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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE BIOFÍSICA CARLOS CHAGAS FILHO Davi da Silva Barbirato AVALIAÇÃO PERIODONTAL DE POPULAÇÕES RIBEIRINHAS DA AMAZÔNIA - IMPACTO DE CONDIÇÕES AMBIENTAIS DIVERSAS Rio de Janeiro 2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

INSTITUTO DE BIOFÍSICA CARLOS CHAGAS FILHO

Davi da Silva Barbirato

AVALIAÇÃO PERIODONTAL DE POPULAÇÕES RIBEIRINHAS DA

AMAZÔNIA - IMPACTO DE CONDIÇÕES AMBIENTAIS DIVERSAS

Rio de Janeiro

2014

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Davi da Silva Barbirato

AVALIAÇÃO PERIODONTAL DE POPULAÇÕES RIBEIRINHAS DA

AMAZÔNIA - IMPACTO DE CONDIÇÕES AMBIENTAIS DIVERSAS

Tese de Doutorado apresentada ao Programa

de Pós-Graduação em Ciências Biológicas -

Biofísica, Instituto de Biofísica Carlos Chagas

Filho da Universidade Federal do Rio de

Janeiro, como parte dos requisitos necessários

à obtenção do título de Doutor em Ciências.

Orientador: Alvaro Augusto da Costa Leitão

Co-orientadora: Ana Paula Vieira Colombo

Rio de Janeiro

2014

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AVALIAÇÃO PERIODONTAL DE POPULAÇÕES RIBEIRINHAS DA

AMAZÔNIA - IMPACTO DE CONDIÇÕES AMBIENTAIS DIVERSAS

Davi da Silva Barbirato

Tese de Doutorado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas -

Biofísica, Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho da Universidade Federal do Rio de

Janeiro, como parte dos requisitos necessários para a obtenção do título de Doutor em

Ciências.

Aprovado por:

Dr. Alvaro Augusto da Costa Leitão.

Doutor em Ciências Biológicas, Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho.

Dra. Doris Rosenthal.

Doutora em Ciências Biológicas, Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho.

Dra. Claudia de Alencar Santos Lage.

Doutora em Ciências Biológicas, Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho.

Dr. Ricardo Guimarães Fischer.

Doutor em Periodontia, Lund University.

Dra. Wanda Maria Almeida von Kruger.

Doutora em Bioquímica e Imunologia, Leeds Metropolitan University.

Rio de Janeiro

2014

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“Be the change you wish to see in the world.”

Mohandas K. Gandhi

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Aos ribeirinhos da Amazônia, em especial aos do Lago do Puruzinho...

Aos amigos, professores e toda equipe do INPeTAm...

Aos meus pais e irmã, por toda ajuda e carinho...

Aos meus sogros e cunhado por todo apoio e incentivo...

À minha esposa, Mariana, meu grande amor, amiga e companheira, sem a qual jamais

teria conseguido...

Meu orientador Alvaro Augusto da Costa Leitão, Denise Pires de Carvalho, Tamar

Gomes Pinheiro Frankenfeld e Janine Simas Cardoso Rurr, pela oportunidade de

recomeçar...

...dedico...

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AGRADECIMENTOS

Em primeiro Lugar a Deus, por tê-lo sempre comigo e por guiar minha vida. Dedico cada

aprendizado e cada passo e conquista na minha vida a ele.

À minha esposa, Mariana, por nosso amor e união em todos os projetos de vida. Agradeço por

ter me ouvido, renovado minha motivação e me dado forças para superar cada um dos

inúmeros momentos difíceis vividos ao longo dessa jornada. Esse projeto teve início em 2010,

a partir dela e, não de mim, de forma que todo crédito desse trabalho e de outros que a partir

desse serão desenvolvidos, devem ser dados a ela da mesma forma. Eu a amo muito, não teria

conseguido sem minha esposa! Agradeço a Deus o anjinho que nos enviou e que com simples

gestos de amor e carinho tornam nossos dias melhores e tudo menos pesado, a Birila, nosso

doce!

Aos meus pais Sebastião e Maria das Graças pela oportunidade de ter cursado a graduação em

odontologia e toda ajuda na continuação dos meus estudos, nos momentos em que precisei. À

minha irmã Andrea pela torcida. Aos meus sogros Nelson e Myriam, pelo afeto, preocupação,

por toda a ajuda, apoio e incentivo. Ao Daniel pela amizade. Os amo muito!

Aos amigos os quais tenho como irmãos do coração. Obrigado pelo zelo, pelas palavras de

carinho e de motivação.

À Docência, por tudo que representa na minha vida. Mais que uma carreira, a ciência, a

docência e a pesquisa representam um sonho. Agradeço a essa profissão por ter me inspirado

a chegar até aqui e por me fazer acreditar que valeu a pena!

À professora Denise Pires de Carvalho por todos os ensinamentos, pela oportunidade de

estudar no Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho e pelo convite para integrarmos o grupo

do INPeTAm. Sou e serei sempre agradecido por tudo o que fez por mim.

Ao meu orientador, Prof. Alvaro Augusto da Costa Leitão, pela oportunidade de ter

recomeçado o meu doutorado, por acreditar no projeto e pelo voto de confiança no momento

mais difícil que passei na pós-graduação. Agradeço por sua dedicação à essa pesquisa, ao

laboratório, aos alunos, à minha orientação e por todo carinho com que sempre me recebeu.

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Agradeço à Janine por tudo o que fez por mim e pela Mariana nesse trabalho. Acasos não

existem; agradeço a Deus por ter estado presente na expedição de 2010 ao Lago do

Puruzinho, em que a Janine identificou e nos apresentou a Chromobacterium violaceum. Foi a

partir dos seus resultados das análises de água e da hipótese sugerida pela Mariana na nossa

viagem de volta, que todas essas propostas de estudo tiveram início. Agradeço por sua

amizade, carinho, ensinamentos, ajuda e pelo ombro amigo.

A todos os colegas de trabalho do Laboratório de Radiobiologia Molecular por ter sido bem

recebido e acolhido por cada um, tendo contado com a colaboração de todos para a execução

desse trabalho e a conclusão do doutorado.

Aos professores Olaf Malm e Wanderley Bastos pela amizade, pela dedicação à pesquisa na

região Amazônica, pelo seu envolvimento e compromisso com cada comunidade ribeirinha

com as quais trabalham, por viabilizarem e nos orientarem nas expedições e, pela

oportunidade de tê-los conhecido, ser seu amigo e por tudo que aprendi.

À professora Tamar Gomes Pinheiro Frankenfeld por todo amor, apoio e ajuda durante a pós-

graduação. Reconheço a agradeço tudo o que fez por mim no instituto. Agradeço a companhia

e a experiência de trabalharmos juntos em campo com as populações ribeirinhas, seu exemplo

de vida, de amor à profissão, humanidade e envolvimento com cada indivíduo que

examinamos na Amazônia.

A todos que participaram da visita técnica e das expedições seguintes pelo comprometimento

com os projetos, pela colaboração e interação com os diferentes grupos participantes e por

todo envolvimento com as populações ribeirinhas estudadas.

Faço um agradecimento especial a todos os ribeirinhos do Lago do Puruzinho e de Buiuçú por

colaborarem com meus estudos, por serem sempre tão acessíveis, pacientes, solícitos,

participativos e interessados nos nossos projetos. São pessoas especiais e muito queridas, por

quem criamos um laço fraterno de amizade e solidariedade para a vida toda. Meu muito

obrigado!

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Ao professor Ronir Raggio Luiz por ser tão acessível, acolhedor e atencioso. Agradeço por

todos os ensinamentos transmitidos, pela orientação e por ser um exemplo de

comprometimento com o meio acadêmico, a docência e a pesquisa.

À professora Christina Maeda Tahyia por ser sempre tão amável, por tudo que aprendi, por tê-

la como colaboradora na continuação desse projeto e por todas as conversas que tivemos.

Aos professores Julio Scharfstein e Nils Erik Svensjö por terem me recebido no Laboratório

de Imunologia Molecular, pela oportunidade de aprender imunologia e de trabalhar nessa

área. Agradeço a todos do laboratório, em especial à Aline e Larissa, grandes amigas, de

quem gosto muito.

À professora Thereza Christina Barja Fidalgo e a todos do Instituto de Biologia Roberto

Alcantara Gomes, UERJ, pela forma acolhedora e atenciosa com que me receberam e, por

tudo que aprendi. Agradeço especialmente à Simone, André, João, Mariana, Pedro, Rafael e

Amendola pela amizade.

Ao meu grande amigo, Dr. Roosevelt Kapritchkoff Florim, a quem tenho como um pai e amo

muito. Você me preparou para o doutorado...e para a vida...obrigado! Um exemplo de

profissional, pai e amigo.

Ao Advaldo Nunes Bezerra e ao Walter Nunes Bezerra, por toda ajuda com os experimentos

em animais e também pela amizade.

Aos professores Gerson Hayashi, Antônio Eduardo e Henrique, por tudo que aprendi

enquanto monitor, pelo exemplo e por terem despertado em mim a vontade de ser professor

universitário.

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RESUMO

BARBIRATO, Davi da Silva. Avaliação periodontal de populações ribeirinhas da

Amazônia – impacto de condições ambientais diversas. Rio de Janeiro, 2012. Projeto

(Doutorado em ciências Biológicas) – Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho,

Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2014.

A presente tese é o primeiro estudo epidemiológico periodontal em populações

ribeirinhas da Amazônia e o primeiro a sugerir efeito protetor de um fator ambiental natural

contra doenças periodontais. Em 2010, a População do Lago do Puruzinho apresentou média

de profundidade de bolsa à sondagem (PBS) de 1,62 mm e 99,4% dos sítios periodontais

examinados não apresentaram bolsa periodontal. Aproximadamente 100% dos mesmos não

manifestaram clinicamente sangramento nem supuração, 78,9% apresentaram acúmulo de

placa dental e 87% estavam associados com cálculo supragengival. A perda de inserção

periodontal foi associada com recessões gengivais e não-associada com periodontite. O

acompanhamento longitudinal entre 2010 e 2012 revelou mudanças expressivas nos

parâmetros clínicos periodontais, onde todos que mantiveram o consumo de água do lago

exibiram melhora, enquanto os indivíduos que passaram a fazer uso do poço artesiano

apresentaram piora estatisticamente significativa nas medidas de sondagem periodontal e no

sangramento pós-sondagem (p ˂ 0,05). Os dados sugerem efeito protetor da “água negra” do

Lago do Puruzinho contra bolsa periodontal, perda de inserção periodontal, acúmulo de placa

dental, sangramento pós-sondagem e supuração, e o possível efeito preventivo contra doenças

periodontais nessa população, quando comparada com Buiuçu (p ˂ 0,05). O efeito protetor da

C. violaceum contra perda óssea alveolar, demonstrado experimentalmente em ratos Wistar,

sugere que esse microrganismo possa estar associado com o efeito protetor da água do Lago

do Puruzinho observado nos resultados epidemiológicos.

Palavras-chave: C. violaceum, periodontite, ribeirinhos, Amazônia, efeito protetor.

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ABSTRACT

BARBIRATO, Davi da Silva. Avaliação periodontal de populações ribeirinhas da

Amazônia – impacto de condições ambientais diversas. Rio de Janeiro, 2012. Projeto

(Doutorado em ciências Biológicas) – Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho,

Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2014.

This thesis is the first epidemiological study of periodontal riverine populations of the

Amazon and the first to suggest a protective effect of a natural environmental factor against

periodontal diseases . In 2010, the population of Lake Puruzinho had a mean of periodontal

probing depth (PPD) of 1.62 mm and 99.4 % of periodontal sites examined showed no

periodontal pocket . Approximately 100 % of them did not expressed clinically bleeding nor

suppuration, 78.9 % showed accumulation of dental plaque, and 87 % were associated with

supragingival calculus. The periodontal attachment loss was associated with gingival

recession and not associated with periodontitis. Longitudinal follow-up between 2010 and

2012 revealed significant changes in clinical periodontal parameters, where all individuals

that kept consuming the lake water improved their clinical parameters, while those who began

using water from artesian well showed statistically significant worsening in PPD and bleeding

on probing (p ˂ 0.05). The data suggest a protective effect of "black water" from Lake

Puruzinho against the formation of periodontal pocket, periodontal attachment loss ,

accumulation of dental plaque , bleeding on probing and suppuration. Also, a possible

preventive effect against periodontal diseases in this population was remarkably seen then

compared with another neighbor riverine population in Buiuçu (p ˂ 0.05). The protective

effect of C. violaceum against alveolar bone loss, experimentally demonstrated in rats,

suggests that it may potentially confer this observed protective effect of water from Lake

Puruzinho, according to our epidemiological results.

Keywords : C. violaceum , periodontitis , riverin , Amazon , protective effect .

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Modelo esquemático representando os tecidos periodontais em perspectiva macro

e microscópica;

Figura 2 – Ilustração dos tecidos que compõem o periodonto de proteção e de inserção;

Figura 3 – Ilustração da interação entre diferentes espécies bacterianas e a película adquirida

(colonizadores primparios) e, coagregação microbiana por colonizadores secundários;

Figura 4 – Modelo de patogênese de doenças periodontais em humanos, proposta por Page e

Kornman em 1997;

Figura 5 – Representação esquemática de sondagem periodontal;

Figura 6 – Representação esquemática de sondagem periodontal de um dente com gengivite e

periodontite;

Figura 7 – Fotografias da água do Lago do Puruzinho e do Rio Madeira;

Figura 8 – Estrutura molecular e biossíntese da violaceína;

Figura 9 – Fotografias de residências à margem do Lago do Puruzinho;

Figura 10 – Fotografias do “banheiro” utilizado no Lago do Puruzinho;

Figura 11 – Representação esquemática da localização do Lago do Puruzinho e de Buiuçu no

mapa do Brasil, modificado de Nascimento e colaboradores, 2006;

Figura 12 – Fotografias do atendimento odontológico e médico prestados na escola do Lago

do Puruzinho (2010);

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Figura 13 – Fotografias do equipamento odontológico portátil instalado no interior da escola

do Lago do Puruzinho (2012);

Figura 14 – Fotografias da embarcação que dispunha de consultório odontológico;

Figura 15 – Fluxograma representativo da população local do Lago do Puruzinho em 2010 e,

da amostra populacional estudada;

Figura 16 – Fotografias clínicas de lesões de cárie da população do Lago do Puruzinho,

expedição 2010;

Figura 17 – Fotografias clínicas de recessão gengival decorrente de mau posicionamento

dentário e, causada por hábitos parafuncionais;

Figura 18 – Fotografias clínicas evidenciando os dentes 11 e 12 e, o periodonto de proteção;

Figura 19 – Gráfico de barras representativo da quantidade de C. violaceum observada em

amostras de água das casas do Lago do Puruzinho;

Figura 20 – Gráfico categórico com símbolos representativos dos parâmetros clínicos

periodontais IG, IP, CALC e ISS, avaliados em 2010 e em 2012, entre indivíduos que

mantiveram o consumo de água do lago e os que passaram a consumir água do poço

artesiano;

Figura 21 – Gráfico categórico com símbolos representativos dos parâmetros clínicos

periodontais PBS e NCI, avaliados em 2010 e em 2012, entre indivíduos que mantiveram o

consumo de água do lago e os que passaram a consumir água do poço artesiano;

Figura 22 – Fotografias clínicas intraorais (expedição 2012);

Figura 23 – Fotografias clínicas realizadas na expedição de 2012, representativas do

ttratamento periodontal realizado em um morador do Lago do Puruzinho, usuário de água do

poço artesiano;

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Figura 24 – Fluxograma representativo da população ribeirinha do Lago do Puruzinho, em

2012;

Figura 25 – Fluxograma representativo da população ribeirinha de Buiuçu, em 2012;

Figura 26 – Gráfico de barras representativo da quantidade de C. violaceum observada em

amostras de água do Lago do Puruzinho e, de Buiuçu;

Figura 27 – Fluxograma representativo do número de filhotes machos e fêmeas, nascidos e,

da amostra utilizada no presente estudo;

Figura 28 – Fotografias da margem óssea alveolar fisiológica, em ratos Wistar sem doença

periodontal induzida (grupo SAUDÁVEL);

Figura 29 – Fotografias da margem óssea alveolar fisiológica, em ratos Wistar com doença

periodontal induzida, “não tratada” (grupo CTRL-);

Figura 30 – Fotografias da margem óssea alveolar fisiológica, em ratos Wistar com doença

periodontal induzida, expostos à C. violaceum (106 células/mL) desde o nascimento, na

ingestão hídrica diária (grupo [ ] 2);

Figura 31 – Fotografias de Erlenmeyer contendo meio LB com C. violaceum;

Figura 32 – Gráfico de dispersão representando os diferentes grupos experimentais testados;

Figura 33 – Figura 33a – Fotografia dos tubos de ensaio referentes aos diferentes grupos.

Figura 33b – Placa de cultura com meio ágar-sangue;

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Complexos microbianos dos colonizadores precoces e tardios de biofilmes

subgengivais;

Quadro 2 – Critérios de Diagnóstico Clínico de Periodontite para estudos epidemiológicos;

Quadro 3 – Critérios diagnósticos de periodontite e métodos classificatórios que descrevem a

doença, quando presente. Protocolo proposto por Van der Velden (2000) com base em

conceitos nominalistas;

Quadro 4 – Critérios para identificação de progressão de periodontite, indicado para estudos

longitudinais;

Quadro 5 – Critérios diagnósticos de gengivite desenvolvidos a partir do estudo de Löe e

colaboradores (1965), “Experimental Gingigvitis in Man”;

Quadro 6 – Quadros com dados de Índice Periodontal Comunitário (CPI) por sextante;

Quadro 7 – Descrição e frequência de dentes acometidos por bolsa periodontal, cárie,

ausentes e parâmetros clínicos periodontais;

Quadro 8 – Perfil clínico periodontal compatível com saúde, apresentado sob a forma de

gráfico de barras. Frequências relativas observadas em relação ao total de sítios periodontais

examinados;

Quadro 9 – Dados demográficos da amostra populacional do Lago do Puruzinho,

estratificada por consumo de água do lago e consumo de água do poço artesiano;

Quadro 10 – Medidas médias de perda de inserção clínica periodontal e recessão gengival,

estratificados por consumo de água observado em 2012 e, por expedição;

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Quadro 11 – Risco relativo da exposição à “água negra” do Lago do Puruzinho para

incidência de parâmetros clínicos periodontais relacionados com doença periodontal;

Quadro 12 – Dados demográficos da amostra populacional do Lago do Puruzinho e de

Buiuçu, estratificada por fonte de água consumida diariamente.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Dados demográficos da população do Lago do Puruzinho;

Tabela 2 – Média e frequência relativa de dentes hígidos e acometidos por cárie, segundo

escores CPOD;

Tabela 3 – Média, mínimo e máximo de dentes hígidos e acometidos por cárie, segundo

escores CPOD;

Tabela 4 – Frequência relativa de dentes hígidos e acometidos por cárie, segundo escores

CPOD;

Tabela 5 – Variáveis relacionadas com o CPOD, as quais apresentaram diferença

estatisticamente significaiva entre as categorias de idade;

Tabela 6 – Média e frequência relativa de sextantes classificados em cada um dos escores

CPI e, frequência relativa de indivíduos classificados em cada escore TN;

Tabela 7 – Média e frequência relativa de sextantes, por indivíduo e, frequência relativa de

indivíduos com diferentes necessidades de tratamento periodontal, segundo critérios CPITN;

dados categorizados por faixa etária;

Tabela 8 – Frequência relativa de indivíduos com ausência de IP, CALC, IG e ISS,

estratificada por proporção de sítios periodontais e, avaliação da extensão desses mesmos

parâmetros clínicos periodontais na amostra populacional total;

Tabela 9 – Parâmetros clínicos periodontais relacionados com doença periodontal destrutiva,

observadas ao nível do indivíduo e estratificadas por categoria de idade;

Tabela 10 – Número absoluto e frequência relativa de dentes e sítios periodontais com bolsa

periodontal rasa, moderada e profunda (KNOWLES et al., 1979);

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Tabela 11 – Amostra populacional do Lago do Puruzinho diagnosticada com gengivite;

Tabela 12 – Prevalência de periodontite;

Tabela 13 – Diagnóstico de periodontite segundo os seis critérios diagnósticos utilizados na

presente tese;

Tabela 14 – Número absoluto e frequência relativa de indivíduos diagnosticados com

periodontite em cada um dos seis critérios diagnósticos utilizados;

Tabela 15 – Índice de extensão e severidade de doença periodontal populacional;

Tabela 16 – Número absoluto e frequência relativa de dentes e sítios periodontais com

periodontite leve, moderada e grave (ARMITAGE, 2004);

Tabela 17 – Correlação entre fumo e consumo de bebida alcoólica com diagnóstico clínico de

gengivite e periodontite;

Tabela 18 – Relação entre higiene bucal, acesso a tratamento odontológico e uso prévio de

antibiótico com parâmetros clínicos periodontais compatíveis com saúde;

Tabela 19 – Dados de recessão gengival e perda de inserção clínica periodontal na população

total e por faixa etária;

Tabela 20 – Parâmetros clínicos periodontais estratificados por superfície dentária;

Tabela 21 – Análise de correlação entre idade, carga tabágica e parâmetros clínicos

periodontais;

Tabela 22 – Análise de correlação entre os parâmetros clínicos periodontais, restrita às

regiões;

Tabela 23 – Parâmetros clínicos periodontais avaliados em 2010 e 2012, nos moradores do

Lago do Puruzinho que mantiveram o consumo de água do lago;

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Tabela 24 – Parâmetros clínicos periodontais avaliados em 2010 e 2012, nos moradores do

Lago do Puruzinho que passaram a consumir água do poço artesiano, em 2011;

Tabela 25 – Diferenças observadas entre 2010 e 2012 (deltas), dos parâmetros clínicos

periodontais estratificados por fonte da água consumida diariamente;

Tabela 26 – Deltas dos parâmetros clínicos periodontais estudados, tabulados de acordo com

o consumo de água observado em 2012 e por categorias de idade;

Tabela 27 – Deltas dos parâmetros clínicos periodontais estudados, tabuladas de acordo com

o consumo de água observado em 2012 e por sítios periodontais examinados;

Tabela 28 – Correlação entre idade, carga tabágica e parâmetros clínicos periodontais

estratificados por consumo de água, observado em 2012;

Tabela 29 – Casos de mobilidade dentária estratificados por consumo de água, observado em

2012;

Tabela 30 – Mudanças observadas no comprometimento de órgãos dentários, segundo

CPOD, entre 2010 e 2012. Dados tabulados como média de dentes por indivíduo,

estratificados por faixa etária e fonte da água consumida diariamente;

Tabela 31 – Caso de progressão de periodontite, segundo critérios propostos por Tonetti e

Claffey, 2005;

Tabela 32 – Correlação entre as incidências de dentes cariados, audentes, com exodontia

indicada e mudanças nos parâmetros clínicos periodontais, observadas entre 2010 e 2012;

Tabela 33 – Relação das variáveis demográficos que apresentaram diferença significativa

entre os grupos amostrais de comparação (água do Lago do Puruzinho, Poço artesiano, Outros

ou Rio Madeira), com os parâmetros clínicos periodontais avaliados;

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Tabela 34 – Análise de variância e múltiplas comparações da quantificação de C. violaceum

nas diferentes amostras de água, coletadas no Lago do Puruzinho e em Buiuçu;

Tabela 35 – Parâmetros clínicos periodontais no Lago do Puruzinho e em Buiuçu,

estratificados por fonte de água consumida diariamente;

Tabela 36 – Significância estatística observada para cada parâmetro clínico periodontal,

comparando moradores de Buiuçu e usuários do poço artesiano, com indivíduos expostos à

“água negra” do Lago do Puruzinho (complementar à tabela 34);

Tabela 37 – Correlação entre idade, carga tabágica e parâmetros clínicos periodontais de

expostos à “água negra” do Lago do Puruzinho e, à “água branca” do Rio Madeira, Buiuçu;

Tabela 38 – Contaminação por mercúrio nas amostras populacionais estudadas do Lago do

Puruzinho e de Buiuçu;

Tabela 39 – Relação entre a eosinofilia e os parâmetros clínicos periodontais preditivos de

doença periodontal, estratificada por consumo de água, observado em 2012;

Tabela 40 – Índice CPOD estratificado pela fonte da água consumida diariamente;

Tabela 41 – Variações estatisticamente significativas entre as categorias de idade para as

variáveis estudadas. Medidas médias, por indivíduo;

Tabela 42 – Distância entre a JCE e a margem do osso alveolar adjacente dos grupos

experimentais;

Tabela 43 – Medidas de perda óssea alveolar nos sítios periodontais vestibulares, com

identificação da significância estatística observada nas comparações em pares;

Tabela 44 – Medidas de perda óssea alveolar nos sítios periodontais palatinos, com

identificação da significância estatística observada nas comparações em pares.

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LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS

A. actinomycetemcomitans – Aggregatibacter actinomycetemcomitans

ATCC – do inglês American Type Culture Collection

C. violaceum – Chromobacterium violaceum

CALC – cálculo dental

CargTab – carga tabágica

CatIdade – faixas etárias categorizadas no estudo

CPI – índice periodontal comunitário

CPITN – índice periodontal comunitário de necessidade de tratamento periodontal

CPOD – índice de dentes cariados, perdidos e obturados

ECAM – do inglês extracellular adhesion molucule (molécula de adesão extracelular)

ESI – índice de extensão e severidade de doença periodontal

F. nucleatum – Fusobacterium nucleatum

IC – intervalo de confiança

ICAM – do inglês intercellular adhesion molucule (molécula de adesão intracelular)

ICC – índice de correlação intraclasse

IG – índice gengival

IP – índice de placa

ISS – índice de sangramento à sondagem

JCE – junção cemento-esmalte

MeHg – metil-mercúrio

MIC – concentração mínima inibitória

MOB – mobilidade dentária

N – número absoluto

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NCI – nível clínico de inserção

OR – do inglês odds ratio (razão de chances)

p. – página

P. gingivalis – Porphyromonas gingivalis

P.INSERÇÃO – perda de inserção

PBS – profundidade de bolsa à sondagem

REC – recessão gengival

RR – risco relativo

SPSS – do inglês Statistical Package for the Social Sciences

SUP – supuração

T. forsythia – Tannerella forsythia

UFC – unidade formadora de colônia

Φ – Phi

Χ2 – qui-quadrado

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SUMÁRIO

RESUMO __________________________________________________________________

ABSTRACT ________________________________________________________________

LISTA DE ILUSTRAÇÕES ___________________________________________________

LISTA DE QUADROS _______________________________________________________

LISTA DE TABELAS ________________________________________________________

LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS _____________________________

1 – INTRODUÇÃO _________________________________________________________

2 – REVISÃO DE LITERATURA _____________________________________________

2.1 – Periodonto _______________________________________________________

2.2 – Etiologia das doenças periodontais ____________________________________

2.3 – Diagnóstico e classificação das doenças periodontais _____________________

2.4 – Epidemiologia das doenças periodontais _______________________________

2.5 – Caracterização das populações ribeirinhas da Amazônia ___________________

2.6 – Lago do Puruzinho ________________________________________________

2.7 – Chromobacterium violaceum ________________________________________

2.8 – Contaminação por mercúrio na região Amazônica ________________________

2.9 – Doença periodontal experimentalmente induzida em ratos Wistar ____________

3 – PROPOSIÇÃO _________________________________________________________

4 – OBJETIVOS ESPECÍFICOS ______________________________________________

5 – HIPÓTESES DE ESTUDO ________________________________________________

6 – MATERIAIS E MÉTODOS _______________________________________________

6.1 – Delineamento da tese _______________________________________________

6.2 – Amostras populacionais estudadas ____________________________________

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6.3 – Descrição das populações estudadas _________________________________

6.4 – Questionário e intervenções clínicas odontológicas _____________________

6.5 – Diagnóstico clínico de doença periodontal ____________________________

6.6 – Avaliação estomatológica _________________________________________

6.7 – Avaliação médica ________________________________________________

6.8 – Carga tabágica __________________________________________________

6.9 – Determinação de metil-mercúrio (MeHg) ____________________________

6.10 – Análise microbiológica por cultura, de amostras de água _____________

6.11 – Análise estatística _____________________________________________

6.12 – Considerações éticas ___________________________________________

7 – Resultados ____________________________________________________________

7.1 - Capítulo 1. Ausência de parâmetros clínicos compatíveis com doença

periodontal em uma comunidade ribeirinha amazônica

7.2 - Capítulo 2. Impacto da “água negra” contaminada por Chromobacterium

violaceum na manutenção da saúde periodontal em uma população ribeirinha da

amazônia: estudo de coorte prospectivo de dois anos no Lago do Puruzinho

7.3 - Capítulo 3. efeito da fonte natural de água consumida diariamente sobre os

parâmetros clínicos periodontais em duas populações ribeirinhas da Amazônia

7.4 - Capítulo 4. Chromobacterium violaceum na água: efeito protetor contra perda

óssea alveolar em ratos Wistar com periodontite experimentalmente induzida.

(estudo piloto – short communication)

8 – DISCUSSÃO GERAL ________________________________________________

9 – CONCLUSÃO ________________________________________________________

10 _ PERSPECTIVAS ______________________________________________________

11 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ______________________________________

12 – ANEXOS ____________________________________________________________

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12.1 – Questionário odontológico ______________________________________

12.2 – Ficha de exame clínico Odontológico _____________________________

12.3 – Ficha de exame clínico periodontal _______________________________

12.4 – Termo de consentimento livre e esclarecido ________________________

12.5 – Aprovação do comitê de ética em pesquisa _________________________

12.6 – Resultados epidemiológicos _____________________________________

12.7 – Resultados preliminares de ensaios experimentais ___________________

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1 – INTRODUÇÃO

Em 2010, a convite da professora Dra Denise Pires de Carvalho, Dr

a. Mariana Fampa

Fogacci e eu integramos o Grupo Multidisciplinar de Pesquisa Translacional em Saúde e

Ambiente na Região Amazônica (INPeTAm/IBCCF), como pesquisadores na área de

Odontologia, sob sua coordenação e supervisão. O convite para participarmos do projeto do

INPeTAm surgiu da necessidade de avaliar a presença de restaurações de amálgama de prata,

uma vez que o foco dos estudos em saúde-ambiente envolvia a contaminação por mercúrio,

situação endêmica nas comunidades ribeirinhas da Amazônia. Em função do perfil da

população do Lago do Puruzinho, delineamos estudos epidemiológicos de avaliação clínica

periodontal desses indivíduos, executados em três expedições, com duração de

aproximadamente 10 dias cada, realizadas em 2010 e 2012.

Ao exame clínico odontológico, observamos prevalência de lesões de cárie e perda

dentária compatíveis com a média para a população norte do Brasil, observada no censo de

2010 (SB Brasil 2010). Os parâmetros clínicos periodontais relacionados com a etiopatogenia

de gengivite e periodontite foram diagnosticados clinicamente em níveis e frequências muito

baixos na população residente às margens do Lago do Puruzinho, no ano de 2010. Em

comparação com os dados do SB Brasil 2010, a população local apresentou o índice

periodontal comunitário (CPI) e o índice periodontal comunitário de necessidade de

tratamento periodontal (CPITN) expressivamente mais baixos. Os parâmetros clínicos

periodontais avaliados indicaram ausência de sinais clínicos de inflamação periodontal,

frequência muito baixa de placa e cálculo dentais, de recessão gengival e mobilidade dentária,

e prevalência próxima de zero de sítios periodontais com profundidade de bolsa maior ou

igual a 4 mm.

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Apesar de ser tecnicamente classificada como comunidade peri-urbana, a definição

proposta por Oliveira e colaboradores (2010) trata a população do Lago do Puruzinho como

comunidade de subsistência relativamente isolada _ “relatively isolated subsistence

community” _ pois inúmeros fatores limitantes mantinham a população local em isolamento,

sem acesso a medicamentos, tratamento médico e odontológico, e a métodos de higiene bucal

adequados.

A vida em isolamento, o acesso restrito ou nulo a serviços de saúde públicos, a

condição socioeconômica e o nível de escolaridade sugerem prevalências elevadas de doença

periodontal e de parâmetros clínicos periodontais relacionados com sua etiopatogenia

(aacúmulo de placa dental, sinais clínicos de inflamação (sangramento) e de perda de inserção

periodontal), o que não foi observado nos moradores do Lago do Puruzinho, em 2010.

Racionalizamos possíveis variáveis explicativas com potencial para entender o diagnóstico

clínico periodontal observado, assumindo a possibilidade de haver uma relação do homem

com o meio ambiente capaz de resultar em um equilíbrio natural entre fatores de risco e de

proteção para doenças periodontais.

A bióloga do Laboratório de Radiobiologia Molecular (IBCCF), Janine Simas

Cardoso Rurr, identificou e isolou a bactéria Chromobacterium violaceum das moringas em

100% das casas do Lago do Puruzinho avaliadas no ano de 2010, bem como no próprio lago.

A partir da identificação da C. violaceum no Lago do Puruzinho e da experiência do professor

Alvaro Augusto da Costa Leitão com esse microrganismo, Mariana e eu hipotetizamos que a

água do lago poderia estar relacionada com a saúde periodontal clinicamente observada, em

função as exposição constante à C. violaceum, desde o nascimento.

A água do Lago do Puruzinho é dita negra em função da cor, resultante de inúmeros

fatores bioquímicos, eventos biológicos e pela presença da C. violaceum. Este microrganismo

apresenta muitas propriedades biológicas importantes atribuídas à violaceína, dentre elas, a

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atividade bactericida, antioxidante e imunomodulatória, e a capacidade do microrganismo

formar biofilme e interferir no quorum sensing bacteriano, diretamente relacionadas com a

etiopatogenia das doenças periodontais.

Desenvolvemos a hipótese de estudo e idealizamos uma proposta de plausibilidade

biológica para o possível efeito preventivo da C. violaceum contra doenças periodontais, a

partir de estudos previamente publicados e da expertise do professor Alvaro Augusto da Costa

Leitão, o qual, em colaboração com o Dr. Luiz Renato Caldas e o Dr. Wilson Chagas de

Araújo, padronizou a metodologia de extração da violaceína e métodos de cultivo e

manutenção da viabilidade celular em meios de congelamento. A C. violaceum faz parte da

coleção de microrganismos do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho e do Laboratório de

Radiobiologia Molecular, onde dispomos da C. violaceum isolada de amostras de água do

Lago do Puruzinho.

A presente pesquisa teve início nas observações clínicas realizadas em nossa primeira

expedição, no ano de 2010, a partir da qual estabelecemos a hipótese de que a “água negra”

do Lago do Puruzinho poderia representar um fator de exposição ambiental capaz de interferir

positivamente em favor do hospedeiro nos parâmetros clínicos periodontais estudados. Essa

variável foi testada clinicamente em dois outros momentos (estudos epidemiológicos de

coorte e transversal). A capacidade da C. violaceum exercer efeito protetor contra doenças

periodontais, fora observada em ensaios experimentais in vivo, desenvolvidos nos

Laboratórios de Radiobiologia Molecular e de Fisiologia Endócrina, no IBCCF. A

possibilidade de um ou mais fatores ambientais exercerem efeito preventivo sobre doenças

periodontais, no Lago do Puruzinho, desperta inúmeros questionamentos legítimos, e ainda

desconhecidos, em Periodontia, acerca da interação entre essas variáveis e o desfecho saúde.

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A presente tese é o primeiro estudo epidemiológico periodontal desenvolvido com

populações ribeirinhas da Amazônia e o primeiro a propor uma relação entre o homem e a

natureza com potencial protetor contra doenças periodontais.

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2 – REVISÃO DE LITERATURA

Periodontologia é o estudo do sistema especializado de tecidos moles e duros que

suportam os dentes e os mantêm em posição no osso alveolar. O sistema, descrito por alguns

autores como aparato periodontal, apresenta algumas funções importantes: inserir os dentes

no osso alveolar de forma segura, permitindo que atuem em conjunto de forma eficiente e

confortável durante a mastigação; atuar absorvendo trauma mecânico durante a mastigação

e/ou outros tipos de traumatismos, a fim de prevenir dano ao órgão dental por força excessiva

(EFP – European Federation of Periodontology).

Periodontia é a especialidade da Odontologia que engloba prevenção, diagnóstico e

tratamento de doenças dos tecidos de suporte e dos que circundam os dentes ou seus

substitutos, e, mantêm a saúde, função e estética dessas estruturas e tecidos (AAP – American

Academy of Periodontology / PERIO.ORG; UB – University at Buffalo _ The State

University of New York _ School of Dental Medicine).

2.1 – Periodonto

O periodonto compreende um conjunto de tecidos intimamente relacionados com os

órgãos dentários, responsáveis por mantê-los inseridos nos ossos maxilares e preservar sua

integridade. A gengiva é classificada como periodonto de proteção por manter íntegros os

tecidos responsáveis pela inserção dentária no osso alveolar. O periodonto de inserção é

constituído por cemento radicular, ligamento periodontal e osso alveolar propriamente dito,

também denominado osso fasciculado (Figura 1).

Saber dissociar os dois tipos de periodonto é fundamental no diagnóstico e tratamento

das doenças periodontais, as quais podem manifestar sinais e sintomas clínicos restritos ao

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tecido gengival (gengivite) ou resultar em perda de inserção periodontal caracterizando a

periodontite (ARMITAGE, 1999).

Figura 1 – Modelo esquemático representando os tecidos periodontais em perspectiva macro e

microscópica. Vista frontal observada na fotografia e vista lateral da representação de um

corte sagital (WOLF et al., 2006)

Os periodontos de proteção e de inserção são igualmente importantes, no entanto o

sulco gengival apresenta características microscópicas fundamentais para a manutenção da

saúde periodontal em função da interação direta entre o hospedeiro e o biofilme dental (Figura

2). O revestimento do fundo e da parede interna do sulco gengival é formado por um epitélio

escamoso estratificado, não-ceratinizado e semipermeável, capaz de secretar mediadores

inflamatórios, corpos celulares, alguns agentes ditos self (do hospedeiro) protetores contra o

biofilme dental e medicações de uso sistêmico (LINDHE et al., 2010).

Os tecidos mucosos em íntimo contato com a superfície dentária formam o espaço

biológico, relacionado com a inserção periodontal (LINDHE et al., 2010). Na década de 20, o

espaço biológico era descrito como o conjunto de tecidos mucosos inseridos nos dentes,

constituídos de tecido fibroso e inserção conjuntiva. Gargiulo e colaboradores (1961)

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publicaram o artigo intitulado “Dimensions and relations of the dentogingival junction in

humans”, tendo definido, por histomorfometria, as duas estruturas que formam o espaço

biológico periodontal: i) inserção periodontal (epitélio juncional) – 0,97 mm e, ii) tecido

conjuntivo de inserção ou ligamento de Köllicker (PASSANEZI, 2011) – 1,07 mm. Ambas

representam uma constante biológica, cujas dimensões são equivalentes ou aproximadas

(medidas médias), entre diferentes sítios periodontais, dentes e indivíduos; a dimensão do

espaço biológico é tida como 2,04 mm (GARGIULO et al., 1961). Os autores também

descreveram o sulco gengival (não compreende tecido de inserção), cuja medida média

observada à sondagem clínica periodontal, em sítios periodontais sem perda de inserção, pode

variar de 0 a 3 mm (ROSE et al., 2007; LINDHE et al., 2010; NEWMAN et al., 2012)

(Figura 2).

O ligamento periodontal pode ser definido como um tecido conjuntivo frouxo,

localizado no espaço entre a superfície radicular de um dente (cemento) e o osso alveolar

propriamente dito circunjacente. Essa região tem a forma de uma ampulheta e a largura média

de aproximadamente 0,25 mm (0,2-0,4 mm), intensamente vascularizada, celular e,

responsável por manter os dentes fixos no alvéolo dentário. A ligação do cemento radicular ao

osso fasciculado promove a formação de uma articulação (gonfose) responsável pela

mobilidade fisiológica dos dentes, fundamental para a biodinâmica do sistema

estomatognático (ROSE et al., 2007; LINDHE et al., 2010; NEWMAN et al., 2012).

A periodontite é considerada uma das doenças crônicas mais prevalentes nos seres

humanos (MIYAZAKI, et al., 1996), em que ocorre perda dos tecidos de sustentação dentária,

defeitos ósseos importantes e intenso infiltrado inflamatório capaz de inibir a regeneração

óssea (FORRESTER, 1973). Menos de 10% da população se mostra susceptível à perda de

inserção periodontal rápida e progressiva, enquanto aproximadamente 80% dos adultos

desenvolvem periodontite de progressão lenta ou moderada. As formas mais agressivas de

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periodontite podem ser observadas e mais facilmente identificadas em adolescentes e adultos

jovens (LÖE, 1978; LÖE et al., 1978a, 1978b; LÖE et al., 1986; PAPAPANOU et al., 1989;

ISMAIL et al., 1990; ALBANDAR et al., 1991a, 1991b).

Figura 2 – Ilustração dos tecidos que compõem o periodonto de proteção e de inserção. a –

representação esquemática de um corte sagital mostrando os diferentes tipos de epitélio e o

tecido conjuntivo que compõem o periodonto de proteção, com suas respectivas medidas

médias descritas por Gargiulo e colaboradores (1961) (http://profissaodentista.com.br/wp-

content/uploads/2012/11/periodonto14.png); b – corte histológico ilustrando os diferentes

tipos de tecido envolvidos com o periodonto de proteção, divididos pela linha tracejada

correspondente à junção cemento-esmelte (JCE) em gengiva livre (superior ao traço) e

gengiva inserida com os tecidos de suporte dentário (abaixo do traço) (LINDHE et al., 2010);

legenda: OSE = epitélio oral do sulco gengival, OE = epitélio oral, E = esmalte dentário, JE =

epitélio juncional, CT = tecido conjuntivo gengival, CEJ = junção cemento-esmalte

A regeneração dos tecidos periodontais perdidos por periodontite representa um

desafio para a odontologia (LISTGARTEN & ROSENBERG, 1979), mesmo sabendo-se que

o ligamento periodontal possui a propriedade de formar novo cemento radicular (MELCHER

et al., 1987) e nova inserção (ANDREASEN, 1981; NYMAN et al., 1982). O osso alveolar e

a b

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o tecido conjuntivo gengival são capazes de se regenerar em situações favoráveis (KARRING

et al., 1980), no entanto, nenhum deles é capaz de promover nova inserção periodontal

(NYMAN et al., 1987; EGELBERG et al., 1987). A doença periodontal destrutiva pode

causar a mutilação de tecidos fundamentais para a manutenção e a função dos órgãos

dentários e, deixar sequelas irreparáveis que comprometem o prognóstico dentário e a

qualidade de vida do paciente.

2.2 – Etiologia das doenças periodontais

Hipócrates (460-377 a.C.) estudou e descreveu sinais clínicos de doença periodontal,

tais como sangramento e dilaceração gengival (MITSIS, 1991). Em 1882, Riggs publicou um

estudo sobre a “piorreia alveolar”, tendo descrito o acúmulo de cálculo dental e fatores

retentivos de placa como possíveis fatores etiológicos associados com doenças da gengiva e

do osso. O autor afirmou que a remoção dessas variáveis seria capaz de reverter o quadro

clinico de doença periodontal e que todo o processo patológico teria início em resposta

inflamatória gengival (RIGGS, 1882 apud O’REILLY & CLAFFEY, 2000). Já a relação entre

microrganismos e doenças bucais foi inicialmente sugerida por Miller, em 1889 (MILLER,

1889 apud LÖE, 1993).

Na década de 50, foi estabelecido que os “debris orais” apresentavam correlação

positiva e importante com a destruição periodontal (LÖVDAL et al., 1958) tanto em nível

microscópico (WAERHAUG & STEEN, 1952) quanto clinicamente (HINE, 1950a, 1950b).

Essa relação era justificada pela presença de microrganismos orais aderidos à superfície

dentária.

Biofilme dental

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A microbiota oral é adquirida logo após o nascimento pela transmissão microbiana

entre a mãe e o recém-nascido por meio de flúidos corporais, durante o parto e, a partir do

contato com a saliva de outros indivíduos. Com a erupção dos primeiros dentes decíduos,

surgem na cavidade bucal algumas espécies capazes de colonizar a superfície dentária, como

o Streptococcus mutans e o Streptococos sanguinnis, bem como espécies de fusobacterium

especialmente presentes no sulco gengival. Essa microbiota se torna mais complexa no adulto,

porém se mantém estável ao longo da vida (GIBBONS et al., 1964a, 1964b, 1964c). Ela

mantém uma relação de anfibiose com o hospedeiro (GIBBONS, 1969) proporcionando efeito

protetor na maior parte do tempo; por outro lado, tem potencial de causar doença em situação

de desequilíbrio.

Estima-se que existam mais de 700 espécies bacterianas diferentes capazes de

colonizar a cavidade bucal de um adulto (HAFFAJEE & SOCRANSKY, 2006), estando

presentes principalmente em superfícies mucosas, órgãos dentários, próteses e na saliva.

