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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO Escola Politécnica Cursos de Engenharia Civil Departamento de Construção Civil DCC ESTUDO DO PLANO LOGÍSTICO DO CANTEIRO DE OBRAS PARA ATENDIMENTO DOS RECURSOS BÁSICOS NAS FRENTES DE TRABALHO João Carlos Pinto Neto Rio de Janeiro / RJ 2013

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO Escola Politécnica ... · Monografia (graduação em Engenharia Civil) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Escola Politécnica, 2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Escola Politécnica

Cursos de Engenharia Civil

Departamento de Construção Civil – DCC

ESTUDO DO PLANO LOGÍSTICO DO CANTEIRO DE OBRAS

PARA ATENDIMENTO DOS RECURSOS BÁSICOS NAS

FRENTES DE TRABALHO

João Carlos Pinto Neto

Rio de Janeiro / RJ

2013

i

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Escola Politécnica

Cursos de Engenharia Civil

Departamento de Construção Civil – DCC

ESTUDO DO PLANO LOGÍSTICO PARA ATENDIMENTO DOS

RECURSOS BÁSICOS NAS FRENTES DE TRABALHO

João Carlos Pinto Neto

Monografia de graduação apresentada ao

Departamento de construção civil de Escola

Politécnica da UFRJ, como requisito parcial

para a obtenção do título de Engenheiro

Civil.

Orientador: Profº. Drº. Luis Otávio Cocito de Araújo

Rio de Janeiro / RJ

2013

ii

ESTUDO DO PLANO LOGÍSTICO DO CANTEIRO DE OBRAS

PARA ATENDIMENTO DOS RECURSOS BÁSICOS NAS

FRENTES DE TRABALHO

João Carlos Pinto Neto

MONOGRAFIA SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DO CURSO DE

GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL DA UNIVERSIDADE

FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS

NECESSÁRIOS PARA OBTENÇÃODO TÍTULO DE ENGENHEIRO

CIVIL.

Aprovado por:

___________________________________________________

Prof. Drº. Luis Otávio Cocito de Araújo

___________________________________________________

Profº.Drº Eduardo Linhares Qualharini

____________________________________________________

Profº. Vânia Maria Britto Cunha Lopes Ducap

Rio de Janeiro / RJ

2013

iii

Pinto Neto, João Carlos

Estudo do Plano Logístico do Canteiro de Obras para Atendimento dos Recursos

Básicos nas Frentes de Trabalho / João Carlos Pinto Neto – Rio de Janeiro; UFRJ /

Escola Politécnica, 2013.

XII, 66p.: il.; 29,7 cm.

Orientação: Luis Otávio Cocito de Araújo

Monografia (graduação em Engenharia Civil) – Universidade Federal do Rio de

Janeiro, Escola Politécnica, 2013.

1.Introdução. 2. Planejamento na Construção Civil sob a visão do Gerenciamento

das Frentes de Trabalho 3. Estudo da Logística no Canteiro de Obras para o

Atendimento dos Recursos Básicos nas Frentes de Trabalho 4. Trabalho Prático. 5.

Considerações Finais

I. ARAÚJO, Luis Otávio Cocito de (orientador) II. ESCOLA POLITÉCNICA /

UFRJ, Engenharia Civil III. Estudo do Plano Logístico do Canteiro de Obras para

Atendimento dos Recursos Básicos nas Frentes de Trabalho.

iv

Aos meus Pais, Família e Amigos,

v

AGRADECIMENTOS

Sempre estiveram ali quando precisei, me apoiaram quando era para apoiar, me

deram amor e carinho quando era para dar, mas acima de tudo me ensinaram a obter um

caráter e um censo de sempre fazer o certo, e para isso não me envergonha falar que

quando precisei de umas palmadas eles sempre estiveram ali para conversar. Esses são

meus pais, Seu João e Dona Goretti. Amo vocês mais que tudo.

Ela sempre esteve ao meu lado desde o seu nascimento, mesmo eu sendo o mais

velho, ela sempre gostou de pensar que fosse o contrário, e as vezes queria ter sido a

minha mãe só para poder me dar bronca. Te amo, Julianna, você é a minha irmã

preferida.

Gostaria de agradecer a todos os meus familiares, que sempre torceram por mim,

e sei que estão orgulhosos neste momento.

Essa pessoa maravilhosa que com tão pouco tempo na minha vida, já conseguiu

de forma tão única seu espaço no meu coração. Obrigado Amanda, minha namorada,

pelo seu jeito brilhante de me apoiar e me ajudar nessa conquista, que sem você tudo

teria sido mais difícil. Sinta-se dona dessa monografia, assim como do meu coração.

Agora agradeço a família que foi escolhida por mim ao longo da vida, a todos os

meus amigos da época de colégio, em especial aqueles do PH, que estarão em meu

coração para sempre.

Outra família, e essa já não fui eu que escolhi, pois é Deus que escolhe quem vai

se dar bem, formada pelos meus queridos futuros engenheiros civis, e que escolheram a

vi

mesma caminhada, seguindo a mesma direção, pensando juntos nós vamos além.

Obrigado por tudo Família Bloco D. Nada vai nos separar, a amizade é tudo!

Quero agradecer ao Professor Luis Otávio, por permitir essa aproximação e

disponibilizar sua atenção e orientação, mesmo em momentos que estava em casa se

recuperando de uma pequena cirurgia, para a elaboração dessa monografia.

E aos membros e colaboradores do Corpo Docente de Engenharia Civil da

Escola Politécnica que fazem possível nossa vida acadêmica, com toda a qualidade de

um ensino de primeiro mundo.

vii

NETO, J. C. P. Estudo do Plano Logístico do Canteiro de Obras para Atendimento

dos Recursos Básicos nas Frentes de Trabalho. Orientador: Luis Otávio Cocito de

Araújo. Rio de Janeiro, 2013. Monografia de Graduação em Engenharia Civil – Escola

Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2013.

RESUMO

O setor da construção civil vem apresentando grande crescimento no Brasil nos

últimos anos. Gerando também um aumento da complexidade do canteiro de obras, que

cada vez emprega mão-de-obra terceirizada. Escolha feita em geral pela vantagem de

obtenção de maior especialização dos serviços executados, e a capacidade de

simultaneidade de diversas frentes de trabalho.

Com isso este trabalho estuda o planejamento necessário para gerir essa moderna

forma de contratação de mão-de-obra. Visando diagnosticar a concepção dos gestores

de obras com relação a logística de provimento dos recursos básicos dentro do canteiro.

Para tanto, realizou-se uma revisão bibliográfica pertinente ao entendimento da logística

de distribuição dos recursos de água e energia elétrica nas frentes de trabalho.

Após a apresentação teórica do assunto, apresentou-se um trabalho prático de

visita a obras de edificações na cidade do Rio de Janeiro, para perceber a aderência do

plano logístico concebido pelo gestor da obra em relação a sua aplicabilidade no campo.

Palavras-chave: Frentes de Trabalho, Logística, Recursos Básicos.

viii

NETO, J. C. P. Estudy oh the Logistical Plan oh the Construction Site for Meeting

the Basics Features of Work Fronts. Advisor: Luis Otávio Cocito de Araújo. Rio de

Janeiro, 2013. Monograph (Graduation in Civil Engineering – Escola Politécnica,

Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2013.

ABSTRACT

During the past few years, the Brazilian construction has presented a Strong

growth. Also generating increased complexity of the construction site, which

increasingly employs labor-outsourced work. Choice made by the general advantage of

obtaining greater specialization of the services performed, and the ability of

concurrency of various work fronts.

Therefore this paper studies the planning necessary to manage this modern form

of hiring of manpower. Aiming to diagnose the design of works managers regarding the

logistics of providing basic resources in plots. Therefore, we carried out a literature

review relevant to the understanding of the logistics distribution of water resources and

electric power at the work.

After the theoretical presentation of the subject, presented a practical visits to

construction of buildings in the city of Rio de Janeiro, adherence to realize the logistics

plan designed by the manager of the work in relation to its applicability in the field.

Keywords: Fronts Work, Logistics, Basic Resources.

ix

SUMÁRIO

1. Introdução 1

1.1. Contextualização 1

1.2. Justificativa 5

1.3. Objetivo 7

1.3.1. Objetivo Principal 7

1.3.2. Objetivo Complementar 7

1.4. Metodologia 8

1.5. Estruturação do Trabalho 9

2. Planejamento na Construção Civil sob a Visão do gerenciamento das Frentes de

Trabalho 11

2.1. Terceirização das Frentes de Trabalho 11

2.2. Interferências entre os Processos Produtivos 13

2.3. Aplicação dos Conceitos Básicos de Planejamento em Projetos de Construção

Civil 16

2.3.1. Levantamento Prévio das Informações 17

2.3.2. Elaboração do Cronograma Físico de Obra 18

2.3.3. Alinhamento com as Necessidades do Cliente 21

3. Estudo da Logística no Canteiro de Obras para o Atendimento dos Recursos Básicos

nas Frentes de Trabalho 22

3.1.1. Conceituação da Logística 22

3.1.2. Diferença entre uma planta Fabril e um Canteiro de Obras 24

3.1.3. Tipos de Canteiros de Obra 26

3.2. Plano Logístico do Canteiro 27

3.2.1. Arranjo Físico do Canteiro 28

3.2.2. Detalhamento das Instalações Provisórias 29

a) Fornecimento de Água 30

b) Fornecimento de Energia Elétrica 34

x

4. Trabalho Prático 37

4.1. Lista de Verificação 39

4.2. Layout do Canteiro 40

4.3. Relatório Fotográfico 41

4.4. Visitas as Obras de Edificações Estudadas 42

4.4.1. Diagnóstico e análise da Obra A 42

4.4.2. Diagnóstico e análise da Obra B 48

4.4.3. Diagnóstico e análise da Obra C 54

4.5. Quadro de Resumo do Diagnóstico dos Canteiros 56

5. Considerações Finais 57

6. Referências Bibliográficas 60

Anexo A 63

xi

ÍNDICES DE ILUSTRAÇÕES

FIGURAS

Figura 1 – Variação PIB Nacional – Fonte: IBGE, 2013. 2

Figura 2 – Índice da Indústria da Construção Civil – Fonte: CNI, 2013 3

Figura 3 – Índices da Construção Civil por setor – Fonte: CNI, 2013 4

Figura 4 – Exemplo de Stakeholders na Construção Civil 22

Figura 5 – O processo produtivo de uma obra – Fonte: SOUZA, 2006. 25

Figura 6 – Sistema Indireto de distribuição d’água –

Fonte: REIS; SOUZA; OLIVEIRA, 2004 31

Figura 7 – Sistema Direto de distribuição d’água –

Fonte: REIS; SOUZA; OLIVEIRA, 2004 32

Figura 8 – Abastecimento pelo uso de poços –

Fonte: REIS; SOUZA; OLIVEIRA, 2004 33

Figura 9 – Sistema de captação de águas pluviais – Fonte: Desconhecida 34

Figura 10 – Quadro Principal de Distribuição – Fonte: FUNDACENTRO, 2008 35

Figura 11 – Quadro Terminal de Distribuição Fixo e Móvel –

Fonte: FUNDACENTRO, 2008. 36

Figura 12 – Distribuição de Instalações Elétricas Aéreas –

Fonte: FUNDACENTRO, 2008. 37

Figura13 – Parte da Lista de Verificação de Recursos do Canteiro 39

Figura 14 – Embasamento e subsolo OBRA A. 43

Figura 15 – Layout do Canteiro OBRA A. 44

Figura 16 – Quadro de Distribuição Intermediária OBRA A. 45

Figura 17 – Quadro de Distribuição Terminal Fixo 46

Figura 18 – Caixas d’água, como reservatório inicial da OBRA A. 47

Figura 19 – Banheiro Químico para operários. 48

xii

Figura 20 – Layout do canteiro OBRA B. 50

Figura 21 – Quadro de Distribuição Geral OBRAB. 51

Figura 22 – Quadro de distribuição terminal móvel (“robozinhos”) OBRA B. 51

Figura 23 – Caixas d’água para alimentação das dependências de

canteiro OBRAB. 52

Figura 24 – Conjunto de reservatórios para alimentação das atividades de

campo OBRA B. 52

Figura 25 – Layout do Canteiro da Obra C. 55

Figura 26 – Caixas d’água de abastecimento geral OBRA C. 55

TABELAS

Tabela 1 – Vantagens e desvantagens da prática de terceirização –

Fonte: VIEIRA, 2006. 12

Tabela 2 – Tipos de Canteiros - FONTE: ILLINGWORTH, 1993. 26

Tabela 3 – Resumo dos Diagnósticos dos Canteiros Visitados 56

1

1. INTRODUÇÃO

1.1. Contextualização

Nos últimos anos, muito tem se falado a respeito dos países considerados

emergentes na economia mundial, e o Brasil figura entre eles. Devido à crise de 2009

nos países europeus, EUA e Japão, abriu-se espaço para países emergentes atraírem

novos investimentos e possibilidades de diversificar sua economia. Junto com esta nova

perspectiva o Brasil ganhou grande renome mundial, espalhando sua cultura e

recebendo algumas honrarias, como sediar o Encontro Mundial da Juventude, Copa do

Mundo e Jogos Olímpicos, em menos de 3 anos. Por essa visão entende-se que está

sendo gerada uma grande oferta de novos empreendimentos a serem realizados no

Brasil e mais especialmente na cidade do Rio de Janeiro.

