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. - . UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CI Ê NCIAS JUR í DICAS E ECON Ô MICAS I N STITUTO DE P Ó S-GRADUAÇ Ã O E PESQUISA EM ADMINISTRAÇ Ã O COPPEAD O ALINHAMENTO ES TRAT É GICO DA TECNOLOGIA DE INFORMAÇ Ã O UM ESTUDO EXPLORAT Ó RIO EM EMPRESAS DO RIO DE JANE I RO S É RGIO M Á S SOUZA BRAGA DISSERTAÇ Ã O DE MESTRADO ORIENTADOR: AN TONIO ROBERTO RAMOS NOGUEIRA RIO DE JANE I RO 1996 , \

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COPPEAD O ... · sÉrgio mÁs souza braga dissertaÇÃo de mestrado orientador: antonio ro berto ramos nogueira rio de janeiro 1996 , \ o alinhamento

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. - .

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

CENTRO DE CI ÊNCIAS JURíDICAS E ECON ÔMICAS

INSTITUTO DE P ÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM ADMIN I STRAÇÃO

COPPEAD

O ALINHAMENTO ESTRATÉGICO DA

TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO

UM ESTUDO EXPLORATÓRIO EM EMPRESAS

DO RIO DE JANEIRO

SÉRGIO MÁS SOUZA BRAGA

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

ORI E N TADOR: ANTONIO ROBERTO RAMOS NOGUEIRA

RIO DE JANEIRO

1996

,

\

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o ALINHAMENTO ESTRATÉGICO DA TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO

UM ESTUDO EXPLORATÓRIO EM EMPRESAS DO RIO DE JANEIRO

SÉRGIO MÁS SOUZA BRAGA

TESE SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DO INSTITUTO DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE EM CIÊNCIAS (M.Sc.)

Aprovada por :

Antônio Roberto Ramos Nogueira Presidente

. �/\' Cg naldo de-So�za '�iaf' ,,-----/

�·.l �h Júlio César Sampaio do Prado Leité

Rio de Janeiro- R.J. Janeiro de 1 996

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i i

FICHA CATALOGRÁFICA

Braga, Sérgio Más Souza.

o alinhamento estratégico da Tecnologia de Informação um estudo exploratório em empresas do Rio de janeiro.

Sérgio Braga, Rio de Janeiro : COPPEAD, 1 996.

Dissertação Universidade Federal do Rio de Janeiro, COPPEAD.

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AGRADECIMENTOS:

Ao amigo e professor Roberto Nogueira que estimulou e tornou possível a realização deste trabalho.

iii

A minha família que sempre valorizou e propiciou os meios para o meu aprimoramento.

A Finep, que sempre valorizou as iniciativas de aperfeiçoamento dos seus profissionais

A todos que direta ou indiretamente contribuiram para esta realização.

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RESUMO DA TESE APRESENTADA À COPPEADI UFRJ COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA

A OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE EM CIÊNCIAS (M.Sc.)

o ALINHAMENTO ESTRATÉGICO DA TECNOLOGIA DE INFORMACÃO

UM ESTUDO EXPLORATÓRIO EM EMPRESAS DO RIO DE JANEIRO"

SÉRGIO MÁS SOUZA BRAGA

JANEIRO 11 996

ORIENTADOR : PROF. ANTÓNIO ROBERTO RAMOS NOGUEIRA

PROGRAMA: ADMINISTRAÇÃO

IV

O objetivo desta pesquisa é o de avaliar o alinhamento estratégico da

Tecnologia de Informação, tendo por base um grupo de empresas sediadas no

Rio de Janeiro, ou seja, verificar se as estratégias de Tecnologia de

Informação e empresarial estão concordantes.

Foi também realizada uma avaliação preliminar do perfil do responsável

pela Área de Tecnologia de Informação nas empresas.

Com relação ao instrumento de pesquisa, o mesmo foi baseado no

instrumento adaptado por Nogueira e Amaral(20), a partir de Metodologia

desenvolvida por Norton(21). A pesquisa foi realizada junto aos responsáveis

pelas áreas de Tecnologia de Informação de trinta e quatro empresas de

grande porte sediadas no Rio de Janeiro.

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v

Foi verificado que os referenciais utilizados para avaliação das medidas

foram satisfatórios. O nível de confiabilidade do questionário aplicado através

do procedimento de Reliability, forneceu coeficientes Alpha de Crombach entre

0,69 e 0,94 para os diversos agregados da medida.

Com relação aos coeficientes de correlação simples e de Pearson, pode­

se verificar associações entre todos os componetes do nível de alinhamento

estratégico, sendo que entre as variáveis de "identificação de oportunidades" e

"decisão e análise de investimentos", a mais forte, de 0,82, com p<0,001 . Entre

as variáveis "decisão e análise de investimentos" e "mensuração de

resultados·, a mais fraca, de 0,47 com p<0,05.

Nenhuma associação significativa foi encontrada entre a medida de

alinhamento estratégico da área de Tecnologia de Informações e os

indicadores de desempenho das empresas. No entanto tais resultados podem

ter sido desvirtuados em virtude do impacto do plano Cal/ar sobre o resultado

econômico das empresas, à época da coleta das informações da pesquisa.

Sugerimos para o futuro, a aplicação do instrumento da pesquisa a um

conjunto maior de empresas, segmentadas por setores de atividade

econômica.

Seria interessante também aprofundar pesquisa a respeito das

caracteristícas pesssoais do responsável pela Área de Tecnologia de

Informação, para avaliar em que medida, nas organizações, está sendo

entendido o papel estratégico da Tecnologia de Informação e acompanhar o

surgimento de profissionais com características pessoais e profissionais

inerentes ao cargo de Executivo Chefe de Informações.

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ABSTRACT OF THE THESIS PRESENTED TO COPPEAO/UFRJ AS PARTIAL FULFILLMENT OF THE REQUIREMENTS FOR THE DEGREE OF MASTER OF SCIENCES (M.Sc.)

THE STRATEGIC ALlGNEMENT OF THE INFORMATION TECHNOLOGY IN ORGANIZATIONS:

A STUDY IN COMPANIES SITED IN RIO DE JANEIRO

SÉRGIO MÁS SOUZA BRAGA

JANUARY /1 996

CHAIRMAN: PROF. ANTÔNIO ROBERTO RAMOS NOGUEIRA

PROGRAM: ADMINISTRATION.

vi

The objective of this research is to evaluate The Strategic Alignement of

the Information Technology in organizations, based upon a selection of

companies stabilished in Rio de Janeiro. In other words, our goal is to verify

whether the Information Technology in the organizations is managed in the

same direction as the general strategie of the companies.

We also proceeded a primary evaluation on the profile of the executive in

charge of lhe information technology within the organizations.

The research instrument was originally proposed by Nogueira &

Amaral(20), based upon lhe methodology developed by Norton(21) . The research

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vii

was conducted by interviews with the heads of the Information Technology

department, in thirty four large companies stabilished in Rio de Janeiro.

We verified that the variables used in lhe measurements reached

satisfactory values. The Relíability of the survey, using Chrombach Alpha was

sitled belween 0,69 and 0,94 for the different parts of the measurements.

We didn't find any associalion between lhe Strategic Alignement's

measurement variables and the variables related with the companies sizes

and economic performance. Probably Ihese resulls could be misstate as a

result of the Collor Economic Plan.

We suggesl Ihat future research exlend this work broathening lhe set of

companies divided by economic sector.

We also suggest future research in order to make a deeper sludy of lhe

characteristics of lhe heads of lhe departments of information technology,

aiming to perceive lhe future role of lhe Chief Information Officer within the

organizations.

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íNDICE

I - Introdução.

1 1 - Revisão da l iteratura.

1 1 . 1 . A utilização estratégica da Tecnologia de Informação.

11.2. O Planejamento Estratégico e a Tecnologia de Informação.

11 .3. A Tecnologia de Informação como Arma Estratégica.

11.4. O papel do Executivo Chefe de Informações.

11.5. Resultados das pesquisas anteriores

111 - Metodologia.

11 1 . 1 . A pergunta da pesquisa.

111.2. Definição das variáveis.

1 1 1 .3. O instrumento de coleta de dados.

111.4. As empresas pesquisadas.

111.5. Procedimentos para testes de hipótese.

IV - Análise de resultados.

IV. 1 . Resultados descritivos.

IV. 1 . 1 . As empresas pesquisadas.

IV. 1 .2. Descrição do perfil do responsável pela área de Tecnologia de Informação.

IV. 1 .3. Resultados descritivos a respeito do processo de al inhamento estratégico em Tecnologia de Informação.

IV.2. Correlações entre os componentes da variável "Alinhamento Estratégico da Tecnologia de Informação".

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IV.2.1. Correlações entre os componentes da variável agregada.

IV.2 2. Correlações entre as variáveis de perfil do responsável pela área de Tecnologia de Informação e as de Alinhamento Estratégico.

IV.2.3. Correlações entre os componentes da variável de alinhamento estratégico em relação aos indicadores de porte e desempenho das empresas pesquisadas.

IV.3. Resultados dos testes de hipóteses.

v - Conclusão.

V. 1 . Resultados da Pesquisa.

VI - Bibliografia.

ANEXO I - Questionário.

ix

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I - Introdução

Esta pesquisa tem por objetivo apresentar uma avaliação da utilização

estratégica de Tecnologia de Informação por parte de empresas operando no

Brasil.

A Tecnologia de Informação vem exercendo papel relevante nas

transformações econômicas e sociais das últimas décadas, aperfeiçoando e

integrando as atividades das organizações e a geração de produtos e serviços

das mais variadas empresas.

A utilização estratégica da Tecnologia de Informação é, sem dúvida, o

fator relevante que induzirá o progresso das organizações, no ambiente cada

vez mais competitivo da economia contemporânea.

Esta pesquisa foi conduzida de modo a tentar esboçar o comportamento

de mais de trinta organizações empresariais atuando no Brasil com relação à

utilização estratégica da Tecnologia de Informação e também alguns aspectos

do perfil do executivo responsável pela área de informações destas

organizações.

o estudo inicia-se no capítulo 11 com a revisão da literatura, na qual serão

explorados os aspectos relevantes apresentados por diversos pesquisadores e

notadamente por Synnott(25), com relação à utilização estratégica da

Tecnologia de Informação e ao planejamento estratégico da Tecnologia de

Informação. Será também abordado o aspecto do perfil do C.1 .0. (Chief

Information Officer), cargo executivo de papel relevante para o sucesso das

organizações no ambiente globalizante e competitivo dos anos 90.

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A seguir, no capítulo 11 1 , será apresentada a metodologia da pesquisa,

com a discussão do modelo utilizado, que foi baseado principalmente num

quadro de referência sugerido por Norton(21), que aborda o processo de

planejamento e controle da utilização da Tecnologia de Informação, em quatro

etapas distintas, que são:

1- Identificação de oportunidades;

11- O processo decisório para a alocação de investimentos;

111- A implementação das mudanças decorrentes dos investimentos e;

IV- A mensuração dos resultados.

No Capítulo IV serão analisados os resultados obtidos com relação às

variáveis pesquisadas no grupo de empresas e por fim, no Capítulo V, serão

apresentadas as conclusões da pesquisa.

\

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11 -Revisão da Literatura

11. 1 .- A Utilização Estratégica da Tecnologia de Infonnação.

As indústrias, negócios e produtos têm um ciclo vital. No ciclo vital das

economias, todo aprimoramento tecnológico produz um salto quantitativo e

qualitativo nos estágios de desenvolvimento destas economias, quando a difusão

dos avanços tecnológicos atinge as mais diversas possibilidades de utilização,

incorporando estas tecnologias à sociedade. Esse salto é proporcionado nos dias

atuais , entre outras tecnologias, pela difusão da Tecnologia de Infonnação, que é

um dos alicerces do desenvolvimento econômico contemporâneo. Diversos

autores têm confirmado a importância da Tecnologia de Infonnação na sociedade

atual e particularmente nos ambientes de negócios.

Porter e. Milla/22l, afinnam que a Tecnologia de Informação está se difundindo em velocidades e em proporções elevadas a partir das reduções de

custos de obtenção, processamento, annazenamento e transmissão de

informação. Esta difusão está modificando expressivamente o modo como as

empresas desenvolvem os seus negócios. Segundo os autores, a "revolução da

infonnação" está alterando a estrutura industrial, por conseguinte gerando

diferenciações na capacidade de competir a partir do aproveitamento em escalas

distintas dos benefícios gerados pela utilização da Tecnologia de Informação. Isto

acarreta por conseqüência, para empresas ou grupos de empresas, vantagem

competitiva, disponibilizando recursos de modo que estas sobrepujem as suas

concorrentes. Do mesmo modo, a Tecnologia de Informação possibilita a geração

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de negócios inteiramente novos a partir das operações já existentes de uma

empresa.

Segundo Porter e Millar(22)

, para as empresas obterem vantagem competitiva

sobre seus concorrentes, elas devem executar as atividades de valor por um custo

mais baixo do que as concorrentes, ou executá-Ias de forma que possa ser obtido

um preço-prêmio em função da diferenciação.

(14) De fato, King e Sabherwal , reconhecendo o potencial estratégico da

Tecnologia de Informação, realizaram estudos empíricos visando a análise de

aplicações estratégicas de sistemas de informações em companhias de grande

porte. Os resultados mostraram que estas aplicações contribuem mais para as

funções relacionadas com o posicionamento diante de clientes e competidores,

primeiramente no sentido de reduzir custos, e em outros casos, no sentido de

prover alguma diferenciação em produtos ou serviços ofertados.

Um conceito importante para a compreensão do papel da Tecnologia de

(22) Informação é, segundo Porter e Millar , a de "cadeia de valores". Por este

conceito as atividades de uma companhia são divididas em atividades tecnológica

e econômica mente distintas por ela executadas. Estas atividades são

denominadas atividades de valor. O valor que uma companhia cria é medido pelo

montante que os compradores estão dispostos a pagar por um produto ou serviço.

Desta forma uma empresa será estável se o valor por ela criado exceder o custo

da execução das atividades de valor.

Seguindo este mesmo entendimento, a "cadeia de valores" de uma

companhia é um sistema de atividades interdependentes que são conectadas por

elos. Os elos decorrem da percepção de que o modo como uma atividade é

executada afeta o custo ou eficácia das outras atividades. Os elos freqüentemente

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criam "trade-offs" na execução de atividades diferentes, que devem ser

otimizadas.

Segundo Porter e Millar(22)

, a Tecnologia de Informação está permeando a

cadeia de valores, transformando o modo como as atividades de valor são

executadas.

Cada atividade de valor tem um componente físico e um componente de

processamento de informação. O componente físico inclui todas as atividades

físicas exigidas para a elaboração de produtos ou serviços. O componente de

processamento da informação abrange as etapas de capturar, manipular, produzir

e divulgar as informações necessárias para a execução da atividade. No processo

de industrialização, o progresso tecnológico enfocou principalmente o

processamento físico dos produtos e serviços gerados pelas empresas.

Atualmente, o ritmo da mudança tecnológica inverteu-se. A Tecnologia da

Informação avança com rapidez e os custos para seu processamento vêm caindo

com velocidades acentuadas.

Segundo Benjamin (3) et ai , este é sem dúvida um dos fatores que vêm

possibilitando a utilização da Tecnologia de Informação pelas empresas de modo

geral.

A redução de custos da Tecnologia de Informação vem ocorrendo de forma

constante para hardware e software, tomando-a mais acessível para as empresas.

Além disso, a intensificação da competição global acarreta uma necessidade de

análise mais acurada de informações, para a tomada de decisões e por

conseguinte, uma intensificação da utilização da Tecnologia de Informação como

"Arma Competitiva".

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No entanto, segundo estes mesmos autores, apesar da .disponibilidade de

uma infinidade de tecnologias capazes de propiciar às empresas vantagem

competitiva, há um hiato entre as oportunidades geradas por estas tecnologias e a

sua utilização efetiva. Este hiato está associado ao fato de que a maioria dos

administradores seniores têm pouca experiência ou background em administrar

Tecnologias de Informação. É interessante notar que, apesar disso, nos últimos

anos os administradores vêm se conscientizando do profundo interrelacionamento

entre estratégia e tecnologia. No entanto, muitos se esquecem da significância da

estratégia da Tecnologia de Informação que afeta as indústrias nos dias de hoje.

De acordo com Brown e Magiu(5)

, identificar o melhor caminho para organizar

as funções de sistemas de informação no contexto das empresas, tomou-se um

fator crítico de gestão. A organização da Tecnologia de Informação no âmbito das

empresas vem sendo estudada recentemente e segundo os autores, as pesquisas

identificam que o alinhamento dos sistemas de informação com a estratégia das

empresas é um assunto prioritário na visão dos pricipais executivos da área.

Segundo Earl(8)

, os investimentos em Tecnologia de Informação têm sido

realizados tanto para promover as sustentação da estratégia de negócios quanto

para criar opções estratégicas novas. Assim, o alvo dos sistemas estratégicos de

T.I. estão relacionados com as seguintes áreas, por ordem de prioridade:

1- Alinhamento estratégico da T. I. com os objetivos de negócios.

2- Utilização da Tecnologia de Informação para obter vantagem competitiva.

3- Direcionamento eficiente da gestão dos recursos da T.I.

4- Desenvolvimento de políticas tecnológicas e arquiteturas de sistemas de

informação.

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Segundo Millel7), o aspecto mais importante em T.I. relacionado com o

sucesso das organizações é o denominado como alinhamento. A preocupação

com este aspecto tem surgido como um ítem principal em diversos surveys

realizados em organizações de todo o mundo. Segundo o autor, freqüentemente a

necessidade de coordenação entre Tecnologia de Informação e planejamento de

negócios tem surgido de forma que a estratégia de T.I. seja derivada da própria

estratégia de negócios. O autor também considera que o conteúdo estratégio dos

sistemas de informações gerenciais deve estar de acordo com o tipo de estratégia

adotada pela organização. De forma mais abrangente, a necessidade de

coordenação e identificação com a estratégia definida pela administração é

considerado um fator chave de sucesso para as organizações.

Os estudos realizados por Brown e Magill(5)

, também identificam que o

alinhamento de sistemas de informação na empresa é um assunto prioritário, mas

ainda existe, segundo os autores, um vazio de conhecimento a respeito da

natureza do problema. Estudos recentes a este respeito indicam que o

alinhamento da Tecnologia de Informação pode ser decorrente de pressões que

induzam ao alinhamento com a infraestrutura global de empresa e seus

processos. Desta forma os resultados dos estudos realizados por Brown e Magill(5)

revelam uma forte evidência de que a maior parte das mudanças da estrutura de

Tecnologia de Informação destina-se a alinhar as responsabilidades desta com as

características globais da organização.

(17) Segundo Miller , no entanto, os métodos tradicionais de avaliação de

projetos de investimentos não são adequados, em se tratando de projetos

relacionados com Tecnologia de Informação. Os crítérios de uma avaliação efetiva

necessitam reconhecer o processo dinâmico das organizações, se adaptar

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continuamente à mudança e serem decisivos para moldar a ação estratégica da

administração. Em particular, esta ação deve ter o objetivo principal de aperfeiçoar

o alinhamento entre a Tecnologia de Informação e os negócios no que diz respeito

a metas, infraestrutura e processos.

Segundo Clemons (6), em se tratando de decisões relativas a investimentos,

as evidências também apontam que os dirigentes têm dificuldade de avaliar

quando usar Tecnologia de Informação. Segundo ele, os maiores avanços

tecnológicos foram alcançados mais efetivamente no processo de determinar

como construir um software confiável do que na determinação do que construir.

Segundo o autor, a questão mais importante é determinar o que construir, avaliar

as oportunidades de desenvolver tais sistemas e o modo de tomar as decisões no

sentido de investir num programa estratégico baseado em Tecnologia de

Informação.

