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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ RODRIGO ALVES DE MORAES ESTUDO DA VIABILIDADE TÉCNICA E ECONÔMICA DA INSERÇÃO DA MICROGERAÇÃO EÓLICA: ESTUDO DE CASO PRÉDIO DE ENGENHARIA ELÉTRICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CURITIBA 2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

RODRIGO ALVES DE MORAES

ESTUDO DA VIABILIDADE TÉCNICA E ECONÔMICA DA INSERÇÃO DA

MICROGERAÇÃO EÓLICA: ESTUDO DE CASO PRÉDIO DE ENGENHARIA

ELÉTRICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

CURITIBA

2013

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RODRIGO ALVES DE MORAES

ESTUDO DA VIABILIDADE TÉCNICA E ECONÔMICA DA INSERÇÃO DA

MICROGERAÇÃO EÓLICA: ESTUDO DE CASO PRÉDIO DE ENGENHARIA

ELÉTRICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ .

Trabalho de Conclusão de Curso de

Graduação, apresentada à disciplina

TE105 – Projeto de Graduação, do Curso

Superior de Engenharia Elétrica, do

Departamento de Engenharia Elétrica,

Setor de Tecnologia, Universidade

Federal do Paraná, como requisito para

obtenção do título de Engenheiro

Eletricista.

Orientador: Prof. Dr. Clodomiro Unsihuay

Vila

CURITIBA

2013

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus, por proporcionar o momento desses

agradecimentos. Aos meus pais, Lidia e Raimundo, por sempre me proverem de

ensinamentos para vida e para todas as questões em meus momentos mais difíceis.

À minha irmã, Catia pela atenção, carinho e amor incondicional dedicados

a minha pessoa, tanto em momentos de alegria quanto a momentos tumultuados.

Aos meus irmãos Rogério e Reginaldo agradeço a paciência e a confiança.

Agradeço também a toda minha família pelo apoio e compreensão.

A todos meus amigos, principalmente a Renata, que fez parte de toda minha

vida acadêmica, desde meu primeiro dia na UFPR até os momentos atuais e espero

pela vida inteira, aos amigos Felipe e Matheus, por todas as provas e trabalhos que

realizamos juntos, momentos mais de descontração do que concentração nos

estudos e ao Thiago pela ajuda nesse trabalho, pessoa que tive mais contato nesse

ultimo período, no entanto já respeito de forma pessoal e profissional. Obrigado a

todos.

Agradeço ao meu orientador Clodomiro pela atenção e energia despendida

nesse trabalho. Estou certo que minha formação acadêmica e pessoal não estaria

completa sem os seus diálogos e conselhos, que sempre levo comigo.

Agradeço a banca examinadora por todos os apontamentos e

direcionamentos no desenvolvimento desse trabalho.

Sendo assim, agradeço a todos aqueles que contribuíram direta ou

indiretamente na elaboração desse trabalho, manifestando meus sinceros

agradecimentos.

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RESUMO

Este trabalho tem como objetivo estabelecer uma metodologia de instalações de micro geração eólica em paralelo com o sistema de distribuição da concessionária. O método usado para comprovar a metodologia foi através de um estudo de caso, onde simulou-se a inserção de aerogerador no departamento de engenharia elétrica da Universidade Federal do Paraná. Foram elaborados estudos de caráter técnicos e econômicos. Os resultados apontam para a não viabilidade econômica para o cenário atual, porém chegou-se a conclusão que a partir de 1.53 R$/kWh o empreendimento se tornará viável, pelo sistema de faturamento net metering.

Palavras-chave: microgeração Distribuída. Viabilidade técnica de microgeradores

eólicos. Viabilidade econômica para net metering.

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ABSTRACT

This work aims to establish a methodology for micro wind generation facilities in parallel with the distribution system of the utility. The method used was to prove the methodology through a case study, which was simulated insertion turbine in the department of electrical engineering at the Federal University of Paraná. Were drawn character studies technical and economic. The results indicate no economic viability for the current scenario, but came to the conclusion that from 1.53 R$ / kWh the project becomes viable, the net metering billing system. Key words: Distributed microgeneration. Technical feasibility of wind

microgenerators. Economic viability for net metering.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 1.1: GERAÇÃO ELÉTRICA POR FONTE NO MUNDO NO ANO 1980 E

2009 EM (%) ............................................................................................................. 15

FIGURA 1. 2: MATRIZ ELÉTRICA DO BRASIL ........................................................ 16

FIGURA 2.1: PROSPECÇÃO DE USO DE FONTES RENOVÁVEIS NO MUNDO .. 19

FIGURA 2.2: PRAZOS ENVOLVIDOS PARA ACESSO AO SISTEMA DE

DISTRIBUIÇÃO ......................................................................................................... 25

FIGURA 2.3: CONFIGURAÇÃO DE UM SISTEMA EÓLICO ISOLADO ................... 26

FIGURA 2.4: CONFIGURAÇÃO TÍPICA SISTEMA HÍBRIDO ................................... 27

FIGURA 2.5: CONFIGURAÇÃO TÍPICA INJEÇÃO NA REDE .................................. 28

FIGURA 2.7: MODELAGEM PARA OPERAÇÃO DE MICRO REDE CC

CONECTADO AO SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO .................................................... 33

FIGURA 3.1: PRINCIPAIS MARCOS DO DESENVOLVIMENTO DA ENERGIA

EÓLICA NO PERÍODO DO SÉCULO XI AO SÉCULO XIX. ..................................... 36

FIGURA 3.2: PRINCIPAIS MARCOS DO DESENVOLVIMENTO DA ENERGIA

EÓLICA A PARTIR DO SÉCULO XX. ....................................................................... 38

FIGURA 3.3: EVOLUÇÃO DA POTÊNCIA E DO DIÂMETRO DO ROTOR DOS

AÉROGERADORES ................................................................................................. 38

FIGURA 3.4: EVOLUÇÃO DO USO DE ENERGIA EÓLICA ..................................... 39

FIGURA 3.5: EVOLUÇÃO DO USO DE ENERGIA EÓLICA ..................................... 39

FIGURA 3.6: POTENCIAL EÓLICO DO BRASIL ...................................................... 40

FIGURA 3.7: POTÊNCIAL EÓLICO DO PARANÁ .................................................... 41

FIGURA 3.8: TURBINA DARRIEUS E SAVONIUS ................................................... 42

FIGURA 3.9: DIMENSÕES TÍPICAS DAS TURBINAS EÓLICAS NO MERCADO

ATUAL COMPARANDO COM AS DIMENSÕES DO BOEING 747 .......................... 43

FIGURA 3.10: CONFIGURAÇÃO TÍPICA DE UM AEROGERADOR DE EIXO

VERTICAL ................................................................................................................. 44

FIGURA 3.11: CURVA DE POTÊNCIA DE UM AEROGERADOR COM CONTROLE

DE PASSO ................................................................................................................ 46

FIGURA 3.12: CURVA DE POTÊNCIA DE UM AEROGERADOR COM CONTROLE

POR ESTOL .............................................................................................................. 46

FIGURA 3.13: HISTOGRAMA TOTAL DE VELOCIDADE ........................................ 48

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FIGURA 3.14: EXEMPLO DOS EFEITOS DA RUGOSIDADE E DA ESTABILIDADE

TÉRMICA VERTICAL ................................................................................................ 50

FIGURA 3.15: CÁLCULO DA ENERGIA ANUAL GERADA ...................................... 51

FIGURA 3.16: COMPLEMENTARIEDADE ENTRE ENERGIA EÓLICA E

HIDRAÚLICA ............................................................................................................. 52

FIGURA 3.17: ESTIMATIVA DE MORTES DE PÁSSAROS POR ANO ................... 53

FIGURA 4.1: EXEMPLO FATURA DE ENERGIA DA COPEL .................................. 59

FIGURA 5.1: VISTA DO NOVO PRÉDIO DO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA

ELÉTRICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ........................................ 65

FIGURA 5.2: VISTA DO NOVO PRÉDIO DO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA

ELÉTRICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ........................................ 66

FIGURA 5.3: DISTRIBUIÇÃO DA VELOCIDADE DO VENTO E FUNÇÃO WEIBULL-

DADOS DE CURITIBA .............................................................................................. 68

FIGURA 5.4: DISTRIBUIÇÃO DA VELOCIDADE DO VENTO E FORMA WEIBULL-

DADOS DO RIO GRANDE DO SUL. ........................................................................ 69

FIGURA 5.5: CURVA CARACTERÍSTICA DO AEROGERADOR H4.6-3 kW ........... 72

FIGURA 5.6: DISTRIBUIÇÃO DA VELOCIDADE DO VENTO E FORMA WEIBULL-

DADOS DE CURITIBA. ............................................................................................. 73

FIGURA 5.7: DISTRIBUIÇÃO DA VELOCIDADE DO VENTO E FORMA WEIBULL-

DADOS DO RIO GRANDE DO SUL. ........................................................................ 74

FIGURA 5.8: REGIÕES DE OPERAÇÃO DO AEROGERADOR H4.6-3kW ............. 75

FIGURA 5.9: PERFIL DE CARGA ANUAL DO PRÉDIO DE ENGENHARIA

ELÉTRICA ................................................................................................................. 78

FIGURA 5.10: FLUXO DE CAIXA LÍQUIDO.............................................................. 88

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LISTA DE TABELAS

TABELA 2.1: PROTEÇÕES MÍNIMAS PARA CONEXÃO DE GERADORES

EÓLICOS NO SISTEMA DE BT ................................................................................ 22

TABELA 2.2: PROTEÇÕES MÍNIMAS EXIGIDAS PELA COPEL E SUAS FUNÇÕES

.................................................................................................................................. 23

TABELA 2.3: ETAPAS PARA VIABILIZAÇÃO DO PROJETO DE MICROGERAÇÃO

DISTRIBUÍDA ............................................................................................................ 25

TABELA 2.4: DISTÚRBIOS CAUSADOS POR AEROGERADORES NA REDE

ELÉTRICA ................................................................................................................. 29

TABELA 3.1: COEFICIENTE DE ATRITO PARA AS VÁRIAS CARACTERÍSTICAS

DO TERRENO .......................................................................................................... 49

TABELA 5.1: PARÂMETROS DO AEROGERADOR – HUMMER 4.6 – 3kW ........... 71

TABELA 5.2: EXEMPLO DE COMO CALCULAR A EAG-CURITIBA ....................... 76

TABELA 5.3: EXEMPLO DE COMO CALCULAR A EAG-RS ................................... 76

TABELA 5.4: RESUMO DOS DADOS ...................................................................... 77

TABELA 5.5: RESUMO DOS DADOS ...................................................................... 80

TABELA 5.6: SISTEMA DE FATURAMENTO NET METERING- ASSUMINDO

DADOS DE VENTOS DO RS .................................................................................... 83

TABELA 5.7: PARÂMETROS A SEREM CONSIDERADOS NO FLUXO DE CAIXA 84

TABELA 5.8: DISCRIÇÃO DOS VALORES POR EQUIPAMENTOS UTILIZADOS .. 85

TABELA 5.9: SAC PARA O CAPITAL PRÓPRIO ..................................................... 87

TABELA 5.10: SAC DO CAPITAL FINANCIADO ...................................................... 87

TABELA 5.11: ANÁLISE DE SENSIBILIDADE .......................................................... 89

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LISTA DE ABREVIATURAS

ANEEL: Agência Nacional de Energia Elétrica;

ART: Anotação de Responsabilidade Técnica;

BNDES: Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social;

BT: Baixa Tensão;

CA: Corrente Alternada;

CC: Corrente Contínua;

COPEL: Companhia Paranaense de Energia;

CEPEL: Centro de Pesquisas de Energia Elétrica;

CREA: Conselho Regional de Engenharia e Agronomia;

CRESESB: Centro de Referência para Energia Solar e Eólica Sergio de Salvo Brito;

DELT: Departamento de Energia Elétrica;

DPS: Dispositivo Protetor de Surto;

EAG: Energia Anual Gerada;

EIA: Energy Information Administration – Departamento de Informação de Energia;

EPE: Empresa de Pesquisa Energética;

FC: Fator de Capacidade;

GD: Geração Distribuida;

GEEs: Gases de Efeito Estufa;

IAP: Instituto Ambiental do Paraná;

INMET: Instituto Nacional de Meteorologia;

IPCA: Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo;

MDL: Mecanismo de Desenvolvimento Limpo;

MR: Microrrede;

NTC: Norma Técnica COPEL;

OPEP: Organização dos Países Exportadores de Petróleo;

PAC: Programa de Aceleração do Crescimento;

PAE: Produção Anual de Energia;

PRODIST: Procedimentos de Distribuição;

PROINFA: Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica;

RCE: Redução Certificada de Emissão;

TIR: Taxa Interna de Retorno;

TMA: Taxa Mínima de Atratividade;

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UFPR: Universidade Federal do Paraná;

VPL: Valor Presente Líquido;

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 15

1.1 CONTEXTO ................................................................................................. 15

1.2 OBJETIVOS ................................................................................................. 17

1.2.1 Objetivo geral......................................................................................... 17

1.2.2 Objetivos específicos ............................................................................. 17

1.3 JUSTIFICATIVA ........................................................................................... 17

1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO ..................................................................... 18

2 GERAÇÃO DISTRIBUIDA .................................................................................. 19

2.1. INTRODUÇÃO ................................................................................................ 19

2.2. REGULAMENTAÇÃO ..................................................................................... 20

2.2.1 RESOLUÇÃO NORMATIVA 482/2012 ...................................................... 20

2.2.2 NORMA TÉCNICA 905100/2012 .............................................................. 22

2.3. TIPOS DE SISTEMAS DE GERAÇÃO ........................................................... 25

2.4. IMPACTOS DA GERAÇÃO DISTRIBUIDA ..................................................... 28

2.5. MECANISMOS DE INCENTIVO NO BRASIL ................................................. 29

2.6. MECANISMOS DE MEDIÇÃO E TARIFAÇÃO ............................................... 30

2.6.1. NET METERING ...................................................................................... 30

2.6.2. FEED IN TARIFFS - FIT ........................................................................... 31

2.6. MICRO REDE CORRENTE CONTÍNUA ........................................................ 32

2.7. ESTADO DA ARTE......................................................................................... 33

2.8. CONSIDERAÇÕES FINAIS DO CAPÍTULO ................................................... 35

3 ENERGIA EÓLICA ............................................................................................. 36

3.1. INTRODUÇÃO ................................................................................................ 36

3.2. ENERGIA EÓLICA ......................................................................................... 37

3.2.1. HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DA ENERGIA EÓLICA ................................ 37

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3.2.2. POTENCIAL EÓLICO DO BRASIL E DO PARANÁ ................................. 40

3.2.3 TURBINAS EÓLICAS ................................................................................ 41

3.2.4 A POTÊNCIA DE UMA TURBINA EÓLICA ............................................... 47

3.3. COMPLEMENTARIEDADE COM HIDRAULICA ............................................ 52

3.4. ASPECTOS SOCIO AMBIENTAIS ................................................................. 53

3.7. CONSIDERAÇÕES FINAIS DO CAPÍTULO ................................................... 54

4 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................... 55

4.1 MATERIAL ................................................................................................... 55

4.1.1 MICROSOFT OFFICE EXCEL .................................................................. 55

4.1.2 AutoCAD ................................................................................................... 55

4.1.3 INMET ....................................................................................................... 56

4.2 MÉTODOS ................................................................................................... 56

4.2.1 DETERMINAÇÃO DO POTENCIAL EÓLICO ........................................ 56

4.2.2 ESCOLHA DO AEROGERADOR .......................................................... 57

4.2.3 CÁLCULO DA ENERGIA ANUAL GERADA .......................................... 58

4.2.4 CÁLCULO DA DEMANDA. .................................................................... 59

4.2.5 ESCOLHA DO INVERSOR DE FREQUÊNCIA ..................................... 60

4.2.6 VIABILIDADE ECONÔMICA.................................................................. 61

4.2.7 PROJETO ELÉTRICO ........................................................................... 62

4.2.8 CONEXÃO AO SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO...................................... 62

4.2.9 FLUXOGRAMA DA METODOLOGIA PROPOSTA ............................... 63

5 ANÁLISE DOS RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................. 65

5.1 APLICAÇÃO DA METODOLOGIA PROPOSTA .......................................... 66

5.2.1 DETERMINAÇÃO DO POTENCIAL EÓLICO ........................................ 66

5.2.2 ESCOLHA DO AEROGERADOR .......................................................... 69

5.2.3 CÁLCULO DA ENERGIA ANUAL GERADA .......................................... 72

5.2.4 CÁLCULO DA DEMANDA. .................................................................... 77

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5.2.5 ESCOLHA DO INVERSOR DE FREQUÊNCIA ..................................... 80

5.2.6 VIABILIDADE ECONÔMICA.................................................................. 82

5.2.7 PROJETO ELÉTRICO ........................................................................... 89

5.2.8 CONEXÃO AO SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO...................................... 92

6 CONCLUSÕES E TRABALHOS FUTUROS ...................................................... 94

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1 INTRODUÇÃO

1.1 CONTEXTO

Desde o choque do petróleo que marca a década de 1970, quando a

Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) elevou substancialmente

os preços internacionais dos barris de petróleo, o mundo tem vivido diversas crises

de energia (CUSTÓDIO, 2009).

Devido à escassez desse combustível e seu grau poluente, um dos grandes

desafios desse século é diminuir a dependência de energia térmica convencional, ou

seja, por queima de combustíveis fósseis e diversificar a matriz energética através

de fontes limpas, o que esta ocorrendo e é observado na FIGURA 1.1.

FONTE: U.S. Energy Information Administration (EIA); Elaboração Empresa de Pesquisa Energética

(EPE, 2009)

FIGURA 1.1: GERAÇÃO ELÉTRICA POR FONTE NO MUNDO NO ANO 1980 E 2009 EM (%)

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No ano de 1997, foi assinado o protocolo de Kyoto. Esse protocolo firmava

um compromisso, por parte dos países desenvolvidos, em reduzir as emissões de

Gases do Efeito Estufa (GEEs). No entanto, as metas do protocolo de Kyoto não

vinham sendo cumpridas de maneira efetiva, sendo assim foi criado o Mecanismo de

Desenvolvimento Limpo (MDL). O MDL possui políticas de incentivo que corroboram

com o uso de fontes limpas que diminuam o GEEs, ou seja, diminuir a participação

de combustíveis fósseis e aumentar a participação de fontes como bioenergia,

fotovoltaica e eólica (IGES & MIZUNO, 2009).

O Brasil possui uma matriz energética diversificada, porém muito

dependente de energia hidráulica como pode ser observado na FIGURA 1.2 (EPE &

MME, 2013). No entanto seus grandes empreendimentos hidráulicos, com grandes

reservatórios, já foram construídos. Sendo assim as próximas usinas no país, serão

a fio d’água, cuja energia não fica armazenada, diminuindo assim a energia

assegurada e aumentando a dependência por termoelétrica para o atendimento da

demanda.