Os investimento feitos em infraestrutura, como as obras do COMPERJ, Angra 3,

implantações do Porto de Itaguaí, Porto de Açu e o Arco Metropolitano impulsionam

ainda mais a economia fluminense, e ajudam a produzir um forte impacto favorável ao

mercado imobiliário.

Conforme dito popular, “quando a construção avança, tudo vai bem”; isso quer

dizer, em outro linguajar, que a construção civil é um ponto multiplicador da economia

de um país. E sob vários aspectos, tanto econômicos como sociais, 2013 apresenta-se

como um ano promissor para o crédito imobiliário e para a construção civil, com a

perspectiva de avanços em relação a 2012.

Do ponto de vista do financiamento habitacional, segundo reportagem da

Revista CONSTRUÇÃO MERCADO (2013), o balanço de 2012 foi favorável. O

2

volume de empréstimos de R$ 82,1 bilhões, em 12 meses, até novembro, superou o dos

12 meses anteriores. Comparando a produção do mês de novembro de 2011 com a do

mês de novembro de 2012, o crescimento foi de 15%. Já na comparação entre os

primeiros 11 meses de 2011 e o mesmo período de 2012, a alta foi de 6%.

As atividades da construção civil e do crédito imobiliário não podem ser olhadas

sem se voltar o olhar para o ritmo de aceleração do Produto Interno Bruto (PIB). O PIB

cresceu em torno de 1%, em 2012, com uma melhora aparecendo no último trimestre,

quando o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) já mostrava um

aumento de 0,36%, entre setembro e outubro, indicando serem boas as expectativas para

2013. Pela pesquisa Focus de 7 de dezembro, a projeção de crescimento do PIB em

2013 era de 3,5%. Essa expectativa de aumento do PIB em 2013, decorre das medidas

governamentais de redução de custos que só farão efeito esse ano.

Figura 1 – Variação PIB Nacional – Fonte: IBGE, 2013.

3

Já por sua vez, os resultados da pesquisa Sondagem Indústria da Construção

divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), que tem como objetivo

identificar a tendência passada e futura de indústria da construção civil, para o primeiro

mês de 2013, apresentaram queda de rendimento, o que indica atividade desaquecida,

como ilustra a Figura 2.

Figura 2 – Índice da Indústria da Construção Civil – Fonte: CNI, 2013

Separando a indústria da construção civil em setores tem-se: o setor de serviços

especializados se mantendo estável no período, quando marcou 42,9 pontos, mesmo

resultado obtido em dezembro. A Figura 3 indica o setor de obras de infraestrutura, por

sua vez, apresenta uma ligeira queda, passando de 46,7 pontos em dezembro para 45,2

pontos em janeiro. Enquanto isso, o setor de construção de edifícios foi de 45,7 pontos

para 48,2 pontos e, mesmo com o aumento, seguiu desaquecido em relação aos últimos

meses de 2012.

4

Figura 3 – Índices da Construção Civil por setor – Fonte: CNI, 2013

Apesar dos dados acima, entende-se, que o ano de 2013, é rodeado de diversas

expectativas de crescimento econômico, atrelado ao desenvolvimento do setor da

construção civil, porém sabe-se que a inconstância também é uma frequente no

panorama brasileiro, pela variação de altas e baixas de indicadores de atividade da

indústria da construção, para isso deve-se sempre se precaver antes de mostrar

diagnósticos otimistas para o futuro do mercado.

Os investimentos fixos em transporte público, saneamento e energia, bem como

na infraestrutura urbana em geral, são importantes para a expansão da atividade

imobiliária. No estado do Rio de Janeiro, e em grande parte do sudeste, tem-se essa

mentalidade empregada nas frentes de governo, ainda mais por que os olhos do mundo

estão voltados para o Brasil, devido aos eventos esportivos que estão por serem

sediados no país. Esses investimentos permitirão tanto o adensamento nas metrópoles,

quanto a criação de novas áreas de desenvolvimento, que dependem da oferta de

serviços públicos básicos.

5

As demandas da população são cada vez maiores e mais complexas. A ascensão

social que incorporou milhões de brasileiros à classe média tem como contrapartida a

exigência de serviços de melhor qualidade e condições propícias à moradia. São

desafios para os agentes econômicos e os poderes públicos. Além de atendimentos de

necessidades de entrega de apartamentos prontos, tanto que hoje em dia, está em

discussão na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado o projeto

de lei do Senado Federal (PLS) que prevê a compensação por atraso na entrega de

imóveis. Segundo o texto, que altera o artigo 43 da Lei nº 4.591/64, caso a demora seja

superior a 180 dias, a incorporadora deve pagar aos compradores multa equivalente a

2% sobre o valor pago e a 0,5% ao mês sobre o montante, enquanto o imóvel não for

entregue.

6

1.2. Justificativa

A construção civil, em pensamentos superficiais, se baseia em três pilares

principais para a sua estruturação: atendimento as necessidades do cliente, aos custos e

aos prazos. Esses três dogmas norteiam as principais empresas de qualquer ramo, não

ficando de fora o ramo da construção civil. Quando a oportunidade surge para a criação

de algum empreendimento, a tendência é se perguntar: “mas como faremos isso?”, e a

partir deste momento, se inicia o ato de planejar.

Tal ato demanda tempo e algumas técnicas para chegar em um parecer mais

apurado. Muitas vezes gestores de obras motivados a apresentar alguma evolução no

avança físico da obra, diminuem o tempo para se trabalhar o planejamento do canteiro.

Não se deve pular a etapa de planejamento

Não é difícil entender que uma obra sem um planejamento bem elaborado e

estruturado na sua fase inicial, corre um maior risco de atraso nas demais etapas

subsequentes da construção, do que um outro onde se tenha gasto mais tempo e

investimento na fase da premeditação.

Pensando nesse fator de mão de obra, que pode chegar a 50% do custo total

dependendo do tipo de obra e do grau de industrialização, um canteiro que possibilite

fatores de conteúdo e contexto favoráveis ao tipo de construção, e que atenda as

necessidades das diversas fases da obra, se torna um ambiente de trabalho mais

dinâmico e homogêneo, viabilizando assim os fatores necessários ao atendimento de

uma alta produtividade da mão de obra.

Visando assim estudar a forma como o mercado atual realiza suas contratações

de mão-de-obra e a forma como ela é disposta nas frentes de trabalho. Verificando quais

7

seriam as principais interferências causadas por esse paralelismo de serviços, dito

especialistas, no canteiro de obras.

Para isso, no planejamento global da obra, o canteiro deve deixar de ser

simplesmente uma instalação provisória, e passar a ser visto como a etapa fundamental

da edificação. Devendo-se junto com esse levantamento prévio de informações, planejar

o andamento físico da construção, para que o canteiro se modifique e consiga atender

em cada etapa do ciclo de uma obra as suas necessidades básicas, para que se cumpram

metas e prazos estipulados.

Há tempos o canteiro de obra vem se modificando e se moldando de acordo com

a magnitude de suas construções. Há cerca de 30 anos atrás um canteiro tinha

dimensões limitadas e precárias, apenas uma ou duas torres no seu projeto. Nas obras

atuais um canteiro de obras possui uma magnitude e uma complexidade muito maior do

que há alguns anos atrás, e afeta ainda mais fortemente as transações e tarefas de

execução de uma obra.

Sendo justificado avaliar como são feitas as disponibilidades de recursos

básicos, nessa nova concepção dos canteiros modernos. Avaliando se essa distribuição

de recursos, projetada pelos gestores da obra, está sendo executado no campo, e ainda se

está sendo satisfatório para o pleno atendimento das necessidades das equipes de

trabalho.

.

8

1.3. Objetivos

1.3.1. Objetivo Principal

Este trabalho tem por objetivo fazer um diagnóstico da aderência entre a

concepção da logística de canteiro pelo gestor de obra e sua efetividade, neste caso,

entendida como o satisfatório provimento de recursos relacionados ao abastecimento de

água e energia elétrica as frentes de trabalho.

1.3.2. Objetivo Complementar

Para entendimento do objetivo principal, serão traçados dois objetivos

complementares, e um deles é mostrar que as frentes de trabalho especializado em uma

obra, por ocuparem um espaço físico comum e serem realizadas de forma simultânea no

canteiro, acabam disputando os mesmos recursos de trabalho. E que essa competição

gera interferências nos processos internos de um canteiro.

O segundo ponto que será abordado é a padronização de tarefas, fruto de um

bom planejamento, nas rotinas de uma obra gerem um processo produtivo sistêmico,

que atenda de forma equilibrada todas as equipes de execução de trabalho. Para isso

serão levantados os conceitos básicos para as tomadas de decisão e melhoria da gestão

dessa produção no dia-a-dia do canteiro.

9

1.4. Metodologia

O presente trabalho foi escolhido devido ao atual cenário econômico brasileiro,

com uma crescente evolução das suas obras, levando ao aumento da complexidade dos

canteiros.

Em primeiro momento o autor se baseou em estudar e abordar pontos relativos a

concepção da contratação e posteriormente gerenciamento da mão-de-obra em

empreendimento de edificações no Rio de Janeiro, lendo bibliografias relativas a esses

assuntos.

Continuando a revisão bibliográfica, o estudo voltou-se para conceitos de

planejamento e logística de uma canteiro de obras, para que em seguida, já com uma

bagagem de conhecimento atribuída ao tema escolhido, passa-se ao trabalho prático.

Para tal foi escolhida a visita de obra como estudo prático dos assuntos

abordados na revisão bibliográfica. Seguindo a padronização das reuniões com os

gestores da obra e percursos no campo, através de uma lista de verificação pré-

elaborada, e acompanhada de relatório fotográfico.

Enfim, com o conhecimento teórico adquirido com a revisão bibliográfica e o

diagnóstico da realidade que estão se empregando no mercado atual, feito pelo trabalho

prático, o autor expõem sua análise crítica e considerações sobre o assunto abordado.

10

1.5. Estruturação do trabalho

O trabalho está dividido em 4 partes principais: Introdução, Revisão

Bibliográfica, Visita a Obras e Considerações Finais. O conteúdo de cada uma dessas

partes está mostrado a seguir.