Segundo o autor, não é facil assegurar que os investimentos em tecnologia

venham a garantir retornos ou ganhos de competitividade. Houve, por exemplo, o

caso de uma conpanhia aérea que desenvolveu um sistema de reservas

internacionais cujo sucesso foi tão grande que o sistema por ela criado passou a

gerar mais receitas do que o negócio principal. Em outro exemplo, certo banco

criou um sistema de home banking e, não satisfeito com os resultados, teve que

substitui-lo por outro com tecnologia mais adequada, tendo por isso dispendido

inadequadamente uma quantia vultuosa. Outro importante banco está modificando

a sua infraestrutura em Tecnologia de Informações a custa de um dispêndio

elevado, sem no entanto, conhecer a adequação dos gastos e se estes vão

resultar em ganhos de competitividade.

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Segundo Clemons(6)

, estas decisões de investimentos são particulannente

difíceis por que as técnicas de avaliação ainda não amadureceram. Segundo o

autor, avaliaÇÕes relacionadas com desenvolvimentos de sistemas baseados em

potencial competitivo devem ter características muito diferentes de avaliaÇÕes

baseadas em custos. Realizar estas avaliaÇÕes é muito mais dificil do que

selecionar hardware baseado em custo ou explicar uma aquisição de hardware ou

software com a justificativa de que a cu rva de processamento de transaÇÕes está

se aproximando da capacidade já instalada para detenninado sistema. Estas

avaliações são também muito mais difíceis do que realizar trade-off's entre os

custos de um sistema versus a redução de custos operacionais atribuidos ã

automação. O problema de qual sistema de avaliação utilizar é o aspecto

relevante da questão. Segundo o autor, fluxos de caixa descontados e outras

técnicas analíticas tradicionais são consistentemente inadequadas quando

aplicadas a decisões estratégicas de investimentos. O autor questiona então a

validade da busca por precisão, num sistema em que os tomadores de decisão

não podem ter convicção nas estimativas dos beneficios a serem auferidos com

os investimentos.

(6) Segundo Clemons , há ainda outras dificuldades com inovaÇÕes

estratégicas, não relacionadas com aspectos meramente financeiros ou contábeis.

Frequentemente, os programas estratégicos têm prazos de duração muito longo, e

durante o espaço de tempo entre as decisões de investimentos e realização dos

programas estratégicos o meio ambiente pode sofrer mudanças, confundindo os

princípios da análise e adicionando considerável incerteza ao processo. Isto é

particulannente válido nas indústrias que vêm sofrendo mudanças rápidas em

virtude da desregulamentação. Além disto, os administradores relacionados com

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os assuntos, frequentemente não possuem a experiência, as informações ou as

metodologias necessárias para avaliar tais programas.

No entanto, o autor sugere para isto, a adoção de algumas linhas de

avaliação e princípios, para que os executivos as possam utilizar, no sentido de

estruturar suas análises de investimentos estratégicos em Tecnologia de

Informação.

O primeiro princípio enumerado é o de hierarquizar alternativas. Mesmo

quando não é possível estabelecer concretamente valores definitivos associados

com a entrada em programas estratégicos, pode ser viável estimar as alternativas.

Tão importante quanto isto, deve-se buscar estruturar as análises com cuidado, de

forma que as preferências se tornem claras mesmo sem estimativas numéricas. O

segundo é o de trabalhar com os números disponíveis. Análises de sensibilidade

são amplamente usadas ao lidar com incerteza em problemas relacionados com

tomadas de decisão. Se não é conhecido qual o valor do parâmetro a ser

considerado, então as análises devem ser repetidas com valores alternativos. O

analista pode variar as probabilidades na árvore de decisões ou os custos podem

variar numa fórmula de programação linear, para determinar quão amplamente os

parâmetros podem variar, sem que se altere a seleção efetuada pelos tomadores

de decisões e sem que se alterem as preferências estabelecidas. Podem ser

computados valores para custos e benefícios, de modo que, apesar das incertezas

inerentes a todas as estimativas, as análises de sensibilidades possam permitir

desenvolver um razoável acerto nas conclusões. O terceiro aspecto é o de que

para lidar com muitas formas de riscos, há necessidade de diversas abordagens

de administração de riscos. Mesmo quando os administradores estão confiantes a

quanto às decisões a respeito de um projeto, ainda assim é necessário administrar

o risco. A identificação dos seus vários componentes é um primeiro passo

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essencial para estruturar ativamente e administrar o risco de qualquer grande

projeto.

Segundo Clemons(6)

, é também improvável que uma empresa mantenha

vantagem competitiva por um longo período de tempo sem estar se utilizando de

qualquer outra defesa fundamental, que não seja apenas a tecnologia . De acordo

com a experiência baseada em estudos com numerosas companhias, nas quais

tecnologia é rápida mente adquirida e os sistemas são fácilmente copiados, a

vantagem competitiva destas companhias é mantida somente se for possível

alavanca r ativos não tecnológicos não d isponíveis aos competidores, como por

exemplo escala de operações.

O autor argumenta que a fonte de inequívoca vantagem, que é desfrutada

por certas empresas, pode nem sempre produzir os resultados esperados, mesmo

que os esforços de desenvolvimentos de sistemas sejam executados com

perfeição. Assim dado o alto custo do desenvolvimento de softwares, as

cooperações tecnológicas devem ser consideradas. Quando a vantagem

competitiva parece improvável, ou quando o porte de um maior competidor coloca

a empresa numa desvantagem, a cooperação pode possibilitar redução de custos

e riscos, associados ao desenvolvimento da tecnologia.

Por último, segundo o autor, é preciso não esquecer que ao avaliar um

investimento estratégico em Tecnologia de Informação, a incerteza associada com

o sucesso pode induzir a empresa a adiar o empreendimento. O retomo financeiro

associado com as atuais operações podem parecer uma razão atraente para

esquecer a mudança estratégica. A preferência pela manutenção do status quo é

perigosa quando usada para se justificar o adiamento de investimentos

necessários para lidar com mudanças ambientais na indústria em que a empresa

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está inserida. Muitas vezes, um investimento desconsiderado no presente,

necesitará ser empreendido a um custo mais elevado no futuro, no sentido de

preservar as atividades e sobrevivência da empresa.

Segundo Clemons(6)

, o impacto estratégico da Tecnologia de Informação

acarreta uma nova questão para a administração das empresas. Descobrir e

avaliar oportunidades estratégicas, segundo Clemons(6)

, requer um conjunto de

conhecimentos diferentes dos usuais em administração. Parte do problema

decorre da visão habitual de se avaliar as oportunidades estratégicas de investir

em tecnologia, como projetos a serem quantificados segundo valores esperados e

então, incluídos ou excluídos do portf6/io de projetos de investimento da

companhia, segundo os mesmos critérios dos demais projetos. Muitas vezes,

estas oportunidades de investimentos são tão críticas para o futuro das

organizações, que não podem ser considerados pelos critérios tradicionais. Os

futuros benefícios advindos destas oportunidades estratégicas podem ser tão

amplos que são dificeis de serem estimados. Por outro lado, as implicações de

falhas no investimento podem acarretar perdas permanentes de competitividade

por parte da empresa. É bem verdade que este tipo de problema não é único e

exclusivo de Tecnologia de Informação, porém é com ele que se defrontam com

mais frequência os tomadores de decisão.

Segundo o autor, quando do início de um programa estratégico, é essencial

responder às seguintes questões :

1 . Quais são os benefícios tangíveis e intangíveis do programa estratégico

proposto?

2. Quais são os custos do empreendimento?

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3. Quais são os custos de permanecer de fora do processo de mudança em virtude

do não acompanhamento das mudanças tecnólogicas?

4. Quais são os riscos do empreendimento e de que forma este riscos podem ser

administrados?

5. Qual é o impacto competitivo esperado?

6. Qual é o recurso exclusivo de vantagem que possibilite manter e proteger uma

vantagem competitiva sustentável?

7. Se não há o recurso de vantagem ou barreiras à competição não será de melhor

senso desenvolver o cooperativismo?

No sentido de prover os administradores seniores com alguma orientação

básica para aplicações de Tecnologia de Informação às suas necessidades

estratégicas, Benjamin (3) et a i propõem a discussão em tomo de cinco aspectos

básicos, que são:

- O fato de que as forças que orientam a Tecnologia de Informação

estão criando novas estratégias de negócios.

- A adoção de novas tecnologias requer atitude empreendedora da alta

administração.

- O reconhecimento de que as empresas que estão na liderança estão

utilizando Tecnologia de Informação para aperfeiçoar a sua posição

estratégica.

A proposição da utilização de uma matriz de oportunidades

estratégicas para utilização de T.I.

A adoção de uma abordagem de negócios para a utilização

estratégica da T.I .

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Segundo os autores, as forças que orientam a Tecnologia de Informação

acarretam melhorias de performance de custos da ordem de 30% a 40% ao ano.

Por outro lado, os ambientes de negócio vêm se tomando extremamente

competitivos.

Segundo Benjamin (3) et ai, a interação destas variáveis gerou o que foi

denominado de "Imperativo Econômico da Tecnologia de Informação". As

organizações que não conseguirem extrair vantagem competitiva do novo

ambiente de negócios ficarão para trás. Segundo o autor, é necessária também

uma atividade empreendedora da alta administração no sentido de:

- Ter uma visão a respeito de novas tecnologias como parte central do

pensamento de negócios.

- Examinar de que maneira as decisões-chave dos administradores

seniores podem ser afetados pelas novas tecnologias.

- Considerar os processos de planejamento e produção necessário

para explorar as novas tecnologias.

É importante notar que, segundo os autores, embora tenham sido avaliadas

empresas de grande porte em seus estudos, com atitudes pró-ativas no que tange

ás tecnologias básicas, apenas uma pequena quantidade delas demonstrou

atenção especial, quando focalizado o impacto potencial de Tecnologia de

Informação na estratégia das empresas.

Por todos os exemplos examinados pelos autores, há provas definitivas de

que as empresas que estão utilizando a Tecnologia de Informação de forma

estratégica, estão vencendo a competição.

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(12) Segundo Johnston e Carrico , a obtenção e manutenção da vantagem

competitiva por parte das empresas, dependem da interação entre as condições

ambientais da indústria e a capacidade da empresa de aproveitar as

oportunidades advindas da utilização estratégica da Tecnologia de Informação.

Segundo os autores, a utilização estratégica efetiva e bem sucedida da Tecnologia

de Informação depende de uma série de fatores ambientais externos e do

desenvolvimento de uma série de capacitações internas que transcendem a

tradicional função da área de sistemas das empresas. As condusões mais

importantes dos autores indicam que os fatores ambientais da indústria

influenciam a direção e velocidade da utilização estratégica da Tecnologia de

Informação. Os fatores ambientais que mais afetam a pressão competitiva na

indústria, segundo os autores, são a desregulamentação, o aumento da

competição externa, a entrada de competidores oriundos de outras indústrias, as

mudanças tecnológicas na estrutura da indústria, além da introdução bem

sucedida de iniciativas em Tecnologia de Informação por parte de competidores.

Segundo os autores, as empresas podem ser dassificadas de acordo com o

grau de integração entre Tecnologia de Informação e Estratégia. Pela tipologia por

eles estabelecida, as empresas vão desde as do tipo em que a Tecnologia de

Informação apóia as operações, mas não é estratégica, passando por aquelas

empresas consideradas como em evolução, nas quais Tecnologia de Informação

apóia a estratégia da empresa, e vão até aquelas que estão conjugando

Tecnologia de Informação integrada á estratégia global.

Nestas últimas empresas, percebe-se uma orientação mais pró-ativa com

relação â Tecnologia de Informação. Nelas, o executivo principal frequentemente

exerce o papel de encorajar os demais a descobrirem maneiras de mudar as

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regras dos negócios, de modo a utilizar a Tecnologia de Informação para vencer

as empresas comcorrentes, alterar as relações com clientes e fomecedores e

estabelecer novos parâmetros de performance para a Indústria. Estas empresas

revelam preocupações com aspectos tais como:

- Que valor é adicionado por fomecedores e distribuidores aos seus

produtos e serviços;

- Como é que eles estão se saindo nos seus respectivos negócios;

- De que forma eles podem melhorar o valor adicionado nos produtos e

serviços relacionados.

É constante a preocupação quanto à maneira pela qual pode-se utilizar

informações que existem na organização de modo a se otimizar os elos nas

cadeias de valor e de que modo pode-se exportar tarefas para fomecedores e

distribuidores, reduzindo custos e compartilhando os ganhos da melhor utilização

da Tecnologia de Informação com outras organizações, de modo a estabelecer um

equilíbrio na cadeia de valores num nível de performance mais elevado.

Os autores ressaltam também a importância de algumas condicionantes

intemas essenciais para uma efetiva utilização estratégica da Tecnologia de

Informação:

- A liderança que deve ter o principal executivo da empresa no

processo;

- A necessidade da integração entre Tecnologia de Informação e

estratégia na empresa;

- O estabelecimento do contato direto entre os executivos de sistemas

e os executivos de linha da empresa;

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- A necessidade do desenvolvimento de capacitações em Tecnologia

de Informação na empresa e

- O estabelecimento de mecanismos para influenciar gerentes de

diversas áreas da empresa a difundir a utilização estratégica da

Tecnologia de Informação.

Segundo Bakos e Treac/), há uma série de razões pelas quais a Tecnologia

de Informação não vem sendo aproveitada em toda a sua potencialidade

estratégica por um grande número de organizações. Segundo estes autores, as

principais razões são:

- O desconhecimento por parte dos gerentes quanto ao potencial de

utilização estratégica de Tecnologia de Informação;

- A comunicação pouco efetiva entre as equipes de sistemas de

informação e o resto da empresa;

- A resistência às mudanças tanto no âmbito das áreas de sistemas

como no resto da empresa em geral;

- A não priorização na busca de oportunidades para obtenção de

vantagens competitivas e;

- A falta de instrumentos que quantifiquem os benefícios advindos da

utilização estratégica da Tecnologia de Informação.

Segundo Miller(l7)

, a aferição da contribuição da Tecnologia de Informação

para o sucesso das organizações é um campo de estudo de difícil tratamento.

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Tem sido frequente a assertiva de que não há relação entre dispêndio com T.1. e

lucratividade dos negócios . É reconhecida a dificuldade de medir a contribuição

da Tecnologia de Informação para a performance organizacional. Existe uma

diversidade de abordagens de avaliação e aparentemente há, segundo o autor,

uma ausência de consenso entre o emprego destes diversos instrumentos e a sua

eficácia para avaliar os beneficios derivados da Tecnologia de Informação.

(11) Também segundo Hagmann e Mc Cahon , Os fatores que conduzem ao

uso bem sucedido de Tecnologia de Informação no sentido de manter a vantagem

competitiva têm sido muito discutidos. No entanto, não há consenso na conexão

entre planejamento estratégico para uso da Tecnologia de Informação e sua

implementação e utilização para promover a competitividade da empresa. Até

mesmo a definição de sistemas de informação estratégicos têm sido sujeitos a

variadas interpretações. Em alguns casos, sistemas de informação estratégicos

têm sido definidos como uma coleção de sistemas que influenciam o

planejamento estratégico da organização como um todo, em outros, os sistemas

são classificados como estratégicos somente se eles alteram a abordagem da

organização perante o ambiente competitivo na qual ela está inserida.

Os autores realizaram estudo com o propósito de examinar empiricamente

evidências de impacto dos sistemas de informação estratégicos na

competitividade da empresa,com atenção especificamente voltada para:

- O porttó/io de projetos de Tecnologia de Informação implementados;

- O tipo de planejamento que foi adotado para cada tipo de sistema e

- Os efeitos percebidos do planejamento estratégico da T. 1. nas estratégias

potencialmente competitivas.

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Os resultados mostram que muitos desses negócios não estão preparados

para enfrentar os desafios competitivos derivados da utilização estratégica da

Tecnologia de Informação.

Não foi encontrada correlação entre o nlvel percebido de investimento em

Tecnologia de Informação e os esforços em planejamento. Para atingir a

integração entre os sistemas de T. I. e o planejamento geral de negócios, estes

sistemas necessitam ser incluídos em todos os aspectos do processo de

planejamento organizacional de negócios. A maior parte do porttó/io de projetos e

processo de planejamento encontra-se concentrada no desenvolvimento de

sistemas voltados para produtividade.

(11) Também segundo Hagmann e Mc Cahon , os esforços em planejamento

não têm sido consistentemente correlacionados com as análises ambientais,

sugerindo um vazio de políticas de planejamento e procedimentos consistentes, ao

longo do porttó/io de projetos de Tecnologia de Informação. Por não realizarem

análises consistentes, as empresas estariam perdendo a oportunidade de construir

os sistemas que poderiam ser priorizados para promover a competitividade

organizacional .

(11) Segundo Hagmann e Mc Cahon , muitas empresas não estão bem

preparadas para o desafio da competitividade dirigida pela Tecnologia de

Informação. Além disso, não há correlação entre os os esforços planejados de T.I.

em sistemas estratégicos e o impacto percebido do planejamento destas

atividades. Aparentemente, sistemas de informação estrategicamente dirigidos

não fazem parte do critério principal de planejamento das empresas.

Segundo os autores, o desafio é portanto o de prover a empresa com

modelos de planejamento e metodologias que sejam flexíveis e se adaptem às

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suas necessidades, n ão tomem uma grande parcela de tempo para serem

incorporados no processo de planejamento e que dirijam o uso de T.I. no sentido

de tomar a empresa mais competitiva.

Ainda quanto ao aspecto de quantificação e qualificação de benefícios

decorrentes da Tecnologia de Informação é relevante citar a contribuição para tal

da metodologia proposta por Norton (21), que privilegia este aspecto no

planejamento de investimentos em Tecnologia de Informação. Este modelo

denominado "Benefit-based Planning" é baseado num modelo clássico de "input­

output" compreendendo os seguintes componentes:

1- Definição da vinculação estratégica, estabelecendo o objetivo do

investimento, o seu vínculo à estratégia de negócios e a sua inserção no que se

denomina "vetor estratégico";

2- Definição das medidas de sucesso estratégico e os benefícios que se

objetiva atingir;

3- Calibração dos n íveis de investimento, determinando-se o quanto se

pretende investir para atingir os benefícios almejados;

4- Definição dos alvos prioritários de investimentos, identificando os

trabalhos críticos, as funções e os processos que proporcionam grande efeito de

alavancagem nas medidas de sucesso;

5- Definição do grupo de projetos prioritários para investimentos e

6- Definição dos indivíduos, departamentos e forças-tarefa que devem ser

alocados para implementar o plano e atingir os resultados.

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2 1

É importante ressaltar que em face da relevância da adoção deste modelo

para efeito de avaliação da Utilização Estratégica da Tecnologia de Informação por

parte das empresas, este estudo foi baseado na adaptação do modelo de

Norton(21)

, para a análise das empresas enfocadas nesta pesquisa.

No sentido de dar continuidade ao entendimento da Tecnologia de

Informação com enfoque estratégico, cabe introduzir a visão de Synnott(25)

a

respeito da evolução de sistemas nas organizações.

Segundo o autor, a evolução dos sistemas nas empresas ocorreu em

gerações:

- A primeira geração destinava-se a operações de back-office, voltadas para

a automação de serviços nas empresas. Segundo o autor, estes sistemas podem

ser denominados de "Sistemas de Suporte às Operações". São focalizados na

redução de custos, eliminação de tarefas e aperfeiçoamento de qualidade. São

sistemas voltados para o incremento da produtividade.