FIGURA 1. 2: MATRIZ ELÉTRICA DO BRASIL

FONTE: (EPE, & MME, 2013)

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Perspectivas futuras apontam cada vez mais o uso de fonte renováveis,

fontes de energia que gerem mínimos impactos ambientais possíveis. A geração

hidrelétrica tem por característica principal, ficar longe das unidades consumidoras

de energia, gerando gastos com transporte e distribuição causando prejuízos

através de perdas de energia (VINÍCIUS & DIAS, 2004).

Devido a essa e outras vantagens destaca-se a geração distribuída, ou seja,

geração mais perto da unidade consumidora.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo geral

O objetivo geral deste trabalho é estudar, dimensionar, comparar e analisar

a viabilidade da instalação de microgeração eólica no prédio de engenharia elétrica

da Universidade Federal do Paraná.

1.2.2 Objetivos específicos

Os objetivos específicos estão descritos nos seguintes tópicos:

• mostrar a tecnologia empregada nos geradores eólicos conectados à

baixa tensão;

• reunir a legislação vigente no país a respeito de geração distribuída;

• criar uma metodologia de análise para aplicação de geração eólica;

• aplicar a metodologia a um estudo de caso no Departamento de

Engenharia Elétrica da Universidade Federal do Paraná.

1.3 JUSTIFICATIVA

Devido à escassez do combustível fóssil aliado à dependência de

termoelétricas para suprir sua demanda no Brasil, a Geração Distribuída apresenta-

se como uma das possíveis soluções (VINÍCIUS & DIAS, 2004). O atlas do potencial

eólico do Brasil mostra que o mesmo possui grandes locos para geração eólica

(SCHUBERT & EÓLICA, 2001). O diferencial deste trabalho de conclusão de curso

está em estudar, compreender, dimensionar e consequentemente apresentar uma

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metodologia que atenda a legislação a respeito de Geração Distribuída e mostrar

como implantar micro geração eólica, levando em consideração a viabilidade técnica

e econômica da mesma.

1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO

Esse trabalho de conclusão de curso apresenta seis capítulos. No primeiro

capitulo é apresentada uma contextualização, os objetivos e a justificativa deste

trabalho. No segundo faz-se uma revisão bibliográfica a respeito de Geração

Distribuída (GD), seu conceito, características, legislação, tarifação e interferências

ao sistema elétrico.

No terceiro capítulo, faz-se uma revisão bibliográfica sobre energia eólica,

apresentando aspectos técnicos relevantes, tipos de tecnologias e equipamentos

usados na GD de acordo com normas da Companhia Paranaense de Energia,

COPEL.

O quarto capitulo apresenta os materiais e métodos utilizados de forma a

elaborar uma metodologia a ser aplicado ao estudo de caso. No quinto apresenta o

estudo de caso, as característica e análise dos resultados da micro central eólica no

Departamento de Energia Elétrica da Universidade Federal do Paraná.

Por último, o capítulo 6 é destinado a apresentar as conclusões deste

trabalho e apontar os trabalhos futuros. Como forma de fechar o trabalho é

apresentada as referências que deram respaldo ao mesmo.

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2 GERAÇÃO DISTRIBUIDA

2.1. INTRODUÇÃO

Tal como foi mencionado no capítulo anterior, o Brasil tem como

característica produção de energia através de fonte hidráulica, essa por sua vez fica

afastada das unidades consumidoras, gerando gastos com transporte de energia,

subestações, perdas nas linhas de transformação dentre outros aspectos (VINÍCIUS

& DIAS, 2004). Tudo isso aliado ao esgotamento dos recursos hídricos

aproveitáveis e às dificuldades de construir novas usinas hidrelétricas devido a

pressões socioambientais faz com que haja uma necessidade de diversificação da

matriz energética para garantir a segurança do suprimento de energia de curto em

no longo prazo.

Sendo assim o incentivo para o uso de fonte renováveis é cada vez mais

incisivo como pode ser observado na FIGURA 2.1, sendo essa retirada do relatório

do Word Energy Outloock 2012, uma publicação anual da EIA e apresenta tendência

dos investimentos globais no setor de energias alternativas, prospectando seu

crescimento para os próximos anos (EIA, 2012).

FIGURA 2.1: PROSPECÇÃO DE USO DE FONTES RENOVÁVEIS NO MUNDO

FONTE: (EIA, 2012)

A Geração Distribuída surge como uma solução para diminuir os impactos

ambientais de grandes construções de parques de geração. Existem diversas

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definições de GD, no entanto a mais aceita é a que diz que GD é uma fonte de

geração conectada diretamente ao consumidor ou à rede de distribuição, não sendo

necessária a estipulação da potência instalada.

No entanto a ANEEL discrimina a GD em minigeração e microgeração

distribuída através da sua potência, essa com potência instalada menor ou igual a

100 kW que utilize fonte com base de energia hidráulica, solar, eólica, biomassa ou

cogeração qualificada e aquela com potência instalada superior a 100 kW e menor

ou igual a 1 MW(ANEEL, 2012a).

2.2. REGULAMENTAÇÃO

As resoluções que incidem sobre a geração distribuída no Brasil são:

resolução normativa nº 482/2012 da ANEEL, Agência Nacional de Energia Elétrica, e

o PRODIST, (ANEEL, 2012b), Procedimentos de Distribuição de Energia Elétrica no

Sistema Elétrico Nacional, módulo três que trata do acesso ao Sistema de

distribuição também da ANEEL.

A Norma Técnica da COPEL, Companhia Paranaense de Energia, NTC

905100/2012, Manual de acesso de geração distribuída ao sistema da COPEL

(COPEL & PARANÁ, 2012), é abordada, pois este trabalho é desenvolvido no

estado do Paraná. Cada distribuidora de energia possui sua norma especifica, sendo

assim, essa deve ser abordada e respeitada para ter acesso ao sistema da mesma.

A NTC 905100/2012 (COPEL & PARANÁ, 2012) abrange completamente as

outras resoluções e acrescenta as especificidades do sistema de distribuição da

COPEL, sendo assim serão esmiuçadas a resolução nº482/2012 e a

NTC905100/2012.

2.2.1 RESOLUÇÃO NORMATIVA 482/2012

Essa resolução estabelece as condições gerais para acesso para o acesso

de microgeração e minigeração distribuídas aos sistemas de distribuição de energia

elétrica e o sistema de compensação de energia elétrica. Conforme Art.2º define-se

microgeração como:

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“microgeração distribuída: central geradora de energia elétrica, com potência instalada menor ou igual a 100 kW e que utilize fonte com base em energia hidráulica, solar, eólica, biomassa ou cogeração qualificada, conforme regulamentação da ANEEL, conectada na rede de distribuição por meio de instalações de unidades consumidoras”

2.2.1.1 Do acesso ao Sistema de Distribuição

As distribuidoras como a COPEL, deveram adequar seus sistemas

comerciais e elaborar ou revisar normas técnicas para tratar do acesso de

minigeração e microgeração distribuída e essa devem estar em concordância com

os PRODISTs, as normas técnicas brasileiras e de forma a complementar as normas

internacionais. Essa etapa foi cumprida pela distribuidora local com o lançamento da

NTC 905100/2012.

2.2.1.2 Do sistema de compensação de energia elétrica

O consumo a ser faturado é a diferença ente a energia consumida e a

energia injetada na rede, por posto horário. Caso esse saldo seja positivo, ou seja, o

consumidor ficar com saldo positivo a ser faturado nos próximos 36 meses em

qualquer local que seja atendido pela mesma concessionária e que possua o mesmo

titular. Vale ressaltar que o valor mínimo a ser faturado é referente ao custo de

disponibilidade para o consumidor.

2.2.1.3 Da medição de energia e das responsabilidades

O interessado deve pagar os custos de adequação do sistema de medição.

Os custos de adequação são a diferença de valores entre os equipamentos que

posam aferir o novo sistema de compensação com os equipamentos usados

convencionalmente pelas distribuidoras. A manutenção e substituição por danos

ficam a cargo da concessionária. Caso seja comprovada irregularidades no sistema

que possam causar danos ao sistema elétrico de distribuição, os créditos de energia

ativa não poderão mais ser compensados.

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22

2.2.2 NORMA TÉCNICA 905100/2012

A NTC 905100/2012, Manual de Acesso de Geração Distribuída ao sistema

da COPEL, estabelece padrões que visam à uniformização e à adoção de

procedimentos, observando as exigências técnicas e de segurança recomendadas,

em conformidade com as prescrições vigentes nos Procedimentos de Distribuição e

nas resoluções normativas da ANEEL(COPEL & PARANÁ, 2012).

Segue a partir desse ponto as especificidades para a conexão ao sistema de

distribuição da COPEL com requisitos da instalação em Baixa Tensão, BT, com

potência instalada de até 75 kW, considerando que exista um ponto de acesso, ou

seja, que a concessionária atenda a esse consumidor previamente. No entanto, para

pedir um novo ponto de acesso ao sistema de distribuição ou para operar com

unidades geradoras com potência instalada acima de 75 kW a norma deve ser

consultada de maneira integral, sendo esse resumo desconsiderado.

No caso de microgeradores a conexão será em Baixa Tensão, diretamente

na rede da COPEL, para cálculos e dimensionamentos deve-se sempre considerar a

potência total instalada de geração. Para conectar uma usina com potência instalada

de até 75 kW, as proteções mínimas são apresentadas na TABELA 2.1.

TABELA 2.1: PROTEÇÕES MÍNIMAS PARA CONEXÃO DE GERADORES EÓLICOS NO SISTEMA

DE BT

Proteções mínimas para conexão de geradores eólicos no sistema BT Classificação de tensão de atendimento BT

Tipo de Gerador MONOFÁSICO, BIFÁSICO OU TRIFÁSICO Faixa da usina até 75kW

Tipo de conexão no sistema COPEL Conexão na BT Elemento de desconexão manual-visível Chave Seccionadora

Requisitos na usina Equipamentos Objetivo Especificação

Disjuntor na BT

Elemento de interrupção (EI)

Disjuntor/religador com relés

Desconectar o gerador do sistema COPEL em casos de faltas e distúrbios na rede

50/51-50/51N-50BF

INVERSOR

FONTE: Adaptado da NTC905100 (2012)

Os inversores de frequência para serem homologados pela COPEL devem

possuir no mínimo as seguintes funções de proteção 27/59; 81U/0; 25; 78; 81 df/dt.

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Essas funções de proteção são especificadas na TABELA 2.2, proteções mínimas

exigidas pela COPEL e suas funções. Todo o sistema de proteção assim como o

sistema de disparo e religamento dos disjuntores devem ser alimentados por uma

fonte de energia auxiliar, ininterrupta em corrente contínua, com sistema de disparo

capacitivo para acionamento a falta de energia.

A entrada de serviço da instalação do acessante, constante de

transformador, religador, disjuntores, quadro de medição e ramal, devem ser

compatível com a máxima corrente gerada ou consumida.

TABELA 2.2: PROTEÇÕES MÍNIMAS EXIGIDAS PELA COPEL E SUAS FUNÇÕES

PROTEÇÕES MÍNIMAS

Nome ANSI Função

Relé de sobrecorrente

50/51 Atuar quando ocorrer sobrecorrente nas

fases

Relé de sobrecorrente de

neutro 50/51N

Atuar quando ocorrer sobrecorrentes no neutro

Relé de falha do disjuntor

50BF Atuar quando ocorrer falhas nos

disjuntores/religadores dos geradores

Relé de sub e sobre tensão

27/59 Monitoram valores eficazes de tensão no

ponto de instalação

Relé de sobre e subfrequencia

81U/O Calcula a freqüência no local onde estão

instalados

Relé de verificação de sincronismo

25 Atuar quando não houver sincronismo

entre a energia gerada e da rede

Relé salto de vetor 78 Verifica o deslocamento de fases de

tensão

Relé derivada de frequência

81df/dt Detectar ilhamentos quando a variação

da freqüência é lenta FONTE: Adaptado da NTC905100(2012)

As instalações do acessante de geração deveram dispor de equipamentos

adequados para supervisão das condições de sincronismo para possibilitar o

paralelismo entre acessante e distribuidora. No entanto a COPEL não se

responsabiliza por equipamentos de proteção do usuário, recomendando que o

mesmo possua equipamentos de proteção sobressalentes para a substituição

imediata dos mesmos, caso eles apresentem problemas e necessitem de

substituição imediata.

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24

Em caso de falta de energia as proteções devem atuar de maneira a desligar

o gerador antes do subseqüente tentativa de religamento. Conforme o item “r” da

NTC 905100, define como a proteção anti-ilhamento deve atuar.

“A proteção anti-ilhamento deve desconectar o gerador da rede, sem qualquer retardo intencional, em caso de falta de tensão oriunda da rede de distribuição. O gerador não poderá injetar energia na rede se esta não estiver com sua tensão adequada em todas as fases. O circuito de sincronismo do gerador só deve permitir nova sincronização num tempo de retardo ajustável nos relés de proteção, contado após o retorno de tensão oriunda da rede de distribuição da COPEL. Para este valor de retardo, é sugerido um valor superior a 2 minutos, ficando a cargo do engenheiro projetista a sua adoção ou valores diferentes que sejam estudados para cada caso de conexão”.

Para microgeração conectada por inversor não serão necessárias

aprovação previa da COPEL. No entanto, será necessário a apresentação de

Anotação de Responsabilidade Técnica, ART, assinada por um profissional

responsável.

Para viabilizar um projeto junto a COPEL devem ser respeitadas algumas

etapas como:

• projeto elétrico;

• projeto do sistema de medição e do faturamento;

• Anotação de Responsabilidade Técnica, ART.

Para o projeto elétrico e de medição serão necessários apresentar:

• memorial descritivo contendo todas as características técnicas da

medição e geração;

• esquema unifilar;

• planta de situação;

• projeto da instalação

• tabela de distribuição de carga;

• detalhes da carga instalada;

• ART do responsável técnico;

• licença prévia ou dispensa, emitida pelo Instituto Ambiental do

Paraná, IAP;

• detalhes do painel de medição.

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Para viabilizar essa instalação são necessárias algumas etapas. A TABELA

2.3 apresenta todas as etapas envolvidas desde o primeiro contato com a

concessionária até a operação paralela do sistema.

TABELA 2.3: ETAPAS PARA VIABILIZAÇÃO DO PROJETO DE MICROGERAÇÃO DISTRIBUÍDA

Etapa Observações

I Consulta de acesso Ficha de dados cadastrais, Anexo IV da NTC905100, ou

anexo I deste documento. II Informação de Acesso Emissão pela COPEL

III Solicitação de Acesso Memorial descritivo, localização, arranjo físico, esquemas trifilares, Anexo III da NTC 905100, formulário de registro

de usina eólica, ou anexo II deste documento.

IV Parecer de acesso Emissão pela COPEL.

V Realização das Obras Antes de iniciar o consumidor deverá encaminhar as

especificações, desenhos e modelos para conferência da COPEL.

VI Vistoria e liberação para

operação O acessante deverá comunicar a conclusão das obras para

COPEL realizar uma vistoria e liberar a operação. FONTE: Adaptado da NTC905100 (2012)

O prazo para conexão ao sistema de distribuição é de aproximadamente 82

dias, a FIGURA 2.2 mostra os dias envolvidos em cada etapa.

FONTE: ANEEL, 2012.

2.3. TIPOS DE SISTEMAS DE GERAÇÃO

A Geração Distribuída através de geração eólica pode operar com três

configurações diferentes: sistemas isolados, sistemas híbridos, sistemas de injeção

direta.

FIGURA 2.2: PRAZOS ENVOLVIDOS PARA ACESSO AO SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO

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Sistemas isolados são aqueles que não possuem conexão com a rede

elétrica de uma concessionária de forma que a energia gerada seja proveniente de

apenas uma fonte. O problema para esse tipo de configuração é a sazonalidade dos

das fontes renováveis, por exemplo, no uso de solar não existe a incidência do sol

ao logo das 24 horas, ou mesmo a eólica que existem momentos que a velocidade

do vento é menor que a velocidade de partida do aerogerador sendo assim

indispensável o uso de armazenadores de energia, banco de baterias (CRESESB &

CEPEL, 2008).

Sistemas isolados não necessariamente excluem uma rede elétrica, pois

esse parque pode estar isolado de uma concessionária. No entanto, alimentando

diversos consumidores formando uma rede desconectada da rede da

concessionária.

No Brasil existem sistemas isolados principalmente na região norte do país,

pois as distâncias elétricas são grandes para o atendimento muitas vezes de uma

carga pequena, não justificando o investimento em linhas de transmissão. A

FIGURA 2.3 mostra a configuração de um sistema isolado.

FIGURA 2.3: CONFIGURAÇÃO DE UM SISTEMA EÓLICO ISOLADO

FONTE: (CRESESB, 2008)

Sistemas híbridos são caracterizados por utilizarem mais de uma fonte

primária para geração de energia elétrica. O funcionamento é o mesmo do que nos

sistemas isolados a diferença ocorre no carregamento das baterias estacionárias

que é feito por mais de um gerador. Esses sistemas podem ter diversas

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27

configurações usando como fonte a energia solar, módulos fotovoltaicos, hidráulica,

pequenas centrais hidráulicas e de ventos, aerogeradores (CRESESB & CEPEL,

2008).

Uma das maiores vantagens dessa configuração é a não dependência de

uma única fonte, aumentando assim a confiabilidade do sistema. A FIGURA 2.4

mostra um exemplo de sistema hibrido com aerogerador, módulos fotovoltaicos e um

gerador síncrono.

A última configuração é o sistema de injeção na rede, essa configuração é

caracterizada por inserir energia na rede. Esses sistemas operam em paralelismo

com a rede da concessionária. Diferentemente dos sistemas isolados, híbridos ou

não, o sistema conectado é utilizado em locais atendidos por energia elétrica

(CRESESB & CEPEL, 2008).

Este trabalho pretende usar essa configuração para o desenvolvimento do

projeto elétrico através da fonte eólica. A FIGURA 2.5 apresenta a configuração

típica para o sistema de injeção na rede.

FIGURA 2.4: CONFIGURAÇÃO TÍPICA SISTEMA HÍBRIDO

FONTE: (CRESESB & CEPEL, 2008)

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28

FIGURA 2.5: CONFIGURAÇÃO TÍPICA INJEÇÃO NA REDE

FONTE: SOLAR,2013

2.4. IMPACTOS DA GERAÇÃO DISTRIBUIDA

Aspectos positivos da geração distribuída são muitos como, por exemplo,

evitar a interrupção por acidentes naturais, redução nos custos por poder gerar

energia no horário de ponta melhorando o perfil de demanda, melhoria na qualidade

de energia em áreas congestionadas, no final de trechos longos, aumento do uso de

energia limpa(VINÍCIUS & DIAS, 2004).

