propriedades do gás do gaseificador a 300ºC e a correlação de

Zhukauskas (1972), citado em Incropera e Dewitt (1998), é calculado o coeficiente de troca de

calor por convecção. Essa correlação é valida para número de tubos ≥20, 500Pr0,7 gas << . Os

valores de m e C1 dependem de gasRe , de forma que m= 0,4 e C1= 0,9 se 310Regas05 << e

m=0,63 e C1= 0,27 se 6gas

3 102Re10 ×<< .

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63

1/4

sup

gas0,36gas

mgas1D

PrPr

PrReCNu ⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛= (3.74)

Para um número de fileiras de tubos (NL) menor que 20 um fator de correção 2C deve ser

aplicado:

20D220

D NuNu≥<

=NLNL

C

Tabela 3.7 - Fator de correção C2, para NL<20 (Regas>1000)

NL 1 2 3 4 5 7 10 13 16

Alinhado 0,7 0,8 0,86 0,90 0,92 0,95 0,97 0,98 0,99

Fonte: Incropera e Dewitt (1998).

Para o cálculo de DNu obteve-se um valor igual a 9,5. Assim:

D

gas

eex Nuk

dh= K131,3W/mh 2

ex =

3.4.9.Cálculo da relação entre as áreas externa e interna da tubulação

ie /ddRelA = (3.75)

1,27RelA =

3.4.10.Cálculo do coeficiente global de transferência de calor

Cálculo do coeficiente global de transferência de calor baseado na área externa:

ifitubo

exe h1RelAhRelA R

h1

U1

+++= (3.76)

K W/m8,122U 2e =

3.4.11 Cálculo da diferença média de temperatura logarítmica

( ) ( )[ ] ⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

−−−−=

3sg

7eg3sg7eg TT

TTlnTTTTDMLT (3.77)

C3º,142DMLT =

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64

0,008 0,01 0,012 0,014 0,016 0,018 0,02 0,022 0,024 0,0260,860

0,865

0,870

0,875

0,880

0,885

0,890

0,895

0,900

0,905

40,20

40,35

40,50

40,65

40,80

40,95

41,10

41,25

41,40

de(m)

L(m

)

LL

Nud

NudNud

3.4.12 Cálculo da área total de transferência de calor

DMLT UQ

Ae

ge = (3.78)

2e m8625,0A =

3.4.13 Cálculo do comprimento dos tubos (L)

πd NTAL

e

e= (3.79)

0,8647m L =

Os trocadores de calor compactados apresentam altos níveis de eficiência. De acordo

com a literatura, o valor encontrado para o seu comprimento atende perfeitamente as

características do presente projeto.

3.4.14 Variação do comprimento dos tubos com seu diâmetro

Variando o comprimento dos tubos e o número de Nusselt dos gases, (NuD), em função

do diâmetro externo dos tubos foi obtido o gráfico, apresentado na figura 3.21, através do

software Engineering Equation Solver(E.E.S). Nele observa-se que o número de Nusselt

apresenta um valor máximo para um diâmetro externo de aproximadamente 0,0127 mm. Como

era de se esperar o comprimento dos tubos varia de maneira inversa. Assim, considerando o

exposto, o valor do diâmetro acima foi adotado.

Figura 3.21 - Variação do comprimento dos tubos e Nusselt em função do diâmetro externo dos

tubos

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65

3.5 DIMENSIONAMENTO DO CONDENSADOR

3.5.1 Generalidades

O condensador é resfriado à água, onde o refrigerante se condensa externamente aos

tubos onde circula a água de resfriamento. A figura 3.22 apresenta esse equipamento e mostra os

dados de entrada e saída da água de circulação, assim como a entrada do vapor de amônia

procedente do gerador e a saída da amônia liquefeita que se dirige ao evaporador.

Figura 3.22 - Condensador resfriado a água e a distribuição dos tubos no feixe tubular no corte -

AA

3.5.2 Dados de entrada

A tabela 3.8 apresenta os parâmetros que serão utilizados nos cálculos.

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66

Tabela 3.8 - Parâmetros de entrada para o cálculo do condensador

Concentração de NH3 X8 1

Temperatura de admissão da solução T8 35ºC

Temperatura de descarga da solução T9 35ºC

Temperatura média da solução Tms=T8=T9 35ºC

Temperatura de admissão da água de circulação Tewr 27ºC

Temperatura de descarga da água de circulação Tswr 34ºC

Pressão no lado de alta Palta 1319 kPa

Diâmetro externo dos tubos do feixe tubular de 0,0125 m

Diâmetro interno dos tubos do feixe tubular di 0,011 m

Condutibilidade térmica do aço kaço 54 W/mK

Vazão mássica da solução na admissão do condensador 8m 0,00745kg/s

Nº de tubos do feixe tubular NT 04

Nº de passes de tubos do feixe NP 04

Quantidade de calor cedida para o meio Qc 8406 W

Aceleração da gravidade g 9,81m/s2

3.5.3 Cálculo das propriedades da solução de NH3 na temperatura média da solução

Entrando-se com os valores da temperatura da solução de NH3(T= 35ºC) e dos títulos

(Qu=1) e (Qu=0), correspondentes à entrada e saída da solução no condensador, obtêm-se:

• Entalpia da solução NH3 na forma de líquido-vapor 1.122kJ/kgh NH3,lv =

• Condutividade térmica da solução NH3

W/mK0,4579 k NH3 =

• Calor específico da solução NH3

K4,877kJ/kg c NH3P, =

• Viscosidade da solução NH3

s kg/m 0,0001288 MiNH3 =

• Massa específica da solução NH3

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67

3NH3 kg/m 4,875 Ro =

3.5.4 Cálculo do coeficiente de transferência de calor do refrigerante na temperatura

média da solução (hcond)

• Cálculo da vazão volumétrica relativa ao refrigerante na admissão do condensador:

NH3

88 Ro

mq = (3.80)

/s0,0000127mq 38 =

• Fórmula para o cálculo da diferença de temperatura entre as superfícies do vapor de refrigerante (externa) e da água de circulação (interior dos tubos)

Esse gradiente de temperatura pode ser calculado através da seguinte equação:

ΔT AhQc econd= (3.81)

• Número médio de tubos nas fileiras verticais(n)

4 n =

• Fórmula para o cálculo do coeficiente de transferência de calor do refrigerante na temperatura média da solução (hcond).

Para este cálculo será utilizada a equação citada em Stoecker e Jones (1985): 1/4

iNH3

3NH3NH3lv,

2NH3

cond dn ΔT Mik h Ro g

0,725h ⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛= (3.82)

3.5.5 Cálculo do coeficiente de transferência de calor da água de circulação do refrigerante

na temperatura média da solução (hint)

• Cálculo da temperatura média da água de circulação (Tmint)

( ) 2/TTT swrewrmint += (3.83)

C5º,30Tmint =

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68

• Pressão adotada para a água de circulação do condensador (Pwr)

kPa325,011Pwr =

• Cálculo da densidade da água de circulação relativa ao par temperatura-pressão

3H2O 995,5kg/mRo =

• Vazão mássica da água de circulação do condensador

( ))T(T cQcm ewrswrH2OP,wr −= (3.84)

0,2871kg/smwr =

• Vazão volumétrica da água de circulação do condensador

A vazão em volume é determinada através da equação:

H2OwrH2O Romq = (3.85)

s / 0,0002884mq 3H2O =

• Cálculo da velocidade média da água de circulação do condensador

Este cálculo envolve a equação citada por Stoecker e Jones (1985):

( ) 4πdiNTq

V 2H2O

H2O = (3.86)

m/s7586,0VH2O =

• Cálculo da viscosidade da água de circulação do condensador g/ms0,0007893kMi H2O =

• Cálculo do calor específico da água de circulação do condensador

K4,183kJ/kgc H2OP, =

• Cálculo da condutividade térmica da água de circulação do condensador

0,6038W/mKk H2O =

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• Cálculo do número de Reynolds do escoamento

H2O

iH2OH2OH2O Mi

dVRoRe = (3.87)

10.525ReH2O =

• Cálculo do número de Prandtl do escoamento

H2O

H2OP,H2OH2O k

cMiPr = (3.88)

5,469PrH2O =

• Equação para o cálculo do coeficiente de troca de calor por convecção para a água

Para o cálculo desse coeficiente de troca de calor será utilizada a correlação de Dittus-

Boelter, citado em Incropera e Dewitt (1998), válida para 0,7≤Prin≤160, Rein≥10000 e L/D≥10.

Como os valores são todos válidos, o coeficiente de troca de calor por convecção pode ser

calculado através da equação:

0,4H2O

0,8H2O

H2Oint PrRe

dik0,023h = (3.89)

KW/m113.4h 2int =

3.5.6 Fator de incrustação

Segundo Stoecker e Jones (1985) os fatores de incrustação para várias aplicações são

,compilados em tabelas por associações pertinentes sendo bastante usual o valor de

1/hfi=0,000176 m2K/W.

3.5.7 Cálculo da relação de áreas

i

e

i

0

dd

AA

RelA == (3.90)

1,136 RelA =

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70

3.5.8 Cálculo da resistência térmica da tubulação

Utiliza-se a equação citada em Stoecker e Jones (1985):

⎥⎦

⎤⎢⎣

⎡⎟⎠

⎞⎜⎝

⎛ +⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛ −=

2dd

dk 2

ddR ie

eaço

ietubo (3.91)

K/Wm 0,00001478R 2tubo =

3.5.9 Fórmula para o cálculo do coeficiente global de transmissão de calor

O coeficiente global de transmissão de calor é calculado baseado na área externa:

intfitubo

conde h1RelAhRelA R

h1

U1

+++= (3.92)

3.5.10 Cálculo da diferença média logarítmica de temperatura

( ) ( )[ ] ⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛−−

−−−=9ewr

8swr9ewr8swr TT

TTlnTTTTDMLT (3.93)

Cº366,3DMLT =

3.5.11 Fórmula para o cálculo da área de transferência de calor

DMLT UQ

Ae

ce = (3.94)

Como as equações 3.81, 3.82, 3.92 e 3.94 são interdependentes, estas devem ser

resolvidas simultaneamente. Assim:

ΔT = 0,37ºC

K14341W/m h 2cond =

KW/m783.1 U 2e =

2e 1,591m A =

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0,004 0,006 0,008 0,01 0,012 0,014 0,016 0,018 0,022,4

2,6

2,8

3,0

3,2

3,4

3,6

3,8

4,0

4000

6000

8000

10000

12000

14000

16000

18000

20000

22000

24000

di(m)

L(m

)

LL

Re H

2O

ReH2OReH2O

0,0116m

3.5.12 Cálculo do comprimento do Condensador

NP NT d πA

Le

e= (3.95)

m53,2L =

Tratando-se de condensador que não exige grandes variações de temperatura e pressão,

o valor obtido para o seu comprimento, é adequado, segundo as fontes consultadas.