Dentre elas, apenas 50% são cultiváveis (PASTER et al., 2001; HAFFAJEE &

SOCRANSKY, 2006). Um mesmo indivíduo pode abrigar mais de 150 espécies bacterianas

diferentes na cavidade oral, em sua maioria microrganismos comensais e benéficos ao

hospedeiro (MOORE & MOORE, 1994; SOCRANSKY et al., 1997).

O biofilme dental é o fator etiológico primário para o surgimento e desenvolvimento

de doenças periodontais, as quais podem ser definidas como doenças infecciosas, de curso

inflamatório, progressivo e multifatorial. A presença de um biofilme periodontopatogênico é

imprescindível nesse processo e sua composição é de grande importância (HINE, 1950b;

WAERHAUG, 1952; RAMFJORD & KIESTER, 1954; LÖVDAL et al., 1958; SCHEI et al.,

1959; THEILADE, 1969, 1971, 1984, 1996; SOCRANSKY et al., 1963; LÖE et al., 1965;

PAGE & KORNMAN, 1997).

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Imediatamente após a imersão de superfícies duras não-descamativas na saliva, a

adsorção de macromoléculas hidrofóbicas como glicoproteínas (mucina) e anticorpos permite

a formação de um filme condicionante denominado película adquirida. A película adquirida é

extremamente importante para o desenvolvimento da placa bacteriana por causar alterações

na carga e na energia livre de superfície, capazes de aumentar a eficiência da adesão de

microrganismos isolados ao que se segue por uma fase de multiplicação celular e, por fim, na

adsorção sequencial de outros microrganismos (coagregação) que se estruturam como um

biofilme (Figura 3). A interação existente entre colonizadores precoces, secundários e tardios

da placa bacteriana bucal permite a coagregação de aproximadamente 18 gêneros diferentes

de bactérias ditas intra-orais (KOLENBRANDER et al., 1993). Essas interações são possíveis

devido à presença de moléculas de superfície relacionadas com interações intercelulares

(KOLENBRANDER & LONDON, 1993) e têm início em interações estereoquímicas de alta

especificidade entre moléculas de proteínas e carboidratos presentes em superfícies de

bactérias; de forma menos significativa, a coagregação bacteriana pode ocorrer em função de

interações inespecíficas resultantes de forças hidrofóbicas, forças eletrostáticas e de Van der

Waals (KOLENBRANDER, 1989; FLETCHER, 1991; KOLENBRANDER et al., 1993).

Nas primeiras 24 horas após a profilaxia dentária, partindo de uma superfície dentária

limpa, o crescimento da placa bacteriana ainda é insignificante do ponto de vista clínico,

tendo recoberto pouco menos de 3% da superfície do esmalte supragengival. Durante os 3

dias seguintes, seu desenvolvimento atinge crescimento exponencial recobrindo

aproximadamente 30% da área total do esmalte supragengival (QUIRYNEN et al., 1989).

Microscopicamente, nas primeiras 2 a 8 horas pós-profilaxia dentária profissional, os

estreptococos se aderem às superfícies dentárias e saturam os locais de ligação da película

salivar (película adquirida), passando a cobrir cerca de 3 a 30% de toda a superfície de

esmalte da coroa clínica (LILJEMARK & BLOOMQUIST, 1996). Em vez de um crescimento

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bacteriano uniforme, são observados surtos de crescimento bacteriano que resultam no

estabelecimento do biofilme supragengival em até 24 horas. Os microrganismos aderidos ao

esmalte dentário compreendem aproximadamente 2 a 6 milhões de bactérias/mm2, passando a

32 milhões de bactérias/mm2 graças às multiplicações celulares e chegando à espessura de

30m de placa bacteriana após 3 dias, passando a ser clinicamente detectável sobre

aproximadamente 30% da superfície dentária (BRECX et al., 1983). Nos dois primeiros dias,

existe um predomínio de cocos e bastonetes Gram-positivos em relação aos Gram-negativos.

A partir do quarto dia, ocorrem mudanças substanciais na composição desse biofilme, no qual

a microbiota bacteriana é composta principalmente de anaeróbios Gram-negativos, incluindo

filamentosos e fusiformes (SYED & LOESCHE, 1978; THEILADE et al., 1966; MARSH &

BRADSHAW, 1995; KOLENBRANDER, et al., 2010).

Do quinto ao nono dia, aparecem espirilos e espiroquetas, ocorre aumento ainda mais

significativo do número de cocos e bastonetes Gram-negativos, diminuição drástica do

número de Gram-positivos e a estabilização de filamentosos e fusobactérias.

Clinicamente, o biofilme supregengival recebe o nome de placa dental ou placa

bacteriana. Esta consiste de uma estrutura branca ou amarelada, de contorno e superfície

muitas vezes irregulares, firmemente aderida às superfícies dentárias e composta em sua

maior parte por microrganismos organizados em matriz polissacarídica (LISTGARTEN,

1972).

No biofilme subgengival, a estrutura presente na interface entre as espécies bacterianas

e a superfície dentária deixa de ser a película adquirida e passa a se chamar cutícula. A partir

do estabelecimento e progressão da placa bacteriana supragengival no sentido apical dos

dentes, estabelece-se uma resposta inflamatória periodontal e a perda de inserção epitelial,

conjuntiva e de tecidos de suporte, promovendo o depósito de subprodutos dessa resposta

inflamatória destrutiva sobre a superfície dentária (SCHROEDER & LISTGARTEN, 1997,

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2003). Esse depósito denominado de cutícula pode ser formado por remanescentes da lâmina

de inserção epitelial, elementos secretados no exsudato gengival (FRANK & CIMASONI,

1970; LIE & SELVIG, 1975; EIDE et al., 1983, 1984) ou produtos secretados por células

epiteliais adjacentes (SCHROEDER et al., 1989).

Figura 3 – Ilustração da interação entre diferentes espécies bacterianas e a película adquirida

(colonizadores primários) e coagregação microbiana por colonizadores secundários. a) cocos

e bastonetes fazendo colonização inicial sobre a película adquirida; b) divisões celulares

resultando em microcolônias bacterianas iniciais; c) coagregação de microrganismos

colonizadores secundários, e d) biofilme maduro polimicrobiano estabelecido (RICKARD et

al., 2003)

O biofilme microbiano pode ser definido como uma comunidade organizada e

composta por microcolônias circundadas por canais de água, inseridas em matriz associada a

superfícies duras não-descamativas (LISTGARTEN, 1994). Os canais de água funcionam

como um sistema circulatório primitivo que permite a passagem de nutrientes e de outros

agentes para as microcolônias por difusão, sendo ainda, responsável pela conformação do

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biofilme devido às forças exercidas pelo seu fluxo. Estruturalmente, o biofilme é composto

predominantemente por água e solutos aquosos em matriz ou glicocálice (ZIJNGE et al.,

2010, 2012). Dentre os compostos que formam a porção “seca” do biofilme, os

exopolissacarídeos representam aproximadamente 50-95% de seu volume total e exercem

papel fundamental na manutenção de sua integridade, na prevenção contra desidratação e

agentes nocivos e na aglutinação de nutrientes essenciais que favorecem o desenvolvimento

de espécies mais patogênicas (LISTGARTEN, 1994; LINDHE et. al., 2010). A longo prazo,

um biofilme com expressiva densidade celular pode ser considerado uma comunidade clímax.

Grandes concentrações bacterianas no biofilme periodontal permitem intercomunicação

celular importante denominada quorum sensing, fundamental em processos como o de

transferência de genes. Quorum sensing envolve a regulação da expressão de genes

específicos, pelo acúmulo de moléculas sinalizadoras que medeiam a comunicação

intracelular. A transferência genética pode ocorrer por conjugação, transformação,

transferência de plasmídeos e transferência de transposons em espécies bacterianas mistas.

Resposta inflamatória periodontal

Por volta dos anos 60 e 70, em estudos clássicos, Löe, Theilade e colaboradores

concluíram que o acúmulo de placa bacteriana precedia o surgimento de sinais e sintomas

clínicos de inflamação gengival e que existia uma relação de causa-e-efeito (LÖE et al., 1965,

1986; THEILADE, 1969; THEILADE, 1984). Os sinais clínicos inflamatórios no tecido

gengival são causados por alterações no complexo vascular gengival, com o aumento

substancial do número de vasos patentes e vasodilatação dos mesmos, variações do conteúdo

celular do tecido conjuntivo, provenientes do aumento da permeabilidade vascular e da

pressão hidrostática intravascular, e pela presença de um intenso infiltrado leucocitário

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associado à injúria tecidual decorrente dos fatores de virulência bacterianos e/ou pela resposta

pró-inflamatória local (EGELBERG, 1967).

A evolução de um quadro de gengivite pode representar o início de uma periodontite

na qual a principal característica é a perda de inserção. Na periodontite surgem novos sinais e

sintomas clínicos locais resultantes da progressão da placa bacteriana subgengivalmente

como, por exemplo: bolsas periodontais sangrantes à sondagem periodontal, áreas de recessão

gengival, gradativa perda óssea alveolar que resulta em mobilidade e esfoliação dentária, e em

algumas situações, presença de supuração, abscessos e linfoadenopatia regional.

Periodontite é uma doença sítio-específica e que acomete apenas indivíduos

susceptíveis, variando em função do grau de higiene bucal (controle de placa), fatores

ambientais, fatores genéticos, fatores comportamentais, imunológicos e condição de saúde

sistêmica. Apesar das inúmeras variáveis envolvidas no estabelecimento e desenvolvimento

das doenças periodontais, a presença e os níveis elevados de patógenos periodontais sobre a

superfície dentária é fundamental, porém não é suficiente.

Em 1976, Page e Schroeder caracterizaram a progressão da resposta inflamatória

periodontal quanto aos achados clínicos e histopatológicos, tendo proposto uma classificação

que toma como base esses parâmetros em função do tempo de progressão da placa bacteriana

adjacente. Os sinais e sintomas clínicos de gengivite podem ser observados clinicamente a

partir do 14º dia de interação entre gengiva e placa dental. A evolução da fase inicial até a

forma avançada de periodontite passa por alterações microscópicas e macroscópicas com

potencial para causar perda clínica de inserção periodontal após 28 dias de exposição à placa

dental.

Fases da lesão periodontal progressiva descrita por Page & Schroeder, 1976:

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• Inicial (gengiva clinicamente normal) – 24 horas de exposição à placa dental causam

dilatação de arteríolas, capilares e vênulas, aumento do fluxo de fluido crevicular e

migração inicial de polimorfonucleares por ativação da molécula de adesão

intracelular 1 (ICAM-1) e molécula de adesão extracelular 1 (ECAM-1);

• Precoce (início de gengivite) – rubor gengival em função de vasodilatação mais

significativa, predomínio celular de linfócitos e polimorfonucleares em áreas de

degradação de fibras colágenas, e acometimento do epitélio juncional próximo ao

epitélio do sulco. A gengivite pode ser observada clinicamente após alguns dias ou

semanas de acúmulo de placa bacteriana (LÖE et al., 1965);

• Estabelecida (estado crônico de gengivite) – aumento significativo do fluido

crevicular, predomínio de plasmócitos, substituição do epitélio juncional por epitélio

da parede interna da bolsa gengival e perda contínua de colágeno;

• Avançada (periodontite) – as alterações morfológicas e celulares previamente

descritas, somadas à perda de inserção conjuntiva e de osso alveolar, e degeneração

significativa de fibras colágenas.

As doenças periodontais são multifatoriais (Figura 4) e isso se deve ao fato de que

cada indivíduo responde de forma única aos estímulos bacterianos periodontopatogênicos, de

maneira sitio-específica e com inúmeros interferentes externos, como fatores ambientais,

fatores genéticos, perfil de citocinas e outros mecanismos fisiopatológicos inerentes ao

indivíduo (PAGE & KORNMAN, 1997). O controle das principais variáveis de erro para o

estudo dessas doenças, somado à multifatoriedade relacionada com sua etiopatogenia,

configuram as pesquisas nessa área como sendo de grande complexidade.

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O estabelecimento e a evolução das doenças periodontais, mesmo sob influência de

tantos fatores, são dependentes de biofilme periodontopatogênico, o que caracteriza esse

grupo de enfermidades como infecciosas, de curso inflamatório e crônico.

Figura 4 – Modelo de patogênese de doenças periodontais em humanos, proposta por Page e

Korrnman em 1997. Representação esquemática da multifatoriedade relacionada com o início

e progressão de doenças periodontais diagnosticados clinicamente (PAGE & KORNMAN,

1997)

O estudo “Experimental gingivitis in human” de Löe e colaboradores (1965), bem

como o de Theilade e colaboradores (1966), demonstraram diferenças no perfil clínico de

resposta inflamatória gengival entre indivíduos participantes das pesquisas, o que foi atribuído

à possibilidade de diferirem quanto à taxa de acúmulo de placa dental. No entanto, outros

autores relataram diferenças nos parâmetros clínicos periodontais entre indivíduos expostos a

acúmulos similares de placa dental (TATAKIS & TROMBELLI, 2004; TROMBELLI, 2004;

TROMBELLI et al., 2004a, 2004b; TROMBELLI et al., 2005).

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Socransky e colaboradores (1984) propuseram que a periodontite crônica progride em

episódios de exacerbação e remissão; esse evento biológico recebeu o nome de “hipótese da

explosão” na progressão de doenças periodontais (SOCRANSKY et al., 1984). Atualmente

considera-se que a progressão da periodontite crônica é um processo contínuo na maioria dos

indivíduos e dos sítios, podendo ocorrer, ocasionalmente, períodos de exacerbação (LINDHE

et al., 2010).

Apesar de Kinane e Attström (2005) sugerirem a gengivite e a periodontite como

diferentes fases de uma mesma doença, ambas são consideradas entidades patológicas

distintas (LINDHE et al., 2010). Em função da etiologia bacteriana e da fisiopatologia das

doenças periodontais, toda periodontite vai ser sempre precedida de gengivite (ALBANDAR

et al., 1998), no entanto, nem toda gengivite progride para periodontite (LÖE et al., 1986;

ALBANDAR et al., 1996; AAP, 2006). Nesse sentido, o desafio bacteriano irá sempre induzir

gengivite, mas a resposta imune individual irá definir sua susceptibilidade ao

desenvolvimento de periodontite. Os mecanismos envolvidos na conversão de gengivite

clinicamente diagnosticada para periodontite ainda não são bem definidos (SCHÄTZLE et al.,

2003a, 2003b; HEITZ-MAYFIELD et al., 2003).

Etiologia

Até a década de 60, acreditava-se que as doenças periodontais eram resultado do

acúmulo contínuo de biofilme dental ao longo do tempo, e que as manifestações clínicas

dessas doenças ocorriam em indivíduos mais suscetíveis ou com resposta imune diminuída

(LÖVDAL et al., 1958; LINDHE et al., 2010; NEWMAN et al., 2012).

O acúmulo de biofilme dental e de seus produtos nocivos ao periodonto poderia, em

dado momento, vencer a resposta do hospedeiro, caracterizando a teoria da placa inespecífica.

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Entretanto, Loesche (1976) relatou que nem todo biofilme dental apresenta potencial

periodonopatogênico e que o desenvolvimento de doenças periodontais pode ser resultado da

presença e/ou aumento dos níveis de microrganismos específicos. A partir da implementação

de novas técnicas de microscopia, cultivo, isolamento e identificação bacteriana na

microbiologia periodontal, por volta das décadas de 60 e 70 (SOCRANSKY & HAFFAJEE,

1992; KROES et al., 1999), buscou-se testar a hipótese de que existiam espécies bacterianas

distintas relacionadas com doença e saúde periodontal, o que levou à teoria da placa

específica. Inúmeros estudos reforçaram a teoria da especificidade do biofilme dental, a

exemplo do Aggregatibacter actinomycetencomitans (anteriormente denominado

Actinobacillus actinomycetemcomitans), identificado como um patógeno periodontal

fortemente associado à periodontite agressiva (NEWMAN & SOCRANSKI, 1977; SLOTS,

1977, 1982).

Socransky e colaboradores (1998) descreveram a existência de 5 complexos

microbianos predominantes na placa subgengival de indivíduos com periodontite ou saúde

periodontal (Quadro 1). Ainda, em estudos in vitro (KOLENBRANDER, 1989;

KOLENBRANDER & ANDERSEN, 1989; KOLENBRANDER & LONDON, 1993;

KOLENBRANDER et al., 1990, 1993, 1995), foi demonstrado que as bactérias presentes no

biofilme periodontal se associam em complexos de forma organizada e hierárquica. Esses

complexos se relacionam espacialmente entre si, bem como a sinais de saúde ou doença

periodontal. Os complexos azul, amarelo e roxo (Quadro 1), descritos por Socransky e

colaboradores (1998), podem ser associados com saúde periodontal, enquanto o grupo laranja

pode ser considerado um grupo de bactérias de transição entre saúde e doença periodontal.

A mudança de um perfil menos patogênico para um de maior patogenicidade aos

tecidos periodontais, associado com perda de inserção clínica, pode estar fortemente

associado com a presença de microrganismos de transição.

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COLONIZADORES GRAM/MOTILIDADE

Colonizadores Precoces

Complexo Azul

Espécies de Actinomyces G+, imóvel

Complexo Roxo

Veilonella parvula G-, imóvel

Actinomyces odontolyticus G+, imóvel

Complexo Verde

Eikenella corrodens G-, imóvel

Capnocytophaga gingivalis G-, imóvel

Capnocytophaga sputigena G-, imóvel

Capnocytophaga ochracea G-, imóvel

Capnocytophaga concisus G-, imóvel

Agregatibacter actynomicetemcomitans (sorotipo a)* G-, imóvel

Complexo Amarelo

Streptococcus mitis G+, imóvel

Streptococcus oralis G+, imóvel

Streptococcus sanguis G+, imóvel

Streptococcus gordoniis G+, imóvel

Streptococcus intermedius* G+, imóvel

Colonizadores Tardios

Complexo Laranja

Campylobacter gracilis G-, imóvel

Campylobacter rectus* G-, imóvel

Campylobacter showae G-, imóvel

Eubacterium nodatum* G+, imóvel

Fusobacterium nucleatum, subsp. nucleatum* G-, imóvel

Fusobacterium nucleatum, subsp. polymorphum* G-, imóvel

Prevotella intermedia* G-, imóvel

Peptostreptococcus micros* G+, imóvel

Prevotella nigrescens* G-, imóvel

Streptococcus constellatus G+, imóvel

Complexo vermelho

Porphyromonas gingivalis* G-, imóvel

Tannerella forsythensis (Bacteroides forsythus)* G-, imóvel

Treponema denticola* NA, móvel

Quadro 1 – Complexos microbianos dos colonizadores precoces e tardios de biofilmes

subgengivais. * patógenos periodontais putativos; NA= não aplicável (ROSE et al., 2007)

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Fusobacterium refere-se ao gênero de um bacilo Gram-negativo anaeróbio em forma

de bastão com extremidades afiladas. O Fusobacterium nucleatum é a bactéria predominante

no biofilme subgengival e, mostra-se fundamental na coagregação de periodontopatógenos

dos grupos vermelho e laranja com os outros complexos (BOLSTAD et al., 1996). Sua

relevância pode ser confirmada no estudo de Weiss e colaboradores (2000), no qual foi

referido que o F. nucleatum poderia se ligar (coagregar) à Porphyromonas gingivalis e

Aggregatibacter actinomycetemcomitans (dois microrganismos relacionados com formas

avançadas e/ou agressivas de periodontite) por uma galactose. É possível que o F. nucleatum

seja um microrganismo fundamental para o estabelecimento evolutivo de um biofilme

periodontopatogênico, por favorecer a coagregação de patógenos fortemente associados à

doença periodontal.

Existem evidências de que as bactérias do complexo vermelho e laranja estão

associadas com a etiologia e a progressão das doenças periodontais. Esses microrganismos

são detectados em maior frequência e maiores níveis em indivíduos com doença periodontal,

tanto por cultura bacteriana (HAFFAJEE & SOCRANSKY, 1994) como por métodos

moleculares (HAFFAJEE et al., 1998; SOCRANSKY & HAFFAJEE, 2005a, 2005b;

HAFFAJEE et al., 2005). Os baixos níveis de bactérias do complexo vermelho observados em

indivíduos periodontalmente saudáveis (XIMENEZ-FYVIE et al., 2000) corroboram os

achados citados anteriormente, sugerindo associação positiva entre esses microrganismos e o

desenvolvimento de periodontite. A melhora clínica observada após terapia periodontal ocorre

em função de vários eventos biológicos, dentre eles, a redução dos níveis e frequências de

bactérias dos complexos vermelho e laranja, paralelamente à re-colonização por espécies

bacterianas benéficas (TANNER et al., 1998; HAFFAJEE et al., 1995, 1996; CHAVES et al.,

2000; SOCRANSKY et al., 2002).

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Em diversos trabalhos foi comprovada a correlação positiva entre a taxa de aderência

de bactérias patogênicas a diferentes epitélios e a suscetibilidade a determinadas infecções

(OFEK & DOYLE, 1994). Isogai e colaboradores (1986) relataram redução significativa da

taxa de aderência de cepas de P. gingivalis e P. intermedia às células epiteliais de ratos que

apresentavam menos gengivite, caracterizando-os como menos suscetíveis à doença. Estima-

se que essa associação esteja relacionada com a alta taxa de renovação celular de epitélios

intraorais, evitando o acúmulo permanente de microrganismos sobre essa superfície, como um

mecanismo natural de limpeza. Somadas às vantagens da descamação epitelial, fatores como

lisozima (DARVEAU et al., 1997), lactoperoxidase-tiocianato, lactoferrina (GOLDBERG et

al., 1990), mieloperoxidase (GUY et al., 1993; BOLLEN, et al., 1998), anticorpos

(KORNMAN & ROBERTSON, 1985) e outros fatores orgânicos presentes na saliva também

têm a propriedade de manter os tecidos bucais em estado fisiológico saudável frente à

microbiota anfíbiôntica local.

As interações entre microrganismos residentes na cavidade bucal podem influenciar o

desfecho saúde-doença periodontal. Sendo assim, a inter-relação entre diferentes espécies

bacterianas pode resultar em equilíbrio favorável ao hospedeiro e representar um mecanismo

fisiológico importante para a manutenção de saúde, colonizando e competindo por um sítio de

ligação para patógenos, destruindo fatores de virulência ou se fazendo presente em maior

número, resultando em “diluição” desses patógenos (HAFFAJEE & SOCRANSKY, 2005a,

2005b; SOCRANSKY & HAFFAJEE, 1991, 1994a, 1994b, 2005).

Cálculo dental

O cálculo dental representa a mineralização do biofilme dental, especialmente em

regiões próximas às saídas dos ductos de glândulas salivares maiores (parótidas,

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submandibulares e sublinguais). Portanto, é mais prevalente a presença de cálculo dental nas

faces linguais de incisivos e caninos inferiores (carúncula sublingual), bem como na face

vestibular dos primeiros molares superiores (língula). A mineralização do biofilme dental

pode correr por precipitação de minerais em decorrência de saturação iônica local (íons cálcio

e fosfato) ou pela formação de pontos de calcificação (MURKHERJEE, 1968) que terminam

por se fundir, formando massa calcificada (conceito epitáctico ou nucluação heterogênea). A

precipitação mineral é dependente do aumento de pH na saliva, da hipersaturação de sais

fosfato de cálcio através da união dos íons a proteínas coloidais e por eventos de hidrólise de

fosfatos orgânicos por enzimas como fosfatase e esterase, liberadas por microrganismos do

biofilme dental (BIBBY, 1935; HODGE & LEUNG, 1950; HODGE, 1951; SCHROEDER &

BAMBAUER, 1966).

Alguns microrganismos Gram-positivos e negativos são capazes de formar cristais de

apatita tanto extra quanto intracelularmente (LEACH & SAXTON, 1966), fundindo-se uns

aos outros ao longo do processo de mineralização até que a matriz do biofilme dê origem ao

cálculo dental (GONZÁLES & SOGNNAES, 1960; ZANDER et al., 1960). Apesar dessa

propriedade, outros estudos relatam participação passiva dos microrganismos na formação do

cálculo dental (GONZÁLES & SOGNNAES, 1960; RIZZO et al., 1962), sugerindo que eles

ficariam aprisionados na matriz mineralizada por fatores ambientais relacionados com

mudanças no pH e depósito de íons cálcio e fosfato por mecanismos diversos.

2.3 – Diagnóstico e classificação das doenças periodontais

Em 1923, Gottlieb publicou em um artigo o que pode ser considerada uma das

primeiras classificações de doenças periodontais: Schmutz-Pyorrhoe que corresponde à

piorréia alveolar (tipo I), piorréia paradental (tipo II), atrofia alveolar por periodontose (tipo

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III) e trauma oclusal (tipo IV). Ainda no século XX, surgiram novas classificações, as quais,

por meio de debates e reflexões, evoluíram para a classificação atualmente vigente, a da

Academia Americana de Periodontologia _ American Academy of Periodontology _ de 1999,

publicada por Armitage.

A classificação atual de doenças periodontais não se baseia na idade para definição de

formas mais agressivas. A periodontite crônica é definida por Armitage (1999) como perda de

inserção com taxa de progressão lenta, que pode acometer indivíduos de qualquer idade,

associada a acúmulos de placa e cálculo dentários. A periodontite agressiva apresenta taxa de

progressão rápida, sem acúmulos de placa ou cálculo compatíveis com doença e com histórico

familiar muitas vezes presente. Assim como na periodontite crônica, a periodontite agressiva

pode ser diagnosticada em qualquer idade. Quando menos de 30% dos sítios periodontais são

acometidos por qualquer das doenças periodontais, as mesmas são ditas de acometimento

localizado, enquanto 30% ou mais acometidos caracterizam uma doença generalizada

(ARMITAGE, 1999).

Em 2000, a American Academy of Periodontology (AAP) propôs critérios para

definição de periodontite crônica, condição em que deve ocorrer combinações entre edema,

eritema, sangramento gengival à sondagem e/ou supuração (sinais e sintomas clínicos).

Também é necessária destruição leve a moderada, em que até 1/3 do tecido de suporte

dentário é perdido e associado à mobilidade aumentada. No caso de envolvimento de furca, a

perda de inserção clínica não deveria passar de Classe I (incipiente). A destruição leve a

moderada foi caracterizada pela profundidade de bolsa à sondagem maior que 6 mm com

perda de inserção clínica de até 4 mm (AAP, 2000a, 2000b).

Os critérios diagnósticos para estudos epidemiológicos em Periodontia propostos por

alguns autores, adequam-se perfeitamente à presente tese por não considerar condições

sistêmicas, história médica e odontológica pregressa e, por ter como objetivo o diagnóstico de

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periodontite. Trabalhamos com uma população peri-urbana que vive em relativo isolamento

geográfico na floresta Amazônica, às margens de um lago natural. Por se tratar de uma

comunidade sem acesso a serviços de saúde e exposta a fatores ambientais e doenças comuns

na região, o diagnóstico preciso de doença periodontal segundo a classificação vigente

(ARMITAGE, 1999) pode ser considerado inviável. Dentre as principais limitações para a

aplicação da mesma estão a ausência de exames complementares, de avaliação médica e a

imprecisão dos dados obtidos na anamnese (história patológica pregressa, histórico familiar,

história da doença atual).

A importância dos índices e métodos diagnósticos periodontais pode ser observada

pela afirmação feita por Tonetti e Claffey (2005), no 5º Workshop Europeu de

Periodontologia: “... it is not possible (in epidemiological studies) to ascertain whether the

reported variance in odds ratios or relative risk is because of a varying biological impact of

the factor under investigation in different populations or merely reflects the inconsistency in

case definitions or thresholds for progression used across studies.” (TONETTI & CLAFFEY,

2005; PRESHAW, 2009).

O conceito nominalista adotado por Van der Velden (2000) para a interpretação

diagnóstica de doenças periodontais, aponta para algumas limitações da atual classificação e

sugere que a extensão, a severidade, características clínicas da doença e a idade do paciente

sejam variáveis importantes para seu diagnóstico “descritivo”. O autor descreve o eixo de

temporalidade como sendo uma variável fundamental para a compreensão e o correto

diagnóstico das doenças periodontais. Para Van der Velden (2000), a atual definição de

periodontite agressiva estaria desconsiderando a agressividade da periodontite crônica,

quando em verdade, para o autor, a forma crônica de periodontite apresenta um curso

evolutivo muito similar à forma agressiva, do ponto de vista de sua patogenicidade, já que a

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principal diferença clínica entre ambas seria a história natural da doença, ou seja, a velocidade

com que ambas se desenvolvem e resultam em perdas teciduais irreversíveis.

Outros cinco artigos sobre critérios diagnósticos de periodontite para estudos

epidemiológicos foram publicados, dentre os quais, Lindhe e colaboradores (2010) sugerem

que a classificação proposta por Tonetti e Claffey no 5º Workshop Europeu em

Periodontologia (TONETTI & CLAFFEY, 2005) deveria ser adotada como padrão para

estudos epidemiológicos periodontais (LINDHE et al., 2010). Em 2003, os centros para

controle e prevenção de doenças (CCPD), em conjunto com a AAP, reuniram um grupo de

pesquisadores para o desenvolvimento de definições de caso clínico periodontal padronizados

para estudos de base populacional (PAGE & EKE, 2007). Somado a esses dois trabalhos,

Machtei e colaboradores (1992), Preshaw (2009) e, Eke e colaboradores (2012), totalizam os

cinco artigos mencionados anteriormente.

Em relação aos delineamentos de estudos longitudinais, apenas Tonetti e Claffey

(2005) propuseram critérios de definição de casos de progressão de periodontite. Para os

autores, a presença de dois ou mais dentes com perda de inserção proximal ≥ 3 mm,

observada longitudinalmente, caracteriza um quadro de progressão de periodontite. Nos casos

em que as medidas seriadas de nível de inserção proximal não forem possíveis, é sugerido

observar longitudinalmente perdas ósseas ≥ 2 mm em dois ou mais dentes por meio de

radiografias (TONETTI & CLAFFEY, 2005).

Diferentemente da periodontite, não existem artigos que objetivassem descrever

critérios diagnósticos para gengivite, a serem empregados em estudos epidemiológicos. O

sangramento gengival é um indicador válido e confiável no diagnóstico clínico de gengivite,

enquanto o edema e a vermelhidão são dados considerados subjetivos ou de observação

variável por parte do examinador e, por isso, não substituem o índice gengival (IG) e o índice

de sangramento à sondagem (ISS). A estimativa de acerto do diagnóstico clínico de gengivite

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por IG e ISS, associados à observação dos sinais cardinais de inflamação, é de

aproximadamente 90% (APPELGREN et al., 1979; GREENSTEIN, et al., 1981; CATON et

al., 1988).

O estudo “Experimental Gingivitis in Man”, publicado no ano de 1965 por Löe e

colaboradores, pode ser considerado o estudo clássico e referência sobre gengivite em

humanos. Nesse estudo, os autores se basearam no índice gengival de 1963 (LÖE &

SILNESS, 1963) para classificar os sinais e sintomas clínicos de gengivite em quatro

diferentes escores. A partir disso, os casos de gengivite foram diagnosticados em inflamação:

i) leve 0,1 – 1,0; ii) moderada 1,1 – 2,0 e iii) severa 2,1 – 3,0 (LÖE et al., 1965). Na presente

tese, sugerimos e aplicamos critérios diagnósticos de gengivite a partir daquele estudo; a

metodologia utilizada está descrita em materiais e métodos.

O rigor metodológico permite que os resultados de diferentes estudos sejam

comparados e discutidos. Em Periodontia, os índices foram desenvolvidos e são utilizados em

estudos epidemiológicos com o objetivo de padronizar os critérios diagnósticos de doenças

periodontais e a apresentação dos dados. Os índices de diagnóstico clínico periodontal,

utilizados em amostras populacionais, podem apresentar limitações e ser questionáveis por

subestimarem os casos de doença periodontal e/ou superestimarem os não-casos.

A vantagem de se utilizar índices de diagnóstico clínico periodontal em diferentes

populações é a sistematização e a padronização dos critérios e métodos de exame. Muitos

foram desenvolvidos, dentre os quais destacam-se: CPI (Community Periodontal Index),

CPITN (Community Periodontal Index Of Treatment Needs) (AINAMO et al., 1982) e, ESI –

(Extent And Severity Index) (CARLOS et al., 1986). Complementar aos índices periodontais,

o índice de dentes cariados, perdidos e obturados (DMF Index - Decayed, Missing, Filled

Index), identificado em português pela sigla CPOD, permite avaliar a doença cárie e as

ausências dentárias.

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O índice periodontal comunitário (CPI) descreve o número absoluto e/ou a frequência

relativa de indivíduos com diagnóstico clínico de saúde periodontal, sangramento gengival,

cálculo dental e presença de bolsa periodontal em dois níveis, avaliados por sextante: as

arcadas dentárias superior e inferior são divididas em dentes anteriores (de canino a canino) e

posteriores esquerdo e direito (de primeiro pré-molar até segundo molar). A partir de seus

escores, é possível inferir diferentes necessidades de tratamento, segundo o protocolo

proposto pelo índice periodontal comunitário de necessidade de tratamento periodontal

(CPITN). Por iniciativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) _ World Health

Organization _ Ainamo e colaboradores desenvolveram, em 1982, o CPITN. Este índice é

utilizado em estudos epidemiológicos, especialmente em países em desenvolvimento

(AINAMO et al., 1982; WHO, 1997; BASSANI et al., 2006; LINDHE et al., 2010). Em 1997, a

OMS fez a última modificação no CPITN, em que apenas a condição periodontal passou a ser

avaliada e, não mais a necessidade de tratamento. Essa modificação deu origem ao CPI.

Ambos são exames bucais parciais, onde dentes índices específicos são avaliados. A doença

periodontal pode ser subestimada em exames clínicos parciais (BAELUM & LOPEZ, 2003;

BASSANI et al., 2006; KINGMAN et al., 2008), no entanto, alguns autores descrevem a

correlação positiva entre esses resultados e os observados em exames de “boca toda” (“full

mouth”) (AINAMO & AINAMO, 1985; BAELUM & LÓPEZ, 2013).

Os dados de CPI e CPITN mundialmente publicados podem ser armazenados em um

banco de dados odontológicos da Organização Mundial da Saúde _ WHO Global Oral Data

Bank _ e acessados das universidades de Niigata e Malmö, ambos, centros de colaboração da

organização (PILOT & MIYAZAKI, 1994; ALBANDAR & RAMS, 2002; PETERSEN &

OGAWA, 2005).

Complementando os índices CPI e CPITN, a Organização Mundial da Saúde sugere o

uso do índice de perda de inserção periodontal (PAL index – Index of Periodontal Attachment

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Loss). O diferencial desse método é a utilização da junção cemento-esmalte como referência

para classificação de perda de inserção clínica periodontal (WHO, 1997). Casos de recessão

gengival com exposição da junção cemento-esmalte representam situações favoráveis para a

avaliação clínica da perda de inserção; no entanto, casos em que a margem gengival

permanece estável, a junção cemento-esmalte somente pode ser identificada pelo tato, por

meio da ponta ativa do instrumento de exame clínico periodontal. Essa manobra clínica é

legítima e correta, no entanto, a presença de cálculo dental nessa região pode inviabilizar sua

identificação ou, em alguns casos, a junção cemento-esmalte pode não ser evidente e o

diagnóstico se dar erroneamente. Em pesquisas epidemiológicas de campo, as dificuldades e

limitações relacionadas com a abordagem clínica periodontal fora do ambiente de um

consultório odontológico também representam um viés importante para esse caso.

Carlos e colaboradores (1986) desenvolveram um índice bivariável que avalia

extensão e severidade de perda de tecido periodontal de suporte, denominado índice de

extensão e severidade (ESI – Extent And Severity Index), identificado como IES. A extensão

representa a proporção de dentes com sinais clínicos de periodontite (perda de inserção clínica

periodontal decorrente de bolsa periodontal de pelo menos 2 mm, em um ou mais sítios

periodontais), enquanto a severidade refere-se à gravidade da doença, ou seja, a quantidade de

perda de inserção expressa em média (referente aos sítios periodontais diagnosticados com

periodontite). Este índice avalia o efeito cumulativo da perda de inserção periodontal em

dentes com profundidade de bolsa à sondagem maior do que 3 mm, não a prevalência de

periodontite. Segundo o protocolo, para ser considerado um sítio com sinais clínicos de

doença periodontal destrutiva, a perda de inserção clínica periodontal, por periodontite, deve

ser ˃ 1 mm. O IES proposto por Carlos e colaboradores (1986) considera todos os dentes

presentes e é referência em estudos epidemiológicos quando comparado a índices com o

mesmo objetivo, porém, que fazem exame clínico parcial (PAPAPANOU et al., 1993).

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Somado aos índices que avaliam doenças periodontais, o CPOD descreve a condição

dentária da população estudada em relação ao acometimento de lesões de cárie e perda

dentária. Esse índice é mundialmente utilizado em estudos epidemiológicos e ensaios clínicos.

Os dados obtidos a partir deste índice podem ser importantes para a interpretação e

compreensão de observações clínicas periodontais (KLEIN & PALMER, 1937).

As análises e a apresentação de dados clínicos periodontais de estudos

contemporâneos contemplam parâmetros fundamentais, tais como: índice gengival (IG),

índice de placa (IP), cálculo dental (CALC), índice de sangramento à sondagem (ISS),

supuração (SUP), mobilidade dentária (MOB), profundidade de bolsa à sondagem (PBS) e

nível clínico de inserção (NCI). Os cinco primeiros parâmetros são dicotômicos e refletem a

presença ou a ausência dos mesmos, em cada sítio periodontal examinado. A mobilidade

dentária (MOB) representa em escores o grau de mobilidade por unidade dentária examinada,

a nível individual e/ou populacional (MILLER, 1938; LÖVDAL et al., 1959; LASTER et al.,

1975). PBS e NCI são variáveis numéricas e expressam quantitativamente as doenças

periodontais destrutivas e a progressão de perda de inserção clínica periodontal. Para PBS, a

medida reflete a distância entre a margem gengival e a ponta da sonda periodontal, inserida no

sulco gengival (sem periodontite) ou em bolsas periodontais (periodontite). NCI compreende

a distância entre a junção cemento-esmalte (JCE) e a ponta da sonda periodontal inserida até o

fundo do sulco gengival ou de uma bolsa periodontal (EKE et al., 2010, 2013) (Figura 5).

As medidas de PBS e do NCI podem ser consideradas parâmetros clínicos

periodontais diagnósticos de doença periodontal destrutiva (ROSE et al., 2007; LINDHE et

al., 2010; NEWMAN et al., 2012). Ambos os parâmetros devem ser avaliados em conjunto e

em associação com índices indicadores de sangramento periodontal, no diagnóstico de

periodontite ativa (OFFENBACHER et al., 2001; LOPEZ et al., 2002; MARIN et al., 2005;

MANAU et al., 2008).

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Figura 5 – Representação esquemática de sondagem periodontal. a – ilustração de perda óssea

alveolar e dos limites superior e inferior de PBS (PD – Probing Deepth) e NCI (AL –

Attachment Level). Na esquerda está ilustrado o periodonto sadio e, na direita, periodontite.

CEJ (Cementum-Enamel Junction) refere-se à junção cemento-esmalte

(http://www.medscape.com/viewarticle/705516_2); b – comportamento dos tecidos

periodontais em situação de saúde periodontal (Healthy Tissue) e periodontite (Periodontal

Disease), ao exame clínico periodontal. PERIODONTAL PROBE = sonda periodontal

(http://www.ameryhouse.com/userimages/probe2.JPG)

O NCI é sugerido como parâmetro clínico periodontal para estimar doenças

periodontais (LISTGARTEN, 1980; PAGE & EKE, 2007) e, de acordo com Armitage (2004a,

2004b), as medidas de perda de inserção clínica periodontal podem classificar a periodontite

como: i) 1-2 mm, leve; ii) 3-4 mm, moderada ou iii) ˃ 5 mm, grave, onde mais de 1/3 do

comprimento radicular é comprometido.

Segundo Greenstein (1997) e Armitage e colaboradores (2003), a medida do NCI

permite identificar e/ou sugerir a atividade de doença periodontal pregressa. A medida de

PBS, isoladamente, poderia subestimar a evolução e a gravidade de periodontite,

especialmente em indivíduos com idade mais avançada (PAGE & EKE, 2007). No entanto, a

recessão gengival, identificada clinicamente pelo NCI, pode não ter sua etiologia relacionada

com doenças periodontais. Talvez a medida de PBS deva ser considerada como um estimador

de doença periodontal destrutiva tão importante quanto NCI e devesse ser analisado em

a b

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conjunto com outros parâmetros clínicos periodontais e informações coletadas na anamnese,

como sugerido por alguns autores (OFFENBACHER et al., 2001; LOPEZ et al., 2002;

MARIN et al., 2005; MANAU et al., 2008).

A medida de sondagem periodontal (PBS) pode caracterizar as bolsas periodontais

como: i) Classe I ou rasa, 0 a 3 mm; ii) Classe II ou moderada, 4 a 5 mm ou iii) Classe III ou

profunda, 6 a 12 mm (KNOWLES et al., 1979) (Figura 6).

Figura 6 – Representação esquemática de sondagem periodontal de um dente com gengivite

(a) e periodontite (b, c, d). A ilustração da evolução de periodontite representa: b) periodontite

leve; c) periodontite moderada e d) periodontite grave (Figura modificada de:

http://www.clinicaquattor.pt/wp-content/uploads/2013/07/periodontite-evolucao-dr-marcelo-

lips.jpg)

Alguns estudos clínicos consideram a medida do NCI igual à PBS em função da

imprecisão e/ou impossibilidade de identificação da junção cemento-esmalte em sítios

periodontais sem que essa estrutura possa ser identificada por visão direta (recessão gengival).

No entanto, os casos de recessão gengival, em que a JCE é visível na coroa clínica, a medida

do NCI deve tomar essa estrutura como limite superior para a sondagem periodontal. Nessa

situação, a medida de NCI será sempre maior do que PBS.

Gengivite PERIODONTITE

b c d a

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A subtração da medida de PBS do NCI reflete a distância entre a margem gengival e a

JCE, denominada recessão gengival (REC) (RONDEROS et al., 2001). À abordagem clínica,

a sondagem periodontal (PBS) entre 0 e 3 mm é considerada compatível com ausência de

bolsa periodontal (LINDHE et al., 2010), ainda que sinais clínicos de inflamação (IG e ISS) e

REC estejam presentes.

Segundo Mühlemann e Son (1971), o índice de sangramento sulcular gengival,

descrito na presente tese como índice de sangramento à sondagem (ISS), avalia a inflamação

subgengival pelo sangramento observado após a sondagem periodontal (até 15 segundos pós-

sondagem). O registro dessa observação clínica é dicotômico. A ocorrência ISS pode ser

considerada um indicativo de atividade e/ou progressão de doença periodontal. Sendo assim,

o ISS pode ser considerado indicador importante de estabilidade periodontal (JOSS et al.,

1994).

O exame clínico periodontal em seis sítios por dente (mesiovestibular,

médiovestibular, distovestibular, mesiolingual/mesiopalatina, médiolingual/médiopalatina e

distolingual/distopalatina) é considerado o padrão ouro _ “gold standard” _ e é sugerido nas

diretrizes de exame clínico do NHANES (BECK & LÖE, 1993). Os examinadores devem

estar calibrados entre si e consigo mesmos, com o objetivo de minimizar erros e fatores de

erro (SMITH & LANG, 1993).

2.4 – Epidemiologia das doenças periodontais

Epidemiologia compreende a ciência que estuda os eventos relacionados com a

condição de saúde individual em uma população (LINDHE et al., 2010) e, permite testar, por

meio de análises de dados, variáveis e fatores de risco e, avaliar a fisiopatologia de algumas

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doenças e fornecer informações importantes para o planejamento de políticas públicas de

saúde (ALBANDAR & RAMS, 2002).

Indivíduos de países em desenvolvimento usualmente apresentam maior prevalência

de gengivite, níveis mais elevados de placa dental, cálculo dentário e índices periodontais,

possivelmente em função do acesso restrito a cuidados com a saúde bucal (RUSSELL, 1967;

CUTRESS et al., 1982; BAELUM et al., 1986, 1988a, 1988b; LEMBARITI et al., 1988;

LÖE et al., 1986, 1992; SUSIN, 2004a).

A individualidade da resposta do hospedeiro, os inúmeros fatores que o caracterizam

como mais ou menos susceptível ao desenvolvimento de doenças periodontais, e o número de

variáveis capazes de influenciar direta ou indiretamente essa doença (PAGE & KORNMAN,

1997), fazem com que dados epidemiológicos de determinadas amostras populacionais não

possam ser extrapolados a outras populações. Alguns trabalhos demonstram que apesar da

presença significativa de placa bacteriana, cálculo dentário e gengivite, indivíduos de países

em desenvolvimento não necessariamente apresentam maiores prevalências de bolsa

periodontal e perda de inserção clínica, quando comparados com países industrializados

(BAELUM et al., 1986, 1988a, 1988b; LEMBARITI et al., 1988; MATTHESEN et al., 1990;

MIYAZAKI, 1996).