Entretanto a geração distribuída apresenta impactos negativos na rede a

qual se conecta, no caso de aerogeradores podem causar os problemas citados na

TABELA 2.4, distúrbios causados por aerogeradores na rede elétrica.

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TABELA 2.4: DISTÚRBIOS CAUSADOS POR AEROGERADORES NA REDE ELÉTRICA

Distúrbios Causa

Elevação/queda de tensão Valor médio de potência entregue

Flutuação de tensão e cintilação

Operação de chaveamento

Erro de passo da pá

Erro de mudança de direção

Distúrbio Vertical do vento

Flutuações da velocidade do vento

Intensidade de turbulência

Harmônicos Conversores de frequência

Consumo de potência reativa Componentes indutivos ou sistemas de geração FONTE: adaptado de CARVALHO (2003), BANDEIRA JUNIOR (2010)

As perturbações sobre a rede elétrica devem ser mantidas dentro dos limites

regulamentos pela exigência do procedimento de distribuição módulo 8 referente a

qualidade de energia elétrica. Para minimizar esses impactos as concessionárias

realizam um série de exigências essas comentadas na TABELA 2.1.

2.5. MECANISMOS DE INCENTIVO NO BRASIL

O inicio da Geração Distribuída começou com a inserção da energização

rural. O programa de aceleração e crescimento, PAC, que teve início em 2007-2010,

PAC-1, estando em vigência atualmente o PAC 2, esse programa incorporou

políticas de incentivos em diversas áreas do desenvolvimento. Incluindo assim

saneamento básico e distribuição de energia para todos.

Alguns de seus programas de incentivo como o programa “Luz para todos”,

criado pelo governo federal no ano de 2003, visam distribuir energia elétrica para

todo o Brasil, aumentando assim o uso da geração distribuída por sistemas isolados.

No entanto outros programas como o PROINFA, Programa de Incentivo às

Fontes Alternativas de Energia Elétrica, criado no ano de 2002. Iniciou no Brasil

chamadas públicas para seleção de projetos de geração de energia elétrica a partir

de fonte renováveis (SCHUBERT, LACTEC, & COPEL, 2007)

No mesmo âmbito do PROINFA o Banco Nacional de Desenvolvimento

Econômico e Social, BNDES, criou um programa de apoio financeiro específico para

investimentos em fontes renováveis, esse financia até 70% dos itens financiáveis

(SCHUBERT ET AL., 2007).

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O MDL, Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, consiste na implantação de

um projeto em um país em desenvolvimento com o objetivo de reduzir as emissões

de GEEs contribuindo assim para o desenvolvimento sustentável local. Cada

tonelada de dióxido de carbono equivalente deixada de ser emitida ou retirada da

atmosfera se transforma em uma unidade de crédito de carbono, chamada Redução

Certificada de Emissão (RCE), que pode ser negociada no mercado mundial de

carbono. Em 2010 foi criado o Instituto Carbono Brasil, ICB, esse tem como objetivo

conscientizar a sociedade sobre os desafios socioambientais, propondo inovações

tecnológicas que ajudem a reduzir os impactos causados pela humanidade na

biosfera (ICB, 2010).

Os principais compradores são países, empresas ou indivíduos que estão

obrigados a reduzir as emissões de GEEs sendo assim os RCEs apresentam-se

como uma forma mais barata do que investir em ações no próprio território(ICB,

2012).

2.6. MECANISMOS DE MEDIÇÃO E TARIFAÇÃO

O sistema de tarifação convencional mede a quantidade de energia

consumida por uma consumidora em um determinado intervalo de tempo. Como o

fluxo de em sistemas tradicionais é unidirecional, o consumidor paga somente por

energia que consome.

No entanto como a geração distribuída traz a possibilidade de gerar sua

própria energia, exigiu-se a criação de mecanismos específicos que norteiem como

essa energia irá ser faturada. Existem muitos mecanismos regulatórios para

incentivos às energias renováveis (EPE, 2012; DEMBISKI, 2012). Os mecanismos

descritos, neste trabalho são apenas o net metering e feed in tariffs.

2.6.1. NET METERING

O mecanismos de incentivo regulatório denominado de net metering,

também conhecido como o sistema de compensação de energia, garante que os

consumidores que possuam microgeração tenham uma fonte confiável de energia,

da companhia de utilidade pública, quando seus geradores de energia renovável não

estão produzindo energia.

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31

Esta forma de tarifação permite ao consumidor compensar seu consumo de

eletricidade com a sua geração própria num período determinado, para a COPEL

serão considerados como período máximo 36 meses.

Caso o consumidor gere mais que consome será necessário apenas o

pagamento da tarifa de utilização, um exemplo disto pode ser observado na TABELA

2.5 onde é exemplificada uma simulação de faturamento.

TABELA 2.5: SIMULAÇÃO DE FATURAMENTO

FONTE: ANELL, 2010

Esse é o tipo se sistema adotado no Brasil, no entanto como forma de

comparação também será apresentado o sistema feed in tariffs.

2.6.2. FEED IN TARIFFS - FIT

O principal objetivo do FIT é garantir que o empreendimento seja seguro e

rentável ao produtor, é um mecanismo que garante que o produtor de energias

renováveis possa vender sua energia a um preço fixo garantido por contrato, por um

período de tempo determinado.

Segundo VILLALVA & GAZOLLI, 2012, no sistema feed in existem três tipos

de tarifas:

• Tarifa de geração: o proprietário do sistema eólico recebe por cada quilowatt-hora [kWh] gerado a partir de uma fonte renovável, independente de essa energia ser consumida localmente ou ser exportada para a rede.

• Tarifa de exportação: se a residência produzir mais do que consome, o proprietário recebe um valor adicional por cada quilowatt-hora [kWh] exportado para a rede elétrica.

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• Tarifa de consumo: a energia efetivamente consumida da rede elétrica, que é a diferença entre o que foi retirado da rede e o que foi exportado, é tarifada pelo preço normal da eletricidade. O mesmo preço que qualquer consumidor pagaria se não tivesse um sistema de energia fotovoltaica.

2.6. MICRO REDE CORRENTE CONTÍNUA

Com intuito de aumentar a eficiência e diminuir os custos e as perdas, surge

o conceito de micro rede (MR). As MR são redes locais de potência capazes e

gerenciar as fontes de energia e demanda utilizando fontes de energia distribuída. A

arquitetura de uma micro rede associada ao avanço da eletrônica de potência tem

tornado a distribuição Corrente Contínua, CC, mais eficiente que a Corrente

Alternada, CA, em alguns aspectos (XUNG & CHENG, 2011).

Conceitualmente uma micro rede CC tem como objetivo eliminar as perdas

de conversão CC-CA e CA-CC. Uma vez que atualmente grande parte das cargas

presentes em residências e edifícios comerciais, opera em corrente contínua,

utilizando para tal um conversor CA/CC, que retifica e baixa a tensão da rede ao

nível de operação dos equipamentos. Esses equipamentos poderiam ser

alimentados diretamente em corrente contínua, utilizando apenas um regulador de

tensão interno, ou conforme proposto pelos autores (SHENAI & SHAH, 2011) utilizar

várias redes com diferentes níveis de tensão.

A micro rede pode operar de forma ilhada, ou seja, a geração distribuída

sendo capaz de suprir toda a demanda da carga ou operar de maneira conectada ao

sistema de distribuição como é exemplificado na FIGURA 2.7 (TAHIM, PAGANO,

LAGO, & HELDWEIN, 2012).

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33

FIGURA 2.6: MODELAGEM PARA OPERAÇÃO DE MICRO REDE CC CONECTADO AO SISTEMA

DE DISTRIBUIÇÃO

FONTE:(TAHIM et al., 2012)

2.7. ESTADO DA ARTE

Muitos trabalhos de conclusão de curso e dissertações vêm sendo

desenvolvidos nessa área na UFPR, e em outras Universidades. Alguns serviram

como referência nesse estudo segue os a seguir os principais trabalhos:

O trabalho de conclusão de curso de Etri Bandeira Junior (BANDEIRA

JUNIOR, 2010) trata da análise de investimentos de geração eólica, no entanto essa

foi elucubrada de maneira qualitativa. O mesmo apresentava um método com

Análise Dinâmica de Sistemas, seus resultados foram uma metodologia qualitativa

de investimentos em empreendimentos eólicos de grande porte.

A dissertação de Ana Claudia Nioac de Salles (SALLES, 2004) trata de

metodologias de análise de riscos para avaliação financeira de projetos de geração

eólica. Essa dissertação trabalha com algo parecido com o que será desenvolvido

nesse trabalho, pois a partir de parâmetros técnicos a mesma analisa de forma

econômica o risco financeiro, com uma abordagem de planejamento energético.

O trabalho de conclusão de curso de Isadora Girard Machado (MACHADO,

2012) faz uma análise de viabilidade econômica-financeira de uma usina eólio-

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elétrica de 30 MW. Nesse trabalho foi desenvolvido uma metodologia de análise

econômica que será utilizada como referência nesse trabalho.

O trabalho de conclusão de curso do Aramis Schwanka Trevisan

(TREVISAN, 2011) analisa os efeitos da geração distribuída em sistemas de

distribuição de baixa tensão, analisa o efeito da inserção de aerogeradores e painéis

fotovoltaicos através de simulações no MatLab, esse trabalho analisa a GD pelo

ponto da concessionária.

A dissertação do Gabriel Tibola (TIBOLA, 2009), apresenta um sistema

eólico de pequeno porte para geração de energia elétrica com rastreamento de

máxima potência, esse trabalho dedica-se ao estudo de obter um conversor capaz

de rastrear a máxima potência e otimizar o sistema.

A dissertação de Gilberto Martins de Melo (MELO, 2009), faz um estudo da

viabilidade de pequenos aerogeradores na produção de energia elétrica, analisa os

resultados técnicos e econômicos através de um procedimento chamado PEL, perfil

de energia local. Esse método ajuda na escolha da turbina do aerogerador, o

diferencial desse trabalho está na análise do potencial do vento através das

temperatura e da velocidade do vento.

O trabalho de conclusão de curso do Gilson Luis Eggert (EGGERT, 2013),

faz o projeto elétrico de um edifício de uso coletivo com geração distribuída, esse

trabalho apresenta um estudo técnico detalhado de como deve ser realizada a

inserção de painéis fotovoltaicos na geração distribuída.

O trabalho de Danusa Dembiski (DEMBISKI, 2012), analisa a nova

regulação de acesso ao sistema de distribuição pela micro e minigeração distribuída,

apresentando os sistemas de incentivo a geração distribuída. Esse trabalho traz de

maneira detalhada os sistemas de faturamento por net metering, feed in tariffs

dentre outros, sendo assim será utilizado como referência na área de compensação

de energia.

Muitos trabalhos vêm sendo desenvolvidos nessa área como se pode

perceber, no entanto existem ainda os trabalhos realizados por pesquisadores do

Brasil e do Mundo. No entanto esses referentes a microrredes de corrente contínua

e smart grids. Esses trabalhos serão referenciados e utilizados ao longo deste

Trabalho de conclusão de curso.

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35

2.8. CONSIDERAÇÕES FINAIS DO CAPÍTULO

O Brasil está caminhando rumo ao incremento da participação das fontes

renováveis, a prova disso são as resoluções normativas da ANEEL que

pressionaram as distribuidoras de energia a lançarem suas resoluções normativas

especificas.

Políticas de incentivo do governo e facilidades de financiamento podem

proporcionar o desenvolvimento da geração distribuída no Brasil, tanto para a

energia eólica quanto para energia solar, ou mesmo para geração híbrida.

Entretanto, devido ao porte do sistema interligado nacional é necessário

estudar a influência da geração distribuída em nosso sistema de distribuição

principalmente quanto às proteções.

As concessionárias tentam reverter essa situação exigindo algumas

proteções, porém para viabilizar redes inteligentes, que é a tendência no mundo e

do Brasil, ainda são necessários mais incentivos financeiros e as pesquisas nessa

área.

O capítulo 3, a seguir, apresenta os aspectos técnicos relevantes para

geração eólica.

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36

3 ENERGIA EÓLICA

3.1. INTRODUÇÃO

De acordo com a ANEEL, energia eólica é a energia cinética contida nas

massas de ar em movimento (vento). Seu aproveitamento ocorre por meio da

conversão da energia cinética de translação em energia cinética de rotação, com o

emprego de turbinas eólicas, também denominadas aerogeradores, para a geração

de eletricidade, ou cata ventos (e moinhos), para trabalhos mecânicos como

bombeamento d’água(ANEEL, 2010).

Gerar eletricidade é essencial para o nosso estilo de vida moderno. No

entanto o uso da energia dos ventos é antiga. Os primeiros moinhos de ventos

datam da Persa 2000 anos A.C. A eficiência era muito baixa, no entanto vinham

substituir esforços dos homens e de animais(CRESESB & CEPEL, 2008). A FIGURA

3.1 mostra os principais marcos do desenvolvimento da energia eólica até o século

XIX.

FONTE: DUTRA, 2001

Por mais que tenha ocorrido um declínio no uso dos moinhos de ventos após

a revolução industrial outros eventos influenciaram positivamente o desenvolvimento

dessa tecnologia, hoje esses aerogeradores possuem dimensões extraordinárias

com eficiência acima de 80 %, com torres acima de 100 metros. No entanto

FIGURA 3.1: PRINCIPAIS MARCOS DO DESENVOLVIMENTO DA ENERGIA EÓLICA NO

PERÍODO DO SÉCULO XI AO SÉCULO XIX.

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37

fenômenos metereologicos e físicos influenciam diretamente no desempenho das

turbinas eólicas. Assim, o estudo destes parâmetros é fundamental para o

desempenho destas plantas (CUSTÓDIO, 2009).

3.2. ENERGIA EÓLICA

O vento é o ar em movimento, provocado pelo aquecimento desigual da

terra. Sendo assim uma variável aleatória, e dessa forma, seu aproveitamento como

energia exige uma análise probabilística. Essa característica estocástica torna a

energia eólica uma fonte complementar, uma vez que não há garantia de geração

de energia elétrica (CUSTÓDIO, 2009).

Os ventos que sopram em escala global e aqueles que se manifestam em

pequena escala são influenciados por diferentes aspectos, entre os quais se

destacam a altura, a rugosidade, os obstáculos e o relevo (CRESESB & CEPEL,

2008).

A seguir serão descritos o histórico, a evolução de geração eólica e os

principais fatores de influência no regime dos ventos.

3.2.1. HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DA ENERGIA EÓLICA

A adaptação dos cata ventos para energia elétrica teve início no final do

século XIX. O responsável por essa adaptação foi Charles F. Bruch, no ano de 1888,

tratava-se de uma cata vento que fornecia 12 kW em corrente contínua para

carregamento de baterias, as quais forneciam energia para 350 lâmpadas

incandescentes. A primeira turbina eólica comercial ligada à rede elétrica foi

instalada em 1976, na Dinamarca. A FIGURA 3.2, mostra os principais marcos do

desenvolvimento da energia eólica no século XX, esta ajuda a elucubrar a evolução

da energia eólica.

O aumento da potência dessas usinas está ligado principalmente ao

diâmetro do rotor, quanto maior a máquina maior a potência nominal da mesma,

como pode ser observado na FIGURA 3.3.

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38

FIGURA 3.2: PRINCIPAIS MARCOS DO DESENVOLVIMENTO DA ENERGIA EÓLICA A PARTIR

DO SÉCULO XX.

FONTE: DUTRA, 2001

FIGURA 3.3: EVOLUÇÃO DA POTÊNCIA E DO DIÂMETRO DO ROTOR DOS AÉROGERADORES

FONTE: (CRESESB & CEPEL, 2008)

Políticas de incentivo, ao uso de recursos naturais que agridam cada vez

menos o meio ambiente emitindo níveis mínimos de GEEs, incentivam cada vez

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mais a geração eólica, como pode ser observado na FIGURA 3.4, que apresenta o

crescimento de potência através do uso de energia eólica no mundo.

FIGURA 3.4: EVOLUÇÃO DO USO DE ENERGIA EÓLICA

FONTE: (COPEL, ANELL, SCHUBERT, & LACTEC, 2007)

No Brasil também não é diferente, os incentivos para geração eólica só

crescem e a geração também como pode ser observado na FIGURA 3.5: Evolução

da geração de energia eólica no Brasil.

FIGURA 3.5: EVOLUÇÃO DO USO DE ENERGIA EÓLICA

FONTE: (EPE & MME, 2013)

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40

3.2.2. POTENCIAL EÓLICO DO BRASIL E DO PARANÁ

O potencial eólico brasileiro para aproveitamento energético tem sido objeto

de estudos e inventários desde os anos 1970. Destacam-se as áreas de baixíssima

rugosidade das dunas do litoral cearense, com velocidades médias anuais da ordem

de 9m/s (SCHUBERT & Eólica, 2001).

No ano de 2001, foi lançado o trabalho com o potencial eólico brasileiro, a

técnica utilizada consiste na integração das áreas através de software de

geoprocessamento e revela um potencial aproveitável da ordem de 272,2 TWh/ano,

o maior potencial estimado no Brasil se localiza na região nordeste 144,3 TWh/ano,o

que já é um indicio da complementaridade entre eólica e hídrica pois é a região mais

castigada pela falta de chuva ou seja não tem potencial hidrelétrico. A FIGURA 3.6

mostra esse potêncial por região.

FIGURA 3.6: POTENCIAL EÓLICO DO BRASIL

FONTE: (SCHUBERT & EÓLICA, 2001)

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No estado do Paraná no ano de 2007 a COPEL juntamente ao LACTEC

disponibilizou o atlas do potencial eólico do estado do Paraná. No nosso estado

existem áreas com grande incidência de vento como pode ser observado na

FIGURA 3.7. Por exemplo, na região 1 , região de Palmas, a velocidade dos ventos

é em média 8m/s. Nesse local existem já diversos parques instalados, mas como é

uma região de divisa com Santa Catarina, existe uma divisão nos parques porém

existem aproximadamente 9 parques localizados nessa área (COPEL et al., 2007).

A região 2, campos de Castro e Tibagi apresentam ventos com velocidade

média de 7 a 7,5 m/s. Portanto para moradores dessas regiões a energia eólica é

apresentada como fonte alternativa de energia.

FONTE: adaptado de COPEL et al., 2007

3.2.3 TURBINAS EÓLICAS

As turbinas eólicas são as máquinas responsáveis pela extração da energia

cinética dos ventos. Para aproveitamento da energia eólica, a potência do vento é

convertida em potência mecânica, para realização de trabalho ou conversão em

energia elétrica (CUSTÓDIO, 2009).

