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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CURSO: ENGENHARIA DO PETRÓLEO ORIENTADORA: DRª CARLA WILZA DE PAULA MAITELLI RELATÓRIO FINAL DO PROGRAMA DE RECURSOS HUMANOS (PRH-43): ANÁLISE DO ESCOAMENTO MULTIFÁSICO EM BOMBAS CENTRÍFUGAS UTILIZADAS NO MÉTODO DE ELEVAÇÃO POR BCS DEZEMBRO/ 2012 NATAL-RN

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CURSO: ENGENHARIA DO PETRÓLEO

ORIENTADORA: DRª CARLA WILZA DE PAULA MAITELLI

RELATÓRIO FINAL DO PROGRAMA DE RECURSOS HUMANOS (PRH-43): ANÁLISE DO ESCOAMENTO MULTIFÁSICO EM BOMBAS CENTRÍFUGAS UTILIZADAS NO MÉTODO

DE ELEVAÇÃO POR BCS

DEZEMBRO/ 2012

NATAL-RN

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RESUMO Esse estudo propôs o desenvolvimento de simulações para descrever a

influência da existência do gás livre nos canais de um estágio de uma bomba

centrífuga típica de sistemas BCS, através de um programa comercial, o

ANSYS® CFX®. Primeiramente obteve-se um modelo geométrico compatível

com o fenômeno físico real a ser simulado, para viabilizar a análise do

escoamento tridimensional, que tem como base um estágio completo.

Posteriormente foram realizados cálculos para se obter as propriedades do

óleo multifásico. As simulações foram feitas com os dados de vazões obtidas

através da curva do fabricante da bomba. As análises dos dados

demonstraram que a curva do óleo multifásico, na faixa de operação que vai de

aproximadamente 300m3/d a 1300m3/d, se comporta como esperado,

alcançando uma altura de elevação menor que a da água, em função da

viscosidade e outros parâmetros. No gráfico de altura de elevação do

fabricante, à esquerda do BEP (Best Efficiency Point) que significa ponto de

melhor eficiência da bomba na rotação estudada de 3500 rpm, constatou-se a

redução na altura de elevação. O valor do BEP gira em torno de 1000 m3/d.

Para vazões muito elevadas, a altura de elevação tanto para a água como para

o óleo multifásico se assemelham. Por fim, apesar de um grande esse esforço

computacional, e toda a dificuldade de se realizarem esses estudos, o trabalho

mostrou que é possível esse tipo de simulação com o programa comercial

ANSYS® CFX®. Portanto torna-se necessários outros estudos de simulações,

para aprofundar os conhecimentos sobre o BCS, ao operar com fluidos

multifásicos.

Palavras-chave: Escoamento multifásico, simulação computacional, Bomba

Centrifuga Submersa.

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ABSTRACT This study suggested the development of simulations to describe the

influence of the existence of free gas in the channels from one stage of a typical

centrifugal pump systems BCS, a commercial program using the ANSYS ®

CFX ®. First, a geometric model compatible with real physical phenomenon to

be simulated was obtained, to enable the three-dimensional flow analysis,

which is based on a complete stage. Subsequent calculations were performed

to obtain the properties of multiphase oil. The simulations were done with the

data flow curve obtained by the pump manufacturer. The analysis of data

showed that the curve of the multiphase oil in the operating range going

approximately 300m3/d a 1300m3/d, behaves as expected, reaching a height

lower than the elevation of the water, due to its viscosity and others parameters.

In the curve of Head of manufacturer, to the left of BEP (Best Efficiency Point)

which means best efficiency point of the pump at 3500 rpm rotation studied,

was verified a reduction of Head. The value of BEP is around 1000 m3/d. For

high flow rates, the Head for the water so as to resemble multiphase oil. Finally,

despite this a large computational effort, and all the difficulty of conducting

these studies, the study showed that it is possible this kind of simulation with

the commercial program ANSYS ® CFX ®. Therefore it becomes necessary

other studies to simulations, to deepen knowledge about the BCS, while

operating with multiphase fluids.

Keywords: Multiphase flow, computer simulation, Electric Submersible

Pumping.

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SUMÁRIO

1 NTRODUÇÃO.........................................................................................................2 OBJETIVOS..........................................................................................................

2.1 OBJETIVO GERAL............................................................................................

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS.............................................................................

3 REVISÃO DE LITERATURA..................................................................................

4 DESENVOLVIMENTO............................................................................................

4.1 METODOLOGIA..................................................................................................

4.1.2 Obtenção da Geometria no Formato CAD...................................................

4.1.3 Geometria no Formato ANSYS ® CFX ® 11.0..............................................

4.1.4 Geração das Malha.......................................................................................4.1.5 Parâmetros das Simulações.........................................................................

4.1.5.1 Propriedades físicas do domínio.............................................................

4.1.5.2 Cálculo das propriedades dos fluidos.....................................................

4.2 Condições de Contorno.......................................................................................

4.3 Modelos para as interfaces...................................................................................

4.4 Critérios de convergência .....................................................................................

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO.....................................................................................

6 CONCLUSÃO .............................................................................................................

REFERÊNCIAS...........................................................................................................