Introdução: Nessa parte é apresentada a proposição do tema e especificado o

objetivo que o trabalho tem por definir. Inclui-se também uma análise da importância

desse estudo, para o atendimento das necessidades do mercado da construção civil.

Revisão Bibliográfica: Nessa parte há uma revisão dos conceitos utilizados para

a perfeita abordagem do tema discutido, no contexto atual vivido por diversas empresas

do setor no Estado do Rio de Janeiro. Ela se estrutura em dois grandes capítulos: o

gestão das frentes de trabalho; e a logística necessária para atendimento dos requisitos

básico nas frentes de trabalho.

Trabalho Prático: Mostra todo o trabalho de visita e pesquisa realizado nos

canteiros de obras de diferentes empresas. Começa com a metodologia utilizada,

apresenta as características de cada canteiro de obra estudado. Formaliza as informações

encontradas e conversas com os profissionais atuantes em cada empreendimento. E no

final, analisa de forma a levar em conta os aspectos logísticos dos canteiros que possam

a sofrer ações de melhorias para alcançar um rendimento maior na produtividade de

serviços específicos. Nunca deixando também de mostrar as experiências positivas que

podem ser implementadas em outras obras.

Considerações Finais: mostra a observação crítica do autor, com os resultados e

experiências encontradas, tanto na revisão bibliográfica quanto no decorrer da pesquisa

em campo.

11

2. Planejamento na Construção Civil sob a visão do

Gerenciamento das Frentes de Trabalho

2.1. Terceirização das Frentes de Trabalho

Neste capítulo, será abordada a forma como a gestão das frentes de trabalho está

acontecendo nos dias atuais, e como um planejamento dos processos logísticos do

canteiro de obras podem ajudar a mitigar as interferências entre a execução simultânea

de diversos serviços. Para isso deve-se primeiro entender como atualmente funciona a

contratação de mão-de-obra das empresas estudadas.

Desde o início dos anos 90, com o aumento da competitividade do mercado e as

empresas construtoras, buscando novas maneiras de atender os prazos apertados de

empreendimentos em lançamentos, junto também com as necessidades dos

consumidores, a solução encontrada por muitas delas foi a terceirização das atividades

dos processos de construção.

No Brasil ela começou com a introdução das fábricas multinacionais de

produção de automóveis, em meados da década de 50, e depois se estendendo a outros

segmentos industriais, chegando finalmente na construção civil.

A terceirização se baseia na contratação de uma empresa para realizar uma

atividade dentro de uma outra atividade realizada por outra empresa. Essa atividade é

chamada de atividade-fim, e faz parte de uma atividade meio. Em geral ela ocorre, pois

a empresa contratante terceiriza a mão-de-obra em um determinado serviço para se

concentrar em outros serviços.

12

Mesmo que a palavra terceirização, tenha um significado muito parecido com o

termo subcontratação, existe uma diferença entre elas. Acontece que a subcontratação

existe quando uma empresa contratante faz um acordo com outra empresa para a

execução de um determinado serviço que seja incorporado ao produto final e que a sua

garantia e riscos sejam de responsabilidade da empresa contratante. E no caso da

terceirização essa responsabilidade fica a cargo das empresas contratadas.

Por isso estudaremos a prática da terceirização, que nada mais é do que contratar

mão-de-obra especialista para execução de determinados serviços, sendo eles parte não

integrante do plantel da empresa construtora. Assim a empresa que contratou passa a

gerenciar apenas o serviço, enquanto as empresas contratadas se encarregam das

atribuições legais e burocráticas da mão-de-obra.

No âmbito do planejamento, essa estratégia parece muito rentável, pois com isso

se reduzem gastos com contratações de profissionais especializados, e gastos com

treinamentos que esses profissionais teriam que possuir. Além do fator tempo que seria

perdido com a passagem do treinamento para os profissionais que desenvolveriam as

atividades especializadas.

A prática de “outsourcing” então apresenta como todo mecanismo uma série de

vantagens e desvantagens, segundo VIEIRA (2006), elas são representadas na Tabela1.

Tabela 1 – Vantagens e desvantagens da prática de terceirização

Vantagens Desvantagens Possibilita melhora na qualidade

dos serviços especializados, e

assim do produto final;

Aumenta a produtividade nos

serviços especializados;

Reduz custos fixos das empresas;

Ganho tecnológico sem custos

extras;

Aumento da dependência de outras

empresas;

Aumento de riscos relativos a

fornecedores não-qualificados;

Dificuldade de obtenção de

parceiro ideal e de formulação de

contrato com o mesmo.

13

Facilita controle de custos;

Concentra o foco em atividades

mais estratégicas para a empresa;

Diminui custos com manutenção e

avarias em equipamentos;

Possibilita o crescimento sem

grandes investimentos;

Fonte: VIEIRA, 2006

Segundo VIEIRA (2006), em geral construtoras ao fazerem quadro de

orçamento enxutos, ficam com uma pequena margem de negociação nas concorrências

para contratação desses serviços especializados e acabam optando pelo menor preço

obtido, correndo o risco de não estarem contratando uma empresa organizada e que vá

atender à qualidade e ao prazo de execução de tal serviço conforme acordado

contratualmente.

Já em termos logísticos no canteiro, na contratação de mão-de-obra de terceiros,

a contratante não pode esperar que essas empresas especialistas venham com o plano

logístico de serviço. Até porque o plano logístico das atividades a serem executadas

deve vir da empresa que formulou o canteiro, ou seja, a construtora, que foi quem

planejou todas as etapas da obra e planejou o canteiro, ou pelo menos, quem o deveria

ter feito.

Por isso o entendimento do plano logístico do canteiro não deve ficar restrito

apenas a equipe de engenharia da empresa gerenciadora, deve-se difundi-lo para todas

as empresas participantes da obra, de modo que seja aceito e seguido por todos,

principalmente as equipes das frentes de trabalho.

Contudo, acontece que muitas vezes isso não é feito, e cada empresa terceirizada

se vê na situação de elaborar a sua própria forma de recebimento de material, sua forma

14

de transportar verticalmente os insumos para seus serviços, o local e o jeito que esse

material será estocado.

Com isso, em uma obra onde os prazos são apertados, o paralelismo entre

atividades pode interferir negativamente nessa competição pelos recursos disponíveis no

ambiente de trabalho, gerando assim diversas formas de interferências entre as frentes

de trabalho.

No próximo item, serão abordados os pontos que mais se encontram

interferências entre serviços nas obras atuais do ramo da construção civil.

2.2. Interferências entre os processos produtivos

As interferências no canteiro de obra começam quando o campo de trabalho de

uma equipe realizando uma atividade esbarra em outra equipe, e uma das duas tem que

mudar seu plano, acarretando algum tipo de consequência.

Essa prática de realizar atividades de construção simultaneamente em regiões de

trabalho próximas na edificação vem acontecendo devido aos prazos de obras serem

mais exíguos e difíceis de serem alcançados se for seguida uma sequencia construtiva

mais tradicional. Mas com o advento de novas tecnologias tornou-se viável, por

exemplo, a execução da estrutura com o fechamento de fachadas, algo difícil de ser feito

há cerca de 20 anos atrás.

Por isso nesse capítulo o foco da discussão será como diminuir as interferências

entre as diferentes equipes de campo, relacionadas com a ingerência dos recursos

necessários para realização de um trabalho. Não serão abordadas as interferências

relacionadas às incompatibilidades de projetos encontrada no momento da execução do

serviço.

15

Como se sabe na construção civil o produto é fixo e as atividades de manufatura

percorrem esse produto, diferente de uma fábrica de produtos sequenciais, onde o

produto percorre uma linha de produção que faz com que o processo de manufatura

ocorra de forma gradual e sem interferências, o mesmo acontece com os recursos

necessários para essas atividades.

Sabe-se que cada atividade requer um material, ou uma preparação diferenciada

de outras atividades, e como o local de aplicação desses insumos está em constante

mudança ao redor do canteiro, as suas logísticas e planos de transporte desse material

também se encontram em constante mudança, e é nesse ponto onde ocorrem as

principais interferências entre serviços dentro do canteiro de obra.

Um exemplo, comumente visto em diversas obras, em relação às interferências

de serviços são os transportes verticais de materiais. Acontece que nos serviços dito

especialistas de uma obra, as construtoras em geral optam pela terceirização da mão-de-

obra, e nem sempre essas empresas especialistas são colocadas a par do plano logístico

existente dentro do canteiro.

Muitas vezes os materiais básicos para executar os serviços em andamento na

obra chegam ao canteiro, mas as interferências são tantas que na frente de trabalho esse

material não está chegando e ocasionando uma paralisação do serviço devido a falta de

matéria-prima.

Entenda-se falta de matéria-prima como o não atendimento de qualquer um dos

requisitos físicos para a perfeita execução de cada atividade, como por exemplo a

projeção de argamassa pronta em uma parede, é necessário de fato os sacos de

argamassa previamente traçada e misturada, mas também é necessário os recursos de

água limpa e energia elétrica para a máquina de projeção conseguir operar .

16

Nessa esfera do gerenciamento das diversas frentes de trabalho, e visando a

redução das interferências entre elas, se dará a discussão dos conceitos para elaboração

de planejamento de um projeto.

Com a definição de um sequenciamento das entradas das atividades no campo de

trabalho, pode-se avistar melhor as interferências que os processos de execução de uma

edificação. Para isso será discutido os itens necessários para confecção dessa projeção

dos acontecimentos futuros em uma obra.

2.3. Aplicação dos Conceitos Básicos de Planejamento em Projetos

da Construção Civil

O planejamento é de fundamental importância, pois executar um projeto implica

em realizar algo que nunca foi feito antes. Para tal, serão remetidos pontos de interesse

para a elaboração de um correto planejamento das atividades de uma obra.

Em qualquer tipo de empreendimento, tanto na etapa da concorrência quanto no

início e duração do período de obra, deve-se ter como base em premissas assumidas,

que deverão ser fixas e claras para que se baseie a estrutura de um bom estudo de

planejamento e assim todas as atividades decorrentes dele, como o estudo de

viabilidade, o cronograma de atividades de obra e o cronograma de desembolso

financeiro.

A introdução de novos conceitos, técnicas, procedimentos e processos na

construção civil de edificações, gera a necessidade de serem efetuadas mudanças na

forma de pensar o planejamento estratégico e na visão sistêmica do setor, para que

proporcionem um ambiente mais integrado e produtivo.

17

Para VIEIRA (2006) é necessária a transformação de culturas equivocadas

enraizadas dentro do setor, por uma forma de pensar mais atual, que leve em conta

aspectos ambientais , que não atendam apenas aos anseios do mercado consumidor,

como algumas citadas a seguir:

i. maior aplicação de novas tecnologias de informação

ii. investir mais na qualificação dos recursos humanos empregados

iii. incentivar parcerias com agentes externos

iv. implementar uma cultura da qualidade

v. foco no cliente

Com base nesse ultimo item da lista supracitada, sabe-se que o papel do

engenheiro civil, não é apenas esperar que as necessidades do cliente apareçam. O

profissional de engenharia deve junto com o interessado mostrar de forma técnica quais

são os empecilhos e talvez facilidade que podem fazer com que a vida da obra

transcorra mais serenamente. E no final dessas conversas ter metas fixas e palpáveis que

atendam ambas as partes, para dar continuidade nos estudos do planejamento.

Segundo FERREIRA (2009), nessas conversas devem ser apontados fatores

como datas de início e término dos serviços, a disponibilidade de recursos financeiros,

os incentivos públicos na região que podem afetar o ritmo dos trabalhos, para que no

final sejam discutidos os anseios do cliente.

Por isso o planejamento de a ser realizado, deve seguir um procedimento

sistematizado pela empresa, que contenha uma análise preliminar de dados, sendo

fundamental para a logística do canteiro e também agilizará as demais etapas

construtivas. As principais informações a serem coletas são descritas nos itens a seguir.