3.5.13 Variação do comprimento do Condensador com seu diâmetro interno

Na figura 3.23 é mostrado o gráfico representativo da variação do comprimento, L, e do

número de Reynolds da água de circulação, ReH2O, com o diâmetro interno, di, obtido com o

auxílio do software Engineering Equation Solver(E.E.S). Observa-se que o ReH2O fica abaixo de

104 para um diâmetro maior que 0,0116m. Como a correlação utilizada para o cálculo do

coeficiente de troca de calor por convecção para a água só é valida para ReH2O>104, diâmetros

maiores que 0,0116m não podem ser utilizados. O diâmetro interno adotado para o cálculo,

di=0,011m, é viável.

Figura 3.23 - Variação do comprimento e do número de Reynolds da água de circulação com o

diâmetro interno.

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72

3.6 DIMENSIONAMENTO DO DISPOSITIVO DE EXPANSÃO TIPO TUBO CAPILAR

3.6.1 Generalidades

Os dispositivos de expansão aplicados em sistemas de refrigeração possuem

basicamente duas importantes finalidades:

- Reduzir a pressão do refrigerante líquido e;

- Regular a vazão de refrigerante que é admitido no evaporador.

Os tipos mais comuns de dispositivos de expansão são, em linhas gerais, o tubo capilar,

a válvula de expansão termostática, a válvula de bóia e a válvula de expansão de pressão

constante. Geralmente o funcionamento do sistema, que opera com estes dispositivos, é

analisado em termos da condição de escoamento com e sem equilíbrio entre ele e o agente

responsável pela elevação da pressão (SOUZA;1982).

A escolha do dispositivo de expansão a ser aplicado em um determinado sistema prevê

condições econômicas, simplicidade estrutural do equipamento e compatibilidade técnica com as

variáveis envolvidas de modo a adequá-lo as diversas situações que envolvem as necessidades

impostas aos projetos industriais. Dessa forma, para faixa de potências, exigidas para este

trabalho, o dispositivo de expansão mais adequado é o tipo tubo capilar (SOUZA; 1982).

3.6.2.Tubos capilares

A laminagem provocada no fluido frigorífico, pela passagem através de uma seção

estrangulada, pode ser substituída com vantagens, nas instalações de pequeno e médio porte, por

tubos capilares. Isto se deve ao fato de que nessas instalações, onde o dispositivo de expansão é

fixo, o diâmetro a adotar para o orifício de expansão, além de ser diminuto, criando problemas

de obstrução ao fluxo, está ainda, sujeito à desregulagem por desgaste.

O uso de capilares, com a finalidade de provocar a perda de carga necessária para a

redução de pressão do sistema, elimina os inconvenientes citados, pois, além do desgaste do

conduto ser insignificante, seu diâmetro é bastante superior ao do orifício de abertura

equivalente. É evidente, que como todo equipamento de importância relevante em qualquer

processo, esse dispositivo exige manutenção sistemática para livrá-lo de impurezas exigindo

limpeza regular, assim como, isenção de umidade que concorreriam sobremaneira para a

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73

obstrução do mesmo. Por outro lado, a capacidade do tubo capilar varia de acordo com as

condições de funcionamento da instalação. Assim, para evitar que um aumento da pressão de

condensação à potência frigorífica reduzida, conduza líquido ao agente de compressão a carga de

fluido frigorígeno da instalação deve ser rigorosamente exata e as condições de funcionamento

aproximadamente constantes (SOUZA; 1982). A figura 3.24 mostra o desenho esquemático do

capilar juntamente com os dados disponíveis para seu dimensionamento.

T9 = 35 °CP9 = 315,2 kPam9 = 26,85 kg / h

T10 = -7 °CP10 = 328,13 kPam10 = 26,85 kg / s

Figura 3.24 - Esquema do tubo capilar

3.6.3 Dados de entrada

A tabela 3.9 apresenta os parâmetros que serão utilizados nos cálculos.

Tabela 3.9 - Parâmetros de entrada para dimensionamento do dispositivo de expansão.

Vazão mássica no ponto 9 m9 26,85kg/h (0,007459kg/s)

Temperaturade condensação T9 35ºC

Pressão de condensação P9 1354 kPa.

Diâmetro interno di 0,0022m

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74

3.6.4 Metodologia

A metodologia aplicada, no presente trabalho, foi a utilizada em Stoecker e Jones (1985).

O método analítico de cálculo baseia-se na determinação do comprimento do trecho de tubo

entre duas seções para uma dada redução da pressão de saturação do refrigerante. A vazão e as

condições na seção de entrada são admitidas. Na seção de saída, a temperatura é arbitrada e,

através dela, determina-se as demais condições e a variação do comprimento (ΔL ).

3.6.5 Cálculo das propriedades no ponto 1

Através de dados apresentados na tabela 3.9 e os recursos do software EES encontram-se

os valores das propriedades da NH3:

• Temperatura no ponto 1 C 35º T1 =

• Pressão no ponto 1

kPa 541.3P1 =

• Volume específico do vapor no ponto 1

./kgm 0,09549 v 3v1 =

• Volume específico do líquido no ponto 1

/kgm 0,001703 v 3l1 =

• Entalpia do vapor no ponto 1

kJ/kg 1.472 h v1 =

• Entalpia do líquido no ponto 1

kJ/kg 350,3 h l1 =

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75

• Viscosidade do vapor no ponto 1

kg/ms0,00001077Mi v1 =

• Viscosidade do líquido no ponto 1

g/ms0,0001288kMil1 =

• Massa específica do líquido no ponto 1

l1l1 v

1Ro = (3.96)

3l1 kg/m 587,3 Ro =

• Área da seção transversal do diâmetro interno do tubo capilar

2di4

S π= (3.97)

21m0,00000380 S=

• Vazão volumétrica do tubo capilar

l1

9

Rom

q = (3.98)

m³/s 0,0000127 q =

• Velocidade no ponto 1

19

1 vS

m V = (3.99)

m/s 3,341 V1 =

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76

• Número de Reynolds no ponto 1

l11l11 Mi

diVRoRe = (3.100)

33.516 =Re 1

• Coeficiente de atrito no ponto1

25,01

1 Re33,0

=f (3.101)

0,02439 1 =f

3.6.6 Cálculo das propriedades no ponto 2

Arbitrando a temperatura T2, encontram-se os valores das propriedades na seção 2.

• Temperatura arbitrada no ponto 2:

C34,5ºT2 =

• Pressão no ponto 2.

Trata-se da pressão de saturação correspondente a temperatura T2.

1.335kPaP2 =

• Volume específico de vapor saturado no ponto 2

/kg.m 0,09686 v 3v2 =

• Volume específico de líquido saturado no ponto 2

/kgm 0,0017 v 3l2 =

• Entalpia de vapor saturado no ponto 2

1.471kJ/kg h v2 =

• Entalpia de líquido saturado no ponto 2

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77

kJ/kg 347,8 h l2 =

• Viscosidade de vapor saturado no ponto 2

1075kg/ms 0000,0Miv2 =

• Viscosidade de líquido saturado no ponto 2

g/ms0,0001295k Mil2 =

• Massa específica de líquido saturado no ponto 2

l2l2 v

1 Ro = (3.102)

3l2 kg/m 588,1 Ro =

• Cálculo do título no ponto 2 (Qu):

2a4acbbQ

2

u−±−

= (3.103)

Onde:

21

Am)v(va

22

l2v2⎟⎠⎞

⎜⎝⎛−= (3.104)

2

l2v2l2l2v2 Am)v(vv)h1000(hb ⎟⎠⎞

⎜⎝⎛−+−= (3.105)

2V

v21

Am)h1000(hc

212

l2

2

1l2 −⎟⎠⎞

⎜⎝⎛+−= (3.106)

Substituindo os valores das variáveis determinadas anteriormente, encontramos o valor

do título através da equação 3.101:

0,002219Qu =

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78

• Entalpia no Ponto 2

uv2ul22 Qh)Q(1hh +−= (3.107)

l/kg350,279kcah 2 =

• Volume específico no Ponto 2

uv2ul22 Qv)Q(1vv +−= (3.108)

/kg0,001911mv 32 =

• Viscosidade no Ponto 2 uv2ul22 Qμ)Q(1μμ +−= (3.109)

g/ms0,0001292kμ 2 =

De posse dos valores já calculados, determinam-se a Velocidade (V2), e o fator de atrito

(f2) na seção 2:

• Velocidade no Ponto 2

29

2 vS

mV = (3.110)

3,751m/sV2 =

• Fator de Atrito no Ponto 2

25,02

2 Re33,0

=f (3.111)

02441,02 =f

3.6.7 Fator de Atrito Médio entre os Pontos 1 e 2

221 fffm

+= (3.112)

0244,0=mf

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79

3.6.8 Velocidade Média entre os Pontos 1 e 2

2VVV 21

m+

= (3.113)

3,546m/sVm =

3.6.9 Cálculo do Comprimento do Tubo Capilar

A correlação abaixo é empregada para determinar o comprimento do tubo capilar:

)V(VmS2vV

dΔL)p(p 12

2

21 −=⎥⎦

⎤⎢⎣

⎡−− f (3.114)

Onde ΔL , é o comprimento necessário para permitir uma redução de temperatura de

0,5°C.

Aplicando a equação 3.112 entre os pontos 1 e 2, assumindo um fator de atrito médio e

uma velocidade média:

)V(VmS2vV

diΔL)p(p 129

1

2m

m21 −=⎥⎦

⎤⎢⎣

⎡−− f (3.115)

Substituindo os valores já determinados anteriormente na equação 3.115, obtém-se:

0,4514mΔL =

Dando seqüência aos cálculos, para o próximo incremento, as condições na seção 2 serão

dados de entrada para a seção 3, cujo comprimento deve corresponder a uma queda de

temperatura de 0,5°C. Na tabela 3.10 são apresentados os demais resultados para uma variação

de 35ºC a -7ºC na temperatura.

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Tabela 3.10 - Valores das propriedades para uma variação de 35ºC a -7ºC na temperatura

Temperatura Pressão(kPa) Título Incremento(m)

35,00 1354 0

34,50 1335 0,002219 0,4514

34,00 1316 0,004427 0,3566

33,50 1297 0,006624 0,2866

33,00 1278 0,008812 0,2336

32,50 1260 0,01099 0,1928

32,00 1241 0,01315 0,1608

31,50 1223 0,01531 0,1354

31,00 1205 0,01746 0,1148

30,50 1188 0,01959 0,0981

30,00 1170 0,02172 0,08432

29,50 1153 0,02384 0,07288

. . . .

. . . .

1,00 446,5 0,1291 0,0002195

0,50 438,3 0,1307 0,0001964

0,00 430,2 0,1322 0,0001751

-0,50 422,2 0,1338 0,0001557

-1,00 414,3 0,1353 0,0001379

-1,50 406,5 0,1368 0,0001216

-2,00 398,8 0,1383 0,0001066

-2,50 391,3 0,1398 0,00009299

-3,00 383,9 0,1412 0,00008051

-3,50 376,5 0,1427 0,00006911

-4,00 369,3 0,1441 0,0000587

-4,50 362,2 0,1455 0,0000492

-5,00 355,2 0,1469 0,00004055

-5,50 348,3 0,1483 0,00003266

-6,00 341,6 0,1497 0,0000255

-6,50 334,9 0,1511 0,00001899

-7,00 328,3 0,1524 0,00001308

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81

Assim, o comprimento total do tubo capilar necessário para se reduzir à temperatura de

35°C até -7°C é encontrada somando-se todos os incrementos, o que resulta em um valor de:

2,76mL =

Segundo Stoecker e Jones, os tubos capilares, de um modo geral, apresentam valores

na faixa de 1 a 6 metros de comprimento, para uso em sistemas de refrigeração.

