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Patrícia Maria Freire da Silva

ESTUDO DOS PRINCIPAIS FATORES QUE INFLUENCIAM

NA SOLUBILIZAÇÃO DOS HPAs EM ÁGUAS

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Química da Universidade Federal

do Rio Grande do Norte, em cumprimento às

exigências para obtenção do título de Mestre em

Química.

Orientador: Dr. Jailson Vieira de Melo

Natal - RN

2010

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Divisão de Serviços Técnicos

Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN / Biblioteca Setorial de Química

Silva, Patrícia Maria Freire da.

Estudo dos principais fatores que influenciam na solubilização dos HPAs em

águas / Patrícia Maria Freire da Silva. Natal, RN, 2010.

88 f.

Orientador: Jailson Vieira de Melo

Dissertação (Mestrado em Química) - Universidade Federal do Rio Grande do

Norte. Centro de Ciências Exatas e da Terra. Programa de Pós-Graduação em

Química.

1. Hidrocarboneto policíclico – Dissertação. 2. HPAs – Dissertação. 3.

Florescência molecular – Dissertação. 4. Planejamento fatorial – Dissertação. 5.

CG-EM – Dissertação I. Melo, Jailson Vieira de. II. Universidade Federal do Rio

Grande do Norte. III. Título.

RN/UFRN/BSE- Química CDU 661.715.6

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RESUMO

Os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs) constituem uma família de

compostos caracterizada por possuírem dois ou mais anéis aromáticos condensados e por ser

uma classe de substâncias que estão amplamente distribuídas no ambiente como uma mistura

complexa, sendo bastante persistentes no ambiente devido a sua baixa solubilidade em água.

A aplicação de métodos quimiométricos à química analítica vem proporcionando excelentes

resultados no estudo da solubilidade de HPAs em meio aquoso, no sentido de entender os

mecanismos envolvidos na contaminação do ambiente. O método consiste na análise da

solubilização dos HPAs de óleo diesel em água variando parâmetros como tempo de agitação,

volume de óleo adicionado e pH, através de um planejamento fatorial completo de dois níveis

e três fatores. Os HPAs foram extraídos com n-hexano e analisados através da espectroscopia

de fluorescência molecular por possuírem características fluorescentes devido ao grande

número de anéis condensados e ligações conjugadas e cromatografia gasosa acoplada a um

espectrômetro de massa (CG-EM). Os resultados da análise por fluorescência mostraram que,

apenas o tempo de agitação e o pH influenciaram no processo de solubilização dos HPAs

presentes no óleo diesel. Como é uma técnica não seletiva o estudo por fluorescência foi

realizado de forma relativa e semi-quantitativa. E para a análise cromatográfica os resultados

mostraram que a solubilidade dos diferentes HPAs é influenciada de forma diferenciada de

modo que é possível classificá-los em grupos através dos resultados dos efeitos.

Palavras Chaves: HPAs. Fluorescência molecular. Planejamento fatorial. CG-EM.

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ABSTRACT

Polycyclic aromatic hydrocarbons (PAHs) constitute a family of compounds

characterized by having two or more condensed aromatic rings and for being a class of

substances that are widely distributed in the environment as a complex mixture, being very

persistent in the environment due to its low solubility in water. The application of

chemometric methods to analytical chemistry has provided excellent results in studying the

solubility of PAHs in aqueous media in order to understand the mechanisms involved in

environmental contamination. The method consists in analyzing the solubilization of PAHs

from diesel oil in water varying parameters such as stirring time, volume of oil added and pH,

using a full factorial design of two levels and three factors. PAHs were extracted with n-

hexane and analyzed by fluorescence spectroscopy because they have molecular

characteristics fluorescent due to the large number of condensed rings and links, and gas

chromatography coupled to a mass spectrometer (GC-MS). The results of fluorescence

analysis showed that only the stirring time and pH influenced the solubility of PAHs in diesel

fuel. How is a non-selective technique for the study of fluorescence was performed on form

and semi-quantitative. And for the chromatographic analysis the results showed that the

solubility of the different PAHs is influenced differently so that you can classify them into

groups by the results of the effects.

Keywords: PHAs. molecular Fluorescence. Planning factorial. CG-MS.

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DEDICATÓRIA

A Deus, meus pais, meu esposo, irmãos,

amigos e mestres.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, que me deu coragem para enfrentar os obstáculos, força e ânimo para suportar

as tempestades e garra para lutar até o fim. Que me protegeu nos dias de chuva durante esse

tempo todo e que se fez presente em pessoas iluminadas que estiveram ao meu lado nas horas

tristes e também nas mais felizes.