FIGURA 3.7: POTÊNCIAL EÓLICO DO PARANÁ

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As turbinas podem ser dividas em dois grupos, turbinas de arraste e de

sustentação. Com um exemplo de como forças atuam nas turbinas eólicas segue a

explicação (CRESESB & CEPEL, 2008):

“Um corpo que obstrui o movimento do vento sofre a ação de forças que atuam perpendicularmente ao escoamento (forças de sustentação) e de forças que atuam na direção do escoamento (forças de arraste)”

.

Porém a classificação mais usual é em eixo vertical ou horizontal, tanto

turbinas de eixo vertical e horizontal sofrem ações de forças de araste e de

sustentação.

Turbinas de eixo horizontal não necessitam de mecanismos direcionais.

Possuem como vantagem, o gerador e transmissão serem instalados no solo. As

turbinas Darrieus e Savonius são os exemplos apresentados na FIGURA 3.8.

FIGURA 3.8: TURBINA DARRIEUS E SAVONIUS

FONTE: (GIE, 2013)

As características das turbinas Savonius são: possuir torque de partida

médio ou alto; velocidade de rotação baixa; controle de torque com regulação da

passagem de ar entre as pás; são utilizadas para bombeamento de água e moagem

de grão.

Diferentemente da Savonius, a Darrieus, tem por característica principal

gerar energia elétrica, sendo assim possui velocidade de rotação alta, movendo-se

mais rápida que o vento. As vantagens desses tipos de turbinas são: gerador é

instalado no solo facilitando a operação e manutenção; não necessitam de

mecanismos de acompanhamento para variações da direção do vento e produzem

baixo ruído.

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Turbinas de eixo horizontal precisam se manter perpendicular à direção do

vento, para capturarem o máximo de energia. Essas turbinas são usadas para gerar

eletricidade, atualmente atingiram grandes alturas com rotores de grande potência

proporcionando assim um melhor aproveitamento de energia cinética dos ventos.

Essas geram cada vez mais potência ativa por unidade geradora, a evolução pode

ser observada na FIGURA 3.9.

FIGURA 3.9: DIMENSÕES TÍPICAS DAS TURBINAS EÓLICAS NO MERCADO ATUAL

COMPARANDO COM AS DIMENSÕES DO BOEING 747

FONTE: (ANELL, 2010)

Para que a energia cinética do ventos seja extraída e transformada em

energia elétrica são necessárias várias etapas. Essas etapas são realizadas por

alguns componentes como caixa multiplicadora, gerador síncrono ou assíncrono,

dentre outros. Sendo assim, a FIGURA 3.10 mostra todos componentes de um

aerogerador típico de eixo vertical.

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FIGURA 3.10: CONFIGURAÇÃO TÍPICA DE UM AEROGERADOR DE EIXO VERTICAL

FONTE: (ANEEL, 2010)

Segundo Custodio, 2009, as principais partes do aerogerador são:

• Nacele: carcaça montada sobre a torre, onde se encontram gerador,

caixa de acoplamento e demais dispositivos localizados no alto;

• Eixo: responsável pelo acionamento do aerogerador, fazendo a

transferência de energia mecânica da turbina;

• Pás: são perfis aerodinâmicos responsáveis pela interação com o

vento, convertendo energia cinética dos ventos em energia mecânica;

• Torre: Estrutura com a função de elevar a turbina do solo;

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• Caixa multiplicadora e transmissão: possui a finalidade de transmitir a

energia mecânica entregue pelo eixo do rotor até o gerador,

aumentando a velocidade de rotação. Os aerogeradores mais

modernos estão perdendo essa caixa multiplicadora e como solução

para alcançar a elevada rotação dos geradores, utilizam-se geradores

múltiplos de baixa velocidade e grandes dimensões.

• Gerador: é o responsável pela produção de energia elétrica, existem

várias alternativas de geradores entre eles gerador de corrente

contínua, geradores síncronos, geradores assíncronos, geradores de

comutador de corrente alternada, cada um com suas vantagens e

desvantagens. No entanto para aerogeradores de velocidade variável

normalmente utilizam-se de geradores síncronos, que tem a

capacidade de controlar, através da excitação, a tensão e a potência

reativa gerada, o que é impossível nos assíncronos.

3.2.3.1. MECANISMOS DE CONTROLE

Os mecanismos de controle destinam-se a controlar a operação dos

aerogeradores na finalidade de mantê-los nos valores especificados de operação.

Pois conforme aumenta-se o fluxo de ar, aumentam-se as forças de sustentação

aerodinâmicas, aumentando assim a potência mecânica e a potência extraída do

aerogerador. Essa situação necessita de um controle, que pode ser realizado de

maneira ativa, controle de passo, ou de maneira passiva, controle por estol.

Controle de passo, também conhecido por picth control, necessita de uma

informação vinda do gerador de potência, sempre que esse exceder a potência

nominal, as pás serão giradas em torno do seu eixo longitudinal, mudando o ângulo

de passo e reduzindo o ângulo de ataque do fluxo de ar. O ângulo escolhido é

aquele no qual o aerogerador produza apenas sua potência nominal. A FIGURA

3.11 mostra a curva de potência típica de um aerogerador por controle de passo.

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FIGURA 3.11: CURVA DE POTÊNCIA DE UM AEROGERADOR COM CONTROLE DE PASSO

FONTE: (CRESESB & CEPEL, 2008)

Controle por estol, também conhecido por stall control, reage à velocidade

do vento. As pás do rotor são fixas não permitindo girar em torno de seu eixo, sendo

assim o ângulo de passo é escolhido de forma que, para velocidade de ventos

superiores a velocidade nominal, o escoamento em torno do perfil da pá descola da

superfície, surgindo regiões de turbulência entre este fluxo e a superfície, reduzindo

assim as forças de sustentação e aumentando as de arrasto. A FIGURA 3.12 mostra

a curva de potência típica de um aerogerador controlado por estol.

FIGURA 3.12: CURVA DE POTÊNCIA DE UM AEROGERADOR COM CONTROLE POR ESTOL

FONTE: (CRESESB & CEPEL, 2008)

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3.2.3.2 PROTEÇÃO CONTRA PARA RAIOS

O Brasil é o país com maior incidência de raios no mundo, sendo esses

inevitáveis para turbinas eólicas, na maioria das vezes sendo atingidas nas pontas

das pás, ou seja, o ponto mais alto da turbina, provocando danos consideráveis.

Os materiais que são construídos as pás não possuem condutância elétrica,

portanto acreditava-se que devido a esse fato, podia-se dispensar o uso de sistemas

de proteção, uma vez que a torre e nacele já estão aterradas. Entretanto observou-

se na prática sua necessidade.

Sendo assim a proteção mais indicada é inserir um receptor metálico na

ponta da pá, esse receptor pode ser aparafusado, conectado por um fio condutor

dentro da pá conectada a uma fita metálica flexível dentro do cubo e assim ao

sistema de aterramento da turbina (PINTO, 2013).

3.2.4 A POTÊNCIA DE UMA TURBINA EÓLICA

A potência do vento é influenciada por diversos fatores, como relevo,

rugosidade do terreno, temperatura, altitude dentre outros fatores. A potência é

diretamente proporcional ao cubo da velocidade do vento de acordo com a equação

3.1 (CUSTÓDIO, 2009).

� = �� ����� (3.1)

onde:

P = potências da turbina eólica [W];

�� = coeficiente de potência [adimensional]; � = massa específica do ar [kg/m³]; n = eficiência do gerador [adimensional];

A = área varrida pelas pás da turbina eólica [m²];

v = velocidade do vento que incide na turbina eólica [m/s].

A massa do ar �, em condições metereologicas padrão, isto e, 15ºC e 1.013,0 Pa, é igual a 1,225 kg/m³. No entanto esse �, é dependente da temperatura e da altitude como mostra a equação 3.2:

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� = � �,���� �������

�,����

���,� �� (3.2)

onde:

z = altitude do local [m];

T = temperatura ambiente [ºC].

Outro dado importante é o coeficiente de potência ��, esse indica a relação entre a potência realmente extraída do vento por uma turbina eólica e a potência

disponível no vento, seu valor máximo é 59,3% no entanto, turbinas operam com

aproximadamente 44%.

Como o vento tem uma característica estocástica e sua velocidade é uma

variável aleatória contínua, faz-se necessário sua discretização, de forma a facilitar a

análise. Divide-se o vento em faixas de ocorrência e conta-se o número de

ocorrência possibilitando assim o cálculo da frequência relativa. Um dos gráficos

mais importantes da distribuição do vento é gerado pela frequência de distribuição

(%) versus velocidade do vento (m/s), conhecido como histograma total de

velocidade, FIGURA 3.13 (SCHUBERT et al., 2007).

FIGURA 3.13: HISTOGRAMA TOTAL DE VELOCIDADE

FONTE: (SCHUBERT et al., 2007)

A função de densidade de probabilidade, f(v), mais adequada à distribuição

de vento é a função de Weibull e é dada pela equação 3.3.

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���� = ! �

"!�

��#��$%� (3.3)

onde:

k = fator forma [adimensional];

C = velocidade média [m/s].

Esse fator forma assumirá valores distintos até que a forma assuma a mais

parecida possível com a da curva do seu histograma.

A velocidade do vento está diretamente ligada à altura, sendo que quanto

mais alto maior será sua velocidade. O padrão de medição é de 10 metros de altura

sendo assim caso sua instalação esteja acima ou abaixo desse valor será

necessário passar por uma correção. Essa correção é realizada através da equação

3.4 (PINTO, 2013).

� ""&� = �''&�( (3.4)

onde :

v = velocidade estimado do vento a uma altura H;

�) = velocidade do vento a uma altura*); + = é o coeficiente de atrito;

Esse coeficiente de atrito varia de acordo com as características explicitadas

na TABELA 3.1, Coeficiente de atrito para as várias características do terreno.

TABELA 3.1: COEFICIENTE DE ATRITO PARA AS VÁRIAS CARACTERÍSTICAS DO TERRENO

Características do terreno Coeficiente de atrito

Terreno firme, águas calmas 0,10

Grama alta em terreno plano 0,15

Plantações e arbustos altos 0,20

Florestas e muitas árvores 0,25

Vilas com árvores e arbustos 0,30

Cidades grandes com edifícios altos 0,40 FONTE: (FARRET, 2010)

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A rugosidade pode ser entendida como uma medida de aspereza de uma

superfície de fato, a rugosidade causa redução na velocidade do vento, e um

aumento na turbulência do escoamento. A influência desse parâmetro pode ser

observada na FIGURA 3.14 (SCHUBERT et al., 2007).

FIGURA 3.14: EXEMPLO DOS EFEITOS DA RUGOSIDADE E DA ESTABILIDADE TÉRMICA

VERTICAL

FONTE: (SCHUBERT et al., 2007)

A determinação da Energia Anual Gerada, EAG ou PAE, pode ser calculada pela

integração das curvas de potência em função da velocidade, P(v), e da frequência

de ocorrência da velocidade do vento, f(v), (CUSTÓDIO, 2009) como pode ser

observada na equação 3.5 e exemplificada na FIGURA 3.15.

,- = ∑/���� ∗ ����1 ∗ 8760 [kWh] (3.5) Onde:

v = velocidade do vento [m/s];

f(v) = frequência de ocorrência da velocidade do vento v [%];

P(v) = potência produzida pelo aerogerador na velocidade do vento v [kW].

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FIGURA 3.15: CÁLCULO DA ENERGIA ANUAL GERADA

FONTE: (SCHUBERT et al., 2007)

O fator de capacidade é definido como a razão entre a energia efetivamente

gerada e a energia teórica que seria gerada considerando-se a potência nominal do

aerogerador e é definida de acordo com a equação 3.6:

6� = 789:�;)∗<=

(3.6)

onde:

FC = fator de capacidade [adimensional];

AEG = energia anual gerada [kWh];

�> =potência nominal [kW].

Com esses parâmetros é possível analisar o potencial de geração eólica do

local onde se pretende realizar a instalação da micro central.

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3.3. COMPLEMENTARIEDADE COM HIDRÁULICA

Um dos fatores de incentivo a geração eólica é a sua complementaridade

com a energia hidrelétrica, visto que o maior potencial eólico do Brasil, está

localizado na região Nordeste, no período onde há menor disponibilidade hídrica

existe a possibilidade de aproveitar essa energia, através do Sistema Interligado

Nacional (ANEEL, 2010).

Estudo da Empresa de Pesquisa Energética, EPE, com a Associação

Brasileira de Energia Eólica apontam que em um cenário de escassez hídrica, como

ocorrido no ano de 2001, associado ao racionamento, teria sido amenizado pela

energia eólica. Ao mesmo tempo, o cenário de escassez eólica teria sido abrandado

por energia secundária hidroelétrica, beneficiando o sistema (EPE, 2013). Essa

complementaridade pode ser vista na FIGURA 3.16.

FIGURA 3.16: COMPLEMENTARIEDADE ENTRE ENERGIA EÓLICA E HIDRAÚLICA

FONTE: (ANEEL, 2010)

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3.4. ASPECTOS SOCIO AMBIENTAIS

A energia eólica também pode produzir impactos ambientais, no entanto

esses não estão relacionais a emissões de GEEs. Os impactos descritos a seguir

são: impactos visuais, emissões de ruído, impacto na fauna e impactos de

interferência eletromagnética.

Impactos Visuais são influenciados por fatores como paisagem, as cores, o

número de pás, a quantidade e o design das turbinas. Uma maneira de minimizar

esse efeito é pintar as turbinas na cor do ambiente na qual será instalada, tentando

assim camuflá-la na paisagem (CUSTÓDIO, 2009).

Impactos sonoros mesmo sendo mínimos, efeitos na faixa de infrassons,

frequências abaixo de 20 Hz, são conhecidos por causar náuseas e dores de

cabeça. O nível de som produzido por uma turbina de grande porte é

aproximadamente 40 dB, nível que se aproxima ao som de uma área residencial a

noite (PINTO, 2013).

Impacto nas aves é possivelmente o único impacto na fauna, no entanto

comparado a outras atividades esse se torna indiferente como pode ser observado

na FIGURA 3.17. Políticas não governamentais reconhecem como principal fonte de

morte para os pássaros, o aquecimento global e essas enxergam na energia eólica a

possibilidade de amenizar esse problema (PINTO, 2013).

FIGURA 3.17: ESTIMATIVA DE MORTES DE PÁSSAROS POR ANO

FONTE: (BOURILLON, 1999), (TERCIOTE, 2002)

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Aerogeradores podem refletir ondas eletromagnéticas, no entanto essas

interferências não são significativas a não ser que esteja perto de aeroportos ou

zonas de retransmissão, caso esteja nessas áreas será necessário um estudo mais

aprofundado com a finalidade de reposicionar esses aerogeradores (CUSTÓDIO,

2009).

3.7. CONSIDERAÇÕES FINAIS DO CAPÍTULO

A energia eólica é utilizada desde a época dos Persas 200 anos A. C., houve

uma época de recessão nas pesquisas com aerogeradores, época da revolução

industrial até o choque do petróleo, sendo que essa impulsionou novamente a

pesquisas em fontes renováveis de energia.

Atualmente aerogeradores chegam a mais de 120 metros de altura nas pás

e podem produzir até 7 MW e estudos apontam que essa potência nominal vai

aumentar.

Para analisar o potencial de geração do vento serão necessários estudos

estatísticos pautados em todas as equações descritas nesse capítulo.

A energia eólica apresenta poucos impactos ambientais, sendo o mais

relevante deles a emissão de infrassons que podem causar desconforto nas

pessoas que moram próximos a instalação do mesmo.

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55

4 MATERIAL E MÉTODOS

4.1 MATERIAL

Para estudar o comportamento do vento e o potencial eólico são necessários

ferramentas de simulação. A ferramenta de cálculo utilizada nesse trabalho foi o

Microsoft Office Excel® mais especificamente a extensão “Análise de dados”. Para

fazer cálculos estatísticos, é necessário a instalação dessa extensão.

Para os desenhos das plantas de instalação foi utilizado o software

AutoCAD®.

A fonte de dados do vento foi extraída do Instituto Nacional de Meteorologia,

INMET (INMET, 2013).

4.1.1 MICROSOFT OFFICE EXCEL

Microsoft Office Excel® é um programa de planilha eletrônica escrita e

produzida pela Microsoft para computadores que utilizam o sistema operacional da

Microsoft Windows®. Seus recursos permitem realizar cálculos construção de

gráficos e análise de dados.

A extensão análise de dados não vem configurada previamente sendo

necessária a instalação desta ferramenta, que permite realizar de maneira

automática o cálculo de freqüência relativa, dado utilizado na geração de

histogramas.

4.1.2 AutoCAD

O AutoCAD é um software do tipo CAD, Desenho Auxiliado por Computador,

criado e comercializado pela Autodesk®. É utilizado principalmente para a

elaboração de peças de desenho técnico em duas dimensões e modelos

tridimensionais. Para plantas elétricas desenhos em duas dimensões são

suficientes.

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4.1.3 INMET

A missão do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), órgão do Ministério

da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, é prover informações meteorológicas à

sociedade brasileira e influir construtivamente no processo de tomada de decisão,

contribuindo para o desenvolvimento sustentável do país. Esta missão é alcançada

por meio de monitoramento, análise e previsão de tempo e de clima, que se

fundamentam em pesquisa aplicada, trabalho em parceria e ,compartilhamento do

conhecimento, com ênfase em resultados práticos e confiáveis(INMET, 2013).

Esses dados são disponibilizados em seus bancos de dados. Para uma

previsão de vento confiável são necessários pelo menos três anos de medição e o

INMET disponibiliza dados desde 1992.

.

4.2 MÉTODOS

Essa etapa servirá como um manual para consumidores que queiram inserir

geração distribuída em suas residências. Serão apresentadas todas as etapas

necessárias para verificar a viabilidade técnica e econômica dessa instalação.

Neste trabalho a metodologia proposta foi dividida basicamente em oito

etapas, desde a primeira que consiste na determinação do potencial eólico até a

instalação da microgeraçao eólica na unidade consumidora.

4.2.1 DETERMINAÇÃO DO POTENCIAL EÓLICO

Para a determinação do potencial eólico, primeiramente deve ser realizada

a busca por dados de séries de ventos, isso pode ser realizado no site do INMET,

sendo necessário realizar um cadastro prévio para ter acesso a séries longas.

A estação mais próxima ao local de instalação deve ser localizada, caso o

INMET não possua nenhuma estação em sua localidade, procure em outros órgãos

como SIMEPAR, no caso do Paraná, este também disponibiliza esses dados.

Dados metereologicos podem ser extraídos de qualquer anemômetro, desde

que localizado o mais próximo possível do local de instalação do aerogerador. De

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acordo com a empresa Camargo Schubert, 2007, é aconselhável pelo menos três

anos de medição para que a série seja considerada confiável.