- A segunda geração de sistemas, foi definida pelo autor como de "Sistemas

Gerenciais" (M.S.S. - Management Suport Systems). Tais sistemas foram

desenvolvidos para possibilitar aos administradores um acesso rápido às

informações para otimizar o processo de tomada de decisões e os processos de

controle de operações, entre outros. Informações relevantes podem ser supridas

com estes sistemas que são capazes de adicionar valor aos produtos e serviços

destinados aos clientes. Se a informação é importante para os administradores

das empresas, ela é igualmente importante para os gerentes que lidam com os

dientes. Assim, esses sistemas possuem virtudes e geram benefícios tanto em

nível intemo como em nível extemo à organização.

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- A terceira e última geração de sistemas é aquela voltada para o aumento

da geração de receita e da parcela de mercado ocupada pela empresa. É o que

Synnott(25)

chama de "Sistemas de Apoio ao Cliente", (C.S.S. - Client Support

Systems ). Tais sistemas são os que geram a oportunidade da utilização de

Tecnologia de Informação para alcançar vantagem competitiva. Nesta geração os

três tipos de sistemas estão presentes porém a sua ênfase é no cliente. A

(25) classificação de Synnott abrange não somente os sistemas, mas também o

processo de planejamento dos sistemas, as ferramentas de desenvolvimento, os

recursos materiais e as ferramentas aplicáveis aos diferentes processos da

organização.

A seguir serão abordados o processo de planejamento, a sua integração

com o processo de planejamento de investimentos em Tecnologia de Informação

e, também, o papel do "Chier Information Officer" , personagem emergente neste

processo de desenvolvimento estratégico de Tecnologia de Informação.

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11.2 O Planejamento Estratégico e a Tecnologia de Informação.

Neste f tem abordaremos a integração entre o Planejamento Estratégico e o

processo de planejamento para utilização estratégica da Tecnologia de

Informação.

Muito tem se d ito a respeito de integração do planejamento de sistemas de

informação no processo de planejamento de negócios porém, segundo Synnott(25)

,

poucas companhias o praticam efetivamente. Através de um survey conduzido

em 1982, das 46 empresas americanas mais bem sucedidas, apenas 1 1 % não

tinham planejamento formal, 14% tinham planejamento de negócios, 5% tinham

planejamento de sistemas e 70% tinham planejamento de negócios e sistemas. No

entanto apenas 19% das que tinham ambos os processos de planejamento

relataram estes planos como integrados.

A seguir passaremos a expor os tipos e níveis possíveis de processos de

planejamento conhecidos:

1 . Inexistência de plano:

Algumas empresas pequenas a inda não se engajaram no processo de

planejamento. Com relação às empresas grandes , muito poucas não o fizeram

ainda. Como nestas pequenas empresas o planejamento ainda não foi

formalizado, o planejamento informal toma lugar e ocorre de fato com as tomadas

de decisão dos principais responsáveis pela condução dos negócios.

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2. Planejamento único:

Neste caso as empresas estão desenvolvendo os negócios sem considerar

os sistemas de informação, não só porque elas não entendem, como também não

apreciam o valor potencial da tecnologia de informação. Provavelmente têm um

administrador de C.P.D. que supõe estar afinado com a tecnologia e as

necessidades de negócio. Em virtude disto, em segundo plano, o planejamento de

sistemas de informação cai no vazio, sem a possibilidade de vinculá-lo ao

planejamento de negócios.

3. Planejamento reativo:

(25) Segundo Synnott , muitas companhias estão nesta categoria. Elas

preparam planos de negócios e então esperam que as suas áreas de sistemas de

informação reajam aos planos, disponibilizando o que elas necessitam para apoiá-

los.

4. Planejamento interligado:

(25) Segundo Synnott , neste estágio o Business Plan é interligado ou

interfaceado com área de sistemas de informação. Através de entrevistas com os

executivos de negócios, os executivos da área de sistemas associam planos de

negócios e objetivos, de modo a identificar projetos de sistemas e necessidades

de informação que ajudem as unidades a atingirem seus objetivos.

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25

5. Planejamento integrado:

Quando os planejamentos de negócios e de informação são realmente

integrados, não há como distinguir entre eles. São um único processo, no qual

ambos são desenvolvidos conjuntamente. Muitas empresas estão muito longe de

atingir este objetivo. A medida em que o planejamento de negócios é formulado, a

área de sistemas de informação procura por alvos de oportunidades, sugerindo

altemativas de tecnologias, avaliando o impacto das tendências tecnológicas no

Business Plan e sugerindo respostas tecnológicas. A medida em que os planos de

sistemas são avaliados, os executivos sugerem prioridades, avaliam investimentos

altemativos e decidem a alocação de recursos.

Planejar é simplesmente otimizar o emprego dos recursos da empresa.

Tradicionalmente os administradores pensam em recursos como capital, força de

trabalho e equipamentos. No entanto, numa sociedade de informação, grande

parcela dos trabalhos estão relacionados à informação, que é um recurso tal qual

capital, força de trabalho e equipamentos. Desta forma, informação tem o seu

valor, custo e qualidades.

Segundo Synnott(25)

, o fracasso na inclusão de recursos de informação no

planejamento estratégico certamente vai acarretar numa alocação pobre de

recursos. De outra forma, O tempo dispendido em integrar negócios e

planejamento da informação equivalerá a muitas vezes o tempo investido apenas

em planejamento e o investimento em tecnologia acarretará num alto retomo para

a organização.

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11.2. 1 . Metodologias de Planejamento Estratégico de Sistemas de Informação:

Embora nos últimos anos tenham sido desenvolvidas diversas metodologias

de planejamento estratégico, há seis metodologias que merecem ser revisitadas,

no sentido de prover vínculos capazes de estabelecer a integração entre o

planejamento de sistemas e o planejamento estratégico, que são:

1 - Planejamento de Sistemas de Negócios (B.S.P.).

2- Fatores Críticos de Sucesso.

3- Análise de Estágios.

4.- Análise de Portf6/io.

5. - Administração por Estratégias e

6.- Survey de Necessidades dos Usuários.

Planejamento de Sistemas de Negócios:

(Business Systems Planning - B. SP.)

É o processo de planejamento estratégico usado pela I .B.M. para auxiliar as

empresas a relacionar os recursos de informação, com as necessidades dos

negócios. Esta técnica é uma combinação de análise top-down com

desenvolvimento de estratégia bottom-up. A análise top-down identifica as

necessidades de informação da empresa através de entrevistas para determinar

os planos de negócios. As prioridades são definidas e baseadas nestas

entrevistas. Os recursos atuais de informação são avaliados e os recursos

adicionais necessários são identificados. Num processo bottom-up, são

focalizadas e identificadas as necessidades de informação, desenvolvidas as

soluções e estabelecidas as metas de implementação. As etapas do 8.S.P. são as

seguintes:

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1 - Detenninar o escopo do processo de planejamento a ser realizado;

2- Organizar o grupo de planejamento;

27

3- Conduzir as entrevistas no sentido de entender o plano de negócios e

identificar as necessidades de infonnação;

4- Estabelecer prioridades e selecionar os projetos a serem realizados;

5- Desenvolver especificações funcionais e de custo-benefício para os

projetos selecionados;

6- Conduzir os projetos selecionados para a implementação e

7- Iniciar o planejamento do próximo grupo prioritário de Sistemas de

Infonnação.

Fatores Críticos de Sucesso (C. S . F.):

Ao passo que, a metodologia de Business Systems Planning, está

direcionada para identificar os projetos de sistemas de infonnação necessários, o

C.S.F. procura identificar as necessidades de infonnação dos executivos. Esta

técnica depende da utilização de pequenas sessões de entrevistas, para focalizar

em seis a oito fatores-chave de negócios, nas quais as operações precisam ser

bem sucedidas. Tendo sido identificados tais fatores, as medidas são planejadas e

são gerados relatórios para possibilitar um controle de processos dos fatores

centrais por parte dos executivos. As etapas envolvidas na metodologia de C.S.F

são:

1- Identificação dos objetivos da organização;

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2- Determinação dos "Fatores Críticos de Sucesso" necessários a

assegurar tais objetivos;

3 - Desenvolvimento dos processos de aferição e medidas destes

fatores;

4 - Produção dos relatórios a respeito destas medidas.

5 - Estabelecimento do processo de follow-up.

A vinculação se dá mais na necessidade de informação da alta adminstração

ao passo que o B.S.P. se volta mais para o projeto de sistemas de informação.

Análise por Estágios:

Desenvolvida por Norton (21, esta metodologia examina o grau de automação

de uma empresa, nas suas diversas unidades de negócios, ou elementos

organizacionais, vis a vis o potencial de automação das referidas unidades. Os

tipos de sistemas empregados, operacionais, de controle elou estratégicos, são

avaliados para se determinar em qual estágio de automação eles se encontram,

em face do que deveriam estar. Finalmente, um relatório é preparado a respeito

dos sistemas existentes, indicando a sua eficiência geral e eficácia. São então

determinados exatamente quais os que devem ser atualizados ou desativados. O

foco na análise dos estágios é a verificação de quão bem a Tecnologia de

Informação está servindo aos negócios da empresa ou organização.

Análise de Portf6/io:

Uma variedade de métodos de planejamento para análise de portf6/io têm

sido desenvolvidos. O mais conhecido deles é o desenvolvido por Michael

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porter(22)

. O importante desta técnica, é que a metodologia de análise de porlfó/ío

segmenta os negócios da empresa num porlfó/io de unidades estratégicas de

negócios, doravante denominados S.B.U.'s, e então as analisa à luz do status

competitivo no mercado. As Strategíc Business Unities - S.B.u. 's são divididas em

categorias, de acordo com a posição relativa no mercado, levando-se em conta os

seguintes fatores:

- Parcela de mercado;

- Lucratividade;

- Nível de atualização tecnológica e

- Forças e fraquezas.

E de acordo com o potencial futuro no mercado, levando-se em conta os

seguintes aspectos:

- Tamanho do mercado;

- Lucratividade da indústria;

- Crescimento do mercado e

- Expectativas de vantagem competitiva.

Após isto a contribuição da Tecnologia de Informação é avaliada em termos

da adequação e potencial para a empresa. A ligação com os negócios é

alcançada através da alocação de recursos de informação de acordo com o

potencial de desenvolvimento destes negócios.

Administração por Estratégias:

Este método utiliza um processo que pode ser chamado de "Análise

Ambiental", para reconhecer que as empresas e unidades de negócios possuem

diferenciação. Cada uma tem objetivos diferentes e cada uma necessita de

estratégias diferentes para alcançar seus objetivos. A abordagem visa entender o

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ambiente de negócios, os objetivos a serem atingidos e quais as necessidades de

informação. Visa também desenvolver planos de informação adequados para

atingir os objetivos e estratégias específicas para assegurar a implantação bem

sucedida dos planos. As estratégias precisam ser sob medida para os ambientes,

estilo de gestão, cultura e postura da estratégia competitiva frente à tecnologia,

seja ela agressiva ou conservadora. São também consideradas a organização

política e as personalidades dos indivíduos que conduzem a empresa. Estes

fatores influenciarão a maneira pelo qual o planejamento tecnológico da

informação será conduzido, quais estratégias de implementação que podem

funcionar melhor no ambiente, e de que modo a técnica se liga à estratégia de

negócios.

Survey de Necessidades dos Usuários:

O intuito do método é correlacionar o que os usuários da informação e os

executivos julgam ser mais importante versus o que vem sendo realizado. Esta

correlação, por sua vez, é realizada por um conjunto de critérios, ao longo de um

determinado período de tempo. Os entrevistados são solicitados a estabelecer um

ranking, numa lista de critérios, numa escala pré-determinada. As tabulaÇÕes são

feitas para usuários e administradores da informação. Estas então são agrupadas

para determinar a correlação relativa entre os fatores.

O Survey permite à empresa perceber corretamente que aspectos estão

sendo bem conduzidos nos negócios e quais não estão. Em outras palavras,

auxilia a empresa a aperfeiçoar seus procedimentos. O elo de ligação é obtido

trazendo-se o concurso dos usuários da informação e os provedores da

informação no sentido de corrigir e estabelecer as prioridades e focar o

planejamento da informação.

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3 1

1 1 .2.2. O Modelo de Relevância de Sistemas:

Um modelo útil para ser considerado é o sugerido por McFarlan e

(16) McKenney , que criaram uma tipologia de classificação da utilização da

Tecnologia de Infonnação em quatro grandes categorias a saber:

- Suporte;

- Fábrica;

- Transformação e

- Estratégico.

- Suporte:

É característica de negócios nos quais os recursos computacionais são

importantes para apoiar a contabilidade e outras atividades afins, mas não é crítica

para os principais negócios e atividades da organização.

- Fábrica :

As operações centralizadas são vitais para o sucesso da organização, porém

o desenvolvimento de sistemas voltados para estas operações se dá em nível de

intensidade baixo. A ênfase é em eficiência e operações de baixo custo.

- Transfonnação:

São aqueles para os quais podem existir oportunidades para revitalizar o

negócio implementando um sistema novo, que utilize o estado da arte em

tecnologia, podendo propiciar o crescimento do negócio e a lucratividade.

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32

- Estratégico:

Negócios nos quais os recursos computacionais são críticos para o sucesso

e podem ser veículo motor das operações tais como as atividades financeiras

modernas.

A seguir é apresentado um modelo esquemático das categorias de utilização

da tecnologia de informação segundo McFarlan e McKenney'I6)

.

Estratégico Transformação Recursos computacionais T.I. para críticos para as atividades. revitalizar o negócio.

Fábrica Suporte Eficiência e operações T. I . não é crítica para

de baixo custo. a organização.

o grau de relacionamento entre o planejamento de sistemas e o

planejamento da corporação vai depender basicamente do papel que um terá para

o outro. No caso do papel de "suporte" por exemplo, haverá uma importância

menor de planejamento de sistemas do que no caso do papel "estratégico".

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Diversos aspectos das organizações serão também afetados pela forma

como a alta administração percebe o papel da função de sistemas de informação.

No papel de "suporte", por exemplo, a área de sistemas de informação se

reportará ao executivo-chefe de finanças. O comitê de gerenciamento da

informação será composto de gerentes médios, a exposição da administração de

topo será muito baixa ou inexistente, os sistemas de informação serão focalizados

na produtividade. O investimento em tecnologia será conservador, o grau de

inovação tecnológica será baixo, e a disposição para assumir riscos também será

baixa. Num papel "estratégico", a função de sistemas de informação será

reportada diretamente ao executivo-chefe, o comitê de gerenciamento de recursos

de informação será composto de administradores de alto nível, o envolvimento da

alta administração deverá ser elevado e a Tecnologia de Informação será

focalizada em sistemas voltados à competitividade. Também o investimento em

tecnologia será expressivo e a alta administração provavelmente estará mais

disposta a assumir riscos através de inovação tecnológica.

11.2.2. Modelos de Segmentação de Negócios:

Um dos modelos mais conhecidos é o do Boston Consulting Group. Neste

modelo, os negócios das empresas são classificadas em quatro quadrantes. Os

quadrantes são então denominados quadrante do Cachorro, da Vaca Leiteira, da

Criança Problema e da Estrela.

Quadrante do Cachorro:

Neste quadrante estão classificados os negócios que detém uma pequena

parcela do mercado com baixa taxa de crescimento. Tais negócios são assim

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denominados em virtude da sua fraca posição em face de uma estratégia

competitiva.

Vaca Leiteira:

Neste quadrante, estão situados negócios que têm uma parcela grande de

um mercado de baixa taxa de crescimento. São chamados de "Vacas Leiteiras"

porque geram o caixa capaz de sustentar a entrada ou investimento da empresa

em outros negócios.

Criança Problema:

Neste quadrante, estão classificados negócios que possuem uma parcela

pequena de um mercado, com alta taxa de crescimento. Isto significa que a

empresa precisa decidir se vai permanecer no seu nicho apenas, ou se vai ampliar

os investimentos relacionados ao negócio para aumentar a sua parcela de

mercado.

Estrela:

Neste quadrante, estão considerados os negócios que proporcionam altas

taxas de retomo, em mercados com altas taxas de crescimento. Estes são

negócios que devem receber investimentos para manter suas taxas de

crescimento e lucratividade num mercado com grande potencial.

A seguir é apresentado um modelo esquemático da Classificação

de negócios das empresas segundo o modelo do Boston Consulting Group -

B.C.G.

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Estrela Criança Problema Negócios com altas taxas Negócios com parcela pequena

de retomo em mercados com de mercado, com alta taxa de alta taxa de crescimento. crescimento.

Vaca Leiteira Cachorro Negócios com parcela grande dE Negócios com pequena parcela

mercado de baixa taxa de do mercado com baixa taxa de crescimento. crescimento.

o modelo do Boston Consulting Group - B.C.G. é um modelo com a visão de

marketing e, portanto, útil em análises da relevância das unidades de negócios da

empresa perante sua estratégia competitiva.

Um modelo similar a este foi desenvolvido por Michael Porter(22)

. O autor

também divide os negócios em quatro categorias, relacionadas a um quadro de

referência, no qual ele atribuiu aos quadrantes, as denominações de

"Desinvestimento", "Colheita", "Nicho" e "Liderança".

Desinvestimento:

É o negócio considerado como de lucratividade declinante. Se não

puder ser incrementado, deve ser objeto de uma estratégia de saída .

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Colheita:

Negócio que foi forte no passado, atualmente gerando seu fluxo de

caixa otimizado pela redução de custos ou aumento de preços. Deve

ser mantido até que a sua capacidade de gerar lucros tenha se

exaurido.

Nicho:

o negócio classificado como de "nicho" busca estar identificado e

focalizado num segmento do mercado no qual ele possa competir com

sucesso.

Liderança:

Negócio forte e lucrativo num mercado sadio e em crescimento, e por

conseguinte com grande potencial de sucesso.

A seguir é apresentado um modelo esquemático da classificação de

negócios segundo o modelo desenvolvido por Michael Porter(22)

.

Liderança Nicho Negócio forte e lucrativo Negócio focado

num mercado sadio e em num segmento do mercado crescimento. competir com sucesso.

Colheita Desinvestimento Negócio forte no passado, Negócio de

atualmente gerando caixa pela lucratividade declinante. redução de custos ou aumento de preços.

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(25) Segundo Synnott , a combinação destes modelos pode ser usada para

propiciar a integração entre o planejamento de negócios e o de Tecnologia de

Informação.

Desta forma , as áreas de negócios das empresas podem ser classificadas

de acordo com a sua posição competitiva, em quatro categorias:

- Liderança;

- Nicho;

- Colheita e

- Desinvestimento.

Como consequência, pode-se determinar o papel apropriado das áreas de

sistemas de informação para cada caso.

Negócios no quadrante de "Liderança", acarretarão para sistemas de

informação um papel estratégico, em termos de desenvolvimento de recursos de

informação e sistemas de informação competitivos.

Negócios classificados no quadrante de "Nicho", necessitarão desenvolver

recursos apropriados, de forma a transformar ou manter a sua posição no nicho

através de seus produtos e serviços .

Negócios classificados como "Colheita" serão apoiados pela Tecnologia de

Informação, no sentido de minimizar custos através de processamento de dados e

manutenção dos sistemas existentes, porém sem o direcionamento de recursos

para novos desenvolvimentos.

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Negócios classificados como "Desinvestimento" também não devem receber

recursos para novos desenvolvimentos. Os sistemas existentes devem ser

mantidos até que o negócio seja liquidado. A conclusão é a de que os negócios

classificados como de "Liderança" e "Nicho" devem receber recursos da empresa,

notadamente direcionados para Tecnologia de Informação, ao passo que, os

negócios enquadrados como "Colheita" e "Desinvestimento" não devem receber

novos recursos.

A seguir é apresentado um modelo esquemático sugerido por Synnott(25)

,

para a combinação da classificação de negócios versus a utilização da Tecnologia

de Informação:

Estratégico Transformação

Liderança Nicho

Fábrica Suporte

Colheita Desinvestimento

11 2.3 Análise de Portf6lio:

(25) Synnott , selecionou a metodologia de Análise de Portf6lio discutida

anteriormente para ilustrar a integração do planejamento de negócios e de

Tecnologia de Informação. O processo de planejamento se volta para o mercado

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no qual a empresa atua e a sua posição competitiva neste mercado é avaliada.