18

2.3.1. Levantamento prévio das informações

Segundo SOUZA;FRANCO (1997) quanto melhor e mais bem apuradas as

informações relativas ao produto que se pretende executar, maior é a chance de se

planejar um bom canteiro. O bom trabalho então começa com a coleta de informações, e

para isso tem que olhar para duas frentes: o projeto e o terreno.

O terreno é de grande importância para elaboração do canteiro, com sua

geometria e sua metragem já se tem a cara de como será o layout do canteiro. Porém

para o estudo da logística do canteiro o seu entorno ganha mais importância que o seu

interior. Os acessos de entrada e saída devem ser bem claros, os pontos de ligações de

serviços públicos, como água, esgoto e luz, devem ser feitos de forma planejada.

Já as definições técnicas do projeto da obra, devem estar bem definidas, como as

principais tecnologias construtivas adotadas, a fim de que se possa ter claro quais serão

os espaços necessários para a circulação, estocagem de materiais e áreas de produção.

Em geral, a disponibilidade dos projetos executivos e mesmo dos projetos para a

produção seriam a condição ideal. No entanto, é comum que tais projetos demorem

muito a ficar prontos, havendo a necessidade de se iniciar a obra sem a conclusão de

alguns deles.

2.3.2. Elaboração do Cronograma Físico de Obra

A partir do projeto a ser executado deve-se elaborar um cronograma físico para a

obra, mesmo que se tenha uma idéia geral sobre os serviços da obra, em termos de quais

são, em qual quantidade, qual a duração e as precedências (SOUZA; FRANCO ,1997).

Isso acontece porque para algumas atividades de maior esforço como execução

de confecção de armaduras, concretagem, elevação de alvenarias, execução de

revestimentos argamassados, o detalhamento semanal é recomendado; já para outros

como as instalações hidráulicas, instalações elétricas, revestimentos azulejados e pisos

19

cerâmicos, apenas a indicação do início e do final do serviço são importantes em termos

da definição do canteiro.

Conforme dito SOUZA;FRANCO (1997), isso acontece ao primeiro grupo, pois

nele pertencem os insumos de maior relevância quanto ao planejamento de transporte e

de espaço para estocagem. O concreto, o aço, a argamassa e os tijolos em geral

representam mais de 80% da massa total de um edifício. No segundo grupo pertencem

insumos onde normalmente se faz uma previsão de áreas necessárias sem se passar por

quantificação de consumos; neste caso, inclusive, pode-se pensar em agrupar diversos

serviços de natureza semelhante dentro de uma mesma classificação.

É importante também estimar o número de operários no canteiro para as distintas

fases do layout do canteiro, ou seja, para a etapa inicial da obra, a etapa de pico máximo

de pessoal e a etapa final ou de desmobilização do canteiro (SAURIN; FORMOSO,

2006).

Por exemplo, o espaço do refeitório dos operários deve estar de acordo com as

exigências mínimas da NR-18, para que todos nos seus respectivos turnos tenham como

fazer as refeições, assim como em relação as instalações sanitárias, que devem estar

dimensionadas paras as diferentes etapas da obra. Para tal existem ferramentas que

possibilitam essa estruturação dos serviços a serem executados, com a quantificação das

necessidades dos insumos vinculados.

Segundo CORRÊA (2005), os projetos são planejados e executados seguindo um

processo sistemático. Ele ainda complementa que um projeto pode ser entendido como

um conjunto único de atividades inter-relacionadas, estudadas a fim de se produzir um

resultado definido (especificação de qualidade), dentro de um prazo (especificação de

tempo) utilizando uma alocação específica de recursos (especificação de custo).

20

De acordo com PMBOOK (2008), para gerenciar o tempo de um projeto existem

diferentes processos necessários, que serão listados a seguir:

i. Definir as atividades: são todas as tarefas que compõem o projeto. Sendo as

unidades mínimas que podem executar o projeto, sendo elaboradas de forma

específicas de acordo com a necessidade.

ii. Sequenciar as atividades: são estabelecidas as precedências de atividades pré-

definidas

iii. Estimar os recursos da atividade: neste processo serão estimados os tipo e

quantidades de material, pessoas, equipamentos ou suprimentos que serão

necessários para realizar cada atividade.

iv. Estimar as durações da atividade: estima o número de períodos de trabalho que

serão necessários para terminar as atividades específicas com os recursos

estimados.

v. Desenvolver o cronograma: analisa a sequencia das atividades, suas durações,

recursos necessários e restrições do cronograma.

vi. Controlar o cronograma: monitoramento do projeto para atualização do

progresso do cronograma, e gerenciando as mudanças necessárias.

Já em termos de relações de precedência das atividades de um projeto pode-se

ter os seguintes tipos:

- Término/ início: uma atividade sucessora só inicia quando sua

predecessora acabar;

- Término/ término: o término do trabalho da atividade sucessora

depende do término do trabalho da predecessora;

- Início/ início: o início da sucessora depende do início da predecessora;

21

- Início/ término: o fim da atividade sucessora depende do início da

predecessora.

Os processos de gerenciamento do tempo do projeto e suas técnicas são

ferramentas para elaboração do plano de gerenciamento do cronograma. No

desenvolvimento do cronograma usam-se as definições das atividades, o

sequenciamento, a estimativa dos recursos e as durações das mesmas em combinação

com ferramentas de elaboração de cronogramas, as quais costumam ser feitas através de

redes. Como exemplos dessas redes, temos o diagrama de precedência (PDM

Precedence Diagramming Method) e o diagrama de flecha/ arco (ADM- Arrow

Diagramming Method). No PDM as atividades são representadas no nó e as relações de

precedência nas setas. Já no ADM, as atividades são representadas nos arcos e só

admitem a precedências do tipo término/início.

Em termos de programação das atividades de um projeto, geralmente utilizam-se

os modelos gráfico de Gantt e as redes CPM e PERT. O gráfico de Gantt trata-se de um

instrumento utilizado para mostrar as etapas de um projeto, incluindo seu início,

duração e fim. As tarefas de cada membro da equipe são indicadas por uma barra sobre

o eixo horizontal do gráfico. Já a rede CPM (Critical Path Method): trata-se do método

do caminho crítico. Por esse método, todas as atividades do processo são representadas

por redes, com suas relações de precedência e duração. O objetivo com isso é calcular o

caminho mais longo da rede, considerado o caminho crítico. Utiliza-se nesse método

uma estimativa para a duração das atividades. A rede PERT, é bastante semelhante a

rede CPM.

2.3.3. Alinhamento com as necessidades do cliente

O levantamento das informações e as expectativas de cronograma físico da obra

e do canteiro devem estar alinhados com as necessidades do cliente. As diretrizes de um

22

planejamento devem tentar alcançar um horizontes de metas estipuladas em conversas

com o cliente. Isso inclui a consulta ao orçamento disponível de recursos financeiros

para atender os padrões e as etapas da obra.

Um dos focos principais de um planejamento é atender as necessidades de um

cliente. Necessidades essas que ás vezes nem os mesmo sabem expressar com pareceres

técnicos, por isso a consultoria com algum especialista no assunto se torna relevante,

para que os mesmos possam acompanhar essas necessidades e transformá-las em

diretrizes técnicas para viabilizar o projeto.

Quando se expressa “necessidades do cliente”, não se está falando apenas da

corporação que liga com os gastos financeiros. No mundo do canteiro de obras, clientes

são todos aqueles que usam e disfrutam do projeto logístico do canteiro. Assim sendo,

todas as parte envolvidas precisam ser conhecidas e suas necessidades quanto a logística

do canteiro precisam ser atendidas na elaboração do projeto. Em inglês se usa o termo

stakeholders, para denominar toda pessoa ou organização que é afetada por um projeto.

Na Figura 4, tem-se um exemplo de stakeholders, comum em projetos de construção

civil.

Figura 4 – Exemplo de Stakeholders na Construção Civil – Fonte: Autor.

CANTEIRO

DE OBRAS

CONSTRUTOR

INSTALADOR

FORNECEDOR

FINANCIADOR

PROJETISTA

CONCESSIONÁRIA

PÚBLICA

23

3. Estudo da Logística no Canteiro de Obras para o

Atendimento dos Recursos Básicos nas Frentes de

Trabalho

3.1.1. Conceituação de Logística

A logística sempre existiu, desde os tempos mais antigos, quando iniciavam as

atividades comercias onde o homem começou a produzir mais do que poderia consumir,

surgindo assim os sistemas de transporte e comunicação entre cidades vizinhas (ULZE,

1974). Deve-se entender que a logística sempre existiu, o que ocorre é que com a

evolução tecnológica nos sistemas produtivos, ela se tornou um condicionante

estratégico e até um diferencial na competição. (VIEIRA, 2006).

Pode se dizer que a evolução da logística foi alavancada pelas guerras, pois fazia

parte de um setor estratégico das retaguardas de exércitos. Sua finalidade era fazer o

planejamento militar, que consistia no estudo do adversário, a movimentação e

deslocamentos das frentes de batalha, junto com os seus equipamentos. E foi na 2º

Guerra Mundial que ela foi amplamente empregada, de forma a ajudar as tropas a terem

suprimentos e equipamentos bélicos em locais estratégicos para surpreender o

adversário.

O emprego da logística voltada para projetos empresariais, começou em relação

as redes de distribuição de matérias entre diversas localidades, isto é, em fornecer

matéria prima para a confecção de algum produto. Com o passar dos anos, e maiores

estudos sendo realizados, a logística passou a ser relacionada ao conjunto de atividades

dentro da administração de matérias, e começou a agregar valor nas linhas de produção,

enfocando assim todas a s etapas da cadeia (VIEIRA, 2006).

24

Junto com as conquistas tecnológicas, veio a competição global, e com ela a

necessidade de aprimoramento das funções operacionais, adquirindo cada vez mais

competência para oferecer a cliente serviços inovadores e diferenciados, e com

qualidade, surgiram sistemas sincronizados de produção em fluxo sem estoques, mais

conhecido pela sigla JIT (Just-in-time).

Para os dias de hoje, o termo logística já sofreu alterações com relação a sua

denominação, pois a palavra logística, vem do francês logistique, que quer dizer

planejamento militar, transporte e suprimentos das tropas em operação, quase uma arte

de calcular, ou aritmética aplicada, que por várias vezes utiliza símbolos matemáticos

em vez da linguagem gramatical. Sua definição hoje, constitui uma ferramenta

operacional que ultrapassou muitas barreiras, alcançando amplas áreas de atuação.

Conforme definiu DASKIM (1985), a logística não se resume aos aspectos

físicos do sistema em estudo, mas fundamentalmente aos aspectos informacionais e

gerenciais.

3.1.2. Diferenciação entre uma Planta Fabril e um Canteiro de

Obras

O canteiro de obras definido pela NR-18, FUNDACENTRO (1996), corresponde a

área de trabalho fixa e temporária onde se desenvolvem as operações de apoio e de

execução de uma obra. A Norma Regulamentadora foi desenvolvida num grupo de

trabalho que envolvia construtoras, trabalhadores e governo, para estabelecer diretrizes

e exigências quanto a segurança e a atendimentos básicos para a qualidade de vida

dentro do canteiro.

25

Recursos

Físicos

Produtos

Esforços

da

Sociedade

R$

- M.D.O.

-Materiais

-Equipamentos

Construção

de uma

Obra

Obras e

suas partes R$

Bem-estar

da

Sociedade

Processo

Físico

Figura 5 – O processo produtivo de uma obra – Fonte: SOUZA, 2006.

Para a construção civil, o canteiro de obras abraça a edificação, pois ele é a

interface que todas as unidades envolvidas estão compreendidas, e nela tem –se diversos

nichos de diversos tipos de serviços que estão evoluindo e acontecendo num mesmo

espaço físico e de tempo. E como por mais que se queira que um canteiro de obras se

compare a uma fábrica, ele nunca conseguirá ser.