Observa-se que para o diâmetro de 0,022m adotado o comprimento de 2,76 m foi

calculado. Fazendo o cálculo para outros diâmetros, entre 0,021m e 0,03m, obtemos os

correspondentes comprimentos, que são apresentados na figura 3.25. Valores de diâmetro

menores de 0,0021m não devem ser adotados, uma vez que, neste caso o sistema é blocado.

Figura 3.25 – Diâmetro do tubo capilar versus comprimento.

0123456789

10111213

0,0021 0,0022 0,0023 0,0024 0,0025 0,0026 0,0027 0,0028 0,0029 0,003

di(m)

L(m

)

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82

3.7.DIMENSIONAMENTO DO EVAPORADOR

3.7.1.Introdução

O evaporador é um trocador de calor de contacto indireto que propicia uma superfície

de troca de calor entre o ar e um fluido (amônia) que, circulando nas serpentinas do evaporador,

tem a finalidade de resfriar e desumidificar o ar. Uma ilustração do evaporador é mostrada na

figura 3.26 Nela são identificados a área frontal (Afr), o comprimento frontal (Cladotrocador) e o

comprimento do trocador na direção do escoamento de ar exterior (Ltrc). A área frontal do

Evaporador foi admitida quadrada, motivo pelo qual sua altura e comprimento são iguais na

figura.

Figura 3.26 - Evaporador tipo serpentina.

As serpentinas do equipamento em estudo têm os tubos dispostos em fileiras de forma a

oferecer menor passagem ao ar, a fim de assegurar que uma quantidade maior de moléculas

troque calor com a superfície. A instalação de aletas na superfície externa possibilita a elevação

da relação entre áreas e a conseqüente redução da resistência do lado do ar, que escoa na direção

perpendicular aos tubos. Recomenda-se que sejam utilizadas de 1 a 14 aletas por polegada

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83

(DOSSAT, 1987), pois, se a temperatura da aleta for menor do que a temperatura de orvalho do

ar haverá desumidificação do ar e com isso poderá ocorrer congelamento do condensado nas

aletas, reduzindo ainda mais a troca de calor entre as superfícies. No presente trabalho será

utilizado a metodologia de dimensionamento de trocador de calor compacto proposta por Kays e

London (1984) citado em Incropera e Dewitt (1998). As figuras 3.27 e 3.28 apresentam gráficos

que serão utilizados no dimensionamento.

Figura 3.27 - Eficiência de aletas anulares de perfil retangular.

Figura 3.28 - Transferência de calor e fator de atrito para um trocador de calor compacto com

tubos circulares e aletas contínuas, superfície 8.0-3/8T, Kays e London.

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84

3.7.2 Dados de entrada

A tabela 3.11 apresenta os parâmetros que serão utilizados nos cálculos.

Tabela 3.11 - Parâmetros de entrada para dimensionamento do evaporador.

Temperatura de entrada do refrigerante T10 -7ºC

Temperatura de saída do refrigerante T11 -7°C

Temperatura de entrada do ar Tea -2°C

Temperatura de saída do ar Tsa -5°C

Pressão de baixa Pbaixa 319,8kPa

Diâmetro externo de 0,0102m

Diâmetro interno di 0,0076m

Vazão mássica no ponto 10 10m 0,007459kg/s

Quantidade de calor cedido ao evaporador Qe 8166W

Velocidade do ar que passa no Evaporador Var 4m/s

Titulo mistura bifásica Qu 0,6

3.7.3 Cálculo das propriedades do refrigerante:

Entrando-se com os valores da temperatura da solução de NH3(T10= -7ºC) e dos títulos

(Qu=0) e (Qu=1), correspondentes à entrada e saída da solução no evaporador, obtêm-se:

• Cálculo da densidade do vapor:

3vNH3, 2,679kg/mRo =

• Cálculo da densidade do líquido:

3LNH3, 648,1kg/mRo =

• Cálculo da viscosidade do vapor:

4kg/ms0,00000914Mi vNH3, =

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85

• Cálculo da viscosidade do líquido:

g/ms0,0002048kMi LNH3, =

• Cálculo da condutividade do líquido:

0,5552W/mKk LNH3, =

• Cálculo da capacidade térmica do líquido:

K4,579kJ/kgc LNH3,P, =

• Cálculo do Número de Prandtl do líquido:

⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛=

NH3l

NH3lNH3lP,LNH3, K

Mi cPr (3.116)

689,1Pr LNH3, =

• Cálculo da Entalpia de vaporização:

lvNH3,lv h -h h = (3.117)

1.287kJ/kg h NH3,lv =

3.7.4 Cálculo do parâmetro de Martinelli.

Segundo Coolier (1981), citado em Kreith e Bohn (2003), este parâmetro pode ser

calculado através da equação abaixo e será utilizado para determinar o Fator de Ebulição (F).

0,1

LNH3,

VNH3,

0,5

VNH3,

LNH3,0,9

u MiMi

RoRo

Qu1Qu

X1

⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛⎟⎠

⎞⎜⎝

⎛−

= (3.118)

42,16X1

u

=

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86

3.7.5 Cálculo do fator de ebulição (F)

Os cálculos são apresentados a seguir:

F=1,0

quando 0,1X1

u

<

736,0

u

213,0X12,35F ⎟⎟

⎞⎜⎜⎝

⎛+=

Quando 0,1X1

u

>

Como 0,1X1

u

> , a segunda expressão foi utilizada para o cálculo de F:

6,18F =

3.7.6 Cálculo da taxa de vazão mássica

A taxa de vazão mássica que passa através da área da seção transversal do tubo é

segundo Kreith e Bohn (2003), calculada por:

⎟⎠⎞

⎜⎝⎛= 2

i10NH3 d4πmG (3.119)

kg/m²s 4,641 G NH3 =

3.7.7 Cálculo do Reynolds bifásico

O número de Reynolds bifásico, TPRe , é definido em Kreith e Bohn (2003):

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87

( ) 41,25

L

NH3TP 10F

MiDQu1G

Re −×−

= (3.120)

43,9ReTP =

O Fator de Supressão, S, é fornecido por:

( ) 11,14TP0,12Re1S −

+=

para 32,5ReTP < ;

( ) 10,78TP0,42Re1S −

+=

para 70Re32,5 TP << ;

1,0S =

para 70ReTP > ;

Como 32,5ReTP < a primeira expressão foi utilizada para o cálculo de S, assim:

3923,0S =

3.7.8 Fórmula para o cálculo do coeficiente de transferência de calor por convecção no

lado interior

Conforme Ozisik (1990), Chen propôs uma correlação que abrange tanto o regime de

ebulição nuclear saturada como as regiões de convecção forçada bifásica. Assim, a transferência

de calor ocorre tanto por nucleação como por convecção e considera-se o coeficiente de

transferência de calor bifásico hTP constituído pelas contribuições destes dois mecanismos:

cbTP h h h += (3.121)

Onde hb é a contribuição da ebulição nuclear e hc a contribuição devida à convecção

forçada.

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88

• Cálculo do coeficiente de transferência de calor devida à convecção forçada

Fd

k Pr

Mid Qu)(1 G 0,023h

i

LNH3,0,4LNH3,

0,8

LNH3,

iNH3c ⎟⎟

⎞⎜⎜⎝

⎛⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛ −= (3.122)

K19.771W/mh 2c =

• Fórmula para o cálculo do coeficiente de transferência de calor devida à ebulição nucleada

S Δp ΔT ρ h μ

ρ c k0,00122h 0,75

sat0,24sat0,24

VNH3,0,24

NH3lv,0,29

LNH3,0,5NH3,

0,49LNH3,

0,45LNH3,P,

0,79LNH3,

b⎥⎥⎦

⎢⎢⎣

⎡=

σ

(3.123)

• Fórmula para o cálculo da taxa transferência de calor na parede

A taxa transferência de calor na parede esta relacionada com o coeficiente de

transferência de calor através da equação:

sattubosTP ΔT A h Qe = (3.124)

Sabemos ainda que C7ºTT 10SAT −== , a pressão de saturação correspondente é:

( )1000TTAmmonia;PP 10SATSAT ==

E

( )1000TTAmmonia;PP wSATSAT2 == , onde 10SATW TΔTT −=

SATSAT2SAT PPΔP −=

3.7.9. Cálculo do coeficiente de transferência de calor por convecção no lado exterior

Inicialmente há necessidade do cálculo de outros parâmetros:

• Cálculo da velocidade mássica máxima

Segundo Incropera e Dewitt (1998), este cálculo pode ser efetuado através da equação:

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89

fr

arar A σ

mG = (3.125)

Onde:

arm é a vazão mássica de ar através de trocador de calor, σ é a área de escoamento

livre/área frontal ( 0,534σ = , pelo gráfico da figura 3.28) e frA é a área frontal do trocador de

calor , admitida 0,5479m2.

Sendo a vazão mássica dada por:

arfrarar Ro A Vm = (3.126)

Tem-se:

σRo VG arar

ar = (3.127)

s9,806kg/mG 2ar =

• Cálculo do número de Reynolds no lado exterior

ar

harext Mi

D GRe = (3.128)

Para o trocador em questão o diâmetro hidráulico é dado através do gráfico da figura

3.28 3,63mm)(Dh = . Assim:

079.2Reext =

Finalmente, o coeficiente de troca de calor no lado exterior pode ser calculado. Segundo

Incropera e Dewitt (1998), o coeficiente de troca de calor no lado exterior pode ser calculado a

partir da seguinte equação:

2/3ar

arP,arext Pr

c G Jch = (3.129)

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90

O parâmetro Jc foi obtido em função de extRe na figura 3.28 Com 70,00Jc ≅ obtém-

se:

Cº84,64W/mh 2ext =

3.7.10 Cálculo da relação de áreas

Se a espessura das aletas for considerada desprezível a relação de área pode ser

calculada através da correlação (INCROPERA e DEWITT, 1998):

⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛≈

ext

exta,

e

i

ext

int

AA

-1 dd

AA

(3.130)

Sendo exta,A a fração de área total no lado exterior associada às aletas. Para a

configuração do trocador de calor em questão, segundo a figura 3.28, ⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛= 0,913

AA

ext

exta, , assim:

( )913,0-1 0,01020,0076

AA

ext

int ≈

06482,0AA

ext

int =

3.7.11 Cálculo da eficiência global do lado exterior

Inicialmente são calculados os grupos ( )1/2paletaext

3/2C A/khL e 12C/rr .