Alguns estudos sugerem que a periodontite crônica em indivíduos jovens possa estar

associada à etnia (LÖE & BROWN, 1991; ALBANDAR et al., 1997a,1997b; ELAMIN et al.,

2010), condição socioeconômica (KIM et al., 2013; BORRELL & CRAWFORD, 2012) e

cultural (EKE et al., 2012) e gênero, considerados indicadores de risco para a doença (LÖE &

BROWN, 1991; VAN DER VELDEN et al., 2006; SUSIN et al., 2011). Fumo (LINDEN &

MULLALLY, 1994; MULLALLY et al., 1999; MACHUCA et al., 2000; HASHIM et al.,

2001; SHERWIN et al., 2013) e diabetes Mellitus (NOVAES JR. et al., 1991; LALLA et al.,

2007; SILVESTRE et al., 2009; PRESHAW & BISSETT, 2013) também podem ser

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considerados fatores de risco importantes nesse processo. Foi observada associação positiva

entre piores níveis sócioeconômicos e menor acesso a serviços de saúde geral e odontológica,

consequentemente, maior severidade de doença periodontal (BETANCOURT et al., 2004;

SINGH & PUROHIT, 2013).

Löe e colaboradores desenvolveram estudos nas décadas de 70 e 80 com uma

população de plantadores de chá no Sri Lanka, localizada em uma região isolada, que nunca

haviam recebido atendimento odontológico. Esse estudo descreve a história natural da doença

periodontal, com alta prevalência de periodontite e gengivite, com perda de inserção clínica

(periodontite) média anual, duas ou três vezes superior a do grupo controle, formado por

alunos e professores da Noruega (LÖE et al., 1986).

Cunha e Chambrone (1998a, 1998b) publicaram prevalência próxima a 100% de

gengivite em adolescentes com idade entre 7 e 14 anos, de São Bernardo do Campo, São

Paulo. Esses dados foram corroborados por observações de Segundo e colaboradores (2004),

de que proximadamente 98% dos indivíduos avaliados na cidade de Contagem, Minas Gerais,

fizeram sangramento à sondagem em sítios periodontais livres de perda de inserção.

Importante ressaltar que esses dados foram obtidos a partir de exame bucal total e não por

exames clínicos parciais.

Estudos epidemiológicos desenvolvidos na região sul do Brasil por Susin e

colaboradores (2005a, 2011) relataram alta prevalência de doenças periodontais na área

urbana de Porto Alegre. A recessão gengival, observada nessa região, foi diretamente

relacionada com doenças periodontais; os níveis elevados de cálculo dental supragengival e

fumo justificaram a prevalência ≥ 51,6% de dentes com perda de inserção clínica ≥ 3 mm

(SUSIN et al., 2004b). Indivíduos do gênero masculino, de baixo status sócio-econômico e

sem acompanhamento clínico odontológico regular, apresentaram maior incidência e risco

significativamente mais elevado de desenvolver perda de inserção clínica periodontal (SUSIN

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et al., 2004a) e de progressão de bolsas periodontais (SUSIN et al., 2005c). A prevalência de

periodontite pode variar em função da idade, do gênero e de placa dental supragengival,

resultando em perda de órgãos dentários (SUSIN et al., 2005b; SUSIN et al., 2006; GAIO et

al., 2012). Os sinais e sintomas clínicos de doenças periodontais foram associados,

principalmente, ao acúmulo de placa bacteriana (SUSIN et al., 2004b; SUSIN &

ALBANDAR, 2005; SUSIN et al., 2005b, 2005c; SUSIN et al., 2006; SUSIN et al., 2011;

GAIO, et al., 2012). As perdas dentárias precoces aconteceram não apenas por cárie, mas

principalmente devido à periodontite, nesses indivíduos (SUSIN & ALBANDAR, 2005;

SUSIN et al., 2005b, 2005c; SUSIN et al., 2006).

Alguns outros autores publicaram dados epidemiológicos de doenças periodontais em

outros estados brasileiros. Em Taubaté, São Paulo, Cortelli e colaboradores (2002) avaliaram

600 indivíduos jovens, com idade entre 15 e 25 anos de idade. Aproximadamente 45% dos

indivíduos apresentaram algum tipo de acometimento periodontal e 5% da amostra estudada

foi diagnosticada com periodontite em estágio mais avançado, com perda significativa do

periodonto de sustentação. No ano de 2004, Segundo e colaboradores avaliaram, além de

gengivite, medidas clínicas de perda de inserção e profundidade de bolsa em indivíduos

maiores de 12 anos de idade, em Minas Gerais. 64% dos indivíduos avaliados apresentaram

NCI superior a 4 mm em pelo menos um sítio periodontal e prevalência de 27% com PBS ≥ 4

mm. Esses dados refletem uma faixa etária ainda jovem, entre 13 e 20 anos de idade.

Corraini e colaboradores publicaram resultados de uma série de estudos a partir da

abordagem clínica periodontal na população de Cajaíba, Parati – RJ, classificada pelos autores

como isolada. Os autores descreveram a população com idade média de 36,2 anos em que,

9,5% dos indivíduos examinados eram edêntulos totais, 90% havia perdido pelo menos um

dente e, 39% da amostra populacional estudada, não apresentava pelo menos 8 dentes. A

média de dentes perdidos foi de 9,5% (IC(95%) = 8,2 a 10,8%), sendo a maioria, primeiros

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molares inferiores (CORRAINI et al., 2009a). A população de Cajaíba apresentou alta

prevalência de bolsas periodontais (CORRAINI et al., 2008b) e perda de inserção clínica

(CORRAINI et al., 2008a). À análise multivariada, os autores sugeriram a presença de placa,

cálculo dental e fumo, como fatores de risco para PBS ≥ 4 mm e NCI ≥ 5 mm (CORRAINI et

al., 2008a, 2008b). Corraini e colaboradores (2009b) relataram alta prevalência de

periodontite agressiva, em indivíduos entre 12 e 29 anos de idade. O acúmulo de cálculo

dental foi considerado fator de risco para a doença estudada, na forma generalizada (˃ 30%

dos sítios periodontais); o acesso a tratamento odontológico emergencial apresentou efeito

protetor (OR = 0,1; IC(95%) = 0,0 a 0,7), segundo os autores (CORRAINI et al., 2009b).

Muitas comunidades Amazônicas fazem uso diário de farinha de mandioca brava,

processada em suas próprias “casas de farinha”, cuja granulosidade e dureza são bastante

altas. Entretanto, a aderência bacteriana à superfície dentária e a existência de nichos (regiões

interdentais) que podem proteger o biofilme dental de trauma mecânico causado por

alimentos fibrosos, e evitar a remoção total do biofilme dental, não prevenindo doenças

periodontais nos moradores destas regiões. Segundo Löe (1981): “It is possible that friction

produced by the mastication of fibrous food limits the growth of plaque. However, several

investigations have suggested that during mastication there is not any impact between food

particles and the cervical areas of the dentition, the gingival margin, or the attached gingiva,

and that excessive chewing of coarse foods has no effect on bacterial colonization in the

gingival and interdental areas”.

Algumas populações indígenas da Amazônia, ao longo do Rio Xingu, com índios

Yanomamö (TUMANG & PIEDADE, 1968; DONNELLY et al., 1977) e Xavante

(NISWANDER, 1967), às margens do Rio Amazonas, foram avaliadas quanto à saúde

periodontal por volta da década de 70. Apesar da limitação metodológica, foi possível relatar

inflamação periodontal relacionada com acúmulos de placa e cálculo dental. Apesar do

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isolamento e da falta de métodos preventivos adequados, a prevalência de periodontite, ainda

que observado, não foi expressiva ou tão severa quanto o esperado, segundo os autores.

O número de estudos sobre a condição periodontal de populações da região

Amazônica é limitado e os parâmetros clínicos periodontais não são adequadamente

documentados (OPPERMANN et al., 2005), bem como em relação à variabilidade na

microbiota bucal (BORGES et al., 2009).

Ronderos e colaboradores (2001) apresentaram os dados clínicos periodontais de

índios entre 20 e 70 anos de idade, habitantes de uma região remota da floresta Amazônica, ao

sudoeste da Colômbia. Os 244 indivíduos estudados eram residentes de área isolada, às

margens de rios, sem acesso a tratamento periodontal e com baixo nível de aculturação. A

recessão gengival foi prevalente, dentre os problemas periodontais observados, tendo sido

diagnosticada em 8,3% dos sítios periodontais examinados. As bolsas periodontais foram

pouco frequentes, com média de PBS igual a 2,51 mm e NCI médio de 1,12 mm. Os

indivíduos estudados apresentaram, em média, 9,6% dos sítios periodontais estudados com

PBS ˃ 3 mm e 6,1% dos sítios com NCI ˃ 3 mm. A placa dental clinicamente visível foi

diagnosticada em 68%, 83%, 86% e 95% dos sítios periodontais examinados nos grupos de

participantes entre 20 e 29 anos, 30 e 39 anos, 40 a 49 anos e, maiores de 50 anos,

respectivamente. O cálculo dental foi observado em 46%, 70%, 70% e 81% para as mesmas

categorias de idade, respectivamente. Apesar da higiene bucal deficiente e da intensa

inflamação gengival, não foram observadas destruições periodontais graves. A população

estudada apresentou média de 55,1% de sítios periodontais com sangramento clinicamente

diagnosticado, por indivíduo. Na análise estatística multivariada, os autores descreveram

associação positiva e estatisticamente significativa entre o aumento da idade e a frequência

média de CALC, por sítio periodontal com perda clínica de inserção e REC. A média de sítios

periodontais com sangramento à sondagem foi positivamente associada com NCI e PBS. Os

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autores sugeriram que a REC pode ter sido consequência de trauma local e/ou mau

posicionamento dentário, não tendo sido associada com periodontite. Como revisado

anteriormente, o NCI, isoladamente, pode não ser o melhor estimador de periodontite para o

estudo de populações com casos de REC não associados com bolsa periodontal e frequência

de PBS ˃ 3 mm muito baixa, próxima de zero.

2.5 – Caracterização das populações ribeirinhas da Amazônia

Os ribeirinhos da Amazônia brasileira são denominados em alguns textos como

“caboclos”, cuja definição considera a miscigenação entre índios e europeus. No entanto, as

relações interpessoais e a constituição de famílias em áreas de colonização ribeirinha são

muito mais complexas e variadas do que se refere o conceito de caboclo. Considerando os

dados históricos relacionados com a ocupação territorial nos períodos de extração da borracha

e do garimpo, é possível afirmar que as populações ribeirinhas, miscigenadas ou não com

índios, representam a população mais antiga a colonizar as margens da maioria dos rios e

lagos de regiões não urbanas da Amazônia (OLIVEIRA et al., 2010).

Piperata (2007a, 2007b) descreveu em detalhes os ribeirinhos da Amazônia Brasileira.

Até 30 anos atrás, o estilo de vida era exclusivamente de subsistência tradicional, sem

qualquer tipo de contato entre esses indivíduos e a área urbana, nem influência de sua cultura

(PIPERATA, 2007a, 2007b; OLIVEIRA et al., 2010). Atualmente, muitas populações

ribeirinhas apresentam algum tipo de relação com áreas urbanas; isso não significa

deculturalização, mas permite mudanças capazes de interferir na saúde do indivíduo

(SANTOS, 1993; MARTINS & MENEZES, 1994; ARANTES et al., 2001; GUGELMIN &

SANTOS, 2006).

A população da Amazônia residente em áreas peri-urbanas e rurais é mais exposta a

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vetores de doenças infecciosas, especialmente parasitárias (KATSURAGAWA et al., 2008).

A exposição ao anofelino durante a coleta de castanha e frutas, caça e pesca, aumenta o risco

de populações ribeirinhas desenvolverem malária. A distância entre as partes que compõem a

estrutura das casas permite a entrada do mosquito transmissor da doença (Anophfeles). O

tratamento com medicações anti-malária, como a cloroquina, podem interferir sistemicamente

na saúde do paciente. Apesar disso, Ogunwande (1991a, 1991b) demonstrou que a

quimioprofilaxia com cloroquina não intereferiu na resposta ao tratamento periodontal. Além

da malária, as enteroparasitoses ainda constituem um grupo de doenças de alta morbidade e

mortalidade infantil em países em desenvolvimento (HURTADO-GUERRERO et al., 2005),

podendo chegar a 95% em algumas populações Amazônicas (CHEHTER et al., 1994). A falta

de saneamento básico, a condição sócio-econômica, nível cultural e a falta de hábitos de

higiene pessoal (HURTADO-GUERRERO et al., 2005), permitem a contaminação de

alimentos (KNAIPPE & TANNUS, 1992; JOMBO et al., 2007) e, por conseguinte,

contaminação humana por bactérias e protozoários como a Escherichia coli e Giardia lamblia

(HURTADO-GUERRERO et al., 2005).

As infecções parasitárias induzem no hospedeiro a produção de anticorpos IgE,

eosinofilia e o aumento da contagem de mastócitos, alterações características de resposta

imune do tipo Th2 (JARRET & MILLER, 1982; SHER & COLLEY, 1989; STREET et al.,

1990). A resposta imune heteróloga modulada por infecções parasitárias ou seus antígenos

solúveis podem ser responsáveis pela relação inversa entre infecções helmínticas e o

desenvolvimento de patologias inflamatórias e alergias (ORR & BLAIR, 1969; JARRET &

STEWART, 1972; KOJIMA & OVARY, 1975; HAIG et al, 1980).

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2.6 – Lago do Puruzinho

Os moradores do Lago do Puruzinho colonizaram as terras à margem do lago pela

primeira vez há aproximadamente 50 anos. O Sr. “Louro” teria sido o primeiro ribeirinho a se

estabelecer no local. A migração para essa área se deu em função da extração da borracha,

mas também pela disponibilidade de meios de subsistência naturais, como a castanha, a

mandioca, frutas, caça e peixes. Assim como em outras regiões historicamente ocupadas na

Amazônia, os moradores locais são fruto de uma intensa miscigenação.

Muitas comunidades ribeirinhas da Amazônia, se não a maior parte delas, mantém sua

cultura local e vivem em isolamento, sobrevivendo dos recursos naturais locais. No entanto, a

localização geográfica em relação a áreas urbanas não define, por si só, uma comunidade

como isolada ou não-isolada. Tecnicamente, a população do Lago do Puruzinho pode ser

classificada como peri-urbana (GIL et al., 2007; PIPERATA, 2007a, 2007b). Em função da

cultura local e de características peculiares da população do Lago do Puruzinho, seguimos a

classificação proposta por Oliveira e colaboradores (2010) que a define como uma

comunidade de subsistência relativamente isolada (“relatively isolated subsistence

community” ).

A maior parte dos alimentos consumida diariamente é derivada da mandioca, sendo

que amido compõe todas as refeições como a farinha, mingau, tapioca e doces feitos com

melado. Em função da disponibilidade, também é observado o consumo de frutas da estação

como o “tucumã” (Astrocaryum aculeatum), açaí (Euterpe oleracea), “patoá” (Oenocarpus

bataua) e “abacaba” (Oenocarpus bacaba), bem como a castanha (Bertholletia excelsa)

(MURRAY & SANCHEZ-CHOY, 2001; PIPERATA, 2007a, 2007b; OLIVEIRA et al.,

2010). O consumo de caça é restrito a períodos de níveis baixos dos rios, quando a

disponibilidade de peixes fica limitada (FONSECA, et al., 2007). Em relação ao plantio, os

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moradores locais restringem-se ao cultivo de banana, castanha de caju e limas. O pescado

representa a principal fonte de proteína (FONSECA, et al., 2007, 2008; OLIVEIRA et al.,

2010). O consumo de alimentos industrializados se restringe a açúcar, café e, eventualmente,

arroz, macarrão, feijão, óleo vegetal, frango ou leite, adquiridos em visitas semanais ou

quinzenais de um ou mais indivíduos a Humaitá (OLIVEIRA et al., 2010). Os ribeirinhos do

Lago do Puruzinho consomem, individualmente, aproximadamente 406 g/dia de peixe, 4 a 14

vezes por semana (OLIVEIRA et al., 2010). A exposição ao metil-mercúrio é frequente em

populações ribeirinhas da região e resultante da ingestão de peixe ser a principal fonte

nutricional, paralelamente à mandioca (BARBOSA et al., 1995; DÓREA et al., 2003a, 2003b,

2005, 2006). Aproximadamente 15% da massa do peixe preparado é perdida durante o

cozimento, mas o metil-mercúrio permanece no remanescente, elevando significativamente a

concentração desse metal (MITCHELL et al., 1982).

Comum a todas as comunidades ribeirinhas da Amazônia, a água consumida

diariamente tem origem em rios, lagos e igarapés, próximos às casas. No Lago do Puruzinho,

os moradores coletam a água na margem do lago, “filtram” com um pedaço de pano limpo e a

armazenam em moringas de barro para ingestão hídrica, ou em vasilhas grandes para o

preparo de alimentos e limpeza.

No Lago do Puruzinho, a temperatura da água pode variar entre 27,5°C e 31,9°C em

função de mudanças volumétricas observadas entre os períodos de cheia e seca. A

condutividade da água no Lago do Puruzinho é maior (15,2 µS/cm-1

) quando o nível do lago é

mais baixo, em função dos sólidos em suspensão presentes na “água branca” do Rio Madeira

que chega ao local por invadir o igarapé que os comunica nesse período. O pH se mantém

ácido durante todo o ano, variando entre 5,2 e 5,6. Essas características, associadas à elevada

carga de matéria orgânica em decomposição, são responsáveis pela coloração escura do lago,

classificado como um lago de “água negra” (SIOLI & KLINGE, 1964; NASCIMENTO et al.,

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2007). No entanto, a coloração escura da água do Lago do Puruzinho também pode ser

atribuída à presença da Chromobacterium violaceum, microrganismo produtor de pigmento

violeta com inúmeras propriedades biológicas, encontrado em solo de regiões subtropicais e

exclusivamente em “águas negras” (CALDAS et al., 1978; BRITO et al., 2004; BARRETO et

al., 2008; LOPES et al., 2009) (Figura 7).

Figura 7 – Fotografias da água do Lago do Puruzinho (a) e do Rio Madeira (b). A coloração

observada justifica a nomenclatura empregada para classificação dessas águas como “negra” e

“branca”, observadas em a e b, respectivamente

2.7 – Chromobacterium violaceum

A importância da exposição humana à C. violaceum pode ser observada a partir de

relatos de casos de óbito publicados na literatura. No Estado de São Paulo, um trabalhador

agrícola procurou o serviço de saúde (Hospital da Clínicas/FMRP) com febre, anoréxico e

com dores abdominais que perduravam por 4 dias. Na internação, o paciente estava em estado

toxêmico e tinha o abdome distendido e com dor. A radiografia de tórax e a ultrassonografia

abdominal revelaram pneumonia bilateral e áreas hipoecóicas no fígado. O paciente

desenvolveu falência de múltiplos órgãos e evoluiu para óbito poucas horas após sua chegada

Fotografia: Davi da Silva Barbirato Fotografia: Davi da Silva Barbirato

a b

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ao hospital. Na cultura de sangue, foi isolada a C. violaceum, resistente à ampicilina e

cefalosporinas, mas suscetível a cloranfenicol, tetraciclina, aminoglicosídeos e ciprofloxacina.

A autópsia revelou microabscessos pulmonares e múltiplos abscessos hepáticos (MARTINEZ

et al., 2000). As principais características deste caso são classicamente observadas em

infecções por C. violaceum: evolução rápida, abscessos viscerais múltiplos em pulmão fígado

e baço, doenças granulomatosas crônicas, sepsis e óbito (MACHER et al., 1982; SORENSEN

et al., 1985; MARTINEZ et al., 2000). Desde a descoberta da infecção humana pela C.

violaceum em 1927 na Malásia, pouco menos de 150 novos relatos de caso clínico foram

publicados no mundo, especialmente na Ásia, Estados Unidos da América, Austrália e África

(MOORE et al., 2001; MARTINEZ & MATTAR, 2007). Na América do Sul, foram

relatados três casos de infecção por esse microrganismo no Brasil (PETRILLO et al., 1984;

MARTINEZ et al., 2000; DE SIQUEIRA et al., 2005), um na Colômbia (MARTINEZ &

MATTAR, 2007) e um na Argentina (KAUFMAN et al., 1986).

A C. violaceum é um bacilo quimiorganotrófico Gram-negativo, anaeróbio facultativo,

heterotrófico, flagelado e saprófito, encontrado no solo e em águas de regiões tropicais e

subtropicais (GEORGHIOU et al., 1989; HUNGRIA et al., 2004). Tem formato de bastonete

com dimensões aproximadas de 0,5 a 1µm, por 2 a 3µm, com motilidade associada a um

flagelo polar e de um a quatro flagelos laterais. Pode agir como patógeno oportunista em

animais e homens, levando ao óbito por septicemia como resultado tardio de lesões de pele,

abscessos no fígado e pulmão, granulomatose crônica, adenite, osteomielite, celulite

periorbital e infecção ocular (MILLER et al., 1988). Apesar de questionável, a C. violaceum

pode ser considerada um agente de baixa patogenicidade por causar infecções graves apenas

em indivíduos imunodeprimidos (BRADLEY et al., 2000).

A primeira descrição desse microrganismo data de 1880, quando Bergonzini o

classificou como da família Neisseria de β-Proteobacérias (FELTHAM et al., 1984). No

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século XIX, por volta de 1867, Boisbaudran observou a formação de pigmentos violeta sobre

um preparado à base de farinha e definiu o “pequeno organismo” presente na amostra como

responsável pelo evento. Aproximadamente 15 anos depois, Boisbaudran publicou o primeiro

artigo no Comptes Rendues de l’Academie des Science, Paris, que data de 1882. Nesse mesmo

ano, a grafia de seu nome foi corrigida por Zimmerman para Chromobacterium violaceum,

classificando-o como um novo microrganismo produtor de um pigmento violeta único, não

solúvel em água. No Brasil, a C. violaceum foi descoberta e identificada no ano de 1976, pelo

professor Wilson Chagas de Araújo, do Instituto de Microbiologia da UFRJ. A identificação

foi feita a partir de uma amostra coletada na estação de tratamento de água de Manaus, a

aproximadamente 30 metros de profundidade. A partir daí, foram possíveis estudos com

colônias isoladas desse microrganismo no Brasil (DURÁN et al., 2001).

A propriedade antibacteriana da violaceína, sintetizada pela C. violaceum, foi sugerida

a partir de observações clínicas. Curiosamente, a região infectada por C. violaceum de

indivíduos mortos por septicemia, na década de 40, não apresentava outros microrganismos.

Tal constatação chamou a atenção de pesquisadores da época que passaram a suspeitar pela

primeira vez de uma possível atividade antibiótica da violaceína. De fato foi verificado

importante efeito inibitório da violaceína no crescimento de bactérias Gram-positivas e Gram-

negativas, bem como atividade antifúngica e, tantas outras atividades biológicas importantes.

O conceito de que derivados de extratos de plantas e caldos de fermentação de

bactérias do solo podem fornecer substâncias importantes para o desenvolvimento de novos

fármacos é bem aceito pela comunidade científica (STROHL, 2000). O potencial

biotecnológico da C. violaceum resultou em seu sequenciamento genômico no Projeto

Genoma Nacional (Brazilian National Genome Project)

(http://www.brgene.lncc.br/cviolaceum), com a participação do Instituto de Biofísica Carlos

Chagas Filho/UFRJ (VASCONCELOS et al., 2003).

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O sequenciamento genético da C. violaceum promoveu o conhecimento acerca de suas

propriedades fisiopatológicas (DURÁN et al., 2001 ; DURÁN et al., 2007). Em estudos

previamente publicados foram demonstradas atividades de grande relevância médica de

constituintes da C. violaceum, tais como: propriedade antibacteriana (LICHSTEIN & VAN

DE SAND, 1945; DURÁN et al., 1983; DURÁN & MENCK, 2001; NAKAMURA, et al.,

2003), anti-Mycobacterium tiberculosis (DE SOUZA, 1999) fungicida (SHIRATA et al.,

2000; BARRETO et al., 2008); atividade anti-tumoral (UEDA, et al., 1994, MELO et al.,

2000), anti-oxidante (KONZEN et al., 2006), imunomodulatória (ANTONISAMY &

IGNACIMUTHU, 2010), anti-ulcerogênica (DURÁN et al., 2003), atividade anti-leishmania

(LEON et al., 2001), anti-chagásica (DURÁN et al., 1994), capacidade de inibir transdução

de sinais mediados por Akt em células de câncer de colon (DE CARVALHO et al., 2006;

KODACH et al., 2006) e induzir apoptose em células leucêmicas (MELO et al., 2003;

FERREIRA et al., 2004). A violaceína sintetizada pela C. violaceum também apresentou

efeitos anti-herpes e poliovírus (DURÁN et al., 2001; ANDRIGHETTI-FRÖHNER et al.,

2003), também quando associada a 10% de deoxiviolaceína (RETTORI & DURÁN, 1998;

RODRIGUES et al., 2012). Não tão estudados, a aerocianidina (PARKER et al., 1988) e a

aerocavina (SINGH et al., 1988) são sintetizadas em menor quantidade pela C. violaceum e

apresentam potencial antibiótico. Parker e colabroadores (1988) confirmaram a atividade

antimicrobiana da aerocianidina contra 16 espécies bacterianas diferentes, dispostas em 10

gêneros: Staphylococcus, Streptococcus, Micrococcus, Escherichia, Klebsiella, Proteus,

Salmonella, Shigella, Enterobacter e Pseudomonas.

Inibir o sistema de quorum sensing que regula a expressão de fatores de virulência

bacterianos parece ser uma via alternativa muito promissora no controle e tratamento de

doenças infecciosas (HENTZER & GIVSKOV, 2003; HENTZER et al., 2003; RAFFA et al.,

2005; DONG et al., 2007; ARCIOLA, 2009; RAINA et al., 2009). Inúmeras funções

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fisiológicas como a luminescência, virulência, motilidade, esporulação e formação de

biofilme são reguladas por sistemas de quorum sensing (FUQUA et al., 1994; WINSON et

al., 1995; WHITEHEAD et al., 2001; GRAM et al., 2002). Algumas bactérias do solo têm se

mostrado capazes de desfazer ou desorganizar o quorum sensing de outras espécies,

utilizando moléculas que agem como inibidores dessa sinalização célula-célula (FRAY, 2002;

MOLINA et al., 2003). Microrganismos extraorais também são capazes de formar biofilmes,

a exemplo da C. violaceum. Foram identificados grupamentos de genes responsáveis pela

produção de exopolissacarídeos e síntese de alguns polissacarídeos (BECKER et al., 2009).

A violaceína é sintetizada por microrganismos ambientais como a C. violaceum e a

Janthinobacterium lividum, encontrados em rios e solos de regiões tropicais e sub-tropicais e,

sobre a pele de alguns anfíbios, respectivamente. As colônias da C. violaceum exibem

coloração violeta bastante evidente, enquanto as de J. lividum são de cor violeta escuro,

próximo do preto. A violaceína é naturalmente representada por um pigmento azul-

violeta alcaloidal e indólico, com inúmeras propriedades biológicas (RETTORI & DURÁN,

1998; DURÁN et al., 2001; HOSHINO, 2011; RODRIGUES et al. 2012), elevado coeficiente

de extinção molar e baixa solubilidade em água. Kimmel e Maier (1969) descreveram a

biossíntese da violaceína, obtida a partir de duas unidades derivadas de triptofano (iminas de

triptofano e 5-hidroxitriptofano), as quais se condensam e formam um anel de pirrol

correspondente ao ácido protoviolaceínico, que por fim é descarboxilado por oxidação e

resulta na substância em questão (SÁNCHEZ et al., 2006; ASAMIZU et al., 2012). A

estrutura molecular e reações de biossíntese da violaceína estão representadas na Figura 8.

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Figura 8 – Estrutura molecular e biossíntese da violaceína (http://upload.wikimedia.

org/wikipedia/commons/d/da/Bios%C3%ADntesis_de_la_violace%C3%ADna.png)

2.8 – Contaminação por mercúrio na região Amazônica

Em toda a região Amazônica, a principal fonte nutricional de populações ribeirinhas é

o peixe (BARBOSA et al., 1995; DÓREA et al., 2003a, 2003b, 2005, 2006; HURTAGO-

GUERRERO et al., 2005; PIPERATA, 2007a, 2007b; OLIVEIRA et al., 2010). A exposição

direta a essa fonte natural de metil-mercúrio na ingestão alimentar resulta em níveis de

contaminação expressivos por esse composto. Na região do rio Tapajós, os níveis de metil-

mercúrio encontrados em fios de cabelo dos habitantes podem chegar a 150 µg/g (LEBEL et

al., 1998). Segundo o Programa Internacional de Segurança Química (Interational

Programme on Chemical Safety), é possível observar os primeiros sinais e sintomas clínicos

de toxicidade pelo mercúrio a partir da contaminação mercurial de 50µg/g (IPCS, 1990).

O consumo anual de pescado no Lago do Puruzinho é de 148,2 kg/pessoa, sendo a

ingestão média por morador equivalente a 406 g/dia (DP = 204,1). Esse consumo ocorre em

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média, 4 a 14 vezes por semana (OLIVEIRA et al., 2010). Segundo Oliveira e colaboradores

(2010), a espécie de peixe consumida diariamente pode variar em função da oportunidade

(fishing opportunity), em função das mudanças nos níveis fluviais observados no Lago do

Puruzinho. A frequência do consumo de peixe dentre as refeições diárias variou de 52,2% a

95,9% (média observada por unidade familiar). Mensalmente, a população do Lago do

Puruzinho consome, em média, de 1065 a 1198 kg de peixe (OLIVEIRA et al., 2010). Em

comparação com uma população rural da mesma região, onde o consumo de pescado não é

frequente, Fonseca e colaboradores (2008) relataram níveis de metil-mercúrio mais elevados

entre crianças do Lago do Puruzinho (mediana 14,4 µg/g), sendo que 80% dessas se

alimentavam de peixe em pelo menos duas refeições diárias. O mercúrio dosado em fios de

cabelo apresentou correlação positiva (p ˂ 0,001) com idade, unidade familiar (residência) e

contaminação materna, no caso das crianças (OLIVEIRA et al., 2010). Os níveis elevados de

mercúrio total na população do Lago do Puruzinho foram associadas ao consumo de peixe

local (OLIVEIRA et al., 2010).

As manifestações bucais da contaminação por mercúrio são relatadas na literatura

científica: gengivite (CORBETT et al., 2007), sangramento, ulcerações mucosas, linha azul

(“blue line”), paladar metálico, salivação excessiva (DRASCH et al., 2001), perdas e

esfoliações dentárias espontâneas (MARTIN et al., 1997). Uma vez ligado a proteínas

teciduais, o metil-mercúrio pode causar estresse oxidativo (oxidative stress) e subsequente

inflamação em sistemas biológicos, alterando de forma significativa o potencial redox local

(SHENKER et al., 2002).

Em estudo desenvolvido na Coréia (cidades de Shiwa e Banwol), Han e colaboradores

(2009) relataram associação positiva entre periodontite e a exposição ambiental ao mercúrio,

tendo controlado para fatores de erro. A razão de chances entre periodontite e níveis elevados

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de mercúrio foi maior para homens do que para mulheres, com intervalo de confiança (IC

(95%)) observado entre 0,99 e 2,23 e, 0,59 e 1,26, respectivamente.

A interação entre mercúrio e a microbiota oral representa uma dinâmica importante na

toxicidade por esse metal. Ao ser absorvido pela placa bacteriana dental (LYTTLE &

BOWDEN, 1993a), o mercúrio pode ser metilado pelo Streptococcus sanguis, uma espécie

bacteriana presente na microbiota anfibiôntica e em biofilmes dentais (HEINTZE et al.,

1983). Os microrganismos da cavidade bucal apresentam resistência ao mercúrio (LYTTLE &

BOWDEN, 1993b) e mecanismos de detoxificação: i) metilação; ii) dimetilação; iii) produção

de sulfeto de hidrogênio e, iv) união do composto à parede celular (EKMAN et al., 1968;

EDWARDS & MCBRIDE, 1975; HAMDY & NOYES, 1975; HOLM & COX, 1975; GADD

& GRIFFITHS, 1978; COMPEAU & BARTHA, 1984). O Streptococcus mitis e o

Streptococcus oralis apresentam maior resistência ao mercúrio que outras espécies

bacterianas bucais (LYTTLE & BOWDEN, 1993b).

2.9 – Doença periodontal experimentalmente induzida em ratos Wistar

Diferentes modelos animais foram propostos para o estudo de doenças periodontais

(GALVÃO et al., 2003; STRUILLOU et al., 2010). Os ratos representam um modelo animal

interessante por permitir experimentações com tamanhos amostrais expressivos, ser de fácil

manuseio e alocação em biotérios e, por não exigirem custos elevados de aquisição e

manutenção. A doença periodontal é experimentalmente induzida nos molares dos ratos, uma

vez que os dentes incisivos apresentam crescimento contínuo e a morfofisiologia do

periodonto nessa região não é similar ao observado em humanos (SLOAN, 1978; KLAUSEN,

1991; CARTER & SLOAN, 1994; STRUILLOU et al., 2010).

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A indução de periodontite nos ratos pode ser feita por inoculação de bactérias

(BAKALETZ, 2004; DUMITRESCU et al., 2004; DE AQUINO et al., 2009) ou por

ligaduras com fios de algodão ou seda ao redor dos molares (ROVIN et al., 1966). À

histopatologia é possível observar a presença de gengivite marginal com ulcerações e edema,

a formação de bolsas periodontais profundas, o sangramento gengival, a ulceração do epitélio

juncional e perdas ósseas significativas. Trinta dias após a indução da doença em ratos, é

possível observar também um infiltrado inflamatório linfocítico, macrófagos,

polimorfonucleares, danos às fibras colágenas e fibroblastos, bem como a intensa atividade

osteoclástica (KLAUSEN, 1991; STRUILLOU et al., 2010).

Microscopicamente, é possível identificar a migração apical do epitélio juncional

(GALVÃO et al., 2003), injúrias à inserção conjuntiva (GUGGENHEIM & SCHROEDER,

1974) e infiltrado inflamatório com presença de linfócitos, macrófacos e leucócitos (LEKIC et

al., 1989) . Os primeiros sinais de inflamação podem ser observados 8 dias após a instalação

da ligadura (GALVÃO et al. , 2003) e, a reabsorção óssea alveolar pode ser identificada a

partir do décimo sétimo dia de doença periodontal experimentalmente induzida (JOHNSON,

1975) .

Apesar de ratos Wistar não desenvolverem periodontite naturalmente, o modelo de

ligadura com fios de algodão ou seda na cervical dos molares de roedores, permite o

desenvolvimento de periodontite bastante similar à doença existente em humanos (ROVIN et

al., 1966; LEKIC et al., 1989; KLAUSEN, 1991). Os eventos microbiológicos relacionados

com o fator retentivo de placa criado artificialmente em torno dos molares se assemelham aos

da periodontite em humanos (ISOGAI et al., 1985). Aproximadamente 25 espécies

bacterianas encontradas no biofilme de ratos hibridizaram às sondas específicas para

periodontopatógenos humanos, em quantidade superior a 104 células por ligadura (ROVIN et

al., 1966; SALLAY et al., 1982; KLAUSEN, 1991; DUARTE et al., 2010). Por ser um

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modelo validado na literatura (KLAUSEN, 1991), é possível testar os efeitos da C. violaceum

e/ou da violaceína no estabelecimento da microbiota bucal, no desenvolvimento do biofilme

dental e na fisiopatologia da periodontite in vivo em ratos Wistar.

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3 – PROPOSIÇÃO

Descrever o perfil clínico periodontal da população do Lago do Puruzinho e sua

evolução prospectiva no período de 24 meses, tendo a “água negra” proveniente do lago para

o consumo diário, como principal fator de exposição (presença da C. violaceum nesse

ambiente). Desenvolver ensaios experimentais iniciais que avaliem o efeito da C. violaceum

na prevenção de periodontite, consideramdo-a como possível variável explicativa para o

desfecho saúde, observado ao exame clínico periodontal realizado no Lago do Puruzinho, no

ano de 2010.

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4 – OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Definir o perfil clínico periodontal da população do Lago do Puruzinho em 2010, a

partir de prevalências e análises de correlação;

• Descrever as mudanças no perfil clínico periodontal (incidências) da comunidade do

Lago do Puruzinho no período de seguimento de 24 meses, tomando a fonte da água

consumida diariamente (água do lago vs poço artesiano, pelo período de 24 e 12

meses, respectivamente) como fator de exposição;

• Testar a hipótese de que a água do Lago do Puruzinho possa estar associada com

parâmetros clínicos periodontais compatíveis com saúde, tomando a comunidade

ribeirinha de Buiuçu como grupo controle de comparação;

• Comparar o perfil clínico periodontal dos moradores do Lago do Puruzinho usuários

de água do poço artesiano com os que mantiveram o consumo de água do lago, em

2012;

• Avaliar a participação da higiene bucal, utilização prévia de antimicrobiano sistêmico,

fumo, alcoolismo, contaminação por mercúrio e eosinofilia, nos desfechos estudados;

• Avaliar experimentalmente o potencial da C. violaceum e da violaceína participarem

do estabelecimento e evolução de doenças periodontais, prevenindo-as.

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5 – HIPÓTESES DE ESTUDO

Trabalhamos com a hipótese de que a “água negra” proveniente do Lago do

Puruzinho, consumida diariamente pela população local, possa apresentar associação positiva

com o quadro clínico de saúde periodontal observado na expedição de 2010. Consideramos

possível que a C. violaceum presente na “água negra” do lago seja uma variável explicativa

para essa observação.

5.1 – Hipótese nula

A hipótese nula (H0) a ser testada (rejeitada) tem como princípio para a análise

estatística dos dados, a não associação entre a água do Lago do Puruzinho utilizada para o

consumo diário e o quadro clínico compatível com saúde periodontal observado na expedição

realizada em 2010, bem como a ausência de efeitos preventivos para perda de inserção clínica

e aprofundamento patológico do suco gengival (bolsa periodontal) no período de seguimento

prospectivo de 24 meses.

5.2 – Hipótese alternativa

A hipótese alternativa (H1) do presente trabalho considera possível, a associação

positiva entre a água do Lago do Puruzinho utilizada para o consumo diário e o quadro clínico

de saúde periodontal observado nos ribeirinhos do Lago do Puruzinho na expedição realizada

em 2010, bem como um efeito preventivo para perda de inserção clínica e aprofundamento

patológico do suco gengival (bolsa periodontal) no período de seguimento prospectivo de 24

meses.

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6 – MATERIAIS E MÉTODOS

6.1 – Delineamento da Tese

A presente tese caracteriza-se por um estudo epidemiológico observacional de amostra

censitária e exploração inferencial de dados relacionados com a condição clínica periodontal

de populações ribeirinhas da Amazônia, complementado por resultados experimentais

preliminares. A exploração dos dados se deu de forma qualitativa e analítica, na qual a “água

negra” proveniente do Lago do Puruzinho foi o fator de exposição estudado e o desfecho, o

exame clínico periodontal.

A pesquisa epidemiológica de campo foi conduzida em três estudos, transcritos em

três capítulos seguintes: 1) refere-se ao estudo transversal de caracterização da população do

Lago do Puruzinho na expedição do ano de 2010, no qual o padrão periodontal clinicamente

observado compatível com saúde sugere a possível participação de fatores ambientais locais

na prevenção e controle de doenças periodontais; 2) reavaliação dos moradores do Lago do

Puruzinho na expedição de 2012, tomando o grupo de indivíduos usuários do poço artesiano

como grupo controle de coorte interno para a hipótese estudada (efeito protetor da “água

negra” do lago), e estudo longitudinal de acompanhamento dos parâmetros clínicos

periodontais com 24 meses de seguimento; 3) estudo transversal comparativo entre a

população do Lago do Puruzinho e a comunidade de Buiuçu, formada por ribeirinhos usuários

de “água branca”, proveniente do Rio Madeira (Figura 11). As expedições de 2010 e 2012

foram conduzidas em Fevereiro e Março, respectivamente, para o Lago do Puruzinho e

Buiuçu. Em Novembro, retornamos para avaliação apenas da população de Buiuçu.

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81

O Capítulo 4 apresenta os dados experimentais preliminares in vivo do efeito da C.

vilaceum disponível na ingestão hídrica de ratos Wistar, na manutenção do osso alveolar

adjacente às ligaduras, instaladas nos molares para indução de periodontite.

Em anexo, resultado preliminar de um ensaio in vitro do efeito da violaceína em

culturas de Porphyromonas gingivalis.

6.2 – Amostras populacionais estudadas

Realizamos um censo nas comunidades estudadas por meio de inquérito aplicado a

cada morador e em cada casa, tendo participado do estudo apenas indivíduos aprovados nos

critérios de seleção (critérios de inclusão e exclusão):

Critérios de inclusão

• Ter idade igual ou superior a 12 anos;

• Ser morador do Lago do Puruzinho há pelo menos 5 anos;

• Não passar mais que 1/4 do ano (3 meses) fora da comunidade do Lago do Puruzinho;

Critérios de exclusão

• Ter feito tratamento odontológico nos últimos 6 meses;

• Ter feito uso de antimicrobiano ou antinflamatório nos últimos 6 meses;

• Ter indicação de profilaxia antibiótica;

• Não querer participar do estudo ou não assinar o termo de consentimento livre e

esclarecido.

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6.3 – Descrição das populações estudadas

Os habitantes do Lago do Puruzinho formam uma comunidade ribeirinha

relativamente jovem, com aproximadamente 50 anos de existência desde a chegada do

primeiro morador local para o trabalho na seringueira. Observamos em campo, as três

gerações de indivíduos nascidos e criados na localidade. Apesar de ser tecnicamente

classificada como uma área peri-urbana, o isolamento do Lago do Puruzinho decorre da

distância de regiões urbanas, de sua localização geográfica, da cultura, hábitos, recursos

limitados e do complexo trajeto fluvial da Amazônia. Esses fatores, somados à limitação

financeira da comunidade do Lago do Puruzinho, tornam restrito ou nulo o acesso dos

moradores locais à atenção médica e odontológica, bem como a medicamentos e métodos de

higiene bucal adequado. Em embarcações a remo, o trajeto entre o Lago do Puruzinho e

Humaitá (município amazonense mais próximo) dura cerca de 6 horas, o que pode ser

reduzido a aproximadamente 3 horas com o auxílio de motores a combustão (“rabeta”). A

dificuldade de locomoção das comunidades ribeirinhas até o serviço de saúde público, o

número limitado de atendimentos diários e a dificuldade de pernoitar na cidade, resultam na

procura por atendimento emergencial apenas em situações extremas (dor e complicações de

infecções odontogênicas). A partir disso, a exodontia é tida como solução definitiva para a

maior parte dos casos de enfermidades dentárias, justificando o número elevado de dentes

perdidos ou com exodontia indicada.

As residências locais de comunidades ribeirinhas são feitas de madeira e palha pelos

próprios moradores (Figura 9). São construídas afastadas do solo em aproximadamente um

metro para evitar a umidade proveniente do contato direto com o solo, especialmente em

função das fortes chuvas, bem como evitar o acesso de animais como onças e cobras ao seu

interior. O cuidado com a exposição a animais silvestres pode ser observado também na

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construção da cozinha, normalmente destacada do restante da casa. Em geral, os moradores

dormem em redes e vivem expostos a vetores como os da malária, por existirem frestas entre

as maderias e palhas que estruturam as casas.

Não existe saneamento básico ou fossa, o banheiro é feito um cômodo de 1,5 m2 com

um buraco no chão, localizado na entrada da floresta, aos fundos das casas (Figura 10). Em

função das chuvas intensas e de outros fatores ambientais, é possível que o contato dos

dejetos pessoais com o solo possa chegar à margem do lago ou de igarapés onde as coletas de

água e a higiene pessoal são realizadas. Os resíduos sólidos são dispensados no meio

ambiente próximo a fontes de captação de água ou sobre o solo, podendo ser queimados,

enterrados ou despejados em rios e igarapés, assim como ocorre em outras populações

rieirinhas (GIATTI et al., 2004). Somado a essas características, a falta de hábito de higiene

das mãos e, o contato direto da pele e dos pés com o solo, fazem das doenças parasitárias do

trato gastroinstestinal uma realidade endêmica entre ribeirinhos da Amazônia (BOIA et al.,

1999).

