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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DO NORTE ESCOLA DE MÚSICA LICENCIATURA PLENA EM MÚSICA FELIPE LOPES DO NASCIMENTO OPEN SOFTWARES: APLICAÇÕES MUSICAIS MULTIPLATAFORMA NATAL-RN 2011

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DO NORTE ESCOLA DE MÚSICA ... · incentivo, carinho e amor sempre demonstrados. Sendo assim é com enorme prazer que agradeço primeiramente a Deus, pelo

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DO NORTEESCOLA DE MÚSICA

LICENCIATURA PLENA EM MÚSICA

FELIPE LOPES DO NASCIMENTO

OPEN SOFTWARES:APLICAÇÕES MUSICAIS MULTIPLATAFORMA

NATAL-RN2011

FELIPE LOPES DO NASCIMENTO

OPEN SOFTWARES:

APLICAÇÕES MUSICAIS MULTIPLATAFORMA

NATAL-RN2011

Monografia apresentada à Unidade Acadêmica Especializada em Música da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção do título de Licenciado em Música.

Orientador: Prof. Dr. Alexandre Reche e Silva

Catalogação da Publicação na Fonte.UFRN. Biblioteca Pe. Jaime Diniz.

N244o Nascimento, Felipe Lopes. Open softwares: aplicações musicais multiplataforma / Felipe Lopes Nascimento. – Natal, RN, 2011.

48 f. : il.

Orientador: Prof. Dr. Alexandre Reche e Silva.Monografia (Graduação) – Escola de Música, Universidade Federal do

Rio Grande do Norte, 2010

1. Música e tecnologia - Monografia. 2. Software livre - Monografia. 3. Música - Instrução e estudo. I. Título. II. Silva, Alexandre Reche e.

RN/BS/EMUFRN CDU: 78:681.3

FELIPE LOPES DO NASCIMENTO

OPEN SOFTWARES:APLICAÇÕES MUSICAIS MULTIPLATAFORMA

Aprovado em: _____ / _____ / _____

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________________Prof. Dr. Alexandre Reche e Silva

Orientador

__________________________________________________Prof. Ms. Ticiano D'Amore

1º Examinador

__________________________________________________Prof. Ms.Gabriel Gagliano

2º Examinador

Natal, 16 de novembro de 2011.

Monografia apresentada à Unidade Acadêmica Especializada em Música da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção do título de Licenciado em Música.

Orientador: Prof. Dr. Alexandre Reche e Silva

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho de conclusão de curso a todos que fizeram parte dessa história junto comigo, nos momentos alegres ou tristes, fáceis ou difíceis, principalmente minha família, meus pais, meu irmão, por todo o amor e dedicação para comigo, por terem sido a peca fundamental para que eu tenha me tornado a pessoa que hoje sou. A minha família pelo carinho e apoio, dispensados em todos os momentos que precisei.

AGRADECIMENTOS

Agradecer significa reverenciar o comportamento ou a ajuda de pessoas pelo incentivo, carinho e amor sempre demonstrados. Sendo assim é com enorme prazer que agradeço primeiramente a Deus, pelo dom da vida e pela Música.

Impossível não citar minha família, minha mãe Jussara, meu pai Josué e meu irmão Thiago, sem vocês na caminhada eu não chegaria aqui. Não posso esquecer de amigos que sempre estiveram presentes comigo junto com a Música, como o meu querido tio Janir Sóstenes, meu tio Guilherme, meu grande amigo Roberto Nunes. Ao amigo Adriano Bento, Diego Bezerra, Thiago Giordanno, Raphael Henrique, Kaique Paulo, Jesué Lucas e todos os meus verdadeiros amigos em geral, inclusive os companheiros de Curso, foi muito bom ter conhecido vocês.

Queridos professores que tanto me ensinaram e ainda ensinam, graças aos Senhores, pude experimentar um período musical muito enriquecedor. Destaco o professor Alexandre Reche, por toda atenção prestada sempre, ao professor Gabriel Gagliano, professor Jean Joubert, professor Ticiano D'amore e professor Alexandre Vianna, ao pessoal da Biblioteca Padre Jaime Diniz, Elizabeth e sua equipe.

O fraco e flexível é mais forte que o forte e rígido

LAO-TSE

RESUMO

Existem centenas de aplicações musicais livres à nossa disposição hoje em dia. Muitos

não as utilizam porque as desconhecem ou ainda porque não acreditam que alcançarão

os seus objetivos musicais. Entretanto, tentei mostrar nesse trabalho de conclusão de

curso possíveis caminhos a serem trilhados exitosamente na utilização de aplicações

musicais multiplataforma. Assim como a tecnologia se mantém em contínuo crescimento,

também podemos ver os sinais de sua contribuição, em termos de softwares livres, à área

de Música.

Palavras-chave: Recursos Tecnológicos, Educação Musical, Open Source,

Multiplataforma, Software Livre.

ABSTRACT

There are hundreds of free music applications at our disposal today. Many do not use

them because they do not know them or because they believe they will not achieve their

musical goals. However, this paper tried to show possible paths to be successfully traced

in the use of multiplatform music applications. As technology continues steady growth, we

can also see the signs of their contribution in terms of free software to the area of Music.

Keywords: Technology Resources, Music Education, Open Source, Multiplataform, Free

Software.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – INTERFACE DO HYDROGEN ............................................................................................... 16

Figura 2 – INTERFACE DO AUDACITY .................................................................................................. 17

Figura 3 – INTERFACE DO TUXGUITAR ............................................................................................... 19

Figura 4 – INTERFACE DO MUSESCORE ............................................................................................. 21

Figura 5 – HYDROGEN – PATTERNS E PLAYLIST .............................................................................. 22

Figura 6a – HYDROGEN – CARREGANDO UMA LAYER .................................................................... 24

Figura 6b – HYDROGEN – ESCOLHENDO AMOSTRAS ..................................................................... 24

Figura 6c – HYDROGEN – VISUALIZAÇÃO DE UMA LAYER CARREGADA .................................... 24

Figura 6d – HYDROGEN – JANELA DE INSTRUMENTOS ................................................................. 24

Figura 7 – HYDROGEN – EDITANDO PADRÃO RÍTMICO ..................................................................... 25

Figura 8 – HYDROGEN – PLAYLIST ...................................................................................................... 26

Figura 9 – AUDACITY – IMPORTAÇÃO DE ÁUDIO ............................................................................. 26

Figura 10 – TUXGUITAR – VISUALIZAR BRAÇO VIRTUAL ............................................................... 28

Figura 11 – TUXGUITAR – BRAÇO VIRTUAL ........................................................................................ 29

Figura 12 – TUXGUITAR – INSERÇÃO DE NOTAS .............................................................................. 29