Isto é particularmente útil como uma ferramenta de planejamento competitivo. Esta

metodologia dá origem ao que se pode denominar de Administração Estratégica,

cujos elementos são os seguintes:

1 . A Administração estratégica utiliza o conceito de "Unidades

Estratégicas de Negócios" , como peça-chave do processo de

planejamento;

2. A cada "Unidade Estratégica de Negócios" é destinada uma missão,

enquadrável numa das classificações como "Liderança", "Nicho",

"Colheita" ou "Desinvestimento"· ,

3. O orçamento e previsões são então elaborados, relacionando-os às

missões das "Unidades Estratégicas de Negócios" e

4. Os mecanismos de avaliação e recompensa são então

estabelecidos, de acordo com os objetivos a serem atingidos.

O Planejamento Estratégico concentra-se em maneiras de se obter a

vantagem competitiva para as "Unidades Estratégicas de Negócios", maximizando

o retomo dos investimentos e consequentemente dos acionistas.

A metodologia de Análise de Portfólio é um meio de atingir este fim. O intuito

desta análise é caracterizar as "Unidades Estratégicas de Negócios", de acordo

com a sua posição e potencial no mercado, e então alocar-lhes recursos de

informação, à medida em que isto propicie vantagem competitiva real ou potencial.

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A seguir é ilustrado o processo de Análise de Porttó/ío em seis fases:

Fase 1- Análise de lucratividade:

Os negócios devem ser classificados de acordo com suas vendas e

lucratividade. O volume de vendas é útil para avaliar a quantidade de

recursos necessários para produzir um determinado nível de

lucratividade

Fase 11- Retomo sobre o capital:

Nesta fase os negócios são classificados a partir do retomo sobre o

capital.

Fase 111- Posição competitiva:

Uma matriz de crescimento/participação no mercado é utilizada de

modo a se discriminar as "Unidades Estratégicas de Negócios", de

acordo com a sua parcela de mercado e potencial de crescimento.

Fase IV- Missão:

A próxima etapa é associar missões às "Unidades Estratégicas de

Negócios" como decorrência da análise realizada nas etapas

anteriores. Esta associação, geralmente está relacionada e centrada no

retomo sobre o patrimônio e na expectativa de crescimento do

mercado.

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Fase V- Associando recursos de informação às missões:

Após ter sido determinado o processo de planejamento dos negócios

pela segmentação das "Unidades Estratégicas de Negócios" de acordo

com as suas categorias de missão, inicia-se então o processo de

planejamento da Tecnologia de Informação que se adapte ao plano de

negócios, isto é, integre a área de sistemas de informação ao processo

de planejamento. Em geral isto significa devotar a maior parcela de

recursos aos negócios identificados como "Liderança" e "Nicho", ao

passo que negócios identificados como "Colheita" é "Desinvestimento",

deverão apenas ser mantidos, com a eficiência necessária até serem

vendidos ou desativados.

Fase VI- Combinando estratégia de informação à estratégia de

negócios:

Não é suficiente identificar os negócios que devem receber os

investimentos em Tecnologia de Informação. Deve-se sintonizar tais

investimentos com a Estratégia de Negócios. Cada "Unidade

Estratégica de Negócios" é singular em termos do que ela oferece ao

mercado. Assim as Estratégias de Negócios devem diferir de um

negócio para o outro.

De acordo com porter(22)

, há três estratégias de negócios básicas que são:

1- Liderança em custo;

2- Diferenciação de produto e

3- Foco.

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1 - Liderança em custo:

Esta estratégia tem por objetivo tomar a empresa a produtora de bens

e serviços com o custo mais baixo no mercado. Os investimentos mais

pesados se dão nas instalações, de modo a alcançar economias de

escala. Deve haver uma atuação concentrada em controle de custos e

ampliação da parcela de mercado. A idéia é dificultar aos competidores

atingir os baixos custos de produção da empresa. O produtor de menor

custo terá potencial de menor preço também. Associando razoáveis

níveis de qualidade e serviço, esta estratégia pode resultar numa forte

vantagem competitiva para a empresa. A estratégia de Tecnologia de

Informação que melhor sustenta esta estratégia de negócios é a que

está focalizada em eficiência de operações e produtividade.

2- Diferenciação:

A segunda estratégia é a de criar um produto único e diferenciado no

mercado. A diferenciação pode ser alcançada de formas variadas, tais

como através de identidade da marca, qualidade de serviço superior,

inovação tecnológica, cadeia de distribuição forte etc . . A estratégia de

Tecnologia de Informação que sustenta a diferenciação é a de criar nos

produtos ou serviços uma característica de exclusividade através da

inovação tecnológica, que sustente a vantagem competitiva do negócio.

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3- Estratégia de Foco:

Esta estratégia consiste em focalizar, ou encontrar um nicho, onde a

empresa possa competir favoravelmente. Pode ser um nicho de

produto, um nicho de mercado, ou um nicho geográfico. Tanto a

vantagem de custo ou de produto podem ser usados num nicho de

mercado. A estratégia de Tecnologia de Informação pode ser um mix

de estratégias voltadas para suporte, serviços e produtividade como

também de estratégias voltadas para a inovação tecnológica.

Segundo Clemons (7), Há uma atenção crescente ao potencial estratégico dos

sistemas de informação e aos ganhos que podem advir da utilização estratégica

desta tecnologia. No entanto, não é dedicada muita atenção aos fatores que

determinam as estratégias de sucesso.

o autor relata um número limitado de casos de sucesso publicados que

demostram o potencial de usos bem articulados de Tecnologia de Informação.

Uma segunda observação é a de que alguns caso de sucesso ocorreram por

acaso. Eles respondiam por necessidades de executivos de linha, mas a sua

significância estratégica não havia sido reconhecida na época.

Clemons(7)

, também se baseia nas estratégias genéricas de negócios

descritas por Michael porter(22)

, para apresentar seu ponto de vista. Segundo ele é

necessário caracterizar os usos da Tecnologia de Infomação para os quais têm

sido ofertados sistemas que irão realmente trazer vantagem competitiva. A

primeira distinção que êle faz está entre as aplicações que êle denomina como

focalizadas internamente e externamente.

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As aplicações extemamente focalizadas têm recebido muita cobertura da

imprensa e pela sua própria natureza, elas são mais visíveis. Quando são bem

sucedidas elas têm um grande impacto nos resultados da empresa.

As inovações bem sucedidas neste sentido, têm sido caracterizadas por:

Haver um benefício real ao consumidor ao lhe trazer valor adicionado;

Haver um benefício real para a empresa, mensurável pelo crescimento da

fatia de mercado e também nas margens de lucros e

Ser possível para o inovador dispor de tempo para colher os benefícios da

inovação.

As aplicações focalizadas intemamente não oferecem possibilidades do

consumidor diminuir seus custos. O sistema necessita prover benefícios para a

firma, o que requer que os sistemas sejam consistentes com a estratégia da

empresa e neste caso é também necessário haver tempo para se colher os

benefícios. O tempo será provido pelas barreiras que previnam os competidores

de duplicar as aplicações. Estas barreiras são menos quantificáveis do que as

possíveis mudanças nos custos. A automação industrial e sistemas de manufatura

em geral compreendem exemplos onde as aplicações são potencialmente

disponíveis, mas cujos benefícios não foram amplamente alcançados pelas

empresas.

�egundo o autor , a seguinte lista sumariza fontes de barreiras defensivas

baseadas em custos:

- Escala ou vantagens de escopo;

- Capacidade de se adaptar e redesenhar a organização;

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- Capacidade de visão da administração superior;

- Capacidade de assumir riscos;

- Capacidade gerencial superior em explorar inovação;

- Conhecimento superior em Tecnologia de Informação;

- Contínua inovação para manter vantagem competitiva;

- Infraestrutura existente que possa ser explorada para manter vantagem

competitiva;

- Existência de patentes ou outras formas de proteção;

- Relação entre sistemas de informação e planejamento estratégico;

Finalmente, segundo o autor, a importência de selecionar oportunidades

estratégicas que não apenas possam ser defendidas, mas que sejam consistentes

e apóiem os objetivos estratégicos, está relacionada com a necessidade de uma

ligação real entre Tecnologia de Informação e planejamento estratégico. Buscar

oportunidades estratégicas, muito mais do que selecionar projetos promissores,

requer fortes associações entre a área de informação, administração de linha e

alta administração.

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11.3. A Tecnologia de Informação como Arma Estratégica:

Muitos fatores estão contribuindo para o sucesso das empresas nos dias de

hoje. Dentre eles, um fator decisivo é o de que estas empresas bem sucedidas

estão criando sistemas para obter a vantagem competitiva. Apesar disto, embora

as demais empresas reconheçam o valor estratégico da Tecnologia de

Informação, na maior parte das vezes elas não estão conseguindo descobrir

maneiras de explorar convenientemente este valor, de modo a obterem a

vantagem competitiva alcançada pelas empresas bem sucedidas.

Segundo Bacon(1)

, num ambiente competitivo, selecionar e efetivamente

realizar os investimentos corretos em T.I . pode ser um fator-chave para sustentar a

viabilidade dos negócios e a prosperidade da organização. Num exame dos

critérios usados por organizações na alocação estratégica de recursos em

tecnologia de informações, os resultados indicam que aqueles que sustentam

explicitamente os objetivos dos negócios e que se destinam a prover a

organização de sistemas competitivos, se tomaram importantes para o processo

de seleção de investimentos em Tecnologia de Informação.

Segundo Synnott(25)

, construir sistemas estratégicos para a obtenção da

vantagem competitiva requer o atendimento de alguns requisitos, tais como:

1 - Compreensão da visão de Tecnologia de Informação como arma

competitiva pela alta administração e diversas gerências da empresa;

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2- Envolvimento com o processo de planejamento da empresa, no

sentido de tornar claros a missão e os objetivos da organização;

3- Conhecimento da arquitetura dos recursos da informação,

infraestrutura e suporte;

4- Uma abordagem estratégica no sentido de identificar, projetar e

implementar sistemas que propiciem a vantagem competitiva;

11.3. 1 .0 modelo de estratégia competitiva baseado em Tecnologia de Informação:

o quadro a seguir apresenta as estratégias de tecnologia de informação

apropriadas que, segundo Synnott(25)

, podem ser usadas para complementar as

estratégias de negócios:

LIDERANÇA. FOCO. COLHEITA. DESINVESTIMENTO.

ESTRA!EGIA DE NEGÓCIOS. diferenciação de foco. ênfase em salda ou mudança.

produto. baixo custo.

ESTRATEGIA TECNOLÓGICA. inovação mix estratégico. produtividade. manutenção.

tecnológica .

Estratégias Tecnológicas

A estratégia de "Inovação Tecnológica" é provavelmente a mais apropriada

à estratégia competitiva de "Liderança".

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A estratégia de "Produtividade" é a melhor estratégia tecnológica para o

negócio classificado como de "Colheita". Um negócio orientado para produção de

baixo custo conduz a uma estratégia tecnológica orientada para produtividade.

A estratégia denominada como "Mix Estratégico", adequa-se Segundo

Synnott(25)

, à situação de nicho, ou seja, dependendo do foco do mercado e da

situação do negócio, a estratégia pode ser de "inovação", "produtividade" ,

"manutenção" ou uma combinação de qualquer delas que se mostre mais

apropriada.

A estratégia denominada de "Manutenção" é adequada, segundo Synnott(25)

,

aos negócios enquadrados na categoria de "desinvestimento".

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.I

49

11.4. O Papel do Executivo Chefe de Informações

(24) I d · · t çã

. Segundo Stephens e Loughman , um novo pape em a miniS ra o surgiu

na última década - o do Chie' Information Officer ou C.LO . . As áreas de

responsabilidade deste executivo incluem sistemas de informação, operações pelo

computador, telecomunicações , automação de escritórios e computação voltada

para o usuário final, entre outras. Este executivo deve ser o de mais alta hierarquia

em Tecnologia de Informação e geralmente não deve estar mais do que dois

níveis abaixo do Chie' Executive Officer - C.E.O . . O título mais comum para

designar este novo papel em corporações multi nacionais é o de Senior Vice-

President ou o de Vice-President.

Segundo os autores Stephens e Loughman (24)

, o objetivo principal deste

profissional deve ser o de possibilitar a organização a desenvolver a Tecnologia de

Informação como uma arma competitiva , como um meio de adquirir e sustentar

uma vantagem competitiva . O C.LO. deve ser um agente de mudança cuja meta é

aumentar a habilidade da organização de se adaptar a um ambiente que está em

constante processo de mudança. A habilidade de o C.LO. fazer o papel de elo de

ligação entre a Tecnologia de Informação e os objetivos estratégicos é uma

questão fundamental de sobrevivência da organização.

Segundo Stephens e Loughman(24)

, em virtude da complexa discussão dos

assuntos relacionados com a alta admistração e com os administradores de

unidades de negócios, os Chie' Information Officers necessitam comunicar

claramente, sem usar jargão tecnico. Apesar de os sistemas de informação

estarem no meio de todos os negócios conduzidos pelas organizações, desde um

produto ou serviço desde a sua conceituação, desenho e produção, até o

marketing, distribuição e suporte, poucos C.E.O.'s estão familiarizados com

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Tecnologia de Informaçao, portanto toma-se importante a presença de um C.LO.

no sentido de dirigir as necessidades e usos da T. 1 . na organizaçao.

Talvez a característica relevante nos dias de hoje do C.LO. seja o crescente

contato com a alta administraçao e com os gerentes das unidades de negócios.

Esta deve ser a principal preocupaçao do C.1.0., de acordo com um sUNey

efetuado pela Andersen Consulting. A comunicaçao com os executivos da alta

administração, e administradores de linha foi listada pela unanimidade dos

respondentes como a matéria mais importante. Enquanto prover a vantagem

competitiva é a razão para a existência do C.LO., pode-se concluir destas

respostas que esta não é a principal preocupaçao do C.1.0., mas sim o papel de

comunicador.

A conclusão de estudo realizado por Stephens e Loughman(24)

, confirma que

a habilidade em comunicar é particularmente crítica para um papel que é

principalmente o de fazer uma ponte entre Tecnologia de Informações e o resto da

empresa.

Segundo Earl e Feenl>, os C.1.0's têm um negócio difícil para conduzir. Eles

têm à sua disposiçao uma grande quantidade de recursos, porém pouca evidência

do valor do que usam. Para fazer da Tecnologia de Informaçao algo valioso para

as organizações e por conseguinte sustentar suas existências os C.I.O's devem

pensar seus departamento como capazes de adicionar valor em determinadas

áreas-chaves .

Em estudo realizado por Earl e Feeny(9)

, nos dias de hoje, os C.1 .0.'s são

vistos pelas organizações de duas diferentes formas. Ora como um recurso

estratégico em Tecnologia de Informaçao, essenciais portanto à sobrevivência e

futuro das organizações, ora como fonte de custo, não lhes adicionando valor e

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5 1

resultados. Quando considerados como de valor , este é adicionado pelo C.1.0.

através de:

1 . Contínuo foco nos imperativos do negócio;

2. Estabelecimento e comunicação da performance da área de T.I . ;

4. Concentração nos desenvolvimentos de Tecnologia de Informação;

5. Alcançar uma visão compartilhada com os diversos níveis da organização,

do papel estratégico da Tecnologia de Informação.

Para alcançar o foco nos imperativos de negócios, os C.1.0.'s bem

sucedidos, constantemente investem o seu tempo pessoal em discussões que

desenvolvem e testam sua visões do negócios . Eles analisam os temas de

negócios, capturam a intenção estratégica e dirigem o desenvolvimento da

Tecnologia de Informação nesta direção.

A seguir apresentamos um perfil do C.1.0. que adiciona valor à organização:

1 . Comportamento E leal à organização , é aberto.

2. Motivação E orientado por metas, idéias e por sistemas.

3. Competências E um consultor, facilitador. E um bom comunicador.

Tem fortes conhecimentos de T. 1 . .

4. Experiência Teve experiência anterior como analista do

papel da Tecnologia de Informação.

Segundo Synnott(25)

, o Executivo Chefe da Área de Sistemas de Informações

(Chier Information Officer'j, tem a atribuição de dirigir todo o "arsenal de

informação" da empresa. O C.1.0. é um cargo emergente em organizações de

grande porte em nível intemacional. Ele deve ser o executivo principal com a

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responsabilidade pela administração dos recursos de informação nestas

organizações.

(25) á 1 1 ' Segundo Synnott , O C.LO. deve ser o respons vel pe o p anejamento e

desenvolvimento da arquitetura dos recursos de informação da organização, por

promover a difusão da Tecnologia de Informação e dirigir os trabalhos de definição

dos investimentos em T.L Ao C.LO. cabe administrar os recursos de informação da

empresa como o seu principal ativo.

O C.LO. deve se reportar à alta administração, como orientador da política de

T.L da empresa. Deve ser um indivíduo que conheça profundamente os negócios

da empresa e que por sua importância vital, esteja na linha direta da sucessão do

executivo principal (Chier Executive Officer- C.E.O.).

Ainda segundo o autor, nas empresas em que existe resistência para o

surgimento do C.LO. há, por parte dos administradores, uma incapacidade de

entender o papel a ser por ele desempenhado .Ocorre, sem dúvida, receio de que

uma nova e poderosa estrutura de controle sobre os recursos de informação

esteja sendo criada. É bem verdade que cerca de um terço das maiores

corporações transnacionais têm C.LO.'s.

(25) Segundo Synnott , O C.I .O. deve ser um executivo com amplas

capacitações técnicas e de negócios, deve ser percebido como o indivíduo que

tem uma visão geral da organização e das suas aspirações e deve também ser

parte do "top-management team".

O conceito do C.I.O. tem se ampliado, porque os administradores têm

percebido a mudança da era da computação para a era da informação, o que

toma esta posição vital para as organizações, uma vez que uma nova liderança é

necessária para administrar complexos sistemas de informação. O papel deste

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profissional deve ser, sem dúvida, muito diferente do papel exercido pelos chefes

dos centros de processamento de dados para administrar os antigos sistemas

centralizados, destinados a operações de suporte e "back-offlce". As

competências técnicas deste executivo moderno devem ser suplementadas com

sólidos conhecimentos em negócios e organizações, além de capacidade de

relacionamento interpessoal para que tenha sucesso ao integrar negócios e

tecnologia

O Chie' Information Offleer deve ser, na visão de Synnott(25), um generalista

em tecnologia, não um especialista, que possa efetivamente fazer o papel de

ponte entre a administração de topo das corporações e os tecnológicos,

promovendo a aplicação da T.!. como solução para os problemas de negócios,

com o objetivo de ensejar a obtenção de vantagens competitivas para a

organização.

É fato que a capacidade de processamento dos computadores continua

crescendo a taxas elevadas, os sistemas de comunicação ídem, quebrando

barreiras geográficas e abrindo novas oportunidades e mercados. As tecnologias

estão se fundindo, convergindo umas para as áreas das outras.

Os recursos da Tecnologia de Informação, estão sendo empregados em

escala crescente nas organizações, de maneira que minicomputadores e

microcomputadores estão sendo utilizados para disponibilizar informação de forma

descentralizada . A necessidade de integrar software e hardware de diferentes

fornecedores está forçando a indústria a estabelecer padrões para possibilitar o

fluxo de informação em sistemas antes incompatíveis. A sofisticação,

complexibilidade e rápido crescimento da revolução tecnológica na era da

informação requer forte liderança para planejar a implementação e a integração

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dos recursos de informações distribuídos. Isto associado com a crescente

conscientização de parte dos administradores seniores a respeito do potencial do

uso da Tecnologia de Informação como força competitiva está validando a

concepção de função de administração de recursos de informação e o

estabelecimento da posição do Chief Information Officer para dirigir e orientar

estes recursos e atividades em um número cada vez maior de empresas.