Com esses dados cria-se um histograma e encontra-se a função Weibull

dessa distribuição. Isso deve ser realizado com o auxilio do Excel e da equação 3.3.

4.2.2 ESCOLHA DO AEROGERADOR

A escolha do aerogerador deve ser realizada respeitando a distribuição de

probabilidade encontrada anteriormente. Pois com o auxilio da mesma pode-se

analisar em qual região de velocidade de vento possui maior possibilidade de

geração de energia.

Os principais dados que devem ser observados são:

• Tecnologia do aerogerador: turbina de arraste, sustentação, eixo

vertical ou horizontal;

• Tipo do gerador: síncrono, assíncrono, imã permanente e etc.;

• Velocidade mínima do vento para geração;

• Velocidade máxima do vento para geração;

• Velocidade máxima de resistência do vento;

• Proteção contra altas velocidades;

• Diâmetro da hélice;

• Coeficiente de potência;

• Rendimento;

• Potência nominal;

• Potência máxima;

• Tensão de saída;

• Corrente nominal;

• Número de fases;

• Custo.

O importante é observar os intervalos de velocidade dos ventos para

maximizar a extração de potência. As turbinas de eixo vertical são mais utilizadas

para o meio urbano. No entanto no Brasil é mais fácil encontrar turbinas com eixo

horizontal.

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Os geradores mais encontrados para baixa potência no mercado são de imã

permanente com transmissão direta, pois apresentam elevada confiabilidade e

baixos custos de manutenção (FERNANDES, GODOY, MELO, SEIXAS & CANESIN,

s.d.).

O diâmetro das hélices está diretamente relacionado com a potência como

pode ser observado na equação 3.1. No entanto é importante também observar o

local onde será instalado, pois as mesmas devem girar sem enfrentar obstáculos.

O sistema de freio deve suportar a velocidade máxima de vento encontrada,

pois caso o local de instalação tenha vento maior que a velocidade máxima de

resistência do vento, isso trará danos irreversíveis ao seu equipamento.

Os parâmetros elétricos como tensão, corrente, número de fases são

importantes para especificar o inversor de frequência que será utilizado.

Aerogeradores com maior potência nominal possuem um melhor custo benefício, no

entanto para a escolha da potência dever-se realizar um estudo econômico mais

específico.

Outro ponto importante são as torres disponíveis para o aerogerador em

questão. Portanto encontrando-se o aerogerador, imediatamente deve-se selecionar

a torre de instalação, essa é de extrema importância na próxima etapa.

4.2.3 CÁLCULO DA ENERGIA ANUAL GERADA

Com o perfil dos ventos discretizados em freqüência relativa e com o

aerogerador escolhido, poder-se realizar o cálculo da energia anual gerada.

A metodologia para essa é a seguinte: primeiro adequar a velocidade de

vento com a altura da torre de instalação através da equação 3.4; verificar se com

essa diferença todos os limites do aerogerador continuam sendo respeitados.

Com a altura corrigida calcula-se um novo histograma e encontra uma nova

função Weibull para o mesmo. No caso, como isso está modelado, basta realizar

uma adaptação dos parâmetros.

Com o auxílio da equação 3.1, pode-se calcular a potência gerada para cada

região de vento apresentada na frequência relava. Essa é uma questão mais

delicada, pois ao se escolher o aerogerador, este fornece uma curva de potência

característica. Uma região da curva respeita corretamente a equação 3.1, no

entanto, outras regiões podem não respeitar. Sugere-se então que separe por

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regiões a curva de potência. Onde haver respeito pela equação 3.1, pode-se calcular

por ela mesma, se não, podem ser realizadas aproximações através de regressões

lineares.

Importante também é verificar a faixa de geração, pois como a equação 3.1

é função da velocidade do vento ao cubo. Caso seja inserido na mesma o valor de 1

m/s como velocidade do vento a mesma apresentará um valor de potência gerada,

no entanto geralmente para 1m/s a força de aceleração não supera a força peso,

sendo assim o aerogerador continuará na inércia, sem gerar energia.

Limitando então a faixa de operação do aerogerador e separando em

diversas regiões a curva de carga pode-se finalmente encontrar a potência gerada e

com o auxílio da equação 3.5 pode-se calcular a energia anual gerada.

Para uma análise de viabilidade técnica recomenda-se calcular o fator de

capacidade, esse pode ser obtido através da equação 3.6. A literatura indica que um

bom gerador eólico deve ter fator de capacidade aproximadamente de 30%.

4.2.4 CÁLCULO DA DEMANDA.

Como esse trabalho tem por finalidade atender a usuários já atendidos por

uma concessionária a demanda pode ser obtida através da suas faturas de energia

antigas.

No caso da COPEL esse valor vem na fatura de energia como pode ser

observado na FIGURA 4.1

FONTE: (COPEL, 2013)

FIGURA 4.1: EXEMPLO FATURA DE ENERGIA DA COPEL

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60

A COPEL disponibiliza os 3 últimos meses na fatura no entanto em contato

com a concessionária facilmente consegue-se mais detalhes de todo o ano.

Nesse momento, deve-se verificar se a capacidade instalada da micro usina

proposta atende a demanda, se não atende, deve analisar a possibilidade de instalar

mais um aerogerador ou escolher outro aerogerador de maior capacidade,

respeitando a interferência de um no outro. A indicação é de que na direção

predominante do vento a distância mínima seja de 8 a 10 vezes o diâmetro do rotor

e na direção perpendicular a esta de 3 a 4 vezes (SCHUBERT et al., 2007).

4.2.5 ESCOLHA DO INVERSOR DE FREQUÊNCIA

As características a serem observadas na escolha do inversor de frequência

são:

• Potência de entrada;

• Corrente de entrada;

• Tensão de entrada;

• Tensão de saída;

• Freqüência de saída;

• Distorção de corrente injetada na rede;

• Rendimento;

• Estágios de conversão;

• Proteções;

• Custo.

Os aerogeradores utilizados em aplicações propostas, geralmente possuem

um gerador de imãs permanente, sendo assim sua forma de geração é em corrente

contínua, CC, sendo necessário um inversor de corrente contínua para corrente

alternada, CC/CA. O nível de tensão da entrada do inversor deve ser adequado a

saída do aerogerador.

Entretanto, caso seja escolhido o aerogerador cuja a saída esteja em CA, é

necessário um inversor que realize dois estágios de conversão CA/CC, que retifica a

tensão, por conseguinte CC/CA, que injeta potência na mesma fase e amplitude

que o sinal da rede.

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61

4.2.6 VIABILIDADE ECONÔMICA

Utiliza-se a análise econômica clássica nesse trabalho, o método consiste

em criar um fluxo de caixa onde possa ser levado em consideração o investimento, a

depreciação dos ativos, políticas de incentivo e os impostos incidentes.

A análise é realizada através da análise dos parâmetros de Taxa Interna de

Retorno, TIR, Valor Presente Líquido, VPL, e Taxa Mínima de Atratividade, TMA.

Segundo Abreu Filho (2007), somando-se o valor presente de todos os

fluxos de caixa na data zero e subtraindo-se do investimento feito na mesma data,

tem-se o valor presente líquido (VPL) do projeto. Essa varia de acordo com a

equação 4.1

?�@ = 6�) + B!����C�� +

B!����C�� +⋯+ B!=

���C�= (4.1)

onde:

VPL- Valor presente líquido (R$);

FC- fluxo de caixa líquido no período (R$);

d- taxa de desconto(%)

n-vida útil do projeto(anos)

A taxa interna de retorno é a taxa percentual que zera o valor presente do

fluxo de caixa de um empreendimento. Essa é apresentada na equação 4.2

6�) + B!�����EF�� +

B!�����EF�� +⋯+ B!=

����EF�= = 0 (4.2)

onde:

FC- fluxo de caixa líquido no período (R$);

TIR- taxa Interna de retorno (%)

n-vida útil do projeto(anos)

No entanto essas funções econômicas estão disponíveis no Excel e são

podem ser usadas no caso a função “VPL” e “TIR”.

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62

4.2.7 PROJETO ELÉTRICO

Nessa etapa, é necessário um profissional que possua registro no Conselho

Regional de Engenharia e Agronomia, CREA, pois a COPEL exige que sejam

recolhidas as ARTs dos projetos (COPEL, 2012)

Os projetos a serem elaborados são:

• Memorial descritivo contendo todas as características técnicas da

medição e geração;

• Esquema Unifilar;

• Planta de situação;

• Projeto da instalação;

• Tabela de distribuição de Carga;

• Detalhes da carga instalada;

• Detalhes do painel de medição.

Esse dimensionamento será melhor especificado no estudo de caso.

4.2.8 CONEXÃO AO SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO

Com os projetos em mão pode-se dar entrada do pedido de conexão ao

sistema da COPEL, esse leva no máximo o período de 82 dias.

No entanto, nesse período ainda deve-se conseguir a licença prévia ou

dispensa emitido pelo Instituto Ambiental do Paraná.

Ainda não consta no site um modelo para realização dessa etapa, porém

todos os documentos necessários estão descritos na TABELA 2.3.

Todos os documentos pertinentes como anexo I e II deste arquivo deveram

ser preenchidos e entregues quando solicitados.

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63

TABELA 2.3: ETAPAS PARA VIABILIZAÇÃO DO PROJETO DE MICROGERAÇÃO DISTRIBUÍDA

Etapa Observações

I Consulta de acesso Ficha de dados cadastrais, Anexo IV da NTC905100, ou

anexo I deste documento. II Informação de Acesso Emissão pela COPEL

III Solicitação de Acesso Memorial descritivo, localização, arranjo físico, esquemas trifilares, Anexo III da NTC 905100, formulário de registro

de usina eólica, ou anexo II deste documento.

IV Parecer de acesso Emissão pela COPEL.

V Realização das Obras Antes de iniciar o consumidor deverá encaminhar as

especificações, desenhos e modelos para conferência da COPEL.

VI Vistoria e liberação para

operação O acessante deverá comunicar a conclusão das obras para

COPEL realizar uma vistoria e liberar a operação. FONTE: Adaptado da NTC905100 (2012)

Essa é a metodologia apresentada como viabilização técnica de um

empreendimento para geração distribuída no sistema de operação paralela com a

concessionária, neste caso a COPEL.

4.2.9 FLUXOGRAMA DA METODOLOGIA PROPOSTA

A seguir é mostrado um fluxograma que mostra o resumo da metodologia

proposta para o dimensionamento técnico e análise de viabilidade econômica de um

empreendimento de microgeraçao eólico, objeto deste trabalho de conclusão de

curso. O fluxograma é apresentado na FIGURA 4.2.

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FIGURA 4.2: FLUXOGRAMA

FONTE: AUTOR

64

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65

5 ANÁLISE DOS RESULTADOS E DISCUSSÃO

A metodologia sugerida neste trabalho será aplicada num projeto de

microgeraçao na cidade de Curitiba mais especificamente no departamento de

engenharia elétrica da Universidade Federal do Paraná. Esse projeto visa viabilizar o

uso de um aerogerador conectado ao sistema da COPEL.

O prédio situa-se na Rua Coronel Francisco Heráclito dos Santos, número

210, Jardim das Américas, Curitiba, Paraná - Brasil.

Dados relevantes para o projeto elétrico:

Área do telhado: 535,35 m²

Altura do telhado: 7,35 metros

A FIGURA 5.1 mostra uma das vistas do prédio.

FIGURA 5.1: VISTA DO NOVO PRÉDIO DO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA DA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ.

FONTE: (UFPR, 2013)

Serão realizadas duas simulações de viabilidade técnica, considerando os

ventos de Curitiba e ventos do litoral do Rio Grande do Sul. Isso se dá devido ao

pequeno potencial de geração eólica de Curitiba.

Considerando os ventos do litoral do Rio Grande do Sul será realizada

análise econômica, considerando o sistema net metering.

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66

5.1 APLICAÇÃO DA METODOLOGIA PROPOSTA

Serão realizadas as oito etapas da metodologia proposta, no estudo de caso

para criação do projeto. A FIGURA 5.2 mostra onde está localizado o novo prédio

de engenharia elétrica da UFPR.

FIGURA 5.2: VISTA DO NOVO PRÉDIO DO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA DA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ.

FONTE: GOOGLE, 2013: (UFPR, 2013)

5.2.1 DETERMINAÇÃO DO POTENCIAL EÓLICO

Os dados de ventos utilizados nesse trabalho são todos do INMET, dados

das estações de medição denominado de CURITIBA - A807 e RIO GRANDE - A802,

foram utilizados dados de 2009 a 2013, totalizando quatro anos de medição.

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67

Sendo assim com o auxilio da função de “análise de dados” criou-se uma

nova planilha que possui os intervalos relevantes dos dados e a frequência de

ocorrência da velocidade do vento na amostra. Porém, para criação do histograma é

necessário que esses dados estejam na forma de frequência percentual.

Essa relação é obtida dividindo a incidência de ocorrência pelo número total

de dados, assim pode-se criar o histograma de frequência de ventos por velocidade

dos ventos como é mostrado na FIGURA 5.3, para esse histograma de freqüência

foram considerados todos os dados de medição, aproximadamente 4400 dados

pertencentes aos últimos 4 anos, de 2009 a 2013, dados da estação de Curitiba.

No entanto para se analisar de maneira eficaz deve-se encontrar a função

de densidade de probabilidade, Weibull. Essa é calculada através da equação 3.3

���� = ! �

"!�

��#��$%� (3.3)

onde:

k = fator forma [adimensional];

C = velocidade média de 2,10 m/s

V= velocidade do vento em m/s.

Com essa equação modelada faz-se testes com o fator forma assumindo

valores de 1.0, 1.5, 2.0, 2.5, 3.0, 3.5, verificando-se para qual o valor de k assume-

se a forma de Weibull mais condizente com o histograma de velocidades de vento

do local de estudo. Nesta simulação o melhor k foi quando assumiu o valor 2,5,

como pode ser observado na FIGURA 5.3.

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68

FIGURA 5.3: DISTRIBUIÇÃO DA VELOCIDADE DO VENTO E FUNÇÃO WEIBULL- DADOS DE

CURITIBA

FONTE: AUTOR, 2013

Entretanto como pode ser observado na FIGURA 5.3 o potencial eólico na

capital paranaense é muito baixo. Sendo assim para estudar a viabilização de uma

microgeração eólica, foram considerados também os dados do estado do Rio

Grande do Sul, especificamente no cidade litorânea de Rio Grande que possuem

uma melhor incidência dos ventos como pode ser observado na FIGURA 5.4. A

velocidade média do vento nesse caso é de 3,0 m/s, a forma Weibull assumida

também foi 2,5.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

-10%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

0,00%

5,00%

10,00%

15,00%

20,00%

25,00%

0,5 1,5 2,5 3,5 4,5 5,5 6,5 7,5 8,5

Fre

qu

ên

cia

de

Dis

trib

uiç

ão(%

)

Velocidade do vento (m/s)

Distribuição da velocidade do vento e função Weibull- Curitiba

Dados de Vento

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69

FIGURA 5.4: DISTRIBUIÇÃO DA VELOCIDADE DO VENTO E FORMA WEIBULL- DADOS DO RIO

GRANDE DO SUL.

FONTE: AUTOR, 2013

5.2.2 ESCOLHA DO AEROGERADOR

Antes de escolher um aerogerador um ponto importante é limitar o máximo

de potência que poderá instalada na sua instalação de acordo com a REN 482/2012.

“A potência instalada da microgeração ou minigeração distribuída participante do sistema de compensação de energia elétrica fica limitada à carga instalada, no caso de unidade consumidora do grupo B, ou à demanda contratada, no caso de unidade consumidora do grupo A”.

Nesse caso a potência instalada foi determinada através do limite máximo

de corrente do disjuntor de entrada do prédio de engenharia elétrica, 160 A,

considerando uma alimentação trifásica de 220/127 V, assim, pode-se calcular com

o auxilio da equação 5.1 a potência instalada:

�GHêJKLKMHLNLOL = √3 ∗ �GRR#H# ∗ S#MãG6LM#6LM# (5.1) �GHêJKLKMHLNLOL = √3 ∗ 160 ∗ 220 �GHêJKLKMHLNLOL = 60.968,184 Watts Portanto a potência máxima que pode ser instalada é de aproximadamente

60 kW, como esse valor é menor que 75 kW, esta a geração pode ter sua conexão

0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0 14,0

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

0,00%

5,00%

10,00%

15,00%

20,00%

25,00%

0,5 2,0 3,5 5,0 6,5 8,0 9,5 11,0 12,5

Fre

qu

ênci

a d

e D

istr

ibu

ição

(%)

Velocidade do vento (m/s)

Distribuição da velocidade do vento e função Weibull- Rio Grande do Sul

Dados de Vento

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70

feita na rede de baixa tensão da ANEEL. Porém com pôde-se observar no item 5.2.1

o vento não possui esse potencial disponível na região, apresentando-se assim

como um fator não limitante nesse projeto.

Nesse ponto será importante observar os seguintes aspectos:

• Tecnologia do aerogerador: turbina de arraste, sustentação, eixo

vertical ou horizontal;

• Tipo do gerador: síncrono, assíncrono, imã permanente e etc.;

• Velocidade mínima do vento para geração;

• Velocidade máxima do vento para geração;

• Velocidade máxima de resistência do vento;

• Proteção contra altas velocidades;

• Diâmetro da hélice;

• Coeficiente de potência;

• Rendimento;

• Potência nominal;

• Potência máxima;

• Tensão de saída;

• Corrente nominal;

• Número de fases;

• Custo.

Quanto a tecnologia, para meios urbanos indica-se o uso de aerogeradores

de eixo vertical, pois esses aproveitam o vento em todas as direções, sem

mecanismo de controle. No entanto no Brasil essa tecnologia ainda é pouco

desenvolvida e comercializada, sendo assim encontra-se uma certa dificuldade para

comprar aerogeradores de eixo vertical. Existe a possibilidade de importação, porém

isso encareceria demasiadamente o projeto caso seja considerada a inserção de

impostos pela importação. Sendo assim a tecnologia escolhida neste trabalho será

aerogerador de eixo horizontal.

Critérios de tensão de saída, corrente nominal número de fases, implicaram

mais na escolha do inversor de frequência do que na escolha do aerogerador, sendo

assim para escolha dos aerogerador os aspectos mais importantes a serem

observados são as velocidades de operação, custo e a potência nominal.

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71

Para microgeração os geradores mais indicados teram potência nominal de

2 a 5 kW acima desses valores de potência, o tamanho e peso e até mesmo os

custos ficariam muito elevados.