Figura 13 – TUXGUITAR – EDITOR DE ACORDES ............................................................................. 30

Figura 14 – TUXGUITAR – INSERÇÃO DE TEXTO ............................................................................. 30

Figura 15 – TUXGUITAR – ORNAMENTOS ............................................................................................ 31

Figura 16 – TUXGUITAR – EXPORTAÇÃO PARA PDF .......................................................................... 31

Figura 17 – MUSESCORE – INFORMAÇÕES SOBRE A PEÇA ............................................................ 32

Figura 18 – MUSESCORE – ESCOLHA DE INSTRUMENTOS .............................................................. 32

Figura 19 – MUSESCORE – ESCOLHA DA TONALIDADE .................................................................... 33

Figura 20 – MUSESCORE – FÓRMULA E QUANTIDADE DE COMPASSOS ....................................... 33

Figura 21 – MUSESCORE – PALETA DE ORNAMENTOS ..................................................................... 34

Figura 22 – MIDI IMPORTADO DO HYDROGEN ................................................................................. 34

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 12

OBJETIVOS................................................................................................................ 12

METODOLOGIA.......................................................................................................... 13

CAPÍTULO 1 – APLICAÇÕES ESCOLHIDAS ........................................................... 14

CAPÍTULO 2 – MICRO TUTORIAIS........................................................................... 22

CAPÍTULO 3 – COMPARATIVO................................................................................. 35

CAPÍTULO 4 – GLOSSÁRIO DE LICENÇAS E TERMOS UTILIZADOS …............... 38

CONSIDERAÇÕES FINAIS ….................................................................................... 42

REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 44

ANEXOS..................................................................................................................... 47

12

INTRODUÇÃO

Atualmente, o uso de tecnologia em diversas áreas é cada vez mais comum. Isso

facilita o modo como as pessoas passam a realizar tarefas, se comunicar e até se divertir.

Com a Educação Musical ocorre o mesmo. Porém, além de se possuir um computador,

ele depende de aplicações que geralmente são caras e inviáveis, tanto para pessoas

como para instituições. O que fazer nesse caso? Uma alternativa legal para esse

problema é o uso de software livre.

Um software livre é desenvolvido por programadores em diversos lugares do

mundo, contribuindo na sua melhoria, graças ao seu código aberto que permite uma

constante evolução e resolução de problemas de programação.

Além de softwares de código aberto (open source), existem outros tipos de

licenças. Para essa pesquisa me foquei em quatro: open source, como já foi dito;

freeware, shareware e softwares proprietários.

Essa pesquisa relata minha experiência com quatro softwares criteriosamente

escolhidos, como explicarei no decorrer do trabalho. O foco do trabalho é mostrar que há

alternativas para os softwares proprietários e que elas são capazes de suprir as

necessidades de um educador musical.

OBJETIVOS

Geral

Contribuir com a tendência de utilização de software livre na Educação Musical,

seja ele estudante ou educador.

Específicos

1. Coletar softwares que sigam os seguintes critérios:

13

• de aplicação musical

• possuam o código aberto (open source)

• sejam desenvolvidos para mais de um sistema operacional (multiplataforma)

2. Relatar experiências no uso desses softwares

METODOLOGIA

Pesquisa sobre licenças de softwares

Foi realizada pesquisas na Internet sobre licenças de softwares, onde encontrei

uma visão mais ampla sobre o porquê da existência e como surgiu cada licença.

Conhecendo suas principais características, pude me aprofundar com mais propriedade

para realizar uma pesquisa que contivesse mais consistência.

Comparação entre softwares livres e seus similares

O fato de comparar softwares similares foi de grande utilidade para que eu

pudesse conhecer as virtudes e falhas de cada tipo de software.

Vivência Acadêmica

A minha experiência com softwares livres na Escola de Música da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte (EMUFRN) somou muito ao trabalho, pois pude realizar

“pesquisas de campo” durante parte do Curso, tanto com professores quanto com colegas

de turma.

14

CAPÍTULO 1 – APLICAÇÕES ESCOLHIDAS

Somente estudei softwares livres, por conta própria, até próximo ao final do Curso

de Licenciatura. Em primeiro lugar, pelo fato de me interessar por alternativas. Softwares

proprietários são caros e nem sempre podemos instalá-los em mais de um computador.

Em segundo lugar, pelo fato de poder utilizar recursos "legais" para lecionar.

No início, procurei saber se isso seria possível. Me indagava se tais aplicações

supririam as minhas necessidades como músico e ainda, como educador. As principais

dúvidas que vinham à mente eram: posso obter êxito em meus trabalhos, usando um

software livre? Encontro a mesma facilidade, experimentada em outros programas?

Consigo realizar tudo isso com qualidade, tanto gráfica (no caso de edição de partituras)

como sonora (no caso de manipulação de áudio)?

Aos poucos, com pesquisas e ajuda de professores da área de Música e

Tecnologia, fui me deparando com essa possibilidade que tanto almejava. Consegui

alcançar alguns objetivos antes considerados impossíveis com softwares livres. Isso me

motivou a ir além nesta filosofia, estudando-a com a certeza de que somaria à minha

jornada de músico educador. Percebi que esse é um diferencial atual, em franco

desenvolvimento. A tendência é que os softwares livres sejam mais utilizados a cada dia.

Essa área está em constante evolução. Periodicamente, uma nova aplicação é lançada

ou atualizada, aumentando a praticidade ao usuário.

Me surpreendi ao ver tal filosofia, aos poucos, sendo veiculada na Escola de

Música da UFRN. Isso me animou bastante, principalmente por imaginar que, em um

futuro próximo, outras pessoas poderão conhecer outras alternativas para ensinar e

aprender Música, como vem acontecendo.

A seguir abordarei os softwares neste trabalho. Existem centenas de aplicações

livres à nossa disposição. Os critérios de escolha que utilizei foram que todos os

15

softwares pertencessem à categoria musical, tivessem código aberto e fossem

multiplataforma (utilizados em vários sistemas operacionais, como Windows, Mac OS X e

Linux). Os softwares escolhidos foram: Hydrogen Drum Machine, Audacity, TuxGuitar

e MuseScore.

1.1 – Hydrogen

O Hydrogen é uma sequenciador de ritmos de uso simples e intuitivo, capaz de

criar um número indefinido de padrões rítmicos. Sua fácil utilização, em comparação com

softwares similares se deve à interface amigável e a recursos que tornam o resultado final

realístico. Há também a possibilidade de se utilizar qualquer amostra de áudio como um

instrumento, ao invés da limitação de usar apenas os kits de som pré-instalados no

programa. É possível a importação de amostras no formatos de som WAV, AU, AIFF,

OGG e FLAC, em mono ou estéreo, para a confecção de novos kits. Abre-se assim um

maior leque de opções para a criação musical.