A alimentação no Lago do Puruzinho é constituída principalmente de peixes locais,

farinha de mandioca brava, castanhas e, eventualmente, açaí e caça. A base da alimentação e

dos recursos nutricionais dessa população se restringe a esses cinco elementos. A escova

dentária utilizada para higiene bucal é dividida por mais de um membro da família por um

longo período de tempo, os quais fazem uso de dentifrícios comercialmente disponíveis no

município de Humaitá. A higiene dos dentes é feita, na maioria das vezes, duas vezes por dia,

sem uso de fio dental nem escovação do dorso lingual. A água utilizada para bochecho é a

mesma utilizada para ingestão hídrica, coletada por canecas a partir das moringas de barro

mantidas dentro das casas.

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Figura 9 – Fotografias de residências à margem do Lago do Puruzinho, ilustrando a estrutura

física e sua localização em relação à floresta Amazônica e à fonte e água natural mais

próxima (lago)

Figura 10 – Fotografias do “banheiro” utilizado no Lago do Puruzinho. Consiste em um

cômodo feito de madeira e palha, sem porta, sem saneamento básico nem recursos de higiene

pessoal, com apenas um buraco na terra para defecar. a) aspecto visual externo; b) fotografia

do interior, com o buraco na terra evidenciado pela seta amarela

Toda comunidade ribeirinha faz sua higiene pessoal na margem dos lagos, igarapés e

rios, sobre um deque de madeira flutuante, onde também lavam suas roupas e mantém as

a b

Fotografia: Davi da Silva Barbirato Fotografia: Davi da Silva Barbirato

Fotografia: Davi da Silva Barbirato Fotografia: Davi da Silva Barbirato

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mandiocas bravas coletadas de molho para posterior preparo nas casas de farinha. O deque de

madeira tem a importância de protegê-los de animais como jacarés, sucuris, poraquê e candiru

e, de afogamento.

Toda água utilizada no preparo de alimentos, na ingestão hídrica e para higiene

pessoal advém da fonte de água doce mais próxima: i) no caso do Lago do Puruzinho, a água

é coletada na margem do lago e, ii) em Buiuçu, a água é coletada na margem do rio Madeira.

A comunidade de Buiuçu fica localizada à margem esquerda do Rio Madeira, próximo

à entrada do igarapé que leva ao Lago do Puruzinho (Figura 11). Alguns indivíduos dessa

comunidade são parentes de moradores do Lago do Puruzinho e residem nessa localidade pelo

mesmo período de tempo, estando expostos às mesmas variáveis, com exceção da água

consumida diariamente. Em Buiuçu a fonte de água mais próxima é o rio Madeira, um rio de

“água branca” que passa por um tipo de tratamento antes de ser consumida pelos moradores,

especialmente por ser rica em sólidos em suspensão. O agente de saúde de Humaitá

responsável por Buiuçu instruiu a comunidade a manter a água em recipientes por 24hs, a fim

de sofrer decantação e, adicionar cloro líquido (Hipoclorito de Sódio LAFEPE©, distribuído

pelo Ministério da Saúde) para descontaminação da mesma. Depois desse processo, a água é

armazenada em moringas e consumida da mesma forma que no Lago do Puruzinho. Fatores

de erro podem ser evitados pela semelhança existente entre as comunidades teste (Lago do

Puruzinho) e controle (Buiuçu), onde a alimentação é rigorosamente a mesma, a ponto de o

pescado, a caça, o açaí e a mandioca brava serem adquiridos das mesmas fontes. Isso se dá,

pois a floresta presente aos fundos da comunidade de Buiuçu é a mesma que circunda todo o

Lago do Puruzinho. Além disso, caminhando mata-a-dentro, os moradores de Buiuçu

alcançam os igarapés e o lago, ambos de “água negra”, onde a disponibilidade de pescado

bom para a alimentação é maior e de melhor qualidade que no rio Madeira.

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Em Março de 2012, observamos a implementação de um poço artesiano no Lago do

Puruzinho construído pela prefeitura de Humaitá no ano de 2011, tendo beneficiado

inicialmente apenas 4 das 13 casas existentes ao redor do lago. Sendo assim, um pequeno

grupo de moradores do Lago do Puruzinho deixou de fazer uso da água do lago para o

preparo de alimentos e ingestão hídrica, o que caracteriza um grupo controle de Coorte

interna para testarmos a hipótese de a água do lago estar associada com o quadro clínico de

saúde periodontal observado em 2010, bem como a evolução dos parâmetros estudados, numa

avaliação prospectiva de incidência de sinais e sintomas clínicos compatíveis com doença

periodontal e risco de desenvolvimento da mesma.

Figura 11 – Representação esquemática da localização do Lago do Puruzinho e de Buiuçu no

mapa do Brasil, modificado de Nascimento et al., 2006: a) Lago do Puruzinho fica no

município de Humaitá, estado do Amazonas. Coordenada obtida no centro do lago com

aparelho GPS (GARMIN GPSmap60CSx ): S07º22’19,2’’ e W063º02’32,2’’; b) Buiuçu fica

na margem esquerda do rio Madeira próximo ao igarapé de entrada para o Lago do

Puruzinho: Datum WGS84, ZONA20M, Lati-9182103,36 e Lon- 499367,81

a

b

Humaitá - AM

rio Madeira

Figura ilustrativa por:

Davi da Silva Barbirato

Escala Gráfica

1:150.000

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6.4 – Questionário e intervenções clínicas odontológicas

O questionário odontológico abrangeu informações demográficas, informações

relacionadas com a saúde bucal e sistêmica, o uso de fármacos, os principais problemas de

saúde na comunidade, os hábitos e a cultura local. As perguntas eram aplicadas pelo mesmo

pesquisador, previamente condicionado a abordar de forma bastante clara e direta cada

participante.

Os exames clínicos periodontais foram realizados por dois examinadores especialistas

e mestres em Periodontia, previamente treinados e calibrados para concordância intra e

interexaminadores ≥ 0,80 (80%), obtida pelo índice Kappa para medidas dicotômicas e Índice

de Correlação Intraclasse (ICC – Intraclass Correlation) para medidas contínuas.

Em 2010, os exames clínicos foram realizados na escola e nas residências, sempre em

presença de luz natural e complementação com luz artificial com lanternas (Figura 12). Na

expedição de 2012, os exames clínicos foram realizados na escola, no Lago do Puruzinho,

onde instalamos um consultório odontológico portátil com condições satisfatórias de luz e

ergonomia (Figura 13). Em Buiuçu, pela impossibilidade de instalação do consultório portátil,

trabalhamos com uma embarcação que dispunha de consultório odontológico próprio (Figura

14). A iluminação da cavidade bucal foi complementada por lanternas do tipo minerador

(SEGUNDO et al., 2004). O exame clínico periodontal foi realizado por meio de: espelho nº 5

(SSWhite©, Duflex

®), pinça para algodão (SSWhite

©, Duflex

®), sonda periodontal universal

do tipo Carolina do Norte (Hu-Friedy®

#15) e sonda Nabers (Hu-Friedy®

#2).

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Figura 12 – Fotografias do atendimento odontológico (a, b) e médico (c) prestados na escola

do Lago do Puruzinho (2010)

Figura 13 – Fotografias do equipamento odontológico portátil instalado no interior da escola

do Lago do Puruzinho, próximo à janela para receber iluminação natural, complementar à

artificial oferecida pelo ambiente interno da sala de aula, pelo equipo dentário e por lanternas

portáteis tipo minerador, afixadas na cabeça do examinador (2012)

Figura 14 – Fotografias da embarcação que dispunha de consultório odontológico. À

esquerda, fotografia da embarcação com a rampa de acesso; à direita, coleta de amostra

biológica de uma moradora de Buiuçu

Fotografias: Davi da Silva Barbirato

a b c

Fotografias: Davi da Silva Barbirato

Fotografias: Davi da Silva Barbirato

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A sondagem periodontal foi realizada em seis sítios por dente, sendo três deles por

vestibular e três por lingual ou palatina (mesial, medial e distal), exceto os terceiros molares.

O exame clínico periodontal de “boca toda” (full-mouth), exceto terceiros molares (BECK &

LÖE, 1993), reduz significativamente a estimativa de fatores de confundimento em relação a

exames parciais, em que alguns resultados podem ser subestimados (AINAMO & AINAMO,

1985; PAPAPANOU et al., 1993; KINGMAN et al., 2008). As variáveis periodontais

clinicamente avaliadas foram: Índice Gengival (IG), Índice de Placa (IP), Cálculo dental

(CALC), Profundidade de Bolsa à Sondagem (PBS), Nível Clínico de Inserção (NCI), Índice

de Sangramento à Sondagem (ISS), Recessão gengival (REC), Perda de Inserção clínica

periodontal (P.INSERÇÃO), Supuração (SUP) e Mobilidade dentária (MO)

• IG, IP (AINAMO & BAY, 1975), CALC, ISS (MÜHLEMANN & SON, 1971) e SUP

= variáveis dicotômicas (0 – ausente; 1 – presente);

• PBSa = distância entre o fundo do sulco/bolsa periodontal e a margem gengival;

• NCIb = distância entre o fundo do sulco/bolsa periodontal e a junção cemento-esmalte

(JCE), quando a mesma fosse supragengival (recessão gengival) ou, medida repetida

de PBS (sem visão direta da JCE);

• ISS (VAN DER WEIJDEN et al., 1994b) = variáveis dicotômicas (0 – ausente; 1 –

presente);

• REC = NCI – PBS (visão direta da JCE, onde NCI ˃ PBS);

• P.INSERÇÃO = PBS – 3 (casos onde PBS ≥ 4 mm);

• MOB (LOVDAL, et al., 1959) = Grau 0, mobilidade normal; Grau 1, mobilidade

dentária discreta; Grau 2, mobilidade dentária expressiva, apenas no sentido

transversal (sem mobilidade axial); Grau 3, mobilidade dentária axial evidente.

a, b - (ROSE et al., 2007; LINDHE et al., 2010; NEWMAN et al., 2012).

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As medidas de PBS foram superiors à NCI em sítios periodontais com sinais clínicos

de inflamação gengival associados à edema (hiperplasia inflamatória) ou, nos casos de

aumento gengival por hiperplasia fibrosa. Nesses casos, utilizamos a medida de PBS

clinicamente observada e definimos NCI como sendo 1 mm. Essa situação representa sítios

periodontais com pseudobolsa periodontal.

A sondagem periodontal foi padronizada. Utilizamos a angulação do instrumento em

0°, tomando como referência o eixo longo do dente (sonda periodontal paralela ao dente

examinado), nos sítios periodontais vestibulares, linguais, palatinos e em regiões proximais,

na ausência do dente vizinho. A sondagem proximal interdental foi feita com a sonda

milimetrada inclinada em aproximadamente 45°, com o objetivo de alcançar o fundo da área

de col (NEWMAN et al., 2012). O(s) examinador(s) deve(m) ser calibrado(s); a calibração

deve ser feita intra e interexaminador (VAN DER WEIJDEN et al., 1994a).

Utilizamos índices periodontais sugeridos pela OMS, mundialmente empregados em

estudos epidemiológicos:

• Índice periodontal comunitário - CPI (WHO, 1997);

• Índice periodontal comunitário de necessidade de tratamento periodontal - CPITN

(AINAMO et al., 1982);

• Índice de extensão e severidade - ESI (CARLOS et al., 1986)*;

• Índice de dentes cariados, perdidos e obturados - CPOD (KLEIN & PALMER, 1937).

* No presente estudo, a ausência de bolsa periodontal é diagnosticada clinicamente

por medidas de sondagem clínica do sulco gengival iguais ou inferiores a 3 mm, o que indica

que a perda de inserção de 1 mm por periodontite resultaria em profunidade de bolsa à

sondagem igual a 4 mm. Sendo assim, consideramos os sítios periodontais com PBS ≥ 5 mm

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indicativos de perda de inserção superior a 1 mm associada a bolsa periodontal, como

sugerido pelos critérios de avaliação do índice ESI.

6.5 – Diagnóstico clínico de doença periodontal

Trabalhamos com critérios diagnósticos de periodontite para estudos epidemiológicos,

propostos por 6 estudos. Lindhe e colaboradores (2010) sugerem a classificação de Tonetti &

Claffey (2005) como padrão para estudos epidemiológicos em Periodontia. Na presente tese,

diagnosticamos periodontite a partir de cada um dos seis critérios sugeridos na literatura

(Quadros 2 e 3) e, aceitamos o resultado igualmente observado em três ou mais critérios

(TONETTI & CLAFFEY, 2005; LINDHE et al., 2010) como conclusivo de periodontite. Os

estudos de Page & Eke (2007) e de Preshaw (2009) categorizam os diagnósticos de

periodontite de acordo com sua extensão e/ou severidade (PAGE & EKE, 2007; PRESHAW,

2009). Nessas situações, consideramos periodontite, casos em que os indivíduos examinados

foram enquadrados em quaisquer categorias propostas pelos autores, não importando a

classificação da doença.

O estudo de Van der Velden divide-se em duas etapas: i) diagnóstico de periodontite

e, ii) descrição da doença a partir de quatro critérios (extensão, gravidade, idade e

características cínicas). Utilizamos apenas os critérios diagnósticos propostos pelo autor

(Quadro 3 *), não importando a descrição e/ou classificação da doença (VAN DER

VELDEN, 2000). Os protocolos de diagnóstico clínico de periodontite sugerido pelos seis

artigos estão descritos nos Quadros 4 e 5.

Para avaliação longitudinal no Lago do Puruzinho (Capítulo 2), utilizamos os critérios

propostos por Tonetti & Claffey (2005) para diagnóstico de progressão de periodontite

(Quadro 4).

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94

O diagnóstico de progressão de periodontite contempla a identificação de pelo menos

dois dentes com perda de inserção clínica proximal ≥ 3 mm, observada longitudinalmente, em

em função de bolsa periodontal. Por se tratar de progressão de periodontite, tomamos como

ou

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95

base o consenso de que a ausência de bolsa periodontal é diagnosticada clinicamente por

medidas de sondagem clínica do sulco gengival iguais ou inferiores a 3 mm. A perda de

inserção ≥ 3 mm causada por periodontite resultaria, então, em profunidade de bolsa à

sondagem ≥ 6 mm. Sendo assim, os sítios periodontais diagnosticados com PBS ≥ 4 mm

(bolsa periodontal) em 2010 que apresentaram PBS ≥ 7 mm em 2012, em pelo menos um sítio

periodontal em dois ou mais dentes diferentes, foram diagnosticados com progressão de

periodontite segundo critérios propostos por Tonetti & Claffey, 2005 (Quadro 4).

Utilizamos critérios diagnósticos de gengivite a partir do estudo “Experimental

Gingivitis in Man”, em que o Índice Gengival de Löe e Silness (1963) foi o principal método

identificador da condição clínica gengival (LÖE et al., 1965). Löe e colaboradores (1965)

examinaram três sítios periodontais por dente (bucal, mesial e lingual) e geraram as médias

dos escores obtidos por unidade dentária, a nível individual e, da amostra populacional

estudada. Os autores classificaram os sinais clínicos de inflamação gengival em quatro

escores: i) 0 – ausência de inflamação; ii) 1 – inflamação leve, pequena mudança de cor e

textura; iii) 2 – inflamação moderada, brilho moderado, vermelhidão, edema , hipertrofia e

sangramento ao estímulo mecânico; iv) 3 – inflamação severa – vermelhidão e hipertrofia

marcantes, tendência ao sangramento espontâneo e ulceração. Os índices observados entre 0,1

e 1,0 caracterizavam inflamação leve, enquanto valores obtidos entre 1,1 e 2,0 representavam

inflamação moderada e, entre 2,1 e 3,0, inflamação severa (LÖE et al., 1965). Sendo assim,

Löe e colaboradores (1965) diagnosticaram gengivite a partir do Índice Gengival equivalente

a 0,1. O IG (AINAMO & BAY, 1975) pode ser comparado e representado pelo escore 2 de

inflamação gengival utilizado por Löe e colaboradores em 1965. A partir dessa observação,

adaptamos a metodologia utilizada em 1965 por Löe e colaboradores ao exame clínico

periodontal contemporâneo (Quadro 5).

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96

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97

6.6 – Avaliação estomatológica

Seguimos o guia de diagnóstico para lesões de mucosa bucal para pesquisas

odontológicas da Organização Mundial da Saúde (WHO, 1997), como cartilha de exame

clínico estomatológico. A semiotécnica empregada nos exames clínicos consistiu de: inspeção

visual, palpação, coleta de dados referenciados pelo próprio indivíduo e exploração da lesão

(PORTO & PORTO, 2009). Os diagnósticos diferenciais e sugestivos foram registrados e

descritos com base nas principais literaturas em patologia bucal (NEVILLE et al., 2001;

TOPAZIAN & GOLDBERG, 2002; LASKARIS & SCULLY, 2005; GREENBERG &

GLICK, 2008; NEVILLE et al., 2009; SCULLY, 2009).

Os exames clínicos foram realizados por meio de espelho plano n° 5 (SSWhite©,

Duflex®), pinça para algodão (SSWhite

©, Duflex

®), sonda exploradora n° 1 (SSWhite

©,

Duflex®), gaze, algodão e campos descartáveis de tecido, esterilizados por autoclavação.

A partir das características das populações estudadas, consideramos a exposição ao

sol, o contato direto com o mercúrio metálico e as doenças endêmicas da região Amazônica

como fatores de exposição importantes.

6.7 – Avaliação médica

O quadro de saúde geral e os dados antropométricos de cada indivíduo foram

avaliados pelas doutoras Denise Pires de Carvalho e Tamar Gomes Pinheiro Frankenfeld,

médicas pesquisadoras do Laboratório de Fisiologia Endócrina (IBCCF). Os principais

parâmetros clínicos avaliados foram pressão arterial, índice de massa corporal (IMC),

distúrbios da tireóide, linfadenopatias e patologias diversas relatadas pelos participantes. O

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exame bioquímico de sangue incluiu a glicemia em jejum, hemograma completo e

lipidograma.

Foram considerados diabéticos, indivíduos com glicose plasmática em jejum, ≥ 126

mg/dl (AMERICAN DIABETES ASSOCIATION, 2007). Níveis de colesterol total ˃ 240

mg/dl caracterizaram quadro de hiperlipidemia. A obesidade foi definida a partir do índice de

massa corporal (IMC) ˃ 25 kg/m, calculado pela divisão do peso, em quilograma, pela altura

ao quadrado (NISHIDA et al., 2004). A eosinfilia foi observada no hemograma completo

(valores de referência: 1 a 6%; 2 a 500/mm3).

6.8 – Carga tabágica

O cálculo de carga tabágica proposto por Peto (1986) reflete um valor numérico

representativo do número de anos consumindo um maço de cigarros diariamente:

Carga tabágica = N maços-dia X N anos como fumante

N maços-dia = N cigarros consumidos diariamente / 20 (N de cigarros por maço)

N = número (quantidade) X = multiplicação / = divisão

Unidade de medida = maços/ano

A unidade de media em maços/ano sugere que o número absoluto gerado ao final do

cálculo represente o número de maços consumidos por ano, no entanto, reflete o número de

anos com consumo equivalente a um maço de cigarros, por dia.

6.9 – Determinação de metil-mercúrio (MeHg)

O diagnóstico de contaminação por mercúrio orgânico pode ser feito em amostras de

cabelo, sangue ou urina (WASSERMAN et al., 2001). As amostras de cabelo coletadas de

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99

moradores da região do Lago do Puruzinho e em Buiuçu foram analisadas no Laboratório de

Biogeoquímica Ambiental Wolfgang Christian Pfeiffer, em colaboração com o professor Dr.

Wanderley Rodrigues Bastos. O protocolo de determinação de MeHg nas amostras toma

como base a metodologia descrita por Bloon (1988) e pela Environmental Protection Agency

(EPA, 2001). As amostras foram pesadas em uma balança digital de precisão (Marte®, mod.

AM 220), onde aproximadamente 0,2 g foram utilizados em duplicata. O processo de digestão

de cabelo humano começa pela adição de 25% KOH/metanol para separação por

cromatografia líquida de alta pressão (HPLC). Em seguida, é adicionado KOH/metanol

referente a 25% do peso das amostras (4 mL/g), as quais devem ser mantidas por 6-8 horas a

68º C. Após as digestão, 30µL do extrato digerido é levado para um frasco âmbar de 40 mL,

ao qual se adiciona 200 µL da solução tampão para ajuste do pH em 4,9. Posteriormente, é

feita a etilação das amostras pela adição de 50 µL do agente derivatizante NaBEt4. A análise é

feita por fluorescência atômica (CG-AFS, MERX™ Automated Methyl Mercury Analytical

System – Brooks Rand).

O controle de qualidade foi realizado empregando os controles (brancos) do processo

de digestão e da pureza dos reagentes. A determinacão do MeHg foi feita em duplicata e o

material seguiu os certificados de referência IAEA-085 e 086.

6.10 – Análise microbiológica por cultura, de amostras de água

Coletamos amostras de água das moringas das casas, do poço artesiano e do lago, no

Lago do Puruzinho, bem como amostras de água das casas de Buiuçu (moringa) e do rio

Madeira. As coletas e armazenamento foram feitos com frascos descartáveis estéreis.

Preparamos placas de meio de cultura LB sólido, acrescidos e não acrescidos de

100µg/mL de ampicilina para detecção da C. violaceum e isolamento das colônicas

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100

bacterianas nas amostras de água estudadas. Para a preparação de meio de cultura LB líquido

foram usados: 10 g/L de triptona (BD Bacto™ Tryptone, Difco™, USA), 5 g/L de extrato de

levedura (BD Difco™ Yeast Extract, Difco™, USA), NaCl 15 g/L (MerckMillipore®,

Merck©, Darmstadt, Alemanha). No caso de culturas de C. violaceum para extração de

violacína, o meio foi suplementado com 20 g/L de glucose (MerckMillipore®, Merck

©,

Darmstadt, Alemanha). Avolumar para 1 L com água destilada deionizada. A preparação do

meio de cultura LB sólido, indicado para contagem e isolamento de colônias bacterianas,

segue o mesmo protocolo da forma líquida acrescentando apenas 15 g/L de ágar (BD Bacto™

Ágar-ágar, Difco™, USA). Os meios de cultura foram esterilizados por autoclavagem e

mantidos em frascos hermeticamente fechados (LB líquido) ou evertidos (25 mL) em placas

de Petri estéreis pela radiação gama. A ampicilina, quando utilizada, foi acrescentada para

concentração final de 100 µg/mL (Sigma-Aldrich®, St. Louis, MO) após resfriamento parcial

das soluções. A ampicilina foi utilizada para favorecer a seletividade para C. violaceum, por

ser, esta bactéria, resistente a esse antimicrobiano.

A contagem de unidades formadoras de colônias por mL foi realizada manualmente

com o auxilio de lupa, com retroiliminação.

6.11 – Análise estatística

As planilhas e os testes estatísticos foram trabalhados no programa estatístico SPSS®

(Statistical Package for the Social Sciences, IBM© Corporation, Armonk, NY), versão 20.0.

Após lançados os dados, um segundo pesquisador conferiu cada célula da planilha com a

finalidade de prevenir o viés de inserção de dados.

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Os parâmetros IG, IP, CALC, ISS, SUP e MOB foram analisados como frequência

relativa média, observada ao nível do sítio periodontal e por indivíduo. PBS e NCI médios

apresentados por sítio periodontal e a nível individual.

Avaliamos a distribuição das variáveis de estudo em relação à curva de Gauss pelo

teste Kolmogorov-Smirnov.

• Variáveis homocedásticas - as comparações entre duas médias foram realizadas pelo

teste t de Student e, as comparações entre mais de duas categorias foram avaliadas

estatisticamente por ONEWAY ANOVA (análise de variância), com correção para

comparações múltiplas pelo pós-teste de Bonferroni. Variveis dicotômicas e nominais

foram analisadas por teste Qui-quadrado;

• Não-homocedásticas - as comparações entre duas médias avaliadas pelo teste

Wilcoxon-Mann-Whitney. A avaliação de amostras nominais e ordinais de mais do

que duas amostras independentes, foi analisada estatisticamente pelo do Qui-quadrado

para amostras independentes e pelo teste de Kruskal-Wallis, respectivamente. A

avaliação da relação entre duas variáveis nominais independentes foi analisada pelo

teste de independência do Qui-quadrado (χ2 p/ tendência). O teste de Friedman e o

teste Qui-quadrado de Cochran foram utlizados para análise de mais de duas amostras,

pareadas, de dados nominais ou ordinais, respectivamente. Avaliamos as possíveis

correlações entre variáveis dicotômicas pelo coeficiente de correlação de Phi.

A análise de correlação de dados não-paramétricos foi feita pelo coeficiente de correlação

de Spearman.

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A avaliação longitudinal das mudanças nos parâmetros clínicos periodontais avaliados

enttre 2010 e 2012 no Lago do Puruzinho foi observada pelo teste Wilcoxon (amostra

populacional pareada).

O nível de significância de todas as análises foi estimado em 5%.

6.12 – Considerações éticas

O projeto foi aprovado pelo comitê de ética avaliador do Hospital Universitário

Clementino Fraga Filho/UFRJ. Aprovação do parecer nº48/2011, processo nº06/2010.

Com base na resolução 196/96 do comitê de ética em pesquisa, cada participante teve

o direito de deixar de participar do estudo no momento em que julgasse necessário. Todos os

indivíduos não incluídos no estudo tiveram a oportunidade de ser examinados e de se

beneficiar com nossa ida à comunidade tanto quanto os que fizeram parte do projeto de

pesquisa. Cada participante no estudo assinou o termo de consentimento livre e esclarecido

permitindo o exame clínico periodontal, a coleta de materiais biológicos e a divulgação dos

dados e fotografias em revistas e eventos científicos. Quando o indivíduo examinado foi

incapaz de assinar o termo de consentimento livre e esclarecido ou menor de 18 anos,

solicitamos a assinatura e a presença do responsável direto na aplicação dos questionários.

Na expedição de 2010, todos os moradores do Lago do Puruzinho receberam instrução

de higiene oral, material de higiene bucal adequado e foram devidamente encaminhados para

o serviço de saúde médico e odontológico de Humaitá.

O estudo longitudinal foi possível uma vez que os indivíduos examinados e

encaminhados na ocasião da expedição de 2010, não procuraram ou não tiveram acesso a

tratamento odontológico.

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103

Na expedição de 2012, todos os moradores locais de Buiuçu e do Lago do Puruzinho

foram examinados, diagnosticados, receberam instrução de higiene oral, material de higiene

bucal adequado, tratamento periodontal e tratamento restaurador atraumático (TRA) e, foram

devidamente encaminhados para tratamento médico e odontológico no município de Humaitá,

seguindo a orientação da secretaria de saúde pública local.

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104

7 – RESULTADOS

7.1 – CAPÍTULO 1: Ausência de parâmetros clínicos compatíveis com doença periodontal

em uma comunidade ribeirinha Amazônica.

7.1.1 – Delineamento do estudo

Estudo epidemiológico de campo, transversal, realizado em Fevereiro de 2010, a partir

de amostra censitária local, com critérios de seleção para o estudo definidos a partir dos

conceitos envolvidos com o binômio saúde-doença periodontal.

7.1.2 – Resultados e discussão

A migração de ribeirinhos na Amazônia é uma realidade, ainda que populações como

a do Lago do Puruzinho sejam, em sua maioria, compostas pelos colonizadores iniciais e por

indivíduos nascidos na localidade. Abordamos todas as residências do entorno do Lago do

Puruzinho sobre o número aproximado de moradores, na ocasião da expedição de 2010

(censo). Segundo informação referida pelos ribeirinhos presentes, a habitação no Lago do

Puruzinho era de aproximadamente 119 indivíduos, dos quais 99 estavam presentes e

participaram da triagem inicial da presente pesquisa. 48% dos habitantes eram menores de 12

anos de idade e apenas 2% recusaram-se a participar do estudo. 49 indivíduos (25 homens e

24 mulheres) representaram a amostra populacional estudada (aproximadamente 96% dos

moradores locais presentes, elegíveis para o estudo), por terem atendido aos critérios de

seleção. A média de idade observada na comunidade foi de 29 anos, variando entre o mínimo

de 12 anos e o máximo de 69 anos de idade (Figura 15).

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Figura 15 – Fluxograma representativo da população local do Lago do Puruzinho em 2010 e,

da amostra populacional estudada

Aproximadamente 67% da população local nunca fumou e a mesma proporção de

indivíduos nunca consumiu bebida alcoólica ou fez uso de antibióticos. O acesso restrito ao

serviço público de saúde no município de Humaitá justifica o fato de 22,4% dos moradores do

Lago do Puruzinho nunca terem feito qualquer tipo de tratamento odontológico. Dentre os

77,6% que receberem atendimento, 24,5% nunca fizeram extração, 75,5% perderam dentes

por cárie (dado referido) e nenhum participante do estudo relatou mobilidade dentária. A

maioria dos participantes do estudo relatou escovar os dentes 2 ou 3 vezes por dia (51% e

30,6%, respectivamente), no entanto, nenhum morador local fez uso de fio dental, ao menos

uma vez na vida (Tabela 1).

Tabela 1 – Dados demográficos da população do Lago do Puruzinho

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106

Variáveis Categorias N %

Idade (anos) * 12-21 anos 19 38,8

Média = 29,02 22-35 anos 13 26,5

DP = 14,29 ≥ 36 anos 17 34,7

Feminino 24 49

Masculino 25 51

Carga Tabágica * Nunca fumante 33 67,3

Média = 1,32

DP = 2,63 Fumante 16 32,7

Consumo de bebida Nunca 33 67,3

Alcoólica Sim 16 32,7

Fonte de Água Lago do Puruzinho 49 100

1X / dia 8 16,3

Frequência 2X / dia 25 51

Escovação 3X / dia 15 30,6

Esporádico 1 2

Frequência

Fio Dental

Acesso Tratamento Nunca 11 22,4

Odontológico Sim 38 77,6

Nunca 12 24,5

Motivo Exodontias "Dente furado" 37 75,5

"Dente Mole" 0 0

Prótese Sim 8 16,3

Removível Não 41 83,7

Nunca 33 67,3

Sim 16 32,7

DP = Desvio Padrão

gorias

* Variáveis apresentadas como média e desvio padrão e frequência por cate-

% = Frequência observada

N = Número de indivíduos estudados

Antibiótico

10049Nunca

Gênero

O índice CPOD no Lago do Puruzinho pode ser considerado muito alto (8,7; desvio

padrão 5,7), segundo critérios descritos no manual de levantamento epidemiológico da saúde

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107

bucal (WHO, 1991). O acesso restrito a tratamento odontológico e a prática de exodontia

como medida “mais definitiva” para o tratamento de lesões de cárie ou outra condição que

comprometa os órgãos dentários, são justificados na região Amazônica pela condição de vida

inerente a populações muito peculiares, como indígenas e ribeirinhos. Essa atividade pode ser

percebida entre os escores CPOD (Tabela 2). Em média, os moradores do Lago do Puruzinho

apresentavam 2,6 (2,3) dentes diagnosticados com cárie, 1,6 (2,6) dentes com indicação de

exodontia e 4 (4,2) dentes ausentes. O número médio de dentes obturados por indivíduo (0,5

(1,4) é reflexo do limitado recurso financeiro e da dificuldade de acesso a tratamento

odontológico, referidos pelos moradores locais. A partir de idades laborialmente mais ativas,

o recurso financeiro e a locomoção até o serviço público de saúde, em Humaitá - AM,

justificam o aumento, ainda que discreto, na ocorrência de obturações entre faixas etárias

mais avançadas (Tabelas 3 e 4).

Tabela 2 – Média e frequência relativa de dentes hígidos e acometidos por cárie, segundo

escores CPOD. Unidade de análise: dentes/indivíduo

Frequência relativa

Escore Média (DP) Min. Máx. Média (DP)

0 - Anodontia 0 0 0 0

1 - Cárie 2,6 (2,3) 0 8 11% (10,2)

2 - Obturação 0,5 (1,4) 0 6 2,1% (6,2)

3 - Ausente 4 (4,2) 0 17 14,1% (15)

4 - Exodontia indicada 1,6 (2,6) 0 11 7% (12,6)

5 - Hígido 19,4 (5,6) 5 28 79,8% (16,1)

CPOD

Total dentes examinados por indivíduo

Média (DP) = 24 (4,2)

8,7 (5,7)

DP = Desvio Padrão % = Frequência Min. = Mínimo Máx. = Máximo

CPOD = Índice de Dentes Cariados, Perdidos e Obturados

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108

Tabela 3 – Média, mínimo e máximo de dentes hígidos e acometidos por cárie, segundo

escores CPOD. Unidade de análise: dentes/indivíduo. Amostra populacional estratificada por

faixas etárias

Escore Média (DP) Min. Máx. Média (DP) Min. Máx. Média (DP) Min. Máx.

0 - Anodontia 0 0 0 0 0 0 0 0 0

1 - Cárie 2,6 (2,3) 0 8 2,6 (2,5) 0 8 2,4 (2,3) 0 7

2 - Obturação 0 0 0 0,4 (0,7) 0 2 1,1 (2,2) 0 6

3 - Ausente 1,1 (1,4) 0 4 3,3 (2) 0 7 7,7 (4,7) 0 17

4 - Exodontia indicada 0,8 (1,4) 0 4 2,3 (3) 0 10 2 (3,1) 0 11

5 - Hígido 23,5 (3) 18 28 19,4 (4,5) 12 27 14,8 (5,2) 5 22

CPOD

Dentes examinados/indivíduo = média de dentes examinados por indivíduo em cada categoria de idade

DP = Desvio Padrão % = Frequência Min. = Mínimo Máx. = Máximo

CPOD = Índice de Dentes Cariados, Perdidos e Obturados

Média (DP) = 27 (1,4) Média (DP) = 24,7 (2) Média (DP) = 20,3 (4,7)

Dentes examinados/indivíduo Dentes examinados/indivíduo Dentes examinados/indivíduo

12-21 anos de idade 22-35 anos de idade ≥ 36 anos de idade

4,5 (3) 8,8 (4,8) 13,2 (5,2)

Tabela 4 – Frequência relativa de dentes hígidos e acometidos por cárie, segundo escores

CPOD. Unidade de análise: dentes/indivíduo. Amostra populacional estratificada por faixas

etárias

12-21 anos de idade 22-35 anos de idade ≥ 36 anos de idade

Frequência relativa Frequência relativa Frequência relativa

Escore Média (DP) Média (DP) Média (DP)

0 - Anodontia 0 0 0

1 - Cárie 9,7% (8,5) 10,7% (10,3) 12,7% (12,1)

2 - Obturação 0 1,5% (2,7) 5% (9,8)

3 - Ausente 3,8% (5) 11,8% (7,1) 27,5% (16,9)

4 - Exodontia indicada 2,9% (4,9) 9% (11,6) 10,1% (17,7)

5 - Hígido 87,4% (10,5) 78,8% (17,8) 72,2% (17)

DP = Desvio Padrão

O número de dentes ausentes aumenta com a idade de forma significativa (p ≤ 0,001),

o que resulta em redução, também significativa (p ˂ 0,05), do número de dentes hígidos com

o avanço da idade e, no aumento do índice CPOD entre indivíduos de idade mais avançada

(Tabela 5). Os dentes com extração indicada são pouco frequentes dos 12 aos 21 anos (2,9%)

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109

e aumentam para aproximadamente 10% em indivíduos maiores de 35 anos. Associado às

mudanças significativas no número de dentes ausentes e dentes hígidos, observadas em

função das faixas etárias, o aumento expressivo no número de dentes com indicação de

exodontia e o discreto aumento do número de dentes cariados sugerem que a população local

não tenha acesso a métodos preventivos adequados e que existam lesões de cárie extensas,

possivelmente associadas com injúrias ao periodonto e mobilidade dentária por invasão do

espaço biológico periodontal, ou mesmo por infecções odontogênicas de origem endodôntica

importantes (Tabelas 3 e 4).

Tabela 5 – Variáveis relacionadas com o CPOD, as quais apresentaram diferença

estatisticamente significaiva entre as categorias de idade. Os dados referem-se à média, por

indivíduo

Diferença Significância

média (a - b) estatística

12-21 anos 4,3 1,6 0,4 a 8,2 0,026

≥ 36 anos -4,5 1,6 -8,4 a -0,5 0,023

22-35 anos 4,1 1,5 0,3 a 8 0,029

≥ 36 anos 8,8 1,4 5,2 a 12,3 ˂ 0,001

12-21 anos -4,1 1,5 -8 a -0,3 0,029

≥ 36 anos 4,6 1,6 0,7 a 8,5 0,016

12-21 anos ≥ 36 anos -6,7 1 -9,2 a -4,1 ˂ 0,001

22-35 anos ≥ 36 anos -4,4 1,1 -7,2 a -1,6 0,001

CPOD, Dentes hígidos e Dentes ausentes: ONEWAY ANOVA com pós-teste de Bonferroni para comparações

CatIdade (b)CatIdade (a)

IC (95%)

Diferença Média

múltiplas

CatIdade = Categorias de Idade EP = Erro Padrão IC = Intervalo de Confiança

12-21 anos

22-35 anos

12-21 anos

22-35 anos

≥ 36 anos -8,8 1,5 -12,4 -5,2 ˂ 0,001a

CPOD

Dentes ausentes

Dentes hígidos

Variáveis EP

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110

A frequência relativa de indivíduos com sinais clínicos de inflamação por sextante, foi

2,04%, apenas em metade das regiões examinadas (três sextantes superiores). Sextantes

saudáveis, sem sinais clínicos de inflamação, cálculo dental ou bolsa periodontal, foram

observados entre 42,86% e 85,71% dos indivíduos examinados. Pré-molares e molares

superiores foram mais acometidos por bolsas periodontais e igualmente mais perdidos, tanto

na arcada superior, quanto na arcada inferior (CPI X). Os dentes anteriores superiores (de

canino a canino (13-23)) foram menos acometidos por parâmetros clínicos periodontais

avaliados no CPI (Quadro 6).

Quadro 6 – Índice periodontal comunitário (CPI) por sextante. As unidades de medida

referem-se ao número de indivíduos que apresentaram cada um dos escores em cada um dos

sextantes

Escore CPI ← 14 13 - 23 24 → Escore CPI ← 14 13 - 23 24 →

0 29 42 30 0 59,18 85,71 61,23

1 1 1 1 1 2,04 2,04 2,04

2 10 2 8 2 20,41 4,08 16,33

3 2 1 2 3 4,08 2,04 4,08

4 1 2 4 2,04 4,08

x 6 3 6 x 12,25 6,12 12,25

9 9

0 28 21 31 0 57,14 42,86 63,27

1 1

2 16 26 13 2 32,65 53,06 26,53

3 1 3 2,04

4 4

x 5 5 x 10,2 10,2

9 9

← 44 43 - 33 34 → ← 44 43 - 33 34 →

Valores absolutos Frequência relativa

← 14 = dentes 14, 15, 16 e 17 13-23 = dentes 13, 12, 11, 21, 22 e 23 24 → = dentes 24, 25, 26 e 27

34 → = dentes 34, 35, 36 e 37 43-33 = dentes 43, 42, 41, 31, 32 e 33 ← 44 = dentes 44, 45, 46 e 47

CPI = Índice Periodontal Comunitário

3 = sextante com sondagem periodontal 4-5mm 4 = sextante com sondagem periodontal ≥ 6mm x = sextante excluído

9 = sextante não examinado

Escores CPI: 0 = sextante saudável 1 = sextante com sangramento espontâneo ou por estímulo 2 = sextante com cálculo dental

O Quadro 7, em anexo (p. 243), indica maior frequência de dentes ausentes entre

molares inferiores, seguidos pelos molares superiores. No entanto, IG, IP, CALC, ISS e SUP

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111

não foram mais frequentes nos molares, enquanto PBS, NCI e MOB foram mais expressivos

que nos demais dentes.

A Tabela 6 reflete o quadro clínico compatível com saúde periodontal, observado nos

moradores do Lago do Puruzinho, em 2010. Aproximadamente 5 sextantes, em média, foram

diagnosticados com ausência de sinais clínicos de inflamação, cálculo dental e bolsa

periodontal, por indivíduo. Seguido desse resultado, encontramos aproximadamente 26% dos

sextantes restantes com presença de cálculo dental e ausência de bolsa periodontal.

Tabela 6 – Média e frequência relativa de sextantes classificados em cada um dos escores CPI

e, frequência relativa de indivíduos classificados em cada escore TN. Os dados de CPI

referem-se a sextantes por indivíduo

Escore CPI Média (DP) Frequência média (DP)

0 3,69 (1,96) 61,57 (32,67)

1 0,06 (0,24) 1,02 (4,04)

2 1,57 (1,46) 26,19 (24,30)

3 0,12 (0,44) 2,04 (7,32)

4 0,06 (0,32) 1,02 (5,28)

x 0,49 (1,08) 8,16 (18,04)

9 0 0

Escore TN

TN 0

TN 1

TN 2

TN 3

%

24,5

2

63,3

10,2

restaurações e melhorar higiene bucal (CPI 2 e 3) 3 = tratamento periodontal complexo (CPI 4)

Escores TN:

0 = gengiva sadia 1 = necessidade de melhorar higiene bucal (CPI 1) 2 = necessidade de raspagem, remoção de excessos das

CPI = Índice Periodontal Comunitário TN = Necessidade de Tratamento periodontal DP = Desvio Padrão % = Frequência

Escores CPI:

0 = sextante saudável 1 = sextante com sangramento espontâneo ou por estímulo 2 = sextante com cálculo dental 3 = sextan-

te com sondagem periodontal 4-5mm 4 = sextante com sondagem periodontal ≥ 6mm x = sextante excluído 9 = sextante não

examinado

Ao nível do indivíduo, 24,5% dos moradores locais examinados não apresentavam

necessidade de tratamento periodontal algum, 2% necessitavam instrução de higiene bucal,

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112

63,3% tinham indicação de remoção de cálculo dental, adequação do meio bucal, tratamento

de bolsas periodontais moderadas e instrução de higiene bucal e, aproximadamente 10%,

apresentavam necessidade de tratamento periodontal de bolsas com PBS ≥ 6 mm, ainda que

localizado ou restrito a um único sítio periodontal.

Em média, aproximadamente 5 sextantes de indivíduos com idade entre 12 e 21 anos

eram saudáveis, sem sinais clínicos de inflamação gengival, presença de cálculo dental ou

bolsa periodontal. O número de sextantes classificados como CPI zero (0) foi menor em

função da progressão da idade (p = 0,001). Adultos com mais de 35 anos apresentaram

redução de aproximadamente 50% no número de sextantes saudáveis observados até 21 anos

de idade. A anulação do sextante por número insuficiente de dentes (CPI X) não ocorreu na

categoria de idade de 12 a 21 anos e crescente a partir dos 22 anos de idade (p = 0,007). O

número insuficiente de dentes para análise de CPI foi prevalente em aproximadamente 8% e

18% dos sextantes, nas faixas etárias de 22 a 35 anos e ≥ 36 anos, respectivamente. A

prevalência média de sextantes com PBS ˃ 3 mm (bolsa periodontal) não apresentou

diferença estatisticamente significativa entre as categorias de idade (p > 0,05), no entanto, os

dados sugerem que os dentes com PBS 4-5 mm, diagnosticados até os 21 anos de idade, eram

perdidos ainda nessa faixa etária, uma vez que entre 22 e 35 anos não foram observados

sextantes com PBS ˃ 3 mm. A partir dos 36 anos de idade, a prevalência de sextantes com

bolsas periodontais de 4-5 mm foi maior que a observada até os 21 anos e passaram a ser

diagnosticadas bolsas periodontais com profundidade de sondagem ≥ 6 mm (Tabela 7).

A frequência relativa de indivíduos com necessidade de tratamento periodontal,

segundo critérios classificatórios do CPITN, superestima casos de bolsa periodontal no escore

TN 2, em que sextantes com presença de cálculo dental e sextantes com PBS 4-5 mm são

igualmente categorizados. Para sua interpretação, é fundamental considerar os escores CPI.