• Espessura da aleta (t)

De acordo com o gráfico da figura 3.27, o valor obtido para a espessura da aleta é:

m100,33t 3−×=

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91

• Área da aleta retangular

Como a aleta utilizada é retangular será calculado um 2r equivalente. Assim,

considerando que a área da aleta retangular é dada por:

• Área da aleta circular

22circularaleta, r πA =

• Raio equivalente

Igualando as áreas e isolando 2r :

m01334,0 π

10221025,4r-3-3

2 =×××

=

Recorrendo ao gráfico da figura 3.27 obtêm-se:

t/2rr 22C += (3.131)

0,0135mr2C =

O raio externo dos dutos:

/2dr e1 = (3.132)

0,0051mr1 =

• Comprimento da aleta

12 r-rL = (3.133)

0,008237mL =

2-3-3retangularaleta, )10221025,4(A m×××=

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92

t/2LLC += (3.134)

0,008402mLC =

• Área da aleta

tLA Cp = (3.135)

2-6p m102,772A ×=

Calculados os parâmetros incógnitos, determinam-se:

( ) 34,0A/khL 1/2paletaext

3/2C =

647,2/rr 12C =

Entrando-se com ( )1/2paletaext

3/2C A/khL e 12C/rr no gráfico da figura 3.27 é obtida a

eficiência da aleta 87,0≅fη .

A eficiência global do lado exterior do trocador é:

( )fη−−= 1AA

1ηext

exta,S

(3.136)

8813,0ηS =

3.7.12 Fórmula para o cálculo do coeficiente global de transferência de calor

A equação citada em Incropera e Dewitt (1998) é utilizada para o cálculo do coeficiente

global de transferência de calor baseado na área externa:

( )extintTPextS AAh1

hη1

U1

+= (3.137)

3.7.13 Cálculo da diferença de temperatura média logarítmica

Por Incropera e Dewitt (1998), têm-se:

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93

( ) ( )[ ] ⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛−−

−−−=10sa

11ea10sa11ea TT

TTlnTTTT DTML (3.138)

C3,274º DTML =

3.7.14 Cálculo das dimensões do trocador de calor • Fórmula para o cálculo da área do trocador de calor

A área total é calculada a partir da seguinte equação

DTML UQA e

total = (3.139)

As equações 3.121, 3.123, 3.124, 3.130, 3.137 e 10SATW TΔTT −= são interdependentes,

por isso devem resolvidas simultaneamente. O resultado do sistema de equações é:

K88,91W/mh 2b =

Cº19.860W/mh 2TP =

C0,119ΔTsat °= , Pa 551.1ΔPsat = .

C6,881ºTw −=

K70,51W/mU 2=

m² 38,35A total =

Para os cálculos a seguir a área frontal do trocador foi admitida igual a 2fr 0,5479mA = , a

justificativa para este valor será mostrada na parte final deste capítulo.

• Cálculo do volume do trocador de calor

O volume do trocador de calor é dado por Incropera, e Dewitt (1998):

αAV totaltrc = (3.140)

Onde α é a área de troca de calor por volume total. Da figura 3.28, 587=α , assim:

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94

3trc 0,06026mV =

• Cálculo do comprimento do trocador de calor na direção do escoamento

O comprimento do trocador na direção do escoamento é:

frtrctrc AVL = (3.141)

0,1176mLtrc =

• Cálculo número de fileiras de tubos na direção do escoamento do trocador de calor

Com o comprimento de uma fileira e da figura 3.27 m022,0SL = , o número de fileiras

é igual a:

Ltrcfileiras SLN = (3.142)

5Nfileiras =

• Cálculo do número de tubos do trocador de calor por fileira

Com a distância entre os tubos, da figura 3.27, TS =0,0254m, o número de tubos por

fileira é:

Torladotrocadtubos SCN = (3.143)

Onde: frorladotrocad AC = é o comprimento lateral do trocador.

Cladotrocador = 0,7402 m

Assim:

1,29N tubos =

• Cálculo do comprimento total dos tubos do trocador de calor

orladotrocadfileirastubostubostotal, CNNL = (3.144)

7,8m10L tubostotal, =

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95

0,12 0,16 0,2 0,24 0,28 0,32 0,36 0,4 0,44 0,48 0,52 0,56 0,602468

10121416182022242628

10

12

14

16

18

20

22

24

26

28

30

32

Afr(m2)

Nfil

eira

s

NfileirasNfileiras

Ntu

bos

NtubosNtubos

0,5479

• Cálculo da área dos tubos do trocador de calor

etubostotal,tubos d πLA = (3.145)

2tubos 3,456mA =

3.7.15 Variação do Nfileiras e Ntubos com Afr

Para o cálculo do evaporador foi escolhida uma área frontal que correspondesse a 5

fileiras de tubos. Assim, com objetivo de tornar mais geral o cálculo é apresentada no gráfico da

figura 3.29, obtido através de software Engineering Equation Solver (E.E.S), a variação do

Nfileiras e Ntubos com Afr.. Deste modo, é possível selecionar outra área frontal que corresponda a

um outro Nfileiras e Ntubos.

Figura 3.29 - Variação do Nfileiras e Ntubos com Afr.

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96

4. ESTUDO COMPARATIVO DOS CICLOS DE REFRIGERAÇÃO POR ABSORÇÃO E

POR COMPRESSÃO DE VAPOR, EM TERMOS ECONÔMICOS, PARA A

VIABILIZAÇÃO DO PROJETO.

4.1. Procedimentos para elaboração do código do sistema de compressão de vapor

Para este propósito as ações a seguir foram tomadas:

a) Elaboração de um esquema do ciclo de compressão de vapor no diagrama pressão-entalpia,

adotando-se o gás R-22 como fluido de trabalho. Este refrigerante é classificado como HCFC, e

de acordo com o estabelecido no Protocolo de Montreal poderá ser utilizado no Brasil até o ano

2.030.

b) Determinação das entalpias dos pontos principais do ciclo;

Para a efetivação dos itens acima descritos, o gráfico da figura 4.1 servirá como padrão,

considerando-se que o processo de compressão, efetua-se isentropicamente.

Figura 4. 1 - Gráfico do Sistema de Compressão de Vapor.

4.2. Análise do ciclo

• Ponto 1 (Final da evaporação-isobárica 4-1)

Neste ponto, a substância de trabalho (R 22) encontra-se no estado de vapor saturado

seco. Para determinar as demais propriedades termodinâmicas neste ponto, utilizamos os

kPa

kJ/kg

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97

recursos do software EES, utilizando-se a temperatura de evaporação conhecida (-7ºC),

determina-se a pressão de evaporação desse ponto (P1= 328 kPa). Para obter a entalpia do ponto

utiliza-se os valores da temperatura de saturação e título (qu1=1). A entalpia determinada foi

h1=402,3 kJ/kg.

• Ponto 2 (Final da compressão-isotérmica 1-2)

Este ponto não possui dados suficientes que possibilitem calcular as demais

propriedades (apenas a entropia é conhecida, s1 = s2). Assim, para se determinar suas

propriedades é necessário, primeiramente, recrutar elementos no ponto 3, que por estar situado

na região de saturação (líquido saturado), favorece essa ação.

• Ponto 3 (Final da condensação- isobárica 2-3 )

Por se encontrar no estado de líquido saturado, este ponto é facilmente determinado

aplicando-se as mesmas ações utilizadas para determinar o ponto 1, uma vez que a temperatura

desse ponto é conhecida (35ºC). Assim, no código E.E.S, utilizando-se o valor conhecido da

temperatura de condensação, determina-se a pressão de condensação ( P3 =1.351 kPa). Para

obter a entalpia do ponto utilizam-se os valores da temperatura de saturação e título (qu3=0). A

entalpia determinada foi h3 = 243,2 kJ/kg.

- Cálculo das propriedades no ponto 2

Com a pressão obtida no ponto 3, tendo em vista o processo isobárico ali estabelecido

(P3 = P2), e considerando a entropia no ponto 2 igual a entropia no ponto 1, já conhecida, por se

tratar de um processo isentrópico, já temos possibilidades de estabelecer os valores relativos ao

Ponto 2.

Assim, no código E.E.S, utilizando-se o valor conhecido da entropia no Ponto 1 e da

pressão no Ponto 3, determina-se a entalpia no Ponto 2 (433 kJ / kg).

• Ponto 4 (Vapor saturado úmido)

Por se tratar de um processo isoentálpico:

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98

243,2kJ/kghh 43 ==

4.3. Codificação do sistema de compressão de vapor

Para efetivar esta parte, as ações a seguir foram tomadas:

a) Os dados iniciais de entrada são os valores obtidos na solução do COP do sistema de

refrigeração por absorção:

• Capacidade frigorífica: Q e = 8,166 kW

• Temperatura de condensação: T c = 35ºC

• Temperatura de evaporação: T e = - 7ºC

b) Seleção do fluido de trabalho do sistema de compressão de vapor (R-22)

c) Codificação do sistema de refrigeração por compressão de vapor, desenvolvendo a mesma

potência do sistema de refrigeração por Absorção;

d) Análise comparativa gráfica de custos.

4.3.1. Cálculos do sistema

Segundo a metodologia aplicada em Stoecker e Jabardo (1994), têm-se:

Cálculo do efeito de refrigeração

41 hhER −= (4.1)

kJ/kg 159,1ER =

• Cálculo da vazão de refrigerante

ERQmr = (4.2)

s0,05133kg/mr =

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99

• Cálculo da potência do compressor

( )12rc hhmW −= (4.3)

kW 578,1Wc =

• Cálculo do coeficiente de performance

cWQCOP = (4.4)

176,5COP =

• Cálculo da vazão volumétrica na entrada do compressor

/s 1000 vm V 1rv = (4.5)

• Potência do compressor por kw de refrigeração

QWPR c= (4.6)

kWkW / 0,1932PR =

4.4. Análise econômica comparativa gráfica entre os ciclos de refrigeração por absorção e

compressão de vapor

4.4.1. Dados de entrada

Visando demonstrar a faixa de viabilidade econômica do Sistema de Refrigeração por

Absorção, em comparação ao Sistema de Refrigeração por Compressão de Vapor, analisaram-se

os custos finais de funcionamento dos citados ciclos através da variação do preço da biomassa

em função da distância de deslocamento de sua origem até o local de implantação do projeto.

Os parâmetros utilizados para o desenvolvimento dos cálculos são mostrados na tabela

4.1

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100

Tabela 4.1 - Dados de entrada para o cálculo de custos de operação dos sistemas.