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LISTA DE FIGURAS

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Vazões utilizadas como condição de contorno........................................... 27

Tabela 2 Valores de altura de elevação do fabricante para a água, e os do óleo

multifásico simulado......................................................................................

40

Figura 1 Sistema BCS completo montado em um poço com completação seca............. 8

Figura 2 Geometria no Formato CAD de um Rotor de BCS em 3D ............................... 17

Figura 3 Geometria no Formato CAD de um Estator de BCS em 3D............................. 18

Figura 4 Tela do BladeGen®, definição do perfil meridional do impelidor...................... 19

Figura 5 Tela do BladeGen®, definição do perfil meridional do difusor.......................... 19

Figura 6 Tela de definição do domínio da simulação para o Impelidor.......................... 21

Figura 7 Tela de definição do domínio da simulação para o Difusor............................... 21

Figura 8 Tela de definição das condições de escoamento na entrada e na saída dos

domínios, modelo de turbulência e outros parâmetros da simulação............

27

Figura 9 Tela de definição para as interfaces periódicas e entre o rotor e estator......... 29

Figura 10 Tela de definição para as interfaces sólidas, entradas e saídas....................... 29

Figura 11 Correlação para o gás dissolvido.(Katz et al.Reproduzido com permissão de

McGraw-Hill Cos.)..............................................................................................

33

Figura 12 Obtenção do fator de compressibilidade, em função da pressão e

temperatura pseudoreduzida.................................................................................

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1 INTRODUÇÃO

O método de elevação artificial por Bombeio Centrífugo Submerso (BCS)

é viável para a produção em terra (onshore) ou marítima (offshore), é uma das

alternativas mais utilizadas quando ocorrem grandes vazões de líquido na

produção de petróleo (MAITELLI, 2010).

Estudos veem sendo realizados a respeito desse método, com o objetivo

de melhor interpretar o comportamento desse tipo de bomba ao trabalhar com

fluidos monofásicos e multifásicos, para isso foram realizados vários testes

experimentais ao longo do tempo, porem esses testes demandam muito

investimento, e uma das alternativas a esses experimentos é a simulação

computacional, que tenta retratar através de equações de conservação e de

momento, como se comporta os fluidos ao serem manipulados pela bomba.

Um dos objetivos desse trabalho é justamente realizar essas simulações com o

escoamento multifásico, para isso foram realizadas várias etapas, que serão

explicadas ao longo do trabalho.

O sistema de Bombeio Centrífugo Submerso (BCS) é composto do

motor elétrico, que recebe o suprimento de energia através de um cabo

elétrico, acionando o eixo da bomba; da seção do selo (ou protetor) que evita

contaminação do motor pelo fluido do poço; da admissão que é a entrada do

fluido para a bomba, podendo ser intake ou separador de gás, dependendo da

situação individual do poço; de um cabo elétrico; de um transformador e um

quadro de comando; e da bomba propriamente dita. Vários acessórios também

integram o sistema BCS (SANTOS,2005).

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Figura 1 - Sistema BCS completo montado em um poço com completação seca.Fonte: Thomas

(2004).

Uma das principais características do BCS é a grande faixa (range) de

operação, que vai desde alguns poucos barris por dia até grandes vazões,

podendo chegar a dezenas de milhares de barris por dia. O uso de variadores

de frequência possibilita essa grande variação. Sabe-se que a quantidade de

água não influencia no bombeio, sendo que, na presença de fluidos agressivos,

outros materiais resistentes são utilizados. Outros cuidados que devem ser

tomados é com relação a presença de areia, pois a mesma pode diminuir a

vida útil dos equipamentos devido a abrasividade (BRADLEY, 1992).

Como nos outros métodos de elevação artificial, o objetivo do conjunto

de fundo (BCS) é complementar a energia do reservatório, produzindo os

fluidos do fundo do poço na vazão desejada até as facilidades de produção na

superfície (THOMAS, 2004).

O princípio de funcionamento do BCS instalado no poço baseia-se na

utilização da energia elétrica, que é transmitida para o fundo do poço através

de um cabo elétrico. Neste local, a energia elétrica passa por um processo de

transformação sendo convertida em energia mecânica por um motor de

subsuperfície, o qual está acoplado à bomba centrifuga. Esta transmitirá a

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energia para o fluido sob a forma de pressão, elevando-o para a superfície

(SANTOS, 2005). Foi observado que quanto mais próximo do fundo do poço a

bomba for colocada, maior a pressão na admissão e, portanto, menor será o

volume de gás livre. Entretanto, maior será a temperatura e os comprimentos

de cabo e coluna de produção (SANTOS, 2005).

A Bomba Centrífuga, que é o "coração" do sistema, é composta por

vários estágios, e cada estágio desse possuí um difusor fixo e um impelidor

rotativo. As dimensões da geometria de cada estágio, por exemplo, a altura do

rotor e o diâmetro, são fatores muito importantes que afetam diretamente a

vazão e a altura de elevação do fluido a ser bombeado do reservatório. Alguns

parâmetros influenciam no desempenho da bomba, tais como geometria do

rotor, pressão na sucção da bomba, as propriedades dos fluidos bombeados e

a presença de gás ao longo do escoamento (bifásico). Para uma dada vazão, a

rotação, as características do fluido bombeado e o número de estágios da

bomba, definem a altura de elevação total, e consequentemente , a potência

requerida pela bomba para o seu pleno funcionamento (ESTEVAM, 2002).