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113

Esc

ore

CP

IM

édia

(D

P)

Fre

quênci

a m

édia

(D

P)

Média

(D

P)

% M

édia

(D

P)

Média

(D

P)

% M

édia

(D

P)

Média

(D

P)

% M

édia

(D

P)

0 *

3,6

9 (

1,9

6)

61,5

7 (

32,6

7)

4,8

9 (

1,1

0)

81,5

8 (

18,3

4)

3,6

2 (

1,9

0)

60,2

6 (

31,5

8)

2,4

1 (

2,0

0)

40,2

0 (

33,3

6)

10,0

6 (

0,2

4)

1,0

2 (

4,0

4)

0,1

1 (

0,3

2)

1,7

6 (

5,2

6)

00

0,0

6 (

0,2

4)

0,9

8 (

4,0

4)

21,5

7 (

1,4

6)

26,1

9 (

24,3

0)

0,9

5 (

1,0

8)

15,7

9 (

17,9

8)

1,9

2 (

1,6

6)

32,0

5 (

27,6

1)

2,0

0 (

1,5

0)

33,3

3 (

24,1

0)

30,1

2 (

0,4

4)

2,0

4 (

7,3

2)

0,0

5 (

0,2

3)

0,8

8 (

3,8

2)

00

0,2

9 (

0,6

9)

4,9

0 (

11,4

3)

40,0

6 (

0,3

2)

1,0

2 (

5,2

8)

00

00

0,1

8 (

0,5

3)

2,9

4 (

8,8

1)

x *

*0,4

9 (

1,0

8)

8,1

6 (

18,0

4)

00

0,4

6 (

0,6

6)

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9 (

11,0

0)

1,0

6 (

1,6

0)

17,6

5 (

26,6

6)

90

00

00

00

0

Esc

ore

TN

TN

0

TN

1

TN

2

TN

3

24,5 2

63,3

23,1 0

76,9

10,2

36,8

5,3

52,6

5,3

0

11,8 0

Tota

l12 -

21 a

nos

de idade

22 -

35 a

nos

de idade

≥ 3

6 a

nos

de idade

%%

%% 64,7

23,5

Esc

ore

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PI:

0 =

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nte

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nte

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nte

com

sondagem

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114

A não-necessidade de tratamento odontológico (TN 0) observada entre os moradores

do Lago do Puruzinho foi de 36,8%, 23,1% e 11,8% para as faixas etárias de 12-21 anos, 22-

35 anos e ≥ 36 anos de idade, respectivamente. A inflamação gengival na ausência de cálculo

dental e bolsa periodontal, com indicação de instrução de higiene bucal (TN 1), foi observada

apenas entre jovens de 12 a 21 anos (5,3%). A ausência de TN 1 nas categorias de idade

seguintes esteve associada com maior frequência de cálculo e/ou bolsas periodontais. TN 2

apresentou frequência relativa importante nas três faixas etárias, no entanto, a presença de

cálculo dental supragengival foi responsável por essa observação (15,79%, 32,05% e 33,33%

dos sextantes entre indivíduos com 12-21 anos, 22-35 anos e ≥ 36 anos de idade,

respectivamente). A necessidade de tratamento periodontal associada com PBS ≥ 6 mm,

observada na primeira e na terceira faixas etárias, pode ter sido associada com lesões de cárie

e infecções odontogênicas de origem endodôntica, uma vez que bolsas periodontais em

indivíduos jovens (12-21 anos) poderia sugerir doença periodontal agressiva, incompatível

com o perfil clínico periodontal observado (Tabela 7).

A descrição dos principais parâmetros clínicos avaliados no odontograma e no

periograma (Quadro 7, anexo, p. 243), por unidade dentária, sugeriu a possível relação entre

bolsas periodontais (PBS ˃ 3 mm) e lesões extensas de cárie, a qual pode ser considerada

fator de confundimento capaz de superestimar o diagnóstico de sítios com sinais clínicos de

inflamação e perda de inserão. As supurações observadas nos dentes 31, 32 e 34, ocorreram

em presença de extensas lesões de cárie e bolsa periodontal, diagnosticados com lesões

endoperiodontais (sugestão). O sangramento gengival (IG) foi mais frequente nos dentes 11,

12, 26, 16 e 17, todos cariados, dentre os quais, ISS foi observado apenas na presença de PBS

> 3 mm (26 e 16). Esses dados sugerem que o IG esteve associado com lesões de cárie,

mesmo na ausência de bolsa periodontal e de ISS. A presença de CALC e ISS foi mais

frequente dentes anteriores inferiores, extendendo-se do 42 ao 34, principalmente. A etiologia

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115

sugerida para a mobilidade dentária (Grau 1) diagnosticada nos molares superiores esquerdos

(26 e 27) foi, comprometimento do periodonto de sustentação por infecção endodôntica, tendo

sido diagnosticada em dentes com necrose pulpar, relacionada clinicamente com cavidades

profundas de cárie e, em aguns casos, drenagem purulenta via canais radiculares (Figura 16,

anexo, p. 244).

Aproximadamente 70% dos moradores do Lago do Puruzinho não apresentaram

sangramento gengival marginal (IG) em nenhum sítio periodontal examinado, em toda a boca.

O mesmo foi observado em 26,5% dos moradores locais, para CALC e ISS e, 16,3% dos

indivíduos não apresentaram placa dental (IP) alguma. Mais de 40% da amostra populacional

estudada exibiu 80%, ou mais, dos sítios periodontais examinados com ausência de IP,

CALC, IG e ISS. Os principais sinais clínicos de inflamação periodontal (IG e ISS) foram

diagnosticados em pouco mais de 2% dos sítios periodontais examinados, refletindo uma

população de vida relativamente isolada na região Amazônia com tecidos periodontais livres

de sinais clínicos de inflamação. Se considerássemos apenas um sítio periodontal com IG

positivo como critério diagnóstico de gengivite, ainda assim, 69,4% dos indivíduos

examinados não teriam tal condição. A frequência de sítios periodontais com acúmulo de

placa e cálculo dental, na amostra populacional estudada, foi de aproximadamente 21% e

13%, respectivamente (Tabela 8).

A frequência relativa de sítios periodontais com IG, ISS e SUP negativos e, com PBS

e NCI menores ou iguais a 3 mm foi próxima de 100%. Somado ao fato de termos observado

pouca placa dental, pouco cálculo dental e poucos dentes com mobilidade dentária, a

“ausência” de IG, PBS ˃ 3 mm, NCI ˃ 3 mm, ISS e SUP reforçam a hipótese de que a

população ribeirinha estudada é periodontalmente saudável (Quadro 8).

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116

Tabela 8 – Frequência relativa de indivíduos sem IP, CALC, IG e ISS, estratificada por

proporção de sítios periodontais e, avaliação da extensão desses mesmos parâmetros clínicos

periodontais na amostra populacional total

Frequência relativa

Variáveis Variáveis Média (DP) sítios

IP 0 IP 1 20,7% (21,5)

CALC 0 CALC 1 12,8% (14,4)

IG 0 IG 1 2,1% (7)

ISS 0 ISS 1 2,2% (8,6)

30,6%

classificados como zero (ausência de cada parâmetro clínico examinado por sítio periodontal), respectivamente

IP 0, CALC 0, IG 0 e ISS 0 = Índice de Placa, Cálculo dental, Índice Gengival e Índice de Sangramento à Sondagem

26,5%

69,4%

10,2%

IP 1, CALC 1, IG 1 e ISS 1 = Índice de Placa, Cálculo dental, Índice Gengival e Índice de Sangramento à Sondagem

Frequência relativa de indivíduos

DP = Desvio Padrão sítios = sítios periodontais examinados clinicamente (seis/dente)

100% dos sítios 90 a 100% dos sítios

16,3% 26,5% 10,2%

80 a 90% dos sítios

classificados como hum (presença de cada parâmetro clínico examinado por sítio periodontal), respectivamente

26,5%

14,3%

2%

4%

26,5%

Quadro 8 – Perfil clínico periodontal compatível com saúde, apresentado sob a forma de

gráfico de barras. Frequências relativas observadas em relação ao total de sítios periodontais

examinados

Unidade de medida IG 0 IP 0 CALC 0 PBS ≤ 3mm NCI ≤ 3mm ISS 0 SUP 0 MOB 0

Média 99,4% 78,9% 87% 99,4% 98,4% 97,8% 99,7% 57%

DP 2,8 21,4 14,5 2,8 6,8 8,6 1,4 49,9

Frequência relativa média de dentes sem mobilidade dentária, unidade de medida: indivíduo

DP = Desvio Padrão

Valores referentes à frequência relativa média de sítios periodontais com Índice Gengival (IG), Índice de Placa (IP), Cálculo dental

(CALC), Índice de Sangramento à Sondagem (ISS ) e Supuração (SUP) classificados como zero (ausência de cada parâmetro clínico

Frequência relativa média de Profundidade de Bolsa à Sondagem menor ou igual a 3 mm (PBS ≤ 3mm) e Nível Clínico de Inserção

menor ou igual a 3mm (NCI ≤ 3mm), unidade de medida: sítio periodontal

periodontal examinado)

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117

As medidas médias de PBS e NCI entre os moradores do Lago do Puruinho foram

1,62 mm (2,04) e 1,66 mm (0,37), respectivamente. Ambos os parâmetros variaram de forma

significativa (p ˂ 0,05) entre as faixas etárias. A diferença observada entre as médias de PBS

e NCI em indivíduos entre 22 e 35 anos de idade, foi justificada por pseudobolsas, associadas

com lesões de cárie. As frequências relativas médias de PBS e NIC inferiores a 4 mm ou

superiores a 3 mm sugerem ausência de doença periodontal destrutiva significativa,

independente da idade . Em idades mais avançadas, a sondagem periodontal revelou medidas

maiores de PBS e NCI, naturais no processo de envelhecimento, independente de periodontite

(Tabela 9).

As medidas de sondagem periodontal, classificadas segundo critérios propostos por

Knowles e colaboradores (1979), indicaram a presença de 98,17% dos dentes e quase 100%

dos sítios periodontais examinados, sem periodontite. Cinco indivíduos apresentaram bolsa(s)

periodontal(is) (PBS ˃ 3 mm), dos quais apenas dois foram diagnosticados com bolsa

profunda (KNOWLES et al., 1979). O número de sítios periodontais com PBS superior a 3

mm, por indivíduo, foi muito restrito, o que limita a interpretação diagnóstica como caso de

periodontite (Tabela 10).

A extensão das bolsas periodontais apresentadas na Tabela 10, caracterizou os casos

de periodontite* como localizados (˂ 30% dos sítios periodontais). A moradora M.A.S. foi

considerada caso isolado (outlier), por ter apresentado perfil cínico periodontal muito

discrepante do observado na amostra populacional estudada. A mesma apresentou bolsas

periodontais possivelmente relacionadas com IG, IP, CALC e ISS, variáveis comumente

relacionadas com sítios periodontais doentes (teste Qui-quadrado de Cochrane (p ˂ 0,001)).

A paciente não foi descartada do estudo e, participou das análises dos dados

populacionais, por termos entendido que seria importante considerarmos todos os dados

coletados para a descrição da população local.

* Indivíduos diagnosticados com pelo menos um sítio periodontal com PBS ˃ 3 mm.

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118

Ainda assim, as análises estatísticas baseadas em unidades de medida médias

refletiram população periodontalmente saudável, como observado ao longo do estudo.

É possível que a moradora em questão fosse sistemicamente mais favorável ao

desenvolvimento de doença periodontal por uma imunocompetência comprometida ou

alguma doença de base, não conhecida (Tabela 10).

Unid

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12-2

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0,3

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(D

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0,1

4)

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0,5

5)

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≤ 3

mm

**

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99,9

7100

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˃ 3

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, p =

0,0

06;

N

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≥ 3

mm

, p =

0,0

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0,0

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119

No Lago do Puruzinho, 14,20% dos moradores apresentou gengivite, dos quais 12,3%

foram diagnosticados com gengivite leve e apenas um indivíduo (2%) foi classificado com a

forma moderada da doença (Tabela 11).

N%

N%

N%

N%

N%

N%

C.A

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54

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14

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M.A

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321,4

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50

12

14,2

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W.L

.V.

27

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11

3,5

71

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0

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, 1979).

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120

Diagnosticamos periodontite em 6,12% da amostra populacional estudada,

correspondente a 3 indivíduos com idade entre 36 e 57 anos (Tabela 12). Cinco indivíduos

foram diagnosticados em pelo menos três critérios, dos seis utilizados (Tabela 13). Entretanto,

desconsideramos a metodologia proposta por Preshaw (2009) em função dos possíveis

diagnósticos falso-positivos observados, uma vez que aproximadamente 100% dos indivíduos

estudados foram diagnosticados com periodontite (Tabela 14) e, NCI ≥ 3 mm em

interproximais de dois ou mais dentes não adjacentes poderia ser observado com frequência

em indivíduos sem bolsas periodontais (PBS ˃ 3 mm).

Tabela 11 – Amostra populacional do Lago do Puruzinho diagnosticada com gengivite

N % N % N % N %

6 12,3 1 2 0 0 7 14,3

N = Número de casos % = Frequência relativa de casos

IGL = Inflamação Gengival Leve IGM = Inflamação Gengival Moderada

IGS = Inflamação Gengival Severa

IGL IGM IGS GENGIVITE

Tabela 12 – Prevalência de periodontite

Identificação Gênero Idade NDiag

M.A.S F 57 5

J.D.C.A. M 36 4

M.C.A. M 44 4

Exclusão dos critérios

de PRESHAW, 2009

Ndiag = Número de critérios diagnósticos positivos de periodontite

3:49 = Três indivíduos de um total de 49 pessoas examinadas

estudada (3:49) com Periodontite

6,12% da amostra populacional

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121

Tabela 13 – Diagnóstico de periodontite segundo os seis critérios diagnósticos utilizados na

presente tese

Identificação Gênero Idade NDiag

M.A.S F 57 6

J.D.C.A. M 36 5

M.C.A. M 44 5

C.A.F. M 39 3

W.L.V. M 16 3

Ndiag = Número de critérios diagnósticos positivos de periodontite

5:49 = Cinco indivíduos de um total de 49 pessoas examinadas

Periodontite = 10,2% da amostra populacional estudada (5:49)

Tabela 14 – Número absoluto e frequência relativa de indivíduos diagnosticados com

periodontite segundo cada um dos seis critérios diagnósticos utilizados

Critérios diagnósticos de periodontite N %

MACHTEI , 1992 1 2

VAN DER VELDEN, 2000 5 6,1

TONETTI & CLAFFEY, 2005 3 6,1

PAGE & EKE, 2007 3 6,1

PRESHAW, 2009 48 98

EKE et al ., 2012 5 10,2

Casos

% = Frequência relativa de indivíduos diagnosticados com periodontite

N = Número de indivíduos diagnosticados com periodontite

Casos = Diagnóstico positivo de periodontite

O índice de extensão e severidade da amostra populacional do Lago do Puruzinho

(1,53; 2,31) revelou que apenas 1,53% do total de dentes examinados, apresentaram perda de

inserção clínica por periodontite superior a 1 mm (PBS ≥ 5 mm). Nos casos positivos para

essa condição, a média de perda de inserção periodontal foi 2,31 mm (Tabela 15).

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122

Tabela 15 – Índice de extensão e severidade de doença periodontal populacional

Índice de Extensãoa 1,53%

Índice de Severidadeb 2,31 mm

ESI (1,53; 2,31)

LAGO DO PURUZINHO

a Frequência média de dentes com pelo menos um sítio peri-

odontal com PBS ≥ 5 mm

b Perda de inserção média entre as medidas de PBS ≥ 5mm

ESI = Índice de Extensão e Severidade

PBS = Profundidade de Bolsa à Sondagem

Os sítios periodontais com perda de inserção clínica por periodontite foram

classificados como leve, moderado e grave, segundo critérios propostos por Armitage (2004),

tendo sido observados três indivíduos com ocorrência de periodontite leve, um participante

com apenas um sítio (6,67% dos dentes; 1,1% dos sítios) diagnosticado com periodontite

moderada e, uma moradora local com as formas leve, moderada e severa da doença (Tabela

16).

Fumo e consumo de bebida alcoólica não foram correlacionados com os diagnósticos

de gengivite e periodontite, sugerindo que esses fatores de risco para doença periodontal

podem não ter sido variáveis explicativas para os desfechos gengivite e periodontite (Tabela

17).

A variabilidade e o tamanho restrito da amostra limitam as análises estatísticas e

podem interferir nos valores de p. No entanto, a relação entre a frequência de escovação

dentária, o acesso a tratamento odontológico e o uso de antibióticos, com parâmetros clínicos

periodontais compatíveis com saúde periodontal, não foi significativa (p ˂ 0,05). Os

resultados sugerem que essas variáveis podem não ter sido responsáveis pelo perfil clínico

periodontal observado, em 2010 (Tabela 18).

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123

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124

Tabela 17 – Correlação entre fumo e consumo de bebida alcoólica com diagnóstico clínico de

gengivite e periodontite

Alcoolismo Fumo GENGIVITE

Coeficiente de Correlação Φ 0,907

Significância estatística (bicaudal) ˂ 0,001

Coeficiente de Correlação Φ -0,036 0,089

Significância estatística (bicaudal) 0,808 0,544

Coeficiente de Correlação Φ 0,197 0,197 0,055

Significância estatística (bicaudal) 0,176 0,176 0,707

Fumo

GENGIVITE

PERIODONTITE

Φ = Phi

Tabela 18 – Relação entre higiene bucal, acesso a tratamento odontológico e uso prévio de

antibiótico com parâmetros clínicos periodontais compatíveis com saúde

IG 0 IP 0 CALC 0 PBS ≤ 3mm NCI ≤ 3mm ISS 0 SUP 0 MOB 0

Variáveis

Frequência Escovação 0,740 0,096 0,064 0,740 0,104 0,871 0,581 0,494

Accesso Tratamento

Odontológico

Antibiótico 0,325 0,350 0,215 0,196 0,097 0,060 0,278 0,328

valor de p

IG 0 = Índice Gengival ausente IP 0 = Índice de Placa ausente CALC 0 = Cálculo dental ausente PBS ˂ 3mm = Fre-

tária ausente

menor que 3mm ISS0 = Índice de Sangramento à Sondagem SUP 0 = Supuração ausente MOB 0 = Mobilidade den-

Parâmetros clínicos periodontais analisados como frequência de sítios periodontais

0,536 0,723 0,500 0,900 0,900 0,883

quência de profundidade de Bolsa à Sondagem menor que 3mm NCI ˂ 3mm = frequência de Nível Clínico de Inserção

0,739 0,855

Frequência Escovação - Teste estatístico Kruskal-Wallis

Acesso Tratamento Odontológico e Antibiótico - Teste estatístico χ2 para tendência

As medidas de NCI dos habitantes do Lago do Puruzinho refletem casos de recessão

gengival não associado com periodontite, não apenas casos de perda de inserção clínica

periodontal. REC foi mais frequente que P.INSERÇÃO e presente em todas as faixas etárias

estudadas, apesar de indivíduos com idade entre 22 e 35 anos terem apresentado valor médio

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125

compatível com pseudobolsas. P.INSERÇÃO foi observada apenas em indivíduos acima de

35 anos de idade, com medida média de 0,04 mm (0,16) (Tabela 19).

Tabela 19 – Recessão gengival e perda de inserção clínica periodontal na população total e

por faixa etária

Variáveis CatIdade N Média DP Min. Máx.

12-21 anos 19 0,00 0,04 -0,15 0,08

22-35 anos 13 -0,03 0,07 -0,26 0

p = 0,037 ≥ 36 anos 17 0,15 0,68 -1,41 2,1

Total 49 0,04 0,04 -1,41 2,1

12-21 anos 19 0 0 0 0

22-35 anos 13 0 0 0 0

p = 0,390 ≥ 36 anos 17 0,04 0,16 0 0,65

Total 49 0,01 0,01 0 0,65

Total = amostra populacional do Lago do Puruzinho

0,037) analisada pelo teste Kruskal-Wallis

Mudança estatisticamente significativa de REC entre as categorias de idade (p =

REC

P. INSERÇÃO

N = Número de indivíduos CatIdade = Categorias de idade DP = Desvio Padrão

Min. = Mínimo Máx. = Máximo

REC = Recessão gengival P.INSERÇÃO = Perda de Inserção

Figura 17 – Fotografias clínicas de recessão gengival decorrente de mau posicionamento

dentário (a, b – dente 31 girovertido e vestibularizado, com recessão gengival por vestibular

próxima à inserção do freio labial inferior) e, causada por hábitos parafuncionais (c – trauma

físico na região cervical do dente 43).

a b

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oto

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126

As fotografias clínicas dispostas na Figura 17 ilustram duas situações clínicas de

recessão gengival, não relacionadas com periodontite. Dente 31 girovertido e vestibularizado

(a, b), cuja recessão gengival observada pode ter sido causada por descência óssea alveolar.

Em c, junção cemento-esmalte e cemento radicular expostos por trauma mecânico, com

sangramento e áreas ulceradas na margem gengival, não associados com acúmulo de placa ou

cálculo dental, e, ausência de sinais clínicos de gengivite (edema e vermelhidão).

Os parâmetros clínicos periodontais foram mais evidentes nas superfícies linguais e

palatinas (IG, IP, CALC e ISS) e, em regiões proximais (PBS e NCI). A abrasividade

relacionada com a alimentação local poderia causar a remoção mecânica da placa dental em

superfícies livres, mas não nas interproximais. No entanto, IP e CALC foram mais frequentes

nas superfícies dentárias lingual e palatina, seguidas de superfícies proximais. Esses dados

sugerem que a alimentação e o fato de nunca terem utilizado fio dental não resultaram em

sinais clínicos de inflamação (IG e ISS) e, acúmulo de cálculo e placa dental, mais evidentes

em regiões interproximais (Tabela 20).

A idade apresentou correlação positiva com acúmulo de placa dental, cálculo, maiores

medidas de PBS e NCI. Apesar de fumo não ter se relacionado com o diagnóstico de

gengivite e periodontite, a carga tabágica apresentou efeito sobre PBS e NCI, em mesmo

sentido. A inflamação gengival, avaliada pelo IG, foi mais prevalente em indivíduos com

maior acúmulo de placa e cálculo e, em sítios periodontais com perda de inserção por

periodontite. NCI, CALC, REC e ISS correlacionaram-se positivamente, sugerindo o NCI

como um possível estimador de recessão gengival, associada com cálculo dental e

sangramento pós-sondagem periodontal. A correlação observada entre REC, P.INSERÇÃO,

ISS e SUP sugerem que alguns casos de recessão gengival foram relacionados com bolsas

periodontais e não apenas com migração apical da margem gengival decorrente de trauma,

cárie ou mau posicionamento dentário (Tabela 21).

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127

Tabela 20 – Parâmetros clínicos periodontais estratificados por superfície dentária

Variáveis Média DP Min. Máx. Valor de p

IG proximal 2,1 7 0 46,4

IG vestibular 1,5 7,4 0 50 0,059

IG lingual/palatina 2,5 8,2 0 42,9

IP proximal 21,8 22,8 0 100

IP vestibular 15,7 19,9 0 100 0,004

IP lingual/palatina 23,7 26,0 0 100

CALC proximal 12,9 14,7 0 50

CALC vestibular 7,9 12 0 50 ˂ 0,001

CALC lingual/palatina 18,5 22,6 0 100

PBS proximal 1,66 0,31 1,29 3,23

PBS vestibular 1,46 0,24 1 1,95 0,017

PBS lingual/palatina 1,55 0,21 1 2,09

NCI proximal 1,70 0,38 1,29 3,75

NCI vestibular 1,56 0,39 1 3,36 0,056

NCI lingual/palatina 1,62 0,42 1 3,57

ISS proximal 2,3 8,6 0 55,4

ISS vestibular 1,4 7,2 0 50 0,018

ISS lingual/palatina 2,6 10,3 0 64,3

SUP proximal 0,2 1,1 0 7,1

SUP vestibular 0,1 1 0 7,1 0,368

SUP lingual/palatina 0,1 1 0 7,1

IG, IP, CALC, ISS e SUP = frequência relativa média

PBS e NCI = medida média da sondagem periodontal

DP = Desvio Padrão Min. = Mínimo Máx. = Máximo

IG = Índice Gengival IP = Índice de Placa CALC = Cálculo dental

PBS = Profundidade de Bolsa à Sondagem NCI = Nível Clínico de

Inserção ISS = Índice de Sanggramento à Sondagem SUP = Supu-

ração

proximal = média dos quatro sítios periodondais proximais

vestibular = médiovestibular

lingual/palatina = médiolingual e médiopalatina

Valor de p = teste estatístico de Friedman

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128

A perda de inserção clínica periodontal causada por bolsa periodontal (P.INSERÇÃO)

foi associada com ISS, avaliado como indicador de atividade de doença periodontal (LANG,

1986, 1990; JOSS, 1994). Esses dados foram estatisticamente significativos (p ˂ 0,05) ao

coeficiente de correlação de Spearman (Tabela 21).

Observamos que a presença de inflamação gengival e o aumento da profundidade de

sondagem periodontal em sítios proximais foram correlacionados com maiores acúmulos de

placa e cálculo dental. ISS apresentou correlação positiva apenas com NCI, mas não com

PBS, sugerindo que sítios periodontais proximais com recessão gengival, associada ou não

com perda de inserção, apresentaram sangramento à sondagem mais frequentes (Tabela 22).

O exame estomatológico revelou um caso de queilite actínica relacionada com

exposição diária à radiação solar. Alguns indivíduos apresentaram cicatrizes de fístulas

extraorais ou vias de drenagem em processo de reparação, associados com infecção

odontogênica de origem endodôntica, tendo a cárie como potencial fator etiológico primário.

As fotografias intraorais de R.V.G. representam o estado clínico periodontal

encontrado no Lago do Puruzinho, em 2010. A moradora passou toda a vida, desde seu

nascimento, na comunidade ribeirinha em questão. Ao exame clínico, a condição dos tecidos

gengival e dentário que diagnosticada visualmente e à sondagem nos chamou muito a atenção,

em especial pela ausência de sinais clínicos de inflamação e pela frequência próxima de zero

de sítios periodontais com acúmulo de placa e/ou cálculo dental (Figura 18).

A ausência de placa dental pode explicar a ausência de inflamação gengival e de

bolsas periodontal, no entanto, esperávamos observar maiores níveis dessas variáveis e

também de acúmulo de cálculo dental, pelas características da população estudada. É possível

que algum fator ambiental possa contribuir para a manutenção das superfícies dentáries livres

de placa e cálculo dental, em especial nas regiões interproximais, na população ribeirinha do

Lago do Puruzinho.

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129

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130

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Fotografias de Davi da Silva Barbirato

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131

Figura 18 – Fotografias clínicas evidenciando os dentes 11 e 12 e, o periodonto de proteção:

a) fotografia do sorriso, onde é possível observar as papilas interdentais anteriores superiores

e parte da coroa dentária do sextante anterior superior; b) gengiva inserida (i) e margem

gengival livre (ii); c) aspecto de “casca de laranja” da gengiva inseria (iii) e, ranhura gengival

livre (iv); d) ausência de placa dental, cálculo dental, recessão gengival e de sinais clínicos de

inflamação gengival.

7.1.3 - Conclusão

A expedição ao Lago do Puruzinho, realizada em 2010, resultou na caracterização de

uma população peri-urbana, com hábitos e costumes ribeirinhos preservados e a rotina diária

restrita ao entorno do lago. O exame clínico revelou indivíduos com saúde periodontal, níveis

e frequências próximas de zero para os principais parâmetros clínicos periodontais

relacionados com a etiopatogenia de gengivite e periodontite. Os resultados foram

inesperados e sugeriram uma possível relação entre o homem e o meio ambiente capaz de

favorecer o hospedeiro, contra doenças periodontais.

7.2 – CAPÍTULO 2

i* iv* ii*

b c

a

d

iii*

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132

Impacto da “Água Negra” Contaminada por Chromobacterium violaceum na

Manutenção da Saúde Periodontal em uma População Ribeirinha da Amazônia: Estudo de

Coorte Prospectivo de Dois Anos no Lago do Puruzinho.

7.2.1 – Delineamento do estudo

Estudo epidemiológico de campo, do tipo coorte, prospectivo (período de seguimento

de 24 meses), e coleta de dados realizados nas expedições de Fevereiro de 2010 e, Março de

2012. Os critérios de seleção para o estudo foram definidos a partir dos conceitos envolvidos

com o binômio saúde-doença periodontal e, apenas os moradores do Lago do Puruzinho que

participaram de ambas as expedições foram incluídos no presente estudo.

7.2.2 – Resultados e discussão

Dois anos após a primeira expedição, retornamos ao Lago do Puruzinho com o

objetivo de reavaliarmos a população local e, encontrar uma comunidade ribeirinha de cultura

e hábitos equivalentes, variando apenas a fonte de ingestão hídrica. A hipótese da água como

fator de exposição protetor contra doenças periodontais surgiu da identificação da C.

violaceum em amostras de água provenientes do lago.

Indivíduos que não fizeram tratamento periodontal desde a expedição de 2010 foram

reavaliados e os dados clínicos analisados longitudinalmente, de forma pareada. A construção

de um poço artesiano, em 2011, influenciou diretamente o consumo de água de algumas

famílias. A exposição a água do poço artesiano pelo período aproximado de 12 meses

permitiu um grupo controle interno de uma coorte, o qual viabilizou análises estatísticas para

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133

avaliação do efeito da “água negra” do Lago do Puruzinho nos parâmetros clínicos

periodontais.

Em 2012, 54 moradores do Lago do Puruzinho atenderam aos critérios de seleção do

presente estudo. Apenas 27 haviam participado da avaliação clínica periodontal, na expedição

de 2010.

Avaliamos apenas as mudanças no perfil clínico periodontal em função do tempo

(seguimento de 24 meses) e as diferenças entre os indivíduos que mantiveram o consumo de

água do lago e os que passaram a fazer uso do poço artesiano, em 2012.

Trabalhamos com os dados longitudinais de 24 meses com amostra populacional total

de 27 indivíduos. Doze pessoas mantiveram o consumo de água do lago e 15 passaram a

consumir água do poço artesiano, e as médias de idade foram 34,33 (19,56) e 28,4 (10,9),

respectivamente. Os dados demográficos foram similares aos observados em 2010 e apenas a

variável gênero variou significativamente entre os dois grupos (p ˂ 0,05). Dos que

consumiam água do lago, 3 foram homens e 9 foram mulheres, enquanto o grupo que

consumia água do poço artesiano foi composto por 10 homens e 5 mulheres. Mais de 60% dos

indivíduos estudados, nos dois grupos, nunca fizeram uso de álcool ou fumo (Quadro 9).

Identificamos e quantificamos a C. violaceum apenas nas amostras de água

provenientes do lago. A água coletada do poço artesiano foi negativa para o microrganismo

em questão. A quantidade média de C. violaceum no lago foi aproximadamente 50% maior do

que quando armazenada em moringas, dentro das casas. A diferença entre lago e poço

artesiano foi estatisticamente significativa (p ˂ 0,05), independente de a coleta ter sido

realizada diretamente da fonte ou das moringas, nas residências (Figura 19).

2010 2012

TOTAL TOTAL Lago do Puruzinho Poço artesiano

N = 27 N = 27 N = 12 N = 15

Variáveis

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Mín = 12 Mín = 14 Mín = 14 Mín = 15

Máx = 69 Máx = 71 Máx = 71 Máx = 46

CatIdade

12-21 anos 11 (40,7%) 9 (33,3%) 4 (33,3%) 5 (33,3%)

22-35 anos 8 (29,6%) 10 (37%) 4 (33,3%) 6 (40%)

≥ 36 anos 8 (29,6%) 8 (29,6%) 4 (33,3%) 4 (26,7%)

M = 13 (48,1%) M = 13 (48,1%) M = 3 (25%) M = 10 (66,7%)

F = 14 (51,9%) F = 14 (51,9%) F = 9 (75%) F = 5 (33,3%)

Nunca fumante = 17 (63%) Nunca fumante = 17 (63%) Nunca fumante = 8 (66,7%) Nunca fumante = 9 (60%)

Fumante = 10 (37%) Fumante = 10 (37%) Fumante = 4 (33,3%) Fumante = 6 (40%)

1,82 (3,18) 1,99 (3,52) 1,72 (3,15) 2,20 (3,89)

Mín = 0 Mín = 0 Mín = 0 Mín = 0

Máx = 12 Máx = 12 Máx = 9 Máx = 12

Consumo de Bebida Nunca = 18 (66,7%) Nunca = 18 (66,7%) Nunca = 8 (66,7%) Nunca = 10 (66,7%)

Alcoólica Sim = 9 (33,3%) Sim = 9 (33,3%) Sim = 4 (33,3%) Sim = 5 (33,3%)

Lado do Puruzinho Lago do Puruzinho Lago do Puruzinho Lago do Puruzinho

27 (100%) 12 (44,4%) 12 (100%) 0

Poço artesiano Poço artesiano Poço artesiano Poço artesiano

0 15 (55,6%) 0 15 (100%)

1X / dia = 22,2% 1X / dia = 22,2% 1X / dia = 16,7% 1X / dia = 26,7%

Frequência 2X / dia = 44,4% 2X / dia = 40,7% 2X / dia = 41,7% 2X / dia = 40%

Escovação 3X / dia = 29,6% 3X / dia = 37% 3X / dia = 41,7% 3X / dia = 33,3%

Esporádico = 3,7% Esporádico = 0 Esporádico = 0 Esporádico = 0

Frequência

Fio Dental

Acesso Tratamento Nunca = 6 (22,2%) Nunca = 6 (22,2%) Nunca = 3 (25%) Nunca = 3 (20%)

Odontológico Sim = 21 (77,8%) Sim = 21 (77,8%) Sim = 9 (75%) Sim = 12 (80%)

Motivo Nunca = 6 (22,2%) Nunca = 6 (22,2%) Nunca = 3 (25%) Nunca = 3 (20%)

Exodontias "Dente furado" = 21 (77,8%) "Dente furado" = 21 (77,8%) "Dente furado" = 9 (75%) "Dente furado" = 12 (80%)

"Dente Mole" = 0 "Dente Mole" = 0 "Dente Mole" = 0 "Dente Mole" = 0

Prótese Sim = 6 (22,2%) Sim = 6 (22,2%) Sim = 2 (16,7%) Sim = 4 (26,7%)

Removível Não = 21 (77,8%) Não = 21 (77,8%) Não = 10 (83,3%) Não = 11 (73,3%)

Nunca = 18 (66,7%) Nunca = 18 (66,7%) Nunca = 10 (83,3%) Nunca = 8 (53,3%)

Sim = 9 (33,3%) Sim = 9 (33,3%) Sim = 2 (16,7%) Sim = 7 (46,7%)Antibiótico

CONSUMO DE ÁGUA EM 2012

Nunca = 100% Nunca = 100%

Fumo

Carga Tabágica

Fonte de Água

Média (DP) ou N (%)

* Diferença estatisticamente significativa entre os moradores do Lago do Puruzinho que faziam uso de água do lago e os que passa-

ram a consumir água do poço artesiano (p ˂ 0,05), observado ao teste Qui-quadrado

Idade (anos)

Gênero

Nunca = 100% Nunca = 100%

Média (DP) ou N (%)

Média (DP) = Média (Desvio Padrão) N (%) = Número absoluto (Frequência) CatIdade = Categoria de Idade

Média (DP): Idade e Carga Tabágica

N (%): CatIdade, Gênero, Fumo, Consumo e Bebida Alcoólica, Fonte de Água, Frequência Escovação, Frequência Fio Dental, Acesso

Tratamento Odontológico, Motivo Exodontias, Prótese Removível e Antibiótico

**

Quad

ro 9

– D

ados

dem

ográ

fico

s da

amost

ra p

opula

cional

do L

ago d

o P

uru

zinho, es

trat

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por

consu

mo d

e ág

ua

do l

ago

e c

onsu

mo d

e

água

do p

oço

art

esia

no

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134

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135

Figura 19 – Quantidade de C. violaceum observada em amostras de água das casas do Lago

do Puruzinho. * e ** simbolizam a diferença estatisticamente significativa do número médio

de unidades formadoras de colônias de C. violaceum, observada entre as amostras

provenientes do lago e do poço artesiano (p ˂ 0,05).

ONEWAY ANOVA com pós-teste de Bonferroni para múltiplas comparações

As médias observadas para cada parâmetro clínico periodontal em 2010 e 2012, nos

indivíduos que mantiveram o consumo de água do lago, sugerem melhora prospectiva, com

exceção da frequência relativa de sítios periodontais com NCI ˃ 3 mm. A medida média de

PBS foi significativamente menor em 2012 (p = 0,041). IG, PBS ˃ 3 mm e mobilidade

dentária não foram diagnosticados nesses indivíduos em ambas as expedições. A supuração

observada em 2012, pouco frequente, pode ter sido associada com lesões endoperiodontais,

decorrentes de cáries extensas e infecções endodônticas importantes (Tabela 23).

Morin

ga c

om

H2O

do

Lago d

o P

uru

zin

ho

No L

ago d

o P

uru

zin

ho

Morin

ga c

om

H2O

do

Poço a

rte

sian

o

No P

oço a

rte

sian

o

*

**

250

200

150

100

50

Un

idad

es

form

ad

oras

de c

olô

nia

por m

L (

UF

C/m

L)

0

Amostras de água

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136

O consumo de água do poço artesiano resultou no aumento significativo do número de

sítios periodontais com PBS ˃ 3 mm, NCI ˃ 3 mm, ISS e SUP (p ˂ 0,05). A melhora não

significativa do IP e o aumento discreto de CALC, observados após dois anos da primeira

expedição, entre os moradores locais que passaram a fazer uso do poço artesiano, sugerem

que o desenvolvimento de bolsas periodontais pode não ter sido acompanhado de aumento do

acúmulo de placa dental. IG, SUP, MOB G1 e MOB G2 aumentaram expressivamente (p ˂

0,05), sugerindo tendência a sinais clínicos de infecção mais expressivos (Tabela 24).

Tabela 23 – Parâmetros clínicos periodontais avaliados em 2010 e 2012, nos moradores do

Lago do Puruzinho que mantiveram o consumo de água do lago. Dados referentes a sítios

periodontais, por indivíduo

Variáveis Min. Máx. Média (DP) Min. Máx. Média (DP) Valor de p

IG 0 0 0 0 0 0 0,109

IP 0 72,2 20,1 (22) 0 37,9 14,3 (12,5) 0,263

CALC 0 42,3 12,38 (14,9) 0 37,9 11,2 (13,5) 0,779

PBS 1,330 1,890 1,598 (0,196) 0,460 2 1,223 (0,463) 0,041

NCI 1,330 1,890 1,613 (0,191) 0,460 2,020 1,272 (0,520) 0,099

PBS ˃ 3mm 0 0 0 0 0 0 1

NCI ˃ 3mm 0 1,1 0,1 (0,3) 0 16,6 1,4 (4,8) 0,655

ISS 0 16,7 1,5 (4,8) 0 6 1,2 (2) 0,715

SUP 0 0 0 0 10 0,8 (2,9) 0,317

MOB G1 0 0 0 0 0 0 1

MOB G2 0 0 0 0 0 0 1

MOB G3 0 0 0 0 0 0 1

Análise estatística da variação observada entre 2010 e 2012: teste de Wilcoxon

PBS e NCI = medida média da sondagem periodontal

IG = Índice Gengival IP = Índice de Placa CALC = Cálculo dental PBS = Profundidade de Bolsa

à Sondagem NCI = Nível Clínico de Inserção ISS = Índice de Sangramento à Sondagem SUP =

Supuração MOB = Mobilidade dentária G1, G2 e G3 = Grau 1, 2 ou 3

IG, IP, CALC, PBS > 3mm, NCI ˃ 3mm, ISS, SUP, MOB G1, MOB G2 e MOB G3 = frequência rela-

H2O Lago do Puruzinho 2012Lago do Puruzinho 2010

tiva média

Amostra populacional = 12 Min. = Mínimo Máx. = Máximo DP = Desvio Padrão

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137

Tabela 24 – Parâmetros clínicos periodontais avaliados em 2010 e 2012, nos moradores do

Lago do Puruzinho que passaram a consumir água do poço artesiano, em 2011. Dados

referentes a sítios periodontais, por indivíduo

Variáveis Min. Máx. Média (DP) Min. Máx. Média (DP) Valor de p

IG 0 4,5 0,4 (1,2) 0 10,6 3,6 (3,6) 0,116

IP 0 100 26,5 (28,9) 0 59,1 23,3 (19,9) 0,887

CALC 0 50 17,2 (16,8) 0 62,1 18,6 (17,7) 0,463

PBS 1,350 2,010 1,625 (0,190) 1,060 2,230 1,734 (0,317) 0,233

NCI 1,350 2,560 1,699 (0,309) 1,060 2,430 1,841 (0,350) 0,211

PBS ˃ 3mm 0 4,5 0,4 (1,2) 0 10,6 3,6 (3,6) 0,010

NCI ˃ 3mm 0 22,3 1,9 (5,9) 0 21,2 6,1 (6,9) 0,015

ISS 0 16,7 1,7 (4,6) 0 21,2 7,1 (7) 0,023

SUP 0 1,4 0,1 (0,4) 0 36,4 6,8 (11,2) 0,017

MOB G1 0 0 0 0 13,7 0,9 (3,5) 0,317

MOB G2 0 0 0 0 9,1 0,6 (2,4) 0,317

MOB G3 0 0 0 0 0 0 1

H2O Poço artesiano 2012Lago do Puruzinho 2010

tiva média

PBS e NCI = medida média da sondagem periodontal

Análise estatística da variação observada entre 2010 e 2012: teste de Wilcoxon

IG = Índice Gengival IP = Índice de Placa CALC = Cálculo dental PBS = Profundidade de Bolsa

à Sondagem NCI = Nível Clínico de Inserção ISS = Índice de Sangramento à Sondagem SUP =

Supuração MOB = Mobilidade dentária G1, G2 e G3 = Grau 1, 2 ou 3

IG, IP, CALC, PBS > 3mm, NCI ˃ 3mm, ISS, SUP, MOB G1, MOB G2 e MOB G3 = frequência rela-

Amostra populacional = 15 Min. = Mínimo Máx. = Máximo DP = Desvio Padrão

Calculamos as diferenças (os deltas (∆)) médios de cada parâmetro clínico periodontal

examinado ao nível do indivíduo. A melhora observada no IG e IP, entre 2010 e 2012, foi

maior nos moradores que mantiveram o consumo de água do lago. As diferenças dos deltas de

CALC, PBS, NCI e ISS, observadas entre os dois grupos estudados, foram impactantes.

Enquanto indivíduos que mantiveram o consumo de água apresentaram melhora clínica

dessas variáveis, os que passaram a consumir água do poço artesiano pioraram

significativamente (p ˂ 0,05) (Tabela 25).

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138

Tabela 25 – Diferenças observadas entre 2010 e 2012 (deltas), dos parâmetros clínicos

periodontais estratificados por fonte da água consumida diariamente

Variável N Média DP N Média DP Valor de p

∆ IG 12 -1,3 4,1 15 -0,9 2 0,952

∆ IP 12 -5,8 16,5 15 -4,6 26,4 0,642

∆ CALC 12 -1,7 10 15 1,1 10,8 0,731

∆ PBS 12 -0,375 0,488 15 0,109 0,359 0,017

∆ NCI 12 -0,342 0,581 15 0,143 0,403 0,030

∆ ISS 12 -0,3 5,1 15 5,4 8 0,040

∆ SUP 12 0,8 2,9 15 6,7 11,3 0,097

H2O Lago do Puruzinho H2O Poço artesiano

ano) analisadas pelo teste Wilcoxon-Mann-Whitney

DP = Desvio Padrão N = Número de indivíduos avaliados ∆ = delta, diferença obser-

vada entre 2010 e 2012 (2012 - 2010)

IG = Índice Gengival IP = Índice de Placa CALC = Cálculo dental PBS = Profundi-

dade de Bolsa à Sondagem NCI = Nível Clínico de Inserção ISS = Índice de Sangra-

mento à Sondagem SUP = Supuração

Diferenças observadas em função da água consumida diariamente (lago vs poço artesi-

Os gráficos nas figuras 20 e 21 ilustram o comportamento temporal dos parâmetros

clínicos periodontais, entre 2010 e 2012, estratificado pela fonte da água consumida em 2012.

A piora de PBS, NCI e ISS entre os usuários de água do poço artesiano, associada com

melhora de IP e IG, refletem um conflito na interpretação biológica dos dados. As médias de

PBS, NCI e ISS, em 2012, foram significativamente (p ˂ 0,05) diferentes em função do

consumo de água (Figura 20 e 21).

As mudanças nos parâmetros clínicos periodontais ocorridas entre 2010 e 2012 não

apresentaram variações significativas entre as categorias de idade estudadas. Indivíduos que

mantiveram o consumo de água do lago apresentaram redução das medidas médias de PBS e

NCI mais expressiva do que o aumento observado em função do consumo de água do poço

artesiano, no entanto, as mudanças nesses parâmetros ocorreram em sentidos opostos,

sugerindo efeito negativo da mudança do consumo de água do lago para água do poço

artesiano (Tabela 26).

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139

Figura 20 – Representação dos parâmetros clínicos periodontais IG, IP, CALC e ISS,

avaliados em 2010 e em 2012, entre indivíduos que mantiveram o consumo de água do lago e

os que passaram a consumir água do poço artesiano. * Teste Wilcoxon ** Teste Mann-

Whitney

Esses dados são importantes, pois sugerem que a eliminação da exposição diária à

água do Lago do Puruzinho pelo período de 12 meses foi capaz de inibir a possível melhora

de PBS e NCI, não manteve as medidas médias similares às observadas em 2010 e, esteve

associada com piora significativa (p ˂ 0,05) desses parâmetros (Tabelas 25 e 26). As

melhoras observadas podem ter sido consequência da instrução de higiene bucal e do

fornecimento de materiais de higiene bucal, na ocasião da expedição de 2010.