Site: http://www.hydrogen-music.org

Verbete (Wikipédia):

http://en.wikipedia.org/wiki/Hydrogen_(software)

Proprietário(s) similar(es): Fruitloops™ (as primeiras versões)

(http://flstudio.image- line.com )

Informações:

Desenvolvedor: Alessandro Cominu

Versão estável: 0.9.5

Data de Lançamento: 15 de Março, 2011

Versão prévia: 0.9.5-rc1

Data de Lançamento: 27 de Maio, 2010

16

Escrito em: C++, Qt

Sistemas Operacionais: Linux, Mac OS X e Windows

Tipo de Programa: Sequenciador de Ritmos (Drum

machine)

License: GNU (General Public License)

Hydrogen: Dados do Aplicativo (Wikipédia)

Figura 1 – Interface do Hydrogen (Wikipédia)

1.2 – Audacity

O Audacity é um software editor de áudio, capaz de gravar, editar e aplicar efeitos

a arquivos sonoros. Entre os efeitos encontram-se reverb, chorus, phaser, flanger, rotary,

delay etc. É possível reduzir ruídos (muito utilizado para músicas digitalizadas de disco de

vinil), equalizar, amplificar, comprimir, alterar o tempo e o pitch (altura), reverter, analisar o

espectro e gerar alguns tipos de onda e ruído. Como se vê, ele executa uma série de

procedimentos relacionados a áudio. O usuário pode visualizar arquivos como

sonograma. Através de uma ferramenta de lente de aumento é possível se editar sua

forma de onda com grande precisão.

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Site: http://audacity.sourceforge.net/?lang=pt

Verbete (Wikipédia): http://en.wikipedia.org/wiki/Audacity

Proprietário(s) similar(es): Sony Sound Forge™

(http://www.sonycreativesoftware.com/soundforge)

Informações:

Desenvolvedor: Vários (SourceForge)

Versão estável: 1.2.6

Data de Lançamento: 18 de Novembro, 2006

Versão em teste: 1.3.12

Data de Lançamento: 05 de Abril, 2010

Sistemas Operacionais: Linux, Mac OS X e Windows

Tipo de Programa: Editor de áudio digital

License: GNU (General Public License)

Audacity: Dados do Aplicativo (Wikipédia)

Figura 2 – Interface do Audacity (Wikipédia)

1.3 – TuxGuitar

O TuxGuitar é um editor de tablatura e partitura voltado para guitarristas. Ele

também pode ser utilizado por demais instrumentistas, possuindo recursos para outros

instrumentos que não somente os de corda. Ele é característico para guitarra pelo fato de

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ter sido criado para esse instrumento (dispondo de modos de visualização como tablatura

e como braço de guitarra) e também por ter ornamentos específicos (como bend, slide,

release, tapping etc). O TuxGuitar tem uma interface similar ao software proprietário

GuitarPro™. Inclusive é possível a importação de projetos feitos neste último, nos

formatos GP3, GP4 e GP5, até o presente momento. O TuxGuitar também dispõe de

efeitos como chorus, reverb, delays etc. Eles são bastante utilizados por guitarristas.

Desta forma, se torna possível uma visualização semelhante ao som de uma guitarra real

sendo tocada. Ao final do trabalho, o usuário poderá salvar o arquivo no formato TG ou

exportar para GP3, GP4, GP5, bem como MID, PNG, PDF e WAV. Ele também é bastante

usado para se praticar leitura de partitura, pois como já foi dito, dispõe de um braço de

guitarra que mostra exatamente onde as notas devem ser tocadas,

facilitando a comparação das notas na pauta com a região tocada no instrumento.

Site: www.tuxguitar.com.ar

Verbete (Wikipédia): http://en.wikipedia.org/wiki/TuxGuitar

Proprietário similar: GuitarPro™ (http://www.guitar-

pro.com/en/index.php)

Informações:

Desenvolvedor: Julian Gabriel Casadesus e outros

Versão estável: 1.1

Data de Lançamento: 01 de Novembro, 2009

Escrito em: Java

Indiomas: Alemão, Português, Inglês, Espanhol, Polonês e

Francês

Sistemas Operacionais: Linux, Mac OS X, Windows

Tipo de Programa: Editor de tablaturas e partituras,

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sequenciador MIDI

License: GNU (General Public License)

TuxGuitar: Dados do Aplicativo (Wikipédia)

Figura 3 – Interface do TuxGuitar (Wikipédia)

1.4 – MuseScore

Editor de partitura similar aos proprietários Encore™ e Finale™. Nele, é possível

se criar e editar partituras, e ainda exportá-las para diversos formatos como PDF, MID,

XML. Ele possui uma interface de fácil utilização. É importante citar também que é

possível se carregar outras soundfonts, para que se obtenha outras qualidades sonoras.

Uma de suas principais características é o fato de possuir atalhos intuitivos no

teclado, sejam eles para a inserção de notas ou de símbolos, acordes e letras das

músicas. Isso facilita muito na grafia musical, nos desprendendo da necessidade de

executar cada comando pelo mouse. No caso de inserção de notas, o MuseScore utiliza

atalhos correspondentes às cifras, onde “A” é Lá, “B” é Si, “C” é Dó, assim por diante.

Outro ponto positivo do MuseScore é a qualidade gráfica de seus tipos musicais.

Isso, por ele se utilizar de uma linguagem de marcação para tipografia musical chamada

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Lilypond que segundo o próprio site (http://lilypond.org/), “é uma linguagem dedicada a

produzir a mais alta qualidade gráfica possível para a partitura, trazendo a estética da

música gravada tradicionalmente para impressões de computador”.

Site: http://musescore.org/

Verbete (Wikipédia): http://en.wikipedia.org/wiki/MuseScore

Proprietário(s) similar(es): Encore™, Finale™

(http://www.musica.at/encore/)

Informações:

Desenvolvedor: Werner Schweer

Lançado em: 2002

Versão estável: 1.1

Data de Lançamento: 27 de Julho, 2011

Tamanho: 34.3 MB

Escrito em: C++

Indiomas: Alemão, Árabe, Chinês tradicional, Chinês

tradicional (Taiwan), Dinamarquês, Espanhol, Finlandês,

Francês, Galego, Híndi, Inglês, Italiano, Norueguês, Polonês,

Português, europeu, Português brasileiro, entre outras.

Sistemas Operacionais: Linux, Mac OS X e Windows

Tipo de Programa: Editor de Partitura

License: GNU (General Public License)

MuseScore: Dados do Aplicativo (Wikipédia)

21

Figura 4 – Interface do MuseScore (Wikipédia)

22

CAPÍTULO 2 – MICRO TUTORIAIS

Nesse capitulo você verá alguns micro tutoriais de trabalhos feitos com software

livre. Alguns desses trabalhos foram desenvolvidos por interesse próprio e outros como

atividades das disciplinas Música e Computação e Oficina de Composição Musical.

