238
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ JEREMIAS FERREIRA DA COSTA POLUIÇÃO SONORA: QUE TREM É ESSE NO MEU CELULAR? CURITIBA 2014

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ JEREMIAS FERREIRA …

  • Upload
    others

  • View
    3

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

0

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANAacute

JEREMIAS FERREIRA DA COSTA

POLUICcedilAtildeO SONORA

QUE TREM Eacute ESSE NO MEU CELULAR

CURITIBA

2014

1

JEREMIAS FERREIRA DA COSTA

POLUICcedilAtildeO SONORA

QUE TREM Eacute ESSE NO MEU CELULAR

Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Educaccedilatildeo em Ciecircncias e em Matemaacutetica Linha de Ensino e Aprendizagem de Ciecircncias Setor de Ciecircncias Exatas Universidade Federal do Paranaacute como requisito parcial para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestre em Educaccedilatildeo em Ciecircncias Orientador Prof Dr Sergio Camargo Co-orientadora Profordf Drordf Christiane Gioppo

CURITIBA

2014

2

3

4

AGRADECIMENTOS

A Deus que permitiu realizar um dos meus maiores sonhos que eacute fazer mestrado na UFPR e pelas portas abertas na minha vida Tem me sustentado com acircnimo alegria e disposiccedilatildeo estando comigo em todos os momentos Obrigado meu Deus por me mostrar possibilidades de ldquoir e virrdquo nos caminhos que escolhi

Agrave minha esposa Patriacutecia Barbosa Reeck da Costa que veio completar minha

vida que me amparou e compreendeu nas horas de dificuldade e que me faz muito feliz

Ao meu pai o ldquogente boardquo Telcio Ferreira da Costa e minha ldquomatildeezinhardquo Dona

Maria Lurdes por todas as oraccedilotildees e apoio que me deram para que eu conseguisse chegar ateacute aqui Agrave minha filha Julia Bogdanovicz da Costa por compreender a falta de tempo do pai pois em momentos natildeo conseguir passear andar de bicicleta ou viajar vocecirc eacute uma fonte de inspiraccedilatildeo Enfim minha gratidatildeo se estende a todos os familiares que participaram voluntaacuteria ou involuntariamente da minha vida pois de certa forma fui influenciado por vocecircs

Sou uma pessoa motivada pela Ciecircncia e entendo que a era moderna foi

caracterizada por permitir outros olhares sobre dogmas e crenccedilas possibilitando a academia gerar novos conhecimentos criticar-se e reconfigurar-se em diferentes Programas constituindo uma nova era a contemporacircnea Nesta foi criado o Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Educaccedilatildeo em Ciecircncias e em Matemaacutetica da UFPR para o qual fui aceito Assim agradeccedilo aos meus orientadores Dr Seacutergio Camargo e Dra Christiane Gioppo por terem me selecionado e conduzido para estar aqui agora na posiccedilatildeo de seleciona-los para dedicar minhas conquistas

A minha banca composta pelo Dr Cristiano Rodrigues de Mattos da

Universidade de Satildeo Paulo e pelo Dr Marco Aureacutelio Kalinke da Universidade Tecnoloacutegica Federal do Paranaacute aleacutem de meus orientadores com os quais pude compartilhar muito mais que discussotildees de cunho teoacuterico e a todo o corpo docente do PPGECM da UFPR que participou da minha formaccedilatildeo

Aos amigos que sempre estiveram orando por mim aos colegas e Diretores

dos Coleacutegios Estaduais Professora Maria Aguiar Texieria e Paulo Leminski que contribuiram para a manutenccedilatildeo de um ambiente de trabalho e de pesquisa prazeroso tornando-se sinocircnimo de alegria prevalecendo agrave difusatildeo do conhecimento

5

PEQUENA BIOGRAFIA

Sou da cidade de Arapongas estado do Paranaacute venho de uma famiacutelia de

onze irmatildeos cresci em uma situaccedilatildeo financeira de miseacuteria em que a universidade

era algo muito distante da minha realidade Meu pai sabe apenas assinar o nome

minha matildee eacute analfabeta e meus irmatildeos nunca terminaram o Ensino Fundamental jaacute

entre as irmatildes algumas terminaram o Ensino Meacutedio

Em minha tenra infacircncia meus pais tinham consciecircncia da importacircncia da

escolarizaccedilatildeo e me matricularam em uma escola puacuteblica pois achavam que eu

precisava estudar para aprender a ler e a escrever e com isso meu futuro estaria

garantido

Em 1978 por volta dos 10 anos comecei catar papel na rua para vender e ter

uma fonte de renda Diariamente eu tinha que coletar o suficiente para atingir trecircs

metas 1ordf comprar um pedaccedilo de toucinho dele saiacutea gordura que preparava a

polenta e o torresmo era nossa carne 2ordf comprar um pacote de fubaacute 3ordf comprar

uma barra de sabatildeo para assim ter roupas limpas

No periacuteodo de colheita da lavoura (algodatildeo milho e cafeacute) trabalhava junto

com meu pai e irmatildeos como boias-frias Noacutes levantaacutevamos muito cedo agraves 4 horas

da manhatilde esperaacutevamos em um ponto o caminhatildeo que passava e nos recolhia e

levava para a fazenda onde havia colheita cerca de 100 km de distacircncia da nossa

cidade Embaixo do sol escaldante ou inverno intenso meus sonhos afloravam eu

percebi que natildeo queria aquela vida de sofrimento embora digna Meu sonho de

fazer uma faculdade crescia poreacutem diariamente me perguntava como algueacutem que eacute

financeiramente miseraacutevel poderia alcanccedilar uma vida de ecircxito e especialmente como

conseguiria pagar uma faculdade Natildeo vislumbrava nenhuma resposta ateacute que as

oportunidades para a realizaccedilatildeo dos meus sonhos comeccedilaram surgir

Com quatorze anos entrei na guarda-mirim e comecei trabalhar como Office

boy em uma faculdade privada na cidade de Arapongas Ali como em minha casa

tambeacutem ouvia o secretaacuterio os auxiliares da administraccedilatildeo as zeladoras falarem que

para ldquoser algueacutem na vidardquo tem que estudar Eu ganhava o equivalente a meio

salaacuterio miacutenimo e apesar de trabalhar dentro da faculdade tinha duacutevidas a respeito

de como continuaria meus estudos

6

Em 1990 aos vinte e dois anos conclui a Educaccedilatildeo Baacutesica e crescia a

expectativa de fazer o vestibular assim realizar meu maior sonho cursar

matemaacutetica no ensino superior Natildeo tardou e surgiu a oportunidade que tanto

esperava a diretora da faculdade na eacutepoca a senhora Neuza Wielewicki olhou em

meus olhos e perguntou se eu sonhava em fazer faculdade O que confirmei

prontamente Sabendo de meu interesse ela me ofereceu uma bolsa de estudos

para cursar matemaacutetica Com isso sem pagamento de qualquer taxa ou material

nem mesmo mensalidade eu poderia realizar meu sonho Apenas uma condiccedilatildeo me

foi imposta no ato da liberaccedilatildeo da inscriccedilatildeo para o vestibular e que natildeo poderia

reprovar em nenhuma disciplina se isso ocorresse perderia a bolsa de estudos

Em 1991 entrei no curso de graduaccedilatildeo e quatro anos depois conclui sem

nenhuma reprovaccedilatildeo Devido aos diversos momentos de descontinuidade nos

estudos na educaccedilatildeo baacutesica tive muitas dificuldades na Faculdade entretanto

sempre me dediquei para atingir meus objetivos A partir daiacute compreendi que deveria

planejar meu futuro pois jaacute havia rompido uma barreira gigante a de cursar a

faculdade Entatildeo tracei objetivos e fiz um planejamento de longo prazo que era

essencialmente constituiacutedo pelo investimento em meu processo de formaccedilatildeo

Meus pais nunca questionaram qualquer decisatildeo que eu tivesse tomado pois

em silecircncio acreditavam que esse filho venceria nos estudos e nos obstaacuteculos que

enfrentaria pela frente atingindo uma situaccedilatildeo financeira melhor e por mais que

eles natildeo verbalizassem nutriam a mesma expectativa a de que eu teria melhores

condiccedilotildees financeira que eles Assim eu me percebia centrado com autocontrole

racional e objetivo Meus pais sempre foram muito trabalhadores mas natildeo tinham

seguranccedila financeira por isso eles poderiam ver nesse filho uma possibilidade de

ascensatildeo social Aleacutem disso esperavam que meus esforccedilos trariam mais do que

recompensas financeiras mas tambeacutem constituiriam meus valores e princiacutepios A

esperanccedila de meus pais e o foco nos objetivos traccedilados me deram a certeza de que

ao terminar a faculdade teria uma das mais belas profissotildees a de professor com

habilitaccedilotildees em Matemaacutetica e Fiacutesica e a possibilidade de asceder socialmente

Depois de graduado mudei-me para Curitiba onde comecei lecionar no

regime CLT Em seguida fui aprovado em concursos para o Quadro Proacuteprio do

Magisteacuterio (QPM) do Estado do Paranaacute nas disciplinas de fiacutesica e matemaacutetica

Tornei-me professor do Ensino Fundamental e Meacutedio da Educaccedilatildeo Baacutesica e hoje

trabalho em duas escolas puacuteblicas

7

Em meu trabalho de professor por vaacuterios anos tenho recebido estudantes

estagiaacuterios de Praacutetica de Docecircncia oriundos de diversas Universidades da cidade de

Curitiba inclusive da Universidade Federal do Paranaacute (UFPR) Com isso tenho

interagido com as Universidades e em 2009 o professor da disciplina de Praacutetica de

Ensino e Estaacutegio Supervisionado em Fiacutesica (II e III) da UFPR inscreveu uma

proposta para participar do Edital CAPESDEB Nordm 0022009 - Programa Institucional

de Bolsa de Iniciaccedilatildeo agrave Docecircncia ndash PIBID O projeto foi aprovado e eu selecionado

para participar na funccedilatildeo de Professor Supervisor da disciplina de Fiacutesica O

programa teve iniacutecio em 2010 e desde entatildeo estudantes da UFPR desenvolvem

projetos na aacuterea de Ensino de Fiacutesica participando ativamente da rotina do coleacutegio O

objetivo desse projeto eacute que os estudantes universitaacuterios tenham mais experiecircncia e

reflexotildees sobre a docecircncia Os participantes do programa (estudantes da

universidade professores supervisores e o coordenador de aacuterea) participam da

rotina da escola tambeacutem reuacutenem-se uma vez por semana na Universidade para

estudar assuntos relacionados agrave aprendizagem e a avaliaccedilatildeo

Para aleacutem das rotinas escolares e reuniotildees o coordenador nos motiva a fazer

pesquisas a participar de congressos nacionais e internacionais e a dar

continuidade em nossos estudos e foi nesse bojo que o Professor Seacutergio Camargo

sugeriu que me candidatasse ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Educaccedilatildeo em

Ciecircncias e em Matemaacutetica da UFPR Assim elaborei um projeto de estudo sobre a

Poluiccedilatildeo Sonora no ambiente escolar Para finalizar gostaria de reiterar que minha

histoacuteria de vida estaacute permeada pela ideia de traccedilar um objetivo claro e mover

esforccedilos para alcanccedilaacute-lo e tambeacutem por encontrar pessoas que atravessaram meu

caminho em diversos momentos e ofereceram oportunidades aacute realizaccedilatildeo de meus

sonhos

8

RESUMO

Haacute muitos anos atuo como professor do Ensino Meacutedio e ao longo desse tempo percebi a exacerbaccedilatildeo nos ruiacutedos emitidos pelos meios de transportes no entorno do Coleacutegio Simultaneamente houve grande aumento da presenccedila do Celular na sala de aula pelos estudantes especialmente para ouvir muacutesica Esses dois fatores desencadearam o presente estudo O objetivo desta dissertaccedilatildeo foi investigar Niacuteveis de ruiacutedo no entorno e na aacuterea interna ao Coleacutegio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira A partir do delineamento da temaacutetica central relacionada a Poluiccedilatildeo Sonora iniciei a revisatildeo de literatura selecionando quatro eventos Os Encontros de Pesquisa em Ensino de Fiacutesica (EPEF) os Encontros de Pesquisa em Educaccedilatildeo em Ciecircncias (ENPEC) os Encontros de Pesquisa em Educaccedilatildeo Ambiental (EPEA) e os Encontros de Tecnologia da Informaccedilatildeo e Educaccedilatildeo (TICEDUCA) Busquei tambeacutem dissertaccedilotildees e teses publicadas no banco da CAPES realizadas por pesquisadores da aacuterea de educaccedilatildeo A revisatildeo de literatura me permitiu afirmar que a temaacutetica poluiccedilatildeo sonora eacute pouco discutida entre educadores e pesquisadores da aacuterea assim estabeleci dois recortes o primeiro se refere ao ruiacutedo do entorno do coleacutegio e o segundo ao volume alto utilizado para ouvir muacutesicas no Aparelho Celular por meio de fones auriculares A partir desses dois recortes estabeleci trecircs premissas e com elas constituiacute as seguintes questotildees de pesquisa 1) Quais satildeo os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) oriundos do entorno do CEPMAT 2) ComoSe os estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT usam o Celular no ambiente escolar 3) Quais satildeo os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) a que os estudantes do CEPMAT satildeo submetidos quando ouvem muacutesica com fones auriculares conectados a Aparelhos Celulares no ambiente escolar Em Havendo Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) (acima do disposto na Legislaccedilatildeo e) estabelecidos nesta dissertaccedilatildeo como Poluiccedilatildeo Sonora procurei verificar 4) Se e como os estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT percebem as normas e regras (Regimento Escolar) e a existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora a) oriunda do entorno da escola b) oriunda dos fones auriculares conectados aos Aparelhos Celulares e os possiacuteveis efeitos dessa Poluiccedilatildeo na Sauacutede deles c) as regras e normas utilizadas no CEPMAT Para balizar os recortes estabelecidos utilizei o conceito Cultura abordado por Stuart Hall (2011) o de Interaccedilatildeo Social e o de modificaccedilatildeo transformaccedilatildeo do ambiente proposto por Vigotsky (2007) bem como as mudanccedilas nas formas de interaccedilatildeo social geradas pelos novos meios de comunicaccedilatildeo (THOMPSON 2011) Para constituir os dados e fazer a triangulaccedilatildeo entre eles criei um questionaacuterio que investigou o uso do Celular no ambiente escolar realizei afericcedilotildees dos niacuteveis de pressatildeo sonora do entorno e nos fones auriculares conectados aos Aparelhos Celulares dos estudantes quando ouvem muacutesicas Adaptei tambeacutem um ldquoTeste para autoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo que investigou a percepccedilatildeo dos estudantes sobre os sintomas de estresse na sauacutede deles A revisatildeo de literatura me fez perceber que o assunto ldquoPoluiccedilatildeo Sonorardquo eacute pouco discutido entre os pesquisadores do Ensino de Fiacutesica e de Ciecircncias e natildeo eacute uma preocupaccedilatildeo dos Educadores Ambientais As afericcedilotildees de niacuteveis de Pressatildeo Sonora oriundas do entorno do CEPMAT identificaram intensidade de ruiacutedo ateacute 100 dB(A) isto eacute aproximadamente 67 acima dos limites de emissatildeo de ruiacutedo para as Zonas Estruturais Educacionais estabelecidos pela Lei Ordinaacuteria Municipal 106252002 que eacute de 60 dB(A) mas os estudantes nem sempre percebem o ruiacutedo do entorno como um incocircmodo e tiveram dificuldades para relacionar o ruiacutedo do traacutefego (especialmente dos trens) com algum fator de estresse

9

(tais como diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo dificuldades de aprendizagem e esgotamento) e natildeo percebem o ruiacutedo das composiccedilotildees como responsaacutevel por trazer zumbidos aos ouvidos No que tange agrave poluiccedilatildeo sonora a que o estudante estaacute submetido ao ouvir muacutesica utilizando fones auriculares conectados aos Aparelhos Celulares os dados revelaram resultados ainda mais assustadores pois 85 tecircm informaccedilatildeo de que uma exposiccedilatildeo diaacuteria a ruiacutedos intensos pode ser prejudicial agrave sauacutede auditiva mas no que tange ao uso de fones de ouvido apenas 15 responderam que tecircm conhecimento dos malefiacutecios agrave sauacutede causados pelo excesso de ruiacutedo oriundo do Celular Um dos dados mais significativos foi constatar que aproximadamente 95 dos estudantes pesquisados ouvem muacutesica em volume meacutedio de 1047 dB(A) usando fones auriculares conectados ao Aparelho Celular em meacutedia por 4 horasdia Isso significa que podem estar colocando em risco a sauacutede auditiva com possibilidade de perda irreversiacutevel da audiccedilatildeo Os resultados detectaram ainda que a maioria absoluta (95) dos estudantes tem celular e o traz para o coleacutegio embora esse equipamento seja insignificativamente utilizado durante atividades didaacuteticas ao longo das aulas Aleacutem disso 98 dos estudantes pesquisados tecircm consciecircncia da proibiccedilatildeo que consta no regimento escolar referente ao uso de Celulares para fins natildeo didaacuteticos mas ainda assim eles admitiriam afrontar deliberadamente a norma estabelecida pelo coleacutegio 67 dos estudantes revelaram que natildeo percebem sintomas de estresse de natureza fiacutesica (perda de energia e zumbido na audiccedilatildeo) pelo contraacuterio um nuacutemero consideraacutevel (5250) de estudantes declarou que se concentra melhor quando ouve muacutesicas durante as tarefas escolares Outro dado interessante eacute que 3250 dos estudantes natildeo estatildeo dispostos a deixar de utilizar o Celular para ouvir muacutesica Por outro lado 15 dos estudantes jaacute percebem pelo menos um dos sintomas de stress tanto ao ouvirem muacutesica no Celular quanto ao entrarem em contato com ruiacutedos oriundos dos meios de transportes Com esses resultados pode-se depreender que compreender a importacircncia da Poluiccedilatildeo sonora na escola eacute fundamental especialmente no que tange a presenccedila e uso do Aparelho Celular na escola Ao compreender esse objeto de desejo entendemos com mais profundidade o que opera no sistema representacional da nossa cultura que constroacutei significados modifica o sentimento de pertencimento dos estudantes ao grupo modelam praacuteticas de conduta e ideias Palavras-chave Identidade Cultural Poluiccedilatildeo Sonoro-visual Ensino de Ciecircncias Percepccedilatildeo Auditiva Ambiente Escolar

10

ABSTRACT For many years I have been working as a High School teacher and over that time I realized the exacerbation in the noise emitted by urban transports in the vicinity of the School Simultaneously there was large increase in Mobiles presence in the classroom for students especially for listening music These two factors have triggered this study The aim of this master thesis was to investigate the external and internal Noise at State School Teacher Maria Aguiar Teixeira From the design of the central theme related to Noise Pollution started the literature review selecting four events The Meetings of Research in Physics Teaching (EPEF) the Research Meetings in Science Education (ENPEC) the Research Meetings on Environmental Education (EPEA) and the Technology Meetings Information and Education (TICEDUCA) Also sought Master Theses and Doctoral Dissertations published in the data of CAPES conducted by education researchers The review on the literature allowed me to conclude that the noise pollution theme is little discussed among educators and researchers thus I established two research paths the first refers to the traffic noise around school environment and the second to the high volume used to listen to music on Mobile Handset through earphones From these two paths established three premises and with them have set the following research questions 1) What are the Sound Pressure Levels (SPL) coming from the school surroundings 2) How If CEPMAT high school students use Mobile at school 3) What are the Sound Pressure Levels (SPL) that the CEPMAT students undergo when they hear music with earphones connected to Cell Phones at school Having in Sound Pressure Levels (SPL) (above provisions of legislation and set forth as Noise Pollution in this dissertation tried to check 4) If and how the CEPMAT high school students understand School Rules and the existence Sound Pollution a) coming from the school surroundings b) arising from the earphones connected to the Cell Phones and possible pollution effects on their health c) CEPMAT School rules and standards To mark the paths established used the concept Culture approached by Stuart Hall (2011) the social interaction and modification transformation of the environment proposed by Vygotsky (2007) as well as changes in the forms of social interaction generated by new media (Thompson 2011) To provide the data and make triangulation between them created a questionnaire that investigated the use of Mobile at school I performed measurements of the sound pressure levels of the surroundings and the earphones connected to the Handsets students when they hear music I adapted also a test for self-identification of some symptoms of stress that investigated the perceptions of students about the symptoms of stress in their health The literature review made me realize that the subject Sound Pollution is rarely discussed among Physics and Science Education researchers and not at all discussed among environmental education Researchers in Brazil Measurements of sound pressure levels coming from the surrounding of CEPMAT identified noise up to 100 dB (A) ie approximately 67 above the noise emission limits for Educational structural zones established by the Municipal Annual Law 106252002 that is 60 dB(A) but students do not always perceive the surrounding noise as a nuisance and had difficulty relating the traffic noise (especially trains) with some stress factor (such as decreased concentration difficulty learning and exhaustion) and do not realize the noise of the train as responsible for bringing ringing in the ears Regarding the noise pollution to which the student is subjected while listening to music using earphones connected to Cell Phones data showed somewhat scary results because 85 have information that a daily exposure to loud noise can be harmful to hearing health but

11

when it comes to the use of headphones only 15 said they are aware of the harm to health caused by excessive noise coming from of Mobile One of the most significant data was seen that approximately 95 of students surveyed listen to music on average volume of 1047 dB (A) using earphones connected to the Mobile Handset for an average of 4 hours day This means they can be putting at risk the auditory health with the possibility of irreversible hearing loss The results also found that an absolute majority (95) of the students have cell and brings them to school although this equipment is almost non used for educational activities during the lessons In addition 98 of students surveyed are aware of the prohibition contained in the school regulations concerning the use of Mobile for not teaching purposes yet they admit deliberately defy the norm established by the school 67 of students revealed that not perceive symptoms of stress of a physical nature (energy loss and tinnitus in the hearing) on the contrary a considerable number (5250) students stated that focuses better when listening to music during homework Another interesting fact is that 3250 of students are unwilling to stop using the Mobile to listen to music On the other hand 15 of the students already have at least one of the stress symptoms when they hear music in Mobile as well as when they get in touch with noise coming from veicles With these results we can conclude that understand the importance of Noise Pollution at school is fundamental especially regarding the presence and use of the Mobile Handset in school By understanding this object of desire we understand more deeply what operates in the representational system of our culture which creates meaning changes the studentsacute feeling of belonging to the group and model practics of conduct ideas

Keywords Identity Noise Pollution Science Education Perception Environment

12

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 01 - (A) MAPA DA REGIAtildeO (B) FACHADA DO COLEacuteGIO

ESTADUAL PROFESSORA MARIA AGUIAR

TEIXEIRA

27

FIGURA 02 - (A) OcircNIBUS BIARTICULADO (B) OcircNIBUS LIGEIRINO NO

CORREDOR LESTE

28

FIGURA 03 - (3A e 3B) PISTAS EM FRENTE AO COLEacuteGIO COM

TRAacuteFEGO INTENSO E CIRCULACcedilAtildeO DE CAMINHOtildeES

28

FIGURA 04 - (4A e 4B) FOTO AEacuteREA DE 1957 DO BAIRRO (B) FOTO

AEacuteREA DE 2008 DO BAIRRO LOCALIZANDO O

COLEacuteGIO

29

FIGURA 05 - (A e B) LINHA FEacuteRREA EM FRENTE AO COLEacuteGIO 29

FIGURA 06 - (A) VILA OFICINAS NO CAJURU NA DEacuteCADA DE 50 E B)

VILA OFICINAS CAJURU NOS DIAS DE HOJE

30

FIGURA 07 - REDE INTEGRADA DE TRANSPORTES PUacuteBLICO DE

CURITIBA EM 2003

112

13

LISTA DE QUADROS

QUADRO 01 - EPEF REALIZADOS DE 1986 ATEacute 2012 38

QUADRO 02 - ENPEC REALIZADOS DE 1997 ATEacute 2013 40

QUADRO 03 - EPEAs REALIZADOS DE 2001 A 2013 41

QUADRO 04 - TICEDUCA REALIZADOS DE 2010 A 2012 43

QUADRO 05 - LEVANTAMENTO DAS DIVERSAS EDICcedilOtildeES DOS EPEF

ENPEC EPEA E TICEDUCA NO PERIacuteODO DE 1986 A

2013

44

QUADRO 06 - RESUMO DOS EVENTOS REALIZADOS DE 1986 A

2013

45

QUADRO 07 - ARTIGOS SOBRE POLUICcedilAtildeO SONORA 46

QUADRO 08 - ARTIGOS SOBRE TECNOLOGIAS MOacuteVEIS 50

QUADRO 09 - LEVANTAMENTO NO BANCO DE TESES DA CAPES

INDICANDO ANO NUacuteMERO TOTAL DE TRABALHOS

PUBLICADOS

55

QUADRO 10 - NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA EM (NPS) PERMITIDOS

EM AacuteREAS RESIDENCIAIS E ESCOLARES

70

14

LISTA DE GRAacuteFICOS

GRAacuteFICO 01 - VOCEcirc POSSUI UM TELEFONE CELULAR 79

GRAacuteFICO 02 - VOCEcirc TRAZ O TELEFONE CELULAR PARA A

ESCOLA

80

GRAacuteFICO 03 - QUANTO TEMPO VOCEcirc USA O TELEFONE CELULAR

AO LONGO DO DIA PARA QUALQUER DE SUAS

FUNCcedilOtildeES

81

GRAacuteFICO 04 - QUAIS AS FUNCcedilOtildeES DO TELEFONE CELULAR QUE

VOCEcirc UTILIZOU NA SALA DE AULA SEM RELACcedilAtildeO

COM A APRENDIZAGEM

82

GRAacuteFICO 05 - NA SALA DE AULA VOCEcirc ALGUMA VEZ JAacute UTILIZOU O

TELEFONE CELULAR PARA AJUDAR NA SUA

APRENDIZAGEM

83

GRAacuteFICO 06 - QUANTO VOCEcirc GASTA EM MEacuteDIA EM CREacuteDITOS POR

MEcircS

84

GRAacuteFICO 07 - VOCEcirc SABIA QUE O REGIMENTO ESCOLAR PROIacuteBE O

USO DO TELEFONE CELULAR NA SALA DE

AULA

85

GRAacuteFICO 08 - VOCEcirc JAacute OUVIU DIZER QUE O TELEFONE CELULAR

PODE TRAZER PROBLEMAS PARA

AUDICcedilAtildeO

86

GRAacuteFICO 09 - NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS) QUE OS

ESTUDANTES DO CEPMAT ESTAtildeO SUBMETIDOS

QUANDO OUVEM MUacuteSICA NOS FONES AURICULARES

CONECTADOS AO APARELHO CELULAR

103

GRAacuteFICO 10 - PERCEPCcedilAtildeO DOS ESTUDANTES EM RELACcedilAtildeO Agrave

POLUICcedilAtildeO SONORA NO ENTORNO DO CEPMAT

125

GRAacuteFICO 11 - PERCEPCcedilAtildeO DOS ESTUDANTES SOBRE OS EFEITOS

DA POLUICcedilAtildeO SONORA EXTERNA AO

CEPMAT

129

70

15

GRAacuteFICO 12 - IMPACTOS CAUSADOS PELOS TRENS CARROS E

OcircNIBUS AOS ESTUDANTES

131

GRAacuteFICO 13 - INCOcircMODOS CAUSADOS POR RUIacuteDOS AOS

ESTUDANTES

133

GRAacuteFICO 14 - INCOcircMDO CAUSADO PELA MUacuteSICA OUVIDA NO FONE

AURICULAR CONECTADO AO APARELHO

CELULAR

138

GRAacuteFICO 15 - PERCEPCcedilAtildeO DOS ESTUDANTES EM RELACcedilAtildeO AOS

SINTOMAS DE ESTRESSE DEFLAGRADOS POR

OUVIR MUacuteSICA NOS FONES AURICULARES LIGADOS

A APARELHOS CELULARES

140

GRAacuteFICO 16 - SINTOMAS DO ESTRESSE E DIFICULDADES DE

CONCENTRACcedilAtildeO NAS AVALIACcedilOtildeES

142

GRAacuteFICO 17 - PERCEPCcedilAtildeO DE ALGUNAS SINTOMAS DE

ESTRESSE

144

GRAacuteFICO 18 - O ESTRESSE DO DIA A DIA E A FELICIDADE DE OUVIR

MUacuteSICA NO CELULAR

147

GRAacuteFICO 19 - PARTICIPACcedilAtildeO DA COMUNIDADE ESCOLAR NA

CONSTRUCcedilAtildeO DO REGIMENTO ESCOLAR

152

16

LISTA DE TABELAS

TABELA 01 - RESULTADO DO TESTE DE FISCHER PARA

ASSOCIACcedilAtildeO DAS QUESTOtildeES 1 E 2

88

TABELA 02 - RESUTLADO DO TESTE QUI-QUADRADO PARA

ASSOCIACcedilOtildeES DAS QUESTOtildeES 3 E 4

89

TABELA 03 - LIMITES DE TOLERAcircNCIA PARA RUIacuteDO CONTIacuteNUO E

INTERMITENTE

97

TABELA 04 - AFERICcedilOtildeES DOS NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS)

ORIUNDOS DO EXTERIOR DO CEPMAT E MEDIDOS NO

INTERIOR

100

TABELA 05 - NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS) NO INTERIOR DO

CEPMAT EM SALAS DE AULA

102

17

LISTA DE SIGLAS

ABNT Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas ALL America Latina Logiacutestica ABRAPEC Associaccedilatildeo Brasileira de Pesquisa e Ensino de Ciecircncias CEPMAT Coleacutegio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira CLT Consolidaccedilatildeo das Leis Trabalhistas CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente dB(A) Decibeacuteis EFT Revista Educaccedilatildeo Formaccedilatildeo amp Tecnologias ENPEC Encontro Nacional de Pesquisa e Educaccedilatildeo em Ciecircncias EPEA Encontro de Pesquisa em Educaccedilatildeo Ambiental EPEF Encontro de pesquisa e Ensino de Fiacutesica IBAPE Instituto Brasileiro de Alto Desempenho IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IPDA Instituto Paulista de Deacuteficit de Atenccedilatildeo IPPUC Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba ISO Organizaccedilatildeo Internacional para Padronizaccedilatildeo Leq Niacutevel de Ruiacutedo Equivalente Contiacutenuo (dB) MP3 Moving Picture Audio Layer-3 MTb Ministeacuterio do Trabalho NPS Niacutevel de Pressatildeo Sonora NBR Norma Brasileira Regulamentadora NR Norma Regulamentadora OMS Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede PAIR Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo PIBID Programa Institucional de Bolsas de Iniciaccedilatildeo agrave Docecircncia PPP Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico PROEJA Programa de Integraccedilatildeo da Educaccedilatildeo Profissional ao Ensino

Meacutedio na Modalidade de Educaccedilatildeo de Jovens e Adultos QPM RFFSA

Quadro Proacuteprio do Magisteacuterio Rede Ferroviaacuteria Federal SA

RVPSC Rede de Viaccedilatildeo Paranaacute Santa Catarina SBF Sociedade Brasileira de Fiacutesica SBO Sociedade Brasileira de Otologia SBPC Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciecircncia SEEDPR Secretaria do Estado de Educaccedilatildeo do Paranaacute UFPR Universidade Federal do Paranaacute UFSCAR Universidade Federal de Satildeo Carlos UNESCO Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a

Cultura UIDEF TCLE TIC

Unidade de Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento em Educaccedilatildeo e Formaccedilatildeo da Universidade de Lisboa Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo

TICEDUCA Encontro Internacional de Tecnologia da Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo e Educaccedilatildeo

ZE-E Zona Especial Educacional

18

SUMAacuteRIO

INTRODUCcedilAtildeO 21

1 INCOcircMODOS INCIAIS 25

11 O COLEacuteGIO E AS MUDANCcedilAS NA PAISAGEM URBANA DO BAIRRO AO

LONGO DOS UacuteLTIMOS 50 ANOS 26

12 OS APARELHOS CELULARES E O COLEacuteGIO 31

2 REVISAtildeO DA LITERATURA SOBRE A TEMAacuteTICA POLUICcedilAtildeO SONORA E O USO DO

APARELHO CELULAR 36

21 EPEF ndash ENCONTRO DE PESQUISA EM ENSINO DE FIacuteSICA 37

22 ENPEC ndash ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM EDUCACcedilAtildeO EM

CIEcircNCIAS 39

23 EPEA ndash ENCONTRO DE PESQUISA EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTAL 41

24 TICEDUCA ndash TECNOLOGIAS E EDUCACcedilAtildeO 42

25 SELECcedilOtildeES DE ARTIGOS NOS EVENTOS 43

26 ARTIGOS RELACIONADOS Agrave POLUICcedilAtildeO SONORA 46

27 ARTIGOS RELACIONADOS COM TECNOLOGIA MOacuteVEL 49

28 PROJETOS QUE UTILIZAM O APARELHO CELULAR COMO FERRAMENTA

DE ENSINO 54

29 RESUMO DAS DISSERTACcedilOtildeES E TESES LOCALIZADAS NO BANCO DE TESES

DA CAPES SOBRE POLUICcedilAtildeO SONORA 55

210 SIacuteNTESE DA SECcedilAtildeO 62

3 PERSPECTIVAS CULTURAIS E AS ALTERACcedilOtildeES NAS PERCEPCcedilOtildeES

ESPACcedilO-TEMPORAIS SOBRE SOM E RUIacuteDO 64

31 CULTURAS E IDENTIDADES NA POacuteS-MODERNIDADE 65

32 NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA NAS RUAS DO ENTORNO DO COLEacuteGIO 69

33 INTERACcedilOtildeES SOCIAIS TECNOLOGIA E MEIO AMBIENTE ESCOLAR 71

34 SIacuteNTESE DA SECcedilAtildeO 76

4 O USO DO CELULAR E AS PERCEPCcedilOtildeES SOBRE POLUICcedilAtildeO SONORA 76

41 CORRELACcedilAtildeO ENTRE QUESTOtildeES 87

42 SIacuteNTESE DA SECcedilAtildeO91

5 NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA ORIUNDOS DO ENTORNO0020DO CEPMAT E NOS

FONES AURICULARES CONETADOS AOS APARELHOS CELULARES DOS

ESTUDANTES DO ENSINO MEacuteDIO QUANDO OUVEM MUacuteSICA 93

51 SINTOMATOLOGIAS CARACTERIacuteSTICAS DA PAIR 95

52 ORIENTACcedilAtildeO METODOLOacuteGICA DO INSTRUMENTO 97

19

521 O Equipamento 97

522 Procedimento 98

53 RESULTADOS DAS AFERICcedilOtildeES DOS NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS)

EMITIDOS PELOS MEIOS DE TRANSPORTES DO ENTORNO DO

CEPMAT 100

54 RESULTADOS DAS AFERICcedilOtildeES DOS NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS)

EMITIDOS NOS FONES AURICULARES CONECTADOS NO APARELHO

CELULAR 102

55 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS 104

56 SINTESE DA SECcedilAtildeO 107

6 POLUICcedilAtildeO SONORA E AS PERCEPCcedilOtildeES DOS ESTUDANTES DE ALGUNS

SINTOMAS DE ESTRESSE 109

61 O CRESCIMENTO DA CIDADE E O AUMENTO DO RUIacuteDO AMBUIENTE 110

62 OS SINTOMAS DE ESTRESSE E A PERCEPCcedilAtildeO DOS ESTUDANTES 115

63 ORIENTACcedilOtildeES METODOLOacuteGICAS DO INSTRUMENTO 120

64 PARTICIPANTES 123

65 CONSTITUICcedilAtildeO DOS DADOS 123

66 ANAacuteLISE DE DADOS 124

661 Parte 1 A existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do Coleacutegio 125

6611 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I1 E I2 126

6612 CONSIDERACcedilOtildeES 126

662 Parte 2 Os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do Coleacutegio na sauacutede

dos estudantes 128

6621 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I3 I4 e I5 130

6622 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I6 I7 e I8 132

6623 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I9 I10 e I11 134

6624 CONSIDERACcedilOtildeES 135

663 Parte 3 A existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos fones auriculares

Conectados aos Aparelhos Celulares e os efeitos na sauacutede dos estudantes 138

6631 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I12 I13 e I14 139

6632 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I15 I16 e I17 141

6633 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I18 I19 e I20 143

6634 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I21 I22 e I23 145

6635 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I24 I25 e I26 148

6636 CONSIDERACcedilOtildeES 148

664 Parte 4 O uso de equipamentos eletrocircnicos e o Regimento Escolar 152

6641 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I27 I28 e I29 153

20

6642 CONSIDERACcedilOtildeES 154

67 SIacuteNTESE DA SECcedilAtildeO 156

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 159

71 APONTAMENTOS OBTIDOS A PARTIR DA ANAacuteLISE DOS DADOS 160

711 A Poluiccedilatildeo Sonora e o entorno do CEPMAT 160

712 O uso do Aparelho Celular 163

713 Poluiccedilatildeo Sonora Gerada pelos Fones auriculares e Autoidentificaccedilatildeo Alguns

Sintomas de Estresse 165

72 ALGUMAS POSSIBILIDADES 168

73 SUGESTOtildeES DE ACcedilOtildeES MITIGATOacuteRIAS DA POLUICcedilAtildeO SONORA PARA O

ENTORNO E O INTERIOR DO CEPMAT 170

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 172

ANEXOS 184

ANEXO I - LEI 106252002 185

ANEXO II - NR 15 ATIVIDADES E OPERACcedilOtildeES INSALUBRES 197

ANEXO III ndash ANAacuteLISE CRIacuteTICA E PARECER SOBRE O ldquoTESTE PARA AUTO

IDENTIFICACcedilAtildeO DE ALGUNS SINTOMAS DE ESTRESSErdquo 200

ANEXO IV - FOTO DECIBELIacuteMETRO 207

ANEXO V - NBR 10151 208

ANEXO VI - NBR 10152 212

ANEXO VII - NBR133691995 216

ANEXO VIII - PLANTA BAIXA ARQUITETOcircNICA DO CEPMAT PLANTA BAIXA

ARQUITETOcircNICA DO CEPMAT 219

ANEXO IX - LAUDO TEacuteCNICO DE AVALIACcedilAtildeO DE RUIacuteDO NO ENTORNO DO CEPMAT

220

ANEXO X - LAUDO TEacuteCNICO DE AVALIACcedilAtildeO DE RUIacuteDO DOS FONES DE OUVIDO

CONECTADOS AO APARELHO CELULAR 226

APEcircNDICES 232

APEcircNDICE I - PESQUISA SOBRE CELULAR NA ESCOLA 233

APEcircNDICE II - TESTES DE AUTOIDENTIFICACcedilAtildeO DE ALGUNS SINTOMAS DE

ESTRESSE 235

APEcircNDICE III ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO 237

21

INTRODUCcedilAtildeO

Esta dissertaccedilatildeo comeccedilou a ser gestada em minha atuaccedilatildeo como professor

de Fiacutesica e Matemaacutetica do Ensino Meacutedio em dois Coleacutegios Puacuteblicos na cidade de

Curitiba Ao longo de minhas atividades na docecircncia percebi aspectos dos coleacutegios

e da sala de aula que comeccedilaram a me trazer alguns incocircmodos perturbaccedilotildees e

acabaram desestabilizando minha zona de conforto Chamaram a atenccedilatildeo de tal

forma que decidi iniciar esta dissertaccedilatildeo explicitando o contexto em que o estudo

sobre poluiccedilatildeo sonora surgiu e os dois recortes que estabeleci Primeiramente

apresento o coleacutegio sua localizaccedilatildeo e a mudanccedila que o bairro sofreu ao longo dos

anos no que se refere agrave paisagem urbana das circunvizinhanccedilas e a problemaacutetica do

ruiacutedo1 das vias e do trem no entorno da escola Estamos inseridos em uma

sociedade que natildeo se difere das demais sociedades ocidentais no que tange aos

problemas urbanos contemporacircneos A escola estaacute imersa em problemas

ambientais causados pelo crescimento desordenado dos centros urbanos A

degradaccedilatildeo ambiental o aumento da violecircncia urbana a pobreza e as dificuldades

relacionadas ao aumento traacutefego motorizado satildeo alguns exemplos (SOUZA 2005)

Para Levi (1990) esses problemas nascem da relaccedilatildeo entre os humanos e a

natureza e da forma como estatildeo sendo apresentados hoje parece natildeo ter soluccedilatildeo

uma vez que retroalimentam uma crise contiacutenua e crescente que eacute social cultural

poliacutetica econocircmica ecoloacutegica etc

A poluiccedilatildeo sonora estaacute entre as vaacuterias manifestaccedilotildees de agressatildeo

socioambiental e traz uma seacuterie de prejuiacutezos agrave sauacutede humana De acordo com Brasil

(2006) alguns sintomas que podem detectar se o organismo estaacute (ou natildeo) sendo

afetado pela poluiccedilatildeo sonora satildeo alteraccedilatildeo da qualidade do sono alteraccedilatildeo da

percepccedilatildeo e da compreensatildeo de fala modificaccedilatildeo da frequecircncia cardiacuteaca

acompanhada de sudorese diminuiccedilatildeo da capacidade de desempenho de tarefas

1 A Lei Ordinaacuteria Municipal 10625 (CURITIBA 2002) que dispotildee sobre ruiacutedos urbanos define som

ruiacutedo e poluiccedilatildeo sonora como SOM vibraccedilatildeo acuacutestica capaz de provocar sensaccedilotildees auditivas RUIacuteDO som capaz de causar perturbaccedilatildeo ao sossego puacuteblico ou efeitos psicoloacutegicos e fisioloacutegicos negativos em seres humanos e animais POLUICcedilAtildeO SONORA emissatildeo de som ou ruiacutedo que seja direta ou indiretamente ofensivo ou nocivo agrave sauacutede agrave seguranccedila e ao bem-estar da coletividade ou transgrida as disposiccedilotildees fixadas nesta lei A totalidade da lei pode ser vista no Anexo I desta dissertaccedilatildeo

22

psicomotoras reaccedilatildeo muscular contraccedilatildeo do abdocircmen e do estocircmago alteraccedilatildeo da

funccedilatildeo intestinal lesotildees teciduais dos rins e do fiacutegado aumento da produccedilatildeo de

hormocircnios da tireoide e da produccedilatildeo de adrenalina aumento da produccedilatildeo

corticotroacutefica queda da resistecircncia a doenccedilas infecciosas disfunccedilatildeo no sistema

reprodutor contraccedilatildeo dos vasos sanguiacuteneos dilataccedilatildeo das pupilas irritabilidade

ansiedade e insocircnia Considerando tais sintomas delimito o primeiro recorte deste

estudo ao ruiacutedo no entorno do coleacutegio

O segundo recorte eacute intriacutenseco a problemaacutetica cotidiana dos estudantes

relacionada ao volume alto utilizado para ouvir muacutesicas no Aparelho Celular por

meio de fones auriculares Os equipamentos de telefonia Celular invadiram a sala de

aula de forma enviesada natildeo pelas matildeos das autoridades governamentais nem por

iniciativa da escola mas pela via dos proacuteprios estudantes que os levam

desrespeitando inclusive normas internas estabelecidas pelo Projeto Poliacutetico

Pedagoacutegico da instituiccedilatildeo ainda que possamos consideraacute-las anacrocircnicas

Os incocircmodos trazidos em relaccedilatildeo aos sonsruiacutedospoluiccedilatildeo sonora tanto

causada pelos meios de transportes quanto oriundos das muacutesicas ouvidas em fones

auriculares conectados ao Aparelho Celular foram medidos analisados e discutidos

e a estrutura deste trabalho estaacute dividida em sete seccedilotildees a saber

Na primeira seccedilatildeo apresento os incocircmodos iniciais que datildeo o contexto da

pesquisa considerando as mudanccedilas na paisagem urbana ao longo dos uacuteltimos

cinquenta anos resultando em estudos sobre a poluiccedilatildeo sonora do entorno do

Coleacutegio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira - CEPMAT Considero tambeacutem

que o crescimento exponencial do nuacutemero de usuaacuterios de Aparelhos Celulares se

tornou uma questatildeo difiacutecil de ser gerenciada em sala de aula Assim justifico o

problema e estabeleccedilo as questotildees da pesquisa Apresento as lacunas no

conhecimento produzido ateacute entatildeo no que concerne aos problemas de poluiccedilatildeo

sonora sua relaccedilatildeo com o processo de urbanizaccedilatildeo e os usos do Aparelho Celular

para fins natildeo didaacuteticos entatildeo estabeleccedilo os objetivos desta investigaccedilatildeo

Na segunda seccedilatildeo apresento a revisatildeo de literatura sobre o tema Poluiccedilatildeo

Sonora em quatro eventos da aacuterea Os Encontros de Pesquisa em Ensino de Fiacutesica

(EPEF) os Encontros de Pesquisa em Educaccedilatildeo em Ciecircncias (ENPEC) os

Encontros de Pesquisa em Educaccedilatildeo Ambiental (EPEA) e os Encontros de

Tecnologia da Informaccedilatildeo e Educaccedilatildeo (TICEDUCA) Aleacutem dos quatro eventos

tambeacutem pesquisei no banco de dissertaccedilotildees e teses da CAPES e em projetos que

23

utilizam o Celular como ferramenta de apoio ao ensino Para todos busquei

trabalhos que tivessem as seguintes palavras chaves Poluiccedilatildeo Sonora no Ambiente

Escolar Ruiacutedo e Som publicadas por pesquisadores da aacuterea de educaccedilatildeo

Na terceira seccedilatildeo busquei em alguns pensadores explicaccedilotildees sobre as

mudanccedilas que ocorreram na sociedade contemporacircnea e que deram aporte teoacuterico

aos trecircs argumentos propostos nesta dissertaccedilatildeo a saber

Na sociedade contemporacircnea a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos entre si e dos

indiviacuteduos com o ambiente foi alterada em relaccedilatildeo ao modelo de

sociedade moderna

Os meios de transporte alteraram a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos com o

ambiente a partir de outra percepccedilatildeo sobre a relaccedilatildeo espaccedilo-temporal

modificando a percepccedilatildeo sobre o som os ruiacutedos e a poluiccedilatildeo sonora e

seus impactos na sauacutede

O Aparelho Celular eacute um dos meios de comunicaccedilatildeo e uma tecnologia

de faacutecil acesso que alterou a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos entre si

modificando a dinacircmica do espaccedilo escolar e a percepccedilatildeo do estudante

sobre sua relaccedilatildeo de pertencimento ao grupo

Na quarta seccedilatildeo relato a investigaccedilatildeo sobre os usos do Aparelho Celular no

ambiente escolar uma vez que os estudantes parecem consumir intensivamente

essa Tecnologia e estatildeo atentos aos uacuteltimos lanccedilamentos de Aparelhos Celulares

existentes no mercado A partir da investigaccedilatildeo analisei e avaliei os usos do Celular

e as percepccedilotildees dos estudantes sobre a poluiccedilatildeo sonora causada pelo uso de fones

auriculares ligados ao Aparelho Celular para ouvir muacutesica respondendo a questatildeo

de pesquisa nuacutemero dois

Na quinta seccedilatildeo respondi a primeira e a terceira questotildees de pesquisa desta

dissertaccedilatildeo Essas questotildees foram construiacutedas em uma sequecircncia loacutegica de

compreensatildeo da informaccedilatildeo no entanto a apresentaccedilatildeo e anaacutelise dos resultados

foram realizadas a partir da discussatildeo de cada instrumento de coleta de dados

separadamente ou seja o questionaacuterio que investigou o uso do Celular no ambiente

escolar (seraacute apresentado na quarta seccedilatildeo) a afericcedilatildeo dos niacuteveis de pressatildeo sonora

tanto no interior do CEPMAT quanto nos fones auriculares conectados aos

Aparelhos Celulares dos estudantes ao ouvir muacutesicas (seratildeo apresentados na quinta

seccedilatildeo) e o ldquoTeste para auto-identificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo (seraacute

apresentado na sexta seccedilatildeo) Portanto reitero que a apresentaccedilatildeo dos resultados

24

da questatildeo de pesquisa dois foi realizada antes da apresentaccedilatildeo dos resultados da

questatildeo de pesquisa um Esta por sua vez foi respondida a partir dos dados do

mesmo instrumento e seraacute apresentada na quinta seccedilatildeo

Na sexta seccedilatildeo tratei da percepccedilatildeo da Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos fones

auriculares conectados aos Aparelhos Celulares e dos efeitos dessa poluiccedilatildeo na

sauacutede dos estudantes e finalmente das normas estabelecidas no Regimento

Escolar do CEPMAT

Na seacutetima seccedilatildeo fiz consideraccedilotildees sobre esta pesquisa a partir da criaccedilatildeo de

uma matriz de anaacutelise que incluiu os instrumentos utilizados listei perspectivas para

outros (novos) estudos e sugestotildees de accedilotildees mitigatoacuterias para a Poluiccedilatildeo Sonora a

que o CEPMAT estaacute submetido

25

1 INCOcircMODOS INICIAIS

A ideia de pesquisar o tema Poluiccedilatildeo Sonora surgiu em funccedilatildeo de meus

incocircmodos como professor de Fiacutesica no Ensino Meacutedio Durante o periacuteodo que

leciono as aulas satildeo geralmente perturbadas por ruiacutedos externos do traacutefico intenso

de carros ocircnibus caminhotildees trens etc Esses ruiacutedos se acentuam quando satildeo

realizados testes de frenagem e motores para a manutenccedilatildeo das composiccedilotildees

feacuterreas em frente ao coleacutegio

Aleacutem dos ruiacutedos externos percebi que nos uacuteltimos anos houve grande

aumento de estudantes que possuem Aparelhos Celulares e que gostam de ouvir

muacutesica em volume muito acima do esperado assim me questionava qual o niacutevel de

ruiacutedos que estes estudantes estatildeo ouvindo muacutesica Por diversas vezes solicitei

durante as aulas para que os estudantes desligassem ou tirassem os fones

auriculares dos ouvidos e prestassem atenccedilatildeo agraves aulas pois essas atitudes

poderiam prejudicar tanto a concentraccedilatildeo quanto a audiccedilatildeo devido ao volume alto

Assim iniciei alguns estudos isolados sobre o tema Em um deles (COSTA GIOPPO

e CAMARGO 2012) fizeram um levantamento sobre o uso do Celular na escola

Este mostrou que para 94 dos estudantes o Celular eacute levado para a escola como

se fizesse parte do material escolar A funccedilatildeo mais utilizada eacute a comunicaccedilatildeo por

mensagens e natildeo estaacute relacionada com a aprendizagem Poreacutem o que chamou

atenccedilatildeo foi o fato de que os estudantes ouvem muacutesica com fones auriculares

conectados ao Aparelho Celular vaacuterias horas por dia Desta forma confirmaram

meus incocircmodos iniciais

A partir desse ponto optei por uma linha de pesquisa investigativa com o

intuito de evidenciar a situaccedilatildeo do CEPMAT no tocante a poluiccedilatildeo sonora externa

gerada pelos meios de transportes e interna oriunda dos fones auriculares

conectados ao Aparelho Celular para ouvir muacutesica

Minha impressatildeo inicial eacute que haacute poluiccedilatildeo sonora e que os estudantes natildeo

percebem seus efeitos nem tecircm consciecircncia de que tais efeitos aparecem apoacutes um

certo tempo de exposiccedilatildeo variando de pessoa para pessoa

O excesso de ruiacutedos tanto aqueles gerados pelos meios de transportes

quanto os provenientes dos Aparelhos Celulares para ouvir muacutesica satildeo

26

caracteriacutesticos da sociedade contemporacircnea e por isso satildeo naturalizados

deixando de ser percebidos o que pode trazer prejuiacutezos significativos para a sauacutede

auditiva dos estudantes com destaque para o ambiente escolar que sofre com os

ruiacutedos externos dos meios de transportes e atualmente com os ruiacutedos internos

oriundos dos fones auriculares conectados ao Aparelho Celular Altos Niacuteveis de

Pressatildeo Sonora (NPS) podem prejudicar as condiccedilotildees auditivas e ateacute mesmo

comprometer o desempenho escolar

A poluiccedilatildeo sonora causada pelos meios de transportes natildeo atinge todos os

coleacutegios da mesma forma depende da localizaccedilatildeo da escola e tambeacutem de cada

sala de aula aleacutem de outros fatores mas o uso do Aparelho Celular conectado ao

fone auricular para ouvir muacutesica pode se transformar em um dos maiores problemas

de sauacutede auditiva no Brasil pois segundo a Sociedade Brasileira Otologia (SBO

2012) o volume alto de um fone auricular pode trazer prejuiacutezos permanentes como

surdez precoce

A poluiccedilatildeo sonora pode trazer seacuterios danos agrave sauacutede humana e

sorrateiramente tem invadido o ambiente escolar tornando-se um inimigo sutil e

imperceptiacutevel pois os estudantes estatildeo acostumados com ela Eacute necessaacuterio que

tanto professores quanto estudantes comunidade local e sauacutede puacuteblica levem a

seacuterio os efeitos da poluiccedilatildeo sonora para a sauacutede fiacutesica e mental dos estudantes

minimizando impactos no processo de ensino e de aprendizagem

11 O COLEacuteGIO E AS MUDANCcedilAS NA PAISAGEM URBANA DO BAIRRO AO

LONGO DOS UacuteLTIMOS CINQUENTA ANOS

O Ginaacutesio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira foi criado no ano de

1959 pelo Decreto Estadual nordm 25950 (PARANAacute 1959) para atender ao excesso de

demanda da Escola Estadual Repuacuteblica Oriental do Uruguai Em junho de 1972

foram inauguradas as atuais instalaccedilotildees e um novo Decreto Estadual no 3062

(PARANAacute1977) apud (ZANOTTO 2010 p8) alterou o nome da instituiccedilatildeo para

Coleacutegio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira ndash Ensino Fundamental e Meacutedio

A partir de 2005 o coleacutegio passou a ofertar tambeacutem a Educaccedilatildeo Profissional com

27

cursos de Secretariado e Informaacutetica e a Resoluccedilatildeo 7012006 de (PARANAacute 2006)

alterou novamente o nome do Coleacutegio que passou a se chamar Colegio Estadual

Professora Maria Aguiar Teixeira ndash Ensino Fundamental Meacutedio e Profissional

Depois disso os cursos Teacutecnicos foram ampliados e agora incluem Secretariado

Informaacutetica (Integrado Subsequente e PROEJA) e Administraccedilatildeo

O Coleacutegio localiza-se no Bairro Capatildeo da Imbuia o nome originou-se devido

ao fato de existir nesse lugar um capatildeo ldquoilha de matordquo de formato redondo com

vegetaccedilatildeo mista de gramiacuteneas arbustos e aacutervores isolada no campo em que

predominava a imbuia uma aacutervore tiacutepica da regiatildeo que produz madeira de lei e foi

excessivamente utilizada para a construccedilatildeo de moacuteveis e artefatos de alta resistecircncia

agraves intempeacuteries (ZANOTTO 2010)

O bairro tem uma aacuterea de 115520 hectares e conta atualmente com duas

instituiccedilotildees Estaduais de ensino duas escolas Municipais e o Centro de

Capacitaccedilatildeo Guido viaacuterio E de acordo com o Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico o

CEPMAT encontra-se em local privilegiado com excelente acessibilidade

(ZANOTTO 2010)

Na figura 1 vecirc-se o mapa da regiatildeo (A) e a fachada do coleacutegio (B)

1A 1B

FIGURA 1 - (A) MAPA DA REGIAtildeO (B) FACHADA DO COLEacuteGIO ESTADUAL PROFESSORA MARIA AGUIAR TEIXEIRA FONTES (A) FERNANDES (2012) (B) O AUTOR (2012)

De 1952 para caacute o crescimento exponencial da cidade tornou o acesso ao

centro da cidade raacutepido e faacutecil fazendo com que tal percurso seja realizado em

pouco mais de 10 minutos pois na rua em frente o Coleacutegio estaacute o corredor leste

para os ocircnibus (Figuras 2A e 2B) Neste haacute duas linhas de transporte coletivo que

vecircm da aacuterea metropolitana em direccedilatildeo a regiatildeo central da cidade e a novecentos

28

metros do Coleacutegio encontra-se um terminal de ocircnibus o terminal do Capatildeo da

Imbuia

2A 2B FIGURA 2 - (A) OcircNIBUS BIARTICULADO (B) OcircNIBUS LIGEIRINHO NO CORREDOR LESTE

FONTES (2A) E (2B) O AUTOR (2012)

Dos lados da via expressa onde circulam os ocircnibus haacute tambeacutem mais duas

vias para circulaccedilatildeo de carros motos e caminhotildees somando seis pistas de traacutefego

(Figuras 3A e 3B) Aleacutem disso haacute duas paradas de ocircnibus com embarque e

desembarque haacute menos de 100 metros do Coleacutegio

3A 3B

FIGURA 3 - (3A E 3B) PISTAS EM FRENTE AO COLEacuteGIO COM TRAacuteFEGO INTENSO E CIRCULACcedilAtildeO DE CAMINHOtildeES

FONTES (3A) E (3B) O AUTOR (2012)

O terminal de ocircnibus por sua vez trouxe para a rua e o bairro uma demanda

antes inexistente transformando antigas moradias em pequenos e diferentes

comeacutercios que aumentaram substancialmente o traacutefego na regiatildeo Duas fotos

aeacutereas tiradas em diferentes datas mostram a mudanccedila na paisagem urbana do

bairro (Figura 4A e 4B)

29

4A 4B FIGURA 4 - (A) FOTO AEacuteREA DE 1957 DO BAIRRO (B) FOTO AEacuteREA DE 2008 DO BAIRRO LOCALIZANDO O COLEacuteGIO FONTE (A) IPPUC (1957) (B) IPPUC (2008)

Aleacutem das pistas para carros e ocircnibus haacute tambeacutem uma estrada de ferro por

onde circula boa parte das mercadorias e produccedilatildeo agriacutecola que chegam e saem

dos Portos de Paranaguaacute e Antonina no Paranaacute sendo Paranaguaacute um dos maiores

portos do paiacutes (Figura 5 A e B)

5A 5B FIGURA 5 - (A E B) LINHA FEacuteRREA EM FRENTE AO COLEacuteGIO FONTE O AUTOR (2012)

A estrada de Ferro hoje tem seu principal terminal no Bairro Boqueiratildeo antes

disso o principal era a Estaccedilatildeo Central de Trens no bairro Rebouccedilas hoje

desativado Segundo Melo (2008) neste bairro funcionavam tambeacutem as oficinas de

30

manutenccedilatildeo dos trens da Rede Ferroviaacuteria (RFFSA) ateacute a deacutecada de 1950 mas o

paacutetio jaacute natildeo suportava todo o movimento da estaccedilatildeo e das oficinas entatildeo o nuacutecleo

formado pelos funcionaacuterios que atuavam em diversos setores da carpintaria agrave

relojoaria foi deslocado do Bairro Rebouccedilas para o Cajuru a Vila Ferroviaacuteria

comeccedilou a ser construiacuteda a partir de 1945 no bairro Cajuru e foi chamada de Vila

Novas Oficinas da Rede de Viaccedilatildeo Paranaacute ndash Santa Catarina (RVPSC) Aleacutem da Vila

Ferroviaacuteria o projeto tambeacutem incluiacutea oficinas de locomotivas e vagotildees e oficinas

para veiacuteculos a motor (MELO 2008)

O mesmo autor ressaltou ainda que a mudanccedila do Nuacutecleo foi uma manobra

articulada pelos gestores da cidade de cunho essencialmente poliacutetico cujo objetivo

era manter a imagem de Curitiba criada na deacutecada de 1930 de cidade acolhedora e

civilizada e uma oficina de trem em um bairro central denegria esta imagem

6A 6B FIGURA 6 - (A) VILA OFICINAS NO CAJURU NA DEacuteCADA DE 50 E B) VILA OFICINAS CAJURU NOS DIAS DE HOJE FONTE (A) E (B) NOGUEIRA (2011)

Assim a Vila Novas Oficinas e o Coleacutegio surgiram na mesma eacutepoca e

provavelmente o Coleacutegio eacute resultante da demanda da nova vila que resultou em um

aumento populacional na regiatildeo ao longo dos anos fazendo com que a pacata rua

recebesse intensa circulaccedilatildeo de carros motos ocircnibus e trens em frente ao Coleacutegio

o que gerou inuacutemeros problemas em especial agravequeles vinculados ao aumento da

intensidade de ruiacutedo que se tornou exacerbados nos horaacuterios em que o movimento

aumenta dificultando sobremaneira as aulas que ocorrem nas salas que tecircm janelas

voltadas para a rua

31

O problema do aumento da intensidade do ruiacutedo no entorno do Coleacutegio pode

ser tratado pelo aspecto da poluiccedilatildeo sonora Uma das formas de poluiccedilatildeo ambiental

que vecircm se agravando nas cidades exigindo que pensemos sobre ela e sobre seus

efeitos na qualidade de vida dos cidadatildeos O Coleacutegio natildeo poderia se furtar da

averiguaccedilatildeo da existecircncia dessa poluiccedilatildeo que pode atingir os estudantes O

aumento da intensidade do ruiacutedo neste caso estaacute vinculado ao desenvolvimento

urbano e as mudanccedilas na paisagem da cidade e se constatada a poluiccedilatildeo sonora

entatildeo pode haver consequecircncias para a populaccedilatildeo escolar Portanto a partir do

contexto do coleacutegio da mudanccedila na paisagem urbana do bairro e do aumento

percebido na intensidade do ruiacutedo identifico duas premissas deste estudo

sintetizadas a seguir

Na sociedade contemporacircnea a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos entre si e dos

indiviacuteduos com o meio foi alterada em relaccedilatildeo ao modelo de sociedade

moderna especialmente no que tange a modificaccedilatildeo da percepccedilatildeo

espaccedilo-temporal

Os meios de transportes tecircm juntamente com outros aspectos da

modernidade causado alteraccedilatildeo na relaccedilatildeo dos indiviacuteduos com o

ambiente a partir de outra percepccedilatildeo sobre a relaccedilatildeo espaccedilo-temporal

modificando a percepccedilatildeo sobre o som os ruiacutedos a poluiccedilatildeo sonora e

seus impactos na sauacutede

A partir dessas duas premissas estabeleccedilo o primeiro recorte para o estudo

desenvolvido ao longo desta dissertaccedilatildeo o da poluiccedilatildeo sonora oriunda do entorno

do Coleacutegio

12 OS APARELHOS CELULARES E O COLEacuteGIO

Natildeo bastassem os problemas externos relacionados a intensidade de ruiacutedo

dos ocircnibus automoacuteveis dos trens e do proacuteprio Coleacutegio internamente com seus

estudantes sinais apitos palmas e tudo o que faz parte da cultura escolar haacute

tambeacutem outras questotildees que precisam ser consideradas entre elas estaacute o

crescimento exponencial do nuacutemero de usuaacuterios de Aparelhos Celulares que tornou-

se uma questatildeo difiacutecil de ser gerenciada em sala de aula No Coleacutegio haacute cerca de

32

1950 estudantes matriculados nos periacuteodos matutino vespertino e noturno e no

Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico (PPP) consta que a comunidade escolar eacute ampla e de

classe meacutedia a media-baixa ou seja os estudantes satildeo oriundos de classes

trabalhadoras (ZANOTTO 2010)

O uso de Aparelho Celular eacute frequente trazido para o Coleacutegio tendo

transformado o ambiente escolar em um espaccedilo de disputa de poder com

professores desse modo cresce o nuacutemero de estudantes que inserem o Celular

entre seus materiais escolares Por ser moacutevel ele vem deslocando praacuteticas antigas

criando e tecendo novos usos em aprendizagens natildeo formais a que ldquosomos

submetidos desde que nascemosrdquo (OLIVEIRA 2001 p7) No entanto no ensino

formal a situaccedilatildeo eacute diferente pois embora o Aparelho Celular faccedila parte do cotidiano

escolar esta tem apresentado dificuldades para acompanhar e aplicar as

tecnologias do mundo contemporacircneo ao processo de ensino e de aprendizagem

Durante as aulas sinto um grande incocircmodo em relaccedilatildeo ao uso natildeo didaacutetico

dos Aparelhos Celulares pelos estudantes de forma que minha percepccedilatildeo inicial foi

a de que aleacutem de atrapalhar o andamento das atividades o Celular pode exacerbar a

poluiccedilatildeo sonora e talvez causar danos irreversiacuteveis a audiccedilatildeo Ao consultar a

viabilidade do uso de Celulares no interior da escola deparei-me com o PPP que

em seu Preacircmbulo enfatiza a necessidade de um esforccedilo conjunto e vontade

poliacutetica do coletivo escolar para redimensionar accedilotildees no interior da escola com

vistas agrave qualidade de ensino garantia de acesso e permanecircncia com sucesso de

nossos estudantes (ZANOTTO 2010 p 13)

Localizei tambeacutem no Regimento Escolar menccedilatildeo a proibiccedilatildeo relativa ao uso

de componentes eletrocircnicos que natildeo fazem parte do material escolar chamados de

ldquomaterial de natureza estranhardquo pelo Regimento (ZANOTTO 2011 p68-69)

conforme mencionado no Artigo 176

II- eacute vetado ao aluno ocupar-se durante o periacuteodo de aula de atividades contraacuterias ao processo pedagoacutegico IV ndash trazer para o estabelecimento de ensino material de natureza estranha ao estudo helliphellip XIII ndash utilizar-se de aparelho eletrocircnicos na sala de aula que natildeo estejam vinculados ao processo de ensino e aprendizagem

33

O uso frequente do Celular sua presenccedila efetiva no Coleacutegio e a contradiccedilatildeo

da proibiccedilatildeo imposta pelo Regimento Escolar delineiam a terceira e uacuteltima premissa

desta dissertaccedilatildeo

O Aparelho Celular eacute um dos meios de comunicaccedilatildeo e uma tecnologia

de faacutecil acesso que alterou a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos entre si

modificando a dinacircmica do espaccedilo escolar e a percepccedilatildeo do estudante

sobre sua relaccedilatildeo de pertencimento ao grupo

Com esta premissa estabeleccedilo o segundo recorte da problemaacutetica abordada

nesta dissertaccedilatildeo O uso natildeo didaacutetico do Aparelho Celular como fonte de poluiccedilatildeo

sonora no interior do ambiente escolar

Resumindo os problemas ambientais neste Coleacutegio em especiacutefico satildeo de

duas ordens externos ao coleacutegio decorrentes do crescimento urbano do entorno

com consequente intensificaccedilatildeo do traacutefego na frente do Coleacutegio o que levou a um

aumento dos niacuteveis de pressatildeo sonora gerando uma percepccedilatildeo de poluiccedilatildeo sonora

e internos ao coleacutegio a partir de minha dificuldade pessoal de lidar com o uso natildeo

didaacutetico que os estudantes fazem do Aparelho Celular

A partir dos dois recortes iniciais considerei que seria fundamental discutir

aspectos da poluiccedilatildeo sonora externa e interna ao Coleacutegio A ideia de analisar a

existecircncia ou natildeo de sons em alta intensidade capaz de produzir poluiccedilatildeo sonora

me permitiu acima de tudo ter um olhar atento para o crescente universo

tecnoloacutegico que invade a escola

Diante das trecircs premissas expostas nos dois recortes elencados coloco as

seguintes questotildees de pesquisa

1) Quais satildeo os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) oriunda do entorno do

CEPMAT

2) ComoSe os estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT usam o Celular

no ambiente escolar

3) Quais satildeo os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) que os estudantes do

CEPMAT satildeo submetidos quando ouvem muacutesica com fones

auriculares conectados a Aparelhos Celulares no ambiente escolar

34

Havendo Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) acima do disposto na Legislaccedilatildeo e

estabelecidos nesta dissertaccedilatildeo como Poluiccedilatildeo Sonora verificar

4) Se e como os estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT percebem as

normas e regras (Regimento Escolar) e a existecircncia de Poluiccedilatildeo

Sonora

a) oriundas do entorno da escola

b) oriunda dos fones auriculares conectados aos Aparelhos Celulares e os

possiacuteveis efeitos dessa Poluiccedilatildeo na Sauacutede deles

c) as regras e normas utilizadas no CEPMAT

A partir das respostas as questotildees de pesquisa 1 a 4 elenquei nas

consideraccedilotildees algumas possibilidades didaacuteticas que podem ajudar a perceber e

prevenir a poluiccedilatildeo sonora externa eou aquela oriunda dos fones auriculares

conectados aos Aparelhos Celulares

Para responder a primeira e a terceira questatildeo de pesquisa me propus a

aferir os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) (a) Oriundos do entorno do Coleacutegio (b) a

que os estudantes do CEPMAT estatildeo submetidos quando usam fones auriculares

conectados aos Aparelhos Celulares para ouvir muacutesica

Esses Niacuteveis foram aferidos por um aparelho de mediccedilatildeo de niacuteveis de

pressatildeo sonora (popularmente conhecido como decibeliacutemetro) Usei como

paracircmetros a NR 152 e seus anexos (ABNT 1978) que regulamentam os limites de

toleracircncia a que as pessoas podem ser expostas para Niacuteveis de Pressatildeo Sonoras

Contiacutenuas ou Intermitentes juntamente com a Lei Ordinaacuteria Municipal

106253(CURITIBA 2002) que dispotildee sobre ruiacutedos urbanos e estabelece as Zonas

Sensiacuteveis agrave Ruiacutedo ou Zonas de Silecircncio4

Para responder a segunda questatildeo de pesquisa me propus a (a) Criar

validar e aplicar aos Estudantes do CEPMAT um questionaacuterio fechado para

investigar usos dos Aparelhos Celulares no ambiente escolar verificar as primeiras

2 A NR 15 pode ser visualizada no anexo II desta dissertaccedilatildeo 3 A Lei Ordinaacuteria Municipal 106252002 encontra-se no anexo I desta dissertaccedilatildeo conforme

mencionado anteriormente 4Com base nas definiccedilotildees de Ruiacutedo e Poluiccedilatildeo Sonora dispostos na Lei Ordinaacuteria Municipal

106252002 e tambeacutem na definiccedilatildeo de Zonas de Silecircncio disposta na mesma lei estabeleci nesta dissertaccedilatildeo valores limites entre Ruiacutedo e Poluiccedilatildeo Sonora quais sejam seratildeo considerados RUIacuteDOS os valores menores ou iguais a 60 dB(A) e seratildeo considerados POLUICcedilAtildeO SONORA valores maiores ou iguais a 61 dB(A) Embora a ABNT 10152 fixe como niacuteveis de ruiacutedo compatiacuteveis com o conforto acuacutestico para salas de aula e laboratoacuterios entre 40-50 dB(A) e para bibliotecas entre 35-45 dB(A)

35

percepccedilotildees dos estudantes sobre os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora na sauacutede auditiva

relaccedilatildeo entre o uso de instrumentos eletrocircnicos e as normas e regras do Regimento

Escolar do Coleacutegio pesquisado

Para responder a quarta e uacuteltima questatildeo de pesquisa me propus a adaptar

de Lautert Chaves e Moura (1999) e aplicar um Teste aos estudantes CEPMAT

que dei o nome de ldquoAutoidentificaccedilatildeo de Alguns Sintomas de Estresserdquo para

investigar (a) as percepccedilotildees dos estudantes sobre a existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora

oriunda do entorno do Coleacutegio os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do

Coleacutegio na sauacutede deles (b) as percepccedilotildees dos estudantes sobre a existecircncia de

Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos fones auriculares conectados aos Aparelhos Celulares

e usados no ambiente escolar (c) os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos fones

auriculares conectados aos Aparelhos Celulares na sauacutede deles (d) o Regimento

Escolar

A partir da afericcedilatildeo dos Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) externo (oriundos do

entorno) e interno (oriundos do Aparelho Celular) ao Coleacutegio dos usos dos

Aparelhos Celulares no ambiente escolar e das percepccedilotildees dos estudantes sobre

Poluiccedilatildeo Sonora comparada aos niacuteveis de auto-estresse detectados nos estudantes

me proponho a considerar algumas possibilidades de uso didaacutetico de Aparelhos

Celulares nos conteuacutedos de Acuacutestica da disciplina de fiacutesica

36

2 REVISAtildeO DA LITERATURA SOBRE A TEMAacuteTICA POLUICcedilAtildeO SONORA E O

USO DO APARELHO CELULAR

Meus incocircmodos iniciais descritos na segunda seccedilatildeo conduziram ao

delineamento da pesquisa com o tema Poluiccedilatildeo Sonora A partir da construccedilatildeo das

questotildees iniciei uma revisatildeo de literatura sobre o tema Poluiccedilatildeo Sonora no ambiente

escolar e oriundo dos fones auriculares conectados ao Aparelho Celular isolada ou

conjuntamente Para tanto selecionei quatro eventos Os Encontros de Pesquisa em

Ensino de Fiacutesica (EPEF) os Encontros de Pesquisa em Educaccedilatildeo em Ciecircncias

(ENPEC) os Encontros de Pesquisa em Educaccedilatildeo Ambiental (EPEA) e os

Encontros de Tecnologia da Informaccedilatildeo e Educaccedilatildeo (TICEDUCA) aleacutem de projetos

e do banco de Teses da CAPES

Os Encontros do EPEF ENPEC e EPEA foram selecionados porque publicam

trabalhos de pesquisa em ensino e aprendizagem de conteuacutedos cientiacuteficos tanto na

aacuterea de Fiacutesica (EPEF ENPEC) bem como as demais aacutereas das Ciecircncias Naturais

(ENPEC) assim como em materiais educativos alfabetizaccedilatildeo cientiacutefica tecnoloacutegica

e abordagens CTS e Ensino de Ciecircncias Tecnologias da Informaccedilatildeo e

Comunicaccedilatildeo e ensino das Ciecircncias Naturais O ENPEC tem tambeacutem uma linha de

trabalhos que vinculam Educaccedilatildeo em Sauacutede e Ensino de Ciecircncias Os Encontros do

EPEA reuacutenem trabalhos de produccedilatildeo cientiacutefica e de pesquisa em Educaccedilatildeo

Ambiental Jaacute os encontros do TICEDUCA publicam pesquisas em Tecnologias de

Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo aplicadas agrave educaccedilatildeo Nesse sentido as quatro

conferecircncias abarcam os recortes que me propus a discutir Os eventos de Ensino

de Ciecircncias Fiacutesica de Educaccedilatildeo Ambiental e de Tecnologia trazem pesquisas

recentes sobre o tema e podem pontuar os novos interesses e lacunas na aacuterea

aleacutem disso muitos artigos publicados nos eventos passam para as revistas

cientiacuteficas com poucas alteraccedilotildees por esse motivo considerei desnecessaacuterio incluir

tambeacutem pesquisas em revistas dessas aacutereas

A seguir faccedilo uma breve caracterizaccedilatildeo e contextualizaccedilatildeo de cada evento

para em seguida discorrer sobre a forma de seleccedilatildeo dos artigos publicados

37

21 EPEF ndash ENCONTRO DE PESQUISA EM ENSINO DE FIacuteSICA

Os Encontros de Pesquisa em Ensino de Fiacutesica satildeo organizados pela SBF e

ocorrem a cada dois anos desde 1986 O principal objetivo desses encontros eacute ter

um foacuterum especiacutefico para a discussatildeo da pesquisa stricto sensu visando agrave aumentar

compreensotildees de problemas relacionados ao Ensino de Fiacutesica e abrir caminhos

para soluccedilotildees alternativas similarmente a outros encontros de aacutereas da Fiacutesica

(NARDI 1990)

Antes dos EPEF jaacute havia no Brasil os Simpoacutesios Nacionais de Ensino de

Fiacutesica que surgiram em 1970 e eram focados em relatos de experiecircncias didaacuteticas

descriccedilatildeo de produccedilatildeo e uso de equipamentos didaacuteticos Mas os fiacutesicos que se

dedicavam a pesquisa em ensino buscaram outros espaccedilos para discussatildeo de seus

projetos de pesquisa no sentido stricto

Nos EPEF grupos de pesquisadores com produccedilatildeo acadecircmica sobre ensino e

aprendizagem de Fiacutesica no Brasil divulgam suas pesquisas Esses pesquisadores

muitas vezes satildeo responsaacuteveis pela organizaccedilatildeo e ediccedilatildeo de revistas criaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo de eventos Eles tambeacutem elaboram e levam agrave cabo projetos e

ministram cursos de formaccedilatildeo continuada e cursos de poacutes-graduaccedilatildeo lato sensu e

strictu sensu em Educaccedilatildeo em Ciecircncias atuando em instituiccedilotildees de educaccedilatildeo

baacutesica e superior no paiacutes e orientam dissertaccedilotildees e teses e procurando ateacute mesmo

reconstituir os caminhos percorridos no estabelecimento da aacuterea de Ensino de

Fiacutesica

Nas treze ediccedilotildees do EPEF ao longo desses vinte e seis anos foram

encontradas 896 comunicaccedilotildees orais e 385 pocircsteres totalizando 1281 trabalhos e

desses apenas um artigo seraacute analisado no item 25 deste capiacutetulo Um resumo dos

diversos EPEF realizados ateacute o momento pode ser observado no quadro 1

38

QUADRO 1 - EPEF REALIZADOS DE 1986 ATEacute 2012

FONTE O AUTOR (2014)

EPEF LOCAL PERIODO PART COM ORAL POSTERES

ART LOC

APOIOS

I Curitiba 21 - 254

1986

30 12 Natildeo informado

00 CAESCNPq FAPESPFAPERJ

II Satildeo Paulo 17 - 229

1988 50 50 Natildeo informado

00

CAESCNPq FAPESPFAPERJ

III Porto Alegre 3110 - 0411

1990 80 13 32

00

CAESCNPq FAPESPFAPERJ

IV Florianoacutepolis 26 - 2805

1994 130 94 36

00

CAESCNPq FAPESPFAPERJ

V Aacuteguas de Lindoacuteia 02 - 609

1996 112 Natildeo localizado Natildeo localizado

00

CAESCNPq FAPESPFAPERJ

VI Florianoacutepolis 26 - 3010

1998 141 93 35

00

CAESCNPq FAPESPFAPERJ

VII Florianoacutepolis 27 - 3103

2000 194 105 56

00

CAESCNPq FAPESPFAPERJ

VIII Aacuteguas de Lindoacuteia 05 - 806

2002 150 78 36

00

CAESCNPq FAPESPFAPERJ

IX Jaboticatuba 26 - 2910

2004 247 84 42

00

CAESCNPq FAPESPFAPERJ

X Londrina 15 - 1908

2006 140 68 25

00

CAESCNPq FAPESPFAPERJ

XI Curitiba 21 - 2410

2008 181 123 36

01

CAESCNPq FAPESPFAPERJ

XII Aacuteguas de Lindoacuteia 24 - 2810

2010 166 90 32

00

CAESCNPq FAPESPFAPERJ

XIII Foz do Iguaccedilu 07 - 1006

2012 340 136 55

00

CAESCNPq FAPESPFAPERJ

TOTAL - - 1951 946 385

01 -

39

22 ENPEC ndash ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM EDUCACcedilAtildeO EM

CIEcircNCIAS

Os Encontros Nacionais de Pesquisa em Educaccedilatildeo em Ciecircncias satildeo

organizados pela Associaccedilatildeo Brasileira de Pesquisa em Educaccedilatildeo em Ciecircncias

(ABRAPEC) De acordo com o siacutetio eletrocircnico essa eacute uma associaccedilatildeo de caraacuteter

cientiacutefico educacional fundada em 29 de novembro de 1997 cuja finalidade eacute a

promoccedilatildeo divulgaccedilatildeo e socializaccedilatildeo da pesquisa por meio da realizaccedilatildeo de

encontros de pesquisa e de escolas de formaccedilatildeo de pesquisadores em Educaccedilatildeo

em Ciecircncias junto a entidades nacionais e internacionais de educaccedilatildeo pesquisa e

fomento

As primeiras discussotildees para a criaccedilatildeo de uma associaccedilatildeo de pesquisa em

Educaccedilatildeo em Ciecircncias ocorreram apoacutes o I Encontro Nacional de Pesquisa em

Educaccedilatildeo em Ciecircncias o ENPEC realizado em Aacuteguas de Lindoacuteia-SP em novembro

de 1997 Dois anos depois durante o II ENPEC realizado em Valinhos-SP

constituiu-se a associaccedilatildeo que permanece realizando encontros bianuais Aleacutem dos

encontros a ABRAPEC publica artigos de pesquisa os quais envolvem a educaccedilatildeo

em Ciecircncias na Revista Brasileira de Pesquisa em Educaccedilatildeo em Ciecircncias

Nas nove ediccedilotildees do ENPEC apresentaram-se 3225 Comunicaccedilotildees orais e

2108 pocircsteres perfazendo um total de 5333 trabalhos sendo que destes apenas

quatro trabalhos foram localizados conforme abordarei mais adiante no item 26

deste capiacutetulo

Um resumo dos diversos ENPEC realizados ateacute o momento pode ser

observado no quadro 2

40

ENPEC LOCAL PERIacuteODO PARTIC COM ORAL POcircSTERES

ART LOC

APOIOS

I Aacuteguas de Lindoacuteia 27 - 2909

1997 135 15 106

00

Natildeo informado

II Valinhos 01 - 0409

1999 171 22 106

00

Natildeo informado

III Atibaia 07 - 1011

2001 234 123 110

00

CNPqFUNDESP UNESPBAURU

IV Bauru 25 - 2911

2003 500 192 259

00

CNPqFUNDESP UNESPBAURU

V Bauru 2911 - 0312

2005 739 378 360

01

CNPqFUNDESP UNESPBAURU

VI Florianoacutepolis 2911 - 0212

2007 768 405 264

02

CNPqCAPES

VII Florianoacutepolis 08 - 1311

2009 723 382 341

00

CNPqCAPES

VIII Campinas 05 - 0911

2011 1253 736 462

00

CNPqCAPES

IX Aacuteguas de Lindoacuteia 10 - 1311

2013 1200 972 100

01

CNPqCAPES LAPEQUFRJ

TOTAL - - 5723 3225 2108

04 -

QUADRO 2 - ENPEC REALIZADOS DE 1997 ATEacute 2013 FONTE O AUTOR (2014)

41

23 EPEA ndash ENCONTRO DE PESQUISA EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTAL

O EPEA foi constituiacutedo a partir de um programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo e de um

grupo de pesquisa o Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos

Naturais e Educaccedilatildeo da UFSCar e o Grupo de Pesquisa em Ensino de Ciecircncias e

Educaccedilatildeo Ambiental do Laboratoacuterio Interdisciplinar de Formaccedilatildeo do Educador da

Faculdade de Filosofia Ciecircncias e Letras de Ribeiratildeo PretoUSP O programa e o

grupo de pesquisa organizam Encontros bianuais de Pesquisa em Educaccedilatildeo

Ambiental (EPEAs) para reunir trabalhos de produccedilatildeo cientiacutefica e de pesquisa em

Educaccedilatildeo Ambiental

Um resumo dos diversos EPEA realizados ateacute o momento pode ser

observado no quadro 3 a seguir

EPEA LOCAL PERIODO PARTIC COM

ORAL

POSTERES ART

LOC APOIOS

I Rio Claro 04 - 07092001 Natildeo

informado 76

Natildeo

informado 00

CAPES

FAPESP

II Rio Claro 27 - 30072003 Natildeo

informado 72

Natildeo

informado 00

CAPES

FAPESP

III Rio Claro 10 - 13072005 Natildeo

informado 73

Natildeo

informado 00

CAPES

FAPESP

IV Rio Claro 12 - 15072007 Natildeo

informado 87

Natildeo

informado 00

CAPES

FAPESP

V Satildeo

Carlos

3011 -

02122009

Natildeo

informado 89

Natildeo

informado 00

CAPES

FAPESP

VI Ribeiratildeo

Preto 04 - 07092011

Natildeo

informado 88

Natildeo

informado 00

CAPES

FAPESP

VII Rio Claro 07 - 10072013 Natildeo

informado 112

Natildeo

informado 00

CAPES

FAPESP

TOTAL - - - 597 - 00 -

QUADRO 3 - EPEAS REALIZADOS DE 2001 A 2013

FONTE O AUTOR (2014)

Considerando as sete ediccedilotildees dos EPEA foram apresentadas 597 trabalhos

oriundos de 22 unidades federativas incluindo o Distrito Federal natildeo houve

nenhum trabalho apresentado com o tema da poluiccedilatildeo sonora confirmando que o

tema natildeo foi discutido mas que merece atenccedilatildeo dos pesquisadores pois problemas

ambientais aliados agrave reflexatildeo sobre as relaccedilotildees poliacuteticas econocircmicas sociais e

culturais que envolvem de modo integrado os humanos e os demais componentes

42

da natureza estatildeo cada vez mais presentes nos diferentes encontros internacionais

e nacionais sobre o meio ambiente (RINK MEGID NETO 2009)

24 TICEDUCA - TECNOLOGIAS E EDUCACcedilAtildeO

O I TICEDUCA ndash I Encontro Internacional de Tecnologia de Informaccedilatildeo e

Comunicaccedilatildeo (TIC) e Educaccedilatildeo foi uma iniciativa do Instituto de Educaccedilatildeo da

Universidade de Lisboa em articulaccedilatildeo com a Revista Educaccedilatildeo Formaccedilatildeo amp

Tecnologias e com a Unidade de Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento em Educaccedilatildeo e

Formaccedilatildeo da Universidade de Lisboa

O evento foi constituiacutedo por um grupo de pesquisadores da Universidade de

Lisboa que entendeu que as questotildees relacionadas agraves TIC ganharam pertinecircncia e

atenccedilatildeo porque podem ser integradas nas atividades de estudantes e professores

importando conhecer como satildeo usadas O TICEDUCA se propocircs a trazer para o

centro das discussotildees a reflexatildeo sobre o potencial que eacute atribuiacutedo agraves tecnologias de

informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo fator de inovaccedilatildeo e mudanccedila da escola (COSTA 2010

piii)

Portanto tendo como ponto de partida trabalhos de diferentes realidades

locais nacionais e internacionais os Encontros Internacionais de TIC e Educaccedilatildeo

assumem como principais objetivos

Proporcionar um espaccedilo para divulgaccedilatildeo de praacuteticas inovadoras nas escolas e em contextos de formaccedilatildeo e aprendizagem

Analisar a investigaccedilatildeo na aacuterea

Discutir trabalhos em desenvolvimento e a utilizaccedilatildeo criativa e inovadora das TIC

Refletir sobre os modos mais adequados para documentaccedilatildeo comunicaccedilatildeo e disseminaccedilatildeo destas praacuteticas

Propiciar praacuteticas de identificaccedilatildeo intervenccedilatildeo e investigaccedilatildeo como contribuiccedilatildeo para plena utilizaccedilatildeo dos recursos digitais disponiacuteveis dentro e fora da escola (COSTA 2010 piii)

Os TICEDUCA satildeo direcionados a investigadores professores educadores e

outros profissionais ligados agrave formaccedilatildeo e ao ensino e aprendizagem com as TIC

Satildeo espaccedilos de encontro destinados tambeacutem as empresas relacionadas com a

produccedilatildeo de conteuacutedos ou com outros processos de suporte agrave aprendizagem e agrave

formaccedilatildeo (COSTA 2010)

43

Um resumo dos congressos TICEDUCA realizados ateacute o momento pode ser

observado no quadro 4 a seguir

TICEDUCA

LOCAL PERIODO PART COM ORAL

POST ART LOC

APOIOS

I Portugal Lisboa

18 - 20112010 392 97 44

01

Microsoft iTEC WEQDA Optimus CETI

II Portugal Lisboa

3011 - 212 2012 346 249 36

06

Microsoft iTEC WEQDA Optimus CETI

TOTAL - - 738 346 80 07 -

QUADRO 4 - TICEDUCA REALIZADOS DE 2010 ATEacute 2012 FONTE O AUTOR (2014)

Considerando as duas ediccedilotildees do evento e os 426 trabalhos apresentados

entre comunicaccedilotildees orais localizei sete artigos que mencionaram os Aparelhos

Celulares conforme abordarei no item a seguir

25 SELECcedilOtildeES DE ARTIGOS NOS EVENTOS

Com intuito de selecionar artigos publicados nas diversas ediccedilotildees desses

eventos busquei em acervos pessoais de vaacuterios pesquisadores e em diversas

instituiccedilotildees na forma de CD-ROM ou materiais impressos com as atas Eacute importante

notar que os siacutetios eletrocircnicos dos eventos natildeo tecircm todas as ediccedilotildees

disponibilizadas o que dificulta sobremaneira a pesquisa pois poucas atas estatildeo

disponiacuteveis na internet

Apoacutes localizar todas as atas iniciei a busca pelos artigos procedendo da

seguinte forma fiz uma leitura flutuante dos tiacutetulos dos artigos para selecionar as

palavras-chave dos trabalhos apresentados na forma de comunicaccedilatildeo oral e paineacuteis

A palavra-chave selecionada para uma primeira leitura flutuante do artigo em si foi a

seguinte poluiccedilatildeo sonora no ambiente escolar

Como a seleccedilatildeo desse material foi feita de forma abrangente sempre que

algum tiacutetulo gerasse duacutevidas sobre o conteuacutedo e as palavras-chave natildeo fossem

reconhecidas passei a ler os resumos dos trabalhos e quando o material tratava da

44

temaacutetica Poluiccedilatildeo Sonora acessei o documento completo para ter certeza do

assunto tratado Por fim restou o seguinte Um artigo do EPEF quatro artigos do

ENPEC nenhum artigo do EPEA sete artigos TICEDUCA conforme o quadro 5

EPEF ENPEC EPEA TICEDUCA

ANO

Ed

TRAB APRES

ART LOC

Ed

TRAB APRES

ART LOC

Ed

TRAB APRES

ART LOC

Ed

TRAB APRES

ART LOC

1986 I 12 00

1988 II 50

00

1990 III 45 00

1994 IV 130 00 1996 V Natildeo

Loc 00

1997 I 121 00

1998 VI 128 00

1999 II 131 00

2000 VII 161 00

2001 III 233 00 I 76 00

2002 VIII 114 00

2003 IV 451 00 II 72 00

2004 IX 126 00

2005 V 738 01 III 73 00

2006 X 93 00

2007 VI 669 02 IV 87 00

2008 XI 159 01

2009 VII 723 00 V 89 00

2010 XII 122 00 I 141 01

2011 VIII 1198 00 VI 88 00

2012 XIII 191 00 II 285 06

2013 IX 1072 01 VII 112 00

TOTAL

13 1281 01 09 5333 04 07 597 00 02 426 07

QUADRO 5 - LEVAMENTO DAS DIVERSAS EDICcedilOtildeES DOS EPEF ENPEC EPEA E TICEDUCA NO PERIODO DE 1986 A 2013 FONTE O AUTOR (2014)

Dos 7637 trabalhos publicados em 31 ediccedilotildees dos quatro eventos desde 1986

ateacute 2013 (vinte e sete anos) localizei apenas 12 trabalhos com os temas da poluiccedilatildeo

sonora e do Aparelho Celular ou seja apenas 014 do total

45

Os Encontros de Pesquisa em Ensino de Fiacutesica (EPEF) e em Educaccedilatildeo em

Ciecircncias (ENPEC) satildeo dois eventos de grande importacircncia na pesquisa da aacuterea no

Brasil e apenas cinco trabalhos foram localizados nesses dois eventos sendo que

em um deles meus orientadores e eu somos autores

No TICEDUCA o foco central eacute o uso da tecnologia na Educaccedilatildeo Por isso os

trabalhos localizados referiam-se especialmente ao uso do Celular como ferramenta

de ensino e natildeo a poluiccedilatildeo sonora Ainda assim apenas sete trabalhos foram

localizados

No entanto a maior surpresa foi natildeo ter localizado no EPEA nenhum trabalho

sobre poluiccedilatildeo sonora esta natildeo parece ter sido uma preocupaccedilatildeo dos

pesquisadores da aacuterea ambiental mesmo que o problema da poluiccedilatildeo sonora tatildeo

presente na sociedade contemporacircnea ou seja cada vez mais significativo na vida

das pessoas especialmente para sauacutede dos estudantes Nesse sentido a revisatildeo da

literatura mostra a lacuna existente em estudos com essa temaacutetica corroborando

com a necessidade de avanccedilos

Um resumo dos eventos e nuacutemero de artigos selecionados em cada evento

foi sistematizado no quadro 6

Nordm TRABALHOS PUBLICADOS

Nordm DE EDICcedilOtildeES Nordm DE TRABALHOS LOCALIZADOS

EPEF 1281 13 01

ENPEC 5333 09 04

EPEA 597 07 00

TICEDUCA 426 02 07 TOTAL 7637 31 12

QUADRO 6 - RESUMO DOS EVENTOS REALIZADOS DE 1986 A 2013 FONTE O AUTOR (2014)

A partir desse levantamento preliminar passo a anaacutelise dos artigos

encontrados Esta anaacutelise foi dividida em dois grupos a saber artigos relacionados

agrave poluiccedilatildeo sonora e artigos relacionados ao uso do Aparelho Celular em atividades

educativas Tendo em vista que a proposta desta dissertaccedilatildeo eacute a interface entre os

dois temas a anaacutelise dos artigos nos eventos foi realizada com o intuito de localizar

pesquisas na aacuterea que pudessem subsidiar aspectos de aprofundamento teoacuterico e

metodoloacutegico para o meu estudo

26 ARTIGOS RELACIONADOS Agrave POLUICcedilAtildeO SONORA

46

Um conjunto de cinco artigos foi localizado neste Grupo Temaacutetico Os artigos

foram publicados ente 2005 e 2013 sendo quatro deles no ENPEC (um na Vordf

ediccedilatildeo dois na VIordf e um na IXordf) e somente um artigo foi localizado no EPEF

publicado em 2008 na XIordf ediccedilatildeo Interessante observar que dos cinco artigos trecircs

satildeo dos mesmos autores O que reduz significativamente a abrangecircncia de

pesquisadores interessados no tema e nos permite concluir que este foi o tema de

uma dissertaccedilatildeo de mestrado ou tese de doutorado assim orientador e orientada

fatiaram a pesquisa em vaacuterios pedaccedilos apresentados separadamente O quarto

artigo eacute de minha autoria com os orientadores Um resumo dos artigos localizados

neste grupo temaacutetico encontra-se no Quadro 7

ANO TITULO DO ARTIGO NOME DOS AUTORES

PALAVRA-CHAVE

EVENTO

2005 Poluiccedilatildeo sonora na fiacutesica do ensino meacutedio construindo uma proposta

Souza Silva Garavelli Maroja Ricardo

Poluiccedilatildeo Sonora

V ENPEC

2007(a) Fiacutesica para uma sauacutede auditiva Bastos Mattos Poluiccedilatildeo Sonora

VI ENPEC

2007(b) Educaccedilatildeo para uma discriminaccedilatildeo auditiva

Bastos Mattos Poluiccedilatildeo Sonora

VI ENPEC

2008 Fiacutesica e Poluiccedilatildeo Sonora Uma proposta de dinacircmica do perfil conceitual

Bastos Mattos Poluiccedilatildeo Sonora

XI EPEF

2013 Uso do Aparelho Celular por estudantes do ensino meacutedio para ouvir muacutesica um prazer perigoso

Costa Gioppo Camargo

Poluiccedilatildeo Sonora

IX ENPEC

QUADRO 7 - ARTIGOS SOBRE POLUICcedilAtildeO SONORA FONTE O AUTOR (2013)

A poluiccedilatildeo sonora pode ser estudada pelo aspecto do mal-estar causado pelo

excesso de ruiacutedos ou pela forma como afeta a sauacutede humana fiacutesica ou psicoloacutegica

foi essa a abordagem dos artigos localizados a partir da palavra-chave Poluiccedilatildeo

Sonora Em seguida passo a descrever tais artigos

O objetivo da pesquisa de Souza et al (2005) foi produzir uma reflexatildeo que

transformasse os conhecimentos fiacutesicos apreendidos por licenciandos em

conhecimentos escolares ao longo de uma disciplina de Estaacutegio Supervisionado A

pesquisa teve trecircs etapas na primeira os autores aplicaram um questionaacuterio aberto

a alunos do Ensino Meacutedio para verificar que conhecimentos aqueles alunos

possuiacuteam a respeito da Poluiccedilatildeo Sonora O intuito era relacionar conhecimentos

fiacutesicos do tema com o cotidiano Com as informaccedilotildees obtidas no questionaacuterio

desenvolveram uma sequencia didaacutetica com dez aulas

47

A sequecircncia didaacutetica incluiu aspectos histoacutericos do tema desde o processo de

industrializaccedilatildeo e crescimento cientiacutefico e tecnoloacutegico do final do seacuteculo XIX ateacute o

uso abusivo de aparatos tecnoloacutegicos Os autores trataram do tema a partir de um

enfoque interdisciplinar incluindo conteuacutedos da Fiacutesica e anaacutelises de notiacutecias de

jornal enfatizaram tambeacutem o papel do professor-pesquisador e reflexivo Apoacutes a

reelaboraccedilatildeo da sequecircncia didaacutetica aplicaram-na a uma classe do Ensino Meacutedio e

coletaram registros escritos e trabalhos dos estudantes

As conclusotildees mostraram que transformar um saber cientiacutefico em um saber a

ser ensinado eacute uma tarefa muito difiacutecil mas o conteuacutedo de ondas sonoras

relacionado ao da poluiccedilatildeo sonora eacute importante no processo de produccedilatildeo do

conhecimento escolar e que os professores precisam criar estrateacutegias que

relacionem conhecimentos e saberes teacutecnicos e cientiacuteficos a outros saberes como

os do cotidiano relacionando-os agrave cultura vivencial dos estudantes

Em trecircs trabalhos publicados Bastos e Mattos (2007a 2007b 2008)

mostraram que a partir de enfoques interdisciplinares os conhecimentos da fiacutesica

sobre Poluiccedilatildeo Sonora podem contribuir com a Educaccedilatildeo em Sauacutede para promover

uma vida mais saudaacutevel

Destacaram que aproximaccedilotildees entre toacutepicos da Fiacutesica e da Fonoaudiologia

podem auxiliar na discussatildeo de aspectos da sauacutede auditiva Isso porque os

estudantes expotildeem sua orelha interna5 - sem consciecircncia dos perigos para a

audiccedilatildeo- a alta intensidade sonora disponiacutevel em equipamentos de som portaacuteteis

(MP3 MP4 ipod walkman etc) frequentemente utilizados na sala de aula

Os autores fundamentaram sua pesquisa nos conceitos de perfil conceitual e

interdisciplinaridade Para eles eacute necessaacuterio buscar interdependecircncias entre

diversas aacutereas de conhecimento para abordar problemas da realidade relevantes

para os alunos sem separaacute-los do contexto em que surgem Isso ajudaria os

estudantes a enfrentar problemas do mundo em que vivem o que pode se dar por

meio da complexificaccedilatildeo do conhecimento do cotidiano

Desta forma identificaram quatro hipoacuteteses de integraccedilatildeo do conhecimento

cotidiano 1ordm) hipoacutetese da compatibilidade 2ordm) hipoacutetese da substituiccedilatildeo 3ordm) hipoacutetese

da independecircncia ndash coexistecircncia 4ordm) hipoacutetese da integraccedilatildeo ndash enriquecimento do

conhecimento cotidiano No trabalho Bastos e Mattos (2007a) adotaram a quarta

5 A nova nomenclatura anatocircmica substituiu o termo ldquoouvidordquo pelo termo ldquoorelha internardquo no entanto no Protocolo (BRASIL 2006) os dois termos aparecem com o mesmo significado

48

hipoacutetese a ldquoda integraccedilatildeordquo enriquecimento do conhecimento cotidiano que se refere

agrave transformaccedilatildeo dos conhecimentos que datildeo suporte ao conhecimento escolar

Nesse sentido construiacuteram e aplicaram atividades curtas de multi-abordagem e

delineadas em trecircs etapas exploraccedilatildeo introduccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de conceitos

Os pesquisadores investigaram os conceitos preacutevios de Poluiccedilatildeo Sonora de

236 estudantes de uma escola puacuteblica do Ensino Meacutedio no ano de 2005 para

delimitar os objetivos da pesquisa Para tanto utilizaram um questionaacuterio e uma

representaccedilatildeo imageacutetica acompanhada de sua respectiva descriccedilatildeo

Em 2006 aplicaram as atividades multi-abordagem em 166 estudantes de

quatro turmas do Ensino Meacutedio e tiveram resultados favoraacuteveis

Em 2007 elaboraram um novo questionaacuterio e o aplicaram a 86 estudantes

para verificar se houve apropriaccedilatildeo dos conteuacutedos desenvolvido nas atividades e se

esses passaram a ter algum significado na vida deles

Os pesquisadores concluiacuteram que do ponto de vista do modelo proposto os

estudantes alteraram o perfil conceitual anterior enriquecendo seus criteacuterios de

julgamento com relaccedilatildeo agrave poluiccedilatildeo sonora Essa tomada de consciecircncia trouxe aos

estudantes a possibilidade de discernir o que eacute audiologicamente saudaacutevel

aplicando os conteuacutedos escolares sem deixar de lado os criteacuterios esteacuteticos e

emocionais que jaacute faziam parte da vida daquelas pessoas

Costa Camargo e Gioppo (2013) pesquisaram os niacuteveis de decibeacuteis a que os

estudantes se expotildeem quando ouvem muacutesicas pelo Aparelho Celular o que pode

trazer prejuiacutezos agrave sauacutede auditiva Os autores buscaram situaccedilotildees contextualizadas

para ensinar fiacutesica relacionando-a com a Educaccedilatildeo para Sauacutede e a Tecnologia para

tanto conciliaram concepccedilotildees sobre poluiccedilatildeo sonora (usando conceitos de acuacutestica)

vinculada ao uso de fones auriculares ligados aos Aparelho Celular

Um questionaacuterio foi aplicado para diagnosticar concepccedilotildees preacutevias em

estudantes do Ensino Meacutedio De posse dos resultados elaboraram quatro atividades

com foco na poluiccedilatildeo sonora oriunda dos fones auriculares conectados a Aparelhos

Celulares para escutar muacutesicas e discutiram com os estudantes os efeitos na sauacutede

auditiva

Concluiacuteram que os estudantes ouvem as muacutesicas em volume muito acima

das normas recomendadas Nas atividades contextualizadas concluiacuteram que houve

apropriaccedilatildeo dos conteuacutedos de ondas sonoras mas perceberam que uma uacutenica

49

sequecircncia didaacutetica natildeo foi suficiente para provocar mudanccedilas de haacutebito entre os

estudantes

Os autores ressaltaram que o Celular pode ser melhor aproveitado no

processo ensino e de aprendizagem atuando como agente motivador dos

estudantes mas eacute importante que se faccedila um uso criacutetico dessa tecnologia e ao

mesmo tempo amplie as relaccedilotildees possiacuteveis com os conteuacutedos como por exemplo

mostrando interfaces com a sauacutede auditiva

27 ARTIGOS RELACIONADOS COM TECNOLOGIA MOacuteVEL

Um conjunto de sete artigos foi localizado na temaacutetica equipamentos

Celulares em atividades educativas Os artigos foram encontrados na Iordf e IIordf ediccedilotildees

do TICEDUCA e na IXordf ediccedilatildeo do ENPEC Artigos relacionados ao uso de Aparelhos

Celulares em atividades educativas

50

ANO TITULO DO ARTIGO NOME DOS

AUTORES

PALAVRA-CHAVE

EVENTO

2010 Enquadramento teoacuterico para a integraccedilatildeo de tecnologias moacuteveis em contexto educativo

Moura e Carvalho

Telemoacutevel6 I TICEDUCA

2012 As tecnologias moacuteveis no ensino da multimeacutedia

Raminhos Ferreira Pereira e Correia

Mobile Learning aprendizagem moacutevel

II TICEDUCA

2012 As tecnologias moacuteveis no processo de ensino e aprendizagem da liacutengua inglesa um estudo exploratoacuterio no cienfic

Lobato e Pedro

Dispositivos moacuteveis no ensino e na aprendizagem

II TICEDUCA

2012 O uso de dispositivos moacuteveis durante a aula analise de um recorte da realidade de universidades puacuteblicas do Brasil

Santos Duram e Burnham

Dispositivos Moacuteveis

II TICEDUCA

2012 O Celular e o ensino de ondas na escola uma proposta preliminar

Costa Gioppo Camargo

Aparelho Celular

II TICEDUCA

2012 Uso de dispositivos moacuteveis em sala de aula uma revisatildeo bibliograacutefica

Santos Duram Burnham

Tecnologias Moacuteveis

II TICEDUCA

2012 Tecnologias Moacuteveis com conexatildeo sem fio na Escola e a Organizaccedilatildeo do Trabalho Pedagoacutegico

Santos Almeida Borges Jesus

Tecnologias Moacuteveis

II TICEDUCA

QUADRO 8 - ARTIGOS SOBRE TECNOLOGIAS MOacuteVEIS FONTE O AUTOR 2014

Moura e Carvalho (2010) avaliaram como os estudantes aprendem em

atividades com suporte de tecnologias moacuteveis visando agrave melhoria do processo de

ensino e de aprendizagem ou como essas tecnologias podem promover o sucesso

educativo Para as pesquisadoras os dispositivos moacuteveis que andam nos bolsos dos

estudantes podem fazer parte das praacuteticas pedagoacutegicas substituindo as poliacuteticas de

proibiccedilatildeo por ter tamanho reduzido esses dispositivos podem ser levados para

diferentes locais promovendo a interaccedilatildeo social a troca de dados e a colaboraccedilatildeo

com outros utilizadores

A pesquisa das autoras foi fundamentada no paradigma educacional mobile

learning (m-learning) que eacute a conjugaccedilatildeo de um estudante atuante a um artefato

moacutevel usado como ferramenta de apoio ao ensino mediado pela accedilatildeo pedagoacutegica

que de forma interativa leva agrave interiorizaccedilatildeo de conhecimentos novos ressignificando

o uso do Celular e exploraram experiecircncias de integraccedilatildeo no ambiente escolar (m-

learning) e investigaram a forma de apropriaccedilatildeo de conteuacutedos pelos estudantes que

6 Em Portugal o Aparelho Celular eacute chamado de telemoacutevel e o TICEDUCA eacute um evento que ocorre

laacute portanto esta palavra chave foi inserida na busca

51

usaram o Celular para completar tarefas escolares e de apoio aos estudos De

acordo com os dados recolhidos os Aparelhos Celulares impactaram a

aprendizagem dos estudantes influenciaram na motivaccedilatildeo no envolvimento dos

alunos em relaccedilatildeo agraves atividades e na mudanccedila de opiniatildeo sobre a escola e os

estudos Tambeacutem as autoras perceberam que os Aparelhos Celulares podem ser

integrados em diferentes atividades de aprendizagem podendo vir a ser fonte de

motivaccedilatildeo dos alunos pela escola e no processo de ensino e de aprendizagem

Raminhos et al (2012) revisaram a literatura referente a importacircncia das

tecnologias moacuteveis (Celulares e outros equipamentos) no ensino e na

aprendizagem para explorar o conceito de Moacutebile Learning e identificar sua

utilizaccedilatildeo na educaccedilatildeo e localizaram 39 artigos Apoacutes anaacutelise dos artigos

elaboraram uma intervenccedilatildeo didaacutetica para estudantes de um curso profissionalizante

para investigar como as tecnologias moacuteveis podem apoiar a aprendizagem

Na intervenccedilatildeo didaacutetica os pesquisadores perceberam que existem duas

visotildees na utilizaccedilatildeo do m-learning a visatildeo do ensino protagonizado pelo professor e

a visatildeo da aprendizagem cujo alvo seraacute o estudante que mostra grande interesse

em utilizar o m-learning como ferramenta de estudo

Na conclusatildeo os autores deixam evidente que Mobile Learning natildeo resolve os

problemas de ensino e aprendizagem contudo concluiacuteram que o levantamento

bibliograacutefico sobre o tema pode contribuir para investigaccedilotildees futuras Reiteraram que

m-learning eacute interessante para a educaccedilatildeo e que outros autores pesquisados por

eles concordam que eacute uma opccedilatildeo a mais para entusiasmar envolver e compreender

a aprendizagem dos estudantes atuais

Lobato e Pedro (2012) trataram de dificuldades educativas percebidas por

formandos de um centro de formaccedilatildeo profissional esses foram expostos agraves

dinacircmicas da sala de aula e a meacutetodos de ensino diferenciados A ideia era

desenvolver conceitos usando estrateacutegias motivadoras sem ficar restritos a

caminhos curriculares preacute-definidos Nesse sentido os Aparelhos Celulares foram

usados como ferramentas de ensino para construir a aprendizagem funcionando

como parceiros para o professor e para os estudantes

As autoras consideraram que vivemos na ldquoEra da Conexatildeordquo (p2) na qual o

acesso agrave informaccedilatildeo deixou de estar confinado ao computador pessoal e se

estendeu aos Aparelhos Celulares os estudantes de hoje satildeo ldquonativos digitaisrdquo e o

52

cotidiano sem tecnologia natildeo faz sentido Para esta geraccedilatildeo natildeo possuir telemoacutevel

(Aparelho Celular) eacute quase fator de exclusatildeo social

Aplicaram um questionaacuterio com objetivo de analisar concepccedilotildees dos

professores de inglecircs de um centro de formaccedilatildeo profissional sobre a utilizaccedilatildeo de

Aparelhos Celulares em contexto escolar

Os resultados evidenciaram que em alguns momentos os Aparelhos Celulares

satildeo considerados como potenciais elementos de distraccedilatildeo que perturbam a

concentraccedilatildeo dos alunos nas tarefas escolares poreacutem defendem que esta

tecnologia de faacutecil acesso pode trazer benefiacutecios para a educaccedilatildeo permitindo aos

estudantes aprender para aleacutem dos limites da sala de aula pois os estudantes tecircm

cada vez mais acesso agrave informaccedilatildeo e ao conhecimento e os Aparelhos Celulares

podem ser aliados dos professores

Santos et al (2012) observaram que o uso de dispositivos moacuteveis (chamados

ciberinstrumentos7) presentes nas salas de aula do ensino superior vecircm

aumentando nos uacuteltimos anos O objetivo dos autores foi avaliar e discutir o uso de

ciberinstrumentos durante as aulas em trecircs turmas de diferentes universidades

puacuteblicas brasileiras sediadas no Estado da Bahia

Os instrumentos para a constituiccedilatildeo dos dados incluiacuteram um questionaacuterio

respondido por 46 estudantes e anotaccedilotildees de campo (descritivas e analiacuteticas)

Os resultados mostraram que entre os pesquisados o nuacutemero de

ciberinstrumentos supera o nuacutemero de computadores desktops os mais usados em

sala de aula satildeo os notebooks e os Celulares que podem facilitar os processos de

construccedilatildeo do conhecimento

Os autores tambeacutem investigaram os efeitos colaterais da tecnologia e

observaram que os ciberinstrumentos podem ser objetos de distraccedilatildeo Os que mais

distraem os estudantes satildeo as redes sociais e SMS A maioria dos estudantes

concordou que houve algum grau de prejuiacutezo de concentraccedilatildeo durante as aulas e

sugeriram um controle de uso do wi fi

Costa Gioppo e Camargo (2012) apresentaram uma proposta preliminar

sobre o uso do Celular como ferramenta de ensino que auxilia na praacutetica de sala

aula para ensinar ondas eletromagneacuteticas a motivaccedilatildeo inicial foi o constante e

7 De acordo com Santos et al 2012 ciberinstrumentos (SANTOS DURAN BURNHAM 2010) satildeo lap tops Aparelhos Celulares ou qualquer tecnologia com acesso wifi

53

excessivo uso do Celular durante o periacuteodo letivo Um questionaacuterio foi aplicado para

200 estudantes para entender o uso dos Aparelhos Celulares De posse dos

resultados elaboraram uma intervenccedilatildeo didaacutetica com abordagem investigativa sobre

ondas eletromagneacuteticas na qual participaram 27 estudantes Utilizaram filmes sobre

interferecircncia das ondas eletromagneacuteticas em aparelhos eletrocircnicos e observaram a

interferecircncia do recebimento de mensagem no Celular em caixas de som e

avaliaram a aprendizagem com questotildees para verificar se houve apropriaccedilatildeo dos

conteuacutedos de eletromagnetismo

Na conclusatildeo os autores ressaltaram que a maior parte dos estudantes

usufrui da tecnologia do Celular e o faz na escola poreacutem natildeo para fins didaacuteticos

mostrando que haacute necessidade de mais pesquisas na aacuterea Na atividade de

intervenccedilatildeo didaacutetica os autores perceberam que houve vaacuterios problemas como de

interpretaccedilatildeo das questotildees a coacutepia de respostas do livro didaacutetico a falta de um

delineamento mais robusto da atividade que parece ter ficado em aberto e ainda

havia necessidade de proposta para transformaacute-la em uma sequencia didaacutetica Para

os autores o Aparelho Celular eacute uma tecnologia que natildeo deve ser desperdiccedilada no

contexto escolar e que pode ser usada no processo de ensino e de aprendizagem O

Celular pode ser um agente motivador dos estudantes para aulas diferenciadas

possibilitando a compreensatildeo das possibilidades e limites da tecnologia mas eacute

importante que se faccedila uma anaacutelise criacutetica do processo mostrando tambeacutem outras

interfaces com a sauacutede a poliacutetica de telecomunicaccedilotildees etc

Santos et al (2012) investigaram sobre o uso de tecnologias moacuteveis em sala

de aula e perceberam que eacute pouco explorada O objetivo do trabalho foi realizar uma

revisatildeo bibliograacutefica da temaacutetica apontando as principais questotildees tratadas A partir

de buscas em siacutetios eletrocircnicos como o ISI Web of Science e Google Scholar e

encontraram 13 artigos cinco deles identificam como estudantes usam seus

ciberinstrumentos em sala de aula e os oito restantes falam da relaccedilatildeo entre o uso

de ciberinstrumento moacutevel envolvendo comportamento multitarefas e o desempenho

acadecircmico dos estudantes Tambeacutem investigaram como os estudantes percebem o

uso natildeo de ciberinstrumentos segundo os autores eacute difiacutecil avaliar quatildeo aplicaacutevel eacute o

uso livre de ciberinstrumentos moacuteveis nas salas de aula ou a quanto afeta a

aprendizagem

De acordo com os autores os principais apontamentos encontrados nos

trabalhos foram como 1ordm) o trabalho em grupo eacute pouco valorizado nas dinacircmicas de

54

sala de aula nos processos de construccedilatildeo coletiva do conhecimento isto eacute

valorizam a esfera individual em detrimento da coletiva 2ordm) natildeo haacute estudos

envolvendo variados tipos de ciberinstrumentos os trabalhos encontrados estatildeo

concentrados no uso de tablets laptops e Celulares 3ordm) O foco das pesquisas foi a

de apontar vantagens ou desvantagens 4ordm) eacute necessaacuterio enriquecer as pesquisas

com abordagens qualitativas

Os autores concluiacuteram que a maioria dos trabalhos se concentra em avaliar a

relaccedilatildeo do uso do comportamento multitarefas com o desempenho acadecircmico de

estudantes usando abordagens qualitativas

28 PROJETOS QUE UTILIZAM O APARELHO CELULAR COMO FERRAMENTA

DE ENSINO

Aleacutem dos artigos sobre Aparelho Celular localizados nas duas ediccedilotildees do

TICEDUCA encontrei tambeacutem quatro Projetos que tecircm iniciativas do uso do

Aparelho Celular como suporte ao ensino e a aprendizagem publicados pela Unesco

(2012)

1ordm) Minha Vida Moacutevel8 (MvMob) - Brasil tem como objetivo formar professores

e estudantes para produccedilatildeo de audiovisuais utilizando Aparelhos Celulares e com

isso promover o intercambio cultural por meio de uma rede interativa O programa

consiste em um portal de conteuacutedo e interaccedilatildeo e diversas atividades

2ordm) Projeto Escola com Celular de CaraguatatubaSP - Brasil utiliza as redes

sociais e os Telefones Celulares como ferramentas de apoio das atividades

escolares propotildee o uso dessas Tecnologias da Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (TICs)

para aproximar professores e estudantes associando a realidade dos mesmos aos

conteuacutedos curriculares para estimular a aprendizagem estimular a participaccedilatildeo e a

convivecircncia social na escola e na cidade e tambeacutem para praticar a inclusatildeo digital e

suas premissas mobilidade conectividade e sustentabilidade

3ordm) PSU Moacutevel ndash Chile eacute um aplicativo moacutevel que permite ao usuaacuterio acessar

conteuacutedo gratuito para download exerciacutecios jogos e podcasts todos organizados

8 httpwwwmvmobcombrmvmobo-que-eo-que-e

55

por assunto tem como objetivo permitir que os estudantes do ensino meacutedio possam

se preparar para ingressar no ensino superior

4ordm) Evaluacioacuten de Aprendizajes por meio de Celulares - Paraguai lanccedilado em

2011 pelo Ministeacuterio da Educaccedilatildeo do Paraguai tem o objetivo de explorar a

possibilidade de aplicaccedilatildeo de testes padronizados com o uso de Aparelhos

Celulares O projeto foi destinado a estudantes dos primeiros anos do ensino meacutedio

envolvendo as disciplinas de Matemaacutetica Liacutengua Espanhola e Literatura em

trezentas escolas puacuteblicas do Paraguai preparando tambeacutem professores e diretores

para ajudar os estudantes realizar os testes nos Aparelhos Celulares e ainda

fornecer suporte teacutecnico no dia do exame

Esses projetos natildeo tecircm relaccedilatildeo direta com o ensino de Fiacutesica nem mesmo

pesquisam sobre o tema Poluiccedilatildeo Sonora e seus efeitos na sauacutede auditiva mas me

pareceram iniciativas interessantes que podem ser aplicadas para incluir as

perspectivas analisadas nesta dissertaccedilatildeo

29 RESUMO DAS DISSERTACcedilOtildeES E TESES LOCALIZADAS NO BANCO DE

TESES DA CAPES SOBRE POLUICcedilAtildeO SONORA

Busquei nas dissertaccedilotildees e teses depositadas no banco da CAPES as

seguintes palavras chaves Poluiccedilatildeo Sonora no Ambiente Escolar Ruiacutedo e Som

publicadas por pesquisadores da aacuterea de educaccedilatildeo

Ano Tiacutetulo Autor Palavra Chave

Universidade

2004 Poluiccedilatildeo sonora em escolas do Distrito Federal

Eniz Poluiccedilatildeo Sonora

PUC Dissertaccedilatildeo Mestrado

2006

A presenccedila do ruiacutedo do trem em escolas do entorno da linha feacuterrea na cidade de Curitiba-PR Contribuiccedilatildeo para a construccedilatildeo dialeacutetica em educaccedilatildeo socioambiental

Gasperin

Poluiccedilatildeo Sonora

UFPR Dissertaccedilatildeo Mestrado

2007

Reflexotildees sobre o ambiente sonoro da cidade de Curitiba A percepccedilatildeo do ruiacutedo urbano e seus efeitos sobre a qualidade de vida de moradores dos setores especiais estruturais

Ribas Ruiacutedo UFPR Tese

Doutorado

2007 Fiacutesica para uma Discriminaccedilatildeo Auditiva Bastos Poluiccedilatildeo Sonora

USP Dissertaccedilatildeo de

Mestrado QUADRO 9 - LEVAMENTO NO BANCO DE TESES DA CAPES INDICANDO ANO NUMERO TOTAL DE TRABALHOS PUBLICADOS FONTE O AUTOR (2014)

56

Eniz (2004) pesquisou a poluiccedilatildeo sonora em escolas puacuteblicas e privadas do

Distrito Federal Sua investigaccedilatildeo se pautou nas condiccedilotildees acuacutesticas (niacuteveis de

pressatildeo sonora e tempo de reverberaccedilatildeo do som) em sala de aula e na percepccedilatildeo

dos professores e estudantes acerca das condiccedilotildees de conforto ambiental

oferecidas pelas escolas agrave sauacutede Assim buscou identificar as causas da poluiccedilatildeo

sonora tanto no ambiente escolar como no entorno das escolas verificando se o

Plano Diretor de Taguatinga e as Normas de Gabarito do Nuacutecleo Bandeirante

possuem accedilotildees de prevenccedilatildeo e de mitigaccedilatildeo agrave poluiccedilatildeo sonora no ambiente

escolar

A pesquisa foi realizada com professores e estudantes de 10 escolas

vinculadas agrave Secretaria de Educaccedilatildeo do Distrito Federal Por vaacuterios dias da semana

mediu-se o niacutevel de pressatildeo sonora no interior e no exterior das salas de aula e da

escola com os estudantes em suas atividades normais Aplicou um questionaacuterio para

professores e estudantes com objetivo de obter informaccedilotildees acerca das condiccedilotildees

de trabalho e sauacutede dos professores e os efeitos negativos na sauacutede humana do

excesso de ruiacutedo no processo ensino-aprendizagem Confrontou os niacuteveis de

pressatildeo sonora e tempo de reverberaccedilatildeo com as normas vigentes e analisaram as

respostas do questionaacuterio

Os resultados do questionaacuterio com professores e estudantes indicaram que

59 nunca fizeram exame audiomeacutetrico revelando pouca preocupaccedilatildeo com este

tipo de acompanhamento poreacutem as queixas mais comuns foram ambiente

intranquilo e estressante e barulhento Sobre os problemas de sauacutede o autor

identificou as seguintes queixas dor de garganta dor nas pernas

irritaccedilatildeonervosismo e cansaccedilo mentalestresse como as mais expressivas de

acordo com o pesquisador o ruiacutedo natildeo pode ser considerado como causa direta de

doenccedilas mentais mas ele presume que acelera e intensifica o desenvolvimento de

desordens mentais latentes

Em relaccedilatildeo ao barulho proveniente do traacutefego urbano identificado pelo estudo

os professores admitiram constante interrupccedilatildeo em suas aulas devido ao barulho

externo do restante 26 sentiram-se incomodados algumas vezes e nenhum

participante da pesquisa admitiu nunca ter sido interrompido pelo ruiacutedo urbano O

excesso de ruiacutedo naquele ambiente prejudicou a comunicaccedilatildeo em sala de aula

levou os professores a sentirem dificuldades de concentraccedilatildeo e obrigando-os a

esforccedilos constantes para se fazerem entender

57

As anaacutelises consideraram aspectos relativos agrave legislaccedilatildeo e agraves normas

teacutecnicas vigentes que regulam a construccedilatildeo e modificaccedilatildeo de estabelecimentos de

ensino Concluiu tambeacutem os efeitos dos ruiacutedos no ensino e na aprendizagem pois

salas de aula com estimulaccedilotildees auditivas em excesso podem promover a distraccedilatildeo

acarretando prejuiacutezos significativos para a aprendizagem

O autor concluiu que em todas as escolas os niacuteveis de ruiacutedos estatildeo acima

dos recomendados pela NBR 101519 (ABNT 1987) com variaccedilatildeo de intensidade

entre a 829 dB(A)10 a 1146 dB(A) Professores e estudantes se comunicam em tom

de voz gritado o que pode trazer danos agrave sauacutede e prejuiacutezos agrave aprendizagem uma

vez que todas as escolas estatildeo localizadas em regiotildees onde o traacutefego aeacutereo eou

terrestre eacute intenso

Segundo o pesquisador as escolas mais afetadas estatildeo localizadas em

regiotildees que natildeo seguiram um planejamento urbano preacute-definido satildeo escolas mal

localizadas dentro da malha urbana que tecircm suas dependecircncias fortemente

afetadas pelo ruiacutedo ambiental

Gasperin (2006) pesquisou o impacto de ruiacutedo provocado pelo trem por ser

considerado um elemento cultural das velhas lembranccedilas alimentadas por mitos que

povoam o imaginaacuterio e despertam certo saudosismo na populaccedilatildeo e com isso

dificultam sua percepccedilatildeo como fonte de poluiccedilatildeo sonora Duas escolas foram

selecionas pela autora por fazer parte da histoacuteria da construccedilatildeo da oficina de

reparos das locomotivas e com impacto auditivo da passagem do trem durante o

horaacuterio de aula Assim observou as contradiccedilotildees que impedem a percepccedilatildeo dos

estudantes e professores em relaccedilatildeo agrave aprendizagem

O objetivo da autora foi mostrar a influecircncia dos significados do ruiacutedo do trem

para os humanos a fim de ter o sujeito ecoloacutegico como processo estrateacutegico da

Educaccedilatildeo Ambiental pesquisando se os ruiacutedos produzidos pelas locomotivas estatildeo

acima dos niacuteveis de decibeacuteis satildeo considerados adequados agraves salas de aula se eou

como o corpo docente percebe a presenccedila do trem como um agente de risco

9 A Norma Brasileira Regulamentadora 10151 encontra-se no anexo V desta dissertaccedilatildeo

10 A unidade de medida de niacuteveis de conforto acuacutestico (decibeacuteis) eacute representada em alguns

documentos como dB e em outros como dB(A) Por exemplo o Decreto Federal No 81621 de 03051978 (BRASIL 1968) em seu anexo 32 regulamenta as unidades de medida usando o dB como unidade de medida para Decibeacuteis Jaacute a NBR 10152 de dezembro de 1987 (norma da ABNT) definem niacuteveis de Pressatildeo Sonora e adota o dB(A) como unidade de medida para os decibeacuteis Nesta dissertaccedilatildeo acompanho a norma 10152 da (ABNT 1987) e adoto dB(A) como unidade de medida de Niacuteveis de Pressatildeo Sonora

58

ambiental quanto agrave poluiccedilatildeo sonora averiguando o significado do ruiacutedo do trem

junto aos estudantes e docentes das escolas proacuteximas agrave linha feacuterrea com enfoque

na questatildeo do som no ambiente

A pesquisa de campo foi realizada em duas escolas puacuteblicas da cidade de

Curitiba (PR) denominadas A e B composta de 938 estudantes do ensino

fundamental e foram selecionados por estarem geograficamente expostas a ruiacutedos

sonoros quando da passagem do trem a escola A situa-se a 55 metros de distacircncia

da linha feacuterrea e a Escola B tem seus muros nos fundos com a oficina mecacircnica da

empresa que administra esta linha feacuterrea e emite fortes ruiacutedos e a 20 m de distacircncia

de onde circula o trem

O trem eacute um produto da praacutexis histoacuterico-cultural humana e estaacute inserido na

sociedade influenciando a vida das pessoas do entorno da via feacuterrea Assim o trem

traz um significado psicoloacutegico na relaccedilatildeo entre o sujeito e o mundo objetivo

predominando a concepccedilatildeo utilitarista pelo seu significado A autora aplicou um

questionaacuterio para estudantes e professores das escolas e realizou mediccedilotildees do

niacutevel de pressatildeo sonora nas salas de aula quando o trem passa e em condiccedilotildees de

aula sem o ruiacutedo do trem

A autora concluiu que a existecircncia de uma realidade de coexistecircncia da vida

urbana agravada pela presenccedila da linha feacuterrea nas atividades da vida escolar na

qual o trem eacute um produto da praacutexis histoacuterico-cultural humana inserido na sociedade

influenciando a vida particularmente das pessoas do entorno da via feacuterrea trazendo

significado psicoloacutegico com funccedilatildeo mediadora na relaccedilatildeo entre o sujeito e o mundo

objetivo

Ribas (2007) analisou os contrastes entre o conceito de qualidade de vida

empregado em diferentes contextos na aacuterea da sauacutede na aacuterea urbana e no

ambiente A autora buscou estudar e compreender como se da agrave percepccedilatildeo da

poluiccedilatildeo sonora pela populaccedilatildeo e a relaccedilatildeo existente entre som (ruiacutedo) ndash sauacutede

(auditiva) ndash ambiente (urbano) uma vez que Curitiba tem se mostrado um campo

feacutertil para o desenvolvimento de problemas ambientais e dentre eles a poluiccedilatildeo

sonora causada em grande parte pelo traacutefego de veiacuteculos e percebeu que os

niacuteveis de ruiacutedo urbanos na cidade de Curitiba natildeo estatildeo dentro dos limites

especificados legalmente e que podem causar prejuiacutezos agrave sauacutede da populaccedilatildeo Nas

diversas aacutereas mapeadas foi constatado que o ruiacutedo urbano enquadra-se num

patamar grave e em algumas situaccedilotildees em pontos proacuteximos agraves vias raacutepidas o

59

volume chega agrave beira da saturaccedilatildeo pois o traacutefego de veiacuteculos eacute a grande causa do

ruiacutedo urbano em Curitiba Satildeo ruiacutedos provenientes de veiacuteculos automotivos (carros

ocircnibus e caminhotildees) aeronaves e trens Os niacuteveis de poluiccedilatildeo sonora atingem seus

maiores iacutendices nessas vias estruturais da cidade

O objetivo da pesquisa foi agrave caracterizaccedilatildeo da qualidade do ambiente sonoro

na cidade de Curitiba Para tanto a autora fez mediccedilotildees da variaccedilatildeo do ruiacutedo

urbano Tambeacutem avaliou a percepccedilatildeo que as pessoas tecircm deste ambiente sonoro

procurando identificar os prejuiacutezos que a poluiccedilatildeo sonora causa Investigou como os

moradores das regiotildees investigadas reagem ao ambiente sonoro ao qual estatildeo

expostos Verificou quais poliacuteticas puacuteblicas foram implementadas para monitorar e

reduzir o ruiacutedo urbano na cidade e seu impacto sobre a qualidade de vida dos

moradores e analisou como os gestores ambientais tecircm desempenhado suas

funccedilotildees diante deste problema

De acordo com a autora o Plano Diretor de Curitiba (1975) teve como

principal foco o crescimento a malha viaacuteria especificamente a do transporte coletivo

Uma das diretrizes gerais daquele plano ainda em vigor refere-se aos eixos

estruturais do transporte coletivo que deveriam ser adensados e para isso foram

equipados com toda a infraestrutura urbana e dotados de um sistema de transporte

de massa capaz de atender tanto a demanda da eacutepoca quanto a que viria no futuro

Aleacutem da anaacutelise do plano diretor a autora pesquisou e categorizou as

denuacutencias referentes agrave poluiccedilatildeo sonora registrada junto agrave Secretaria Municipal do

Meio Ambiente e observou 3036 denuacutencias efetuadas no ano de 2005 48 eram

oriundas da passagem do trem e 38 de veiacuteculos de transporte individual ou coletivo

A autora realizou um levantamento de pesquisas que diagnosticou a poluiccedilatildeo

sonora e sua evoluccedilatildeo na cidade de Curitiba e concluiu que devido ao aumento do

nuacutemero veiacuteculos os niacuteveis de ruiacutedo tecircm se acentuado contrariamente ao que se

esperava de uma cidade que recebeu o tiacutetulo de capital ecoloacutegica

Em seguida Ribas (2007) mediu os niacuteveis miacutenimos meacutedios e maacuteximos de

pressatildeo sonora encontrados no interior das residecircncias de acordo com o

preconizado pela Norma NBR 1015211 Acuacutestica - Avaliaccedilatildeo do ruiacutedo ambiente em

recintos de edificaccedilotildees visando o conforto dos usuaacuterios ndash procedimento (ABNT

1987) Os resultados indicaram que em 86 dos locais pesquisados a intensidade

11A Norma Brasileira Regulamentadora 10152 encontra-se no anexo VI desta dissertaccedilatildeo

60

de ruiacutedo extrapola os niacuteveis recomendados e percebeu tambeacutem que imoacuteveis abaixo

do niacutevel da rua estatildeo mais sujeitos aos mais altos niacuteveis de ruiacutedo desta forma foi

possiacutevel confirmar niacuteveis exacerbados de ruiacutedo em edificaccedilotildees concentradas nos

Setores Especiais Estruturais de Curitiba

Apoacutes as mediccedilotildees a autora entrevistou os moradores das residecircncias e trecircs

gestores envolvidos com planejamento urbano da cidade de Curitiba com objetivo

de verificar qual a prioridade dada pelos gestores a mitigaccedilatildeo do ruiacutedo urbano se

eles reconheciam que os niacuteveis de ruiacutedo urbano estatildeo acima do recomendado e

permitido legalmente se eles percebiam o ruiacutedo como fator ambiental negativo

finalmente analisou se existe uma poliacutetica puacuteblica municipal destinada agrave reduccedilatildeo da

emissatildeo do ruiacutedo na cidade

A autora destacou que os moradores entrevistados percebiam o ruiacutedo como

fonte geradora de desconforto poreacutem natildeo fizeram denuacutencias aos oacutergatildeos

competentes Por outro lado alguns entrevistados apesar de considerarem o ruiacutedo

urbano como um fator negativo disseram natildeo sentir desconforto em ambientes

barulhentos

O traacutefego de veiacuteculos foi considerado a maior causa do ruiacutedo urbano mas a

comunidade natildeo considerou o ruiacutedo como fator de risco agrave sauacutede por estar

acostumada agrave presenccedila dele Natildeo houve percepccedilatildeo dos efeitos da poluiccedilatildeo sonora

sobre a qualidade de vida e da sauacutede Os entrevistados relataram ainda que nunca

tiveram contato com campanhas de educaccedilatildeo ambiental voltada para sauacutede

auditiva

Com relaccedilatildeo agrave percepccedilatildeo dos gestores sobre o ruiacutedo urbano ficou

evidenciado que eles tambeacutem possuem sentimentos de fatalismo e inevitabilidade

aleacutem do mais o ruiacutedo natildeo encontra lugar de prioridade dentre os problemas urbanos

e isso dificulta ainda mais a realizaccedilatildeo de accedilotildees em niacutevel governamental que visem

agrave reduccedilatildeo do ruiacutedo urbano

A autora sugeriu que para ser efetivamente combatido haacute que se investir na

formaccedilatildeo de gestores com conhecimento do que vem a ser o ruiacutedo e seus efeitos na

sauacutede humana Aleacutem do que para a tomada de decisotildees na esfera puacuteblica eacute

necessaacuterio considerar a opiniatildeo da comunidade

Bastos (2007) delineou formas de ensinar Fiacutesica a estudantes do Ensino

Meacutedio a partir de eventos do cotidiano de forma que a abordagem de conteuacutedos de

Fiacutesica torna-se mais significativo e prazeroso e ao mesmo tempo com utilidade

61

vivencial da praacutetica dos mesmos relacionando agrave sauacutede auditiva Considerou que os

estudantes tem posse de sons portaacuteteis (MP3 MP4 ipod walkman etc) ou estatildeo

expostos uma vez que costuma expor seus ouvidos a alta intensidade sonora sem

consciecircncia nem conhecimentos de que as muacutesicas em volume alto podem levar a

perda induzida de audiccedilatildeo

O objetivo foi mostrar que a Fiacutesica pode ajudar a compreender as

propriedades do som e tambeacutem verificar como o som age no organismo vivo

utilizando agrave noccedilatildeo de perfil conceitual e os conceitos de interdisciplinaridade e

complexificaccedilatildeo como referencial teoacuterico

Na metodologia relacionou os conceitos de Fiacutesica com os de sauacutede auditiva

em funccedilatildeo das praacuteticas cotidianas dos estudantes Em 2005 ndash preacute-teste zero -

aplicaram um questionaacuterio com 5 questotildees e uma representaccedilatildeo imageacutetica para

levantamento dos conceitos preacutevios dos estudantes sobre poluiccedilatildeo sonora e com as

respostas em seguida definiu categorias perceptivas sobre o tema No preacute-teste um

em 2005 apoacutes verificaccedilatildeo dos conhecimentos preacutevios e das categorias (emocional

esteacutetico fisioloacutegico) aplicaram outro questionaacuterio com 18 questotildees focando tais

percepccedilotildees subjetivas Em 2006 no preacute-teste dois avaliou e identificou as primeiras

compreensotildees do conhecimento complexificado nas atividades propostas No

mesmo ano apoacutes aplicaccedilatildeo das atividades verificou se houve apropriaccedilatildeo do

conceito e compreensatildeo do conhecimento complexificado Em 2007 refez atividades

para verificar se houve apropriaccedilatildeo dos conteuacutedos por meio de um questionaacuterio com

oito questotildees Todas as atividades foram aplicadas agrave estudantes do Ensino Meacutedio

de uma escola puacuteblica com idades variando de 16 a 20 anos

A autora concluiu que as coleta de dados antes durante e depois das

atividades foi um importante fator para tomada de consciecircncia dos estudantes com

relaccedilatildeo ao conteuacutedo de Fiacutesica desenvolvido nas atividades pois eles percebeu que

houve mudanccedila de perfil conceitual com relaccedilatildeo a poluiccedilatildeo sonora O aprendizado

adquirido pelos estudantes possibilitou o discernimento do que eacute saudaacutevel no

entanto a autora natildeo percebeu que estudantes transitaram conscientemente entre

as diferentes zonas do perfil conceitual selecionando criteacuterios dentre todos os

oferecidos agrave consciecircncia o mais adequado com o contexto de vivecircncia mas houve

uma integraccedilatildeo do conhecimento cientiacutefico com o cotidiano

Para a autora a construccedilatildeo interdisciplinar natildeo eacute uma tarefa simples de ser

realizada quando deixado por conta das decisotildees dos estudantes imaginando que

62

eles construiratildeo relaccedilotildees entre teoria e metodologias que fundamentam a

interdisciplinaridade mas eacute imprescindiacutevel o interesse do professor em se atualizar

buscar novas formas de apresentar o conhecimento que faccedila sentido para ele e os

estudantes A dissertaccedilatildeo propotildee incluir o tema de acuacutestica e a aplicaccedilatildeo das

atividades no planejamento escolar mas tambeacutem incentiva o leitor inspirar-se na

construccedilatildeo de outras relaccedilotildees interdisciplinares que tenham mais valor para ele

para os estudantes para a comunidade na qual estaacute inserida a escola

210 SIacuteNTESE DA SECcedilAtildeO

A revisatildeo de literatura revelou que o tema ldquoPoluiccedilatildeo Sonorardquo eacute pouco

discutida entre os pesquisadores do Ensino de Fiacutesica e de Ciecircncias (quatro

trabalhos apresentados em congressos) e inexistente nos Encontros de Pesquisa de

Educaccedilatildeo Ambiental mas jaacute comeccedila ser apontada nas dissertaccedilotildees e teses

depositadas no banco da CAPES (duas dissertaccedilotildees e uma tese) Desta forma haacute

uma clara lacuna na pesquisa educacional no que se refere a uma problemaacutetica tatildeo

presente e contemporacircnea Os trabalhos evidenciaram que o crescimento dos

transportes urbanos carros e trens que cortam as cidades tecircm efeito sobre o

aumento do ruiacutedo urbano com consequecircncias para a sauacutede de forma geral e podem

prejudicar o ensino e a aprendizagem

Por outro lado a poluiccedilatildeo sonora pode ser estudada de forma criacutetica se

abordada com aspectos da Educaccedilatildeo Ambiental O som faz parte do cotidiano da

vida e em muitos momentos os excessos natildeo satildeo percebidos

Em relaccedilatildeo ao uso do Aparelho Celular foram identificados sete estudos e

ficou evidente que esta tecnologia de faacutecil acesso jaacute estaacute inserida na escola Os

trabalhos indicaram tambeacutem que os Aparelhos Celulares impactaram a

aprendizagem dos estudantes influenciaram na motivaccedilatildeo no envolvimento deles

em relaccedilatildeo agraves atividades e na mudanccedila de opiniatildeo sobre a escola e os estudos

Os projetos que utilizam Aparelhos Celulares como apoio ao Ensino e a

Aprendizagem sendo dois no Brasil um no Chile e outro no Uruguai tem como

objetivo auxiliar na formaccedilatildeo de professores e dos estudantes do Ensino

63

Fundamental e Meacutedio Embora os Aparelhos Celulares estejam nas matildeos dos

professores e de estudantes ainda satildeo poucas as iniciativas com projetos na aacuterea

de ensino No entanto natildeo haacute nenhuma relaccedilatildeo com a poluiccedilatildeo sonora ou ruiacutedos

oriundos dos fones auriculares quando utilizados para ouvir muacutesica o que corrobora

a necessidade de estudos como o proposto nesta dissertaccedilatildeo

No Banco de dissertaccedilotildees e Teses da Capes foram localizadas apenas quatro

pesquisas sobre poluiccedilatildeo sonora relacionadas a aacuterea educacional Isso corrobora

com a necessidade de mais estudos na aacuterea

Na proacutexima seccedilatildeo discuto o aporte teoacuterico a partir de trecircs premissas

fundamentais para o desenvolvimento desta pesquisa alteraccedilotildees no conceito de

cultura e identidade que emergem na sociedade contemporacircnea As alteraccedilotildees no

significado de som ruiacutedo e poluiccedilatildeo sonora e partir de mudanccedilas na percepccedilatildeo da

relaccedilatildeo espaccedilo-temporal na sociedade contemporacircnea As tecnologias de faacutecil

acesso como a do Aparelho Celular e do uso de fones auriculares modificando o

ambiente escolar e as percepccedilotildees de pertencimento ao grupo

64

3 PERSPECTIVAS CULTURAIS E AS ALTERACcedilOtildeES NAS PERCEPCcedilOtildeES

ESPACcedilO-TEMPORAIS SOBRE SOM E RUIacuteDO

Esta dissertaccedilatildeo foi proposta a partir de trecircs premissas a saber

Na sociedade contemporacircnea a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos entre si e dos

indiviacuteduos com o meio foi alterada em relaccedilatildeo ao modelo de sociedade

moderna especialmente no que tange a modificaccedilatildeo da percepccedilatildeo

espaccedilo-temporal

Os meios de transporte alteraram a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos com o meio

a partir de uma outra percepccedilatildeo sobre a relaccedilatildeo espaccedilo-temporal

modificando a percepccedilatildeo sobre o som os ruiacutedos e a poluiccedilatildeo sonora e

seus impactos na sauacutede

O Aparelho Celular eacute um dos meios de comunicaccedilatildeo e uma tecnologia

de faacutecil acesso que alterou a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos entre si

modificando a dinacircmica do espaccedilo escolar e a percepccedilatildeo do estudante

sobre sua relaccedilatildeo de pertencimento ao grupo

Nesta seccedilatildeo busco em alguns pensadores explicaccedilotildees sobre as mudanccedilas

que ocorreram na sociedade contemporacircnea e que datildeo aporte a tais premissas

Para desenvolvecirc-la teoricamente revejo o conceito de Cultura abordado por Hall

(2007) e as discussotildees que este autor desenvolve sobre a noccedilatildeo de significado a

partir da ideia de Circuito Cultural essas discussotildees satildeo realizadas na primeira

parte intitulada ldquoCulturas e Identidades na poacutes-modernidaderdquo

A partir disso abordo o conceito de Interaccedilatildeo Social e a modificaccedilatildeo

transformaccedilatildeo do ambiente discutido por Vygotsky (2007) e as mudanccedilas nas

formas de interaccedilatildeo social geradas pelos novos meios de comunicaccedilatildeo Thompson

(2011) a seccedilatildeo centra-se no argumento de que o Aparelho Celular modifica as

interaccedilotildees sociais especialmente no Ambiente Escolar Para tanto abordo

pressupostos teoacutericos da cultura contemporacircnea e suas especificidades para o

ambiente escolar Este ambiente entendido como territoacuterio de disputa de identidades

(HALL 2011) nas quais os estudantes produzem reproduzem e modificam a

sociedade em que vivem e a relaccedilatildeo que tecircm com os meios de comunicaccedilatildeo de faacutecil

acesso (especialmente o Aparelho Celular) permitindo outras possibilidades de

65

inserccedilatildeo no grupo facilitando o sentimento de pertencimento a ele pois Thompson

(2011) sugere que ldquoAo alterar a compreensatildeo do lugar e do passado o

desenvolvimento dos meios de comunicaccedilatildeo modificou o sentido de pertencimento

dos indiviacuteduos isto eacute a compreensatildeo dos grupos e das comunidades a que eles

sentem pertencerrdquo (p 61 62)

Essas discussotildees satildeo realizadas na segunda parte intitulada ldquoInteraccedilotildees

sociais Tecnologia e o Ambiente Escolarrdquo Ainda fundamentado em Thompson

(2011) discuto o impacto dos meios de transportes nas culturas nas identidades e

na forma como percebemos e interagimos em sociedade A discussatildeo sobre a

percepccedilatildeo estaacute centrada nos aspectos do significado de som ruiacutedo e poluiccedilatildeo

sonora produzidos pelos meios de transporte e seus impactos agrave sauacutede humana

Essas discussotildees satildeo realizadas na terceira parte intitulada ldquoNiacuteveis de Pressatildeo

Sonora nas ruas do entorno do Coleacutegiordquo

31 CULTURAS E IDENTIDADES NA POacuteS-MODERNIDADE

A ideacuteia de cultura eacute usada para descrever um modo de vida e suas formas de

pensar sentir e atuar que satildeo assimiladas por grupos humanos Estas accedilotildees

relativas ao comportamento satildeo determinadas pela cultura estabelecida no contexto

em que esses humanos estatildeo inseridos Hall (2007) explica a grande expansatildeo do

conceito de cultura e o que estaacute associado a ele constituindo todos os aspectos da

vida social

Os seres humanos satildeo seres interpretativos instituidores de sentido A accedilatildeo social eacute significativa tanto para aqueles que a praticam quanto para os que a observam natildeo em si mesma mas em razatildeo dos muitos e variados sistemas de significado que os seres humanos utilizam para definir o que significam as coisas e para codificar organizar e regular sua conduta uns em relaccedilatildeo aos outros (HALL 2007 p15)

Para Hall (2011) a cultura de alguma forma sempre foi relevante mas natildeo

estava no centro dos debates As ciecircncias humanas jaacute promoviam isoladamente o

estudo das diversas linguagens a literaacuteria artiacutestica filosoacutefica religiosa etc mas foi

66

soacute na contemporaneidade eacute que ela passou a ser compreendida como instituidora

de sentido e portanto dos sistemas de significados que regulam nossas accedilotildees e

que compotildeem a ldquonossardquo cultura A partir dessa compreensatildeo a cultura tornou-se

central nas discussotildees

Para autores que coadunam com as perspectivas dos Estudos Culturais como

T S Eliot (1962) apud Nascimento (2009) o conceito de cultura

ldquotem diferentes associaccedilotildees se tiveacutessemos em mente o desenvolvimento de um sujeito de um grupo ou de uma sociedade no seu todo Eacute parte de sua tese que a cultura de um sujeito depende da cultura de um grupo que depende da cultura da sociedade a qual pertencemrdquo (p14-15)

Para Hall (2011) cultura se refere ao que eacute constitutivo nas experiecircncias de

vida das pessoas das comunidades dos paiacuteses ou dos grupos sociais Em

contrapartida tambeacutem se refere aos valores compartilhados por um grupo ou pela

sociedade

A cultura eacute sobre sentimentos apegos e emoccedilotildees bem como conceitos e ideias A minha expressatildeo facial lsquodiz algorsquo sobre quem eu sou (identidade) o que estou sentindo (emoccedilotildees) e qual grupo eu pertenccedilo (apegos) de forma que pode ser lsquolidarsquo e entendida por outras pessoas mesmo que eu deliberadamente natildeo pretendesse comunicar algo formalmente lsquouma mensagemrsquo e mesmo que uma outra pessoa natildeo se decirc conta de como entendeu o que eu estava lsquodizendorsquo Acima de tudo os significados culturais natildeo estatildeo somente lsquona cabeccedilarsquo Eles organizam e regulam as praacuteticas sociais influenciam nossa conduta e consequentemente tecircm efeitos reais e praacuteticos (HALL 2007 p2-3 traduccedilatildeo nossa)

O autor enfatiza ldquoo papel crucial do domiacutenio simboacutelico no coraccedilatildeo da vida

socialrdquo (HALL 2007 p3) e considera que os participantes de um grupo ou

sociedade constituem uma cultura por meio da produccedilatildeo e troca de significados Os

participantes de uma cultura interpretam significam o que vai ocorrendo ao seu

redor dando sentido as coisas ao mundo e constituindo a cultura por isso a cultura

depende de cada um de seus participantes

Em relaccedilatildeo agrave noccedilatildeo de significado Hall (2011) a aborda a partir da ideacuteia de

ldquocircuito culturalrdquo (p3) que sugere os significados satildeo constituiacutedos em muitos e

diferentes locais e circulam por meio de inuacutemeros processos ou praacuteticas A partir

dessa noccedilatildeo o autor discute quatro perspectivas

67

Na perspectiva de Woodward (1997) apud Hall (2011) o significado eacute o que daacute

sentido a nossa proacutepria identidade a quem somos e com quem temos diferentes

pertencimentos Por isso estaacute relacionado a questotildees de como a cultura eacute utilizada

para marcar e manter a identidade dentro de um grupo e para estabelecer

diferenccedilas entre grupos

Du Gay (1997) apud Hall (2011) sugere que o significado estaacute

constantemente sendo produzido e trocado em todas as interaccedilotildees pessoais e

sociais da qual tomamos parte Nesse sentido essas interaccedilotildees podem ser vistas

como os espaccedilos - de cultura e produccedilatildeo de significados - mais privilegiados embora

tambeacutem sejam os mais negligenciados A cultura tambeacutem eacute produzida em diferentes

meios com tecnologias complexas poreacutem de faacutecil acesso por meio deles os

significados atingem uma escala de comunicaccedilatildeo global que circulam entre

diferentes culturas em uma velocidade jamais vistas anteriormente

Para Mackay (1997) apud Hall (2011) os significados satildeo produzidos toda vez

que nos expressamos usamos consumimos ou nos apropriamos de objetos

culturais isto eacute quando os incorporamos de diferentes formas em nossos rituais e

praacuteticas da vida cotidiana e desta forma damos valores ou significados Ou quando

criamos narrativas estoacuterias e fantasias ao redor deles

Para Thompson (1997) apud Hall (2011) os significados regulam e organizam

nossas praacuteticas e condutas e essas contribuem para estabelecer as regras normas

e convenccedilotildees pelas quais a vida social eacute ordenada e governada Portanto praacuteticas e

condutas estruturam e modelam as ideias dos outros e tornam-se instrumento para

aqueles que anseiam governar e regular os outros

A partir dos vaacuterios autores Hall (2011) constroacutei o conceito de significado

sugerindo que ele eacute constituiacutedo em todos os diferentes momentos ou praacuteticas em

nosso circuito de cultura ndash na construccedilatildeo da identidade e na marcaccedilatildeo da diferenccedila

na produccedilatildeo e consumo assim como na regulaccedilatildeo da conduta social Em todas

essas instacircncias o principal meio pelo qual o significado eacute produzido e circula eacute a

Linguagem

De acordo com Hall (2011 p1)

[] A cultura trata de lsquosignificados compartilhadosrsquo A linguagem eacute o meio privilegiado pelo qual lsquodamos sentidorsquo as coisas em que os significados satildeo produzidos e trocados Significados soacute podem ser compartilhados por meio de nosso acesso comum agrave linguagem Entatildeo a linguagem eacute o ponto fulcral da constituiccedilatildeo dos significados e da cultura e sempre seraacute considerada

68

como o principal repositoacuterio de valores culturais e significados (traduccedilatildeo nossa)

Observando o conceito de cultura e nele as noccedilotildees de significado a partir da

ideacuteia de ldquocircuito culturalrdquo (p3) eacute possiacutevel relacionaacute-los ao meu estudo dissertativo

entendendo que os estudantes se identificam com os Aparelhos Celulares como

forma de dependecircncia e pertencimento ao grupo e este grupo por sua vez

depende da cultura de consumo veiculado nas mensagens difundida por meios

teacutecnicos de comunicaccedilatildeo para a sociedade Thompson (2011) alerta para o uso

inadequado da expressatildeo ldquocomunicaccedilatildeo em massardquo sugerindo alternativamente os

termos ldquodifusatildeo de meios teacutecnicos de comunicaccedilatildeordquo como substitutos para que se

evitem simplificaccedilotildees que sugerem que os indiviacuteduos sejam vistos como ldquoum vasto

mar de passivos e indiferenciados indiviacuteduosrdquo (p51)

A partir de Thompson e Mackay apud Hall (2011) os significados tambeacutem satildeo

produzidos pela apropriaccedilatildeo de objetos em nosso caso o Aparelho Celular e o fone

auricular Os significados tambeacutem regulam praacuteticas e condutas e estabelecem

normas pelas quais a vida social eacute ordenada e governada nesse sentido o uso do

fone auricular e do Aparelho Celular satildeo praacuteticas de conduta que modelam as ideias

tornando-se instrumentos de governabilidade e regulaccedilatildeo do grupo e entre os

integrantes do grupo ou seja ter o objeto e saber usar ou aprender com os pares

cria o significado de pertencimento e de participaccedilatildeo no grupo Reitero assim a

primeira premissa deste estudo

Na sociedade contemporacircnea a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos entre si e dos

indiviacuteduos com o meio foi alterada em relaccedilatildeo ao modelo de sociedade

moderna especialmente no que tange a modificaccedilatildeo da percepccedilatildeo

espaccedilo-temporal

Os fundamentos teoacutericos apresentados anteriormente me permitiram refletir

sobre as mudanccedilas na sociedade contemporacircnea com reflexos no processo

identitaacuterio dos estudantes especialmente relacionados a cultura escolar a partir da

ideia da inserccedilatildeo dos Aparelhos Celulares na escola e na constituiccedilatildeo de outros

modelos simboacutelicos de estudante Isso reitera a terceira premissa deste estudo

A seguir abordarei as mudanccedilas que ocorreram na intensidade sonora no

entorno da escola a partir do aumento da quantidade de veiacuteculos e trens com as

consequecircncias dessas mudanccedilas no cotidiano da comunidade escolar

69

32 NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA NAS RUAS DO ENTORNO DO COLEacuteGIO

No seacuteculo XIX os humanos inventaram a maacutequina a vapor os veiacuteculos com

motor de explosatildeo (carro caminhatildeo e motocicletas entre outros) O

desenvolvimento desses novos meios de transporte afetou as maneiras pelas quais

os indiviacuteduos experimentam as caracteriacutesticas de espaccedilo e de tempo da vida social

(THOMPSON 2011 p 60)

Cidades como Curitiba natildeo ficaram alheias a essas afetaccedilotildees que impuseram

agrave vida social uma nova percepccedilatildeo de espaccedilo e tempo oriunda das mudanccedilas

tecnoloacutegicas que trouxeram mais velocidade aos meios de transporte tornando-se

cruciais para diminuiccedilatildeo do tempo entre espaccedilos percorridos Em outras palavras a

velocidade do transporte e da comunicaccedilatildeo aumentou e consequentemente a

distacircncia pareceu diminuir Mas o que ocorreu com a poluiccedilatildeo sonora nas ruas do

entorno do Coleacutegio nomeadamente na Avenida Afonso Camargo no qual se localiza

o CEPMAT

Curitiba eacute uma cidade paradoxal ao mesmo tempo em que foi ldquovendidordquo um

conceito de cidade Ecoloacutegica com planejamento urbano eficaz (MENDONCcedilA 2002)

ocultou-se a discussatildeo sobre poluiccedilatildeo sonora evitando que a percepccedilatildeo desses

problemas arranhasse a imagem europeia da cidade

Ateacute a miacutedia natildeo especializada reconhece que nas ruas de Curitiba haacute um

excesso de carros ocircnibus caminhotildees que tornam a cidade barulhenta (LOPES

2008) e mesmo em aacutereas arborizadas como as do Jardim Botacircnico medem-se

decibeacuteis acima dos recomendados por normas teacutecnicas (BRASIL 1998) Ribas

(2007) identificou que a principal fonte de ruiacutedos eacute o veiacuteculo campeatildeo de

reclamaccedilotildees por parte da populaccedilatildeo Entre as reclamaccedilotildees sobre poluiccedilatildeo sonora

que ocorreram durante o horaacuterio comercial 70 delas referem-se ao ruiacutedo de meios

de transporte Em Curitiba haacute cerca de 460 automoacuteveis para cada grupo de mil

pessoas a maior proporccedilatildeo carro pessoa no Brasil Alem dos carros haacute tambeacutem

trens motociclistas sirenes alarmes etc Nessa pesquisa mediu os niacuteveis de

pressatildeo sonora (decibeacuteis) em 100 pontos ao longo das canaletas de ocircnibus

70

expresso em diversas regiotildees da cidade Desses 86 tiveram intensidade sonora

superior aos permitido pela lei Municipal 1062512

Art 5ordm A emissatildeo de sons e ruiacutedos por quaisquer atividades industriais comerciais prestadoras de serviccedilos religiosas sociais recreativas e de carga e descarga natildeo podem exceder os niacuteveis de pressatildeo sonora contidos no Anexo I que faz parte integrante desta lei sect 3ordm - Quando a propriedade que sofre o incocircmodo tratar-se de escola creche biblioteca puacuteblica hospital ambulatoacuterio casa de sauacutede ou similar com leitos para internamento hotel ou similar devem ser atendidos os limites estabelecidos para ZR-1 independentemente da zona de uso e deve ser observado o raio de 20000m (duzentos metros) de distacircncia definida como zona de silecircncio (CURITIBA 2002)

O anexo I da mesma lei e mencionado na citaccedilatildeo estabelece niacuteveis de

pressatildeo sonora maacuteximos permitidos que foram resumidos no quadro 10

Diurno Vespertino Noturno

Entre 07h01min e 19h00 Entre 19h01min e 22h00 Entre 22h01min e 07h00

ZR-1 55 50 45

ZE-E 60 55 50

ZR-1 = Zona Residencial 1 e ZE-E = Zona Especial Educacional

QUADRO 10 - NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA EM (NPS) PERMITIDOS EM AacuteREAS RESIDENCIAIS E ESCOLARES FONTE O AUTOR (2014) ADAPTADO DO ANEXO I DA LEI ORDINAacuteRIA MUNICIPAL 10625 (CURITIBA 2002)

A intensidade sonora alta eacute uma inimiga invisiacutevel pois nem sempre se

percebe o barulho intenso que pode causar estresse insocircnia problemas de audiccedilatildeo

e ateacute outros problemas de sauacutede Esses problemas satildeo maiores nas grandes

cidades e de acordo com Ribas (2007) a poluiccedilatildeo sonora eacute um dos maiores

problemas para sauacutede humana

A audiccedilatildeo humana eacute capaz de tolerar ruiacutedos ateacute o limite de 85 decibeacuteis por

um periacuteodo de ateacute oito horas Sons acima deste limite podem prejudicar ou ateacute

causar perda auditiva dependendo do tempo de exposiccedilatildeo Acima de 85 decibeacuteis

ocorre desconforto auditivo irritabilidade cansaccedilo e perda de atenccedilatildeo no entanto

esses problemas dificilmente satildeo associados ao ruiacutedo O aumento de 5 decibeacuteis

reduz pela metade o tempo recomendado para a exposiccedilatildeo inicial ao ruiacutedo

Ribas (2007) notou que a poluiccedilatildeo sonora eacute um incomodo para as pessoas

no entanto a reaccedilatildeo estaacute aqueacutem do que o problema exige As pessoas identificam o

12 Lembrando que o texto da Lei 106252002 encontra-se no Anexo I desta dissertaccedilatildeo

71

ruiacutedo como algo negativo porem natildeo esboccedilam reaccedilotildees A reaccedilatildeo mais comum eacute a

instalaccedilatildeo de janelas que absorvem o ruiacutedo Para a autora as pessoas raramente

reclamam pois natildeo sabem para quem reclamar

De acordo com a autora a Avenida Affonso Camargo onde se situa o

CEPMAT eacute uma das mais barulhentas da cidade ali as mediccedilotildees indicaram niacuteveis

de 90 decibeacuteis

Enfim tanto Ribas (2007) como Gasperin (2011) mostrou que os ruiacutedos

provocados pelos trens estatildeo acima do limite estabelecido pela legislaccedilatildeo mas o

grupo pesquisado por Gasperin o interpretou com uma perpectiva bucoacutelica de boas

lembranccedilas e natildeo o perceberam como incocircmodo embora o ruiacutedo dos automoacuteveis foi

compreendido como estressante

Neste item abordei aspectos culturais da sociedade Curitibana

contemporacircnea e urbana que convive com altos niacuteveis de pressatildeo sonora bastante

prejudicial agrave sauacutede mental auditiva e fiacutesica de forma geral mas que nem sempre

consegue perceber que estaacute exposta a esses niacuteveis de ruiacutedos por consideraacute-los

parte inerente da cultura e da vida citadina e por consequecircncia natildeo se protege e

pouco reclama isso reitera a segunda premissa deste estudo

Os meios de transporte alteraram a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos com o meio

a partir de uma outra percepccedilatildeo sobre a relaccedilatildeo espaccedilo-temporal

modificando a percepccedilatildeo sobre o som os ruiacutedos e a poluiccedilatildeo sonora e

seus impactos na sauacutede

O CEPMAT e a comunidade escolar estatildeo inseridos neste contexto portanto

entender aspectos da cultura escolar dos estudantes imersos nesse ambiente

ruidoso eacute essencial A seguir abordarei as mudanccedilas que ocorreram na intensidade

sonora no entorno da escola a partir do aumento da quantidade de veiacuteculos e trens

com as consequecircncias dessas mudanccedilas no cotidiano da comunidade escolar

33 INTERACcedilOtildeES SOCIAIS TECNOLOGIA E O AMBIENTE ESCOLAR

Eacute pela interaccedilatildeo social nas atividades que os indiviacuteduos compartilham coacutedigos

- tecnologias - aprendizagens rituais inovaccedilatildeo Vigostky (2007) analisou a interaccedilatildeo

72

entre humanos e ambiente a partir dos registros que os indiviacuteduos fazem neste

mundo (linguagem) estes registros satildeo ao mesmo tempo materiais culturais e

sociais Assim os indiviacuteduos se inserem no ambiente e a partir desta inserccedilatildeo satildeo

constituiacutedos como humanos E ao mesmo tempo em que se apropriam da cultura jaacute

acumulada pelas geraccedilotildees anteriores atuam sobre o mundo relacionando-se com

ele modificando-o e transformando-o de forma ativa

Ainda segundo Vygotsky (2007) a linguagem eacute o meio pelo qual a reflexatildeo e

a elaboraccedilatildeo da experiecircncia ocorrem Esse eacute um processo extremamente pessoal e

ao mesmo tempo profundamente social Ele compara a relaccedilatildeo entre o indiviacuteduo e a

sociedade com um rio e seus afluentes combinando e separando os diferentes

elementos da vida humana com significados No iniacutecio o significado domina a accedilatildeo

posteriormente se inverte o significado torna-se o numerador enquanto a accedilatildeo

ocupa o lugar de denominador Os humanos satildeo capazes de fazer mais do que

podem compreender Noacutes natildeo nos comportamos de forma totalmente simboacutelica no

brinquedo o que queremos eacute realizar nossos desejos e ao pensar ele agimos

Nesta dissertaccedilatildeo a interaccedilatildeo aparece na forma de praacuteticas culturais que

congregam diferentes instacircncias tais como consumo representaccedilatildeo identidade

determinando modelos simboacutelicos e processos de significaccedilatildeo da sociedade

Para Nascimento (2009) a vida sociocultural permite agregaccedilotildees as pessoas

natildeo vivem soacutes mas em grupos Nos diversos modelos de sociedade percebem-se

diferentes tipos de ajuntamento de pessoas estas nascem estudam trabalham

divertem-se e envelhecem em organizaccedilotildees para aleacutem das organizaccedilotildees familiares

Os diferentes grupos ou agregados constituem a sociedade que desenvolve

maneiras de socializaccedilatildeo com regras objetivos direitos e obrigaccedilotildees e satildeo

reconhecidas como culturas

Ainda para este autor as miacutedias de comunicaccedilatildeo admitem um novo ambiente

social que permite interaccedilatildeo e propicia tambeacutem espaccedilos para rupturas e

resistecircncias

Para Thompson (2011) se quisermos entender as transformaccedilotildees culturais

associadas ao surgimento das sociedades modernas deveriacuteamos reservar um papel

importante ao desenvolvimento da miacutedia e ao seu impacto Com advento das miacutedias

de comunicaccedilatildeo as atividades culturais adentraram tambeacutem aos ambientes virtuais

e as transformaccedilotildees decorrentes acabaram excedendo as interaccedilotildees sociais face a

face As tecnologias de interaccedilatildeo social desenvolvidas nas sociedades

73

contemporacircneas permitem interaccedilatildeo de forma globalizada agraves particularidades de

uma pessoa ou de um grupo passam ser mateacuteria de conhecimento mais amplo e

por meio da propagaccedilatildeo e exposiccedilatildeo

Para Hall (2011) as velhas identidades que por tanto tempo estabilizaram o

mundo social estatildeo em decliacutenio fazendo surgir novas identidades que

fragmentaram o indiviacuteduo da modernidade Tais transformaccedilotildees abalam agrave ideia que

temos de ser noacutes mesmos como sujeitos integrados ldquoa identidade somente se torna

uma questatildeo quando estaacute em criserdquo (p9)

O processo de desenvolvimento social que na maioria das vezes eacute carente

de reflexatildeo criacutetica estaacute subordinado a uma macroestrutura do consumismo ditada

pela miacutedia (escrita ou televisionada) que impotildee produtos e tecnologias com

concepccedilotildees impostas por uma cultura que se pretende homogeneizante dominante

O Aparelho Celular eacute uma tecnologia de faacutecil acesso que influencia e eacute

influenciada pelos grupos transformando muitas das praacuteticas sociais existentes e

com isso transformando tambeacutem a cultura Ele aumentou significativamente as

interaccedilotildees entre membros de uma mesma comunidade ou ateacute com outras

comunidades uma vez que essas interaccedilotildees ocorrem a todo o momento No

entanto os novos niacuteveis de interaccedilatildeo soacute se tornam possiacuteveis se os indiviacuteduos

compreenderem e usarem essa tecnologia Isso desafia as pessoas e

consequentemente modifica sua forma de interaccedilatildeo social sua cultura e sua

identidade

Seja em casa na rua nas praccedilas puacuteblicas ou na sala de aula as mudanccedilas

identitaacuterias que ocorreram pela posse e uso das Tecnologias de Informaccedilatildeo e

Comunicaccedilatildeo satildeo perceptiacuteveis O Aparelho Celular eacute uma dessas tecnologias e

cada vez apresenta-se com mais funccedilotildees torna-se mais acessiacutevel e seu uso eacute

ensinado aprendido pelos pares imprimindo novos ritmos e outros coacutedigos ao

cotidiano As pessoas compartilham momentos com fotos jogos muacutesicas

mensagens etc

No ambiente escolar da mesma forma que em outros ambientes os

Aparelhos Celulares imprimem novos ritmos ao dia-a-dia dos estudantes e dos

professores Esses aparelhos ajudam a estabelecer novos coacutedigos de comunicaccedilatildeo

verbal ou natildeo Por exemplo um jogo a internet e principalmente as muacutesicas em

formato mp3 que podem ser acessadas com essa tecnologia funcionando como

coacutedigos porque permitem interaccedilatildeo entre estudantes uma vez que os mesmos

74

podem selecionar e criar seus proacuteprios aacutelbuns com o que mais lhes agrada Possuir

um Celular e trazecirc-lo para a escola usar o fone auricular saber utilizar as

capacidades dessa tecnologia podem ser compreendidos como coacutedigos pois

estabelecem significados como o de pertencimento natildeo pertencimento ao grupo e

que governa e regula o grupo

Esses significados estabelecem uma nova identidade cultural para os

estudantes no ambiente escolar e por consequecircncia promovem transformaccedilotildees nos

modos de organizaccedilatildeo da sala de aula Thompson (2011 p 61-62) sugere que

O desenvolvimento dos meios de comunicaccedilatildeo modificou o sentido de pertencimento dos indiviacuteduos ndash isto eacute a compreensatildeo dos grupos e das comunidades a que eles sentem pertencer - uma trajetoacuteria comum no tempo e no espaccedilo ndash alimentado dos produtos da miacutedia ndash uma origem e um destino comuns que tambeacutem vai sendo alterada sentimo-nos pertencentes a grupos e comunidades que se constituem em parte atraveacutes da miacutedia

As ideias de Bauman apresentadas por Pondeacute (2008) corroboram com as de

Thompson (2011) no que tange as mudanccedilas nos modelos de comunicaccedilatildeo a partir

do desenvolvimento das Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo Ao explicar o

conceito de modernidade liacutequida em Bauman (2008) Pondeacute repete a metaacutefora do

filoacutesofo Ralph Waldo Emerson na qual

estamos atravessando um deserto natildeo adianta achar que estamos na primavera porque todas as flores satildeo de plaacutestico significa que vamos sofrer bastante nessa travessia na eacutepoca que a gente vive a gente vive como se noacutes correcircssemos sobre uma fina casca de gelo se vocecirc parar ela racha quando ela rachar vocecirc se afoga e Bauman retoma dizendo ldquonoacutes estamos atravessando o inverno e a casca eacute fina se vocecirc andar devagar o chatildeo racha e entatildeo vocecirc morre isto eacute aleacutem de ser inverno natildeo ter uma ideia clara sobre a vida vocecirc tem que correr sem saber qual a direccedilatildeordquo (transcrito a partir de PONDEacute 2011)

Nesse sentido o ambiente escolar eacute um dos espaccedilos da Modernidade

Liacutequida (ou Poacutes-Modernidade) de Bauman (2008) e pode ser interpretado a partir da

mesma metaacutefora que sugere que natildeo sabemos qual caminho seguir e nem mesmo

sabemos se haacute um uacutenico caminho possiacutevel Assim perceber as mudanccedilas que

ocorreram nesse espaccedilo e a forma com a qual os estudantes interagem com ela nos

permite perceber e procurar compreender as novas linguagens produzidas

[culturalmente] na contemporaneidade

75

Na linguagem noacutes usamos sinais e siacutembolos sons palavras escritas

imagens produzidas eletronicamente notas musicais ateacute mesmo objetos como

forma de representar para outras pessoas nossos conceitos ideias e sentimentos

que constituem nossa cultura (HALL 2011)

As novas linguagens produzem diferentes identidades nesses estudantes

que ao mesmo tempo em que estatildeo conectados aos Aparelhos Celulares vivem

tambeacutem em um mundo transformado ruidoso agitado multifuncional tudo isso

ajuda a constituir essas novas identidades estudantis e portanto compreender

essas mudanccedilas nos ajuda a identificar caminhos possiacuteveis para a escola e a sala

de aula da sociedade contemporacircnea

Assim compreender os significados da presenccedila e uso do Aparelho Celular

na escola eacute compreender essa nova linguagem pois como vimos nesta seccedilatildeo o

Celular pode ser entendido como um signo um objeto de desejo que opera no

sistema representacional da nossa cultura Ele constroacutei significados modifica o

sentimento de pertencimento dos estudantes ao grupo modela praacuteticas de conduta

ideias e eacute usado inclusive como instrumento de governabilidade e regulaccedilatildeo interna

do grupo O Aparelho Celular opera portanto como um modelo simboacutelico que cria

um novo ambiente social Em resumo ao relacionar ambiente escolar Tecnologias

da Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo e as mudanccedilas na cultura escolar constituiacuteram-se

novas tessituras para entender a escola contemporacircnea ou da modernidade liacutequida

para usar o termo de Bauman (2008)

Os fundamentos teoacutericos apresentados anteriormente me permitiram refletir

sobre as mudanccedilas na sociedade contemporacircnea com reflexos no processo

identitaacuterio dos estudantes especialmente relacionados a cultura escolar a partir da

ideia da inserccedilatildeo dos Aparelhos Celulares na escola e na constituiccedilatildeo de outros

modelos simboacutelicos de estudante Isso reitera a terceira premissa deste estudo

O Aparelho Celular eacute um dos meios de comunicaccedilatildeo e uma tecnologia

de faacutecil acesso que alterou a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos entre si

modificando a dinacircmica do espaccedilo escolar e a percepccedilatildeo do estudante

sobre sua relaccedilatildeo de pertencimento ao grupo

76

34 SIacuteNTESE DA SECcedilAtildeO

Nesta seccedilatildeo discuti trecircs premissas a partir do aporte teoacuterico filosoacutefico de

pensadores contemporacircneos que discutem alteraccedilotildees no conceito de cultura e

identidade cultural Hall (2007) que descreve cultura como um modo de viver de

sentir de pensar e de atuar que eacute constantemente construiacuteda desconstruiacuteda

reconstruiacuteda de diferentes formas por infinitos agrupamentos humanos

Esta seccedilatildeo discutiu tambeacutem as mudanccedilas ambientais decorrentes do

desenvolvimento dos meios de transporte que trouxeram maior velocidade a vida

social e afetaram as maneiras pelas quais os indiviacuteduos experimentam as

caracteriacutesticas de espaccedilo e de tempo Em contrapartida esse desenvolvimento

trouxe novos impactos ao estilo de vida e a forma com que nos relacionamos com o

ambiente Nossas percepccedilotildees sobre o significado de ruiacutedo e de poluiccedilatildeo sonora

bem como suas consequecircncias para a sauacutede foram afetadas

Outro autor estudado foi Thompson (2011) que discute as transformaccedilotildees

culturais associadas ao surgimento das sociedades contemporacircneas Para ele o

desenvolvimento das miacutedias de comunicaccedilatildeo especialmente a Tecnologia da

Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (Aparelho Celular) teve um papel e um impacto

importante no surgimento dessa sociedade e na forma com que esses aparelhos

afetam as percepccedilotildees de pertencimento ao grupo e a necessidade de consumo

Com advento das miacutedias de comunicaccedilatildeo as atividades culturais adentraram

tambeacutem aos ambientes virtuais e as transformaccedilotildees decorrentes acabaram

excedendo as interaccedilotildees sociais face a face As tecnologias de interaccedilatildeo social

desenvolvidas nas sociedades contemporacircneas permitem interaccedilatildeo de forma

globalizada As particularidades de um individuo ou de um grupo passam ser mateacuteria

de conhecimento mais amplo por meio da propagaccedilatildeo e exposiccedilatildeo Nesse contexto

entendo que o Aparelho Celular uma Tecnologia de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo

estaacute inserido e impacta a cultura escolar pois carrega consigo outras possibilidades

de interaccedilatildeo social e com elas o sentimento de pertencimento ao grupo Assim o

Celular passa a ser considerado um elemento vital para o grupo

Na proacutexima seccedilatildeo abordo a percepccedilatildeo dos estudantes sobre uso do Aparelho

Celular no ambiente escolar

77

4 O USO DO CELULAR E AS PERCEPCcedilOtildeES SOBRE POLUICcedilAtildeO SONORA

Com os avanccedilos da Telefonia Moacutevel os estudantes parecem consumir

intensivamente essa Tecnologia de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo e estatildeo atentos aos

uacuteltimos lanccedilamentos de Aparelhos Celulares existentes no mercado Para Miranda

(2007) todos esses aparatos tecnoloacutegicos tecircm afetado o modo de estruturar a

educaccedilatildeo escolar e de desenvolver o trabalho docente

Essa revoluccedilatildeo estaacute ocorrendo nas escolas pois observando tive a impressatildeo

de que os Aparelhos Celulares estatildeo nas matildeos de praticamente todos os

estudantes e os reflexos satildeo constatados nas salas de aula na forma de desafios

positivamente se esses Aparelhos Celulares for encarados como uma ferramenta

adicional a ser utilizada no ensino para colaborar com aprendizagem ou

negativamente se forem vistos apenas como empecilhos para o ambiente escolar

Assim justifica-se uma investigaccedilatildeo que avalie os usos do Celular e as percepccedilotildees

dos estudantes sobre a poluiccedilatildeo sonora causada pelo uso de fones auriculares

ligados ao Aparelho Celular para ouvir muacutesica

Nesta seccedilatildeo busco responder a segunda questatildeo de pesquisa proposta na

primeira seccedilatildeo Eacute importante notar que inicio respondendo a segunda questatildeo de

investigaccedilatildeo ao inveacutes de responder a primeira questatildeo relembrando que nesta

dissertaccedilatildeo as questotildees foram produzidas a partir de uma loacutegica do raciociacutenio

necessaacuterio para se obter as informaccedilotildees No entanto para constituiccedilatildeo dos dados

utilizei trecircs instrumentos que seratildeo analisados separadamente assim na seccedilatildeo 4

apresento e analiso o resultado do questionaacuterio respondendo a segunda questatildeo de

investigaccedilatildeo Na seccedilatildeo 5 apresento e analiso o resultado das afericcedilotildees de niacuteveis de

pressatildeo sonora oriundos do entorno do CEPMAT e dos fones auriculares

conectados aos Aparelhos Celulares respondendo a primeira e terceira questotildees de

investigaccedilatildeo Na seccedilatildeo 6 apresento e analiso o ldquoTeste de autoidentificaccedilatildeo de

alguns sintomas de estresserdquo respondendo a quarta questatildeo de investigaccedilatildeo

A segunda questatildeo de investigaccedilatildeo eacute ComoSe os estudantes do Ensino

Meacutedio do CEPMAT usam o Celular no ambiente escolar

Para responder esta questatildeo de pesquisa me propus a aplicar aos

Estudantes do CEPMAT um questionaacuterio para investigar

78

a) Usos dos Aparelhos Celulares no ambiente escolar

b) As primeiras percepccedilotildees (e accedilotildees subsequentes) sobre efeitos da

Poluiccedilatildeo Sonora na sauacutede auditiva

c) Relaccedilatildeo entre o uso de instrumentos eletrocircnicos e as normas e regras

do Regimento Escolar do Coleacutegio pesquisado

Esta seccedilatildeo descreve e analisa o questionaacuterio realizado para responder a esta

questatildeo e seus trecircs subitens

A seccedilatildeo inicia-se com a apresentaccedilatildeo do questionaacuterio para o levantamento e

sua metodologia de aplicaccedilatildeo em seguida apresento os resultados do levantamento

realizado no terceiro subitem apresento anaacutelises cruzadas das respostas obtidas e

termino identificando os usos do Celular entre os estudantes no ambiente escolar

Minha proposta foi realizar um levantamento no CEPMAT quanto agrave posse de

Aparelhos Celulares entre os estudantes pois todos os dias os mesmos fazem uso

dessa Tecnologia de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (Celular) durante o periacuteodo letivo

Os professores do coleacutegio queixam-se com frequecircncia dos excessos por parte dos

estudantes quanto a este uso e remetem-se ao Regimento Escolar (Artigo 176ordm)

que governa as accedilotildees de toda a escola Ali estaacute determinado que eacute vedado ao

estudante

II- ocupar-se durante o periacuteodo de aula de atividades contraacuterias ao processo pedagoacutegico (hellip) IV- trazer para o estabelecimento de ensino material de natureza estranha ao estudo (hellip) XIII- utilizar-se de aparelhos eletrocircnicos na sala de aula que natildeo esteja vinculado ao processo ensino e aprendizagem (ZANOTTO 2011 p 68 69)

Essas Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo tecircm absorvido a atenccedilatildeo

dos estudantes durante as aulas e muitos professores assim como eu buscam

formas de relacionar tais aparatos com o ensino e a aprendizagem

Para entender melhor o uso que os estudantes fazem dos Aparelhos

Celulares apliquei inicialmente um questionaacuterio inserido no apecircndice I desta

dissertaccedilatildeo com oito itens fechados para 14 turmas do Ensino Meacutedio no CEPMAT

com o intuito de verificar a porcentagem de estudantes que possuem Aparelhos

Celulares Esse questionaacuterio foi aplicado no mecircs de novembro de 2012 nos

79

periacuteodos matutino e noturno para todas as turmas do Ensino Meacutedio durante o seu

horaacuterio de permanecircncia (hora atividade) na escola Os estudantes foram informados

antecipadamente que a participaccedilatildeo deles era completamente opcional e natildeo havia

nenhum viacutenculo com qualquer tipo de avaliaccedilatildeo de aprendizagem ou notas Os

estudantes ou seus responsaacuteveis assinaram o termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (TCLE) contido no apecircndice 2 desta dissertaccedilatildeo e 240 questionaacuterios

foram respondidos

A seguir discuto as respostas uma a uma para depois analisar alguns dados

de forma integrada e finalmente responder quem tem Celular na escola e para que

usa Os resultados do questionaacuterio seratildeo apresentados na forma de graacuteficos com

porcentagens A primeira pergunta foi ldquoVocecirc possui um Telefone Celularrdquo De

acordo com o graacutefico 1 observamos a porcentagem de estudantes que tem posse de

um Aparelho Celular

GRAacuteFICO 1 - VOCEcirc POSSUI UM TELEFONE CELULAR FONTE COSTA (2014)

As respostas plotadas no graacutefico 1 mostram que a maioria dos estudantes

tem Aparelho Celular Esse dado reitera os achados de Beringuy (2011) segundo a

qual 898 das pessoas com rendimento entre trecircs e cinco salaacuterios miacutenimos tecircm

Celular esse percentual aumentou na populaccedilatildeo de renda baixa o que corresponde

agrave faixa de renda dos estudantes da comunidade escolar do CEPMAT descrito por

Zanotto (2010 p2) apontando que a comunidade escolar do CEPMAT eacute ampla

muitas famiacutelias de classe meacutedia e meacutedio-baixas oriundas das classes trabalhadoras

Beringuy (2011) menciona que 41 das pessoas sem rendimento e as com

rendimento ateacute um salaacuterio miacutenimo tambeacutem possuem Celular Essa autora enfatiza

tambeacutem que aumentou em 1072 no periacuteodo de 2005 a 2011 o nuacutemero de

80

pessoas acima 10 anos com posse de Aparelhos Celulares e ressalto que em todas

as regiotildees do Brasil houve grande aumento do nuacutemero de Aparelhos Celulares para

uso pessoal sendo esta populaccedilatildeo constituiacuteda de estudantes de idade escolar

O segundo item ldquoVocecirc traz o Telefone Celular para a escolardquo buscou

verificar qual a porcentagem de estudantes que levam o Aparelho Celular para o

ambiente escolar

O graacutefico 2 resume as respostas

GRAacuteFICO 2 - VOCEcirc TRAZ O TELEFONE CELULAR PARA A ESCOLA FONTE COSTA (2014)

Para 94 (sempre quase sempre e as vezes) dos estudantes o Celular eacute

levado para a escola como se fizesse parte do material escolar A disseminaccedilatildeo do

uso dos telefones Celulares constitui parte importante do cotidiano dos estudantes

E tem se constituiacutedo como uma espeacutecie de brinquedo nas salas de aula assim eacute

impossiacutevel ignorar que os estudantes satisfazem certas necessidades no brinquedo

Vygotsky (2007) afirma A essecircncia do brinquedo eacute a criaccedilatildeo de uma nova

relaccedilatildeo entre o significado e a percepccedilatildeo visual ou seja entre situaccedilotildees no

pensamento e situaccedilotildees reais Essas relaccedilotildees proporcionam o sentimento de

pertencimento ao grupo ou com o objeto inserido na atividade luacutedica Eacute um

importante indicador do desenvolvimento influenciando sua forma de encarar o

mundo e suas accedilotildees futuras um suporte da brincadeira promovendo uma situaccedilatildeo

de transiccedilatildeo entre a accedilatildeo com objeto concreto e suas accedilotildees de pertencimento ao

grupo com significados

No item trecircs ldquoQuanto tempo vocecirc usa o Telefone Celular ao longo do dia

para qualquer de suas funccedilotildeesrdquo propus faixas de tempo em horas nas quais os

estudantes usam o Celular diariamente

81

O graacutefico 3 resume as respostas dos estudantes a esses itens

GRAacuteFICO 3 - QUANTO TEMPO VOCEcirc USA O TELEFONE CELULAR AO LONGO DO DIA PARA QUALQUER DE SUAS FUNCcedilOtildeES FONTE COSTA (2014)

As respostas mostram que a somatoacuteria de 9 + 15 + 9 + 21

perfazendo um total de 54 de estudantes que passam mais de duas horasdia

usando o Aparelho Celular temos meacutedia de 65 horas por dia incluindo a somatoacuteria

das horas ou seja 2h + 4h + 8h + 12 h isso me permite afirmar que muitas dessas

horas de uso ocorrem durante as aulas Mostra que no CEPMAT esta tecnologia

moacutevel estaacute de alguma forma (para uso didaacutetico ou natildeo) inserida na sala de aula

corroborando com a constataccedilatildeo de Alves (2007) na qual a partir do surgimento do

Celular abriram-se novas possibilidades de conexotildees entre estudantes seja na

escola nas ruas nos shoppings

Nos trecircs primeiros itens desse levantamento foram tabulados dados de

porcentagens quanto agrave posse de Aparelhos Celulares se levam estes Aparelhos

Celulares para o ambiente escolar e a quantidade de horas que passam usando o

mesmo diariamente para qualquer funccedilatildeo disponiacutevel A partir do quarto item analiso

os usos que satildeo feitos do Aparelho Celular durante o periacuteodo das aulas

O item quatro ldquoQuais as funccedilotildees do Telefone Celular vocecirc utilizou na sala

de aula sem relaccedilatildeo com a aprendizagemrdquo investigou o uso do Celular durante o

82

periacuteodo das aulas sem relaccedilatildeo com as atividades escolares e com a aprendizagem

dos conteuacutedos formais

GRAacuteFICO 4 - QUAIS AS FUNCcedilOtildeES DO TELEFONE CELULAR QUE VOCEcirc UTILIZOU NA SALA DE AULA SEM RELACcedilAtildeO COM A APRENDIZAGEM FONTE COSTA (2014)

No graacutefico 4 somando-se 3 + 5 + 6 + 9 + 10 + 17 + 23 + 25

perfaz um total de 98 de estudantes que fazem uso de algumas funccedilotildees do Celular

durante o horaacuterio de aula o que confirma minha percepccedilatildeo inicial que os estudantes

usam o Celular indiscriminadamente 23 + 25 perfaz um total de 48 dos

estudantes pesquisados responderam que usam o Celular para ouvir muacutesica e

tambeacutem para enviar e receber mensagens funccedilotildees que segundo eles proacuteprios natildeo

tecircm qualquer relaccedilatildeo com as atividades de aprendizagem em sala de aula

De acordo com as respostas 25 dos estudantes utilizam o Celular para ouvir

muacutesica durante o periacuteodo das aulas Esses aparatos tecnoloacutegicos tiveram uma

grande evoluccedilatildeo desde sua origem que era apenas comunicaccedilatildeo via raacutedio e passou

reunir diversas funccedilotildees tecnoloacutegicas como cacircmera fotograacutefica filmadora viva-voz

agenda gravador de voz MP3 player comunicaccedilatildeo wireless entre outras A maioria

das demais funccedilotildees eacute pouco usada no ambiente escolar

83

Este resultado responde parte da questatildeo de investigaccedilatildeo 1 relacionada a

intensidade de ruiacutedo dB(A) que os estudantes estatildeo expostos ao ouvir muacutesica

Bastos Mattos (2007b) estudaram aparelhos de som portaacuteteis (MP3 MP4 Ipod

walkman etc) frequentemente manuseados e utilizados na sala de aula e

perceberam que os estudantes costumam expor sua audiccedilatildeo a alta intensidade

sonora sem consciecircncia dos malefiacutecios que isso pode causar a audiccedilatildeo (p2)

Anaacutelises similares seratildeo feitas por mim na proacutexima seccedilatildeo

O uso de Aparelhos Celulares para ouvir muacutesica e os excessos de ruiacutedos tecircm

trazido prejuiacutezos aos estudantes e mesmo estudos natildeo cientiacuteficos como o de

Jordatildeo (2009) considera que muitos aparelhos satildeo desenvolvidos para apreender

muacutesicas em arquivos do tipo MP3 contendo funccedilotildees de som com alta definiccedilatildeo alto

falante e tambeacutem aplicativos que permitem a criaccedilatildeo de uma verdadeira biblioteca

musical digital ou ainda que identifiquem a muacutesica que estiver tocando no ambiente

entre tantos outros

A contestaccedilatildeo de Jordatildeo (2009) sobre funccedilotildees disponiacuteveis no Aparelho

Celular me levou a estabelecer o item cinco ldquoNa sala de aula vocecirc alguma vez jaacute

utilizou o Telefone Celular para ajudar na sua aprendizagemrdquo que pesquisou

quais dessas funccedilotildees satildeo utilizadas no ambiente escolar para auxiliar na

aprendizagem

GRAacuteFICO 5 - NA SALA DE AULA VOCEcirc ALGUMA VEZ JAacute UTILIZOU O TELEFONE CELULAR PARA AJUDAR NA SUA APRENDIZAGEM FONTE COSTA (2014)

Os resultados plotados no graacutefico 5 mostram que na soma de 56 + 11 +

3 resulta em 70 dos estudantes utilizam alguma funccedilatildeo do Aparelho Celular para

84

auxiliar na aprendizagem A mais usada (56) eacute a funccedilatildeo calculadora o que me

permite concluir que o uso didaacutetico do Celular estaacute reduzido a poucas disciplinas

Alves (2007) lista algumas ferramentas comuns nos Aparelhos Celulares

entre elas os sistemas de posicionamento as mensagens de texto de voz as

funccedilotildees multimiacutedia (fotos e filmes) acesso agrave Internet (e-mails facebook e whatsapp

e outros) download de sons e imagens acesso a contas bancaacuterias jogos bate-

papo dentre outras (p 2) Boa parte dessas funccedilotildees pode ser usada didaticamente

se bem planejadas mas as respostas me permitem concluir que isso ocorre pouco

nas salas de aula

Com o item seis ldquoQuanto vocecirc gasta em meacutedia em creacuteditos por mecircsrdquo

pesquisei os gastos mensais com a conta do Aparelho Celular com a intenccedilatildeo de

elaborar anaacutelises relativas ao consumo

GRAacuteFICO 6 - QUANTO VOCEcirc GASTA EM MEacuteDIA EM CREacuteDITOS POR MEcircS FONTE COSTA (2014)

De acordo com as respostas dadas somando-se 49 + 9 + 11

perfazendo um total de 69 dos estudantes tem gastos acima de R$ 1300 mensais

que eacute proacutexima a meacutedia obtida nos estudos de Luiz (2008) referente aos gastos

mensais com contas de Aparelhos Celulares de estudantes de escola puacuteblica (em

meacutedia R$ 2000) pelo fato de natildeo ter fonte de renda fixa Nesse contexto os

Aparelhos Celulares tecircm tido impacto sensiacutevel na vida dos jovens e adolescentes

Luiz (2008) pesquisou ainda os impactos dos gastos com telefone Celular de

jovens no orccedilamento familiar pois esses satildeo atraiacutedos para o consumo na busca por

uma relaccedilatildeo de pertencimento com o grupo (HALL 2007) e (VYGOTISKY 2007) a

pesquisa demonstrou que com o desenvolvimento dos Aparelhos Celulares outros

85

produtos tambeacutem satildeo apresentados aos consumidores tornando-se rapidamente

parte do seu dia a dia assim o puacuteblico alvo principal de todas essas inovaccedilotildees

tecnoloacutegicas satildeo consumidores representados por famiacutelias compostas por crianccedilas e

adolescentes

DrsquoAmorin (2012) em um artigo de opiniatildeo discute dependecircncia e viacutecio em

relaccedilatildeo ao Aparelho Celular e sugere que o ser humano tem uma grande

necessidade de se comunicar por isso tecnologias voltadas agrave comunicaccedilatildeo satildeo

absorvidas mais rapidamente deixando as pessoas dependentes (e natildeo viciadas) a

ela sem que percebam

O item sete ldquoVocecirc sabia que o regimento escolar proiacutebe o uso do

Telefone Celular na sala de aulardquo Pesquisei o conhecimento dos estudantes em

relaccedilatildeo ao Regimento Escolar Para Arco-verde (2007) ldquoo Regimento Escolar eacute que

estrutura define regula e normatiza as accedilotildees do coletivo escolar haja vista ser a

escola um espaccedilo em que as relaccedilotildees sociais com suas especificidades se

concretizamrdquo (p10) Nas escolas estaduais do Paranaacute o Regimento eacute construiacutedo a

partir de uma matriz geral fornecida pela Secretaria de Estado da Educaccedilatildeo Com

ela propotildee-se que a comunidade escolar construa coletivamente as normas e regras

especiacuteficas de cada estabelecimento de ensino Novos membros que adentram a

comunidade escolar podem a qualquer momento acessar o regimento se assim o

desejarem

GRAacuteFICO 7 - VOCEcirc SABIA QUE O REGIMENTO ESCOLAR PROIacuteBE O USO DO TELEFONE CELULAR NA SALA DE AULA FONTE COSTA (2014)

Somando-se os 67 que responderam sim com os 26 que disseram que

natildeo sabiam mas usam assim mesmo e 5 dos que informaram que sabiam mas

86

que usam esporadicamente perfazem um total de 98 dos estudantes disseram ter

ciecircncia da norma estabelecida pelo Regimento Escolar sendo que desses 98

31 admitiram tambeacutem conhecer a norma e resolveram utilizar o Celular no

Ambiente Escolar afrontando-a

Com a pergunta oito ldquoVocecirc jaacute ouviu dizer que o Telefone Celular pode

trazer problemas para audiccedilatildeordquo investiguei se os estudantes tecircm consciecircncia que

a exposiccedilatildeo ao ruiacutedo intenso diariamente por meio do Aparelho Celular para ouvir

muacutesica pode ser prejudicial agrave audiccedilatildeo

GRAacuteFICO 8 - VOCEcirc JAacute OUVIU DIZER QUE O TELEFONE CELULAR PODE TRAZER PROBLEMAS PARA AUDICcedilAtildeO FONTE COSTA (2014)

Na soma de 45 + 39 + 1 perfaz um total de 85 dos estudantes

responderam que jaacute ouviram dizer que pode ser prejudicial poreacutem desses um

pouco mais da metade disseram ter reduzido o uso (45 do total de respondentes

ou 53 desses 85) mesmo assim tem um grupo de 11 de estudantes que

nunca ouviu falar que usar o Aparelho Celular para ouvir muacutesica nos fones

auriculares pode trazer prejuiacutezos para a audiccedilatildeo

A Sociedade Brasileira de Otologia (SBO) faz campanha nacional

anualmente no mecircs de outubro alertando sobre os riscos de se ouvir muacutesicas em

volume muito acima do recomendado A campanha eacute dirigida ao puacuteblico jovem A

sociedade em seu siacutetio eletrocircnico alerta que ldquoatualmente eacute faacutecil testemunhar seja

em escolas ou mesmo nas ruas o haacutebito de estudantes ouvirem muacutesica em alta

intensidade nos Aparelhos Celularesrdquo (SBO 2012) Os estudantes satildeo expostos

87

diariamente a ruiacutedos sem perceber o problema para audiccedilatildeo a princiacutepio o prejuiacutezo agrave

audiccedilatildeo eacute reversiacutevel poreacutem o uso constante danifica irreversivelmente a audiccedilatildeo

O relatoacuterio da American Friends of Tel Aviv University (2012) resumiu o

trabalho de Muchnik et al (2011) que pesquisaram 289 jovens com idade entre 13 a

17 anos sobre o volume e a quantidade de horas que costumam ouvir muacutesica no

Aparelho Celular A pesquisa mostrou que 80 dos jovens fazem uso do Aparelho

Celular diariamente para ouvir muacutesicas correndo um seacuterio risco de sofrer perda

auditiva precocemente devido ao volume colocado no fone auricular Das 289

pessoas pesquisadas 74 foram submetidos a exames auditivos os resultados

mostraram que em 25 desses detectou-se perda auditiva

Os pesquisadores alertaram que um em cada quatro adolescentes teratildeo

problemas auditivos A perda auditiva ocorre quando haacute exposiccedilatildeo continua a ruiacutedos

intensos e eacute um processo lento e progressivo levando entre 10 e 20 anos ou seja

seraacute tarde para reparar os danos causados a audiccedilatildeo

Os autores ressaltam que uma geraccedilatildeo inteira de jovens estaacute sofrendo de

problemas auditivos mais cedo que o esperado pelas perdas causadas pelo

envelhecimento e alertam que os fones auriculares acessoacuterios que acompanham os

Aparelhos Celulares satildeo improacuteprios para audiccedilatildeo humana (MUCHNIK et al 2011

p2)

41 CORRELACcedilAtildeO ENTRE QUESTOtildeES

Para esta anaacutelise construiacute tabelas de contingecircncia para verificar a associaccedilatildeo

entre variaacuteveis Por meio do caacutelculo do coeficiente Qui-Quadrado As tabelas de

contingecircncia satildeo utilizadas para estudar a relaccedilatildeo entre duas ou mais variaacuteveis

categoacutericas descrevendo a frequecircncias das categorias de uma das variaacuteveis

relativamente agraves categorias das outras Variaacuteveis satildeo caracteriacutesticas medidas

controladas ou manipuladas em uma pesquisa Diferem em muitos aspectos

principalmente no papel que a elas eacute dado em uma pesquisa e na forma como

podem ser medidas O teste Qui-quadrado permite analisar a relaccedilatildeo de

independecircncia entre variaacuteveis qualitativas aplica-se tanto para a anaacutelise univariada

como bivariada ou multivariada Na anaacutelise univariada as observaccedilotildees de uma

88

uacutenica populaccedilatildeo satildeo subdivididas em categorias geralmente os dados resultam da

contagem de objetos em cada uma das categorias pretendendo-se comparar as

frequecircncias observadas com as frequecircncias esperadas (CONTI 2013)

A primeira Associaccedilatildeo elaborada foi entre o item 1 ldquoVocecirc possui um

Telefone Celularrdquo e o item 2 ldquoVocecirc traz o Telefone Celular para a escolardquo Os

resultados foram inseridos na Tabela 1

TABELA 1 - RESULTADO DO TESTE DE FISCHER PARA ASSOCIACcedilAtildeO DAS QUESTOtildeES 1

E 2

Q2

a B c d Total

Q1

a 149 9 10 7 175

8514 514 571 400 100

b 1 0 2 4 7

1429 000 2857 5714 100

c 1 0 0 0 1

10000 000 000 000 100

FONTE COSTA (2014) COM APOIO DO LABORATOacuteRIO DE ESTATIacuteSTICA APLICADA DA UFPR

Observei associaccedilatildeo significativa entre as variaacuteveis por meio do teste de

Fisher (p=00001) ou seja mais de 90 dos estudantes que possuem Aparelho

Celular o levam para a escola Ressalto que haacute alunos que natildeo possuem Celulares

e entre esses 75 natildeo o levam para o Coleacutegio ou seja 25 dos estudantes mesmo

sem possuir um aparelho proacuteprio levam um Celular para o Coleacutegio Com isso

podemos inferir que se os estudantes compreenderam a questatildeo e a forma de

respondecirc-la entatildeo haacute alguns Celulares que satildeo usados de forma compartilhada em

outras palavras os estudantes que natildeo possuem Aparelho Celular proacuteprio trazem

aparelhos de outras pessoas provavelmente de seus pais irmatildeos etc por isso

usam-no de forma compartilhada

A segunda associaccedilatildeo foi realizada entre os itens 3 ldquoQuanto tempo vocecirc usa

o Telefone Celular ao longo do dia para qualquer de suas funccedilotildeesrdquo e 4 ldquoQuais as

funccedilotildees do Telefone Celular que vocecirc utilizou na sala de aula sem relaccedilatildeo com a

aprendizagemrdquo Os resultados foram inseridos na Tabela 2

89

TABELA 2 - RESULTADO DO TESTE QUI-QUADRADO PARA ASSOCIACcedilOtildeES DAS QUESTOtildeES 3 E 4

Q4

a b c d e f g h i j Total

Q3

a 0 0 0 0 0 0 0 0 2 6 8

000 000 000 000 000 000 000 000 2500 0000 100

b 15 8 10 11 3 3 4 1 2 0 57

2632 1404 1754 1930 526 526 702 175 351 000 100

c 14 4 14 12 4 2 3 0 0 0 53

2642 755 2642 2264 755 377 566 000 000 000 100

d 24 7 18 15 5 6 7 0 0 0 82

2927 854 2195 1829 610 732 854 000 000 000 100

e 16 4 15 9 3 6 7 0 0 0 60

2667 667 2500 1500 500 1000 1167 000 000 000 100

f 35 15 35 25 12 14 20 0 0 0 156

2244 962 2244 1603 769 897 1282 000 000 000 100

G 28 11 29 19 3 2 10 0 1 0 103

2718 1068 2816 1845 291 194 971 000 097 000 100

h 10 4 13 7 0 4 6 0 0 0 44

2273 909 2955 1591 000 909 1364 000 000 000 100

FONTE COSTA (2014) COM APOIO DO LABORATOacuteRIO DE ESTATIacuteSTICA APLICADA DA UFPR

90

Natildeo se observou associaccedilatildeo significativa entre as variaacuteveis por meio do teste

de Qui-Quadrado (p=030) ou seja o tempo de uso natildeo tem relaccedilatildeo com a funccedilatildeo

do Celular utilizada durante a aula Como as funccedilotildees mais usadas satildeo ldquoouvir

muacutesicardquo e ldquoenviar mensagensrdquo e natildeo haacute associaccedilatildeo entre as variaacuteveis entatildeo

praticamente em todas as faixas de tempo as funccedilotildees mais usadas satildeo ldquoouvir

muacutesicardquo e ldquocomunicar por mensagensrdquo Eacute importante ressaltar que ouvir muacutesica

implica em uso de fones auriculares e se o volume for acima do recomendado e se

a exposiccedilatildeo a poluiccedilatildeo sonora for contiacutenua pode levar a perda auditiva definitiva ao

longo do tempo Aleacutem disso observei que embora o Telefone Celular tenha

inuacutemeras funccedilotildees essas natildeo satildeo utilizadas ou satildeo subutilizadas para a

aprendizagem

A partir da apresentaccedilatildeo e anaacutelise dos itens expostos ateacute o momento e da

leitura do Caderno de Apoio para a Elaboraccedilatildeo do Regimento Escolar (ARCO-

VERDE 2007) eacute possiacutevel perceber que o material encaminhado pela proacutepria SEED-

PR natildeo coaduna com o uso de novas tecnologias no Ambiente Escolar Entendo que

esta contradiccedilatildeo precisa ser revista no Regimento do coleacutegio nomeadamente nos

artigos II e IV que tratam do uso de aparelhos eletrocircnicos (Telefone Celular) na sala

de aula Pois se tratar de uma nova tecnologia e dos avanccedilos tecnoloacutegicos o

ambiente escolar precisa ser um meio facilitador para o uso didaacutetico dessas novas

tecnologias e isso implica que elas estejam na matildeo dos estudantes a qualquer

momento mesmo correndo o risco que natildeo sejam usadas para fins didaacuteticos100

do tempo

Apesar de esse questionaacuterio clarificar e ratificar terceira premissa dessa

dissertaccedilatildeo ldquoo Aparelho Celular eacute um dos meios de comunicaccedilatildeo e uma tecnologia

de faacutecil acesso que alterou a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos entre si modificando a dinacircmica

do espaccedilo escolar e a percepccedilatildeo do estudante sobre sua relaccedilatildeo de pertencimento

ao grupordquo sua aplicaccedilatildeo mostrou fragilidades como por exemplo inexistecircncia de

itens que identificassem aspectos socioeconocircmicos grau de escolaridade dos pais

e haacutebitos de consumo das famiacutelias Ainda assim ficou evidenciado que os

estudantes levam o Aparelho Celular para o ambiente escolar e mesmo sabendo da

proibiccedilatildeo existente no Regimento Escolar fazem uso desta tecnologia em sala de

aula de forma pouco relacionada agrave aprendizagem

O Aparelho Celular faz parte do cotidiano dos estudantes pois eacute levado para

o ambiente escolar mesmo com as proibiccedilotildees do Regimento Escolar e eacute pouco

91

usado para fins de aprendizagem e a forma de comunicaccedilatildeo entre os estudantes

ocorre por mensagens no entanto a funccedilatildeo muacutesica eacute uma das mais utilizadas

assim eacute possiacutevel considerar que embora seja uma tecnologia que evoluiacute a cada dia

torna-se necessaacuterio aprofundar estudos para verificar qual a importacircncia das

funccedilotildees utilizadas como pode ser aplicado o maacuteximo possiacutevel das mesmas de

forma que os estudantes se apropriem e percebem o uso significativo para a

aprendizagem

42 SINTESE DA SECcedilAtildeO

Esta seccedilatildeo teve como intuito responder a segunda questatildeo de investigaccedilatildeo

da dissertaccedilatildeo

ComoSe os estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT usam o Celular no

ambiente escolar

Esta questatildeo contecircm trecircs subitens

a) Usos dos Aparelhos Celulares no ambiente escolar

b) As primeiras percepccedilotildees (e accedilotildees subsequentes) sobre os efeitos

da Poluiccedilatildeo Sonora na sauacutede auditiva

c) Relaccedilatildeo entre o uso de instrumentos eletrocircnicos e as normas e

regras do Regimento Escolar do Coleacutegio pesquisado

O questionaacuterio aplicado me permitiu responder a segunda questatildeo de

investigaccedilatildeo da seguinte forma As respostas referentes aos subitem a Usos dos

Aparelhos Celulares no ambiente escolar

90 dos estudantes tecircm Celular e o levam para o coleacutegio 8 natildeo tecircm

esse equipamento mas ainda assim levam algum Celular para o

ambiente escolar Perfazendo um total de 98 dos estudantes de

posse desta Tecnologia de faacutecil acesso na escola

48 dos estudantes usam o Celular para ouvir muacutesica e enviar e

receber mensagens

As respostas referentes ao subitem b As primeiras percepccedilotildees (e accedilotildees

subsequentes) sobre efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora na sauacutede auditiva

92

85 responderam que jaacute ouviram dizer que os usos de fones

auriculares conectados aos Aparelhos Celulares podem ser prejudiciais

agrave sauacutede auditiva poreacutem desses um pouco mais da metade disseram

ter reduzido o uso por causa desta informaccedilatildeo

As respostas referentes o subitem c a relaccedilatildeo ao entre o uso de instrumentos

eletrocircnicos e as normas e regras do Regimento Escolar do Coleacutegio pesquisado

70 dos estudantes revelaram fazer uso didaacutetico do Aparelho Celular

no entanto a funccedilatildeo mais usada eacute a Calculadora permitindo concluir

que o uso didaacutetico estaacute reduzido a poucas disciplinas

98 dos estudantes revelou ter ciecircncia da proibiccedilatildeo do uso de

Celulares para fins natildeo didaacuteticos e 31 admitiram afrontar

deliberadamente a norma estabelecida pelo coleacutegio

Minhas percepccedilotildees iniciais obtidas pela vivecircncia diaacuteria com os estudantes

que usam intensivamente o Aparelho Celular para ouvir muacutesica se confirmaram

portanto pelos dados do questionaacuterio Na proacutexima seccedilatildeo desta dissertaccedilatildeo

descrevo os resultados das afericcedilotildees relativas aos niacuteveis de pressatildeo sonora oriunda

do entorno do CEPMAT e dos fones auriculares conectados aos Aparelhos

Celulares dos estudantes do Ensino Meacutedio

93

5 NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA ORIUNDOS DO ENTORNO DO CEPMAT E

NOS FONES AURICULARES CONETADOS AOS APARELHOS CELULARES

DOS ESTUDANTES DO ENSINO MEacuteDIO QUANDO OUVEM MUacuteSICA

Na seccedilatildeo 3 desta dissertaccedilatildeo vimos no pensamento socioloacutegico de

Thompson (2011) que o desenvolvimento dos grandes centros urbanos foi afetado

pelo crescimento da quantidade e pela melhoria na qualidade dos meios de

transportes que impuseram mudanccedilas tecnoloacutegicas sobre a vida social e essas

acirraram ainda mais a necessidade de aumentar a velocidade para diminuir o

tempo gasto para percorrer determinados espaccedilos

Esse crescimento da quantidade de veiacuteculos trouxe consigo o aumento do

ruiacutedo afetando diretamente as aacutereas urbanas Vimos tambeacutem no estudo realizado

por Ribas (2007) sobre as reclamaccedilotildees referentes aos ruiacutedos registrados na

Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Curitiba que 70 dessas registros

referem-se agravequeles que ocorrem em horaacuterio comercial e satildeo provenientes dos meios

de transportes

Aleacutem da anaacutelise socioloacutegica de Thompson (2011) e da tese de Ribas (2007) o

municiacutepio de Curitiba estaacute sujeito a Lei Ordinaacuteria Municipal nordm 10625200213

(CURITIBA 2002) que dispotildee e regulamenta os niacuteveis de pressatildeo sonora nos

espaccedilos urbanos de Curitiba em seu Artigo 1ordm determina que

eacute proibido perturbar o sossego e o bem estar puacuteblico com sons ruiacutedos e vibraccedilotildees que causem incocircmodo de qualquer natureza ou que ultrapassem os limites fixados nesta lei

No 2ordm paraacutegrafo XII conceitua Zona sensiacutevel agrave ruiacutedo ou zona de silecircncio como

ldquoaquela que para atingir seus propoacutesitos necessita que lhe seja assegurado um silecircncio excepcional definindo como zona de silecircncio a faixa determinada pelo raio de 20000m (duzentos metros) de distacircncia de hospitais escolas bibliotecas puacuteblicas hoteacuteis postos de sauacutede ou similaresrdquo (vide anexo 2)

14

13 Conforme jaacute mencionado anteriormente o texto da lei 106252002 encontra-se no anexo I desta

dissertaccedilatildeo 14

Observe-se que o anexo II mencionado nesta citaccedilatildeo refere-se ao anexo da Lei 10625 e natildeo ao anexo 2 desta dissertaccedilatildeo

94

A mesma lei tambeacutem dispotildee em seu paraacutegrafo uacutenico que as normas para

afericcedilatildeo de ruiacutedo podem ser realizadas a 500m (cinco metros) em quaisquer divisas

do imoacutevel gerador do incocircmodo ou em qualquer ponto dentro do limite real do

imoacutevel que sofre o incocircmodo

Nesta seccedilatildeo procuro responder a primeira e a terceira questotildees de pesquisa

a primeira ldquoQuais satildeo os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) oriundos do entorno do

CEPMATrdquo e a terceira ldquoQuais satildeo os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) que os

estudantes do CEPMAT satildeo submetidos quando ouvem muacutesica com fones

auriculares conectados a Aparelhos Celulares no ambiente escolarrdquo Relembro que

as questotildees de pesquisa desta dissertaccedilatildeo foram construiacutedas em uma sequecircncia

loacutegica de compreensatildeo sobre a informaccedilatildeo no entanto a apresentaccedilatildeo e anaacutelise

dos resultados foram realizadas a partir da discussatildeo de cada instrumento de

constituiccedilatildeo dos dados separadamente ou seja o questionaacuterio que investigou o uso

do Celular no ambiente escolar (foi apresentado na seccedilatildeo 4) a afericcedilatildeo dos niacuteveis

de pressatildeo sonora tanto no interior do CEPMAT quanto nos fones auriculares

conectados aos Aparelhos Celulares dos estudantes ao ouvir muacutesicas (satildeo

apresentados neste capiacutetulo) e o ldquoTeste para autoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas

de estresserdquo (seraacute apresentado na seccedilatildeo 6) Portanto reitero que a apresentaccedilatildeo

dos resultados da questatildeo de pesquisa 2 foi realizada antes da apresentaccedilatildeo e

anaacutelise dos resultados da questatildeo de pesquisa 1 e 3 Estas por sua vez foram

respondidas a partir dos dados do mesmo instrumento e seratildeo apresentadas neste

capiacutetulo

Para obter os niacuteveis de pressatildeo sonora realizei afericcedilotildees tanto no interior da

escola quanto nos fones auriculares conectados aos equipamentos Celulares

respondendo assim as duas questotildees vinculadas aos NPS Para a constituiccedilatildeo dos

dados relativos aos Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) fundamentei-me em aspectos

eacuteticos e legais e a partir das afericcedilotildees construiacute tabelas e elaborei anaacutelises

A seccedilatildeo estaacute dividida em quatro subitens a saber 51 ldquoSintomatologias

Caracteriacutesticas da PAIRrdquo no qual descrevo as caracteriacutesticas da Perda Auditiva

Induzida por Ruiacutedos (PAIR) de origem ocupacional levando em conta os agentes

causais que podem gerar perdas auditivas por exposiccedilatildeo ao ruiacutedo e ao interagir

com estes potencializam os seus efeitos sobre a audiccedilatildeo No subitem 52

ldquoOrientaccedilatildeo Metodoloacutegica do Instrumentordquo Nesse subitem descrevo o decibeliacutemetro

que eacute o equipamento utilizado para fazer as afericcedilotildees e em seguida os

95

procedimentos adequados para para as afericcedilotildees baseadas nas NBR 10151 (ABNT

1987) O procedimento foi dividido em dois momentos uma afericcedilatildeo dos niacuteveis de

ruiacutedo oriundos do entorno do CEPMAT e outro dos fones auriculares conectados ao

Telefone Celular quando os estudantes ouviam muacutesica No subitem 53 apresento os

resultados das afericcedilotildees dos niacuteveis de pressatildeo sonora (NPS) emitidos pelos meios

de transportes que circulam no entorno do CEPMAT no qual descrevo os resultados

das afericcedilotildees de ruiacutedos oriundos do entorno do CEPMAT No subitem 54 apresento

os resultados das afericcedilotildees dos niacuteveis de pressatildeo sonora (NPS) emitidos nos fones

auriculares conectados no Telefone Celular descrevo os procedimentos para

constituiccedilatildeo de dados com os estudantes que utilizam este equipamento No

subitem 55 Discussatildeo dos Resultados apresento analiso e discuto os resultados

51 SINTOMATOLOGIAS CARACTERIacuteSTICAS DA PAIR

A principal sintomatologia da PAIR eacute a degeneraccedilatildeo das ceacutelulas ciliadas do

ouvido15 por exposiccedilatildeo de tempo prolongada ao ruiacutedo o que provoca lesotildees por

excessos de estimulaccedilatildeo sonora (BRASIL 2006 p 16)

Conforme jaacute mencionado o termo som eacute comumente utilizado para descrever

sensaccedilotildees prazerosas o ruiacutedo eacute usado para descrever sons indesejaacuteveis ou

desagradaacuteveis desta forma quando o ruiacutedo eacute intenso e a exposiccedilatildeo a ele eacute contiacutenua

(poluiccedilatildeo sonora) ocorrem alteraccedilotildees estruturais na orelha interna determinando a

possibilidade de ocorrecircncia de perda auditiva Aleacutem da ocorrecircncia dos sintomas

auditivos frequentes (perda auditiva dificuldade de compreensatildeo de fala zumbido e

intoleracircncia a sons intensos) a essa exposiccedilatildeo a pessoa tambeacutem apresenta

queixas como cefaleia tontura irritabilidade e problemas digestivos entre outros

(BRASIL 2006 p10)

Para o Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva (1999) as

caracteriacutesticas desta sintomatologia da PAIR satildeo sempre neurossensoriais pois a

lesatildeo ocorre no oacutergatildeo de Corti da orelha interna e a perda ocorre em ambas agraves

15 Lembrando que o termo ouvido foi substituiacutedo por orelha interna na atual nomenclatura anatocircmica

e na seccedilatildeo 4 utilizo essa nova nomenclatura

96

orelhas internas em graus diferenciados Em frequecircncias baixas haacute uma perda

auditiva de 40 dB(A) e nas altas 75 dB(A) mas uma vez cessada a exposiccedilatildeo ao

ruiacutedo intenso natildeo ocorre progressatildeo da PAIR nos indiviacuteduos A perda aditiva natildeo

torna a orelha interna mais sensiacutevel ao ruiacutedo os prejuiacutezos aparecem de forma mais

lenta quando haacute exposiccedilatildeo contiacutenua as perdas auditivas podem ser definitivas

levando em meacutedia de 10 a 15 anos Os sintomas comeccedilam ser percebidos quando

haacute intoleracircncia a sons intensos com queixa de zumbido diminuiccedilatildeo de

inteligibilidade da fala e prejuiacutezo da comunicaccedilatildeo oral

Em resumo os sintomas e sinais da perda auditiva descrita por Seligman

(2001) apud Brasil (2006 p 22) satildeo

1) Auditivos Perda auditiva Zumbidos Dificuldades no entendimento de fala dores nos ouvidos mediantes a exposiccedilatildeo a sons intensos sensaccedilatildeo de audiccedilatildeo ldquoabafadardquo dificuldade na localizaccedilatildeo da fonte sonora 2) Natildeo auditivos Transtornos da comunicaccedilatildeo Neuroloacutegicos Vestibulares Comportamentais Cardiovasculares Hormonais Digestivos e Alteraccedilotildees do sono

A Tabela 3 apresenta os niacuteveis de pressatildeo sonora e o tempo que as pessoas

podem ficar expostas a aqueles decibeacuteis de acordo com a NR-15 (ABNT 1978) e

com o Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo - PAIR pode ocorrer se natildeo forem

respeitados esses limites de exposiccedilatildeo diaacuteria

A tabela 3 apresentada na NR-15 (ABNT1978) limita o tempo de exposiccedilatildeo

do trabalhador a ruiacutedos contiacutenuos ou intermitentes durante atividades ocupacionais

Para uma jornada diaacuteria de 8 horas essa norma estipula como teto maacuteximo de

exposiccedilatildeo ao ruiacutedo o limite de 85 dB(A) A partir do limite de 85 dB(A) a cada 5

dB(A) acrescentados no niacutevel de pressatildeo sonora o tempo de exposiccedilatildeo permitido cai

pela metade isto eacute no limite de 90 dB(A) o tempo cai de 8 para 4 horas e ao chegar

em 115 dB(A) uma pessoa pode ficar exposta aos ruiacutedos contiacutenua ou

intermitentemente apenas por 7 minutos

97

TABELA 3 ndash LIMITES DE TOLERAcircNCIA PARA RUIacuteDO CONTIacuteNUO E INTERMITENTE

NIacuteVEL DE PRESSAtildeO SONORA

EM dB(A)

MAacuteXIMA EXPOSICcedilAtildeO DIAacuteRIA PERMISSIacuteVEL

EM HORAS E MINUTOS

85 8 h 86 7 h 87 6 h 88 5 h 89 4 h e 30 min 90 4 h 91 3 h e 30 min 92 3 h 93 2 h e 40 min 94 2 h e 15 min 95 2 h 96 1 h e 45 min 98 1 h e 15 min

100 1 h 102 45 min 104 35 min 105 30 min 106 25 min 108 20 min 110 15 min 112 10 min 114 8 min 115 7 min

FONTE NORMA REGULAMENTADORA 15 (ABNT 1978)

52 ORIENTACcedilAtildeO METODOLOacuteGICA DO INSTRUMENTO

521 O Equipamento

Utilizando o equipamento denominado de decibeliacutemetro Marca Instrutherm ndash

nuacutemero de seacuterie N304849 Modelo AZCE ndash 8928 Faixa de Mediccedilatildeo 30 a 130 dB

(A) Curvas de Ponderaccedilatildeo A C e Linear Respostas Fast e Slow Os dados foram

constituiacutedos a partir do medidor de pressatildeo sonora no modo ldquoLeqrdquo na curva de

compensaccedilatildeo ldquoArdquo e circuito de resposta ldquoSlowrdquo (lenta) O decibeliacutemetro com funccedilatildeo

Leq pode ser ajustado para operar com dois modos de resposta o raacutepido ( Fast ) e

o lento ( Slow) no modo de operaccedilatildeo lento ele tem um tempo de subida de 1 ms

ideal para sons repetitivos e contiacutenuos jaacute no modo raacutepido o tempo de resposta eacute de

98

125 ms ideal para medir sons raacutepidos Com este equipamento realizei as duas

mediccedilotildees

A primeira no ambiente interno do CEPMAT para determinar os ruiacutedos

oriundos do meio externo do entorno do Coleacutegio e gerados pelos meios de

transportes seguindo as orientaccedilotildees metodoloacutegicas normatizadas pela NBR

101511987 (ABNT 1987) que usando princiacutepios de acuacutestica asseguram a precisatildeo

do meacutetodo para avaliaccedilatildeo dos efeitos do ruiacutedo sobre o aparelho auditivo

A segunda mediccedilatildeo foi realizada para aferir os niacuteveis de ruiacutedo que os

estudantes estatildeo expostos ao usarem os fones auriculares conectados no Aparelho

Celular para ouvir muacutesica

522 Procedimento

As mediccedilotildees foram realizadas em dois momentos no primeiro foram

realizadas mediccedilotildees nos ambientes internos do CEPMAT no segundo foram

realizadas mediccedilotildees dos niacuteveis de pressatildeo sonora nos fones auriculares dos

Aparelhos Celulares dos estudantes do Ensino Meacutedio enquanto ouviam muacutesica Os

procedimentos seratildeo descritos separadamente

a) Primeiro momento

Para realizar as mediccedilotildees com o decibeliacutemetro nos ambientes internos do

CEPMAT selecionei locais que natildeo tem barreiras fiacutesicas para o ruiacutedo oriundo da

Avenida Presidente Afonso Camargo onde haacute as vias expressas a via estrutural

leste e a linha Feacuterrea Assim foram selecionados dois pisos do referido coleacutegio No

primeiro piso que fica no niacutevel da rua estatildeo na ordem da planta baixa

arquitetocircnica16 da esquerda para a direita os seguintes espaccedilos Biblioteca Sala de

Informaacutetica Sala do Diretor Secretaria Auditoacuterio No segundo piso que fica do

mesmo lado do preacutedio estatildeo agraves quatro salas de aula avaliadas juntamente com o

Laboratoacuterio de Quiacutemico-Fiacutesica

16 A planta baixa arquitetocircnica do primeiro piso do CEPMAT pode ser vista no Anexo VIII

99

O equipamento17 mostra a mediccedilatildeo do niacutevel de ruiacutedo equivalente contiacutenuo

(Leq18) a cada minuto de acordo com as normas - Avaliaccedilotildees do Ruiacutedo em Aacutereas

Habitadas visando ao conforto da comunidade NBR 10151 (ABNT 1987) Para

aferir resguardei o aparelho do efeito de ventos sobre o microfone com o uso de

protetor conforme as instruccedilotildees do fabricante As mediccedilotildees foram realizadas em

pontos afastados aproximadamente 12 m do piso e a 1 m da parede da sala em

cada afericcedilatildeo durante cinco dias em trecircs periacuteodos do dia nos meses de setembro e

outubro de 2013 em fevereiro de 2014 No periacuteodo matutino foram realizadas nos

intervalos compreendidos das 7h30min as 11h45min no periacuteodo vespertino das

13h30min as 17h30min e no periacuteodo noturno das 19h00 as 22h30min

b) Segundo momento

Com autorizaccedilatildeo da direccedilatildeo do CEPMAT realizei as afericcedilotildees dos niacuteveis de

pressatildeo sonora nos fones auriculares do Aparelho Celular dos estudantes do Ensino

Meacutedio semanalmente Foram em meacutedia 30 (trinta) afericcedilotildees diaacuterias de diferentes

estudantes ao longo de um periacuteodo de 2 meses (outubro e novembro de 2013)

diariamente no periacuteodo letivo e somente durante os intervalos de aulas (manhatilde das

10h agraves 10h20min no periacuteodo matutino e das 20h agraves 20h40min no periacuteodo noturno)

A escolha dos estudantes foi aleatoacuteria e solicitei permissotildees verbais para fazer

mediccedilatildeo da intensidade sonora que os fones auriculares emitiam naquele momento

Informei que aquele procedimento fazia parte de uma pesquisa que natildeo haveria

qualquer tipo de puniccedilatildeo ou proibiccedilatildeo do uso do Aparelho Celular no ambiente

escolar Os estudantes participantes natildeo foram identificados nesta pesquisa

17 Uma foto do equipamento pode ser vista no Anexo IV

18 As condiccedilotildees exigiacuteveis para a execuccedilatildeo do caacutelculo simplificado do niacutevel de ruiacutedo equivalente

contiacutenuo (Leq) foram Normatizadas pela NBR 13369 (ABNT 1995) que se encontra no anexo VII desta dissertaccedilatildeo

100

53 RESULTADOS DAS AFERICcedilOtildeES DOS NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA

(NPS) EMITIDOS PELOS MEIOS DE TRANSPORTES DO ENTORNO DO

CEPMAT

Neste subitem busco responder a primeira questatildeo de pesquisa ldquoQuais satildeo

os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) oriundos do entorno do CEPMATrdquo

A tabela 4 apresenta os niacuteveis de pressatildeo sonora (NPS) a que os estudantes

satildeo submetidos pelos ruiacutedos emitidos pelos meios de transportes oriundos do

entorno do CEPMAT ficando mais intensos quando satildeo realizadas manutenccedilotildees

nos trens Os estudantes ao entrarem em determinados ambientes do coleacutegio estatildeo

mais (ou menos) expostos a ruiacutedos externos Esta exposiccedilatildeo natildeo eacute igual em todos

os ambientes devido a proximidade ou distacircncia das origens do ruiacutedo bem como

devido a barreiras fiacutesicas da proacutepria construccedilatildeo Nesse sentido para saber os niacuteveis

de pressatildeo sonora a que os estudantes estatildeo submetidos em cada local decidi

avaliar diferentes espaccedilos fiacutesicos do coleacutegio Portanto o decibeliacutemetro foi instalado

na parte interna de alguns ambientes que recebem as ondas sonoras frontalmente

TABELA 4 ndash AFERICcedilOtildeES DOS NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS) ORIUNDOS DO EXTERIOR

DO CEPMAT E MEDIDOS NO INTERIOR

DiaMecircs

Sala

Periacuteodo

Com a presenccedila do trem Carros ocircnibus Caminhotildees e estudantes

Sem a presenccedila do trem com carros ocircnibus caminhotildees e estudantes

0110

Biblioteca

Manhatilde

Tarde

Noite

9644

9452

8573

8436

8809

6516

0710

Laboratoacuterio de

Informaacutetica

Manhatilde

Tarde

Noite

9603

9271

8898

8886

8324

7546

0510

Auditoacuterio

Manhatilde

Tarde

Noite

9620

10000

8805

8654

8736

6522

FONTE COSTA (2014) COM APOIO DO ENGENHEIRO DE SEGURANCcedilA DO TRABALHO VIRGINIO LUIZ STANGHERLIN

101

Nos resultados da tabela 4 observei que em ambientes como a Biblioteca o

Laboratoacuterio de Informaacutetica e o Auditoacuterio frequentados por estudantes a intensidade

de ruiacutedos eacute elevada as afericcedilotildees apontaram que no periacuteodo matutino sem a

presenccedila do trem com fluxo normal de carros ocircnibus caminhotildees e estudantes a

meacutedia em dB(A) eacute 8658 dB(A) e acrescentado os ruiacutedos do trem a meacutedia fica em

torno de 9622 dB(A) no periacuteodo vespertino a meacutedia ficou em 8623 dB(A) e 9574

dB(A) e noturno a meacutedia ficou em 6861 dB(A) e 8758 dB(A) poreacutem existe uma

diferenccedila acentuada nos niacuteveis de pressatildeo sonora se comparados os periacuteodos

diurnos (movimentaccedilatildeo de meios de transportes constantes) e noturno (baixa

movimentaccedilatildeo de veiacuteculos e do trem que passa no horaacuterio das 19h40 min)

No estudo de Celani et al (1994) apud Brasil (2006) os autores avaliaram os

niacuteveis de pressatildeo sonora em salas de aula com a presenccedila de estudantes e os

resultados chegaram a atingir ateacute 943 dB(A) que eacute acima do recomendado no

Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo - Pair (BRASIL 2006) apresentado na tabela 3

desta seccedilatildeo

As afericcedilotildees realizadas nas salas de aula e Laboratoacuterio de Fiacutesico-Quiacutemica do

CEPMAT (tabela 5) apontaram que no periacuteodo matutino sem a presenccedila do trem

com fluxo normal de carros ocircnibus caminhotildees e estudantes a meacutedia em dB(A) eacute

8229 dB(A) e acrescentado os ruiacutedos do trem a meacutedia passa para 9394 dB(A) No

periacuteodo vespertino a meacutedia ficou em 7417 dB(A) e 9203 dB(A) e no noturno a

meacutedia ficou em 7419 dB(A) e 8357 dB(A) todas as meacutedias estatildeo acima da

recomendada pela Lei Ordinaacuteria Municipal 106252002 que estabelece um limite de

60 dB(A) para os setores estruturais educacionais A Meacutedia dos trecircs periacuteodos eacute

8984 dB(A) e esses valores estatildeo 50 acima do estabelecido pela lei isto eacute de

acordo com as definiccedilotildees estabelecidas na proacutepria Lei 106252002 (CURITIBA

2002) caracterizado como POLUICcedilAtildeO SONORA

Portanto respondendo a primeira questatildeo de pesquisa ldquoQuais satildeo os Niacuteveis

de Pressatildeo Sonora (NPS) oriundos do entorno do CEPMATrdquo Os resultados

indicaram que satildeo niacuteveis acima dos limites permitidos na Lei Ordinaacuteria Municipal

106252002 confirmando os incocircmodos iniciais desta dissertaccedilatildeo

A tabela 5 mostra as mediccedilotildees realizadas nas salas de aula com e sem a

presenccedila dos trens

102

TABELA 5 - NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS) NO INTERIOR DO CEPMAT EM SALAS DE AULA

DiaMecircs

Sala

Periacuteodo

Com a presenccedila do trem Carros e Ocircnibus Caminhotildees

e de estudantes dB(A)

Sem a presenccedila do trem com fluxo normal de

Carros ocircnibus caminhotildees e presenccedila de

estudantes dB(A)

0210

Sala de Aula 10

Manhatilde

Tarde

Noite

9432

9546

8871

8370

7946

7223

0210

Sala de Aula 11

Manhatilde

Tarde

Noite

8998

9230

7253

8008

7525

7377

0210

Sala de Aula 12

Manhatilde

Tarde

Noite

9513

9688

8619

7796

7253

7189

0310

Laboratoacuterio de Fiacutesico-quiacutemica 13

Manhatilde

Tarde

Noite

9635

8350

8685

8745

6947

7889

FONTE COSTA 2014 COM APOIO DA ENGENHARIA DE SEGURANCcedilA DO TRABALHO VIRGINIO LUIZ STANGHERLIN

54 RESULTADOS DAS AFERICcedilOtildeES DOS NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA

(NPS) EMITIDOS NOS FONES AURICULARES CONECTADOS NO

APARELHO CELULAR

Neste subitem busco responder a questatildeo de pesquisa nuacutemero 3 desta

dissertaccedilatildeo que eacute ldquoQuais satildeo os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) que os

estudantes do CEPMAT satildeo submetidos quando ouvem muacutesica com fones

auriculares conectados a Aparelhos Celulares no ambiente escolarrdquo

103

Como jaacute mencionado o decibeliacutemetro tambeacutem foi utilizado para aferir os

niacuteveis de ruiacutedos gerados pelos fones auriculares conectados ao Aparelho Celular

dos estudantes do CEPMAT quando ouvem muacutesica

Realizei ao todo 150 afericcedilotildees no paacutetio do coleacutegio durante o recreio

(intervalo) ao longo de dois meses Utilizei apenas um dia por semana e variei dias

da semana durante este periacuteodo de forma a ter pelo menos 30 mediccedilotildees para cada

dia Para facilitar a apresentaccedilatildeo dos dados agrupei o nuacutemero de estudantes que

tiveram mediccedilotildees iguais em decibeacuteis dB(A) independentemente do dia

Os valores obtidos em decibeacuteis podem ser relacionados ao tempo maacuteximo de

exposiccedilatildeo ao ruiacutedo permissiacutevel de acordo com (BRASIL 2006) reproduzido na

tabela 3 da seccedilatildeo 4 por exemplo se um estudante ouve muacutesica a 88 dB(A) com os

fones auriculares conectados ao Aparelho Celular o protocolo limita o tempo de

exposiccedilatildeo a 5 horas no entanto se uma pessoa ouvir muacutesica a 115 dB(A) o tempo

maacuteximo de exposiccedilatildeo deve ser de 7 minutos para evitar prejuiacutezos a sauacutede auditiva

Os resultados obtidos satildeo apresentados no graacutefico nove

GRAacuteFICO 9 - NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS) QUE OS ESTUDANTES DO CEPMAT ESTAtildeO SUBMETIDOS QUANDO OUVEM MUacuteSICA NOS FONES AURICULARES CONECTADOS AO APARELHO CELULAR FONTE COSTA (2014) COM APOIO DO ENGENHEIRO DE SEGURANCcedilA DO TRABALHO VIRGINIO LUIZ STANGHERLIN

104

No graacutefico 9 eacute possiacutevel notar que apenas um pequeno grupo de 8 estudantes

pesquisados ouvem muacutesica em intensidade igual a 88 dB(A) isto eacute somente 534

o que significa que o tempo de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo para este grupo natildeo pode ser

superior a 5 horas diaacuterias No entanto os demais (142 estudantes ou 9466 dos

pesquisados) ouvem muacutesicas em intensidade acima de 92 dB(A) cujo tempo de

exposiccedilatildeo limite eacute de 3 horas por dia no entanto no questionaacuterio discutido na seccedilatildeo

III desta dissertaccedilatildeo mostrou que os estudantes ouvem muacutesica com os fones

auriculares conectados ao Celular em meacutedia quatro horas diaacuterias Isso significa que

aproximadamente 95 dos estudantes pesquisados ouvem muacutesica em volume de

1047 dB(A) em meacutedia e podem estar colocando em risco a sauacutede auditiva com

possibilidade de perda irreversiacutevel da audiccedilatildeo Portanto de acordo com o Protocolo

de Complexidade Diferenciada 5 do Ministeacuterio da Sauacutede para 4 h de exposiccedilatildeo

diaacuteria o limite eacute de 90 dB(A) para 103 dB(A) o tempo maacuteximo de exposiccedilatildeo eacute de 40

minutos diaacuterios ou seja os estudantes pesquisados ficam 600 acima do tempo

limite estipulado pelo Protocolo

55 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS

Esta discussatildeo tem como base as duas afericcedilotildees realizadas as oriundas do

entorno do CEPMAT e as dos fones auriculares conectados ao Aparelho Celular

para ouvir muacutesica

No que se refere agraves mediccedilotildees do entorno do CEPMAT a resoluccedilatildeo do

Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA 1998) e a Lei 960598 Capiacutetulo

V Seccedilatildeo II Artigo 54 estabelece como crime ambiental ldquoCausar poluiccedilatildeo de

qualquer natureza em niacuteveis que resultem ou possam resultar em danos agrave sauacutede

humanardquo (BRASIL 1998) Aleacutem disso no que tange a sauacutede auditiva a NBR

101511987 (ABNT 1987) determina que os niacuteveis de ruiacutedos em aacutereas habitadas

natildeo deve ultrapassar 50 dB(A) visando o conforto a seguranccedila e a sauacutede auditiva

das comunidades lindeiras No entanto o ruiacutedo emitido em Zonas Estruturais

Educacionais eacute regulamentado pela Lei Ordinaacuteria Municipal 10625 (CURITIBA

2002) que o limita a 60 dB(A) em periacuteodo diurno

105

A empresa America Latina Logiacutestica (ALL 2010 p 17) justifica que a poluiccedilatildeo

sonora emitida pelos trens na passagem da composiccedilatildeo ocorre em curto espaccedilo de

tempo de aproximadamente 5 minutos cessando logo apoacutes a passagem desta

forma o impacto ambiental causado pelo ruiacutedo eacute imediatamente restabelecido apoacutes

a passagem da composiccedilatildeo portanto para a empresa os danos agrave sauacutede auditiva

seriam reversiacuteveis

A ALL (2010 p 18) ressalta em seu Programa de Mitigaccedilatildeo de Ruiacutedos que as

vizinhanccedilas Empresas Hospitais e Coleacutegios devem ter ciecircncia de que os

deslocamentos dos trens causam ruiacutedos devidos agraves caracteriacutesticas do material

rodante Por outro lado eacute preciso lembrar que ter ciecircncia natildeo resolve os incocircmodos

causados aos estudantes do CEPMAT e um programa de mitigaccedilatildeo ambiental

deveria propor mais do que a ciecircncia ao fato mas uma efetiva reduccedilatildeo Aleacutem disso

o programa natildeo inclui accedilotildees nos paacutetios de manobra e nem limita as atividades de

manutenccedilatildeo das maacutequinas e testes de frenagem que ocorrem na frente do coleacutegio

em periacuteodo diurno e tem ruiacutedo acima do que permite a legislaccedilatildeo especialmente

nas ZE-E

O CEPMAT estaacute localizado a aproximadamente 25 metros da linha feacuterrea

como apresentado nas fotos apresentadas na seccedilatildeo I ndash dos Incocircmodos Inicias Os

resultados das mediccedilotildees realizadas a esta distacircncia e plotadas na tabela 4

identificaram niacuteveis de ruiacutedos que podem chegar a 100 dB(A) muito acima dos

limites de emissatildeo de ruiacutedo para a Zona Estrutural Educacional que podem limitar o

tempo de exposiccedilatildeo a uma hora No entanto quando haacute testes de frenagem esta

exposiccedilatildeo pode ser maior do que o tempo descrito no relatoacuterio da ALL

O laudo emitido por Stangherlin (2014)19 ressalta o caso dos estudantes do

CEPMAT que estudam nas salas diretamente impactadas pelo ruiacutedo observando a

seguinte loacutegica um estudante do CEPMAT estaacute exposto ao ruiacutedo por um periacuteodo de

4h30min cinco (5) dias por semana ao longo de duzentos (200) dias letivos

Portanto mesmo que por um ldquocurto periacuteodordquo de tempo por dia (cerca de 5 minutos

natildeo considerando os dias em que haacute testes de frenagem) eacute possiacutevel concluir que

ainda que o tempo de exposiccedilatildeo seja curto a frequecircncia com que ocorre e o niacutevel de

decibeacuteis sistematicamente acima do legal permitido pode haver consequecircncias a

longo prazo e somente em estudo longitudinal poderia analisar com maior precisatildeo o

19 Laudo Teacutecnico de Avaliaccedilatildeo de Ruiacutedo dos Meios de Transporte (Anexo IX)

106

tamanho e impactos e pode haver consequecircncias relativas a PAIR com prejuiacutezos agrave

sauacutede auditiva Portanto os dados das anaacutelises apresentadas respondem portanto

a questatildeo de pesquisa nuacutemero 1 desta dissertaccedilatildeo

A seguir apresento as discussotildees dos resultados das afericcedilotildees relativas aos

fones auriculares conectados ao Aparelho Celular para ouvir muacutesica e respondo a

questatildeo de pesquisa nuacutemero 3

De acordo com os resultados obtidos a meacutedia aritmeacutetica geral ( ) das

afericcedilotildees do eixo X (graacutefico 9) referente a intensidade de ruiacutedo nos fones

auriculares eacute de 1032 dB(A) Nesses niacuteveis o tempo de exposiccedilatildeo maacutexima contiacutenua

eacute de aproximadamente 40 minutos por dia no entanto nos dados obtidos a partir do

questionaacuterio aplicado o tempo meacutedio que os estudantes ouvem muacutesica usando

fones de ouvido conectados ao Aparelho Celular eacute em meacutedia de 4 horasdia o que

pode acarretar surdez precoce nos estudantes Essa intensidade meacutedia eacute muito

superior a permitida para uma ldquojornada de trabalhordquo no caso dos estudantes a

possibilidade de uso constante por 8 horas diaacuterias que o sistema auditivo humano

pode suportar sons de forma segura que eacute de 85 dB(A) Nesta situaccedilatildeo de

exposiccedilatildeo ao ruiacutedo contiacutenuo podem ocorrer diversos sintomas que caracterizam a

PAIR (CID 10 ndash H833) como perda auditiva zumbidos dores no ouvido sensaccedilatildeo

de audiccedilatildeo ldquoabafadardquo e transtornos neuroloacutegicos comportamentais hormonais

digestivos e alteraccedilotildees do sono entre outros pois quando o ruiacutedo eacute intenso e a

exposiccedilatildeo a ele for continuada ocorrem alteraccedilotildees estruturais na orelha interna

(BRASIL 2006 p10)

O segundo laudo referente agraves mediccedilotildees nos niacuteveis de pressatildeo sonora nos

fones auriculares emitido por Stangherlin (2013)20 retrata que os estudantes do

CEPMAT expostos a esses niacuteveis de pressatildeo sonora (plotados no graacutefico 8) podem

ter prejuiacutezos agrave audiccedilatildeo ou perda auditiva em poucos anos por ser sutil causa

impactos significativos na sauacutede auditiva dos estudantes podendo gerar dificuldades

na comunicaccedilatildeo e na aprendizagem Para SantrsquoAna (2012 p 26) os dispositivos

sonoros portaacuteteis individuais seriam os principais responsaacuteveis pela perda de

audiccedilatildeo precoce provocando o fenocircmeno dos ldquoouvidos velhos em corpos jovensrdquo

20 Laudo Teacutecnico de Avaliaccedilatildeo de Ruiacutedos dos Fones de Ouvido Conectados ao Aparelho Celular

(Anexo X)

107

Um grupo (5) de estudantes ouve muacutesica proacuteximo (88 dB(A) dos limites

estabelecidos pelo protocolo (BRASIL 2006) e o outro grupo (9466) ouve muacutesicas

em volume acima do limite estabelecido no protocolo a meacutedia do volume para este

grupo eacute de 1047 dB(A) de acordo com o protocolo o limite de tempo para tal

volume seria de apenas 30 minutos por dia Portanto os estudantes estatildeo expondo

sua audiccedilatildeo ateacute 800 acima do limite dB(A)tempo estabelecido no protocolo a

porcentagem de 95 mostra consequecircncias de agir conforme o grupo ou seja a

partir do modelo de interaccedilatildeo social discutido por Vigotsky (2007)

Com os resultados obtidos e as anaacutelises realizadas acima respondo a

terceira questatildeo de pesquisa ldquoQuais satildeo os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) que

os estudantes do CEPMAT satildeo submetidos quando ouvem muacutesica com fones

auriculares conectados a Aparelhos Celulares no ambiente escolarrdquo

Assim compreender os significados da presenccedila e o uso do Aparelho Celular

na escola eacute compreender essa cultura das tecnologias de faacutecil acesso pois como

vimos anteriormente o Celular pode ser entendido como um signo um objeto de

desejo que opera no sistema representacional da nossa cultura (HALL 1997) Os

Aparelhos Celulares permitem construir significados modificando o sentimento de

pertencimento dos estudantes ao grupo modelam praacuteticas de conduta e ideias e satildeo

usados inclusive como instrumento de governabilidade e regulaccedilatildeo interna do grupo

Os Aparelhos Celulares operam portanto como um modelo simboacutelico que cria um

novo ambiente social

56 SINTESE DA SECcedilAtildeO

Em resumo ao relacionar ambiente escolar tecnologias de faacutecil acesso e as

mudanccedilas na cultura escolar constituiacutemos novas tessituras para entender a escola

contemporacircnea e suas problemaacuteticas e consequecircncias como a do aparecimento

precoce da PAIR Assim eacute possivel relacionar que tanto o ruiacutedo do traacutefego quanto

os Aparelhos Celulares emitem niacuteveis de poluiccedilatildeo sonora muito acima do que a

lesgislaccedilatildeo estabelece ou recomenta no entanto os niacuteveis de ruiacutedos emitidos nos

fones auriculares dos Aparelhos Celulares satildeo muito acima do meios de transportes

Assim eacute possiacutevel conluir que embora seja silecioso para uma pessoa que estaacute

108

proacuteximo os Telefones Celulares conectados a fones auriculares estatildeo colocando em

risco a sauacutede auditiva dos estudantes

Na proacutexima seccedilatildeo apresentarei os resultados do ldquoTeste para autoidentificaccedilatildeo

de alguns sintomas de estresserdquo que os estudantes responderam sobre a poluiccedilatildeo

sonora oriunda do entorno do CEPMAT e dos fones auriculares conectados ao

Aparelho Celular quando ouvem muacutesica

109

6 POLUICcedilAtildeO SONORA E AS PERCEPCcedilOtildeES DOS ESTUDANTES DE ALGUNS

SINTOMAS DE ESTRESSE

Nas seccedilotildees anteriores busquei responder as questotildees um dois e trecircs desta

dissertaccedilatildeo Nesta seccedilatildeo procuro responder a quarta questatildeo de pesquisa uma vez

que foi constatado a partir dos resultados do capiacutetulo anterior que haacute Niacuteveis de

Pressatildeo Sonora (NPS) acima do disposto na Legislaccedilatildeo e estabelecida nesta

dissertaccedilatildeo como Poluiccedilatildeo Sonora busquei verificar comose os estudantes do

Ensino Meacutedio do CEPMAT percebem (a) a existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda

do entorno do Coleacutegio (b) os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora (oriunda do entorno do

Coleacutegio) na sauacutede deles (c) a existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos fones

auriculares conectados aos Telefones Celulares e os efeitos na sauacutede dos

estudantes (d) as normas estabelecidas no Regimento Escolar do CEPMAT

Para responder a quarta questatildeo de pesquisa (e suas quatro sub questotildees)

me propus a adaptar o teste de (LAUTERT CHAVES E MOURA 1999) Nomeei o

teste adaptado como ldquoTeste para autoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo

e apliquei aos estudantes do CEPMAT

Para apresentar o instrumento de constituiccedilatildeo de dados os resultados

obtidos e as anaacutelises que elaborei dividi a seccedilatildeo em quatro subtoacutepicos a saber A

primeira (61) intitulada ldquocrescimento da cidade e o aumento do ruiacutedo ambienterdquo

discorre sobre o aumento dos meios de transportes que trafegam na via estrutural

leste o Paacutetio de Manobra da ALL a Lei Ordinaacuteria Municipal (CURITIBA 2002)

106252000 a NBR 10151(ABNT 1987) e 10152 (ABNT 1987a) o Protocolo de

Complexidade Diferenciada 5 (BRASIL 2006) com as possiacuteveis consequecircncias para

a sauacutede humana A segunda (62) intitulada ldquoOs sintomas de estresse e a percepccedilatildeo

dos estudantesrdquo analisa as percepccedilotildees pessoais por meio dos sentidos baacutesicos

(visatildeo e especialmente audiccedilatildeo) os processos cognitivos e as manifestaccedilotildees

psicoloacutegicas que podem afetar a sauacutede humana assim parte do conceito de como

as pessoas percebem o ambiente e tomam decisotildees associadas a ela mesma A

terceira (63) intitulada ldquoOrientaccedilotildees metodoloacutegicas do Instrumentordquo apresenta a

construccedilatildeo de um teste elaborado com base nas escalas tipo-Likert contendo sete

niacuteveis Os principais objetivos foram avaliar se os estudantes percebem a poluiccedilatildeo

110

sonora tanto no entorno do CEPMAT causada pelos meios de transportes quanto

agravequela oriunda dos fones auriculares conectados ao Aparelho Celular para ouvir

muacutesica e verificar se os estudantes apresentam alguns sintomas de estresse O

quarto e uacuteltimo do subtoacutepico (64) intitulado ldquoAnaacutelise dos dadosrdquo como o proacuteprio

nome diz apresenta e analisa parcialmente quatro grupos de dados percepccedilatildeo dos

estudantes sobre a poluiccedilatildeo sonora no entorno do CEPMAT a percepccedilatildeo dos

efeitos desta poluiccedilatildeo sonora na sauacutede deles a percepccedilatildeo da existecircncia de poluiccedilatildeo

sonora oriundas dos fones auriculares conectados ao Aparelho Celular o Regimento

Escolar A seccedilatildeo finaliza reunindo as principais consideraccedilotildees parciais e elaborando

conclusotildees que pretendem unir aspectos dos capiacutetulos anteriores

61 O CRESCIMENTO DA CIDADE E O AUMENTO DO RUIacuteDO AMBIENTE

Neste subtoacutepico descrevo o aumento do ruiacutedo ambiente causado pelo

adensamento da frota de veiacuteculos e a saturaccedilatildeo do transporte viaacuterio na cidade

Ruiacutedo ambiente eacute conceituado no Capiacutetulo 12 da investigaccedilatildeo de ruiacutedos (ALL

2010) como ldquomediccedilatildeo do niacutevel de ruiacutedo equivalente para determinaccedilatildeo do ruiacutedo

ambiente durante a operaccedilatildeordquo (p13) entendo como operaccedilatildeo a passagem da

composiccedilatildeo feacuterrea Menciono aspectos do sistema viaacuterio de Curitiba especialmente

do corredor leste de transporte coletivo e a linha feacuterrea do Setor Cajuru que inclui o

Paacutetio de Curitiba Ambos (corredor Leste e Linha feacuterrea) passam em frente ao

CEPMAT trazendo impactos negativos ao aumento de ruiacutedo ambiente discutindo as

normas regulamentadoras NBR 10151 (ABNT1987) e NBR 10152 (ABNT 1987a)

referentes agrave poluiccedilatildeo sonora e o protocolo de complexidade diferenciada 5 (BRASIL

2006) que descreve a PAIR (Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo) As normas e o

protocolo (BRASIL 2006) serviratildeo como sustentaacuteculo para anaacutelise dos dados

O crescimento da cidade de Curitiba e a saturaccedilatildeo do sistema viaacuterio da

cidade foram descritos no relatoacuterio de Planos Setoriais de Curitiba (IPPUC 2008)

que incluem tambeacutem alertas para os impactos negativos dessa saturaccedilatildeo ao tracircnsito

e agrave sauacutede

111

O deslocamento aliado ao crescimento das atividades econocircmicas verificadas na uacuteltima deacutecada trouxe consigo impactos nocivos ao tracircnsito A saturaccedilatildeo do Sistema Viaacuterio Baacutesico pelo aumento da frota de veiacuteculos em circulaccedilatildeo e a instalaccedilatildeo de transportadoras fora das zonas de serviccedilo e a pouca correspondecircncia hieraacuterquica e funcional entre o sistema viaacuterio baacutesico urbano e metropolitano ocasionam impactos negativos (poluiccedilatildeo ruiacutedo congestionamentos e acidentes) no meio urbano (IPPUC 2008 p34)

O mapa da rede Integrada de Transporte Puacuteblico de Curitiba mostra que as

linhas expressas e diretas passam em frente ao coleacutegio Figura 7 (IPPUC 2006) e ali

haacute um traacutefego intenso de ocircnibus circulando nas canaletas De acordo com o relatoacuterio

IPPUC (2008 p28) ldquoo corredor leste trabalha com 115000 passageiros em dia uacutetil

17000 passageiros no pico 115 passageiros de carga maacutexima ()rdquo o que adensa

o nuacutemero de ocircnibus que circula na regiatildeo aumentando o ruiacutedo ambiente Aleacutem

disso haacute que se considerar que este relatoacuterio foi escrito haacute oito anos quando o

nuacutemero de veiacuteculos e a populaccedilatildeo da cidade eram menores e a aacuterea metropolitana

nesse intervalo (2008-2014) teve um crescimento significativo Para Siegel et al

(2009) dentre os municiacutepios que compotildeem a Regiatildeo Metropolitana de Curitiba

destaca-se o de Pinhais eacute um dos que obtiveram maior crescimento nos uacuteltimos 10

anos Este municiacutepio interliga-se com Curitiba pelo corredor leste para os ocircnibus

conforme descrito na seccedilatildeo de ldquoIncomodos Iniciaisrdquo que inclui fotos das seis pistas

que compotildeem a Av Afonso Camargo que passa em frente ao Coleacutegio

No caso do sistema ferroviaacuterio a cidade de Curitiba tem dois paacutetios em

operaccedilatildeo o Paacutetio Iguaccedilu no bairro Boqueiratildeo e o Paacutetio de Curitiba no bairro