Segundo Synnott(25l

, pode-se fazer a seguinte descrição de atribuições e

responsabilidades do C.I .O.

Missão:

Como executivo sênior, comandar o planejamento e execução dos

investimentos da companhia em Tecnologia e Sistemas de Informação, no sentido

de atingir os objetivos da companhia e obter vantagem competitiva.

Responsabilidades:

Reportando-se ao principal executivo da empresa, estabelecer a Tecnologia

de Informação nos mais altos níveis de eficiência e segundo padrões de

qualidade por ele formulados. Otimizar a utilização da T.I. através da empresa e

estabelecer políticas globais para a sua compatibilização de acordo com as

características do ambiente de negócios. Promover a conscientização e a

capacidade de visão dos administradores seniores com relação ao processo de

aquisição, processamento e distribuição de informação, como ferramenta vital no

sentido de ampliar a produtividade, propiciar decisões em níveis superiores mais

apropriados e alcançar ganhos em competitividade. Participar em todas as

decisões envolvendo alocação de recursos significativos para novos e avançados

Sistemas e Tecnologias de Informação .

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Segundo Synnott(25), não há similaridade entre os papéis do C.1.0. dos dias

atuais e o chefe do departamento de processamento de dados do passado

recente. O perfil profissional da nova geração de Chie' Information Officers exige,

destes profissionais, uma atuação acima de tudo como homens de negócios . Em

segundo lugar, seriam relevantes as caracteracterísticas de administrador, no

sentido de prover soluções de problemas internos das organizações e, por último,

as características do perfil de tecnólogo, que teriam também relevância, no sentido

de compor a amplitude de atributos do perfil deste profissional.

Como homens de negócios, devem ser articulados, bons comunicadores,

bem formados e conhecedores do ambiente de negócios em que atuam. Lidam no

dia a dia como outros homens de negócios, com planejadores estratégicos,

pessoal de marketing e clientes. Gastam grande parte do tempo analisando os

negócios e as suas necessidades de informação. As competências e áreas de

conhecimento que êles necessitam dominar são as seguintes:

- Planejamento Estratégico;

- Administração da Produção;

- Marketing e Pesquisa de Marketing;

- Planejamento Financeiro;

- Formulação de Estratégia da Organização;

- Conhecimento de Produtos;

- Relações Governamentais;

- Ética de Negócios;

- Análise Competitiva;

- Desenvolvimento Organizacional;

- Relações com Clientes.

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o C.LO. deve ser profissional qualificado em gestão da Tecnologia de

Informação. Precisa entender das diversas tecnologias, e de como elas interagem.

Necessita estar a par das tendências tecnológicas. Deve estar sendo assessorado

por "experts" em administração de tecnológias sofisticadas. É importante, no

entanto, que este indivíduo não tente se tomar um profundo especialista em

tecnologia. Os que se envolvem profundamente com aspectos técnicos correm o

risco de perder o equilíbrio necessário para avaliar, com isenção, os aspectos de

negócios e administrativos que porventura estejam envolvidos nas decisões a

serem tomadas a cêrca de escolhas tecnológicas.

O C.LO. deve ter a responsabilidade de administrar recursos de informação

de modo integrado. Isto acarreta duas responsabilidades principais:

O Planejamento Estratégico de Sistemas - envolvendo planejadores

estratégicos e administradores no sentido de criar planos de negócios e de

sistemas de modo a apoiar as operações internas e o desenvolvimento de

produtos e serviços.

Planejamento da Arquitetura de Tecnologia de Informação - de maneira a

integrar diferentes recursos de informação de modo a criar a infra-estrutura de

informação da empresa.

Os principais papéis a serem exercidos pelo C.LO. são, portanto, os de

planejador estratégico, arquiteto dos sistemas de informação, agente pró-ativo da

mudança, e integrador.

(25) Segundo Synnott , a chave para a obtenção do sucesso por parte do C.LO.

deve ser a habilidade de administrar e formular os recursos de Tecnologia de

Informação de uma forma coesa e abrangente, porém, não necessariamente

controlando todos os recursos. À medida em que os sistemas e profissionais se

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tomarem mais descentralizados no futuro, os recursos de informação estarão

cada vez mais nas mãos dos usuários. O Chier Information Officerterá, portanto, o

papel de se tomar o facilitador de serviços de informação, ao invés de ser o

detentor dos recursos de informação. Por conseguinte, o C.f .O. precisa

desempenhar a sua função, através da capacidade de persuasão e não através

de controle ou de uma postura autoritária. O C.f .O. deverá acima de tudo ser o

coordenador. À medida em que computadores e sistemas se difundem através

das organizações, a coordenação dos diferentes sistemas, equipamentos e

necessidades de aplicação precisam ser cuidadosamente planejados. O C.f .O.

deve trabalhar com os detentores de informação de modo a disponibilizar as

interfaces necessárias à associação das informações e ajudar os sistemas a se

comunicarem. O C.l.O. deve ser um coordenador de tecnologias descentralizadas.

Como integrador, o C.f.O. é quem deve reger as relações entre geradores e

usuários da informação, de modo a distribuir harmonicamente a informação, onde

e quando ela for necessária.

O quadro a seguir sumariza as diferenças de perfil entre os profissionais em

diferentes momentos segundo o que Synnott(25), denominou como a era da

computação e a era da informação:

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ASPECTO ERA DA COMPUTAÇÃO ERA DA INFORMAÇÃO

Papel Administrador de dados Chief Information Officer

A quem se reporta Chief Financiai Officer Chief Executive Officer

Tendência da Centralizada Descentralizada organização

Envolvimento Nível médio Elevado com negócios

O que gerencia Processamento de Recursos de informação Dados/Sistemas

O foco em recursos Computadores Dados e comunicação

A competência Técnica Negócios e necessária administrativa

Relacionamento c/ Técnico Estratégico planejamento

O foco tecnológico Produtividade Vantagem competitiva

Missão Controle Inovação tecnológica

Estilo de gestão Controle Influência

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1 1 .5. Resultados das pesquisas anteriores.

Este trabalho faz parte da linha de pesquisa da COPPEAD em

Tecnologia de Informação, enfocando diversos aspectos da sua utilização

estratégica.

A este respeito foram desenvolvidas, dentre outras as pesquisas de

Magalhães(15), tendo por objetivo investigar a utilização estratégica da

tecnOlogia de informação em empresas comerciais situadas no Rio de

Janeiro e São Paulo, a de Wainstok(27), que aborda a utilização

estratégica da tecnologia de . informação em bancos múltiplos, também ·

situados no Rio de Janeiro e em São Paulo e a pesquisa de Ferreira(1O),

em fase de aprovação, que enfocou a terceirização de serviços de

Tecnologia de Informação em bancos.

No caso da pesquisa de Magalhães(15), foi avaliado de que maneira

a intensidade de informação nos produtos e processos das empresas

comerciais está relacionada com a utilização estratégica da Tecnologia

de tnformação. Na pesquisa foi analisada a associação entre a

intensidade de informação e a dependência estratégica da empresa em

telação aos Sistemas em desenvOlvimento e aos sistemas em operação,

o nivel de planejamento e contrOle da área de sistemas e o nível de

automação comercial.

Com relação ao nível de planejamento e controle de sistemas,

variável que teria mais ponto de interesse com esta pesquisa,

Magalháes(15), encontrou os seguintes aspectos relevantes:

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Há indicios de que quanto maior o nivel de planejamento das

atividades, maior o volume de recursos aplicados pelas empresas. Não

foi encontrada nenhuma associação entre a variável e a quantidade de

funcionários alocados à área de sistemas, significando que as empresas

que apresentam maior nivel de planejamento na área de sistemas, não

são necessariamente as que alocam mais recursos humanos à área.

Com relação à correlação entre a variável e o número de clientes, foram

encontrados indícios de associação. Isto significa que as empresas que

mais investem em planejamento de sistemas são as que possivelmente

atendem a um maior número de cl ientes. Não foi encontrada também

nenhuma correlação válida entre o nivel de planejamento de sistemas e a

quantidade de fomecedores. Foi também encontrado que as empresas

comerciais possuem um menor nivel de planejamento e controle em

comparação com as empresas financeiras e industriais. No entanto, as

empresas comerciais apresentaram menor dependência dos sistemas em

operação e maior dependência dos sistemas em desenvolvimento, isto

sugerindo que o setor comercial passa por um processo de intensificação

do uso da Tecnologia de Informação, mas sem que a estruturação e

controle das atividades relacionadas a sistemas sejam aprofundados na

medida necessária para sustentar adequadamente este processo.

A pesquisa de Wainstok(27), tem por objetivo analisar de que maneira

o nível de downsizing dos recursos da Tecnologia de Informação e o nível

de terceirização da área de sistemas de bancos múltiplos estão

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6 1

relacionado com a utilização estratégica d a Tecnologia de Informação.

Assim foram analisados na pesquisa a associação entre o nível de

downsizing de recursos de T.1. e o nível de terceirização da área de

sistemas com as seguintes variáveis: nível de dependência estratégica

em relação aos sistemas em desenvolvimento, nível de dependência da

empresa em relação aos sistemas em operação e o nível de alinhamento

estratégico dos projeto de T. I . .

Com relação ao aspecto de interesse comum a esta pesquisa, ou

seja , o nível de alinhamento estratégico dos projetos de T. I . , o mesmo foi

operacionalizado através de adaptação de questionário proposto por

Nogueira e Amaral(20) . Os resultados encontrados indicaram a

confiabilidade e validade da medida proposta. No entanto, ao analisar a

correlação da variável com as variáveis de porte das empresas e porte

da área de sistemas, não foram encontrados indícios de que as mesmas

estejam relacionadas com o nível de alinhamento estratégico da

Tecnologia de Informação nas empresas pesquisadas.

Por fim, a pesquisa de Ferreira(10), relacionada com a terceirização

de servicos de Tecnologia de Informação, tem por objetivo investigar a

terceirização destes serviços em bancos e verificar como isto se

relaciona com o alinhamento estratégico da T. 1 . com a estratégia das

empresas e também com as mudanças ocorridas no plano

organizacional.

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Com relação aos aspectos relevantes para esta pesquisa, a de

Ferreira(lO)" verificou em princípio a confiabilidade e validou a medida de

alinhamento estratégico, baseada no mesmo questionário proposto por

Nogueira e Amaral(20). Foi também encontrada correlação negativa entre

o nível de alinhamento estratégico e o nível de terceirização dos serviço

de T. I . , sugerindo que nos bancos em que há um maior alinhamento

estratégico da T. I .

em relação à estratégia da empresa ocorre uma opção por um menor

nível de terceirização. Foi também encontrada correlação positiva entre o

nível de alinhamento estratégico e a satisfação com os serviços de

Tecnologia de Informação. A pesquisa revela que, como o alinhamento

estratégico aborda questões relevantes como: clareza da missão,

objetivo e estratégia da empresa, implementação de sistemas, definição

de benefícios a serem atingidos e cuidados na implementação de

mudanças, identificação de responsabilidades envolvimento da alta

administração, este resultado demonstra que a preocupação com tais

questões pode contribuir em muito para a satisfação com os serviço de

Tecnologia de Informação nas empresas. A correlação entre o

alinhamento estratégico e o nível de mudanças no ambiente

organizacional sugere que o alinhamento estratégico encontra-se

relacionado com a existência de um ambiente organizacional com maior

nível de mudanças.

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IH - Metodologia 1 1 1 . 1 - A pergunta da pesquisa.

o estudo visa avaliar, de forma pioneira e exploratória no Brasil, o nível

de planejamento para o alinhamento estratégico da Tecnologia de Informação

e verificar sua associação com as características de competências,

qualificações e habilidades do responsável pela área de T.I . e com as

características de porte e desempenho das empresas pesquisadas.

Para responder a esta pergunta, foram analisadas:

- As características do perfil do responsável pela área de Tecnologia

de Informação;

- O nível do processo de planejamento e alinhamento estratégico da

Tecnologia de Informação;

- Os indicadores de porte e desempenho das empresas

pesquisadas.

Foram também formuladas as hipóteses a seguir apresentadas:

As hipóteses 1 . 1 a 1 .4. avaliam a relação entre o perfil do responsável

pela área de T. I . e o nível de alinhamento estratégico da Tecnologia de

Informação.

As hipóteses 2 . 1 e 2.2 avaliam a relação entre o porte das empresas e o

nível de alinhamento estratégico da Tecnologia de Informação.

As hipóteses 3 . 1 e 3.2 avaliam a relação entre a rentabilidade das

empresas e o nível de alinhamento estratégico da Tecnologia de Informação.

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Hipótese 1 :

Avalia a associação entre o nível do alinhamento estratégico da área de

Tecnologia de Informação e as qualificações do responsável por esta área

nas empresas pesquisadas, segundo o cruzamento da variável de alinhamento

estratégico com as características de idade, nível, tempo de empresa e tempo

no cargo, segundo as seguintes quatro sub-hipóteses:

Hipótese 1 . 1 :

Avalia a associação entre a variável agregada , n ível de alinhamento

estratégico, e a idade do responsável pela área de Tecnologia de Informação.

Hipótese 1 .2:

Avalia a associação entre a variável agregada , n ível de alinhamento

estratégico, e o nível hierárquico do responsável pela área de Tecnologia de

Informação.

Hipótese 1 .3:

Avalia a associação entre a variável agregada , nível de alinhamento

estratégico, e o tempo de empresa do responsável pela área de Tecnologia de

Informação.

Hipótese 1 .4:

Avalia a associação entre a variável agregada , nível de alinhamento

estratégico, e o tempo no cargo do responsável pela área de Tecnologia de

Informação.

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Hipótese 2. 1 :

Avalia a associação entre o nível do alinhamento estratégico da

Tecnologia de Informação e o faturamento das empresas pesquisadas.

Hipótese 2.2:

Avalia a associação entre o n ível do alinhamento estratégico da

Tecnologia de Informação e o patrimônio líquido das empresas pesquisadas.

Hipótese 3. 1 :

Avalia a associação entre o nível do alinhamento estratégico da

Tecnologia de Informação e a rentabilidade do patrimônio líquido das

empresas pesquisadas.

Hipótese 3.2:

Avalia a associação entre o nível do alinhamento estratégico da

Tecnologia de Informação e a rentabilidade das operações das empresas

pesquisadas.

1 1 1 .2. Definição das variáveis:

Para avaliar as hipóteses mencionadas foi necessário operacionalizar as

seguintes variáveis:

-Nível de alinhamento estratégico para a Tecnologia de Informação,

obtida através da agregação dos itens de 1 a 1 5 da parte 1 1 , 1 a 4 da parte 1 1 1 , 1

e 2 da parte IV e 1 a 1 0 da parte V do questionário em anexo.

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É composta de 4 sub-ítens que correspondem às partes l i , 1 1 1 , IV, e V do

questionário em anexo as quais convencionamos denominar:

Parte 11 - (IDOP): Visa avaliar o processo de identificação de

oportunidades, compreendendo o entendimento da missão da organização,

seus objetivos, pontos fortes e fracos, fatores críticos para o sucesso e sua

estratégia empresarial;

Parte 111 - (DEC): Visa avaliar o processo decisório para a análise dos

investimentos, que compreende a elaboração dos projetos, sua padronização,

grau de formalização, avaliação de riscos, e o estabelecimento de metas e

marcos de avaliação, além da identificação de responsáveis pela defesa de

projetos e daqueles a quem se atribui o mérito pelo sucesso do projetos;

Parte IV - (IMPL): Objetiva avaliar a implementação de mudanças, a

mensuração dos benefícios com as mudanças implementadas, avaliação dos

indicadores de redução de tempo, qualidade do serviço prestado, valor das

ações dos acionistas e processos-chave dos negócios, além de avaliar a

existência de um padrão de medição de benefícios a serem atingidos com as

mudanças;

Parte V - (MENS): Visa avaliar qual o direcionamento da maior parte de

recursos gastos em novos investimentos, se as oportunidades de investimento

são classificadas como inovadoras, se a alta administração está envolvida com

o processo de mudança, se a área de T. I . está bem posicionada na

organização de forma a facil itar a identificação de novas oportunidades de

investimento.

A agregação da variável foi testada através do procedimento Reliability do

software S.P.S.S. que nos forneceu o coeficiente alpha de crombach de 0,82 e

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também passou pelo teste de associação com uma variável de controle,

apresentando o coeficiente de correlação de 0,75.

As outras variáveis definidas são:

1- de perfil dos respondentes que são as levantadas na parte I do

questionário, ou seja:

- Idade em anos;

- Tempo de empresa- Em número de anos que está trabalhando na

empresa atual, podendo os meses serem computados como fração decimal

do número de anos inteiros;

- Nível hierárquico- Número inteiro de níveis abaixo da presidência da

organização ou respectivo cargo mais elevado, que o entrevistado ocupa

atualmente como responsável pela área de Tecnologia de Informação;

- Tempo no cargo- Número de anos e fração em meses que o

entrevistado responsável pela área de Tecnologia de Informação está

ocupando este cargo.

E as variáveis de caracterização das empresas, que são:

Faturamento ou Receita - valor total da venda de produtos ou serviços

durante o exercício de 1 991 ;

Patrimônio líquido - É a soma do capital, das reservas e dos resultados

futuros, menos a soma do capital a integralizar e dos prejuízos acumulados. É

um indicador da riqueza da empresa;

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Rentabilidade do patrimônio l íquido - É a rentabilidade do patrimônio

líquido das empresas, que mede o retorno do investimento dos acionistas. É o

lucro líquido dividido pelo patrimônio líquido em percentagem;

Rentabilidade das operações - mede o lucro l íquido em relação às

vendas . É o lucro líquido dividido pelo valor bruto das vendas, em

percentagem.

Para operacionalizar as variáveis de porte e desempenho das empresas

foram obtidos dados da publicação Exame- Maiores e Melhores ano de 1992,

sobre o ano de 1 99 1 .

1 1 1 .3.0 Instrumento de coleta de dados:

o estudo foi conduzido através da aplicação do questionário fechado,

conforme o apresentado no anexo I :

o questionário está dividido em cinco partes a saber:

Parte I - Avaliação do Perfil do Responsável pela área de Tecnologia de

Informação na empresa e

Partes 1 1 a V - Avaliação do alinhamento estratégico da Área de

Tecnologia de Informação, consistindo de:

11 . . Avaliação do processo de identificação de oportunidades;

1 1 1 . Avaliação do processo decisório para investimentos;

IV. Avaliação do processo de mudanças e mensuração de

benefícios e

V. Avaliação do processo de mensuração de resultados.

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Foram também utilizados dados secundários publicados pela revista

Exame sobre a receita, patrimônio líquido, rentabilidade sobre vendas e

rentabilidade do patrimônio líquido das empresas avaliadas.

o questionário sofreu um processo de validação através de testes de

compreensão e adequação com profissionais da área de Tecnologia de

Informação. A partir disto, foi pré-testado em empresas que fazem parte da

pesquisa.

1 1 1.4. As empresas pesquisadas:

Foram entrevistadas 32 empresas de médio e grande porte com sede no

Rio de Janeiro. Os respondentes tiveram o mesmo nível de informação sobre

os conceitos relacionados no questionário. As entrevistas tiveram a duração de

aproximadamente 40 minutos e foram realizadas no final do ano de 1 991 .

1 1 1 .5. Procedimentos para testes de hipóteses:

Os dados coletados a partir dos questionários foram tratados através do

software S.P. S.S. da seguinte maneira:

- Foram realizadas análises descritivas através do procedimento

Frequencies.