As velocidades mínimas de geração devem estar de acordo com os dados

apresentados na FIGURA 5.4 e na FIGURA 5.3. Para tornar esse projeto

interessante encontra-se um aerogerador que inicia sua geração de eletricidade com

a velocidade de 1 m/s, no entanto, valores reais para início de geração geralmente

ficam perto de 3 m/s, outro dado que deve ser observado é a velocidade máxima de

resistência do vento que deve ser o valor máximo de velocidade do vento

encontrado no seu período de medição, para esse projeto fica em torno de 12,5 m/s.

Para geradores comerciais essa velocidade fica em torno de 50 m/s não sendo

então um limitador nesse caso.

Considerando que esse aerogerador será instalado no telhado, para maior

aproveitamento do vento, o diâmetro da hélice não deve ser superior a largura do

seu telhado.

Observando as características acima e pesquisando entre alguns

fornecedores escolheu-se o aerogerador da Hummer® modelo H4.6-3 kW, essa é

uma turbina de eixo horizontal com potência nominal de 3 kW. Suas características

técnicas podem ser observadas na TABELA 5.1, e a sua curva de carga de carga na

FIGURA 5.5.

TABELA 5.1: PARÂMETROS DO AEROGERADOR – HUMMER 4.6 – 3kW

Parâmetros do aerogerador-Hummer 4.6 - 3kW Potência média (W) 3000

Potência máxima (W) 4500 Velocidade na qual começa a gerar(m/s) 2,5

Velocidade onde a potência é máxima(m/s) 14,3 Velocidade máxima de geração de energia (m/s) 25

Tensão de saída (V) 110/220 Velocidade máxima de resistência do vento (m/s) 50

Velocidade funcional do vento (m/s) 3 até 25 Cp (admensional) 0,4

Altura da torre disponível (m) 6 Rendimento (%) 0,8

Diâmetro da lâmina (m) 4,8 Área varrida pelas pás (m²) 18,1

FONTE: ADAPTADO DE CATALAGO DO FORNECEDOR (HUMMER)

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72

FONTE: (BWS, 2013)

O custo deste aerogerador é aproximadamente 30 mil reais

desconsiderando taxas de transporte da máquina.

Este também fornece a torre para esse aerogerador, para esse modelo

existem torres estaiadas, permanente ou hidráulica, foi escolhida a torre estaiada por

possui um menor custo e menor peso. Essa custa aproximadamente 4000 reais para

um modelo de 6 metros de altura.

5.2.3 CÁLCULO DA ENERGIA ANUAL GERADA

Primeiro passo a ser realizado aqui é a adequação da velocidade do vento.

Pois tem-se agora a altura da torre, 6,0 m, e a altura do prédio, 7,35 m, sendo assim

o vento que era medido a 10,0 m de atura passará agora a ser de 13,35 m.

Essa relação é calculada de acordo com a equação 3.4

.

� ""&� = �''&�( (3.4)

onde :

v = velocidade estimado do vento a uma altura de 13,35m;

�) = velocidade do vento a uma altura de 10 m; + = coeficiente de atrito;

FIGURA 5.5: CURVA CARACTERÍSTICA DO AEROGERADOR H4.6-3 kW

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73

H= altura final da instalação 13,35m;

*)=altura inicial do vento 10m. O coeficiente de atrito adotado foi de 0,35 que de acordo com a TABELA 3.1

corresponde a região entre vilas com arvores e grandes cidades com prédios,

acredita-se que seria o valor mais próximo do valor real para a região de instalação.

Adequando então a altura para as novas velocidades repete-se o item 5.2.1

criando-se um novo histograma tanto para Curitiba quanto para os dados do Rio

Grande do Sul como podem ser observados nas FIGURAS 5.6 e 5.7

respectivamente.

FIGURA 5.6: DISTRIBUIÇÃO DA VELOCIDADE DO VENTO E FORMA WEIBULL- DADOS DE

CURITIBA.

FONTE: AUTOR, 2013

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

0,00%

2,00%

4,00%

6,00%

8,00%

10,00%

12,00%

14,00%

16,00%

18,00%

0,5 1,5 2,5 3,5 4,5 5,5 6,5 7,5 8,5 9,5

Freq

uên

cia

de

Dis

trib

uiç

ão(%

)

Velocidade do vento (m/s)

Distribuição da velocidade do vento e função Weibull- Curitiba

Dados de Vento

Weibull

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74

FIGURA 5.7: DISTRIBUIÇÃO DA VELOCIDADE DO VENTO E FORMA WEIBULL- DADOS DO RIO

GRANDE DO SUL.

FONTE: AUTOR, 2013

Através da equação 3.1 pode se calcular a potência para cada velocidade

apresentada no histograma. O cálculo é feito para ambos cenários, no entanto ao

simular a equação 3.1 pode se perceber que a potência de saída não corresponde a

curva de característica do aerogerador apresentada na FIGURA 5.4. A equação 3.1

funciona adequadamente para velocidades de até 10 m/s sendo assim existe uma

região na qual necessita de uma nova modelagem.

� = �� ����� (3.1)

Onde:

P = potências da turbina eólica [W];

�� = 0,4; � = 1,225 [kg/m³]; n = 0,8;

A = 18,1 [m²];

v = velocidade do vento que incide na turbina eólica [m/s].

0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0 14,0

0%

5%

10%

15%

20%

25%

0,00%

5,00%

10,00%

15,00%

20,00%

25,00%

0,5 2,0 3,5 5,0 6,5 8,0 9,5 11,0 12,5

Fre

qu

ên

cia

de

Dis

trib

uiç

ão(%

)

Velocidade do vento (m/s)

Distribuição da velocidade do vento e função Weibull- Rio Grande do Sul

Dados de Vento

Weibull

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75

A modelagem proposta foi por linearização, ou seja, encontraram-se

equações de retas que representam de maneira mais real possível a curva

característica na região especificada. Sendo assim as duas regiões foram

modeladas por linearização, a primeira de 10 a 14,5 m/s e depois de 14,5 m/s a 25

m/s, que são as faixas de operação do aerogerador. Essas retas podem ser

observadas na FIGURA 5.8.

FIGURA 5.8: REGIÕES DE OPERAÇÃO DO AEROGERADOR H4.6-3kW

FONTE: ADAPTADO DE CATÁLOGO DO FORNECEDOR (BWS)

A equação que rege as linearizações são: para a segunda região a equação

5.1 e a equação 5.2 para a terceira região;

� = 201,4 ∗ � + 1.284,5 (5.1) � = −209,16 ∗ � + 7.497,7 (5.2)

onde:

P= potência [W];

v=velocidade do vento [m/s].

Essa linearização também não representa de maneira real a variação de

potência do aerogerador, no entanto minimiza os erros e aproxima o máximo

possível ao valor ensaiado no laboratório do fabricante.

Agora a potência de saída está sendo calculada de forma mais condizente

com a potência real extraída, no Excel® foi usada a função condicional “SE” com a

intenção de limitar as operações por região, criou-se também um fator a ser

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multiplicado nas equações 3.1, 5.1 e 5.2 esse fator assume valor 0 ou 1: 0 caso a

velocidade não esteja na faixa de operação, 2,5 a 25 m, e 1 caso a velocidade esteja

na faixa de operação. O resultado é mostrado na TABELA 5.2 e na TABELA 5.3

representando os dados de Curitiba e do Rio Grande do Sul respectivamente:

FONTE: AUTOR

TABELA 5.3: EXEMPLO DE COMO CALCULAR A EAG-RIO GRANDE DO SUL

FONTE: AUTOR

Velocidade do vento m/s Frequência de ocorrencia Frequência (%) Fator Potência (W) f(v)*P(v) Weibull

0,5 258 5,89% 0 0 0 5%

1,0 748 17,07% 0 0 0 10%

1,5 0 0,00% 0 0 0 14%

2,0 0 0,00% 0 0 0 17%

2,5 868 19,80% 1 55,3896 10,9692386 18%

3,0 0 0,00% 1 95,7132288 0 19%

3,5 1 0,02% 1 151,9890624 0,034676948 19%

4,0 846 19,30% 1 226,8758016 43,79122249 18%

4,5 0 0,00% 1 323,0321472 0 16%

5,0 0 0,00% 1 443,1168 0 14%

5,5 672 15,33% 1 589,7884608 90,42615689 12%

6,0 0 0,00% 1 765,7058304 0 10%

6,5 0 0,00% 1 973,5276096 0 8%

7,0 428 9,77% 1 1215,912499 118,7338694 6%

7,5 0 0,00% 1 1495,5192 0 4%

8,0 0 0,00% 1 1815,006413 0 3%

8,5 300 6,84% 1 2177,032838 149,0097768 2%

9,0 0 0,00% 1 2584,257178 0 1%

9,5 121 2,76% 1 3039,338131 83,90598081 1%

10,0 0 0,00% 1 3544,9344 0 1%

10,5 0 0,00% 1 4103,704685 0 0%

11,0 96 2,19% 1 3199,9999 70,08897796 0%

11,5 0 0,00% 1 0 0%

12,0 0 0,00% 1 0 0%

12,5 45 1,03% 1 3802,234 39,03731006 0%

Soma 4383 605,9972099

EAG 5308,535559

TABELA 5.2: EXEMPLO DE COMO CALCULAR A EAG-CURITIBA Velocidade do vento m/s Frequencia de ocorrencia Frequencia (%) Fator Potência (W) f(v)*P(v) Weibull

0,5 310 7,14% 0 0 0 9%

1 317 7,30% 0 0 0 18%

1,5 421 9,69% 0 0 0 23%

2 592 13,63% 0 0 0 26%

2,5 682 15,70% 1 55,3896 8,6960652 26%

3 242 5,57% 1 95,7132288 5,3320906 24%

3,5 606 13,95% 1 151,9890624 21,202894 21%

4 317 7,30% 1 226,8758016 16,556084 16%

4,5 305 7,02% 1 323,0321472 22,680664 12%

5 82 1,89% 1 443,1168 8,3645436 9%

5,5 195 4,49% 1 589,7884608 26,475311 6%

6 90 2,07% 1 765,7058304 15,864071 4%

6,5 42 0,97% 1 973,5276096 9,4125598 2%

7 51 1,17% 1 1215,912499 14,275216 1%

7,5 25 0,58% 1 1495,5192 8,6068094 1%

8 12 0,28% 1 1815,006413 5,0138299 0%

8,5 22 0,51% 1 2177,032838 11,025489 0%

9 15 0,35% 1 2584,257178 8,92354 0%

9,5 18 0,41% 1 3039,338131 12,593943 0%

Soma 4344 195,02311

EAG 1708,4024

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77

A energia anual gerada EAG é calculada através da equação 3.5, e os

resultados são apresentados na TABELA 5.4.

EAG = ∑/f�v� ∗ P�v�1 ∗ 8760 [kWh] (3.5) onde:

v = velocidade do vento [m/s];

f(v) = frequência de ocorrência da velocidade do vento v [%];

P(v) = potência produzida pelo aerogerador na velocidade do vento v [kW].

O fator de capacidade é calculado de acordo com a fórmula 3.6 e os

resultados são apresentados na TABELA 5.4

6� = 789:�;)∗<=

(3.6)

Onde:

FC = fator de capacidade [adimensional];

EAG = energia anual gerada [kWh];

�> =potência nominal [kW].

TABELA 5.4: RESUMO DOS DADOS

Resumo dos dados

P instalada (KW) 3,0

EAG - Curitiba (kWh) 1708,402

FC - Curitiba 0,07

EAG - Rio Grande do Sul (kWh) 5308,536

FC - Rio Grande do Sul 0,2 FONTE: AUTOR

A TABELA 5.4 mostra o motivo pelo qual foi necessária a escolha de outra

fonte de dados de velocidade de vento para realização desse trabalho, além de

Curitiba. A literatura traz como referência o valor de 0.3 como sendo um valor

aceitável de fator de capacidade para empreendimentos eólio-elétricos.

5.2.4 CÁLCULO DA DEMANDA.

A demanda do consumidor pode ser estipulada através de técnicas de

dimensionamento de carga de energia elétrica. No entanto como a ênfase desse

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78

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

9000

10000

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Ener

gia

con

sum

ida

(kW

h)

Tempo (meses)

Média de Consumo Anual (kWh)

trabalho é para consumidores residenciais ou comerciais que já estejam sendo

atendidos pela concessionária, a fatura de energia pode ser utilizada para o calculo

da demanda.

Essa traz o consumo dos três últimos meses, porém caso entre em contato

com a concessionária poderá obter um tempo maior de amostragem. Entretanto

para este trabalho foi considerado as dados de consumo de energia elétrica

medido por um medidor de energia eletrônico do bloco de Engenharia Elétrica da

Universidade Federal do Paraná.

A demanda anual é apresenta na FIGURA 5.9, como pode-se perceber

existem dois meses que não sofrem alterações, julho e agosto, isto ocorre devido a

esses ficarem sem medições na data da elaboração deste TCC, sendo assim fez-se

uma extrapolação para esses meses, considerando o mês mais crítico como

referência, no caso o mês de maio.

Para apresentar um exemplo da comparação horária de demanda versus

produção de energia considerou-se um dia típico do mês de maio e fizeram-se as

comparações horárias e esses resultados são mostrados na FIGURA 5.10 e 5.11. A

FIGURA 5.10 compara a energia gerada com os ventos do RS e de Curitiba e a

FIGURA 5.11 mostra uma comparação entre a demanda e a produção de energia

horária. O gráfico de comparação de demanda versus geração de Curitiba não foi

apresentado, pois os valores de geração para o aerogerador considerado neste

trabalho são praticamente irrisórios se comparados com a demanda nos mesmos

horários.

FIGURA 5.9: PERFIL DE CARGA ANUAL DO PRÉDIO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

FONTE: AUTOR

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79

0,00

5000,00

10000,00

15000,00

20000,00

25000,00

0:00

1:00

2:00

3:00

4:00

5:00

6:00

7:00

8:00

9:00

10:

00

11:

00

12:

00

13:

00

14:

00

15:

00

16:

00

17:

00

18:

00

19:

00

20:

00

21:

00

22:

00

23:

00

Ene

rgia

(W

h)

Tempo (horas)

Demanda x Produção dia típico de maio -Rio Grande do Sul

Consumo

Produção

0,00

500,00

1000,00

1500,00

2000,00

2500,00

3000,00

3500,00

4000,00

4500,00

0:0

0

1:0

0

2:0

0

3:0

0

4:0

0

5:0

0

6:0

0

7:0

0

8:0

0

9:0

0

10:0

0

11:0

0

12:0

0

13:0

0

14:0

0

15:0

0

16:0

0

17:0

0

18:0

0

19:0

0

20:0

0

21:0

0

22:0

0

23:0

0

Ener

gia

(Wh

)

Tempo (horas)

Curitiba x Rio Grande do Sul

Curitiba

Rio Grande do Sul

FIGURA 5.10: COMPARAÇÃO ENTRE PRODUÇÃO DE ENERGIA GERADA EM CURITIBA E NO RS

FONTE: AUTOR

FIGURA 5.11: COMPARAÇÃO ENTRE PRODUÇÃO DE ENERGIA E A ENERGIA CONSUMIDA

FONTE: AUTOR

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80

Como pode ser observado pela FIGURA 5.11, e considerando a escolha de

apenas um aerogerador de capacidade máxima tal como é apresentando na

TABELA 5.1, não existe um momento em que a geração seja maior que a demanda,

ou seja, algum momento que o sistema injete potência de rede.

Para suprir a demanda instantânea máxima seriam necessários pelo

menos quatro aerogeradores operando nas condições nominais, ou seja, vento

constante com velocidade mínima de 10 m/s. A instalação de 4 aerogeradores para

tentar suprir o consumo de energia elétrica do DELT/UFPR será ainda mais inviável

economicamente devido a seu baixo fator de capacidade principalmente entre outras

variáveis. Além do mais, para instalar 4 aerogeradores como esses no telhado,

esse teria que ser maior, pois a indicação é de que na direção predominante do

vento a distância mínima seja de 8 a 10 vezes o diâmetro do rotor e na direção

perpendicular a esta de 3 a 4 vezes. Caso for necessário a instalação mais 3

aerogeradores, estudos da melhor alocação destes no prédio DELT serão

necessários.

Os resumos dos dados dessa etapa estão na TABELA 5.5. Como pode ser

observado, no cenário considerando os ventos do RS, atenderemos no máximo a

6% da demanda do bloco.

TABELA 5.5: RESUMO DOS DADOS

Resumo dos dados

P instalada (KW) 3,0

Demanda Anual(kWh) 94424,6

EAG-Curitiba (kWh) 1708,4

% de consumo atendido com ventos de curitiba 2%

EAG-Rio Grande do Sul (kWh) 5308,5

% de consumo atendido com vento do Rio Grande do Sul 6,00% FONTE: AUTOR

5.2.5 ESCOLHA DO INVERSOR DE FREQUÊNCIA

Para a escolha dos inversores de frequência devem ser observadas as

seguintes característica:

• Potência de entrada;

• Corrente de entrada;

• Tensão de entrada;

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81

• Tensão de saída;

• Freqüência de saída;

• Distorção de corrente injetada na rede;

• Rendimento;

• Estágios de conversão;

• Proteções;

• Custo.

Os aerogerador H4.6-3 kW possui um gerador de imãs permanente sendo

assim sua forma de geração é em corrente contínua, CC, sendo necessário um

inversor de corrente contínua para corrente alternada, CC/CA.

As características de entrada do inversor de frequência devem obedecer a

saída do gerador e saída deve estar de acordo com os níveis de tensão do sistema

de distribuição ao qual se conectará.

Características de saída do aerogerador:

Potência máxima fornecida = 4500 W

Fator de Potência = 1 [admensional]

Tensão =220 Vdc

Para o cálculo da corrente monofásica foi utilizada a equação 5.3.

b = <c (5.3)

onde:

P= potência ativa máxima, 4500 W;

V= tensão, 220 Vdc.

Portanto o valor máximo de corrente de entrada no inversor é 20,45 A.

Os valores de saída devem estar de acordo com os seguintes valores

estabelecidos pela NTC 905100:

Frequência: 60 Hz;

Tensão: 127/220 V.

Sendo assim o inversor que dever ser adquirido devem atender as

especificações acima e as seguintes funções de proteção: chave de desconexão,

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82

proteção contra curto-circuito, monitoramento de falha a terra, monitorizarão da rede

e isolação galvânica.

Sendo assim, neste trabalho escolheu-se o modelo Wind Boy 5000 TL,

(SMA, 2013), com as seguintes características de saída:

Potência máxima de entrada: 5300 W

Máxima corrente de entrada: 30 A

Faixa de tensão de operação na entrada: 80-550V

Potência nominal de saída: 4600 W

Eficiência: 0,97

A frequência e a tensão e o fator de potência serão entregues de acordo

com os valores da concessionária. Neste caso a tensão é 127/220 V e um fator de

potência de no mínimo 0,92 que são os limites exigidos pela ANEEL. No entanto os

inversores operam em fase com o sistema, para garantia do sincronismo sendo

assim o fator de potência, a frequência e o nível de tensão são extraídos por

amostragem da a rede.