Freq

uên

cia

rela

tiva m

éd

ia

Expedições

IP lago

IP poço artesiano

IG lago

IG poço artesiano

CALC lago

CALC poço artesiano

ISS lago

ISS poço artesiano * p = 0,02

** p = 0,01

2010 2012

30

25

20

15

10

5

0

2

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140

Figura 21 – Representação dos parâmetros clínicos periodontais PBS e NCI, avaliados em

2010 e em 2012, entre indivíduos que mantiveram o consumo de água do lago e os que

passaram a consumir água do poço artesiano. * ** Teste Mann-Whitney

Nenhum dos 27 indivíduos participantes do estudo teve acesso a tratamento

periodontal no intervalo entre as expedições. Apesar de nenhuma variação dos parâmetros

clínicos periodontais, avaliada entre as expedições de 2010 e 2012, ter diferido de forma

estatisticamente significativa entre as categorias de idade estudadas, as melhoras no acúmulo

de placa e cálculo dental foram preferencialmente observadas nas faixas etárias de 22 a 35

anos e ≥ 36 anos de idade. Supomos que os indivíduos entre 12 e 21 anos não tiveram a

mesma melhora e apresentaram aumento da frequência relativa de IG, IP, CALC e ISS, em

função de possível menor adesão à instrução de higiene bucal, oferecida em 2010 (Tabela 26).

Son

dagem

perio

don

tal

(mm

)

Expedições

PBS lago

PBS poço artesiano

NCI lago

NCI poço artesiano

** p = 0,02

* p = 0,02

2010 2012

1,5

1

0,5

0

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141

As variações de cada parâmetro clínico periodontal observadas entre as expedições de

2010 e 2012 foram analisadas por superfícies vestibulares, linguais/palatinas ou regiões

proximais. Quando comparamos as três regiões examinadas, os moradores expostos à “água

negra” do Lago do Puruzinho apresentaram melhora do IG nos sítios periodontais

Vari

áveis

Média

(D

P)

Min

.M

áx.

Média

(D

P)

Min

.M

áx.

Média

(D

P)

Min

.M

áx.

Valo

r de p

∆ I

G0

00

-3,6

(7,2

)-1

4,4

0-0

,3 (

0,6

)-1

,10

0,5

73

∆ I

P4,5

(8,2

)0

16,7

-5,3

(7)

-13,5

3,5

-16,5

(24,3

)-5

1,4

00,1

45

∆ C

AL

C1,5

(3)

06

-3,9

(11,1

)-2

0,5

2,1

-2,6

(14,7

)-1

7,3

16,7

0,8

32

∆ P

BS

-0,2

85 (

0,5

98)

-1,1

50

0,2

10

-0,5

00 (

0,3

52)

-0,9

80

-0,1

70

-0,3

40 (

0,5

98)

-0,8

90

0,2

40

0,6

45

∆ N

CI

-0,1

28 (

0,7

51)

-1,1

50

0,6

00

-0,5

13 (

0,3

75)

-1,0

30

-0,1

70

-0,3

85 (

0,6

57)

-1,0

70

0,2

40

0,6

77

∆ I

SS

2,3

(2,9

)0

60,8

(1,6

)0

3,2

-3,8

(7,6

)-1

5,3

00,1

86

∆ S

UP

00

02,5

(5)

010

00

00,3

68

∆ I

G0,1

(0,3

)0

0,6

-1,5

(1,9

)-4

,20

-1,3

(3,2

)-6

,10,8

0,2

39

∆ I

P14,4

(12,1

)3,5

28,4

-12,3

(23,7

)-4

2,4

22,6

-16,7

(34,6

)-5

4,6

28,7

0,1

85

∆ C

AL

C4,2

(9,4

)-1

,421

-4,2

(12)

-20,8

7,9

5,2

(9,4

)-4

,614,2

0,5

63

∆ P

BS

0,1

40 (

0,4

99)

-0,5

70

0,6

50

0,0

88 (

0,2

13)

-0,1

70

0,4

00

0,1

00 (

0,4

36)

-0,3

20

0,5

10

0,8

29

∆ N

CI

0,1

46 (

0,5

01)

-0,5

70

0,6

50

0,1

07 (

0,2

20)

-0,1

70

0,4

30

0,1

925 (

0,5

81)

-0,3

30

0,7

10

0,9

35

∆ I

SS

0,9

(1,3

)0

2,9

7,7

(4,8

)0,6

914,3

7,6

(14,4

)-5

,221,2

0,2

12

∆ S

UP

3,4

(3,5

)0

8,3

5,6

(11,4

)-1

,428

12,5

(17,2

)0

36,4

0,6

17

Inse

rção IS

S =

Índic

e d

e S

angra

mento

à S

ondagem

S

UP

= S

upura

ção

Avaliaçã

o d

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o d

e c

ada v

ari

ável est

udada e

m f

unçã

o d

as

cate

gori

as

de idade. T

est

e K

rusk

al-

Wallis

12-2

1 a

nos

de idade

22-3

5 a

nos

de idade

≥ 3

6 a

nos

de idade

DP

= D

esv

io P

adrã

o M

in. =

Mín

imo M

áx. =

Máxim

o

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Delt

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metr

o c

línic

o p

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l avaliado e

ntr

e 2

010 e

2012 (

2012 -

2010)

IG =

Índic

e G

engiv

al I

P =

Índic

e d

e P

laca

C

AL

C =

Cálc

ulo

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l P

BS

= P

rofu

ndid

ade d

e B

ols

a à

Sondagem

N

CI

= N

ível C

línic

o d

e

H2O Lago do Puruzinho H2O Poço artesianoTab

ela

26 –

Del

tas

dos

par

âmet

ros

clín

icos

per

iodonta

is e

studad

os,

tab

ula

dos

de

acord

o c

om

o c

onsu

mo d

e

água

ob

serv

ado e

m 2

012 e

por

cate

gori

as d

e id

ade.

Dad

os

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os

por

síti

o p

erio

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l, p

or

indiv

íduo

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linguais/palatinos e interproximais, onde o IP foi significativamente (p ˂ 0,05) menos

frequente, em 2012. O maior acúmulo de cálculo dental em superfícies vestibulares também

foi observado entre usuários do poço artesiano. A redução de PBS nas superfícies linguais e

palatinas, o aumento do sangramento à sondagem (ISS) proximal e a supuração em sítios

periodontais linguais/palatinos, foram mais frequentes (p > 0,05). NCI foi menor em todos os

sítios periodontiais examinados (p ˂ 0,05), mas menos expressiva nas faces proximais. O

consumo de água do poço artesiano resultou no aumento da medida média de PBS e da

frequência relativa de ISS, em regiões interproximais (p ˂ 0,05). A supuração foi mais

evidente em sítios periodontais vestibulares e proximais (p ˂ 0,05). NCI variou de forma

discreta, porém, IG e IP foram muito menos frequentes por lingual/palatina em 2012, do que

em 2010 (p ˃ 0,05) (Tabela 27).

O índice de placa e o acúmulo de cálculo dental foram maiores com o envelhecimento,

nos indivíduos que mantiveram o consumo de “água negra” do Lago do Puruzinho e, foram

correlacionados positivamente com variações da medida média de PBS (p ˂ 0,05). A ausência

de doença periodontal nesses indivíduos sugere que NCI seria melhor estimador de casos de

recessão gengival, do que de bolsas periodontais. NCI ˃ 3mm apresentou correlação positiva

e expressiva com REC (0,739; p = 0,006), enquanto P.INSERÇÃO não foi diagnosticada no

grupo amostral em questão. A correlação negativa observada entre REC e SUP (-0,739; p =

0,006) sugere que a recessão gengival foi menor nos casos em que a frequência relativa de

sítios periodontais supurativos aumentou (Tabela 28).

A carga tabágica não apresentou correlação estatisticamente significativa com nenhum

dos parâmetros clínicos periodontais avaliados, tanto entre indivíduos que mantiveram o

consumo de água do lago, quanto os que passaram a fazer uso do poço artesiano (Tabela 28).

A mudança na fonte de água consumida diariamente influenciou a relação entre os

desfechos PBS e NCI e as variáveis clínicas estudadas. Indivíduos que passaram a consumir

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água do poço artesiano apresentaram maior frequência relativa de CALC, NCI, NCI ˃ 3 mm,

REC e ISS e, fumavam mais, em idades mais avançadas (p ˂ 0,05). A perda de inserção

clínica relacionada com bolsa periodontal (P.INSERÇÃO) não variou com a idade de forma

estatisticamente significativa (p > 0,05). O acúmulo de placa dental e a mobilidade dentária

foram mais frequentes em indivíduos com maior sangramento gengival (IG) (p ˂ 0,05). A

correlação positiva observada entre PBS, PBS ˃ 3 mm, NCI, NCI ˃ 3 mm, ISS, REC e SUP

(p ˂ 0,05) sugerem que sítios com bolsa periodontal ativa pudessem estar associados com

recessão gengival, porém, não ocorreram exclusivamente em função de IP e CALC (p >

0,05). É possível que IP e CALC tenham sido associados com áreas de recessão gengival,

consequente aumento de NCI e sangramento periodontal à sondagem (p ˂ 0,05) (Tabela 28).

Nenhum morador do Lago do Puruzinho exposto à “água negra” do lago foi

diagnosticado com mobilidade dentária. Em 2012, indivíduos que passaram a consumir água

do poço artesiano apresentaram casos incidentes de MOB G1 e MOB G2 (Tabela 29),

refletindo possível tendência às bolsas periodontais observadas em 2012 (PBS > 3 mm)

(Tabela 24) terem se associado com essas observações, mesmo sem correlação significativa

(Tabela 28). A doença cárie não diferiu significativamente em função da água consumida, na

amostra populacional, nem entre as categorias de idade estudadas (tabela 30, anexo, p. 245).

Apenas o senhor R.N.S. (40 anos, em 2012) foi diagnosticado como caso de

progressão de periodontite, segundo critérios propostos por Tonetti e Claffey (2005). Os sítios

periodontais mésiopalatino e distopalatino dos dentes 17 e 16, respectivamente, apresentaram

perda de inserção clínica periodontal ≥ 3 mm por periodontite associada com lesões de cárie,

IP, ISS, SUP e MOB. É possível que a mobilidade dentária e a supuração tenham sido

relacionadas com comprometimento endodôntico (lesão endoperiodontal) , uma vez que

apenas um sítio periodontal por dente apresentou PBS de 6 e 7 mm (Tabela 31).

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H2O

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po 1

ou 2

Lago do Puruzinho 2012 (H2O poço artesiano) N = 15

Tab

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28

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2012. T

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146

Tabela 29 – Casos de mobilidade dentária estratificados por consumo de água, observado em

2012. Dados referentes ao número de dentes com mobilidade, por indivíduo

Variáveis N % N % Valor de pa N % N % Valor de p

aValor de p

b

MOB G1 0 0 0 0 1 0 0 0,9 (3,5) 3,90% 0,317 0,371

MOB G2 0 0 0 0 1 0 0 0,6 (2,4) 2,60% 0,317 0,371

MOB G3 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 1

2010

ram a consumir água do poço artesiano no ano de 2012. Teste Wilcoxon-Mann-Whitney

2010 2012

POÇO ARTESIANOLAGO DO PURUZINHO

22,3 (5,4) dentes 21 (6) dentes 24 (4,6) dentes 23,3 (5,6) dentes

2012

N = Número médio de dentes daignosticados, por indivíduo % = Frequência relativa

Total de dentes examinados por categoria expresso como média (desvio-padrão)

Valor de pa = Avaliação da mudança observada entre 2010 e 2012 entre moradores do Lago do Puruzinho que mantiveram o consumo de água

do lago e, os que passaram a consumir água do poço artesiano. Teste Wilcoxon

Valor de pb = Diferença de cada variável observada entre os indivíduos que mantiveram o consumo de água do Lago do Puruzinho e os que passa-

MOB = Mobilidade dentária G1, G2 e G3 = Grau 1, 2 ou 3

Tabela 31 – Caso de progressão de periodontite, segundo critérios propostos por Tonetti e

Claffey, 2005

Sítio 2010 -

Indivíduo Gênero periodontal PBS IG IP CALC ISS SUP MOB CPOD

17 MP 2 0 0 0 0 0 0 5

16 DP 2 0 0 0 0 0 0 1

2012 -

PBS IG IP CALC ISS SUP MOB CPOD

17 MP 6 0 1 0 0 1 1 1

16 DP 7 0 1 0 1 1 2 1

H2O Poço artesiano

tária CPOD = escore do índice de Dentes Cariados, Perdidos e Obturados: 1, cárie; 5, hígido

M = Masculino MP = MésioPalatino DP = Distopalatino

Medidas de PBS em milímetro IG, IP, CALC, ISS e SUP = variáveis dicotômicas (0, ausente; 1, pre-

sente) MOB = números referentes ao Grau de mobilidade dentária

H2O Lago do Puruzinho

R.N.S. M

PBS = Profundidade de Bolsa à Sondagem IG = Índice Gengival IP = Índice de Placa CALC = Cál-

culo dental ISS = Índice de Sangramento à Sondagem SUP = Supuração MOB = Mobilidade den-

A distribuição de homens e mulheres entre os moradores do Lago do Puruzinho

expostos e não expostos à “água negra” do lago foi diferente ((*) Quadro 9), no entanto, as

significâncias estatísticas observadas para cada parâmetro clínico periodontal estudado

-

- -

- -

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147

sugeriram a não relação dos mesmos com a variável gênero (teste Qui-quadrado para

tendência).

A média de perda de inserção clínica periodontal relacionada com bolsa periodontal

foi equivalente a zero (0) nos 27 indivíduos avaliados longitudinalmente. A medida de REC

foi diferente (p ˂ 0,05) entre os moradores do Lago do Puruzinho que mantiveram o consumo

de “água negra” do lago e os que passaram a consumir água do poço artesiano, em 2012. No

entanto, a diferença desse parâmetro observada entre os dois grupos, em 2010, foi similar ao

observado em 2012. As variações de P.INSERÇÃO e REC no período de acompanhamento

de 24 meses, em ambos os grupos, comportaram-se da mesma forma e não foram

estatisticamente significativos (p > 0,05). Os dados sugerem que a diferença estatisticamente

significativa observada em 2012 (*) não representa um efeito expressivo da água do poço

artesiano consumida nos últimos 12 meses (Quadro 10).

Avaliamos o risco relativo da exposição à “água negra” do Lago do Puruzinho para a

incidência de IG, IP, CALC, PBS ˃ 3 mm, NCI ˃ 3 mm, ISS, SUP e MOB.

O consumo diário da água do lago, no Lago do Puruzinho, demonstrou tendência ao

efeito protetor contra IP, PBS > 3 mm e SUP (p ˃ 0,005), no entanto, o teste exato de Fischer

sinalizou possíveis efeitos preventivos contra NCI > 3 mm (RR = 0,125; p = 0,006) e ISS (RR

= 0,341; p = 0,033), estatisticamente significativos. No caso da incidência do IG, cujo risco

relativo sugeriu ausência de efeito da “água negra”, o resultado pode ter sido associado com a

tendência ao efeito protetor da mesma, contra o acúmulo de placa dental (IP) (Quadro 11). O

número de indivíduos avaliados e a dispersão dos parâmetros clínicos periodontais estudados

limitam as inferências causais no presente estudo, mas não inviabilizam as observações

sugeridas, especialmente nos casos em que ocorreram ao nível de significância estatística de

5% (p ˂ 0,05).

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148

Quadro 10 – Medidas médias de perda de inserção clínica periodontal e recessão gengival,

estratificados por consumo de água observado em 2012 e, por expedição

Valores apresentados como média (desvio-padrão) em milímetros, doagnosticados por sondagem periodontal

do Puruzinho no ano de 2012, respectivamente

ruzinho e os que passaram a fazer uso de água do poço artesiano, no ano de 2012 (p = 0,047)

Teste Wilcoxon-Mann-Whitney

Não foram observadas mudanças em P.INSERÇÃO e REC entre 2010 e 2012. Teste de Wilcoxon

DP = Desvio Padrão

P.INSERÇÃO = Perda de Inserção REC = Recessão gengival

* Diferença estatisticamente significativa de REC entre os indivíduos que mantiveram o consumo de água do Lago do Pu-

A média de P.INSERÇÃO foi próxima ou igual a 0 (zero) em todos os grupos amostrais avaliados

2010a e 2012a = Dados referentes aos indivíduos exminados em 2010 e 2012 que mantiveram o consumo de água do Lago

2010b e 2012b = Dados referentes aos indivíduos exminados em 2010 e 2012 que passaram a consumir água do poço arte-

siano no ano de 2012, respectivamente

2010a 2010b 2012a 2012b

2010a0,017 (0,058)

2010b0,073 (0,268)

2012a0,048 (0,184)

2012b0,107 (0,253)

0

0,02

0,04

0,06

0,08

0,1

0,12

dia

(D

P)

Amostra populacional

P.INSERÇÃO

REC

*

*

A variação da medida de PBS e NCI observada entre 2010 e 2012 foi correlacionada

positivamente com IP e CALC, nos indivíduos que mantiveram o consumo de “água negra”

do lago, no entanto, a mudança ocorrida na fonte da água consumida diariamente por parte da

população local sinalizou a associação da evolução longitudinal (∆) de PBS e NCI com ISS e

SUP, mas não com IP e CALC. A exposição diária à água do lago, desde o nascimento,

resultou em indivíduos sem doença periodontal, nos quais PBS e NCI comportaram-se, nos 24

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149

meses de seguimento, de forma dependente e em mesmo sentido que IP e CALC. A

inflamação gengival avaliada foi correlacionada com acúmulo de placa e cálculo dental e

mais frequente em indivíduos com incidência de sítios periodontais com supuração. Em

ambos os grupos de comparação (água do lago vs água do poço artesiano) os dentes com

extração indicada estiveram diretamente associados com novos casos da doença. Entre

consumidores de “água negra” do lago, a correlação positiva entre a incidência de exodontias

e as variações das medidas médias de PBS e das frequências relativas de dentes com

indicação de extração, sugere que a extensão das lesões de cárie podem ter contribuído para o

aumento de PBS e do número de dentes perdidos. A implementação do poço artesiano se

mostrou relacionada com a incidência de dentes ausentes em indivíduos com maior acúmulo

de placa dental e maior extensão da inflamação gengival (IG) (Tabela 32, anexo, p. 246).

As fotografias apresentadas na Figura 22 ilustram o perfil clínico periodontal dos

moradores do Lago do Puruzinho em função do consumo de água, observado em 2012. A

exposição diária à água do poço artesiano, pelo período aproximado de 12 meses, pode ter

sido correlacionada com as mudanças observadas ao exame clínico.

O aspecto visual dos tecidos periodontais e dentários expostos à “água negra” do Lago

do Puruzinho se manteve estável entre 2010 e 2012, no entanto, diagnosticamos acúmulos de

cálculo supragengival, placa dental e sítios periodontias com recessão gengival associados

com IG, IP, CALC e NCI ˃ PBS, bastante evidentes, apenas em indivíduos que substituíram o

consumo de água do lago pela água do poço artesiano (Figura 22a, 22b e 22c).

A Figura 23, em anexo (p. 247), corresponde ao registro do tratamento periodontal

realizado em um dos participantes do estudo, usuário do poço. Todos os moradores locais

receberam tratamento periodontal e/ou tratamento restaurador atraumático, se de sua vontade,

independente de participarem ou não do presente estudo.

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Quadro 11 – Risco relativo da exposição à “água negra” do Lago do Puruzinho para

incidência de parâmetros clínicos periodontais relacionados com doença periodontal

IG Casos Não-casos NCI ˃ 3mm Casos Não-casos

Expostos 0 12 12 Expostos 1 11 12

Não-expostos 2 13 15 Não-expostos 10 5 15

2 25 11 16

RR = 0 RR = 0,125

IP Casos Não-casos ISS Casos Não-casos

Expostos 3 9 12 Expostos 3 9 12

Não-expostos 8 7 15 Não-expostos 11 4 15

11 16 14 13

RR = 0,469 RR = 0,341

CALC Casos Não-casos SUP Casos Não-casos

Expostos 0 12 12 Expostos 5 7 12

Não-expostos 1 14 15 Não-expostos 7 8 15

1 26 12 15

RR = 0 RR = 0,893

PBS ˃ 3mm Casos Não-casos MOB Casos Não-casos

Expostos 3 9 12 Expostos 0 12 12

Não-expostos 9 6 15 Não-expostos 1 14 15

12 15 1 26

RR = 0,417 RR = 0

Teste exato de Fischer, p = 0,006

Teste exato de Fischer, p = 0,033

Teste exato de Fischer, p > 0,05

Teste exato de Fischer, p > 0,05

Teste exato de Fischer, p = 0,598

Teste exato de Fischer, p = 0,274

Teste exato de Fischer, p > 0,05

Teste exato de Fischer, p = 0,151

RR = Risco Relativo

Expostos = H2O Lago do Puruzinho Não-expostos = H2O poço artesiano

Casos = Frequência da variável 2012 ˃ 2010 Não-casos = Frequência da variável 2012 ≤ 2010

IG = Índice Gengival IP = Índice de Placa CALC = Cálculo dental PBS > 3mm = Frequência de Pro-

fundidade de Bolsa à Sondagem maior que 3mm NCI > 3mm = Frequência de Nível Clínico de Inserção

maior que 3mm ISS = Índice de Sangramento à Sondagem SUP = Supuração MOB = Mobilidade

dentária

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151

Figura 22 – Fotografias clínicas intraorais (expedição 2012): a,b,c) indivíduos que

mantiveram o consumo de “água negra” do Lago do Puruzinho; d,e,f,g) indivíduos que

passaram a consumir água do poço artesiano, a partir de 2011.

Setas pretas – placa dental; setas amarelas – cálculo dental; asterisco laranja – sinais clínicos

de inflamação associados à perda de inserção com presença de placa e/ou cálculo dental.

7.2.3 – Conclusão

Os resultados sugerem que a higiene bucal reforçada na expedição de 2010 pode ter

sido associada com a melhora dos parâmetros clínicos periodontais, observada 24 meses

depois. O consumo de água do poço artesiano resultou em variações clínicas importantes,

indicativas de possível aumento do risco para doenças periodontais. A hipótese da existência

de uma relação entre o homem e o ambiente no Lago do Puruzinho, capaz de inibir o IP,

CALC, IG, ISS e PBS ˃ 3 mm, foi idealizada a partir do perfil clínico periodontal observado

na expedição de 2010, em que a C. violaceum foi identificada nas amostras de água

a b c

d

e f g

* *

Fotografias de Davi da Silva Barbirato

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152

provenientes do lago. As observações longitudinais sugerem a participação da “água negra”

do Lago do Puruzinho na manutenção da saúde periodontal da população ribeirinha local, no

entanto, tais efeitos não podem ser inferidos à C. violaceum, pois consideramos a

possibilidade de que houvessem outras variáveis relacionadas à água (viés) capazes de

contribuir e/ou se relacionarem diretamente com os desfechos avaliados. A incidência de

supuração, sangramento sulcular à sondagem e a mobilidade dentária, não acompanhada de

acúmulo de placa e cálculo dental, sugere que a substituição da “água negra” do Lago do

Puruzinho pela água do poço artesiano possa ter causado algum tipo de desequilíbrio da

microbiota bucal em favor de periodontopatógenos, por eliminação da exposição diária à C.

violaceum ou características físico-químicas da própria água.

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153

7.3 – CAPÍTULO 3

Efeito da Fonte Natural de Água Consumida Diariamente sobre os Parâmetros

Clínicos Periodontais em Duas Populações Ribeirinhas da Amazônia.

7.3.1 – Delineamento do estudo

Estudo epidemiológico de campo, transversal, realizado no ano de 2012 a partir de

amostras censitárias locais, com critérios de seleção para o estudo definidos a partir dos

conceitos envolvidos com o binômio, saúde-doença periodontal. Os moradores do Lago do

Puruzinho que mantiveram o consumo de “água negra” do lago foram considerados o grupo

teste e, a comunidade ribeirinha de Buiuçu, cuja água consumida diariamente provém do rio

Madeira (“água branca”), o grupo controle.

A amostra populacional do Lago do Puruzinho foi estratificada em: usuários do poço

artesiano (poço artesiano), indivíduos que mantiveram o consumo de água do lago (Lago do

Puruzinho) e, algumas pessoas que relataram fazer uso de “água de garrafão”, vendida

comercialmente (outros). Os dados referentes à amostra populacional de Buiuçu estão

descritos na apresentação dos resultados como rio Madeira.

7.3.2 – Resultados e discussão

Em 2012, o número de ribeirinhos residentes no Lago do Puruzinho era de

aproximadamente 128 indivíduos, dos quais, 120 estiveram presentes e foram triados para o

presente estudo, em que 45% dessa amostragem foram aptos a participar. Os 65% não

incluídos compreenderam crianças com idade inferior a 12 anos (42%), moradores locais pelo

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154

período inferior a 5 anos (3%), indivíduos submetidos a qualquer tipo de terapia cínica

periodontal, incluindo profilaxia (2%) e, exposição a mediações antinflamatórias e/ou

antimicrobianas nos últimos 6 meses (5%). Apenas 3% da população local total, presente na

ocasião da expedição, recusaram-se a participar. A amostra populacional do Lago do

Puruzinho, analisada transversalmente em 2012, foi de 54 indivíduos, sendo 25 mulheres e 29

homens (Figura 24).

Figura 24 – Fluxograma representativo da população ribeirinha do Lago do Puruzinho, em

2012.

Apesar de as populações ribeirinhas da Amazônia apresentarem características

peculiares, comuns a todas, existem diferenças importantes em função da localização

geográfica.

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155

O distanciamento de regiões urbanas, a disponibilidade de resursos naturais

(principalmente os relacionados com a alimentação) e, aspectos culturais, podem resultar em

fatores de confundimento importantes para estudos em Periodontia. A comunidade de Buiuçu

é localizada próximo ao igarapé que comunica o rio Madeira com o Lago do Puruzinho. Aos

fundos das casas, os moradores de Buiuçu têm acesso às mesmas fontes de pescado e

mandioca brava que a população do Lago do Puruzinho. Ambas as comunidades ribeirinhas

se monstraram muito similares, no entanto, apenas a fonte de coleta de água para o consumo

diário e, os cuidados tomados com a mesma, foram diferentes. Os moradores de Buiuçu

consumiam “água branca” do rio Madeira, disponível próximo das casas e, o armazenamento

era feito em moringas, tal qual no Lago do Puruzinho. Neste, a “água negra” do lago era

“filtrada” em um pedaço limpo de pano antes de ser armazenada em moringas de barro. Em

Buiuçu, pela alta densidade de sólidos em suspensão, a água coletada no rio Madeira era

mantida em baldes pelo período aproximado de 24 horas para decantação e, tratada com 20

gotas/L de hipoclorito de sódio 2,5%, a partir da orientação e fornecimento da solução por um

agente de saúde da prefeitura (dado referido). Essa atenção básica prestada em Buiuçu, mas

não no Lago do Puruzinho, justifica o maior consumo de medicamentos e acesso a tratamento

odontológico nessa população (p ˂ 0,05) (Quadro 12).

O censo realizado em Buiuçu indicou que aproximadamente 29 mulheres e 15 homens

eram residentes locais. Desse total, 39 indivíduos foram triados e apenas 13 foram aptos a

participar do estudo (Quadro 12). Os dados apresentados nas Figuras 24 e 25, sugerem

distribuição simétrica de idade nas categorias de idade avaliadas. O morador de maior idade

(77 anos), em Buiuçu, não foi incluído nas análises dos dados por ser edêntulo total,

justificando o N = 12 apresentado nas tabelas a seguir. Entretanto, o mesmo relatou ter

perdido a maior parte dos dentes por terem ficado moles, com a “gengiva doente” e, que ele

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156

próprio teria removido alguns com a mão; o relato em questão sugere caso de periodontite

avançada, generalizada.

Figura 25 – Fluxograma representativo da população ribeirinha de Buiuçu, em 2012.

A média de idade no Lago do Puruzinho foi 27,39 (15,33) anos, aproximadamente

70% da amostra populacional estudada nunca consumiu fumo, bebida alcoólica ou usou

antibiótico. Em Buiuçu a idade média foi 32,25 (18,17) e a maioria dos parâmetros

demográficos avaliados comportaram-se de forma similar aos demais grupos de comparação

(Quadro 12).

Os relatos de perdas dentárias por “dente furado” (33%) e “dente mole” (50%), em

Buiuçu (Quadro 12), sugerem casos de periodontite e presença de bolsas periodontais (PBS ˃

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157

3 mm) na população local e, reforçam a legitimidade do dado referido pelo morador de 77

anos, apresentado anteriormente.

A distribuição do gênero, frequência de escovação e motivo de exodontias prévias

diferiram entre os grupos estratificados por consumo de água (Quadro 12). Avaliamos a

possível relação entre essas variáveis e o comportamento dos parâmetros clínicos periodontais

estudados. As diferenças estatisticamente significativas observadas na relação da frequência

de escovação com SUP (*), em Buiuçu, ocorreu em função de um único indivíduo ter relatado

escovar os dentes três vezes por dia e, ter apresentado frequência relativa de sítios

periodontais com supuração maior que o restante do grupo. No Lago do Puruzinho, um

morador usuário de água do poço artesiano afirmou ter feito exodontia, em 2011, de um dente

com mobilidade excessiva, o qual também apresentou maiores níveis e frequências de PBS,

NCI, ISS e MOB G1 (**). Isso sugere que gênero e frequência de escovação não

influenciaram de forma importante os parâmetros cínicos periodontais estudados e, que o caso

isolado de perda dentária associada com mobilidade dentária excessiva, relatado no Lago do

Puruzinho, poderia ter sido representativo de mudanças negativas no comportamento clínico

periodontal de indivíduos que passaram a consumir água do poço artesiano (Tabela 33, anexo,

p. 248).

A identificação de C. violaceum foi positiva e significativa nas amostras de “água

negra”, provenientes do Lago do Puruzinho (Figura 26). As possíveis comparações entre essas

amostras, observadas à análise de variância, indicaram contagens de unidades formadoras de

colônia desse microrganismo, expressivamente maiores do que na água do poço artesiano e

rio Madeira (Tabela 34).

A utilização de “água de garrafão” foi referida apenas por 4 moradores do Lago do

Puruzinho, os quais intercalavam o seu consumo com o de água do lago (mais frequente), em

função de limitações financeiras e de locomoção, para reposição no município mais próximo.

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158

Quadro 12 - Dados demográficos da amostra populacional do Lago do Puruzinho e de

Buiuçu, estratificada por fonte de água consumida diariamente

BUIUÇU

Lago do Puruzinho Poço artesiano Outros Rio Madeira

N = 25 N = 25 N = 4 N = 12

Variáveis

28,36 (17,94) 26,84 (13,07) 24,75 (13,75) 32,25 (18,17)

Idade (anos)a Min. = 12 Min. = 12 Min. = 12 Min. = 12

Máx. = 71 Máx. = 51 Máx. = 39 Máx. = 66

CatIdade

12-21 anos 13 (52%) 11 (44%) 2 (50%) 3 (25%)

22-35 anos 5 (20%) 7 (28%) 1 (25%) 5 (41,7%)

≥ 36 anos 7 (28%) 7 (28%) 1 (25%) 4 (33,3%)

M = 10 (40%) M = 15 (60%) M = 4 (100%) M = 2 (16,7%)

F = 15 (60%) F = 10 (40%) F = 0 F = 10 (83,3%)

Nunca fumante = 19 (76%) Nunca fumante = 18 (72%) Nunca fumante = 2 (50%) Nunca fumante = 10 (83,3%)

Fumante = 6 (24%) Fumante = 7 (28%) Fumante = 2 (50%) Fumante = 2 (16,7%)

1,2 (2,82) 1,69 (3,53%) 2,59 (3,01) 1,25 (2,92)

Min. = 0 Min. = 0 Min. = 0 Min. = 0

Máx. = 9 Máx. = 12 Máx. = 5,7 Máx. = 7,5

Consumo de Bebida Nunca = 17 (68%) Nunca = 19 (76%) Nunca = 2 (50%) Nunca = 10 (83,3%)

Alcoólica Sim = 8 (32%) Sim = 6 (24%) Sim = 2 (50%) Sim = 2 (16,7%)

1X / dia = 3 (12%) 1X / dia = 4 (16%) 1X / dia = 1 (25%) 1X / dia = 0

Frequência * 2X / dia = 12 (48%) 2X / dia = 11 (44%) 2X / dia = 2 (50%) 2X / dia = 11 (91,7%)

Escovação 3X / dia = 10 (40%) 3X / dia = 10 (40%) 3X / dia = 1 (25%) 3X / dia = 1 (8,3%)

Esporádico = 0 Esporádico = 0 Esporádico = 0 Esporádico = 0

Frequência Nunca = 24 (96%) Nunca = 11 (91,7%)

Fio Dental 2X / dia = 1 (4%) 2X / dia = 1 (8,3%)

Acesso Tratamento Nunca = 8 (32%) Nunca = 6 (24%) Nunca = 1 (25%) Nunca = 2 (16,7%)

Odontológico Sim = 17 (68%) Sim = 19 (76%) Sim = 3 (75%) Sim = 10 (83,3%)

Motivo * Nunca = 9 (36%) Nunca = 6 (24%) Nunca = 1 (25%) Nunca = 2 (16,7%)

Exodontias "Dente furado" = 16 (64%) "Dente furado" = 18 (72%) "Dente furado" = 3 (75%) "Dente furado" = 4 (33,3%)

"Dente Mole" = 0 "Dente Mole" = 1 (4%) "Dente Mole" = 0 "Dente Mole" = 6 (50%)

Prótese Sim = 2 (8%) Sim = 5 (20%) Sim = 1 (8,3%)

Removível Não = 23 (92%) Não = 20 (80%) Não = 11 (91,7%)

Nunca = 19 (76%) Nunca = 14 (56%) Nunca = 5 (41,7%)

Sim = 6 (24%) Sim = 11 (44%) Sim = 7 (58,3%)Nunca = 4 (100%)

Gênero *

Fumo

Carga Tabágicab

Antibiótico

DP = Desvio Padrão N = Número absoluto % = Frequência relativa Min. = Mínimo Máx. = Máximo M = Masculino F = Feminino

* Diferença estatisticamente significativa em função da água consumida diariamente (p ˂ 0,05). Teste Qui-quadrado de Pearson

Nunca = 4 (100%)

Nunca = 25 (100%) Nunca = 4 (100%)

LAGO DO PURUZINHO

Média (DP)a,b

ou N (%)

CatIdade = Categoria de Idade a,b

Variáveis numéricas apresentadas como média (desvio padrão da média)

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159

Dif

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C.

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um

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o P

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-14

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15

C.

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lace

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mo

ring

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do

Lag

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um

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mo

ring

as c

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H2O

do

Po

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94,8

423,9

0a

165,8

0*

C.

vio

lace

um

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mo

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om

H2O

do

Lag

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uruz

inho

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lace

um

no

Po

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iano

95,3

320,1

0a

170,6

0*

C.

vio

lace

um

nas

mo

ring

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om

H2O

do

Lag

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o P

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inho

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lace

um

nas

mo

ring

as c

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H2O

do

Rio

Mad

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94,8

132,3

0a

157,4

0*

C.

vio

lace

um

nas

mo

ring

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om

H2O

do

Lag

o d

o P

uruz

inho

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lace

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no

Rio

Mad

eira

89,7

87,9

0a

171,7

0*

C.

vio

lace

um

no

Lag

o d

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uruz

inho

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. vio

lace

um

nas

mo

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H2O

do

Po

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iano

161,8

0799

a243,7

0*

C.

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no

Lag

o d

o P

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inho

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um

no

Po

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rtes

iano

162,3

076,6

0a

248

*

C.

vio

lace

um

no

Lag

o d

o P

uruz

inho

vsC

. vio

lace

um

nas

mo

ring

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H2O

do

Rio

Mad

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161,8

087

a236,6

0*

C.

vio

lace

um

no

Lag

o d

o P

uruz

inho

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lace

um

no

Rio

Mad

eira

156,7

065,2

0a

248,3

0*

C.

vio

lace

um

nas

mo

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H2O

do

Po

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lace

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Po

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rtes

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75,7

0

C.

vio

lace

um

nas

mo

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H2O

do

Po

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rtes

iano

vsC

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lace

um

nas

mo

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do

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C.

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lace

um

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mo

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H2O

do

Po

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rtes

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lace

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Rio

Mad

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C.

vio

lace

um

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Po

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. vio

lace

um

nas

mo

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as c

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H2O

do

Rio

Mad

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-0,5

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C.

vio

lace

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no

Po

ço a

rtes

iano

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no

Rio

Mad

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80,1

0

C.

vio

lace

um

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mo

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as c

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H2O

do

Rio

Mad

eira

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lace

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Rio

Mad

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Gru

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*

Dif

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5).

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co

luna

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a -

b)

Tab

ela

34 –

Anál

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zinho e

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Buiu

çu

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160

Figura 26 – Quantidade de C. violaceum (UFC/mL) observada em amostras de água do Lago

do Puruzinho e, de Buiuçu. * e ** simbolizam a diferença estatisticamente significativa do

número médio de unidades formadoras de colônias de C. violaceum, observada entre as

amostras provenientes do lago e as demais coletadas das moringas ou diretamente da fonte,

respectivamente (p ˂ 0,05). ONEWAY ANOVA com pós-teste de Bonferroni para múltiplas

comparações

Ribeirinhos expostos à “água negra” do Lago do Puruzinho apresentaram perfil clínico

periodontal melhor, com medidas médias de PBS, NCI, REC e P.INSERÇÃO e, frequência

relativa de IG, IP, CALC, ISS, SUP e mobilidade dentária, expressivamente menores que os

demais grupos de comparação (Tabelas 35 e 36).

Morin

ga c

om

H2O

do

Lago d

o P

uru

zin

ho

No L

ago d

o P

uru

zin

ho

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**

Morin

ga c

om

H2O

do

poço a

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200

150

100

50

Un

idad

es

form

ad

oras

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olô

nia

por m

L (

UF

C/m

L)

0

Amostras de água

Grupos

Variáveis (H2O consumo diário) N Min. Máx. Média DP EP Valor de p

Lago do Puruzinho 25 0 1,2 0 0,2 0 -0,1 a 0,1

Poço artesiano 25 0 39,7 6,2 8,8 1,8 2,5 a 9,8

Rio Madeira 12 1,4 51,1 20,9 16,1 4,7 10,7 a 31,2

Outros 4 0 1,9 0,5 1,0 0,5 -1 a 2

Lago do Puruzinho 25 0 37,9 11,5 10,9 2,2 7 a 16

Poço artesiano 25 0 71,4 21,3 22,1 4,4 12,2 a 30,5

Rio Madeira 12 13,6 100 53,0 30,2 8,7 33,8 a 72,2

Outros 4 3,5 66 27,9 30,3 15,1 -20,3 a 76

Lago do Puruzinho 25 0 37,9 6 10,5 2,1 1,6 a 10,3

Poço artesiano 25 0 62,1 17,6 18,3 3,7 10,1 a 25,2

Rio Madeira 12 0 66,7 26,8 20,7 6 13,7 a 40,0

Outros 4 0 16,7 4,3 8,2 4,1 -8,8 a 17,4

Lago do Puruzinho 25 0,460 2,000 1,200 0,386 0,077 1,041 a 1,360

Poço artesiano 25 1,060 3,280 1,876 0,487 0,097 1,675 a 2,077

Rio Madeira 12 1,490 3,410 2,473 0,624 0,180 2,076 a 2,869

Outros 4 0,650 2,080 1,338 0,695 0,347 0,232 a 2,443

Lago do Puruzinho 25 0,460 2,020 1,261 0,443 0,089 1,079 a 1,444

Poço artesiano 25 1,060 3,540 1,957 0,521 0,104 1,742 a 2,172

Rio Madeira 12 1,530 3,750 2,712 0,831 0,240 2,183 a 3,240

Outros 4 0,670 2,080 1,343 0,688 0,344 0,247 a 2,438

Lago do Puruzinho 25 0 1,2 0 0,2 0 -0,1 a 0,1

Poço artesiano 25 0 39,7 6,2 8,8 1,8 2,5 a 9,8

Rio Madeira 12 1,4 51,1 20,9 16,1 4,7 10,7 a 31,2

Outros 4 0 1,9 0,5 1 0,5 -1,0 a 2

Lago do Puruzinho 25 0 16,6 1,4 4,5 0,9 -0,4 a 3,3

Poço artesiano 25 0 43,7 8 10,3 2,1 3,7 a 12,3

Rio Madeira 12 2,1 52,1 25,3 19,1 5,5 13,2 a 37,5

Outros 4 0 1,9 0,5 1 0,5 -1 a 2

Lago do Puruzinho 25 -0,050 0,870 0,061 0,211 0,042 -0,026 a 0,1478

Poço artesiano 25 0 0,980 0,081 0,202 0,040 -0,002 a 0,1645

Rio Madeira 12 0 1,070 0,239 0,350 0,101 0,017 a 0,4617

Outros 4 0 0,020 0,005 0,010 0,005 -0,011 a 0,0209

Lago do Puruzinho 25 0 0 0 0 0 0 a 0

Poço artesiano 25 0 0 0 0 0 0 a 0

Rio Madeira 12 0 1,250 0,276 0,404 0,117 0,019 a 0,533

Outros 4 0 0 0 0 0 0 a 0

Lago do Puruzinho 25 0 15,4 1,7 3,3 0,7 0,3 a 3,1

Poço artesiano 25 0 54,8 11,7 15,1 3 5,5 a 17,9

Rio Madeira 12 1,9 80,2 27,6 25,2 7,3 11,6 a 43,6

Outros 4 0 2,6 1,2 1,4 0,7 -1 a 3,5

Lago do Puruzinho 25 0 10 0,4 2 0,4 -0,4 a 1,2

Poço artesiano 25 0 36,4 5,4 9,6 1,9 1,5 a 9,4

Rio Madeira 12 0 8,8 1,9 2,6 0,8 0,2 a 3,5

Outros 4 0 8,3 2,1 4,2 2,1 -4,5 a 8,7

Lago do Puruzinho 25 0 27,6 1,1 5,5 1,1 -1,2 a 3,4

Poço artesiano 25 0 42,9 2,3 8,9 1,8 -1,4 a 5,9

Rio Madeira 12 0 23,5 7,2 9,0 2,6 1,5 a 12,9

Outros 4 0 0 0 0 0 0 a 0

Lago do Puruzinho 25 0 0 0 0 0 0 a 0

Poço artesiano 25 0 9,1 0,4 1,8 0,4 -0,4 a 1,1

Rio Madeira 12 0 20 2,7 6,5 1,9 -1,4 a 6,9

Outros 4 0 0 0 0 0 0 a 0

Lago do Puruzinho 25 0 0 0 0 0 0 a 0

Poço artesiano 25 0 0 0 0 0 0 a 0

Rio Madeira 12 0 5,9 0,5 1,7 0,5 -0,6 a 1,6

Outros 4 0 0 0 0 0 0 a 0

Variações observadas entre os grupos estratificados por H2O consumo diário analisadas pelo teste Kruskal-Wallis

PBS

MOB G1

MOB G2

MOB G3

PBS > 3mm

NCI > 3mm

REC

IC (95%) das médias

IG

IP

CALC

P.INSERÇÃO

ISS

SUP

˂ 0,001

0,001

˂ 0,001

˂ 0,001

˂ 0,001

˂ 0,001

˂ 0,001

0,009

˂ 0,001

˂ 0,001

0,009

NCI

0,002

0,136

0,212

IG, IP, CALC, PBS ˃ 3mm, NCI ˃ 3mm, ISS, SUP e MOB - Dados apresentados como frequência relativa média

nico de Inserção REC = Recessão gengival P.INSERÇÃO = Perda de Inserção ISS = Índice de Sangramento à Sondagem SUP =

IG = Índice Gengival IP = Índice de Placa CALC = Cálculo dental PBS = Profundidade de Bolsa à Sondagem NCI = Nível Clí-

Grupos (H2O consumo diário) = Amostras populacionais estratificadas por fonte da água consumida diariamente

Supuração MOB = Mobilidade dentária G1, G2 e G3 = Grau 1, 2 ou 3

CPITN, PBS, NCI, REC, P.INSERÇÃO - Dados apresentados como medidas médias

N = Número de indivíduos avaliados Min. = Mínimo Máx. = Máximo DP = Desvio Padrão EP = Erro Padrão IC = Intervalo

de Confiança

Tab

ela

35 –

Des

criç

ão d

os

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icos

per

iodonta

is n

o L

ago d

o P

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No Lago do Puruzinho, indivíduos expostos à água do lago não apresentaram bolsas

periodontais e, a medida de NCI pode ter sido um estimador de recessões gengivais, mais do

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No Lago do Puruzinho, indivíduos expostos à água do lago não apresentaram bolsas

periodontais e, a medida de NCI pode ter sido um estimador de recessões gengivais, mais do

que de perda de inserção clínica periodontal associada com periodontite, visto que a

frequência relativa de sítios periodontais com P.INSERÇÃO foi zero. Os moradores do Lago

do Puruzinho que se beneficiaram do poço artesiano tiveram IG, CALC, PBS, NCI, PBS ˃ 3

mm, NCI > 3 mm, REC, ISS e SUP, significativamente superiores aos que mantiveram o

consumo de água do lago desde a infância. O acúmulo de placa dental e a medida média de

perda de inserção associada com bolsa periodontal (P.INSERÇÃO), equivalentes entre Lago

do Puruzinho e poço artesiano, sugerem que o IP pode não ter sido a principal variável

relacionada com as diferenças observadas entre ambos os grupos e que sítios com periodontite

foram pouco frequentes ou apresentaram profundidade à sondagem inexpressiva. Os 4

moradores do Lago do Puruzinho que relataram consumir “água de garrafão” há pelo menos

um ano, mostraram-se similares aos que mantiveram o consumo de água do lago (Tabelas 35

e 36).