Um fator muito importante a se estudar é a presença de gás no interior

do sistema, mas especificamente no interior dos impelidores, pois esse gás

livre pode afetar diretamente o desempenho da bomba. A presença de gás livre

pode acarretar ao BCS um comportamento de sistema subdimensionado. Este

fato ocorre porque o BCS é dimensionado corretamente pelas correções

empíricas das curvas de altura de elevação, de catálogo, correções empíricas

essas válidas para escoamento monofásico de água (ESTEVAM, 2002).

Estevam (2002) relata que a presença de gás livre nos estágios de uma

BCS pode fazer com que haja uma redução da produção de óleo devido a uma

redução na altura de elevação gerada pela bomba, causando grande prejuízo

financeiro para a indústria de petróleo. Existem alguns recursos operacionais

que podem reduzir os efeitos da presença desse gás livre, tais como a

alteração na rotação do motor, ou a própria redução da pressão na superfície,

porém esses recursos podem não surtir efeito, nesse caso as alternativas

seriam, uma intervenção no poço, ou a própria troca do conjunto instalado,

gerando um alto custo, em poços submarinos esses gastos podem ser muito

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maiores. Por isso se faz necessário o desenvolvimento de pesquisas voltadas

para o escoamento bifásico, estudos esses direcionados nos impelidores de

bombas centrífugas. A bomba centrífuga componente do sistema será o foco

deste trabalho.

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2 OBJETIVOS 2.1 Objetivo geral

Desenvolver simulações para descrever a influência da existência do

gás livre nos canais de um estágio de uma bomba centrífuga típica de sistemas

BCS, através de um programa comercial, o ANSYS® CFX®.

2.2 Objetivos específicos

• Desenvolvimento de simulações preliminares utilizando modelos

monofásicos conhecidos;

• Definição do modelo matemático para as equações de conservação no

caso de escoamentos multifásicos na bomba centrífuga;

• Modelagem e simulações do escoamento multifásico em um estágio da

bomba centrífuga

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3 REVISÃO DE LITERATURA Ao longo das últimas décadas tanto a indústria nuclear, quanto a

indústria de petróleo realizaram pesquisas voltadas para a influência do gás

livre no interior das bombas centrífugas, ou seja, procurou-se observar como é

o comportamento dessas bombas ao trabalhar com fluidos bifásicos. Esses

estudos foram realizados com dois enfoques: o primeiro no âmbito de trabalhos

experimentais e a outra vertente que procurou dá uma ênfase maior a questão

da modelagem desses escoamentos. Abaixo será listado alguns autores que

desenvolveram pesquisas nessas áreas:

Schrage e Perkings (1972), realizaram um estudo analítico e

experimental com o objetivo de estudar o movimento de uma bolha com um

líquido isotérmico através de um anel rotativo a velocidades angulares entre

500 e 1500 rpm. Dado que apenas bolhas individuais foram consideradas, as

equações de partículas dinâmicas foram aplicadas para estimar o movimento

da bolha. Assumiu-se que as principais forças que atuam sobre as bolhas eram

três: a força de arrasto, flutuabilidade, e as forças de massa virtual. Os

resultados numéricos obtidos mostraram que a bolha descreve uma trajetória

espiral, o que foi corroborado pelos resultados experimentais. Os autores

recomendaram estudos adicionais para analisar o efeito das interações na

bolha.

Minemura e Murakami (1974), realizaram um experimento com o objetivo

de observar como é o comportamento do escoamento bifásico água/ar ao

passar no interior do impelidor de uma bomba centrífuga que é utilizada em

sistemas de escoamento e na refrigeração de reatores na indústria nuclear.

Eles observaram o surgimento de aglomerados de bolhas na entrada do canal

do impelidor para frações de vazio abaixo de 4%. Já com a fração de vazio

acima de 6%, eles relataram o aparecimento de bolhas maiores. Diante desses

acontecimentos eles desenvolveram alguns estudos empíricos para determinar

a altura de elevação para o escoamento bifásico, com frações de vazios

menores que 4%. O modelo criado faz uma relação da altura de elevação entre

os dois tipos de escoamento, monofásico e bifásico, através de um coeficiente

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que foi obtido de maneira experimental, só que esse coeficiente varia

dependendo do tipo de Bomba utilizada.

Minemura e Murakami (1980) realizaram um excelente trabalho no que

diz respeito ao movimento de bolhas de ar ao passar pelo impelidor de uma

bomba centrífuga. Eles tiraram fotos das trajetórias das bolhas de ar no

escoamento ar/água e desenvolveram um modelo de uma dimensão, em

escoamento de bolhas dispersas.

Lea e Bearden (1982), coletaram dados para definir o desempenho de

diferentes bombas centrífugas sob vários tipos de escoamento e condições de

pressão. Ar-água e diesel-CO2 foram os fluidos de trabalho Os autores

revelaram que a vazão de fluxo, a pressão de sucção e o percentual de gás

livre são variáveis de importância preponderante para caracterizar esses

fenômenos.