Dentre essas pessoas agradeço à minha família e em especial à minha mãe e ao meu

esposo. Sempre ao meu lado, me dizendo quando estava errada e sorrindo quando trilhava o

caminho correto. Ensinando-me o caráter, a responsabilidade e a generosidade, quando deixou

de fazer determinadas coisas, para que eu pudesse seguir o meu objetivo profissional e trilhar

o meu caminho. Essa etapa cumprida na minha vida é uma vitória nossa.

Ao CNPQ pelo apoio e suporte financeiro concedidos para a realização deste trabalho.

Ao meu orientador Professor Jailson Vieira de Melo, que me ensinou a disciplina e a

amadurecer profissionalmente. Que me acolheu desde o final da minha graduação sem

qualquer restrição e a partir de então possibilitou que eu realizasse esse trabalho, mesmo sem

alguns recursos necessários. Por me ouvir com paciência e tolerância e me ensinado também,

implicitamente, sobre relações interpessoais e também por me dar o exemplo humano de ser

professor e pesquisador.

Ao Professor Djalma Ribeiro e todo grupo do NEPGN que me ajudaram com

paciência e boa vontade em todas as etapas deste trabalho. Inclusive Andréa e Daiane, sem

vocês tudo seria mais difícil.

A todos os professores e amigos do programa de pós-graduação que entre uma

necessidade ou outra me ajudaram ou simplesmente me ouviram. Levarei essas boas

lembranças para sempre comigo.

Às minhas amigas maravilhosas, de muito tempo, sempre presentes, em qualquer

momento a qualquer distância. A vocês responsáveis por tantas vezes me deixarem em pé

quando tinha vontade de cair, meus anjos: Rosimere, Raquel, Emanuella, Jeanne (amizade

que a distância não separa), Áécia amigas desde os tempos da graduação; Amigos de todas as

horas do laboratório: Aline, Daniella, Adailton, Katharina, Daiane e também os meus amigos

do Rotaract Club. Eu admiro muito todas vocês.

Enfim a todos que direta ou indiretamente me auxiliaram nesta empreitada.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 3.1 Estrutura molecular dos 16 HPAs prioritários.............................................. 17

Figura 3.2 Comportamento do óleo derramado.............................................................. 22

Figura 3.3 Diagrama parcial de energia para um sistema fotoluminescente (SKOOG,

2002).............................................................................................................

30

Figura 4.1 Sistema usado na preparação da água produzida sintética............................ 40

Figura 4.2 Espectrofluorímetro SHIMADZU, modelo RF-5301PC.............................. 42

Figura 5.1 Espectros de emissão das amostras (HPAs) e do solvente usado como

referência (hexano)........................................................................................

46

Figura 5.2 Espectros de emissão para os dois níveis de agitação da solução oleosa. À

esquerda 20min e à direita 60 min................................................................

47

Figura 5.3 Interpretação geométrica dos efeitos em um planejamento 23..................... 52

Figura 5.4 Representação geométrica da tabela 5.2, onde X1, X2 e X3 (são tempo de

agitação, volume de óleo e pH) respectivamente..........................................

53

Figura 5.5 Cromatograma do óleo diesel comercial usado como contaminante............ 58

Figura 5.6 Curva analítica para o naftaleno.................................................................... 80

Figura 5.7 Curva analítica para o acenaftileno............................................................... 80

Figura 5.8 Curva analítica para o acenafteno................................................................. 81

Figura 5.9 Curva analítica para o fluoreno..................................................................... 81

Figura 5.10 Curva analítica para o fenantreno.................................................................. 82

Figura 5.11 Curva analítica para o antraceno................................................................... 82

Figura 5.12 Curva analítica para o fluoranteno................................................................ 83

Figura 5.13 Curva analítica para o pireno........................................................................ 83

Figura 5.14 Curva analítica para o benzo(a)antraceno..................................................... 84

Figura 5.15 Curva analítica para o criseno....................................................................... 84

Figura 5.16 Curva analítica para o benzo(b)fluoranteno.................................................. 85

Figura 5.17 Curva analítica para o benzo(k)fluoranteno.................................................. 85

Figura 5.18. Curva analítica para o benzo(a)pireno.......................................................... 86

Figura 5.19 Curva analítica para o indeno(1,2,3-cd)pireno.............................................. 86