Cajuruacute este uacuteltimo fica proacuteximo ao CEPMAT haacute uma distacircncia aproximada de

1200m pelo trajeto viaacuterio ou menos do que isso em linha reta Nestes Paacutetios de

acordo com o relatoacuterio IPPUC (2008 p33) natildeo haacute carga e descarga mas haacute

montagem de composiccedilotildees e manobras e testes da composiccedilatildeo e de frenagem

A linha feacuterrea passa em frente ao coleacutegio a uma distacircncia de

aproximadamente 25m (na Figura 7 representada em azul claro) Os dados

extraiacutedos da tabela 1271 do capiacutetulo 12 sobre investigaccedilatildeo de ruiacutedos da ALL (ALL

2010 p14) realizadas pelo programa de mitigaccedilatildeo de ruiacutedos em uma aacuterea

estritamente residencial urbana a uma distacircncia de 15m da ferrovia indicaram que os

Niacuteveis de Pressatildeo Sonora do ruiacutedo ambiente satildeo iguais a 87 dB(A) agraves 16 horas e 72

dB(A) agraves 23 horas de acordo com esse relatoacuterio o ruiacutedo ambiente (durante a

passagem da composiccedilatildeo feacuterrea) dura cerca de 5 minutos (IPPUC 2008 p17)

112

FIGURA 7 - REDE INTEGRADA DE TRANSPORTE PUacuteBLICO DE CURITIBA EM 2003 FONTE IPPUC (2006)

No entanto eacute importante ressaltar que aleacutem dos ruiacutedos ambiente imediatos

mencionados no relatoacuterio durante a passagem das composiccedilotildees a empresa

Ameacuterica Latina Logiacutestica usa regularmente a linha feacuterrea em frente ao CEPMAT

113

para fazer manobras e testes de frenagem e de motores das locomotivas devido agrave

proximidade da linha feacuterrea com a aacuterea de manobras do Paacutetio de Curitiba As

locomotivas ziguezagueiam do Paacutetio de Curitiba ateacute uma linha que fica em frente agrave

escola aumentando significativamente os niacuteveis de ruiacutedo ambiente no local e o

tempo de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo

O CEPMAT estaacute localizado na intersecccedilatildeo entre o corredor Leste de

transporte coletivo do sistema viaacuterio e a linha feacuterrea do Setor Cajuru que daacute acesso

agrave aacuterea de manobras do Paacutetio de Curitiba Em um local proacuteximo o ruiacutedo ambiente

medido pela empresa que administra a ferrovia (ALL 2010) chegou a 87 dB(A) Por

outro lado a Lei Ordinaacuteria Municipal Nordm 10625 (CURITIBA 2002) dispotildee sobre o

limite maacuteximo de ruiacutedo na Zona Especial Educacional que eacute de 60 dB(A) Assim os

limites maacuteximos estatildeo superiores aos recomendados Da mesma forma a Norma

Regulamentadora 10152 (ABNT 1987a) que fixa os niacuteveis de ruiacutedo para conforto

acuacutestico delimita como niacutevel sonoro para conforto acuacutestico em salas de aula e

laboratoacuterios 40 dB(A) e como Niacutevel Sonoro Aceitaacutevel 50 dB(A) a Norma

Regulamentadora 10151(ABNT 1987) fixa os niacuteveis sonoras para avaliar os

ambientes externos e as aacutereas estritamente residenciais urbanas ou de hospitais e

escolas os niacuteveis diurnos satildeo de 50 dB(A) e noturno de 45 dB(A) A NBR

101511987 eacute o criteacuterio teacutecnico a ser seguido e atendido segundo a Resoluccedilatildeo nordm 1

do CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente e da Secretaria do Meio

Ambiente (de 8 de marccedilo de 1990) A Lei 960598 (CONAMA 1998) menciona as

consequecircncias para as empresas que causam poluiccedilatildeo de qualquer natureza em

niacuteveis tais que resultem ou possam resultar em danos agrave sauacutede humana ou que

provoquem a mortandade de animais ou a destruiccedilatildeo significativa da flora

No entanto os valores apontados pelo relatoacuterio da empresa (ALL 2010) e as

mediccedilotildees realizadas in locus e relatadas no capiacutetulo anterior permitem afirmar que

os niacuteveis sugeridos tanto na Lei Ordinaacuteria Municipal 106252002 (CURITIBA 2002)

quanto nas NBR 10151(ABNT 1987) e 10152 (ABNT 1987a) foram extrapolados

Sabendo que quando valores estatildeo acima dos limites estabelecidos podem

provocar Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo (PAIR)

114

Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo (PAIR) eacute a perda provocada pela exposiccedilatildeo por tempo prolongado ao ruiacutedo Configura-se como uma perda auditiva do tipo neurossensorial geralmente bilateral irreversiacutevel e progressiva com o tempo de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo (CID 10 ndash H 833) Consideram-se como sinocircnimos perda auditiva por exposiccedilatildeo ao ruiacutedo no trabalho perda auditiva ocupacional surdez profissional disacusia ocupacional perda auditiva induzida por niacuteveis elevados de pressatildeo sonora perda auditiva induzida por ruiacutedo ocupacional perda auditiva neurossensorial por exposiccedilatildeo continuada a niacuteveis elevados de pressatildeo sonora de origem ocupacional (BRASIL 2006 p13)

Apesar de esta dissertaccedilatildeo considerar a nova nomenclatura anatocircmica que

substituiu o termo ldquoouvidordquo pelo termo ldquoorelha internardquo conforme mencionado em

nota de rodapeacute no capiacutetulo II o Protocolo (BRASIL 2006) utiliza os dois termos que

aparecem com o mesmo significado O Protocolo de Complexidade Diferenciada 5

(BRASIL 2006) centra-se em grande parte a descriccedilatildeo da PAIR causada por ruiacutedo

intenso e contiacutenuo no entanto o mesmo protocolo faz referecircncias quanto as

consequecircncias para a sauacutede na exposiccedilatildeo ao ruiacutedo suacutebito

Quando a exposiccedilatildeo ao ruiacutedo eacute de forma suacutebita e muito intensa pode ocorrer o trauma acuacutestico lesando temporaacuteria ou definitivamente diversas estruturas do ouvido Apesar de esta dissertaccedilatildeo considerar a nova nomenclatura anatocircmica que substituiu o termo ldquoouvidordquo pelo termo ldquoorelha internardquo conforme mencionado no capiacutetulo II o Protocolo (BRASIL 2006) utiliza os dois termos que aparecem com o mesmo significado Outro tipo de alteraccedilatildeo auditiva provocado pela exposiccedilatildeo ao ruiacutedo intenso eacute a mudanccedila transitoacuteria de limiar que se caracteriza por uma diminuiccedilatildeo da acuidade auditiva que pode retornar ao normal apoacutes um periacuteodo de afastamento do ruiacutedo (BRASIL 2006 p 11)

(hellip) O risco de Pair aumenta muito quando a meacutedia da exposiccedilatildeo estaacute acima de 85 dB(A) por oito horas diaacuterias As exposiccedilotildees contiacutenuas satildeo piores do que as intermitentes poreacutem curtas exposiccedilotildees a ruiacutedo intenso tambeacutem podem desencadear perdas auditivas (BRASIL 2006 p18)

Neste subtoacutepico introduzi a abordagem da problemaacutetica do aumento da

pressatildeo sonora no entorno do CEPMAT e para tanto apresentei as mudanccedilas

ambientais que ocorreram na regiatildeo com adensamento de traacutefego e tambeacutem normas

que regulamentam os niacuteveis maacuteximos de pressatildeo sonora em locais como escolas

hospitais etc Apresentei tambeacutem a PAIR Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo que

foi descrita em Brasil (2006) e jaacute apresenta o coacutedigo de Identificaccedilatildeo de Doenccedila

(CID 10 ndash H 833) Sendo que o proacuteprio relatoacuterio da empresa (ALL 2010) confirma a

extraptaccedilatildeo dos limites em dB(A) estabelecidos por lei para a Zona Especial

115

Educaiconal ZE-E que eacute de 50 dB(A) No subtoacutepico seguinte discuto a percepccedilatildeo

ambiental e alguns sintomas causados pelos efeitos do ruiacutedo agrave sauacutede humana

62 OS SINTOMAS DE ESTRESSE E A PERCEPCcedilAtildeO DOS ESTUDANTES

Neste subtoacutepico abordo dois aspectos cruciais para a concepccedilatildeo do

instrumento de coleta de dados O primeiro aspecto refere-se aos processos

perceptivos para construccedilatildeo de indicadores vaacutelidos para a avaliaccedilatildeo criteriosa sobre

a percepccedilatildeo dos estudantes relativa agrave Poluiccedilatildeo Sonora Tanto a poluiccedilatildeo sonora

externa dos meios de transportes quanto agrave interna dos fones conectados ao

Aparelho Celular A anaacutelise da percepccedilatildeo considerou os aspectos psicoloacutegicos

socais e culturais da comunidade escolar que participou da pesquisa O segundo

aspecto refere-se agrave caracterizaccedilatildeo dos sintomas e niacuteveis de estresse A partir da

caracterizaccedilatildeo de percepccedilatildeo e estresse o proacuteximo subtoacutepico apresentaraacute a

concepccedilatildeo do instrumento de coleta de dados

Para Fernandes et al (2004) estas respostas ou manifestaccedilotildees decorrentes

satildeo resultado das percepccedilotildees pessoais e coletivas dos processos cognitivos

julgamentos e expectativas e embora nem todas as manifestaccedilotildees psicoloacutegicas

sejam evidentes ou constantes elas afetam a conduta mesmo que

inconscientemente

Em ambientes urbanos haacute manifestaccedilotildees mais comuns - por exemplo a

poluiccedilatildeo sonora dos meios de transportes as pichaccedilotildees a muacutesica etc Os aspectos

dessas manifestaccedilotildees podem ser percebidos pelas pessoas Assim estudos sobre a

percepccedilatildeo ambiental satildeo fundamentais pois permitem compreender as relaccedilotildees

entre os humanos e o ambiente Os mesmos autores sugerem que a percepccedilatildeo

ambiental eacute um conceito sustentado por dados de pesquisas poreacutem ao ser

veiculado eacute reconstruiacutedo por meio de sua utilizaccedilatildeo

Para Del Rio (1996) as pessoas tecircm dificuldades de se relacionar socialmente

e em alguns casos tecircm atitudes agressivas Exemplos de manifestaccedilotildees

psicossociais decorrentes da degradaccedilatildeo da qualidade de vida urbana mesmo que

na maioria das vezes seja inconsciente Neste sentido os aspectos quanto aos

116

efeitos da poluiccedilatildeo sonora na sauacutede nas pessoas encontram barreiras para tomar

accedilotildees de prevenccedilatildeo e adoccedilatildeo de medidas eficazes de controle Ao mesmo tempo o

contiacutenuo aumento dos niacuteveis de ruiacutedo nas aacutereas urbanas torna-se cada vez mais

desconfortaacutevel insalubre e inseguro afetando a sauacutede do indiviacuteduo e contaminando

intensamente as relaccedilotildees sociais sem que isso seja percebido

De acordo com Reis Lay (2006) o conhecimento adquirido sobre os

processos perceptivos e cognitivos pode melhorar a qualidade dos ambientes por

meio de poliacuteticas planejamento e projetos de forma que ao planejar e projetar um

determinado ambiente os funcionamentos possam ser contemplados

Os estudos sobre percepccedilatildeo ambiental e sobre os efeitos psicofiacutesicos do

ruiacutedo podem contribuir para o planejamento local no que tange ao gerenciamento do

ruiacutedo urbano mas tambeacutem nos auxilia a entender algumas reaccedilotildees psicossociais

dos estudantes do CEPMAT

Na deacutecada de 1970 os estudos geograacuteficos sobre percepccedilatildeo ambiental

tornaram-se fonte de pesquisa para a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a

Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura - UNESCO e podem ser compreendidos de duas

maneiras

a) A primeira foi descrita por Reis e Lay (2006) que entendem que o processo

perceptivo de interaccedilatildeo entre o espaccedilo e o indiviacuteduo se daacute exclusivamente pelos

sentidos baacutesicos (visatildeo e audiccedilatildeo) em que a percepccedilatildeo eacute tratada como

exclusivamente sensorial A cogniccedilatildeo processo de construccedilatildeo do sentido na mente

eacute cumulativa e se forma por meio da experiecircncia cotidiana na qual as sensaccedilotildees

adquirem valores e significados gerando expectativas sobre o ambiente que se

traduzem em atitudes e comportamentos

b) A segunda ocorre para aleacutem da interaccedilatildeo sensorial em que se consideram

outros fatores psicossociais tais como cultura memoacuteria conjunto de informaccedilotildees e

valores pessoais Nessa a cogniccedilatildeo e a sensaccedilatildeo integram a percepccedilatildeo e aqui

reside o objeto de interesse da grande maioria dos estudos de percepccedilatildeo ambiental

Assim o conceito de percepccedilatildeo inicia no processo de como as pessoas

percebem o ambiente e tomam decisotildees associadas a elas mesmas Para Kolter

(1998) apud Medeiros Cruz (2006) a percepccedilatildeo depende do relacionamento entre

estiacutemulo ambiente e condiccedilotildees do indiviacuteduo e pode provocar

117

a) Atenccedilatildeo seletiva - ao receber milhotildees de estiacutemulos diaacuterios predomina a percepccedilatildeo daqueles que se desviam mais do estiacutemulo normal (fenocircmenos atiacutepicos)

b) Distorccedilatildeo seletiva - nem sempre a interpretaccedilatildeo de estiacutemulos ocorre de maneira presumiacutevel em funccedilatildeo da psicologia individual (tendecircncias e predisposiccedilotildees)

c) Retenccedilatildeo seletiva - apenas uma pequena proporccedilatildeo dos estiacutemulos permanece retida conscientemente por maior tempo predominantemente aqueles que provocam efeitos associados (sensaccedilotildeesreaccedilotildees) ou estatildeo relacionados a alguma informaccedilatildeo de interesse atual Cada pessoa percebe aquilo com que se preocupa e a percepccedilatildeo depende da psicologia individual da cultura aprendida de influecircncias socioeconocircmicas e profissionais da experiecircncia de vida e da originalidade bioloacutegica

No sentido da retenccedilatildeo seletiva os aspectos culturais que vimos discutindo ao

longo desta dissertaccedilatildeo afetam sobremaneira a percepccedilatildeo Para Ribas e Graemel

(2006) a percepccedilatildeo de um problema dependeraacute das expectativas culturalmente

variaacuteveis a respeito daquilo que se constitui como negativo Hoje os riscos se

expandem em quase todas as dimensotildees da vida humana obrigando-nos a

questionar haacutebitos de consumo e produccedilatildeo e um dos efeitos deste processo eacute a

poluiccedilatildeo sonora Vivemos em uma sociedade de riscos estes podem estar

relacionados a acidentes ou exposiccedilotildees a poluiccedilatildeo sonora Nesse sentido a

percepccedilatildeo atribuiacuteda a determinados problemas estaacute relacionada agraves expectativas

socioculturais que satildeo mutaacuteveis do que se considera ou natildeo como negativo e com

qual prioridade

Sobre a percepccedilatildeo dos efeitos da poluiccedilatildeo sonora na sauacutede humana eacute

possiacutevel afirmar que existem muitas dificuldades para quantificar a influecircncia da

hora do dia do estado emocional da atitude em relaccedilatildeo ao ruiacutedo do tempo de

exposiccedilatildeo uma vez que os estudantes ficam expostos agraves fontes sonoras por isso o

instrumento delineado nesta dissertaccedilatildeo natildeo eacute de cunho quantitativo mas utiliza

aspectos que se aproximam da ideacuteia de uma quali-quantificaccedilatildeo Isso foi feito

avaliando as percepccedilotildees a partir de uma escala do tipo Likert

Os estudos sobre percepccedilatildeo ambiental relacionada ao campo da Educaccedilatildeo

Ambiental satildeo recentes se comparados agrave inserccedilatildeo da temaacutetica em outros campos

de conhecimento Tais estudos propotildeem a compreensatildeo das percepccedilotildees que

resultam em levantamentos conceituais da relaccedilatildeo dos humanos com as realidades

imediatas em que estatildeo inseridos a coletividade e o lugar habitado as formas com

que essa relaccedilatildeo eacute influenciada por conhecimentos e discursos construiacutedos

socialmente importando o entendimento dos processos histoacutericos e culturais dessa

construccedilatildeo

118

Novais e Guarin Neto (2007) conceituam percepccedilatildeo ambiental como uma

tomada de consciecircncia do ambiente pelo humano isto eacute o ato de perceber o

ambiente em que se estaacute inserido aprendendo a proteger e a cuidar do mesmo

Com isso cada indiviacuteduo percebe reage e responde diferentemente agraves accedilotildees sobre

o ambiente em que vive Estas respostas ou manifestaccedilotildees adquiridas satildeo

resultados das percepccedilotildees individuais e coletivas dos processos cognitivos

julgamentos e expectativas de cada pessoa

O ruiacutedo eacute hoje considerado um mal urbano seja no bairro no centro da

cidade ou ateacute mesmo em ambiente proacuteprio para educaccedilatildeo como as escolas Atinge

homens e mulheres adultos e crianccedilas independente das condiccedilotildees

socioeconocircmicas culturais eacutetnicas e religiosas Para Eniz (2004) pessoas expostas

ao ruiacutedo tornam-se tolerantes a altos niacuteveis de pressatildeo sonora tornando-se

portanto menos sensiacuteveis ao ruiacutedo e a prevenccedilatildeo a problemas de sauacutede auditiva e

mais vulneraacuteveis a problemas auditivos e aos problemas psicoloacutegicos associados

sem que percebam No entanto essa vulnerabilidade depende tambeacutem dos fatores

fiacutesicos do som

Para Santos e Martins (2005) apud Scarate (2009) a percepccedilatildeo da poluiccedilatildeo

sonora depende das expectativas a respeito daquilo que culturalmente se constitui

como negativo satildeo valores jaacute assimilados pela sociedade que ldquogostardquo de sons com

maior volume A elevada intensidade dos ruiacutedos oferece prazer em muitos

momentos como no caso das muacutesicas

A seguir passo a apresentar alguns efeitos psicofiacutesicos causados pela

exposiccedilatildeo ao ruiacutedo e a forma como as pessoas podem perceber a poluiccedilatildeo sonora

no seu cotidiano uma vez que satildeo indicadores empregados nesta dissertaccedilatildeo

O Protocolo de Complexidade Diferenciada 5 apresentado em Brasil (2006)

subdivide os efeitos da PAIR agrave sauacutede em dois grupos Efeitos auditivos da exposiccedilatildeo

ao ruiacutedo e Efeitos natildeo-auditivos da exposiccedilatildeo ao ruiacutedo Neste subtoacutepico exponho

especificamente os efeitos natildeo auditivos da exposiccedilatildeo ao ruiacutedo mencionados no

protocolo justifico esta exposiccedilatildeo parcial em funccedilatildeo da questatildeo de pesquisa que

busco responder aqui pois o capiacutetulo concentra-se na anaacutelise dos efeitos natildeo-

auditivos

O ruiacutedo pode desencadear efeitos nocivos agrave sauacutede em geral entre eles o

Protocolo destaca ldquonervosismo irritabilidade cefaleia insocircnia alteraccedilotildees

circulatoacuterias alteraccedilatildeo de visatildeo alteraccedilotildees gastrointestinais entre outrosrdquo (BRASIL

119

2006 p20) que podem ser considerados isoladamente No entanto os efeitos

podem ser considerados em seu conjunto como sintomatologia de estresse Haacute

vaacuterios conceitos distintos de estresse que foram discutidos por Filgueiras Hippert

(1999) alguns deles satildeo reproduzidos aqui

Marilda Lipp (1984) dentro de uma abordagem cognitivo-comportamental

define o estresse como uma reaccedilatildeo psicoloacutegica com componentes emocionais

fiacutesicos mentais e quiacutemicos a determinados estiacutemulos que irritam amedrontam

excitam eou confundem a pessoa A autora distingue o niacutevel de estresse

excessivo ou insuficiente (distresse) daquele que eacute necessaacuterio para o bom

desempenho da pessoa (eustresse) Ela considera as caracteriacutesticas reais dos

estiacutemulos eou a accedilatildeo interpretativa que o sujeito daacute aos mesmos na determinaccedilatildeo

do distresse ou do eustresse As primeiras caracteriacutesticas envolveriam um processo

metaboacutelico ou sensorial sem a participaccedilatildeo de mecanismos cerebrais interpretativos

a segunda seria proveniente do componente aprendizagem do repertoacuterio de

condicionamento de respostas que a pessoa acumulou durante a vida

Moreira Mello Filho (1992) conceituam o estresse (fiacutesico psicoloacutegico ou

social) como um conjunto de reaccedilotildees e estiacutemulos que causam distuacuterbios no

equiliacutebrio do organismo frequentemente com efeitos danosos O mesmo autor

conceituou tambeacutem o coping como um conjunto de mecanismos de que o

organismo lanccedila matildeo em reaccedilatildeo aos agentes do estresse representando a forma

como cada pessoa avalia e lida com estas agressotildees Rodrigues (1997) conceitua

estresse como uma relaccedilatildeo particular entre uma pessoa seu ambiente e as

circunstacircncias agraves quais estaacute submetido que eacute avaliada pela pessoa como uma

ameaccedila ou algo que exige dela mais que suas proacuteprias habilidades ou recursos e

que potildee em perigo o seu bem-estar

Nesta pesquisa adoto o conceito de Carl Simonton (1987) apud Filgueiras

Hippert (1999) sobre alguns sintomas de estresse relacionados ao estado emocional

provenientes das reaccedilotildees humanas frente agraves mudanccedilas do ambiente e em suas

vidas abordam o conceito de estresse relacionando-o a estados emocionais

provenientes da reaccedilatildeo pessoal dos indiviacuteduos frente a mudanccedilas significativas em

suas vidas Para esses autores o que realmente parece ser significativo eacute a maneira

como cada pessoa reage aos agentes estressores sendo este um fator decisivo

para o aparecimento ou a evoluccedilatildeo de doenccedilas

120

Assim analiso como os estudantes reagem aos agentes estressores sendo

este um fator para o aparecimento ou evoluccedilatildeo de doenccedilas Stellman Daum (1975)

apud Brasil ( 2006 p 20) caracterizam os sintomas do estresse em trecircs fases

Reaccedilatildeo de Alarme Aumento de pressatildeo sanguiacutenea de frequecircncia cardiacuteaca e respiratoacuteria e diminuiccedilatildeo da taxa de digestatildeo

Reaccedilatildeo de Resistecircncia O corpo comeccedila a liberar estoques de accediluacutecar e gordura provoca cansaccedilo irritabilidade ansiedade problemas de memoacuteria e surgimento de doenccedilas agudas como gripes

Exaustatildeo Os estoques de energia satildeo esgotados insocircnia erros de discernimento mudanccedilas de personalidade doenccedilas crocircnicas coronarianas respiratoacuterias digestivas mentais e outras

Considerando os aspectos elencados para a discussatildeo sobre percepccedilatildeo

ambiental e as caracteriacutesticas e sintomatologia do estresse apresento no terceiro

subtoacutepico a forma como concebi o instrumento de pesquisa que passo a descrever

63 ORIENTACcedilOtildeES METODOLOacuteGICAS DO INSTRUMENTO

Neste subtoacutepico apresento a concepccedilatildeo do teste na forma de escala de tipo-

Likert e aponto algumas fragilidades deste modelo de instrumento Em seguida

caracterizo os procedimentos adotados para contemplar aspectos eacuteticos da

pesquisa

Apoacutes consultar os siacutetios eletrocircnicos do Instituto Paulista de Deacuteficit de Atenccedilatildeo

ndash IPDA o Marslach Burnout Inventory ndash MBI do Institute Chafic Jbeili o Protocolo

sobre Perda de Audiccedilatildeo Induzida por Ruiacutedo - PAIR (BRASIL 2006) e o Diagnoacutestico

Qualitativo da Poluiccedilatildeo Sonora Urbana (SCARATE 2009) analisei os intrumentos

existentes e adaptei um teste para tentar perceber se os estudantes identificam em

si mesmos alguns sintomas de estresse em relaccedilatildeo aos ruiacutedos o qual denominei

ldquoTeste para autoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo21

21 O teste in totum encontra-se no Apecircndice 1

121

O Teste adaptado foi constituiacutedo de 29 assertivas para identificar alguns

sintomas de estresse nos estudantes do CEPMAT abordando aspectos

relacionados aos ruiacutedos internos (Aparelhos Celulares) e externos e ponderar

aspectos relativos agraves normas e regras estabelecidas pelo Coleacutegio

O Teste de estresse foi desenvolvido adaptando-se uma escala de atitudes

(escala de Likert) A concepccedilatildeo baacutesica que subsidia as escalas de atitude eacute que eacute

possiacutevel descobrir atitudes pedindo aos indiviacuteduos que respondam uma seacuterie de

assertivas de preferecircncia Se um respondente concorda com uma assertiva os

pesquisadores inferem que ele tem uma atitude positiva em relaccedilatildeo a aquela

assertiva Uma escala de atitudes consiste em um conjunto de assertivas e pede-se

aos indiviacuteduos que respondam O modelo de respostas evidencia uma ou mais

atitudes que subjazem as assertivas As escalas de atitude satildeo idecircnticas as escalas

de avaliaccedilatildeo em seu formato com palavras e nuacutemeros colocados em um continuum

Pede-se que os respondentes circulem a palavra ou o nuacutemero que melhor expressa

como ele se sente sobre o toacutepico incluiacutedo na questatildeo ou na frase colocada na

escala Uma escala de atitudes muito usada eacute a escala de Likert cujo nome foi dado

pelo homem que a criou Em algumas o 5 (concordo fortemente) indicaraacute a atitude

positiva e seraacute dada a pontuaccedilatildeo 5 Em outros itens o 1 (discordo totalmente)

indicaraacute a atitude positiva e seraacute dado a pontuaccedilatildeo 5 Portanto os extremos da

escala satildeo invertidos quando pontuados (FRAENKEL WALLEN 2000)

As escalas de Likert normalmente tecircm cinco niacuteveis mas a escala proposta

neste Teste foi composta por sete niacuteveis (1 - de jeito nenhum 2 - raramente 3 - as

vezes 4 - frequentemente 5 - sempre 6 - natildeo sei 7 - natildeo me importo) contendo

uma linguagem simplificada do assunto proposto

Os niacuteveis seis e sete foram criados para minimizar as fragilidades apontadas

por autores que pesquisaram o uso dessas escalas Sobre essas fragilidades

Lederman OacuteMalley (1990) apud Aikenhead Ryan (1992) identificaram que as

assertivas podem ter inuacutemeros problemas de linguagem e concluiacuteram que ldquoa

linguagem eacute usada de forma diferenciada por estudantes e pesquisadores e esta

assincronia leva quase que certamente a interpretaccedilotildees que natildeo coadunam com as

percepccedilotildees que os estudantes tecircmrdquo (p237 traduccedilatildeo nossa) ou seja trazem

ambiguidade para a formulaccedilatildeo da assertiva e interpretaccedilatildeo da resposta

O problema da ambiguidade na linguagem para a formulaccedilatildeo de assertivas foi

investigado por Aikenhead (AIKENHEAD 1989 apud AIKENHEAD RYAN 1992) A

122

ambiguidade foi medida pela discrepacircncia entre as respostas que os estudantes

deram para itens formulados em quatro formatos distintos a saber tipo-Likert

paraacutegrafos redigidos entrevistas semi-estruturadas itens de muacuteltipla escolha

derivados de coleta empiacuterica O autor concluiu que as respostas do tipo-Likert

oferecem somente uma aproximaccedilatildeo com as crenccedilas dos estudantes e as chances

do avaliador concluir com acuraacutecia satildeo muito remotas pois a ambiguidade alcanccedila

niacuteveis de 80

Apesar de perceber a enorme fragilidade na acuraacutecia deste instrumento optei

pelo desenvolvimento de um teste neste modelo porque ele permite coletar dados

em larga escala e facilita a anaacutelise das respostas permitindo uma visatildeo inicial do

problema Entendo que natildeo faz parte do escopo desta dissertaccedilatildeo fazer uma anaacutelise

da sauacutede psicoloacutegica dos estudantes uma vez que a psicologia natildeo eacute minha aacuterea de

formaccedilatildeo portanto seria desnessaacuterio um teste psicoloacutegico de alta profundidade

aqui

Para minimizar as fragilidades expostas a constituiccedilatildeo dos dados foi

triangulada com outros instrumentos no caso um questionaacuterio fechado

(apresentado na seccedilatildeo 4 desta dissertaccedilatildeo) e duas afericcedilotildees de medidas com

equipamentos (apresentadas na seccedilatildeo 5) Uma das afericcedilotildees foi realizada com os

fones auriculares ligados aos Aparelhos Celulares dos estudantes enquanto esses

ouviam muacutesicas e outra afericcedilatildeo ocorreu nas dependecircncias do CEPMAT

investigando os ruiacutedos oriundos do ambiente externo As duas eram mediccedilotildees de

decibeacuteis

Tanto os problemas ambientais externos - decorrentes do crescimento urbano

do entorno com consequente intensificaccedilatildeo do traacutefego na frente do coleacutegio (o que

levou a um aumento dos niacuteveis de pressatildeo sonora gerando uma percepccedilatildeo de

aumento de ruiacutedo) ndash quanto os problemas que eu chamei de internos que ocorreram

a partir do meu incocircmodo pessoal de lidar com o uso natildeo didaacutetico que os estudantes

fazem do Aparelho Celular- foram contemplados neste instrumento O teste foi

concebido com o intuito de que os proacuteprios estudantes pudessem identificar alguns

sintomas de estresse por exposiccedilatildeo agrave poluiccedilatildeo sonora e que a partir das respostas

agraves assertivas fosse possiacutevel compreender se os estudantes estatildeo ou natildeo

culturalmente ldquotolerantesrdquo com ambientes ruidosos e portanto menos sensiacuteveis a

prevenccedilatildeo a problemas de sauacutede auditiva e mais vulneraacuteveis as consequecircncias

fiacutesicas e psicoloacutegicas do excesso de ruiacutedo

123

Com os resultados pretendo responder a questatildeo de pesquisa nuacutemero quatro

ldquoComose os estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT percebem as normas e

regras (Regimento Escolar) e a existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora a) oriundas do

entorno da escola e b) oriunda dos fones auriculares conectados aos Aparelhos

Celulares e os possiacuteveis efeitos dessa Poluiccedilatildeo na Sauacutede deles c) e as regras e

normas utilizadasrdquo Verifiquei que Comose os estudantes do Ensino Meacutedio do

CEPMAT percebem (a) a existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do

Coleacutegio (b) os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do Coleacutegio na sauacutede

dos estudantes (c) a existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos fones auriculares

conectados aos Aparelhos Celulares e os efeitos na sauacutede dos estudantes (d) as

normas estabelecidas no Regimento Escolar do CEPMAT

64 PARTICIPANTES

Os dados foram constituiacutedos com estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT

durante o mecircs de novembro de 2013 Para tanto selecionei aleatoriamente seis

turmas (no CEPMAT existem 18 turmas do Ensino Meacutedio) sendo (duas do 1ordm ano

duas do 2ordm e duas do 3ordm ano) perfazendo um total de 160 participantes

65 CONSTITUICcedilAtildeO DOS DADOS

Quanto agraves implicaccedilotildees eacuteticas solicitei junto agrave direccedilatildeo em uma reuniatildeo no

CEPMAT a autorizaccedilatildeo para a realizaccedilatildeo da pesquisa No que se refere a

participaccedilatildeo dos estudantes entreguei a cada colaborador uma autorizaccedilatildeo

individual (Apecircndice 3) No momento da aplicaccedilatildeo do instrumento os estudantes

foram informados que natildeo havia qualquer ligaccedilatildeo com as disciplinas realizadas na

escola natildeo existindo respostas certas ou erradas evitando assim o

comprometimento com as disciplinas em geral e com outros problemas de validade

124

interna do teste Levei em conta a confidencialidade dos dados avisando a todos

que estariam livres para participar (ou natildeo) da pesquisa

A partir da concepccedilatildeo do instrumento e de sua aplicaccedilatildeo foi realizada uma

anaacutelise do teste de ldquoAutoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo por uma

profissional da aacuterea de psicologia (COSTA 2013) A anaacutelise que encontra-se no

Anexo 3 desta dissertaccedilatildeo comparou as questotildees elaboradas com as categorias e

criteacuterios do Manual Diagnoacutestico e Estatiacutestico de Transtornos Mentais (DSM) (APA

2003) e com as caracteriacutesticas de estresse mencionadas no Protocolo de

Complexidade Diferenciada 5 (BRASIL 2006) e identificou que 20 das 29 questotildees

do instrumento elaborado contemplam os criteacuterios e caracteriacutesticas para

identificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresse isso significa que o teste elaborado foi

considerado apropriado para o objetivo proposto ou seja para a autoidentificaccedilatildeo

de alguns sintomas de estresse A seguir descrevo e analiso os dados

66 ANAacuteLISE DE DADOS

Neste subiacutetem faccedilo a analise dos resultados Optei por expor os dados

distribuindo as informaccedilotildees de acordo com a formulaccedilatildeo das subquestotildees da

questatildeo quatro desta pesquisa Para facilitar a visualizaccedilatildeo dos resultados exibo-os

inicialmente em linguagem graacutefica em seguida ressalto no texto as principais

informaccedilotildees apresento algumas consideraccedilotildees e inferecircncias e finalmente respondo

a cada subquestatildeo

A seguir inicio a anaacutelise do primeiro subitem da questatildeo de pesquisa nuacutemero

4 ou seja ldquoSe e como os estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT percebem

existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do Coleacutegiordquo

125

661 Parte 1 A existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do Coleacutegio

As duas primeiras assertivas do instrumento referem-se agrave percepccedilatildeo dos

estudantes quanto agrave poluiccedilatildeo sonora no entorno do CEPMAT As respostas foram

plotadas em porcentagem no Graacutefico 10

GRAacuteFICO 10 - PERCEPCcedilAtildeO DOS ESTUDANTES EM RELACcedilAtildeO Aacute POLUICcedilAtildeO SONORA NO ENTORNO DO CEPMAT

22

FONTE O AUTOR (2014) COM SUPORTE DO LABEST-UFPR

Eacute importante observar que a percepccedilatildeo dos estudantes quanto aos ruiacutedos

refere-se a qualquer meio de transporte natildeo especificamente aos ruiacutedos das

composiccedilotildees feacuterreas (Graacutefico 10)

No I1- 10 mencionaram que o CEPMAT ldquoDe jeito nenhumrdquo eacute ruidoso por

causa dos trens carros e ocircnibus que passam em frente 1313 responderam

ldquoRaramenterdquo 3563 ldquoagraves vezesrdquo 20 ldquoFrequentementerdquo e 1063 consideram o

Coleacutegio ldquoSemprerdquo eacute ruidoso 188 ldquoNatildeo Sabemrdquo 875 ldquoNatildeo se importamrdquo se o

coleacutegio eacute (ou natildeo) ruidoso por causa dos trens carros e ocircnibus que circulam no

entorno

No I2 ndash Verifica-se que 629 dos estudantes consideram que ldquoDe jeito

nenhumrdquo a biblioteca do Coleacutegio eacute adequada para realizar pesquisas e outras

22 NOTA Foi construiacuteda uma escola tipo-LIKERT com 7 niacuteveis sendo (1= de jeito nenhum 2=

Raramaente 3=Agraves vezes 4= Frequentemente 5=Sempre 6= Natildeo sei 7=Natildeo me importo 160 total de estudantes que participaram do teste

126

atividades 755 responderam que a biblioteca ldquoRaramenterdquo eacute adequada 2075

ldquoAgraves vezesrdquo 1887 ldquoFrequentementerdquo 4088 ldquosemprerdquo eacute adequada 566 ldquoNatildeo

sabemrdquo o niacutevel ldquoNatildeo se importardquo natildeo foi mencionado nas respostas

6611 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I1 e I2

I1- As respostas dos estudantes natildeo retratam uma percepccedilatildeo do coleacutegio

como sendo ruidoso por causa dos meios de transporte Embora 3563 dos

estudantes terem marcado ldquoagraves vezesrdquo Isso se deve a passagem diaacuteria do trem que

em algumas situaccedilotildees natildeo dura mais do que cinco minutos Uma porcentagem

similar (3063) considera que o coleacutegio eacute ldquofrequentementerdquo (2000) ou ldquosemprerdquo

(1063) ruidoso Se somarmos os que de alguma forma consideraram o coleacutegio

ruidoso teremos que pelo menos 65 dos estudantes percebem que o CEPMAT eacute

um ambiente ruidoso isso pode ser devido agrave percepccedilatildeo dos momentos em que eacute

realizado manutenccedilatildeo nas maacutequinas o trem trafega diversas vezes nos horarios da

manhatilde assim eacute possivel afirmar que os correspondentes percebem que o coleacutegio eacute

ruidoso

Quanto ao I2- Mais de 40 dos estudantes consideram que a biblioteca eacute

adequada e silenciosa para a realizaccedilatildeo de pesquisas no entanto as afericcedilotildees

apontaram niacuteveis de ateacute 96 dB(A) o que posso afirmar que eacute um ambiente ruidoso

embora os resultados no teste apontaram um ambiente adequado para os estudos

e concluo que os estudantes estatildeo culturalmente inseridos em ambientes ruidosos

6612 CONSIDERACcedilOtildeES

Embora 65 dos estudantes percebem parcialmente que o CEPMAT faz

parte de um contexto ruidoso A biblioteca que eacute um dos locais mais ruidosos do

Coleacutegio natildeo foi vista como tal por 40 dos respondentes Embora as respostas

127

foram de que a Biblioteca eacute um ambiente adequado e silencioso para os estudos

me permitem afirmar que boa parte dos estudantes natildeo utilizam a biblioteca no

horaacuterio das aulas e no momento de responder o teste natildeo percebera-na como um

ambiente ruidoso A biblioteca fica em um anexo fora da escola23 assim os sons

internos da movimentaccedilatildeo de estudantes natildeo satildeo somados aos sons do entorno o

que pode trazer uma percepccedilatildeo diminuiacuteda de ruiacutedo para os respondentes Aleacutem

disso os estudantes estatildeo inseridos culturalmente em ambientes ruidosos e a

exposiccedilatildeo constante a fontes sonoras aumenta a toleracircncia agrave mais ruiacutedos reduzindo

a percepccedilatildeo sobre estes Ennes (1977) apud Scarate (2009) mostrou que eacute difiacutecil

quantificar essa percepccedilatildeo devido aos fatores caracteriacutesticos a que os estudantes

estatildeo expostos

Avaliar a percepccedilatildeo sonora a partir os sentidos humanos (audiccedilatildeo paladar

tato olfato visatildeo) pode ser tarefa especialmente difiacutecil se o estudante estiver

inserido em um contexto ruidoso Os resultados obtidos mostraram que parte dos

estudantes (1063) natildeo percebe ou natildeo se incomoda com os ruiacutedos do entorno do

CEPMAT o que me permite dizer que eles podem estar inseridos em ambientes

ruidosos por isso natildeo percebem a diferenccedila entre os ambientes em que vivem e o

ambiente escolar

Ribas (2007) sugeriu que muitas pessoas sentem prazer em permanecer em

ambientes barulhentos mesmo que o ruiacutedo urbano seja considerado como um fator

negativo Desta forma interesses e intenccedilotildees diferenciadas geram percepccedilotildees

diferentes sobre o mundo e sobre o ruiacutedo gerando respostas diferenciadas como

estresse Conforme jaacute mencionei neste capiacutetulo Selye (1959) apud Brasil (2006 p

20) conceituou estresse como ldquouma resposta natildeo especiacutefica do corpo a qualquer

exigecircncia feita sobre ele eacute o conjunto de defesas do corpo contra qualquer forma de

estiacutemulo nocivordquo Assim o estresse eacute uma tentativa de adaptaccedilatildeo ao ambiente

modificado ou a um novo ambiente Para Romero et al (2007) o estresse possui

vaacuterios efeitos (bioloacutegicos emocionais fiacutesicos) podendo afetar as capacidades

cognitivas e com certeza alterar as percepccedilotildees sobre o ambiente

Os dois itens avaliados permitem responder o primeiro subitem da questatildeo de

pesquisa nuacutemero 4 que se refere agrave percepccedilatildeo dos estudantes em relaccedilatildeo do

entorno do CEPMAT Os resultados indicaram que os estudantes percebem

23 (vide a planta baixa arquitetocircnica da escola no anexo VIII)

128

parcialmente o Coleacutegio como um ambiente ruidoso Ou seja 65 de estudantes tecircm

alguma percepccedilatildeo de ruiacutedo no coleacutegio Por outro lado pelo menos 20 dos

estudantes tecircm pouca percepccedilatildeo sobre os ruiacutedos nesse ambiente

Em relaccedilatildeo agrave biblioteca mais de 50 dos estudantes (somando os que

responderam ldquofrequentementerdquo e ldquosemprerdquo) percebem-na como um local adequado

em termos de conforto acuacutestico para realizar as tarefas escolares No entanto natildeo

foi investigado se os estudantes de fato conhecem a biblioteca do coleacutegio e se

permanecem ali por um periacuteodo mais longo de tempo para pesquisar e realizar

tarefas escolares Eacute importante notar que o item relativo agrave biblioteca foi inserido em

funccedilatildeo da localizaccedilatildeo desta estar sem nenhuma barreira de proteccedilatildeo (aacutervores

muros outros) recebendo de forma mais direta os ruiacutedos externos o que em termos

sonoros dificulta sobremaneira a manutenccedilatildeo de um ambiente acusticamente

saudaacutevel

Portanto o primeiro subitem pode ser respondido da seguinte forma

Os estudantes participantes da pesquisa nem sempre percebem o

CEPMAT como um ambiente ruidoso e a maioria considera a biblioteca um

ambiente acusticamente adequado para as atividades escolares

662 Parte 2 Os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do Coleacutegio na

sauacutede dos estudantes

Nesta parte apresento nove itens divididos em trecircs graacuteficos (11 12 e 13) que

correspondem agrave percepccedilatildeo dos estudantes sobre os efeitos da poluiccedilatildeo sonora em

relaccedilatildeo ao traacutefego no entorno do ambiente escolar Assim procuro responder o

segundo subitem da quarta questatildeo de pesquisa Comose os estudantes do Ensino

Meacutedio do CEPMAT percebem os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do

Coleacutegio na sauacutede deles

129

GRAacuteFICO 11 - PERCEPCcedilAtildeO DOS ESTUDANTES SOBRE OS EFEITOS DA POLUICcedilAtildeO SONORA EXTERNA AO CEPMAT FONTE O AUTOR (2014) COM SUPORTE DO LABEST-UFPR

Os resultados que observo nos trecircs itens expressam parte da percepccedilatildeo dos

estudantes de alguns sintomas de estresse na sauacutede deles (Graacutefico 11)

No I3 ndash Eacute importante notar que esta assertiva foi feita na negativa assim

1938 responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo o ruiacutedo natildeo incomoda 1250

ldquoRaramenterdquo 2875 o ruiacutedo natildeo incomoda ldquoAgraves vezesrdquo 813 ldquoFrequentementerdquo

1750 ldquoSemprerdquo o ruiacutedo natildeo incomoda 063 ldquoNatildeo sabemrdquo e 1313 ldquoNatildeo se

importamrdquo se o ruiacutedo do trem incomoda (ou natildeo) quando estatildeo assistindo aulas

No I4 ndash 3438 dos estudantes afirmaram que ldquoDe jeito nenhumrdquo jaacute me senti

prejudicado nas avaliaccedilotildees pelos ruiacutedos dos trens 1750 ldquoRaramenterdquo jaacute me senti

prejudicado 2375 ldquoAgraves vezesrdquo 1063 ldquoFrequentementerdquo 1125 ldquoSemprerdquo me

senti prejudicado 063 Natildeo sabem e 188 ldquoNatildeo se importamrdquo se jaacute se sentiram

prejudicados (ou natildeo) nas avaliaccedilotildees trabalhos e pesquisas causados pelos ruiacutedos

dos trens

No I5 ndash 6188 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo ouviram

zumbido na orelha interna depois de escutar ruiacutedos dos meios de transportes 875

ldquoRaramenterdquo ouviram zumbidos 1125 ldquoAgraves vezesrdquo 375 ldquoFrequentementerdquo

438 ldquoSemprerdquo ouviram zumbidos na orelha interna por causa dos trens carros e

ocircnibus 688 ldquoNatildeo sabemrdquo e 313 ldquoNatildeo se importamrdquo se ouviram (ou natildeo)

zumbidos na orelha interna oriundos dos meios de transportes

130

6621 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I3 I4 e I5

Ao observar as respostas do I3 verifico que mais de 60 dos estudantes

(somando os que ldquode jeito nenhumrdquo natildeo se incomodam com o ruiacutedo 1938 com os

que ldquoraramenterdquo natildeo se incomodam 1250 e os que ldquoagraves vezesrdquo natildeo se

incomodam 2875) tecircm alguma percepccedilatildeo do incocircmodo relativo aos ruiacutedos

causados pelo trem ou melhor a assertiva estaacute na negativa assim o ruiacutedo do trem

incomoda os estudantes seja por passagem de uma locomotiva ou quando estaacute

realizando manuteccedilatildeo nas locomotivas

Jaacute a assertiva 4 refere-se aos prejuiacutezos causados pelos ruiacutedos do trem

durante a execuccedilatildeo de avaliaccedilotildees e trabalhos escolares Ao somar as percepccedilotildees

daqueles que ldquoque ldquoAgraves vezesrdquo 2375 com os que ldquofrequentementerdquo - 1063 e os

que ldquosemprerdquo ndash 1125 se sentem prejudicados perfaz um total de 4563 de

estudantes que claramente percebem prejuiacutezos agraves avaliaccedilotildees ou trabalho escolares

Por outro lado os que ldquode jeito nenhumrdquo 3438 percebem prejuiacutezos adicionando

aos os 1750 que ldquoraramenterdquo se incomodam totaliza 5188 Assim parece

haver um equiliacutebrio entre os que percebem algum tipo de prejuiacutezo e os que

raramente ou nunca o percebem

Quanto ao I5 - 6188 dos estudantes ldquoDe jeito nenhumrdquo ouviram zumbido na

orelha interna apoacutes a passagem das composiccedilotildees feacuterreas ou de qualquer meio de

transporte

A seguir apresento e analiso as assertivas 6 7 e 8 relativas agrave percepccedilatildeo dos

impactos causados pelos ruiacutedos dos meios de transporte

Os resultados relativos agrave percepccedilatildeo dos estudantes sobre se haacute (ou natildeo)

algo a ser feito para alterar condiccedilotildees de ruiacutedo de traacutefego na frente do coleacutegio (i tem

6) e os itens 7 e 8 que abordam a percepccedilatildeo dos estudantes no que tange a alguns

sintomas de estresse satildeo resumidos no Graacutefico 12

131

GRAacuteFICO 12 - IMPACTOS CAUSADOS PELOS TRENS CARROS E OcircNIBUS AOS ESTUDANTES FONTE O AUTOR (2014) COM SUPORTE DO LABEST-UFPR

Observe-se que a assertiva 6 estaacute na negativa assim as respostas ao item 6

mostram que ndash 1750 dos estudantes acredita que ldquoDe jeito nenhumrdquo nada pode

ser feito para alterar as condiccedilotildees de ruiacutedos dos meios de transportes em frente ao

CEPMAT 563 ldquoRaramenterdquo 625 ldquoAgraves vezesrdquo 125 ldquoFrequentementerdquo 938

ldquoSemprerdquo nada pode ser feito 5125 ldquoNatildeo sabemrdquo se nada pode ser feito para

mudar as condiccedilotildees de ruiacutedos e 875 ldquonatildeo se importamrdquo com as atitudes a serem

tomadas

No item 7 - 2875 dos estudantes que responderam consideram que ldquoDe

jeito nenhumrdquo tecircm dificuldades na aprendizagem por conta dos ruiacutedos causados

pelos testes de frenagem e manutenccedilatildeo realizados em frente do CEPMAT 15

responderam ldquoRaramenterdquo 2250 ldquoAgraves vezesrdquo 750 ldquoFrequentementerdquo 688

ldquoSemprerdquo tecircm dificuldades para aprender durante o periacuteodo das aulas quando haacute

testes de frenagem das composiccedilotildees em frente ao coleacutegio 688 ldquoNatildeo sabemrdquo e

1250 ldquoNatildeo se importamrdquo com os ruiacutedos que as locomotivas fazem quando testam

os freios

Novamente eacute preciso estar atento agrave formulaccedilatildeo negativa da assertiva 8 ndash

3750 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo meu niacutevel de

concentraccedilatildeo natildeo se altera quando o trem passa 15 ldquoRaramenterdquo 2313 ldquoAgraves

vezesrdquo natildeo se altera 438 ldquoFrequentementerdquo 1188 ldquoSemprerdquo meu niacutevel de

concentraccedilatildeo natildeo se altera quando o trem passa 313 ldquoNatildeo sabemrdquo e 5 ldquoNatildeo se

importamrdquo se o niacutevel de concentraccedilatildeo natildeo se altera

132

6622 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I6 I7 e I8

No item 6 questionei a mobilizaccedilatildeoimobilizaccedilatildeo dos estudantes no que tange

a tomada de providecircncias em relaccedilatildeo aos ruiacutedos causados pelos meios de

transporte Desta forma verifiquei que ndash 5125 dos estudantes ldquonatildeo sabemrdquo se

nada pode ser feito para alterar as condiccedilotildees mas 1750 acreditam

veementemente que ldquode jeito nenhumrdquo nada pode ser feito Mais uma vez eacute

importante notar que o item foi construiacutedo na negativa assim entendo que se os

estudantes compreenderam o item entatildeo pelo menos esses 1750 (ldquoDe jeito

nenhumrdquo nada pode ser feito) tecircm clareza de que algo pode efetivamente ser

realizado para alterar a situaccedilatildeo do ruiacutedo havendo portanto possibilidades para um

trabalho de protagonismo juvenil no coleacutegio

No item 7 ndash Verifiquei que nas respostas apresentadas existe uma

porcentagem de estudantes (2875) que ldquoDe jeito nenhumrdquo percebem dificuldades

na aprendizagem por conta dos ruiacutedos dos freios dos trens Poreacutem eacute importante

esclarecer que mesmo que os estudantes natildeo percebam suas proacuteprias dificuldades

isso natildeo significa que o problema inexista considerando que mesmo com raacutepidas

exposiccedilotildees de alta intensidade sonora podem ocorrer respostas psicoloacutegicas

(tensatildeo irritabilidade e baixa concentraccedilatildeo) quanto quiacutemicas (secreccedilatildeo anormal de

substacircncias hormonais) e fiacutesico-somaacuteticas No entanto ao somar os que ldquoagraves vezesrdquo

(2250) percebem dificuldades com os que ldquofrequentementerdquo (750) e os que

ldquosemprerdquo (688) as percebem temos um total de 3688 dos estudantes que jaacute

tecircm algum niacutevel de percepccedilatildeo sobre a reduccedilatildeo na aprendizagem Isso significa que

haacute uma porcentagem maior de alunos que jaacute tem essa percepccedilatildeo (3688) em

relaccedilatildeo agravequeles que ldquode jeito nenhumrdquo percebem (2875) o problema

Quanto ao item 8 ndash 3750 dos estudantes expressam que ldquode jeito nenhumrdquo

meu niacutevel de concentraccedilatildeo natildeo se altera durante as avaliaccedilotildees por conta dos ruiacutedos

dos trens ou seja em outras palavras esses estudantes responderam que

percebem alteraccedilotildees Aleacutem desses se somarmos ainda os que afirmam que

ldquoraramenterdquo (15) percebem que o niacutevel de concentraccedilatildeo natildeo se altera com os que

ldquoagraves vezesrdquo (2313) percebem que o niacutevel natildeo se altera o resultado seraacute 7563

Entendo que se considerar que todos os respondentes compreenderam o item e a

133

forma de respondecirc-lo entatildeo 7563 perceberam alteraccedilotildees no niacutevel de

concentraccedilatildeo em outras palavras uma porcentagem bastante significativa dos

estudantes percebe alteraccedilotildees em sua concentraccedilatildeo

Nas assertivas 9 10 e 11 verifiquei a percepccedilatildeo dos estudantes sobre

sintomas de estresse na sauacutede deles relacionando os meios de transportes a

muacutesica que escutam no Celular e alguns aspectos relativos agrave cogniccedilatildeo Os dados

foram plotados no Graacutefico 13

GRAacuteFICO 13 - INCOcircMODOS CAUSADOS POR RUIacuteDOS AOS ESTUDANTES FONTE O AUTOR (2014) COM SUPORTE DO LABEST-UFPR

No I9 - 5188 dos estudantes respondeu que ldquoDe jeito nenhumrdquo percebem

esgotamento pela exposiccedilatildeo aos ruiacutedos dos meios de transportes 1313

ldquoRaramenterdquo 1375 ldquoAgraves vezesrdquo 438 ldquoFrequentementerdquo 562 ldquoSemprerdquo

percebem-se esgotados 375 ldquoNatildeo sabemrdquo e 750 ldquoNatildeo se importamrdquo se a

exposiccedilatildeo aos ruiacutedos dos trens carros e ocircnibus os deixa (ou natildeo) esgotados

Observe-se que a assertiva 10 foi construiacuteda na negativa Assim 3688 dos

estudantes ldquoDe jeito nenhumrdquo natildeo ficam incomodados por causa dos ruiacutedos intensos

oriundos das muacutesicas que escutam no fone auricular conectado ao Celular e dos

meios de transporte que passam em frente ao Coleacutegio 1563 ldquoRaramenterdquo 25

ldquoAgraves vezesrdquo 5 ldquoFrequentementerdquo 688 ldquoSemprerdquo natildeo se incomodam 188 ldquoNatildeo

sabemrdquo e 875 ldquoNatildeo se importamrdquo com os incocircmodos dos ruiacutedos tanto da muacutesica

que escutam no Celular quanto dos meios de transportes

134

No item 11 ndash 2938 dos estudantes ldquoDe jeito nenhumrdquo perdem a

concentraccedilatildeo por causa dos trens 1938 ldquoRaramenterdquo 2188 ldquoAgraves vezesrdquo 875

ldquoFrequentementerdquo 1750 ldquoSemprerdquo perdem a concentraccedilatildeo 063 ldquoNatildeo sabemrdquo e

250 ldquoNatildeo se importamrdquo em perder a concentraccedilatildeo por conta dos trens

6623 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I9 I10 e I11

No item 9 ndash avalei se os estudantes percebem o esgotamento no final do

periacuteodo de aula e verifiquei que 5188 dos mesmos ldquode jeito nenhumrdquo percebem

esgotamento mas 3689 (somando os que agraves vezes -1375 frequentemente

438 sempre 565) tem alguma percepccedilatildeo sobre seu proacuteprio esgotamento

O item 10 ndash Considerando as respostas divididas entre os niacuteveis da escala

posso afirmar que 3688 dos estudantes que responderam incomodam-se com os

ruiacutedos intensos (ldquorsquode jeito nenhumrdquo natildeo se incomodam) e 1563 ldquoraramenterdquo natildeo se

incomodam Os dois somados perfazem um total de 5251 de estudantes que

percebem de forma mais expressiva os incocircmodos com os ruiacutedos intensos externos

e internos ao CEPMAT Assim considero que se os estudantes compreenderam o

item e a forma de respondecirc-lo entatildeo pelo menos a metade deles estaacute de alguma

forma incomodada com os ruiacutedos internos e externos

Quanto ao Item 11 ndash 2938 de estudantes ldquode jeito nenhumrdquo perdem a

concentraccedilatildeo por causa dos ruiacutedos dos trens Por outro lado ao somarmos os que

ldquoraramenterdquo (1938) com os que ldquoagraves vezesrdquo (2188) ldquofrequentementerdquo (875) e

os que ldquosemprerdquo perdem (1750) temos um total de 6751 de estudantes que tecircm

alguma percepccedilatildeo sobre sua perda de concentraccedilatildeo estar relacionada a passagem

do trem no horaacuterio das aulas Observe-se que neste montante estatildeo embutidos

aqueles que sempre (1750) perdem a concentraccedilatildeo por causa da poluiccedilatildeo sonora

dos trens Estes valores aproximam-se dos resultados do item 8 no qual 7563

perceberam alteraccedilotildees no niacutevel de concentraccedilatildeo corroborando-os

135

6624 CONSIDERACcedilOtildeES

Analisando os graacuteficos 11 12 e 13 passo responder o segundo subitem da

quarta questatildeo de pesquisa ldquoComose os estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT

percebem os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do Coleacutegio na sauacutede

delesrdquo concluiacute que a maioria dos estudantes (isto eacute 67 no item 11 e 75 no item

8) percebem e se incomodam com os ruiacutedos das composiccedilotildees ferroviaacuterias quando

estatildeo assistindo aulas e cerca de 45 dos mesmos percebem algum tipo de

prejuiacutezo nas avaliaccedilotildees relacionando tais prejuiacutezos aos ruiacutedos da passagem das

composiccedilotildees durante as avaliaccedilotildees Jaacute para os casos de testes de frenagem mais

de 36 percebem algum grau de dificuldade de aprendizagem e mais de 65

perceberam alguma alteraccedilatildeo no niacutevel de concentraccedilatildeo no momento em que a

empresa testa os freios das locomotivas na frente do CEPMAT investigados em dois

itens (8 e 11)

Em relaccedilatildeo agrave apariccedilatildeo de zumbidos que satildeo sintomas de perda auditiva boa

parte (mais de 60) natildeo ouve zumbidos apoacutes a passagem das composiccedilotildees No

entanto ao se questionar sobre o esgotamento (sintoma de estresse) percebido

como consequecircncia dos ruiacutedos das composiccedilotildees mais de 36 vinculam seu

esgotamento agrave exposiccedilatildeo aos ruiacutedos do traacutefego e mais de 52 revela perceber de

forma expressiva os incocircmodos do traacutefego

Ressalto que a percepccedilatildeo dos ruiacutedos eacute culturalmente construiacuteda e estaacute

associada a um conjunto integrado de fatores psicofiacutesicos e sociais Portanto essas

percepccedilotildees podem ser distintas em diferentes grupos Assim eacute importante

considerar trecircs conjuntos de caracteriacutesticas que podem exercer influecircncia satildeo elas

Socioculturais de efeitos psicofiacutesicos e fiacutesicas (assim como outras variaacuteveis

ambientais) que seratildeo retomadas a seguir

a) Caracteriacutesticas socioculturais da comunidade escolar que participou da

pesquisa

Esses estudantes parecem estar imersos em ambientes ruidosos estando

acostumados aos sons de alta intensidade Associado a isto o ritmo de vida urbano

136

apresenta-se com excesso de ruiacutedo com sons dos meios de transportes trens

templos e igrejas propagandas em carros de som moacuteveis animais casas noturnas

enfim esses estudantes parecem estar expostos de forma contiacutenua haacute uma

infinidade de ruiacutedos consolidando o conceito de poluiccedilatildeo sonora urbana descrita por

Gasperin (2006 p36)

b) Caracteriacutesticas relacionadas aos potenciais efeitos psicofiacutesicos sobre esses

estudantes

A percepccedilatildeo de esgotamento eacute um dos sintomas de estresse com potencial

efeito psicofiacutesico e neste caso vinculado a exposiccedilatildeo ao ruiacutedo excessivo e de

acordo com Scarate (2009) pode refletir a real gravidade da poluiccedilatildeo sonora no

ambiente avaliado

c) Caracteriacutesticas fiacutesicas desse fenocircmeno bem como outras variaacuteveis

ambientais relevantes

Em relaccedilatildeo agraves caracteriacutesticas fiacutesicas do estiacutemulo tais como intensidade

tempo de exposiccedilatildeo e frequecircncia destacam-se no caso da poluiccedilatildeo sonora urbana

sendo ainda significativo entre as variaacuteveis ambientais o periacuteodo horaacuterio em que

ocorre e com qual periodicidade se eacute habitual ciacuteclico ou atiacutepico

A passagem das composiccedilotildees ocorre por um periacuteodo geralmente curto que

natildeo ultrapassa cinco minutos por dia para cada composiccedilatildeo o que por si soacute natildeo

caracterizaria poluiccedilatildeo sonora No entanto quando se soma a isso os testes de

frenagem que ocorrem com certa frequecircncia e regularidade embora em horaacuterios

irregulares e imprevisiacuteveis o fenocircmeno acirra-se Os estudantes percebem alguns

sintomas mas eacute necessaacuterio que se faccedilam outras correlaccedilotildees sobre as reais

condiccedilotildees acuacutesticas locais e se aprofundem estudos sobre a percepccedilatildeo da

comunidade escolar em relaccedilatildeo ao tema

Finalmente chamou a atenccedilatildeo que mais de 50 dos estudantes respondeu

que ldquonatildeo saberdquo se nada pode ser feito para alterar tal situaccedilatildeo e outros 50 tambem

natildeo reconhecem seu direito ao silecircncio enquanto estuda Essas respostas

coadunam com o estudo realizado por Eniz (2004) que sugere que as pessoas de

um modo geral satildeo passivas nas suas atitudes quando se refere aos incocircmodos

137

pessoais Isso me remete aos aspectos da poacutes-modernidade amplamente discutidos

nesta dissertaccedilatildeo pois uma das caracteriacutesticas da modernidade liacutequida eacute de acordo

com Bauman (2011) justamente a falta de viacutenculo com o territoacuterio (a

desterritorializaccedilatildeo) a falta de empatia e de aderecircncia com o local o espaccedilo fiacutesico

no caso o Coleacutegio e as preocupaccedilotildees que o cercam Para esse autor a

modernidade (soacutelida) referia-se agrave um estaacutegio de incorporaccedilatildeo dos indiviacuteduos em

estruturas soacutelidas como as instituiccedilotildees (no caso o Coleacutegio) que tinha fortes raiacutezes

territoriais Na Modernidade dita Liacutequida parece que o mote eacute evitar que qualquer

coisa torne-se habitual ou tenha assento individual Nesse sentido a apropriaccedilatildeo (de

terra por exemplo) passou a ser um entrave porque nos imobiliza a

responsabilidades que inevitavelmente estariam ligadas a administraccedilatildeo de um

territoacuterio Essa desterritorializaccedilatildeo parece ter gerado um descompromisso com os

interesses que cercam o coleacutegio no caso as lutas que podem ser travadas para

minimizar os efeitos da poluiccedilatildeo sonora do entorno causadas especificamente pelo

traacutefego de composiccedilotildees feacuterreas

Em suma o segundo subitem da questatildeo de pesquisa quatro ldquoComose os

estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT percebem os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora

oriunda do entorno do Coleacutegio na sauacutede delesrdquo pode ser respondido da seguinte

forma De forma geral os estudantes percebem o ruiacutedo do traacutefego

(especialmente dos trens) e relacionam alguns sinais de estresse (tais como

diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo dificuldades de aprendizagem e esgotamento)

com esses ruiacutedos Nesse sentido mesmo considerando que culturalmente os

estudantes estejam inseridos em ambientes ruidosos em casa nas ruas ou na

escola ou seja ainda que essa percepccedilatildeo seja culturalmente construiacuteda de acordo

com o modo de vida e os grupos nos quais esses estudantes estatildeo inseridos (HALL

2007) os estudantes percebem os ruiacutedos do tracircnsito especialmente dos trens como

fatores que os afetam na aprendizagem concentraccedilatildeo e niacutevel de esgotamento

embora natildeo tenham percebido zumbidos (caracteriacutestica de perda auditiva) na orelha

interna Outra resposta importante eacute que os estudantes natildeo sabem se haacute (ou natildeo

haacute) algo a fazer quanto a poluiccedilatildeo sonora do entorno do CEPMAT o que me permite

afirmar que isso pode ser entendido visto como imobilidade e desterritorialismo mas

ao mesmo tempo haacute espaccedilo para accedilotildees de protagonismo juvenil

138

663 Parte 3 A existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos fones auriculares

conectados aos Aparelhos Celulares e os efeitos na sauacutede dos estudantes

Nesta parte apresento os resultados dos itens (I12 ateacute I26) refere-se a

percepccedilatildeo dos estudantes de alguns sintomas de estresse relacionados ao uso de

fones auriculares conectados ao Aparelho Celular ao ouvirem muacutesica acima dos

limites estabelecidos de tempo e decibeacuteis para a manutenccedilatildeo da sauacutede auditiva

GRAacuteFICO 14 - INCOcircMODO CAUSADO PELA MUacuteSICA OUVIDA NO FONE AURICULAR CONECTADO AO APARELHO CELULAR FONTE O AUTOR (2014) COM SUPORTE DO LABEST-UFPR

Os resultados obtidos (Graacutefico 14) em relaccedilatildeo a percepccedilatildeo dos estudantes

quanto agrave exposiccedilatildeo de sua audiccedilatildeo a poluiccedilatildeo sonora satildeo

No item I12 ndash 4750 dos estudantes ldquoDe jeito nenhumrdquo deixam de ouvir

muacutesica no Celular para natildeo se expor aos ruiacutedos excessivos 1250 ldquoRaramenterdquo

1563 ldquoAgraves vezesrdquo 875 ldquoFrequentementerdquo 625 ldquoSemprerdquo deixam de ouvir

muacutesicas para natildeo expor sua audiccedilatildeo aos ruiacutedos intensos 313 ldquoNatildeo sabemrdquo e

625 ldquoNatildeo se importamrdquo em deixar (ou natildeo) de ouvir muacutesica para natildeo se expor aos

ruiacutedos intensos

139

No item I13 ndash 6188 dos mesmos ldquoDe jeito nenhumrdquo ouvem zumbido depois

escutar muacutesica 1563 ldquoRaramenterdquo 1375 ldquoAgraves vezesrdquo 250 ldquoFrequentementerdquo

125 ldquoSemprerdquo ouvem zumbidos depois de escutar muacutesica 250 ldquoNatildeo sabemrdquo e

250 ldquoNatildeo se importamrdquo se ouvem (ou natildeo) zumbidos depois de escutar muacutesica

em alto volume

No item I14 ndash para 5250 dos estudantes ldquoDe jeito nenhumrdquo a muacutesica que

ouvem no Celular atrapalha a concentraccedilatildeo 1688 ldquoRaramenterdquo 1563 ldquoAgraves

vezesrdquo 313 ldquoFrequentementerdquo 438 ldquoSemprerdquo as muacutesicas ouvidas no Celular

atrapalham a concentraccedilatildeo na aula 125 ldquoNatildeo sabemrdquo e 625 ldquoNatildeo se importamrdquo

se a muacutesica que ouvem no Celular atrapalha (ou natildeo) sua concentraccedilatildeo na aula

6631 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I12 I13 e I14

No item I12 ndash Relativamente ao ouvir muacutesica 4750 dos estudantes natildeo

deixam de ouvi-la (ou ldquode jeito nenhumrdquo deixam de) no Celular para se prevenir da

exposiccedilatildeo ao excesso de ruiacutedos No entanto se somarmos aqueles que em algum

momento jaacute deixaram de ouvi-la para natildeo se expor excessivamente aos ruiacutedos

teremos a expressiva porcentagem de 3063 (1563 ldquoAgraves vezesrdquo 875

ldquoFrequentementerdquo 625 ldquoSemprerdquo) o que indica um grau de preocupaccedilatildeo com a

sauacutede auditiva

O item I13 ndash 6188 dos estudantes natildeo percebem os zumbidos na orelha

interna depois de ouvi-la que corrobora o item 5 desse mesmo instrumento no qual

mais de 60 dos estudantes havia afirmado natildeo perceber zumbidos oriundos do

excesso de ruiacutedos causados pelo traacutefego Portanto zumbido natildeo eacute um sintoma

comum entre esses estudantes

A questatildeo da concentraccedilatildeo referida no item 14 ndash 5250 dos estudantes

afirmaram que ldquode jeito nenhumrdquo o som que ouvem no Celular atrapalha sua

concentraccedilatildeo Mas a somatoacuteria dos que consideram que a muacutesica atrapalha

(raramente 1688 ldquoagraves vezesrdquo 1563 ldquofrequentementerdquo 313 e ldquosemprerdquo

438) daacute 4002 de estudantes que em algum momento jaacute perceberam alteraccedilotildees

na concentraccedilatildeo ao ouvi-la Neste caso diferentemente do tracircnsito em que mais de

140

65 dos estudantes perceberam alteraccedilotildees no niacutevel de concentraccedilatildeo o som das

muacutesicas por outro lado eacute visto de forma menos agressiva e invasiva portanto haacute

quase um equiliacutebrio entre os que afirmaram ldquode jeito nenhumrdquo (5250) e os demais

(4002) que jaacute perceberam alguma alteraccedilatildeo na concentraccedilatildeo Isso eacute

extremamente preocupante na medida em que as afericcedilotildees de dB(A) realizadas no

Coleacutegio indicaram que o volume pode chegar a mais de 100 dB(A) e o tempo de

exposiccedilatildeo normalmente eacute maior que 4 horas por dia o que significa que a sauacutede

auditiva estaacute em perigo

Com o objetivo de investigar a percepccedilatildeo dos estudantes de alguns sintomas

de estresse na sauacutede fiacutesica criei trecircs assertivas 15 16 e 17 As respostas foram

plotadas no graacutefico 15

GRAacuteFICO 15 - PERCEPCcedilAtildeO DOS ESTUDANTES EM RELACcedilAtildeO AOS SINTOMAS DE ESTRESSE DEFLAGRADOS POR OUVIR MUacuteSICA NOS FONES AURICULARES LIGADOS A APARELHOS CELULARES FONTE O AUTOR (2014) COM SUPORTE DO LABEST-UFPR

No item I15 - 7125 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo

percebem dores na orelha interna24 por causa das muacutesicas que ouvem no Celular

Para 15 ldquoRaramenterdquo haacute dor 688 ldquoAgraves vezesrdquo 250 ldquoFrequentementerdquo tecircm

dores na orelha interna por ouvir muacutesica no Celular ningueacutem respondeu que

24 Observe-se que a assertiva usa a nomenclatura ldquoouvidordquo em funccedilatildeo de este ser mais conhecido e

difundido do que orelha interna nomenclatura atual

141

ldquosemprerdquo percebe dores 250 ldquoNatildeo sabemrdquo e 188 ldquoNatildeo se importamrdquo se

percebem (ou natildeo) dores na orelha interna por causa da muacutesica

As respostas dadas no Item 16 foram 4744 dos estudantes ldquoDe jeito

nenhumrdquo percebem que a quantidade de ruiacutedo a que satildeo expostos fora da escola e

ao ouvirem muacutesica no Celular eacute maior que podem suportar 1795 ldquoRaramenterdquo

1410 ldquoAgraves vezesrdquo 577 ldquoFrequentementerdquo e 577 ldquoSemprerdquo percebem que o

ruiacutedo eacute maior que podem suportar 385 ldquoNatildeo sabemrdquo e 513 ldquoNatildeo se importamrdquo

se a quantidade de ruiacutedos a que estatildeo expostos fora da escola ao ouvirem muacutesicas

no Celular eacute (ou natildeo) maior do que eles podem suportar

Quanto a I17 ndash 5 dos estudantes respondeu que ldquoDe jeito nenhumrdquo sabe

que ouvir muacutesica no Celular prejudica a audiccedilatildeo 688 ldquoRaramenterdquo 875 ldquoAgraves

vezesrdquo 1188 ldquoFrequentementerdquo 5125 ldquoSemprerdquo sabem que a muacutesica que ouve

no Celular pode causar prejuiacutezos para a audiccedilatildeo 688 ldquoNatildeo sabemrdquo e 938 ldquoNatildeo

se importamrdquo se ouvir muacutesica no Celular pode (ou natildeo) prejudicar a audiccedilatildeo

6632 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I15 I16 e I17

No Item I15 ndash Verifico 7125 dos estudantes natildeo percebem quaisquer dores

na orelha interna por causa da muacutesica que ouvem no Celular mas 938 (somando-

se os que agraves vezes percebem dores - 688 com os que frequentemente as

percebem - 288) jaacute tem percepccedilatildeo de dores na orelha interna causadas pelo som

das muacutesicas ouvidas com fones de ouvidos conectados aos Aparelhos Celulares

Considerando tambeacutem as respostas do item 13 sobre zumbidos pelo menos 17

dos estudantes jaacute percebem zumbidos (somando se os que ldquoagraves vezesrdquo e os que

ldquofrequentementerdquo com os que ldquosemprerdquo os percebem) Assim quase 95 dos

estudantes que jaacute no Ensino Meacutedio percebem dores e 17 percebem zumbidos

parece ser uma porcentagem significativa para esta faixa etaacuteria No entanto a

gravidade desses sintomas precisa ser devidamente avaliada por especialistas em

sauacutede auditiva e em sauacutede puacuteblica as audiometrias deveriam ser analisadas em um

estudo longitudinal ao longo da vida escolar

142

No Item I16 - 4744 dos estudantes ldquoDe jeito nenhumrdquo percebem que a

quantidade de ruiacutedo a que satildeo expostos fora da escola e quando ouvem muacutesica no

Celular eacute maior que podem suportar Mas tambeacutem me chamou a atenccedilatildeo os 513

que simplesmente ldquoNatildeo se importamrdquo embora esta porcentagem natildeo pareccedila

significativa em termos de sauacutede puacuteblica a postura desses estudantes em relaccedilatildeo agrave

sauacutede auditiva deles certamente eacute

Quanto ao I17 - 5125 dos estudantes responderam que ldquoSemprerdquo sabem

que ouvir muacutesica no Celular que pode prejudicar a audiccedilatildeo e novamente chama a

atenccedilatildeo os 938 de estudantes que responderam que natildeo se importam se pode

haver algum prejuiacutezo a audiccedilatildeo

As respostas dos itens 16 e 17 apontam uma contradiccedilatildeo entre a sociedade

contemporacircnea excessivamente voltada a si mesma e a uma das caracteriacutesticas

marcantes da adolescecircncia que eacute a despreocupaccedilatildeo com o futuro e um excesso de

foco no ldquoviver o momentordquo Em outras palavras poderiacuteamos resumir as duas

respostas na frase ldquoeu sei que faz mal mas natildeo estaacute fazendo mal para mim agorardquo

Nesse sentido eacute que a escola parece ter um papel fundamental na discussatildeo para a

prevenccedilatildeo de problemas de sauacutede auditiva

Os trecircs itens subsequentes 18 19 e 20 englobam sintomas de estresse e a

percepccedilatildeo dos estudantes quanto agrave dificuldades de concentraccedilatildeo durante as

atividades escolares Os dados foram plotados no Graacutefico 16

GRAacuteFICO 16 - SINTOMAS DO ESTRESSE E DIFICULDADES DE CONCENTRACcedilAtildeO NAS AVALIACcedilOtildeES FONTE O AUTOR (2014) COM SUPORTE DO LABEST-UFPR

143

Os resultados mostram que no I18 ndash 6875 dos estudantes responderam

que ldquoDe jeito nenhumrdquo percebem perdas de energia ao ouvir muacutesica no fone de

ouvido conectado ao Celular 750 ldquoRaramenterdquo 625 ldquoAgraves vezesrdquo 188

ldquoFrequentementerdquo 375 ldquoSemprerdquo percebem perda energia 750 ldquoNatildeo sabemrdquo e

438 ldquoNatildeo se importamrdquo se perdem (ou natildeo) energia ao ouvir muacutesica no Celular

O I19 ndash 50 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo sentem-se

sobrecarregados nem pelo ruiacutedo externo ao CEPMAT nem ao ouvirem muacutesica no

Celular em volume acima da meacutedia 1438 ldquoRaramenterdquo 10 ldquoAgraves vezesrdquo 563

ldquoFrequentementerdquo 688 ldquoSemprerdquo ficam sobrecarregados tanto com os ruiacutedos

externos quanto com os das muacutesicas no Celular em volume acima da meacutedia 813

ldquoNatildeo sabemrdquo e 5 ldquoNatildeo se importamrdquo em sentir-se (ou natildeo) sobrecarregados com

esses ruiacutedos

Quanto ao I20 ndash 3750 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo

ouvem muacutesica em volume alto para se concentrar para estudar as provas e realizar

trabalhos 1125 ldquoRaramenterdquo 1938 ldquoAgraves vezesrdquo 938 ldquoFrequentementerdquo 15

ldquoSemprerdquo ouvem muacutesica em volume alto para estimular a concentraccedilatildeo para realizar

estudos e trabalhos escolares 438 ldquoNatildeo sabemrdquo e 313 ldquoNatildeo se importamrdquo em

ouvir muacutesica em volume alto para os trabalhos ou avaliaccedilotildees escolares

6633 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I18 I19 e I20

No I18 ndash 6875 dos estudantes ldquode jeito nenhumrdquo percebem perdas de

energia ao ouvir muacutesica no Celular resultando em uma percepccedilatildeo afirmativa sobre

ouvir muacutesica

No item I19 ndash verifico que 50 dos estudantes responderam que ldquode jeito

nenhumrdquo sentem-se sobrecarregados nem pelos ruiacutedos externos ao CEPMAT nem

pelas muacutesicas que ouvem em volume acima da meacutedia no Celular Essa

porcentagem complementa a obtida na resposta ao item 12 no qual 4750 dos

estudantes ldquode jeito nenhumrdquo deixam de ouvir muacutesica no Celular para natildeo se expor

aos ruiacutedos Assim se eles natildeo se sentem sobrecarregados entatildeo eacute porque

deixariam de ouvir muacutesica em alto volume

144

Apesar desse nuacutemero significativo haacute tambeacutem que se considerar que 2251

(somando-se os que ldquoagraves vezesrdquo 10 com os que ldquoFrequentementerdquo 563 e os que

ldquosemprerdquo 68) sentem-se sobrecarregados pela quantidade de ruiacutedos o que

acarreta uma porcentagem nada despreziacutevel de estudantes que jaacute comeccedilam a

perceber incocircmodos pelos ruiacutedos

Quanto ao item I20 ndash Apesar de 3750 dos estudantes terem respondido

que ldquode jeito nenhumrdquo ouvem muacutesicas para se concentrar verifico que uma

porcentagem ainda maior 4376 responde que ldquoagraves vezesrdquo (1938)

ldquofrequentementerdquo (938) e ldquosemprerdquo (15) ouvem muacutesicas em volume alto para se

concentrar para as avaliaccedilotildees e trabalhos escolares isso implica em uma

perspectiva de atuaccedilatildeo multitarefa dos estudantes e ao mesmo tempo mostra que

eles ouvem muacutesica em volume alto por um longo periacuteodo de tempo o que implica

em perdas auditivas caracterizadas pela PAIR descrita anteriormente

As assertivas apresentadas a seguir (itens 21 22 e 23) avaliam a percepccedilatildeo

dos estudantes quanto a alguns sintomas de estresse Os resultados foram plotados

no graacutefico 17

GRAacuteFICO 17 - PERCEPCcedilAtildeO DE ALGUNS SINTOMAS DE ESTRESSE FONTE O AUTOR (2014) COM SUPORTE DO LABEST-UFPR

No item I21 ndash 4625 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo

desanimam facilmente quando ficam expostos a ruiacutedos 1375 ldquoRaramenterdquo

1313 ldquoAgraves vezesrdquo 625 ldquoFrequentementerdquo 875 ldquoSemprerdquo desanimam

145

facilmente por exposiccedilatildeo aos ruiacutedos 5 ldquoNatildeo sabemrdquo e 688 ldquoNatildeo se importamrdquo

se desanimam (ou natildeo) por exposiccedilatildeo aos ruiacutedos

No item I22 ndash 3563 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo

demoram a relaxar quando ficam estressados por causa dos ruiacutedos 1875

ldquoRaramenterdquo 1813 ldquoAgraves vezesrdquo 875 ldquoFrequentementerdquo 1188 ldquoSemprerdquo

percebem que levam muito tempo para relaxar por causa do estresse causado pelos

ruiacutedos 250 ldquoNatildeo sabemrdquo e 438 ldquoNatildeo se importamrdquo se levam (ou natildeo) muito

tempo para relaxar quando estressados por causa do barulho

No item I23 ndash 4125 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo

sentem-se tatildeo cansados e sobrecarregados por causa dos ruiacutedos intensos no

periacuteodo das aulas que acabam se ldquodesligandordquo do ambiente escolar 1688

ldquoRaramenterdquo 1625 ldquoAgraves vezesrdquo 750 ldquoFrequentementerdquo 875 ldquoSemprerdquo ficam

tatildeo sobrecarregados por causa dos ruiacutedos intensos durante o periacuteodo e aulas que

acabam se ldquodesligandordquo 438 ldquoNatildeo sabemrdquo e 5 ldquoNatildeo se importamrdquo com esses

ruiacutedos

6634 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I21 I22 e I23

No Item I21 - 4625 dos estudantes natildeo desanimam facilmente quando

ficam expostos aos ruiacutedos durante o periacuteodo das aulas Essa porcentagem

corrobora as respostas aos itens 12 e 19 nos quais 4750 e 50 dos estudantes

respectivamente natildeo deixam de ouvir muacutesica em volume alto no Celular para natildeo

se expor aos ruiacutedos porque natildeo se sentem sobrecarregados Assim se natildeo se

sentem sobrecarregados e natildeo desanimam facilmente entatildeo natildeo deixam de ouvir a

muacutesica

Por outro lado ao somarmos os que ldquoagraves vezesrdquo 1313 com os que

desanimam facilmente ldquofrequentementerdquo 625 e ldquosemprerdquo 875 teremos pelo

menos 2513 de alunos que em sala de aula desanimam facilmente quando ficam

expostos aos ruiacutedos Essa porcentagem corresponde a frac14 da turma assim ter frac14 da

turma que desanima facilmente eacute algo que precisa ser analisado com mais

profundidade nas escolas os dados me permitem inferir ainda que a porcentagem

146

anterior (50) pode ainda natildeo ter percebido relaccedilotildees diretas entre desacircnimo e o

estresse que a muacutesica em volume alto pode gerar

No Item I22 - 3563 dos estudantes responderam que ldquode jeito nenhumrdquo

levam muito tempo para relaxar No entanto ao somarmos aqueles que ldquoagraves vezesrdquo

(183) com os que frequentemente (875) e os que sempre (1188) levam muito

tempo para relaxar por causa do estresse causado pelos ruiacutedos teremos 3876

que percebem dificuldades nesse sentido Ou seja uma porcentagem ainda maior

do que aqueles que natildeo percebem Assim noto que mais de 40 dos estudantes

usam a muacutesica em volume alto para conseguir se concentrar para estudar e

praticamente a mesma porcentagem (3876) tecircm dificuldades para relaxar por

causa dos barulhos (oriundos ou natildeo da muacutesica)

Na I23 ndash Constatei que 4125 dos estudantes ldquode jeito nenhumrdquo sentem-se

sobrecarregados por causa dos ruiacutedos Entretanto 3250 jaacute tem percepccedilatildeo de

cansaccedilo e sobrecarga (somando os que ldquoagraves vezesrdquo 1625 com os que

frequentemente 750 e os que sempre 875 sentem-se assim) nas atividades

rotineiras como as atividades escolares por causa do ruiacutedo intenso durante o

periacuteodo da aula Observe que o item refere-se agraves consequecircncias como ldquodesligar-serdquo

do ambiente escolar Ou seja um dos sintomas do estresse Em outras palavras as

duas porcentagens estatildeo relativamente proacuteximas para que eu possa concluir que a

tomada de consciecircncia sobre os efeitos no organismo comeccedila a ser fazer cada vez

mais frequente

As assertivas analisadas a seguir 24 25 e 26 foram elaboradas com o intuito

de discutir incocircmodos causados pelos ruiacutedos dentro e fora do CEPMAT Os

resultados foram plotados no graacutefico 18

147

GRAacuteFICO 18 - O ESTRESSE DO DIA A DIA E A FELICIDADE DE OUVIR MUacuteSICA NO CELULAR FONTE O AUTOR (2014) COM SUPORTE DO LABEST-UFPR

No item I24 ndash 5375 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo

sentem-se bem na presenccedila de muitos ruiacutedos dentro e fora da sala de aula durante

o periacuteodo letivo 1375 ldquoRaramenterdquo 875 ldquoAgraves vezesrdquo 688 ldquoFrequentementerdquo

438 ldquoSemprerdquo sentem-se bem tendo muito ruiacutedo no seu entorno 5 ldquoNatildeo sabemrdquo

e 750 ldquoNatildeo se importamrdquo se se sentem bem (ou natildeo) tendo muito ruiacutedo no

entorno durante o periacuteodo de aula

No item I25 ndash 5063 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo

ficam cansados pelo fato de antever a ida agrave escola e o fato de ouvir muitos ruiacutedos

externos durante as aulas 10 ldquoRaramenterdquo 1250 ldquoAgraves vezesrdquo 750

ldquoFrequentementerdquo 5 ldquoSemprerdquo ficam cansados soacute de pensar que teratildeo que ouvir

muitos ruiacutedos externos ao CEPMAT 188 ldquoNatildeo sabemrdquo e 1250 ldquoNatildeo se

importamrdquo se ficam (ou natildeo) cansados de ouvir muitos ruiacutedos externos

Quanto ao item I26 ndash 1938 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito

nenhumrdquo ficam felizes por ouvir muacutesica no Celular quando estatildeo em aula 1063

ldquoRaramenterdquo 2063 ldquoAgraves vezesrdquo 813 ldquoFrequentementerdquo 3250 ldquoSemprerdquo ficam

felizes por poderem ouvir muacutesica no Celular durante o horaacuterio das aulas 313

ldquoNatildeo sabemrdquo e 563 ldquoNatildeo se importamrdquo se ficam (ou natildeo) felizes por poder ouvir

muacutesicas quando estatildeo em aulas

148

6635 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I24 I25 e I26

5375 dos estudantes responderam que ldquode jeito nenhumrdquo sente-se bem na

presenccedila dos ruiacutedos dentro e fora da sala de aula durante o periacuteodo letivo se esta

porcentagem for somada aos 1375 que raramente sentem-se bem com isso

temos que 6750 natildeo estatildeo confortaacuteveis com o excesso de ruiacutedos dentro e fora da

escola durante o periacuteodo letivo Esse pode ser um dos motivos para o uso excessivo

de fones de ouvido para escutar muacutesicas pois poderiam ser usadas para abstrair

dos ruiacutedos ambientes da escola nesse caso os estudantes usariam os fones tanto

para buscar concentraccedilatildeo conforme 4376 dos respondentes mencionaram no

item 20 ou para ouvir algo mais prazeroso que este ruiacutedo

Por outro lado os resultados dos itens I24 e I25 revelam que mesmo que

mais de 67 dos estudantes natildeo se sintam bem na presenccedila de muitos ruiacutedos (I24)

isso natildeo se reflete em cansaccedilo para 5063 (I25) dos estudantes ao antever a ida a

escola

Quanto a I26 ndash ao somarmos os estudantes que ldquosemprerdquo (3250) ficam

felizes por ouvir muacutesica no Celular quando estatildeo em sala de aula com os que

ldquofrequentementerdquo (813) e os que ldquoagraves vezesrdquo (2063) temos um conjunto de

6126 de estudantes que consideram a possibilidade de ouvir muacutesicas durante as

atividades como algo positivo seja (ou natildeo) como foco de concentraccedilatildeo na sala de

aula Esse resultado traz alguns indicativos que precisam ser mais bem avaliados

no que tange ao planejamento das atividades as condiccedilotildees de trabalho em sala de

aula e a anaacutelise dos interesses dos estudantes em relaccedilatildeo agraves temaacuteticas

apresentadas Esses e outros toacutepicos devem ser mais aprofundados a partir dos

resultados desta dissertaccedilatildeo

6636 CONSIDERACcedilOtildeES

Os altos niacuteveis de pressatildeo sonora tecircm sido considerados pela sociedade

contemporacircnea como agentes perigosos agrave sauacutede humana especialmente em

149

ambientes urbanos e sociais seja em atividades de lazer ou simplesmente pelo fato

de ouvir muacutesica nos fones auriculares conectados ao Aparelho Celular em

intensidades elevadas para evitar outros ruiacutedos considerados indesejaacuteveis que

circundam a vida cotidiana A problemaacutetica do ruiacutedo ambiental parece estar

crescendo na percepccedilatildeo desses estudantes seja em casa a caminho do CEPMAT

ou ateacute mesmo dentro das salas de aulas Mas se a reaccedilatildeo ao ruiacutedo ambiental eacute o

uso de fones de ouvido ligados aos Aparelhos Celulares ouvindo muacutesica em volume

ainda mais elevado a resposta parece ser ainda mais danosa e com efeitos mais

raacutepidos a sauacutede auditiva dos estudantes

No que se refere agraves percepccedilotildees de ruiacutedo ambiental essas satildeo crescentes No

entanto a poluiccedilatildeo sonora oriunda da muacutesica ouvida pelos fones conectados ao

Celular sugere que o estudante ainda natildeo tem uma accedilatildeo efetiva de prevenccedilatildeo de

problemas de sauacutede auditiva no que tange aos efeitos nocivos dos sons intensos e

por longo periacuteodo de tempo causando PAIR uma vez que 5125 dos estudantes

responderam que sabem que a muacutesica que ouvem no Celular pode causar prejuiacutezos

a audiccedilatildeo (I17) Estes fatos ficaram evidentes nos graacuteficos 14 a 18 pelas mais

diversas atitudes dos estudantes em situaccedilotildees de exposiccedilatildeo aos ruiacutedos

Na seccedilatildeo anterior os resultados das mediccedilotildees de decibeacuteis indicaram que os

estudantes ouvem muacutesica no Celular em volume acima dos recomendados para a

manutenccedilatildeo da sauacutede auditiva No Teste de percepccedilatildeo de alguns sintomas de

estresse as respostas indicaram que os estudantes natildeo perdem energia e natildeo

percebem zumbido na audiccedilatildeo O Teste tambeacutem apontou que um nuacutemero

consideraacutevel de jovens ouve muacutesica durante as tarefas escolares e esses declaram

que se concentram melhor ao ouvi-la Esses resultados me permitem afirmar que os

estudantes estatildeo culturalmente inseridos em ambientes ruidosos ou gostam de ouvir

muacutesica em volume alto dentro e fora do coleacutegio o que dificulta a reaccedilatildeo (ou accedilatildeo)

em postura preventiva sobre a sauacutede auditiva

As respostas deste estudo coadunam com os resultados de Lacerda et al

(2011) que investigaram haacutebitos auditivos e comportamentos de adolescentes com

atividades de lazer ruidosas Os resultados revelaram que a maioria dos jovens

prefere realizar tarefas em ambientes barulhentos e que o som da muacutesica alta os

deixa felizes

A maioria dos estudantes percebe o CEPMAT como um ambiente ruidoso e

boa parte deles natildeo estaacute disposta a deixar de utilizar o Celular posso concluir que o

150

Celular eacute em alguns momentos utilizado como ldquovaacutelvula de escaperdquo para os ruiacutedos

externos Neste sentido eacute importante fazer conhecer entre os estudantes

professores e comunidade escolar os efeitos de longo prazo causados por este

comportamento imediatista O Protocolo de Complexidade Diferenciada 5 (BRASIL

2006 p 7) aborda questotildees relacionadas com a sauacutede auditiva e os seus efeitos As

normas orientadoras do protocolo se utilizadas didaticamente podem auxiliar na

criaccedilatildeo de haacutebitos de prevenccedilatildeo a sauacutede auditivas mais saudaacuteveis e a escola teria

um papel nesta didatizaccedilatildeo pois poderia aproximar conhecimentos do cotidiano dos

estudantes com o conhecimento cientiacutefico

O uso de fones auriculares vem sendo encontrado na literatura como um

comportamento cada vez mais comum entre os jovens e pode ser um risco para a

audiccedilatildeo podendo aumentar os problemas auditivos Costa (2013) mostra que haacute

uma relaccedilatildeo de prazer entre os haacutebitos auditivos e a muacutesica

Em suma

O terceiro subitem da questatildeo de pesquisa quatro ldquoComose os estudantes do

Ensino Meacutedio do CEPMAT percebem a existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos

fones auriculares conectados aos Aparelhos Celulares e os efeitos na Sauacutede delesrdquo

pode ser respondido da seguinte forma

Os estudantes em geral natildeo percebem

a) a existecircncia de poluiccedilatildeo sonora oriunda dos fones auriculares

conectados ao Aparelho Celular mesmo sabendo dos problemas

auditivos que o fone auricular ligado ao Aparelho Celular para escutar

muacutesicas em volume alto pode causar

b) zumbidos ou dores na orelha interna Tambeacutem natildeo haacute perdas de

energia dificuldades para relaxar nem se sentem sobrecarregados ou

relatam alteraccedilotildees na concentraccedilatildeo incocircmodos nem apoacutes escutar

prolongadamente sons em volume alto oriundos do Celular nem

quando expostos ao excesso de ruiacutedos causados pelos meios de

transportes Portanto os sintomas de estresse natildeo satildeo sintomas

comumente apresentados

c) e natildeo consideram que a quantidade de ruiacutedo a que satildeo expostos fora

da escola e quando ouvem muacutesica no Celular eacute maior do que aquela

151

que eles podem suportar Os estudantes tecircm prazer na presenccedila de

volume alto ficam felizes por ouvir muacutesica no Celular quando estatildeo em

sala de aula e consideram a possibilidade de ouvir muacutesicas durante as

atividades como algo positivo seja ou natildeo como foco de concentraccedilatildeo

mesmo natildeo estando confortaacuteveis com o excesso de ruiacutedos dentro e

fora da escola

Por outro lado uma porcentagem menor de estudantes percebe

a) pelo menos um dos sintomas de estresse tais como zumbidos perda

de concentraccedilatildeo energia ficam desanimados dificuldades para

relaxar cansaccedilo e sobrecarga nas atividades rotineiras como as

atividades escolares tanto quando ouvem muacutesica no Celular quanto

os ruiacutedos oriundos dos meios de transportes

No entanto mesmo que essa pequena porcentagem de estudantes natildeo se

importe se pode haver algum prejuiacutezo agrave audiccedilatildeo por exposiccedilatildeo a niacuteveis de ruiacutedos

intensos e ainda que essa porcentagem natildeo pareccedila significativa a postura em

relaccedilatildeo agrave sauacutede auditiva precisa ser mais bem investigada

Esses resultados indicam aspectos que precisam ser melhores avaliados

entre eles o planejamento das atividades as condiccedilotildees de trabalho em sala de aula

e a anaacutelise dos interesses dos estudantes em relaccedilatildeo agraves temaacuteticas apresentadas

Esses e outros toacutepicos precisam ser mais bem estudados para aprofundar alguns

aspectos a partir desta dissertaccedilatildeo Isso me leva a recomendar que outras

investigaccedilotildees sobre a interferecircncia da poluiccedilatildeo sonora na sauacutede do estudante

devem ser profundamente avaliadas em estudos subsequentes a este

152

664 Parte 4 O uso de equipamentos eletrocircnicos e o Regimento Escolar

Trata da relaccedilatildeo entre o uso de equipamentos eletrocircnicos e o Regimento

Escolar do CEPMAT Para a composiccedilatildeo de dados criei trecircs assertivas (I27 I28 I29)

que analisam a percepccedilatildeo dos respondentes em relaccedilatildeo os documentos que regem

a comunidade escolar e a percepccedilatildeo do papel dos estudantes na participaccedilatildeo da

construccedilatildeo das normas e regras do CEPMAT

GRAacuteFICO 19 - PARTICIPACcedilAtildeO DA COMUNIDADE ESCOLAR NA CONSTRUCcedilAtildeO DO REGIMENTO ESCOLAR FONTE O AUTOR (2014) COM SUPORTE DO LABEST-UFPR

O I27 foi construiacutedo na negativa ndash 3375 dos estudantes responderam que

ldquoDe jeito nenhumrdquo natildeo conseguem ficar sem ouvir muacutesica no Celular durante o

periacuteodo das aulas mesmo sabendo que o Regimento Escolar os proiacutebe de usar

1438 responderam ldquoRaramenterdquo 10 ldquoAgraves vezesrdquo 1125 ldquoFrequentementerdquo

2125 ldquoSemprerdquo natildeo conseguem ficar sem ouvir muacutesica no Celular durante as

aulas 188 ldquoNatildeo sabemrdquo e 750 ldquoNatildeo se importamrdquo se conseguem (ou natildeo) ficar

sem ouvir muacutesicas durante o periacuteodo das aulas mesmo sabendo que o regimento

escolar proiacutebe o uso

153

O I28 tambeacutem foi construiacutedo na negativa ndash 4250 dos estudantes

responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo natildeo foram informados sobre quais

equipamentos eletrocircnicos devem usar durante o periacuteodo das aulas 375

responderam ldquoRaramenterdquo 563 ldquoAgraves vezesrdquo 10 ldquoFrequentementerdquo 2188

ldquoSemprerdquo natildeo foram informados sobre quais equipamentos eletrocircnicos (Aparelho

Celular) podem usar no periacuteodo das aulas 438 ldquoNatildeo sabemrdquo e 1188 ldquoNatildeo se

importamrdquo se foram (ou natildeo) informados sobre quais equipamentos eletrocircnicos

podem usar no periacuteodo das aulas

Quanto ao I29 ndash 4438 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo

participaram ativamente das reuniotildees e discussotildees para a construccedilatildeo do Regimento

Escolar do CEPMAT 1438 responderam ldquoRaramenterdquo 875 ldquoAgraves vezesrdquo 375

ldquoFrequentementerdquo 1063 ldquoSemprerdquo participaram ativamente das reuniotildees e

discussotildees para a construccedilatildeo do documento 563 ldquoNatildeo sabemrdquo e 1250 ldquoNatildeo se

importamrdquo se participaram ativamente (ou natildeo) das reuniotildees e discussotildees para a

construccedilatildeo do Regimento Escolar do Coleacutegio

6641 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I27 I28 e I29

No I27 ndash Verifico que 3375 dos estudantes conseguem ficar sem ouvir

muacutesica durante o periacuteodo de aula (ou usando a loacutegica de construccedilatildeo do teste ldquode

jeito nenhumrdquo natildeo conseguem ficar sem ouvir) Por outro lado se somarmos os

que ldquofrequentementerdquo e os que ldquosemprerdquo natildeo conseguem ficar sem ouvir obteacutem-se

um valor de 3250 que efetivamente natildeo conseguem ficar sem ouvir muacutesica no

Celular durante o periacuteodo das aulas Isso significa que se os estudantes

entenderam a assertiva e a forma de respondecirc-la entatildeo haacute uma clara e equilibrada

divisatildeo (3375 versus 3250) nas respostas dadas quanto ao uso do Celular para

ouvir muacutesica durante o periacuteodo das aulas

Quando ao I28 ndash chama a atenccedilatildeo que 4250 dos estudantes revelaram ter

sido informado sobre quais equipamentos eletrocircnicos devem usar durante o periacuteodo

das aulas (ou na loacutegica de construccedilatildeo do teste ldquode jeito nenhumrdquo natildeo foram

informados) No entanto ao somar os que responderam ldquofrequentementerdquo (10)

154

com os que responderam ldquosemprerdquo (2188) natildeo foram informados eacute possiacutevel

perceber que pelo menos 3188 dos estudantes natildeo tinha conhecimento dessas

informaccedilotildees Pode ocorrer que alguns estudantes tenham sido transferidos e sejam

novos no coleacutegio mas a porcentagem de alunos que desconhece as normas e

regras do regimento eacute emblemaacutetica

Na I29 ndash Considerando que 4438 dos estudantes natildeo participam das

reuniotildees e discussotildees para a construccedilatildeo do Regimento Escolar do CEPMAT e

1250 natildeo se importam com construccedilatildeo das normas e regras entendo que os

mesmos natildeo consideram relevante agrave participaccedilatildeo necessaacuteria para ter voz e voto

como retratado no paraacutegrafo 2ordm do regimento interno (ZANOTTO 2011) ldquoo oacutergatildeo

colegiado de direccedilatildeo seraacute constituiacutedo de acordo com o princiacutepio da

representatividade devendo abranger toda a comunidade escolar cujos

representantes nele teratildeo necessariamente voz e votordquo

6642 CONSIDERACcedilOtildeES

Os dados indicaram que a terccedila parte dos estudantes do CEPMAT faz uso

natildeo pedagoacutegico do Aparelho Celular durante o periacuteodo das aulas utilizando-o em

sala de aula e durante as atividades educativas com a finalidade de ouvir muacutesica

Para Souza e Torres (2009) o ldquociberespaccedilordquo jaacute estaacute realizado e os estudantes estatildeo

instalados nele No caso dessa pesquisa entendo que esse ciberespaccedilo se

configura pela via dos Aparelhos Celulares para escutar muacutesica entre outras coisas

No entanto o haacutebito de usar equipamentos eletrocircnicos que natildeo fazem parte

do material pedagoacutegico no ambiente escolar entra em confronto com o Regimento

Escolar Para o Conselho Estadual de Educaccedilatildeo do Paranaacute (PARANAacute 1999) o

Regimento Escolar eacute um documento construiacutedo coletivamente pela comunidade

escolar em reuniotildees e discussotildees nas quais todos tecircm direito a voz e voto Esse

documento estabelece as normas e regras descrevem os direitos e deveres dos

membros da comunidade escolar

No caso do Regimento do CEPMAT a perspectiva didaacutetica sobre o uso de

equipamentos tecnoloacutegicos estaacute na vertente policialesca e restritiva Essa

155

tecnologia jaacute estaacute presente nas matildeos de praticamente todos os estudantes e nesse

sentido podem ser re-significadas para extrapolar o simples escutar muacutesica

congregando muitas outras possibilidades de uso para fins de ensino e de

aprendizagem

A UNESCO (2013) publicou um guia com 10 recomendaccedilotildees sobre o uso do

Aparelho Celular na sala de aula O objetivo era incentivar os governos a

implementarem poliacuteticas puacuteblicas educacionais que valorizassem a utilizaccedilatildeo das

tecnologias de faacutecil acesso presente natildeos matildeos dos jovens e adolescentes como

recurso no ensino

a) Criar ou atualizar poliacuteticas ligadas ao aprendizado moacutevel b) Conscientizar sobre sua importacircncia c) Expandir e melhorar opccedilotildees de conexatildeo d) Ter acesso igualitaacuterio e) Garantir equidade de gecircnero f) Criar e aperfeiccediloar conteuacutedo educacional g) Treinar professores h) Capacitar educadores usando tecnologias moacuteveis i) Promover o uso seguro saudaacutevel e responsaacutevel de tecnologias moacuteveis j) Usar tecnologia para melhorar a comunicaccedilatildeo e a gestatildeo educacional(p12)

O objetivo desse guia eacute o de dar um significado efetivo ao uso e aos trabalhos

realizados com Aparelhos Celulares para tanto eacute necessaacuterio que este seja adaptado

ao grau de maturidade de cada paiacutes no que tange a relaccedilatildeo entre inclusatildeo digital e

educaccedilatildeo

Da mesma forma que o guia da UNESCO (2013 p12) apresenta por meio de

um guia 13 bons motivos para o uso do Celular em sala de aula do seguinte modo

1) Amplia o alcance e a equidade em educaccedilatildeo 2) Melhora a educaccedilatildeo em aacutereas de conflito ou que sofreram desastres naturais 3) Assiste alunos com deficiecircncia 4) Otimiza o tempo na sala de aula 5) Permite que se aprenda em qualquer hora e lugar 6) Constroacutei novas comunidades de aprendizado 7) Daacute suporte a aprendizagem in loco 8) Aproxima o aprendizado formal do informal 9) Provecirc avaliaccedilatildeo e feedback imediatos 10) Facilita o aprendizado personalizado 11) Melhora a aprendizagem contiacutenua 12) Melhora a comunicaccedilatildeo 13) Maximiza a relaccedilatildeo custo-benefiacutecio da educaccedilatildeo (UNESCO 2013 p4)

Os resultados apresentados tornam mais cada vez mais evidente a

necessidade de incluiacute-lo como ferramenta de ensino Esta tecnologia esta inserida

no ambiente escolar presente nas matildeos dos estudantes e pode vir a ter um uso

significativo para ensinar mais do que conteuacutedos

156

Em suma

Nesta parte investiguei comose os estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT

percebem o Regimento Escolar Este subitem pode ser respondido da seguinte

forma

a) Os estudantes usam o Aparelho Celular durante o periacuteodo das

aulas essencialmente para fins natildeo didaacuteticos que natildeo fazem parte

do contexto da aula o que infringe a regras do atual Regimento

Escolar

b) Esse equipamento tecnoloacutegico natildeo eacute considerado parte do atual

material pedagoacutegico e boa parte (3188) dos estudantes

alegaram que natildeo foram informados pela escola sobre quais

equipamentos eletrocircnicos podem usar durante o periacuteodo das

aulas Quase a metade (4438) dos estudantes afirmou natildeo ter

participado da construccedilatildeo coletiva do Regimento Escolar

Somente 1250 responderam que natildeo se importam se participam

(ou natildeo) com voz e voto na confecccedilatildeo do Regimento Escolar e

considerando que os estudantes entenderam a questatildeo e a forma

de respondecirc-la isso parece ter um significado interessante para

reforccedilar a participaccedilatildeo do coletivo da comunidade escolar na

feitura do regimento

67 SINTESE DA SECcedilAtildeO

No contexto desta dissertaccedilatildeo o Aparelho Celular aparece natildeo mais como

um simples meio de comunicaccedilatildeo entre as pessoas mas como Tecnologia da

Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo com muacuteltiplos usos criando ou redefinindo identidades

estabelecendo uma nova cultura no ambiente escolar Seu uso dialoga com culturas

e aspectos constitutivos de saberes que circulam na sala de aula impondo uma

rediscussatildeo sobre regras e normas e outras accedilotildees pedagoacutegicas podendo se

157

configurar em alternativa metodoloacutegica para o ensino e contribuindo com a

aprendizagem

O Aparelho Celular pode contribuir com a valorizaccedilatildeo e o desenvolvimento de

valores eacuteticos colaborando na busca de possibilidades para um ensino diferenciado

extrapolando enormemente a funcionalidade de ouvir muacutesica

Steinberg e Kincheloe (2001) apud Monteiro (2009) revela que o

conhecimento das Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo eacute muito mais do que

simples acreacutescimo a um curriacuteculo tradicional mas uma praacutetica baacutesica necessaacuteria

para negociar identidades valores e para participar dessa hiper-realidade

Os estudantes aumentam seu repertoacuterio de experiecircncias no ambiente escolar

e experenciam a natildeo verticalidade do ensino permitindo-se ensinar uns aos outros

os modos de uso do Celular e de recursos tecnoloacutegicos Esse modo de ensinar

amplia as relaccedilotildees pessoais ou virtuais re-significando relaccedilotildees humanas e

identidades Portanto os Aparelhos Celulares possibilitam os processos de

mudanccedila nas formas de cogniccedilatildeo suas potencialidades frente agrave convergecircncia e

mobilidade imaginadas na telefonia moacutevel e nas tecnologias digitais instigam novas

investigaccedilotildees sobre o papel do Celular na sala de aula

Esta seccedilatildeo teve como intuito responder a quarta questatildeo de investigaccedilatildeo

desta dissertaccedilatildeo Como se os estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT percebem

a) a existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do Coleacutegio

b) os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora (oriunda do entorno do Coleacutegio) na

sauacutede deles

c) a existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos fones auriculares

conectados aos Aparelhos Celulares e os efeitos na sauacutede dos

estudantes

d) as normas estabelecidas no Regimento Escolar do CEPMAT

Nas anaacutelises das respostas do ldquoteste de autoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas

de estresserdquo permitiram observar que haacute indiacutecios que os estudantes apresentam

alguns sintomas de estresse por exposiccedilatildeo agrave Poluiccedilatildeo Sonora pelos meios de

transportes incomodos causados pelo trem prejuiacutezos agraves avaliaccedilotildees ou trabalhos

escolares embora acreditam que nada pode ser feito para alterar a situaccedilatildeo do

momento Quanto agrave poluiccedilatildeo sonora pelos usos intensivos do Aparelho Celular para

ouvir muacutesica os estudantes natildeo deixam de ouvir muacutesica por conta da exposiccedilatildeo

158

excessiva aos ruiacutedos e disseram que a muacutesica natildeo atrapalha a concentraccedilatildeo a

maioria natildeo percebe dor ou zumbido na orelha interna cansaccedilo ou se sente

sobrecarregados No entanto existe um grupo de estudantes que declarou perceber

os sintomas de estresse da exposiccedilatildeo ao volume alto da muacutesica como dor na orelha

interna atrapalha na concentraccedilatildeo sente-se cansados Quanto ao regimento do

CEPMAT os estudantes revelaram que ouvem muacutesicas com fones de ouvido

conectados ao Celular durante as aulas independentemente do regimento dizer que

isso eacute proibido Aleacutem disso mais de 44 dos estudantes pesquisados natildeo conhecia

e natildeo havia participado na elaboraccedilatildeo do regimento

Na proacutexima seccedilatildeo faccedilo as consideraccedilotildees finais desta dissertaccedilatildeo

159

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Para compor e analisar os dados desta dissertaccedilatildeo fiz um levantamento

sobre o tema Poluiccedilatildeo Sonora em quatro eventos da aacuterea nos projetos publicados

UNESCO (2013) e no banco de dissertaccedilotildees e teses da CAPES apliquei um

questionaacuterio a 160 estudantes sobre o uso do Celular no ambiente escolar fiz

tambeacutem dois tipos de afericcedilatildeo uma dos ruiacutedos oriundos do entorno do CEPMAT e

outra dos sons propagados pelos fones auriculares conectados ao Aparelho Celular

com uso de um decibeliacutemetro e para finalizar apliquei um teste de

ldquoautoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo a estudantes do Ensino Meacutedio

Com esses dados realizei anaacutelises que me permitem fazer algumas

consideraccedilotildees Ressalto que todos os dados foram constituiacutedos a partir de coletas

de pequeno porte ou que necessitam de avaliaccedilotildees mais profundas com

profissionais da Sauacutede e da Psicologia assim como da Engenharia de Seguranccedila

Portanto entendo que natildeo eacute prudente fazer conclusotildees finais com estes dados mas

ao inveacutes disso prefiro a partir deles delinear algumas consideraccedilotildees

Essas consideraccedilotildees foram divididas em trecircs partes na primeira intitulada

(71) ldquoApontamentos obtidos a partir da anaacutelise dos dadosrdquo faccedilo referecircncia aos

dados de trecircs formas dados relativos agrave poluiccedilatildeo sonora de forma geral e a do

entorno do coleacutegio dados sobre o uso do Celular e sua relaccedilatildeo com a cultura

contemporacircnea e do dados constituiacutedos a partir do Teste de ldquoautoidentificaccedilatildeo de

estresse nos estudantesrdquo e a poluiccedilatildeo sonora gerada nos fones auriculares

Na segunda parte intitulada (72) ldquoAlgumas possibilidadesrdquo refiro-me a

possiacuteveis estudos da relaccedilatildeo entre poluiccedilatildeo sonora e o uso do Celular como

ferramenta de apoio ao ensino

Na terceira intitulada (73) ldquoSugestotildees de accedilotildees mitigatoacuterias da poluiccedilatildeo

sonora para o entorno e o interior do CEPMATrdquo estas sugestotildees precisam de um

plano de accedilatildeo a posteriori para serem desenvolvidas e natildeo fazem parte do escopo

desta dissertaccedilatildeo Satildeo propostas de accedilotildees mitigatoacuterias que podem ser

desenvolvidas tanto pela empresa America Latina Logiacutestica quanto pela Secretaria

Municipal de Sauacutede e pela Comunidade Escolar do CEPMAT

160

71 APONTAMENTOS OBTIDOS A PARTIR DA ANAacuteLISE DOS DADOS

As consideraccedilotildees realizadas a partir da constituiccedilatildeo e anaacutelise dos dados

foram divididas em trecircs subitens No primeiro refiro-me aos dados relativos agrave

poluiccedilatildeo sonora de forma geral e ao entorno do coleacutegio no segundo discuto

aspectos do uso do Celular e sua relaccedilatildeo com a cultura contemporacircnea e no

terceiro faccedilo consideraccedilotildees sobre o teste de ldquoautoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas

de estresserdquo na sauacutede dos estudantes e a poluiccedilatildeo sonora gerada pelos fones

auriculares As quatro formas de constituiccedilatildeo dos dados (revisatildeo de literatura

questionaacuterio afericcedilatildeo dos niacuteveis de decibeacuteis e o teste) perpassam cada um dos

subitens por isso criei consideraccedilotildees matriciais no formato 4 X 3

Matriz 4 X 3 de apontamentos e consideraccedilotildees

Poluiccedilatildeo Sonora Geral e do

entorno

Usos do Aparelho Celular

Estresse e poluiccedilatildeo sonora gerada por fones

de ouvido

Revisatildeo de Literatura 711 712 713

Questionaacuterio - 42 -

Afericcedilatildeo de niacuteveis de decibeacuteis dB(A)

53 55 56

Teste de Autoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresse

6622 6636 6642

711 A Poluiccedilatildeo Sonora e o entorno do CEPMAT

A revisatildeo de literatura me fez perceber que o assunto ldquoPoluiccedilatildeo Sonorardquo eacute

pouco discutido entre os pesquisadores do Ensino de Fiacutesica e de Ciecircncias nos

eventos analisados encontrei apenas trecircs apresentaccedilotildees de trabalho que foram

recortes de uma mesma dissertaccedilatildeo de mestrado apresentados no ENPEC e no

EPEF Dentre os trecircs um refere-se agrave sauacutede auditiva dos estudantes quando escutam

ldquomuacutesica altardquo (BASTOS MATTOS 2007b) com aparelhos sonoros Essa revisatildeo

161

deixou claro que as discussotildees sobre poluiccedilatildeo sonora ficaram restritas haacute poucos

pesquisadores do Ensino de Fiacutesica o que indica que a acuacutestica (isso porque a

poluiccedilatildeo sonora ocorre por meio da propagaccedilatildeo das ondas sonoras que por sua vez

eacute um subitem da acuacutestica) eacute um tema de pouco interesse entre os pesquisadores da

fiacutesica no entanto essa constataccedilatildeo precisa ser ampliada para outros eventos da

aacuterea

Apesar de uma busca com o tema poluiccedilatildeo sonora resultar em mais de

14500 tiacutetulos de dissertaccedilotildees e teses depositadas no banco da CAPES quando se

restringe o foco para trabalhos realizados por pesquisadores da educaccedilatildeo com as

palavras-chave Poluiccedilatildeo Sonora Ruiacutedos Muacutesica e Poluiccedilatildeo Sonora no Ambiente

Escolar o resultado cai para apenas trecircs sendo duas dissertaccedilotildees e uma tese

Somente um trabalho estuda a poluiccedilatildeo sonora no ambiente escolar isto eacute uma

porcentagem muito insignificante diante de um tema que tem accedilotildees devastadoras na

sauacutede humana e mais uma vez evidenciou a lacuna de estudos nesta aacuterea

No questionaacuterio sobre o uso do Celular descrito no capiacutetulo quatro desta

dissertaccedilatildeo natildeo haacute qualquer menccedilatildeo a poluiccedilatildeo sonora oriunda do entorno de

coleacutegios de forma geral

As afericcedilotildees de niacuteveis de Pressatildeo Sonora oriundos do entorno do CEPMAT

identificaram intensidade de ruiacutedo ateacute 100 dB(A) isto eacute aproximadamente 67

acima dos limites de emissatildeo de ruiacutedo para as Zonas Estruturais Educacionais

estabelecidos pela Lei Ordinaacuteria Municipal 106252002 que eacute de 60 dB(A) no

periacuteodo diurno Nessas condiccedilotildees o laudo teacutecnico produzido por Stangherlin (2014)

sobre os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora do entorno do CEPMAT infere que se um

estudante for exposto ao ruiacutedo por um periacuteodo de 4h30min cinco (5) dias por

semana ao longo de duzentos (200) dias letivos mesmo que por um ldquocurto periacuteodordquo

de tempo por dia (cerca de 5 minutos quando natildeo haacute testes de frenagem) entatildeo

pode haver consequecircncias relativas agrave PAIR com prejuiacutezos agrave sauacutede auditiva

Portanto entendo que eacute necessaacuterio que esses estudantes tenham clareza do risco a

que estatildeo expostos ao estudar no CEPMAT e criar sequencias didaacuteticas para o

ensino de Fiacutesica por meio de situaccedilotildees problemaacuteticas pode contribuir de forma que

os mesmos transitem entre o ensino e a sauacutede aplicando em seu cotidiano

conscientemente

Na investigaccedilatildeo feita por Gasperin (2006) com estudantes de duas escolas

proacuteximas a uma linha feacuterrea a autora verificou que os trens oferecem riscos quando

162

os estudantes vatildeo ou voltam das escolas no entanto quanto aos ruiacutedos emitidos os

dados mostraram que esse aspecto natildeo se apresentou relevante pois a maioria dos

estudantes nega ou natildeo percebe a interferecircncia do barulho do trem nas atividades

escolares e ainda considera que o ruiacutedo do trem natildeo eacute prejudicial agrave sauacutede nem tatildeo

pouco que eacute um problema para a comunidade uma vez que eacute um produto da

historia cultural da comunidade ou seja que influenciou e influencia a vida da

comunidade lindeira a via feacuterrea

Gasperin (2006) afirma que por estarem culturamente inseridos em um

ambiente ruidoso os estudantes construiacuteram uma imagem ldquoalegrerdquo dos incocircmodos

causados pelos trens Eles estabeleceram uma relaccedilatildeo utilitaacuteria com a via feacuterrea

pois ela movimenta a economia e eacute responsaacutevel pela sobrevivecircncia Isso mostra o

niacutevel de incorporaccedilatildeo cultural do trem naquela comunidade Isto eacute os viacutenculos

estabelecidos com a presenccedila dos trens refletem a alienaccedilatildeo ou distanciamento do

fator de risco ambiental no que se refere a poluiccedilatildeo sonora e suas sequelas agrave sauacutede

O estudo de Gasperin (2006) mostrou que a companhia realiza atividades

para transformar os aspectos negativos da poluiccedilatildeo sonora oferecendo passeios de

trem para a comunidade manipulando a percepccedilatildeo da comunidade e sua interaccedilatildeo

com a via feacuterrea

Com relaccedilatildeo ao CEPMAT os resultados do teste de ldquoautoidentificaccedilatildeordquo

mostraram que os estudantes nem sempre percebem o ruiacutedo do entorno como um

incocircmodo e o ambiente escolar mais afetado pelos ruiacutedos do entorno a biblioteca eacute

considerada pela maioria como um ambiente acusticamente adequado para as

atividades escolares o que me permite concluir que natildeo houve um distanciamento

dos meus resultados com os de Gasperin (2006)

Os estudantes tiveram ainda dificuldades para relacionar o ruiacutedo do traacutefego

(especialmente dos trens) com algum fator de estresse que eventualmente

apresentavam (tais como diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo dificuldades de

aprendizagem e esgotamento)

Natildeo perceberam o ruiacutedo das composiccedilotildees como responsaacutevel por trazer

zumbidos aos ouvidos o que mostra que culturalmente os estudantes jaacute estatildeo

inseridos em ambientes ruidosos em casa nas ruas ou na escola

Ou seja o incocircmodo causado pelo ruiacutedo eacute culturalmente construiacutedo (HALL

2007) de acordo com o modo de vida e os grupos sociais mas uma das questotildees

mais importantes em termos educacionais refere-se aos estudantes natildeo saberem se

163

haacute (ou natildeo haacute) algo a se feito quanto agrave poluiccedilatildeo sonora do entorno do CEPMAT isso

mostra que ainda haacute muito trabalho a ser realizado no coleacutegio tanto no que se refere

ao ensino de Fiacutesica como em qualquer outra disciplina sobre esta temaacutetica pois a

conscientizaccedilatildeo eacute fator primordial para accedilatildeo

712 O uso do Aparelho Celular

Na revisatildeo da produccedilatildeo acadecircmica em eventos cientiacuteficos encontrei seis

trabalhos em duas ediccedilotildees do TICEDUCA que indicaram que os Aparelhos

Celulares impactaram a aprendizagem dos estudantes influenciaram na motivaccedilatildeo

e no envolvimento dos estudantes em relaccedilatildeo agraves atividades e na mudanccedila de

opiniatildeo sobre a escola e os estudos No entanto natildeo encontrei nenhum trabalho que

se referia agrave poluiccedilatildeo sonora ou ateacute mesmo alguma referecircncia agrave problemaacutetica de

ouvir muacutesica durante as aulas ou a exposiccedilatildeo a ruiacutedos intensos

Uma dissertaccedilatildeo referente a temaacutetica de usoposse do Celular foi encontrada

na aacuterea de administraccedilatildeo Nesta Luiz (2008) analisa o comportamento de consumo

dos adolescentes que vivem em constante busca de pertencimento a um grupo de

referecircncia O autor sugere que Aparelho Celular eacute determinante para o processo de

identificaccedilatildeo do adolescente com seu grupo e por sua vez o grupo os influencia a

desejar os Aparelhos Celulares e essa via de matildeo dupla resulta os leva a aquisiccedilatildeo

sem medida de esforccedilos

As conclusotildees do estudo de Luiz (2008) referentes a posse do Celular e ao

pertencimento ao grupo natildeo distam dos meus dados obtidos no questionaacuterio Outra

aproximaccedilatildeo entre os dados de Luiz (2008) e os meus refere-se ao uso do Aparelho

Celular para ouvir muacutesica ou seja a funccedilatildeo ldquomuacutesicardquo passou a ser um veiacuteculo

comum de facilitaccedilatildeo da interaccedilatildeo entre os estudantes e da relaccedilatildeo de

pertencimento junto a cada grupo pesquisado

Em resumo este estudo e o de Luiz (2008) tecircm similaridades tanto no que se

refere a ldquoposserdquo do equipamento quanto ao uso da funccedilatildeo ldquomuacutesicardquo pois ambos

possibilitam a interaccedilatildeo e o sentimento de pertencimento ao grupo

164

As anaacutelises do questionaacuterio aplicado sobre os usos que os estudantes fazem

do Aparelho Celular evidenciaram que a maioria natildeo faz uso didaacutetico desse

equipamento e quando isso acontece o uso fica restrito a poucas disciplinas por

exemplo na Matemaacutetica usa-se a funccedilatildeo calculadora

Ainda de acordo com o questionaacuterio quase a totalidade das respostas (98)

revelou que os estudantes tecircm consciecircncia da proibiccedilatildeo que consta no regimento

escolar referente ao uso de Celulares para fins natildeo didaacuteticos embora admitissem

afrontar deliberadamente a norma estabelecida pelo coleacutegio pois (48) confessou

que usa o Aparelho Celular para ouvir muacutesica e se comunicar por meio de

mensagens corroborando que esta tecnologia de faacutecil acesso estaacute amplamente

inserida no ambiente escolar Isso corrobora o que foi apontado por Hall (2011) que

as pessoas produzem reproduzem e modificam a sociedade em que vivem e a

relaccedilatildeo que tem com os meios de comunicaccedilatildeo de faacutecil acesso No caso do

CEPMAT o regimento de 2010 propotildee uma norma anacrocircnica em relaccedilatildeo ao uso do

Aparelho Celular e os estudantes por sua vez burlam a norma buscando

reconfiguraccedilotildees para o uso que eacute natildeo didaacutetico Uma das possibilidades que se

vislumbra a partir disso eacute propiciar a formaccedilatildeo de professores para usos didaacuteticos

dessa tecnologia inserindo-a no contexto escolar Isso configura o que foi percebido

por Hall (2011) no que se refere agraves velhas identidades que por tanto tempo

estabilizaram o mundo social e agora estatildeo em decliacutenio fazendo surgir novas

identidades que fragmentaram o indiviacuteduo da modernidade

No que tange aacute poluiccedilatildeo sonora a que o estudante estaacute submetido ao ouvir

muacutesica nos fones auriculares conectados aos Aparelhos Celulares os resultados

apontaram que a maioria (85) tem informaccedilatildeo de que uma exposiccedilatildeo diaacuteria a

ruiacutedos intensos pode ser prejudicial agrave sauacutede auditiva mas isso natildeo foi suficiente

para modificar a accedilatildeo do estudante Por outro lado um grupo menor (15)

respondeu que tecircm conhecimento dos malefiacutecios causados pelo excesso de ruiacutedo

oriundo do Celular agrave sauacutede auditiva e isso os fez reduzir a quantidade de tempo de

exposiccedilatildeo Embora esse resultado seja pequeno jaacute eacute possiacutevel identificar alguns

estudantes que conseguiram unir a informaccedilatildeo agrave accedilatildeo transformando-a em

conscientizaccedilatildeo No entanto 85 ainda precisa extrapolar o niacutevel da informaccedilatildeo e

isso pode ocorrer por meio da educaccedilatildeo especialmente o Ensino de Fiacutesica

(Acuacutestica Ondas Sonoras) que se relacionado agraves questotildees de sauacutede teraacute um papel

165

fundamental para auxiliar os estudantes a galgarem este salto qualitativo de simples

informaccedilatildeo para conscientizaccedilatildeo

Nas afericcedilotildees realizadas foi possiacutevel observar que (534) dos estudantes

ouvem muacutesica em intensidade 88 dB(A) o que significa que o tempo de exposiccedilatildeo

ao ruiacutedo para este grupo natildeo pode ser superior a 5 horas diaacuterias No entanto

(9466) dos pesquisados ouve muacutesicas em intensidade acima de 92 dB(A) cujo

tempo limite de exposiccedilatildeo eacute de 3 horas por dia O questionaacuterio discutido no capiacutetulo

IV desta dissertaccedilatildeo mostra que os estudantes ouvem muacutesica com os fones

auriculares conectados ao Celular em meacutedia quatro horas diaacuterias Isso significa que

aproximadamente 95 dos estudantes pesquisados ouvem muacutesica em volume

meacutedio de 1047 dB(A) e podem estar colocando em risco a sauacutede auditiva com

possibilidade de perda irreversiacutevel da audiccedilatildeo

Os resultados do teste de ldquoautoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo

mostraram que ouvir muacutesica no Celular em volume acima da meacutedia e natildeo perceber

sintomas de estresse de natureza fiacutesica (perda de energia e zumbido na audiccedilatildeo)

faz parte do cotidiano dos estudantes assim eacute possiacutevel inferir que os mesmos estatildeo

culturalmente inseridos em ambientes ruidosos e para corroborar esta ideia o teste

mostrou que um nuacutemero consideraacutevel (5250) de estudantes declarou que se

concentra melhor quando ouve muacutesicas durante as tarefas escolares

713 Poluiccedilatildeo Sonora Gerada pelos Fones auriculares e Autoidentificaccedilatildeo de

Alguns Sintomas de Estresse

Natildeo foram identificados estudos sobre a poluiccedilatildeo sonora relativa ao Aparelho

Celular nos eventos pesquisados e nas dissertaccedilotildees e teses do Banco da CAPES

com as palavras-chave Som Ruiacutedo Poluiccedilatildeo sonora Poluiccedilatildeo sonora no Ambiente

Escolar Assim ficou evidente que embora esta tecnologia de faacutecil acesso jaacute esteja

inserida na escola conforme os dados obtidos a partir do questionaacuterio nenhum

trabalho relacionou Aparelho Celular a poluiccedilatildeo sonora

Para aleacutem da anaacutelise realizada nos eventos e nas teses Muchnik et al (2011)

alertou que o uso de fones auriculares vem se tornando um comportamento cada

166

vez mais comum entre os jovens o que pode aumentar os riscos de problemas

auditivos

No questionaacuterio havia apenas um item sobre a exposiccedilatildeo ao ruiacutedo

investigando se o estudante tinha ciecircncia de que ouvir muacutesica no Celular prejudica a

audiccedilatildeo Este item foi descrito anteriormente (item 812) Conforme jaacute mencionado

os resultados revelaram a maioria dos estudantes ouviu dizer que os fones

auriculares conectados aos Aparelhos Celulares podem ser prejudiciais agrave sauacutede

auditiva se o volume estiver alto O questionaacuterio revelou ainda que o tempo meacutedio

que os estudantes ouvem muacutesica usando fones auriculares conectados ao Aparelho

Celular eacute de 4 horasdia Aleacutem disso a meacutedia da intensidade de ruiacutedo (em decibeacuteis)

das afericcedilotildees de intensidade de ruiacutedo foi de 1032 dB(A) nesses niacuteveis o tempo de

exposiccedilatildeo maacutexima contiacutenua eacute de aproximadamente 40 minutos por dia (conforme

BRASIL 2006) Estas condiccedilotildees podem acarretar surdez precoce nos estudantes

O teste de ldquoautoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo indicou que boa

parte dos estudantes (3250) natildeo estaacute disposta a deixar de utilizar o Celular para

ouvir muacutesica o que me permite inferir que em alguns momentos esta tecnologia

pode estar sendo utilizada como ldquovaacutelvula de escaperdquo para os ruiacutedos externos Neste

sentido um Ensino de Fiacutesica problematizador pode a partir de experimentos

simples contribuir para fazer conhecer entre os estudantes professores e

comunidade escolar os efeitos da exposiccedilatildeo destes ruiacutedos em peliacuteculas que

simulariam o efeito do som no tiacutempano humano Um estudo de intervenccedilatildeo

multidisciplinar poderia tambeacutem analisar o Protocolo de Complexidade Diferenciada

5 (BRASIL 2006) que aborda questotildees relacionadas com a sauacutede auditiva e os

efeitos da exposiccedilatildeo ao ruiacutedo na sauacutede e com isso discutir e reavaliar haacutebitos

relativos ao uso de fones auriculares possibilitando um trabalho de prevenccedilatildeo agrave

sauacutede auditiva

Em relaccedilatildeo aos sintomas de estresse os estudantes de forma geral (67)

natildeo perceberam a existecircncia de poluiccedilatildeo sonora oriunda dos fones auriculares

conectados ao Aparelho Celular mesmo sabendo dos problemas auditivos que o

fone auricular ligado ao Aparelho Celular para escutar muacutesicas em volume alto pode

causar

Alguns sintomas de estresse como zumbidos ou dores na orelha interna

perdas de energia dificuldades para relaxar natildeo foram percebidos pelos estudantes

apoacutes escutar muacutesicas em volume alto Os estudantes consideraram que a

167

quantidade de ruiacutedo a que satildeo expostos fora da escola e quando ouvem muacutesica no

Celular natildeo eacute maior do que aquela que eles podem suportar pelo contraacuterio eles tecircm

prazer de escutar muacutesica no volume acima dos limites natildeo prejudiciais pois as

muacutesicas satildeo selecionadas por eles desta forma natildeo satildeo consideradas ldquoruiacutedosrdquo De

acordo com as anaacutelises dos resultados posso inferir que os estudantes natildeo

percebem que colocam sua sauacutede auditiva em risco devido que as muacutesicas que

ouvem nos fones auriculares conectados ao Aparelho Celular satildeo sons agradaacuteveis

natildeo importando seu volume por outro lado os ruiacutedos emitidos pelos meios de

transportes sejam automoacuteveis caminhatildeo ocircnibus ou ateacute mesmo trens tornam-se

sons desagradaacuteveis ou seja ruiacutedos Hall (2007) explica que a accedilatildeo social eacute

significativa tanto para aqueles que a praticam quanto para os que a observam natildeo

em si mesma mas em razatildeo dos muitos e variados sistemas de significado que os

seres humanos utilizam para definir o que significam as coisas e para codificar

organizar e regular sua conduta uns em relaccedilatildeo aos outros No caso deste estudo a

accedilatildeo social eacute natildeo perceber os efeitos danosos que os sons considerados

ldquoagradaacuteveisrdquo causam a sauacutede auditiva o que seria diferente se com o mesmo

volume os estudantes percebessem sons considerados por eles como

ldquodesagradaacuteveisrdquo

Por outro lado uma porcentagem menor de estudantes percebe pelo menos

um dos sintomas de estresse tais como zumbidos perda de concentraccedilatildeo energia

ficam desanimados dificuldades para relaxar cansaccedilo e sobrecarga nas atividades

rotineiras como as atividades escolares tanto quando ouve muacutesica no Celular

quanto dos ruiacutedos oriundos dos meios de transportes Mesmo que essa pequena

porcentagem de estudantes natildeo se importe se pode haver algum prejuiacutezo agrave audiccedilatildeo

por exposiccedilatildeo aos niacuteveis de ruiacutedos intensos e ainda que essa porcentagem natildeo

pareccedila significativa a postura em relaccedilatildeo agrave sauacutede auditiva precisa ser mais bem

investigada

Esses resultados indicam aspectos que precisam ser melhor avaliados entre

eles

a) o planejamento das atividades

b) as condiccedilotildees de trabalho em sala de aula

c) a anaacutelise dos interesses dos estudantes em relaccedilatildeo agraves temaacuteticas

apresentadas

168

Esses e outros toacutepicos podem ser mais bem estudados para aprofundar

novos aspectos que se vislumbram a partir desta dissertaccedilatildeo Isso me leva a

recomendar que outras investigaccedilotildees sobre os efeitos da poluiccedilatildeo sonora na sauacutede

dos estudantes devem ser profundamente avaliados em estudos subsequentes a

este

Finalmente para Hall (2007) a ideia de cultura modo de vida formas de

pensar sentir a atuar satildeo assimiladas pelo grupo satildeo accedilotildees de comportamento

que podem ser estabelecidas no contexto a que esses humanos estatildeo inseridos

associando-os e constituindo-os nos diversos aspectos da vida social De uma

mesma forma compreender os significados da presenccedila e uso do Aparelho Celular

na escola eacute compreender essa nova linguagem esse objeto de desejo que opera no

sistema representacional da nossa cultura que constroacutei significados modifica o

sentimento de pertencimento dos estudantes ao grupo modelam praacuteticas de

conduta e ideias Falta no entanto compreender a problemaacutetica da poluiccedilatildeo sonora

em outros contextos por exemplo o da sauacutede auditiva humana pois neste os

impactos negativos para os estudantes satildeo muito seacuterios No entanto se esses

estudantes construiacuterem conhecimentos em Educaccedilatildeo Ambiental na Fiacutesica e na

Sauacutede poderatildeo fazer aproximaccedilotildees entre o cotidiano deles e o conhecimento

cientiacutefico e ainda se tiverem conhecimento e fizerem valer o cumprimento da

Legislaccedilatildeo Municipal entatildeo teratildeo ferramentas para estabelecer relaccedilotildees que

poderatildeo contribuir para mitigaccedilatildeo dos problemas

72 ALGUMAS POSSIBILIDADES

A partir da anaacutelise anterior realizada no formato de matriz emergem agumas

possibilidades Neste subitem levanto possibilidades de estudos que podem ampliar

as perspectivas desta dissertaccedilatildeo e foram percebidos a partir dos resultados da

Revisatildeo de Literatura do Questionaacuterio das Afericcedilotildees realizadas e do Teste de

ldquoAutoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas de Estresserdquo

As afericcedilotildees de niacuteveis de ruiacutedo oriundas do entorno do CEPMAT expuseram

valores acima do permitido pela Legislaccedilatildeo especificamente aquela relativa aos

169

limites de ruiacutedo estabelecidos para aacutereas escolares Sabendo a partir da revisatildeo de

literatura que a poluiccedilatildeo sonora eacute um tema pouco explorado e que no questionaacuterio

foi apontado que os alunos jaacute ouviram falar que o ruiacutedo intenso pode fazer mal a

audiccedilatildeo Entendo que uma pesquisa qualitativa do tipo pesquisa-accedilatildeo aplicada em

sala de aula a partir de um enfoque multidisciplinar tendo como eixo central a

Educaccedilatildeo Ambiental poderia abordar accedilotildees de prevenccedilatildeo a ruiacutedos intensos

oriundos dos meios de transporte

Por outro lado no que se refere a ouvir muacutesica com volume alto nos fones

auriculares conectados ao Aparelho Celular os resultados do teste referentes a

percepccedilatildeo dos estudantes indicaram que natildeo haacute grandes preocupaccedilotildees sobre os

efeitos nocivos desses sons intensos na sauacutede auditiva Para reverter este quadro

uma pesquisa aplicada do tipo pesquisa-accedilatildeo que aborde o conteuacutedo de acuacutestica

em seu subitem ldquoOndas Sonorasrdquo pode trazer enormes contribuiccedilotildees na construccedilatildeo

de sequecircncias didaacuteticas e experimentos simples de forma que os estudantes

percebam os efeitos os benefiacutecios e os malefiacutecios que estas ondas sonoras causam

no organismo Assim pode haver aproximaccedilatildeo do ensino de fiacutesica com a sauacutede

Outra consideraccedilatildeo refere-se ao uso natildeo didaacutetico do Aparelho Celular no

ambiente escolar Os dados do questionaacuterio mostraram que haacute necessidade de

ampliaccedilatildeo de pesquisas com enfoque metodoloacutegico porque o Celular natildeo eacute utilizado

como ferramenta de aprendizagem na sala de aula Beringuy (2011) salientou as

vantagens do acesso ao Celular por pessoas de baixo poder aquisitivo isso pode-se

estender tambeacutem para a adoccedilatildeo do Aparelho Celular como ferramenta de apoio na

aprendizagem A revisatildeo de literatura apontou metodologias como as de m-learning

ou mobile learning que exigem uma participaccedilatildeo do professor no sentido de

orientar para o uso didaacutetico Assim pesquisas que apliquem estas novas

metodologias satildeo extremamente necessaacuterias

170

73 SUGESTOtildeES DE ACcedilOtildeES MITIGATOacuteRIAS DA POLUICcedilAtildeO SONORA PARA O

ENTORNO E O INTERIOR DO CEPMAT

Neste item aponto algumas medidas preventivas e mitigatoacuterias em relaccedilatildeo

aos ruiacutedos do entorno do CEPMAT que podem ser tomadas por diferentes oacutergatildeos

administrativos Secretaria Municipal de Sauacutede e a Comunidade Escolar do CEPMAT

e pela empresa que tem a concessatildeo da Ferrovia (ALL) que passa em frente ao

Coleacutegio e tambeacutem relativas a poluiccedilatildeo sonora oriunda dos fones auriculares

conectados ao Aparelho Celular para ouvir muacutesica pelos estudantes

a) Em funccedilatildeo das afericcedilotildees e do laudo teacutecnico que aponta niacuteveis de ruiacutedo

de ateacute 100 dB(A) uma sugestatildeo eacute a instalaccedilatildeo de anteparos acuacutesticos

junto agrave linha feacuterrea para minimizar o impacto dos ruiacutedos do trem na

frete do Coleacutegio

b) Uma possibilidade complementar (e natildeo alternativa) a que foi

mencionada acima eacute a ALL em parceira com a Prefeitura Municipal de

Curitiba efetuarem o plantio de aacutervores nativas ao longo da lateral da

linha feacuterrea especialmente na frente do Coleacutegio para constituir mais

uma barreira fiacutesica agraves ondas sonoras geradas na passagem da

composiccedilatildeo feacuterrea

c) De acordo com o que foi proposto pelo Programa de Mitigaccedilatildeo de

Ruiacutedos (ALL 2010) a empresa deve constituir uma equipe

PERMANENTE de Educaccedilatildeo Ambiental assegurando para realizar um

trabalho continuo de conscientizaccedilatildeo dos estudantes do CEPMAT e do

entorno no que se refere aos periacuteodos maacuteximos de exposiccedilatildeo a ruiacutedos

de forma geral assim como de seguranccedila dos pedestres para a

travessia da linha feacuterrea

d) A Empresa ALL a Secretaria Estadual de Educaccedilaotilde do Paranaacute em

parceria com a Secretaria Municipal de Sauacutede tecircm a responsabilidade

de fazer avaliaccedilotildees audiomeacutetricas fundamentais para a prevenccedilatildeo a

PAIR tanto nos estudantes quanto nos professores e funcionaacuterios do

CEPMAT que estatildeo constantemente expostos aos ruiacutedos intensos

171

A Secretaria Municipal de Sauacutede e o CEPMAT podem trabalhar em parceria

para

a) Desenvolver um trabalho de conscientizaccedilatildeo e prevenccedilatildeo relativos agrave

sauacutede auditiva por exposiccedilatildeo aos ruiacutedos oriundos dos fones

auriculares conectados aos Aparelhos Celulares para ouvir muacutesica em

volume acima do limite estabelecido pelo protocolo de Complexidade

Diferenciada 5 (BRASIL 2006) que pode ser baseado no programa

desenvolvido pela Sociedade Brasileira de Otologia (SBO 2012)

172

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ABNT Anexo I da Norma Regulamentadora 15 para Atividades e Operaccedilotildees Insalubres Limites de Toleracircncia para Ruiacutedo Contiacutenuo ou Intermitente

Ministeacuterio do Trabalho e Emprego Brasiacutelia 1978 Disponiacutevel em lt httpportalmtegovbrdatafilesFF8080812DF396CA012E0017BB3208E8NR-1520(atualizada_2011)pdf gt Acesso em 17062013

ABNT NBR 10151 Acuacutestica - Avaliaccedilatildeo do ruiacutedo em aacutereas habitadas visando o conforto da comunidade - Procedimento Rio de Janeiro ABNT 1987 Disponiacutevel lthttpwwwsemacecegovbrwpcontentuploads201201AvaliaC3A7C3A3o+do+RuC3ADdo+em+C381reas+Habitadaspdfgt Acesso em 19012014

ABNT NBR 10152 Niacuteveis de Ruiacutedo para conforto Acuacutestico Rio de janeiro

1987a Disponiacutevel em lthttpbdcamaragovbrbdbitstreamhandlebdcamara8989poluicao_sonora_brasileiropdfsequence=4gt Acesso em 19012014

ABNT NBR 13369 ndash Caacutelculo Simplificado do Niacutevel de Ruiacutedo Equivalente Contiacutenuo (Leq) Rio de Janeiro ABNT 1995 Disponiacutevel em lt http httpptscribdcomdoc167322593NBR-13369-1995-Calculo-Simplificado-do-Nivel-de-Ruido-Equivalente-Continuo-Leq gt Acesso em 05052014

AIKENHEAD G S RYAN A G (1989) The development of a multiple-choice instrument for monitoring views on science-technology-society topics Ottawa Social Sciences and Humanities Research Council of Canada In AIKENHEAD G S e RYAN A G The Development of a New Instrument ldquoViews on Science-Technology-Societyrdquo (VOSTS) In Science Education 76(5) 477-491 1992

AIKENHEAD G S e RYAN A G The Development of a New Instrument ldquoViews on Science-Technology-Societyrdquo (VOSTS) In Science Education 76(5) 477-491 1992

ALL America Latina Logiacutestica Capitulo 12 Investigaccedilatildeo de Ruiacutedos Rio Grande do Sul - RS Editora ALL 2010 Disponiacutevel em lt httplicenciamentoibamagovbrFerroviasALL2020Malha20Ferroviaria20Sul2020Trechos20Rio20Branco20do20Sul2020Curitiba20e20Curitiba2020Paranagua122020InvestigaE7E3o20de20RuEDdos1220-20InvestigaE7E3o20de20RuEDdospdf gt Acesso em 02072013

ALVES J Tecnologia Celular Uma Convergecircncia de Miacutedias para a Aproximaccedilatildeo de Puacuteblicos Atas do Intercom ndash Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicaccedilatildeo XXX Congresso Brasileiro de Ciecircncias da Comunicaccedilatildeo 2908 a 02092007 Santos Editora Intercom 2007 Disponiacutevel em lt httpwwwportal-rpcombrbibliotecavirtualcomunicacaovirtual0317pdfgt Acesso em 17052013

AMERICAN COLLEGE OF OCCUPATIONAL AND ENVIRONMENTAL MEDICINE ACOEME EVIDENCE BASED STATEMENT Noise induced hearing loss J Occup Environ Med [S l] v45 n 6 jun 2003 In Brasil Protocolo de Complexidade Diferenciada 5 Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento

de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegias 2006 Disponiacutevel em lt

173

httpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesprotocolo_perda_auditivapdfgt Acesso em 19012014

American Friends of Tel Aviv University (2011 Deccember 29) Usando leitores de MP3 em volume alto coloca adolescentes em situaccedilatildeo de risco para a perda auditiva precoce dizem pesquisadores ScienceDaily Disponiacutevel em

httpwwwsciencedailycomreleases201112111228134852htm Acesso em 10012014

AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION (APA) Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders-Fourth Edition Text Revision Washington DC APA

2000 (Traduccedilatildeo no Brasil Artmed 2003)

ARCO-VERDE Y F S Caderno de Apoio para Elaboraccedilatildeo do Regimento Escolar Curitiba PR SEEDPR 2007 Disponiacutevel em lthttpwwwmrherondominguesseedprgovbrredeescolaescolas27147014arquivosFileOrgao20Tecnico20PedagogicoREGIMENTO_ESCOLAR_08_04[1]pdfgt Acesso em 19052013

ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE PESQUISA E ENSINO DE CIEcircNCIAS (ABRAPEC) Relatoacuterio de Atividades Satildeo Paulo 1997 Disponiacutevel em

lthttwwwnutesufrjbrabrapecgt acessado em 14082012

BASTOS W P MATTOS C A Fiacutesica para uma Discriminaccedilatildeo Auditiva

Dissertaccedilatildeo de Mestrado ndash USP 2007 Disponiacutevel em lt httpportalifuspbrcpgipt-brdissertaC3A7C3B5es-de-mestrado-2007-2013gt Acesso em 01122013

BASTOS P W MATTOS C R F Fiacutesica para uma sauacutede auditiva Atas do VI ENPEC Encontro Nacional de Pesquisa em Educaccedilatildeo em Ciecircncias

Florianoacutepolis ndash Santa Catarina ABRAPEC 2007a Disponiacutevel em lthttwwwnutesufrjbrabrapecgt Acesso em 06 de junho de 2012

BASTOS P W MATTOS C R Educaccedilatildeo para uma discriminaccedilatildeo Auditiva Atas do VI ENPEC Encontro Nacional de Pesquisa em Educaccedilatildeo em Ciecircncias

Florianoacutepolis ndash Santa Catarina ABRAPEC 2007b Disponiacutevel em lt httwwwnutesufwrjbrabrapecgt Acesso em 06 de junho de 2012

BASTOS P W MATTOS C R Fiacutesica e poluiccedilatildeo Sonora Uma proposta de dinacircmica do perfil conceitual Atas do XI EPEF Encontro de Pesquisa e Ensino de Fiacutesica Curitiba ndash Paranaacute 2008 Disponiacutevel em lt httpwwwcienciamaouspbrdadosepef_fisicaepoluicaosonoraumatrabalhopdfgt Acesso em 06 de junho de 2012

BAUMAN Z Entrevista Fronteiras do Pensamento Londres Cafeacute Filosoacutefico CPFL Viacutedeo 29 min e 41 s 2011 Disponiacutevel em lthttpvimeocom27702137gt Acesso em 0972014

BAUMAN Z Modernidade Liacutequida Rio de Janeiro Jorge Zahar 2008 Disponiacutevel em ltDownloadsModernidade+Liquida+-+Zygmunt+Bauman20(1)pdf gt Acesso em 28022014

BERINGUY A PNAD De 2005 para 2011 numero de internautas cresce 1438 e o de pessoas com celular 1072 Brasiacutelia IBGE 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaoacessoainternet2011defaultshtmgt Acesso em 17052013

174

BRASIL Decreto Federal No 81621 Aprova o Quadro Geral de Unidades de

medida em substituiccedilatildeo ao Anexo do Decreto n 68288 de 12 de setembro de 1978 Brasiacutelia SINMETRO Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio Exterior 03051978 Disponiacutevel em lt httpwwwplanaltogovbrccivil_03decreto1970-1979anexoand81621-78pdfgt Acesso em 15012014

BRASIL Perda auditiva induzida por ruiacutedo Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas (Pair)Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas ndash Brasiacutelia Editora do Ministeacuterio da Sauacutede 2006 Disponiacutevel em httpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesprotocolo_perda_auditivapdf Acesso em 19012014

CAPES Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior Banco de Teses e Dissertaccedilotildees Brasilia 2006 Disponiacutevel em lt httpbancodetesescapesgovbr gt Acesso em 12072012

CELANI A C BEVILAacuteCQUA M C RAMOS C R Ruiacutedo em escolas Fono Rev Atual Cient [S I] v 6 n 2 p 1-4 1994 In Protocolo de Complexidade Diferenciada 5 Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede - Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas

Estrateacutegicas 2006 Disponiacutevel em lt httpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesprotocolo_perda_auditivapdf Acesso em 22022014

Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva Perda Auditiva Induzida pelo Ruiacutedo Relacionado ao Trabalho Boletim nordm 1 14novembro1999 Disponiacutevel em ltDownloads1267411525dd9e8b2320(1)pdfgt Acesso em 14022014

CONAMA Norma Regulamentadora 15 Lei Nordm 9605 de 12 de fevereiro de 1998 Ministeacuterio do Meio Ambiente 1998 Dispotildee sobre as Sanccedilotildees Penais e Administrativas Derivas de Condutas e Atividades Lesivas ao Meio Ambiente Disponiacutevel em lt httpwwwplanaltogovbrccivil_03leisl9605htmgt Acesso em 28022014

CONAMA Resoluccedilatildeo Nordm 12008 Controle da Poluiccedilatildeo Sonora Disponiacutevel em lt httpwwwmmagovbrportconamalegislacaoCONAMA_RES_CONS_1990_001pdf gt Acesso em 13122014

CONTI F Definiccedilotildees de Calculo com Multivariaacuteveis Laboratoacuterio de Informaacutetica -

ICB ndash UFPA 2013gt Disponiacutevel em lthttpwwwculturaufpabrdicasgt Acesso em 28052013

COSTA C N P Anaacutelise do Teste ldquoAutoidentificaccedilatildeo de alguns Sintomas de Estresserdquo Curitiba PR Material natildeo publicado 2013

COSTA F A I Encontro Internacional TIC e Educaccedilatildeo Inovaccedilatildeo Curricular com TIC Atas do I CONGRESSO INTERNACIONAL TICEDUCA Lisboa ndash Portugal

Editora Universidade de Lisboa 2010 Disponiacutevel em lt httpticeduca2010ieulptgt Acesso em 09 de dezembro de 2012

COSTA J F GIOPPO C CAMARGO S O celular e o ensino de ondas na escola uma proposta preliminar Atas do II TICEDUCA 2012 Lisboa ndash Portugal Editora

Universidade de Lisboa 2012 Disponiacutevel em lt

175

httpconfticeducaieulptmodulesrequestphpmodule=oc_programampaction=summaryphpampid=369gt Acesso em 19112013

COSTA J F CAMARGO S GIOPPO C Uso do Aparelho Celular por Estudantes do Ensino Meacutedio para ouvir muacutesica um prazer perigoso Atas do IX ENPEC Editora da ABRAPEC Aacuteguas de Lindoacuteia SP 2013 Disponiacutevel em lt httpwwwnutesufrjbrabrapecixenpecatasresumosR1336-1pdf gt Acesso em 19112013

CURITIBA Lei Ordinaacuteria Municipal Nordm 10625 Dispotildee sobre ruiacutedos urbanos proteccedilatildeo do bem estar e do sossego puacuteblico Curitiba 2002 Disponiacutevel em lt

httpswwwleismunicipaiscombraprccuritibalei-ordinaria2002106210625lei-ordinaria-n-10625-2002-dispoe-sobre- ruidos-urbanos-protecao-do-bem-estar-e-do-sossego-publico-revoga-as-leis-n-s-8583-de-02-de-janeiro-de-1995-8726-de-19-de-outubro-de-1995-8986-de- 13 - de-dezembro-de-1996-e-9142-de-18-de-setembro-de-1997-e-da-outras-providenciashtmlgt Acesso em 08012014

DrsquoAMORIN F Dependecircncia ou Vicio Informaacutetica amp Sociedade 2012 Disponiacutevel

em lt httpwwwcinufpebr~if679textosDependenciaViciohtml gt Acesso em 27052013

DEL RIO V Cidade da Mente Cidade Real Percepccedilatildeo Ambiental e Revitalizaccedilatildeo na Aacuterea Portuaacuteria do Rio de Janeiro p 3-22 In OLIVEIRA L DEL RIO V (org) Percepccedilatildeo Ambiental A Experiecircncia Brasileira Satildeo Carlos Editora da UFSCAR 1996 265p Disponiacutevel em lt httpumdbergpbworkscomwfilefetch38495880vosts_developmentpdfgt Acesso em 27022014

ENIZ A O GARAVELLI S Poluiccedilatildeo sonora em escolas do Distrito Federal Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Educaccedilatildeo da Universidade Catoacutelica de Brasiacutelia Brasiacutelia 2004 Disponiacutevel em lt httpwwwbdtducbbrtedetde_arquivos6TDE-2004-09-17T134958Z-122PublicoDissertacaoalexandrepdfgt Acesso em 13092012

ENNES E G Poluiccedilatildeo Sonora p 339-356 Recursos Naturais Meio Ambiente e Poluiccedilatildeo Vol 2 Rio de Janeiro SUPREN 1977 In SCARATE A Diagnoacutestico Qualitativo da Poluiccedilatildeo Sonora Urbana Estudo de Fundamentos Teoacuterico-Metodoloacutegicos Atas do II Simpoacutesio de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia Urbana Maringaacute PR SIMPGEU 2009 Disponiacutevel em lt httpandrescaratefileswordpresscom20091070pdfgt Acesso em 28012014

FERNANDES J C Um coleacutegio chamado Maria Gazeta do Povo Caderno vida e

cidadania 17062012 Disponiacutevel em lt httpwwwgazetadopovocombrvidaecidadaniaconteudophtmlid=1265986T-Nh39Oplpcbloggergt Acesso em 13022013

FERNANDES R S SOUZA V J de PELISSARI V B FERNANDES S T Uso da percepccedilatildeo ambiental como instrumento de gestatildeo em aplicaccedilotildees ligadas agraves aacutereas educacional social e ambiental Curso de Engenharia de Produccedilatildeo Civil da

UNIVIX e do NEPA Satildeo Paulo 2004 Disponiacutevel em lt httpwwwredeceasesalquspbrnoticiasPercepcao_Ambientalpdfgt Acesso em 27012014

FILGUEIRAS J C HIPPERT M I S A polecircmica em torno do conceito de estresse Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo Vol19 n3 Brasiacutelia 1999 Disponiacutevel em lt

176

httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1414-98931999000300005amplng=enampnrm=isoamptlng=pt gt Acesso em 15072014

FRAENKEL J R e WALLEN N E How to design and evaluate research in Education 4ordf Ediccedilatildeo Boston McGraw Hill 2000

GASPERIN ABUCK S LOOS H A presenccedila do ruiacutedo do trem em escolas do entorno da linha feacuterrea na cidade de Curitiba-Pr Contribuiccedilatildeo para a construccedilatildeo dialeacutetica em educaccedilatildeo socioambiental Dissertaccedilatildeo de Mestrado em

Educaccedilatildeo da UFPR Curitiba UFPR 2006 Disponiacutevel em lt httpwwwppgeufprbrtesesM06_gasperinpdf gt Acesso em 13092012

HALL S A centralidade da cultura notas sobre as revoluccedilotildees culturais do nosso tempo Educaccedilatildeo amp Realidade Porto Alegre v 22 nordm2 p 15-46 juldez 1997

_____ S A Representation Cultural Representations and Signifying Practices Londres Thousand Oaks Sage The open University 2007

_____ S A Identidade cultural na Poacutes-Modernidade Rio de Janeiro DPampA 11ordf ediccedilatildeo 2011

IPDA Instituto Paulista de Deacuteficit de Atenccedilatildeo Vocecirc estaacute sofrendo com Stress Crocircnico Disponiacutevel em lt httpwwwdda-deficitdeatencaocombrmembrosteste-

stress-burnouthtmlgt Acesso em 21092013

IPPUC 1959 Regiatildeo do Cajuru ndash Paranaacute Foto aeacuterea de 1959 Curitiba fotografia

aeacuterea Escala 150000

IPPUC 2003 Geoprocessamento Curitiba 2006 Disponiacutevel em wwwippucorgbr

Acesso em 16 de janeiro de 2014

______2006 Rede Integrada de Transporte Puacuteblico de Curitiba em 2006

Disponiacutevel em ltwwwippucorgbrgt Acesso em 20022014

______2008 Planos Setoriais Relatoacuterio 2008 Curitiba IPPUC 2008 Disponiacutevel

em httpwwwconcidadesprgovbrarquivosFileDOC_IPPUC_Livro_planos_setoriaispdf Acesso em 15012014

______2008 Regiatildeo do Cajuru ndash Paranaacute Foto Aeacuterea de 2008 Curitiba fotografia

aeacuterea Escala 150000

JORDAtildeO C Um celular para cada puacuteblico Revista Digital 301109 Jornal O

Globo 2009 Disponiacutevel em lthttpturma4a20092bligoocomcontentview673937Um-celular-para-cada-publicohtmlgt Acesso em 26122012

KOTLER P Administraccedilatildeo de marketing anaacutelise planejamento implementaccedilatildeo e controle 5 ed Satildeo Paulo Atlas 1998 In MEDEIROS J F CRUZ C M L Comportamento do Consumidor Fatores que influenciam no processo de decisatildeo da compra dos consumidores Revista Teoria e Evidecircncia Econocircmica Passo Fundo v 14 Ed Especial 2006 p 175 Disponiacutevel em lt httpeadopetnetbrconteudoeadMoodle_20graduacaogestao_comercial_2013comp_consuPDFLEITURA1_aula3pdfgt Acesso em 28022014

LACERDA A B M GONCcedilALVES C G O ZOCOLI A M F DIAS C PAULA K Haacutebitos Auditivos e comportamento de adolescentes diante das atividades de lazer ruidosas In Revista CEFAC Speech Language Hearing Sciences and

177

Education Journal Mar-Abr V13 n2 322-329 2011 Disponiacutevel em lt

httpwwwscielobrpdfrcefacv13n249-10pdfgt Acesso em 13122013

LAUTERT L CHAVES E H B MOURA G MS S de O estresse na atividade gerencial do enfermeiro In Revista Panamericana de Salud Publica v6 (6) 1999 Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfrpspv6n60968gt Acesso em 28092013

LEDERMAN N G OMALLEY M Students perceptions of tentativeness in science Development use and sources of change Science Education 74(2) 225-239 1990 In AIKENHEAD G RYAN A The Development of a New Instrument ldquoViews on Science-Technology-Societyrdquo (VOSTS) College of Education University of Saskatchewan Saskatoon Saskatchewan Science Education Assessment Instruments 1992 Disponiacutevel em lt httpumdbergpbworkscomwfilefetch38495880vosts_developmentpdfgt Acesso em 27022014

LEVI F Origens Ambiente e Evoluccedilatildeo In Menezes L C de A terra gasta a questatildeo do ambiente Satildeo Paulo EDUC ndash Editora da Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica ndash PUC-SP 1990 P 17-25 Dissertaccedilatildeo de MestradoLIPP M N Como Controlar o Stress Satildeo Paulo-SP Editora Iacutecone 6ordf ed 1994

LIPP M e N (1984) Stress e suas implicaccedilotildees Estudos de Psicologia Campinas v1 n3 e 4 p 5-19 agodez In FILGUEIRAS J C HIPPERT M I S A polecircmica em torno do conceito de estresse Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo Vol19

n3 Brasiacutelia 1999 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1414-98931999000300005amplng=enampnrm=isoamptlng=pt gt Acesso em 15072014

LOBATO A PEDRO N As tecnologias moacuteveis no processo de ensino e aprendizagem da liacutengua inglesa um estudo exploratoacuterio do cenfic Atas do II CONGRESSO INTERNACIONAL TICEDUCA 2010 Lisboa ndash Portugal

Universidade de Lisboa 2012 Disponiacutevel em lt httpticeduca2010ieulptgt Acesso em 09 de dezembro de 2012

LOPES J M Barulho eacute responsaacutevel por 65 das reclamaccedilotildees agrave prefeitura Jornal Gazeta do Povo Ediccedilatildeo 02102008 Disponiacutevel em lt httpwwwgazetadopovocombrvidaecidadaniaconteudophtmlid=813587amptit=Barulho-e-responsavel-por-65-das-reclamacoes-a-prefeituragt Acesso em 08082013

LUIZ G V Consumo de Celular Significados e Influecircncias na vida cotidiana de adolescentes Dissertaccedilatildeo de Mestrado ndash Universidade Federal de Viccedilosa ndash MG

2008 Disponiacutevel em lthttpwwwtedeufvbrtedesimplificadotde_arquivos46TDE-2008-08-26T072246Z-1289Publicotexto20completopdfgt Acesso em 28052013

MBI Questionaacuterio Jbeili para Identificaccedilatildeo Preliminar da Burnout Elaborado e adaptado por Chafic Jbeili Inspirado no Maslach Burnout Inventory- MBI Disponiacutevel em lt httpwwwchaficcombrindex_arquivosQuestionE1rio20Jbeili20para20identificaE7E3o20da20burnoutpdf gt Acesso em 30092013

MELO G S Ao Som do Apito Vila Oficinas Controle e Disciplinarizaccedilatildeo do Ferroviaacuterio Curitiba (1945-1960) Monografia UTP ndash Universidade Tuiuti do Paranaacute Curitiba UTP 2008 Disponiacutevel em lt

178

httpwwwutpbrhistoriarevista_historianumero_2pdf11_giselia_melopdfgt Acesso em 03032013

MENDONCcedilA F Aspectos da Problemaacutetica Ambiental Urbana da Cidade de CuritibaPR e o mito da ldquocapital ecoloacutegicardquo Satildeo Paulo ndash USP 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwgeografiafflchuspbrpublicacoesGeouspGeousp12Geousp12_FranciscoMendoncahtmgt Acesso em 05082013

MIRANDA G L Limites e possibilidades das TIC na Educaccedilatildeo Revista de Ciecircncias da Educaccedilatildeo ndash nordm 03 ndash maioago2007 Disponiacutevel em lt

httpsisifofpceulptpdfssisifo03PT03pdfgt Acesso em 17052013

MOREIRA M D MELLO FILHO J de Psicoimunologia hoje 1992 In FILGUEIRAS J C HIPPERT M I S A polecircmica em torno do conceito de estresse Revista Psicolologia Ciecircncia e Profissatildeo V19 nordm3 Brasiacutelia 1999

Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophppid=S1414-98931999000300005ampscript=sci_arttextgt Acesso em 28022014

MOURA A CARVALHO A Enquadramento teoacuterico para a integraccedilatildeo de tecnologias moacuteveis em contexto educativo Atas do I CONGRESSO

INTERNACIONAL TICEDUCA 2010 Lisboa ndash Portugal Universidade de Lisboa 2010 Disponiacutevel em lt httpticeduca2010ieulptgt Acesso em 09 de dezembro de 2012

MUCHNIK C AMIR N KAPLAN-NEEMEN R e SHABTAI E Getting teeens to turn down the volume In TEL AVIV UNIVERSITY 2012 Annual report Re-imagining the mind Tel Aviv Tel Aviv University 2011 Disponiacutevel em lt

httpwwwtauacilbogannualreport2012pdfgt Acesso em 14122013

NARDI R Memoacuterias da Educaccedilatildeo em Ciecircncias no Brasil a pesquisa em ensino de Fiacutesica Grupo de Pesquisa e Ensino de Ciecircncias Bauru UNESP 1990 Disponiacutevel em lt httpwwwifufrgsbrpublicensinovol10n1v10_n1_a4htm gt Acesso em 16072013

NASCIMENTO D C do Percepccedilotildees de Cultura e Mudanccedila Organizacional

Dissertaccedilatildeo de Mestrado 2009 Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra Disponiacutevel em lt httpsestudogeralsibucptbitstream10316133701Tese_mestrado_Diogo_Chouzalpdf gt Acesso em 20112013

NOGUEIRA E Portal Curitiba Antiga Disponiacutevel em lthttpcuritibaantigacomcategoriaVila-Oficinashtml gt Acesso em 12122012

NOVAES M R Poluiccedilatildeo Psicossocial 383-395 In IBGE Recursos Naturais Meio Ambiente e Poluiccedilatildeo Vol 2 Rio de Janeiro SUPREN 1977 P458

NOVAIS A M GUARIN NETO G G Percepccedilatildeo Ambiental de Estudantes da Escola ldquoDr Joseacute Rodrigues Fontesrdquo Caacuteceres Mato Grosso In Revista Travessias nordm 1 UNIOESTE ndash PR 2007 Disponiacutevel em lt fileCDownloads2789-10750-1-PBpdf gt Acesso em 22022014

OrsquoMALLEY M AIKENHEAD In AIKENHEAD G RYAN A The Development of a New Instrument ldquoViews on Science-Technology-Societyrdquo (VOSTS) College of

Education University of Saskatchewan Saskatoon Saskatchewan Science Education Assessment Instruments 1992 Disponiacutevel em lt

179

httpumdbergpbworkscomwfilefetch38495880vosts_developmentpdfgt Acesso em 27022014

OLIVEIRA I B e SGARBI P Fora da Escola tambeacutem se aprende Rio de

Janeiro DPampA 2001

PAPINI J C M PINTO M L S Estresse e Trabalho Monografia 2000 UFSC

Associaccedilatildeo Catarinense de Medicina XVI ndash Curso de Especializaccedilatildeo em Medicina do Trabalho Disponiacutevel em httpsrepositorioufscbrbitstreamhandle123456789104989Estresse20e20trabalhopdfsequence=1 Acesso em 10022013

PARANAacute Conselho Estadual de Educaccedilatildeo do Paranaacute Regimento Escolar Deliberaccedilatildeo 1699 Curitiba Conselho Estadual de Educaccedilatildeo do Paranaacute 1999

Disponiacutevel em lt httpwwweducacaoprgovbrarquivosFiledeliberacoesdeliberacao161999pdf gt Acesso em 16122013

________ Decreto Estadual 259501959 In Zanoto Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico

Curitiba 2010 Disponiacutevel em lt httpwwwctamariateixeiraseedprgovbrredeescolaescolas9690630arquivosFilePPP2010apdfgt Acesso em 12072012

________ Decreto Estadual 30621977 In ZANOTO Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico Curitiba 2010 Disponiacutevel em lthttpwwwctamariateixeiraseedprgovbrredeescolaescolas9690630arquivosFilePPP2010apdfgt Acesso em 12072012

________Regimento Escolar do CEPMAT Ato nordm 340 p6 - 9 - Curitiba 2011

________ Resoluccedilatildeo 7012006 Coleacutegio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira ndash Ensino fundamental Meacutedio e Profissional Disponiacutevel em lt httpwwwceeprgovbrarquivosFilepdfPareceres202012CEBpa_ceb_109_12pdfgt Acesso em 05032013

PONDEacute L F Invenccedilatildeo do Contemporacircneo O diagnoacutestico de Zygmunt Bauman para a Poacutes-Modernidade Produccedilatildeo da CPFL Cultura Exibido em 25 de maio de

2008 Ribeiratildeo Preto Cultura (44 minutos) Disponiacutevel em lt wwwcpfculturacombr ou httpwwwyoutubecomwatchv=58MMs5j3TjA gt Acesso 05012014

RAMINHOS L FERREIRA M J CORREIA S PEREIRA M J Tecnologias moacuteveis no ensino de multimeacutedia Atas do II Congresso Internacional TICEDUCA 2012 Lisboa ndash Portugal Universidade de Lisboa 2012 Disponiacutevel em lt httpticeduca2010ieulptgt Acesso em 09 de dezembro de 2012

REIS A T L LAY M C D Avaliaccedilatildeo da Qualidade de Projetos ndash uma Abordagem Perceptiva e Cognitiva Revista Ambiente Construiacutedo Porto Alegre v 6 n 3 p

21-34 julset 2006 Disponiacutevel em lt http Downloads3710-12514-1-PB20(1)pdfgt Acesso em 27012014

RIBAS A NAZARENO E R SCHMID A L Reflexotildees sobre o ambiente sonora da cidade de Curitiba A percepccedilatildeo do ruiacutedo urbano e seus efeitos sobre a qualidade de vida de moradores dos setores especiais estruturais Tese Doutorado da UFPR Curitiba UFPR 2007 Disponiacutevel em lt httpdspacec3slufprbrdspacehandle188410320show=full gt Acesso em 20052013

180

RIBAS A GRAEMEL K Poluiccedilatildeo Sonora Objeto de Estudo da Ecologia Revista Fonoaudiologia Revista Virtual ndash Dezembro de 2006 Vol 1 ndash nordm 2 Brasil 2006 Disponiacutevel em lt httpwwwfonoaudiologiaorgbrpublicacoesrevista06vol4n1pdfgt Acesso em 27012014

RINK J MEGID NETO J M Tendecircncias dos Artigos apresentados nos Encontros de Pesquisa em Educaccedilatildeo Ambiental (EPEA) Educaccedilatildeo em Revista v 25nordm 3 2009 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophppid=S0102-46982009000300012ampscript=sci_arttext gt Acesso em 12092013

RODRIGUES A Stress trabalho e doenccedilas de adaptaccedilatildeo 1997 In FILGUEIRAS J C HIPPERT M I S A polecircmica em torno do conceito de estresse Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo Vol19 n3 Brasiacutelia 1999 Disponiacutevel em lt

httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1414-98931999000300005amplng=enampnrm=isoamptlng=pt gt Acesso em 15072014

ROMERO S M OLIVEIRA L O NUNES S C Estresse no Ambiente Organizacional estudo sobre o corpo gerencial Universidade Luterana do Brasil

ndash ULBRA 2007 Disponiacutevel em lt httpwwwaedbbrsegetartigos071215_SEGET0701Stresspdfgt Acesso em 28022014

SANTrsquoANA N C Criaccedilatildeo de uma ferramenta hipermiacutedia para promoccedilatildeo da sauacutede auditiva em jovens usuaacuterios de dispositivos sonoros portaacuteteis individuais Dissertaccedilatildeo de Mestrado 2012 - Universidade de Satildeo Paulo ndash FOB

Disponiacutevel em lt httpwwwtesesuspbrtesesdisponiveis2525143tde-01112012-214724pt-brphpgt Acesso em 06012014

SANTOS D M B DURAM A A BURNHAM T F O uso dos dispositivos moacuteveis durante a aula analise de um recorte da realidade de universidades publicas do Brasil Atas do II Congresso Internacional TICEDUCA 2012 Lisboa ndash Portugal Universidade de Lisboa Disponiacutevel em lt httpticeduca2010ieulptgt Acesso em 09 de dezembro de 2012

_______ D M B DURAM A A BURNHAM T F Dispositivos moacuteveis em sala de aula uma revisatildeo bibliograacutefica Atas do II Congresso Internacional TICEDUCA 2012a Lisboa ndash Portugal Universidade de Lisboa Disponiacutevel em lthttpticeduca2012ieulptgt Acesso em 09 de dezembro de 2012

SANTOS G F ALMEIDA M B BORGES M A F JESUS V G S de Tecnologias Moacuteveis com conexatildeo sem fio na Escola e a Organizaccedilatildeo do Trabalho Pedagoacutegico Atas do II Congresso Internacional TICEDUCA 2012 Lisboa ndash

Portugal Universidade de Lisboa Disponiacutevel em lthttpticeducaieulptataspdf298pdfgt Acesso em 12072013

SANTOS M J O MARTINS E C O Som Nosso de Cada Dia Percepccedilatildeo Meio e Forma Urbana Cadernos do Proarp Rio de Janeiro UFRJ ndash Vol 09 nordm 09 p 211-257 1993 In SCARATE A Diagnoacutestico Qualitativo da Poluiccedilatildeo Sonora Urbana Estudo de Fundamentos Teoacuterico-Metodoloacutegicos Atas do II Simpoacutesio de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia Urbana ndash SIMPGEU 2009 Disponiacutevel em lt httpandrescaratefileswordpresscom20091070pdfgt Acesso em 28012014

SBO (Sociedade Brasileira de Otologia) Dia da Audiccedilatildeo e de baixar o volume do mp3 Satildeo Paulo 2012 Disponiacutevel em

181

httpwwwsaudeauditivaorgbrnovo_siteindexphps=imprensareleasesdia-da-audicaophpgt Acesso em 22042013

SCARATE A Diagnoacutestico Qualitativo da Poluiccedilatildeo Sonora Urbana Estudo de Fundamentos Teoacuterico-Metodoloacutegicos Atas do II Simpoacutesio de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia Urbana Maringaacute PR SIMPGEU 2009 Disponiacutevel em lt

httpandrescaratefileswordpresscom20091070pdfgt Acesso em 28012014

SELIGMAN J Sintomas e Sinais na Pair in Brasil Perda Auditiva Induzida por

Ruiacutedo (Pair) Brasiacutelia Brasil 2006 Disponiacutevel em lt httpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesprotocolo_perda_auditivapdf gt Acesso em 08012014

SELYE H Stress a tensatildeo da vida Satildeo Paulo Ibrasa - Instituiccedilatildeo Brasileira de Difusatildeo Cultural 1959 In BRASIL Perda auditiva induzida por ruiacutedo Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas (Pair)Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas ndash Brasiacutelia Editora do Ministeacuterio da Sauacutede 2006 Disponiacutevel em httpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesprotocolo_perda_auditivapdf Acesso em 19012014

SIEGEL A GRANADO A SILVA C J O impacto do crescimento populacional e as restriccedilotildees ambientais para o desenvolvimento industrial de pinhais a partir de uma induacutestria no ramo de circuitos impressos Monografia ndash

UNIBRASIL 2009 Disponiacutevel em lt httpwwwpinhaisprgovbridentidadeFreeComponent164content1703shtml gt Acesso em 22022014

SIMONTON OC SIMONTON SM CREIGHTON JL Com a Vida de Novo Uma Abordagem de Auto ndash Ajuda para Pacientes com Cacircncer 6o ed Satildeo Paulo Summus 1987 In FILGUEIRAS J C HIPPERT M I S A polecircmica em torno do conceito de estresse Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo V19 n3 Brasiacutelia 1999 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1414-98931999000300005amplng=enampnrm=isoamptlng=pt gt Acesso em 15072014

SOUZA A M A poluiccedilatildeo Sonora no Ambiente escolar - Reflexos no Processo Ensino-Aprendizagem Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Centro Universitaacuterio Pliacutenio Leite Niteroi ndash Rio de Janeiro 2005 Disponiacutevel em lt httpwwwtjrjjusbrcdocument_libraryget_fileuuid=52486d9f-2407-4af1-bd42-c1f3cde27235ampgroupId=10136gt Acesso em 17032013

SOUZA D R SILVA H C GARAVELLI A M M RICARDO E C Poluiccedilatildeo Sonora na fiacutesica do ensino meacutedio construindo uma proposta Atas do V ENPEC Encontro Nacional de Pesquisa em Educaccedilatildeo em Ciecircncias Bauru ndash Satildeo Paulo ABRAPEC 2005 Disponiacutevel em lthttwwwnutesufrjbrabrapecgt Acesso em 06 de junho de 2012

SOUZA F P A poluiccedilatildeo sonora ataca traiccediloeiramente o corpo Belo Horizonte

UFMG 1992 Disponiacutevel em lt httpwwwicbufmgbrlabslpf2-14html gt Acesso em 10112012

SOUZA J TORRES M C A Maneiras de ouvir muacutesica uma questatildeo para a educaccedilatildeo musical com jovens In Muacutesica na educaccedilatildeo baacutesica Porto Alegre v 1

n 1 outubro de 2009 Disponiacutevel em lt

182

httpwwwabemeducacaomuacutesicalorgbrMastersrevista_muacutesica_na_escola4_maneiras_de_ouvir_muacutesicapdf gt Acesso em 10112012

STANGHERLIN V L Laudo Teacutecnico de Avaliaccedilatildeo de Ruiacutedo dos Fones de Ouvido do Aparelho Celular 2013 Engenheiro Agrocircnomo e de Seguranccedila do Trabalho CREA-PR 110468D 2013

STANGHERLIN V L Laudo Teacutecnico de Avaliaccedilatildeo de Ruiacutedo dos Meios de Transportes 2013 Engenheiro Agrocircnomo e de Seguranccedila do Trabalho CREA-PR

110468D 2014

STEINBERG S R KINCHELOE J L Cultura Infantil a construccedilatildeo corporativa da infacircncia In Sem segredos cultura infantil saturaccedilatildeo de informaccedilatildeo e Infacircncia poacutes-moderna Rio de janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 2001 In MONTEIRO S C F Ensino de ciecircncias projeto poliacutetico-pedagoacutegico das escolas e os curriacuteculos praticados uma possibilidade emancipatoacuteria a partir da educaccedilatildeo ambiental

Dissertaccedilatildeo de Mestrado Rio de Janeiro CICTFio Cruz 2009 Disponiacutevel em lthttpoatdorgoatdgourl=http3A2F2Fwwwbdtdcictfiocruzbr2Ftedesimplificado2Ftde_busca2Farquivophp3FcodArquivo3D197ampfrom=recordampq=gt Acesso em 15022014

STELLMAN J M DAUM S M Trabalho e sauacutede na induacutestria riscos fiacutesicos e quiacutemicos e prevenccedilatildeo de acidentes v 1 Satildeo Paulo EDUSP 1975 In BRASIL Perda auditiva induzida por ruiacutedo Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas (Pair)Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas ndash Brasiacutelia Editora do Ministeacuterio da Sauacutede 2006 Disponiacutevel em httpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesprotocolo_perda_auditivapdf Acesso em 19012014

THOMPSON J B A Miacutedia e a Modernidade 12ordf ediccedilatildeo Editora Vozes 2011

UNESCO Working Paper Series on Mobile Learning Turning on mobile learning

in Latina American Paris UNESCO 2012 Disponiacutevel em lthttp httpwwwunescoorgnewfileadminMULTIMEDIAHQEDICTpdfPachler-Ranieripdfgt Acesso em 27 de fevereiro de 2014

_______ Policy guidelines for mobile learning Paris UNESCO 2013

Disponiacuteveis em lt httpunesdocunescoorgimages0022002277227770porpdf gt Acesso em 02 de marccedilo de 2014

________ Segunda Semana UNESCO ldquoMobile Learningrdquo (MLW) ParisUNESCO 2013 Disponiacutevel em lt httpunesdocunescoorgimages0022002277227770porpdf gt Acesso em 07022014

VYGOTSKY L S A Formaccedilatildeo social da Mente 7ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo Martins Editora Livraria Ltda 2007

__________ Lev Semenovich Aprendizagem e desenvolvimento intelectual na idade escolar InVYGOTSKY Lev Semenovich LURIA Alexander Romanovich

Editora Ebook do Brasil 2001 Disponiacutevel em lt httpwwwebooksbrasilorgeLibrisvigohtmlgt Acesso em 12122013

ZANOTTO V L R Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico do Coleacutegio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira Curitiba-PR SEED 2010 Disponiacutevel em

183

lthttpwwwctamariateixeiraseedprgovbrredeescolaescolas9690630arquivosFilePPP2010apdfgt Acesso em 28122012

________ V L R Regimento Escolar Curitiba-PR SEED 2011 Disponiacutevel em

lthttpwwwnreseedprgovbrcuritibamodulesconteudoconteudophpconteudo=160 gt Acesso em 28122012

184

ANEXOS

185

ANEXO I - LEI 106252002

LEI Nordm 10625 DISPOtildeE SOBRE RUIacuteDOS URBANOS PROTECcedilAtildeO DO BEM ESTAR

E DO SOSSEGO PUacuteBLICO REVOGA AS LEIS Nordm S 8583 DE 02 DE JANEIRO DE

19958726 DE 19 DE OUTUBRO DE 1995 8986 DE 13 DE DEZEMBRO DE 1996

E 9142 DE 18 DE SETEMBRO DE 1997 E DAacute OUTRAS PROVIDEcircNCIAS

A CAcircMARA MUNICIPAL DE CURITIBA CAPITAL DO ESTADO DO PARANAacute

aprovou e eu Prefeito Municipal sanciono a seguinte lei

Art 1ordm - Eacute proibido perturbar o sossego e o bem estar puacuteblico com sons ruiacutedos e

vibraccedilotildees que causem incocircmodo de qualquer natureza ou que ultrapassem os

limites fixados nesta lei

Paraacutegrafo Uacutenico - As vibraccedilotildees seratildeo consideradas prejudiciais quando ocasionarem

ou puderem ocasionar danos materiais agrave sauacutede e ao bem estar puacuteblico

Art 2ordm - Para os efeitos desta lei aplicam-se as seguintes definiccedilotildees

I - SOM vibraccedilatildeo acuacutestica capaz de provocar sensaccedilotildees auditivas

II - RUIacuteDO som capaz de causar perturbaccedilatildeo ao sossego puacuteblico ou efeitos

psicoloacutegicos e fisioloacutegicos negativos em seres humanos e animais

III - VIBRACcedilAtildeO movimento oscilatoacuterio transmitido pelo solo ou por uma estrutura

qualquer

IV - POLUICcedilAtildeO SONORA emissatildeo de som ou ruiacutedo que seja direta ou

186

indiretamente ofensivo ou nocivo agrave sauacutede agrave seguranccedila e ao bem estar da

coletividade ou transgrida as disposiccedilotildees fixadas nesta lei

V - RUIacuteDO IMPULSIVO som de curta duraccedilatildeo com iniacutecio abrupto e parada raacutepida

caracterizado por um pico de pressatildeo de duraccedilatildeo menor que um segundo

VI - RUIacuteDO CONTIacuteNUO som com flutuaccedilatildeo de niacutevel de pressatildeo sonora tatildeo

pequena que pode ser desprezada dentro do periacuteodo de observaccedilatildeo

VII - RUIacuteDO INTERMITENTE som cujo niacutevel de pressatildeo sonora cai abruptamente

ao niacutevel sonoro do ambiente vaacuterias vezes durante o periacuteodo de observaccedilatildeo desde

que o tempo em que o niacutevel sonoro se manteacutem constante e diferente daquele do

ambiente seja de ordem de grandeza de um segundo ou mais

VIII - RUIacuteDO DE FUNDO sons emitidos durante o periacuteodo de observaccedilatildeo que natildeo

aquele objeto da mediccedilatildeo

IX - NIacuteVEL EQUIVALENTE (Leq) niacutevel meacutedio de energia do som obtido integrando-

se os niacuteveis individuais de energia em um periacuteodo de tempo e dividindo-se pelo

periacuteodo

X - dB (Decibel) unidade de medida do niacutevel de ruiacutedo

XI - dB(A) curva de avaliaccedilatildeo normalizada e adaptada agrave capacidade de recepccedilatildeo da

audiccedilatildeo humana

XII - ZONA SENSIacuteVEL Agrave RUIacuteDO OU ZONA DE SILEcircNCIO eacute aquela que para

atingir seus propoacutesitos necessita que lhe seja assegurado um silecircncio excepcional

Define-se como zona de silecircncio a faixa determinada pelo raio de 20000m

(duzentos metros) de distacircncia de hospitais escolas bibliotecas puacuteblicas hoteacuteis

postos de sauacutede ou similares

XIII - LIMITE REAL DA PROPRIEDADE aquele representado por um plano

imaginaacuterio que separa a propriedade real de uma pessoa fiacutesica ou juriacutedica de outra

187

XIV - SERVICcedilO DE CONSTRUCcedilAtildeO CIVIL qualquer operaccedilatildeo de escavaccedilatildeo

construccedilatildeo demoliccedilatildeo remoccedilatildeo reforma ou alteraccedilatildeo substancial de uma

edificaccedilatildeo estrutura ou obras e as relacionadas a serviccedilos puacuteblicos tais como

energia eleacutetrica gaacutes telefone aacutegua esgoto e sistema viaacuterio

Art 3ordm - Para fins de aplicaccedilatildeo desta lei ficam definidos os seguintes periacuteodos

I - DIURNO das 07h01 agraves 19h00

II - VESPERTINO das 19h01 agraves 22h00

III - NOTURNO das 22h01 agraves 07h00

Art 4ordm - Para os efeitos desta lei a mediccedilatildeo do niacutevel de pressatildeo sonora deveraacute ser

efetuada de acordo com as normas da Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas -

ABNT

Paraacutegrafo Uacutenico - A mediccedilatildeo a que se refere este artigo pode ser realizada a 500m

(cinco metros) de qualquer uma das divisas do imoacutevel gerador do incocircmodo ou em

qualquer ponto dentro do limite real do imoacutevel que sofre o incocircmodo

Art 5ordm - A emissatildeo de sons e ruiacutedos por quaisquer atividades industriais comerciais

prestadoras de serviccedilos religiosas sociais recreativas e de carga e descarga natildeo

podem exceder os niacuteveis de pressatildeo sonora contidos no Anexo I que faz parte

integrante desta lei

sect 1ordm - No caso de criaccedilatildeo de Setores Especiais conforme previsto na Lei Municipal

nordm 98002000 caberaacute agrave Secretaria Municipal do Meio Ambiente estabelecer os niacuteveis

de pressatildeo sonora admissiacuteveis por meio de regulamentaccedilatildeo proacutepria

sect 2ordm - Quando a fonte poluidora e o imoacutevel que sofre o incocircmodo estiverem

localizados em diferentes zonas de uso e ocupaccedilatildeo do solo seratildeo considerados os

limites estabelecidos para a zona em que se localiza a propriedade que sofre o

incocircmodo

188

sect 3ordm - Quando a propriedade que sofre o incocircmodo tratar-se de escola creche

biblioteca puacuteblica hospital ambulatoacuterio casa de sauacutede ou similar com leitos para

internamento hotel ou similar devem ser atendidos os limites estabelecidos para

ZR-1 independentemente da zona de uso e deve ser observado o raio de 20000m

(duzentos metros) de distacircncia definida como zona de silecircncio

Art 6ordm - Os sons e ruiacutedos produzidos pelos serviccedilos de construccedilatildeo civil devem

respeitar os limites maacuteximos estabelecidos no Anexo II parte integrante desta lei

Paraacutegrafo Uacutenico - Excetuam-se destas restriccedilotildees as obras e os serviccedilos urgentes e

inadiaacuteveis decorrentes de casos fortuitos ou de forccedila maior acidentes graves ou

perigo iminente agrave seguranccedila e ao bem estar da comunidade bem como o

restabelecimento de serviccedilos puacuteblicos essenciais tais como energia eleacutetrica gaacutes

telefone aacutegua esgoto e sistema viaacuterio

Art 7ordm - A emissatildeo de som ou ruiacutedos produzidos por veiacuteculos automotores

aeroplanos e aeroacutedromos e os produzidos no interior dos ambientes de trabalho

devem obedecer as normas expedidas respectivamente pelo Conselho Nacional do

Meio Ambiente e pelos oacutergatildeos competentes do Ministeacuterio da Aeronaacuteutica e

Ministeacuterio do Trabalho

Paraacutegrafo Uacutenico - No tocante agrave emissatildeo de ruiacutedo por veiacuteculos automotores o

Municiacutepio pode estabelecer em regulamento proacuteprio criteacuterios de controle

considerando o interesse local

Art 8ordm - A realizaccedilatildeo de shows concertos e apresentaccedilotildees musicais de caraacuteter

cultural e artiacutesticos em aacutereas puacuteblicas ou particulares dependem de preacutevio

licenciamento ambiental da Secretaria Municipal do Meio Ambiente independente

de outras licenccedilas exigiacuteveis

Paraacutegrafo Uacutenico - Cabe agraves Secretarias Municipais do Meio Ambiente e do

Urbanismo estabelecerem em regulamento proacuteprio as condiccedilotildees para realizaccedilatildeo

dos eventos musicais mencionados no caput deste artigo

189

Art 9ordm - A utilizaccedilatildeo das aacutereas dos parques e praccedilas municipais com uso de

equipamentos sonoros alto falantes fogos de artifiacutecio ou outros meios que possam

causar poluiccedilatildeo sonora dependem de preacutevio licenciamento ambiental da Secretaria

Municipal do Meio Ambiente independente de outras licenccedilas exigiacuteveis

Art 10 - Fica proibida a utilizaccedilatildeo de equipamentos sonoros fixos ou moacuteveis como

meio de propaganda ou publicidade nos logradouros puacuteblicos

sect 1ordm - Quando natildeo se tratar de logradouros puacuteblicos a utilizaccedilatildeo de equipamentos

sonoros como meio de propaganda e publicidade deve respeitar os limites

estabelecidos no Anexo I desta lei

sect 2ordm - Natildeo seraacute concedida autorizaccedilatildeo para uso de equipamentos sonoros em

veiacuteculos de empresas de distribuiccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de gaacutes ficando vedado o

uso de alto-falantes e outras fontes de emissatildeo sonora nos veiacuteculos destinados ao

transporte do produto

sect 3ordm - Casos especiais poderatildeo ser analisados e eventualmente autorizados pela

Secretaria Municipal do Meio Ambiente

Art 11 - Natildeo se compreende nas proibiccedilotildees dos artigos anteriores ruiacutedos e sons

produzidos I - pelas manifestaccedilotildees tradicionais do Carnaval e Ano Novo II - por

vozes ou aparelhos usados na propaganda eleitoral ou manifestaccedilotildees trabalhistas

para os quais seraacute estabelecido regulamento proacuteprio pelos oacutergatildeos competentes

considerando as legislaccedilotildees especiacuteficas III - por sinos de igrejas ou templos

religiosos desde que sirvam exclusivamente para indicar as horas ou anunciar a

realizaccedilatildeo de atos ou cultos religiosos IV - por fanfarras ou bandas de muacutesicas em

procissatildeo cortejos ensaios ou desfiles ciacutevicos (Redaccedilatildeo dada pela Lei

nordm 135042010) V - por sirenes ou aparelhos de sinalizaccedilatildeo sonora utilizados por

ambulacircncias carros de bombeiros ou viaturas policiais VI - por explosivos utilizados

no arrebentamento de pedreiras rochas ou nas demoliccedilotildees desde que detonadas

no periacuteodo diurno e previamente licenciados pela Secretaria Municipal do Meio

Ambiente VII - por alarme sonoro de seguranccedila residencial ou veicular desde que

190

o sinal sonoro natildeo se prolongue por tempo superior agrave 15 minutos VIII - por culto

religioso realizado no periacuteodo diurno e vespertino desde que natildeo ultrapasse o limite

de 65 dB(A) IX - por shows concertos e apresentaccedilotildees musicais de caraacuteter cultural

e artiacutestico desde que realizados dentro das condiccedilotildees autorizadas pela Secretaria

Municipal do Meio Ambiente

Art 12 - As atividades potencialmente causadoras de poluiccedilatildeo sonora definidas em

regulamento proacuteprio dependem de preacutevio licenciamento ambiental da Secretaria

Municipal do Meio Ambiente para obtenccedilatildeo dos alvaraacutes de construccedilatildeo e

funcionamento

Art 13 - A queima de fogos de artifiacutecio fica sujeita ao controle da Secretaria

Municipal do Meio Ambiente que aplicaraacute as sanccedilotildees previstas na presente lei

quando constatado incocircmodo agrave vizinhanccedila

Art 14 - Para a execuccedilatildeo de testes de fabricaccedilatildeo ou instalaccedilatildeo de alarmes sonoros

devem ser utilizados dispositivos de controle de forma que natildeo seja necessaacuteria a

emissatildeo sonora acima dos limites estabelecidos no Anexo I parte integrante desta

lei Paraacutegrafo Uacutenico - Em caso de acionamento perioacutedico ou constante de alarmes

sonoros seratildeo aplicadas as sanccedilotildees previstas nesta lei independente da obrigaccedilatildeo

de cessar a transgressatildeo

Art 15 - Os fiscais da Secretaria Municipal do Meio Ambiente no exerciacutecio da accedilatildeo

fiscalizadora tecircm a entrada franqueada nas dependecircncias da fonte poluidora onde

podem permanecer pelo tempo que se fizer necessaacuterio

Paraacutegrafo Uacutenico - Os fiscais da Secretaria Municipal do Meio Ambiente podem

solicitar o auxiacutelio das autoridades policiais no desempenho da accedilatildeo fiscalizadora

Art 16 - As pessoas fiacutesicas e juriacutedicas de direito puacuteblico ou privado que infringirem

qualquer dispositivo desta lei seus regulamentos e demais normas dela

decorrentes ficam sujeitas agraves seguintes sanccedilotildees independente da obrigaccedilatildeo de

cessar a transgressatildeo

191

I - notificaccedilatildeo por escrito II - multa simples ou diaacuteria III - cassaccedilatildeo da Licenccedila

Ambiental IV - embargo V - interdiccedilatildeo parcial ou total VI - perda ou restriccedilatildeo de

incentivos e benefiacutecios fiscais concedidos pelo Municiacutepio

Art 17 - Para imposiccedilatildeo da sanccedilatildeo e graduaccedilatildeo da multa a autoridade ambiental

observaraacute

I - as circunstacircncias atenuantes e agravantes II - a gravidade do fato tendo em vista

as consequecircncias para a sauacutede e o meio ambiente III - a natureza da infraccedilatildeo e

suas consequecircncias IV - o porte do empreendimento V - os antecedentes do

infrator quanto agraves normas ambientais VI - a capacidade econocircmica do infrator

Art 18 - Para efeito de aplicaccedilatildeo das sanccedilotildees as infraccedilotildees satildeo classificadas como

leves graves ou graviacutessimas de acordo com a Anexo III parte integrante desta lei e

com os criteacuterios abaixo

I - LEVES - aquelas em que o infrator seja beneficiado por circunstacircncias

atenuantes II - GRAVES - aquelas em que for verificada circunstacircncia agravante III

- GRAVIacuteSSIMAS - aquelas em que seja verificada a persistecircncia da reincidecircncia

Art 19 - Os valores das multas seratildeo expressos em moeda corrente nacional e para

cada tipo de infraccedilatildeo corresponderaacute

I - ateacute R$ 530000 (cinco mil e trezentos reais) para as leves II - de R$ 530100

(cinco mil trezentos e um reais) a R$ 1070000 (dez mil e setecentos reais) para as

graves III - R$ 1070100 (dez mil setecentas e um reais) a R$ 1800000 (dezoito

mil reais) para as graviacutessimas

Paraacutegrafo Uacutenico - A atualizaccedilatildeo monetaacuteria das multas dar-se-aacute com base na

variaccedilatildeo do Iacutendice de Preccedilos ao Consumidor Amplo - IPCA medido pela Fundaccedilatildeo

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica - IBGE ou outro que venha ser

instituiacutedo pelo Governo Federal

Art 20 - Satildeo circunstacircncias atenuantes

192

I - menor grau de compreensatildeo e escolaridade do infrator II - arrependimento eficaz

do infrator manifestada pela espontacircnea reparaccedilatildeo do dano ou limitaccedilatildeo

significativa do ruiacutedo emitido III - ser o infrator primaacuterio e a falta cometida de

natureza leve

Art 21 - Satildeo circunstacircncias agravantes

I - ser o infrator reincidente ou cometer a infraccedilatildeo de forma continuada II - ter o

infrator agido com dolo direto ou eventual

sect 1ordm - A reincidecircncia verifica-se quando o agente comete nova infraccedilatildeo do mesmo

tipo

sect 2ordm - No caso de infraccedilatildeo continuada caracterizada pela repeticcedilatildeo da accedilatildeo ou

omissatildeo inicialmente punida a penalidade de multa pode ser aplicada diariamente

ateacute cessar a infraccedilatildeo

Art 22 - O autuado teraacute direito a ampla defesa em processo administrativo

conforme regulamentaccedilotildees especiacuteficas num prazo maacuteximo de 30 (trinta) dias a

partir do recebimento do auto de infraccedilatildeo endereccedilado ao Secretaacuterio Municipal do

Meio Ambiente

Art 23 - No caso de decisatildeo condenatoacuteria o autuado teraacute direito a recorrer da

decisatildeo em forma de processo administrativo num prazo maacuteximo de 30 (trinta) dias

contado a partir da ciecircncia da condenaccedilatildeo encaminhado ao Conselho Municipal do

Meio Ambiente - CMMA

Art 24 - Os recursos interpostos das decisotildees natildeo definitivas teratildeo efeito suspensivo

relativo ao pagamento da penalidade sem prejuiacutezo da aplicaccedilatildeo de novas

autuaccedilotildees por reincidecircncia ou continuidade do dano

Art 25 - Exauridos os recursos administrativos o infrator teraacute prazo de 10 (dez) dias

para efetuar o recolhimento do valor da multa sob pena da inscriccedilatildeo em diacutevida ativa

193

Art 26 - As multas previstas nesta lei podem ter sua exigibilidade suspensa quando

o infrator por termo de compromisso aprovado pela autoridade ambiental

competente obrigar-se a adoccedilatildeo imediata de medidas especiacuteficas para cessar ou

corrigir a poluiccedilatildeo sonora

Paraacutegrafo Uacutenico - Cumpridas integralmente as obrigaccedilotildees assumidas pelo infrator a

multa pode ter uma reduccedilatildeo de ateacute 90 (noventa por cento) do valor original

Art 27 - Na aplicaccedilatildeo das normas estabelecidas por esta lei compete agrave Secretaria

Municipal do Meio Ambiente

I - Estabelecer o programa de controle dos ruiacutedos urbanos e exercer o poder de

controle e fiscalizaccedilatildeo das fontes de poluiccedilatildeo sonora II - Aplicar as sanccedilotildees

previstas na legislaccedilatildeo vigente III - Organizar programas de educaccedilatildeo e

conscientizaccedilatildeo

Art 28 - O Executivo Municipal regulamentaraacute em ateacute noventa dias da publicaccedilatildeo

desta lei as questotildees especiacuteficas relativas agrave poluiccedilatildeo sonora produzida pelo apito

do trem

Art 29 - Ficam expressamente revogadas as Leis Municipais nordm s 8583 de 02 de

janeiro de 1995 8726 de 19 de outubro de 1995 8986 de 13 de dezembro de

1996 e9142 de 18 de setembro de 1997

Art 30 - Esta lei entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

PALAacuteCIO 29 DE MARCcedilO em 19 de dezembro de 2002

CASSIO TANIGUCHI

Prefeito Municipal

Anexo 1 da Lei 106252002 - NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA MAacuteXIMOS

ZONAS DE USO | DIURNO | VESPERTINO | NOTURNO |

194

|=====================================|==================|==================|==================|

|ZR-1 ZR-2 ZR-3 ZR-B ZR-AV ZR-M| 55 dB (A) | 50 dB (A) | 45 dB (A) |

|APA-SARU APA-SMRU | | | |

|-------------------------------------|------------------|------------------|------------------|

|ZR-OC ZR-SF ZR-U ZUC-II ZT-MF| 60 dB (A) | 55 dB (A) | 50 dB (A) |

|ZT-NC ZE-E ZE-M ZOO SE-CC SE-PS| | | |

|SE-OI APA-ST | | | |

|-------------------------------------|------------------|------------------|------------------|

|ZR-4 ZC ZT-BR-116 ZUM ZE-D SE| 65 dB (A) | 60 dB (A) | 55 dB (A) |

|SH SE-BR-116 SE-MF SE-CF SE-WB| | | |

|SE-AC SE-CBCONEC SE-PE SC-SF| | | |

|SC-UM SE-NC SEI SEHIS SE-LE| | | |

|SEVC-PASSAUacuteNA SEVS-PASSAUacuteNA APA-SS| | | |

|Vias prioritaacuterias 1 e 2 Vias setori-| | | |

|ais Vias coletoras 12 e 3 | | | |

|-------------------------------------|------------------|------------------|------------------|

|ZS-1 ZS-2 ZES ZI ZEI-I (CIC)| 70 dB (A) | 60 dB (A) | 60 dB (A) |

|APA-SUE | | | |

|-------------------------------------+------------------+------------------+------------------|

|Os casos natildeo contemplados nesta tabela seratildeo objeto de anaacutelise especiacutefica por parte da|

|Secretaria Municipal do Meio Ambiente |

|______________________________________________________________________________________________|

APA-SARU - Setor de Alta Restriccedilatildeo de Uso

APA-SMRU - Setor de Meacutedia Restriccedilatildeo de Uso

APA-ST - Setor de Transiccedilatildeo

APA-SUE - Setor de Uso Esportivo

APA-SS - Setor de Serviccedilo

CONEC - Setor Especial Conector - Conectora 1234

SC-SF - Setor Especial Comercial Santa Felicidade

SC-UM - Setor Especial Comercial Umbaraacute

SE - Setor Especial Estrutural

SE-AC - Setor Especial da Av Affonso Camargo

SE-BR-116 - Setor Especial da BR-116

SE-CB - Setor Especial da Rua Engenheiro Costa Barros

SE-CC - Setor Especial Centro Ciacutevico

SE-CF - Setor Especial da Av Comendador Franco

SEHIS - Setor Especial Habitaccedilatildeo de Interesse Social

SEI - Setor Especial Institucional

SE-LE - Setor Especial Linhatildeo do Emprego

SE-MF - Setor Especial da Av Mal Floriano Peixoto

195

SE-NC - Setor Especial Nova Curitiba

SE-OI - Setor Especial de Ocupaccedilatildeo Integrada

SE-PE - Setor Especial Preferencial de Pedestres

SE-PS - Setor Especial do Poacutelo de Software

SEVC-PASSAUacuteNA - Setor Especial de Vias Coletoras

SEVS-PASSAUacuteNA - Setor Especial de Vias Setoriais

SE-WB - Setor Especial da Av Pres Wenceslau Braz

SH - Setor Histoacuterico

ZC - Zona Central

ZOO - Zona de Ocupaccedilatildeo Orientada

ZE-D - Zona Especial Desportiva

ZE-E - Zona Especial Educacional

ZEI-I (CIC) - Zona Especial de Induacutestria

ZE-M - Zona Especial Militar

ZES - Zona Especial de Serviccedilos

ZI - Zona Industrial

ZR-1 - Zona Residencial 1

ZR-2 - Zona Residencial 2

ZR-3 - Zona Residencial 3

ZR-4 - Zona Residencial 4

ZR-AV - Zona Residencial Alto da Gloacuteria

ZR-B - Zona Residencial Batel

ZR-M - Zona Residencial Mercecircs

ZR-OC - Zona Residencial de Ocupaccedilatildeo Controlada

ZUC-II - Zona de Urbanizaccedilatildeo Consolidada

ZR-SF - Zona Residencial Santa Felicidade

ZR-U - Zona Residencial Umbaraacute

ZS-1 - Zona de Serviccedilo 1

ZS-2 - Zona de Serviccedilo 2

ZT-BR-116 - Zona de Transiccedilatildeo BR ndash 116

ZT-MF - Zona de Transiccedilatildeo Av Mal Floriano Peixoto

196

ZT-NC - Zona de Transiccedilatildeo Nova Curitiba

Z-UM - Zona de Uso Misto

Anexo 2 da Lei 106252002 ndash

NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA MAacuteXIMOS PARA SERVICcedilOS DE

CONSTRUCcedilAtildeO CIVIL

Atividades natildeo confinaacuteveis |Limite de 90 dB(A) permitido somente|

| | de segunda a sexta-feira no periacuteodo|

| | diurno |

|=====================================|=====================================|

|Atividades passiacuteveis de confinamento |De segunda a sexta-feira no periacuteodo

| |diurno limites constantes no |

| |Anexo-I acrescidos de 5 dB(A)|

| |De segunda a sexta-feira nos |

| |periacuteodos vespertino e noturno |

| |limites constantes no Anexo-I |

|-------------------------------------+-------------------------------------|

|Saacutebados Domingos e Feriados qualquer periacuteodo Devem ser respeitados os |

|limites constantes no Anexo-I tanto para as atividades passiacuteveis de |

|confinamento como para as natildeo confinaacuteveis |

|___________________________________________________________________________

Anexo 3 da Lei 106252002 -

CLASSIFICACcedilAtildeO DAS INFRACcedilOtildeES

ARTIGOS | CLASSIFICACcedilAtildeO | OBSERVACcedilOtildeES | |===========|====================|===========================================|

| 5ordm e 6ordm | Leve |Ateacute 10 dB(A) (dez decibeacuteis) acima do |

| | |limite |

|-----------|--------------------|-------------------------------------------|

| 5ordm e 6ordm | Grave |De 10 dB (A) (dez decibeacuteis) a 30 dB (A)|

| | |(trinta decibeacuteis) acima do limite |

|-----------|--------------------|-------------------------------------------|

| 5ordm e 6ordm | Graviacutessima |Mais de 30 dB (A) (trinta decibeacuteis) acima |

| | |do limite |

|-----------|--------------------|-------------------------------------------|

|8ordm 9ordm10| Leve |Atividade desenvolvida sem licenccedila |

| 12 e 13 | | |

|___________|____________________|__________________________________________

197

ANEXO II - NR 15 ATIVIDADES E OPERACcedilOtildeES INSALUBRES

Portaria MTb nordm 3214 de 08 de junho de 1978

NR 15 - NORMA REGULAMENTADORA 15 - ATIVIDADES E OPERACcedilOtildeES

INSALUBRES

151 Satildeo consideradas atividades ou operaccedilotildees insalubres as que se desenvolvem

1511 Acima dos limites de toleracircncia previstos nos Anexos nordm 1 2 3 5 11 e 12

1512 (Revogado pela Portaria MTE nordm 37511990)

1513 Nas atividades mencionadas nos Anexos nordm 6 13 e 14

1514 Comprovadas atraveacutes de laudo de inspeccedilatildeo do local de trabalho constantes

dos Anexos nordm 7 8 9 e 10

1515 Entende-se por Limite de Toleracircncia para os fins desta Norma a

concentraccedilatildeo ou intensidade maacutexima ou miacutenima relacionada com a natureza e o

tempo de exposiccedilatildeo ao agente que natildeo causaraacute dano agrave sauacutede do trabalhador

durante a sua vida laboral

152 O exerciacutecio de trabalho em condiccedilotildees de insalubridade de acordo com os

subitens do item anterior assegura ao trabalhador a percepccedilatildeo de adicional

incidente sobre o salaacuterio miacutenimo da regiatildeo equivalente a

1521 40 (quarenta por cento) para insalubridade de grau maacuteximo

1522 20 (vinte por cento) para insalubridade de grau meacutedio

1523 10 (dez por cento) para insalubridade de grau miacutenimo

153 No caso de incidecircncia de mais de um fator de insalubridade seraacute apenas

considerado o de grau mais elevado para efeito de acreacutescimo salarial sendo

vedada a percepccedilatildeo cumulativa

154 A eliminaccedilatildeo ou neutralizaccedilatildeo da insalubridade determinaraacute a cessaccedilatildeo do

pagamento do adicional respectivo

1541 A eliminaccedilatildeo ou neutralizaccedilatildeo da insalubridade deveraacute ocorrer

a) com a adoccedilatildeo de medidas de ordem geral que conservem o ambiente de trabalho

dentro dos limites de toleracircncia

b) com a utilizaccedilatildeo de equipamento de proteccedilatildeo individual

15411 Cabe agrave autoridade regional competente em mateacuteria de seguranccedila e sauacutede

do trabalhador comprovada a insalubridade por laudo teacutecnico de engenheiro de

seguranccedila do trabalho ou meacutedico do trabalho devidamente habilitado fixar

198

adicional devido aos empregados expostos agrave insalubridade quando impraticaacutevel sua

eliminaccedilatildeo ou neutralizaccedilatildeo

15412 A eliminaccedilatildeo ou neutralizaccedilatildeo da insalubridade ficaraacute caracterizada

atraveacutes de avaliaccedilatildeo pericial por oacutergatildeo competente que comprove a inexistecircncia

de risco agrave sauacutede do trabalhador

155 Eacute facultado agraves empresas e aos sindicatos das categorias profissionais

interessadas requererem ao Ministeacuterio do Trabalho atraveacutes das DRTs a realizaccedilatildeo

de periacutecia em estabelecimento ou setor deste com o objetivo de caracterizar e

classificar ou determinar atividade insalubre

1551 Nas periacutecias requeridas agraves Delegacias Regionais do Trabalho desde que

comprovada a insalubridade o perito do Ministeacuterio do Trabalho indicaraacute o adicional

devido

156 O perito descreveraacute no laudo a teacutecnica e a aparelhagem utilizadas

157 O disposto no item 155 natildeo prejudica a accedilatildeo fiscalizadora do MTb nem a

realizaccedilatildeo ex-officio da periacutecia quando solicitado pela Justiccedila nas localidades onde

natildeo houver perito

LIMITES DE TOLERAcircNCIA PARA RUIacuteDO CONTIacuteNUO OU INTERMITENTE

NIacuteVEL DE RUIacuteDO DB (A)

MAacuteXIMA EXPOSICcedilAtildeO DIAacuteRIA PERMISSIacuteVEL

85 8 horas

86 7 horas

87 6 horas

88 5 horas

89 4 horas e 30 minutos

90 4 horas

91 3 horas e 30 minutos

92 3 horas

93 2 horas e 40 minutos

94 2 horas e 15 minutos

95 2 horas

96 1 hora e 45 minutos

98 1 hora e 15 minutos

100 1 hora

102 45 minutos

104 35 minutos

105 30 minutos

106 25 minutos

108 20 minutos

110 15 minutos

112 10 minutos

114 8 minutos

115 7 minutos

199

1 Entende-se por Ruiacutedo Contiacutenuo ou Intermitente para os fins de aplicaccedilatildeo de

Limites de Toleracircncia o ruiacutedo que natildeo seja ruiacutedo de impacto

2 Os niacuteveis de ruiacutedo contiacutenuo ou intermitente devem ser medidos em decibeacuteis (dB)

com instrumento de niacutevel de pressatildeo sonora operando no circuito de compensaccedilatildeo

A e circuito de resposta lenta (SLOW) As leituras devem ser feitas proacuteximas ao

ouvido do trabalhador

3 Os tempos de exposiccedilatildeo aos niacuteveis de ruiacutedo natildeo devem exceder os limites de

toleracircncia fixados no Quadro deste anexo (115003-0 I4)

4 Para os valores encontrados de niacutevel de ruiacutedo intermediaacuterio seraacute considerada a

maacutexima exposiccedilatildeo diaacuteria permissiacutevel relativa ao niacutevel imediatamente mais elevado

5 Natildeo eacute permitida exposiccedilatildeo a niacuteveis de ruiacutedo acima de 115 dB(A) para indiviacuteduos

que natildeo estejam adequadamente protegidos

6 Se durante a jornada de trabalho ocorrer dois ou mais periacuteodos de exposiccedilatildeo a

ruiacutedo de diferentes niacuteveis devem ser considerados os seus efeitos combinados de

forma que se a soma das seguintes fraccedilotildees

C1 + C2 + C3 ____________________ + Cn

T1 T2 T3 Tn exceder a unidade a exposiccedilatildeo estaraacute acima

do limite de toleracircncia

Na equaccedilatildeo acima Cn indica o tempo total que o trabalhador fica exposto a um niacutevel

de ruiacutedo especiacutefico e Tn indica a maacutexima exposiccedilatildeo diaacuteria permissiacutevel a este niacutevel

segundo o Quadro deste Anexo

7 As atividades ou operaccedilotildees que exponham os trabalhadores a niacuteveis de ruiacutedo

contiacutenuo ou intermitente superiores a 115 dB(A) sem proteccedilatildeo adequada

ofereceratildeo risco grave e iminente

200

ANEXO III - ANAacuteLISE CRIacuteTICA E PARECER SOBRE O ldquoTESTE PARA

AUTO-IDENTIFICACcedilAtildeO DE ALGUNS SINTOMAS DE ESTRESSErdquo

Anaacutelise Criacutetica do Documento

ldquoTeste para auto-identificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo

Curitiba 09 de maio 2014

Claudia Nepomuceno Pinto Costa

Licenciada em Psicologia pelo Instituto Piaget de Almada ndash Portugal

Mestre em Psicologia Comunitaacuteria e Proteccedilatildeo de Menores pela Universidade

de Lisboa Portugal

201

Anaacutelise de Criacutetica

Esta anaacutelise tem como objetivo averiguar a existecircncias de alguns criteacuterios de

Transtorno de Estresse contido no instrumento de pesquisa denominado ldquoTeste

para auto-identificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo com sete niacuteveis (escala de

Likert) (1 - de jeito nenhum 2 - raramente 3 - as vezes 4 - frequentemente 5 -

sempre 6 - natildeo sei 7 - natildeo me importo) com 29 questotildees que estaacute dividido em trecircs

partes A percepccedilatildeo dos estudantes quanto agrave poluiccedilatildeo sonora no entorno do

CEPMAT Os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do Coleacutegio na sauacutede

dos estudantes A existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos fones auriculares

conectados aos Aparelhos Celulares e os efeitos na sauacutede dos estudantes pesquisa

realizada no acircmbito do Mestrado do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo de Educaccedilatildeo e

Ciecircncias em Matemaacutetica da Universidade Federal do Paranaacute

Meacutetodo de anaacutelise

A anaacutelise teacutecnica para este instrumento seguiu as normas e eacutetcas

deontoloacutegicas respeitando agrave sintomatologia e as consequecircncias psiacutequicas de um

quadro de Transtorno de Estresse Para a analise serviram de apoio dois meacutetodos

para articular todos os items do instrumento de pesquisa de forma extrair e

interpretar com base em cada determinante para que se considere de validade de

acordo com os criteacuterios individuais que constituiraacute numa atribuiccedilatildeo validatoacuteria

conforme descritos no Manual Diagnoacutestico e Estatiacutestico de Transtornos Mentais

(DSM) (APA 2003) e caracteristicas do Protocolo de Complexidade Diferenciada 5

(Brasil 2006)

Procedimento

O exposto segue os mesmos nuacutemeros das questotildees utilizadas no instrumento

de pesquisa ldquoTeste para autoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo

incluindo somente as questotildees consideradas com caracteriacutesticas e criteacuterios

202

Os criteacuterios e caracteristicas para identificar a Perturbaccedilatildeo do Estresse satildeo

desenvolvimentos de sintomas descritos a seguir agrave exposiccedilatildeo a um estressor

implicando uma experiencia pessoal direta com um acontecimento assim posso

aferir que 20 das 29 questotildees foram identificadas de acordo com os criteacuterios

descritos no (DSM-IV) e caracteristicas existentes no Protocolo de Complexidade

Diferenciada 5 (Brasil 2006)

Descriccedilatildeo dos materiais de apoio

Para anaacutelise foram utilizados dois materiais de apoio para realizaccedilatildeo das

evidecircncias encontradas no instrumento de pesquisa sendo eles

O Protocolo de Complexidade Diferenciada 5 (Brasil 2006) o qual refere que

A existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos fones auriculares

conectados aos Aparelhos Celulares pode desencadear efeitos

nocivos agrave sauacutede em geral entre eles o Protocolo (BRASIL 2006)

destaca ldquonervosismo irritabilidade cefaleia insoacutenia alteraccedilotildees

circulatoacuterias alteraccedilatildeo de visatildeo alteraccedilotildees gastrointestinais entre

outrosrdquo (p20) que podem ser considerados isoladamente

Como tambeacutem o no Manual Diagnoacutestico e Estatiacutestico de Transtornos Mentais

(DSM) (APA 2003) que refere

Que tambeacutem um quadro considerado preocupante quando os sintomas

satildeo promovidos por causas humanas ou seja que natildeo derivadas de

uma cataacutestrofe natural (DSM-IV tr 4ordm Edp132) Seguindo as

orientaccedilotildees de base do Transtorno de Estresse descritas pelo DSM-IV

com caracteriacutesticas apoacutes a exposiccedilatildeo de uma experiecircncia pessoal

direta de um evento real ou ameaccedilador que ameaccedila a integridade

fiacutesica

Resultados da anaacutelise

Os resultados obtidos na anaacutelise realizada refere de acordo com os materiais

de apoio que 20 das 29 questotildees do instrumento ldquoTeste para auto-identificaccedilatildeo de

alguns sintomas de estresserdquo satildeo considerados apoio de identificaccedilatildeo do transtorno

de estresses

203

Assim apresento um quadro que refere as questotildees e os criteacuterios nelas

encontradas

Tabela ndash Questotildees e Criteacuterios

ldquoTeste para auto-identificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo Criteacuterios

4 Jaacute me senti prejudicado pelo ruiacutedo do trem quando estava fazendo avaliaccedilotildees e

trabalhos de pesquisa na sala de aula B4

5 Jaacute ouvi zumbidos depois de escutar os ruiacutedos dos trens carros e ocircnibus F

7 Tenho dificuldades para aprender durante o periacuteodo das aulas quando a

empresa ALL testa os freios dos trens em frente ao Coleacutegio

8 Meu niacutevel de concentraccedilatildeo e desempenho nas avaliaccedilotildees natildeo se altera quando

o trem passa D3

9 A exposiccedilatildeo ao ruiacutedo dos trens carros e ocircnibus me deixa esgotado no final do

periacuteodo de aula F e C4

11 Perco a concentraccedilatildeo quando o trem passa em frente ao Coleacutegio no horaacuterio

das aulas D3

12 Deixo de ouvir muacutesicas no celular para natildeo me expor excessivamente aos

ruiacutedos C2

13 Ouccedilo zumbidos depois de escutar muacutesica em alto volume no celular durante

algum tempo F

14 As muacutesicas que ouccedilo no celular atrapalham minha concentraccedilatildeo na aula D3

15 Meus ouvidos doem quando ouccedilo muacutesica no celular F

16 Percebo que a quantidade de ruiacutedo a que sou exposto fora da escola e

tambeacutem quando ouccedilo muacutesicas no celular eacute maior do que posso suportar F

17 Sei que ouvir muacutesica no celular pode prejudicar minha audiccedilatildeo F

18 Perco energia ao ouvir muacutesica no celular C4 e F

19 Sinto-me sobrecarregado tanto pela quantidade de ruiacutedo externo agrave escola (trens carros ocircnibus) quanto ao ouvir muacutesica no celular em volume

acima da meacutedia F

20 Ouccedilo muacutesica em volume alto para me concentrar para estudar para as provas

para fazer os trabalhos escolares D3

21 Quando fico exposto a ruiacutedos desanimo facilmente B4 e C4

22 Levo muito tempo para relaxar quando estou estressado por causa do barulho B4 e C1

23 Sinto-me tatildeo cansado e sobrecarregado por causa do ruiacutedo intenso durante o

periacuteodo de aula que acabo ldquome desligandordquo do ambiente escolar C5

25 Quando acordo de manhatilde fico cansado soacute de pensar que terei que ouvir

muitos ruiacutedos externos durante as aulas B4 e F

Nota Conteacutem 20 questotildees e criteacuterios encontrados

204

A tabela refere que 20 das 29 questotildees satildeo consideradas uma auto-

idenficaccedilatildeo de sintomas de transtorno de estresse seguindo as seguintes definiccedilotildees

de cada criteacuterio

B4- mal-estar psicologico intenso com a exposiccedilatildeo a estiacutemulos internos ou

externos que simbolizem ou se assemelham a aspectos acontecimento traumaacutetico

C1- esfoccedilo para evitar pensamentos sentimentos ou conversas assocadas ao

acontecimento estressor

C2- Evitamento persistente dos estimulos atividades pensamentos ou

conversas associadas ao acontecimento estressor

C4- Interesse ou participaccedilatildeo em atividades fortemente diminido

C5- Sentir-se desligado ou estranho em relaccedilatildeo aos outros

D3- Dificuldade de concentraccedilatildeo

F- A perturbaccedilatildeo causa mal estar clinicamente significativo ou deficiencia

social ocupacional ou em qualquer outra aacuterea importante do funcionamento

Foi considerando que o instrumento natildeo refere o tempo de exposiccedilatildeo ao

estiacutemulo estressor o qual se considera relevante o conhecimento do processo ou

seja como elas chegaram aos sintomas buscando causas imediatas sejam elas

patologicas ou fisioloacutegicas e delinear retrospectiva causal

Os outros 9 items natildeo estatildeo relacionados com aspectos e criteacuterios do

transtorno analisando portanto natildeo estatildeo presentes na anaacutelise

Caracteriacutesticas Especiacuteficas agrave cultura e agrave Idade

Em vista as dificuldades do jovem em relatar a diminuiccedilatildeo no interesse por

atividades significativas e limitaccedilatildeo do afeto este sintoma deve ser atentamente

avaliado mediante relatos feitos pelos pais professores e outros observadores

Seguindo as consideraccedilotildees do evento estressor pode-se afirmar que se

desencadeia do Transtorno de Estresse e potencializa-se o desenvolvimento de um

conjunto de reaccedilotildees neurofisioloacutegicas intensas em qualquer jovem Quanto agraves

reaccedilotildees essas enquadram-se num conjunto de sinais e sintomas correspondentes agrave

sindrome descrita no DSM-IV revela-se que o individuo exposto neste caso

especiacutefico ldquofones auriculares conectados no Aparelho Celular para ouvir muacutesica e a

exposiccedilatildeo diaacuteria aos ruiacutedos do entorno do CEPMAT oriundos do meio de transporterdquo

desenvolvem comportamentos caracterizados por Transtorno de Estresse

205

Aleacutem de todas as consequecircncias jaacute expostas eacute preciso atentar para o fato de

que a maioria dos jovens natildeo consegue superar os sintomas sem tratamento

especializado seja esse psicoteraacutepico medicamentoso e apoacutes realizaccedilatildeo de

exames especiacuteficos tais como auditivo e de forum psiquicos ou a combinaccedilatildeo de

ambos

Em resumo os comportamentos instalados apoacutes a situaccedilatildeo de estresse

podem ser agrupados em trecircs grandes categorias reminiscecircncia da situaccedilatildeo

traumaacutetica esquiva ou embotamento afetivo e hiperestimulaccedilatildeo do sistema

cognitivo

Apoacutes a descriccedilatildeo sobre o quadro de sintomas na situaccedilatildeo de estresse

referente ao questionaacuterio apresentado aos alunos no Coleacutegio CEPMAT e as

consequecircncias que este gera no aluno conclui-se que seria necessario a

intervenccedilatildeo da psicologia para um diagnostico a respeito da gravidade e das

consequecircncias agrave pessoa e agrave sociedade

Curitiba 09 de maio 2014

_________________________________

(Claudia Nepomuceno Pinto Costa)

Licenciada em Psicologia pelo Instituto Piaget de Almada ndash Portugal

Mestre em Psicologia Comunitaacuteria e proteccedilatildeo de Menores pela Universidade

de Lisboa - Portugal

206

REFERENCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

American Psychiatric Association (APA) Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders-Fourth Edition Text Revision Washington DC APA 2000 4a ed (Traduccedilatildeo no Brasil Artmed 2003) BRASIL Perda auditiva induzida por ruiacutedo Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas (Pair)Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas ndash Brasiacutelia Editora do Ministeacuterio da Sauacutede 2006 Disponiacutevel em httpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesprotocolo_perda_auditivapdf Acesso em 19012014

207

ANEXO IV - FOTO DECIBELIacuteMETRO

208

ANEXO V - NBR 10151

209

210

211

212

ANEXO VI ndash NBR 10152

213

214

215

216

ANEXO VII - NBR133691995

217

218

219

ANEXO VIII - PLANTA BAIXA ARQUITETOcircNICA DO CEPMAT PLANTA

BAIXA

220

ANEXO IX ndash LAUDO TEacuteCNICO DE AVALIACcedilAtildeO DE RUIacuteDO NO ENTORNO DO

CEPMAT

LAUDO TEacuteCNICO DE AVALIACcedilAtildeO DE RUIacuteDO NO ENTORNO DO COLEacuteGIO

ESTADUAL PROFESSORA MARIA AGUIAR TEIXEIRA

CONTRATANTE JEREMIAS FERREIRA DA COSTA

COLEacuteGIO ESTADUAL PROFESSORA MARIA AGUIAR TEIXERA

CAPAtildeO DA IMBUIA ndash CURITIBA ndashPR

RESPONSAacuteVEL TEacuteCNICO VERGINIO LUIZ STANGHERLIN

ENGENHEIRO DE SEGURANCcedilA DO TRABALHO

CREA ndash PR 110468D

LAUDO TEacuteCNICO DE AVALIACcedilAtildeO DE RUIacuteDO

Objeto

Tem o objetivo do presente laudo aferir o niacutevel de ruiacutedo gerado pelas atividades da

ferrovia linha de expresso e Via Raacutepida que possa importunar os alunos

professores e funcionaacuterios do Coleacutegio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira

Baseado nos resultados deste laudo seraacute possiacutevel detalhar as soluccedilotildees para

minimizar o ruiacutedo que possa prejudicar a populaccedilatildeo do referido Coleacutegio endereccedilo

Avenida Presidente Affonso Camargo 3463 - Capatildeo da Imbuia Curitiba - PR

221

Descriccedilatildeo do Local

O local de maior geraccedilatildeo de ruiacutedo eacute proacuteximo agrave Avenida Presidente Affonso

Camargo aonde temos a linha de ocircnibus expresso via raacutepida e linha do trem

Proacuteximo a avenida temos a Secretaria salas de aula Biblioteca Laboratoacuterio de

Quiacutemica e Fiacutesica

Materiais e Meacutetodos

As mediccedilotildees de niacutevel de pressatildeo sonora foram realizadas respeitando as

recomendaccedilotildees da norma NBR 101511987 ndash Avaliaccedilatildeo do Ruiacutedo em Aacutereas

Habitadas visando o conforto da comunidade ndash Procedimento

Foi utilizado o equipamento portaacutetil medidor de niacutevel de pressatildeo sonora digital

comumente denominado decibeliacutemetro O aparelho utilizado apresenta o niacutevel de

pressatildeo sonora equivalente Leq valor que eacute considerado para mediccedilotildees de ruiacutedo

contiacutenuo

Instrumento Utilizado para Mediccedilatildeo dos Niacuteveis de Ruiacutedo

Foi utilizado um instrumento portaacutetil medidor de niacutevel de pressatildeo sonora digital

Marca AZCE ndash nuacutemero de seacuterie N304849

Modelo AZCE ndash 8926

Faixa de Mediccedilatildeo 30 a 130 dB

Curvas de Ponderaccedilatildeo A C e Linear

Respostas Fast e Slow

222

Metodologia da Mediccedilatildeo

O local de maior niacutevel de ruiacutedo encontra-se proacuteximo agrave Avenida Presidente Affonso

Camargo Como o intuito deste trabalho eacute analisar se o ruiacutedo importuna os alunos

professores funcionaacuterios as mediccedilotildees foram executadas no lado interno da

edificaccedilatildeo Mediu-se tambeacutem o niacutevel de ruiacutedo com pessoas e sem pessoas para se

determinar o ruiacutedo gerado pela escola No periacuteodo da manhatilde satildeo intervalos

compreendidos das 7h30 as 11h45 e no periacuteodo da tarde das 13h30 as 17h30 e no

periacuteodo da noite das 19h00 as 22h30 No local analisado o ruiacutedo tem caracteriacutestica

constante natildeo apresentando ruiacutedos de impacto foram medidos por um medidor de

pressatildeo sonora no modo ldquoLeqrdquo na curva de compensaccedilatildeo ldquoArdquo e circuito de resposta

ldquoSlowrdquo (lenta) O aparelho medidor de pressatildeo sonora apresenta os resultados de

Leq a cada minuto

Apesar de ser caracterizado como contiacutenuo o ruiacutedo apresenta pequenas flutuaccedilotildees

e portanto deve ser apresentado como Leq - Niacutevel Meacutedio de Som Contiacutenuo

Equivalente Nesse meacutetodo de mediccedilatildeo eacute obtido um niacutevel de ruiacutedo contiacutenuo que

possui a mesma energia acuacutestica que os niacuteveis flutuantes originais durante um

periacuteodo de tempo O princiacutepio da mesma energia assegura a precisatildeo do meacutetodo

para avaliaccedilatildeo dos efeitos do ruiacutedo sobre o aparelho auditivo sendo adotado pela

norma ISO e muitas normas nacionais Preveniu-se o efeito de ventos sobre o

microfone com o uso de protetor conforme instruccedilotildees do fabricante As mediccedilotildees

foram em pontos afastados aproximadamente 12 m do piso e a 1 m da parede da

sala

Caracteriacutesticas da Mediccedilatildeo

223

Foram efetuadas duas mediccedilotildees do niacutevel de ruiacutedo em cada periacuteodo durante cinco

dias em trecircs horaacuterios distintos

TABELA ndash AFERICcedilOtildeES DOS NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS) ORIUNDOS DO EXTERIOR DO CEPMAT E MEDIDOS NO INTERIOR

DiaMecircs

Sala

Periacuteodo

Com a presenccedila do trem Carros ocircnibus Caminhotildees e estudantes

Sem a presenccedila do trem com carros ocircnibus caminhotildees e estudantes

0110

Biblioteca

Manhatilde Tarde Noite

9644 9452 8573

8436 8809 6516

0710

Laboratoacuterio de

Informaacutetica

Manhatilde Tarde Noite

9603 9271 8898

8886 8324 7546

0510

Auditoacuterio

Manhatilde Tarde Noite

9620 10000 8805

8654 8736 6522

FONTE COSTA 2014 COM APOIO DO ENGENHEIRO DE SEGURANCcedilA DO TRABALLHO VIRGINIO LUIZ STANGHERLIN

TABELA - NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS) NO INTERIOR DO CEPMAT EM SALAS DE AULA

DiaMecircs

Sala

Periacuteodo

Com a presenccedila do trem Carros e Ocircnibus Caminhotildees e de estudantes dB(A)

Sem a presenccedila do trem com fluxo normal de Carros ocircnibus caminhotildees e presenccedila de estudantes dB(A)

0210

Sala de Aula 10

Manhatilde Tarde Noite

9432 9546 8871

8370 7946 7223

0210

Sala de Aula 11

Manhatilde Tarde Noite

8998 9230 7253

8008 7525 7377

0210

Sala de Aula 12

Manhatilde Tarde Noite

9513 9688 8619

7796 7253 7189

0310

Laboratoacuterio de Fiacutesico-quiacutemica 13

Manhatilde Tarde Noite

9635 8350 8685

8745 6947 7889

FONTE COSTA 2014 COM APOIO DA ENGENHARIA DE SEGURANCcedilA DO TRABALHO VIRGINIO LUIZ STANGHERLIN

224

Anaacutelise dos resultados

Na falta de valores de ruiacutedo para servirem de referecircncia servimo-nos da

Norma Regulamentadora nordm 15 do Ministeacuterio do Trabalho e Emprego ndash Atividades e

Operaccedilotildees Insalubres norma esta que trata da seguranccedila ao trabalhador exposto

ao ruiacutedo contiacutenuo e outras fontes de insalubridade Especificamente no anexo I da

NR 15 cita-se qual eacute o Limite de Toleracircncia para Ruiacutedo Contiacutenuo ou Intermitente a

tabela ilustra qual o tempo maacuteximo de exposiccedilatildeo diaacuteria ao agente insalubre de

acordo com o niacutevel de ruiacutedo existente O primeiro valor que consta na tabela eacute 85

dB para um tempo maacuteximo de exposiccedilatildeo de 8 horas diaacuterias

ANEXO Nordm 1

LIMITES DE TOLERAcircNCIA PARA RUIacuteDO CONTIacuteNUO OU INTERMITENTE

NIacuteVEL DE PRESSAtildeO SONORA dB(A) MAacuteXIMA EXPOSICcedilAtildeO DIAacuteRIA PERMISSIacuteVEL

85 8 horas

86 7 horas

87 6 horas

88 5 horas

89 4 horas e 30 minutos

90 4 horas

91 3 horas e 30 minutos

92 3 horas

93 2 horas e 40 minutos

94 2 horas e 15 minutos

95 2 horas

96 1 hora e 45 minutos

98 1 hora e 15 minutos

100 1 hora

102 45 minutos

104 35 minutos

105 30 minutos

106 25 minutos

108 20 minutos

110 15 minutos

112 10 minutos

114 8 minutos

115 7 minutos

225

Conclusatildeo

Diante dos fatos e analisando os resultados obtidos nota-se que o ruiacutedo a ser

gerado pelo empreendimento eacute bem abaixo do limite considerado insalubre pela

norma em questatildeo Lembrando-se que o ruiacutedo tem o pico durante os intervalos de

aula trecircs no total com duraccedilatildeo de vinte minutos cada somente no periacuteodo diurno e

considerando-se ainda que a edificaccedilatildeo contaraacute com as soluccedilotildees acuacutesticas

atenuadoras de ruiacutedos para evitar a propagaccedilatildeo do som para o lado externo

conclui-se que os valores de ruiacutedo gerados natildeo seratildeo causadores de infortuacutenios aos

vizinhos

Encerramento

O responsaacutevel teacutecnico pelo trabalho coloca-se ao inteiro dispor para os

esclarecimentos necessaacuterios O presente laudo consta de seis paacuteginas digitadas de

um soacute lado rubricadas e uma folha de capa sendo a uacuteltima assinada

Curitiba 24 de fevereiro de 2014

Verginio Luiz Stangherlin

Engenheiro Agrocircnomo e de Seguranccedila do Trabalho

CREA-PR 110468D

Tel (41) 33732 3009 ndash 9707 3000

226

ANEXO X - LAUDO TEacuteCNICO DE AVALIACcedilAtildeO DE RUIacuteDO DOS FONES DE

OUVIDO CONECTADOS AO APARELHO CELULAR

LAUDO TEacuteCNICO DE AVALIACcedilAtildeO DE RUIacuteDO DOS FONES DE OUVIDO

CONECTADOS AO APARELHO CELULAR

CONTRATANTE JEREMIAS FERREIRA DA COSTA

COLEacuteGIO ESTADUAL PROFESSORA MARIA AGUIAR TEIXERA

AVENIDA AFONSO CAMARGO 3463 - CAPAtildeO DA IMBUIA ndash CURITIBA ndash PR

RESPONSAacuteVEL TEacuteCNICO VERGINIO LUIZ STANGHERLIN

ENGENHEIRO DE SEGURANCcedilA DO TRABALHO

CREA ndash PR 110468D

LAUDO TEacuteCNICO DE AVALIACcedilAtildeO DE RUIacuteDO

Objeto

Tem o objetivo do presente laudo aferir os niacuteveis de ruiacutedos gerados pelos

fones auriculares conectados ao Aparelho Celular dos alunos do Coleacutegio Estadual

Professora Maria Aguiar Teixeira quando ouve muacutesica

Baseado nos resultados deste laudo seraacute possiacutevel detalhar possiacuteveis efeitos

desta exposiccedilatildeo aos ruiacutedos que possa prejudicar a comunidade escolar do referido

Coleacutegio endereccedilo Avenida Presidente Affonso Camargo 3463 - Capatildeo da Imbuia

Curitiba - PR

Descriccedilatildeo do Local

O local de geraccedilatildeo de ruiacutedo satildeo os fones de ouvido conectados ao Aparelho Celular

de diversos modelos A afericcedilatildeo foi feita de forma aleatoacuteria sem verificar a seacuterie a

que os alunos do ensino meacutedio estatildeo cursando

227

Materiais e Meacutetodos

As mediccedilotildees de niacutevel de pressatildeo sonora foram realizadas respeitando as

recomendaccedilotildees da norma NBR 101511987 ndash Avaliaccedilatildeo do Ruiacutedo em Aacutereas

Habitadas visando o conforto da comunidade ndash Procedimento

Foi utilizado o equipamento portaacutetil medidor de niacutevel de pressatildeo sonora digital

comumente denominado decibeliacutemetro O aparelho utilizado apresenta o niacutevel de

pressatildeo sonora equivalente Leq valor que eacute considerado para mediccedilotildees de ruiacutedo

contiacutenuo

Instrumento Utilizado para Mediccedilatildeo dos Niacuteveis de Ruiacutedo

Foi utilizado um instrumento portaacutetil medidor de niacutevel de pressatildeo sonora digital

Marca AZCE ndash nuacutemero de seacuterie N304849

Modelo DEC ndash 8928

Faixa de Mediccedilatildeo 30 a 130 dB

Curvas de Ponderaccedilatildeo A C e Linear

Respostas Fast e Slow

Metodologia da Mediccedilatildeo

O intuito desta anaacutelise eacute abordar uma afericcedilatildeo dos niacuteveis de ruiacutedos que os alunos

do Coleacutegio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira estatildeo expostos durante o

periacuteodo que estatildeo utilizando o Aparelho Celular com o fone de ouvido para ouvir

muacutesica durante o periacuteodo que estatildeo no coleacutegio

A afericcedilatildeo foi realizada durante as aulas por um periacuteodo de dois meses perfazendo

um dia de cada semana isto eacute segunda terccedila quarta quinta e sexta nos meses de

outubro e novembro de 2013 Foram medidos por um medidor de pressatildeo sonora no

228

modo ldquoLeqrdquo na curva de compensaccedilatildeo ldquoArdquo e circuito de resposta ldquoSlowrdquo (lenta) O

aparelho medidor de pressatildeo sonora apresenta os resultados de Leq a cada minuto

Foi pedido aos alunos que permitissem fazer a afericcedilatildeo dos niacuteveis de ruiacutedo do fone

de ouvido colocando o som no modo em que os alunos ouvem a maior parte do

tempo

Caracteriacutesticas da Mediccedilatildeo

Foi efetuada uma meacutedia de trinta (30) afericcedilotildees diaacuterias nos meses de outubro e

novembro contando os dias da semana (segunda terccedila quarta quinta e sexta) do

fone de ouvido do Aparelho Celular

1 TABELA DE NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS) QUE OS ESTUDANTES DO CEPMAT ESTAtildeO SUBMETIDOS QUANDO OUVEM MUacuteSICA NOS FONES AURICULARES CONECTADOS AO APARELHO CELULAR

Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5

Meacutedia Diaacuteria

Segunda

Nordm Alunos dB (A)

08 96

06 97

5 98

4 102

7 116

30 1118

Terccedila

Nordm Alunos dB (A)

06 98

5 92

7 99

8 94

4 99

30 1003

Quarta

Nordm Alunos dB (A)

07 92

8 99

9 96

3 99

3 115

30 1011

Quinta

Nordm Alunos dB (A)

08 82

6 101

6 98

5 96

5 99

30 971

Sexta

Nordm Alunos dB (A)

06 98

5 114

8 113

6 98

5 98

30 1057

Meacutedia dB(A)

1032

FONTE COSTA 2013 COM APOIO DA ENGENHARIA DE SEGURANCcedilA DO TRABALLHO ENG VIRGINIO LUIZ STANGHERLIN

229

Anaacutelise dos resultados

Na afericcedilatildeo realizada com os alunos nos turnos de aula no Coleacutegio Estadual

Profordf Maria Aguiar Teixeira constatou-se uma intensidade do ruiacutedo de 1032 dB(A)

meacutedia para o fone de ouvido do Aparelho Celular em intensidade superiores a

permitida para uma jornada de 8 horas diaacuterias de 85 dB(A) Podendo ocorrer

incocircmodos perturbaccedilotildees sintomas de estresse prejuiacutezos agrave audiccedilatildeo Sintomas

previstos no Protocolo de complexidade diferenciada 5 do Ministeacuterio da Sauacutede

2006

A NR 15 anexo nordm 01 estabelece que as pessoas em qualquer ambiente de

trabalho natildeo poderatildeo ficar expostas a 85 dB(A) em um periacuteodo maior que 8 horas

diaacuterias

No entanto a maioria de estudantes avaliados na tabela acima escuta

musicas no fone de ouvido do Aparelho Celular a uma faixa de intensidade maior

que 103 dB(A) e de acordo com a NR 15 Anexo nordm 1 pessoas expostas nesta

intensidade de ruiacutedo podem ficar no maacuteximo 45 minutos por dia

Conclusatildeo

Na falta de valores de ruiacutedo para servirem de referecircncia servimo-nos da

Norma Regulamentadora nordm 15 do Ministeacuterio do Trabalho e Emprego ndash Atividades e

Operaccedilotildees Insalubres norma esta que trata da seguranccedila ao trabalhador exposto

ao ruiacutedo contiacutenuo e outras fontes de insalubridade Especificamente no anexo I da

NR 15 cita-se qual eacute o Limite de Toleracircncia para Ruiacutedo Contiacutenuo ou Intermitente a

tabela ilustra qual o tempo maacuteximo de exposiccedilatildeo diaacuteria ao agente insalubre de

acordo com o niacutevel de ruiacutedo existente O primeiro valor que consta na tabela eacute 85

dB(A) para um tempo maacuteximo de exposiccedilatildeo de 8 horas diaacuterias

230

LIMITES DE TOLERAcircNCIA PARA RUIacuteDO CONTIacuteNUO OU INTERMITENTE

NIacuteVEL DE PRESSAtildeO SONORA dB(A) MAacuteXIMA EXPOSICcedilAtildeO DIAacuteRIA PERMISSIacuteVEL

85 8 horas

86 7 horas

87 6 horas

88 5 horas

89 4 horas e 30 minutos

90 4 horas

91 3 horas e 30 minutos

92 3 horas

93 2 horas e 40 minutos

94 2 horas e 15 minutos

95 2 horas

96 1 hora e 45 minutos

98 1 hora e 15 minutos

100 1 hora

102 45 minutos

104 35 minutos 105 30 minutos

106 25 minutos

108 20 minutos

110 15 minutos

112 10 minutos

114 8 minutos

115 7 minutos

Desta forma concluo que os alunos que estatildeo expostos a esses niacuteveis de

pressatildeo sonora podem ter prejuiacutezos agrave audiccedilatildeo ou perda auditiva em poucos anos

por ser sutil causa impactos significativos na vida das pessoas gerando dificuldades

na comunicaccedilatildeo por prolongamento de exposiccedilatildeo a elevados niacuteveis sonoro o que

pode causar perda auditiva irreversiacutevel assim o tempo de exposiccedilatildeo satildeo fatores

determinantes da capacidade de prejudicar a audiccedilatildeo

231

Os Aparelhos Celulares tecircm grande capacidade de armazenamento com

bateria cada vez mais duradoura estas possibilidades contribuem para que os

estudantes ouccedilam muacutesica durante horas sem parar em volume muito acima das

recomendadas pela NR 15 Anexo 1 e pelo Protocolo de Complexidade Diferenciada

5 de 2006

Encerramento

O responsaacutevel teacutecnico pelo trabalho coloca-se ao inteiro dispor para os

esclarecimentos necessaacuterios O presente laudo consta de seis paacuteginas digitadas de

um soacute lado rubricadas e uma folha de capa sendo a uacuteltima assinada

Curitiba 12 de fevereiro de 2014

Verginio Luiz Stangherlin

Engenheiro Agrocircnomo e de Seguranccedila do Trabalho

CREA-PR 110468D

232

APEcircNDICES

233

APEcircNDICE 1 - LEVANTAMENTO SOBRE O USO DO CELULAR NA

ESCOLA

COLEacuteGIO ESTADUAL PROFESSORA MARIA AGUIAR TEIXEIRA

Turno______ Seacuterie______ Idade _________

1 ndash Vocecirc possui um Telefone Celular

a) Sim

b) Natildeo

c) eu uso um que natildeo eacute meu

2- Vocecirc traz o Telefone Celular para a escola

a) Sempre

b) quase sempre

c) agraves vezes

d) nunca

3 ndash Quanto tempo vocecirc usa o Telefone Celular ao longo do dia para qualquer de

suas funccedilotildees

a)Nunca uso celular

b)Menos de 2 horas por dia

c)Mais de 2 horas e menos de 4 horas por dia

d)Mais de 4 horas e menos de 8 horas por dia

f)Mais de 8 horas e menos de 12 horas por dia

g)Mais de 12 horas por dia

h)Meu uso eacute bastante variado de um dia para outro

i)Natildeo sei informar

4 ndash Quais as funccedilotildees do Telefone Celular que vocecirc utilizou na sala de aula sem

relaccedilatildeo com a aprendizagem

a)Ouvir muacutesica

b) Fazer e receber ligaccedilotildees

c)Receber e enviar mensagens

d)Calculadora

e)Agenda de telefone

234

f)Maacutequina fotograacutefica

g)Acessar a Internet (e-mail facebook skype etc)

h)Outras Escreva aqui _______________________________________

i)Natildeo trago o celular para a escola

j)Natildeo tenho telefone celular

5 ndash Na sala de aula vocecirc alguma vez jaacute utilizou o Telefone Celular para ajudar na

sua aprendizagem

a)Ouvir muacutesica

b) Fazer e receber ligaccedilotildees

c)Receber e enviar mensagens

d)Calculadora

e)Agenda de telefone

f)Maacutequina fotograacutefica

g)Acessar a Internet (e-mail facebook skype etc)

h)Outras Escreva aqui _______________________________________

i)Natildeo trago o celular para a escola

j)Natildeo tenho celular

6ndash Quanto vocecirc gasta em meacutedia em creacuteditos por mecircs

a) ateacute R$12 por mecircs

b) Entre R$ 13 e R$3000 por mecircs

c) Entre R$ 31 e R$5000 por mecircs

d) Mais de R$ 5000 por mes

e) Natildeo gasto com creacuteditos

f) Natildeo sei

7 ndash Vocecirc sabia que o regimento escolar proiacutebe o uso do Telefone Celular na sala de

aula

a) Sim

b) Natildeo

c) sabia mas uso assim mesmo

d) Sabia mas eu uso soacute esporadicamente

8 ndash Vocecirc jaacute ouviu dizer que o Telefone Celular pode trazer problemas para a

audiccedilatildeo

a) jaacute dizer e parei de usar o Telefone Celular

b) natildeo ouvi dizer e natildeo dizer e natildeo me interesso por isso

c) nunca ouvi falar sobre isso

d) Jaacute ouvi dizer mas natildeo me importo pois continuo usando da mesma forma

e) jaacute ouvi dizer e parei de usar o celular

235

APEcircNDICE 2 - TESTES DE AUTOIDENTIFICACcedilAtildeO DE ALGUNS SINTOMAS DE ESTRESSE

TESTE DE AUTOIDENTIFICACcedilAtildeO DE ALGUNS

SINTOMAS DE ESTRESSE

MARQUE UM ldquoXrdquo na coluna correspondente a

sua opiniatildeo

Idade_____ Sexo______ Seacuterie_______ Turma

_______

De

je

ito

ne

nh

um

Rara

me

nte

As v

ev

eze

s

Fre

qu

en

tem

en

t

e

Se

mp

re

Natildeo

se

i

Natildeo

m

e

imp

orto

1 2 3 4 5 6 7

1 O Coleacutegio eacute ruidoso por causa dos trens carros e

ocircnibus que passam em frente

2 A biblioteca do Coleacutegio eacute um local adequado e silencioso para eu realizar pesquisas e outras atividades

3 O ruiacutedo do trem natildeo me incomoda quando estou assistindo aula

4 Jaacute me senti prejudicado pelo ruiacutedo do trem quando estava fazendo avaliaccedilotildees e trabalhos de pesquisa na sala de aula

5 Jaacute ouvi zumbidos depois de escutar os ruiacutedos dos

trens carros e ocircnibus

6 Nada pode ser feito para alterar as condiccedilotildees de

ruiacutedo dos trens carros e ocircnibus na frente do Coleacutegio

7 Tenho dificuldades para aprender durante o periacuteodo das aulas quando a empresa ALL testa os freios dos trens em frente ao Coleacutegio

8 Meu niacutevel de concentraccedilatildeo e desempenho nas

avaliaccedilotildees natildeo se altera quando o trem passa

9 A exposiccedilatildeo ao ruiacutedo dos trens carros e ocircnibus

me deixa esgotado no final do periacuteodo de aula

10 Ruiacutedos intensos como das muacutesicas que ouccedilo no celular ou dos trens carros e ocircnibus que passam em frente ao coleacutegio natildeo me incomodam

11 Perco a concentraccedilatildeo quando o trem passa em

frente ao Coleacutegio no horaacuterio das aulas

12 Deixo de ouvir muacutesicas no celular para natildeo me

expor excessivamente aos ruiacutedos

13 Ouccedilo zumbidos depois de escutar muacutesica em

alto volume no celular durante algum tempo

14 As muacutesicas que ouccedilo no celular atrapalham

minha concentraccedilatildeo na aula

15 Meus ouvidos doem quando ouccedilo muacutesica no

celular

236

16 Percebo que a quantidade de ruiacutedo a que sou

exposto fora da escola e tambeacutem quando ouccedilo muacutesicas no celular eacute maior do que posso suportar

17 Sei que ouvir muacutesica no celular pode prejudicar

minha audiccedilatildeo

18 Perco energia ao ouvir muacutesica no celular

19 Sinto-me sobrecarregado tanto pela quantidade

de ruiacutedo externo agrave escola (trens carros ocircnibus) quanto ao ouvir muacutesica no celular em volume acima da meacutedia

20 Ouccedilo muacutesica em volume alto para me

concentrar para estudar para as provas para fazer os trabalhos escolares

21 Quando fico exposto a ruiacutedos desanimo facilmente

22 Levo muito tempo para relaxar quando estou estressado por causa do barulho

23 Sinto-me tatildeo cansado e sobrecarregado por causa do ruiacutedo intenso durante o periacuteodo de aula que acabo ldquome desligandordquo do ambiente escolar

24 Sinto-me bem tendo muito ruiacutedo no meu entorno (dentro e fora da sala) durante o periacuteodo de aula

25 Quando acordo de manhatilde fico cansado soacute de pensar que terei que ouvir muitos ruiacutedos externos durante as aulas

26 Fico feliz por poder ouvir muacutesica no celular

quando estou em aula

27 Natildeo consigo ficar sem ouvir musicas no celular

durante o periacuteodo das aulas mesmo sabendo que o regimento escolar me proiacutebe de usa-lo

28 Natildeo fui informado sobre quais equipamentos eletrocircnicos (Aparelho Celular) posso usar no periacuteodo das aulas

29 Participei ativamente de reuniotildees e discussotildees

para a construccedilatildeo do Regimento Escolar do coleacutegio

237

APEcircNDICE 3 - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Eu (nome por extenso)___________________________________________

portador da ceacutedula de Identidade RG________________________________

AUTORIZO meuminha filho (a) (nome por extenso)

________________________________________________a participar da pesquisa

intitulada ldquoPoluiccedilatildeo Sonora que trem eacute esse no meu celularrdquo bem a publicaccedilatildeo de

resultados em Revistas Acadecircmicas Livros Conferecircncias etc para uso interno

desta instituiccedilatildeo de ensino

A presente autorizaccedilatildeo eacute concedida a tiacutetulo gratuito abrangendo a aplicaccedilatildeo

de um Questionaacuterio e um Teste de AutoIdentificaccedilatildeo de Alguns Sintomas de

Estresse acima mencionada em todo territoacuterio nacional e no exterior em todas as

suas modalidades e destaque das seguintes formas (i) miacutedia eletrocircnica (paineacuteis

viacutedeos entre outros)