O custo desse inversor de freqüência é aproximadamente 8200 reais.

5.2.6 VIABILIDADE ECONÔMICA

A análise consiste basicamente em verificar se o projeto é viável

economicamente. Para tanto é será realizada a simulação com sistema de

faturamento considerando o mecanismo net metering, e uma análise de

sensibilidade com a finalidade de verificar quais parâmetros influenciam mais na

Taxa Interna de Retorno e no Valor Presente Líquido. Na seção anterior, foi

demonstrado que o potencial de ventos para microgeração eólica no prédio do

DELT/UFPR é insuficiente para encorajar um investimento (fator de capacidade

muito baixo) neste tipo de geração desde o ponto de vista financeiro. Porém para

fins acadêmicos de pesquisa e ensino e transferência tecnológica deste tipo

investimento, o mesmo terá que ser subsidiado economicamente. Por isso, neste

trabalho não são apresentados resultados de análise econômica considerando

dados de ventos do Centro Politécnico da UFPR.

Sendo assim, neste trabalho resultou mais interessante realizar a análise

econômica considerados apenas os dados da energia anual gerada com os dados

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83

de ventos do Rio Grande do Sul, para tentar de maneira mais efetiva viabilizar esse

empreendimento.

A análise clássica de investimentos permite através da análise desses

parâmetros auxiliar um investidor na tomada de decisão. Essa etapa está mais

detalhada que as outras, pois é a primeira vez que esse tópico será abordado,em

um trabalho de conclusão de curso da UFPR.

Um Valor Presente Líquido, VPL, positivo significa que o projeto vale mais

do que custa, ou seja, é lucrativo. Um VPL negativo significa que o projeto custa

mais do que vale.

Segundo Lemes Júnior (2005), se a TIR do projeto é maior do que o custo

de capital da empresa significa que a empresa está aumentando sua riqueza ao

aceitá-lo. O custo de capital da empresa é a Taxa Mínima de Atratividade (TMA)

exigida pela empresa em seus projetos de investimento, um padrão para tomada de

decisões. A taxa mínima de atratividade nesse trabalho é considerada de 7,25%.

Para efeitos de fluxo de caixa são considerados como fluxo de caixa positivo

a diferença entre a fatura anual com GD e a fatura anual sem GD. Essa não é a

modelagem usual, pois o ideal seria considerar essa diferença somada ao quanto o

consumidor injetou na rede da distribuidora, no entanto como neste caso de estudo

não ocorre injeção de potência na rede, não haverá compensação, sendo assim

considera-se o valor que consumidor economizará como se este fosse o único valor

responsável pelo pagamento dos investimentos ao longo da vida útil da instalação.

Usando os resultados da TABELA 5.5 como referência pode-se criar a

TABELA 5.6, onde essa apresenta o sistema de faturamento net metering, para o

primeiro ano de investimento. Como os dados de demanda e geração são somente

para um ano considera-se essa inserção como constante ao longo da vida útil do

sistema eólio-elétrico. O valor da fatura considerado foi de 0,39 R$/kWh, esse valor

foi adotado pois é o valor praticado pela concessionária no mês de julho de 2013.

.

TABELA 5.6: SISTEMA DE FATURAMENTO NET METERING- ASSUMINDO DADOS DE VENTOS

DO RS

FONTE: AUTOR

Consumo

kWh/ano

Geração

kWh/ano

Credito Mensal

kWh/ano

Fatura anual

sem GD R$

Fatura anual

com GD R$Diferença R$

Ano 1 94.424,57 5.308,54 0 36.825,58R$ 34.755,25R$ 2.070,33R$

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84

Os dados a serem considerados nessa análise estão apresentados na

TABELA 5.7, Parâmetros a serem considerados no fluxo de caixa. Os impostos

referentes ao transporte de energia e ao uso do sistema elétrico estão sendo

desconsiderados, pois entende-se que esses já estão incluídos na tarifa de energia

da COPEL. Portanto serão considerados somente os impostos referentes ao capital

gerados pelo investidor e os referentes aos sistemas de empréstimo.

Será realizada uma simulação considerando um empréstimo através do

BNDES, de 70%, valor máximo permitido para o de financiamento.

TABELA 5.7: PARÂMETROS A SEREM CONSIDERADOS NO FLUXO DE CAIXA

FONTE: ADAPATADO DE DADOS ECONOMICOS DO BRASIL, BNDES E ICB

Na sessão de parâmetros de projetos os valores de potência instalada e

EAG são extraídos da seção 5.2.4. O período considerado é de 20 anos, pois essa é

a vida útil dos equipamentos.

Os custos de investimentos variam de acordo com a TABELA 5.8 que

contém a descrição dos valores de todos os equipamentos envolvidos na geração

em questão. Porém provavelmente ainda teriam custos a serem considerados, pois

os dados de transporte dos equipamentos foram desconsiderados por falta de

fontes, o valor pelo qual a COPEL cobraria para adaptar o sistema de medição

também foi desconsiderado, isso se fez devido a falta de referência dessa

Potência Instalada (KW) 3 Percentual não Financiado 30,00%

EAG(kWh) $5.308,54 Taxa de juros 7,27%

Remuneração do capital próprio 6,00%

Depreciação dos equipamentos (anos) 20

Investimento

Custo de impletamentação 70.404,00R$ PIS/PASEP 1,65%

Total 70.404,00R$ COFINS 7,65%

CSLL 9,00%

IR ATÉ 240 mil 15,00%

Operação e Manutenção(%sobre CI) 1,00% ir excedente 10,00%

R$/kWh 0,39

Receita Bruta Anual $2.070,33

Creditos de Carbono

Percentual Financiado 70,00% Número de RCEs 1,5

Taxa de juros anual (nominal) 7,95% Períodos (anos) 21

Amortização do principal 12 Preço RCE mercado europeu(R$) 9,07

TJPL(nominal) 5,00% Receita Bruta Anual de Créditos de carbono 13,61R$

Financiamento

Capital Próprio

Impostos

Despesas

Períodos

Tarifa de Energia

DADOS DE ENTRADA

Parâmetros do projeto

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85

adequação que pode ser apenas a diferença entre um valor de uma instalação

convencional com uma capaz de aferir o sistema de medição, no entanto a mesma

ainda não divulgou nenhuma nota de quais seriam as adequações nem tão pouco

qual o valor das mesmas.

As despesas consideradas com manutenção e operação correspondem a

1% do custo de implementação (CUSTÓDIO, 2009). O financiamento proposto é

pelo BNDES, financiamento de 70% do empreendimento, financiamento máximo,

com amortização de 12 anos, período máximo de amortização, dessa maneira o

investidor poderia instalar esse sistema em sua locação sem grandes prejuízos no

ano zero.

Para o cálculo do valor das Reduções Certificadas por Emissão, RCEs,

levou-se em consideração projetos passados onde parques eólicos com potência

instalada de 42 MW tinham como referência de não emissão o total de 20300 ton de

dióxido de carbono (MACHADO, 2012). Através de uma relação de proporção pode-

se perceber que para 3 kW o valor em reais seria irrisório. Portanto os créditos de

carbono neste trabalho são desconsiderados.

TABELA 5.8: DISCRIÇÃO DOS VALORES POR EQUIPAMENTOS UTILIZADOS

FONTE: ADAPTADO DE DADOS DE CATÁLOGO DE FORNECEDORES

O BNDES utiliza o Sistema de Amortização Constante denominado também

sistema SAC, ou seja, a amortização possui o mesmo valor para todo o período do

pagamento, e é calculado de acordo com a equação 5.4. As parcelas de

financiamento foram calculadas acordo com as equações 5.5 e 5.6. No entanto para

Valor unitário Quantidade Valor Final

30.000,00R$ 1 30.000,00R$

8.200,00R$ 1 8.200,00R$

4.000,00R$ 1 4.000,00R$

Conjunto de proteções CC - GE 400,00R$ 1 400,00R$

Conector- Nexans 40,00R$ 3 120,00R$

Disjuntor Tripolar 20A - SCHENEIDER 23,00R$ 3 69,00R$

QPCA - Valor médio de mercado 1.000,00R$ 1 1.000,00R$

Cojunto de proteções -valor médio de mercado 3.000,00R$ 1 3.000,00R$

2.000,00R$ 1 2.000,00R$

10.000,00R$ 1 10.000,00R$

5.715,00R$ 1 5.715,00R$

5.900,00R$ 1 5.900,00R$

70.404,00R$ Custo total

CA

Cabos elétricos -Valor médio de mercado

Mão de obra -Valor médio de mercado

SPDA - Valor médio de mercado

Projeto elétrico - Valor médio de mercado

Equipamento

Gerador - Hummer 4.6-3kW

Inversor- SMA WINDY BOY 5000TL

Torre- BWS

CC

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86

o cálculo do fluxo de caixa acumulado fez-se necessário transladar o valor da

prestação para o valor presente encontrado surgindo assim os juros descontados e

o a amortização descontada. Os juros descontados são calculados através da

equação 5.8 e a amortização descontada é calculada através da equação 5.9.

Amortização = lmnopqrsmstrmuovwprououwmxopyrzmção (5.4)

Juros = SaldoDevedor ∗ TaxaJuros (5.5)

�R#MHLçãG = �GRHK�LçãG + ��RGM (5.6)

�LNOG�#�#OGR6KLN = �LNOG�#�#OGR − �GRHK�LçãG (5.7)

JurosDescontados = ��po������v��� (5.8)

AmortizaçãoDescontada = �xopyrzmção�����v��� (5.9)

onde:

TJCP: Taxa de juros do capital próprio

n: número de prestações

Os resultados são apresentados nas TABELAS 5.9 e 5.10, Sistema de

Amortização Constante para o capital próprio e o capital financiado respectivamente.

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87

TABELA 5.9: SAC PARA O CAPITAL PRÓPRIO

FONTE: AUTOR

TABELA 5.10: SAC DO CAPITAL FINANCIADO

FONTE: AUTOR

21.121,20R$

6,00%

12

0

0 21.121,20R$

1 19.361,10R$ 1.760,10R$ 1.267,27R$ 3.027,37R$

2 17.601,00R$ 1.760,10R$ 1.161,67R$ 2.921,77R$

3 15.840,90R$ 1.760,10R$ 1.056,06R$ 2.816,16R$

4 14.080,80R$ 1.760,10R$ 950,45R$ 2.710,55R$

5 12.320,70R$ 1.760,10R$ 844,85R$ 2.604,95R$

6 10.560,60R$ 1.760,10R$ 739,24R$ 2.499,34R$

7 8.800,50R$ 1.760,10R$ 633,64R$ 2.393,74R$

8 7.040,40R$ 1.760,10R$ 528,03R$ 2.288,13R$

9 5.280,30R$ 1.760,10R$ 422,42R$ 2.182,52R$

10 3.520,20R$ 1.760,10R$ 316,82R$ 2.076,92R$

11 1.760,10R$ 1.760,10R$ 211,21R$ 1.971,31R$

12 -R$ 1.760,10R$ 105,61R$ 1.865,71R$

Taxa de Juros

Sistema de Amortização Constante -SAC

Capital Próprio

Nº de prestações

Inicio do Finaniamento

PeríodoSaldo

Devedor Amortização Juros Prestação

0 49.282,80R$

1 45.175,90R$ 4.106,90R$ 3.917,98R$ 8.024,88R$ 3.917,98R$ 4.106,90R$

2 41.069,00R$ 4.106,90R$ 3.591,48R$ 7.698,38R$ 3.348,08R$ 3.828,56R$

3 36.962,10R$ 4.106,90R$ 3.264,99R$ 7.371,89R$ 2.837,43R$ 3.569,09R$

4 32.855,20R$ 4.106,90R$ 2.938,49R$ 7.045,39R$ 2.380,61R$ 3.327,20R$

5 28.748,30R$ 4.106,90R$ 2.611,99R$ 6.718,89R$ 1.972,69R$ 3.101,71R$

6 24.641,40R$ 4.106,90R$ 2.285,49R$ 6.392,39R$ 1.609,12R$ 2.891,50R$

7 20.534,50R$ 4.106,90R$ 1.958,99R$ 6.065,89R$ 1.285,77R$ 2.695,53R$

8 16.427,60R$ 4.106,90R$ 1.632,49R$ 5.739,39R$ 998,86R$ 2.512,85R$

9 12.320,70R$ 4.106,90R$ 1.305,99R$ 5.412,89R$ 744,93R$ 2.342,54R$

10 8.213,80R$ 4.106,90R$ 979,50R$ 5.086,40R$ 520,83R$ 2.183,78R$

11 4.106,90R$ 4.106,90R$ 653,00R$ 4.759,90R$ 323,69R$ 2.035,78R$

12 0,00-R$ 4.106,90R$ 326,50R$ 4.433,40R$ 150,88R$ 1.897,81R$

Taxa de Juros 7,95%

Sistema de Amortização Constante -SAC

Capital Financiado 49.282,80R$

Nº de prestações 12

Inicio do Finaniamento 0

Amortização

DescontadaPeríodo

Saldo

Devedor Amortização Juros Prestação

Juros

Descontado

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O cálculo da depreciação dos equipamentos trazidos a valor presente

através do desconto da inflação foi realizada através da equação 5.10 (LEMES

JÚNIOR, 2005):

�� = �!�∗).) �����!<=�� (5.10)

Onde:

�� = Depreciação dos equipamentos �E = Custo de implantação n = período

A tabela geral da parte econômica, pode ser encontrada no apêndice I, deste

documento. Neste anexo apresenta-se o fluxo de caixa, o fluxo de caixa acumulado,

a TIR e o VPL. A TIR foi calculado de acordo com a equação 4.2 e o VPL da

equação 4.1. No Excel essas funções já estão modeladas, podendo ser utilizadas da

mesma forma.

Para a simulação inicial com 30% de investimento e o empréstimo de 70%,

resultou um valor de VPL é negativo de R$ -81.718,56 o isso é um indicio da

inviabilidade do investimento nessas condições. Isso também pode ser observado

na FIGURA 5.12, fluxo de caixa líquido.

FIGURA 5.10: FLUXO DE CAIXA LÍQUIDO

FONTE: AUTOR

Sendo assim elaborou-se uma análise de sensibilidade variando dois

parâmetros, o primeiro: o nível de investimento com a finalidade de analisar como

-60000

-50000

-40000

-30000

-20000

-10000

0

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

Sald

o A

cum

ula

do

(R

$)

Período (anos)

FLUXO DE CAIXA LIQUIDO EM CADA PERÍODO

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reage o VPL e a TIR, o segundo: o valor da tarifa considerando o melhor caso de

financiamento, aumentando-se a tarifa até o investimento se tornar economicamente

viável. Os resultados dessas simulações estão apresentados na TABELA 5.11,

dados em vermelho sinalizam valores de VPL negativos.

TABELA 5.11: ANÁLISE DE SENSIBILIDADE

FONTE: AUTOR

Como pode-se perceber a partir da TABELA 5.11 o caso ótimo é quando o

investidor não realiza empréstimos e o valor da tarifa dever ser no mínimo 1,53

R$/kWh. A partir desse ponto o investimento torna-se economicamente viável.

5.2.7 PROJETO ELÉTRICO

Essa etapa deve ser realizada por um profissional com registro no Conselho

Regional de Engenharia e Agronomia. Esse deve elaborar os seguintes documentos:

EmprestimoCapital

proprio

Tarifa de

energia VPL TIR TMA

Decisão

70% 30% 81.718,56-R$ - Não Invista

60% 40% 76.127,16-R$ - Não Invista

40% 60% 64.944,36-R$ 1% Não Invista

20% 80% 53.761,56-R$ -2% Não Invista

0% 100% 42.578,76-R$ -4% Não Invista

70% 30% 71.594,51-R$ - Não Invista

60% 40% 66.003,11-R$ - Não Invista

40% 60% 54.820,31-R$ - Não Invista

20% 80% 43.637,51-R$ -3% Não Invista

0% 100% 32.454,71-R$ 0% Não Invista

70% 30% 54.391,22-R$ - Não Invista

60% 40% 48.799,82-R$ - Não Invista

40% 60% 37.617,02-R$ - Não Invista

20% 80% 26.434,22-R$ 2% Não Invista

0% 100% 15.251,42-R$ 4% Não Invista

70% 30% 37.652,89-R$ - Não Invista

60% 40% 32.061,49-R$ - Não Invista

40% 60% 20.878,69-R$ 1% Não Invista

20% 80% 9.695,89-R$ 5% Não Invista

0% 100% 1.486,91R$ 8% Invista

1,17

1,53

7.27

Simulações

0,39

0,8

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90

• Memorial descritivo contendo todas as características técnicas da

medição e geração;

• Esquema multifilar;

• Planta de situação;

• Projeto da instalação;

• Tabela de distribuição de Carga;

• Detalhes da carga instalada;

• ART do responsável técnico;

• Licença previa ou dispensa, emitida pelo Instituto Ambiental do

Paraná, IAP.

São realizados nessa etapa, o projeto do diagrama multifilar e a planta de

situação, dimensionados os cabos, quadros e proteções caracterizando o projeto de

instalação. Os detalhes da carga já foram apresentados no item 5.2.4 e a licença

ambiental é abordada no item a seguir. O memorial descritivo é basicamente a união

dos itens 5.2.4, 5.2.5 e 5.2.7. Os projetos encontram-se nos apêndices II e III.

Uma vez que o inversor e o aerogerador foram escolhidos, são

dimensionados o quadro de proteção de corrente alternada, quadro de proteção

corrente contínua e os cabos.

A caixa de conexão do aerogerador consiste apenas de um conector que

conecta os fios que descem pela torre com os fios que entram no inversor de

frequência esse deve suportar uma corrente de 20.45 A, corrente máxima de saída

do aerogerador, calculada na secção 5.2.5.

5.2.7.1 QUADRO DE PROTEÇÃO DE CORRENTE CONTÍNUA.

O quadro de proteção de contínua deve conter no mínimo dispositivos que

permitam a desconexão manual do sistema e que protegem contra surtos

atmosféricos. A desconexão manual se faz necessária, para manutenção ou para

desconexão forçada caso ocorra algum problema e as outras proteções não atuem,

além de ser uma das exigências da COPEL.

O dispositivo protetor de surto, DPS, deve suportar tensão máxima VDC =

220. Sendo assim foi escolhido um DPS comercial com as seguintes especificações

20 kA - 660V, da fabricante GE.

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91

A chave de desconexão de corrente contínua deve ser bifásica e suportar o

mesmo nível de tensão e corrente sendo assim a chave escolhida foi de 25 A.