- Foi analisada a confiabi lidade da variável "Alinhamento estratégico da

Tecnologia de Informação", através do procedimento Reliability que forneceu o

coeficiente Alpha de Chrombach para os seus componentes e o índice total.

- Por último foram realizadas análises de correlação simples de Pearson

entre a medida de "Alinhamento estratégico da Tecnologia de Informação e as

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variáveis indicadoras do perfil dos responsáveis pelas áreas de Tecnologia de

Informação, de porte e desempenho das empresas pesquisadas.

Foi estabelecido o nível de significância de 95% (p<O,05) para a rejeição

das hipóteses nulas.

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IV - Análise de Resultados

Nesta análise serão abordados basicamente os resultados descritivos a

respeito das diversas questões enfocadas através dos questionários e dos

resultados dos testes de hipóteses.

IV. 1 Resultados Descritivos:

São apresentados a seguir, os perfis das empresas pesquisadas, dos

profissionais responsáveis pela área de T. I . , e os resultados dos questionários

a respeito do processo de alinhamento estratégico para a área de Tecnologia

de Informação.

IV. 1 . 1 . As empresas pesquisadas:

Foram pesquisadas 32 empresas com sede no Rio de Janeiro e

relacionadas com os mais diversos setores da economia. São empresas

atuantes nos mais variados segmentos de serviços como bancos, seguradoras,

empresas de transporte aéreo , corretoras e também indústrias, notadamente

dos setores de fumo e bebidas, distribuição de derivados de petróleo,

mineração, construção pesada e informática.

Com relação ao faturamento e patrimônio líquido, os gráficos a seguir

apresentam o perfil destes aspectos, relativos às empresas pesquisadas. Os

dados foram extraídos da revista "Exame- Maiores e Melhores" para o ano de

1 991

71

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3.

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até 100 de 100 8 200 de 2008 SOO de 500 . 1000 adma de l000

patrimonio líquido em US$ milhões

A partir dos gráficos apresentados pode-se dizer que há uma

concentração maior de empresas com faturamento entre US$ 1 00 milhões e

US$ 200 milhões e, também, com patrimônio líquido inferior a US$ 1 00

milhões.

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IV. 1 .2. - Descrição do perfil do responsável pela área de tecnologia de

informação:

Com relação aos itens que visam analisar o perfi l do responsável pela

Área de Tecnologia de Informações, tem-se o seguinte (medidas em anos):

ITEM MÉDIA D.P.

Idade 39. 1 9 7.52

Tempo de empresa 4. 1 0 2.64

Nível 2.72 1 .42

Tempo no cargo 2.62 2.48

Em relação à idade, pode-se dizer que o valor encontrado é compatível

com o exercício do cargo de responsável pela área de Tecnologia de

Informação das empresas pesquisadas.

o gráfico a seguir mostra o perfil de idades dos entrevistados:

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• ate 25 anos

• de26 a 30 anos

• de31 a 35 anos

O de 36.1 40 anos

• de41 a 45 anos

• de 46 a SO anos

• mais de SO anos

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74

Quanto ao tempo de empresa, o valor encontrado denota que o

profissional em questão, já passou por um processo de crescimento

profissional no mercado, tendo evoluído principalmente dentro da própria área

de Tecnologia de Informação.

Com relação ao nível, há indicações significativas de que ao cargo

corresponde, na maior parte das empresas, uma situação hierárquica de

gerência intermediária .

Por fim, com relação ao item de tempo no cargo, o valor encontrado

indica que não se pode concluir se os profissionais entrevistados vêm

permanecendo no cargo há períodos de tempo semelhantes.

A seguir apresentaremos as correlações entre as variáveis de perfil dos

entrevistados responsáveis pela área de Tecnologia de Informação.

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75

Idade Tempo de Nível empresa

Tempo de -0,07 empresa (30)

n.s. Nível -0,49 0.1 1 0

(30) (30) p<0,01 n.s.

Tempo no cargo 0.54 0,07 -0. 1 7 (30) (30) (30)

p<0,01 n.s. n.s.

Entre as variáveis analisadas, correlação significativas são as

encontradas entre nível e idade e tempo no cargo e idade. A correlação entre

tempo no cargo e idade indica apenas que a permanência no cargo há mais

tempo corresponde uma faixa de profissionais de idade mais elevada. Quanto

à correlação entre nível e idade, o encontrado nos leva a acreditar que embora

os níveis hierárquicos dos responsáveis pelas áreas de Tecnologia de

Informação não sejam elevados , são ocupados por pessoas de maior faixa

etária, o que reforça o aspecto de senioridade preconizado por Synnott(25).

Com relação à origem profissional dos respondentes, a maior parte

destes é oriunda da área de sistemas, com formação acadêmica de base

matemática. Tudo isto nos leva a crer que no Brasil ainda não se esboça a

figura do "Chief Informafion Officer', da forma como descrita por SynnoU(25),

na qual a figura do C.I .O. é referente mais a um profissional que tem um perfil

de origem relacionado com a área de negócios, e menos com área técnica.

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76

o gráfico a seguir apresenta a origem profissional dos responsáveis pela

área de Tecnologia de Informação:

Origem do responsável pela Área de Tecnologia de Jnformação

0,80 0,70 0,60

� •

� 0,50 11 "E 0 40 . ' " 1 0,30 0.20 0,10 0,00

Sistemas Planejamento Marketing produção outras

o gráfico a seguir apresenta o perfil de formação acadêmica dos

profissionais respondentes à pesquisa:

I!""""�'��':" :"'�r- -,,,, ....... , • . .• _"�,_.,�._�,,,".,,,.�:.,:�,. -':�:f':�,�, . . ':<1;10 .... . " .. _. o • • " :)""':i'i" .':""_�" ' " ,,, -;o. ..",,,,,,� .,,, • • • " • • ":'"

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0,40 0,35 0,30

i: 0,25 1! -! 0,20 c

'li � 0.1 5 .. 0,10 0,05 0,00

• Engenharia • Informática

• Economia

o Administração • O",,,,,

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77

IV. 1 .3. Resultados descritivos a respeito do processo de alinhamento

estratégico em Tecnologia de Informação:

Com relação ao processo de alinhamento estratégico da tecnologia de

informação, o mesmo foi entendido como sendo composto de quatro etapas a

seguir descritas:

- Identificação de oportunidades:

Compreendendo o entendimento da missão da organização, seus

objetivos, pontos fortes e fracos, fatores críticos de sucesso e estratégia

empresarial;

- Processo decisório para os investimentos:

Compreendendo a elaboração de projetos de investimentos, sua

padronização, formalização, avaliação de riscos, o processo de avaliação e

envolvimento da alta administração e o estabelecimento de metas e check-

points;

- A implementação de mudanças:

Correspondendo ao planejamento da extensão das mudanças na

organização, a avaliação dos conhecimentos necessários e os efetivamente

disponíveis na organização para - . .

responsabilidades pelas mudanças;

o processo, e a defin ição de

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- A mensuração de resultados :

Envolvendo o estabelecimento de parâmetros e avalia,ção dos

indicadores de redução de tempo, qualidade percebida pelo cliente, valor

percebido pelos acionistas, dentre outros,

o questionário foi implementado com perguntas para as quais o

respondente deveria assinalar a sua opinião da seguinte forma:

Se discorda totalmente da afirmação -3

Se discorda parcialmente da afirmação -2

Se discorda moderadamente da afirmação -1

Se é indiferente à afirmação O

Se concorda moderadamente com a afirmação 1

Se concorda parcialmente com a afirmação 2

Se concorda totalmente com a afirmação 3

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A seguir serão descritos os resultados da pesquisa avaliando-os item a

item.

2.0. Processo de Identificação de Oportunidades.

ITEM MÉDIA D.P.

2. 1 - Missão e objetivos da organização 5.59 1 .64

2.2- Comunicação dos objetivos 4.97 1 .79

2.3- Descrição de ações-chave 4.72 1 .67

2.4- Descrição de procedimentos 4.84 1 .59

2.5- Descrição de resultados dos projetos de investimentos 5.53 1 .50

2.6- Inclusão de modificações nos processos-chave 5.28 1 .55

2.7- Estratégia de implementação de mudanças 5.34 1 .62

2.8- Comparação de projetos de investimento 5.50 1 .48

2.9- Grau de consolidação de informação 5. 1 9 1 .66

2. 1 0- Definição de benefícios a serem atingidos

2. 1 0. 1 Processos de negócios 5.62 1 .45

2. 1 0.2 Perfil de R. H. 5.47 1 .46

2. 1 0.3 Sistemas de informação 6.06 1 .52

2. 1 1 - Definição da gerência de mudanças 5.06 2 . 15

2. 1 2- Competências do grupo responsável 5.00 1 .79

2. 1 3- Avaliação do término da implementação das mudanças 4.45 2.09

2. 1 4- Responsável pela mensuração de resultados 3.61 2.28

2 . 15- Realização de programas formais de avaliação 3.52 2.05

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Em pesquisa anterior realizada por Nogueira e Amaral(20), valores

superiores ao ponto médio da escala foram encontrados para os itens

relacionados com o entendimento dos objetivos do negócio e a definição da

situação final a ser alcançada. Como ponto fraco destacava-se a comunicação

deficiente das estratégias e objetivos do negócio internamente à organização.

Nesta pesquisa, o item de missão e objetivos da organização obteve

pontuação também acima da média da escala, confirmando o obtido

anteriormente. No entanto o item relacionado com a comunicação dos

objetivos obteve uma pontuação satisfatória, acima do ponto médio da escala,

diferentemente do encontrado na pesquisa anteriormente citada. No entanto,

parecem coerentes os resultados encontrados na pesquisa, por ser o

processo de comunicação altamente relacionado com o entendimento de

estratégias e objetivos das organizações.

A seguir são comentados os valores encontrados:

2. 1 . Missão e objetivos da organização:

O valor obtido na pesquisa indica que as missões e os objetivos das

organizações estão claramente formulados segundo o entendimento das áreas

de informação das empresas.

2.2. Comunicação dos objetivos e estratégias dos negócios:

Segundo os respondentes, há indícios de que a comunicação dos

objetivos e estratégias está sendo efetuada a contento. Neste item o resultado

obtido em pesquisa anterior não indicava uma pontuação igual ou superior à

média , como o obtido nesta.

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SI

2.3. Descrição de ações-chave:

De acordo com as respostas apresentadas, as ações-chave a serem

tomadas, aparentemente estão descritas de forma clara, na visão dos

executivos responsáveis pelas áreas de Tecnologia de Informação das

empresas pesquisadas.

2.4. Descrição de procedimentos:

Segundo os responsáveis pelas áreas de Tecnologia de Informação,

parece que a descrição dos procedimentos a serem executados é apresentada

em nível satisfatório.

2.5. Descrição dos resultados dos projetos de Investimentos:

Há indícios que os projetos de investimento apresentam descrições

suficientemente claras dos resultados a serem alcançados com as mudanças

propostas da organização.

2.6. Inclusão das modificações nos processos-chave dos negócios:

Parece que as descrições das mudanças propostas pelos projetos de

investimento incluem as modificações a serem realizadas nos processos-chave

dos negócios.

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2.7. Estratégia de implementação das mudanças necessárias na

organização:

Há indícios de que nos projetos de investimento são razoavelmente bem

definidas as estratégias de implementação das mudanças necessárias à

organização.

2.8. Comparação entre projetos de investimento:

Segundo os respondentes, há indicações de que no processo de

avaliação de projetos de investimento, é possível estabelecer comparações

entre os projetos, de modo a concluir pelo melhor.

2.9. Grau de consolidação das informações contidas nos documentos de

proposição de projetos de investimento:

De acordo com os respondentes, parece que os documentos de

proposição de projetos de investimento são tidos como suficientemente

abrangentes para o processo de tomada de decisões.

2. 1 0. Os benefícios a serem atingidos com as propostas de mudanças:

Com relação aos processos dos negócios, parece que os benefícios são

bem definidos. Com relação ao perfil dos recursos humanos também há

indícios de serem bem definidos. Com relação a sistemas de informação, há

indicações de que a definição é suficientemente clara segundo os

respondentes responsáveis pelas áreas de Tecnologia de Informação.

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2.1 1 . Definição de gerência das mudanças:

A existência de um grupo de pessoas responsáveis pela gerência de

mudanças é identificada como freqüente. Na pesquisa anterior, este item

também obteve pontuação elevada, com medida de dispersão elevada.

2 . 1 2. Competência do grupo responsável :

O grupo de pessoas responsável pelo processo de implementação de

mudanças é tido como relativamente competente no que se refere a negócios,

Tecnologia de Informação, l iderança e outros aspectos relevantes para atingir

os benefícios pretendidos.

2. 1 3. Critérios de avaliar o término da implementação de mudanças:

Segundo os respondentes, os critérios de avaliação do término da

implementação das mudanças são menos definidos do que seria ideal.

2 . 14. Existência de responsável pela mensuração de resultados:

Segundo os resultados da pesquisa, não se pode concluir a respeito da

existência de responsável pela mensuração de resultados.

2. 1 5. Realização de Programas formais de avaliação:

O item que afere a realização de programas formais de avaliação de

mudanças indicou um baixo índice de sua ocorrência nas empresas

pesquisadas.

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Com relação ao conjunto de observações dos itens em questão, observa­

se que valores superiores ao ponto médio da escala ocorrem na maioria deles.

Porém, os itens relacionados com o término de implementação de mudanças,

mensuração de resultados e realização de programas formais de avaliação

indicam uma menor pontuação e ocorrência destes nas empresas

pesquisadas, podendo significar que a formal ização do processo de

planejamento ainda carece de maior amadurecimento nas empresas

pesquisadas, principalmente no que se refere a avaliação de resultados .

Como já mencionado anteriormente, estes resultados são coerentes com

a pesquisa anterior realizada por Nogueira e Amaral(2O) , a menos do aspecto

de cómunicação dos objetivos.

3.0 Avaliação do Processo Decisório para os Investimentos.

ITEM MÉDIA D.P.

3. 1 .a- Descrição de mudanças 5.22 1 .74

3. 1 . b- Estimativas de custos 5.66 1 .58

3. 1 .c- lndicadores de sucesso 4.37 1 .74

3. 1.d- Estimativas financeiras 4.69 t.57

3.3- Responsável pela defesa do projeto 6.00 1 .54

3.4- Responsável pelos benefícios 5.22 1 .79,

Comparativamente aos resultados obtidos na pesquisa anterior, há que

se destacar os itens relativos à descrição de mudanças, às estimativas de

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85

custos, à identificação do responsável pela defesa dos projetos e também do

responsável pelos créditos decorrentes do sucesso dos projetos.

3. 1 .a. Descrição das mudanças propostas:

Há indicações de que os projetos de investimentos apresentam

descrições específicas das mudanças propostas nos negócios, bem como as

razões apresentadas para tais mudanças.

3 .1 .b. Estimativa de custos:

Segundo as respostas apresentadas, parece que os projetos de

investimento apresentam estimativas claras de custos para os projetos de

investimentos como um todo.

3 .1 .c. Indicadores de sucesso:

Pelo apurado junto aos entrevistados, os projetos de investimentos

apresentam indicadores objetivos de sucesso para as mudanças a serem

realizadas.

3. 1 .d. Estimativas financeiras:

Parece que os projetos de investimentos incluem, segundo os

respondentes, estimativas financeiras quantificáveis a respeito dos benefícios

a serem alcançados.

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Deve-se notar também que foi pontuada com valor mais alto o item

relativo às estimativas de custos em detrimento da identificação de indicadores

de sucesso para os projetos de investimentos.

3.3. Responsável pela defesa dos projetos:

Segundo os respondentes, parece que é quase sempre possível

identificar um responsável pela proposição e defesa de projetos de

investimentos específicos.

3.4. Responsável pelos benefícios auferidos:

Segundo os responsáveis pelas áreas de Tecnologia de Informação,

parece que é possível em grau relativamente alto, identificar pessoas a quem

são atribuídos os méritos de um determinado projeto de investimento.

4.0. Avaliação do processo de mudanças:

ITEM MÉDIA DP

4.1 Mensuração de benefícios

4. 1 .a- Redução de tempo 5.91 1 .23

4. 1 .b- Qualidade das mudanças 6.09 0.89

4.1 .c- Serviço prestado 6.06 1 .08

4. 1 .d- Valor das ações dos acionistas 3. 1 6 2.05

4.1 .e- Processos-chave dos negócios 5.66 1 .40

4.2- Padrão de mensuração de benefícios 4.06 1 .86

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4. 1 . Mensuração de benefícios:

Neste grupo de itens foi analisada a sofisticação das medidas existentes

para avaliar os resultados dos projetos, no tocante aos itens de redução de

tempo, qualidade das mudanças, serviço prestado, valor patrimonial e

processos-chave dos negócios.

Em comparação com a pesquisa anterior , tem-se que nos aspectos de

redução de tempo e valor da ação dos acionistas, encontrou-se resultados

semelhantes, com pontuação elevada para o primeiro item e pontuação menor

para o segundo, indicando neste caso uma provável ausência de preocupação

em relação a aspectos da mudança no valor das ações das empresas.

No entanto, os aspectos de qualidade das mudanças, mensuração de

resultados pelo serviço prestado, e processos-chave dos negócios também

receberam pontuação elevada nesta pesquisa, provavelmente indicando que a

postura de avaliação de benefícios passou a ser entendida de uma forma mais

abrangente por parte das empresas representadas na amostra desta pesquisa.

4.1 .a. Redução do tempo:

Segundo os entrevistados, o aspecto de redução do tempo de realização

do processo é considerado como relevante pela maior parte das empresas.

4. 1 .b. Qualidade das mudanças:

De acordo com a pesquisa realizada, a qualidade das mudanças é

abordada com relevância para efeito de mensuração de benefícios. É possível

que o conjunto de empresas ora avaliadas, tenha entendido e atribuído maior

relevância a uma ampl itude de aspectos mais significativa para a mensuração

de benefícios.

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4.1 .c. Serviço prestado:

De acordo com os respondentes a mensuração de benefícios obtidos com

as mudanças implementadas através do serviço prestado foi pontuada como

importante. Neste item podemos entender que ocorreu o mesmo que no item

anterior, tendo sido este aspecto entendido como destacável no processo de

mensuração de benefícios.

4.1 .d. Valor das ações dos acionistas:

De acordo com avaliação dos respondentes este item obteve uma

pontuação baixa, demonstrando que este aspecto não está sendo visto como

relevante pelas empresas.

Este mesmo resultado foi encontrado em pesquisa anterior já citada e

provavelmente isto se deve à cultura de negócios no Brasil, na qual ainda não

foi atribuída a devida importância à figura do acionista.

4. 1 .e. Processos-chave dos negócios:

Segundo os entrevistados, tal item obteve pontuação acima da média da

escala, demonstrando a sua importância no processo de mensuração de

benefícios. Em comparação com a pesquisa anterior, nota-se que a pontuação

foi maior nesta pesquisa do que na anterior, na qual se atingiu tão somente o

ponto médio da escala. É possível que tal resultado se deva às razões

explicitadas anteriormente para os demais itens de pontuação também

relevantes.

4.2. Padrão de aferição de benefícios:

Referindo-se à existência de um padrão de medição de benefícios

atingidos com relação às mudanças implementadas, os respondentes

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atribuíram a este item uma pontuação menor, o que é coerente com o já

encontrado na pesquisa anterior, na qual a existência de programas formais de

avaliação de resultados ocorrem apenas em alguns casos.

5. Avaliação do Processo de Mensuração de Resultados:

ITEM MÉDIA D.P.

5. 1 - Recursos despendidos com novos investimentos 4.84 1 .58 direcionados às mudanças com processos dos negócios

5.2- Direcionamento dos recursos aosprocessos-chave 5.66 1 .38 dos negócios

5.3- Direcionamento dos recursos investidos tanto para 5.66 1 .23 negócios como para Tecnologia de Informação

5.4- Classificação das oportunidades de investimentos 4.69 1 .65 identificadas com inteiramente inovadoras

5.5- Alta administração consciente da importância da 5.66 1 .62 identificação de novas oport. de inv. através de T.I .