Foi proposto por Furuya (1985), um modelo analítico e de uma

dimensão, a partir dos estudos de Zakem (1980), para uma bomba com um

estágio. O autor inseriu, ao modelo, a equação da energia e também

considerou que ocorrem escoamentos do tipo bolhas dispersas no interior do

canal do impelidor, apenas se os valores das frações de vazio na entrada do

canal forem menores que 30% ou maiores que 40 %, respectivamente. A partir

daí sugeriu que a redução da altura de elevação no escoamento bifásico é

função, principalmente do incremento da velocidade imposta ao líquido no

canal do impelidor, em comparação ao escoamento monofásico. Só que este

modelo não considera as perdas de carga na voluta da bomba, embora alguns

estudos experimentais indiquem que elas reduzem em cerca de 20% os

valores de pressão gerados no estágio.

Minemura et al (1995), realizaram um estudo experimental com o

objetivo de determinar o ângulo de saída da pá do impelidor que maximiza a

altura de elevação da bomba quando está estiver trabalhando com escoamento

bifásico. Chegaram a conclusão que, quanto maior o ângulo, menor será a

redução da eficiência da bomba. E eles ainda foram além ao verificar que o

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aumento da rotação determina uma melhor eficiência da bomba, mesmo em

casos que a fração de vazio esteja acima de 10%.

Mais recentemente, Cirilo (1998), analisou o desempenho de três

bombas (duas de fluxo misto e o outro de fluxo radial) no tratamento de

misturas de ar-água. Como Lea e Bearden (1982), Cirilo demonstrou que a

pressão de sucção, a vazão de fluxo e a fração de gás livre (Gas-Void Fraction)

influenciam fortemente o desempenho deste tipo de dispositivo, no escoamento

bifásico. O autor atribui a perda da altura de elevação da bomba ao acúmulo de

gás dentro do rotor (CARIDAD, 2008).

Pessoa e Prado (1999) realizaram um estudo experimental em 22

estágios da bomba utilizando uma mistura de ar-água como fluido de trabalho.

A principal contribuição deste trabalho está relacionada com as alterações de

pressão, que foram medidas estágio por estágio. Os autores concluíram que o

desempenho médio da bomba é bastante diferente para cada estágio.

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4 DESENVOLVIMENTO

4.1 Metodologia

4.1.2 Obtenção da Geometria no Formato CAD

Em um primeiro momento se faz necessário a obtenção de um modelo

geométrico que seja compatível com o fenômeno físico real a ser estudado,

pois os programas comerciais que utilizam CFD necessitam desse modelo para

que possam desenvolver as simulações. Essa análise do escoamento

tridimensional, que é proposto neste trabalho, tem como base um estágio

completo, ou seja, o conjunto difusor e impelidor de uma bomba de fluxo misto

de uso comercial, utilizada na indústria do petróleo no método de elevação por

Bombeio Centrífugo Submerso (BCS). A geometria da bomba foi desenhada no

AUTOCAD® versão 2010, de acordo com as normas de desenho mecânico.

Para que se obtenha os desenhos no formato CAD se faz necessário

alguns parâmetros essenciais que definem o escoamento no interior dos canais

do impelidor e difusor, tais como ângulo de inclinação das pás na entrada e

saída dos canais, número de pás, dimensões dos canais, diâmetro externo do

impelidor e do difusor, diâmetro na entrada do canal do impelidor, altura total

do conjunto, etc. Outro dado importante é a obtenção dos ângulos de

inclinação das pás na entrada e na saída, para isso foi considerada a média

das medidas realizadas para todas as pás, tanto no rotor como no estator.

Figura 2- Geometria no Formato CAD de um Rotor de BCS em 3D.

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Figura 3- Geometria no Formato CAD de um estator de BCS em 3D.

4.1.3 Geometria no Formato ANSYS ® CFX ® 11.0

Dando prosseguimento à etapa de pré-processamento, após ser

realizada a conclusão do modelo geométrico no formato CAD, a próxima etapa

será a importação da geometria pelo programa empregado nas simulações.

Nesta etapa o programa possui um módulo específico para tratar da geometria

de turbomáquinas. Toda a geometria foi refeita considerando as dimensões

anteriormente obtidas e um modelo para os perfis meridionais do impelidor e do

difusor que foram definidos no BladeGen - ANSYS® CFX®. O perfil meridional

contém uma descrição da pá em um sistema de coordenadas axial-radial e o

BladeGen - ANSYS® CFX® permite definir as entradas (inlets) e as saídas

(outlets), e possui também as extensões dos domínios requeridas por

programas de CFD.

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Figura 4- Tela do BladeGen®, definição do perfil meridional do impelidor.

Figura 5-Tela do BladeGen®, definição do perfil meridional do difusor.

Tela de Criação do Perfil

Meridional

PásVisão Tridimensional

Pás

meridionalTela de Definição da

Tela de Definição dos Ângulos das

Pás

Tela de Criação do Perfil

Meridional

Visão Tridimensional

Tela de Definição da

Espessura das

Tela de Definição dos Ângulos das

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4.1.4 Geração das Malhas

As malhas que foram utilizadas nas simulações são não-estruturadas

com elementos, tetraédricos, hexaédricos e prismáticos. As malhas do

impelidor e difusor foram geradas separadamente, onde se levou em

consideração a geometria criada no BladeGen -ANSYS® CFX®. As malhas

podem ser geradas automaticamente pelo programa, onde o fator global

utilizado é um (1), padrão do programa, ou se pode aumentar uniformemente o

número de elementos da malha. No presente trabalho todas as malhas foram

geradas automaticamente.