Esses micro tutoriais registram parte do meu percurso de aprendizagem na manipulação

desses softwares. Sua utilização aqui tem como objetivo exemplificar na prática suas

principais funcionalidades – uma vez que são aplicáveis e úteis ao trabalho cotidiano de

um músico educador.

2.1 Hydrogen: Acionando uma máquina de ritmos musicais

Será mostrado o processo criativo de uma composição feita para a disciplina

Música e Computação, exemplificando uma série de recursos. A composição realizada

tem por título “Griti-masrria Rock”. O professor da disciplina pediu que na composição os

estudantes levassem em conta aspectos de morfologia musical, especificamente,

introdução, sessões e coda. O Hydrogen mostrou-se uma boa opção para tal tarefa, pois

seu sistema de criação e reprodução é baseado em patterns (padrões rítmicos) que

podem ser utilizado para a criação de sessões através de uma playlist. Observe a seguir

como se deu o processo.

Figura 5 – Hydrogen – Patterns e Playlist

Ao se criar um novo projeto, o Hydrogen inicia por padrão o Gmkit. Esse kit possui

timbres interessantes, porém, como há a possibilidade de se criar novos kits com muita

23

facilidade, optei por confeccionar um novo kit. Para se criar um novo kit, o usuário precisa

de amostras de áudios em formatos aceitos pelo Hydrogen para cada peça do kit. As

extensões aceitas pelo Hydrogen são WAV, AU, AIFF, FLAC e OGG. O Hydrogen dá ao

usuário liberdade para escolha de samples. Sendo assim, porque utilizar apenas sons de

bateria? Além de uma bateria virtual, ele pode ser usado como um maestro de sons.

Seguindo este pensamento, pesquisei por samples de gritos e risos em um site gratuito

que possui uma considerável biblioteca de sons1 e os importei para o Hydrogen. A

importação de sons é feita através dos seguintes passos:

1. Clique no Botão Layers, em seguida: Load Layer (Figura 6a)

2. Abrirá um explorador de arquivos. Após Selecionar o sampler, Clique em

open.

3. O resultado é visto na Figura 6c. Clique no “Instrument 2”, carregue outro

sample e assim por diante.

Após o fim da importação das amostras, tentei começar a compor, porém senti falta

de alguns sons de bateria para servirem de base para a criação, junto com os gritos e

risos do meu kit. É possível se importar instrumentos de um kit para outro. Sendo assim,

quando uma ou mais peças de um determinado kit agradam ao usuário, ele pode se

utilizar delas na obra em que está trabalhando ou até mesmo em futuras obras, desde

que seja salvo um novo kit pelo usuário. Foi o procedimento ocorrido nesta obra. Peguei

algumas peças (instrumentos) de um kit que havia instalado no meu computador

chamado ColomboAcusticDrumkit e adicionei ao novo kit criado. Para realizar esse

procedimento, basta clicar na peça desejada e arrastá-la para o kit de destino. Ao fim

desse processo, salvei o kit com o nome “Gritorriso Drum”.

1 Disponível em <www.findsounds.com>. Acessado em 21/12/2011.

24

Figura 6a

Figura 6b (/home/lamuco7/Downloads/risada1.wav)

Figura 6c

Figura 6d

Figura 6 – Hydrogen

a) Carregando uma Layer;

b) Escolhendo Amostras;

c) Visualização de uma Layer carregada;

d) Janela de Instrumentos.

A etapa seguinte seria a composição. Ela foi planejada para conter camadas de

motivos, de forma que todos se unissem para formar um ritmo principal, que seria o auge

25

da composição. Como fazer isso? Através do editor de patterns.

O processo de criação é simples. É facultativo o conhecimento prévio de escrita

musical para aprender a criar, devido à interface de fácil entendimento. Esse é um dos

motivos que torna o Hydrogen uma das melhores máquinas de ritmos. Por esses motivos

o software é uma ótima ferramenta para o músico educador começar a musicalizar

ritmicamente. Vejamos como é simples:

Figura 7 – Hydrogen – Editando padrão rítmico.

Reparem na numeração de 1 a 4 em cima que são os quatro tempos de um

compasso quaternário. É possível alterar a duração dos eventos, clicando e

arrastando com o botão direito do mouse em cima do pontinho.

Como já foi dito, a idéia inicial foi criar uma composição na qual os motivos rítmicos

fossem sendo adicionado aos poucos. Para se fazer isso existem basicamente duas

opções: criar um motivo por pattern e em seguida adicionar um a um; ou, criar um pattern,

duplicá-lo e somar a ele o novo motivo e assim consecutivamente, tantas vezes for

necessário até o resultado desejado. Para se duplicar um pattern, basta clicar com o

botão direito do mouse em cima dele, então aparece uma caixa de opções na qual uma

delas é copiar.

Feito isso, basta que usuário organize o editor de patterns. Esse procedimento

ajudará a dar forma à composição. O Hydrogen executará os patterns exatamente na

ordem progamada. Depois de pronto ainda é possível modificar a ordem da playlist.

26

Figura 8 – Hydrogen – Playlist

2.2 Audacity

Para exemplificar as funções do Audacity, também optei por usar uma atividade

desenvolvida durante as aulas de Musica e Computação. A atividade consistia em baixar

um arquivo de áudio no formato MP3 de um site (www.classiccat.net/bach_js/index.htm )

e manipular esse arquivo.

Primeiramente, importei o áudio para o Audacity. Isso pode ser feito de duas

formas. Na primeira forma, clicando com o botão direito do mouse em cima do arquivo de

áudio, escolhendo “Abrir com” e optando por Audacity. Na segunda forma, abrindo o

Audacity primeiro, escolhendo “Arquivo” e optando por “Abrir”. Ambas terão o mesmo

resultado final e o usuário poderá visualizar algo como na figura abaixo:

Figura 9 – Audacity – Importação de áudio

No caso da minha atividade fiz cortes em alguns trechos. Para tanto, utilizei a ferramenta

27

de seleção no trecho desejado para extrair apenas uma parte da música. Adicionei reverb

para simular uma apresentação ao vivo2. Como o intuito era uma simples edição, fiquei

satisfeito em concluí-la neste ponto. Esse recurso também pode ser utilizado para se

extrair apenas parte de uma música, para fins didáticos.