Em uma fábrica tem-se uma linha de produção bem definida, com todos os

aspectos de logística e de produtividade estudados, de forma que o produto circule por

um caminho pré-estabelecido e que ele vá se manufaturando conforme a sequencia de

atividades for evoluindo. Já em um canteiro de obra, não se tem como empregar essa

ideia da mesma forma, pois o produto final que se quer chegar é fixo, e a linha de

produção que são as atividades de construção que entram nos espaços e vão dando

forma ao produto. Então essa é a principal diferença entre um canteiro e uma fábrica.

Como representa a Figura 5.

Mas também não se quer dizer que se possa observar alguns conceitos a serem

desenvolvidos e empregados na construção civil, que vieram de um processo fabril.

Como por exemplo, o ato de se criar um sequenciamento de atividade bem detalhadas e

definidas com suas precedências e durações, para que se forma uma rede, chamada de

CPM, como foi visto no item 2.1, iluminado assim as atividades mais críticas e

26

demoradas que necessitam de maior atenção e cuidado na hora de executar, formando o

Caminho Crítico de uma obra.

Essa perceptível mudança do canteiro de obras, que está cada vez mais se tornando

uma indústria seriada, com tecnologias que empregam matérias pré-fabricadas e prontas

para instalar, trás uma outra mudança para o ambiente da construção, o trabalhador

antes sem necessidade de qualificação, que era conhecido como “peão” passa a ser um

montador industrial.

3.1.3. Tipos de Canteiro de Obras

Nenhum canteiro de obra é igual a outro. Mas contudo, pode-se agrupá-los de

forma que os que tenham características próximas, possam ser analisados num olhar

mais específico. E de acordo com ILLINGWORTH (1993), os canteiros de obra podem

ser enquadrados dentro de um dos três seguintes tipos: restritos, amplos, e longos e

estreitos. Na tabela 2, encontra-se essa subdivisão:

Tabela 2 – Tipos de Canteiros

TIPOS DESCRIÇÃO

RESTRITOS

A área construída ocupa uma parcela

muito grande do espeço do canteiro

terreno todo, possui acessos difíceis.

AMPLOS

A área construída ocupa uma pequena

parcela do espaço do canteiro, possui

disponibilidade de acessos fáceis, áreas

para armazenamento de materiais e

alojamentos de pessoal.

LONGOS E ESTREITOS

São restritos em apenas uma direção, em

geral possui disponibilidade de acessos na

menor dimensão do terreno.

FONTE: ILLINGWORTH, 1993.

27

Desses três tipos vistos na tabela 2, o que necessita de maior cuidado no

planejamento é o restrito, e que em geral é o mais frequente nas áreas urbanas e centrais

das cidades, onde devido aos altos custos dos terrenos nessas regiões, as edificações tem

a tendência de ocupar uma alta porcentagem do terreno na busca de maximizar sua

rentabilidade.

ILLINGWORTH(1993), ressalta ainda estratégias fundamentais para sempre serem

seguidas no planejamento de canteiros do tipo restritos:

i. Atacar primeiro o limite do terreno mais complicado, pois ao fazer isso logo

no início evita-se que se tenha de fazer serviços nessa fronteira do terreno

nas fases mais avançadas da construção onde pode ser difícil o acesso e a

circulação de máquinas e equipamentos.

ii. Criar espaços utilizáveis no nível térreo da edificação o mais cedo possível,

já que a existência de um layout permanente só acontecerá quando tiver a

conclusão dessa etapa da edificação e assim utilizar esse nível do térreo para

a locação das instalações provisórias e de armazenamento, facilitando os

acessos de veículos e pessoas, além de proporcionar um caráter mais

definitivo das instalações.

28

3.2. Plano Logístico do Canteiro

Sabe-se que ainda na construção brasileira a preocupação com a elaboração de um

plano logístico não atingiu um nível de importância esperado. Isso acontece porque a

priori, para se chegar a ter um plano logístico deve-se despender de tempo e algum tipo

de recurso que muitas vezes é preferido ser cortado, pois é dito como gasto extra.

Segundo VIEIRA (2006), o projeto do canteiro deve ser desenvolvido

circunstanciado em fatores importantes que servirão para direcionar e encaminhar a

elaboração do mesmo, esses fatores são:

i. Definição clara das diversas fases do desenvolvimento da obra;

ii. Definição dos elementos que devem estar presentes no canteiro e suas

características;

iii. Priorização dos elementos previstos;

iv. Análise do relacionamento entre esses elementos pré-definidos;

v. Estudo dos fluxos dos processos previstos;

vi. Análise da alocação dos elementos no canteiro;

vii. Elaboração do arranjo físico do canteiro;

viii. Avaliação do arranjo físico para cada uma das fases definidas.

Isso mostra a importância do planejamento detalhado dos serviços de uma obra,

principalmente aqueles serviços que fazem parte do Caminho Crítico. Então para isso as

atividade do planejamento inicial da obra devem ser bastante precisas e verdadeiras.

Na verdade, um bom planejamento de canteiro constitui um fator fundamental para

obtenção de um desempenho produtivo adequado, através da eficiência das operações,

cumprimento de prazos, custos e qualidade da construção.

29

3.2.1. Arranjo Físico do Canteiro

Nesta etapa ocorre o estabelecimento do local em que cada área do canteiro irá

situar-se, devendo ser estudado o posicionamento relativo entre as diversas áreas.

SAURIN; FORMOSO (2006) contemplam dois focos no arranjo físico geral, um

denominado macro-layout onde, por exemplo, define-se a forma aproximada, a

localização das áreas de vivência, áreas de apoio e área do posto de produção de

argamassa. E o outro foco seria a definição do micro-layout, na qual é estabelecida a

localização de cada equipamento propriamente dito dentro do canteiro, como a

disposição dos vestiários, refeitórios, dentro das áreas de vivências, contemplando os

acessos e saídas dessas áreas, bem como a disposição das janelas.

Segundo SOUZA; FRANCO (1997), aspectos como segurança e custos deverão

ser simultaneamente considerados, e eles ainda lembram que não existe uma solução

única, e sim diferentes possibilidades que podem ser melhores ou piores em função do

contexto em que se inserem.

3.2.2. Detalhamento das Instalações Provisórias

Definido o arranjo físico do canteiro, agora se planeja a infraestrutura necessária

ao funcionamento adequado do layout estabelecido. Nesta etapa do planejamento do

canteiro deve-se também dimensionar as necessidades da construção, como por

exemplo as técnicas construtivas empregadas, as formas de armazenamento de cada

material, para que se possa criar instalações provisórias dentro do ambiente de trabalho

que proporcionem o bom rendimento dos serviços.

Em quesitos básicos, como fornecimento de água ou luz, por exemplo, o plano

logístico de canteiro deve tratar de forma clara e simples as prioridades de atendimento

30

das necessidades do dia-a-dia da obra. Nos próximos itens deste trabalho será discutida

a importância desses recursos básicos para vida na obra.

a) Fornecimento de Água

No canteiro de obras, a água é um elemento importante, sendo essencial para o

consumo humano e indispensável na execução de alguns serviços. A utilização da água

para as necessidades humanas está relacionada, basicamente, às demandas essenciais

dos funcionários do canteiro e estas são preservadas de acordo com a legislação

trabalhista. Estima-se que o consumo diário por operário não alojado chega a 45 litros

por dia, não estando inclusa a refeição. No caso da refeição ser preparada na obra, este

número passa para 65 litros por dia.

Já nos serviços de construção civil, embora a água não seja vista e nem tratada

como material de construção, o consumo é bastante elevado, por exemplo, para a

confecção de um metro cúbico de concreto, se gasta em média de 160 a 200 litros e, na

compactação de um metro cúbico de aterro, podem ser consumidos até 300 litros de

água, segundo REVISTA SUNTENTABILIDADE, 2008.

Em geral no ciclo de uma construção de um edifício, pode-se notar a variação do

consumo de água nas diferentes etapas. Essa variação se não estudada pode levar a falta

de água em dias que o consumo extrapolar a quantidade de água que a rede externa pode

fornecer para a obra. O dimensionamento das instalações hidráulicas e sanitárias devem

serem feitos para a demanda necessária de água da obra, quando ela estiver em seu pico,

pois será na mesma época que o consumo aumentará desse recurso.

Além de garantir o recebimento de água no canteiro de obra, o plano logístico

deve contemplar um planejamento de pontos de distribuição provisória de água em

diversas localidades que tenham proximidades das frentes de trabalho. Porém o termo

provisório é constantemente confundido com precário, e as instalações provisórias são

31

frequentemente executadas sem nenhum critério e por mão-de-obra desqualificada

tecnicamente, o que aumenta o risco de surgimento de manifestações patológicas, tais

como: falhas de abastecimento, consumo excessivo de água e energia, desperdício,

ociosidade, vazamentos.

Segundo BIRBOJM (2001), a forma de abastecimento de água numa obra pode

ocorrer de duas maneiras: direta ou indiretamente.

A primeira forma de abastecimento é a mais usual no município do Rio de

Janeiro, devido a falta de confiança nos serviços da concessionária que cuida deste

serviço. Neste caso, empregam-se reservatórios de água em conjunto a um sistema de

bombas de recalque. Como mostra a Figura 6, a existência de reservatórios inferiores

e/ou reservatórios superiores, assim o sistema fica mais precavido da anormalidade da

falta de pressão no fornecimento da água, ou até mesmo na falta deste recurso.

Figura 6 – Sistema Indireto de distribuição d’água – Fonte: REIS; SOUZA;

OLIVEIRA, 2004

32

Na forma indireta de abastecimento de água, o sistema se utiliza da pressão

vinda das tubulações da concessionária para elevar e distribuir este recurso dentro do

canteiro, tanto horizontal como verticalmente. Caso ilustrado na Figura 7.

Figura 7 – Sistema Direto de distribuição d’água – Fonte: REIS; SOUZA;

OLIVEIRA, 2004

Em casos onde não há a possibilidade de atendimento pela concessionária

publica de abastecimento de água, as alternativas mais viáveis seriam a execução de

poços subterrâneos, que podem ser: artesianos ou freáticos.

A diferença entre os dois tipos está basicamente na profundidade alcançada, pois

em geral os poços de lençol freático, são mais fáceis de alcançar e requerem uma menos

profundidade no terreno. Na Figura 8 está representado um sistema de abastecimento

indireto pela execução de um poço freático.

33

Figura 8 – Abastecimento pelo uso de poços - Fonte: REIS; SOUZA;

OLIVEIRA, 2004.

Um bom projeto de dimensionamento de abastecimento de água nos canteiros

modernos, também tem seu caráter social, pois deve conceber iniciativas para reduzir o

desperdício desses recursos.

REIS;SOUZA;OLIVEIRA (2004), definem ações que incentivam essa redução:

as sociais e as tecnológicas.

Com caráter preventivo as ações sociais são baseadas na conversa e

conscientização dos usuários das instalações provisórias, a importância da identificação

de vazamentos e possíveis falhas nessas instalações e as vantagens da utilização correta

dos procedimentos de racionalização em atividades que consomem água.

As ações tecnológicas visam a substituição de sistemas e componentes

convencionais por dispositivos com tecnologia que permita um menor consumo de

água, como vasos de caixa acoplada e chuveiros com válvula temporizada.

34

Um modo de abastecer de forma sustentável um canteiro de obra com recurso

hidráulico são os sistemas de captação de águas pluviais. Em geral encontram

resistência por empecilhos como um investimento inicial de capital, mas em

compensação, em médio prazo trazem retorno financeiro para o orçamento.

As águas captadas podem ser empregadas em testes de estanqueidade de

estruturas, como lajes e cisterna impermeabilizadas e também como água para válvulas

de descarga ou limpeza de caminhões. A Figura 9 ilustra um sistema que contempla a

captação de água da chuva em telhados das dependências e escritórios.