4.1.5 Parâmetros das Simulações 4.1.5.1 Propriedades físicas do domínio Todas as simulações dos escoamentos tridimensionais foram realizadas

em computador com processador Intel(R) Core (TM)2 Quad, CPU Q9300 @

2.5GHz e 4.0 Gb de RAM fazendo-se uso do programa ANSYS® CFX® versão

11.0 e seus respectivos módulos. Logo após ter sido definido a geometria no

BladeGen - ANSYS® CFX® e também a geração da malha, os passos

posteriores foram a determinação dos parâmetros físicos e consequentemente

as propriedades dos fluidos que serão necessárias para que o programa possa

ser executado. O eixo z foi escolhido como eixo de referência para o

movimento rotativo da estrutura ou do domínio. O fluido escolhido para a

simulação foi um óleo multifásico. Em todos os casos o regime de escoamento

escolhido foi o estacionário e a pressão de referência foi ajustada para um (1)

atm. As demais pressões são calculadas em relação à pressão de referência.

Todas as superfícies sólidas foram consideradas lisas. Com relação ao modelo

de turbulência padrão, o escolhido foi o k–ε. Nas Figuras 6 e 7 estão descritas

as telas de definição dos domínios de todas as simulações tanto para o

impelidor quanto para o difusor.

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21  

Figura 6- Tela de definição do domínio da simulação para o Impelidor.

Figura 7- Tela de definição do domínio da simulação para o Difusor.

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                                                                                                                                                                     22  

4.1.5.2 Cálculo das propriedades dos fluidos

No presente trabalho se fará necessário o cálculo de algumas

propriedades dos fluidos, tais como a viscosidade, a densidade dentre outras.

Dessa maneira é preciso fazer uso de algumas correlações e equações obtidas

por pesquisadores ao longo dos anos. As correlações utilizadas para as

propriedades dos fluidos foram:

Fórmula para o cálculo do fator volume de formação do óleo (Standing)

0,9759 0,00012. R,

1,25. T,                                        (1) 

onde:

= Fator volume de formação do óleo, bbl/STBO;

= Razão de solubilidade, scf/STBO;

= Densidade relativa do gás;

= Densidade relativa do óleo;

T = Temperatura de fundo do poço, °F.

 

Fórmula para cálculo da Razão de Solubilidade (Standing).

R,

1,4 . 10 , . ,,

                                       (2) 

onde:

= Razão de solubilidade, scf/STBO;

= Densidade relativa do gás;

P = Pressão de fundo do poço, psia;

= Valor do grau API;

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23  

T = Temperatura de fundo do poço, °F.

Fórmula para cálculo da pressão e temperatura pseudocrítica (Standing).

168 325 12,5 (3)

677 15 37,5 (4)

onde:

= Temperatura pseudocrítica, R;

= Pressão pseudocrítica, psia;

= Densidade relativa do gás.

Fórmula para cálculo da pressão e temperatura pseudorreduzida (Standing e Katz).

T

                                                                   (5)

 

                                                                  P                                                                  (6)                                  

                                                                             

 

onde:

= Temperatura pseudorreduzida;

= Pressão pseudorreduzida.

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                                                                                                                                                                     24  

Outras correlações utilizadas para os cálculos das propriedade dos

fluidos:

Formula para calculo da Viscosidade do óleo (Beggs and Robinson)

10,715. R 100 , .                                       (7) 

onde:

= Viscosidade do óleo, cp;

= Razão de solubilidade, scf/STBO;

= Viscosidade do óleo morto, cp;

5,44. R 150 ,

Fórmula para cálculo da Viscosidade do óleo morto (Beggs and Robinson)

10 1                                                           (8)

onde:

= Viscosidade do óleo morto, cp;

10 , , .

,  

 

Lee et al, também desenvolveram correlações , dentre algumas

podemos destacar:

Fórmula para cálculo da viscosidade do gás (Lee et al)

10 . K . exp X ,

(9)

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25  

onde:

= Viscosidade do gás, cp;

= massa específica do gás, lbm/ft ;

9,4 0,02. . ,

209 19 .

3,5986

T 0,01.

2,4 0,2. X  

Outras equações foram usadas para auxiliar no estudo proposto,

algumas dessas fórmulas serão listadas abaixo e outras mostradas na parte de

resultados.

Fórmula para cálculo da densidade do gás:

2,7. P (10)

onde:

= massa específica do gás, lbm/ft ;

= Densidade relativa do gás;

T = Temperatura de fundo do poço, R;

P = Pressão de fundo do poço, psia;

Z = fator de compressibilidade.

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                                                                                                                                                                     26  

Fórmula para cálculo da densidade do óleo;

, . , .R . (11)

= massa específica do óleo, lbm/ft ;

= Densidade relativa do óleo;

= Razão de solubilidade, scf/STBO;

= Densidade relativa do gás dissolvido;

= Fator volume de formação do óleo, bbl/STBO.