Deste modo por esta ser a expressatildeo da minha vontade declaro que autorizo

livre e espontaneamente o uso acima descrito sem que nada possa a ser reclamado

a tiacutetulo de direitos conexos agrave imagem ou qualquer outro bem como assino a

presente autorizaccedilatildeo

Curitiba ______ de ____________________ de 2013

Pai Responsaacutevel

1

JEREMIAS FERREIRA DA COSTA

POLUICcedilAtildeO SONORA

QUE TREM Eacute ESSE NO MEU CELULAR

Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Educaccedilatildeo em Ciecircncias e em Matemaacutetica Linha de Ensino e Aprendizagem de Ciecircncias Setor de Ciecircncias Exatas Universidade Federal do Paranaacute como requisito parcial para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestre em Educaccedilatildeo em Ciecircncias Orientador Prof Dr Sergio Camargo Co-orientadora Profordf Drordf Christiane Gioppo

CURITIBA

2014

2

3

4

AGRADECIMENTOS

A Deus que permitiu realizar um dos meus maiores sonhos que eacute fazer mestrado na UFPR e pelas portas abertas na minha vida Tem me sustentado com acircnimo alegria e disposiccedilatildeo estando comigo em todos os momentos Obrigado meu Deus por me mostrar possibilidades de ldquoir e virrdquo nos caminhos que escolhi

Agrave minha esposa Patriacutecia Barbosa Reeck da Costa que veio completar minha

vida que me amparou e compreendeu nas horas de dificuldade e que me faz muito feliz

Ao meu pai o ldquogente boardquo Telcio Ferreira da Costa e minha ldquomatildeezinhardquo Dona

Maria Lurdes por todas as oraccedilotildees e apoio que me deram para que eu conseguisse chegar ateacute aqui Agrave minha filha Julia Bogdanovicz da Costa por compreender a falta de tempo do pai pois em momentos natildeo conseguir passear andar de bicicleta ou viajar vocecirc eacute uma fonte de inspiraccedilatildeo Enfim minha gratidatildeo se estende a todos os familiares que participaram voluntaacuteria ou involuntariamente da minha vida pois de certa forma fui influenciado por vocecircs

Sou uma pessoa motivada pela Ciecircncia e entendo que a era moderna foi

caracterizada por permitir outros olhares sobre dogmas e crenccedilas possibilitando a academia gerar novos conhecimentos criticar-se e reconfigurar-se em diferentes Programas constituindo uma nova era a contemporacircnea Nesta foi criado o Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Educaccedilatildeo em Ciecircncias e em Matemaacutetica da UFPR para o qual fui aceito Assim agradeccedilo aos meus orientadores Dr Seacutergio Camargo e Dra Christiane Gioppo por terem me selecionado e conduzido para estar aqui agora na posiccedilatildeo de seleciona-los para dedicar minhas conquistas

A minha banca composta pelo Dr Cristiano Rodrigues de Mattos da

Universidade de Satildeo Paulo e pelo Dr Marco Aureacutelio Kalinke da Universidade Tecnoloacutegica Federal do Paranaacute aleacutem de meus orientadores com os quais pude compartilhar muito mais que discussotildees de cunho teoacuterico e a todo o corpo docente do PPGECM da UFPR que participou da minha formaccedilatildeo

Aos amigos que sempre estiveram orando por mim aos colegas e Diretores

dos Coleacutegios Estaduais Professora Maria Aguiar Texieria e Paulo Leminski que contribuiram para a manutenccedilatildeo de um ambiente de trabalho e de pesquisa prazeroso tornando-se sinocircnimo de alegria prevalecendo agrave difusatildeo do conhecimento

5

PEQUENA BIOGRAFIA

Sou da cidade de Arapongas estado do Paranaacute venho de uma famiacutelia de

onze irmatildeos cresci em uma situaccedilatildeo financeira de miseacuteria em que a universidade

era algo muito distante da minha realidade Meu pai sabe apenas assinar o nome

minha matildee eacute analfabeta e meus irmatildeos nunca terminaram o Ensino Fundamental jaacute

entre as irmatildes algumas terminaram o Ensino Meacutedio

Em minha tenra infacircncia meus pais tinham consciecircncia da importacircncia da

escolarizaccedilatildeo e me matricularam em uma escola puacuteblica pois achavam que eu

precisava estudar para aprender a ler e a escrever e com isso meu futuro estaria

garantido

Em 1978 por volta dos 10 anos comecei catar papel na rua para vender e ter

uma fonte de renda Diariamente eu tinha que coletar o suficiente para atingir trecircs

metas 1ordf comprar um pedaccedilo de toucinho dele saiacutea gordura que preparava a

polenta e o torresmo era nossa carne 2ordf comprar um pacote de fubaacute 3ordf comprar

uma barra de sabatildeo para assim ter roupas limpas

No periacuteodo de colheita da lavoura (algodatildeo milho e cafeacute) trabalhava junto

com meu pai e irmatildeos como boias-frias Noacutes levantaacutevamos muito cedo agraves 4 horas

da manhatilde esperaacutevamos em um ponto o caminhatildeo que passava e nos recolhia e

levava para a fazenda onde havia colheita cerca de 100 km de distacircncia da nossa

cidade Embaixo do sol escaldante ou inverno intenso meus sonhos afloravam eu

percebi que natildeo queria aquela vida de sofrimento embora digna Meu sonho de

fazer uma faculdade crescia poreacutem diariamente me perguntava como algueacutem que eacute

financeiramente miseraacutevel poderia alcanccedilar uma vida de ecircxito e especialmente como

conseguiria pagar uma faculdade Natildeo vislumbrava nenhuma resposta ateacute que as

oportunidades para a realizaccedilatildeo dos meus sonhos comeccedilaram surgir

Com quatorze anos entrei na guarda-mirim e comecei trabalhar como Office

boy em uma faculdade privada na cidade de Arapongas Ali como em minha casa

tambeacutem ouvia o secretaacuterio os auxiliares da administraccedilatildeo as zeladoras falarem que

para ldquoser algueacutem na vidardquo tem que estudar Eu ganhava o equivalente a meio

salaacuterio miacutenimo e apesar de trabalhar dentro da faculdade tinha duacutevidas a respeito

de como continuaria meus estudos

6

Em 1990 aos vinte e dois anos conclui a Educaccedilatildeo Baacutesica e crescia a

expectativa de fazer o vestibular assim realizar meu maior sonho cursar

matemaacutetica no ensino superior Natildeo tardou e surgiu a oportunidade que tanto

esperava a diretora da faculdade na eacutepoca a senhora Neuza Wielewicki olhou em

meus olhos e perguntou se eu sonhava em fazer faculdade O que confirmei

prontamente Sabendo de meu interesse ela me ofereceu uma bolsa de estudos

para cursar matemaacutetica Com isso sem pagamento de qualquer taxa ou material

nem mesmo mensalidade eu poderia realizar meu sonho Apenas uma condiccedilatildeo me

foi imposta no ato da liberaccedilatildeo da inscriccedilatildeo para o vestibular e que natildeo poderia

reprovar em nenhuma disciplina se isso ocorresse perderia a bolsa de estudos

Em 1991 entrei no curso de graduaccedilatildeo e quatro anos depois conclui sem

nenhuma reprovaccedilatildeo Devido aos diversos momentos de descontinuidade nos

estudos na educaccedilatildeo baacutesica tive muitas dificuldades na Faculdade entretanto

sempre me dediquei para atingir meus objetivos A partir daiacute compreendi que deveria

planejar meu futuro pois jaacute havia rompido uma barreira gigante a de cursar a

faculdade Entatildeo tracei objetivos e fiz um planejamento de longo prazo que era

essencialmente constituiacutedo pelo investimento em meu processo de formaccedilatildeo

Meus pais nunca questionaram qualquer decisatildeo que eu tivesse tomado pois

em silecircncio acreditavam que esse filho venceria nos estudos e nos obstaacuteculos que

enfrentaria pela frente atingindo uma situaccedilatildeo financeira melhor e por mais que

eles natildeo verbalizassem nutriam a mesma expectativa a de que eu teria melhores

condiccedilotildees financeira que eles Assim eu me percebia centrado com autocontrole

racional e objetivo Meus pais sempre foram muito trabalhadores mas natildeo tinham

seguranccedila financeira por isso eles poderiam ver nesse filho uma possibilidade de

ascensatildeo social Aleacutem disso esperavam que meus esforccedilos trariam mais do que

recompensas financeiras mas tambeacutem constituiriam meus valores e princiacutepios A

esperanccedila de meus pais e o foco nos objetivos traccedilados me deram a certeza de que

ao terminar a faculdade teria uma das mais belas profissotildees a de professor com

habilitaccedilotildees em Matemaacutetica e Fiacutesica e a possibilidade de asceder socialmente

Depois de graduado mudei-me para Curitiba onde comecei lecionar no

regime CLT Em seguida fui aprovado em concursos para o Quadro Proacuteprio do

Magisteacuterio (QPM) do Estado do Paranaacute nas disciplinas de fiacutesica e matemaacutetica

Tornei-me professor do Ensino Fundamental e Meacutedio da Educaccedilatildeo Baacutesica e hoje

trabalho em duas escolas puacuteblicas

7

Em meu trabalho de professor por vaacuterios anos tenho recebido estudantes

estagiaacuterios de Praacutetica de Docecircncia oriundos de diversas Universidades da cidade de

Curitiba inclusive da Universidade Federal do Paranaacute (UFPR) Com isso tenho

interagido com as Universidades e em 2009 o professor da disciplina de Praacutetica de

Ensino e Estaacutegio Supervisionado em Fiacutesica (II e III) da UFPR inscreveu uma

proposta para participar do Edital CAPESDEB Nordm 0022009 - Programa Institucional

de Bolsa de Iniciaccedilatildeo agrave Docecircncia ndash PIBID O projeto foi aprovado e eu selecionado

para participar na funccedilatildeo de Professor Supervisor da disciplina de Fiacutesica O

programa teve iniacutecio em 2010 e desde entatildeo estudantes da UFPR desenvolvem

projetos na aacuterea de Ensino de Fiacutesica participando ativamente da rotina do coleacutegio O

objetivo desse projeto eacute que os estudantes universitaacuterios tenham mais experiecircncia e

reflexotildees sobre a docecircncia Os participantes do programa (estudantes da

universidade professores supervisores e o coordenador de aacuterea) participam da

rotina da escola tambeacutem reuacutenem-se uma vez por semana na Universidade para

estudar assuntos relacionados agrave aprendizagem e a avaliaccedilatildeo

Para aleacutem das rotinas escolares e reuniotildees o coordenador nos motiva a fazer

pesquisas a participar de congressos nacionais e internacionais e a dar

continuidade em nossos estudos e foi nesse bojo que o Professor Seacutergio Camargo

sugeriu que me candidatasse ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Educaccedilatildeo em

Ciecircncias e em Matemaacutetica da UFPR Assim elaborei um projeto de estudo sobre a

Poluiccedilatildeo Sonora no ambiente escolar Para finalizar gostaria de reiterar que minha

histoacuteria de vida estaacute permeada pela ideia de traccedilar um objetivo claro e mover

esforccedilos para alcanccedilaacute-lo e tambeacutem por encontrar pessoas que atravessaram meu

caminho em diversos momentos e ofereceram oportunidades aacute realizaccedilatildeo de meus

sonhos

8

RESUMO

Haacute muitos anos atuo como professor do Ensino Meacutedio e ao longo desse tempo percebi a exacerbaccedilatildeo nos ruiacutedos emitidos pelos meios de transportes no entorno do Coleacutegio Simultaneamente houve grande aumento da presenccedila do Celular na sala de aula pelos estudantes especialmente para ouvir muacutesica Esses dois fatores desencadearam o presente estudo O objetivo desta dissertaccedilatildeo foi investigar Niacuteveis de ruiacutedo no entorno e na aacuterea interna ao Coleacutegio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira A partir do delineamento da temaacutetica central relacionada a Poluiccedilatildeo Sonora iniciei a revisatildeo de literatura selecionando quatro eventos Os Encontros de Pesquisa em Ensino de Fiacutesica (EPEF) os Encontros de Pesquisa em Educaccedilatildeo em Ciecircncias (ENPEC) os Encontros de Pesquisa em Educaccedilatildeo Ambiental (EPEA) e os Encontros de Tecnologia da Informaccedilatildeo e Educaccedilatildeo (TICEDUCA) Busquei tambeacutem dissertaccedilotildees e teses publicadas no banco da CAPES realizadas por pesquisadores da aacuterea de educaccedilatildeo A revisatildeo de literatura me permitiu afirmar que a temaacutetica poluiccedilatildeo sonora eacute pouco discutida entre educadores e pesquisadores da aacuterea assim estabeleci dois recortes o primeiro se refere ao ruiacutedo do entorno do coleacutegio e o segundo ao volume alto utilizado para ouvir muacutesicas no Aparelho Celular por meio de fones auriculares A partir desses dois recortes estabeleci trecircs premissas e com elas constituiacute as seguintes questotildees de pesquisa 1) Quais satildeo os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) oriundos do entorno do CEPMAT 2) ComoSe os estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT usam o Celular no ambiente escolar 3) Quais satildeo os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) a que os estudantes do CEPMAT satildeo submetidos quando ouvem muacutesica com fones auriculares conectados a Aparelhos Celulares no ambiente escolar Em Havendo Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) (acima do disposto na Legislaccedilatildeo e) estabelecidos nesta dissertaccedilatildeo como Poluiccedilatildeo Sonora procurei verificar 4) Se e como os estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT percebem as normas e regras (Regimento Escolar) e a existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora a) oriunda do entorno da escola b) oriunda dos fones auriculares conectados aos Aparelhos Celulares e os possiacuteveis efeitos dessa Poluiccedilatildeo na Sauacutede deles c) as regras e normas utilizadas no CEPMAT Para balizar os recortes estabelecidos utilizei o conceito Cultura abordado por Stuart Hall (2011) o de Interaccedilatildeo Social e o de modificaccedilatildeo transformaccedilatildeo do ambiente proposto por Vigotsky (2007) bem como as mudanccedilas nas formas de interaccedilatildeo social geradas pelos novos meios de comunicaccedilatildeo (THOMPSON 2011) Para constituir os dados e fazer a triangulaccedilatildeo entre eles criei um questionaacuterio que investigou o uso do Celular no ambiente escolar realizei afericcedilotildees dos niacuteveis de pressatildeo sonora do entorno e nos fones auriculares conectados aos Aparelhos Celulares dos estudantes quando ouvem muacutesicas Adaptei tambeacutem um ldquoTeste para autoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo que investigou a percepccedilatildeo dos estudantes sobre os sintomas de estresse na sauacutede deles A revisatildeo de literatura me fez perceber que o assunto ldquoPoluiccedilatildeo Sonorardquo eacute pouco discutido entre os pesquisadores do Ensino de Fiacutesica e de Ciecircncias e natildeo eacute uma preocupaccedilatildeo dos Educadores Ambientais As afericcedilotildees de niacuteveis de Pressatildeo Sonora oriundas do entorno do CEPMAT identificaram intensidade de ruiacutedo ateacute 100 dB(A) isto eacute aproximadamente 67 acima dos limites de emissatildeo de ruiacutedo para as Zonas Estruturais Educacionais estabelecidos pela Lei Ordinaacuteria Municipal 106252002 que eacute de 60 dB(A) mas os estudantes nem sempre percebem o ruiacutedo do entorno como um incocircmodo e tiveram dificuldades para relacionar o ruiacutedo do traacutefego (especialmente dos trens) com algum fator de estresse

9

(tais como diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo dificuldades de aprendizagem e esgotamento) e natildeo percebem o ruiacutedo das composiccedilotildees como responsaacutevel por trazer zumbidos aos ouvidos No que tange agrave poluiccedilatildeo sonora a que o estudante estaacute submetido ao ouvir muacutesica utilizando fones auriculares conectados aos Aparelhos Celulares os dados revelaram resultados ainda mais assustadores pois 85 tecircm informaccedilatildeo de que uma exposiccedilatildeo diaacuteria a ruiacutedos intensos pode ser prejudicial agrave sauacutede auditiva mas no que tange ao uso de fones de ouvido apenas 15 responderam que tecircm conhecimento dos malefiacutecios agrave sauacutede causados pelo excesso de ruiacutedo oriundo do Celular Um dos dados mais significativos foi constatar que aproximadamente 95 dos estudantes pesquisados ouvem muacutesica em volume meacutedio de 1047 dB(A) usando fones auriculares conectados ao Aparelho Celular em meacutedia por 4 horasdia Isso significa que podem estar colocando em risco a sauacutede auditiva com possibilidade de perda irreversiacutevel da audiccedilatildeo Os resultados detectaram ainda que a maioria absoluta (95) dos estudantes tem celular e o traz para o coleacutegio embora esse equipamento seja insignificativamente utilizado durante atividades didaacuteticas ao longo das aulas Aleacutem disso 98 dos estudantes pesquisados tecircm consciecircncia da proibiccedilatildeo que consta no regimento escolar referente ao uso de Celulares para fins natildeo didaacuteticos mas ainda assim eles admitiriam afrontar deliberadamente a norma estabelecida pelo coleacutegio 67 dos estudantes revelaram que natildeo percebem sintomas de estresse de natureza fiacutesica (perda de energia e zumbido na audiccedilatildeo) pelo contraacuterio um nuacutemero consideraacutevel (5250) de estudantes declarou que se concentra melhor quando ouve muacutesicas durante as tarefas escolares Outro dado interessante eacute que 3250 dos estudantes natildeo estatildeo dispostos a deixar de utilizar o Celular para ouvir muacutesica Por outro lado 15 dos estudantes jaacute percebem pelo menos um dos sintomas de stress tanto ao ouvirem muacutesica no Celular quanto ao entrarem em contato com ruiacutedos oriundos dos meios de transportes Com esses resultados pode-se depreender que compreender a importacircncia da Poluiccedilatildeo sonora na escola eacute fundamental especialmente no que tange a presenccedila e uso do Aparelho Celular na escola Ao compreender esse objeto de desejo entendemos com mais profundidade o que opera no sistema representacional da nossa cultura que constroacutei significados modifica o sentimento de pertencimento dos estudantes ao grupo modelam praacuteticas de conduta e ideias Palavras-chave Identidade Cultural Poluiccedilatildeo Sonoro-visual Ensino de Ciecircncias Percepccedilatildeo Auditiva Ambiente Escolar

10

ABSTRACT For many years I have been working as a High School teacher and over that time I realized the exacerbation in the noise emitted by urban transports in the vicinity of the School Simultaneously there was large increase in Mobiles presence in the classroom for students especially for listening music These two factors have triggered this study The aim of this master thesis was to investigate the external and internal Noise at State School Teacher Maria Aguiar Teixeira From the design of the central theme related to Noise Pollution started the literature review selecting four events The Meetings of Research in Physics Teaching (EPEF) the Research Meetings in Science Education (ENPEC) the Research Meetings on Environmental Education (EPEA) and the Technology Meetings Information and Education (TICEDUCA) Also sought Master Theses and Doctoral Dissertations published in the data of CAPES conducted by education researchers The review on the literature allowed me to conclude that the noise pollution theme is little discussed among educators and researchers thus I established two research paths the first refers to the traffic noise around school environment and the second to the high volume used to listen to music on Mobile Handset through earphones From these two paths established three premises and with them have set the following research questions 1) What are the Sound Pressure Levels (SPL) coming from the school surroundings 2) How If CEPMAT high school students use Mobile at school 3) What are the Sound Pressure Levels (SPL) that the CEPMAT students undergo when they hear music with earphones connected to Cell Phones at school Having in Sound Pressure Levels (SPL) (above provisions of legislation and set forth as Noise Pollution in this dissertation tried to check 4) If and how the CEPMAT high school students understand School Rules and the existence Sound Pollution a) coming from the school surroundings b) arising from the earphones connected to the Cell Phones and possible pollution effects on their health c) CEPMAT School rules and standards To mark the paths established used the concept Culture approached by Stuart Hall (2011) the social interaction and modification transformation of the environment proposed by Vygotsky (2007) as well as changes in the forms of social interaction generated by new media (Thompson 2011) To provide the data and make triangulation between them created a questionnaire that investigated the use of Mobile at school I performed measurements of the sound pressure levels of the surroundings and the earphones connected to the Handsets students when they hear music I adapted also a test for self-identification of some symptoms of stress that investigated the perceptions of students about the symptoms of stress in their health The literature review made me realize that the subject Sound Pollution is rarely discussed among Physics and Science Education researchers and not at all discussed among environmental education Researchers in Brazil Measurements of sound pressure levels coming from the surrounding of CEPMAT identified noise up to 100 dB (A) ie approximately 67 above the noise emission limits for Educational structural zones established by the Municipal Annual Law 106252002 that is 60 dB(A) but students do not always perceive the surrounding noise as a nuisance and had difficulty relating the traffic noise (especially trains) with some stress factor (such as decreased concentration difficulty learning and exhaustion) and do not realize the noise of the train as responsible for bringing ringing in the ears Regarding the noise pollution to which the student is subjected while listening to music using earphones connected to Cell Phones data showed somewhat scary results because 85 have information that a daily exposure to loud noise can be harmful to hearing health but

11

when it comes to the use of headphones only 15 said they are aware of the harm to health caused by excessive noise coming from of Mobile One of the most significant data was seen that approximately 95 of students surveyed listen to music on average volume of 1047 dB (A) using earphones connected to the Mobile Handset for an average of 4 hours day This means they can be putting at risk the auditory health with the possibility of irreversible hearing loss The results also found that an absolute majority (95) of the students have cell and brings them to school although this equipment is almost non used for educational activities during the lessons In addition 98 of students surveyed are aware of the prohibition contained in the school regulations concerning the use of Mobile for not teaching purposes yet they admit deliberately defy the norm established by the school 67 of students revealed that not perceive symptoms of stress of a physical nature (energy loss and tinnitus in the hearing) on the contrary a considerable number (5250) students stated that focuses better when listening to music during homework Another interesting fact is that 3250 of students are unwilling to stop using the Mobile to listen to music On the other hand 15 of the students already have at least one of the stress symptoms when they hear music in Mobile as well as when they get in touch with noise coming from veicles With these results we can conclude that understand the importance of Noise Pollution at school is fundamental especially regarding the presence and use of the Mobile Handset in school By understanding this object of desire we understand more deeply what operates in the representational system of our culture which creates meaning changes the studentsacute feeling of belonging to the group and model practics of conduct ideas

Keywords Identity Noise Pollution Science Education Perception Environment

12

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 01 - (A) MAPA DA REGIAtildeO (B) FACHADA DO COLEacuteGIO

ESTADUAL PROFESSORA MARIA AGUIAR

TEIXEIRA

27

FIGURA 02 - (A) OcircNIBUS BIARTICULADO (B) OcircNIBUS LIGEIRINO NO

CORREDOR LESTE

28

FIGURA 03 - (3A e 3B) PISTAS EM FRENTE AO COLEacuteGIO COM

TRAacuteFEGO INTENSO E CIRCULACcedilAtildeO DE CAMINHOtildeES

28

FIGURA 04 - (4A e 4B) FOTO AEacuteREA DE 1957 DO BAIRRO (B) FOTO

AEacuteREA DE 2008 DO BAIRRO LOCALIZANDO O

COLEacuteGIO

29

FIGURA 05 - (A e B) LINHA FEacuteRREA EM FRENTE AO COLEacuteGIO 29

FIGURA 06 - (A) VILA OFICINAS NO CAJURU NA DEacuteCADA DE 50 E B)

VILA OFICINAS CAJURU NOS DIAS DE HOJE

30

FIGURA 07 - REDE INTEGRADA DE TRANSPORTES PUacuteBLICO DE

CURITIBA EM 2003

112

13

LISTA DE QUADROS

QUADRO 01 - EPEF REALIZADOS DE 1986 ATEacute 2012 38

QUADRO 02 - ENPEC REALIZADOS DE 1997 ATEacute 2013 40

QUADRO 03 - EPEAs REALIZADOS DE 2001 A 2013 41

QUADRO 04 - TICEDUCA REALIZADOS DE 2010 A 2012 43

QUADRO 05 - LEVANTAMENTO DAS DIVERSAS EDICcedilOtildeES DOS EPEF

ENPEC EPEA E TICEDUCA NO PERIacuteODO DE 1986 A

2013

44

QUADRO 06 - RESUMO DOS EVENTOS REALIZADOS DE 1986 A

2013

45

QUADRO 07 - ARTIGOS SOBRE POLUICcedilAtildeO SONORA 46

QUADRO 08 - ARTIGOS SOBRE TECNOLOGIAS MOacuteVEIS 50

QUADRO 09 - LEVANTAMENTO NO BANCO DE TESES DA CAPES

INDICANDO ANO NUacuteMERO TOTAL DE TRABALHOS

PUBLICADOS

55

QUADRO 10 - NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA EM (NPS) PERMITIDOS

EM AacuteREAS RESIDENCIAIS E ESCOLARES

70

14

LISTA DE GRAacuteFICOS

GRAacuteFICO 01 - VOCEcirc POSSUI UM TELEFONE CELULAR 79

GRAacuteFICO 02 - VOCEcirc TRAZ O TELEFONE CELULAR PARA A

ESCOLA

80

GRAacuteFICO 03 - QUANTO TEMPO VOCEcirc USA O TELEFONE CELULAR

AO LONGO DO DIA PARA QUALQUER DE SUAS

FUNCcedilOtildeES

81

GRAacuteFICO 04 - QUAIS AS FUNCcedilOtildeES DO TELEFONE CELULAR QUE

VOCEcirc UTILIZOU NA SALA DE AULA SEM RELACcedilAtildeO

COM A APRENDIZAGEM

82

GRAacuteFICO 05 - NA SALA DE AULA VOCEcirc ALGUMA VEZ JAacute UTILIZOU O

TELEFONE CELULAR PARA AJUDAR NA SUA

APRENDIZAGEM

83

GRAacuteFICO 06 - QUANTO VOCEcirc GASTA EM MEacuteDIA EM CREacuteDITOS POR

MEcircS

84

GRAacuteFICO 07 - VOCEcirc SABIA QUE O REGIMENTO ESCOLAR PROIacuteBE O

USO DO TELEFONE CELULAR NA SALA DE

AULA

85

GRAacuteFICO 08 - VOCEcirc JAacute OUVIU DIZER QUE O TELEFONE CELULAR

PODE TRAZER PROBLEMAS PARA

AUDICcedilAtildeO

86

GRAacuteFICO 09 - NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS) QUE OS

ESTUDANTES DO CEPMAT ESTAtildeO SUBMETIDOS

QUANDO OUVEM MUacuteSICA NOS FONES AURICULARES

CONECTADOS AO APARELHO CELULAR

103

GRAacuteFICO 10 - PERCEPCcedilAtildeO DOS ESTUDANTES EM RELACcedilAtildeO Agrave

POLUICcedilAtildeO SONORA NO ENTORNO DO CEPMAT

125

GRAacuteFICO 11 - PERCEPCcedilAtildeO DOS ESTUDANTES SOBRE OS EFEITOS

DA POLUICcedilAtildeO SONORA EXTERNA AO

CEPMAT

129

70

15

GRAacuteFICO 12 - IMPACTOS CAUSADOS PELOS TRENS CARROS E

OcircNIBUS AOS ESTUDANTES

131

GRAacuteFICO 13 - INCOcircMODOS CAUSADOS POR RUIacuteDOS AOS

ESTUDANTES

133

GRAacuteFICO 14 - INCOcircMDO CAUSADO PELA MUacuteSICA OUVIDA NO FONE

AURICULAR CONECTADO AO APARELHO

CELULAR

138

GRAacuteFICO 15 - PERCEPCcedilAtildeO DOS ESTUDANTES EM RELACcedilAtildeO AOS

SINTOMAS DE ESTRESSE DEFLAGRADOS POR

OUVIR MUacuteSICA NOS FONES AURICULARES LIGADOS

A APARELHOS CELULARES

140

GRAacuteFICO 16 - SINTOMAS DO ESTRESSE E DIFICULDADES DE

CONCENTRACcedilAtildeO NAS AVALIACcedilOtildeES

142

GRAacuteFICO 17 - PERCEPCcedilAtildeO DE ALGUNAS SINTOMAS DE

ESTRESSE

144

GRAacuteFICO 18 - O ESTRESSE DO DIA A DIA E A FELICIDADE DE OUVIR

MUacuteSICA NO CELULAR

147

GRAacuteFICO 19 - PARTICIPACcedilAtildeO DA COMUNIDADE ESCOLAR NA

CONSTRUCcedilAtildeO DO REGIMENTO ESCOLAR

152

16

LISTA DE TABELAS

TABELA 01 - RESULTADO DO TESTE DE FISCHER PARA

ASSOCIACcedilAtildeO DAS QUESTOtildeES 1 E 2

88

TABELA 02 - RESUTLADO DO TESTE QUI-QUADRADO PARA

ASSOCIACcedilOtildeES DAS QUESTOtildeES 3 E 4

89

TABELA 03 - LIMITES DE TOLERAcircNCIA PARA RUIacuteDO CONTIacuteNUO E

INTERMITENTE

97

TABELA 04 - AFERICcedilOtildeES DOS NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS)

ORIUNDOS DO EXTERIOR DO CEPMAT E MEDIDOS NO

INTERIOR

100

TABELA 05 - NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS) NO INTERIOR DO

CEPMAT EM SALAS DE AULA

102

17

LISTA DE SIGLAS

ABNT Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas ALL America Latina Logiacutestica ABRAPEC Associaccedilatildeo Brasileira de Pesquisa e Ensino de Ciecircncias CEPMAT Coleacutegio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira CLT Consolidaccedilatildeo das Leis Trabalhistas CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente dB(A) Decibeacuteis EFT Revista Educaccedilatildeo Formaccedilatildeo amp Tecnologias ENPEC Encontro Nacional de Pesquisa e Educaccedilatildeo em Ciecircncias EPEA Encontro de Pesquisa em Educaccedilatildeo Ambiental EPEF Encontro de pesquisa e Ensino de Fiacutesica IBAPE Instituto Brasileiro de Alto Desempenho IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IPDA Instituto Paulista de Deacuteficit de Atenccedilatildeo IPPUC Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba ISO Organizaccedilatildeo Internacional para Padronizaccedilatildeo Leq Niacutevel de Ruiacutedo Equivalente Contiacutenuo (dB) MP3 Moving Picture Audio Layer-3 MTb Ministeacuterio do Trabalho NPS Niacutevel de Pressatildeo Sonora NBR Norma Brasileira Regulamentadora NR Norma Regulamentadora OMS Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede PAIR Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo PIBID Programa Institucional de Bolsas de Iniciaccedilatildeo agrave Docecircncia PPP Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico PROEJA Programa de Integraccedilatildeo da Educaccedilatildeo Profissional ao Ensino

Meacutedio na Modalidade de Educaccedilatildeo de Jovens e Adultos QPM RFFSA

Quadro Proacuteprio do Magisteacuterio Rede Ferroviaacuteria Federal SA

RVPSC Rede de Viaccedilatildeo Paranaacute Santa Catarina SBF Sociedade Brasileira de Fiacutesica SBO Sociedade Brasileira de Otologia SBPC Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciecircncia SEEDPR Secretaria do Estado de Educaccedilatildeo do Paranaacute UFPR Universidade Federal do Paranaacute UFSCAR Universidade Federal de Satildeo Carlos UNESCO Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a

Cultura UIDEF TCLE TIC

Unidade de Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento em Educaccedilatildeo e Formaccedilatildeo da Universidade de Lisboa Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo

TICEDUCA Encontro Internacional de Tecnologia da Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo e Educaccedilatildeo

ZE-E Zona Especial Educacional

18

SUMAacuteRIO

INTRODUCcedilAtildeO 21

1 INCOcircMODOS INCIAIS 25

11 O COLEacuteGIO E AS MUDANCcedilAS NA PAISAGEM URBANA DO BAIRRO AO

LONGO DOS UacuteLTIMOS 50 ANOS 26

12 OS APARELHOS CELULARES E O COLEacuteGIO 31

2 REVISAtildeO DA LITERATURA SOBRE A TEMAacuteTICA POLUICcedilAtildeO SONORA E O USO DO

APARELHO CELULAR 36

21 EPEF ndash ENCONTRO DE PESQUISA EM ENSINO DE FIacuteSICA 37

22 ENPEC ndash ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM EDUCACcedilAtildeO EM

CIEcircNCIAS 39

23 EPEA ndash ENCONTRO DE PESQUISA EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTAL 41

24 TICEDUCA ndash TECNOLOGIAS E EDUCACcedilAtildeO 42

25 SELECcedilOtildeES DE ARTIGOS NOS EVENTOS 43

26 ARTIGOS RELACIONADOS Agrave POLUICcedilAtildeO SONORA 46

27 ARTIGOS RELACIONADOS COM TECNOLOGIA MOacuteVEL 49

28 PROJETOS QUE UTILIZAM O APARELHO CELULAR COMO FERRAMENTA

DE ENSINO 54

29 RESUMO DAS DISSERTACcedilOtildeES E TESES LOCALIZADAS NO BANCO DE TESES

DA CAPES SOBRE POLUICcedilAtildeO SONORA 55

210 SIacuteNTESE DA SECcedilAtildeO 62

3 PERSPECTIVAS CULTURAIS E AS ALTERACcedilOtildeES NAS PERCEPCcedilOtildeES

ESPACcedilO-TEMPORAIS SOBRE SOM E RUIacuteDO 64

31 CULTURAS E IDENTIDADES NA POacuteS-MODERNIDADE 65

32 NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA NAS RUAS DO ENTORNO DO COLEacuteGIO 69

33 INTERACcedilOtildeES SOCIAIS TECNOLOGIA E MEIO AMBIENTE ESCOLAR 71

34 SIacuteNTESE DA SECcedilAtildeO 76

4 O USO DO CELULAR E AS PERCEPCcedilOtildeES SOBRE POLUICcedilAtildeO SONORA 76

41 CORRELACcedilAtildeO ENTRE QUESTOtildeES 87

42 SIacuteNTESE DA SECcedilAtildeO91

5 NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA ORIUNDOS DO ENTORNO0020DO CEPMAT E NOS

FONES AURICULARES CONETADOS AOS APARELHOS CELULARES DOS

ESTUDANTES DO ENSINO MEacuteDIO QUANDO OUVEM MUacuteSICA 93

51 SINTOMATOLOGIAS CARACTERIacuteSTICAS DA PAIR 95

52 ORIENTACcedilAtildeO METODOLOacuteGICA DO INSTRUMENTO 97

19

521 O Equipamento 97

522 Procedimento 98

53 RESULTADOS DAS AFERICcedilOtildeES DOS NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS)

EMITIDOS PELOS MEIOS DE TRANSPORTES DO ENTORNO DO

CEPMAT 100

54 RESULTADOS DAS AFERICcedilOtildeES DOS NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS)

EMITIDOS NOS FONES AURICULARES CONECTADOS NO APARELHO

CELULAR 102

55 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS 104

56 SINTESE DA SECcedilAtildeO 107

6 POLUICcedilAtildeO SONORA E AS PERCEPCcedilOtildeES DOS ESTUDANTES DE ALGUNS

SINTOMAS DE ESTRESSE 109

61 O CRESCIMENTO DA CIDADE E O AUMENTO DO RUIacuteDO AMBUIENTE 110

62 OS SINTOMAS DE ESTRESSE E A PERCEPCcedilAtildeO DOS ESTUDANTES 115

63 ORIENTACcedilOtildeES METODOLOacuteGICAS DO INSTRUMENTO 120

64 PARTICIPANTES 123

65 CONSTITUICcedilAtildeO DOS DADOS 123

66 ANAacuteLISE DE DADOS 124

661 Parte 1 A existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do Coleacutegio 125

6611 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I1 E I2 126

6612 CONSIDERACcedilOtildeES 126

662 Parte 2 Os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do Coleacutegio na sauacutede

dos estudantes 128

6621 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I3 I4 e I5 130

6622 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I6 I7 e I8 132

6623 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I9 I10 e I11 134

6624 CONSIDERACcedilOtildeES 135

663 Parte 3 A existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos fones auriculares

Conectados aos Aparelhos Celulares e os efeitos na sauacutede dos estudantes 138

6631 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I12 I13 e I14 139

6632 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I15 I16 e I17 141

6633 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I18 I19 e I20 143

6634 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I21 I22 e I23 145

6635 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I24 I25 e I26 148

6636 CONSIDERACcedilOtildeES 148

664 Parte 4 O uso de equipamentos eletrocircnicos e o Regimento Escolar 152

6641 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I27 I28 e I29 153

20

6642 CONSIDERACcedilOtildeES 154

67 SIacuteNTESE DA SECcedilAtildeO 156

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 159

71 APONTAMENTOS OBTIDOS A PARTIR DA ANAacuteLISE DOS DADOS 160

711 A Poluiccedilatildeo Sonora e o entorno do CEPMAT 160

712 O uso do Aparelho Celular 163

713 Poluiccedilatildeo Sonora Gerada pelos Fones auriculares e Autoidentificaccedilatildeo Alguns

Sintomas de Estresse 165

72 ALGUMAS POSSIBILIDADES 168

73 SUGESTOtildeES DE ACcedilOtildeES MITIGATOacuteRIAS DA POLUICcedilAtildeO SONORA PARA O

ENTORNO E O INTERIOR DO CEPMAT 170

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 172

ANEXOS 184

ANEXO I - LEI 106252002 185

ANEXO II - NR 15 ATIVIDADES E OPERACcedilOtildeES INSALUBRES 197

ANEXO III ndash ANAacuteLISE CRIacuteTICA E PARECER SOBRE O ldquoTESTE PARA AUTO

IDENTIFICACcedilAtildeO DE ALGUNS SINTOMAS DE ESTRESSErdquo 200

ANEXO IV - FOTO DECIBELIacuteMETRO 207

ANEXO V - NBR 10151 208

ANEXO VI - NBR 10152 212

ANEXO VII - NBR133691995 216

ANEXO VIII - PLANTA BAIXA ARQUITETOcircNICA DO CEPMAT PLANTA BAIXA

ARQUITETOcircNICA DO CEPMAT 219

ANEXO IX - LAUDO TEacuteCNICO DE AVALIACcedilAtildeO DE RUIacuteDO NO ENTORNO DO CEPMAT

220

ANEXO X - LAUDO TEacuteCNICO DE AVALIACcedilAtildeO DE RUIacuteDO DOS FONES DE OUVIDO

CONECTADOS AO APARELHO CELULAR 226

APEcircNDICES 232

APEcircNDICE I - PESQUISA SOBRE CELULAR NA ESCOLA 233

APEcircNDICE II - TESTES DE AUTOIDENTIFICACcedilAtildeO DE ALGUNS SINTOMAS DE

ESTRESSE 235

APEcircNDICE III ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO 237

21

INTRODUCcedilAtildeO

Esta dissertaccedilatildeo comeccedilou a ser gestada em minha atuaccedilatildeo como professor

de Fiacutesica e Matemaacutetica do Ensino Meacutedio em dois Coleacutegios Puacuteblicos na cidade de

Curitiba Ao longo de minhas atividades na docecircncia percebi aspectos dos coleacutegios

e da sala de aula que comeccedilaram a me trazer alguns incocircmodos perturbaccedilotildees e

acabaram desestabilizando minha zona de conforto Chamaram a atenccedilatildeo de tal

forma que decidi iniciar esta dissertaccedilatildeo explicitando o contexto em que o estudo

sobre poluiccedilatildeo sonora surgiu e os dois recortes que estabeleci Primeiramente

apresento o coleacutegio sua localizaccedilatildeo e a mudanccedila que o bairro sofreu ao longo dos

anos no que se refere agrave paisagem urbana das circunvizinhanccedilas e a problemaacutetica do

ruiacutedo1 das vias e do trem no entorno da escola Estamos inseridos em uma

sociedade que natildeo se difere das demais sociedades ocidentais no que tange aos

problemas urbanos contemporacircneos A escola estaacute imersa em problemas

ambientais causados pelo crescimento desordenado dos centros urbanos A

degradaccedilatildeo ambiental o aumento da violecircncia urbana a pobreza e as dificuldades

relacionadas ao aumento traacutefego motorizado satildeo alguns exemplos (SOUZA 2005)

Para Levi (1990) esses problemas nascem da relaccedilatildeo entre os humanos e a

natureza e da forma como estatildeo sendo apresentados hoje parece natildeo ter soluccedilatildeo

uma vez que retroalimentam uma crise contiacutenua e crescente que eacute social cultural

poliacutetica econocircmica ecoloacutegica etc

A poluiccedilatildeo sonora estaacute entre as vaacuterias manifestaccedilotildees de agressatildeo

socioambiental e traz uma seacuterie de prejuiacutezos agrave sauacutede humana De acordo com Brasil

(2006) alguns sintomas que podem detectar se o organismo estaacute (ou natildeo) sendo

afetado pela poluiccedilatildeo sonora satildeo alteraccedilatildeo da qualidade do sono alteraccedilatildeo da

percepccedilatildeo e da compreensatildeo de fala modificaccedilatildeo da frequecircncia cardiacuteaca

acompanhada de sudorese diminuiccedilatildeo da capacidade de desempenho de tarefas

1 A Lei Ordinaacuteria Municipal 10625 (CURITIBA 2002) que dispotildee sobre ruiacutedos urbanos define som

ruiacutedo e poluiccedilatildeo sonora como SOM vibraccedilatildeo acuacutestica capaz de provocar sensaccedilotildees auditivas RUIacuteDO som capaz de causar perturbaccedilatildeo ao sossego puacuteblico ou efeitos psicoloacutegicos e fisioloacutegicos negativos em seres humanos e animais POLUICcedilAtildeO SONORA emissatildeo de som ou ruiacutedo que seja direta ou indiretamente ofensivo ou nocivo agrave sauacutede agrave seguranccedila e ao bem-estar da coletividade ou transgrida as disposiccedilotildees fixadas nesta lei A totalidade da lei pode ser vista no Anexo I desta dissertaccedilatildeo

22

psicomotoras reaccedilatildeo muscular contraccedilatildeo do abdocircmen e do estocircmago alteraccedilatildeo da

funccedilatildeo intestinal lesotildees teciduais dos rins e do fiacutegado aumento da produccedilatildeo de

hormocircnios da tireoide e da produccedilatildeo de adrenalina aumento da produccedilatildeo

corticotroacutefica queda da resistecircncia a doenccedilas infecciosas disfunccedilatildeo no sistema

reprodutor contraccedilatildeo dos vasos sanguiacuteneos dilataccedilatildeo das pupilas irritabilidade

ansiedade e insocircnia Considerando tais sintomas delimito o primeiro recorte deste

estudo ao ruiacutedo no entorno do coleacutegio

O segundo recorte eacute intriacutenseco a problemaacutetica cotidiana dos estudantes

relacionada ao volume alto utilizado para ouvir muacutesicas no Aparelho Celular por

meio de fones auriculares Os equipamentos de telefonia Celular invadiram a sala de

aula de forma enviesada natildeo pelas matildeos das autoridades governamentais nem por

iniciativa da escola mas pela via dos proacuteprios estudantes que os levam

desrespeitando inclusive normas internas estabelecidas pelo Projeto Poliacutetico

Pedagoacutegico da instituiccedilatildeo ainda que possamos consideraacute-las anacrocircnicas

Os incocircmodos trazidos em relaccedilatildeo aos sonsruiacutedospoluiccedilatildeo sonora tanto

causada pelos meios de transportes quanto oriundos das muacutesicas ouvidas em fones

auriculares conectados ao Aparelho Celular foram medidos analisados e discutidos

e a estrutura deste trabalho estaacute dividida em sete seccedilotildees a saber

Na primeira seccedilatildeo apresento os incocircmodos iniciais que datildeo o contexto da

pesquisa considerando as mudanccedilas na paisagem urbana ao longo dos uacuteltimos

cinquenta anos resultando em estudos sobre a poluiccedilatildeo sonora do entorno do

Coleacutegio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira - CEPMAT Considero tambeacutem

que o crescimento exponencial do nuacutemero de usuaacuterios de Aparelhos Celulares se

tornou uma questatildeo difiacutecil de ser gerenciada em sala de aula Assim justifico o

problema e estabeleccedilo as questotildees da pesquisa Apresento as lacunas no

conhecimento produzido ateacute entatildeo no que concerne aos problemas de poluiccedilatildeo

sonora sua relaccedilatildeo com o processo de urbanizaccedilatildeo e os usos do Aparelho Celular

para fins natildeo didaacuteticos entatildeo estabeleccedilo os objetivos desta investigaccedilatildeo

Na segunda seccedilatildeo apresento a revisatildeo de literatura sobre o tema Poluiccedilatildeo

Sonora em quatro eventos da aacuterea Os Encontros de Pesquisa em Ensino de Fiacutesica

(EPEF) os Encontros de Pesquisa em Educaccedilatildeo em Ciecircncias (ENPEC) os

Encontros de Pesquisa em Educaccedilatildeo Ambiental (EPEA) e os Encontros de

Tecnologia da Informaccedilatildeo e Educaccedilatildeo (TICEDUCA) Aleacutem dos quatro eventos

tambeacutem pesquisei no banco de dissertaccedilotildees e teses da CAPES e em projetos que

23

utilizam o Celular como ferramenta de apoio ao ensino Para todos busquei

trabalhos que tivessem as seguintes palavras chaves Poluiccedilatildeo Sonora no Ambiente

Escolar Ruiacutedo e Som publicadas por pesquisadores da aacuterea de educaccedilatildeo

Na terceira seccedilatildeo busquei em alguns pensadores explicaccedilotildees sobre as

mudanccedilas que ocorreram na sociedade contemporacircnea e que deram aporte teoacuterico

aos trecircs argumentos propostos nesta dissertaccedilatildeo a saber

Na sociedade contemporacircnea a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos entre si e dos

indiviacuteduos com o ambiente foi alterada em relaccedilatildeo ao modelo de

sociedade moderna

Os meios de transporte alteraram a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos com o

ambiente a partir de outra percepccedilatildeo sobre a relaccedilatildeo espaccedilo-temporal

modificando a percepccedilatildeo sobre o som os ruiacutedos e a poluiccedilatildeo sonora e

seus impactos na sauacutede

O Aparelho Celular eacute um dos meios de comunicaccedilatildeo e uma tecnologia

de faacutecil acesso que alterou a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos entre si

modificando a dinacircmica do espaccedilo escolar e a percepccedilatildeo do estudante

sobre sua relaccedilatildeo de pertencimento ao grupo

Na quarta seccedilatildeo relato a investigaccedilatildeo sobre os usos do Aparelho Celular no

ambiente escolar uma vez que os estudantes parecem consumir intensivamente

essa Tecnologia e estatildeo atentos aos uacuteltimos lanccedilamentos de Aparelhos Celulares

existentes no mercado A partir da investigaccedilatildeo analisei e avaliei os usos do Celular

e as percepccedilotildees dos estudantes sobre a poluiccedilatildeo sonora causada pelo uso de fones

auriculares ligados ao Aparelho Celular para ouvir muacutesica respondendo a questatildeo

de pesquisa nuacutemero dois

Na quinta seccedilatildeo respondi a primeira e a terceira questotildees de pesquisa desta

dissertaccedilatildeo Essas questotildees foram construiacutedas em uma sequecircncia loacutegica de

compreensatildeo da informaccedilatildeo no entanto a apresentaccedilatildeo e anaacutelise dos resultados

foram realizadas a partir da discussatildeo de cada instrumento de coleta de dados

separadamente ou seja o questionaacuterio que investigou o uso do Celular no ambiente

escolar (seraacute apresentado na quarta seccedilatildeo) a afericcedilatildeo dos niacuteveis de pressatildeo sonora

tanto no interior do CEPMAT quanto nos fones auriculares conectados aos

Aparelhos Celulares dos estudantes ao ouvir muacutesicas (seratildeo apresentados na quinta

seccedilatildeo) e o ldquoTeste para auto-identificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo (seraacute

apresentado na sexta seccedilatildeo) Portanto reitero que a apresentaccedilatildeo dos resultados

24

da questatildeo de pesquisa dois foi realizada antes da apresentaccedilatildeo dos resultados da

questatildeo de pesquisa um Esta por sua vez foi respondida a partir dos dados do

mesmo instrumento e seraacute apresentada na quinta seccedilatildeo

Na sexta seccedilatildeo tratei da percepccedilatildeo da Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos fones

auriculares conectados aos Aparelhos Celulares e dos efeitos dessa poluiccedilatildeo na

sauacutede dos estudantes e finalmente das normas estabelecidas no Regimento

Escolar do CEPMAT

Na seacutetima seccedilatildeo fiz consideraccedilotildees sobre esta pesquisa a partir da criaccedilatildeo de

uma matriz de anaacutelise que incluiu os instrumentos utilizados listei perspectivas para

outros (novos) estudos e sugestotildees de accedilotildees mitigatoacuterias para a Poluiccedilatildeo Sonora a

que o CEPMAT estaacute submetido

25

1 INCOcircMODOS INICIAIS

A ideia de pesquisar o tema Poluiccedilatildeo Sonora surgiu em funccedilatildeo de meus

incocircmodos como professor de Fiacutesica no Ensino Meacutedio Durante o periacuteodo que

leciono as aulas satildeo geralmente perturbadas por ruiacutedos externos do traacutefico intenso

de carros ocircnibus caminhotildees trens etc Esses ruiacutedos se acentuam quando satildeo

realizados testes de frenagem e motores para a manutenccedilatildeo das composiccedilotildees

feacuterreas em frente ao coleacutegio

Aleacutem dos ruiacutedos externos percebi que nos uacuteltimos anos houve grande

aumento de estudantes que possuem Aparelhos Celulares e que gostam de ouvir

muacutesica em volume muito acima do esperado assim me questionava qual o niacutevel de

ruiacutedos que estes estudantes estatildeo ouvindo muacutesica Por diversas vezes solicitei

durante as aulas para que os estudantes desligassem ou tirassem os fones

auriculares dos ouvidos e prestassem atenccedilatildeo agraves aulas pois essas atitudes

poderiam prejudicar tanto a concentraccedilatildeo quanto a audiccedilatildeo devido ao volume alto

Assim iniciei alguns estudos isolados sobre o tema Em um deles (COSTA GIOPPO

e CAMARGO 2012) fizeram um levantamento sobre o uso do Celular na escola

Este mostrou que para 94 dos estudantes o Celular eacute levado para a escola como

se fizesse parte do material escolar A funccedilatildeo mais utilizada eacute a comunicaccedilatildeo por

mensagens e natildeo estaacute relacionada com a aprendizagem Poreacutem o que chamou

atenccedilatildeo foi o fato de que os estudantes ouvem muacutesica com fones auriculares

conectados ao Aparelho Celular vaacuterias horas por dia Desta forma confirmaram

meus incocircmodos iniciais

A partir desse ponto optei por uma linha de pesquisa investigativa com o

intuito de evidenciar a situaccedilatildeo do CEPMAT no tocante a poluiccedilatildeo sonora externa

gerada pelos meios de transportes e interna oriunda dos fones auriculares

conectados ao Aparelho Celular para ouvir muacutesica

Minha impressatildeo inicial eacute que haacute poluiccedilatildeo sonora e que os estudantes natildeo

percebem seus efeitos nem tecircm consciecircncia de que tais efeitos aparecem apoacutes um

certo tempo de exposiccedilatildeo variando de pessoa para pessoa

O excesso de ruiacutedos tanto aqueles gerados pelos meios de transportes

quanto os provenientes dos Aparelhos Celulares para ouvir muacutesica satildeo

26

caracteriacutesticos da sociedade contemporacircnea e por isso satildeo naturalizados

deixando de ser percebidos o que pode trazer prejuiacutezos significativos para a sauacutede

auditiva dos estudantes com destaque para o ambiente escolar que sofre com os

ruiacutedos externos dos meios de transportes e atualmente com os ruiacutedos internos

oriundos dos fones auriculares conectados ao Aparelho Celular Altos Niacuteveis de

Pressatildeo Sonora (NPS) podem prejudicar as condiccedilotildees auditivas e ateacute mesmo

comprometer o desempenho escolar

A poluiccedilatildeo sonora causada pelos meios de transportes natildeo atinge todos os

coleacutegios da mesma forma depende da localizaccedilatildeo da escola e tambeacutem de cada

sala de aula aleacutem de outros fatores mas o uso do Aparelho Celular conectado ao

fone auricular para ouvir muacutesica pode se transformar em um dos maiores problemas

de sauacutede auditiva no Brasil pois segundo a Sociedade Brasileira Otologia (SBO

2012) o volume alto de um fone auricular pode trazer prejuiacutezos permanentes como

surdez precoce

A poluiccedilatildeo sonora pode trazer seacuterios danos agrave sauacutede humana e

sorrateiramente tem invadido o ambiente escolar tornando-se um inimigo sutil e

imperceptiacutevel pois os estudantes estatildeo acostumados com ela Eacute necessaacuterio que

tanto professores quanto estudantes comunidade local e sauacutede puacuteblica levem a

seacuterio os efeitos da poluiccedilatildeo sonora para a sauacutede fiacutesica e mental dos estudantes

minimizando impactos no processo de ensino e de aprendizagem

11 O COLEacuteGIO E AS MUDANCcedilAS NA PAISAGEM URBANA DO BAIRRO AO

LONGO DOS UacuteLTIMOS CINQUENTA ANOS

O Ginaacutesio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira foi criado no ano de

1959 pelo Decreto Estadual nordm 25950 (PARANAacute 1959) para atender ao excesso de

demanda da Escola Estadual Repuacuteblica Oriental do Uruguai Em junho de 1972

foram inauguradas as atuais instalaccedilotildees e um novo Decreto Estadual no 3062

(PARANAacute1977) apud (ZANOTTO 2010 p8) alterou o nome da instituiccedilatildeo para

Coleacutegio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira ndash Ensino Fundamental e Meacutedio

A partir de 2005 o coleacutegio passou a ofertar tambeacutem a Educaccedilatildeo Profissional com

27

cursos de Secretariado e Informaacutetica e a Resoluccedilatildeo 7012006 de (PARANAacute 2006)

alterou novamente o nome do Coleacutegio que passou a se chamar Colegio Estadual

Professora Maria Aguiar Teixeira ndash Ensino Fundamental Meacutedio e Profissional

Depois disso os cursos Teacutecnicos foram ampliados e agora incluem Secretariado

Informaacutetica (Integrado Subsequente e PROEJA) e Administraccedilatildeo

O Coleacutegio localiza-se no Bairro Capatildeo da Imbuia o nome originou-se devido

ao fato de existir nesse lugar um capatildeo ldquoilha de matordquo de formato redondo com

vegetaccedilatildeo mista de gramiacuteneas arbustos e aacutervores isolada no campo em que

predominava a imbuia uma aacutervore tiacutepica da regiatildeo que produz madeira de lei e foi

excessivamente utilizada para a construccedilatildeo de moacuteveis e artefatos de alta resistecircncia

agraves intempeacuteries (ZANOTTO 2010)

O bairro tem uma aacuterea de 115520 hectares e conta atualmente com duas

instituiccedilotildees Estaduais de ensino duas escolas Municipais e o Centro de

Capacitaccedilatildeo Guido viaacuterio E de acordo com o Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico o

CEPMAT encontra-se em local privilegiado com excelente acessibilidade

(ZANOTTO 2010)

Na figura 1 vecirc-se o mapa da regiatildeo (A) e a fachada do coleacutegio (B)

1A 1B

FIGURA 1 - (A) MAPA DA REGIAtildeO (B) FACHADA DO COLEacuteGIO ESTADUAL PROFESSORA MARIA AGUIAR TEIXEIRA FONTES (A) FERNANDES (2012) (B) O AUTOR (2012)

De 1952 para caacute o crescimento exponencial da cidade tornou o acesso ao

centro da cidade raacutepido e faacutecil fazendo com que tal percurso seja realizado em

pouco mais de 10 minutos pois na rua em frente o Coleacutegio estaacute o corredor leste

para os ocircnibus (Figuras 2A e 2B) Neste haacute duas linhas de transporte coletivo que

vecircm da aacuterea metropolitana em direccedilatildeo a regiatildeo central da cidade e a novecentos

28

metros do Coleacutegio encontra-se um terminal de ocircnibus o terminal do Capatildeo da

Imbuia

2A 2B FIGURA 2 - (A) OcircNIBUS BIARTICULADO (B) OcircNIBUS LIGEIRINHO NO CORREDOR LESTE

FONTES (2A) E (2B) O AUTOR (2012)

Dos lados da via expressa onde circulam os ocircnibus haacute tambeacutem mais duas

vias para circulaccedilatildeo de carros motos e caminhotildees somando seis pistas de traacutefego

(Figuras 3A e 3B) Aleacutem disso haacute duas paradas de ocircnibus com embarque e

desembarque haacute menos de 100 metros do Coleacutegio

3A 3B

FIGURA 3 - (3A E 3B) PISTAS EM FRENTE AO COLEacuteGIO COM TRAacuteFEGO INTENSO E CIRCULACcedilAtildeO DE CAMINHOtildeES

FONTES (3A) E (3B) O AUTOR (2012)

O terminal de ocircnibus por sua vez trouxe para a rua e o bairro uma demanda

antes inexistente transformando antigas moradias em pequenos e diferentes

comeacutercios que aumentaram substancialmente o traacutefego na regiatildeo Duas fotos

aeacutereas tiradas em diferentes datas mostram a mudanccedila na paisagem urbana do

bairro (Figura 4A e 4B)

29

4A 4B FIGURA 4 - (A) FOTO AEacuteREA DE 1957 DO BAIRRO (B) FOTO AEacuteREA DE 2008 DO BAIRRO LOCALIZANDO O COLEacuteGIO FONTE (A) IPPUC (1957) (B) IPPUC (2008)

Aleacutem das pistas para carros e ocircnibus haacute tambeacutem uma estrada de ferro por

onde circula boa parte das mercadorias e produccedilatildeo agriacutecola que chegam e saem

dos Portos de Paranaguaacute e Antonina no Paranaacute sendo Paranaguaacute um dos maiores

portos do paiacutes (Figura 5 A e B)

5A 5B FIGURA 5 - (A E B) LINHA FEacuteRREA EM FRENTE AO COLEacuteGIO FONTE O AUTOR (2012)

A estrada de Ferro hoje tem seu principal terminal no Bairro Boqueiratildeo antes

disso o principal era a Estaccedilatildeo Central de Trens no bairro Rebouccedilas hoje

desativado Segundo Melo (2008) neste bairro funcionavam tambeacutem as oficinas de

30

manutenccedilatildeo dos trens da Rede Ferroviaacuteria (RFFSA) ateacute a deacutecada de 1950 mas o

paacutetio jaacute natildeo suportava todo o movimento da estaccedilatildeo e das oficinas entatildeo o nuacutecleo

formado pelos funcionaacuterios que atuavam em diversos setores da carpintaria agrave

relojoaria foi deslocado do Bairro Rebouccedilas para o Cajuru a Vila Ferroviaacuteria

comeccedilou a ser construiacuteda a partir de 1945 no bairro Cajuru e foi chamada de Vila

Novas Oficinas da Rede de Viaccedilatildeo Paranaacute ndash Santa Catarina (RVPSC) Aleacutem da Vila

Ferroviaacuteria o projeto tambeacutem incluiacutea oficinas de locomotivas e vagotildees e oficinas

para veiacuteculos a motor (MELO 2008)

O mesmo autor ressaltou ainda que a mudanccedila do Nuacutecleo foi uma manobra

articulada pelos gestores da cidade de cunho essencialmente poliacutetico cujo objetivo

era manter a imagem de Curitiba criada na deacutecada de 1930 de cidade acolhedora e

civilizada e uma oficina de trem em um bairro central denegria esta imagem

6A 6B FIGURA 6 - (A) VILA OFICINAS NO CAJURU NA DEacuteCADA DE 50 E B) VILA OFICINAS CAJURU NOS DIAS DE HOJE FONTE (A) E (B) NOGUEIRA (2011)

Assim a Vila Novas Oficinas e o Coleacutegio surgiram na mesma eacutepoca e

provavelmente o Coleacutegio eacute resultante da demanda da nova vila que resultou em um

aumento populacional na regiatildeo ao longo dos anos fazendo com que a pacata rua

recebesse intensa circulaccedilatildeo de carros motos ocircnibus e trens em frente ao Coleacutegio

o que gerou inuacutemeros problemas em especial agravequeles vinculados ao aumento da

intensidade de ruiacutedo que se tornou exacerbados nos horaacuterios em que o movimento

aumenta dificultando sobremaneira as aulas que ocorrem nas salas que tecircm janelas

voltadas para a rua

31

O problema do aumento da intensidade do ruiacutedo no entorno do Coleacutegio pode

ser tratado pelo aspecto da poluiccedilatildeo sonora Uma das formas de poluiccedilatildeo ambiental

que vecircm se agravando nas cidades exigindo que pensemos sobre ela e sobre seus

efeitos na qualidade de vida dos cidadatildeos O Coleacutegio natildeo poderia se furtar da

averiguaccedilatildeo da existecircncia dessa poluiccedilatildeo que pode atingir os estudantes O

aumento da intensidade do ruiacutedo neste caso estaacute vinculado ao desenvolvimento

urbano e as mudanccedilas na paisagem da cidade e se constatada a poluiccedilatildeo sonora

entatildeo pode haver consequecircncias para a populaccedilatildeo escolar Portanto a partir do

contexto do coleacutegio da mudanccedila na paisagem urbana do bairro e do aumento

percebido na intensidade do ruiacutedo identifico duas premissas deste estudo

sintetizadas a seguir

Na sociedade contemporacircnea a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos entre si e dos

indiviacuteduos com o meio foi alterada em relaccedilatildeo ao modelo de sociedade

moderna especialmente no que tange a modificaccedilatildeo da percepccedilatildeo

espaccedilo-temporal

Os meios de transportes tecircm juntamente com outros aspectos da

modernidade causado alteraccedilatildeo na relaccedilatildeo dos indiviacuteduos com o

ambiente a partir de outra percepccedilatildeo sobre a relaccedilatildeo espaccedilo-temporal

modificando a percepccedilatildeo sobre o som os ruiacutedos a poluiccedilatildeo sonora e

seus impactos na sauacutede

A partir dessas duas premissas estabeleccedilo o primeiro recorte para o estudo

desenvolvido ao longo desta dissertaccedilatildeo o da poluiccedilatildeo sonora oriunda do entorno

do Coleacutegio

12 OS APARELHOS CELULARES E O COLEacuteGIO

Natildeo bastassem os problemas externos relacionados a intensidade de ruiacutedo

dos ocircnibus automoacuteveis dos trens e do proacuteprio Coleacutegio internamente com seus

estudantes sinais apitos palmas e tudo o que faz parte da cultura escolar haacute

tambeacutem outras questotildees que precisam ser consideradas entre elas estaacute o

crescimento exponencial do nuacutemero de usuaacuterios de Aparelhos Celulares que tornou-

se uma questatildeo difiacutecil de ser gerenciada em sala de aula No Coleacutegio haacute cerca de

32

1950 estudantes matriculados nos periacuteodos matutino vespertino e noturno e no

Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico (PPP) consta que a comunidade escolar eacute ampla e de

classe meacutedia a media-baixa ou seja os estudantes satildeo oriundos de classes

trabalhadoras (ZANOTTO 2010)

O uso de Aparelho Celular eacute frequente trazido para o Coleacutegio tendo

transformado o ambiente escolar em um espaccedilo de disputa de poder com

professores desse modo cresce o nuacutemero de estudantes que inserem o Celular

entre seus materiais escolares Por ser moacutevel ele vem deslocando praacuteticas antigas

criando e tecendo novos usos em aprendizagens natildeo formais a que ldquosomos

submetidos desde que nascemosrdquo (OLIVEIRA 2001 p7) No entanto no ensino

formal a situaccedilatildeo eacute diferente pois embora o Aparelho Celular faccedila parte do cotidiano

escolar esta tem apresentado dificuldades para acompanhar e aplicar as

tecnologias do mundo contemporacircneo ao processo de ensino e de aprendizagem

Durante as aulas sinto um grande incocircmodo em relaccedilatildeo ao uso natildeo didaacutetico

dos Aparelhos Celulares pelos estudantes de forma que minha percepccedilatildeo inicial foi

a de que aleacutem de atrapalhar o andamento das atividades o Celular pode exacerbar a

poluiccedilatildeo sonora e talvez causar danos irreversiacuteveis a audiccedilatildeo Ao consultar a

viabilidade do uso de Celulares no interior da escola deparei-me com o PPP que

em seu Preacircmbulo enfatiza a necessidade de um esforccedilo conjunto e vontade

poliacutetica do coletivo escolar para redimensionar accedilotildees no interior da escola com

vistas agrave qualidade de ensino garantia de acesso e permanecircncia com sucesso de

nossos estudantes (ZANOTTO 2010 p 13)

Localizei tambeacutem no Regimento Escolar menccedilatildeo a proibiccedilatildeo relativa ao uso

de componentes eletrocircnicos que natildeo fazem parte do material escolar chamados de

ldquomaterial de natureza estranhardquo pelo Regimento (ZANOTTO 2011 p68-69)

conforme mencionado no Artigo 176

II- eacute vetado ao aluno ocupar-se durante o periacuteodo de aula de atividades contraacuterias ao processo pedagoacutegico IV ndash trazer para o estabelecimento de ensino material de natureza estranha ao estudo helliphellip XIII ndash utilizar-se de aparelho eletrocircnicos na sala de aula que natildeo estejam vinculados ao processo de ensino e aprendizagem

33

O uso frequente do Celular sua presenccedila efetiva no Coleacutegio e a contradiccedilatildeo

da proibiccedilatildeo imposta pelo Regimento Escolar delineiam a terceira e uacuteltima premissa

desta dissertaccedilatildeo

O Aparelho Celular eacute um dos meios de comunicaccedilatildeo e uma tecnologia

de faacutecil acesso que alterou a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos entre si

modificando a dinacircmica do espaccedilo escolar e a percepccedilatildeo do estudante

sobre sua relaccedilatildeo de pertencimento ao grupo

Com esta premissa estabeleccedilo o segundo recorte da problemaacutetica abordada

nesta dissertaccedilatildeo O uso natildeo didaacutetico do Aparelho Celular como fonte de poluiccedilatildeo

sonora no interior do ambiente escolar

Resumindo os problemas ambientais neste Coleacutegio em especiacutefico satildeo de

duas ordens externos ao coleacutegio decorrentes do crescimento urbano do entorno

com consequente intensificaccedilatildeo do traacutefego na frente do Coleacutegio o que levou a um

aumento dos niacuteveis de pressatildeo sonora gerando uma percepccedilatildeo de poluiccedilatildeo sonora

e internos ao coleacutegio a partir de minha dificuldade pessoal de lidar com o uso natildeo

didaacutetico que os estudantes fazem do Aparelho Celular

A partir dos dois recortes iniciais considerei que seria fundamental discutir

aspectos da poluiccedilatildeo sonora externa e interna ao Coleacutegio A ideia de analisar a

existecircncia ou natildeo de sons em alta intensidade capaz de produzir poluiccedilatildeo sonora

me permitiu acima de tudo ter um olhar atento para o crescente universo

tecnoloacutegico que invade a escola

Diante das trecircs premissas expostas nos dois recortes elencados coloco as

seguintes questotildees de pesquisa

1) Quais satildeo os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) oriunda do entorno do

CEPMAT

2) ComoSe os estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT usam o Celular

no ambiente escolar

3) Quais satildeo os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) que os estudantes do

CEPMAT satildeo submetidos quando ouvem muacutesica com fones

auriculares conectados a Aparelhos Celulares no ambiente escolar

34

Havendo Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) acima do disposto na Legislaccedilatildeo e

estabelecidos nesta dissertaccedilatildeo como Poluiccedilatildeo Sonora verificar

4) Se e como os estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT percebem as

normas e regras (Regimento Escolar) e a existecircncia de Poluiccedilatildeo

Sonora

a) oriundas do entorno da escola

b) oriunda dos fones auriculares conectados aos Aparelhos Celulares e os

possiacuteveis efeitos dessa Poluiccedilatildeo na Sauacutede deles

c) as regras e normas utilizadas no CEPMAT

A partir das respostas as questotildees de pesquisa 1 a 4 elenquei nas

consideraccedilotildees algumas possibilidades didaacuteticas que podem ajudar a perceber e

prevenir a poluiccedilatildeo sonora externa eou aquela oriunda dos fones auriculares

conectados aos Aparelhos Celulares

Para responder a primeira e a terceira questatildeo de pesquisa me propus a

aferir os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) (a) Oriundos do entorno do Coleacutegio (b) a

que os estudantes do CEPMAT estatildeo submetidos quando usam fones auriculares

conectados aos Aparelhos Celulares para ouvir muacutesica

Esses Niacuteveis foram aferidos por um aparelho de mediccedilatildeo de niacuteveis de

pressatildeo sonora (popularmente conhecido como decibeliacutemetro) Usei como

paracircmetros a NR 152 e seus anexos (ABNT 1978) que regulamentam os limites de

toleracircncia a que as pessoas podem ser expostas para Niacuteveis de Pressatildeo Sonoras

Contiacutenuas ou Intermitentes juntamente com a Lei Ordinaacuteria Municipal

106253(CURITIBA 2002) que dispotildee sobre ruiacutedos urbanos e estabelece as Zonas

Sensiacuteveis agrave Ruiacutedo ou Zonas de Silecircncio4

Para responder a segunda questatildeo de pesquisa me propus a (a) Criar

validar e aplicar aos Estudantes do CEPMAT um questionaacuterio fechado para

investigar usos dos Aparelhos Celulares no ambiente escolar verificar as primeiras

2 A NR 15 pode ser visualizada no anexo II desta dissertaccedilatildeo 3 A Lei Ordinaacuteria Municipal 106252002 encontra-se no anexo I desta dissertaccedilatildeo conforme

mencionado anteriormente 4Com base nas definiccedilotildees de Ruiacutedo e Poluiccedilatildeo Sonora dispostos na Lei Ordinaacuteria Municipal

106252002 e tambeacutem na definiccedilatildeo de Zonas de Silecircncio disposta na mesma lei estabeleci nesta dissertaccedilatildeo valores limites entre Ruiacutedo e Poluiccedilatildeo Sonora quais sejam seratildeo considerados RUIacuteDOS os valores menores ou iguais a 60 dB(A) e seratildeo considerados POLUICcedilAtildeO SONORA valores maiores ou iguais a 61 dB(A) Embora a ABNT 10152 fixe como niacuteveis de ruiacutedo compatiacuteveis com o conforto acuacutestico para salas de aula e laboratoacuterios entre 40-50 dB(A) e para bibliotecas entre 35-45 dB(A)

35

percepccedilotildees dos estudantes sobre os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora na sauacutede auditiva

relaccedilatildeo entre o uso de instrumentos eletrocircnicos e as normas e regras do Regimento

Escolar do Coleacutegio pesquisado

Para responder a quarta e uacuteltima questatildeo de pesquisa me propus a adaptar

de Lautert Chaves e Moura (1999) e aplicar um Teste aos estudantes CEPMAT

que dei o nome de ldquoAutoidentificaccedilatildeo de Alguns Sintomas de Estresserdquo para

investigar (a) as percepccedilotildees dos estudantes sobre a existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora

oriunda do entorno do Coleacutegio os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do

Coleacutegio na sauacutede deles (b) as percepccedilotildees dos estudantes sobre a existecircncia de

Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos fones auriculares conectados aos Aparelhos Celulares

e usados no ambiente escolar (c) os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos fones

auriculares conectados aos Aparelhos Celulares na sauacutede deles (d) o Regimento

Escolar

A partir da afericcedilatildeo dos Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) externo (oriundos do

entorno) e interno (oriundos do Aparelho Celular) ao Coleacutegio dos usos dos

Aparelhos Celulares no ambiente escolar e das percepccedilotildees dos estudantes sobre

Poluiccedilatildeo Sonora comparada aos niacuteveis de auto-estresse detectados nos estudantes

me proponho a considerar algumas possibilidades de uso didaacutetico de Aparelhos

Celulares nos conteuacutedos de Acuacutestica da disciplina de fiacutesica

36

2 REVISAtildeO DA LITERATURA SOBRE A TEMAacuteTICA POLUICcedilAtildeO SONORA E O

USO DO APARELHO CELULAR

Meus incocircmodos iniciais descritos na segunda seccedilatildeo conduziram ao

delineamento da pesquisa com o tema Poluiccedilatildeo Sonora A partir da construccedilatildeo das

questotildees iniciei uma revisatildeo de literatura sobre o tema Poluiccedilatildeo Sonora no ambiente

escolar e oriundo dos fones auriculares conectados ao Aparelho Celular isolada ou

conjuntamente Para tanto selecionei quatro eventos Os Encontros de Pesquisa em

Ensino de Fiacutesica (EPEF) os Encontros de Pesquisa em Educaccedilatildeo em Ciecircncias

(ENPEC) os Encontros de Pesquisa em Educaccedilatildeo Ambiental (EPEA) e os

Encontros de Tecnologia da Informaccedilatildeo e Educaccedilatildeo (TICEDUCA) aleacutem de projetos

e do banco de Teses da CAPES

Os Encontros do EPEF ENPEC e EPEA foram selecionados porque publicam

trabalhos de pesquisa em ensino e aprendizagem de conteuacutedos cientiacuteficos tanto na

aacuterea de Fiacutesica (EPEF ENPEC) bem como as demais aacutereas das Ciecircncias Naturais

(ENPEC) assim como em materiais educativos alfabetizaccedilatildeo cientiacutefica tecnoloacutegica

e abordagens CTS e Ensino de Ciecircncias Tecnologias da Informaccedilatildeo e

Comunicaccedilatildeo e ensino das Ciecircncias Naturais O ENPEC tem tambeacutem uma linha de

trabalhos que vinculam Educaccedilatildeo em Sauacutede e Ensino de Ciecircncias Os Encontros do

EPEA reuacutenem trabalhos de produccedilatildeo cientiacutefica e de pesquisa em Educaccedilatildeo

Ambiental Jaacute os encontros do TICEDUCA publicam pesquisas em Tecnologias de

Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo aplicadas agrave educaccedilatildeo Nesse sentido as quatro

conferecircncias abarcam os recortes que me propus a discutir Os eventos de Ensino

de Ciecircncias Fiacutesica de Educaccedilatildeo Ambiental e de Tecnologia trazem pesquisas

recentes sobre o tema e podem pontuar os novos interesses e lacunas na aacuterea

aleacutem disso muitos artigos publicados nos eventos passam para as revistas

cientiacuteficas com poucas alteraccedilotildees por esse motivo considerei desnecessaacuterio incluir

tambeacutem pesquisas em revistas dessas aacutereas

A seguir faccedilo uma breve caracterizaccedilatildeo e contextualizaccedilatildeo de cada evento

para em seguida discorrer sobre a forma de seleccedilatildeo dos artigos publicados

37

21 EPEF ndash ENCONTRO DE PESQUISA EM ENSINO DE FIacuteSICA

Os Encontros de Pesquisa em Ensino de Fiacutesica satildeo organizados pela SBF e

ocorrem a cada dois anos desde 1986 O principal objetivo desses encontros eacute ter

um foacuterum especiacutefico para a discussatildeo da pesquisa stricto sensu visando agrave aumentar

compreensotildees de problemas relacionados ao Ensino de Fiacutesica e abrir caminhos

para soluccedilotildees alternativas similarmente a outros encontros de aacutereas da Fiacutesica

(NARDI 1990)

Antes dos EPEF jaacute havia no Brasil os Simpoacutesios Nacionais de Ensino de

Fiacutesica que surgiram em 1970 e eram focados em relatos de experiecircncias didaacuteticas

descriccedilatildeo de produccedilatildeo e uso de equipamentos didaacuteticos Mas os fiacutesicos que se

dedicavam a pesquisa em ensino buscaram outros espaccedilos para discussatildeo de seus

projetos de pesquisa no sentido stricto

Nos EPEF grupos de pesquisadores com produccedilatildeo acadecircmica sobre ensino e

aprendizagem de Fiacutesica no Brasil divulgam suas pesquisas Esses pesquisadores

muitas vezes satildeo responsaacuteveis pela organizaccedilatildeo e ediccedilatildeo de revistas criaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo de eventos Eles tambeacutem elaboram e levam agrave cabo projetos e

ministram cursos de formaccedilatildeo continuada e cursos de poacutes-graduaccedilatildeo lato sensu e

strictu sensu em Educaccedilatildeo em Ciecircncias atuando em instituiccedilotildees de educaccedilatildeo

baacutesica e superior no paiacutes e orientam dissertaccedilotildees e teses e procurando ateacute mesmo

reconstituir os caminhos percorridos no estabelecimento da aacuterea de Ensino de

Fiacutesica

Nas treze ediccedilotildees do EPEF ao longo desses vinte e seis anos foram

encontradas 896 comunicaccedilotildees orais e 385 pocircsteres totalizando 1281 trabalhos e

desses apenas um artigo seraacute analisado no item 25 deste capiacutetulo Um resumo dos

diversos EPEF realizados ateacute o momento pode ser observado no quadro 1

38

QUADRO 1 - EPEF REALIZADOS DE 1986 ATEacute 2012

FONTE O AUTOR (2014)

EPEF LOCAL PERIODO PART COM ORAL POSTERES

ART LOC

APOIOS

I Curitiba 21 - 254

1986

30 12 Natildeo informado

00 CAESCNPq FAPESPFAPERJ

II Satildeo Paulo 17 - 229

1988 50 50 Natildeo informado

00

CAESCNPq FAPESPFAPERJ

III Porto Alegre 3110 - 0411

1990 80 13 32

00

CAESCNPq FAPESPFAPERJ

IV Florianoacutepolis 26 - 2805

1994 130 94 36

00

CAESCNPq FAPESPFAPERJ

V Aacuteguas de Lindoacuteia 02 - 609

1996 112 Natildeo localizado Natildeo localizado

00

CAESCNPq FAPESPFAPERJ

VI Florianoacutepolis 26 - 3010

1998 141 93 35

00

CAESCNPq FAPESPFAPERJ

VII Florianoacutepolis 27 - 3103

2000 194 105 56

00

CAESCNPq FAPESPFAPERJ

VIII Aacuteguas de Lindoacuteia 05 - 806

2002 150 78 36

00

CAESCNPq FAPESPFAPERJ

IX Jaboticatuba 26 - 2910

2004 247 84 42

00

CAESCNPq FAPESPFAPERJ

X Londrina 15 - 1908

2006 140 68 25

00

CAESCNPq FAPESPFAPERJ

XI Curitiba 21 - 2410

2008 181 123 36

01

CAESCNPq FAPESPFAPERJ

XII Aacuteguas de Lindoacuteia 24 - 2810

2010 166 90 32

00

CAESCNPq FAPESPFAPERJ

XIII Foz do Iguaccedilu 07 - 1006

2012 340 136 55

00

CAESCNPq FAPESPFAPERJ

TOTAL - - 1951 946 385

01 -

39

22 ENPEC ndash ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM EDUCACcedilAtildeO EM

CIEcircNCIAS

Os Encontros Nacionais de Pesquisa em Educaccedilatildeo em Ciecircncias satildeo

organizados pela Associaccedilatildeo Brasileira de Pesquisa em Educaccedilatildeo em Ciecircncias

(ABRAPEC) De acordo com o siacutetio eletrocircnico essa eacute uma associaccedilatildeo de caraacuteter

cientiacutefico educacional fundada em 29 de novembro de 1997 cuja finalidade eacute a

promoccedilatildeo divulgaccedilatildeo e socializaccedilatildeo da pesquisa por meio da realizaccedilatildeo de

encontros de pesquisa e de escolas de formaccedilatildeo de pesquisadores em Educaccedilatildeo

em Ciecircncias junto a entidades nacionais e internacionais de educaccedilatildeo pesquisa e

fomento

As primeiras discussotildees para a criaccedilatildeo de uma associaccedilatildeo de pesquisa em

Educaccedilatildeo em Ciecircncias ocorreram apoacutes o I Encontro Nacional de Pesquisa em

Educaccedilatildeo em Ciecircncias o ENPEC realizado em Aacuteguas de Lindoacuteia-SP em novembro

de 1997 Dois anos depois durante o II ENPEC realizado em Valinhos-SP

constituiu-se a associaccedilatildeo que permanece realizando encontros bianuais Aleacutem dos

encontros a ABRAPEC publica artigos de pesquisa os quais envolvem a educaccedilatildeo

em Ciecircncias na Revista Brasileira de Pesquisa em Educaccedilatildeo em Ciecircncias

Nas nove ediccedilotildees do ENPEC apresentaram-se 3225 Comunicaccedilotildees orais e

2108 pocircsteres perfazendo um total de 5333 trabalhos sendo que destes apenas

quatro trabalhos foram localizados conforme abordarei mais adiante no item 26

deste capiacutetulo

Um resumo dos diversos ENPEC realizados ateacute o momento pode ser

observado no quadro 2

40

ENPEC LOCAL PERIacuteODO PARTIC COM ORAL POcircSTERES

ART LOC

APOIOS

I Aacuteguas de Lindoacuteia 27 - 2909

1997 135 15 106

00

Natildeo informado

II Valinhos 01 - 0409

1999 171 22 106

00

Natildeo informado

III Atibaia 07 - 1011

2001 234 123 110

00

CNPqFUNDESP UNESPBAURU

IV Bauru 25 - 2911

2003 500 192 259

00

CNPqFUNDESP UNESPBAURU

V Bauru 2911 - 0312

2005 739 378 360

01

CNPqFUNDESP UNESPBAURU

VI Florianoacutepolis 2911 - 0212

2007 768 405 264

02

CNPqCAPES

VII Florianoacutepolis 08 - 1311

2009 723 382 341

00

CNPqCAPES

VIII Campinas 05 - 0911

2011 1253 736 462

00

CNPqCAPES

IX Aacuteguas de Lindoacuteia 10 - 1311

2013 1200 972 100

01

CNPqCAPES LAPEQUFRJ

TOTAL - - 5723 3225 2108

04 -

QUADRO 2 - ENPEC REALIZADOS DE 1997 ATEacute 2013 FONTE O AUTOR (2014)

41

23 EPEA ndash ENCONTRO DE PESQUISA EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTAL

O EPEA foi constituiacutedo a partir de um programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo e de um

grupo de pesquisa o Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos

Naturais e Educaccedilatildeo da UFSCar e o Grupo de Pesquisa em Ensino de Ciecircncias e

Educaccedilatildeo Ambiental do Laboratoacuterio Interdisciplinar de Formaccedilatildeo do Educador da

Faculdade de Filosofia Ciecircncias e Letras de Ribeiratildeo PretoUSP O programa e o

grupo de pesquisa organizam Encontros bianuais de Pesquisa em Educaccedilatildeo

Ambiental (EPEAs) para reunir trabalhos de produccedilatildeo cientiacutefica e de pesquisa em

Educaccedilatildeo Ambiental

Um resumo dos diversos EPEA realizados ateacute o momento pode ser

observado no quadro 3 a seguir

EPEA LOCAL PERIODO PARTIC COM

ORAL

POSTERES ART

LOC APOIOS

I Rio Claro 04 - 07092001 Natildeo

informado 76

Natildeo

informado 00

CAPES

FAPESP

II Rio Claro 27 - 30072003 Natildeo

informado 72

Natildeo

informado 00

CAPES

FAPESP

III Rio Claro 10 - 13072005 Natildeo

informado 73

Natildeo

informado 00

CAPES

FAPESP

IV Rio Claro 12 - 15072007 Natildeo

informado 87

Natildeo

informado 00

CAPES

FAPESP

V Satildeo

Carlos

3011 -

02122009

Natildeo

informado 89

Natildeo

informado 00

CAPES

FAPESP

VI Ribeiratildeo

Preto 04 - 07092011

Natildeo

informado 88

Natildeo

informado 00

CAPES

FAPESP

VII Rio Claro 07 - 10072013 Natildeo

informado 112

Natildeo

informado 00

CAPES

FAPESP

TOTAL - - - 597 - 00 -

QUADRO 3 - EPEAS REALIZADOS DE 2001 A 2013

FONTE O AUTOR (2014)

Considerando as sete ediccedilotildees dos EPEA foram apresentadas 597 trabalhos

oriundos de 22 unidades federativas incluindo o Distrito Federal natildeo houve

nenhum trabalho apresentado com o tema da poluiccedilatildeo sonora confirmando que o

tema natildeo foi discutido mas que merece atenccedilatildeo dos pesquisadores pois problemas

ambientais aliados agrave reflexatildeo sobre as relaccedilotildees poliacuteticas econocircmicas sociais e

culturais que envolvem de modo integrado os humanos e os demais componentes

42

da natureza estatildeo cada vez mais presentes nos diferentes encontros internacionais

e nacionais sobre o meio ambiente (RINK MEGID NETO 2009)

24 TICEDUCA - TECNOLOGIAS E EDUCACcedilAtildeO

O I TICEDUCA ndash I Encontro Internacional de Tecnologia de Informaccedilatildeo e

Comunicaccedilatildeo (TIC) e Educaccedilatildeo foi uma iniciativa do Instituto de Educaccedilatildeo da

Universidade de Lisboa em articulaccedilatildeo com a Revista Educaccedilatildeo Formaccedilatildeo amp

Tecnologias e com a Unidade de Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento em Educaccedilatildeo e

Formaccedilatildeo da Universidade de Lisboa

O evento foi constituiacutedo por um grupo de pesquisadores da Universidade de

Lisboa que entendeu que as questotildees relacionadas agraves TIC ganharam pertinecircncia e

atenccedilatildeo porque podem ser integradas nas atividades de estudantes e professores

importando conhecer como satildeo usadas O TICEDUCA se propocircs a trazer para o

centro das discussotildees a reflexatildeo sobre o potencial que eacute atribuiacutedo agraves tecnologias de

informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo fator de inovaccedilatildeo e mudanccedila da escola (COSTA 2010

piii)

Portanto tendo como ponto de partida trabalhos de diferentes realidades

locais nacionais e internacionais os Encontros Internacionais de TIC e Educaccedilatildeo

assumem como principais objetivos

Proporcionar um espaccedilo para divulgaccedilatildeo de praacuteticas inovadoras nas escolas e em contextos de formaccedilatildeo e aprendizagem

Analisar a investigaccedilatildeo na aacuterea

Discutir trabalhos em desenvolvimento e a utilizaccedilatildeo criativa e inovadora das TIC

Refletir sobre os modos mais adequados para documentaccedilatildeo comunicaccedilatildeo e disseminaccedilatildeo destas praacuteticas

Propiciar praacuteticas de identificaccedilatildeo intervenccedilatildeo e investigaccedilatildeo como contribuiccedilatildeo para plena utilizaccedilatildeo dos recursos digitais disponiacuteveis dentro e fora da escola (COSTA 2010 piii)

Os TICEDUCA satildeo direcionados a investigadores professores educadores e

outros profissionais ligados agrave formaccedilatildeo e ao ensino e aprendizagem com as TIC

Satildeo espaccedilos de encontro destinados tambeacutem as empresas relacionadas com a

produccedilatildeo de conteuacutedos ou com outros processos de suporte agrave aprendizagem e agrave

formaccedilatildeo (COSTA 2010)

43

Um resumo dos congressos TICEDUCA realizados ateacute o momento pode ser

observado no quadro 4 a seguir

TICEDUCA

LOCAL PERIODO PART COM ORAL

POST ART LOC

APOIOS

I Portugal Lisboa

18 - 20112010 392 97 44

01

Microsoft iTEC WEQDA Optimus CETI

II Portugal Lisboa

3011 - 212 2012 346 249 36

06

Microsoft iTEC WEQDA Optimus CETI

TOTAL - - 738 346 80 07 -

QUADRO 4 - TICEDUCA REALIZADOS DE 2010 ATEacute 2012 FONTE O AUTOR (2014)

Considerando as duas ediccedilotildees do evento e os 426 trabalhos apresentados

entre comunicaccedilotildees orais localizei sete artigos que mencionaram os Aparelhos

Celulares conforme abordarei no item a seguir

25 SELECcedilOtildeES DE ARTIGOS NOS EVENTOS

Com intuito de selecionar artigos publicados nas diversas ediccedilotildees desses

eventos busquei em acervos pessoais de vaacuterios pesquisadores e em diversas

instituiccedilotildees na forma de CD-ROM ou materiais impressos com as atas Eacute importante

notar que os siacutetios eletrocircnicos dos eventos natildeo tecircm todas as ediccedilotildees

disponibilizadas o que dificulta sobremaneira a pesquisa pois poucas atas estatildeo

disponiacuteveis na internet

Apoacutes localizar todas as atas iniciei a busca pelos artigos procedendo da

seguinte forma fiz uma leitura flutuante dos tiacutetulos dos artigos para selecionar as

palavras-chave dos trabalhos apresentados na forma de comunicaccedilatildeo oral e paineacuteis

A palavra-chave selecionada para uma primeira leitura flutuante do artigo em si foi a

seguinte poluiccedilatildeo sonora no ambiente escolar

Como a seleccedilatildeo desse material foi feita de forma abrangente sempre que

algum tiacutetulo gerasse duacutevidas sobre o conteuacutedo e as palavras-chave natildeo fossem

reconhecidas passei a ler os resumos dos trabalhos e quando o material tratava da

44

temaacutetica Poluiccedilatildeo Sonora acessei o documento completo para ter certeza do

assunto tratado Por fim restou o seguinte Um artigo do EPEF quatro artigos do

ENPEC nenhum artigo do EPEA sete artigos TICEDUCA conforme o quadro 5

EPEF ENPEC EPEA TICEDUCA

ANO

Ed

TRAB APRES

ART LOC

Ed

TRAB APRES

ART LOC

Ed

TRAB APRES

ART LOC

Ed

TRAB APRES

ART LOC

1986 I 12 00

1988 II 50

00

1990 III 45 00

1994 IV 130 00 1996 V Natildeo

Loc 00

1997 I 121 00

1998 VI 128 00

1999 II 131 00

2000 VII 161 00

2001 III 233 00 I 76 00

2002 VIII 114 00

2003 IV 451 00 II 72 00

2004 IX 126 00

2005 V 738 01 III 73 00

2006 X 93 00

2007 VI 669 02 IV 87 00

2008 XI 159 01

2009 VII 723 00 V 89 00

2010 XII 122 00 I 141 01

2011 VIII 1198 00 VI 88 00

2012 XIII 191 00 II 285 06

2013 IX 1072 01 VII 112 00

TOTAL

13 1281 01 09 5333 04 07 597 00 02 426 07

QUADRO 5 - LEVAMENTO DAS DIVERSAS EDICcedilOtildeES DOS EPEF ENPEC EPEA E TICEDUCA NO PERIODO DE 1986 A 2013 FONTE O AUTOR (2014)

Dos 7637 trabalhos publicados em 31 ediccedilotildees dos quatro eventos desde 1986

ateacute 2013 (vinte e sete anos) localizei apenas 12 trabalhos com os temas da poluiccedilatildeo

sonora e do Aparelho Celular ou seja apenas 014 do total

45

Os Encontros de Pesquisa em Ensino de Fiacutesica (EPEF) e em Educaccedilatildeo em

Ciecircncias (ENPEC) satildeo dois eventos de grande importacircncia na pesquisa da aacuterea no

Brasil e apenas cinco trabalhos foram localizados nesses dois eventos sendo que

em um deles meus orientadores e eu somos autores

No TICEDUCA o foco central eacute o uso da tecnologia na Educaccedilatildeo Por isso os

trabalhos localizados referiam-se especialmente ao uso do Celular como ferramenta

de ensino e natildeo a poluiccedilatildeo sonora Ainda assim apenas sete trabalhos foram

localizados

No entanto a maior surpresa foi natildeo ter localizado no EPEA nenhum trabalho

sobre poluiccedilatildeo sonora esta natildeo parece ter sido uma preocupaccedilatildeo dos

pesquisadores da aacuterea ambiental mesmo que o problema da poluiccedilatildeo sonora tatildeo

presente na sociedade contemporacircnea ou seja cada vez mais significativo na vida

das pessoas especialmente para sauacutede dos estudantes Nesse sentido a revisatildeo da

literatura mostra a lacuna existente em estudos com essa temaacutetica corroborando

com a necessidade de avanccedilos

Um resumo dos eventos e nuacutemero de artigos selecionados em cada evento

foi sistematizado no quadro 6

Nordm TRABALHOS PUBLICADOS

Nordm DE EDICcedilOtildeES Nordm DE TRABALHOS LOCALIZADOS

EPEF 1281 13 01

ENPEC 5333 09 04

EPEA 597 07 00

TICEDUCA 426 02 07 TOTAL 7637 31 12

QUADRO 6 - RESUMO DOS EVENTOS REALIZADOS DE 1986 A 2013 FONTE O AUTOR (2014)

A partir desse levantamento preliminar passo a anaacutelise dos artigos

encontrados Esta anaacutelise foi dividida em dois grupos a saber artigos relacionados

agrave poluiccedilatildeo sonora e artigos relacionados ao uso do Aparelho Celular em atividades

educativas Tendo em vista que a proposta desta dissertaccedilatildeo eacute a interface entre os

dois temas a anaacutelise dos artigos nos eventos foi realizada com o intuito de localizar

pesquisas na aacuterea que pudessem subsidiar aspectos de aprofundamento teoacuterico e

metodoloacutegico para o meu estudo

26 ARTIGOS RELACIONADOS Agrave POLUICcedilAtildeO SONORA

46

Um conjunto de cinco artigos foi localizado neste Grupo Temaacutetico Os artigos

foram publicados ente 2005 e 2013 sendo quatro deles no ENPEC (um na Vordf

ediccedilatildeo dois na VIordf e um na IXordf) e somente um artigo foi localizado no EPEF

publicado em 2008 na XIordf ediccedilatildeo Interessante observar que dos cinco artigos trecircs

satildeo dos mesmos autores O que reduz significativamente a abrangecircncia de

pesquisadores interessados no tema e nos permite concluir que este foi o tema de

uma dissertaccedilatildeo de mestrado ou tese de doutorado assim orientador e orientada

fatiaram a pesquisa em vaacuterios pedaccedilos apresentados separadamente O quarto

artigo eacute de minha autoria com os orientadores Um resumo dos artigos localizados

neste grupo temaacutetico encontra-se no Quadro 7

ANO TITULO DO ARTIGO NOME DOS AUTORES

PALAVRA-CHAVE

EVENTO

2005 Poluiccedilatildeo sonora na fiacutesica do ensino meacutedio construindo uma proposta

Souza Silva Garavelli Maroja Ricardo

Poluiccedilatildeo Sonora

V ENPEC

2007(a) Fiacutesica para uma sauacutede auditiva Bastos Mattos Poluiccedilatildeo Sonora

VI ENPEC

2007(b) Educaccedilatildeo para uma discriminaccedilatildeo auditiva

Bastos Mattos Poluiccedilatildeo Sonora

VI ENPEC

2008 Fiacutesica e Poluiccedilatildeo Sonora Uma proposta de dinacircmica do perfil conceitual

Bastos Mattos Poluiccedilatildeo Sonora

XI EPEF

2013 Uso do Aparelho Celular por estudantes do ensino meacutedio para ouvir muacutesica um prazer perigoso

Costa Gioppo Camargo

Poluiccedilatildeo Sonora

IX ENPEC

QUADRO 7 - ARTIGOS SOBRE POLUICcedilAtildeO SONORA FONTE O AUTOR (2013)

A poluiccedilatildeo sonora pode ser estudada pelo aspecto do mal-estar causado pelo

excesso de ruiacutedos ou pela forma como afeta a sauacutede humana fiacutesica ou psicoloacutegica

foi essa a abordagem dos artigos localizados a partir da palavra-chave Poluiccedilatildeo

Sonora Em seguida passo a descrever tais artigos

O objetivo da pesquisa de Souza et al (2005) foi produzir uma reflexatildeo que

transformasse os conhecimentos fiacutesicos apreendidos por licenciandos em

conhecimentos escolares ao longo de uma disciplina de Estaacutegio Supervisionado A

pesquisa teve trecircs etapas na primeira os autores aplicaram um questionaacuterio aberto

a alunos do Ensino Meacutedio para verificar que conhecimentos aqueles alunos

possuiacuteam a respeito da Poluiccedilatildeo Sonora O intuito era relacionar conhecimentos

fiacutesicos do tema com o cotidiano Com as informaccedilotildees obtidas no questionaacuterio

desenvolveram uma sequencia didaacutetica com dez aulas

47

A sequecircncia didaacutetica incluiu aspectos histoacutericos do tema desde o processo de

industrializaccedilatildeo e crescimento cientiacutefico e tecnoloacutegico do final do seacuteculo XIX ateacute o

uso abusivo de aparatos tecnoloacutegicos Os autores trataram do tema a partir de um

enfoque interdisciplinar incluindo conteuacutedos da Fiacutesica e anaacutelises de notiacutecias de

jornal enfatizaram tambeacutem o papel do professor-pesquisador e reflexivo Apoacutes a

reelaboraccedilatildeo da sequecircncia didaacutetica aplicaram-na a uma classe do Ensino Meacutedio e

coletaram registros escritos e trabalhos dos estudantes

As conclusotildees mostraram que transformar um saber cientiacutefico em um saber a

ser ensinado eacute uma tarefa muito difiacutecil mas o conteuacutedo de ondas sonoras

relacionado ao da poluiccedilatildeo sonora eacute importante no processo de produccedilatildeo do

conhecimento escolar e que os professores precisam criar estrateacutegias que

relacionem conhecimentos e saberes teacutecnicos e cientiacuteficos a outros saberes como

os do cotidiano relacionando-os agrave cultura vivencial dos estudantes

Em trecircs trabalhos publicados Bastos e Mattos (2007a 2007b 2008)

mostraram que a partir de enfoques interdisciplinares os conhecimentos da fiacutesica

sobre Poluiccedilatildeo Sonora podem contribuir com a Educaccedilatildeo em Sauacutede para promover

uma vida mais saudaacutevel

Destacaram que aproximaccedilotildees entre toacutepicos da Fiacutesica e da Fonoaudiologia

podem auxiliar na discussatildeo de aspectos da sauacutede auditiva Isso porque os

estudantes expotildeem sua orelha interna5 - sem consciecircncia dos perigos para a

audiccedilatildeo- a alta intensidade sonora disponiacutevel em equipamentos de som portaacuteteis

(MP3 MP4 ipod walkman etc) frequentemente utilizados na sala de aula

Os autores fundamentaram sua pesquisa nos conceitos de perfil conceitual e

interdisciplinaridade Para eles eacute necessaacuterio buscar interdependecircncias entre

diversas aacutereas de conhecimento para abordar problemas da realidade relevantes

para os alunos sem separaacute-los do contexto em que surgem Isso ajudaria os

estudantes a enfrentar problemas do mundo em que vivem o que pode se dar por

meio da complexificaccedilatildeo do conhecimento do cotidiano

Desta forma identificaram quatro hipoacuteteses de integraccedilatildeo do conhecimento

cotidiano 1ordm) hipoacutetese da compatibilidade 2ordm) hipoacutetese da substituiccedilatildeo 3ordm) hipoacutetese

da independecircncia ndash coexistecircncia 4ordm) hipoacutetese da integraccedilatildeo ndash enriquecimento do

conhecimento cotidiano No trabalho Bastos e Mattos (2007a) adotaram a quarta

5 A nova nomenclatura anatocircmica substituiu o termo ldquoouvidordquo pelo termo ldquoorelha internardquo no entanto no Protocolo (BRASIL 2006) os dois termos aparecem com o mesmo significado

48

hipoacutetese a ldquoda integraccedilatildeordquo enriquecimento do conhecimento cotidiano que se refere

agrave transformaccedilatildeo dos conhecimentos que datildeo suporte ao conhecimento escolar

Nesse sentido construiacuteram e aplicaram atividades curtas de multi-abordagem e

delineadas em trecircs etapas exploraccedilatildeo introduccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de conceitos

Os pesquisadores investigaram os conceitos preacutevios de Poluiccedilatildeo Sonora de

236 estudantes de uma escola puacuteblica do Ensino Meacutedio no ano de 2005 para

delimitar os objetivos da pesquisa Para tanto utilizaram um questionaacuterio e uma

representaccedilatildeo imageacutetica acompanhada de sua respectiva descriccedilatildeo

Em 2006 aplicaram as atividades multi-abordagem em 166 estudantes de

quatro turmas do Ensino Meacutedio e tiveram resultados favoraacuteveis

Em 2007 elaboraram um novo questionaacuterio e o aplicaram a 86 estudantes

para verificar se houve apropriaccedilatildeo dos conteuacutedos desenvolvido nas atividades e se

esses passaram a ter algum significado na vida deles

Os pesquisadores concluiacuteram que do ponto de vista do modelo proposto os

estudantes alteraram o perfil conceitual anterior enriquecendo seus criteacuterios de

julgamento com relaccedilatildeo agrave poluiccedilatildeo sonora Essa tomada de consciecircncia trouxe aos

estudantes a possibilidade de discernir o que eacute audiologicamente saudaacutevel

aplicando os conteuacutedos escolares sem deixar de lado os criteacuterios esteacuteticos e

emocionais que jaacute faziam parte da vida daquelas pessoas

Costa Camargo e Gioppo (2013) pesquisaram os niacuteveis de decibeacuteis a que os

estudantes se expotildeem quando ouvem muacutesicas pelo Aparelho Celular o que pode

trazer prejuiacutezos agrave sauacutede auditiva Os autores buscaram situaccedilotildees contextualizadas

para ensinar fiacutesica relacionando-a com a Educaccedilatildeo para Sauacutede e a Tecnologia para

tanto conciliaram concepccedilotildees sobre poluiccedilatildeo sonora (usando conceitos de acuacutestica)

vinculada ao uso de fones auriculares ligados aos Aparelho Celular

Um questionaacuterio foi aplicado para diagnosticar concepccedilotildees preacutevias em

estudantes do Ensino Meacutedio De posse dos resultados elaboraram quatro atividades

com foco na poluiccedilatildeo sonora oriunda dos fones auriculares conectados a Aparelhos

Celulares para escutar muacutesicas e discutiram com os estudantes os efeitos na sauacutede

auditiva

Concluiacuteram que os estudantes ouvem as muacutesicas em volume muito acima

das normas recomendadas Nas atividades contextualizadas concluiacuteram que houve

apropriaccedilatildeo dos conteuacutedos de ondas sonoras mas perceberam que uma uacutenica

49

sequecircncia didaacutetica natildeo foi suficiente para provocar mudanccedilas de haacutebito entre os

estudantes

Os autores ressaltaram que o Celular pode ser melhor aproveitado no

processo ensino e de aprendizagem atuando como agente motivador dos

estudantes mas eacute importante que se faccedila um uso criacutetico dessa tecnologia e ao

mesmo tempo amplie as relaccedilotildees possiacuteveis com os conteuacutedos como por exemplo

mostrando interfaces com a sauacutede auditiva

27 ARTIGOS RELACIONADOS COM TECNOLOGIA MOacuteVEL

Um conjunto de sete artigos foi localizado na temaacutetica equipamentos

Celulares em atividades educativas Os artigos foram encontrados na Iordf e IIordf ediccedilotildees

do TICEDUCA e na IXordf ediccedilatildeo do ENPEC Artigos relacionados ao uso de Aparelhos

Celulares em atividades educativas

50

ANO TITULO DO ARTIGO NOME DOS

AUTORES

PALAVRA-CHAVE

EVENTO

2010 Enquadramento teoacuterico para a integraccedilatildeo de tecnologias moacuteveis em contexto educativo

Moura e Carvalho

Telemoacutevel6 I TICEDUCA

2012 As tecnologias moacuteveis no ensino da multimeacutedia

Raminhos Ferreira Pereira e Correia

Mobile Learning aprendizagem moacutevel

II TICEDUCA

2012 As tecnologias moacuteveis no processo de ensino e aprendizagem da liacutengua inglesa um estudo exploratoacuterio no cienfic

Lobato e Pedro

Dispositivos moacuteveis no ensino e na aprendizagem

II TICEDUCA

2012 O uso de dispositivos moacuteveis durante a aula analise de um recorte da realidade de universidades puacuteblicas do Brasil

Santos Duram e Burnham

Dispositivos Moacuteveis

II TICEDUCA

2012 O Celular e o ensino de ondas na escola uma proposta preliminar

Costa Gioppo Camargo

Aparelho Celular

II TICEDUCA

2012 Uso de dispositivos moacuteveis em sala de aula uma revisatildeo bibliograacutefica

Santos Duram Burnham

Tecnologias Moacuteveis

II TICEDUCA

2012 Tecnologias Moacuteveis com conexatildeo sem fio na Escola e a Organizaccedilatildeo do Trabalho Pedagoacutegico

Santos Almeida Borges Jesus

Tecnologias Moacuteveis

II TICEDUCA

QUADRO 8 - ARTIGOS SOBRE TECNOLOGIAS MOacuteVEIS FONTE O AUTOR 2014

Moura e Carvalho (2010) avaliaram como os estudantes aprendem em

atividades com suporte de tecnologias moacuteveis visando agrave melhoria do processo de

ensino e de aprendizagem ou como essas tecnologias podem promover o sucesso

educativo Para as pesquisadoras os dispositivos moacuteveis que andam nos bolsos dos

estudantes podem fazer parte das praacuteticas pedagoacutegicas substituindo as poliacuteticas de

proibiccedilatildeo por ter tamanho reduzido esses dispositivos podem ser levados para

diferentes locais promovendo a interaccedilatildeo social a troca de dados e a colaboraccedilatildeo

com outros utilizadores

A pesquisa das autoras foi fundamentada no paradigma educacional mobile

learning (m-learning) que eacute a conjugaccedilatildeo de um estudante atuante a um artefato

moacutevel usado como ferramenta de apoio ao ensino mediado pela accedilatildeo pedagoacutegica

que de forma interativa leva agrave interiorizaccedilatildeo de conhecimentos novos ressignificando

o uso do Celular e exploraram experiecircncias de integraccedilatildeo no ambiente escolar (m-

learning) e investigaram a forma de apropriaccedilatildeo de conteuacutedos pelos estudantes que

6 Em Portugal o Aparelho Celular eacute chamado de telemoacutevel e o TICEDUCA eacute um evento que ocorre

laacute portanto esta palavra chave foi inserida na busca

51

usaram o Celular para completar tarefas escolares e de apoio aos estudos De

acordo com os dados recolhidos os Aparelhos Celulares impactaram a

aprendizagem dos estudantes influenciaram na motivaccedilatildeo no envolvimento dos

alunos em relaccedilatildeo agraves atividades e na mudanccedila de opiniatildeo sobre a escola e os

estudos Tambeacutem as autoras perceberam que os Aparelhos Celulares podem ser

integrados em diferentes atividades de aprendizagem podendo vir a ser fonte de

motivaccedilatildeo dos alunos pela escola e no processo de ensino e de aprendizagem

Raminhos et al (2012) revisaram a literatura referente a importacircncia das

tecnologias moacuteveis (Celulares e outros equipamentos) no ensino e na

aprendizagem para explorar o conceito de Moacutebile Learning e identificar sua

utilizaccedilatildeo na educaccedilatildeo e localizaram 39 artigos Apoacutes anaacutelise dos artigos

elaboraram uma intervenccedilatildeo didaacutetica para estudantes de um curso profissionalizante

para investigar como as tecnologias moacuteveis podem apoiar a aprendizagem

Na intervenccedilatildeo didaacutetica os pesquisadores perceberam que existem duas

visotildees na utilizaccedilatildeo do m-learning a visatildeo do ensino protagonizado pelo professor e

a visatildeo da aprendizagem cujo alvo seraacute o estudante que mostra grande interesse

em utilizar o m-learning como ferramenta de estudo

Na conclusatildeo os autores deixam evidente que Mobile Learning natildeo resolve os

problemas de ensino e aprendizagem contudo concluiacuteram que o levantamento

bibliograacutefico sobre o tema pode contribuir para investigaccedilotildees futuras Reiteraram que

m-learning eacute interessante para a educaccedilatildeo e que outros autores pesquisados por

eles concordam que eacute uma opccedilatildeo a mais para entusiasmar envolver e compreender

a aprendizagem dos estudantes atuais

Lobato e Pedro (2012) trataram de dificuldades educativas percebidas por

formandos de um centro de formaccedilatildeo profissional esses foram expostos agraves

dinacircmicas da sala de aula e a meacutetodos de ensino diferenciados A ideia era

desenvolver conceitos usando estrateacutegias motivadoras sem ficar restritos a

caminhos curriculares preacute-definidos Nesse sentido os Aparelhos Celulares foram

usados como ferramentas de ensino para construir a aprendizagem funcionando

como parceiros para o professor e para os estudantes

As autoras consideraram que vivemos na ldquoEra da Conexatildeordquo (p2) na qual o

acesso agrave informaccedilatildeo deixou de estar confinado ao computador pessoal e se

estendeu aos Aparelhos Celulares os estudantes de hoje satildeo ldquonativos digitaisrdquo e o

52

cotidiano sem tecnologia natildeo faz sentido Para esta geraccedilatildeo natildeo possuir telemoacutevel

(Aparelho Celular) eacute quase fator de exclusatildeo social

Aplicaram um questionaacuterio com objetivo de analisar concepccedilotildees dos

professores de inglecircs de um centro de formaccedilatildeo profissional sobre a utilizaccedilatildeo de

Aparelhos Celulares em contexto escolar

Os resultados evidenciaram que em alguns momentos os Aparelhos Celulares

satildeo considerados como potenciais elementos de distraccedilatildeo que perturbam a

concentraccedilatildeo dos alunos nas tarefas escolares poreacutem defendem que esta

tecnologia de faacutecil acesso pode trazer benefiacutecios para a educaccedilatildeo permitindo aos

estudantes aprender para aleacutem dos limites da sala de aula pois os estudantes tecircm

cada vez mais acesso agrave informaccedilatildeo e ao conhecimento e os Aparelhos Celulares

podem ser aliados dos professores

Santos et al (2012) observaram que o uso de dispositivos moacuteveis (chamados

ciberinstrumentos7) presentes nas salas de aula do ensino superior vecircm

aumentando nos uacuteltimos anos O objetivo dos autores foi avaliar e discutir o uso de

ciberinstrumentos durante as aulas em trecircs turmas de diferentes universidades

puacuteblicas brasileiras sediadas no Estado da Bahia

Os instrumentos para a constituiccedilatildeo dos dados incluiacuteram um questionaacuterio

respondido por 46 estudantes e anotaccedilotildees de campo (descritivas e analiacuteticas)

Os resultados mostraram que entre os pesquisados o nuacutemero de

ciberinstrumentos supera o nuacutemero de computadores desktops os mais usados em

sala de aula satildeo os notebooks e os Celulares que podem facilitar os processos de

construccedilatildeo do conhecimento

Os autores tambeacutem investigaram os efeitos colaterais da tecnologia e

observaram que os ciberinstrumentos podem ser objetos de distraccedilatildeo Os que mais

distraem os estudantes satildeo as redes sociais e SMS A maioria dos estudantes

concordou que houve algum grau de prejuiacutezo de concentraccedilatildeo durante as aulas e

sugeriram um controle de uso do wi fi

Costa Gioppo e Camargo (2012) apresentaram uma proposta preliminar

sobre o uso do Celular como ferramenta de ensino que auxilia na praacutetica de sala

aula para ensinar ondas eletromagneacuteticas a motivaccedilatildeo inicial foi o constante e

7 De acordo com Santos et al 2012 ciberinstrumentos (SANTOS DURAN BURNHAM 2010) satildeo lap tops Aparelhos Celulares ou qualquer tecnologia com acesso wifi

53

excessivo uso do Celular durante o periacuteodo letivo Um questionaacuterio foi aplicado para

200 estudantes para entender o uso dos Aparelhos Celulares De posse dos

resultados elaboraram uma intervenccedilatildeo didaacutetica com abordagem investigativa sobre

ondas eletromagneacuteticas na qual participaram 27 estudantes Utilizaram filmes sobre

interferecircncia das ondas eletromagneacuteticas em aparelhos eletrocircnicos e observaram a

interferecircncia do recebimento de mensagem no Celular em caixas de som e

avaliaram a aprendizagem com questotildees para verificar se houve apropriaccedilatildeo dos

conteuacutedos de eletromagnetismo

Na conclusatildeo os autores ressaltaram que a maior parte dos estudantes

usufrui da tecnologia do Celular e o faz na escola poreacutem natildeo para fins didaacuteticos

mostrando que haacute necessidade de mais pesquisas na aacuterea Na atividade de

intervenccedilatildeo didaacutetica os autores perceberam que houve vaacuterios problemas como de

interpretaccedilatildeo das questotildees a coacutepia de respostas do livro didaacutetico a falta de um

delineamento mais robusto da atividade que parece ter ficado em aberto e ainda

havia necessidade de proposta para transformaacute-la em uma sequencia didaacutetica Para

os autores o Aparelho Celular eacute uma tecnologia que natildeo deve ser desperdiccedilada no

contexto escolar e que pode ser usada no processo de ensino e de aprendizagem O

Celular pode ser um agente motivador dos estudantes para aulas diferenciadas

possibilitando a compreensatildeo das possibilidades e limites da tecnologia mas eacute

importante que se faccedila uma anaacutelise criacutetica do processo mostrando tambeacutem outras

interfaces com a sauacutede a poliacutetica de telecomunicaccedilotildees etc

Santos et al (2012) investigaram sobre o uso de tecnologias moacuteveis em sala

de aula e perceberam que eacute pouco explorada O objetivo do trabalho foi realizar uma

revisatildeo bibliograacutefica da temaacutetica apontando as principais questotildees tratadas A partir

de buscas em siacutetios eletrocircnicos como o ISI Web of Science e Google Scholar e

encontraram 13 artigos cinco deles identificam como estudantes usam seus

ciberinstrumentos em sala de aula e os oito restantes falam da relaccedilatildeo entre o uso

de ciberinstrumento moacutevel envolvendo comportamento multitarefas e o desempenho

acadecircmico dos estudantes Tambeacutem investigaram como os estudantes percebem o

uso natildeo de ciberinstrumentos segundo os autores eacute difiacutecil avaliar quatildeo aplicaacutevel eacute o

uso livre de ciberinstrumentos moacuteveis nas salas de aula ou a quanto afeta a

aprendizagem

De acordo com os autores os principais apontamentos encontrados nos

trabalhos foram como 1ordm) o trabalho em grupo eacute pouco valorizado nas dinacircmicas de

54

sala de aula nos processos de construccedilatildeo coletiva do conhecimento isto eacute

valorizam a esfera individual em detrimento da coletiva 2ordm) natildeo haacute estudos

envolvendo variados tipos de ciberinstrumentos os trabalhos encontrados estatildeo

concentrados no uso de tablets laptops e Celulares 3ordm) O foco das pesquisas foi a

de apontar vantagens ou desvantagens 4ordm) eacute necessaacuterio enriquecer as pesquisas

com abordagens qualitativas

Os autores concluiacuteram que a maioria dos trabalhos se concentra em avaliar a

relaccedilatildeo do uso do comportamento multitarefas com o desempenho acadecircmico de

estudantes usando abordagens qualitativas

28 PROJETOS QUE UTILIZAM O APARELHO CELULAR COMO FERRAMENTA

DE ENSINO

Aleacutem dos artigos sobre Aparelho Celular localizados nas duas ediccedilotildees do

TICEDUCA encontrei tambeacutem quatro Projetos que tecircm iniciativas do uso do

Aparelho Celular como suporte ao ensino e a aprendizagem publicados pela Unesco

(2012)

1ordm) Minha Vida Moacutevel8 (MvMob) - Brasil tem como objetivo formar professores

e estudantes para produccedilatildeo de audiovisuais utilizando Aparelhos Celulares e com

isso promover o intercambio cultural por meio de uma rede interativa O programa

consiste em um portal de conteuacutedo e interaccedilatildeo e diversas atividades

2ordm) Projeto Escola com Celular de CaraguatatubaSP - Brasil utiliza as redes

sociais e os Telefones Celulares como ferramentas de apoio das atividades

escolares propotildee o uso dessas Tecnologias da Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (TICs)

para aproximar professores e estudantes associando a realidade dos mesmos aos

conteuacutedos curriculares para estimular a aprendizagem estimular a participaccedilatildeo e a

convivecircncia social na escola e na cidade e tambeacutem para praticar a inclusatildeo digital e

suas premissas mobilidade conectividade e sustentabilidade

3ordm) PSU Moacutevel ndash Chile eacute um aplicativo moacutevel que permite ao usuaacuterio acessar

conteuacutedo gratuito para download exerciacutecios jogos e podcasts todos organizados

8 httpwwwmvmobcombrmvmobo-que-eo-que-e

55

por assunto tem como objetivo permitir que os estudantes do ensino meacutedio possam

se preparar para ingressar no ensino superior

4ordm) Evaluacioacuten de Aprendizajes por meio de Celulares - Paraguai lanccedilado em

2011 pelo Ministeacuterio da Educaccedilatildeo do Paraguai tem o objetivo de explorar a

possibilidade de aplicaccedilatildeo de testes padronizados com o uso de Aparelhos

Celulares O projeto foi destinado a estudantes dos primeiros anos do ensino meacutedio

envolvendo as disciplinas de Matemaacutetica Liacutengua Espanhola e Literatura em

trezentas escolas puacuteblicas do Paraguai preparando tambeacutem professores e diretores

para ajudar os estudantes realizar os testes nos Aparelhos Celulares e ainda

fornecer suporte teacutecnico no dia do exame

Esses projetos natildeo tecircm relaccedilatildeo direta com o ensino de Fiacutesica nem mesmo

pesquisam sobre o tema Poluiccedilatildeo Sonora e seus efeitos na sauacutede auditiva mas me

pareceram iniciativas interessantes que podem ser aplicadas para incluir as

perspectivas analisadas nesta dissertaccedilatildeo

29 RESUMO DAS DISSERTACcedilOtildeES E TESES LOCALIZADAS NO BANCO DE

TESES DA CAPES SOBRE POLUICcedilAtildeO SONORA

Busquei nas dissertaccedilotildees e teses depositadas no banco da CAPES as

seguintes palavras chaves Poluiccedilatildeo Sonora no Ambiente Escolar Ruiacutedo e Som

publicadas por pesquisadores da aacuterea de educaccedilatildeo

Ano Tiacutetulo Autor Palavra Chave

Universidade

2004 Poluiccedilatildeo sonora em escolas do Distrito Federal

Eniz Poluiccedilatildeo Sonora

PUC Dissertaccedilatildeo Mestrado

2006

A presenccedila do ruiacutedo do trem em escolas do entorno da linha feacuterrea na cidade de Curitiba-PR Contribuiccedilatildeo para a construccedilatildeo dialeacutetica em educaccedilatildeo socioambiental

Gasperin

Poluiccedilatildeo Sonora

UFPR Dissertaccedilatildeo Mestrado

2007

Reflexotildees sobre o ambiente sonoro da cidade de Curitiba A percepccedilatildeo do ruiacutedo urbano e seus efeitos sobre a qualidade de vida de moradores dos setores especiais estruturais

Ribas Ruiacutedo UFPR Tese

Doutorado

2007 Fiacutesica para uma Discriminaccedilatildeo Auditiva Bastos Poluiccedilatildeo Sonora

USP Dissertaccedilatildeo de

Mestrado QUADRO 9 - LEVAMENTO NO BANCO DE TESES DA CAPES INDICANDO ANO NUMERO TOTAL DE TRABALHOS PUBLICADOS FONTE O AUTOR (2014)

56

Eniz (2004) pesquisou a poluiccedilatildeo sonora em escolas puacuteblicas e privadas do

Distrito Federal Sua investigaccedilatildeo se pautou nas condiccedilotildees acuacutesticas (niacuteveis de

pressatildeo sonora e tempo de reverberaccedilatildeo do som) em sala de aula e na percepccedilatildeo

dos professores e estudantes acerca das condiccedilotildees de conforto ambiental

oferecidas pelas escolas agrave sauacutede Assim buscou identificar as causas da poluiccedilatildeo

sonora tanto no ambiente escolar como no entorno das escolas verificando se o

Plano Diretor de Taguatinga e as Normas de Gabarito do Nuacutecleo Bandeirante

possuem accedilotildees de prevenccedilatildeo e de mitigaccedilatildeo agrave poluiccedilatildeo sonora no ambiente

escolar

A pesquisa foi realizada com professores e estudantes de 10 escolas

vinculadas agrave Secretaria de Educaccedilatildeo do Distrito Federal Por vaacuterios dias da semana

mediu-se o niacutevel de pressatildeo sonora no interior e no exterior das salas de aula e da

escola com os estudantes em suas atividades normais Aplicou um questionaacuterio para

professores e estudantes com objetivo de obter informaccedilotildees acerca das condiccedilotildees

de trabalho e sauacutede dos professores e os efeitos negativos na sauacutede humana do

excesso de ruiacutedo no processo ensino-aprendizagem Confrontou os niacuteveis de

pressatildeo sonora e tempo de reverberaccedilatildeo com as normas vigentes e analisaram as

respostas do questionaacuterio

Os resultados do questionaacuterio com professores e estudantes indicaram que

59 nunca fizeram exame audiomeacutetrico revelando pouca preocupaccedilatildeo com este

tipo de acompanhamento poreacutem as queixas mais comuns foram ambiente

intranquilo e estressante e barulhento Sobre os problemas de sauacutede o autor

identificou as seguintes queixas dor de garganta dor nas pernas

irritaccedilatildeonervosismo e cansaccedilo mentalestresse como as mais expressivas de

acordo com o pesquisador o ruiacutedo natildeo pode ser considerado como causa direta de

doenccedilas mentais mas ele presume que acelera e intensifica o desenvolvimento de

desordens mentais latentes

Em relaccedilatildeo ao barulho proveniente do traacutefego urbano identificado pelo estudo

os professores admitiram constante interrupccedilatildeo em suas aulas devido ao barulho

externo do restante 26 sentiram-se incomodados algumas vezes e nenhum

participante da pesquisa admitiu nunca ter sido interrompido pelo ruiacutedo urbano O

excesso de ruiacutedo naquele ambiente prejudicou a comunicaccedilatildeo em sala de aula

levou os professores a sentirem dificuldades de concentraccedilatildeo e obrigando-os a

esforccedilos constantes para se fazerem entender

57

As anaacutelises consideraram aspectos relativos agrave legislaccedilatildeo e agraves normas

teacutecnicas vigentes que regulam a construccedilatildeo e modificaccedilatildeo de estabelecimentos de

ensino Concluiu tambeacutem os efeitos dos ruiacutedos no ensino e na aprendizagem pois

salas de aula com estimulaccedilotildees auditivas em excesso podem promover a distraccedilatildeo

acarretando prejuiacutezos significativos para a aprendizagem

O autor concluiu que em todas as escolas os niacuteveis de ruiacutedos estatildeo acima

dos recomendados pela NBR 101519 (ABNT 1987) com variaccedilatildeo de intensidade

entre a 829 dB(A)10 a 1146 dB(A) Professores e estudantes se comunicam em tom

de voz gritado o que pode trazer danos agrave sauacutede e prejuiacutezos agrave aprendizagem uma

vez que todas as escolas estatildeo localizadas em regiotildees onde o traacutefego aeacutereo eou

terrestre eacute intenso

Segundo o pesquisador as escolas mais afetadas estatildeo localizadas em

regiotildees que natildeo seguiram um planejamento urbano preacute-definido satildeo escolas mal

localizadas dentro da malha urbana que tecircm suas dependecircncias fortemente

afetadas pelo ruiacutedo ambiental

Gasperin (2006) pesquisou o impacto de ruiacutedo provocado pelo trem por ser

considerado um elemento cultural das velhas lembranccedilas alimentadas por mitos que

povoam o imaginaacuterio e despertam certo saudosismo na populaccedilatildeo e com isso

dificultam sua percepccedilatildeo como fonte de poluiccedilatildeo sonora Duas escolas foram

selecionas pela autora por fazer parte da histoacuteria da construccedilatildeo da oficina de

reparos das locomotivas e com impacto auditivo da passagem do trem durante o

horaacuterio de aula Assim observou as contradiccedilotildees que impedem a percepccedilatildeo dos

estudantes e professores em relaccedilatildeo agrave aprendizagem

O objetivo da autora foi mostrar a influecircncia dos significados do ruiacutedo do trem

para os humanos a fim de ter o sujeito ecoloacutegico como processo estrateacutegico da

Educaccedilatildeo Ambiental pesquisando se os ruiacutedos produzidos pelas locomotivas estatildeo

acima dos niacuteveis de decibeacuteis satildeo considerados adequados agraves salas de aula se eou

como o corpo docente percebe a presenccedila do trem como um agente de risco

9 A Norma Brasileira Regulamentadora 10151 encontra-se no anexo V desta dissertaccedilatildeo

10 A unidade de medida de niacuteveis de conforto acuacutestico (decibeacuteis) eacute representada em alguns

documentos como dB e em outros como dB(A) Por exemplo o Decreto Federal No 81621 de 03051978 (BRASIL 1968) em seu anexo 32 regulamenta as unidades de medida usando o dB como unidade de medida para Decibeacuteis Jaacute a NBR 10152 de dezembro de 1987 (norma da ABNT) definem niacuteveis de Pressatildeo Sonora e adota o dB(A) como unidade de medida para os decibeacuteis Nesta dissertaccedilatildeo acompanho a norma 10152 da (ABNT 1987) e adoto dB(A) como unidade de medida de Niacuteveis de Pressatildeo Sonora

58

ambiental quanto agrave poluiccedilatildeo sonora averiguando o significado do ruiacutedo do trem

junto aos estudantes e docentes das escolas proacuteximas agrave linha feacuterrea com enfoque

na questatildeo do som no ambiente

A pesquisa de campo foi realizada em duas escolas puacuteblicas da cidade de

Curitiba (PR) denominadas A e B composta de 938 estudantes do ensino

fundamental e foram selecionados por estarem geograficamente expostas a ruiacutedos

sonoros quando da passagem do trem a escola A situa-se a 55 metros de distacircncia

da linha feacuterrea e a Escola B tem seus muros nos fundos com a oficina mecacircnica da

empresa que administra esta linha feacuterrea e emite fortes ruiacutedos e a 20 m de distacircncia

de onde circula o trem

O trem eacute um produto da praacutexis histoacuterico-cultural humana e estaacute inserido na

sociedade influenciando a vida das pessoas do entorno da via feacuterrea Assim o trem

traz um significado psicoloacutegico na relaccedilatildeo entre o sujeito e o mundo objetivo

predominando a concepccedilatildeo utilitarista pelo seu significado A autora aplicou um

questionaacuterio para estudantes e professores das escolas e realizou mediccedilotildees do

niacutevel de pressatildeo sonora nas salas de aula quando o trem passa e em condiccedilotildees de

aula sem o ruiacutedo do trem

A autora concluiu que a existecircncia de uma realidade de coexistecircncia da vida

urbana agravada pela presenccedila da linha feacuterrea nas atividades da vida escolar na

qual o trem eacute um produto da praacutexis histoacuterico-cultural humana inserido na sociedade

influenciando a vida particularmente das pessoas do entorno da via feacuterrea trazendo

significado psicoloacutegico com funccedilatildeo mediadora na relaccedilatildeo entre o sujeito e o mundo

objetivo

Ribas (2007) analisou os contrastes entre o conceito de qualidade de vida

empregado em diferentes contextos na aacuterea da sauacutede na aacuterea urbana e no

ambiente A autora buscou estudar e compreender como se da agrave percepccedilatildeo da

poluiccedilatildeo sonora pela populaccedilatildeo e a relaccedilatildeo existente entre som (ruiacutedo) ndash sauacutede

(auditiva) ndash ambiente (urbano) uma vez que Curitiba tem se mostrado um campo

feacutertil para o desenvolvimento de problemas ambientais e dentre eles a poluiccedilatildeo

sonora causada em grande parte pelo traacutefego de veiacuteculos e percebeu que os

niacuteveis de ruiacutedo urbanos na cidade de Curitiba natildeo estatildeo dentro dos limites

especificados legalmente e que podem causar prejuiacutezos agrave sauacutede da populaccedilatildeo Nas

diversas aacutereas mapeadas foi constatado que o ruiacutedo urbano enquadra-se num

patamar grave e em algumas situaccedilotildees em pontos proacuteximos agraves vias raacutepidas o

59

volume chega agrave beira da saturaccedilatildeo pois o traacutefego de veiacuteculos eacute a grande causa do

ruiacutedo urbano em Curitiba Satildeo ruiacutedos provenientes de veiacuteculos automotivos (carros

ocircnibus e caminhotildees) aeronaves e trens Os niacuteveis de poluiccedilatildeo sonora atingem seus

maiores iacutendices nessas vias estruturais da cidade

O objetivo da pesquisa foi agrave caracterizaccedilatildeo da qualidade do ambiente sonoro

na cidade de Curitiba Para tanto a autora fez mediccedilotildees da variaccedilatildeo do ruiacutedo

urbano Tambeacutem avaliou a percepccedilatildeo que as pessoas tecircm deste ambiente sonoro

procurando identificar os prejuiacutezos que a poluiccedilatildeo sonora causa Investigou como os

moradores das regiotildees investigadas reagem ao ambiente sonoro ao qual estatildeo

expostos Verificou quais poliacuteticas puacuteblicas foram implementadas para monitorar e

reduzir o ruiacutedo urbano na cidade e seu impacto sobre a qualidade de vida dos

moradores e analisou como os gestores ambientais tecircm desempenhado suas

funccedilotildees diante deste problema

De acordo com a autora o Plano Diretor de Curitiba (1975) teve como

principal foco o crescimento a malha viaacuteria especificamente a do transporte coletivo

Uma das diretrizes gerais daquele plano ainda em vigor refere-se aos eixos

estruturais do transporte coletivo que deveriam ser adensados e para isso foram

equipados com toda a infraestrutura urbana e dotados de um sistema de transporte

de massa capaz de atender tanto a demanda da eacutepoca quanto a que viria no futuro

Aleacutem da anaacutelise do plano diretor a autora pesquisou e categorizou as

denuacutencias referentes agrave poluiccedilatildeo sonora registrada junto agrave Secretaria Municipal do

Meio Ambiente e observou 3036 denuacutencias efetuadas no ano de 2005 48 eram

oriundas da passagem do trem e 38 de veiacuteculos de transporte individual ou coletivo

A autora realizou um levantamento de pesquisas que diagnosticou a poluiccedilatildeo

sonora e sua evoluccedilatildeo na cidade de Curitiba e concluiu que devido ao aumento do

nuacutemero veiacuteculos os niacuteveis de ruiacutedo tecircm se acentuado contrariamente ao que se

esperava de uma cidade que recebeu o tiacutetulo de capital ecoloacutegica

Em seguida Ribas (2007) mediu os niacuteveis miacutenimos meacutedios e maacuteximos de

pressatildeo sonora encontrados no interior das residecircncias de acordo com o

preconizado pela Norma NBR 1015211 Acuacutestica - Avaliaccedilatildeo do ruiacutedo ambiente em

recintos de edificaccedilotildees visando o conforto dos usuaacuterios ndash procedimento (ABNT

1987) Os resultados indicaram que em 86 dos locais pesquisados a intensidade

11A Norma Brasileira Regulamentadora 10152 encontra-se no anexo VI desta dissertaccedilatildeo

60

de ruiacutedo extrapola os niacuteveis recomendados e percebeu tambeacutem que imoacuteveis abaixo

do niacutevel da rua estatildeo mais sujeitos aos mais altos niacuteveis de ruiacutedo desta forma foi

possiacutevel confirmar niacuteveis exacerbados de ruiacutedo em edificaccedilotildees concentradas nos

Setores Especiais Estruturais de Curitiba

Apoacutes as mediccedilotildees a autora entrevistou os moradores das residecircncias e trecircs

gestores envolvidos com planejamento urbano da cidade de Curitiba com objetivo

de verificar qual a prioridade dada pelos gestores a mitigaccedilatildeo do ruiacutedo urbano se

eles reconheciam que os niacuteveis de ruiacutedo urbano estatildeo acima do recomendado e

permitido legalmente se eles percebiam o ruiacutedo como fator ambiental negativo

finalmente analisou se existe uma poliacutetica puacuteblica municipal destinada agrave reduccedilatildeo da

emissatildeo do ruiacutedo na cidade

A autora destacou que os moradores entrevistados percebiam o ruiacutedo como

fonte geradora de desconforto poreacutem natildeo fizeram denuacutencias aos oacutergatildeos

competentes Por outro lado alguns entrevistados apesar de considerarem o ruiacutedo

urbano como um fator negativo disseram natildeo sentir desconforto em ambientes

barulhentos

O traacutefego de veiacuteculos foi considerado a maior causa do ruiacutedo urbano mas a

comunidade natildeo considerou o ruiacutedo como fator de risco agrave sauacutede por estar

acostumada agrave presenccedila dele Natildeo houve percepccedilatildeo dos efeitos da poluiccedilatildeo sonora

sobre a qualidade de vida e da sauacutede Os entrevistados relataram ainda que nunca

tiveram contato com campanhas de educaccedilatildeo ambiental voltada para sauacutede

auditiva

Com relaccedilatildeo agrave percepccedilatildeo dos gestores sobre o ruiacutedo urbano ficou

evidenciado que eles tambeacutem possuem sentimentos de fatalismo e inevitabilidade

aleacutem do mais o ruiacutedo natildeo encontra lugar de prioridade dentre os problemas urbanos

e isso dificulta ainda mais a realizaccedilatildeo de accedilotildees em niacutevel governamental que visem

agrave reduccedilatildeo do ruiacutedo urbano

A autora sugeriu que para ser efetivamente combatido haacute que se investir na

formaccedilatildeo de gestores com conhecimento do que vem a ser o ruiacutedo e seus efeitos na

sauacutede humana Aleacutem do que para a tomada de decisotildees na esfera puacuteblica eacute

necessaacuterio considerar a opiniatildeo da comunidade

Bastos (2007) delineou formas de ensinar Fiacutesica a estudantes do Ensino

Meacutedio a partir de eventos do cotidiano de forma que a abordagem de conteuacutedos de

Fiacutesica torna-se mais significativo e prazeroso e ao mesmo tempo com utilidade

61

vivencial da praacutetica dos mesmos relacionando agrave sauacutede auditiva Considerou que os

estudantes tem posse de sons portaacuteteis (MP3 MP4 ipod walkman etc) ou estatildeo

expostos uma vez que costuma expor seus ouvidos a alta intensidade sonora sem

consciecircncia nem conhecimentos de que as muacutesicas em volume alto podem levar a

perda induzida de audiccedilatildeo

O objetivo foi mostrar que a Fiacutesica pode ajudar a compreender as

propriedades do som e tambeacutem verificar como o som age no organismo vivo

utilizando agrave noccedilatildeo de perfil conceitual e os conceitos de interdisciplinaridade e

complexificaccedilatildeo como referencial teoacuterico

Na metodologia relacionou os conceitos de Fiacutesica com os de sauacutede auditiva

em funccedilatildeo das praacuteticas cotidianas dos estudantes Em 2005 ndash preacute-teste zero -

aplicaram um questionaacuterio com 5 questotildees e uma representaccedilatildeo imageacutetica para

levantamento dos conceitos preacutevios dos estudantes sobre poluiccedilatildeo sonora e com as

respostas em seguida definiu categorias perceptivas sobre o tema No preacute-teste um

em 2005 apoacutes verificaccedilatildeo dos conhecimentos preacutevios e das categorias (emocional

esteacutetico fisioloacutegico) aplicaram outro questionaacuterio com 18 questotildees focando tais

percepccedilotildees subjetivas Em 2006 no preacute-teste dois avaliou e identificou as primeiras

compreensotildees do conhecimento complexificado nas atividades propostas No

mesmo ano apoacutes aplicaccedilatildeo das atividades verificou se houve apropriaccedilatildeo do

conceito e compreensatildeo do conhecimento complexificado Em 2007 refez atividades

para verificar se houve apropriaccedilatildeo dos conteuacutedos por meio de um questionaacuterio com

oito questotildees Todas as atividades foram aplicadas agrave estudantes do Ensino Meacutedio

de uma escola puacuteblica com idades variando de 16 a 20 anos

A autora concluiu que as coleta de dados antes durante e depois das

atividades foi um importante fator para tomada de consciecircncia dos estudantes com

relaccedilatildeo ao conteuacutedo de Fiacutesica desenvolvido nas atividades pois eles percebeu que

houve mudanccedila de perfil conceitual com relaccedilatildeo a poluiccedilatildeo sonora O aprendizado

adquirido pelos estudantes possibilitou o discernimento do que eacute saudaacutevel no

entanto a autora natildeo percebeu que estudantes transitaram conscientemente entre

as diferentes zonas do perfil conceitual selecionando criteacuterios dentre todos os

oferecidos agrave consciecircncia o mais adequado com o contexto de vivecircncia mas houve

uma integraccedilatildeo do conhecimento cientiacutefico com o cotidiano

Para a autora a construccedilatildeo interdisciplinar natildeo eacute uma tarefa simples de ser

realizada quando deixado por conta das decisotildees dos estudantes imaginando que

62

eles construiratildeo relaccedilotildees entre teoria e metodologias que fundamentam a

interdisciplinaridade mas eacute imprescindiacutevel o interesse do professor em se atualizar

buscar novas formas de apresentar o conhecimento que faccedila sentido para ele e os

estudantes A dissertaccedilatildeo propotildee incluir o tema de acuacutestica e a aplicaccedilatildeo das

atividades no planejamento escolar mas tambeacutem incentiva o leitor inspirar-se na

construccedilatildeo de outras relaccedilotildees interdisciplinares que tenham mais valor para ele

para os estudantes para a comunidade na qual estaacute inserida a escola

210 SIacuteNTESE DA SECcedilAtildeO

A revisatildeo de literatura revelou que o tema ldquoPoluiccedilatildeo Sonorardquo eacute pouco

discutida entre os pesquisadores do Ensino de Fiacutesica e de Ciecircncias (quatro

trabalhos apresentados em congressos) e inexistente nos Encontros de Pesquisa de

Educaccedilatildeo Ambiental mas jaacute comeccedila ser apontada nas dissertaccedilotildees e teses

depositadas no banco da CAPES (duas dissertaccedilotildees e uma tese) Desta forma haacute

uma clara lacuna na pesquisa educacional no que se refere a uma problemaacutetica tatildeo

presente e contemporacircnea Os trabalhos evidenciaram que o crescimento dos

transportes urbanos carros e trens que cortam as cidades tecircm efeito sobre o

aumento do ruiacutedo urbano com consequecircncias para a sauacutede de forma geral e podem

prejudicar o ensino e a aprendizagem

Por outro lado a poluiccedilatildeo sonora pode ser estudada de forma criacutetica se

abordada com aspectos da Educaccedilatildeo Ambiental O som faz parte do cotidiano da

vida e em muitos momentos os excessos natildeo satildeo percebidos

Em relaccedilatildeo ao uso do Aparelho Celular foram identificados sete estudos e

ficou evidente que esta tecnologia de faacutecil acesso jaacute estaacute inserida na escola Os

trabalhos indicaram tambeacutem que os Aparelhos Celulares impactaram a

aprendizagem dos estudantes influenciaram na motivaccedilatildeo no envolvimento deles

em relaccedilatildeo agraves atividades e na mudanccedila de opiniatildeo sobre a escola e os estudos

Os projetos que utilizam Aparelhos Celulares como apoio ao Ensino e a

Aprendizagem sendo dois no Brasil um no Chile e outro no Uruguai tem como

objetivo auxiliar na formaccedilatildeo de professores e dos estudantes do Ensino

63

Fundamental e Meacutedio Embora os Aparelhos Celulares estejam nas matildeos dos

professores e de estudantes ainda satildeo poucas as iniciativas com projetos na aacuterea

de ensino No entanto natildeo haacute nenhuma relaccedilatildeo com a poluiccedilatildeo sonora ou ruiacutedos

oriundos dos fones auriculares quando utilizados para ouvir muacutesica o que corrobora

a necessidade de estudos como o proposto nesta dissertaccedilatildeo

No Banco de dissertaccedilotildees e Teses da Capes foram localizadas apenas quatro

pesquisas sobre poluiccedilatildeo sonora relacionadas a aacuterea educacional Isso corrobora

com a necessidade de mais estudos na aacuterea

Na proacutexima seccedilatildeo discuto o aporte teoacuterico a partir de trecircs premissas

fundamentais para o desenvolvimento desta pesquisa alteraccedilotildees no conceito de

cultura e identidade que emergem na sociedade contemporacircnea As alteraccedilotildees no

significado de som ruiacutedo e poluiccedilatildeo sonora e partir de mudanccedilas na percepccedilatildeo da

relaccedilatildeo espaccedilo-temporal na sociedade contemporacircnea As tecnologias de faacutecil

acesso como a do Aparelho Celular e do uso de fones auriculares modificando o

ambiente escolar e as percepccedilotildees de pertencimento ao grupo

64

3 PERSPECTIVAS CULTURAIS E AS ALTERACcedilOtildeES NAS PERCEPCcedilOtildeES

ESPACcedilO-TEMPORAIS SOBRE SOM E RUIacuteDO

Esta dissertaccedilatildeo foi proposta a partir de trecircs premissas a saber

Na sociedade contemporacircnea a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos entre si e dos

indiviacuteduos com o meio foi alterada em relaccedilatildeo ao modelo de sociedade

moderna especialmente no que tange a modificaccedilatildeo da percepccedilatildeo

espaccedilo-temporal

Os meios de transporte alteraram a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos com o meio

a partir de uma outra percepccedilatildeo sobre a relaccedilatildeo espaccedilo-temporal

modificando a percepccedilatildeo sobre o som os ruiacutedos e a poluiccedilatildeo sonora e

seus impactos na sauacutede

O Aparelho Celular eacute um dos meios de comunicaccedilatildeo e uma tecnologia

de faacutecil acesso que alterou a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos entre si

modificando a dinacircmica do espaccedilo escolar e a percepccedilatildeo do estudante

sobre sua relaccedilatildeo de pertencimento ao grupo

Nesta seccedilatildeo busco em alguns pensadores explicaccedilotildees sobre as mudanccedilas

que ocorreram na sociedade contemporacircnea e que datildeo aporte a tais premissas

Para desenvolvecirc-la teoricamente revejo o conceito de Cultura abordado por Hall

(2007) e as discussotildees que este autor desenvolve sobre a noccedilatildeo de significado a

partir da ideia de Circuito Cultural essas discussotildees satildeo realizadas na primeira

parte intitulada ldquoCulturas e Identidades na poacutes-modernidaderdquo

A partir disso abordo o conceito de Interaccedilatildeo Social e a modificaccedilatildeo

transformaccedilatildeo do ambiente discutido por Vygotsky (2007) e as mudanccedilas nas

formas de interaccedilatildeo social geradas pelos novos meios de comunicaccedilatildeo Thompson

(2011) a seccedilatildeo centra-se no argumento de que o Aparelho Celular modifica as

interaccedilotildees sociais especialmente no Ambiente Escolar Para tanto abordo

pressupostos teoacutericos da cultura contemporacircnea e suas especificidades para o

ambiente escolar Este ambiente entendido como territoacuterio de disputa de identidades

(HALL 2011) nas quais os estudantes produzem reproduzem e modificam a

sociedade em que vivem e a relaccedilatildeo que tecircm com os meios de comunicaccedilatildeo de faacutecil

acesso (especialmente o Aparelho Celular) permitindo outras possibilidades de

65

inserccedilatildeo no grupo facilitando o sentimento de pertencimento a ele pois Thompson

(2011) sugere que ldquoAo alterar a compreensatildeo do lugar e do passado o

desenvolvimento dos meios de comunicaccedilatildeo modificou o sentido de pertencimento

dos indiviacuteduos isto eacute a compreensatildeo dos grupos e das comunidades a que eles

sentem pertencerrdquo (p 61 62)

Essas discussotildees satildeo realizadas na segunda parte intitulada ldquoInteraccedilotildees

sociais Tecnologia e o Ambiente Escolarrdquo Ainda fundamentado em Thompson

(2011) discuto o impacto dos meios de transportes nas culturas nas identidades e

na forma como percebemos e interagimos em sociedade A discussatildeo sobre a

percepccedilatildeo estaacute centrada nos aspectos do significado de som ruiacutedo e poluiccedilatildeo

sonora produzidos pelos meios de transporte e seus impactos agrave sauacutede humana

Essas discussotildees satildeo realizadas na terceira parte intitulada ldquoNiacuteveis de Pressatildeo

Sonora nas ruas do entorno do Coleacutegiordquo

31 CULTURAS E IDENTIDADES NA POacuteS-MODERNIDADE

A ideacuteia de cultura eacute usada para descrever um modo de vida e suas formas de

pensar sentir e atuar que satildeo assimiladas por grupos humanos Estas accedilotildees

relativas ao comportamento satildeo determinadas pela cultura estabelecida no contexto

em que esses humanos estatildeo inseridos Hall (2007) explica a grande expansatildeo do

conceito de cultura e o que estaacute associado a ele constituindo todos os aspectos da

vida social

Os seres humanos satildeo seres interpretativos instituidores de sentido A accedilatildeo social eacute significativa tanto para aqueles que a praticam quanto para os que a observam natildeo em si mesma mas em razatildeo dos muitos e variados sistemas de significado que os seres humanos utilizam para definir o que significam as coisas e para codificar organizar e regular sua conduta uns em relaccedilatildeo aos outros (HALL 2007 p15)

Para Hall (2011) a cultura de alguma forma sempre foi relevante mas natildeo

estava no centro dos debates As ciecircncias humanas jaacute promoviam isoladamente o

estudo das diversas linguagens a literaacuteria artiacutestica filosoacutefica religiosa etc mas foi

66

soacute na contemporaneidade eacute que ela passou a ser compreendida como instituidora

de sentido e portanto dos sistemas de significados que regulam nossas accedilotildees e

que compotildeem a ldquonossardquo cultura A partir dessa compreensatildeo a cultura tornou-se

central nas discussotildees

Para autores que coadunam com as perspectivas dos Estudos Culturais como

T S Eliot (1962) apud Nascimento (2009) o conceito de cultura

ldquotem diferentes associaccedilotildees se tiveacutessemos em mente o desenvolvimento de um sujeito de um grupo ou de uma sociedade no seu todo Eacute parte de sua tese que a cultura de um sujeito depende da cultura de um grupo que depende da cultura da sociedade a qual pertencemrdquo (p14-15)

Para Hall (2011) cultura se refere ao que eacute constitutivo nas experiecircncias de

vida das pessoas das comunidades dos paiacuteses ou dos grupos sociais Em

contrapartida tambeacutem se refere aos valores compartilhados por um grupo ou pela

sociedade

A cultura eacute sobre sentimentos apegos e emoccedilotildees bem como conceitos e ideias A minha expressatildeo facial lsquodiz algorsquo sobre quem eu sou (identidade) o que estou sentindo (emoccedilotildees) e qual grupo eu pertenccedilo (apegos) de forma que pode ser lsquolidarsquo e entendida por outras pessoas mesmo que eu deliberadamente natildeo pretendesse comunicar algo formalmente lsquouma mensagemrsquo e mesmo que uma outra pessoa natildeo se decirc conta de como entendeu o que eu estava lsquodizendorsquo Acima de tudo os significados culturais natildeo estatildeo somente lsquona cabeccedilarsquo Eles organizam e regulam as praacuteticas sociais influenciam nossa conduta e consequentemente tecircm efeitos reais e praacuteticos (HALL 2007 p2-3 traduccedilatildeo nossa)

O autor enfatiza ldquoo papel crucial do domiacutenio simboacutelico no coraccedilatildeo da vida

socialrdquo (HALL 2007 p3) e considera que os participantes de um grupo ou

sociedade constituem uma cultura por meio da produccedilatildeo e troca de significados Os

participantes de uma cultura interpretam significam o que vai ocorrendo ao seu

redor dando sentido as coisas ao mundo e constituindo a cultura por isso a cultura

depende de cada um de seus participantes

Em relaccedilatildeo agrave noccedilatildeo de significado Hall (2011) a aborda a partir da ideacuteia de

ldquocircuito culturalrdquo (p3) que sugere os significados satildeo constituiacutedos em muitos e

diferentes locais e circulam por meio de inuacutemeros processos ou praacuteticas A partir

dessa noccedilatildeo o autor discute quatro perspectivas

67

Na perspectiva de Woodward (1997) apud Hall (2011) o significado eacute o que daacute

sentido a nossa proacutepria identidade a quem somos e com quem temos diferentes

pertencimentos Por isso estaacute relacionado a questotildees de como a cultura eacute utilizada

para marcar e manter a identidade dentro de um grupo e para estabelecer

diferenccedilas entre grupos

Du Gay (1997) apud Hall (2011) sugere que o significado estaacute

constantemente sendo produzido e trocado em todas as interaccedilotildees pessoais e

sociais da qual tomamos parte Nesse sentido essas interaccedilotildees podem ser vistas

como os espaccedilos - de cultura e produccedilatildeo de significados - mais privilegiados embora

tambeacutem sejam os mais negligenciados A cultura tambeacutem eacute produzida em diferentes

meios com tecnologias complexas poreacutem de faacutecil acesso por meio deles os

significados atingem uma escala de comunicaccedilatildeo global que circulam entre

diferentes culturas em uma velocidade jamais vistas anteriormente

Para Mackay (1997) apud Hall (2011) os significados satildeo produzidos toda vez

que nos expressamos usamos consumimos ou nos apropriamos de objetos

culturais isto eacute quando os incorporamos de diferentes formas em nossos rituais e

praacuteticas da vida cotidiana e desta forma damos valores ou significados Ou quando

criamos narrativas estoacuterias e fantasias ao redor deles

Para Thompson (1997) apud Hall (2011) os significados regulam e organizam

nossas praacuteticas e condutas e essas contribuem para estabelecer as regras normas

e convenccedilotildees pelas quais a vida social eacute ordenada e governada Portanto praacuteticas e

condutas estruturam e modelam as ideias dos outros e tornam-se instrumento para

aqueles que anseiam governar e regular os outros

A partir dos vaacuterios autores Hall (2011) constroacutei o conceito de significado

sugerindo que ele eacute constituiacutedo em todos os diferentes momentos ou praacuteticas em

nosso circuito de cultura ndash na construccedilatildeo da identidade e na marcaccedilatildeo da diferenccedila

na produccedilatildeo e consumo assim como na regulaccedilatildeo da conduta social Em todas

essas instacircncias o principal meio pelo qual o significado eacute produzido e circula eacute a

Linguagem

De acordo com Hall (2011 p1)

[] A cultura trata de lsquosignificados compartilhadosrsquo A linguagem eacute o meio privilegiado pelo qual lsquodamos sentidorsquo as coisas em que os significados satildeo produzidos e trocados Significados soacute podem ser compartilhados por meio de nosso acesso comum agrave linguagem Entatildeo a linguagem eacute o ponto fulcral da constituiccedilatildeo dos significados e da cultura e sempre seraacute considerada

68

como o principal repositoacuterio de valores culturais e significados (traduccedilatildeo nossa)

Observando o conceito de cultura e nele as noccedilotildees de significado a partir da

ideacuteia de ldquocircuito culturalrdquo (p3) eacute possiacutevel relacionaacute-los ao meu estudo dissertativo

entendendo que os estudantes se identificam com os Aparelhos Celulares como

forma de dependecircncia e pertencimento ao grupo e este grupo por sua vez

depende da cultura de consumo veiculado nas mensagens difundida por meios

teacutecnicos de comunicaccedilatildeo para a sociedade Thompson (2011) alerta para o uso

inadequado da expressatildeo ldquocomunicaccedilatildeo em massardquo sugerindo alternativamente os

termos ldquodifusatildeo de meios teacutecnicos de comunicaccedilatildeordquo como substitutos para que se

evitem simplificaccedilotildees que sugerem que os indiviacuteduos sejam vistos como ldquoum vasto

mar de passivos e indiferenciados indiviacuteduosrdquo (p51)

A partir de Thompson e Mackay apud Hall (2011) os significados tambeacutem satildeo

produzidos pela apropriaccedilatildeo de objetos em nosso caso o Aparelho Celular e o fone

auricular Os significados tambeacutem regulam praacuteticas e condutas e estabelecem

normas pelas quais a vida social eacute ordenada e governada nesse sentido o uso do

fone auricular e do Aparelho Celular satildeo praacuteticas de conduta que modelam as ideias

tornando-se instrumentos de governabilidade e regulaccedilatildeo do grupo e entre os

integrantes do grupo ou seja ter o objeto e saber usar ou aprender com os pares

cria o significado de pertencimento e de participaccedilatildeo no grupo Reitero assim a

primeira premissa deste estudo

Na sociedade contemporacircnea a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos entre si e dos

indiviacuteduos com o meio foi alterada em relaccedilatildeo ao modelo de sociedade

moderna especialmente no que tange a modificaccedilatildeo da percepccedilatildeo

espaccedilo-temporal

Os fundamentos teoacutericos apresentados anteriormente me permitiram refletir

sobre as mudanccedilas na sociedade contemporacircnea com reflexos no processo

identitaacuterio dos estudantes especialmente relacionados a cultura escolar a partir da

ideia da inserccedilatildeo dos Aparelhos Celulares na escola e na constituiccedilatildeo de outros

modelos simboacutelicos de estudante Isso reitera a terceira premissa deste estudo

A seguir abordarei as mudanccedilas que ocorreram na intensidade sonora no

entorno da escola a partir do aumento da quantidade de veiacuteculos e trens com as

consequecircncias dessas mudanccedilas no cotidiano da comunidade escolar

69

32 NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA NAS RUAS DO ENTORNO DO COLEacuteGIO

No seacuteculo XIX os humanos inventaram a maacutequina a vapor os veiacuteculos com

motor de explosatildeo (carro caminhatildeo e motocicletas entre outros) O

desenvolvimento desses novos meios de transporte afetou as maneiras pelas quais

os indiviacuteduos experimentam as caracteriacutesticas de espaccedilo e de tempo da vida social

(THOMPSON 2011 p 60)

Cidades como Curitiba natildeo ficaram alheias a essas afetaccedilotildees que impuseram

agrave vida social uma nova percepccedilatildeo de espaccedilo e tempo oriunda das mudanccedilas

tecnoloacutegicas que trouxeram mais velocidade aos meios de transporte tornando-se

cruciais para diminuiccedilatildeo do tempo entre espaccedilos percorridos Em outras palavras a

velocidade do transporte e da comunicaccedilatildeo aumentou e consequentemente a

distacircncia pareceu diminuir Mas o que ocorreu com a poluiccedilatildeo sonora nas ruas do

entorno do Coleacutegio nomeadamente na Avenida Afonso Camargo no qual se localiza

o CEPMAT

Curitiba eacute uma cidade paradoxal ao mesmo tempo em que foi ldquovendidordquo um

conceito de cidade Ecoloacutegica com planejamento urbano eficaz (MENDONCcedilA 2002)

ocultou-se a discussatildeo sobre poluiccedilatildeo sonora evitando que a percepccedilatildeo desses

problemas arranhasse a imagem europeia da cidade

Ateacute a miacutedia natildeo especializada reconhece que nas ruas de Curitiba haacute um

excesso de carros ocircnibus caminhotildees que tornam a cidade barulhenta (LOPES

2008) e mesmo em aacutereas arborizadas como as do Jardim Botacircnico medem-se

decibeacuteis acima dos recomendados por normas teacutecnicas (BRASIL 1998) Ribas

(2007) identificou que a principal fonte de ruiacutedos eacute o veiacuteculo campeatildeo de

reclamaccedilotildees por parte da populaccedilatildeo Entre as reclamaccedilotildees sobre poluiccedilatildeo sonora

que ocorreram durante o horaacuterio comercial 70 delas referem-se ao ruiacutedo de meios

de transporte Em Curitiba haacute cerca de 460 automoacuteveis para cada grupo de mil

pessoas a maior proporccedilatildeo carro pessoa no Brasil Alem dos carros haacute tambeacutem

trens motociclistas sirenes alarmes etc Nessa pesquisa mediu os niacuteveis de

pressatildeo sonora (decibeacuteis) em 100 pontos ao longo das canaletas de ocircnibus

70

expresso em diversas regiotildees da cidade Desses 86 tiveram intensidade sonora

superior aos permitido pela lei Municipal 1062512

Art 5ordm A emissatildeo de sons e ruiacutedos por quaisquer atividades industriais comerciais prestadoras de serviccedilos religiosas sociais recreativas e de carga e descarga natildeo podem exceder os niacuteveis de pressatildeo sonora contidos no Anexo I que faz parte integrante desta lei sect 3ordm - Quando a propriedade que sofre o incocircmodo tratar-se de escola creche biblioteca puacuteblica hospital ambulatoacuterio casa de sauacutede ou similar com leitos para internamento hotel ou similar devem ser atendidos os limites estabelecidos para ZR-1 independentemente da zona de uso e deve ser observado o raio de 20000m (duzentos metros) de distacircncia definida como zona de silecircncio (CURITIBA 2002)

O anexo I da mesma lei e mencionado na citaccedilatildeo estabelece niacuteveis de

pressatildeo sonora maacuteximos permitidos que foram resumidos no quadro 10

Diurno Vespertino Noturno

Entre 07h01min e 19h00 Entre 19h01min e 22h00 Entre 22h01min e 07h00

ZR-1 55 50 45

ZE-E 60 55 50

ZR-1 = Zona Residencial 1 e ZE-E = Zona Especial Educacional

QUADRO 10 - NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA EM (NPS) PERMITIDOS EM AacuteREAS RESIDENCIAIS E ESCOLARES FONTE O AUTOR (2014) ADAPTADO DO ANEXO I DA LEI ORDINAacuteRIA MUNICIPAL 10625 (CURITIBA 2002)

A intensidade sonora alta eacute uma inimiga invisiacutevel pois nem sempre se

percebe o barulho intenso que pode causar estresse insocircnia problemas de audiccedilatildeo

e ateacute outros problemas de sauacutede Esses problemas satildeo maiores nas grandes

cidades e de acordo com Ribas (2007) a poluiccedilatildeo sonora eacute um dos maiores

problemas para sauacutede humana

A audiccedilatildeo humana eacute capaz de tolerar ruiacutedos ateacute o limite de 85 decibeacuteis por

um periacuteodo de ateacute oito horas Sons acima deste limite podem prejudicar ou ateacute

causar perda auditiva dependendo do tempo de exposiccedilatildeo Acima de 85 decibeacuteis

ocorre desconforto auditivo irritabilidade cansaccedilo e perda de atenccedilatildeo no entanto

esses problemas dificilmente satildeo associados ao ruiacutedo O aumento de 5 decibeacuteis

reduz pela metade o tempo recomendado para a exposiccedilatildeo inicial ao ruiacutedo

Ribas (2007) notou que a poluiccedilatildeo sonora eacute um incomodo para as pessoas

no entanto a reaccedilatildeo estaacute aqueacutem do que o problema exige As pessoas identificam o

12 Lembrando que o texto da Lei 106252002 encontra-se no Anexo I desta dissertaccedilatildeo

71

ruiacutedo como algo negativo porem natildeo esboccedilam reaccedilotildees A reaccedilatildeo mais comum eacute a

instalaccedilatildeo de janelas que absorvem o ruiacutedo Para a autora as pessoas raramente

reclamam pois natildeo sabem para quem reclamar

De acordo com a autora a Avenida Affonso Camargo onde se situa o

CEPMAT eacute uma das mais barulhentas da cidade ali as mediccedilotildees indicaram niacuteveis

de 90 decibeacuteis

Enfim tanto Ribas (2007) como Gasperin (2011) mostrou que os ruiacutedos

provocados pelos trens estatildeo acima do limite estabelecido pela legislaccedilatildeo mas o

grupo pesquisado por Gasperin o interpretou com uma perpectiva bucoacutelica de boas

lembranccedilas e natildeo o perceberam como incocircmodo embora o ruiacutedo dos automoacuteveis foi

compreendido como estressante

Neste item abordei aspectos culturais da sociedade Curitibana

contemporacircnea e urbana que convive com altos niacuteveis de pressatildeo sonora bastante

prejudicial agrave sauacutede mental auditiva e fiacutesica de forma geral mas que nem sempre

consegue perceber que estaacute exposta a esses niacuteveis de ruiacutedos por consideraacute-los

parte inerente da cultura e da vida citadina e por consequecircncia natildeo se protege e

pouco reclama isso reitera a segunda premissa deste estudo

Os meios de transporte alteraram a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos com o meio

a partir de uma outra percepccedilatildeo sobre a relaccedilatildeo espaccedilo-temporal

modificando a percepccedilatildeo sobre o som os ruiacutedos e a poluiccedilatildeo sonora e

seus impactos na sauacutede

O CEPMAT e a comunidade escolar estatildeo inseridos neste contexto portanto

entender aspectos da cultura escolar dos estudantes imersos nesse ambiente

ruidoso eacute essencial A seguir abordarei as mudanccedilas que ocorreram na intensidade

sonora no entorno da escola a partir do aumento da quantidade de veiacuteculos e trens

com as consequecircncias dessas mudanccedilas no cotidiano da comunidade escolar

33 INTERACcedilOtildeES SOCIAIS TECNOLOGIA E O AMBIENTE ESCOLAR

Eacute pela interaccedilatildeo social nas atividades que os indiviacuteduos compartilham coacutedigos

- tecnologias - aprendizagens rituais inovaccedilatildeo Vigostky (2007) analisou a interaccedilatildeo

72

entre humanos e ambiente a partir dos registros que os indiviacuteduos fazem neste

mundo (linguagem) estes registros satildeo ao mesmo tempo materiais culturais e

sociais Assim os indiviacuteduos se inserem no ambiente e a partir desta inserccedilatildeo satildeo

constituiacutedos como humanos E ao mesmo tempo em que se apropriam da cultura jaacute

acumulada pelas geraccedilotildees anteriores atuam sobre o mundo relacionando-se com

ele modificando-o e transformando-o de forma ativa

Ainda segundo Vygotsky (2007) a linguagem eacute o meio pelo qual a reflexatildeo e

a elaboraccedilatildeo da experiecircncia ocorrem Esse eacute um processo extremamente pessoal e

ao mesmo tempo profundamente social Ele compara a relaccedilatildeo entre o indiviacuteduo e a

sociedade com um rio e seus afluentes combinando e separando os diferentes

elementos da vida humana com significados No iniacutecio o significado domina a accedilatildeo

posteriormente se inverte o significado torna-se o numerador enquanto a accedilatildeo

ocupa o lugar de denominador Os humanos satildeo capazes de fazer mais do que

podem compreender Noacutes natildeo nos comportamos de forma totalmente simboacutelica no

brinquedo o que queremos eacute realizar nossos desejos e ao pensar ele agimos

Nesta dissertaccedilatildeo a interaccedilatildeo aparece na forma de praacuteticas culturais que

congregam diferentes instacircncias tais como consumo representaccedilatildeo identidade

determinando modelos simboacutelicos e processos de significaccedilatildeo da sociedade

Para Nascimento (2009) a vida sociocultural permite agregaccedilotildees as pessoas

natildeo vivem soacutes mas em grupos Nos diversos modelos de sociedade percebem-se

diferentes tipos de ajuntamento de pessoas estas nascem estudam trabalham

divertem-se e envelhecem em organizaccedilotildees para aleacutem das organizaccedilotildees familiares

Os diferentes grupos ou agregados constituem a sociedade que desenvolve

maneiras de socializaccedilatildeo com regras objetivos direitos e obrigaccedilotildees e satildeo

reconhecidas como culturas

Ainda para este autor as miacutedias de comunicaccedilatildeo admitem um novo ambiente

social que permite interaccedilatildeo e propicia tambeacutem espaccedilos para rupturas e

resistecircncias

Para Thompson (2011) se quisermos entender as transformaccedilotildees culturais

associadas ao surgimento das sociedades modernas deveriacuteamos reservar um papel

importante ao desenvolvimento da miacutedia e ao seu impacto Com advento das miacutedias

de comunicaccedilatildeo as atividades culturais adentraram tambeacutem aos ambientes virtuais

e as transformaccedilotildees decorrentes acabaram excedendo as interaccedilotildees sociais face a

face As tecnologias de interaccedilatildeo social desenvolvidas nas sociedades

73

contemporacircneas permitem interaccedilatildeo de forma globalizada agraves particularidades de

uma pessoa ou de um grupo passam ser mateacuteria de conhecimento mais amplo e

por meio da propagaccedilatildeo e exposiccedilatildeo

Para Hall (2011) as velhas identidades que por tanto tempo estabilizaram o

mundo social estatildeo em decliacutenio fazendo surgir novas identidades que

fragmentaram o indiviacuteduo da modernidade Tais transformaccedilotildees abalam agrave ideia que

temos de ser noacutes mesmos como sujeitos integrados ldquoa identidade somente se torna

uma questatildeo quando estaacute em criserdquo (p9)

O processo de desenvolvimento social que na maioria das vezes eacute carente

de reflexatildeo criacutetica estaacute subordinado a uma macroestrutura do consumismo ditada

pela miacutedia (escrita ou televisionada) que impotildee produtos e tecnologias com

concepccedilotildees impostas por uma cultura que se pretende homogeneizante dominante

O Aparelho Celular eacute uma tecnologia de faacutecil acesso que influencia e eacute

influenciada pelos grupos transformando muitas das praacuteticas sociais existentes e

com isso transformando tambeacutem a cultura Ele aumentou significativamente as

interaccedilotildees entre membros de uma mesma comunidade ou ateacute com outras

comunidades uma vez que essas interaccedilotildees ocorrem a todo o momento No

entanto os novos niacuteveis de interaccedilatildeo soacute se tornam possiacuteveis se os indiviacuteduos

compreenderem e usarem essa tecnologia Isso desafia as pessoas e

consequentemente modifica sua forma de interaccedilatildeo social sua cultura e sua

identidade

Seja em casa na rua nas praccedilas puacuteblicas ou na sala de aula as mudanccedilas

identitaacuterias que ocorreram pela posse e uso das Tecnologias de Informaccedilatildeo e

Comunicaccedilatildeo satildeo perceptiacuteveis O Aparelho Celular eacute uma dessas tecnologias e

cada vez apresenta-se com mais funccedilotildees torna-se mais acessiacutevel e seu uso eacute

ensinado aprendido pelos pares imprimindo novos ritmos e outros coacutedigos ao

cotidiano As pessoas compartilham momentos com fotos jogos muacutesicas

mensagens etc

No ambiente escolar da mesma forma que em outros ambientes os

Aparelhos Celulares imprimem novos ritmos ao dia-a-dia dos estudantes e dos

professores Esses aparelhos ajudam a estabelecer novos coacutedigos de comunicaccedilatildeo

verbal ou natildeo Por exemplo um jogo a internet e principalmente as muacutesicas em

formato mp3 que podem ser acessadas com essa tecnologia funcionando como

coacutedigos porque permitem interaccedilatildeo entre estudantes uma vez que os mesmos

74

podem selecionar e criar seus proacuteprios aacutelbuns com o que mais lhes agrada Possuir

um Celular e trazecirc-lo para a escola usar o fone auricular saber utilizar as

capacidades dessa tecnologia podem ser compreendidos como coacutedigos pois

estabelecem significados como o de pertencimento natildeo pertencimento ao grupo e

que governa e regula o grupo

Esses significados estabelecem uma nova identidade cultural para os

estudantes no ambiente escolar e por consequecircncia promovem transformaccedilotildees nos

modos de organizaccedilatildeo da sala de aula Thompson (2011 p 61-62) sugere que

O desenvolvimento dos meios de comunicaccedilatildeo modificou o sentido de pertencimento dos indiviacuteduos ndash isto eacute a compreensatildeo dos grupos e das comunidades a que eles sentem pertencer - uma trajetoacuteria comum no tempo e no espaccedilo ndash alimentado dos produtos da miacutedia ndash uma origem e um destino comuns que tambeacutem vai sendo alterada sentimo-nos pertencentes a grupos e comunidades que se constituem em parte atraveacutes da miacutedia

As ideias de Bauman apresentadas por Pondeacute (2008) corroboram com as de

Thompson (2011) no que tange as mudanccedilas nos modelos de comunicaccedilatildeo a partir

do desenvolvimento das Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo Ao explicar o

conceito de modernidade liacutequida em Bauman (2008) Pondeacute repete a metaacutefora do

filoacutesofo Ralph Waldo Emerson na qual

estamos atravessando um deserto natildeo adianta achar que estamos na primavera porque todas as flores satildeo de plaacutestico significa que vamos sofrer bastante nessa travessia na eacutepoca que a gente vive a gente vive como se noacutes correcircssemos sobre uma fina casca de gelo se vocecirc parar ela racha quando ela rachar vocecirc se afoga e Bauman retoma dizendo ldquonoacutes estamos atravessando o inverno e a casca eacute fina se vocecirc andar devagar o chatildeo racha e entatildeo vocecirc morre isto eacute aleacutem de ser inverno natildeo ter uma ideia clara sobre a vida vocecirc tem que correr sem saber qual a direccedilatildeordquo (transcrito a partir de PONDEacute 2011)

Nesse sentido o ambiente escolar eacute um dos espaccedilos da Modernidade

Liacutequida (ou Poacutes-Modernidade) de Bauman (2008) e pode ser interpretado a partir da

mesma metaacutefora que sugere que natildeo sabemos qual caminho seguir e nem mesmo

sabemos se haacute um uacutenico caminho possiacutevel Assim perceber as mudanccedilas que

ocorreram nesse espaccedilo e a forma com a qual os estudantes interagem com ela nos

permite perceber e procurar compreender as novas linguagens produzidas

[culturalmente] na contemporaneidade

75

Na linguagem noacutes usamos sinais e siacutembolos sons palavras escritas

imagens produzidas eletronicamente notas musicais ateacute mesmo objetos como

forma de representar para outras pessoas nossos conceitos ideias e sentimentos

que constituem nossa cultura (HALL 2011)

As novas linguagens produzem diferentes identidades nesses estudantes

que ao mesmo tempo em que estatildeo conectados aos Aparelhos Celulares vivem

tambeacutem em um mundo transformado ruidoso agitado multifuncional tudo isso

ajuda a constituir essas novas identidades estudantis e portanto compreender

essas mudanccedilas nos ajuda a identificar caminhos possiacuteveis para a escola e a sala

de aula da sociedade contemporacircnea

Assim compreender os significados da presenccedila e uso do Aparelho Celular

na escola eacute compreender essa nova linguagem pois como vimos nesta seccedilatildeo o

Celular pode ser entendido como um signo um objeto de desejo que opera no

sistema representacional da nossa cultura Ele constroacutei significados modifica o

sentimento de pertencimento dos estudantes ao grupo modela praacuteticas de conduta

ideias e eacute usado inclusive como instrumento de governabilidade e regulaccedilatildeo interna

do grupo O Aparelho Celular opera portanto como um modelo simboacutelico que cria

um novo ambiente social Em resumo ao relacionar ambiente escolar Tecnologias

da Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo e as mudanccedilas na cultura escolar constituiacuteram-se

novas tessituras para entender a escola contemporacircnea ou da modernidade liacutequida

para usar o termo de Bauman (2008)

Os fundamentos teoacutericos apresentados anteriormente me permitiram refletir

sobre as mudanccedilas na sociedade contemporacircnea com reflexos no processo

identitaacuterio dos estudantes especialmente relacionados a cultura escolar a partir da

ideia da inserccedilatildeo dos Aparelhos Celulares na escola e na constituiccedilatildeo de outros

modelos simboacutelicos de estudante Isso reitera a terceira premissa deste estudo

O Aparelho Celular eacute um dos meios de comunicaccedilatildeo e uma tecnologia

de faacutecil acesso que alterou a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos entre si

modificando a dinacircmica do espaccedilo escolar e a percepccedilatildeo do estudante

sobre sua relaccedilatildeo de pertencimento ao grupo

76

34 SIacuteNTESE DA SECcedilAtildeO

Nesta seccedilatildeo discuti trecircs premissas a partir do aporte teoacuterico filosoacutefico de

pensadores contemporacircneos que discutem alteraccedilotildees no conceito de cultura e

identidade cultural Hall (2007) que descreve cultura como um modo de viver de

sentir de pensar e de atuar que eacute constantemente construiacuteda desconstruiacuteda

reconstruiacuteda de diferentes formas por infinitos agrupamentos humanos

Esta seccedilatildeo discutiu tambeacutem as mudanccedilas ambientais decorrentes do

desenvolvimento dos meios de transporte que trouxeram maior velocidade a vida

social e afetaram as maneiras pelas quais os indiviacuteduos experimentam as

caracteriacutesticas de espaccedilo e de tempo Em contrapartida esse desenvolvimento

trouxe novos impactos ao estilo de vida e a forma com que nos relacionamos com o

ambiente Nossas percepccedilotildees sobre o significado de ruiacutedo e de poluiccedilatildeo sonora

bem como suas consequecircncias para a sauacutede foram afetadas

Outro autor estudado foi Thompson (2011) que discute as transformaccedilotildees

culturais associadas ao surgimento das sociedades contemporacircneas Para ele o

desenvolvimento das miacutedias de comunicaccedilatildeo especialmente a Tecnologia da

Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (Aparelho Celular) teve um papel e um impacto

importante no surgimento dessa sociedade e na forma com que esses aparelhos

afetam as percepccedilotildees de pertencimento ao grupo e a necessidade de consumo

Com advento das miacutedias de comunicaccedilatildeo as atividades culturais adentraram

tambeacutem aos ambientes virtuais e as transformaccedilotildees decorrentes acabaram

excedendo as interaccedilotildees sociais face a face As tecnologias de interaccedilatildeo social

desenvolvidas nas sociedades contemporacircneas permitem interaccedilatildeo de forma

globalizada As particularidades de um individuo ou de um grupo passam ser mateacuteria

de conhecimento mais amplo por meio da propagaccedilatildeo e exposiccedilatildeo Nesse contexto

entendo que o Aparelho Celular uma Tecnologia de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo

estaacute inserido e impacta a cultura escolar pois carrega consigo outras possibilidades

de interaccedilatildeo social e com elas o sentimento de pertencimento ao grupo Assim o

Celular passa a ser considerado um elemento vital para o grupo

Na proacutexima seccedilatildeo abordo a percepccedilatildeo dos estudantes sobre uso do Aparelho

Celular no ambiente escolar

77

4 O USO DO CELULAR E AS PERCEPCcedilOtildeES SOBRE POLUICcedilAtildeO SONORA

Com os avanccedilos da Telefonia Moacutevel os estudantes parecem consumir

intensivamente essa Tecnologia de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo e estatildeo atentos aos

uacuteltimos lanccedilamentos de Aparelhos Celulares existentes no mercado Para Miranda

(2007) todos esses aparatos tecnoloacutegicos tecircm afetado o modo de estruturar a

educaccedilatildeo escolar e de desenvolver o trabalho docente

Essa revoluccedilatildeo estaacute ocorrendo nas escolas pois observando tive a impressatildeo

de que os Aparelhos Celulares estatildeo nas matildeos de praticamente todos os

estudantes e os reflexos satildeo constatados nas salas de aula na forma de desafios

positivamente se esses Aparelhos Celulares for encarados como uma ferramenta

adicional a ser utilizada no ensino para colaborar com aprendizagem ou

negativamente se forem vistos apenas como empecilhos para o ambiente escolar

Assim justifica-se uma investigaccedilatildeo que avalie os usos do Celular e as percepccedilotildees

dos estudantes sobre a poluiccedilatildeo sonora causada pelo uso de fones auriculares

ligados ao Aparelho Celular para ouvir muacutesica

Nesta seccedilatildeo busco responder a segunda questatildeo de pesquisa proposta na

primeira seccedilatildeo Eacute importante notar que inicio respondendo a segunda questatildeo de

investigaccedilatildeo ao inveacutes de responder a primeira questatildeo relembrando que nesta

dissertaccedilatildeo as questotildees foram produzidas a partir de uma loacutegica do raciociacutenio

necessaacuterio para se obter as informaccedilotildees No entanto para constituiccedilatildeo dos dados

utilizei trecircs instrumentos que seratildeo analisados separadamente assim na seccedilatildeo 4

apresento e analiso o resultado do questionaacuterio respondendo a segunda questatildeo de

investigaccedilatildeo Na seccedilatildeo 5 apresento e analiso o resultado das afericcedilotildees de niacuteveis de

pressatildeo sonora oriundos do entorno do CEPMAT e dos fones auriculares

conectados aos Aparelhos Celulares respondendo a primeira e terceira questotildees de

investigaccedilatildeo Na seccedilatildeo 6 apresento e analiso o ldquoTeste de autoidentificaccedilatildeo de

alguns sintomas de estresserdquo respondendo a quarta questatildeo de investigaccedilatildeo

A segunda questatildeo de investigaccedilatildeo eacute ComoSe os estudantes do Ensino

Meacutedio do CEPMAT usam o Celular no ambiente escolar

Para responder esta questatildeo de pesquisa me propus a aplicar aos

Estudantes do CEPMAT um questionaacuterio para investigar

78

a) Usos dos Aparelhos Celulares no ambiente escolar

b) As primeiras percepccedilotildees (e accedilotildees subsequentes) sobre efeitos da

Poluiccedilatildeo Sonora na sauacutede auditiva

c) Relaccedilatildeo entre o uso de instrumentos eletrocircnicos e as normas e regras

do Regimento Escolar do Coleacutegio pesquisado

Esta seccedilatildeo descreve e analisa o questionaacuterio realizado para responder a esta

questatildeo e seus trecircs subitens

A seccedilatildeo inicia-se com a apresentaccedilatildeo do questionaacuterio para o levantamento e

sua metodologia de aplicaccedilatildeo em seguida apresento os resultados do levantamento

realizado no terceiro subitem apresento anaacutelises cruzadas das respostas obtidas e

termino identificando os usos do Celular entre os estudantes no ambiente escolar

Minha proposta foi realizar um levantamento no CEPMAT quanto agrave posse de

Aparelhos Celulares entre os estudantes pois todos os dias os mesmos fazem uso

dessa Tecnologia de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (Celular) durante o periacuteodo letivo

Os professores do coleacutegio queixam-se com frequecircncia dos excessos por parte dos

estudantes quanto a este uso e remetem-se ao Regimento Escolar (Artigo 176ordm)

que governa as accedilotildees de toda a escola Ali estaacute determinado que eacute vedado ao

estudante

II- ocupar-se durante o periacuteodo de aula de atividades contraacuterias ao processo pedagoacutegico (hellip) IV- trazer para o estabelecimento de ensino material de natureza estranha ao estudo (hellip) XIII- utilizar-se de aparelhos eletrocircnicos na sala de aula que natildeo esteja vinculado ao processo ensino e aprendizagem (ZANOTTO 2011 p 68 69)

Essas Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo tecircm absorvido a atenccedilatildeo

dos estudantes durante as aulas e muitos professores assim como eu buscam

formas de relacionar tais aparatos com o ensino e a aprendizagem

Para entender melhor o uso que os estudantes fazem dos Aparelhos

Celulares apliquei inicialmente um questionaacuterio inserido no apecircndice I desta

dissertaccedilatildeo com oito itens fechados para 14 turmas do Ensino Meacutedio no CEPMAT

com o intuito de verificar a porcentagem de estudantes que possuem Aparelhos

Celulares Esse questionaacuterio foi aplicado no mecircs de novembro de 2012 nos

79

periacuteodos matutino e noturno para todas as turmas do Ensino Meacutedio durante o seu

horaacuterio de permanecircncia (hora atividade) na escola Os estudantes foram informados

antecipadamente que a participaccedilatildeo deles era completamente opcional e natildeo havia

nenhum viacutenculo com qualquer tipo de avaliaccedilatildeo de aprendizagem ou notas Os

estudantes ou seus responsaacuteveis assinaram o termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (TCLE) contido no apecircndice 2 desta dissertaccedilatildeo e 240 questionaacuterios

foram respondidos

A seguir discuto as respostas uma a uma para depois analisar alguns dados

de forma integrada e finalmente responder quem tem Celular na escola e para que

usa Os resultados do questionaacuterio seratildeo apresentados na forma de graacuteficos com

porcentagens A primeira pergunta foi ldquoVocecirc possui um Telefone Celularrdquo De

acordo com o graacutefico 1 observamos a porcentagem de estudantes que tem posse de

um Aparelho Celular

GRAacuteFICO 1 - VOCEcirc POSSUI UM TELEFONE CELULAR FONTE COSTA (2014)

As respostas plotadas no graacutefico 1 mostram que a maioria dos estudantes

tem Aparelho Celular Esse dado reitera os achados de Beringuy (2011) segundo a

qual 898 das pessoas com rendimento entre trecircs e cinco salaacuterios miacutenimos tecircm

Celular esse percentual aumentou na populaccedilatildeo de renda baixa o que corresponde

agrave faixa de renda dos estudantes da comunidade escolar do CEPMAT descrito por

Zanotto (2010 p2) apontando que a comunidade escolar do CEPMAT eacute ampla

muitas famiacutelias de classe meacutedia e meacutedio-baixas oriundas das classes trabalhadoras

Beringuy (2011) menciona que 41 das pessoas sem rendimento e as com

rendimento ateacute um salaacuterio miacutenimo tambeacutem possuem Celular Essa autora enfatiza

tambeacutem que aumentou em 1072 no periacuteodo de 2005 a 2011 o nuacutemero de

80

pessoas acima 10 anos com posse de Aparelhos Celulares e ressalto que em todas

as regiotildees do Brasil houve grande aumento do nuacutemero de Aparelhos Celulares para

uso pessoal sendo esta populaccedilatildeo constituiacuteda de estudantes de idade escolar

O segundo item ldquoVocecirc traz o Telefone Celular para a escolardquo buscou

verificar qual a porcentagem de estudantes que levam o Aparelho Celular para o

ambiente escolar

O graacutefico 2 resume as respostas

GRAacuteFICO 2 - VOCEcirc TRAZ O TELEFONE CELULAR PARA A ESCOLA FONTE COSTA (2014)

Para 94 (sempre quase sempre e as vezes) dos estudantes o Celular eacute

levado para a escola como se fizesse parte do material escolar A disseminaccedilatildeo do

uso dos telefones Celulares constitui parte importante do cotidiano dos estudantes

E tem se constituiacutedo como uma espeacutecie de brinquedo nas salas de aula assim eacute

impossiacutevel ignorar que os estudantes satisfazem certas necessidades no brinquedo

Vygotsky (2007) afirma A essecircncia do brinquedo eacute a criaccedilatildeo de uma nova

relaccedilatildeo entre o significado e a percepccedilatildeo visual ou seja entre situaccedilotildees no

pensamento e situaccedilotildees reais Essas relaccedilotildees proporcionam o sentimento de

pertencimento ao grupo ou com o objeto inserido na atividade luacutedica Eacute um

importante indicador do desenvolvimento influenciando sua forma de encarar o

mundo e suas accedilotildees futuras um suporte da brincadeira promovendo uma situaccedilatildeo

de transiccedilatildeo entre a accedilatildeo com objeto concreto e suas accedilotildees de pertencimento ao

grupo com significados

No item trecircs ldquoQuanto tempo vocecirc usa o Telefone Celular ao longo do dia

para qualquer de suas funccedilotildeesrdquo propus faixas de tempo em horas nas quais os

estudantes usam o Celular diariamente

81

O graacutefico 3 resume as respostas dos estudantes a esses itens

GRAacuteFICO 3 - QUANTO TEMPO VOCEcirc USA O TELEFONE CELULAR AO LONGO DO DIA PARA QUALQUER DE SUAS FUNCcedilOtildeES FONTE COSTA (2014)

As respostas mostram que a somatoacuteria de 9 + 15 + 9 + 21

perfazendo um total de 54 de estudantes que passam mais de duas horasdia

usando o Aparelho Celular temos meacutedia de 65 horas por dia incluindo a somatoacuteria

das horas ou seja 2h + 4h + 8h + 12 h isso me permite afirmar que muitas dessas

horas de uso ocorrem durante as aulas Mostra que no CEPMAT esta tecnologia

moacutevel estaacute de alguma forma (para uso didaacutetico ou natildeo) inserida na sala de aula

corroborando com a constataccedilatildeo de Alves (2007) na qual a partir do surgimento do

Celular abriram-se novas possibilidades de conexotildees entre estudantes seja na

escola nas ruas nos shoppings

Nos trecircs primeiros itens desse levantamento foram tabulados dados de

porcentagens quanto agrave posse de Aparelhos Celulares se levam estes Aparelhos

Celulares para o ambiente escolar e a quantidade de horas que passam usando o

mesmo diariamente para qualquer funccedilatildeo disponiacutevel A partir do quarto item analiso

os usos que satildeo feitos do Aparelho Celular durante o periacuteodo das aulas

O item quatro ldquoQuais as funccedilotildees do Telefone Celular vocecirc utilizou na sala

de aula sem relaccedilatildeo com a aprendizagemrdquo investigou o uso do Celular durante o

82

periacuteodo das aulas sem relaccedilatildeo com as atividades escolares e com a aprendizagem

dos conteuacutedos formais

GRAacuteFICO 4 - QUAIS AS FUNCcedilOtildeES DO TELEFONE CELULAR QUE VOCEcirc UTILIZOU NA SALA DE AULA SEM RELACcedilAtildeO COM A APRENDIZAGEM FONTE COSTA (2014)

No graacutefico 4 somando-se 3 + 5 + 6 + 9 + 10 + 17 + 23 + 25

perfaz um total de 98 de estudantes que fazem uso de algumas funccedilotildees do Celular

durante o horaacuterio de aula o que confirma minha percepccedilatildeo inicial que os estudantes

usam o Celular indiscriminadamente 23 + 25 perfaz um total de 48 dos

estudantes pesquisados responderam que usam o Celular para ouvir muacutesica e

tambeacutem para enviar e receber mensagens funccedilotildees que segundo eles proacuteprios natildeo

tecircm qualquer relaccedilatildeo com as atividades de aprendizagem em sala de aula

De acordo com as respostas 25 dos estudantes utilizam o Celular para ouvir

muacutesica durante o periacuteodo das aulas Esses aparatos tecnoloacutegicos tiveram uma

grande evoluccedilatildeo desde sua origem que era apenas comunicaccedilatildeo via raacutedio e passou

reunir diversas funccedilotildees tecnoloacutegicas como cacircmera fotograacutefica filmadora viva-voz

agenda gravador de voz MP3 player comunicaccedilatildeo wireless entre outras A maioria

das demais funccedilotildees eacute pouco usada no ambiente escolar

83

Este resultado responde parte da questatildeo de investigaccedilatildeo 1 relacionada a

intensidade de ruiacutedo dB(A) que os estudantes estatildeo expostos ao ouvir muacutesica

Bastos Mattos (2007b) estudaram aparelhos de som portaacuteteis (MP3 MP4 Ipod

walkman etc) frequentemente manuseados e utilizados na sala de aula e

perceberam que os estudantes costumam expor sua audiccedilatildeo a alta intensidade

sonora sem consciecircncia dos malefiacutecios que isso pode causar a audiccedilatildeo (p2)

Anaacutelises similares seratildeo feitas por mim na proacutexima seccedilatildeo

O uso de Aparelhos Celulares para ouvir muacutesica e os excessos de ruiacutedos tecircm

trazido prejuiacutezos aos estudantes e mesmo estudos natildeo cientiacuteficos como o de

Jordatildeo (2009) considera que muitos aparelhos satildeo desenvolvidos para apreender

muacutesicas em arquivos do tipo MP3 contendo funccedilotildees de som com alta definiccedilatildeo alto

falante e tambeacutem aplicativos que permitem a criaccedilatildeo de uma verdadeira biblioteca

musical digital ou ainda que identifiquem a muacutesica que estiver tocando no ambiente

entre tantos outros

A contestaccedilatildeo de Jordatildeo (2009) sobre funccedilotildees disponiacuteveis no Aparelho

Celular me levou a estabelecer o item cinco ldquoNa sala de aula vocecirc alguma vez jaacute

utilizou o Telefone Celular para ajudar na sua aprendizagemrdquo que pesquisou

quais dessas funccedilotildees satildeo utilizadas no ambiente escolar para auxiliar na

aprendizagem

GRAacuteFICO 5 - NA SALA DE AULA VOCEcirc ALGUMA VEZ JAacute UTILIZOU O TELEFONE CELULAR PARA AJUDAR NA SUA APRENDIZAGEM FONTE COSTA (2014)

Os resultados plotados no graacutefico 5 mostram que na soma de 56 + 11 +

3 resulta em 70 dos estudantes utilizam alguma funccedilatildeo do Aparelho Celular para

84

auxiliar na aprendizagem A mais usada (56) eacute a funccedilatildeo calculadora o que me

permite concluir que o uso didaacutetico do Celular estaacute reduzido a poucas disciplinas

Alves (2007) lista algumas ferramentas comuns nos Aparelhos Celulares

entre elas os sistemas de posicionamento as mensagens de texto de voz as

funccedilotildees multimiacutedia (fotos e filmes) acesso agrave Internet (e-mails facebook e whatsapp

e outros) download de sons e imagens acesso a contas bancaacuterias jogos bate-

papo dentre outras (p 2) Boa parte dessas funccedilotildees pode ser usada didaticamente

se bem planejadas mas as respostas me permitem concluir que isso ocorre pouco

nas salas de aula

Com o item seis ldquoQuanto vocecirc gasta em meacutedia em creacuteditos por mecircsrdquo

pesquisei os gastos mensais com a conta do Aparelho Celular com a intenccedilatildeo de

elaborar anaacutelises relativas ao consumo

GRAacuteFICO 6 - QUANTO VOCEcirc GASTA EM MEacuteDIA EM CREacuteDITOS POR MEcircS FONTE COSTA (2014)

De acordo com as respostas dadas somando-se 49 + 9 + 11

perfazendo um total de 69 dos estudantes tem gastos acima de R$ 1300 mensais

que eacute proacutexima a meacutedia obtida nos estudos de Luiz (2008) referente aos gastos

mensais com contas de Aparelhos Celulares de estudantes de escola puacuteblica (em

meacutedia R$ 2000) pelo fato de natildeo ter fonte de renda fixa Nesse contexto os

Aparelhos Celulares tecircm tido impacto sensiacutevel na vida dos jovens e adolescentes

Luiz (2008) pesquisou ainda os impactos dos gastos com telefone Celular de

jovens no orccedilamento familiar pois esses satildeo atraiacutedos para o consumo na busca por

uma relaccedilatildeo de pertencimento com o grupo (HALL 2007) e (VYGOTISKY 2007) a

pesquisa demonstrou que com o desenvolvimento dos Aparelhos Celulares outros

85

produtos tambeacutem satildeo apresentados aos consumidores tornando-se rapidamente

parte do seu dia a dia assim o puacuteblico alvo principal de todas essas inovaccedilotildees

tecnoloacutegicas satildeo consumidores representados por famiacutelias compostas por crianccedilas e

adolescentes

DrsquoAmorin (2012) em um artigo de opiniatildeo discute dependecircncia e viacutecio em

relaccedilatildeo ao Aparelho Celular e sugere que o ser humano tem uma grande

necessidade de se comunicar por isso tecnologias voltadas agrave comunicaccedilatildeo satildeo

absorvidas mais rapidamente deixando as pessoas dependentes (e natildeo viciadas) a

ela sem que percebam

O item sete ldquoVocecirc sabia que o regimento escolar proiacutebe o uso do

Telefone Celular na sala de aulardquo Pesquisei o conhecimento dos estudantes em

relaccedilatildeo ao Regimento Escolar Para Arco-verde (2007) ldquoo Regimento Escolar eacute que

estrutura define regula e normatiza as accedilotildees do coletivo escolar haja vista ser a

escola um espaccedilo em que as relaccedilotildees sociais com suas especificidades se

concretizamrdquo (p10) Nas escolas estaduais do Paranaacute o Regimento eacute construiacutedo a

partir de uma matriz geral fornecida pela Secretaria de Estado da Educaccedilatildeo Com

ela propotildee-se que a comunidade escolar construa coletivamente as normas e regras

especiacuteficas de cada estabelecimento de ensino Novos membros que adentram a

comunidade escolar podem a qualquer momento acessar o regimento se assim o

desejarem

GRAacuteFICO 7 - VOCEcirc SABIA QUE O REGIMENTO ESCOLAR PROIacuteBE O USO DO TELEFONE CELULAR NA SALA DE AULA FONTE COSTA (2014)

Somando-se os 67 que responderam sim com os 26 que disseram que

natildeo sabiam mas usam assim mesmo e 5 dos que informaram que sabiam mas

86

que usam esporadicamente perfazem um total de 98 dos estudantes disseram ter

ciecircncia da norma estabelecida pelo Regimento Escolar sendo que desses 98

31 admitiram tambeacutem conhecer a norma e resolveram utilizar o Celular no

Ambiente Escolar afrontando-a

Com a pergunta oito ldquoVocecirc jaacute ouviu dizer que o Telefone Celular pode

trazer problemas para audiccedilatildeordquo investiguei se os estudantes tecircm consciecircncia que

a exposiccedilatildeo ao ruiacutedo intenso diariamente por meio do Aparelho Celular para ouvir

muacutesica pode ser prejudicial agrave audiccedilatildeo

GRAacuteFICO 8 - VOCEcirc JAacute OUVIU DIZER QUE O TELEFONE CELULAR PODE TRAZER PROBLEMAS PARA AUDICcedilAtildeO FONTE COSTA (2014)

Na soma de 45 + 39 + 1 perfaz um total de 85 dos estudantes

responderam que jaacute ouviram dizer que pode ser prejudicial poreacutem desses um

pouco mais da metade disseram ter reduzido o uso (45 do total de respondentes

ou 53 desses 85) mesmo assim tem um grupo de 11 de estudantes que

nunca ouviu falar que usar o Aparelho Celular para ouvir muacutesica nos fones

auriculares pode trazer prejuiacutezos para a audiccedilatildeo

A Sociedade Brasileira de Otologia (SBO) faz campanha nacional

anualmente no mecircs de outubro alertando sobre os riscos de se ouvir muacutesicas em

volume muito acima do recomendado A campanha eacute dirigida ao puacuteblico jovem A

sociedade em seu siacutetio eletrocircnico alerta que ldquoatualmente eacute faacutecil testemunhar seja

em escolas ou mesmo nas ruas o haacutebito de estudantes ouvirem muacutesica em alta

intensidade nos Aparelhos Celularesrdquo (SBO 2012) Os estudantes satildeo expostos

87

diariamente a ruiacutedos sem perceber o problema para audiccedilatildeo a princiacutepio o prejuiacutezo agrave

audiccedilatildeo eacute reversiacutevel poreacutem o uso constante danifica irreversivelmente a audiccedilatildeo

O relatoacuterio da American Friends of Tel Aviv University (2012) resumiu o

trabalho de Muchnik et al (2011) que pesquisaram 289 jovens com idade entre 13 a

17 anos sobre o volume e a quantidade de horas que costumam ouvir muacutesica no

Aparelho Celular A pesquisa mostrou que 80 dos jovens fazem uso do Aparelho

Celular diariamente para ouvir muacutesicas correndo um seacuterio risco de sofrer perda

auditiva precocemente devido ao volume colocado no fone auricular Das 289

pessoas pesquisadas 74 foram submetidos a exames auditivos os resultados

mostraram que em 25 desses detectou-se perda auditiva

Os pesquisadores alertaram que um em cada quatro adolescentes teratildeo

problemas auditivos A perda auditiva ocorre quando haacute exposiccedilatildeo continua a ruiacutedos

intensos e eacute um processo lento e progressivo levando entre 10 e 20 anos ou seja

seraacute tarde para reparar os danos causados a audiccedilatildeo

Os autores ressaltam que uma geraccedilatildeo inteira de jovens estaacute sofrendo de

problemas auditivos mais cedo que o esperado pelas perdas causadas pelo

envelhecimento e alertam que os fones auriculares acessoacuterios que acompanham os

Aparelhos Celulares satildeo improacuteprios para audiccedilatildeo humana (MUCHNIK et al 2011

p2)

41 CORRELACcedilAtildeO ENTRE QUESTOtildeES

Para esta anaacutelise construiacute tabelas de contingecircncia para verificar a associaccedilatildeo

entre variaacuteveis Por meio do caacutelculo do coeficiente Qui-Quadrado As tabelas de

contingecircncia satildeo utilizadas para estudar a relaccedilatildeo entre duas ou mais variaacuteveis

categoacutericas descrevendo a frequecircncias das categorias de uma das variaacuteveis

relativamente agraves categorias das outras Variaacuteveis satildeo caracteriacutesticas medidas

controladas ou manipuladas em uma pesquisa Diferem em muitos aspectos

principalmente no papel que a elas eacute dado em uma pesquisa e na forma como

podem ser medidas O teste Qui-quadrado permite analisar a relaccedilatildeo de

independecircncia entre variaacuteveis qualitativas aplica-se tanto para a anaacutelise univariada

como bivariada ou multivariada Na anaacutelise univariada as observaccedilotildees de uma

88

uacutenica populaccedilatildeo satildeo subdivididas em categorias geralmente os dados resultam da

contagem de objetos em cada uma das categorias pretendendo-se comparar as

frequecircncias observadas com as frequecircncias esperadas (CONTI 2013)

A primeira Associaccedilatildeo elaborada foi entre o item 1 ldquoVocecirc possui um

Telefone Celularrdquo e o item 2 ldquoVocecirc traz o Telefone Celular para a escolardquo Os

resultados foram inseridos na Tabela 1

TABELA 1 - RESULTADO DO TESTE DE FISCHER PARA ASSOCIACcedilAtildeO DAS QUESTOtildeES 1

E 2

Q2

a B c d Total

Q1

a 149 9 10 7 175

8514 514 571 400 100

b 1 0 2 4 7

1429 000 2857 5714 100

c 1 0 0 0 1

10000 000 000 000 100

FONTE COSTA (2014) COM APOIO DO LABORATOacuteRIO DE ESTATIacuteSTICA APLICADA DA UFPR

Observei associaccedilatildeo significativa entre as variaacuteveis por meio do teste de

Fisher (p=00001) ou seja mais de 90 dos estudantes que possuem Aparelho

Celular o levam para a escola Ressalto que haacute alunos que natildeo possuem Celulares

e entre esses 75 natildeo o levam para o Coleacutegio ou seja 25 dos estudantes mesmo

sem possuir um aparelho proacuteprio levam um Celular para o Coleacutegio Com isso

podemos inferir que se os estudantes compreenderam a questatildeo e a forma de

respondecirc-la entatildeo haacute alguns Celulares que satildeo usados de forma compartilhada em

outras palavras os estudantes que natildeo possuem Aparelho Celular proacuteprio trazem

aparelhos de outras pessoas provavelmente de seus pais irmatildeos etc por isso

usam-no de forma compartilhada

A segunda associaccedilatildeo foi realizada entre os itens 3 ldquoQuanto tempo vocecirc usa

o Telefone Celular ao longo do dia para qualquer de suas funccedilotildeesrdquo e 4 ldquoQuais as

funccedilotildees do Telefone Celular que vocecirc utilizou na sala de aula sem relaccedilatildeo com a

aprendizagemrdquo Os resultados foram inseridos na Tabela 2

89

TABELA 2 - RESULTADO DO TESTE QUI-QUADRADO PARA ASSOCIACcedilOtildeES DAS QUESTOtildeES 3 E 4

Q4

a b c d e f g h i j Total

Q3

a 0 0 0 0 0 0 0 0 2 6 8

000 000 000 000 000 000 000 000 2500 0000 100

b 15 8 10 11 3 3 4 1 2 0 57

2632 1404 1754 1930 526 526 702 175 351 000 100

c 14 4 14 12 4 2 3 0 0 0 53

2642 755 2642 2264 755 377 566 000 000 000 100

d 24 7 18 15 5 6 7 0 0 0 82

2927 854 2195 1829 610 732 854 000 000 000 100

e 16 4 15 9 3 6 7 0 0 0 60

2667 667 2500 1500 500 1000 1167 000 000 000 100

f 35 15 35 25 12 14 20 0 0 0 156

2244 962 2244 1603 769 897 1282 000 000 000 100

G 28 11 29 19 3 2 10 0 1 0 103

2718 1068 2816 1845 291 194 971 000 097 000 100

h 10 4 13 7 0 4 6 0 0 0 44

2273 909 2955 1591 000 909 1364 000 000 000 100

FONTE COSTA (2014) COM APOIO DO LABORATOacuteRIO DE ESTATIacuteSTICA APLICADA DA UFPR

90

Natildeo se observou associaccedilatildeo significativa entre as variaacuteveis por meio do teste

de Qui-Quadrado (p=030) ou seja o tempo de uso natildeo tem relaccedilatildeo com a funccedilatildeo

do Celular utilizada durante a aula Como as funccedilotildees mais usadas satildeo ldquoouvir

muacutesicardquo e ldquoenviar mensagensrdquo e natildeo haacute associaccedilatildeo entre as variaacuteveis entatildeo

praticamente em todas as faixas de tempo as funccedilotildees mais usadas satildeo ldquoouvir

muacutesicardquo e ldquocomunicar por mensagensrdquo Eacute importante ressaltar que ouvir muacutesica

implica em uso de fones auriculares e se o volume for acima do recomendado e se

a exposiccedilatildeo a poluiccedilatildeo sonora for contiacutenua pode levar a perda auditiva definitiva ao

longo do tempo Aleacutem disso observei que embora o Telefone Celular tenha

inuacutemeras funccedilotildees essas natildeo satildeo utilizadas ou satildeo subutilizadas para a

aprendizagem

A partir da apresentaccedilatildeo e anaacutelise dos itens expostos ateacute o momento e da

leitura do Caderno de Apoio para a Elaboraccedilatildeo do Regimento Escolar (ARCO-

VERDE 2007) eacute possiacutevel perceber que o material encaminhado pela proacutepria SEED-

PR natildeo coaduna com o uso de novas tecnologias no Ambiente Escolar Entendo que

esta contradiccedilatildeo precisa ser revista no Regimento do coleacutegio nomeadamente nos

artigos II e IV que tratam do uso de aparelhos eletrocircnicos (Telefone Celular) na sala

de aula Pois se tratar de uma nova tecnologia e dos avanccedilos tecnoloacutegicos o

ambiente escolar precisa ser um meio facilitador para o uso didaacutetico dessas novas

tecnologias e isso implica que elas estejam na matildeo dos estudantes a qualquer

momento mesmo correndo o risco que natildeo sejam usadas para fins didaacuteticos100

do tempo

Apesar de esse questionaacuterio clarificar e ratificar terceira premissa dessa

dissertaccedilatildeo ldquoo Aparelho Celular eacute um dos meios de comunicaccedilatildeo e uma tecnologia

de faacutecil acesso que alterou a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos entre si modificando a dinacircmica

do espaccedilo escolar e a percepccedilatildeo do estudante sobre sua relaccedilatildeo de pertencimento

ao grupordquo sua aplicaccedilatildeo mostrou fragilidades como por exemplo inexistecircncia de

itens que identificassem aspectos socioeconocircmicos grau de escolaridade dos pais

e haacutebitos de consumo das famiacutelias Ainda assim ficou evidenciado que os

estudantes levam o Aparelho Celular para o ambiente escolar e mesmo sabendo da

proibiccedilatildeo existente no Regimento Escolar fazem uso desta tecnologia em sala de

aula de forma pouco relacionada agrave aprendizagem

O Aparelho Celular faz parte do cotidiano dos estudantes pois eacute levado para

o ambiente escolar mesmo com as proibiccedilotildees do Regimento Escolar e eacute pouco

91

usado para fins de aprendizagem e a forma de comunicaccedilatildeo entre os estudantes

ocorre por mensagens no entanto a funccedilatildeo muacutesica eacute uma das mais utilizadas

assim eacute possiacutevel considerar que embora seja uma tecnologia que evoluiacute a cada dia

torna-se necessaacuterio aprofundar estudos para verificar qual a importacircncia das

funccedilotildees utilizadas como pode ser aplicado o maacuteximo possiacutevel das mesmas de

forma que os estudantes se apropriem e percebem o uso significativo para a

aprendizagem

42 SINTESE DA SECcedilAtildeO

Esta seccedilatildeo teve como intuito responder a segunda questatildeo de investigaccedilatildeo

da dissertaccedilatildeo

ComoSe os estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT usam o Celular no

ambiente escolar

Esta questatildeo contecircm trecircs subitens

a) Usos dos Aparelhos Celulares no ambiente escolar

b) As primeiras percepccedilotildees (e accedilotildees subsequentes) sobre os efeitos

da Poluiccedilatildeo Sonora na sauacutede auditiva

c) Relaccedilatildeo entre o uso de instrumentos eletrocircnicos e as normas e

regras do Regimento Escolar do Coleacutegio pesquisado

O questionaacuterio aplicado me permitiu responder a segunda questatildeo de

investigaccedilatildeo da seguinte forma As respostas referentes aos subitem a Usos dos

Aparelhos Celulares no ambiente escolar

90 dos estudantes tecircm Celular e o levam para o coleacutegio 8 natildeo tecircm

esse equipamento mas ainda assim levam algum Celular para o

ambiente escolar Perfazendo um total de 98 dos estudantes de

posse desta Tecnologia de faacutecil acesso na escola

48 dos estudantes usam o Celular para ouvir muacutesica e enviar e

receber mensagens

As respostas referentes ao subitem b As primeiras percepccedilotildees (e accedilotildees

subsequentes) sobre efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora na sauacutede auditiva

92

85 responderam que jaacute ouviram dizer que os usos de fones

auriculares conectados aos Aparelhos Celulares podem ser prejudiciais

agrave sauacutede auditiva poreacutem desses um pouco mais da metade disseram

ter reduzido o uso por causa desta informaccedilatildeo

As respostas referentes o subitem c a relaccedilatildeo ao entre o uso de instrumentos

eletrocircnicos e as normas e regras do Regimento Escolar do Coleacutegio pesquisado

70 dos estudantes revelaram fazer uso didaacutetico do Aparelho Celular

no entanto a funccedilatildeo mais usada eacute a Calculadora permitindo concluir

que o uso didaacutetico estaacute reduzido a poucas disciplinas

98 dos estudantes revelou ter ciecircncia da proibiccedilatildeo do uso de

Celulares para fins natildeo didaacuteticos e 31 admitiram afrontar

deliberadamente a norma estabelecida pelo coleacutegio

Minhas percepccedilotildees iniciais obtidas pela vivecircncia diaacuteria com os estudantes

que usam intensivamente o Aparelho Celular para ouvir muacutesica se confirmaram

portanto pelos dados do questionaacuterio Na proacutexima seccedilatildeo desta dissertaccedilatildeo

descrevo os resultados das afericcedilotildees relativas aos niacuteveis de pressatildeo sonora oriunda

do entorno do CEPMAT e dos fones auriculares conectados aos Aparelhos

Celulares dos estudantes do Ensino Meacutedio

93

5 NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA ORIUNDOS DO ENTORNO DO CEPMAT E

NOS FONES AURICULARES CONETADOS AOS APARELHOS CELULARES

DOS ESTUDANTES DO ENSINO MEacuteDIO QUANDO OUVEM MUacuteSICA

Na seccedilatildeo 3 desta dissertaccedilatildeo vimos no pensamento socioloacutegico de

Thompson (2011) que o desenvolvimento dos grandes centros urbanos foi afetado

pelo crescimento da quantidade e pela melhoria na qualidade dos meios de

transportes que impuseram mudanccedilas tecnoloacutegicas sobre a vida social e essas

acirraram ainda mais a necessidade de aumentar a velocidade para diminuir o

tempo gasto para percorrer determinados espaccedilos

Esse crescimento da quantidade de veiacuteculos trouxe consigo o aumento do

ruiacutedo afetando diretamente as aacutereas urbanas Vimos tambeacutem no estudo realizado

por Ribas (2007) sobre as reclamaccedilotildees referentes aos ruiacutedos registrados na

Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Curitiba que 70 dessas registros

referem-se agravequeles que ocorrem em horaacuterio comercial e satildeo provenientes dos meios

de transportes

Aleacutem da anaacutelise socioloacutegica de Thompson (2011) e da tese de Ribas (2007) o

municiacutepio de Curitiba estaacute sujeito a Lei Ordinaacuteria Municipal nordm 10625200213

(CURITIBA 2002) que dispotildee e regulamenta os niacuteveis de pressatildeo sonora nos

espaccedilos urbanos de Curitiba em seu Artigo 1ordm determina que

eacute proibido perturbar o sossego e o bem estar puacuteblico com sons ruiacutedos e vibraccedilotildees que causem incocircmodo de qualquer natureza ou que ultrapassem os limites fixados nesta lei

No 2ordm paraacutegrafo XII conceitua Zona sensiacutevel agrave ruiacutedo ou zona de silecircncio como

ldquoaquela que para atingir seus propoacutesitos necessita que lhe seja assegurado um silecircncio excepcional definindo como zona de silecircncio a faixa determinada pelo raio de 20000m (duzentos metros) de distacircncia de hospitais escolas bibliotecas puacuteblicas hoteacuteis postos de sauacutede ou similaresrdquo (vide anexo 2)

14

13 Conforme jaacute mencionado anteriormente o texto da lei 106252002 encontra-se no anexo I desta

dissertaccedilatildeo 14

Observe-se que o anexo II mencionado nesta citaccedilatildeo refere-se ao anexo da Lei 10625 e natildeo ao anexo 2 desta dissertaccedilatildeo

94

A mesma lei tambeacutem dispotildee em seu paraacutegrafo uacutenico que as normas para

afericcedilatildeo de ruiacutedo podem ser realizadas a 500m (cinco metros) em quaisquer divisas

do imoacutevel gerador do incocircmodo ou em qualquer ponto dentro do limite real do

imoacutevel que sofre o incocircmodo

Nesta seccedilatildeo procuro responder a primeira e a terceira questotildees de pesquisa

a primeira ldquoQuais satildeo os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) oriundos do entorno do

CEPMATrdquo e a terceira ldquoQuais satildeo os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) que os

estudantes do CEPMAT satildeo submetidos quando ouvem muacutesica com fones

auriculares conectados a Aparelhos Celulares no ambiente escolarrdquo Relembro que

as questotildees de pesquisa desta dissertaccedilatildeo foram construiacutedas em uma sequecircncia

loacutegica de compreensatildeo sobre a informaccedilatildeo no entanto a apresentaccedilatildeo e anaacutelise

dos resultados foram realizadas a partir da discussatildeo de cada instrumento de

constituiccedilatildeo dos dados separadamente ou seja o questionaacuterio que investigou o uso

do Celular no ambiente escolar (foi apresentado na seccedilatildeo 4) a afericcedilatildeo dos niacuteveis

de pressatildeo sonora tanto no interior do CEPMAT quanto nos fones auriculares

conectados aos Aparelhos Celulares dos estudantes ao ouvir muacutesicas (satildeo

apresentados neste capiacutetulo) e o ldquoTeste para autoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas

de estresserdquo (seraacute apresentado na seccedilatildeo 6) Portanto reitero que a apresentaccedilatildeo

dos resultados da questatildeo de pesquisa 2 foi realizada antes da apresentaccedilatildeo e

anaacutelise dos resultados da questatildeo de pesquisa 1 e 3 Estas por sua vez foram

respondidas a partir dos dados do mesmo instrumento e seratildeo apresentadas neste

capiacutetulo

Para obter os niacuteveis de pressatildeo sonora realizei afericcedilotildees tanto no interior da

escola quanto nos fones auriculares conectados aos equipamentos Celulares

respondendo assim as duas questotildees vinculadas aos NPS Para a constituiccedilatildeo dos

dados relativos aos Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) fundamentei-me em aspectos

eacuteticos e legais e a partir das afericcedilotildees construiacute tabelas e elaborei anaacutelises

A seccedilatildeo estaacute dividida em quatro subitens a saber 51 ldquoSintomatologias

Caracteriacutesticas da PAIRrdquo no qual descrevo as caracteriacutesticas da Perda Auditiva

Induzida por Ruiacutedos (PAIR) de origem ocupacional levando em conta os agentes

causais que podem gerar perdas auditivas por exposiccedilatildeo ao ruiacutedo e ao interagir

com estes potencializam os seus efeitos sobre a audiccedilatildeo No subitem 52

ldquoOrientaccedilatildeo Metodoloacutegica do Instrumentordquo Nesse subitem descrevo o decibeliacutemetro

que eacute o equipamento utilizado para fazer as afericcedilotildees e em seguida os

95

procedimentos adequados para para as afericcedilotildees baseadas nas NBR 10151 (ABNT

1987) O procedimento foi dividido em dois momentos uma afericcedilatildeo dos niacuteveis de

ruiacutedo oriundos do entorno do CEPMAT e outro dos fones auriculares conectados ao

Telefone Celular quando os estudantes ouviam muacutesica No subitem 53 apresento os

resultados das afericcedilotildees dos niacuteveis de pressatildeo sonora (NPS) emitidos pelos meios

de transportes que circulam no entorno do CEPMAT no qual descrevo os resultados

das afericcedilotildees de ruiacutedos oriundos do entorno do CEPMAT No subitem 54 apresento

os resultados das afericcedilotildees dos niacuteveis de pressatildeo sonora (NPS) emitidos nos fones

auriculares conectados no Telefone Celular descrevo os procedimentos para

constituiccedilatildeo de dados com os estudantes que utilizam este equipamento No

subitem 55 Discussatildeo dos Resultados apresento analiso e discuto os resultados

51 SINTOMATOLOGIAS CARACTERIacuteSTICAS DA PAIR

A principal sintomatologia da PAIR eacute a degeneraccedilatildeo das ceacutelulas ciliadas do

ouvido15 por exposiccedilatildeo de tempo prolongada ao ruiacutedo o que provoca lesotildees por

excessos de estimulaccedilatildeo sonora (BRASIL 2006 p 16)

Conforme jaacute mencionado o termo som eacute comumente utilizado para descrever

sensaccedilotildees prazerosas o ruiacutedo eacute usado para descrever sons indesejaacuteveis ou

desagradaacuteveis desta forma quando o ruiacutedo eacute intenso e a exposiccedilatildeo a ele eacute contiacutenua

(poluiccedilatildeo sonora) ocorrem alteraccedilotildees estruturais na orelha interna determinando a

possibilidade de ocorrecircncia de perda auditiva Aleacutem da ocorrecircncia dos sintomas

auditivos frequentes (perda auditiva dificuldade de compreensatildeo de fala zumbido e

intoleracircncia a sons intensos) a essa exposiccedilatildeo a pessoa tambeacutem apresenta

queixas como cefaleia tontura irritabilidade e problemas digestivos entre outros

(BRASIL 2006 p10)

Para o Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva (1999) as

caracteriacutesticas desta sintomatologia da PAIR satildeo sempre neurossensoriais pois a

lesatildeo ocorre no oacutergatildeo de Corti da orelha interna e a perda ocorre em ambas agraves

15 Lembrando que o termo ouvido foi substituiacutedo por orelha interna na atual nomenclatura anatocircmica

e na seccedilatildeo 4 utilizo essa nova nomenclatura

96

orelhas internas em graus diferenciados Em frequecircncias baixas haacute uma perda

auditiva de 40 dB(A) e nas altas 75 dB(A) mas uma vez cessada a exposiccedilatildeo ao

ruiacutedo intenso natildeo ocorre progressatildeo da PAIR nos indiviacuteduos A perda aditiva natildeo

torna a orelha interna mais sensiacutevel ao ruiacutedo os prejuiacutezos aparecem de forma mais

lenta quando haacute exposiccedilatildeo contiacutenua as perdas auditivas podem ser definitivas

levando em meacutedia de 10 a 15 anos Os sintomas comeccedilam ser percebidos quando

haacute intoleracircncia a sons intensos com queixa de zumbido diminuiccedilatildeo de

inteligibilidade da fala e prejuiacutezo da comunicaccedilatildeo oral

Em resumo os sintomas e sinais da perda auditiva descrita por Seligman

(2001) apud Brasil (2006 p 22) satildeo

1) Auditivos Perda auditiva Zumbidos Dificuldades no entendimento de fala dores nos ouvidos mediantes a exposiccedilatildeo a sons intensos sensaccedilatildeo de audiccedilatildeo ldquoabafadardquo dificuldade na localizaccedilatildeo da fonte sonora 2) Natildeo auditivos Transtornos da comunicaccedilatildeo Neuroloacutegicos Vestibulares Comportamentais Cardiovasculares Hormonais Digestivos e Alteraccedilotildees do sono

A Tabela 3 apresenta os niacuteveis de pressatildeo sonora e o tempo que as pessoas

podem ficar expostas a aqueles decibeacuteis de acordo com a NR-15 (ABNT 1978) e

com o Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo - PAIR pode ocorrer se natildeo forem

respeitados esses limites de exposiccedilatildeo diaacuteria

A tabela 3 apresentada na NR-15 (ABNT1978) limita o tempo de exposiccedilatildeo

do trabalhador a ruiacutedos contiacutenuos ou intermitentes durante atividades ocupacionais

Para uma jornada diaacuteria de 8 horas essa norma estipula como teto maacuteximo de

exposiccedilatildeo ao ruiacutedo o limite de 85 dB(A) A partir do limite de 85 dB(A) a cada 5

dB(A) acrescentados no niacutevel de pressatildeo sonora o tempo de exposiccedilatildeo permitido cai

pela metade isto eacute no limite de 90 dB(A) o tempo cai de 8 para 4 horas e ao chegar

em 115 dB(A) uma pessoa pode ficar exposta aos ruiacutedos contiacutenua ou

intermitentemente apenas por 7 minutos

97

TABELA 3 ndash LIMITES DE TOLERAcircNCIA PARA RUIacuteDO CONTIacuteNUO E INTERMITENTE

NIacuteVEL DE PRESSAtildeO SONORA

EM dB(A)

MAacuteXIMA EXPOSICcedilAtildeO DIAacuteRIA PERMISSIacuteVEL

EM HORAS E MINUTOS

85 8 h 86 7 h 87 6 h 88 5 h 89 4 h e 30 min 90 4 h 91 3 h e 30 min 92 3 h 93 2 h e 40 min 94 2 h e 15 min 95 2 h 96 1 h e 45 min 98 1 h e 15 min

100 1 h 102 45 min 104 35 min 105 30 min 106 25 min 108 20 min 110 15 min 112 10 min 114 8 min 115 7 min

FONTE NORMA REGULAMENTADORA 15 (ABNT 1978)

52 ORIENTACcedilAtildeO METODOLOacuteGICA DO INSTRUMENTO

521 O Equipamento

Utilizando o equipamento denominado de decibeliacutemetro Marca Instrutherm ndash

nuacutemero de seacuterie N304849 Modelo AZCE ndash 8928 Faixa de Mediccedilatildeo 30 a 130 dB

(A) Curvas de Ponderaccedilatildeo A C e Linear Respostas Fast e Slow Os dados foram

constituiacutedos a partir do medidor de pressatildeo sonora no modo ldquoLeqrdquo na curva de

compensaccedilatildeo ldquoArdquo e circuito de resposta ldquoSlowrdquo (lenta) O decibeliacutemetro com funccedilatildeo

Leq pode ser ajustado para operar com dois modos de resposta o raacutepido ( Fast ) e

o lento ( Slow) no modo de operaccedilatildeo lento ele tem um tempo de subida de 1 ms

ideal para sons repetitivos e contiacutenuos jaacute no modo raacutepido o tempo de resposta eacute de

98

125 ms ideal para medir sons raacutepidos Com este equipamento realizei as duas

mediccedilotildees

A primeira no ambiente interno do CEPMAT para determinar os ruiacutedos

oriundos do meio externo do entorno do Coleacutegio e gerados pelos meios de

transportes seguindo as orientaccedilotildees metodoloacutegicas normatizadas pela NBR

101511987 (ABNT 1987) que usando princiacutepios de acuacutestica asseguram a precisatildeo

do meacutetodo para avaliaccedilatildeo dos efeitos do ruiacutedo sobre o aparelho auditivo

A segunda mediccedilatildeo foi realizada para aferir os niacuteveis de ruiacutedo que os

estudantes estatildeo expostos ao usarem os fones auriculares conectados no Aparelho

Celular para ouvir muacutesica

522 Procedimento

As mediccedilotildees foram realizadas em dois momentos no primeiro foram

realizadas mediccedilotildees nos ambientes internos do CEPMAT no segundo foram

realizadas mediccedilotildees dos niacuteveis de pressatildeo sonora nos fones auriculares dos

Aparelhos Celulares dos estudantes do Ensino Meacutedio enquanto ouviam muacutesica Os

procedimentos seratildeo descritos separadamente

a) Primeiro momento

Para realizar as mediccedilotildees com o decibeliacutemetro nos ambientes internos do

CEPMAT selecionei locais que natildeo tem barreiras fiacutesicas para o ruiacutedo oriundo da

Avenida Presidente Afonso Camargo onde haacute as vias expressas a via estrutural

leste e a linha Feacuterrea Assim foram selecionados dois pisos do referido coleacutegio No

primeiro piso que fica no niacutevel da rua estatildeo na ordem da planta baixa

arquitetocircnica16 da esquerda para a direita os seguintes espaccedilos Biblioteca Sala de

Informaacutetica Sala do Diretor Secretaria Auditoacuterio No segundo piso que fica do

mesmo lado do preacutedio estatildeo agraves quatro salas de aula avaliadas juntamente com o

Laboratoacuterio de Quiacutemico-Fiacutesica

16 A planta baixa arquitetocircnica do primeiro piso do CEPMAT pode ser vista no Anexo VIII

99

O equipamento17 mostra a mediccedilatildeo do niacutevel de ruiacutedo equivalente contiacutenuo

(Leq18) a cada minuto de acordo com as normas - Avaliaccedilotildees do Ruiacutedo em Aacutereas

Habitadas visando ao conforto da comunidade NBR 10151 (ABNT 1987) Para

aferir resguardei o aparelho do efeito de ventos sobre o microfone com o uso de

protetor conforme as instruccedilotildees do fabricante As mediccedilotildees foram realizadas em

pontos afastados aproximadamente 12 m do piso e a 1 m da parede da sala em

cada afericcedilatildeo durante cinco dias em trecircs periacuteodos do dia nos meses de setembro e

outubro de 2013 em fevereiro de 2014 No periacuteodo matutino foram realizadas nos

intervalos compreendidos das 7h30min as 11h45min no periacuteodo vespertino das

13h30min as 17h30min e no periacuteodo noturno das 19h00 as 22h30min

b) Segundo momento

Com autorizaccedilatildeo da direccedilatildeo do CEPMAT realizei as afericcedilotildees dos niacuteveis de

pressatildeo sonora nos fones auriculares do Aparelho Celular dos estudantes do Ensino

Meacutedio semanalmente Foram em meacutedia 30 (trinta) afericcedilotildees diaacuterias de diferentes

estudantes ao longo de um periacuteodo de 2 meses (outubro e novembro de 2013)

diariamente no periacuteodo letivo e somente durante os intervalos de aulas (manhatilde das

10h agraves 10h20min no periacuteodo matutino e das 20h agraves 20h40min no periacuteodo noturno)

A escolha dos estudantes foi aleatoacuteria e solicitei permissotildees verbais para fazer

mediccedilatildeo da intensidade sonora que os fones auriculares emitiam naquele momento

Informei que aquele procedimento fazia parte de uma pesquisa que natildeo haveria

qualquer tipo de puniccedilatildeo ou proibiccedilatildeo do uso do Aparelho Celular no ambiente

escolar Os estudantes participantes natildeo foram identificados nesta pesquisa

17 Uma foto do equipamento pode ser vista no Anexo IV

18 As condiccedilotildees exigiacuteveis para a execuccedilatildeo do caacutelculo simplificado do niacutevel de ruiacutedo equivalente

contiacutenuo (Leq) foram Normatizadas pela NBR 13369 (ABNT 1995) que se encontra no anexo VII desta dissertaccedilatildeo

100

53 RESULTADOS DAS AFERICcedilOtildeES DOS NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA

(NPS) EMITIDOS PELOS MEIOS DE TRANSPORTES DO ENTORNO DO

CEPMAT

Neste subitem busco responder a primeira questatildeo de pesquisa ldquoQuais satildeo

os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) oriundos do entorno do CEPMATrdquo

A tabela 4 apresenta os niacuteveis de pressatildeo sonora (NPS) a que os estudantes

satildeo submetidos pelos ruiacutedos emitidos pelos meios de transportes oriundos do

entorno do CEPMAT ficando mais intensos quando satildeo realizadas manutenccedilotildees

nos trens Os estudantes ao entrarem em determinados ambientes do coleacutegio estatildeo

mais (ou menos) expostos a ruiacutedos externos Esta exposiccedilatildeo natildeo eacute igual em todos

os ambientes devido a proximidade ou distacircncia das origens do ruiacutedo bem como

devido a barreiras fiacutesicas da proacutepria construccedilatildeo Nesse sentido para saber os niacuteveis

de pressatildeo sonora a que os estudantes estatildeo submetidos em cada local decidi

avaliar diferentes espaccedilos fiacutesicos do coleacutegio Portanto o decibeliacutemetro foi instalado

na parte interna de alguns ambientes que recebem as ondas sonoras frontalmente

TABELA 4 ndash AFERICcedilOtildeES DOS NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS) ORIUNDOS DO EXTERIOR

DO CEPMAT E MEDIDOS NO INTERIOR

DiaMecircs

Sala

Periacuteodo

Com a presenccedila do trem Carros ocircnibus Caminhotildees e estudantes

Sem a presenccedila do trem com carros ocircnibus caminhotildees e estudantes

0110

Biblioteca

Manhatilde

Tarde

Noite

9644

9452

8573

8436

8809

6516

0710

Laboratoacuterio de

Informaacutetica

Manhatilde

Tarde

Noite

9603

9271

8898

8886

8324

7546

0510

Auditoacuterio

Manhatilde

Tarde

Noite

9620

10000

8805

8654

8736

6522

FONTE COSTA (2014) COM APOIO DO ENGENHEIRO DE SEGURANCcedilA DO TRABALHO VIRGINIO LUIZ STANGHERLIN

101

Nos resultados da tabela 4 observei que em ambientes como a Biblioteca o

Laboratoacuterio de Informaacutetica e o Auditoacuterio frequentados por estudantes a intensidade

de ruiacutedos eacute elevada as afericcedilotildees apontaram que no periacuteodo matutino sem a

presenccedila do trem com fluxo normal de carros ocircnibus caminhotildees e estudantes a

meacutedia em dB(A) eacute 8658 dB(A) e acrescentado os ruiacutedos do trem a meacutedia fica em

torno de 9622 dB(A) no periacuteodo vespertino a meacutedia ficou em 8623 dB(A) e 9574

dB(A) e noturno a meacutedia ficou em 6861 dB(A) e 8758 dB(A) poreacutem existe uma

diferenccedila acentuada nos niacuteveis de pressatildeo sonora se comparados os periacuteodos

diurnos (movimentaccedilatildeo de meios de transportes constantes) e noturno (baixa

movimentaccedilatildeo de veiacuteculos e do trem que passa no horaacuterio das 19h40 min)

No estudo de Celani et al (1994) apud Brasil (2006) os autores avaliaram os

niacuteveis de pressatildeo sonora em salas de aula com a presenccedila de estudantes e os

resultados chegaram a atingir ateacute 943 dB(A) que eacute acima do recomendado no

Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo - Pair (BRASIL 2006) apresentado na tabela 3

desta seccedilatildeo

As afericcedilotildees realizadas nas salas de aula e Laboratoacuterio de Fiacutesico-Quiacutemica do

CEPMAT (tabela 5) apontaram que no periacuteodo matutino sem a presenccedila do trem

com fluxo normal de carros ocircnibus caminhotildees e estudantes a meacutedia em dB(A) eacute

8229 dB(A) e acrescentado os ruiacutedos do trem a meacutedia passa para 9394 dB(A) No

periacuteodo vespertino a meacutedia ficou em 7417 dB(A) e 9203 dB(A) e no noturno a

meacutedia ficou em 7419 dB(A) e 8357 dB(A) todas as meacutedias estatildeo acima da

recomendada pela Lei Ordinaacuteria Municipal 106252002 que estabelece um limite de

60 dB(A) para os setores estruturais educacionais A Meacutedia dos trecircs periacuteodos eacute

8984 dB(A) e esses valores estatildeo 50 acima do estabelecido pela lei isto eacute de

acordo com as definiccedilotildees estabelecidas na proacutepria Lei 106252002 (CURITIBA

2002) caracterizado como POLUICcedilAtildeO SONORA

Portanto respondendo a primeira questatildeo de pesquisa ldquoQuais satildeo os Niacuteveis

de Pressatildeo Sonora (NPS) oriundos do entorno do CEPMATrdquo Os resultados

indicaram que satildeo niacuteveis acima dos limites permitidos na Lei Ordinaacuteria Municipal

106252002 confirmando os incocircmodos iniciais desta dissertaccedilatildeo

A tabela 5 mostra as mediccedilotildees realizadas nas salas de aula com e sem a

presenccedila dos trens

102

TABELA 5 - NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS) NO INTERIOR DO CEPMAT EM SALAS DE AULA

DiaMecircs

Sala

Periacuteodo

Com a presenccedila do trem Carros e Ocircnibus Caminhotildees

e de estudantes dB(A)

Sem a presenccedila do trem com fluxo normal de

Carros ocircnibus caminhotildees e presenccedila de

estudantes dB(A)

0210

Sala de Aula 10

Manhatilde

Tarde

Noite

9432

9546

8871

8370

7946

7223

0210

Sala de Aula 11

Manhatilde

Tarde

Noite

8998

9230

7253

8008

7525

7377

0210

Sala de Aula 12

Manhatilde

Tarde

Noite

9513

9688

8619

7796

7253

7189

0310

Laboratoacuterio de Fiacutesico-quiacutemica 13

Manhatilde

Tarde

Noite

9635

8350

8685

8745

6947

7889

FONTE COSTA 2014 COM APOIO DA ENGENHARIA DE SEGURANCcedilA DO TRABALHO VIRGINIO LUIZ STANGHERLIN

54 RESULTADOS DAS AFERICcedilOtildeES DOS NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA

(NPS) EMITIDOS NOS FONES AURICULARES CONECTADOS NO

APARELHO CELULAR

Neste subitem busco responder a questatildeo de pesquisa nuacutemero 3 desta

dissertaccedilatildeo que eacute ldquoQuais satildeo os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) que os

estudantes do CEPMAT satildeo submetidos quando ouvem muacutesica com fones

auriculares conectados a Aparelhos Celulares no ambiente escolarrdquo

103

Como jaacute mencionado o decibeliacutemetro tambeacutem foi utilizado para aferir os

niacuteveis de ruiacutedos gerados pelos fones auriculares conectados ao Aparelho Celular

dos estudantes do CEPMAT quando ouvem muacutesica

Realizei ao todo 150 afericcedilotildees no paacutetio do coleacutegio durante o recreio

(intervalo) ao longo de dois meses Utilizei apenas um dia por semana e variei dias

da semana durante este periacuteodo de forma a ter pelo menos 30 mediccedilotildees para cada

dia Para facilitar a apresentaccedilatildeo dos dados agrupei o nuacutemero de estudantes que

tiveram mediccedilotildees iguais em decibeacuteis dB(A) independentemente do dia

Os valores obtidos em decibeacuteis podem ser relacionados ao tempo maacuteximo de

exposiccedilatildeo ao ruiacutedo permissiacutevel de acordo com (BRASIL 2006) reproduzido na

tabela 3 da seccedilatildeo 4 por exemplo se um estudante ouve muacutesica a 88 dB(A) com os

fones auriculares conectados ao Aparelho Celular o protocolo limita o tempo de

exposiccedilatildeo a 5 horas no entanto se uma pessoa ouvir muacutesica a 115 dB(A) o tempo

maacuteximo de exposiccedilatildeo deve ser de 7 minutos para evitar prejuiacutezos a sauacutede auditiva

Os resultados obtidos satildeo apresentados no graacutefico nove

GRAacuteFICO 9 - NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS) QUE OS ESTUDANTES DO CEPMAT ESTAtildeO SUBMETIDOS QUANDO OUVEM MUacuteSICA NOS FONES AURICULARES CONECTADOS AO APARELHO CELULAR FONTE COSTA (2014) COM APOIO DO ENGENHEIRO DE SEGURANCcedilA DO TRABALHO VIRGINIO LUIZ STANGHERLIN

104

No graacutefico 9 eacute possiacutevel notar que apenas um pequeno grupo de 8 estudantes

pesquisados ouvem muacutesica em intensidade igual a 88 dB(A) isto eacute somente 534

o que significa que o tempo de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo para este grupo natildeo pode ser

superior a 5 horas diaacuterias No entanto os demais (142 estudantes ou 9466 dos

pesquisados) ouvem muacutesicas em intensidade acima de 92 dB(A) cujo tempo de

exposiccedilatildeo limite eacute de 3 horas por dia no entanto no questionaacuterio discutido na seccedilatildeo

III desta dissertaccedilatildeo mostrou que os estudantes ouvem muacutesica com os fones

auriculares conectados ao Celular em meacutedia quatro horas diaacuterias Isso significa que

aproximadamente 95 dos estudantes pesquisados ouvem muacutesica em volume de

1047 dB(A) em meacutedia e podem estar colocando em risco a sauacutede auditiva com

possibilidade de perda irreversiacutevel da audiccedilatildeo Portanto de acordo com o Protocolo

de Complexidade Diferenciada 5 do Ministeacuterio da Sauacutede para 4 h de exposiccedilatildeo

diaacuteria o limite eacute de 90 dB(A) para 103 dB(A) o tempo maacuteximo de exposiccedilatildeo eacute de 40

minutos diaacuterios ou seja os estudantes pesquisados ficam 600 acima do tempo

limite estipulado pelo Protocolo

55 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS

Esta discussatildeo tem como base as duas afericcedilotildees realizadas as oriundas do

entorno do CEPMAT e as dos fones auriculares conectados ao Aparelho Celular

para ouvir muacutesica

No que se refere agraves mediccedilotildees do entorno do CEPMAT a resoluccedilatildeo do

Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA 1998) e a Lei 960598 Capiacutetulo

V Seccedilatildeo II Artigo 54 estabelece como crime ambiental ldquoCausar poluiccedilatildeo de

qualquer natureza em niacuteveis que resultem ou possam resultar em danos agrave sauacutede

humanardquo (BRASIL 1998) Aleacutem disso no que tange a sauacutede auditiva a NBR

101511987 (ABNT 1987) determina que os niacuteveis de ruiacutedos em aacutereas habitadas

natildeo deve ultrapassar 50 dB(A) visando o conforto a seguranccedila e a sauacutede auditiva

das comunidades lindeiras No entanto o ruiacutedo emitido em Zonas Estruturais

Educacionais eacute regulamentado pela Lei Ordinaacuteria Municipal 10625 (CURITIBA

2002) que o limita a 60 dB(A) em periacuteodo diurno

105

A empresa America Latina Logiacutestica (ALL 2010 p 17) justifica que a poluiccedilatildeo

sonora emitida pelos trens na passagem da composiccedilatildeo ocorre em curto espaccedilo de

tempo de aproximadamente 5 minutos cessando logo apoacutes a passagem desta

forma o impacto ambiental causado pelo ruiacutedo eacute imediatamente restabelecido apoacutes

a passagem da composiccedilatildeo portanto para a empresa os danos agrave sauacutede auditiva

seriam reversiacuteveis

A ALL (2010 p 18) ressalta em seu Programa de Mitigaccedilatildeo de Ruiacutedos que as

vizinhanccedilas Empresas Hospitais e Coleacutegios devem ter ciecircncia de que os

deslocamentos dos trens causam ruiacutedos devidos agraves caracteriacutesticas do material

rodante Por outro lado eacute preciso lembrar que ter ciecircncia natildeo resolve os incocircmodos

causados aos estudantes do CEPMAT e um programa de mitigaccedilatildeo ambiental

deveria propor mais do que a ciecircncia ao fato mas uma efetiva reduccedilatildeo Aleacutem disso

o programa natildeo inclui accedilotildees nos paacutetios de manobra e nem limita as atividades de

manutenccedilatildeo das maacutequinas e testes de frenagem que ocorrem na frente do coleacutegio

em periacuteodo diurno e tem ruiacutedo acima do que permite a legislaccedilatildeo especialmente

nas ZE-E

O CEPMAT estaacute localizado a aproximadamente 25 metros da linha feacuterrea

como apresentado nas fotos apresentadas na seccedilatildeo I ndash dos Incocircmodos Inicias Os

resultados das mediccedilotildees realizadas a esta distacircncia e plotadas na tabela 4

identificaram niacuteveis de ruiacutedos que podem chegar a 100 dB(A) muito acima dos

limites de emissatildeo de ruiacutedo para a Zona Estrutural Educacional que podem limitar o

tempo de exposiccedilatildeo a uma hora No entanto quando haacute testes de frenagem esta

exposiccedilatildeo pode ser maior do que o tempo descrito no relatoacuterio da ALL

O laudo emitido por Stangherlin (2014)19 ressalta o caso dos estudantes do

CEPMAT que estudam nas salas diretamente impactadas pelo ruiacutedo observando a

seguinte loacutegica um estudante do CEPMAT estaacute exposto ao ruiacutedo por um periacuteodo de

4h30min cinco (5) dias por semana ao longo de duzentos (200) dias letivos

Portanto mesmo que por um ldquocurto periacuteodordquo de tempo por dia (cerca de 5 minutos

natildeo considerando os dias em que haacute testes de frenagem) eacute possiacutevel concluir que

ainda que o tempo de exposiccedilatildeo seja curto a frequecircncia com que ocorre e o niacutevel de

decibeacuteis sistematicamente acima do legal permitido pode haver consequecircncias a

longo prazo e somente em estudo longitudinal poderia analisar com maior precisatildeo o

19 Laudo Teacutecnico de Avaliaccedilatildeo de Ruiacutedo dos Meios de Transporte (Anexo IX)

106

tamanho e impactos e pode haver consequecircncias relativas a PAIR com prejuiacutezos agrave

sauacutede auditiva Portanto os dados das anaacutelises apresentadas respondem portanto

a questatildeo de pesquisa nuacutemero 1 desta dissertaccedilatildeo

A seguir apresento as discussotildees dos resultados das afericcedilotildees relativas aos

fones auriculares conectados ao Aparelho Celular para ouvir muacutesica e respondo a

questatildeo de pesquisa nuacutemero 3

De acordo com os resultados obtidos a meacutedia aritmeacutetica geral ( ) das

afericcedilotildees do eixo X (graacutefico 9) referente a intensidade de ruiacutedo nos fones

auriculares eacute de 1032 dB(A) Nesses niacuteveis o tempo de exposiccedilatildeo maacutexima contiacutenua

eacute de aproximadamente 40 minutos por dia no entanto nos dados obtidos a partir do

questionaacuterio aplicado o tempo meacutedio que os estudantes ouvem muacutesica usando

fones de ouvido conectados ao Aparelho Celular eacute em meacutedia de 4 horasdia o que

pode acarretar surdez precoce nos estudantes Essa intensidade meacutedia eacute muito

superior a permitida para uma ldquojornada de trabalhordquo no caso dos estudantes a

possibilidade de uso constante por 8 horas diaacuterias que o sistema auditivo humano

pode suportar sons de forma segura que eacute de 85 dB(A) Nesta situaccedilatildeo de

exposiccedilatildeo ao ruiacutedo contiacutenuo podem ocorrer diversos sintomas que caracterizam a

PAIR (CID 10 ndash H833) como perda auditiva zumbidos dores no ouvido sensaccedilatildeo

de audiccedilatildeo ldquoabafadardquo e transtornos neuroloacutegicos comportamentais hormonais

digestivos e alteraccedilotildees do sono entre outros pois quando o ruiacutedo eacute intenso e a

exposiccedilatildeo a ele for continuada ocorrem alteraccedilotildees estruturais na orelha interna

(BRASIL 2006 p10)

O segundo laudo referente agraves mediccedilotildees nos niacuteveis de pressatildeo sonora nos

fones auriculares emitido por Stangherlin (2013)20 retrata que os estudantes do

CEPMAT expostos a esses niacuteveis de pressatildeo sonora (plotados no graacutefico 8) podem

ter prejuiacutezos agrave audiccedilatildeo ou perda auditiva em poucos anos por ser sutil causa

impactos significativos na sauacutede auditiva dos estudantes podendo gerar dificuldades

na comunicaccedilatildeo e na aprendizagem Para SantrsquoAna (2012 p 26) os dispositivos

sonoros portaacuteteis individuais seriam os principais responsaacuteveis pela perda de

audiccedilatildeo precoce provocando o fenocircmeno dos ldquoouvidos velhos em corpos jovensrdquo

20 Laudo Teacutecnico de Avaliaccedilatildeo de Ruiacutedos dos Fones de Ouvido Conectados ao Aparelho Celular

(Anexo X)

107

Um grupo (5) de estudantes ouve muacutesica proacuteximo (88 dB(A) dos limites

estabelecidos pelo protocolo (BRASIL 2006) e o outro grupo (9466) ouve muacutesicas

em volume acima do limite estabelecido no protocolo a meacutedia do volume para este

grupo eacute de 1047 dB(A) de acordo com o protocolo o limite de tempo para tal

volume seria de apenas 30 minutos por dia Portanto os estudantes estatildeo expondo

sua audiccedilatildeo ateacute 800 acima do limite dB(A)tempo estabelecido no protocolo a

porcentagem de 95 mostra consequecircncias de agir conforme o grupo ou seja a

partir do modelo de interaccedilatildeo social discutido por Vigotsky (2007)

Com os resultados obtidos e as anaacutelises realizadas acima respondo a

terceira questatildeo de pesquisa ldquoQuais satildeo os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) que

os estudantes do CEPMAT satildeo submetidos quando ouvem muacutesica com fones

auriculares conectados a Aparelhos Celulares no ambiente escolarrdquo

Assim compreender os significados da presenccedila e o uso do Aparelho Celular

na escola eacute compreender essa cultura das tecnologias de faacutecil acesso pois como

vimos anteriormente o Celular pode ser entendido como um signo um objeto de

desejo que opera no sistema representacional da nossa cultura (HALL 1997) Os

Aparelhos Celulares permitem construir significados modificando o sentimento de

pertencimento dos estudantes ao grupo modelam praacuteticas de conduta e ideias e satildeo

usados inclusive como instrumento de governabilidade e regulaccedilatildeo interna do grupo

Os Aparelhos Celulares operam portanto como um modelo simboacutelico que cria um

novo ambiente social

56 SINTESE DA SECcedilAtildeO

Em resumo ao relacionar ambiente escolar tecnologias de faacutecil acesso e as

mudanccedilas na cultura escolar constituiacutemos novas tessituras para entender a escola

contemporacircnea e suas problemaacuteticas e consequecircncias como a do aparecimento

precoce da PAIR Assim eacute possivel relacionar que tanto o ruiacutedo do traacutefego quanto

os Aparelhos Celulares emitem niacuteveis de poluiccedilatildeo sonora muito acima do que a

lesgislaccedilatildeo estabelece ou recomenta no entanto os niacuteveis de ruiacutedos emitidos nos

fones auriculares dos Aparelhos Celulares satildeo muito acima do meios de transportes

Assim eacute possiacutevel conluir que embora seja silecioso para uma pessoa que estaacute

108

proacuteximo os Telefones Celulares conectados a fones auriculares estatildeo colocando em

risco a sauacutede auditiva dos estudantes

Na proacutexima seccedilatildeo apresentarei os resultados do ldquoTeste para autoidentificaccedilatildeo

de alguns sintomas de estresserdquo que os estudantes responderam sobre a poluiccedilatildeo

sonora oriunda do entorno do CEPMAT e dos fones auriculares conectados ao

Aparelho Celular quando ouvem muacutesica

109

6 POLUICcedilAtildeO SONORA E AS PERCEPCcedilOtildeES DOS ESTUDANTES DE ALGUNS

SINTOMAS DE ESTRESSE

Nas seccedilotildees anteriores busquei responder as questotildees um dois e trecircs desta

dissertaccedilatildeo Nesta seccedilatildeo procuro responder a quarta questatildeo de pesquisa uma vez

que foi constatado a partir dos resultados do capiacutetulo anterior que haacute Niacuteveis de

Pressatildeo Sonora (NPS) acima do disposto na Legislaccedilatildeo e estabelecida nesta

dissertaccedilatildeo como Poluiccedilatildeo Sonora busquei verificar comose os estudantes do

Ensino Meacutedio do CEPMAT percebem (a) a existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda

do entorno do Coleacutegio (b) os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora (oriunda do entorno do

Coleacutegio) na sauacutede deles (c) a existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos fones

auriculares conectados aos Telefones Celulares e os efeitos na sauacutede dos

estudantes (d) as normas estabelecidas no Regimento Escolar do CEPMAT

Para responder a quarta questatildeo de pesquisa (e suas quatro sub questotildees)

me propus a adaptar o teste de (LAUTERT CHAVES E MOURA 1999) Nomeei o

teste adaptado como ldquoTeste para autoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo

e apliquei aos estudantes do CEPMAT

Para apresentar o instrumento de constituiccedilatildeo de dados os resultados

obtidos e as anaacutelises que elaborei dividi a seccedilatildeo em quatro subtoacutepicos a saber A

primeira (61) intitulada ldquocrescimento da cidade e o aumento do ruiacutedo ambienterdquo

discorre sobre o aumento dos meios de transportes que trafegam na via estrutural

leste o Paacutetio de Manobra da ALL a Lei Ordinaacuteria Municipal (CURITIBA 2002)

106252000 a NBR 10151(ABNT 1987) e 10152 (ABNT 1987a) o Protocolo de

Complexidade Diferenciada 5 (BRASIL 2006) com as possiacuteveis consequecircncias para

a sauacutede humana A segunda (62) intitulada ldquoOs sintomas de estresse e a percepccedilatildeo

dos estudantesrdquo analisa as percepccedilotildees pessoais por meio dos sentidos baacutesicos

(visatildeo e especialmente audiccedilatildeo) os processos cognitivos e as manifestaccedilotildees

psicoloacutegicas que podem afetar a sauacutede humana assim parte do conceito de como

as pessoas percebem o ambiente e tomam decisotildees associadas a ela mesma A

terceira (63) intitulada ldquoOrientaccedilotildees metodoloacutegicas do Instrumentordquo apresenta a

construccedilatildeo de um teste elaborado com base nas escalas tipo-Likert contendo sete

niacuteveis Os principais objetivos foram avaliar se os estudantes percebem a poluiccedilatildeo

110

sonora tanto no entorno do CEPMAT causada pelos meios de transportes quanto

agravequela oriunda dos fones auriculares conectados ao Aparelho Celular para ouvir

muacutesica e verificar se os estudantes apresentam alguns sintomas de estresse O

quarto e uacuteltimo do subtoacutepico (64) intitulado ldquoAnaacutelise dos dadosrdquo como o proacuteprio

nome diz apresenta e analisa parcialmente quatro grupos de dados percepccedilatildeo dos

estudantes sobre a poluiccedilatildeo sonora no entorno do CEPMAT a percepccedilatildeo dos

efeitos desta poluiccedilatildeo sonora na sauacutede deles a percepccedilatildeo da existecircncia de poluiccedilatildeo

sonora oriundas dos fones auriculares conectados ao Aparelho Celular o Regimento

Escolar A seccedilatildeo finaliza reunindo as principais consideraccedilotildees parciais e elaborando

conclusotildees que pretendem unir aspectos dos capiacutetulos anteriores

61 O CRESCIMENTO DA CIDADE E O AUMENTO DO RUIacuteDO AMBIENTE

Neste subtoacutepico descrevo o aumento do ruiacutedo ambiente causado pelo

adensamento da frota de veiacuteculos e a saturaccedilatildeo do transporte viaacuterio na cidade

Ruiacutedo ambiente eacute conceituado no Capiacutetulo 12 da investigaccedilatildeo de ruiacutedos (ALL

2010) como ldquomediccedilatildeo do niacutevel de ruiacutedo equivalente para determinaccedilatildeo do ruiacutedo

ambiente durante a operaccedilatildeordquo (p13) entendo como operaccedilatildeo a passagem da

composiccedilatildeo feacuterrea Menciono aspectos do sistema viaacuterio de Curitiba especialmente

do corredor leste de transporte coletivo e a linha feacuterrea do Setor Cajuru que inclui o

Paacutetio de Curitiba Ambos (corredor Leste e Linha feacuterrea) passam em frente ao

CEPMAT trazendo impactos negativos ao aumento de ruiacutedo ambiente discutindo as

normas regulamentadoras NBR 10151 (ABNT1987) e NBR 10152 (ABNT 1987a)

referentes agrave poluiccedilatildeo sonora e o protocolo de complexidade diferenciada 5 (BRASIL

2006) que descreve a PAIR (Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo) As normas e o

protocolo (BRASIL 2006) serviratildeo como sustentaacuteculo para anaacutelise dos dados

O crescimento da cidade de Curitiba e a saturaccedilatildeo do sistema viaacuterio da

cidade foram descritos no relatoacuterio de Planos Setoriais de Curitiba (IPPUC 2008)

que incluem tambeacutem alertas para os impactos negativos dessa saturaccedilatildeo ao tracircnsito

e agrave sauacutede

111

O deslocamento aliado ao crescimento das atividades econocircmicas verificadas na uacuteltima deacutecada trouxe consigo impactos nocivos ao tracircnsito A saturaccedilatildeo do Sistema Viaacuterio Baacutesico pelo aumento da frota de veiacuteculos em circulaccedilatildeo e a instalaccedilatildeo de transportadoras fora das zonas de serviccedilo e a pouca correspondecircncia hieraacuterquica e funcional entre o sistema viaacuterio baacutesico urbano e metropolitano ocasionam impactos negativos (poluiccedilatildeo ruiacutedo congestionamentos e acidentes) no meio urbano (IPPUC 2008 p34)

O mapa da rede Integrada de Transporte Puacuteblico de Curitiba mostra que as

linhas expressas e diretas passam em frente ao coleacutegio Figura 7 (IPPUC 2006) e ali

haacute um traacutefego intenso de ocircnibus circulando nas canaletas De acordo com o relatoacuterio

IPPUC (2008 p28) ldquoo corredor leste trabalha com 115000 passageiros em dia uacutetil

17000 passageiros no pico 115 passageiros de carga maacutexima ()rdquo o que adensa

o nuacutemero de ocircnibus que circula na regiatildeo aumentando o ruiacutedo ambiente Aleacutem

disso haacute que se considerar que este relatoacuterio foi escrito haacute oito anos quando o

nuacutemero de veiacuteculos e a populaccedilatildeo da cidade eram menores e a aacuterea metropolitana

nesse intervalo (2008-2014) teve um crescimento significativo Para Siegel et al

(2009) dentre os municiacutepios que compotildeem a Regiatildeo Metropolitana de Curitiba

destaca-se o de Pinhais eacute um dos que obtiveram maior crescimento nos uacuteltimos 10

anos Este municiacutepio interliga-se com Curitiba pelo corredor leste para os ocircnibus

conforme descrito na seccedilatildeo de ldquoIncomodos Iniciaisrdquo que inclui fotos das seis pistas

que compotildeem a Av Afonso Camargo que passa em frente ao Coleacutegio

No caso do sistema ferroviaacuterio a cidade de Curitiba tem dois paacutetios em

operaccedilatildeo o Paacutetio Iguaccedilu no bairro Boqueiratildeo e o Paacutetio de Curitiba no bairro