Figura 9 – Sistema de captação de águas pluviais – Fonte: Desconhecida.

b) Fornecimento de Energia Elétrica

As instalações elétricas provisórias são de extrema importância para segurança

dos trabalhadores da obra. Elas são uma das maiores causas de acidentes em obra, por

isso precisam ser feitas e mantidas por profissionais habilitados, conforme descreve a

NR-18.

A distribuição de energia elétrica nos canteiros de obras da indústria da

construção deve ser feita através dos quadros elétricos de distribuição. Estes quadros

35

devem ser construídos de forma a garantir a proteção dos componentes elétricos contra

impactos mecânicos, umidade e agentes corrosivos (FUNDACENTRO, 2007). Serão

instalados em locais visíveis, sinalizados e de fácil acesso, mas por exemplo, não é

aconselhado localizá-los em pontos de passagem de pessoas, materiais e equipamentos.

Conforme suas características as quadros de distribuição, podem ser:

i. Quadro principal de distribuição, destinado a receber energia elétrica

alimentada pela Rede Pública da concessionária (Figura 10).

ii. Quadro intermediário de distribuição

iii. Quadro terminal de distribuição fixo e/ou móvel, são aqueles destinados

a alimentar exclusivamente circuitos terminais, isto é, diretamente

máquinas e equipamentos (Figura 11).

Figura 10 – Quadro Principal de Distribuição – Fonte:

FUNDACENTRO, 2008.

36

Figura 11 – Quadro Terminal de Distribuição Fixo e Móvel – Fonte:

FUNDACENTRO, 2008.

Todos os quadros provisórios presentes na obra deverão ser dimensionados para

a capacidade de carga que irão receber, e os de distribuição terminal, que receberão os

plugs e tomadas dos equipamentos e ferramentas usados no interior da obra deverão

além de serem dimensionados para atender a capacidade de carga, deverão também

atender ao número de usuários que estarão trabalhando na região.

As instalações elétricas provisórias podem ser dispostas entre distribuição aérea

ou subterrânea. No caso do emprego de postes a fiação não deve ter altura inferior a

cinco metros, para não prejudicar a movimentação de caminhões e equipamentos, como

visto na Figura 12.

37

Figura 12 – Distribuição de Instalações Elétricas Aéreas – Fonte:

FUNDACENTRO, 2008.

Quanto a distribuição de energia elétrica por pavimentos ela deve ser feita

através de uma prumada verticais de eletroduto, para garantir o perfeito isolamento.

Com chaves blindadas para garantir a segurança do operário e atender a NR-18.

É importante lembrar o fato da iluminação provisória de ambientes internos,

nunca deve ser ligada diretamente na rede de distribuição, ela só deve ser ligada aos

quadros terminais. Segundo as recomendações de FUNDACENTRO (2007), a

iluminação deve ser sempre aérea, e ligada a um circuito próprio para essa necessidade.

As instalações elétricas, segundo FUNDACENTRO (2007), é a maior causa de

acidentes em obras civis no mundo. Fato ocasionado muitas vezes pela falta de

instrução dos operários, que mesmo não tendo conhecimento técnico acabam fazendo a

ligação elétrica de equipamentos no campo. Isso pode ser corrigido com palestras de

segurança e avisos para não mexerem nas instalações.

38

4. Trabalho Prático

O propósito desta etapa do trabalho é realizar o diagnóstico dos quatro canteiros

de obras estudados em relação a existência de um plano logístico no planejamento

global de uma obra.

A metodologia utilizada foi a visita técnica, iniciando sempre com a realização

de um questionário de perguntas para cada gestor do empreendimento ainda na parte

dos escritórios, visando manter uma padronização no olhar dos aspectos logísticos

que serão estudados mais profundamente.

Após essa conversa inicial, que serviu para averiguar as diretrizes de como se dá

a logística do canteiro da obra, parte-se para as avaliações mais focadas no

dimensionamento e distribuição odos recursos: água e energia.

Finalmente inicia-se a segunda fase, a qual consiste em realizar um percurso

pelo canteiro de obras, anotando em uma lista de verificação pré-elaborada de itens

relacionados a forma de como o plano logístico possam interferir no

desenvolvimento das atividades que necessitam dos insumos de água e eletricidade.

O método do diagnóstico proposto, além das ferramentas acima já citadas,

ainda consistiu na elaboração de um croqui do layout do canteiro e um registro

fotográfico dos elementos e equipamentos necessários.

Abaixo serão abordadas mais profundamente as três ferramentas, e a forma

como foram aplicadas no diagnóstico dos canteiros estudados, e na sequência os

resultados e pareceres obtidos de cada visita as obras estudadas.

39

4.1. Lista de Verificação

A lista de verificação é a mais abrangente dentre as ferramentas, permitindo uma

ampla análise qualitativa do canteiro, no âmbito da logística e do layout, segundo os

seus três principais aspectos: instalações provisórias, segurança no trabalho e sistema de

movimentação e armazenamento de materiais.

Cada um desses três grupos envolve diversos elementos do canteiro. Um

elemento do canteiro é definido como qualquer aspecto da logística no âmbito dos três

grupos que mereça atenção no planejamento, tais como, por exemplo, refeitório,

elevador de carga ou armazenamento de cimento. Todos os elementos devem satisfazer

certos requisitos ou padrões mínimos de qualidade para o desempenho satisfatório de

suas funções.

Os itens contidos na lista foram definidos da forma mais objetiva possível,

tentando possibilitar a verificação visual da sua existência ou não, dispensando

medições, consultas a outras pessoas ou a projetos da obra.

A lista de verificação elaborada para este trabalho prático encontra-se em sua

totalidade e com os resultados das respectivas obras no anexo A. A Figura 13 mostra

apenas parte desta lista de verificação de elementos de logística do canteiro.

2) INSTALAÇÕES ELETRICAS SIM NÃO NA

2.1) Quadro Principal de Distribuição

2.2) Quadro Intermediário de Distribuição

2.3) Quadro Terminal de Distribuição Fixo

2.4) Quadro Terminal de Distribuição Móvel

2.5) Chaves Elétricas

2.6) Instalações Elétricas Aéreas

Figura13 – Parte da Lista de Verificação de Recursos do Canteiro.

40

4.2. Layout do Canteiro

A análise da planta de layout é útil para a visualização de problemas relacionados ao

arranjo físico da obra, permitindo observar, por exemplo, a localização equivocada de

alguma instalação ou o excesso de cruzamentos de fluxo de transporte de materiais em

determinadas regiões do canteiro.

Nas plantas de layout, é primordial constar os seguintes itens:

(a) Definição aproximada da área e do perímetro do terreno,

(b) Definição da área a ser construída com a planta do térreo da edificação,

diferenciando áreas fechadas e abertas;

(c) Localização de pilares e outras estruturas que interfiram na circulação de

materiais ou pessoas;

(d) Portões de entrada no canteiro (pessoas e veículos);

(e) Localização de árvores que interfiram na circulação de materiais;

(f) Localização das instalações provisórias, como vestiários, banheiros, escritório,

almoxarifado, refeitório.

(g) Todos os locais de armazenamento de materiais, inclusive depósito de entulho;

(h) Localização dos equipamento de transporte vertical, como grua, guincho e

cremalheira;

(i) Localização do elevador de passageiros;

(j) Localização das centrais de carpintaria e aço;

(l) Localização da área de carga e descarga de equipamentos;

(m) Localização de vias de transporte horizontal de materiais;

41

4.3. Relatório Fotográfico

Em geral na apresentação dos resultados do diagnóstico é interessante mostrar

registros visuais da situação encontrada, para que qualquer profissional, mesmo não

tendo conhecimento da obra em estudo, possa entender o raciocínio da discussão.

Para ter uma visão mais padronizada dos canteiros em discussão, foi elaborada uma

listagem dos principais pontos do canteiro que devem ser fotografados, escolhidos com

base na sua importância logística e pelo fato de serem comuns focos de problemas, onde

serão avaliados neste diagnóstico.

A listagem é composta pelos itens abaixo:

(a) armazenamento de areia;

(b) armazenamento de blocos cerâmico/concreto;

(c) armazenamento de argamassas;

(d) entulho (em depósito ou não);

(e) condições do terreno por onde circulam os caminhões de entregas;

(f) refeitório, vestiários e banheiros com as respectivas instalações;

(g) detalhamento do sistema construtivo das instalações provisórias;

(h) pontos de distribuição das instalações hidráulicas;

(i) pontos de distribuição das instalações elétricas;

42

4.4. Visitas as Obras de Edificações em Estudo

O trabalho prático foi desenvolvido em 4 canteiros de diferentes obras, situados

no Estado do Rio de Janeiro e próximas a região Oeste da cidade, onde em

decorrência do plano diretor do município é a região de maior crescimento da

cidade.

Este estudo foi realizado no ano de 2013, e com o consentimento de todas as

empresas e profissionais abordados. Foram agendadas visitas com os responsáveis

para conhecer os locais.

Nos itens a seguir será feito o diagnóstico, em relação a cada obra, se a

concepção da logística dos recursos de abastecimento de água e energia elétrica nas

frentes de trabalho, conversada primeiramente com os engenheiros, está sendo

empregada no campo e posteriormente está sendo eficaz para o desenvolvimento

dos serviços, segundo a visão de pessoas que trabalham diretamente com essas

frentes de trabalho.

4.4.1. Diagnóstico e Análise da Obra A

O empreendimento, chamado de OBRA A, em estudo se localiza na zona oeste

do Rio de Janeiro, em uma das avenidas mais movimentadas da região. Seu canteiro

contempla 5 edificações todas com 5 pavimentos, sendo um deles o subsolo. Dos 5

prédios, tem-se: 2 como residenciais, com 87 apartamentos no total; 3 comerciais, com

402 salas; e um mall que compreende toda a área do térreo e do subsolo, com 155 lojas.

A obra é comanda por uma equipe técnica de 3 engenheiros, 8 estagiários, 3 mestres e 6

encarregados.

43

O diagnóstico se olhará o embasamento do canteiro como um todo, mas ao

passar para as edificações, apenas os interiores dos prédios residenciais serão

estudados, onde suas atividades são chefiadas por: um engenheiro, 2 estagiários, um

mestre e 2 encarregados.

Em relação ao terreno, possui uma área de aproximadamente 30.000 m², com

uma testada de 50 m, sendo considerado um terreno estreito e longo, conforme

ILLINGWORTH (1993), e com dois acessos nessa sua menor dimensão. Por ter um

embasamento e um subsolo que receberam um mal, a área construída compreende quase

todo o terreno, como mostra Figura 14.

Figura 14 – Embasamento e subsolo OBRA A.

O planejamento de obra feito, não contempla um plano logístico formal para o

canteiro de obra, informação levantada em conversa com um dos engenheiros que

gerencia as atividades das duas edificações residenciais, porém estratégias foram

44

lançadas para se cumprirem o sequenciamento adequado da obra e atenderem as

necessidades de recursos nas frentes de trabalho.

A primeira foi de, por se trabalhar em um terreno de extensões muito grandes,

dividi-lo em áreas menores, classificadas da A até Q. E junto com essa divisão montou-

se um plano de trabalhos de escavações e fundações, que iniciou-se dos prédios mais ao

fundo do terreno para os mais a frente, onde seriam mais difíceis as execuções destes

serviços.

Por se tratar de um terreno estreito e longo, contratou-se uma empresa de

instalação elétrica para elaborar um plano para alimentação provisória de luz e energia

no canteiro. Conforme mostra Figura 15, que representa a planta de layout de canteiro,

tem-se as cinco edificações e no muro externo tem os cinco Quadros de Distribuição de

Energia no canteiro, um para cada prédio (Figura 16).

Figura 15 – Layout do Canteiro OBRA A.

45

Figura 16 – Quadro de Distribuição Intermediária OBRA A.