Figura 5.20 Curva analítica para o Dibenzo(a,h)antraceno.............................................. 87

Figura 5.21 Curva analítica para o Benzo(g,h,i)perileno.................................................. 87

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Figura 5.22 Cromatograma da amostra 1......................................................................... 60

Figura 5.23 Cromatograma da amostra 2......................................................................... 60

Figura 5.24 Cromatograma da amostra 3......................................................................... 61

Figura 5.25 Cromatograma da amostra 4......................................................................... 61

Figura 5.26 Gráfico de tendência dos efeitos onde (1,2,3 são os efeitos principais

x1,x2,x3) e (4,5,6 são as interações x12, x13, x23,x123) respectivamente,

para o naftaleno.............................................................................................

64

Figura 5.27 Gráfico dos efeitos onde (1,2,3 são os efeitos principais x1,x2,x3) e (4,5,6

são as interações x12, x13, x23,x123) respectivamente, para os HPAs mais

solúveis com exceção do naftaleno encontrados na amostra........................

65

Figura 5.28 Gráfico dos efeitos onde (1,2,3 são os efeitos principais x1,x2,x3) e (4,5,6

são as interações x12, x13, x23,x123) respectivamente, para os HPAs menos

solúveis encontrados na amostra...................................................................

65

Figura 5.29 Gráfico de tendência dos efeitos para HPAs totais na análise por CG-MS

onde (1,2,3 são os efeitos principais x1,x2,x3) e (4,5,6 são as interações

x12, x13, x23,x123) respectivamente..................................................................

66

Figura 5.30 Gráfico de tendência dos efeitos para HPAs totais na análise por

fluorescência onde (1,2,3 são os efeitos principais x1,x2,x3) e (4,5,6 são as

interações x12, x13, x23,x123) respectivamente................................................

67

Figura 5.31 Gráfico de tendência dos efeitos onde (1,2,3 são os efeitos principais

x1,x2,x3) e (4,5,6 são as interações x12, x13, x23,x123) respectivamente,

para o naftaleno.............................................................................................

70

Figura 5.32 Gráfico dos efeitos onde (1,2,3 são os efeitos principais x1,x2,x3) e (4,5,6

são as interações x12, x13, x23,x123) respectivamente, para os HPAs mais

solúveis com exceção do naftaleno encontrados na amostra........................

70

Figura 5.33 Gráfico dos efeitos onde (1,2,3 são os efeitos principais x1,x2,x3) e (4,5,6

são as interações x12, x13, x23,x123) respectivamente, para os HPAs menos

solúveis encontrados na amostra...................................................................

71

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LISTA DE TABELAS

Tabela 3.1 Propriedades físico-químicas dos 16 HPAs estudados............................ 18

Tabela 4.1 Fatores usados na análise com os respectivos valores dos níveis

superior (+) e inferior (-)..........................................................................

39

Tabela 4.2 Matriz de Planejamento para um fatorial de 23

............................................................ 39

Tabela 5.1 Matriz de coeficiente de contraste para um planejamento fatorial 23...... 45

Tabela 5.2 Respostas obtidas das amostras analisadas por fluorescência para o

planejamento 23........................................................................................

47

Tabela 5.3 Matriz de coeficiente de contraste para um planejamento fatorial 23...... 48

Tabela 5.4 Valores dos efeitos principais e de interação dos 3 fatores...................... 50

Tabela 5.5 Resultados dos valores experimentais, valores médios preditos e dos

resíduos.....................................................................................................

55

Tabela 5.6 Fatores usados na análise com os respectivos valores dos níveis

superiores (+) e inferiores (-)...................................................................

55

Tabela 5.7 Respostas obtidas das amostras para o planejamento 22.......................... 56

Tabela 5.8 Efeitos individuais e de interação para o planejamento fatorial 22.......... 56

Tabela 5.9 Valores dos parâmetros relacionados ao erro.......................................... 57

Tabela 5.10 Identificação dos 13 HPAs presentes no óleo diesel comercial por CG-

MS............................................................................................................

88

Tabela 5.11 Concentração dos HPAs em (ppm) nas amostras..................................... 62

Tabela 5.12 Valores dos efeitos principais e de interação de segunda e terceira

ordem de cada HPA na amostra................................................................

63

Tabela 5.13 Concentração dos HPAs em (%) nas amostras......................................... 68

Tabela 5.14 Valores dos efeitos principais e de interação de segunda e terceira

ordem de cada HPA na amostra................................................................