2.3 TuxGuitar

A primeira peça que transcrevi no TuxGuitar foi composta por mim, ao violão, com

o título de “Baião da Jura”. Encontrei facilidade para transcrevê-la, pois ao invés de

escrever no pentagrama, inseri as notas no braço virtual. Ele é um réplica da digitação

usada no braço de um violão. Isso proporcionou um ganho considerável de tempo. O

software revelou-se um ótimo recurso para se ensinar violão ou guitarra, pois, além de

poder entregar a partitura da obra, escrita junto com a tablatura, ainda é possível colocar

o desenho dos acordes cifrados (no caso de chord melody). O TuxGuitar exporta/salva

como PDF, embora o formato nativo, o TG, permita ao usuário estudar a peça tocando

junto com o programa.

Em vista de tal facilidade, resolvi criar exercícios para aplicar em um estágio

curricular3. Os estudantes puderam ter o primeiro contato com a escrita musical e, como a

tablatura indica exatamente onde a nota deve ser tocada, eles puderam associar a nota

escrita à digitação no instrumento. Além de iniciarem a leitura de partitura e tablatura, os

estudantes puderam melhorar a sua técnica no instrumento com o auxílio dos exercícios

transcritos.

Depois de certo período de aulas, o progresso foi notório, tornando possível o

acréscimo de exercícios mais complexos, como chord melody, onde se lê

simultaneamente a melodia e o acompanhamento. O exercício de chord melody aplicado

2 Este e outros, encontram-se na paleta “Efeitos”. Os efeitos são chamados de “plugins”, no Audacity. Eles podem variar sua localização de acordo com o usuário, pois é possível instalar mais plugins, mesmo após a instalação do software, de forma que eles são reorganizados no seu menu. No caso dessa atividade, o caminho foi: Efeitos > Plugins (46 a 60) > C*Plate – Versatile Plate Reverb.

3 Esse estágio consistia na ministração de aulas de violão e teclado. Ele foi cumprido em 2010, no Centro Cultural de Todos (UERN), localizado na Zona Norte de Natal-RN.

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foi criado primeiro no instrumento e depois transcrito. Também é possível alcançar

resultados satisfatórios relacionados a leitura, sem a necessidade do instrumento à mão.

Entretanto caberá ao educador ter noção do grau de dificuldade do exercício, adequado

ao nível técnico dos estudantes.

A seguir você verá um passo a passo do TuxGuitar. Nesse tutorial utilizei a peça

“De Volta ao Lar”, composta por mim. A peça é o chord melody citado no parágrafo

anterior. Considero importante mencionar que a faixa etária dos estudantes era de 14 a

17 anos. Alguns deles não tinham nenhum contato com o instrumento e em curto prazo

puderam experimentar uma considerável evolução. Nesse sentido, o software foi útil no

processo de musicalização ao violão.

Ao inciar o TuxGuitar pela primeira vez, o braço virtual provavelmente estará

desativado. Ative-o, clicando no botão correspondente (detalhe da seta vermelha na

Figura 10).

Figura 10 – Visualizar Braço Virtual

O próximo passo é inserir notas. Para isso, basta clicar no braço virtual na nota

desejada. Note na Figura 11, o braço virtual, abaixo da pauta.

29

Figura 11 – Braço Virtual

Após a inserção da primeira nota, o usuário pode ir inserindo mais notas para

formar duetos ou acordes. Porém, minha peça é um chord melody, onde só se escreve a

melodia e cifra. Logo depois da inserção de nota, escolhi a duração, clicando no ícone da

figura. A duração da nota também pode ser definida antes de sua inserção. Para essa

funcionalidade podemos usar o teclado numérico, isso agiliza consideravelmente o

trabalho. Outra opção é a utilização de um teclado controlador MIDI. Quando configurado

corretamente, basta selecionar através do mouse ou teclado numérico apenas as

durações das notas. A inserção das mesmas pode ser feita através do controlador MIDI.

Figura 12 – TuxGuitar – Inserção Notas

Para editar a nota do próximo tempo, basta apertar a tecla 'seta para direita' do

teclado do computador e continuar inserindo notas. Ao pressionar a tecla “A”, inicia-se um

30

editor de acordes, que depois de escolhido é inserido em cima da respectiva nota um

diagrama do mesmo.

Figura 13 – TuxGuitar – Editor de Acordes

Às vezes é interessante estimular o estudante a procurar a melhor fôrma de acorde

no instrumento. Então, pode-se optar por colocar apenas a cifra pressionando a tecla “T”,

destinada a inserção de texto.

Figura 14 – TuxGuitar – Inserção de Texto

Após alguns compassos a peça vai tomando forma e podemos pôr ornamentos

nela. Esse funcionalidade se encontra na paleta Nota/Efeitos/”Efeito desejado”. Os

ornamentos disponíveis no software são direcionados para guitarristas, podendo ser

utilizados também para outros instrumentos do mesmo gênero. De tal modo, nota-se que

31

o TuxGuitar traz ornamentos mais direcionados para violão, guitarra e contra-baixo.

Figura 15 – TuxGuitar – Ornamentos

Ao final podemos salvar o projeto ou exportá-lo. Geralmente, uso exportação para

PDF. Após clicar em exportar para PDF o TuxGuitar pergunta se o PDF conterá tablatura,

acordes, textos etc. Cabe ao usuário selecionar o que for necessário.

Figura 16 – TuxGuitar – Exportação para PDF

2.4 MuseScore

Um editor de partitura é um grande aliado do músico educador. Como estudante,

precisei transcrever uma peça no decorrer do curso, e não conhecia nenhum editor de

32

partituras para realizar tal tarefa. Foi quando conheci o MuseScore. Meses depois, na

disciplina Música e Computação I, o professor mostrou esse editor de partituras para a

turma. Como avaliação, todos os estudantes deveriam transcrever uma peça utilizando o

software. Transcrevi a peça “Amigo”, de Roberto Carlos. O processo se deu da seguinte

forma:

Iniciei o MuseScore, e cliquei em criar uma nova sessão. Em seguida o software

abriu uma nova janela que tem por utilidade permitir ao compositor adicionar as

informações sobre a peça.

Figura 17 – MuseScore – Informações sobre a Peça

Depois inicia-se a janela de escolha dos instrumentos. Eu escolhi Piano, porém é

possível escolher tantos outros quanto o necessário.

Figura 18 – MuseScore – Escolha de Instrumentos

Prosseguindo, o usuário escolhe a tonalidade da música. A peça “Amigo”, segundo a

33

partitura original, estava na tonalidade de Lá menor.

Figura 19 – MuseScore – Escolha de Tonalidade

A próxima e última etapa antes de começar a transcrever, tem a função de definir a

fórmula de compasso e quantos deles a música possuirá. É possível adicionar ou subtrair

compassos posteriormente.