4.2 - Condições de Contorno

A pressão total foi ajustada como sendo a condição de contorno na

entrada do canal do impelidor e foi considerada um (1) atm em todas as

simulações. Um fator muito importante é que a alteração deste valor não

deverá modificar de maneira significativa o resultado, porém o valor da pressão

escolhida se assemelha às condições reais de trabalho. Para todas as

condições, a vazão mássica variável foi ajustada na descarga ou saída do

difusor (outlet). No âmbito da ferramenta computacional utilizada sabe-se que

esta escolha tem resultado em soluções robustas e também adequadas para

esse tipo de problema. Na solução dada pelo simulador será obtida a

velocidade e a pressão na saída.

Com relação as vazões de cálculo, todas elas foram retiradas da curva

cedida pelo fabricante para a água, como é mostrado na Tabela 1. Já na Figura

8 pode ser visualizada a tela para definição das condições de contorno.

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27  

Tabela 1- Vazões utilizadas como condição de contorno

NOMENCLATURA

VAZÃO DE CÁLCULO - VOLUMÉTRICA

(m³/d)

VAZÃO DE CÁLCULO - MÁSSICA

(kg/s)

ALTURA DE ELEVAÇÃO CORRESPONDENTE

(m)

q0 200 2.31 14.95

q1  400 4.63 13.95

q2  600 6.94 12.8

q3  800 9.26 11.8

q4  900 10.41 11.3

q5  1000 11.57 10.8

q6  1200 13.88 9.5

q7  1400 16.20 7.5

q8  1600 18.51 4.8

q9  1800 20.83 1.48

Figura 8- Tela de definição das condições de escoamento na entrada e na saída dos domínios, modelo de turbulência e outros parâmetros da simulação.

4.3 - Modelos para as interfaces

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Quando se cria os domínios das simulações, devem ser especificadas

as ligações entre a estrutura rotativa (rotor) e a fixa (estator), as regiões de

limite entre o domínio fluido e as partes sólidas e também as regiões

periódicas, de forma que os dados sejam transmitidos integralmente de um

domínio para outro. O ANSYS® CFX® gera automaticamente as interfaces

para o problema que podem ser modificadas de acordo com a necessidade do

operador do programa.

O ANSYS® CFX® é um programa que pode abordar de três (3)

maneiras diferentes a interface entre o domínio rotativo e o domínio

estacionário: os modelos estágio (stage), rotor/estator transiente (transient

rotor/stator) e rotor congelado (frozen rotor).

O rotor congelado (frozen rotor) trabalha com a transição do escoamento

da componente rotativa para a componente fixa, através da mudança do

sistema de referência, mantendo a posição relativa dos componentes sem

fazer médias das propriedades, isso possibilita que as características locais do

escoamento tais como ondas de choque e recirculações sejam transportadas

através das interfaces. Isto é Ideal quando não existe simetria axial no domínio.

No presente trabalho optou-se pelo tipo de modelo rotor congelado

(frozen rotor), para análise da interface fluida entre as estruturas do impelidor e

do difusor, essa escolha foi feita por causa do menor esforço computacional, da

robustez do modelo e capacidade de trabalhar com estruturas reduzidas em

virtude da simetria e da periodicidade. As Figuras 9 e 10 mostram as telas para

definição do tipo de interface nos domínios.

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29  

Figura 9- Tela de definição para as interfaces periódicas e entre o rotor e estator .

Figura 10. Tela de definição para as interfaces sólidas, entradas e saídas.

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                                                                                                                                                                     30  

4.4 - Critérios de convergência

Ao passo de como a solução converge pode ser verificada através da

obtenção dos resíduos no cálculo das equações de conservação, no final de

cada iteração. No presente estudo em questão, utilizou-se o critério de

convergência da Raiz Quadrada da Média dos Quadrados (Root Mean Square

- RMS), que pode ser obtido tomando todos os resíduos através do domínio,

elevando ao quadrado, tirando a média aritmética entre eles e então obtendo a

raiz quadrada do valor resultante. No caso de avaliar a convergência do

problema, o número de iterações e o próprio tempo gasto nas simulações,

levando em consideração o equipamento disponível, foram realizadas

simulações com o óleo e duas (2) opções de resíduo: com o valor de 0.001 e

com o valor de 0.0001 para todas as equações de balanço.

Sabe-se que no regime estacionário o ANSYS® CFX® aplica um falso

degrau de passo no tempo (timestep) com a finalidade de acelerar a

convergência para a solução final de um sistema de equações não-lineares.

Este número funciona como um fator de relaxação e pode ser gerado

automaticamente pelo programa ou calculado com base nos parâmetros físicos

das simulações. Neste trabalho optou-se, no caso das simulações com o óleo,

o resíduo equivalente a 0.001, já que para este valor de resíduo, foi possível a

obtenção da solução convergida do problema.

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31  

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Nessa parte do trabalho serão apresentados os resultados obtidos no

simulador ANSYS® CFX® para o escoamento multifásico em um estágio da

Bomba Centrífuga Submersa (BCS). Para que fosse possível a obtenção

desses dados, foram realizados vários cálculos, pois como o fluido é uma

mistura bifásica (gás e óleo) se faz necessário conhecer algumas propriedades

do fluido, como a viscosidade da mistura ( ) e a densidade da mistura ( .