Cajuruacute este uacuteltimo fica proacuteximo ao CEPMAT haacute uma distacircncia aproximada de

1200m pelo trajeto viaacuterio ou menos do que isso em linha reta Nestes Paacutetios de

acordo com o relatoacuterio IPPUC (2008 p33) natildeo haacute carga e descarga mas haacute

montagem de composiccedilotildees e manobras e testes da composiccedilatildeo e de frenagem

A linha feacuterrea passa em frente ao coleacutegio a uma distacircncia de

aproximadamente 25m (na Figura 7 representada em azul claro) Os dados

extraiacutedos da tabela 1271 do capiacutetulo 12 sobre investigaccedilatildeo de ruiacutedos da ALL (ALL

2010 p14) realizadas pelo programa de mitigaccedilatildeo de ruiacutedos em uma aacuterea

estritamente residencial urbana a uma distacircncia de 15m da ferrovia indicaram que os

Niacuteveis de Pressatildeo Sonora do ruiacutedo ambiente satildeo iguais a 87 dB(A) agraves 16 horas e 72

dB(A) agraves 23 horas de acordo com esse relatoacuterio o ruiacutedo ambiente (durante a

passagem da composiccedilatildeo feacuterrea) dura cerca de 5 minutos (IPPUC 2008 p17)

112

FIGURA 7 - REDE INTEGRADA DE TRANSPORTE PUacuteBLICO DE CURITIBA EM 2003 FONTE IPPUC (2006)

No entanto eacute importante ressaltar que aleacutem dos ruiacutedos ambiente imediatos

mencionados no relatoacuterio durante a passagem das composiccedilotildees a empresa

Ameacuterica Latina Logiacutestica usa regularmente a linha feacuterrea em frente ao CEPMAT

113

para fazer manobras e testes de frenagem e de motores das locomotivas devido agrave

proximidade da linha feacuterrea com a aacuterea de manobras do Paacutetio de Curitiba As

locomotivas ziguezagueiam do Paacutetio de Curitiba ateacute uma linha que fica em frente agrave

escola aumentando significativamente os niacuteveis de ruiacutedo ambiente no local e o

tempo de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo

O CEPMAT estaacute localizado na intersecccedilatildeo entre o corredor Leste de

transporte coletivo do sistema viaacuterio e a linha feacuterrea do Setor Cajuru que daacute acesso

agrave aacuterea de manobras do Paacutetio de Curitiba Em um local proacuteximo o ruiacutedo ambiente

medido pela empresa que administra a ferrovia (ALL 2010) chegou a 87 dB(A) Por

outro lado a Lei Ordinaacuteria Municipal Nordm 10625 (CURITIBA 2002) dispotildee sobre o

limite maacuteximo de ruiacutedo na Zona Especial Educacional que eacute de 60 dB(A) Assim os

limites maacuteximos estatildeo superiores aos recomendados Da mesma forma a Norma

Regulamentadora 10152 (ABNT 1987a) que fixa os niacuteveis de ruiacutedo para conforto

acuacutestico delimita como niacutevel sonoro para conforto acuacutestico em salas de aula e

laboratoacuterios 40 dB(A) e como Niacutevel Sonoro Aceitaacutevel 50 dB(A) a Norma

Regulamentadora 10151(ABNT 1987) fixa os niacuteveis sonoras para avaliar os

ambientes externos e as aacutereas estritamente residenciais urbanas ou de hospitais e

escolas os niacuteveis diurnos satildeo de 50 dB(A) e noturno de 45 dB(A) A NBR

101511987 eacute o criteacuterio teacutecnico a ser seguido e atendido segundo a Resoluccedilatildeo nordm 1

do CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente e da Secretaria do Meio

Ambiente (de 8 de marccedilo de 1990) A Lei 960598 (CONAMA 1998) menciona as

consequecircncias para as empresas que causam poluiccedilatildeo de qualquer natureza em

niacuteveis tais que resultem ou possam resultar em danos agrave sauacutede humana ou que

provoquem a mortandade de animais ou a destruiccedilatildeo significativa da flora

No entanto os valores apontados pelo relatoacuterio da empresa (ALL 2010) e as

mediccedilotildees realizadas in locus e relatadas no capiacutetulo anterior permitem afirmar que

os niacuteveis sugeridos tanto na Lei Ordinaacuteria Municipal 106252002 (CURITIBA 2002)

quanto nas NBR 10151(ABNT 1987) e 10152 (ABNT 1987a) foram extrapolados

Sabendo que quando valores estatildeo acima dos limites estabelecidos podem

provocar Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo (PAIR)

114

Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo (PAIR) eacute a perda provocada pela exposiccedilatildeo por tempo prolongado ao ruiacutedo Configura-se como uma perda auditiva do tipo neurossensorial geralmente bilateral irreversiacutevel e progressiva com o tempo de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo (CID 10 ndash H 833) Consideram-se como sinocircnimos perda auditiva por exposiccedilatildeo ao ruiacutedo no trabalho perda auditiva ocupacional surdez profissional disacusia ocupacional perda auditiva induzida por niacuteveis elevados de pressatildeo sonora perda auditiva induzida por ruiacutedo ocupacional perda auditiva neurossensorial por exposiccedilatildeo continuada a niacuteveis elevados de pressatildeo sonora de origem ocupacional (BRASIL 2006 p13)

Apesar de esta dissertaccedilatildeo considerar a nova nomenclatura anatocircmica que

substituiu o termo ldquoouvidordquo pelo termo ldquoorelha internardquo conforme mencionado em

nota de rodapeacute no capiacutetulo II o Protocolo (BRASIL 2006) utiliza os dois termos que

aparecem com o mesmo significado O Protocolo de Complexidade Diferenciada 5

(BRASIL 2006) centra-se em grande parte a descriccedilatildeo da PAIR causada por ruiacutedo

intenso e contiacutenuo no entanto o mesmo protocolo faz referecircncias quanto as

consequecircncias para a sauacutede na exposiccedilatildeo ao ruiacutedo suacutebito

Quando a exposiccedilatildeo ao ruiacutedo eacute de forma suacutebita e muito intensa pode ocorrer o trauma acuacutestico lesando temporaacuteria ou definitivamente diversas estruturas do ouvido Apesar de esta dissertaccedilatildeo considerar a nova nomenclatura anatocircmica que substituiu o termo ldquoouvidordquo pelo termo ldquoorelha internardquo conforme mencionado no capiacutetulo II o Protocolo (BRASIL 2006) utiliza os dois termos que aparecem com o mesmo significado Outro tipo de alteraccedilatildeo auditiva provocado pela exposiccedilatildeo ao ruiacutedo intenso eacute a mudanccedila transitoacuteria de limiar que se caracteriza por uma diminuiccedilatildeo da acuidade auditiva que pode retornar ao normal apoacutes um periacuteodo de afastamento do ruiacutedo (BRASIL 2006 p 11)

(hellip) O risco de Pair aumenta muito quando a meacutedia da exposiccedilatildeo estaacute acima de 85 dB(A) por oito horas diaacuterias As exposiccedilotildees contiacutenuas satildeo piores do que as intermitentes poreacutem curtas exposiccedilotildees a ruiacutedo intenso tambeacutem podem desencadear perdas auditivas (BRASIL 2006 p18)

Neste subtoacutepico introduzi a abordagem da problemaacutetica do aumento da

pressatildeo sonora no entorno do CEPMAT e para tanto apresentei as mudanccedilas

ambientais que ocorreram na regiatildeo com adensamento de traacutefego e tambeacutem normas

que regulamentam os niacuteveis maacuteximos de pressatildeo sonora em locais como escolas

hospitais etc Apresentei tambeacutem a PAIR Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo que

foi descrita em Brasil (2006) e jaacute apresenta o coacutedigo de Identificaccedilatildeo de Doenccedila

(CID 10 ndash H 833) Sendo que o proacuteprio relatoacuterio da empresa (ALL 2010) confirma a

extraptaccedilatildeo dos limites em dB(A) estabelecidos por lei para a Zona Especial

115

Educaiconal ZE-E que eacute de 50 dB(A) No subtoacutepico seguinte discuto a percepccedilatildeo

ambiental e alguns sintomas causados pelos efeitos do ruiacutedo agrave sauacutede humana

62 OS SINTOMAS DE ESTRESSE E A PERCEPCcedilAtildeO DOS ESTUDANTES

Neste subtoacutepico abordo dois aspectos cruciais para a concepccedilatildeo do

instrumento de coleta de dados O primeiro aspecto refere-se aos processos

perceptivos para construccedilatildeo de indicadores vaacutelidos para a avaliaccedilatildeo criteriosa sobre

a percepccedilatildeo dos estudantes relativa agrave Poluiccedilatildeo Sonora Tanto a poluiccedilatildeo sonora

externa dos meios de transportes quanto agrave interna dos fones conectados ao

Aparelho Celular A anaacutelise da percepccedilatildeo considerou os aspectos psicoloacutegicos

socais e culturais da comunidade escolar que participou da pesquisa O segundo

aspecto refere-se agrave caracterizaccedilatildeo dos sintomas e niacuteveis de estresse A partir da

caracterizaccedilatildeo de percepccedilatildeo e estresse o proacuteximo subtoacutepico apresentaraacute a

concepccedilatildeo do instrumento de coleta de dados

Para Fernandes et al (2004) estas respostas ou manifestaccedilotildees decorrentes

satildeo resultado das percepccedilotildees pessoais e coletivas dos processos cognitivos

julgamentos e expectativas e embora nem todas as manifestaccedilotildees psicoloacutegicas

sejam evidentes ou constantes elas afetam a conduta mesmo que

inconscientemente

Em ambientes urbanos haacute manifestaccedilotildees mais comuns - por exemplo a

poluiccedilatildeo sonora dos meios de transportes as pichaccedilotildees a muacutesica etc Os aspectos

dessas manifestaccedilotildees podem ser percebidos pelas pessoas Assim estudos sobre a

percepccedilatildeo ambiental satildeo fundamentais pois permitem compreender as relaccedilotildees

entre os humanos e o ambiente Os mesmos autores sugerem que a percepccedilatildeo

ambiental eacute um conceito sustentado por dados de pesquisas poreacutem ao ser

veiculado eacute reconstruiacutedo por meio de sua utilizaccedilatildeo

Para Del Rio (1996) as pessoas tecircm dificuldades de se relacionar socialmente

e em alguns casos tecircm atitudes agressivas Exemplos de manifestaccedilotildees

psicossociais decorrentes da degradaccedilatildeo da qualidade de vida urbana mesmo que

na maioria das vezes seja inconsciente Neste sentido os aspectos quanto aos

116

efeitos da poluiccedilatildeo sonora na sauacutede nas pessoas encontram barreiras para tomar

accedilotildees de prevenccedilatildeo e adoccedilatildeo de medidas eficazes de controle Ao mesmo tempo o

contiacutenuo aumento dos niacuteveis de ruiacutedo nas aacutereas urbanas torna-se cada vez mais

desconfortaacutevel insalubre e inseguro afetando a sauacutede do indiviacuteduo e contaminando

intensamente as relaccedilotildees sociais sem que isso seja percebido

De acordo com Reis Lay (2006) o conhecimento adquirido sobre os

processos perceptivos e cognitivos pode melhorar a qualidade dos ambientes por

meio de poliacuteticas planejamento e projetos de forma que ao planejar e projetar um

determinado ambiente os funcionamentos possam ser contemplados

Os estudos sobre percepccedilatildeo ambiental e sobre os efeitos psicofiacutesicos do

ruiacutedo podem contribuir para o planejamento local no que tange ao gerenciamento do

ruiacutedo urbano mas tambeacutem nos auxilia a entender algumas reaccedilotildees psicossociais

dos estudantes do CEPMAT

Na deacutecada de 1970 os estudos geograacuteficos sobre percepccedilatildeo ambiental

tornaram-se fonte de pesquisa para a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a

Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura - UNESCO e podem ser compreendidos de duas

maneiras

a) A primeira foi descrita por Reis e Lay (2006) que entendem que o processo

perceptivo de interaccedilatildeo entre o espaccedilo e o indiviacuteduo se daacute exclusivamente pelos

sentidos baacutesicos (visatildeo e audiccedilatildeo) em que a percepccedilatildeo eacute tratada como

exclusivamente sensorial A cogniccedilatildeo processo de construccedilatildeo do sentido na mente

eacute cumulativa e se forma por meio da experiecircncia cotidiana na qual as sensaccedilotildees

adquirem valores e significados gerando expectativas sobre o ambiente que se

traduzem em atitudes e comportamentos

b) A segunda ocorre para aleacutem da interaccedilatildeo sensorial em que se consideram

outros fatores psicossociais tais como cultura memoacuteria conjunto de informaccedilotildees e

valores pessoais Nessa a cogniccedilatildeo e a sensaccedilatildeo integram a percepccedilatildeo e aqui

reside o objeto de interesse da grande maioria dos estudos de percepccedilatildeo ambiental

Assim o conceito de percepccedilatildeo inicia no processo de como as pessoas

percebem o ambiente e tomam decisotildees associadas a elas mesmas Para Kolter

(1998) apud Medeiros Cruz (2006) a percepccedilatildeo depende do relacionamento entre

estiacutemulo ambiente e condiccedilotildees do indiviacuteduo e pode provocar

117

a) Atenccedilatildeo seletiva - ao receber milhotildees de estiacutemulos diaacuterios predomina a percepccedilatildeo daqueles que se desviam mais do estiacutemulo normal (fenocircmenos atiacutepicos)

b) Distorccedilatildeo seletiva - nem sempre a interpretaccedilatildeo de estiacutemulos ocorre de maneira presumiacutevel em funccedilatildeo da psicologia individual (tendecircncias e predisposiccedilotildees)

c) Retenccedilatildeo seletiva - apenas uma pequena proporccedilatildeo dos estiacutemulos permanece retida conscientemente por maior tempo predominantemente aqueles que provocam efeitos associados (sensaccedilotildeesreaccedilotildees) ou estatildeo relacionados a alguma informaccedilatildeo de interesse atual Cada pessoa percebe aquilo com que se preocupa e a percepccedilatildeo depende da psicologia individual da cultura aprendida de influecircncias socioeconocircmicas e profissionais da experiecircncia de vida e da originalidade bioloacutegica

No sentido da retenccedilatildeo seletiva os aspectos culturais que vimos discutindo ao

longo desta dissertaccedilatildeo afetam sobremaneira a percepccedilatildeo Para Ribas e Graemel

(2006) a percepccedilatildeo de um problema dependeraacute das expectativas culturalmente

variaacuteveis a respeito daquilo que se constitui como negativo Hoje os riscos se

expandem em quase todas as dimensotildees da vida humana obrigando-nos a

questionar haacutebitos de consumo e produccedilatildeo e um dos efeitos deste processo eacute a

poluiccedilatildeo sonora Vivemos em uma sociedade de riscos estes podem estar

relacionados a acidentes ou exposiccedilotildees a poluiccedilatildeo sonora Nesse sentido a

percepccedilatildeo atribuiacuteda a determinados problemas estaacute relacionada agraves expectativas

socioculturais que satildeo mutaacuteveis do que se considera ou natildeo como negativo e com

qual prioridade

Sobre a percepccedilatildeo dos efeitos da poluiccedilatildeo sonora na sauacutede humana eacute

possiacutevel afirmar que existem muitas dificuldades para quantificar a influecircncia da

hora do dia do estado emocional da atitude em relaccedilatildeo ao ruiacutedo do tempo de

exposiccedilatildeo uma vez que os estudantes ficam expostos agraves fontes sonoras por isso o

instrumento delineado nesta dissertaccedilatildeo natildeo eacute de cunho quantitativo mas utiliza

aspectos que se aproximam da ideacuteia de uma quali-quantificaccedilatildeo Isso foi feito

avaliando as percepccedilotildees a partir de uma escala do tipo Likert

Os estudos sobre percepccedilatildeo ambiental relacionada ao campo da Educaccedilatildeo

Ambiental satildeo recentes se comparados agrave inserccedilatildeo da temaacutetica em outros campos

de conhecimento Tais estudos propotildeem a compreensatildeo das percepccedilotildees que

resultam em levantamentos conceituais da relaccedilatildeo dos humanos com as realidades

imediatas em que estatildeo inseridos a coletividade e o lugar habitado as formas com

que essa relaccedilatildeo eacute influenciada por conhecimentos e discursos construiacutedos

socialmente importando o entendimento dos processos histoacutericos e culturais dessa

construccedilatildeo

118

Novais e Guarin Neto (2007) conceituam percepccedilatildeo ambiental como uma

tomada de consciecircncia do ambiente pelo humano isto eacute o ato de perceber o

ambiente em que se estaacute inserido aprendendo a proteger e a cuidar do mesmo

Com isso cada indiviacuteduo percebe reage e responde diferentemente agraves accedilotildees sobre

o ambiente em que vive Estas respostas ou manifestaccedilotildees adquiridas satildeo

resultados das percepccedilotildees individuais e coletivas dos processos cognitivos

julgamentos e expectativas de cada pessoa

O ruiacutedo eacute hoje considerado um mal urbano seja no bairro no centro da

cidade ou ateacute mesmo em ambiente proacuteprio para educaccedilatildeo como as escolas Atinge

homens e mulheres adultos e crianccedilas independente das condiccedilotildees

socioeconocircmicas culturais eacutetnicas e religiosas Para Eniz (2004) pessoas expostas

ao ruiacutedo tornam-se tolerantes a altos niacuteveis de pressatildeo sonora tornando-se

portanto menos sensiacuteveis ao ruiacutedo e a prevenccedilatildeo a problemas de sauacutede auditiva e

mais vulneraacuteveis a problemas auditivos e aos problemas psicoloacutegicos associados

sem que percebam No entanto essa vulnerabilidade depende tambeacutem dos fatores

fiacutesicos do som

Para Santos e Martins (2005) apud Scarate (2009) a percepccedilatildeo da poluiccedilatildeo

sonora depende das expectativas a respeito daquilo que culturalmente se constitui

como negativo satildeo valores jaacute assimilados pela sociedade que ldquogostardquo de sons com

maior volume A elevada intensidade dos ruiacutedos oferece prazer em muitos

momentos como no caso das muacutesicas

A seguir passo a apresentar alguns efeitos psicofiacutesicos causados pela

exposiccedilatildeo ao ruiacutedo e a forma como as pessoas podem perceber a poluiccedilatildeo sonora

no seu cotidiano uma vez que satildeo indicadores empregados nesta dissertaccedilatildeo

O Protocolo de Complexidade Diferenciada 5 apresentado em Brasil (2006)

subdivide os efeitos da PAIR agrave sauacutede em dois grupos Efeitos auditivos da exposiccedilatildeo

ao ruiacutedo e Efeitos natildeo-auditivos da exposiccedilatildeo ao ruiacutedo Neste subtoacutepico exponho

especificamente os efeitos natildeo auditivos da exposiccedilatildeo ao ruiacutedo mencionados no

protocolo justifico esta exposiccedilatildeo parcial em funccedilatildeo da questatildeo de pesquisa que

busco responder aqui pois o capiacutetulo concentra-se na anaacutelise dos efeitos natildeo-

auditivos

O ruiacutedo pode desencadear efeitos nocivos agrave sauacutede em geral entre eles o

Protocolo destaca ldquonervosismo irritabilidade cefaleia insocircnia alteraccedilotildees

circulatoacuterias alteraccedilatildeo de visatildeo alteraccedilotildees gastrointestinais entre outrosrdquo (BRASIL

119

2006 p20) que podem ser considerados isoladamente No entanto os efeitos

podem ser considerados em seu conjunto como sintomatologia de estresse Haacute

vaacuterios conceitos distintos de estresse que foram discutidos por Filgueiras Hippert

(1999) alguns deles satildeo reproduzidos aqui

Marilda Lipp (1984) dentro de uma abordagem cognitivo-comportamental

define o estresse como uma reaccedilatildeo psicoloacutegica com componentes emocionais

fiacutesicos mentais e quiacutemicos a determinados estiacutemulos que irritam amedrontam

excitam eou confundem a pessoa A autora distingue o niacutevel de estresse

excessivo ou insuficiente (distresse) daquele que eacute necessaacuterio para o bom

desempenho da pessoa (eustresse) Ela considera as caracteriacutesticas reais dos

estiacutemulos eou a accedilatildeo interpretativa que o sujeito daacute aos mesmos na determinaccedilatildeo

do distresse ou do eustresse As primeiras caracteriacutesticas envolveriam um processo

metaboacutelico ou sensorial sem a participaccedilatildeo de mecanismos cerebrais interpretativos

a segunda seria proveniente do componente aprendizagem do repertoacuterio de

condicionamento de respostas que a pessoa acumulou durante a vida

Moreira Mello Filho (1992) conceituam o estresse (fiacutesico psicoloacutegico ou

social) como um conjunto de reaccedilotildees e estiacutemulos que causam distuacuterbios no

equiliacutebrio do organismo frequentemente com efeitos danosos O mesmo autor

conceituou tambeacutem o coping como um conjunto de mecanismos de que o

organismo lanccedila matildeo em reaccedilatildeo aos agentes do estresse representando a forma

como cada pessoa avalia e lida com estas agressotildees Rodrigues (1997) conceitua

estresse como uma relaccedilatildeo particular entre uma pessoa seu ambiente e as

circunstacircncias agraves quais estaacute submetido que eacute avaliada pela pessoa como uma

ameaccedila ou algo que exige dela mais que suas proacuteprias habilidades ou recursos e

que potildee em perigo o seu bem-estar

Nesta pesquisa adoto o conceito de Carl Simonton (1987) apud Filgueiras

Hippert (1999) sobre alguns sintomas de estresse relacionados ao estado emocional

provenientes das reaccedilotildees humanas frente agraves mudanccedilas do ambiente e em suas

vidas abordam o conceito de estresse relacionando-o a estados emocionais

provenientes da reaccedilatildeo pessoal dos indiviacuteduos frente a mudanccedilas significativas em

suas vidas Para esses autores o que realmente parece ser significativo eacute a maneira

como cada pessoa reage aos agentes estressores sendo este um fator decisivo

para o aparecimento ou a evoluccedilatildeo de doenccedilas

120

Assim analiso como os estudantes reagem aos agentes estressores sendo

este um fator para o aparecimento ou evoluccedilatildeo de doenccedilas Stellman Daum (1975)

apud Brasil ( 2006 p 20) caracterizam os sintomas do estresse em trecircs fases

Reaccedilatildeo de Alarme Aumento de pressatildeo sanguiacutenea de frequecircncia cardiacuteaca e respiratoacuteria e diminuiccedilatildeo da taxa de digestatildeo

Reaccedilatildeo de Resistecircncia O corpo comeccedila a liberar estoques de accediluacutecar e gordura provoca cansaccedilo irritabilidade ansiedade problemas de memoacuteria e surgimento de doenccedilas agudas como gripes

Exaustatildeo Os estoques de energia satildeo esgotados insocircnia erros de discernimento mudanccedilas de personalidade doenccedilas crocircnicas coronarianas respiratoacuterias digestivas mentais e outras

Considerando os aspectos elencados para a discussatildeo sobre percepccedilatildeo

ambiental e as caracteriacutesticas e sintomatologia do estresse apresento no terceiro

subtoacutepico a forma como concebi o instrumento de pesquisa que passo a descrever

63 ORIENTACcedilOtildeES METODOLOacuteGICAS DO INSTRUMENTO

Neste subtoacutepico apresento a concepccedilatildeo do teste na forma de escala de tipo-

Likert e aponto algumas fragilidades deste modelo de instrumento Em seguida

caracterizo os procedimentos adotados para contemplar aspectos eacuteticos da

pesquisa

Apoacutes consultar os siacutetios eletrocircnicos do Instituto Paulista de Deacuteficit de Atenccedilatildeo

ndash IPDA o Marslach Burnout Inventory ndash MBI do Institute Chafic Jbeili o Protocolo

sobre Perda de Audiccedilatildeo Induzida por Ruiacutedo - PAIR (BRASIL 2006) e o Diagnoacutestico

Qualitativo da Poluiccedilatildeo Sonora Urbana (SCARATE 2009) analisei os intrumentos

existentes e adaptei um teste para tentar perceber se os estudantes identificam em

si mesmos alguns sintomas de estresse em relaccedilatildeo aos ruiacutedos o qual denominei

ldquoTeste para autoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo21

21 O teste in totum encontra-se no Apecircndice 1

121

O Teste adaptado foi constituiacutedo de 29 assertivas para identificar alguns

sintomas de estresse nos estudantes do CEPMAT abordando aspectos

relacionados aos ruiacutedos internos (Aparelhos Celulares) e externos e ponderar

aspectos relativos agraves normas e regras estabelecidas pelo Coleacutegio

O Teste de estresse foi desenvolvido adaptando-se uma escala de atitudes

(escala de Likert) A concepccedilatildeo baacutesica que subsidia as escalas de atitude eacute que eacute

possiacutevel descobrir atitudes pedindo aos indiviacuteduos que respondam uma seacuterie de

assertivas de preferecircncia Se um respondente concorda com uma assertiva os

pesquisadores inferem que ele tem uma atitude positiva em relaccedilatildeo a aquela

assertiva Uma escala de atitudes consiste em um conjunto de assertivas e pede-se

aos indiviacuteduos que respondam O modelo de respostas evidencia uma ou mais

atitudes que subjazem as assertivas As escalas de atitude satildeo idecircnticas as escalas

de avaliaccedilatildeo em seu formato com palavras e nuacutemeros colocados em um continuum

Pede-se que os respondentes circulem a palavra ou o nuacutemero que melhor expressa

como ele se sente sobre o toacutepico incluiacutedo na questatildeo ou na frase colocada na

escala Uma escala de atitudes muito usada eacute a escala de Likert cujo nome foi dado

pelo homem que a criou Em algumas o 5 (concordo fortemente) indicaraacute a atitude

positiva e seraacute dada a pontuaccedilatildeo 5 Em outros itens o 1 (discordo totalmente)

indicaraacute a atitude positiva e seraacute dado a pontuaccedilatildeo 5 Portanto os extremos da

escala satildeo invertidos quando pontuados (FRAENKEL WALLEN 2000)

As escalas de Likert normalmente tecircm cinco niacuteveis mas a escala proposta

neste Teste foi composta por sete niacuteveis (1 - de jeito nenhum 2 - raramente 3 - as

vezes 4 - frequentemente 5 - sempre 6 - natildeo sei 7 - natildeo me importo) contendo

uma linguagem simplificada do assunto proposto

Os niacuteveis seis e sete foram criados para minimizar as fragilidades apontadas

por autores que pesquisaram o uso dessas escalas Sobre essas fragilidades

Lederman OacuteMalley (1990) apud Aikenhead Ryan (1992) identificaram que as

assertivas podem ter inuacutemeros problemas de linguagem e concluiacuteram que ldquoa

linguagem eacute usada de forma diferenciada por estudantes e pesquisadores e esta

assincronia leva quase que certamente a interpretaccedilotildees que natildeo coadunam com as

percepccedilotildees que os estudantes tecircmrdquo (p237 traduccedilatildeo nossa) ou seja trazem

ambiguidade para a formulaccedilatildeo da assertiva e interpretaccedilatildeo da resposta

O problema da ambiguidade na linguagem para a formulaccedilatildeo de assertivas foi

investigado por Aikenhead (AIKENHEAD 1989 apud AIKENHEAD RYAN 1992) A

122

ambiguidade foi medida pela discrepacircncia entre as respostas que os estudantes

deram para itens formulados em quatro formatos distintos a saber tipo-Likert

paraacutegrafos redigidos entrevistas semi-estruturadas itens de muacuteltipla escolha

derivados de coleta empiacuterica O autor concluiu que as respostas do tipo-Likert

oferecem somente uma aproximaccedilatildeo com as crenccedilas dos estudantes e as chances

do avaliador concluir com acuraacutecia satildeo muito remotas pois a ambiguidade alcanccedila

niacuteveis de 80

Apesar de perceber a enorme fragilidade na acuraacutecia deste instrumento optei

pelo desenvolvimento de um teste neste modelo porque ele permite coletar dados

em larga escala e facilita a anaacutelise das respostas permitindo uma visatildeo inicial do

problema Entendo que natildeo faz parte do escopo desta dissertaccedilatildeo fazer uma anaacutelise

da sauacutede psicoloacutegica dos estudantes uma vez que a psicologia natildeo eacute minha aacuterea de

formaccedilatildeo portanto seria desnessaacuterio um teste psicoloacutegico de alta profundidade

aqui

Para minimizar as fragilidades expostas a constituiccedilatildeo dos dados foi

triangulada com outros instrumentos no caso um questionaacuterio fechado

(apresentado na seccedilatildeo 4 desta dissertaccedilatildeo) e duas afericcedilotildees de medidas com

equipamentos (apresentadas na seccedilatildeo 5) Uma das afericcedilotildees foi realizada com os

fones auriculares ligados aos Aparelhos Celulares dos estudantes enquanto esses

ouviam muacutesicas e outra afericcedilatildeo ocorreu nas dependecircncias do CEPMAT

investigando os ruiacutedos oriundos do ambiente externo As duas eram mediccedilotildees de

decibeacuteis

Tanto os problemas ambientais externos - decorrentes do crescimento urbano

do entorno com consequente intensificaccedilatildeo do traacutefego na frente do coleacutegio (o que

levou a um aumento dos niacuteveis de pressatildeo sonora gerando uma percepccedilatildeo de

aumento de ruiacutedo) ndash quanto os problemas que eu chamei de internos que ocorreram

a partir do meu incocircmodo pessoal de lidar com o uso natildeo didaacutetico que os estudantes

fazem do Aparelho Celular- foram contemplados neste instrumento O teste foi

concebido com o intuito de que os proacuteprios estudantes pudessem identificar alguns

sintomas de estresse por exposiccedilatildeo agrave poluiccedilatildeo sonora e que a partir das respostas

agraves assertivas fosse possiacutevel compreender se os estudantes estatildeo ou natildeo

culturalmente ldquotolerantesrdquo com ambientes ruidosos e portanto menos sensiacuteveis a

prevenccedilatildeo a problemas de sauacutede auditiva e mais vulneraacuteveis as consequecircncias

fiacutesicas e psicoloacutegicas do excesso de ruiacutedo

123

Com os resultados pretendo responder a questatildeo de pesquisa nuacutemero quatro

ldquoComose os estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT percebem as normas e

regras (Regimento Escolar) e a existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora a) oriundas do

entorno da escola e b) oriunda dos fones auriculares conectados aos Aparelhos

Celulares e os possiacuteveis efeitos dessa Poluiccedilatildeo na Sauacutede deles c) e as regras e

normas utilizadasrdquo Verifiquei que Comose os estudantes do Ensino Meacutedio do

CEPMAT percebem (a) a existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do

Coleacutegio (b) os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do Coleacutegio na sauacutede

dos estudantes (c) a existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos fones auriculares

conectados aos Aparelhos Celulares e os efeitos na sauacutede dos estudantes (d) as

normas estabelecidas no Regimento Escolar do CEPMAT

64 PARTICIPANTES

Os dados foram constituiacutedos com estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT

durante o mecircs de novembro de 2013 Para tanto selecionei aleatoriamente seis

turmas (no CEPMAT existem 18 turmas do Ensino Meacutedio) sendo (duas do 1ordm ano

duas do 2ordm e duas do 3ordm ano) perfazendo um total de 160 participantes

65 CONSTITUICcedilAtildeO DOS DADOS

Quanto agraves implicaccedilotildees eacuteticas solicitei junto agrave direccedilatildeo em uma reuniatildeo no

CEPMAT a autorizaccedilatildeo para a realizaccedilatildeo da pesquisa No que se refere a

participaccedilatildeo dos estudantes entreguei a cada colaborador uma autorizaccedilatildeo

individual (Apecircndice 3) No momento da aplicaccedilatildeo do instrumento os estudantes

foram informados que natildeo havia qualquer ligaccedilatildeo com as disciplinas realizadas na

escola natildeo existindo respostas certas ou erradas evitando assim o

comprometimento com as disciplinas em geral e com outros problemas de validade

124

interna do teste Levei em conta a confidencialidade dos dados avisando a todos

que estariam livres para participar (ou natildeo) da pesquisa

A partir da concepccedilatildeo do instrumento e de sua aplicaccedilatildeo foi realizada uma

anaacutelise do teste de ldquoAutoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo por uma

profissional da aacuterea de psicologia (COSTA 2013) A anaacutelise que encontra-se no

Anexo 3 desta dissertaccedilatildeo comparou as questotildees elaboradas com as categorias e

criteacuterios do Manual Diagnoacutestico e Estatiacutestico de Transtornos Mentais (DSM) (APA

2003) e com as caracteriacutesticas de estresse mencionadas no Protocolo de

Complexidade Diferenciada 5 (BRASIL 2006) e identificou que 20 das 29 questotildees

do instrumento elaborado contemplam os criteacuterios e caracteriacutesticas para

identificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresse isso significa que o teste elaborado foi

considerado apropriado para o objetivo proposto ou seja para a autoidentificaccedilatildeo

de alguns sintomas de estresse A seguir descrevo e analiso os dados

66 ANAacuteLISE DE DADOS

Neste subiacutetem faccedilo a analise dos resultados Optei por expor os dados

distribuindo as informaccedilotildees de acordo com a formulaccedilatildeo das subquestotildees da

questatildeo quatro desta pesquisa Para facilitar a visualizaccedilatildeo dos resultados exibo-os

inicialmente em linguagem graacutefica em seguida ressalto no texto as principais

informaccedilotildees apresento algumas consideraccedilotildees e inferecircncias e finalmente respondo

a cada subquestatildeo

A seguir inicio a anaacutelise do primeiro subitem da questatildeo de pesquisa nuacutemero

4 ou seja ldquoSe e como os estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT percebem

existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do Coleacutegiordquo

125

661 Parte 1 A existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do Coleacutegio

As duas primeiras assertivas do instrumento referem-se agrave percepccedilatildeo dos

estudantes quanto agrave poluiccedilatildeo sonora no entorno do CEPMAT As respostas foram

plotadas em porcentagem no Graacutefico 10

GRAacuteFICO 10 - PERCEPCcedilAtildeO DOS ESTUDANTES EM RELACcedilAtildeO Aacute POLUICcedilAtildeO SONORA NO ENTORNO DO CEPMAT

22

FONTE O AUTOR (2014) COM SUPORTE DO LABEST-UFPR

Eacute importante observar que a percepccedilatildeo dos estudantes quanto aos ruiacutedos

refere-se a qualquer meio de transporte natildeo especificamente aos ruiacutedos das

composiccedilotildees feacuterreas (Graacutefico 10)

No I1- 10 mencionaram que o CEPMAT ldquoDe jeito nenhumrdquo eacute ruidoso por

causa dos trens carros e ocircnibus que passam em frente 1313 responderam

ldquoRaramenterdquo 3563 ldquoagraves vezesrdquo 20 ldquoFrequentementerdquo e 1063 consideram o

Coleacutegio ldquoSemprerdquo eacute ruidoso 188 ldquoNatildeo Sabemrdquo 875 ldquoNatildeo se importamrdquo se o

coleacutegio eacute (ou natildeo) ruidoso por causa dos trens carros e ocircnibus que circulam no

entorno

No I2 ndash Verifica-se que 629 dos estudantes consideram que ldquoDe jeito

nenhumrdquo a biblioteca do Coleacutegio eacute adequada para realizar pesquisas e outras

22 NOTA Foi construiacuteda uma escola tipo-LIKERT com 7 niacuteveis sendo (1= de jeito nenhum 2=

Raramaente 3=Agraves vezes 4= Frequentemente 5=Sempre 6= Natildeo sei 7=Natildeo me importo 160 total de estudantes que participaram do teste

126

atividades 755 responderam que a biblioteca ldquoRaramenterdquo eacute adequada 2075

ldquoAgraves vezesrdquo 1887 ldquoFrequentementerdquo 4088 ldquosemprerdquo eacute adequada 566 ldquoNatildeo

sabemrdquo o niacutevel ldquoNatildeo se importardquo natildeo foi mencionado nas respostas

6611 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I1 e I2

I1- As respostas dos estudantes natildeo retratam uma percepccedilatildeo do coleacutegio

como sendo ruidoso por causa dos meios de transporte Embora 3563 dos

estudantes terem marcado ldquoagraves vezesrdquo Isso se deve a passagem diaacuteria do trem que

em algumas situaccedilotildees natildeo dura mais do que cinco minutos Uma porcentagem

similar (3063) considera que o coleacutegio eacute ldquofrequentementerdquo (2000) ou ldquosemprerdquo

(1063) ruidoso Se somarmos os que de alguma forma consideraram o coleacutegio

ruidoso teremos que pelo menos 65 dos estudantes percebem que o CEPMAT eacute

um ambiente ruidoso isso pode ser devido agrave percepccedilatildeo dos momentos em que eacute

realizado manutenccedilatildeo nas maacutequinas o trem trafega diversas vezes nos horarios da

manhatilde assim eacute possivel afirmar que os correspondentes percebem que o coleacutegio eacute

ruidoso

Quanto ao I2- Mais de 40 dos estudantes consideram que a biblioteca eacute

adequada e silenciosa para a realizaccedilatildeo de pesquisas no entanto as afericcedilotildees

apontaram niacuteveis de ateacute 96 dB(A) o que posso afirmar que eacute um ambiente ruidoso

embora os resultados no teste apontaram um ambiente adequado para os estudos

e concluo que os estudantes estatildeo culturalmente inseridos em ambientes ruidosos

6612 CONSIDERACcedilOtildeES

Embora 65 dos estudantes percebem parcialmente que o CEPMAT faz

parte de um contexto ruidoso A biblioteca que eacute um dos locais mais ruidosos do

Coleacutegio natildeo foi vista como tal por 40 dos respondentes Embora as respostas

127

foram de que a Biblioteca eacute um ambiente adequado e silencioso para os estudos

me permitem afirmar que boa parte dos estudantes natildeo utilizam a biblioteca no

horaacuterio das aulas e no momento de responder o teste natildeo percebera-na como um

ambiente ruidoso A biblioteca fica em um anexo fora da escola23 assim os sons

internos da movimentaccedilatildeo de estudantes natildeo satildeo somados aos sons do entorno o

que pode trazer uma percepccedilatildeo diminuiacuteda de ruiacutedo para os respondentes Aleacutem

disso os estudantes estatildeo inseridos culturalmente em ambientes ruidosos e a

exposiccedilatildeo constante a fontes sonoras aumenta a toleracircncia agrave mais ruiacutedos reduzindo

a percepccedilatildeo sobre estes Ennes (1977) apud Scarate (2009) mostrou que eacute difiacutecil

quantificar essa percepccedilatildeo devido aos fatores caracteriacutesticos a que os estudantes

estatildeo expostos

Avaliar a percepccedilatildeo sonora a partir os sentidos humanos (audiccedilatildeo paladar

tato olfato visatildeo) pode ser tarefa especialmente difiacutecil se o estudante estiver

inserido em um contexto ruidoso Os resultados obtidos mostraram que parte dos

estudantes (1063) natildeo percebe ou natildeo se incomoda com os ruiacutedos do entorno do

CEPMAT o que me permite dizer que eles podem estar inseridos em ambientes

ruidosos por isso natildeo percebem a diferenccedila entre os ambientes em que vivem e o

ambiente escolar

Ribas (2007) sugeriu que muitas pessoas sentem prazer em permanecer em

ambientes barulhentos mesmo que o ruiacutedo urbano seja considerado como um fator

negativo Desta forma interesses e intenccedilotildees diferenciadas geram percepccedilotildees

diferentes sobre o mundo e sobre o ruiacutedo gerando respostas diferenciadas como

estresse Conforme jaacute mencionei neste capiacutetulo Selye (1959) apud Brasil (2006 p

20) conceituou estresse como ldquouma resposta natildeo especiacutefica do corpo a qualquer

exigecircncia feita sobre ele eacute o conjunto de defesas do corpo contra qualquer forma de

estiacutemulo nocivordquo Assim o estresse eacute uma tentativa de adaptaccedilatildeo ao ambiente

modificado ou a um novo ambiente Para Romero et al (2007) o estresse possui

vaacuterios efeitos (bioloacutegicos emocionais fiacutesicos) podendo afetar as capacidades

cognitivas e com certeza alterar as percepccedilotildees sobre o ambiente

Os dois itens avaliados permitem responder o primeiro subitem da questatildeo de

pesquisa nuacutemero 4 que se refere agrave percepccedilatildeo dos estudantes em relaccedilatildeo do

entorno do CEPMAT Os resultados indicaram que os estudantes percebem

23 (vide a planta baixa arquitetocircnica da escola no anexo VIII)

128

parcialmente o Coleacutegio como um ambiente ruidoso Ou seja 65 de estudantes tecircm

alguma percepccedilatildeo de ruiacutedo no coleacutegio Por outro lado pelo menos 20 dos

estudantes tecircm pouca percepccedilatildeo sobre os ruiacutedos nesse ambiente

Em relaccedilatildeo agrave biblioteca mais de 50 dos estudantes (somando os que

responderam ldquofrequentementerdquo e ldquosemprerdquo) percebem-na como um local adequado

em termos de conforto acuacutestico para realizar as tarefas escolares No entanto natildeo

foi investigado se os estudantes de fato conhecem a biblioteca do coleacutegio e se

permanecem ali por um periacuteodo mais longo de tempo para pesquisar e realizar

tarefas escolares Eacute importante notar que o item relativo agrave biblioteca foi inserido em

funccedilatildeo da localizaccedilatildeo desta estar sem nenhuma barreira de proteccedilatildeo (aacutervores

muros outros) recebendo de forma mais direta os ruiacutedos externos o que em termos

sonoros dificulta sobremaneira a manutenccedilatildeo de um ambiente acusticamente

saudaacutevel

Portanto o primeiro subitem pode ser respondido da seguinte forma

Os estudantes participantes da pesquisa nem sempre percebem o

CEPMAT como um ambiente ruidoso e a maioria considera a biblioteca um

ambiente acusticamente adequado para as atividades escolares

662 Parte 2 Os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do Coleacutegio na

sauacutede dos estudantes

Nesta parte apresento nove itens divididos em trecircs graacuteficos (11 12 e 13) que

correspondem agrave percepccedilatildeo dos estudantes sobre os efeitos da poluiccedilatildeo sonora em

relaccedilatildeo ao traacutefego no entorno do ambiente escolar Assim procuro responder o

segundo subitem da quarta questatildeo de pesquisa Comose os estudantes do Ensino

Meacutedio do CEPMAT percebem os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do

Coleacutegio na sauacutede deles

129

GRAacuteFICO 11 - PERCEPCcedilAtildeO DOS ESTUDANTES SOBRE OS EFEITOS DA POLUICcedilAtildeO SONORA EXTERNA AO CEPMAT FONTE O AUTOR (2014) COM SUPORTE DO LABEST-UFPR

Os resultados que observo nos trecircs itens expressam parte da percepccedilatildeo dos

estudantes de alguns sintomas de estresse na sauacutede deles (Graacutefico 11)

No I3 ndash Eacute importante notar que esta assertiva foi feita na negativa assim

1938 responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo o ruiacutedo natildeo incomoda 1250

ldquoRaramenterdquo 2875 o ruiacutedo natildeo incomoda ldquoAgraves vezesrdquo 813 ldquoFrequentementerdquo

1750 ldquoSemprerdquo o ruiacutedo natildeo incomoda 063 ldquoNatildeo sabemrdquo e 1313 ldquoNatildeo se

importamrdquo se o ruiacutedo do trem incomoda (ou natildeo) quando estatildeo assistindo aulas

No I4 ndash 3438 dos estudantes afirmaram que ldquoDe jeito nenhumrdquo jaacute me senti

prejudicado nas avaliaccedilotildees pelos ruiacutedos dos trens 1750 ldquoRaramenterdquo jaacute me senti

prejudicado 2375 ldquoAgraves vezesrdquo 1063 ldquoFrequentementerdquo 1125 ldquoSemprerdquo me

senti prejudicado 063 Natildeo sabem e 188 ldquoNatildeo se importamrdquo se jaacute se sentiram

prejudicados (ou natildeo) nas avaliaccedilotildees trabalhos e pesquisas causados pelos ruiacutedos

dos trens

No I5 ndash 6188 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo ouviram

zumbido na orelha interna depois de escutar ruiacutedos dos meios de transportes 875

ldquoRaramenterdquo ouviram zumbidos 1125 ldquoAgraves vezesrdquo 375 ldquoFrequentementerdquo

438 ldquoSemprerdquo ouviram zumbidos na orelha interna por causa dos trens carros e

ocircnibus 688 ldquoNatildeo sabemrdquo e 313 ldquoNatildeo se importamrdquo se ouviram (ou natildeo)

zumbidos na orelha interna oriundos dos meios de transportes

130

6621 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I3 I4 e I5

Ao observar as respostas do I3 verifico que mais de 60 dos estudantes

(somando os que ldquode jeito nenhumrdquo natildeo se incomodam com o ruiacutedo 1938 com os

que ldquoraramenterdquo natildeo se incomodam 1250 e os que ldquoagraves vezesrdquo natildeo se

incomodam 2875) tecircm alguma percepccedilatildeo do incocircmodo relativo aos ruiacutedos

causados pelo trem ou melhor a assertiva estaacute na negativa assim o ruiacutedo do trem

incomoda os estudantes seja por passagem de uma locomotiva ou quando estaacute

realizando manuteccedilatildeo nas locomotivas

Jaacute a assertiva 4 refere-se aos prejuiacutezos causados pelos ruiacutedos do trem

durante a execuccedilatildeo de avaliaccedilotildees e trabalhos escolares Ao somar as percepccedilotildees

daqueles que ldquoque ldquoAgraves vezesrdquo 2375 com os que ldquofrequentementerdquo - 1063 e os

que ldquosemprerdquo ndash 1125 se sentem prejudicados perfaz um total de 4563 de

estudantes que claramente percebem prejuiacutezos agraves avaliaccedilotildees ou trabalho escolares

Por outro lado os que ldquode jeito nenhumrdquo 3438 percebem prejuiacutezos adicionando

aos os 1750 que ldquoraramenterdquo se incomodam totaliza 5188 Assim parece

haver um equiliacutebrio entre os que percebem algum tipo de prejuiacutezo e os que

raramente ou nunca o percebem

Quanto ao I5 - 6188 dos estudantes ldquoDe jeito nenhumrdquo ouviram zumbido na

orelha interna apoacutes a passagem das composiccedilotildees feacuterreas ou de qualquer meio de

transporte

A seguir apresento e analiso as assertivas 6 7 e 8 relativas agrave percepccedilatildeo dos

impactos causados pelos ruiacutedos dos meios de transporte

Os resultados relativos agrave percepccedilatildeo dos estudantes sobre se haacute (ou natildeo)

algo a ser feito para alterar condiccedilotildees de ruiacutedo de traacutefego na frente do coleacutegio (i tem

6) e os itens 7 e 8 que abordam a percepccedilatildeo dos estudantes no que tange a alguns

sintomas de estresse satildeo resumidos no Graacutefico 12

131

GRAacuteFICO 12 - IMPACTOS CAUSADOS PELOS TRENS CARROS E OcircNIBUS AOS ESTUDANTES FONTE O AUTOR (2014) COM SUPORTE DO LABEST-UFPR

Observe-se que a assertiva 6 estaacute na negativa assim as respostas ao item 6

mostram que ndash 1750 dos estudantes acredita que ldquoDe jeito nenhumrdquo nada pode

ser feito para alterar as condiccedilotildees de ruiacutedos dos meios de transportes em frente ao

CEPMAT 563 ldquoRaramenterdquo 625 ldquoAgraves vezesrdquo 125 ldquoFrequentementerdquo 938

ldquoSemprerdquo nada pode ser feito 5125 ldquoNatildeo sabemrdquo se nada pode ser feito para

mudar as condiccedilotildees de ruiacutedos e 875 ldquonatildeo se importamrdquo com as atitudes a serem

tomadas

No item 7 - 2875 dos estudantes que responderam consideram que ldquoDe

jeito nenhumrdquo tecircm dificuldades na aprendizagem por conta dos ruiacutedos causados

pelos testes de frenagem e manutenccedilatildeo realizados em frente do CEPMAT 15

responderam ldquoRaramenterdquo 2250 ldquoAgraves vezesrdquo 750 ldquoFrequentementerdquo 688

ldquoSemprerdquo tecircm dificuldades para aprender durante o periacuteodo das aulas quando haacute

testes de frenagem das composiccedilotildees em frente ao coleacutegio 688 ldquoNatildeo sabemrdquo e

1250 ldquoNatildeo se importamrdquo com os ruiacutedos que as locomotivas fazem quando testam

os freios

Novamente eacute preciso estar atento agrave formulaccedilatildeo negativa da assertiva 8 ndash

3750 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo meu niacutevel de

concentraccedilatildeo natildeo se altera quando o trem passa 15 ldquoRaramenterdquo 2313 ldquoAgraves

vezesrdquo natildeo se altera 438 ldquoFrequentementerdquo 1188 ldquoSemprerdquo meu niacutevel de

concentraccedilatildeo natildeo se altera quando o trem passa 313 ldquoNatildeo sabemrdquo e 5 ldquoNatildeo se

importamrdquo se o niacutevel de concentraccedilatildeo natildeo se altera

132

6622 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I6 I7 e I8

No item 6 questionei a mobilizaccedilatildeoimobilizaccedilatildeo dos estudantes no que tange

a tomada de providecircncias em relaccedilatildeo aos ruiacutedos causados pelos meios de

transporte Desta forma verifiquei que ndash 5125 dos estudantes ldquonatildeo sabemrdquo se

nada pode ser feito para alterar as condiccedilotildees mas 1750 acreditam

veementemente que ldquode jeito nenhumrdquo nada pode ser feito Mais uma vez eacute

importante notar que o item foi construiacutedo na negativa assim entendo que se os

estudantes compreenderam o item entatildeo pelo menos esses 1750 (ldquoDe jeito

nenhumrdquo nada pode ser feito) tecircm clareza de que algo pode efetivamente ser

realizado para alterar a situaccedilatildeo do ruiacutedo havendo portanto possibilidades para um

trabalho de protagonismo juvenil no coleacutegio

No item 7 ndash Verifiquei que nas respostas apresentadas existe uma

porcentagem de estudantes (2875) que ldquoDe jeito nenhumrdquo percebem dificuldades

na aprendizagem por conta dos ruiacutedos dos freios dos trens Poreacutem eacute importante

esclarecer que mesmo que os estudantes natildeo percebam suas proacuteprias dificuldades

isso natildeo significa que o problema inexista considerando que mesmo com raacutepidas

exposiccedilotildees de alta intensidade sonora podem ocorrer respostas psicoloacutegicas

(tensatildeo irritabilidade e baixa concentraccedilatildeo) quanto quiacutemicas (secreccedilatildeo anormal de

substacircncias hormonais) e fiacutesico-somaacuteticas No entanto ao somar os que ldquoagraves vezesrdquo

(2250) percebem dificuldades com os que ldquofrequentementerdquo (750) e os que

ldquosemprerdquo (688) as percebem temos um total de 3688 dos estudantes que jaacute

tecircm algum niacutevel de percepccedilatildeo sobre a reduccedilatildeo na aprendizagem Isso significa que

haacute uma porcentagem maior de alunos que jaacute tem essa percepccedilatildeo (3688) em

relaccedilatildeo agravequeles que ldquode jeito nenhumrdquo percebem (2875) o problema

Quanto ao item 8 ndash 3750 dos estudantes expressam que ldquode jeito nenhumrdquo

meu niacutevel de concentraccedilatildeo natildeo se altera durante as avaliaccedilotildees por conta dos ruiacutedos

dos trens ou seja em outras palavras esses estudantes responderam que

percebem alteraccedilotildees Aleacutem desses se somarmos ainda os que afirmam que

ldquoraramenterdquo (15) percebem que o niacutevel de concentraccedilatildeo natildeo se altera com os que

ldquoagraves vezesrdquo (2313) percebem que o niacutevel natildeo se altera o resultado seraacute 7563

Entendo que se considerar que todos os respondentes compreenderam o item e a

133

forma de respondecirc-lo entatildeo 7563 perceberam alteraccedilotildees no niacutevel de

concentraccedilatildeo em outras palavras uma porcentagem bastante significativa dos

estudantes percebe alteraccedilotildees em sua concentraccedilatildeo

Nas assertivas 9 10 e 11 verifiquei a percepccedilatildeo dos estudantes sobre

sintomas de estresse na sauacutede deles relacionando os meios de transportes a

muacutesica que escutam no Celular e alguns aspectos relativos agrave cogniccedilatildeo Os dados

foram plotados no Graacutefico 13

GRAacuteFICO 13 - INCOcircMODOS CAUSADOS POR RUIacuteDOS AOS ESTUDANTES FONTE O AUTOR (2014) COM SUPORTE DO LABEST-UFPR

No I9 - 5188 dos estudantes respondeu que ldquoDe jeito nenhumrdquo percebem

esgotamento pela exposiccedilatildeo aos ruiacutedos dos meios de transportes 1313

ldquoRaramenterdquo 1375 ldquoAgraves vezesrdquo 438 ldquoFrequentementerdquo 562 ldquoSemprerdquo

percebem-se esgotados 375 ldquoNatildeo sabemrdquo e 750 ldquoNatildeo se importamrdquo se a

exposiccedilatildeo aos ruiacutedos dos trens carros e ocircnibus os deixa (ou natildeo) esgotados

Observe-se que a assertiva 10 foi construiacuteda na negativa Assim 3688 dos

estudantes ldquoDe jeito nenhumrdquo natildeo ficam incomodados por causa dos ruiacutedos intensos

oriundos das muacutesicas que escutam no fone auricular conectado ao Celular e dos

meios de transporte que passam em frente ao Coleacutegio 1563 ldquoRaramenterdquo 25

ldquoAgraves vezesrdquo 5 ldquoFrequentementerdquo 688 ldquoSemprerdquo natildeo se incomodam 188 ldquoNatildeo

sabemrdquo e 875 ldquoNatildeo se importamrdquo com os incocircmodos dos ruiacutedos tanto da muacutesica

que escutam no Celular quanto dos meios de transportes

134

No item 11 ndash 2938 dos estudantes ldquoDe jeito nenhumrdquo perdem a

concentraccedilatildeo por causa dos trens 1938 ldquoRaramenterdquo 2188 ldquoAgraves vezesrdquo 875

ldquoFrequentementerdquo 1750 ldquoSemprerdquo perdem a concentraccedilatildeo 063 ldquoNatildeo sabemrdquo e

250 ldquoNatildeo se importamrdquo em perder a concentraccedilatildeo por conta dos trens

6623 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I9 I10 e I11

No item 9 ndash avalei se os estudantes percebem o esgotamento no final do

periacuteodo de aula e verifiquei que 5188 dos mesmos ldquode jeito nenhumrdquo percebem

esgotamento mas 3689 (somando os que agraves vezes -1375 frequentemente

438 sempre 565) tem alguma percepccedilatildeo sobre seu proacuteprio esgotamento

O item 10 ndash Considerando as respostas divididas entre os niacuteveis da escala

posso afirmar que 3688 dos estudantes que responderam incomodam-se com os

ruiacutedos intensos (ldquorsquode jeito nenhumrdquo natildeo se incomodam) e 1563 ldquoraramenterdquo natildeo se

incomodam Os dois somados perfazem um total de 5251 de estudantes que

percebem de forma mais expressiva os incocircmodos com os ruiacutedos intensos externos

e internos ao CEPMAT Assim considero que se os estudantes compreenderam o

item e a forma de respondecirc-lo entatildeo pelo menos a metade deles estaacute de alguma

forma incomodada com os ruiacutedos internos e externos

Quanto ao Item 11 ndash 2938 de estudantes ldquode jeito nenhumrdquo perdem a

concentraccedilatildeo por causa dos ruiacutedos dos trens Por outro lado ao somarmos os que

ldquoraramenterdquo (1938) com os que ldquoagraves vezesrdquo (2188) ldquofrequentementerdquo (875) e

os que ldquosemprerdquo perdem (1750) temos um total de 6751 de estudantes que tecircm

alguma percepccedilatildeo sobre sua perda de concentraccedilatildeo estar relacionada a passagem

do trem no horaacuterio das aulas Observe-se que neste montante estatildeo embutidos

aqueles que sempre (1750) perdem a concentraccedilatildeo por causa da poluiccedilatildeo sonora

dos trens Estes valores aproximam-se dos resultados do item 8 no qual 7563

perceberam alteraccedilotildees no niacutevel de concentraccedilatildeo corroborando-os

135

6624 CONSIDERACcedilOtildeES

Analisando os graacuteficos 11 12 e 13 passo responder o segundo subitem da

quarta questatildeo de pesquisa ldquoComose os estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT

percebem os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do Coleacutegio na sauacutede

delesrdquo concluiacute que a maioria dos estudantes (isto eacute 67 no item 11 e 75 no item

8) percebem e se incomodam com os ruiacutedos das composiccedilotildees ferroviaacuterias quando

estatildeo assistindo aulas e cerca de 45 dos mesmos percebem algum tipo de

prejuiacutezo nas avaliaccedilotildees relacionando tais prejuiacutezos aos ruiacutedos da passagem das

composiccedilotildees durante as avaliaccedilotildees Jaacute para os casos de testes de frenagem mais

de 36 percebem algum grau de dificuldade de aprendizagem e mais de 65

perceberam alguma alteraccedilatildeo no niacutevel de concentraccedilatildeo no momento em que a

empresa testa os freios das locomotivas na frente do CEPMAT investigados em dois

itens (8 e 11)

Em relaccedilatildeo agrave apariccedilatildeo de zumbidos que satildeo sintomas de perda auditiva boa

parte (mais de 60) natildeo ouve zumbidos apoacutes a passagem das composiccedilotildees No

entanto ao se questionar sobre o esgotamento (sintoma de estresse) percebido

como consequecircncia dos ruiacutedos das composiccedilotildees mais de 36 vinculam seu

esgotamento agrave exposiccedilatildeo aos ruiacutedos do traacutefego e mais de 52 revela perceber de

forma expressiva os incocircmodos do traacutefego

Ressalto que a percepccedilatildeo dos ruiacutedos eacute culturalmente construiacuteda e estaacute

associada a um conjunto integrado de fatores psicofiacutesicos e sociais Portanto essas

percepccedilotildees podem ser distintas em diferentes grupos Assim eacute importante

considerar trecircs conjuntos de caracteriacutesticas que podem exercer influecircncia satildeo elas

Socioculturais de efeitos psicofiacutesicos e fiacutesicas (assim como outras variaacuteveis

ambientais) que seratildeo retomadas a seguir

a) Caracteriacutesticas socioculturais da comunidade escolar que participou da

pesquisa

Esses estudantes parecem estar imersos em ambientes ruidosos estando

acostumados aos sons de alta intensidade Associado a isto o ritmo de vida urbano

136

apresenta-se com excesso de ruiacutedo com sons dos meios de transportes trens

templos e igrejas propagandas em carros de som moacuteveis animais casas noturnas

enfim esses estudantes parecem estar expostos de forma contiacutenua haacute uma

infinidade de ruiacutedos consolidando o conceito de poluiccedilatildeo sonora urbana descrita por

Gasperin (2006 p36)

b) Caracteriacutesticas relacionadas aos potenciais efeitos psicofiacutesicos sobre esses

estudantes

A percepccedilatildeo de esgotamento eacute um dos sintomas de estresse com potencial

efeito psicofiacutesico e neste caso vinculado a exposiccedilatildeo ao ruiacutedo excessivo e de

acordo com Scarate (2009) pode refletir a real gravidade da poluiccedilatildeo sonora no

ambiente avaliado

c) Caracteriacutesticas fiacutesicas desse fenocircmeno bem como outras variaacuteveis

ambientais relevantes

Em relaccedilatildeo agraves caracteriacutesticas fiacutesicas do estiacutemulo tais como intensidade

tempo de exposiccedilatildeo e frequecircncia destacam-se no caso da poluiccedilatildeo sonora urbana

sendo ainda significativo entre as variaacuteveis ambientais o periacuteodo horaacuterio em que

ocorre e com qual periodicidade se eacute habitual ciacuteclico ou atiacutepico

A passagem das composiccedilotildees ocorre por um periacuteodo geralmente curto que

natildeo ultrapassa cinco minutos por dia para cada composiccedilatildeo o que por si soacute natildeo

caracterizaria poluiccedilatildeo sonora No entanto quando se soma a isso os testes de

frenagem que ocorrem com certa frequecircncia e regularidade embora em horaacuterios

irregulares e imprevisiacuteveis o fenocircmeno acirra-se Os estudantes percebem alguns

sintomas mas eacute necessaacuterio que se faccedilam outras correlaccedilotildees sobre as reais

condiccedilotildees acuacutesticas locais e se aprofundem estudos sobre a percepccedilatildeo da

comunidade escolar em relaccedilatildeo ao tema

Finalmente chamou a atenccedilatildeo que mais de 50 dos estudantes respondeu

que ldquonatildeo saberdquo se nada pode ser feito para alterar tal situaccedilatildeo e outros 50 tambem

natildeo reconhecem seu direito ao silecircncio enquanto estuda Essas respostas

coadunam com o estudo realizado por Eniz (2004) que sugere que as pessoas de

um modo geral satildeo passivas nas suas atitudes quando se refere aos incocircmodos

137

pessoais Isso me remete aos aspectos da poacutes-modernidade amplamente discutidos

nesta dissertaccedilatildeo pois uma das caracteriacutesticas da modernidade liacutequida eacute de acordo

com Bauman (2011) justamente a falta de viacutenculo com o territoacuterio (a

desterritorializaccedilatildeo) a falta de empatia e de aderecircncia com o local o espaccedilo fiacutesico

no caso o Coleacutegio e as preocupaccedilotildees que o cercam Para esse autor a

modernidade (soacutelida) referia-se agrave um estaacutegio de incorporaccedilatildeo dos indiviacuteduos em

estruturas soacutelidas como as instituiccedilotildees (no caso o Coleacutegio) que tinha fortes raiacutezes

territoriais Na Modernidade dita Liacutequida parece que o mote eacute evitar que qualquer

coisa torne-se habitual ou tenha assento individual Nesse sentido a apropriaccedilatildeo (de

terra por exemplo) passou a ser um entrave porque nos imobiliza a

responsabilidades que inevitavelmente estariam ligadas a administraccedilatildeo de um

territoacuterio Essa desterritorializaccedilatildeo parece ter gerado um descompromisso com os

interesses que cercam o coleacutegio no caso as lutas que podem ser travadas para

minimizar os efeitos da poluiccedilatildeo sonora do entorno causadas especificamente pelo

traacutefego de composiccedilotildees feacuterreas

Em suma o segundo subitem da questatildeo de pesquisa quatro ldquoComose os

estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT percebem os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora

oriunda do entorno do Coleacutegio na sauacutede delesrdquo pode ser respondido da seguinte

forma De forma geral os estudantes percebem o ruiacutedo do traacutefego

(especialmente dos trens) e relacionam alguns sinais de estresse (tais como

diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo dificuldades de aprendizagem e esgotamento)

com esses ruiacutedos Nesse sentido mesmo considerando que culturalmente os

estudantes estejam inseridos em ambientes ruidosos em casa nas ruas ou na

escola ou seja ainda que essa percepccedilatildeo seja culturalmente construiacuteda de acordo

com o modo de vida e os grupos nos quais esses estudantes estatildeo inseridos (HALL

2007) os estudantes percebem os ruiacutedos do tracircnsito especialmente dos trens como

fatores que os afetam na aprendizagem concentraccedilatildeo e niacutevel de esgotamento

embora natildeo tenham percebido zumbidos (caracteriacutestica de perda auditiva) na orelha

interna Outra resposta importante eacute que os estudantes natildeo sabem se haacute (ou natildeo

haacute) algo a fazer quanto a poluiccedilatildeo sonora do entorno do CEPMAT o que me permite

afirmar que isso pode ser entendido visto como imobilidade e desterritorialismo mas

ao mesmo tempo haacute espaccedilo para accedilotildees de protagonismo juvenil

138

663 Parte 3 A existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos fones auriculares

conectados aos Aparelhos Celulares e os efeitos na sauacutede dos estudantes

Nesta parte apresento os resultados dos itens (I12 ateacute I26) refere-se a

percepccedilatildeo dos estudantes de alguns sintomas de estresse relacionados ao uso de

fones auriculares conectados ao Aparelho Celular ao ouvirem muacutesica acima dos

limites estabelecidos de tempo e decibeacuteis para a manutenccedilatildeo da sauacutede auditiva

GRAacuteFICO 14 - INCOcircMODO CAUSADO PELA MUacuteSICA OUVIDA NO FONE AURICULAR CONECTADO AO APARELHO CELULAR FONTE O AUTOR (2014) COM SUPORTE DO LABEST-UFPR

Os resultados obtidos (Graacutefico 14) em relaccedilatildeo a percepccedilatildeo dos estudantes

quanto agrave exposiccedilatildeo de sua audiccedilatildeo a poluiccedilatildeo sonora satildeo

No item I12 ndash 4750 dos estudantes ldquoDe jeito nenhumrdquo deixam de ouvir

muacutesica no Celular para natildeo se expor aos ruiacutedos excessivos 1250 ldquoRaramenterdquo

1563 ldquoAgraves vezesrdquo 875 ldquoFrequentementerdquo 625 ldquoSemprerdquo deixam de ouvir

muacutesicas para natildeo expor sua audiccedilatildeo aos ruiacutedos intensos 313 ldquoNatildeo sabemrdquo e

625 ldquoNatildeo se importamrdquo em deixar (ou natildeo) de ouvir muacutesica para natildeo se expor aos

ruiacutedos intensos

139

No item I13 ndash 6188 dos mesmos ldquoDe jeito nenhumrdquo ouvem zumbido depois

escutar muacutesica 1563 ldquoRaramenterdquo 1375 ldquoAgraves vezesrdquo 250 ldquoFrequentementerdquo

125 ldquoSemprerdquo ouvem zumbidos depois de escutar muacutesica 250 ldquoNatildeo sabemrdquo e

250 ldquoNatildeo se importamrdquo se ouvem (ou natildeo) zumbidos depois de escutar muacutesica

em alto volume

No item I14 ndash para 5250 dos estudantes ldquoDe jeito nenhumrdquo a muacutesica que

ouvem no Celular atrapalha a concentraccedilatildeo 1688 ldquoRaramenterdquo 1563 ldquoAgraves

vezesrdquo 313 ldquoFrequentementerdquo 438 ldquoSemprerdquo as muacutesicas ouvidas no Celular

atrapalham a concentraccedilatildeo na aula 125 ldquoNatildeo sabemrdquo e 625 ldquoNatildeo se importamrdquo

se a muacutesica que ouvem no Celular atrapalha (ou natildeo) sua concentraccedilatildeo na aula

6631 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I12 I13 e I14

No item I12 ndash Relativamente ao ouvir muacutesica 4750 dos estudantes natildeo

deixam de ouvi-la (ou ldquode jeito nenhumrdquo deixam de) no Celular para se prevenir da

exposiccedilatildeo ao excesso de ruiacutedos No entanto se somarmos aqueles que em algum

momento jaacute deixaram de ouvi-la para natildeo se expor excessivamente aos ruiacutedos

teremos a expressiva porcentagem de 3063 (1563 ldquoAgraves vezesrdquo 875

ldquoFrequentementerdquo 625 ldquoSemprerdquo) o que indica um grau de preocupaccedilatildeo com a

sauacutede auditiva

O item I13 ndash 6188 dos estudantes natildeo percebem os zumbidos na orelha

interna depois de ouvi-la que corrobora o item 5 desse mesmo instrumento no qual

mais de 60 dos estudantes havia afirmado natildeo perceber zumbidos oriundos do

excesso de ruiacutedos causados pelo traacutefego Portanto zumbido natildeo eacute um sintoma

comum entre esses estudantes

A questatildeo da concentraccedilatildeo referida no item 14 ndash 5250 dos estudantes

afirmaram que ldquode jeito nenhumrdquo o som que ouvem no Celular atrapalha sua

concentraccedilatildeo Mas a somatoacuteria dos que consideram que a muacutesica atrapalha

(raramente 1688 ldquoagraves vezesrdquo 1563 ldquofrequentementerdquo 313 e ldquosemprerdquo

438) daacute 4002 de estudantes que em algum momento jaacute perceberam alteraccedilotildees

na concentraccedilatildeo ao ouvi-la Neste caso diferentemente do tracircnsito em que mais de

140

65 dos estudantes perceberam alteraccedilotildees no niacutevel de concentraccedilatildeo o som das

muacutesicas por outro lado eacute visto de forma menos agressiva e invasiva portanto haacute

quase um equiliacutebrio entre os que afirmaram ldquode jeito nenhumrdquo (5250) e os demais

(4002) que jaacute perceberam alguma alteraccedilatildeo na concentraccedilatildeo Isso eacute

extremamente preocupante na medida em que as afericcedilotildees de dB(A) realizadas no

Coleacutegio indicaram que o volume pode chegar a mais de 100 dB(A) e o tempo de

exposiccedilatildeo normalmente eacute maior que 4 horas por dia o que significa que a sauacutede

auditiva estaacute em perigo

Com o objetivo de investigar a percepccedilatildeo dos estudantes de alguns sintomas

de estresse na sauacutede fiacutesica criei trecircs assertivas 15 16 e 17 As respostas foram

plotadas no graacutefico 15

GRAacuteFICO 15 - PERCEPCcedilAtildeO DOS ESTUDANTES EM RELACcedilAtildeO AOS SINTOMAS DE ESTRESSE DEFLAGRADOS POR OUVIR MUacuteSICA NOS FONES AURICULARES LIGADOS A APARELHOS CELULARES FONTE O AUTOR (2014) COM SUPORTE DO LABEST-UFPR

No item I15 - 7125 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo

percebem dores na orelha interna24 por causa das muacutesicas que ouvem no Celular

Para 15 ldquoRaramenterdquo haacute dor 688 ldquoAgraves vezesrdquo 250 ldquoFrequentementerdquo tecircm

dores na orelha interna por ouvir muacutesica no Celular ningueacutem respondeu que

24 Observe-se que a assertiva usa a nomenclatura ldquoouvidordquo em funccedilatildeo de este ser mais conhecido e

difundido do que orelha interna nomenclatura atual

141

ldquosemprerdquo percebe dores 250 ldquoNatildeo sabemrdquo e 188 ldquoNatildeo se importamrdquo se

percebem (ou natildeo) dores na orelha interna por causa da muacutesica

As respostas dadas no Item 16 foram 4744 dos estudantes ldquoDe jeito

nenhumrdquo percebem que a quantidade de ruiacutedo a que satildeo expostos fora da escola e

ao ouvirem muacutesica no Celular eacute maior que podem suportar 1795 ldquoRaramenterdquo

1410 ldquoAgraves vezesrdquo 577 ldquoFrequentementerdquo e 577 ldquoSemprerdquo percebem que o

ruiacutedo eacute maior que podem suportar 385 ldquoNatildeo sabemrdquo e 513 ldquoNatildeo se importamrdquo

se a quantidade de ruiacutedos a que estatildeo expostos fora da escola ao ouvirem muacutesicas

no Celular eacute (ou natildeo) maior do que eles podem suportar

Quanto a I17 ndash 5 dos estudantes respondeu que ldquoDe jeito nenhumrdquo sabe

que ouvir muacutesica no Celular prejudica a audiccedilatildeo 688 ldquoRaramenterdquo 875 ldquoAgraves

vezesrdquo 1188 ldquoFrequentementerdquo 5125 ldquoSemprerdquo sabem que a muacutesica que ouve

no Celular pode causar prejuiacutezos para a audiccedilatildeo 688 ldquoNatildeo sabemrdquo e 938 ldquoNatildeo

se importamrdquo se ouvir muacutesica no Celular pode (ou natildeo) prejudicar a audiccedilatildeo

6632 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I15 I16 e I17

No Item I15 ndash Verifico 7125 dos estudantes natildeo percebem quaisquer dores

na orelha interna por causa da muacutesica que ouvem no Celular mas 938 (somando-

se os que agraves vezes percebem dores - 688 com os que frequentemente as

percebem - 288) jaacute tem percepccedilatildeo de dores na orelha interna causadas pelo som

das muacutesicas ouvidas com fones de ouvidos conectados aos Aparelhos Celulares

Considerando tambeacutem as respostas do item 13 sobre zumbidos pelo menos 17

dos estudantes jaacute percebem zumbidos (somando se os que ldquoagraves vezesrdquo e os que

ldquofrequentementerdquo com os que ldquosemprerdquo os percebem) Assim quase 95 dos

estudantes que jaacute no Ensino Meacutedio percebem dores e 17 percebem zumbidos

parece ser uma porcentagem significativa para esta faixa etaacuteria No entanto a

gravidade desses sintomas precisa ser devidamente avaliada por especialistas em

sauacutede auditiva e em sauacutede puacuteblica as audiometrias deveriam ser analisadas em um

estudo longitudinal ao longo da vida escolar

142

No Item I16 - 4744 dos estudantes ldquoDe jeito nenhumrdquo percebem que a

quantidade de ruiacutedo a que satildeo expostos fora da escola e quando ouvem muacutesica no

Celular eacute maior que podem suportar Mas tambeacutem me chamou a atenccedilatildeo os 513

que simplesmente ldquoNatildeo se importamrdquo embora esta porcentagem natildeo pareccedila

significativa em termos de sauacutede puacuteblica a postura desses estudantes em relaccedilatildeo agrave

sauacutede auditiva deles certamente eacute

Quanto ao I17 - 5125 dos estudantes responderam que ldquoSemprerdquo sabem

que ouvir muacutesica no Celular que pode prejudicar a audiccedilatildeo e novamente chama a

atenccedilatildeo os 938 de estudantes que responderam que natildeo se importam se pode

haver algum prejuiacutezo a audiccedilatildeo

As respostas dos itens 16 e 17 apontam uma contradiccedilatildeo entre a sociedade

contemporacircnea excessivamente voltada a si mesma e a uma das caracteriacutesticas

marcantes da adolescecircncia que eacute a despreocupaccedilatildeo com o futuro e um excesso de

foco no ldquoviver o momentordquo Em outras palavras poderiacuteamos resumir as duas

respostas na frase ldquoeu sei que faz mal mas natildeo estaacute fazendo mal para mim agorardquo

Nesse sentido eacute que a escola parece ter um papel fundamental na discussatildeo para a

prevenccedilatildeo de problemas de sauacutede auditiva

Os trecircs itens subsequentes 18 19 e 20 englobam sintomas de estresse e a

percepccedilatildeo dos estudantes quanto agrave dificuldades de concentraccedilatildeo durante as

atividades escolares Os dados foram plotados no Graacutefico 16

GRAacuteFICO 16 - SINTOMAS DO ESTRESSE E DIFICULDADES DE CONCENTRACcedilAtildeO NAS AVALIACcedilOtildeES FONTE O AUTOR (2014) COM SUPORTE DO LABEST-UFPR

143

Os resultados mostram que no I18 ndash 6875 dos estudantes responderam

que ldquoDe jeito nenhumrdquo percebem perdas de energia ao ouvir muacutesica no fone de

ouvido conectado ao Celular 750 ldquoRaramenterdquo 625 ldquoAgraves vezesrdquo 188

ldquoFrequentementerdquo 375 ldquoSemprerdquo percebem perda energia 750 ldquoNatildeo sabemrdquo e

438 ldquoNatildeo se importamrdquo se perdem (ou natildeo) energia ao ouvir muacutesica no Celular

O I19 ndash 50 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo sentem-se

sobrecarregados nem pelo ruiacutedo externo ao CEPMAT nem ao ouvirem muacutesica no

Celular em volume acima da meacutedia 1438 ldquoRaramenterdquo 10 ldquoAgraves vezesrdquo 563

ldquoFrequentementerdquo 688 ldquoSemprerdquo ficam sobrecarregados tanto com os ruiacutedos

externos quanto com os das muacutesicas no Celular em volume acima da meacutedia 813

ldquoNatildeo sabemrdquo e 5 ldquoNatildeo se importamrdquo em sentir-se (ou natildeo) sobrecarregados com

esses ruiacutedos

Quanto ao I20 ndash 3750 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo

ouvem muacutesica em volume alto para se concentrar para estudar as provas e realizar

trabalhos 1125 ldquoRaramenterdquo 1938 ldquoAgraves vezesrdquo 938 ldquoFrequentementerdquo 15

ldquoSemprerdquo ouvem muacutesica em volume alto para estimular a concentraccedilatildeo para realizar

estudos e trabalhos escolares 438 ldquoNatildeo sabemrdquo e 313 ldquoNatildeo se importamrdquo em

ouvir muacutesica em volume alto para os trabalhos ou avaliaccedilotildees escolares

6633 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I18 I19 e I20

No I18 ndash 6875 dos estudantes ldquode jeito nenhumrdquo percebem perdas de

energia ao ouvir muacutesica no Celular resultando em uma percepccedilatildeo afirmativa sobre

ouvir muacutesica

No item I19 ndash verifico que 50 dos estudantes responderam que ldquode jeito

nenhumrdquo sentem-se sobrecarregados nem pelos ruiacutedos externos ao CEPMAT nem

pelas muacutesicas que ouvem em volume acima da meacutedia no Celular Essa

porcentagem complementa a obtida na resposta ao item 12 no qual 4750 dos

estudantes ldquode jeito nenhumrdquo deixam de ouvir muacutesica no Celular para natildeo se expor

aos ruiacutedos Assim se eles natildeo se sentem sobrecarregados entatildeo eacute porque

deixariam de ouvir muacutesica em alto volume

144

Apesar desse nuacutemero significativo haacute tambeacutem que se considerar que 2251

(somando-se os que ldquoagraves vezesrdquo 10 com os que ldquoFrequentementerdquo 563 e os que

ldquosemprerdquo 68) sentem-se sobrecarregados pela quantidade de ruiacutedos o que

acarreta uma porcentagem nada despreziacutevel de estudantes que jaacute comeccedilam a

perceber incocircmodos pelos ruiacutedos

Quanto ao item I20 ndash Apesar de 3750 dos estudantes terem respondido

que ldquode jeito nenhumrdquo ouvem muacutesicas para se concentrar verifico que uma

porcentagem ainda maior 4376 responde que ldquoagraves vezesrdquo (1938)

ldquofrequentementerdquo (938) e ldquosemprerdquo (15) ouvem muacutesicas em volume alto para se

concentrar para as avaliaccedilotildees e trabalhos escolares isso implica em uma

perspectiva de atuaccedilatildeo multitarefa dos estudantes e ao mesmo tempo mostra que

eles ouvem muacutesica em volume alto por um longo periacuteodo de tempo o que implica

em perdas auditivas caracterizadas pela PAIR descrita anteriormente

As assertivas apresentadas a seguir (itens 21 22 e 23) avaliam a percepccedilatildeo

dos estudantes quanto a alguns sintomas de estresse Os resultados foram plotados

no graacutefico 17

GRAacuteFICO 17 - PERCEPCcedilAtildeO DE ALGUNS SINTOMAS DE ESTRESSE FONTE O AUTOR (2014) COM SUPORTE DO LABEST-UFPR

No item I21 ndash 4625 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo

desanimam facilmente quando ficam expostos a ruiacutedos 1375 ldquoRaramenterdquo

1313 ldquoAgraves vezesrdquo 625 ldquoFrequentementerdquo 875 ldquoSemprerdquo desanimam

145

facilmente por exposiccedilatildeo aos ruiacutedos 5 ldquoNatildeo sabemrdquo e 688 ldquoNatildeo se importamrdquo

se desanimam (ou natildeo) por exposiccedilatildeo aos ruiacutedos

No item I22 ndash 3563 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo

demoram a relaxar quando ficam estressados por causa dos ruiacutedos 1875

ldquoRaramenterdquo 1813 ldquoAgraves vezesrdquo 875 ldquoFrequentementerdquo 1188 ldquoSemprerdquo

percebem que levam muito tempo para relaxar por causa do estresse causado pelos

ruiacutedos 250 ldquoNatildeo sabemrdquo e 438 ldquoNatildeo se importamrdquo se levam (ou natildeo) muito

tempo para relaxar quando estressados por causa do barulho

No item I23 ndash 4125 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo

sentem-se tatildeo cansados e sobrecarregados por causa dos ruiacutedos intensos no

periacuteodo das aulas que acabam se ldquodesligandordquo do ambiente escolar 1688

ldquoRaramenterdquo 1625 ldquoAgraves vezesrdquo 750 ldquoFrequentementerdquo 875 ldquoSemprerdquo ficam

tatildeo sobrecarregados por causa dos ruiacutedos intensos durante o periacuteodo e aulas que

acabam se ldquodesligandordquo 438 ldquoNatildeo sabemrdquo e 5 ldquoNatildeo se importamrdquo com esses

ruiacutedos

6634 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I21 I22 e I23

No Item I21 - 4625 dos estudantes natildeo desanimam facilmente quando

ficam expostos aos ruiacutedos durante o periacuteodo das aulas Essa porcentagem

corrobora as respostas aos itens 12 e 19 nos quais 4750 e 50 dos estudantes

respectivamente natildeo deixam de ouvir muacutesica em volume alto no Celular para natildeo

se expor aos ruiacutedos porque natildeo se sentem sobrecarregados Assim se natildeo se

sentem sobrecarregados e natildeo desanimam facilmente entatildeo natildeo deixam de ouvir a

muacutesica

Por outro lado ao somarmos os que ldquoagraves vezesrdquo 1313 com os que

desanimam facilmente ldquofrequentementerdquo 625 e ldquosemprerdquo 875 teremos pelo

menos 2513 de alunos que em sala de aula desanimam facilmente quando ficam

expostos aos ruiacutedos Essa porcentagem corresponde a frac14 da turma assim ter frac14 da

turma que desanima facilmente eacute algo que precisa ser analisado com mais

profundidade nas escolas os dados me permitem inferir ainda que a porcentagem

146

anterior (50) pode ainda natildeo ter percebido relaccedilotildees diretas entre desacircnimo e o

estresse que a muacutesica em volume alto pode gerar

No Item I22 - 3563 dos estudantes responderam que ldquode jeito nenhumrdquo

levam muito tempo para relaxar No entanto ao somarmos aqueles que ldquoagraves vezesrdquo

(183) com os que frequentemente (875) e os que sempre (1188) levam muito

tempo para relaxar por causa do estresse causado pelos ruiacutedos teremos 3876

que percebem dificuldades nesse sentido Ou seja uma porcentagem ainda maior

do que aqueles que natildeo percebem Assim noto que mais de 40 dos estudantes

usam a muacutesica em volume alto para conseguir se concentrar para estudar e

praticamente a mesma porcentagem (3876) tecircm dificuldades para relaxar por

causa dos barulhos (oriundos ou natildeo da muacutesica)

Na I23 ndash Constatei que 4125 dos estudantes ldquode jeito nenhumrdquo sentem-se

sobrecarregados por causa dos ruiacutedos Entretanto 3250 jaacute tem percepccedilatildeo de

cansaccedilo e sobrecarga (somando os que ldquoagraves vezesrdquo 1625 com os que

frequentemente 750 e os que sempre 875 sentem-se assim) nas atividades

rotineiras como as atividades escolares por causa do ruiacutedo intenso durante o

periacuteodo da aula Observe que o item refere-se agraves consequecircncias como ldquodesligar-serdquo

do ambiente escolar Ou seja um dos sintomas do estresse Em outras palavras as

duas porcentagens estatildeo relativamente proacuteximas para que eu possa concluir que a

tomada de consciecircncia sobre os efeitos no organismo comeccedila a ser fazer cada vez

mais frequente

As assertivas analisadas a seguir 24 25 e 26 foram elaboradas com o intuito

de discutir incocircmodos causados pelos ruiacutedos dentro e fora do CEPMAT Os

resultados foram plotados no graacutefico 18

147

GRAacuteFICO 18 - O ESTRESSE DO DIA A DIA E A FELICIDADE DE OUVIR MUacuteSICA NO CELULAR FONTE O AUTOR (2014) COM SUPORTE DO LABEST-UFPR

No item I24 ndash 5375 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo

sentem-se bem na presenccedila de muitos ruiacutedos dentro e fora da sala de aula durante

o periacuteodo letivo 1375 ldquoRaramenterdquo 875 ldquoAgraves vezesrdquo 688 ldquoFrequentementerdquo

438 ldquoSemprerdquo sentem-se bem tendo muito ruiacutedo no seu entorno 5 ldquoNatildeo sabemrdquo

e 750 ldquoNatildeo se importamrdquo se se sentem bem (ou natildeo) tendo muito ruiacutedo no

entorno durante o periacuteodo de aula

No item I25 ndash 5063 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo

ficam cansados pelo fato de antever a ida agrave escola e o fato de ouvir muitos ruiacutedos

externos durante as aulas 10 ldquoRaramenterdquo 1250 ldquoAgraves vezesrdquo 750

ldquoFrequentementerdquo 5 ldquoSemprerdquo ficam cansados soacute de pensar que teratildeo que ouvir

muitos ruiacutedos externos ao CEPMAT 188 ldquoNatildeo sabemrdquo e 1250 ldquoNatildeo se

importamrdquo se ficam (ou natildeo) cansados de ouvir muitos ruiacutedos externos

Quanto ao item I26 ndash 1938 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito

nenhumrdquo ficam felizes por ouvir muacutesica no Celular quando estatildeo em aula 1063

ldquoRaramenterdquo 2063 ldquoAgraves vezesrdquo 813 ldquoFrequentementerdquo 3250 ldquoSemprerdquo ficam

felizes por poderem ouvir muacutesica no Celular durante o horaacuterio das aulas 313

ldquoNatildeo sabemrdquo e 563 ldquoNatildeo se importamrdquo se ficam (ou natildeo) felizes por poder ouvir

muacutesicas quando estatildeo em aulas

148

6635 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I24 I25 e I26

5375 dos estudantes responderam que ldquode jeito nenhumrdquo sente-se bem na

presenccedila dos ruiacutedos dentro e fora da sala de aula durante o periacuteodo letivo se esta

porcentagem for somada aos 1375 que raramente sentem-se bem com isso

temos que 6750 natildeo estatildeo confortaacuteveis com o excesso de ruiacutedos dentro e fora da

escola durante o periacuteodo letivo Esse pode ser um dos motivos para o uso excessivo

de fones de ouvido para escutar muacutesicas pois poderiam ser usadas para abstrair

dos ruiacutedos ambientes da escola nesse caso os estudantes usariam os fones tanto

para buscar concentraccedilatildeo conforme 4376 dos respondentes mencionaram no

item 20 ou para ouvir algo mais prazeroso que este ruiacutedo

Por outro lado os resultados dos itens I24 e I25 revelam que mesmo que

mais de 67 dos estudantes natildeo se sintam bem na presenccedila de muitos ruiacutedos (I24)

isso natildeo se reflete em cansaccedilo para 5063 (I25) dos estudantes ao antever a ida a

escola

Quanto a I26 ndash ao somarmos os estudantes que ldquosemprerdquo (3250) ficam

felizes por ouvir muacutesica no Celular quando estatildeo em sala de aula com os que

ldquofrequentementerdquo (813) e os que ldquoagraves vezesrdquo (2063) temos um conjunto de

6126 de estudantes que consideram a possibilidade de ouvir muacutesicas durante as

atividades como algo positivo seja (ou natildeo) como foco de concentraccedilatildeo na sala de

aula Esse resultado traz alguns indicativos que precisam ser mais bem avaliados

no que tange ao planejamento das atividades as condiccedilotildees de trabalho em sala de

aula e a anaacutelise dos interesses dos estudantes em relaccedilatildeo agraves temaacuteticas

apresentadas Esses e outros toacutepicos devem ser mais aprofundados a partir dos

resultados desta dissertaccedilatildeo

6636 CONSIDERACcedilOtildeES

Os altos niacuteveis de pressatildeo sonora tecircm sido considerados pela sociedade

contemporacircnea como agentes perigosos agrave sauacutede humana especialmente em

149

ambientes urbanos e sociais seja em atividades de lazer ou simplesmente pelo fato

de ouvir muacutesica nos fones auriculares conectados ao Aparelho Celular em

intensidades elevadas para evitar outros ruiacutedos considerados indesejaacuteveis que

circundam a vida cotidiana A problemaacutetica do ruiacutedo ambiental parece estar

crescendo na percepccedilatildeo desses estudantes seja em casa a caminho do CEPMAT

ou ateacute mesmo dentro das salas de aulas Mas se a reaccedilatildeo ao ruiacutedo ambiental eacute o

uso de fones de ouvido ligados aos Aparelhos Celulares ouvindo muacutesica em volume

ainda mais elevado a resposta parece ser ainda mais danosa e com efeitos mais

raacutepidos a sauacutede auditiva dos estudantes

No que se refere agraves percepccedilotildees de ruiacutedo ambiental essas satildeo crescentes No

entanto a poluiccedilatildeo sonora oriunda da muacutesica ouvida pelos fones conectados ao

Celular sugere que o estudante ainda natildeo tem uma accedilatildeo efetiva de prevenccedilatildeo de

problemas de sauacutede auditiva no que tange aos efeitos nocivos dos sons intensos e

por longo periacuteodo de tempo causando PAIR uma vez que 5125 dos estudantes

responderam que sabem que a muacutesica que ouvem no Celular pode causar prejuiacutezos

a audiccedilatildeo (I17) Estes fatos ficaram evidentes nos graacuteficos 14 a 18 pelas mais

diversas atitudes dos estudantes em situaccedilotildees de exposiccedilatildeo aos ruiacutedos

Na seccedilatildeo anterior os resultados das mediccedilotildees de decibeacuteis indicaram que os

estudantes ouvem muacutesica no Celular em volume acima dos recomendados para a

manutenccedilatildeo da sauacutede auditiva No Teste de percepccedilatildeo de alguns sintomas de

estresse as respostas indicaram que os estudantes natildeo perdem energia e natildeo

percebem zumbido na audiccedilatildeo O Teste tambeacutem apontou que um nuacutemero

consideraacutevel de jovens ouve muacutesica durante as tarefas escolares e esses declaram

que se concentram melhor ao ouvi-la Esses resultados me permitem afirmar que os

estudantes estatildeo culturalmente inseridos em ambientes ruidosos ou gostam de ouvir

muacutesica em volume alto dentro e fora do coleacutegio o que dificulta a reaccedilatildeo (ou accedilatildeo)

em postura preventiva sobre a sauacutede auditiva

As respostas deste estudo coadunam com os resultados de Lacerda et al

(2011) que investigaram haacutebitos auditivos e comportamentos de adolescentes com

atividades de lazer ruidosas Os resultados revelaram que a maioria dos jovens

prefere realizar tarefas em ambientes barulhentos e que o som da muacutesica alta os

deixa felizes

A maioria dos estudantes percebe o CEPMAT como um ambiente ruidoso e

boa parte deles natildeo estaacute disposta a deixar de utilizar o Celular posso concluir que o

150

Celular eacute em alguns momentos utilizado como ldquovaacutelvula de escaperdquo para os ruiacutedos

externos Neste sentido eacute importante fazer conhecer entre os estudantes

professores e comunidade escolar os efeitos de longo prazo causados por este

comportamento imediatista O Protocolo de Complexidade Diferenciada 5 (BRASIL

2006 p 7) aborda questotildees relacionadas com a sauacutede auditiva e os seus efeitos As

normas orientadoras do protocolo se utilizadas didaticamente podem auxiliar na

criaccedilatildeo de haacutebitos de prevenccedilatildeo a sauacutede auditivas mais saudaacuteveis e a escola teria

um papel nesta didatizaccedilatildeo pois poderia aproximar conhecimentos do cotidiano dos

estudantes com o conhecimento cientiacutefico

O uso de fones auriculares vem sendo encontrado na literatura como um

comportamento cada vez mais comum entre os jovens e pode ser um risco para a

audiccedilatildeo podendo aumentar os problemas auditivos Costa (2013) mostra que haacute

uma relaccedilatildeo de prazer entre os haacutebitos auditivos e a muacutesica

Em suma

O terceiro subitem da questatildeo de pesquisa quatro ldquoComose os estudantes do

Ensino Meacutedio do CEPMAT percebem a existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos

fones auriculares conectados aos Aparelhos Celulares e os efeitos na Sauacutede delesrdquo

pode ser respondido da seguinte forma

Os estudantes em geral natildeo percebem

a) a existecircncia de poluiccedilatildeo sonora oriunda dos fones auriculares

conectados ao Aparelho Celular mesmo sabendo dos problemas

auditivos que o fone auricular ligado ao Aparelho Celular para escutar

muacutesicas em volume alto pode causar

b) zumbidos ou dores na orelha interna Tambeacutem natildeo haacute perdas de

energia dificuldades para relaxar nem se sentem sobrecarregados ou

relatam alteraccedilotildees na concentraccedilatildeo incocircmodos nem apoacutes escutar

prolongadamente sons em volume alto oriundos do Celular nem

quando expostos ao excesso de ruiacutedos causados pelos meios de

transportes Portanto os sintomas de estresse natildeo satildeo sintomas

comumente apresentados

c) e natildeo consideram que a quantidade de ruiacutedo a que satildeo expostos fora

da escola e quando ouvem muacutesica no Celular eacute maior do que aquela

151

que eles podem suportar Os estudantes tecircm prazer na presenccedila de

volume alto ficam felizes por ouvir muacutesica no Celular quando estatildeo em

sala de aula e consideram a possibilidade de ouvir muacutesicas durante as

atividades como algo positivo seja ou natildeo como foco de concentraccedilatildeo

mesmo natildeo estando confortaacuteveis com o excesso de ruiacutedos dentro e

fora da escola

Por outro lado uma porcentagem menor de estudantes percebe

a) pelo menos um dos sintomas de estresse tais como zumbidos perda

de concentraccedilatildeo energia ficam desanimados dificuldades para

relaxar cansaccedilo e sobrecarga nas atividades rotineiras como as

atividades escolares tanto quando ouvem muacutesica no Celular quanto

os ruiacutedos oriundos dos meios de transportes

No entanto mesmo que essa pequena porcentagem de estudantes natildeo se

importe se pode haver algum prejuiacutezo agrave audiccedilatildeo por exposiccedilatildeo a niacuteveis de ruiacutedos

intensos e ainda que essa porcentagem natildeo pareccedila significativa a postura em

relaccedilatildeo agrave sauacutede auditiva precisa ser mais bem investigada

Esses resultados indicam aspectos que precisam ser melhores avaliados

entre eles o planejamento das atividades as condiccedilotildees de trabalho em sala de aula

e a anaacutelise dos interesses dos estudantes em relaccedilatildeo agraves temaacuteticas apresentadas

Esses e outros toacutepicos precisam ser mais bem estudados para aprofundar alguns

aspectos a partir desta dissertaccedilatildeo Isso me leva a recomendar que outras

investigaccedilotildees sobre a interferecircncia da poluiccedilatildeo sonora na sauacutede do estudante

devem ser profundamente avaliadas em estudos subsequentes a este

152

664 Parte 4 O uso de equipamentos eletrocircnicos e o Regimento Escolar

Trata da relaccedilatildeo entre o uso de equipamentos eletrocircnicos e o Regimento

Escolar do CEPMAT Para a composiccedilatildeo de dados criei trecircs assertivas (I27 I28 I29)

que analisam a percepccedilatildeo dos respondentes em relaccedilatildeo os documentos que regem

a comunidade escolar e a percepccedilatildeo do papel dos estudantes na participaccedilatildeo da

construccedilatildeo das normas e regras do CEPMAT

GRAacuteFICO 19 - PARTICIPACcedilAtildeO DA COMUNIDADE ESCOLAR NA CONSTRUCcedilAtildeO DO REGIMENTO ESCOLAR FONTE O AUTOR (2014) COM SUPORTE DO LABEST-UFPR

O I27 foi construiacutedo na negativa ndash 3375 dos estudantes responderam que

ldquoDe jeito nenhumrdquo natildeo conseguem ficar sem ouvir muacutesica no Celular durante o

periacuteodo das aulas mesmo sabendo que o Regimento Escolar os proiacutebe de usar

1438 responderam ldquoRaramenterdquo 10 ldquoAgraves vezesrdquo 1125 ldquoFrequentementerdquo

2125 ldquoSemprerdquo natildeo conseguem ficar sem ouvir muacutesica no Celular durante as

aulas 188 ldquoNatildeo sabemrdquo e 750 ldquoNatildeo se importamrdquo se conseguem (ou natildeo) ficar

sem ouvir muacutesicas durante o periacuteodo das aulas mesmo sabendo que o regimento

escolar proiacutebe o uso

153

O I28 tambeacutem foi construiacutedo na negativa ndash 4250 dos estudantes

responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo natildeo foram informados sobre quais

equipamentos eletrocircnicos devem usar durante o periacuteodo das aulas 375

responderam ldquoRaramenterdquo 563 ldquoAgraves vezesrdquo 10 ldquoFrequentementerdquo 2188

ldquoSemprerdquo natildeo foram informados sobre quais equipamentos eletrocircnicos (Aparelho

Celular) podem usar no periacuteodo das aulas 438 ldquoNatildeo sabemrdquo e 1188 ldquoNatildeo se

importamrdquo se foram (ou natildeo) informados sobre quais equipamentos eletrocircnicos

podem usar no periacuteodo das aulas

Quanto ao I29 ndash 4438 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo

participaram ativamente das reuniotildees e discussotildees para a construccedilatildeo do Regimento

Escolar do CEPMAT 1438 responderam ldquoRaramenterdquo 875 ldquoAgraves vezesrdquo 375

ldquoFrequentementerdquo 1063 ldquoSemprerdquo participaram ativamente das reuniotildees e

discussotildees para a construccedilatildeo do documento 563 ldquoNatildeo sabemrdquo e 1250 ldquoNatildeo se

importamrdquo se participaram ativamente (ou natildeo) das reuniotildees e discussotildees para a

construccedilatildeo do Regimento Escolar do Coleacutegio

6641 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I27 I28 e I29

No I27 ndash Verifico que 3375 dos estudantes conseguem ficar sem ouvir

muacutesica durante o periacuteodo de aula (ou usando a loacutegica de construccedilatildeo do teste ldquode

jeito nenhumrdquo natildeo conseguem ficar sem ouvir) Por outro lado se somarmos os

que ldquofrequentementerdquo e os que ldquosemprerdquo natildeo conseguem ficar sem ouvir obteacutem-se

um valor de 3250 que efetivamente natildeo conseguem ficar sem ouvir muacutesica no

Celular durante o periacuteodo das aulas Isso significa que se os estudantes

entenderam a assertiva e a forma de respondecirc-la entatildeo haacute uma clara e equilibrada

divisatildeo (3375 versus 3250) nas respostas dadas quanto ao uso do Celular para

ouvir muacutesica durante o periacuteodo das aulas

Quando ao I28 ndash chama a atenccedilatildeo que 4250 dos estudantes revelaram ter

sido informado sobre quais equipamentos eletrocircnicos devem usar durante o periacuteodo

das aulas (ou na loacutegica de construccedilatildeo do teste ldquode jeito nenhumrdquo natildeo foram

informados) No entanto ao somar os que responderam ldquofrequentementerdquo (10)

154

com os que responderam ldquosemprerdquo (2188) natildeo foram informados eacute possiacutevel

perceber que pelo menos 3188 dos estudantes natildeo tinha conhecimento dessas

informaccedilotildees Pode ocorrer que alguns estudantes tenham sido transferidos e sejam

novos no coleacutegio mas a porcentagem de alunos que desconhece as normas e

regras do regimento eacute emblemaacutetica

Na I29 ndash Considerando que 4438 dos estudantes natildeo participam das

reuniotildees e discussotildees para a construccedilatildeo do Regimento Escolar do CEPMAT e

1250 natildeo se importam com construccedilatildeo das normas e regras entendo que os

mesmos natildeo consideram relevante agrave participaccedilatildeo necessaacuteria para ter voz e voto

como retratado no paraacutegrafo 2ordm do regimento interno (ZANOTTO 2011) ldquoo oacutergatildeo

colegiado de direccedilatildeo seraacute constituiacutedo de acordo com o princiacutepio da

representatividade devendo abranger toda a comunidade escolar cujos

representantes nele teratildeo necessariamente voz e votordquo

6642 CONSIDERACcedilOtildeES

Os dados indicaram que a terccedila parte dos estudantes do CEPMAT faz uso

natildeo pedagoacutegico do Aparelho Celular durante o periacuteodo das aulas utilizando-o em

sala de aula e durante as atividades educativas com a finalidade de ouvir muacutesica

Para Souza e Torres (2009) o ldquociberespaccedilordquo jaacute estaacute realizado e os estudantes estatildeo

instalados nele No caso dessa pesquisa entendo que esse ciberespaccedilo se

configura pela via dos Aparelhos Celulares para escutar muacutesica entre outras coisas

No entanto o haacutebito de usar equipamentos eletrocircnicos que natildeo fazem parte

do material pedagoacutegico no ambiente escolar entra em confronto com o Regimento

Escolar Para o Conselho Estadual de Educaccedilatildeo do Paranaacute (PARANAacute 1999) o

Regimento Escolar eacute um documento construiacutedo coletivamente pela comunidade

escolar em reuniotildees e discussotildees nas quais todos tecircm direito a voz e voto Esse

documento estabelece as normas e regras descrevem os direitos e deveres dos

membros da comunidade escolar

No caso do Regimento do CEPMAT a perspectiva didaacutetica sobre o uso de

equipamentos tecnoloacutegicos estaacute na vertente policialesca e restritiva Essa

155

tecnologia jaacute estaacute presente nas matildeos de praticamente todos os estudantes e nesse

sentido podem ser re-significadas para extrapolar o simples escutar muacutesica

congregando muitas outras possibilidades de uso para fins de ensino e de

aprendizagem

A UNESCO (2013) publicou um guia com 10 recomendaccedilotildees sobre o uso do

Aparelho Celular na sala de aula O objetivo era incentivar os governos a

implementarem poliacuteticas puacuteblicas educacionais que valorizassem a utilizaccedilatildeo das

tecnologias de faacutecil acesso presente natildeos matildeos dos jovens e adolescentes como

recurso no ensino

a) Criar ou atualizar poliacuteticas ligadas ao aprendizado moacutevel b) Conscientizar sobre sua importacircncia c) Expandir e melhorar opccedilotildees de conexatildeo d) Ter acesso igualitaacuterio e) Garantir equidade de gecircnero f) Criar e aperfeiccediloar conteuacutedo educacional g) Treinar professores h) Capacitar educadores usando tecnologias moacuteveis i) Promover o uso seguro saudaacutevel e responsaacutevel de tecnologias moacuteveis j) Usar tecnologia para melhorar a comunicaccedilatildeo e a gestatildeo educacional(p12)

O objetivo desse guia eacute o de dar um significado efetivo ao uso e aos trabalhos

realizados com Aparelhos Celulares para tanto eacute necessaacuterio que este seja adaptado

ao grau de maturidade de cada paiacutes no que tange a relaccedilatildeo entre inclusatildeo digital e

educaccedilatildeo

Da mesma forma que o guia da UNESCO (2013 p12) apresenta por meio de

um guia 13 bons motivos para o uso do Celular em sala de aula do seguinte modo

1) Amplia o alcance e a equidade em educaccedilatildeo 2) Melhora a educaccedilatildeo em aacutereas de conflito ou que sofreram desastres naturais 3) Assiste alunos com deficiecircncia 4) Otimiza o tempo na sala de aula 5) Permite que se aprenda em qualquer hora e lugar 6) Constroacutei novas comunidades de aprendizado 7) Daacute suporte a aprendizagem in loco 8) Aproxima o aprendizado formal do informal 9) Provecirc avaliaccedilatildeo e feedback imediatos 10) Facilita o aprendizado personalizado 11) Melhora a aprendizagem contiacutenua 12) Melhora a comunicaccedilatildeo 13) Maximiza a relaccedilatildeo custo-benefiacutecio da educaccedilatildeo (UNESCO 2013 p4)

Os resultados apresentados tornam mais cada vez mais evidente a

necessidade de incluiacute-lo como ferramenta de ensino Esta tecnologia esta inserida

no ambiente escolar presente nas matildeos dos estudantes e pode vir a ter um uso

significativo para ensinar mais do que conteuacutedos

156

Em suma

Nesta parte investiguei comose os estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT

percebem o Regimento Escolar Este subitem pode ser respondido da seguinte

forma

a) Os estudantes usam o Aparelho Celular durante o periacuteodo das

aulas essencialmente para fins natildeo didaacuteticos que natildeo fazem parte

do contexto da aula o que infringe a regras do atual Regimento

Escolar

b) Esse equipamento tecnoloacutegico natildeo eacute considerado parte do atual

material pedagoacutegico e boa parte (3188) dos estudantes

alegaram que natildeo foram informados pela escola sobre quais

equipamentos eletrocircnicos podem usar durante o periacuteodo das

aulas Quase a metade (4438) dos estudantes afirmou natildeo ter

participado da construccedilatildeo coletiva do Regimento Escolar

Somente 1250 responderam que natildeo se importam se participam

(ou natildeo) com voz e voto na confecccedilatildeo do Regimento Escolar e

considerando que os estudantes entenderam a questatildeo e a forma

de respondecirc-la isso parece ter um significado interessante para

reforccedilar a participaccedilatildeo do coletivo da comunidade escolar na

feitura do regimento

67 SINTESE DA SECcedilAtildeO

No contexto desta dissertaccedilatildeo o Aparelho Celular aparece natildeo mais como

um simples meio de comunicaccedilatildeo entre as pessoas mas como Tecnologia da

Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo com muacuteltiplos usos criando ou redefinindo identidades

estabelecendo uma nova cultura no ambiente escolar Seu uso dialoga com culturas

e aspectos constitutivos de saberes que circulam na sala de aula impondo uma

rediscussatildeo sobre regras e normas e outras accedilotildees pedagoacutegicas podendo se

157

configurar em alternativa metodoloacutegica para o ensino e contribuindo com a

aprendizagem

O Aparelho Celular pode contribuir com a valorizaccedilatildeo e o desenvolvimento de

valores eacuteticos colaborando na busca de possibilidades para um ensino diferenciado

extrapolando enormemente a funcionalidade de ouvir muacutesica

Steinberg e Kincheloe (2001) apud Monteiro (2009) revela que o

conhecimento das Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo eacute muito mais do que

simples acreacutescimo a um curriacuteculo tradicional mas uma praacutetica baacutesica necessaacuteria

para negociar identidades valores e para participar dessa hiper-realidade

Os estudantes aumentam seu repertoacuterio de experiecircncias no ambiente escolar

e experenciam a natildeo verticalidade do ensino permitindo-se ensinar uns aos outros

os modos de uso do Celular e de recursos tecnoloacutegicos Esse modo de ensinar

amplia as relaccedilotildees pessoais ou virtuais re-significando relaccedilotildees humanas e

identidades Portanto os Aparelhos Celulares possibilitam os processos de

mudanccedila nas formas de cogniccedilatildeo suas potencialidades frente agrave convergecircncia e

mobilidade imaginadas na telefonia moacutevel e nas tecnologias digitais instigam novas

investigaccedilotildees sobre o papel do Celular na sala de aula

Esta seccedilatildeo teve como intuito responder a quarta questatildeo de investigaccedilatildeo

desta dissertaccedilatildeo Como se os estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT percebem

a) a existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do Coleacutegio

b) os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora (oriunda do entorno do Coleacutegio) na

sauacutede deles

c) a existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos fones auriculares

conectados aos Aparelhos Celulares e os efeitos na sauacutede dos

estudantes

d) as normas estabelecidas no Regimento Escolar do CEPMAT

Nas anaacutelises das respostas do ldquoteste de autoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas

de estresserdquo permitiram observar que haacute indiacutecios que os estudantes apresentam

alguns sintomas de estresse por exposiccedilatildeo agrave Poluiccedilatildeo Sonora pelos meios de

transportes incomodos causados pelo trem prejuiacutezos agraves avaliaccedilotildees ou trabalhos

escolares embora acreditam que nada pode ser feito para alterar a situaccedilatildeo do

momento Quanto agrave poluiccedilatildeo sonora pelos usos intensivos do Aparelho Celular para

ouvir muacutesica os estudantes natildeo deixam de ouvir muacutesica por conta da exposiccedilatildeo

158

excessiva aos ruiacutedos e disseram que a muacutesica natildeo atrapalha a concentraccedilatildeo a

maioria natildeo percebe dor ou zumbido na orelha interna cansaccedilo ou se sente

sobrecarregados No entanto existe um grupo de estudantes que declarou perceber

os sintomas de estresse da exposiccedilatildeo ao volume alto da muacutesica como dor na orelha

interna atrapalha na concentraccedilatildeo sente-se cansados Quanto ao regimento do

CEPMAT os estudantes revelaram que ouvem muacutesicas com fones de ouvido

conectados ao Celular durante as aulas independentemente do regimento dizer que

isso eacute proibido Aleacutem disso mais de 44 dos estudantes pesquisados natildeo conhecia

e natildeo havia participado na elaboraccedilatildeo do regimento

Na proacutexima seccedilatildeo faccedilo as consideraccedilotildees finais desta dissertaccedilatildeo

159

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Para compor e analisar os dados desta dissertaccedilatildeo fiz um levantamento

sobre o tema Poluiccedilatildeo Sonora em quatro eventos da aacuterea nos projetos publicados

UNESCO (2013) e no banco de dissertaccedilotildees e teses da CAPES apliquei um

questionaacuterio a 160 estudantes sobre o uso do Celular no ambiente escolar fiz

tambeacutem dois tipos de afericcedilatildeo uma dos ruiacutedos oriundos do entorno do CEPMAT e

outra dos sons propagados pelos fones auriculares conectados ao Aparelho Celular

com uso de um decibeliacutemetro e para finalizar apliquei um teste de

ldquoautoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo a estudantes do Ensino Meacutedio

Com esses dados realizei anaacutelises que me permitem fazer algumas

consideraccedilotildees Ressalto que todos os dados foram constituiacutedos a partir de coletas

de pequeno porte ou que necessitam de avaliaccedilotildees mais profundas com

profissionais da Sauacutede e da Psicologia assim como da Engenharia de Seguranccedila

Portanto entendo que natildeo eacute prudente fazer conclusotildees finais com estes dados mas

ao inveacutes disso prefiro a partir deles delinear algumas consideraccedilotildees

Essas consideraccedilotildees foram divididas em trecircs partes na primeira intitulada

(71) ldquoApontamentos obtidos a partir da anaacutelise dos dadosrdquo faccedilo referecircncia aos

dados de trecircs formas dados relativos agrave poluiccedilatildeo sonora de forma geral e a do

entorno do coleacutegio dados sobre o uso do Celular e sua relaccedilatildeo com a cultura

contemporacircnea e do dados constituiacutedos a partir do Teste de ldquoautoidentificaccedilatildeo de

estresse nos estudantesrdquo e a poluiccedilatildeo sonora gerada nos fones auriculares

Na segunda parte intitulada (72) ldquoAlgumas possibilidadesrdquo refiro-me a

possiacuteveis estudos da relaccedilatildeo entre poluiccedilatildeo sonora e o uso do Celular como

ferramenta de apoio ao ensino

Na terceira intitulada (73) ldquoSugestotildees de accedilotildees mitigatoacuterias da poluiccedilatildeo

sonora para o entorno e o interior do CEPMATrdquo estas sugestotildees precisam de um

plano de accedilatildeo a posteriori para serem desenvolvidas e natildeo fazem parte do escopo

desta dissertaccedilatildeo Satildeo propostas de accedilotildees mitigatoacuterias que podem ser

desenvolvidas tanto pela empresa America Latina Logiacutestica quanto pela Secretaria

Municipal de Sauacutede e pela Comunidade Escolar do CEPMAT

160

71 APONTAMENTOS OBTIDOS A PARTIR DA ANAacuteLISE DOS DADOS

As consideraccedilotildees realizadas a partir da constituiccedilatildeo e anaacutelise dos dados

foram divididas em trecircs subitens No primeiro refiro-me aos dados relativos agrave

poluiccedilatildeo sonora de forma geral e ao entorno do coleacutegio no segundo discuto

aspectos do uso do Celular e sua relaccedilatildeo com a cultura contemporacircnea e no

terceiro faccedilo consideraccedilotildees sobre o teste de ldquoautoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas

de estresserdquo na sauacutede dos estudantes e a poluiccedilatildeo sonora gerada pelos fones

auriculares As quatro formas de constituiccedilatildeo dos dados (revisatildeo de literatura

questionaacuterio afericcedilatildeo dos niacuteveis de decibeacuteis e o teste) perpassam cada um dos

subitens por isso criei consideraccedilotildees matriciais no formato 4 X 3

Matriz 4 X 3 de apontamentos e consideraccedilotildees

Poluiccedilatildeo Sonora Geral e do

entorno

Usos do Aparelho Celular

Estresse e poluiccedilatildeo sonora gerada por fones

de ouvido

Revisatildeo de Literatura 711 712 713

Questionaacuterio - 42 -

Afericcedilatildeo de niacuteveis de decibeacuteis dB(A)

53 55 56

Teste de Autoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresse

6622 6636 6642

711 A Poluiccedilatildeo Sonora e o entorno do CEPMAT

A revisatildeo de literatura me fez perceber que o assunto ldquoPoluiccedilatildeo Sonorardquo eacute

pouco discutido entre os pesquisadores do Ensino de Fiacutesica e de Ciecircncias nos

eventos analisados encontrei apenas trecircs apresentaccedilotildees de trabalho que foram

recortes de uma mesma dissertaccedilatildeo de mestrado apresentados no ENPEC e no

EPEF Dentre os trecircs um refere-se agrave sauacutede auditiva dos estudantes quando escutam

ldquomuacutesica altardquo (BASTOS MATTOS 2007b) com aparelhos sonoros Essa revisatildeo

161

deixou claro que as discussotildees sobre poluiccedilatildeo sonora ficaram restritas haacute poucos

pesquisadores do Ensino de Fiacutesica o que indica que a acuacutestica (isso porque a

poluiccedilatildeo sonora ocorre por meio da propagaccedilatildeo das ondas sonoras que por sua vez

eacute um subitem da acuacutestica) eacute um tema de pouco interesse entre os pesquisadores da

fiacutesica no entanto essa constataccedilatildeo precisa ser ampliada para outros eventos da

aacuterea

Apesar de uma busca com o tema poluiccedilatildeo sonora resultar em mais de

14500 tiacutetulos de dissertaccedilotildees e teses depositadas no banco da CAPES quando se

restringe o foco para trabalhos realizados por pesquisadores da educaccedilatildeo com as

palavras-chave Poluiccedilatildeo Sonora Ruiacutedos Muacutesica e Poluiccedilatildeo Sonora no Ambiente

Escolar o resultado cai para apenas trecircs sendo duas dissertaccedilotildees e uma tese

Somente um trabalho estuda a poluiccedilatildeo sonora no ambiente escolar isto eacute uma

porcentagem muito insignificante diante de um tema que tem accedilotildees devastadoras na

sauacutede humana e mais uma vez evidenciou a lacuna de estudos nesta aacuterea

No questionaacuterio sobre o uso do Celular descrito no capiacutetulo quatro desta

dissertaccedilatildeo natildeo haacute qualquer menccedilatildeo a poluiccedilatildeo sonora oriunda do entorno de

coleacutegios de forma geral

As afericcedilotildees de niacuteveis de Pressatildeo Sonora oriundos do entorno do CEPMAT

identificaram intensidade de ruiacutedo ateacute 100 dB(A) isto eacute aproximadamente 67

acima dos limites de emissatildeo de ruiacutedo para as Zonas Estruturais Educacionais

estabelecidos pela Lei Ordinaacuteria Municipal 106252002 que eacute de 60 dB(A) no

periacuteodo diurno Nessas condiccedilotildees o laudo teacutecnico produzido por Stangherlin (2014)

sobre os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora do entorno do CEPMAT infere que se um

estudante for exposto ao ruiacutedo por um periacuteodo de 4h30min cinco (5) dias por

semana ao longo de duzentos (200) dias letivos mesmo que por um ldquocurto periacuteodordquo

de tempo por dia (cerca de 5 minutos quando natildeo haacute testes de frenagem) entatildeo

pode haver consequecircncias relativas agrave PAIR com prejuiacutezos agrave sauacutede auditiva

Portanto entendo que eacute necessaacuterio que esses estudantes tenham clareza do risco a

que estatildeo expostos ao estudar no CEPMAT e criar sequencias didaacuteticas para o

ensino de Fiacutesica por meio de situaccedilotildees problemaacuteticas pode contribuir de forma que

os mesmos transitem entre o ensino e a sauacutede aplicando em seu cotidiano

conscientemente

Na investigaccedilatildeo feita por Gasperin (2006) com estudantes de duas escolas

proacuteximas a uma linha feacuterrea a autora verificou que os trens oferecem riscos quando

162

os estudantes vatildeo ou voltam das escolas no entanto quanto aos ruiacutedos emitidos os

dados mostraram que esse aspecto natildeo se apresentou relevante pois a maioria dos

estudantes nega ou natildeo percebe a interferecircncia do barulho do trem nas atividades

escolares e ainda considera que o ruiacutedo do trem natildeo eacute prejudicial agrave sauacutede nem tatildeo

pouco que eacute um problema para a comunidade uma vez que eacute um produto da

historia cultural da comunidade ou seja que influenciou e influencia a vida da

comunidade lindeira a via feacuterrea

Gasperin (2006) afirma que por estarem culturamente inseridos em um

ambiente ruidoso os estudantes construiacuteram uma imagem ldquoalegrerdquo dos incocircmodos

causados pelos trens Eles estabeleceram uma relaccedilatildeo utilitaacuteria com a via feacuterrea

pois ela movimenta a economia e eacute responsaacutevel pela sobrevivecircncia Isso mostra o

niacutevel de incorporaccedilatildeo cultural do trem naquela comunidade Isto eacute os viacutenculos

estabelecidos com a presenccedila dos trens refletem a alienaccedilatildeo ou distanciamento do

fator de risco ambiental no que se refere a poluiccedilatildeo sonora e suas sequelas agrave sauacutede

O estudo de Gasperin (2006) mostrou que a companhia realiza atividades

para transformar os aspectos negativos da poluiccedilatildeo sonora oferecendo passeios de

trem para a comunidade manipulando a percepccedilatildeo da comunidade e sua interaccedilatildeo

com a via feacuterrea

Com relaccedilatildeo ao CEPMAT os resultados do teste de ldquoautoidentificaccedilatildeordquo

mostraram que os estudantes nem sempre percebem o ruiacutedo do entorno como um

incocircmodo e o ambiente escolar mais afetado pelos ruiacutedos do entorno a biblioteca eacute

considerada pela maioria como um ambiente acusticamente adequado para as

atividades escolares o que me permite concluir que natildeo houve um distanciamento

dos meus resultados com os de Gasperin (2006)

Os estudantes tiveram ainda dificuldades para relacionar o ruiacutedo do traacutefego

(especialmente dos trens) com algum fator de estresse que eventualmente

apresentavam (tais como diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo dificuldades de

aprendizagem e esgotamento)

Natildeo perceberam o ruiacutedo das composiccedilotildees como responsaacutevel por trazer

zumbidos aos ouvidos o que mostra que culturalmente os estudantes jaacute estatildeo

inseridos em ambientes ruidosos em casa nas ruas ou na escola

Ou seja o incocircmodo causado pelo ruiacutedo eacute culturalmente construiacutedo (HALL

2007) de acordo com o modo de vida e os grupos sociais mas uma das questotildees

mais importantes em termos educacionais refere-se aos estudantes natildeo saberem se

163

haacute (ou natildeo haacute) algo a se feito quanto agrave poluiccedilatildeo sonora do entorno do CEPMAT isso

mostra que ainda haacute muito trabalho a ser realizado no coleacutegio tanto no que se refere

ao ensino de Fiacutesica como em qualquer outra disciplina sobre esta temaacutetica pois a

conscientizaccedilatildeo eacute fator primordial para accedilatildeo

712 O uso do Aparelho Celular

Na revisatildeo da produccedilatildeo acadecircmica em eventos cientiacuteficos encontrei seis

trabalhos em duas ediccedilotildees do TICEDUCA que indicaram que os Aparelhos

Celulares impactaram a aprendizagem dos estudantes influenciaram na motivaccedilatildeo

e no envolvimento dos estudantes em relaccedilatildeo agraves atividades e na mudanccedila de

opiniatildeo sobre a escola e os estudos No entanto natildeo encontrei nenhum trabalho que

se referia agrave poluiccedilatildeo sonora ou ateacute mesmo alguma referecircncia agrave problemaacutetica de

ouvir muacutesica durante as aulas ou a exposiccedilatildeo a ruiacutedos intensos

Uma dissertaccedilatildeo referente a temaacutetica de usoposse do Celular foi encontrada

na aacuterea de administraccedilatildeo Nesta Luiz (2008) analisa o comportamento de consumo

dos adolescentes que vivem em constante busca de pertencimento a um grupo de

referecircncia O autor sugere que Aparelho Celular eacute determinante para o processo de

identificaccedilatildeo do adolescente com seu grupo e por sua vez o grupo os influencia a

desejar os Aparelhos Celulares e essa via de matildeo dupla resulta os leva a aquisiccedilatildeo

sem medida de esforccedilos

As conclusotildees do estudo de Luiz (2008) referentes a posse do Celular e ao

pertencimento ao grupo natildeo distam dos meus dados obtidos no questionaacuterio Outra

aproximaccedilatildeo entre os dados de Luiz (2008) e os meus refere-se ao uso do Aparelho

Celular para ouvir muacutesica ou seja a funccedilatildeo ldquomuacutesicardquo passou a ser um veiacuteculo

comum de facilitaccedilatildeo da interaccedilatildeo entre os estudantes e da relaccedilatildeo de

pertencimento junto a cada grupo pesquisado

Em resumo este estudo e o de Luiz (2008) tecircm similaridades tanto no que se

refere a ldquoposserdquo do equipamento quanto ao uso da funccedilatildeo ldquomuacutesicardquo pois ambos

possibilitam a interaccedilatildeo e o sentimento de pertencimento ao grupo

164

As anaacutelises do questionaacuterio aplicado sobre os usos que os estudantes fazem

do Aparelho Celular evidenciaram que a maioria natildeo faz uso didaacutetico desse

equipamento e quando isso acontece o uso fica restrito a poucas disciplinas por

exemplo na Matemaacutetica usa-se a funccedilatildeo calculadora

Ainda de acordo com o questionaacuterio quase a totalidade das respostas (98)

revelou que os estudantes tecircm consciecircncia da proibiccedilatildeo que consta no regimento

escolar referente ao uso de Celulares para fins natildeo didaacuteticos embora admitissem

afrontar deliberadamente a norma estabelecida pelo coleacutegio pois (48) confessou

que usa o Aparelho Celular para ouvir muacutesica e se comunicar por meio de

mensagens corroborando que esta tecnologia de faacutecil acesso estaacute amplamente

inserida no ambiente escolar Isso corrobora o que foi apontado por Hall (2011) que

as pessoas produzem reproduzem e modificam a sociedade em que vivem e a

relaccedilatildeo que tem com os meios de comunicaccedilatildeo de faacutecil acesso No caso do

CEPMAT o regimento de 2010 propotildee uma norma anacrocircnica em relaccedilatildeo ao uso do

Aparelho Celular e os estudantes por sua vez burlam a norma buscando

reconfiguraccedilotildees para o uso que eacute natildeo didaacutetico Uma das possibilidades que se

vislumbra a partir disso eacute propiciar a formaccedilatildeo de professores para usos didaacuteticos

dessa tecnologia inserindo-a no contexto escolar Isso configura o que foi percebido

por Hall (2011) no que se refere agraves velhas identidades que por tanto tempo

estabilizaram o mundo social e agora estatildeo em decliacutenio fazendo surgir novas

identidades que fragmentaram o indiviacuteduo da modernidade

No que tange aacute poluiccedilatildeo sonora a que o estudante estaacute submetido ao ouvir

muacutesica nos fones auriculares conectados aos Aparelhos Celulares os resultados

apontaram que a maioria (85) tem informaccedilatildeo de que uma exposiccedilatildeo diaacuteria a

ruiacutedos intensos pode ser prejudicial agrave sauacutede auditiva mas isso natildeo foi suficiente

para modificar a accedilatildeo do estudante Por outro lado um grupo menor (15)

respondeu que tecircm conhecimento dos malefiacutecios causados pelo excesso de ruiacutedo

oriundo do Celular agrave sauacutede auditiva e isso os fez reduzir a quantidade de tempo de

exposiccedilatildeo Embora esse resultado seja pequeno jaacute eacute possiacutevel identificar alguns

estudantes que conseguiram unir a informaccedilatildeo agrave accedilatildeo transformando-a em

conscientizaccedilatildeo No entanto 85 ainda precisa extrapolar o niacutevel da informaccedilatildeo e

isso pode ocorrer por meio da educaccedilatildeo especialmente o Ensino de Fiacutesica

(Acuacutestica Ondas Sonoras) que se relacionado agraves questotildees de sauacutede teraacute um papel

165

fundamental para auxiliar os estudantes a galgarem este salto qualitativo de simples

informaccedilatildeo para conscientizaccedilatildeo

Nas afericcedilotildees realizadas foi possiacutevel observar que (534) dos estudantes

ouvem muacutesica em intensidade 88 dB(A) o que significa que o tempo de exposiccedilatildeo

ao ruiacutedo para este grupo natildeo pode ser superior a 5 horas diaacuterias No entanto

(9466) dos pesquisados ouve muacutesicas em intensidade acima de 92 dB(A) cujo

tempo limite de exposiccedilatildeo eacute de 3 horas por dia O questionaacuterio discutido no capiacutetulo

IV desta dissertaccedilatildeo mostra que os estudantes ouvem muacutesica com os fones

auriculares conectados ao Celular em meacutedia quatro horas diaacuterias Isso significa que

aproximadamente 95 dos estudantes pesquisados ouvem muacutesica em volume

meacutedio de 1047 dB(A) e podem estar colocando em risco a sauacutede auditiva com

possibilidade de perda irreversiacutevel da audiccedilatildeo

Os resultados do teste de ldquoautoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo

mostraram que ouvir muacutesica no Celular em volume acima da meacutedia e natildeo perceber

sintomas de estresse de natureza fiacutesica (perda de energia e zumbido na audiccedilatildeo)

faz parte do cotidiano dos estudantes assim eacute possiacutevel inferir que os mesmos estatildeo

culturalmente inseridos em ambientes ruidosos e para corroborar esta ideia o teste

mostrou que um nuacutemero consideraacutevel (5250) de estudantes declarou que se

concentra melhor quando ouve muacutesicas durante as tarefas escolares

713 Poluiccedilatildeo Sonora Gerada pelos Fones auriculares e Autoidentificaccedilatildeo de

Alguns Sintomas de Estresse

Natildeo foram identificados estudos sobre a poluiccedilatildeo sonora relativa ao Aparelho

Celular nos eventos pesquisados e nas dissertaccedilotildees e teses do Banco da CAPES

com as palavras-chave Som Ruiacutedo Poluiccedilatildeo sonora Poluiccedilatildeo sonora no Ambiente

Escolar Assim ficou evidente que embora esta tecnologia de faacutecil acesso jaacute esteja

inserida na escola conforme os dados obtidos a partir do questionaacuterio nenhum

trabalho relacionou Aparelho Celular a poluiccedilatildeo sonora

Para aleacutem da anaacutelise realizada nos eventos e nas teses Muchnik et al (2011)

alertou que o uso de fones auriculares vem se tornando um comportamento cada

166

vez mais comum entre os jovens o que pode aumentar os riscos de problemas

auditivos

No questionaacuterio havia apenas um item sobre a exposiccedilatildeo ao ruiacutedo

investigando se o estudante tinha ciecircncia de que ouvir muacutesica no Celular prejudica a

audiccedilatildeo Este item foi descrito anteriormente (item 812) Conforme jaacute mencionado

os resultados revelaram a maioria dos estudantes ouviu dizer que os fones

auriculares conectados aos Aparelhos Celulares podem ser prejudiciais agrave sauacutede

auditiva se o volume estiver alto O questionaacuterio revelou ainda que o tempo meacutedio

que os estudantes ouvem muacutesica usando fones auriculares conectados ao Aparelho

Celular eacute de 4 horasdia Aleacutem disso a meacutedia da intensidade de ruiacutedo (em decibeacuteis)

das afericcedilotildees de intensidade de ruiacutedo foi de 1032 dB(A) nesses niacuteveis o tempo de

exposiccedilatildeo maacutexima contiacutenua eacute de aproximadamente 40 minutos por dia (conforme

BRASIL 2006) Estas condiccedilotildees podem acarretar surdez precoce nos estudantes

O teste de ldquoautoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo indicou que boa

parte dos estudantes (3250) natildeo estaacute disposta a deixar de utilizar o Celular para

ouvir muacutesica o que me permite inferir que em alguns momentos esta tecnologia

pode estar sendo utilizada como ldquovaacutelvula de escaperdquo para os ruiacutedos externos Neste

sentido um Ensino de Fiacutesica problematizador pode a partir de experimentos

simples contribuir para fazer conhecer entre os estudantes professores e

comunidade escolar os efeitos da exposiccedilatildeo destes ruiacutedos em peliacuteculas que

simulariam o efeito do som no tiacutempano humano Um estudo de intervenccedilatildeo

multidisciplinar poderia tambeacutem analisar o Protocolo de Complexidade Diferenciada

5 (BRASIL 2006) que aborda questotildees relacionadas com a sauacutede auditiva e os

efeitos da exposiccedilatildeo ao ruiacutedo na sauacutede e com isso discutir e reavaliar haacutebitos

relativos ao uso de fones auriculares possibilitando um trabalho de prevenccedilatildeo agrave

sauacutede auditiva

Em relaccedilatildeo aos sintomas de estresse os estudantes de forma geral (67)

natildeo perceberam a existecircncia de poluiccedilatildeo sonora oriunda dos fones auriculares

conectados ao Aparelho Celular mesmo sabendo dos problemas auditivos que o

fone auricular ligado ao Aparelho Celular para escutar muacutesicas em volume alto pode

causar

Alguns sintomas de estresse como zumbidos ou dores na orelha interna

perdas de energia dificuldades para relaxar natildeo foram percebidos pelos estudantes

apoacutes escutar muacutesicas em volume alto Os estudantes consideraram que a

167

quantidade de ruiacutedo a que satildeo expostos fora da escola e quando ouvem muacutesica no

Celular natildeo eacute maior do que aquela que eles podem suportar pelo contraacuterio eles tecircm

prazer de escutar muacutesica no volume acima dos limites natildeo prejudiciais pois as

muacutesicas satildeo selecionadas por eles desta forma natildeo satildeo consideradas ldquoruiacutedosrdquo De

acordo com as anaacutelises dos resultados posso inferir que os estudantes natildeo

percebem que colocam sua sauacutede auditiva em risco devido que as muacutesicas que

ouvem nos fones auriculares conectados ao Aparelho Celular satildeo sons agradaacuteveis

natildeo importando seu volume por outro lado os ruiacutedos emitidos pelos meios de

transportes sejam automoacuteveis caminhatildeo ocircnibus ou ateacute mesmo trens tornam-se

sons desagradaacuteveis ou seja ruiacutedos Hall (2007) explica que a accedilatildeo social eacute

significativa tanto para aqueles que a praticam quanto para os que a observam natildeo

em si mesma mas em razatildeo dos muitos e variados sistemas de significado que os

seres humanos utilizam para definir o que significam as coisas e para codificar

organizar e regular sua conduta uns em relaccedilatildeo aos outros No caso deste estudo a

accedilatildeo social eacute natildeo perceber os efeitos danosos que os sons considerados

ldquoagradaacuteveisrdquo causam a sauacutede auditiva o que seria diferente se com o mesmo

volume os estudantes percebessem sons considerados por eles como

ldquodesagradaacuteveisrdquo

Por outro lado uma porcentagem menor de estudantes percebe pelo menos

um dos sintomas de estresse tais como zumbidos perda de concentraccedilatildeo energia

ficam desanimados dificuldades para relaxar cansaccedilo e sobrecarga nas atividades

rotineiras como as atividades escolares tanto quando ouve muacutesica no Celular

quanto dos ruiacutedos oriundos dos meios de transportes Mesmo que essa pequena

porcentagem de estudantes natildeo se importe se pode haver algum prejuiacutezo agrave audiccedilatildeo

por exposiccedilatildeo aos niacuteveis de ruiacutedos intensos e ainda que essa porcentagem natildeo

pareccedila significativa a postura em relaccedilatildeo agrave sauacutede auditiva precisa ser mais bem

investigada

Esses resultados indicam aspectos que precisam ser melhor avaliados entre

eles

a) o planejamento das atividades

b) as condiccedilotildees de trabalho em sala de aula

c) a anaacutelise dos interesses dos estudantes em relaccedilatildeo agraves temaacuteticas

apresentadas

168

Esses e outros toacutepicos podem ser mais bem estudados para aprofundar

novos aspectos que se vislumbram a partir desta dissertaccedilatildeo Isso me leva a

recomendar que outras investigaccedilotildees sobre os efeitos da poluiccedilatildeo sonora na sauacutede

dos estudantes devem ser profundamente avaliados em estudos subsequentes a

este

Finalmente para Hall (2007) a ideia de cultura modo de vida formas de

pensar sentir a atuar satildeo assimiladas pelo grupo satildeo accedilotildees de comportamento

que podem ser estabelecidas no contexto a que esses humanos estatildeo inseridos

associando-os e constituindo-os nos diversos aspectos da vida social De uma

mesma forma compreender os significados da presenccedila e uso do Aparelho Celular

na escola eacute compreender essa nova linguagem esse objeto de desejo que opera no

sistema representacional da nossa cultura que constroacutei significados modifica o

sentimento de pertencimento dos estudantes ao grupo modelam praacuteticas de

conduta e ideias Falta no entanto compreender a problemaacutetica da poluiccedilatildeo sonora

em outros contextos por exemplo o da sauacutede auditiva humana pois neste os

impactos negativos para os estudantes satildeo muito seacuterios No entanto se esses

estudantes construiacuterem conhecimentos em Educaccedilatildeo Ambiental na Fiacutesica e na

Sauacutede poderatildeo fazer aproximaccedilotildees entre o cotidiano deles e o conhecimento

cientiacutefico e ainda se tiverem conhecimento e fizerem valer o cumprimento da

Legislaccedilatildeo Municipal entatildeo teratildeo ferramentas para estabelecer relaccedilotildees que

poderatildeo contribuir para mitigaccedilatildeo dos problemas

72 ALGUMAS POSSIBILIDADES

A partir da anaacutelise anterior realizada no formato de matriz emergem agumas

possibilidades Neste subitem levanto possibilidades de estudos que podem ampliar

as perspectivas desta dissertaccedilatildeo e foram percebidos a partir dos resultados da

Revisatildeo de Literatura do Questionaacuterio das Afericcedilotildees realizadas e do Teste de

ldquoAutoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas de Estresserdquo

As afericcedilotildees de niacuteveis de ruiacutedo oriundas do entorno do CEPMAT expuseram

valores acima do permitido pela Legislaccedilatildeo especificamente aquela relativa aos

169

limites de ruiacutedo estabelecidos para aacutereas escolares Sabendo a partir da revisatildeo de

literatura que a poluiccedilatildeo sonora eacute um tema pouco explorado e que no questionaacuterio

foi apontado que os alunos jaacute ouviram falar que o ruiacutedo intenso pode fazer mal a

audiccedilatildeo Entendo que uma pesquisa qualitativa do tipo pesquisa-accedilatildeo aplicada em

sala de aula a partir de um enfoque multidisciplinar tendo como eixo central a

Educaccedilatildeo Ambiental poderia abordar accedilotildees de prevenccedilatildeo a ruiacutedos intensos

oriundos dos meios de transporte

Por outro lado no que se refere a ouvir muacutesica com volume alto nos fones

auriculares conectados ao Aparelho Celular os resultados do teste referentes a

percepccedilatildeo dos estudantes indicaram que natildeo haacute grandes preocupaccedilotildees sobre os

efeitos nocivos desses sons intensos na sauacutede auditiva Para reverter este quadro

uma pesquisa aplicada do tipo pesquisa-accedilatildeo que aborde o conteuacutedo de acuacutestica

em seu subitem ldquoOndas Sonorasrdquo pode trazer enormes contribuiccedilotildees na construccedilatildeo

de sequecircncias didaacuteticas e experimentos simples de forma que os estudantes

percebam os efeitos os benefiacutecios e os malefiacutecios que estas ondas sonoras causam

no organismo Assim pode haver aproximaccedilatildeo do ensino de fiacutesica com a sauacutede

Outra consideraccedilatildeo refere-se ao uso natildeo didaacutetico do Aparelho Celular no

ambiente escolar Os dados do questionaacuterio mostraram que haacute necessidade de

ampliaccedilatildeo de pesquisas com enfoque metodoloacutegico porque o Celular natildeo eacute utilizado

como ferramenta de aprendizagem na sala de aula Beringuy (2011) salientou as

vantagens do acesso ao Celular por pessoas de baixo poder aquisitivo isso pode-se

estender tambeacutem para a adoccedilatildeo do Aparelho Celular como ferramenta de apoio na

aprendizagem A revisatildeo de literatura apontou metodologias como as de m-learning

ou mobile learning que exigem uma participaccedilatildeo do professor no sentido de

orientar para o uso didaacutetico Assim pesquisas que apliquem estas novas

metodologias satildeo extremamente necessaacuterias

170

73 SUGESTOtildeES DE ACcedilOtildeES MITIGATOacuteRIAS DA POLUICcedilAtildeO SONORA PARA O

ENTORNO E O INTERIOR DO CEPMAT

Neste item aponto algumas medidas preventivas e mitigatoacuterias em relaccedilatildeo

aos ruiacutedos do entorno do CEPMAT que podem ser tomadas por diferentes oacutergatildeos

administrativos Secretaria Municipal de Sauacutede e a Comunidade Escolar do CEPMAT

e pela empresa que tem a concessatildeo da Ferrovia (ALL) que passa em frente ao

Coleacutegio e tambeacutem relativas a poluiccedilatildeo sonora oriunda dos fones auriculares

conectados ao Aparelho Celular para ouvir muacutesica pelos estudantes

a) Em funccedilatildeo das afericcedilotildees e do laudo teacutecnico que aponta niacuteveis de ruiacutedo

de ateacute 100 dB(A) uma sugestatildeo eacute a instalaccedilatildeo de anteparos acuacutesticos

junto agrave linha feacuterrea para minimizar o impacto dos ruiacutedos do trem na

frete do Coleacutegio

b) Uma possibilidade complementar (e natildeo alternativa) a que foi

mencionada acima eacute a ALL em parceira com a Prefeitura Municipal de

Curitiba efetuarem o plantio de aacutervores nativas ao longo da lateral da

linha feacuterrea especialmente na frente do Coleacutegio para constituir mais

uma barreira fiacutesica agraves ondas sonoras geradas na passagem da

composiccedilatildeo feacuterrea

c) De acordo com o que foi proposto pelo Programa de Mitigaccedilatildeo de

Ruiacutedos (ALL 2010) a empresa deve constituir uma equipe

PERMANENTE de Educaccedilatildeo Ambiental assegurando para realizar um

trabalho continuo de conscientizaccedilatildeo dos estudantes do CEPMAT e do

entorno no que se refere aos periacuteodos maacuteximos de exposiccedilatildeo a ruiacutedos

de forma geral assim como de seguranccedila dos pedestres para a

travessia da linha feacuterrea

d) A Empresa ALL a Secretaria Estadual de Educaccedilaotilde do Paranaacute em

parceria com a Secretaria Municipal de Sauacutede tecircm a responsabilidade

de fazer avaliaccedilotildees audiomeacutetricas fundamentais para a prevenccedilatildeo a

PAIR tanto nos estudantes quanto nos professores e funcionaacuterios do

CEPMAT que estatildeo constantemente expostos aos ruiacutedos intensos

171

A Secretaria Municipal de Sauacutede e o CEPMAT podem trabalhar em parceria

para

a) Desenvolver um trabalho de conscientizaccedilatildeo e prevenccedilatildeo relativos agrave

sauacutede auditiva por exposiccedilatildeo aos ruiacutedos oriundos dos fones

auriculares conectados aos Aparelhos Celulares para ouvir muacutesica em

volume acima do limite estabelecido pelo protocolo de Complexidade

Diferenciada 5 (BRASIL 2006) que pode ser baseado no programa

desenvolvido pela Sociedade Brasileira de Otologia (SBO 2012)

172

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ABNT Anexo I da Norma Regulamentadora 15 para Atividades e Operaccedilotildees Insalubres Limites de Toleracircncia para Ruiacutedo Contiacutenuo ou Intermitente

Ministeacuterio do Trabalho e Emprego Brasiacutelia 1978 Disponiacutevel em lt httpportalmtegovbrdatafilesFF8080812DF396CA012E0017BB3208E8NR-1520(atualizada_2011)pdf gt Acesso em 17062013

ABNT NBR 10151 Acuacutestica - Avaliaccedilatildeo do ruiacutedo em aacutereas habitadas visando o conforto da comunidade - Procedimento Rio de Janeiro ABNT 1987 Disponiacutevel lthttpwwwsemacecegovbrwpcontentuploads201201AvaliaC3A7C3A3o+do+RuC3ADdo+em+C381reas+Habitadaspdfgt Acesso em 19012014

ABNT NBR 10152 Niacuteveis de Ruiacutedo para conforto Acuacutestico Rio de janeiro

1987a Disponiacutevel em lthttpbdcamaragovbrbdbitstreamhandlebdcamara8989poluicao_sonora_brasileiropdfsequence=4gt Acesso em 19012014

ABNT NBR 13369 ndash Caacutelculo Simplificado do Niacutevel de Ruiacutedo Equivalente Contiacutenuo (Leq) Rio de Janeiro ABNT 1995 Disponiacutevel em lt http httpptscribdcomdoc167322593NBR-13369-1995-Calculo-Simplificado-do-Nivel-de-Ruido-Equivalente-Continuo-Leq gt Acesso em 05052014

AIKENHEAD G S RYAN A G (1989) The development of a multiple-choice instrument for monitoring views on science-technology-society topics Ottawa Social Sciences and Humanities Research Council of Canada In AIKENHEAD G S e RYAN A G The Development of a New Instrument ldquoViews on Science-Technology-Societyrdquo (VOSTS) In Science Education 76(5) 477-491 1992

AIKENHEAD G S e RYAN A G The Development of a New Instrument ldquoViews on Science-Technology-Societyrdquo (VOSTS) In Science Education 76(5) 477-491 1992

ALL America Latina Logiacutestica Capitulo 12 Investigaccedilatildeo de Ruiacutedos Rio Grande do Sul - RS Editora ALL 2010 Disponiacutevel em lt httplicenciamentoibamagovbrFerroviasALL2020Malha20Ferroviaria20Sul2020Trechos20Rio20Branco20do20Sul2020Curitiba20e20Curitiba2020Paranagua122020InvestigaE7E3o20de20RuEDdos1220-20InvestigaE7E3o20de20RuEDdospdf gt Acesso em 02072013

ALVES J Tecnologia Celular Uma Convergecircncia de Miacutedias para a Aproximaccedilatildeo de Puacuteblicos Atas do Intercom ndash Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicaccedilatildeo XXX Congresso Brasileiro de Ciecircncias da Comunicaccedilatildeo 2908 a 02092007 Santos Editora Intercom 2007 Disponiacutevel em lt httpwwwportal-rpcombrbibliotecavirtualcomunicacaovirtual0317pdfgt Acesso em 17052013

AMERICAN COLLEGE OF OCCUPATIONAL AND ENVIRONMENTAL MEDICINE ACOEME EVIDENCE BASED STATEMENT Noise induced hearing loss J Occup Environ Med [S l] v45 n 6 jun 2003 In Brasil Protocolo de Complexidade Diferenciada 5 Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento

de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegias 2006 Disponiacutevel em lt

173

httpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesprotocolo_perda_auditivapdfgt Acesso em 19012014

American Friends of Tel Aviv University (2011 Deccember 29) Usando leitores de MP3 em volume alto coloca adolescentes em situaccedilatildeo de risco para a perda auditiva precoce dizem pesquisadores ScienceDaily Disponiacutevel em

httpwwwsciencedailycomreleases201112111228134852htm Acesso em 10012014

AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION (APA) Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders-Fourth Edition Text Revision Washington DC APA

2000 (Traduccedilatildeo no Brasil Artmed 2003)

ARCO-VERDE Y F S Caderno de Apoio para Elaboraccedilatildeo do Regimento Escolar Curitiba PR SEEDPR 2007 Disponiacutevel em lthttpwwwmrherondominguesseedprgovbrredeescolaescolas27147014arquivosFileOrgao20Tecnico20PedagogicoREGIMENTO_ESCOLAR_08_04[1]pdfgt Acesso em 19052013

ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE PESQUISA E ENSINO DE CIEcircNCIAS (ABRAPEC) Relatoacuterio de Atividades Satildeo Paulo 1997 Disponiacutevel em

lthttwwwnutesufrjbrabrapecgt acessado em 14082012

BASTOS W P MATTOS C A Fiacutesica para uma Discriminaccedilatildeo Auditiva

Dissertaccedilatildeo de Mestrado ndash USP 2007 Disponiacutevel em lt httpportalifuspbrcpgipt-brdissertaC3A7C3B5es-de-mestrado-2007-2013gt Acesso em 01122013

BASTOS P W MATTOS C R F Fiacutesica para uma sauacutede auditiva Atas do VI ENPEC Encontro Nacional de Pesquisa em Educaccedilatildeo em Ciecircncias

Florianoacutepolis ndash Santa Catarina ABRAPEC 2007a Disponiacutevel em lthttwwwnutesufrjbrabrapecgt Acesso em 06 de junho de 2012

BASTOS P W MATTOS C R Educaccedilatildeo para uma discriminaccedilatildeo Auditiva Atas do VI ENPEC Encontro Nacional de Pesquisa em Educaccedilatildeo em Ciecircncias

Florianoacutepolis ndash Santa Catarina ABRAPEC 2007b Disponiacutevel em lt httwwwnutesufwrjbrabrapecgt Acesso em 06 de junho de 2012

BASTOS P W MATTOS C R Fiacutesica e poluiccedilatildeo Sonora Uma proposta de dinacircmica do perfil conceitual Atas do XI EPEF Encontro de Pesquisa e Ensino de Fiacutesica Curitiba ndash Paranaacute 2008 Disponiacutevel em lt httpwwwcienciamaouspbrdadosepef_fisicaepoluicaosonoraumatrabalhopdfgt Acesso em 06 de junho de 2012

BAUMAN Z Entrevista Fronteiras do Pensamento Londres Cafeacute Filosoacutefico CPFL Viacutedeo 29 min e 41 s 2011 Disponiacutevel em lthttpvimeocom27702137gt Acesso em 0972014

BAUMAN Z Modernidade Liacutequida Rio de Janeiro Jorge Zahar 2008 Disponiacutevel em ltDownloadsModernidade+Liquida+-+Zygmunt+Bauman20(1)pdf gt Acesso em 28022014

BERINGUY A PNAD De 2005 para 2011 numero de internautas cresce 1438 e o de pessoas com celular 1072 Brasiacutelia IBGE 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaoacessoainternet2011defaultshtmgt Acesso em 17052013

174

BRASIL Decreto Federal No 81621 Aprova o Quadro Geral de Unidades de

medida em substituiccedilatildeo ao Anexo do Decreto n 68288 de 12 de setembro de 1978 Brasiacutelia SINMETRO Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio Exterior 03051978 Disponiacutevel em lt httpwwwplanaltogovbrccivil_03decreto1970-1979anexoand81621-78pdfgt Acesso em 15012014

BRASIL Perda auditiva induzida por ruiacutedo Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas (Pair)Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas ndash Brasiacutelia Editora do Ministeacuterio da Sauacutede 2006 Disponiacutevel em httpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesprotocolo_perda_auditivapdf Acesso em 19012014

CAPES Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior Banco de Teses e Dissertaccedilotildees Brasilia 2006 Disponiacutevel em lt httpbancodetesescapesgovbr gt Acesso em 12072012

CELANI A C BEVILAacuteCQUA M C RAMOS C R Ruiacutedo em escolas Fono Rev Atual Cient [S I] v 6 n 2 p 1-4 1994 In Protocolo de Complexidade Diferenciada 5 Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede - Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas

Estrateacutegicas 2006 Disponiacutevel em lt httpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesprotocolo_perda_auditivapdf Acesso em 22022014

Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva Perda Auditiva Induzida pelo Ruiacutedo Relacionado ao Trabalho Boletim nordm 1 14novembro1999 Disponiacutevel em ltDownloads1267411525dd9e8b2320(1)pdfgt Acesso em 14022014

CONAMA Norma Regulamentadora 15 Lei Nordm 9605 de 12 de fevereiro de 1998 Ministeacuterio do Meio Ambiente 1998 Dispotildee sobre as Sanccedilotildees Penais e Administrativas Derivas de Condutas e Atividades Lesivas ao Meio Ambiente Disponiacutevel em lt httpwwwplanaltogovbrccivil_03leisl9605htmgt Acesso em 28022014

CONAMA Resoluccedilatildeo Nordm 12008 Controle da Poluiccedilatildeo Sonora Disponiacutevel em lt httpwwwmmagovbrportconamalegislacaoCONAMA_RES_CONS_1990_001pdf gt Acesso em 13122014

CONTI F Definiccedilotildees de Calculo com Multivariaacuteveis Laboratoacuterio de Informaacutetica -

ICB ndash UFPA 2013gt Disponiacutevel em lthttpwwwculturaufpabrdicasgt Acesso em 28052013

COSTA C N P Anaacutelise do Teste ldquoAutoidentificaccedilatildeo de alguns Sintomas de Estresserdquo Curitiba PR Material natildeo publicado 2013

COSTA F A I Encontro Internacional TIC e Educaccedilatildeo Inovaccedilatildeo Curricular com TIC Atas do I CONGRESSO INTERNACIONAL TICEDUCA Lisboa ndash Portugal

Editora Universidade de Lisboa 2010 Disponiacutevel em lt httpticeduca2010ieulptgt Acesso em 09 de dezembro de 2012

COSTA J F GIOPPO C CAMARGO S O celular e o ensino de ondas na escola uma proposta preliminar Atas do II TICEDUCA 2012 Lisboa ndash Portugal Editora

Universidade de Lisboa 2012 Disponiacutevel em lt

175

httpconfticeducaieulptmodulesrequestphpmodule=oc_programampaction=summaryphpampid=369gt Acesso em 19112013

COSTA J F CAMARGO S GIOPPO C Uso do Aparelho Celular por Estudantes do Ensino Meacutedio para ouvir muacutesica um prazer perigoso Atas do IX ENPEC Editora da ABRAPEC Aacuteguas de Lindoacuteia SP 2013 Disponiacutevel em lt httpwwwnutesufrjbrabrapecixenpecatasresumosR1336-1pdf gt Acesso em 19112013

CURITIBA Lei Ordinaacuteria Municipal Nordm 10625 Dispotildee sobre ruiacutedos urbanos proteccedilatildeo do bem estar e do sossego puacuteblico Curitiba 2002 Disponiacutevel em lt

httpswwwleismunicipaiscombraprccuritibalei-ordinaria2002106210625lei-ordinaria-n-10625-2002-dispoe-sobre- ruidos-urbanos-protecao-do-bem-estar-e-do-sossego-publico-revoga-as-leis-n-s-8583-de-02-de-janeiro-de-1995-8726-de-19-de-outubro-de-1995-8986-de- 13 - de-dezembro-de-1996-e-9142-de-18-de-setembro-de-1997-e-da-outras-providenciashtmlgt Acesso em 08012014

DrsquoAMORIN F Dependecircncia ou Vicio Informaacutetica amp Sociedade 2012 Disponiacutevel

em lt httpwwwcinufpebr~if679textosDependenciaViciohtml gt Acesso em 27052013

DEL RIO V Cidade da Mente Cidade Real Percepccedilatildeo Ambiental e Revitalizaccedilatildeo na Aacuterea Portuaacuteria do Rio de Janeiro p 3-22 In OLIVEIRA L DEL RIO V (org) Percepccedilatildeo Ambiental A Experiecircncia Brasileira Satildeo Carlos Editora da UFSCAR 1996 265p Disponiacutevel em lt httpumdbergpbworkscomwfilefetch38495880vosts_developmentpdfgt Acesso em 27022014

ENIZ A O GARAVELLI S Poluiccedilatildeo sonora em escolas do Distrito Federal Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Educaccedilatildeo da Universidade Catoacutelica de Brasiacutelia Brasiacutelia 2004 Disponiacutevel em lt httpwwwbdtducbbrtedetde_arquivos6TDE-2004-09-17T134958Z-122PublicoDissertacaoalexandrepdfgt Acesso em 13092012

ENNES E G Poluiccedilatildeo Sonora p 339-356 Recursos Naturais Meio Ambiente e Poluiccedilatildeo Vol 2 Rio de Janeiro SUPREN 1977 In SCARATE A Diagnoacutestico Qualitativo da Poluiccedilatildeo Sonora Urbana Estudo de Fundamentos Teoacuterico-Metodoloacutegicos Atas do II Simpoacutesio de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia Urbana Maringaacute PR SIMPGEU 2009 Disponiacutevel em lt httpandrescaratefileswordpresscom20091070pdfgt Acesso em 28012014

FERNANDES J C Um coleacutegio chamado Maria Gazeta do Povo Caderno vida e

cidadania 17062012 Disponiacutevel em lt httpwwwgazetadopovocombrvidaecidadaniaconteudophtmlid=1265986T-Nh39Oplpcbloggergt Acesso em 13022013

FERNANDES R S SOUZA V J de PELISSARI V B FERNANDES S T Uso da percepccedilatildeo ambiental como instrumento de gestatildeo em aplicaccedilotildees ligadas agraves aacutereas educacional social e ambiental Curso de Engenharia de Produccedilatildeo Civil da

UNIVIX e do NEPA Satildeo Paulo 2004 Disponiacutevel em lt httpwwwredeceasesalquspbrnoticiasPercepcao_Ambientalpdfgt Acesso em 27012014

FILGUEIRAS J C HIPPERT M I S A polecircmica em torno do conceito de estresse Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo Vol19 n3 Brasiacutelia 1999 Disponiacutevel em lt

176

httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1414-98931999000300005amplng=enampnrm=isoamptlng=pt gt Acesso em 15072014

FRAENKEL J R e WALLEN N E How to design and evaluate research in Education 4ordf Ediccedilatildeo Boston McGraw Hill 2000

GASPERIN ABUCK S LOOS H A presenccedila do ruiacutedo do trem em escolas do entorno da linha feacuterrea na cidade de Curitiba-Pr Contribuiccedilatildeo para a construccedilatildeo dialeacutetica em educaccedilatildeo socioambiental Dissertaccedilatildeo de Mestrado em

Educaccedilatildeo da UFPR Curitiba UFPR 2006 Disponiacutevel em lt httpwwwppgeufprbrtesesM06_gasperinpdf gt Acesso em 13092012

HALL S A centralidade da cultura notas sobre as revoluccedilotildees culturais do nosso tempo Educaccedilatildeo amp Realidade Porto Alegre v 22 nordm2 p 15-46 juldez 1997

_____ S A Representation Cultural Representations and Signifying Practices Londres Thousand Oaks Sage The open University 2007

_____ S A Identidade cultural na Poacutes-Modernidade Rio de Janeiro DPampA 11ordf ediccedilatildeo 2011

IPDA Instituto Paulista de Deacuteficit de Atenccedilatildeo Vocecirc estaacute sofrendo com Stress Crocircnico Disponiacutevel em lt httpwwwdda-deficitdeatencaocombrmembrosteste-

stress-burnouthtmlgt Acesso em 21092013

IPPUC 1959 Regiatildeo do Cajuru ndash Paranaacute Foto aeacuterea de 1959 Curitiba fotografia

aeacuterea Escala 150000

IPPUC 2003 Geoprocessamento Curitiba 2006 Disponiacutevel em wwwippucorgbr

Acesso em 16 de janeiro de 2014

______2006 Rede Integrada de Transporte Puacuteblico de Curitiba em 2006

Disponiacutevel em ltwwwippucorgbrgt Acesso em 20022014

______2008 Planos Setoriais Relatoacuterio 2008 Curitiba IPPUC 2008 Disponiacutevel

em httpwwwconcidadesprgovbrarquivosFileDOC_IPPUC_Livro_planos_setoriaispdf Acesso em 15012014

______2008 Regiatildeo do Cajuru ndash Paranaacute Foto Aeacuterea de 2008 Curitiba fotografia

aeacuterea Escala 150000

JORDAtildeO C Um celular para cada puacuteblico Revista Digital 301109 Jornal O

Globo 2009 Disponiacutevel em lthttpturma4a20092bligoocomcontentview673937Um-celular-para-cada-publicohtmlgt Acesso em 26122012

KOTLER P Administraccedilatildeo de marketing anaacutelise planejamento implementaccedilatildeo e controle 5 ed Satildeo Paulo Atlas 1998 In MEDEIROS J F CRUZ C M L Comportamento do Consumidor Fatores que influenciam no processo de decisatildeo da compra dos consumidores Revista Teoria e Evidecircncia Econocircmica Passo Fundo v 14 Ed Especial 2006 p 175 Disponiacutevel em lt httpeadopetnetbrconteudoeadMoodle_20graduacaogestao_comercial_2013comp_consuPDFLEITURA1_aula3pdfgt Acesso em 28022014

LACERDA A B M GONCcedilALVES C G O ZOCOLI A M F DIAS C PAULA K Haacutebitos Auditivos e comportamento de adolescentes diante das atividades de lazer ruidosas In Revista CEFAC Speech Language Hearing Sciences and

177

Education Journal Mar-Abr V13 n2 322-329 2011 Disponiacutevel em lt

httpwwwscielobrpdfrcefacv13n249-10pdfgt Acesso em 13122013

LAUTERT L CHAVES E H B MOURA G MS S de O estresse na atividade gerencial do enfermeiro In Revista Panamericana de Salud Publica v6 (6) 1999 Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfrpspv6n60968gt Acesso em 28092013

LEDERMAN N G OMALLEY M Students perceptions of tentativeness in science Development use and sources of change Science Education 74(2) 225-239 1990 In AIKENHEAD G RYAN A The Development of a New Instrument ldquoViews on Science-Technology-Societyrdquo (VOSTS) College of Education University of Saskatchewan Saskatoon Saskatchewan Science Education Assessment Instruments 1992 Disponiacutevel em lt httpumdbergpbworkscomwfilefetch38495880vosts_developmentpdfgt Acesso em 27022014

LEVI F Origens Ambiente e Evoluccedilatildeo In Menezes L C de A terra gasta a questatildeo do ambiente Satildeo Paulo EDUC ndash Editora da Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica ndash PUC-SP 1990 P 17-25 Dissertaccedilatildeo de MestradoLIPP M N Como Controlar o Stress Satildeo Paulo-SP Editora Iacutecone 6ordf ed 1994

LIPP M e N (1984) Stress e suas implicaccedilotildees Estudos de Psicologia Campinas v1 n3 e 4 p 5-19 agodez In FILGUEIRAS J C HIPPERT M I S A polecircmica em torno do conceito de estresse Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo Vol19

n3 Brasiacutelia 1999 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1414-98931999000300005amplng=enampnrm=isoamptlng=pt gt Acesso em 15072014

LOBATO A PEDRO N As tecnologias moacuteveis no processo de ensino e aprendizagem da liacutengua inglesa um estudo exploratoacuterio do cenfic Atas do II CONGRESSO INTERNACIONAL TICEDUCA 2010 Lisboa ndash Portugal

Universidade de Lisboa 2012 Disponiacutevel em lt httpticeduca2010ieulptgt Acesso em 09 de dezembro de 2012

LOPES J M Barulho eacute responsaacutevel por 65 das reclamaccedilotildees agrave prefeitura Jornal Gazeta do Povo Ediccedilatildeo 02102008 Disponiacutevel em lt httpwwwgazetadopovocombrvidaecidadaniaconteudophtmlid=813587amptit=Barulho-e-responsavel-por-65-das-reclamacoes-a-prefeituragt Acesso em 08082013

LUIZ G V Consumo de Celular Significados e Influecircncias na vida cotidiana de adolescentes Dissertaccedilatildeo de Mestrado ndash Universidade Federal de Viccedilosa ndash MG

2008 Disponiacutevel em lthttpwwwtedeufvbrtedesimplificadotde_arquivos46TDE-2008-08-26T072246Z-1289Publicotexto20completopdfgt Acesso em 28052013

MBI Questionaacuterio Jbeili para Identificaccedilatildeo Preliminar da Burnout Elaborado e adaptado por Chafic Jbeili Inspirado no Maslach Burnout Inventory- MBI Disponiacutevel em lt httpwwwchaficcombrindex_arquivosQuestionE1rio20Jbeili20para20identificaE7E3o20da20burnoutpdf gt Acesso em 30092013

MELO G S Ao Som do Apito Vila Oficinas Controle e Disciplinarizaccedilatildeo do Ferroviaacuterio Curitiba (1945-1960) Monografia UTP ndash Universidade Tuiuti do Paranaacute Curitiba UTP 2008 Disponiacutevel em lt

178

httpwwwutpbrhistoriarevista_historianumero_2pdf11_giselia_melopdfgt Acesso em 03032013

MENDONCcedilA F Aspectos da Problemaacutetica Ambiental Urbana da Cidade de CuritibaPR e o mito da ldquocapital ecoloacutegicardquo Satildeo Paulo ndash USP 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwgeografiafflchuspbrpublicacoesGeouspGeousp12Geousp12_FranciscoMendoncahtmgt Acesso em 05082013

MIRANDA G L Limites e possibilidades das TIC na Educaccedilatildeo Revista de Ciecircncias da Educaccedilatildeo ndash nordm 03 ndash maioago2007 Disponiacutevel em lt

httpsisifofpceulptpdfssisifo03PT03pdfgt Acesso em 17052013

MOREIRA M D MELLO FILHO J de Psicoimunologia hoje 1992 In FILGUEIRAS J C HIPPERT M I S A polecircmica em torno do conceito de estresse Revista Psicolologia Ciecircncia e Profissatildeo V19 nordm3 Brasiacutelia 1999

Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophppid=S1414-98931999000300005ampscript=sci_arttextgt Acesso em 28022014

MOURA A CARVALHO A Enquadramento teoacuterico para a integraccedilatildeo de tecnologias moacuteveis em contexto educativo Atas do I CONGRESSO

INTERNACIONAL TICEDUCA 2010 Lisboa ndash Portugal Universidade de Lisboa 2010 Disponiacutevel em lt httpticeduca2010ieulptgt Acesso em 09 de dezembro de 2012

MUCHNIK C AMIR N KAPLAN-NEEMEN R e SHABTAI E Getting teeens to turn down the volume In TEL AVIV UNIVERSITY 2012 Annual report Re-imagining the mind Tel Aviv Tel Aviv University 2011 Disponiacutevel em lt

httpwwwtauacilbogannualreport2012pdfgt Acesso em 14122013

NARDI R Memoacuterias da Educaccedilatildeo em Ciecircncias no Brasil a pesquisa em ensino de Fiacutesica Grupo de Pesquisa e Ensino de Ciecircncias Bauru UNESP 1990 Disponiacutevel em lt httpwwwifufrgsbrpublicensinovol10n1v10_n1_a4htm gt Acesso em 16072013

NASCIMENTO D C do Percepccedilotildees de Cultura e Mudanccedila Organizacional

Dissertaccedilatildeo de Mestrado 2009 Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra Disponiacutevel em lt httpsestudogeralsibucptbitstream10316133701Tese_mestrado_Diogo_Chouzalpdf gt Acesso em 20112013

NOGUEIRA E Portal Curitiba Antiga Disponiacutevel em lthttpcuritibaantigacomcategoriaVila-Oficinashtml gt Acesso em 12122012

NOVAES M R Poluiccedilatildeo Psicossocial 383-395 In IBGE Recursos Naturais Meio Ambiente e Poluiccedilatildeo Vol 2 Rio de Janeiro SUPREN 1977 P458

NOVAIS A M GUARIN NETO G G Percepccedilatildeo Ambiental de Estudantes da Escola ldquoDr Joseacute Rodrigues Fontesrdquo Caacuteceres Mato Grosso In Revista Travessias nordm 1 UNIOESTE ndash PR 2007 Disponiacutevel em lt fileCDownloads2789-10750-1-PBpdf gt Acesso em 22022014

OrsquoMALLEY M AIKENHEAD In AIKENHEAD G RYAN A The Development of a New Instrument ldquoViews on Science-Technology-Societyrdquo (VOSTS) College of

Education University of Saskatchewan Saskatoon Saskatchewan Science Education Assessment Instruments 1992 Disponiacutevel em lt

179

httpumdbergpbworkscomwfilefetch38495880vosts_developmentpdfgt Acesso em 27022014

OLIVEIRA I B e SGARBI P Fora da Escola tambeacutem se aprende Rio de

Janeiro DPampA 2001

PAPINI J C M PINTO M L S Estresse e Trabalho Monografia 2000 UFSC

Associaccedilatildeo Catarinense de Medicina XVI ndash Curso de Especializaccedilatildeo em Medicina do Trabalho Disponiacutevel em httpsrepositorioufscbrbitstreamhandle123456789104989Estresse20e20trabalhopdfsequence=1 Acesso em 10022013

PARANAacute Conselho Estadual de Educaccedilatildeo do Paranaacute Regimento Escolar Deliberaccedilatildeo 1699 Curitiba Conselho Estadual de Educaccedilatildeo do Paranaacute 1999

Disponiacutevel em lt httpwwweducacaoprgovbrarquivosFiledeliberacoesdeliberacao161999pdf gt Acesso em 16122013

________ Decreto Estadual 259501959 In Zanoto Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico

Curitiba 2010 Disponiacutevel em lt httpwwwctamariateixeiraseedprgovbrredeescolaescolas9690630arquivosFilePPP2010apdfgt Acesso em 12072012

________ Decreto Estadual 30621977 In ZANOTO Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico Curitiba 2010 Disponiacutevel em lthttpwwwctamariateixeiraseedprgovbrredeescolaescolas9690630arquivosFilePPP2010apdfgt Acesso em 12072012

________Regimento Escolar do CEPMAT Ato nordm 340 p6 - 9 - Curitiba 2011

________ Resoluccedilatildeo 7012006 Coleacutegio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira ndash Ensino fundamental Meacutedio e Profissional Disponiacutevel em lt httpwwwceeprgovbrarquivosFilepdfPareceres202012CEBpa_ceb_109_12pdfgt Acesso em 05032013

PONDEacute L F Invenccedilatildeo do Contemporacircneo O diagnoacutestico de Zygmunt Bauman para a Poacutes-Modernidade Produccedilatildeo da CPFL Cultura Exibido em 25 de maio de

2008 Ribeiratildeo Preto Cultura (44 minutos) Disponiacutevel em lt wwwcpfculturacombr ou httpwwwyoutubecomwatchv=58MMs5j3TjA gt Acesso 05012014

RAMINHOS L FERREIRA M J CORREIA S PEREIRA M J Tecnologias moacuteveis no ensino de multimeacutedia Atas do II Congresso Internacional TICEDUCA 2012 Lisboa ndash Portugal Universidade de Lisboa 2012 Disponiacutevel em lt httpticeduca2010ieulptgt Acesso em 09 de dezembro de 2012

REIS A T L LAY M C D Avaliaccedilatildeo da Qualidade de Projetos ndash uma Abordagem Perceptiva e Cognitiva Revista Ambiente Construiacutedo Porto Alegre v 6 n 3 p

21-34 julset 2006 Disponiacutevel em lt http Downloads3710-12514-1-PB20(1)pdfgt Acesso em 27012014

RIBAS A NAZARENO E R SCHMID A L Reflexotildees sobre o ambiente sonora da cidade de Curitiba A percepccedilatildeo do ruiacutedo urbano e seus efeitos sobre a qualidade de vida de moradores dos setores especiais estruturais Tese Doutorado da UFPR Curitiba UFPR 2007 Disponiacutevel em lt httpdspacec3slufprbrdspacehandle188410320show=full gt Acesso em 20052013

180

RIBAS A GRAEMEL K Poluiccedilatildeo Sonora Objeto de Estudo da Ecologia Revista Fonoaudiologia Revista Virtual ndash Dezembro de 2006 Vol 1 ndash nordm 2 Brasil 2006 Disponiacutevel em lt httpwwwfonoaudiologiaorgbrpublicacoesrevista06vol4n1pdfgt Acesso em 27012014

RINK J MEGID NETO J M Tendecircncias dos Artigos apresentados nos Encontros de Pesquisa em Educaccedilatildeo Ambiental (EPEA) Educaccedilatildeo em Revista v 25nordm 3 2009 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophppid=S0102-46982009000300012ampscript=sci_arttext gt Acesso em 12092013

RODRIGUES A Stress trabalho e doenccedilas de adaptaccedilatildeo 1997 In FILGUEIRAS J C HIPPERT M I S A polecircmica em torno do conceito de estresse Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo Vol19 n3 Brasiacutelia 1999 Disponiacutevel em lt

httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1414-98931999000300005amplng=enampnrm=isoamptlng=pt gt Acesso em 15072014

ROMERO S M OLIVEIRA L O NUNES S C Estresse no Ambiente Organizacional estudo sobre o corpo gerencial Universidade Luterana do Brasil

ndash ULBRA 2007 Disponiacutevel em lt httpwwwaedbbrsegetartigos071215_SEGET0701Stresspdfgt Acesso em 28022014

SANTrsquoANA N C Criaccedilatildeo de uma ferramenta hipermiacutedia para promoccedilatildeo da sauacutede auditiva em jovens usuaacuterios de dispositivos sonoros portaacuteteis individuais Dissertaccedilatildeo de Mestrado 2012 - Universidade de Satildeo Paulo ndash FOB

Disponiacutevel em lt httpwwwtesesuspbrtesesdisponiveis2525143tde-01112012-214724pt-brphpgt Acesso em 06012014

SANTOS D M B DURAM A A BURNHAM T F O uso dos dispositivos moacuteveis durante a aula analise de um recorte da realidade de universidades publicas do Brasil Atas do II Congresso Internacional TICEDUCA 2012 Lisboa ndash Portugal Universidade de Lisboa Disponiacutevel em lt httpticeduca2010ieulptgt Acesso em 09 de dezembro de 2012

_______ D M B DURAM A A BURNHAM T F Dispositivos moacuteveis em sala de aula uma revisatildeo bibliograacutefica Atas do II Congresso Internacional TICEDUCA 2012a Lisboa ndash Portugal Universidade de Lisboa Disponiacutevel em lthttpticeduca2012ieulptgt Acesso em 09 de dezembro de 2012

SANTOS G F ALMEIDA M B BORGES M A F JESUS V G S de Tecnologias Moacuteveis com conexatildeo sem fio na Escola e a Organizaccedilatildeo do Trabalho Pedagoacutegico Atas do II Congresso Internacional TICEDUCA 2012 Lisboa ndash

Portugal Universidade de Lisboa Disponiacutevel em lthttpticeducaieulptataspdf298pdfgt Acesso em 12072013

SANTOS M J O MARTINS E C O Som Nosso de Cada Dia Percepccedilatildeo Meio e Forma Urbana Cadernos do Proarp Rio de Janeiro UFRJ ndash Vol 09 nordm 09 p 211-257 1993 In SCARATE A Diagnoacutestico Qualitativo da Poluiccedilatildeo Sonora Urbana Estudo de Fundamentos Teoacuterico-Metodoloacutegicos Atas do II Simpoacutesio de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia Urbana ndash SIMPGEU 2009 Disponiacutevel em lt httpandrescaratefileswordpresscom20091070pdfgt Acesso em 28012014

SBO (Sociedade Brasileira de Otologia) Dia da Audiccedilatildeo e de baixar o volume do mp3 Satildeo Paulo 2012 Disponiacutevel em

181

httpwwwsaudeauditivaorgbrnovo_siteindexphps=imprensareleasesdia-da-audicaophpgt Acesso em 22042013

SCARATE A Diagnoacutestico Qualitativo da Poluiccedilatildeo Sonora Urbana Estudo de Fundamentos Teoacuterico-Metodoloacutegicos Atas do II Simpoacutesio de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia Urbana Maringaacute PR SIMPGEU 2009 Disponiacutevel em lt

httpandrescaratefileswordpresscom20091070pdfgt Acesso em 28012014

SELIGMAN J Sintomas e Sinais na Pair in Brasil Perda Auditiva Induzida por

Ruiacutedo (Pair) Brasiacutelia Brasil 2006 Disponiacutevel em lt httpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesprotocolo_perda_auditivapdf gt Acesso em 08012014

SELYE H Stress a tensatildeo da vida Satildeo Paulo Ibrasa - Instituiccedilatildeo Brasileira de Difusatildeo Cultural 1959 In BRASIL Perda auditiva induzida por ruiacutedo Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas (Pair)Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas ndash Brasiacutelia Editora do Ministeacuterio da Sauacutede 2006 Disponiacutevel em httpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesprotocolo_perda_auditivapdf Acesso em 19012014

SIEGEL A GRANADO A SILVA C J O impacto do crescimento populacional e as restriccedilotildees ambientais para o desenvolvimento industrial de pinhais a partir de uma induacutestria no ramo de circuitos impressos Monografia ndash

UNIBRASIL 2009 Disponiacutevel em lt httpwwwpinhaisprgovbridentidadeFreeComponent164content1703shtml gt Acesso em 22022014

SIMONTON OC SIMONTON SM CREIGHTON JL Com a Vida de Novo Uma Abordagem de Auto ndash Ajuda para Pacientes com Cacircncer 6o ed Satildeo Paulo Summus 1987 In FILGUEIRAS J C HIPPERT M I S A polecircmica em torno do conceito de estresse Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo V19 n3 Brasiacutelia 1999 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1414-98931999000300005amplng=enampnrm=isoamptlng=pt gt Acesso em 15072014

SOUZA A M A poluiccedilatildeo Sonora no Ambiente escolar - Reflexos no Processo Ensino-Aprendizagem Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Centro Universitaacuterio Pliacutenio Leite Niteroi ndash Rio de Janeiro 2005 Disponiacutevel em lt httpwwwtjrjjusbrcdocument_libraryget_fileuuid=52486d9f-2407-4af1-bd42-c1f3cde27235ampgroupId=10136gt Acesso em 17032013

SOUZA D R SILVA H C GARAVELLI A M M RICARDO E C Poluiccedilatildeo Sonora na fiacutesica do ensino meacutedio construindo uma proposta Atas do V ENPEC Encontro Nacional de Pesquisa em Educaccedilatildeo em Ciecircncias Bauru ndash Satildeo Paulo ABRAPEC 2005 Disponiacutevel em lthttwwwnutesufrjbrabrapecgt Acesso em 06 de junho de 2012

SOUZA F P A poluiccedilatildeo sonora ataca traiccediloeiramente o corpo Belo Horizonte

UFMG 1992 Disponiacutevel em lt httpwwwicbufmgbrlabslpf2-14html gt Acesso em 10112012

SOUZA J TORRES M C A Maneiras de ouvir muacutesica uma questatildeo para a educaccedilatildeo musical com jovens In Muacutesica na educaccedilatildeo baacutesica Porto Alegre v 1

n 1 outubro de 2009 Disponiacutevel em lt

182

httpwwwabemeducacaomuacutesicalorgbrMastersrevista_muacutesica_na_escola4_maneiras_de_ouvir_muacutesicapdf gt Acesso em 10112012

STANGHERLIN V L Laudo Teacutecnico de Avaliaccedilatildeo de Ruiacutedo dos Fones de Ouvido do Aparelho Celular 2013 Engenheiro Agrocircnomo e de Seguranccedila do Trabalho CREA-PR 110468D 2013

STANGHERLIN V L Laudo Teacutecnico de Avaliaccedilatildeo de Ruiacutedo dos Meios de Transportes 2013 Engenheiro Agrocircnomo e de Seguranccedila do Trabalho CREA-PR

110468D 2014

STEINBERG S R KINCHELOE J L Cultura Infantil a construccedilatildeo corporativa da infacircncia In Sem segredos cultura infantil saturaccedilatildeo de informaccedilatildeo e Infacircncia poacutes-moderna Rio de janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 2001 In MONTEIRO S C F Ensino de ciecircncias projeto poliacutetico-pedagoacutegico das escolas e os curriacuteculos praticados uma possibilidade emancipatoacuteria a partir da educaccedilatildeo ambiental

Dissertaccedilatildeo de Mestrado Rio de Janeiro CICTFio Cruz 2009 Disponiacutevel em lthttpoatdorgoatdgourl=http3A2F2Fwwwbdtdcictfiocruzbr2Ftedesimplificado2Ftde_busca2Farquivophp3FcodArquivo3D197ampfrom=recordampq=gt Acesso em 15022014

STELLMAN J M DAUM S M Trabalho e sauacutede na induacutestria riscos fiacutesicos e quiacutemicos e prevenccedilatildeo de acidentes v 1 Satildeo Paulo EDUSP 1975 In BRASIL Perda auditiva induzida por ruiacutedo Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas (Pair)Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas ndash Brasiacutelia Editora do Ministeacuterio da Sauacutede 2006 Disponiacutevel em httpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesprotocolo_perda_auditivapdf Acesso em 19012014

THOMPSON J B A Miacutedia e a Modernidade 12ordf ediccedilatildeo Editora Vozes 2011

UNESCO Working Paper Series on Mobile Learning Turning on mobile learning

in Latina American Paris UNESCO 2012 Disponiacutevel em lthttp httpwwwunescoorgnewfileadminMULTIMEDIAHQEDICTpdfPachler-Ranieripdfgt Acesso em 27 de fevereiro de 2014

_______ Policy guidelines for mobile learning Paris UNESCO 2013

Disponiacuteveis em lt httpunesdocunescoorgimages0022002277227770porpdf gt Acesso em 02 de marccedilo de 2014

________ Segunda Semana UNESCO ldquoMobile Learningrdquo (MLW) ParisUNESCO 2013 Disponiacutevel em lt httpunesdocunescoorgimages0022002277227770porpdf gt Acesso em 07022014

VYGOTSKY L S A Formaccedilatildeo social da Mente 7ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo Martins Editora Livraria Ltda 2007

__________ Lev Semenovich Aprendizagem e desenvolvimento intelectual na idade escolar InVYGOTSKY Lev Semenovich LURIA Alexander Romanovich

Editora Ebook do Brasil 2001 Disponiacutevel em lt httpwwwebooksbrasilorgeLibrisvigohtmlgt Acesso em 12122013

ZANOTTO V L R Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico do Coleacutegio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira Curitiba-PR SEED 2010 Disponiacutevel em

183

lthttpwwwctamariateixeiraseedprgovbrredeescolaescolas9690630arquivosFilePPP2010apdfgt Acesso em 28122012

________ V L R Regimento Escolar Curitiba-PR SEED 2011 Disponiacutevel em

lthttpwwwnreseedprgovbrcuritibamodulesconteudoconteudophpconteudo=160 gt Acesso em 28122012

184

ANEXOS

185

ANEXO I - LEI 106252002

LEI Nordm 10625 DISPOtildeE SOBRE RUIacuteDOS URBANOS PROTECcedilAtildeO DO BEM ESTAR

E DO SOSSEGO PUacuteBLICO REVOGA AS LEIS Nordm S 8583 DE 02 DE JANEIRO DE

19958726 DE 19 DE OUTUBRO DE 1995 8986 DE 13 DE DEZEMBRO DE 1996

E 9142 DE 18 DE SETEMBRO DE 1997 E DAacute OUTRAS PROVIDEcircNCIAS

A CAcircMARA MUNICIPAL DE CURITIBA CAPITAL DO ESTADO DO PARANAacute

aprovou e eu Prefeito Municipal sanciono a seguinte lei

Art 1ordm - Eacute proibido perturbar o sossego e o bem estar puacuteblico com sons ruiacutedos e

vibraccedilotildees que causem incocircmodo de qualquer natureza ou que ultrapassem os

limites fixados nesta lei

Paraacutegrafo Uacutenico - As vibraccedilotildees seratildeo consideradas prejudiciais quando ocasionarem

ou puderem ocasionar danos materiais agrave sauacutede e ao bem estar puacuteblico

Art 2ordm - Para os efeitos desta lei aplicam-se as seguintes definiccedilotildees

I - SOM vibraccedilatildeo acuacutestica capaz de provocar sensaccedilotildees auditivas

II - RUIacuteDO som capaz de causar perturbaccedilatildeo ao sossego puacuteblico ou efeitos

psicoloacutegicos e fisioloacutegicos negativos em seres humanos e animais

III - VIBRACcedilAtildeO movimento oscilatoacuterio transmitido pelo solo ou por uma estrutura

qualquer

IV - POLUICcedilAtildeO SONORA emissatildeo de som ou ruiacutedo que seja direta ou

186

indiretamente ofensivo ou nocivo agrave sauacutede agrave seguranccedila e ao bem estar da

coletividade ou transgrida as disposiccedilotildees fixadas nesta lei

V - RUIacuteDO IMPULSIVO som de curta duraccedilatildeo com iniacutecio abrupto e parada raacutepida

caracterizado por um pico de pressatildeo de duraccedilatildeo menor que um segundo

VI - RUIacuteDO CONTIacuteNUO som com flutuaccedilatildeo de niacutevel de pressatildeo sonora tatildeo

pequena que pode ser desprezada dentro do periacuteodo de observaccedilatildeo

VII - RUIacuteDO INTERMITENTE som cujo niacutevel de pressatildeo sonora cai abruptamente

ao niacutevel sonoro do ambiente vaacuterias vezes durante o periacuteodo de observaccedilatildeo desde

que o tempo em que o niacutevel sonoro se manteacutem constante e diferente daquele do

ambiente seja de ordem de grandeza de um segundo ou mais

VIII - RUIacuteDO DE FUNDO sons emitidos durante o periacuteodo de observaccedilatildeo que natildeo

aquele objeto da mediccedilatildeo

IX - NIacuteVEL EQUIVALENTE (Leq) niacutevel meacutedio de energia do som obtido integrando-

se os niacuteveis individuais de energia em um periacuteodo de tempo e dividindo-se pelo

periacuteodo

X - dB (Decibel) unidade de medida do niacutevel de ruiacutedo

XI - dB(A) curva de avaliaccedilatildeo normalizada e adaptada agrave capacidade de recepccedilatildeo da

audiccedilatildeo humana

XII - ZONA SENSIacuteVEL Agrave RUIacuteDO OU ZONA DE SILEcircNCIO eacute aquela que para

atingir seus propoacutesitos necessita que lhe seja assegurado um silecircncio excepcional

Define-se como zona de silecircncio a faixa determinada pelo raio de 20000m

(duzentos metros) de distacircncia de hospitais escolas bibliotecas puacuteblicas hoteacuteis

postos de sauacutede ou similares

XIII - LIMITE REAL DA PROPRIEDADE aquele representado por um plano

imaginaacuterio que separa a propriedade real de uma pessoa fiacutesica ou juriacutedica de outra

187

XIV - SERVICcedilO DE CONSTRUCcedilAtildeO CIVIL qualquer operaccedilatildeo de escavaccedilatildeo

construccedilatildeo demoliccedilatildeo remoccedilatildeo reforma ou alteraccedilatildeo substancial de uma

edificaccedilatildeo estrutura ou obras e as relacionadas a serviccedilos puacuteblicos tais como

energia eleacutetrica gaacutes telefone aacutegua esgoto e sistema viaacuterio

Art 3ordm - Para fins de aplicaccedilatildeo desta lei ficam definidos os seguintes periacuteodos

I - DIURNO das 07h01 agraves 19h00

II - VESPERTINO das 19h01 agraves 22h00

III - NOTURNO das 22h01 agraves 07h00

Art 4ordm - Para os efeitos desta lei a mediccedilatildeo do niacutevel de pressatildeo sonora deveraacute ser

efetuada de acordo com as normas da Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas -

ABNT

Paraacutegrafo Uacutenico - A mediccedilatildeo a que se refere este artigo pode ser realizada a 500m

(cinco metros) de qualquer uma das divisas do imoacutevel gerador do incocircmodo ou em

qualquer ponto dentro do limite real do imoacutevel que sofre o incocircmodo

Art 5ordm - A emissatildeo de sons e ruiacutedos por quaisquer atividades industriais comerciais

prestadoras de serviccedilos religiosas sociais recreativas e de carga e descarga natildeo

podem exceder os niacuteveis de pressatildeo sonora contidos no Anexo I que faz parte

integrante desta lei

sect 1ordm - No caso de criaccedilatildeo de Setores Especiais conforme previsto na Lei Municipal

nordm 98002000 caberaacute agrave Secretaria Municipal do Meio Ambiente estabelecer os niacuteveis

de pressatildeo sonora admissiacuteveis por meio de regulamentaccedilatildeo proacutepria

sect 2ordm - Quando a fonte poluidora e o imoacutevel que sofre o incocircmodo estiverem

localizados em diferentes zonas de uso e ocupaccedilatildeo do solo seratildeo considerados os

limites estabelecidos para a zona em que se localiza a propriedade que sofre o

incocircmodo

188

sect 3ordm - Quando a propriedade que sofre o incocircmodo tratar-se de escola creche

biblioteca puacuteblica hospital ambulatoacuterio casa de sauacutede ou similar com leitos para

internamento hotel ou similar devem ser atendidos os limites estabelecidos para

ZR-1 independentemente da zona de uso e deve ser observado o raio de 20000m

(duzentos metros) de distacircncia definida como zona de silecircncio

Art 6ordm - Os sons e ruiacutedos produzidos pelos serviccedilos de construccedilatildeo civil devem

respeitar os limites maacuteximos estabelecidos no Anexo II parte integrante desta lei

Paraacutegrafo Uacutenico - Excetuam-se destas restriccedilotildees as obras e os serviccedilos urgentes e

inadiaacuteveis decorrentes de casos fortuitos ou de forccedila maior acidentes graves ou

perigo iminente agrave seguranccedila e ao bem estar da comunidade bem como o

restabelecimento de serviccedilos puacuteblicos essenciais tais como energia eleacutetrica gaacutes

telefone aacutegua esgoto e sistema viaacuterio

Art 7ordm - A emissatildeo de som ou ruiacutedos produzidos por veiacuteculos automotores

aeroplanos e aeroacutedromos e os produzidos no interior dos ambientes de trabalho

devem obedecer as normas expedidas respectivamente pelo Conselho Nacional do

Meio Ambiente e pelos oacutergatildeos competentes do Ministeacuterio da Aeronaacuteutica e

Ministeacuterio do Trabalho

Paraacutegrafo Uacutenico - No tocante agrave emissatildeo de ruiacutedo por veiacuteculos automotores o

Municiacutepio pode estabelecer em regulamento proacuteprio criteacuterios de controle

considerando o interesse local

Art 8ordm - A realizaccedilatildeo de shows concertos e apresentaccedilotildees musicais de caraacuteter

cultural e artiacutesticos em aacutereas puacuteblicas ou particulares dependem de preacutevio

licenciamento ambiental da Secretaria Municipal do Meio Ambiente independente

de outras licenccedilas exigiacuteveis

Paraacutegrafo Uacutenico - Cabe agraves Secretarias Municipais do Meio Ambiente e do

Urbanismo estabelecerem em regulamento proacuteprio as condiccedilotildees para realizaccedilatildeo

dos eventos musicais mencionados no caput deste artigo

189

Art 9ordm - A utilizaccedilatildeo das aacutereas dos parques e praccedilas municipais com uso de

equipamentos sonoros alto falantes fogos de artifiacutecio ou outros meios que possam

causar poluiccedilatildeo sonora dependem de preacutevio licenciamento ambiental da Secretaria

Municipal do Meio Ambiente independente de outras licenccedilas exigiacuteveis

Art 10 - Fica proibida a utilizaccedilatildeo de equipamentos sonoros fixos ou moacuteveis como

meio de propaganda ou publicidade nos logradouros puacuteblicos

sect 1ordm - Quando natildeo se tratar de logradouros puacuteblicos a utilizaccedilatildeo de equipamentos

sonoros como meio de propaganda e publicidade deve respeitar os limites

estabelecidos no Anexo I desta lei

sect 2ordm - Natildeo seraacute concedida autorizaccedilatildeo para uso de equipamentos sonoros em

veiacuteculos de empresas de distribuiccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de gaacutes ficando vedado o

uso de alto-falantes e outras fontes de emissatildeo sonora nos veiacuteculos destinados ao

transporte do produto

sect 3ordm - Casos especiais poderatildeo ser analisados e eventualmente autorizados pela

Secretaria Municipal do Meio Ambiente

Art 11 - Natildeo se compreende nas proibiccedilotildees dos artigos anteriores ruiacutedos e sons

produzidos I - pelas manifestaccedilotildees tradicionais do Carnaval e Ano Novo II - por

vozes ou aparelhos usados na propaganda eleitoral ou manifestaccedilotildees trabalhistas

para os quais seraacute estabelecido regulamento proacuteprio pelos oacutergatildeos competentes

considerando as legislaccedilotildees especiacuteficas III - por sinos de igrejas ou templos

religiosos desde que sirvam exclusivamente para indicar as horas ou anunciar a

realizaccedilatildeo de atos ou cultos religiosos IV - por fanfarras ou bandas de muacutesicas em

procissatildeo cortejos ensaios ou desfiles ciacutevicos (Redaccedilatildeo dada pela Lei

nordm 135042010) V - por sirenes ou aparelhos de sinalizaccedilatildeo sonora utilizados por

ambulacircncias carros de bombeiros ou viaturas policiais VI - por explosivos utilizados

no arrebentamento de pedreiras rochas ou nas demoliccedilotildees desde que detonadas

no periacuteodo diurno e previamente licenciados pela Secretaria Municipal do Meio

Ambiente VII - por alarme sonoro de seguranccedila residencial ou veicular desde que

190

o sinal sonoro natildeo se prolongue por tempo superior agrave 15 minutos VIII - por culto

religioso realizado no periacuteodo diurno e vespertino desde que natildeo ultrapasse o limite

de 65 dB(A) IX - por shows concertos e apresentaccedilotildees musicais de caraacuteter cultural

e artiacutestico desde que realizados dentro das condiccedilotildees autorizadas pela Secretaria

Municipal do Meio Ambiente

Art 12 - As atividades potencialmente causadoras de poluiccedilatildeo sonora definidas em

regulamento proacuteprio dependem de preacutevio licenciamento ambiental da Secretaria

Municipal do Meio Ambiente para obtenccedilatildeo dos alvaraacutes de construccedilatildeo e

funcionamento

Art 13 - A queima de fogos de artifiacutecio fica sujeita ao controle da Secretaria

Municipal do Meio Ambiente que aplicaraacute as sanccedilotildees previstas na presente lei

quando constatado incocircmodo agrave vizinhanccedila

Art 14 - Para a execuccedilatildeo de testes de fabricaccedilatildeo ou instalaccedilatildeo de alarmes sonoros

devem ser utilizados dispositivos de controle de forma que natildeo seja necessaacuteria a

emissatildeo sonora acima dos limites estabelecidos no Anexo I parte integrante desta

lei Paraacutegrafo Uacutenico - Em caso de acionamento perioacutedico ou constante de alarmes

sonoros seratildeo aplicadas as sanccedilotildees previstas nesta lei independente da obrigaccedilatildeo

de cessar a transgressatildeo

Art 15 - Os fiscais da Secretaria Municipal do Meio Ambiente no exerciacutecio da accedilatildeo

fiscalizadora tecircm a entrada franqueada nas dependecircncias da fonte poluidora onde

podem permanecer pelo tempo que se fizer necessaacuterio

Paraacutegrafo Uacutenico - Os fiscais da Secretaria Municipal do Meio Ambiente podem

solicitar o auxiacutelio das autoridades policiais no desempenho da accedilatildeo fiscalizadora

Art 16 - As pessoas fiacutesicas e juriacutedicas de direito puacuteblico ou privado que infringirem

qualquer dispositivo desta lei seus regulamentos e demais normas dela

decorrentes ficam sujeitas agraves seguintes sanccedilotildees independente da obrigaccedilatildeo de

cessar a transgressatildeo

191

I - notificaccedilatildeo por escrito II - multa simples ou diaacuteria III - cassaccedilatildeo da Licenccedila

Ambiental IV - embargo V - interdiccedilatildeo parcial ou total VI - perda ou restriccedilatildeo de

incentivos e benefiacutecios fiscais concedidos pelo Municiacutepio

Art 17 - Para imposiccedilatildeo da sanccedilatildeo e graduaccedilatildeo da multa a autoridade ambiental

observaraacute

I - as circunstacircncias atenuantes e agravantes II - a gravidade do fato tendo em vista

as consequecircncias para a sauacutede e o meio ambiente III - a natureza da infraccedilatildeo e

suas consequecircncias IV - o porte do empreendimento V - os antecedentes do

infrator quanto agraves normas ambientais VI - a capacidade econocircmica do infrator

Art 18 - Para efeito de aplicaccedilatildeo das sanccedilotildees as infraccedilotildees satildeo classificadas como

leves graves ou graviacutessimas de acordo com a Anexo III parte integrante desta lei e

com os criteacuterios abaixo

I - LEVES - aquelas em que o infrator seja beneficiado por circunstacircncias

atenuantes II - GRAVES - aquelas em que for verificada circunstacircncia agravante III

- GRAVIacuteSSIMAS - aquelas em que seja verificada a persistecircncia da reincidecircncia

Art 19 - Os valores das multas seratildeo expressos em moeda corrente nacional e para

cada tipo de infraccedilatildeo corresponderaacute

I - ateacute R$ 530000 (cinco mil e trezentos reais) para as leves II - de R$ 530100

(cinco mil trezentos e um reais) a R$ 1070000 (dez mil e setecentos reais) para as

graves III - R$ 1070100 (dez mil setecentas e um reais) a R$ 1800000 (dezoito

mil reais) para as graviacutessimas

Paraacutegrafo Uacutenico - A atualizaccedilatildeo monetaacuteria das multas dar-se-aacute com base na

variaccedilatildeo do Iacutendice de Preccedilos ao Consumidor Amplo - IPCA medido pela Fundaccedilatildeo

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica - IBGE ou outro que venha ser

instituiacutedo pelo Governo Federal

Art 20 - Satildeo circunstacircncias atenuantes

192

I - menor grau de compreensatildeo e escolaridade do infrator II - arrependimento eficaz

do infrator manifestada pela espontacircnea reparaccedilatildeo do dano ou limitaccedilatildeo

significativa do ruiacutedo emitido III - ser o infrator primaacuterio e a falta cometida de

natureza leve

Art 21 - Satildeo circunstacircncias agravantes

I - ser o infrator reincidente ou cometer a infraccedilatildeo de forma continuada II - ter o

infrator agido com dolo direto ou eventual

sect 1ordm - A reincidecircncia verifica-se quando o agente comete nova infraccedilatildeo do mesmo

tipo

sect 2ordm - No caso de infraccedilatildeo continuada caracterizada pela repeticcedilatildeo da accedilatildeo ou

omissatildeo inicialmente punida a penalidade de multa pode ser aplicada diariamente

ateacute cessar a infraccedilatildeo

Art 22 - O autuado teraacute direito a ampla defesa em processo administrativo

conforme regulamentaccedilotildees especiacuteficas num prazo maacuteximo de 30 (trinta) dias a

partir do recebimento do auto de infraccedilatildeo endereccedilado ao Secretaacuterio Municipal do

Meio Ambiente

Art 23 - No caso de decisatildeo condenatoacuteria o autuado teraacute direito a recorrer da

decisatildeo em forma de processo administrativo num prazo maacuteximo de 30 (trinta) dias

contado a partir da ciecircncia da condenaccedilatildeo encaminhado ao Conselho Municipal do

Meio Ambiente - CMMA

Art 24 - Os recursos interpostos das decisotildees natildeo definitivas teratildeo efeito suspensivo

relativo ao pagamento da penalidade sem prejuiacutezo da aplicaccedilatildeo de novas

autuaccedilotildees por reincidecircncia ou continuidade do dano

Art 25 - Exauridos os recursos administrativos o infrator teraacute prazo de 10 (dez) dias

para efetuar o recolhimento do valor da multa sob pena da inscriccedilatildeo em diacutevida ativa

193

Art 26 - As multas previstas nesta lei podem ter sua exigibilidade suspensa quando

o infrator por termo de compromisso aprovado pela autoridade ambiental

competente obrigar-se a adoccedilatildeo imediata de medidas especiacuteficas para cessar ou

corrigir a poluiccedilatildeo sonora

Paraacutegrafo Uacutenico - Cumpridas integralmente as obrigaccedilotildees assumidas pelo infrator a

multa pode ter uma reduccedilatildeo de ateacute 90 (noventa por cento) do valor original

Art 27 - Na aplicaccedilatildeo das normas estabelecidas por esta lei compete agrave Secretaria

Municipal do Meio Ambiente

I - Estabelecer o programa de controle dos ruiacutedos urbanos e exercer o poder de

controle e fiscalizaccedilatildeo das fontes de poluiccedilatildeo sonora II - Aplicar as sanccedilotildees

previstas na legislaccedilatildeo vigente III - Organizar programas de educaccedilatildeo e

conscientizaccedilatildeo

Art 28 - O Executivo Municipal regulamentaraacute em ateacute noventa dias da publicaccedilatildeo

desta lei as questotildees especiacuteficas relativas agrave poluiccedilatildeo sonora produzida pelo apito

do trem

Art 29 - Ficam expressamente revogadas as Leis Municipais nordm s 8583 de 02 de

janeiro de 1995 8726 de 19 de outubro de 1995 8986 de 13 de dezembro de

1996 e9142 de 18 de setembro de 1997

Art 30 - Esta lei entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

PALAacuteCIO 29 DE MARCcedilO em 19 de dezembro de 2002

CASSIO TANIGUCHI

Prefeito Municipal

Anexo 1 da Lei 106252002 - NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA MAacuteXIMOS

ZONAS DE USO | DIURNO | VESPERTINO | NOTURNO |

194

|=====================================|==================|==================|==================|

|ZR-1 ZR-2 ZR-3 ZR-B ZR-AV ZR-M| 55 dB (A) | 50 dB (A) | 45 dB (A) |

|APA-SARU APA-SMRU | | | |

|-------------------------------------|------------------|------------------|------------------|

|ZR-OC ZR-SF ZR-U ZUC-II ZT-MF| 60 dB (A) | 55 dB (A) | 50 dB (A) |

|ZT-NC ZE-E ZE-M ZOO SE-CC SE-PS| | | |

|SE-OI APA-ST | | | |

|-------------------------------------|------------------|------------------|------------------|

|ZR-4 ZC ZT-BR-116 ZUM ZE-D SE| 65 dB (A) | 60 dB (A) | 55 dB (A) |

|SH SE-BR-116 SE-MF SE-CF SE-WB| | | |

|SE-AC SE-CBCONEC SE-PE SC-SF| | | |

|SC-UM SE-NC SEI SEHIS SE-LE| | | |

|SEVC-PASSAUacuteNA SEVS-PASSAUacuteNA APA-SS| | | |

|Vias prioritaacuterias 1 e 2 Vias setori-| | | |

|ais Vias coletoras 12 e 3 | | | |

|-------------------------------------|------------------|------------------|------------------|

|ZS-1 ZS-2 ZES ZI ZEI-I (CIC)| 70 dB (A) | 60 dB (A) | 60 dB (A) |

|APA-SUE | | | |

|-------------------------------------+------------------+------------------+------------------|

|Os casos natildeo contemplados nesta tabela seratildeo objeto de anaacutelise especiacutefica por parte da|

|Secretaria Municipal do Meio Ambiente |

|______________________________________________________________________________________________|

APA-SARU - Setor de Alta Restriccedilatildeo de Uso

APA-SMRU - Setor de Meacutedia Restriccedilatildeo de Uso

APA-ST - Setor de Transiccedilatildeo

APA-SUE - Setor de Uso Esportivo

APA-SS - Setor de Serviccedilo

CONEC - Setor Especial Conector - Conectora 1234

SC-SF - Setor Especial Comercial Santa Felicidade

SC-UM - Setor Especial Comercial Umbaraacute

SE - Setor Especial Estrutural

SE-AC - Setor Especial da Av Affonso Camargo

SE-BR-116 - Setor Especial da BR-116

SE-CB - Setor Especial da Rua Engenheiro Costa Barros

SE-CC - Setor Especial Centro Ciacutevico

SE-CF - Setor Especial da Av Comendador Franco

SEHIS - Setor Especial Habitaccedilatildeo de Interesse Social

SEI - Setor Especial Institucional

SE-LE - Setor Especial Linhatildeo do Emprego

SE-MF - Setor Especial da Av Mal Floriano Peixoto

195

SE-NC - Setor Especial Nova Curitiba

SE-OI - Setor Especial de Ocupaccedilatildeo Integrada

SE-PE - Setor Especial Preferencial de Pedestres

SE-PS - Setor Especial do Poacutelo de Software

SEVC-PASSAUacuteNA - Setor Especial de Vias Coletoras

SEVS-PASSAUacuteNA - Setor Especial de Vias Setoriais

SE-WB - Setor Especial da Av Pres Wenceslau Braz

SH - Setor Histoacuterico

ZC - Zona Central

ZOO - Zona de Ocupaccedilatildeo Orientada

ZE-D - Zona Especial Desportiva

ZE-E - Zona Especial Educacional

ZEI-I (CIC) - Zona Especial de Induacutestria

ZE-M - Zona Especial Militar

ZES - Zona Especial de Serviccedilos

ZI - Zona Industrial

ZR-1 - Zona Residencial 1

ZR-2 - Zona Residencial 2

ZR-3 - Zona Residencial 3

ZR-4 - Zona Residencial 4

ZR-AV - Zona Residencial Alto da Gloacuteria

ZR-B - Zona Residencial Batel

ZR-M - Zona Residencial Mercecircs

ZR-OC - Zona Residencial de Ocupaccedilatildeo Controlada

ZUC-II - Zona de Urbanizaccedilatildeo Consolidada

ZR-SF - Zona Residencial Santa Felicidade

ZR-U - Zona Residencial Umbaraacute

ZS-1 - Zona de Serviccedilo 1

ZS-2 - Zona de Serviccedilo 2

ZT-BR-116 - Zona de Transiccedilatildeo BR ndash 116

ZT-MF - Zona de Transiccedilatildeo Av Mal Floriano Peixoto

196

ZT-NC - Zona de Transiccedilatildeo Nova Curitiba

Z-UM - Zona de Uso Misto

Anexo 2 da Lei 106252002 ndash

NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA MAacuteXIMOS PARA SERVICcedilOS DE

CONSTRUCcedilAtildeO CIVIL

Atividades natildeo confinaacuteveis |Limite de 90 dB(A) permitido somente|

| | de segunda a sexta-feira no periacuteodo|

| | diurno |

|=====================================|=====================================|

|Atividades passiacuteveis de confinamento |De segunda a sexta-feira no periacuteodo

| |diurno limites constantes no |

| |Anexo-I acrescidos de 5 dB(A)|

| |De segunda a sexta-feira nos |

| |periacuteodos vespertino e noturno |

| |limites constantes no Anexo-I |

|-------------------------------------+-------------------------------------|

|Saacutebados Domingos e Feriados qualquer periacuteodo Devem ser respeitados os |

|limites constantes no Anexo-I tanto para as atividades passiacuteveis de |

|confinamento como para as natildeo confinaacuteveis |

|___________________________________________________________________________

Anexo 3 da Lei 106252002 -

CLASSIFICACcedilAtildeO DAS INFRACcedilOtildeES

ARTIGOS | CLASSIFICACcedilAtildeO | OBSERVACcedilOtildeES | |===========|====================|===========================================|

| 5ordm e 6ordm | Leve |Ateacute 10 dB(A) (dez decibeacuteis) acima do |

| | |limite |

|-----------|--------------------|-------------------------------------------|

| 5ordm e 6ordm | Grave |De 10 dB (A) (dez decibeacuteis) a 30 dB (A)|

| | |(trinta decibeacuteis) acima do limite |

|-----------|--------------------|-------------------------------------------|

| 5ordm e 6ordm | Graviacutessima |Mais de 30 dB (A) (trinta decibeacuteis) acima |

| | |do limite |

|-----------|--------------------|-------------------------------------------|

|8ordm 9ordm10| Leve |Atividade desenvolvida sem licenccedila |

| 12 e 13 | | |

|___________|____________________|__________________________________________

197

ANEXO II - NR 15 ATIVIDADES E OPERACcedilOtildeES INSALUBRES

Portaria MTb nordm 3214 de 08 de junho de 1978

NR 15 - NORMA REGULAMENTADORA 15 - ATIVIDADES E OPERACcedilOtildeES

INSALUBRES

151 Satildeo consideradas atividades ou operaccedilotildees insalubres as que se desenvolvem

1511 Acima dos limites de toleracircncia previstos nos Anexos nordm 1 2 3 5 11 e 12

1512 (Revogado pela Portaria MTE nordm 37511990)

1513 Nas atividades mencionadas nos Anexos nordm 6 13 e 14

1514 Comprovadas atraveacutes de laudo de inspeccedilatildeo do local de trabalho constantes

dos Anexos nordm 7 8 9 e 10

1515 Entende-se por Limite de Toleracircncia para os fins desta Norma a

concentraccedilatildeo ou intensidade maacutexima ou miacutenima relacionada com a natureza e o

tempo de exposiccedilatildeo ao agente que natildeo causaraacute dano agrave sauacutede do trabalhador

durante a sua vida laboral

152 O exerciacutecio de trabalho em condiccedilotildees de insalubridade de acordo com os

subitens do item anterior assegura ao trabalhador a percepccedilatildeo de adicional

incidente sobre o salaacuterio miacutenimo da regiatildeo equivalente a

1521 40 (quarenta por cento) para insalubridade de grau maacuteximo

1522 20 (vinte por cento) para insalubridade de grau meacutedio

1523 10 (dez por cento) para insalubridade de grau miacutenimo

153 No caso de incidecircncia de mais de um fator de insalubridade seraacute apenas

considerado o de grau mais elevado para efeito de acreacutescimo salarial sendo

vedada a percepccedilatildeo cumulativa

154 A eliminaccedilatildeo ou neutralizaccedilatildeo da insalubridade determinaraacute a cessaccedilatildeo do

pagamento do adicional respectivo

1541 A eliminaccedilatildeo ou neutralizaccedilatildeo da insalubridade deveraacute ocorrer

a) com a adoccedilatildeo de medidas de ordem geral que conservem o ambiente de trabalho

dentro dos limites de toleracircncia

b) com a utilizaccedilatildeo de equipamento de proteccedilatildeo individual

15411 Cabe agrave autoridade regional competente em mateacuteria de seguranccedila e sauacutede

do trabalhador comprovada a insalubridade por laudo teacutecnico de engenheiro de

seguranccedila do trabalho ou meacutedico do trabalho devidamente habilitado fixar

198

adicional devido aos empregados expostos agrave insalubridade quando impraticaacutevel sua

eliminaccedilatildeo ou neutralizaccedilatildeo

15412 A eliminaccedilatildeo ou neutralizaccedilatildeo da insalubridade ficaraacute caracterizada

atraveacutes de avaliaccedilatildeo pericial por oacutergatildeo competente que comprove a inexistecircncia

de risco agrave sauacutede do trabalhador

155 Eacute facultado agraves empresas e aos sindicatos das categorias profissionais

interessadas requererem ao Ministeacuterio do Trabalho atraveacutes das DRTs a realizaccedilatildeo

de periacutecia em estabelecimento ou setor deste com o objetivo de caracterizar e

classificar ou determinar atividade insalubre

1551 Nas periacutecias requeridas agraves Delegacias Regionais do Trabalho desde que

comprovada a insalubridade o perito do Ministeacuterio do Trabalho indicaraacute o adicional

devido

156 O perito descreveraacute no laudo a teacutecnica e a aparelhagem utilizadas

157 O disposto no item 155 natildeo prejudica a accedilatildeo fiscalizadora do MTb nem a

realizaccedilatildeo ex-officio da periacutecia quando solicitado pela Justiccedila nas localidades onde

natildeo houver perito

LIMITES DE TOLERAcircNCIA PARA RUIacuteDO CONTIacuteNUO OU INTERMITENTE

NIacuteVEL DE RUIacuteDO DB (A)

MAacuteXIMA EXPOSICcedilAtildeO DIAacuteRIA PERMISSIacuteVEL

85 8 horas

86 7 horas

87 6 horas

88 5 horas

89 4 horas e 30 minutos

90 4 horas

91 3 horas e 30 minutos

92 3 horas

93 2 horas e 40 minutos

94 2 horas e 15 minutos

95 2 horas

96 1 hora e 45 minutos

98 1 hora e 15 minutos

100 1 hora

102 45 minutos

104 35 minutos

105 30 minutos

106 25 minutos

108 20 minutos

110 15 minutos

112 10 minutos

114 8 minutos

115 7 minutos

199

1 Entende-se por Ruiacutedo Contiacutenuo ou Intermitente para os fins de aplicaccedilatildeo de

Limites de Toleracircncia o ruiacutedo que natildeo seja ruiacutedo de impacto

2 Os niacuteveis de ruiacutedo contiacutenuo ou intermitente devem ser medidos em decibeacuteis (dB)

com instrumento de niacutevel de pressatildeo sonora operando no circuito de compensaccedilatildeo

A e circuito de resposta lenta (SLOW) As leituras devem ser feitas proacuteximas ao

ouvido do trabalhador

3 Os tempos de exposiccedilatildeo aos niacuteveis de ruiacutedo natildeo devem exceder os limites de

toleracircncia fixados no Quadro deste anexo (115003-0 I4)

4 Para os valores encontrados de niacutevel de ruiacutedo intermediaacuterio seraacute considerada a

maacutexima exposiccedilatildeo diaacuteria permissiacutevel relativa ao niacutevel imediatamente mais elevado

5 Natildeo eacute permitida exposiccedilatildeo a niacuteveis de ruiacutedo acima de 115 dB(A) para indiviacuteduos

que natildeo estejam adequadamente protegidos

6 Se durante a jornada de trabalho ocorrer dois ou mais periacuteodos de exposiccedilatildeo a

ruiacutedo de diferentes niacuteveis devem ser considerados os seus efeitos combinados de

forma que se a soma das seguintes fraccedilotildees

C1 + C2 + C3 ____________________ + Cn

T1 T2 T3 Tn exceder a unidade a exposiccedilatildeo estaraacute acima

do limite de toleracircncia

Na equaccedilatildeo acima Cn indica o tempo total que o trabalhador fica exposto a um niacutevel

de ruiacutedo especiacutefico e Tn indica a maacutexima exposiccedilatildeo diaacuteria permissiacutevel a este niacutevel

segundo o Quadro deste Anexo

7 As atividades ou operaccedilotildees que exponham os trabalhadores a niacuteveis de ruiacutedo

contiacutenuo ou intermitente superiores a 115 dB(A) sem proteccedilatildeo adequada

ofereceratildeo risco grave e iminente

200

ANEXO III - ANAacuteLISE CRIacuteTICA E PARECER SOBRE O ldquoTESTE PARA

AUTO-IDENTIFICACcedilAtildeO DE ALGUNS SINTOMAS DE ESTRESSErdquo

Anaacutelise Criacutetica do Documento

ldquoTeste para auto-identificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo

Curitiba 09 de maio 2014

Claudia Nepomuceno Pinto Costa

Licenciada em Psicologia pelo Instituto Piaget de Almada ndash Portugal

Mestre em Psicologia Comunitaacuteria e Proteccedilatildeo de Menores pela Universidade

de Lisboa Portugal

201

Anaacutelise de Criacutetica

Esta anaacutelise tem como objetivo averiguar a existecircncias de alguns criteacuterios de

Transtorno de Estresse contido no instrumento de pesquisa denominado ldquoTeste

para auto-identificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo com sete niacuteveis (escala de

Likert) (1 - de jeito nenhum 2 - raramente 3 - as vezes 4 - frequentemente 5 -

sempre 6 - natildeo sei 7 - natildeo me importo) com 29 questotildees que estaacute dividido em trecircs

partes A percepccedilatildeo dos estudantes quanto agrave poluiccedilatildeo sonora no entorno do

CEPMAT Os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do Coleacutegio na sauacutede

dos estudantes A existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos fones auriculares

conectados aos Aparelhos Celulares e os efeitos na sauacutede dos estudantes pesquisa

realizada no acircmbito do Mestrado do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo de Educaccedilatildeo e

Ciecircncias em Matemaacutetica da Universidade Federal do Paranaacute

Meacutetodo de anaacutelise

A anaacutelise teacutecnica para este instrumento seguiu as normas e eacutetcas

deontoloacutegicas respeitando agrave sintomatologia e as consequecircncias psiacutequicas de um

quadro de Transtorno de Estresse Para a analise serviram de apoio dois meacutetodos

para articular todos os items do instrumento de pesquisa de forma extrair e

interpretar com base em cada determinante para que se considere de validade de

acordo com os criteacuterios individuais que constituiraacute numa atribuiccedilatildeo validatoacuteria

conforme descritos no Manual Diagnoacutestico e Estatiacutestico de Transtornos Mentais

(DSM) (APA 2003) e caracteristicas do Protocolo de Complexidade Diferenciada 5

(Brasil 2006)

Procedimento

O exposto segue os mesmos nuacutemeros das questotildees utilizadas no instrumento

de pesquisa ldquoTeste para autoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo

incluindo somente as questotildees consideradas com caracteriacutesticas e criteacuterios

202

Os criteacuterios e caracteristicas para identificar a Perturbaccedilatildeo do Estresse satildeo

desenvolvimentos de sintomas descritos a seguir agrave exposiccedilatildeo a um estressor

implicando uma experiencia pessoal direta com um acontecimento assim posso

aferir que 20 das 29 questotildees foram identificadas de acordo com os criteacuterios

descritos no (DSM-IV) e caracteristicas existentes no Protocolo de Complexidade

Diferenciada 5 (Brasil 2006)

Descriccedilatildeo dos materiais de apoio

Para anaacutelise foram utilizados dois materiais de apoio para realizaccedilatildeo das

evidecircncias encontradas no instrumento de pesquisa sendo eles

O Protocolo de Complexidade Diferenciada 5 (Brasil 2006) o qual refere que

A existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos fones auriculares

conectados aos Aparelhos Celulares pode desencadear efeitos

nocivos agrave sauacutede em geral entre eles o Protocolo (BRASIL 2006)

destaca ldquonervosismo irritabilidade cefaleia insoacutenia alteraccedilotildees

circulatoacuterias alteraccedilatildeo de visatildeo alteraccedilotildees gastrointestinais entre

outrosrdquo (p20) que podem ser considerados isoladamente

Como tambeacutem o no Manual Diagnoacutestico e Estatiacutestico de Transtornos Mentais

(DSM) (APA 2003) que refere

Que tambeacutem um quadro considerado preocupante quando os sintomas

satildeo promovidos por causas humanas ou seja que natildeo derivadas de

uma cataacutestrofe natural (DSM-IV tr 4ordm Edp132) Seguindo as

orientaccedilotildees de base do Transtorno de Estresse descritas pelo DSM-IV

com caracteriacutesticas apoacutes a exposiccedilatildeo de uma experiecircncia pessoal

direta de um evento real ou ameaccedilador que ameaccedila a integridade

fiacutesica

Resultados da anaacutelise

Os resultados obtidos na anaacutelise realizada refere de acordo com os materiais

de apoio que 20 das 29 questotildees do instrumento ldquoTeste para auto-identificaccedilatildeo de

alguns sintomas de estresserdquo satildeo considerados apoio de identificaccedilatildeo do transtorno

de estresses

203

Assim apresento um quadro que refere as questotildees e os criteacuterios nelas

encontradas

Tabela ndash Questotildees e Criteacuterios

ldquoTeste para auto-identificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo Criteacuterios

4 Jaacute me senti prejudicado pelo ruiacutedo do trem quando estava fazendo avaliaccedilotildees e

trabalhos de pesquisa na sala de aula B4

5 Jaacute ouvi zumbidos depois de escutar os ruiacutedos dos trens carros e ocircnibus F

7 Tenho dificuldades para aprender durante o periacuteodo das aulas quando a

empresa ALL testa os freios dos trens em frente ao Coleacutegio

8 Meu niacutevel de concentraccedilatildeo e desempenho nas avaliaccedilotildees natildeo se altera quando

o trem passa D3

9 A exposiccedilatildeo ao ruiacutedo dos trens carros e ocircnibus me deixa esgotado no final do

periacuteodo de aula F e C4

11 Perco a concentraccedilatildeo quando o trem passa em frente ao Coleacutegio no horaacuterio

das aulas D3

12 Deixo de ouvir muacutesicas no celular para natildeo me expor excessivamente aos

ruiacutedos C2

13 Ouccedilo zumbidos depois de escutar muacutesica em alto volume no celular durante

algum tempo F

14 As muacutesicas que ouccedilo no celular atrapalham minha concentraccedilatildeo na aula D3

15 Meus ouvidos doem quando ouccedilo muacutesica no celular F

16 Percebo que a quantidade de ruiacutedo a que sou exposto fora da escola e

tambeacutem quando ouccedilo muacutesicas no celular eacute maior do que posso suportar F

17 Sei que ouvir muacutesica no celular pode prejudicar minha audiccedilatildeo F

18 Perco energia ao ouvir muacutesica no celular C4 e F

19 Sinto-me sobrecarregado tanto pela quantidade de ruiacutedo externo agrave escola (trens carros ocircnibus) quanto ao ouvir muacutesica no celular em volume

acima da meacutedia F

20 Ouccedilo muacutesica em volume alto para me concentrar para estudar para as provas

para fazer os trabalhos escolares D3

21 Quando fico exposto a ruiacutedos desanimo facilmente B4 e C4

22 Levo muito tempo para relaxar quando estou estressado por causa do barulho B4 e C1

23 Sinto-me tatildeo cansado e sobrecarregado por causa do ruiacutedo intenso durante o

periacuteodo de aula que acabo ldquome desligandordquo do ambiente escolar C5

25 Quando acordo de manhatilde fico cansado soacute de pensar que terei que ouvir

muitos ruiacutedos externos durante as aulas B4 e F

Nota Conteacutem 20 questotildees e criteacuterios encontrados

204

A tabela refere que 20 das 29 questotildees satildeo consideradas uma auto-

idenficaccedilatildeo de sintomas de transtorno de estresse seguindo as seguintes definiccedilotildees

de cada criteacuterio

B4- mal-estar psicologico intenso com a exposiccedilatildeo a estiacutemulos internos ou

externos que simbolizem ou se assemelham a aspectos acontecimento traumaacutetico

C1- esfoccedilo para evitar pensamentos sentimentos ou conversas assocadas ao

acontecimento estressor

C2- Evitamento persistente dos estimulos atividades pensamentos ou

conversas associadas ao acontecimento estressor

C4- Interesse ou participaccedilatildeo em atividades fortemente diminido

C5- Sentir-se desligado ou estranho em relaccedilatildeo aos outros

D3- Dificuldade de concentraccedilatildeo

F- A perturbaccedilatildeo causa mal estar clinicamente significativo ou deficiencia

social ocupacional ou em qualquer outra aacuterea importante do funcionamento

Foi considerando que o instrumento natildeo refere o tempo de exposiccedilatildeo ao

estiacutemulo estressor o qual se considera relevante o conhecimento do processo ou

seja como elas chegaram aos sintomas buscando causas imediatas sejam elas

patologicas ou fisioloacutegicas e delinear retrospectiva causal

Os outros 9 items natildeo estatildeo relacionados com aspectos e criteacuterios do

transtorno analisando portanto natildeo estatildeo presentes na anaacutelise

Caracteriacutesticas Especiacuteficas agrave cultura e agrave Idade

Em vista as dificuldades do jovem em relatar a diminuiccedilatildeo no interesse por

atividades significativas e limitaccedilatildeo do afeto este sintoma deve ser atentamente

avaliado mediante relatos feitos pelos pais professores e outros observadores

Seguindo as consideraccedilotildees do evento estressor pode-se afirmar que se

desencadeia do Transtorno de Estresse e potencializa-se o desenvolvimento de um

conjunto de reaccedilotildees neurofisioloacutegicas intensas em qualquer jovem Quanto agraves

reaccedilotildees essas enquadram-se num conjunto de sinais e sintomas correspondentes agrave

sindrome descrita no DSM-IV revela-se que o individuo exposto neste caso

especiacutefico ldquofones auriculares conectados no Aparelho Celular para ouvir muacutesica e a

exposiccedilatildeo diaacuteria aos ruiacutedos do entorno do CEPMAT oriundos do meio de transporterdquo

desenvolvem comportamentos caracterizados por Transtorno de Estresse

205

Aleacutem de todas as consequecircncias jaacute expostas eacute preciso atentar para o fato de

que a maioria dos jovens natildeo consegue superar os sintomas sem tratamento

especializado seja esse psicoteraacutepico medicamentoso e apoacutes realizaccedilatildeo de

exames especiacuteficos tais como auditivo e de forum psiquicos ou a combinaccedilatildeo de

ambos

Em resumo os comportamentos instalados apoacutes a situaccedilatildeo de estresse

podem ser agrupados em trecircs grandes categorias reminiscecircncia da situaccedilatildeo

traumaacutetica esquiva ou embotamento afetivo e hiperestimulaccedilatildeo do sistema

cognitivo

Apoacutes a descriccedilatildeo sobre o quadro de sintomas na situaccedilatildeo de estresse

referente ao questionaacuterio apresentado aos alunos no Coleacutegio CEPMAT e as

consequecircncias que este gera no aluno conclui-se que seria necessario a

intervenccedilatildeo da psicologia para um diagnostico a respeito da gravidade e das

consequecircncias agrave pessoa e agrave sociedade

Curitiba 09 de maio 2014

_________________________________

(Claudia Nepomuceno Pinto Costa)

Licenciada em Psicologia pelo Instituto Piaget de Almada ndash Portugal

Mestre em Psicologia Comunitaacuteria e proteccedilatildeo de Menores pela Universidade

de Lisboa - Portugal

206

REFERENCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

American Psychiatric Association (APA) Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders-Fourth Edition Text Revision Washington DC APA 2000 4a ed (Traduccedilatildeo no Brasil Artmed 2003) BRASIL Perda auditiva induzida por ruiacutedo Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas (Pair)Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas ndash Brasiacutelia Editora do Ministeacuterio da Sauacutede 2006 Disponiacutevel em httpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesprotocolo_perda_auditivapdf Acesso em 19012014

207

ANEXO IV - FOTO DECIBELIacuteMETRO

208

ANEXO V - NBR 10151

209

210

211

212

ANEXO VI ndash NBR 10152

213

214

215

216

ANEXO VII - NBR133691995

217

218

219

ANEXO VIII - PLANTA BAIXA ARQUITETOcircNICA DO CEPMAT PLANTA

BAIXA

220

ANEXO IX ndash LAUDO TEacuteCNICO DE AVALIACcedilAtildeO DE RUIacuteDO NO ENTORNO DO

CEPMAT

LAUDO TEacuteCNICO DE AVALIACcedilAtildeO DE RUIacuteDO NO ENTORNO DO COLEacuteGIO

ESTADUAL PROFESSORA MARIA AGUIAR TEIXEIRA

CONTRATANTE JEREMIAS FERREIRA DA COSTA

COLEacuteGIO ESTADUAL PROFESSORA MARIA AGUIAR TEIXERA

CAPAtildeO DA IMBUIA ndash CURITIBA ndashPR

RESPONSAacuteVEL TEacuteCNICO VERGINIO LUIZ STANGHERLIN

ENGENHEIRO DE SEGURANCcedilA DO TRABALHO

CREA ndash PR 110468D

LAUDO TEacuteCNICO DE AVALIACcedilAtildeO DE RUIacuteDO

Objeto

Tem o objetivo do presente laudo aferir o niacutevel de ruiacutedo gerado pelas atividades da

ferrovia linha de expresso e Via Raacutepida que possa importunar os alunos

professores e funcionaacuterios do Coleacutegio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira

Baseado nos resultados deste laudo seraacute possiacutevel detalhar as soluccedilotildees para

minimizar o ruiacutedo que possa prejudicar a populaccedilatildeo do referido Coleacutegio endereccedilo

Avenida Presidente Affonso Camargo 3463 - Capatildeo da Imbuia Curitiba - PR

221

Descriccedilatildeo do Local

O local de maior geraccedilatildeo de ruiacutedo eacute proacuteximo agrave Avenida Presidente Affonso

Camargo aonde temos a linha de ocircnibus expresso via raacutepida e linha do trem

Proacuteximo a avenida temos a Secretaria salas de aula Biblioteca Laboratoacuterio de

Quiacutemica e Fiacutesica

Materiais e Meacutetodos

As mediccedilotildees de niacutevel de pressatildeo sonora foram realizadas respeitando as

recomendaccedilotildees da norma NBR 101511987 ndash Avaliaccedilatildeo do Ruiacutedo em Aacutereas

Habitadas visando o conforto da comunidade ndash Procedimento

Foi utilizado o equipamento portaacutetil medidor de niacutevel de pressatildeo sonora digital

comumente denominado decibeliacutemetro O aparelho utilizado apresenta o niacutevel de

pressatildeo sonora equivalente Leq valor que eacute considerado para mediccedilotildees de ruiacutedo

contiacutenuo

Instrumento Utilizado para Mediccedilatildeo dos Niacuteveis de Ruiacutedo

Foi utilizado um instrumento portaacutetil medidor de niacutevel de pressatildeo sonora digital

Marca AZCE ndash nuacutemero de seacuterie N304849

Modelo AZCE ndash 8926

Faixa de Mediccedilatildeo 30 a 130 dB

Curvas de Ponderaccedilatildeo A C e Linear

Respostas Fast e Slow

222

Metodologia da Mediccedilatildeo

O local de maior niacutevel de ruiacutedo encontra-se proacuteximo agrave Avenida Presidente Affonso

Camargo Como o intuito deste trabalho eacute analisar se o ruiacutedo importuna os alunos

professores funcionaacuterios as mediccedilotildees foram executadas no lado interno da

edificaccedilatildeo Mediu-se tambeacutem o niacutevel de ruiacutedo com pessoas e sem pessoas para se

determinar o ruiacutedo gerado pela escola No periacuteodo da manhatilde satildeo intervalos

compreendidos das 7h30 as 11h45 e no periacuteodo da tarde das 13h30 as 17h30 e no

periacuteodo da noite das 19h00 as 22h30 No local analisado o ruiacutedo tem caracteriacutestica

constante natildeo apresentando ruiacutedos de impacto foram medidos por um medidor de

pressatildeo sonora no modo ldquoLeqrdquo na curva de compensaccedilatildeo ldquoArdquo e circuito de resposta

ldquoSlowrdquo (lenta) O aparelho medidor de pressatildeo sonora apresenta os resultados de

Leq a cada minuto

Apesar de ser caracterizado como contiacutenuo o ruiacutedo apresenta pequenas flutuaccedilotildees

e portanto deve ser apresentado como Leq - Niacutevel Meacutedio de Som Contiacutenuo

Equivalente Nesse meacutetodo de mediccedilatildeo eacute obtido um niacutevel de ruiacutedo contiacutenuo que

possui a mesma energia acuacutestica que os niacuteveis flutuantes originais durante um

periacuteodo de tempo O princiacutepio da mesma energia assegura a precisatildeo do meacutetodo

para avaliaccedilatildeo dos efeitos do ruiacutedo sobre o aparelho auditivo sendo adotado pela

norma ISO e muitas normas nacionais Preveniu-se o efeito de ventos sobre o

microfone com o uso de protetor conforme instruccedilotildees do fabricante As mediccedilotildees

foram em pontos afastados aproximadamente 12 m do piso e a 1 m da parede da

sala

Caracteriacutesticas da Mediccedilatildeo

223

Foram efetuadas duas mediccedilotildees do niacutevel de ruiacutedo em cada periacuteodo durante cinco

dias em trecircs horaacuterios distintos

TABELA ndash AFERICcedilOtildeES DOS NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS) ORIUNDOS DO EXTERIOR DO CEPMAT E MEDIDOS NO INTERIOR

DiaMecircs

Sala

Periacuteodo

Com a presenccedila do trem Carros ocircnibus Caminhotildees e estudantes

Sem a presenccedila do trem com carros ocircnibus caminhotildees e estudantes

0110

Biblioteca

Manhatilde Tarde Noite

9644 9452 8573

8436 8809 6516

0710

Laboratoacuterio de

Informaacutetica

Manhatilde Tarde Noite

9603 9271 8898

8886 8324 7546

0510

Auditoacuterio

Manhatilde Tarde Noite

9620 10000 8805

8654 8736 6522

FONTE COSTA 2014 COM APOIO DO ENGENHEIRO DE SEGURANCcedilA DO TRABALLHO VIRGINIO LUIZ STANGHERLIN

TABELA - NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS) NO INTERIOR DO CEPMAT EM SALAS DE AULA

DiaMecircs

Sala

Periacuteodo

Com a presenccedila do trem Carros e Ocircnibus Caminhotildees e de estudantes dB(A)

Sem a presenccedila do trem com fluxo normal de Carros ocircnibus caminhotildees e presenccedila de estudantes dB(A)

0210

Sala de Aula 10

Manhatilde Tarde Noite

9432 9546 8871

8370 7946 7223

0210

Sala de Aula 11

Manhatilde Tarde Noite

8998 9230 7253

8008 7525 7377

0210

Sala de Aula 12

Manhatilde Tarde Noite

9513 9688 8619

7796 7253 7189

0310

Laboratoacuterio de Fiacutesico-quiacutemica 13

Manhatilde Tarde Noite

9635 8350 8685

8745 6947 7889

FONTE COSTA 2014 COM APOIO DA ENGENHARIA DE SEGURANCcedilA DO TRABALHO VIRGINIO LUIZ STANGHERLIN

224

Anaacutelise dos resultados

Na falta de valores de ruiacutedo para servirem de referecircncia servimo-nos da

Norma Regulamentadora nordm 15 do Ministeacuterio do Trabalho e Emprego ndash Atividades e

Operaccedilotildees Insalubres norma esta que trata da seguranccedila ao trabalhador exposto

ao ruiacutedo contiacutenuo e outras fontes de insalubridade Especificamente no anexo I da

NR 15 cita-se qual eacute o Limite de Toleracircncia para Ruiacutedo Contiacutenuo ou Intermitente a

tabela ilustra qual o tempo maacuteximo de exposiccedilatildeo diaacuteria ao agente insalubre de

acordo com o niacutevel de ruiacutedo existente O primeiro valor que consta na tabela eacute 85

dB para um tempo maacuteximo de exposiccedilatildeo de 8 horas diaacuterias

ANEXO Nordm 1

LIMITES DE TOLERAcircNCIA PARA RUIacuteDO CONTIacuteNUO OU INTERMITENTE

NIacuteVEL DE PRESSAtildeO SONORA dB(A) MAacuteXIMA EXPOSICcedilAtildeO DIAacuteRIA PERMISSIacuteVEL

85 8 horas

86 7 horas

87 6 horas

88 5 horas

89 4 horas e 30 minutos

90 4 horas

91 3 horas e 30 minutos

92 3 horas

93 2 horas e 40 minutos

94 2 horas e 15 minutos

95 2 horas

96 1 hora e 45 minutos

98 1 hora e 15 minutos

100 1 hora

102 45 minutos

104 35 minutos

105 30 minutos

106 25 minutos

108 20 minutos

110 15 minutos

112 10 minutos

114 8 minutos

115 7 minutos

225

Conclusatildeo

Diante dos fatos e analisando os resultados obtidos nota-se que o ruiacutedo a ser

gerado pelo empreendimento eacute bem abaixo do limite considerado insalubre pela

norma em questatildeo Lembrando-se que o ruiacutedo tem o pico durante os intervalos de

aula trecircs no total com duraccedilatildeo de vinte minutos cada somente no periacuteodo diurno e

considerando-se ainda que a edificaccedilatildeo contaraacute com as soluccedilotildees acuacutesticas

atenuadoras de ruiacutedos para evitar a propagaccedilatildeo do som para o lado externo

conclui-se que os valores de ruiacutedo gerados natildeo seratildeo causadores de infortuacutenios aos

vizinhos

Encerramento

O responsaacutevel teacutecnico pelo trabalho coloca-se ao inteiro dispor para os

esclarecimentos necessaacuterios O presente laudo consta de seis paacuteginas digitadas de

um soacute lado rubricadas e uma folha de capa sendo a uacuteltima assinada

Curitiba 24 de fevereiro de 2014

Verginio Luiz Stangherlin

Engenheiro Agrocircnomo e de Seguranccedila do Trabalho

CREA-PR 110468D

Tel (41) 33732 3009 ndash 9707 3000

226

ANEXO X - LAUDO TEacuteCNICO DE AVALIACcedilAtildeO DE RUIacuteDO DOS FONES DE

OUVIDO CONECTADOS AO APARELHO CELULAR

LAUDO TEacuteCNICO DE AVALIACcedilAtildeO DE RUIacuteDO DOS FONES DE OUVIDO

CONECTADOS AO APARELHO CELULAR

CONTRATANTE JEREMIAS FERREIRA DA COSTA

COLEacuteGIO ESTADUAL PROFESSORA MARIA AGUIAR TEIXERA

AVENIDA AFONSO CAMARGO 3463 - CAPAtildeO DA IMBUIA ndash CURITIBA ndash PR

RESPONSAacuteVEL TEacuteCNICO VERGINIO LUIZ STANGHERLIN

ENGENHEIRO DE SEGURANCcedilA DO TRABALHO

CREA ndash PR 110468D

LAUDO TEacuteCNICO DE AVALIACcedilAtildeO DE RUIacuteDO

Objeto

Tem o objetivo do presente laudo aferir os niacuteveis de ruiacutedos gerados pelos

fones auriculares conectados ao Aparelho Celular dos alunos do Coleacutegio Estadual

Professora Maria Aguiar Teixeira quando ouve muacutesica

Baseado nos resultados deste laudo seraacute possiacutevel detalhar possiacuteveis efeitos

desta exposiccedilatildeo aos ruiacutedos que possa prejudicar a comunidade escolar do referido

Coleacutegio endereccedilo Avenida Presidente Affonso Camargo 3463 - Capatildeo da Imbuia

Curitiba - PR

Descriccedilatildeo do Local

O local de geraccedilatildeo de ruiacutedo satildeo os fones de ouvido conectados ao Aparelho Celular

de diversos modelos A afericcedilatildeo foi feita de forma aleatoacuteria sem verificar a seacuterie a

que os alunos do ensino meacutedio estatildeo cursando

227

Materiais e Meacutetodos

As mediccedilotildees de niacutevel de pressatildeo sonora foram realizadas respeitando as

recomendaccedilotildees da norma NBR 101511987 ndash Avaliaccedilatildeo do Ruiacutedo em Aacutereas

Habitadas visando o conforto da comunidade ndash Procedimento

Foi utilizado o equipamento portaacutetil medidor de niacutevel de pressatildeo sonora digital

comumente denominado decibeliacutemetro O aparelho utilizado apresenta o niacutevel de

pressatildeo sonora equivalente Leq valor que eacute considerado para mediccedilotildees de ruiacutedo

contiacutenuo

Instrumento Utilizado para Mediccedilatildeo dos Niacuteveis de Ruiacutedo

Foi utilizado um instrumento portaacutetil medidor de niacutevel de pressatildeo sonora digital

Marca AZCE ndash nuacutemero de seacuterie N304849

Modelo DEC ndash 8928

Faixa de Mediccedilatildeo 30 a 130 dB

Curvas de Ponderaccedilatildeo A C e Linear

Respostas Fast e Slow

Metodologia da Mediccedilatildeo

O intuito desta anaacutelise eacute abordar uma afericcedilatildeo dos niacuteveis de ruiacutedos que os alunos

do Coleacutegio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira estatildeo expostos durante o

periacuteodo que estatildeo utilizando o Aparelho Celular com o fone de ouvido para ouvir

muacutesica durante o periacuteodo que estatildeo no coleacutegio

A afericcedilatildeo foi realizada durante as aulas por um periacuteodo de dois meses perfazendo

um dia de cada semana isto eacute segunda terccedila quarta quinta e sexta nos meses de

outubro e novembro de 2013 Foram medidos por um medidor de pressatildeo sonora no

228

modo ldquoLeqrdquo na curva de compensaccedilatildeo ldquoArdquo e circuito de resposta ldquoSlowrdquo (lenta) O

aparelho medidor de pressatildeo sonora apresenta os resultados de Leq a cada minuto

Foi pedido aos alunos que permitissem fazer a afericcedilatildeo dos niacuteveis de ruiacutedo do fone

de ouvido colocando o som no modo em que os alunos ouvem a maior parte do

tempo

Caracteriacutesticas da Mediccedilatildeo

Foi efetuada uma meacutedia de trinta (30) afericcedilotildees diaacuterias nos meses de outubro e

novembro contando os dias da semana (segunda terccedila quarta quinta e sexta) do

fone de ouvido do Aparelho Celular

1 TABELA DE NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS) QUE OS ESTUDANTES DO CEPMAT ESTAtildeO SUBMETIDOS QUANDO OUVEM MUacuteSICA NOS FONES AURICULARES CONECTADOS AO APARELHO CELULAR

Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5

Meacutedia Diaacuteria

Segunda

Nordm Alunos dB (A)

08 96

06 97

5 98

4 102

7 116

30 1118

Terccedila

Nordm Alunos dB (A)

06 98

5 92

7 99

8 94

4 99

30 1003

Quarta

Nordm Alunos dB (A)

07 92

8 99

9 96

3 99

3 115

30 1011

Quinta

Nordm Alunos dB (A)

08 82

6 101

6 98

5 96

5 99

30 971

Sexta

Nordm Alunos dB (A)

06 98

5 114

8 113

6 98

5 98

30 1057

Meacutedia dB(A)

1032

FONTE COSTA 2013 COM APOIO DA ENGENHARIA DE SEGURANCcedilA DO TRABALLHO ENG VIRGINIO LUIZ STANGHERLIN

229

Anaacutelise dos resultados

Na afericcedilatildeo realizada com os alunos nos turnos de aula no Coleacutegio Estadual

Profordf Maria Aguiar Teixeira constatou-se uma intensidade do ruiacutedo de 1032 dB(A)

meacutedia para o fone de ouvido do Aparelho Celular em intensidade superiores a

permitida para uma jornada de 8 horas diaacuterias de 85 dB(A) Podendo ocorrer

incocircmodos perturbaccedilotildees sintomas de estresse prejuiacutezos agrave audiccedilatildeo Sintomas

previstos no Protocolo de complexidade diferenciada 5 do Ministeacuterio da Sauacutede

2006

A NR 15 anexo nordm 01 estabelece que as pessoas em qualquer ambiente de

trabalho natildeo poderatildeo ficar expostas a 85 dB(A) em um periacuteodo maior que 8 horas

diaacuterias

No entanto a maioria de estudantes avaliados na tabela acima escuta

musicas no fone de ouvido do Aparelho Celular a uma faixa de intensidade maior

que 103 dB(A) e de acordo com a NR 15 Anexo nordm 1 pessoas expostas nesta

intensidade de ruiacutedo podem ficar no maacuteximo 45 minutos por dia

Conclusatildeo

Na falta de valores de ruiacutedo para servirem de referecircncia servimo-nos da

Norma Regulamentadora nordm 15 do Ministeacuterio do Trabalho e Emprego ndash Atividades e

Operaccedilotildees Insalubres norma esta que trata da seguranccedila ao trabalhador exposto

ao ruiacutedo contiacutenuo e outras fontes de insalubridade Especificamente no anexo I da

NR 15 cita-se qual eacute o Limite de Toleracircncia para Ruiacutedo Contiacutenuo ou Intermitente a

tabela ilustra qual o tempo maacuteximo de exposiccedilatildeo diaacuteria ao agente insalubre de

acordo com o niacutevel de ruiacutedo existente O primeiro valor que consta na tabela eacute 85

dB(A) para um tempo maacuteximo de exposiccedilatildeo de 8 horas diaacuterias

230

LIMITES DE TOLERAcircNCIA PARA RUIacuteDO CONTIacuteNUO OU INTERMITENTE

NIacuteVEL DE PRESSAtildeO SONORA dB(A) MAacuteXIMA EXPOSICcedilAtildeO DIAacuteRIA PERMISSIacuteVEL

85 8 horas

86 7 horas

87 6 horas

88 5 horas

89 4 horas e 30 minutos

90 4 horas

91 3 horas e 30 minutos

92 3 horas

93 2 horas e 40 minutos

94 2 horas e 15 minutos

95 2 horas

96 1 hora e 45 minutos

98 1 hora e 15 minutos

100 1 hora

102 45 minutos

104 35 minutos 105 30 minutos

106 25 minutos

108 20 minutos

110 15 minutos

112 10 minutos

114 8 minutos

115 7 minutos

Desta forma concluo que os alunos que estatildeo expostos a esses niacuteveis de

pressatildeo sonora podem ter prejuiacutezos agrave audiccedilatildeo ou perda auditiva em poucos anos

por ser sutil causa impactos significativos na vida das pessoas gerando dificuldades

na comunicaccedilatildeo por prolongamento de exposiccedilatildeo a elevados niacuteveis sonoro o que

pode causar perda auditiva irreversiacutevel assim o tempo de exposiccedilatildeo satildeo fatores

determinantes da capacidade de prejudicar a audiccedilatildeo

231

Os Aparelhos Celulares tecircm grande capacidade de armazenamento com

bateria cada vez mais duradoura estas possibilidades contribuem para que os

estudantes ouccedilam muacutesica durante horas sem parar em volume muito acima das

recomendadas pela NR 15 Anexo 1 e pelo Protocolo de Complexidade Diferenciada

5 de 2006

Encerramento

O responsaacutevel teacutecnico pelo trabalho coloca-se ao inteiro dispor para os

esclarecimentos necessaacuterios O presente laudo consta de seis paacuteginas digitadas de

um soacute lado rubricadas e uma folha de capa sendo a uacuteltima assinada

Curitiba 12 de fevereiro de 2014

Verginio Luiz Stangherlin

Engenheiro Agrocircnomo e de Seguranccedila do Trabalho

CREA-PR 110468D

232

APEcircNDICES

233

APEcircNDICE 1 - LEVANTAMENTO SOBRE O USO DO CELULAR NA

ESCOLA

COLEacuteGIO ESTADUAL PROFESSORA MARIA AGUIAR TEIXEIRA

Turno______ Seacuterie______ Idade _________

1 ndash Vocecirc possui um Telefone Celular

a) Sim

b) Natildeo

c) eu uso um que natildeo eacute meu

2- Vocecirc traz o Telefone Celular para a escola

a) Sempre

b) quase sempre

c) agraves vezes

d) nunca

3 ndash Quanto tempo vocecirc usa o Telefone Celular ao longo do dia para qualquer de

suas funccedilotildees

a)Nunca uso celular

b)Menos de 2 horas por dia

c)Mais de 2 horas e menos de 4 horas por dia

d)Mais de 4 horas e menos de 8 horas por dia

f)Mais de 8 horas e menos de 12 horas por dia

g)Mais de 12 horas por dia

h)Meu uso eacute bastante variado de um dia para outro

i)Natildeo sei informar

4 ndash Quais as funccedilotildees do Telefone Celular que vocecirc utilizou na sala de aula sem

relaccedilatildeo com a aprendizagem

a)Ouvir muacutesica

b) Fazer e receber ligaccedilotildees

c)Receber e enviar mensagens

d)Calculadora

e)Agenda de telefone

234

f)Maacutequina fotograacutefica

g)Acessar a Internet (e-mail facebook skype etc)

h)Outras Escreva aqui _______________________________________

i)Natildeo trago o celular para a escola

j)Natildeo tenho telefone celular

5 ndash Na sala de aula vocecirc alguma vez jaacute utilizou o Telefone Celular para ajudar na

sua aprendizagem

a)Ouvir muacutesica

b) Fazer e receber ligaccedilotildees

c)Receber e enviar mensagens

d)Calculadora

e)Agenda de telefone

f)Maacutequina fotograacutefica

g)Acessar a Internet (e-mail facebook skype etc)

h)Outras Escreva aqui _______________________________________

i)Natildeo trago o celular para a escola

j)Natildeo tenho celular

6ndash Quanto vocecirc gasta em meacutedia em creacuteditos por mecircs

a) ateacute R$12 por mecircs

b) Entre R$ 13 e R$3000 por mecircs

c) Entre R$ 31 e R$5000 por mecircs

d) Mais de R$ 5000 por mes

e) Natildeo gasto com creacuteditos

f) Natildeo sei

7 ndash Vocecirc sabia que o regimento escolar proiacutebe o uso do Telefone Celular na sala de

aula

a) Sim

b) Natildeo

c) sabia mas uso assim mesmo

d) Sabia mas eu uso soacute esporadicamente

8 ndash Vocecirc jaacute ouviu dizer que o Telefone Celular pode trazer problemas para a

audiccedilatildeo

a) jaacute dizer e parei de usar o Telefone Celular

b) natildeo ouvi dizer e natildeo dizer e natildeo me interesso por isso

c) nunca ouvi falar sobre isso

d) Jaacute ouvi dizer mas natildeo me importo pois continuo usando da mesma forma

e) jaacute ouvi dizer e parei de usar o celular

235

APEcircNDICE 2 - TESTES DE AUTOIDENTIFICACcedilAtildeO DE ALGUNS SINTOMAS DE ESTRESSE

TESTE DE AUTOIDENTIFICACcedilAtildeO DE ALGUNS

SINTOMAS DE ESTRESSE

MARQUE UM ldquoXrdquo na coluna correspondente a

sua opiniatildeo

Idade_____ Sexo______ Seacuterie_______ Turma

_______

De

je

ito

ne

nh

um

Rara

me

nte

As v

ev

eze

s

Fre

qu

en

tem

en

t

e

Se

mp

re

Natildeo

se

i

Natildeo

m

e

imp

orto

1 2 3 4 5 6 7

1 O Coleacutegio eacute ruidoso por causa dos trens carros e

ocircnibus que passam em frente

2 A biblioteca do Coleacutegio eacute um local adequado e silencioso para eu realizar pesquisas e outras atividades

3 O ruiacutedo do trem natildeo me incomoda quando estou assistindo aula

4 Jaacute me senti prejudicado pelo ruiacutedo do trem quando estava fazendo avaliaccedilotildees e trabalhos de pesquisa na sala de aula

5 Jaacute ouvi zumbidos depois de escutar os ruiacutedos dos

trens carros e ocircnibus

6 Nada pode ser feito para alterar as condiccedilotildees de

ruiacutedo dos trens carros e ocircnibus na frente do Coleacutegio

7 Tenho dificuldades para aprender durante o periacuteodo das aulas quando a empresa ALL testa os freios dos trens em frente ao Coleacutegio

8 Meu niacutevel de concentraccedilatildeo e desempenho nas

avaliaccedilotildees natildeo se altera quando o trem passa

9 A exposiccedilatildeo ao ruiacutedo dos trens carros e ocircnibus

me deixa esgotado no final do periacuteodo de aula

10 Ruiacutedos intensos como das muacutesicas que ouccedilo no celular ou dos trens carros e ocircnibus que passam em frente ao coleacutegio natildeo me incomodam

11 Perco a concentraccedilatildeo quando o trem passa em

frente ao Coleacutegio no horaacuterio das aulas

12 Deixo de ouvir muacutesicas no celular para natildeo me

expor excessivamente aos ruiacutedos

13 Ouccedilo zumbidos depois de escutar muacutesica em

alto volume no celular durante algum tempo

14 As muacutesicas que ouccedilo no celular atrapalham

minha concentraccedilatildeo na aula

15 Meus ouvidos doem quando ouccedilo muacutesica no

celular

236

16 Percebo que a quantidade de ruiacutedo a que sou

exposto fora da escola e tambeacutem quando ouccedilo muacutesicas no celular eacute maior do que posso suportar

17 Sei que ouvir muacutesica no celular pode prejudicar

minha audiccedilatildeo

18 Perco energia ao ouvir muacutesica no celular

19 Sinto-me sobrecarregado tanto pela quantidade

de ruiacutedo externo agrave escola (trens carros ocircnibus) quanto ao ouvir muacutesica no celular em volume acima da meacutedia

20 Ouccedilo muacutesica em volume alto para me

concentrar para estudar para as provas para fazer os trabalhos escolares

21 Quando fico exposto a ruiacutedos desanimo facilmente

22 Levo muito tempo para relaxar quando estou estressado por causa do barulho

23 Sinto-me tatildeo cansado e sobrecarregado por causa do ruiacutedo intenso durante o periacuteodo de aula que acabo ldquome desligandordquo do ambiente escolar

24 Sinto-me bem tendo muito ruiacutedo no meu entorno (dentro e fora da sala) durante o periacuteodo de aula

25 Quando acordo de manhatilde fico cansado soacute de pensar que terei que ouvir muitos ruiacutedos externos durante as aulas

26 Fico feliz por poder ouvir muacutesica no celular

quando estou em aula

27 Natildeo consigo ficar sem ouvir musicas no celular

durante o periacuteodo das aulas mesmo sabendo que o regimento escolar me proiacutebe de usa-lo

28 Natildeo fui informado sobre quais equipamentos eletrocircnicos (Aparelho Celular) posso usar no periacuteodo das aulas

29 Participei ativamente de reuniotildees e discussotildees

para a construccedilatildeo do Regimento Escolar do coleacutegio

237

APEcircNDICE 3 - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Eu (nome por extenso)___________________________________________

portador da ceacutedula de Identidade RG________________________________

AUTORIZO meuminha filho (a) (nome por extenso)

________________________________________________a participar da pesquisa

intitulada ldquoPoluiccedilatildeo Sonora que trem eacute esse no meu celularrdquo bem a publicaccedilatildeo de

resultados em Revistas Acadecircmicas Livros Conferecircncias etc para uso interno

desta instituiccedilatildeo de ensino

A presente autorizaccedilatildeo eacute concedida a tiacutetulo gratuito abrangendo a aplicaccedilatildeo

de um Questionaacuterio e um Teste de AutoIdentificaccedilatildeo de Alguns Sintomas de

Estresse acima mencionada em todo territoacuterio nacional e no exterior em todas as

suas modalidades e destaque das seguintes formas (i) miacutedia eletrocircnica (paineacuteis

viacutedeos entre outros)