Distância de transporte da biomassa L 100 km

Custo do KW/h CKW R$0,40

Dias por mês dm 20 dias

Horas por dia hd 8 horas

Potência do compressor Wc 1,578 kW

Preço da biomassa em reais por toneladas,

Melo(2005) PBT R$65,00

Preço do transporte da biomassa em reais por

toneladas a cada 100 km percorridos, Grupo EBMA

(2005)

PBT100km R$78,00

Vazão do gás do gaseificador; Ushima (2004) gm 31 kg / h

Massa específica do gás a 300°C misturagρ 0,52 kg / m³

Volume de gás produzido por cada 1 kg de biomassa

queimada; Ushima (2004) Vgp 2,5 m³

4.4.2. Cálculo dos custos de operação dos sistemas

• Vazão mássica do gás gerado ( )gm 31kg/hgm =

• Massa específica do gás gerado )( gρ 30,52kg/mρg =

• Vazão volumétrica do gás gerado ( vgQ )

59,6kg/hvgQρg

gmvgQ =∴=

• Volume de gás produzido por kg de biomassa ( )Vgp /kg2,5mVgp 3=

• Quantidade de biomassa consumida a cada hora ( )Qbh

23,8kg/hQbhVgp

vgQQbh =∴=

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101

• Biomassa consumida em ton / h, considerando que serão utilizados somente 35% da produção de gás do gaseificador para a produção de frio (bc)

0,35 1000)(Qbh/ bc = (4.7)

bc = 0,00833 ton/h

• Preço total da biomassa

[ ]{ } bc hd dm /100)L ( PBT100km PBT PTB += (4.8)

s191,00reaiPTB = (valor obtido para L=100 km)

reais79,86PTB = (valor obtido para L=0 km)

4.4.3. Análise comparativa

O gráfico da figura 4.2 apresenta a faixa de valores da distância de deslocamento da

biomassa (0 a 100 km), relacionada aos valores dos insumos de cada ciclo. Observa-se que o

valor da energia elétrica não varia por não ser dependente da distância L. Nele verifica-se que o

preço da biomassa aumenta com a distância de forma linear. Às proximidades da distância de 14

km, as duas retas se interceptam e, a partir daí, torna-se inviável economicamente a aplicação do

sistema de refrigeração por absorção, em termos do custo de transporte de combustível.

Figura 4.2 - Gráfico representativo dos preços relativos à energia elétrica e biomassa em função

da distância.

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102

5. CONCLUSÕES

O COP do sistema de refrigeração por absorção calculado (0,54), apresentou uma

potência de 2,542TR e, portanto, na faixa de potências estabelecidas nos objetivos propostos

(0,85 TR a 20 TR).

O sistema de refrigeração por absorção de simples efeito, estudado neste trabalho foi

analisado com base na eficiência energética dos principais componentes do sistema.

O procedimento adotado incluiu uma experimentação prática, no Laboratório de

Engenharia Mecânica da UFPA, relativa à determinação do calor de mistura que ocorre no

absorvedor por ocasião do encontro da solução pobre, que retorna do gerador, e a solução rica

proveniente do evaporador. Assim, constatou-se, experimentalmente, que a energia resultante é

pequena e pode ser desprezada para efeito de cálculo.

Os custos finais de funcionamento dos ciclos do Sistema de Refrigeração por Absorção

e Sistema de Refrigeração por Compressão de Vapor foram comparados através da variação do

preço da biomassa em função da distância de deslocamento de sua origem até o local de

implantação do projeto. Foi notado que a localização do projeto é fundamental para reduzir

custos, uma vez que, poderá prescindir do custo do transporte. Daí a importância de se implantar

tal projeto próximo a comunidades isoladas, onde os rejeitos de biomassa são abundantes.

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103

6. SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

1- Analisar, exergeticamente, um Sistema de refrigeração por absorção amônia/água de

simples efeito. A exergia, sendo uma grandeza baseada no conceito da segunda lei da

Termodinâmica, serve perfeitamente como base para determinar a eficiência de sistemas de

forma racional.O método exergético, permite avaliar a perda real de energia em relação à energia

fornecida ou transformada no sistema e nos seus componentes.

2- Analisar, exergeticamente, um sistema de refrigeração por absorção Li/Br de simples

efeito.

3- Estabelecer uma comparação, em termos energéticos, entre os dois ciclos supracitados.

4- Analisar, exergeticamente, um sistema de refrigeração amônia/ água de múltiplos

efeitos.

5- Analisar, exergeticamente, um sistema de refrigeração por absorção Li/Br de múltiplos

efeitos.

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104

7. REFERÊNCIAS

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108

ANEXO 1 - DETERMINAÇÃO DO CALOR DE MISTURA

1.1 Determinação do calor de mistura

Segundo Threlkeld (1978), no absorvedor do sistema de absorção, a quantidade de

calor retirado tem dois componentes. Um deles é provocado pelo vapor de amônia que deverá

ser condensado. Outro surge após a mistura dos dois líquidos, formando uma solução, durante

a qual, o calor de solução gerado deverá, também, ser retirado. Tendo em vista essa afirmação

consideramos conveniente determinar a energia produzida (calor de mistura) através do

experimento descrito a seguir,fazendo uso do manual de laboratório de Físico-química

(BUENO et al. 1978)

1.1.1 Determinação da capacidade calorífica do calorímetro

Como o calorímetro participa das trocas de calor, se faz necessária à determinação de

sua capacidade calorífica. Isto foi efetivado colocando-se 100 gramas de água à temperatura

T1 no interior do calorímetro, que se encontrava a uma temperatura T2. Com a temperatura

final de equilíbrio ( fT ) a capacidade calorífica foi calculada pela relação:

)cTm(T)TC(T f12f −=− (1)

Onde c é a capacidade calorífica de um grama de água e é igual a K4,184kJ/kg

Foram realizados três experimentos e os resultados são mostrados na tabela 1.

Tabela 1 - Resultados dos Experimentos.

Experimento 1 Experimento 2 Experimento 3

fT 31,2 °C 31,8 °C 30,8 °C

1T 33,6 ºC 34,7 °C 32,6 °C

2T 25,5 ºC 25,5 °C 25,5 °C

C 0,1761kJ/K 0,1965kJ/K 0,142kJ/K

Adotou-se para C o valor médio dos três experimentos, ou seja:

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109

3CCC

C 321 ++= (2)

0,17kJ/KC =

O desvio padrão médio foi de 0,027.

1.1.2 Procedimento experimental para determinação do calor de mistura

No experimento de determinação do calor de mistura foram utilizados:

1 garrafa térmica.

2 provetas de 100ml.

1 frasco de armazenamento.

1 cronômetro.

1 termômetro, -10ºC a 100ºC (±0,1ºC).

65ml de água destilada (para cada experimento).

65ml de hidróxido de amônio (para cada experimento). Teor de NH3 28,0-30,0%.

Parte do material utilizado no experimento é mostrada na figura 1.

Figura 1 - Parte do material utilizado no experimento.

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110

Figura 2 - Frasco de armazenamento junto com o termômetro, ambos inseridos na rolha de

isolação do calorímetro.

Figura 3 - Conjunto da figura 2 sendo inserido no calorímetro.

O procedimento experimental é descrito a seguir:

Inicialmente foram transferidos de 65ml de água destilada para o calorímetro e

também 65ml de hidróxido (ou 0,057kg) para o frasco de armazenamento. O calorímetro e o

frasco de armazenamento são mostrados esquematicamente na figura 3. A seguir, o frasco de

armazenamento foi introduzido no calorímetro. O frasco foi inserido com o dispositivo de

vedação fechado, posição 1. Após certo tempo, o equilíbrio térmico foi atingido e a

temperatura foi anotada. Então, o líquido do interior do frasco de armazenamento foi liberado,

conforme posição 2 da figura 4 O calorímetro foi levemente movimentado para que os

líquidos se misturassem. Depois de um certo tempo o equilíbrio térmico foi novamente

alcançado e a temperatura final anotada.

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111

Figura 4 - Esquema do calorímetro e frasco de armazenamento. Na posição 1 os líquidos estão

separados e na posição 2 os líquidos podem se

misturar.

Na tabela 2 são apresentados os resultados finais obtidos:

Tabela 2 - Resultados dos experimentos realizados.

Experimento 1 Experimento 2

Temperatura inicial

De equilíbrio

Temperatura final

de equilíbrio

Temperatura inicial

de equilíbrio

Temperatura final

de equilíbrio

28º C 28,5º C 31,5 º 32º C

27º C 27,5ºC 32º C 32,5º C

26,5º C 27 º C 30º C 30,5º C

Do experimento foi obtida a diferença de temperatura entre o início e fim do processo.

Esta diferença será utilizada mais adiante nos cálculos de troca de calor.

1.1.3 Cálculo do calor de mistura

Prosseguindo, o calor de mistura foi determinado a partir do balanço de energia no

sistema:

0QQQQ mistNH4OHH2Oocalorimetr =+++ (3)

Posição 1 Posição 2

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112

Os termos da equação acima são dados por:

Calor cedido ou recebido pelo calorímetro ( ocalorimetrQ )

( )ocalorímetri,ocalorimetrf,ocalorimetr TTCQ −= (4)

Calor cedido ou recebido pela água ( H2OQ )

( )H2Oi,H2Of,H2Op,H2OH2O TTc mQ −= (5)

Calor cedido ou recebido pelo hidróxido de amônia ( NH4OHQ )

( )NH4OHi,NH4OHf,NH4OHp,NH4OHNH4OH TTc mQ −= (6)

Calor de mistura : mistQ

Substituindo (3.50), (3.51) e (3.52) em (3.49):

( ) ( ) ( ) 0QTTc mTTc mTTC mistNH4OHi,NH4OHf,NH4OHp,NH4OHH2Oi,H2Of,H2Op,H2Oocalorímetri,ocalorimetrf, =+−+−+−

(7)

Como foi esperado o equilíbrio térmico no início e no final do processo:

iTTTT NH4OHi,H2Oi,ocalorímetri, ===

fNH4OHf,H2Of,ocalorímetrf, TTTT ===

Assim, a equação (7) passa a ter a seguinte configuração:

( ) ( ) ( ) 0QTTc mTTc mTTC mistifNH4OHp,NH4OHifH2Op,H2Oif =+−+−+− (8)

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113

Para resolução da equação (8) só falta conhecer o valor de NH4OHp,c , uma vez que os

demais termos foram dados ou determinados.

Uma aproximação do calor específico do hidróxido de amônia ( NH4OHp,c ) pode ser

obtida da seguinte expressão:

H2Op,NH4OHH2O,NH3p,NH4OHNH3,NH4OHp, c Yc Yc += (9)

Onde NH4OHNH3,Y e NH4OHH2O,Y são as frações de massa de NH3 e H2O contidas no NH4OH,

respectivamente.

Dando seguimento, procederemos ao cálculo das frações de massa de OH 2 e 3NH no

hidróxido de amônia. É sabido que a massa de hidróxido é 0,057kgm NH4OH = . A massa de

hidróxido é a soma da massa de água, NH4OHH2O,m , e massa de amônia, NH4OHNH3,m ,

matematicamente dada por:

NH4OHH2O,NH4OHNH3,NH4OH mmm += (10)

Segundo o fabricante do hidróxido 71% do hidróxido em volume corresponde a H2O,

logo o volume de H2O no hidróxido é de:

NH4OHNH4OHH20, V0,71 V ×= (11)

Onde NH4OHV é o volume de hidróxido.

O volume de hidróxido utilizado foi 65mVNH4OH = . Deste modo o volume de H2O

no hidróxido é:

0,04615 V NH4OHH20, = ou 3-3NH4OHH20, m100,04615 V ×= (12)

A massa de água é obtida de:

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NH4OHH2O,H2ONH4OHH2O, V ρm = (13)

Logo:

kg 0,04615 m NH4OHH2O, =

A massa de 3NH no hidróxido ( NH4OH,NH3m ) é obtida de:

NH4OHH2O,NH4OHNH4OH,NH mmm3

−= (14)

kg 0,01085 m NH4OH,NH3=

As frações de massa ( NH4OHH2O,Y e NH4OHNH3,Y ) são dadas por:

NH4OH

NH4OHH2O,NH4OHH2O, m

mY = (15)

NH4OH

NH4OHNH3,NH4OHNH3, m

mY = (16)

Empregando-se os valores obtidos anteriormente:

0,8096Y NH4OHH2O, =

0,19035Y NH4OHNH3, =

Assim, pode-se calcular o calor específico do hidróxido de amônia ( NH4OHp,c ).