Figura 20 – MuseScore – Fórmula e Quantidade de Compassos

Após todas essas etapas, inicia-se o projeto. É importante pressionar F9 caso a

barra de ferramentas lateral não esteja visível. Facilita na procura de opções. Tal

funcionalidade apresenta todos os recursos necessários para a musicografia da obra,

desde ornamentos básicos até elementos de estruturação da obra. Para aplicar o

ornamento desejado, basta clicar em sua categoria, após sua escolha, clicar nele e

manter o botão pressionado, arrastando-o para o local exato onde se deseja aplicá-lo.

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Figura 21 – MuseScore – Paleta de Ornamentos

Com o projeto pronto para ser executado, fui inserindo notas com as letras das

respectivas cifras. Se ao pressionar uma tecla a nota inserida não for na região desejada,

o usuário pode utilizar o atalho ctrl+cima ou ctrl+baixo, para elevar ou diminuir a oitava.

O MuseScore possui muitos recursos, citei apenas os principais para o início da

tarefa. Depois de transcrever toda a peça, mudei os instrumentos e importei um MIDI de

bateria, criado no Hydrogen. Parte do resultado é mostrado no trecho da partitura abaixo.

Figura 22 – MIDI importado do Hydrogen

35

CAPÍTULO 3 – UM BREVE COMPARATIVO DAS LICENÇAS LIVRE E PROPRIETÁRIA

Vimos nos capítulos anteriores que um software livre pode desempenhar funções

análogas às de um software proprietário. Pensando nisso, quais aspectos tornam mais

viável a utilização de um software livre ou proprietário? Baseado em pesquisa de preços e

funcionalidades, foi feito um comparativo entre eles. Esse capitulo é destinado a destacar

algumas de suas diferenças, exemplificando, de forma sucinta, os principais motivos que

podem levar um usuário a optar por um software livre ou proprietário.

O comparativo foi feito entre os softwares abordados nesse trabalho e seus

similares proprietários. Os critérios avaliativos foram qualidade gráfica e sonora,

estabilidade, recursos, flexibilidade e preço do produto. Os testes foram realizados em um

período de dez dias. O teste foi realizado em três computadores com os sistemas

operacionais Linux, Windows e Mac OSX – uma vez que nossa pesquisa versa sobre

softwares multiplataforma.

A qualidade gráfica foi analisada, levando-se em conta a aparência do software, a

qualidade da tipografia musical ou do sonograma (quando utilizados com lente de

aumento) e impressão do material trabalhado. Nesse aspecto, os softwares livres

MuseScore e Hydrogen Drum Machine demonstraram os melhores resultados e, dos

softwares proprietários, se destacou apenas o Finale™. Ambos, proprietários e livres,

demonstraram uma boa tipografia e/ou recursos gráficos, tanto na utilização como na

impressão.

A qualidade sonora foi analisada, levando-se em conta as possibilidades de

escolha de taxa de amostragem e bits e, no caso de programas que utilizam soundfonts,

foi analisada também a qualidade das soundfonts que vêm por padrão no software. Os

softwares livres que obtiveram resultados mais satisfatórios foram o Audacity e o

Hydrogen Drum Machine. Os softwares proprietários obtiveram bons resultados nesse

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critério.

A estabilidade de cada software foi analisada, levando-se em conta o tempo para a

realização de tarefas, principalmente as que trabalham diretamente com áudio. Também

foi dada a devida atenção sobre como o softwares se comportaram no decorrer dos testes

sob diversas demandas. De modo geral, os softwares apresentaram um pouco menos de

estabilidade, travando ou até fechando em algumas vezes. (Esse é um tipo de problema

que pode por a perder um trabalho não salvo.) Os softwares livres que apresentaram mais

estabilidade foram o Audacity, o TuxGuitar e o Hydrogen Drum Machine. Os

proprietários que se destacaram foram o Sound Forge™, Finale™ e Guitar Pro™.

Sendo assim, o Fruitloops™ e o MuseScore ainda não apresentam estabilidade total.

Os recursos de cada software foram analisados, levando-se em conta

possibilidades de manipulação a que se propõem. Os softwares livres que obtiveram

melhor performance nesse aspecto foram o Hydrogen Drum Machine, o MuseScore e o

TuxGuitar. Eles mantiveram uma boa manipulação de áudio, facilidade de importação e

manipulação gráfica. Entre os proprietários, se destacou apenas o Guitar Pro™. Isso se

deveu aos novos recursos incrementados em relação a sua versão anterior e em relação

ao seu similar, o TuxGuitar.

A flexibilidade foi analisada, levando-se em conta a facilidade de utilização,

exportação para outras extensões de arquivo, possibilidade de importação de arquivos de

softwares similares e a opção de utilizar soundfonts diferentes daquelas pré-instaladas em

cada software. Dos softwares livres, todos demonstraram ótima flexibilidade. Nos

softwares proprietários, este item não obteve resultados muito bons, demonstrando,

como no caso do Finale™, um pouco de dificuldade para a realização de suas tarefas –

diferentemente do seu similar, o MuseScore que demonstrou muita facilidade em sua

utilização.

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O último critério analisado foi o preço. Esse, chega a ser uma injustiça na

comparação, já que os softwares livres são gratuitos. Os softwares proprietários

escolhidos possuem até um preço diferenciado da maioria – que geralmente chegam a

ser o dobro ou o triplo deles (custando, em média, quatro salários mínimos). O grande

problema para o usuário comum, é que em sua utilização diária, será necessário bem

mais do que quatro softwares e, se somado todos, chegam a ser um investimento inviável

a muitos. No caso de instituições ocorre o mesmo com a obtenção de licenças para cada

máquina em que os softwares serão instalados, se tornando inviável para a maioria delas.

Abaixo você verá um quadro comparativo. Foram estabelecidos conceitos para a

avaliação, sendo “O” (ótimo), “MB” (muito bom), “B” (bom), “R” (regular) e “I” (insuficiente):

SOFTWAREQUALIDADE

GRÁFICAQUALIDADE

SONORAESTABILIDADE RECURSOS FLEXIBILIDADE

PREÇO/QUANTIDADE DE SALÁRIOS MÍNIMOS

Sound Forge B O O B B R$ 744.55 / 1,36

Audacity R O O B O R$ 0.00 / 0

Finale O O O B I R$ 1116.96 / 2,04

MuseScore O B R MB O R$ 0.00 / 0

Guitar Pro B O O O R R$ 111.6 / 0,20

TuxGuitar MB B O MB O R$ 0.00 / 0

Fruit Loops O O B O I R$ 742.78 / 1,36

Hydrogen O O O O O R$ 0.00 / 0

De um modo geral, os softwares livres e proprietários possuem virtudes e

limitações. Cabe ao usuário final analisar o quanto está disposto a gastar por um ou mais

softwares proprietários, de acordo com suas necessidades ou preferência.