Deste modo por esta ser a expressatildeo da minha vontade declaro que autorizo

livre e espontaneamente o uso acima descrito sem que nada possa a ser reclamado

a tiacutetulo de direitos conexos agrave imagem ou qualquer outro bem como assino a

presente autorizaccedilatildeo

Curitiba ______ de ____________________ de 2013

Pai Responsaacutevel

2

3

4

AGRADECIMENTOS

A Deus que permitiu realizar um dos meus maiores sonhos que eacute fazer mestrado na UFPR e pelas portas abertas na minha vida Tem me sustentado com acircnimo alegria e disposiccedilatildeo estando comigo em todos os momentos Obrigado meu Deus por me mostrar possibilidades de ldquoir e virrdquo nos caminhos que escolhi

Agrave minha esposa Patriacutecia Barbosa Reeck da Costa que veio completar minha

vida que me amparou e compreendeu nas horas de dificuldade e que me faz muito feliz

Ao meu pai o ldquogente boardquo Telcio Ferreira da Costa e minha ldquomatildeezinhardquo Dona

Maria Lurdes por todas as oraccedilotildees e apoio que me deram para que eu conseguisse chegar ateacute aqui Agrave minha filha Julia Bogdanovicz da Costa por compreender a falta de tempo do pai pois em momentos natildeo conseguir passear andar de bicicleta ou viajar vocecirc eacute uma fonte de inspiraccedilatildeo Enfim minha gratidatildeo se estende a todos os familiares que participaram voluntaacuteria ou involuntariamente da minha vida pois de certa forma fui influenciado por vocecircs

Sou uma pessoa motivada pela Ciecircncia e entendo que a era moderna foi

caracterizada por permitir outros olhares sobre dogmas e crenccedilas possibilitando a academia gerar novos conhecimentos criticar-se e reconfigurar-se em diferentes Programas constituindo uma nova era a contemporacircnea Nesta foi criado o Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Educaccedilatildeo em Ciecircncias e em Matemaacutetica da UFPR para o qual fui aceito Assim agradeccedilo aos meus orientadores Dr Seacutergio Camargo e Dra Christiane Gioppo por terem me selecionado e conduzido para estar aqui agora na posiccedilatildeo de seleciona-los para dedicar minhas conquistas

A minha banca composta pelo Dr Cristiano Rodrigues de Mattos da

Universidade de Satildeo Paulo e pelo Dr Marco Aureacutelio Kalinke da Universidade Tecnoloacutegica Federal do Paranaacute aleacutem de meus orientadores com os quais pude compartilhar muito mais que discussotildees de cunho teoacuterico e a todo o corpo docente do PPGECM da UFPR que participou da minha formaccedilatildeo

Aos amigos que sempre estiveram orando por mim aos colegas e Diretores

dos Coleacutegios Estaduais Professora Maria Aguiar Texieria e Paulo Leminski que contribuiram para a manutenccedilatildeo de um ambiente de trabalho e de pesquisa prazeroso tornando-se sinocircnimo de alegria prevalecendo agrave difusatildeo do conhecimento

5

PEQUENA BIOGRAFIA

Sou da cidade de Arapongas estado do Paranaacute venho de uma famiacutelia de

onze irmatildeos cresci em uma situaccedilatildeo financeira de miseacuteria em que a universidade

era algo muito distante da minha realidade Meu pai sabe apenas assinar o nome

minha matildee eacute analfabeta e meus irmatildeos nunca terminaram o Ensino Fundamental jaacute

entre as irmatildes algumas terminaram o Ensino Meacutedio

Em minha tenra infacircncia meus pais tinham consciecircncia da importacircncia da

escolarizaccedilatildeo e me matricularam em uma escola puacuteblica pois achavam que eu

precisava estudar para aprender a ler e a escrever e com isso meu futuro estaria

garantido

Em 1978 por volta dos 10 anos comecei catar papel na rua para vender e ter

uma fonte de renda Diariamente eu tinha que coletar o suficiente para atingir trecircs

metas 1ordf comprar um pedaccedilo de toucinho dele saiacutea gordura que preparava a

polenta e o torresmo era nossa carne 2ordf comprar um pacote de fubaacute 3ordf comprar

uma barra de sabatildeo para assim ter roupas limpas

No periacuteodo de colheita da lavoura (algodatildeo milho e cafeacute) trabalhava junto

com meu pai e irmatildeos como boias-frias Noacutes levantaacutevamos muito cedo agraves 4 horas

da manhatilde esperaacutevamos em um ponto o caminhatildeo que passava e nos recolhia e

levava para a fazenda onde havia colheita cerca de 100 km de distacircncia da nossa

cidade Embaixo do sol escaldante ou inverno intenso meus sonhos afloravam eu

percebi que natildeo queria aquela vida de sofrimento embora digna Meu sonho de

fazer uma faculdade crescia poreacutem diariamente me perguntava como algueacutem que eacute

financeiramente miseraacutevel poderia alcanccedilar uma vida de ecircxito e especialmente como

conseguiria pagar uma faculdade Natildeo vislumbrava nenhuma resposta ateacute que as

oportunidades para a realizaccedilatildeo dos meus sonhos comeccedilaram surgir

Com quatorze anos entrei na guarda-mirim e comecei trabalhar como Office

boy em uma faculdade privada na cidade de Arapongas Ali como em minha casa

tambeacutem ouvia o secretaacuterio os auxiliares da administraccedilatildeo as zeladoras falarem que

para ldquoser algueacutem na vidardquo tem que estudar Eu ganhava o equivalente a meio

salaacuterio miacutenimo e apesar de trabalhar dentro da faculdade tinha duacutevidas a respeito

de como continuaria meus estudos

6

Em 1990 aos vinte e dois anos conclui a Educaccedilatildeo Baacutesica e crescia a

expectativa de fazer o vestibular assim realizar meu maior sonho cursar

matemaacutetica no ensino superior Natildeo tardou e surgiu a oportunidade que tanto

esperava a diretora da faculdade na eacutepoca a senhora Neuza Wielewicki olhou em

meus olhos e perguntou se eu sonhava em fazer faculdade O que confirmei

prontamente Sabendo de meu interesse ela me ofereceu uma bolsa de estudos

para cursar matemaacutetica Com isso sem pagamento de qualquer taxa ou material

nem mesmo mensalidade eu poderia realizar meu sonho Apenas uma condiccedilatildeo me

foi imposta no ato da liberaccedilatildeo da inscriccedilatildeo para o vestibular e que natildeo poderia

reprovar em nenhuma disciplina se isso ocorresse perderia a bolsa de estudos

Em 1991 entrei no curso de graduaccedilatildeo e quatro anos depois conclui sem

nenhuma reprovaccedilatildeo Devido aos diversos momentos de descontinuidade nos

estudos na educaccedilatildeo baacutesica tive muitas dificuldades na Faculdade entretanto

sempre me dediquei para atingir meus objetivos A partir daiacute compreendi que deveria

planejar meu futuro pois jaacute havia rompido uma barreira gigante a de cursar a

faculdade Entatildeo tracei objetivos e fiz um planejamento de longo prazo que era

essencialmente constituiacutedo pelo investimento em meu processo de formaccedilatildeo

Meus pais nunca questionaram qualquer decisatildeo que eu tivesse tomado pois

em silecircncio acreditavam que esse filho venceria nos estudos e nos obstaacuteculos que

enfrentaria pela frente atingindo uma situaccedilatildeo financeira melhor e por mais que

eles natildeo verbalizassem nutriam a mesma expectativa a de que eu teria melhores

condiccedilotildees financeira que eles Assim eu me percebia centrado com autocontrole

racional e objetivo Meus pais sempre foram muito trabalhadores mas natildeo tinham

seguranccedila financeira por isso eles poderiam ver nesse filho uma possibilidade de

ascensatildeo social Aleacutem disso esperavam que meus esforccedilos trariam mais do que

recompensas financeiras mas tambeacutem constituiriam meus valores e princiacutepios A

esperanccedila de meus pais e o foco nos objetivos traccedilados me deram a certeza de que

ao terminar a faculdade teria uma das mais belas profissotildees a de professor com

habilitaccedilotildees em Matemaacutetica e Fiacutesica e a possibilidade de asceder socialmente

Depois de graduado mudei-me para Curitiba onde comecei lecionar no

regime CLT Em seguida fui aprovado em concursos para o Quadro Proacuteprio do

Magisteacuterio (QPM) do Estado do Paranaacute nas disciplinas de fiacutesica e matemaacutetica

Tornei-me professor do Ensino Fundamental e Meacutedio da Educaccedilatildeo Baacutesica e hoje

trabalho em duas escolas puacuteblicas

7

Em meu trabalho de professor por vaacuterios anos tenho recebido estudantes

estagiaacuterios de Praacutetica de Docecircncia oriundos de diversas Universidades da cidade de

Curitiba inclusive da Universidade Federal do Paranaacute (UFPR) Com isso tenho

interagido com as Universidades e em 2009 o professor da disciplina de Praacutetica de

Ensino e Estaacutegio Supervisionado em Fiacutesica (II e III) da UFPR inscreveu uma

proposta para participar do Edital CAPESDEB Nordm 0022009 - Programa Institucional

de Bolsa de Iniciaccedilatildeo agrave Docecircncia ndash PIBID O projeto foi aprovado e eu selecionado

para participar na funccedilatildeo de Professor Supervisor da disciplina de Fiacutesica O

programa teve iniacutecio em 2010 e desde entatildeo estudantes da UFPR desenvolvem

projetos na aacuterea de Ensino de Fiacutesica participando ativamente da rotina do coleacutegio O

objetivo desse projeto eacute que os estudantes universitaacuterios tenham mais experiecircncia e

reflexotildees sobre a docecircncia Os participantes do programa (estudantes da

universidade professores supervisores e o coordenador de aacuterea) participam da

rotina da escola tambeacutem reuacutenem-se uma vez por semana na Universidade para

estudar assuntos relacionados agrave aprendizagem e a avaliaccedilatildeo

Para aleacutem das rotinas escolares e reuniotildees o coordenador nos motiva a fazer

pesquisas a participar de congressos nacionais e internacionais e a dar

continuidade em nossos estudos e foi nesse bojo que o Professor Seacutergio Camargo

sugeriu que me candidatasse ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Educaccedilatildeo em

Ciecircncias e em Matemaacutetica da UFPR Assim elaborei um projeto de estudo sobre a

Poluiccedilatildeo Sonora no ambiente escolar Para finalizar gostaria de reiterar que minha

histoacuteria de vida estaacute permeada pela ideia de traccedilar um objetivo claro e mover

esforccedilos para alcanccedilaacute-lo e tambeacutem por encontrar pessoas que atravessaram meu

caminho em diversos momentos e ofereceram oportunidades aacute realizaccedilatildeo de meus

sonhos

8

RESUMO

Haacute muitos anos atuo como professor do Ensino Meacutedio e ao longo desse tempo percebi a exacerbaccedilatildeo nos ruiacutedos emitidos pelos meios de transportes no entorno do Coleacutegio Simultaneamente houve grande aumento da presenccedila do Celular na sala de aula pelos estudantes especialmente para ouvir muacutesica Esses dois fatores desencadearam o presente estudo O objetivo desta dissertaccedilatildeo foi investigar Niacuteveis de ruiacutedo no entorno e na aacuterea interna ao Coleacutegio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira A partir do delineamento da temaacutetica central relacionada a Poluiccedilatildeo Sonora iniciei a revisatildeo de literatura selecionando quatro eventos Os Encontros de Pesquisa em Ensino de Fiacutesica (EPEF) os Encontros de Pesquisa em Educaccedilatildeo em Ciecircncias (ENPEC) os Encontros de Pesquisa em Educaccedilatildeo Ambiental (EPEA) e os Encontros de Tecnologia da Informaccedilatildeo e Educaccedilatildeo (TICEDUCA) Busquei tambeacutem dissertaccedilotildees e teses publicadas no banco da CAPES realizadas por pesquisadores da aacuterea de educaccedilatildeo A revisatildeo de literatura me permitiu afirmar que a temaacutetica poluiccedilatildeo sonora eacute pouco discutida entre educadores e pesquisadores da aacuterea assim estabeleci dois recortes o primeiro se refere ao ruiacutedo do entorno do coleacutegio e o segundo ao volume alto utilizado para ouvir muacutesicas no Aparelho Celular por meio de fones auriculares A partir desses dois recortes estabeleci trecircs premissas e com elas constituiacute as seguintes questotildees de pesquisa 1) Quais satildeo os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) oriundos do entorno do CEPMAT 2) ComoSe os estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT usam o Celular no ambiente escolar 3) Quais satildeo os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) a que os estudantes do CEPMAT satildeo submetidos quando ouvem muacutesica com fones auriculares conectados a Aparelhos Celulares no ambiente escolar Em Havendo Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) (acima do disposto na Legislaccedilatildeo e) estabelecidos nesta dissertaccedilatildeo como Poluiccedilatildeo Sonora procurei verificar 4) Se e como os estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT percebem as normas e regras (Regimento Escolar) e a existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora a) oriunda do entorno da escola b) oriunda dos fones auriculares conectados aos Aparelhos Celulares e os possiacuteveis efeitos dessa Poluiccedilatildeo na Sauacutede deles c) as regras e normas utilizadas no CEPMAT Para balizar os recortes estabelecidos utilizei o conceito Cultura abordado por Stuart Hall (2011) o de Interaccedilatildeo Social e o de modificaccedilatildeo transformaccedilatildeo do ambiente proposto por Vigotsky (2007) bem como as mudanccedilas nas formas de interaccedilatildeo social geradas pelos novos meios de comunicaccedilatildeo (THOMPSON 2011) Para constituir os dados e fazer a triangulaccedilatildeo entre eles criei um questionaacuterio que investigou o uso do Celular no ambiente escolar realizei afericcedilotildees dos niacuteveis de pressatildeo sonora do entorno e nos fones auriculares conectados aos Aparelhos Celulares dos estudantes quando ouvem muacutesicas Adaptei tambeacutem um ldquoTeste para autoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo que investigou a percepccedilatildeo dos estudantes sobre os sintomas de estresse na sauacutede deles A revisatildeo de literatura me fez perceber que o assunto ldquoPoluiccedilatildeo Sonorardquo eacute pouco discutido entre os pesquisadores do Ensino de Fiacutesica e de Ciecircncias e natildeo eacute uma preocupaccedilatildeo dos Educadores Ambientais As afericcedilotildees de niacuteveis de Pressatildeo Sonora oriundas do entorno do CEPMAT identificaram intensidade de ruiacutedo ateacute 100 dB(A) isto eacute aproximadamente 67 acima dos limites de emissatildeo de ruiacutedo para as Zonas Estruturais Educacionais estabelecidos pela Lei Ordinaacuteria Municipal 106252002 que eacute de 60 dB(A) mas os estudantes nem sempre percebem o ruiacutedo do entorno como um incocircmodo e tiveram dificuldades para relacionar o ruiacutedo do traacutefego (especialmente dos trens) com algum fator de estresse

9

(tais como diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo dificuldades de aprendizagem e esgotamento) e natildeo percebem o ruiacutedo das composiccedilotildees como responsaacutevel por trazer zumbidos aos ouvidos No que tange agrave poluiccedilatildeo sonora a que o estudante estaacute submetido ao ouvir muacutesica utilizando fones auriculares conectados aos Aparelhos Celulares os dados revelaram resultados ainda mais assustadores pois 85 tecircm informaccedilatildeo de que uma exposiccedilatildeo diaacuteria a ruiacutedos intensos pode ser prejudicial agrave sauacutede auditiva mas no que tange ao uso de fones de ouvido apenas 15 responderam que tecircm conhecimento dos malefiacutecios agrave sauacutede causados pelo excesso de ruiacutedo oriundo do Celular Um dos dados mais significativos foi constatar que aproximadamente 95 dos estudantes pesquisados ouvem muacutesica em volume meacutedio de 1047 dB(A) usando fones auriculares conectados ao Aparelho Celular em meacutedia por 4 horasdia Isso significa que podem estar colocando em risco a sauacutede auditiva com possibilidade de perda irreversiacutevel da audiccedilatildeo Os resultados detectaram ainda que a maioria absoluta (95) dos estudantes tem celular e o traz para o coleacutegio embora esse equipamento seja insignificativamente utilizado durante atividades didaacuteticas ao longo das aulas Aleacutem disso 98 dos estudantes pesquisados tecircm consciecircncia da proibiccedilatildeo que consta no regimento escolar referente ao uso de Celulares para fins natildeo didaacuteticos mas ainda assim eles admitiriam afrontar deliberadamente a norma estabelecida pelo coleacutegio 67 dos estudantes revelaram que natildeo percebem sintomas de estresse de natureza fiacutesica (perda de energia e zumbido na audiccedilatildeo) pelo contraacuterio um nuacutemero consideraacutevel (5250) de estudantes declarou que se concentra melhor quando ouve muacutesicas durante as tarefas escolares Outro dado interessante eacute que 3250 dos estudantes natildeo estatildeo dispostos a deixar de utilizar o Celular para ouvir muacutesica Por outro lado 15 dos estudantes jaacute percebem pelo menos um dos sintomas de stress tanto ao ouvirem muacutesica no Celular quanto ao entrarem em contato com ruiacutedos oriundos dos meios de transportes Com esses resultados pode-se depreender que compreender a importacircncia da Poluiccedilatildeo sonora na escola eacute fundamental especialmente no que tange a presenccedila e uso do Aparelho Celular na escola Ao compreender esse objeto de desejo entendemos com mais profundidade o que opera no sistema representacional da nossa cultura que constroacutei significados modifica o sentimento de pertencimento dos estudantes ao grupo modelam praacuteticas de conduta e ideias Palavras-chave Identidade Cultural Poluiccedilatildeo Sonoro-visual Ensino de Ciecircncias Percepccedilatildeo Auditiva Ambiente Escolar

10

ABSTRACT For many years I have been working as a High School teacher and over that time I realized the exacerbation in the noise emitted by urban transports in the vicinity of the School Simultaneously there was large increase in Mobiles presence in the classroom for students especially for listening music These two factors have triggered this study The aim of this master thesis was to investigate the external and internal Noise at State School Teacher Maria Aguiar Teixeira From the design of the central theme related to Noise Pollution started the literature review selecting four events The Meetings of Research in Physics Teaching (EPEF) the Research Meetings in Science Education (ENPEC) the Research Meetings on Environmental Education (EPEA) and the Technology Meetings Information and Education (TICEDUCA) Also sought Master Theses and Doctoral Dissertations published in the data of CAPES conducted by education researchers The review on the literature allowed me to conclude that the noise pollution theme is little discussed among educators and researchers thus I established two research paths the first refers to the traffic noise around school environment and the second to the high volume used to listen to music on Mobile Handset through earphones From these two paths established three premises and with them have set the following research questions 1) What are the Sound Pressure Levels (SPL) coming from the school surroundings 2) How If CEPMAT high school students use Mobile at school 3) What are the Sound Pressure Levels (SPL) that the CEPMAT students undergo when they hear music with earphones connected to Cell Phones at school Having in Sound Pressure Levels (SPL) (above provisions of legislation and set forth as Noise Pollution in this dissertation tried to check 4) If and how the CEPMAT high school students understand School Rules and the existence Sound Pollution a) coming from the school surroundings b) arising from the earphones connected to the Cell Phones and possible pollution effects on their health c) CEPMAT School rules and standards To mark the paths established used the concept Culture approached by Stuart Hall (2011) the social interaction and modification transformation of the environment proposed by Vygotsky (2007) as well as changes in the forms of social interaction generated by new media (Thompson 2011) To provide the data and make triangulation between them created a questionnaire that investigated the use of Mobile at school I performed measurements of the sound pressure levels of the surroundings and the earphones connected to the Handsets students when they hear music I adapted also a test for self-identification of some symptoms of stress that investigated the perceptions of students about the symptoms of stress in their health The literature review made me realize that the subject Sound Pollution is rarely discussed among Physics and Science Education researchers and not at all discussed among environmental education Researchers in Brazil Measurements of sound pressure levels coming from the surrounding of CEPMAT identified noise up to 100 dB (A) ie approximately 67 above the noise emission limits for Educational structural zones established by the Municipal Annual Law 106252002 that is 60 dB(A) but students do not always perceive the surrounding noise as a nuisance and had difficulty relating the traffic noise (especially trains) with some stress factor (such as decreased concentration difficulty learning and exhaustion) and do not realize the noise of the train as responsible for bringing ringing in the ears Regarding the noise pollution to which the student is subjected while listening to music using earphones connected to Cell Phones data showed somewhat scary results because 85 have information that a daily exposure to loud noise can be harmful to hearing health but

11

when it comes to the use of headphones only 15 said they are aware of the harm to health caused by excessive noise coming from of Mobile One of the most significant data was seen that approximately 95 of students surveyed listen to music on average volume of 1047 dB (A) using earphones connected to the Mobile Handset for an average of 4 hours day This means they can be putting at risk the auditory health with the possibility of irreversible hearing loss The results also found that an absolute majority (95) of the students have cell and brings them to school although this equipment is almost non used for educational activities during the lessons In addition 98 of students surveyed are aware of the prohibition contained in the school regulations concerning the use of Mobile for not teaching purposes yet they admit deliberately defy the norm established by the school 67 of students revealed that not perceive symptoms of stress of a physical nature (energy loss and tinnitus in the hearing) on the contrary a considerable number (5250) students stated that focuses better when listening to music during homework Another interesting fact is that 3250 of students are unwilling to stop using the Mobile to listen to music On the other hand 15 of the students already have at least one of the stress symptoms when they hear music in Mobile as well as when they get in touch with noise coming from veicles With these results we can conclude that understand the importance of Noise Pollution at school is fundamental especially regarding the presence and use of the Mobile Handset in school By understanding this object of desire we understand more deeply what operates in the representational system of our culture which creates meaning changes the studentsacute feeling of belonging to the group and model practics of conduct ideas

Keywords Identity Noise Pollution Science Education Perception Environment

12

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 01 - (A) MAPA DA REGIAtildeO (B) FACHADA DO COLEacuteGIO

ESTADUAL PROFESSORA MARIA AGUIAR

TEIXEIRA

27

FIGURA 02 - (A) OcircNIBUS BIARTICULADO (B) OcircNIBUS LIGEIRINO NO

CORREDOR LESTE

28

FIGURA 03 - (3A e 3B) PISTAS EM FRENTE AO COLEacuteGIO COM

TRAacuteFEGO INTENSO E CIRCULACcedilAtildeO DE CAMINHOtildeES

28

FIGURA 04 - (4A e 4B) FOTO AEacuteREA DE 1957 DO BAIRRO (B) FOTO

AEacuteREA DE 2008 DO BAIRRO LOCALIZANDO O

COLEacuteGIO

29

FIGURA 05 - (A e B) LINHA FEacuteRREA EM FRENTE AO COLEacuteGIO 29

FIGURA 06 - (A) VILA OFICINAS NO CAJURU NA DEacuteCADA DE 50 E B)

VILA OFICINAS CAJURU NOS DIAS DE HOJE

30

FIGURA 07 - REDE INTEGRADA DE TRANSPORTES PUacuteBLICO DE

CURITIBA EM 2003

112

13

LISTA DE QUADROS

QUADRO 01 - EPEF REALIZADOS DE 1986 ATEacute 2012 38

QUADRO 02 - ENPEC REALIZADOS DE 1997 ATEacute 2013 40

QUADRO 03 - EPEAs REALIZADOS DE 2001 A 2013 41

QUADRO 04 - TICEDUCA REALIZADOS DE 2010 A 2012 43

QUADRO 05 - LEVANTAMENTO DAS DIVERSAS EDICcedilOtildeES DOS EPEF

ENPEC EPEA E TICEDUCA NO PERIacuteODO DE 1986 A

2013

44

QUADRO 06 - RESUMO DOS EVENTOS REALIZADOS DE 1986 A

2013

45

QUADRO 07 - ARTIGOS SOBRE POLUICcedilAtildeO SONORA 46

QUADRO 08 - ARTIGOS SOBRE TECNOLOGIAS MOacuteVEIS 50

QUADRO 09 - LEVANTAMENTO NO BANCO DE TESES DA CAPES

INDICANDO ANO NUacuteMERO TOTAL DE TRABALHOS

PUBLICADOS

55

QUADRO 10 - NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA EM (NPS) PERMITIDOS

EM AacuteREAS RESIDENCIAIS E ESCOLARES

70

14

LISTA DE GRAacuteFICOS

GRAacuteFICO 01 - VOCEcirc POSSUI UM TELEFONE CELULAR 79

GRAacuteFICO 02 - VOCEcirc TRAZ O TELEFONE CELULAR PARA A

ESCOLA

80

GRAacuteFICO 03 - QUANTO TEMPO VOCEcirc USA O TELEFONE CELULAR

AO LONGO DO DIA PARA QUALQUER DE SUAS

FUNCcedilOtildeES

81

GRAacuteFICO 04 - QUAIS AS FUNCcedilOtildeES DO TELEFONE CELULAR QUE

VOCEcirc UTILIZOU NA SALA DE AULA SEM RELACcedilAtildeO

COM A APRENDIZAGEM

82

GRAacuteFICO 05 - NA SALA DE AULA VOCEcirc ALGUMA VEZ JAacute UTILIZOU O

TELEFONE CELULAR PARA AJUDAR NA SUA

APRENDIZAGEM

83

GRAacuteFICO 06 - QUANTO VOCEcirc GASTA EM MEacuteDIA EM CREacuteDITOS POR

MEcircS

84

GRAacuteFICO 07 - VOCEcirc SABIA QUE O REGIMENTO ESCOLAR PROIacuteBE O

USO DO TELEFONE CELULAR NA SALA DE

AULA

85

GRAacuteFICO 08 - VOCEcirc JAacute OUVIU DIZER QUE O TELEFONE CELULAR

PODE TRAZER PROBLEMAS PARA

AUDICcedilAtildeO

86

GRAacuteFICO 09 - NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS) QUE OS

ESTUDANTES DO CEPMAT ESTAtildeO SUBMETIDOS

QUANDO OUVEM MUacuteSICA NOS FONES AURICULARES

CONECTADOS AO APARELHO CELULAR

103

GRAacuteFICO 10 - PERCEPCcedilAtildeO DOS ESTUDANTES EM RELACcedilAtildeO Agrave

POLUICcedilAtildeO SONORA NO ENTORNO DO CEPMAT

125

GRAacuteFICO 11 - PERCEPCcedilAtildeO DOS ESTUDANTES SOBRE OS EFEITOS

DA POLUICcedilAtildeO SONORA EXTERNA AO

CEPMAT

129

70

15

GRAacuteFICO 12 - IMPACTOS CAUSADOS PELOS TRENS CARROS E

OcircNIBUS AOS ESTUDANTES

131

GRAacuteFICO 13 - INCOcircMODOS CAUSADOS POR RUIacuteDOS AOS

ESTUDANTES

133

GRAacuteFICO 14 - INCOcircMDO CAUSADO PELA MUacuteSICA OUVIDA NO FONE

AURICULAR CONECTADO AO APARELHO

CELULAR

138

GRAacuteFICO 15 - PERCEPCcedilAtildeO DOS ESTUDANTES EM RELACcedilAtildeO AOS

SINTOMAS DE ESTRESSE DEFLAGRADOS POR

OUVIR MUacuteSICA NOS FONES AURICULARES LIGADOS

A APARELHOS CELULARES

140

GRAacuteFICO 16 - SINTOMAS DO ESTRESSE E DIFICULDADES DE

CONCENTRACcedilAtildeO NAS AVALIACcedilOtildeES

142

GRAacuteFICO 17 - PERCEPCcedilAtildeO DE ALGUNAS SINTOMAS DE

ESTRESSE

144

GRAacuteFICO 18 - O ESTRESSE DO DIA A DIA E A FELICIDADE DE OUVIR

MUacuteSICA NO CELULAR

147

GRAacuteFICO 19 - PARTICIPACcedilAtildeO DA COMUNIDADE ESCOLAR NA

CONSTRUCcedilAtildeO DO REGIMENTO ESCOLAR

152

16

LISTA DE TABELAS

TABELA 01 - RESULTADO DO TESTE DE FISCHER PARA

ASSOCIACcedilAtildeO DAS QUESTOtildeES 1 E 2

88

TABELA 02 - RESUTLADO DO TESTE QUI-QUADRADO PARA

ASSOCIACcedilOtildeES DAS QUESTOtildeES 3 E 4

89

TABELA 03 - LIMITES DE TOLERAcircNCIA PARA RUIacuteDO CONTIacuteNUO E

INTERMITENTE

97

TABELA 04 - AFERICcedilOtildeES DOS NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS)

ORIUNDOS DO EXTERIOR DO CEPMAT E MEDIDOS NO

INTERIOR

100

TABELA 05 - NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS) NO INTERIOR DO

CEPMAT EM SALAS DE AULA

102

17

LISTA DE SIGLAS

ABNT Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas ALL America Latina Logiacutestica ABRAPEC Associaccedilatildeo Brasileira de Pesquisa e Ensino de Ciecircncias CEPMAT Coleacutegio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira CLT Consolidaccedilatildeo das Leis Trabalhistas CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente dB(A) Decibeacuteis EFT Revista Educaccedilatildeo Formaccedilatildeo amp Tecnologias ENPEC Encontro Nacional de Pesquisa e Educaccedilatildeo em Ciecircncias EPEA Encontro de Pesquisa em Educaccedilatildeo Ambiental EPEF Encontro de pesquisa e Ensino de Fiacutesica IBAPE Instituto Brasileiro de Alto Desempenho IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IPDA Instituto Paulista de Deacuteficit de Atenccedilatildeo IPPUC Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba ISO Organizaccedilatildeo Internacional para Padronizaccedilatildeo Leq Niacutevel de Ruiacutedo Equivalente Contiacutenuo (dB) MP3 Moving Picture Audio Layer-3 MTb Ministeacuterio do Trabalho NPS Niacutevel de Pressatildeo Sonora NBR Norma Brasileira Regulamentadora NR Norma Regulamentadora OMS Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede PAIR Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo PIBID Programa Institucional de Bolsas de Iniciaccedilatildeo agrave Docecircncia PPP Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico PROEJA Programa de Integraccedilatildeo da Educaccedilatildeo Profissional ao Ensino

Meacutedio na Modalidade de Educaccedilatildeo de Jovens e Adultos QPM RFFSA

Quadro Proacuteprio do Magisteacuterio Rede Ferroviaacuteria Federal SA

RVPSC Rede de Viaccedilatildeo Paranaacute Santa Catarina SBF Sociedade Brasileira de Fiacutesica SBO Sociedade Brasileira de Otologia SBPC Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciecircncia SEEDPR Secretaria do Estado de Educaccedilatildeo do Paranaacute UFPR Universidade Federal do Paranaacute UFSCAR Universidade Federal de Satildeo Carlos UNESCO Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a

Cultura UIDEF TCLE TIC

Unidade de Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento em Educaccedilatildeo e Formaccedilatildeo da Universidade de Lisboa Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo

TICEDUCA Encontro Internacional de Tecnologia da Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo e Educaccedilatildeo

ZE-E Zona Especial Educacional

18

SUMAacuteRIO

INTRODUCcedilAtildeO 21

1 INCOcircMODOS INCIAIS 25

11 O COLEacuteGIO E AS MUDANCcedilAS NA PAISAGEM URBANA DO BAIRRO AO

LONGO DOS UacuteLTIMOS 50 ANOS 26

12 OS APARELHOS CELULARES E O COLEacuteGIO 31

2 REVISAtildeO DA LITERATURA SOBRE A TEMAacuteTICA POLUICcedilAtildeO SONORA E O USO DO

APARELHO CELULAR 36

21 EPEF ndash ENCONTRO DE PESQUISA EM ENSINO DE FIacuteSICA 37

22 ENPEC ndash ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM EDUCACcedilAtildeO EM

CIEcircNCIAS 39

23 EPEA ndash ENCONTRO DE PESQUISA EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTAL 41

24 TICEDUCA ndash TECNOLOGIAS E EDUCACcedilAtildeO 42

25 SELECcedilOtildeES DE ARTIGOS NOS EVENTOS 43

26 ARTIGOS RELACIONADOS Agrave POLUICcedilAtildeO SONORA 46

27 ARTIGOS RELACIONADOS COM TECNOLOGIA MOacuteVEL 49

28 PROJETOS QUE UTILIZAM O APARELHO CELULAR COMO FERRAMENTA

DE ENSINO 54

29 RESUMO DAS DISSERTACcedilOtildeES E TESES LOCALIZADAS NO BANCO DE TESES

DA CAPES SOBRE POLUICcedilAtildeO SONORA 55

210 SIacuteNTESE DA SECcedilAtildeO 62

3 PERSPECTIVAS CULTURAIS E AS ALTERACcedilOtildeES NAS PERCEPCcedilOtildeES

ESPACcedilO-TEMPORAIS SOBRE SOM E RUIacuteDO 64

31 CULTURAS E IDENTIDADES NA POacuteS-MODERNIDADE 65

32 NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA NAS RUAS DO ENTORNO DO COLEacuteGIO 69

33 INTERACcedilOtildeES SOCIAIS TECNOLOGIA E MEIO AMBIENTE ESCOLAR 71

34 SIacuteNTESE DA SECcedilAtildeO 76

4 O USO DO CELULAR E AS PERCEPCcedilOtildeES SOBRE POLUICcedilAtildeO SONORA 76

41 CORRELACcedilAtildeO ENTRE QUESTOtildeES 87

42 SIacuteNTESE DA SECcedilAtildeO91

5 NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA ORIUNDOS DO ENTORNO0020DO CEPMAT E NOS

FONES AURICULARES CONETADOS AOS APARELHOS CELULARES DOS

ESTUDANTES DO ENSINO MEacuteDIO QUANDO OUVEM MUacuteSICA 93

51 SINTOMATOLOGIAS CARACTERIacuteSTICAS DA PAIR 95

52 ORIENTACcedilAtildeO METODOLOacuteGICA DO INSTRUMENTO 97

19

521 O Equipamento 97

522 Procedimento 98

53 RESULTADOS DAS AFERICcedilOtildeES DOS NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS)

EMITIDOS PELOS MEIOS DE TRANSPORTES DO ENTORNO DO

CEPMAT 100

54 RESULTADOS DAS AFERICcedilOtildeES DOS NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS)

EMITIDOS NOS FONES AURICULARES CONECTADOS NO APARELHO

CELULAR 102

55 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS 104

56 SINTESE DA SECcedilAtildeO 107

6 POLUICcedilAtildeO SONORA E AS PERCEPCcedilOtildeES DOS ESTUDANTES DE ALGUNS

SINTOMAS DE ESTRESSE 109

61 O CRESCIMENTO DA CIDADE E O AUMENTO DO RUIacuteDO AMBUIENTE 110

62 OS SINTOMAS DE ESTRESSE E A PERCEPCcedilAtildeO DOS ESTUDANTES 115

63 ORIENTACcedilOtildeES METODOLOacuteGICAS DO INSTRUMENTO 120

64 PARTICIPANTES 123

65 CONSTITUICcedilAtildeO DOS DADOS 123

66 ANAacuteLISE DE DADOS 124

661 Parte 1 A existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do Coleacutegio 125

6611 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I1 E I2 126

6612 CONSIDERACcedilOtildeES 126

662 Parte 2 Os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do Coleacutegio na sauacutede

dos estudantes 128

6621 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I3 I4 e I5 130

6622 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I6 I7 e I8 132

6623 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I9 I10 e I11 134

6624 CONSIDERACcedilOtildeES 135

663 Parte 3 A existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos fones auriculares

Conectados aos Aparelhos Celulares e os efeitos na sauacutede dos estudantes 138

6631 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I12 I13 e I14 139

6632 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I15 I16 e I17 141

6633 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I18 I19 e I20 143

6634 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I21 I22 e I23 145

6635 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I24 I25 e I26 148

6636 CONSIDERACcedilOtildeES 148

664 Parte 4 O uso de equipamentos eletrocircnicos e o Regimento Escolar 152

6641 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I27 I28 e I29 153

20

6642 CONSIDERACcedilOtildeES 154

67 SIacuteNTESE DA SECcedilAtildeO 156

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 159

71 APONTAMENTOS OBTIDOS A PARTIR DA ANAacuteLISE DOS DADOS 160

711 A Poluiccedilatildeo Sonora e o entorno do CEPMAT 160

712 O uso do Aparelho Celular 163

713 Poluiccedilatildeo Sonora Gerada pelos Fones auriculares e Autoidentificaccedilatildeo Alguns

Sintomas de Estresse 165

72 ALGUMAS POSSIBILIDADES 168

73 SUGESTOtildeES DE ACcedilOtildeES MITIGATOacuteRIAS DA POLUICcedilAtildeO SONORA PARA O

ENTORNO E O INTERIOR DO CEPMAT 170

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 172

ANEXOS 184

ANEXO I - LEI 106252002 185

ANEXO II - NR 15 ATIVIDADES E OPERACcedilOtildeES INSALUBRES 197

ANEXO III ndash ANAacuteLISE CRIacuteTICA E PARECER SOBRE O ldquoTESTE PARA AUTO

IDENTIFICACcedilAtildeO DE ALGUNS SINTOMAS DE ESTRESSErdquo 200

ANEXO IV - FOTO DECIBELIacuteMETRO 207

ANEXO V - NBR 10151 208

ANEXO VI - NBR 10152 212

ANEXO VII - NBR133691995 216

ANEXO VIII - PLANTA BAIXA ARQUITETOcircNICA DO CEPMAT PLANTA BAIXA

ARQUITETOcircNICA DO CEPMAT 219

ANEXO IX - LAUDO TEacuteCNICO DE AVALIACcedilAtildeO DE RUIacuteDO NO ENTORNO DO CEPMAT

220

ANEXO X - LAUDO TEacuteCNICO DE AVALIACcedilAtildeO DE RUIacuteDO DOS FONES DE OUVIDO

CONECTADOS AO APARELHO CELULAR 226

APEcircNDICES 232

APEcircNDICE I - PESQUISA SOBRE CELULAR NA ESCOLA 233

APEcircNDICE II - TESTES DE AUTOIDENTIFICACcedilAtildeO DE ALGUNS SINTOMAS DE

ESTRESSE 235

APEcircNDICE III ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO 237

21

INTRODUCcedilAtildeO

Esta dissertaccedilatildeo comeccedilou a ser gestada em minha atuaccedilatildeo como professor

de Fiacutesica e Matemaacutetica do Ensino Meacutedio em dois Coleacutegios Puacuteblicos na cidade de

Curitiba Ao longo de minhas atividades na docecircncia percebi aspectos dos coleacutegios

e da sala de aula que comeccedilaram a me trazer alguns incocircmodos perturbaccedilotildees e

acabaram desestabilizando minha zona de conforto Chamaram a atenccedilatildeo de tal

forma que decidi iniciar esta dissertaccedilatildeo explicitando o contexto em que o estudo

sobre poluiccedilatildeo sonora surgiu e os dois recortes que estabeleci Primeiramente

apresento o coleacutegio sua localizaccedilatildeo e a mudanccedila que o bairro sofreu ao longo dos

anos no que se refere agrave paisagem urbana das circunvizinhanccedilas e a problemaacutetica do

ruiacutedo1 das vias e do trem no entorno da escola Estamos inseridos em uma

sociedade que natildeo se difere das demais sociedades ocidentais no que tange aos

problemas urbanos contemporacircneos A escola estaacute imersa em problemas

ambientais causados pelo crescimento desordenado dos centros urbanos A

degradaccedilatildeo ambiental o aumento da violecircncia urbana a pobreza e as dificuldades

relacionadas ao aumento traacutefego motorizado satildeo alguns exemplos (SOUZA 2005)

Para Levi (1990) esses problemas nascem da relaccedilatildeo entre os humanos e a

natureza e da forma como estatildeo sendo apresentados hoje parece natildeo ter soluccedilatildeo

uma vez que retroalimentam uma crise contiacutenua e crescente que eacute social cultural

poliacutetica econocircmica ecoloacutegica etc

A poluiccedilatildeo sonora estaacute entre as vaacuterias manifestaccedilotildees de agressatildeo

socioambiental e traz uma seacuterie de prejuiacutezos agrave sauacutede humana De acordo com Brasil

(2006) alguns sintomas que podem detectar se o organismo estaacute (ou natildeo) sendo

afetado pela poluiccedilatildeo sonora satildeo alteraccedilatildeo da qualidade do sono alteraccedilatildeo da

percepccedilatildeo e da compreensatildeo de fala modificaccedilatildeo da frequecircncia cardiacuteaca

acompanhada de sudorese diminuiccedilatildeo da capacidade de desempenho de tarefas

1 A Lei Ordinaacuteria Municipal 10625 (CURITIBA 2002) que dispotildee sobre ruiacutedos urbanos define som

ruiacutedo e poluiccedilatildeo sonora como SOM vibraccedilatildeo acuacutestica capaz de provocar sensaccedilotildees auditivas RUIacuteDO som capaz de causar perturbaccedilatildeo ao sossego puacuteblico ou efeitos psicoloacutegicos e fisioloacutegicos negativos em seres humanos e animais POLUICcedilAtildeO SONORA emissatildeo de som ou ruiacutedo que seja direta ou indiretamente ofensivo ou nocivo agrave sauacutede agrave seguranccedila e ao bem-estar da coletividade ou transgrida as disposiccedilotildees fixadas nesta lei A totalidade da lei pode ser vista no Anexo I desta dissertaccedilatildeo

22

psicomotoras reaccedilatildeo muscular contraccedilatildeo do abdocircmen e do estocircmago alteraccedilatildeo da

funccedilatildeo intestinal lesotildees teciduais dos rins e do fiacutegado aumento da produccedilatildeo de

hormocircnios da tireoide e da produccedilatildeo de adrenalina aumento da produccedilatildeo

corticotroacutefica queda da resistecircncia a doenccedilas infecciosas disfunccedilatildeo no sistema

reprodutor contraccedilatildeo dos vasos sanguiacuteneos dilataccedilatildeo das pupilas irritabilidade

ansiedade e insocircnia Considerando tais sintomas delimito o primeiro recorte deste

estudo ao ruiacutedo no entorno do coleacutegio

O segundo recorte eacute intriacutenseco a problemaacutetica cotidiana dos estudantes

relacionada ao volume alto utilizado para ouvir muacutesicas no Aparelho Celular por

meio de fones auriculares Os equipamentos de telefonia Celular invadiram a sala de

aula de forma enviesada natildeo pelas matildeos das autoridades governamentais nem por

iniciativa da escola mas pela via dos proacuteprios estudantes que os levam

desrespeitando inclusive normas internas estabelecidas pelo Projeto Poliacutetico

Pedagoacutegico da instituiccedilatildeo ainda que possamos consideraacute-las anacrocircnicas

Os incocircmodos trazidos em relaccedilatildeo aos sonsruiacutedospoluiccedilatildeo sonora tanto

causada pelos meios de transportes quanto oriundos das muacutesicas ouvidas em fones

auriculares conectados ao Aparelho Celular foram medidos analisados e discutidos

e a estrutura deste trabalho estaacute dividida em sete seccedilotildees a saber

Na primeira seccedilatildeo apresento os incocircmodos iniciais que datildeo o contexto da

pesquisa considerando as mudanccedilas na paisagem urbana ao longo dos uacuteltimos

cinquenta anos resultando em estudos sobre a poluiccedilatildeo sonora do entorno do

Coleacutegio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira - CEPMAT Considero tambeacutem

que o crescimento exponencial do nuacutemero de usuaacuterios de Aparelhos Celulares se

tornou uma questatildeo difiacutecil de ser gerenciada em sala de aula Assim justifico o

problema e estabeleccedilo as questotildees da pesquisa Apresento as lacunas no

conhecimento produzido ateacute entatildeo no que concerne aos problemas de poluiccedilatildeo

sonora sua relaccedilatildeo com o processo de urbanizaccedilatildeo e os usos do Aparelho Celular

para fins natildeo didaacuteticos entatildeo estabeleccedilo os objetivos desta investigaccedilatildeo

Na segunda seccedilatildeo apresento a revisatildeo de literatura sobre o tema Poluiccedilatildeo

Sonora em quatro eventos da aacuterea Os Encontros de Pesquisa em Ensino de Fiacutesica

(EPEF) os Encontros de Pesquisa em Educaccedilatildeo em Ciecircncias (ENPEC) os

Encontros de Pesquisa em Educaccedilatildeo Ambiental (EPEA) e os Encontros de

Tecnologia da Informaccedilatildeo e Educaccedilatildeo (TICEDUCA) Aleacutem dos quatro eventos

tambeacutem pesquisei no banco de dissertaccedilotildees e teses da CAPES e em projetos que

23

utilizam o Celular como ferramenta de apoio ao ensino Para todos busquei

trabalhos que tivessem as seguintes palavras chaves Poluiccedilatildeo Sonora no Ambiente

Escolar Ruiacutedo e Som publicadas por pesquisadores da aacuterea de educaccedilatildeo

Na terceira seccedilatildeo busquei em alguns pensadores explicaccedilotildees sobre as

mudanccedilas que ocorreram na sociedade contemporacircnea e que deram aporte teoacuterico

aos trecircs argumentos propostos nesta dissertaccedilatildeo a saber

Na sociedade contemporacircnea a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos entre si e dos

indiviacuteduos com o ambiente foi alterada em relaccedilatildeo ao modelo de

sociedade moderna

Os meios de transporte alteraram a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos com o

ambiente a partir de outra percepccedilatildeo sobre a relaccedilatildeo espaccedilo-temporal

modificando a percepccedilatildeo sobre o som os ruiacutedos e a poluiccedilatildeo sonora e

seus impactos na sauacutede

O Aparelho Celular eacute um dos meios de comunicaccedilatildeo e uma tecnologia

de faacutecil acesso que alterou a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos entre si

modificando a dinacircmica do espaccedilo escolar e a percepccedilatildeo do estudante

sobre sua relaccedilatildeo de pertencimento ao grupo

Na quarta seccedilatildeo relato a investigaccedilatildeo sobre os usos do Aparelho Celular no

ambiente escolar uma vez que os estudantes parecem consumir intensivamente

essa Tecnologia e estatildeo atentos aos uacuteltimos lanccedilamentos de Aparelhos Celulares

existentes no mercado A partir da investigaccedilatildeo analisei e avaliei os usos do Celular

e as percepccedilotildees dos estudantes sobre a poluiccedilatildeo sonora causada pelo uso de fones

auriculares ligados ao Aparelho Celular para ouvir muacutesica respondendo a questatildeo

de pesquisa nuacutemero dois

Na quinta seccedilatildeo respondi a primeira e a terceira questotildees de pesquisa desta

dissertaccedilatildeo Essas questotildees foram construiacutedas em uma sequecircncia loacutegica de

compreensatildeo da informaccedilatildeo no entanto a apresentaccedilatildeo e anaacutelise dos resultados

foram realizadas a partir da discussatildeo de cada instrumento de coleta de dados

separadamente ou seja o questionaacuterio que investigou o uso do Celular no ambiente

escolar (seraacute apresentado na quarta seccedilatildeo) a afericcedilatildeo dos niacuteveis de pressatildeo sonora

tanto no interior do CEPMAT quanto nos fones auriculares conectados aos

Aparelhos Celulares dos estudantes ao ouvir muacutesicas (seratildeo apresentados na quinta

seccedilatildeo) e o ldquoTeste para auto-identificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo (seraacute

apresentado na sexta seccedilatildeo) Portanto reitero que a apresentaccedilatildeo dos resultados

24

da questatildeo de pesquisa dois foi realizada antes da apresentaccedilatildeo dos resultados da

questatildeo de pesquisa um Esta por sua vez foi respondida a partir dos dados do

mesmo instrumento e seraacute apresentada na quinta seccedilatildeo

Na sexta seccedilatildeo tratei da percepccedilatildeo da Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos fones

auriculares conectados aos Aparelhos Celulares e dos efeitos dessa poluiccedilatildeo na

sauacutede dos estudantes e finalmente das normas estabelecidas no Regimento

Escolar do CEPMAT

Na seacutetima seccedilatildeo fiz consideraccedilotildees sobre esta pesquisa a partir da criaccedilatildeo de

uma matriz de anaacutelise que incluiu os instrumentos utilizados listei perspectivas para

outros (novos) estudos e sugestotildees de accedilotildees mitigatoacuterias para a Poluiccedilatildeo Sonora a

que o CEPMAT estaacute submetido

25

1 INCOcircMODOS INICIAIS

A ideia de pesquisar o tema Poluiccedilatildeo Sonora surgiu em funccedilatildeo de meus

incocircmodos como professor de Fiacutesica no Ensino Meacutedio Durante o periacuteodo que

leciono as aulas satildeo geralmente perturbadas por ruiacutedos externos do traacutefico intenso

de carros ocircnibus caminhotildees trens etc Esses ruiacutedos se acentuam quando satildeo

realizados testes de frenagem e motores para a manutenccedilatildeo das composiccedilotildees

feacuterreas em frente ao coleacutegio

Aleacutem dos ruiacutedos externos percebi que nos uacuteltimos anos houve grande

aumento de estudantes que possuem Aparelhos Celulares e que gostam de ouvir

muacutesica em volume muito acima do esperado assim me questionava qual o niacutevel de

ruiacutedos que estes estudantes estatildeo ouvindo muacutesica Por diversas vezes solicitei

durante as aulas para que os estudantes desligassem ou tirassem os fones

auriculares dos ouvidos e prestassem atenccedilatildeo agraves aulas pois essas atitudes

poderiam prejudicar tanto a concentraccedilatildeo quanto a audiccedilatildeo devido ao volume alto

Assim iniciei alguns estudos isolados sobre o tema Em um deles (COSTA GIOPPO

e CAMARGO 2012) fizeram um levantamento sobre o uso do Celular na escola

Este mostrou que para 94 dos estudantes o Celular eacute levado para a escola como

se fizesse parte do material escolar A funccedilatildeo mais utilizada eacute a comunicaccedilatildeo por

mensagens e natildeo estaacute relacionada com a aprendizagem Poreacutem o que chamou

atenccedilatildeo foi o fato de que os estudantes ouvem muacutesica com fones auriculares

conectados ao Aparelho Celular vaacuterias horas por dia Desta forma confirmaram

meus incocircmodos iniciais

A partir desse ponto optei por uma linha de pesquisa investigativa com o

intuito de evidenciar a situaccedilatildeo do CEPMAT no tocante a poluiccedilatildeo sonora externa

gerada pelos meios de transportes e interna oriunda dos fones auriculares

conectados ao Aparelho Celular para ouvir muacutesica

Minha impressatildeo inicial eacute que haacute poluiccedilatildeo sonora e que os estudantes natildeo

percebem seus efeitos nem tecircm consciecircncia de que tais efeitos aparecem apoacutes um

certo tempo de exposiccedilatildeo variando de pessoa para pessoa

O excesso de ruiacutedos tanto aqueles gerados pelos meios de transportes

quanto os provenientes dos Aparelhos Celulares para ouvir muacutesica satildeo

26

caracteriacutesticos da sociedade contemporacircnea e por isso satildeo naturalizados

deixando de ser percebidos o que pode trazer prejuiacutezos significativos para a sauacutede

auditiva dos estudantes com destaque para o ambiente escolar que sofre com os

ruiacutedos externos dos meios de transportes e atualmente com os ruiacutedos internos

oriundos dos fones auriculares conectados ao Aparelho Celular Altos Niacuteveis de

Pressatildeo Sonora (NPS) podem prejudicar as condiccedilotildees auditivas e ateacute mesmo

comprometer o desempenho escolar

A poluiccedilatildeo sonora causada pelos meios de transportes natildeo atinge todos os

coleacutegios da mesma forma depende da localizaccedilatildeo da escola e tambeacutem de cada

sala de aula aleacutem de outros fatores mas o uso do Aparelho Celular conectado ao

fone auricular para ouvir muacutesica pode se transformar em um dos maiores problemas

de sauacutede auditiva no Brasil pois segundo a Sociedade Brasileira Otologia (SBO

2012) o volume alto de um fone auricular pode trazer prejuiacutezos permanentes como

surdez precoce

A poluiccedilatildeo sonora pode trazer seacuterios danos agrave sauacutede humana e

sorrateiramente tem invadido o ambiente escolar tornando-se um inimigo sutil e

imperceptiacutevel pois os estudantes estatildeo acostumados com ela Eacute necessaacuterio que

tanto professores quanto estudantes comunidade local e sauacutede puacuteblica levem a

seacuterio os efeitos da poluiccedilatildeo sonora para a sauacutede fiacutesica e mental dos estudantes

minimizando impactos no processo de ensino e de aprendizagem

11 O COLEacuteGIO E AS MUDANCcedilAS NA PAISAGEM URBANA DO BAIRRO AO

LONGO DOS UacuteLTIMOS CINQUENTA ANOS

O Ginaacutesio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira foi criado no ano de

1959 pelo Decreto Estadual nordm 25950 (PARANAacute 1959) para atender ao excesso de

demanda da Escola Estadual Repuacuteblica Oriental do Uruguai Em junho de 1972

foram inauguradas as atuais instalaccedilotildees e um novo Decreto Estadual no 3062

(PARANAacute1977) apud (ZANOTTO 2010 p8) alterou o nome da instituiccedilatildeo para

Coleacutegio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira ndash Ensino Fundamental e Meacutedio

A partir de 2005 o coleacutegio passou a ofertar tambeacutem a Educaccedilatildeo Profissional com

27

cursos de Secretariado e Informaacutetica e a Resoluccedilatildeo 7012006 de (PARANAacute 2006)

alterou novamente o nome do Coleacutegio que passou a se chamar Colegio Estadual

Professora Maria Aguiar Teixeira ndash Ensino Fundamental Meacutedio e Profissional

Depois disso os cursos Teacutecnicos foram ampliados e agora incluem Secretariado

Informaacutetica (Integrado Subsequente e PROEJA) e Administraccedilatildeo

O Coleacutegio localiza-se no Bairro Capatildeo da Imbuia o nome originou-se devido

ao fato de existir nesse lugar um capatildeo ldquoilha de matordquo de formato redondo com

vegetaccedilatildeo mista de gramiacuteneas arbustos e aacutervores isolada no campo em que

predominava a imbuia uma aacutervore tiacutepica da regiatildeo que produz madeira de lei e foi

excessivamente utilizada para a construccedilatildeo de moacuteveis e artefatos de alta resistecircncia

agraves intempeacuteries (ZANOTTO 2010)

O bairro tem uma aacuterea de 115520 hectares e conta atualmente com duas

instituiccedilotildees Estaduais de ensino duas escolas Municipais e o Centro de

Capacitaccedilatildeo Guido viaacuterio E de acordo com o Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico o

CEPMAT encontra-se em local privilegiado com excelente acessibilidade

(ZANOTTO 2010)

Na figura 1 vecirc-se o mapa da regiatildeo (A) e a fachada do coleacutegio (B)

1A 1B

FIGURA 1 - (A) MAPA DA REGIAtildeO (B) FACHADA DO COLEacuteGIO ESTADUAL PROFESSORA MARIA AGUIAR TEIXEIRA FONTES (A) FERNANDES (2012) (B) O AUTOR (2012)

De 1952 para caacute o crescimento exponencial da cidade tornou o acesso ao

centro da cidade raacutepido e faacutecil fazendo com que tal percurso seja realizado em

pouco mais de 10 minutos pois na rua em frente o Coleacutegio estaacute o corredor leste

para os ocircnibus (Figuras 2A e 2B) Neste haacute duas linhas de transporte coletivo que

vecircm da aacuterea metropolitana em direccedilatildeo a regiatildeo central da cidade e a novecentos

28

metros do Coleacutegio encontra-se um terminal de ocircnibus o terminal do Capatildeo da

Imbuia

2A 2B FIGURA 2 - (A) OcircNIBUS BIARTICULADO (B) OcircNIBUS LIGEIRINHO NO CORREDOR LESTE

FONTES (2A) E (2B) O AUTOR (2012)

Dos lados da via expressa onde circulam os ocircnibus haacute tambeacutem mais duas

vias para circulaccedilatildeo de carros motos e caminhotildees somando seis pistas de traacutefego

(Figuras 3A e 3B) Aleacutem disso haacute duas paradas de ocircnibus com embarque e

desembarque haacute menos de 100 metros do Coleacutegio

3A 3B

FIGURA 3 - (3A E 3B) PISTAS EM FRENTE AO COLEacuteGIO COM TRAacuteFEGO INTENSO E CIRCULACcedilAtildeO DE CAMINHOtildeES

FONTES (3A) E (3B) O AUTOR (2012)

O terminal de ocircnibus por sua vez trouxe para a rua e o bairro uma demanda

antes inexistente transformando antigas moradias em pequenos e diferentes

comeacutercios que aumentaram substancialmente o traacutefego na regiatildeo Duas fotos

aeacutereas tiradas em diferentes datas mostram a mudanccedila na paisagem urbana do

bairro (Figura 4A e 4B)

29

4A 4B FIGURA 4 - (A) FOTO AEacuteREA DE 1957 DO BAIRRO (B) FOTO AEacuteREA DE 2008 DO BAIRRO LOCALIZANDO O COLEacuteGIO FONTE (A) IPPUC (1957) (B) IPPUC (2008)

Aleacutem das pistas para carros e ocircnibus haacute tambeacutem uma estrada de ferro por

onde circula boa parte das mercadorias e produccedilatildeo agriacutecola que chegam e saem

dos Portos de Paranaguaacute e Antonina no Paranaacute sendo Paranaguaacute um dos maiores

portos do paiacutes (Figura 5 A e B)

5A 5B FIGURA 5 - (A E B) LINHA FEacuteRREA EM FRENTE AO COLEacuteGIO FONTE O AUTOR (2012)

A estrada de Ferro hoje tem seu principal terminal no Bairro Boqueiratildeo antes

disso o principal era a Estaccedilatildeo Central de Trens no bairro Rebouccedilas hoje

desativado Segundo Melo (2008) neste bairro funcionavam tambeacutem as oficinas de

30

manutenccedilatildeo dos trens da Rede Ferroviaacuteria (RFFSA) ateacute a deacutecada de 1950 mas o

paacutetio jaacute natildeo suportava todo o movimento da estaccedilatildeo e das oficinas entatildeo o nuacutecleo

formado pelos funcionaacuterios que atuavam em diversos setores da carpintaria agrave

relojoaria foi deslocado do Bairro Rebouccedilas para o Cajuru a Vila Ferroviaacuteria

comeccedilou a ser construiacuteda a partir de 1945 no bairro Cajuru e foi chamada de Vila

Novas Oficinas da Rede de Viaccedilatildeo Paranaacute ndash Santa Catarina (RVPSC) Aleacutem da Vila

Ferroviaacuteria o projeto tambeacutem incluiacutea oficinas de locomotivas e vagotildees e oficinas

para veiacuteculos a motor (MELO 2008)

O mesmo autor ressaltou ainda que a mudanccedila do Nuacutecleo foi uma manobra

articulada pelos gestores da cidade de cunho essencialmente poliacutetico cujo objetivo

era manter a imagem de Curitiba criada na deacutecada de 1930 de cidade acolhedora e

civilizada e uma oficina de trem em um bairro central denegria esta imagem

6A 6B FIGURA 6 - (A) VILA OFICINAS NO CAJURU NA DEacuteCADA DE 50 E B) VILA OFICINAS CAJURU NOS DIAS DE HOJE FONTE (A) E (B) NOGUEIRA (2011)

Assim a Vila Novas Oficinas e o Coleacutegio surgiram na mesma eacutepoca e

provavelmente o Coleacutegio eacute resultante da demanda da nova vila que resultou em um

aumento populacional na regiatildeo ao longo dos anos fazendo com que a pacata rua

recebesse intensa circulaccedilatildeo de carros motos ocircnibus e trens em frente ao Coleacutegio

o que gerou inuacutemeros problemas em especial agravequeles vinculados ao aumento da

intensidade de ruiacutedo que se tornou exacerbados nos horaacuterios em que o movimento

aumenta dificultando sobremaneira as aulas que ocorrem nas salas que tecircm janelas

voltadas para a rua

31

O problema do aumento da intensidade do ruiacutedo no entorno do Coleacutegio pode

ser tratado pelo aspecto da poluiccedilatildeo sonora Uma das formas de poluiccedilatildeo ambiental

que vecircm se agravando nas cidades exigindo que pensemos sobre ela e sobre seus

efeitos na qualidade de vida dos cidadatildeos O Coleacutegio natildeo poderia se furtar da

averiguaccedilatildeo da existecircncia dessa poluiccedilatildeo que pode atingir os estudantes O

aumento da intensidade do ruiacutedo neste caso estaacute vinculado ao desenvolvimento

urbano e as mudanccedilas na paisagem da cidade e se constatada a poluiccedilatildeo sonora

entatildeo pode haver consequecircncias para a populaccedilatildeo escolar Portanto a partir do

contexto do coleacutegio da mudanccedila na paisagem urbana do bairro e do aumento

percebido na intensidade do ruiacutedo identifico duas premissas deste estudo

sintetizadas a seguir

Na sociedade contemporacircnea a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos entre si e dos

indiviacuteduos com o meio foi alterada em relaccedilatildeo ao modelo de sociedade

moderna especialmente no que tange a modificaccedilatildeo da percepccedilatildeo

espaccedilo-temporal

Os meios de transportes tecircm juntamente com outros aspectos da

modernidade causado alteraccedilatildeo na relaccedilatildeo dos indiviacuteduos com o

ambiente a partir de outra percepccedilatildeo sobre a relaccedilatildeo espaccedilo-temporal

modificando a percepccedilatildeo sobre o som os ruiacutedos a poluiccedilatildeo sonora e

seus impactos na sauacutede

A partir dessas duas premissas estabeleccedilo o primeiro recorte para o estudo

desenvolvido ao longo desta dissertaccedilatildeo o da poluiccedilatildeo sonora oriunda do entorno

do Coleacutegio

12 OS APARELHOS CELULARES E O COLEacuteGIO

Natildeo bastassem os problemas externos relacionados a intensidade de ruiacutedo

dos ocircnibus automoacuteveis dos trens e do proacuteprio Coleacutegio internamente com seus

estudantes sinais apitos palmas e tudo o que faz parte da cultura escolar haacute

tambeacutem outras questotildees que precisam ser consideradas entre elas estaacute o

crescimento exponencial do nuacutemero de usuaacuterios de Aparelhos Celulares que tornou-

se uma questatildeo difiacutecil de ser gerenciada em sala de aula No Coleacutegio haacute cerca de

32

1950 estudantes matriculados nos periacuteodos matutino vespertino e noturno e no

Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico (PPP) consta que a comunidade escolar eacute ampla e de

classe meacutedia a media-baixa ou seja os estudantes satildeo oriundos de classes

trabalhadoras (ZANOTTO 2010)

O uso de Aparelho Celular eacute frequente trazido para o Coleacutegio tendo

transformado o ambiente escolar em um espaccedilo de disputa de poder com

professores desse modo cresce o nuacutemero de estudantes que inserem o Celular

entre seus materiais escolares Por ser moacutevel ele vem deslocando praacuteticas antigas

criando e tecendo novos usos em aprendizagens natildeo formais a que ldquosomos

submetidos desde que nascemosrdquo (OLIVEIRA 2001 p7) No entanto no ensino

formal a situaccedilatildeo eacute diferente pois embora o Aparelho Celular faccedila parte do cotidiano

escolar esta tem apresentado dificuldades para acompanhar e aplicar as

tecnologias do mundo contemporacircneo ao processo de ensino e de aprendizagem

Durante as aulas sinto um grande incocircmodo em relaccedilatildeo ao uso natildeo didaacutetico

dos Aparelhos Celulares pelos estudantes de forma que minha percepccedilatildeo inicial foi

a de que aleacutem de atrapalhar o andamento das atividades o Celular pode exacerbar a

poluiccedilatildeo sonora e talvez causar danos irreversiacuteveis a audiccedilatildeo Ao consultar a

viabilidade do uso de Celulares no interior da escola deparei-me com o PPP que

em seu Preacircmbulo enfatiza a necessidade de um esforccedilo conjunto e vontade

poliacutetica do coletivo escolar para redimensionar accedilotildees no interior da escola com

vistas agrave qualidade de ensino garantia de acesso e permanecircncia com sucesso de

nossos estudantes (ZANOTTO 2010 p 13)

Localizei tambeacutem no Regimento Escolar menccedilatildeo a proibiccedilatildeo relativa ao uso

de componentes eletrocircnicos que natildeo fazem parte do material escolar chamados de

ldquomaterial de natureza estranhardquo pelo Regimento (ZANOTTO 2011 p68-69)

conforme mencionado no Artigo 176

II- eacute vetado ao aluno ocupar-se durante o periacuteodo de aula de atividades contraacuterias ao processo pedagoacutegico IV ndash trazer para o estabelecimento de ensino material de natureza estranha ao estudo helliphellip XIII ndash utilizar-se de aparelho eletrocircnicos na sala de aula que natildeo estejam vinculados ao processo de ensino e aprendizagem

33

O uso frequente do Celular sua presenccedila efetiva no Coleacutegio e a contradiccedilatildeo

da proibiccedilatildeo imposta pelo Regimento Escolar delineiam a terceira e uacuteltima premissa

desta dissertaccedilatildeo

O Aparelho Celular eacute um dos meios de comunicaccedilatildeo e uma tecnologia

de faacutecil acesso que alterou a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos entre si

modificando a dinacircmica do espaccedilo escolar e a percepccedilatildeo do estudante

sobre sua relaccedilatildeo de pertencimento ao grupo

Com esta premissa estabeleccedilo o segundo recorte da problemaacutetica abordada

nesta dissertaccedilatildeo O uso natildeo didaacutetico do Aparelho Celular como fonte de poluiccedilatildeo

sonora no interior do ambiente escolar

Resumindo os problemas ambientais neste Coleacutegio em especiacutefico satildeo de

duas ordens externos ao coleacutegio decorrentes do crescimento urbano do entorno

com consequente intensificaccedilatildeo do traacutefego na frente do Coleacutegio o que levou a um

aumento dos niacuteveis de pressatildeo sonora gerando uma percepccedilatildeo de poluiccedilatildeo sonora

e internos ao coleacutegio a partir de minha dificuldade pessoal de lidar com o uso natildeo

didaacutetico que os estudantes fazem do Aparelho Celular

A partir dos dois recortes iniciais considerei que seria fundamental discutir

aspectos da poluiccedilatildeo sonora externa e interna ao Coleacutegio A ideia de analisar a

existecircncia ou natildeo de sons em alta intensidade capaz de produzir poluiccedilatildeo sonora

me permitiu acima de tudo ter um olhar atento para o crescente universo

tecnoloacutegico que invade a escola

Diante das trecircs premissas expostas nos dois recortes elencados coloco as

seguintes questotildees de pesquisa

1) Quais satildeo os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) oriunda do entorno do

CEPMAT

2) ComoSe os estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT usam o Celular

no ambiente escolar

3) Quais satildeo os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) que os estudantes do

CEPMAT satildeo submetidos quando ouvem muacutesica com fones

auriculares conectados a Aparelhos Celulares no ambiente escolar

34

Havendo Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) acima do disposto na Legislaccedilatildeo e

estabelecidos nesta dissertaccedilatildeo como Poluiccedilatildeo Sonora verificar

4) Se e como os estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT percebem as

normas e regras (Regimento Escolar) e a existecircncia de Poluiccedilatildeo

Sonora

a) oriundas do entorno da escola

b) oriunda dos fones auriculares conectados aos Aparelhos Celulares e os

possiacuteveis efeitos dessa Poluiccedilatildeo na Sauacutede deles

c) as regras e normas utilizadas no CEPMAT

A partir das respostas as questotildees de pesquisa 1 a 4 elenquei nas

consideraccedilotildees algumas possibilidades didaacuteticas que podem ajudar a perceber e

prevenir a poluiccedilatildeo sonora externa eou aquela oriunda dos fones auriculares

conectados aos Aparelhos Celulares

Para responder a primeira e a terceira questatildeo de pesquisa me propus a

aferir os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) (a) Oriundos do entorno do Coleacutegio (b) a

que os estudantes do CEPMAT estatildeo submetidos quando usam fones auriculares

conectados aos Aparelhos Celulares para ouvir muacutesica

Esses Niacuteveis foram aferidos por um aparelho de mediccedilatildeo de niacuteveis de

pressatildeo sonora (popularmente conhecido como decibeliacutemetro) Usei como

paracircmetros a NR 152 e seus anexos (ABNT 1978) que regulamentam os limites de

toleracircncia a que as pessoas podem ser expostas para Niacuteveis de Pressatildeo Sonoras

Contiacutenuas ou Intermitentes juntamente com a Lei Ordinaacuteria Municipal

106253(CURITIBA 2002) que dispotildee sobre ruiacutedos urbanos e estabelece as Zonas

Sensiacuteveis agrave Ruiacutedo ou Zonas de Silecircncio4

Para responder a segunda questatildeo de pesquisa me propus a (a) Criar

validar e aplicar aos Estudantes do CEPMAT um questionaacuterio fechado para

investigar usos dos Aparelhos Celulares no ambiente escolar verificar as primeiras

2 A NR 15 pode ser visualizada no anexo II desta dissertaccedilatildeo 3 A Lei Ordinaacuteria Municipal 106252002 encontra-se no anexo I desta dissertaccedilatildeo conforme

mencionado anteriormente 4Com base nas definiccedilotildees de Ruiacutedo e Poluiccedilatildeo Sonora dispostos na Lei Ordinaacuteria Municipal

106252002 e tambeacutem na definiccedilatildeo de Zonas de Silecircncio disposta na mesma lei estabeleci nesta dissertaccedilatildeo valores limites entre Ruiacutedo e Poluiccedilatildeo Sonora quais sejam seratildeo considerados RUIacuteDOS os valores menores ou iguais a 60 dB(A) e seratildeo considerados POLUICcedilAtildeO SONORA valores maiores ou iguais a 61 dB(A) Embora a ABNT 10152 fixe como niacuteveis de ruiacutedo compatiacuteveis com o conforto acuacutestico para salas de aula e laboratoacuterios entre 40-50 dB(A) e para bibliotecas entre 35-45 dB(A)

35

percepccedilotildees dos estudantes sobre os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora na sauacutede auditiva

relaccedilatildeo entre o uso de instrumentos eletrocircnicos e as normas e regras do Regimento

Escolar do Coleacutegio pesquisado

Para responder a quarta e uacuteltima questatildeo de pesquisa me propus a adaptar

de Lautert Chaves e Moura (1999) e aplicar um Teste aos estudantes CEPMAT

que dei o nome de ldquoAutoidentificaccedilatildeo de Alguns Sintomas de Estresserdquo para

investigar (a) as percepccedilotildees dos estudantes sobre a existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora

oriunda do entorno do Coleacutegio os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do

Coleacutegio na sauacutede deles (b) as percepccedilotildees dos estudantes sobre a existecircncia de

Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos fones auriculares conectados aos Aparelhos Celulares

e usados no ambiente escolar (c) os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos fones

auriculares conectados aos Aparelhos Celulares na sauacutede deles (d) o Regimento

Escolar

A partir da afericcedilatildeo dos Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) externo (oriundos do

entorno) e interno (oriundos do Aparelho Celular) ao Coleacutegio dos usos dos

Aparelhos Celulares no ambiente escolar e das percepccedilotildees dos estudantes sobre

Poluiccedilatildeo Sonora comparada aos niacuteveis de auto-estresse detectados nos estudantes

me proponho a considerar algumas possibilidades de uso didaacutetico de Aparelhos

Celulares nos conteuacutedos de Acuacutestica da disciplina de fiacutesica

36

2 REVISAtildeO DA LITERATURA SOBRE A TEMAacuteTICA POLUICcedilAtildeO SONORA E O

USO DO APARELHO CELULAR

Meus incocircmodos iniciais descritos na segunda seccedilatildeo conduziram ao

delineamento da pesquisa com o tema Poluiccedilatildeo Sonora A partir da construccedilatildeo das

questotildees iniciei uma revisatildeo de literatura sobre o tema Poluiccedilatildeo Sonora no ambiente

escolar e oriundo dos fones auriculares conectados ao Aparelho Celular isolada ou

conjuntamente Para tanto selecionei quatro eventos Os Encontros de Pesquisa em

Ensino de Fiacutesica (EPEF) os Encontros de Pesquisa em Educaccedilatildeo em Ciecircncias

(ENPEC) os Encontros de Pesquisa em Educaccedilatildeo Ambiental (EPEA) e os

Encontros de Tecnologia da Informaccedilatildeo e Educaccedilatildeo (TICEDUCA) aleacutem de projetos

e do banco de Teses da CAPES

Os Encontros do EPEF ENPEC e EPEA foram selecionados porque publicam

trabalhos de pesquisa em ensino e aprendizagem de conteuacutedos cientiacuteficos tanto na

aacuterea de Fiacutesica (EPEF ENPEC) bem como as demais aacutereas das Ciecircncias Naturais

(ENPEC) assim como em materiais educativos alfabetizaccedilatildeo cientiacutefica tecnoloacutegica

e abordagens CTS e Ensino de Ciecircncias Tecnologias da Informaccedilatildeo e

Comunicaccedilatildeo e ensino das Ciecircncias Naturais O ENPEC tem tambeacutem uma linha de

trabalhos que vinculam Educaccedilatildeo em Sauacutede e Ensino de Ciecircncias Os Encontros do

EPEA reuacutenem trabalhos de produccedilatildeo cientiacutefica e de pesquisa em Educaccedilatildeo

Ambiental Jaacute os encontros do TICEDUCA publicam pesquisas em Tecnologias de

Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo aplicadas agrave educaccedilatildeo Nesse sentido as quatro

conferecircncias abarcam os recortes que me propus a discutir Os eventos de Ensino

de Ciecircncias Fiacutesica de Educaccedilatildeo Ambiental e de Tecnologia trazem pesquisas

recentes sobre o tema e podem pontuar os novos interesses e lacunas na aacuterea

aleacutem disso muitos artigos publicados nos eventos passam para as revistas

cientiacuteficas com poucas alteraccedilotildees por esse motivo considerei desnecessaacuterio incluir

tambeacutem pesquisas em revistas dessas aacutereas

A seguir faccedilo uma breve caracterizaccedilatildeo e contextualizaccedilatildeo de cada evento

para em seguida discorrer sobre a forma de seleccedilatildeo dos artigos publicados

37

21 EPEF ndash ENCONTRO DE PESQUISA EM ENSINO DE FIacuteSICA

Os Encontros de Pesquisa em Ensino de Fiacutesica satildeo organizados pela SBF e

ocorrem a cada dois anos desde 1986 O principal objetivo desses encontros eacute ter

um foacuterum especiacutefico para a discussatildeo da pesquisa stricto sensu visando agrave aumentar

compreensotildees de problemas relacionados ao Ensino de Fiacutesica e abrir caminhos

para soluccedilotildees alternativas similarmente a outros encontros de aacutereas da Fiacutesica

(NARDI 1990)

Antes dos EPEF jaacute havia no Brasil os Simpoacutesios Nacionais de Ensino de

Fiacutesica que surgiram em 1970 e eram focados em relatos de experiecircncias didaacuteticas

descriccedilatildeo de produccedilatildeo e uso de equipamentos didaacuteticos Mas os fiacutesicos que se

dedicavam a pesquisa em ensino buscaram outros espaccedilos para discussatildeo de seus

projetos de pesquisa no sentido stricto

Nos EPEF grupos de pesquisadores com produccedilatildeo acadecircmica sobre ensino e

aprendizagem de Fiacutesica no Brasil divulgam suas pesquisas Esses pesquisadores

muitas vezes satildeo responsaacuteveis pela organizaccedilatildeo e ediccedilatildeo de revistas criaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo de eventos Eles tambeacutem elaboram e levam agrave cabo projetos e

ministram cursos de formaccedilatildeo continuada e cursos de poacutes-graduaccedilatildeo lato sensu e

strictu sensu em Educaccedilatildeo em Ciecircncias atuando em instituiccedilotildees de educaccedilatildeo

baacutesica e superior no paiacutes e orientam dissertaccedilotildees e teses e procurando ateacute mesmo

reconstituir os caminhos percorridos no estabelecimento da aacuterea de Ensino de

Fiacutesica

Nas treze ediccedilotildees do EPEF ao longo desses vinte e seis anos foram

encontradas 896 comunicaccedilotildees orais e 385 pocircsteres totalizando 1281 trabalhos e

desses apenas um artigo seraacute analisado no item 25 deste capiacutetulo Um resumo dos

diversos EPEF realizados ateacute o momento pode ser observado no quadro 1

38

QUADRO 1 - EPEF REALIZADOS DE 1986 ATEacute 2012

FONTE O AUTOR (2014)

EPEF LOCAL PERIODO PART COM ORAL POSTERES

ART LOC

APOIOS

I Curitiba 21 - 254

1986

30 12 Natildeo informado

00 CAESCNPq FAPESPFAPERJ

II Satildeo Paulo 17 - 229

1988 50 50 Natildeo informado

00

CAESCNPq FAPESPFAPERJ

III Porto Alegre 3110 - 0411

1990 80 13 32

00

CAESCNPq FAPESPFAPERJ

IV Florianoacutepolis 26 - 2805

1994 130 94 36

00

CAESCNPq FAPESPFAPERJ

V Aacuteguas de Lindoacuteia 02 - 609

1996 112 Natildeo localizado Natildeo localizado

00

CAESCNPq FAPESPFAPERJ

VI Florianoacutepolis 26 - 3010

1998 141 93 35

00

CAESCNPq FAPESPFAPERJ

VII Florianoacutepolis 27 - 3103

2000 194 105 56

00

CAESCNPq FAPESPFAPERJ

VIII Aacuteguas de Lindoacuteia 05 - 806

2002 150 78 36

00

CAESCNPq FAPESPFAPERJ

IX Jaboticatuba 26 - 2910

2004 247 84 42

00

CAESCNPq FAPESPFAPERJ

X Londrina 15 - 1908

2006 140 68 25

00

CAESCNPq FAPESPFAPERJ

XI Curitiba 21 - 2410

2008 181 123 36

01

CAESCNPq FAPESPFAPERJ

XII Aacuteguas de Lindoacuteia 24 - 2810

2010 166 90 32

00

CAESCNPq FAPESPFAPERJ

XIII Foz do Iguaccedilu 07 - 1006

2012 340 136 55

00

CAESCNPq FAPESPFAPERJ

TOTAL - - 1951 946 385

01 -

39

22 ENPEC ndash ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM EDUCACcedilAtildeO EM

CIEcircNCIAS

Os Encontros Nacionais de Pesquisa em Educaccedilatildeo em Ciecircncias satildeo

organizados pela Associaccedilatildeo Brasileira de Pesquisa em Educaccedilatildeo em Ciecircncias

(ABRAPEC) De acordo com o siacutetio eletrocircnico essa eacute uma associaccedilatildeo de caraacuteter

cientiacutefico educacional fundada em 29 de novembro de 1997 cuja finalidade eacute a

promoccedilatildeo divulgaccedilatildeo e socializaccedilatildeo da pesquisa por meio da realizaccedilatildeo de

encontros de pesquisa e de escolas de formaccedilatildeo de pesquisadores em Educaccedilatildeo

em Ciecircncias junto a entidades nacionais e internacionais de educaccedilatildeo pesquisa e

fomento

As primeiras discussotildees para a criaccedilatildeo de uma associaccedilatildeo de pesquisa em

Educaccedilatildeo em Ciecircncias ocorreram apoacutes o I Encontro Nacional de Pesquisa em

Educaccedilatildeo em Ciecircncias o ENPEC realizado em Aacuteguas de Lindoacuteia-SP em novembro

de 1997 Dois anos depois durante o II ENPEC realizado em Valinhos-SP

constituiu-se a associaccedilatildeo que permanece realizando encontros bianuais Aleacutem dos

encontros a ABRAPEC publica artigos de pesquisa os quais envolvem a educaccedilatildeo

em Ciecircncias na Revista Brasileira de Pesquisa em Educaccedilatildeo em Ciecircncias

Nas nove ediccedilotildees do ENPEC apresentaram-se 3225 Comunicaccedilotildees orais e

2108 pocircsteres perfazendo um total de 5333 trabalhos sendo que destes apenas

quatro trabalhos foram localizados conforme abordarei mais adiante no item 26

deste capiacutetulo

Um resumo dos diversos ENPEC realizados ateacute o momento pode ser

observado no quadro 2

40

ENPEC LOCAL PERIacuteODO PARTIC COM ORAL POcircSTERES

ART LOC

APOIOS

I Aacuteguas de Lindoacuteia 27 - 2909

1997 135 15 106

00

Natildeo informado

II Valinhos 01 - 0409

1999 171 22 106

00

Natildeo informado

III Atibaia 07 - 1011

2001 234 123 110

00

CNPqFUNDESP UNESPBAURU

IV Bauru 25 - 2911

2003 500 192 259

00

CNPqFUNDESP UNESPBAURU

V Bauru 2911 - 0312

2005 739 378 360

01

CNPqFUNDESP UNESPBAURU

VI Florianoacutepolis 2911 - 0212

2007 768 405 264

02

CNPqCAPES

VII Florianoacutepolis 08 - 1311

2009 723 382 341

00

CNPqCAPES

VIII Campinas 05 - 0911

2011 1253 736 462

00

CNPqCAPES

IX Aacuteguas de Lindoacuteia 10 - 1311

2013 1200 972 100

01

CNPqCAPES LAPEQUFRJ

TOTAL - - 5723 3225 2108

04 -

QUADRO 2 - ENPEC REALIZADOS DE 1997 ATEacute 2013 FONTE O AUTOR (2014)

41

23 EPEA ndash ENCONTRO DE PESQUISA EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTAL

O EPEA foi constituiacutedo a partir de um programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo e de um

grupo de pesquisa o Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos

Naturais e Educaccedilatildeo da UFSCar e o Grupo de Pesquisa em Ensino de Ciecircncias e

Educaccedilatildeo Ambiental do Laboratoacuterio Interdisciplinar de Formaccedilatildeo do Educador da

Faculdade de Filosofia Ciecircncias e Letras de Ribeiratildeo PretoUSP O programa e o

grupo de pesquisa organizam Encontros bianuais de Pesquisa em Educaccedilatildeo

Ambiental (EPEAs) para reunir trabalhos de produccedilatildeo cientiacutefica e de pesquisa em

Educaccedilatildeo Ambiental

Um resumo dos diversos EPEA realizados ateacute o momento pode ser

observado no quadro 3 a seguir

EPEA LOCAL PERIODO PARTIC COM

ORAL

POSTERES ART

LOC APOIOS

I Rio Claro 04 - 07092001 Natildeo

informado 76

Natildeo

informado 00

CAPES

FAPESP

II Rio Claro 27 - 30072003 Natildeo

informado 72

Natildeo

informado 00

CAPES

FAPESP

III Rio Claro 10 - 13072005 Natildeo

informado 73

Natildeo

informado 00

CAPES

FAPESP

IV Rio Claro 12 - 15072007 Natildeo

informado 87

Natildeo

informado 00

CAPES

FAPESP

V Satildeo

Carlos

3011 -

02122009

Natildeo

informado 89

Natildeo

informado 00

CAPES

FAPESP

VI Ribeiratildeo

Preto 04 - 07092011

Natildeo

informado 88

Natildeo

informado 00

CAPES

FAPESP

VII Rio Claro 07 - 10072013 Natildeo

informado 112

Natildeo

informado 00

CAPES

FAPESP

TOTAL - - - 597 - 00 -

QUADRO 3 - EPEAS REALIZADOS DE 2001 A 2013

FONTE O AUTOR (2014)

Considerando as sete ediccedilotildees dos EPEA foram apresentadas 597 trabalhos

oriundos de 22 unidades federativas incluindo o Distrito Federal natildeo houve

nenhum trabalho apresentado com o tema da poluiccedilatildeo sonora confirmando que o

tema natildeo foi discutido mas que merece atenccedilatildeo dos pesquisadores pois problemas

ambientais aliados agrave reflexatildeo sobre as relaccedilotildees poliacuteticas econocircmicas sociais e

culturais que envolvem de modo integrado os humanos e os demais componentes

42

da natureza estatildeo cada vez mais presentes nos diferentes encontros internacionais

e nacionais sobre o meio ambiente (RINK MEGID NETO 2009)

24 TICEDUCA - TECNOLOGIAS E EDUCACcedilAtildeO

O I TICEDUCA ndash I Encontro Internacional de Tecnologia de Informaccedilatildeo e

Comunicaccedilatildeo (TIC) e Educaccedilatildeo foi uma iniciativa do Instituto de Educaccedilatildeo da

Universidade de Lisboa em articulaccedilatildeo com a Revista Educaccedilatildeo Formaccedilatildeo amp

Tecnologias e com a Unidade de Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento em Educaccedilatildeo e

Formaccedilatildeo da Universidade de Lisboa

O evento foi constituiacutedo por um grupo de pesquisadores da Universidade de

Lisboa que entendeu que as questotildees relacionadas agraves TIC ganharam pertinecircncia e

atenccedilatildeo porque podem ser integradas nas atividades de estudantes e professores

importando conhecer como satildeo usadas O TICEDUCA se propocircs a trazer para o

centro das discussotildees a reflexatildeo sobre o potencial que eacute atribuiacutedo agraves tecnologias de

informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo fator de inovaccedilatildeo e mudanccedila da escola (COSTA 2010

piii)

Portanto tendo como ponto de partida trabalhos de diferentes realidades

locais nacionais e internacionais os Encontros Internacionais de TIC e Educaccedilatildeo

assumem como principais objetivos

Proporcionar um espaccedilo para divulgaccedilatildeo de praacuteticas inovadoras nas escolas e em contextos de formaccedilatildeo e aprendizagem

Analisar a investigaccedilatildeo na aacuterea

Discutir trabalhos em desenvolvimento e a utilizaccedilatildeo criativa e inovadora das TIC

Refletir sobre os modos mais adequados para documentaccedilatildeo comunicaccedilatildeo e disseminaccedilatildeo destas praacuteticas

Propiciar praacuteticas de identificaccedilatildeo intervenccedilatildeo e investigaccedilatildeo como contribuiccedilatildeo para plena utilizaccedilatildeo dos recursos digitais disponiacuteveis dentro e fora da escola (COSTA 2010 piii)

Os TICEDUCA satildeo direcionados a investigadores professores educadores e

outros profissionais ligados agrave formaccedilatildeo e ao ensino e aprendizagem com as TIC

Satildeo espaccedilos de encontro destinados tambeacutem as empresas relacionadas com a

produccedilatildeo de conteuacutedos ou com outros processos de suporte agrave aprendizagem e agrave

formaccedilatildeo (COSTA 2010)

43

Um resumo dos congressos TICEDUCA realizados ateacute o momento pode ser

observado no quadro 4 a seguir

TICEDUCA

LOCAL PERIODO PART COM ORAL

POST ART LOC

APOIOS

I Portugal Lisboa

18 - 20112010 392 97 44

01

Microsoft iTEC WEQDA Optimus CETI

II Portugal Lisboa

3011 - 212 2012 346 249 36

06

Microsoft iTEC WEQDA Optimus CETI

TOTAL - - 738 346 80 07 -

QUADRO 4 - TICEDUCA REALIZADOS DE 2010 ATEacute 2012 FONTE O AUTOR (2014)

Considerando as duas ediccedilotildees do evento e os 426 trabalhos apresentados

entre comunicaccedilotildees orais localizei sete artigos que mencionaram os Aparelhos

Celulares conforme abordarei no item a seguir

25 SELECcedilOtildeES DE ARTIGOS NOS EVENTOS

Com intuito de selecionar artigos publicados nas diversas ediccedilotildees desses

eventos busquei em acervos pessoais de vaacuterios pesquisadores e em diversas

instituiccedilotildees na forma de CD-ROM ou materiais impressos com as atas Eacute importante

notar que os siacutetios eletrocircnicos dos eventos natildeo tecircm todas as ediccedilotildees

disponibilizadas o que dificulta sobremaneira a pesquisa pois poucas atas estatildeo

disponiacuteveis na internet

Apoacutes localizar todas as atas iniciei a busca pelos artigos procedendo da

seguinte forma fiz uma leitura flutuante dos tiacutetulos dos artigos para selecionar as

palavras-chave dos trabalhos apresentados na forma de comunicaccedilatildeo oral e paineacuteis

A palavra-chave selecionada para uma primeira leitura flutuante do artigo em si foi a

seguinte poluiccedilatildeo sonora no ambiente escolar

Como a seleccedilatildeo desse material foi feita de forma abrangente sempre que

algum tiacutetulo gerasse duacutevidas sobre o conteuacutedo e as palavras-chave natildeo fossem

reconhecidas passei a ler os resumos dos trabalhos e quando o material tratava da

44

temaacutetica Poluiccedilatildeo Sonora acessei o documento completo para ter certeza do

assunto tratado Por fim restou o seguinte Um artigo do EPEF quatro artigos do

ENPEC nenhum artigo do EPEA sete artigos TICEDUCA conforme o quadro 5

EPEF ENPEC EPEA TICEDUCA

ANO

Ed

TRAB APRES

ART LOC

Ed

TRAB APRES

ART LOC

Ed

TRAB APRES

ART LOC

Ed

TRAB APRES

ART LOC

1986 I 12 00

1988 II 50

00

1990 III 45 00

1994 IV 130 00 1996 V Natildeo

Loc 00

1997 I 121 00

1998 VI 128 00

1999 II 131 00

2000 VII 161 00

2001 III 233 00 I 76 00

2002 VIII 114 00

2003 IV 451 00 II 72 00

2004 IX 126 00

2005 V 738 01 III 73 00

2006 X 93 00

2007 VI 669 02 IV 87 00

2008 XI 159 01

2009 VII 723 00 V 89 00

2010 XII 122 00 I 141 01

2011 VIII 1198 00 VI 88 00

2012 XIII 191 00 II 285 06

2013 IX 1072 01 VII 112 00

TOTAL

13 1281 01 09 5333 04 07 597 00 02 426 07

QUADRO 5 - LEVAMENTO DAS DIVERSAS EDICcedilOtildeES DOS EPEF ENPEC EPEA E TICEDUCA NO PERIODO DE 1986 A 2013 FONTE O AUTOR (2014)

Dos 7637 trabalhos publicados em 31 ediccedilotildees dos quatro eventos desde 1986

ateacute 2013 (vinte e sete anos) localizei apenas 12 trabalhos com os temas da poluiccedilatildeo

sonora e do Aparelho Celular ou seja apenas 014 do total

45

Os Encontros de Pesquisa em Ensino de Fiacutesica (EPEF) e em Educaccedilatildeo em

Ciecircncias (ENPEC) satildeo dois eventos de grande importacircncia na pesquisa da aacuterea no

Brasil e apenas cinco trabalhos foram localizados nesses dois eventos sendo que

em um deles meus orientadores e eu somos autores

No TICEDUCA o foco central eacute o uso da tecnologia na Educaccedilatildeo Por isso os

trabalhos localizados referiam-se especialmente ao uso do Celular como ferramenta

de ensino e natildeo a poluiccedilatildeo sonora Ainda assim apenas sete trabalhos foram

localizados

No entanto a maior surpresa foi natildeo ter localizado no EPEA nenhum trabalho

sobre poluiccedilatildeo sonora esta natildeo parece ter sido uma preocupaccedilatildeo dos

pesquisadores da aacuterea ambiental mesmo que o problema da poluiccedilatildeo sonora tatildeo

presente na sociedade contemporacircnea ou seja cada vez mais significativo na vida

das pessoas especialmente para sauacutede dos estudantes Nesse sentido a revisatildeo da

literatura mostra a lacuna existente em estudos com essa temaacutetica corroborando

com a necessidade de avanccedilos

Um resumo dos eventos e nuacutemero de artigos selecionados em cada evento

foi sistematizado no quadro 6

Nordm TRABALHOS PUBLICADOS

Nordm DE EDICcedilOtildeES Nordm DE TRABALHOS LOCALIZADOS

EPEF 1281 13 01

ENPEC 5333 09 04

EPEA 597 07 00

TICEDUCA 426 02 07 TOTAL 7637 31 12

QUADRO 6 - RESUMO DOS EVENTOS REALIZADOS DE 1986 A 2013 FONTE O AUTOR (2014)

A partir desse levantamento preliminar passo a anaacutelise dos artigos

encontrados Esta anaacutelise foi dividida em dois grupos a saber artigos relacionados

agrave poluiccedilatildeo sonora e artigos relacionados ao uso do Aparelho Celular em atividades

educativas Tendo em vista que a proposta desta dissertaccedilatildeo eacute a interface entre os

dois temas a anaacutelise dos artigos nos eventos foi realizada com o intuito de localizar

pesquisas na aacuterea que pudessem subsidiar aspectos de aprofundamento teoacuterico e

metodoloacutegico para o meu estudo

26 ARTIGOS RELACIONADOS Agrave POLUICcedilAtildeO SONORA

46

Um conjunto de cinco artigos foi localizado neste Grupo Temaacutetico Os artigos

foram publicados ente 2005 e 2013 sendo quatro deles no ENPEC (um na Vordf

ediccedilatildeo dois na VIordf e um na IXordf) e somente um artigo foi localizado no EPEF

publicado em 2008 na XIordf ediccedilatildeo Interessante observar que dos cinco artigos trecircs

satildeo dos mesmos autores O que reduz significativamente a abrangecircncia de

pesquisadores interessados no tema e nos permite concluir que este foi o tema de

uma dissertaccedilatildeo de mestrado ou tese de doutorado assim orientador e orientada

fatiaram a pesquisa em vaacuterios pedaccedilos apresentados separadamente O quarto

artigo eacute de minha autoria com os orientadores Um resumo dos artigos localizados

neste grupo temaacutetico encontra-se no Quadro 7

ANO TITULO DO ARTIGO NOME DOS AUTORES

PALAVRA-CHAVE

EVENTO

2005 Poluiccedilatildeo sonora na fiacutesica do ensino meacutedio construindo uma proposta

Souza Silva Garavelli Maroja Ricardo

Poluiccedilatildeo Sonora

V ENPEC

2007(a) Fiacutesica para uma sauacutede auditiva Bastos Mattos Poluiccedilatildeo Sonora

VI ENPEC

2007(b) Educaccedilatildeo para uma discriminaccedilatildeo auditiva

Bastos Mattos Poluiccedilatildeo Sonora

VI ENPEC

2008 Fiacutesica e Poluiccedilatildeo Sonora Uma proposta de dinacircmica do perfil conceitual

Bastos Mattos Poluiccedilatildeo Sonora

XI EPEF

2013 Uso do Aparelho Celular por estudantes do ensino meacutedio para ouvir muacutesica um prazer perigoso

Costa Gioppo Camargo

Poluiccedilatildeo Sonora

IX ENPEC

QUADRO 7 - ARTIGOS SOBRE POLUICcedilAtildeO SONORA FONTE O AUTOR (2013)

A poluiccedilatildeo sonora pode ser estudada pelo aspecto do mal-estar causado pelo

excesso de ruiacutedos ou pela forma como afeta a sauacutede humana fiacutesica ou psicoloacutegica

foi essa a abordagem dos artigos localizados a partir da palavra-chave Poluiccedilatildeo

Sonora Em seguida passo a descrever tais artigos

O objetivo da pesquisa de Souza et al (2005) foi produzir uma reflexatildeo que

transformasse os conhecimentos fiacutesicos apreendidos por licenciandos em

conhecimentos escolares ao longo de uma disciplina de Estaacutegio Supervisionado A

pesquisa teve trecircs etapas na primeira os autores aplicaram um questionaacuterio aberto

a alunos do Ensino Meacutedio para verificar que conhecimentos aqueles alunos

possuiacuteam a respeito da Poluiccedilatildeo Sonora O intuito era relacionar conhecimentos

fiacutesicos do tema com o cotidiano Com as informaccedilotildees obtidas no questionaacuterio

desenvolveram uma sequencia didaacutetica com dez aulas

47

A sequecircncia didaacutetica incluiu aspectos histoacutericos do tema desde o processo de

industrializaccedilatildeo e crescimento cientiacutefico e tecnoloacutegico do final do seacuteculo XIX ateacute o

uso abusivo de aparatos tecnoloacutegicos Os autores trataram do tema a partir de um

enfoque interdisciplinar incluindo conteuacutedos da Fiacutesica e anaacutelises de notiacutecias de

jornal enfatizaram tambeacutem o papel do professor-pesquisador e reflexivo Apoacutes a

reelaboraccedilatildeo da sequecircncia didaacutetica aplicaram-na a uma classe do Ensino Meacutedio e

coletaram registros escritos e trabalhos dos estudantes

As conclusotildees mostraram que transformar um saber cientiacutefico em um saber a

ser ensinado eacute uma tarefa muito difiacutecil mas o conteuacutedo de ondas sonoras

relacionado ao da poluiccedilatildeo sonora eacute importante no processo de produccedilatildeo do

conhecimento escolar e que os professores precisam criar estrateacutegias que

relacionem conhecimentos e saberes teacutecnicos e cientiacuteficos a outros saberes como

os do cotidiano relacionando-os agrave cultura vivencial dos estudantes

Em trecircs trabalhos publicados Bastos e Mattos (2007a 2007b 2008)

mostraram que a partir de enfoques interdisciplinares os conhecimentos da fiacutesica

sobre Poluiccedilatildeo Sonora podem contribuir com a Educaccedilatildeo em Sauacutede para promover

uma vida mais saudaacutevel

Destacaram que aproximaccedilotildees entre toacutepicos da Fiacutesica e da Fonoaudiologia

podem auxiliar na discussatildeo de aspectos da sauacutede auditiva Isso porque os

estudantes expotildeem sua orelha interna5 - sem consciecircncia dos perigos para a

audiccedilatildeo- a alta intensidade sonora disponiacutevel em equipamentos de som portaacuteteis

(MP3 MP4 ipod walkman etc) frequentemente utilizados na sala de aula

Os autores fundamentaram sua pesquisa nos conceitos de perfil conceitual e

interdisciplinaridade Para eles eacute necessaacuterio buscar interdependecircncias entre

diversas aacutereas de conhecimento para abordar problemas da realidade relevantes

para os alunos sem separaacute-los do contexto em que surgem Isso ajudaria os

estudantes a enfrentar problemas do mundo em que vivem o que pode se dar por

meio da complexificaccedilatildeo do conhecimento do cotidiano

Desta forma identificaram quatro hipoacuteteses de integraccedilatildeo do conhecimento

cotidiano 1ordm) hipoacutetese da compatibilidade 2ordm) hipoacutetese da substituiccedilatildeo 3ordm) hipoacutetese

da independecircncia ndash coexistecircncia 4ordm) hipoacutetese da integraccedilatildeo ndash enriquecimento do

conhecimento cotidiano No trabalho Bastos e Mattos (2007a) adotaram a quarta

5 A nova nomenclatura anatocircmica substituiu o termo ldquoouvidordquo pelo termo ldquoorelha internardquo no entanto no Protocolo (BRASIL 2006) os dois termos aparecem com o mesmo significado

48

hipoacutetese a ldquoda integraccedilatildeordquo enriquecimento do conhecimento cotidiano que se refere

agrave transformaccedilatildeo dos conhecimentos que datildeo suporte ao conhecimento escolar

Nesse sentido construiacuteram e aplicaram atividades curtas de multi-abordagem e

delineadas em trecircs etapas exploraccedilatildeo introduccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de conceitos

Os pesquisadores investigaram os conceitos preacutevios de Poluiccedilatildeo Sonora de

236 estudantes de uma escola puacuteblica do Ensino Meacutedio no ano de 2005 para

delimitar os objetivos da pesquisa Para tanto utilizaram um questionaacuterio e uma

representaccedilatildeo imageacutetica acompanhada de sua respectiva descriccedilatildeo

Em 2006 aplicaram as atividades multi-abordagem em 166 estudantes de

quatro turmas do Ensino Meacutedio e tiveram resultados favoraacuteveis

Em 2007 elaboraram um novo questionaacuterio e o aplicaram a 86 estudantes

para verificar se houve apropriaccedilatildeo dos conteuacutedos desenvolvido nas atividades e se

esses passaram a ter algum significado na vida deles

Os pesquisadores concluiacuteram que do ponto de vista do modelo proposto os

estudantes alteraram o perfil conceitual anterior enriquecendo seus criteacuterios de

julgamento com relaccedilatildeo agrave poluiccedilatildeo sonora Essa tomada de consciecircncia trouxe aos

estudantes a possibilidade de discernir o que eacute audiologicamente saudaacutevel

aplicando os conteuacutedos escolares sem deixar de lado os criteacuterios esteacuteticos e

emocionais que jaacute faziam parte da vida daquelas pessoas

Costa Camargo e Gioppo (2013) pesquisaram os niacuteveis de decibeacuteis a que os

estudantes se expotildeem quando ouvem muacutesicas pelo Aparelho Celular o que pode

trazer prejuiacutezos agrave sauacutede auditiva Os autores buscaram situaccedilotildees contextualizadas

para ensinar fiacutesica relacionando-a com a Educaccedilatildeo para Sauacutede e a Tecnologia para

tanto conciliaram concepccedilotildees sobre poluiccedilatildeo sonora (usando conceitos de acuacutestica)

vinculada ao uso de fones auriculares ligados aos Aparelho Celular

Um questionaacuterio foi aplicado para diagnosticar concepccedilotildees preacutevias em

estudantes do Ensino Meacutedio De posse dos resultados elaboraram quatro atividades

com foco na poluiccedilatildeo sonora oriunda dos fones auriculares conectados a Aparelhos

Celulares para escutar muacutesicas e discutiram com os estudantes os efeitos na sauacutede

auditiva

Concluiacuteram que os estudantes ouvem as muacutesicas em volume muito acima

das normas recomendadas Nas atividades contextualizadas concluiacuteram que houve

apropriaccedilatildeo dos conteuacutedos de ondas sonoras mas perceberam que uma uacutenica

49

sequecircncia didaacutetica natildeo foi suficiente para provocar mudanccedilas de haacutebito entre os

estudantes

Os autores ressaltaram que o Celular pode ser melhor aproveitado no

processo ensino e de aprendizagem atuando como agente motivador dos

estudantes mas eacute importante que se faccedila um uso criacutetico dessa tecnologia e ao

mesmo tempo amplie as relaccedilotildees possiacuteveis com os conteuacutedos como por exemplo

mostrando interfaces com a sauacutede auditiva

27 ARTIGOS RELACIONADOS COM TECNOLOGIA MOacuteVEL

Um conjunto de sete artigos foi localizado na temaacutetica equipamentos

Celulares em atividades educativas Os artigos foram encontrados na Iordf e IIordf ediccedilotildees

do TICEDUCA e na IXordf ediccedilatildeo do ENPEC Artigos relacionados ao uso de Aparelhos

Celulares em atividades educativas

50

ANO TITULO DO ARTIGO NOME DOS

AUTORES

PALAVRA-CHAVE

EVENTO

2010 Enquadramento teoacuterico para a integraccedilatildeo de tecnologias moacuteveis em contexto educativo

Moura e Carvalho

Telemoacutevel6 I TICEDUCA

2012 As tecnologias moacuteveis no ensino da multimeacutedia

Raminhos Ferreira Pereira e Correia

Mobile Learning aprendizagem moacutevel

II TICEDUCA

2012 As tecnologias moacuteveis no processo de ensino e aprendizagem da liacutengua inglesa um estudo exploratoacuterio no cienfic

Lobato e Pedro

Dispositivos moacuteveis no ensino e na aprendizagem

II TICEDUCA

2012 O uso de dispositivos moacuteveis durante a aula analise de um recorte da realidade de universidades puacuteblicas do Brasil

Santos Duram e Burnham

Dispositivos Moacuteveis

II TICEDUCA

2012 O Celular e o ensino de ondas na escola uma proposta preliminar

Costa Gioppo Camargo

Aparelho Celular

II TICEDUCA

2012 Uso de dispositivos moacuteveis em sala de aula uma revisatildeo bibliograacutefica

Santos Duram Burnham

Tecnologias Moacuteveis

II TICEDUCA

2012 Tecnologias Moacuteveis com conexatildeo sem fio na Escola e a Organizaccedilatildeo do Trabalho Pedagoacutegico

Santos Almeida Borges Jesus

Tecnologias Moacuteveis

II TICEDUCA

QUADRO 8 - ARTIGOS SOBRE TECNOLOGIAS MOacuteVEIS FONTE O AUTOR 2014

Moura e Carvalho (2010) avaliaram como os estudantes aprendem em

atividades com suporte de tecnologias moacuteveis visando agrave melhoria do processo de

ensino e de aprendizagem ou como essas tecnologias podem promover o sucesso

educativo Para as pesquisadoras os dispositivos moacuteveis que andam nos bolsos dos

estudantes podem fazer parte das praacuteticas pedagoacutegicas substituindo as poliacuteticas de

proibiccedilatildeo por ter tamanho reduzido esses dispositivos podem ser levados para

diferentes locais promovendo a interaccedilatildeo social a troca de dados e a colaboraccedilatildeo

com outros utilizadores

A pesquisa das autoras foi fundamentada no paradigma educacional mobile

learning (m-learning) que eacute a conjugaccedilatildeo de um estudante atuante a um artefato

moacutevel usado como ferramenta de apoio ao ensino mediado pela accedilatildeo pedagoacutegica

que de forma interativa leva agrave interiorizaccedilatildeo de conhecimentos novos ressignificando

o uso do Celular e exploraram experiecircncias de integraccedilatildeo no ambiente escolar (m-

learning) e investigaram a forma de apropriaccedilatildeo de conteuacutedos pelos estudantes que

6 Em Portugal o Aparelho Celular eacute chamado de telemoacutevel e o TICEDUCA eacute um evento que ocorre

laacute portanto esta palavra chave foi inserida na busca

51

usaram o Celular para completar tarefas escolares e de apoio aos estudos De

acordo com os dados recolhidos os Aparelhos Celulares impactaram a

aprendizagem dos estudantes influenciaram na motivaccedilatildeo no envolvimento dos

alunos em relaccedilatildeo agraves atividades e na mudanccedila de opiniatildeo sobre a escola e os

estudos Tambeacutem as autoras perceberam que os Aparelhos Celulares podem ser

integrados em diferentes atividades de aprendizagem podendo vir a ser fonte de

motivaccedilatildeo dos alunos pela escola e no processo de ensino e de aprendizagem

Raminhos et al (2012) revisaram a literatura referente a importacircncia das

tecnologias moacuteveis (Celulares e outros equipamentos) no ensino e na

aprendizagem para explorar o conceito de Moacutebile Learning e identificar sua

utilizaccedilatildeo na educaccedilatildeo e localizaram 39 artigos Apoacutes anaacutelise dos artigos

elaboraram uma intervenccedilatildeo didaacutetica para estudantes de um curso profissionalizante

para investigar como as tecnologias moacuteveis podem apoiar a aprendizagem

Na intervenccedilatildeo didaacutetica os pesquisadores perceberam que existem duas

visotildees na utilizaccedilatildeo do m-learning a visatildeo do ensino protagonizado pelo professor e

a visatildeo da aprendizagem cujo alvo seraacute o estudante que mostra grande interesse

em utilizar o m-learning como ferramenta de estudo

Na conclusatildeo os autores deixam evidente que Mobile Learning natildeo resolve os

problemas de ensino e aprendizagem contudo concluiacuteram que o levantamento

bibliograacutefico sobre o tema pode contribuir para investigaccedilotildees futuras Reiteraram que

m-learning eacute interessante para a educaccedilatildeo e que outros autores pesquisados por

eles concordam que eacute uma opccedilatildeo a mais para entusiasmar envolver e compreender

a aprendizagem dos estudantes atuais

Lobato e Pedro (2012) trataram de dificuldades educativas percebidas por

formandos de um centro de formaccedilatildeo profissional esses foram expostos agraves

dinacircmicas da sala de aula e a meacutetodos de ensino diferenciados A ideia era

desenvolver conceitos usando estrateacutegias motivadoras sem ficar restritos a

caminhos curriculares preacute-definidos Nesse sentido os Aparelhos Celulares foram

usados como ferramentas de ensino para construir a aprendizagem funcionando

como parceiros para o professor e para os estudantes

As autoras consideraram que vivemos na ldquoEra da Conexatildeordquo (p2) na qual o

acesso agrave informaccedilatildeo deixou de estar confinado ao computador pessoal e se

estendeu aos Aparelhos Celulares os estudantes de hoje satildeo ldquonativos digitaisrdquo e o

52

cotidiano sem tecnologia natildeo faz sentido Para esta geraccedilatildeo natildeo possuir telemoacutevel

(Aparelho Celular) eacute quase fator de exclusatildeo social

Aplicaram um questionaacuterio com objetivo de analisar concepccedilotildees dos

professores de inglecircs de um centro de formaccedilatildeo profissional sobre a utilizaccedilatildeo de

Aparelhos Celulares em contexto escolar

Os resultados evidenciaram que em alguns momentos os Aparelhos Celulares

satildeo considerados como potenciais elementos de distraccedilatildeo que perturbam a

concentraccedilatildeo dos alunos nas tarefas escolares poreacutem defendem que esta

tecnologia de faacutecil acesso pode trazer benefiacutecios para a educaccedilatildeo permitindo aos

estudantes aprender para aleacutem dos limites da sala de aula pois os estudantes tecircm

cada vez mais acesso agrave informaccedilatildeo e ao conhecimento e os Aparelhos Celulares

podem ser aliados dos professores

Santos et al (2012) observaram que o uso de dispositivos moacuteveis (chamados

ciberinstrumentos7) presentes nas salas de aula do ensino superior vecircm

aumentando nos uacuteltimos anos O objetivo dos autores foi avaliar e discutir o uso de

ciberinstrumentos durante as aulas em trecircs turmas de diferentes universidades

puacuteblicas brasileiras sediadas no Estado da Bahia

Os instrumentos para a constituiccedilatildeo dos dados incluiacuteram um questionaacuterio

respondido por 46 estudantes e anotaccedilotildees de campo (descritivas e analiacuteticas)

Os resultados mostraram que entre os pesquisados o nuacutemero de

ciberinstrumentos supera o nuacutemero de computadores desktops os mais usados em

sala de aula satildeo os notebooks e os Celulares que podem facilitar os processos de

construccedilatildeo do conhecimento

Os autores tambeacutem investigaram os efeitos colaterais da tecnologia e

observaram que os ciberinstrumentos podem ser objetos de distraccedilatildeo Os que mais

distraem os estudantes satildeo as redes sociais e SMS A maioria dos estudantes

concordou que houve algum grau de prejuiacutezo de concentraccedilatildeo durante as aulas e

sugeriram um controle de uso do wi fi

Costa Gioppo e Camargo (2012) apresentaram uma proposta preliminar

sobre o uso do Celular como ferramenta de ensino que auxilia na praacutetica de sala

aula para ensinar ondas eletromagneacuteticas a motivaccedilatildeo inicial foi o constante e

7 De acordo com Santos et al 2012 ciberinstrumentos (SANTOS DURAN BURNHAM 2010) satildeo lap tops Aparelhos Celulares ou qualquer tecnologia com acesso wifi

53

excessivo uso do Celular durante o periacuteodo letivo Um questionaacuterio foi aplicado para

200 estudantes para entender o uso dos Aparelhos Celulares De posse dos

resultados elaboraram uma intervenccedilatildeo didaacutetica com abordagem investigativa sobre

ondas eletromagneacuteticas na qual participaram 27 estudantes Utilizaram filmes sobre

interferecircncia das ondas eletromagneacuteticas em aparelhos eletrocircnicos e observaram a

interferecircncia do recebimento de mensagem no Celular em caixas de som e

avaliaram a aprendizagem com questotildees para verificar se houve apropriaccedilatildeo dos

conteuacutedos de eletromagnetismo

Na conclusatildeo os autores ressaltaram que a maior parte dos estudantes

usufrui da tecnologia do Celular e o faz na escola poreacutem natildeo para fins didaacuteticos

mostrando que haacute necessidade de mais pesquisas na aacuterea Na atividade de

intervenccedilatildeo didaacutetica os autores perceberam que houve vaacuterios problemas como de

interpretaccedilatildeo das questotildees a coacutepia de respostas do livro didaacutetico a falta de um

delineamento mais robusto da atividade que parece ter ficado em aberto e ainda

havia necessidade de proposta para transformaacute-la em uma sequencia didaacutetica Para

os autores o Aparelho Celular eacute uma tecnologia que natildeo deve ser desperdiccedilada no

contexto escolar e que pode ser usada no processo de ensino e de aprendizagem O

Celular pode ser um agente motivador dos estudantes para aulas diferenciadas

possibilitando a compreensatildeo das possibilidades e limites da tecnologia mas eacute

importante que se faccedila uma anaacutelise criacutetica do processo mostrando tambeacutem outras

interfaces com a sauacutede a poliacutetica de telecomunicaccedilotildees etc

Santos et al (2012) investigaram sobre o uso de tecnologias moacuteveis em sala

de aula e perceberam que eacute pouco explorada O objetivo do trabalho foi realizar uma

revisatildeo bibliograacutefica da temaacutetica apontando as principais questotildees tratadas A partir

de buscas em siacutetios eletrocircnicos como o ISI Web of Science e Google Scholar e

encontraram 13 artigos cinco deles identificam como estudantes usam seus

ciberinstrumentos em sala de aula e os oito restantes falam da relaccedilatildeo entre o uso

de ciberinstrumento moacutevel envolvendo comportamento multitarefas e o desempenho

acadecircmico dos estudantes Tambeacutem investigaram como os estudantes percebem o

uso natildeo de ciberinstrumentos segundo os autores eacute difiacutecil avaliar quatildeo aplicaacutevel eacute o

uso livre de ciberinstrumentos moacuteveis nas salas de aula ou a quanto afeta a

aprendizagem

De acordo com os autores os principais apontamentos encontrados nos

trabalhos foram como 1ordm) o trabalho em grupo eacute pouco valorizado nas dinacircmicas de

54

sala de aula nos processos de construccedilatildeo coletiva do conhecimento isto eacute

valorizam a esfera individual em detrimento da coletiva 2ordm) natildeo haacute estudos

envolvendo variados tipos de ciberinstrumentos os trabalhos encontrados estatildeo

concentrados no uso de tablets laptops e Celulares 3ordm) O foco das pesquisas foi a

de apontar vantagens ou desvantagens 4ordm) eacute necessaacuterio enriquecer as pesquisas

com abordagens qualitativas

Os autores concluiacuteram que a maioria dos trabalhos se concentra em avaliar a

relaccedilatildeo do uso do comportamento multitarefas com o desempenho acadecircmico de

estudantes usando abordagens qualitativas

28 PROJETOS QUE UTILIZAM O APARELHO CELULAR COMO FERRAMENTA

DE ENSINO

Aleacutem dos artigos sobre Aparelho Celular localizados nas duas ediccedilotildees do

TICEDUCA encontrei tambeacutem quatro Projetos que tecircm iniciativas do uso do

Aparelho Celular como suporte ao ensino e a aprendizagem publicados pela Unesco

(2012)

1ordm) Minha Vida Moacutevel8 (MvMob) - Brasil tem como objetivo formar professores

e estudantes para produccedilatildeo de audiovisuais utilizando Aparelhos Celulares e com

isso promover o intercambio cultural por meio de uma rede interativa O programa

consiste em um portal de conteuacutedo e interaccedilatildeo e diversas atividades

2ordm) Projeto Escola com Celular de CaraguatatubaSP - Brasil utiliza as redes

sociais e os Telefones Celulares como ferramentas de apoio das atividades

escolares propotildee o uso dessas Tecnologias da Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (TICs)

para aproximar professores e estudantes associando a realidade dos mesmos aos

conteuacutedos curriculares para estimular a aprendizagem estimular a participaccedilatildeo e a

convivecircncia social na escola e na cidade e tambeacutem para praticar a inclusatildeo digital e

suas premissas mobilidade conectividade e sustentabilidade

3ordm) PSU Moacutevel ndash Chile eacute um aplicativo moacutevel que permite ao usuaacuterio acessar

conteuacutedo gratuito para download exerciacutecios jogos e podcasts todos organizados

8 httpwwwmvmobcombrmvmobo-que-eo-que-e

55

por assunto tem como objetivo permitir que os estudantes do ensino meacutedio possam

se preparar para ingressar no ensino superior

4ordm) Evaluacioacuten de Aprendizajes por meio de Celulares - Paraguai lanccedilado em

2011 pelo Ministeacuterio da Educaccedilatildeo do Paraguai tem o objetivo de explorar a

possibilidade de aplicaccedilatildeo de testes padronizados com o uso de Aparelhos

Celulares O projeto foi destinado a estudantes dos primeiros anos do ensino meacutedio

envolvendo as disciplinas de Matemaacutetica Liacutengua Espanhola e Literatura em

trezentas escolas puacuteblicas do Paraguai preparando tambeacutem professores e diretores

para ajudar os estudantes realizar os testes nos Aparelhos Celulares e ainda

fornecer suporte teacutecnico no dia do exame

Esses projetos natildeo tecircm relaccedilatildeo direta com o ensino de Fiacutesica nem mesmo

pesquisam sobre o tema Poluiccedilatildeo Sonora e seus efeitos na sauacutede auditiva mas me

pareceram iniciativas interessantes que podem ser aplicadas para incluir as

perspectivas analisadas nesta dissertaccedilatildeo

29 RESUMO DAS DISSERTACcedilOtildeES E TESES LOCALIZADAS NO BANCO DE

TESES DA CAPES SOBRE POLUICcedilAtildeO SONORA

Busquei nas dissertaccedilotildees e teses depositadas no banco da CAPES as

seguintes palavras chaves Poluiccedilatildeo Sonora no Ambiente Escolar Ruiacutedo e Som

publicadas por pesquisadores da aacuterea de educaccedilatildeo

Ano Tiacutetulo Autor Palavra Chave

Universidade

2004 Poluiccedilatildeo sonora em escolas do Distrito Federal

Eniz Poluiccedilatildeo Sonora

PUC Dissertaccedilatildeo Mestrado

2006

A presenccedila do ruiacutedo do trem em escolas do entorno da linha feacuterrea na cidade de Curitiba-PR Contribuiccedilatildeo para a construccedilatildeo dialeacutetica em educaccedilatildeo socioambiental

Gasperin

Poluiccedilatildeo Sonora

UFPR Dissertaccedilatildeo Mestrado

2007

Reflexotildees sobre o ambiente sonoro da cidade de Curitiba A percepccedilatildeo do ruiacutedo urbano e seus efeitos sobre a qualidade de vida de moradores dos setores especiais estruturais

Ribas Ruiacutedo UFPR Tese

Doutorado

2007 Fiacutesica para uma Discriminaccedilatildeo Auditiva Bastos Poluiccedilatildeo Sonora

USP Dissertaccedilatildeo de

Mestrado QUADRO 9 - LEVAMENTO NO BANCO DE TESES DA CAPES INDICANDO ANO NUMERO TOTAL DE TRABALHOS PUBLICADOS FONTE O AUTOR (2014)

56

Eniz (2004) pesquisou a poluiccedilatildeo sonora em escolas puacuteblicas e privadas do

Distrito Federal Sua investigaccedilatildeo se pautou nas condiccedilotildees acuacutesticas (niacuteveis de

pressatildeo sonora e tempo de reverberaccedilatildeo do som) em sala de aula e na percepccedilatildeo

dos professores e estudantes acerca das condiccedilotildees de conforto ambiental

oferecidas pelas escolas agrave sauacutede Assim buscou identificar as causas da poluiccedilatildeo

sonora tanto no ambiente escolar como no entorno das escolas verificando se o

Plano Diretor de Taguatinga e as Normas de Gabarito do Nuacutecleo Bandeirante

possuem accedilotildees de prevenccedilatildeo e de mitigaccedilatildeo agrave poluiccedilatildeo sonora no ambiente

escolar

A pesquisa foi realizada com professores e estudantes de 10 escolas

vinculadas agrave Secretaria de Educaccedilatildeo do Distrito Federal Por vaacuterios dias da semana

mediu-se o niacutevel de pressatildeo sonora no interior e no exterior das salas de aula e da

escola com os estudantes em suas atividades normais Aplicou um questionaacuterio para

professores e estudantes com objetivo de obter informaccedilotildees acerca das condiccedilotildees

de trabalho e sauacutede dos professores e os efeitos negativos na sauacutede humana do

excesso de ruiacutedo no processo ensino-aprendizagem Confrontou os niacuteveis de

pressatildeo sonora e tempo de reverberaccedilatildeo com as normas vigentes e analisaram as

respostas do questionaacuterio

Os resultados do questionaacuterio com professores e estudantes indicaram que

59 nunca fizeram exame audiomeacutetrico revelando pouca preocupaccedilatildeo com este

tipo de acompanhamento poreacutem as queixas mais comuns foram ambiente

intranquilo e estressante e barulhento Sobre os problemas de sauacutede o autor

identificou as seguintes queixas dor de garganta dor nas pernas

irritaccedilatildeonervosismo e cansaccedilo mentalestresse como as mais expressivas de

acordo com o pesquisador o ruiacutedo natildeo pode ser considerado como causa direta de

doenccedilas mentais mas ele presume que acelera e intensifica o desenvolvimento de

desordens mentais latentes

Em relaccedilatildeo ao barulho proveniente do traacutefego urbano identificado pelo estudo

os professores admitiram constante interrupccedilatildeo em suas aulas devido ao barulho

externo do restante 26 sentiram-se incomodados algumas vezes e nenhum

participante da pesquisa admitiu nunca ter sido interrompido pelo ruiacutedo urbano O

excesso de ruiacutedo naquele ambiente prejudicou a comunicaccedilatildeo em sala de aula

levou os professores a sentirem dificuldades de concentraccedilatildeo e obrigando-os a

esforccedilos constantes para se fazerem entender

57

As anaacutelises consideraram aspectos relativos agrave legislaccedilatildeo e agraves normas

teacutecnicas vigentes que regulam a construccedilatildeo e modificaccedilatildeo de estabelecimentos de

ensino Concluiu tambeacutem os efeitos dos ruiacutedos no ensino e na aprendizagem pois

salas de aula com estimulaccedilotildees auditivas em excesso podem promover a distraccedilatildeo

acarretando prejuiacutezos significativos para a aprendizagem

O autor concluiu que em todas as escolas os niacuteveis de ruiacutedos estatildeo acima

dos recomendados pela NBR 101519 (ABNT 1987) com variaccedilatildeo de intensidade

entre a 829 dB(A)10 a 1146 dB(A) Professores e estudantes se comunicam em tom

de voz gritado o que pode trazer danos agrave sauacutede e prejuiacutezos agrave aprendizagem uma

vez que todas as escolas estatildeo localizadas em regiotildees onde o traacutefego aeacutereo eou

terrestre eacute intenso

Segundo o pesquisador as escolas mais afetadas estatildeo localizadas em

regiotildees que natildeo seguiram um planejamento urbano preacute-definido satildeo escolas mal

localizadas dentro da malha urbana que tecircm suas dependecircncias fortemente

afetadas pelo ruiacutedo ambiental

Gasperin (2006) pesquisou o impacto de ruiacutedo provocado pelo trem por ser

considerado um elemento cultural das velhas lembranccedilas alimentadas por mitos que

povoam o imaginaacuterio e despertam certo saudosismo na populaccedilatildeo e com isso

dificultam sua percepccedilatildeo como fonte de poluiccedilatildeo sonora Duas escolas foram

selecionas pela autora por fazer parte da histoacuteria da construccedilatildeo da oficina de

reparos das locomotivas e com impacto auditivo da passagem do trem durante o

horaacuterio de aula Assim observou as contradiccedilotildees que impedem a percepccedilatildeo dos

estudantes e professores em relaccedilatildeo agrave aprendizagem

O objetivo da autora foi mostrar a influecircncia dos significados do ruiacutedo do trem

para os humanos a fim de ter o sujeito ecoloacutegico como processo estrateacutegico da

Educaccedilatildeo Ambiental pesquisando se os ruiacutedos produzidos pelas locomotivas estatildeo

acima dos niacuteveis de decibeacuteis satildeo considerados adequados agraves salas de aula se eou

como o corpo docente percebe a presenccedila do trem como um agente de risco

9 A Norma Brasileira Regulamentadora 10151 encontra-se no anexo V desta dissertaccedilatildeo

10 A unidade de medida de niacuteveis de conforto acuacutestico (decibeacuteis) eacute representada em alguns

documentos como dB e em outros como dB(A) Por exemplo o Decreto Federal No 81621 de 03051978 (BRASIL 1968) em seu anexo 32 regulamenta as unidades de medida usando o dB como unidade de medida para Decibeacuteis Jaacute a NBR 10152 de dezembro de 1987 (norma da ABNT) definem niacuteveis de Pressatildeo Sonora e adota o dB(A) como unidade de medida para os decibeacuteis Nesta dissertaccedilatildeo acompanho a norma 10152 da (ABNT 1987) e adoto dB(A) como unidade de medida de Niacuteveis de Pressatildeo Sonora

58

ambiental quanto agrave poluiccedilatildeo sonora averiguando o significado do ruiacutedo do trem

junto aos estudantes e docentes das escolas proacuteximas agrave linha feacuterrea com enfoque

na questatildeo do som no ambiente

A pesquisa de campo foi realizada em duas escolas puacuteblicas da cidade de

Curitiba (PR) denominadas A e B composta de 938 estudantes do ensino

fundamental e foram selecionados por estarem geograficamente expostas a ruiacutedos

sonoros quando da passagem do trem a escola A situa-se a 55 metros de distacircncia

da linha feacuterrea e a Escola B tem seus muros nos fundos com a oficina mecacircnica da

empresa que administra esta linha feacuterrea e emite fortes ruiacutedos e a 20 m de distacircncia

de onde circula o trem

O trem eacute um produto da praacutexis histoacuterico-cultural humana e estaacute inserido na

sociedade influenciando a vida das pessoas do entorno da via feacuterrea Assim o trem

traz um significado psicoloacutegico na relaccedilatildeo entre o sujeito e o mundo objetivo

predominando a concepccedilatildeo utilitarista pelo seu significado A autora aplicou um

questionaacuterio para estudantes e professores das escolas e realizou mediccedilotildees do

niacutevel de pressatildeo sonora nas salas de aula quando o trem passa e em condiccedilotildees de

aula sem o ruiacutedo do trem

A autora concluiu que a existecircncia de uma realidade de coexistecircncia da vida

urbana agravada pela presenccedila da linha feacuterrea nas atividades da vida escolar na

qual o trem eacute um produto da praacutexis histoacuterico-cultural humana inserido na sociedade

influenciando a vida particularmente das pessoas do entorno da via feacuterrea trazendo

significado psicoloacutegico com funccedilatildeo mediadora na relaccedilatildeo entre o sujeito e o mundo

objetivo

Ribas (2007) analisou os contrastes entre o conceito de qualidade de vida

empregado em diferentes contextos na aacuterea da sauacutede na aacuterea urbana e no

ambiente A autora buscou estudar e compreender como se da agrave percepccedilatildeo da

poluiccedilatildeo sonora pela populaccedilatildeo e a relaccedilatildeo existente entre som (ruiacutedo) ndash sauacutede

(auditiva) ndash ambiente (urbano) uma vez que Curitiba tem se mostrado um campo

feacutertil para o desenvolvimento de problemas ambientais e dentre eles a poluiccedilatildeo

sonora causada em grande parte pelo traacutefego de veiacuteculos e percebeu que os

niacuteveis de ruiacutedo urbanos na cidade de Curitiba natildeo estatildeo dentro dos limites

especificados legalmente e que podem causar prejuiacutezos agrave sauacutede da populaccedilatildeo Nas

diversas aacutereas mapeadas foi constatado que o ruiacutedo urbano enquadra-se num

patamar grave e em algumas situaccedilotildees em pontos proacuteximos agraves vias raacutepidas o

59

volume chega agrave beira da saturaccedilatildeo pois o traacutefego de veiacuteculos eacute a grande causa do

ruiacutedo urbano em Curitiba Satildeo ruiacutedos provenientes de veiacuteculos automotivos (carros

ocircnibus e caminhotildees) aeronaves e trens Os niacuteveis de poluiccedilatildeo sonora atingem seus

maiores iacutendices nessas vias estruturais da cidade

O objetivo da pesquisa foi agrave caracterizaccedilatildeo da qualidade do ambiente sonoro

na cidade de Curitiba Para tanto a autora fez mediccedilotildees da variaccedilatildeo do ruiacutedo

urbano Tambeacutem avaliou a percepccedilatildeo que as pessoas tecircm deste ambiente sonoro

procurando identificar os prejuiacutezos que a poluiccedilatildeo sonora causa Investigou como os

moradores das regiotildees investigadas reagem ao ambiente sonoro ao qual estatildeo

expostos Verificou quais poliacuteticas puacuteblicas foram implementadas para monitorar e

reduzir o ruiacutedo urbano na cidade e seu impacto sobre a qualidade de vida dos

moradores e analisou como os gestores ambientais tecircm desempenhado suas

funccedilotildees diante deste problema

De acordo com a autora o Plano Diretor de Curitiba (1975) teve como

principal foco o crescimento a malha viaacuteria especificamente a do transporte coletivo

Uma das diretrizes gerais daquele plano ainda em vigor refere-se aos eixos

estruturais do transporte coletivo que deveriam ser adensados e para isso foram

equipados com toda a infraestrutura urbana e dotados de um sistema de transporte

de massa capaz de atender tanto a demanda da eacutepoca quanto a que viria no futuro

Aleacutem da anaacutelise do plano diretor a autora pesquisou e categorizou as

denuacutencias referentes agrave poluiccedilatildeo sonora registrada junto agrave Secretaria Municipal do

Meio Ambiente e observou 3036 denuacutencias efetuadas no ano de 2005 48 eram

oriundas da passagem do trem e 38 de veiacuteculos de transporte individual ou coletivo

A autora realizou um levantamento de pesquisas que diagnosticou a poluiccedilatildeo

sonora e sua evoluccedilatildeo na cidade de Curitiba e concluiu que devido ao aumento do

nuacutemero veiacuteculos os niacuteveis de ruiacutedo tecircm se acentuado contrariamente ao que se

esperava de uma cidade que recebeu o tiacutetulo de capital ecoloacutegica

Em seguida Ribas (2007) mediu os niacuteveis miacutenimos meacutedios e maacuteximos de

pressatildeo sonora encontrados no interior das residecircncias de acordo com o

preconizado pela Norma NBR 1015211 Acuacutestica - Avaliaccedilatildeo do ruiacutedo ambiente em

recintos de edificaccedilotildees visando o conforto dos usuaacuterios ndash procedimento (ABNT

1987) Os resultados indicaram que em 86 dos locais pesquisados a intensidade

11A Norma Brasileira Regulamentadora 10152 encontra-se no anexo VI desta dissertaccedilatildeo

60

de ruiacutedo extrapola os niacuteveis recomendados e percebeu tambeacutem que imoacuteveis abaixo

do niacutevel da rua estatildeo mais sujeitos aos mais altos niacuteveis de ruiacutedo desta forma foi

possiacutevel confirmar niacuteveis exacerbados de ruiacutedo em edificaccedilotildees concentradas nos

Setores Especiais Estruturais de Curitiba

Apoacutes as mediccedilotildees a autora entrevistou os moradores das residecircncias e trecircs

gestores envolvidos com planejamento urbano da cidade de Curitiba com objetivo

de verificar qual a prioridade dada pelos gestores a mitigaccedilatildeo do ruiacutedo urbano se

eles reconheciam que os niacuteveis de ruiacutedo urbano estatildeo acima do recomendado e

permitido legalmente se eles percebiam o ruiacutedo como fator ambiental negativo

finalmente analisou se existe uma poliacutetica puacuteblica municipal destinada agrave reduccedilatildeo da

emissatildeo do ruiacutedo na cidade

A autora destacou que os moradores entrevistados percebiam o ruiacutedo como

fonte geradora de desconforto poreacutem natildeo fizeram denuacutencias aos oacutergatildeos

competentes Por outro lado alguns entrevistados apesar de considerarem o ruiacutedo

urbano como um fator negativo disseram natildeo sentir desconforto em ambientes

barulhentos

O traacutefego de veiacuteculos foi considerado a maior causa do ruiacutedo urbano mas a

comunidade natildeo considerou o ruiacutedo como fator de risco agrave sauacutede por estar

acostumada agrave presenccedila dele Natildeo houve percepccedilatildeo dos efeitos da poluiccedilatildeo sonora

sobre a qualidade de vida e da sauacutede Os entrevistados relataram ainda que nunca

tiveram contato com campanhas de educaccedilatildeo ambiental voltada para sauacutede

auditiva

Com relaccedilatildeo agrave percepccedilatildeo dos gestores sobre o ruiacutedo urbano ficou

evidenciado que eles tambeacutem possuem sentimentos de fatalismo e inevitabilidade

aleacutem do mais o ruiacutedo natildeo encontra lugar de prioridade dentre os problemas urbanos

e isso dificulta ainda mais a realizaccedilatildeo de accedilotildees em niacutevel governamental que visem

agrave reduccedilatildeo do ruiacutedo urbano

A autora sugeriu que para ser efetivamente combatido haacute que se investir na

formaccedilatildeo de gestores com conhecimento do que vem a ser o ruiacutedo e seus efeitos na

sauacutede humana Aleacutem do que para a tomada de decisotildees na esfera puacuteblica eacute

necessaacuterio considerar a opiniatildeo da comunidade

Bastos (2007) delineou formas de ensinar Fiacutesica a estudantes do Ensino

Meacutedio a partir de eventos do cotidiano de forma que a abordagem de conteuacutedos de

Fiacutesica torna-se mais significativo e prazeroso e ao mesmo tempo com utilidade

61

vivencial da praacutetica dos mesmos relacionando agrave sauacutede auditiva Considerou que os

estudantes tem posse de sons portaacuteteis (MP3 MP4 ipod walkman etc) ou estatildeo

expostos uma vez que costuma expor seus ouvidos a alta intensidade sonora sem

consciecircncia nem conhecimentos de que as muacutesicas em volume alto podem levar a

perda induzida de audiccedilatildeo

O objetivo foi mostrar que a Fiacutesica pode ajudar a compreender as

propriedades do som e tambeacutem verificar como o som age no organismo vivo

utilizando agrave noccedilatildeo de perfil conceitual e os conceitos de interdisciplinaridade e

complexificaccedilatildeo como referencial teoacuterico

Na metodologia relacionou os conceitos de Fiacutesica com os de sauacutede auditiva

em funccedilatildeo das praacuteticas cotidianas dos estudantes Em 2005 ndash preacute-teste zero -

aplicaram um questionaacuterio com 5 questotildees e uma representaccedilatildeo imageacutetica para

levantamento dos conceitos preacutevios dos estudantes sobre poluiccedilatildeo sonora e com as

respostas em seguida definiu categorias perceptivas sobre o tema No preacute-teste um

em 2005 apoacutes verificaccedilatildeo dos conhecimentos preacutevios e das categorias (emocional

esteacutetico fisioloacutegico) aplicaram outro questionaacuterio com 18 questotildees focando tais

percepccedilotildees subjetivas Em 2006 no preacute-teste dois avaliou e identificou as primeiras

compreensotildees do conhecimento complexificado nas atividades propostas No

mesmo ano apoacutes aplicaccedilatildeo das atividades verificou se houve apropriaccedilatildeo do

conceito e compreensatildeo do conhecimento complexificado Em 2007 refez atividades

para verificar se houve apropriaccedilatildeo dos conteuacutedos por meio de um questionaacuterio com

oito questotildees Todas as atividades foram aplicadas agrave estudantes do Ensino Meacutedio

de uma escola puacuteblica com idades variando de 16 a 20 anos

A autora concluiu que as coleta de dados antes durante e depois das

atividades foi um importante fator para tomada de consciecircncia dos estudantes com

relaccedilatildeo ao conteuacutedo de Fiacutesica desenvolvido nas atividades pois eles percebeu que

houve mudanccedila de perfil conceitual com relaccedilatildeo a poluiccedilatildeo sonora O aprendizado

adquirido pelos estudantes possibilitou o discernimento do que eacute saudaacutevel no

entanto a autora natildeo percebeu que estudantes transitaram conscientemente entre

as diferentes zonas do perfil conceitual selecionando criteacuterios dentre todos os

oferecidos agrave consciecircncia o mais adequado com o contexto de vivecircncia mas houve

uma integraccedilatildeo do conhecimento cientiacutefico com o cotidiano

Para a autora a construccedilatildeo interdisciplinar natildeo eacute uma tarefa simples de ser

realizada quando deixado por conta das decisotildees dos estudantes imaginando que

62

eles construiratildeo relaccedilotildees entre teoria e metodologias que fundamentam a

interdisciplinaridade mas eacute imprescindiacutevel o interesse do professor em se atualizar

buscar novas formas de apresentar o conhecimento que faccedila sentido para ele e os

estudantes A dissertaccedilatildeo propotildee incluir o tema de acuacutestica e a aplicaccedilatildeo das

atividades no planejamento escolar mas tambeacutem incentiva o leitor inspirar-se na

construccedilatildeo de outras relaccedilotildees interdisciplinares que tenham mais valor para ele

para os estudantes para a comunidade na qual estaacute inserida a escola

210 SIacuteNTESE DA SECcedilAtildeO

A revisatildeo de literatura revelou que o tema ldquoPoluiccedilatildeo Sonorardquo eacute pouco

discutida entre os pesquisadores do Ensino de Fiacutesica e de Ciecircncias (quatro

trabalhos apresentados em congressos) e inexistente nos Encontros de Pesquisa de

Educaccedilatildeo Ambiental mas jaacute comeccedila ser apontada nas dissertaccedilotildees e teses

depositadas no banco da CAPES (duas dissertaccedilotildees e uma tese) Desta forma haacute

uma clara lacuna na pesquisa educacional no que se refere a uma problemaacutetica tatildeo

presente e contemporacircnea Os trabalhos evidenciaram que o crescimento dos

transportes urbanos carros e trens que cortam as cidades tecircm efeito sobre o

aumento do ruiacutedo urbano com consequecircncias para a sauacutede de forma geral e podem

prejudicar o ensino e a aprendizagem

Por outro lado a poluiccedilatildeo sonora pode ser estudada de forma criacutetica se

abordada com aspectos da Educaccedilatildeo Ambiental O som faz parte do cotidiano da

vida e em muitos momentos os excessos natildeo satildeo percebidos

Em relaccedilatildeo ao uso do Aparelho Celular foram identificados sete estudos e

ficou evidente que esta tecnologia de faacutecil acesso jaacute estaacute inserida na escola Os

trabalhos indicaram tambeacutem que os Aparelhos Celulares impactaram a

aprendizagem dos estudantes influenciaram na motivaccedilatildeo no envolvimento deles

em relaccedilatildeo agraves atividades e na mudanccedila de opiniatildeo sobre a escola e os estudos

Os projetos que utilizam Aparelhos Celulares como apoio ao Ensino e a

Aprendizagem sendo dois no Brasil um no Chile e outro no Uruguai tem como

objetivo auxiliar na formaccedilatildeo de professores e dos estudantes do Ensino

63

Fundamental e Meacutedio Embora os Aparelhos Celulares estejam nas matildeos dos

professores e de estudantes ainda satildeo poucas as iniciativas com projetos na aacuterea

de ensino No entanto natildeo haacute nenhuma relaccedilatildeo com a poluiccedilatildeo sonora ou ruiacutedos

oriundos dos fones auriculares quando utilizados para ouvir muacutesica o que corrobora

a necessidade de estudos como o proposto nesta dissertaccedilatildeo

No Banco de dissertaccedilotildees e Teses da Capes foram localizadas apenas quatro

pesquisas sobre poluiccedilatildeo sonora relacionadas a aacuterea educacional Isso corrobora

com a necessidade de mais estudos na aacuterea

Na proacutexima seccedilatildeo discuto o aporte teoacuterico a partir de trecircs premissas

fundamentais para o desenvolvimento desta pesquisa alteraccedilotildees no conceito de

cultura e identidade que emergem na sociedade contemporacircnea As alteraccedilotildees no

significado de som ruiacutedo e poluiccedilatildeo sonora e partir de mudanccedilas na percepccedilatildeo da

relaccedilatildeo espaccedilo-temporal na sociedade contemporacircnea As tecnologias de faacutecil

acesso como a do Aparelho Celular e do uso de fones auriculares modificando o

ambiente escolar e as percepccedilotildees de pertencimento ao grupo

64

3 PERSPECTIVAS CULTURAIS E AS ALTERACcedilOtildeES NAS PERCEPCcedilOtildeES

ESPACcedilO-TEMPORAIS SOBRE SOM E RUIacuteDO

Esta dissertaccedilatildeo foi proposta a partir de trecircs premissas a saber

Na sociedade contemporacircnea a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos entre si e dos

indiviacuteduos com o meio foi alterada em relaccedilatildeo ao modelo de sociedade

moderna especialmente no que tange a modificaccedilatildeo da percepccedilatildeo

espaccedilo-temporal

Os meios de transporte alteraram a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos com o meio

a partir de uma outra percepccedilatildeo sobre a relaccedilatildeo espaccedilo-temporal

modificando a percepccedilatildeo sobre o som os ruiacutedos e a poluiccedilatildeo sonora e

seus impactos na sauacutede

O Aparelho Celular eacute um dos meios de comunicaccedilatildeo e uma tecnologia

de faacutecil acesso que alterou a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos entre si

modificando a dinacircmica do espaccedilo escolar e a percepccedilatildeo do estudante

sobre sua relaccedilatildeo de pertencimento ao grupo

Nesta seccedilatildeo busco em alguns pensadores explicaccedilotildees sobre as mudanccedilas

que ocorreram na sociedade contemporacircnea e que datildeo aporte a tais premissas

Para desenvolvecirc-la teoricamente revejo o conceito de Cultura abordado por Hall

(2007) e as discussotildees que este autor desenvolve sobre a noccedilatildeo de significado a

partir da ideia de Circuito Cultural essas discussotildees satildeo realizadas na primeira

parte intitulada ldquoCulturas e Identidades na poacutes-modernidaderdquo

A partir disso abordo o conceito de Interaccedilatildeo Social e a modificaccedilatildeo

transformaccedilatildeo do ambiente discutido por Vygotsky (2007) e as mudanccedilas nas

formas de interaccedilatildeo social geradas pelos novos meios de comunicaccedilatildeo Thompson

(2011) a seccedilatildeo centra-se no argumento de que o Aparelho Celular modifica as

interaccedilotildees sociais especialmente no Ambiente Escolar Para tanto abordo

pressupostos teoacutericos da cultura contemporacircnea e suas especificidades para o

ambiente escolar Este ambiente entendido como territoacuterio de disputa de identidades

(HALL 2011) nas quais os estudantes produzem reproduzem e modificam a

sociedade em que vivem e a relaccedilatildeo que tecircm com os meios de comunicaccedilatildeo de faacutecil

acesso (especialmente o Aparelho Celular) permitindo outras possibilidades de

65

inserccedilatildeo no grupo facilitando o sentimento de pertencimento a ele pois Thompson

(2011) sugere que ldquoAo alterar a compreensatildeo do lugar e do passado o

desenvolvimento dos meios de comunicaccedilatildeo modificou o sentido de pertencimento

dos indiviacuteduos isto eacute a compreensatildeo dos grupos e das comunidades a que eles

sentem pertencerrdquo (p 61 62)

Essas discussotildees satildeo realizadas na segunda parte intitulada ldquoInteraccedilotildees

sociais Tecnologia e o Ambiente Escolarrdquo Ainda fundamentado em Thompson

(2011) discuto o impacto dos meios de transportes nas culturas nas identidades e

na forma como percebemos e interagimos em sociedade A discussatildeo sobre a

percepccedilatildeo estaacute centrada nos aspectos do significado de som ruiacutedo e poluiccedilatildeo

sonora produzidos pelos meios de transporte e seus impactos agrave sauacutede humana

Essas discussotildees satildeo realizadas na terceira parte intitulada ldquoNiacuteveis de Pressatildeo

Sonora nas ruas do entorno do Coleacutegiordquo

31 CULTURAS E IDENTIDADES NA POacuteS-MODERNIDADE

A ideacuteia de cultura eacute usada para descrever um modo de vida e suas formas de

pensar sentir e atuar que satildeo assimiladas por grupos humanos Estas accedilotildees

relativas ao comportamento satildeo determinadas pela cultura estabelecida no contexto

em que esses humanos estatildeo inseridos Hall (2007) explica a grande expansatildeo do

conceito de cultura e o que estaacute associado a ele constituindo todos os aspectos da

vida social

Os seres humanos satildeo seres interpretativos instituidores de sentido A accedilatildeo social eacute significativa tanto para aqueles que a praticam quanto para os que a observam natildeo em si mesma mas em razatildeo dos muitos e variados sistemas de significado que os seres humanos utilizam para definir o que significam as coisas e para codificar organizar e regular sua conduta uns em relaccedilatildeo aos outros (HALL 2007 p15)

Para Hall (2011) a cultura de alguma forma sempre foi relevante mas natildeo

estava no centro dos debates As ciecircncias humanas jaacute promoviam isoladamente o

estudo das diversas linguagens a literaacuteria artiacutestica filosoacutefica religiosa etc mas foi

66

soacute na contemporaneidade eacute que ela passou a ser compreendida como instituidora

de sentido e portanto dos sistemas de significados que regulam nossas accedilotildees e

que compotildeem a ldquonossardquo cultura A partir dessa compreensatildeo a cultura tornou-se

central nas discussotildees

Para autores que coadunam com as perspectivas dos Estudos Culturais como

T S Eliot (1962) apud Nascimento (2009) o conceito de cultura

ldquotem diferentes associaccedilotildees se tiveacutessemos em mente o desenvolvimento de um sujeito de um grupo ou de uma sociedade no seu todo Eacute parte de sua tese que a cultura de um sujeito depende da cultura de um grupo que depende da cultura da sociedade a qual pertencemrdquo (p14-15)

Para Hall (2011) cultura se refere ao que eacute constitutivo nas experiecircncias de

vida das pessoas das comunidades dos paiacuteses ou dos grupos sociais Em

contrapartida tambeacutem se refere aos valores compartilhados por um grupo ou pela

sociedade

A cultura eacute sobre sentimentos apegos e emoccedilotildees bem como conceitos e ideias A minha expressatildeo facial lsquodiz algorsquo sobre quem eu sou (identidade) o que estou sentindo (emoccedilotildees) e qual grupo eu pertenccedilo (apegos) de forma que pode ser lsquolidarsquo e entendida por outras pessoas mesmo que eu deliberadamente natildeo pretendesse comunicar algo formalmente lsquouma mensagemrsquo e mesmo que uma outra pessoa natildeo se decirc conta de como entendeu o que eu estava lsquodizendorsquo Acima de tudo os significados culturais natildeo estatildeo somente lsquona cabeccedilarsquo Eles organizam e regulam as praacuteticas sociais influenciam nossa conduta e consequentemente tecircm efeitos reais e praacuteticos (HALL 2007 p2-3 traduccedilatildeo nossa)

O autor enfatiza ldquoo papel crucial do domiacutenio simboacutelico no coraccedilatildeo da vida

socialrdquo (HALL 2007 p3) e considera que os participantes de um grupo ou

sociedade constituem uma cultura por meio da produccedilatildeo e troca de significados Os

participantes de uma cultura interpretam significam o que vai ocorrendo ao seu

redor dando sentido as coisas ao mundo e constituindo a cultura por isso a cultura

depende de cada um de seus participantes

Em relaccedilatildeo agrave noccedilatildeo de significado Hall (2011) a aborda a partir da ideacuteia de

ldquocircuito culturalrdquo (p3) que sugere os significados satildeo constituiacutedos em muitos e

diferentes locais e circulam por meio de inuacutemeros processos ou praacuteticas A partir

dessa noccedilatildeo o autor discute quatro perspectivas

67

Na perspectiva de Woodward (1997) apud Hall (2011) o significado eacute o que daacute

sentido a nossa proacutepria identidade a quem somos e com quem temos diferentes

pertencimentos Por isso estaacute relacionado a questotildees de como a cultura eacute utilizada

para marcar e manter a identidade dentro de um grupo e para estabelecer

diferenccedilas entre grupos

Du Gay (1997) apud Hall (2011) sugere que o significado estaacute

constantemente sendo produzido e trocado em todas as interaccedilotildees pessoais e

sociais da qual tomamos parte Nesse sentido essas interaccedilotildees podem ser vistas

como os espaccedilos - de cultura e produccedilatildeo de significados - mais privilegiados embora

tambeacutem sejam os mais negligenciados A cultura tambeacutem eacute produzida em diferentes

meios com tecnologias complexas poreacutem de faacutecil acesso por meio deles os

significados atingem uma escala de comunicaccedilatildeo global que circulam entre

diferentes culturas em uma velocidade jamais vistas anteriormente

Para Mackay (1997) apud Hall (2011) os significados satildeo produzidos toda vez

que nos expressamos usamos consumimos ou nos apropriamos de objetos

culturais isto eacute quando os incorporamos de diferentes formas em nossos rituais e

praacuteticas da vida cotidiana e desta forma damos valores ou significados Ou quando

criamos narrativas estoacuterias e fantasias ao redor deles

Para Thompson (1997) apud Hall (2011) os significados regulam e organizam

nossas praacuteticas e condutas e essas contribuem para estabelecer as regras normas

e convenccedilotildees pelas quais a vida social eacute ordenada e governada Portanto praacuteticas e

condutas estruturam e modelam as ideias dos outros e tornam-se instrumento para

aqueles que anseiam governar e regular os outros

A partir dos vaacuterios autores Hall (2011) constroacutei o conceito de significado

sugerindo que ele eacute constituiacutedo em todos os diferentes momentos ou praacuteticas em

nosso circuito de cultura ndash na construccedilatildeo da identidade e na marcaccedilatildeo da diferenccedila

na produccedilatildeo e consumo assim como na regulaccedilatildeo da conduta social Em todas

essas instacircncias o principal meio pelo qual o significado eacute produzido e circula eacute a

Linguagem

De acordo com Hall (2011 p1)

[] A cultura trata de lsquosignificados compartilhadosrsquo A linguagem eacute o meio privilegiado pelo qual lsquodamos sentidorsquo as coisas em que os significados satildeo produzidos e trocados Significados soacute podem ser compartilhados por meio de nosso acesso comum agrave linguagem Entatildeo a linguagem eacute o ponto fulcral da constituiccedilatildeo dos significados e da cultura e sempre seraacute considerada

68

como o principal repositoacuterio de valores culturais e significados (traduccedilatildeo nossa)

Observando o conceito de cultura e nele as noccedilotildees de significado a partir da

ideacuteia de ldquocircuito culturalrdquo (p3) eacute possiacutevel relacionaacute-los ao meu estudo dissertativo

entendendo que os estudantes se identificam com os Aparelhos Celulares como

forma de dependecircncia e pertencimento ao grupo e este grupo por sua vez

depende da cultura de consumo veiculado nas mensagens difundida por meios

teacutecnicos de comunicaccedilatildeo para a sociedade Thompson (2011) alerta para o uso

inadequado da expressatildeo ldquocomunicaccedilatildeo em massardquo sugerindo alternativamente os

termos ldquodifusatildeo de meios teacutecnicos de comunicaccedilatildeordquo como substitutos para que se

evitem simplificaccedilotildees que sugerem que os indiviacuteduos sejam vistos como ldquoum vasto

mar de passivos e indiferenciados indiviacuteduosrdquo (p51)

A partir de Thompson e Mackay apud Hall (2011) os significados tambeacutem satildeo

produzidos pela apropriaccedilatildeo de objetos em nosso caso o Aparelho Celular e o fone

auricular Os significados tambeacutem regulam praacuteticas e condutas e estabelecem

normas pelas quais a vida social eacute ordenada e governada nesse sentido o uso do

fone auricular e do Aparelho Celular satildeo praacuteticas de conduta que modelam as ideias

tornando-se instrumentos de governabilidade e regulaccedilatildeo do grupo e entre os

integrantes do grupo ou seja ter o objeto e saber usar ou aprender com os pares

cria o significado de pertencimento e de participaccedilatildeo no grupo Reitero assim a

primeira premissa deste estudo

Na sociedade contemporacircnea a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos entre si e dos

indiviacuteduos com o meio foi alterada em relaccedilatildeo ao modelo de sociedade

moderna especialmente no que tange a modificaccedilatildeo da percepccedilatildeo

espaccedilo-temporal

Os fundamentos teoacutericos apresentados anteriormente me permitiram refletir

sobre as mudanccedilas na sociedade contemporacircnea com reflexos no processo

identitaacuterio dos estudantes especialmente relacionados a cultura escolar a partir da

ideia da inserccedilatildeo dos Aparelhos Celulares na escola e na constituiccedilatildeo de outros

modelos simboacutelicos de estudante Isso reitera a terceira premissa deste estudo

A seguir abordarei as mudanccedilas que ocorreram na intensidade sonora no

entorno da escola a partir do aumento da quantidade de veiacuteculos e trens com as

consequecircncias dessas mudanccedilas no cotidiano da comunidade escolar

69

32 NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA NAS RUAS DO ENTORNO DO COLEacuteGIO

No seacuteculo XIX os humanos inventaram a maacutequina a vapor os veiacuteculos com

motor de explosatildeo (carro caminhatildeo e motocicletas entre outros) O

desenvolvimento desses novos meios de transporte afetou as maneiras pelas quais

os indiviacuteduos experimentam as caracteriacutesticas de espaccedilo e de tempo da vida social

(THOMPSON 2011 p 60)

Cidades como Curitiba natildeo ficaram alheias a essas afetaccedilotildees que impuseram

agrave vida social uma nova percepccedilatildeo de espaccedilo e tempo oriunda das mudanccedilas

tecnoloacutegicas que trouxeram mais velocidade aos meios de transporte tornando-se

cruciais para diminuiccedilatildeo do tempo entre espaccedilos percorridos Em outras palavras a

velocidade do transporte e da comunicaccedilatildeo aumentou e consequentemente a

distacircncia pareceu diminuir Mas o que ocorreu com a poluiccedilatildeo sonora nas ruas do

entorno do Coleacutegio nomeadamente na Avenida Afonso Camargo no qual se localiza

o CEPMAT

Curitiba eacute uma cidade paradoxal ao mesmo tempo em que foi ldquovendidordquo um

conceito de cidade Ecoloacutegica com planejamento urbano eficaz (MENDONCcedilA 2002)

ocultou-se a discussatildeo sobre poluiccedilatildeo sonora evitando que a percepccedilatildeo desses

problemas arranhasse a imagem europeia da cidade

Ateacute a miacutedia natildeo especializada reconhece que nas ruas de Curitiba haacute um

excesso de carros ocircnibus caminhotildees que tornam a cidade barulhenta (LOPES

2008) e mesmo em aacutereas arborizadas como as do Jardim Botacircnico medem-se

decibeacuteis acima dos recomendados por normas teacutecnicas (BRASIL 1998) Ribas

(2007) identificou que a principal fonte de ruiacutedos eacute o veiacuteculo campeatildeo de

reclamaccedilotildees por parte da populaccedilatildeo Entre as reclamaccedilotildees sobre poluiccedilatildeo sonora

que ocorreram durante o horaacuterio comercial 70 delas referem-se ao ruiacutedo de meios

de transporte Em Curitiba haacute cerca de 460 automoacuteveis para cada grupo de mil

pessoas a maior proporccedilatildeo carro pessoa no Brasil Alem dos carros haacute tambeacutem

trens motociclistas sirenes alarmes etc Nessa pesquisa mediu os niacuteveis de

pressatildeo sonora (decibeacuteis) em 100 pontos ao longo das canaletas de ocircnibus

70

expresso em diversas regiotildees da cidade Desses 86 tiveram intensidade sonora

superior aos permitido pela lei Municipal 1062512

Art 5ordm A emissatildeo de sons e ruiacutedos por quaisquer atividades industriais comerciais prestadoras de serviccedilos religiosas sociais recreativas e de carga e descarga natildeo podem exceder os niacuteveis de pressatildeo sonora contidos no Anexo I que faz parte integrante desta lei sect 3ordm - Quando a propriedade que sofre o incocircmodo tratar-se de escola creche biblioteca puacuteblica hospital ambulatoacuterio casa de sauacutede ou similar com leitos para internamento hotel ou similar devem ser atendidos os limites estabelecidos para ZR-1 independentemente da zona de uso e deve ser observado o raio de 20000m (duzentos metros) de distacircncia definida como zona de silecircncio (CURITIBA 2002)

O anexo I da mesma lei e mencionado na citaccedilatildeo estabelece niacuteveis de

pressatildeo sonora maacuteximos permitidos que foram resumidos no quadro 10

Diurno Vespertino Noturno

Entre 07h01min e 19h00 Entre 19h01min e 22h00 Entre 22h01min e 07h00

ZR-1 55 50 45

ZE-E 60 55 50

ZR-1 = Zona Residencial 1 e ZE-E = Zona Especial Educacional

QUADRO 10 - NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA EM (NPS) PERMITIDOS EM AacuteREAS RESIDENCIAIS E ESCOLARES FONTE O AUTOR (2014) ADAPTADO DO ANEXO I DA LEI ORDINAacuteRIA MUNICIPAL 10625 (CURITIBA 2002)

A intensidade sonora alta eacute uma inimiga invisiacutevel pois nem sempre se

percebe o barulho intenso que pode causar estresse insocircnia problemas de audiccedilatildeo

e ateacute outros problemas de sauacutede Esses problemas satildeo maiores nas grandes

cidades e de acordo com Ribas (2007) a poluiccedilatildeo sonora eacute um dos maiores

problemas para sauacutede humana

A audiccedilatildeo humana eacute capaz de tolerar ruiacutedos ateacute o limite de 85 decibeacuteis por

um periacuteodo de ateacute oito horas Sons acima deste limite podem prejudicar ou ateacute

causar perda auditiva dependendo do tempo de exposiccedilatildeo Acima de 85 decibeacuteis

ocorre desconforto auditivo irritabilidade cansaccedilo e perda de atenccedilatildeo no entanto

esses problemas dificilmente satildeo associados ao ruiacutedo O aumento de 5 decibeacuteis

reduz pela metade o tempo recomendado para a exposiccedilatildeo inicial ao ruiacutedo

Ribas (2007) notou que a poluiccedilatildeo sonora eacute um incomodo para as pessoas

no entanto a reaccedilatildeo estaacute aqueacutem do que o problema exige As pessoas identificam o

12 Lembrando que o texto da Lei 106252002 encontra-se no Anexo I desta dissertaccedilatildeo

71

ruiacutedo como algo negativo porem natildeo esboccedilam reaccedilotildees A reaccedilatildeo mais comum eacute a

instalaccedilatildeo de janelas que absorvem o ruiacutedo Para a autora as pessoas raramente

reclamam pois natildeo sabem para quem reclamar

De acordo com a autora a Avenida Affonso Camargo onde se situa o

CEPMAT eacute uma das mais barulhentas da cidade ali as mediccedilotildees indicaram niacuteveis

de 90 decibeacuteis

Enfim tanto Ribas (2007) como Gasperin (2011) mostrou que os ruiacutedos

provocados pelos trens estatildeo acima do limite estabelecido pela legislaccedilatildeo mas o

grupo pesquisado por Gasperin o interpretou com uma perpectiva bucoacutelica de boas

lembranccedilas e natildeo o perceberam como incocircmodo embora o ruiacutedo dos automoacuteveis foi

compreendido como estressante

Neste item abordei aspectos culturais da sociedade Curitibana

contemporacircnea e urbana que convive com altos niacuteveis de pressatildeo sonora bastante

prejudicial agrave sauacutede mental auditiva e fiacutesica de forma geral mas que nem sempre

consegue perceber que estaacute exposta a esses niacuteveis de ruiacutedos por consideraacute-los

parte inerente da cultura e da vida citadina e por consequecircncia natildeo se protege e

pouco reclama isso reitera a segunda premissa deste estudo

Os meios de transporte alteraram a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos com o meio

a partir de uma outra percepccedilatildeo sobre a relaccedilatildeo espaccedilo-temporal

modificando a percepccedilatildeo sobre o som os ruiacutedos e a poluiccedilatildeo sonora e

seus impactos na sauacutede

O CEPMAT e a comunidade escolar estatildeo inseridos neste contexto portanto

entender aspectos da cultura escolar dos estudantes imersos nesse ambiente

ruidoso eacute essencial A seguir abordarei as mudanccedilas que ocorreram na intensidade

sonora no entorno da escola a partir do aumento da quantidade de veiacuteculos e trens

com as consequecircncias dessas mudanccedilas no cotidiano da comunidade escolar

33 INTERACcedilOtildeES SOCIAIS TECNOLOGIA E O AMBIENTE ESCOLAR

Eacute pela interaccedilatildeo social nas atividades que os indiviacuteduos compartilham coacutedigos

- tecnologias - aprendizagens rituais inovaccedilatildeo Vigostky (2007) analisou a interaccedilatildeo

72

entre humanos e ambiente a partir dos registros que os indiviacuteduos fazem neste

mundo (linguagem) estes registros satildeo ao mesmo tempo materiais culturais e

sociais Assim os indiviacuteduos se inserem no ambiente e a partir desta inserccedilatildeo satildeo

constituiacutedos como humanos E ao mesmo tempo em que se apropriam da cultura jaacute

acumulada pelas geraccedilotildees anteriores atuam sobre o mundo relacionando-se com

ele modificando-o e transformando-o de forma ativa

Ainda segundo Vygotsky (2007) a linguagem eacute o meio pelo qual a reflexatildeo e

a elaboraccedilatildeo da experiecircncia ocorrem Esse eacute um processo extremamente pessoal e

ao mesmo tempo profundamente social Ele compara a relaccedilatildeo entre o indiviacuteduo e a

sociedade com um rio e seus afluentes combinando e separando os diferentes

elementos da vida humana com significados No iniacutecio o significado domina a accedilatildeo

posteriormente se inverte o significado torna-se o numerador enquanto a accedilatildeo

ocupa o lugar de denominador Os humanos satildeo capazes de fazer mais do que

podem compreender Noacutes natildeo nos comportamos de forma totalmente simboacutelica no

brinquedo o que queremos eacute realizar nossos desejos e ao pensar ele agimos

Nesta dissertaccedilatildeo a interaccedilatildeo aparece na forma de praacuteticas culturais que

congregam diferentes instacircncias tais como consumo representaccedilatildeo identidade

determinando modelos simboacutelicos e processos de significaccedilatildeo da sociedade

Para Nascimento (2009) a vida sociocultural permite agregaccedilotildees as pessoas

natildeo vivem soacutes mas em grupos Nos diversos modelos de sociedade percebem-se

diferentes tipos de ajuntamento de pessoas estas nascem estudam trabalham

divertem-se e envelhecem em organizaccedilotildees para aleacutem das organizaccedilotildees familiares

Os diferentes grupos ou agregados constituem a sociedade que desenvolve

maneiras de socializaccedilatildeo com regras objetivos direitos e obrigaccedilotildees e satildeo

reconhecidas como culturas

Ainda para este autor as miacutedias de comunicaccedilatildeo admitem um novo ambiente

social que permite interaccedilatildeo e propicia tambeacutem espaccedilos para rupturas e

resistecircncias

Para Thompson (2011) se quisermos entender as transformaccedilotildees culturais

associadas ao surgimento das sociedades modernas deveriacuteamos reservar um papel

importante ao desenvolvimento da miacutedia e ao seu impacto Com advento das miacutedias

de comunicaccedilatildeo as atividades culturais adentraram tambeacutem aos ambientes virtuais

e as transformaccedilotildees decorrentes acabaram excedendo as interaccedilotildees sociais face a

face As tecnologias de interaccedilatildeo social desenvolvidas nas sociedades

73

contemporacircneas permitem interaccedilatildeo de forma globalizada agraves particularidades de

uma pessoa ou de um grupo passam ser mateacuteria de conhecimento mais amplo e

por meio da propagaccedilatildeo e exposiccedilatildeo

Para Hall (2011) as velhas identidades que por tanto tempo estabilizaram o

mundo social estatildeo em decliacutenio fazendo surgir novas identidades que

fragmentaram o indiviacuteduo da modernidade Tais transformaccedilotildees abalam agrave ideia que

temos de ser noacutes mesmos como sujeitos integrados ldquoa identidade somente se torna

uma questatildeo quando estaacute em criserdquo (p9)

O processo de desenvolvimento social que na maioria das vezes eacute carente

de reflexatildeo criacutetica estaacute subordinado a uma macroestrutura do consumismo ditada

pela miacutedia (escrita ou televisionada) que impotildee produtos e tecnologias com

concepccedilotildees impostas por uma cultura que se pretende homogeneizante dominante

O Aparelho Celular eacute uma tecnologia de faacutecil acesso que influencia e eacute

influenciada pelos grupos transformando muitas das praacuteticas sociais existentes e

com isso transformando tambeacutem a cultura Ele aumentou significativamente as

interaccedilotildees entre membros de uma mesma comunidade ou ateacute com outras

comunidades uma vez que essas interaccedilotildees ocorrem a todo o momento No

entanto os novos niacuteveis de interaccedilatildeo soacute se tornam possiacuteveis se os indiviacuteduos

compreenderem e usarem essa tecnologia Isso desafia as pessoas e

consequentemente modifica sua forma de interaccedilatildeo social sua cultura e sua

identidade

Seja em casa na rua nas praccedilas puacuteblicas ou na sala de aula as mudanccedilas

identitaacuterias que ocorreram pela posse e uso das Tecnologias de Informaccedilatildeo e

Comunicaccedilatildeo satildeo perceptiacuteveis O Aparelho Celular eacute uma dessas tecnologias e

cada vez apresenta-se com mais funccedilotildees torna-se mais acessiacutevel e seu uso eacute

ensinado aprendido pelos pares imprimindo novos ritmos e outros coacutedigos ao

cotidiano As pessoas compartilham momentos com fotos jogos muacutesicas

mensagens etc

No ambiente escolar da mesma forma que em outros ambientes os

Aparelhos Celulares imprimem novos ritmos ao dia-a-dia dos estudantes e dos

professores Esses aparelhos ajudam a estabelecer novos coacutedigos de comunicaccedilatildeo

verbal ou natildeo Por exemplo um jogo a internet e principalmente as muacutesicas em

formato mp3 que podem ser acessadas com essa tecnologia funcionando como

coacutedigos porque permitem interaccedilatildeo entre estudantes uma vez que os mesmos

74

podem selecionar e criar seus proacuteprios aacutelbuns com o que mais lhes agrada Possuir

um Celular e trazecirc-lo para a escola usar o fone auricular saber utilizar as

capacidades dessa tecnologia podem ser compreendidos como coacutedigos pois

estabelecem significados como o de pertencimento natildeo pertencimento ao grupo e

que governa e regula o grupo

Esses significados estabelecem uma nova identidade cultural para os

estudantes no ambiente escolar e por consequecircncia promovem transformaccedilotildees nos

modos de organizaccedilatildeo da sala de aula Thompson (2011 p 61-62) sugere que

O desenvolvimento dos meios de comunicaccedilatildeo modificou o sentido de pertencimento dos indiviacuteduos ndash isto eacute a compreensatildeo dos grupos e das comunidades a que eles sentem pertencer - uma trajetoacuteria comum no tempo e no espaccedilo ndash alimentado dos produtos da miacutedia ndash uma origem e um destino comuns que tambeacutem vai sendo alterada sentimo-nos pertencentes a grupos e comunidades que se constituem em parte atraveacutes da miacutedia

As ideias de Bauman apresentadas por Pondeacute (2008) corroboram com as de

Thompson (2011) no que tange as mudanccedilas nos modelos de comunicaccedilatildeo a partir

do desenvolvimento das Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo Ao explicar o

conceito de modernidade liacutequida em Bauman (2008) Pondeacute repete a metaacutefora do

filoacutesofo Ralph Waldo Emerson na qual

estamos atravessando um deserto natildeo adianta achar que estamos na primavera porque todas as flores satildeo de plaacutestico significa que vamos sofrer bastante nessa travessia na eacutepoca que a gente vive a gente vive como se noacutes correcircssemos sobre uma fina casca de gelo se vocecirc parar ela racha quando ela rachar vocecirc se afoga e Bauman retoma dizendo ldquonoacutes estamos atravessando o inverno e a casca eacute fina se vocecirc andar devagar o chatildeo racha e entatildeo vocecirc morre isto eacute aleacutem de ser inverno natildeo ter uma ideia clara sobre a vida vocecirc tem que correr sem saber qual a direccedilatildeordquo (transcrito a partir de PONDEacute 2011)

Nesse sentido o ambiente escolar eacute um dos espaccedilos da Modernidade

Liacutequida (ou Poacutes-Modernidade) de Bauman (2008) e pode ser interpretado a partir da

mesma metaacutefora que sugere que natildeo sabemos qual caminho seguir e nem mesmo

sabemos se haacute um uacutenico caminho possiacutevel Assim perceber as mudanccedilas que

ocorreram nesse espaccedilo e a forma com a qual os estudantes interagem com ela nos

permite perceber e procurar compreender as novas linguagens produzidas

[culturalmente] na contemporaneidade

75

Na linguagem noacutes usamos sinais e siacutembolos sons palavras escritas

imagens produzidas eletronicamente notas musicais ateacute mesmo objetos como

forma de representar para outras pessoas nossos conceitos ideias e sentimentos

que constituem nossa cultura (HALL 2011)

As novas linguagens produzem diferentes identidades nesses estudantes

que ao mesmo tempo em que estatildeo conectados aos Aparelhos Celulares vivem

tambeacutem em um mundo transformado ruidoso agitado multifuncional tudo isso

ajuda a constituir essas novas identidades estudantis e portanto compreender

essas mudanccedilas nos ajuda a identificar caminhos possiacuteveis para a escola e a sala

de aula da sociedade contemporacircnea

Assim compreender os significados da presenccedila e uso do Aparelho Celular

na escola eacute compreender essa nova linguagem pois como vimos nesta seccedilatildeo o

Celular pode ser entendido como um signo um objeto de desejo que opera no

sistema representacional da nossa cultura Ele constroacutei significados modifica o

sentimento de pertencimento dos estudantes ao grupo modela praacuteticas de conduta

ideias e eacute usado inclusive como instrumento de governabilidade e regulaccedilatildeo interna

do grupo O Aparelho Celular opera portanto como um modelo simboacutelico que cria

um novo ambiente social Em resumo ao relacionar ambiente escolar Tecnologias

da Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo e as mudanccedilas na cultura escolar constituiacuteram-se

novas tessituras para entender a escola contemporacircnea ou da modernidade liacutequida

para usar o termo de Bauman (2008)

Os fundamentos teoacutericos apresentados anteriormente me permitiram refletir

sobre as mudanccedilas na sociedade contemporacircnea com reflexos no processo

identitaacuterio dos estudantes especialmente relacionados a cultura escolar a partir da

ideia da inserccedilatildeo dos Aparelhos Celulares na escola e na constituiccedilatildeo de outros

modelos simboacutelicos de estudante Isso reitera a terceira premissa deste estudo

O Aparelho Celular eacute um dos meios de comunicaccedilatildeo e uma tecnologia

de faacutecil acesso que alterou a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos entre si

modificando a dinacircmica do espaccedilo escolar e a percepccedilatildeo do estudante

sobre sua relaccedilatildeo de pertencimento ao grupo

76

34 SIacuteNTESE DA SECcedilAtildeO

Nesta seccedilatildeo discuti trecircs premissas a partir do aporte teoacuterico filosoacutefico de

pensadores contemporacircneos que discutem alteraccedilotildees no conceito de cultura e

identidade cultural Hall (2007) que descreve cultura como um modo de viver de

sentir de pensar e de atuar que eacute constantemente construiacuteda desconstruiacuteda

reconstruiacuteda de diferentes formas por infinitos agrupamentos humanos

Esta seccedilatildeo discutiu tambeacutem as mudanccedilas ambientais decorrentes do

desenvolvimento dos meios de transporte que trouxeram maior velocidade a vida

social e afetaram as maneiras pelas quais os indiviacuteduos experimentam as

caracteriacutesticas de espaccedilo e de tempo Em contrapartida esse desenvolvimento

trouxe novos impactos ao estilo de vida e a forma com que nos relacionamos com o

ambiente Nossas percepccedilotildees sobre o significado de ruiacutedo e de poluiccedilatildeo sonora

bem como suas consequecircncias para a sauacutede foram afetadas

Outro autor estudado foi Thompson (2011) que discute as transformaccedilotildees

culturais associadas ao surgimento das sociedades contemporacircneas Para ele o

desenvolvimento das miacutedias de comunicaccedilatildeo especialmente a Tecnologia da

Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (Aparelho Celular) teve um papel e um impacto

importante no surgimento dessa sociedade e na forma com que esses aparelhos

afetam as percepccedilotildees de pertencimento ao grupo e a necessidade de consumo

Com advento das miacutedias de comunicaccedilatildeo as atividades culturais adentraram

tambeacutem aos ambientes virtuais e as transformaccedilotildees decorrentes acabaram

excedendo as interaccedilotildees sociais face a face As tecnologias de interaccedilatildeo social

desenvolvidas nas sociedades contemporacircneas permitem interaccedilatildeo de forma

globalizada As particularidades de um individuo ou de um grupo passam ser mateacuteria

de conhecimento mais amplo por meio da propagaccedilatildeo e exposiccedilatildeo Nesse contexto

entendo que o Aparelho Celular uma Tecnologia de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo

estaacute inserido e impacta a cultura escolar pois carrega consigo outras possibilidades

de interaccedilatildeo social e com elas o sentimento de pertencimento ao grupo Assim o

Celular passa a ser considerado um elemento vital para o grupo

Na proacutexima seccedilatildeo abordo a percepccedilatildeo dos estudantes sobre uso do Aparelho

Celular no ambiente escolar

77

4 O USO DO CELULAR E AS PERCEPCcedilOtildeES SOBRE POLUICcedilAtildeO SONORA

Com os avanccedilos da Telefonia Moacutevel os estudantes parecem consumir

intensivamente essa Tecnologia de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo e estatildeo atentos aos

uacuteltimos lanccedilamentos de Aparelhos Celulares existentes no mercado Para Miranda

(2007) todos esses aparatos tecnoloacutegicos tecircm afetado o modo de estruturar a

educaccedilatildeo escolar e de desenvolver o trabalho docente

Essa revoluccedilatildeo estaacute ocorrendo nas escolas pois observando tive a impressatildeo

de que os Aparelhos Celulares estatildeo nas matildeos de praticamente todos os

estudantes e os reflexos satildeo constatados nas salas de aula na forma de desafios

positivamente se esses Aparelhos Celulares for encarados como uma ferramenta

adicional a ser utilizada no ensino para colaborar com aprendizagem ou

negativamente se forem vistos apenas como empecilhos para o ambiente escolar

Assim justifica-se uma investigaccedilatildeo que avalie os usos do Celular e as percepccedilotildees

dos estudantes sobre a poluiccedilatildeo sonora causada pelo uso de fones auriculares

ligados ao Aparelho Celular para ouvir muacutesica

Nesta seccedilatildeo busco responder a segunda questatildeo de pesquisa proposta na

primeira seccedilatildeo Eacute importante notar que inicio respondendo a segunda questatildeo de

investigaccedilatildeo ao inveacutes de responder a primeira questatildeo relembrando que nesta

dissertaccedilatildeo as questotildees foram produzidas a partir de uma loacutegica do raciociacutenio

necessaacuterio para se obter as informaccedilotildees No entanto para constituiccedilatildeo dos dados

utilizei trecircs instrumentos que seratildeo analisados separadamente assim na seccedilatildeo 4

apresento e analiso o resultado do questionaacuterio respondendo a segunda questatildeo de

investigaccedilatildeo Na seccedilatildeo 5 apresento e analiso o resultado das afericcedilotildees de niacuteveis de

pressatildeo sonora oriundos do entorno do CEPMAT e dos fones auriculares

conectados aos Aparelhos Celulares respondendo a primeira e terceira questotildees de

investigaccedilatildeo Na seccedilatildeo 6 apresento e analiso o ldquoTeste de autoidentificaccedilatildeo de

alguns sintomas de estresserdquo respondendo a quarta questatildeo de investigaccedilatildeo

A segunda questatildeo de investigaccedilatildeo eacute ComoSe os estudantes do Ensino

Meacutedio do CEPMAT usam o Celular no ambiente escolar

Para responder esta questatildeo de pesquisa me propus a aplicar aos

Estudantes do CEPMAT um questionaacuterio para investigar

78

a) Usos dos Aparelhos Celulares no ambiente escolar

b) As primeiras percepccedilotildees (e accedilotildees subsequentes) sobre efeitos da

Poluiccedilatildeo Sonora na sauacutede auditiva

c) Relaccedilatildeo entre o uso de instrumentos eletrocircnicos e as normas e regras

do Regimento Escolar do Coleacutegio pesquisado

Esta seccedilatildeo descreve e analisa o questionaacuterio realizado para responder a esta

questatildeo e seus trecircs subitens

A seccedilatildeo inicia-se com a apresentaccedilatildeo do questionaacuterio para o levantamento e

sua metodologia de aplicaccedilatildeo em seguida apresento os resultados do levantamento

realizado no terceiro subitem apresento anaacutelises cruzadas das respostas obtidas e

termino identificando os usos do Celular entre os estudantes no ambiente escolar

Minha proposta foi realizar um levantamento no CEPMAT quanto agrave posse de

Aparelhos Celulares entre os estudantes pois todos os dias os mesmos fazem uso

dessa Tecnologia de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (Celular) durante o periacuteodo letivo

Os professores do coleacutegio queixam-se com frequecircncia dos excessos por parte dos

estudantes quanto a este uso e remetem-se ao Regimento Escolar (Artigo 176ordm)

que governa as accedilotildees de toda a escola Ali estaacute determinado que eacute vedado ao

estudante

II- ocupar-se durante o periacuteodo de aula de atividades contraacuterias ao processo pedagoacutegico (hellip) IV- trazer para o estabelecimento de ensino material de natureza estranha ao estudo (hellip) XIII- utilizar-se de aparelhos eletrocircnicos na sala de aula que natildeo esteja vinculado ao processo ensino e aprendizagem (ZANOTTO 2011 p 68 69)

Essas Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo tecircm absorvido a atenccedilatildeo

dos estudantes durante as aulas e muitos professores assim como eu buscam

formas de relacionar tais aparatos com o ensino e a aprendizagem

Para entender melhor o uso que os estudantes fazem dos Aparelhos

Celulares apliquei inicialmente um questionaacuterio inserido no apecircndice I desta

dissertaccedilatildeo com oito itens fechados para 14 turmas do Ensino Meacutedio no CEPMAT

com o intuito de verificar a porcentagem de estudantes que possuem Aparelhos

Celulares Esse questionaacuterio foi aplicado no mecircs de novembro de 2012 nos

79

periacuteodos matutino e noturno para todas as turmas do Ensino Meacutedio durante o seu

horaacuterio de permanecircncia (hora atividade) na escola Os estudantes foram informados

antecipadamente que a participaccedilatildeo deles era completamente opcional e natildeo havia

nenhum viacutenculo com qualquer tipo de avaliaccedilatildeo de aprendizagem ou notas Os

estudantes ou seus responsaacuteveis assinaram o termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (TCLE) contido no apecircndice 2 desta dissertaccedilatildeo e 240 questionaacuterios

foram respondidos

A seguir discuto as respostas uma a uma para depois analisar alguns dados

de forma integrada e finalmente responder quem tem Celular na escola e para que

usa Os resultados do questionaacuterio seratildeo apresentados na forma de graacuteficos com

porcentagens A primeira pergunta foi ldquoVocecirc possui um Telefone Celularrdquo De

acordo com o graacutefico 1 observamos a porcentagem de estudantes que tem posse de

um Aparelho Celular

GRAacuteFICO 1 - VOCEcirc POSSUI UM TELEFONE CELULAR FONTE COSTA (2014)

As respostas plotadas no graacutefico 1 mostram que a maioria dos estudantes

tem Aparelho Celular Esse dado reitera os achados de Beringuy (2011) segundo a

qual 898 das pessoas com rendimento entre trecircs e cinco salaacuterios miacutenimos tecircm

Celular esse percentual aumentou na populaccedilatildeo de renda baixa o que corresponde

agrave faixa de renda dos estudantes da comunidade escolar do CEPMAT descrito por

Zanotto (2010 p2) apontando que a comunidade escolar do CEPMAT eacute ampla

muitas famiacutelias de classe meacutedia e meacutedio-baixas oriundas das classes trabalhadoras

Beringuy (2011) menciona que 41 das pessoas sem rendimento e as com

rendimento ateacute um salaacuterio miacutenimo tambeacutem possuem Celular Essa autora enfatiza

tambeacutem que aumentou em 1072 no periacuteodo de 2005 a 2011 o nuacutemero de

80

pessoas acima 10 anos com posse de Aparelhos Celulares e ressalto que em todas

as regiotildees do Brasil houve grande aumento do nuacutemero de Aparelhos Celulares para

uso pessoal sendo esta populaccedilatildeo constituiacuteda de estudantes de idade escolar

O segundo item ldquoVocecirc traz o Telefone Celular para a escolardquo buscou

verificar qual a porcentagem de estudantes que levam o Aparelho Celular para o

ambiente escolar

O graacutefico 2 resume as respostas

GRAacuteFICO 2 - VOCEcirc TRAZ O TELEFONE CELULAR PARA A ESCOLA FONTE COSTA (2014)

Para 94 (sempre quase sempre e as vezes) dos estudantes o Celular eacute

levado para a escola como se fizesse parte do material escolar A disseminaccedilatildeo do

uso dos telefones Celulares constitui parte importante do cotidiano dos estudantes

E tem se constituiacutedo como uma espeacutecie de brinquedo nas salas de aula assim eacute

impossiacutevel ignorar que os estudantes satisfazem certas necessidades no brinquedo

Vygotsky (2007) afirma A essecircncia do brinquedo eacute a criaccedilatildeo de uma nova

relaccedilatildeo entre o significado e a percepccedilatildeo visual ou seja entre situaccedilotildees no

pensamento e situaccedilotildees reais Essas relaccedilotildees proporcionam o sentimento de

pertencimento ao grupo ou com o objeto inserido na atividade luacutedica Eacute um

importante indicador do desenvolvimento influenciando sua forma de encarar o

mundo e suas accedilotildees futuras um suporte da brincadeira promovendo uma situaccedilatildeo

de transiccedilatildeo entre a accedilatildeo com objeto concreto e suas accedilotildees de pertencimento ao

grupo com significados

No item trecircs ldquoQuanto tempo vocecirc usa o Telefone Celular ao longo do dia

para qualquer de suas funccedilotildeesrdquo propus faixas de tempo em horas nas quais os

estudantes usam o Celular diariamente

81

O graacutefico 3 resume as respostas dos estudantes a esses itens

GRAacuteFICO 3 - QUANTO TEMPO VOCEcirc USA O TELEFONE CELULAR AO LONGO DO DIA PARA QUALQUER DE SUAS FUNCcedilOtildeES FONTE COSTA (2014)

As respostas mostram que a somatoacuteria de 9 + 15 + 9 + 21

perfazendo um total de 54 de estudantes que passam mais de duas horasdia

usando o Aparelho Celular temos meacutedia de 65 horas por dia incluindo a somatoacuteria

das horas ou seja 2h + 4h + 8h + 12 h isso me permite afirmar que muitas dessas

horas de uso ocorrem durante as aulas Mostra que no CEPMAT esta tecnologia

moacutevel estaacute de alguma forma (para uso didaacutetico ou natildeo) inserida na sala de aula

corroborando com a constataccedilatildeo de Alves (2007) na qual a partir do surgimento do

Celular abriram-se novas possibilidades de conexotildees entre estudantes seja na

escola nas ruas nos shoppings

Nos trecircs primeiros itens desse levantamento foram tabulados dados de

porcentagens quanto agrave posse de Aparelhos Celulares se levam estes Aparelhos

Celulares para o ambiente escolar e a quantidade de horas que passam usando o

mesmo diariamente para qualquer funccedilatildeo disponiacutevel A partir do quarto item analiso

os usos que satildeo feitos do Aparelho Celular durante o periacuteodo das aulas

O item quatro ldquoQuais as funccedilotildees do Telefone Celular vocecirc utilizou na sala

de aula sem relaccedilatildeo com a aprendizagemrdquo investigou o uso do Celular durante o

82

periacuteodo das aulas sem relaccedilatildeo com as atividades escolares e com a aprendizagem

dos conteuacutedos formais

GRAacuteFICO 4 - QUAIS AS FUNCcedilOtildeES DO TELEFONE CELULAR QUE VOCEcirc UTILIZOU NA SALA DE AULA SEM RELACcedilAtildeO COM A APRENDIZAGEM FONTE COSTA (2014)

No graacutefico 4 somando-se 3 + 5 + 6 + 9 + 10 + 17 + 23 + 25

perfaz um total de 98 de estudantes que fazem uso de algumas funccedilotildees do Celular

durante o horaacuterio de aula o que confirma minha percepccedilatildeo inicial que os estudantes

usam o Celular indiscriminadamente 23 + 25 perfaz um total de 48 dos

estudantes pesquisados responderam que usam o Celular para ouvir muacutesica e

tambeacutem para enviar e receber mensagens funccedilotildees que segundo eles proacuteprios natildeo

tecircm qualquer relaccedilatildeo com as atividades de aprendizagem em sala de aula

De acordo com as respostas 25 dos estudantes utilizam o Celular para ouvir

muacutesica durante o periacuteodo das aulas Esses aparatos tecnoloacutegicos tiveram uma

grande evoluccedilatildeo desde sua origem que era apenas comunicaccedilatildeo via raacutedio e passou

reunir diversas funccedilotildees tecnoloacutegicas como cacircmera fotograacutefica filmadora viva-voz

agenda gravador de voz MP3 player comunicaccedilatildeo wireless entre outras A maioria

das demais funccedilotildees eacute pouco usada no ambiente escolar

83

Este resultado responde parte da questatildeo de investigaccedilatildeo 1 relacionada a

intensidade de ruiacutedo dB(A) que os estudantes estatildeo expostos ao ouvir muacutesica

Bastos Mattos (2007b) estudaram aparelhos de som portaacuteteis (MP3 MP4 Ipod

walkman etc) frequentemente manuseados e utilizados na sala de aula e

perceberam que os estudantes costumam expor sua audiccedilatildeo a alta intensidade

sonora sem consciecircncia dos malefiacutecios que isso pode causar a audiccedilatildeo (p2)

Anaacutelises similares seratildeo feitas por mim na proacutexima seccedilatildeo

O uso de Aparelhos Celulares para ouvir muacutesica e os excessos de ruiacutedos tecircm

trazido prejuiacutezos aos estudantes e mesmo estudos natildeo cientiacuteficos como o de

Jordatildeo (2009) considera que muitos aparelhos satildeo desenvolvidos para apreender

muacutesicas em arquivos do tipo MP3 contendo funccedilotildees de som com alta definiccedilatildeo alto

falante e tambeacutem aplicativos que permitem a criaccedilatildeo de uma verdadeira biblioteca

musical digital ou ainda que identifiquem a muacutesica que estiver tocando no ambiente

entre tantos outros

A contestaccedilatildeo de Jordatildeo (2009) sobre funccedilotildees disponiacuteveis no Aparelho

Celular me levou a estabelecer o item cinco ldquoNa sala de aula vocecirc alguma vez jaacute

utilizou o Telefone Celular para ajudar na sua aprendizagemrdquo que pesquisou

quais dessas funccedilotildees satildeo utilizadas no ambiente escolar para auxiliar na

aprendizagem

GRAacuteFICO 5 - NA SALA DE AULA VOCEcirc ALGUMA VEZ JAacute UTILIZOU O TELEFONE CELULAR PARA AJUDAR NA SUA APRENDIZAGEM FONTE COSTA (2014)

Os resultados plotados no graacutefico 5 mostram que na soma de 56 + 11 +

3 resulta em 70 dos estudantes utilizam alguma funccedilatildeo do Aparelho Celular para

84

auxiliar na aprendizagem A mais usada (56) eacute a funccedilatildeo calculadora o que me

permite concluir que o uso didaacutetico do Celular estaacute reduzido a poucas disciplinas

Alves (2007) lista algumas ferramentas comuns nos Aparelhos Celulares

entre elas os sistemas de posicionamento as mensagens de texto de voz as

funccedilotildees multimiacutedia (fotos e filmes) acesso agrave Internet (e-mails facebook e whatsapp

e outros) download de sons e imagens acesso a contas bancaacuterias jogos bate-

papo dentre outras (p 2) Boa parte dessas funccedilotildees pode ser usada didaticamente

se bem planejadas mas as respostas me permitem concluir que isso ocorre pouco

nas salas de aula

Com o item seis ldquoQuanto vocecirc gasta em meacutedia em creacuteditos por mecircsrdquo

pesquisei os gastos mensais com a conta do Aparelho Celular com a intenccedilatildeo de

elaborar anaacutelises relativas ao consumo

GRAacuteFICO 6 - QUANTO VOCEcirc GASTA EM MEacuteDIA EM CREacuteDITOS POR MEcircS FONTE COSTA (2014)

De acordo com as respostas dadas somando-se 49 + 9 + 11

perfazendo um total de 69 dos estudantes tem gastos acima de R$ 1300 mensais

que eacute proacutexima a meacutedia obtida nos estudos de Luiz (2008) referente aos gastos

mensais com contas de Aparelhos Celulares de estudantes de escola puacuteblica (em

meacutedia R$ 2000) pelo fato de natildeo ter fonte de renda fixa Nesse contexto os

Aparelhos Celulares tecircm tido impacto sensiacutevel na vida dos jovens e adolescentes

Luiz (2008) pesquisou ainda os impactos dos gastos com telefone Celular de

jovens no orccedilamento familiar pois esses satildeo atraiacutedos para o consumo na busca por

uma relaccedilatildeo de pertencimento com o grupo (HALL 2007) e (VYGOTISKY 2007) a

pesquisa demonstrou que com o desenvolvimento dos Aparelhos Celulares outros

85

produtos tambeacutem satildeo apresentados aos consumidores tornando-se rapidamente

parte do seu dia a dia assim o puacuteblico alvo principal de todas essas inovaccedilotildees

tecnoloacutegicas satildeo consumidores representados por famiacutelias compostas por crianccedilas e

adolescentes

DrsquoAmorin (2012) em um artigo de opiniatildeo discute dependecircncia e viacutecio em

relaccedilatildeo ao Aparelho Celular e sugere que o ser humano tem uma grande

necessidade de se comunicar por isso tecnologias voltadas agrave comunicaccedilatildeo satildeo

absorvidas mais rapidamente deixando as pessoas dependentes (e natildeo viciadas) a

ela sem que percebam

O item sete ldquoVocecirc sabia que o regimento escolar proiacutebe o uso do

Telefone Celular na sala de aulardquo Pesquisei o conhecimento dos estudantes em

relaccedilatildeo ao Regimento Escolar Para Arco-verde (2007) ldquoo Regimento Escolar eacute que

estrutura define regula e normatiza as accedilotildees do coletivo escolar haja vista ser a

escola um espaccedilo em que as relaccedilotildees sociais com suas especificidades se

concretizamrdquo (p10) Nas escolas estaduais do Paranaacute o Regimento eacute construiacutedo a

partir de uma matriz geral fornecida pela Secretaria de Estado da Educaccedilatildeo Com

ela propotildee-se que a comunidade escolar construa coletivamente as normas e regras

especiacuteficas de cada estabelecimento de ensino Novos membros que adentram a

comunidade escolar podem a qualquer momento acessar o regimento se assim o

desejarem

GRAacuteFICO 7 - VOCEcirc SABIA QUE O REGIMENTO ESCOLAR PROIacuteBE O USO DO TELEFONE CELULAR NA SALA DE AULA FONTE COSTA (2014)

Somando-se os 67 que responderam sim com os 26 que disseram que

natildeo sabiam mas usam assim mesmo e 5 dos que informaram que sabiam mas

86

que usam esporadicamente perfazem um total de 98 dos estudantes disseram ter

ciecircncia da norma estabelecida pelo Regimento Escolar sendo que desses 98

31 admitiram tambeacutem conhecer a norma e resolveram utilizar o Celular no

Ambiente Escolar afrontando-a

Com a pergunta oito ldquoVocecirc jaacute ouviu dizer que o Telefone Celular pode

trazer problemas para audiccedilatildeordquo investiguei se os estudantes tecircm consciecircncia que

a exposiccedilatildeo ao ruiacutedo intenso diariamente por meio do Aparelho Celular para ouvir

muacutesica pode ser prejudicial agrave audiccedilatildeo

GRAacuteFICO 8 - VOCEcirc JAacute OUVIU DIZER QUE O TELEFONE CELULAR PODE TRAZER PROBLEMAS PARA AUDICcedilAtildeO FONTE COSTA (2014)

Na soma de 45 + 39 + 1 perfaz um total de 85 dos estudantes

responderam que jaacute ouviram dizer que pode ser prejudicial poreacutem desses um

pouco mais da metade disseram ter reduzido o uso (45 do total de respondentes

ou 53 desses 85) mesmo assim tem um grupo de 11 de estudantes que

nunca ouviu falar que usar o Aparelho Celular para ouvir muacutesica nos fones

auriculares pode trazer prejuiacutezos para a audiccedilatildeo

A Sociedade Brasileira de Otologia (SBO) faz campanha nacional

anualmente no mecircs de outubro alertando sobre os riscos de se ouvir muacutesicas em

volume muito acima do recomendado A campanha eacute dirigida ao puacuteblico jovem A

sociedade em seu siacutetio eletrocircnico alerta que ldquoatualmente eacute faacutecil testemunhar seja

em escolas ou mesmo nas ruas o haacutebito de estudantes ouvirem muacutesica em alta

intensidade nos Aparelhos Celularesrdquo (SBO 2012) Os estudantes satildeo expostos

87

diariamente a ruiacutedos sem perceber o problema para audiccedilatildeo a princiacutepio o prejuiacutezo agrave

audiccedilatildeo eacute reversiacutevel poreacutem o uso constante danifica irreversivelmente a audiccedilatildeo

O relatoacuterio da American Friends of Tel Aviv University (2012) resumiu o

trabalho de Muchnik et al (2011) que pesquisaram 289 jovens com idade entre 13 a

17 anos sobre o volume e a quantidade de horas que costumam ouvir muacutesica no

Aparelho Celular A pesquisa mostrou que 80 dos jovens fazem uso do Aparelho

Celular diariamente para ouvir muacutesicas correndo um seacuterio risco de sofrer perda

auditiva precocemente devido ao volume colocado no fone auricular Das 289

pessoas pesquisadas 74 foram submetidos a exames auditivos os resultados

mostraram que em 25 desses detectou-se perda auditiva

Os pesquisadores alertaram que um em cada quatro adolescentes teratildeo

problemas auditivos A perda auditiva ocorre quando haacute exposiccedilatildeo continua a ruiacutedos

intensos e eacute um processo lento e progressivo levando entre 10 e 20 anos ou seja

seraacute tarde para reparar os danos causados a audiccedilatildeo

Os autores ressaltam que uma geraccedilatildeo inteira de jovens estaacute sofrendo de

problemas auditivos mais cedo que o esperado pelas perdas causadas pelo

envelhecimento e alertam que os fones auriculares acessoacuterios que acompanham os

Aparelhos Celulares satildeo improacuteprios para audiccedilatildeo humana (MUCHNIK et al 2011

p2)

41 CORRELACcedilAtildeO ENTRE QUESTOtildeES

Para esta anaacutelise construiacute tabelas de contingecircncia para verificar a associaccedilatildeo

entre variaacuteveis Por meio do caacutelculo do coeficiente Qui-Quadrado As tabelas de

contingecircncia satildeo utilizadas para estudar a relaccedilatildeo entre duas ou mais variaacuteveis

categoacutericas descrevendo a frequecircncias das categorias de uma das variaacuteveis

relativamente agraves categorias das outras Variaacuteveis satildeo caracteriacutesticas medidas

controladas ou manipuladas em uma pesquisa Diferem em muitos aspectos

principalmente no papel que a elas eacute dado em uma pesquisa e na forma como

podem ser medidas O teste Qui-quadrado permite analisar a relaccedilatildeo de

independecircncia entre variaacuteveis qualitativas aplica-se tanto para a anaacutelise univariada

como bivariada ou multivariada Na anaacutelise univariada as observaccedilotildees de uma

88

uacutenica populaccedilatildeo satildeo subdivididas em categorias geralmente os dados resultam da

contagem de objetos em cada uma das categorias pretendendo-se comparar as

frequecircncias observadas com as frequecircncias esperadas (CONTI 2013)

A primeira Associaccedilatildeo elaborada foi entre o item 1 ldquoVocecirc possui um

Telefone Celularrdquo e o item 2 ldquoVocecirc traz o Telefone Celular para a escolardquo Os

resultados foram inseridos na Tabela 1

TABELA 1 - RESULTADO DO TESTE DE FISCHER PARA ASSOCIACcedilAtildeO DAS QUESTOtildeES 1

E 2

Q2

a B c d Total

Q1

a 149 9 10 7 175

8514 514 571 400 100

b 1 0 2 4 7

1429 000 2857 5714 100

c 1 0 0 0 1

10000 000 000 000 100

FONTE COSTA (2014) COM APOIO DO LABORATOacuteRIO DE ESTATIacuteSTICA APLICADA DA UFPR

Observei associaccedilatildeo significativa entre as variaacuteveis por meio do teste de

Fisher (p=00001) ou seja mais de 90 dos estudantes que possuem Aparelho

Celular o levam para a escola Ressalto que haacute alunos que natildeo possuem Celulares

e entre esses 75 natildeo o levam para o Coleacutegio ou seja 25 dos estudantes mesmo

sem possuir um aparelho proacuteprio levam um Celular para o Coleacutegio Com isso

podemos inferir que se os estudantes compreenderam a questatildeo e a forma de

respondecirc-la entatildeo haacute alguns Celulares que satildeo usados de forma compartilhada em

outras palavras os estudantes que natildeo possuem Aparelho Celular proacuteprio trazem

aparelhos de outras pessoas provavelmente de seus pais irmatildeos etc por isso

usam-no de forma compartilhada

A segunda associaccedilatildeo foi realizada entre os itens 3 ldquoQuanto tempo vocecirc usa

o Telefone Celular ao longo do dia para qualquer de suas funccedilotildeesrdquo e 4 ldquoQuais as

funccedilotildees do Telefone Celular que vocecirc utilizou na sala de aula sem relaccedilatildeo com a

aprendizagemrdquo Os resultados foram inseridos na Tabela 2

89

TABELA 2 - RESULTADO DO TESTE QUI-QUADRADO PARA ASSOCIACcedilOtildeES DAS QUESTOtildeES 3 E 4

Q4

a b c d e f g h i j Total

Q3

a 0 0 0 0 0 0 0 0 2 6 8

000 000 000 000 000 000 000 000 2500 0000 100

b 15 8 10 11 3 3 4 1 2 0 57

2632 1404 1754 1930 526 526 702 175 351 000 100

c 14 4 14 12 4 2 3 0 0 0 53

2642 755 2642 2264 755 377 566 000 000 000 100

d 24 7 18 15 5 6 7 0 0 0 82

2927 854 2195 1829 610 732 854 000 000 000 100

e 16 4 15 9 3 6 7 0 0 0 60

2667 667 2500 1500 500 1000 1167 000 000 000 100

f 35 15 35 25 12 14 20 0 0 0 156

2244 962 2244 1603 769 897 1282 000 000 000 100

G 28 11 29 19 3 2 10 0 1 0 103

2718 1068 2816 1845 291 194 971 000 097 000 100

h 10 4 13 7 0 4 6 0 0 0 44

2273 909 2955 1591 000 909 1364 000 000 000 100

FONTE COSTA (2014) COM APOIO DO LABORATOacuteRIO DE ESTATIacuteSTICA APLICADA DA UFPR

90

Natildeo se observou associaccedilatildeo significativa entre as variaacuteveis por meio do teste

de Qui-Quadrado (p=030) ou seja o tempo de uso natildeo tem relaccedilatildeo com a funccedilatildeo

do Celular utilizada durante a aula Como as funccedilotildees mais usadas satildeo ldquoouvir

muacutesicardquo e ldquoenviar mensagensrdquo e natildeo haacute associaccedilatildeo entre as variaacuteveis entatildeo

praticamente em todas as faixas de tempo as funccedilotildees mais usadas satildeo ldquoouvir

muacutesicardquo e ldquocomunicar por mensagensrdquo Eacute importante ressaltar que ouvir muacutesica

implica em uso de fones auriculares e se o volume for acima do recomendado e se

a exposiccedilatildeo a poluiccedilatildeo sonora for contiacutenua pode levar a perda auditiva definitiva ao

longo do tempo Aleacutem disso observei que embora o Telefone Celular tenha

inuacutemeras funccedilotildees essas natildeo satildeo utilizadas ou satildeo subutilizadas para a

aprendizagem

A partir da apresentaccedilatildeo e anaacutelise dos itens expostos ateacute o momento e da

leitura do Caderno de Apoio para a Elaboraccedilatildeo do Regimento Escolar (ARCO-

VERDE 2007) eacute possiacutevel perceber que o material encaminhado pela proacutepria SEED-

PR natildeo coaduna com o uso de novas tecnologias no Ambiente Escolar Entendo que

esta contradiccedilatildeo precisa ser revista no Regimento do coleacutegio nomeadamente nos

artigos II e IV que tratam do uso de aparelhos eletrocircnicos (Telefone Celular) na sala

de aula Pois se tratar de uma nova tecnologia e dos avanccedilos tecnoloacutegicos o

ambiente escolar precisa ser um meio facilitador para o uso didaacutetico dessas novas

tecnologias e isso implica que elas estejam na matildeo dos estudantes a qualquer

momento mesmo correndo o risco que natildeo sejam usadas para fins didaacuteticos100

do tempo

Apesar de esse questionaacuterio clarificar e ratificar terceira premissa dessa

dissertaccedilatildeo ldquoo Aparelho Celular eacute um dos meios de comunicaccedilatildeo e uma tecnologia

de faacutecil acesso que alterou a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos entre si modificando a dinacircmica

do espaccedilo escolar e a percepccedilatildeo do estudante sobre sua relaccedilatildeo de pertencimento

ao grupordquo sua aplicaccedilatildeo mostrou fragilidades como por exemplo inexistecircncia de

itens que identificassem aspectos socioeconocircmicos grau de escolaridade dos pais

e haacutebitos de consumo das famiacutelias Ainda assim ficou evidenciado que os

estudantes levam o Aparelho Celular para o ambiente escolar e mesmo sabendo da

proibiccedilatildeo existente no Regimento Escolar fazem uso desta tecnologia em sala de

aula de forma pouco relacionada agrave aprendizagem

O Aparelho Celular faz parte do cotidiano dos estudantes pois eacute levado para

o ambiente escolar mesmo com as proibiccedilotildees do Regimento Escolar e eacute pouco

91

usado para fins de aprendizagem e a forma de comunicaccedilatildeo entre os estudantes

ocorre por mensagens no entanto a funccedilatildeo muacutesica eacute uma das mais utilizadas

assim eacute possiacutevel considerar que embora seja uma tecnologia que evoluiacute a cada dia

torna-se necessaacuterio aprofundar estudos para verificar qual a importacircncia das

funccedilotildees utilizadas como pode ser aplicado o maacuteximo possiacutevel das mesmas de

forma que os estudantes se apropriem e percebem o uso significativo para a

aprendizagem

42 SINTESE DA SECcedilAtildeO

Esta seccedilatildeo teve como intuito responder a segunda questatildeo de investigaccedilatildeo

da dissertaccedilatildeo

ComoSe os estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT usam o Celular no

ambiente escolar

Esta questatildeo contecircm trecircs subitens

a) Usos dos Aparelhos Celulares no ambiente escolar

b) As primeiras percepccedilotildees (e accedilotildees subsequentes) sobre os efeitos

da Poluiccedilatildeo Sonora na sauacutede auditiva

c) Relaccedilatildeo entre o uso de instrumentos eletrocircnicos e as normas e

regras do Regimento Escolar do Coleacutegio pesquisado

O questionaacuterio aplicado me permitiu responder a segunda questatildeo de

investigaccedilatildeo da seguinte forma As respostas referentes aos subitem a Usos dos

Aparelhos Celulares no ambiente escolar

90 dos estudantes tecircm Celular e o levam para o coleacutegio 8 natildeo tecircm

esse equipamento mas ainda assim levam algum Celular para o

ambiente escolar Perfazendo um total de 98 dos estudantes de

posse desta Tecnologia de faacutecil acesso na escola

48 dos estudantes usam o Celular para ouvir muacutesica e enviar e

receber mensagens

As respostas referentes ao subitem b As primeiras percepccedilotildees (e accedilotildees

subsequentes) sobre efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora na sauacutede auditiva

92

85 responderam que jaacute ouviram dizer que os usos de fones

auriculares conectados aos Aparelhos Celulares podem ser prejudiciais

agrave sauacutede auditiva poreacutem desses um pouco mais da metade disseram

ter reduzido o uso por causa desta informaccedilatildeo

As respostas referentes o subitem c a relaccedilatildeo ao entre o uso de instrumentos

eletrocircnicos e as normas e regras do Regimento Escolar do Coleacutegio pesquisado

70 dos estudantes revelaram fazer uso didaacutetico do Aparelho Celular

no entanto a funccedilatildeo mais usada eacute a Calculadora permitindo concluir

que o uso didaacutetico estaacute reduzido a poucas disciplinas

98 dos estudantes revelou ter ciecircncia da proibiccedilatildeo do uso de

Celulares para fins natildeo didaacuteticos e 31 admitiram afrontar

deliberadamente a norma estabelecida pelo coleacutegio

Minhas percepccedilotildees iniciais obtidas pela vivecircncia diaacuteria com os estudantes

que usam intensivamente o Aparelho Celular para ouvir muacutesica se confirmaram

portanto pelos dados do questionaacuterio Na proacutexima seccedilatildeo desta dissertaccedilatildeo

descrevo os resultados das afericcedilotildees relativas aos niacuteveis de pressatildeo sonora oriunda

do entorno do CEPMAT e dos fones auriculares conectados aos Aparelhos

Celulares dos estudantes do Ensino Meacutedio

93

5 NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA ORIUNDOS DO ENTORNO DO CEPMAT E

NOS FONES AURICULARES CONETADOS AOS APARELHOS CELULARES

DOS ESTUDANTES DO ENSINO MEacuteDIO QUANDO OUVEM MUacuteSICA

Na seccedilatildeo 3 desta dissertaccedilatildeo vimos no pensamento socioloacutegico de

Thompson (2011) que o desenvolvimento dos grandes centros urbanos foi afetado

pelo crescimento da quantidade e pela melhoria na qualidade dos meios de

transportes que impuseram mudanccedilas tecnoloacutegicas sobre a vida social e essas

acirraram ainda mais a necessidade de aumentar a velocidade para diminuir o

tempo gasto para percorrer determinados espaccedilos

Esse crescimento da quantidade de veiacuteculos trouxe consigo o aumento do

ruiacutedo afetando diretamente as aacutereas urbanas Vimos tambeacutem no estudo realizado

por Ribas (2007) sobre as reclamaccedilotildees referentes aos ruiacutedos registrados na

Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Curitiba que 70 dessas registros

referem-se agravequeles que ocorrem em horaacuterio comercial e satildeo provenientes dos meios

de transportes

Aleacutem da anaacutelise socioloacutegica de Thompson (2011) e da tese de Ribas (2007) o

municiacutepio de Curitiba estaacute sujeito a Lei Ordinaacuteria Municipal nordm 10625200213

(CURITIBA 2002) que dispotildee e regulamenta os niacuteveis de pressatildeo sonora nos

espaccedilos urbanos de Curitiba em seu Artigo 1ordm determina que

eacute proibido perturbar o sossego e o bem estar puacuteblico com sons ruiacutedos e vibraccedilotildees que causem incocircmodo de qualquer natureza ou que ultrapassem os limites fixados nesta lei

No 2ordm paraacutegrafo XII conceitua Zona sensiacutevel agrave ruiacutedo ou zona de silecircncio como

ldquoaquela que para atingir seus propoacutesitos necessita que lhe seja assegurado um silecircncio excepcional definindo como zona de silecircncio a faixa determinada pelo raio de 20000m (duzentos metros) de distacircncia de hospitais escolas bibliotecas puacuteblicas hoteacuteis postos de sauacutede ou similaresrdquo (vide anexo 2)

14

13 Conforme jaacute mencionado anteriormente o texto da lei 106252002 encontra-se no anexo I desta

dissertaccedilatildeo 14

Observe-se que o anexo II mencionado nesta citaccedilatildeo refere-se ao anexo da Lei 10625 e natildeo ao anexo 2 desta dissertaccedilatildeo

94

A mesma lei tambeacutem dispotildee em seu paraacutegrafo uacutenico que as normas para

afericcedilatildeo de ruiacutedo podem ser realizadas a 500m (cinco metros) em quaisquer divisas

do imoacutevel gerador do incocircmodo ou em qualquer ponto dentro do limite real do

imoacutevel que sofre o incocircmodo

Nesta seccedilatildeo procuro responder a primeira e a terceira questotildees de pesquisa

a primeira ldquoQuais satildeo os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) oriundos do entorno do

CEPMATrdquo e a terceira ldquoQuais satildeo os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) que os

estudantes do CEPMAT satildeo submetidos quando ouvem muacutesica com fones

auriculares conectados a Aparelhos Celulares no ambiente escolarrdquo Relembro que

as questotildees de pesquisa desta dissertaccedilatildeo foram construiacutedas em uma sequecircncia

loacutegica de compreensatildeo sobre a informaccedilatildeo no entanto a apresentaccedilatildeo e anaacutelise

dos resultados foram realizadas a partir da discussatildeo de cada instrumento de

constituiccedilatildeo dos dados separadamente ou seja o questionaacuterio que investigou o uso

do Celular no ambiente escolar (foi apresentado na seccedilatildeo 4) a afericcedilatildeo dos niacuteveis

de pressatildeo sonora tanto no interior do CEPMAT quanto nos fones auriculares

conectados aos Aparelhos Celulares dos estudantes ao ouvir muacutesicas (satildeo

apresentados neste capiacutetulo) e o ldquoTeste para autoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas

de estresserdquo (seraacute apresentado na seccedilatildeo 6) Portanto reitero que a apresentaccedilatildeo

dos resultados da questatildeo de pesquisa 2 foi realizada antes da apresentaccedilatildeo e

anaacutelise dos resultados da questatildeo de pesquisa 1 e 3 Estas por sua vez foram

respondidas a partir dos dados do mesmo instrumento e seratildeo apresentadas neste

capiacutetulo

Para obter os niacuteveis de pressatildeo sonora realizei afericcedilotildees tanto no interior da

escola quanto nos fones auriculares conectados aos equipamentos Celulares

respondendo assim as duas questotildees vinculadas aos NPS Para a constituiccedilatildeo dos

dados relativos aos Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) fundamentei-me em aspectos

eacuteticos e legais e a partir das afericcedilotildees construiacute tabelas e elaborei anaacutelises

A seccedilatildeo estaacute dividida em quatro subitens a saber 51 ldquoSintomatologias

Caracteriacutesticas da PAIRrdquo no qual descrevo as caracteriacutesticas da Perda Auditiva

Induzida por Ruiacutedos (PAIR) de origem ocupacional levando em conta os agentes

causais que podem gerar perdas auditivas por exposiccedilatildeo ao ruiacutedo e ao interagir

com estes potencializam os seus efeitos sobre a audiccedilatildeo No subitem 52

ldquoOrientaccedilatildeo Metodoloacutegica do Instrumentordquo Nesse subitem descrevo o decibeliacutemetro

que eacute o equipamento utilizado para fazer as afericcedilotildees e em seguida os

95

procedimentos adequados para para as afericcedilotildees baseadas nas NBR 10151 (ABNT

1987) O procedimento foi dividido em dois momentos uma afericcedilatildeo dos niacuteveis de

ruiacutedo oriundos do entorno do CEPMAT e outro dos fones auriculares conectados ao

Telefone Celular quando os estudantes ouviam muacutesica No subitem 53 apresento os

resultados das afericcedilotildees dos niacuteveis de pressatildeo sonora (NPS) emitidos pelos meios

de transportes que circulam no entorno do CEPMAT no qual descrevo os resultados

das afericcedilotildees de ruiacutedos oriundos do entorno do CEPMAT No subitem 54 apresento

os resultados das afericcedilotildees dos niacuteveis de pressatildeo sonora (NPS) emitidos nos fones

auriculares conectados no Telefone Celular descrevo os procedimentos para

constituiccedilatildeo de dados com os estudantes que utilizam este equipamento No

subitem 55 Discussatildeo dos Resultados apresento analiso e discuto os resultados

51 SINTOMATOLOGIAS CARACTERIacuteSTICAS DA PAIR

A principal sintomatologia da PAIR eacute a degeneraccedilatildeo das ceacutelulas ciliadas do

ouvido15 por exposiccedilatildeo de tempo prolongada ao ruiacutedo o que provoca lesotildees por

excessos de estimulaccedilatildeo sonora (BRASIL 2006 p 16)

Conforme jaacute mencionado o termo som eacute comumente utilizado para descrever

sensaccedilotildees prazerosas o ruiacutedo eacute usado para descrever sons indesejaacuteveis ou

desagradaacuteveis desta forma quando o ruiacutedo eacute intenso e a exposiccedilatildeo a ele eacute contiacutenua

(poluiccedilatildeo sonora) ocorrem alteraccedilotildees estruturais na orelha interna determinando a

possibilidade de ocorrecircncia de perda auditiva Aleacutem da ocorrecircncia dos sintomas

auditivos frequentes (perda auditiva dificuldade de compreensatildeo de fala zumbido e

intoleracircncia a sons intensos) a essa exposiccedilatildeo a pessoa tambeacutem apresenta

queixas como cefaleia tontura irritabilidade e problemas digestivos entre outros

(BRASIL 2006 p10)

Para o Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva (1999) as

caracteriacutesticas desta sintomatologia da PAIR satildeo sempre neurossensoriais pois a

lesatildeo ocorre no oacutergatildeo de Corti da orelha interna e a perda ocorre em ambas agraves

15 Lembrando que o termo ouvido foi substituiacutedo por orelha interna na atual nomenclatura anatocircmica

e na seccedilatildeo 4 utilizo essa nova nomenclatura

96

orelhas internas em graus diferenciados Em frequecircncias baixas haacute uma perda

auditiva de 40 dB(A) e nas altas 75 dB(A) mas uma vez cessada a exposiccedilatildeo ao

ruiacutedo intenso natildeo ocorre progressatildeo da PAIR nos indiviacuteduos A perda aditiva natildeo

torna a orelha interna mais sensiacutevel ao ruiacutedo os prejuiacutezos aparecem de forma mais

lenta quando haacute exposiccedilatildeo contiacutenua as perdas auditivas podem ser definitivas

levando em meacutedia de 10 a 15 anos Os sintomas comeccedilam ser percebidos quando

haacute intoleracircncia a sons intensos com queixa de zumbido diminuiccedilatildeo de

inteligibilidade da fala e prejuiacutezo da comunicaccedilatildeo oral

Em resumo os sintomas e sinais da perda auditiva descrita por Seligman

(2001) apud Brasil (2006 p 22) satildeo

1) Auditivos Perda auditiva Zumbidos Dificuldades no entendimento de fala dores nos ouvidos mediantes a exposiccedilatildeo a sons intensos sensaccedilatildeo de audiccedilatildeo ldquoabafadardquo dificuldade na localizaccedilatildeo da fonte sonora 2) Natildeo auditivos Transtornos da comunicaccedilatildeo Neuroloacutegicos Vestibulares Comportamentais Cardiovasculares Hormonais Digestivos e Alteraccedilotildees do sono

A Tabela 3 apresenta os niacuteveis de pressatildeo sonora e o tempo que as pessoas

podem ficar expostas a aqueles decibeacuteis de acordo com a NR-15 (ABNT 1978) e

com o Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo - PAIR pode ocorrer se natildeo forem

respeitados esses limites de exposiccedilatildeo diaacuteria

A tabela 3 apresentada na NR-15 (ABNT1978) limita o tempo de exposiccedilatildeo

do trabalhador a ruiacutedos contiacutenuos ou intermitentes durante atividades ocupacionais

Para uma jornada diaacuteria de 8 horas essa norma estipula como teto maacuteximo de

exposiccedilatildeo ao ruiacutedo o limite de 85 dB(A) A partir do limite de 85 dB(A) a cada 5

dB(A) acrescentados no niacutevel de pressatildeo sonora o tempo de exposiccedilatildeo permitido cai

pela metade isto eacute no limite de 90 dB(A) o tempo cai de 8 para 4 horas e ao chegar

em 115 dB(A) uma pessoa pode ficar exposta aos ruiacutedos contiacutenua ou

intermitentemente apenas por 7 minutos

97

TABELA 3 ndash LIMITES DE TOLERAcircNCIA PARA RUIacuteDO CONTIacuteNUO E INTERMITENTE

NIacuteVEL DE PRESSAtildeO SONORA

EM dB(A)

MAacuteXIMA EXPOSICcedilAtildeO DIAacuteRIA PERMISSIacuteVEL

EM HORAS E MINUTOS

85 8 h 86 7 h 87 6 h 88 5 h 89 4 h e 30 min 90 4 h 91 3 h e 30 min 92 3 h 93 2 h e 40 min 94 2 h e 15 min 95 2 h 96 1 h e 45 min 98 1 h e 15 min

100 1 h 102 45 min 104 35 min 105 30 min 106 25 min 108 20 min 110 15 min 112 10 min 114 8 min 115 7 min

FONTE NORMA REGULAMENTADORA 15 (ABNT 1978)

52 ORIENTACcedilAtildeO METODOLOacuteGICA DO INSTRUMENTO

521 O Equipamento

Utilizando o equipamento denominado de decibeliacutemetro Marca Instrutherm ndash

nuacutemero de seacuterie N304849 Modelo AZCE ndash 8928 Faixa de Mediccedilatildeo 30 a 130 dB

(A) Curvas de Ponderaccedilatildeo A C e Linear Respostas Fast e Slow Os dados foram

constituiacutedos a partir do medidor de pressatildeo sonora no modo ldquoLeqrdquo na curva de

compensaccedilatildeo ldquoArdquo e circuito de resposta ldquoSlowrdquo (lenta) O decibeliacutemetro com funccedilatildeo

Leq pode ser ajustado para operar com dois modos de resposta o raacutepido ( Fast ) e

o lento ( Slow) no modo de operaccedilatildeo lento ele tem um tempo de subida de 1 ms

ideal para sons repetitivos e contiacutenuos jaacute no modo raacutepido o tempo de resposta eacute de

98

125 ms ideal para medir sons raacutepidos Com este equipamento realizei as duas

mediccedilotildees

A primeira no ambiente interno do CEPMAT para determinar os ruiacutedos

oriundos do meio externo do entorno do Coleacutegio e gerados pelos meios de

transportes seguindo as orientaccedilotildees metodoloacutegicas normatizadas pela NBR

101511987 (ABNT 1987) que usando princiacutepios de acuacutestica asseguram a precisatildeo

do meacutetodo para avaliaccedilatildeo dos efeitos do ruiacutedo sobre o aparelho auditivo

A segunda mediccedilatildeo foi realizada para aferir os niacuteveis de ruiacutedo que os

estudantes estatildeo expostos ao usarem os fones auriculares conectados no Aparelho

Celular para ouvir muacutesica

522 Procedimento

As mediccedilotildees foram realizadas em dois momentos no primeiro foram

realizadas mediccedilotildees nos ambientes internos do CEPMAT no segundo foram

realizadas mediccedilotildees dos niacuteveis de pressatildeo sonora nos fones auriculares dos

Aparelhos Celulares dos estudantes do Ensino Meacutedio enquanto ouviam muacutesica Os

procedimentos seratildeo descritos separadamente

a) Primeiro momento

Para realizar as mediccedilotildees com o decibeliacutemetro nos ambientes internos do

CEPMAT selecionei locais que natildeo tem barreiras fiacutesicas para o ruiacutedo oriundo da

Avenida Presidente Afonso Camargo onde haacute as vias expressas a via estrutural

leste e a linha Feacuterrea Assim foram selecionados dois pisos do referido coleacutegio No

primeiro piso que fica no niacutevel da rua estatildeo na ordem da planta baixa

arquitetocircnica16 da esquerda para a direita os seguintes espaccedilos Biblioteca Sala de

Informaacutetica Sala do Diretor Secretaria Auditoacuterio No segundo piso que fica do

mesmo lado do preacutedio estatildeo agraves quatro salas de aula avaliadas juntamente com o

Laboratoacuterio de Quiacutemico-Fiacutesica

16 A planta baixa arquitetocircnica do primeiro piso do CEPMAT pode ser vista no Anexo VIII

99

O equipamento17 mostra a mediccedilatildeo do niacutevel de ruiacutedo equivalente contiacutenuo

(Leq18) a cada minuto de acordo com as normas - Avaliaccedilotildees do Ruiacutedo em Aacutereas

Habitadas visando ao conforto da comunidade NBR 10151 (ABNT 1987) Para

aferir resguardei o aparelho do efeito de ventos sobre o microfone com o uso de

protetor conforme as instruccedilotildees do fabricante As mediccedilotildees foram realizadas em

pontos afastados aproximadamente 12 m do piso e a 1 m da parede da sala em

cada afericcedilatildeo durante cinco dias em trecircs periacuteodos do dia nos meses de setembro e

outubro de 2013 em fevereiro de 2014 No periacuteodo matutino foram realizadas nos

intervalos compreendidos das 7h30min as 11h45min no periacuteodo vespertino das

13h30min as 17h30min e no periacuteodo noturno das 19h00 as 22h30min

b) Segundo momento

Com autorizaccedilatildeo da direccedilatildeo do CEPMAT realizei as afericcedilotildees dos niacuteveis de

pressatildeo sonora nos fones auriculares do Aparelho Celular dos estudantes do Ensino

Meacutedio semanalmente Foram em meacutedia 30 (trinta) afericcedilotildees diaacuterias de diferentes

estudantes ao longo de um periacuteodo de 2 meses (outubro e novembro de 2013)

diariamente no periacuteodo letivo e somente durante os intervalos de aulas (manhatilde das

10h agraves 10h20min no periacuteodo matutino e das 20h agraves 20h40min no periacuteodo noturno)

A escolha dos estudantes foi aleatoacuteria e solicitei permissotildees verbais para fazer

mediccedilatildeo da intensidade sonora que os fones auriculares emitiam naquele momento

Informei que aquele procedimento fazia parte de uma pesquisa que natildeo haveria

qualquer tipo de puniccedilatildeo ou proibiccedilatildeo do uso do Aparelho Celular no ambiente

escolar Os estudantes participantes natildeo foram identificados nesta pesquisa

17 Uma foto do equipamento pode ser vista no Anexo IV

18 As condiccedilotildees exigiacuteveis para a execuccedilatildeo do caacutelculo simplificado do niacutevel de ruiacutedo equivalente

contiacutenuo (Leq) foram Normatizadas pela NBR 13369 (ABNT 1995) que se encontra no anexo VII desta dissertaccedilatildeo

100

53 RESULTADOS DAS AFERICcedilOtildeES DOS NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA

(NPS) EMITIDOS PELOS MEIOS DE TRANSPORTES DO ENTORNO DO

CEPMAT

Neste subitem busco responder a primeira questatildeo de pesquisa ldquoQuais satildeo

os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) oriundos do entorno do CEPMATrdquo

A tabela 4 apresenta os niacuteveis de pressatildeo sonora (NPS) a que os estudantes

satildeo submetidos pelos ruiacutedos emitidos pelos meios de transportes oriundos do

entorno do CEPMAT ficando mais intensos quando satildeo realizadas manutenccedilotildees

nos trens Os estudantes ao entrarem em determinados ambientes do coleacutegio estatildeo

mais (ou menos) expostos a ruiacutedos externos Esta exposiccedilatildeo natildeo eacute igual em todos

os ambientes devido a proximidade ou distacircncia das origens do ruiacutedo bem como

devido a barreiras fiacutesicas da proacutepria construccedilatildeo Nesse sentido para saber os niacuteveis

de pressatildeo sonora a que os estudantes estatildeo submetidos em cada local decidi

avaliar diferentes espaccedilos fiacutesicos do coleacutegio Portanto o decibeliacutemetro foi instalado

na parte interna de alguns ambientes que recebem as ondas sonoras frontalmente

TABELA 4 ndash AFERICcedilOtildeES DOS NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS) ORIUNDOS DO EXTERIOR

DO CEPMAT E MEDIDOS NO INTERIOR

DiaMecircs

Sala

Periacuteodo

Com a presenccedila do trem Carros ocircnibus Caminhotildees e estudantes

Sem a presenccedila do trem com carros ocircnibus caminhotildees e estudantes

0110

Biblioteca

Manhatilde

Tarde

Noite

9644

9452

8573

8436

8809

6516

0710

Laboratoacuterio de

Informaacutetica

Manhatilde

Tarde

Noite

9603

9271

8898

8886

8324

7546

0510

Auditoacuterio

Manhatilde

Tarde

Noite

9620

10000

8805

8654

8736

6522

FONTE COSTA (2014) COM APOIO DO ENGENHEIRO DE SEGURANCcedilA DO TRABALHO VIRGINIO LUIZ STANGHERLIN

101

Nos resultados da tabela 4 observei que em ambientes como a Biblioteca o

Laboratoacuterio de Informaacutetica e o Auditoacuterio frequentados por estudantes a intensidade

de ruiacutedos eacute elevada as afericcedilotildees apontaram que no periacuteodo matutino sem a

presenccedila do trem com fluxo normal de carros ocircnibus caminhotildees e estudantes a

meacutedia em dB(A) eacute 8658 dB(A) e acrescentado os ruiacutedos do trem a meacutedia fica em

torno de 9622 dB(A) no periacuteodo vespertino a meacutedia ficou em 8623 dB(A) e 9574

dB(A) e noturno a meacutedia ficou em 6861 dB(A) e 8758 dB(A) poreacutem existe uma

diferenccedila acentuada nos niacuteveis de pressatildeo sonora se comparados os periacuteodos

diurnos (movimentaccedilatildeo de meios de transportes constantes) e noturno (baixa

movimentaccedilatildeo de veiacuteculos e do trem que passa no horaacuterio das 19h40 min)

No estudo de Celani et al (1994) apud Brasil (2006) os autores avaliaram os

niacuteveis de pressatildeo sonora em salas de aula com a presenccedila de estudantes e os

resultados chegaram a atingir ateacute 943 dB(A) que eacute acima do recomendado no

Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo - Pair (BRASIL 2006) apresentado na tabela 3

desta seccedilatildeo

As afericcedilotildees realizadas nas salas de aula e Laboratoacuterio de Fiacutesico-Quiacutemica do

CEPMAT (tabela 5) apontaram que no periacuteodo matutino sem a presenccedila do trem

com fluxo normal de carros ocircnibus caminhotildees e estudantes a meacutedia em dB(A) eacute

8229 dB(A) e acrescentado os ruiacutedos do trem a meacutedia passa para 9394 dB(A) No

periacuteodo vespertino a meacutedia ficou em 7417 dB(A) e 9203 dB(A) e no noturno a

meacutedia ficou em 7419 dB(A) e 8357 dB(A) todas as meacutedias estatildeo acima da

recomendada pela Lei Ordinaacuteria Municipal 106252002 que estabelece um limite de

60 dB(A) para os setores estruturais educacionais A Meacutedia dos trecircs periacuteodos eacute

8984 dB(A) e esses valores estatildeo 50 acima do estabelecido pela lei isto eacute de

acordo com as definiccedilotildees estabelecidas na proacutepria Lei 106252002 (CURITIBA

2002) caracterizado como POLUICcedilAtildeO SONORA

Portanto respondendo a primeira questatildeo de pesquisa ldquoQuais satildeo os Niacuteveis

de Pressatildeo Sonora (NPS) oriundos do entorno do CEPMATrdquo Os resultados

indicaram que satildeo niacuteveis acima dos limites permitidos na Lei Ordinaacuteria Municipal

106252002 confirmando os incocircmodos iniciais desta dissertaccedilatildeo

A tabela 5 mostra as mediccedilotildees realizadas nas salas de aula com e sem a

presenccedila dos trens

102

TABELA 5 - NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS) NO INTERIOR DO CEPMAT EM SALAS DE AULA

DiaMecircs

Sala

Periacuteodo

Com a presenccedila do trem Carros e Ocircnibus Caminhotildees

e de estudantes dB(A)

Sem a presenccedila do trem com fluxo normal de

Carros ocircnibus caminhotildees e presenccedila de

estudantes dB(A)

0210

Sala de Aula 10

Manhatilde

Tarde

Noite

9432

9546

8871

8370

7946

7223

0210

Sala de Aula 11

Manhatilde

Tarde

Noite

8998

9230

7253

8008

7525

7377

0210

Sala de Aula 12

Manhatilde

Tarde

Noite

9513

9688

8619

7796

7253

7189

0310

Laboratoacuterio de Fiacutesico-quiacutemica 13

Manhatilde

Tarde

Noite

9635

8350

8685

8745

6947

7889

FONTE COSTA 2014 COM APOIO DA ENGENHARIA DE SEGURANCcedilA DO TRABALHO VIRGINIO LUIZ STANGHERLIN

54 RESULTADOS DAS AFERICcedilOtildeES DOS NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA

(NPS) EMITIDOS NOS FONES AURICULARES CONECTADOS NO

APARELHO CELULAR

Neste subitem busco responder a questatildeo de pesquisa nuacutemero 3 desta

dissertaccedilatildeo que eacute ldquoQuais satildeo os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) que os

estudantes do CEPMAT satildeo submetidos quando ouvem muacutesica com fones

auriculares conectados a Aparelhos Celulares no ambiente escolarrdquo

103

Como jaacute mencionado o decibeliacutemetro tambeacutem foi utilizado para aferir os

niacuteveis de ruiacutedos gerados pelos fones auriculares conectados ao Aparelho Celular

dos estudantes do CEPMAT quando ouvem muacutesica

Realizei ao todo 150 afericcedilotildees no paacutetio do coleacutegio durante o recreio

(intervalo) ao longo de dois meses Utilizei apenas um dia por semana e variei dias

da semana durante este periacuteodo de forma a ter pelo menos 30 mediccedilotildees para cada

dia Para facilitar a apresentaccedilatildeo dos dados agrupei o nuacutemero de estudantes que

tiveram mediccedilotildees iguais em decibeacuteis dB(A) independentemente do dia

Os valores obtidos em decibeacuteis podem ser relacionados ao tempo maacuteximo de

exposiccedilatildeo ao ruiacutedo permissiacutevel de acordo com (BRASIL 2006) reproduzido na

tabela 3 da seccedilatildeo 4 por exemplo se um estudante ouve muacutesica a 88 dB(A) com os

fones auriculares conectados ao Aparelho Celular o protocolo limita o tempo de

exposiccedilatildeo a 5 horas no entanto se uma pessoa ouvir muacutesica a 115 dB(A) o tempo

maacuteximo de exposiccedilatildeo deve ser de 7 minutos para evitar prejuiacutezos a sauacutede auditiva

Os resultados obtidos satildeo apresentados no graacutefico nove

GRAacuteFICO 9 - NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS) QUE OS ESTUDANTES DO CEPMAT ESTAtildeO SUBMETIDOS QUANDO OUVEM MUacuteSICA NOS FONES AURICULARES CONECTADOS AO APARELHO CELULAR FONTE COSTA (2014) COM APOIO DO ENGENHEIRO DE SEGURANCcedilA DO TRABALHO VIRGINIO LUIZ STANGHERLIN

104

No graacutefico 9 eacute possiacutevel notar que apenas um pequeno grupo de 8 estudantes

pesquisados ouvem muacutesica em intensidade igual a 88 dB(A) isto eacute somente 534

o que significa que o tempo de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo para este grupo natildeo pode ser

superior a 5 horas diaacuterias No entanto os demais (142 estudantes ou 9466 dos

pesquisados) ouvem muacutesicas em intensidade acima de 92 dB(A) cujo tempo de

exposiccedilatildeo limite eacute de 3 horas por dia no entanto no questionaacuterio discutido na seccedilatildeo

III desta dissertaccedilatildeo mostrou que os estudantes ouvem muacutesica com os fones

auriculares conectados ao Celular em meacutedia quatro horas diaacuterias Isso significa que

aproximadamente 95 dos estudantes pesquisados ouvem muacutesica em volume de

1047 dB(A) em meacutedia e podem estar colocando em risco a sauacutede auditiva com

possibilidade de perda irreversiacutevel da audiccedilatildeo Portanto de acordo com o Protocolo

de Complexidade Diferenciada 5 do Ministeacuterio da Sauacutede para 4 h de exposiccedilatildeo

diaacuteria o limite eacute de 90 dB(A) para 103 dB(A) o tempo maacuteximo de exposiccedilatildeo eacute de 40

minutos diaacuterios ou seja os estudantes pesquisados ficam 600 acima do tempo

limite estipulado pelo Protocolo

55 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS

Esta discussatildeo tem como base as duas afericcedilotildees realizadas as oriundas do

entorno do CEPMAT e as dos fones auriculares conectados ao Aparelho Celular

para ouvir muacutesica

No que se refere agraves mediccedilotildees do entorno do CEPMAT a resoluccedilatildeo do

Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA 1998) e a Lei 960598 Capiacutetulo

V Seccedilatildeo II Artigo 54 estabelece como crime ambiental ldquoCausar poluiccedilatildeo de

qualquer natureza em niacuteveis que resultem ou possam resultar em danos agrave sauacutede

humanardquo (BRASIL 1998) Aleacutem disso no que tange a sauacutede auditiva a NBR

101511987 (ABNT 1987) determina que os niacuteveis de ruiacutedos em aacutereas habitadas

natildeo deve ultrapassar 50 dB(A) visando o conforto a seguranccedila e a sauacutede auditiva

das comunidades lindeiras No entanto o ruiacutedo emitido em Zonas Estruturais

Educacionais eacute regulamentado pela Lei Ordinaacuteria Municipal 10625 (CURITIBA

2002) que o limita a 60 dB(A) em periacuteodo diurno

105

A empresa America Latina Logiacutestica (ALL 2010 p 17) justifica que a poluiccedilatildeo

sonora emitida pelos trens na passagem da composiccedilatildeo ocorre em curto espaccedilo de

tempo de aproximadamente 5 minutos cessando logo apoacutes a passagem desta

forma o impacto ambiental causado pelo ruiacutedo eacute imediatamente restabelecido apoacutes

a passagem da composiccedilatildeo portanto para a empresa os danos agrave sauacutede auditiva

seriam reversiacuteveis

A ALL (2010 p 18) ressalta em seu Programa de Mitigaccedilatildeo de Ruiacutedos que as

vizinhanccedilas Empresas Hospitais e Coleacutegios devem ter ciecircncia de que os

deslocamentos dos trens causam ruiacutedos devidos agraves caracteriacutesticas do material

rodante Por outro lado eacute preciso lembrar que ter ciecircncia natildeo resolve os incocircmodos

causados aos estudantes do CEPMAT e um programa de mitigaccedilatildeo ambiental

deveria propor mais do que a ciecircncia ao fato mas uma efetiva reduccedilatildeo Aleacutem disso

o programa natildeo inclui accedilotildees nos paacutetios de manobra e nem limita as atividades de

manutenccedilatildeo das maacutequinas e testes de frenagem que ocorrem na frente do coleacutegio

em periacuteodo diurno e tem ruiacutedo acima do que permite a legislaccedilatildeo especialmente

nas ZE-E

O CEPMAT estaacute localizado a aproximadamente 25 metros da linha feacuterrea

como apresentado nas fotos apresentadas na seccedilatildeo I ndash dos Incocircmodos Inicias Os

resultados das mediccedilotildees realizadas a esta distacircncia e plotadas na tabela 4

identificaram niacuteveis de ruiacutedos que podem chegar a 100 dB(A) muito acima dos

limites de emissatildeo de ruiacutedo para a Zona Estrutural Educacional que podem limitar o

tempo de exposiccedilatildeo a uma hora No entanto quando haacute testes de frenagem esta

exposiccedilatildeo pode ser maior do que o tempo descrito no relatoacuterio da ALL

O laudo emitido por Stangherlin (2014)19 ressalta o caso dos estudantes do

CEPMAT que estudam nas salas diretamente impactadas pelo ruiacutedo observando a

seguinte loacutegica um estudante do CEPMAT estaacute exposto ao ruiacutedo por um periacuteodo de

4h30min cinco (5) dias por semana ao longo de duzentos (200) dias letivos

Portanto mesmo que por um ldquocurto periacuteodordquo de tempo por dia (cerca de 5 minutos

natildeo considerando os dias em que haacute testes de frenagem) eacute possiacutevel concluir que

ainda que o tempo de exposiccedilatildeo seja curto a frequecircncia com que ocorre e o niacutevel de

decibeacuteis sistematicamente acima do legal permitido pode haver consequecircncias a

longo prazo e somente em estudo longitudinal poderia analisar com maior precisatildeo o

19 Laudo Teacutecnico de Avaliaccedilatildeo de Ruiacutedo dos Meios de Transporte (Anexo IX)

106

tamanho e impactos e pode haver consequecircncias relativas a PAIR com prejuiacutezos agrave

sauacutede auditiva Portanto os dados das anaacutelises apresentadas respondem portanto

a questatildeo de pesquisa nuacutemero 1 desta dissertaccedilatildeo

A seguir apresento as discussotildees dos resultados das afericcedilotildees relativas aos

fones auriculares conectados ao Aparelho Celular para ouvir muacutesica e respondo a

questatildeo de pesquisa nuacutemero 3

De acordo com os resultados obtidos a meacutedia aritmeacutetica geral ( ) das

afericcedilotildees do eixo X (graacutefico 9) referente a intensidade de ruiacutedo nos fones

auriculares eacute de 1032 dB(A) Nesses niacuteveis o tempo de exposiccedilatildeo maacutexima contiacutenua

eacute de aproximadamente 40 minutos por dia no entanto nos dados obtidos a partir do

questionaacuterio aplicado o tempo meacutedio que os estudantes ouvem muacutesica usando

fones de ouvido conectados ao Aparelho Celular eacute em meacutedia de 4 horasdia o que

pode acarretar surdez precoce nos estudantes Essa intensidade meacutedia eacute muito

superior a permitida para uma ldquojornada de trabalhordquo no caso dos estudantes a

possibilidade de uso constante por 8 horas diaacuterias que o sistema auditivo humano

pode suportar sons de forma segura que eacute de 85 dB(A) Nesta situaccedilatildeo de

exposiccedilatildeo ao ruiacutedo contiacutenuo podem ocorrer diversos sintomas que caracterizam a

PAIR (CID 10 ndash H833) como perda auditiva zumbidos dores no ouvido sensaccedilatildeo

de audiccedilatildeo ldquoabafadardquo e transtornos neuroloacutegicos comportamentais hormonais

digestivos e alteraccedilotildees do sono entre outros pois quando o ruiacutedo eacute intenso e a

exposiccedilatildeo a ele for continuada ocorrem alteraccedilotildees estruturais na orelha interna

(BRASIL 2006 p10)

O segundo laudo referente agraves mediccedilotildees nos niacuteveis de pressatildeo sonora nos

fones auriculares emitido por Stangherlin (2013)20 retrata que os estudantes do

CEPMAT expostos a esses niacuteveis de pressatildeo sonora (plotados no graacutefico 8) podem

ter prejuiacutezos agrave audiccedilatildeo ou perda auditiva em poucos anos por ser sutil causa

impactos significativos na sauacutede auditiva dos estudantes podendo gerar dificuldades

na comunicaccedilatildeo e na aprendizagem Para SantrsquoAna (2012 p 26) os dispositivos

sonoros portaacuteteis individuais seriam os principais responsaacuteveis pela perda de

audiccedilatildeo precoce provocando o fenocircmeno dos ldquoouvidos velhos em corpos jovensrdquo

20 Laudo Teacutecnico de Avaliaccedilatildeo de Ruiacutedos dos Fones de Ouvido Conectados ao Aparelho Celular

(Anexo X)

107

Um grupo (5) de estudantes ouve muacutesica proacuteximo (88 dB(A) dos limites

estabelecidos pelo protocolo (BRASIL 2006) e o outro grupo (9466) ouve muacutesicas

em volume acima do limite estabelecido no protocolo a meacutedia do volume para este

grupo eacute de 1047 dB(A) de acordo com o protocolo o limite de tempo para tal

volume seria de apenas 30 minutos por dia Portanto os estudantes estatildeo expondo

sua audiccedilatildeo ateacute 800 acima do limite dB(A)tempo estabelecido no protocolo a

porcentagem de 95 mostra consequecircncias de agir conforme o grupo ou seja a

partir do modelo de interaccedilatildeo social discutido por Vigotsky (2007)

Com os resultados obtidos e as anaacutelises realizadas acima respondo a

terceira questatildeo de pesquisa ldquoQuais satildeo os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) que

os estudantes do CEPMAT satildeo submetidos quando ouvem muacutesica com fones

auriculares conectados a Aparelhos Celulares no ambiente escolarrdquo

Assim compreender os significados da presenccedila e o uso do Aparelho Celular

na escola eacute compreender essa cultura das tecnologias de faacutecil acesso pois como

vimos anteriormente o Celular pode ser entendido como um signo um objeto de

desejo que opera no sistema representacional da nossa cultura (HALL 1997) Os

Aparelhos Celulares permitem construir significados modificando o sentimento de

pertencimento dos estudantes ao grupo modelam praacuteticas de conduta e ideias e satildeo

usados inclusive como instrumento de governabilidade e regulaccedilatildeo interna do grupo

Os Aparelhos Celulares operam portanto como um modelo simboacutelico que cria um

novo ambiente social

56 SINTESE DA SECcedilAtildeO

Em resumo ao relacionar ambiente escolar tecnologias de faacutecil acesso e as

mudanccedilas na cultura escolar constituiacutemos novas tessituras para entender a escola

contemporacircnea e suas problemaacuteticas e consequecircncias como a do aparecimento

precoce da PAIR Assim eacute possivel relacionar que tanto o ruiacutedo do traacutefego quanto

os Aparelhos Celulares emitem niacuteveis de poluiccedilatildeo sonora muito acima do que a

lesgislaccedilatildeo estabelece ou recomenta no entanto os niacuteveis de ruiacutedos emitidos nos

fones auriculares dos Aparelhos Celulares satildeo muito acima do meios de transportes

Assim eacute possiacutevel conluir que embora seja silecioso para uma pessoa que estaacute

108

proacuteximo os Telefones Celulares conectados a fones auriculares estatildeo colocando em

risco a sauacutede auditiva dos estudantes

Na proacutexima seccedilatildeo apresentarei os resultados do ldquoTeste para autoidentificaccedilatildeo

de alguns sintomas de estresserdquo que os estudantes responderam sobre a poluiccedilatildeo

sonora oriunda do entorno do CEPMAT e dos fones auriculares conectados ao

Aparelho Celular quando ouvem muacutesica

109

6 POLUICcedilAtildeO SONORA E AS PERCEPCcedilOtildeES DOS ESTUDANTES DE ALGUNS

SINTOMAS DE ESTRESSE

Nas seccedilotildees anteriores busquei responder as questotildees um dois e trecircs desta

dissertaccedilatildeo Nesta seccedilatildeo procuro responder a quarta questatildeo de pesquisa uma vez

que foi constatado a partir dos resultados do capiacutetulo anterior que haacute Niacuteveis de

Pressatildeo Sonora (NPS) acima do disposto na Legislaccedilatildeo e estabelecida nesta

dissertaccedilatildeo como Poluiccedilatildeo Sonora busquei verificar comose os estudantes do

Ensino Meacutedio do CEPMAT percebem (a) a existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda

do entorno do Coleacutegio (b) os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora (oriunda do entorno do

Coleacutegio) na sauacutede deles (c) a existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos fones

auriculares conectados aos Telefones Celulares e os efeitos na sauacutede dos

estudantes (d) as normas estabelecidas no Regimento Escolar do CEPMAT

Para responder a quarta questatildeo de pesquisa (e suas quatro sub questotildees)

me propus a adaptar o teste de (LAUTERT CHAVES E MOURA 1999) Nomeei o

teste adaptado como ldquoTeste para autoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo

e apliquei aos estudantes do CEPMAT

Para apresentar o instrumento de constituiccedilatildeo de dados os resultados

obtidos e as anaacutelises que elaborei dividi a seccedilatildeo em quatro subtoacutepicos a saber A

primeira (61) intitulada ldquocrescimento da cidade e o aumento do ruiacutedo ambienterdquo

discorre sobre o aumento dos meios de transportes que trafegam na via estrutural

leste o Paacutetio de Manobra da ALL a Lei Ordinaacuteria Municipal (CURITIBA 2002)

106252000 a NBR 10151(ABNT 1987) e 10152 (ABNT 1987a) o Protocolo de

Complexidade Diferenciada 5 (BRASIL 2006) com as possiacuteveis consequecircncias para

a sauacutede humana A segunda (62) intitulada ldquoOs sintomas de estresse e a percepccedilatildeo

dos estudantesrdquo analisa as percepccedilotildees pessoais por meio dos sentidos baacutesicos

(visatildeo e especialmente audiccedilatildeo) os processos cognitivos e as manifestaccedilotildees

psicoloacutegicas que podem afetar a sauacutede humana assim parte do conceito de como

as pessoas percebem o ambiente e tomam decisotildees associadas a ela mesma A

terceira (63) intitulada ldquoOrientaccedilotildees metodoloacutegicas do Instrumentordquo apresenta a

construccedilatildeo de um teste elaborado com base nas escalas tipo-Likert contendo sete

niacuteveis Os principais objetivos foram avaliar se os estudantes percebem a poluiccedilatildeo

110

sonora tanto no entorno do CEPMAT causada pelos meios de transportes quanto

agravequela oriunda dos fones auriculares conectados ao Aparelho Celular para ouvir

muacutesica e verificar se os estudantes apresentam alguns sintomas de estresse O

quarto e uacuteltimo do subtoacutepico (64) intitulado ldquoAnaacutelise dos dadosrdquo como o proacuteprio

nome diz apresenta e analisa parcialmente quatro grupos de dados percepccedilatildeo dos

estudantes sobre a poluiccedilatildeo sonora no entorno do CEPMAT a percepccedilatildeo dos

efeitos desta poluiccedilatildeo sonora na sauacutede deles a percepccedilatildeo da existecircncia de poluiccedilatildeo

sonora oriundas dos fones auriculares conectados ao Aparelho Celular o Regimento

Escolar A seccedilatildeo finaliza reunindo as principais consideraccedilotildees parciais e elaborando

conclusotildees que pretendem unir aspectos dos capiacutetulos anteriores

61 O CRESCIMENTO DA CIDADE E O AUMENTO DO RUIacuteDO AMBIENTE

Neste subtoacutepico descrevo o aumento do ruiacutedo ambiente causado pelo

adensamento da frota de veiacuteculos e a saturaccedilatildeo do transporte viaacuterio na cidade

Ruiacutedo ambiente eacute conceituado no Capiacutetulo 12 da investigaccedilatildeo de ruiacutedos (ALL

2010) como ldquomediccedilatildeo do niacutevel de ruiacutedo equivalente para determinaccedilatildeo do ruiacutedo

ambiente durante a operaccedilatildeordquo (p13) entendo como operaccedilatildeo a passagem da

composiccedilatildeo feacuterrea Menciono aspectos do sistema viaacuterio de Curitiba especialmente

do corredor leste de transporte coletivo e a linha feacuterrea do Setor Cajuru que inclui o

Paacutetio de Curitiba Ambos (corredor Leste e Linha feacuterrea) passam em frente ao

CEPMAT trazendo impactos negativos ao aumento de ruiacutedo ambiente discutindo as

normas regulamentadoras NBR 10151 (ABNT1987) e NBR 10152 (ABNT 1987a)

referentes agrave poluiccedilatildeo sonora e o protocolo de complexidade diferenciada 5 (BRASIL

2006) que descreve a PAIR (Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo) As normas e o

protocolo (BRASIL 2006) serviratildeo como sustentaacuteculo para anaacutelise dos dados

O crescimento da cidade de Curitiba e a saturaccedilatildeo do sistema viaacuterio da

cidade foram descritos no relatoacuterio de Planos Setoriais de Curitiba (IPPUC 2008)

que incluem tambeacutem alertas para os impactos negativos dessa saturaccedilatildeo ao tracircnsito

e agrave sauacutede

111

O deslocamento aliado ao crescimento das atividades econocircmicas verificadas na uacuteltima deacutecada trouxe consigo impactos nocivos ao tracircnsito A saturaccedilatildeo do Sistema Viaacuterio Baacutesico pelo aumento da frota de veiacuteculos em circulaccedilatildeo e a instalaccedilatildeo de transportadoras fora das zonas de serviccedilo e a pouca correspondecircncia hieraacuterquica e funcional entre o sistema viaacuterio baacutesico urbano e metropolitano ocasionam impactos negativos (poluiccedilatildeo ruiacutedo congestionamentos e acidentes) no meio urbano (IPPUC 2008 p34)

O mapa da rede Integrada de Transporte Puacuteblico de Curitiba mostra que as

linhas expressas e diretas passam em frente ao coleacutegio Figura 7 (IPPUC 2006) e ali

haacute um traacutefego intenso de ocircnibus circulando nas canaletas De acordo com o relatoacuterio

IPPUC (2008 p28) ldquoo corredor leste trabalha com 115000 passageiros em dia uacutetil

17000 passageiros no pico 115 passageiros de carga maacutexima ()rdquo o que adensa

o nuacutemero de ocircnibus que circula na regiatildeo aumentando o ruiacutedo ambiente Aleacutem

disso haacute que se considerar que este relatoacuterio foi escrito haacute oito anos quando o

nuacutemero de veiacuteculos e a populaccedilatildeo da cidade eram menores e a aacuterea metropolitana

nesse intervalo (2008-2014) teve um crescimento significativo Para Siegel et al

(2009) dentre os municiacutepios que compotildeem a Regiatildeo Metropolitana de Curitiba

destaca-se o de Pinhais eacute um dos que obtiveram maior crescimento nos uacuteltimos 10

anos Este municiacutepio interliga-se com Curitiba pelo corredor leste para os ocircnibus

conforme descrito na seccedilatildeo de ldquoIncomodos Iniciaisrdquo que inclui fotos das seis pistas

que compotildeem a Av Afonso Camargo que passa em frente ao Coleacutegio

No caso do sistema ferroviaacuterio a cidade de Curitiba tem dois paacutetios em

operaccedilatildeo o Paacutetio Iguaccedilu no bairro Boqueiratildeo e o Paacutetio de Curitiba no bairro