Retomando-se a equação (10) e conhecendo-se os valores tabelados de K4,843kJ/kgc NH3p, =

e 1,86kJ/kgKc H2Op, = , calcula-se o calor específico do NH4OHp,c :

1,860,80964,8430,19035c NH4OHp, ×+×=

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2,42kJ/kgKc NH4OHp, =

Finalmente, a partir da equação (8) e sabendo do experimento o valor de iTTΔT f −=

pode-se determinar o calor de mistura ( mistQ ):

0Q42,25,0057,086,15,0065,05,017,0 mist =+××+××+×

0,214kJQmist =

A potência térmica devida ao calor de mistura pode ser obtida de:

mistmistmist h mQ = (17)

Onde mistm é o fluxo de massa de mistura através do absorvedor (para as condições

deste experimento mistm é o fluxo 1m que é igual a s0,07545kg/ ) e misth é dado por:

mistura

mistmist m

Qh = (18)

Sendo mistQ o calor de mistura e misturam a massa de água+hidróxido utilizada no

experimento.

Assim, pode-se determinar misth e mistQ :

1,754kJ/kgh mist =

O valor da potência térmica devida ao calor de mistura é:

754,10,07545Qmist ×=

0,132kWQmist =

Como a potência devida ao calor de mistura é muito menor que aQ ( cerca de 1% de

aQ ), o calor de mistura pode ser desprezado para efeito de cálculo.

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116

ANEXO 2 – DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO POR ABSORÇÃO - NH3H2O

{Dimensionamento do Sistema de Refrigeração por Absorção - NH3H2O}

"Poder calorífico do gás"

PCg = 5000

"Vazão do gás"

mg = 0,00861

"Cálculo do Calor cedido pelo gás"

Qg1 = PCg * mg

"Serão utilizadas 35% desta quantidade de calor. obs[kW] "

Qg = 0,35 * Qg1

"Dados de entrada"

"Temperatura do Absorvedor"

Ta = 35

"Temperatura do Condensador"

Tc =Ta

"Temperatura do Evaporador"

Te = -7

"Largura do Processo"

LargPro = 0,06

"Concentração da Solução Retificada"

X_8 = 1

X_1=0,45

X_1=X_2

X_2=X_3

LargPro=X_1-X_4

X_4=X_5

X_5=X_6

X_8=X_9

X_9= X_10

X_10=X_11

"Pressão de Alta"

Call NH3H2O(138; Tc+273; X_9; 0: Talta; Palta; Xalta; halta; salta; ualta; valta; Qualta)

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"Pressão de Baixa"

Pbaixa2 = P_SAT(Ammonia;T=Te)

Palta2=P_SAT(Ammonia;T=Tc)

Call NH3H2O(138; Te+273; X_11; 1: Tbaixa; Pbaixa; Xbaixa; hbaixa; sbaixa; ubaixa;

vbaixa; Qubaixa)

romedio=(1/v4+1/v5)/2

"Temperatura de Corte"

Call NH3H2O(238; Palta; X_1; 0: Tcorte; Pcorte; Xcorte; hcorte; scorte; ucorte; vcorte;

Qucorte)

"ponto 1 - Líquido em equilíbrio"

Call NH3H2O(123; Ta+273; Pbaixa; X_1: T1; P1; x1; h1; s1; u1; v1; Qu1)

"ponto 2 - Líquido não em equilíbrio"

s_2=s1

Call NH3H2O(235; Palta; X_2; s_2: T2; P2; x2; h2; s2; u2; v2; Qu2)

"ponto 3 - Líquido não em equilíbrio"

Call NH3H2O(123; Tcorte; Palta; X_3: T3; P3; x3; h3; s3; u3; v3; Qu3)

"ponto 4 - Líquido em equilíbrio (Qu4 = 0, considerando que tem só líquido)"

Call NH3H2O(238; Palta; X_4; 0: T4; P4; x4; h4; s4; u4; v4; Qu4)

"Temperatura do Gerador"

Tg = T4

T4C=T4-273

"ponto 5 - Líquido Sub-resfriado (Podemos ver nos resultados que Qu5 = -0,001)"

m4*(h4-h_5)=m1*(h3-h2)

Call NH3H2O(234; Palta; X_5; h_5: T5; P5; x5; h5; s5; u5; v5; Qu5) "item 3.1.2.6"

T_5=T5

"ponto 6 - Líquido Expandido"

Call NH3H2O(234; Pbaixa; X_6; h5: T6; P6; x6; h6; s6; u6; v6; Qu6)

T6 = T66

"ponto 7 - Vapor em equilíbrio no Gerador"

Call NH3H2O(128; Tg; Palta; 1: T7; P7; x7; h7; s7; u7; v7; Qu7)

"ponto 8 - Vapor em equilíbrio no Retificador"

Call NH3H2O(238; Palta; x_8; 1: T8; P8; x8; h8; s8; u8; v8; Qu8)

"ponto 9 - Líquido em equilíbrio (Podemos ver nos resultados que T9 se aproxima de Tc)"

Call NH3H2O(238; Palta; X_9; 0: T9; P9; x9; h9; s9; u9; v9; Qu9)

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118

"ponto 10 - Líquido expandido (Podemos ver nos resultados que T10 se aproxima de Te)"

h_10=h9

Call NH3H2O(234; Pbaixa; X_10; h_10: T10; P10; x10; h10; s10; u10; v10; Qu10)

"ponto 11 - Vapor em equilíbrio"

Call NH3H2O(238; Pbaixa; x_11; 1: T11; P11; x11; h11; s11; u11; v11; Qu11)

"ponto de retorno"

Call NH3H2O(128; T7; Palta; 0: T_retorno; P_retorno; x_retorno; h_retorno; s_retorno;

u_retorno; v_retorno; Qu_retorno)

"m3, m4 e m7 são calculados a partir do balanço de energia e massa no gerador:"

"balanço de massa e energia no gerador"

m3+m_retorno=m7+m4 "balanço de massa total"

m3*x3+m_retorno*x_retorno=m7*x7+m4*x4 "balanço de massa de NH3"

Qg+h3*m3+m_retorno*h_retorno=h7*m7+h4*m4 "balanço de energia"

"balanço de massa e energia no retificador"

m7=m8+m_retorno

m7*x7=m8*x8+m_retorno*x_retorno

h7*m7=h8*m8+m_retorno*h_retorno-Q_retificador

"os demais fluxos são derivados de m3, m4 e m7:"

m1 = m2

m2 = m3

m5=m4

m5 = m6

m8 = m9

m9=m10

m10=m11

"Cálculo das Quantidades de Calor"

Qtrc = m2* (h3 - h2)

Qa = - m6*h6 - m11*h11 + m1*h1

Qc = m8*(h9 - h8)

Qe = m10*(h11 - h10)

QeTR=Qe*0,2843 "Capac. frigor. em TR"

QeBTU=Qe*3412,9692 "Capac. frigor. em BTU"

COP = Qe/(Qg+W_bomba)

titulo = m7/m3

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119

"balanço total de energia"

QcQa=Qc+Qa+Q_retificador

QgQe=Qg+Qe+W_bomba

W_bomba=m1*(h2-h1)

dh=h2-h1

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120

ANEXO 3 - DIMENSIONAMENTO DO TRC INTERMEDIÁRIO

{Dimensionamento do TRC Intermediário}

"Dados"

X_2=0,45

X_4=0,39

T4 =369,84-273

T5 = 315,3-273

T3 = 357,93-273

T2 =309,06-273

Palta = 13,45

Palta2 = Palta / 0,0101978

kaço = 54

de = 0,0127

esp=(de-di)/2

esp=5e-4

Dix-de=3e-3

esp_c=(Dex-Dix)/2

esp_c=0,00338/2

Dh = Dix - de

Qtrc = 16666

m3 = 0,07545

m4 = 0,06799

Tmex=((T3 + T2) / 2)

Call NH3H2O(123; Tmex+273; Palta; X_2: Trot; Prot; xrot; hrot; srot; urot; vrot; Qurot)

Call NH3H2O(123; Tmin+273; Palta; X_4: Trot2; Prot2; xrot2; hrot2; srot2; urot2; vrot2;

Qurot2)

RoNH3H20E=1/vrot

RoNH3H20I=1/vrot2

kNH3TRCIE = CONDUCTIVITY(Ammonia;T=Tmex; P=Palta2)

kH2OTRCIE = CONDUCTIVITY(Water;T=Tmex; P=Palta2)

cpNH3TRCIE = CP(Ammonia;T=Tmex; P=Palta2)

cpH2OTRCIE = CP(Water;T=Tmex; P=Palta2)

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121

MiNH3TRCIE = VISCOSITY(Ammonia;T=Tmex; P=Palta2)

MiH2OTRCIE = VISCOSITY(Water;T=Tmex; P=Palta2)

kNH3H20E = ( X_2*kNH3TRCIE) + ((1-X_2)*kH2OTRCIE)

cpNH3H20E = (X_2*cpNH3TRCIE) + ((1-X_2)*cpH2OTRCIE)

MiNH3H20E = (X_2*MiNH3TRCIE) + ((1-X_2)*MiH2OTRCIE)

"RoNH3H20E = (X_2*RoNH3TRCIE) + ((1-X_2)*RoH2OTRCIE)"

qex = m3 / RoNH3H20E

Vex = qex / (pi/4*(Dix^2-de^2))

Reex = (RoNH3H20E * Vex * Dh) / MiNH3H20E

Prex = (cpNH3H20E * 1000 * MiNH3H20E) / kNH3H20E

"Coeficiente de troca de calor externo"

hex=0,023*cpNH3H20E*1000*RoNH3H20E*Vex*Reex^(-0,2)*Prex^(-0,667)

Tmin=((T4 + T5) / 2)

kNH3TRCII = CONDUCTIVITY(Ammonia;T=Tmin; P=Palta2)

kH2OTRCII = CONDUCTIVITY(Water;T=Tmin; P=Palta2)

cpNH3TRCII = CP(Ammonia;T=Tmin; P=Palta2)

cpH2OTRCII = CP(Water;T=Tmin; P=Palta2)

MiNH3TRCII = VISCOSITY(Ammonia;T=Tmin; P=Palta2)

MiH2OTRCII = VISCOSITY(Water;T=Tmin; P=Palta2)

kNH3H20I = ( X_4 * kNH3TRCII) + ((1-X_4) * kH2OTRCII)

cpNH3H20I = (X_4 * cpNH3TRCII) + ((1-X_4) * cpH2OTRCII)

MiNH3H20I = (X_4 * MiNH3TRCII) + ((1-X_4) * MiH2OTRCII)

qin = m4 / RoNH3H20I

Vin = qin / ((pi * di^2) / 4)