A utilização de água do poço pelo período aproximado de 12 meses resultou em

parâmetros clínicos periodontais mais elevados, no entanto, aquém dos valores observados em

Buiuçu. Indivíduos que consumiam “água branca” do rio Madeira apresentaram 20,9%

(desvio padrão 16,1) dos sítios com periodontite (PBS ˃ 3 mm) e, em média 0,276 mm

(desvio padrão 0,404) de perda de inserção clínica relacionada com bolsa periodontal, cuja

máxima observada foi de aproximadamente 1,250 mm. Todas as variáveis periodontais,

exceto SUP, foram muito mais elevadas nesse grupo do que nos demais (Tabelas 35 e 36).

A supuração foi um dado que chamou a atenção, pois a substituição da água do lago

por água do poço artesiano resultou em frequências muito mais elevadas dessa variável,

mesmo quando comparada com o consumo de água do rio Madeira. Talvez essa mudança

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163

tenha causado um desequilíbrio na relação parasita-hospedeiro, possivelmente estabelecido e

amadurecido ao longo dos anos, desde o nascimento (Tabelas 35 e 36).

Tabela 36 – Significância estatística observada para cada parâmetro clínico periodontal,

comparando moradores de Buiuçu e usuários do poço artesiano, com indivíduos expostos à

“água negra” do Lago do Puruzinho (complementar à tabela 34)

Lago do Puruzinho vs Poço artesiano Lago do Puruzinho vs Rio Madeira

Variáveis

IG 0,024 0,193

IP 0,183 ˂ 0,001

CALC 0,002 ˂ 0,001

PBS ˂ 0,001 ˂ 0,001

NCI ˂ 0,001 ˂ 0,001

PBS ˃ 3mm ˂ 0,001 ˂ 0,001

NCI ˃ 3mm ˂ 0,001 ˂ 0,001

REC 0,011 0,003

P.INSERÇÃO 1 ˂ 0,001

ISS 0,001 ˂ 0,001

SUP 0,001 0,002

MOB G1 0,556 0,002

MOB G2 0,317 0,039

MOB G3 1 0,149

Dois grupos de comparação (pares associados) corrigidos pelo pós-teste de Bonferroni para comparações múlti-

plas com nível de significância estimado em 2,5% (p ≤ 0,025)

Valor de p

2 ou 3

Significância estatística das diferenças observadas entre os grupos de comparação: teste Mann-Whitney

vs = versus, grupos de comparação em função da origem da água consumida diariamente

CPITN = Índice Periodontal Comunitário de Necessidade de Tratamento

IG = Índice Gengival IP = Índice de Placa CALC = Cálculo dental PBS = Profundidade de Bolsa à Sonda-

gem NCI = Nível Clínico de Inserção REC = Recessão gengival P.INSERÇÃO = Perda de Inserção ISS =

Índice de Sangramento à Sondagem SUP = Supuração MOB = Mobilidade dentária G1, G2 e G3 = Grau 1,

Em ambos os grupos, a ausência dentária foi correlaciondada positivamente com idade

e CargTab, no entanto, entre os expostos à “água negra”, os dados sugerem que as lesões de

cárie poderiam explicar esse evento, onde PBS > 3 mm não foi diagnosticado (Tabela 37).

Em Buiuçu, o consumo de água do rio Madeira correlacionou ausências dentárias com

NCI, o qual esteve associado com P.INSERÇÃO e PBS ˃ 3 mm, mas não com cárie, como

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164

observado entre usuários de “água negra” do lago. Essa observação sugere que, em Buiuçu, o

principal fator relacionado com perdas dentárias pode ter sido a doença periodontal (IG e ISS

correlacionaram-se positivamente coom PBS > 3 mm), mas não a doença cárie. NCI, PBS ˃ 3

mm e REC estiveram mais evidentes com o avanço da idade, sugerindo maior prevalência

e/ou piora expressiva desses parâmetros observados com o envelhecimento. A prevalência de

MOB G1 e MOB G2 foi maior em função da extensão (PBS > 3 mm) e severidade

(P.INSERÇÃO) de sítios com bolsa periodontal, onde ISS foi observado. Os dentes com

mobilidade dentária diagnosticados foram mais prevalentes em indivíduos com PBS, NCI,

PBS ˃ 3 mm, P.INSERÇÃO e REC aumentados, sugerindo associação desse evento com

doença periodontal destrutiva (periodontite). Os dados de CALC sugerem que tenha sido mais

frequentes em função de recessões gengivais não associadas com bolsa periodontal, com

sangramento à sondagem presente e maior número de dentes perdidos, especialmente em

indivíduos de idade mais avançada (Tabela 37).

Em 2012, os moradores do Lago do Puruzinho que mantiveram o consumo de água do

lago apresentaram variações na carga tabábica, CPOD, número de dentes ausentes e

frequência relativa de sítios periodontais com cálculo supragengival, crescentes em função do

envelhecimento. Apesar de PBS ˃ 3 mm e P.INERÇÃO inexistentes nesses indivíduos, NCI >

3 mm, REC, MOB G1 e SUP apresentaram correlação positiva que sugeriu o

comprometimento de estruturas periodontais por outra etiologia, que não bolsas periodontais,

com sinais clínicos compatíveis com infecção odontogênica (possivelmente, de origem

endodôntica). É possível que o acúmulo de placa e cálculo dental tenham sido responsáveis

apenas por lesões de cárie e, a longo prazo, perda dentária, sem sinais clínicos de inflamação

periodontal ou bolsas periodontais evidentes (Tabela 37).

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166

Dois fatores ambientais teriam potencial para interferir no desfecho saúde-doença

periodontal: contaminação por mercúrio e infecções parasitárias. Lago do Puruzinho e Buiuçu

apresentaram níveis de contaminação por mercúrio e eosinofilia equivalentes (p ˃ 0,05) e não

relacionadas com parâmetros clínicos periodontais (Tabelas 38 e 39, anexo, p. 249).

Na Tabela 40 descrevemos o odontograma, baseado no índice CPOD, dos quatro

grupos de indivíduos diferenciados pela fonte da água consumida diariamente. Os dados

indicam similaridade entre as amostras populacionais do Lago do Puruzinho e de Buiuçu

estudadas, no entanto, a frequência de dentes ausentes e com indicação de exodontia foram

expressivamente maiores na comunidade ribeirinha de Buiuçu, onde as lesões de cárie foram

menos prevalentes. A frequência relativa de dentes obturados, maior, pode ser justificada pelo

maior acesso a tratamento odontológico (Quadro 12). O índice CPOD foi significativamente

superior nessa população do que no Lago do Puruzinho (CPOD - 10,3 (7,6); p ˂ 0,05).

A amostra populacional do Lago do Puruzinho usuária de água do lago apresentou

aumento do número de dentes ausentes e, por conseguinte, diminuição do número de dentes

hígidos, aumento da frequência relativa de sítios periodontais com cálculo dental e aumento

do índice CPOD entre as categorias de idade de 12-21 anos e, ≥ 36 anos de idade. Em Buiuçu,

o índice CPOD comportou-se de mesma forma, entretanto, a variação do número de dentes

hígidos e ausentes e, da medida média de REC, foi significativa entre as três categorias de

idade (p ˂ 0,05). Isso sugere que a incidência de dentes ausentes em função da progressão de

bolsas periodontais acompanhadas de casos de recessão gengival, poderia ter uma velocidade

de evolução maior nessa comunidade, cujo consumo de água pode ser considerada, senão a

única, a principal característica que a difere do Lago do Puruzinho. (Tabela 41).

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167

Tabela 40 – Decrição do índice CPOD estratificada pela fonte da água consumida

diariamente. Dados tabulados como índice CPOD médio e, frequência relativa média de

dentes hígidos, ausentes, cariados, obturados ou com exodontia indicada, por indivíduo

Grupos

Variáveis (H2O consumo diário) N Média (DP) Min. Máx. Valor de p

Lago do Puruzinho 25 6,8 (7,2) 0 25

Poço artesiano 25 8,8 (5,8) 0 19

Rio Madeira 13 10,3 (7,6) 2 28

Outros 4 2,5 (1,9) 0 4

Lago do Puruzinho 25 85,5 (19,3) 18,8 100

Poço artesiano 25 77,8 (20,9) 8,15 100

Rio Madeira 13 79,5 (25,9) 0 100

Outros 4 99,1 (1,9) 96,3 100

Lago do Puruzinho 25 14,3 (18,2) 0 60,7

Poço artesiano 25 14,7 (18,5) 0 60,7

Rio Madeira 13 26,4 (29,3) 0 96,4

Outros 4 8,04 (7,37) 0 14,3

Lago do Puruzinho 25 10 (12,1) 0 45,5

Poço artesiano 25 12,2 (8) 0 25,9

Rio Madeira 13 8,2 (9,9) 0 31,3

Outros 4 0 0 0

Lago do Puruzinho 25 0,5 (1,9) 0 9,1

Poço artesiano 25 1,7 (6,7) 0 33,3

Rio Madeira 13 1,1 (2,6) 0 7,1

Outros 4 0 0 0

Lago do Puruzinho 25 3,8 (12,6) 0 62,5

Poço artesiano 25 5,6 (11,6) 0 44

Rio Madeira 13 11,3 (27,6) 0 100

Outros 4 0,9 (1,9) 0 3,7

CPOD

Dentes hígidos

te Kruskal-Wallis

Dentes ausentes

Dentes cariados

Dentes obturados

Dentes com exodontia indicada

Grupos (H2O consumo diário) = Amostras populacionais estratificadas por fonte de água consumida diariamente

0,050

0,054

0,707

0,012

0,797

0,758

N = Número de indivíduos examinados DP = Desvio Padrão Min. = Mínimo Máx. = Máximo % = Frequên-

cia relativa

CPOD = Índice de Dentes Cariados Perdidos e Obturados

Valores de p referentes à diferença observada entre os grupos de comparação (H2O consumo diário) pelo tes-

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168

7.3.3 – Conclusão

Os dados sugerem que a comunidade de Buiuçu, com hábitos e costumes similares aos

do Lago do Puruzinho, apresentou duas principais patologias, potencialmente relacionadas

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169

com perda dentária: cárie e periodontite. Diferentemente das primeiras observações clínicas

feitas no Lago do Puruzinho, em 2010, o consumo de água do poço artesiano, do rio Madeira

e de “garrafão”, esteve associado com parâmetros clínicos periodontais piores, sinais clínicos

de inflamação (IG e ISS), bolsas periodontais (PBS ˃ 3 mm), perda de inserção clínica

periodontal decorrente de periodontite (P.INSERÇÃO), supuração (SUP) e mobilidade

dentária (MOB). Tanto entre usuários de água do poço artesiano quanto entre moradores de

Buiuçu, foram identificados casos de perda dentária, possivelmente associados com

periodontite.

Concluímos que a “água negra” do Lago do Puruzinho representou um fator ambiental

fortemente associado com melhores observações clínicas dos parâmetros periodontais

avaliados, no entanto, não foi possível atribuir à C. violaceum a responsabilidade por essa

observação.

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170

7.4 – CAPÍTULO 4

Chromobacterium violaceum na água: efeito protetor contra perda óssea alveolar em

ratos Wistar com periodontite experimentalmente induzida. (Estudo piloto)

7.4.1 – Delineamento do estudo

Estudo do tipo experimental, in vivo, de análise cega dos dados.

7.4.1.1 – Objetivo

Testar o efeito da C. violaceum, disponível na água para ingestão hídrica de ratos

Wistar, na evolução da perda óssea alveolar em dentes com doença periodontal

experimentalmente induzida por ligadura.

7.4.2 – Materiais e métodos

7.4.2.1 – Modelo animal

Foram utilizados ratos Wistar machos, expostos à água na ausência ou presença da C.

violaceum desde a terceira semana de gestação (exposição materna no fim da gestação e

exposição dos filhotes desde o nascimento). Alocamos duas ratas prenhas em cada grupo de

forma randômica, totalizando 10 animais, das quais selecionamos apenas os filhotes machos

para indução de doença periodontal, por ligadura, aos 2,5 meses de vida (Figura 27).

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171

Utilizamos duas fêmeas por grupo, pois não havia garantia de que apenas com uma ninhada

teríamos 5 filhotes machos para o experimento.

SAUDÁVEL, CTRL-, [ ] 1, [ ] 2 30D e [ ] 2 = Grupos experimentais

♀ = Fêmeas ♂ = Machos

2D = Dois Dentes, por animal 5D – 2MSD = Cinco Dentes: Segundos Molares Superiodores Direitos 5D – 2MSE =

Cinco Dentes: Segundos Molares Superiores Esquerdos

Figura 27 – Fluxograma representativo do número de filhotes machos e fêmeas, nascidos e, da

amostra utilizada no presente estudo

Selecionamos aleatoriamente 5 filhotes machos de cada grupo, a partir das duas

ninhadas disponíveis (originados de duas fêmeas prenhas, por grupo).

A indução de periodontite se deu nos segundos molares superiores (dois por animal)

totalizando 10 dentes avaliados em cada um dos 5 grupos estudados.

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172

Grupos experimentas:

1. SAUDÁVEL – animais sem indução de doença periodontal, expostos à água

destilada deionizada estéril;

2. CTRL- – animais com periodontite experimentalmente induzida por ligadura,

expostos à água destilada deionizada estéril;

3. [ ] 1 – animais expostos a, aproximadamente, 102 células/mL de C. violaceum,

em água destilada deionizada estéril;

4. [ ] 2 – animais expostos a, aproximadamente, 106 células/mL de C. violaceum,

em água destilada deionizada estéril;

5. [ ] 2 30D – animais expostos a, aproximadamente, 106 células/mL de C.

violaceum, em água destilada deionizada estéril, apenas pelos 30 primeiros

dias de vida.

Todos os ratos se alimentaram de ração ad libitum e, a água era trocada a cada 3 dias.

7.4.2.2 – Cultura da C. violaceum

A C. violaceum utilizada foi identificada e isolada do Lago do Puruzinho na expedição

de 2010. Para os ensaios experimentais, as bactérias foram cultivadas em meio de cultura

Lysogeny Broth (LB), acrescido de ampicilina, como descrito no item 6.10, em materiais e

métodos.

7.4.2.3 – Preparo das águas para ingestão hídrica com ou sem C. violaceum

A C. violaceum isolada do Lago do Puruzinho foi cultivada em meio LB com

ampicilina, como descrito no ítem 6.10 (materiais e métodos). A fase estacionária da C.

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173

violaceum é alcançada em 48 horas, em meio de cultura LB líquido (aproximadamente 109

células/mL). O crescimento bacteriano foi melhor observado sob agitação (120 rpm), a 28 °C,

ao abrigo de luz. A contagem da C. violaceum foi realizada por diluição seriada. Os animais

do grupo [ ] 1 receberam dois frascos com 500 mL de água destilada estéril, acrescida de

aproximadamente 103 células/mL de C. violaceum, já nos grupos [ ] 2 e [ ] 2 30 D, foram

acrescidas 107 células/mL de C. violaceum. Esses números de células, inoculados nas

amostras de água disponibilizadas para os animais, foram definidas por manterem

aproximadamente 102 e 10

6 células/mL de C. violaceum viáveis, a cada 3 dias, nos grupos [ ]

1 e [ ] 2 / [ ] 2 30 D, respectivamente. A perda de aproximadamente 90% dos microrganismos

pode ser justificada pela temperatura do biotério e pela falta de agitação. Após diluição

seriada e antes de inocular as águas, os meios de cultura LB (líquido), com 103 ou 10

7

células/mL de C. violaceum, foram centrifugados a 10.000 g por 5 minutos e os sedimentos

lavados com água destilada deionizada estéril. Esse procedimento foi repetido por 3 vezes

para lavagem das células, com o objetivo principal de remover o meio de cultura com

ampicilina.

7.4.2.4 – Periodontite experimentalmente induzida por ligadura

Os animais foram submetidos à anestesia geral com uma combinação de solução

estéril de cloridrato de Cetamina 50 mg/kg de peso corporal (Vetanarcol®, Laboratórios

König© SA, Avellaneda, Argentina) e, 20 mg/kg de peso corporal de cloridrato de xilazina a

2% (Kensol®, Laboratórios König

© SA, Avellaneda, Argentina). Anestesiados, os animais

foram estabilizados em decúbito dorsal, com a boca mantida aberta e a língua afastada para o

lado contrário ao dente que recebia a ligadura. Utilizamos fios de sutura 3-0 estéril (Ethicon®,

Johnson & Johnson Produtos Profissionais Ltda©, Rio de Janeiro, RJ, Brasil) para as

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174

ligaduras, instaladas ao redor dos segundos molares superiores (direito e esquerdo) aos 2,5

meses de vida e, mantidos por 25 dias (sacrifício).

7.4.2.5 – Biópsia tecidual

Após a remoção das ligaduras e dissecção dos tecidos moles, as amostras foram

mantidas em hipoclorito de sódio 2,5% (Soda clorada, Biodinâmica©, Ibiporã, PR, Brasil) por

48 horas e limpos em água corrente com a ajuda de pequenas escovas unitufo (TePe Compact

Topete, TePe© Munhygienprodukter AB, Malmö, Suécia). A perda óssea alveolar foi

mensurada em milímetros a partir da junção cemento-esmalte (JCE), previamente corada com

azul de metileno a 1% (melhor evidenciada).

7.4.2.6 – Aquisição de imagens para quantificação de perda óssea alveolar

As amostras foram fotografadas com lente macro 100 mm e flash circular (Cannon©

INC, Tóquio, Japão), à menor distância focal, constante e padronizada. Foram realizadas três

fotografias por amostra e de uma régua milimetrada para calibração do programa de

histomorfometria.

7.4.2.7 – Mensuração da perda óssea alveolar

As imagens capturadas foram analisadas no programa Image-Pro Plus® 5.0 (Media

Cybernetics©, Silver Spring, USA) para mensauração da distância observada entre a JCE e a

margem óssea alveolar remanescente, nos dentes molares com periodontite induzida por

ligadura. Essa distância foi analisada em seis sítios periodontais, por dente: mésiobucal (MB),

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175

médiobucal (B), distobucal (DB), mésiopalatino (MP), médiopalatino (P) e distopalatino

(DP).

As medições do grupo SAUDÁVEL foram consideradas padrão (morfologia)

fisiológico. As perdas ósseas alveolares foram diagnosticadas a partir desse padrão pela

subtração da distância entre a JCE e a margem óssea alveolar adjacente do grupo

experimental estudado a partir da distância entre a JCE e a margem óssea alveolar adjacente

do grupo SAUDÁVEL (SAUDÁVEL – grupo experimental). O grupo CTLR- teve a

finalidade de comprovar a eficiência do modelo experimental.

Após a remoção das ligaduras e amostras de tecido gengival para análises futuras, um

segundo pesquisador identificou as amostras de maxila por códigos numéricos para que

fossem preparadas para a avaliação macroscópica, os quais foram revelados apenas após

conclusão dos bancos de dados. Sendo assim, as análises das imagens foram feitas por um

examinador sem conhecimento da identificação real das amostras (cegamento).

7.4.2.8 – Análise estatística

Figuras e tabelas foram geradas no programa Excell®

2013 (Microsoft©, Redmond,

WA, USA). Os bancos de dados e as análises estatísticas foram realizados no programa

GraphPad Prism® 5.0 statistical program (GraphPad Software

©, Inc., USA). A avaliação da

distribuição amostral foi feita pelo teste Kolmogorov-Smirnov. O tamanho amostral

relacionado com as análises estatísticas foi: 10 dentes e 60 sítios periodontais, por grupo.

Utilizamos teste t de Student e ONEWAY ANOVA com pós-teste de Bonferroni para

amostras com distribuição normal e, teste Wilcoxon-Mann-Whitney para avaliação de duas

amostras não pareadas.

O nível de significância estatística foi considerado em 5%.

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176

7.4.2.5 – Considerações éticas

Todos os procedimentos foram conduzidos em concordância com as recomendações

do guia para o cuidado e uso de animais de laboratório do National Institutes of Health

(National Research Council).

7.4.3 – Resultados

A distância entre a JCE e a margem óssea alveolar adjacente, fisiológica, foi de 0,277

mm (0,042) para a média representativa dos 6 sítios periodontais analisados por dente, 0,261

mm (0,032) de média observada entre os sítios médiobucal (B) e médiopalatino (P) e, 0,285

mm (0,050) para as regiões proximais (média dos sítios mesiobucal (MB), distobucal (DB),

mesiopalatino (MP) e distopalatino (DP)). As medidas referentes ao grupo CTRL- sugerem

perda óssea alveolar significativa, a qual, quando comparada com o grupo [ ] 2, sugere efeito

protetor da C. violaceum (106 células/mL) para esse desfecho. A perda óssea alveolar

observada no grupo CTRL- foi 0,330 mm, 0,247 mm e 0,363 mm, em média, do total de sítios

periodontais examinados, superfícies livres e proximais, respectivamente, sugerindo que o

modelo de ligadura foi efetivo, especialmente nas áreas interproximais (Tabela 42).

O efeito protetor contra perda óssea alveolar, identificado no grupo [ ] 2, foi

mais evidente nos sítios MB, B, MP e P, cujas perdas ósseas alveolares não diferiram

significativamente do grupo SAUDÁVEL. Isso sugere que a exposição à C. violaceum na

ingestão hídrica diária (106 células/mL) inibiu parcialmente o desenvolvimento e/ou evolução

de periodontite, em favor do hospedeiro (Tabela 43 e Tabela 44).

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177

Tabela 42 – Distância entre a JCE e a margem do osso alveolar adjacente dos grupos

experimentais. Identificação por símbolos das diferenças estatisticamente significativas

observadas nas comparações em pares

Variáveis Min. Máx. Média DP Min. Máx. Média DP

2º molar superior (total) 0,205 0,337 0,277 0,042 0,513 0,784 0,607 0,074

Superfícies livres 0,206 0,289 0,261 0,032 0,300 0,727 0,508 0,111

Regiões proximais 0,205 0,361 0,285 0,050 0,544 0,812 0,648 0,079

Min. Máx. Média DP Min. Máx. Média DP

2º molar superior (total) 0,401 0,877 0,618 0,132 0,208 0,611 0,449 0,152

Superfícies livres 0,327 0,897 0,536 0,157 0,206 0,453 0,359 0,094

Regiões proximais 0,438 0,866 0,660 0,127 0,208 0,691 0,493 0,183

Min. Máx. Média DP

2º molar superior (total) 0,319 0,787 0,581 0,160

Superfícies livres 0,259 0,703 0,498 0,151

Regiões proximais 0,349 0,829 0,622 0,167

tina); Regiões proximais, sítios periodontais proximais MB e MP (MésioBucal e MésioPalatina, respectivamente) e, DB

e DP (Distobucal e DistoPalatina, respectivamente)

SAUDÁVEL † CTRL- †‡

[ ] 1 [ ] 2 ‡

Variáveis: 2º molar superior (total), média dos seis sítios periodontais avaliados; Superfícies livres, B (Bucal) e P (Pala-

[ ] 2 30D

CTRL- = Ratos Wistar com doença periodontal experimentalmente induzida por ligadura não expostos à C. violaceum

Medidas médias por animal Min. = Mínimo Máx. = Máximo DP = Desvio Padrão

SAUDÁVEL = Ratos Wistar sem doença periodontal experimentalmente induzida por ligadura

Grupos experimentais:

[ ] 1 = Exposição diária a aproximadamente 102células/mL de C. violaceum

[ ] 2 = Exposição diária a aproximadamente 106 células/mL de C. violaceum

[ ] 2 30D = Exposição diária a aproximadamente 106 células/mL de C. violaceum nos 30 primeiros dias de vida

‡ Diferença estatisticamente significativa (p ˂ 0,05) observada para as três variáveis analisadas entre os grupos CTRL-

e [ ] 2. Teste Wilcoxon-Mann-Whitney

† Confirmação da perda óssea alveolar em dentes com ligadura cervical (p ˂ 0,05). Teste Wilcoxon-Mann-Whitney

As variáveis analisadas diferiram de forma significativa entre os grupos experimentais estudados (teste Kruskall-Wallis)

(p ˂ 0,05). Os grupos [ ] 1 e [ ] 2 30D não diferiram do grupo CTRL- (p ˃ 0,05 - teste Wilcoxon-Mann-Whitney)

O efeito protetor contra perda óssea alveolar, identificado no grupo [ ] 2, foi mais

evidente nos sítios MB, B, MP e P, cujas perdas ósseas alveolares não diferiram

significativamente do grupo SAUDÁVEL. Isso sugere que a exposição à C. violaceum na

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178

ingestão hídrica diária (106 células/mL) inibiu parcialmente o desenvolvimento e/ou evolução

de periodontite, em favor do hospedeiro (Tabela 43 e Tabela 44).

Os resuldados dos grupos [ ] 2 30D e [ ] 2 apontam a necessidade de exposição diária,

constante, para o possível efeito protetor da C. violaceum contra periodontite.

A variabilidade das medidas observadas pode ser justificada pela possibilidade de o

acesso à água não ter sido igual entre todos os ratos de mesmo grupo, uma vez que ficaram

alocados em uma mesma caixa. No entanto, a prevenção da perda óssea alveolar nos ratos do

grupo [ ] 2 foi expressiva. Quando comparadas as fotografias desses animais com as do grupo

CTRL-, a diferença no contorno ósseo alveolar adjacente à região cervical dos segundos

molares superiores foi evidente e refletiu a manutenção clara do tecido ósseo, frente à indução

de doença periodontal por ligadura (Figura 28, 29 e 30).

A água disponibilizada para os animais não foi a mesma “água negra” do Lago do

Puruziho, no entanto, a C. violaceum, isolada na expedição de 2010, foi incorporada à

ingestão hídrica em água destilada, deionizada e estéil, com o objetivo de testarmos o

potencial efeito desse microrganismo na prevenção da perda óssea alveolar decorrente de

periodontite.

Os resultados sugerem que a C. violaceum, na concentração de 106 células/mL, foi

capaz de proteger os animais da periodontite experimentalmente induzida por ligadura de

forma significativa, avaliada pela perda óssea alveolar (desfecho).

Tabela 43 – Medidas de perda óssea alveolar nos sítios periodontais vestibulares, com

identificação da significância estatística observada nas comparações em pares

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Grupos de comparação em pares Diferença média (mm)

( a vs b ) ( a - b ) p ˂ 0,05

CTRL- MB vs [ ] 1 MB -0,007 -0,347 a 0,334 N

CTRL- MB vs [ ] 2 MB 0,260 -0,081 a 0,600 N

CTRL- MB vs [ ] 2 30D MB 0,073 -0,268 a 0,413 N

CTRL- MB vs SAUDÁVEL MB * 0,544 0,204 a 0,884 S

[ ] 1 MB vs [ ] 2 MB 0,266 -0,074 a 0,606 N

[ ] 1 MB vs [ ] 2 30D MB 0,079 -0,261 a 0,419 N

[ ] 1 MB vs SAUDÁVEL MB * 0,550 0,210 a 0,891 S

[ ] 2 MB vs [ ] 2 30D MB -0,187 -0,527 a 0,153 N

[ ] 2 MB vs SAUDÁVEL MB * 0,284 -0,056 a 0,624 N

[ ] 2 30D MB vs SAUDÁVEL MB * 0,471 0,131 a 0,812 S

CTRL- B vs [ ] 1 B -0,003 -0,268 a 0,261 N

CTRL- B vs [ ] 2 B 0,230 -0,035 a 0,494 N

CTRL- B vs [ ] 2 30D B 0,089 -0,175 a 0,353 N

CTRL- B vs SAUDÁVEL B * 0,345 0,080 a 0,609 S

[ ] 1 B vs [ ] 2 B 0,233 -0,031 a 0,498 N

[ ] 1 B vs [ ] 2 30D B 0,092 -0,172 a 0,357 N

[ ] 1 B vs SAUDÁVEL B * 0,348 0,083 a 0,612 S

[ ] 2 B vs [ ] 2 30D B -0,141 -0,405 a 0,124 N

[ ] 2 B vs SAUDÁVEL B * 0,115 -0,150 a 0,379 N

[ ] 2 30D B vs SAUDÁVEL B * 0,256 -0,009 a 0,520 N

CTRL- DB vs [ ] 1 DB -0,112 -0,310 a 0,087 N

CTRL- DB vs [ ] 2 DB 0,124 -0,075 a 0,322 N

CTRL- DB vs [ ] 2 30D DB 0,050 -0,149 a 0,248 N

CTRL- DB vs SAUDÁVEL DB * 0,342 0,144 a 0,541 S

[ ] 1 DB vs [ ] 2 DB 0,235 0,037 a 0,433 S

[ ] 1 DB vs [ ] 2 30D DB 0,161 -0,037 a 0,359 N

[ ] 1 DB vs SAUDÁVEL DB * 0,454 0,256 a 0,652 S

[ ] 2 DB vs [ ] 2 30D DB -0,074 -0,272 a 0,124 N

[ ] 2 DB vs SAUDÁVEL DB * 0,219 0,021 a 0,417 S

[ ] 2 30D DB vs SAUDÁVEL DB * 0,293 0,095 a 0,491 S

CTRL- MP vs [ ] 1 MP 0,077 -0,123 a 0,277 N

CTRL- MP vs [ ] 2 MP 0,132 -0,068 a 0,332 N

CTRL- MP vs [ ] 2 30D MP -0,025 -0,224 a 0,175 N

CTRL- MP vs SAUDÁVEL MP * 0,319 0,119 a 0,519 S

[ ] 1 MP vs [ ] 2 MP 0,055 -0,145 a 0,255 N

[ ] 1 MP vs [ ] 2 30D MP -0,101 -0,301 a 0,099 N

[ ] 1 MP vs SAUDÁVEL MP * 0,242 0,042 a 0,442 S

[ ] 2 MP vs [ ] 2 30D MP -0,156 -0,356 a 0,044 N

[ ] 2 MP vs SAUDÁVEL MP * 0,187 -0,013 a 0,387 N

[ ] 2 30D MP vs SAUDÁVEL MP * 0,344 0,144 a 0,543 S

CTRL- P vs [ ] 1 P -0,021 -0,138 a 0,096 N

CTRL- P vs [ ] 2 P 0,098 -0,019 a 0,215 N

CTRL- P vs [ ] 2 30D P -0,037 -0,154 a 0,079 N

CTRL- P vs SAUDÁVEL P * 0,179 0,063 a 0,296 S

[ ] 1 P vs [ ] 2 P 0,119 0,002 a 0,236 S

[ ] 1 P vs [ ] 2 30D P -0,016 -0,133 a 0,100 N

[ ] 1 P vs SAUDÁVEL P * 0,200 0,084 a 0,317 S

[ ] 2 P vs [ ] 2 30D P -0,135 -0,252 a -0,019 S

[ ] 2 P vs SAUDÁVEL P * 0,081 -0,035 a 0,198 N

[ ] 2 30D P vs SAUDÁVEL P * 0,217 0,100 a 0,333 S

CTRL- DP vs [ ] 1 DP -0,004 -0,122 a 0,115 N

CTRL- DP vs [ ] 2 DP 0,106 -0,012 a 0,224 N

CTRL- DP vs [ ] 2 30D DP 0,008 -0,110 a 0,126 N

CTRL- DP vs SAUDÁVEL DP * 0,249 0,131 a 0,368 S

[ ] 1 DP vs [ ] 2 DP 0,110 -0,009 a 0,228 N

[ ] 1 DP vs [ ] 2 30D DP 0,012 -0,107 a 0,130 N

[ ] 1 DP vs SAUDÁVEL DP * 0,253 0,135 a 0.371 S

[ ] 2 DP vs [ ] 2 30D DP -0,098 -0,216 a 0,020 N

[ ] 2 DP vs SAUDÁVEL DP * 0,143 0,025 a 0,261 S

[ ] 2 30D DP vs SAUDÁVEL DP * 0,241 0,123 a 0,359 S

Em cinza, a diferença não significativa da distância entre a junção cemento-esmalte e a crista óssea alveolar

adjacente do grupo SAUDÁVEL (sem ligadura), em comparação com o grupo [ ] 2 (p ˃ 0,05). ONEWAY ANOVA

com pós-teste de Bonferroni para comparações múltiplas

IC = Intervalo de Confiança S = Sim N = Não

[ ] 2 = Exposição diária a aproximadamente 106 células/mL de C. violaceum

[ ] 2 30D = Exposição diária a aproximadamente 106 células/mL de C. violaceum nos 30 primeiros dias de vida

* Medida média de perda óssea observada em cada sítio periodontal tomando o grupo SAUDÁVEL, sem doen-

ça periodontal induzida, como base de comparação para os grupos experimentais estudados

Grupos experimentais:

SAUDÁVEL = Ratos Wistar sem doença periodontal experimentalmente induzida por ligadura

CTRL- = Ratos Wistar com doença periodontal experimentalmente induzida por ligadura

[ ] 1 = Exposição diária a aproximadamente 102células/mL de C. violaceum

IC (95%)

Grupos de comparação em pares = comparações entre dois dos grupos experimentais estudados, estratificadas

das por sítio periodontal:

MB, MésioBucal; B, Bucal; DB, DistoBucal; MP, MésioPalatino; P, Palatino e DP, DistoPalatino

Tabela 44 – Medidas de perda óssea alveolar nos sítios periodontais palatinos, com

identificação da significância estatística observada nas comparações em pares

Grupos de comparação em pares Diferença média (mm)

( a vs b ) ( a - b ) p ˂ 0,05

CTRL- MB vs [ ] 1 MB -0,007 -0,347 a 0,334 N

CTRL- MB vs [ ] 2 MB 0,260 -0,081 a 0,600 N

CTRL- MB vs [ ] 2 30D MB 0,073 -0,268 a 0,413 N

CTRL- MB vs SAUDÁVEL MB * 0,544 0,204 a 0,884 S

[ ] 1 MB vs [ ] 2 MB 0,266 -0,074 a 0,606 N

[ ] 1 MB vs [ ] 2 30D MB 0,079 -0,261 a 0,419 N

[ ] 1 MB vs SAUDÁVEL MB * 0,550 0,210 a 0,891 S

[ ] 2 MB vs [ ] 2 30D MB -0,187 -0,527 a 0,153 N

[ ] 2 MB vs SAUDÁVEL MB * 0,284 -0,056 a 0,624 N

[ ] 2 30D MB vs SAUDÁVEL MB * 0,471 0,131 a 0,812 S

CTRL- B vs [ ] 1 B -0,003 -0,268 a 0,261 N

CTRL- B vs [ ] 2 B 0,230 -0,035 a 0,494 N

CTRL- B vs [ ] 2 30D B 0,089 -0,175 a 0,353 N

CTRL- B vs SAUDÁVEL B * 0,345 0,080 a 0,609 S

[ ] 1 B vs [ ] 2 B 0,233 -0,031 a 0,498 N

[ ] 1 B vs [ ] 2 30D B 0,092 -0,172 a 0,357 N

[ ] 1 B vs SAUDÁVEL B * 0,348 0,083 a 0,612 S

[ ] 2 B vs [ ] 2 30D B -0,141 -0,405 a 0,124 N

[ ] 2 B vs SAUDÁVEL B * 0,115 -0,150 a 0,379 N

[ ] 2 30D B vs SAUDÁVEL B * 0,256 -0,009 a 0,520 N

CTRL- DB vs [ ] 1 DB -0,112 -0,310 a 0,087 N

CTRL- DB vs [ ] 2 DB 0,124 -0,075 a 0,322 N

CTRL- DB vs [ ] 2 30D DB 0,050 -0,149 a 0,248 N

CTRL- DB vs SAUDÁVEL DB * 0,342 0,144 a 0,541 S

[ ] 1 DB vs [ ] 2 DB 0,235 0,037 a 0,433 S

[ ] 1 DB vs [ ] 2 30D DB 0,161 -0,037 a 0,359 N

[ ] 1 DB vs SAUDÁVEL DB * 0,454 0,256 a 0,652 S

[ ] 2 DB vs [ ] 2 30D DB -0,074 -0,272 a 0,124 N

[ ] 2 DB vs SAUDÁVEL DB * 0,219 0,021 a 0,417 S

[ ] 2 30D DB vs SAUDÁVEL DB * 0,293 0,095 a 0,491 S

CTRL- MP vs [ ] 1 MP 0,077 -0,123 a 0,277 N

CTRL- MP vs [ ] 2 MP 0,132 -0,068 a 0,332 N

CTRL- MP vs [ ] 2 30D MP -0,025 -0,224 a 0,175 N

CTRL- MP vs SAUDÁVEL MP * 0,319 0,119 a 0,519 S

[ ] 1 MP vs [ ] 2 MP 0,055 -0,145 a 0,255 N

[ ] 1 MP vs [ ] 2 30D MP -0,101 -0,301 a 0,099 N

[ ] 1 MP vs SAUDÁVEL MP * 0,242 0,042 a 0,442 S

[ ] 2 MP vs [ ] 2 30D MP -0,156 -0,356 a 0,044 N

[ ] 2 MP vs SAUDÁVEL MP * 0,187 -0,013 a 0,387 N

[ ] 2 30D MP vs SAUDÁVEL MP * 0,344 0,144 a 0,543 S

CTRL- P vs [ ] 1 P -0,021 -0,138 a 0,096 N

CTRL- P vs [ ] 2 P 0,098 -0,019 a 0,215 N

CTRL- P vs [ ] 2 30D P -0,037 -0,154 a 0,079 N

CTRL- P vs SAUDÁVEL P * 0,179 0,063 a 0,296 S

[ ] 1 P vs [ ] 2 P 0,119 0,002 a 0,236 S

[ ] 1 P vs [ ] 2 30D P -0,016 -0,133 a 0,100 N

[ ] 1 P vs SAUDÁVEL P * 0,200 0,084 a 0,317 S

[ ] 2 P vs [ ] 2 30D P -0,135 -0,252 a -0,019 S

[ ] 2 P vs SAUDÁVEL P * 0,081 -0,035 a 0,198 N

[ ] 2 30D P vs SAUDÁVEL P * 0,217 0,100 a 0,333 S

CTRL- DP vs [ ] 1 DP -0,004 -0,122 a 0,115 N

CTRL- DP vs [ ] 2 DP 0,106 -0,012 a 0,224 N

CTRL- DP vs [ ] 2 30D DP 0,008 -0,110 a 0,126 N

CTRL- DP vs SAUDÁVEL DP * 0,249 0,131 a 0,368 S

[ ] 1 DP vs [ ] 2 DP 0,110 -0,009 a 0,228 N

[ ] 1 DP vs [ ] 2 30D DP 0,012 -0,107 a 0,130 N

[ ] 1 DP vs SAUDÁVEL DP * 0,253 0,135 a 0.371 S

[ ] 2 DP vs [ ] 2 30D DP -0,098 -0,216 a 0,020 N

[ ] 2 DP vs SAUDÁVEL DP * 0,143 0,025 a 0,261 S

[ ] 2 30D DP vs SAUDÁVEL DP * 0,241 0,123 a 0,359 S

Em cinza, a diferença não significativa da distância entre a junção cemento-esmalte e a crista óssea alveolar

adjacente do grupo SAUDÁVEL (sem ligadura), em comparação com o grupo [ ] 2 (p ˃ 0,05). ONEWAY ANOVA

com pós-teste de Bonferroni para comparações múltiplas

IC = Intervalo de Confiança S = Sim N = Não

[ ] 2 = Exposição diária a aproximadamente 106 células/mL de C. violaceum

[ ] 2 30D = Exposição diária a aproximadamente 106 células/mL de C. violaceum nos 30 primeiros dias de vida

* Medida média de perda óssea observada em cada sítio periodontal tomando o grupo SAUDÁVEL, sem doen-

ça periodontal induzida, como base de comparação para os grupos experimentais estudados

Grupos experimentais:

SAUDÁVEL = Ratos Wistar sem doença periodontal experimentalmente induzida por ligadura

CTRL- = Ratos Wistar com doença periodontal experimentalmente induzida por ligadura

[ ] 1 = Exposição diária a aproximadamente 102células/mL de C. violaceum

IC (95%)

Grupos de comparação em pares = comparações entre dois dos grupos experimentais estudados, estratificadas

das por sítio periodontal:

MB, MésioBucal; B, Bucal; DB, DistoBucal; MP, MésioPalatino; P, Palatino e DP, DistoPalatino

Page 180: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE ... · AMAZÔNIA - IMPACTO DE CONDIÇÕES AMBIENTAIS DIVERSAS Davi da Silva Barbirato Tese de Doutorado apresentada ao Programa

180

.