5.6- Posicionamento da área de T. I . dentro da 5.69 1 .79 organização facil ita identificação de novas oportunidades de investimentos.

5.7- Gastos com sistemas em operação são levados em 6.06 1 .41 consideração

5.8- Projetos de investimento consideram gastos com 6 09 1 .20 todo tipo de T. I . ( automação escritório, fábrica, etc)

5.9- Envolvimento da Alta administração para acompanhamento de mudanças nos:

5.9.a- processos de negócios 6.00 1 .59

5.9.b- perfil de R.H. 5.59 1 .72

5.9.c-Tecnologia de Informação 5.53 1 .74

5. 1 0- Alinhamento estratégico dos projetos de 5.69 1 .33 investimento em Tecnologia de Informação.

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5. 1 . Recursos despendidos em novos investimentos:

De acordo com os respondentes, recursos são gastos com novos

investimentos numa proporção superior quando relacionados com mudanças

envolvendo processos dos negócios em contraposição à manutenção de

tecnologias já existentes.

5.2. Direcionamento de recursos gastos:

Segundo os entrevistados, a maior parte dos recursos gastos em novos

investimentos em Tecnologia de Informação são direcionados aos processos­

chave dos negócios. Isto confirma o obtido na pesquisa anterior, na qual se

identificou que embora o enfoque seja nestes processos, o conteúdo da

mudança efetivada ainda é baixa, isto é, busca-se promover ajustes

incrementais ao invés de adotar processos inteiramente novos.

5.3. Direcionamento dos recursos investidos:

Segundo os entrevistados, na maior parte dos recursos a serem

investidos considera-se tanto os negócios como a Tecnologia de Informação.

Em pesquisa anterior, chegou-se à indicação de que 70% dos recursos

envolvidos com definição de programas de investimento incluíam de forma

conjunta os negócios e a Tecnologia de Informação.

5.4. Classificação das oportunidades de investimento:

A pesquisa mostra que das oportunidades de investimento, os

respondentes assinalaram com valores acima da média da escala para

projetos identificáveis como inovadores, indicando uma participação maior

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9 1

destes projetos. Parece porém que apesar de identificá-los como inovadores,

as decisões de investimento não contemplam tais projetos na alocação de

recursos, que se mostra mais conservadora.

5.5. Identificação de novas oportunidades em Tecnologia de Informação:

Há indícios de que a alta administração está consciente da importância

da identificação de novas oportunidades envolvendo a util ização da

Tecnologia de Informação.

Este resultado também foi encontrado na pesquisa anterior, na qual 60%

das oportunidades de investimentos identificadas foram classificadas como

totalmente inovadoras, tanto em relação ao negócio quanto à tecnologia.

Parece no entanto, que o conteúdo de mudança efetivado pelos

investimentos é baixo, isto é, busca-se obter mais ajustes incrementais ao

invés de adotar processos inteiramente novos.

5.6. Posicionamento da área de Tecnologia de Informação

Segundo os entrevistados, a área de T.I está bem posicionada dentro da

organização de modo a facilitar a identificação de novas oportunidades em

conjunto com os profissionais das áreas funcionais envolvidos nos negócios.

Tal indicação é da mesma natureza do encontrado na pesquisa anterior, na

qual havia indicativos de que o posicionamento hierárquico da área de T.I . era

razoável, no sentido de permitir a identificação de oportunidades de

investimento.

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5.7. Gastos com sistemas em operação:

De acordo com os entrevistados, os projetos de investimento em

Tecnologia de Informação também levam em consideração gastos com

sistemas atualmente em operação além das novas tecnologias.

5.8. Tipos de gastos em Tecnologia de Informação:

Segundo as entrevistas realizadas os projetos de investimento

consideram gastos com todos os tipos de T. I .

5.9. Envolvimento da alta administração:

Segundo o que revela a pesquisa, o envolvimento da alta administração

no acompanhamento das mudanças efetivadas ocorre sem que se possa

identificar o aspecto em que o envolvimento é relevante. Os valores obtidos,

são muito próximos, o que dificulta uma ordenação entre os itens de forma

decisiva.

5. 1 0. Alinhamento estratégico dos projetos de investimento:

Segundo os respondentes pode-se dizer que existe um alinhamento

estratégico dos projetos de investimento em T. I . com os fatores críticos de

sucesso das empresas e os processos-chave dos negócios.

A seguir apresentaremos um quadro resumo dos valores médios para

cada um dos componentes da medida, com o respectivo desvio-padrão.

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ITEM MÉDIA D.P.

2- Identificação de oportunidades 5.03 1 .27

3- Decisão e análise de investimentos 5. 1 9 1 .04

4- Implementação de mudanças 5. 17 1 .05

5- Mensuração de resultados 5.60 0.96

Nível de alinhamento estratégico da 5.22 0.97 Tecnologia de Informação (índice agregado)

Com relação à análise da confiabilidade do questionário através do

procedimento Reliability, que forneceu o coeficiente alpha de Chrombach para

os agregados, tem-se o seguinte.

ITEM fl\lpha de Chrombach

Identificação de oportunidades 0.94 (31 casos)

Decisão e análise de investimentos 0.69 (32 casos)

Implementação de mudanças 0.80 (31 casos)

Mensuração de resultados 0.86 (32 casos)

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IV.2 Correlações entre as componentes da variável "Alinhamento Estratégico

em Tecnologia de Informação".

IV.2. 1 -Correlações entre os componentes da variável agregada:

ITEM Decisão e Implementação Mensuração Alinhamento análise de de mudanças de resultados. estratégico da investimentos T. I .

Identificação de 0,82 0,61 0,57 0,9537 oportunidades

(30) (30) (30) (30) p<0,001 p<O,OO1 p<0,OO1 p<0,001

Decisão e 0.61 0.47 0,81 análise de

(30) (30) (30) investimentos p<0,001 p<0,05 p<O,001

Implementação 0.46 0,74 de mudanças.

(30) (30) p<0,001 p<0,001

Mensuração de 0,75 resultados

(30) p<0,001

Analisando os coeficientes de correlação simples de Pearson, pode-se

verificar associações entre todos os componentes do nível de alinhamento

estratégico, sendo que entre as variáveis de Identificação de Oportunidades e

Decisão e Análise de Investimento esta correlação é mais forte. Entre a de

Decisão e Análise de Investimentos e Mensuração de resultados a mais fraca.

Estes resultados indicam aderência entre os componentes da medida e a

coerência desse instrumento de avaliação.

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95

IV.2.2- Correlações entre as variáveis de perfil do responsável pela área

de Tecnologia de Informação e as de alinhamento estratégico .

Com relação às correlações entre as variáveis de perfil do responsável

pela área de Tecnologia de Informação e as variáveis agregadas de

alinhamento estratégico da Tecnologia de informação, pode-se resumir os

resultados a partir da tabela a seguir

ITEM Idade Tempo de Nível Tempo no empresa camo

Identificação 0,09 0,05 -0, 1 2 0,21 de oportunidades (30) (30) (30) (30) (PU) n .s. n.s. n.s. n.s.

Decisão e -0.23 -0. 1 5 0. 1 6 -0. 1 3 análise de (30) (30) (30) (30) investimentos n.s. n.s. n.s. n.s. (PIII) Implementaçãc -0. 1 5 0.04 0.24 0. 1 1 de mudanças

(30) (30) (30) (30) (PIV) n.s. n.s. n.s. n.s.

Mensuração -0. 14 -0.03 -0. 1 0 -0.03 de resultados (PV) (30) (30) (30) (30)

n.s. n.s. n.s. n.s.

Alinhamento -0,05 -0,04 -0,03 0. 1 0 Estratégico da T. I . (30) (30) (30) (30)

n.s n.s n.s. n.s.

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%

Não foram encontradas correlações significativas entre as variáveis de

perfil do responsável pela área de Tecnologia de Informação e os

componentes da variável de alinhamento estratégico da Tecnologia de

Informação. Muito provavelmente as variáveis rei acionáveis seriam as de

Background, estilo de atuação e perfil psicológico, que em virtude das

limitações da presente pesquisa não puderam ser avaliadas.

IV.2.3. Correlações entre os componentes da variável de alinhamento

estratégico da Tecnologia de Informação, em relação aos indicadores de porte

e desempenho das empresas avaliadas:

A seguir são apresentadas as correlações entre os componentes da

variável de alinhamento estratégico da Tecnologia de Informação em relação

aos indicadores de porte e de desempenho das empresas analisadas.

Os indicadores das empresas consideradas foram os de Receita,

Patrimônio Líquido, Rentabilidade do Patrimônio líquido e Rentabilidade

Operacional. Os dados foram obtidos a partir da Revista "Exame - Maiores e

Melhores" do ano de 1 992, tendo por base os dados de balanço do ano de

1 991 .

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97

ITEM Receita Patrimônio Lucro Rentab. do. Rentab. Líquido. Líquido. P .L. Opero

Identificação -0,03 -0,03 -0,09 0,03 -0,01 de oport.

( 15) (1 5) ( 1 5) (1 5) (1 5) n.s. n.s. n.s. n.s. n.s.

Decisão -0,02 -0, 14 0,00 -0, 12 -0, 1 9 de invest.

(1 5) ( 1 5) (1 5) ( 1 5) (1 5) n.s. n.s. n.s. n.s. n.s.

Implement. -0,55 -0,28 -0,49 0, 1 1 0, 15 de mudanças

(1 5) ( 15) (1 5) ( 15) ( 15) p<0,05 n.s. p<0,05 n.s. n.s.

Mensuração -0,56 0, 1 3 -0,60 -0,05 -0,25 de resultados

(15) ( 15) ( 1 5) ( 15) ( 15) p<0,05 n.s. p<0,05 n.s. n.s.

Alinhamento -0,25 0,00 -0,28 0.00 -0, 1 2 estratégico

( 1 5) (1 5) ( 1 5) ( 15) ( 15) da T. I . n.s. n.s. n.s. n.s. n.s.

Foram encontrados indícios de associação negativa entre a receita, o

lucro l íquido e os itens de implementação de mudanças e mensuração de

resultados da medida de Alinhamento Estratégico da Tecnologia de

Informação. Em pesquisa anterior, Nogueira e Amaral(20) encontraram

associação positiva entre a medida de Alinhamento Estratégico da Tecnologia

de Informação e os indicadores de desempenho das empresas. Nesta mesma

pesquisa, não foi verificada qualquer associação da medida principal com os

indicadores de porte, sendo que com o patrimônio líquido foi encontrado

indício de associação inversa.

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98

IV. 3. Resultados dos testes de hipóteses:

Hipótese 1 . 1 :

Ho : Não existe associação entre o nível do alinhamento estratégico da

tecnologia de informação e a idade do responsável por esta área nas

empresas pesquisadas.

Não foi possível rejeitar a hipótese nula.

Hipótese 1 .2:

Ho : Não existe associação entre o nível do alinhamento estratégico da

Tecnologia de Informação e o nível h ierárquico do responsável por esta área

nas empresas pesquisadas.

Não foi possível rejeitar a hipótese nula.

Hipótese 1 .3:

Ho : Não existe associação entre o nível do alinhamento estratégico da

Tecnologia de Informação e o tempo de empresa do responsável por esta

área nas empresas pesquisadas.

Não foi possível rejeitar a hipótese nula.

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99

Hipótese 1 .4:

Ho : Não existe associação entre o nível do alinhamento estratégico da

Tecnologia de Informação e o tempo no cargo do responsável por esta área

nas empresas pesquisadas.

Não foi possível rejeitar a hipótese nula.

É bem verdade que outras variáveis devem compor o objeto de

pesquisas seguintes no sentido de se avaliar questões subjetivas quanto ao

perfil do C. I .O. , da forma como o sugerido por Synnott(25) . Tais variáveis

deveriam abranger por exemplo:

Capacidade dele manter-se atualizado com as tecnologias de informação

e desenvolvimento de processos decisórios.

Liderança e habilidade de comunicação nos ambientes de negócios, com

ênfase no uso progressivo do estado de arte em tecnologia .

Flexibilidade para encontrar soluções para problemas complexos

rapidamente.

Capacidade de forjar a conscientização e a capacidade de visão dos

administradores seniores com relação ao processo de aquisição,

processamento e distribuição de Tecnologia de Informação como ferramenta

vital, no sentido de ampliar a produtividade, propiciar decisões em níveis

superiores mais apropriadas e alcançar ganhos em competitividade.

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100

Hipótese 2.1 :

Ho : Não existe associação entre o nível do alinhamento estratégico da

Tecnologia de Informação e os atributos de porte, especificamente a receita,

das empresas pesquisadas.

Não foi possível rejeitar a hipótese nula para a variável agregada, pois

apesar de ter-se encontrado o valor de -0,25, o nível de significância de

p<0,05 não foi alcançado. No entanto, entre as variáveis receita e os itens

implementação de mudanças, e mensuração de resultados, encontrou-se

correlações negativas da ordem de -0,55 e -0,56 respectivamente com p<0,05

indicando que existe associação negativa entre estes itens e a variável de

porte, especificamente faturamento. Isto pode sugerir que as empresas de

maior faturamento devem estar dedicando uma atenção menor a estas

questões por ocasião do processo de planejamento.

Hipótese 2.2:

Ho : Não existe associação entre o nível do alinhamento estratégico da

tecnologia de informação e os atributos de porte através do patrimônio líquido

das empresas pesquisadas.

Do ponto de vista global, não foi possível rejeitar a hipótese nula, uma

vez que o nível de correlação encontrado foi nulo. No entanto, no que se refere

aos mesmos itens avaliados na hipótese anterior, ou seja implementação de

mudanças e mensuração de resultados encontrou-se correlações negativas da

ordem de -0,49 e -0,60 respectivamente, com nível de significância de p<0,05

indicando que estas associações negativas podem significar que as maiores

empresas estão despreparadas para enfrentar a questão de implementação de

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101

mudanças e também para adotar um processo de avaliação de resultados

consistente e condizente com os investimentos efetuados em T. I .

Hipótese 3 . 1 :

Ho: Não existe associação entre o nível do alinhamento estratégico da

Tecnologia de Informação e os atributos de desempenho através da

rentabilidade do patrimônio líquido das empresas pesquisadas.

Não foi possível rejeitar a hipótese nula. O coeficiente encontrado de

correlação para as variáveis em questão foi nulo. Esta avaliação pode estar de

certa forma prejudicada, em virtude de os dados de balanços das empresas

estarem sofrendo a influência de disposições legais, que prejudicaram a

lucratividade das empresas no período considerado da pesquisa. Os efeitos do

plano Collor sobre os resultados das empresas desvirtuaram os resultados da

maioria das empresas no ano de 1 991 . De certa forma este fato ainda foi

agravado pelo comportamento dos resultados de algumas empresas da

amostra em relação à media do setor .

Hipótese 3.2:

Ho: Não existe associação entre o nível do al inhamento estratégico da

Tecnologia de Informação e os atributos de desempenho, através da

rentabilidade operacional das empresas pesquisadas.

Também não foi possível rejeitar a hipótese nula, provavelmente em

virtude das mesmas razões descritas para a hipótese anterior.

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v - Conclusão

V. 1 . Resultados da Pesquisa.

Esta pesquisa tem por objetivo abordar a utilização estratégica da

Tecnologia de Informação, avaliando de forma exploratória no Brasil , o nível

de planejamento para o alinhamento estratégico da Tecnologia de Informação

e verificar sua associação com as características de qualificações do

responsável pela área e com as características das empresas pesquisadas.

Foi também realizada uma primeira avaliação do perfil do responsável

pela área de Tecnologia de Informação nas empresas, tendo sido dedicada à

análise das características deste prOfissional uma parcela significativa de todo

o trabalho real izado.

A revisão da literatura foi baseada nas abordagens dos principais autores

relacionados com o assunto, com destaque para a participação do trabalho de

Synnot(25), com a respectiva abordagem sobre utilização estratégica da

Tecnologia de Informação.

No que se refere ao instrumento da pesquisa, este foi baseado no

instrumento adaptado por Nogueira e Amaral(2°) a partir de metodologia

desenvolvida por Norton(21). As variáveis foram medidas através de um

questionário fechado que foi aplicado aos responsáveis pelas áreas de

Tecnologia de Informação de trinta e duas grandes empresas situadas no Rio

de Janeiro. Todos os participantes da pesquisa revelaram conhecer a

temática do uso estratégico de Tecnologia de Informação:

1 0 2

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1 0 3

A partir do questionário foi realizado o processamento dos dados

coletados, com o objetivo de avaliar a confiabilidade do instrumento de análise

e também avaliar o alinhamento estratégico da Tecnologia de Informação em

relação às variáveis de porte (patrimônio líquido, vendas brutas) e

desempenho (rentabilidade operacional e rentabilidade patrimonial) das

empresas pesquisadas.

Para responder às perguntas da pesquisa, foram analisadas:

a) Características do perfil do responsável pela área de

Tecnologia de Informação;

b) N ível do processo de planejamento e alinhamento

estratégico da Tecnologia de Informação;

c) Indicadores de porte e desempenho das empresas

pesquisadas.

Foram também formuladas hipóteses no sentido de avaliar:

a) A relação entre o perfi l do responsável pela área de Tecnologia de

Informações e o nível de alinhamento estratégico da Tecnologia de

Informação.

b) A relação entre o porte das empresas e o nível de alinhamento

estratégico da Tecnologia de Informação.

c) A relação entre a rentabilidade das empresas e o nível de alinhamento

estratégico da T. I .

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1 0 4

Com relação aos itens que visam analisar o perfil do responsável pela

Área de Tecnologia de Informação, obteve-se o seguinte como resultados da

pesquisa:

ITEM MÉDIA D.P.

Idade 39. 1 9 7.52

Tempo de Empresa 4. 1 0 2.64

N ível 2.72 1 .42

Tempo no cargo 2.62 2.48

A seguir passamos a mencionar as principais conclusões relacionadas

com este aspecto:

Quanto ao tempo de empresa, foi possível concluir que o profissional em

questão, já passou por um processo de crescimento profissional no mercado,

tendo evoluído principalmente dentro da própria área de Tecnologia de

Informação. Com relação ao nível, há indicações significativas de que ao cargo

corresponde, na maior parte das empresas, uma situação hierárquica de

gerência intermediária. Por fim, com relação ao item de tempo no cargo, o

valor encontrado indica que não se pode determinar que a permanência no

cargo por parte dos diversos profissionais entrevistados se dê há períodos de

tempo semelhantes .

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1 0 5

A seguir apresentaremos as correlações entre as variáveis de perfil dos

entrevistados responsáveis pela área de Tecnologia de Informações.

Idade Tempo de Nível empresa

-0,07 Tempo de empresa (30)

n.s.

-0,49 0. 1 1 0 Nível

(30) (30) p<0,01 n.s.

0.54 0,07 -0. 1 7 Tempo no cargo

(30) (30) (30) p<0,01 n.s. n.s.

As correlação significativas encontradas foram entre nível e idade e

tempo no cargo e idade.

Quanto à correlação entre nível e idade, o encontrado nos leva a

acreditar que o cargo, quando de n ível mais elevado na estrutura hierárquica

da empresa, é ocupado por pessoas de maior faixa etária, o que reforça o

aspecto de senioridade preconizado por Synnott(25) A correlação entre tempo

no cargo e idade indica apenas que a permanência no cargo há mais tempo

corresponde uma faixa de profissionais de idade mais elevada.

No entanto, o cargo exige um novo posicionamento frente aos desafios

que o profissional terá que enfrentar. O C.I .O. deve conhecer tecnologia, mas

necessita conhecer a área de negócios.