38

CAPÍTULO 4 – GLOSSÁRIO DE LICENÇAS E TERMOS UTILIZADOS

Nesse capítulo você entenderá alguns termos relacionados à pesquisa. É

fundamental conhecer tais termos, já que existem vários tipos de licenças de softwares,

bem como termos e expressões utilizadas. Isso pode auxiliar sobre o entendimento dos

softwares livres.

Os termos abordados surgiram aos poucos, por volta da década de 1990. Um

artigo chamado “A Catedral e o Bazar”, escrito por Eric S. Raymond por volta de 1997,

impulsionou todo o progresso sobre esses termos e licenças de softwares. Segundo a

Enciclopédia Livre (Wikipédia), A catedral e o Bazar “é um ensaio sobre métodos de

engenharia de software, baseado em suas observações do processo de desenvolvimento

do Linux e suas experiências administrando o projeto Open Source Fetchmail.” O artigo

foi apresentado pelo autor, no Linux Kongress, em 27 de Maio do mesmo ano em que foi

escrito. Mais tarde, em 1999, o artigo cresceu, tornando-se um livro.

O artigo apresenta dois modelos de desenvolvimento para softwares livres, como o

próprio título sugere, o modelo Catedral e o modelo Bazar. O modelo Catedral consiste

em um modo de se programar no qual o código fonte é disponibilizado a cada release

(lançamento) do software, porém havendo restrições entre dois releases a um grupo

restrito de programadores. O modelo Bazar, consiste em um modo de programar no qual

o código é totalmente aberto, de forma que as contribuições de cada programador são

transmitidas com o recurso da utilização da internet – na época ainda em fase de

aprimoramento e difusão.

Para Raymond, a um número de olhos suficientes, todos os erros são triviais.

Portanto, se o código-fonte estiver disponível, mais pessoas podem contribuir no

desenvolvimento, ou aprimoramento do software. Dessa forma, aumenta-se a

possibilidade de descoberta de erros (bug tracking), bem como de suas correções, de

39

forma colaborativa.

Com isso, Raymond influenciou alguns gerentes de projetos de softwares

proprietários a aderirem o modelo Bazar, impulsionando alguns desenvolvedores de

softwares de código fechado a passarem a desenvolver softwares com código aberto.

Este foi o caso do Netscape que abriu seu código, possibilitando o surgimento do

navegador Mozilla.

3.1 A SIGLA GNU

Começaremos entendendo sobre a expressão GNU. O desenvolvimento do GNU

surgiu com a intenção de ser um sistema de software compatível com o sistema

operacional UNIX. Em meados da década de 80, alguns programadores passaram a

desenvolver as principais partes do GNU, de forma que ele se comunicasse em sua

totalidade com o sistema UNIX, porém sem a utilização do código fonte do mesmo, por

isso a sigla GNU, que é uma expressão recursiva, GNU is NOT UNIX (o sistema GNU

não é o sistema UNIX). É importante citar, que mais tarde, na década de 90, o GNU foi

utilizado por um programador chamado Linus Torvalds, através de um núcleo que poderia

usar todas as peças do sistema operacional GNU. Surgia assim o Linux, que é contração

de Linus e UNIX.

Atrelada ao GNU, existem algumas licenças, a GPL: General Public License, que é

a licença usada para softwares livres. Licença Copy Left: segundo verbete no wikipedia,

"copyleft é uma forma de usar a legislação de proteção dos direitos autorais com o

objetivo de retirar barreiras à utilização, difusão e modificação de uma obra criativa devido

à aplicação clássica das normas de propriedade intelectual, exigindo que as mesmas

liberdades sejam preservadas em versões modificadas. Esse nome se dá por uma

brincadeira ou trocadilho com o termo "Copyright", que significa direitos de cópia.

40

3.2 – Licenças de Software e Softwares Multiplataforma

Existem vários tipos de licenças de softwares. Essas licenças estão atreladas ao

software, sendo de extrema importância conhecer as semelhanças e diferenças entre

elas. As licenças que citarei são: Softwares Proprietários, Softwares Shareware,

Softwares Freeware, Free Softwares (Open Source). A seguir, será explicado cada uma

delas, contendo alguns exemplos para que se tenha um maior entendimento.

Software Proprietário: é aquele cuja cópia, redistribuição ou modificação são em alguma

medida restritos pelo seu criador ou distribuidor. São os conhecidos “softwares pagos” ou

“comerciais”. Esse tipo de software, geralmente tem um alto custo financeiro, tornando-se

muitas vezes inviável ao usuário comum ou micro-empresas. Outra característica desse

tipo de software, é que ao comprar uma licença o usuário está limitado a instalar apenas

em uma máquina, salvo exceções. Isso gera dificuldade para empresas ou instituições

que precisaram do software instalado em vários computadores. Exemplo de Softwares

Proprietários: Microsoft Office™, Protools™ e Finale™.

Software Shareware: é um tipo de licença com recursos limitados, ou com todos os

recursos disponíveis, porém com tempo determinado, para que depois o software seja

adquirido. São conhecidos também como “Softwares Demo” ou Trial, e geralmente são

oferecidos para download na mesma página da versão paga. Esse tipo de licença de

software tem como objetivo que o usuário experimente a aplicação, para que depois de

conhecê-la, compre a versão completa, ou ilimitada. Exemplo de Softwares Shareware:

Winrar™, Nero Burn™ e Guitar Pro™.

Software Freeware: é um tipo de licença, em que o software é gratuito, porém pode ter o

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código fechado, pois o "free" nesse sentido é de grátis, e não de "livre" como no caso do

Free Software. Sendo assim, o usuário comum pode utilizá-lo sem nenhum custo e por

tempo indeterminado. Já o usuário avançado, que tem conhecimento de programação,

para fazer correções ou melhorias, poderá utilizá-lo também, porém sem acesso ao

código-fonte para alterações. Exemplo: Dropbox™, Itunes™, Windows Live

Messenger™.

Free software: São softwares gratuitos e com o código aberto, diferentemente dos

Software Freeware, que, apesar de gratuitos, possuem código fechado. O “free” nesse

sentido é sinônimo de “livre”, pois o usuário pode visualizar e modificar seu código-fonte.

Exemplo: Musescore, Hydrogen Drum Machine, Ardour.