Os resultados obtidos serão usados como dados de entrada no simulador. Inicialmente foram obtidos alguns dados de um poço real em operação,

que vamos denominá-lo nesse trabalho de poço. Os dados estão listados

abaixo e a partir deles serão feitos os cálculos, para a obtenção das

propriedades necessárias ao estudo de simulação computacional.

Dados do poço:

°API = 40

RGO (m3/m3) = 200

BSW (%) = 0

Densidade do gás = 0,65

Gradiente Geotérmico (°C/m) = 0,0211

Profundidade do canhoneado (m) = 2603

Pressão Estática (psia) = 2560

Vazão de liquido (ft /s = 0,001662

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O Primeiro cálculo para a solução desejada é o da Razão de Solubilidade (R , e a correlação utilizada é a de Standing.

R,

1,4 . 10 , . ,,

R 0,65.,

1,4 . 10 , . , . , °,

, /

- Para calcular a Razão de Solubilidade, precisa-se calcular a

temperatura (T) de fundo do poço, que é obtida pela fórmula abaixo:

é .

0,0211°C/m . 2603m

, ° , ° ,

O Próximo cálculo é o do fator volume de formação do óleo ( ,

correlação utilizada, Standing.

  

0,9759 0,00012. R,

1,25. T,

 

0,9759 0,00012. 733,16 scf/STBO0,65

0,825

,

1,25 . 130,82°F,

 

,  bbl/STBO 

- No cálculo do ( ), precisa-se da densidade relativa do óleo , que é

obtida pela equação abaixo:

°141,5

131,5 

40141,5

131,5

,

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33  

A Seguir o cálculo para a massa específica do óleo .

62,4. 0,0136. R . 

62,4. 0,825 0,0136. 733,16 scf/STBO. 0,951,349 bbl/STBO

 

, /  

- O valor da densidade relativa do gás dissolvido no óleo, é obtido pelo

gráfico abaixo:

Figura 11 - Correlação para o gás dissolvido.(Katz et al.Reproduzido com permissão de McGraw-

Hill Cos.)

- Como pode ser observado na figura 11, o valor da densidade relativa do gás

dissolvido é de ,

Nesse próximo cálculo obteremos a massa específica do gás ( .

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                                                                                                                                                                     34  

2,7.P

2,7 . 0,652560 psia

0,79 . 590,49

, /

- Como pode ser observado precisamos do valor do fator de

compressibilidade (Z), e para obtermos esse valor precisaremos da

temperatura e pressão pseudocrítica ( , e da temperatura e pressão

pseudorreduzida ( , .

- Para o cálculo da temperatura e pressão pseudocrítica, temos dois

casos e dois tipos de equações diferentes para cada caso, aquelas para o

sistema de gás condensado e para o sistema de gás natural. No caso em

questão utilizaremos as correlações de Standing para um sistema com gás

natural.

168 325 12,5  

168 325.0,65 12,5. 0,65  

 374 R 

677 15 37,5  

677 15.0,65 37,5. 0,65  

 psia 

- Cálculo da pressão e temperatura pseudorreduzida, correlação Standing e Katz .

590,49 R374 R

 

,  

 

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35  

2560 Psia671 Psia

 

,

- Através do gráfico abaixo, o fator de compressibilidade poderá ser obtido.

Figura 12- Obtenção do fator de compressibilidade, em função da pressão e temperatura

pseudoreduzida.

- Como pode ser visto na figura 12 , o valor de Z é de 0,79.

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                                                                                                                                                                     36  

Cálculo da viscosidade do óleo , correlação de Beggs and

Robinson.

10,715. R 100 , .  

10,715. 733,16 scf/STBO 100 , . 2,779 ,  

,  

onde:

5,44. R 150 ,

5,44. 733,16 scf/STBO 150 ,

,

- Para o cálculo da viscosidade do óleo, precisa-se da viscosidade do

óleo morto , correlação de Beggs and Robinson.

10 1 

10 , 1 

,  

onde:

10 , , .

,  

10 , , .

130,82° ,  

,  

Cálculo da viscosidade do gás , correlação de Lee et al.

10 . K . exp X ρ

62,4

10 .121,2 . exp 5,36 9,6 lbm/ft

62,4

,

, cp

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37  

onde:

9,4 0,02. . ,

209 19 .

9,4 0,02.18,8305 lbm/lbm mol . 590,49 ,

209 19.18,8305 lbm/lbm mol 590,49

,

3,5986

T 0,01.

3,5986

590,49 R 0,01.18,8305 lbm/lbm mol

,

2,4 0,2. X

2,4 0,2 . 5,36

, - Para o cálculo de K e X , se faz necessário o obter do peso molecular

do gás ( . Como não se sabe a composição do gás, pode-se utilizar a

equação abaixo para estimar a viscosidade do gás.

28,97.

28,97. 0,65

, lbm/lbm-mol

O último passo é a obtenção da densidade média da mistura e da

viscosidade média da mistura.