5.2.7.2 QUADRO DE PROTEÇÃO DE CORRENTE ALTERNADA.

Esse é o quadro que recebe a saída do inversor nos níveis de tensão e

freqüência da rede elétrica que será conectada.

As características da rede são 220/127 V a 60 Hz. Para o inversor conectado

a esse quadro deve-se inserir um disjuntor tripolar, o dimensionamento desse

disjuntor segue na equação 5.11(CREDER, 1991).

�HRK = ?� × b × 3 (5.11)

b = �HRK?� × 3

b = 4600127 × 3

b = 12.07/1 onde:

Ptri: potência máxima trifásica na saída do inversor;

Vfn: tensão entre fase e neutro da rede;

I: corrente entregue ao sistema por cada fase do inversor.

Sendo assim um disjuntor trifásico de 20 A (valor comercial) é adequado

para proteção dos equipamentos. Como essa é a única fonte de energia o disjuntor

do quadro de proteção de corrente alternada também será de 20 A.

Serão necessários aqui DPS de corrente alternada. Sendo assim foi

escolhido um DPS comercial com as seguintes especificações 175V-20kA (valor

comercial).

5.2.7.3- CONDUTORES

Como as correntes de operação dos circuitos já estão dimensionadas os

condutores devem possuir capacidade de condução de corrente superior à corrente

nominal dos disjuntores, sendo assim estarão protegidos.

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92

Os condutores utilizados serão de cobre e dimensionados de acordo com a

TABELA 36 da NBR 5410, que define a capacidade de condução para esse tipo de

condutor com isolação em PVC a temperatura de 70°C e serve para corrente

contínua e corrente alternada.O condutor encontrado foi de 4mm².

Para os itens 5.2.7.1, 5.2.7.2 e 5.2.7.3 não foram estabelecidas marcas

específicas, pois existem diversos fabricantes desses materiais com valores de

mercado bem parecidos.

5.2.8 CONEXÃO AO SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO

Com os projetos em mãos e com a certeza de que o projeto é

economicamente viável a próxima e última etapa é entrar em contato com o IAP

para conseguir o licenciamento ambiental.

Pesquisando no site do IAP sobre esse aspecto, encontra-se dificuldade,

pois não existe ainda um modelo que oriente os interessados em microgeração

distribuída, nem tão pouco uma legislação especifica sobre isso. No entanto essa

não é uma situação somente do Paraná, pois ao buscar esse documento em outros

institutos ambientais do Brasil não existe um modelo que oriente ao interessado em

conseguir essa licença.

Entretanto como se trata de inserir um aerogerador no meio urbano em cima

de uma propriedade já construída, acredita-se que não haja muitas dificuldades de

se conseguir essa liberação, sendo assim a orientação é entrar em contato com o

IAP, com os projetos em mãos e verificar qual o procedimento para conseguir essa

licença.

Com a licença e todos os documentos do item 5.2.7, deve-se entrar em

contato com a COPEL e a partir desse momento seguir o fluxo apresentado na

TABELA 2.3.

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93

TABELA 2.3- ETAPAS PARA VIABILIZAÇÃO DO PROJETO DE MICROGERAÇÃO DISTRIBUÍDA

Etapa Observações

I Consulta de acesso Ficha de dados cadastrais, Anexo IV da NTC905100, ou

anexo I deste documento. II Informação de Acesso Emissão pela COPEL

III Solicitação de Acesso Memorial descritivo, localização, arranjo físico, esquemas trifilares, Anexo III da NTC 905100, formulário de registro

de usina eólica, ou anexo II deste documento.

IV Parecer de acesso Emissão pela COPEL.

V Realização das Obras Antes de iniciar o consumidor deverá encaminhar as

especificações, desenhos e modelos para conferência da COPEL.

VI Vistoria e liberação para

operação O acessante deverá comunicar a conclusão das obras para

COPEL realizar uma vistoria e liberar a operação. FONTE: Adaptado da NTC905100 (2012)

As fichas que deveram ser preenchidas seguem em anexo a este

documento, anexo 1 e 2.

As obras devem ser iniciadas somente depois da emissão da Copel e o

prazo máximo para a finalização desse processo, ou seja, a vistoria e liberação para

operação é de 82 dias.

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6 CONCLUSÕES E TRABALHOS FUTUROS

A geração distribuída é um sistema novo no Brasil, no entanto, como o país

está localizado na região tropical, surgem grandes potenciais de geração de energia

solar e eólica. A matriz energética brasileira é basicamente constituída por

hidrelétricas, essas possuem uma energia firme elevada se comparada a fontes

renováveis. Porém, devido aos grandes impactos ambientais dos reservatórios das

mesmas os empreendimentos que estão sendo liberados para construção, são

usinas a fio d’agua.

Usinas térmicas operam no sistema de faturamento feed in, ou seja,

recebem mesmo sem a produção de energia. Recebem pela disponibilidade, porém

essas estão sendo acionadas com frequência deixando de ser um sistema

coadjuvante para ser uma forma essencial de atender a demanda. O que está contra

a corrente mundial de não emissão de GEEs.

Nesse contexto surge esse trabalho com a finalidade de elaborar uma

metodologia para instalação de microgeração eólica, haja visto que essa interage de

maneira complementar à energia hidráulica, ou seja, momentos de maior incidência

de vento são justamente os momentos de seca, sendo assim poderia-se minimizar o

efeito da sazonalidade das hidráulicas, e evitar o uso demasiado de termoelétricas.

A regulamentação referente a GD no Brasil é muito recente, datando de

aproximadamente um ano e meio o surgimento da primeiro REN 482/2012 da

ANEEL a respeito desse ponto específico. Esta REN determina que as

concessionárias como a COPEL, criem suas normas especificas com a finalidade de

orientar os consumidores.

No final do ano de 2012, oito meses depois da publicação da REN da

ANEEL, a COPEL atualizou a NTC 915100, porém mesmo com essa norma ainda é

difícil entrar no sistema de distribuição da mesma. Essa NTC exige documentos que

os órgãos responsáveis ainda não estão preparados para emitirem como exemplo a

licença do IAP.

A metodologia proposta foi aplicada à inserção de geração eólica no prédio

de engenharia elétrica da Universidade Federal do Paraná. A metodologia se

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mostrou muito eficaz quando aplicada no estudo de caso, a mesma pode ser

realizada por qualquer consumidor que tenha interesse em geração eólica.

O empreendimento é tecnicamente viável, no entanto o potencial eólico da

capital paranaense é muito baixo apresentando um fator de capacidade de 7%.

Assim sendo foi necessário o uso de outra base de dados para aplicação da

metodologia, com os ventos do Rio Grande do Sul o fator de capacidade subiu para

20%.

Esse empreendimento ainda não é viável economicamente para os valores

da tarifa da COPEL. Porém, chegou-se ao valor de 1,53 R$/kWh a partir desse valor,

o empreendimento eólico seria viável economicamente, considerando um cenário

onde o investidor não realize empréstimo.

Para trabalhos futuros indica-se a adaptação dessa metodologia para outras

fontes renováveis de energia. Quanto a inserção de aerogeradores no meio urbano

Indica-se também o estudo mais detalhado sobre disposição de aerogeradores,

analisando fatores de aceitação da população, nível de ruído, dentre outros.

Indica-se como estudo futuros verificar a influência desses aerogeradores no

sistema de distribuição da concessionária.

Para a simulação econômica indica-se ainda como trabalho futuro analisar

esse projeto caso os impostos sobre equipamentos utilizados não fossem taxados,

ou seja, com o subsídio do governo.

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96

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APÊNDICES

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Ano 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

Tarifa 0,39 0,39 0,39 0,39 0,39 0,39 0,39 0,39 0,39 0,39 0,39 0,39 0,39 0,39 0,39 0,39 0,39 0,39 0,39 0,39 0,39

DRE

Receita Bruta 2070,329 2070,328868 2070,328868 2070,328868 2070,328868 2070,328868 2070,328868 2070,328868 2070,328868 2070,328868 2070,328868 2070,328868 2070,328868 2070,328868 2070,328868 2070,328868 2070,328868 2070,328868 2070,328868 2070,328868 2070,328868

(=) Receita Bruta Total 2070,329 2070,328868 2070,328868 2070,328868 2070,328868 2070,328868 2070,328868 2070,328868 2070,328868 2070,328868 2070,328868 2070,328868 2070,328868 2070,328868 2070,328868 2070,328868 2070,328868 2070,328868 2070,328868 2070,328868 2070,328868

(-) Impostos sobre a receita bruta 9,30% 192,54 192,54 192,54 192,54 192,54 192,54 192,54 192,54 192,54 192,54 192,54 192,54 192,54 192,54 192,54 192,54 192,54 192,54 192,54 192,54

PIS/PASEP 1,65% 34,16 34,16 34,16 34,16 34,16 34,16 34,16 34,16 34,16 34,16 34,16 34,16 34,16 34,16 34,16 34,16 34,16 34,16 34,16 34,16

COFINS 7,65% 158,38 158,38 158,38 158,38 158,38 158,38 158,38 158,38 158,38 158,38 158,38 158,38 158,38 158,38 158,38 158,38 158,38 158,38 158,38 158,38

(=) Receita Operacional 1877,79 1877,79 1877,79 1877,79 1877,79 1877,79 1877,79 1877,79 1877,79 1877,79 1877,79 1877,79 1877,79 1877,79 1877,79 1877,79 1877,79 1877,79 1877,79 1877,79

(-) Custos/ Despesas Operacionais 3540,903289 3302,329093 3079,923764 2872,591492 2679,310731 2499,129169 2331,159036 2174,572728 2028,59873 1892,517814 1765,659497 1647,398738 1537,152855 1434,378655 1338,569763 1249,254118 1165,991653 1088,372129 1016,013105 948,558063

Operação e Manutenção 1,00% 20,70328868 20,70328868 20,70328868 20,70328868 20,70328868 20,70328868 20,70328868 20,70328868 20,70328868 20,70328868 20,70328868 20,70328868 20,70328868 20,70328868 20,70328868 20,70328868 20,70328868 20,70328868 20,70328868 20,70328868

Depreciação equipamentos (anos) 20 3520,2 3281,625804 3059,220475 2851,888203 2658,607442 2478,425881 2310,455748 2153,869439 2007,895441 1871,814525 1744,956209 1626,695449 1516,449566 1413,675367 1317,866474 1228,550829 1145,288365 1067,66884 995,3098164 927,8547743

(=) Resultados Operacional -1663,12 -1424,54 -1202,14 -994,80 -801,52 -621,34 -453,37 -296,78 -150,81 -14,73 112,13 230,39 340,64 443,41 539,22 628,53 711,80 789,42 861,78 929,23

1663,12 1424,54 1202,14 994,80 801,52 621,34 453,37 296,78 150,81 14,73 112,13 230,39 340,64 443,41 539,22 628,53 711,80 789,42 861,78 929,23

(-) 6945,3546 6269,844727 5653,586991 5091,167678 4577,634722 4108,460003 3679,504624 3286,986953 2927,453209 2597,750392 2295,001377 2016,582003 0 0 0 0 0 0 0 0

Remuneração do Capital Próprio 6,00% 3027,372 2921,766 2816,16 2710,554 2604,948 2499,342 2393,736 2288,13 2182,524 2076,918 1971,312 1865,706 0 0 0 0 0 0 0 0

Juros do Financiamento 7,95% 3917,98 3348,08 2837,43 2380,61 1972,69 1609,12 1285,77 998,86 744,93 520,83 323,69 150,88 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

(=) Resultado antes do IR -8608,47 -4845,30 -4451,45 -4096,36 -3776,11 -3487,12 -3226,13 -2990,20 -2776,64 -2583,02 -2182,87 -1786,19 340,64 443,41 539,22 628,53 711,80 789,42 861,78 929,23

8608,469605 4845,303917 4451,45151 4096,364469 3776,112275 3487,119117 3226,13387 2990,202508 2776,642762 2583,020861 2182,872591 1786,192458 340,6354286 443,4096278 539,2185205 628,5341657 711,7966299 789,4161545 861,7751782 929,23022038608,469605 4845,303917 4451,45151 4096,364469 3776,112275 3487,119117 3226,13387 2990,202508 2776,642762 2583,020861 2182,872591 1786,192458 340,6354286 443,4096278 539,2185205 628,5341657 711,7966299 789,4161545 861,7751782 929,2302203

(-) Impostos 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 81,75250288 106,4183107 129,4124449 150,8481998 170,8311912 189,4598771 206,8260428 223,0152529

IRPJ 15,00% 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 51,0953143 66,51144417 80,88277807 94,28012486 106,7694945 118,4124232 129,2662767 139,384533

CSLL 9,00% 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 30,65718858 39,9068665 48,52966684 56,56807492 64,06169669 71,04745391 77,55976604 83,63071982

-8608,47 -4845,30 -4451,45 -4096,36 -3776,11 -3487,12 -3226,13 -2990,20 -2776,64 -2583,02 -2182,87 -1786,19 258,88 336,99 409,81 477,69 540,97 599,96 654,95 706,21

(=) Resultado Líquido 8608,469605 4845,303917 4451,45151 4096,364469 3776,112275 3487,119117 3226,13387 2990,202508 2776,642762 2583,020861 2182,872591 1786,192458 258,8829258 336,9913171 409,8060756 477,685966 540,9654387 599,9562774 654,9491354 706,2149674

FLUXO DE CAIXA ANO 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

Resultado Líquido -8608,47 -4845,30 -4451,45 -4096,36 -3776,11 -3487,12 -3226,13 -2990,20 -2776,64 -2583,02 -2182,87 -1786,19 258,88 336,99 409,81 477,69 540,97 599,96 654,95 706,21

(+) Depreciação 3520,2 3281,625804 3059,220475 2851,888203 2658,607442 2478,425881 2310,455748 2153,869439 2007,895441 1871,814525 1744,956209 1626,695449 1516,449566 1413,675367 1317,866474 1228,550829 1145,288365 1067,66884 995,3098164 927,8547743

(+) Remuneração do Capital Próprio 3027,372 2921,766 2816,16 2710,554 2604,948 2499,342 2393,736 2288,13 2182,524 2076,918 1971,312 1865,706 0 0 0 0 0 0 0 0

(+) Financiamento 49282,8

(-) Amortização do Financiamento 0 4106,90 3828,56 3569,09 3327,20 3101,71 2891,50 2695,53 2512,85 2342,54 2183,78 2035,78 1897,81

(-) Investimento 21121,2

Fluxo de Caixa Líquido 28161,6 -6167,80 -2470,48 -2145,16 -1861,13 -1614,27 -1400,85 -1217,47 -1061,05 -928,77 -818,07 -502,39 -191,60 1775,33 1750,67 1727,67 1706,24 1686,25 1667,63 1650,26 1634,07

(=) Saldo Acumulado 28161,6 21993,80 19523,33 17378,17 15517,04 13902,77 12501,93 11284,45 10223,40 9294,63 8476,56 7974,18 7782,57 9557,91 11308,57 13036,24 14742,48 16428,74 18096,36 19746,62 21380,69

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ANEXOS

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ANEXO I Anexo III da Resolução Normativa n. 391/2009 FORMULÁRIO DE REGISTRO DE USINA EÓLICA

Superintendência de Concessões e Autorizações de Geração – SCG

SGAN 603 Módulo J 2º andar CEP 7 0.830-030 Brasília - DF Telefone (61) 2192-8750

1. IDENTIFICAÇÃO

Proprietário Nome

Telefone

( ) Fax

( )

Endereço

CEP:

Município

UF

CNPJ/CPF

e-mail

Usina Denominação

Telefone

( ) Fax

( )

Endereço

CEP:

Município

UF

Coord. geográficas: Latitude

Longitude

e-mail

2. CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS DA USINA

Usina Eólica - EOL Potência Instalada Total Bruta (kW):

Nº de Unidades Geradoras:

Geração Híbrida: ( ) Não Possui ( ) Possui -Especificar:

Geradores Potência

(kVA)

Tensão

(kV)

Fator de Potência

(cos φ) Data de Conclusão da Implantação

01

02

Declaro que as informações prestadas neste documento correspondem ao empreendimento em referência e estão de acordo com a legislação aplicável, em especial com o disposto nas Resoluções da ANEEL que tratam sobre a outorga de empreendimentos de geração. Declaro ainda que o referido empreendimento encontra-se com suas obras de construção concluídas e em plenas condições de operação. Estou ciente de que declarações falsas ou inexatas caracterizam crime de falsidade ideológica (art. 299 do Código Penal). Local_____________________________

Data______________________________

NOME DO PROPRIETÁRIO OU REPRES. LEGAL DO EMPREENDIMENTO

Assinatura

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NOME DA CENTRAL GERADORA (OU DO CLIENTE, EM CASO DE MICRO OU MINIGERAÇÃO) CNPJ / CPF

ENDEREÇO BAIRRO

MUNICÍPIO

COORDENADAS DO PONTO DE CONEXÃO (FORNECER NOS DOIS FORMATOS): EM UTM EM GEO SAD69

NÚMERO DA UNIDADE CONSUMIDORA (SE JÁ FOR CLIENTE DA COPEL)

RESPONSÁVEL TELEFONES

ENDEREÇO ELETRÔNICO

FICHA DE DADOS CADASTRAIS IDENTIFICAÇÃO DA CENTRAL GERADORA

CARACTERÍSTICAS DA INSTALAÇÃO FONTE PRIMÁRIA

[ ] CGH [ ] PCH [ ] UHE [ ] BIOMASSA [ ] EÓLICA [ ] BIOGÁS [ ] ÓLEO DIESEL [ ] OUTRA:

BALANÇO DE ENERGIA

CAPACIDADE DE GERAÇÃO: kW CARGA INSTALADA: kW MÁXIMA POTÊNCIA INJETÁVEL: kW

GERADOR – TIPO 1

QUANTIDADE: TENSÃO NOMINAL: V POTÊNCIA NOMINAL: kW [ ] SÍNCRONO [ ] ASSÍNCRONO FATOR DE POTÊNCIA: CONTROLE DE REATIVOS: [ ] SIM [ ] NÃO

GERADOR – TIPO 2

QUANTIDADE: TENSÃO NOMINAL: V POTÊNCIA NOMINAL: kW [ ] SÍNCRONO [ ] ASSÍNCRONO FATOR DE POTÊNCIA: CONTROLE DE REATIVOS: [ ] SIM [ ] NÃO

DATA PREVISTA PARA ENTRADA EM OPERAÇÃO

1ª ETAPA: kW / /

2ª ETAPA: kW / /

3ª ETAPA: kW / /

, de de .

ASSINATURA DO RESPONSÁVEL

OBS.: 1. Anexar documentos necessários conforme seção 3.1 dos Procedimentos de Distribuição. 2. Apresentar documentos que comprovem a regularidade perante a Aneel (ofícios, despachos, autorizações, etc.) 3. O proprietário é o responsável legal pelas informações prestadas.