Open Source: Termo modificado de Free software para dissociá-lo da idéia de gratuidade

(em Inglês free também é gratuito), quando da captação de investimentos pelos

fundadores do movimento software livre. Exemplo: Mozilla Firefox, Open Office, FreeMind

Multi-plataform (Multiplataforma): é o termo designado para programas ou sistemas que

rodem em mais de uma plataforma. O termo multiplataforma não especifica a licença do

produto, podendo ser qualquer uma.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Assim, busquei, de forma geral e abrangente, revelar a essência desses quatro

softwares, através desses pequenos tutoriais, com o intuito de mostrar que eles podem vir

a somar na jornada do músico educador. Isso, através de exemplos que na prática estão

diretamente ligados à minha relação com o material pesquisado, pois reuni trabalhos que

me ajudaram em minhas tarefas acadêmicas e julgo serem capazes de cumprir tal função

para outros músicos também. Considero esses softwares livres multiplataforma um

recurso tanto para o aprendizado de estudantes de Música, como para o músico

educador.

Contribuições

Nossa abordagem visou buscar alternativas de softwares para a área da Educação

Musical. Os critérios de seleção dos softwares pesquisados foram que eles fossem de

aplicação musical, tivessem código aberto (open source) e desenvolvidos para mais de

um sistema operacional (multiplataforma).

Os softwares aqui apresentados podem auxiliar tanto o educador como o estudante

no alcance efetivo de suas metas. Para o ensino de Música, esses softwares podem ser

grandes aliados que facilitam o aprendizado dos conteúdos. Isso pode fazer com que o

caminho seja trilhado de uma forma mais eficaz. Assim como esses, existem inúmeras

aplicações livres e multiplataforma que fugiriam ao escopo do presente trabalho.

Com isso, esperamos ter contribuído com um assunto emergente e que ainda

demanda trabalhos adicionais.

Perspectivas Abertas por essa Pesquisa

• Contribuir para uma maior receptividade desse tipo de software, enquanto recurso

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tecnológico para a Educação Musical.

• Transpor o conteúdo dos micro-tutoriais para o formato de vídeo aulas.

• Realizar uma pesquisa quantitativa, comparando sistematicamente as

características dos softwares livre e proprietário.

44

REFERÊNCIAS

A CATEDRAL E O BAZAR. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2011. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=A_Catedral_e_o_Bazar&oldid=25879449>. Acesso em: 18 dez. 2011.

AUDACITY. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2011. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Audacity&oldid=26738736>. Acesso em: 08 out. 2011.

BERTISSOLO, Guilherme. Recursos Musicais Utilizando Softwares Livres. Salvadir: Universidade Federal da bahia, 2007.

CÓDIGO ABERTO. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2011. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=C%C3%B3digo_aberto&oldid=27088876>. Acesso em: 15 set. 2011.

COPYLEFT. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2011. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Copyleft&oldid=27455401>. Acesso em: 26 set. 2011.

ECO, Umberto. Como se faz uma tese. 22. ed. São Paulo: Perspectiva, 2009. xv, 174p. (Estudos, v.85) ISBN: 9788527300797.

GNU GENERAL PUBLIC LICENSE. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2011. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=GNU_General_Public_License&oldid=27777867>. Acesso em: 05 dez. 2010.

GPL. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2011. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=GPL&oldid=23927217>. Acesso em: 17 set. 2011.

MULTIPLATAFORMA. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2011. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Multiplataforma&oldid=27316043>. Acesso em: 14 nov. 2011.

MUSESCORE. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2011. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=MuseScore&oldid=26253105>. Acesso em: 14 nov. 2011.

45

Revolution OS. 2001. Revolution OS - Parte 1/9. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=Iitc_HXXPRw>. Acesso em: 15 dez. 2010.

Revolution OS. 2001. Revolution OS - Parte 2/9. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=ZI3SMgVBOFU&feature=mfu_in_order&list=UL>. Acesso em: 15 dez. 2010.

Revolution OS. 2001. Revolution OS - Parte 3/9. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=dp5HWoEbgSk&feature=mfu_in_order&list=UL>. Acesso em: 15 dez. 2010.

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Revolution OS. 2001. Revolution OS - Parte 5/9. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=Op-ErH9hDmI&feature=mfu_in_order&list=UL>. Acesso em: 15 dez. 2010.

Revolution OS. 2001. Revolution OS - Parte 6/9. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=M5EJR_fFl4A&feature=mfu_in_order&list=UL>. Acesso em: 15 dez. 2010.

Revolution OS. 2001. Revolution OS - Parte 7/9. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=03pjIrxrPUM&feature=related>. Acesso em: 15 dez. 2010.

Revolution OS. 2001. Revolution OS - Parte 8/9. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=Kzamb246Yhw&feature=mfu_in_order&list=UL>. Acesso em: 15 dez. 2010.

Revolution OS. 2001. Revolution OS - Parte 9/9. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=mbrImeLqhMc&feature=mfu_in_order&list=UL>. Acesso em: 15 dez. 2010.

SHAREWARE. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2011. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Shareware&oldid=27072029>. Acesso em: 15 set. 2011.

SOFTWARE COMERCIAL. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2011. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Software_comercial&oldid=25847785>. Acesso em: 02 out. 2011.

46

SOFTWARE PROPRIETÁRIO. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2011. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Software_propriet%C3%A1rio&oldid=27693293>. Acesso em: 15 set. 2011.

TUXGUITAR. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2011. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=TuxGuitar&oldid=24916226>. Acesso em: 14 nov. 2011.

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ANEXOS

ANEXO 1 – Sites Uteis para Utilizacao de Softwares Livres

• Softwares Livres para tratamento de audio

http://en.wikipedia.org/wiki/Free_áudio_software

• Hydrogen

http://www.hydrogen-music.org/

• Jack

http://jack a udio.or g/

http://en.wikipedia.org/wiki/JACK_áudio_Connection_Kit

• ALSA (Advanced Linux Sound Architecture)

http://www.alsa-project.org/main/index.php/Main

http://en.wikipedia.org/wiki/ALSA_%28Linux%29

• Rosegarden

http://www.rosegardenmusic.com/

http://en.wikipedia.org/wiki/Audacity

• QSynth (FluidSynth)

http://qsynth.sourceforge.net/qsynth-index.html

http://en.wikipedia.org/wiki/FluidSynth

• SoundFont

http://en.wikipedia.org/wiki/SoundFont

http://www.sf2midi.com/

48

http://soundblaster.com/soundfont

http://www.bestvst.de/

http://www.jayzensound.com/index.htm

• Ardour

http://ardour.org/

http://en.wikipedia.org/wiki/Ardour_%28áudio_processor%29#External_links

• MIDI (Musical Instrument Digital Interface)

http://pt.wikipedia.org/wiki/MIDI

• LADSPA (Linux áudio Developers Simple Plugin API)

http://www.ladspa.org/

• Audacity

http://audacity.sourceforge.net/

• Pure Data

http://www.puredata.org/

ANEXO 2 – Mídia de DVD contendo as composicões das peças em formatos de áudio,

imagem e vídeo e também os instaladores dos softwares utilizados para Windows, Mac

OSX e Linux.