Cajuruacute este uacuteltimo fica proacuteximo ao CEPMAT haacute uma distacircncia aproximada de

1200m pelo trajeto viaacuterio ou menos do que isso em linha reta Nestes Paacutetios de

acordo com o relatoacuterio IPPUC (2008 p33) natildeo haacute carga e descarga mas haacute

montagem de composiccedilotildees e manobras e testes da composiccedilatildeo e de frenagem

A linha feacuterrea passa em frente ao coleacutegio a uma distacircncia de

aproximadamente 25m (na Figura 7 representada em azul claro) Os dados

extraiacutedos da tabela 1271 do capiacutetulo 12 sobre investigaccedilatildeo de ruiacutedos da ALL (ALL

2010 p14) realizadas pelo programa de mitigaccedilatildeo de ruiacutedos em uma aacuterea

estritamente residencial urbana a uma distacircncia de 15m da ferrovia indicaram que os

Niacuteveis de Pressatildeo Sonora do ruiacutedo ambiente satildeo iguais a 87 dB(A) agraves 16 horas e 72

dB(A) agraves 23 horas de acordo com esse relatoacuterio o ruiacutedo ambiente (durante a

passagem da composiccedilatildeo feacuterrea) dura cerca de 5 minutos (IPPUC 2008 p17)

112

FIGURA 7 - REDE INTEGRADA DE TRANSPORTE PUacuteBLICO DE CURITIBA EM 2003 FONTE IPPUC (2006)

No entanto eacute importante ressaltar que aleacutem dos ruiacutedos ambiente imediatos

mencionados no relatoacuterio durante a passagem das composiccedilotildees a empresa

Ameacuterica Latina Logiacutestica usa regularmente a linha feacuterrea em frente ao CEPMAT

113

para fazer manobras e testes de frenagem e de motores das locomotivas devido agrave

proximidade da linha feacuterrea com a aacuterea de manobras do Paacutetio de Curitiba As

locomotivas ziguezagueiam do Paacutetio de Curitiba ateacute uma linha que fica em frente agrave

escola aumentando significativamente os niacuteveis de ruiacutedo ambiente no local e o

tempo de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo

O CEPMAT estaacute localizado na intersecccedilatildeo entre o corredor Leste de

transporte coletivo do sistema viaacuterio e a linha feacuterrea do Setor Cajuru que daacute acesso

agrave aacuterea de manobras do Paacutetio de Curitiba Em um local proacuteximo o ruiacutedo ambiente

medido pela empresa que administra a ferrovia (ALL 2010) chegou a 87 dB(A) Por

outro lado a Lei Ordinaacuteria Municipal Nordm 10625 (CURITIBA 2002) dispotildee sobre o

limite maacuteximo de ruiacutedo na Zona Especial Educacional que eacute de 60 dB(A) Assim os

limites maacuteximos estatildeo superiores aos recomendados Da mesma forma a Norma

Regulamentadora 10152 (ABNT 1987a) que fixa os niacuteveis de ruiacutedo para conforto

acuacutestico delimita como niacutevel sonoro para conforto acuacutestico em salas de aula e

laboratoacuterios 40 dB(A) e como Niacutevel Sonoro Aceitaacutevel 50 dB(A) a Norma

Regulamentadora 10151(ABNT 1987) fixa os niacuteveis sonoras para avaliar os

ambientes externos e as aacutereas estritamente residenciais urbanas ou de hospitais e

escolas os niacuteveis diurnos satildeo de 50 dB(A) e noturno de 45 dB(A) A NBR

101511987 eacute o criteacuterio teacutecnico a ser seguido e atendido segundo a Resoluccedilatildeo nordm 1

do CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente e da Secretaria do Meio

Ambiente (de 8 de marccedilo de 1990) A Lei 960598 (CONAMA 1998) menciona as

consequecircncias para as empresas que causam poluiccedilatildeo de qualquer natureza em

niacuteveis tais que resultem ou possam resultar em danos agrave sauacutede humana ou que

provoquem a mortandade de animais ou a destruiccedilatildeo significativa da flora

No entanto os valores apontados pelo relatoacuterio da empresa (ALL 2010) e as

mediccedilotildees realizadas in locus e relatadas no capiacutetulo anterior permitem afirmar que

os niacuteveis sugeridos tanto na Lei Ordinaacuteria Municipal 106252002 (CURITIBA 2002)

quanto nas NBR 10151(ABNT 1987) e 10152 (ABNT 1987a) foram extrapolados

Sabendo que quando valores estatildeo acima dos limites estabelecidos podem

provocar Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo (PAIR)

114

Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo (PAIR) eacute a perda provocada pela exposiccedilatildeo por tempo prolongado ao ruiacutedo Configura-se como uma perda auditiva do tipo neurossensorial geralmente bilateral irreversiacutevel e progressiva com o tempo de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo (CID 10 ndash H 833) Consideram-se como sinocircnimos perda auditiva por exposiccedilatildeo ao ruiacutedo no trabalho perda auditiva ocupacional surdez profissional disacusia ocupacional perda auditiva induzida por niacuteveis elevados de pressatildeo sonora perda auditiva induzida por ruiacutedo ocupacional perda auditiva neurossensorial por exposiccedilatildeo continuada a niacuteveis elevados de pressatildeo sonora de origem ocupacional (BRASIL 2006 p13)

Apesar de esta dissertaccedilatildeo considerar a nova nomenclatura anatocircmica que

substituiu o termo ldquoouvidordquo pelo termo ldquoorelha internardquo conforme mencionado em

nota de rodapeacute no capiacutetulo II o Protocolo (BRASIL 2006) utiliza os dois termos que

aparecem com o mesmo significado O Protocolo de Complexidade Diferenciada 5

(BRASIL 2006) centra-se em grande parte a descriccedilatildeo da PAIR causada por ruiacutedo

intenso e contiacutenuo no entanto o mesmo protocolo faz referecircncias quanto as

consequecircncias para a sauacutede na exposiccedilatildeo ao ruiacutedo suacutebito

Quando a exposiccedilatildeo ao ruiacutedo eacute de forma suacutebita e muito intensa pode ocorrer o trauma acuacutestico lesando temporaacuteria ou definitivamente diversas estruturas do ouvido Apesar de esta dissertaccedilatildeo considerar a nova nomenclatura anatocircmica que substituiu o termo ldquoouvidordquo pelo termo ldquoorelha internardquo conforme mencionado no capiacutetulo II o Protocolo (BRASIL 2006) utiliza os dois termos que aparecem com o mesmo significado Outro tipo de alteraccedilatildeo auditiva provocado pela exposiccedilatildeo ao ruiacutedo intenso eacute a mudanccedila transitoacuteria de limiar que se caracteriza por uma diminuiccedilatildeo da acuidade auditiva que pode retornar ao normal apoacutes um periacuteodo de afastamento do ruiacutedo (BRASIL 2006 p 11)

(hellip) O risco de Pair aumenta muito quando a meacutedia da exposiccedilatildeo estaacute acima de 85 dB(A) por oito horas diaacuterias As exposiccedilotildees contiacutenuas satildeo piores do que as intermitentes poreacutem curtas exposiccedilotildees a ruiacutedo intenso tambeacutem podem desencadear perdas auditivas (BRASIL 2006 p18)

Neste subtoacutepico introduzi a abordagem da problemaacutetica do aumento da

pressatildeo sonora no entorno do CEPMAT e para tanto apresentei as mudanccedilas

ambientais que ocorreram na regiatildeo com adensamento de traacutefego e tambeacutem normas

que regulamentam os niacuteveis maacuteximos de pressatildeo sonora em locais como escolas

hospitais etc Apresentei tambeacutem a PAIR Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo que

foi descrita em Brasil (2006) e jaacute apresenta o coacutedigo de Identificaccedilatildeo de Doenccedila

(CID 10 ndash H 833) Sendo que o proacuteprio relatoacuterio da empresa (ALL 2010) confirma a

extraptaccedilatildeo dos limites em dB(A) estabelecidos por lei para a Zona Especial

115

Educaiconal ZE-E que eacute de 50 dB(A) No subtoacutepico seguinte discuto a percepccedilatildeo

ambiental e alguns sintomas causados pelos efeitos do ruiacutedo agrave sauacutede humana

62 OS SINTOMAS DE ESTRESSE E A PERCEPCcedilAtildeO DOS ESTUDANTES

Neste subtoacutepico abordo dois aspectos cruciais para a concepccedilatildeo do

instrumento de coleta de dados O primeiro aspecto refere-se aos processos

perceptivos para construccedilatildeo de indicadores vaacutelidos para a avaliaccedilatildeo criteriosa sobre

a percepccedilatildeo dos estudantes relativa agrave Poluiccedilatildeo Sonora Tanto a poluiccedilatildeo sonora

externa dos meios de transportes quanto agrave interna dos fones conectados ao

Aparelho Celular A anaacutelise da percepccedilatildeo considerou os aspectos psicoloacutegicos

socais e culturais da comunidade escolar que participou da pesquisa O segundo

aspecto refere-se agrave caracterizaccedilatildeo dos sintomas e niacuteveis de estresse A partir da

caracterizaccedilatildeo de percepccedilatildeo e estresse o proacuteximo subtoacutepico apresentaraacute a

concepccedilatildeo do instrumento de coleta de dados

Para Fernandes et al (2004) estas respostas ou manifestaccedilotildees decorrentes

satildeo resultado das percepccedilotildees pessoais e coletivas dos processos cognitivos

julgamentos e expectativas e embora nem todas as manifestaccedilotildees psicoloacutegicas

sejam evidentes ou constantes elas afetam a conduta mesmo que

inconscientemente

Em ambientes urbanos haacute manifestaccedilotildees mais comuns - por exemplo a

poluiccedilatildeo sonora dos meios de transportes as pichaccedilotildees a muacutesica etc Os aspectos

dessas manifestaccedilotildees podem ser percebidos pelas pessoas Assim estudos sobre a

percepccedilatildeo ambiental satildeo fundamentais pois permitem compreender as relaccedilotildees

entre os humanos e o ambiente Os mesmos autores sugerem que a percepccedilatildeo

ambiental eacute um conceito sustentado por dados de pesquisas poreacutem ao ser

veiculado eacute reconstruiacutedo por meio de sua utilizaccedilatildeo

Para Del Rio (1996) as pessoas tecircm dificuldades de se relacionar socialmente

e em alguns casos tecircm atitudes agressivas Exemplos de manifestaccedilotildees

psicossociais decorrentes da degradaccedilatildeo da qualidade de vida urbana mesmo que

na maioria das vezes seja inconsciente Neste sentido os aspectos quanto aos

116

efeitos da poluiccedilatildeo sonora na sauacutede nas pessoas encontram barreiras para tomar

accedilotildees de prevenccedilatildeo e adoccedilatildeo de medidas eficazes de controle Ao mesmo tempo o

contiacutenuo aumento dos niacuteveis de ruiacutedo nas aacutereas urbanas torna-se cada vez mais

desconfortaacutevel insalubre e inseguro afetando a sauacutede do indiviacuteduo e contaminando

intensamente as relaccedilotildees sociais sem que isso seja percebido

De acordo com Reis Lay (2006) o conhecimento adquirido sobre os

processos perceptivos e cognitivos pode melhorar a qualidade dos ambientes por

meio de poliacuteticas planejamento e projetos de forma que ao planejar e projetar um

determinado ambiente os funcionamentos possam ser contemplados

Os estudos sobre percepccedilatildeo ambiental e sobre os efeitos psicofiacutesicos do

ruiacutedo podem contribuir para o planejamento local no que tange ao gerenciamento do

ruiacutedo urbano mas tambeacutem nos auxilia a entender algumas reaccedilotildees psicossociais

dos estudantes do CEPMAT

Na deacutecada de 1970 os estudos geograacuteficos sobre percepccedilatildeo ambiental

tornaram-se fonte de pesquisa para a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a

Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura - UNESCO e podem ser compreendidos de duas

maneiras

a) A primeira foi descrita por Reis e Lay (2006) que entendem que o processo

perceptivo de interaccedilatildeo entre o espaccedilo e o indiviacuteduo se daacute exclusivamente pelos

sentidos baacutesicos (visatildeo e audiccedilatildeo) em que a percepccedilatildeo eacute tratada como

exclusivamente sensorial A cogniccedilatildeo processo de construccedilatildeo do sentido na mente

eacute cumulativa e se forma por meio da experiecircncia cotidiana na qual as sensaccedilotildees

adquirem valores e significados gerando expectativas sobre o ambiente que se

traduzem em atitudes e comportamentos

b) A segunda ocorre para aleacutem da interaccedilatildeo sensorial em que se consideram

outros fatores psicossociais tais como cultura memoacuteria conjunto de informaccedilotildees e

valores pessoais Nessa a cogniccedilatildeo e a sensaccedilatildeo integram a percepccedilatildeo e aqui

reside o objeto de interesse da grande maioria dos estudos de percepccedilatildeo ambiental

Assim o conceito de percepccedilatildeo inicia no processo de como as pessoas

percebem o ambiente e tomam decisotildees associadas a elas mesmas Para Kolter

(1998) apud Medeiros Cruz (2006) a percepccedilatildeo depende do relacionamento entre

estiacutemulo ambiente e condiccedilotildees do indiviacuteduo e pode provocar

117

a) Atenccedilatildeo seletiva - ao receber milhotildees de estiacutemulos diaacuterios predomina a percepccedilatildeo daqueles que se desviam mais do estiacutemulo normal (fenocircmenos atiacutepicos)

b) Distorccedilatildeo seletiva - nem sempre a interpretaccedilatildeo de estiacutemulos ocorre de maneira presumiacutevel em funccedilatildeo da psicologia individual (tendecircncias e predisposiccedilotildees)

c) Retenccedilatildeo seletiva - apenas uma pequena proporccedilatildeo dos estiacutemulos permanece retida conscientemente por maior tempo predominantemente aqueles que provocam efeitos associados (sensaccedilotildeesreaccedilotildees) ou estatildeo relacionados a alguma informaccedilatildeo de interesse atual Cada pessoa percebe aquilo com que se preocupa e a percepccedilatildeo depende da psicologia individual da cultura aprendida de influecircncias socioeconocircmicas e profissionais da experiecircncia de vida e da originalidade bioloacutegica

No sentido da retenccedilatildeo seletiva os aspectos culturais que vimos discutindo ao

longo desta dissertaccedilatildeo afetam sobremaneira a percepccedilatildeo Para Ribas e Graemel

(2006) a percepccedilatildeo de um problema dependeraacute das expectativas culturalmente

variaacuteveis a respeito daquilo que se constitui como negativo Hoje os riscos se

expandem em quase todas as dimensotildees da vida humana obrigando-nos a

questionar haacutebitos de consumo e produccedilatildeo e um dos efeitos deste processo eacute a

poluiccedilatildeo sonora Vivemos em uma sociedade de riscos estes podem estar

relacionados a acidentes ou exposiccedilotildees a poluiccedilatildeo sonora Nesse sentido a

percepccedilatildeo atribuiacuteda a determinados problemas estaacute relacionada agraves expectativas

socioculturais que satildeo mutaacuteveis do que se considera ou natildeo como negativo e com

qual prioridade

Sobre a percepccedilatildeo dos efeitos da poluiccedilatildeo sonora na sauacutede humana eacute

possiacutevel afirmar que existem muitas dificuldades para quantificar a influecircncia da

hora do dia do estado emocional da atitude em relaccedilatildeo ao ruiacutedo do tempo de

exposiccedilatildeo uma vez que os estudantes ficam expostos agraves fontes sonoras por isso o

instrumento delineado nesta dissertaccedilatildeo natildeo eacute de cunho quantitativo mas utiliza

aspectos que se aproximam da ideacuteia de uma quali-quantificaccedilatildeo Isso foi feito

avaliando as percepccedilotildees a partir de uma escala do tipo Likert

Os estudos sobre percepccedilatildeo ambiental relacionada ao campo da Educaccedilatildeo

Ambiental satildeo recentes se comparados agrave inserccedilatildeo da temaacutetica em outros campos

de conhecimento Tais estudos propotildeem a compreensatildeo das percepccedilotildees que

resultam em levantamentos conceituais da relaccedilatildeo dos humanos com as realidades

imediatas em que estatildeo inseridos a coletividade e o lugar habitado as formas com

que essa relaccedilatildeo eacute influenciada por conhecimentos e discursos construiacutedos

socialmente importando o entendimento dos processos histoacutericos e culturais dessa

construccedilatildeo

118

Novais e Guarin Neto (2007) conceituam percepccedilatildeo ambiental como uma

tomada de consciecircncia do ambiente pelo humano isto eacute o ato de perceber o

ambiente em que se estaacute inserido aprendendo a proteger e a cuidar do mesmo

Com isso cada indiviacuteduo percebe reage e responde diferentemente agraves accedilotildees sobre

o ambiente em que vive Estas respostas ou manifestaccedilotildees adquiridas satildeo

resultados das percepccedilotildees individuais e coletivas dos processos cognitivos

julgamentos e expectativas de cada pessoa

O ruiacutedo eacute hoje considerado um mal urbano seja no bairro no centro da

cidade ou ateacute mesmo em ambiente proacuteprio para educaccedilatildeo como as escolas Atinge

homens e mulheres adultos e crianccedilas independente das condiccedilotildees

socioeconocircmicas culturais eacutetnicas e religiosas Para Eniz (2004) pessoas expostas

ao ruiacutedo tornam-se tolerantes a altos niacuteveis de pressatildeo sonora tornando-se

portanto menos sensiacuteveis ao ruiacutedo e a prevenccedilatildeo a problemas de sauacutede auditiva e

mais vulneraacuteveis a problemas auditivos e aos problemas psicoloacutegicos associados

sem que percebam No entanto essa vulnerabilidade depende tambeacutem dos fatores

fiacutesicos do som

Para Santos e Martins (2005) apud Scarate (2009) a percepccedilatildeo da poluiccedilatildeo

sonora depende das expectativas a respeito daquilo que culturalmente se constitui

como negativo satildeo valores jaacute assimilados pela sociedade que ldquogostardquo de sons com

maior volume A elevada intensidade dos ruiacutedos oferece prazer em muitos

momentos como no caso das muacutesicas

A seguir passo a apresentar alguns efeitos psicofiacutesicos causados pela

exposiccedilatildeo ao ruiacutedo e a forma como as pessoas podem perceber a poluiccedilatildeo sonora

no seu cotidiano uma vez que satildeo indicadores empregados nesta dissertaccedilatildeo

O Protocolo de Complexidade Diferenciada 5 apresentado em Brasil (2006)

subdivide os efeitos da PAIR agrave sauacutede em dois grupos Efeitos auditivos da exposiccedilatildeo

ao ruiacutedo e Efeitos natildeo-auditivos da exposiccedilatildeo ao ruiacutedo Neste subtoacutepico exponho

especificamente os efeitos natildeo auditivos da exposiccedilatildeo ao ruiacutedo mencionados no

protocolo justifico esta exposiccedilatildeo parcial em funccedilatildeo da questatildeo de pesquisa que

busco responder aqui pois o capiacutetulo concentra-se na anaacutelise dos efeitos natildeo-

auditivos

O ruiacutedo pode desencadear efeitos nocivos agrave sauacutede em geral entre eles o

Protocolo destaca ldquonervosismo irritabilidade cefaleia insocircnia alteraccedilotildees

circulatoacuterias alteraccedilatildeo de visatildeo alteraccedilotildees gastrointestinais entre outrosrdquo (BRASIL

119

2006 p20) que podem ser considerados isoladamente No entanto os efeitos

podem ser considerados em seu conjunto como sintomatologia de estresse Haacute

vaacuterios conceitos distintos de estresse que foram discutidos por Filgueiras Hippert

(1999) alguns deles satildeo reproduzidos aqui

Marilda Lipp (1984) dentro de uma abordagem cognitivo-comportamental

define o estresse como uma reaccedilatildeo psicoloacutegica com componentes emocionais

fiacutesicos mentais e quiacutemicos a determinados estiacutemulos que irritam amedrontam

excitam eou confundem a pessoa A autora distingue o niacutevel de estresse

excessivo ou insuficiente (distresse) daquele que eacute necessaacuterio para o bom

desempenho da pessoa (eustresse) Ela considera as caracteriacutesticas reais dos

estiacutemulos eou a accedilatildeo interpretativa que o sujeito daacute aos mesmos na determinaccedilatildeo

do distresse ou do eustresse As primeiras caracteriacutesticas envolveriam um processo

metaboacutelico ou sensorial sem a participaccedilatildeo de mecanismos cerebrais interpretativos

a segunda seria proveniente do componente aprendizagem do repertoacuterio de

condicionamento de respostas que a pessoa acumulou durante a vida

Moreira Mello Filho (1992) conceituam o estresse (fiacutesico psicoloacutegico ou

social) como um conjunto de reaccedilotildees e estiacutemulos que causam distuacuterbios no

equiliacutebrio do organismo frequentemente com efeitos danosos O mesmo autor

conceituou tambeacutem o coping como um conjunto de mecanismos de que o

organismo lanccedila matildeo em reaccedilatildeo aos agentes do estresse representando a forma

como cada pessoa avalia e lida com estas agressotildees Rodrigues (1997) conceitua

estresse como uma relaccedilatildeo particular entre uma pessoa seu ambiente e as

circunstacircncias agraves quais estaacute submetido que eacute avaliada pela pessoa como uma

ameaccedila ou algo que exige dela mais que suas proacuteprias habilidades ou recursos e

que potildee em perigo o seu bem-estar

Nesta pesquisa adoto o conceito de Carl Simonton (1987) apud Filgueiras

Hippert (1999) sobre alguns sintomas de estresse relacionados ao estado emocional

provenientes das reaccedilotildees humanas frente agraves mudanccedilas do ambiente e em suas

vidas abordam o conceito de estresse relacionando-o a estados emocionais

provenientes da reaccedilatildeo pessoal dos indiviacuteduos frente a mudanccedilas significativas em

suas vidas Para esses autores o que realmente parece ser significativo eacute a maneira

como cada pessoa reage aos agentes estressores sendo este um fator decisivo

para o aparecimento ou a evoluccedilatildeo de doenccedilas

120

Assim analiso como os estudantes reagem aos agentes estressores sendo

este um fator para o aparecimento ou evoluccedilatildeo de doenccedilas Stellman Daum (1975)

apud Brasil ( 2006 p 20) caracterizam os sintomas do estresse em trecircs fases

Reaccedilatildeo de Alarme Aumento de pressatildeo sanguiacutenea de frequecircncia cardiacuteaca e respiratoacuteria e diminuiccedilatildeo da taxa de digestatildeo

Reaccedilatildeo de Resistecircncia O corpo comeccedila a liberar estoques de accediluacutecar e gordura provoca cansaccedilo irritabilidade ansiedade problemas de memoacuteria e surgimento de doenccedilas agudas como gripes

Exaustatildeo Os estoques de energia satildeo esgotados insocircnia erros de discernimento mudanccedilas de personalidade doenccedilas crocircnicas coronarianas respiratoacuterias digestivas mentais e outras

Considerando os aspectos elencados para a discussatildeo sobre percepccedilatildeo

ambiental e as caracteriacutesticas e sintomatologia do estresse apresento no terceiro

subtoacutepico a forma como concebi o instrumento de pesquisa que passo a descrever

63 ORIENTACcedilOtildeES METODOLOacuteGICAS DO INSTRUMENTO

Neste subtoacutepico apresento a concepccedilatildeo do teste na forma de escala de tipo-

Likert e aponto algumas fragilidades deste modelo de instrumento Em seguida

caracterizo os procedimentos adotados para contemplar aspectos eacuteticos da

pesquisa

Apoacutes consultar os siacutetios eletrocircnicos do Instituto Paulista de Deacuteficit de Atenccedilatildeo

ndash IPDA o Marslach Burnout Inventory ndash MBI do Institute Chafic Jbeili o Protocolo

sobre Perda de Audiccedilatildeo Induzida por Ruiacutedo - PAIR (BRASIL 2006) e o Diagnoacutestico

Qualitativo da Poluiccedilatildeo Sonora Urbana (SCARATE 2009) analisei os intrumentos

existentes e adaptei um teste para tentar perceber se os estudantes identificam em

si mesmos alguns sintomas de estresse em relaccedilatildeo aos ruiacutedos o qual denominei

ldquoTeste para autoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo21

21 O teste in totum encontra-se no Apecircndice 1

121

O Teste adaptado foi constituiacutedo de 29 assertivas para identificar alguns

sintomas de estresse nos estudantes do CEPMAT abordando aspectos

relacionados aos ruiacutedos internos (Aparelhos Celulares) e externos e ponderar

aspectos relativos agraves normas e regras estabelecidas pelo Coleacutegio

O Teste de estresse foi desenvolvido adaptando-se uma escala de atitudes

(escala de Likert) A concepccedilatildeo baacutesica que subsidia as escalas de atitude eacute que eacute

possiacutevel descobrir atitudes pedindo aos indiviacuteduos que respondam uma seacuterie de

assertivas de preferecircncia Se um respondente concorda com uma assertiva os

pesquisadores inferem que ele tem uma atitude positiva em relaccedilatildeo a aquela

assertiva Uma escala de atitudes consiste em um conjunto de assertivas e pede-se

aos indiviacuteduos que respondam O modelo de respostas evidencia uma ou mais

atitudes que subjazem as assertivas As escalas de atitude satildeo idecircnticas as escalas

de avaliaccedilatildeo em seu formato com palavras e nuacutemeros colocados em um continuum

Pede-se que os respondentes circulem a palavra ou o nuacutemero que melhor expressa

como ele se sente sobre o toacutepico incluiacutedo na questatildeo ou na frase colocada na

escala Uma escala de atitudes muito usada eacute a escala de Likert cujo nome foi dado

pelo homem que a criou Em algumas o 5 (concordo fortemente) indicaraacute a atitude

positiva e seraacute dada a pontuaccedilatildeo 5 Em outros itens o 1 (discordo totalmente)

indicaraacute a atitude positiva e seraacute dado a pontuaccedilatildeo 5 Portanto os extremos da

escala satildeo invertidos quando pontuados (FRAENKEL WALLEN 2000)

As escalas de Likert normalmente tecircm cinco niacuteveis mas a escala proposta

neste Teste foi composta por sete niacuteveis (1 - de jeito nenhum 2 - raramente 3 - as

vezes 4 - frequentemente 5 - sempre 6 - natildeo sei 7 - natildeo me importo) contendo

uma linguagem simplificada do assunto proposto

Os niacuteveis seis e sete foram criados para minimizar as fragilidades apontadas

por autores que pesquisaram o uso dessas escalas Sobre essas fragilidades

Lederman OacuteMalley (1990) apud Aikenhead Ryan (1992) identificaram que as

assertivas podem ter inuacutemeros problemas de linguagem e concluiacuteram que ldquoa

linguagem eacute usada de forma diferenciada por estudantes e pesquisadores e esta

assincronia leva quase que certamente a interpretaccedilotildees que natildeo coadunam com as

percepccedilotildees que os estudantes tecircmrdquo (p237 traduccedilatildeo nossa) ou seja trazem

ambiguidade para a formulaccedilatildeo da assertiva e interpretaccedilatildeo da resposta

O problema da ambiguidade na linguagem para a formulaccedilatildeo de assertivas foi

investigado por Aikenhead (AIKENHEAD 1989 apud AIKENHEAD RYAN 1992) A

122

ambiguidade foi medida pela discrepacircncia entre as respostas que os estudantes

deram para itens formulados em quatro formatos distintos a saber tipo-Likert

paraacutegrafos redigidos entrevistas semi-estruturadas itens de muacuteltipla escolha

derivados de coleta empiacuterica O autor concluiu que as respostas do tipo-Likert

oferecem somente uma aproximaccedilatildeo com as crenccedilas dos estudantes e as chances

do avaliador concluir com acuraacutecia satildeo muito remotas pois a ambiguidade alcanccedila

niacuteveis de 80

Apesar de perceber a enorme fragilidade na acuraacutecia deste instrumento optei

pelo desenvolvimento de um teste neste modelo porque ele permite coletar dados

em larga escala e facilita a anaacutelise das respostas permitindo uma visatildeo inicial do

problema Entendo que natildeo faz parte do escopo desta dissertaccedilatildeo fazer uma anaacutelise

da sauacutede psicoloacutegica dos estudantes uma vez que a psicologia natildeo eacute minha aacuterea de

formaccedilatildeo portanto seria desnessaacuterio um teste psicoloacutegico de alta profundidade

aqui

Para minimizar as fragilidades expostas a constituiccedilatildeo dos dados foi

triangulada com outros instrumentos no caso um questionaacuterio fechado

(apresentado na seccedilatildeo 4 desta dissertaccedilatildeo) e duas afericcedilotildees de medidas com

equipamentos (apresentadas na seccedilatildeo 5) Uma das afericcedilotildees foi realizada com os

fones auriculares ligados aos Aparelhos Celulares dos estudantes enquanto esses

ouviam muacutesicas e outra afericcedilatildeo ocorreu nas dependecircncias do CEPMAT

investigando os ruiacutedos oriundos do ambiente externo As duas eram mediccedilotildees de

decibeacuteis

Tanto os problemas ambientais externos - decorrentes do crescimento urbano

do entorno com consequente intensificaccedilatildeo do traacutefego na frente do coleacutegio (o que

levou a um aumento dos niacuteveis de pressatildeo sonora gerando uma percepccedilatildeo de

aumento de ruiacutedo) ndash quanto os problemas que eu chamei de internos que ocorreram

a partir do meu incocircmodo pessoal de lidar com o uso natildeo didaacutetico que os estudantes

fazem do Aparelho Celular- foram contemplados neste instrumento O teste foi

concebido com o intuito de que os proacuteprios estudantes pudessem identificar alguns

sintomas de estresse por exposiccedilatildeo agrave poluiccedilatildeo sonora e que a partir das respostas

agraves assertivas fosse possiacutevel compreender se os estudantes estatildeo ou natildeo

culturalmente ldquotolerantesrdquo com ambientes ruidosos e portanto menos sensiacuteveis a

prevenccedilatildeo a problemas de sauacutede auditiva e mais vulneraacuteveis as consequecircncias

fiacutesicas e psicoloacutegicas do excesso de ruiacutedo

123

Com os resultados pretendo responder a questatildeo de pesquisa nuacutemero quatro

ldquoComose os estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT percebem as normas e

regras (Regimento Escolar) e a existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora a) oriundas do

entorno da escola e b) oriunda dos fones auriculares conectados aos Aparelhos

Celulares e os possiacuteveis efeitos dessa Poluiccedilatildeo na Sauacutede deles c) e as regras e

normas utilizadasrdquo Verifiquei que Comose os estudantes do Ensino Meacutedio do

CEPMAT percebem (a) a existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do

Coleacutegio (b) os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do Coleacutegio na sauacutede

dos estudantes (c) a existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos fones auriculares

conectados aos Aparelhos Celulares e os efeitos na sauacutede dos estudantes (d) as

normas estabelecidas no Regimento Escolar do CEPMAT

64 PARTICIPANTES

Os dados foram constituiacutedos com estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT

durante o mecircs de novembro de 2013 Para tanto selecionei aleatoriamente seis

turmas (no CEPMAT existem 18 turmas do Ensino Meacutedio) sendo (duas do 1ordm ano

duas do 2ordm e duas do 3ordm ano) perfazendo um total de 160 participantes

65 CONSTITUICcedilAtildeO DOS DADOS

Quanto agraves implicaccedilotildees eacuteticas solicitei junto agrave direccedilatildeo em uma reuniatildeo no

CEPMAT a autorizaccedilatildeo para a realizaccedilatildeo da pesquisa No que se refere a

participaccedilatildeo dos estudantes entreguei a cada colaborador uma autorizaccedilatildeo

individual (Apecircndice 3) No momento da aplicaccedilatildeo do instrumento os estudantes

foram informados que natildeo havia qualquer ligaccedilatildeo com as disciplinas realizadas na

escola natildeo existindo respostas certas ou erradas evitando assim o

comprometimento com as disciplinas em geral e com outros problemas de validade

124

interna do teste Levei em conta a confidencialidade dos dados avisando a todos

que estariam livres para participar (ou natildeo) da pesquisa

A partir da concepccedilatildeo do instrumento e de sua aplicaccedilatildeo foi realizada uma

anaacutelise do teste de ldquoAutoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo por uma

profissional da aacuterea de psicologia (COSTA 2013) A anaacutelise que encontra-se no

Anexo 3 desta dissertaccedilatildeo comparou as questotildees elaboradas com as categorias e

criteacuterios do Manual Diagnoacutestico e Estatiacutestico de Transtornos Mentais (DSM) (APA

2003) e com as caracteriacutesticas de estresse mencionadas no Protocolo de

Complexidade Diferenciada 5 (BRASIL 2006) e identificou que 20 das 29 questotildees

do instrumento elaborado contemplam os criteacuterios e caracteriacutesticas para

identificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresse isso significa que o teste elaborado foi

considerado apropriado para o objetivo proposto ou seja para a autoidentificaccedilatildeo

de alguns sintomas de estresse A seguir descrevo e analiso os dados

66 ANAacuteLISE DE DADOS

Neste subiacutetem faccedilo a analise dos resultados Optei por expor os dados

distribuindo as informaccedilotildees de acordo com a formulaccedilatildeo das subquestotildees da

questatildeo quatro desta pesquisa Para facilitar a visualizaccedilatildeo dos resultados exibo-os

inicialmente em linguagem graacutefica em seguida ressalto no texto as principais

informaccedilotildees apresento algumas consideraccedilotildees e inferecircncias e finalmente respondo

a cada subquestatildeo

A seguir inicio a anaacutelise do primeiro subitem da questatildeo de pesquisa nuacutemero

4 ou seja ldquoSe e como os estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT percebem

existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do Coleacutegiordquo

125

661 Parte 1 A existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do Coleacutegio

As duas primeiras assertivas do instrumento referem-se agrave percepccedilatildeo dos

estudantes quanto agrave poluiccedilatildeo sonora no entorno do CEPMAT As respostas foram

plotadas em porcentagem no Graacutefico 10

GRAacuteFICO 10 - PERCEPCcedilAtildeO DOS ESTUDANTES EM RELACcedilAtildeO Aacute POLUICcedilAtildeO SONORA NO ENTORNO DO CEPMAT

22

FONTE O AUTOR (2014) COM SUPORTE DO LABEST-UFPR

Eacute importante observar que a percepccedilatildeo dos estudantes quanto aos ruiacutedos

refere-se a qualquer meio de transporte natildeo especificamente aos ruiacutedos das

composiccedilotildees feacuterreas (Graacutefico 10)

No I1- 10 mencionaram que o CEPMAT ldquoDe jeito nenhumrdquo eacute ruidoso por

causa dos trens carros e ocircnibus que passam em frente 1313 responderam

ldquoRaramenterdquo 3563 ldquoagraves vezesrdquo 20 ldquoFrequentementerdquo e 1063 consideram o

Coleacutegio ldquoSemprerdquo eacute ruidoso 188 ldquoNatildeo Sabemrdquo 875 ldquoNatildeo se importamrdquo se o

coleacutegio eacute (ou natildeo) ruidoso por causa dos trens carros e ocircnibus que circulam no

entorno

No I2 ndash Verifica-se que 629 dos estudantes consideram que ldquoDe jeito

nenhumrdquo a biblioteca do Coleacutegio eacute adequada para realizar pesquisas e outras

22 NOTA Foi construiacuteda uma escola tipo-LIKERT com 7 niacuteveis sendo (1= de jeito nenhum 2=

Raramaente 3=Agraves vezes 4= Frequentemente 5=Sempre 6= Natildeo sei 7=Natildeo me importo 160 total de estudantes que participaram do teste

126

atividades 755 responderam que a biblioteca ldquoRaramenterdquo eacute adequada 2075

ldquoAgraves vezesrdquo 1887 ldquoFrequentementerdquo 4088 ldquosemprerdquo eacute adequada 566 ldquoNatildeo

sabemrdquo o niacutevel ldquoNatildeo se importardquo natildeo foi mencionado nas respostas

6611 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I1 e I2

I1- As respostas dos estudantes natildeo retratam uma percepccedilatildeo do coleacutegio

como sendo ruidoso por causa dos meios de transporte Embora 3563 dos

estudantes terem marcado ldquoagraves vezesrdquo Isso se deve a passagem diaacuteria do trem que

em algumas situaccedilotildees natildeo dura mais do que cinco minutos Uma porcentagem

similar (3063) considera que o coleacutegio eacute ldquofrequentementerdquo (2000) ou ldquosemprerdquo

(1063) ruidoso Se somarmos os que de alguma forma consideraram o coleacutegio

ruidoso teremos que pelo menos 65 dos estudantes percebem que o CEPMAT eacute

um ambiente ruidoso isso pode ser devido agrave percepccedilatildeo dos momentos em que eacute

realizado manutenccedilatildeo nas maacutequinas o trem trafega diversas vezes nos horarios da

manhatilde assim eacute possivel afirmar que os correspondentes percebem que o coleacutegio eacute

ruidoso

Quanto ao I2- Mais de 40 dos estudantes consideram que a biblioteca eacute

adequada e silenciosa para a realizaccedilatildeo de pesquisas no entanto as afericcedilotildees

apontaram niacuteveis de ateacute 96 dB(A) o que posso afirmar que eacute um ambiente ruidoso

embora os resultados no teste apontaram um ambiente adequado para os estudos

e concluo que os estudantes estatildeo culturalmente inseridos em ambientes ruidosos

6612 CONSIDERACcedilOtildeES

Embora 65 dos estudantes percebem parcialmente que o CEPMAT faz

parte de um contexto ruidoso A biblioteca que eacute um dos locais mais ruidosos do

Coleacutegio natildeo foi vista como tal por 40 dos respondentes Embora as respostas

127

foram de que a Biblioteca eacute um ambiente adequado e silencioso para os estudos

me permitem afirmar que boa parte dos estudantes natildeo utilizam a biblioteca no

horaacuterio das aulas e no momento de responder o teste natildeo percebera-na como um

ambiente ruidoso A biblioteca fica em um anexo fora da escola23 assim os sons

internos da movimentaccedilatildeo de estudantes natildeo satildeo somados aos sons do entorno o

que pode trazer uma percepccedilatildeo diminuiacuteda de ruiacutedo para os respondentes Aleacutem

disso os estudantes estatildeo inseridos culturalmente em ambientes ruidosos e a

exposiccedilatildeo constante a fontes sonoras aumenta a toleracircncia agrave mais ruiacutedos reduzindo

a percepccedilatildeo sobre estes Ennes (1977) apud Scarate (2009) mostrou que eacute difiacutecil

quantificar essa percepccedilatildeo devido aos fatores caracteriacutesticos a que os estudantes

estatildeo expostos

Avaliar a percepccedilatildeo sonora a partir os sentidos humanos (audiccedilatildeo paladar

tato olfato visatildeo) pode ser tarefa especialmente difiacutecil se o estudante estiver

inserido em um contexto ruidoso Os resultados obtidos mostraram que parte dos

estudantes (1063) natildeo percebe ou natildeo se incomoda com os ruiacutedos do entorno do

CEPMAT o que me permite dizer que eles podem estar inseridos em ambientes

ruidosos por isso natildeo percebem a diferenccedila entre os ambientes em que vivem e o

ambiente escolar

Ribas (2007) sugeriu que muitas pessoas sentem prazer em permanecer em

ambientes barulhentos mesmo que o ruiacutedo urbano seja considerado como um fator

negativo Desta forma interesses e intenccedilotildees diferenciadas geram percepccedilotildees

diferentes sobre o mundo e sobre o ruiacutedo gerando respostas diferenciadas como

estresse Conforme jaacute mencionei neste capiacutetulo Selye (1959) apud Brasil (2006 p

20) conceituou estresse como ldquouma resposta natildeo especiacutefica do corpo a qualquer

exigecircncia feita sobre ele eacute o conjunto de defesas do corpo contra qualquer forma de

estiacutemulo nocivordquo Assim o estresse eacute uma tentativa de adaptaccedilatildeo ao ambiente

modificado ou a um novo ambiente Para Romero et al (2007) o estresse possui

vaacuterios efeitos (bioloacutegicos emocionais fiacutesicos) podendo afetar as capacidades

cognitivas e com certeza alterar as percepccedilotildees sobre o ambiente

Os dois itens avaliados permitem responder o primeiro subitem da questatildeo de

pesquisa nuacutemero 4 que se refere agrave percepccedilatildeo dos estudantes em relaccedilatildeo do

entorno do CEPMAT Os resultados indicaram que os estudantes percebem

23 (vide a planta baixa arquitetocircnica da escola no anexo VIII)

128

parcialmente o Coleacutegio como um ambiente ruidoso Ou seja 65 de estudantes tecircm

alguma percepccedilatildeo de ruiacutedo no coleacutegio Por outro lado pelo menos 20 dos

estudantes tecircm pouca percepccedilatildeo sobre os ruiacutedos nesse ambiente

Em relaccedilatildeo agrave biblioteca mais de 50 dos estudantes (somando os que

responderam ldquofrequentementerdquo e ldquosemprerdquo) percebem-na como um local adequado

em termos de conforto acuacutestico para realizar as tarefas escolares No entanto natildeo

foi investigado se os estudantes de fato conhecem a biblioteca do coleacutegio e se

permanecem ali por um periacuteodo mais longo de tempo para pesquisar e realizar

tarefas escolares Eacute importante notar que o item relativo agrave biblioteca foi inserido em

funccedilatildeo da localizaccedilatildeo desta estar sem nenhuma barreira de proteccedilatildeo (aacutervores

muros outros) recebendo de forma mais direta os ruiacutedos externos o que em termos

sonoros dificulta sobremaneira a manutenccedilatildeo de um ambiente acusticamente

saudaacutevel

Portanto o primeiro subitem pode ser respondido da seguinte forma

Os estudantes participantes da pesquisa nem sempre percebem o

CEPMAT como um ambiente ruidoso e a maioria considera a biblioteca um

ambiente acusticamente adequado para as atividades escolares

662 Parte 2 Os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do Coleacutegio na

sauacutede dos estudantes

Nesta parte apresento nove itens divididos em trecircs graacuteficos (11 12 e 13) que

correspondem agrave percepccedilatildeo dos estudantes sobre os efeitos da poluiccedilatildeo sonora em

relaccedilatildeo ao traacutefego no entorno do ambiente escolar Assim procuro responder o

segundo subitem da quarta questatildeo de pesquisa Comose os estudantes do Ensino

Meacutedio do CEPMAT percebem os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do

Coleacutegio na sauacutede deles

129

GRAacuteFICO 11 - PERCEPCcedilAtildeO DOS ESTUDANTES SOBRE OS EFEITOS DA POLUICcedilAtildeO SONORA EXTERNA AO CEPMAT FONTE O AUTOR (2014) COM SUPORTE DO LABEST-UFPR

Os resultados que observo nos trecircs itens expressam parte da percepccedilatildeo dos

estudantes de alguns sintomas de estresse na sauacutede deles (Graacutefico 11)

No I3 ndash Eacute importante notar que esta assertiva foi feita na negativa assim

1938 responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo o ruiacutedo natildeo incomoda 1250

ldquoRaramenterdquo 2875 o ruiacutedo natildeo incomoda ldquoAgraves vezesrdquo 813 ldquoFrequentementerdquo

1750 ldquoSemprerdquo o ruiacutedo natildeo incomoda 063 ldquoNatildeo sabemrdquo e 1313 ldquoNatildeo se

importamrdquo se o ruiacutedo do trem incomoda (ou natildeo) quando estatildeo assistindo aulas

No I4 ndash 3438 dos estudantes afirmaram que ldquoDe jeito nenhumrdquo jaacute me senti

prejudicado nas avaliaccedilotildees pelos ruiacutedos dos trens 1750 ldquoRaramenterdquo jaacute me senti

prejudicado 2375 ldquoAgraves vezesrdquo 1063 ldquoFrequentementerdquo 1125 ldquoSemprerdquo me

senti prejudicado 063 Natildeo sabem e 188 ldquoNatildeo se importamrdquo se jaacute se sentiram

prejudicados (ou natildeo) nas avaliaccedilotildees trabalhos e pesquisas causados pelos ruiacutedos

dos trens

No I5 ndash 6188 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo ouviram

zumbido na orelha interna depois de escutar ruiacutedos dos meios de transportes 875

ldquoRaramenterdquo ouviram zumbidos 1125 ldquoAgraves vezesrdquo 375 ldquoFrequentementerdquo

438 ldquoSemprerdquo ouviram zumbidos na orelha interna por causa dos trens carros e

ocircnibus 688 ldquoNatildeo sabemrdquo e 313 ldquoNatildeo se importamrdquo se ouviram (ou natildeo)

zumbidos na orelha interna oriundos dos meios de transportes

130

6621 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I3 I4 e I5

Ao observar as respostas do I3 verifico que mais de 60 dos estudantes

(somando os que ldquode jeito nenhumrdquo natildeo se incomodam com o ruiacutedo 1938 com os

que ldquoraramenterdquo natildeo se incomodam 1250 e os que ldquoagraves vezesrdquo natildeo se

incomodam 2875) tecircm alguma percepccedilatildeo do incocircmodo relativo aos ruiacutedos

causados pelo trem ou melhor a assertiva estaacute na negativa assim o ruiacutedo do trem

incomoda os estudantes seja por passagem de uma locomotiva ou quando estaacute

realizando manuteccedilatildeo nas locomotivas

Jaacute a assertiva 4 refere-se aos prejuiacutezos causados pelos ruiacutedos do trem

durante a execuccedilatildeo de avaliaccedilotildees e trabalhos escolares Ao somar as percepccedilotildees

daqueles que ldquoque ldquoAgraves vezesrdquo 2375 com os que ldquofrequentementerdquo - 1063 e os

que ldquosemprerdquo ndash 1125 se sentem prejudicados perfaz um total de 4563 de

estudantes que claramente percebem prejuiacutezos agraves avaliaccedilotildees ou trabalho escolares

Por outro lado os que ldquode jeito nenhumrdquo 3438 percebem prejuiacutezos adicionando

aos os 1750 que ldquoraramenterdquo se incomodam totaliza 5188 Assim parece

haver um equiliacutebrio entre os que percebem algum tipo de prejuiacutezo e os que

raramente ou nunca o percebem

Quanto ao I5 - 6188 dos estudantes ldquoDe jeito nenhumrdquo ouviram zumbido na

orelha interna apoacutes a passagem das composiccedilotildees feacuterreas ou de qualquer meio de

transporte

A seguir apresento e analiso as assertivas 6 7 e 8 relativas agrave percepccedilatildeo dos

impactos causados pelos ruiacutedos dos meios de transporte

Os resultados relativos agrave percepccedilatildeo dos estudantes sobre se haacute (ou natildeo)

algo a ser feito para alterar condiccedilotildees de ruiacutedo de traacutefego na frente do coleacutegio (i tem

6) e os itens 7 e 8 que abordam a percepccedilatildeo dos estudantes no que tange a alguns

sintomas de estresse satildeo resumidos no Graacutefico 12

131

GRAacuteFICO 12 - IMPACTOS CAUSADOS PELOS TRENS CARROS E OcircNIBUS AOS ESTUDANTES FONTE O AUTOR (2014) COM SUPORTE DO LABEST-UFPR

Observe-se que a assertiva 6 estaacute na negativa assim as respostas ao item 6

mostram que ndash 1750 dos estudantes acredita que ldquoDe jeito nenhumrdquo nada pode

ser feito para alterar as condiccedilotildees de ruiacutedos dos meios de transportes em frente ao

CEPMAT 563 ldquoRaramenterdquo 625 ldquoAgraves vezesrdquo 125 ldquoFrequentementerdquo 938

ldquoSemprerdquo nada pode ser feito 5125 ldquoNatildeo sabemrdquo se nada pode ser feito para

mudar as condiccedilotildees de ruiacutedos e 875 ldquonatildeo se importamrdquo com as atitudes a serem

tomadas

No item 7 - 2875 dos estudantes que responderam consideram que ldquoDe

jeito nenhumrdquo tecircm dificuldades na aprendizagem por conta dos ruiacutedos causados

pelos testes de frenagem e manutenccedilatildeo realizados em frente do CEPMAT 15

responderam ldquoRaramenterdquo 2250 ldquoAgraves vezesrdquo 750 ldquoFrequentementerdquo 688

ldquoSemprerdquo tecircm dificuldades para aprender durante o periacuteodo das aulas quando haacute

testes de frenagem das composiccedilotildees em frente ao coleacutegio 688 ldquoNatildeo sabemrdquo e

1250 ldquoNatildeo se importamrdquo com os ruiacutedos que as locomotivas fazem quando testam

os freios

Novamente eacute preciso estar atento agrave formulaccedilatildeo negativa da assertiva 8 ndash

3750 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo meu niacutevel de

concentraccedilatildeo natildeo se altera quando o trem passa 15 ldquoRaramenterdquo 2313 ldquoAgraves

vezesrdquo natildeo se altera 438 ldquoFrequentementerdquo 1188 ldquoSemprerdquo meu niacutevel de

concentraccedilatildeo natildeo se altera quando o trem passa 313 ldquoNatildeo sabemrdquo e 5 ldquoNatildeo se

importamrdquo se o niacutevel de concentraccedilatildeo natildeo se altera

132

6622 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I6 I7 e I8

No item 6 questionei a mobilizaccedilatildeoimobilizaccedilatildeo dos estudantes no que tange

a tomada de providecircncias em relaccedilatildeo aos ruiacutedos causados pelos meios de

transporte Desta forma verifiquei que ndash 5125 dos estudantes ldquonatildeo sabemrdquo se

nada pode ser feito para alterar as condiccedilotildees mas 1750 acreditam

veementemente que ldquode jeito nenhumrdquo nada pode ser feito Mais uma vez eacute

importante notar que o item foi construiacutedo na negativa assim entendo que se os

estudantes compreenderam o item entatildeo pelo menos esses 1750 (ldquoDe jeito

nenhumrdquo nada pode ser feito) tecircm clareza de que algo pode efetivamente ser

realizado para alterar a situaccedilatildeo do ruiacutedo havendo portanto possibilidades para um

trabalho de protagonismo juvenil no coleacutegio

No item 7 ndash Verifiquei que nas respostas apresentadas existe uma

porcentagem de estudantes (2875) que ldquoDe jeito nenhumrdquo percebem dificuldades

na aprendizagem por conta dos ruiacutedos dos freios dos trens Poreacutem eacute importante

esclarecer que mesmo que os estudantes natildeo percebam suas proacuteprias dificuldades

isso natildeo significa que o problema inexista considerando que mesmo com raacutepidas

exposiccedilotildees de alta intensidade sonora podem ocorrer respostas psicoloacutegicas

(tensatildeo irritabilidade e baixa concentraccedilatildeo) quanto quiacutemicas (secreccedilatildeo anormal de

substacircncias hormonais) e fiacutesico-somaacuteticas No entanto ao somar os que ldquoagraves vezesrdquo

(2250) percebem dificuldades com os que ldquofrequentementerdquo (750) e os que

ldquosemprerdquo (688) as percebem temos um total de 3688 dos estudantes que jaacute

tecircm algum niacutevel de percepccedilatildeo sobre a reduccedilatildeo na aprendizagem Isso significa que

haacute uma porcentagem maior de alunos que jaacute tem essa percepccedilatildeo (3688) em

relaccedilatildeo agravequeles que ldquode jeito nenhumrdquo percebem (2875) o problema

Quanto ao item 8 ndash 3750 dos estudantes expressam que ldquode jeito nenhumrdquo

meu niacutevel de concentraccedilatildeo natildeo se altera durante as avaliaccedilotildees por conta dos ruiacutedos

dos trens ou seja em outras palavras esses estudantes responderam que

percebem alteraccedilotildees Aleacutem desses se somarmos ainda os que afirmam que

ldquoraramenterdquo (15) percebem que o niacutevel de concentraccedilatildeo natildeo se altera com os que

ldquoagraves vezesrdquo (2313) percebem que o niacutevel natildeo se altera o resultado seraacute 7563

Entendo que se considerar que todos os respondentes compreenderam o item e a

133

forma de respondecirc-lo entatildeo 7563 perceberam alteraccedilotildees no niacutevel de

concentraccedilatildeo em outras palavras uma porcentagem bastante significativa dos

estudantes percebe alteraccedilotildees em sua concentraccedilatildeo

Nas assertivas 9 10 e 11 verifiquei a percepccedilatildeo dos estudantes sobre

sintomas de estresse na sauacutede deles relacionando os meios de transportes a

muacutesica que escutam no Celular e alguns aspectos relativos agrave cogniccedilatildeo Os dados

foram plotados no Graacutefico 13

GRAacuteFICO 13 - INCOcircMODOS CAUSADOS POR RUIacuteDOS AOS ESTUDANTES FONTE O AUTOR (2014) COM SUPORTE DO LABEST-UFPR

No I9 - 5188 dos estudantes respondeu que ldquoDe jeito nenhumrdquo percebem

esgotamento pela exposiccedilatildeo aos ruiacutedos dos meios de transportes 1313

ldquoRaramenterdquo 1375 ldquoAgraves vezesrdquo 438 ldquoFrequentementerdquo 562 ldquoSemprerdquo

percebem-se esgotados 375 ldquoNatildeo sabemrdquo e 750 ldquoNatildeo se importamrdquo se a

exposiccedilatildeo aos ruiacutedos dos trens carros e ocircnibus os deixa (ou natildeo) esgotados

Observe-se que a assertiva 10 foi construiacuteda na negativa Assim 3688 dos

estudantes ldquoDe jeito nenhumrdquo natildeo ficam incomodados por causa dos ruiacutedos intensos

oriundos das muacutesicas que escutam no fone auricular conectado ao Celular e dos

meios de transporte que passam em frente ao Coleacutegio 1563 ldquoRaramenterdquo 25

ldquoAgraves vezesrdquo 5 ldquoFrequentementerdquo 688 ldquoSemprerdquo natildeo se incomodam 188 ldquoNatildeo

sabemrdquo e 875 ldquoNatildeo se importamrdquo com os incocircmodos dos ruiacutedos tanto da muacutesica

que escutam no Celular quanto dos meios de transportes

134

No item 11 ndash 2938 dos estudantes ldquoDe jeito nenhumrdquo perdem a

concentraccedilatildeo por causa dos trens 1938 ldquoRaramenterdquo 2188 ldquoAgraves vezesrdquo 875

ldquoFrequentementerdquo 1750 ldquoSemprerdquo perdem a concentraccedilatildeo 063 ldquoNatildeo sabemrdquo e

250 ldquoNatildeo se importamrdquo em perder a concentraccedilatildeo por conta dos trens

6623 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I9 I10 e I11

No item 9 ndash avalei se os estudantes percebem o esgotamento no final do

periacuteodo de aula e verifiquei que 5188 dos mesmos ldquode jeito nenhumrdquo percebem

esgotamento mas 3689 (somando os que agraves vezes -1375 frequentemente

438 sempre 565) tem alguma percepccedilatildeo sobre seu proacuteprio esgotamento

O item 10 ndash Considerando as respostas divididas entre os niacuteveis da escala

posso afirmar que 3688 dos estudantes que responderam incomodam-se com os

ruiacutedos intensos (ldquorsquode jeito nenhumrdquo natildeo se incomodam) e 1563 ldquoraramenterdquo natildeo se

incomodam Os dois somados perfazem um total de 5251 de estudantes que

percebem de forma mais expressiva os incocircmodos com os ruiacutedos intensos externos

e internos ao CEPMAT Assim considero que se os estudantes compreenderam o

item e a forma de respondecirc-lo entatildeo pelo menos a metade deles estaacute de alguma

forma incomodada com os ruiacutedos internos e externos

Quanto ao Item 11 ndash 2938 de estudantes ldquode jeito nenhumrdquo perdem a

concentraccedilatildeo por causa dos ruiacutedos dos trens Por outro lado ao somarmos os que

ldquoraramenterdquo (1938) com os que ldquoagraves vezesrdquo (2188) ldquofrequentementerdquo (875) e

os que ldquosemprerdquo perdem (1750) temos um total de 6751 de estudantes que tecircm

alguma percepccedilatildeo sobre sua perda de concentraccedilatildeo estar relacionada a passagem

do trem no horaacuterio das aulas Observe-se que neste montante estatildeo embutidos

aqueles que sempre (1750) perdem a concentraccedilatildeo por causa da poluiccedilatildeo sonora

dos trens Estes valores aproximam-se dos resultados do item 8 no qual 7563

perceberam alteraccedilotildees no niacutevel de concentraccedilatildeo corroborando-os

135

6624 CONSIDERACcedilOtildeES

Analisando os graacuteficos 11 12 e 13 passo responder o segundo subitem da

quarta questatildeo de pesquisa ldquoComose os estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT

percebem os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do Coleacutegio na sauacutede

delesrdquo concluiacute que a maioria dos estudantes (isto eacute 67 no item 11 e 75 no item

8) percebem e se incomodam com os ruiacutedos das composiccedilotildees ferroviaacuterias quando

estatildeo assistindo aulas e cerca de 45 dos mesmos percebem algum tipo de

prejuiacutezo nas avaliaccedilotildees relacionando tais prejuiacutezos aos ruiacutedos da passagem das

composiccedilotildees durante as avaliaccedilotildees Jaacute para os casos de testes de frenagem mais

de 36 percebem algum grau de dificuldade de aprendizagem e mais de 65

perceberam alguma alteraccedilatildeo no niacutevel de concentraccedilatildeo no momento em que a

empresa testa os freios das locomotivas na frente do CEPMAT investigados em dois

itens (8 e 11)

Em relaccedilatildeo agrave apariccedilatildeo de zumbidos que satildeo sintomas de perda auditiva boa

parte (mais de 60) natildeo ouve zumbidos apoacutes a passagem das composiccedilotildees No

entanto ao se questionar sobre o esgotamento (sintoma de estresse) percebido

como consequecircncia dos ruiacutedos das composiccedilotildees mais de 36 vinculam seu

esgotamento agrave exposiccedilatildeo aos ruiacutedos do traacutefego e mais de 52 revela perceber de

forma expressiva os incocircmodos do traacutefego

Ressalto que a percepccedilatildeo dos ruiacutedos eacute culturalmente construiacuteda e estaacute

associada a um conjunto integrado de fatores psicofiacutesicos e sociais Portanto essas

percepccedilotildees podem ser distintas em diferentes grupos Assim eacute importante

considerar trecircs conjuntos de caracteriacutesticas que podem exercer influecircncia satildeo elas

Socioculturais de efeitos psicofiacutesicos e fiacutesicas (assim como outras variaacuteveis

ambientais) que seratildeo retomadas a seguir

a) Caracteriacutesticas socioculturais da comunidade escolar que participou da

pesquisa

Esses estudantes parecem estar imersos em ambientes ruidosos estando

acostumados aos sons de alta intensidade Associado a isto o ritmo de vida urbano

136

apresenta-se com excesso de ruiacutedo com sons dos meios de transportes trens

templos e igrejas propagandas em carros de som moacuteveis animais casas noturnas

enfim esses estudantes parecem estar expostos de forma contiacutenua haacute uma

infinidade de ruiacutedos consolidando o conceito de poluiccedilatildeo sonora urbana descrita por

Gasperin (2006 p36)

b) Caracteriacutesticas relacionadas aos potenciais efeitos psicofiacutesicos sobre esses

estudantes

A percepccedilatildeo de esgotamento eacute um dos sintomas de estresse com potencial

efeito psicofiacutesico e neste caso vinculado a exposiccedilatildeo ao ruiacutedo excessivo e de

acordo com Scarate (2009) pode refletir a real gravidade da poluiccedilatildeo sonora no

ambiente avaliado

c) Caracteriacutesticas fiacutesicas desse fenocircmeno bem como outras variaacuteveis

ambientais relevantes

Em relaccedilatildeo agraves caracteriacutesticas fiacutesicas do estiacutemulo tais como intensidade

tempo de exposiccedilatildeo e frequecircncia destacam-se no caso da poluiccedilatildeo sonora urbana

sendo ainda significativo entre as variaacuteveis ambientais o periacuteodo horaacuterio em que

ocorre e com qual periodicidade se eacute habitual ciacuteclico ou atiacutepico

A passagem das composiccedilotildees ocorre por um periacuteodo geralmente curto que

natildeo ultrapassa cinco minutos por dia para cada composiccedilatildeo o que por si soacute natildeo

caracterizaria poluiccedilatildeo sonora No entanto quando se soma a isso os testes de

frenagem que ocorrem com certa frequecircncia e regularidade embora em horaacuterios

irregulares e imprevisiacuteveis o fenocircmeno acirra-se Os estudantes percebem alguns

sintomas mas eacute necessaacuterio que se faccedilam outras correlaccedilotildees sobre as reais

condiccedilotildees acuacutesticas locais e se aprofundem estudos sobre a percepccedilatildeo da

comunidade escolar em relaccedilatildeo ao tema

Finalmente chamou a atenccedilatildeo que mais de 50 dos estudantes respondeu

que ldquonatildeo saberdquo se nada pode ser feito para alterar tal situaccedilatildeo e outros 50 tambem

natildeo reconhecem seu direito ao silecircncio enquanto estuda Essas respostas

coadunam com o estudo realizado por Eniz (2004) que sugere que as pessoas de

um modo geral satildeo passivas nas suas atitudes quando se refere aos incocircmodos

137

pessoais Isso me remete aos aspectos da poacutes-modernidade amplamente discutidos

nesta dissertaccedilatildeo pois uma das caracteriacutesticas da modernidade liacutequida eacute de acordo

com Bauman (2011) justamente a falta de viacutenculo com o territoacuterio (a

desterritorializaccedilatildeo) a falta de empatia e de aderecircncia com o local o espaccedilo fiacutesico

no caso o Coleacutegio e as preocupaccedilotildees que o cercam Para esse autor a

modernidade (soacutelida) referia-se agrave um estaacutegio de incorporaccedilatildeo dos indiviacuteduos em

estruturas soacutelidas como as instituiccedilotildees (no caso o Coleacutegio) que tinha fortes raiacutezes

territoriais Na Modernidade dita Liacutequida parece que o mote eacute evitar que qualquer

coisa torne-se habitual ou tenha assento individual Nesse sentido a apropriaccedilatildeo (de

terra por exemplo) passou a ser um entrave porque nos imobiliza a

responsabilidades que inevitavelmente estariam ligadas a administraccedilatildeo de um

territoacuterio Essa desterritorializaccedilatildeo parece ter gerado um descompromisso com os

interesses que cercam o coleacutegio no caso as lutas que podem ser travadas para

minimizar os efeitos da poluiccedilatildeo sonora do entorno causadas especificamente pelo

traacutefego de composiccedilotildees feacuterreas

Em suma o segundo subitem da questatildeo de pesquisa quatro ldquoComose os

estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT percebem os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora

oriunda do entorno do Coleacutegio na sauacutede delesrdquo pode ser respondido da seguinte

forma De forma geral os estudantes percebem o ruiacutedo do traacutefego

(especialmente dos trens) e relacionam alguns sinais de estresse (tais como

diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo dificuldades de aprendizagem e esgotamento)

com esses ruiacutedos Nesse sentido mesmo considerando que culturalmente os

estudantes estejam inseridos em ambientes ruidosos em casa nas ruas ou na

escola ou seja ainda que essa percepccedilatildeo seja culturalmente construiacuteda de acordo

com o modo de vida e os grupos nos quais esses estudantes estatildeo inseridos (HALL

2007) os estudantes percebem os ruiacutedos do tracircnsito especialmente dos trens como

fatores que os afetam na aprendizagem concentraccedilatildeo e niacutevel de esgotamento

embora natildeo tenham percebido zumbidos (caracteriacutestica de perda auditiva) na orelha

interna Outra resposta importante eacute que os estudantes natildeo sabem se haacute (ou natildeo

haacute) algo a fazer quanto a poluiccedilatildeo sonora do entorno do CEPMAT o que me permite

afirmar que isso pode ser entendido visto como imobilidade e desterritorialismo mas

ao mesmo tempo haacute espaccedilo para accedilotildees de protagonismo juvenil

138

663 Parte 3 A existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos fones auriculares

conectados aos Aparelhos Celulares e os efeitos na sauacutede dos estudantes

Nesta parte apresento os resultados dos itens (I12 ateacute I26) refere-se a

percepccedilatildeo dos estudantes de alguns sintomas de estresse relacionados ao uso de

fones auriculares conectados ao Aparelho Celular ao ouvirem muacutesica acima dos

limites estabelecidos de tempo e decibeacuteis para a manutenccedilatildeo da sauacutede auditiva

GRAacuteFICO 14 - INCOcircMODO CAUSADO PELA MUacuteSICA OUVIDA NO FONE AURICULAR CONECTADO AO APARELHO CELULAR FONTE O AUTOR (2014) COM SUPORTE DO LABEST-UFPR

Os resultados obtidos (Graacutefico 14) em relaccedilatildeo a percepccedilatildeo dos estudantes

quanto agrave exposiccedilatildeo de sua audiccedilatildeo a poluiccedilatildeo sonora satildeo

No item I12 ndash 4750 dos estudantes ldquoDe jeito nenhumrdquo deixam de ouvir

muacutesica no Celular para natildeo se expor aos ruiacutedos excessivos 1250 ldquoRaramenterdquo

1563 ldquoAgraves vezesrdquo 875 ldquoFrequentementerdquo 625 ldquoSemprerdquo deixam de ouvir

muacutesicas para natildeo expor sua audiccedilatildeo aos ruiacutedos intensos 313 ldquoNatildeo sabemrdquo e

625 ldquoNatildeo se importamrdquo em deixar (ou natildeo) de ouvir muacutesica para natildeo se expor aos

ruiacutedos intensos

139

No item I13 ndash 6188 dos mesmos ldquoDe jeito nenhumrdquo ouvem zumbido depois

escutar muacutesica 1563 ldquoRaramenterdquo 1375 ldquoAgraves vezesrdquo 250 ldquoFrequentementerdquo

125 ldquoSemprerdquo ouvem zumbidos depois de escutar muacutesica 250 ldquoNatildeo sabemrdquo e

250 ldquoNatildeo se importamrdquo se ouvem (ou natildeo) zumbidos depois de escutar muacutesica

em alto volume

No item I14 ndash para 5250 dos estudantes ldquoDe jeito nenhumrdquo a muacutesica que

ouvem no Celular atrapalha a concentraccedilatildeo 1688 ldquoRaramenterdquo 1563 ldquoAgraves

vezesrdquo 313 ldquoFrequentementerdquo 438 ldquoSemprerdquo as muacutesicas ouvidas no Celular

atrapalham a concentraccedilatildeo na aula 125 ldquoNatildeo sabemrdquo e 625 ldquoNatildeo se importamrdquo

se a muacutesica que ouvem no Celular atrapalha (ou natildeo) sua concentraccedilatildeo na aula

6631 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I12 I13 e I14

No item I12 ndash Relativamente ao ouvir muacutesica 4750 dos estudantes natildeo

deixam de ouvi-la (ou ldquode jeito nenhumrdquo deixam de) no Celular para se prevenir da

exposiccedilatildeo ao excesso de ruiacutedos No entanto se somarmos aqueles que em algum

momento jaacute deixaram de ouvi-la para natildeo se expor excessivamente aos ruiacutedos

teremos a expressiva porcentagem de 3063 (1563 ldquoAgraves vezesrdquo 875

ldquoFrequentementerdquo 625 ldquoSemprerdquo) o que indica um grau de preocupaccedilatildeo com a

sauacutede auditiva

O item I13 ndash 6188 dos estudantes natildeo percebem os zumbidos na orelha

interna depois de ouvi-la que corrobora o item 5 desse mesmo instrumento no qual

mais de 60 dos estudantes havia afirmado natildeo perceber zumbidos oriundos do

excesso de ruiacutedos causados pelo traacutefego Portanto zumbido natildeo eacute um sintoma

comum entre esses estudantes

A questatildeo da concentraccedilatildeo referida no item 14 ndash 5250 dos estudantes

afirmaram que ldquode jeito nenhumrdquo o som que ouvem no Celular atrapalha sua

concentraccedilatildeo Mas a somatoacuteria dos que consideram que a muacutesica atrapalha

(raramente 1688 ldquoagraves vezesrdquo 1563 ldquofrequentementerdquo 313 e ldquosemprerdquo

438) daacute 4002 de estudantes que em algum momento jaacute perceberam alteraccedilotildees

na concentraccedilatildeo ao ouvi-la Neste caso diferentemente do tracircnsito em que mais de

140

65 dos estudantes perceberam alteraccedilotildees no niacutevel de concentraccedilatildeo o som das

muacutesicas por outro lado eacute visto de forma menos agressiva e invasiva portanto haacute

quase um equiliacutebrio entre os que afirmaram ldquode jeito nenhumrdquo (5250) e os demais

(4002) que jaacute perceberam alguma alteraccedilatildeo na concentraccedilatildeo Isso eacute

extremamente preocupante na medida em que as afericcedilotildees de dB(A) realizadas no

Coleacutegio indicaram que o volume pode chegar a mais de 100 dB(A) e o tempo de

exposiccedilatildeo normalmente eacute maior que 4 horas por dia o que significa que a sauacutede

auditiva estaacute em perigo

Com o objetivo de investigar a percepccedilatildeo dos estudantes de alguns sintomas

de estresse na sauacutede fiacutesica criei trecircs assertivas 15 16 e 17 As respostas foram

plotadas no graacutefico 15

GRAacuteFICO 15 - PERCEPCcedilAtildeO DOS ESTUDANTES EM RELACcedilAtildeO AOS SINTOMAS DE ESTRESSE DEFLAGRADOS POR OUVIR MUacuteSICA NOS FONES AURICULARES LIGADOS A APARELHOS CELULARES FONTE O AUTOR (2014) COM SUPORTE DO LABEST-UFPR

No item I15 - 7125 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo

percebem dores na orelha interna24 por causa das muacutesicas que ouvem no Celular

Para 15 ldquoRaramenterdquo haacute dor 688 ldquoAgraves vezesrdquo 250 ldquoFrequentementerdquo tecircm

dores na orelha interna por ouvir muacutesica no Celular ningueacutem respondeu que

24 Observe-se que a assertiva usa a nomenclatura ldquoouvidordquo em funccedilatildeo de este ser mais conhecido e

difundido do que orelha interna nomenclatura atual

141

ldquosemprerdquo percebe dores 250 ldquoNatildeo sabemrdquo e 188 ldquoNatildeo se importamrdquo se

percebem (ou natildeo) dores na orelha interna por causa da muacutesica

As respostas dadas no Item 16 foram 4744 dos estudantes ldquoDe jeito

nenhumrdquo percebem que a quantidade de ruiacutedo a que satildeo expostos fora da escola e

ao ouvirem muacutesica no Celular eacute maior que podem suportar 1795 ldquoRaramenterdquo

1410 ldquoAgraves vezesrdquo 577 ldquoFrequentementerdquo e 577 ldquoSemprerdquo percebem que o

ruiacutedo eacute maior que podem suportar 385 ldquoNatildeo sabemrdquo e 513 ldquoNatildeo se importamrdquo

se a quantidade de ruiacutedos a que estatildeo expostos fora da escola ao ouvirem muacutesicas

no Celular eacute (ou natildeo) maior do que eles podem suportar

Quanto a I17 ndash 5 dos estudantes respondeu que ldquoDe jeito nenhumrdquo sabe

que ouvir muacutesica no Celular prejudica a audiccedilatildeo 688 ldquoRaramenterdquo 875 ldquoAgraves

vezesrdquo 1188 ldquoFrequentementerdquo 5125 ldquoSemprerdquo sabem que a muacutesica que ouve

no Celular pode causar prejuiacutezos para a audiccedilatildeo 688 ldquoNatildeo sabemrdquo e 938 ldquoNatildeo

se importamrdquo se ouvir muacutesica no Celular pode (ou natildeo) prejudicar a audiccedilatildeo

6632 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I15 I16 e I17

No Item I15 ndash Verifico 7125 dos estudantes natildeo percebem quaisquer dores

na orelha interna por causa da muacutesica que ouvem no Celular mas 938 (somando-

se os que agraves vezes percebem dores - 688 com os que frequentemente as

percebem - 288) jaacute tem percepccedilatildeo de dores na orelha interna causadas pelo som

das muacutesicas ouvidas com fones de ouvidos conectados aos Aparelhos Celulares

Considerando tambeacutem as respostas do item 13 sobre zumbidos pelo menos 17

dos estudantes jaacute percebem zumbidos (somando se os que ldquoagraves vezesrdquo e os que

ldquofrequentementerdquo com os que ldquosemprerdquo os percebem) Assim quase 95 dos

estudantes que jaacute no Ensino Meacutedio percebem dores e 17 percebem zumbidos

parece ser uma porcentagem significativa para esta faixa etaacuteria No entanto a

gravidade desses sintomas precisa ser devidamente avaliada por especialistas em

sauacutede auditiva e em sauacutede puacuteblica as audiometrias deveriam ser analisadas em um

estudo longitudinal ao longo da vida escolar

142

No Item I16 - 4744 dos estudantes ldquoDe jeito nenhumrdquo percebem que a

quantidade de ruiacutedo a que satildeo expostos fora da escola e quando ouvem muacutesica no

Celular eacute maior que podem suportar Mas tambeacutem me chamou a atenccedilatildeo os 513

que simplesmente ldquoNatildeo se importamrdquo embora esta porcentagem natildeo pareccedila

significativa em termos de sauacutede puacuteblica a postura desses estudantes em relaccedilatildeo agrave

sauacutede auditiva deles certamente eacute

Quanto ao I17 - 5125 dos estudantes responderam que ldquoSemprerdquo sabem

que ouvir muacutesica no Celular que pode prejudicar a audiccedilatildeo e novamente chama a

atenccedilatildeo os 938 de estudantes que responderam que natildeo se importam se pode

haver algum prejuiacutezo a audiccedilatildeo

As respostas dos itens 16 e 17 apontam uma contradiccedilatildeo entre a sociedade

contemporacircnea excessivamente voltada a si mesma e a uma das caracteriacutesticas

marcantes da adolescecircncia que eacute a despreocupaccedilatildeo com o futuro e um excesso de

foco no ldquoviver o momentordquo Em outras palavras poderiacuteamos resumir as duas

respostas na frase ldquoeu sei que faz mal mas natildeo estaacute fazendo mal para mim agorardquo

Nesse sentido eacute que a escola parece ter um papel fundamental na discussatildeo para a

prevenccedilatildeo de problemas de sauacutede auditiva

Os trecircs itens subsequentes 18 19 e 20 englobam sintomas de estresse e a

percepccedilatildeo dos estudantes quanto agrave dificuldades de concentraccedilatildeo durante as

atividades escolares Os dados foram plotados no Graacutefico 16

GRAacuteFICO 16 - SINTOMAS DO ESTRESSE E DIFICULDADES DE CONCENTRACcedilAtildeO NAS AVALIACcedilOtildeES FONTE O AUTOR (2014) COM SUPORTE DO LABEST-UFPR

143

Os resultados mostram que no I18 ndash 6875 dos estudantes responderam

que ldquoDe jeito nenhumrdquo percebem perdas de energia ao ouvir muacutesica no fone de

ouvido conectado ao Celular 750 ldquoRaramenterdquo 625 ldquoAgraves vezesrdquo 188

ldquoFrequentementerdquo 375 ldquoSemprerdquo percebem perda energia 750 ldquoNatildeo sabemrdquo e

438 ldquoNatildeo se importamrdquo se perdem (ou natildeo) energia ao ouvir muacutesica no Celular

O I19 ndash 50 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo sentem-se

sobrecarregados nem pelo ruiacutedo externo ao CEPMAT nem ao ouvirem muacutesica no

Celular em volume acima da meacutedia 1438 ldquoRaramenterdquo 10 ldquoAgraves vezesrdquo 563

ldquoFrequentementerdquo 688 ldquoSemprerdquo ficam sobrecarregados tanto com os ruiacutedos

externos quanto com os das muacutesicas no Celular em volume acima da meacutedia 813

ldquoNatildeo sabemrdquo e 5 ldquoNatildeo se importamrdquo em sentir-se (ou natildeo) sobrecarregados com

esses ruiacutedos

Quanto ao I20 ndash 3750 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo

ouvem muacutesica em volume alto para se concentrar para estudar as provas e realizar

trabalhos 1125 ldquoRaramenterdquo 1938 ldquoAgraves vezesrdquo 938 ldquoFrequentementerdquo 15

ldquoSemprerdquo ouvem muacutesica em volume alto para estimular a concentraccedilatildeo para realizar

estudos e trabalhos escolares 438 ldquoNatildeo sabemrdquo e 313 ldquoNatildeo se importamrdquo em

ouvir muacutesica em volume alto para os trabalhos ou avaliaccedilotildees escolares

6633 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I18 I19 e I20

No I18 ndash 6875 dos estudantes ldquode jeito nenhumrdquo percebem perdas de

energia ao ouvir muacutesica no Celular resultando em uma percepccedilatildeo afirmativa sobre

ouvir muacutesica

No item I19 ndash verifico que 50 dos estudantes responderam que ldquode jeito

nenhumrdquo sentem-se sobrecarregados nem pelos ruiacutedos externos ao CEPMAT nem

pelas muacutesicas que ouvem em volume acima da meacutedia no Celular Essa

porcentagem complementa a obtida na resposta ao item 12 no qual 4750 dos

estudantes ldquode jeito nenhumrdquo deixam de ouvir muacutesica no Celular para natildeo se expor

aos ruiacutedos Assim se eles natildeo se sentem sobrecarregados entatildeo eacute porque

deixariam de ouvir muacutesica em alto volume

144

Apesar desse nuacutemero significativo haacute tambeacutem que se considerar que 2251

(somando-se os que ldquoagraves vezesrdquo 10 com os que ldquoFrequentementerdquo 563 e os que

ldquosemprerdquo 68) sentem-se sobrecarregados pela quantidade de ruiacutedos o que

acarreta uma porcentagem nada despreziacutevel de estudantes que jaacute comeccedilam a

perceber incocircmodos pelos ruiacutedos

Quanto ao item I20 ndash Apesar de 3750 dos estudantes terem respondido

que ldquode jeito nenhumrdquo ouvem muacutesicas para se concentrar verifico que uma

porcentagem ainda maior 4376 responde que ldquoagraves vezesrdquo (1938)

ldquofrequentementerdquo (938) e ldquosemprerdquo (15) ouvem muacutesicas em volume alto para se

concentrar para as avaliaccedilotildees e trabalhos escolares isso implica em uma

perspectiva de atuaccedilatildeo multitarefa dos estudantes e ao mesmo tempo mostra que

eles ouvem muacutesica em volume alto por um longo periacuteodo de tempo o que implica

em perdas auditivas caracterizadas pela PAIR descrita anteriormente

As assertivas apresentadas a seguir (itens 21 22 e 23) avaliam a percepccedilatildeo

dos estudantes quanto a alguns sintomas de estresse Os resultados foram plotados

no graacutefico 17

GRAacuteFICO 17 - PERCEPCcedilAtildeO DE ALGUNS SINTOMAS DE ESTRESSE FONTE O AUTOR (2014) COM SUPORTE DO LABEST-UFPR

No item I21 ndash 4625 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo

desanimam facilmente quando ficam expostos a ruiacutedos 1375 ldquoRaramenterdquo

1313 ldquoAgraves vezesrdquo 625 ldquoFrequentementerdquo 875 ldquoSemprerdquo desanimam

145

facilmente por exposiccedilatildeo aos ruiacutedos 5 ldquoNatildeo sabemrdquo e 688 ldquoNatildeo se importamrdquo

se desanimam (ou natildeo) por exposiccedilatildeo aos ruiacutedos

No item I22 ndash 3563 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo

demoram a relaxar quando ficam estressados por causa dos ruiacutedos 1875

ldquoRaramenterdquo 1813 ldquoAgraves vezesrdquo 875 ldquoFrequentementerdquo 1188 ldquoSemprerdquo

percebem que levam muito tempo para relaxar por causa do estresse causado pelos

ruiacutedos 250 ldquoNatildeo sabemrdquo e 438 ldquoNatildeo se importamrdquo se levam (ou natildeo) muito

tempo para relaxar quando estressados por causa do barulho

No item I23 ndash 4125 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo

sentem-se tatildeo cansados e sobrecarregados por causa dos ruiacutedos intensos no

periacuteodo das aulas que acabam se ldquodesligandordquo do ambiente escolar 1688

ldquoRaramenterdquo 1625 ldquoAgraves vezesrdquo 750 ldquoFrequentementerdquo 875 ldquoSemprerdquo ficam

tatildeo sobrecarregados por causa dos ruiacutedos intensos durante o periacuteodo e aulas que

acabam se ldquodesligandordquo 438 ldquoNatildeo sabemrdquo e 5 ldquoNatildeo se importamrdquo com esses

ruiacutedos

6634 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I21 I22 e I23

No Item I21 - 4625 dos estudantes natildeo desanimam facilmente quando

ficam expostos aos ruiacutedos durante o periacuteodo das aulas Essa porcentagem

corrobora as respostas aos itens 12 e 19 nos quais 4750 e 50 dos estudantes

respectivamente natildeo deixam de ouvir muacutesica em volume alto no Celular para natildeo

se expor aos ruiacutedos porque natildeo se sentem sobrecarregados Assim se natildeo se

sentem sobrecarregados e natildeo desanimam facilmente entatildeo natildeo deixam de ouvir a

muacutesica

Por outro lado ao somarmos os que ldquoagraves vezesrdquo 1313 com os que

desanimam facilmente ldquofrequentementerdquo 625 e ldquosemprerdquo 875 teremos pelo

menos 2513 de alunos que em sala de aula desanimam facilmente quando ficam

expostos aos ruiacutedos Essa porcentagem corresponde a frac14 da turma assim ter frac14 da

turma que desanima facilmente eacute algo que precisa ser analisado com mais

profundidade nas escolas os dados me permitem inferir ainda que a porcentagem

146

anterior (50) pode ainda natildeo ter percebido relaccedilotildees diretas entre desacircnimo e o

estresse que a muacutesica em volume alto pode gerar

No Item I22 - 3563 dos estudantes responderam que ldquode jeito nenhumrdquo

levam muito tempo para relaxar No entanto ao somarmos aqueles que ldquoagraves vezesrdquo

(183) com os que frequentemente (875) e os que sempre (1188) levam muito

tempo para relaxar por causa do estresse causado pelos ruiacutedos teremos 3876

que percebem dificuldades nesse sentido Ou seja uma porcentagem ainda maior

do que aqueles que natildeo percebem Assim noto que mais de 40 dos estudantes

usam a muacutesica em volume alto para conseguir se concentrar para estudar e

praticamente a mesma porcentagem (3876) tecircm dificuldades para relaxar por

causa dos barulhos (oriundos ou natildeo da muacutesica)

Na I23 ndash Constatei que 4125 dos estudantes ldquode jeito nenhumrdquo sentem-se

sobrecarregados por causa dos ruiacutedos Entretanto 3250 jaacute tem percepccedilatildeo de

cansaccedilo e sobrecarga (somando os que ldquoagraves vezesrdquo 1625 com os que

frequentemente 750 e os que sempre 875 sentem-se assim) nas atividades

rotineiras como as atividades escolares por causa do ruiacutedo intenso durante o

periacuteodo da aula Observe que o item refere-se agraves consequecircncias como ldquodesligar-serdquo

do ambiente escolar Ou seja um dos sintomas do estresse Em outras palavras as

duas porcentagens estatildeo relativamente proacuteximas para que eu possa concluir que a

tomada de consciecircncia sobre os efeitos no organismo comeccedila a ser fazer cada vez

mais frequente

As assertivas analisadas a seguir 24 25 e 26 foram elaboradas com o intuito

de discutir incocircmodos causados pelos ruiacutedos dentro e fora do CEPMAT Os

resultados foram plotados no graacutefico 18

147

GRAacuteFICO 18 - O ESTRESSE DO DIA A DIA E A FELICIDADE DE OUVIR MUacuteSICA NO CELULAR FONTE O AUTOR (2014) COM SUPORTE DO LABEST-UFPR

No item I24 ndash 5375 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo

sentem-se bem na presenccedila de muitos ruiacutedos dentro e fora da sala de aula durante

o periacuteodo letivo 1375 ldquoRaramenterdquo 875 ldquoAgraves vezesrdquo 688 ldquoFrequentementerdquo

438 ldquoSemprerdquo sentem-se bem tendo muito ruiacutedo no seu entorno 5 ldquoNatildeo sabemrdquo

e 750 ldquoNatildeo se importamrdquo se se sentem bem (ou natildeo) tendo muito ruiacutedo no

entorno durante o periacuteodo de aula

No item I25 ndash 5063 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo

ficam cansados pelo fato de antever a ida agrave escola e o fato de ouvir muitos ruiacutedos

externos durante as aulas 10 ldquoRaramenterdquo 1250 ldquoAgraves vezesrdquo 750

ldquoFrequentementerdquo 5 ldquoSemprerdquo ficam cansados soacute de pensar que teratildeo que ouvir

muitos ruiacutedos externos ao CEPMAT 188 ldquoNatildeo sabemrdquo e 1250 ldquoNatildeo se

importamrdquo se ficam (ou natildeo) cansados de ouvir muitos ruiacutedos externos

Quanto ao item I26 ndash 1938 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito

nenhumrdquo ficam felizes por ouvir muacutesica no Celular quando estatildeo em aula 1063

ldquoRaramenterdquo 2063 ldquoAgraves vezesrdquo 813 ldquoFrequentementerdquo 3250 ldquoSemprerdquo ficam

felizes por poderem ouvir muacutesica no Celular durante o horaacuterio das aulas 313

ldquoNatildeo sabemrdquo e 563 ldquoNatildeo se importamrdquo se ficam (ou natildeo) felizes por poder ouvir

muacutesicas quando estatildeo em aulas

148

6635 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I24 I25 e I26

5375 dos estudantes responderam que ldquode jeito nenhumrdquo sente-se bem na

presenccedila dos ruiacutedos dentro e fora da sala de aula durante o periacuteodo letivo se esta

porcentagem for somada aos 1375 que raramente sentem-se bem com isso

temos que 6750 natildeo estatildeo confortaacuteveis com o excesso de ruiacutedos dentro e fora da

escola durante o periacuteodo letivo Esse pode ser um dos motivos para o uso excessivo

de fones de ouvido para escutar muacutesicas pois poderiam ser usadas para abstrair

dos ruiacutedos ambientes da escola nesse caso os estudantes usariam os fones tanto

para buscar concentraccedilatildeo conforme 4376 dos respondentes mencionaram no

item 20 ou para ouvir algo mais prazeroso que este ruiacutedo

Por outro lado os resultados dos itens I24 e I25 revelam que mesmo que

mais de 67 dos estudantes natildeo se sintam bem na presenccedila de muitos ruiacutedos (I24)

isso natildeo se reflete em cansaccedilo para 5063 (I25) dos estudantes ao antever a ida a

escola

Quanto a I26 ndash ao somarmos os estudantes que ldquosemprerdquo (3250) ficam

felizes por ouvir muacutesica no Celular quando estatildeo em sala de aula com os que

ldquofrequentementerdquo (813) e os que ldquoagraves vezesrdquo (2063) temos um conjunto de

6126 de estudantes que consideram a possibilidade de ouvir muacutesicas durante as

atividades como algo positivo seja (ou natildeo) como foco de concentraccedilatildeo na sala de

aula Esse resultado traz alguns indicativos que precisam ser mais bem avaliados

no que tange ao planejamento das atividades as condiccedilotildees de trabalho em sala de

aula e a anaacutelise dos interesses dos estudantes em relaccedilatildeo agraves temaacuteticas

apresentadas Esses e outros toacutepicos devem ser mais aprofundados a partir dos

resultados desta dissertaccedilatildeo

6636 CONSIDERACcedilOtildeES

Os altos niacuteveis de pressatildeo sonora tecircm sido considerados pela sociedade

contemporacircnea como agentes perigosos agrave sauacutede humana especialmente em

149

ambientes urbanos e sociais seja em atividades de lazer ou simplesmente pelo fato

de ouvir muacutesica nos fones auriculares conectados ao Aparelho Celular em

intensidades elevadas para evitar outros ruiacutedos considerados indesejaacuteveis que

circundam a vida cotidiana A problemaacutetica do ruiacutedo ambiental parece estar

crescendo na percepccedilatildeo desses estudantes seja em casa a caminho do CEPMAT

ou ateacute mesmo dentro das salas de aulas Mas se a reaccedilatildeo ao ruiacutedo ambiental eacute o

uso de fones de ouvido ligados aos Aparelhos Celulares ouvindo muacutesica em volume

ainda mais elevado a resposta parece ser ainda mais danosa e com efeitos mais

raacutepidos a sauacutede auditiva dos estudantes

No que se refere agraves percepccedilotildees de ruiacutedo ambiental essas satildeo crescentes No

entanto a poluiccedilatildeo sonora oriunda da muacutesica ouvida pelos fones conectados ao

Celular sugere que o estudante ainda natildeo tem uma accedilatildeo efetiva de prevenccedilatildeo de

problemas de sauacutede auditiva no que tange aos efeitos nocivos dos sons intensos e

por longo periacuteodo de tempo causando PAIR uma vez que 5125 dos estudantes

responderam que sabem que a muacutesica que ouvem no Celular pode causar prejuiacutezos

a audiccedilatildeo (I17) Estes fatos ficaram evidentes nos graacuteficos 14 a 18 pelas mais

diversas atitudes dos estudantes em situaccedilotildees de exposiccedilatildeo aos ruiacutedos

Na seccedilatildeo anterior os resultados das mediccedilotildees de decibeacuteis indicaram que os

estudantes ouvem muacutesica no Celular em volume acima dos recomendados para a

manutenccedilatildeo da sauacutede auditiva No Teste de percepccedilatildeo de alguns sintomas de

estresse as respostas indicaram que os estudantes natildeo perdem energia e natildeo

percebem zumbido na audiccedilatildeo O Teste tambeacutem apontou que um nuacutemero

consideraacutevel de jovens ouve muacutesica durante as tarefas escolares e esses declaram

que se concentram melhor ao ouvi-la Esses resultados me permitem afirmar que os

estudantes estatildeo culturalmente inseridos em ambientes ruidosos ou gostam de ouvir

muacutesica em volume alto dentro e fora do coleacutegio o que dificulta a reaccedilatildeo (ou accedilatildeo)

em postura preventiva sobre a sauacutede auditiva

As respostas deste estudo coadunam com os resultados de Lacerda et al

(2011) que investigaram haacutebitos auditivos e comportamentos de adolescentes com

atividades de lazer ruidosas Os resultados revelaram que a maioria dos jovens

prefere realizar tarefas em ambientes barulhentos e que o som da muacutesica alta os

deixa felizes

A maioria dos estudantes percebe o CEPMAT como um ambiente ruidoso e

boa parte deles natildeo estaacute disposta a deixar de utilizar o Celular posso concluir que o

150

Celular eacute em alguns momentos utilizado como ldquovaacutelvula de escaperdquo para os ruiacutedos

externos Neste sentido eacute importante fazer conhecer entre os estudantes

professores e comunidade escolar os efeitos de longo prazo causados por este

comportamento imediatista O Protocolo de Complexidade Diferenciada 5 (BRASIL

2006 p 7) aborda questotildees relacionadas com a sauacutede auditiva e os seus efeitos As

normas orientadoras do protocolo se utilizadas didaticamente podem auxiliar na

criaccedilatildeo de haacutebitos de prevenccedilatildeo a sauacutede auditivas mais saudaacuteveis e a escola teria

um papel nesta didatizaccedilatildeo pois poderia aproximar conhecimentos do cotidiano dos

estudantes com o conhecimento cientiacutefico

O uso de fones auriculares vem sendo encontrado na literatura como um

comportamento cada vez mais comum entre os jovens e pode ser um risco para a

audiccedilatildeo podendo aumentar os problemas auditivos Costa (2013) mostra que haacute

uma relaccedilatildeo de prazer entre os haacutebitos auditivos e a muacutesica

Em suma

O terceiro subitem da questatildeo de pesquisa quatro ldquoComose os estudantes do

Ensino Meacutedio do CEPMAT percebem a existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos

fones auriculares conectados aos Aparelhos Celulares e os efeitos na Sauacutede delesrdquo

pode ser respondido da seguinte forma

Os estudantes em geral natildeo percebem

a) a existecircncia de poluiccedilatildeo sonora oriunda dos fones auriculares

conectados ao Aparelho Celular mesmo sabendo dos problemas

auditivos que o fone auricular ligado ao Aparelho Celular para escutar

muacutesicas em volume alto pode causar

b) zumbidos ou dores na orelha interna Tambeacutem natildeo haacute perdas de

energia dificuldades para relaxar nem se sentem sobrecarregados ou

relatam alteraccedilotildees na concentraccedilatildeo incocircmodos nem apoacutes escutar

prolongadamente sons em volume alto oriundos do Celular nem

quando expostos ao excesso de ruiacutedos causados pelos meios de

transportes Portanto os sintomas de estresse natildeo satildeo sintomas

comumente apresentados

c) e natildeo consideram que a quantidade de ruiacutedo a que satildeo expostos fora

da escola e quando ouvem muacutesica no Celular eacute maior do que aquela

151

que eles podem suportar Os estudantes tecircm prazer na presenccedila de

volume alto ficam felizes por ouvir muacutesica no Celular quando estatildeo em

sala de aula e consideram a possibilidade de ouvir muacutesicas durante as

atividades como algo positivo seja ou natildeo como foco de concentraccedilatildeo

mesmo natildeo estando confortaacuteveis com o excesso de ruiacutedos dentro e

fora da escola

Por outro lado uma porcentagem menor de estudantes percebe

a) pelo menos um dos sintomas de estresse tais como zumbidos perda

de concentraccedilatildeo energia ficam desanimados dificuldades para

relaxar cansaccedilo e sobrecarga nas atividades rotineiras como as

atividades escolares tanto quando ouvem muacutesica no Celular quanto

os ruiacutedos oriundos dos meios de transportes

No entanto mesmo que essa pequena porcentagem de estudantes natildeo se

importe se pode haver algum prejuiacutezo agrave audiccedilatildeo por exposiccedilatildeo a niacuteveis de ruiacutedos

intensos e ainda que essa porcentagem natildeo pareccedila significativa a postura em

relaccedilatildeo agrave sauacutede auditiva precisa ser mais bem investigada

Esses resultados indicam aspectos que precisam ser melhores avaliados

entre eles o planejamento das atividades as condiccedilotildees de trabalho em sala de aula

e a anaacutelise dos interesses dos estudantes em relaccedilatildeo agraves temaacuteticas apresentadas

Esses e outros toacutepicos precisam ser mais bem estudados para aprofundar alguns

aspectos a partir desta dissertaccedilatildeo Isso me leva a recomendar que outras

investigaccedilotildees sobre a interferecircncia da poluiccedilatildeo sonora na sauacutede do estudante

devem ser profundamente avaliadas em estudos subsequentes a este

152

664 Parte 4 O uso de equipamentos eletrocircnicos e o Regimento Escolar

Trata da relaccedilatildeo entre o uso de equipamentos eletrocircnicos e o Regimento

Escolar do CEPMAT Para a composiccedilatildeo de dados criei trecircs assertivas (I27 I28 I29)

que analisam a percepccedilatildeo dos respondentes em relaccedilatildeo os documentos que regem

a comunidade escolar e a percepccedilatildeo do papel dos estudantes na participaccedilatildeo da

construccedilatildeo das normas e regras do CEPMAT

GRAacuteFICO 19 - PARTICIPACcedilAtildeO DA COMUNIDADE ESCOLAR NA CONSTRUCcedilAtildeO DO REGIMENTO ESCOLAR FONTE O AUTOR (2014) COM SUPORTE DO LABEST-UFPR

O I27 foi construiacutedo na negativa ndash 3375 dos estudantes responderam que

ldquoDe jeito nenhumrdquo natildeo conseguem ficar sem ouvir muacutesica no Celular durante o

periacuteodo das aulas mesmo sabendo que o Regimento Escolar os proiacutebe de usar

1438 responderam ldquoRaramenterdquo 10 ldquoAgraves vezesrdquo 1125 ldquoFrequentementerdquo

2125 ldquoSemprerdquo natildeo conseguem ficar sem ouvir muacutesica no Celular durante as

aulas 188 ldquoNatildeo sabemrdquo e 750 ldquoNatildeo se importamrdquo se conseguem (ou natildeo) ficar

sem ouvir muacutesicas durante o periacuteodo das aulas mesmo sabendo que o regimento

escolar proiacutebe o uso

153

O I28 tambeacutem foi construiacutedo na negativa ndash 4250 dos estudantes

responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo natildeo foram informados sobre quais

equipamentos eletrocircnicos devem usar durante o periacuteodo das aulas 375

responderam ldquoRaramenterdquo 563 ldquoAgraves vezesrdquo 10 ldquoFrequentementerdquo 2188

ldquoSemprerdquo natildeo foram informados sobre quais equipamentos eletrocircnicos (Aparelho

Celular) podem usar no periacuteodo das aulas 438 ldquoNatildeo sabemrdquo e 1188 ldquoNatildeo se

importamrdquo se foram (ou natildeo) informados sobre quais equipamentos eletrocircnicos

podem usar no periacuteodo das aulas

Quanto ao I29 ndash 4438 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo

participaram ativamente das reuniotildees e discussotildees para a construccedilatildeo do Regimento

Escolar do CEPMAT 1438 responderam ldquoRaramenterdquo 875 ldquoAgraves vezesrdquo 375

ldquoFrequentementerdquo 1063 ldquoSemprerdquo participaram ativamente das reuniotildees e

discussotildees para a construccedilatildeo do documento 563 ldquoNatildeo sabemrdquo e 1250 ldquoNatildeo se

importamrdquo se participaram ativamente (ou natildeo) das reuniotildees e discussotildees para a

construccedilatildeo do Regimento Escolar do Coleacutegio

6641 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I27 I28 e I29

No I27 ndash Verifico que 3375 dos estudantes conseguem ficar sem ouvir

muacutesica durante o periacuteodo de aula (ou usando a loacutegica de construccedilatildeo do teste ldquode

jeito nenhumrdquo natildeo conseguem ficar sem ouvir) Por outro lado se somarmos os

que ldquofrequentementerdquo e os que ldquosemprerdquo natildeo conseguem ficar sem ouvir obteacutem-se

um valor de 3250 que efetivamente natildeo conseguem ficar sem ouvir muacutesica no

Celular durante o periacuteodo das aulas Isso significa que se os estudantes

entenderam a assertiva e a forma de respondecirc-la entatildeo haacute uma clara e equilibrada

divisatildeo (3375 versus 3250) nas respostas dadas quanto ao uso do Celular para

ouvir muacutesica durante o periacuteodo das aulas

Quando ao I28 ndash chama a atenccedilatildeo que 4250 dos estudantes revelaram ter

sido informado sobre quais equipamentos eletrocircnicos devem usar durante o periacuteodo

das aulas (ou na loacutegica de construccedilatildeo do teste ldquode jeito nenhumrdquo natildeo foram

informados) No entanto ao somar os que responderam ldquofrequentementerdquo (10)

154

com os que responderam ldquosemprerdquo (2188) natildeo foram informados eacute possiacutevel

perceber que pelo menos 3188 dos estudantes natildeo tinha conhecimento dessas

informaccedilotildees Pode ocorrer que alguns estudantes tenham sido transferidos e sejam

novos no coleacutegio mas a porcentagem de alunos que desconhece as normas e

regras do regimento eacute emblemaacutetica

Na I29 ndash Considerando que 4438 dos estudantes natildeo participam das

reuniotildees e discussotildees para a construccedilatildeo do Regimento Escolar do CEPMAT e

1250 natildeo se importam com construccedilatildeo das normas e regras entendo que os

mesmos natildeo consideram relevante agrave participaccedilatildeo necessaacuteria para ter voz e voto

como retratado no paraacutegrafo 2ordm do regimento interno (ZANOTTO 2011) ldquoo oacutergatildeo

colegiado de direccedilatildeo seraacute constituiacutedo de acordo com o princiacutepio da

representatividade devendo abranger toda a comunidade escolar cujos

representantes nele teratildeo necessariamente voz e votordquo

6642 CONSIDERACcedilOtildeES

Os dados indicaram que a terccedila parte dos estudantes do CEPMAT faz uso

natildeo pedagoacutegico do Aparelho Celular durante o periacuteodo das aulas utilizando-o em

sala de aula e durante as atividades educativas com a finalidade de ouvir muacutesica

Para Souza e Torres (2009) o ldquociberespaccedilordquo jaacute estaacute realizado e os estudantes estatildeo

instalados nele No caso dessa pesquisa entendo que esse ciberespaccedilo se

configura pela via dos Aparelhos Celulares para escutar muacutesica entre outras coisas

No entanto o haacutebito de usar equipamentos eletrocircnicos que natildeo fazem parte

do material pedagoacutegico no ambiente escolar entra em confronto com o Regimento

Escolar Para o Conselho Estadual de Educaccedilatildeo do Paranaacute (PARANAacute 1999) o

Regimento Escolar eacute um documento construiacutedo coletivamente pela comunidade

escolar em reuniotildees e discussotildees nas quais todos tecircm direito a voz e voto Esse

documento estabelece as normas e regras descrevem os direitos e deveres dos

membros da comunidade escolar

No caso do Regimento do CEPMAT a perspectiva didaacutetica sobre o uso de

equipamentos tecnoloacutegicos estaacute na vertente policialesca e restritiva Essa

155

tecnologia jaacute estaacute presente nas matildeos de praticamente todos os estudantes e nesse

sentido podem ser re-significadas para extrapolar o simples escutar muacutesica

congregando muitas outras possibilidades de uso para fins de ensino e de

aprendizagem

A UNESCO (2013) publicou um guia com 10 recomendaccedilotildees sobre o uso do

Aparelho Celular na sala de aula O objetivo era incentivar os governos a

implementarem poliacuteticas puacuteblicas educacionais que valorizassem a utilizaccedilatildeo das

tecnologias de faacutecil acesso presente natildeos matildeos dos jovens e adolescentes como

recurso no ensino

a) Criar ou atualizar poliacuteticas ligadas ao aprendizado moacutevel b) Conscientizar sobre sua importacircncia c) Expandir e melhorar opccedilotildees de conexatildeo d) Ter acesso igualitaacuterio e) Garantir equidade de gecircnero f) Criar e aperfeiccediloar conteuacutedo educacional g) Treinar professores h) Capacitar educadores usando tecnologias moacuteveis i) Promover o uso seguro saudaacutevel e responsaacutevel de tecnologias moacuteveis j) Usar tecnologia para melhorar a comunicaccedilatildeo e a gestatildeo educacional(p12)

O objetivo desse guia eacute o de dar um significado efetivo ao uso e aos trabalhos

realizados com Aparelhos Celulares para tanto eacute necessaacuterio que este seja adaptado

ao grau de maturidade de cada paiacutes no que tange a relaccedilatildeo entre inclusatildeo digital e

educaccedilatildeo

Da mesma forma que o guia da UNESCO (2013 p12) apresenta por meio de

um guia 13 bons motivos para o uso do Celular em sala de aula do seguinte modo

1) Amplia o alcance e a equidade em educaccedilatildeo 2) Melhora a educaccedilatildeo em aacutereas de conflito ou que sofreram desastres naturais 3) Assiste alunos com deficiecircncia 4) Otimiza o tempo na sala de aula 5) Permite que se aprenda em qualquer hora e lugar 6) Constroacutei novas comunidades de aprendizado 7) Daacute suporte a aprendizagem in loco 8) Aproxima o aprendizado formal do informal 9) Provecirc avaliaccedilatildeo e feedback imediatos 10) Facilita o aprendizado personalizado 11) Melhora a aprendizagem contiacutenua 12) Melhora a comunicaccedilatildeo 13) Maximiza a relaccedilatildeo custo-benefiacutecio da educaccedilatildeo (UNESCO 2013 p4)

Os resultados apresentados tornam mais cada vez mais evidente a

necessidade de incluiacute-lo como ferramenta de ensino Esta tecnologia esta inserida

no ambiente escolar presente nas matildeos dos estudantes e pode vir a ter um uso

significativo para ensinar mais do que conteuacutedos

156

Em suma

Nesta parte investiguei comose os estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT

percebem o Regimento Escolar Este subitem pode ser respondido da seguinte

forma

a) Os estudantes usam o Aparelho Celular durante o periacuteodo das

aulas essencialmente para fins natildeo didaacuteticos que natildeo fazem parte

do contexto da aula o que infringe a regras do atual Regimento

Escolar

b) Esse equipamento tecnoloacutegico natildeo eacute considerado parte do atual

material pedagoacutegico e boa parte (3188) dos estudantes

alegaram que natildeo foram informados pela escola sobre quais

equipamentos eletrocircnicos podem usar durante o periacuteodo das

aulas Quase a metade (4438) dos estudantes afirmou natildeo ter

participado da construccedilatildeo coletiva do Regimento Escolar

Somente 1250 responderam que natildeo se importam se participam

(ou natildeo) com voz e voto na confecccedilatildeo do Regimento Escolar e

considerando que os estudantes entenderam a questatildeo e a forma

de respondecirc-la isso parece ter um significado interessante para

reforccedilar a participaccedilatildeo do coletivo da comunidade escolar na

feitura do regimento

67 SINTESE DA SECcedilAtildeO

No contexto desta dissertaccedilatildeo o Aparelho Celular aparece natildeo mais como

um simples meio de comunicaccedilatildeo entre as pessoas mas como Tecnologia da

Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo com muacuteltiplos usos criando ou redefinindo identidades

estabelecendo uma nova cultura no ambiente escolar Seu uso dialoga com culturas

e aspectos constitutivos de saberes que circulam na sala de aula impondo uma

rediscussatildeo sobre regras e normas e outras accedilotildees pedagoacutegicas podendo se

157

configurar em alternativa metodoloacutegica para o ensino e contribuindo com a

aprendizagem

O Aparelho Celular pode contribuir com a valorizaccedilatildeo e o desenvolvimento de

valores eacuteticos colaborando na busca de possibilidades para um ensino diferenciado

extrapolando enormemente a funcionalidade de ouvir muacutesica

Steinberg e Kincheloe (2001) apud Monteiro (2009) revela que o

conhecimento das Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo eacute muito mais do que

simples acreacutescimo a um curriacuteculo tradicional mas uma praacutetica baacutesica necessaacuteria

para negociar identidades valores e para participar dessa hiper-realidade

Os estudantes aumentam seu repertoacuterio de experiecircncias no ambiente escolar

e experenciam a natildeo verticalidade do ensino permitindo-se ensinar uns aos outros

os modos de uso do Celular e de recursos tecnoloacutegicos Esse modo de ensinar

amplia as relaccedilotildees pessoais ou virtuais re-significando relaccedilotildees humanas e

identidades Portanto os Aparelhos Celulares possibilitam os processos de

mudanccedila nas formas de cogniccedilatildeo suas potencialidades frente agrave convergecircncia e

mobilidade imaginadas na telefonia moacutevel e nas tecnologias digitais instigam novas

investigaccedilotildees sobre o papel do Celular na sala de aula

Esta seccedilatildeo teve como intuito responder a quarta questatildeo de investigaccedilatildeo

desta dissertaccedilatildeo Como se os estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT percebem

a) a existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do Coleacutegio

b) os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora (oriunda do entorno do Coleacutegio) na

sauacutede deles

c) a existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos fones auriculares

conectados aos Aparelhos Celulares e os efeitos na sauacutede dos

estudantes

d) as normas estabelecidas no Regimento Escolar do CEPMAT

Nas anaacutelises das respostas do ldquoteste de autoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas

de estresserdquo permitiram observar que haacute indiacutecios que os estudantes apresentam

alguns sintomas de estresse por exposiccedilatildeo agrave Poluiccedilatildeo Sonora pelos meios de

transportes incomodos causados pelo trem prejuiacutezos agraves avaliaccedilotildees ou trabalhos

escolares embora acreditam que nada pode ser feito para alterar a situaccedilatildeo do

momento Quanto agrave poluiccedilatildeo sonora pelos usos intensivos do Aparelho Celular para

ouvir muacutesica os estudantes natildeo deixam de ouvir muacutesica por conta da exposiccedilatildeo

158

excessiva aos ruiacutedos e disseram que a muacutesica natildeo atrapalha a concentraccedilatildeo a

maioria natildeo percebe dor ou zumbido na orelha interna cansaccedilo ou se sente

sobrecarregados No entanto existe um grupo de estudantes que declarou perceber

os sintomas de estresse da exposiccedilatildeo ao volume alto da muacutesica como dor na orelha

interna atrapalha na concentraccedilatildeo sente-se cansados Quanto ao regimento do

CEPMAT os estudantes revelaram que ouvem muacutesicas com fones de ouvido

conectados ao Celular durante as aulas independentemente do regimento dizer que

isso eacute proibido Aleacutem disso mais de 44 dos estudantes pesquisados natildeo conhecia

e natildeo havia participado na elaboraccedilatildeo do regimento

Na proacutexima seccedilatildeo faccedilo as consideraccedilotildees finais desta dissertaccedilatildeo

159

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Para compor e analisar os dados desta dissertaccedilatildeo fiz um levantamento

sobre o tema Poluiccedilatildeo Sonora em quatro eventos da aacuterea nos projetos publicados

UNESCO (2013) e no banco de dissertaccedilotildees e teses da CAPES apliquei um

questionaacuterio a 160 estudantes sobre o uso do Celular no ambiente escolar fiz

tambeacutem dois tipos de afericcedilatildeo uma dos ruiacutedos oriundos do entorno do CEPMAT e

outra dos sons propagados pelos fones auriculares conectados ao Aparelho Celular

com uso de um decibeliacutemetro e para finalizar apliquei um teste de

ldquoautoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo a estudantes do Ensino Meacutedio

Com esses dados realizei anaacutelises que me permitem fazer algumas

consideraccedilotildees Ressalto que todos os dados foram constituiacutedos a partir de coletas

de pequeno porte ou que necessitam de avaliaccedilotildees mais profundas com

profissionais da Sauacutede e da Psicologia assim como da Engenharia de Seguranccedila

Portanto entendo que natildeo eacute prudente fazer conclusotildees finais com estes dados mas

ao inveacutes disso prefiro a partir deles delinear algumas consideraccedilotildees

Essas consideraccedilotildees foram divididas em trecircs partes na primeira intitulada

(71) ldquoApontamentos obtidos a partir da anaacutelise dos dadosrdquo faccedilo referecircncia aos

dados de trecircs formas dados relativos agrave poluiccedilatildeo sonora de forma geral e a do

entorno do coleacutegio dados sobre o uso do Celular e sua relaccedilatildeo com a cultura

contemporacircnea e do dados constituiacutedos a partir do Teste de ldquoautoidentificaccedilatildeo de

estresse nos estudantesrdquo e a poluiccedilatildeo sonora gerada nos fones auriculares

Na segunda parte intitulada (72) ldquoAlgumas possibilidadesrdquo refiro-me a

possiacuteveis estudos da relaccedilatildeo entre poluiccedilatildeo sonora e o uso do Celular como

ferramenta de apoio ao ensino

Na terceira intitulada (73) ldquoSugestotildees de accedilotildees mitigatoacuterias da poluiccedilatildeo

sonora para o entorno e o interior do CEPMATrdquo estas sugestotildees precisam de um

plano de accedilatildeo a posteriori para serem desenvolvidas e natildeo fazem parte do escopo

desta dissertaccedilatildeo Satildeo propostas de accedilotildees mitigatoacuterias que podem ser

desenvolvidas tanto pela empresa America Latina Logiacutestica quanto pela Secretaria

Municipal de Sauacutede e pela Comunidade Escolar do CEPMAT

160

71 APONTAMENTOS OBTIDOS A PARTIR DA ANAacuteLISE DOS DADOS

As consideraccedilotildees realizadas a partir da constituiccedilatildeo e anaacutelise dos dados

foram divididas em trecircs subitens No primeiro refiro-me aos dados relativos agrave

poluiccedilatildeo sonora de forma geral e ao entorno do coleacutegio no segundo discuto

aspectos do uso do Celular e sua relaccedilatildeo com a cultura contemporacircnea e no

terceiro faccedilo consideraccedilotildees sobre o teste de ldquoautoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas

de estresserdquo na sauacutede dos estudantes e a poluiccedilatildeo sonora gerada pelos fones

auriculares As quatro formas de constituiccedilatildeo dos dados (revisatildeo de literatura

questionaacuterio afericcedilatildeo dos niacuteveis de decibeacuteis e o teste) perpassam cada um dos

subitens por isso criei consideraccedilotildees matriciais no formato 4 X 3

Matriz 4 X 3 de apontamentos e consideraccedilotildees

Poluiccedilatildeo Sonora Geral e do

entorno

Usos do Aparelho Celular

Estresse e poluiccedilatildeo sonora gerada por fones

de ouvido

Revisatildeo de Literatura 711 712 713

Questionaacuterio - 42 -

Afericcedilatildeo de niacuteveis de decibeacuteis dB(A)

53 55 56

Teste de Autoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresse

6622 6636 6642

711 A Poluiccedilatildeo Sonora e o entorno do CEPMAT

A revisatildeo de literatura me fez perceber que o assunto ldquoPoluiccedilatildeo Sonorardquo eacute

pouco discutido entre os pesquisadores do Ensino de Fiacutesica e de Ciecircncias nos

eventos analisados encontrei apenas trecircs apresentaccedilotildees de trabalho que foram

recortes de uma mesma dissertaccedilatildeo de mestrado apresentados no ENPEC e no

EPEF Dentre os trecircs um refere-se agrave sauacutede auditiva dos estudantes quando escutam

ldquomuacutesica altardquo (BASTOS MATTOS 2007b) com aparelhos sonoros Essa revisatildeo

161

deixou claro que as discussotildees sobre poluiccedilatildeo sonora ficaram restritas haacute poucos

pesquisadores do Ensino de Fiacutesica o que indica que a acuacutestica (isso porque a

poluiccedilatildeo sonora ocorre por meio da propagaccedilatildeo das ondas sonoras que por sua vez

eacute um subitem da acuacutestica) eacute um tema de pouco interesse entre os pesquisadores da

fiacutesica no entanto essa constataccedilatildeo precisa ser ampliada para outros eventos da

aacuterea

Apesar de uma busca com o tema poluiccedilatildeo sonora resultar em mais de

14500 tiacutetulos de dissertaccedilotildees e teses depositadas no banco da CAPES quando se

restringe o foco para trabalhos realizados por pesquisadores da educaccedilatildeo com as

palavras-chave Poluiccedilatildeo Sonora Ruiacutedos Muacutesica e Poluiccedilatildeo Sonora no Ambiente

Escolar o resultado cai para apenas trecircs sendo duas dissertaccedilotildees e uma tese

Somente um trabalho estuda a poluiccedilatildeo sonora no ambiente escolar isto eacute uma

porcentagem muito insignificante diante de um tema que tem accedilotildees devastadoras na

sauacutede humana e mais uma vez evidenciou a lacuna de estudos nesta aacuterea

No questionaacuterio sobre o uso do Celular descrito no capiacutetulo quatro desta

dissertaccedilatildeo natildeo haacute qualquer menccedilatildeo a poluiccedilatildeo sonora oriunda do entorno de

coleacutegios de forma geral

As afericcedilotildees de niacuteveis de Pressatildeo Sonora oriundos do entorno do CEPMAT

identificaram intensidade de ruiacutedo ateacute 100 dB(A) isto eacute aproximadamente 67

acima dos limites de emissatildeo de ruiacutedo para as Zonas Estruturais Educacionais

estabelecidos pela Lei Ordinaacuteria Municipal 106252002 que eacute de 60 dB(A) no

periacuteodo diurno Nessas condiccedilotildees o laudo teacutecnico produzido por Stangherlin (2014)

sobre os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora do entorno do CEPMAT infere que se um

estudante for exposto ao ruiacutedo por um periacuteodo de 4h30min cinco (5) dias por

semana ao longo de duzentos (200) dias letivos mesmo que por um ldquocurto periacuteodordquo

de tempo por dia (cerca de 5 minutos quando natildeo haacute testes de frenagem) entatildeo

pode haver consequecircncias relativas agrave PAIR com prejuiacutezos agrave sauacutede auditiva

Portanto entendo que eacute necessaacuterio que esses estudantes tenham clareza do risco a

que estatildeo expostos ao estudar no CEPMAT e criar sequencias didaacuteticas para o

ensino de Fiacutesica por meio de situaccedilotildees problemaacuteticas pode contribuir de forma que

os mesmos transitem entre o ensino e a sauacutede aplicando em seu cotidiano

conscientemente

Na investigaccedilatildeo feita por Gasperin (2006) com estudantes de duas escolas

proacuteximas a uma linha feacuterrea a autora verificou que os trens oferecem riscos quando

162

os estudantes vatildeo ou voltam das escolas no entanto quanto aos ruiacutedos emitidos os

dados mostraram que esse aspecto natildeo se apresentou relevante pois a maioria dos

estudantes nega ou natildeo percebe a interferecircncia do barulho do trem nas atividades

escolares e ainda considera que o ruiacutedo do trem natildeo eacute prejudicial agrave sauacutede nem tatildeo

pouco que eacute um problema para a comunidade uma vez que eacute um produto da

historia cultural da comunidade ou seja que influenciou e influencia a vida da

comunidade lindeira a via feacuterrea

Gasperin (2006) afirma que por estarem culturamente inseridos em um

ambiente ruidoso os estudantes construiacuteram uma imagem ldquoalegrerdquo dos incocircmodos

causados pelos trens Eles estabeleceram uma relaccedilatildeo utilitaacuteria com a via feacuterrea

pois ela movimenta a economia e eacute responsaacutevel pela sobrevivecircncia Isso mostra o

niacutevel de incorporaccedilatildeo cultural do trem naquela comunidade Isto eacute os viacutenculos

estabelecidos com a presenccedila dos trens refletem a alienaccedilatildeo ou distanciamento do

fator de risco ambiental no que se refere a poluiccedilatildeo sonora e suas sequelas agrave sauacutede

O estudo de Gasperin (2006) mostrou que a companhia realiza atividades

para transformar os aspectos negativos da poluiccedilatildeo sonora oferecendo passeios de

trem para a comunidade manipulando a percepccedilatildeo da comunidade e sua interaccedilatildeo

com a via feacuterrea

Com relaccedilatildeo ao CEPMAT os resultados do teste de ldquoautoidentificaccedilatildeordquo

mostraram que os estudantes nem sempre percebem o ruiacutedo do entorno como um

incocircmodo e o ambiente escolar mais afetado pelos ruiacutedos do entorno a biblioteca eacute

considerada pela maioria como um ambiente acusticamente adequado para as

atividades escolares o que me permite concluir que natildeo houve um distanciamento

dos meus resultados com os de Gasperin (2006)

Os estudantes tiveram ainda dificuldades para relacionar o ruiacutedo do traacutefego

(especialmente dos trens) com algum fator de estresse que eventualmente

apresentavam (tais como diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo dificuldades de

aprendizagem e esgotamento)

Natildeo perceberam o ruiacutedo das composiccedilotildees como responsaacutevel por trazer

zumbidos aos ouvidos o que mostra que culturalmente os estudantes jaacute estatildeo

inseridos em ambientes ruidosos em casa nas ruas ou na escola

Ou seja o incocircmodo causado pelo ruiacutedo eacute culturalmente construiacutedo (HALL

2007) de acordo com o modo de vida e os grupos sociais mas uma das questotildees

mais importantes em termos educacionais refere-se aos estudantes natildeo saberem se

163

haacute (ou natildeo haacute) algo a se feito quanto agrave poluiccedilatildeo sonora do entorno do CEPMAT isso

mostra que ainda haacute muito trabalho a ser realizado no coleacutegio tanto no que se refere

ao ensino de Fiacutesica como em qualquer outra disciplina sobre esta temaacutetica pois a

conscientizaccedilatildeo eacute fator primordial para accedilatildeo

712 O uso do Aparelho Celular

Na revisatildeo da produccedilatildeo acadecircmica em eventos cientiacuteficos encontrei seis

trabalhos em duas ediccedilotildees do TICEDUCA que indicaram que os Aparelhos

Celulares impactaram a aprendizagem dos estudantes influenciaram na motivaccedilatildeo

e no envolvimento dos estudantes em relaccedilatildeo agraves atividades e na mudanccedila de

opiniatildeo sobre a escola e os estudos No entanto natildeo encontrei nenhum trabalho que

se referia agrave poluiccedilatildeo sonora ou ateacute mesmo alguma referecircncia agrave problemaacutetica de

ouvir muacutesica durante as aulas ou a exposiccedilatildeo a ruiacutedos intensos

Uma dissertaccedilatildeo referente a temaacutetica de usoposse do Celular foi encontrada

na aacuterea de administraccedilatildeo Nesta Luiz (2008) analisa o comportamento de consumo

dos adolescentes que vivem em constante busca de pertencimento a um grupo de

referecircncia O autor sugere que Aparelho Celular eacute determinante para o processo de

identificaccedilatildeo do adolescente com seu grupo e por sua vez o grupo os influencia a

desejar os Aparelhos Celulares e essa via de matildeo dupla resulta os leva a aquisiccedilatildeo

sem medida de esforccedilos

As conclusotildees do estudo de Luiz (2008) referentes a posse do Celular e ao

pertencimento ao grupo natildeo distam dos meus dados obtidos no questionaacuterio Outra

aproximaccedilatildeo entre os dados de Luiz (2008) e os meus refere-se ao uso do Aparelho

Celular para ouvir muacutesica ou seja a funccedilatildeo ldquomuacutesicardquo passou a ser um veiacuteculo

comum de facilitaccedilatildeo da interaccedilatildeo entre os estudantes e da relaccedilatildeo de

pertencimento junto a cada grupo pesquisado

Em resumo este estudo e o de Luiz (2008) tecircm similaridades tanto no que se

refere a ldquoposserdquo do equipamento quanto ao uso da funccedilatildeo ldquomuacutesicardquo pois ambos

possibilitam a interaccedilatildeo e o sentimento de pertencimento ao grupo

164

As anaacutelises do questionaacuterio aplicado sobre os usos que os estudantes fazem

do Aparelho Celular evidenciaram que a maioria natildeo faz uso didaacutetico desse

equipamento e quando isso acontece o uso fica restrito a poucas disciplinas por

exemplo na Matemaacutetica usa-se a funccedilatildeo calculadora

Ainda de acordo com o questionaacuterio quase a totalidade das respostas (98)

revelou que os estudantes tecircm consciecircncia da proibiccedilatildeo que consta no regimento

escolar referente ao uso de Celulares para fins natildeo didaacuteticos embora admitissem

afrontar deliberadamente a norma estabelecida pelo coleacutegio pois (48) confessou

que usa o Aparelho Celular para ouvir muacutesica e se comunicar por meio de

mensagens corroborando que esta tecnologia de faacutecil acesso estaacute amplamente

inserida no ambiente escolar Isso corrobora o que foi apontado por Hall (2011) que

as pessoas produzem reproduzem e modificam a sociedade em que vivem e a

relaccedilatildeo que tem com os meios de comunicaccedilatildeo de faacutecil acesso No caso do

CEPMAT o regimento de 2010 propotildee uma norma anacrocircnica em relaccedilatildeo ao uso do

Aparelho Celular e os estudantes por sua vez burlam a norma buscando

reconfiguraccedilotildees para o uso que eacute natildeo didaacutetico Uma das possibilidades que se

vislumbra a partir disso eacute propiciar a formaccedilatildeo de professores para usos didaacuteticos

dessa tecnologia inserindo-a no contexto escolar Isso configura o que foi percebido

por Hall (2011) no que se refere agraves velhas identidades que por tanto tempo

estabilizaram o mundo social e agora estatildeo em decliacutenio fazendo surgir novas

identidades que fragmentaram o indiviacuteduo da modernidade

No que tange aacute poluiccedilatildeo sonora a que o estudante estaacute submetido ao ouvir

muacutesica nos fones auriculares conectados aos Aparelhos Celulares os resultados

apontaram que a maioria (85) tem informaccedilatildeo de que uma exposiccedilatildeo diaacuteria a

ruiacutedos intensos pode ser prejudicial agrave sauacutede auditiva mas isso natildeo foi suficiente

para modificar a accedilatildeo do estudante Por outro lado um grupo menor (15)

respondeu que tecircm conhecimento dos malefiacutecios causados pelo excesso de ruiacutedo

oriundo do Celular agrave sauacutede auditiva e isso os fez reduzir a quantidade de tempo de

exposiccedilatildeo Embora esse resultado seja pequeno jaacute eacute possiacutevel identificar alguns

estudantes que conseguiram unir a informaccedilatildeo agrave accedilatildeo transformando-a em

conscientizaccedilatildeo No entanto 85 ainda precisa extrapolar o niacutevel da informaccedilatildeo e

isso pode ocorrer por meio da educaccedilatildeo especialmente o Ensino de Fiacutesica

(Acuacutestica Ondas Sonoras) que se relacionado agraves questotildees de sauacutede teraacute um papel

165

fundamental para auxiliar os estudantes a galgarem este salto qualitativo de simples

informaccedilatildeo para conscientizaccedilatildeo

Nas afericcedilotildees realizadas foi possiacutevel observar que (534) dos estudantes

ouvem muacutesica em intensidade 88 dB(A) o que significa que o tempo de exposiccedilatildeo

ao ruiacutedo para este grupo natildeo pode ser superior a 5 horas diaacuterias No entanto

(9466) dos pesquisados ouve muacutesicas em intensidade acima de 92 dB(A) cujo

tempo limite de exposiccedilatildeo eacute de 3 horas por dia O questionaacuterio discutido no capiacutetulo

IV desta dissertaccedilatildeo mostra que os estudantes ouvem muacutesica com os fones

auriculares conectados ao Celular em meacutedia quatro horas diaacuterias Isso significa que

aproximadamente 95 dos estudantes pesquisados ouvem muacutesica em volume

meacutedio de 1047 dB(A) e podem estar colocando em risco a sauacutede auditiva com

possibilidade de perda irreversiacutevel da audiccedilatildeo

Os resultados do teste de ldquoautoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo

mostraram que ouvir muacutesica no Celular em volume acima da meacutedia e natildeo perceber

sintomas de estresse de natureza fiacutesica (perda de energia e zumbido na audiccedilatildeo)

faz parte do cotidiano dos estudantes assim eacute possiacutevel inferir que os mesmos estatildeo

culturalmente inseridos em ambientes ruidosos e para corroborar esta ideia o teste

mostrou que um nuacutemero consideraacutevel (5250) de estudantes declarou que se

concentra melhor quando ouve muacutesicas durante as tarefas escolares

713 Poluiccedilatildeo Sonora Gerada pelos Fones auriculares e Autoidentificaccedilatildeo de

Alguns Sintomas de Estresse

Natildeo foram identificados estudos sobre a poluiccedilatildeo sonora relativa ao Aparelho

Celular nos eventos pesquisados e nas dissertaccedilotildees e teses do Banco da CAPES

com as palavras-chave Som Ruiacutedo Poluiccedilatildeo sonora Poluiccedilatildeo sonora no Ambiente

Escolar Assim ficou evidente que embora esta tecnologia de faacutecil acesso jaacute esteja

inserida na escola conforme os dados obtidos a partir do questionaacuterio nenhum

trabalho relacionou Aparelho Celular a poluiccedilatildeo sonora

Para aleacutem da anaacutelise realizada nos eventos e nas teses Muchnik et al (2011)

alertou que o uso de fones auriculares vem se tornando um comportamento cada

166

vez mais comum entre os jovens o que pode aumentar os riscos de problemas

auditivos

No questionaacuterio havia apenas um item sobre a exposiccedilatildeo ao ruiacutedo

investigando se o estudante tinha ciecircncia de que ouvir muacutesica no Celular prejudica a

audiccedilatildeo Este item foi descrito anteriormente (item 812) Conforme jaacute mencionado

os resultados revelaram a maioria dos estudantes ouviu dizer que os fones

auriculares conectados aos Aparelhos Celulares podem ser prejudiciais agrave sauacutede

auditiva se o volume estiver alto O questionaacuterio revelou ainda que o tempo meacutedio

que os estudantes ouvem muacutesica usando fones auriculares conectados ao Aparelho

Celular eacute de 4 horasdia Aleacutem disso a meacutedia da intensidade de ruiacutedo (em decibeacuteis)

das afericcedilotildees de intensidade de ruiacutedo foi de 1032 dB(A) nesses niacuteveis o tempo de

exposiccedilatildeo maacutexima contiacutenua eacute de aproximadamente 40 minutos por dia (conforme

BRASIL 2006) Estas condiccedilotildees podem acarretar surdez precoce nos estudantes

O teste de ldquoautoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo indicou que boa

parte dos estudantes (3250) natildeo estaacute disposta a deixar de utilizar o Celular para

ouvir muacutesica o que me permite inferir que em alguns momentos esta tecnologia

pode estar sendo utilizada como ldquovaacutelvula de escaperdquo para os ruiacutedos externos Neste

sentido um Ensino de Fiacutesica problematizador pode a partir de experimentos

simples contribuir para fazer conhecer entre os estudantes professores e

comunidade escolar os efeitos da exposiccedilatildeo destes ruiacutedos em peliacuteculas que

simulariam o efeito do som no tiacutempano humano Um estudo de intervenccedilatildeo

multidisciplinar poderia tambeacutem analisar o Protocolo de Complexidade Diferenciada

5 (BRASIL 2006) que aborda questotildees relacionadas com a sauacutede auditiva e os

efeitos da exposiccedilatildeo ao ruiacutedo na sauacutede e com isso discutir e reavaliar haacutebitos

relativos ao uso de fones auriculares possibilitando um trabalho de prevenccedilatildeo agrave

sauacutede auditiva

Em relaccedilatildeo aos sintomas de estresse os estudantes de forma geral (67)

natildeo perceberam a existecircncia de poluiccedilatildeo sonora oriunda dos fones auriculares

conectados ao Aparelho Celular mesmo sabendo dos problemas auditivos que o

fone auricular ligado ao Aparelho Celular para escutar muacutesicas em volume alto pode

causar

Alguns sintomas de estresse como zumbidos ou dores na orelha interna

perdas de energia dificuldades para relaxar natildeo foram percebidos pelos estudantes

apoacutes escutar muacutesicas em volume alto Os estudantes consideraram que a

167

quantidade de ruiacutedo a que satildeo expostos fora da escola e quando ouvem muacutesica no

Celular natildeo eacute maior do que aquela que eles podem suportar pelo contraacuterio eles tecircm

prazer de escutar muacutesica no volume acima dos limites natildeo prejudiciais pois as

muacutesicas satildeo selecionadas por eles desta forma natildeo satildeo consideradas ldquoruiacutedosrdquo De

acordo com as anaacutelises dos resultados posso inferir que os estudantes natildeo

percebem que colocam sua sauacutede auditiva em risco devido que as muacutesicas que

ouvem nos fones auriculares conectados ao Aparelho Celular satildeo sons agradaacuteveis

natildeo importando seu volume por outro lado os ruiacutedos emitidos pelos meios de

transportes sejam automoacuteveis caminhatildeo ocircnibus ou ateacute mesmo trens tornam-se

sons desagradaacuteveis ou seja ruiacutedos Hall (2007) explica que a accedilatildeo social eacute

significativa tanto para aqueles que a praticam quanto para os que a observam natildeo

em si mesma mas em razatildeo dos muitos e variados sistemas de significado que os

seres humanos utilizam para definir o que significam as coisas e para codificar

organizar e regular sua conduta uns em relaccedilatildeo aos outros No caso deste estudo a

accedilatildeo social eacute natildeo perceber os efeitos danosos que os sons considerados

ldquoagradaacuteveisrdquo causam a sauacutede auditiva o que seria diferente se com o mesmo

volume os estudantes percebessem sons considerados por eles como

ldquodesagradaacuteveisrdquo

Por outro lado uma porcentagem menor de estudantes percebe pelo menos

um dos sintomas de estresse tais como zumbidos perda de concentraccedilatildeo energia

ficam desanimados dificuldades para relaxar cansaccedilo e sobrecarga nas atividades

rotineiras como as atividades escolares tanto quando ouve muacutesica no Celular

quanto dos ruiacutedos oriundos dos meios de transportes Mesmo que essa pequena

porcentagem de estudantes natildeo se importe se pode haver algum prejuiacutezo agrave audiccedilatildeo

por exposiccedilatildeo aos niacuteveis de ruiacutedos intensos e ainda que essa porcentagem natildeo

pareccedila significativa a postura em relaccedilatildeo agrave sauacutede auditiva precisa ser mais bem

investigada

Esses resultados indicam aspectos que precisam ser melhor avaliados entre

eles

a) o planejamento das atividades

b) as condiccedilotildees de trabalho em sala de aula

c) a anaacutelise dos interesses dos estudantes em relaccedilatildeo agraves temaacuteticas

apresentadas

168

Esses e outros toacutepicos podem ser mais bem estudados para aprofundar

novos aspectos que se vislumbram a partir desta dissertaccedilatildeo Isso me leva a

recomendar que outras investigaccedilotildees sobre os efeitos da poluiccedilatildeo sonora na sauacutede

dos estudantes devem ser profundamente avaliados em estudos subsequentes a

este

Finalmente para Hall (2007) a ideia de cultura modo de vida formas de

pensar sentir a atuar satildeo assimiladas pelo grupo satildeo accedilotildees de comportamento

que podem ser estabelecidas no contexto a que esses humanos estatildeo inseridos

associando-os e constituindo-os nos diversos aspectos da vida social De uma

mesma forma compreender os significados da presenccedila e uso do Aparelho Celular

na escola eacute compreender essa nova linguagem esse objeto de desejo que opera no

sistema representacional da nossa cultura que constroacutei significados modifica o

sentimento de pertencimento dos estudantes ao grupo modelam praacuteticas de

conduta e ideias Falta no entanto compreender a problemaacutetica da poluiccedilatildeo sonora

em outros contextos por exemplo o da sauacutede auditiva humana pois neste os

impactos negativos para os estudantes satildeo muito seacuterios No entanto se esses

estudantes construiacuterem conhecimentos em Educaccedilatildeo Ambiental na Fiacutesica e na

Sauacutede poderatildeo fazer aproximaccedilotildees entre o cotidiano deles e o conhecimento

cientiacutefico e ainda se tiverem conhecimento e fizerem valer o cumprimento da

Legislaccedilatildeo Municipal entatildeo teratildeo ferramentas para estabelecer relaccedilotildees que

poderatildeo contribuir para mitigaccedilatildeo dos problemas

72 ALGUMAS POSSIBILIDADES

A partir da anaacutelise anterior realizada no formato de matriz emergem agumas

possibilidades Neste subitem levanto possibilidades de estudos que podem ampliar

as perspectivas desta dissertaccedilatildeo e foram percebidos a partir dos resultados da

Revisatildeo de Literatura do Questionaacuterio das Afericcedilotildees realizadas e do Teste de

ldquoAutoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas de Estresserdquo

As afericcedilotildees de niacuteveis de ruiacutedo oriundas do entorno do CEPMAT expuseram

valores acima do permitido pela Legislaccedilatildeo especificamente aquela relativa aos

169

limites de ruiacutedo estabelecidos para aacutereas escolares Sabendo a partir da revisatildeo de

literatura que a poluiccedilatildeo sonora eacute um tema pouco explorado e que no questionaacuterio

foi apontado que os alunos jaacute ouviram falar que o ruiacutedo intenso pode fazer mal a

audiccedilatildeo Entendo que uma pesquisa qualitativa do tipo pesquisa-accedilatildeo aplicada em

sala de aula a partir de um enfoque multidisciplinar tendo como eixo central a

Educaccedilatildeo Ambiental poderia abordar accedilotildees de prevenccedilatildeo a ruiacutedos intensos

oriundos dos meios de transporte

Por outro lado no que se refere a ouvir muacutesica com volume alto nos fones

auriculares conectados ao Aparelho Celular os resultados do teste referentes a

percepccedilatildeo dos estudantes indicaram que natildeo haacute grandes preocupaccedilotildees sobre os

efeitos nocivos desses sons intensos na sauacutede auditiva Para reverter este quadro

uma pesquisa aplicada do tipo pesquisa-accedilatildeo que aborde o conteuacutedo de acuacutestica

em seu subitem ldquoOndas Sonorasrdquo pode trazer enormes contribuiccedilotildees na construccedilatildeo

de sequecircncias didaacuteticas e experimentos simples de forma que os estudantes

percebam os efeitos os benefiacutecios e os malefiacutecios que estas ondas sonoras causam

no organismo Assim pode haver aproximaccedilatildeo do ensino de fiacutesica com a sauacutede

Outra consideraccedilatildeo refere-se ao uso natildeo didaacutetico do Aparelho Celular no

ambiente escolar Os dados do questionaacuterio mostraram que haacute necessidade de

ampliaccedilatildeo de pesquisas com enfoque metodoloacutegico porque o Celular natildeo eacute utilizado

como ferramenta de aprendizagem na sala de aula Beringuy (2011) salientou as

vantagens do acesso ao Celular por pessoas de baixo poder aquisitivo isso pode-se

estender tambeacutem para a adoccedilatildeo do Aparelho Celular como ferramenta de apoio na

aprendizagem A revisatildeo de literatura apontou metodologias como as de m-learning

ou mobile learning que exigem uma participaccedilatildeo do professor no sentido de

orientar para o uso didaacutetico Assim pesquisas que apliquem estas novas

metodologias satildeo extremamente necessaacuterias

170

73 SUGESTOtildeES DE ACcedilOtildeES MITIGATOacuteRIAS DA POLUICcedilAtildeO SONORA PARA O

ENTORNO E O INTERIOR DO CEPMAT

Neste item aponto algumas medidas preventivas e mitigatoacuterias em relaccedilatildeo

aos ruiacutedos do entorno do CEPMAT que podem ser tomadas por diferentes oacutergatildeos

administrativos Secretaria Municipal de Sauacutede e a Comunidade Escolar do CEPMAT

e pela empresa que tem a concessatildeo da Ferrovia (ALL) que passa em frente ao

Coleacutegio e tambeacutem relativas a poluiccedilatildeo sonora oriunda dos fones auriculares

conectados ao Aparelho Celular para ouvir muacutesica pelos estudantes

a) Em funccedilatildeo das afericcedilotildees e do laudo teacutecnico que aponta niacuteveis de ruiacutedo

de ateacute 100 dB(A) uma sugestatildeo eacute a instalaccedilatildeo de anteparos acuacutesticos

junto agrave linha feacuterrea para minimizar o impacto dos ruiacutedos do trem na

frete do Coleacutegio

b) Uma possibilidade complementar (e natildeo alternativa) a que foi

mencionada acima eacute a ALL em parceira com a Prefeitura Municipal de

Curitiba efetuarem o plantio de aacutervores nativas ao longo da lateral da

linha feacuterrea especialmente na frente do Coleacutegio para constituir mais

uma barreira fiacutesica agraves ondas sonoras geradas na passagem da

composiccedilatildeo feacuterrea

c) De acordo com o que foi proposto pelo Programa de Mitigaccedilatildeo de

Ruiacutedos (ALL 2010) a empresa deve constituir uma equipe

PERMANENTE de Educaccedilatildeo Ambiental assegurando para realizar um

trabalho continuo de conscientizaccedilatildeo dos estudantes do CEPMAT e do

entorno no que se refere aos periacuteodos maacuteximos de exposiccedilatildeo a ruiacutedos

de forma geral assim como de seguranccedila dos pedestres para a

travessia da linha feacuterrea

d) A Empresa ALL a Secretaria Estadual de Educaccedilaotilde do Paranaacute em

parceria com a Secretaria Municipal de Sauacutede tecircm a responsabilidade

de fazer avaliaccedilotildees audiomeacutetricas fundamentais para a prevenccedilatildeo a

PAIR tanto nos estudantes quanto nos professores e funcionaacuterios do

CEPMAT que estatildeo constantemente expostos aos ruiacutedos intensos

171

A Secretaria Municipal de Sauacutede e o CEPMAT podem trabalhar em parceria

para

a) Desenvolver um trabalho de conscientizaccedilatildeo e prevenccedilatildeo relativos agrave

sauacutede auditiva por exposiccedilatildeo aos ruiacutedos oriundos dos fones

auriculares conectados aos Aparelhos Celulares para ouvir muacutesica em

volume acima do limite estabelecido pelo protocolo de Complexidade

Diferenciada 5 (BRASIL 2006) que pode ser baseado no programa

desenvolvido pela Sociedade Brasileira de Otologia (SBO 2012)

172

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ABNT Anexo I da Norma Regulamentadora 15 para Atividades e Operaccedilotildees Insalubres Limites de Toleracircncia para Ruiacutedo Contiacutenuo ou Intermitente

Ministeacuterio do Trabalho e Emprego Brasiacutelia 1978 Disponiacutevel em lt httpportalmtegovbrdatafilesFF8080812DF396CA012E0017BB3208E8NR-1520(atualizada_2011)pdf gt Acesso em 17062013

ABNT NBR 10151 Acuacutestica - Avaliaccedilatildeo do ruiacutedo em aacutereas habitadas visando o conforto da comunidade - Procedimento Rio de Janeiro ABNT 1987 Disponiacutevel lthttpwwwsemacecegovbrwpcontentuploads201201AvaliaC3A7C3A3o+do+RuC3ADdo+em+C381reas+Habitadaspdfgt Acesso em 19012014

ABNT NBR 10152 Niacuteveis de Ruiacutedo para conforto Acuacutestico Rio de janeiro

1987a Disponiacutevel em lthttpbdcamaragovbrbdbitstreamhandlebdcamara8989poluicao_sonora_brasileiropdfsequence=4gt Acesso em 19012014

ABNT NBR 13369 ndash Caacutelculo Simplificado do Niacutevel de Ruiacutedo Equivalente Contiacutenuo (Leq) Rio de Janeiro ABNT 1995 Disponiacutevel em lt http httpptscribdcomdoc167322593NBR-13369-1995-Calculo-Simplificado-do-Nivel-de-Ruido-Equivalente-Continuo-Leq gt Acesso em 05052014

AIKENHEAD G S RYAN A G (1989) The development of a multiple-choice instrument for monitoring views on science-technology-society topics Ottawa Social Sciences and Humanities Research Council of Canada In AIKENHEAD G S e RYAN A G The Development of a New Instrument ldquoViews on Science-Technology-Societyrdquo (VOSTS) In Science Education 76(5) 477-491 1992

AIKENHEAD G S e RYAN A G The Development of a New Instrument ldquoViews on Science-Technology-Societyrdquo (VOSTS) In Science Education 76(5) 477-491 1992

ALL America Latina Logiacutestica Capitulo 12 Investigaccedilatildeo de Ruiacutedos Rio Grande do Sul - RS Editora ALL 2010 Disponiacutevel em lt httplicenciamentoibamagovbrFerroviasALL2020Malha20Ferroviaria20Sul2020Trechos20Rio20Branco20do20Sul2020Curitiba20e20Curitiba2020Paranagua122020InvestigaE7E3o20de20RuEDdos1220-20InvestigaE7E3o20de20RuEDdospdf gt Acesso em 02072013

ALVES J Tecnologia Celular Uma Convergecircncia de Miacutedias para a Aproximaccedilatildeo de Puacuteblicos Atas do Intercom ndash Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicaccedilatildeo XXX Congresso Brasileiro de Ciecircncias da Comunicaccedilatildeo 2908 a 02092007 Santos Editora Intercom 2007 Disponiacutevel em lt httpwwwportal-rpcombrbibliotecavirtualcomunicacaovirtual0317pdfgt Acesso em 17052013

AMERICAN COLLEGE OF OCCUPATIONAL AND ENVIRONMENTAL MEDICINE ACOEME EVIDENCE BASED STATEMENT Noise induced hearing loss J Occup Environ Med [S l] v45 n 6 jun 2003 In Brasil Protocolo de Complexidade Diferenciada 5 Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento

de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegias 2006 Disponiacutevel em lt

173

httpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesprotocolo_perda_auditivapdfgt Acesso em 19012014

American Friends of Tel Aviv University (2011 Deccember 29) Usando leitores de MP3 em volume alto coloca adolescentes em situaccedilatildeo de risco para a perda auditiva precoce dizem pesquisadores ScienceDaily Disponiacutevel em

httpwwwsciencedailycomreleases201112111228134852htm Acesso em 10012014

AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION (APA) Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders-Fourth Edition Text Revision Washington DC APA

2000 (Traduccedilatildeo no Brasil Artmed 2003)

ARCO-VERDE Y F S Caderno de Apoio para Elaboraccedilatildeo do Regimento Escolar Curitiba PR SEEDPR 2007 Disponiacutevel em lthttpwwwmrherondominguesseedprgovbrredeescolaescolas27147014arquivosFileOrgao20Tecnico20PedagogicoREGIMENTO_ESCOLAR_08_04[1]pdfgt Acesso em 19052013

ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE PESQUISA E ENSINO DE CIEcircNCIAS (ABRAPEC) Relatoacuterio de Atividades Satildeo Paulo 1997 Disponiacutevel em

lthttwwwnutesufrjbrabrapecgt acessado em 14082012

BASTOS W P MATTOS C A Fiacutesica para uma Discriminaccedilatildeo Auditiva

Dissertaccedilatildeo de Mestrado ndash USP 2007 Disponiacutevel em lt httpportalifuspbrcpgipt-brdissertaC3A7C3B5es-de-mestrado-2007-2013gt Acesso em 01122013

BASTOS P W MATTOS C R F Fiacutesica para uma sauacutede auditiva Atas do VI ENPEC Encontro Nacional de Pesquisa em Educaccedilatildeo em Ciecircncias

Florianoacutepolis ndash Santa Catarina ABRAPEC 2007a Disponiacutevel em lthttwwwnutesufrjbrabrapecgt Acesso em 06 de junho de 2012

BASTOS P W MATTOS C R Educaccedilatildeo para uma discriminaccedilatildeo Auditiva Atas do VI ENPEC Encontro Nacional de Pesquisa em Educaccedilatildeo em Ciecircncias

Florianoacutepolis ndash Santa Catarina ABRAPEC 2007b Disponiacutevel em lt httwwwnutesufwrjbrabrapecgt Acesso em 06 de junho de 2012

BASTOS P W MATTOS C R Fiacutesica e poluiccedilatildeo Sonora Uma proposta de dinacircmica do perfil conceitual Atas do XI EPEF Encontro de Pesquisa e Ensino de Fiacutesica Curitiba ndash Paranaacute 2008 Disponiacutevel em lt httpwwwcienciamaouspbrdadosepef_fisicaepoluicaosonoraumatrabalhopdfgt Acesso em 06 de junho de 2012

BAUMAN Z Entrevista Fronteiras do Pensamento Londres Cafeacute Filosoacutefico CPFL Viacutedeo 29 min e 41 s 2011 Disponiacutevel em lthttpvimeocom27702137gt Acesso em 0972014

BAUMAN Z Modernidade Liacutequida Rio de Janeiro Jorge Zahar 2008 Disponiacutevel em ltDownloadsModernidade+Liquida+-+Zygmunt+Bauman20(1)pdf gt Acesso em 28022014

BERINGUY A PNAD De 2005 para 2011 numero de internautas cresce 1438 e o de pessoas com celular 1072 Brasiacutelia IBGE 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaoacessoainternet2011defaultshtmgt Acesso em 17052013

174

BRASIL Decreto Federal No 81621 Aprova o Quadro Geral de Unidades de

medida em substituiccedilatildeo ao Anexo do Decreto n 68288 de 12 de setembro de 1978 Brasiacutelia SINMETRO Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio Exterior 03051978 Disponiacutevel em lt httpwwwplanaltogovbrccivil_03decreto1970-1979anexoand81621-78pdfgt Acesso em 15012014

BRASIL Perda auditiva induzida por ruiacutedo Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas (Pair)Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas ndash Brasiacutelia Editora do Ministeacuterio da Sauacutede 2006 Disponiacutevel em httpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesprotocolo_perda_auditivapdf Acesso em 19012014

CAPES Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior Banco de Teses e Dissertaccedilotildees Brasilia 2006 Disponiacutevel em lt httpbancodetesescapesgovbr gt Acesso em 12072012

CELANI A C BEVILAacuteCQUA M C RAMOS C R Ruiacutedo em escolas Fono Rev Atual Cient [S I] v 6 n 2 p 1-4 1994 In Protocolo de Complexidade Diferenciada 5 Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede - Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas

Estrateacutegicas 2006 Disponiacutevel em lt httpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesprotocolo_perda_auditivapdf Acesso em 22022014

Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva Perda Auditiva Induzida pelo Ruiacutedo Relacionado ao Trabalho Boletim nordm 1 14novembro1999 Disponiacutevel em ltDownloads1267411525dd9e8b2320(1)pdfgt Acesso em 14022014

CONAMA Norma Regulamentadora 15 Lei Nordm 9605 de 12 de fevereiro de 1998 Ministeacuterio do Meio Ambiente 1998 Dispotildee sobre as Sanccedilotildees Penais e Administrativas Derivas de Condutas e Atividades Lesivas ao Meio Ambiente Disponiacutevel em lt httpwwwplanaltogovbrccivil_03leisl9605htmgt Acesso em 28022014

CONAMA Resoluccedilatildeo Nordm 12008 Controle da Poluiccedilatildeo Sonora Disponiacutevel em lt httpwwwmmagovbrportconamalegislacaoCONAMA_RES_CONS_1990_001pdf gt Acesso em 13122014

CONTI F Definiccedilotildees de Calculo com Multivariaacuteveis Laboratoacuterio de Informaacutetica -

ICB ndash UFPA 2013gt Disponiacutevel em lthttpwwwculturaufpabrdicasgt Acesso em 28052013

COSTA C N P Anaacutelise do Teste ldquoAutoidentificaccedilatildeo de alguns Sintomas de Estresserdquo Curitiba PR Material natildeo publicado 2013

COSTA F A I Encontro Internacional TIC e Educaccedilatildeo Inovaccedilatildeo Curricular com TIC Atas do I CONGRESSO INTERNACIONAL TICEDUCA Lisboa ndash Portugal

Editora Universidade de Lisboa 2010 Disponiacutevel em lt httpticeduca2010ieulptgt Acesso em 09 de dezembro de 2012

COSTA J F GIOPPO C CAMARGO S O celular e o ensino de ondas na escola uma proposta preliminar Atas do II TICEDUCA 2012 Lisboa ndash Portugal Editora

Universidade de Lisboa 2012 Disponiacutevel em lt

175

httpconfticeducaieulptmodulesrequestphpmodule=oc_programampaction=summaryphpampid=369gt Acesso em 19112013

COSTA J F CAMARGO S GIOPPO C Uso do Aparelho Celular por Estudantes do Ensino Meacutedio para ouvir muacutesica um prazer perigoso Atas do IX ENPEC Editora da ABRAPEC Aacuteguas de Lindoacuteia SP 2013 Disponiacutevel em lt httpwwwnutesufrjbrabrapecixenpecatasresumosR1336-1pdf gt Acesso em 19112013

CURITIBA Lei Ordinaacuteria Municipal Nordm 10625 Dispotildee sobre ruiacutedos urbanos proteccedilatildeo do bem estar e do sossego puacuteblico Curitiba 2002 Disponiacutevel em lt

httpswwwleismunicipaiscombraprccuritibalei-ordinaria2002106210625lei-ordinaria-n-10625-2002-dispoe-sobre- ruidos-urbanos-protecao-do-bem-estar-e-do-sossego-publico-revoga-as-leis-n-s-8583-de-02-de-janeiro-de-1995-8726-de-19-de-outubro-de-1995-8986-de- 13 - de-dezembro-de-1996-e-9142-de-18-de-setembro-de-1997-e-da-outras-providenciashtmlgt Acesso em 08012014

DrsquoAMORIN F Dependecircncia ou Vicio Informaacutetica amp Sociedade 2012 Disponiacutevel

em lt httpwwwcinufpebr~if679textosDependenciaViciohtml gt Acesso em 27052013

DEL RIO V Cidade da Mente Cidade Real Percepccedilatildeo Ambiental e Revitalizaccedilatildeo na Aacuterea Portuaacuteria do Rio de Janeiro p 3-22 In OLIVEIRA L DEL RIO V (org) Percepccedilatildeo Ambiental A Experiecircncia Brasileira Satildeo Carlos Editora da UFSCAR 1996 265p Disponiacutevel em lt httpumdbergpbworkscomwfilefetch38495880vosts_developmentpdfgt Acesso em 27022014

ENIZ A O GARAVELLI S Poluiccedilatildeo sonora em escolas do Distrito Federal Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Educaccedilatildeo da Universidade Catoacutelica de Brasiacutelia Brasiacutelia 2004 Disponiacutevel em lt httpwwwbdtducbbrtedetde_arquivos6TDE-2004-09-17T134958Z-122PublicoDissertacaoalexandrepdfgt Acesso em 13092012

ENNES E G Poluiccedilatildeo Sonora p 339-356 Recursos Naturais Meio Ambiente e Poluiccedilatildeo Vol 2 Rio de Janeiro SUPREN 1977 In SCARATE A Diagnoacutestico Qualitativo da Poluiccedilatildeo Sonora Urbana Estudo de Fundamentos Teoacuterico-Metodoloacutegicos Atas do II Simpoacutesio de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia Urbana Maringaacute PR SIMPGEU 2009 Disponiacutevel em lt httpandrescaratefileswordpresscom20091070pdfgt Acesso em 28012014

FERNANDES J C Um coleacutegio chamado Maria Gazeta do Povo Caderno vida e

cidadania 17062012 Disponiacutevel em lt httpwwwgazetadopovocombrvidaecidadaniaconteudophtmlid=1265986T-Nh39Oplpcbloggergt Acesso em 13022013

FERNANDES R S SOUZA V J de PELISSARI V B FERNANDES S T Uso da percepccedilatildeo ambiental como instrumento de gestatildeo em aplicaccedilotildees ligadas agraves aacutereas educacional social e ambiental Curso de Engenharia de Produccedilatildeo Civil da

UNIVIX e do NEPA Satildeo Paulo 2004 Disponiacutevel em lt httpwwwredeceasesalquspbrnoticiasPercepcao_Ambientalpdfgt Acesso em 27012014

FILGUEIRAS J C HIPPERT M I S A polecircmica em torno do conceito de estresse Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo Vol19 n3 Brasiacutelia 1999 Disponiacutevel em lt

176

httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1414-98931999000300005amplng=enampnrm=isoamptlng=pt gt Acesso em 15072014

FRAENKEL J R e WALLEN N E How to design and evaluate research in Education 4ordf Ediccedilatildeo Boston McGraw Hill 2000

GASPERIN ABUCK S LOOS H A presenccedila do ruiacutedo do trem em escolas do entorno da linha feacuterrea na cidade de Curitiba-Pr Contribuiccedilatildeo para a construccedilatildeo dialeacutetica em educaccedilatildeo socioambiental Dissertaccedilatildeo de Mestrado em

Educaccedilatildeo da UFPR Curitiba UFPR 2006 Disponiacutevel em lt httpwwwppgeufprbrtesesM06_gasperinpdf gt Acesso em 13092012

HALL S A centralidade da cultura notas sobre as revoluccedilotildees culturais do nosso tempo Educaccedilatildeo amp Realidade Porto Alegre v 22 nordm2 p 15-46 juldez 1997

_____ S A Representation Cultural Representations and Signifying Practices Londres Thousand Oaks Sage The open University 2007

_____ S A Identidade cultural na Poacutes-Modernidade Rio de Janeiro DPampA 11ordf ediccedilatildeo 2011

IPDA Instituto Paulista de Deacuteficit de Atenccedilatildeo Vocecirc estaacute sofrendo com Stress Crocircnico Disponiacutevel em lt httpwwwdda-deficitdeatencaocombrmembrosteste-

stress-burnouthtmlgt Acesso em 21092013

IPPUC 1959 Regiatildeo do Cajuru ndash Paranaacute Foto aeacuterea de 1959 Curitiba fotografia

aeacuterea Escala 150000

IPPUC 2003 Geoprocessamento Curitiba 2006 Disponiacutevel em wwwippucorgbr

Acesso em 16 de janeiro de 2014

______2006 Rede Integrada de Transporte Puacuteblico de Curitiba em 2006

Disponiacutevel em ltwwwippucorgbrgt Acesso em 20022014

______2008 Planos Setoriais Relatoacuterio 2008 Curitiba IPPUC 2008 Disponiacutevel

em httpwwwconcidadesprgovbrarquivosFileDOC_IPPUC_Livro_planos_setoriaispdf Acesso em 15012014

______2008 Regiatildeo do Cajuru ndash Paranaacute Foto Aeacuterea de 2008 Curitiba fotografia

aeacuterea Escala 150000

JORDAtildeO C Um celular para cada puacuteblico Revista Digital 301109 Jornal O

Globo 2009 Disponiacutevel em lthttpturma4a20092bligoocomcontentview673937Um-celular-para-cada-publicohtmlgt Acesso em 26122012

KOTLER P Administraccedilatildeo de marketing anaacutelise planejamento implementaccedilatildeo e controle 5 ed Satildeo Paulo Atlas 1998 In MEDEIROS J F CRUZ C M L Comportamento do Consumidor Fatores que influenciam no processo de decisatildeo da compra dos consumidores Revista Teoria e Evidecircncia Econocircmica Passo Fundo v 14 Ed Especial 2006 p 175 Disponiacutevel em lt httpeadopetnetbrconteudoeadMoodle_20graduacaogestao_comercial_2013comp_consuPDFLEITURA1_aula3pdfgt Acesso em 28022014

LACERDA A B M GONCcedilALVES C G O ZOCOLI A M F DIAS C PAULA K Haacutebitos Auditivos e comportamento de adolescentes diante das atividades de lazer ruidosas In Revista CEFAC Speech Language Hearing Sciences and

177

Education Journal Mar-Abr V13 n2 322-329 2011 Disponiacutevel em lt

httpwwwscielobrpdfrcefacv13n249-10pdfgt Acesso em 13122013

LAUTERT L CHAVES E H B MOURA G MS S de O estresse na atividade gerencial do enfermeiro In Revista Panamericana de Salud Publica v6 (6) 1999 Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfrpspv6n60968gt Acesso em 28092013

LEDERMAN N G OMALLEY M Students perceptions of tentativeness in science Development use and sources of change Science Education 74(2) 225-239 1990 In AIKENHEAD G RYAN A The Development of a New Instrument ldquoViews on Science-Technology-Societyrdquo (VOSTS) College of Education University of Saskatchewan Saskatoon Saskatchewan Science Education Assessment Instruments 1992 Disponiacutevel em lt httpumdbergpbworkscomwfilefetch38495880vosts_developmentpdfgt Acesso em 27022014

LEVI F Origens Ambiente e Evoluccedilatildeo In Menezes L C de A terra gasta a questatildeo do ambiente Satildeo Paulo EDUC ndash Editora da Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica ndash PUC-SP 1990 P 17-25 Dissertaccedilatildeo de MestradoLIPP M N Como Controlar o Stress Satildeo Paulo-SP Editora Iacutecone 6ordf ed 1994

LIPP M e N (1984) Stress e suas implicaccedilotildees Estudos de Psicologia Campinas v1 n3 e 4 p 5-19 agodez In FILGUEIRAS J C HIPPERT M I S A polecircmica em torno do conceito de estresse Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo Vol19

n3 Brasiacutelia 1999 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1414-98931999000300005amplng=enampnrm=isoamptlng=pt gt Acesso em 15072014

LOBATO A PEDRO N As tecnologias moacuteveis no processo de ensino e aprendizagem da liacutengua inglesa um estudo exploratoacuterio do cenfic Atas do II CONGRESSO INTERNACIONAL TICEDUCA 2010 Lisboa ndash Portugal

Universidade de Lisboa 2012 Disponiacutevel em lt httpticeduca2010ieulptgt Acesso em 09 de dezembro de 2012

LOPES J M Barulho eacute responsaacutevel por 65 das reclamaccedilotildees agrave prefeitura Jornal Gazeta do Povo Ediccedilatildeo 02102008 Disponiacutevel em lt httpwwwgazetadopovocombrvidaecidadaniaconteudophtmlid=813587amptit=Barulho-e-responsavel-por-65-das-reclamacoes-a-prefeituragt Acesso em 08082013

LUIZ G V Consumo de Celular Significados e Influecircncias na vida cotidiana de adolescentes Dissertaccedilatildeo de Mestrado ndash Universidade Federal de Viccedilosa ndash MG

2008 Disponiacutevel em lthttpwwwtedeufvbrtedesimplificadotde_arquivos46TDE-2008-08-26T072246Z-1289Publicotexto20completopdfgt Acesso em 28052013

MBI Questionaacuterio Jbeili para Identificaccedilatildeo Preliminar da Burnout Elaborado e adaptado por Chafic Jbeili Inspirado no Maslach Burnout Inventory- MBI Disponiacutevel em lt httpwwwchaficcombrindex_arquivosQuestionE1rio20Jbeili20para20identificaE7E3o20da20burnoutpdf gt Acesso em 30092013

MELO G S Ao Som do Apito Vila Oficinas Controle e Disciplinarizaccedilatildeo do Ferroviaacuterio Curitiba (1945-1960) Monografia UTP ndash Universidade Tuiuti do Paranaacute Curitiba UTP 2008 Disponiacutevel em lt

178

httpwwwutpbrhistoriarevista_historianumero_2pdf11_giselia_melopdfgt Acesso em 03032013

MENDONCcedilA F Aspectos da Problemaacutetica Ambiental Urbana da Cidade de CuritibaPR e o mito da ldquocapital ecoloacutegicardquo Satildeo Paulo ndash USP 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwgeografiafflchuspbrpublicacoesGeouspGeousp12Geousp12_FranciscoMendoncahtmgt Acesso em 05082013

MIRANDA G L Limites e possibilidades das TIC na Educaccedilatildeo Revista de Ciecircncias da Educaccedilatildeo ndash nordm 03 ndash maioago2007 Disponiacutevel em lt

httpsisifofpceulptpdfssisifo03PT03pdfgt Acesso em 17052013

MOREIRA M D MELLO FILHO J de Psicoimunologia hoje 1992 In FILGUEIRAS J C HIPPERT M I S A polecircmica em torno do conceito de estresse Revista Psicolologia Ciecircncia e Profissatildeo V19 nordm3 Brasiacutelia 1999

Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophppid=S1414-98931999000300005ampscript=sci_arttextgt Acesso em 28022014

MOURA A CARVALHO A Enquadramento teoacuterico para a integraccedilatildeo de tecnologias moacuteveis em contexto educativo Atas do I CONGRESSO

INTERNACIONAL TICEDUCA 2010 Lisboa ndash Portugal Universidade de Lisboa 2010 Disponiacutevel em lt httpticeduca2010ieulptgt Acesso em 09 de dezembro de 2012

MUCHNIK C AMIR N KAPLAN-NEEMEN R e SHABTAI E Getting teeens to turn down the volume In TEL AVIV UNIVERSITY 2012 Annual report Re-imagining the mind Tel Aviv Tel Aviv University 2011 Disponiacutevel em lt

httpwwwtauacilbogannualreport2012pdfgt Acesso em 14122013

NARDI R Memoacuterias da Educaccedilatildeo em Ciecircncias no Brasil a pesquisa em ensino de Fiacutesica Grupo de Pesquisa e Ensino de Ciecircncias Bauru UNESP 1990 Disponiacutevel em lt httpwwwifufrgsbrpublicensinovol10n1v10_n1_a4htm gt Acesso em 16072013

NASCIMENTO D C do Percepccedilotildees de Cultura e Mudanccedila Organizacional

Dissertaccedilatildeo de Mestrado 2009 Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra Disponiacutevel em lt httpsestudogeralsibucptbitstream10316133701Tese_mestrado_Diogo_Chouzalpdf gt Acesso em 20112013

NOGUEIRA E Portal Curitiba Antiga Disponiacutevel em lthttpcuritibaantigacomcategoriaVila-Oficinashtml gt Acesso em 12122012

NOVAES M R Poluiccedilatildeo Psicossocial 383-395 In IBGE Recursos Naturais Meio Ambiente e Poluiccedilatildeo Vol 2 Rio de Janeiro SUPREN 1977 P458

NOVAIS A M GUARIN NETO G G Percepccedilatildeo Ambiental de Estudantes da Escola ldquoDr Joseacute Rodrigues Fontesrdquo Caacuteceres Mato Grosso In Revista Travessias nordm 1 UNIOESTE ndash PR 2007 Disponiacutevel em lt fileCDownloads2789-10750-1-PBpdf gt Acesso em 22022014

OrsquoMALLEY M AIKENHEAD In AIKENHEAD G RYAN A The Development of a New Instrument ldquoViews on Science-Technology-Societyrdquo (VOSTS) College of

Education University of Saskatchewan Saskatoon Saskatchewan Science Education Assessment Instruments 1992 Disponiacutevel em lt

179

httpumdbergpbworkscomwfilefetch38495880vosts_developmentpdfgt Acesso em 27022014

OLIVEIRA I B e SGARBI P Fora da Escola tambeacutem se aprende Rio de

Janeiro DPampA 2001

PAPINI J C M PINTO M L S Estresse e Trabalho Monografia 2000 UFSC

Associaccedilatildeo Catarinense de Medicina XVI ndash Curso de Especializaccedilatildeo em Medicina do Trabalho Disponiacutevel em httpsrepositorioufscbrbitstreamhandle123456789104989Estresse20e20trabalhopdfsequence=1 Acesso em 10022013

PARANAacute Conselho Estadual de Educaccedilatildeo do Paranaacute Regimento Escolar Deliberaccedilatildeo 1699 Curitiba Conselho Estadual de Educaccedilatildeo do Paranaacute 1999

Disponiacutevel em lt httpwwweducacaoprgovbrarquivosFiledeliberacoesdeliberacao161999pdf gt Acesso em 16122013

________ Decreto Estadual 259501959 In Zanoto Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico

Curitiba 2010 Disponiacutevel em lt httpwwwctamariateixeiraseedprgovbrredeescolaescolas9690630arquivosFilePPP2010apdfgt Acesso em 12072012

________ Decreto Estadual 30621977 In ZANOTO Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico Curitiba 2010 Disponiacutevel em lthttpwwwctamariateixeiraseedprgovbrredeescolaescolas9690630arquivosFilePPP2010apdfgt Acesso em 12072012

________Regimento Escolar do CEPMAT Ato nordm 340 p6 - 9 - Curitiba 2011

________ Resoluccedilatildeo 7012006 Coleacutegio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira ndash Ensino fundamental Meacutedio e Profissional Disponiacutevel em lt httpwwwceeprgovbrarquivosFilepdfPareceres202012CEBpa_ceb_109_12pdfgt Acesso em 05032013

PONDEacute L F Invenccedilatildeo do Contemporacircneo O diagnoacutestico de Zygmunt Bauman para a Poacutes-Modernidade Produccedilatildeo da CPFL Cultura Exibido em 25 de maio de

2008 Ribeiratildeo Preto Cultura (44 minutos) Disponiacutevel em lt wwwcpfculturacombr ou httpwwwyoutubecomwatchv=58MMs5j3TjA gt Acesso 05012014

RAMINHOS L FERREIRA M J CORREIA S PEREIRA M J Tecnologias moacuteveis no ensino de multimeacutedia Atas do II Congresso Internacional TICEDUCA 2012 Lisboa ndash Portugal Universidade de Lisboa 2012 Disponiacutevel em lt httpticeduca2010ieulptgt Acesso em 09 de dezembro de 2012

REIS A T L LAY M C D Avaliaccedilatildeo da Qualidade de Projetos ndash uma Abordagem Perceptiva e Cognitiva Revista Ambiente Construiacutedo Porto Alegre v 6 n 3 p

21-34 julset 2006 Disponiacutevel em lt http Downloads3710-12514-1-PB20(1)pdfgt Acesso em 27012014

RIBAS A NAZARENO E R SCHMID A L Reflexotildees sobre o ambiente sonora da cidade de Curitiba A percepccedilatildeo do ruiacutedo urbano e seus efeitos sobre a qualidade de vida de moradores dos setores especiais estruturais Tese Doutorado da UFPR Curitiba UFPR 2007 Disponiacutevel em lt httpdspacec3slufprbrdspacehandle188410320show=full gt Acesso em 20052013

180

RIBAS A GRAEMEL K Poluiccedilatildeo Sonora Objeto de Estudo da Ecologia Revista Fonoaudiologia Revista Virtual ndash Dezembro de 2006 Vol 1 ndash nordm 2 Brasil 2006 Disponiacutevel em lt httpwwwfonoaudiologiaorgbrpublicacoesrevista06vol4n1pdfgt Acesso em 27012014

RINK J MEGID NETO J M Tendecircncias dos Artigos apresentados nos Encontros de Pesquisa em Educaccedilatildeo Ambiental (EPEA) Educaccedilatildeo em Revista v 25nordm 3 2009 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophppid=S0102-46982009000300012ampscript=sci_arttext gt Acesso em 12092013

RODRIGUES A Stress trabalho e doenccedilas de adaptaccedilatildeo 1997 In FILGUEIRAS J C HIPPERT M I S A polecircmica em torno do conceito de estresse Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo Vol19 n3 Brasiacutelia 1999 Disponiacutevel em lt

httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1414-98931999000300005amplng=enampnrm=isoamptlng=pt gt Acesso em 15072014

ROMERO S M OLIVEIRA L O NUNES S C Estresse no Ambiente Organizacional estudo sobre o corpo gerencial Universidade Luterana do Brasil

ndash ULBRA 2007 Disponiacutevel em lt httpwwwaedbbrsegetartigos071215_SEGET0701Stresspdfgt Acesso em 28022014

SANTrsquoANA N C Criaccedilatildeo de uma ferramenta hipermiacutedia para promoccedilatildeo da sauacutede auditiva em jovens usuaacuterios de dispositivos sonoros portaacuteteis individuais Dissertaccedilatildeo de Mestrado 2012 - Universidade de Satildeo Paulo ndash FOB

Disponiacutevel em lt httpwwwtesesuspbrtesesdisponiveis2525143tde-01112012-214724pt-brphpgt Acesso em 06012014

SANTOS D M B DURAM A A BURNHAM T F O uso dos dispositivos moacuteveis durante a aula analise de um recorte da realidade de universidades publicas do Brasil Atas do II Congresso Internacional TICEDUCA 2012 Lisboa ndash Portugal Universidade de Lisboa Disponiacutevel em lt httpticeduca2010ieulptgt Acesso em 09 de dezembro de 2012

_______ D M B DURAM A A BURNHAM T F Dispositivos moacuteveis em sala de aula uma revisatildeo bibliograacutefica Atas do II Congresso Internacional TICEDUCA 2012a Lisboa ndash Portugal Universidade de Lisboa Disponiacutevel em lthttpticeduca2012ieulptgt Acesso em 09 de dezembro de 2012

SANTOS G F ALMEIDA M B BORGES M A F JESUS V G S de Tecnologias Moacuteveis com conexatildeo sem fio na Escola e a Organizaccedilatildeo do Trabalho Pedagoacutegico Atas do II Congresso Internacional TICEDUCA 2012 Lisboa ndash

Portugal Universidade de Lisboa Disponiacutevel em lthttpticeducaieulptataspdf298pdfgt Acesso em 12072013

SANTOS M J O MARTINS E C O Som Nosso de Cada Dia Percepccedilatildeo Meio e Forma Urbana Cadernos do Proarp Rio de Janeiro UFRJ ndash Vol 09 nordm 09 p 211-257 1993 In SCARATE A Diagnoacutestico Qualitativo da Poluiccedilatildeo Sonora Urbana Estudo de Fundamentos Teoacuterico-Metodoloacutegicos Atas do II Simpoacutesio de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia Urbana ndash SIMPGEU 2009 Disponiacutevel em lt httpandrescaratefileswordpresscom20091070pdfgt Acesso em 28012014

SBO (Sociedade Brasileira de Otologia) Dia da Audiccedilatildeo e de baixar o volume do mp3 Satildeo Paulo 2012 Disponiacutevel em

181

httpwwwsaudeauditivaorgbrnovo_siteindexphps=imprensareleasesdia-da-audicaophpgt Acesso em 22042013

SCARATE A Diagnoacutestico Qualitativo da Poluiccedilatildeo Sonora Urbana Estudo de Fundamentos Teoacuterico-Metodoloacutegicos Atas do II Simpoacutesio de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia Urbana Maringaacute PR SIMPGEU 2009 Disponiacutevel em lt

httpandrescaratefileswordpresscom20091070pdfgt Acesso em 28012014

SELIGMAN J Sintomas e Sinais na Pair in Brasil Perda Auditiva Induzida por

Ruiacutedo (Pair) Brasiacutelia Brasil 2006 Disponiacutevel em lt httpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesprotocolo_perda_auditivapdf gt Acesso em 08012014

SELYE H Stress a tensatildeo da vida Satildeo Paulo Ibrasa - Instituiccedilatildeo Brasileira de Difusatildeo Cultural 1959 In BRASIL Perda auditiva induzida por ruiacutedo Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas (Pair)Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas ndash Brasiacutelia Editora do Ministeacuterio da Sauacutede 2006 Disponiacutevel em httpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesprotocolo_perda_auditivapdf Acesso em 19012014

SIEGEL A GRANADO A SILVA C J O impacto do crescimento populacional e as restriccedilotildees ambientais para o desenvolvimento industrial de pinhais a partir de uma induacutestria no ramo de circuitos impressos Monografia ndash

UNIBRASIL 2009 Disponiacutevel em lt httpwwwpinhaisprgovbridentidadeFreeComponent164content1703shtml gt Acesso em 22022014

SIMONTON OC SIMONTON SM CREIGHTON JL Com a Vida de Novo Uma Abordagem de Auto ndash Ajuda para Pacientes com Cacircncer 6o ed Satildeo Paulo Summus 1987 In FILGUEIRAS J C HIPPERT M I S A polecircmica em torno do conceito de estresse Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo V19 n3 Brasiacutelia 1999 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1414-98931999000300005amplng=enampnrm=isoamptlng=pt gt Acesso em 15072014

SOUZA A M A poluiccedilatildeo Sonora no Ambiente escolar - Reflexos no Processo Ensino-Aprendizagem Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Centro Universitaacuterio Pliacutenio Leite Niteroi ndash Rio de Janeiro 2005 Disponiacutevel em lt httpwwwtjrjjusbrcdocument_libraryget_fileuuid=52486d9f-2407-4af1-bd42-c1f3cde27235ampgroupId=10136gt Acesso em 17032013

SOUZA D R SILVA H C GARAVELLI A M M RICARDO E C Poluiccedilatildeo Sonora na fiacutesica do ensino meacutedio construindo uma proposta Atas do V ENPEC Encontro Nacional de Pesquisa em Educaccedilatildeo em Ciecircncias Bauru ndash Satildeo Paulo ABRAPEC 2005 Disponiacutevel em lthttwwwnutesufrjbrabrapecgt Acesso em 06 de junho de 2012

SOUZA F P A poluiccedilatildeo sonora ataca traiccediloeiramente o corpo Belo Horizonte

UFMG 1992 Disponiacutevel em lt httpwwwicbufmgbrlabslpf2-14html gt Acesso em 10112012

SOUZA J TORRES M C A Maneiras de ouvir muacutesica uma questatildeo para a educaccedilatildeo musical com jovens In Muacutesica na educaccedilatildeo baacutesica Porto Alegre v 1

n 1 outubro de 2009 Disponiacutevel em lt

182

httpwwwabemeducacaomuacutesicalorgbrMastersrevista_muacutesica_na_escola4_maneiras_de_ouvir_muacutesicapdf gt Acesso em 10112012

STANGHERLIN V L Laudo Teacutecnico de Avaliaccedilatildeo de Ruiacutedo dos Fones de Ouvido do Aparelho Celular 2013 Engenheiro Agrocircnomo e de Seguranccedila do Trabalho CREA-PR 110468D 2013

STANGHERLIN V L Laudo Teacutecnico de Avaliaccedilatildeo de Ruiacutedo dos Meios de Transportes 2013 Engenheiro Agrocircnomo e de Seguranccedila do Trabalho CREA-PR

110468D 2014

STEINBERG S R KINCHELOE J L Cultura Infantil a construccedilatildeo corporativa da infacircncia In Sem segredos cultura infantil saturaccedilatildeo de informaccedilatildeo e Infacircncia poacutes-moderna Rio de janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 2001 In MONTEIRO S C F Ensino de ciecircncias projeto poliacutetico-pedagoacutegico das escolas e os curriacuteculos praticados uma possibilidade emancipatoacuteria a partir da educaccedilatildeo ambiental

Dissertaccedilatildeo de Mestrado Rio de Janeiro CICTFio Cruz 2009 Disponiacutevel em lthttpoatdorgoatdgourl=http3A2F2Fwwwbdtdcictfiocruzbr2Ftedesimplificado2Ftde_busca2Farquivophp3FcodArquivo3D197ampfrom=recordampq=gt Acesso em 15022014

STELLMAN J M DAUM S M Trabalho e sauacutede na induacutestria riscos fiacutesicos e quiacutemicos e prevenccedilatildeo de acidentes v 1 Satildeo Paulo EDUSP 1975 In BRASIL Perda auditiva induzida por ruiacutedo Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas (Pair)Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas ndash Brasiacutelia Editora do Ministeacuterio da Sauacutede 2006 Disponiacutevel em httpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesprotocolo_perda_auditivapdf Acesso em 19012014

THOMPSON J B A Miacutedia e a Modernidade 12ordf ediccedilatildeo Editora Vozes 2011

UNESCO Working Paper Series on Mobile Learning Turning on mobile learning

in Latina American Paris UNESCO 2012 Disponiacutevel em lthttp httpwwwunescoorgnewfileadminMULTIMEDIAHQEDICTpdfPachler-Ranieripdfgt Acesso em 27 de fevereiro de 2014

_______ Policy guidelines for mobile learning Paris UNESCO 2013

Disponiacuteveis em lt httpunesdocunescoorgimages0022002277227770porpdf gt Acesso em 02 de marccedilo de 2014

________ Segunda Semana UNESCO ldquoMobile Learningrdquo (MLW) ParisUNESCO 2013 Disponiacutevel em lt httpunesdocunescoorgimages0022002277227770porpdf gt Acesso em 07022014

VYGOTSKY L S A Formaccedilatildeo social da Mente 7ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo Martins Editora Livraria Ltda 2007

__________ Lev Semenovich Aprendizagem e desenvolvimento intelectual na idade escolar InVYGOTSKY Lev Semenovich LURIA Alexander Romanovich

Editora Ebook do Brasil 2001 Disponiacutevel em lt httpwwwebooksbrasilorgeLibrisvigohtmlgt Acesso em 12122013

ZANOTTO V L R Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico do Coleacutegio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira Curitiba-PR SEED 2010 Disponiacutevel em

183

lthttpwwwctamariateixeiraseedprgovbrredeescolaescolas9690630arquivosFilePPP2010apdfgt Acesso em 28122012

________ V L R Regimento Escolar Curitiba-PR SEED 2011 Disponiacutevel em

lthttpwwwnreseedprgovbrcuritibamodulesconteudoconteudophpconteudo=160 gt Acesso em 28122012

184

ANEXOS

185

ANEXO I - LEI 106252002

LEI Nordm 10625 DISPOtildeE SOBRE RUIacuteDOS URBANOS PROTECcedilAtildeO DO BEM ESTAR

E DO SOSSEGO PUacuteBLICO REVOGA AS LEIS Nordm S 8583 DE 02 DE JANEIRO DE

19958726 DE 19 DE OUTUBRO DE 1995 8986 DE 13 DE DEZEMBRO DE 1996

E 9142 DE 18 DE SETEMBRO DE 1997 E DAacute OUTRAS PROVIDEcircNCIAS

A CAcircMARA MUNICIPAL DE CURITIBA CAPITAL DO ESTADO DO PARANAacute

aprovou e eu Prefeito Municipal sanciono a seguinte lei

Art 1ordm - Eacute proibido perturbar o sossego e o bem estar puacuteblico com sons ruiacutedos e

vibraccedilotildees que causem incocircmodo de qualquer natureza ou que ultrapassem os

limites fixados nesta lei

Paraacutegrafo Uacutenico - As vibraccedilotildees seratildeo consideradas prejudiciais quando ocasionarem

ou puderem ocasionar danos materiais agrave sauacutede e ao bem estar puacuteblico

Art 2ordm - Para os efeitos desta lei aplicam-se as seguintes definiccedilotildees

I - SOM vibraccedilatildeo acuacutestica capaz de provocar sensaccedilotildees auditivas

II - RUIacuteDO som capaz de causar perturbaccedilatildeo ao sossego puacuteblico ou efeitos

psicoloacutegicos e fisioloacutegicos negativos em seres humanos e animais

III - VIBRACcedilAtildeO movimento oscilatoacuterio transmitido pelo solo ou por uma estrutura

qualquer

IV - POLUICcedilAtildeO SONORA emissatildeo de som ou ruiacutedo que seja direta ou

186

indiretamente ofensivo ou nocivo agrave sauacutede agrave seguranccedila e ao bem estar da

coletividade ou transgrida as disposiccedilotildees fixadas nesta lei

V - RUIacuteDO IMPULSIVO som de curta duraccedilatildeo com iniacutecio abrupto e parada raacutepida

caracterizado por um pico de pressatildeo de duraccedilatildeo menor que um segundo

VI - RUIacuteDO CONTIacuteNUO som com flutuaccedilatildeo de niacutevel de pressatildeo sonora tatildeo

pequena que pode ser desprezada dentro do periacuteodo de observaccedilatildeo

VII - RUIacuteDO INTERMITENTE som cujo niacutevel de pressatildeo sonora cai abruptamente

ao niacutevel sonoro do ambiente vaacuterias vezes durante o periacuteodo de observaccedilatildeo desde

que o tempo em que o niacutevel sonoro se manteacutem constante e diferente daquele do

ambiente seja de ordem de grandeza de um segundo ou mais

VIII - RUIacuteDO DE FUNDO sons emitidos durante o periacuteodo de observaccedilatildeo que natildeo

aquele objeto da mediccedilatildeo

IX - NIacuteVEL EQUIVALENTE (Leq) niacutevel meacutedio de energia do som obtido integrando-

se os niacuteveis individuais de energia em um periacuteodo de tempo e dividindo-se pelo

periacuteodo

X - dB (Decibel) unidade de medida do niacutevel de ruiacutedo

XI - dB(A) curva de avaliaccedilatildeo normalizada e adaptada agrave capacidade de recepccedilatildeo da

audiccedilatildeo humana

XII - ZONA SENSIacuteVEL Agrave RUIacuteDO OU ZONA DE SILEcircNCIO eacute aquela que para

atingir seus propoacutesitos necessita que lhe seja assegurado um silecircncio excepcional

Define-se como zona de silecircncio a faixa determinada pelo raio de 20000m

(duzentos metros) de distacircncia de hospitais escolas bibliotecas puacuteblicas hoteacuteis

postos de sauacutede ou similares

XIII - LIMITE REAL DA PROPRIEDADE aquele representado por um plano

imaginaacuterio que separa a propriedade real de uma pessoa fiacutesica ou juriacutedica de outra

187

XIV - SERVICcedilO DE CONSTRUCcedilAtildeO CIVIL qualquer operaccedilatildeo de escavaccedilatildeo

construccedilatildeo demoliccedilatildeo remoccedilatildeo reforma ou alteraccedilatildeo substancial de uma

edificaccedilatildeo estrutura ou obras e as relacionadas a serviccedilos puacuteblicos tais como

energia eleacutetrica gaacutes telefone aacutegua esgoto e sistema viaacuterio

Art 3ordm - Para fins de aplicaccedilatildeo desta lei ficam definidos os seguintes periacuteodos

I - DIURNO das 07h01 agraves 19h00

II - VESPERTINO das 19h01 agraves 22h00

III - NOTURNO das 22h01 agraves 07h00

Art 4ordm - Para os efeitos desta lei a mediccedilatildeo do niacutevel de pressatildeo sonora deveraacute ser

efetuada de acordo com as normas da Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas -

ABNT

Paraacutegrafo Uacutenico - A mediccedilatildeo a que se refere este artigo pode ser realizada a 500m

(cinco metros) de qualquer uma das divisas do imoacutevel gerador do incocircmodo ou em

qualquer ponto dentro do limite real do imoacutevel que sofre o incocircmodo

Art 5ordm - A emissatildeo de sons e ruiacutedos por quaisquer atividades industriais comerciais

prestadoras de serviccedilos religiosas sociais recreativas e de carga e descarga natildeo

podem exceder os niacuteveis de pressatildeo sonora contidos no Anexo I que faz parte

integrante desta lei

sect 1ordm - No caso de criaccedilatildeo de Setores Especiais conforme previsto na Lei Municipal

nordm 98002000 caberaacute agrave Secretaria Municipal do Meio Ambiente estabelecer os niacuteveis

de pressatildeo sonora admissiacuteveis por meio de regulamentaccedilatildeo proacutepria

sect 2ordm - Quando a fonte poluidora e o imoacutevel que sofre o incocircmodo estiverem

localizados em diferentes zonas de uso e ocupaccedilatildeo do solo seratildeo considerados os

limites estabelecidos para a zona em que se localiza a propriedade que sofre o

incocircmodo

188

sect 3ordm - Quando a propriedade que sofre o incocircmodo tratar-se de escola creche

biblioteca puacuteblica hospital ambulatoacuterio casa de sauacutede ou similar com leitos para

internamento hotel ou similar devem ser atendidos os limites estabelecidos para

ZR-1 independentemente da zona de uso e deve ser observado o raio de 20000m

(duzentos metros) de distacircncia definida como zona de silecircncio

Art 6ordm - Os sons e ruiacutedos produzidos pelos serviccedilos de construccedilatildeo civil devem

respeitar os limites maacuteximos estabelecidos no Anexo II parte integrante desta lei

Paraacutegrafo Uacutenico - Excetuam-se destas restriccedilotildees as obras e os serviccedilos urgentes e

inadiaacuteveis decorrentes de casos fortuitos ou de forccedila maior acidentes graves ou

perigo iminente agrave seguranccedila e ao bem estar da comunidade bem como o

restabelecimento de serviccedilos puacuteblicos essenciais tais como energia eleacutetrica gaacutes

telefone aacutegua esgoto e sistema viaacuterio

Art 7ordm - A emissatildeo de som ou ruiacutedos produzidos por veiacuteculos automotores

aeroplanos e aeroacutedromos e os produzidos no interior dos ambientes de trabalho

devem obedecer as normas expedidas respectivamente pelo Conselho Nacional do

Meio Ambiente e pelos oacutergatildeos competentes do Ministeacuterio da Aeronaacuteutica e

Ministeacuterio do Trabalho

Paraacutegrafo Uacutenico - No tocante agrave emissatildeo de ruiacutedo por veiacuteculos automotores o

Municiacutepio pode estabelecer em regulamento proacuteprio criteacuterios de controle

considerando o interesse local

Art 8ordm - A realizaccedilatildeo de shows concertos e apresentaccedilotildees musicais de caraacuteter

cultural e artiacutesticos em aacutereas puacuteblicas ou particulares dependem de preacutevio

licenciamento ambiental da Secretaria Municipal do Meio Ambiente independente

de outras licenccedilas exigiacuteveis

Paraacutegrafo Uacutenico - Cabe agraves Secretarias Municipais do Meio Ambiente e do

Urbanismo estabelecerem em regulamento proacuteprio as condiccedilotildees para realizaccedilatildeo

dos eventos musicais mencionados no caput deste artigo

189

Art 9ordm - A utilizaccedilatildeo das aacutereas dos parques e praccedilas municipais com uso de

equipamentos sonoros alto falantes fogos de artifiacutecio ou outros meios que possam

causar poluiccedilatildeo sonora dependem de preacutevio licenciamento ambiental da Secretaria

Municipal do Meio Ambiente independente de outras licenccedilas exigiacuteveis

Art 10 - Fica proibida a utilizaccedilatildeo de equipamentos sonoros fixos ou moacuteveis como

meio de propaganda ou publicidade nos logradouros puacuteblicos

sect 1ordm - Quando natildeo se tratar de logradouros puacuteblicos a utilizaccedilatildeo de equipamentos

sonoros como meio de propaganda e publicidade deve respeitar os limites

estabelecidos no Anexo I desta lei

sect 2ordm - Natildeo seraacute concedida autorizaccedilatildeo para uso de equipamentos sonoros em

veiacuteculos de empresas de distribuiccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de gaacutes ficando vedado o

uso de alto-falantes e outras fontes de emissatildeo sonora nos veiacuteculos destinados ao

transporte do produto

sect 3ordm - Casos especiais poderatildeo ser analisados e eventualmente autorizados pela

Secretaria Municipal do Meio Ambiente

Art 11 - Natildeo se compreende nas proibiccedilotildees dos artigos anteriores ruiacutedos e sons

produzidos I - pelas manifestaccedilotildees tradicionais do Carnaval e Ano Novo II - por

vozes ou aparelhos usados na propaganda eleitoral ou manifestaccedilotildees trabalhistas

para os quais seraacute estabelecido regulamento proacuteprio pelos oacutergatildeos competentes

considerando as legislaccedilotildees especiacuteficas III - por sinos de igrejas ou templos

religiosos desde que sirvam exclusivamente para indicar as horas ou anunciar a

realizaccedilatildeo de atos ou cultos religiosos IV - por fanfarras ou bandas de muacutesicas em

procissatildeo cortejos ensaios ou desfiles ciacutevicos (Redaccedilatildeo dada pela Lei

nordm 135042010) V - por sirenes ou aparelhos de sinalizaccedilatildeo sonora utilizados por

ambulacircncias carros de bombeiros ou viaturas policiais VI - por explosivos utilizados

no arrebentamento de pedreiras rochas ou nas demoliccedilotildees desde que detonadas

no periacuteodo diurno e previamente licenciados pela Secretaria Municipal do Meio

Ambiente VII - por alarme sonoro de seguranccedila residencial ou veicular desde que

190

o sinal sonoro natildeo se prolongue por tempo superior agrave 15 minutos VIII - por culto

religioso realizado no periacuteodo diurno e vespertino desde que natildeo ultrapasse o limite

de 65 dB(A) IX - por shows concertos e apresentaccedilotildees musicais de caraacuteter cultural

e artiacutestico desde que realizados dentro das condiccedilotildees autorizadas pela Secretaria

Municipal do Meio Ambiente

Art 12 - As atividades potencialmente causadoras de poluiccedilatildeo sonora definidas em

regulamento proacuteprio dependem de preacutevio licenciamento ambiental da Secretaria

Municipal do Meio Ambiente para obtenccedilatildeo dos alvaraacutes de construccedilatildeo e

funcionamento

Art 13 - A queima de fogos de artifiacutecio fica sujeita ao controle da Secretaria

Municipal do Meio Ambiente que aplicaraacute as sanccedilotildees previstas na presente lei

quando constatado incocircmodo agrave vizinhanccedila

Art 14 - Para a execuccedilatildeo de testes de fabricaccedilatildeo ou instalaccedilatildeo de alarmes sonoros

devem ser utilizados dispositivos de controle de forma que natildeo seja necessaacuteria a

emissatildeo sonora acima dos limites estabelecidos no Anexo I parte integrante desta

lei Paraacutegrafo Uacutenico - Em caso de acionamento perioacutedico ou constante de alarmes

sonoros seratildeo aplicadas as sanccedilotildees previstas nesta lei independente da obrigaccedilatildeo

de cessar a transgressatildeo

Art 15 - Os fiscais da Secretaria Municipal do Meio Ambiente no exerciacutecio da accedilatildeo

fiscalizadora tecircm a entrada franqueada nas dependecircncias da fonte poluidora onde

podem permanecer pelo tempo que se fizer necessaacuterio

Paraacutegrafo Uacutenico - Os fiscais da Secretaria Municipal do Meio Ambiente podem

solicitar o auxiacutelio das autoridades policiais no desempenho da accedilatildeo fiscalizadora

Art 16 - As pessoas fiacutesicas e juriacutedicas de direito puacuteblico ou privado que infringirem

qualquer dispositivo desta lei seus regulamentos e demais normas dela

decorrentes ficam sujeitas agraves seguintes sanccedilotildees independente da obrigaccedilatildeo de

cessar a transgressatildeo

191

I - notificaccedilatildeo por escrito II - multa simples ou diaacuteria III - cassaccedilatildeo da Licenccedila

Ambiental IV - embargo V - interdiccedilatildeo parcial ou total VI - perda ou restriccedilatildeo de

incentivos e benefiacutecios fiscais concedidos pelo Municiacutepio

Art 17 - Para imposiccedilatildeo da sanccedilatildeo e graduaccedilatildeo da multa a autoridade ambiental

observaraacute

I - as circunstacircncias atenuantes e agravantes II - a gravidade do fato tendo em vista

as consequecircncias para a sauacutede e o meio ambiente III - a natureza da infraccedilatildeo e

suas consequecircncias IV - o porte do empreendimento V - os antecedentes do

infrator quanto agraves normas ambientais VI - a capacidade econocircmica do infrator

Art 18 - Para efeito de aplicaccedilatildeo das sanccedilotildees as infraccedilotildees satildeo classificadas como

leves graves ou graviacutessimas de acordo com a Anexo III parte integrante desta lei e

com os criteacuterios abaixo

I - LEVES - aquelas em que o infrator seja beneficiado por circunstacircncias

atenuantes II - GRAVES - aquelas em que for verificada circunstacircncia agravante III

- GRAVIacuteSSIMAS - aquelas em que seja verificada a persistecircncia da reincidecircncia

Art 19 - Os valores das multas seratildeo expressos em moeda corrente nacional e para

cada tipo de infraccedilatildeo corresponderaacute

I - ateacute R$ 530000 (cinco mil e trezentos reais) para as leves II - de R$ 530100

(cinco mil trezentos e um reais) a R$ 1070000 (dez mil e setecentos reais) para as

graves III - R$ 1070100 (dez mil setecentas e um reais) a R$ 1800000 (dezoito

mil reais) para as graviacutessimas

Paraacutegrafo Uacutenico - A atualizaccedilatildeo monetaacuteria das multas dar-se-aacute com base na

variaccedilatildeo do Iacutendice de Preccedilos ao Consumidor Amplo - IPCA medido pela Fundaccedilatildeo

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica - IBGE ou outro que venha ser

instituiacutedo pelo Governo Federal

Art 20 - Satildeo circunstacircncias atenuantes

192

I - menor grau de compreensatildeo e escolaridade do infrator II - arrependimento eficaz

do infrator manifestada pela espontacircnea reparaccedilatildeo do dano ou limitaccedilatildeo

significativa do ruiacutedo emitido III - ser o infrator primaacuterio e a falta cometida de

natureza leve

Art 21 - Satildeo circunstacircncias agravantes

I - ser o infrator reincidente ou cometer a infraccedilatildeo de forma continuada II - ter o

infrator agido com dolo direto ou eventual

sect 1ordm - A reincidecircncia verifica-se quando o agente comete nova infraccedilatildeo do mesmo

tipo

sect 2ordm - No caso de infraccedilatildeo continuada caracterizada pela repeticcedilatildeo da accedilatildeo ou

omissatildeo inicialmente punida a penalidade de multa pode ser aplicada diariamente

ateacute cessar a infraccedilatildeo

Art 22 - O autuado teraacute direito a ampla defesa em processo administrativo

conforme regulamentaccedilotildees especiacuteficas num prazo maacuteximo de 30 (trinta) dias a

partir do recebimento do auto de infraccedilatildeo endereccedilado ao Secretaacuterio Municipal do

Meio Ambiente

Art 23 - No caso de decisatildeo condenatoacuteria o autuado teraacute direito a recorrer da

decisatildeo em forma de processo administrativo num prazo maacuteximo de 30 (trinta) dias

contado a partir da ciecircncia da condenaccedilatildeo encaminhado ao Conselho Municipal do

Meio Ambiente - CMMA

Art 24 - Os recursos interpostos das decisotildees natildeo definitivas teratildeo efeito suspensivo

relativo ao pagamento da penalidade sem prejuiacutezo da aplicaccedilatildeo de novas

autuaccedilotildees por reincidecircncia ou continuidade do dano

Art 25 - Exauridos os recursos administrativos o infrator teraacute prazo de 10 (dez) dias

para efetuar o recolhimento do valor da multa sob pena da inscriccedilatildeo em diacutevida ativa

193

Art 26 - As multas previstas nesta lei podem ter sua exigibilidade suspensa quando

o infrator por termo de compromisso aprovado pela autoridade ambiental

competente obrigar-se a adoccedilatildeo imediata de medidas especiacuteficas para cessar ou

corrigir a poluiccedilatildeo sonora

Paraacutegrafo Uacutenico - Cumpridas integralmente as obrigaccedilotildees assumidas pelo infrator a

multa pode ter uma reduccedilatildeo de ateacute 90 (noventa por cento) do valor original

Art 27 - Na aplicaccedilatildeo das normas estabelecidas por esta lei compete agrave Secretaria

Municipal do Meio Ambiente

I - Estabelecer o programa de controle dos ruiacutedos urbanos e exercer o poder de

controle e fiscalizaccedilatildeo das fontes de poluiccedilatildeo sonora II - Aplicar as sanccedilotildees

previstas na legislaccedilatildeo vigente III - Organizar programas de educaccedilatildeo e

conscientizaccedilatildeo

Art 28 - O Executivo Municipal regulamentaraacute em ateacute noventa dias da publicaccedilatildeo

desta lei as questotildees especiacuteficas relativas agrave poluiccedilatildeo sonora produzida pelo apito

do trem

Art 29 - Ficam expressamente revogadas as Leis Municipais nordm s 8583 de 02 de

janeiro de 1995 8726 de 19 de outubro de 1995 8986 de 13 de dezembro de

1996 e9142 de 18 de setembro de 1997

Art 30 - Esta lei entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

PALAacuteCIO 29 DE MARCcedilO em 19 de dezembro de 2002

CASSIO TANIGUCHI

Prefeito Municipal

Anexo 1 da Lei 106252002 - NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA MAacuteXIMOS

ZONAS DE USO | DIURNO | VESPERTINO | NOTURNO |

194

|=====================================|==================|==================|==================|

|ZR-1 ZR-2 ZR-3 ZR-B ZR-AV ZR-M| 55 dB (A) | 50 dB (A) | 45 dB (A) |

|APA-SARU APA-SMRU | | | |

|-------------------------------------|------------------|------------------|------------------|

|ZR-OC ZR-SF ZR-U ZUC-II ZT-MF| 60 dB (A) | 55 dB (A) | 50 dB (A) |

|ZT-NC ZE-E ZE-M ZOO SE-CC SE-PS| | | |

|SE-OI APA-ST | | | |

|-------------------------------------|------------------|------------------|------------------|

|ZR-4 ZC ZT-BR-116 ZUM ZE-D SE| 65 dB (A) | 60 dB (A) | 55 dB (A) |

|SH SE-BR-116 SE-MF SE-CF SE-WB| | | |

|SE-AC SE-CBCONEC SE-PE SC-SF| | | |

|SC-UM SE-NC SEI SEHIS SE-LE| | | |

|SEVC-PASSAUacuteNA SEVS-PASSAUacuteNA APA-SS| | | |

|Vias prioritaacuterias 1 e 2 Vias setori-| | | |

|ais Vias coletoras 12 e 3 | | | |

|-------------------------------------|------------------|------------------|------------------|

|ZS-1 ZS-2 ZES ZI ZEI-I (CIC)| 70 dB (A) | 60 dB (A) | 60 dB (A) |

|APA-SUE | | | |

|-------------------------------------+------------------+------------------+------------------|

|Os casos natildeo contemplados nesta tabela seratildeo objeto de anaacutelise especiacutefica por parte da|

|Secretaria Municipal do Meio Ambiente |

|______________________________________________________________________________________________|

APA-SARU - Setor de Alta Restriccedilatildeo de Uso

APA-SMRU - Setor de Meacutedia Restriccedilatildeo de Uso

APA-ST - Setor de Transiccedilatildeo

APA-SUE - Setor de Uso Esportivo

APA-SS - Setor de Serviccedilo

CONEC - Setor Especial Conector - Conectora 1234

SC-SF - Setor Especial Comercial Santa Felicidade

SC-UM - Setor Especial Comercial Umbaraacute

SE - Setor Especial Estrutural

SE-AC - Setor Especial da Av Affonso Camargo

SE-BR-116 - Setor Especial da BR-116

SE-CB - Setor Especial da Rua Engenheiro Costa Barros

SE-CC - Setor Especial Centro Ciacutevico

SE-CF - Setor Especial da Av Comendador Franco

SEHIS - Setor Especial Habitaccedilatildeo de Interesse Social

SEI - Setor Especial Institucional

SE-LE - Setor Especial Linhatildeo do Emprego

SE-MF - Setor Especial da Av Mal Floriano Peixoto

195

SE-NC - Setor Especial Nova Curitiba

SE-OI - Setor Especial de Ocupaccedilatildeo Integrada

SE-PE - Setor Especial Preferencial de Pedestres

SE-PS - Setor Especial do Poacutelo de Software

SEVC-PASSAUacuteNA - Setor Especial de Vias Coletoras

SEVS-PASSAUacuteNA - Setor Especial de Vias Setoriais

SE-WB - Setor Especial da Av Pres Wenceslau Braz

SH - Setor Histoacuterico

ZC - Zona Central

ZOO - Zona de Ocupaccedilatildeo Orientada

ZE-D - Zona Especial Desportiva

ZE-E - Zona Especial Educacional

ZEI-I (CIC) - Zona Especial de Induacutestria

ZE-M - Zona Especial Militar

ZES - Zona Especial de Serviccedilos

ZI - Zona Industrial

ZR-1 - Zona Residencial 1

ZR-2 - Zona Residencial 2

ZR-3 - Zona Residencial 3

ZR-4 - Zona Residencial 4

ZR-AV - Zona Residencial Alto da Gloacuteria

ZR-B - Zona Residencial Batel

ZR-M - Zona Residencial Mercecircs

ZR-OC - Zona Residencial de Ocupaccedilatildeo Controlada

ZUC-II - Zona de Urbanizaccedilatildeo Consolidada

ZR-SF - Zona Residencial Santa Felicidade

ZR-U - Zona Residencial Umbaraacute

ZS-1 - Zona de Serviccedilo 1

ZS-2 - Zona de Serviccedilo 2

ZT-BR-116 - Zona de Transiccedilatildeo BR ndash 116

ZT-MF - Zona de Transiccedilatildeo Av Mal Floriano Peixoto

196

ZT-NC - Zona de Transiccedilatildeo Nova Curitiba

Z-UM - Zona de Uso Misto

Anexo 2 da Lei 106252002 ndash

NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA MAacuteXIMOS PARA SERVICcedilOS DE

CONSTRUCcedilAtildeO CIVIL

Atividades natildeo confinaacuteveis |Limite de 90 dB(A) permitido somente|

| | de segunda a sexta-feira no periacuteodo|

| | diurno |

|=====================================|=====================================|

|Atividades passiacuteveis de confinamento |De segunda a sexta-feira no periacuteodo

| |diurno limites constantes no |

| |Anexo-I acrescidos de 5 dB(A)|

| |De segunda a sexta-feira nos |

| |periacuteodos vespertino e noturno |

| |limites constantes no Anexo-I |

|-------------------------------------+-------------------------------------|

|Saacutebados Domingos e Feriados qualquer periacuteodo Devem ser respeitados os |

|limites constantes no Anexo-I tanto para as atividades passiacuteveis de |

|confinamento como para as natildeo confinaacuteveis |

|___________________________________________________________________________

Anexo 3 da Lei 106252002 -

CLASSIFICACcedilAtildeO DAS INFRACcedilOtildeES

ARTIGOS | CLASSIFICACcedilAtildeO | OBSERVACcedilOtildeES | |===========|====================|===========================================|

| 5ordm e 6ordm | Leve |Ateacute 10 dB(A) (dez decibeacuteis) acima do |

| | |limite |

|-----------|--------------------|-------------------------------------------|

| 5ordm e 6ordm | Grave |De 10 dB (A) (dez decibeacuteis) a 30 dB (A)|

| | |(trinta decibeacuteis) acima do limite |

|-----------|--------------------|-------------------------------------------|

| 5ordm e 6ordm | Graviacutessima |Mais de 30 dB (A) (trinta decibeacuteis) acima |

| | |do limite |

|-----------|--------------------|-------------------------------------------|

|8ordm 9ordm10| Leve |Atividade desenvolvida sem licenccedila |

| 12 e 13 | | |

|___________|____________________|__________________________________________

197

ANEXO II - NR 15 ATIVIDADES E OPERACcedilOtildeES INSALUBRES

Portaria MTb nordm 3214 de 08 de junho de 1978

NR 15 - NORMA REGULAMENTADORA 15 - ATIVIDADES E OPERACcedilOtildeES

INSALUBRES

151 Satildeo consideradas atividades ou operaccedilotildees insalubres as que se desenvolvem

1511 Acima dos limites de toleracircncia previstos nos Anexos nordm 1 2 3 5 11 e 12

1512 (Revogado pela Portaria MTE nordm 37511990)

1513 Nas atividades mencionadas nos Anexos nordm 6 13 e 14

1514 Comprovadas atraveacutes de laudo de inspeccedilatildeo do local de trabalho constantes

dos Anexos nordm 7 8 9 e 10

1515 Entende-se por Limite de Toleracircncia para os fins desta Norma a

concentraccedilatildeo ou intensidade maacutexima ou miacutenima relacionada com a natureza e o

tempo de exposiccedilatildeo ao agente que natildeo causaraacute dano agrave sauacutede do trabalhador

durante a sua vida laboral

152 O exerciacutecio de trabalho em condiccedilotildees de insalubridade de acordo com os

subitens do item anterior assegura ao trabalhador a percepccedilatildeo de adicional

incidente sobre o salaacuterio miacutenimo da regiatildeo equivalente a

1521 40 (quarenta por cento) para insalubridade de grau maacuteximo

1522 20 (vinte por cento) para insalubridade de grau meacutedio

1523 10 (dez por cento) para insalubridade de grau miacutenimo

153 No caso de incidecircncia de mais de um fator de insalubridade seraacute apenas

considerado o de grau mais elevado para efeito de acreacutescimo salarial sendo

vedada a percepccedilatildeo cumulativa

154 A eliminaccedilatildeo ou neutralizaccedilatildeo da insalubridade determinaraacute a cessaccedilatildeo do

pagamento do adicional respectivo

1541 A eliminaccedilatildeo ou neutralizaccedilatildeo da insalubridade deveraacute ocorrer

a) com a adoccedilatildeo de medidas de ordem geral que conservem o ambiente de trabalho

dentro dos limites de toleracircncia

b) com a utilizaccedilatildeo de equipamento de proteccedilatildeo individual

15411 Cabe agrave autoridade regional competente em mateacuteria de seguranccedila e sauacutede

do trabalhador comprovada a insalubridade por laudo teacutecnico de engenheiro de

seguranccedila do trabalho ou meacutedico do trabalho devidamente habilitado fixar

198

adicional devido aos empregados expostos agrave insalubridade quando impraticaacutevel sua

eliminaccedilatildeo ou neutralizaccedilatildeo

15412 A eliminaccedilatildeo ou neutralizaccedilatildeo da insalubridade ficaraacute caracterizada

atraveacutes de avaliaccedilatildeo pericial por oacutergatildeo competente que comprove a inexistecircncia

de risco agrave sauacutede do trabalhador

155 Eacute facultado agraves empresas e aos sindicatos das categorias profissionais

interessadas requererem ao Ministeacuterio do Trabalho atraveacutes das DRTs a realizaccedilatildeo

de periacutecia em estabelecimento ou setor deste com o objetivo de caracterizar e

classificar ou determinar atividade insalubre

1551 Nas periacutecias requeridas agraves Delegacias Regionais do Trabalho desde que

comprovada a insalubridade o perito do Ministeacuterio do Trabalho indicaraacute o adicional

devido

156 O perito descreveraacute no laudo a teacutecnica e a aparelhagem utilizadas

157 O disposto no item 155 natildeo prejudica a accedilatildeo fiscalizadora do MTb nem a

realizaccedilatildeo ex-officio da periacutecia quando solicitado pela Justiccedila nas localidades onde

natildeo houver perito

LIMITES DE TOLERAcircNCIA PARA RUIacuteDO CONTIacuteNUO OU INTERMITENTE

NIacuteVEL DE RUIacuteDO DB (A)

MAacuteXIMA EXPOSICcedilAtildeO DIAacuteRIA PERMISSIacuteVEL

85 8 horas

86 7 horas

87 6 horas

88 5 horas

89 4 horas e 30 minutos

90 4 horas

91 3 horas e 30 minutos

92 3 horas

93 2 horas e 40 minutos

94 2 horas e 15 minutos

95 2 horas

96 1 hora e 45 minutos

98 1 hora e 15 minutos

100 1 hora

102 45 minutos

104 35 minutos

105 30 minutos

106 25 minutos

108 20 minutos

110 15 minutos

112 10 minutos

114 8 minutos

115 7 minutos

199

1 Entende-se por Ruiacutedo Contiacutenuo ou Intermitente para os fins de aplicaccedilatildeo de

Limites de Toleracircncia o ruiacutedo que natildeo seja ruiacutedo de impacto

2 Os niacuteveis de ruiacutedo contiacutenuo ou intermitente devem ser medidos em decibeacuteis (dB)

com instrumento de niacutevel de pressatildeo sonora operando no circuito de compensaccedilatildeo

A e circuito de resposta lenta (SLOW) As leituras devem ser feitas proacuteximas ao

ouvido do trabalhador

3 Os tempos de exposiccedilatildeo aos niacuteveis de ruiacutedo natildeo devem exceder os limites de

toleracircncia fixados no Quadro deste anexo (115003-0 I4)

4 Para os valores encontrados de niacutevel de ruiacutedo intermediaacuterio seraacute considerada a

maacutexima exposiccedilatildeo diaacuteria permissiacutevel relativa ao niacutevel imediatamente mais elevado

5 Natildeo eacute permitida exposiccedilatildeo a niacuteveis de ruiacutedo acima de 115 dB(A) para indiviacuteduos

que natildeo estejam adequadamente protegidos

6 Se durante a jornada de trabalho ocorrer dois ou mais periacuteodos de exposiccedilatildeo a

ruiacutedo de diferentes niacuteveis devem ser considerados os seus efeitos combinados de

forma que se a soma das seguintes fraccedilotildees

C1 + C2 + C3 ____________________ + Cn

T1 T2 T3 Tn exceder a unidade a exposiccedilatildeo estaraacute acima

do limite de toleracircncia

Na equaccedilatildeo acima Cn indica o tempo total que o trabalhador fica exposto a um niacutevel

de ruiacutedo especiacutefico e Tn indica a maacutexima exposiccedilatildeo diaacuteria permissiacutevel a este niacutevel

segundo o Quadro deste Anexo

7 As atividades ou operaccedilotildees que exponham os trabalhadores a niacuteveis de ruiacutedo

contiacutenuo ou intermitente superiores a 115 dB(A) sem proteccedilatildeo adequada

ofereceratildeo risco grave e iminente

200

ANEXO III - ANAacuteLISE CRIacuteTICA E PARECER SOBRE O ldquoTESTE PARA

AUTO-IDENTIFICACcedilAtildeO DE ALGUNS SINTOMAS DE ESTRESSErdquo

Anaacutelise Criacutetica do Documento

ldquoTeste para auto-identificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo

Curitiba 09 de maio 2014

Claudia Nepomuceno Pinto Costa

Licenciada em Psicologia pelo Instituto Piaget de Almada ndash Portugal

Mestre em Psicologia Comunitaacuteria e Proteccedilatildeo de Menores pela Universidade

de Lisboa Portugal

201

Anaacutelise de Criacutetica

Esta anaacutelise tem como objetivo averiguar a existecircncias de alguns criteacuterios de

Transtorno de Estresse contido no instrumento de pesquisa denominado ldquoTeste

para auto-identificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo com sete niacuteveis (escala de

Likert) (1 - de jeito nenhum 2 - raramente 3 - as vezes 4 - frequentemente 5 -

sempre 6 - natildeo sei 7 - natildeo me importo) com 29 questotildees que estaacute dividido em trecircs

partes A percepccedilatildeo dos estudantes quanto agrave poluiccedilatildeo sonora no entorno do

CEPMAT Os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do Coleacutegio na sauacutede

dos estudantes A existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos fones auriculares

conectados aos Aparelhos Celulares e os efeitos na sauacutede dos estudantes pesquisa

realizada no acircmbito do Mestrado do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo de Educaccedilatildeo e

Ciecircncias em Matemaacutetica da Universidade Federal do Paranaacute

Meacutetodo de anaacutelise

A anaacutelise teacutecnica para este instrumento seguiu as normas e eacutetcas

deontoloacutegicas respeitando agrave sintomatologia e as consequecircncias psiacutequicas de um

quadro de Transtorno de Estresse Para a analise serviram de apoio dois meacutetodos

para articular todos os items do instrumento de pesquisa de forma extrair e

interpretar com base em cada determinante para que se considere de validade de

acordo com os criteacuterios individuais que constituiraacute numa atribuiccedilatildeo validatoacuteria

conforme descritos no Manual Diagnoacutestico e Estatiacutestico de Transtornos Mentais

(DSM) (APA 2003) e caracteristicas do Protocolo de Complexidade Diferenciada 5

(Brasil 2006)

Procedimento

O exposto segue os mesmos nuacutemeros das questotildees utilizadas no instrumento

de pesquisa ldquoTeste para autoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo

incluindo somente as questotildees consideradas com caracteriacutesticas e criteacuterios

202

Os criteacuterios e caracteristicas para identificar a Perturbaccedilatildeo do Estresse satildeo

desenvolvimentos de sintomas descritos a seguir agrave exposiccedilatildeo a um estressor

implicando uma experiencia pessoal direta com um acontecimento assim posso

aferir que 20 das 29 questotildees foram identificadas de acordo com os criteacuterios

descritos no (DSM-IV) e caracteristicas existentes no Protocolo de Complexidade

Diferenciada 5 (Brasil 2006)

Descriccedilatildeo dos materiais de apoio

Para anaacutelise foram utilizados dois materiais de apoio para realizaccedilatildeo das

evidecircncias encontradas no instrumento de pesquisa sendo eles

O Protocolo de Complexidade Diferenciada 5 (Brasil 2006) o qual refere que

A existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos fones auriculares

conectados aos Aparelhos Celulares pode desencadear efeitos

nocivos agrave sauacutede em geral entre eles o Protocolo (BRASIL 2006)

destaca ldquonervosismo irritabilidade cefaleia insoacutenia alteraccedilotildees

circulatoacuterias alteraccedilatildeo de visatildeo alteraccedilotildees gastrointestinais entre

outrosrdquo (p20) que podem ser considerados isoladamente

Como tambeacutem o no Manual Diagnoacutestico e Estatiacutestico de Transtornos Mentais

(DSM) (APA 2003) que refere

Que tambeacutem um quadro considerado preocupante quando os sintomas

satildeo promovidos por causas humanas ou seja que natildeo derivadas de

uma cataacutestrofe natural (DSM-IV tr 4ordm Edp132) Seguindo as

orientaccedilotildees de base do Transtorno de Estresse descritas pelo DSM-IV

com caracteriacutesticas apoacutes a exposiccedilatildeo de uma experiecircncia pessoal

direta de um evento real ou ameaccedilador que ameaccedila a integridade

fiacutesica

Resultados da anaacutelise

Os resultados obtidos na anaacutelise realizada refere de acordo com os materiais

de apoio que 20 das 29 questotildees do instrumento ldquoTeste para auto-identificaccedilatildeo de

alguns sintomas de estresserdquo satildeo considerados apoio de identificaccedilatildeo do transtorno

de estresses

203

Assim apresento um quadro que refere as questotildees e os criteacuterios nelas

encontradas

Tabela ndash Questotildees e Criteacuterios

ldquoTeste para auto-identificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo Criteacuterios

4 Jaacute me senti prejudicado pelo ruiacutedo do trem quando estava fazendo avaliaccedilotildees e

trabalhos de pesquisa na sala de aula B4

5 Jaacute ouvi zumbidos depois de escutar os ruiacutedos dos trens carros e ocircnibus F

7 Tenho dificuldades para aprender durante o periacuteodo das aulas quando a

empresa ALL testa os freios dos trens em frente ao Coleacutegio

8 Meu niacutevel de concentraccedilatildeo e desempenho nas avaliaccedilotildees natildeo se altera quando

o trem passa D3

9 A exposiccedilatildeo ao ruiacutedo dos trens carros e ocircnibus me deixa esgotado no final do

periacuteodo de aula F e C4

11 Perco a concentraccedilatildeo quando o trem passa em frente ao Coleacutegio no horaacuterio

das aulas D3

12 Deixo de ouvir muacutesicas no celular para natildeo me expor excessivamente aos

ruiacutedos C2

13 Ouccedilo zumbidos depois de escutar muacutesica em alto volume no celular durante

algum tempo F

14 As muacutesicas que ouccedilo no celular atrapalham minha concentraccedilatildeo na aula D3

15 Meus ouvidos doem quando ouccedilo muacutesica no celular F

16 Percebo que a quantidade de ruiacutedo a que sou exposto fora da escola e

tambeacutem quando ouccedilo muacutesicas no celular eacute maior do que posso suportar F

17 Sei que ouvir muacutesica no celular pode prejudicar minha audiccedilatildeo F

18 Perco energia ao ouvir muacutesica no celular C4 e F

19 Sinto-me sobrecarregado tanto pela quantidade de ruiacutedo externo agrave escola (trens carros ocircnibus) quanto ao ouvir muacutesica no celular em volume

acima da meacutedia F

20 Ouccedilo muacutesica em volume alto para me concentrar para estudar para as provas

para fazer os trabalhos escolares D3

21 Quando fico exposto a ruiacutedos desanimo facilmente B4 e C4

22 Levo muito tempo para relaxar quando estou estressado por causa do barulho B4 e C1

23 Sinto-me tatildeo cansado e sobrecarregado por causa do ruiacutedo intenso durante o

periacuteodo de aula que acabo ldquome desligandordquo do ambiente escolar C5

25 Quando acordo de manhatilde fico cansado soacute de pensar que terei que ouvir

muitos ruiacutedos externos durante as aulas B4 e F

Nota Conteacutem 20 questotildees e criteacuterios encontrados

204

A tabela refere que 20 das 29 questotildees satildeo consideradas uma auto-

idenficaccedilatildeo de sintomas de transtorno de estresse seguindo as seguintes definiccedilotildees

de cada criteacuterio

B4- mal-estar psicologico intenso com a exposiccedilatildeo a estiacutemulos internos ou

externos que simbolizem ou se assemelham a aspectos acontecimento traumaacutetico

C1- esfoccedilo para evitar pensamentos sentimentos ou conversas assocadas ao

acontecimento estressor

C2- Evitamento persistente dos estimulos atividades pensamentos ou

conversas associadas ao acontecimento estressor

C4- Interesse ou participaccedilatildeo em atividades fortemente diminido

C5- Sentir-se desligado ou estranho em relaccedilatildeo aos outros

D3- Dificuldade de concentraccedilatildeo

F- A perturbaccedilatildeo causa mal estar clinicamente significativo ou deficiencia

social ocupacional ou em qualquer outra aacuterea importante do funcionamento

Foi considerando que o instrumento natildeo refere o tempo de exposiccedilatildeo ao

estiacutemulo estressor o qual se considera relevante o conhecimento do processo ou

seja como elas chegaram aos sintomas buscando causas imediatas sejam elas

patologicas ou fisioloacutegicas e delinear retrospectiva causal

Os outros 9 items natildeo estatildeo relacionados com aspectos e criteacuterios do

transtorno analisando portanto natildeo estatildeo presentes na anaacutelise

Caracteriacutesticas Especiacuteficas agrave cultura e agrave Idade

Em vista as dificuldades do jovem em relatar a diminuiccedilatildeo no interesse por

atividades significativas e limitaccedilatildeo do afeto este sintoma deve ser atentamente

avaliado mediante relatos feitos pelos pais professores e outros observadores

Seguindo as consideraccedilotildees do evento estressor pode-se afirmar que se

desencadeia do Transtorno de Estresse e potencializa-se o desenvolvimento de um

conjunto de reaccedilotildees neurofisioloacutegicas intensas em qualquer jovem Quanto agraves

reaccedilotildees essas enquadram-se num conjunto de sinais e sintomas correspondentes agrave

sindrome descrita no DSM-IV revela-se que o individuo exposto neste caso

especiacutefico ldquofones auriculares conectados no Aparelho Celular para ouvir muacutesica e a

exposiccedilatildeo diaacuteria aos ruiacutedos do entorno do CEPMAT oriundos do meio de transporterdquo

desenvolvem comportamentos caracterizados por Transtorno de Estresse

205

Aleacutem de todas as consequecircncias jaacute expostas eacute preciso atentar para o fato de

que a maioria dos jovens natildeo consegue superar os sintomas sem tratamento

especializado seja esse psicoteraacutepico medicamentoso e apoacutes realizaccedilatildeo de

exames especiacuteficos tais como auditivo e de forum psiquicos ou a combinaccedilatildeo de

ambos

Em resumo os comportamentos instalados apoacutes a situaccedilatildeo de estresse

podem ser agrupados em trecircs grandes categorias reminiscecircncia da situaccedilatildeo

traumaacutetica esquiva ou embotamento afetivo e hiperestimulaccedilatildeo do sistema

cognitivo

Apoacutes a descriccedilatildeo sobre o quadro de sintomas na situaccedilatildeo de estresse

referente ao questionaacuterio apresentado aos alunos no Coleacutegio CEPMAT e as

consequecircncias que este gera no aluno conclui-se que seria necessario a

intervenccedilatildeo da psicologia para um diagnostico a respeito da gravidade e das

consequecircncias agrave pessoa e agrave sociedade

Curitiba 09 de maio 2014

_________________________________

(Claudia Nepomuceno Pinto Costa)

Licenciada em Psicologia pelo Instituto Piaget de Almada ndash Portugal

Mestre em Psicologia Comunitaacuteria e proteccedilatildeo de Menores pela Universidade

de Lisboa - Portugal

206

REFERENCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

American Psychiatric Association (APA) Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders-Fourth Edition Text Revision Washington DC APA 2000 4a ed (Traduccedilatildeo no Brasil Artmed 2003) BRASIL Perda auditiva induzida por ruiacutedo Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas (Pair)Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas ndash Brasiacutelia Editora do Ministeacuterio da Sauacutede 2006 Disponiacutevel em httpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesprotocolo_perda_auditivapdf Acesso em 19012014

207

ANEXO IV - FOTO DECIBELIacuteMETRO

208

ANEXO V - NBR 10151

209

210

211

212

ANEXO VI ndash NBR 10152

213

214

215

216

ANEXO VII - NBR133691995

217

218

219

ANEXO VIII - PLANTA BAIXA ARQUITETOcircNICA DO CEPMAT PLANTA

BAIXA

220

ANEXO IX ndash LAUDO TEacuteCNICO DE AVALIACcedilAtildeO DE RUIacuteDO NO ENTORNO DO

CEPMAT

LAUDO TEacuteCNICO DE AVALIACcedilAtildeO DE RUIacuteDO NO ENTORNO DO COLEacuteGIO

ESTADUAL PROFESSORA MARIA AGUIAR TEIXEIRA

CONTRATANTE JEREMIAS FERREIRA DA COSTA

COLEacuteGIO ESTADUAL PROFESSORA MARIA AGUIAR TEIXERA

CAPAtildeO DA IMBUIA ndash CURITIBA ndashPR

RESPONSAacuteVEL TEacuteCNICO VERGINIO LUIZ STANGHERLIN

ENGENHEIRO DE SEGURANCcedilA DO TRABALHO

CREA ndash PR 110468D

LAUDO TEacuteCNICO DE AVALIACcedilAtildeO DE RUIacuteDO

Objeto

Tem o objetivo do presente laudo aferir o niacutevel de ruiacutedo gerado pelas atividades da

ferrovia linha de expresso e Via Raacutepida que possa importunar os alunos

professores e funcionaacuterios do Coleacutegio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira

Baseado nos resultados deste laudo seraacute possiacutevel detalhar as soluccedilotildees para

minimizar o ruiacutedo que possa prejudicar a populaccedilatildeo do referido Coleacutegio endereccedilo

Avenida Presidente Affonso Camargo 3463 - Capatildeo da Imbuia Curitiba - PR

221

Descriccedilatildeo do Local

O local de maior geraccedilatildeo de ruiacutedo eacute proacuteximo agrave Avenida Presidente Affonso

Camargo aonde temos a linha de ocircnibus expresso via raacutepida e linha do trem

Proacuteximo a avenida temos a Secretaria salas de aula Biblioteca Laboratoacuterio de

Quiacutemica e Fiacutesica

Materiais e Meacutetodos

As mediccedilotildees de niacutevel de pressatildeo sonora foram realizadas respeitando as

recomendaccedilotildees da norma NBR 101511987 ndash Avaliaccedilatildeo do Ruiacutedo em Aacutereas

Habitadas visando o conforto da comunidade ndash Procedimento

Foi utilizado o equipamento portaacutetil medidor de niacutevel de pressatildeo sonora digital

comumente denominado decibeliacutemetro O aparelho utilizado apresenta o niacutevel de

pressatildeo sonora equivalente Leq valor que eacute considerado para mediccedilotildees de ruiacutedo

contiacutenuo

Instrumento Utilizado para Mediccedilatildeo dos Niacuteveis de Ruiacutedo

Foi utilizado um instrumento portaacutetil medidor de niacutevel de pressatildeo sonora digital

Marca AZCE ndash nuacutemero de seacuterie N304849

Modelo AZCE ndash 8926

Faixa de Mediccedilatildeo 30 a 130 dB

Curvas de Ponderaccedilatildeo A C e Linear

Respostas Fast e Slow

222

Metodologia da Mediccedilatildeo

O local de maior niacutevel de ruiacutedo encontra-se proacuteximo agrave Avenida Presidente Affonso

Camargo Como o intuito deste trabalho eacute analisar se o ruiacutedo importuna os alunos

professores funcionaacuterios as mediccedilotildees foram executadas no lado interno da

edificaccedilatildeo Mediu-se tambeacutem o niacutevel de ruiacutedo com pessoas e sem pessoas para se

determinar o ruiacutedo gerado pela escola No periacuteodo da manhatilde satildeo intervalos

compreendidos das 7h30 as 11h45 e no periacuteodo da tarde das 13h30 as 17h30 e no

periacuteodo da noite das 19h00 as 22h30 No local analisado o ruiacutedo tem caracteriacutestica

constante natildeo apresentando ruiacutedos de impacto foram medidos por um medidor de

pressatildeo sonora no modo ldquoLeqrdquo na curva de compensaccedilatildeo ldquoArdquo e circuito de resposta

ldquoSlowrdquo (lenta) O aparelho medidor de pressatildeo sonora apresenta os resultados de

Leq a cada minuto

Apesar de ser caracterizado como contiacutenuo o ruiacutedo apresenta pequenas flutuaccedilotildees

e portanto deve ser apresentado como Leq - Niacutevel Meacutedio de Som Contiacutenuo

Equivalente Nesse meacutetodo de mediccedilatildeo eacute obtido um niacutevel de ruiacutedo contiacutenuo que

possui a mesma energia acuacutestica que os niacuteveis flutuantes originais durante um

periacuteodo de tempo O princiacutepio da mesma energia assegura a precisatildeo do meacutetodo

para avaliaccedilatildeo dos efeitos do ruiacutedo sobre o aparelho auditivo sendo adotado pela

norma ISO e muitas normas nacionais Preveniu-se o efeito de ventos sobre o

microfone com o uso de protetor conforme instruccedilotildees do fabricante As mediccedilotildees

foram em pontos afastados aproximadamente 12 m do piso e a 1 m da parede da

sala

Caracteriacutesticas da Mediccedilatildeo

223

Foram efetuadas duas mediccedilotildees do niacutevel de ruiacutedo em cada periacuteodo durante cinco

dias em trecircs horaacuterios distintos

TABELA ndash AFERICcedilOtildeES DOS NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS) ORIUNDOS DO EXTERIOR DO CEPMAT E MEDIDOS NO INTERIOR

DiaMecircs

Sala

Periacuteodo

Com a presenccedila do trem Carros ocircnibus Caminhotildees e estudantes

Sem a presenccedila do trem com carros ocircnibus caminhotildees e estudantes

0110

Biblioteca

Manhatilde Tarde Noite

9644 9452 8573

8436 8809 6516

0710

Laboratoacuterio de

Informaacutetica

Manhatilde Tarde Noite

9603 9271 8898

8886 8324 7546

0510

Auditoacuterio

Manhatilde Tarde Noite

9620 10000 8805

8654 8736 6522

FONTE COSTA 2014 COM APOIO DO ENGENHEIRO DE SEGURANCcedilA DO TRABALLHO VIRGINIO LUIZ STANGHERLIN

TABELA - NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS) NO INTERIOR DO CEPMAT EM SALAS DE AULA

DiaMecircs

Sala

Periacuteodo

Com a presenccedila do trem Carros e Ocircnibus Caminhotildees e de estudantes dB(A)

Sem a presenccedila do trem com fluxo normal de Carros ocircnibus caminhotildees e presenccedila de estudantes dB(A)

0210

Sala de Aula 10

Manhatilde Tarde Noite

9432 9546 8871

8370 7946 7223

0210

Sala de Aula 11

Manhatilde Tarde Noite

8998 9230 7253

8008 7525 7377

0210

Sala de Aula 12

Manhatilde Tarde Noite

9513 9688 8619

7796 7253 7189

0310

Laboratoacuterio de Fiacutesico-quiacutemica 13

Manhatilde Tarde Noite

9635 8350 8685

8745 6947 7889

FONTE COSTA 2014 COM APOIO DA ENGENHARIA DE SEGURANCcedilA DO TRABALHO VIRGINIO LUIZ STANGHERLIN

224

Anaacutelise dos resultados

Na falta de valores de ruiacutedo para servirem de referecircncia servimo-nos da

Norma Regulamentadora nordm 15 do Ministeacuterio do Trabalho e Emprego ndash Atividades e

Operaccedilotildees Insalubres norma esta que trata da seguranccedila ao trabalhador exposto

ao ruiacutedo contiacutenuo e outras fontes de insalubridade Especificamente no anexo I da

NR 15 cita-se qual eacute o Limite de Toleracircncia para Ruiacutedo Contiacutenuo ou Intermitente a

tabela ilustra qual o tempo maacuteximo de exposiccedilatildeo diaacuteria ao agente insalubre de

acordo com o niacutevel de ruiacutedo existente O primeiro valor que consta na tabela eacute 85

dB para um tempo maacuteximo de exposiccedilatildeo de 8 horas diaacuterias

ANEXO Nordm 1

LIMITES DE TOLERAcircNCIA PARA RUIacuteDO CONTIacuteNUO OU INTERMITENTE

NIacuteVEL DE PRESSAtildeO SONORA dB(A) MAacuteXIMA EXPOSICcedilAtildeO DIAacuteRIA PERMISSIacuteVEL

85 8 horas

86 7 horas

87 6 horas

88 5 horas

89 4 horas e 30 minutos

90 4 horas

91 3 horas e 30 minutos

92 3 horas

93 2 horas e 40 minutos

94 2 horas e 15 minutos

95 2 horas

96 1 hora e 45 minutos

98 1 hora e 15 minutos

100 1 hora

102 45 minutos

104 35 minutos

105 30 minutos

106 25 minutos

108 20 minutos

110 15 minutos

112 10 minutos

114 8 minutos

115 7 minutos

225

Conclusatildeo

Diante dos fatos e analisando os resultados obtidos nota-se que o ruiacutedo a ser

gerado pelo empreendimento eacute bem abaixo do limite considerado insalubre pela

norma em questatildeo Lembrando-se que o ruiacutedo tem o pico durante os intervalos de

aula trecircs no total com duraccedilatildeo de vinte minutos cada somente no periacuteodo diurno e

considerando-se ainda que a edificaccedilatildeo contaraacute com as soluccedilotildees acuacutesticas

atenuadoras de ruiacutedos para evitar a propagaccedilatildeo do som para o lado externo

conclui-se que os valores de ruiacutedo gerados natildeo seratildeo causadores de infortuacutenios aos

vizinhos

Encerramento

O responsaacutevel teacutecnico pelo trabalho coloca-se ao inteiro dispor para os

esclarecimentos necessaacuterios O presente laudo consta de seis paacuteginas digitadas de

um soacute lado rubricadas e uma folha de capa sendo a uacuteltima assinada

Curitiba 24 de fevereiro de 2014

Verginio Luiz Stangherlin

Engenheiro Agrocircnomo e de Seguranccedila do Trabalho

CREA-PR 110468D

Tel (41) 33732 3009 ndash 9707 3000

226

ANEXO X - LAUDO TEacuteCNICO DE AVALIACcedilAtildeO DE RUIacuteDO DOS FONES DE

OUVIDO CONECTADOS AO APARELHO CELULAR

LAUDO TEacuteCNICO DE AVALIACcedilAtildeO DE RUIacuteDO DOS FONES DE OUVIDO

CONECTADOS AO APARELHO CELULAR

CONTRATANTE JEREMIAS FERREIRA DA COSTA

COLEacuteGIO ESTADUAL PROFESSORA MARIA AGUIAR TEIXERA

AVENIDA AFONSO CAMARGO 3463 - CAPAtildeO DA IMBUIA ndash CURITIBA ndash PR

RESPONSAacuteVEL TEacuteCNICO VERGINIO LUIZ STANGHERLIN

ENGENHEIRO DE SEGURANCcedilA DO TRABALHO

CREA ndash PR 110468D

LAUDO TEacuteCNICO DE AVALIACcedilAtildeO DE RUIacuteDO

Objeto

Tem o objetivo do presente laudo aferir os niacuteveis de ruiacutedos gerados pelos

fones auriculares conectados ao Aparelho Celular dos alunos do Coleacutegio Estadual

Professora Maria Aguiar Teixeira quando ouve muacutesica

Baseado nos resultados deste laudo seraacute possiacutevel detalhar possiacuteveis efeitos

desta exposiccedilatildeo aos ruiacutedos que possa prejudicar a comunidade escolar do referido

Coleacutegio endereccedilo Avenida Presidente Affonso Camargo 3463 - Capatildeo da Imbuia

Curitiba - PR

Descriccedilatildeo do Local

O local de geraccedilatildeo de ruiacutedo satildeo os fones de ouvido conectados ao Aparelho Celular

de diversos modelos A afericcedilatildeo foi feita de forma aleatoacuteria sem verificar a seacuterie a

que os alunos do ensino meacutedio estatildeo cursando

227

Materiais e Meacutetodos

As mediccedilotildees de niacutevel de pressatildeo sonora foram realizadas respeitando as

recomendaccedilotildees da norma NBR 101511987 ndash Avaliaccedilatildeo do Ruiacutedo em Aacutereas

Habitadas visando o conforto da comunidade ndash Procedimento

Foi utilizado o equipamento portaacutetil medidor de niacutevel de pressatildeo sonora digital

comumente denominado decibeliacutemetro O aparelho utilizado apresenta o niacutevel de

pressatildeo sonora equivalente Leq valor que eacute considerado para mediccedilotildees de ruiacutedo

contiacutenuo

Instrumento Utilizado para Mediccedilatildeo dos Niacuteveis de Ruiacutedo

Foi utilizado um instrumento portaacutetil medidor de niacutevel de pressatildeo sonora digital

Marca AZCE ndash nuacutemero de seacuterie N304849

Modelo DEC ndash 8928

Faixa de Mediccedilatildeo 30 a 130 dB

Curvas de Ponderaccedilatildeo A C e Linear

Respostas Fast e Slow

Metodologia da Mediccedilatildeo

O intuito desta anaacutelise eacute abordar uma afericcedilatildeo dos niacuteveis de ruiacutedos que os alunos

do Coleacutegio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira estatildeo expostos durante o

periacuteodo que estatildeo utilizando o Aparelho Celular com o fone de ouvido para ouvir

muacutesica durante o periacuteodo que estatildeo no coleacutegio

A afericcedilatildeo foi realizada durante as aulas por um periacuteodo de dois meses perfazendo

um dia de cada semana isto eacute segunda terccedila quarta quinta e sexta nos meses de

outubro e novembro de 2013 Foram medidos por um medidor de pressatildeo sonora no

228

modo ldquoLeqrdquo na curva de compensaccedilatildeo ldquoArdquo e circuito de resposta ldquoSlowrdquo (lenta) O

aparelho medidor de pressatildeo sonora apresenta os resultados de Leq a cada minuto

Foi pedido aos alunos que permitissem fazer a afericcedilatildeo dos niacuteveis de ruiacutedo do fone

de ouvido colocando o som no modo em que os alunos ouvem a maior parte do

tempo

Caracteriacutesticas da Mediccedilatildeo

Foi efetuada uma meacutedia de trinta (30) afericcedilotildees diaacuterias nos meses de outubro e

novembro contando os dias da semana (segunda terccedila quarta quinta e sexta) do

fone de ouvido do Aparelho Celular

1 TABELA DE NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS) QUE OS ESTUDANTES DO CEPMAT ESTAtildeO SUBMETIDOS QUANDO OUVEM MUacuteSICA NOS FONES AURICULARES CONECTADOS AO APARELHO CELULAR

Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5

Meacutedia Diaacuteria

Segunda

Nordm Alunos dB (A)

08 96

06 97

5 98

4 102

7 116

30 1118

Terccedila

Nordm Alunos dB (A)

06 98

5 92

7 99

8 94

4 99

30 1003

Quarta

Nordm Alunos dB (A)

07 92

8 99

9 96

3 99

3 115

30 1011

Quinta

Nordm Alunos dB (A)

08 82

6 101

6 98

5 96

5 99

30 971

Sexta

Nordm Alunos dB (A)

06 98

5 114

8 113

6 98

5 98

30 1057

Meacutedia dB(A)

1032

FONTE COSTA 2013 COM APOIO DA ENGENHARIA DE SEGURANCcedilA DO TRABALLHO ENG VIRGINIO LUIZ STANGHERLIN

229

Anaacutelise dos resultados

Na afericcedilatildeo realizada com os alunos nos turnos de aula no Coleacutegio Estadual

Profordf Maria Aguiar Teixeira constatou-se uma intensidade do ruiacutedo de 1032 dB(A)

meacutedia para o fone de ouvido do Aparelho Celular em intensidade superiores a

permitida para uma jornada de 8 horas diaacuterias de 85 dB(A) Podendo ocorrer

incocircmodos perturbaccedilotildees sintomas de estresse prejuiacutezos agrave audiccedilatildeo Sintomas

previstos no Protocolo de complexidade diferenciada 5 do Ministeacuterio da Sauacutede

2006

A NR 15 anexo nordm 01 estabelece que as pessoas em qualquer ambiente de

trabalho natildeo poderatildeo ficar expostas a 85 dB(A) em um periacuteodo maior que 8 horas

diaacuterias

No entanto a maioria de estudantes avaliados na tabela acima escuta

musicas no fone de ouvido do Aparelho Celular a uma faixa de intensidade maior

que 103 dB(A) e de acordo com a NR 15 Anexo nordm 1 pessoas expostas nesta

intensidade de ruiacutedo podem ficar no maacuteximo 45 minutos por dia

Conclusatildeo

Na falta de valores de ruiacutedo para servirem de referecircncia servimo-nos da

Norma Regulamentadora nordm 15 do Ministeacuterio do Trabalho e Emprego ndash Atividades e

Operaccedilotildees Insalubres norma esta que trata da seguranccedila ao trabalhador exposto

ao ruiacutedo contiacutenuo e outras fontes de insalubridade Especificamente no anexo I da

NR 15 cita-se qual eacute o Limite de Toleracircncia para Ruiacutedo Contiacutenuo ou Intermitente a

tabela ilustra qual o tempo maacuteximo de exposiccedilatildeo diaacuteria ao agente insalubre de

acordo com o niacutevel de ruiacutedo existente O primeiro valor que consta na tabela eacute 85

dB(A) para um tempo maacuteximo de exposiccedilatildeo de 8 horas diaacuterias

230

LIMITES DE TOLERAcircNCIA PARA RUIacuteDO CONTIacuteNUO OU INTERMITENTE

NIacuteVEL DE PRESSAtildeO SONORA dB(A) MAacuteXIMA EXPOSICcedilAtildeO DIAacuteRIA PERMISSIacuteVEL

85 8 horas

86 7 horas

87 6 horas

88 5 horas

89 4 horas e 30 minutos

90 4 horas

91 3 horas e 30 minutos

92 3 horas

93 2 horas e 40 minutos

94 2 horas e 15 minutos

95 2 horas

96 1 hora e 45 minutos

98 1 hora e 15 minutos

100 1 hora

102 45 minutos

104 35 minutos 105 30 minutos

106 25 minutos

108 20 minutos

110 15 minutos

112 10 minutos

114 8 minutos

115 7 minutos

Desta forma concluo que os alunos que estatildeo expostos a esses niacuteveis de

pressatildeo sonora podem ter prejuiacutezos agrave audiccedilatildeo ou perda auditiva em poucos anos

por ser sutil causa impactos significativos na vida das pessoas gerando dificuldades

na comunicaccedilatildeo por prolongamento de exposiccedilatildeo a elevados niacuteveis sonoro o que

pode causar perda auditiva irreversiacutevel assim o tempo de exposiccedilatildeo satildeo fatores

determinantes da capacidade de prejudicar a audiccedilatildeo

231

Os Aparelhos Celulares tecircm grande capacidade de armazenamento com

bateria cada vez mais duradoura estas possibilidades contribuem para que os

estudantes ouccedilam muacutesica durante horas sem parar em volume muito acima das

recomendadas pela NR 15 Anexo 1 e pelo Protocolo de Complexidade Diferenciada

5 de 2006

Encerramento

O responsaacutevel teacutecnico pelo trabalho coloca-se ao inteiro dispor para os

esclarecimentos necessaacuterios O presente laudo consta de seis paacuteginas digitadas de

um soacute lado rubricadas e uma folha de capa sendo a uacuteltima assinada

Curitiba 12 de fevereiro de 2014

Verginio Luiz Stangherlin

Engenheiro Agrocircnomo e de Seguranccedila do Trabalho

CREA-PR 110468D

232

APEcircNDICES

233

APEcircNDICE 1 - LEVANTAMENTO SOBRE O USO DO CELULAR NA

ESCOLA

COLEacuteGIO ESTADUAL PROFESSORA MARIA AGUIAR TEIXEIRA

Turno______ Seacuterie______ Idade _________

1 ndash Vocecirc possui um Telefone Celular

a) Sim

b) Natildeo

c) eu uso um que natildeo eacute meu

2- Vocecirc traz o Telefone Celular para a escola

a) Sempre

b) quase sempre

c) agraves vezes

d) nunca

3 ndash Quanto tempo vocecirc usa o Telefone Celular ao longo do dia para qualquer de

suas funccedilotildees

a)Nunca uso celular

b)Menos de 2 horas por dia

c)Mais de 2 horas e menos de 4 horas por dia

d)Mais de 4 horas e menos de 8 horas por dia

f)Mais de 8 horas e menos de 12 horas por dia

g)Mais de 12 horas por dia

h)Meu uso eacute bastante variado de um dia para outro

i)Natildeo sei informar

4 ndash Quais as funccedilotildees do Telefone Celular que vocecirc utilizou na sala de aula sem

relaccedilatildeo com a aprendizagem

a)Ouvir muacutesica

b) Fazer e receber ligaccedilotildees

c)Receber e enviar mensagens

d)Calculadora

e)Agenda de telefone

234

f)Maacutequina fotograacutefica

g)Acessar a Internet (e-mail facebook skype etc)

h)Outras Escreva aqui _______________________________________

i)Natildeo trago o celular para a escola

j)Natildeo tenho telefone celular

5 ndash Na sala de aula vocecirc alguma vez jaacute utilizou o Telefone Celular para ajudar na

sua aprendizagem

a)Ouvir muacutesica

b) Fazer e receber ligaccedilotildees

c)Receber e enviar mensagens

d)Calculadora

e)Agenda de telefone

f)Maacutequina fotograacutefica

g)Acessar a Internet (e-mail facebook skype etc)

h)Outras Escreva aqui _______________________________________

i)Natildeo trago o celular para a escola

j)Natildeo tenho celular

6ndash Quanto vocecirc gasta em meacutedia em creacuteditos por mecircs

a) ateacute R$12 por mecircs

b) Entre R$ 13 e R$3000 por mecircs

c) Entre R$ 31 e R$5000 por mecircs

d) Mais de R$ 5000 por mes

e) Natildeo gasto com creacuteditos

f) Natildeo sei

7 ndash Vocecirc sabia que o regimento escolar proiacutebe o uso do Telefone Celular na sala de

aula

a) Sim

b) Natildeo

c) sabia mas uso assim mesmo

d) Sabia mas eu uso soacute esporadicamente

8 ndash Vocecirc jaacute ouviu dizer que o Telefone Celular pode trazer problemas para a

audiccedilatildeo

a) jaacute dizer e parei de usar o Telefone Celular

b) natildeo ouvi dizer e natildeo dizer e natildeo me interesso por isso

c) nunca ouvi falar sobre isso

d) Jaacute ouvi dizer mas natildeo me importo pois continuo usando da mesma forma

e) jaacute ouvi dizer e parei de usar o celular

235

APEcircNDICE 2 - TESTES DE AUTOIDENTIFICACcedilAtildeO DE ALGUNS SINTOMAS DE ESTRESSE

TESTE DE AUTOIDENTIFICACcedilAtildeO DE ALGUNS

SINTOMAS DE ESTRESSE

MARQUE UM ldquoXrdquo na coluna correspondente a

sua opiniatildeo

Idade_____ Sexo______ Seacuterie_______ Turma

_______

De

je

ito

ne

nh

um

Rara

me

nte

As v

ev

eze

s

Fre

qu

en

tem

en

t

e

Se

mp

re

Natildeo

se

i

Natildeo

m

e

imp

orto

1 2 3 4 5 6 7

1 O Coleacutegio eacute ruidoso por causa dos trens carros e

ocircnibus que passam em frente

2 A biblioteca do Coleacutegio eacute um local adequado e silencioso para eu realizar pesquisas e outras atividades

3 O ruiacutedo do trem natildeo me incomoda quando estou assistindo aula

4 Jaacute me senti prejudicado pelo ruiacutedo do trem quando estava fazendo avaliaccedilotildees e trabalhos de pesquisa na sala de aula

5 Jaacute ouvi zumbidos depois de escutar os ruiacutedos dos

trens carros e ocircnibus

6 Nada pode ser feito para alterar as condiccedilotildees de

ruiacutedo dos trens carros e ocircnibus na frente do Coleacutegio

7 Tenho dificuldades para aprender durante o periacuteodo das aulas quando a empresa ALL testa os freios dos trens em frente ao Coleacutegio

8 Meu niacutevel de concentraccedilatildeo e desempenho nas

avaliaccedilotildees natildeo se altera quando o trem passa

9 A exposiccedilatildeo ao ruiacutedo dos trens carros e ocircnibus

me deixa esgotado no final do periacuteodo de aula

10 Ruiacutedos intensos como das muacutesicas que ouccedilo no celular ou dos trens carros e ocircnibus que passam em frente ao coleacutegio natildeo me incomodam

11 Perco a concentraccedilatildeo quando o trem passa em

frente ao Coleacutegio no horaacuterio das aulas

12 Deixo de ouvir muacutesicas no celular para natildeo me

expor excessivamente aos ruiacutedos

13 Ouccedilo zumbidos depois de escutar muacutesica em

alto volume no celular durante algum tempo

14 As muacutesicas que ouccedilo no celular atrapalham

minha concentraccedilatildeo na aula

15 Meus ouvidos doem quando ouccedilo muacutesica no

celular

236

16 Percebo que a quantidade de ruiacutedo a que sou

exposto fora da escola e tambeacutem quando ouccedilo muacutesicas no celular eacute maior do que posso suportar

17 Sei que ouvir muacutesica no celular pode prejudicar

minha audiccedilatildeo

18 Perco energia ao ouvir muacutesica no celular

19 Sinto-me sobrecarregado tanto pela quantidade

de ruiacutedo externo agrave escola (trens carros ocircnibus) quanto ao ouvir muacutesica no celular em volume acima da meacutedia

20 Ouccedilo muacutesica em volume alto para me

concentrar para estudar para as provas para fazer os trabalhos escolares

21 Quando fico exposto a ruiacutedos desanimo facilmente

22 Levo muito tempo para relaxar quando estou estressado por causa do barulho

23 Sinto-me tatildeo cansado e sobrecarregado por causa do ruiacutedo intenso durante o periacuteodo de aula que acabo ldquome desligandordquo do ambiente escolar

24 Sinto-me bem tendo muito ruiacutedo no meu entorno (dentro e fora da sala) durante o periacuteodo de aula

25 Quando acordo de manhatilde fico cansado soacute de pensar que terei que ouvir muitos ruiacutedos externos durante as aulas

26 Fico feliz por poder ouvir muacutesica no celular

quando estou em aula

27 Natildeo consigo ficar sem ouvir musicas no celular

durante o periacuteodo das aulas mesmo sabendo que o regimento escolar me proiacutebe de usa-lo

28 Natildeo fui informado sobre quais equipamentos eletrocircnicos (Aparelho Celular) posso usar no periacuteodo das aulas

29 Participei ativamente de reuniotildees e discussotildees

para a construccedilatildeo do Regimento Escolar do coleacutegio

237

APEcircNDICE 3 - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Eu (nome por extenso)___________________________________________

portador da ceacutedula de Identidade RG________________________________

AUTORIZO meuminha filho (a) (nome por extenso)

________________________________________________a participar da pesquisa

intitulada ldquoPoluiccedilatildeo Sonora que trem eacute esse no meu celularrdquo bem a publicaccedilatildeo de

resultados em Revistas Acadecircmicas Livros Conferecircncias etc para uso interno

desta instituiccedilatildeo de ensino

A presente autorizaccedilatildeo eacute concedida a tiacutetulo gratuito abrangendo a aplicaccedilatildeo

de um Questionaacuterio e um Teste de AutoIdentificaccedilatildeo de Alguns Sintomas de

Estresse acima mencionada em todo territoacuterio nacional e no exterior em todas as

suas modalidades e destaque das seguintes formas (i) miacutedia eletrocircnica (paineacuteis

viacutedeos entre outros)

Deste modo por esta ser a expressatildeo da minha vontade declaro que autorizo

livre e espontaneamente o uso acima descrito sem que nada possa a ser reclamado

a tiacutetulo de direitos conexos agrave imagem ou qualquer outro bem como assino a

presente autorizaccedilatildeo

Curitiba ______ de ____________________ de 2013

Pai Responsaacutevel

3

4

AGRADECIMENTOS

A Deus que permitiu realizar um dos meus maiores sonhos que eacute fazer mestrado na UFPR e pelas portas abertas na minha vida Tem me sustentado com acircnimo alegria e disposiccedilatildeo estando comigo em todos os momentos Obrigado meu Deus por me mostrar possibilidades de ldquoir e virrdquo nos caminhos que escolhi