Rein = (RoNH3H20I * Vin * di) / MiNH3H20I

Prin = (cpNH3H20I * 1000 * MiNH3H20I) / kNH3H20I

"Coef. de troca de calor interno"

hin = (0,023 * (kNH3H20I / di)) * Rein^0,8 * Prin^0,3

1/hfi = 0,000176

RelA= di/de

Rtubo = (((de - di) / 2) / kaço) * (de / ((de + di) / 2))

1/U = (RelA / (hex)) + Rtubo + (1 / (hfi)) + (1 / (hin))

DTa=T4 - T3

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122

DTb=T5 - T2

DMLT = (DTa - DTb) / LN (DTa / DTb)

A = (Qtrc / (U*DMLT))

L = (A / (pi*di))

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123

ANEXO 4 - DIMENSIONAMENTO DO ABSORVEDOR {Dimensionamento do Absorvedor}

"Dados"

XNH3 = 0,45

XH2O = 1 - XNH3

T1=35

T6=42,4

Qa =12627

Qmist = 0 "calor de mistura é zero"

Tewr = 27

Tswr = 35

T11 = -7

Pbaixa = 3,262

Pbaixa2 = Pbaixa / 0,0101978

Pwr = 1 / 0,0101978

Pwr2=101,325

esp_tubo=(de-di)/2

esp_tubo=0,00287

kaço = 54

m10 = 0,007459

NT = 4

DiTubul = 0,01905

g = 9,81

"Cáculo do hl"

Call NH3H2O(238; Pbaixa; XNH3; 0: T[1]; P[1]; x[1]; hl; s[1]; u[1]; v[1]; Qu[1])

"Cáculo do hv"

Call NH3H2O(238; Pbaixa; XNH3; 1: T[2]; P[2]; x[2]; hv; s[2]; u[2]; v[2]; Qu[2])

hlvNH3H2OAbs=(hv-hl)*1000

kNH3Abs = CONDUCTIVITY(Ammonia;T=T1; P=Pbaixa2)

kH2OAbs = CONDUCTIVITY(Water;T=T1; P=Pbaixa2)

cpNH3Abs = CP(Ammonia;T=T1; P=Pbaixa2)

cpH2OAbs = CP(Water;T=T1; P=Pbaixa2)

MiNH3Abs = VISCOSITY(Ammonia;T=T1; P=Pbaixa2)

MiH2OAbs = VISCOSITY(Water;T=T1; P=Pbaixa2)

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124

RoNH3Abs = DENSITY(Ammonia;T=T1; P=Pbaixa2)

RoH2OAbs = DENSITY(Water;T=T1; P=Pbaixa2)

kNH3H20 = (XNH3 * kNH3Abs) + (XH2O * kH2OAbs)

cpNH3H20 = (XNH3 * cpNH3Abs) + (XH2O * cpH2OAbs)

MiNH3H20 = (XNH3 * MiNH3Abs) + (XH2O * MiH2OAbs)

RoNH3H20 = (XNH3 * RoNH3Abs) + (XH2O * RoH2OAbs)

q10 = m10 / RoNH3H20

DT2 = 2,555

n = 3

"Cálculo do hcond"

hcond = 0,725 * ((g * RoNH3H20^2 * hlvNH3H2OAbs * kNH3H20^3) / (MiNH3H20 * DT

* n * de))^0,25

Tmwr = (Tewr + Tswr) / 2

Rowr = DENSITY(Water;T= Tmwr;P=Pwr)

Miwr = VISCOSITY(Water;T= Tmwr;P=Pwr)

cpwr = CP(Water;T= Tmwr;P=Pwr)

kwr = CONDUCTIVITY(Water;T= Tmwr;P=Pwr)

mwr = (Qa + Qmist) / (cpwr * 1000 * (Tswr - Tewr))

qwr = mwr / Rowr

Vwr = qwr / (NT * (Pi/4) * di^2)

Rewr = (Rowr * Vwr * di) / Miwr

Prwr = cpwr * 1000 * Miwr / kwr

"Cálculo do hcond"

hint = 0,023 * (kwr /di) * Rewr^0,8 * Prwr^0,4

1/hfi = 0,000176

RelA=de/di

Rt = (((de-di)/2)/kaço)*(de/((de+di)/2))

1 / U =(1/hcond)+Rt+(RelA/hfi)+(RelA/hint)

DMLT = ((T6 - Tswr) - (T1 - Tewr))/LN((T6 - Tswr)/(T1 -Tewr))

A = ((Qa + Qmist)/(U * DMLT))

L =(A/(PI * de * NT *NP))

Qa=hcond*A*DT

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125

ANEXO 5 - DIMENSIONAMENTO DO GERADOR {Dimensionamento do Gerador}

PROCEDURE CONSTANTES(NP;Re_gas:C2;C1;m)

IF (NP=1) THEN C2:=0,7

IF (NP=2) THEN C2:=0,8

IF (NP=3) THEN C2:=0,86

IF (NP=4) THEN C2:=0,9

IF (NP=5) THEN C2:=0,92

IF (NP=6) THEN C2:=0,935

IF (NP=7) THEN C2:=0,95

IF (NP=8) THEN C2:=0,957

IF (NP=9) THEN C2:=0,964

IF (NP=10) THEN C2:=0,97

IF (Re_gas >1) and (Re_gas <1000) THEN

C1=0,9

m=0,4

endif

IF (Re_gas >1000) and (Re_gas <200000) THEN

C1=0,27

m=0,63

endif

END

StPSL=St/SL

"Do COP"

Qg=15070

T3=357,9350830-273

T7=369,848903-273

m3=0,0754500

v3=0,001285

Palta = 13,45

Palta2 = Palta / 0,0101978

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126

XNH31 = 0,45

XH2O1 = 1 - XNH31

Titulo=0,1057

"Dados"

kaço = 54

NT=5

NP=7

Teg =800

Tsg = 180

"dimensoes estimadas"

de = 0,0127

esp_tubo=(de-di)/2

esp_tubo=0,00135

Sl/de=1,5

St/de=1,25

Tms = (T7 + T7) / 2

kNH3L = CONDUCTIVITY(Ammonia;T=TMs;x=0)

cpNH3L = CP(Ammonia;T=TMs;x=0)

MiNH3L = VISCOSITY(Ammonia;T=TMs;x=0)

RoNH3L=density(Ammonia;T=TMs;x=0)

RoNH3V=density(Ammonia;T=TMs;x=1)

kH2OL = CONDUCTIVITY(water;T=TMs;x=0)

cpH2OL = CP(water;T=TMs;x=0)

MiH2OL = VISCOSITY(water;T=TMs;x=0)

RoH2OL=density(water;T=TMs;x=0)

RoH2OV=density(water;T=TMs;x=1)

k_l = ( XNH31 * kNH3L) + (XH2O1 * kH2OL)

cp_l = (XNH31 * cpNH3L) + (XH2O1 * cpH2OL)

Mi_l = (XNH31 * MiNH3L) + (XH2O1 * MiH2OL)

Ro_l = (XNH31 * RoNH3L) + (XH2O1 * RoH2OL)

Ro_V= (XNH31 * RoNH3V) + (XH2O1 * RoH2OV)

Pr_l = cp_l * 1000 * Mi_l / k_l

qs = m3 /Ro_l

G = (m3/NT) /((pi*di^2)/4)

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127

V_fluido= (qs/NT) /((pi*di^2)/4)

Re_l=di * G * Titulo/Mi_L

"Calc do h bifásico"

hint = 0,06 * (k_l/ di) * (Ro_l/ Ro_V)^0,28 * ((di * G * Titulo) / Mi_L)^0,87* Pr_l^0,4

Rt = (((de-di)/2)/kaço)*(de/((de+di)/2))

Rt_log=de*ln(de/di)/(2*kaço)

1/hfi = 0,000176

T1=(Teg+Tsg)/2

kgas=CONDUCTIVITY(Air;T=T1)

Migas=VISCOSITY(Air;T=T1)

CPgas=CP(Air;T=T1)*1000

Rog=DENSITY(Air;T=T1;P=101,325)

qgas = mg / Rog

Afr=NT*St*L

Altura_trocador=NT*St

Vgas = qgas / Afr

Umax = Vgas * St/(St-de)

Gmax=Rog*Umax

Re_gas=Gmax * de / Migas

"Cálculo do coeficiente de troca de calor no interior dos tubos (hex)"

"C2 é o fator de correção para o numero de fileiras"

CALL CONSTANTES(NP;Re_gas:C2;C1;m)

Pr_gas=PRANDTL(Air_ha;T=T1;P=101,325)

Pr_sup2=PRANDTL(Air_ha;T=Twe;P=101,325)

Pr_sup=0,7208

"correlação de Zhukauskas"

hex =C2*C1 * (Re_gas)^m* Pr_gas^(0,36)*(Pr_gas/Pr_sup)^0,25*(kgas / de)

Rt=(Twe-Twi)/Qg

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128

Qg=hint*pi*di*L*NT*NP*(Twi-T7)

RelA = de/di

1/U = RelA/hint + Rt +RelA/hfi + 1/hex

DMLT=((Teg-T7) - (Tsg-T3)) / LN((Teg-T7) / (Tsg-T3))

A = Qg/ (U * DMLT)

g = CPgas*mg*(Teg-Tsg)

L= A / (NT *NP* pi * de)

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129

ANEXO 6 - DIMENSIONAMENTO DO CONDENSADOR

{Dimensionamento do condensador}

"Dados"

XNH3 = 1

T8 = 40

T9 = 40

Tewr = 30

Tswr = 35

Palta = 15,48

Palta2 = Palta / 0,0101978

esp_tubo=(de-di)/2

esp_tubo=0,00075

kaço = 54

Qc = 10003

m8 = 0,009069

NT =4

TMext = (T8 + T9)/2

hlvNH3 = (ENTHALPY(Ammonia;T=T9;x=1)-ENTHALPY(Ammonia;T=T9;x=0) )*1000

kNH3 = CONDUCTIVITY(Ammonia;T=T9;x=0)

cpNH3 = CP(Ammonia;T=T9;x=0)

MiNH3 = VISCOSITY(Ammonia;T=T9;x=0)

RoNH3=density(Ammonia;T=T9;x=0)

g = 9,81

q8 = m8 / RoNH3

Dt =1,311

n =4

"Coeficiente de troca de calor na condensação"

hcond = 0,725 * ((g * RoNH3^2 * hlvNH3 * kNH3^3)/(MiNH3 * Dt * n * de))^0,25

TMint = (Tewr + Tswr)/2

Pw = 1 / 0,0101978

RoH2O = DENSITY(Water; T=TMint; P= Pw)

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130

MiH2O = VISCOSITY(Water;T=TMint; P=Pw)

cpH2O = CP(Water;T=TMint; P=Pw)

VH2O = QH2O/(NT*(PI/4)*di^2)

mwr =Qc/(cpH2O*1000*(Tswr-Tewr))

QH2O = mwr / RoH2O

kH2O = CONDUCTIVITY(Water;T=TMint; P=Pw)

ReH2O = (RoH2O * VH2O * di) / MiH2O

PrH2O = MiH2O * cpH2O*1000 / kH2O

"Coef. de TRC interno"

hint = 0,023 * (kH2O/di) * ReH2O^0,8 * PrH2O^0,4

1/hfi = 0,000176

RelA = de/di

Rt = (((de-di)/2)/kaço)*(de/((de+di)/2))