Grupos de comparação em pares Diferença média (mm)

( a vs b ) ( a - b ) p ˂ 0,05

CTRL- MB vs [ ] 1 MB -0,007 -0,347 a 0,334 N

CTRL- MB vs [ ] 2 MB 0,260 -0,081 a 0,600 N

CTRL- MB vs [ ] 2 30D MB 0,073 -0,268 a 0,413 N

CTRL- MB vs SAUDÁVEL MB * 0,544 0,204 a 0,884 S

[ ] 1 MB vs [ ] 2 MB 0,266 -0,074 a 0,606 N

[ ] 1 MB vs [ ] 2 30D MB 0,079 -0,261 a 0,419 N

[ ] 1 MB vs SAUDÁVEL MB * 0,550 0,210 a 0,891 S

[ ] 2 MB vs [ ] 2 30D MB -0,187 -0,527 a 0,153 N

[ ] 2 MB vs SAUDÁVEL MB * 0,284 -0,056 a 0,624 N

[ ] 2 30D MB vs SAUDÁVEL MB * 0,471 0,131 a 0,812 S

CTRL- B vs [ ] 1 B -0,003 -0,268 a 0,261 N

CTRL- B vs [ ] 2 B 0,230 -0,035 a 0,494 N

CTRL- B vs [ ] 2 30D B 0,089 -0,175 a 0,353 N

CTRL- B vs SAUDÁVEL B * 0,345 0,080 a 0,609 S

[ ] 1 B vs [ ] 2 B 0,233 -0,031 a 0,498 N

[ ] 1 B vs [ ] 2 30D B 0,092 -0,172 a 0,357 N

[ ] 1 B vs SAUDÁVEL B * 0,348 0,083 a 0,612 S

[ ] 2 B vs [ ] 2 30D B -0,141 -0,405 a 0,124 N

[ ] 2 B vs SAUDÁVEL B * 0,115 -0,150 a 0,379 N

[ ] 2 30D B vs SAUDÁVEL B * 0,256 -0,009 a 0,520 N

CTRL- DB vs [ ] 1 DB -0,112 -0,310 a 0,087 N

CTRL- DB vs [ ] 2 DB 0,124 -0,075 a 0,322 N

CTRL- DB vs [ ] 2 30D DB 0,050 -0,149 a 0,248 N

CTRL- DB vs SAUDÁVEL DB * 0,342 0,144 a 0,541 S

[ ] 1 DB vs [ ] 2 DB 0,235 0,037 a 0,433 S

[ ] 1 DB vs [ ] 2 30D DB 0,161 -0,037 a 0,359 N

[ ] 1 DB vs SAUDÁVEL DB * 0,454 0,256 a 0,652 S

[ ] 2 DB vs [ ] 2 30D DB -0,074 -0,272 a 0,124 N

[ ] 2 DB vs SAUDÁVEL DB * 0,219 0,021 a 0,417 S

[ ] 2 30D DB vs SAUDÁVEL DB * 0,293 0,095 a 0,491 S

CTRL- MP vs [ ] 1 MP 0,077 -0,123 a 0,277 N

CTRL- MP vs [ ] 2 MP 0,132 -0,068 a 0,332 N

CTRL- MP vs [ ] 2 30D MP -0,025 -0,224 a 0,175 N

CTRL- MP vs SAUDÁVEL MP * 0,319 0,119 a 0,519 S

[ ] 1 MP vs [ ] 2 MP 0,055 -0,145 a 0,255 N

[ ] 1 MP vs [ ] 2 30D MP -0,101 -0,301 a 0,099 N

[ ] 1 MP vs SAUDÁVEL MP * 0,242 0,042 a 0,442 S

[ ] 2 MP vs [ ] 2 30D MP -0,156 -0,356 a 0,044 N

[ ] 2 MP vs SAUDÁVEL MP * 0,187 -0,013 a 0,387 N

[ ] 2 30D MP vs SAUDÁVEL MP * 0,344 0,144 a 0,543 S

CTRL- P vs [ ] 1 P -0,021 -0,138 a 0,096 N

CTRL- P vs [ ] 2 P 0,098 -0,019 a 0,215 N

CTRL- P vs [ ] 2 30D P -0,037 -0,154 a 0,079 N

CTRL- P vs SAUDÁVEL P * 0,179 0,063 a 0,296 S

[ ] 1 P vs [ ] 2 P 0,119 0,002 a 0,236 S

[ ] 1 P vs [ ] 2 30D P -0,016 -0,133 a 0,100 N

[ ] 1 P vs SAUDÁVEL P * 0,200 0,084 a 0,317 S

[ ] 2 P vs [ ] 2 30D P -0,135 -0,252 a -0,019 S

[ ] 2 P vs SAUDÁVEL P * 0,081 -0,035 a 0,198 N

[ ] 2 30D P vs SAUDÁVEL P * 0,217 0,100 a 0,333 S

CTRL- DP vs [ ] 1 DP -0,004 -0,122 a 0,115 N

CTRL- DP vs [ ] 2 DP 0,106 -0,012 a 0,224 N

CTRL- DP vs [ ] 2 30D DP 0,008 -0,110 a 0,126 N

CTRL- DP vs SAUDÁVEL DP * 0,249 0,131 a 0,368 S

[ ] 1 DP vs [ ] 2 DP 0,110 -0,009 a 0,228 N

[ ] 1 DP vs [ ] 2 30D DP 0,012 -0,107 a 0,130 N

[ ] 1 DP vs SAUDÁVEL DP * 0,253 0,135 a 0.371 S

[ ] 2 DP vs [ ] 2 30D DP -0,098 -0,216 a 0,020 N

[ ] 2 DP vs SAUDÁVEL DP * 0,143 0,025 a 0,261 S

[ ] 2 30D DP vs SAUDÁVEL DP * 0,241 0,123 a 0,359 S

Em cinza, a diferença não significativa da distância entre a junção cemento-esmalte e a crista óssea alveolar

adjacente do grupo SAUDÁVEL (sem ligadura), em comparação com o grupo [ ] 2 (p ˃ 0,05). ONEWAY ANOVA

com pós-teste de Bonferroni para comparações múltiplas

IC = Intervalo de Confiança S = Sim N = Não

[ ] 2 = Exposição diária a aproximadamente 106 células/mL de C. violaceum

[ ] 2 30D = Exposição diária a aproximadamente 106 células/mL de C. violaceum nos 30 primeiros dias de vida

* Medida média de perda óssea observada em cada sítio periodontal tomando o grupo SAUDÁVEL, sem doen-

ça periodontal induzida, como base de comparação para os grupos experimentais estudados

Grupos experimentais:

SAUDÁVEL = Ratos Wistar sem doença periodontal experimentalmente induzida por ligadura

CTRL- = Ratos Wistar com doença periodontal experimentalmente induzida por ligadura

[ ] 1 = Exposição diária a aproximadamente 102células/mL de C. violaceum

IC (95%)

Grupos de comparação em pares = comparações entre dois dos grupos experimentais estudados, estratificadas

das por sítio periodontal:

MB, MésioBucal; B, Bucal; DB, DistoBucal; MP, MésioPalatino; P, Palatino e DP, DistoPalatino

Grupos de comparação em pares Diferença média (mm)

( a vs b ) ( a - b ) p ˂ 0,05

CTRL- MB vs [ ] 1 MB -0,007 -0,347 a 0,334 N

CTRL- MB vs [ ] 2 MB 0,260 -0,081 a 0,600 N

CTRL- MB vs [ ] 2 30D MB 0,073 -0,268 a 0,413 N

CTRL- MB vs SAUDÁVEL MB * 0,544 0,204 a 0,884 S

[ ] 1 MB vs [ ] 2 MB 0,266 -0,074 a 0,606 N

[ ] 1 MB vs [ ] 2 30D MB 0,079 -0,261 a 0,419 N

[ ] 1 MB vs SAUDÁVEL MB * 0,550 0,210 a 0,891 S

[ ] 2 MB vs [ ] 2 30D MB -0,187 -0,527 a 0,153 N

[ ] 2 MB vs SAUDÁVEL MB * 0,284 -0,056 a 0,624 N

[ ] 2 30D MB vs SAUDÁVEL MB * 0,471 0,131 a 0,812 S

CTRL- B vs [ ] 1 B -0,003 -0,268 a 0,261 N

CTRL- B vs [ ] 2 B 0,230 -0,035 a 0,494 N

CTRL- B vs [ ] 2 30D B 0,089 -0,175 a 0,353 N

CTRL- B vs SAUDÁVEL B * 0,345 0,080 a 0,609 S

[ ] 1 B vs [ ] 2 B 0,233 -0,031 a 0,498 N

[ ] 1 B vs [ ] 2 30D B 0,092 -0,172 a 0,357 N

[ ] 1 B vs SAUDÁVEL B * 0,348 0,083 a 0,612 S

[ ] 2 B vs [ ] 2 30D B -0,141 -0,405 a 0,124 N

[ ] 2 B vs SAUDÁVEL B * 0,115 -0,150 a 0,379 N

[ ] 2 30D B vs SAUDÁVEL B * 0,256 -0,009 a 0,520 N

CTRL- DB vs [ ] 1 DB -0,112 -0,310 a 0,087 N

CTRL- DB vs [ ] 2 DB 0,124 -0,075 a 0,322 N

CTRL- DB vs [ ] 2 30D DB 0,050 -0,149 a 0,248 N

CTRL- DB vs SAUDÁVEL DB * 0,342 0,144 a 0,541 S

[ ] 1 DB vs [ ] 2 DB 0,235 0,037 a 0,433 S

[ ] 1 DB vs [ ] 2 30D DB 0,161 -0,037 a 0,359 N

[ ] 1 DB vs SAUDÁVEL DB * 0,454 0,256 a 0,652 S

[ ] 2 DB vs [ ] 2 30D DB -0,074 -0,272 a 0,124 N

[ ] 2 DB vs SAUDÁVEL DB * 0,219 0,021 a 0,417 S

[ ] 2 30D DB vs SAUDÁVEL DB * 0,293 0,095 a 0,491 S

CTRL- MP vs [ ] 1 MP 0,077 -0,123 a 0,277 N

CTRL- MP vs [ ] 2 MP 0,132 -0,068 a 0,332 N

CTRL- MP vs [ ] 2 30D MP -0,025 -0,224 a 0,175 N

CTRL- MP vs SAUDÁVEL MP * 0,319 0,119 a 0,519 S

[ ] 1 MP vs [ ] 2 MP 0,055 -0,145 a 0,255 N

[ ] 1 MP vs [ ] 2 30D MP -0,101 -0,301 a 0,099 N

[ ] 1 MP vs SAUDÁVEL MP * 0,242 0,042 a 0,442 S

[ ] 2 MP vs [ ] 2 30D MP -0,156 -0,356 a 0,044 N

[ ] 2 MP vs SAUDÁVEL MP * 0,187 -0,013 a 0,387 N

[ ] 2 30D MP vs SAUDÁVEL MP * 0,344 0,144 a 0,543 S

CTRL- P vs [ ] 1 P -0,021 -0,138 a 0,096 N

CTRL- P vs [ ] 2 P 0,098 -0,019 a 0,215 N

CTRL- P vs [ ] 2 30D P -0,037 -0,154 a 0,079 N

CTRL- P vs SAUDÁVEL P * 0,179 0,063 a 0,296 S

[ ] 1 P vs [ ] 2 P 0,119 0,002 a 0,236 S

[ ] 1 P vs [ ] 2 30D P -0,016 -0,133 a 0,100 N

[ ] 1 P vs SAUDÁVEL P * 0,200 0,084 a 0,317 S

[ ] 2 P vs [ ] 2 30D P -0,135 -0,252 a -0,019 S

[ ] 2 P vs SAUDÁVEL P * 0,081 -0,035 a 0,198 N

[ ] 2 30D P vs SAUDÁVEL P * 0,217 0,100 a 0,333 S

CTRL- DP vs [ ] 1 DP -0,004 -0,122 a 0,115 N

CTRL- DP vs [ ] 2 DP 0,106 -0,012 a 0,224 N

CTRL- DP vs [ ] 2 30D DP 0,008 -0,110 a 0,126 N

CTRL- DP vs SAUDÁVEL DP * 0,249 0,131 a 0,368 S

[ ] 1 DP vs [ ] 2 DP 0,110 -0,009 a 0,228 N

[ ] 1 DP vs [ ] 2 30D DP 0,012 -0,107 a 0,130 N

[ ] 1 DP vs SAUDÁVEL DP * 0,253 0,135 a 0.371 S

[ ] 2 DP vs [ ] 2 30D DP -0,098 -0,216 a 0,020 N

[ ] 2 DP vs SAUDÁVEL DP * 0,143 0,025 a 0,261 S

[ ] 2 30D DP vs SAUDÁVEL DP * 0,241 0,123 a 0,359 S

Em cinza, a diferença não significativa da distância entre a junção cemento-esmalte e a crista óssea alveolar

adjacente do grupo SAUDÁVEL (sem ligadura), em comparação com o grupo [ ] 2 (p ˃ 0,05). ONEWAY ANOVA

com pós-teste de Bonferroni para comparações múltiplas

IC = Intervalo de Confiança S = Sim N = Não

[ ] 2 = Exposição diária a aproximadamente 106 células/mL de C. violaceum

[ ] 2 30D = Exposição diária a aproximadamente 106 células/mL de C. violaceum nos 30 primeiros dias de vida

* Medida média de perda óssea observada em cada sítio periodontal tomando o grupo SAUDÁVEL, sem doen-

ça periodontal induzida, como base de comparação para os grupos experimentais estudados

Grupos experimentais:

SAUDÁVEL = Ratos Wistar sem doença periodontal experimentalmente induzida por ligadura

CTRL- = Ratos Wistar com doença periodontal experimentalmente induzida por ligadura

[ ] 1 = Exposição diária a aproximadamente 102células/mL de C. violaceum

IC (95%)

Grupos de comparação em pares = comparações entre dois dos grupos experimentais estudados, estratificadas

das por sítio periodontal:

MB, MésioBucal; B, Bucal; DB, DistoBucal; MP, MésioPalatino; P, Palatino e DP, DistoPalatino

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181

Figura 28 – Fotografias da margem óssea aleolar fisiológica, em ratos Wistar sem doença

periodontal induzida (grupo SAUDÁVEL).

Figura 29 – Fotografias da margem óssea aleolar fisiológica, em ratos Wistar com doença

periodontal induzida, “não tratada” (grupo CTRL-).

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182

Figura 30 – Fotografias da margem óssea aleolar fisiológica, em ratos Wistar com doença

periodontal induzida, expostos à C. violaceum (106 células/mL) desde o nascimento, na

ingestão hídrica diária (grupo [ ] 2).

7.4.5 – Conclusão

A exposição diária à C. violaceum na fonte de água consumida diariamente

demonstrou ser uma potencial variável explicativa para o perfil clínico periodontal observado

no Lago do Puruzinho, em indivíduos que faziam uso de “água negra” do lago. A presença

desse microrganismo na ingestão hídrica (106 células/mL), desde o nascimento, se mostrou

eficaz para a prevenção de perda óssea alveolar em dentes com periodontite

experimentalmente induzida por ligadura, em ratos Wistar.

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183

8 – DISCUSSÃO GERAL

No presente estudo avaliamos longitudinalmente as principais questões demográficas

e o perfil clínico periodontal da população do Lago do Puruzinho. É o primeiro trabalho a

investigar a influência do meio-ambiente na etipatogenia da doença periodontal em uma

comunidade ribeirinha, de subsistência relativamente isolada da região Amazônica. A

proposta de possível interação entre o homem e o ambiente, em favor da manutenção da saúde

periodontal, é original e não antes publicada na literatura.

Os principais achados de saúde bucal em 2010 caracterizaram uma população, em sua

maioria saudável do ponto de vista periodontal, mas com índices de cárie similares ao

esperado para essa região do país. No Lago do Puruzinho, o CPOD médio por faixa etária foi

de 4,47 (12-21 anos) e 13,24 (≥ 36 anos), enquanto os dados do SB-Brasil 2010 para a região

norte em faixas etárias equivalentes foram 4,4 e 22,89, respectivamente. Em relação ao índice

CPI, a média dos sextantes afetados por sangramento, cálculo e bolsas periodontais rasas e

profundas, para a faixa etária de 12-21 anos, foi de 0,11, 0,95, 0,05 e 0, respectivamente,

índices expressivamente menores que a média para a região norte (1,33, 1,52, 0,49 e 0,01,

respectivamente, para os mesmos parâmetros pelo SB-Brasil 2010). No caso de indivíduos

maiores de 35 anos do Lago do Puruzinho, os valores de sangramento e bolsas rasas também

foram menores que os estimados para a região pelo SB-Brasil 2010 (0,06 vs. 0,91 e 0,29 vs.

0,46, respectivamente). Em relação à prevalência dos parâmetros clínicos periodontais, o

índice gengival ausente em 99,42% dos sítios examinados, o índice de placa ausente em

78,92%, o índice de cálculo ausente em 87%, o índice de sangramento à sondagem ausente

em 97,84%, a supuração ausente em 99,72%, bem como a frequência de PBS e NCI ≤ 3 mm

em 99,42% e 98,39% dos sítios examinados, respectivamente, são inesperados por

caracterizarem uma população periodontalmente saudável em condições limitadas de acesso a

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184

métodos de higiene oral adequados e atendimento odontológico. Uma dificuldade inerente às

pesquisas epidemiológicas sobre doença periodontal é não saber o histórico das causas de

perdas dentárias prévias dos indivíduos. Uma das maneiras de minimamente inferir a razão

para tais perdas é a aplicação de questionários. Por meio de perguntas direcionadas,

conseguimos obter informações sobre dentes perdidos por cárie (com dor ou “furos”), ou

perdidos por periodontite (por terem ficado “moles”). No Lago do Puruzinho, 100% dos

moradores com dentes perdidos referiram a primeira opção. Outra limitação de avaliações

transversais em Periodontia é, que, por conta dos dentes perdidos precocemente, a descrição

dos parâmetros clínicos periodontais em uma população pode ser subestimada. No entanto, no

Lago do Puruzinho, os dentes remanescentes apresentavam prevalência quase nula de placa

bacteriana, índice gengival, índice de sangramento à sondagem e supuração e, frequência

relativa próxima de 100% de sítios periodontais com PBS e NCI inferiores ou iguais a 3mm.

Isso sugere que, apesar das ausências dentárias, a descrição do perfil clínico periodontal da

população ribeirinha do Lago do Puruzinho foi legítima e sugere um grupo de pessoas,

“isoladas” na floresta Amazônica, às margens de um lago natural, livres de doença

periodontal, de sinais clínicos de inflamação e de acúmulos de placa e cálculo, mesmo sem

acesso a adequado a tratamento odontológico e métodos de higiene bucal adequados.

Estudos epidemiológicos previamente publicados, apontam para o acúmulo de placa e

cálculo dental, sinais clínicos de inflamação evidentes e periodontite. Segundo os autores, o

grau de destruição tecidual, periodontal, não foi compatível com as variáveis mencionadas

anteriormente, no entanto, nenhuma questão ambiental foi investigada (NISWANDER, 1967;

(TUMANG & PIEDADE, 1968; DONNELLY et al., 1977; RONDEROS et al., 2001).

Diferentemente desses resultados, as amostras populacionais do Lago do Puruzinho e de

Buiuçu apresentaram muito pouca placa e cálculo dental, sangramento periodontal (IG e ISS)

e bolsas periodontais, especialmente entre os expostos à “água negra” do lago.

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185

A hipótese de que algum fator ambiental poderia estar protegendo a população local

de doenças periodontais foi então levantada. Inicialmente, aventamos algumas possibilidades:

i) o consumo de farinha de mandioca brava poderia estar associado às observações clínicas da

expedição de 2010, por ser abrasivo; ii) a C.violaceum, presente na “água negra” do lago,

poderia interferir na etiopatogenia de doenças periodontais, por ser capaz de formar biofilme,

interferir no quorum sensing e pelas inúmeras propriedades biológicas atribuídas à violaceína

e; iii) infecções parasitárias do trato gastrointestinal, capazes de modular a resposta imune

para Th2, poderiam exercer efeito protetor contra infecções bacterianas secundárias.

Reavaliando a população após um ano da implantação do poço artesiano, beneficiando

algumas unidades familiares, pudemos perceber importante alteração dos principais

parâmetros clínicos periodontais, como o IP, CALC, PBS, NCI e ISS. Para o grupo que

manteve o consumo de água do lago, observamos a redução das prevalências e médias de

todos esses parâmetros, o que poderia ser justificado pelo comprometimento da população

para com as medidas de prevenção e higiene bucal, insistentemente reforçadas na expedição

de 2010. Em contrapartida, o grupo que passou a consumir água do poço apresentou aumento

das prevalências de CALC, ISS, supuração e mobilidade dentária e, aumento das medidas

médias de PBS e NCI, apesar de submetidos às mesmas medidas de prevenção e higiene oral

preconizadas em 2010. Em verdade, se esperava que esse grupo também apresentasse melhora

nos parâmetros clínicos periodontais avaliados, ou pelo menos mantivesse um perfil

compatível com saúde periodontal, como observado em 2010. No entanto, eles não só não

melhoraram, tal qual o grupo que manteve o consumo de água do lago, como pioraram

significativamente. As mudanças clínicas observadas nos dois grupos ocorreram em sentidos

opostos, sem que qualquer outra variável, que não a mudança na fonte de água, tivesse

ocorrido. Trabalhamos com a hipótese de que a exposição diária à C.violaceum, presente na

água consumida desde o nascimento dos moradores locais, poderia favorecer a colonização da

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186

cavidade bucal por esse microrganismo e com isso estabelecer um equilíbrio entre patógenos

e o hospedeiro, em favor do mesmo. Devido às suas distintas propriedades biológicas,

sugerimos que a C. violaceum poderia participar na formação do biofilme dental, ainda nas

fases iniciais, onde a presença de oxigênio abundante favoreceria a síntese de violaceína

localmente, com potencial para limitar a progressão e o desenvolvimento de maior

patogenicidade do biofilme. Além da violaceína, esse processo poderia contar com a

interferência no quorum sensing por esse microrganismo e com a resposta inflamatória local

menos significativa, por suas propriedades imunomodulatórias e antioxidantes.

A hipótese das infecções parasitárias do trato gastrointestinal interferirem

positivamente a favor do hospedeiro contra infecções bacterianas foi descartada no estudo

transversal de 2012. A população do Lago do Puruzinho foi comparada à comunidade

ribeirinha de Buiuçu (sem C.violaceum na água) e o diagnóstico de eosinofilia se mostrou

similar nas duas populações e não associado com qualquer dos parâmetros clínicos

periodontais avaliados. Além disso, a população de Buiuçu teve a frequência relativa de sítios

periodontais com IG, IP, CALC e ISS, e, medidas médias de PBS, NCI e P.INSERÇÃO, mais

elevadas.

Um artigo sugere que a contaminação por mercúrio possa estar associada com maior

risco de desenvolvimento de periodontite (HAN et al., 2009), no entanto, esse metal pesado

também tem potencial de inibir a atividade de metaloproteinases de matriz (MMP) do tecido

conjuntivo gengival, o qual poderia resultar em menor degradação da matriz extracelular

(SOUZA et al., 2001). Assim como a eosinofilia, a contaminação por mercúrio foi

equivalente no Lago do Puruzinho e em Buiuçu, o que as caracteriza como variáveis não

explicativas para o desfecho estudado.

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187

Essas observações reforçam a hipótese de que o consumo de água com C.violaceum

poderia ser o responsável ou, um dos responsáveis, por proteger a população do Lago do

Puruzinho.

A partir desses achados torna-se evidente o papel da água do Lago do Puruzinho,

contribuindo para a manutenção da saúde periodontal da população. Entretanto, não é possível

afirmar que a C.violaceum seria o único componente, responsável pelos efeitos protetores

observados, presente nessa água. Ao simularmos, então, em laboratório, a exposição diária de

ratos Wistar à C.violaceum na água, observamos a resposta protetora contra perda óssea

alveolar em modelo de indução de doença periodontal por ligaduras. Os resultados apontaram

para a manutenção do osso alveolar, adjacente aos dentes molares com ligadura, em animais

expostos ao microrganismo viável, na concentração de 106 células/mL, desde o nascimento e

de forma ininterrupta. Bem como o efeito da utilização do poço artesiano, avaliado na

população do Lago do Puruzinho entre 2010 e 2012, os animais que foram expostos à C.

violaceum (106 células/mL) apenas nos primeiros 30 dias de vida apresentaram perda óssea

alveolar expressivamente maior que nos animais expostos à mesma concentração do

microrganismo do início ao fim do experimento, o que sugere que seu efeito protetor contra

doença periodontal destrutiva possa ser dependente da exposição diária e contínua.

Esses resultados, ainda que preliminares, nos aproximam da hipótese de que a

C.violaceum possa ser, de fato, uma potencial variável explicativa para o efeito protetor da

“água negra” do Lago do Puruzinho.

Outro ponto importante a ser avaliado é o pH da cavidade bucal, bem como sua

relação com a “água negra” do Lago do Puruzinho, sabidamente um pouco ácida. O ambiente

de bolsa periodontal e o flúido crevicular mantêm pH alcalino, em torno de 8,5, favorável ao

início e estabelecimento de doenças (BICKEL et al., 1985; BICKEL & CIMASONI, 1985;

EGGERT et al., 1991). Alguns periodontopatógenos, como o P. gingivalis, P. intermedia e F.

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188

nucleatum são capazes de elevar o pH para favorecer suas atividades periodontopatogênicas

(TAKAHASHI, 2003). Não há evidência científica que nos permita inferir que o consumo de

água com pH mais para ácido possa interferir locamente ou mesmo na saliva produzida pelo

indivíduo e, manter a cavidade bucal com menor risco de desenvolvimento de doenças

periodontais e, possivelmente, mais lesões de cárie. No entanto, essa variável deve ser

avaliada em estudos futuros.

Como limitações do presente estudo, tavez o tamanho amostral seja a mais importante.

O número restrito de moradores das comunidades ribeirinhas do Lago do Puruzinho e de

Buiuçu restringiram a aplicação de testes estatísticos e o controle mais rigoroso de variáveis

relacionadas com o desfecho estudado, tendo limitado as inferências causais. Associado ao

tamanho da amostra, o comportamento dos parâmetros analisados (dispersão) e a distância

entre as medidas dos parâmetros estudados influenciam a interpretação dos valores de

significância estatística (valor de p), nos casos em que a hipótese nula não foi rejeitada. Os

dados foram analisados ao nível do indivíduo e não do sítio periodontal, pois trabalhamos

com a hipótese de que a “água negra” do Lago do Puruzinho poderia exercer efeito protetor

contra doenças periodontais na população local de forma inespecífica (não sítio-específica),

pois o efeito da água poderia se dar de forma generalizada em toda a boca por atividade local

(tópico) ou sistêmica (ingestão hídrica).

Um segundo ponto foi avaliação de parasitose por eosinofilia, a qual, apesar de

correta, não permite identificarmos se houve ou não a modulação de resposta imune para o

tipo Th2. No entanto, as principais variáveis e fatores de confundimento foram controlados

entre os grupos de comparação estudados e, o tamanho amostral foi suficiente para

observarmos mudanças e diferenças estatisticamente significativas nos parâmetros clínicos

periodontais em função da água consumida. Não se sabe se a C. violaceum pode ser associada

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com eosinofilia nem quais comprometimentos sistêmicos poderiam ser observados em

modelos animais expostos a esse microrganismo.

Quanto ao experimento in vivo, a alocação dos animais em caixas grandes, tendo sido

uma para cada grupo, não favoreceu o livre acesso à água, o que pode explicar a variabilidade

observada nas medidas de perda óssea alveolar. Em anexos, resultados preliminares que

comprovam a importância no oxigênio para a síntese de violaceína, pela C. violaceum e, o

efeito bactericida da violaceína contra P. gingivalis, nunca descrito na literatura (Anexo 12.7,

p. 250).

Sugerimos como plausibilidade biológica para a hipótese estudada, que a C. violaceum

poderia participar das fases iniciais de formação do biofilme dental, onde na presença de

oxigênio, a mesma seria capaz de sintetizar violaceína. Essa substância, somada ao possível

efeito do microrganismo no quorum sensing, poderiam limitar a progressão do biofilme dental

e inibir a maior patogenicidade, observada tardiamente em função de anaeróbios Gram-

negativos.

Algumas das limitações do presente estudo serão contornadas, segundo a descrição

das perspectivas futuras.

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9 – CONCLUSÃO

No presente estudo concluimos que o quadro de saúde periodontal encontrado na

população do Lago do Puruzinho em 2010, bem como a manutenção das frequências e níveis

médios de cada parâmetro clínico periodontal, observada na reavaliação feita em 2012,

apresenta uma associação importante com a água do lago utilizada consumida diariamente

pela população local e, que a C. violaceum pode ser uma variável explicativa para esse

desfecho. Apesar das limitações do presente estudo, a hipótese de associação entre o meio

ambiente e a condição clínica periodontal no Lago do Puruzinho se mantém legítima e os

resultados sugerem fortemente que a C. violaceum possa representar uma oportunidade

terapêutica, complementar, em Periodontia.

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10 – PERSPECTIVAS

• Fazer análise microbiológica das amostras de placa supra e subgengivais, de saliva e

dorso lingual, coletadas nas populações do Lago do Puruzinho e Buiuçu;

• Fazer análise microbiológica das ligaduras dos ratos;

• Repetir o experimento de indução de doença periodontal em ratos wistar, pelo menos

mais três vezes (com animais em caixas idoladas) e, avaliar os efeitos locais e

sistêmicos da C. violaceum e da violaceína;

• Estudar outras populações ribeirinhas da Amazônia localizadas em regiões de maior

isolamento geográfico, expostas à “água negra” e, expandir o número de observações

e refinar o controle de possíveis variáveis de confundimento;

• Avaliar a participação da C. violaceum e da violaceína na formação de biofilmes

dentais in vivo e in vitro, relacionados com cárie e, principalmente, doença

periodontal.

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238

12 – ANEXOS

12.1 – Questionário odontológico

Identificação e data do exame:

1. Há quanto tempo mora na comunidade?

2. Você limpa seus dentes? Com o quê? Quando? Por quê? Como aprendeu?

3. Que problemas você acha que podem ocorrer na sua boca?

4. Alguma coisa o (a) incomoda em sua boca ou dentes?

5. Sente necessidade de acesso a um dentista? Faria diferença na sua vida? Por quê?

6. Acha importante prevenir doenças bucais e problemas nos dentes?

7. Você tem alguma doença? Qual (is)? Como soube?

8. Já teve alguma doença? Qual (is)? Como soube?

9. Já fez algum exame médico laboratorial? Qual (is)? Quem solicitou? Para quê?

10. Toma ou já tomou alguma medicação? Qual (is)? Quem prescreveu? Para quê?

11. Quando foi a última vez que fez uso de alguma mediação? Quais foram?

12. Quando foi sua última consulta médica?

13. Quando foi sua última consulta odontológica?

14. Já fez algum tratamento odontológico? Qual (is)? Onde?

15. Já foi orientado (a) sobre higiene bucal e cuidados com a boca e dentes? Por quem?

16. Qual o principal alimento diário? Cite tudo o que costuma comer.

17. De onde é a água que você faz uso? Já utilizou ou utiliza outra água? Detalhar.

18. Como avalia seu acesso a tratamento odontológico?

19. Já sentiu dor de dente? O que fez, ou faz? O que toma ou já tomou para dor?

20. Suas gengivas sangram ou já sangraram? Teve algum inchaço? Detalhar.

21. Algum dos seus dentes ficou mole ou caiu sozinho? Quantos anos você tinha?

22. Conhece alguém que teve os dentes moles?

23. Sabe o que é piorreia, periodontite ou gengivite? Já ouviu falar?

24. Seu rosto já inchou? Notou algo diferente em sua boca? Qual? Detalhar.

25. Já tomou antibiótico? Qual (is)? Por quê? Quem indicou? Detalhar.

26. Fuma? Bebe? O quê e com que frequência?

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239

12.2 – Ficha de exame clínico odontológico

ODONTOGRAMA

Observações:

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240

12.3 – Ficha de exame clínico periodontal

17 16 15 14 13 12 11 21 22 23 24 25 26 27

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Observações:

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241

12.4 – Termo de consentimento livre e esclarecido

Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Pesquisa Translacional em Saúde e

Ambiente na Região Amazônica

Análise do perfil clínico e microbiológico periodontais no lago do puruzinho e em buiuçú

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Eu, , declaro

por meio deste documento, que fui esclarecido a respeito de todos os procedimentos de saúde

que serão realizados, desde sua importância para as atividades de pesquisa, até as

metodologias de execução dos mesmos. Declaro que estou ciente de todos os procedimentos

(exame clínico, laboratorial e coleta de material biológico) aos quais serei submetido e que

permito (por decisão própria) que os dados sejam utilizados em estudos, publicações e

eventos científicos, desde que minha identidade seja mantida em sigilo. Estou ciente ainda, de

que não sou obrigado (a) a concordar ou aceitar que qualquer um dos procedimentos

previamente apresentados seja realizado e que posso encerrar minha participação na pesquisa

a qualquer momento.

___________________________________________________ Data: ___________________

Assinatura do (a) participante ou responsável

Dados do responsável:

Serviço Médico e Odontológico

Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Pesquisa Translacional em Saúde e Ambiente

na Região Amazônica

[email protected]

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242

12.5 – Aprovação do comitê de ética em pesquisa

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243

12.6 – Resultados epidemiológicos

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245

Figura 16 – Fotografias clínicas de lesões de cárie da população do Lago do Puruzinho,

expedição 2010. Imagens a e b com secreção purulenta a partir dos canais radiculares;

fotografia c, dente 46 “recém-erupcionado” com extensa lesão de cárie e comprometimento

pulpar; fotografia d, dentes 74 e 75 (molares decíduos) com comprometimento pulpar por

lesões de cárie profundas e, lesões de cárie associadas com o sulco principal do dente 36

a b

c d

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246

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l =

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s. O

bit

ura

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s. E

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30 –

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Page 247: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE ... · AMAZÔNIA - IMPACTO DE CONDIÇÕES AMBIENTAIS DIVERSAS Davi da Silva Barbirato Tese de Doutorado apresentada ao Programa

247

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88

∆ E

XO

DO

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C.C

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C.C

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C.C

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C.C

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r de p

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48

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2012

Page 248: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE ... · AMAZÔNIA - IMPACTO DE CONDIÇÕES AMBIENTAIS DIVERSAS Davi da Silva Barbirato Tese de Doutorado apresentada ao Programa

248

Figura 23 – Fotografias clínicas realizadas na expedição de 2012, representativas do

ttratamento periodontal realizado em um morador do Lago do Puruzinho, usuário de água do

poço artesiano. Em a, b, c, as setas prestas indicam a presença de placa dental e cálculo

dental, supragengivais; importante ressaltar a ausência de sinais clínicos de inflamação na

margem gengival adjacente às áreas com placa e cálculo dental. A sondagem periodontal (b)

do dente 11 não ultrapassou 2 mm em nenhum dos sítios periodontais vestibulares. As figuras

d, e, f apresentam a sequência de remoção de cálculo supragengival; g, h, i) fotografias finais

do paciente, após tratamento periodontal

a b c

d e f

g h i

Page 249: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE ... · AMAZÔNIA - IMPACTO DE CONDIÇÕES AMBIENTAIS DIVERSAS Davi da Silva Barbirato Tese de Doutorado apresentada ao Programa

249

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250

Tabela 38 – Contaminação por mercúrio nas amostras populacionais estudadas do Lago do

Puruzinho e de Buiuçu

Amostra populacional Média Mediana

Lago do Puruzinho 13,6 13,51

Buiuçu 14,16 12,16

Contaminação por Mercúrio (ppm)

ppm = parte (s) por milhão

avaliado (análise intragrupo)

Lago do Puruzinho e Buiuçu apresentaram níveis de contaminação

por mercúrio equivalentes (p > 0,05) observados no teste t student

Média e Mediana sugerem simetria na distribuição do parâmetro

Tabela 39 – Relação entre a eosinofilia e os parâmetros clínicos periodontais preditivos de

doença periodontal, estratificada por consumo de água, observado em 2012

Variáveis

IG

PBS

NCI

PBS ˃ 3mm

NCI ˃ 3mm

ISS

SUP

MOB G1

MOB G2

MOB G3

EOSINOFILIA

MOB = Mobilidade dentária G1, 2 e 3 = Grau 1, 2 ou 3

co de Inserção ISS = Índice de Sangramento à Sondagem SUP = Supuração

ñ = não foi possível aplicação do teste estatístico por ausência da variável analisada ou

pela invariabilidade da mesma, observada entre indivíduos do mesmo grupo

Teste Qui-quadrado para tendência

ñ ñ 0,273

IG = Índice Gengival PBS = Profundidade de Bolsa à Sondagem NCI = Nível Clíni-

0,140 0,411 0,406

ñ ñ 0,273

0,423 0,369 0,306

0,140 0,247 0,343

0,460 0,293 0,199

0,172 0,293 0,306

0,364 0,293 0,306

0,364 0,293 0,306

ñ 0,325 0,273

Lago do Puruzinho Poço artesiano Rio Madeira

valor de p

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251

12.7 – Resultados preliminares de ensaios experimentais

Importância da aerobiose para a síntese de violaceína – in vitro

A Figura 31a representa um erlenmeyer com a C. violaceum (isolada no Lago do

Puruzinho) em meio LB líquido (108 células) e, um tubo de rosca com P. gingivalis em meio

BHI, armazenados por sete dias em jarra de anaerobiose (Gaspak

- BD©).

O preparo do meio LB líquido seguiu o mesmo protocolo descrito no manuscrito do artigo

experimental in vivo: 10 g/L de triptona (BD Bacto™ Tryptone, Difco™, USA), 5 g/L de

extrato de levedura (BD Difco™ Yeast Extract, Difco™, USA), NaCl 15 g/L

(MerckMillipore®, Merck

©, Darmstadt, Alemanha) e 20 g/L de glucose (MerckMillipore

®,

Merck©, Darmstadt, Alemanha). Avolumar para 1 L com água destilada deionizada. Após

resfriamento parcial das soluções esterilizadas por autoclavação, adicionamos 100 µg / mL de

ampicilina (Sigma-Aldrich®, St. Louis, MO) para favorecer o crescimento apenas da C.

violaceum.

O preparo de 200 mL de meio BHI líquido consiste de: 7,4 g de BHI (BD Difco™ Brain

Heart Infusion, Difco™, USA), 1 g de extrato de levedura (BD Difco™ Yeast Extract,

Dyfco™, USA), 0,8 mL de Resazurina 10 mg/mL em NaCl 0,9% pH 7,0 (MerckMillipore®,

Merck©, Darmstadt, Alemanha), 0,1 g l-cisteína (MerckMillipore

®, L-Cystein, Darmstadt,

Alemanha), 2,0 mL de Hemina (MerckMillipore®, Hemin, Darmstadt, Alemanha) e, 1 gota de

Menadiona (MerckMillipore®, Merck

©, Darmstadt, Alemanha). Avolumar para 200 mL com

água para injeção estéril (Isofarma Industrial Farmacêutica Ltda, Eusébio, CE, Brasil). O

preparado deve ficar no agitador magnético, em aquecimento, até que apresente uma

coloração amarela e inicie a fase de ebulição. Para utilização em experimentos, acrescentamos

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5 mL de meio em tubos de vidro arrolhados e mantidos em uma prensa para esterilização por

autoclavação, até que tenha aquecido e não haja mais risco de as rolhas se deslocarem.

No presente experimento, o tubo com P. Gingivalis cultivada em meio BHI foi mantido na

jarra para confirmar a eficiência da anaerobiose, possível de ser identificada por tiras teste

(MerckMillipore®, Merck

©, Darmstadt, Alemanha).

Observar na fotografia à direita (Figura 35b) que a mesma cultura de C. violaceum passou

a exibir uma pigmentação violeta intensa após ser removida da jarra de anaerobiose. A

coloração violeta foi identificada visualmenete após 48 horas de aerobiose em agitação

(120rpm), a 280C. Tal resultado confirma o dado da literatura de que a C. violaceum é capaz

de se manter viável em anaerobiose, no entanto depende de oxigênio para a síntese de

violaceína (KIMMEL et. al., 1969). Nesse caso, a bactéria foi mantida na ausência de

oxigênio por sete dias (coloração amaralo claro) e tornou a sintetizar violaceína (coloração

violeta) depois de 48 horas em aerobiose.

Figura 31 – Fotografias de Erlenmeyer contendo meio LB com C. violaceum. 31a) coloração

do meio após 7 dias em anaerobiose; 31b) reversão com produção de pigmento violeta após

48 horas em aerobiose e ambiente favorável

Figura 31a Figura 31b

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Efeito antibacteriano da violaceína contra Porphyromonas gingivalis – in vitro

Ensaio experimental de sobrevivência do P. gingivalis exposta a diferentes concentrações

de violaceína. Avaliamos visualmente a turbidez de cada tubo experimental com culturas de

P. gingivalis em meio BHI. A contagem de colônias (UFC – Unidade Formadora de

Colônias) foi realizada em placas de ágar-sangue, tendo pipetado 100 µL de cada amostra e

posteriormente espalhado de forma homogênea com pérolas de vidro estéreis. A fotografia

33b ilustra uma placa de meio ágar-sangue onde pipetamos 10 µL de cada tubo para

representar visualmente o efeito dos tratamentos testados.

O preparo do meio BHI foi o mesmo descrito no experimento anterior. O protocolo de

extração de violaceína utilizado foi desenvolvido pelo professor Dr. Alvaro Augusto da Costa

Leitão e pelo professor Dr. Wilson Chagas Filho, tendo sido adaptado de artigos previamente

publicados (CALDAS et al., 1978). Para cada 50 g de C. violaceína coletadas de meio LB

sólido: suspensão em 1000 mL de acetona seguida de agitação por 30 minutos e filtração em

papel filtro Whatman nº 1, em seguida, rinsar o papel filtro com 500 mL de acetona para lavar

os remanescentes e debris celulares, agitar novamente por 30 minutos, refiltrar e deixar

evaporar 80% do volume total. Acrescentar gradativamente ácido hidroclorídrico 37% até que

a solução adquira coloração azulada ou esverdeada. Nesse momento, acrescentar duas partes

de água destilada deionizada estéril para causar floculação, armazenar em frascos tampados a

serem mantidos estáveis por 48 horas para sedimentação e, em seguida, centrifugar a 12000 g

por 10 minutos. O sobrenadante deve ser delicadamente descartado, os pellets lavados três

vezes com água destilada deionizada estéril e, por fim, adicionar etanol até que todo material

sólido tenha se solubilizado. Após 24 horas, todo etanol é evaporado e obtemos os cristais de

violaceína.

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Por ser insolúvel em água, a solução estoque de violaceína pode ser preparada em

etanol (95%), utilizando 1 mg para 1 mL, segundo protocolo de Caldas e colaboradores

(1978) (CALDAS et al., 1978). No entanto, para excluir a possibilidade de o etanol

influenciar o resultado, solubilizamos a violaceína em DMSO 5% (Dimethyl Sulfoxide,

Sigma-Aldrich®, St. Louis, MO). A solução foi preparada com água destilada e deionizada

estéril (MerckMillipore®, Merck

©, Darmstadt, Alemanha).

Adicionamos DMSO 5% no meio de cultura BHI do grupo controle negativo (CTRL-)

com o objetivo de excluirmos um possível fator de confundimento (possibilidade de efeito

dessa substância no crescimento da P. gingivalis). O controle positivo (CTRL+) foi exposto a

100 µg/mL de ampicilina (Sigma-Aldrich®, St. Louis, MO).

As placas de ágar-sangue foram preparadas a partir de 7,4 g de BHI (BD Difco™ Brain

Heart Infusion, Difco™, USA), 1 g de extrato de levadura (BD Difco™ Yeast Extract,

Difco™, USA), 2,5g de ágar (BD Bacto™ Ágar-ágar, Difco™, USA) e 200 mL de água

destilada deionizada. Após esterilização por autoclavação, o preparado foi mantido em banho-

maria até atingir 45° C, quando foram acrescentados 1 mL de hemina (MerckMillipore®,

Hemin, Darmstadt, Alemanha) para cada 100 mL de meio (solução estoque: 0,5 g/mL), 0,025

mL de menadiona (MerckMillipore®, Hemin, Darmstadt, Alemanha) para cada 100 mL de

meio (solução estoque: 1 mg/mL em etanol) e 5 mL de sangue de carneiro desfibrinado

(Biocampo® Desenvolvimento Agrícola S/A Ltda, Indianápolis, SP, Brasl) para cada 100 mL

de meio. O volume final preparado é de 200 mL, onde evertemos 20 mL por placa de Petri

estéril em fluxo laminar. Após resfriamento e solidificação dos meios, as placas eram

mantidas em estufa a aproximadamente 37° C por 24 horas para confirmar ausência de

contaminação.

A violaceína foi testada nas concentrações de 5µg, 50µg e 500 µg/mL de meio BHI. O

meio BHI foi utilizado para diluições da solução estoque da substância em teste. Cultivamos

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103 células de P. gingivalis em 5 mL de meio BHI e, mantivemos cada tubo (grupo

experimental) em anaerobiose por 5 dias (fase estacionária após 120 horas, ≈109 células). Ao

final desse período, plaqueamos 100 µL de cada amostra em três placas de Petri contendo 20

mL de meio sólido de ágar-sangue (triplicata) e, as mantivemos em anaerobiose por outros 5

dias (120 horas). O efeito das substâncias testadas foi observado a partir da contagem do

número de UFC.

Figura 32 – Gráfico de dispersão representando os diferentes grupos experimentais testados.

Os grupos são diferenciados por símbolos, acompanhados dos respectivos erros-padrão.

* P valor ˂ 0,05

Na Figura 32 observamos um efeito bactericida importante do grupo experimental de

maior concentração de violaceína testada (500 µg/mL), tendo eliminado completamente as

células bacterianas, quando comparada ao grupo CTRL- (P ˂ 0,05). Seu efeito foi equivalente

ao da ampicilina utilizada como CTRL+. Apesar de não ter sido estatisticamente significativo,

o efeito do grupo teste dez vezes menos concentrado (50 µg/mL) foi bastante expressivo. É

*

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possível que as menores concentrações de violaceína testadas também exerçam um efeito

bactericida importante, no entanto, ineficiente a longo prazo, onde células viáveis

remanescentes seriam capazes de se multiplicar.

Figura 33a – Fotografia dos tubos de ensaio referentes aos diferentes grupos. Observar a

diferença significativa na turbidez dos meios. Da esquerda para a direita, temos os grupos

controle negativo, 5µg, 50µg e 500 µg/mL de violaceína. Figura 33b – Placa de cultura com

meio ágar-sangue. O quadrante superior direito representa o controle negativo (1), o superior

esquerdo 500µg (2), o inferior direito 50µg (3) e o inferior esquerdo 5 µg/mL de violaceína

(4). No centro da placa, pipetamos o grupo CTRL+

É possível visualizarmos um efeito expressivo da violaceína nas culturas de P. gigivalis na

figura 33a, independentemente da concentração testada. É nítida a diferença da turbidez entre

os grupos. A Figura 33b ilustra o crescimento de P. gingivalis a partir da pipetagem de 10 µL

de cada tubo. O crescimento bacteriano foi inversamente proporcional à concentração de

violaceína, onde 500 µg/mL dessa substância foram capazes de eliminar 100% das células.

Talvez seja possível estimarmos melhor os efeitos da violaceína na viabilidade celular de

culturas de P. gingivalis, se aumentamos o número de amostras e de repetições do

experimento. O desenho do estudo também deve ser melhorado e incluir novas concentrações

de violaceína, novas preparações (veículos), cultivo da P. ginvivalis em diversos tempos de

Figura 33a Figura 33b

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exposição (mais iniciais) para todos os grupos e, ser aplicado a outras espécies bacterianas

bucais de relevância para doenças periodontais. Optamos por preparar as soluções estoque de

violaceína com água destilada e deionizada, pois o laboratório Sigma-Aldrich® disponibiliza

solução de digluconato de clorexidina (Chlorhexidine digluconate solution _ 20% in H2O.

Sigma-Aldrich®, St. Louis, MO) 20% em água, um importante agente químico amplamente

utilizado em Odontologia, especialmente para tratamento periodontal. Após definir a mínima

concentração inibitória da violaceína em diferentes veículos (q.s.p.), esperamos comparar seus

resultados aos da clorexidina 0,12%.