Com relação à origem profissional dos respondentes, a maior parte

destes é oriunda da área de sistemas, com formação acadêmica de base

matemática. Tudo isto nos leva a crer que no Brasil ainda não se esboça a

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1 0 6

figura do "Chie; Information Officet" , d a fonna como descrita por SynnoU(ZSl na

qual a figura do C.I.O. é referente mais a um profissional que tem um perfil de

origem relacionado com a área de negócios, e menos com a área técnica.

Com relação ao aspecto essencial da pesquisa, segundo os

respondentes, pode-se dizer que existe um alinhamento estratégico dos

projetos de investimento em Tecnologia de Informação com os fatores críticos

de sucesso das empresas e também os processos chaves dos negócios.

A seguir apresentaremos um quadro resumo dos valores médios para

cada um dos componentes da medida, com o respectivo desvio-padrão.

ITEM MÉDIA D . P .

2- Identificação de oportunidades 5.03 1 .27

3- Decisão e análise de investimentos 5. 1 9 1 .04

4- Implementação de mudanças 5. 17 1 .05

5- Mensuração de resultados 5.60 0.96

Nível de alinhamento estratégico da 5.22 0.97 Tecnologia de Informação ( índice agregado)

Com relação à análise da confiabilidade do questionário através do

procedimento Reliability, que forneceu o coeficiente Alpha de Chrombach de

0,82 para a medida de alinhamento estratégico, indicando a sua

confiabilidade. Para os seus agregados, tem-se o seguinte.

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1 0 7

ITEM Alpha de Chrombach

Identificação de oportunidades 0.94 (31 casos)

Decisão e análise de investimentos 0.69 (32 casos)

Implementação de mudanças 0.80 (31 casos)

Mensuração de resultados 0.86 (32 casos)

Com relação às correlações entre os componentes da variável agregada,

pode-se verificar associações entre todos os componentes do nível de

alinhamento estratégico conforme o demonstrado no quadro a seguir:

Decisão e Implementação Mensuração Alinhamento ITEM análise de de de estratégico

investimentos mudanças resultados. da T.I.

Identificação 0,82 0,61 0,57 0,9537 de (30) (30) (30) (30) oportunidades p<O,001 p<O,001 p<O,001 p<O,001

Decisão e 0.61 0.47 0,81 análise de (30) (30) (30) investimentos p<O,001 p<O,05 p<O,001

Implementação 0.46 0,74 de (30) (30) mudanças. p<O,001 p<O,001

Mensuração 0,75 de (30) resultados p<O,001

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1 0 8

Estes resultados indicam aderência entre os componentes da medida e a

coerência desse instrumento de avaliação.

Por último, a respeito da análise das correlações entre os componentes

da variável de alinhamento estratégico da Tecnologia de Informação em

relação aos indicadores de porte e de desempenho das empresas analisadas,

foram encontrados os valores expressos no seguinte quadro:

ITEM Receita Patrim. Lucro Rentab. Rentab.

Líquido. Líquido. do. P.L. Operac.

-0,03 -0,03 -0,09 0,03 -0,01 Identificação de

(1 5) (1 5) (1 5) ( 1 5) ( 1 5) oportunidades n.s. n.s. n.s. n.s. n.s.

-0,02 -0, 1 4 0,00 -O 1 2 , -0, 1 9 Decisão de

( 15) ( 1 5) ( 1 5) ( 1 5) (1 5) investimentos n.s. n.s. n.s. n.s. n.s.

-0,55 -0,28 -0,49 0, 1 1 0, 1 5 Implementação

( 1 5) ( 1 5) ( 15) ( 1 5) ( 1 5) de mudanças p<0,05 n.s. p<0,05 n.s. n.s.

-0,56 0, 1 3 -0,60 -0,05 -0,25 Mensuração

( 1 5) ( 1 5) ( 15) ( 15) ( 1 5) de resultados p<0,05 n.s. p<0,05 n.s. n.s.

Alinhamento -0,25 0,00 -0,28 0.00 -0, 1 2 Estratégico da Tecnologia de ( 1 5) ( 15) (1 5) (1 5) (1 5) Informação

n.s. n.s. n.s. n.s. n.s.

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1 0 9

Foram encontrados indícios de associação negativa entre a receita, o

lucro liquido e os itens de implementação de mudanças e mensuração de

resultados da medida de Alinhamento Estratégico da Tecnologia de

�nformação. Tais resultados revelam que há indícios de que as empresas ·que

tem maior faturamento tendem a dedicar menos atenção aos processos

relacionados com as variáveis de implementação de mudanças e mensuração

de resultados. Há indícios de que isto também ocorre com as empresas que

auferem o maior lucro.

Em pesquisa anterior, Nogueira e Amaral(20) encontraram associação

positiva entre a medida de Alinhamento Estratégico da Tecnologia de

Informação e os indicadores de desempenho das empresas. Nesta mesma

pesquisa, não foi verificada qualquer associação da medida principal com os

indicadores de porte, sendo que com o patrimônio líquido foi encontrado

indício de associação inversa.

Também como sugestão para futuras pesquisas, julgamos interessante

a aplicação do instrumento a um conjunto maior de empresas, segmentados

por setor de atividade econômica.

Também seria interessante aprofundar as características pessoais do

responsável pela área de tecnologia de informação para detectar em que

medida as organizações estão abrindo espaço para um entendimento mais

amplo do potencial da utilização estratégica de Tecnologia de Informação e

acompanhar o surgimento de profissionais com características inerentes às

previstas pelos autores para o cargo de Executivo Chefe de Informações.

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" . RECOMENDAÇÕES . ,Este questionário contém perguntas de dois tipos básicos: . . ," : .,�,:':: . � .... ;:;� .• (.� ';' : �

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• Perguntas com respostas quantitativas. .

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k.'.- · · ! . . " . 1

1 14

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• Pergurit& cujas respostaS �nsideram a sua perce"PÇãoa reS�it;;-deii� fato. Essas '

" � v�,:�;t;�.:, ,�!;�fl�;r ;�fp���9;;��������f�:i�t��,�::a��1;�&���IJ�'*'t:Ã:'�

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-3 ' discordo , . totalmente da afirmação

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-2 - 1 -;" ;..:""� .,� .. ; ' �_. � _ . ,

o : �: +1 ', indiferente :�'A' �"

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+3 concordo

totalmente com a

afirmação

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Um'doSpoÕt�s' f�nd�me�iâis para o entendim�nto do questionário, é o conceito de PROJETOS DE INVESTIMENTO:Entende-se por Projetos de InvestimentO; propostas ou programas envolvendo o investimento (seja em hardware, software e/ou pessoal) em proje,tos ligados à Tecnologia de Informação (TI), que revertam em beneficios para a organizaçãÇl mediante a implementação de mudanças (como por exemplo, mudanças propostas nos sistemas de informação, no perfil dos recursos humanos e/ou no próprio negócio da empresa). Como exemplo, inserem-se como tais, projetos relativos a(o): t , ' ' ' ' i . : ' ' "

, '

. ! ,." '.

melhoria dos sistemas existentes, Jlromovendo uiIa redução e/ou deslocamento de custos através do aumento de proi1utividade; , ' , ; " : ' . ' " " ', , . "

. , .

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�esenVol'!Ímento de s�temas cuj� beneli�i5> prfu�ipal é o fornecimento de info.x:maçoes para apoio à toma<!a �e�eclSOes; l i �! . ' "

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.. ..... ). . .�;\ • • >;' . . desenvolvimento de: novoS produtos/serviços e'oferecimento de novas fonüàS da '

�:�,r�� ���tir;

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o . , • • " . :7 1i�;ü:,L�·2;;\ ;.i{/1::o''-�,)t:; .. :�;;� · �.�' . . 'melhorada eficiência organiiácional, através do désenvolvitriento de noveis colitroles 'administrativos; , , " ' ' ' ,' , , '

• pesquisa de novas tecnologias. ; ,

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PARTE I 1 Qual a sua idade?

2 Qual a sua formação acadêmica (graduação/pós­graduação)?

3 liá quanto tempo eStá ria emprêsa? . ' · · r ··-

4 Qual a sua área de origem na organização?

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1 1 5

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5 - búiíl õ" nome e"o ilÍvel hierárquica (quantos níveis abaixo ',> " . - • c, . _ . , ," .

. ..

, . da presidência) do cargo que ocupa atualmente? , " .

6 Há quanto tempo ocupa �te cargo? , "

"' " � .

"

. , _ . . -�..:�-""'�;:�.�: ,� ��:'��'�"<�:�_.'� ' PARTE II . 1 A missijo e os objetivos da organização estão claramente

formulados. .

" . .

. -" "'; -�; .

2 Os objetivos e a estratégia do' negócio são claramente comunicados à toda a organização. . .

4

5

6

. .. - ; : .' � . , . _o,

As aÇÕe5-chave a serem tomadas para o alcance dos objetivos organizacionais estão descritas de forma bastante explfcita. . '

- ; ." . ... .

Existe descrição exP,lfcita sobre o q�� de.;.a ser reito,em termos '::de :procedimentos .' a serem, i,.executados,para ; ' '

. reaIiz��"es.t,�,��::<;h�ve: :,'''' :: ' : :--',::- " ' '' ' , ,-;-:" • • --.,,' " .0 . :, y,: -

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. . . �' " . . ' .. : :;. -Os Pr�jetos de Investimento apresentam a descrição,de forma, bastante' Clara,dos resultados a serem alcançados com as mudanças pr"opostas na organização./ .

. · .. · c · - - ' ,

A deS�riçãó dàS 'mudanças p'iopósias pelos Projetos de Investimento inclui . as modIficações a serem realizadas nos prOcessos-chave do negócio (ou seja, nas atividades básicas da empresa). .

.

-3 -2 -1 0 +1 +2 +3 '

-3 -2 -1 O + 1 +2 +3

-3 -2 -1 O + 1 +2 +3 •

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-, ;-:'�' .. � "', �, .

-3 -2 -1 O +1 +2 +3 ,

-3 �2 -1 0 + 1 +2 +3 .

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7 Nos Projetos de Investimento é definida uma estratégia clara .de implementação das mudanças necessárias na orgamzaçao. , . .. .

8 Os' Piójetas de Investimento permitem a realização de comparações entre eles permitindo-se concluir pelo mellior. "

, ' .

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.

-3 �2 -1 ' 0 + 1 +2 +3

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1 1 6

9 Os Prój�tos de fuveSiimento 'são tidos como documentos ' suficientes para o processo de tomada de decisão dos

-3 -2 �1. O + 1 ,+2 +3 ' J executivos. '

-' .... .

, : . . . • ......, - � � .. � , �

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. , . . -,,,- . � ;,

,, :' ",; ,.ii, ,,\>,.i,;" '""o/" , ,.,,,,,;,:����f.,,,_ ,�,,.J·.;r ""� "'i';" -:'��i�i;+���'Y� f%��::eF';��r;0'�;'t<;� �' " , lO , Os Projetos de Investimento apresentam uma defimção bastante clara dos beneficios a serem ' , • atingidos com as mudanças propostas no(s): , , ' ' , " : " , " ' , ' , ' � ',, ' . ," , . ... ,

.

• ,' prócesSos do négócio

, • pei-fiJ dos recursos humanos

-3 -2 -1 '

O , + 1 +2 ' +3 .

· ,-3 -2 -1 O + 1 +2 +3

, . , ;..' � ... ',�', �� . <-, .. •.•• , .. . ,. ... ..:-t·, ..,..,.' _ . __ '..... ·A._ .... � -..... � --

' - " - -- ' , -3 -2 -1 0 + 1 +2 +3 .' , 11 Existe um grupo de , pessoas (da área técnica e/ou

funcional) , responsável pela "gerência das mudan�·,compreendendo um pr?CCSSo , forll!al de gerênCia de tõdas as ' etapas de ' wplementaçao das mudanças propostas pelos Projetos de IilvestinIento.

, ' .\, . � ..

12 O grupo de P,essoas responsável pelo processo de inIplementação das mudanças propostas,iJº-SSui um amplo espectro ' de " habilidades em : negócio,Tecnologia de Informação,liderança ' e outros,de forma a garantir o

,alcance dos benefiCIOS pretendidos. , ' .

. ", , ; � . . � .

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, -3 -2 -1 0 ,+1 +2 +3

-3 -2 -1 O + 1 +2 +3 '

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" .. ..

.

13 ExiStem critérios bem-definidos de avaliar o término da ', :, ,-f:'-i;1 ;�Ó ' + l H2 +3 ' ,, , ' , ' OO

d' ' f:Jleme�tàção :�as mud

" ,iI.?çasrP!opost,as pelos Projetos :/��;� , ' :: • • . ;" '"1'',:< '' :''' ,i " -'

e lnvestimento. ' " , .. : "

, " " , ' , "

, • ' " . ' . ; ....

14 Exisie,fc:,rm�lmente,um responsável pela 'mensuração dos resultados obtidos após a implementação das mudanças. , "

15 , São ' realizados periodicamente ' programas formais de avaliação das mudanças implementadas na organização.

-3 -2 -1 0 + 1 +2 +3

-3 -2 -1 O +1 +2 +3 '

- . � . � " _ . �'. --, -.' ,-. - =.-• .

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PARTE 111

, l Os Projetos de Investimento incluem:

a) descri� bastante específicas das mudanças propostas ' no negócio, bem como a razão para tais mudanças. , ' . . , . r ' •

b) úm� éstim�tiva �l�r� de custos para o investimento como. ' um todo. . , , ' , - , - '

r .:""

, .

.3 ·2 ·1 O + 1 +2 +3

" ·3 ·2 · 1 , ° + 1 +2 +3

-J ,

1 17

c) indicadores mensurá�eis de sucesso de todas as mudanças -�_ - : : .3 ;,�2 ,�1 ,, 0 .,+1+2 .+3 .-. : :.'". , . . � .se+�_�}��!�����_�.�·F���·,· ,,�; - . . ;.�� .. �7t;�::�:�'� �-;-�. '. :' �. � :�

. ���:��··?fr���������j��.-1��_�!'�J'-��,,�;·��� �����-'�;.��. : . . ("

d) estimatlvas - financeiras - quantificáveis -beneficIOS a serem alcançados. , ' ,

_ ________ ---"_ , ___ .<-___ __ "H_ •• _

. ,-de todos , os

, ,

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·3 ·2 -1 O + 1 +2 +3

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- o " ,. - • • " " . , " . _ _ • _ .1:'- " , ' .. ,''l:' _ _ �'':' _ ... . . __ .... ... ' __ '�; '_"'�M:"� """.' �" " _ - 3 - :- É sempré possível identificar. uma 'deteiniinada·pessõã· ..... ' -'� -3 -2 -1 O + 1 +2 +3

responsávef pela defesa de um Projeto de investimento ' - -:' -, . ' específico,para que este seja aceito. '

4 É sempre poSsível identificar pessoas responsáveis por receber ·os créditos· dos beneficios conseguidos com a realização bem·sucedida de um' determinado Projeto de Investimento. '

PARTE IV _ , ", . � . - '-

-3 ·2 ·1 0 + 1 +2 +3

", - ' . �_. � " ' ' " .-' ...;

. "". : " . . . ,;:-,- .-;---� �-; :�::<.� . . :. - ., :. . .' �<.: '. :.'.'� :� -" .:' . " - > .. : ,'\::' . . <�: ,.��.� · : .. :�·.- _ i\·: .. �-ik.:·�:�.;- '·, -�:· 1 ': COm relação à mensuração dos benefíCIOS obtidos com-as mudanças impleme-ntadas,podt::·se

� dizer _que: " .... �.:��� :": . . ., :'. - .' . .

'�: .. -: :: . . . � . ' . , .�. ; ' : - . � .. � "! .... , . .

f " "

a) a redução do tempo de processamento das etapas . 'envolveQdo o negócio é abordada. ' � �

b) a qualidade das mudanças realizadas é abordada. - • - • •

J" - ,

c) o sei:vico prestado é abordado.

' , -3 , ·2 , -1 . 0 + 1 ' +2 +3

·3 ·2 , -1 0 .+ 1 , +2 , +3

-3 ·2 -1 0 + 1 +2 +3

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d) o valor das ações dos acionistas é abordado.

e) os processos-chave do negócio são abordados.

2 Existe sempre um padrão de medição dos benefícioS · atingidos ,'. " . com · as . mudanças · imprenie�tadas,indep'endentemente do tipo de 'projeto

de lnvesttmento realizado. · .

I

. . . . . -

.. ' -3

·3

·3 :-. .

. -

-2

·2'

-2

-1 O +1 +2 +3

-1 O + 1 +2 +3

·1 O + 1 +2 +3

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PARTEy '�: .. 1 A . . Qtaior . parte dos recursos " , gastos ' em " no�ós

.

· investimentos é direcionada às mudanças envolvendo os

2

· processos do .negócio (ao invés de promover a manutenção de tecnologias já existenteS). ' .

. " -, L .. i " '

", �

o '

-3 -2 -1 O +1 +2 +3

. . , .. -3 .-2 -1 O + 1 +2 +3 A maior 'l parte ' dos . recursos · gastos . em . novos . �.

investimentos em TI são direciona(los aos processos·_. -.. ._�'.':'''': ." _ _ • . 0 - - '

. , chave do 'negócio: •.

.

3

4

I _ • . "". A maior parte dos recursos a serem investidos (descritos nos Projetos de Investimento) está direcionada tanto para o negócio,quanto para a tecnologia de informação. ,

A grande maioria das oportunidades de investimento !dentificadas podem ser c1assifi.cadas como inteiramente movadoras em termos de negócIo e 11. ' ' .

' , . . .. 2 .. ..

5 A alta administra�ão está bastante consciente dà imp<Jrtância da identificação de novas oportunidades <;cm a uti1ização da 11. ' . " , • .

. . . , . 0 : ', J .. . "

. '", _.,:�\' .. ;'.;' .::

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-�:t� ' .;. : . � . ", .

" , ", i: _�,) _�. � .

..

.

.� ,6 : . 'A área dé 11.es!� be!1! poSicion�da d�ntro_da organização

de { forma ,i, a . . facIlitar ' . a " Identificaçao áe ' novas . oportunidades em ' conjunto com' as . pessoas(da área CUncional)envolvidas no negócio. . .. .

'

. . . '

' I 7 Os Projetos de Investimento em TI também levam em

consideração . gastos com os sistemas atualmente em operaçãp,além das novas tecnologias. . .

.'

. .. . "--- ------

' -3 -2 -1 O + 1 +2 +3

-3 -2 -1 O + 1 +2 +3

·3 -2 -1 O + 1 +2 +3 . .. ..

", " . - '

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I -3 -2 -1 O + 1 +2 +3

1 1 8

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8 Os Projetos de Investimento consideram os gastos com todos os tieos de TI (automação de escritório, produção,fábnca.etc ... ).

.

-3 -2 -I O +1 +2 +3

9

••

. . �;

Existe sempre o envolvimento direto de um grupo da alta administração da empresa para um acompanhamento das mudanças efetuadas a nivel de: . - .

.. '

" .-. • . . . _ . - _ c

. ,� ,

perfil dos recursos humanos .

-)' -2 -I O +1 +2 +3 :)

> , ·-3 -2 -I O + 1 +2 +3

i': :'"--�i.\· .�.:,<:·.i<�·i�'#!��'�-�.�:_:�����4i�:';'��.:1�";'.:"':�'��� :�l .. ,. �� . . .;;;.' v -� ... . � ..

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• tecnoiogia de'informação. -3 -2 -I O + 1 +2 +3

10 Pode-se dizer que existe um alinhame�to estraté�icÔ dos Projetos de Investimento em TI com os fatores cnticos de sucesso da em presa e os processos-chave do negócI(). .. .

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-3 -2 -I O +1 +2 +3

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1 1 9