A empresa contratada dimensionou todos os ramais elétricos dentro do canteiro

de obras e as cargas necessárias em cada ponto da obra. Também criou a idéia de locar 5

quadros de distribuição intermediária na periferia do canteiro para melhor atender as

diferentes áreas de trabalho.

Cada quadro de distribuição intermediária vindo de uma Sub-Estação Blindada,

foi dimensionado para atender um bloco. Nos dois blocos visitados, os quais foram os

dois residenciais, o quadro alimentava uma grua, duas pranchas , 5 bombas de

rebaixamento de lençol freático, 4 quadros de distribuição terminal fixo, que no caso

deste último tinha-se um por andar, conforme mostra Figura 17.

46

Figura 17 – Quadro de Distribuição Terminal Fixo da OBRA A.

Este quadro de distribuição terminal, por sua vez alimenta o circuito de

iluminação provisória do pavimento e todos os equipamentos e ferramentas manuais das

empresas terceirizadas. Está localizado no corredor principal, de forma clara e fácil

visualização.

Quanto a distribuição de água no canteiro de obra, ela o corre de forma indireta,

conforme visto no item 2.5.2.1 deste trabalho, onde entra no empreendimento e é

reservada em três Caixas d’água fibra, com capacidade de 10.000 litros cada uma,

servindo a obra como um todo (Figura 18).

E posteriormente cada bloco, possui uma caixa provisória de cisterna localizada

no subsolo e outra de reservatório superior no último pavimento, cada uma com 5.000

litros. Do reservatório superior desce uma prumada, que alimenta com um único

registro cada pavimento.

47

Figura 18 – Caixas d’água, como reservatório inicial da OBRA A.

Em conversa, no campo com dois encarregados de turma que ficam incumbidos

de apoiar os trabalhos nos dois blocos residenciais, notou-se que em relação a parte

elétrica e hidráulica não havia nenhuma falta prejudicial aos serviços, salve no início da

obra na parte de elevação de estrutura, onde o atendimento de água era precário, e

precisou-se constantemente de caminhões-pipas para suprir a demanda, contudo nos

dias de hoje seu fornecimento estava atendendo.

Uma alternativa empregada nesta obra, que vale ser ressaltada e explicada por

dois motivos: as grandes distancias dentro do canteiro e falta de água nas fases iniciais

de implantação do canteiro. Foi o emprego de banheiros químicos, em locais espalhados

no terreno (Figura 19).

48

Figura 19 – Banheiro Químico para operários da OBRA A.

Com todas as informações levantadas e apuradas, ao analisar o plano construído

para atendar as necessidades de pontos de força e energia e os pontos de abastecimento

de água nos pavimentos dos prédios estudados, observa-se que estão adequados para o

momento que se encontra a obra.

Com relação a segurança das instalações provisórias, foi considerado satisfatório

nível de proteção para os operários. Os quadros intermediários de distribuição estavam

isolados e com avisos de risco a choques elétricos, os de distribuição terminal se

encontravam em bom estado e com os fios condutores de energia bem fixados nos

mesmos. Além de avisos constantes nas fiações energizadas para que caso precise

algum reparo avisar ao profissional adequado.

Contudo a obra poderia empregar outras formas de captação de água para

diminuir o seu consumo, como por exemplo a captação de água pluvial para ser usada

49

como teste de impermeabilização, serviço este que demanda um grande consumo e será

feito em grandes áreas da obra.

4.4.2. Diagnóstico e Análise da Obra B

Este empreendimento localizado na zona oeste, caracterizado neste trabalho

como OBRA B, faz parte da expansão de uma Escola Tradicional do Rio de Janeiro,

nele compreende uma edificação de 5 pavimentos, em formato oval, pois em seu

interior abriga uma quadra poliesportiva. Possui diversos tipos de salas de aula, desde

informática até marcenaria. A edificação tem uma área construída de mais de 15.000

m², com um terreno amplo, com duas grandes entradas. Está localizado em uma área de

poucos vizinhos e pequena movimentação de tráfego.

Pela denominação de ILLINGWORTH (1993), é um canteiro amplo, onde a área

a ser construída de fato corresponde a uma pequena parcela do total, o restante será área

de estacionamento, um campo de softball e duas quadras poliesportivas.

Em conversa com o Gerente da OBRA B, não foi elaborado nenhum plano de

estudo para ataque do canteiro, a concepção feita pelo mesmo foi de agrupar os

escritórios e dependências como vestiários e refeitórios em um local do terreno que será

o último a receber e urbanização e paisagismo, além de ser de fácil acesso para a

desmobilização. Outro ponto abordado foi a sequencia construtiva da edificação, que foi

separada por trechos de 1 a 4, e sua execução feita sempre a seguir por essa ordem,

como mostra a Figura 20, que também serve para visualizar o amplo terreno com a

disposição dos elementos logísticos do canteiro.

50

Figura 20 – Layout do canteiro OBRA B.

Nos cinco meses iniciais de obra, o atendimento de energia elétrica era feito por

um conjunto de 2 geradores a diesel, um para os escritórios e as dependências do

canteiro e outro para a obra que ainda se encontrava na parte de fundações e estruturas.

Posteriormente a entrada de energia provisória da concessionária local, foi feita

em um dos cantos do terreno próximo a edificação, a distribuição de energia é do tipo

subterrânea. Na Figura 21, mostra o quadro de distribuição geral da obra.

Desse quadro geral, distribui-se a alimentação para uma grua, 2 pranchas , 2

bombas de rebaixamento de lençol freático, e 6 a 8 quadros de distribuição terminal

móveis (“robozinhos”) . Além dos escritórios, que não entram no estudo. A Figura 22

mostra um dos robozinhos, que são distribuídos dentro da edificação de forma a haver 2

por pavimento.

51

Figura 21 – Quadro de Distribuição Geral OBRAB.

Figura 22 – Quadro de distribuição terminal móvel (“robozinhos”) OBRA B.

Em termos de abastecimento de água, empregou-se a forma indireta, que

alimentava 4 caixas d’água de fibra de 5.000 litros cada ,exclusivamente para os

52

escritórios, vestiários, banheiros e refeitório, e um conjunto de reservatórios inferior e

superior de 5.000 litros cada um para abastecimento das atividades de campo. Como

mostram as Figuras 23 e 24, respectivamente.

Figura 23 – Caixas d’água para alimentação das dependências de canteiro

OBRAB.

Figura 24 – Conjunto de reservatórios para alimentação das atividades de

campo OBRA B.

53

Em conversas feitas com encarregados de diversas equipes de trabalho dentro da

edificação, constatou-se, que havia sérios problemas de fornecimentos desses insumos

nas frentes de trabalho. Primeiro, a distribuição de pontos de energia eram insuficientes

nos pavimentos e a iluminação nas áreas internas, principalmente banheiros, eram

precárias ou simplesmente não existiam. Com relação ao abastecimento de água, foi dito

que inúmeras vezes os encarregados dispensaram seus oficiais e ajudantes que foram

embora mais cedo pois não havia água disponível para trabalho.

Esses problemas aconteceram, por não haver um dimensionamento adequado

desse recursos, e não serem estudados os históricos de abastecimento de água da região.

Com relação aos pontos de energia elétrica para os equipamentos manuais, estes

foram subdimensionados, pois não se levou em conta a complexidade das instalações

permanentes dentro da edificação, que por se tratar de uma escola e não ter um formato

retangular de edificação, necessita de mais equipamentos para a execução dos serviços

de construção.

Já o abastecimento de água da região não foi estudado previamente, pois

segundo colaboradores a região sofre de carência de água nos meses de verão, e a

OBRA B, não contava com bombas auto-aspirantes nas entradas de água, e com

reservatórios que não atendiam ao consumo diário das atividades. Logo a recorrência de

pedir caminhões-pipas era quase que constante nos dias de verão.

Analisando a deficiência energética da obra, fica claro que devido a

simultaneidade de diversos serviços em um mesmo pavimento, e pela complexidade das

instalações permanentes a serem executadas, os pontos de força para equipamento

manuais foram subdimensionado. A melhor solução encontrada seria aumentar para 4 o

número de “robozinhos” nos pavimentos, para atender a grande demanda de ligações.

54

O mesmo acontece com o ponto de fornecimento de água nos pavimentos, que

por ser considerada uma obra horizontal, necessita de grandes distâncias com

mangueiras para áreas afastadas da prumada provisória serem atendidas, e isso gera uma

grande perda de produtividade e perda do próprio recurso água.

Por isso nessa análise, a obra não atende de forma eficaz e constante os recursos

básicos das frentes de trabalho, gerando grandes paralizações e atrasos de serviços.

4.4.3. Diagnóstico e Análise da Obra C

Empreendimento localizado na zona oeste do Rio de Janeiro, margeando uma

das principais avenidas da região, sua concepção está voltada para o atendimento da

disponibilidade de leitos hoteleiros para a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas

de 2016, e tem como data final de entrega para abril de 2014. Se encontra na fase de

fundações, e possui um terreno considerado restrito, pelo pensamento de

ILLINGWORTH(1993), pelas diversas dificuldades do entorno do terreno.

Em conversa com o engenheiro responsável pela obra, não houve tempo hábil

para elaboração de um estudo mais profundo do layout do terreno, devido a

necessidade de execução rápida da infra e supra estrutura.

Afigura 25, mostra o layout do terreno, onde o térreo e o subsolo da edificação o

ocupam quase que totalmente. Os escritórios e dependências para os operários

ficaram “espremidos” em um dos limites do terreno, segundo o engenheiro da

OBRA C, para atender as necessidades de se ter dois acesso de materiais no

canteiro.

55

Figura 25 – Layout do Canteiro da Obra C.

Ainda não há uma distribuição elétrica formal no canteiro, apenas um quadro

geral que alimenta toda a obra. E quanto a rede de abastecimento de água tem-se 4

caixas de 5.000litros como reservatório comum para o campo e a parte de

escritórios, como mostra a Figura 26.

Figura 26 – Caixa d’água de abastecimento geral OBRA C.

56

A maior preocupação nesse momento da OBRA C é estruturar a área do térreo e

subsolo da edificação, para liberar com áreas de carga e descarga de materiais.

Uma estratégia encontrada pelo engenheiro para vencer a falta de espaço no

canteiro, será de colocar duas empilhadeiras dentro do subsolo, para transporte

materiais pesados. Assim elas podem através uma passagem que na cortina do

subsolo para o térreo distribuir esses materiais pela edificação, e abastecer as 2

pranchas que serão instaladas posteriormente no outro lado da edificação.

A análise das instalações provisórias da OBRA C ficou no âmbito global do

canteiro, já que metade da estrutura se encontrava na fase da fundação e a outra

metade ainda na primeira laje. E não havia ainda a distribuição interna elaborada

para atender o interior da edificação. Porém foi notado a falta de segurança em

relação a parte elétrica em alguns pontos. Como a falta de aviso de perigo junto ao

quadro de distribuição principal, e as más condições que eram feitas as ligações com

os equipamentos em uso.

57

4.5. Tabela de Resumo do Diagnóstico dos Canteiros

Tabela 3 – Resumo dos Diagnósticos dos Canteiros Visitados

Obras e

Recursos

Projetado Necessitado

OBRA A –

Recurso Água

Um ponto de

abastecimento de água

por pavimento.

Na presente etapa da obra, o projetado está

atendendo perfeitamente a necessidade da obra.

Em geral não há falhas ou interrupções do

abastecimento.

OBRA A –

Recurso

Energia Elétrica

Um terminal de

distribuição fixo por

pavimento.

Mesmo com a grande extensão da área do

pavimento, esse recurso atende todas as frentes

de trabalho. Foram bem dimensionados e

distribuídos pelo canteiro.

OBRA B–

Recurso Água

Um ponto de

abastecimento de água

por pavimento.