 

. 1

0,59 cp . 0,74 0,019 cp 1 0,74

,

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. 1

45,1 lbm/ft3. 0,74 9,6 lbm/ft3 1 0,74

, /

Como pode ser visto na equação acima é necessário se obter o holdup

de líquido( ) , a viscosidade do líquido e a densidade do líquido (

. Como o teor de sedimentos e água (BSW) é igual a 0, logo concluí-se que

a viscosidade do liquido é igual a viscosidade do óleo ( ) e a densidade

do líquido ( é igual a densidade do óleo ( . Dessa maneira têm se apenas

que calcular o holdup de líquido, pela fórmula abaixo:

 

0,001662 ft3/s0,001662 ft3/s 0,00058 ft3/s

 

,  

 

- Como a vazão de líquido é um dado do problema, será necessário

calcular a vazão de gás. Pela equação abaixo:

RGORS

5,615 . B . q

200733,16 scf/STBO

5,615 . 0,0051 ft /scf . 0,001662 ft /s

, /

- cálculo do fator volume de formação do gás

0,0283

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39  

0,02830,79 . 590,49

2560  

, /  

Com a obtenção de todos os dados necessários, o próximo passo foi

realizar as simulações no programa ANSYS® CFX®, os resultados obtidos no

simulador poderão ser visualizados no Gráfico 3 e na Tabela 2. Eles

demonstram a comparação entre a curva do fabricante para a água e o óleo

multifásico.

Gráfico 1- Altura de elevação x vazão

A partir do gráfico anterior algumas observações importantes podem ser

feitas, dentre elas podemos destacar:

• A primeira consideração é a de que a curva do óleo multifásico, dentro

da faixa de operação, que vai de aproximadamente 300m3/d a 1300m3/d,

se comporta como esperado, alcançando uma altura de elevação menor

0

2

4

6

8

10

12

14

16

0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800

Altura de

 elevação (m

)

Vazão (m3/d)

Condição de simulação‐resíduo 0,001

Curva do Fabricante

Óleo Multifásico

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que a da água, em função das propriedades dos fluidos, tais como a da

viscosidade da mistura que é de 0,44 .

• Outra consideração a ser feita é a visualização no gráfico, a esquerda do

BEP (Best Efficiency Point) que significa ponto de melhor eficiência da

bomba na rotação estudada de 3500rpm, de um possível aparecimento,

não pode-se afirmar categoricamente, de um fenômeno denominado de

surging, que é o aparecimento de bolhas de gás na entrada do canal do

impelidor. Mas para comprovar tal fenômeno seria necessário incorporar

equipamentos para visualização em um modelo experimental.

Tabela 2- Valores de altura de elevação do fabricante para a água, e os do óleo multifásico simulado.

NOMENCLATURA VAZÃO DE CÁLCULO - VOLUMÉTRICA

(m³/d)

VAZÃO DE CÁLCULO - MÁSSICA

(kg/s)

ALTURA DE ELEVAÇÃO DO FABRICANTE (m)

ALTURA DE ELEVAÇÃO DO SIMULADOR (m)

q0 200 2.31 14.95 12.17

q1  400 4.63 13.95 11.71

q2  600 6.94 12.8 11.26

q3  800 9.26 11.8 9.57

q4  900 10.41 11.3 9.27

q5  1000 11.57 10.8 9.06

q6  1200 13.88 9.5 7.86

q7  1400 16.20 7.5 6.31

q8  1600 18.51 4.8 4.07

q9  1800 20.83 1.48 1.85

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41  

6 CONCLUSÃO Diante do exposto nesse trabalho de pesquisa, fica evidenciado o quanto

é difícil manipular misturas multifásicas, devido a influência da existência do

gás livre que escoa através dos canais de um estágio de uma bomba

centrífuga típica de sistemas BCS.

Com o surgimento de gás no sistema, o esforço computacional é muito

mais elevado e as equações utilizadas pelo simulador mais complexas, se

comparadas às simulações que utilizam modelos monofásicos conhecidos.

Contudo, apesar de todo o esforço computacional, e toda essa

dificuldade de se realizar esses estudos, o trabalho mostrou que é possível

esse tipo de simulação com o programa comercial ANSYS® CFX®, portanto,

torna-se necessários outros estudos de simulações, para aprofundar os

conhecimentos sobre o BCS, ao operar com fluidos multifásicos.

RECOMENDAÇÕES

• O estudo foi feito com viscosidades do óleo e da mistura relativamente

baixas e com pouca influência do gás livre. Diante disso é sugerido a

simulação com fluidos multifásicos com viscosidades mais elevadas, e

também com altas frações de gás livre.

• Como o estudo foi realizado apenas em um estágio da bomba, exigindo

um menor esforço computacional, outra sugestão seria incluir outros

estágios com o objetivo de determinar as condições reais de utilização

da bomba, embora sabendo que a simulação de tal situação implicará

em um maior esforço computacional, sendo necessário um equipamento

(hardware) compatível.

• O modelo utilizado foi uma bomba de fluxo misto, nada impede que sejam

realizadas simulações com bombas centrífugas de fluxo radial.

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AGRADECIMENTOS: Gostaria de agradecer ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT),

Agência Nacional do Petróleo (ANP), Financiadora de Estudos e Projetos

(FINEP), Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Laboratório de

Automação em Petróleo (LAUT/UFRN), em especial a professora Drª Carla

Wilza de Paula Maitelli pela orientação desse trabalho, e ao Programa de

Recursos Humanos (PRH - 43/UFRN) por todo o apoio financeiro e logístico

necessário para a realização desse estudo .

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