1 / U =(1/hcond)+Rt+(RelA/hfi)+(RelA*(1/hint))

DMLT = ((T9-Tewr)-(T8-Tswr))/LN((T9-Tewr)/(T8-Tswr))

A =(Qc/(U * DMLT))

L =(A/(PI * di * NT * NP))

Aexterna=pi*L*de*nt*np

Qc = hcond*Aexterna*dte

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131

ANEXO 7 - DIMENSIONAMENTO DO EVAPORADOR

{Dimensionamento do Evaporador}

FUNCTION F(invXmi )

IF (invXmi <0,1) THEN F:=1

IF (invXmi >0,1) THEN F:=2,35*(invXmi+0,213)^0,736

END

FUNCTION S(REtp )

IF (REtp <32,5) THEN S:=(1+0,12*Retp^1,14)^(-1)

IF (REtp >32,5) and (REtp <70) THEN S:=(1+0,42*Retp^0,78)^(-1)

IF (REtp >70) THEN S:=0,1

END

"Dados"

T10 = - 10

T11 = - 10

Tea=-4

Tsa=-7

Pbaixa = 2,891

Pbaixa2 = 1000*Pbaixa / 0,0101978

de = 0,0102

di = de -2*1,3e-3

m10 = 0,009069

Qe = 9671

Var = 6,00

ns = 0,8813

RoNH3v =density(Ammonia;T=T10;x=1)

RoNH3l = density(Ammonia;T=T10;x=0)

MiNH3v = VISCOSITY(Ammonia;T=T10;x=1)

MiNH3l = VISCOSITY(Ammonia;T=T10;x=0)

kNH3l = CONDUCTIVITY(Ammonia;T=T10;x=0)

cpNH3l = CP(Ammonia;T=T10;x=0)

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132

hv = ENTHALPY(Ammonia;T=T10;x=1)

hl = ENTHALPY(Ammonia;T=T10;x=0)

hlvNH3 = (hv - hl)*1000

x04 = 0,9999

1/Xmi = (x04/(1-x04))^0,9 * (RoNH3l / RoNH3v)^0,5 * (MiNH3v / MiNH3l)^0,1

invXmi=1/Xmi

FF=F(invXmi )

SS=S(REtp )

G =m10 / ((pi /4)* di^2)

Retp=(G*(1- x04)* di ) / MiNH3l*F(invXmi )^1,25*1e-4

Pr=PRANDTL(Ammonia;T=T10;x=0)

hc = 0,023 *((G*(1- x04)* di ) / MiNH3l)^0,8 * Pr^0,4 * kNH3l /di*F(invXmi )

"Tsat = T10"

Dt=Tw-T10

Psat=P_SAT(Ammonia;T=T10)*1000

Psat2=P_SAT(Ammonia;T=Tw)*1000

Dpsat=Psat2-Psat

sigma=SURFACETENSION(Ammonia;T=T10)

hb = (0,00122 ) * ((kNH3l^0,79 * (cpNH3l*1000)^0,45 * RoNH3l^0,49) / (sigma^0,5 *

MiNH3l^0,29 * hlvNH3^0,24 * RoNH3v^0,24)) * Dt^0,24 * Dpsat^0,75 *S(REtp )

htp = hc+hb

Lados^2=Afr

Afr=0,4367

Dh=3,63e-3

m_ar=Var*Afr*Ro_ar

sigma_ar=0,534

G_ar=m_ar/(sigma_ar*Afr)

Re_ar = G_ar*Dh/Mi_ar

Tam = (Tea+Tsa)/2

Pr_ar = PRANDTL(Air;T=Tam)

CP_ar = CP(Air;T=Tam)*1000

Ro_ar = DENSITY(Air;T=Tam;P=101,325)

Mi_ar = VISCOSITY(Air;T=Tam)

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133

k_ar = CONDUCTIVITY(Air;T=Tam)

Jc=0,007

ho=Jc*G_ar*CP_ar/Pr_ar^(2/3)

RelA=di/de*(1-0,913)

U = ((1/(ns * ho)) + ( 1 / (RelA*htp)))^(-1)

DMLT = ((Tea- T10) - (Tsa - T10)) / (LN ((Tea - T10) / (Tsa - T10)))

Atotal = Qe / (U * DMLT)

Comprimento_total_tubos=N_tubos*Lados*N_fileiras

Atubos=Comprimento_total_tubos*pi*de

Qe=htp*Atubos*Dt

Volume_trocador = Atotal / 587

L_ar=Volume_trocador/Afr

SL=22e-3

N_fileiras=(L_ar)/SL

N_tubos=Afr^0,5/25,4e-3

Comp_tubos=Afr^0,5

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134

ANEXO 8 - CODIFICAÇÃO DO SISTEMA DE COMPRESSÃO DE VAPOR

{Codificação do sistema de compressão de vapor}

Q = 11,4 [kW]

Tc = 41 [C]

Te = -8 [C]

"Ponto 1"

P1 = P_SAT(R22;T=Te)

h1 = ENTHALPY(R22;T=Te+0,01; P=P1)

s1 = ENTROPY(R22;T=Te+0,01; P=P1)

v1 = VOLUME(R22;T=Te+0,01; P=P1)

"Ponto 3"

P3 = P_SAT(R22;T=Tc)

h3 = ENTHALPY(R22;T=Tc-0,01; P=P3)

s3 = ENTROPY(R22;T=Tc-0,01; P=P3)

"Ponto 2"

h2 = ENTHALPY(R22; S=s1; P=P3)

"Ponto 4"

h4 = h3

"Efeito de refrigeração"

ER = h1 - h4 "kJ / kg"

"Vazão do refrigerante"

mr = Q / ER "kg / s"

"Potência do compressor"

Wc = mr * (h2 - h1) {kW}

"Coeficiente de performance"

COP = Q / Wc

"Vazão volumétrica na entrada do compressor"

Vv = mr * v1 * 1000 {L/s}

"Potência do compressor por kW de refrigeração"

PR = Wc / Q

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135

ANEXO 9 - COMPARATIVO DO CONSUMO DE ENERGIA {Comparativo do consumo de energia}

"Cálculo do SRPA utilizando gás natural"

"R$ / m³"

PreçoGas = 0,80

"35% da vazão do gás por segundo (kg / s)"

mg=0,00861*0,35

"vazão mássica por hora (kg / h)"

mg2=mg*3600

"densidade do gás"

Rog=0,5184

"vazão volumétrica (m³ / h)"

qgas=mg2/Rog

"horas por dia"

hd=8

"dias por mês"

dm=20

"preço por mês"

Custo_SRPA_GN = qgas * hd * dm * PreçoGas

"Cálculo do SRPA utilizando biomassa como combustivel no Gaseificador"

"R$ / m³"

PreçoBiomassa = 10,00

"kg biomassa / m³ gas"

biogas = 0,19

"preço por mês"

Custo_SRPA_BIO = qgas * hd * dm * biogas * PreçoBiomassa

"Cálculo do SRPCV utilizando energia elétrica"

"Potência Compressor kW"

Wc=2,755

"R$"

Preço kWh = 0,40

"preço por mês"

Custo_SRP_CV = Wc * hd * dm * Preço kWh

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136

ANEXO 10 - DIMENSIONAMENTO DO TUBO CAPILAR

{Dimensionamento do tubo capilar}

m9 = 0,007459 di = 0,0022 "Área da secção transversal do diâmetro interno do tubo capilar" S = (3,1416/4)*(di^2) "PONTO 01" x[1]=0 "Temperatura no ponto 1" t[1] = 35,00 "Pressão no ponto 1" p[1] =P_SAT(Ammonia_mh;T=t[1]) "Entalpia do vapor no ponto 1" hv[1]=ENTHALPY(Ammonia_mh;T=t[1];x=1) "Entalpia do líquido no ponto 1" hl[1]=ENTHALPY(Ammonia_mh;T=t[1];x=0) "Viscosidade do vapor no ponto 1" miv[1] = VISCOSITY(Ammonia_mh;T=t[1];x=1) "Viscosidade do líquido no ponto 1" mil[1] = VISCOSITY(Ammonia_mh;T=t[1];x=0) "Densidade do líquido no ponto 1" rov[1] =DENSITY(Ammonia_mh;T=t[1];x=1) "Densidade do líquido no ponto 1" rol[1] =DENSITY(Ammonia_mh;T=t[1];x=0) "Volume específico do líquido no ponto 1" vl[1]=1/rol[1] "Volume específico do vapor no ponto 1" vv[1]=1/rov[1] h[1]=hl[1]*(1-x[1])+hv[1]*x[1] "Vazão volumétrica no tubo capilar" q = m9 / rol[1] "Velocidade no ponto 1" Vel[1] = m9/S*vl[1] "Nº de Reynolds no p 1" Re[1] = rol[1] * Vel[1] * di / mil[1] "Coeficiente de atrito no p1" f[1] = 0,33/(Re[1]^0,25) Duplicate j=2;85 t[j] = t[j-1]-0,5 p[j] = P_SAT(Ammonia_mh;T=t[j]) hv[j] = ENTHALPY(Ammonia_mh;T=t[j];x=1) hl[j] = ENTHALPY(Ammonia_mh;T=t[j];x=0) "Viscosidade do vapor no ponto 1" miv[j] = VISCOSITY(Ammonia_mh;T=t[j];x=1) "Viscosidade do líquido no ponto 1"

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137

mil[j] = VISCOSITY(Ammonia_mh;T=t[j];x=0) "Densidade do líquido no ponto 1" rov[j] =DENSITY(Ammonia_mh;T=t[j];x=1) "Densidade do líquido no ponto 1" rol[j] =DENSITY(Ammonia_mh;T=t[j];x=0) "Volume específico do líquido no ponto 1" vl[j]=1/rol[j] vv[j]=1/rov[j] a[j-1] = ((vv[j] - vl[j])^2) * ((m9/S)^2) * 0,5 b[j-1] = 1000 * (hv[j] - hl[j]) + (vl[j] * (vv[j] - vl[j])) * (m9/S)^2 c[j-1] = 1000 * (hl[j] - h[j-1]) + ((m9/S)^2) * 0,5 * (vl[j]^2) - (Vel[j-1]^2 * 0,5) x[j] =( (-b[j-1]) + sqrt(((b[j-1]^2)-(4*a[j-1]*c[j-1]))) ) / (2*a[j-1]) h[j] = hl[j] * (1 - x[j]) + hv[j] * x[j] v[j] = vl[j] * (1 - x[j]) + vv[j] * x[j] ro[j] = 1 / v[j] mi[j] = mil[j] * (1 - x[j]) + miv[j] * x[j] Vel[j] = m9/S*v[j] Re[j] = ro[j] * Vel[j] * di / mi[j] f[j] = 0,33/(Re[j]^0,25) fm[j-1] = (f[j-1] + f[j]) / 2 Velm[j-1] = (Vel[j-1] + Vel[j]) / 2 ((p[j-1] - p[j])*1000 - (fm[j-1]* (DL[j-1] / di)) * (Velm[j-1]^2 / (2 * vl[j-1]))) * S = m9 * (Vel[j]-Vel[j-1]) end

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