Agrave minha esposa Patriacutecia Barbosa Reeck da Costa que veio completar minha

vida que me amparou e compreendeu nas horas de dificuldade e que me faz muito feliz

Ao meu pai o ldquogente boardquo Telcio Ferreira da Costa e minha ldquomatildeezinhardquo Dona

Maria Lurdes por todas as oraccedilotildees e apoio que me deram para que eu conseguisse chegar ateacute aqui Agrave minha filha Julia Bogdanovicz da Costa por compreender a falta de tempo do pai pois em momentos natildeo conseguir passear andar de bicicleta ou viajar vocecirc eacute uma fonte de inspiraccedilatildeo Enfim minha gratidatildeo se estende a todos os familiares que participaram voluntaacuteria ou involuntariamente da minha vida pois de certa forma fui influenciado por vocecircs

Sou uma pessoa motivada pela Ciecircncia e entendo que a era moderna foi

caracterizada por permitir outros olhares sobre dogmas e crenccedilas possibilitando a academia gerar novos conhecimentos criticar-se e reconfigurar-se em diferentes Programas constituindo uma nova era a contemporacircnea Nesta foi criado o Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Educaccedilatildeo em Ciecircncias e em Matemaacutetica da UFPR para o qual fui aceito Assim agradeccedilo aos meus orientadores Dr Seacutergio Camargo e Dra Christiane Gioppo por terem me selecionado e conduzido para estar aqui agora na posiccedilatildeo de seleciona-los para dedicar minhas conquistas

A minha banca composta pelo Dr Cristiano Rodrigues de Mattos da

Universidade de Satildeo Paulo e pelo Dr Marco Aureacutelio Kalinke da Universidade Tecnoloacutegica Federal do Paranaacute aleacutem de meus orientadores com os quais pude compartilhar muito mais que discussotildees de cunho teoacuterico e a todo o corpo docente do PPGECM da UFPR que participou da minha formaccedilatildeo

Aos amigos que sempre estiveram orando por mim aos colegas e Diretores

dos Coleacutegios Estaduais Professora Maria Aguiar Texieria e Paulo Leminski que contribuiram para a manutenccedilatildeo de um ambiente de trabalho e de pesquisa prazeroso tornando-se sinocircnimo de alegria prevalecendo agrave difusatildeo do conhecimento

5

PEQUENA BIOGRAFIA

Sou da cidade de Arapongas estado do Paranaacute venho de uma famiacutelia de

onze irmatildeos cresci em uma situaccedilatildeo financeira de miseacuteria em que a universidade

era algo muito distante da minha realidade Meu pai sabe apenas assinar o nome

minha matildee eacute analfabeta e meus irmatildeos nunca terminaram o Ensino Fundamental jaacute

entre as irmatildes algumas terminaram o Ensino Meacutedio

Em minha tenra infacircncia meus pais tinham consciecircncia da importacircncia da

escolarizaccedilatildeo e me matricularam em uma escola puacuteblica pois achavam que eu

precisava estudar para aprender a ler e a escrever e com isso meu futuro estaria

garantido

Em 1978 por volta dos 10 anos comecei catar papel na rua para vender e ter

uma fonte de renda Diariamente eu tinha que coletar o suficiente para atingir trecircs

metas 1ordf comprar um pedaccedilo de toucinho dele saiacutea gordura que preparava a

polenta e o torresmo era nossa carne 2ordf comprar um pacote de fubaacute 3ordf comprar

uma barra de sabatildeo para assim ter roupas limpas

No periacuteodo de colheita da lavoura (algodatildeo milho e cafeacute) trabalhava junto

com meu pai e irmatildeos como boias-frias Noacutes levantaacutevamos muito cedo agraves 4 horas

da manhatilde esperaacutevamos em um ponto o caminhatildeo que passava e nos recolhia e

levava para a fazenda onde havia colheita cerca de 100 km de distacircncia da nossa

cidade Embaixo do sol escaldante ou inverno intenso meus sonhos afloravam eu

percebi que natildeo queria aquela vida de sofrimento embora digna Meu sonho de

fazer uma faculdade crescia poreacutem diariamente me perguntava como algueacutem que eacute

financeiramente miseraacutevel poderia alcanccedilar uma vida de ecircxito e especialmente como

conseguiria pagar uma faculdade Natildeo vislumbrava nenhuma resposta ateacute que as

oportunidades para a realizaccedilatildeo dos meus sonhos comeccedilaram surgir

Com quatorze anos entrei na guarda-mirim e comecei trabalhar como Office

boy em uma faculdade privada na cidade de Arapongas Ali como em minha casa

tambeacutem ouvia o secretaacuterio os auxiliares da administraccedilatildeo as zeladoras falarem que

para ldquoser algueacutem na vidardquo tem que estudar Eu ganhava o equivalente a meio

salaacuterio miacutenimo e apesar de trabalhar dentro da faculdade tinha duacutevidas a respeito

de como continuaria meus estudos

6

Em 1990 aos vinte e dois anos conclui a Educaccedilatildeo Baacutesica e crescia a

expectativa de fazer o vestibular assim realizar meu maior sonho cursar

matemaacutetica no ensino superior Natildeo tardou e surgiu a oportunidade que tanto

esperava a diretora da faculdade na eacutepoca a senhora Neuza Wielewicki olhou em

meus olhos e perguntou se eu sonhava em fazer faculdade O que confirmei

prontamente Sabendo de meu interesse ela me ofereceu uma bolsa de estudos

para cursar matemaacutetica Com isso sem pagamento de qualquer taxa ou material

nem mesmo mensalidade eu poderia realizar meu sonho Apenas uma condiccedilatildeo me

foi imposta no ato da liberaccedilatildeo da inscriccedilatildeo para o vestibular e que natildeo poderia

reprovar em nenhuma disciplina se isso ocorresse perderia a bolsa de estudos

Em 1991 entrei no curso de graduaccedilatildeo e quatro anos depois conclui sem

nenhuma reprovaccedilatildeo Devido aos diversos momentos de descontinuidade nos

estudos na educaccedilatildeo baacutesica tive muitas dificuldades na Faculdade entretanto

sempre me dediquei para atingir meus objetivos A partir daiacute compreendi que deveria

planejar meu futuro pois jaacute havia rompido uma barreira gigante a de cursar a

faculdade Entatildeo tracei objetivos e fiz um planejamento de longo prazo que era

essencialmente constituiacutedo pelo investimento em meu processo de formaccedilatildeo

Meus pais nunca questionaram qualquer decisatildeo que eu tivesse tomado pois

em silecircncio acreditavam que esse filho venceria nos estudos e nos obstaacuteculos que

enfrentaria pela frente atingindo uma situaccedilatildeo financeira melhor e por mais que

eles natildeo verbalizassem nutriam a mesma expectativa a de que eu teria melhores

condiccedilotildees financeira que eles Assim eu me percebia centrado com autocontrole

racional e objetivo Meus pais sempre foram muito trabalhadores mas natildeo tinham

seguranccedila financeira por isso eles poderiam ver nesse filho uma possibilidade de

ascensatildeo social Aleacutem disso esperavam que meus esforccedilos trariam mais do que

recompensas financeiras mas tambeacutem constituiriam meus valores e princiacutepios A

esperanccedila de meus pais e o foco nos objetivos traccedilados me deram a certeza de que

ao terminar a faculdade teria uma das mais belas profissotildees a de professor com

habilitaccedilotildees em Matemaacutetica e Fiacutesica e a possibilidade de asceder socialmente

Depois de graduado mudei-me para Curitiba onde comecei lecionar no

regime CLT Em seguida fui aprovado em concursos para o Quadro Proacuteprio do

Magisteacuterio (QPM) do Estado do Paranaacute nas disciplinas de fiacutesica e matemaacutetica

Tornei-me professor do Ensino Fundamental e Meacutedio da Educaccedilatildeo Baacutesica e hoje

trabalho em duas escolas puacuteblicas

7

Em meu trabalho de professor por vaacuterios anos tenho recebido estudantes

estagiaacuterios de Praacutetica de Docecircncia oriundos de diversas Universidades da cidade de

Curitiba inclusive da Universidade Federal do Paranaacute (UFPR) Com isso tenho

interagido com as Universidades e em 2009 o professor da disciplina de Praacutetica de

Ensino e Estaacutegio Supervisionado em Fiacutesica (II e III) da UFPR inscreveu uma

proposta para participar do Edital CAPESDEB Nordm 0022009 - Programa Institucional

de Bolsa de Iniciaccedilatildeo agrave Docecircncia ndash PIBID O projeto foi aprovado e eu selecionado

para participar na funccedilatildeo de Professor Supervisor da disciplina de Fiacutesica O

programa teve iniacutecio em 2010 e desde entatildeo estudantes da UFPR desenvolvem

projetos na aacuterea de Ensino de Fiacutesica participando ativamente da rotina do coleacutegio O

objetivo desse projeto eacute que os estudantes universitaacuterios tenham mais experiecircncia e

reflexotildees sobre a docecircncia Os participantes do programa (estudantes da

universidade professores supervisores e o coordenador de aacuterea) participam da

rotina da escola tambeacutem reuacutenem-se uma vez por semana na Universidade para

estudar assuntos relacionados agrave aprendizagem e a avaliaccedilatildeo

Para aleacutem das rotinas escolares e reuniotildees o coordenador nos motiva a fazer

pesquisas a participar de congressos nacionais e internacionais e a dar

continuidade em nossos estudos e foi nesse bojo que o Professor Seacutergio Camargo

sugeriu que me candidatasse ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Educaccedilatildeo em

Ciecircncias e em Matemaacutetica da UFPR Assim elaborei um projeto de estudo sobre a

Poluiccedilatildeo Sonora no ambiente escolar Para finalizar gostaria de reiterar que minha

histoacuteria de vida estaacute permeada pela ideia de traccedilar um objetivo claro e mover

esforccedilos para alcanccedilaacute-lo e tambeacutem por encontrar pessoas que atravessaram meu

caminho em diversos momentos e ofereceram oportunidades aacute realizaccedilatildeo de meus

sonhos

8

RESUMO

Haacute muitos anos atuo como professor do Ensino Meacutedio e ao longo desse tempo percebi a exacerbaccedilatildeo nos ruiacutedos emitidos pelos meios de transportes no entorno do Coleacutegio Simultaneamente houve grande aumento da presenccedila do Celular na sala de aula pelos estudantes especialmente para ouvir muacutesica Esses dois fatores desencadearam o presente estudo O objetivo desta dissertaccedilatildeo foi investigar Niacuteveis de ruiacutedo no entorno e na aacuterea interna ao Coleacutegio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira A partir do delineamento da temaacutetica central relacionada a Poluiccedilatildeo Sonora iniciei a revisatildeo de literatura selecionando quatro eventos Os Encontros de Pesquisa em Ensino de Fiacutesica (EPEF) os Encontros de Pesquisa em Educaccedilatildeo em Ciecircncias (ENPEC) os Encontros de Pesquisa em Educaccedilatildeo Ambiental (EPEA) e os Encontros de Tecnologia da Informaccedilatildeo e Educaccedilatildeo (TICEDUCA) Busquei tambeacutem dissertaccedilotildees e teses publicadas no banco da CAPES realizadas por pesquisadores da aacuterea de educaccedilatildeo A revisatildeo de literatura me permitiu afirmar que a temaacutetica poluiccedilatildeo sonora eacute pouco discutida entre educadores e pesquisadores da aacuterea assim estabeleci dois recortes o primeiro se refere ao ruiacutedo do entorno do coleacutegio e o segundo ao volume alto utilizado para ouvir muacutesicas no Aparelho Celular por meio de fones auriculares A partir desses dois recortes estabeleci trecircs premissas e com elas constituiacute as seguintes questotildees de pesquisa 1) Quais satildeo os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) oriundos do entorno do CEPMAT 2) ComoSe os estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT usam o Celular no ambiente escolar 3) Quais satildeo os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) a que os estudantes do CEPMAT satildeo submetidos quando ouvem muacutesica com fones auriculares conectados a Aparelhos Celulares no ambiente escolar Em Havendo Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) (acima do disposto na Legislaccedilatildeo e) estabelecidos nesta dissertaccedilatildeo como Poluiccedilatildeo Sonora procurei verificar 4) Se e como os estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT percebem as normas e regras (Regimento Escolar) e a existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora a) oriunda do entorno da escola b) oriunda dos fones auriculares conectados aos Aparelhos Celulares e os possiacuteveis efeitos dessa Poluiccedilatildeo na Sauacutede deles c) as regras e normas utilizadas no CEPMAT Para balizar os recortes estabelecidos utilizei o conceito Cultura abordado por Stuart Hall (2011) o de Interaccedilatildeo Social e o de modificaccedilatildeo transformaccedilatildeo do ambiente proposto por Vigotsky (2007) bem como as mudanccedilas nas formas de interaccedilatildeo social geradas pelos novos meios de comunicaccedilatildeo (THOMPSON 2011) Para constituir os dados e fazer a triangulaccedilatildeo entre eles criei um questionaacuterio que investigou o uso do Celular no ambiente escolar realizei afericcedilotildees dos niacuteveis de pressatildeo sonora do entorno e nos fones auriculares conectados aos Aparelhos Celulares dos estudantes quando ouvem muacutesicas Adaptei tambeacutem um ldquoTeste para autoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo que investigou a percepccedilatildeo dos estudantes sobre os sintomas de estresse na sauacutede deles A revisatildeo de literatura me fez perceber que o assunto ldquoPoluiccedilatildeo Sonorardquo eacute pouco discutido entre os pesquisadores do Ensino de Fiacutesica e de Ciecircncias e natildeo eacute uma preocupaccedilatildeo dos Educadores Ambientais As afericcedilotildees de niacuteveis de Pressatildeo Sonora oriundas do entorno do CEPMAT identificaram intensidade de ruiacutedo ateacute 100 dB(A) isto eacute aproximadamente 67 acima dos limites de emissatildeo de ruiacutedo para as Zonas Estruturais Educacionais estabelecidos pela Lei Ordinaacuteria Municipal 106252002 que eacute de 60 dB(A) mas os estudantes nem sempre percebem o ruiacutedo do entorno como um incocircmodo e tiveram dificuldades para relacionar o ruiacutedo do traacutefego (especialmente dos trens) com algum fator de estresse

9

(tais como diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo dificuldades de aprendizagem e esgotamento) e natildeo percebem o ruiacutedo das composiccedilotildees como responsaacutevel por trazer zumbidos aos ouvidos No que tange agrave poluiccedilatildeo sonora a que o estudante estaacute submetido ao ouvir muacutesica utilizando fones auriculares conectados aos Aparelhos Celulares os dados revelaram resultados ainda mais assustadores pois 85 tecircm informaccedilatildeo de que uma exposiccedilatildeo diaacuteria a ruiacutedos intensos pode ser prejudicial agrave sauacutede auditiva mas no que tange ao uso de fones de ouvido apenas 15 responderam que tecircm conhecimento dos malefiacutecios agrave sauacutede causados pelo excesso de ruiacutedo oriundo do Celular Um dos dados mais significativos foi constatar que aproximadamente 95 dos estudantes pesquisados ouvem muacutesica em volume meacutedio de 1047 dB(A) usando fones auriculares conectados ao Aparelho Celular em meacutedia por 4 horasdia Isso significa que podem estar colocando em risco a sauacutede auditiva com possibilidade de perda irreversiacutevel da audiccedilatildeo Os resultados detectaram ainda que a maioria absoluta (95) dos estudantes tem celular e o traz para o coleacutegio embora esse equipamento seja insignificativamente utilizado durante atividades didaacuteticas ao longo das aulas Aleacutem disso 98 dos estudantes pesquisados tecircm consciecircncia da proibiccedilatildeo que consta no regimento escolar referente ao uso de Celulares para fins natildeo didaacuteticos mas ainda assim eles admitiriam afrontar deliberadamente a norma estabelecida pelo coleacutegio 67 dos estudantes revelaram que natildeo percebem sintomas de estresse de natureza fiacutesica (perda de energia e zumbido na audiccedilatildeo) pelo contraacuterio um nuacutemero consideraacutevel (5250) de estudantes declarou que se concentra melhor quando ouve muacutesicas durante as tarefas escolares Outro dado interessante eacute que 3250 dos estudantes natildeo estatildeo dispostos a deixar de utilizar o Celular para ouvir muacutesica Por outro lado 15 dos estudantes jaacute percebem pelo menos um dos sintomas de stress tanto ao ouvirem muacutesica no Celular quanto ao entrarem em contato com ruiacutedos oriundos dos meios de transportes Com esses resultados pode-se depreender que compreender a importacircncia da Poluiccedilatildeo sonora na escola eacute fundamental especialmente no que tange a presenccedila e uso do Aparelho Celular na escola Ao compreender esse objeto de desejo entendemos com mais profundidade o que opera no sistema representacional da nossa cultura que constroacutei significados modifica o sentimento de pertencimento dos estudantes ao grupo modelam praacuteticas de conduta e ideias Palavras-chave Identidade Cultural Poluiccedilatildeo Sonoro-visual Ensino de Ciecircncias Percepccedilatildeo Auditiva Ambiente Escolar

10

ABSTRACT For many years I have been working as a High School teacher and over that time I realized the exacerbation in the noise emitted by urban transports in the vicinity of the School Simultaneously there was large increase in Mobiles presence in the classroom for students especially for listening music These two factors have triggered this study The aim of this master thesis was to investigate the external and internal Noise at State School Teacher Maria Aguiar Teixeira From the design of the central theme related to Noise Pollution started the literature review selecting four events The Meetings of Research in Physics Teaching (EPEF) the Research Meetings in Science Education (ENPEC) the Research Meetings on Environmental Education (EPEA) and the Technology Meetings Information and Education (TICEDUCA) Also sought Master Theses and Doctoral Dissertations published in the data of CAPES conducted by education researchers The review on the literature allowed me to conclude that the noise pollution theme is little discussed among educators and researchers thus I established two research paths the first refers to the traffic noise around school environment and the second to the high volume used to listen to music on Mobile Handset through earphones From these two paths established three premises and with them have set the following research questions 1) What are the Sound Pressure Levels (SPL) coming from the school surroundings 2) How If CEPMAT high school students use Mobile at school 3) What are the Sound Pressure Levels (SPL) that the CEPMAT students undergo when they hear music with earphones connected to Cell Phones at school Having in Sound Pressure Levels (SPL) (above provisions of legislation and set forth as Noise Pollution in this dissertation tried to check 4) If and how the CEPMAT high school students understand School Rules and the existence Sound Pollution a) coming from the school surroundings b) arising from the earphones connected to the Cell Phones and possible pollution effects on their health c) CEPMAT School rules and standards To mark the paths established used the concept Culture approached by Stuart Hall (2011) the social interaction and modification transformation of the environment proposed by Vygotsky (2007) as well as changes in the forms of social interaction generated by new media (Thompson 2011) To provide the data and make triangulation between them created a questionnaire that investigated the use of Mobile at school I performed measurements of the sound pressure levels of the surroundings and the earphones connected to the Handsets students when they hear music I adapted also a test for self-identification of some symptoms of stress that investigated the perceptions of students about the symptoms of stress in their health The literature review made me realize that the subject Sound Pollution is rarely discussed among Physics and Science Education researchers and not at all discussed among environmental education Researchers in Brazil Measurements of sound pressure levels coming from the surrounding of CEPMAT identified noise up to 100 dB (A) ie approximately 67 above the noise emission limits for Educational structural zones established by the Municipal Annual Law 106252002 that is 60 dB(A) but students do not always perceive the surrounding noise as a nuisance and had difficulty relating the traffic noise (especially trains) with some stress factor (such as decreased concentration difficulty learning and exhaustion) and do not realize the noise of the train as responsible for bringing ringing in the ears Regarding the noise pollution to which the student is subjected while listening to music using earphones connected to Cell Phones data showed somewhat scary results because 85 have information that a daily exposure to loud noise can be harmful to hearing health but

11

when it comes to the use of headphones only 15 said they are aware of the harm to health caused by excessive noise coming from of Mobile One of the most significant data was seen that approximately 95 of students surveyed listen to music on average volume of 1047 dB (A) using earphones connected to the Mobile Handset for an average of 4 hours day This means they can be putting at risk the auditory health with the possibility of irreversible hearing loss The results also found that an absolute majority (95) of the students have cell and brings them to school although this equipment is almost non used for educational activities during the lessons In addition 98 of students surveyed are aware of the prohibition contained in the school regulations concerning the use of Mobile for not teaching purposes yet they admit deliberately defy the norm established by the school 67 of students revealed that not perceive symptoms of stress of a physical nature (energy loss and tinnitus in the hearing) on the contrary a considerable number (5250) students stated that focuses better when listening to music during homework Another interesting fact is that 3250 of students are unwilling to stop using the Mobile to listen to music On the other hand 15 of the students already have at least one of the stress symptoms when they hear music in Mobile as well as when they get in touch with noise coming from veicles With these results we can conclude that understand the importance of Noise Pollution at school is fundamental especially regarding the presence and use of the Mobile Handset in school By understanding this object of desire we understand more deeply what operates in the representational system of our culture which creates meaning changes the studentsacute feeling of belonging to the group and model practics of conduct ideas

Keywords Identity Noise Pollution Science Education Perception Environment

12

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 01 - (A) MAPA DA REGIAtildeO (B) FACHADA DO COLEacuteGIO

ESTADUAL PROFESSORA MARIA AGUIAR

TEIXEIRA

27

FIGURA 02 - (A) OcircNIBUS BIARTICULADO (B) OcircNIBUS LIGEIRINO NO

CORREDOR LESTE

28

FIGURA 03 - (3A e 3B) PISTAS EM FRENTE AO COLEacuteGIO COM

TRAacuteFEGO INTENSO E CIRCULACcedilAtildeO DE CAMINHOtildeES

28

FIGURA 04 - (4A e 4B) FOTO AEacuteREA DE 1957 DO BAIRRO (B) FOTO

AEacuteREA DE 2008 DO BAIRRO LOCALIZANDO O

COLEacuteGIO

29

FIGURA 05 - (A e B) LINHA FEacuteRREA EM FRENTE AO COLEacuteGIO 29

FIGURA 06 - (A) VILA OFICINAS NO CAJURU NA DEacuteCADA DE 50 E B)

VILA OFICINAS CAJURU NOS DIAS DE HOJE

30

FIGURA 07 - REDE INTEGRADA DE TRANSPORTES PUacuteBLICO DE

CURITIBA EM 2003

112

13

LISTA DE QUADROS

QUADRO 01 - EPEF REALIZADOS DE 1986 ATEacute 2012 38

QUADRO 02 - ENPEC REALIZADOS DE 1997 ATEacute 2013 40

QUADRO 03 - EPEAs REALIZADOS DE 2001 A 2013 41

QUADRO 04 - TICEDUCA REALIZADOS DE 2010 A 2012 43

QUADRO 05 - LEVANTAMENTO DAS DIVERSAS EDICcedilOtildeES DOS EPEF

ENPEC EPEA E TICEDUCA NO PERIacuteODO DE 1986 A

2013

44

QUADRO 06 - RESUMO DOS EVENTOS REALIZADOS DE 1986 A

2013

45

QUADRO 07 - ARTIGOS SOBRE POLUICcedilAtildeO SONORA 46

QUADRO 08 - ARTIGOS SOBRE TECNOLOGIAS MOacuteVEIS 50

QUADRO 09 - LEVANTAMENTO NO BANCO DE TESES DA CAPES

INDICANDO ANO NUacuteMERO TOTAL DE TRABALHOS

PUBLICADOS

55

QUADRO 10 - NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA EM (NPS) PERMITIDOS

EM AacuteREAS RESIDENCIAIS E ESCOLARES

70

14

LISTA DE GRAacuteFICOS

GRAacuteFICO 01 - VOCEcirc POSSUI UM TELEFONE CELULAR 79

GRAacuteFICO 02 - VOCEcirc TRAZ O TELEFONE CELULAR PARA A

ESCOLA

80

GRAacuteFICO 03 - QUANTO TEMPO VOCEcirc USA O TELEFONE CELULAR

AO LONGO DO DIA PARA QUALQUER DE SUAS

FUNCcedilOtildeES

81

GRAacuteFICO 04 - QUAIS AS FUNCcedilOtildeES DO TELEFONE CELULAR QUE

VOCEcirc UTILIZOU NA SALA DE AULA SEM RELACcedilAtildeO

COM A APRENDIZAGEM

82

GRAacuteFICO 05 - NA SALA DE AULA VOCEcirc ALGUMA VEZ JAacute UTILIZOU O

TELEFONE CELULAR PARA AJUDAR NA SUA

APRENDIZAGEM

83

GRAacuteFICO 06 - QUANTO VOCEcirc GASTA EM MEacuteDIA EM CREacuteDITOS POR

MEcircS

84

GRAacuteFICO 07 - VOCEcirc SABIA QUE O REGIMENTO ESCOLAR PROIacuteBE O

USO DO TELEFONE CELULAR NA SALA DE

AULA

85

GRAacuteFICO 08 - VOCEcirc JAacute OUVIU DIZER QUE O TELEFONE CELULAR

PODE TRAZER PROBLEMAS PARA

AUDICcedilAtildeO

86

GRAacuteFICO 09 - NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS) QUE OS

ESTUDANTES DO CEPMAT ESTAtildeO SUBMETIDOS

QUANDO OUVEM MUacuteSICA NOS FONES AURICULARES

CONECTADOS AO APARELHO CELULAR

103

GRAacuteFICO 10 - PERCEPCcedilAtildeO DOS ESTUDANTES EM RELACcedilAtildeO Agrave

POLUICcedilAtildeO SONORA NO ENTORNO DO CEPMAT

125

GRAacuteFICO 11 - PERCEPCcedilAtildeO DOS ESTUDANTES SOBRE OS EFEITOS

DA POLUICcedilAtildeO SONORA EXTERNA AO

CEPMAT

129

70

15

GRAacuteFICO 12 - IMPACTOS CAUSADOS PELOS TRENS CARROS E

OcircNIBUS AOS ESTUDANTES

131

GRAacuteFICO 13 - INCOcircMODOS CAUSADOS POR RUIacuteDOS AOS

ESTUDANTES

133

GRAacuteFICO 14 - INCOcircMDO CAUSADO PELA MUacuteSICA OUVIDA NO FONE

AURICULAR CONECTADO AO APARELHO

CELULAR

138

GRAacuteFICO 15 - PERCEPCcedilAtildeO DOS ESTUDANTES EM RELACcedilAtildeO AOS

SINTOMAS DE ESTRESSE DEFLAGRADOS POR

OUVIR MUacuteSICA NOS FONES AURICULARES LIGADOS

A APARELHOS CELULARES

140

GRAacuteFICO 16 - SINTOMAS DO ESTRESSE E DIFICULDADES DE

CONCENTRACcedilAtildeO NAS AVALIACcedilOtildeES

142

GRAacuteFICO 17 - PERCEPCcedilAtildeO DE ALGUNAS SINTOMAS DE

ESTRESSE

144

GRAacuteFICO 18 - O ESTRESSE DO DIA A DIA E A FELICIDADE DE OUVIR

MUacuteSICA NO CELULAR

147

GRAacuteFICO 19 - PARTICIPACcedilAtildeO DA COMUNIDADE ESCOLAR NA

CONSTRUCcedilAtildeO DO REGIMENTO ESCOLAR

152

16

LISTA DE TABELAS

TABELA 01 - RESULTADO DO TESTE DE FISCHER PARA

ASSOCIACcedilAtildeO DAS QUESTOtildeES 1 E 2

88

TABELA 02 - RESUTLADO DO TESTE QUI-QUADRADO PARA

ASSOCIACcedilOtildeES DAS QUESTOtildeES 3 E 4

89

TABELA 03 - LIMITES DE TOLERAcircNCIA PARA RUIacuteDO CONTIacuteNUO E

INTERMITENTE

97

TABELA 04 - AFERICcedilOtildeES DOS NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS)

ORIUNDOS DO EXTERIOR DO CEPMAT E MEDIDOS NO

INTERIOR

100

TABELA 05 - NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS) NO INTERIOR DO

CEPMAT EM SALAS DE AULA

102

17

LISTA DE SIGLAS

ABNT Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas ALL America Latina Logiacutestica ABRAPEC Associaccedilatildeo Brasileira de Pesquisa e Ensino de Ciecircncias CEPMAT Coleacutegio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira CLT Consolidaccedilatildeo das Leis Trabalhistas CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente dB(A) Decibeacuteis EFT Revista Educaccedilatildeo Formaccedilatildeo amp Tecnologias ENPEC Encontro Nacional de Pesquisa e Educaccedilatildeo em Ciecircncias EPEA Encontro de Pesquisa em Educaccedilatildeo Ambiental EPEF Encontro de pesquisa e Ensino de Fiacutesica IBAPE Instituto Brasileiro de Alto Desempenho IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IPDA Instituto Paulista de Deacuteficit de Atenccedilatildeo IPPUC Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba ISO Organizaccedilatildeo Internacional para Padronizaccedilatildeo Leq Niacutevel de Ruiacutedo Equivalente Contiacutenuo (dB) MP3 Moving Picture Audio Layer-3 MTb Ministeacuterio do Trabalho NPS Niacutevel de Pressatildeo Sonora NBR Norma Brasileira Regulamentadora NR Norma Regulamentadora OMS Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede PAIR Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo PIBID Programa Institucional de Bolsas de Iniciaccedilatildeo agrave Docecircncia PPP Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico PROEJA Programa de Integraccedilatildeo da Educaccedilatildeo Profissional ao Ensino

Meacutedio na Modalidade de Educaccedilatildeo de Jovens e Adultos QPM RFFSA

Quadro Proacuteprio do Magisteacuterio Rede Ferroviaacuteria Federal SA

RVPSC Rede de Viaccedilatildeo Paranaacute Santa Catarina SBF Sociedade Brasileira de Fiacutesica SBO Sociedade Brasileira de Otologia SBPC Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciecircncia SEEDPR Secretaria do Estado de Educaccedilatildeo do Paranaacute UFPR Universidade Federal do Paranaacute UFSCAR Universidade Federal de Satildeo Carlos UNESCO Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a

Cultura UIDEF TCLE TIC

Unidade de Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento em Educaccedilatildeo e Formaccedilatildeo da Universidade de Lisboa Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo

TICEDUCA Encontro Internacional de Tecnologia da Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo e Educaccedilatildeo

ZE-E Zona Especial Educacional

18

SUMAacuteRIO

INTRODUCcedilAtildeO 21

1 INCOcircMODOS INCIAIS 25

11 O COLEacuteGIO E AS MUDANCcedilAS NA PAISAGEM URBANA DO BAIRRO AO

LONGO DOS UacuteLTIMOS 50 ANOS 26

12 OS APARELHOS CELULARES E O COLEacuteGIO 31

2 REVISAtildeO DA LITERATURA SOBRE A TEMAacuteTICA POLUICcedilAtildeO SONORA E O USO DO

APARELHO CELULAR 36

21 EPEF ndash ENCONTRO DE PESQUISA EM ENSINO DE FIacuteSICA 37

22 ENPEC ndash ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM EDUCACcedilAtildeO EM

CIEcircNCIAS 39

23 EPEA ndash ENCONTRO DE PESQUISA EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTAL 41

24 TICEDUCA ndash TECNOLOGIAS E EDUCACcedilAtildeO 42

25 SELECcedilOtildeES DE ARTIGOS NOS EVENTOS 43

26 ARTIGOS RELACIONADOS Agrave POLUICcedilAtildeO SONORA 46

27 ARTIGOS RELACIONADOS COM TECNOLOGIA MOacuteVEL 49

28 PROJETOS QUE UTILIZAM O APARELHO CELULAR COMO FERRAMENTA

DE ENSINO 54

29 RESUMO DAS DISSERTACcedilOtildeES E TESES LOCALIZADAS NO BANCO DE TESES

DA CAPES SOBRE POLUICcedilAtildeO SONORA 55

210 SIacuteNTESE DA SECcedilAtildeO 62

3 PERSPECTIVAS CULTURAIS E AS ALTERACcedilOtildeES NAS PERCEPCcedilOtildeES

ESPACcedilO-TEMPORAIS SOBRE SOM E RUIacuteDO 64

31 CULTURAS E IDENTIDADES NA POacuteS-MODERNIDADE 65

32 NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA NAS RUAS DO ENTORNO DO COLEacuteGIO 69

33 INTERACcedilOtildeES SOCIAIS TECNOLOGIA E MEIO AMBIENTE ESCOLAR 71

34 SIacuteNTESE DA SECcedilAtildeO 76

4 O USO DO CELULAR E AS PERCEPCcedilOtildeES SOBRE POLUICcedilAtildeO SONORA 76

41 CORRELACcedilAtildeO ENTRE QUESTOtildeES 87

42 SIacuteNTESE DA SECcedilAtildeO91

5 NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA ORIUNDOS DO ENTORNO0020DO CEPMAT E NOS

FONES AURICULARES CONETADOS AOS APARELHOS CELULARES DOS

ESTUDANTES DO ENSINO MEacuteDIO QUANDO OUVEM MUacuteSICA 93

51 SINTOMATOLOGIAS CARACTERIacuteSTICAS DA PAIR 95

52 ORIENTACcedilAtildeO METODOLOacuteGICA DO INSTRUMENTO 97

19

521 O Equipamento 97

522 Procedimento 98

53 RESULTADOS DAS AFERICcedilOtildeES DOS NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS)

EMITIDOS PELOS MEIOS DE TRANSPORTES DO ENTORNO DO

CEPMAT 100

54 RESULTADOS DAS AFERICcedilOtildeES DOS NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS)

EMITIDOS NOS FONES AURICULARES CONECTADOS NO APARELHO

CELULAR 102

55 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS 104

56 SINTESE DA SECcedilAtildeO 107

6 POLUICcedilAtildeO SONORA E AS PERCEPCcedilOtildeES DOS ESTUDANTES DE ALGUNS

SINTOMAS DE ESTRESSE 109

61 O CRESCIMENTO DA CIDADE E O AUMENTO DO RUIacuteDO AMBUIENTE 110

62 OS SINTOMAS DE ESTRESSE E A PERCEPCcedilAtildeO DOS ESTUDANTES 115

63 ORIENTACcedilOtildeES METODOLOacuteGICAS DO INSTRUMENTO 120

64 PARTICIPANTES 123

65 CONSTITUICcedilAtildeO DOS DADOS 123

66 ANAacuteLISE DE DADOS 124

661 Parte 1 A existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do Coleacutegio 125

6611 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I1 E I2 126

6612 CONSIDERACcedilOtildeES 126

662 Parte 2 Os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do Coleacutegio na sauacutede

dos estudantes 128

6621 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I3 I4 e I5 130

6622 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I6 I7 e I8 132

6623 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I9 I10 e I11 134

6624 CONSIDERACcedilOtildeES 135

663 Parte 3 A existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos fones auriculares

Conectados aos Aparelhos Celulares e os efeitos na sauacutede dos estudantes 138

6631 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I12 I13 e I14 139

6632 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I15 I16 e I17 141

6633 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I18 I19 e I20 143

6634 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I21 I22 e I23 145

6635 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I24 I25 e I26 148

6636 CONSIDERACcedilOtildeES 148

664 Parte 4 O uso de equipamentos eletrocircnicos e o Regimento Escolar 152

6641 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I27 I28 e I29 153

20

6642 CONSIDERACcedilOtildeES 154

67 SIacuteNTESE DA SECcedilAtildeO 156

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 159

71 APONTAMENTOS OBTIDOS A PARTIR DA ANAacuteLISE DOS DADOS 160

711 A Poluiccedilatildeo Sonora e o entorno do CEPMAT 160

712 O uso do Aparelho Celular 163

713 Poluiccedilatildeo Sonora Gerada pelos Fones auriculares e Autoidentificaccedilatildeo Alguns

Sintomas de Estresse 165

72 ALGUMAS POSSIBILIDADES 168

73 SUGESTOtildeES DE ACcedilOtildeES MITIGATOacuteRIAS DA POLUICcedilAtildeO SONORA PARA O

ENTORNO E O INTERIOR DO CEPMAT 170

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 172

ANEXOS 184

ANEXO I - LEI 106252002 185

ANEXO II - NR 15 ATIVIDADES E OPERACcedilOtildeES INSALUBRES 197

ANEXO III ndash ANAacuteLISE CRIacuteTICA E PARECER SOBRE O ldquoTESTE PARA AUTO

IDENTIFICACcedilAtildeO DE ALGUNS SINTOMAS DE ESTRESSErdquo 200

ANEXO IV - FOTO DECIBELIacuteMETRO 207

ANEXO V - NBR 10151 208

ANEXO VI - NBR 10152 212

ANEXO VII - NBR133691995 216

ANEXO VIII - PLANTA BAIXA ARQUITETOcircNICA DO CEPMAT PLANTA BAIXA

ARQUITETOcircNICA DO CEPMAT 219

ANEXO IX - LAUDO TEacuteCNICO DE AVALIACcedilAtildeO DE RUIacuteDO NO ENTORNO DO CEPMAT

220

ANEXO X - LAUDO TEacuteCNICO DE AVALIACcedilAtildeO DE RUIacuteDO DOS FONES DE OUVIDO

CONECTADOS AO APARELHO CELULAR 226

APEcircNDICES 232

APEcircNDICE I - PESQUISA SOBRE CELULAR NA ESCOLA 233

APEcircNDICE II - TESTES DE AUTOIDENTIFICACcedilAtildeO DE ALGUNS SINTOMAS DE

ESTRESSE 235

APEcircNDICE III ndash TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO 237

21

INTRODUCcedilAtildeO

Esta dissertaccedilatildeo comeccedilou a ser gestada em minha atuaccedilatildeo como professor

de Fiacutesica e Matemaacutetica do Ensino Meacutedio em dois Coleacutegios Puacuteblicos na cidade de

Curitiba Ao longo de minhas atividades na docecircncia percebi aspectos dos coleacutegios

e da sala de aula que comeccedilaram a me trazer alguns incocircmodos perturbaccedilotildees e

acabaram desestabilizando minha zona de conforto Chamaram a atenccedilatildeo de tal

forma que decidi iniciar esta dissertaccedilatildeo explicitando o contexto em que o estudo

sobre poluiccedilatildeo sonora surgiu e os dois recortes que estabeleci Primeiramente

apresento o coleacutegio sua localizaccedilatildeo e a mudanccedila que o bairro sofreu ao longo dos

anos no que se refere agrave paisagem urbana das circunvizinhanccedilas e a problemaacutetica do

ruiacutedo1 das vias e do trem no entorno da escola Estamos inseridos em uma

sociedade que natildeo se difere das demais sociedades ocidentais no que tange aos

problemas urbanos contemporacircneos A escola estaacute imersa em problemas

ambientais causados pelo crescimento desordenado dos centros urbanos A

degradaccedilatildeo ambiental o aumento da violecircncia urbana a pobreza e as dificuldades

relacionadas ao aumento traacutefego motorizado satildeo alguns exemplos (SOUZA 2005)

Para Levi (1990) esses problemas nascem da relaccedilatildeo entre os humanos e a

natureza e da forma como estatildeo sendo apresentados hoje parece natildeo ter soluccedilatildeo

uma vez que retroalimentam uma crise contiacutenua e crescente que eacute social cultural

poliacutetica econocircmica ecoloacutegica etc

A poluiccedilatildeo sonora estaacute entre as vaacuterias manifestaccedilotildees de agressatildeo

socioambiental e traz uma seacuterie de prejuiacutezos agrave sauacutede humana De acordo com Brasil

(2006) alguns sintomas que podem detectar se o organismo estaacute (ou natildeo) sendo

afetado pela poluiccedilatildeo sonora satildeo alteraccedilatildeo da qualidade do sono alteraccedilatildeo da

percepccedilatildeo e da compreensatildeo de fala modificaccedilatildeo da frequecircncia cardiacuteaca

acompanhada de sudorese diminuiccedilatildeo da capacidade de desempenho de tarefas

1 A Lei Ordinaacuteria Municipal 10625 (CURITIBA 2002) que dispotildee sobre ruiacutedos urbanos define som

ruiacutedo e poluiccedilatildeo sonora como SOM vibraccedilatildeo acuacutestica capaz de provocar sensaccedilotildees auditivas RUIacuteDO som capaz de causar perturbaccedilatildeo ao sossego puacuteblico ou efeitos psicoloacutegicos e fisioloacutegicos negativos em seres humanos e animais POLUICcedilAtildeO SONORA emissatildeo de som ou ruiacutedo que seja direta ou indiretamente ofensivo ou nocivo agrave sauacutede agrave seguranccedila e ao bem-estar da coletividade ou transgrida as disposiccedilotildees fixadas nesta lei A totalidade da lei pode ser vista no Anexo I desta dissertaccedilatildeo

22

psicomotoras reaccedilatildeo muscular contraccedilatildeo do abdocircmen e do estocircmago alteraccedilatildeo da

funccedilatildeo intestinal lesotildees teciduais dos rins e do fiacutegado aumento da produccedilatildeo de

hormocircnios da tireoide e da produccedilatildeo de adrenalina aumento da produccedilatildeo

corticotroacutefica queda da resistecircncia a doenccedilas infecciosas disfunccedilatildeo no sistema

reprodutor contraccedilatildeo dos vasos sanguiacuteneos dilataccedilatildeo das pupilas irritabilidade

ansiedade e insocircnia Considerando tais sintomas delimito o primeiro recorte deste

estudo ao ruiacutedo no entorno do coleacutegio

O segundo recorte eacute intriacutenseco a problemaacutetica cotidiana dos estudantes

relacionada ao volume alto utilizado para ouvir muacutesicas no Aparelho Celular por

meio de fones auriculares Os equipamentos de telefonia Celular invadiram a sala de

aula de forma enviesada natildeo pelas matildeos das autoridades governamentais nem por

iniciativa da escola mas pela via dos proacuteprios estudantes que os levam

desrespeitando inclusive normas internas estabelecidas pelo Projeto Poliacutetico

Pedagoacutegico da instituiccedilatildeo ainda que possamos consideraacute-las anacrocircnicas

Os incocircmodos trazidos em relaccedilatildeo aos sonsruiacutedospoluiccedilatildeo sonora tanto

causada pelos meios de transportes quanto oriundos das muacutesicas ouvidas em fones

auriculares conectados ao Aparelho Celular foram medidos analisados e discutidos

e a estrutura deste trabalho estaacute dividida em sete seccedilotildees a saber

Na primeira seccedilatildeo apresento os incocircmodos iniciais que datildeo o contexto da

pesquisa considerando as mudanccedilas na paisagem urbana ao longo dos uacuteltimos

cinquenta anos resultando em estudos sobre a poluiccedilatildeo sonora do entorno do

Coleacutegio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira - CEPMAT Considero tambeacutem

que o crescimento exponencial do nuacutemero de usuaacuterios de Aparelhos Celulares se

tornou uma questatildeo difiacutecil de ser gerenciada em sala de aula Assim justifico o

problema e estabeleccedilo as questotildees da pesquisa Apresento as lacunas no

conhecimento produzido ateacute entatildeo no que concerne aos problemas de poluiccedilatildeo

sonora sua relaccedilatildeo com o processo de urbanizaccedilatildeo e os usos do Aparelho Celular

para fins natildeo didaacuteticos entatildeo estabeleccedilo os objetivos desta investigaccedilatildeo

Na segunda seccedilatildeo apresento a revisatildeo de literatura sobre o tema Poluiccedilatildeo

Sonora em quatro eventos da aacuterea Os Encontros de Pesquisa em Ensino de Fiacutesica

(EPEF) os Encontros de Pesquisa em Educaccedilatildeo em Ciecircncias (ENPEC) os

Encontros de Pesquisa em Educaccedilatildeo Ambiental (EPEA) e os Encontros de

Tecnologia da Informaccedilatildeo e Educaccedilatildeo (TICEDUCA) Aleacutem dos quatro eventos

tambeacutem pesquisei no banco de dissertaccedilotildees e teses da CAPES e em projetos que

23

utilizam o Celular como ferramenta de apoio ao ensino Para todos busquei

trabalhos que tivessem as seguintes palavras chaves Poluiccedilatildeo Sonora no Ambiente

Escolar Ruiacutedo e Som publicadas por pesquisadores da aacuterea de educaccedilatildeo

Na terceira seccedilatildeo busquei em alguns pensadores explicaccedilotildees sobre as

mudanccedilas que ocorreram na sociedade contemporacircnea e que deram aporte teoacuterico

aos trecircs argumentos propostos nesta dissertaccedilatildeo a saber

Na sociedade contemporacircnea a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos entre si e dos

indiviacuteduos com o ambiente foi alterada em relaccedilatildeo ao modelo de

sociedade moderna

Os meios de transporte alteraram a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos com o

ambiente a partir de outra percepccedilatildeo sobre a relaccedilatildeo espaccedilo-temporal

modificando a percepccedilatildeo sobre o som os ruiacutedos e a poluiccedilatildeo sonora e

seus impactos na sauacutede

O Aparelho Celular eacute um dos meios de comunicaccedilatildeo e uma tecnologia

de faacutecil acesso que alterou a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos entre si

modificando a dinacircmica do espaccedilo escolar e a percepccedilatildeo do estudante

sobre sua relaccedilatildeo de pertencimento ao grupo

Na quarta seccedilatildeo relato a investigaccedilatildeo sobre os usos do Aparelho Celular no

ambiente escolar uma vez que os estudantes parecem consumir intensivamente

essa Tecnologia e estatildeo atentos aos uacuteltimos lanccedilamentos de Aparelhos Celulares

existentes no mercado A partir da investigaccedilatildeo analisei e avaliei os usos do Celular

e as percepccedilotildees dos estudantes sobre a poluiccedilatildeo sonora causada pelo uso de fones

auriculares ligados ao Aparelho Celular para ouvir muacutesica respondendo a questatildeo

de pesquisa nuacutemero dois

Na quinta seccedilatildeo respondi a primeira e a terceira questotildees de pesquisa desta

dissertaccedilatildeo Essas questotildees foram construiacutedas em uma sequecircncia loacutegica de

compreensatildeo da informaccedilatildeo no entanto a apresentaccedilatildeo e anaacutelise dos resultados

foram realizadas a partir da discussatildeo de cada instrumento de coleta de dados

separadamente ou seja o questionaacuterio que investigou o uso do Celular no ambiente

escolar (seraacute apresentado na quarta seccedilatildeo) a afericcedilatildeo dos niacuteveis de pressatildeo sonora

tanto no interior do CEPMAT quanto nos fones auriculares conectados aos

Aparelhos Celulares dos estudantes ao ouvir muacutesicas (seratildeo apresentados na quinta

seccedilatildeo) e o ldquoTeste para auto-identificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo (seraacute

apresentado na sexta seccedilatildeo) Portanto reitero que a apresentaccedilatildeo dos resultados

24

da questatildeo de pesquisa dois foi realizada antes da apresentaccedilatildeo dos resultados da

questatildeo de pesquisa um Esta por sua vez foi respondida a partir dos dados do

mesmo instrumento e seraacute apresentada na quinta seccedilatildeo

Na sexta seccedilatildeo tratei da percepccedilatildeo da Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos fones

auriculares conectados aos Aparelhos Celulares e dos efeitos dessa poluiccedilatildeo na

sauacutede dos estudantes e finalmente das normas estabelecidas no Regimento

Escolar do CEPMAT

Na seacutetima seccedilatildeo fiz consideraccedilotildees sobre esta pesquisa a partir da criaccedilatildeo de

uma matriz de anaacutelise que incluiu os instrumentos utilizados listei perspectivas para

outros (novos) estudos e sugestotildees de accedilotildees mitigatoacuterias para a Poluiccedilatildeo Sonora a

que o CEPMAT estaacute submetido

25

1 INCOcircMODOS INICIAIS

A ideia de pesquisar o tema Poluiccedilatildeo Sonora surgiu em funccedilatildeo de meus

incocircmodos como professor de Fiacutesica no Ensino Meacutedio Durante o periacuteodo que

leciono as aulas satildeo geralmente perturbadas por ruiacutedos externos do traacutefico intenso

de carros ocircnibus caminhotildees trens etc Esses ruiacutedos se acentuam quando satildeo

realizados testes de frenagem e motores para a manutenccedilatildeo das composiccedilotildees

feacuterreas em frente ao coleacutegio

Aleacutem dos ruiacutedos externos percebi que nos uacuteltimos anos houve grande

aumento de estudantes que possuem Aparelhos Celulares e que gostam de ouvir

muacutesica em volume muito acima do esperado assim me questionava qual o niacutevel de

ruiacutedos que estes estudantes estatildeo ouvindo muacutesica Por diversas vezes solicitei

durante as aulas para que os estudantes desligassem ou tirassem os fones

auriculares dos ouvidos e prestassem atenccedilatildeo agraves aulas pois essas atitudes

poderiam prejudicar tanto a concentraccedilatildeo quanto a audiccedilatildeo devido ao volume alto

Assim iniciei alguns estudos isolados sobre o tema Em um deles (COSTA GIOPPO

e CAMARGO 2012) fizeram um levantamento sobre o uso do Celular na escola

Este mostrou que para 94 dos estudantes o Celular eacute levado para a escola como

se fizesse parte do material escolar A funccedilatildeo mais utilizada eacute a comunicaccedilatildeo por

mensagens e natildeo estaacute relacionada com a aprendizagem Poreacutem o que chamou

atenccedilatildeo foi o fato de que os estudantes ouvem muacutesica com fones auriculares

conectados ao Aparelho Celular vaacuterias horas por dia Desta forma confirmaram

meus incocircmodos iniciais

A partir desse ponto optei por uma linha de pesquisa investigativa com o

intuito de evidenciar a situaccedilatildeo do CEPMAT no tocante a poluiccedilatildeo sonora externa

gerada pelos meios de transportes e interna oriunda dos fones auriculares

conectados ao Aparelho Celular para ouvir muacutesica

Minha impressatildeo inicial eacute que haacute poluiccedilatildeo sonora e que os estudantes natildeo

percebem seus efeitos nem tecircm consciecircncia de que tais efeitos aparecem apoacutes um

certo tempo de exposiccedilatildeo variando de pessoa para pessoa

O excesso de ruiacutedos tanto aqueles gerados pelos meios de transportes

quanto os provenientes dos Aparelhos Celulares para ouvir muacutesica satildeo

26

caracteriacutesticos da sociedade contemporacircnea e por isso satildeo naturalizados

deixando de ser percebidos o que pode trazer prejuiacutezos significativos para a sauacutede

auditiva dos estudantes com destaque para o ambiente escolar que sofre com os

ruiacutedos externos dos meios de transportes e atualmente com os ruiacutedos internos

oriundos dos fones auriculares conectados ao Aparelho Celular Altos Niacuteveis de

Pressatildeo Sonora (NPS) podem prejudicar as condiccedilotildees auditivas e ateacute mesmo

comprometer o desempenho escolar

A poluiccedilatildeo sonora causada pelos meios de transportes natildeo atinge todos os

coleacutegios da mesma forma depende da localizaccedilatildeo da escola e tambeacutem de cada

sala de aula aleacutem de outros fatores mas o uso do Aparelho Celular conectado ao

fone auricular para ouvir muacutesica pode se transformar em um dos maiores problemas

de sauacutede auditiva no Brasil pois segundo a Sociedade Brasileira Otologia (SBO

2012) o volume alto de um fone auricular pode trazer prejuiacutezos permanentes como

surdez precoce

A poluiccedilatildeo sonora pode trazer seacuterios danos agrave sauacutede humana e

sorrateiramente tem invadido o ambiente escolar tornando-se um inimigo sutil e

imperceptiacutevel pois os estudantes estatildeo acostumados com ela Eacute necessaacuterio que

tanto professores quanto estudantes comunidade local e sauacutede puacuteblica levem a

seacuterio os efeitos da poluiccedilatildeo sonora para a sauacutede fiacutesica e mental dos estudantes

minimizando impactos no processo de ensino e de aprendizagem

11 O COLEacuteGIO E AS MUDANCcedilAS NA PAISAGEM URBANA DO BAIRRO AO

LONGO DOS UacuteLTIMOS CINQUENTA ANOS

O Ginaacutesio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira foi criado no ano de

1959 pelo Decreto Estadual nordm 25950 (PARANAacute 1959) para atender ao excesso de

demanda da Escola Estadual Repuacuteblica Oriental do Uruguai Em junho de 1972

foram inauguradas as atuais instalaccedilotildees e um novo Decreto Estadual no 3062

(PARANAacute1977) apud (ZANOTTO 2010 p8) alterou o nome da instituiccedilatildeo para

Coleacutegio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira ndash Ensino Fundamental e Meacutedio

A partir de 2005 o coleacutegio passou a ofertar tambeacutem a Educaccedilatildeo Profissional com

27

cursos de Secretariado e Informaacutetica e a Resoluccedilatildeo 7012006 de (PARANAacute 2006)

alterou novamente o nome do Coleacutegio que passou a se chamar Colegio Estadual

Professora Maria Aguiar Teixeira ndash Ensino Fundamental Meacutedio e Profissional

Depois disso os cursos Teacutecnicos foram ampliados e agora incluem Secretariado

Informaacutetica (Integrado Subsequente e PROEJA) e Administraccedilatildeo

O Coleacutegio localiza-se no Bairro Capatildeo da Imbuia o nome originou-se devido

ao fato de existir nesse lugar um capatildeo ldquoilha de matordquo de formato redondo com

vegetaccedilatildeo mista de gramiacuteneas arbustos e aacutervores isolada no campo em que

predominava a imbuia uma aacutervore tiacutepica da regiatildeo que produz madeira de lei e foi

excessivamente utilizada para a construccedilatildeo de moacuteveis e artefatos de alta resistecircncia

agraves intempeacuteries (ZANOTTO 2010)

O bairro tem uma aacuterea de 115520 hectares e conta atualmente com duas

instituiccedilotildees Estaduais de ensino duas escolas Municipais e o Centro de

Capacitaccedilatildeo Guido viaacuterio E de acordo com o Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico o

CEPMAT encontra-se em local privilegiado com excelente acessibilidade

(ZANOTTO 2010)

Na figura 1 vecirc-se o mapa da regiatildeo (A) e a fachada do coleacutegio (B)

1A 1B

FIGURA 1 - (A) MAPA DA REGIAtildeO (B) FACHADA DO COLEacuteGIO ESTADUAL PROFESSORA MARIA AGUIAR TEIXEIRA FONTES (A) FERNANDES (2012) (B) O AUTOR (2012)

De 1952 para caacute o crescimento exponencial da cidade tornou o acesso ao

centro da cidade raacutepido e faacutecil fazendo com que tal percurso seja realizado em

pouco mais de 10 minutos pois na rua em frente o Coleacutegio estaacute o corredor leste

para os ocircnibus (Figuras 2A e 2B) Neste haacute duas linhas de transporte coletivo que

vecircm da aacuterea metropolitana em direccedilatildeo a regiatildeo central da cidade e a novecentos

28

metros do Coleacutegio encontra-se um terminal de ocircnibus o terminal do Capatildeo da

Imbuia

2A 2B FIGURA 2 - (A) OcircNIBUS BIARTICULADO (B) OcircNIBUS LIGEIRINHO NO CORREDOR LESTE

FONTES (2A) E (2B) O AUTOR (2012)

Dos lados da via expressa onde circulam os ocircnibus haacute tambeacutem mais duas

vias para circulaccedilatildeo de carros motos e caminhotildees somando seis pistas de traacutefego

(Figuras 3A e 3B) Aleacutem disso haacute duas paradas de ocircnibus com embarque e

desembarque haacute menos de 100 metros do Coleacutegio

3A 3B

FIGURA 3 - (3A E 3B) PISTAS EM FRENTE AO COLEacuteGIO COM TRAacuteFEGO INTENSO E CIRCULACcedilAtildeO DE CAMINHOtildeES

FONTES (3A) E (3B) O AUTOR (2012)

O terminal de ocircnibus por sua vez trouxe para a rua e o bairro uma demanda

antes inexistente transformando antigas moradias em pequenos e diferentes

comeacutercios que aumentaram substancialmente o traacutefego na regiatildeo Duas fotos

aeacutereas tiradas em diferentes datas mostram a mudanccedila na paisagem urbana do

bairro (Figura 4A e 4B)

29

4A 4B FIGURA 4 - (A) FOTO AEacuteREA DE 1957 DO BAIRRO (B) FOTO AEacuteREA DE 2008 DO BAIRRO LOCALIZANDO O COLEacuteGIO FONTE (A) IPPUC (1957) (B) IPPUC (2008)

Aleacutem das pistas para carros e ocircnibus haacute tambeacutem uma estrada de ferro por

onde circula boa parte das mercadorias e produccedilatildeo agriacutecola que chegam e saem

dos Portos de Paranaguaacute e Antonina no Paranaacute sendo Paranaguaacute um dos maiores

portos do paiacutes (Figura 5 A e B)

5A 5B FIGURA 5 - (A E B) LINHA FEacuteRREA EM FRENTE AO COLEacuteGIO FONTE O AUTOR (2012)

A estrada de Ferro hoje tem seu principal terminal no Bairro Boqueiratildeo antes

disso o principal era a Estaccedilatildeo Central de Trens no bairro Rebouccedilas hoje

desativado Segundo Melo (2008) neste bairro funcionavam tambeacutem as oficinas de

30

manutenccedilatildeo dos trens da Rede Ferroviaacuteria (RFFSA) ateacute a deacutecada de 1950 mas o

paacutetio jaacute natildeo suportava todo o movimento da estaccedilatildeo e das oficinas entatildeo o nuacutecleo

formado pelos funcionaacuterios que atuavam em diversos setores da carpintaria agrave

relojoaria foi deslocado do Bairro Rebouccedilas para o Cajuru a Vila Ferroviaacuteria

comeccedilou a ser construiacuteda a partir de 1945 no bairro Cajuru e foi chamada de Vila

Novas Oficinas da Rede de Viaccedilatildeo Paranaacute ndash Santa Catarina (RVPSC) Aleacutem da Vila

Ferroviaacuteria o projeto tambeacutem incluiacutea oficinas de locomotivas e vagotildees e oficinas

para veiacuteculos a motor (MELO 2008)

O mesmo autor ressaltou ainda que a mudanccedila do Nuacutecleo foi uma manobra

articulada pelos gestores da cidade de cunho essencialmente poliacutetico cujo objetivo

era manter a imagem de Curitiba criada na deacutecada de 1930 de cidade acolhedora e

civilizada e uma oficina de trem em um bairro central denegria esta imagem

6A 6B FIGURA 6 - (A) VILA OFICINAS NO CAJURU NA DEacuteCADA DE 50 E B) VILA OFICINAS CAJURU NOS DIAS DE HOJE FONTE (A) E (B) NOGUEIRA (2011)

Assim a Vila Novas Oficinas e o Coleacutegio surgiram na mesma eacutepoca e

provavelmente o Coleacutegio eacute resultante da demanda da nova vila que resultou em um

aumento populacional na regiatildeo ao longo dos anos fazendo com que a pacata rua

recebesse intensa circulaccedilatildeo de carros motos ocircnibus e trens em frente ao Coleacutegio

o que gerou inuacutemeros problemas em especial agravequeles vinculados ao aumento da

intensidade de ruiacutedo que se tornou exacerbados nos horaacuterios em que o movimento

aumenta dificultando sobremaneira as aulas que ocorrem nas salas que tecircm janelas

voltadas para a rua

31

O problema do aumento da intensidade do ruiacutedo no entorno do Coleacutegio pode

ser tratado pelo aspecto da poluiccedilatildeo sonora Uma das formas de poluiccedilatildeo ambiental

que vecircm se agravando nas cidades exigindo que pensemos sobre ela e sobre seus

efeitos na qualidade de vida dos cidadatildeos O Coleacutegio natildeo poderia se furtar da

averiguaccedilatildeo da existecircncia dessa poluiccedilatildeo que pode atingir os estudantes O

aumento da intensidade do ruiacutedo neste caso estaacute vinculado ao desenvolvimento

urbano e as mudanccedilas na paisagem da cidade e se constatada a poluiccedilatildeo sonora

entatildeo pode haver consequecircncias para a populaccedilatildeo escolar Portanto a partir do

contexto do coleacutegio da mudanccedila na paisagem urbana do bairro e do aumento

percebido na intensidade do ruiacutedo identifico duas premissas deste estudo

sintetizadas a seguir

Na sociedade contemporacircnea a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos entre si e dos

indiviacuteduos com o meio foi alterada em relaccedilatildeo ao modelo de sociedade

moderna especialmente no que tange a modificaccedilatildeo da percepccedilatildeo

espaccedilo-temporal

Os meios de transportes tecircm juntamente com outros aspectos da

modernidade causado alteraccedilatildeo na relaccedilatildeo dos indiviacuteduos com o

ambiente a partir de outra percepccedilatildeo sobre a relaccedilatildeo espaccedilo-temporal

modificando a percepccedilatildeo sobre o som os ruiacutedos a poluiccedilatildeo sonora e

seus impactos na sauacutede

A partir dessas duas premissas estabeleccedilo o primeiro recorte para o estudo

desenvolvido ao longo desta dissertaccedilatildeo o da poluiccedilatildeo sonora oriunda do entorno

do Coleacutegio

12 OS APARELHOS CELULARES E O COLEacuteGIO

Natildeo bastassem os problemas externos relacionados a intensidade de ruiacutedo

dos ocircnibus automoacuteveis dos trens e do proacuteprio Coleacutegio internamente com seus

estudantes sinais apitos palmas e tudo o que faz parte da cultura escolar haacute

tambeacutem outras questotildees que precisam ser consideradas entre elas estaacute o

crescimento exponencial do nuacutemero de usuaacuterios de Aparelhos Celulares que tornou-

se uma questatildeo difiacutecil de ser gerenciada em sala de aula No Coleacutegio haacute cerca de

32

1950 estudantes matriculados nos periacuteodos matutino vespertino e noturno e no

Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico (PPP) consta que a comunidade escolar eacute ampla e de

classe meacutedia a media-baixa ou seja os estudantes satildeo oriundos de classes

trabalhadoras (ZANOTTO 2010)

O uso de Aparelho Celular eacute frequente trazido para o Coleacutegio tendo

transformado o ambiente escolar em um espaccedilo de disputa de poder com

professores desse modo cresce o nuacutemero de estudantes que inserem o Celular

entre seus materiais escolares Por ser moacutevel ele vem deslocando praacuteticas antigas

criando e tecendo novos usos em aprendizagens natildeo formais a que ldquosomos

submetidos desde que nascemosrdquo (OLIVEIRA 2001 p7) No entanto no ensino

formal a situaccedilatildeo eacute diferente pois embora o Aparelho Celular faccedila parte do cotidiano

escolar esta tem apresentado dificuldades para acompanhar e aplicar as

tecnologias do mundo contemporacircneo ao processo de ensino e de aprendizagem

Durante as aulas sinto um grande incocircmodo em relaccedilatildeo ao uso natildeo didaacutetico

dos Aparelhos Celulares pelos estudantes de forma que minha percepccedilatildeo inicial foi

a de que aleacutem de atrapalhar o andamento das atividades o Celular pode exacerbar a

poluiccedilatildeo sonora e talvez causar danos irreversiacuteveis a audiccedilatildeo Ao consultar a

viabilidade do uso de Celulares no interior da escola deparei-me com o PPP que

em seu Preacircmbulo enfatiza a necessidade de um esforccedilo conjunto e vontade

poliacutetica do coletivo escolar para redimensionar accedilotildees no interior da escola com

vistas agrave qualidade de ensino garantia de acesso e permanecircncia com sucesso de

nossos estudantes (ZANOTTO 2010 p 13)

Localizei tambeacutem no Regimento Escolar menccedilatildeo a proibiccedilatildeo relativa ao uso

de componentes eletrocircnicos que natildeo fazem parte do material escolar chamados de

ldquomaterial de natureza estranhardquo pelo Regimento (ZANOTTO 2011 p68-69)

conforme mencionado no Artigo 176

II- eacute vetado ao aluno ocupar-se durante o periacuteodo de aula de atividades contraacuterias ao processo pedagoacutegico IV ndash trazer para o estabelecimento de ensino material de natureza estranha ao estudo helliphellip XIII ndash utilizar-se de aparelho eletrocircnicos na sala de aula que natildeo estejam vinculados ao processo de ensino e aprendizagem

33

O uso frequente do Celular sua presenccedila efetiva no Coleacutegio e a contradiccedilatildeo

da proibiccedilatildeo imposta pelo Regimento Escolar delineiam a terceira e uacuteltima premissa

desta dissertaccedilatildeo

O Aparelho Celular eacute um dos meios de comunicaccedilatildeo e uma tecnologia

de faacutecil acesso que alterou a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos entre si

modificando a dinacircmica do espaccedilo escolar e a percepccedilatildeo do estudante

sobre sua relaccedilatildeo de pertencimento ao grupo

Com esta premissa estabeleccedilo o segundo recorte da problemaacutetica abordada

nesta dissertaccedilatildeo O uso natildeo didaacutetico do Aparelho Celular como fonte de poluiccedilatildeo

sonora no interior do ambiente escolar

Resumindo os problemas ambientais neste Coleacutegio em especiacutefico satildeo de

duas ordens externos ao coleacutegio decorrentes do crescimento urbano do entorno

com consequente intensificaccedilatildeo do traacutefego na frente do Coleacutegio o que levou a um

aumento dos niacuteveis de pressatildeo sonora gerando uma percepccedilatildeo de poluiccedilatildeo sonora

e internos ao coleacutegio a partir de minha dificuldade pessoal de lidar com o uso natildeo

didaacutetico que os estudantes fazem do Aparelho Celular

A partir dos dois recortes iniciais considerei que seria fundamental discutir

aspectos da poluiccedilatildeo sonora externa e interna ao Coleacutegio A ideia de analisar a

existecircncia ou natildeo de sons em alta intensidade capaz de produzir poluiccedilatildeo sonora

me permitiu acima de tudo ter um olhar atento para o crescente universo

tecnoloacutegico que invade a escola

Diante das trecircs premissas expostas nos dois recortes elencados coloco as

seguintes questotildees de pesquisa

1) Quais satildeo os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) oriunda do entorno do

CEPMAT

2) ComoSe os estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT usam o Celular

no ambiente escolar

3) Quais satildeo os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) que os estudantes do

CEPMAT satildeo submetidos quando ouvem muacutesica com fones

auriculares conectados a Aparelhos Celulares no ambiente escolar

34

Havendo Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) acima do disposto na Legislaccedilatildeo e

estabelecidos nesta dissertaccedilatildeo como Poluiccedilatildeo Sonora verificar

4) Se e como os estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT percebem as

normas e regras (Regimento Escolar) e a existecircncia de Poluiccedilatildeo

Sonora

a) oriundas do entorno da escola

b) oriunda dos fones auriculares conectados aos Aparelhos Celulares e os

possiacuteveis efeitos dessa Poluiccedilatildeo na Sauacutede deles

c) as regras e normas utilizadas no CEPMAT

A partir das respostas as questotildees de pesquisa 1 a 4 elenquei nas

consideraccedilotildees algumas possibilidades didaacuteticas que podem ajudar a perceber e

prevenir a poluiccedilatildeo sonora externa eou aquela oriunda dos fones auriculares

conectados aos Aparelhos Celulares

Para responder a primeira e a terceira questatildeo de pesquisa me propus a

aferir os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) (a) Oriundos do entorno do Coleacutegio (b) a

que os estudantes do CEPMAT estatildeo submetidos quando usam fones auriculares

conectados aos Aparelhos Celulares para ouvir muacutesica

Esses Niacuteveis foram aferidos por um aparelho de mediccedilatildeo de niacuteveis de

pressatildeo sonora (popularmente conhecido como decibeliacutemetro) Usei como

paracircmetros a NR 152 e seus anexos (ABNT 1978) que regulamentam os limites de

toleracircncia a que as pessoas podem ser expostas para Niacuteveis de Pressatildeo Sonoras

Contiacutenuas ou Intermitentes juntamente com a Lei Ordinaacuteria Municipal

106253(CURITIBA 2002) que dispotildee sobre ruiacutedos urbanos e estabelece as Zonas

Sensiacuteveis agrave Ruiacutedo ou Zonas de Silecircncio4

Para responder a segunda questatildeo de pesquisa me propus a (a) Criar

validar e aplicar aos Estudantes do CEPMAT um questionaacuterio fechado para

investigar usos dos Aparelhos Celulares no ambiente escolar verificar as primeiras

2 A NR 15 pode ser visualizada no anexo II desta dissertaccedilatildeo 3 A Lei Ordinaacuteria Municipal 106252002 encontra-se no anexo I desta dissertaccedilatildeo conforme

mencionado anteriormente 4Com base nas definiccedilotildees de Ruiacutedo e Poluiccedilatildeo Sonora dispostos na Lei Ordinaacuteria Municipal

106252002 e tambeacutem na definiccedilatildeo de Zonas de Silecircncio disposta na mesma lei estabeleci nesta dissertaccedilatildeo valores limites entre Ruiacutedo e Poluiccedilatildeo Sonora quais sejam seratildeo considerados RUIacuteDOS os valores menores ou iguais a 60 dB(A) e seratildeo considerados POLUICcedilAtildeO SONORA valores maiores ou iguais a 61 dB(A) Embora a ABNT 10152 fixe como niacuteveis de ruiacutedo compatiacuteveis com o conforto acuacutestico para salas de aula e laboratoacuterios entre 40-50 dB(A) e para bibliotecas entre 35-45 dB(A)

35

percepccedilotildees dos estudantes sobre os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora na sauacutede auditiva

relaccedilatildeo entre o uso de instrumentos eletrocircnicos e as normas e regras do Regimento

Escolar do Coleacutegio pesquisado

Para responder a quarta e uacuteltima questatildeo de pesquisa me propus a adaptar

de Lautert Chaves e Moura (1999) e aplicar um Teste aos estudantes CEPMAT

que dei o nome de ldquoAutoidentificaccedilatildeo de Alguns Sintomas de Estresserdquo para

investigar (a) as percepccedilotildees dos estudantes sobre a existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora

oriunda do entorno do Coleacutegio os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do

Coleacutegio na sauacutede deles (b) as percepccedilotildees dos estudantes sobre a existecircncia de

Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos fones auriculares conectados aos Aparelhos Celulares

e usados no ambiente escolar (c) os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos fones

auriculares conectados aos Aparelhos Celulares na sauacutede deles (d) o Regimento

Escolar

A partir da afericcedilatildeo dos Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) externo (oriundos do

entorno) e interno (oriundos do Aparelho Celular) ao Coleacutegio dos usos dos

Aparelhos Celulares no ambiente escolar e das percepccedilotildees dos estudantes sobre

Poluiccedilatildeo Sonora comparada aos niacuteveis de auto-estresse detectados nos estudantes

me proponho a considerar algumas possibilidades de uso didaacutetico de Aparelhos

Celulares nos conteuacutedos de Acuacutestica da disciplina de fiacutesica

36

2 REVISAtildeO DA LITERATURA SOBRE A TEMAacuteTICA POLUICcedilAtildeO SONORA E O

USO DO APARELHO CELULAR

Meus incocircmodos iniciais descritos na segunda seccedilatildeo conduziram ao

delineamento da pesquisa com o tema Poluiccedilatildeo Sonora A partir da construccedilatildeo das

questotildees iniciei uma revisatildeo de literatura sobre o tema Poluiccedilatildeo Sonora no ambiente

escolar e oriundo dos fones auriculares conectados ao Aparelho Celular isolada ou

conjuntamente Para tanto selecionei quatro eventos Os Encontros de Pesquisa em

Ensino de Fiacutesica (EPEF) os Encontros de Pesquisa em Educaccedilatildeo em Ciecircncias

(ENPEC) os Encontros de Pesquisa em Educaccedilatildeo Ambiental (EPEA) e os

Encontros de Tecnologia da Informaccedilatildeo e Educaccedilatildeo (TICEDUCA) aleacutem de projetos

e do banco de Teses da CAPES

Os Encontros do EPEF ENPEC e EPEA foram selecionados porque publicam

trabalhos de pesquisa em ensino e aprendizagem de conteuacutedos cientiacuteficos tanto na

aacuterea de Fiacutesica (EPEF ENPEC) bem como as demais aacutereas das Ciecircncias Naturais

(ENPEC) assim como em materiais educativos alfabetizaccedilatildeo cientiacutefica tecnoloacutegica

e abordagens CTS e Ensino de Ciecircncias Tecnologias da Informaccedilatildeo e

Comunicaccedilatildeo e ensino das Ciecircncias Naturais O ENPEC tem tambeacutem uma linha de

trabalhos que vinculam Educaccedilatildeo em Sauacutede e Ensino de Ciecircncias Os Encontros do

EPEA reuacutenem trabalhos de produccedilatildeo cientiacutefica e de pesquisa em Educaccedilatildeo

Ambiental Jaacute os encontros do TICEDUCA publicam pesquisas em Tecnologias de

Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo aplicadas agrave educaccedilatildeo Nesse sentido as quatro

conferecircncias abarcam os recortes que me propus a discutir Os eventos de Ensino

de Ciecircncias Fiacutesica de Educaccedilatildeo Ambiental e de Tecnologia trazem pesquisas

recentes sobre o tema e podem pontuar os novos interesses e lacunas na aacuterea

aleacutem disso muitos artigos publicados nos eventos passam para as revistas

cientiacuteficas com poucas alteraccedilotildees por esse motivo considerei desnecessaacuterio incluir

tambeacutem pesquisas em revistas dessas aacutereas

A seguir faccedilo uma breve caracterizaccedilatildeo e contextualizaccedilatildeo de cada evento

para em seguida discorrer sobre a forma de seleccedilatildeo dos artigos publicados

37

21 EPEF ndash ENCONTRO DE PESQUISA EM ENSINO DE FIacuteSICA

Os Encontros de Pesquisa em Ensino de Fiacutesica satildeo organizados pela SBF e

ocorrem a cada dois anos desde 1986 O principal objetivo desses encontros eacute ter

um foacuterum especiacutefico para a discussatildeo da pesquisa stricto sensu visando agrave aumentar

compreensotildees de problemas relacionados ao Ensino de Fiacutesica e abrir caminhos

para soluccedilotildees alternativas similarmente a outros encontros de aacutereas da Fiacutesica

(NARDI 1990)

Antes dos EPEF jaacute havia no Brasil os Simpoacutesios Nacionais de Ensino de

Fiacutesica que surgiram em 1970 e eram focados em relatos de experiecircncias didaacuteticas

descriccedilatildeo de produccedilatildeo e uso de equipamentos didaacuteticos Mas os fiacutesicos que se

dedicavam a pesquisa em ensino buscaram outros espaccedilos para discussatildeo de seus

projetos de pesquisa no sentido stricto

Nos EPEF grupos de pesquisadores com produccedilatildeo acadecircmica sobre ensino e

aprendizagem de Fiacutesica no Brasil divulgam suas pesquisas Esses pesquisadores

muitas vezes satildeo responsaacuteveis pela organizaccedilatildeo e ediccedilatildeo de revistas criaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo de eventos Eles tambeacutem elaboram e levam agrave cabo projetos e

ministram cursos de formaccedilatildeo continuada e cursos de poacutes-graduaccedilatildeo lato sensu e

strictu sensu em Educaccedilatildeo em Ciecircncias atuando em instituiccedilotildees de educaccedilatildeo

baacutesica e superior no paiacutes e orientam dissertaccedilotildees e teses e procurando ateacute mesmo

reconstituir os caminhos percorridos no estabelecimento da aacuterea de Ensino de

Fiacutesica

Nas treze ediccedilotildees do EPEF ao longo desses vinte e seis anos foram

encontradas 896 comunicaccedilotildees orais e 385 pocircsteres totalizando 1281 trabalhos e

desses apenas um artigo seraacute analisado no item 25 deste capiacutetulo Um resumo dos

diversos EPEF realizados ateacute o momento pode ser observado no quadro 1

38

QUADRO 1 - EPEF REALIZADOS DE 1986 ATEacute 2012

FONTE O AUTOR (2014)

EPEF LOCAL PERIODO PART COM ORAL POSTERES

ART LOC

APOIOS

I Curitiba 21 - 254

1986

30 12 Natildeo informado

00 CAESCNPq FAPESPFAPERJ

II Satildeo Paulo 17 - 229

1988 50 50 Natildeo informado

00

CAESCNPq FAPESPFAPERJ

III Porto Alegre 3110 - 0411

1990 80 13 32

00

CAESCNPq FAPESPFAPERJ

IV Florianoacutepolis 26 - 2805

1994 130 94 36

00

CAESCNPq FAPESPFAPERJ

V Aacuteguas de Lindoacuteia 02 - 609

1996 112 Natildeo localizado Natildeo localizado

00

CAESCNPq FAPESPFAPERJ

VI Florianoacutepolis 26 - 3010

1998 141 93 35

00

CAESCNPq FAPESPFAPERJ

VII Florianoacutepolis 27 - 3103

2000 194 105 56

00

CAESCNPq FAPESPFAPERJ

VIII Aacuteguas de Lindoacuteia 05 - 806

2002 150 78 36

00

CAESCNPq FAPESPFAPERJ

IX Jaboticatuba 26 - 2910

2004 247 84 42

00

CAESCNPq FAPESPFAPERJ

X Londrina 15 - 1908

2006 140 68 25

00

CAESCNPq FAPESPFAPERJ

XI Curitiba 21 - 2410

2008 181 123 36

01

CAESCNPq FAPESPFAPERJ

XII Aacuteguas de Lindoacuteia 24 - 2810

2010 166 90 32

00

CAESCNPq FAPESPFAPERJ

XIII Foz do Iguaccedilu 07 - 1006

2012 340 136 55

00

CAESCNPq FAPESPFAPERJ

TOTAL - - 1951 946 385

01 -

39

22 ENPEC ndash ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM EDUCACcedilAtildeO EM

CIEcircNCIAS

Os Encontros Nacionais de Pesquisa em Educaccedilatildeo em Ciecircncias satildeo

organizados pela Associaccedilatildeo Brasileira de Pesquisa em Educaccedilatildeo em Ciecircncias

(ABRAPEC) De acordo com o siacutetio eletrocircnico essa eacute uma associaccedilatildeo de caraacuteter

cientiacutefico educacional fundada em 29 de novembro de 1997 cuja finalidade eacute a

promoccedilatildeo divulgaccedilatildeo e socializaccedilatildeo da pesquisa por meio da realizaccedilatildeo de

encontros de pesquisa e de escolas de formaccedilatildeo de pesquisadores em Educaccedilatildeo

em Ciecircncias junto a entidades nacionais e internacionais de educaccedilatildeo pesquisa e

fomento

As primeiras discussotildees para a criaccedilatildeo de uma associaccedilatildeo de pesquisa em

Educaccedilatildeo em Ciecircncias ocorreram apoacutes o I Encontro Nacional de Pesquisa em

Educaccedilatildeo em Ciecircncias o ENPEC realizado em Aacuteguas de Lindoacuteia-SP em novembro

de 1997 Dois anos depois durante o II ENPEC realizado em Valinhos-SP

constituiu-se a associaccedilatildeo que permanece realizando encontros bianuais Aleacutem dos

encontros a ABRAPEC publica artigos de pesquisa os quais envolvem a educaccedilatildeo

em Ciecircncias na Revista Brasileira de Pesquisa em Educaccedilatildeo em Ciecircncias

Nas nove ediccedilotildees do ENPEC apresentaram-se 3225 Comunicaccedilotildees orais e

2108 pocircsteres perfazendo um total de 5333 trabalhos sendo que destes apenas

quatro trabalhos foram localizados conforme abordarei mais adiante no item 26

deste capiacutetulo

Um resumo dos diversos ENPEC realizados ateacute o momento pode ser

observado no quadro 2

40

ENPEC LOCAL PERIacuteODO PARTIC COM ORAL POcircSTERES

ART LOC

APOIOS

I Aacuteguas de Lindoacuteia 27 - 2909

1997 135 15 106

00

Natildeo informado

II Valinhos 01 - 0409

1999 171 22 106

00

Natildeo informado

III Atibaia 07 - 1011

2001 234 123 110

00

CNPqFUNDESP UNESPBAURU

IV Bauru 25 - 2911

2003 500 192 259

00

CNPqFUNDESP UNESPBAURU

V Bauru 2911 - 0312

2005 739 378 360

01

CNPqFUNDESP UNESPBAURU

VI Florianoacutepolis 2911 - 0212

2007 768 405 264

02

CNPqCAPES

VII Florianoacutepolis 08 - 1311

2009 723 382 341

00

CNPqCAPES

VIII Campinas 05 - 0911

2011 1253 736 462

00

CNPqCAPES

IX Aacuteguas de Lindoacuteia 10 - 1311

2013 1200 972 100

01

CNPqCAPES LAPEQUFRJ

TOTAL - - 5723 3225 2108

04 -

QUADRO 2 - ENPEC REALIZADOS DE 1997 ATEacute 2013 FONTE O AUTOR (2014)

41

23 EPEA ndash ENCONTRO DE PESQUISA EM EDUCACcedilAtildeO AMBIENTAL

O EPEA foi constituiacutedo a partir de um programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo e de um

grupo de pesquisa o Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos

Naturais e Educaccedilatildeo da UFSCar e o Grupo de Pesquisa em Ensino de Ciecircncias e

Educaccedilatildeo Ambiental do Laboratoacuterio Interdisciplinar de Formaccedilatildeo do Educador da

Faculdade de Filosofia Ciecircncias e Letras de Ribeiratildeo PretoUSP O programa e o

grupo de pesquisa organizam Encontros bianuais de Pesquisa em Educaccedilatildeo

Ambiental (EPEAs) para reunir trabalhos de produccedilatildeo cientiacutefica e de pesquisa em

Educaccedilatildeo Ambiental

Um resumo dos diversos EPEA realizados ateacute o momento pode ser

observado no quadro 3 a seguir

EPEA LOCAL PERIODO PARTIC COM

ORAL

POSTERES ART

LOC APOIOS

I Rio Claro 04 - 07092001 Natildeo

informado 76

Natildeo

informado 00

CAPES

FAPESP

II Rio Claro 27 - 30072003 Natildeo

informado 72

Natildeo

informado 00

CAPES

FAPESP

III Rio Claro 10 - 13072005 Natildeo

informado 73

Natildeo

informado 00

CAPES

FAPESP

IV Rio Claro 12 - 15072007 Natildeo

informado 87

Natildeo

informado 00

CAPES

FAPESP

V Satildeo

Carlos

3011 -

02122009

Natildeo

informado 89

Natildeo

informado 00

CAPES

FAPESP

VI Ribeiratildeo

Preto 04 - 07092011

Natildeo

informado 88

Natildeo

informado 00

CAPES

FAPESP

VII Rio Claro 07 - 10072013 Natildeo

informado 112

Natildeo

informado 00

CAPES

FAPESP

TOTAL - - - 597 - 00 -

QUADRO 3 - EPEAS REALIZADOS DE 2001 A 2013

FONTE O AUTOR (2014)

Considerando as sete ediccedilotildees dos EPEA foram apresentadas 597 trabalhos

oriundos de 22 unidades federativas incluindo o Distrito Federal natildeo houve

nenhum trabalho apresentado com o tema da poluiccedilatildeo sonora confirmando que o

tema natildeo foi discutido mas que merece atenccedilatildeo dos pesquisadores pois problemas

ambientais aliados agrave reflexatildeo sobre as relaccedilotildees poliacuteticas econocircmicas sociais e

culturais que envolvem de modo integrado os humanos e os demais componentes

42

da natureza estatildeo cada vez mais presentes nos diferentes encontros internacionais

e nacionais sobre o meio ambiente (RINK MEGID NETO 2009)

24 TICEDUCA - TECNOLOGIAS E EDUCACcedilAtildeO

O I TICEDUCA ndash I Encontro Internacional de Tecnologia de Informaccedilatildeo e

Comunicaccedilatildeo (TIC) e Educaccedilatildeo foi uma iniciativa do Instituto de Educaccedilatildeo da

Universidade de Lisboa em articulaccedilatildeo com a Revista Educaccedilatildeo Formaccedilatildeo amp

Tecnologias e com a Unidade de Investigaccedilatildeo e Desenvolvimento em Educaccedilatildeo e

Formaccedilatildeo da Universidade de Lisboa

O evento foi constituiacutedo por um grupo de pesquisadores da Universidade de

Lisboa que entendeu que as questotildees relacionadas agraves TIC ganharam pertinecircncia e

atenccedilatildeo porque podem ser integradas nas atividades de estudantes e professores

importando conhecer como satildeo usadas O TICEDUCA se propocircs a trazer para o

centro das discussotildees a reflexatildeo sobre o potencial que eacute atribuiacutedo agraves tecnologias de

informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo fator de inovaccedilatildeo e mudanccedila da escola (COSTA 2010

piii)

Portanto tendo como ponto de partida trabalhos de diferentes realidades

locais nacionais e internacionais os Encontros Internacionais de TIC e Educaccedilatildeo

assumem como principais objetivos

Proporcionar um espaccedilo para divulgaccedilatildeo de praacuteticas inovadoras nas escolas e em contextos de formaccedilatildeo e aprendizagem

Analisar a investigaccedilatildeo na aacuterea

Discutir trabalhos em desenvolvimento e a utilizaccedilatildeo criativa e inovadora das TIC

Refletir sobre os modos mais adequados para documentaccedilatildeo comunicaccedilatildeo e disseminaccedilatildeo destas praacuteticas

Propiciar praacuteticas de identificaccedilatildeo intervenccedilatildeo e investigaccedilatildeo como contribuiccedilatildeo para plena utilizaccedilatildeo dos recursos digitais disponiacuteveis dentro e fora da escola (COSTA 2010 piii)

Os TICEDUCA satildeo direcionados a investigadores professores educadores e

outros profissionais ligados agrave formaccedilatildeo e ao ensino e aprendizagem com as TIC

Satildeo espaccedilos de encontro destinados tambeacutem as empresas relacionadas com a

produccedilatildeo de conteuacutedos ou com outros processos de suporte agrave aprendizagem e agrave

formaccedilatildeo (COSTA 2010)

43

Um resumo dos congressos TICEDUCA realizados ateacute o momento pode ser

observado no quadro 4 a seguir

TICEDUCA

LOCAL PERIODO PART COM ORAL

POST ART LOC

APOIOS

I Portugal Lisboa

18 - 20112010 392 97 44

01

Microsoft iTEC WEQDA Optimus CETI

II Portugal Lisboa

3011 - 212 2012 346 249 36

06

Microsoft iTEC WEQDA Optimus CETI

TOTAL - - 738 346 80 07 -

QUADRO 4 - TICEDUCA REALIZADOS DE 2010 ATEacute 2012 FONTE O AUTOR (2014)

Considerando as duas ediccedilotildees do evento e os 426 trabalhos apresentados

entre comunicaccedilotildees orais localizei sete artigos que mencionaram os Aparelhos

Celulares conforme abordarei no item a seguir

25 SELECcedilOtildeES DE ARTIGOS NOS EVENTOS

Com intuito de selecionar artigos publicados nas diversas ediccedilotildees desses

eventos busquei em acervos pessoais de vaacuterios pesquisadores e em diversas

instituiccedilotildees na forma de CD-ROM ou materiais impressos com as atas Eacute importante

notar que os siacutetios eletrocircnicos dos eventos natildeo tecircm todas as ediccedilotildees

disponibilizadas o que dificulta sobremaneira a pesquisa pois poucas atas estatildeo

disponiacuteveis na internet

Apoacutes localizar todas as atas iniciei a busca pelos artigos procedendo da

seguinte forma fiz uma leitura flutuante dos tiacutetulos dos artigos para selecionar as

palavras-chave dos trabalhos apresentados na forma de comunicaccedilatildeo oral e paineacuteis

A palavra-chave selecionada para uma primeira leitura flutuante do artigo em si foi a

seguinte poluiccedilatildeo sonora no ambiente escolar

Como a seleccedilatildeo desse material foi feita de forma abrangente sempre que

algum tiacutetulo gerasse duacutevidas sobre o conteuacutedo e as palavras-chave natildeo fossem

reconhecidas passei a ler os resumos dos trabalhos e quando o material tratava da

44

temaacutetica Poluiccedilatildeo Sonora acessei o documento completo para ter certeza do

assunto tratado Por fim restou o seguinte Um artigo do EPEF quatro artigos do

ENPEC nenhum artigo do EPEA sete artigos TICEDUCA conforme o quadro 5

EPEF ENPEC EPEA TICEDUCA

ANO

Ed

TRAB APRES

ART LOC

Ed

TRAB APRES

ART LOC

Ed

TRAB APRES

ART LOC

Ed

TRAB APRES

ART LOC

1986 I 12 00

1988 II 50

00

1990 III 45 00

1994 IV 130 00 1996 V Natildeo

Loc 00

1997 I 121 00

1998 VI 128 00

1999 II 131 00

2000 VII 161 00

2001 III 233 00 I 76 00

2002 VIII 114 00

2003 IV 451 00 II 72 00

2004 IX 126 00

2005 V 738 01 III 73 00

2006 X 93 00

2007 VI 669 02 IV 87 00

2008 XI 159 01

2009 VII 723 00 V 89 00

2010 XII 122 00 I 141 01

2011 VIII 1198 00 VI 88 00

2012 XIII 191 00 II 285 06

2013 IX 1072 01 VII 112 00

TOTAL

13 1281 01 09 5333 04 07 597 00 02 426 07

QUADRO 5 - LEVAMENTO DAS DIVERSAS EDICcedilOtildeES DOS EPEF ENPEC EPEA E TICEDUCA NO PERIODO DE 1986 A 2013 FONTE O AUTOR (2014)

Dos 7637 trabalhos publicados em 31 ediccedilotildees dos quatro eventos desde 1986

ateacute 2013 (vinte e sete anos) localizei apenas 12 trabalhos com os temas da poluiccedilatildeo

sonora e do Aparelho Celular ou seja apenas 014 do total

45

Os Encontros de Pesquisa em Ensino de Fiacutesica (EPEF) e em Educaccedilatildeo em

Ciecircncias (ENPEC) satildeo dois eventos de grande importacircncia na pesquisa da aacuterea no

Brasil e apenas cinco trabalhos foram localizados nesses dois eventos sendo que

em um deles meus orientadores e eu somos autores

No TICEDUCA o foco central eacute o uso da tecnologia na Educaccedilatildeo Por isso os

trabalhos localizados referiam-se especialmente ao uso do Celular como ferramenta

de ensino e natildeo a poluiccedilatildeo sonora Ainda assim apenas sete trabalhos foram

localizados

No entanto a maior surpresa foi natildeo ter localizado no EPEA nenhum trabalho

sobre poluiccedilatildeo sonora esta natildeo parece ter sido uma preocupaccedilatildeo dos

pesquisadores da aacuterea ambiental mesmo que o problema da poluiccedilatildeo sonora tatildeo

presente na sociedade contemporacircnea ou seja cada vez mais significativo na vida

das pessoas especialmente para sauacutede dos estudantes Nesse sentido a revisatildeo da

literatura mostra a lacuna existente em estudos com essa temaacutetica corroborando

com a necessidade de avanccedilos

Um resumo dos eventos e nuacutemero de artigos selecionados em cada evento

foi sistematizado no quadro 6

Nordm TRABALHOS PUBLICADOS

Nordm DE EDICcedilOtildeES Nordm DE TRABALHOS LOCALIZADOS

EPEF 1281 13 01

ENPEC 5333 09 04

EPEA 597 07 00

TICEDUCA 426 02 07 TOTAL 7637 31 12

QUADRO 6 - RESUMO DOS EVENTOS REALIZADOS DE 1986 A 2013 FONTE O AUTOR (2014)

A partir desse levantamento preliminar passo a anaacutelise dos artigos

encontrados Esta anaacutelise foi dividida em dois grupos a saber artigos relacionados

agrave poluiccedilatildeo sonora e artigos relacionados ao uso do Aparelho Celular em atividades

educativas Tendo em vista que a proposta desta dissertaccedilatildeo eacute a interface entre os

dois temas a anaacutelise dos artigos nos eventos foi realizada com o intuito de localizar

pesquisas na aacuterea que pudessem subsidiar aspectos de aprofundamento teoacuterico e

metodoloacutegico para o meu estudo

26 ARTIGOS RELACIONADOS Agrave POLUICcedilAtildeO SONORA

46

Um conjunto de cinco artigos foi localizado neste Grupo Temaacutetico Os artigos

foram publicados ente 2005 e 2013 sendo quatro deles no ENPEC (um na Vordf

ediccedilatildeo dois na VIordf e um na IXordf) e somente um artigo foi localizado no EPEF

publicado em 2008 na XIordf ediccedilatildeo Interessante observar que dos cinco artigos trecircs

satildeo dos mesmos autores O que reduz significativamente a abrangecircncia de

pesquisadores interessados no tema e nos permite concluir que este foi o tema de

uma dissertaccedilatildeo de mestrado ou tese de doutorado assim orientador e orientada

fatiaram a pesquisa em vaacuterios pedaccedilos apresentados separadamente O quarto

artigo eacute de minha autoria com os orientadores Um resumo dos artigos localizados

neste grupo temaacutetico encontra-se no Quadro 7

ANO TITULO DO ARTIGO NOME DOS AUTORES

PALAVRA-CHAVE

EVENTO

2005 Poluiccedilatildeo sonora na fiacutesica do ensino meacutedio construindo uma proposta

Souza Silva Garavelli Maroja Ricardo

Poluiccedilatildeo Sonora

V ENPEC

2007(a) Fiacutesica para uma sauacutede auditiva Bastos Mattos Poluiccedilatildeo Sonora

VI ENPEC

2007(b) Educaccedilatildeo para uma discriminaccedilatildeo auditiva

Bastos Mattos Poluiccedilatildeo Sonora

VI ENPEC

2008 Fiacutesica e Poluiccedilatildeo Sonora Uma proposta de dinacircmica do perfil conceitual

Bastos Mattos Poluiccedilatildeo Sonora

XI EPEF

2013 Uso do Aparelho Celular por estudantes do ensino meacutedio para ouvir muacutesica um prazer perigoso

Costa Gioppo Camargo

Poluiccedilatildeo Sonora

IX ENPEC

QUADRO 7 - ARTIGOS SOBRE POLUICcedilAtildeO SONORA FONTE O AUTOR (2013)

A poluiccedilatildeo sonora pode ser estudada pelo aspecto do mal-estar causado pelo

excesso de ruiacutedos ou pela forma como afeta a sauacutede humana fiacutesica ou psicoloacutegica

foi essa a abordagem dos artigos localizados a partir da palavra-chave Poluiccedilatildeo

Sonora Em seguida passo a descrever tais artigos

O objetivo da pesquisa de Souza et al (2005) foi produzir uma reflexatildeo que

transformasse os conhecimentos fiacutesicos apreendidos por licenciandos em

conhecimentos escolares ao longo de uma disciplina de Estaacutegio Supervisionado A

pesquisa teve trecircs etapas na primeira os autores aplicaram um questionaacuterio aberto

a alunos do Ensino Meacutedio para verificar que conhecimentos aqueles alunos

possuiacuteam a respeito da Poluiccedilatildeo Sonora O intuito era relacionar conhecimentos

fiacutesicos do tema com o cotidiano Com as informaccedilotildees obtidas no questionaacuterio

desenvolveram uma sequencia didaacutetica com dez aulas

47

A sequecircncia didaacutetica incluiu aspectos histoacutericos do tema desde o processo de

industrializaccedilatildeo e crescimento cientiacutefico e tecnoloacutegico do final do seacuteculo XIX ateacute o

uso abusivo de aparatos tecnoloacutegicos Os autores trataram do tema a partir de um

enfoque interdisciplinar incluindo conteuacutedos da Fiacutesica e anaacutelises de notiacutecias de

jornal enfatizaram tambeacutem o papel do professor-pesquisador e reflexivo Apoacutes a

reelaboraccedilatildeo da sequecircncia didaacutetica aplicaram-na a uma classe do Ensino Meacutedio e

coletaram registros escritos e trabalhos dos estudantes

As conclusotildees mostraram que transformar um saber cientiacutefico em um saber a

ser ensinado eacute uma tarefa muito difiacutecil mas o conteuacutedo de ondas sonoras

relacionado ao da poluiccedilatildeo sonora eacute importante no processo de produccedilatildeo do

conhecimento escolar e que os professores precisam criar estrateacutegias que

relacionem conhecimentos e saberes teacutecnicos e cientiacuteficos a outros saberes como

os do cotidiano relacionando-os agrave cultura vivencial dos estudantes

Em trecircs trabalhos publicados Bastos e Mattos (2007a 2007b 2008)

mostraram que a partir de enfoques interdisciplinares os conhecimentos da fiacutesica

sobre Poluiccedilatildeo Sonora podem contribuir com a Educaccedilatildeo em Sauacutede para promover

uma vida mais saudaacutevel

Destacaram que aproximaccedilotildees entre toacutepicos da Fiacutesica e da Fonoaudiologia

podem auxiliar na discussatildeo de aspectos da sauacutede auditiva Isso porque os

estudantes expotildeem sua orelha interna5 - sem consciecircncia dos perigos para a

audiccedilatildeo- a alta intensidade sonora disponiacutevel em equipamentos de som portaacuteteis

(MP3 MP4 ipod walkman etc) frequentemente utilizados na sala de aula

Os autores fundamentaram sua pesquisa nos conceitos de perfil conceitual e

interdisciplinaridade Para eles eacute necessaacuterio buscar interdependecircncias entre

diversas aacutereas de conhecimento para abordar problemas da realidade relevantes

para os alunos sem separaacute-los do contexto em que surgem Isso ajudaria os

estudantes a enfrentar problemas do mundo em que vivem o que pode se dar por

meio da complexificaccedilatildeo do conhecimento do cotidiano

Desta forma identificaram quatro hipoacuteteses de integraccedilatildeo do conhecimento

cotidiano 1ordm) hipoacutetese da compatibilidade 2ordm) hipoacutetese da substituiccedilatildeo 3ordm) hipoacutetese

da independecircncia ndash coexistecircncia 4ordm) hipoacutetese da integraccedilatildeo ndash enriquecimento do

conhecimento cotidiano No trabalho Bastos e Mattos (2007a) adotaram a quarta

5 A nova nomenclatura anatocircmica substituiu o termo ldquoouvidordquo pelo termo ldquoorelha internardquo no entanto no Protocolo (BRASIL 2006) os dois termos aparecem com o mesmo significado

48

hipoacutetese a ldquoda integraccedilatildeordquo enriquecimento do conhecimento cotidiano que se refere

agrave transformaccedilatildeo dos conhecimentos que datildeo suporte ao conhecimento escolar

Nesse sentido construiacuteram e aplicaram atividades curtas de multi-abordagem e

delineadas em trecircs etapas exploraccedilatildeo introduccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de conceitos

Os pesquisadores investigaram os conceitos preacutevios de Poluiccedilatildeo Sonora de

236 estudantes de uma escola puacuteblica do Ensino Meacutedio no ano de 2005 para

delimitar os objetivos da pesquisa Para tanto utilizaram um questionaacuterio e uma

representaccedilatildeo imageacutetica acompanhada de sua respectiva descriccedilatildeo

Em 2006 aplicaram as atividades multi-abordagem em 166 estudantes de

quatro turmas do Ensino Meacutedio e tiveram resultados favoraacuteveis

Em 2007 elaboraram um novo questionaacuterio e o aplicaram a 86 estudantes

para verificar se houve apropriaccedilatildeo dos conteuacutedos desenvolvido nas atividades e se

esses passaram a ter algum significado na vida deles

Os pesquisadores concluiacuteram que do ponto de vista do modelo proposto os

estudantes alteraram o perfil conceitual anterior enriquecendo seus criteacuterios de

julgamento com relaccedilatildeo agrave poluiccedilatildeo sonora Essa tomada de consciecircncia trouxe aos

estudantes a possibilidade de discernir o que eacute audiologicamente saudaacutevel

aplicando os conteuacutedos escolares sem deixar de lado os criteacuterios esteacuteticos e

emocionais que jaacute faziam parte da vida daquelas pessoas

Costa Camargo e Gioppo (2013) pesquisaram os niacuteveis de decibeacuteis a que os

estudantes se expotildeem quando ouvem muacutesicas pelo Aparelho Celular o que pode

trazer prejuiacutezos agrave sauacutede auditiva Os autores buscaram situaccedilotildees contextualizadas

para ensinar fiacutesica relacionando-a com a Educaccedilatildeo para Sauacutede e a Tecnologia para

tanto conciliaram concepccedilotildees sobre poluiccedilatildeo sonora (usando conceitos de acuacutestica)

vinculada ao uso de fones auriculares ligados aos Aparelho Celular

Um questionaacuterio foi aplicado para diagnosticar concepccedilotildees preacutevias em

estudantes do Ensino Meacutedio De posse dos resultados elaboraram quatro atividades

com foco na poluiccedilatildeo sonora oriunda dos fones auriculares conectados a Aparelhos

Celulares para escutar muacutesicas e discutiram com os estudantes os efeitos na sauacutede

auditiva

Concluiacuteram que os estudantes ouvem as muacutesicas em volume muito acima

das normas recomendadas Nas atividades contextualizadas concluiacuteram que houve

apropriaccedilatildeo dos conteuacutedos de ondas sonoras mas perceberam que uma uacutenica

49

sequecircncia didaacutetica natildeo foi suficiente para provocar mudanccedilas de haacutebito entre os

estudantes

Os autores ressaltaram que o Celular pode ser melhor aproveitado no

processo ensino e de aprendizagem atuando como agente motivador dos

estudantes mas eacute importante que se faccedila um uso criacutetico dessa tecnologia e ao

mesmo tempo amplie as relaccedilotildees possiacuteveis com os conteuacutedos como por exemplo

mostrando interfaces com a sauacutede auditiva

27 ARTIGOS RELACIONADOS COM TECNOLOGIA MOacuteVEL

Um conjunto de sete artigos foi localizado na temaacutetica equipamentos

Celulares em atividades educativas Os artigos foram encontrados na Iordf e IIordf ediccedilotildees

do TICEDUCA e na IXordf ediccedilatildeo do ENPEC Artigos relacionados ao uso de Aparelhos

Celulares em atividades educativas

50

ANO TITULO DO ARTIGO NOME DOS

AUTORES

PALAVRA-CHAVE

EVENTO

2010 Enquadramento teoacuterico para a integraccedilatildeo de tecnologias moacuteveis em contexto educativo

Moura e Carvalho

Telemoacutevel6 I TICEDUCA

2012 As tecnologias moacuteveis no ensino da multimeacutedia

Raminhos Ferreira Pereira e Correia

Mobile Learning aprendizagem moacutevel

II TICEDUCA

2012 As tecnologias moacuteveis no processo de ensino e aprendizagem da liacutengua inglesa um estudo exploratoacuterio no cienfic

Lobato e Pedro

Dispositivos moacuteveis no ensino e na aprendizagem

II TICEDUCA

2012 O uso de dispositivos moacuteveis durante a aula analise de um recorte da realidade de universidades puacuteblicas do Brasil

Santos Duram e Burnham

Dispositivos Moacuteveis

II TICEDUCA

2012 O Celular e o ensino de ondas na escola uma proposta preliminar

Costa Gioppo Camargo

Aparelho Celular

II TICEDUCA

2012 Uso de dispositivos moacuteveis em sala de aula uma revisatildeo bibliograacutefica

Santos Duram Burnham

Tecnologias Moacuteveis

II TICEDUCA

2012 Tecnologias Moacuteveis com conexatildeo sem fio na Escola e a Organizaccedilatildeo do Trabalho Pedagoacutegico

Santos Almeida Borges Jesus

Tecnologias Moacuteveis

II TICEDUCA

QUADRO 8 - ARTIGOS SOBRE TECNOLOGIAS MOacuteVEIS FONTE O AUTOR 2014

Moura e Carvalho (2010) avaliaram como os estudantes aprendem em

atividades com suporte de tecnologias moacuteveis visando agrave melhoria do processo de

ensino e de aprendizagem ou como essas tecnologias podem promover o sucesso

educativo Para as pesquisadoras os dispositivos moacuteveis que andam nos bolsos dos

estudantes podem fazer parte das praacuteticas pedagoacutegicas substituindo as poliacuteticas de

proibiccedilatildeo por ter tamanho reduzido esses dispositivos podem ser levados para

diferentes locais promovendo a interaccedilatildeo social a troca de dados e a colaboraccedilatildeo

com outros utilizadores

A pesquisa das autoras foi fundamentada no paradigma educacional mobile

learning (m-learning) que eacute a conjugaccedilatildeo de um estudante atuante a um artefato

moacutevel usado como ferramenta de apoio ao ensino mediado pela accedilatildeo pedagoacutegica

que de forma interativa leva agrave interiorizaccedilatildeo de conhecimentos novos ressignificando

o uso do Celular e exploraram experiecircncias de integraccedilatildeo no ambiente escolar (m-

learning) e investigaram a forma de apropriaccedilatildeo de conteuacutedos pelos estudantes que

6 Em Portugal o Aparelho Celular eacute chamado de telemoacutevel e o TICEDUCA eacute um evento que ocorre

laacute portanto esta palavra chave foi inserida na busca

51

usaram o Celular para completar tarefas escolares e de apoio aos estudos De

acordo com os dados recolhidos os Aparelhos Celulares impactaram a

aprendizagem dos estudantes influenciaram na motivaccedilatildeo no envolvimento dos

alunos em relaccedilatildeo agraves atividades e na mudanccedila de opiniatildeo sobre a escola e os

estudos Tambeacutem as autoras perceberam que os Aparelhos Celulares podem ser

integrados em diferentes atividades de aprendizagem podendo vir a ser fonte de

motivaccedilatildeo dos alunos pela escola e no processo de ensino e de aprendizagem

Raminhos et al (2012) revisaram a literatura referente a importacircncia das

tecnologias moacuteveis (Celulares e outros equipamentos) no ensino e na

aprendizagem para explorar o conceito de Moacutebile Learning e identificar sua

utilizaccedilatildeo na educaccedilatildeo e localizaram 39 artigos Apoacutes anaacutelise dos artigos

elaboraram uma intervenccedilatildeo didaacutetica para estudantes de um curso profissionalizante

para investigar como as tecnologias moacuteveis podem apoiar a aprendizagem

Na intervenccedilatildeo didaacutetica os pesquisadores perceberam que existem duas

visotildees na utilizaccedilatildeo do m-learning a visatildeo do ensino protagonizado pelo professor e

a visatildeo da aprendizagem cujo alvo seraacute o estudante que mostra grande interesse

em utilizar o m-learning como ferramenta de estudo

Na conclusatildeo os autores deixam evidente que Mobile Learning natildeo resolve os

problemas de ensino e aprendizagem contudo concluiacuteram que o levantamento

bibliograacutefico sobre o tema pode contribuir para investigaccedilotildees futuras Reiteraram que

m-learning eacute interessante para a educaccedilatildeo e que outros autores pesquisados por

eles concordam que eacute uma opccedilatildeo a mais para entusiasmar envolver e compreender

a aprendizagem dos estudantes atuais

Lobato e Pedro (2012) trataram de dificuldades educativas percebidas por

formandos de um centro de formaccedilatildeo profissional esses foram expostos agraves

dinacircmicas da sala de aula e a meacutetodos de ensino diferenciados A ideia era

desenvolver conceitos usando estrateacutegias motivadoras sem ficar restritos a

caminhos curriculares preacute-definidos Nesse sentido os Aparelhos Celulares foram

usados como ferramentas de ensino para construir a aprendizagem funcionando

como parceiros para o professor e para os estudantes

As autoras consideraram que vivemos na ldquoEra da Conexatildeordquo (p2) na qual o

acesso agrave informaccedilatildeo deixou de estar confinado ao computador pessoal e se

estendeu aos Aparelhos Celulares os estudantes de hoje satildeo ldquonativos digitaisrdquo e o

52

cotidiano sem tecnologia natildeo faz sentido Para esta geraccedilatildeo natildeo possuir telemoacutevel

(Aparelho Celular) eacute quase fator de exclusatildeo social

Aplicaram um questionaacuterio com objetivo de analisar concepccedilotildees dos

professores de inglecircs de um centro de formaccedilatildeo profissional sobre a utilizaccedilatildeo de

Aparelhos Celulares em contexto escolar

Os resultados evidenciaram que em alguns momentos os Aparelhos Celulares

satildeo considerados como potenciais elementos de distraccedilatildeo que perturbam a

concentraccedilatildeo dos alunos nas tarefas escolares poreacutem defendem que esta

tecnologia de faacutecil acesso pode trazer benefiacutecios para a educaccedilatildeo permitindo aos

estudantes aprender para aleacutem dos limites da sala de aula pois os estudantes tecircm

cada vez mais acesso agrave informaccedilatildeo e ao conhecimento e os Aparelhos Celulares

podem ser aliados dos professores

Santos et al (2012) observaram que o uso de dispositivos moacuteveis (chamados

ciberinstrumentos7) presentes nas salas de aula do ensino superior vecircm

aumentando nos uacuteltimos anos O objetivo dos autores foi avaliar e discutir o uso de

ciberinstrumentos durante as aulas em trecircs turmas de diferentes universidades

puacuteblicas brasileiras sediadas no Estado da Bahia

Os instrumentos para a constituiccedilatildeo dos dados incluiacuteram um questionaacuterio

respondido por 46 estudantes e anotaccedilotildees de campo (descritivas e analiacuteticas)

Os resultados mostraram que entre os pesquisados o nuacutemero de

ciberinstrumentos supera o nuacutemero de computadores desktops os mais usados em

sala de aula satildeo os notebooks e os Celulares que podem facilitar os processos de

construccedilatildeo do conhecimento

Os autores tambeacutem investigaram os efeitos colaterais da tecnologia e

observaram que os ciberinstrumentos podem ser objetos de distraccedilatildeo Os que mais

distraem os estudantes satildeo as redes sociais e SMS A maioria dos estudantes

concordou que houve algum grau de prejuiacutezo de concentraccedilatildeo durante as aulas e

sugeriram um controle de uso do wi fi

Costa Gioppo e Camargo (2012) apresentaram uma proposta preliminar

sobre o uso do Celular como ferramenta de ensino que auxilia na praacutetica de sala

aula para ensinar ondas eletromagneacuteticas a motivaccedilatildeo inicial foi o constante e

7 De acordo com Santos et al 2012 ciberinstrumentos (SANTOS DURAN BURNHAM 2010) satildeo lap tops Aparelhos Celulares ou qualquer tecnologia com acesso wifi

53

excessivo uso do Celular durante o periacuteodo letivo Um questionaacuterio foi aplicado para

200 estudantes para entender o uso dos Aparelhos Celulares De posse dos

resultados elaboraram uma intervenccedilatildeo didaacutetica com abordagem investigativa sobre

ondas eletromagneacuteticas na qual participaram 27 estudantes Utilizaram filmes sobre

interferecircncia das ondas eletromagneacuteticas em aparelhos eletrocircnicos e observaram a

interferecircncia do recebimento de mensagem no Celular em caixas de som e

avaliaram a aprendizagem com questotildees para verificar se houve apropriaccedilatildeo dos

conteuacutedos de eletromagnetismo

Na conclusatildeo os autores ressaltaram que a maior parte dos estudantes

usufrui da tecnologia do Celular e o faz na escola poreacutem natildeo para fins didaacuteticos

mostrando que haacute necessidade de mais pesquisas na aacuterea Na atividade de

intervenccedilatildeo didaacutetica os autores perceberam que houve vaacuterios problemas como de

interpretaccedilatildeo das questotildees a coacutepia de respostas do livro didaacutetico a falta de um

delineamento mais robusto da atividade que parece ter ficado em aberto e ainda

havia necessidade de proposta para transformaacute-la em uma sequencia didaacutetica Para

os autores o Aparelho Celular eacute uma tecnologia que natildeo deve ser desperdiccedilada no

contexto escolar e que pode ser usada no processo de ensino e de aprendizagem O

Celular pode ser um agente motivador dos estudantes para aulas diferenciadas

possibilitando a compreensatildeo das possibilidades e limites da tecnologia mas eacute

importante que se faccedila uma anaacutelise criacutetica do processo mostrando tambeacutem outras

interfaces com a sauacutede a poliacutetica de telecomunicaccedilotildees etc

Santos et al (2012) investigaram sobre o uso de tecnologias moacuteveis em sala

de aula e perceberam que eacute pouco explorada O objetivo do trabalho foi realizar uma

revisatildeo bibliograacutefica da temaacutetica apontando as principais questotildees tratadas A partir

de buscas em siacutetios eletrocircnicos como o ISI Web of Science e Google Scholar e

encontraram 13 artigos cinco deles identificam como estudantes usam seus

ciberinstrumentos em sala de aula e os oito restantes falam da relaccedilatildeo entre o uso

de ciberinstrumento moacutevel envolvendo comportamento multitarefas e o desempenho

acadecircmico dos estudantes Tambeacutem investigaram como os estudantes percebem o

uso natildeo de ciberinstrumentos segundo os autores eacute difiacutecil avaliar quatildeo aplicaacutevel eacute o

uso livre de ciberinstrumentos moacuteveis nas salas de aula ou a quanto afeta a

aprendizagem

De acordo com os autores os principais apontamentos encontrados nos

trabalhos foram como 1ordm) o trabalho em grupo eacute pouco valorizado nas dinacircmicas de

54

sala de aula nos processos de construccedilatildeo coletiva do conhecimento isto eacute

valorizam a esfera individual em detrimento da coletiva 2ordm) natildeo haacute estudos

envolvendo variados tipos de ciberinstrumentos os trabalhos encontrados estatildeo

concentrados no uso de tablets laptops e Celulares 3ordm) O foco das pesquisas foi a

de apontar vantagens ou desvantagens 4ordm) eacute necessaacuterio enriquecer as pesquisas

com abordagens qualitativas

Os autores concluiacuteram que a maioria dos trabalhos se concentra em avaliar a

relaccedilatildeo do uso do comportamento multitarefas com o desempenho acadecircmico de

estudantes usando abordagens qualitativas

28 PROJETOS QUE UTILIZAM O APARELHO CELULAR COMO FERRAMENTA

DE ENSINO

Aleacutem dos artigos sobre Aparelho Celular localizados nas duas ediccedilotildees do

TICEDUCA encontrei tambeacutem quatro Projetos que tecircm iniciativas do uso do

Aparelho Celular como suporte ao ensino e a aprendizagem publicados pela Unesco

(2012)

1ordm) Minha Vida Moacutevel8 (MvMob) - Brasil tem como objetivo formar professores

e estudantes para produccedilatildeo de audiovisuais utilizando Aparelhos Celulares e com

isso promover o intercambio cultural por meio de uma rede interativa O programa

consiste em um portal de conteuacutedo e interaccedilatildeo e diversas atividades

2ordm) Projeto Escola com Celular de CaraguatatubaSP - Brasil utiliza as redes

sociais e os Telefones Celulares como ferramentas de apoio das atividades

escolares propotildee o uso dessas Tecnologias da Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (TICs)

para aproximar professores e estudantes associando a realidade dos mesmos aos

conteuacutedos curriculares para estimular a aprendizagem estimular a participaccedilatildeo e a

convivecircncia social na escola e na cidade e tambeacutem para praticar a inclusatildeo digital e

suas premissas mobilidade conectividade e sustentabilidade

3ordm) PSU Moacutevel ndash Chile eacute um aplicativo moacutevel que permite ao usuaacuterio acessar

conteuacutedo gratuito para download exerciacutecios jogos e podcasts todos organizados

8 httpwwwmvmobcombrmvmobo-que-eo-que-e

55

por assunto tem como objetivo permitir que os estudantes do ensino meacutedio possam

se preparar para ingressar no ensino superior

4ordm) Evaluacioacuten de Aprendizajes por meio de Celulares - Paraguai lanccedilado em

2011 pelo Ministeacuterio da Educaccedilatildeo do Paraguai tem o objetivo de explorar a

possibilidade de aplicaccedilatildeo de testes padronizados com o uso de Aparelhos

Celulares O projeto foi destinado a estudantes dos primeiros anos do ensino meacutedio

envolvendo as disciplinas de Matemaacutetica Liacutengua Espanhola e Literatura em

trezentas escolas puacuteblicas do Paraguai preparando tambeacutem professores e diretores

para ajudar os estudantes realizar os testes nos Aparelhos Celulares e ainda

fornecer suporte teacutecnico no dia do exame

Esses projetos natildeo tecircm relaccedilatildeo direta com o ensino de Fiacutesica nem mesmo

pesquisam sobre o tema Poluiccedilatildeo Sonora e seus efeitos na sauacutede auditiva mas me

pareceram iniciativas interessantes que podem ser aplicadas para incluir as

perspectivas analisadas nesta dissertaccedilatildeo

29 RESUMO DAS DISSERTACcedilOtildeES E TESES LOCALIZADAS NO BANCO DE

TESES DA CAPES SOBRE POLUICcedilAtildeO SONORA

Busquei nas dissertaccedilotildees e teses depositadas no banco da CAPES as

seguintes palavras chaves Poluiccedilatildeo Sonora no Ambiente Escolar Ruiacutedo e Som

publicadas por pesquisadores da aacuterea de educaccedilatildeo

Ano Tiacutetulo Autor Palavra Chave

Universidade

2004 Poluiccedilatildeo sonora em escolas do Distrito Federal

Eniz Poluiccedilatildeo Sonora

PUC Dissertaccedilatildeo Mestrado

2006

A presenccedila do ruiacutedo do trem em escolas do entorno da linha feacuterrea na cidade de Curitiba-PR Contribuiccedilatildeo para a construccedilatildeo dialeacutetica em educaccedilatildeo socioambiental

Gasperin

Poluiccedilatildeo Sonora

UFPR Dissertaccedilatildeo Mestrado

2007

Reflexotildees sobre o ambiente sonoro da cidade de Curitiba A percepccedilatildeo do ruiacutedo urbano e seus efeitos sobre a qualidade de vida de moradores dos setores especiais estruturais

Ribas Ruiacutedo UFPR Tese

Doutorado

2007 Fiacutesica para uma Discriminaccedilatildeo Auditiva Bastos Poluiccedilatildeo Sonora

USP Dissertaccedilatildeo de

Mestrado QUADRO 9 - LEVAMENTO NO BANCO DE TESES DA CAPES INDICANDO ANO NUMERO TOTAL DE TRABALHOS PUBLICADOS FONTE O AUTOR (2014)

56

Eniz (2004) pesquisou a poluiccedilatildeo sonora em escolas puacuteblicas e privadas do

Distrito Federal Sua investigaccedilatildeo se pautou nas condiccedilotildees acuacutesticas (niacuteveis de

pressatildeo sonora e tempo de reverberaccedilatildeo do som) em sala de aula e na percepccedilatildeo

dos professores e estudantes acerca das condiccedilotildees de conforto ambiental

oferecidas pelas escolas agrave sauacutede Assim buscou identificar as causas da poluiccedilatildeo

sonora tanto no ambiente escolar como no entorno das escolas verificando se o

Plano Diretor de Taguatinga e as Normas de Gabarito do Nuacutecleo Bandeirante

possuem accedilotildees de prevenccedilatildeo e de mitigaccedilatildeo agrave poluiccedilatildeo sonora no ambiente

escolar

A pesquisa foi realizada com professores e estudantes de 10 escolas

vinculadas agrave Secretaria de Educaccedilatildeo do Distrito Federal Por vaacuterios dias da semana

mediu-se o niacutevel de pressatildeo sonora no interior e no exterior das salas de aula e da

escola com os estudantes em suas atividades normais Aplicou um questionaacuterio para

professores e estudantes com objetivo de obter informaccedilotildees acerca das condiccedilotildees

de trabalho e sauacutede dos professores e os efeitos negativos na sauacutede humana do

excesso de ruiacutedo no processo ensino-aprendizagem Confrontou os niacuteveis de

pressatildeo sonora e tempo de reverberaccedilatildeo com as normas vigentes e analisaram as

respostas do questionaacuterio

Os resultados do questionaacuterio com professores e estudantes indicaram que

59 nunca fizeram exame audiomeacutetrico revelando pouca preocupaccedilatildeo com este

tipo de acompanhamento poreacutem as queixas mais comuns foram ambiente

intranquilo e estressante e barulhento Sobre os problemas de sauacutede o autor

identificou as seguintes queixas dor de garganta dor nas pernas

irritaccedilatildeonervosismo e cansaccedilo mentalestresse como as mais expressivas de

acordo com o pesquisador o ruiacutedo natildeo pode ser considerado como causa direta de

doenccedilas mentais mas ele presume que acelera e intensifica o desenvolvimento de

desordens mentais latentes

Em relaccedilatildeo ao barulho proveniente do traacutefego urbano identificado pelo estudo

os professores admitiram constante interrupccedilatildeo em suas aulas devido ao barulho

externo do restante 26 sentiram-se incomodados algumas vezes e nenhum

participante da pesquisa admitiu nunca ter sido interrompido pelo ruiacutedo urbano O

excesso de ruiacutedo naquele ambiente prejudicou a comunicaccedilatildeo em sala de aula

levou os professores a sentirem dificuldades de concentraccedilatildeo e obrigando-os a

esforccedilos constantes para se fazerem entender

57

As anaacutelises consideraram aspectos relativos agrave legislaccedilatildeo e agraves normas

teacutecnicas vigentes que regulam a construccedilatildeo e modificaccedilatildeo de estabelecimentos de

ensino Concluiu tambeacutem os efeitos dos ruiacutedos no ensino e na aprendizagem pois

salas de aula com estimulaccedilotildees auditivas em excesso podem promover a distraccedilatildeo

acarretando prejuiacutezos significativos para a aprendizagem

O autor concluiu que em todas as escolas os niacuteveis de ruiacutedos estatildeo acima

dos recomendados pela NBR 101519 (ABNT 1987) com variaccedilatildeo de intensidade

entre a 829 dB(A)10 a 1146 dB(A) Professores e estudantes se comunicam em tom

de voz gritado o que pode trazer danos agrave sauacutede e prejuiacutezos agrave aprendizagem uma

vez que todas as escolas estatildeo localizadas em regiotildees onde o traacutefego aeacutereo eou

terrestre eacute intenso

Segundo o pesquisador as escolas mais afetadas estatildeo localizadas em

regiotildees que natildeo seguiram um planejamento urbano preacute-definido satildeo escolas mal

localizadas dentro da malha urbana que tecircm suas dependecircncias fortemente

afetadas pelo ruiacutedo ambiental

Gasperin (2006) pesquisou o impacto de ruiacutedo provocado pelo trem por ser

considerado um elemento cultural das velhas lembranccedilas alimentadas por mitos que

povoam o imaginaacuterio e despertam certo saudosismo na populaccedilatildeo e com isso

dificultam sua percepccedilatildeo como fonte de poluiccedilatildeo sonora Duas escolas foram

selecionas pela autora por fazer parte da histoacuteria da construccedilatildeo da oficina de

reparos das locomotivas e com impacto auditivo da passagem do trem durante o

horaacuterio de aula Assim observou as contradiccedilotildees que impedem a percepccedilatildeo dos

estudantes e professores em relaccedilatildeo agrave aprendizagem

O objetivo da autora foi mostrar a influecircncia dos significados do ruiacutedo do trem

para os humanos a fim de ter o sujeito ecoloacutegico como processo estrateacutegico da

Educaccedilatildeo Ambiental pesquisando se os ruiacutedos produzidos pelas locomotivas estatildeo

acima dos niacuteveis de decibeacuteis satildeo considerados adequados agraves salas de aula se eou

como o corpo docente percebe a presenccedila do trem como um agente de risco

9 A Norma Brasileira Regulamentadora 10151 encontra-se no anexo V desta dissertaccedilatildeo

10 A unidade de medida de niacuteveis de conforto acuacutestico (decibeacuteis) eacute representada em alguns

documentos como dB e em outros como dB(A) Por exemplo o Decreto Federal No 81621 de 03051978 (BRASIL 1968) em seu anexo 32 regulamenta as unidades de medida usando o dB como unidade de medida para Decibeacuteis Jaacute a NBR 10152 de dezembro de 1987 (norma da ABNT) definem niacuteveis de Pressatildeo Sonora e adota o dB(A) como unidade de medida para os decibeacuteis Nesta dissertaccedilatildeo acompanho a norma 10152 da (ABNT 1987) e adoto dB(A) como unidade de medida de Niacuteveis de Pressatildeo Sonora

58

ambiental quanto agrave poluiccedilatildeo sonora averiguando o significado do ruiacutedo do trem

junto aos estudantes e docentes das escolas proacuteximas agrave linha feacuterrea com enfoque

na questatildeo do som no ambiente

A pesquisa de campo foi realizada em duas escolas puacuteblicas da cidade de

Curitiba (PR) denominadas A e B composta de 938 estudantes do ensino

fundamental e foram selecionados por estarem geograficamente expostas a ruiacutedos

sonoros quando da passagem do trem a escola A situa-se a 55 metros de distacircncia

da linha feacuterrea e a Escola B tem seus muros nos fundos com a oficina mecacircnica da

empresa que administra esta linha feacuterrea e emite fortes ruiacutedos e a 20 m de distacircncia

de onde circula o trem

O trem eacute um produto da praacutexis histoacuterico-cultural humana e estaacute inserido na

sociedade influenciando a vida das pessoas do entorno da via feacuterrea Assim o trem

traz um significado psicoloacutegico na relaccedilatildeo entre o sujeito e o mundo objetivo

predominando a concepccedilatildeo utilitarista pelo seu significado A autora aplicou um

questionaacuterio para estudantes e professores das escolas e realizou mediccedilotildees do

niacutevel de pressatildeo sonora nas salas de aula quando o trem passa e em condiccedilotildees de

aula sem o ruiacutedo do trem

A autora concluiu que a existecircncia de uma realidade de coexistecircncia da vida

urbana agravada pela presenccedila da linha feacuterrea nas atividades da vida escolar na

qual o trem eacute um produto da praacutexis histoacuterico-cultural humana inserido na sociedade

influenciando a vida particularmente das pessoas do entorno da via feacuterrea trazendo

significado psicoloacutegico com funccedilatildeo mediadora na relaccedilatildeo entre o sujeito e o mundo

objetivo

Ribas (2007) analisou os contrastes entre o conceito de qualidade de vida

empregado em diferentes contextos na aacuterea da sauacutede na aacuterea urbana e no

ambiente A autora buscou estudar e compreender como se da agrave percepccedilatildeo da

poluiccedilatildeo sonora pela populaccedilatildeo e a relaccedilatildeo existente entre som (ruiacutedo) ndash sauacutede

(auditiva) ndash ambiente (urbano) uma vez que Curitiba tem se mostrado um campo

feacutertil para o desenvolvimento de problemas ambientais e dentre eles a poluiccedilatildeo

sonora causada em grande parte pelo traacutefego de veiacuteculos e percebeu que os

niacuteveis de ruiacutedo urbanos na cidade de Curitiba natildeo estatildeo dentro dos limites

especificados legalmente e que podem causar prejuiacutezos agrave sauacutede da populaccedilatildeo Nas

diversas aacutereas mapeadas foi constatado que o ruiacutedo urbano enquadra-se num

patamar grave e em algumas situaccedilotildees em pontos proacuteximos agraves vias raacutepidas o

59

volume chega agrave beira da saturaccedilatildeo pois o traacutefego de veiacuteculos eacute a grande causa do

ruiacutedo urbano em Curitiba Satildeo ruiacutedos provenientes de veiacuteculos automotivos (carros

ocircnibus e caminhotildees) aeronaves e trens Os niacuteveis de poluiccedilatildeo sonora atingem seus

maiores iacutendices nessas vias estruturais da cidade

O objetivo da pesquisa foi agrave caracterizaccedilatildeo da qualidade do ambiente sonoro

na cidade de Curitiba Para tanto a autora fez mediccedilotildees da variaccedilatildeo do ruiacutedo

urbano Tambeacutem avaliou a percepccedilatildeo que as pessoas tecircm deste ambiente sonoro

procurando identificar os prejuiacutezos que a poluiccedilatildeo sonora causa Investigou como os

moradores das regiotildees investigadas reagem ao ambiente sonoro ao qual estatildeo

expostos Verificou quais poliacuteticas puacuteblicas foram implementadas para monitorar e

reduzir o ruiacutedo urbano na cidade e seu impacto sobre a qualidade de vida dos

moradores e analisou como os gestores ambientais tecircm desempenhado suas

funccedilotildees diante deste problema

De acordo com a autora o Plano Diretor de Curitiba (1975) teve como

principal foco o crescimento a malha viaacuteria especificamente a do transporte coletivo

Uma das diretrizes gerais daquele plano ainda em vigor refere-se aos eixos

estruturais do transporte coletivo que deveriam ser adensados e para isso foram

equipados com toda a infraestrutura urbana e dotados de um sistema de transporte

de massa capaz de atender tanto a demanda da eacutepoca quanto a que viria no futuro

Aleacutem da anaacutelise do plano diretor a autora pesquisou e categorizou as

denuacutencias referentes agrave poluiccedilatildeo sonora registrada junto agrave Secretaria Municipal do

Meio Ambiente e observou 3036 denuacutencias efetuadas no ano de 2005 48 eram

oriundas da passagem do trem e 38 de veiacuteculos de transporte individual ou coletivo

A autora realizou um levantamento de pesquisas que diagnosticou a poluiccedilatildeo

sonora e sua evoluccedilatildeo na cidade de Curitiba e concluiu que devido ao aumento do

nuacutemero veiacuteculos os niacuteveis de ruiacutedo tecircm se acentuado contrariamente ao que se

esperava de uma cidade que recebeu o tiacutetulo de capital ecoloacutegica

Em seguida Ribas (2007) mediu os niacuteveis miacutenimos meacutedios e maacuteximos de

pressatildeo sonora encontrados no interior das residecircncias de acordo com o

preconizado pela Norma NBR 1015211 Acuacutestica - Avaliaccedilatildeo do ruiacutedo ambiente em

recintos de edificaccedilotildees visando o conforto dos usuaacuterios ndash procedimento (ABNT

1987) Os resultados indicaram que em 86 dos locais pesquisados a intensidade

11A Norma Brasileira Regulamentadora 10152 encontra-se no anexo VI desta dissertaccedilatildeo

60

de ruiacutedo extrapola os niacuteveis recomendados e percebeu tambeacutem que imoacuteveis abaixo

do niacutevel da rua estatildeo mais sujeitos aos mais altos niacuteveis de ruiacutedo desta forma foi

possiacutevel confirmar niacuteveis exacerbados de ruiacutedo em edificaccedilotildees concentradas nos

Setores Especiais Estruturais de Curitiba

Apoacutes as mediccedilotildees a autora entrevistou os moradores das residecircncias e trecircs

gestores envolvidos com planejamento urbano da cidade de Curitiba com objetivo

de verificar qual a prioridade dada pelos gestores a mitigaccedilatildeo do ruiacutedo urbano se

eles reconheciam que os niacuteveis de ruiacutedo urbano estatildeo acima do recomendado e

permitido legalmente se eles percebiam o ruiacutedo como fator ambiental negativo

finalmente analisou se existe uma poliacutetica puacuteblica municipal destinada agrave reduccedilatildeo da

emissatildeo do ruiacutedo na cidade

A autora destacou que os moradores entrevistados percebiam o ruiacutedo como

fonte geradora de desconforto poreacutem natildeo fizeram denuacutencias aos oacutergatildeos

competentes Por outro lado alguns entrevistados apesar de considerarem o ruiacutedo

urbano como um fator negativo disseram natildeo sentir desconforto em ambientes

barulhentos

O traacutefego de veiacuteculos foi considerado a maior causa do ruiacutedo urbano mas a

comunidade natildeo considerou o ruiacutedo como fator de risco agrave sauacutede por estar

acostumada agrave presenccedila dele Natildeo houve percepccedilatildeo dos efeitos da poluiccedilatildeo sonora

sobre a qualidade de vida e da sauacutede Os entrevistados relataram ainda que nunca

tiveram contato com campanhas de educaccedilatildeo ambiental voltada para sauacutede

auditiva

Com relaccedilatildeo agrave percepccedilatildeo dos gestores sobre o ruiacutedo urbano ficou

evidenciado que eles tambeacutem possuem sentimentos de fatalismo e inevitabilidade

aleacutem do mais o ruiacutedo natildeo encontra lugar de prioridade dentre os problemas urbanos

e isso dificulta ainda mais a realizaccedilatildeo de accedilotildees em niacutevel governamental que visem

agrave reduccedilatildeo do ruiacutedo urbano

A autora sugeriu que para ser efetivamente combatido haacute que se investir na

formaccedilatildeo de gestores com conhecimento do que vem a ser o ruiacutedo e seus efeitos na

sauacutede humana Aleacutem do que para a tomada de decisotildees na esfera puacuteblica eacute

necessaacuterio considerar a opiniatildeo da comunidade

Bastos (2007) delineou formas de ensinar Fiacutesica a estudantes do Ensino

Meacutedio a partir de eventos do cotidiano de forma que a abordagem de conteuacutedos de

Fiacutesica torna-se mais significativo e prazeroso e ao mesmo tempo com utilidade

61

vivencial da praacutetica dos mesmos relacionando agrave sauacutede auditiva Considerou que os

estudantes tem posse de sons portaacuteteis (MP3 MP4 ipod walkman etc) ou estatildeo

expostos uma vez que costuma expor seus ouvidos a alta intensidade sonora sem

consciecircncia nem conhecimentos de que as muacutesicas em volume alto podem levar a

perda induzida de audiccedilatildeo

O objetivo foi mostrar que a Fiacutesica pode ajudar a compreender as

propriedades do som e tambeacutem verificar como o som age no organismo vivo

utilizando agrave noccedilatildeo de perfil conceitual e os conceitos de interdisciplinaridade e

complexificaccedilatildeo como referencial teoacuterico

Na metodologia relacionou os conceitos de Fiacutesica com os de sauacutede auditiva

em funccedilatildeo das praacuteticas cotidianas dos estudantes Em 2005 ndash preacute-teste zero -

aplicaram um questionaacuterio com 5 questotildees e uma representaccedilatildeo imageacutetica para

levantamento dos conceitos preacutevios dos estudantes sobre poluiccedilatildeo sonora e com as

respostas em seguida definiu categorias perceptivas sobre o tema No preacute-teste um

em 2005 apoacutes verificaccedilatildeo dos conhecimentos preacutevios e das categorias (emocional

esteacutetico fisioloacutegico) aplicaram outro questionaacuterio com 18 questotildees focando tais

percepccedilotildees subjetivas Em 2006 no preacute-teste dois avaliou e identificou as primeiras

compreensotildees do conhecimento complexificado nas atividades propostas No

mesmo ano apoacutes aplicaccedilatildeo das atividades verificou se houve apropriaccedilatildeo do

conceito e compreensatildeo do conhecimento complexificado Em 2007 refez atividades

para verificar se houve apropriaccedilatildeo dos conteuacutedos por meio de um questionaacuterio com

oito questotildees Todas as atividades foram aplicadas agrave estudantes do Ensino Meacutedio

de uma escola puacuteblica com idades variando de 16 a 20 anos

A autora concluiu que as coleta de dados antes durante e depois das

atividades foi um importante fator para tomada de consciecircncia dos estudantes com

relaccedilatildeo ao conteuacutedo de Fiacutesica desenvolvido nas atividades pois eles percebeu que

houve mudanccedila de perfil conceitual com relaccedilatildeo a poluiccedilatildeo sonora O aprendizado

adquirido pelos estudantes possibilitou o discernimento do que eacute saudaacutevel no

entanto a autora natildeo percebeu que estudantes transitaram conscientemente entre

as diferentes zonas do perfil conceitual selecionando criteacuterios dentre todos os

oferecidos agrave consciecircncia o mais adequado com o contexto de vivecircncia mas houve

uma integraccedilatildeo do conhecimento cientiacutefico com o cotidiano

Para a autora a construccedilatildeo interdisciplinar natildeo eacute uma tarefa simples de ser

realizada quando deixado por conta das decisotildees dos estudantes imaginando que

62

eles construiratildeo relaccedilotildees entre teoria e metodologias que fundamentam a

interdisciplinaridade mas eacute imprescindiacutevel o interesse do professor em se atualizar

buscar novas formas de apresentar o conhecimento que faccedila sentido para ele e os

estudantes A dissertaccedilatildeo propotildee incluir o tema de acuacutestica e a aplicaccedilatildeo das

atividades no planejamento escolar mas tambeacutem incentiva o leitor inspirar-se na

construccedilatildeo de outras relaccedilotildees interdisciplinares que tenham mais valor para ele

para os estudantes para a comunidade na qual estaacute inserida a escola

210 SIacuteNTESE DA SECcedilAtildeO

A revisatildeo de literatura revelou que o tema ldquoPoluiccedilatildeo Sonorardquo eacute pouco

discutida entre os pesquisadores do Ensino de Fiacutesica e de Ciecircncias (quatro

trabalhos apresentados em congressos) e inexistente nos Encontros de Pesquisa de

Educaccedilatildeo Ambiental mas jaacute comeccedila ser apontada nas dissertaccedilotildees e teses

depositadas no banco da CAPES (duas dissertaccedilotildees e uma tese) Desta forma haacute

uma clara lacuna na pesquisa educacional no que se refere a uma problemaacutetica tatildeo

presente e contemporacircnea Os trabalhos evidenciaram que o crescimento dos

transportes urbanos carros e trens que cortam as cidades tecircm efeito sobre o

aumento do ruiacutedo urbano com consequecircncias para a sauacutede de forma geral e podem

prejudicar o ensino e a aprendizagem

Por outro lado a poluiccedilatildeo sonora pode ser estudada de forma criacutetica se

abordada com aspectos da Educaccedilatildeo Ambiental O som faz parte do cotidiano da

vida e em muitos momentos os excessos natildeo satildeo percebidos

Em relaccedilatildeo ao uso do Aparelho Celular foram identificados sete estudos e

ficou evidente que esta tecnologia de faacutecil acesso jaacute estaacute inserida na escola Os

trabalhos indicaram tambeacutem que os Aparelhos Celulares impactaram a

aprendizagem dos estudantes influenciaram na motivaccedilatildeo no envolvimento deles

em relaccedilatildeo agraves atividades e na mudanccedila de opiniatildeo sobre a escola e os estudos

Os projetos que utilizam Aparelhos Celulares como apoio ao Ensino e a

Aprendizagem sendo dois no Brasil um no Chile e outro no Uruguai tem como

objetivo auxiliar na formaccedilatildeo de professores e dos estudantes do Ensino

63

Fundamental e Meacutedio Embora os Aparelhos Celulares estejam nas matildeos dos

professores e de estudantes ainda satildeo poucas as iniciativas com projetos na aacuterea

de ensino No entanto natildeo haacute nenhuma relaccedilatildeo com a poluiccedilatildeo sonora ou ruiacutedos

oriundos dos fones auriculares quando utilizados para ouvir muacutesica o que corrobora

a necessidade de estudos como o proposto nesta dissertaccedilatildeo

No Banco de dissertaccedilotildees e Teses da Capes foram localizadas apenas quatro

pesquisas sobre poluiccedilatildeo sonora relacionadas a aacuterea educacional Isso corrobora

com a necessidade de mais estudos na aacuterea

Na proacutexima seccedilatildeo discuto o aporte teoacuterico a partir de trecircs premissas

fundamentais para o desenvolvimento desta pesquisa alteraccedilotildees no conceito de

cultura e identidade que emergem na sociedade contemporacircnea As alteraccedilotildees no

significado de som ruiacutedo e poluiccedilatildeo sonora e partir de mudanccedilas na percepccedilatildeo da

relaccedilatildeo espaccedilo-temporal na sociedade contemporacircnea As tecnologias de faacutecil

acesso como a do Aparelho Celular e do uso de fones auriculares modificando o

ambiente escolar e as percepccedilotildees de pertencimento ao grupo

64

3 PERSPECTIVAS CULTURAIS E AS ALTERACcedilOtildeES NAS PERCEPCcedilOtildeES

ESPACcedilO-TEMPORAIS SOBRE SOM E RUIacuteDO

Esta dissertaccedilatildeo foi proposta a partir de trecircs premissas a saber

Na sociedade contemporacircnea a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos entre si e dos

indiviacuteduos com o meio foi alterada em relaccedilatildeo ao modelo de sociedade

moderna especialmente no que tange a modificaccedilatildeo da percepccedilatildeo

espaccedilo-temporal

Os meios de transporte alteraram a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos com o meio

a partir de uma outra percepccedilatildeo sobre a relaccedilatildeo espaccedilo-temporal

modificando a percepccedilatildeo sobre o som os ruiacutedos e a poluiccedilatildeo sonora e

seus impactos na sauacutede

O Aparelho Celular eacute um dos meios de comunicaccedilatildeo e uma tecnologia

de faacutecil acesso que alterou a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos entre si

modificando a dinacircmica do espaccedilo escolar e a percepccedilatildeo do estudante

sobre sua relaccedilatildeo de pertencimento ao grupo

Nesta seccedilatildeo busco em alguns pensadores explicaccedilotildees sobre as mudanccedilas

que ocorreram na sociedade contemporacircnea e que datildeo aporte a tais premissas

Para desenvolvecirc-la teoricamente revejo o conceito de Cultura abordado por Hall

(2007) e as discussotildees que este autor desenvolve sobre a noccedilatildeo de significado a

partir da ideia de Circuito Cultural essas discussotildees satildeo realizadas na primeira

parte intitulada ldquoCulturas e Identidades na poacutes-modernidaderdquo

A partir disso abordo o conceito de Interaccedilatildeo Social e a modificaccedilatildeo

transformaccedilatildeo do ambiente discutido por Vygotsky (2007) e as mudanccedilas nas

formas de interaccedilatildeo social geradas pelos novos meios de comunicaccedilatildeo Thompson

(2011) a seccedilatildeo centra-se no argumento de que o Aparelho Celular modifica as

interaccedilotildees sociais especialmente no Ambiente Escolar Para tanto abordo

pressupostos teoacutericos da cultura contemporacircnea e suas especificidades para o

ambiente escolar Este ambiente entendido como territoacuterio de disputa de identidades

(HALL 2011) nas quais os estudantes produzem reproduzem e modificam a

sociedade em que vivem e a relaccedilatildeo que tecircm com os meios de comunicaccedilatildeo de faacutecil

acesso (especialmente o Aparelho Celular) permitindo outras possibilidades de

65

inserccedilatildeo no grupo facilitando o sentimento de pertencimento a ele pois Thompson

(2011) sugere que ldquoAo alterar a compreensatildeo do lugar e do passado o

desenvolvimento dos meios de comunicaccedilatildeo modificou o sentido de pertencimento

dos indiviacuteduos isto eacute a compreensatildeo dos grupos e das comunidades a que eles

sentem pertencerrdquo (p 61 62)

Essas discussotildees satildeo realizadas na segunda parte intitulada ldquoInteraccedilotildees

sociais Tecnologia e o Ambiente Escolarrdquo Ainda fundamentado em Thompson

(2011) discuto o impacto dos meios de transportes nas culturas nas identidades e

na forma como percebemos e interagimos em sociedade A discussatildeo sobre a

percepccedilatildeo estaacute centrada nos aspectos do significado de som ruiacutedo e poluiccedilatildeo

sonora produzidos pelos meios de transporte e seus impactos agrave sauacutede humana

Essas discussotildees satildeo realizadas na terceira parte intitulada ldquoNiacuteveis de Pressatildeo

Sonora nas ruas do entorno do Coleacutegiordquo

31 CULTURAS E IDENTIDADES NA POacuteS-MODERNIDADE

A ideacuteia de cultura eacute usada para descrever um modo de vida e suas formas de

pensar sentir e atuar que satildeo assimiladas por grupos humanos Estas accedilotildees

relativas ao comportamento satildeo determinadas pela cultura estabelecida no contexto

em que esses humanos estatildeo inseridos Hall (2007) explica a grande expansatildeo do

conceito de cultura e o que estaacute associado a ele constituindo todos os aspectos da

vida social

Os seres humanos satildeo seres interpretativos instituidores de sentido A accedilatildeo social eacute significativa tanto para aqueles que a praticam quanto para os que a observam natildeo em si mesma mas em razatildeo dos muitos e variados sistemas de significado que os seres humanos utilizam para definir o que significam as coisas e para codificar organizar e regular sua conduta uns em relaccedilatildeo aos outros (HALL 2007 p15)

Para Hall (2011) a cultura de alguma forma sempre foi relevante mas natildeo

estava no centro dos debates As ciecircncias humanas jaacute promoviam isoladamente o

estudo das diversas linguagens a literaacuteria artiacutestica filosoacutefica religiosa etc mas foi

66

soacute na contemporaneidade eacute que ela passou a ser compreendida como instituidora

de sentido e portanto dos sistemas de significados que regulam nossas accedilotildees e

que compotildeem a ldquonossardquo cultura A partir dessa compreensatildeo a cultura tornou-se

central nas discussotildees

Para autores que coadunam com as perspectivas dos Estudos Culturais como

T S Eliot (1962) apud Nascimento (2009) o conceito de cultura

ldquotem diferentes associaccedilotildees se tiveacutessemos em mente o desenvolvimento de um sujeito de um grupo ou de uma sociedade no seu todo Eacute parte de sua tese que a cultura de um sujeito depende da cultura de um grupo que depende da cultura da sociedade a qual pertencemrdquo (p14-15)

Para Hall (2011) cultura se refere ao que eacute constitutivo nas experiecircncias de

vida das pessoas das comunidades dos paiacuteses ou dos grupos sociais Em

contrapartida tambeacutem se refere aos valores compartilhados por um grupo ou pela

sociedade

A cultura eacute sobre sentimentos apegos e emoccedilotildees bem como conceitos e ideias A minha expressatildeo facial lsquodiz algorsquo sobre quem eu sou (identidade) o que estou sentindo (emoccedilotildees) e qual grupo eu pertenccedilo (apegos) de forma que pode ser lsquolidarsquo e entendida por outras pessoas mesmo que eu deliberadamente natildeo pretendesse comunicar algo formalmente lsquouma mensagemrsquo e mesmo que uma outra pessoa natildeo se decirc conta de como entendeu o que eu estava lsquodizendorsquo Acima de tudo os significados culturais natildeo estatildeo somente lsquona cabeccedilarsquo Eles organizam e regulam as praacuteticas sociais influenciam nossa conduta e consequentemente tecircm efeitos reais e praacuteticos (HALL 2007 p2-3 traduccedilatildeo nossa)

O autor enfatiza ldquoo papel crucial do domiacutenio simboacutelico no coraccedilatildeo da vida

socialrdquo (HALL 2007 p3) e considera que os participantes de um grupo ou

sociedade constituem uma cultura por meio da produccedilatildeo e troca de significados Os

participantes de uma cultura interpretam significam o que vai ocorrendo ao seu

redor dando sentido as coisas ao mundo e constituindo a cultura por isso a cultura

depende de cada um de seus participantes

Em relaccedilatildeo agrave noccedilatildeo de significado Hall (2011) a aborda a partir da ideacuteia de

ldquocircuito culturalrdquo (p3) que sugere os significados satildeo constituiacutedos em muitos e

diferentes locais e circulam por meio de inuacutemeros processos ou praacuteticas A partir

dessa noccedilatildeo o autor discute quatro perspectivas

67

Na perspectiva de Woodward (1997) apud Hall (2011) o significado eacute o que daacute

sentido a nossa proacutepria identidade a quem somos e com quem temos diferentes

pertencimentos Por isso estaacute relacionado a questotildees de como a cultura eacute utilizada

para marcar e manter a identidade dentro de um grupo e para estabelecer

diferenccedilas entre grupos

Du Gay (1997) apud Hall (2011) sugere que o significado estaacute

constantemente sendo produzido e trocado em todas as interaccedilotildees pessoais e

sociais da qual tomamos parte Nesse sentido essas interaccedilotildees podem ser vistas

como os espaccedilos - de cultura e produccedilatildeo de significados - mais privilegiados embora

tambeacutem sejam os mais negligenciados A cultura tambeacutem eacute produzida em diferentes

meios com tecnologias complexas poreacutem de faacutecil acesso por meio deles os

significados atingem uma escala de comunicaccedilatildeo global que circulam entre

diferentes culturas em uma velocidade jamais vistas anteriormente

Para Mackay (1997) apud Hall (2011) os significados satildeo produzidos toda vez

que nos expressamos usamos consumimos ou nos apropriamos de objetos

culturais isto eacute quando os incorporamos de diferentes formas em nossos rituais e

praacuteticas da vida cotidiana e desta forma damos valores ou significados Ou quando

criamos narrativas estoacuterias e fantasias ao redor deles

Para Thompson (1997) apud Hall (2011) os significados regulam e organizam

nossas praacuteticas e condutas e essas contribuem para estabelecer as regras normas

e convenccedilotildees pelas quais a vida social eacute ordenada e governada Portanto praacuteticas e

condutas estruturam e modelam as ideias dos outros e tornam-se instrumento para

aqueles que anseiam governar e regular os outros

A partir dos vaacuterios autores Hall (2011) constroacutei o conceito de significado

sugerindo que ele eacute constituiacutedo em todos os diferentes momentos ou praacuteticas em

nosso circuito de cultura ndash na construccedilatildeo da identidade e na marcaccedilatildeo da diferenccedila

na produccedilatildeo e consumo assim como na regulaccedilatildeo da conduta social Em todas

essas instacircncias o principal meio pelo qual o significado eacute produzido e circula eacute a

Linguagem

De acordo com Hall (2011 p1)

[] A cultura trata de lsquosignificados compartilhadosrsquo A linguagem eacute o meio privilegiado pelo qual lsquodamos sentidorsquo as coisas em que os significados satildeo produzidos e trocados Significados soacute podem ser compartilhados por meio de nosso acesso comum agrave linguagem Entatildeo a linguagem eacute o ponto fulcral da constituiccedilatildeo dos significados e da cultura e sempre seraacute considerada

68

como o principal repositoacuterio de valores culturais e significados (traduccedilatildeo nossa)

Observando o conceito de cultura e nele as noccedilotildees de significado a partir da

ideacuteia de ldquocircuito culturalrdquo (p3) eacute possiacutevel relacionaacute-los ao meu estudo dissertativo

entendendo que os estudantes se identificam com os Aparelhos Celulares como

forma de dependecircncia e pertencimento ao grupo e este grupo por sua vez

depende da cultura de consumo veiculado nas mensagens difundida por meios

teacutecnicos de comunicaccedilatildeo para a sociedade Thompson (2011) alerta para o uso

inadequado da expressatildeo ldquocomunicaccedilatildeo em massardquo sugerindo alternativamente os

termos ldquodifusatildeo de meios teacutecnicos de comunicaccedilatildeordquo como substitutos para que se

evitem simplificaccedilotildees que sugerem que os indiviacuteduos sejam vistos como ldquoum vasto

mar de passivos e indiferenciados indiviacuteduosrdquo (p51)

A partir de Thompson e Mackay apud Hall (2011) os significados tambeacutem satildeo

produzidos pela apropriaccedilatildeo de objetos em nosso caso o Aparelho Celular e o fone

auricular Os significados tambeacutem regulam praacuteticas e condutas e estabelecem

normas pelas quais a vida social eacute ordenada e governada nesse sentido o uso do

fone auricular e do Aparelho Celular satildeo praacuteticas de conduta que modelam as ideias

tornando-se instrumentos de governabilidade e regulaccedilatildeo do grupo e entre os

integrantes do grupo ou seja ter o objeto e saber usar ou aprender com os pares

cria o significado de pertencimento e de participaccedilatildeo no grupo Reitero assim a

primeira premissa deste estudo

Na sociedade contemporacircnea a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos entre si e dos

indiviacuteduos com o meio foi alterada em relaccedilatildeo ao modelo de sociedade

moderna especialmente no que tange a modificaccedilatildeo da percepccedilatildeo

espaccedilo-temporal

Os fundamentos teoacutericos apresentados anteriormente me permitiram refletir

sobre as mudanccedilas na sociedade contemporacircnea com reflexos no processo

identitaacuterio dos estudantes especialmente relacionados a cultura escolar a partir da

ideia da inserccedilatildeo dos Aparelhos Celulares na escola e na constituiccedilatildeo de outros

modelos simboacutelicos de estudante Isso reitera a terceira premissa deste estudo

A seguir abordarei as mudanccedilas que ocorreram na intensidade sonora no

entorno da escola a partir do aumento da quantidade de veiacuteculos e trens com as

consequecircncias dessas mudanccedilas no cotidiano da comunidade escolar

69

32 NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA NAS RUAS DO ENTORNO DO COLEacuteGIO

No seacuteculo XIX os humanos inventaram a maacutequina a vapor os veiacuteculos com

motor de explosatildeo (carro caminhatildeo e motocicletas entre outros) O

desenvolvimento desses novos meios de transporte afetou as maneiras pelas quais

os indiviacuteduos experimentam as caracteriacutesticas de espaccedilo e de tempo da vida social

(THOMPSON 2011 p 60)

Cidades como Curitiba natildeo ficaram alheias a essas afetaccedilotildees que impuseram

agrave vida social uma nova percepccedilatildeo de espaccedilo e tempo oriunda das mudanccedilas

tecnoloacutegicas que trouxeram mais velocidade aos meios de transporte tornando-se

cruciais para diminuiccedilatildeo do tempo entre espaccedilos percorridos Em outras palavras a

velocidade do transporte e da comunicaccedilatildeo aumentou e consequentemente a

distacircncia pareceu diminuir Mas o que ocorreu com a poluiccedilatildeo sonora nas ruas do

entorno do Coleacutegio nomeadamente na Avenida Afonso Camargo no qual se localiza

o CEPMAT

Curitiba eacute uma cidade paradoxal ao mesmo tempo em que foi ldquovendidordquo um

conceito de cidade Ecoloacutegica com planejamento urbano eficaz (MENDONCcedilA 2002)

ocultou-se a discussatildeo sobre poluiccedilatildeo sonora evitando que a percepccedilatildeo desses

problemas arranhasse a imagem europeia da cidade

Ateacute a miacutedia natildeo especializada reconhece que nas ruas de Curitiba haacute um

excesso de carros ocircnibus caminhotildees que tornam a cidade barulhenta (LOPES

2008) e mesmo em aacutereas arborizadas como as do Jardim Botacircnico medem-se

decibeacuteis acima dos recomendados por normas teacutecnicas (BRASIL 1998) Ribas

(2007) identificou que a principal fonte de ruiacutedos eacute o veiacuteculo campeatildeo de

reclamaccedilotildees por parte da populaccedilatildeo Entre as reclamaccedilotildees sobre poluiccedilatildeo sonora

que ocorreram durante o horaacuterio comercial 70 delas referem-se ao ruiacutedo de meios

de transporte Em Curitiba haacute cerca de 460 automoacuteveis para cada grupo de mil

pessoas a maior proporccedilatildeo carro pessoa no Brasil Alem dos carros haacute tambeacutem

trens motociclistas sirenes alarmes etc Nessa pesquisa mediu os niacuteveis de

pressatildeo sonora (decibeacuteis) em 100 pontos ao longo das canaletas de ocircnibus

70

expresso em diversas regiotildees da cidade Desses 86 tiveram intensidade sonora

superior aos permitido pela lei Municipal 1062512

Art 5ordm A emissatildeo de sons e ruiacutedos por quaisquer atividades industriais comerciais prestadoras de serviccedilos religiosas sociais recreativas e de carga e descarga natildeo podem exceder os niacuteveis de pressatildeo sonora contidos no Anexo I que faz parte integrante desta lei sect 3ordm - Quando a propriedade que sofre o incocircmodo tratar-se de escola creche biblioteca puacuteblica hospital ambulatoacuterio casa de sauacutede ou similar com leitos para internamento hotel ou similar devem ser atendidos os limites estabelecidos para ZR-1 independentemente da zona de uso e deve ser observado o raio de 20000m (duzentos metros) de distacircncia definida como zona de silecircncio (CURITIBA 2002)

O anexo I da mesma lei e mencionado na citaccedilatildeo estabelece niacuteveis de

pressatildeo sonora maacuteximos permitidos que foram resumidos no quadro 10

Diurno Vespertino Noturno

Entre 07h01min e 19h00 Entre 19h01min e 22h00 Entre 22h01min e 07h00

ZR-1 55 50 45

ZE-E 60 55 50

ZR-1 = Zona Residencial 1 e ZE-E = Zona Especial Educacional

QUADRO 10 - NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA EM (NPS) PERMITIDOS EM AacuteREAS RESIDENCIAIS E ESCOLARES FONTE O AUTOR (2014) ADAPTADO DO ANEXO I DA LEI ORDINAacuteRIA MUNICIPAL 10625 (CURITIBA 2002)

A intensidade sonora alta eacute uma inimiga invisiacutevel pois nem sempre se

percebe o barulho intenso que pode causar estresse insocircnia problemas de audiccedilatildeo

e ateacute outros problemas de sauacutede Esses problemas satildeo maiores nas grandes

cidades e de acordo com Ribas (2007) a poluiccedilatildeo sonora eacute um dos maiores

problemas para sauacutede humana

A audiccedilatildeo humana eacute capaz de tolerar ruiacutedos ateacute o limite de 85 decibeacuteis por

um periacuteodo de ateacute oito horas Sons acima deste limite podem prejudicar ou ateacute

causar perda auditiva dependendo do tempo de exposiccedilatildeo Acima de 85 decibeacuteis

ocorre desconforto auditivo irritabilidade cansaccedilo e perda de atenccedilatildeo no entanto

esses problemas dificilmente satildeo associados ao ruiacutedo O aumento de 5 decibeacuteis

reduz pela metade o tempo recomendado para a exposiccedilatildeo inicial ao ruiacutedo

Ribas (2007) notou que a poluiccedilatildeo sonora eacute um incomodo para as pessoas

no entanto a reaccedilatildeo estaacute aqueacutem do que o problema exige As pessoas identificam o

12 Lembrando que o texto da Lei 106252002 encontra-se no Anexo I desta dissertaccedilatildeo

71

ruiacutedo como algo negativo porem natildeo esboccedilam reaccedilotildees A reaccedilatildeo mais comum eacute a

instalaccedilatildeo de janelas que absorvem o ruiacutedo Para a autora as pessoas raramente

reclamam pois natildeo sabem para quem reclamar

De acordo com a autora a Avenida Affonso Camargo onde se situa o

CEPMAT eacute uma das mais barulhentas da cidade ali as mediccedilotildees indicaram niacuteveis

de 90 decibeacuteis

Enfim tanto Ribas (2007) como Gasperin (2011) mostrou que os ruiacutedos

provocados pelos trens estatildeo acima do limite estabelecido pela legislaccedilatildeo mas o

grupo pesquisado por Gasperin o interpretou com uma perpectiva bucoacutelica de boas

lembranccedilas e natildeo o perceberam como incocircmodo embora o ruiacutedo dos automoacuteveis foi

compreendido como estressante

Neste item abordei aspectos culturais da sociedade Curitibana

contemporacircnea e urbana que convive com altos niacuteveis de pressatildeo sonora bastante

prejudicial agrave sauacutede mental auditiva e fiacutesica de forma geral mas que nem sempre

consegue perceber que estaacute exposta a esses niacuteveis de ruiacutedos por consideraacute-los

parte inerente da cultura e da vida citadina e por consequecircncia natildeo se protege e

pouco reclama isso reitera a segunda premissa deste estudo

Os meios de transporte alteraram a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos com o meio

a partir de uma outra percepccedilatildeo sobre a relaccedilatildeo espaccedilo-temporal

modificando a percepccedilatildeo sobre o som os ruiacutedos e a poluiccedilatildeo sonora e

seus impactos na sauacutede

O CEPMAT e a comunidade escolar estatildeo inseridos neste contexto portanto

entender aspectos da cultura escolar dos estudantes imersos nesse ambiente

ruidoso eacute essencial A seguir abordarei as mudanccedilas que ocorreram na intensidade

sonora no entorno da escola a partir do aumento da quantidade de veiacuteculos e trens

com as consequecircncias dessas mudanccedilas no cotidiano da comunidade escolar

33 INTERACcedilOtildeES SOCIAIS TECNOLOGIA E O AMBIENTE ESCOLAR

Eacute pela interaccedilatildeo social nas atividades que os indiviacuteduos compartilham coacutedigos

- tecnologias - aprendizagens rituais inovaccedilatildeo Vigostky (2007) analisou a interaccedilatildeo

72

entre humanos e ambiente a partir dos registros que os indiviacuteduos fazem neste

mundo (linguagem) estes registros satildeo ao mesmo tempo materiais culturais e

sociais Assim os indiviacuteduos se inserem no ambiente e a partir desta inserccedilatildeo satildeo

constituiacutedos como humanos E ao mesmo tempo em que se apropriam da cultura jaacute

acumulada pelas geraccedilotildees anteriores atuam sobre o mundo relacionando-se com

ele modificando-o e transformando-o de forma ativa

Ainda segundo Vygotsky (2007) a linguagem eacute o meio pelo qual a reflexatildeo e

a elaboraccedilatildeo da experiecircncia ocorrem Esse eacute um processo extremamente pessoal e

ao mesmo tempo profundamente social Ele compara a relaccedilatildeo entre o indiviacuteduo e a

sociedade com um rio e seus afluentes combinando e separando os diferentes

elementos da vida humana com significados No iniacutecio o significado domina a accedilatildeo

posteriormente se inverte o significado torna-se o numerador enquanto a accedilatildeo

ocupa o lugar de denominador Os humanos satildeo capazes de fazer mais do que

podem compreender Noacutes natildeo nos comportamos de forma totalmente simboacutelica no

brinquedo o que queremos eacute realizar nossos desejos e ao pensar ele agimos

Nesta dissertaccedilatildeo a interaccedilatildeo aparece na forma de praacuteticas culturais que

congregam diferentes instacircncias tais como consumo representaccedilatildeo identidade

determinando modelos simboacutelicos e processos de significaccedilatildeo da sociedade

Para Nascimento (2009) a vida sociocultural permite agregaccedilotildees as pessoas

natildeo vivem soacutes mas em grupos Nos diversos modelos de sociedade percebem-se

diferentes tipos de ajuntamento de pessoas estas nascem estudam trabalham

divertem-se e envelhecem em organizaccedilotildees para aleacutem das organizaccedilotildees familiares

Os diferentes grupos ou agregados constituem a sociedade que desenvolve

maneiras de socializaccedilatildeo com regras objetivos direitos e obrigaccedilotildees e satildeo

reconhecidas como culturas

Ainda para este autor as miacutedias de comunicaccedilatildeo admitem um novo ambiente

social que permite interaccedilatildeo e propicia tambeacutem espaccedilos para rupturas e

resistecircncias

Para Thompson (2011) se quisermos entender as transformaccedilotildees culturais

associadas ao surgimento das sociedades modernas deveriacuteamos reservar um papel

importante ao desenvolvimento da miacutedia e ao seu impacto Com advento das miacutedias

de comunicaccedilatildeo as atividades culturais adentraram tambeacutem aos ambientes virtuais

e as transformaccedilotildees decorrentes acabaram excedendo as interaccedilotildees sociais face a

face As tecnologias de interaccedilatildeo social desenvolvidas nas sociedades

73

contemporacircneas permitem interaccedilatildeo de forma globalizada agraves particularidades de

uma pessoa ou de um grupo passam ser mateacuteria de conhecimento mais amplo e

por meio da propagaccedilatildeo e exposiccedilatildeo

Para Hall (2011) as velhas identidades que por tanto tempo estabilizaram o

mundo social estatildeo em decliacutenio fazendo surgir novas identidades que

fragmentaram o indiviacuteduo da modernidade Tais transformaccedilotildees abalam agrave ideia que

temos de ser noacutes mesmos como sujeitos integrados ldquoa identidade somente se torna

uma questatildeo quando estaacute em criserdquo (p9)

O processo de desenvolvimento social que na maioria das vezes eacute carente

de reflexatildeo criacutetica estaacute subordinado a uma macroestrutura do consumismo ditada

pela miacutedia (escrita ou televisionada) que impotildee produtos e tecnologias com

concepccedilotildees impostas por uma cultura que se pretende homogeneizante dominante

O Aparelho Celular eacute uma tecnologia de faacutecil acesso que influencia e eacute

influenciada pelos grupos transformando muitas das praacuteticas sociais existentes e

com isso transformando tambeacutem a cultura Ele aumentou significativamente as

interaccedilotildees entre membros de uma mesma comunidade ou ateacute com outras

comunidades uma vez que essas interaccedilotildees ocorrem a todo o momento No

entanto os novos niacuteveis de interaccedilatildeo soacute se tornam possiacuteveis se os indiviacuteduos

compreenderem e usarem essa tecnologia Isso desafia as pessoas e

consequentemente modifica sua forma de interaccedilatildeo social sua cultura e sua

identidade

Seja em casa na rua nas praccedilas puacuteblicas ou na sala de aula as mudanccedilas

identitaacuterias que ocorreram pela posse e uso das Tecnologias de Informaccedilatildeo e

Comunicaccedilatildeo satildeo perceptiacuteveis O Aparelho Celular eacute uma dessas tecnologias e

cada vez apresenta-se com mais funccedilotildees torna-se mais acessiacutevel e seu uso eacute

ensinado aprendido pelos pares imprimindo novos ritmos e outros coacutedigos ao

cotidiano As pessoas compartilham momentos com fotos jogos muacutesicas

mensagens etc

No ambiente escolar da mesma forma que em outros ambientes os

Aparelhos Celulares imprimem novos ritmos ao dia-a-dia dos estudantes e dos

professores Esses aparelhos ajudam a estabelecer novos coacutedigos de comunicaccedilatildeo

verbal ou natildeo Por exemplo um jogo a internet e principalmente as muacutesicas em

formato mp3 que podem ser acessadas com essa tecnologia funcionando como

coacutedigos porque permitem interaccedilatildeo entre estudantes uma vez que os mesmos

74

podem selecionar e criar seus proacuteprios aacutelbuns com o que mais lhes agrada Possuir

um Celular e trazecirc-lo para a escola usar o fone auricular saber utilizar as

capacidades dessa tecnologia podem ser compreendidos como coacutedigos pois

estabelecem significados como o de pertencimento natildeo pertencimento ao grupo e

que governa e regula o grupo

Esses significados estabelecem uma nova identidade cultural para os

estudantes no ambiente escolar e por consequecircncia promovem transformaccedilotildees nos

modos de organizaccedilatildeo da sala de aula Thompson (2011 p 61-62) sugere que

O desenvolvimento dos meios de comunicaccedilatildeo modificou o sentido de pertencimento dos indiviacuteduos ndash isto eacute a compreensatildeo dos grupos e das comunidades a que eles sentem pertencer - uma trajetoacuteria comum no tempo e no espaccedilo ndash alimentado dos produtos da miacutedia ndash uma origem e um destino comuns que tambeacutem vai sendo alterada sentimo-nos pertencentes a grupos e comunidades que se constituem em parte atraveacutes da miacutedia

As ideias de Bauman apresentadas por Pondeacute (2008) corroboram com as de

Thompson (2011) no que tange as mudanccedilas nos modelos de comunicaccedilatildeo a partir

do desenvolvimento das Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo Ao explicar o

conceito de modernidade liacutequida em Bauman (2008) Pondeacute repete a metaacutefora do

filoacutesofo Ralph Waldo Emerson na qual

estamos atravessando um deserto natildeo adianta achar que estamos na primavera porque todas as flores satildeo de plaacutestico significa que vamos sofrer bastante nessa travessia na eacutepoca que a gente vive a gente vive como se noacutes correcircssemos sobre uma fina casca de gelo se vocecirc parar ela racha quando ela rachar vocecirc se afoga e Bauman retoma dizendo ldquonoacutes estamos atravessando o inverno e a casca eacute fina se vocecirc andar devagar o chatildeo racha e entatildeo vocecirc morre isto eacute aleacutem de ser inverno natildeo ter uma ideia clara sobre a vida vocecirc tem que correr sem saber qual a direccedilatildeordquo (transcrito a partir de PONDEacute 2011)

Nesse sentido o ambiente escolar eacute um dos espaccedilos da Modernidade

Liacutequida (ou Poacutes-Modernidade) de Bauman (2008) e pode ser interpretado a partir da

mesma metaacutefora que sugere que natildeo sabemos qual caminho seguir e nem mesmo

sabemos se haacute um uacutenico caminho possiacutevel Assim perceber as mudanccedilas que

ocorreram nesse espaccedilo e a forma com a qual os estudantes interagem com ela nos

permite perceber e procurar compreender as novas linguagens produzidas

[culturalmente] na contemporaneidade

75

Na linguagem noacutes usamos sinais e siacutembolos sons palavras escritas

imagens produzidas eletronicamente notas musicais ateacute mesmo objetos como

forma de representar para outras pessoas nossos conceitos ideias e sentimentos

que constituem nossa cultura (HALL 2011)

As novas linguagens produzem diferentes identidades nesses estudantes

que ao mesmo tempo em que estatildeo conectados aos Aparelhos Celulares vivem

tambeacutem em um mundo transformado ruidoso agitado multifuncional tudo isso

ajuda a constituir essas novas identidades estudantis e portanto compreender

essas mudanccedilas nos ajuda a identificar caminhos possiacuteveis para a escola e a sala

de aula da sociedade contemporacircnea

Assim compreender os significados da presenccedila e uso do Aparelho Celular

na escola eacute compreender essa nova linguagem pois como vimos nesta seccedilatildeo o

Celular pode ser entendido como um signo um objeto de desejo que opera no

sistema representacional da nossa cultura Ele constroacutei significados modifica o

sentimento de pertencimento dos estudantes ao grupo modela praacuteticas de conduta

ideias e eacute usado inclusive como instrumento de governabilidade e regulaccedilatildeo interna

do grupo O Aparelho Celular opera portanto como um modelo simboacutelico que cria

um novo ambiente social Em resumo ao relacionar ambiente escolar Tecnologias

da Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo e as mudanccedilas na cultura escolar constituiacuteram-se

novas tessituras para entender a escola contemporacircnea ou da modernidade liacutequida

para usar o termo de Bauman (2008)

Os fundamentos teoacutericos apresentados anteriormente me permitiram refletir

sobre as mudanccedilas na sociedade contemporacircnea com reflexos no processo

identitaacuterio dos estudantes especialmente relacionados a cultura escolar a partir da

ideia da inserccedilatildeo dos Aparelhos Celulares na escola e na constituiccedilatildeo de outros

modelos simboacutelicos de estudante Isso reitera a terceira premissa deste estudo

O Aparelho Celular eacute um dos meios de comunicaccedilatildeo e uma tecnologia

de faacutecil acesso que alterou a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos entre si

modificando a dinacircmica do espaccedilo escolar e a percepccedilatildeo do estudante

sobre sua relaccedilatildeo de pertencimento ao grupo

76

34 SIacuteNTESE DA SECcedilAtildeO

Nesta seccedilatildeo discuti trecircs premissas a partir do aporte teoacuterico filosoacutefico de

pensadores contemporacircneos que discutem alteraccedilotildees no conceito de cultura e

identidade cultural Hall (2007) que descreve cultura como um modo de viver de

sentir de pensar e de atuar que eacute constantemente construiacuteda desconstruiacuteda

reconstruiacuteda de diferentes formas por infinitos agrupamentos humanos

Esta seccedilatildeo discutiu tambeacutem as mudanccedilas ambientais decorrentes do

desenvolvimento dos meios de transporte que trouxeram maior velocidade a vida

social e afetaram as maneiras pelas quais os indiviacuteduos experimentam as

caracteriacutesticas de espaccedilo e de tempo Em contrapartida esse desenvolvimento

trouxe novos impactos ao estilo de vida e a forma com que nos relacionamos com o

ambiente Nossas percepccedilotildees sobre o significado de ruiacutedo e de poluiccedilatildeo sonora

bem como suas consequecircncias para a sauacutede foram afetadas

Outro autor estudado foi Thompson (2011) que discute as transformaccedilotildees

culturais associadas ao surgimento das sociedades contemporacircneas Para ele o

desenvolvimento das miacutedias de comunicaccedilatildeo especialmente a Tecnologia da

Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (Aparelho Celular) teve um papel e um impacto

importante no surgimento dessa sociedade e na forma com que esses aparelhos

afetam as percepccedilotildees de pertencimento ao grupo e a necessidade de consumo

Com advento das miacutedias de comunicaccedilatildeo as atividades culturais adentraram

tambeacutem aos ambientes virtuais e as transformaccedilotildees decorrentes acabaram

excedendo as interaccedilotildees sociais face a face As tecnologias de interaccedilatildeo social

desenvolvidas nas sociedades contemporacircneas permitem interaccedilatildeo de forma

globalizada As particularidades de um individuo ou de um grupo passam ser mateacuteria

de conhecimento mais amplo por meio da propagaccedilatildeo e exposiccedilatildeo Nesse contexto

entendo que o Aparelho Celular uma Tecnologia de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo

estaacute inserido e impacta a cultura escolar pois carrega consigo outras possibilidades

de interaccedilatildeo social e com elas o sentimento de pertencimento ao grupo Assim o

Celular passa a ser considerado um elemento vital para o grupo

Na proacutexima seccedilatildeo abordo a percepccedilatildeo dos estudantes sobre uso do Aparelho

Celular no ambiente escolar

77

4 O USO DO CELULAR E AS PERCEPCcedilOtildeES SOBRE POLUICcedilAtildeO SONORA

Com os avanccedilos da Telefonia Moacutevel os estudantes parecem consumir

intensivamente essa Tecnologia de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo e estatildeo atentos aos

uacuteltimos lanccedilamentos de Aparelhos Celulares existentes no mercado Para Miranda

(2007) todos esses aparatos tecnoloacutegicos tecircm afetado o modo de estruturar a

educaccedilatildeo escolar e de desenvolver o trabalho docente

Essa revoluccedilatildeo estaacute ocorrendo nas escolas pois observando tive a impressatildeo

de que os Aparelhos Celulares estatildeo nas matildeos de praticamente todos os

estudantes e os reflexos satildeo constatados nas salas de aula na forma de desafios

positivamente se esses Aparelhos Celulares for encarados como uma ferramenta

adicional a ser utilizada no ensino para colaborar com aprendizagem ou

negativamente se forem vistos apenas como empecilhos para o ambiente escolar

Assim justifica-se uma investigaccedilatildeo que avalie os usos do Celular e as percepccedilotildees

dos estudantes sobre a poluiccedilatildeo sonora causada pelo uso de fones auriculares

ligados ao Aparelho Celular para ouvir muacutesica

Nesta seccedilatildeo busco responder a segunda questatildeo de pesquisa proposta na

primeira seccedilatildeo Eacute importante notar que inicio respondendo a segunda questatildeo de

investigaccedilatildeo ao inveacutes de responder a primeira questatildeo relembrando que nesta

dissertaccedilatildeo as questotildees foram produzidas a partir de uma loacutegica do raciociacutenio

necessaacuterio para se obter as informaccedilotildees No entanto para constituiccedilatildeo dos dados

utilizei trecircs instrumentos que seratildeo analisados separadamente assim na seccedilatildeo 4

apresento e analiso o resultado do questionaacuterio respondendo a segunda questatildeo de

investigaccedilatildeo Na seccedilatildeo 5 apresento e analiso o resultado das afericcedilotildees de niacuteveis de

pressatildeo sonora oriundos do entorno do CEPMAT e dos fones auriculares

conectados aos Aparelhos Celulares respondendo a primeira e terceira questotildees de

investigaccedilatildeo Na seccedilatildeo 6 apresento e analiso o ldquoTeste de autoidentificaccedilatildeo de

alguns sintomas de estresserdquo respondendo a quarta questatildeo de investigaccedilatildeo

A segunda questatildeo de investigaccedilatildeo eacute ComoSe os estudantes do Ensino

Meacutedio do CEPMAT usam o Celular no ambiente escolar

Para responder esta questatildeo de pesquisa me propus a aplicar aos

Estudantes do CEPMAT um questionaacuterio para investigar

78

a) Usos dos Aparelhos Celulares no ambiente escolar

b) As primeiras percepccedilotildees (e accedilotildees subsequentes) sobre efeitos da

Poluiccedilatildeo Sonora na sauacutede auditiva

c) Relaccedilatildeo entre o uso de instrumentos eletrocircnicos e as normas e regras

do Regimento Escolar do Coleacutegio pesquisado

Esta seccedilatildeo descreve e analisa o questionaacuterio realizado para responder a esta

questatildeo e seus trecircs subitens

A seccedilatildeo inicia-se com a apresentaccedilatildeo do questionaacuterio para o levantamento e

sua metodologia de aplicaccedilatildeo em seguida apresento os resultados do levantamento

realizado no terceiro subitem apresento anaacutelises cruzadas das respostas obtidas e

termino identificando os usos do Celular entre os estudantes no ambiente escolar

Minha proposta foi realizar um levantamento no CEPMAT quanto agrave posse de

Aparelhos Celulares entre os estudantes pois todos os dias os mesmos fazem uso

dessa Tecnologia de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo (Celular) durante o periacuteodo letivo

Os professores do coleacutegio queixam-se com frequecircncia dos excessos por parte dos

estudantes quanto a este uso e remetem-se ao Regimento Escolar (Artigo 176ordm)

que governa as accedilotildees de toda a escola Ali estaacute determinado que eacute vedado ao

estudante

II- ocupar-se durante o periacuteodo de aula de atividades contraacuterias ao processo pedagoacutegico (hellip) IV- trazer para o estabelecimento de ensino material de natureza estranha ao estudo (hellip) XIII- utilizar-se de aparelhos eletrocircnicos na sala de aula que natildeo esteja vinculado ao processo ensino e aprendizagem (ZANOTTO 2011 p 68 69)

Essas Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo tecircm absorvido a atenccedilatildeo

dos estudantes durante as aulas e muitos professores assim como eu buscam

formas de relacionar tais aparatos com o ensino e a aprendizagem

Para entender melhor o uso que os estudantes fazem dos Aparelhos

Celulares apliquei inicialmente um questionaacuterio inserido no apecircndice I desta

dissertaccedilatildeo com oito itens fechados para 14 turmas do Ensino Meacutedio no CEPMAT

com o intuito de verificar a porcentagem de estudantes que possuem Aparelhos

Celulares Esse questionaacuterio foi aplicado no mecircs de novembro de 2012 nos

79

periacuteodos matutino e noturno para todas as turmas do Ensino Meacutedio durante o seu

horaacuterio de permanecircncia (hora atividade) na escola Os estudantes foram informados

antecipadamente que a participaccedilatildeo deles era completamente opcional e natildeo havia

nenhum viacutenculo com qualquer tipo de avaliaccedilatildeo de aprendizagem ou notas Os

estudantes ou seus responsaacuteveis assinaram o termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (TCLE) contido no apecircndice 2 desta dissertaccedilatildeo e 240 questionaacuterios

foram respondidos

A seguir discuto as respostas uma a uma para depois analisar alguns dados

de forma integrada e finalmente responder quem tem Celular na escola e para que

usa Os resultados do questionaacuterio seratildeo apresentados na forma de graacuteficos com

porcentagens A primeira pergunta foi ldquoVocecirc possui um Telefone Celularrdquo De

acordo com o graacutefico 1 observamos a porcentagem de estudantes que tem posse de

um Aparelho Celular

GRAacuteFICO 1 - VOCEcirc POSSUI UM TELEFONE CELULAR FONTE COSTA (2014)

As respostas plotadas no graacutefico 1 mostram que a maioria dos estudantes

tem Aparelho Celular Esse dado reitera os achados de Beringuy (2011) segundo a

qual 898 das pessoas com rendimento entre trecircs e cinco salaacuterios miacutenimos tecircm

Celular esse percentual aumentou na populaccedilatildeo de renda baixa o que corresponde

agrave faixa de renda dos estudantes da comunidade escolar do CEPMAT descrito por

Zanotto (2010 p2) apontando que a comunidade escolar do CEPMAT eacute ampla

muitas famiacutelias de classe meacutedia e meacutedio-baixas oriundas das classes trabalhadoras

Beringuy (2011) menciona que 41 das pessoas sem rendimento e as com

rendimento ateacute um salaacuterio miacutenimo tambeacutem possuem Celular Essa autora enfatiza

tambeacutem que aumentou em 1072 no periacuteodo de 2005 a 2011 o nuacutemero de

80

pessoas acima 10 anos com posse de Aparelhos Celulares e ressalto que em todas

as regiotildees do Brasil houve grande aumento do nuacutemero de Aparelhos Celulares para

uso pessoal sendo esta populaccedilatildeo constituiacuteda de estudantes de idade escolar

O segundo item ldquoVocecirc traz o Telefone Celular para a escolardquo buscou

verificar qual a porcentagem de estudantes que levam o Aparelho Celular para o

ambiente escolar

O graacutefico 2 resume as respostas

GRAacuteFICO 2 - VOCEcirc TRAZ O TELEFONE CELULAR PARA A ESCOLA FONTE COSTA (2014)

Para 94 (sempre quase sempre e as vezes) dos estudantes o Celular eacute

levado para a escola como se fizesse parte do material escolar A disseminaccedilatildeo do

uso dos telefones Celulares constitui parte importante do cotidiano dos estudantes

E tem se constituiacutedo como uma espeacutecie de brinquedo nas salas de aula assim eacute

impossiacutevel ignorar que os estudantes satisfazem certas necessidades no brinquedo

Vygotsky (2007) afirma A essecircncia do brinquedo eacute a criaccedilatildeo de uma nova

relaccedilatildeo entre o significado e a percepccedilatildeo visual ou seja entre situaccedilotildees no

pensamento e situaccedilotildees reais Essas relaccedilotildees proporcionam o sentimento de

pertencimento ao grupo ou com o objeto inserido na atividade luacutedica Eacute um

importante indicador do desenvolvimento influenciando sua forma de encarar o

mundo e suas accedilotildees futuras um suporte da brincadeira promovendo uma situaccedilatildeo

de transiccedilatildeo entre a accedilatildeo com objeto concreto e suas accedilotildees de pertencimento ao

grupo com significados

No item trecircs ldquoQuanto tempo vocecirc usa o Telefone Celular ao longo do dia

para qualquer de suas funccedilotildeesrdquo propus faixas de tempo em horas nas quais os

estudantes usam o Celular diariamente

81

O graacutefico 3 resume as respostas dos estudantes a esses itens

GRAacuteFICO 3 - QUANTO TEMPO VOCEcirc USA O TELEFONE CELULAR AO LONGO DO DIA PARA QUALQUER DE SUAS FUNCcedilOtildeES FONTE COSTA (2014)

As respostas mostram que a somatoacuteria de 9 + 15 + 9 + 21

perfazendo um total de 54 de estudantes que passam mais de duas horasdia

usando o Aparelho Celular temos meacutedia de 65 horas por dia incluindo a somatoacuteria

das horas ou seja 2h + 4h + 8h + 12 h isso me permite afirmar que muitas dessas

horas de uso ocorrem durante as aulas Mostra que no CEPMAT esta tecnologia

moacutevel estaacute de alguma forma (para uso didaacutetico ou natildeo) inserida na sala de aula

corroborando com a constataccedilatildeo de Alves (2007) na qual a partir do surgimento do

Celular abriram-se novas possibilidades de conexotildees entre estudantes seja na

escola nas ruas nos shoppings

Nos trecircs primeiros itens desse levantamento foram tabulados dados de

porcentagens quanto agrave posse de Aparelhos Celulares se levam estes Aparelhos

Celulares para o ambiente escolar e a quantidade de horas que passam usando o

mesmo diariamente para qualquer funccedilatildeo disponiacutevel A partir do quarto item analiso

os usos que satildeo feitos do Aparelho Celular durante o periacuteodo das aulas

O item quatro ldquoQuais as funccedilotildees do Telefone Celular vocecirc utilizou na sala

de aula sem relaccedilatildeo com a aprendizagemrdquo investigou o uso do Celular durante o

82

periacuteodo das aulas sem relaccedilatildeo com as atividades escolares e com a aprendizagem

dos conteuacutedos formais

GRAacuteFICO 4 - QUAIS AS FUNCcedilOtildeES DO TELEFONE CELULAR QUE VOCEcirc UTILIZOU NA SALA DE AULA SEM RELACcedilAtildeO COM A APRENDIZAGEM FONTE COSTA (2014)

No graacutefico 4 somando-se 3 + 5 + 6 + 9 + 10 + 17 + 23 + 25

perfaz um total de 98 de estudantes que fazem uso de algumas funccedilotildees do Celular

durante o horaacuterio de aula o que confirma minha percepccedilatildeo inicial que os estudantes

usam o Celular indiscriminadamente 23 + 25 perfaz um total de 48 dos

estudantes pesquisados responderam que usam o Celular para ouvir muacutesica e

tambeacutem para enviar e receber mensagens funccedilotildees que segundo eles proacuteprios natildeo

tecircm qualquer relaccedilatildeo com as atividades de aprendizagem em sala de aula

De acordo com as respostas 25 dos estudantes utilizam o Celular para ouvir

muacutesica durante o periacuteodo das aulas Esses aparatos tecnoloacutegicos tiveram uma

grande evoluccedilatildeo desde sua origem que era apenas comunicaccedilatildeo via raacutedio e passou

reunir diversas funccedilotildees tecnoloacutegicas como cacircmera fotograacutefica filmadora viva-voz

agenda gravador de voz MP3 player comunicaccedilatildeo wireless entre outras A maioria

das demais funccedilotildees eacute pouco usada no ambiente escolar

83

Este resultado responde parte da questatildeo de investigaccedilatildeo 1 relacionada a

intensidade de ruiacutedo dB(A) que os estudantes estatildeo expostos ao ouvir muacutesica

Bastos Mattos (2007b) estudaram aparelhos de som portaacuteteis (MP3 MP4 Ipod

walkman etc) frequentemente manuseados e utilizados na sala de aula e

perceberam que os estudantes costumam expor sua audiccedilatildeo a alta intensidade

sonora sem consciecircncia dos malefiacutecios que isso pode causar a audiccedilatildeo (p2)

Anaacutelises similares seratildeo feitas por mim na proacutexima seccedilatildeo

O uso de Aparelhos Celulares para ouvir muacutesica e os excessos de ruiacutedos tecircm

trazido prejuiacutezos aos estudantes e mesmo estudos natildeo cientiacuteficos como o de

Jordatildeo (2009) considera que muitos aparelhos satildeo desenvolvidos para apreender

muacutesicas em arquivos do tipo MP3 contendo funccedilotildees de som com alta definiccedilatildeo alto

falante e tambeacutem aplicativos que permitem a criaccedilatildeo de uma verdadeira biblioteca

musical digital ou ainda que identifiquem a muacutesica que estiver tocando no ambiente

entre tantos outros

A contestaccedilatildeo de Jordatildeo (2009) sobre funccedilotildees disponiacuteveis no Aparelho

Celular me levou a estabelecer o item cinco ldquoNa sala de aula vocecirc alguma vez jaacute

utilizou o Telefone Celular para ajudar na sua aprendizagemrdquo que pesquisou

quais dessas funccedilotildees satildeo utilizadas no ambiente escolar para auxiliar na

aprendizagem

GRAacuteFICO 5 - NA SALA DE AULA VOCEcirc ALGUMA VEZ JAacute UTILIZOU O TELEFONE CELULAR PARA AJUDAR NA SUA APRENDIZAGEM FONTE COSTA (2014)

Os resultados plotados no graacutefico 5 mostram que na soma de 56 + 11 +

3 resulta em 70 dos estudantes utilizam alguma funccedilatildeo do Aparelho Celular para

84

auxiliar na aprendizagem A mais usada (56) eacute a funccedilatildeo calculadora o que me

permite concluir que o uso didaacutetico do Celular estaacute reduzido a poucas disciplinas

Alves (2007) lista algumas ferramentas comuns nos Aparelhos Celulares

entre elas os sistemas de posicionamento as mensagens de texto de voz as

funccedilotildees multimiacutedia (fotos e filmes) acesso agrave Internet (e-mails facebook e whatsapp

e outros) download de sons e imagens acesso a contas bancaacuterias jogos bate-

papo dentre outras (p 2) Boa parte dessas funccedilotildees pode ser usada didaticamente

se bem planejadas mas as respostas me permitem concluir que isso ocorre pouco

nas salas de aula

Com o item seis ldquoQuanto vocecirc gasta em meacutedia em creacuteditos por mecircsrdquo

pesquisei os gastos mensais com a conta do Aparelho Celular com a intenccedilatildeo de

elaborar anaacutelises relativas ao consumo

GRAacuteFICO 6 - QUANTO VOCEcirc GASTA EM MEacuteDIA EM CREacuteDITOS POR MEcircS FONTE COSTA (2014)

De acordo com as respostas dadas somando-se 49 + 9 + 11

perfazendo um total de 69 dos estudantes tem gastos acima de R$ 1300 mensais

que eacute proacutexima a meacutedia obtida nos estudos de Luiz (2008) referente aos gastos

mensais com contas de Aparelhos Celulares de estudantes de escola puacuteblica (em

meacutedia R$ 2000) pelo fato de natildeo ter fonte de renda fixa Nesse contexto os

Aparelhos Celulares tecircm tido impacto sensiacutevel na vida dos jovens e adolescentes

Luiz (2008) pesquisou ainda os impactos dos gastos com telefone Celular de

jovens no orccedilamento familiar pois esses satildeo atraiacutedos para o consumo na busca por

uma relaccedilatildeo de pertencimento com o grupo (HALL 2007) e (VYGOTISKY 2007) a

pesquisa demonstrou que com o desenvolvimento dos Aparelhos Celulares outros

85

produtos tambeacutem satildeo apresentados aos consumidores tornando-se rapidamente

parte do seu dia a dia assim o puacuteblico alvo principal de todas essas inovaccedilotildees

tecnoloacutegicas satildeo consumidores representados por famiacutelias compostas por crianccedilas e

adolescentes

DrsquoAmorin (2012) em um artigo de opiniatildeo discute dependecircncia e viacutecio em

relaccedilatildeo ao Aparelho Celular e sugere que o ser humano tem uma grande

necessidade de se comunicar por isso tecnologias voltadas agrave comunicaccedilatildeo satildeo

absorvidas mais rapidamente deixando as pessoas dependentes (e natildeo viciadas) a

ela sem que percebam

O item sete ldquoVocecirc sabia que o regimento escolar proiacutebe o uso do

Telefone Celular na sala de aulardquo Pesquisei o conhecimento dos estudantes em

relaccedilatildeo ao Regimento Escolar Para Arco-verde (2007) ldquoo Regimento Escolar eacute que

estrutura define regula e normatiza as accedilotildees do coletivo escolar haja vista ser a

escola um espaccedilo em que as relaccedilotildees sociais com suas especificidades se

concretizamrdquo (p10) Nas escolas estaduais do Paranaacute o Regimento eacute construiacutedo a

partir de uma matriz geral fornecida pela Secretaria de Estado da Educaccedilatildeo Com

ela propotildee-se que a comunidade escolar construa coletivamente as normas e regras

especiacuteficas de cada estabelecimento de ensino Novos membros que adentram a

comunidade escolar podem a qualquer momento acessar o regimento se assim o

desejarem

GRAacuteFICO 7 - VOCEcirc SABIA QUE O REGIMENTO ESCOLAR PROIacuteBE O USO DO TELEFONE CELULAR NA SALA DE AULA FONTE COSTA (2014)

Somando-se os 67 que responderam sim com os 26 que disseram que

natildeo sabiam mas usam assim mesmo e 5 dos que informaram que sabiam mas

86

que usam esporadicamente perfazem um total de 98 dos estudantes disseram ter

ciecircncia da norma estabelecida pelo Regimento Escolar sendo que desses 98

31 admitiram tambeacutem conhecer a norma e resolveram utilizar o Celular no

Ambiente Escolar afrontando-a

Com a pergunta oito ldquoVocecirc jaacute ouviu dizer que o Telefone Celular pode

trazer problemas para audiccedilatildeordquo investiguei se os estudantes tecircm consciecircncia que

a exposiccedilatildeo ao ruiacutedo intenso diariamente por meio do Aparelho Celular para ouvir

muacutesica pode ser prejudicial agrave audiccedilatildeo

GRAacuteFICO 8 - VOCEcirc JAacute OUVIU DIZER QUE O TELEFONE CELULAR PODE TRAZER PROBLEMAS PARA AUDICcedilAtildeO FONTE COSTA (2014)

Na soma de 45 + 39 + 1 perfaz um total de 85 dos estudantes

responderam que jaacute ouviram dizer que pode ser prejudicial poreacutem desses um

pouco mais da metade disseram ter reduzido o uso (45 do total de respondentes

ou 53 desses 85) mesmo assim tem um grupo de 11 de estudantes que

nunca ouviu falar que usar o Aparelho Celular para ouvir muacutesica nos fones

auriculares pode trazer prejuiacutezos para a audiccedilatildeo

A Sociedade Brasileira de Otologia (SBO) faz campanha nacional

anualmente no mecircs de outubro alertando sobre os riscos de se ouvir muacutesicas em

volume muito acima do recomendado A campanha eacute dirigida ao puacuteblico jovem A

sociedade em seu siacutetio eletrocircnico alerta que ldquoatualmente eacute faacutecil testemunhar seja

em escolas ou mesmo nas ruas o haacutebito de estudantes ouvirem muacutesica em alta

intensidade nos Aparelhos Celularesrdquo (SBO 2012) Os estudantes satildeo expostos

87

diariamente a ruiacutedos sem perceber o problema para audiccedilatildeo a princiacutepio o prejuiacutezo agrave

audiccedilatildeo eacute reversiacutevel poreacutem o uso constante danifica irreversivelmente a audiccedilatildeo

O relatoacuterio da American Friends of Tel Aviv University (2012) resumiu o

trabalho de Muchnik et al (2011) que pesquisaram 289 jovens com idade entre 13 a

17 anos sobre o volume e a quantidade de horas que costumam ouvir muacutesica no

Aparelho Celular A pesquisa mostrou que 80 dos jovens fazem uso do Aparelho

Celular diariamente para ouvir muacutesicas correndo um seacuterio risco de sofrer perda

auditiva precocemente devido ao volume colocado no fone auricular Das 289

pessoas pesquisadas 74 foram submetidos a exames auditivos os resultados

mostraram que em 25 desses detectou-se perda auditiva

Os pesquisadores alertaram que um em cada quatro adolescentes teratildeo

problemas auditivos A perda auditiva ocorre quando haacute exposiccedilatildeo continua a ruiacutedos

intensos e eacute um processo lento e progressivo levando entre 10 e 20 anos ou seja

seraacute tarde para reparar os danos causados a audiccedilatildeo

Os autores ressaltam que uma geraccedilatildeo inteira de jovens estaacute sofrendo de

problemas auditivos mais cedo que o esperado pelas perdas causadas pelo

envelhecimento e alertam que os fones auriculares acessoacuterios que acompanham os

Aparelhos Celulares satildeo improacuteprios para audiccedilatildeo humana (MUCHNIK et al 2011

p2)

41 CORRELACcedilAtildeO ENTRE QUESTOtildeES

Para esta anaacutelise construiacute tabelas de contingecircncia para verificar a associaccedilatildeo

entre variaacuteveis Por meio do caacutelculo do coeficiente Qui-Quadrado As tabelas de

contingecircncia satildeo utilizadas para estudar a relaccedilatildeo entre duas ou mais variaacuteveis

categoacutericas descrevendo a frequecircncias das categorias de uma das variaacuteveis

relativamente agraves categorias das outras Variaacuteveis satildeo caracteriacutesticas medidas

controladas ou manipuladas em uma pesquisa Diferem em muitos aspectos

principalmente no papel que a elas eacute dado em uma pesquisa e na forma como

podem ser medidas O teste Qui-quadrado permite analisar a relaccedilatildeo de

independecircncia entre variaacuteveis qualitativas aplica-se tanto para a anaacutelise univariada

como bivariada ou multivariada Na anaacutelise univariada as observaccedilotildees de uma

88

uacutenica populaccedilatildeo satildeo subdivididas em categorias geralmente os dados resultam da

contagem de objetos em cada uma das categorias pretendendo-se comparar as

frequecircncias observadas com as frequecircncias esperadas (CONTI 2013)

A primeira Associaccedilatildeo elaborada foi entre o item 1 ldquoVocecirc possui um

Telefone Celularrdquo e o item 2 ldquoVocecirc traz o Telefone Celular para a escolardquo Os

resultados foram inseridos na Tabela 1

TABELA 1 - RESULTADO DO TESTE DE FISCHER PARA ASSOCIACcedilAtildeO DAS QUESTOtildeES 1

E 2

Q2

a B c d Total

Q1

a 149 9 10 7 175

8514 514 571 400 100

b 1 0 2 4 7

1429 000 2857 5714 100

c 1 0 0 0 1

10000 000 000 000 100

FONTE COSTA (2014) COM APOIO DO LABORATOacuteRIO DE ESTATIacuteSTICA APLICADA DA UFPR

Observei associaccedilatildeo significativa entre as variaacuteveis por meio do teste de

Fisher (p=00001) ou seja mais de 90 dos estudantes que possuem Aparelho

Celular o levam para a escola Ressalto que haacute alunos que natildeo possuem Celulares

e entre esses 75 natildeo o levam para o Coleacutegio ou seja 25 dos estudantes mesmo

sem possuir um aparelho proacuteprio levam um Celular para o Coleacutegio Com isso

podemos inferir que se os estudantes compreenderam a questatildeo e a forma de

respondecirc-la entatildeo haacute alguns Celulares que satildeo usados de forma compartilhada em

outras palavras os estudantes que natildeo possuem Aparelho Celular proacuteprio trazem

aparelhos de outras pessoas provavelmente de seus pais irmatildeos etc por isso

usam-no de forma compartilhada

A segunda associaccedilatildeo foi realizada entre os itens 3 ldquoQuanto tempo vocecirc usa

o Telefone Celular ao longo do dia para qualquer de suas funccedilotildeesrdquo e 4 ldquoQuais as

funccedilotildees do Telefone Celular que vocecirc utilizou na sala de aula sem relaccedilatildeo com a

aprendizagemrdquo Os resultados foram inseridos na Tabela 2

89

TABELA 2 - RESULTADO DO TESTE QUI-QUADRADO PARA ASSOCIACcedilOtildeES DAS QUESTOtildeES 3 E 4

Q4

a b c d e f g h i j Total

Q3

a 0 0 0 0 0 0 0 0 2 6 8

000 000 000 000 000 000 000 000 2500 0000 100

b 15 8 10 11 3 3 4 1 2 0 57

2632 1404 1754 1930 526 526 702 175 351 000 100

c 14 4 14 12 4 2 3 0 0 0 53

2642 755 2642 2264 755 377 566 000 000 000 100

d 24 7 18 15 5 6 7 0 0 0 82

2927 854 2195 1829 610 732 854 000 000 000 100

e 16 4 15 9 3 6 7 0 0 0 60

2667 667 2500 1500 500 1000 1167 000 000 000 100

f 35 15 35 25 12 14 20 0 0 0 156

2244 962 2244 1603 769 897 1282 000 000 000 100

G 28 11 29 19 3 2 10 0 1 0 103

2718 1068 2816 1845 291 194 971 000 097 000 100

h 10 4 13 7 0 4 6 0 0 0 44

2273 909 2955 1591 000 909 1364 000 000 000 100

FONTE COSTA (2014) COM APOIO DO LABORATOacuteRIO DE ESTATIacuteSTICA APLICADA DA UFPR

90

Natildeo se observou associaccedilatildeo significativa entre as variaacuteveis por meio do teste

de Qui-Quadrado (p=030) ou seja o tempo de uso natildeo tem relaccedilatildeo com a funccedilatildeo

do Celular utilizada durante a aula Como as funccedilotildees mais usadas satildeo ldquoouvir

muacutesicardquo e ldquoenviar mensagensrdquo e natildeo haacute associaccedilatildeo entre as variaacuteveis entatildeo

praticamente em todas as faixas de tempo as funccedilotildees mais usadas satildeo ldquoouvir

muacutesicardquo e ldquocomunicar por mensagensrdquo Eacute importante ressaltar que ouvir muacutesica

implica em uso de fones auriculares e se o volume for acima do recomendado e se

a exposiccedilatildeo a poluiccedilatildeo sonora for contiacutenua pode levar a perda auditiva definitiva ao

longo do tempo Aleacutem disso observei que embora o Telefone Celular tenha

inuacutemeras funccedilotildees essas natildeo satildeo utilizadas ou satildeo subutilizadas para a

aprendizagem

A partir da apresentaccedilatildeo e anaacutelise dos itens expostos ateacute o momento e da

leitura do Caderno de Apoio para a Elaboraccedilatildeo do Regimento Escolar (ARCO-

VERDE 2007) eacute possiacutevel perceber que o material encaminhado pela proacutepria SEED-

PR natildeo coaduna com o uso de novas tecnologias no Ambiente Escolar Entendo que

esta contradiccedilatildeo precisa ser revista no Regimento do coleacutegio nomeadamente nos

artigos II e IV que tratam do uso de aparelhos eletrocircnicos (Telefone Celular) na sala

de aula Pois se tratar de uma nova tecnologia e dos avanccedilos tecnoloacutegicos o

ambiente escolar precisa ser um meio facilitador para o uso didaacutetico dessas novas

tecnologias e isso implica que elas estejam na matildeo dos estudantes a qualquer

momento mesmo correndo o risco que natildeo sejam usadas para fins didaacuteticos100

do tempo

Apesar de esse questionaacuterio clarificar e ratificar terceira premissa dessa

dissertaccedilatildeo ldquoo Aparelho Celular eacute um dos meios de comunicaccedilatildeo e uma tecnologia

de faacutecil acesso que alterou a relaccedilatildeo dos indiviacuteduos entre si modificando a dinacircmica

do espaccedilo escolar e a percepccedilatildeo do estudante sobre sua relaccedilatildeo de pertencimento

ao grupordquo sua aplicaccedilatildeo mostrou fragilidades como por exemplo inexistecircncia de

itens que identificassem aspectos socioeconocircmicos grau de escolaridade dos pais

e haacutebitos de consumo das famiacutelias Ainda assim ficou evidenciado que os

estudantes levam o Aparelho Celular para o ambiente escolar e mesmo sabendo da

proibiccedilatildeo existente no Regimento Escolar fazem uso desta tecnologia em sala de

aula de forma pouco relacionada agrave aprendizagem

O Aparelho Celular faz parte do cotidiano dos estudantes pois eacute levado para

o ambiente escolar mesmo com as proibiccedilotildees do Regimento Escolar e eacute pouco

91

usado para fins de aprendizagem e a forma de comunicaccedilatildeo entre os estudantes

ocorre por mensagens no entanto a funccedilatildeo muacutesica eacute uma das mais utilizadas

assim eacute possiacutevel considerar que embora seja uma tecnologia que evoluiacute a cada dia

torna-se necessaacuterio aprofundar estudos para verificar qual a importacircncia das

funccedilotildees utilizadas como pode ser aplicado o maacuteximo possiacutevel das mesmas de

forma que os estudantes se apropriem e percebem o uso significativo para a

aprendizagem

42 SINTESE DA SECcedilAtildeO

Esta seccedilatildeo teve como intuito responder a segunda questatildeo de investigaccedilatildeo

da dissertaccedilatildeo

ComoSe os estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT usam o Celular no

ambiente escolar

Esta questatildeo contecircm trecircs subitens

a) Usos dos Aparelhos Celulares no ambiente escolar

b) As primeiras percepccedilotildees (e accedilotildees subsequentes) sobre os efeitos

da Poluiccedilatildeo Sonora na sauacutede auditiva

c) Relaccedilatildeo entre o uso de instrumentos eletrocircnicos e as normas e

regras do Regimento Escolar do Coleacutegio pesquisado

O questionaacuterio aplicado me permitiu responder a segunda questatildeo de

investigaccedilatildeo da seguinte forma As respostas referentes aos subitem a Usos dos

Aparelhos Celulares no ambiente escolar

90 dos estudantes tecircm Celular e o levam para o coleacutegio 8 natildeo tecircm

esse equipamento mas ainda assim levam algum Celular para o

ambiente escolar Perfazendo um total de 98 dos estudantes de

posse desta Tecnologia de faacutecil acesso na escola

48 dos estudantes usam o Celular para ouvir muacutesica e enviar e

receber mensagens

As respostas referentes ao subitem b As primeiras percepccedilotildees (e accedilotildees

subsequentes) sobre efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora na sauacutede auditiva

92

85 responderam que jaacute ouviram dizer que os usos de fones

auriculares conectados aos Aparelhos Celulares podem ser prejudiciais

agrave sauacutede auditiva poreacutem desses um pouco mais da metade disseram

ter reduzido o uso por causa desta informaccedilatildeo

As respostas referentes o subitem c a relaccedilatildeo ao entre o uso de instrumentos

eletrocircnicos e as normas e regras do Regimento Escolar do Coleacutegio pesquisado

70 dos estudantes revelaram fazer uso didaacutetico do Aparelho Celular

no entanto a funccedilatildeo mais usada eacute a Calculadora permitindo concluir

que o uso didaacutetico estaacute reduzido a poucas disciplinas

98 dos estudantes revelou ter ciecircncia da proibiccedilatildeo do uso de

Celulares para fins natildeo didaacuteticos e 31 admitiram afrontar

deliberadamente a norma estabelecida pelo coleacutegio

Minhas percepccedilotildees iniciais obtidas pela vivecircncia diaacuteria com os estudantes

que usam intensivamente o Aparelho Celular para ouvir muacutesica se confirmaram

portanto pelos dados do questionaacuterio Na proacutexima seccedilatildeo desta dissertaccedilatildeo

descrevo os resultados das afericcedilotildees relativas aos niacuteveis de pressatildeo sonora oriunda

do entorno do CEPMAT e dos fones auriculares conectados aos Aparelhos

Celulares dos estudantes do Ensino Meacutedio

93

5 NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA ORIUNDOS DO ENTORNO DO CEPMAT E

NOS FONES AURICULARES CONETADOS AOS APARELHOS CELULARES

DOS ESTUDANTES DO ENSINO MEacuteDIO QUANDO OUVEM MUacuteSICA

Na seccedilatildeo 3 desta dissertaccedilatildeo vimos no pensamento socioloacutegico de

Thompson (2011) que o desenvolvimento dos grandes centros urbanos foi afetado

pelo crescimento da quantidade e pela melhoria na qualidade dos meios de

transportes que impuseram mudanccedilas tecnoloacutegicas sobre a vida social e essas

acirraram ainda mais a necessidade de aumentar a velocidade para diminuir o

tempo gasto para percorrer determinados espaccedilos

Esse crescimento da quantidade de veiacuteculos trouxe consigo o aumento do

ruiacutedo afetando diretamente as aacutereas urbanas Vimos tambeacutem no estudo realizado

por Ribas (2007) sobre as reclamaccedilotildees referentes aos ruiacutedos registrados na

Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Curitiba que 70 dessas registros

referem-se agravequeles que ocorrem em horaacuterio comercial e satildeo provenientes dos meios

de transportes

Aleacutem da anaacutelise socioloacutegica de Thompson (2011) e da tese de Ribas (2007) o

municiacutepio de Curitiba estaacute sujeito a Lei Ordinaacuteria Municipal nordm 10625200213

(CURITIBA 2002) que dispotildee e regulamenta os niacuteveis de pressatildeo sonora nos

espaccedilos urbanos de Curitiba em seu Artigo 1ordm determina que

eacute proibido perturbar o sossego e o bem estar puacuteblico com sons ruiacutedos e vibraccedilotildees que causem incocircmodo de qualquer natureza ou que ultrapassem os limites fixados nesta lei

No 2ordm paraacutegrafo XII conceitua Zona sensiacutevel agrave ruiacutedo ou zona de silecircncio como

ldquoaquela que para atingir seus propoacutesitos necessita que lhe seja assegurado um silecircncio excepcional definindo como zona de silecircncio a faixa determinada pelo raio de 20000m (duzentos metros) de distacircncia de hospitais escolas bibliotecas puacuteblicas hoteacuteis postos de sauacutede ou similaresrdquo (vide anexo 2)

14

13 Conforme jaacute mencionado anteriormente o texto da lei 106252002 encontra-se no anexo I desta

dissertaccedilatildeo 14

Observe-se que o anexo II mencionado nesta citaccedilatildeo refere-se ao anexo da Lei 10625 e natildeo ao anexo 2 desta dissertaccedilatildeo

94

A mesma lei tambeacutem dispotildee em seu paraacutegrafo uacutenico que as normas para

afericcedilatildeo de ruiacutedo podem ser realizadas a 500m (cinco metros) em quaisquer divisas

do imoacutevel gerador do incocircmodo ou em qualquer ponto dentro do limite real do

imoacutevel que sofre o incocircmodo

Nesta seccedilatildeo procuro responder a primeira e a terceira questotildees de pesquisa

a primeira ldquoQuais satildeo os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) oriundos do entorno do

CEPMATrdquo e a terceira ldquoQuais satildeo os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) que os

estudantes do CEPMAT satildeo submetidos quando ouvem muacutesica com fones

auriculares conectados a Aparelhos Celulares no ambiente escolarrdquo Relembro que

as questotildees de pesquisa desta dissertaccedilatildeo foram construiacutedas em uma sequecircncia

loacutegica de compreensatildeo sobre a informaccedilatildeo no entanto a apresentaccedilatildeo e anaacutelise

dos resultados foram realizadas a partir da discussatildeo de cada instrumento de

constituiccedilatildeo dos dados separadamente ou seja o questionaacuterio que investigou o uso

do Celular no ambiente escolar (foi apresentado na seccedilatildeo 4) a afericcedilatildeo dos niacuteveis

de pressatildeo sonora tanto no interior do CEPMAT quanto nos fones auriculares

conectados aos Aparelhos Celulares dos estudantes ao ouvir muacutesicas (satildeo

apresentados neste capiacutetulo) e o ldquoTeste para autoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas

de estresserdquo (seraacute apresentado na seccedilatildeo 6) Portanto reitero que a apresentaccedilatildeo

dos resultados da questatildeo de pesquisa 2 foi realizada antes da apresentaccedilatildeo e

anaacutelise dos resultados da questatildeo de pesquisa 1 e 3 Estas por sua vez foram

respondidas a partir dos dados do mesmo instrumento e seratildeo apresentadas neste

capiacutetulo

Para obter os niacuteveis de pressatildeo sonora realizei afericcedilotildees tanto no interior da

escola quanto nos fones auriculares conectados aos equipamentos Celulares

respondendo assim as duas questotildees vinculadas aos NPS Para a constituiccedilatildeo dos

dados relativos aos Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) fundamentei-me em aspectos

eacuteticos e legais e a partir das afericcedilotildees construiacute tabelas e elaborei anaacutelises

A seccedilatildeo estaacute dividida em quatro subitens a saber 51 ldquoSintomatologias

Caracteriacutesticas da PAIRrdquo no qual descrevo as caracteriacutesticas da Perda Auditiva

Induzida por Ruiacutedos (PAIR) de origem ocupacional levando em conta os agentes

causais que podem gerar perdas auditivas por exposiccedilatildeo ao ruiacutedo e ao interagir

com estes potencializam os seus efeitos sobre a audiccedilatildeo No subitem 52

ldquoOrientaccedilatildeo Metodoloacutegica do Instrumentordquo Nesse subitem descrevo o decibeliacutemetro

que eacute o equipamento utilizado para fazer as afericcedilotildees e em seguida os

95

procedimentos adequados para para as afericcedilotildees baseadas nas NBR 10151 (ABNT

1987) O procedimento foi dividido em dois momentos uma afericcedilatildeo dos niacuteveis de

ruiacutedo oriundos do entorno do CEPMAT e outro dos fones auriculares conectados ao

Telefone Celular quando os estudantes ouviam muacutesica No subitem 53 apresento os

resultados das afericcedilotildees dos niacuteveis de pressatildeo sonora (NPS) emitidos pelos meios

de transportes que circulam no entorno do CEPMAT no qual descrevo os resultados

das afericcedilotildees de ruiacutedos oriundos do entorno do CEPMAT No subitem 54 apresento

os resultados das afericcedilotildees dos niacuteveis de pressatildeo sonora (NPS) emitidos nos fones

auriculares conectados no Telefone Celular descrevo os procedimentos para

constituiccedilatildeo de dados com os estudantes que utilizam este equipamento No

subitem 55 Discussatildeo dos Resultados apresento analiso e discuto os resultados

51 SINTOMATOLOGIAS CARACTERIacuteSTICAS DA PAIR

A principal sintomatologia da PAIR eacute a degeneraccedilatildeo das ceacutelulas ciliadas do

ouvido15 por exposiccedilatildeo de tempo prolongada ao ruiacutedo o que provoca lesotildees por

excessos de estimulaccedilatildeo sonora (BRASIL 2006 p 16)

Conforme jaacute mencionado o termo som eacute comumente utilizado para descrever

sensaccedilotildees prazerosas o ruiacutedo eacute usado para descrever sons indesejaacuteveis ou

desagradaacuteveis desta forma quando o ruiacutedo eacute intenso e a exposiccedilatildeo a ele eacute contiacutenua

(poluiccedilatildeo sonora) ocorrem alteraccedilotildees estruturais na orelha interna determinando a

possibilidade de ocorrecircncia de perda auditiva Aleacutem da ocorrecircncia dos sintomas

auditivos frequentes (perda auditiva dificuldade de compreensatildeo de fala zumbido e

intoleracircncia a sons intensos) a essa exposiccedilatildeo a pessoa tambeacutem apresenta

queixas como cefaleia tontura irritabilidade e problemas digestivos entre outros

(BRASIL 2006 p10)

Para o Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva (1999) as

caracteriacutesticas desta sintomatologia da PAIR satildeo sempre neurossensoriais pois a

lesatildeo ocorre no oacutergatildeo de Corti da orelha interna e a perda ocorre em ambas agraves

15 Lembrando que o termo ouvido foi substituiacutedo por orelha interna na atual nomenclatura anatocircmica

e na seccedilatildeo 4 utilizo essa nova nomenclatura

96

orelhas internas em graus diferenciados Em frequecircncias baixas haacute uma perda

auditiva de 40 dB(A) e nas altas 75 dB(A) mas uma vez cessada a exposiccedilatildeo ao

ruiacutedo intenso natildeo ocorre progressatildeo da PAIR nos indiviacuteduos A perda aditiva natildeo

torna a orelha interna mais sensiacutevel ao ruiacutedo os prejuiacutezos aparecem de forma mais

lenta quando haacute exposiccedilatildeo contiacutenua as perdas auditivas podem ser definitivas

levando em meacutedia de 10 a 15 anos Os sintomas comeccedilam ser percebidos quando

haacute intoleracircncia a sons intensos com queixa de zumbido diminuiccedilatildeo de

inteligibilidade da fala e prejuiacutezo da comunicaccedilatildeo oral

Em resumo os sintomas e sinais da perda auditiva descrita por Seligman

(2001) apud Brasil (2006 p 22) satildeo

1) Auditivos Perda auditiva Zumbidos Dificuldades no entendimento de fala dores nos ouvidos mediantes a exposiccedilatildeo a sons intensos sensaccedilatildeo de audiccedilatildeo ldquoabafadardquo dificuldade na localizaccedilatildeo da fonte sonora 2) Natildeo auditivos Transtornos da comunicaccedilatildeo Neuroloacutegicos Vestibulares Comportamentais Cardiovasculares Hormonais Digestivos e Alteraccedilotildees do sono

A Tabela 3 apresenta os niacuteveis de pressatildeo sonora e o tempo que as pessoas

podem ficar expostas a aqueles decibeacuteis de acordo com a NR-15 (ABNT 1978) e

com o Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo - PAIR pode ocorrer se natildeo forem

respeitados esses limites de exposiccedilatildeo diaacuteria

A tabela 3 apresentada na NR-15 (ABNT1978) limita o tempo de exposiccedilatildeo

do trabalhador a ruiacutedos contiacutenuos ou intermitentes durante atividades ocupacionais

Para uma jornada diaacuteria de 8 horas essa norma estipula como teto maacuteximo de

exposiccedilatildeo ao ruiacutedo o limite de 85 dB(A) A partir do limite de 85 dB(A) a cada 5

dB(A) acrescentados no niacutevel de pressatildeo sonora o tempo de exposiccedilatildeo permitido cai

pela metade isto eacute no limite de 90 dB(A) o tempo cai de 8 para 4 horas e ao chegar

em 115 dB(A) uma pessoa pode ficar exposta aos ruiacutedos contiacutenua ou

intermitentemente apenas por 7 minutos

97

TABELA 3 ndash LIMITES DE TOLERAcircNCIA PARA RUIacuteDO CONTIacuteNUO E INTERMITENTE

NIacuteVEL DE PRESSAtildeO SONORA

EM dB(A)

MAacuteXIMA EXPOSICcedilAtildeO DIAacuteRIA PERMISSIacuteVEL

EM HORAS E MINUTOS

85 8 h 86 7 h 87 6 h 88 5 h 89 4 h e 30 min 90 4 h 91 3 h e 30 min 92 3 h 93 2 h e 40 min 94 2 h e 15 min 95 2 h 96 1 h e 45 min 98 1 h e 15 min

100 1 h 102 45 min 104 35 min 105 30 min 106 25 min 108 20 min 110 15 min 112 10 min 114 8 min 115 7 min

FONTE NORMA REGULAMENTADORA 15 (ABNT 1978)

52 ORIENTACcedilAtildeO METODOLOacuteGICA DO INSTRUMENTO

521 O Equipamento

Utilizando o equipamento denominado de decibeliacutemetro Marca Instrutherm ndash

nuacutemero de seacuterie N304849 Modelo AZCE ndash 8928 Faixa de Mediccedilatildeo 30 a 130 dB

(A) Curvas de Ponderaccedilatildeo A C e Linear Respostas Fast e Slow Os dados foram

constituiacutedos a partir do medidor de pressatildeo sonora no modo ldquoLeqrdquo na curva de

compensaccedilatildeo ldquoArdquo e circuito de resposta ldquoSlowrdquo (lenta) O decibeliacutemetro com funccedilatildeo

Leq pode ser ajustado para operar com dois modos de resposta o raacutepido ( Fast ) e

o lento ( Slow) no modo de operaccedilatildeo lento ele tem um tempo de subida de 1 ms

ideal para sons repetitivos e contiacutenuos jaacute no modo raacutepido o tempo de resposta eacute de

98

125 ms ideal para medir sons raacutepidos Com este equipamento realizei as duas

mediccedilotildees

A primeira no ambiente interno do CEPMAT para determinar os ruiacutedos

oriundos do meio externo do entorno do Coleacutegio e gerados pelos meios de

transportes seguindo as orientaccedilotildees metodoloacutegicas normatizadas pela NBR

101511987 (ABNT 1987) que usando princiacutepios de acuacutestica asseguram a precisatildeo

do meacutetodo para avaliaccedilatildeo dos efeitos do ruiacutedo sobre o aparelho auditivo

A segunda mediccedilatildeo foi realizada para aferir os niacuteveis de ruiacutedo que os

estudantes estatildeo expostos ao usarem os fones auriculares conectados no Aparelho

Celular para ouvir muacutesica

522 Procedimento

As mediccedilotildees foram realizadas em dois momentos no primeiro foram

realizadas mediccedilotildees nos ambientes internos do CEPMAT no segundo foram

realizadas mediccedilotildees dos niacuteveis de pressatildeo sonora nos fones auriculares dos

Aparelhos Celulares dos estudantes do Ensino Meacutedio enquanto ouviam muacutesica Os

procedimentos seratildeo descritos separadamente

a) Primeiro momento

Para realizar as mediccedilotildees com o decibeliacutemetro nos ambientes internos do

CEPMAT selecionei locais que natildeo tem barreiras fiacutesicas para o ruiacutedo oriundo da

Avenida Presidente Afonso Camargo onde haacute as vias expressas a via estrutural

leste e a linha Feacuterrea Assim foram selecionados dois pisos do referido coleacutegio No

primeiro piso que fica no niacutevel da rua estatildeo na ordem da planta baixa

arquitetocircnica16 da esquerda para a direita os seguintes espaccedilos Biblioteca Sala de

Informaacutetica Sala do Diretor Secretaria Auditoacuterio No segundo piso que fica do

mesmo lado do preacutedio estatildeo agraves quatro salas de aula avaliadas juntamente com o

Laboratoacuterio de Quiacutemico-Fiacutesica

16 A planta baixa arquitetocircnica do primeiro piso do CEPMAT pode ser vista no Anexo VIII

99

O equipamento17 mostra a mediccedilatildeo do niacutevel de ruiacutedo equivalente contiacutenuo

(Leq18) a cada minuto de acordo com as normas - Avaliaccedilotildees do Ruiacutedo em Aacutereas

Habitadas visando ao conforto da comunidade NBR 10151 (ABNT 1987) Para

aferir resguardei o aparelho do efeito de ventos sobre o microfone com o uso de

protetor conforme as instruccedilotildees do fabricante As mediccedilotildees foram realizadas em

pontos afastados aproximadamente 12 m do piso e a 1 m da parede da sala em

cada afericcedilatildeo durante cinco dias em trecircs periacuteodos do dia nos meses de setembro e

outubro de 2013 em fevereiro de 2014 No periacuteodo matutino foram realizadas nos

intervalos compreendidos das 7h30min as 11h45min no periacuteodo vespertino das

13h30min as 17h30min e no periacuteodo noturno das 19h00 as 22h30min

b) Segundo momento

Com autorizaccedilatildeo da direccedilatildeo do CEPMAT realizei as afericcedilotildees dos niacuteveis de

pressatildeo sonora nos fones auriculares do Aparelho Celular dos estudantes do Ensino

Meacutedio semanalmente Foram em meacutedia 30 (trinta) afericcedilotildees diaacuterias de diferentes

estudantes ao longo de um periacuteodo de 2 meses (outubro e novembro de 2013)

diariamente no periacuteodo letivo e somente durante os intervalos de aulas (manhatilde das

10h agraves 10h20min no periacuteodo matutino e das 20h agraves 20h40min no periacuteodo noturno)

A escolha dos estudantes foi aleatoacuteria e solicitei permissotildees verbais para fazer

mediccedilatildeo da intensidade sonora que os fones auriculares emitiam naquele momento

Informei que aquele procedimento fazia parte de uma pesquisa que natildeo haveria

qualquer tipo de puniccedilatildeo ou proibiccedilatildeo do uso do Aparelho Celular no ambiente

escolar Os estudantes participantes natildeo foram identificados nesta pesquisa

17 Uma foto do equipamento pode ser vista no Anexo IV

18 As condiccedilotildees exigiacuteveis para a execuccedilatildeo do caacutelculo simplificado do niacutevel de ruiacutedo equivalente

contiacutenuo (Leq) foram Normatizadas pela NBR 13369 (ABNT 1995) que se encontra no anexo VII desta dissertaccedilatildeo

100

53 RESULTADOS DAS AFERICcedilOtildeES DOS NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA

(NPS) EMITIDOS PELOS MEIOS DE TRANSPORTES DO ENTORNO DO

CEPMAT

Neste subitem busco responder a primeira questatildeo de pesquisa ldquoQuais satildeo

os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) oriundos do entorno do CEPMATrdquo

A tabela 4 apresenta os niacuteveis de pressatildeo sonora (NPS) a que os estudantes

satildeo submetidos pelos ruiacutedos emitidos pelos meios de transportes oriundos do

entorno do CEPMAT ficando mais intensos quando satildeo realizadas manutenccedilotildees

nos trens Os estudantes ao entrarem em determinados ambientes do coleacutegio estatildeo

mais (ou menos) expostos a ruiacutedos externos Esta exposiccedilatildeo natildeo eacute igual em todos

os ambientes devido a proximidade ou distacircncia das origens do ruiacutedo bem como

devido a barreiras fiacutesicas da proacutepria construccedilatildeo Nesse sentido para saber os niacuteveis

de pressatildeo sonora a que os estudantes estatildeo submetidos em cada local decidi

avaliar diferentes espaccedilos fiacutesicos do coleacutegio Portanto o decibeliacutemetro foi instalado

na parte interna de alguns ambientes que recebem as ondas sonoras frontalmente

TABELA 4 ndash AFERICcedilOtildeES DOS NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS) ORIUNDOS DO EXTERIOR

DO CEPMAT E MEDIDOS NO INTERIOR

DiaMecircs

Sala

Periacuteodo

Com a presenccedila do trem Carros ocircnibus Caminhotildees e estudantes

Sem a presenccedila do trem com carros ocircnibus caminhotildees e estudantes

0110

Biblioteca

Manhatilde

Tarde

Noite

9644

9452

8573

8436

8809

6516

0710

Laboratoacuterio de

Informaacutetica

Manhatilde

Tarde

Noite

9603

9271

8898

8886

8324

7546

0510

Auditoacuterio

Manhatilde

Tarde

Noite

9620

10000

8805

8654

8736

6522

FONTE COSTA (2014) COM APOIO DO ENGENHEIRO DE SEGURANCcedilA DO TRABALHO VIRGINIO LUIZ STANGHERLIN

101

Nos resultados da tabela 4 observei que em ambientes como a Biblioteca o

Laboratoacuterio de Informaacutetica e o Auditoacuterio frequentados por estudantes a intensidade

de ruiacutedos eacute elevada as afericcedilotildees apontaram que no periacuteodo matutino sem a

presenccedila do trem com fluxo normal de carros ocircnibus caminhotildees e estudantes a

meacutedia em dB(A) eacute 8658 dB(A) e acrescentado os ruiacutedos do trem a meacutedia fica em

torno de 9622 dB(A) no periacuteodo vespertino a meacutedia ficou em 8623 dB(A) e 9574

dB(A) e noturno a meacutedia ficou em 6861 dB(A) e 8758 dB(A) poreacutem existe uma

diferenccedila acentuada nos niacuteveis de pressatildeo sonora se comparados os periacuteodos

diurnos (movimentaccedilatildeo de meios de transportes constantes) e noturno (baixa

movimentaccedilatildeo de veiacuteculos e do trem que passa no horaacuterio das 19h40 min)

No estudo de Celani et al (1994) apud Brasil (2006) os autores avaliaram os

niacuteveis de pressatildeo sonora em salas de aula com a presenccedila de estudantes e os

resultados chegaram a atingir ateacute 943 dB(A) que eacute acima do recomendado no

Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo - Pair (BRASIL 2006) apresentado na tabela 3

desta seccedilatildeo

As afericcedilotildees realizadas nas salas de aula e Laboratoacuterio de Fiacutesico-Quiacutemica do

CEPMAT (tabela 5) apontaram que no periacuteodo matutino sem a presenccedila do trem

com fluxo normal de carros ocircnibus caminhotildees e estudantes a meacutedia em dB(A) eacute

8229 dB(A) e acrescentado os ruiacutedos do trem a meacutedia passa para 9394 dB(A) No

periacuteodo vespertino a meacutedia ficou em 7417 dB(A) e 9203 dB(A) e no noturno a

meacutedia ficou em 7419 dB(A) e 8357 dB(A) todas as meacutedias estatildeo acima da

recomendada pela Lei Ordinaacuteria Municipal 106252002 que estabelece um limite de

60 dB(A) para os setores estruturais educacionais A Meacutedia dos trecircs periacuteodos eacute

8984 dB(A) e esses valores estatildeo 50 acima do estabelecido pela lei isto eacute de

acordo com as definiccedilotildees estabelecidas na proacutepria Lei 106252002 (CURITIBA

2002) caracterizado como POLUICcedilAtildeO SONORA

Portanto respondendo a primeira questatildeo de pesquisa ldquoQuais satildeo os Niacuteveis

de Pressatildeo Sonora (NPS) oriundos do entorno do CEPMATrdquo Os resultados

indicaram que satildeo niacuteveis acima dos limites permitidos na Lei Ordinaacuteria Municipal

106252002 confirmando os incocircmodos iniciais desta dissertaccedilatildeo

A tabela 5 mostra as mediccedilotildees realizadas nas salas de aula com e sem a

presenccedila dos trens

102

TABELA 5 - NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS) NO INTERIOR DO CEPMAT EM SALAS DE AULA

DiaMecircs

Sala

Periacuteodo

Com a presenccedila do trem Carros e Ocircnibus Caminhotildees

e de estudantes dB(A)

Sem a presenccedila do trem com fluxo normal de

Carros ocircnibus caminhotildees e presenccedila de

estudantes dB(A)

0210

Sala de Aula 10

Manhatilde

Tarde

Noite

9432

9546

8871

8370

7946

7223

0210

Sala de Aula 11

Manhatilde

Tarde

Noite

8998

9230

7253

8008

7525

7377

0210

Sala de Aula 12

Manhatilde

Tarde

Noite

9513

9688

8619

7796

7253

7189

0310

Laboratoacuterio de Fiacutesico-quiacutemica 13

Manhatilde

Tarde

Noite

9635

8350

8685

8745

6947

7889

FONTE COSTA 2014 COM APOIO DA ENGENHARIA DE SEGURANCcedilA DO TRABALHO VIRGINIO LUIZ STANGHERLIN

54 RESULTADOS DAS AFERICcedilOtildeES DOS NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA

(NPS) EMITIDOS NOS FONES AURICULARES CONECTADOS NO

APARELHO CELULAR

Neste subitem busco responder a questatildeo de pesquisa nuacutemero 3 desta

dissertaccedilatildeo que eacute ldquoQuais satildeo os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) que os

estudantes do CEPMAT satildeo submetidos quando ouvem muacutesica com fones

auriculares conectados a Aparelhos Celulares no ambiente escolarrdquo

103

Como jaacute mencionado o decibeliacutemetro tambeacutem foi utilizado para aferir os

niacuteveis de ruiacutedos gerados pelos fones auriculares conectados ao Aparelho Celular

dos estudantes do CEPMAT quando ouvem muacutesica

Realizei ao todo 150 afericcedilotildees no paacutetio do coleacutegio durante o recreio

(intervalo) ao longo de dois meses Utilizei apenas um dia por semana e variei dias

da semana durante este periacuteodo de forma a ter pelo menos 30 mediccedilotildees para cada

dia Para facilitar a apresentaccedilatildeo dos dados agrupei o nuacutemero de estudantes que

tiveram mediccedilotildees iguais em decibeacuteis dB(A) independentemente do dia

Os valores obtidos em decibeacuteis podem ser relacionados ao tempo maacuteximo de

exposiccedilatildeo ao ruiacutedo permissiacutevel de acordo com (BRASIL 2006) reproduzido na

tabela 3 da seccedilatildeo 4 por exemplo se um estudante ouve muacutesica a 88 dB(A) com os

fones auriculares conectados ao Aparelho Celular o protocolo limita o tempo de

exposiccedilatildeo a 5 horas no entanto se uma pessoa ouvir muacutesica a 115 dB(A) o tempo

maacuteximo de exposiccedilatildeo deve ser de 7 minutos para evitar prejuiacutezos a sauacutede auditiva

Os resultados obtidos satildeo apresentados no graacutefico nove

GRAacuteFICO 9 - NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS) QUE OS ESTUDANTES DO CEPMAT ESTAtildeO SUBMETIDOS QUANDO OUVEM MUacuteSICA NOS FONES AURICULARES CONECTADOS AO APARELHO CELULAR FONTE COSTA (2014) COM APOIO DO ENGENHEIRO DE SEGURANCcedilA DO TRABALHO VIRGINIO LUIZ STANGHERLIN

104

No graacutefico 9 eacute possiacutevel notar que apenas um pequeno grupo de 8 estudantes

pesquisados ouvem muacutesica em intensidade igual a 88 dB(A) isto eacute somente 534

o que significa que o tempo de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo para este grupo natildeo pode ser

superior a 5 horas diaacuterias No entanto os demais (142 estudantes ou 9466 dos

pesquisados) ouvem muacutesicas em intensidade acima de 92 dB(A) cujo tempo de

exposiccedilatildeo limite eacute de 3 horas por dia no entanto no questionaacuterio discutido na seccedilatildeo

III desta dissertaccedilatildeo mostrou que os estudantes ouvem muacutesica com os fones

auriculares conectados ao Celular em meacutedia quatro horas diaacuterias Isso significa que

aproximadamente 95 dos estudantes pesquisados ouvem muacutesica em volume de

1047 dB(A) em meacutedia e podem estar colocando em risco a sauacutede auditiva com

possibilidade de perda irreversiacutevel da audiccedilatildeo Portanto de acordo com o Protocolo

de Complexidade Diferenciada 5 do Ministeacuterio da Sauacutede para 4 h de exposiccedilatildeo

diaacuteria o limite eacute de 90 dB(A) para 103 dB(A) o tempo maacuteximo de exposiccedilatildeo eacute de 40

minutos diaacuterios ou seja os estudantes pesquisados ficam 600 acima do tempo

limite estipulado pelo Protocolo

55 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS

Esta discussatildeo tem como base as duas afericcedilotildees realizadas as oriundas do

entorno do CEPMAT e as dos fones auriculares conectados ao Aparelho Celular

para ouvir muacutesica

No que se refere agraves mediccedilotildees do entorno do CEPMAT a resoluccedilatildeo do

Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA 1998) e a Lei 960598 Capiacutetulo

V Seccedilatildeo II Artigo 54 estabelece como crime ambiental ldquoCausar poluiccedilatildeo de

qualquer natureza em niacuteveis que resultem ou possam resultar em danos agrave sauacutede

humanardquo (BRASIL 1998) Aleacutem disso no que tange a sauacutede auditiva a NBR

101511987 (ABNT 1987) determina que os niacuteveis de ruiacutedos em aacutereas habitadas

natildeo deve ultrapassar 50 dB(A) visando o conforto a seguranccedila e a sauacutede auditiva

das comunidades lindeiras No entanto o ruiacutedo emitido em Zonas Estruturais

Educacionais eacute regulamentado pela Lei Ordinaacuteria Municipal 10625 (CURITIBA

2002) que o limita a 60 dB(A) em periacuteodo diurno

105

A empresa America Latina Logiacutestica (ALL 2010 p 17) justifica que a poluiccedilatildeo

sonora emitida pelos trens na passagem da composiccedilatildeo ocorre em curto espaccedilo de

tempo de aproximadamente 5 minutos cessando logo apoacutes a passagem desta

forma o impacto ambiental causado pelo ruiacutedo eacute imediatamente restabelecido apoacutes

a passagem da composiccedilatildeo portanto para a empresa os danos agrave sauacutede auditiva

seriam reversiacuteveis

A ALL (2010 p 18) ressalta em seu Programa de Mitigaccedilatildeo de Ruiacutedos que as

vizinhanccedilas Empresas Hospitais e Coleacutegios devem ter ciecircncia de que os

deslocamentos dos trens causam ruiacutedos devidos agraves caracteriacutesticas do material

rodante Por outro lado eacute preciso lembrar que ter ciecircncia natildeo resolve os incocircmodos

causados aos estudantes do CEPMAT e um programa de mitigaccedilatildeo ambiental

deveria propor mais do que a ciecircncia ao fato mas uma efetiva reduccedilatildeo Aleacutem disso

o programa natildeo inclui accedilotildees nos paacutetios de manobra e nem limita as atividades de

manutenccedilatildeo das maacutequinas e testes de frenagem que ocorrem na frente do coleacutegio

em periacuteodo diurno e tem ruiacutedo acima do que permite a legislaccedilatildeo especialmente

nas ZE-E

O CEPMAT estaacute localizado a aproximadamente 25 metros da linha feacuterrea

como apresentado nas fotos apresentadas na seccedilatildeo I ndash dos Incocircmodos Inicias Os

resultados das mediccedilotildees realizadas a esta distacircncia e plotadas na tabela 4

identificaram niacuteveis de ruiacutedos que podem chegar a 100 dB(A) muito acima dos

limites de emissatildeo de ruiacutedo para a Zona Estrutural Educacional que podem limitar o

tempo de exposiccedilatildeo a uma hora No entanto quando haacute testes de frenagem esta

exposiccedilatildeo pode ser maior do que o tempo descrito no relatoacuterio da ALL

O laudo emitido por Stangherlin (2014)19 ressalta o caso dos estudantes do

CEPMAT que estudam nas salas diretamente impactadas pelo ruiacutedo observando a

seguinte loacutegica um estudante do CEPMAT estaacute exposto ao ruiacutedo por um periacuteodo de

4h30min cinco (5) dias por semana ao longo de duzentos (200) dias letivos

Portanto mesmo que por um ldquocurto periacuteodordquo de tempo por dia (cerca de 5 minutos

natildeo considerando os dias em que haacute testes de frenagem) eacute possiacutevel concluir que

ainda que o tempo de exposiccedilatildeo seja curto a frequecircncia com que ocorre e o niacutevel de

decibeacuteis sistematicamente acima do legal permitido pode haver consequecircncias a

longo prazo e somente em estudo longitudinal poderia analisar com maior precisatildeo o

19 Laudo Teacutecnico de Avaliaccedilatildeo de Ruiacutedo dos Meios de Transporte (Anexo IX)

106

tamanho e impactos e pode haver consequecircncias relativas a PAIR com prejuiacutezos agrave

sauacutede auditiva Portanto os dados das anaacutelises apresentadas respondem portanto

a questatildeo de pesquisa nuacutemero 1 desta dissertaccedilatildeo

A seguir apresento as discussotildees dos resultados das afericcedilotildees relativas aos

fones auriculares conectados ao Aparelho Celular para ouvir muacutesica e respondo a

questatildeo de pesquisa nuacutemero 3

De acordo com os resultados obtidos a meacutedia aritmeacutetica geral ( ) das

afericcedilotildees do eixo X (graacutefico 9) referente a intensidade de ruiacutedo nos fones

auriculares eacute de 1032 dB(A) Nesses niacuteveis o tempo de exposiccedilatildeo maacutexima contiacutenua

eacute de aproximadamente 40 minutos por dia no entanto nos dados obtidos a partir do

questionaacuterio aplicado o tempo meacutedio que os estudantes ouvem muacutesica usando

fones de ouvido conectados ao Aparelho Celular eacute em meacutedia de 4 horasdia o que

pode acarretar surdez precoce nos estudantes Essa intensidade meacutedia eacute muito

superior a permitida para uma ldquojornada de trabalhordquo no caso dos estudantes a

possibilidade de uso constante por 8 horas diaacuterias que o sistema auditivo humano

pode suportar sons de forma segura que eacute de 85 dB(A) Nesta situaccedilatildeo de

exposiccedilatildeo ao ruiacutedo contiacutenuo podem ocorrer diversos sintomas que caracterizam a

PAIR (CID 10 ndash H833) como perda auditiva zumbidos dores no ouvido sensaccedilatildeo

de audiccedilatildeo ldquoabafadardquo e transtornos neuroloacutegicos comportamentais hormonais

digestivos e alteraccedilotildees do sono entre outros pois quando o ruiacutedo eacute intenso e a

exposiccedilatildeo a ele for continuada ocorrem alteraccedilotildees estruturais na orelha interna

(BRASIL 2006 p10)

O segundo laudo referente agraves mediccedilotildees nos niacuteveis de pressatildeo sonora nos

fones auriculares emitido por Stangherlin (2013)20 retrata que os estudantes do

CEPMAT expostos a esses niacuteveis de pressatildeo sonora (plotados no graacutefico 8) podem

ter prejuiacutezos agrave audiccedilatildeo ou perda auditiva em poucos anos por ser sutil causa

impactos significativos na sauacutede auditiva dos estudantes podendo gerar dificuldades

na comunicaccedilatildeo e na aprendizagem Para SantrsquoAna (2012 p 26) os dispositivos

sonoros portaacuteteis individuais seriam os principais responsaacuteveis pela perda de

audiccedilatildeo precoce provocando o fenocircmeno dos ldquoouvidos velhos em corpos jovensrdquo

20 Laudo Teacutecnico de Avaliaccedilatildeo de Ruiacutedos dos Fones de Ouvido Conectados ao Aparelho Celular

(Anexo X)

107

Um grupo (5) de estudantes ouve muacutesica proacuteximo (88 dB(A) dos limites

estabelecidos pelo protocolo (BRASIL 2006) e o outro grupo (9466) ouve muacutesicas

em volume acima do limite estabelecido no protocolo a meacutedia do volume para este

grupo eacute de 1047 dB(A) de acordo com o protocolo o limite de tempo para tal

volume seria de apenas 30 minutos por dia Portanto os estudantes estatildeo expondo

sua audiccedilatildeo ateacute 800 acima do limite dB(A)tempo estabelecido no protocolo a

porcentagem de 95 mostra consequecircncias de agir conforme o grupo ou seja a

partir do modelo de interaccedilatildeo social discutido por Vigotsky (2007)

Com os resultados obtidos e as anaacutelises realizadas acima respondo a

terceira questatildeo de pesquisa ldquoQuais satildeo os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora (NPS) que

os estudantes do CEPMAT satildeo submetidos quando ouvem muacutesica com fones

auriculares conectados a Aparelhos Celulares no ambiente escolarrdquo

Assim compreender os significados da presenccedila e o uso do Aparelho Celular

na escola eacute compreender essa cultura das tecnologias de faacutecil acesso pois como

vimos anteriormente o Celular pode ser entendido como um signo um objeto de

desejo que opera no sistema representacional da nossa cultura (HALL 1997) Os

Aparelhos Celulares permitem construir significados modificando o sentimento de

pertencimento dos estudantes ao grupo modelam praacuteticas de conduta e ideias e satildeo

usados inclusive como instrumento de governabilidade e regulaccedilatildeo interna do grupo

Os Aparelhos Celulares operam portanto como um modelo simboacutelico que cria um

novo ambiente social

56 SINTESE DA SECcedilAtildeO

Em resumo ao relacionar ambiente escolar tecnologias de faacutecil acesso e as

mudanccedilas na cultura escolar constituiacutemos novas tessituras para entender a escola

contemporacircnea e suas problemaacuteticas e consequecircncias como a do aparecimento

precoce da PAIR Assim eacute possivel relacionar que tanto o ruiacutedo do traacutefego quanto

os Aparelhos Celulares emitem niacuteveis de poluiccedilatildeo sonora muito acima do que a

lesgislaccedilatildeo estabelece ou recomenta no entanto os niacuteveis de ruiacutedos emitidos nos

fones auriculares dos Aparelhos Celulares satildeo muito acima do meios de transportes

Assim eacute possiacutevel conluir que embora seja silecioso para uma pessoa que estaacute

108

proacuteximo os Telefones Celulares conectados a fones auriculares estatildeo colocando em

risco a sauacutede auditiva dos estudantes

Na proacutexima seccedilatildeo apresentarei os resultados do ldquoTeste para autoidentificaccedilatildeo

de alguns sintomas de estresserdquo que os estudantes responderam sobre a poluiccedilatildeo

sonora oriunda do entorno do CEPMAT e dos fones auriculares conectados ao

Aparelho Celular quando ouvem muacutesica

109

6 POLUICcedilAtildeO SONORA E AS PERCEPCcedilOtildeES DOS ESTUDANTES DE ALGUNS

SINTOMAS DE ESTRESSE

Nas seccedilotildees anteriores busquei responder as questotildees um dois e trecircs desta

dissertaccedilatildeo Nesta seccedilatildeo procuro responder a quarta questatildeo de pesquisa uma vez

que foi constatado a partir dos resultados do capiacutetulo anterior que haacute Niacuteveis de

Pressatildeo Sonora (NPS) acima do disposto na Legislaccedilatildeo e estabelecida nesta

dissertaccedilatildeo como Poluiccedilatildeo Sonora busquei verificar comose os estudantes do

Ensino Meacutedio do CEPMAT percebem (a) a existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda

do entorno do Coleacutegio (b) os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora (oriunda do entorno do

Coleacutegio) na sauacutede deles (c) a existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos fones

auriculares conectados aos Telefones Celulares e os efeitos na sauacutede dos

estudantes (d) as normas estabelecidas no Regimento Escolar do CEPMAT

Para responder a quarta questatildeo de pesquisa (e suas quatro sub questotildees)

me propus a adaptar o teste de (LAUTERT CHAVES E MOURA 1999) Nomeei o

teste adaptado como ldquoTeste para autoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo

e apliquei aos estudantes do CEPMAT

Para apresentar o instrumento de constituiccedilatildeo de dados os resultados

obtidos e as anaacutelises que elaborei dividi a seccedilatildeo em quatro subtoacutepicos a saber A

primeira (61) intitulada ldquocrescimento da cidade e o aumento do ruiacutedo ambienterdquo

discorre sobre o aumento dos meios de transportes que trafegam na via estrutural

leste o Paacutetio de Manobra da ALL a Lei Ordinaacuteria Municipal (CURITIBA 2002)

106252000 a NBR 10151(ABNT 1987) e 10152 (ABNT 1987a) o Protocolo de

Complexidade Diferenciada 5 (BRASIL 2006) com as possiacuteveis consequecircncias para

a sauacutede humana A segunda (62) intitulada ldquoOs sintomas de estresse e a percepccedilatildeo

dos estudantesrdquo analisa as percepccedilotildees pessoais por meio dos sentidos baacutesicos

(visatildeo e especialmente audiccedilatildeo) os processos cognitivos e as manifestaccedilotildees

psicoloacutegicas que podem afetar a sauacutede humana assim parte do conceito de como

as pessoas percebem o ambiente e tomam decisotildees associadas a ela mesma A

terceira (63) intitulada ldquoOrientaccedilotildees metodoloacutegicas do Instrumentordquo apresenta a

construccedilatildeo de um teste elaborado com base nas escalas tipo-Likert contendo sete

niacuteveis Os principais objetivos foram avaliar se os estudantes percebem a poluiccedilatildeo

110

sonora tanto no entorno do CEPMAT causada pelos meios de transportes quanto

agravequela oriunda dos fones auriculares conectados ao Aparelho Celular para ouvir

muacutesica e verificar se os estudantes apresentam alguns sintomas de estresse O

quarto e uacuteltimo do subtoacutepico (64) intitulado ldquoAnaacutelise dos dadosrdquo como o proacuteprio

nome diz apresenta e analisa parcialmente quatro grupos de dados percepccedilatildeo dos

estudantes sobre a poluiccedilatildeo sonora no entorno do CEPMAT a percepccedilatildeo dos

efeitos desta poluiccedilatildeo sonora na sauacutede deles a percepccedilatildeo da existecircncia de poluiccedilatildeo

sonora oriundas dos fones auriculares conectados ao Aparelho Celular o Regimento

Escolar A seccedilatildeo finaliza reunindo as principais consideraccedilotildees parciais e elaborando

conclusotildees que pretendem unir aspectos dos capiacutetulos anteriores

61 O CRESCIMENTO DA CIDADE E O AUMENTO DO RUIacuteDO AMBIENTE

Neste subtoacutepico descrevo o aumento do ruiacutedo ambiente causado pelo

adensamento da frota de veiacuteculos e a saturaccedilatildeo do transporte viaacuterio na cidade

Ruiacutedo ambiente eacute conceituado no Capiacutetulo 12 da investigaccedilatildeo de ruiacutedos (ALL

2010) como ldquomediccedilatildeo do niacutevel de ruiacutedo equivalente para determinaccedilatildeo do ruiacutedo

ambiente durante a operaccedilatildeordquo (p13) entendo como operaccedilatildeo a passagem da

composiccedilatildeo feacuterrea Menciono aspectos do sistema viaacuterio de Curitiba especialmente

do corredor leste de transporte coletivo e a linha feacuterrea do Setor Cajuru que inclui o

Paacutetio de Curitiba Ambos (corredor Leste e Linha feacuterrea) passam em frente ao

CEPMAT trazendo impactos negativos ao aumento de ruiacutedo ambiente discutindo as

normas regulamentadoras NBR 10151 (ABNT1987) e NBR 10152 (ABNT 1987a)

referentes agrave poluiccedilatildeo sonora e o protocolo de complexidade diferenciada 5 (BRASIL

2006) que descreve a PAIR (Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo) As normas e o

protocolo (BRASIL 2006) serviratildeo como sustentaacuteculo para anaacutelise dos dados

O crescimento da cidade de Curitiba e a saturaccedilatildeo do sistema viaacuterio da

cidade foram descritos no relatoacuterio de Planos Setoriais de Curitiba (IPPUC 2008)

que incluem tambeacutem alertas para os impactos negativos dessa saturaccedilatildeo ao tracircnsito

e agrave sauacutede

111

O deslocamento aliado ao crescimento das atividades econocircmicas verificadas na uacuteltima deacutecada trouxe consigo impactos nocivos ao tracircnsito A saturaccedilatildeo do Sistema Viaacuterio Baacutesico pelo aumento da frota de veiacuteculos em circulaccedilatildeo e a instalaccedilatildeo de transportadoras fora das zonas de serviccedilo e a pouca correspondecircncia hieraacuterquica e funcional entre o sistema viaacuterio baacutesico urbano e metropolitano ocasionam impactos negativos (poluiccedilatildeo ruiacutedo congestionamentos e acidentes) no meio urbano (IPPUC 2008 p34)

O mapa da rede Integrada de Transporte Puacuteblico de Curitiba mostra que as

linhas expressas e diretas passam em frente ao coleacutegio Figura 7 (IPPUC 2006) e ali

haacute um traacutefego intenso de ocircnibus circulando nas canaletas De acordo com o relatoacuterio

IPPUC (2008 p28) ldquoo corredor leste trabalha com 115000 passageiros em dia uacutetil

17000 passageiros no pico 115 passageiros de carga maacutexima ()rdquo o que adensa

o nuacutemero de ocircnibus que circula na regiatildeo aumentando o ruiacutedo ambiente Aleacutem

disso haacute que se considerar que este relatoacuterio foi escrito haacute oito anos quando o

nuacutemero de veiacuteculos e a populaccedilatildeo da cidade eram menores e a aacuterea metropolitana

nesse intervalo (2008-2014) teve um crescimento significativo Para Siegel et al

(2009) dentre os municiacutepios que compotildeem a Regiatildeo Metropolitana de Curitiba

destaca-se o de Pinhais eacute um dos que obtiveram maior crescimento nos uacuteltimos 10

anos Este municiacutepio interliga-se com Curitiba pelo corredor leste para os ocircnibus

conforme descrito na seccedilatildeo de ldquoIncomodos Iniciaisrdquo que inclui fotos das seis pistas

que compotildeem a Av Afonso Camargo que passa em frente ao Coleacutegio

No caso do sistema ferroviaacuterio a cidade de Curitiba tem dois paacutetios em

operaccedilatildeo o Paacutetio Iguaccedilu no bairro Boqueiratildeo e o Paacutetio de Curitiba no bairro

Cajuruacute este uacuteltimo fica proacuteximo ao CEPMAT haacute uma distacircncia aproximada de

1200m pelo trajeto viaacuterio ou menos do que isso em linha reta Nestes Paacutetios de

acordo com o relatoacuterio IPPUC (2008 p33) natildeo haacute carga e descarga mas haacute

montagem de composiccedilotildees e manobras e testes da composiccedilatildeo e de frenagem