Sistema precário e desprovido de

dimensionamento. Não atende as necessidades

das frentes de trabalho, e gera enormes

desperdícios devido as grandes distâncias a

serem percorridas por mangueiras no pavimento.

Necessitaria de mais um ponto de abastecimento

de água no pavimento para suprir necessidades e

redimensionar os reservatórios de modo a

aumentar capacidade de armazenamento.

OBRA B–

Recurso

Energia Elétrica

Dois terminais de

distribuição móvel

(“robozinhos”) por

pavimento.

Falta de pontos de força para ligação de

equipamentos elétricos nos pavimentos, isso

ocorre devido a complexidade das instalações

permanentes da obra e seu curto para de

execução, acarretando na simultaneidade de

diversas frentes de trabalho, e logo assim

aumentando a demanda por pontos de energia

numa mesma área. Necessitaria de mais 2

robozinhos, totalizando 4 terminais móveis por

pavimento.

OBRA C–

Recurso Água

Um reservatório inferior

para atender ao campo.

Não possui capacidade de grande

armazenamento, esporadicamente necessita

suprir com caminhão-pipa, mas em geral atende,

já que a demanda é pouca nesta etapa da obra.

OBRA C–

Recurso

Energia Elétrica

Um quadro de

distribuição para obra

toda.

Instalações precárias, porém como a demanda

por esse recurso ainda é pouca nesta etapa da

obra, atende razoavelmente as necessidades.

Fonte: Autor

58

5. Considerações Finais

Constatou-se no decorrer do trabalho, que as obras estudadas, não havia planos

formais de para atendimento de alguns recursos básicos no canteiro. Havia apenas

esboços de planos informais concebidos pelo gestor da obra para tentar dimensionar e

distribuir os insumos de água e energia elétrica, os quais em geral eram feitos após

experiências ruins que os gestores das obras tiveram no passado.

Pela ausência desses planos, foi constatado que por diversas vezes em

decorrência da falha de algum elemento, as construtoras ficavam dependendo da

disponibilidade de caminhões-pipa para atender a obra. Em caso vivido em uma das

visitas, o sistema de bombeamento para o reservatório superior estava queimado e

esperando que a manutenção chegasse para trocá-lo, e enquanto isso a água estava

sendo levada lenta e desperdiciosamente para a cobertura da edificação através de um

tonel içado pela grua. Isso em uma obra considerada moderna e com um prazo de

execução muito curto.

Para isso, contornar esses problemas é fundamental a padronização e a

formalização das soluções empregadas nas obras atuais, visando a criação de um banco

de dados com alternativas a serem empregada desde o planejamento de obras futuras.

Assim os gestores de uma obra passam ter uma base de dados, para tomarem iniciativas

e soluções de problemas recorrentes em determinados tipos de obras e em determinados

locais de construção.

Algo que ainda é enraizado no ramo da construção civil é concepção que as

instalações provisórias são elementos de menor importância no canteiro por causa de

seu caráter temporário. Mas quando esse “elemento secundário” falta, acaba por

acarreta enormes paralizações nas frentes de trabalho. Para isso não ocorrer, esse

59

pensamento deve mudar e dar maior importância para essas instalações provisórias,

empregando materiais mais modernos e consistentes. Agregando uma maior eficiência

no sistema, que consequentemente terá menos desperdícios na sua vida útil.

Para o plano logístico funcionar como o esperado, atendendo a necessidade de

todos os agentes envolvidos na construção de edificações, é importante a elaboração

coletiva desse plano, com equipes interdisciplinares e visões diferentes de objetivos a

serem alcançados pelo plano. Assim fica mais fácil o entendimento de todos que

participam do canteiro, a rotina que devem seguir no dia-a-dia de trabalho para que

consigam alcançar seus objetivos.

60

6. Referências Bibliográficas

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obra na execução de fôrmas, armação, concretagem e alvenaria. São Paulo, 2000.

385p. Dissertação (Mestrado) – Escola Politécnica, Universidade de São Paulo.

ARAÚJO, L.O.C; SOUZA, U.E.L. Produtividade da mão-de-obra na execução de

alvenaria : detecção e quantificação de fatores influenciadores 24 p. – (Boletim

Técnico da Escola Politécnica da USP, Departamento de Engenharia de Construção

Civil, BT/PCC/269) – São Paulo : EPUSP, 2001.

SONDAGEM INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO, Informativo da Confederação

Nacional da Indústria, Ano 4, Número 1, Janeiro de 2013, CNI.

CARRARO, F.; SOUZA, U. E. L. de. Monitoramento da produtividade da mão-de-

obra na execução da alvenaria. In: CONGRESSO LATINO AMERICANO

TECNOLOGIA E GESTÃO NA PRODUÇÃO DE EDIFÍCIOS, SOLUÇÕES PARA O

TERCEIRO MILÊNIO, São Paulo, EPUSP, 1998.

CORRÊA, C. A.; CORRÊA, H. L. Administração de produção e de operações:

manufatura e serviços: uma abordagem estratégica. São Paulo: Editora Atlas, 2005.

61

FERREIRA, M. A. N. A importância do planejamento na indústria da construção

civil. São Paulo, 2009. Disponível em: <www.techoje.com.br>. Acesso em: 27 de

fevereiro de 2013.

FUNDACENTRO, Instalações elétricas temporárias em canteiros de obras

.Maurício José Viana ; Artur Carlos Moreira da Silva ; Orlando Cassiano Mantovani

...[et al]. São Paulo: Fundacentro, 2007.

REIS, R. P. A.; SOUZA, U. E. L.; OLIVEIRA, L. H. . Alternativas e soluções de

instalações hidráulicas provisórias em canteiros de obras. In: 10 ENTAC - Encontro

Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído, 2004, São Paulo.

CONSTRUÇÃO MERCADO, Crédito Imobiliário: O plano empresário mudou,

Editora PINI, edição 139,São Paulo, fevereiro de 2013.

REVISTA SUSTENTABILIDADE, Consumo de água nos canteiros, 24 mar. 2008.

Disponível em: <http://revistasustentabilidade.com.br/consumo-de-agua-nos-

canteiros/>. Acesso em: 10 mar. 2013.

SAURIN, T. A.; FORMOSO, C. T. Planejamento de canteiros de obra e gestão de

processos. Porto Alegre : ANTAC, 2006. (Recomendações Técnicas HABITARE, v. 3)

SOUZA, U. E. L.; FRANCO, L. S. Definição do Layout do Canteiro de Obras. São

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da Produtividade na Construção Civil. São Paulo, 2006. Editora PINI.

THOMAS, H.R.; YAKOUMIS, I. Factor model of construction productivity. Journal

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VERLANGIERE, M. V. Logística no organograma das empresas. São Paulo: Vitrine

Serviços dc Informações S/C Ltda. 1998. Disponível em:

<www.guiadelogistica.com.br>. Acesso em: 03 mar. 2013.

VIEIRA, H. F. Logística aplicada à construção civil : como melhorar o fluxo de

produção nas obras - São Paulo : Editora Pini, 2006.

63

ANEXO A

LISTA DE VERIFICAÇÃO PARA DIAGNÓTICO DE CANTEIRO

OBRA A

1) TERCERIZAÇÃO M.D.O. SIM NÃO NA

1.1) Ocorre terceirização dos serviços no campo? X

1.2) Treinamentos de qualidade com os operários

terceirizados

X

1.3) Ocorre passagem das diretrizes do plano logístico

para as empresas terceirizadas?

X

2) INSTALAÇÕES ELETRICAS

2.1) Quadro Principal de Distribuição X

2.2) Quadro Intermediário de Distribuição X

2.3) Quadro Terminal de Distribuição Fixo X

2.4) Quadro Terminal de Distribuição Móvel X

2.5) Chaves Elétricas X

2.6) Instalações Elétricas Aéreas X

2.7) Instalações Elétricas Subterrâneas X

2.8) Uso de Plugs e Tomadas X

2.9) Iluminação Provisória Eficiente X

2.10) Aterramento das Instalações X

2.11) Avisos de Segurança no Campo X

2.12) Plano de redução de consumo de energia elétrica X

3) INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS

3.1) Abastecimento de água pela rede pública X

64

3.1.1) Abastecimento Direto X

3.1.2) Abastecimento Indireto X

3.1.3) Abastecimento Misto X

3.2) Abastecimento da água por poços artesianos X

3.3) Sistema de bombas de recalque X

3.4) Reservatório Inferior X

3.5) Reservatório Superior X

3.6) Pontos de abastecimento de água nos pavimentos X

3.7) Captação de águas pluviais X

3.8) Vazamento ou desperdício de água X

3.9) Plano de redução de consumo de água X

LISTA DE VERIFICAÇÃO PARA DIAGNÓTICO DE CANTEIRO

OBRA B

1) TERCERIZAÇÃO M.D.O. SIM NÃO NA

1.1) Ocorre terceirização dos serviços no campo? X

1.2) Treinamentos de qualidade com os operários

terceirizados

X

1.3) Ocorre passagem das diretrizes do plano logístico

para as empresas terceirizadas?

X

2) INSTALAÇÕES ELETRICAS

2.1) Quadro Principal de Distribuição X

2.2) Quadro Intermediário de Distribuição X

2.3) Quadro Terminal de Distribuição Fixo X

65

2.4) Quadro Terminal de Distribuição Móvel X

2.5) Chaves Elétricas X

2.6) Instalações Elétricas Aéreas X

2.7) Instalações Elétricas Subterrâneas X

2.8) Uso de Plugs e Tomadas X

2.9) Iluminação Provisória Eficiente X

2.10) Aterramento das Instalações X

2.11) Avisos de Segurança no Campo X

2.12) Plano de redução de consumo de energia elétrica X

3) INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS

3.1) Abastecimento de água pela rede pública X

3.1.1) Abastecimento Direto X

3.1.2) Abastecimento Indireto X

3.1.3) Abastecimento Misto X

3.2) Abastecimento da água por poços artesianos X

3.3) Sistema de bombas de recalque X

3.4) Reservatório Inferior X

3.5) Reservatório Superior X

3.6) Pontos de abastecimento de água nos pavimentos X

3.7) Captação de águas pluviais X

3.8) Vazamento ou desperdício de água X

3.9) Plano de redução de consumo de água X

66

LISTA DE VERIFICAÇÃO PARA DIAGNÓTICO DE CANTEIRO

OBRA C

1) TERCERIZAÇÃO M.D.O. SIM NÃO NA

1.1) Ocorre terceirização dos serviços no campo? X

1.2) Treinamentos de qualidade com os operários

terceirizados

X

1.3) Ocorre passagem das diretrizes do plano logístico

para as empresas terceirizadas?

X

2) INSTALAÇÕES ELETRICAS

2.1) Quadro Principal de Distribuição X

2.2) Quadro Intermediário de Distribuição X

2.3) Quadro Terminal de Distribuição Fixo X

2.4) Quadro Terminal de Distribuição Móvel X

2.5) Chaves Elétricas X

2.6) Instalações Elétricas Aéreas X

2.7) Instalações Elétricas Subterrâneas X

2.8) Uso de Plugs e Tomadas X

2.9) Iluminação Provisória Eficiente X

2.10) Aterramento das Instalações X

2.11) Avisos de Segurança no Campo X

2.12) Plano de redução de consumo de energia elétrica X

3) INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS

3.1) Abastecimento de água pela rede pública X

3.1.1) Abastecimento Direto X

67

3.1.2) Abastecimento Indireto X

3.1.3) Abastecimento Misto X

3.2) Abastecimento da água por poços artesianos X

3.3) Sistema de bombas de recalque X

3.4) Reservatório Inferior X

3.5) Reservatório Superior X

3.6) Pontos de abastecimento de água nos pavimentos X

3.7) Captação de águas pluviais X

3.8) Vazamento ou desperdício de água X

3.9) Plano de redução de consumo de água X