A linha feacuterrea passa em frente ao coleacutegio a uma distacircncia de

aproximadamente 25m (na Figura 7 representada em azul claro) Os dados

extraiacutedos da tabela 1271 do capiacutetulo 12 sobre investigaccedilatildeo de ruiacutedos da ALL (ALL

2010 p14) realizadas pelo programa de mitigaccedilatildeo de ruiacutedos em uma aacuterea

estritamente residencial urbana a uma distacircncia de 15m da ferrovia indicaram que os

Niacuteveis de Pressatildeo Sonora do ruiacutedo ambiente satildeo iguais a 87 dB(A) agraves 16 horas e 72

dB(A) agraves 23 horas de acordo com esse relatoacuterio o ruiacutedo ambiente (durante a

passagem da composiccedilatildeo feacuterrea) dura cerca de 5 minutos (IPPUC 2008 p17)

112

FIGURA 7 - REDE INTEGRADA DE TRANSPORTE PUacuteBLICO DE CURITIBA EM 2003 FONTE IPPUC (2006)

No entanto eacute importante ressaltar que aleacutem dos ruiacutedos ambiente imediatos

mencionados no relatoacuterio durante a passagem das composiccedilotildees a empresa

Ameacuterica Latina Logiacutestica usa regularmente a linha feacuterrea em frente ao CEPMAT

113

para fazer manobras e testes de frenagem e de motores das locomotivas devido agrave

proximidade da linha feacuterrea com a aacuterea de manobras do Paacutetio de Curitiba As

locomotivas ziguezagueiam do Paacutetio de Curitiba ateacute uma linha que fica em frente agrave

escola aumentando significativamente os niacuteveis de ruiacutedo ambiente no local e o

tempo de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo

O CEPMAT estaacute localizado na intersecccedilatildeo entre o corredor Leste de

transporte coletivo do sistema viaacuterio e a linha feacuterrea do Setor Cajuru que daacute acesso

agrave aacuterea de manobras do Paacutetio de Curitiba Em um local proacuteximo o ruiacutedo ambiente

medido pela empresa que administra a ferrovia (ALL 2010) chegou a 87 dB(A) Por

outro lado a Lei Ordinaacuteria Municipal Nordm 10625 (CURITIBA 2002) dispotildee sobre o

limite maacuteximo de ruiacutedo na Zona Especial Educacional que eacute de 60 dB(A) Assim os

limites maacuteximos estatildeo superiores aos recomendados Da mesma forma a Norma

Regulamentadora 10152 (ABNT 1987a) que fixa os niacuteveis de ruiacutedo para conforto

acuacutestico delimita como niacutevel sonoro para conforto acuacutestico em salas de aula e

laboratoacuterios 40 dB(A) e como Niacutevel Sonoro Aceitaacutevel 50 dB(A) a Norma

Regulamentadora 10151(ABNT 1987) fixa os niacuteveis sonoras para avaliar os

ambientes externos e as aacutereas estritamente residenciais urbanas ou de hospitais e

escolas os niacuteveis diurnos satildeo de 50 dB(A) e noturno de 45 dB(A) A NBR

101511987 eacute o criteacuterio teacutecnico a ser seguido e atendido segundo a Resoluccedilatildeo nordm 1

do CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente e da Secretaria do Meio

Ambiente (de 8 de marccedilo de 1990) A Lei 960598 (CONAMA 1998) menciona as

consequecircncias para as empresas que causam poluiccedilatildeo de qualquer natureza em

niacuteveis tais que resultem ou possam resultar em danos agrave sauacutede humana ou que

provoquem a mortandade de animais ou a destruiccedilatildeo significativa da flora

No entanto os valores apontados pelo relatoacuterio da empresa (ALL 2010) e as

mediccedilotildees realizadas in locus e relatadas no capiacutetulo anterior permitem afirmar que

os niacuteveis sugeridos tanto na Lei Ordinaacuteria Municipal 106252002 (CURITIBA 2002)

quanto nas NBR 10151(ABNT 1987) e 10152 (ABNT 1987a) foram extrapolados

Sabendo que quando valores estatildeo acima dos limites estabelecidos podem

provocar Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo (PAIR)

114

Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo (PAIR) eacute a perda provocada pela exposiccedilatildeo por tempo prolongado ao ruiacutedo Configura-se como uma perda auditiva do tipo neurossensorial geralmente bilateral irreversiacutevel e progressiva com o tempo de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo (CID 10 ndash H 833) Consideram-se como sinocircnimos perda auditiva por exposiccedilatildeo ao ruiacutedo no trabalho perda auditiva ocupacional surdez profissional disacusia ocupacional perda auditiva induzida por niacuteveis elevados de pressatildeo sonora perda auditiva induzida por ruiacutedo ocupacional perda auditiva neurossensorial por exposiccedilatildeo continuada a niacuteveis elevados de pressatildeo sonora de origem ocupacional (BRASIL 2006 p13)

Apesar de esta dissertaccedilatildeo considerar a nova nomenclatura anatocircmica que

substituiu o termo ldquoouvidordquo pelo termo ldquoorelha internardquo conforme mencionado em

nota de rodapeacute no capiacutetulo II o Protocolo (BRASIL 2006) utiliza os dois termos que

aparecem com o mesmo significado O Protocolo de Complexidade Diferenciada 5

(BRASIL 2006) centra-se em grande parte a descriccedilatildeo da PAIR causada por ruiacutedo

intenso e contiacutenuo no entanto o mesmo protocolo faz referecircncias quanto as

consequecircncias para a sauacutede na exposiccedilatildeo ao ruiacutedo suacutebito

Quando a exposiccedilatildeo ao ruiacutedo eacute de forma suacutebita e muito intensa pode ocorrer o trauma acuacutestico lesando temporaacuteria ou definitivamente diversas estruturas do ouvido Apesar de esta dissertaccedilatildeo considerar a nova nomenclatura anatocircmica que substituiu o termo ldquoouvidordquo pelo termo ldquoorelha internardquo conforme mencionado no capiacutetulo II o Protocolo (BRASIL 2006) utiliza os dois termos que aparecem com o mesmo significado Outro tipo de alteraccedilatildeo auditiva provocado pela exposiccedilatildeo ao ruiacutedo intenso eacute a mudanccedila transitoacuteria de limiar que se caracteriza por uma diminuiccedilatildeo da acuidade auditiva que pode retornar ao normal apoacutes um periacuteodo de afastamento do ruiacutedo (BRASIL 2006 p 11)

(hellip) O risco de Pair aumenta muito quando a meacutedia da exposiccedilatildeo estaacute acima de 85 dB(A) por oito horas diaacuterias As exposiccedilotildees contiacutenuas satildeo piores do que as intermitentes poreacutem curtas exposiccedilotildees a ruiacutedo intenso tambeacutem podem desencadear perdas auditivas (BRASIL 2006 p18)

Neste subtoacutepico introduzi a abordagem da problemaacutetica do aumento da

pressatildeo sonora no entorno do CEPMAT e para tanto apresentei as mudanccedilas

ambientais que ocorreram na regiatildeo com adensamento de traacutefego e tambeacutem normas

que regulamentam os niacuteveis maacuteximos de pressatildeo sonora em locais como escolas

hospitais etc Apresentei tambeacutem a PAIR Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo que

foi descrita em Brasil (2006) e jaacute apresenta o coacutedigo de Identificaccedilatildeo de Doenccedila

(CID 10 ndash H 833) Sendo que o proacuteprio relatoacuterio da empresa (ALL 2010) confirma a

extraptaccedilatildeo dos limites em dB(A) estabelecidos por lei para a Zona Especial

115

Educaiconal ZE-E que eacute de 50 dB(A) No subtoacutepico seguinte discuto a percepccedilatildeo

ambiental e alguns sintomas causados pelos efeitos do ruiacutedo agrave sauacutede humana

62 OS SINTOMAS DE ESTRESSE E A PERCEPCcedilAtildeO DOS ESTUDANTES

Neste subtoacutepico abordo dois aspectos cruciais para a concepccedilatildeo do

instrumento de coleta de dados O primeiro aspecto refere-se aos processos

perceptivos para construccedilatildeo de indicadores vaacutelidos para a avaliaccedilatildeo criteriosa sobre

a percepccedilatildeo dos estudantes relativa agrave Poluiccedilatildeo Sonora Tanto a poluiccedilatildeo sonora

externa dos meios de transportes quanto agrave interna dos fones conectados ao

Aparelho Celular A anaacutelise da percepccedilatildeo considerou os aspectos psicoloacutegicos

socais e culturais da comunidade escolar que participou da pesquisa O segundo

aspecto refere-se agrave caracterizaccedilatildeo dos sintomas e niacuteveis de estresse A partir da

caracterizaccedilatildeo de percepccedilatildeo e estresse o proacuteximo subtoacutepico apresentaraacute a

concepccedilatildeo do instrumento de coleta de dados

Para Fernandes et al (2004) estas respostas ou manifestaccedilotildees decorrentes

satildeo resultado das percepccedilotildees pessoais e coletivas dos processos cognitivos

julgamentos e expectativas e embora nem todas as manifestaccedilotildees psicoloacutegicas

sejam evidentes ou constantes elas afetam a conduta mesmo que

inconscientemente

Em ambientes urbanos haacute manifestaccedilotildees mais comuns - por exemplo a

poluiccedilatildeo sonora dos meios de transportes as pichaccedilotildees a muacutesica etc Os aspectos

dessas manifestaccedilotildees podem ser percebidos pelas pessoas Assim estudos sobre a

percepccedilatildeo ambiental satildeo fundamentais pois permitem compreender as relaccedilotildees

entre os humanos e o ambiente Os mesmos autores sugerem que a percepccedilatildeo

ambiental eacute um conceito sustentado por dados de pesquisas poreacutem ao ser

veiculado eacute reconstruiacutedo por meio de sua utilizaccedilatildeo

Para Del Rio (1996) as pessoas tecircm dificuldades de se relacionar socialmente

e em alguns casos tecircm atitudes agressivas Exemplos de manifestaccedilotildees

psicossociais decorrentes da degradaccedilatildeo da qualidade de vida urbana mesmo que

na maioria das vezes seja inconsciente Neste sentido os aspectos quanto aos

116

efeitos da poluiccedilatildeo sonora na sauacutede nas pessoas encontram barreiras para tomar

accedilotildees de prevenccedilatildeo e adoccedilatildeo de medidas eficazes de controle Ao mesmo tempo o

contiacutenuo aumento dos niacuteveis de ruiacutedo nas aacutereas urbanas torna-se cada vez mais

desconfortaacutevel insalubre e inseguro afetando a sauacutede do indiviacuteduo e contaminando

intensamente as relaccedilotildees sociais sem que isso seja percebido

De acordo com Reis Lay (2006) o conhecimento adquirido sobre os

processos perceptivos e cognitivos pode melhorar a qualidade dos ambientes por

meio de poliacuteticas planejamento e projetos de forma que ao planejar e projetar um

determinado ambiente os funcionamentos possam ser contemplados

Os estudos sobre percepccedilatildeo ambiental e sobre os efeitos psicofiacutesicos do

ruiacutedo podem contribuir para o planejamento local no que tange ao gerenciamento do

ruiacutedo urbano mas tambeacutem nos auxilia a entender algumas reaccedilotildees psicossociais

dos estudantes do CEPMAT

Na deacutecada de 1970 os estudos geograacuteficos sobre percepccedilatildeo ambiental

tornaram-se fonte de pesquisa para a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a

Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura - UNESCO e podem ser compreendidos de duas

maneiras

a) A primeira foi descrita por Reis e Lay (2006) que entendem que o processo

perceptivo de interaccedilatildeo entre o espaccedilo e o indiviacuteduo se daacute exclusivamente pelos

sentidos baacutesicos (visatildeo e audiccedilatildeo) em que a percepccedilatildeo eacute tratada como

exclusivamente sensorial A cogniccedilatildeo processo de construccedilatildeo do sentido na mente

eacute cumulativa e se forma por meio da experiecircncia cotidiana na qual as sensaccedilotildees

adquirem valores e significados gerando expectativas sobre o ambiente que se

traduzem em atitudes e comportamentos

b) A segunda ocorre para aleacutem da interaccedilatildeo sensorial em que se consideram

outros fatores psicossociais tais como cultura memoacuteria conjunto de informaccedilotildees e

valores pessoais Nessa a cogniccedilatildeo e a sensaccedilatildeo integram a percepccedilatildeo e aqui

reside o objeto de interesse da grande maioria dos estudos de percepccedilatildeo ambiental

Assim o conceito de percepccedilatildeo inicia no processo de como as pessoas

percebem o ambiente e tomam decisotildees associadas a elas mesmas Para Kolter

(1998) apud Medeiros Cruz (2006) a percepccedilatildeo depende do relacionamento entre

estiacutemulo ambiente e condiccedilotildees do indiviacuteduo e pode provocar

117

a) Atenccedilatildeo seletiva - ao receber milhotildees de estiacutemulos diaacuterios predomina a percepccedilatildeo daqueles que se desviam mais do estiacutemulo normal (fenocircmenos atiacutepicos)

b) Distorccedilatildeo seletiva - nem sempre a interpretaccedilatildeo de estiacutemulos ocorre de maneira presumiacutevel em funccedilatildeo da psicologia individual (tendecircncias e predisposiccedilotildees)

c) Retenccedilatildeo seletiva - apenas uma pequena proporccedilatildeo dos estiacutemulos permanece retida conscientemente por maior tempo predominantemente aqueles que provocam efeitos associados (sensaccedilotildeesreaccedilotildees) ou estatildeo relacionados a alguma informaccedilatildeo de interesse atual Cada pessoa percebe aquilo com que se preocupa e a percepccedilatildeo depende da psicologia individual da cultura aprendida de influecircncias socioeconocircmicas e profissionais da experiecircncia de vida e da originalidade bioloacutegica

No sentido da retenccedilatildeo seletiva os aspectos culturais que vimos discutindo ao

longo desta dissertaccedilatildeo afetam sobremaneira a percepccedilatildeo Para Ribas e Graemel

(2006) a percepccedilatildeo de um problema dependeraacute das expectativas culturalmente

variaacuteveis a respeito daquilo que se constitui como negativo Hoje os riscos se

expandem em quase todas as dimensotildees da vida humana obrigando-nos a

questionar haacutebitos de consumo e produccedilatildeo e um dos efeitos deste processo eacute a

poluiccedilatildeo sonora Vivemos em uma sociedade de riscos estes podem estar

relacionados a acidentes ou exposiccedilotildees a poluiccedilatildeo sonora Nesse sentido a

percepccedilatildeo atribuiacuteda a determinados problemas estaacute relacionada agraves expectativas

socioculturais que satildeo mutaacuteveis do que se considera ou natildeo como negativo e com

qual prioridade

Sobre a percepccedilatildeo dos efeitos da poluiccedilatildeo sonora na sauacutede humana eacute

possiacutevel afirmar que existem muitas dificuldades para quantificar a influecircncia da

hora do dia do estado emocional da atitude em relaccedilatildeo ao ruiacutedo do tempo de

exposiccedilatildeo uma vez que os estudantes ficam expostos agraves fontes sonoras por isso o

instrumento delineado nesta dissertaccedilatildeo natildeo eacute de cunho quantitativo mas utiliza

aspectos que se aproximam da ideacuteia de uma quali-quantificaccedilatildeo Isso foi feito

avaliando as percepccedilotildees a partir de uma escala do tipo Likert

Os estudos sobre percepccedilatildeo ambiental relacionada ao campo da Educaccedilatildeo

Ambiental satildeo recentes se comparados agrave inserccedilatildeo da temaacutetica em outros campos

de conhecimento Tais estudos propotildeem a compreensatildeo das percepccedilotildees que

resultam em levantamentos conceituais da relaccedilatildeo dos humanos com as realidades

imediatas em que estatildeo inseridos a coletividade e o lugar habitado as formas com

que essa relaccedilatildeo eacute influenciada por conhecimentos e discursos construiacutedos

socialmente importando o entendimento dos processos histoacutericos e culturais dessa

construccedilatildeo

118

Novais e Guarin Neto (2007) conceituam percepccedilatildeo ambiental como uma

tomada de consciecircncia do ambiente pelo humano isto eacute o ato de perceber o

ambiente em que se estaacute inserido aprendendo a proteger e a cuidar do mesmo

Com isso cada indiviacuteduo percebe reage e responde diferentemente agraves accedilotildees sobre

o ambiente em que vive Estas respostas ou manifestaccedilotildees adquiridas satildeo

resultados das percepccedilotildees individuais e coletivas dos processos cognitivos

julgamentos e expectativas de cada pessoa

O ruiacutedo eacute hoje considerado um mal urbano seja no bairro no centro da

cidade ou ateacute mesmo em ambiente proacuteprio para educaccedilatildeo como as escolas Atinge

homens e mulheres adultos e crianccedilas independente das condiccedilotildees

socioeconocircmicas culturais eacutetnicas e religiosas Para Eniz (2004) pessoas expostas

ao ruiacutedo tornam-se tolerantes a altos niacuteveis de pressatildeo sonora tornando-se

portanto menos sensiacuteveis ao ruiacutedo e a prevenccedilatildeo a problemas de sauacutede auditiva e

mais vulneraacuteveis a problemas auditivos e aos problemas psicoloacutegicos associados

sem que percebam No entanto essa vulnerabilidade depende tambeacutem dos fatores

fiacutesicos do som

Para Santos e Martins (2005) apud Scarate (2009) a percepccedilatildeo da poluiccedilatildeo

sonora depende das expectativas a respeito daquilo que culturalmente se constitui

como negativo satildeo valores jaacute assimilados pela sociedade que ldquogostardquo de sons com

maior volume A elevada intensidade dos ruiacutedos oferece prazer em muitos

momentos como no caso das muacutesicas

A seguir passo a apresentar alguns efeitos psicofiacutesicos causados pela

exposiccedilatildeo ao ruiacutedo e a forma como as pessoas podem perceber a poluiccedilatildeo sonora

no seu cotidiano uma vez que satildeo indicadores empregados nesta dissertaccedilatildeo

O Protocolo de Complexidade Diferenciada 5 apresentado em Brasil (2006)

subdivide os efeitos da PAIR agrave sauacutede em dois grupos Efeitos auditivos da exposiccedilatildeo

ao ruiacutedo e Efeitos natildeo-auditivos da exposiccedilatildeo ao ruiacutedo Neste subtoacutepico exponho

especificamente os efeitos natildeo auditivos da exposiccedilatildeo ao ruiacutedo mencionados no

protocolo justifico esta exposiccedilatildeo parcial em funccedilatildeo da questatildeo de pesquisa que

busco responder aqui pois o capiacutetulo concentra-se na anaacutelise dos efeitos natildeo-

auditivos

O ruiacutedo pode desencadear efeitos nocivos agrave sauacutede em geral entre eles o

Protocolo destaca ldquonervosismo irritabilidade cefaleia insocircnia alteraccedilotildees

circulatoacuterias alteraccedilatildeo de visatildeo alteraccedilotildees gastrointestinais entre outrosrdquo (BRASIL

119

2006 p20) que podem ser considerados isoladamente No entanto os efeitos

podem ser considerados em seu conjunto como sintomatologia de estresse Haacute

vaacuterios conceitos distintos de estresse que foram discutidos por Filgueiras Hippert

(1999) alguns deles satildeo reproduzidos aqui

Marilda Lipp (1984) dentro de uma abordagem cognitivo-comportamental

define o estresse como uma reaccedilatildeo psicoloacutegica com componentes emocionais

fiacutesicos mentais e quiacutemicos a determinados estiacutemulos que irritam amedrontam

excitam eou confundem a pessoa A autora distingue o niacutevel de estresse

excessivo ou insuficiente (distresse) daquele que eacute necessaacuterio para o bom

desempenho da pessoa (eustresse) Ela considera as caracteriacutesticas reais dos

estiacutemulos eou a accedilatildeo interpretativa que o sujeito daacute aos mesmos na determinaccedilatildeo

do distresse ou do eustresse As primeiras caracteriacutesticas envolveriam um processo

metaboacutelico ou sensorial sem a participaccedilatildeo de mecanismos cerebrais interpretativos

a segunda seria proveniente do componente aprendizagem do repertoacuterio de

condicionamento de respostas que a pessoa acumulou durante a vida

Moreira Mello Filho (1992) conceituam o estresse (fiacutesico psicoloacutegico ou

social) como um conjunto de reaccedilotildees e estiacutemulos que causam distuacuterbios no

equiliacutebrio do organismo frequentemente com efeitos danosos O mesmo autor

conceituou tambeacutem o coping como um conjunto de mecanismos de que o

organismo lanccedila matildeo em reaccedilatildeo aos agentes do estresse representando a forma

como cada pessoa avalia e lida com estas agressotildees Rodrigues (1997) conceitua

estresse como uma relaccedilatildeo particular entre uma pessoa seu ambiente e as

circunstacircncias agraves quais estaacute submetido que eacute avaliada pela pessoa como uma

ameaccedila ou algo que exige dela mais que suas proacuteprias habilidades ou recursos e

que potildee em perigo o seu bem-estar

Nesta pesquisa adoto o conceito de Carl Simonton (1987) apud Filgueiras

Hippert (1999) sobre alguns sintomas de estresse relacionados ao estado emocional

provenientes das reaccedilotildees humanas frente agraves mudanccedilas do ambiente e em suas

vidas abordam o conceito de estresse relacionando-o a estados emocionais

provenientes da reaccedilatildeo pessoal dos indiviacuteduos frente a mudanccedilas significativas em

suas vidas Para esses autores o que realmente parece ser significativo eacute a maneira

como cada pessoa reage aos agentes estressores sendo este um fator decisivo

para o aparecimento ou a evoluccedilatildeo de doenccedilas

120

Assim analiso como os estudantes reagem aos agentes estressores sendo

este um fator para o aparecimento ou evoluccedilatildeo de doenccedilas Stellman Daum (1975)

apud Brasil ( 2006 p 20) caracterizam os sintomas do estresse em trecircs fases

Reaccedilatildeo de Alarme Aumento de pressatildeo sanguiacutenea de frequecircncia cardiacuteaca e respiratoacuteria e diminuiccedilatildeo da taxa de digestatildeo

Reaccedilatildeo de Resistecircncia O corpo comeccedila a liberar estoques de accediluacutecar e gordura provoca cansaccedilo irritabilidade ansiedade problemas de memoacuteria e surgimento de doenccedilas agudas como gripes

Exaustatildeo Os estoques de energia satildeo esgotados insocircnia erros de discernimento mudanccedilas de personalidade doenccedilas crocircnicas coronarianas respiratoacuterias digestivas mentais e outras

Considerando os aspectos elencados para a discussatildeo sobre percepccedilatildeo

ambiental e as caracteriacutesticas e sintomatologia do estresse apresento no terceiro

subtoacutepico a forma como concebi o instrumento de pesquisa que passo a descrever

63 ORIENTACcedilOtildeES METODOLOacuteGICAS DO INSTRUMENTO

Neste subtoacutepico apresento a concepccedilatildeo do teste na forma de escala de tipo-

Likert e aponto algumas fragilidades deste modelo de instrumento Em seguida

caracterizo os procedimentos adotados para contemplar aspectos eacuteticos da

pesquisa

Apoacutes consultar os siacutetios eletrocircnicos do Instituto Paulista de Deacuteficit de Atenccedilatildeo

ndash IPDA o Marslach Burnout Inventory ndash MBI do Institute Chafic Jbeili o Protocolo

sobre Perda de Audiccedilatildeo Induzida por Ruiacutedo - PAIR (BRASIL 2006) e o Diagnoacutestico

Qualitativo da Poluiccedilatildeo Sonora Urbana (SCARATE 2009) analisei os intrumentos

existentes e adaptei um teste para tentar perceber se os estudantes identificam em

si mesmos alguns sintomas de estresse em relaccedilatildeo aos ruiacutedos o qual denominei

ldquoTeste para autoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo21

21 O teste in totum encontra-se no Apecircndice 1

121

O Teste adaptado foi constituiacutedo de 29 assertivas para identificar alguns

sintomas de estresse nos estudantes do CEPMAT abordando aspectos

relacionados aos ruiacutedos internos (Aparelhos Celulares) e externos e ponderar

aspectos relativos agraves normas e regras estabelecidas pelo Coleacutegio

O Teste de estresse foi desenvolvido adaptando-se uma escala de atitudes

(escala de Likert) A concepccedilatildeo baacutesica que subsidia as escalas de atitude eacute que eacute

possiacutevel descobrir atitudes pedindo aos indiviacuteduos que respondam uma seacuterie de

assertivas de preferecircncia Se um respondente concorda com uma assertiva os

pesquisadores inferem que ele tem uma atitude positiva em relaccedilatildeo a aquela

assertiva Uma escala de atitudes consiste em um conjunto de assertivas e pede-se

aos indiviacuteduos que respondam O modelo de respostas evidencia uma ou mais

atitudes que subjazem as assertivas As escalas de atitude satildeo idecircnticas as escalas

de avaliaccedilatildeo em seu formato com palavras e nuacutemeros colocados em um continuum

Pede-se que os respondentes circulem a palavra ou o nuacutemero que melhor expressa

como ele se sente sobre o toacutepico incluiacutedo na questatildeo ou na frase colocada na

escala Uma escala de atitudes muito usada eacute a escala de Likert cujo nome foi dado

pelo homem que a criou Em algumas o 5 (concordo fortemente) indicaraacute a atitude

positiva e seraacute dada a pontuaccedilatildeo 5 Em outros itens o 1 (discordo totalmente)

indicaraacute a atitude positiva e seraacute dado a pontuaccedilatildeo 5 Portanto os extremos da

escala satildeo invertidos quando pontuados (FRAENKEL WALLEN 2000)

As escalas de Likert normalmente tecircm cinco niacuteveis mas a escala proposta

neste Teste foi composta por sete niacuteveis (1 - de jeito nenhum 2 - raramente 3 - as

vezes 4 - frequentemente 5 - sempre 6 - natildeo sei 7 - natildeo me importo) contendo

uma linguagem simplificada do assunto proposto

Os niacuteveis seis e sete foram criados para minimizar as fragilidades apontadas

por autores que pesquisaram o uso dessas escalas Sobre essas fragilidades

Lederman OacuteMalley (1990) apud Aikenhead Ryan (1992) identificaram que as

assertivas podem ter inuacutemeros problemas de linguagem e concluiacuteram que ldquoa

linguagem eacute usada de forma diferenciada por estudantes e pesquisadores e esta

assincronia leva quase que certamente a interpretaccedilotildees que natildeo coadunam com as

percepccedilotildees que os estudantes tecircmrdquo (p237 traduccedilatildeo nossa) ou seja trazem

ambiguidade para a formulaccedilatildeo da assertiva e interpretaccedilatildeo da resposta

O problema da ambiguidade na linguagem para a formulaccedilatildeo de assertivas foi

investigado por Aikenhead (AIKENHEAD 1989 apud AIKENHEAD RYAN 1992) A

122

ambiguidade foi medida pela discrepacircncia entre as respostas que os estudantes

deram para itens formulados em quatro formatos distintos a saber tipo-Likert

paraacutegrafos redigidos entrevistas semi-estruturadas itens de muacuteltipla escolha

derivados de coleta empiacuterica O autor concluiu que as respostas do tipo-Likert

oferecem somente uma aproximaccedilatildeo com as crenccedilas dos estudantes e as chances

do avaliador concluir com acuraacutecia satildeo muito remotas pois a ambiguidade alcanccedila

niacuteveis de 80

Apesar de perceber a enorme fragilidade na acuraacutecia deste instrumento optei

pelo desenvolvimento de um teste neste modelo porque ele permite coletar dados

em larga escala e facilita a anaacutelise das respostas permitindo uma visatildeo inicial do

problema Entendo que natildeo faz parte do escopo desta dissertaccedilatildeo fazer uma anaacutelise

da sauacutede psicoloacutegica dos estudantes uma vez que a psicologia natildeo eacute minha aacuterea de

formaccedilatildeo portanto seria desnessaacuterio um teste psicoloacutegico de alta profundidade

aqui

Para minimizar as fragilidades expostas a constituiccedilatildeo dos dados foi

triangulada com outros instrumentos no caso um questionaacuterio fechado

(apresentado na seccedilatildeo 4 desta dissertaccedilatildeo) e duas afericcedilotildees de medidas com

equipamentos (apresentadas na seccedilatildeo 5) Uma das afericcedilotildees foi realizada com os

fones auriculares ligados aos Aparelhos Celulares dos estudantes enquanto esses

ouviam muacutesicas e outra afericcedilatildeo ocorreu nas dependecircncias do CEPMAT

investigando os ruiacutedos oriundos do ambiente externo As duas eram mediccedilotildees de

decibeacuteis

Tanto os problemas ambientais externos - decorrentes do crescimento urbano

do entorno com consequente intensificaccedilatildeo do traacutefego na frente do coleacutegio (o que

levou a um aumento dos niacuteveis de pressatildeo sonora gerando uma percepccedilatildeo de

aumento de ruiacutedo) ndash quanto os problemas que eu chamei de internos que ocorreram

a partir do meu incocircmodo pessoal de lidar com o uso natildeo didaacutetico que os estudantes

fazem do Aparelho Celular- foram contemplados neste instrumento O teste foi

concebido com o intuito de que os proacuteprios estudantes pudessem identificar alguns

sintomas de estresse por exposiccedilatildeo agrave poluiccedilatildeo sonora e que a partir das respostas

agraves assertivas fosse possiacutevel compreender se os estudantes estatildeo ou natildeo

culturalmente ldquotolerantesrdquo com ambientes ruidosos e portanto menos sensiacuteveis a

prevenccedilatildeo a problemas de sauacutede auditiva e mais vulneraacuteveis as consequecircncias

fiacutesicas e psicoloacutegicas do excesso de ruiacutedo

123

Com os resultados pretendo responder a questatildeo de pesquisa nuacutemero quatro

ldquoComose os estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT percebem as normas e

regras (Regimento Escolar) e a existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora a) oriundas do

entorno da escola e b) oriunda dos fones auriculares conectados aos Aparelhos

Celulares e os possiacuteveis efeitos dessa Poluiccedilatildeo na Sauacutede deles c) e as regras e

normas utilizadasrdquo Verifiquei que Comose os estudantes do Ensino Meacutedio do

CEPMAT percebem (a) a existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do

Coleacutegio (b) os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do Coleacutegio na sauacutede

dos estudantes (c) a existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos fones auriculares

conectados aos Aparelhos Celulares e os efeitos na sauacutede dos estudantes (d) as

normas estabelecidas no Regimento Escolar do CEPMAT

64 PARTICIPANTES

Os dados foram constituiacutedos com estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT

durante o mecircs de novembro de 2013 Para tanto selecionei aleatoriamente seis

turmas (no CEPMAT existem 18 turmas do Ensino Meacutedio) sendo (duas do 1ordm ano

duas do 2ordm e duas do 3ordm ano) perfazendo um total de 160 participantes

65 CONSTITUICcedilAtildeO DOS DADOS

Quanto agraves implicaccedilotildees eacuteticas solicitei junto agrave direccedilatildeo em uma reuniatildeo no

CEPMAT a autorizaccedilatildeo para a realizaccedilatildeo da pesquisa No que se refere a

participaccedilatildeo dos estudantes entreguei a cada colaborador uma autorizaccedilatildeo

individual (Apecircndice 3) No momento da aplicaccedilatildeo do instrumento os estudantes

foram informados que natildeo havia qualquer ligaccedilatildeo com as disciplinas realizadas na

escola natildeo existindo respostas certas ou erradas evitando assim o

comprometimento com as disciplinas em geral e com outros problemas de validade

124

interna do teste Levei em conta a confidencialidade dos dados avisando a todos

que estariam livres para participar (ou natildeo) da pesquisa

A partir da concepccedilatildeo do instrumento e de sua aplicaccedilatildeo foi realizada uma

anaacutelise do teste de ldquoAutoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo por uma

profissional da aacuterea de psicologia (COSTA 2013) A anaacutelise que encontra-se no

Anexo 3 desta dissertaccedilatildeo comparou as questotildees elaboradas com as categorias e

criteacuterios do Manual Diagnoacutestico e Estatiacutestico de Transtornos Mentais (DSM) (APA

2003) e com as caracteriacutesticas de estresse mencionadas no Protocolo de

Complexidade Diferenciada 5 (BRASIL 2006) e identificou que 20 das 29 questotildees

do instrumento elaborado contemplam os criteacuterios e caracteriacutesticas para

identificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresse isso significa que o teste elaborado foi

considerado apropriado para o objetivo proposto ou seja para a autoidentificaccedilatildeo

de alguns sintomas de estresse A seguir descrevo e analiso os dados

66 ANAacuteLISE DE DADOS

Neste subiacutetem faccedilo a analise dos resultados Optei por expor os dados

distribuindo as informaccedilotildees de acordo com a formulaccedilatildeo das subquestotildees da

questatildeo quatro desta pesquisa Para facilitar a visualizaccedilatildeo dos resultados exibo-os

inicialmente em linguagem graacutefica em seguida ressalto no texto as principais

informaccedilotildees apresento algumas consideraccedilotildees e inferecircncias e finalmente respondo

a cada subquestatildeo

A seguir inicio a anaacutelise do primeiro subitem da questatildeo de pesquisa nuacutemero

4 ou seja ldquoSe e como os estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT percebem

existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do Coleacutegiordquo

125

661 Parte 1 A existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do Coleacutegio

As duas primeiras assertivas do instrumento referem-se agrave percepccedilatildeo dos

estudantes quanto agrave poluiccedilatildeo sonora no entorno do CEPMAT As respostas foram

plotadas em porcentagem no Graacutefico 10

GRAacuteFICO 10 - PERCEPCcedilAtildeO DOS ESTUDANTES EM RELACcedilAtildeO Aacute POLUICcedilAtildeO SONORA NO ENTORNO DO CEPMAT

22

FONTE O AUTOR (2014) COM SUPORTE DO LABEST-UFPR

Eacute importante observar que a percepccedilatildeo dos estudantes quanto aos ruiacutedos

refere-se a qualquer meio de transporte natildeo especificamente aos ruiacutedos das

composiccedilotildees feacuterreas (Graacutefico 10)

No I1- 10 mencionaram que o CEPMAT ldquoDe jeito nenhumrdquo eacute ruidoso por

causa dos trens carros e ocircnibus que passam em frente 1313 responderam

ldquoRaramenterdquo 3563 ldquoagraves vezesrdquo 20 ldquoFrequentementerdquo e 1063 consideram o

Coleacutegio ldquoSemprerdquo eacute ruidoso 188 ldquoNatildeo Sabemrdquo 875 ldquoNatildeo se importamrdquo se o

coleacutegio eacute (ou natildeo) ruidoso por causa dos trens carros e ocircnibus que circulam no

entorno

No I2 ndash Verifica-se que 629 dos estudantes consideram que ldquoDe jeito

nenhumrdquo a biblioteca do Coleacutegio eacute adequada para realizar pesquisas e outras

22 NOTA Foi construiacuteda uma escola tipo-LIKERT com 7 niacuteveis sendo (1= de jeito nenhum 2=

Raramaente 3=Agraves vezes 4= Frequentemente 5=Sempre 6= Natildeo sei 7=Natildeo me importo 160 total de estudantes que participaram do teste

126

atividades 755 responderam que a biblioteca ldquoRaramenterdquo eacute adequada 2075

ldquoAgraves vezesrdquo 1887 ldquoFrequentementerdquo 4088 ldquosemprerdquo eacute adequada 566 ldquoNatildeo

sabemrdquo o niacutevel ldquoNatildeo se importardquo natildeo foi mencionado nas respostas

6611 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I1 e I2

I1- As respostas dos estudantes natildeo retratam uma percepccedilatildeo do coleacutegio

como sendo ruidoso por causa dos meios de transporte Embora 3563 dos

estudantes terem marcado ldquoagraves vezesrdquo Isso se deve a passagem diaacuteria do trem que

em algumas situaccedilotildees natildeo dura mais do que cinco minutos Uma porcentagem

similar (3063) considera que o coleacutegio eacute ldquofrequentementerdquo (2000) ou ldquosemprerdquo

(1063) ruidoso Se somarmos os que de alguma forma consideraram o coleacutegio

ruidoso teremos que pelo menos 65 dos estudantes percebem que o CEPMAT eacute

um ambiente ruidoso isso pode ser devido agrave percepccedilatildeo dos momentos em que eacute

realizado manutenccedilatildeo nas maacutequinas o trem trafega diversas vezes nos horarios da

manhatilde assim eacute possivel afirmar que os correspondentes percebem que o coleacutegio eacute

ruidoso

Quanto ao I2- Mais de 40 dos estudantes consideram que a biblioteca eacute

adequada e silenciosa para a realizaccedilatildeo de pesquisas no entanto as afericcedilotildees

apontaram niacuteveis de ateacute 96 dB(A) o que posso afirmar que eacute um ambiente ruidoso

embora os resultados no teste apontaram um ambiente adequado para os estudos

e concluo que os estudantes estatildeo culturalmente inseridos em ambientes ruidosos

6612 CONSIDERACcedilOtildeES

Embora 65 dos estudantes percebem parcialmente que o CEPMAT faz

parte de um contexto ruidoso A biblioteca que eacute um dos locais mais ruidosos do

Coleacutegio natildeo foi vista como tal por 40 dos respondentes Embora as respostas

127

foram de que a Biblioteca eacute um ambiente adequado e silencioso para os estudos

me permitem afirmar que boa parte dos estudantes natildeo utilizam a biblioteca no

horaacuterio das aulas e no momento de responder o teste natildeo percebera-na como um

ambiente ruidoso A biblioteca fica em um anexo fora da escola23 assim os sons

internos da movimentaccedilatildeo de estudantes natildeo satildeo somados aos sons do entorno o

que pode trazer uma percepccedilatildeo diminuiacuteda de ruiacutedo para os respondentes Aleacutem

disso os estudantes estatildeo inseridos culturalmente em ambientes ruidosos e a

exposiccedilatildeo constante a fontes sonoras aumenta a toleracircncia agrave mais ruiacutedos reduzindo

a percepccedilatildeo sobre estes Ennes (1977) apud Scarate (2009) mostrou que eacute difiacutecil

quantificar essa percepccedilatildeo devido aos fatores caracteriacutesticos a que os estudantes

estatildeo expostos

Avaliar a percepccedilatildeo sonora a partir os sentidos humanos (audiccedilatildeo paladar

tato olfato visatildeo) pode ser tarefa especialmente difiacutecil se o estudante estiver

inserido em um contexto ruidoso Os resultados obtidos mostraram que parte dos

estudantes (1063) natildeo percebe ou natildeo se incomoda com os ruiacutedos do entorno do

CEPMAT o que me permite dizer que eles podem estar inseridos em ambientes

ruidosos por isso natildeo percebem a diferenccedila entre os ambientes em que vivem e o

ambiente escolar

Ribas (2007) sugeriu que muitas pessoas sentem prazer em permanecer em

ambientes barulhentos mesmo que o ruiacutedo urbano seja considerado como um fator

negativo Desta forma interesses e intenccedilotildees diferenciadas geram percepccedilotildees

diferentes sobre o mundo e sobre o ruiacutedo gerando respostas diferenciadas como

estresse Conforme jaacute mencionei neste capiacutetulo Selye (1959) apud Brasil (2006 p

20) conceituou estresse como ldquouma resposta natildeo especiacutefica do corpo a qualquer

exigecircncia feita sobre ele eacute o conjunto de defesas do corpo contra qualquer forma de

estiacutemulo nocivordquo Assim o estresse eacute uma tentativa de adaptaccedilatildeo ao ambiente

modificado ou a um novo ambiente Para Romero et al (2007) o estresse possui

vaacuterios efeitos (bioloacutegicos emocionais fiacutesicos) podendo afetar as capacidades

cognitivas e com certeza alterar as percepccedilotildees sobre o ambiente

Os dois itens avaliados permitem responder o primeiro subitem da questatildeo de

pesquisa nuacutemero 4 que se refere agrave percepccedilatildeo dos estudantes em relaccedilatildeo do

entorno do CEPMAT Os resultados indicaram que os estudantes percebem

23 (vide a planta baixa arquitetocircnica da escola no anexo VIII)

128

parcialmente o Coleacutegio como um ambiente ruidoso Ou seja 65 de estudantes tecircm

alguma percepccedilatildeo de ruiacutedo no coleacutegio Por outro lado pelo menos 20 dos

estudantes tecircm pouca percepccedilatildeo sobre os ruiacutedos nesse ambiente

Em relaccedilatildeo agrave biblioteca mais de 50 dos estudantes (somando os que

responderam ldquofrequentementerdquo e ldquosemprerdquo) percebem-na como um local adequado

em termos de conforto acuacutestico para realizar as tarefas escolares No entanto natildeo

foi investigado se os estudantes de fato conhecem a biblioteca do coleacutegio e se

permanecem ali por um periacuteodo mais longo de tempo para pesquisar e realizar

tarefas escolares Eacute importante notar que o item relativo agrave biblioteca foi inserido em

funccedilatildeo da localizaccedilatildeo desta estar sem nenhuma barreira de proteccedilatildeo (aacutervores

muros outros) recebendo de forma mais direta os ruiacutedos externos o que em termos

sonoros dificulta sobremaneira a manutenccedilatildeo de um ambiente acusticamente

saudaacutevel

Portanto o primeiro subitem pode ser respondido da seguinte forma

Os estudantes participantes da pesquisa nem sempre percebem o

CEPMAT como um ambiente ruidoso e a maioria considera a biblioteca um

ambiente acusticamente adequado para as atividades escolares

662 Parte 2 Os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do Coleacutegio na

sauacutede dos estudantes

Nesta parte apresento nove itens divididos em trecircs graacuteficos (11 12 e 13) que

correspondem agrave percepccedilatildeo dos estudantes sobre os efeitos da poluiccedilatildeo sonora em

relaccedilatildeo ao traacutefego no entorno do ambiente escolar Assim procuro responder o

segundo subitem da quarta questatildeo de pesquisa Comose os estudantes do Ensino

Meacutedio do CEPMAT percebem os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do

Coleacutegio na sauacutede deles

129

GRAacuteFICO 11 - PERCEPCcedilAtildeO DOS ESTUDANTES SOBRE OS EFEITOS DA POLUICcedilAtildeO SONORA EXTERNA AO CEPMAT FONTE O AUTOR (2014) COM SUPORTE DO LABEST-UFPR

Os resultados que observo nos trecircs itens expressam parte da percepccedilatildeo dos

estudantes de alguns sintomas de estresse na sauacutede deles (Graacutefico 11)

No I3 ndash Eacute importante notar que esta assertiva foi feita na negativa assim

1938 responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo o ruiacutedo natildeo incomoda 1250

ldquoRaramenterdquo 2875 o ruiacutedo natildeo incomoda ldquoAgraves vezesrdquo 813 ldquoFrequentementerdquo

1750 ldquoSemprerdquo o ruiacutedo natildeo incomoda 063 ldquoNatildeo sabemrdquo e 1313 ldquoNatildeo se

importamrdquo se o ruiacutedo do trem incomoda (ou natildeo) quando estatildeo assistindo aulas

No I4 ndash 3438 dos estudantes afirmaram que ldquoDe jeito nenhumrdquo jaacute me senti

prejudicado nas avaliaccedilotildees pelos ruiacutedos dos trens 1750 ldquoRaramenterdquo jaacute me senti

prejudicado 2375 ldquoAgraves vezesrdquo 1063 ldquoFrequentementerdquo 1125 ldquoSemprerdquo me

senti prejudicado 063 Natildeo sabem e 188 ldquoNatildeo se importamrdquo se jaacute se sentiram

prejudicados (ou natildeo) nas avaliaccedilotildees trabalhos e pesquisas causados pelos ruiacutedos

dos trens

No I5 ndash 6188 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo ouviram

zumbido na orelha interna depois de escutar ruiacutedos dos meios de transportes 875

ldquoRaramenterdquo ouviram zumbidos 1125 ldquoAgraves vezesrdquo 375 ldquoFrequentementerdquo

438 ldquoSemprerdquo ouviram zumbidos na orelha interna por causa dos trens carros e

ocircnibus 688 ldquoNatildeo sabemrdquo e 313 ldquoNatildeo se importamrdquo se ouviram (ou natildeo)

zumbidos na orelha interna oriundos dos meios de transportes

130

6621 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I3 I4 e I5

Ao observar as respostas do I3 verifico que mais de 60 dos estudantes

(somando os que ldquode jeito nenhumrdquo natildeo se incomodam com o ruiacutedo 1938 com os

que ldquoraramenterdquo natildeo se incomodam 1250 e os que ldquoagraves vezesrdquo natildeo se

incomodam 2875) tecircm alguma percepccedilatildeo do incocircmodo relativo aos ruiacutedos

causados pelo trem ou melhor a assertiva estaacute na negativa assim o ruiacutedo do trem

incomoda os estudantes seja por passagem de uma locomotiva ou quando estaacute

realizando manuteccedilatildeo nas locomotivas

Jaacute a assertiva 4 refere-se aos prejuiacutezos causados pelos ruiacutedos do trem

durante a execuccedilatildeo de avaliaccedilotildees e trabalhos escolares Ao somar as percepccedilotildees

daqueles que ldquoque ldquoAgraves vezesrdquo 2375 com os que ldquofrequentementerdquo - 1063 e os

que ldquosemprerdquo ndash 1125 se sentem prejudicados perfaz um total de 4563 de

estudantes que claramente percebem prejuiacutezos agraves avaliaccedilotildees ou trabalho escolares

Por outro lado os que ldquode jeito nenhumrdquo 3438 percebem prejuiacutezos adicionando

aos os 1750 que ldquoraramenterdquo se incomodam totaliza 5188 Assim parece

haver um equiliacutebrio entre os que percebem algum tipo de prejuiacutezo e os que

raramente ou nunca o percebem

Quanto ao I5 - 6188 dos estudantes ldquoDe jeito nenhumrdquo ouviram zumbido na

orelha interna apoacutes a passagem das composiccedilotildees feacuterreas ou de qualquer meio de

transporte

A seguir apresento e analiso as assertivas 6 7 e 8 relativas agrave percepccedilatildeo dos

impactos causados pelos ruiacutedos dos meios de transporte

Os resultados relativos agrave percepccedilatildeo dos estudantes sobre se haacute (ou natildeo)

algo a ser feito para alterar condiccedilotildees de ruiacutedo de traacutefego na frente do coleacutegio (i tem

6) e os itens 7 e 8 que abordam a percepccedilatildeo dos estudantes no que tange a alguns

sintomas de estresse satildeo resumidos no Graacutefico 12

131

GRAacuteFICO 12 - IMPACTOS CAUSADOS PELOS TRENS CARROS E OcircNIBUS AOS ESTUDANTES FONTE O AUTOR (2014) COM SUPORTE DO LABEST-UFPR

Observe-se que a assertiva 6 estaacute na negativa assim as respostas ao item 6

mostram que ndash 1750 dos estudantes acredita que ldquoDe jeito nenhumrdquo nada pode

ser feito para alterar as condiccedilotildees de ruiacutedos dos meios de transportes em frente ao

CEPMAT 563 ldquoRaramenterdquo 625 ldquoAgraves vezesrdquo 125 ldquoFrequentementerdquo 938

ldquoSemprerdquo nada pode ser feito 5125 ldquoNatildeo sabemrdquo se nada pode ser feito para

mudar as condiccedilotildees de ruiacutedos e 875 ldquonatildeo se importamrdquo com as atitudes a serem

tomadas

No item 7 - 2875 dos estudantes que responderam consideram que ldquoDe

jeito nenhumrdquo tecircm dificuldades na aprendizagem por conta dos ruiacutedos causados

pelos testes de frenagem e manutenccedilatildeo realizados em frente do CEPMAT 15

responderam ldquoRaramenterdquo 2250 ldquoAgraves vezesrdquo 750 ldquoFrequentementerdquo 688

ldquoSemprerdquo tecircm dificuldades para aprender durante o periacuteodo das aulas quando haacute

testes de frenagem das composiccedilotildees em frente ao coleacutegio 688 ldquoNatildeo sabemrdquo e

1250 ldquoNatildeo se importamrdquo com os ruiacutedos que as locomotivas fazem quando testam

os freios

Novamente eacute preciso estar atento agrave formulaccedilatildeo negativa da assertiva 8 ndash

3750 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo meu niacutevel de

concentraccedilatildeo natildeo se altera quando o trem passa 15 ldquoRaramenterdquo 2313 ldquoAgraves

vezesrdquo natildeo se altera 438 ldquoFrequentementerdquo 1188 ldquoSemprerdquo meu niacutevel de

concentraccedilatildeo natildeo se altera quando o trem passa 313 ldquoNatildeo sabemrdquo e 5 ldquoNatildeo se

importamrdquo se o niacutevel de concentraccedilatildeo natildeo se altera

132

6622 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I6 I7 e I8

No item 6 questionei a mobilizaccedilatildeoimobilizaccedilatildeo dos estudantes no que tange

a tomada de providecircncias em relaccedilatildeo aos ruiacutedos causados pelos meios de

transporte Desta forma verifiquei que ndash 5125 dos estudantes ldquonatildeo sabemrdquo se

nada pode ser feito para alterar as condiccedilotildees mas 1750 acreditam

veementemente que ldquode jeito nenhumrdquo nada pode ser feito Mais uma vez eacute

importante notar que o item foi construiacutedo na negativa assim entendo que se os

estudantes compreenderam o item entatildeo pelo menos esses 1750 (ldquoDe jeito

nenhumrdquo nada pode ser feito) tecircm clareza de que algo pode efetivamente ser

realizado para alterar a situaccedilatildeo do ruiacutedo havendo portanto possibilidades para um

trabalho de protagonismo juvenil no coleacutegio

No item 7 ndash Verifiquei que nas respostas apresentadas existe uma

porcentagem de estudantes (2875) que ldquoDe jeito nenhumrdquo percebem dificuldades

na aprendizagem por conta dos ruiacutedos dos freios dos trens Poreacutem eacute importante

esclarecer que mesmo que os estudantes natildeo percebam suas proacuteprias dificuldades

isso natildeo significa que o problema inexista considerando que mesmo com raacutepidas

exposiccedilotildees de alta intensidade sonora podem ocorrer respostas psicoloacutegicas

(tensatildeo irritabilidade e baixa concentraccedilatildeo) quanto quiacutemicas (secreccedilatildeo anormal de

substacircncias hormonais) e fiacutesico-somaacuteticas No entanto ao somar os que ldquoagraves vezesrdquo

(2250) percebem dificuldades com os que ldquofrequentementerdquo (750) e os que

ldquosemprerdquo (688) as percebem temos um total de 3688 dos estudantes que jaacute

tecircm algum niacutevel de percepccedilatildeo sobre a reduccedilatildeo na aprendizagem Isso significa que

haacute uma porcentagem maior de alunos que jaacute tem essa percepccedilatildeo (3688) em

relaccedilatildeo agravequeles que ldquode jeito nenhumrdquo percebem (2875) o problema

Quanto ao item 8 ndash 3750 dos estudantes expressam que ldquode jeito nenhumrdquo

meu niacutevel de concentraccedilatildeo natildeo se altera durante as avaliaccedilotildees por conta dos ruiacutedos

dos trens ou seja em outras palavras esses estudantes responderam que

percebem alteraccedilotildees Aleacutem desses se somarmos ainda os que afirmam que

ldquoraramenterdquo (15) percebem que o niacutevel de concentraccedilatildeo natildeo se altera com os que

ldquoagraves vezesrdquo (2313) percebem que o niacutevel natildeo se altera o resultado seraacute 7563

Entendo que se considerar que todos os respondentes compreenderam o item e a

133

forma de respondecirc-lo entatildeo 7563 perceberam alteraccedilotildees no niacutevel de

concentraccedilatildeo em outras palavras uma porcentagem bastante significativa dos

estudantes percebe alteraccedilotildees em sua concentraccedilatildeo

Nas assertivas 9 10 e 11 verifiquei a percepccedilatildeo dos estudantes sobre

sintomas de estresse na sauacutede deles relacionando os meios de transportes a

muacutesica que escutam no Celular e alguns aspectos relativos agrave cogniccedilatildeo Os dados

foram plotados no Graacutefico 13

GRAacuteFICO 13 - INCOcircMODOS CAUSADOS POR RUIacuteDOS AOS ESTUDANTES FONTE O AUTOR (2014) COM SUPORTE DO LABEST-UFPR

No I9 - 5188 dos estudantes respondeu que ldquoDe jeito nenhumrdquo percebem

esgotamento pela exposiccedilatildeo aos ruiacutedos dos meios de transportes 1313

ldquoRaramenterdquo 1375 ldquoAgraves vezesrdquo 438 ldquoFrequentementerdquo 562 ldquoSemprerdquo

percebem-se esgotados 375 ldquoNatildeo sabemrdquo e 750 ldquoNatildeo se importamrdquo se a

exposiccedilatildeo aos ruiacutedos dos trens carros e ocircnibus os deixa (ou natildeo) esgotados

Observe-se que a assertiva 10 foi construiacuteda na negativa Assim 3688 dos

estudantes ldquoDe jeito nenhumrdquo natildeo ficam incomodados por causa dos ruiacutedos intensos

oriundos das muacutesicas que escutam no fone auricular conectado ao Celular e dos

meios de transporte que passam em frente ao Coleacutegio 1563 ldquoRaramenterdquo 25

ldquoAgraves vezesrdquo 5 ldquoFrequentementerdquo 688 ldquoSemprerdquo natildeo se incomodam 188 ldquoNatildeo

sabemrdquo e 875 ldquoNatildeo se importamrdquo com os incocircmodos dos ruiacutedos tanto da muacutesica

que escutam no Celular quanto dos meios de transportes

134

No item 11 ndash 2938 dos estudantes ldquoDe jeito nenhumrdquo perdem a

concentraccedilatildeo por causa dos trens 1938 ldquoRaramenterdquo 2188 ldquoAgraves vezesrdquo 875

ldquoFrequentementerdquo 1750 ldquoSemprerdquo perdem a concentraccedilatildeo 063 ldquoNatildeo sabemrdquo e

250 ldquoNatildeo se importamrdquo em perder a concentraccedilatildeo por conta dos trens

6623 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I9 I10 e I11

No item 9 ndash avalei se os estudantes percebem o esgotamento no final do

periacuteodo de aula e verifiquei que 5188 dos mesmos ldquode jeito nenhumrdquo percebem

esgotamento mas 3689 (somando os que agraves vezes -1375 frequentemente

438 sempre 565) tem alguma percepccedilatildeo sobre seu proacuteprio esgotamento

O item 10 ndash Considerando as respostas divididas entre os niacuteveis da escala

posso afirmar que 3688 dos estudantes que responderam incomodam-se com os

ruiacutedos intensos (ldquorsquode jeito nenhumrdquo natildeo se incomodam) e 1563 ldquoraramenterdquo natildeo se

incomodam Os dois somados perfazem um total de 5251 de estudantes que

percebem de forma mais expressiva os incocircmodos com os ruiacutedos intensos externos

e internos ao CEPMAT Assim considero que se os estudantes compreenderam o

item e a forma de respondecirc-lo entatildeo pelo menos a metade deles estaacute de alguma

forma incomodada com os ruiacutedos internos e externos

Quanto ao Item 11 ndash 2938 de estudantes ldquode jeito nenhumrdquo perdem a

concentraccedilatildeo por causa dos ruiacutedos dos trens Por outro lado ao somarmos os que

ldquoraramenterdquo (1938) com os que ldquoagraves vezesrdquo (2188) ldquofrequentementerdquo (875) e

os que ldquosemprerdquo perdem (1750) temos um total de 6751 de estudantes que tecircm

alguma percepccedilatildeo sobre sua perda de concentraccedilatildeo estar relacionada a passagem

do trem no horaacuterio das aulas Observe-se que neste montante estatildeo embutidos

aqueles que sempre (1750) perdem a concentraccedilatildeo por causa da poluiccedilatildeo sonora

dos trens Estes valores aproximam-se dos resultados do item 8 no qual 7563

perceberam alteraccedilotildees no niacutevel de concentraccedilatildeo corroborando-os

135

6624 CONSIDERACcedilOtildeES

Analisando os graacuteficos 11 12 e 13 passo responder o segundo subitem da

quarta questatildeo de pesquisa ldquoComose os estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT

percebem os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do Coleacutegio na sauacutede

delesrdquo concluiacute que a maioria dos estudantes (isto eacute 67 no item 11 e 75 no item

8) percebem e se incomodam com os ruiacutedos das composiccedilotildees ferroviaacuterias quando

estatildeo assistindo aulas e cerca de 45 dos mesmos percebem algum tipo de

prejuiacutezo nas avaliaccedilotildees relacionando tais prejuiacutezos aos ruiacutedos da passagem das

composiccedilotildees durante as avaliaccedilotildees Jaacute para os casos de testes de frenagem mais

de 36 percebem algum grau de dificuldade de aprendizagem e mais de 65

perceberam alguma alteraccedilatildeo no niacutevel de concentraccedilatildeo no momento em que a

empresa testa os freios das locomotivas na frente do CEPMAT investigados em dois

itens (8 e 11)

Em relaccedilatildeo agrave apariccedilatildeo de zumbidos que satildeo sintomas de perda auditiva boa

parte (mais de 60) natildeo ouve zumbidos apoacutes a passagem das composiccedilotildees No

entanto ao se questionar sobre o esgotamento (sintoma de estresse) percebido

como consequecircncia dos ruiacutedos das composiccedilotildees mais de 36 vinculam seu

esgotamento agrave exposiccedilatildeo aos ruiacutedos do traacutefego e mais de 52 revela perceber de

forma expressiva os incocircmodos do traacutefego

Ressalto que a percepccedilatildeo dos ruiacutedos eacute culturalmente construiacuteda e estaacute

associada a um conjunto integrado de fatores psicofiacutesicos e sociais Portanto essas

percepccedilotildees podem ser distintas em diferentes grupos Assim eacute importante

considerar trecircs conjuntos de caracteriacutesticas que podem exercer influecircncia satildeo elas

Socioculturais de efeitos psicofiacutesicos e fiacutesicas (assim como outras variaacuteveis

ambientais) que seratildeo retomadas a seguir

a) Caracteriacutesticas socioculturais da comunidade escolar que participou da

pesquisa

Esses estudantes parecem estar imersos em ambientes ruidosos estando

acostumados aos sons de alta intensidade Associado a isto o ritmo de vida urbano

136

apresenta-se com excesso de ruiacutedo com sons dos meios de transportes trens

templos e igrejas propagandas em carros de som moacuteveis animais casas noturnas

enfim esses estudantes parecem estar expostos de forma contiacutenua haacute uma

infinidade de ruiacutedos consolidando o conceito de poluiccedilatildeo sonora urbana descrita por

Gasperin (2006 p36)

b) Caracteriacutesticas relacionadas aos potenciais efeitos psicofiacutesicos sobre esses

estudantes

A percepccedilatildeo de esgotamento eacute um dos sintomas de estresse com potencial

efeito psicofiacutesico e neste caso vinculado a exposiccedilatildeo ao ruiacutedo excessivo e de

acordo com Scarate (2009) pode refletir a real gravidade da poluiccedilatildeo sonora no

ambiente avaliado

c) Caracteriacutesticas fiacutesicas desse fenocircmeno bem como outras variaacuteveis

ambientais relevantes

Em relaccedilatildeo agraves caracteriacutesticas fiacutesicas do estiacutemulo tais como intensidade

tempo de exposiccedilatildeo e frequecircncia destacam-se no caso da poluiccedilatildeo sonora urbana

sendo ainda significativo entre as variaacuteveis ambientais o periacuteodo horaacuterio em que

ocorre e com qual periodicidade se eacute habitual ciacuteclico ou atiacutepico

A passagem das composiccedilotildees ocorre por um periacuteodo geralmente curto que

natildeo ultrapassa cinco minutos por dia para cada composiccedilatildeo o que por si soacute natildeo

caracterizaria poluiccedilatildeo sonora No entanto quando se soma a isso os testes de

frenagem que ocorrem com certa frequecircncia e regularidade embora em horaacuterios

irregulares e imprevisiacuteveis o fenocircmeno acirra-se Os estudantes percebem alguns

sintomas mas eacute necessaacuterio que se faccedilam outras correlaccedilotildees sobre as reais

condiccedilotildees acuacutesticas locais e se aprofundem estudos sobre a percepccedilatildeo da

comunidade escolar em relaccedilatildeo ao tema

Finalmente chamou a atenccedilatildeo que mais de 50 dos estudantes respondeu

que ldquonatildeo saberdquo se nada pode ser feito para alterar tal situaccedilatildeo e outros 50 tambem

natildeo reconhecem seu direito ao silecircncio enquanto estuda Essas respostas

coadunam com o estudo realizado por Eniz (2004) que sugere que as pessoas de

um modo geral satildeo passivas nas suas atitudes quando se refere aos incocircmodos

137

pessoais Isso me remete aos aspectos da poacutes-modernidade amplamente discutidos

nesta dissertaccedilatildeo pois uma das caracteriacutesticas da modernidade liacutequida eacute de acordo

com Bauman (2011) justamente a falta de viacutenculo com o territoacuterio (a

desterritorializaccedilatildeo) a falta de empatia e de aderecircncia com o local o espaccedilo fiacutesico

no caso o Coleacutegio e as preocupaccedilotildees que o cercam Para esse autor a

modernidade (soacutelida) referia-se agrave um estaacutegio de incorporaccedilatildeo dos indiviacuteduos em

estruturas soacutelidas como as instituiccedilotildees (no caso o Coleacutegio) que tinha fortes raiacutezes

territoriais Na Modernidade dita Liacutequida parece que o mote eacute evitar que qualquer

coisa torne-se habitual ou tenha assento individual Nesse sentido a apropriaccedilatildeo (de

terra por exemplo) passou a ser um entrave porque nos imobiliza a

responsabilidades que inevitavelmente estariam ligadas a administraccedilatildeo de um

territoacuterio Essa desterritorializaccedilatildeo parece ter gerado um descompromisso com os

interesses que cercam o coleacutegio no caso as lutas que podem ser travadas para

minimizar os efeitos da poluiccedilatildeo sonora do entorno causadas especificamente pelo

traacutefego de composiccedilotildees feacuterreas

Em suma o segundo subitem da questatildeo de pesquisa quatro ldquoComose os

estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT percebem os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora

oriunda do entorno do Coleacutegio na sauacutede delesrdquo pode ser respondido da seguinte

forma De forma geral os estudantes percebem o ruiacutedo do traacutefego

(especialmente dos trens) e relacionam alguns sinais de estresse (tais como

diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo dificuldades de aprendizagem e esgotamento)

com esses ruiacutedos Nesse sentido mesmo considerando que culturalmente os

estudantes estejam inseridos em ambientes ruidosos em casa nas ruas ou na

escola ou seja ainda que essa percepccedilatildeo seja culturalmente construiacuteda de acordo

com o modo de vida e os grupos nos quais esses estudantes estatildeo inseridos (HALL

2007) os estudantes percebem os ruiacutedos do tracircnsito especialmente dos trens como

fatores que os afetam na aprendizagem concentraccedilatildeo e niacutevel de esgotamento

embora natildeo tenham percebido zumbidos (caracteriacutestica de perda auditiva) na orelha

interna Outra resposta importante eacute que os estudantes natildeo sabem se haacute (ou natildeo

haacute) algo a fazer quanto a poluiccedilatildeo sonora do entorno do CEPMAT o que me permite

afirmar que isso pode ser entendido visto como imobilidade e desterritorialismo mas

ao mesmo tempo haacute espaccedilo para accedilotildees de protagonismo juvenil

138

663 Parte 3 A existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos fones auriculares

conectados aos Aparelhos Celulares e os efeitos na sauacutede dos estudantes

Nesta parte apresento os resultados dos itens (I12 ateacute I26) refere-se a

percepccedilatildeo dos estudantes de alguns sintomas de estresse relacionados ao uso de

fones auriculares conectados ao Aparelho Celular ao ouvirem muacutesica acima dos

limites estabelecidos de tempo e decibeacuteis para a manutenccedilatildeo da sauacutede auditiva

GRAacuteFICO 14 - INCOcircMODO CAUSADO PELA MUacuteSICA OUVIDA NO FONE AURICULAR CONECTADO AO APARELHO CELULAR FONTE O AUTOR (2014) COM SUPORTE DO LABEST-UFPR

Os resultados obtidos (Graacutefico 14) em relaccedilatildeo a percepccedilatildeo dos estudantes

quanto agrave exposiccedilatildeo de sua audiccedilatildeo a poluiccedilatildeo sonora satildeo

No item I12 ndash 4750 dos estudantes ldquoDe jeito nenhumrdquo deixam de ouvir

muacutesica no Celular para natildeo se expor aos ruiacutedos excessivos 1250 ldquoRaramenterdquo

1563 ldquoAgraves vezesrdquo 875 ldquoFrequentementerdquo 625 ldquoSemprerdquo deixam de ouvir

muacutesicas para natildeo expor sua audiccedilatildeo aos ruiacutedos intensos 313 ldquoNatildeo sabemrdquo e

625 ldquoNatildeo se importamrdquo em deixar (ou natildeo) de ouvir muacutesica para natildeo se expor aos

ruiacutedos intensos

139

No item I13 ndash 6188 dos mesmos ldquoDe jeito nenhumrdquo ouvem zumbido depois

escutar muacutesica 1563 ldquoRaramenterdquo 1375 ldquoAgraves vezesrdquo 250 ldquoFrequentementerdquo

125 ldquoSemprerdquo ouvem zumbidos depois de escutar muacutesica 250 ldquoNatildeo sabemrdquo e

250 ldquoNatildeo se importamrdquo se ouvem (ou natildeo) zumbidos depois de escutar muacutesica

em alto volume

No item I14 ndash para 5250 dos estudantes ldquoDe jeito nenhumrdquo a muacutesica que

ouvem no Celular atrapalha a concentraccedilatildeo 1688 ldquoRaramenterdquo 1563 ldquoAgraves

vezesrdquo 313 ldquoFrequentementerdquo 438 ldquoSemprerdquo as muacutesicas ouvidas no Celular

atrapalham a concentraccedilatildeo na aula 125 ldquoNatildeo sabemrdquo e 625 ldquoNatildeo se importamrdquo

se a muacutesica que ouvem no Celular atrapalha (ou natildeo) sua concentraccedilatildeo na aula

6631 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I12 I13 e I14

No item I12 ndash Relativamente ao ouvir muacutesica 4750 dos estudantes natildeo

deixam de ouvi-la (ou ldquode jeito nenhumrdquo deixam de) no Celular para se prevenir da

exposiccedilatildeo ao excesso de ruiacutedos No entanto se somarmos aqueles que em algum

momento jaacute deixaram de ouvi-la para natildeo se expor excessivamente aos ruiacutedos

teremos a expressiva porcentagem de 3063 (1563 ldquoAgraves vezesrdquo 875

ldquoFrequentementerdquo 625 ldquoSemprerdquo) o que indica um grau de preocupaccedilatildeo com a

sauacutede auditiva

O item I13 ndash 6188 dos estudantes natildeo percebem os zumbidos na orelha

interna depois de ouvi-la que corrobora o item 5 desse mesmo instrumento no qual

mais de 60 dos estudantes havia afirmado natildeo perceber zumbidos oriundos do

excesso de ruiacutedos causados pelo traacutefego Portanto zumbido natildeo eacute um sintoma

comum entre esses estudantes

A questatildeo da concentraccedilatildeo referida no item 14 ndash 5250 dos estudantes

afirmaram que ldquode jeito nenhumrdquo o som que ouvem no Celular atrapalha sua

concentraccedilatildeo Mas a somatoacuteria dos que consideram que a muacutesica atrapalha

(raramente 1688 ldquoagraves vezesrdquo 1563 ldquofrequentementerdquo 313 e ldquosemprerdquo

438) daacute 4002 de estudantes que em algum momento jaacute perceberam alteraccedilotildees

na concentraccedilatildeo ao ouvi-la Neste caso diferentemente do tracircnsito em que mais de

140

65 dos estudantes perceberam alteraccedilotildees no niacutevel de concentraccedilatildeo o som das

muacutesicas por outro lado eacute visto de forma menos agressiva e invasiva portanto haacute

quase um equiliacutebrio entre os que afirmaram ldquode jeito nenhumrdquo (5250) e os demais

(4002) que jaacute perceberam alguma alteraccedilatildeo na concentraccedilatildeo Isso eacute

extremamente preocupante na medida em que as afericcedilotildees de dB(A) realizadas no

Coleacutegio indicaram que o volume pode chegar a mais de 100 dB(A) e o tempo de

exposiccedilatildeo normalmente eacute maior que 4 horas por dia o que significa que a sauacutede

auditiva estaacute em perigo

Com o objetivo de investigar a percepccedilatildeo dos estudantes de alguns sintomas

de estresse na sauacutede fiacutesica criei trecircs assertivas 15 16 e 17 As respostas foram

plotadas no graacutefico 15

GRAacuteFICO 15 - PERCEPCcedilAtildeO DOS ESTUDANTES EM RELACcedilAtildeO AOS SINTOMAS DE ESTRESSE DEFLAGRADOS POR OUVIR MUacuteSICA NOS FONES AURICULARES LIGADOS A APARELHOS CELULARES FONTE O AUTOR (2014) COM SUPORTE DO LABEST-UFPR

No item I15 - 7125 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo

percebem dores na orelha interna24 por causa das muacutesicas que ouvem no Celular

Para 15 ldquoRaramenterdquo haacute dor 688 ldquoAgraves vezesrdquo 250 ldquoFrequentementerdquo tecircm

dores na orelha interna por ouvir muacutesica no Celular ningueacutem respondeu que

24 Observe-se que a assertiva usa a nomenclatura ldquoouvidordquo em funccedilatildeo de este ser mais conhecido e

difundido do que orelha interna nomenclatura atual

141

ldquosemprerdquo percebe dores 250 ldquoNatildeo sabemrdquo e 188 ldquoNatildeo se importamrdquo se

percebem (ou natildeo) dores na orelha interna por causa da muacutesica

As respostas dadas no Item 16 foram 4744 dos estudantes ldquoDe jeito

nenhumrdquo percebem que a quantidade de ruiacutedo a que satildeo expostos fora da escola e

ao ouvirem muacutesica no Celular eacute maior que podem suportar 1795 ldquoRaramenterdquo

1410 ldquoAgraves vezesrdquo 577 ldquoFrequentementerdquo e 577 ldquoSemprerdquo percebem que o

ruiacutedo eacute maior que podem suportar 385 ldquoNatildeo sabemrdquo e 513 ldquoNatildeo se importamrdquo

se a quantidade de ruiacutedos a que estatildeo expostos fora da escola ao ouvirem muacutesicas

no Celular eacute (ou natildeo) maior do que eles podem suportar

Quanto a I17 ndash 5 dos estudantes respondeu que ldquoDe jeito nenhumrdquo sabe

que ouvir muacutesica no Celular prejudica a audiccedilatildeo 688 ldquoRaramenterdquo 875 ldquoAgraves

vezesrdquo 1188 ldquoFrequentementerdquo 5125 ldquoSemprerdquo sabem que a muacutesica que ouve

no Celular pode causar prejuiacutezos para a audiccedilatildeo 688 ldquoNatildeo sabemrdquo e 938 ldquoNatildeo

se importamrdquo se ouvir muacutesica no Celular pode (ou natildeo) prejudicar a audiccedilatildeo

6632 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I15 I16 e I17

No Item I15 ndash Verifico 7125 dos estudantes natildeo percebem quaisquer dores

na orelha interna por causa da muacutesica que ouvem no Celular mas 938 (somando-

se os que agraves vezes percebem dores - 688 com os que frequentemente as

percebem - 288) jaacute tem percepccedilatildeo de dores na orelha interna causadas pelo som

das muacutesicas ouvidas com fones de ouvidos conectados aos Aparelhos Celulares

Considerando tambeacutem as respostas do item 13 sobre zumbidos pelo menos 17

dos estudantes jaacute percebem zumbidos (somando se os que ldquoagraves vezesrdquo e os que

ldquofrequentementerdquo com os que ldquosemprerdquo os percebem) Assim quase 95 dos

estudantes que jaacute no Ensino Meacutedio percebem dores e 17 percebem zumbidos

parece ser uma porcentagem significativa para esta faixa etaacuteria No entanto a

gravidade desses sintomas precisa ser devidamente avaliada por especialistas em

sauacutede auditiva e em sauacutede puacuteblica as audiometrias deveriam ser analisadas em um

estudo longitudinal ao longo da vida escolar

142

No Item I16 - 4744 dos estudantes ldquoDe jeito nenhumrdquo percebem que a

quantidade de ruiacutedo a que satildeo expostos fora da escola e quando ouvem muacutesica no

Celular eacute maior que podem suportar Mas tambeacutem me chamou a atenccedilatildeo os 513

que simplesmente ldquoNatildeo se importamrdquo embora esta porcentagem natildeo pareccedila

significativa em termos de sauacutede puacuteblica a postura desses estudantes em relaccedilatildeo agrave

sauacutede auditiva deles certamente eacute

Quanto ao I17 - 5125 dos estudantes responderam que ldquoSemprerdquo sabem

que ouvir muacutesica no Celular que pode prejudicar a audiccedilatildeo e novamente chama a

atenccedilatildeo os 938 de estudantes que responderam que natildeo se importam se pode

haver algum prejuiacutezo a audiccedilatildeo

As respostas dos itens 16 e 17 apontam uma contradiccedilatildeo entre a sociedade

contemporacircnea excessivamente voltada a si mesma e a uma das caracteriacutesticas

marcantes da adolescecircncia que eacute a despreocupaccedilatildeo com o futuro e um excesso de

foco no ldquoviver o momentordquo Em outras palavras poderiacuteamos resumir as duas

respostas na frase ldquoeu sei que faz mal mas natildeo estaacute fazendo mal para mim agorardquo

Nesse sentido eacute que a escola parece ter um papel fundamental na discussatildeo para a

prevenccedilatildeo de problemas de sauacutede auditiva

Os trecircs itens subsequentes 18 19 e 20 englobam sintomas de estresse e a

percepccedilatildeo dos estudantes quanto agrave dificuldades de concentraccedilatildeo durante as

atividades escolares Os dados foram plotados no Graacutefico 16

GRAacuteFICO 16 - SINTOMAS DO ESTRESSE E DIFICULDADES DE CONCENTRACcedilAtildeO NAS AVALIACcedilOtildeES FONTE O AUTOR (2014) COM SUPORTE DO LABEST-UFPR

143

Os resultados mostram que no I18 ndash 6875 dos estudantes responderam

que ldquoDe jeito nenhumrdquo percebem perdas de energia ao ouvir muacutesica no fone de

ouvido conectado ao Celular 750 ldquoRaramenterdquo 625 ldquoAgraves vezesrdquo 188

ldquoFrequentementerdquo 375 ldquoSemprerdquo percebem perda energia 750 ldquoNatildeo sabemrdquo e

438 ldquoNatildeo se importamrdquo se perdem (ou natildeo) energia ao ouvir muacutesica no Celular

O I19 ndash 50 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo sentem-se

sobrecarregados nem pelo ruiacutedo externo ao CEPMAT nem ao ouvirem muacutesica no

Celular em volume acima da meacutedia 1438 ldquoRaramenterdquo 10 ldquoAgraves vezesrdquo 563

ldquoFrequentementerdquo 688 ldquoSemprerdquo ficam sobrecarregados tanto com os ruiacutedos

externos quanto com os das muacutesicas no Celular em volume acima da meacutedia 813

ldquoNatildeo sabemrdquo e 5 ldquoNatildeo se importamrdquo em sentir-se (ou natildeo) sobrecarregados com

esses ruiacutedos

Quanto ao I20 ndash 3750 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo

ouvem muacutesica em volume alto para se concentrar para estudar as provas e realizar

trabalhos 1125 ldquoRaramenterdquo 1938 ldquoAgraves vezesrdquo 938 ldquoFrequentementerdquo 15

ldquoSemprerdquo ouvem muacutesica em volume alto para estimular a concentraccedilatildeo para realizar

estudos e trabalhos escolares 438 ldquoNatildeo sabemrdquo e 313 ldquoNatildeo se importamrdquo em

ouvir muacutesica em volume alto para os trabalhos ou avaliaccedilotildees escolares

6633 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I18 I19 e I20

No I18 ndash 6875 dos estudantes ldquode jeito nenhumrdquo percebem perdas de

energia ao ouvir muacutesica no Celular resultando em uma percepccedilatildeo afirmativa sobre

ouvir muacutesica

No item I19 ndash verifico que 50 dos estudantes responderam que ldquode jeito

nenhumrdquo sentem-se sobrecarregados nem pelos ruiacutedos externos ao CEPMAT nem

pelas muacutesicas que ouvem em volume acima da meacutedia no Celular Essa

porcentagem complementa a obtida na resposta ao item 12 no qual 4750 dos

estudantes ldquode jeito nenhumrdquo deixam de ouvir muacutesica no Celular para natildeo se expor

aos ruiacutedos Assim se eles natildeo se sentem sobrecarregados entatildeo eacute porque

deixariam de ouvir muacutesica em alto volume

144

Apesar desse nuacutemero significativo haacute tambeacutem que se considerar que 2251

(somando-se os que ldquoagraves vezesrdquo 10 com os que ldquoFrequentementerdquo 563 e os que

ldquosemprerdquo 68) sentem-se sobrecarregados pela quantidade de ruiacutedos o que

acarreta uma porcentagem nada despreziacutevel de estudantes que jaacute comeccedilam a

perceber incocircmodos pelos ruiacutedos

Quanto ao item I20 ndash Apesar de 3750 dos estudantes terem respondido

que ldquode jeito nenhumrdquo ouvem muacutesicas para se concentrar verifico que uma

porcentagem ainda maior 4376 responde que ldquoagraves vezesrdquo (1938)

ldquofrequentementerdquo (938) e ldquosemprerdquo (15) ouvem muacutesicas em volume alto para se

concentrar para as avaliaccedilotildees e trabalhos escolares isso implica em uma

perspectiva de atuaccedilatildeo multitarefa dos estudantes e ao mesmo tempo mostra que

eles ouvem muacutesica em volume alto por um longo periacuteodo de tempo o que implica

em perdas auditivas caracterizadas pela PAIR descrita anteriormente

As assertivas apresentadas a seguir (itens 21 22 e 23) avaliam a percepccedilatildeo

dos estudantes quanto a alguns sintomas de estresse Os resultados foram plotados

no graacutefico 17

GRAacuteFICO 17 - PERCEPCcedilAtildeO DE ALGUNS SINTOMAS DE ESTRESSE FONTE O AUTOR (2014) COM SUPORTE DO LABEST-UFPR

No item I21 ndash 4625 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo

desanimam facilmente quando ficam expostos a ruiacutedos 1375 ldquoRaramenterdquo

1313 ldquoAgraves vezesrdquo 625 ldquoFrequentementerdquo 875 ldquoSemprerdquo desanimam

145

facilmente por exposiccedilatildeo aos ruiacutedos 5 ldquoNatildeo sabemrdquo e 688 ldquoNatildeo se importamrdquo

se desanimam (ou natildeo) por exposiccedilatildeo aos ruiacutedos

No item I22 ndash 3563 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo

demoram a relaxar quando ficam estressados por causa dos ruiacutedos 1875

ldquoRaramenterdquo 1813 ldquoAgraves vezesrdquo 875 ldquoFrequentementerdquo 1188 ldquoSemprerdquo

percebem que levam muito tempo para relaxar por causa do estresse causado pelos

ruiacutedos 250 ldquoNatildeo sabemrdquo e 438 ldquoNatildeo se importamrdquo se levam (ou natildeo) muito

tempo para relaxar quando estressados por causa do barulho

No item I23 ndash 4125 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo

sentem-se tatildeo cansados e sobrecarregados por causa dos ruiacutedos intensos no

periacuteodo das aulas que acabam se ldquodesligandordquo do ambiente escolar 1688

ldquoRaramenterdquo 1625 ldquoAgraves vezesrdquo 750 ldquoFrequentementerdquo 875 ldquoSemprerdquo ficam

tatildeo sobrecarregados por causa dos ruiacutedos intensos durante o periacuteodo e aulas que

acabam se ldquodesligandordquo 438 ldquoNatildeo sabemrdquo e 5 ldquoNatildeo se importamrdquo com esses

ruiacutedos

6634 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I21 I22 e I23

No Item I21 - 4625 dos estudantes natildeo desanimam facilmente quando

ficam expostos aos ruiacutedos durante o periacuteodo das aulas Essa porcentagem

corrobora as respostas aos itens 12 e 19 nos quais 4750 e 50 dos estudantes

respectivamente natildeo deixam de ouvir muacutesica em volume alto no Celular para natildeo

se expor aos ruiacutedos porque natildeo se sentem sobrecarregados Assim se natildeo se

sentem sobrecarregados e natildeo desanimam facilmente entatildeo natildeo deixam de ouvir a

muacutesica

Por outro lado ao somarmos os que ldquoagraves vezesrdquo 1313 com os que

desanimam facilmente ldquofrequentementerdquo 625 e ldquosemprerdquo 875 teremos pelo

menos 2513 de alunos que em sala de aula desanimam facilmente quando ficam

expostos aos ruiacutedos Essa porcentagem corresponde a frac14 da turma assim ter frac14 da

turma que desanima facilmente eacute algo que precisa ser analisado com mais

profundidade nas escolas os dados me permitem inferir ainda que a porcentagem

146

anterior (50) pode ainda natildeo ter percebido relaccedilotildees diretas entre desacircnimo e o

estresse que a muacutesica em volume alto pode gerar

No Item I22 - 3563 dos estudantes responderam que ldquode jeito nenhumrdquo

levam muito tempo para relaxar No entanto ao somarmos aqueles que ldquoagraves vezesrdquo

(183) com os que frequentemente (875) e os que sempre (1188) levam muito

tempo para relaxar por causa do estresse causado pelos ruiacutedos teremos 3876

que percebem dificuldades nesse sentido Ou seja uma porcentagem ainda maior

do que aqueles que natildeo percebem Assim noto que mais de 40 dos estudantes

usam a muacutesica em volume alto para conseguir se concentrar para estudar e

praticamente a mesma porcentagem (3876) tecircm dificuldades para relaxar por

causa dos barulhos (oriundos ou natildeo da muacutesica)

Na I23 ndash Constatei que 4125 dos estudantes ldquode jeito nenhumrdquo sentem-se

sobrecarregados por causa dos ruiacutedos Entretanto 3250 jaacute tem percepccedilatildeo de

cansaccedilo e sobrecarga (somando os que ldquoagraves vezesrdquo 1625 com os que

frequentemente 750 e os que sempre 875 sentem-se assim) nas atividades

rotineiras como as atividades escolares por causa do ruiacutedo intenso durante o

periacuteodo da aula Observe que o item refere-se agraves consequecircncias como ldquodesligar-serdquo

do ambiente escolar Ou seja um dos sintomas do estresse Em outras palavras as

duas porcentagens estatildeo relativamente proacuteximas para que eu possa concluir que a

tomada de consciecircncia sobre os efeitos no organismo comeccedila a ser fazer cada vez

mais frequente

As assertivas analisadas a seguir 24 25 e 26 foram elaboradas com o intuito

de discutir incocircmodos causados pelos ruiacutedos dentro e fora do CEPMAT Os

resultados foram plotados no graacutefico 18

147

GRAacuteFICO 18 - O ESTRESSE DO DIA A DIA E A FELICIDADE DE OUVIR MUacuteSICA NO CELULAR FONTE O AUTOR (2014) COM SUPORTE DO LABEST-UFPR

No item I24 ndash 5375 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo

sentem-se bem na presenccedila de muitos ruiacutedos dentro e fora da sala de aula durante

o periacuteodo letivo 1375 ldquoRaramenterdquo 875 ldquoAgraves vezesrdquo 688 ldquoFrequentementerdquo

438 ldquoSemprerdquo sentem-se bem tendo muito ruiacutedo no seu entorno 5 ldquoNatildeo sabemrdquo

e 750 ldquoNatildeo se importamrdquo se se sentem bem (ou natildeo) tendo muito ruiacutedo no

entorno durante o periacuteodo de aula

No item I25 ndash 5063 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo

ficam cansados pelo fato de antever a ida agrave escola e o fato de ouvir muitos ruiacutedos

externos durante as aulas 10 ldquoRaramenterdquo 1250 ldquoAgraves vezesrdquo 750

ldquoFrequentementerdquo 5 ldquoSemprerdquo ficam cansados soacute de pensar que teratildeo que ouvir

muitos ruiacutedos externos ao CEPMAT 188 ldquoNatildeo sabemrdquo e 1250 ldquoNatildeo se

importamrdquo se ficam (ou natildeo) cansados de ouvir muitos ruiacutedos externos

Quanto ao item I26 ndash 1938 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito

nenhumrdquo ficam felizes por ouvir muacutesica no Celular quando estatildeo em aula 1063

ldquoRaramenterdquo 2063 ldquoAgraves vezesrdquo 813 ldquoFrequentementerdquo 3250 ldquoSemprerdquo ficam

felizes por poderem ouvir muacutesica no Celular durante o horaacuterio das aulas 313

ldquoNatildeo sabemrdquo e 563 ldquoNatildeo se importamrdquo se ficam (ou natildeo) felizes por poder ouvir

muacutesicas quando estatildeo em aulas

148

6635 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I24 I25 e I26

5375 dos estudantes responderam que ldquode jeito nenhumrdquo sente-se bem na

presenccedila dos ruiacutedos dentro e fora da sala de aula durante o periacuteodo letivo se esta

porcentagem for somada aos 1375 que raramente sentem-se bem com isso

temos que 6750 natildeo estatildeo confortaacuteveis com o excesso de ruiacutedos dentro e fora da

escola durante o periacuteodo letivo Esse pode ser um dos motivos para o uso excessivo

de fones de ouvido para escutar muacutesicas pois poderiam ser usadas para abstrair

dos ruiacutedos ambientes da escola nesse caso os estudantes usariam os fones tanto

para buscar concentraccedilatildeo conforme 4376 dos respondentes mencionaram no

item 20 ou para ouvir algo mais prazeroso que este ruiacutedo

Por outro lado os resultados dos itens I24 e I25 revelam que mesmo que

mais de 67 dos estudantes natildeo se sintam bem na presenccedila de muitos ruiacutedos (I24)

isso natildeo se reflete em cansaccedilo para 5063 (I25) dos estudantes ao antever a ida a

escola

Quanto a I26 ndash ao somarmos os estudantes que ldquosemprerdquo (3250) ficam

felizes por ouvir muacutesica no Celular quando estatildeo em sala de aula com os que

ldquofrequentementerdquo (813) e os que ldquoagraves vezesrdquo (2063) temos um conjunto de

6126 de estudantes que consideram a possibilidade de ouvir muacutesicas durante as

atividades como algo positivo seja (ou natildeo) como foco de concentraccedilatildeo na sala de

aula Esse resultado traz alguns indicativos que precisam ser mais bem avaliados

no que tange ao planejamento das atividades as condiccedilotildees de trabalho em sala de

aula e a anaacutelise dos interesses dos estudantes em relaccedilatildeo agraves temaacuteticas

apresentadas Esses e outros toacutepicos devem ser mais aprofundados a partir dos

resultados desta dissertaccedilatildeo

6636 CONSIDERACcedilOtildeES

Os altos niacuteveis de pressatildeo sonora tecircm sido considerados pela sociedade

contemporacircnea como agentes perigosos agrave sauacutede humana especialmente em

149

ambientes urbanos e sociais seja em atividades de lazer ou simplesmente pelo fato

de ouvir muacutesica nos fones auriculares conectados ao Aparelho Celular em

intensidades elevadas para evitar outros ruiacutedos considerados indesejaacuteveis que

circundam a vida cotidiana A problemaacutetica do ruiacutedo ambiental parece estar

crescendo na percepccedilatildeo desses estudantes seja em casa a caminho do CEPMAT

ou ateacute mesmo dentro das salas de aulas Mas se a reaccedilatildeo ao ruiacutedo ambiental eacute o

uso de fones de ouvido ligados aos Aparelhos Celulares ouvindo muacutesica em volume

ainda mais elevado a resposta parece ser ainda mais danosa e com efeitos mais

raacutepidos a sauacutede auditiva dos estudantes

No que se refere agraves percepccedilotildees de ruiacutedo ambiental essas satildeo crescentes No

entanto a poluiccedilatildeo sonora oriunda da muacutesica ouvida pelos fones conectados ao

Celular sugere que o estudante ainda natildeo tem uma accedilatildeo efetiva de prevenccedilatildeo de

problemas de sauacutede auditiva no que tange aos efeitos nocivos dos sons intensos e

por longo periacuteodo de tempo causando PAIR uma vez que 5125 dos estudantes

responderam que sabem que a muacutesica que ouvem no Celular pode causar prejuiacutezos

a audiccedilatildeo (I17) Estes fatos ficaram evidentes nos graacuteficos 14 a 18 pelas mais

diversas atitudes dos estudantes em situaccedilotildees de exposiccedilatildeo aos ruiacutedos

Na seccedilatildeo anterior os resultados das mediccedilotildees de decibeacuteis indicaram que os

estudantes ouvem muacutesica no Celular em volume acima dos recomendados para a

manutenccedilatildeo da sauacutede auditiva No Teste de percepccedilatildeo de alguns sintomas de

estresse as respostas indicaram que os estudantes natildeo perdem energia e natildeo

percebem zumbido na audiccedilatildeo O Teste tambeacutem apontou que um nuacutemero

consideraacutevel de jovens ouve muacutesica durante as tarefas escolares e esses declaram

que se concentram melhor ao ouvi-la Esses resultados me permitem afirmar que os

estudantes estatildeo culturalmente inseridos em ambientes ruidosos ou gostam de ouvir

muacutesica em volume alto dentro e fora do coleacutegio o que dificulta a reaccedilatildeo (ou accedilatildeo)

em postura preventiva sobre a sauacutede auditiva

As respostas deste estudo coadunam com os resultados de Lacerda et al

(2011) que investigaram haacutebitos auditivos e comportamentos de adolescentes com

atividades de lazer ruidosas Os resultados revelaram que a maioria dos jovens

prefere realizar tarefas em ambientes barulhentos e que o som da muacutesica alta os

deixa felizes

A maioria dos estudantes percebe o CEPMAT como um ambiente ruidoso e

boa parte deles natildeo estaacute disposta a deixar de utilizar o Celular posso concluir que o

150

Celular eacute em alguns momentos utilizado como ldquovaacutelvula de escaperdquo para os ruiacutedos

externos Neste sentido eacute importante fazer conhecer entre os estudantes

professores e comunidade escolar os efeitos de longo prazo causados por este

comportamento imediatista O Protocolo de Complexidade Diferenciada 5 (BRASIL

2006 p 7) aborda questotildees relacionadas com a sauacutede auditiva e os seus efeitos As

normas orientadoras do protocolo se utilizadas didaticamente podem auxiliar na

criaccedilatildeo de haacutebitos de prevenccedilatildeo a sauacutede auditivas mais saudaacuteveis e a escola teria

um papel nesta didatizaccedilatildeo pois poderia aproximar conhecimentos do cotidiano dos

estudantes com o conhecimento cientiacutefico

O uso de fones auriculares vem sendo encontrado na literatura como um

comportamento cada vez mais comum entre os jovens e pode ser um risco para a

audiccedilatildeo podendo aumentar os problemas auditivos Costa (2013) mostra que haacute

uma relaccedilatildeo de prazer entre os haacutebitos auditivos e a muacutesica

Em suma

O terceiro subitem da questatildeo de pesquisa quatro ldquoComose os estudantes do

Ensino Meacutedio do CEPMAT percebem a existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos

fones auriculares conectados aos Aparelhos Celulares e os efeitos na Sauacutede delesrdquo

pode ser respondido da seguinte forma

Os estudantes em geral natildeo percebem

a) a existecircncia de poluiccedilatildeo sonora oriunda dos fones auriculares

conectados ao Aparelho Celular mesmo sabendo dos problemas

auditivos que o fone auricular ligado ao Aparelho Celular para escutar

muacutesicas em volume alto pode causar

b) zumbidos ou dores na orelha interna Tambeacutem natildeo haacute perdas de

energia dificuldades para relaxar nem se sentem sobrecarregados ou

relatam alteraccedilotildees na concentraccedilatildeo incocircmodos nem apoacutes escutar

prolongadamente sons em volume alto oriundos do Celular nem

quando expostos ao excesso de ruiacutedos causados pelos meios de

transportes Portanto os sintomas de estresse natildeo satildeo sintomas

comumente apresentados

c) e natildeo consideram que a quantidade de ruiacutedo a que satildeo expostos fora

da escola e quando ouvem muacutesica no Celular eacute maior do que aquela

151

que eles podem suportar Os estudantes tecircm prazer na presenccedila de

volume alto ficam felizes por ouvir muacutesica no Celular quando estatildeo em

sala de aula e consideram a possibilidade de ouvir muacutesicas durante as

atividades como algo positivo seja ou natildeo como foco de concentraccedilatildeo

mesmo natildeo estando confortaacuteveis com o excesso de ruiacutedos dentro e

fora da escola

Por outro lado uma porcentagem menor de estudantes percebe

a) pelo menos um dos sintomas de estresse tais como zumbidos perda

de concentraccedilatildeo energia ficam desanimados dificuldades para

relaxar cansaccedilo e sobrecarga nas atividades rotineiras como as

atividades escolares tanto quando ouvem muacutesica no Celular quanto

os ruiacutedos oriundos dos meios de transportes

No entanto mesmo que essa pequena porcentagem de estudantes natildeo se

importe se pode haver algum prejuiacutezo agrave audiccedilatildeo por exposiccedilatildeo a niacuteveis de ruiacutedos

intensos e ainda que essa porcentagem natildeo pareccedila significativa a postura em

relaccedilatildeo agrave sauacutede auditiva precisa ser mais bem investigada

Esses resultados indicam aspectos que precisam ser melhores avaliados

entre eles o planejamento das atividades as condiccedilotildees de trabalho em sala de aula

e a anaacutelise dos interesses dos estudantes em relaccedilatildeo agraves temaacuteticas apresentadas

Esses e outros toacutepicos precisam ser mais bem estudados para aprofundar alguns

aspectos a partir desta dissertaccedilatildeo Isso me leva a recomendar que outras

investigaccedilotildees sobre a interferecircncia da poluiccedilatildeo sonora na sauacutede do estudante

devem ser profundamente avaliadas em estudos subsequentes a este

152

664 Parte 4 O uso de equipamentos eletrocircnicos e o Regimento Escolar

Trata da relaccedilatildeo entre o uso de equipamentos eletrocircnicos e o Regimento

Escolar do CEPMAT Para a composiccedilatildeo de dados criei trecircs assertivas (I27 I28 I29)

que analisam a percepccedilatildeo dos respondentes em relaccedilatildeo os documentos que regem

a comunidade escolar e a percepccedilatildeo do papel dos estudantes na participaccedilatildeo da

construccedilatildeo das normas e regras do CEPMAT

GRAacuteFICO 19 - PARTICIPACcedilAtildeO DA COMUNIDADE ESCOLAR NA CONSTRUCcedilAtildeO DO REGIMENTO ESCOLAR FONTE O AUTOR (2014) COM SUPORTE DO LABEST-UFPR

O I27 foi construiacutedo na negativa ndash 3375 dos estudantes responderam que

ldquoDe jeito nenhumrdquo natildeo conseguem ficar sem ouvir muacutesica no Celular durante o

periacuteodo das aulas mesmo sabendo que o Regimento Escolar os proiacutebe de usar

1438 responderam ldquoRaramenterdquo 10 ldquoAgraves vezesrdquo 1125 ldquoFrequentementerdquo

2125 ldquoSemprerdquo natildeo conseguem ficar sem ouvir muacutesica no Celular durante as

aulas 188 ldquoNatildeo sabemrdquo e 750 ldquoNatildeo se importamrdquo se conseguem (ou natildeo) ficar

sem ouvir muacutesicas durante o periacuteodo das aulas mesmo sabendo que o regimento

escolar proiacutebe o uso

153

O I28 tambeacutem foi construiacutedo na negativa ndash 4250 dos estudantes

responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo natildeo foram informados sobre quais

equipamentos eletrocircnicos devem usar durante o periacuteodo das aulas 375

responderam ldquoRaramenterdquo 563 ldquoAgraves vezesrdquo 10 ldquoFrequentementerdquo 2188

ldquoSemprerdquo natildeo foram informados sobre quais equipamentos eletrocircnicos (Aparelho

Celular) podem usar no periacuteodo das aulas 438 ldquoNatildeo sabemrdquo e 1188 ldquoNatildeo se

importamrdquo se foram (ou natildeo) informados sobre quais equipamentos eletrocircnicos

podem usar no periacuteodo das aulas

Quanto ao I29 ndash 4438 dos estudantes responderam que ldquoDe jeito nenhumrdquo

participaram ativamente das reuniotildees e discussotildees para a construccedilatildeo do Regimento

Escolar do CEPMAT 1438 responderam ldquoRaramenterdquo 875 ldquoAgraves vezesrdquo 375

ldquoFrequentementerdquo 1063 ldquoSemprerdquo participaram ativamente das reuniotildees e

discussotildees para a construccedilatildeo do documento 563 ldquoNatildeo sabemrdquo e 1250 ldquoNatildeo se

importamrdquo se participaram ativamente (ou natildeo) das reuniotildees e discussotildees para a

construccedilatildeo do Regimento Escolar do Coleacutegio

6641 DISCUSSAtildeO PARCIAL DOS ITENS I27 I28 e I29

No I27 ndash Verifico que 3375 dos estudantes conseguem ficar sem ouvir

muacutesica durante o periacuteodo de aula (ou usando a loacutegica de construccedilatildeo do teste ldquode

jeito nenhumrdquo natildeo conseguem ficar sem ouvir) Por outro lado se somarmos os

que ldquofrequentementerdquo e os que ldquosemprerdquo natildeo conseguem ficar sem ouvir obteacutem-se

um valor de 3250 que efetivamente natildeo conseguem ficar sem ouvir muacutesica no

Celular durante o periacuteodo das aulas Isso significa que se os estudantes

entenderam a assertiva e a forma de respondecirc-la entatildeo haacute uma clara e equilibrada

divisatildeo (3375 versus 3250) nas respostas dadas quanto ao uso do Celular para

ouvir muacutesica durante o periacuteodo das aulas

Quando ao I28 ndash chama a atenccedilatildeo que 4250 dos estudantes revelaram ter

sido informado sobre quais equipamentos eletrocircnicos devem usar durante o periacuteodo

das aulas (ou na loacutegica de construccedilatildeo do teste ldquode jeito nenhumrdquo natildeo foram

informados) No entanto ao somar os que responderam ldquofrequentementerdquo (10)

154

com os que responderam ldquosemprerdquo (2188) natildeo foram informados eacute possiacutevel

perceber que pelo menos 3188 dos estudantes natildeo tinha conhecimento dessas

informaccedilotildees Pode ocorrer que alguns estudantes tenham sido transferidos e sejam

novos no coleacutegio mas a porcentagem de alunos que desconhece as normas e

regras do regimento eacute emblemaacutetica

Na I29 ndash Considerando que 4438 dos estudantes natildeo participam das

reuniotildees e discussotildees para a construccedilatildeo do Regimento Escolar do CEPMAT e

1250 natildeo se importam com construccedilatildeo das normas e regras entendo que os

mesmos natildeo consideram relevante agrave participaccedilatildeo necessaacuteria para ter voz e voto

como retratado no paraacutegrafo 2ordm do regimento interno (ZANOTTO 2011) ldquoo oacutergatildeo

colegiado de direccedilatildeo seraacute constituiacutedo de acordo com o princiacutepio da

representatividade devendo abranger toda a comunidade escolar cujos

representantes nele teratildeo necessariamente voz e votordquo

6642 CONSIDERACcedilOtildeES

Os dados indicaram que a terccedila parte dos estudantes do CEPMAT faz uso

natildeo pedagoacutegico do Aparelho Celular durante o periacuteodo das aulas utilizando-o em

sala de aula e durante as atividades educativas com a finalidade de ouvir muacutesica

Para Souza e Torres (2009) o ldquociberespaccedilordquo jaacute estaacute realizado e os estudantes estatildeo

instalados nele No caso dessa pesquisa entendo que esse ciberespaccedilo se

configura pela via dos Aparelhos Celulares para escutar muacutesica entre outras coisas

No entanto o haacutebito de usar equipamentos eletrocircnicos que natildeo fazem parte

do material pedagoacutegico no ambiente escolar entra em confronto com o Regimento

Escolar Para o Conselho Estadual de Educaccedilatildeo do Paranaacute (PARANAacute 1999) o

Regimento Escolar eacute um documento construiacutedo coletivamente pela comunidade

escolar em reuniotildees e discussotildees nas quais todos tecircm direito a voz e voto Esse

documento estabelece as normas e regras descrevem os direitos e deveres dos

membros da comunidade escolar

No caso do Regimento do CEPMAT a perspectiva didaacutetica sobre o uso de

equipamentos tecnoloacutegicos estaacute na vertente policialesca e restritiva Essa

155

tecnologia jaacute estaacute presente nas matildeos de praticamente todos os estudantes e nesse

sentido podem ser re-significadas para extrapolar o simples escutar muacutesica

congregando muitas outras possibilidades de uso para fins de ensino e de

aprendizagem

A UNESCO (2013) publicou um guia com 10 recomendaccedilotildees sobre o uso do

Aparelho Celular na sala de aula O objetivo era incentivar os governos a

implementarem poliacuteticas puacuteblicas educacionais que valorizassem a utilizaccedilatildeo das

tecnologias de faacutecil acesso presente natildeos matildeos dos jovens e adolescentes como

recurso no ensino

a) Criar ou atualizar poliacuteticas ligadas ao aprendizado moacutevel b) Conscientizar sobre sua importacircncia c) Expandir e melhorar opccedilotildees de conexatildeo d) Ter acesso igualitaacuterio e) Garantir equidade de gecircnero f) Criar e aperfeiccediloar conteuacutedo educacional g) Treinar professores h) Capacitar educadores usando tecnologias moacuteveis i) Promover o uso seguro saudaacutevel e responsaacutevel de tecnologias moacuteveis j) Usar tecnologia para melhorar a comunicaccedilatildeo e a gestatildeo educacional(p12)

O objetivo desse guia eacute o de dar um significado efetivo ao uso e aos trabalhos

realizados com Aparelhos Celulares para tanto eacute necessaacuterio que este seja adaptado

ao grau de maturidade de cada paiacutes no que tange a relaccedilatildeo entre inclusatildeo digital e

educaccedilatildeo

Da mesma forma que o guia da UNESCO (2013 p12) apresenta por meio de

um guia 13 bons motivos para o uso do Celular em sala de aula do seguinte modo

1) Amplia o alcance e a equidade em educaccedilatildeo 2) Melhora a educaccedilatildeo em aacutereas de conflito ou que sofreram desastres naturais 3) Assiste alunos com deficiecircncia 4) Otimiza o tempo na sala de aula 5) Permite que se aprenda em qualquer hora e lugar 6) Constroacutei novas comunidades de aprendizado 7) Daacute suporte a aprendizagem in loco 8) Aproxima o aprendizado formal do informal 9) Provecirc avaliaccedilatildeo e feedback imediatos 10) Facilita o aprendizado personalizado 11) Melhora a aprendizagem contiacutenua 12) Melhora a comunicaccedilatildeo 13) Maximiza a relaccedilatildeo custo-benefiacutecio da educaccedilatildeo (UNESCO 2013 p4)

Os resultados apresentados tornam mais cada vez mais evidente a

necessidade de incluiacute-lo como ferramenta de ensino Esta tecnologia esta inserida

no ambiente escolar presente nas matildeos dos estudantes e pode vir a ter um uso

significativo para ensinar mais do que conteuacutedos

156

Em suma

Nesta parte investiguei comose os estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT

percebem o Regimento Escolar Este subitem pode ser respondido da seguinte

forma

a) Os estudantes usam o Aparelho Celular durante o periacuteodo das

aulas essencialmente para fins natildeo didaacuteticos que natildeo fazem parte

do contexto da aula o que infringe a regras do atual Regimento

Escolar

b) Esse equipamento tecnoloacutegico natildeo eacute considerado parte do atual

material pedagoacutegico e boa parte (3188) dos estudantes

alegaram que natildeo foram informados pela escola sobre quais

equipamentos eletrocircnicos podem usar durante o periacuteodo das

aulas Quase a metade (4438) dos estudantes afirmou natildeo ter

participado da construccedilatildeo coletiva do Regimento Escolar

Somente 1250 responderam que natildeo se importam se participam

(ou natildeo) com voz e voto na confecccedilatildeo do Regimento Escolar e

considerando que os estudantes entenderam a questatildeo e a forma

de respondecirc-la isso parece ter um significado interessante para

reforccedilar a participaccedilatildeo do coletivo da comunidade escolar na

feitura do regimento

67 SINTESE DA SECcedilAtildeO

No contexto desta dissertaccedilatildeo o Aparelho Celular aparece natildeo mais como

um simples meio de comunicaccedilatildeo entre as pessoas mas como Tecnologia da

Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo com muacuteltiplos usos criando ou redefinindo identidades

estabelecendo uma nova cultura no ambiente escolar Seu uso dialoga com culturas

e aspectos constitutivos de saberes que circulam na sala de aula impondo uma

rediscussatildeo sobre regras e normas e outras accedilotildees pedagoacutegicas podendo se

157

configurar em alternativa metodoloacutegica para o ensino e contribuindo com a

aprendizagem

O Aparelho Celular pode contribuir com a valorizaccedilatildeo e o desenvolvimento de

valores eacuteticos colaborando na busca de possibilidades para um ensino diferenciado

extrapolando enormemente a funcionalidade de ouvir muacutesica

Steinberg e Kincheloe (2001) apud Monteiro (2009) revela que o

conhecimento das Tecnologias de Informaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo eacute muito mais do que

simples acreacutescimo a um curriacuteculo tradicional mas uma praacutetica baacutesica necessaacuteria

para negociar identidades valores e para participar dessa hiper-realidade

Os estudantes aumentam seu repertoacuterio de experiecircncias no ambiente escolar

e experenciam a natildeo verticalidade do ensino permitindo-se ensinar uns aos outros

os modos de uso do Celular e de recursos tecnoloacutegicos Esse modo de ensinar

amplia as relaccedilotildees pessoais ou virtuais re-significando relaccedilotildees humanas e

identidades Portanto os Aparelhos Celulares possibilitam os processos de

mudanccedila nas formas de cogniccedilatildeo suas potencialidades frente agrave convergecircncia e

mobilidade imaginadas na telefonia moacutevel e nas tecnologias digitais instigam novas

investigaccedilotildees sobre o papel do Celular na sala de aula

Esta seccedilatildeo teve como intuito responder a quarta questatildeo de investigaccedilatildeo

desta dissertaccedilatildeo Como se os estudantes do Ensino Meacutedio do CEPMAT percebem

a) a existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do Coleacutegio

b) os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora (oriunda do entorno do Coleacutegio) na

sauacutede deles

c) a existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos fones auriculares

conectados aos Aparelhos Celulares e os efeitos na sauacutede dos

estudantes

d) as normas estabelecidas no Regimento Escolar do CEPMAT

Nas anaacutelises das respostas do ldquoteste de autoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas

de estresserdquo permitiram observar que haacute indiacutecios que os estudantes apresentam

alguns sintomas de estresse por exposiccedilatildeo agrave Poluiccedilatildeo Sonora pelos meios de

transportes incomodos causados pelo trem prejuiacutezos agraves avaliaccedilotildees ou trabalhos

escolares embora acreditam que nada pode ser feito para alterar a situaccedilatildeo do

momento Quanto agrave poluiccedilatildeo sonora pelos usos intensivos do Aparelho Celular para

ouvir muacutesica os estudantes natildeo deixam de ouvir muacutesica por conta da exposiccedilatildeo

158

excessiva aos ruiacutedos e disseram que a muacutesica natildeo atrapalha a concentraccedilatildeo a

maioria natildeo percebe dor ou zumbido na orelha interna cansaccedilo ou se sente

sobrecarregados No entanto existe um grupo de estudantes que declarou perceber

os sintomas de estresse da exposiccedilatildeo ao volume alto da muacutesica como dor na orelha

interna atrapalha na concentraccedilatildeo sente-se cansados Quanto ao regimento do

CEPMAT os estudantes revelaram que ouvem muacutesicas com fones de ouvido

conectados ao Celular durante as aulas independentemente do regimento dizer que

isso eacute proibido Aleacutem disso mais de 44 dos estudantes pesquisados natildeo conhecia

e natildeo havia participado na elaboraccedilatildeo do regimento

Na proacutexima seccedilatildeo faccedilo as consideraccedilotildees finais desta dissertaccedilatildeo

159

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Para compor e analisar os dados desta dissertaccedilatildeo fiz um levantamento

sobre o tema Poluiccedilatildeo Sonora em quatro eventos da aacuterea nos projetos publicados

UNESCO (2013) e no banco de dissertaccedilotildees e teses da CAPES apliquei um

questionaacuterio a 160 estudantes sobre o uso do Celular no ambiente escolar fiz

tambeacutem dois tipos de afericcedilatildeo uma dos ruiacutedos oriundos do entorno do CEPMAT e

outra dos sons propagados pelos fones auriculares conectados ao Aparelho Celular

com uso de um decibeliacutemetro e para finalizar apliquei um teste de

ldquoautoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo a estudantes do Ensino Meacutedio

Com esses dados realizei anaacutelises que me permitem fazer algumas

consideraccedilotildees Ressalto que todos os dados foram constituiacutedos a partir de coletas

de pequeno porte ou que necessitam de avaliaccedilotildees mais profundas com

profissionais da Sauacutede e da Psicologia assim como da Engenharia de Seguranccedila

Portanto entendo que natildeo eacute prudente fazer conclusotildees finais com estes dados mas

ao inveacutes disso prefiro a partir deles delinear algumas consideraccedilotildees

Essas consideraccedilotildees foram divididas em trecircs partes na primeira intitulada

(71) ldquoApontamentos obtidos a partir da anaacutelise dos dadosrdquo faccedilo referecircncia aos

dados de trecircs formas dados relativos agrave poluiccedilatildeo sonora de forma geral e a do

entorno do coleacutegio dados sobre o uso do Celular e sua relaccedilatildeo com a cultura

contemporacircnea e do dados constituiacutedos a partir do Teste de ldquoautoidentificaccedilatildeo de

estresse nos estudantesrdquo e a poluiccedilatildeo sonora gerada nos fones auriculares

Na segunda parte intitulada (72) ldquoAlgumas possibilidadesrdquo refiro-me a

possiacuteveis estudos da relaccedilatildeo entre poluiccedilatildeo sonora e o uso do Celular como

ferramenta de apoio ao ensino

Na terceira intitulada (73) ldquoSugestotildees de accedilotildees mitigatoacuterias da poluiccedilatildeo

sonora para o entorno e o interior do CEPMATrdquo estas sugestotildees precisam de um

plano de accedilatildeo a posteriori para serem desenvolvidas e natildeo fazem parte do escopo

desta dissertaccedilatildeo Satildeo propostas de accedilotildees mitigatoacuterias que podem ser

desenvolvidas tanto pela empresa America Latina Logiacutestica quanto pela Secretaria

Municipal de Sauacutede e pela Comunidade Escolar do CEPMAT

160

71 APONTAMENTOS OBTIDOS A PARTIR DA ANAacuteLISE DOS DADOS

As consideraccedilotildees realizadas a partir da constituiccedilatildeo e anaacutelise dos dados

foram divididas em trecircs subitens No primeiro refiro-me aos dados relativos agrave

poluiccedilatildeo sonora de forma geral e ao entorno do coleacutegio no segundo discuto

aspectos do uso do Celular e sua relaccedilatildeo com a cultura contemporacircnea e no

terceiro faccedilo consideraccedilotildees sobre o teste de ldquoautoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas

de estresserdquo na sauacutede dos estudantes e a poluiccedilatildeo sonora gerada pelos fones

auriculares As quatro formas de constituiccedilatildeo dos dados (revisatildeo de literatura

questionaacuterio afericcedilatildeo dos niacuteveis de decibeacuteis e o teste) perpassam cada um dos

subitens por isso criei consideraccedilotildees matriciais no formato 4 X 3

Matriz 4 X 3 de apontamentos e consideraccedilotildees

Poluiccedilatildeo Sonora Geral e do

entorno

Usos do Aparelho Celular

Estresse e poluiccedilatildeo sonora gerada por fones

de ouvido

Revisatildeo de Literatura 711 712 713

Questionaacuterio - 42 -

Afericcedilatildeo de niacuteveis de decibeacuteis dB(A)

53 55 56

Teste de Autoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresse

6622 6636 6642

711 A Poluiccedilatildeo Sonora e o entorno do CEPMAT

A revisatildeo de literatura me fez perceber que o assunto ldquoPoluiccedilatildeo Sonorardquo eacute

pouco discutido entre os pesquisadores do Ensino de Fiacutesica e de Ciecircncias nos

eventos analisados encontrei apenas trecircs apresentaccedilotildees de trabalho que foram

recortes de uma mesma dissertaccedilatildeo de mestrado apresentados no ENPEC e no

EPEF Dentre os trecircs um refere-se agrave sauacutede auditiva dos estudantes quando escutam

ldquomuacutesica altardquo (BASTOS MATTOS 2007b) com aparelhos sonoros Essa revisatildeo

161

deixou claro que as discussotildees sobre poluiccedilatildeo sonora ficaram restritas haacute poucos

pesquisadores do Ensino de Fiacutesica o que indica que a acuacutestica (isso porque a

poluiccedilatildeo sonora ocorre por meio da propagaccedilatildeo das ondas sonoras que por sua vez

eacute um subitem da acuacutestica) eacute um tema de pouco interesse entre os pesquisadores da

fiacutesica no entanto essa constataccedilatildeo precisa ser ampliada para outros eventos da

aacuterea

Apesar de uma busca com o tema poluiccedilatildeo sonora resultar em mais de

14500 tiacutetulos de dissertaccedilotildees e teses depositadas no banco da CAPES quando se

restringe o foco para trabalhos realizados por pesquisadores da educaccedilatildeo com as

palavras-chave Poluiccedilatildeo Sonora Ruiacutedos Muacutesica e Poluiccedilatildeo Sonora no Ambiente

Escolar o resultado cai para apenas trecircs sendo duas dissertaccedilotildees e uma tese

Somente um trabalho estuda a poluiccedilatildeo sonora no ambiente escolar isto eacute uma

porcentagem muito insignificante diante de um tema que tem accedilotildees devastadoras na

sauacutede humana e mais uma vez evidenciou a lacuna de estudos nesta aacuterea

No questionaacuterio sobre o uso do Celular descrito no capiacutetulo quatro desta

dissertaccedilatildeo natildeo haacute qualquer menccedilatildeo a poluiccedilatildeo sonora oriunda do entorno de

coleacutegios de forma geral

As afericcedilotildees de niacuteveis de Pressatildeo Sonora oriundos do entorno do CEPMAT

identificaram intensidade de ruiacutedo ateacute 100 dB(A) isto eacute aproximadamente 67

acima dos limites de emissatildeo de ruiacutedo para as Zonas Estruturais Educacionais

estabelecidos pela Lei Ordinaacuteria Municipal 106252002 que eacute de 60 dB(A) no

periacuteodo diurno Nessas condiccedilotildees o laudo teacutecnico produzido por Stangherlin (2014)

sobre os Niacuteveis de Pressatildeo Sonora do entorno do CEPMAT infere que se um

estudante for exposto ao ruiacutedo por um periacuteodo de 4h30min cinco (5) dias por

semana ao longo de duzentos (200) dias letivos mesmo que por um ldquocurto periacuteodordquo

de tempo por dia (cerca de 5 minutos quando natildeo haacute testes de frenagem) entatildeo

pode haver consequecircncias relativas agrave PAIR com prejuiacutezos agrave sauacutede auditiva

Portanto entendo que eacute necessaacuterio que esses estudantes tenham clareza do risco a

que estatildeo expostos ao estudar no CEPMAT e criar sequencias didaacuteticas para o

ensino de Fiacutesica por meio de situaccedilotildees problemaacuteticas pode contribuir de forma que

os mesmos transitem entre o ensino e a sauacutede aplicando em seu cotidiano

conscientemente

Na investigaccedilatildeo feita por Gasperin (2006) com estudantes de duas escolas

proacuteximas a uma linha feacuterrea a autora verificou que os trens oferecem riscos quando

162

os estudantes vatildeo ou voltam das escolas no entanto quanto aos ruiacutedos emitidos os

dados mostraram que esse aspecto natildeo se apresentou relevante pois a maioria dos

estudantes nega ou natildeo percebe a interferecircncia do barulho do trem nas atividades

escolares e ainda considera que o ruiacutedo do trem natildeo eacute prejudicial agrave sauacutede nem tatildeo

pouco que eacute um problema para a comunidade uma vez que eacute um produto da

historia cultural da comunidade ou seja que influenciou e influencia a vida da

comunidade lindeira a via feacuterrea

Gasperin (2006) afirma que por estarem culturamente inseridos em um

ambiente ruidoso os estudantes construiacuteram uma imagem ldquoalegrerdquo dos incocircmodos

causados pelos trens Eles estabeleceram uma relaccedilatildeo utilitaacuteria com a via feacuterrea

pois ela movimenta a economia e eacute responsaacutevel pela sobrevivecircncia Isso mostra o

niacutevel de incorporaccedilatildeo cultural do trem naquela comunidade Isto eacute os viacutenculos

estabelecidos com a presenccedila dos trens refletem a alienaccedilatildeo ou distanciamento do

fator de risco ambiental no que se refere a poluiccedilatildeo sonora e suas sequelas agrave sauacutede

O estudo de Gasperin (2006) mostrou que a companhia realiza atividades

para transformar os aspectos negativos da poluiccedilatildeo sonora oferecendo passeios de

trem para a comunidade manipulando a percepccedilatildeo da comunidade e sua interaccedilatildeo

com a via feacuterrea

Com relaccedilatildeo ao CEPMAT os resultados do teste de ldquoautoidentificaccedilatildeordquo

mostraram que os estudantes nem sempre percebem o ruiacutedo do entorno como um

incocircmodo e o ambiente escolar mais afetado pelos ruiacutedos do entorno a biblioteca eacute

considerada pela maioria como um ambiente acusticamente adequado para as

atividades escolares o que me permite concluir que natildeo houve um distanciamento

dos meus resultados com os de Gasperin (2006)

Os estudantes tiveram ainda dificuldades para relacionar o ruiacutedo do traacutefego

(especialmente dos trens) com algum fator de estresse que eventualmente

apresentavam (tais como diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo dificuldades de

aprendizagem e esgotamento)

Natildeo perceberam o ruiacutedo das composiccedilotildees como responsaacutevel por trazer

zumbidos aos ouvidos o que mostra que culturalmente os estudantes jaacute estatildeo

inseridos em ambientes ruidosos em casa nas ruas ou na escola

Ou seja o incocircmodo causado pelo ruiacutedo eacute culturalmente construiacutedo (HALL

2007) de acordo com o modo de vida e os grupos sociais mas uma das questotildees

mais importantes em termos educacionais refere-se aos estudantes natildeo saberem se

163

haacute (ou natildeo haacute) algo a se feito quanto agrave poluiccedilatildeo sonora do entorno do CEPMAT isso

mostra que ainda haacute muito trabalho a ser realizado no coleacutegio tanto no que se refere

ao ensino de Fiacutesica como em qualquer outra disciplina sobre esta temaacutetica pois a

conscientizaccedilatildeo eacute fator primordial para accedilatildeo

712 O uso do Aparelho Celular

Na revisatildeo da produccedilatildeo acadecircmica em eventos cientiacuteficos encontrei seis

trabalhos em duas ediccedilotildees do TICEDUCA que indicaram que os Aparelhos

Celulares impactaram a aprendizagem dos estudantes influenciaram na motivaccedilatildeo

e no envolvimento dos estudantes em relaccedilatildeo agraves atividades e na mudanccedila de

opiniatildeo sobre a escola e os estudos No entanto natildeo encontrei nenhum trabalho que

se referia agrave poluiccedilatildeo sonora ou ateacute mesmo alguma referecircncia agrave problemaacutetica de

ouvir muacutesica durante as aulas ou a exposiccedilatildeo a ruiacutedos intensos

Uma dissertaccedilatildeo referente a temaacutetica de usoposse do Celular foi encontrada

na aacuterea de administraccedilatildeo Nesta Luiz (2008) analisa o comportamento de consumo

dos adolescentes que vivem em constante busca de pertencimento a um grupo de

referecircncia O autor sugere que Aparelho Celular eacute determinante para o processo de

identificaccedilatildeo do adolescente com seu grupo e por sua vez o grupo os influencia a

desejar os Aparelhos Celulares e essa via de matildeo dupla resulta os leva a aquisiccedilatildeo

sem medida de esforccedilos

As conclusotildees do estudo de Luiz (2008) referentes a posse do Celular e ao

pertencimento ao grupo natildeo distam dos meus dados obtidos no questionaacuterio Outra

aproximaccedilatildeo entre os dados de Luiz (2008) e os meus refere-se ao uso do Aparelho

Celular para ouvir muacutesica ou seja a funccedilatildeo ldquomuacutesicardquo passou a ser um veiacuteculo

comum de facilitaccedilatildeo da interaccedilatildeo entre os estudantes e da relaccedilatildeo de

pertencimento junto a cada grupo pesquisado

Em resumo este estudo e o de Luiz (2008) tecircm similaridades tanto no que se

refere a ldquoposserdquo do equipamento quanto ao uso da funccedilatildeo ldquomuacutesicardquo pois ambos

possibilitam a interaccedilatildeo e o sentimento de pertencimento ao grupo

164

As anaacutelises do questionaacuterio aplicado sobre os usos que os estudantes fazem

do Aparelho Celular evidenciaram que a maioria natildeo faz uso didaacutetico desse

equipamento e quando isso acontece o uso fica restrito a poucas disciplinas por

exemplo na Matemaacutetica usa-se a funccedilatildeo calculadora

Ainda de acordo com o questionaacuterio quase a totalidade das respostas (98)

revelou que os estudantes tecircm consciecircncia da proibiccedilatildeo que consta no regimento

escolar referente ao uso de Celulares para fins natildeo didaacuteticos embora admitissem

afrontar deliberadamente a norma estabelecida pelo coleacutegio pois (48) confessou

que usa o Aparelho Celular para ouvir muacutesica e se comunicar por meio de

mensagens corroborando que esta tecnologia de faacutecil acesso estaacute amplamente

inserida no ambiente escolar Isso corrobora o que foi apontado por Hall (2011) que

as pessoas produzem reproduzem e modificam a sociedade em que vivem e a

relaccedilatildeo que tem com os meios de comunicaccedilatildeo de faacutecil acesso No caso do

CEPMAT o regimento de 2010 propotildee uma norma anacrocircnica em relaccedilatildeo ao uso do

Aparelho Celular e os estudantes por sua vez burlam a norma buscando

reconfiguraccedilotildees para o uso que eacute natildeo didaacutetico Uma das possibilidades que se

vislumbra a partir disso eacute propiciar a formaccedilatildeo de professores para usos didaacuteticos

dessa tecnologia inserindo-a no contexto escolar Isso configura o que foi percebido

por Hall (2011) no que se refere agraves velhas identidades que por tanto tempo

estabilizaram o mundo social e agora estatildeo em decliacutenio fazendo surgir novas

identidades que fragmentaram o indiviacuteduo da modernidade

No que tange aacute poluiccedilatildeo sonora a que o estudante estaacute submetido ao ouvir

muacutesica nos fones auriculares conectados aos Aparelhos Celulares os resultados

apontaram que a maioria (85) tem informaccedilatildeo de que uma exposiccedilatildeo diaacuteria a

ruiacutedos intensos pode ser prejudicial agrave sauacutede auditiva mas isso natildeo foi suficiente

para modificar a accedilatildeo do estudante Por outro lado um grupo menor (15)

respondeu que tecircm conhecimento dos malefiacutecios causados pelo excesso de ruiacutedo

oriundo do Celular agrave sauacutede auditiva e isso os fez reduzir a quantidade de tempo de

exposiccedilatildeo Embora esse resultado seja pequeno jaacute eacute possiacutevel identificar alguns

estudantes que conseguiram unir a informaccedilatildeo agrave accedilatildeo transformando-a em

conscientizaccedilatildeo No entanto 85 ainda precisa extrapolar o niacutevel da informaccedilatildeo e

isso pode ocorrer por meio da educaccedilatildeo especialmente o Ensino de Fiacutesica

(Acuacutestica Ondas Sonoras) que se relacionado agraves questotildees de sauacutede teraacute um papel

165

fundamental para auxiliar os estudantes a galgarem este salto qualitativo de simples

informaccedilatildeo para conscientizaccedilatildeo

Nas afericcedilotildees realizadas foi possiacutevel observar que (534) dos estudantes

ouvem muacutesica em intensidade 88 dB(A) o que significa que o tempo de exposiccedilatildeo

ao ruiacutedo para este grupo natildeo pode ser superior a 5 horas diaacuterias No entanto

(9466) dos pesquisados ouve muacutesicas em intensidade acima de 92 dB(A) cujo

tempo limite de exposiccedilatildeo eacute de 3 horas por dia O questionaacuterio discutido no capiacutetulo

IV desta dissertaccedilatildeo mostra que os estudantes ouvem muacutesica com os fones

auriculares conectados ao Celular em meacutedia quatro horas diaacuterias Isso significa que

aproximadamente 95 dos estudantes pesquisados ouvem muacutesica em volume

meacutedio de 1047 dB(A) e podem estar colocando em risco a sauacutede auditiva com

possibilidade de perda irreversiacutevel da audiccedilatildeo

Os resultados do teste de ldquoautoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo

mostraram que ouvir muacutesica no Celular em volume acima da meacutedia e natildeo perceber

sintomas de estresse de natureza fiacutesica (perda de energia e zumbido na audiccedilatildeo)

faz parte do cotidiano dos estudantes assim eacute possiacutevel inferir que os mesmos estatildeo

culturalmente inseridos em ambientes ruidosos e para corroborar esta ideia o teste

mostrou que um nuacutemero consideraacutevel (5250) de estudantes declarou que se

concentra melhor quando ouve muacutesicas durante as tarefas escolares

713 Poluiccedilatildeo Sonora Gerada pelos Fones auriculares e Autoidentificaccedilatildeo de

Alguns Sintomas de Estresse

Natildeo foram identificados estudos sobre a poluiccedilatildeo sonora relativa ao Aparelho

Celular nos eventos pesquisados e nas dissertaccedilotildees e teses do Banco da CAPES

com as palavras-chave Som Ruiacutedo Poluiccedilatildeo sonora Poluiccedilatildeo sonora no Ambiente

Escolar Assim ficou evidente que embora esta tecnologia de faacutecil acesso jaacute esteja

inserida na escola conforme os dados obtidos a partir do questionaacuterio nenhum

trabalho relacionou Aparelho Celular a poluiccedilatildeo sonora

Para aleacutem da anaacutelise realizada nos eventos e nas teses Muchnik et al (2011)

alertou que o uso de fones auriculares vem se tornando um comportamento cada

166

vez mais comum entre os jovens o que pode aumentar os riscos de problemas

auditivos

No questionaacuterio havia apenas um item sobre a exposiccedilatildeo ao ruiacutedo

investigando se o estudante tinha ciecircncia de que ouvir muacutesica no Celular prejudica a

audiccedilatildeo Este item foi descrito anteriormente (item 812) Conforme jaacute mencionado

os resultados revelaram a maioria dos estudantes ouviu dizer que os fones

auriculares conectados aos Aparelhos Celulares podem ser prejudiciais agrave sauacutede

auditiva se o volume estiver alto O questionaacuterio revelou ainda que o tempo meacutedio

que os estudantes ouvem muacutesica usando fones auriculares conectados ao Aparelho

Celular eacute de 4 horasdia Aleacutem disso a meacutedia da intensidade de ruiacutedo (em decibeacuteis)

das afericcedilotildees de intensidade de ruiacutedo foi de 1032 dB(A) nesses niacuteveis o tempo de

exposiccedilatildeo maacutexima contiacutenua eacute de aproximadamente 40 minutos por dia (conforme

BRASIL 2006) Estas condiccedilotildees podem acarretar surdez precoce nos estudantes

O teste de ldquoautoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo indicou que boa

parte dos estudantes (3250) natildeo estaacute disposta a deixar de utilizar o Celular para

ouvir muacutesica o que me permite inferir que em alguns momentos esta tecnologia

pode estar sendo utilizada como ldquovaacutelvula de escaperdquo para os ruiacutedos externos Neste

sentido um Ensino de Fiacutesica problematizador pode a partir de experimentos

simples contribuir para fazer conhecer entre os estudantes professores e

comunidade escolar os efeitos da exposiccedilatildeo destes ruiacutedos em peliacuteculas que

simulariam o efeito do som no tiacutempano humano Um estudo de intervenccedilatildeo

multidisciplinar poderia tambeacutem analisar o Protocolo de Complexidade Diferenciada

5 (BRASIL 2006) que aborda questotildees relacionadas com a sauacutede auditiva e os

efeitos da exposiccedilatildeo ao ruiacutedo na sauacutede e com isso discutir e reavaliar haacutebitos

relativos ao uso de fones auriculares possibilitando um trabalho de prevenccedilatildeo agrave

sauacutede auditiva

Em relaccedilatildeo aos sintomas de estresse os estudantes de forma geral (67)

natildeo perceberam a existecircncia de poluiccedilatildeo sonora oriunda dos fones auriculares

conectados ao Aparelho Celular mesmo sabendo dos problemas auditivos que o

fone auricular ligado ao Aparelho Celular para escutar muacutesicas em volume alto pode

causar

Alguns sintomas de estresse como zumbidos ou dores na orelha interna

perdas de energia dificuldades para relaxar natildeo foram percebidos pelos estudantes

apoacutes escutar muacutesicas em volume alto Os estudantes consideraram que a

167

quantidade de ruiacutedo a que satildeo expostos fora da escola e quando ouvem muacutesica no

Celular natildeo eacute maior do que aquela que eles podem suportar pelo contraacuterio eles tecircm

prazer de escutar muacutesica no volume acima dos limites natildeo prejudiciais pois as

muacutesicas satildeo selecionadas por eles desta forma natildeo satildeo consideradas ldquoruiacutedosrdquo De

acordo com as anaacutelises dos resultados posso inferir que os estudantes natildeo

percebem que colocam sua sauacutede auditiva em risco devido que as muacutesicas que

ouvem nos fones auriculares conectados ao Aparelho Celular satildeo sons agradaacuteveis

natildeo importando seu volume por outro lado os ruiacutedos emitidos pelos meios de

transportes sejam automoacuteveis caminhatildeo ocircnibus ou ateacute mesmo trens tornam-se

sons desagradaacuteveis ou seja ruiacutedos Hall (2007) explica que a accedilatildeo social eacute

significativa tanto para aqueles que a praticam quanto para os que a observam natildeo

em si mesma mas em razatildeo dos muitos e variados sistemas de significado que os

seres humanos utilizam para definir o que significam as coisas e para codificar

organizar e regular sua conduta uns em relaccedilatildeo aos outros No caso deste estudo a

accedilatildeo social eacute natildeo perceber os efeitos danosos que os sons considerados

ldquoagradaacuteveisrdquo causam a sauacutede auditiva o que seria diferente se com o mesmo

volume os estudantes percebessem sons considerados por eles como

ldquodesagradaacuteveisrdquo

Por outro lado uma porcentagem menor de estudantes percebe pelo menos

um dos sintomas de estresse tais como zumbidos perda de concentraccedilatildeo energia

ficam desanimados dificuldades para relaxar cansaccedilo e sobrecarga nas atividades

rotineiras como as atividades escolares tanto quando ouve muacutesica no Celular

quanto dos ruiacutedos oriundos dos meios de transportes Mesmo que essa pequena

porcentagem de estudantes natildeo se importe se pode haver algum prejuiacutezo agrave audiccedilatildeo

por exposiccedilatildeo aos niacuteveis de ruiacutedos intensos e ainda que essa porcentagem natildeo

pareccedila significativa a postura em relaccedilatildeo agrave sauacutede auditiva precisa ser mais bem

investigada

Esses resultados indicam aspectos que precisam ser melhor avaliados entre

eles

a) o planejamento das atividades

b) as condiccedilotildees de trabalho em sala de aula

c) a anaacutelise dos interesses dos estudantes em relaccedilatildeo agraves temaacuteticas

apresentadas

168

Esses e outros toacutepicos podem ser mais bem estudados para aprofundar

novos aspectos que se vislumbram a partir desta dissertaccedilatildeo Isso me leva a

recomendar que outras investigaccedilotildees sobre os efeitos da poluiccedilatildeo sonora na sauacutede

dos estudantes devem ser profundamente avaliados em estudos subsequentes a

este

Finalmente para Hall (2007) a ideia de cultura modo de vida formas de

pensar sentir a atuar satildeo assimiladas pelo grupo satildeo accedilotildees de comportamento

que podem ser estabelecidas no contexto a que esses humanos estatildeo inseridos

associando-os e constituindo-os nos diversos aspectos da vida social De uma

mesma forma compreender os significados da presenccedila e uso do Aparelho Celular

na escola eacute compreender essa nova linguagem esse objeto de desejo que opera no

sistema representacional da nossa cultura que constroacutei significados modifica o

sentimento de pertencimento dos estudantes ao grupo modelam praacuteticas de

conduta e ideias Falta no entanto compreender a problemaacutetica da poluiccedilatildeo sonora

em outros contextos por exemplo o da sauacutede auditiva humana pois neste os

impactos negativos para os estudantes satildeo muito seacuterios No entanto se esses

estudantes construiacuterem conhecimentos em Educaccedilatildeo Ambiental na Fiacutesica e na

Sauacutede poderatildeo fazer aproximaccedilotildees entre o cotidiano deles e o conhecimento

cientiacutefico e ainda se tiverem conhecimento e fizerem valer o cumprimento da

Legislaccedilatildeo Municipal entatildeo teratildeo ferramentas para estabelecer relaccedilotildees que

poderatildeo contribuir para mitigaccedilatildeo dos problemas

72 ALGUMAS POSSIBILIDADES

A partir da anaacutelise anterior realizada no formato de matriz emergem agumas

possibilidades Neste subitem levanto possibilidades de estudos que podem ampliar

as perspectivas desta dissertaccedilatildeo e foram percebidos a partir dos resultados da

Revisatildeo de Literatura do Questionaacuterio das Afericcedilotildees realizadas e do Teste de

ldquoAutoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas de Estresserdquo

As afericcedilotildees de niacuteveis de ruiacutedo oriundas do entorno do CEPMAT expuseram

valores acima do permitido pela Legislaccedilatildeo especificamente aquela relativa aos

169

limites de ruiacutedo estabelecidos para aacutereas escolares Sabendo a partir da revisatildeo de

literatura que a poluiccedilatildeo sonora eacute um tema pouco explorado e que no questionaacuterio

foi apontado que os alunos jaacute ouviram falar que o ruiacutedo intenso pode fazer mal a

audiccedilatildeo Entendo que uma pesquisa qualitativa do tipo pesquisa-accedilatildeo aplicada em

sala de aula a partir de um enfoque multidisciplinar tendo como eixo central a

Educaccedilatildeo Ambiental poderia abordar accedilotildees de prevenccedilatildeo a ruiacutedos intensos

oriundos dos meios de transporte

Por outro lado no que se refere a ouvir muacutesica com volume alto nos fones

auriculares conectados ao Aparelho Celular os resultados do teste referentes a

percepccedilatildeo dos estudantes indicaram que natildeo haacute grandes preocupaccedilotildees sobre os

efeitos nocivos desses sons intensos na sauacutede auditiva Para reverter este quadro

uma pesquisa aplicada do tipo pesquisa-accedilatildeo que aborde o conteuacutedo de acuacutestica

em seu subitem ldquoOndas Sonorasrdquo pode trazer enormes contribuiccedilotildees na construccedilatildeo

de sequecircncias didaacuteticas e experimentos simples de forma que os estudantes

percebam os efeitos os benefiacutecios e os malefiacutecios que estas ondas sonoras causam

no organismo Assim pode haver aproximaccedilatildeo do ensino de fiacutesica com a sauacutede

Outra consideraccedilatildeo refere-se ao uso natildeo didaacutetico do Aparelho Celular no

ambiente escolar Os dados do questionaacuterio mostraram que haacute necessidade de

ampliaccedilatildeo de pesquisas com enfoque metodoloacutegico porque o Celular natildeo eacute utilizado

como ferramenta de aprendizagem na sala de aula Beringuy (2011) salientou as

vantagens do acesso ao Celular por pessoas de baixo poder aquisitivo isso pode-se

estender tambeacutem para a adoccedilatildeo do Aparelho Celular como ferramenta de apoio na

aprendizagem A revisatildeo de literatura apontou metodologias como as de m-learning

ou mobile learning que exigem uma participaccedilatildeo do professor no sentido de

orientar para o uso didaacutetico Assim pesquisas que apliquem estas novas

metodologias satildeo extremamente necessaacuterias

170

73 SUGESTOtildeES DE ACcedilOtildeES MITIGATOacuteRIAS DA POLUICcedilAtildeO SONORA PARA O

ENTORNO E O INTERIOR DO CEPMAT

Neste item aponto algumas medidas preventivas e mitigatoacuterias em relaccedilatildeo

aos ruiacutedos do entorno do CEPMAT que podem ser tomadas por diferentes oacutergatildeos

administrativos Secretaria Municipal de Sauacutede e a Comunidade Escolar do CEPMAT

e pela empresa que tem a concessatildeo da Ferrovia (ALL) que passa em frente ao

Coleacutegio e tambeacutem relativas a poluiccedilatildeo sonora oriunda dos fones auriculares

conectados ao Aparelho Celular para ouvir muacutesica pelos estudantes

a) Em funccedilatildeo das afericcedilotildees e do laudo teacutecnico que aponta niacuteveis de ruiacutedo

de ateacute 100 dB(A) uma sugestatildeo eacute a instalaccedilatildeo de anteparos acuacutesticos

junto agrave linha feacuterrea para minimizar o impacto dos ruiacutedos do trem na

frete do Coleacutegio

b) Uma possibilidade complementar (e natildeo alternativa) a que foi

mencionada acima eacute a ALL em parceira com a Prefeitura Municipal de

Curitiba efetuarem o plantio de aacutervores nativas ao longo da lateral da

linha feacuterrea especialmente na frente do Coleacutegio para constituir mais

uma barreira fiacutesica agraves ondas sonoras geradas na passagem da

composiccedilatildeo feacuterrea

c) De acordo com o que foi proposto pelo Programa de Mitigaccedilatildeo de

Ruiacutedos (ALL 2010) a empresa deve constituir uma equipe

PERMANENTE de Educaccedilatildeo Ambiental assegurando para realizar um

trabalho continuo de conscientizaccedilatildeo dos estudantes do CEPMAT e do

entorno no que se refere aos periacuteodos maacuteximos de exposiccedilatildeo a ruiacutedos

de forma geral assim como de seguranccedila dos pedestres para a

travessia da linha feacuterrea

d) A Empresa ALL a Secretaria Estadual de Educaccedilaotilde do Paranaacute em

parceria com a Secretaria Municipal de Sauacutede tecircm a responsabilidade

de fazer avaliaccedilotildees audiomeacutetricas fundamentais para a prevenccedilatildeo a

PAIR tanto nos estudantes quanto nos professores e funcionaacuterios do

CEPMAT que estatildeo constantemente expostos aos ruiacutedos intensos

171

A Secretaria Municipal de Sauacutede e o CEPMAT podem trabalhar em parceria

para

a) Desenvolver um trabalho de conscientizaccedilatildeo e prevenccedilatildeo relativos agrave

sauacutede auditiva por exposiccedilatildeo aos ruiacutedos oriundos dos fones

auriculares conectados aos Aparelhos Celulares para ouvir muacutesica em

volume acima do limite estabelecido pelo protocolo de Complexidade

Diferenciada 5 (BRASIL 2006) que pode ser baseado no programa

desenvolvido pela Sociedade Brasileira de Otologia (SBO 2012)

172

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ABNT Anexo I da Norma Regulamentadora 15 para Atividades e Operaccedilotildees Insalubres Limites de Toleracircncia para Ruiacutedo Contiacutenuo ou Intermitente

Ministeacuterio do Trabalho e Emprego Brasiacutelia 1978 Disponiacutevel em lt httpportalmtegovbrdatafilesFF8080812DF396CA012E0017BB3208E8NR-1520(atualizada_2011)pdf gt Acesso em 17062013

ABNT NBR 10151 Acuacutestica - Avaliaccedilatildeo do ruiacutedo em aacutereas habitadas visando o conforto da comunidade - Procedimento Rio de Janeiro ABNT 1987 Disponiacutevel lthttpwwwsemacecegovbrwpcontentuploads201201AvaliaC3A7C3A3o+do+RuC3ADdo+em+C381reas+Habitadaspdfgt Acesso em 19012014

ABNT NBR 10152 Niacuteveis de Ruiacutedo para conforto Acuacutestico Rio de janeiro

1987a Disponiacutevel em lthttpbdcamaragovbrbdbitstreamhandlebdcamara8989poluicao_sonora_brasileiropdfsequence=4gt Acesso em 19012014

ABNT NBR 13369 ndash Caacutelculo Simplificado do Niacutevel de Ruiacutedo Equivalente Contiacutenuo (Leq) Rio de Janeiro ABNT 1995 Disponiacutevel em lt http httpptscribdcomdoc167322593NBR-13369-1995-Calculo-Simplificado-do-Nivel-de-Ruido-Equivalente-Continuo-Leq gt Acesso em 05052014

AIKENHEAD G S RYAN A G (1989) The development of a multiple-choice instrument for monitoring views on science-technology-society topics Ottawa Social Sciences and Humanities Research Council of Canada In AIKENHEAD G S e RYAN A G The Development of a New Instrument ldquoViews on Science-Technology-Societyrdquo (VOSTS) In Science Education 76(5) 477-491 1992

AIKENHEAD G S e RYAN A G The Development of a New Instrument ldquoViews on Science-Technology-Societyrdquo (VOSTS) In Science Education 76(5) 477-491 1992

ALL America Latina Logiacutestica Capitulo 12 Investigaccedilatildeo de Ruiacutedos Rio Grande do Sul - RS Editora ALL 2010 Disponiacutevel em lt httplicenciamentoibamagovbrFerroviasALL2020Malha20Ferroviaria20Sul2020Trechos20Rio20Branco20do20Sul2020Curitiba20e20Curitiba2020Paranagua122020InvestigaE7E3o20de20RuEDdos1220-20InvestigaE7E3o20de20RuEDdospdf gt Acesso em 02072013

ALVES J Tecnologia Celular Uma Convergecircncia de Miacutedias para a Aproximaccedilatildeo de Puacuteblicos Atas do Intercom ndash Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicaccedilatildeo XXX Congresso Brasileiro de Ciecircncias da Comunicaccedilatildeo 2908 a 02092007 Santos Editora Intercom 2007 Disponiacutevel em lt httpwwwportal-rpcombrbibliotecavirtualcomunicacaovirtual0317pdfgt Acesso em 17052013

AMERICAN COLLEGE OF OCCUPATIONAL AND ENVIRONMENTAL MEDICINE ACOEME EVIDENCE BASED STATEMENT Noise induced hearing loss J Occup Environ Med [S l] v45 n 6 jun 2003 In Brasil Protocolo de Complexidade Diferenciada 5 Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento

de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegias 2006 Disponiacutevel em lt

173

httpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesprotocolo_perda_auditivapdfgt Acesso em 19012014

American Friends of Tel Aviv University (2011 Deccember 29) Usando leitores de MP3 em volume alto coloca adolescentes em situaccedilatildeo de risco para a perda auditiva precoce dizem pesquisadores ScienceDaily Disponiacutevel em

httpwwwsciencedailycomreleases201112111228134852htm Acesso em 10012014

AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION (APA) Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders-Fourth Edition Text Revision Washington DC APA

2000 (Traduccedilatildeo no Brasil Artmed 2003)

ARCO-VERDE Y F S Caderno de Apoio para Elaboraccedilatildeo do Regimento Escolar Curitiba PR SEEDPR 2007 Disponiacutevel em lthttpwwwmrherondominguesseedprgovbrredeescolaescolas27147014arquivosFileOrgao20Tecnico20PedagogicoREGIMENTO_ESCOLAR_08_04[1]pdfgt Acesso em 19052013

ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE PESQUISA E ENSINO DE CIEcircNCIAS (ABRAPEC) Relatoacuterio de Atividades Satildeo Paulo 1997 Disponiacutevel em

lthttwwwnutesufrjbrabrapecgt acessado em 14082012

BASTOS W P MATTOS C A Fiacutesica para uma Discriminaccedilatildeo Auditiva

Dissertaccedilatildeo de Mestrado ndash USP 2007 Disponiacutevel em lt httpportalifuspbrcpgipt-brdissertaC3A7C3B5es-de-mestrado-2007-2013gt Acesso em 01122013

BASTOS P W MATTOS C R F Fiacutesica para uma sauacutede auditiva Atas do VI ENPEC Encontro Nacional de Pesquisa em Educaccedilatildeo em Ciecircncias

Florianoacutepolis ndash Santa Catarina ABRAPEC 2007a Disponiacutevel em lthttwwwnutesufrjbrabrapecgt Acesso em 06 de junho de 2012

BASTOS P W MATTOS C R Educaccedilatildeo para uma discriminaccedilatildeo Auditiva Atas do VI ENPEC Encontro Nacional de Pesquisa em Educaccedilatildeo em Ciecircncias

Florianoacutepolis ndash Santa Catarina ABRAPEC 2007b Disponiacutevel em lt httwwwnutesufwrjbrabrapecgt Acesso em 06 de junho de 2012

BASTOS P W MATTOS C R Fiacutesica e poluiccedilatildeo Sonora Uma proposta de dinacircmica do perfil conceitual Atas do XI EPEF Encontro de Pesquisa e Ensino de Fiacutesica Curitiba ndash Paranaacute 2008 Disponiacutevel em lt httpwwwcienciamaouspbrdadosepef_fisicaepoluicaosonoraumatrabalhopdfgt Acesso em 06 de junho de 2012

BAUMAN Z Entrevista Fronteiras do Pensamento Londres Cafeacute Filosoacutefico CPFL Viacutedeo 29 min e 41 s 2011 Disponiacutevel em lthttpvimeocom27702137gt Acesso em 0972014

BAUMAN Z Modernidade Liacutequida Rio de Janeiro Jorge Zahar 2008 Disponiacutevel em ltDownloadsModernidade+Liquida+-+Zygmunt+Bauman20(1)pdf gt Acesso em 28022014

BERINGUY A PNAD De 2005 para 2011 numero de internautas cresce 1438 e o de pessoas com celular 1072 Brasiacutelia IBGE 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaoacessoainternet2011defaultshtmgt Acesso em 17052013

174

BRASIL Decreto Federal No 81621 Aprova o Quadro Geral de Unidades de

medida em substituiccedilatildeo ao Anexo do Decreto n 68288 de 12 de setembro de 1978 Brasiacutelia SINMETRO Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio Exterior 03051978 Disponiacutevel em lt httpwwwplanaltogovbrccivil_03decreto1970-1979anexoand81621-78pdfgt Acesso em 15012014

BRASIL Perda auditiva induzida por ruiacutedo Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas (Pair)Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas ndash Brasiacutelia Editora do Ministeacuterio da Sauacutede 2006 Disponiacutevel em httpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesprotocolo_perda_auditivapdf Acesso em 19012014

CAPES Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior Banco de Teses e Dissertaccedilotildees Brasilia 2006 Disponiacutevel em lt httpbancodetesescapesgovbr gt Acesso em 12072012

CELANI A C BEVILAacuteCQUA M C RAMOS C R Ruiacutedo em escolas Fono Rev Atual Cient [S I] v 6 n 2 p 1-4 1994 In Protocolo de Complexidade Diferenciada 5 Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede - Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas

Estrateacutegicas 2006 Disponiacutevel em lt httpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesprotocolo_perda_auditivapdf Acesso em 22022014

Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva Perda Auditiva Induzida pelo Ruiacutedo Relacionado ao Trabalho Boletim nordm 1 14novembro1999 Disponiacutevel em ltDownloads1267411525dd9e8b2320(1)pdfgt Acesso em 14022014

CONAMA Norma Regulamentadora 15 Lei Nordm 9605 de 12 de fevereiro de 1998 Ministeacuterio do Meio Ambiente 1998 Dispotildee sobre as Sanccedilotildees Penais e Administrativas Derivas de Condutas e Atividades Lesivas ao Meio Ambiente Disponiacutevel em lt httpwwwplanaltogovbrccivil_03leisl9605htmgt Acesso em 28022014

CONAMA Resoluccedilatildeo Nordm 12008 Controle da Poluiccedilatildeo Sonora Disponiacutevel em lt httpwwwmmagovbrportconamalegislacaoCONAMA_RES_CONS_1990_001pdf gt Acesso em 13122014

CONTI F Definiccedilotildees de Calculo com Multivariaacuteveis Laboratoacuterio de Informaacutetica -

ICB ndash UFPA 2013gt Disponiacutevel em lthttpwwwculturaufpabrdicasgt Acesso em 28052013

COSTA C N P Anaacutelise do Teste ldquoAutoidentificaccedilatildeo de alguns Sintomas de Estresserdquo Curitiba PR Material natildeo publicado 2013

COSTA F A I Encontro Internacional TIC e Educaccedilatildeo Inovaccedilatildeo Curricular com TIC Atas do I CONGRESSO INTERNACIONAL TICEDUCA Lisboa ndash Portugal

Editora Universidade de Lisboa 2010 Disponiacutevel em lt httpticeduca2010ieulptgt Acesso em 09 de dezembro de 2012

COSTA J F GIOPPO C CAMARGO S O celular e o ensino de ondas na escola uma proposta preliminar Atas do II TICEDUCA 2012 Lisboa ndash Portugal Editora

Universidade de Lisboa 2012 Disponiacutevel em lt

175

httpconfticeducaieulptmodulesrequestphpmodule=oc_programampaction=summaryphpampid=369gt Acesso em 19112013

COSTA J F CAMARGO S GIOPPO C Uso do Aparelho Celular por Estudantes do Ensino Meacutedio para ouvir muacutesica um prazer perigoso Atas do IX ENPEC Editora da ABRAPEC Aacuteguas de Lindoacuteia SP 2013 Disponiacutevel em lt httpwwwnutesufrjbrabrapecixenpecatasresumosR1336-1pdf gt Acesso em 19112013

CURITIBA Lei Ordinaacuteria Municipal Nordm 10625 Dispotildee sobre ruiacutedos urbanos proteccedilatildeo do bem estar e do sossego puacuteblico Curitiba 2002 Disponiacutevel em lt

httpswwwleismunicipaiscombraprccuritibalei-ordinaria2002106210625lei-ordinaria-n-10625-2002-dispoe-sobre- ruidos-urbanos-protecao-do-bem-estar-e-do-sossego-publico-revoga-as-leis-n-s-8583-de-02-de-janeiro-de-1995-8726-de-19-de-outubro-de-1995-8986-de- 13 - de-dezembro-de-1996-e-9142-de-18-de-setembro-de-1997-e-da-outras-providenciashtmlgt Acesso em 08012014

DrsquoAMORIN F Dependecircncia ou Vicio Informaacutetica amp Sociedade 2012 Disponiacutevel

em lt httpwwwcinufpebr~if679textosDependenciaViciohtml gt Acesso em 27052013

DEL RIO V Cidade da Mente Cidade Real Percepccedilatildeo Ambiental e Revitalizaccedilatildeo na Aacuterea Portuaacuteria do Rio de Janeiro p 3-22 In OLIVEIRA L DEL RIO V (org) Percepccedilatildeo Ambiental A Experiecircncia Brasileira Satildeo Carlos Editora da UFSCAR 1996 265p Disponiacutevel em lt httpumdbergpbworkscomwfilefetch38495880vosts_developmentpdfgt Acesso em 27022014

ENIZ A O GARAVELLI S Poluiccedilatildeo sonora em escolas do Distrito Federal Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Educaccedilatildeo da Universidade Catoacutelica de Brasiacutelia Brasiacutelia 2004 Disponiacutevel em lt httpwwwbdtducbbrtedetde_arquivos6TDE-2004-09-17T134958Z-122PublicoDissertacaoalexandrepdfgt Acesso em 13092012

ENNES E G Poluiccedilatildeo Sonora p 339-356 Recursos Naturais Meio Ambiente e Poluiccedilatildeo Vol 2 Rio de Janeiro SUPREN 1977 In SCARATE A Diagnoacutestico Qualitativo da Poluiccedilatildeo Sonora Urbana Estudo de Fundamentos Teoacuterico-Metodoloacutegicos Atas do II Simpoacutesio de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia Urbana Maringaacute PR SIMPGEU 2009 Disponiacutevel em lt httpandrescaratefileswordpresscom20091070pdfgt Acesso em 28012014

FERNANDES J C Um coleacutegio chamado Maria Gazeta do Povo Caderno vida e

cidadania 17062012 Disponiacutevel em lt httpwwwgazetadopovocombrvidaecidadaniaconteudophtmlid=1265986T-Nh39Oplpcbloggergt Acesso em 13022013

FERNANDES R S SOUZA V J de PELISSARI V B FERNANDES S T Uso da percepccedilatildeo ambiental como instrumento de gestatildeo em aplicaccedilotildees ligadas agraves aacutereas educacional social e ambiental Curso de Engenharia de Produccedilatildeo Civil da

UNIVIX e do NEPA Satildeo Paulo 2004 Disponiacutevel em lt httpwwwredeceasesalquspbrnoticiasPercepcao_Ambientalpdfgt Acesso em 27012014

FILGUEIRAS J C HIPPERT M I S A polecircmica em torno do conceito de estresse Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo Vol19 n3 Brasiacutelia 1999 Disponiacutevel em lt

176

httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1414-98931999000300005amplng=enampnrm=isoamptlng=pt gt Acesso em 15072014

FRAENKEL J R e WALLEN N E How to design and evaluate research in Education 4ordf Ediccedilatildeo Boston McGraw Hill 2000

GASPERIN ABUCK S LOOS H A presenccedila do ruiacutedo do trem em escolas do entorno da linha feacuterrea na cidade de Curitiba-Pr Contribuiccedilatildeo para a construccedilatildeo dialeacutetica em educaccedilatildeo socioambiental Dissertaccedilatildeo de Mestrado em

Educaccedilatildeo da UFPR Curitiba UFPR 2006 Disponiacutevel em lt httpwwwppgeufprbrtesesM06_gasperinpdf gt Acesso em 13092012

HALL S A centralidade da cultura notas sobre as revoluccedilotildees culturais do nosso tempo Educaccedilatildeo amp Realidade Porto Alegre v 22 nordm2 p 15-46 juldez 1997

_____ S A Representation Cultural Representations and Signifying Practices Londres Thousand Oaks Sage The open University 2007

_____ S A Identidade cultural na Poacutes-Modernidade Rio de Janeiro DPampA 11ordf ediccedilatildeo 2011

IPDA Instituto Paulista de Deacuteficit de Atenccedilatildeo Vocecirc estaacute sofrendo com Stress Crocircnico Disponiacutevel em lt httpwwwdda-deficitdeatencaocombrmembrosteste-

stress-burnouthtmlgt Acesso em 21092013

IPPUC 1959 Regiatildeo do Cajuru ndash Paranaacute Foto aeacuterea de 1959 Curitiba fotografia

aeacuterea Escala 150000

IPPUC 2003 Geoprocessamento Curitiba 2006 Disponiacutevel em wwwippucorgbr

Acesso em 16 de janeiro de 2014

______2006 Rede Integrada de Transporte Puacuteblico de Curitiba em 2006

Disponiacutevel em ltwwwippucorgbrgt Acesso em 20022014

______2008 Planos Setoriais Relatoacuterio 2008 Curitiba IPPUC 2008 Disponiacutevel

em httpwwwconcidadesprgovbrarquivosFileDOC_IPPUC_Livro_planos_setoriaispdf Acesso em 15012014

______2008 Regiatildeo do Cajuru ndash Paranaacute Foto Aeacuterea de 2008 Curitiba fotografia

aeacuterea Escala 150000

JORDAtildeO C Um celular para cada puacuteblico Revista Digital 301109 Jornal O

Globo 2009 Disponiacutevel em lthttpturma4a20092bligoocomcontentview673937Um-celular-para-cada-publicohtmlgt Acesso em 26122012

KOTLER P Administraccedilatildeo de marketing anaacutelise planejamento implementaccedilatildeo e controle 5 ed Satildeo Paulo Atlas 1998 In MEDEIROS J F CRUZ C M L Comportamento do Consumidor Fatores que influenciam no processo de decisatildeo da compra dos consumidores Revista Teoria e Evidecircncia Econocircmica Passo Fundo v 14 Ed Especial 2006 p 175 Disponiacutevel em lt httpeadopetnetbrconteudoeadMoodle_20graduacaogestao_comercial_2013comp_consuPDFLEITURA1_aula3pdfgt Acesso em 28022014

LACERDA A B M GONCcedilALVES C G O ZOCOLI A M F DIAS C PAULA K Haacutebitos Auditivos e comportamento de adolescentes diante das atividades de lazer ruidosas In Revista CEFAC Speech Language Hearing Sciences and

177

Education Journal Mar-Abr V13 n2 322-329 2011 Disponiacutevel em lt

httpwwwscielobrpdfrcefacv13n249-10pdfgt Acesso em 13122013

LAUTERT L CHAVES E H B MOURA G MS S de O estresse na atividade gerencial do enfermeiro In Revista Panamericana de Salud Publica v6 (6) 1999 Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfrpspv6n60968gt Acesso em 28092013

LEDERMAN N G OMALLEY M Students perceptions of tentativeness in science Development use and sources of change Science Education 74(2) 225-239 1990 In AIKENHEAD G RYAN A The Development of a New Instrument ldquoViews on Science-Technology-Societyrdquo (VOSTS) College of Education University of Saskatchewan Saskatoon Saskatchewan Science Education Assessment Instruments 1992 Disponiacutevel em lt httpumdbergpbworkscomwfilefetch38495880vosts_developmentpdfgt Acesso em 27022014

LEVI F Origens Ambiente e Evoluccedilatildeo In Menezes L C de A terra gasta a questatildeo do ambiente Satildeo Paulo EDUC ndash Editora da Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica ndash PUC-SP 1990 P 17-25 Dissertaccedilatildeo de MestradoLIPP M N Como Controlar o Stress Satildeo Paulo-SP Editora Iacutecone 6ordf ed 1994

LIPP M e N (1984) Stress e suas implicaccedilotildees Estudos de Psicologia Campinas v1 n3 e 4 p 5-19 agodez In FILGUEIRAS J C HIPPERT M I S A polecircmica em torno do conceito de estresse Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo Vol19

n3 Brasiacutelia 1999 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1414-98931999000300005amplng=enampnrm=isoamptlng=pt gt Acesso em 15072014

LOBATO A PEDRO N As tecnologias moacuteveis no processo de ensino e aprendizagem da liacutengua inglesa um estudo exploratoacuterio do cenfic Atas do II CONGRESSO INTERNACIONAL TICEDUCA 2010 Lisboa ndash Portugal

Universidade de Lisboa 2012 Disponiacutevel em lt httpticeduca2010ieulptgt Acesso em 09 de dezembro de 2012

LOPES J M Barulho eacute responsaacutevel por 65 das reclamaccedilotildees agrave prefeitura Jornal Gazeta do Povo Ediccedilatildeo 02102008 Disponiacutevel em lt httpwwwgazetadopovocombrvidaecidadaniaconteudophtmlid=813587amptit=Barulho-e-responsavel-por-65-das-reclamacoes-a-prefeituragt Acesso em 08082013

LUIZ G V Consumo de Celular Significados e Influecircncias na vida cotidiana de adolescentes Dissertaccedilatildeo de Mestrado ndash Universidade Federal de Viccedilosa ndash MG

2008 Disponiacutevel em lthttpwwwtedeufvbrtedesimplificadotde_arquivos46TDE-2008-08-26T072246Z-1289Publicotexto20completopdfgt Acesso em 28052013

MBI Questionaacuterio Jbeili para Identificaccedilatildeo Preliminar da Burnout Elaborado e adaptado por Chafic Jbeili Inspirado no Maslach Burnout Inventory- MBI Disponiacutevel em lt httpwwwchaficcombrindex_arquivosQuestionE1rio20Jbeili20para20identificaE7E3o20da20burnoutpdf gt Acesso em 30092013

MELO G S Ao Som do Apito Vila Oficinas Controle e Disciplinarizaccedilatildeo do Ferroviaacuterio Curitiba (1945-1960) Monografia UTP ndash Universidade Tuiuti do Paranaacute Curitiba UTP 2008 Disponiacutevel em lt

178

httpwwwutpbrhistoriarevista_historianumero_2pdf11_giselia_melopdfgt Acesso em 03032013

MENDONCcedilA F Aspectos da Problemaacutetica Ambiental Urbana da Cidade de CuritibaPR e o mito da ldquocapital ecoloacutegicardquo Satildeo Paulo ndash USP 2002 Disponiacutevel em lthttpwwwgeografiafflchuspbrpublicacoesGeouspGeousp12Geousp12_FranciscoMendoncahtmgt Acesso em 05082013

MIRANDA G L Limites e possibilidades das TIC na Educaccedilatildeo Revista de Ciecircncias da Educaccedilatildeo ndash nordm 03 ndash maioago2007 Disponiacutevel em lt

httpsisifofpceulptpdfssisifo03PT03pdfgt Acesso em 17052013

MOREIRA M D MELLO FILHO J de Psicoimunologia hoje 1992 In FILGUEIRAS J C HIPPERT M I S A polecircmica em torno do conceito de estresse Revista Psicolologia Ciecircncia e Profissatildeo V19 nordm3 Brasiacutelia 1999

Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophppid=S1414-98931999000300005ampscript=sci_arttextgt Acesso em 28022014

MOURA A CARVALHO A Enquadramento teoacuterico para a integraccedilatildeo de tecnologias moacuteveis em contexto educativo Atas do I CONGRESSO

INTERNACIONAL TICEDUCA 2010 Lisboa ndash Portugal Universidade de Lisboa 2010 Disponiacutevel em lt httpticeduca2010ieulptgt Acesso em 09 de dezembro de 2012

MUCHNIK C AMIR N KAPLAN-NEEMEN R e SHABTAI E Getting teeens to turn down the volume In TEL AVIV UNIVERSITY 2012 Annual report Re-imagining the mind Tel Aviv Tel Aviv University 2011 Disponiacutevel em lt

httpwwwtauacilbogannualreport2012pdfgt Acesso em 14122013

NARDI R Memoacuterias da Educaccedilatildeo em Ciecircncias no Brasil a pesquisa em ensino de Fiacutesica Grupo de Pesquisa e Ensino de Ciecircncias Bauru UNESP 1990 Disponiacutevel em lt httpwwwifufrgsbrpublicensinovol10n1v10_n1_a4htm gt Acesso em 16072013

NASCIMENTO D C do Percepccedilotildees de Cultura e Mudanccedila Organizacional

Dissertaccedilatildeo de Mestrado 2009 Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra Disponiacutevel em lt httpsestudogeralsibucptbitstream10316133701Tese_mestrado_Diogo_Chouzalpdf gt Acesso em 20112013

NOGUEIRA E Portal Curitiba Antiga Disponiacutevel em lthttpcuritibaantigacomcategoriaVila-Oficinashtml gt Acesso em 12122012

NOVAES M R Poluiccedilatildeo Psicossocial 383-395 In IBGE Recursos Naturais Meio Ambiente e Poluiccedilatildeo Vol 2 Rio de Janeiro SUPREN 1977 P458

NOVAIS A M GUARIN NETO G G Percepccedilatildeo Ambiental de Estudantes da Escola ldquoDr Joseacute Rodrigues Fontesrdquo Caacuteceres Mato Grosso In Revista Travessias nordm 1 UNIOESTE ndash PR 2007 Disponiacutevel em lt fileCDownloads2789-10750-1-PBpdf gt Acesso em 22022014

OrsquoMALLEY M AIKENHEAD In AIKENHEAD G RYAN A The Development of a New Instrument ldquoViews on Science-Technology-Societyrdquo (VOSTS) College of

Education University of Saskatchewan Saskatoon Saskatchewan Science Education Assessment Instruments 1992 Disponiacutevel em lt

179

httpumdbergpbworkscomwfilefetch38495880vosts_developmentpdfgt Acesso em 27022014

OLIVEIRA I B e SGARBI P Fora da Escola tambeacutem se aprende Rio de

Janeiro DPampA 2001

PAPINI J C M PINTO M L S Estresse e Trabalho Monografia 2000 UFSC

Associaccedilatildeo Catarinense de Medicina XVI ndash Curso de Especializaccedilatildeo em Medicina do Trabalho Disponiacutevel em httpsrepositorioufscbrbitstreamhandle123456789104989Estresse20e20trabalhopdfsequence=1 Acesso em 10022013

PARANAacute Conselho Estadual de Educaccedilatildeo do Paranaacute Regimento Escolar Deliberaccedilatildeo 1699 Curitiba Conselho Estadual de Educaccedilatildeo do Paranaacute 1999

Disponiacutevel em lt httpwwweducacaoprgovbrarquivosFiledeliberacoesdeliberacao161999pdf gt Acesso em 16122013

________ Decreto Estadual 259501959 In Zanoto Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico

Curitiba 2010 Disponiacutevel em lt httpwwwctamariateixeiraseedprgovbrredeescolaescolas9690630arquivosFilePPP2010apdfgt Acesso em 12072012

________ Decreto Estadual 30621977 In ZANOTO Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico Curitiba 2010 Disponiacutevel em lthttpwwwctamariateixeiraseedprgovbrredeescolaescolas9690630arquivosFilePPP2010apdfgt Acesso em 12072012

________Regimento Escolar do CEPMAT Ato nordm 340 p6 - 9 - Curitiba 2011

________ Resoluccedilatildeo 7012006 Coleacutegio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira ndash Ensino fundamental Meacutedio e Profissional Disponiacutevel em lt httpwwwceeprgovbrarquivosFilepdfPareceres202012CEBpa_ceb_109_12pdfgt Acesso em 05032013

PONDEacute L F Invenccedilatildeo do Contemporacircneo O diagnoacutestico de Zygmunt Bauman para a Poacutes-Modernidade Produccedilatildeo da CPFL Cultura Exibido em 25 de maio de

2008 Ribeiratildeo Preto Cultura (44 minutos) Disponiacutevel em lt wwwcpfculturacombr ou httpwwwyoutubecomwatchv=58MMs5j3TjA gt Acesso 05012014

RAMINHOS L FERREIRA M J CORREIA S PEREIRA M J Tecnologias moacuteveis no ensino de multimeacutedia Atas do II Congresso Internacional TICEDUCA 2012 Lisboa ndash Portugal Universidade de Lisboa 2012 Disponiacutevel em lt httpticeduca2010ieulptgt Acesso em 09 de dezembro de 2012

REIS A T L LAY M C D Avaliaccedilatildeo da Qualidade de Projetos ndash uma Abordagem Perceptiva e Cognitiva Revista Ambiente Construiacutedo Porto Alegre v 6 n 3 p

21-34 julset 2006 Disponiacutevel em lt http Downloads3710-12514-1-PB20(1)pdfgt Acesso em 27012014

RIBAS A NAZARENO E R SCHMID A L Reflexotildees sobre o ambiente sonora da cidade de Curitiba A percepccedilatildeo do ruiacutedo urbano e seus efeitos sobre a qualidade de vida de moradores dos setores especiais estruturais Tese Doutorado da UFPR Curitiba UFPR 2007 Disponiacutevel em lt httpdspacec3slufprbrdspacehandle188410320show=full gt Acesso em 20052013

180

RIBAS A GRAEMEL K Poluiccedilatildeo Sonora Objeto de Estudo da Ecologia Revista Fonoaudiologia Revista Virtual ndash Dezembro de 2006 Vol 1 ndash nordm 2 Brasil 2006 Disponiacutevel em lt httpwwwfonoaudiologiaorgbrpublicacoesrevista06vol4n1pdfgt Acesso em 27012014

RINK J MEGID NETO J M Tendecircncias dos Artigos apresentados nos Encontros de Pesquisa em Educaccedilatildeo Ambiental (EPEA) Educaccedilatildeo em Revista v 25nordm 3 2009 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophppid=S0102-46982009000300012ampscript=sci_arttext gt Acesso em 12092013

RODRIGUES A Stress trabalho e doenccedilas de adaptaccedilatildeo 1997 In FILGUEIRAS J C HIPPERT M I S A polecircmica em torno do conceito de estresse Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo Vol19 n3 Brasiacutelia 1999 Disponiacutevel em lt

httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1414-98931999000300005amplng=enampnrm=isoamptlng=pt gt Acesso em 15072014

ROMERO S M OLIVEIRA L O NUNES S C Estresse no Ambiente Organizacional estudo sobre o corpo gerencial Universidade Luterana do Brasil

ndash ULBRA 2007 Disponiacutevel em lt httpwwwaedbbrsegetartigos071215_SEGET0701Stresspdfgt Acesso em 28022014

SANTrsquoANA N C Criaccedilatildeo de uma ferramenta hipermiacutedia para promoccedilatildeo da sauacutede auditiva em jovens usuaacuterios de dispositivos sonoros portaacuteteis individuais Dissertaccedilatildeo de Mestrado 2012 - Universidade de Satildeo Paulo ndash FOB

Disponiacutevel em lt httpwwwtesesuspbrtesesdisponiveis2525143tde-01112012-214724pt-brphpgt Acesso em 06012014

SANTOS D M B DURAM A A BURNHAM T F O uso dos dispositivos moacuteveis durante a aula analise de um recorte da realidade de universidades publicas do Brasil Atas do II Congresso Internacional TICEDUCA 2012 Lisboa ndash Portugal Universidade de Lisboa Disponiacutevel em lt httpticeduca2010ieulptgt Acesso em 09 de dezembro de 2012

_______ D M B DURAM A A BURNHAM T F Dispositivos moacuteveis em sala de aula uma revisatildeo bibliograacutefica Atas do II Congresso Internacional TICEDUCA 2012a Lisboa ndash Portugal Universidade de Lisboa Disponiacutevel em lthttpticeduca2012ieulptgt Acesso em 09 de dezembro de 2012

SANTOS G F ALMEIDA M B BORGES M A F JESUS V G S de Tecnologias Moacuteveis com conexatildeo sem fio na Escola e a Organizaccedilatildeo do Trabalho Pedagoacutegico Atas do II Congresso Internacional TICEDUCA 2012 Lisboa ndash

Portugal Universidade de Lisboa Disponiacutevel em lthttpticeducaieulptataspdf298pdfgt Acesso em 12072013

SANTOS M J O MARTINS E C O Som Nosso de Cada Dia Percepccedilatildeo Meio e Forma Urbana Cadernos do Proarp Rio de Janeiro UFRJ ndash Vol 09 nordm 09 p 211-257 1993 In SCARATE A Diagnoacutestico Qualitativo da Poluiccedilatildeo Sonora Urbana Estudo de Fundamentos Teoacuterico-Metodoloacutegicos Atas do II Simpoacutesio de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia Urbana ndash SIMPGEU 2009 Disponiacutevel em lt httpandrescaratefileswordpresscom20091070pdfgt Acesso em 28012014

SBO (Sociedade Brasileira de Otologia) Dia da Audiccedilatildeo e de baixar o volume do mp3 Satildeo Paulo 2012 Disponiacutevel em

181

httpwwwsaudeauditivaorgbrnovo_siteindexphps=imprensareleasesdia-da-audicaophpgt Acesso em 22042013

SCARATE A Diagnoacutestico Qualitativo da Poluiccedilatildeo Sonora Urbana Estudo de Fundamentos Teoacuterico-Metodoloacutegicos Atas do II Simpoacutesio de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia Urbana Maringaacute PR SIMPGEU 2009 Disponiacutevel em lt

httpandrescaratefileswordpresscom20091070pdfgt Acesso em 28012014

SELIGMAN J Sintomas e Sinais na Pair in Brasil Perda Auditiva Induzida por

Ruiacutedo (Pair) Brasiacutelia Brasil 2006 Disponiacutevel em lt httpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesprotocolo_perda_auditivapdf gt Acesso em 08012014

SELYE H Stress a tensatildeo da vida Satildeo Paulo Ibrasa - Instituiccedilatildeo Brasileira de Difusatildeo Cultural 1959 In BRASIL Perda auditiva induzida por ruiacutedo Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas (Pair)Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas ndash Brasiacutelia Editora do Ministeacuterio da Sauacutede 2006 Disponiacutevel em httpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesprotocolo_perda_auditivapdf Acesso em 19012014

SIEGEL A GRANADO A SILVA C J O impacto do crescimento populacional e as restriccedilotildees ambientais para o desenvolvimento industrial de pinhais a partir de uma induacutestria no ramo de circuitos impressos Monografia ndash

UNIBRASIL 2009 Disponiacutevel em lt httpwwwpinhaisprgovbridentidadeFreeComponent164content1703shtml gt Acesso em 22022014

SIMONTON OC SIMONTON SM CREIGHTON JL Com a Vida de Novo Uma Abordagem de Auto ndash Ajuda para Pacientes com Cacircncer 6o ed Satildeo Paulo Summus 1987 In FILGUEIRAS J C HIPPERT M I S A polecircmica em torno do conceito de estresse Revista Psicologia Ciecircncia e Profissatildeo V19 n3 Brasiacutelia 1999 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1414-98931999000300005amplng=enampnrm=isoamptlng=pt gt Acesso em 15072014

SOUZA A M A poluiccedilatildeo Sonora no Ambiente escolar - Reflexos no Processo Ensino-Aprendizagem Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Centro Universitaacuterio Pliacutenio Leite Niteroi ndash Rio de Janeiro 2005 Disponiacutevel em lt httpwwwtjrjjusbrcdocument_libraryget_fileuuid=52486d9f-2407-4af1-bd42-c1f3cde27235ampgroupId=10136gt Acesso em 17032013

SOUZA D R SILVA H C GARAVELLI A M M RICARDO E C Poluiccedilatildeo Sonora na fiacutesica do ensino meacutedio construindo uma proposta Atas do V ENPEC Encontro Nacional de Pesquisa em Educaccedilatildeo em Ciecircncias Bauru ndash Satildeo Paulo ABRAPEC 2005 Disponiacutevel em lthttwwwnutesufrjbrabrapecgt Acesso em 06 de junho de 2012

SOUZA F P A poluiccedilatildeo sonora ataca traiccediloeiramente o corpo Belo Horizonte

UFMG 1992 Disponiacutevel em lt httpwwwicbufmgbrlabslpf2-14html gt Acesso em 10112012

SOUZA J TORRES M C A Maneiras de ouvir muacutesica uma questatildeo para a educaccedilatildeo musical com jovens In Muacutesica na educaccedilatildeo baacutesica Porto Alegre v 1

n 1 outubro de 2009 Disponiacutevel em lt

182

httpwwwabemeducacaomuacutesicalorgbrMastersrevista_muacutesica_na_escola4_maneiras_de_ouvir_muacutesicapdf gt Acesso em 10112012

STANGHERLIN V L Laudo Teacutecnico de Avaliaccedilatildeo de Ruiacutedo dos Fones de Ouvido do Aparelho Celular 2013 Engenheiro Agrocircnomo e de Seguranccedila do Trabalho CREA-PR 110468D 2013

STANGHERLIN V L Laudo Teacutecnico de Avaliaccedilatildeo de Ruiacutedo dos Meios de Transportes 2013 Engenheiro Agrocircnomo e de Seguranccedila do Trabalho CREA-PR

110468D 2014

STEINBERG S R KINCHELOE J L Cultura Infantil a construccedilatildeo corporativa da infacircncia In Sem segredos cultura infantil saturaccedilatildeo de informaccedilatildeo e Infacircncia poacutes-moderna Rio de janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 2001 In MONTEIRO S C F Ensino de ciecircncias projeto poliacutetico-pedagoacutegico das escolas e os curriacuteculos praticados uma possibilidade emancipatoacuteria a partir da educaccedilatildeo ambiental

Dissertaccedilatildeo de Mestrado Rio de Janeiro CICTFio Cruz 2009 Disponiacutevel em lthttpoatdorgoatdgourl=http3A2F2Fwwwbdtdcictfiocruzbr2Ftedesimplificado2Ftde_busca2Farquivophp3FcodArquivo3D197ampfrom=recordampq=gt Acesso em 15022014

STELLMAN J M DAUM S M Trabalho e sauacutede na induacutestria riscos fiacutesicos e quiacutemicos e prevenccedilatildeo de acidentes v 1 Satildeo Paulo EDUSP 1975 In BRASIL Perda auditiva induzida por ruiacutedo Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas (Pair)Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas ndash Brasiacutelia Editora do Ministeacuterio da Sauacutede 2006 Disponiacutevel em httpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesprotocolo_perda_auditivapdf Acesso em 19012014

THOMPSON J B A Miacutedia e a Modernidade 12ordf ediccedilatildeo Editora Vozes 2011

UNESCO Working Paper Series on Mobile Learning Turning on mobile learning

in Latina American Paris UNESCO 2012 Disponiacutevel em lthttp httpwwwunescoorgnewfileadminMULTIMEDIAHQEDICTpdfPachler-Ranieripdfgt Acesso em 27 de fevereiro de 2014

_______ Policy guidelines for mobile learning Paris UNESCO 2013

Disponiacuteveis em lt httpunesdocunescoorgimages0022002277227770porpdf gt Acesso em 02 de marccedilo de 2014

________ Segunda Semana UNESCO ldquoMobile Learningrdquo (MLW) ParisUNESCO 2013 Disponiacutevel em lt httpunesdocunescoorgimages0022002277227770porpdf gt Acesso em 07022014

VYGOTSKY L S A Formaccedilatildeo social da Mente 7ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo Martins Editora Livraria Ltda 2007

__________ Lev Semenovich Aprendizagem e desenvolvimento intelectual na idade escolar InVYGOTSKY Lev Semenovich LURIA Alexander Romanovich

Editora Ebook do Brasil 2001 Disponiacutevel em lt httpwwwebooksbrasilorgeLibrisvigohtmlgt Acesso em 12122013

ZANOTTO V L R Projeto Poliacutetico Pedagoacutegico do Coleacutegio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira Curitiba-PR SEED 2010 Disponiacutevel em

183

lthttpwwwctamariateixeiraseedprgovbrredeescolaescolas9690630arquivosFilePPP2010apdfgt Acesso em 28122012

________ V L R Regimento Escolar Curitiba-PR SEED 2011 Disponiacutevel em

lthttpwwwnreseedprgovbrcuritibamodulesconteudoconteudophpconteudo=160 gt Acesso em 28122012

184

ANEXOS

185

ANEXO I - LEI 106252002

LEI Nordm 10625 DISPOtildeE SOBRE RUIacuteDOS URBANOS PROTECcedilAtildeO DO BEM ESTAR

E DO SOSSEGO PUacuteBLICO REVOGA AS LEIS Nordm S 8583 DE 02 DE JANEIRO DE

19958726 DE 19 DE OUTUBRO DE 1995 8986 DE 13 DE DEZEMBRO DE 1996

E 9142 DE 18 DE SETEMBRO DE 1997 E DAacute OUTRAS PROVIDEcircNCIAS

A CAcircMARA MUNICIPAL DE CURITIBA CAPITAL DO ESTADO DO PARANAacute

aprovou e eu Prefeito Municipal sanciono a seguinte lei

Art 1ordm - Eacute proibido perturbar o sossego e o bem estar puacuteblico com sons ruiacutedos e

vibraccedilotildees que causem incocircmodo de qualquer natureza ou que ultrapassem os

limites fixados nesta lei

Paraacutegrafo Uacutenico - As vibraccedilotildees seratildeo consideradas prejudiciais quando ocasionarem

ou puderem ocasionar danos materiais agrave sauacutede e ao bem estar puacuteblico

Art 2ordm - Para os efeitos desta lei aplicam-se as seguintes definiccedilotildees

I - SOM vibraccedilatildeo acuacutestica capaz de provocar sensaccedilotildees auditivas

II - RUIacuteDO som capaz de causar perturbaccedilatildeo ao sossego puacuteblico ou efeitos

psicoloacutegicos e fisioloacutegicos negativos em seres humanos e animais

III - VIBRACcedilAtildeO movimento oscilatoacuterio transmitido pelo solo ou por uma estrutura

qualquer

IV - POLUICcedilAtildeO SONORA emissatildeo de som ou ruiacutedo que seja direta ou

186

indiretamente ofensivo ou nocivo agrave sauacutede agrave seguranccedila e ao bem estar da

coletividade ou transgrida as disposiccedilotildees fixadas nesta lei

V - RUIacuteDO IMPULSIVO som de curta duraccedilatildeo com iniacutecio abrupto e parada raacutepida

caracterizado por um pico de pressatildeo de duraccedilatildeo menor que um segundo

VI - RUIacuteDO CONTIacuteNUO som com flutuaccedilatildeo de niacutevel de pressatildeo sonora tatildeo

pequena que pode ser desprezada dentro do periacuteodo de observaccedilatildeo

VII - RUIacuteDO INTERMITENTE som cujo niacutevel de pressatildeo sonora cai abruptamente

ao niacutevel sonoro do ambiente vaacuterias vezes durante o periacuteodo de observaccedilatildeo desde

que o tempo em que o niacutevel sonoro se manteacutem constante e diferente daquele do

ambiente seja de ordem de grandeza de um segundo ou mais

VIII - RUIacuteDO DE FUNDO sons emitidos durante o periacuteodo de observaccedilatildeo que natildeo

aquele objeto da mediccedilatildeo

IX - NIacuteVEL EQUIVALENTE (Leq) niacutevel meacutedio de energia do som obtido integrando-

se os niacuteveis individuais de energia em um periacuteodo de tempo e dividindo-se pelo

periacuteodo

X - dB (Decibel) unidade de medida do niacutevel de ruiacutedo

XI - dB(A) curva de avaliaccedilatildeo normalizada e adaptada agrave capacidade de recepccedilatildeo da

audiccedilatildeo humana

XII - ZONA SENSIacuteVEL Agrave RUIacuteDO OU ZONA DE SILEcircNCIO eacute aquela que para

atingir seus propoacutesitos necessita que lhe seja assegurado um silecircncio excepcional

Define-se como zona de silecircncio a faixa determinada pelo raio de 20000m

(duzentos metros) de distacircncia de hospitais escolas bibliotecas puacuteblicas hoteacuteis

postos de sauacutede ou similares

XIII - LIMITE REAL DA PROPRIEDADE aquele representado por um plano

imaginaacuterio que separa a propriedade real de uma pessoa fiacutesica ou juriacutedica de outra

187

XIV - SERVICcedilO DE CONSTRUCcedilAtildeO CIVIL qualquer operaccedilatildeo de escavaccedilatildeo

construccedilatildeo demoliccedilatildeo remoccedilatildeo reforma ou alteraccedilatildeo substancial de uma

edificaccedilatildeo estrutura ou obras e as relacionadas a serviccedilos puacuteblicos tais como

energia eleacutetrica gaacutes telefone aacutegua esgoto e sistema viaacuterio

Art 3ordm - Para fins de aplicaccedilatildeo desta lei ficam definidos os seguintes periacuteodos

I - DIURNO das 07h01 agraves 19h00

II - VESPERTINO das 19h01 agraves 22h00

III - NOTURNO das 22h01 agraves 07h00

Art 4ordm - Para os efeitos desta lei a mediccedilatildeo do niacutevel de pressatildeo sonora deveraacute ser

efetuada de acordo com as normas da Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas -

ABNT

Paraacutegrafo Uacutenico - A mediccedilatildeo a que se refere este artigo pode ser realizada a 500m

(cinco metros) de qualquer uma das divisas do imoacutevel gerador do incocircmodo ou em

qualquer ponto dentro do limite real do imoacutevel que sofre o incocircmodo

Art 5ordm - A emissatildeo de sons e ruiacutedos por quaisquer atividades industriais comerciais

prestadoras de serviccedilos religiosas sociais recreativas e de carga e descarga natildeo

podem exceder os niacuteveis de pressatildeo sonora contidos no Anexo I que faz parte

integrante desta lei

sect 1ordm - No caso de criaccedilatildeo de Setores Especiais conforme previsto na Lei Municipal

nordm 98002000 caberaacute agrave Secretaria Municipal do Meio Ambiente estabelecer os niacuteveis

de pressatildeo sonora admissiacuteveis por meio de regulamentaccedilatildeo proacutepria

sect 2ordm - Quando a fonte poluidora e o imoacutevel que sofre o incocircmodo estiverem

localizados em diferentes zonas de uso e ocupaccedilatildeo do solo seratildeo considerados os

limites estabelecidos para a zona em que se localiza a propriedade que sofre o

incocircmodo

188

sect 3ordm - Quando a propriedade que sofre o incocircmodo tratar-se de escola creche

biblioteca puacuteblica hospital ambulatoacuterio casa de sauacutede ou similar com leitos para

internamento hotel ou similar devem ser atendidos os limites estabelecidos para

ZR-1 independentemente da zona de uso e deve ser observado o raio de 20000m

(duzentos metros) de distacircncia definida como zona de silecircncio

Art 6ordm - Os sons e ruiacutedos produzidos pelos serviccedilos de construccedilatildeo civil devem

respeitar os limites maacuteximos estabelecidos no Anexo II parte integrante desta lei

Paraacutegrafo Uacutenico - Excetuam-se destas restriccedilotildees as obras e os serviccedilos urgentes e

inadiaacuteveis decorrentes de casos fortuitos ou de forccedila maior acidentes graves ou

perigo iminente agrave seguranccedila e ao bem estar da comunidade bem como o

restabelecimento de serviccedilos puacuteblicos essenciais tais como energia eleacutetrica gaacutes

telefone aacutegua esgoto e sistema viaacuterio

Art 7ordm - A emissatildeo de som ou ruiacutedos produzidos por veiacuteculos automotores

aeroplanos e aeroacutedromos e os produzidos no interior dos ambientes de trabalho

devem obedecer as normas expedidas respectivamente pelo Conselho Nacional do

Meio Ambiente e pelos oacutergatildeos competentes do Ministeacuterio da Aeronaacuteutica e

Ministeacuterio do Trabalho

Paraacutegrafo Uacutenico - No tocante agrave emissatildeo de ruiacutedo por veiacuteculos automotores o

Municiacutepio pode estabelecer em regulamento proacuteprio criteacuterios de controle

considerando o interesse local

Art 8ordm - A realizaccedilatildeo de shows concertos e apresentaccedilotildees musicais de caraacuteter

cultural e artiacutesticos em aacutereas puacuteblicas ou particulares dependem de preacutevio

licenciamento ambiental da Secretaria Municipal do Meio Ambiente independente

de outras licenccedilas exigiacuteveis

Paraacutegrafo Uacutenico - Cabe agraves Secretarias Municipais do Meio Ambiente e do

Urbanismo estabelecerem em regulamento proacuteprio as condiccedilotildees para realizaccedilatildeo

dos eventos musicais mencionados no caput deste artigo

189

Art 9ordm - A utilizaccedilatildeo das aacutereas dos parques e praccedilas municipais com uso de

equipamentos sonoros alto falantes fogos de artifiacutecio ou outros meios que possam

causar poluiccedilatildeo sonora dependem de preacutevio licenciamento ambiental da Secretaria

Municipal do Meio Ambiente independente de outras licenccedilas exigiacuteveis

Art 10 - Fica proibida a utilizaccedilatildeo de equipamentos sonoros fixos ou moacuteveis como

meio de propaganda ou publicidade nos logradouros puacuteblicos

sect 1ordm - Quando natildeo se tratar de logradouros puacuteblicos a utilizaccedilatildeo de equipamentos

sonoros como meio de propaganda e publicidade deve respeitar os limites

estabelecidos no Anexo I desta lei

sect 2ordm - Natildeo seraacute concedida autorizaccedilatildeo para uso de equipamentos sonoros em

veiacuteculos de empresas de distribuiccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de gaacutes ficando vedado o

uso de alto-falantes e outras fontes de emissatildeo sonora nos veiacuteculos destinados ao

transporte do produto

sect 3ordm - Casos especiais poderatildeo ser analisados e eventualmente autorizados pela

Secretaria Municipal do Meio Ambiente

Art 11 - Natildeo se compreende nas proibiccedilotildees dos artigos anteriores ruiacutedos e sons

produzidos I - pelas manifestaccedilotildees tradicionais do Carnaval e Ano Novo II - por

vozes ou aparelhos usados na propaganda eleitoral ou manifestaccedilotildees trabalhistas

para os quais seraacute estabelecido regulamento proacuteprio pelos oacutergatildeos competentes

considerando as legislaccedilotildees especiacuteficas III - por sinos de igrejas ou templos

religiosos desde que sirvam exclusivamente para indicar as horas ou anunciar a

realizaccedilatildeo de atos ou cultos religiosos IV - por fanfarras ou bandas de muacutesicas em

procissatildeo cortejos ensaios ou desfiles ciacutevicos (Redaccedilatildeo dada pela Lei

nordm 135042010) V - por sirenes ou aparelhos de sinalizaccedilatildeo sonora utilizados por

ambulacircncias carros de bombeiros ou viaturas policiais VI - por explosivos utilizados

no arrebentamento de pedreiras rochas ou nas demoliccedilotildees desde que detonadas

no periacuteodo diurno e previamente licenciados pela Secretaria Municipal do Meio

Ambiente VII - por alarme sonoro de seguranccedila residencial ou veicular desde que

190

o sinal sonoro natildeo se prolongue por tempo superior agrave 15 minutos VIII - por culto

religioso realizado no periacuteodo diurno e vespertino desde que natildeo ultrapasse o limite

de 65 dB(A) IX - por shows concertos e apresentaccedilotildees musicais de caraacuteter cultural

e artiacutestico desde que realizados dentro das condiccedilotildees autorizadas pela Secretaria

Municipal do Meio Ambiente

Art 12 - As atividades potencialmente causadoras de poluiccedilatildeo sonora definidas em

regulamento proacuteprio dependem de preacutevio licenciamento ambiental da Secretaria

Municipal do Meio Ambiente para obtenccedilatildeo dos alvaraacutes de construccedilatildeo e

funcionamento

Art 13 - A queima de fogos de artifiacutecio fica sujeita ao controle da Secretaria

Municipal do Meio Ambiente que aplicaraacute as sanccedilotildees previstas na presente lei

quando constatado incocircmodo agrave vizinhanccedila

Art 14 - Para a execuccedilatildeo de testes de fabricaccedilatildeo ou instalaccedilatildeo de alarmes sonoros

devem ser utilizados dispositivos de controle de forma que natildeo seja necessaacuteria a

emissatildeo sonora acima dos limites estabelecidos no Anexo I parte integrante desta

lei Paraacutegrafo Uacutenico - Em caso de acionamento perioacutedico ou constante de alarmes

sonoros seratildeo aplicadas as sanccedilotildees previstas nesta lei independente da obrigaccedilatildeo

de cessar a transgressatildeo

Art 15 - Os fiscais da Secretaria Municipal do Meio Ambiente no exerciacutecio da accedilatildeo

fiscalizadora tecircm a entrada franqueada nas dependecircncias da fonte poluidora onde

podem permanecer pelo tempo que se fizer necessaacuterio

Paraacutegrafo Uacutenico - Os fiscais da Secretaria Municipal do Meio Ambiente podem

solicitar o auxiacutelio das autoridades policiais no desempenho da accedilatildeo fiscalizadora

Art 16 - As pessoas fiacutesicas e juriacutedicas de direito puacuteblico ou privado que infringirem

qualquer dispositivo desta lei seus regulamentos e demais normas dela

decorrentes ficam sujeitas agraves seguintes sanccedilotildees independente da obrigaccedilatildeo de

cessar a transgressatildeo

191

I - notificaccedilatildeo por escrito II - multa simples ou diaacuteria III - cassaccedilatildeo da Licenccedila

Ambiental IV - embargo V - interdiccedilatildeo parcial ou total VI - perda ou restriccedilatildeo de

incentivos e benefiacutecios fiscais concedidos pelo Municiacutepio

Art 17 - Para imposiccedilatildeo da sanccedilatildeo e graduaccedilatildeo da multa a autoridade ambiental

observaraacute

I - as circunstacircncias atenuantes e agravantes II - a gravidade do fato tendo em vista

as consequecircncias para a sauacutede e o meio ambiente III - a natureza da infraccedilatildeo e

suas consequecircncias IV - o porte do empreendimento V - os antecedentes do

infrator quanto agraves normas ambientais VI - a capacidade econocircmica do infrator

Art 18 - Para efeito de aplicaccedilatildeo das sanccedilotildees as infraccedilotildees satildeo classificadas como

leves graves ou graviacutessimas de acordo com a Anexo III parte integrante desta lei e

com os criteacuterios abaixo

I - LEVES - aquelas em que o infrator seja beneficiado por circunstacircncias

atenuantes II - GRAVES - aquelas em que for verificada circunstacircncia agravante III

- GRAVIacuteSSIMAS - aquelas em que seja verificada a persistecircncia da reincidecircncia

Art 19 - Os valores das multas seratildeo expressos em moeda corrente nacional e para

cada tipo de infraccedilatildeo corresponderaacute

I - ateacute R$ 530000 (cinco mil e trezentos reais) para as leves II - de R$ 530100

(cinco mil trezentos e um reais) a R$ 1070000 (dez mil e setecentos reais) para as

graves III - R$ 1070100 (dez mil setecentas e um reais) a R$ 1800000 (dezoito

mil reais) para as graviacutessimas

Paraacutegrafo Uacutenico - A atualizaccedilatildeo monetaacuteria das multas dar-se-aacute com base na

variaccedilatildeo do Iacutendice de Preccedilos ao Consumidor Amplo - IPCA medido pela Fundaccedilatildeo

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica - IBGE ou outro que venha ser

instituiacutedo pelo Governo Federal

Art 20 - Satildeo circunstacircncias atenuantes

192

I - menor grau de compreensatildeo e escolaridade do infrator II - arrependimento eficaz

do infrator manifestada pela espontacircnea reparaccedilatildeo do dano ou limitaccedilatildeo

significativa do ruiacutedo emitido III - ser o infrator primaacuterio e a falta cometida de

natureza leve

Art 21 - Satildeo circunstacircncias agravantes

I - ser o infrator reincidente ou cometer a infraccedilatildeo de forma continuada II - ter o

infrator agido com dolo direto ou eventual

sect 1ordm - A reincidecircncia verifica-se quando o agente comete nova infraccedilatildeo do mesmo

tipo

sect 2ordm - No caso de infraccedilatildeo continuada caracterizada pela repeticcedilatildeo da accedilatildeo ou

omissatildeo inicialmente punida a penalidade de multa pode ser aplicada diariamente

ateacute cessar a infraccedilatildeo

Art 22 - O autuado teraacute direito a ampla defesa em processo administrativo

conforme regulamentaccedilotildees especiacuteficas num prazo maacuteximo de 30 (trinta) dias a

partir do recebimento do auto de infraccedilatildeo endereccedilado ao Secretaacuterio Municipal do

Meio Ambiente

Art 23 - No caso de decisatildeo condenatoacuteria o autuado teraacute direito a recorrer da

decisatildeo em forma de processo administrativo num prazo maacuteximo de 30 (trinta) dias

contado a partir da ciecircncia da condenaccedilatildeo encaminhado ao Conselho Municipal do

Meio Ambiente - CMMA

Art 24 - Os recursos interpostos das decisotildees natildeo definitivas teratildeo efeito suspensivo

relativo ao pagamento da penalidade sem prejuiacutezo da aplicaccedilatildeo de novas

autuaccedilotildees por reincidecircncia ou continuidade do dano

Art 25 - Exauridos os recursos administrativos o infrator teraacute prazo de 10 (dez) dias

para efetuar o recolhimento do valor da multa sob pena da inscriccedilatildeo em diacutevida ativa

193

Art 26 - As multas previstas nesta lei podem ter sua exigibilidade suspensa quando

o infrator por termo de compromisso aprovado pela autoridade ambiental

competente obrigar-se a adoccedilatildeo imediata de medidas especiacuteficas para cessar ou

corrigir a poluiccedilatildeo sonora

Paraacutegrafo Uacutenico - Cumpridas integralmente as obrigaccedilotildees assumidas pelo infrator a

multa pode ter uma reduccedilatildeo de ateacute 90 (noventa por cento) do valor original

Art 27 - Na aplicaccedilatildeo das normas estabelecidas por esta lei compete agrave Secretaria

Municipal do Meio Ambiente

I - Estabelecer o programa de controle dos ruiacutedos urbanos e exercer o poder de

controle e fiscalizaccedilatildeo das fontes de poluiccedilatildeo sonora II - Aplicar as sanccedilotildees

previstas na legislaccedilatildeo vigente III - Organizar programas de educaccedilatildeo e

conscientizaccedilatildeo

Art 28 - O Executivo Municipal regulamentaraacute em ateacute noventa dias da publicaccedilatildeo

desta lei as questotildees especiacuteficas relativas agrave poluiccedilatildeo sonora produzida pelo apito

do trem

Art 29 - Ficam expressamente revogadas as Leis Municipais nordm s 8583 de 02 de

janeiro de 1995 8726 de 19 de outubro de 1995 8986 de 13 de dezembro de

1996 e9142 de 18 de setembro de 1997

Art 30 - Esta lei entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

PALAacuteCIO 29 DE MARCcedilO em 19 de dezembro de 2002

CASSIO TANIGUCHI

Prefeito Municipal

Anexo 1 da Lei 106252002 - NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA MAacuteXIMOS

ZONAS DE USO | DIURNO | VESPERTINO | NOTURNO |

194

|=====================================|==================|==================|==================|

|ZR-1 ZR-2 ZR-3 ZR-B ZR-AV ZR-M| 55 dB (A) | 50 dB (A) | 45 dB (A) |

|APA-SARU APA-SMRU | | | |

|-------------------------------------|------------------|------------------|------------------|

|ZR-OC ZR-SF ZR-U ZUC-II ZT-MF| 60 dB (A) | 55 dB (A) | 50 dB (A) |

|ZT-NC ZE-E ZE-M ZOO SE-CC SE-PS| | | |

|SE-OI APA-ST | | | |

|-------------------------------------|------------------|------------------|------------------|

|ZR-4 ZC ZT-BR-116 ZUM ZE-D SE| 65 dB (A) | 60 dB (A) | 55 dB (A) |

|SH SE-BR-116 SE-MF SE-CF SE-WB| | | |

|SE-AC SE-CBCONEC SE-PE SC-SF| | | |

|SC-UM SE-NC SEI SEHIS SE-LE| | | |

|SEVC-PASSAUacuteNA SEVS-PASSAUacuteNA APA-SS| | | |

|Vias prioritaacuterias 1 e 2 Vias setori-| | | |

|ais Vias coletoras 12 e 3 | | | |

|-------------------------------------|------------------|------------------|------------------|

|ZS-1 ZS-2 ZES ZI ZEI-I (CIC)| 70 dB (A) | 60 dB (A) | 60 dB (A) |

|APA-SUE | | | |

|-------------------------------------+------------------+------------------+------------------|

|Os casos natildeo contemplados nesta tabela seratildeo objeto de anaacutelise especiacutefica por parte da|

|Secretaria Municipal do Meio Ambiente |

|______________________________________________________________________________________________|

APA-SARU - Setor de Alta Restriccedilatildeo de Uso

APA-SMRU - Setor de Meacutedia Restriccedilatildeo de Uso

APA-ST - Setor de Transiccedilatildeo

APA-SUE - Setor de Uso Esportivo

APA-SS - Setor de Serviccedilo

CONEC - Setor Especial Conector - Conectora 1234

SC-SF - Setor Especial Comercial Santa Felicidade

SC-UM - Setor Especial Comercial Umbaraacute

SE - Setor Especial Estrutural

SE-AC - Setor Especial da Av Affonso Camargo

SE-BR-116 - Setor Especial da BR-116

SE-CB - Setor Especial da Rua Engenheiro Costa Barros

SE-CC - Setor Especial Centro Ciacutevico

SE-CF - Setor Especial da Av Comendador Franco

SEHIS - Setor Especial Habitaccedilatildeo de Interesse Social

SEI - Setor Especial Institucional

SE-LE - Setor Especial Linhatildeo do Emprego

SE-MF - Setor Especial da Av Mal Floriano Peixoto

195

SE-NC - Setor Especial Nova Curitiba

SE-OI - Setor Especial de Ocupaccedilatildeo Integrada

SE-PE - Setor Especial Preferencial de Pedestres

SE-PS - Setor Especial do Poacutelo de Software

SEVC-PASSAUacuteNA - Setor Especial de Vias Coletoras

SEVS-PASSAUacuteNA - Setor Especial de Vias Setoriais

SE-WB - Setor Especial da Av Pres Wenceslau Braz

SH - Setor Histoacuterico

ZC - Zona Central

ZOO - Zona de Ocupaccedilatildeo Orientada

ZE-D - Zona Especial Desportiva

ZE-E - Zona Especial Educacional

ZEI-I (CIC) - Zona Especial de Induacutestria

ZE-M - Zona Especial Militar

ZES - Zona Especial de Serviccedilos

ZI - Zona Industrial

ZR-1 - Zona Residencial 1

ZR-2 - Zona Residencial 2

ZR-3 - Zona Residencial 3

ZR-4 - Zona Residencial 4

ZR-AV - Zona Residencial Alto da Gloacuteria

ZR-B - Zona Residencial Batel

ZR-M - Zona Residencial Mercecircs

ZR-OC - Zona Residencial de Ocupaccedilatildeo Controlada

ZUC-II - Zona de Urbanizaccedilatildeo Consolidada

ZR-SF - Zona Residencial Santa Felicidade

ZR-U - Zona Residencial Umbaraacute

ZS-1 - Zona de Serviccedilo 1

ZS-2 - Zona de Serviccedilo 2

ZT-BR-116 - Zona de Transiccedilatildeo BR ndash 116

ZT-MF - Zona de Transiccedilatildeo Av Mal Floriano Peixoto

196

ZT-NC - Zona de Transiccedilatildeo Nova Curitiba

Z-UM - Zona de Uso Misto

Anexo 2 da Lei 106252002 ndash

NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA MAacuteXIMOS PARA SERVICcedilOS DE

CONSTRUCcedilAtildeO CIVIL

Atividades natildeo confinaacuteveis |Limite de 90 dB(A) permitido somente|

| | de segunda a sexta-feira no periacuteodo|

| | diurno |

|=====================================|=====================================|

|Atividades passiacuteveis de confinamento |De segunda a sexta-feira no periacuteodo

| |diurno limites constantes no |

| |Anexo-I acrescidos de 5 dB(A)|

| |De segunda a sexta-feira nos |

| |periacuteodos vespertino e noturno |

| |limites constantes no Anexo-I |

|-------------------------------------+-------------------------------------|

|Saacutebados Domingos e Feriados qualquer periacuteodo Devem ser respeitados os |

|limites constantes no Anexo-I tanto para as atividades passiacuteveis de |

|confinamento como para as natildeo confinaacuteveis |

|___________________________________________________________________________

Anexo 3 da Lei 106252002 -

CLASSIFICACcedilAtildeO DAS INFRACcedilOtildeES

ARTIGOS | CLASSIFICACcedilAtildeO | OBSERVACcedilOtildeES | |===========|====================|===========================================|

| 5ordm e 6ordm | Leve |Ateacute 10 dB(A) (dez decibeacuteis) acima do |

| | |limite |

|-----------|--------------------|-------------------------------------------|

| 5ordm e 6ordm | Grave |De 10 dB (A) (dez decibeacuteis) a 30 dB (A)|

| | |(trinta decibeacuteis) acima do limite |

|-----------|--------------------|-------------------------------------------|

| 5ordm e 6ordm | Graviacutessima |Mais de 30 dB (A) (trinta decibeacuteis) acima |

| | |do limite |

|-----------|--------------------|-------------------------------------------|

|8ordm 9ordm10| Leve |Atividade desenvolvida sem licenccedila |

| 12 e 13 | | |

|___________|____________________|__________________________________________

197

ANEXO II - NR 15 ATIVIDADES E OPERACcedilOtildeES INSALUBRES

Portaria MTb nordm 3214 de 08 de junho de 1978

NR 15 - NORMA REGULAMENTADORA 15 - ATIVIDADES E OPERACcedilOtildeES

INSALUBRES

151 Satildeo consideradas atividades ou operaccedilotildees insalubres as que se desenvolvem

1511 Acima dos limites de toleracircncia previstos nos Anexos nordm 1 2 3 5 11 e 12

1512 (Revogado pela Portaria MTE nordm 37511990)

1513 Nas atividades mencionadas nos Anexos nordm 6 13 e 14

1514 Comprovadas atraveacutes de laudo de inspeccedilatildeo do local de trabalho constantes

dos Anexos nordm 7 8 9 e 10

1515 Entende-se por Limite de Toleracircncia para os fins desta Norma a

concentraccedilatildeo ou intensidade maacutexima ou miacutenima relacionada com a natureza e o

tempo de exposiccedilatildeo ao agente que natildeo causaraacute dano agrave sauacutede do trabalhador

durante a sua vida laboral

152 O exerciacutecio de trabalho em condiccedilotildees de insalubridade de acordo com os

subitens do item anterior assegura ao trabalhador a percepccedilatildeo de adicional

incidente sobre o salaacuterio miacutenimo da regiatildeo equivalente a

1521 40 (quarenta por cento) para insalubridade de grau maacuteximo

1522 20 (vinte por cento) para insalubridade de grau meacutedio

1523 10 (dez por cento) para insalubridade de grau miacutenimo

153 No caso de incidecircncia de mais de um fator de insalubridade seraacute apenas

considerado o de grau mais elevado para efeito de acreacutescimo salarial sendo

vedada a percepccedilatildeo cumulativa

154 A eliminaccedilatildeo ou neutralizaccedilatildeo da insalubridade determinaraacute a cessaccedilatildeo do

pagamento do adicional respectivo

1541 A eliminaccedilatildeo ou neutralizaccedilatildeo da insalubridade deveraacute ocorrer

a) com a adoccedilatildeo de medidas de ordem geral que conservem o ambiente de trabalho

dentro dos limites de toleracircncia

b) com a utilizaccedilatildeo de equipamento de proteccedilatildeo individual

15411 Cabe agrave autoridade regional competente em mateacuteria de seguranccedila e sauacutede

do trabalhador comprovada a insalubridade por laudo teacutecnico de engenheiro de

seguranccedila do trabalho ou meacutedico do trabalho devidamente habilitado fixar

198

adicional devido aos empregados expostos agrave insalubridade quando impraticaacutevel sua

eliminaccedilatildeo ou neutralizaccedilatildeo

15412 A eliminaccedilatildeo ou neutralizaccedilatildeo da insalubridade ficaraacute caracterizada

atraveacutes de avaliaccedilatildeo pericial por oacutergatildeo competente que comprove a inexistecircncia

de risco agrave sauacutede do trabalhador

155 Eacute facultado agraves empresas e aos sindicatos das categorias profissionais

interessadas requererem ao Ministeacuterio do Trabalho atraveacutes das DRTs a realizaccedilatildeo

de periacutecia em estabelecimento ou setor deste com o objetivo de caracterizar e

classificar ou determinar atividade insalubre

1551 Nas periacutecias requeridas agraves Delegacias Regionais do Trabalho desde que

comprovada a insalubridade o perito do Ministeacuterio do Trabalho indicaraacute o adicional

devido

156 O perito descreveraacute no laudo a teacutecnica e a aparelhagem utilizadas

157 O disposto no item 155 natildeo prejudica a accedilatildeo fiscalizadora do MTb nem a

realizaccedilatildeo ex-officio da periacutecia quando solicitado pela Justiccedila nas localidades onde

natildeo houver perito

LIMITES DE TOLERAcircNCIA PARA RUIacuteDO CONTIacuteNUO OU INTERMITENTE

NIacuteVEL DE RUIacuteDO DB (A)

MAacuteXIMA EXPOSICcedilAtildeO DIAacuteRIA PERMISSIacuteVEL

85 8 horas

86 7 horas

87 6 horas

88 5 horas

89 4 horas e 30 minutos

90 4 horas

91 3 horas e 30 minutos

92 3 horas

93 2 horas e 40 minutos

94 2 horas e 15 minutos

95 2 horas

96 1 hora e 45 minutos

98 1 hora e 15 minutos

100 1 hora

102 45 minutos

104 35 minutos

105 30 minutos

106 25 minutos

108 20 minutos

110 15 minutos

112 10 minutos

114 8 minutos

115 7 minutos

199

1 Entende-se por Ruiacutedo Contiacutenuo ou Intermitente para os fins de aplicaccedilatildeo de

Limites de Toleracircncia o ruiacutedo que natildeo seja ruiacutedo de impacto

2 Os niacuteveis de ruiacutedo contiacutenuo ou intermitente devem ser medidos em decibeacuteis (dB)

com instrumento de niacutevel de pressatildeo sonora operando no circuito de compensaccedilatildeo

A e circuito de resposta lenta (SLOW) As leituras devem ser feitas proacuteximas ao

ouvido do trabalhador

3 Os tempos de exposiccedilatildeo aos niacuteveis de ruiacutedo natildeo devem exceder os limites de

toleracircncia fixados no Quadro deste anexo (115003-0 I4)

4 Para os valores encontrados de niacutevel de ruiacutedo intermediaacuterio seraacute considerada a

maacutexima exposiccedilatildeo diaacuteria permissiacutevel relativa ao niacutevel imediatamente mais elevado

5 Natildeo eacute permitida exposiccedilatildeo a niacuteveis de ruiacutedo acima de 115 dB(A) para indiviacuteduos

que natildeo estejam adequadamente protegidos

6 Se durante a jornada de trabalho ocorrer dois ou mais periacuteodos de exposiccedilatildeo a

ruiacutedo de diferentes niacuteveis devem ser considerados os seus efeitos combinados de

forma que se a soma das seguintes fraccedilotildees

C1 + C2 + C3 ____________________ + Cn

T1 T2 T3 Tn exceder a unidade a exposiccedilatildeo estaraacute acima

do limite de toleracircncia

Na equaccedilatildeo acima Cn indica o tempo total que o trabalhador fica exposto a um niacutevel

de ruiacutedo especiacutefico e Tn indica a maacutexima exposiccedilatildeo diaacuteria permissiacutevel a este niacutevel

segundo o Quadro deste Anexo

7 As atividades ou operaccedilotildees que exponham os trabalhadores a niacuteveis de ruiacutedo

contiacutenuo ou intermitente superiores a 115 dB(A) sem proteccedilatildeo adequada

ofereceratildeo risco grave e iminente

200

ANEXO III - ANAacuteLISE CRIacuteTICA E PARECER SOBRE O ldquoTESTE PARA

AUTO-IDENTIFICACcedilAtildeO DE ALGUNS SINTOMAS DE ESTRESSErdquo

Anaacutelise Criacutetica do Documento

ldquoTeste para auto-identificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo

Curitiba 09 de maio 2014

Claudia Nepomuceno Pinto Costa

Licenciada em Psicologia pelo Instituto Piaget de Almada ndash Portugal

Mestre em Psicologia Comunitaacuteria e Proteccedilatildeo de Menores pela Universidade

de Lisboa Portugal

201

Anaacutelise de Criacutetica

Esta anaacutelise tem como objetivo averiguar a existecircncias de alguns criteacuterios de

Transtorno de Estresse contido no instrumento de pesquisa denominado ldquoTeste

para auto-identificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo com sete niacuteveis (escala de

Likert) (1 - de jeito nenhum 2 - raramente 3 - as vezes 4 - frequentemente 5 -

sempre 6 - natildeo sei 7 - natildeo me importo) com 29 questotildees que estaacute dividido em trecircs

partes A percepccedilatildeo dos estudantes quanto agrave poluiccedilatildeo sonora no entorno do

CEPMAT Os efeitos da Poluiccedilatildeo Sonora oriunda do entorno do Coleacutegio na sauacutede

dos estudantes A existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos fones auriculares

conectados aos Aparelhos Celulares e os efeitos na sauacutede dos estudantes pesquisa

realizada no acircmbito do Mestrado do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo de Educaccedilatildeo e

Ciecircncias em Matemaacutetica da Universidade Federal do Paranaacute

Meacutetodo de anaacutelise

A anaacutelise teacutecnica para este instrumento seguiu as normas e eacutetcas

deontoloacutegicas respeitando agrave sintomatologia e as consequecircncias psiacutequicas de um

quadro de Transtorno de Estresse Para a analise serviram de apoio dois meacutetodos

para articular todos os items do instrumento de pesquisa de forma extrair e

interpretar com base em cada determinante para que se considere de validade de

acordo com os criteacuterios individuais que constituiraacute numa atribuiccedilatildeo validatoacuteria

conforme descritos no Manual Diagnoacutestico e Estatiacutestico de Transtornos Mentais

(DSM) (APA 2003) e caracteristicas do Protocolo de Complexidade Diferenciada 5

(Brasil 2006)

Procedimento

O exposto segue os mesmos nuacutemeros das questotildees utilizadas no instrumento

de pesquisa ldquoTeste para autoidentificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo

incluindo somente as questotildees consideradas com caracteriacutesticas e criteacuterios

202

Os criteacuterios e caracteristicas para identificar a Perturbaccedilatildeo do Estresse satildeo

desenvolvimentos de sintomas descritos a seguir agrave exposiccedilatildeo a um estressor

implicando uma experiencia pessoal direta com um acontecimento assim posso

aferir que 20 das 29 questotildees foram identificadas de acordo com os criteacuterios

descritos no (DSM-IV) e caracteristicas existentes no Protocolo de Complexidade

Diferenciada 5 (Brasil 2006)

Descriccedilatildeo dos materiais de apoio

Para anaacutelise foram utilizados dois materiais de apoio para realizaccedilatildeo das

evidecircncias encontradas no instrumento de pesquisa sendo eles

O Protocolo de Complexidade Diferenciada 5 (Brasil 2006) o qual refere que

A existecircncia de Poluiccedilatildeo Sonora oriunda dos fones auriculares

conectados aos Aparelhos Celulares pode desencadear efeitos

nocivos agrave sauacutede em geral entre eles o Protocolo (BRASIL 2006)

destaca ldquonervosismo irritabilidade cefaleia insoacutenia alteraccedilotildees

circulatoacuterias alteraccedilatildeo de visatildeo alteraccedilotildees gastrointestinais entre

outrosrdquo (p20) que podem ser considerados isoladamente

Como tambeacutem o no Manual Diagnoacutestico e Estatiacutestico de Transtornos Mentais

(DSM) (APA 2003) que refere

Que tambeacutem um quadro considerado preocupante quando os sintomas

satildeo promovidos por causas humanas ou seja que natildeo derivadas de

uma cataacutestrofe natural (DSM-IV tr 4ordm Edp132) Seguindo as

orientaccedilotildees de base do Transtorno de Estresse descritas pelo DSM-IV

com caracteriacutesticas apoacutes a exposiccedilatildeo de uma experiecircncia pessoal

direta de um evento real ou ameaccedilador que ameaccedila a integridade

fiacutesica

Resultados da anaacutelise

Os resultados obtidos na anaacutelise realizada refere de acordo com os materiais

de apoio que 20 das 29 questotildees do instrumento ldquoTeste para auto-identificaccedilatildeo de

alguns sintomas de estresserdquo satildeo considerados apoio de identificaccedilatildeo do transtorno

de estresses

203

Assim apresento um quadro que refere as questotildees e os criteacuterios nelas

encontradas

Tabela ndash Questotildees e Criteacuterios

ldquoTeste para auto-identificaccedilatildeo de alguns sintomas de estresserdquo Criteacuterios

4 Jaacute me senti prejudicado pelo ruiacutedo do trem quando estava fazendo avaliaccedilotildees e

trabalhos de pesquisa na sala de aula B4

5 Jaacute ouvi zumbidos depois de escutar os ruiacutedos dos trens carros e ocircnibus F

7 Tenho dificuldades para aprender durante o periacuteodo das aulas quando a

empresa ALL testa os freios dos trens em frente ao Coleacutegio

8 Meu niacutevel de concentraccedilatildeo e desempenho nas avaliaccedilotildees natildeo se altera quando

o trem passa D3

9 A exposiccedilatildeo ao ruiacutedo dos trens carros e ocircnibus me deixa esgotado no final do

periacuteodo de aula F e C4

11 Perco a concentraccedilatildeo quando o trem passa em frente ao Coleacutegio no horaacuterio

das aulas D3

12 Deixo de ouvir muacutesicas no celular para natildeo me expor excessivamente aos

ruiacutedos C2

13 Ouccedilo zumbidos depois de escutar muacutesica em alto volume no celular durante

algum tempo F

14 As muacutesicas que ouccedilo no celular atrapalham minha concentraccedilatildeo na aula D3

15 Meus ouvidos doem quando ouccedilo muacutesica no celular F

16 Percebo que a quantidade de ruiacutedo a que sou exposto fora da escola e

tambeacutem quando ouccedilo muacutesicas no celular eacute maior do que posso suportar F

17 Sei que ouvir muacutesica no celular pode prejudicar minha audiccedilatildeo F

18 Perco energia ao ouvir muacutesica no celular C4 e F

19 Sinto-me sobrecarregado tanto pela quantidade de ruiacutedo externo agrave escola (trens carros ocircnibus) quanto ao ouvir muacutesica no celular em volume

acima da meacutedia F

20 Ouccedilo muacutesica em volume alto para me concentrar para estudar para as provas

para fazer os trabalhos escolares D3

21 Quando fico exposto a ruiacutedos desanimo facilmente B4 e C4

22 Levo muito tempo para relaxar quando estou estressado por causa do barulho B4 e C1

23 Sinto-me tatildeo cansado e sobrecarregado por causa do ruiacutedo intenso durante o

periacuteodo de aula que acabo ldquome desligandordquo do ambiente escolar C5

25 Quando acordo de manhatilde fico cansado soacute de pensar que terei que ouvir

muitos ruiacutedos externos durante as aulas B4 e F

Nota Conteacutem 20 questotildees e criteacuterios encontrados

204

A tabela refere que 20 das 29 questotildees satildeo consideradas uma auto-

idenficaccedilatildeo de sintomas de transtorno de estresse seguindo as seguintes definiccedilotildees

de cada criteacuterio

B4- mal-estar psicologico intenso com a exposiccedilatildeo a estiacutemulos internos ou

externos que simbolizem ou se assemelham a aspectos acontecimento traumaacutetico

C1- esfoccedilo para evitar pensamentos sentimentos ou conversas assocadas ao

acontecimento estressor

C2- Evitamento persistente dos estimulos atividades pensamentos ou

conversas associadas ao acontecimento estressor

C4- Interesse ou participaccedilatildeo em atividades fortemente diminido

C5- Sentir-se desligado ou estranho em relaccedilatildeo aos outros

D3- Dificuldade de concentraccedilatildeo

F- A perturbaccedilatildeo causa mal estar clinicamente significativo ou deficiencia

social ocupacional ou em qualquer outra aacuterea importante do funcionamento

Foi considerando que o instrumento natildeo refere o tempo de exposiccedilatildeo ao

estiacutemulo estressor o qual se considera relevante o conhecimento do processo ou

seja como elas chegaram aos sintomas buscando causas imediatas sejam elas

patologicas ou fisioloacutegicas e delinear retrospectiva causal

Os outros 9 items natildeo estatildeo relacionados com aspectos e criteacuterios do

transtorno analisando portanto natildeo estatildeo presentes na anaacutelise

Caracteriacutesticas Especiacuteficas agrave cultura e agrave Idade

Em vista as dificuldades do jovem em relatar a diminuiccedilatildeo no interesse por

atividades significativas e limitaccedilatildeo do afeto este sintoma deve ser atentamente

avaliado mediante relatos feitos pelos pais professores e outros observadores

Seguindo as consideraccedilotildees do evento estressor pode-se afirmar que se

desencadeia do Transtorno de Estresse e potencializa-se o desenvolvimento de um

conjunto de reaccedilotildees neurofisioloacutegicas intensas em qualquer jovem Quanto agraves

reaccedilotildees essas enquadram-se num conjunto de sinais e sintomas correspondentes agrave

sindrome descrita no DSM-IV revela-se que o individuo exposto neste caso

especiacutefico ldquofones auriculares conectados no Aparelho Celular para ouvir muacutesica e a

exposiccedilatildeo diaacuteria aos ruiacutedos do entorno do CEPMAT oriundos do meio de transporterdquo

desenvolvem comportamentos caracterizados por Transtorno de Estresse

205

Aleacutem de todas as consequecircncias jaacute expostas eacute preciso atentar para o fato de

que a maioria dos jovens natildeo consegue superar os sintomas sem tratamento

especializado seja esse psicoteraacutepico medicamentoso e apoacutes realizaccedilatildeo de

exames especiacuteficos tais como auditivo e de forum psiquicos ou a combinaccedilatildeo de

ambos

Em resumo os comportamentos instalados apoacutes a situaccedilatildeo de estresse

podem ser agrupados em trecircs grandes categorias reminiscecircncia da situaccedilatildeo

traumaacutetica esquiva ou embotamento afetivo e hiperestimulaccedilatildeo do sistema

cognitivo

Apoacutes a descriccedilatildeo sobre o quadro de sintomas na situaccedilatildeo de estresse

referente ao questionaacuterio apresentado aos alunos no Coleacutegio CEPMAT e as

consequecircncias que este gera no aluno conclui-se que seria necessario a

intervenccedilatildeo da psicologia para um diagnostico a respeito da gravidade e das

consequecircncias agrave pessoa e agrave sociedade

Curitiba 09 de maio 2014

_________________________________

(Claudia Nepomuceno Pinto Costa)

Licenciada em Psicologia pelo Instituto Piaget de Almada ndash Portugal

Mestre em Psicologia Comunitaacuteria e proteccedilatildeo de Menores pela Universidade

de Lisboa - Portugal

206

REFERENCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

American Psychiatric Association (APA) Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders-Fourth Edition Text Revision Washington DC APA 2000 4a ed (Traduccedilatildeo no Brasil Artmed 2003) BRASIL Perda auditiva induzida por ruiacutedo Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas (Pair)Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Accedilotildees Programaacuteticas Estrateacutegicas ndash Brasiacutelia Editora do Ministeacuterio da Sauacutede 2006 Disponiacutevel em httpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesprotocolo_perda_auditivapdf Acesso em 19012014

207

ANEXO IV - FOTO DECIBELIacuteMETRO

208

ANEXO V - NBR 10151

209

210

211

212

ANEXO VI ndash NBR 10152

213

214

215

216

ANEXO VII - NBR133691995

217

218

219

ANEXO VIII - PLANTA BAIXA ARQUITETOcircNICA DO CEPMAT PLANTA

BAIXA

220

ANEXO IX ndash LAUDO TEacuteCNICO DE AVALIACcedilAtildeO DE RUIacuteDO NO ENTORNO DO

CEPMAT

LAUDO TEacuteCNICO DE AVALIACcedilAtildeO DE RUIacuteDO NO ENTORNO DO COLEacuteGIO

ESTADUAL PROFESSORA MARIA AGUIAR TEIXEIRA

CONTRATANTE JEREMIAS FERREIRA DA COSTA

COLEacuteGIO ESTADUAL PROFESSORA MARIA AGUIAR TEIXERA

CAPAtildeO DA IMBUIA ndash CURITIBA ndashPR

RESPONSAacuteVEL TEacuteCNICO VERGINIO LUIZ STANGHERLIN

ENGENHEIRO DE SEGURANCcedilA DO TRABALHO

CREA ndash PR 110468D

LAUDO TEacuteCNICO DE AVALIACcedilAtildeO DE RUIacuteDO

Objeto

Tem o objetivo do presente laudo aferir o niacutevel de ruiacutedo gerado pelas atividades da

ferrovia linha de expresso e Via Raacutepida que possa importunar os alunos

professores e funcionaacuterios do Coleacutegio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira

Baseado nos resultados deste laudo seraacute possiacutevel detalhar as soluccedilotildees para

minimizar o ruiacutedo que possa prejudicar a populaccedilatildeo do referido Coleacutegio endereccedilo

Avenida Presidente Affonso Camargo 3463 - Capatildeo da Imbuia Curitiba - PR

221

Descriccedilatildeo do Local

O local de maior geraccedilatildeo de ruiacutedo eacute proacuteximo agrave Avenida Presidente Affonso

Camargo aonde temos a linha de ocircnibus expresso via raacutepida e linha do trem

Proacuteximo a avenida temos a Secretaria salas de aula Biblioteca Laboratoacuterio de

Quiacutemica e Fiacutesica

Materiais e Meacutetodos

As mediccedilotildees de niacutevel de pressatildeo sonora foram realizadas respeitando as

recomendaccedilotildees da norma NBR 101511987 ndash Avaliaccedilatildeo do Ruiacutedo em Aacutereas

Habitadas visando o conforto da comunidade ndash Procedimento

Foi utilizado o equipamento portaacutetil medidor de niacutevel de pressatildeo sonora digital

comumente denominado decibeliacutemetro O aparelho utilizado apresenta o niacutevel de

pressatildeo sonora equivalente Leq valor que eacute considerado para mediccedilotildees de ruiacutedo

contiacutenuo

Instrumento Utilizado para Mediccedilatildeo dos Niacuteveis de Ruiacutedo

Foi utilizado um instrumento portaacutetil medidor de niacutevel de pressatildeo sonora digital

Marca AZCE ndash nuacutemero de seacuterie N304849

Modelo AZCE ndash 8926

Faixa de Mediccedilatildeo 30 a 130 dB

Curvas de Ponderaccedilatildeo A C e Linear

Respostas Fast e Slow

222

Metodologia da Mediccedilatildeo

O local de maior niacutevel de ruiacutedo encontra-se proacuteximo agrave Avenida Presidente Affonso

Camargo Como o intuito deste trabalho eacute analisar se o ruiacutedo importuna os alunos

professores funcionaacuterios as mediccedilotildees foram executadas no lado interno da

edificaccedilatildeo Mediu-se tambeacutem o niacutevel de ruiacutedo com pessoas e sem pessoas para se

determinar o ruiacutedo gerado pela escola No periacuteodo da manhatilde satildeo intervalos

compreendidos das 7h30 as 11h45 e no periacuteodo da tarde das 13h30 as 17h30 e no

periacuteodo da noite das 19h00 as 22h30 No local analisado o ruiacutedo tem caracteriacutestica

constante natildeo apresentando ruiacutedos de impacto foram medidos por um medidor de

pressatildeo sonora no modo ldquoLeqrdquo na curva de compensaccedilatildeo ldquoArdquo e circuito de resposta

ldquoSlowrdquo (lenta) O aparelho medidor de pressatildeo sonora apresenta os resultados de

Leq a cada minuto

Apesar de ser caracterizado como contiacutenuo o ruiacutedo apresenta pequenas flutuaccedilotildees

e portanto deve ser apresentado como Leq - Niacutevel Meacutedio de Som Contiacutenuo

Equivalente Nesse meacutetodo de mediccedilatildeo eacute obtido um niacutevel de ruiacutedo contiacutenuo que

possui a mesma energia acuacutestica que os niacuteveis flutuantes originais durante um

periacuteodo de tempo O princiacutepio da mesma energia assegura a precisatildeo do meacutetodo

para avaliaccedilatildeo dos efeitos do ruiacutedo sobre o aparelho auditivo sendo adotado pela

norma ISO e muitas normas nacionais Preveniu-se o efeito de ventos sobre o

microfone com o uso de protetor conforme instruccedilotildees do fabricante As mediccedilotildees

foram em pontos afastados aproximadamente 12 m do piso e a 1 m da parede da

sala

Caracteriacutesticas da Mediccedilatildeo

223

Foram efetuadas duas mediccedilotildees do niacutevel de ruiacutedo em cada periacuteodo durante cinco

dias em trecircs horaacuterios distintos

TABELA ndash AFERICcedilOtildeES DOS NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS) ORIUNDOS DO EXTERIOR DO CEPMAT E MEDIDOS NO INTERIOR

DiaMecircs

Sala

Periacuteodo

Com a presenccedila do trem Carros ocircnibus Caminhotildees e estudantes

Sem a presenccedila do trem com carros ocircnibus caminhotildees e estudantes

0110

Biblioteca

Manhatilde Tarde Noite

9644 9452 8573

8436 8809 6516

0710

Laboratoacuterio de

Informaacutetica

Manhatilde Tarde Noite

9603 9271 8898

8886 8324 7546

0510

Auditoacuterio

Manhatilde Tarde Noite

9620 10000 8805

8654 8736 6522

FONTE COSTA 2014 COM APOIO DO ENGENHEIRO DE SEGURANCcedilA DO TRABALLHO VIRGINIO LUIZ STANGHERLIN

TABELA - NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS) NO INTERIOR DO CEPMAT EM SALAS DE AULA

DiaMecircs

Sala

Periacuteodo

Com a presenccedila do trem Carros e Ocircnibus Caminhotildees e de estudantes dB(A)

Sem a presenccedila do trem com fluxo normal de Carros ocircnibus caminhotildees e presenccedila de estudantes dB(A)

0210

Sala de Aula 10

Manhatilde Tarde Noite

9432 9546 8871

8370 7946 7223

0210

Sala de Aula 11

Manhatilde Tarde Noite

8998 9230 7253

8008 7525 7377

0210

Sala de Aula 12

Manhatilde Tarde Noite

9513 9688 8619

7796 7253 7189

0310

Laboratoacuterio de Fiacutesico-quiacutemica 13

Manhatilde Tarde Noite

9635 8350 8685

8745 6947 7889

FONTE COSTA 2014 COM APOIO DA ENGENHARIA DE SEGURANCcedilA DO TRABALHO VIRGINIO LUIZ STANGHERLIN

224

Anaacutelise dos resultados

Na falta de valores de ruiacutedo para servirem de referecircncia servimo-nos da

Norma Regulamentadora nordm 15 do Ministeacuterio do Trabalho e Emprego ndash Atividades e

Operaccedilotildees Insalubres norma esta que trata da seguranccedila ao trabalhador exposto

ao ruiacutedo contiacutenuo e outras fontes de insalubridade Especificamente no anexo I da

NR 15 cita-se qual eacute o Limite de Toleracircncia para Ruiacutedo Contiacutenuo ou Intermitente a

tabela ilustra qual o tempo maacuteximo de exposiccedilatildeo diaacuteria ao agente insalubre de

acordo com o niacutevel de ruiacutedo existente O primeiro valor que consta na tabela eacute 85

dB para um tempo maacuteximo de exposiccedilatildeo de 8 horas diaacuterias

ANEXO Nordm 1

LIMITES DE TOLERAcircNCIA PARA RUIacuteDO CONTIacuteNUO OU INTERMITENTE

NIacuteVEL DE PRESSAtildeO SONORA dB(A) MAacuteXIMA EXPOSICcedilAtildeO DIAacuteRIA PERMISSIacuteVEL

85 8 horas

86 7 horas

87 6 horas

88 5 horas

89 4 horas e 30 minutos

90 4 horas

91 3 horas e 30 minutos

92 3 horas

93 2 horas e 40 minutos

94 2 horas e 15 minutos

95 2 horas

96 1 hora e 45 minutos

98 1 hora e 15 minutos

100 1 hora

102 45 minutos

104 35 minutos

105 30 minutos

106 25 minutos

108 20 minutos

110 15 minutos

112 10 minutos

114 8 minutos

115 7 minutos

225

Conclusatildeo

Diante dos fatos e analisando os resultados obtidos nota-se que o ruiacutedo a ser

gerado pelo empreendimento eacute bem abaixo do limite considerado insalubre pela

norma em questatildeo Lembrando-se que o ruiacutedo tem o pico durante os intervalos de

aula trecircs no total com duraccedilatildeo de vinte minutos cada somente no periacuteodo diurno e

considerando-se ainda que a edificaccedilatildeo contaraacute com as soluccedilotildees acuacutesticas

atenuadoras de ruiacutedos para evitar a propagaccedilatildeo do som para o lado externo

conclui-se que os valores de ruiacutedo gerados natildeo seratildeo causadores de infortuacutenios aos

vizinhos

Encerramento

O responsaacutevel teacutecnico pelo trabalho coloca-se ao inteiro dispor para os

esclarecimentos necessaacuterios O presente laudo consta de seis paacuteginas digitadas de

um soacute lado rubricadas e uma folha de capa sendo a uacuteltima assinada

Curitiba 24 de fevereiro de 2014

Verginio Luiz Stangherlin

Engenheiro Agrocircnomo e de Seguranccedila do Trabalho

CREA-PR 110468D

Tel (41) 33732 3009 ndash 9707 3000

226

ANEXO X - LAUDO TEacuteCNICO DE AVALIACcedilAtildeO DE RUIacuteDO DOS FONES DE

OUVIDO CONECTADOS AO APARELHO CELULAR

LAUDO TEacuteCNICO DE AVALIACcedilAtildeO DE RUIacuteDO DOS FONES DE OUVIDO

CONECTADOS AO APARELHO CELULAR

CONTRATANTE JEREMIAS FERREIRA DA COSTA

COLEacuteGIO ESTADUAL PROFESSORA MARIA AGUIAR TEIXERA

AVENIDA AFONSO CAMARGO 3463 - CAPAtildeO DA IMBUIA ndash CURITIBA ndash PR

RESPONSAacuteVEL TEacuteCNICO VERGINIO LUIZ STANGHERLIN

ENGENHEIRO DE SEGURANCcedilA DO TRABALHO

CREA ndash PR 110468D

LAUDO TEacuteCNICO DE AVALIACcedilAtildeO DE RUIacuteDO

Objeto

Tem o objetivo do presente laudo aferir os niacuteveis de ruiacutedos gerados pelos

fones auriculares conectados ao Aparelho Celular dos alunos do Coleacutegio Estadual

Professora Maria Aguiar Teixeira quando ouve muacutesica

Baseado nos resultados deste laudo seraacute possiacutevel detalhar possiacuteveis efeitos

desta exposiccedilatildeo aos ruiacutedos que possa prejudicar a comunidade escolar do referido

Coleacutegio endereccedilo Avenida Presidente Affonso Camargo 3463 - Capatildeo da Imbuia

Curitiba - PR

Descriccedilatildeo do Local

O local de geraccedilatildeo de ruiacutedo satildeo os fones de ouvido conectados ao Aparelho Celular

de diversos modelos A afericcedilatildeo foi feita de forma aleatoacuteria sem verificar a seacuterie a

que os alunos do ensino meacutedio estatildeo cursando

227

Materiais e Meacutetodos

As mediccedilotildees de niacutevel de pressatildeo sonora foram realizadas respeitando as

recomendaccedilotildees da norma NBR 101511987 ndash Avaliaccedilatildeo do Ruiacutedo em Aacutereas

Habitadas visando o conforto da comunidade ndash Procedimento

Foi utilizado o equipamento portaacutetil medidor de niacutevel de pressatildeo sonora digital

comumente denominado decibeliacutemetro O aparelho utilizado apresenta o niacutevel de

pressatildeo sonora equivalente Leq valor que eacute considerado para mediccedilotildees de ruiacutedo

contiacutenuo

Instrumento Utilizado para Mediccedilatildeo dos Niacuteveis de Ruiacutedo

Foi utilizado um instrumento portaacutetil medidor de niacutevel de pressatildeo sonora digital

Marca AZCE ndash nuacutemero de seacuterie N304849

Modelo DEC ndash 8928

Faixa de Mediccedilatildeo 30 a 130 dB

Curvas de Ponderaccedilatildeo A C e Linear

Respostas Fast e Slow

Metodologia da Mediccedilatildeo

O intuito desta anaacutelise eacute abordar uma afericcedilatildeo dos niacuteveis de ruiacutedos que os alunos

do Coleacutegio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira estatildeo expostos durante o

periacuteodo que estatildeo utilizando o Aparelho Celular com o fone de ouvido para ouvir

muacutesica durante o periacuteodo que estatildeo no coleacutegio

A afericcedilatildeo foi realizada durante as aulas por um periacuteodo de dois meses perfazendo

um dia de cada semana isto eacute segunda terccedila quarta quinta e sexta nos meses de

outubro e novembro de 2013 Foram medidos por um medidor de pressatildeo sonora no

228

modo ldquoLeqrdquo na curva de compensaccedilatildeo ldquoArdquo e circuito de resposta ldquoSlowrdquo (lenta) O

aparelho medidor de pressatildeo sonora apresenta os resultados de Leq a cada minuto

Foi pedido aos alunos que permitissem fazer a afericcedilatildeo dos niacuteveis de ruiacutedo do fone

de ouvido colocando o som no modo em que os alunos ouvem a maior parte do

tempo

Caracteriacutesticas da Mediccedilatildeo

Foi efetuada uma meacutedia de trinta (30) afericcedilotildees diaacuterias nos meses de outubro e

novembro contando os dias da semana (segunda terccedila quarta quinta e sexta) do

fone de ouvido do Aparelho Celular

1 TABELA DE NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA (NPS) QUE OS ESTUDANTES DO CEPMAT ESTAtildeO SUBMETIDOS QUANDO OUVEM MUacuteSICA NOS FONES AURICULARES CONECTADOS AO APARELHO CELULAR

Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5

Meacutedia Diaacuteria

Segunda

Nordm Alunos dB (A)

08 96

06 97

5 98

4 102

7 116

30 1118

Terccedila

Nordm Alunos dB (A)

06 98

5 92

7 99

8 94

4 99

30 1003

Quarta

Nordm Alunos dB (A)

07 92

8 99

9 96

3 99

3 115

30 1011

Quinta

Nordm Alunos dB (A)

08 82

6 101

6 98

5 96

5 99

30 971

Sexta

Nordm Alunos dB (A)

06 98

5 114

8 113

6 98

5 98

30 1057

Meacutedia dB(A)

1032

FONTE COSTA 2013 COM APOIO DA ENGENHARIA DE SEGURANCcedilA DO TRABALLHO ENG VIRGINIO LUIZ STANGHERLIN

229

Anaacutelise dos resultados

Na afericcedilatildeo realizada com os alunos nos turnos de aula no Coleacutegio Estadual

Profordf Maria Aguiar Teixeira constatou-se uma intensidade do ruiacutedo de 1032 dB(A)

meacutedia para o fone de ouvido do Aparelho Celular em intensidade superiores a

permitida para uma jornada de 8 horas diaacuterias de 85 dB(A) Podendo ocorrer

incocircmodos perturbaccedilotildees sintomas de estresse prejuiacutezos agrave audiccedilatildeo Sintomas

previstos no Protocolo de complexidade diferenciada 5 do Ministeacuterio da Sauacutede

2006

A NR 15 anexo nordm 01 estabelece que as pessoas em qualquer ambiente de

trabalho natildeo poderatildeo ficar expostas a 85 dB(A) em um periacuteodo maior que 8 horas

diaacuterias

No entanto a maioria de estudantes avaliados na tabela acima escuta

musicas no fone de ouvido do Aparelho Celular a uma faixa de intensidade maior

que 103 dB(A) e de acordo com a NR 15 Anexo nordm 1 pessoas expostas nesta

intensidade de ruiacutedo podem ficar no maacuteximo 45 minutos por dia

Conclusatildeo

Na falta de valores de ruiacutedo para servirem de referecircncia servimo-nos da

Norma Regulamentadora nordm 15 do Ministeacuterio do Trabalho e Emprego ndash Atividades e

Operaccedilotildees Insalubres norma esta que trata da seguranccedila ao trabalhador exposto

ao ruiacutedo contiacutenuo e outras fontes de insalubridade Especificamente no anexo I da

NR 15 cita-se qual eacute o Limite de Toleracircncia para Ruiacutedo Contiacutenuo ou Intermitente a

tabela ilustra qual o tempo maacuteximo de exposiccedilatildeo diaacuteria ao agente insalubre de

acordo com o niacutevel de ruiacutedo existente O primeiro valor que consta na tabela eacute 85

dB(A) para um tempo maacuteximo de exposiccedilatildeo de 8 horas diaacuterias

230

LIMITES DE TOLERAcircNCIA PARA RUIacuteDO CONTIacuteNUO OU INTERMITENTE

NIacuteVEL DE PRESSAtildeO SONORA dB(A) MAacuteXIMA EXPOSICcedilAtildeO DIAacuteRIA PERMISSIacuteVEL

85 8 horas

86 7 horas

87 6 horas

88 5 horas

89 4 horas e 30 minutos

90 4 horas

91 3 horas e 30 minutos

92 3 horas

93 2 horas e 40 minutos

94 2 horas e 15 minutos

95 2 horas

96 1 hora e 45 minutos

98 1 hora e 15 minutos

100 1 hora

102 45 minutos

104 35 minutos 105 30 minutos

106 25 minutos

108 20 minutos

110 15 minutos

112 10 minutos

114 8 minutos

115 7 minutos

Desta forma concluo que os alunos que estatildeo expostos a esses niacuteveis de

pressatildeo sonora podem ter prejuiacutezos agrave audiccedilatildeo ou perda auditiva em poucos anos

por ser sutil causa impactos significativos na vida das pessoas gerando dificuldades

na comunicaccedilatildeo por prolongamento de exposiccedilatildeo a elevados niacuteveis sonoro o que

pode causar perda auditiva irreversiacutevel assim o tempo de exposiccedilatildeo satildeo fatores

determinantes da capacidade de prejudicar a audiccedilatildeo

231

Os Aparelhos Celulares tecircm grande capacidade de armazenamento com

bateria cada vez mais duradoura estas possibilidades contribuem para que os

estudantes ouccedilam muacutesica durante horas sem parar em volume muito acima das

recomendadas pela NR 15 Anexo 1 e pelo Protocolo de Complexidade Diferenciada

5 de 2006

Encerramento

O responsaacutevel teacutecnico pelo trabalho coloca-se ao inteiro dispor para os

esclarecimentos necessaacuterios O presente laudo consta de seis paacuteginas digitadas de

um soacute lado rubricadas e uma folha de capa sendo a uacuteltima assinada

Curitiba 12 de fevereiro de 2014

Verginio Luiz Stangherlin

Engenheiro Agrocircnomo e de Seguranccedila do Trabalho

CREA-PR 110468D

232

APEcircNDICES

233

APEcircNDICE 1 - LEVANTAMENTO SOBRE O USO DO CELULAR NA

ESCOLA

COLEacuteGIO ESTADUAL PROFESSORA MARIA AGUIAR TEIXEIRA

Turno______ Seacuterie______ Idade _________

1 ndash Vocecirc possui um Telefone Celular

a) Sim

b) Natildeo

c) eu uso um que natildeo eacute meu

2- Vocecirc traz o Telefone Celular para a escola

a) Sempre

b) quase sempre

c) agraves vezes

d) nunca

3 ndash Quanto tempo vocecirc usa o Telefone Celular ao longo do dia para qualquer de

suas funccedilotildees

a)Nunca uso celular

b)Menos de 2 horas por dia

c)Mais de 2 horas e menos de 4 horas por dia

d)Mais de 4 horas e menos de 8 horas por dia

f)Mais de 8 horas e menos de 12 horas por dia

g)Mais de 12 horas por dia

h)Meu uso eacute bastante variado de um dia para outro

i)Natildeo sei informar

4 ndash Quais as funccedilotildees do Telefone Celular que vocecirc utilizou na sala de aula sem

relaccedilatildeo com a aprendizagem

a)Ouvir muacutesica

b) Fazer e receber ligaccedilotildees

c)Receber e enviar mensagens

d)Calculadora

e)Agenda de telefone

234

f)Maacutequina fotograacutefica

g)Acessar a Internet (e-mail facebook skype etc)

h)Outras Escreva aqui _______________________________________

i)Natildeo trago o celular para a escola

j)Natildeo tenho telefone celular

5 ndash Na sala de aula vocecirc alguma vez jaacute utilizou o Telefone Celular para ajudar na

sua aprendizagem

a)Ouvir muacutesica

b) Fazer e receber ligaccedilotildees

c)Receber e enviar mensagens

d)Calculadora

e)Agenda de telefone

f)Maacutequina fotograacutefica

g)Acessar a Internet (e-mail facebook skype etc)

h)Outras Escreva aqui _______________________________________

i)Natildeo trago o celular para a escola

j)Natildeo tenho celular

6ndash Quanto vocecirc gasta em meacutedia em creacuteditos por mecircs

a) ateacute R$12 por mecircs

b) Entre R$ 13 e R$3000 por mecircs

c) Entre R$ 31 e R$5000 por mecircs

d) Mais de R$ 5000 por mes

e) Natildeo gasto com creacuteditos

f) Natildeo sei

7 ndash Vocecirc sabia que o regimento escolar proiacutebe o uso do Telefone Celular na sala de

aula

a) Sim

b) Natildeo

c) sabia mas uso assim mesmo

d) Sabia mas eu uso soacute esporadicamente

8 ndash Vocecirc jaacute ouviu dizer que o Telefone Celular pode trazer problemas para a

audiccedilatildeo

a) jaacute dizer e parei de usar o Telefone Celular

b) natildeo ouvi dizer e natildeo dizer e natildeo me interesso por isso

c) nunca ouvi falar sobre isso

d) Jaacute ouvi dizer mas natildeo me importo pois continuo usando da mesma forma

e) jaacute ouvi dizer e parei de usar o celular

235

APEcircNDICE 2 - TESTES DE AUTOIDENTIFICACcedilAtildeO DE ALGUNS SINTOMAS DE ESTRESSE

TESTE DE AUTOIDENTIFICACcedilAtildeO DE ALGUNS

SINTOMAS DE ESTRESSE

MARQUE UM ldquoXrdquo na coluna correspondente a

sua opiniatildeo

Idade_____ Sexo______ Seacuterie_______ Turma

_______

De

je

ito

ne

nh

um

Rara

me

nte

As v

ev

eze

s

Fre

qu

en

tem

en

t

e

Se

mp

re

Natildeo

se

i

Natildeo

m

e

imp

orto

1 2 3 4 5 6 7

1 O Coleacutegio eacute ruidoso por causa dos trens carros e

ocircnibus que passam em frente

2 A biblioteca do Coleacutegio eacute um local adequado e silencioso para eu realizar pesquisas e outras atividades

3 O ruiacutedo do trem natildeo me incomoda quando estou assistindo aula

4 Jaacute me senti prejudicado pelo ruiacutedo do trem quando estava fazendo avaliaccedilotildees e trabalhos de pesquisa na sala de aula

5 Jaacute ouvi zumbidos depois de escutar os ruiacutedos dos

trens carros e ocircnibus

6 Nada pode ser feito para alterar as condiccedilotildees de

ruiacutedo dos trens carros e ocircnibus na frente do Coleacutegio

7 Tenho dificuldades para aprender durante o periacuteodo das aulas quando a empresa ALL testa os freios dos trens em frente ao Coleacutegio

8 Meu niacutevel de concentraccedilatildeo e desempenho nas

avaliaccedilotildees natildeo se altera quando o trem passa

9 A exposiccedilatildeo ao ruiacutedo dos trens carros e ocircnibus

me deixa esgotado no final do periacuteodo de aula

10 Ruiacutedos intensos como das muacutesicas que ouccedilo no celular ou dos trens carros e ocircnibus que passam em frente ao coleacutegio natildeo me incomodam

11 Perco a concentraccedilatildeo quando o trem passa em

frente ao Coleacutegio no horaacuterio das aulas

12 Deixo de ouvir muacutesicas no celular para natildeo me

expor excessivamente aos ruiacutedos

13 Ouccedilo zumbidos depois de escutar muacutesica em

alto volume no celular durante algum tempo

14 As muacutesicas que ouccedilo no celular atrapalham

minha concentraccedilatildeo na aula

15 Meus ouvidos doem quando ouccedilo muacutesica no

celular

236

16 Percebo que a quantidade de ruiacutedo a que sou

exposto fora da escola e tambeacutem quando ouccedilo muacutesicas no celular eacute maior do que posso suportar

17 Sei que ouvir muacutesica no celular pode prejudicar

minha audiccedilatildeo

18 Perco energia ao ouvir muacutesica no celular

19 Sinto-me sobrecarregado tanto pela quantidade

de ruiacutedo externo agrave escola (trens carros ocircnibus) quanto ao ouvir muacutesica no celular em volume acima da meacutedia

20 Ouccedilo muacutesica em volume alto para me

concentrar para estudar para as provas para fazer os trabalhos escolares

21 Quando fico exposto a ruiacutedos desanimo facilmente

22 Levo muito tempo para relaxar quando estou estressado por causa do barulho

23 Sinto-me tatildeo cansado e sobrecarregado por causa do ruiacutedo intenso durante o periacuteodo de aula que acabo ldquome desligandordquo do ambiente escolar

24 Sinto-me bem tendo muito ruiacutedo no meu entorno (dentro e fora da sala) durante o periacuteodo de aula

25 Quando acordo de manhatilde fico cansado soacute de pensar que terei que ouvir muitos ruiacutedos externos durante as aulas

26 Fico feliz por poder ouvir muacutesica no celular

quando estou em aula

27 Natildeo consigo ficar sem ouvir musicas no celular

durante o periacuteodo das aulas mesmo sabendo que o regimento escolar me proiacutebe de usa-lo

28 Natildeo fui informado sobre quais equipamentos eletrocircnicos (Aparelho Celular) posso usar no periacuteodo das aulas

29 Participei ativamente de reuniotildees e discussotildees

para a construccedilatildeo do Regimento Escolar do coleacutegio

237

APEcircNDICE 3 - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Eu (nome por extenso)___________________________________________

portador da ceacutedula de Identidade RG________________________________

AUTORIZO meuminha filho (a) (nome por extenso)

________________________________________________a participar da pesquisa

intitulada ldquoPoluiccedilatildeo Sonora que trem eacute esse no meu celularrdquo bem a publicaccedilatildeo de

resultados em Revistas Acadecircmicas Livros Conferecircncias etc para uso interno

desta instituiccedilatildeo de ensino

A presente autorizaccedilatildeo eacute concedida a tiacutetulo gratuito abrangendo a aplicaccedilatildeo

de um Questionaacuterio e um Teste de AutoIdentificaccedilatildeo de Alguns Sintomas de

Estresse acima mencionada em todo territoacuterio nacional e no exterior em todas as

suas modalidades e destaque das seguintes formas (i) miacutedia eletrocircnica (paineacuteis

viacutedeos entre outros)

Deste modo por esta ser a expressatildeo da minha vontade declaro que autorizo

livre e espontaneamente o uso acima descrito sem que nada possa a ser reclamado

a tiacutetulo de direitos conexos agrave imagem ou qualquer outro bem como assino a

presente autorizaccedilatildeo

Curitiba ______ de ____________________ de 2013

Pai Responsaacutevel