69

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO......................................................................................................... 12

2 OBJETIVOS ............................................................................................................. 14

2.1 OBJETIVO GERAL................................................................................................... 14

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS..................................................................................... 14

3 REVISÃO DA LITERATURA................................................................................ 15

3.1 O PETRÓLEO............................................................................................................ 15

3.1.1 Constituintes.............................................................................................................. 15

3.2 HIDROCARBONETOS DO PETRÓLEO................................................................. 16

3.2.1 Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos .............................................................. 16

3.2.1.1 Estrutura dos HPAs .................................................................................................... 16

3.2.1.2 Propriedades físico-químicas dos HPAs .................................................................... 17

3.2.1.3 Fonte de HPAs no ambiente marinho ........................................................................ 19

3.3 IMPACTOS AMBIENTAIS CAUSADOS POR VAZAMENTOS OU

DERRAMAMENTOS DE PETRÓLEO E DERIVADOS.........................................

20

3.3.1 Água produzida ........................................................................................................ 20

3.3.2 O óleo diesel .............................................................................................................. 21

3.3.3 Comportamento e destino do óleo no ambiente marinho ..................................... 22

3.2.4 Efeitos do óleo no ambiente marinho...................................................................... 25

3.4 ASPECTOS TOXICOLÓGICOS E CARCINOGÊNICOS DOS HPAS .................. 26

3.5 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL ................................................................................... 27

3.6 TÉCNICAS ANALÍTICAS ....................................................................................... 28

3.6.1 Extração líquido-líquido (ELL) .............................................................................. 28

3.6.2 Espectroscopia de Fluorescência Molecular .......................................................... 29

3.6.2.1 Espectroscopia de Fluorescência para HPAs ............................................................. 30

3.6.3 Cromatografia Gasosa ............................................................................................. 31

3.7 MÉTODOS ESTATÍSTICOS.................................................................................... 33

3.7.1 Quimiometria............................................................................................................ 33

3.7.2 Planejamento fatorial .............................................................................................. 34

3.7.3 Erro experimental para os efeitos .......................................................................... 34

4 MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................... 36

4.1 REAGENTES E SOLUÇÕES .................................................................................... 36

4.2 VIDRARIAS E EQUIPAMENTOS ........................................................................... 36

4.3 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL...................................................................... 37

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4.3.1 Limpeza das Vidrarias.............................................................................................. 37

4.3.2 Preparo das Soluções................................................................................................ 38

4.3.2.1 Preparo da solução de HCl 0,01M.............................................................................. 38

4.3.2.2 Preparo da solução alcoólica de NaOH 5%................................................................ 38

4.3.2.3 Preparo das soluções salinas de NaCl/CaCl2 (10:1) de 55000ppm de pH 4 e 10....... 38

4.4 PLANEJAMENTO FATORIAL................................................................................. 38

4.5 PREPARAÇÃO DA ÁGUA PRODUZIDA SINTÉTICA PARA ESTUDO DA

SOLUBILIDADE DOS HPAs EM MEIO AQUOSO................................................

40

4.6 EXTRAÇÃO LIQUÍDO-LÍQUIDO .......................................................................... 41

4.7 ANÁLISE DA SOLUÇÃO OLEOSA PARA DETERMINAÇÃO DOS HPAs......... 41

4.7.1 Análise por espectroscopia de fluorescência molecular......................................... 41

4.7.2 Análise por cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massa (CG-

MS).............................................................................................................................

42

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO.............................................................................. 44

5.1 PLANEJAMENTO FATORIAL COMPLETO 23...................................................... 44

5.1.2 Matriz de planejamento fatorial 23 completo......................................................... 45

5.1.3 A Resposta................................................................................................................. 45

5.1.4 Cálculo dos Efeitos.................................................................................................... 48

5.1.5 Determinação do erro experimental....................................................................... 50

5.1.6 Visão geométrica dos resultados............................................................................. 52

5.1.7 O modelo estatístico.................................................................................................. 54

5.2 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA (análise dos 16 HPAs prioritários)............. 57

5.2.1 Análises das amostras por (CG-MS)....................................................................... 57

5.2.1.1 Curvas Analíticas........................................................................................................ 58

5.2.2 Planejamento fatorial 23........................................................................................... 59

6 CONCLUSÃO........................................................................................................... 72

7 SUGESTÕES PARA FUTUROS TRABALHOS................................................... 73

REFERÊNCIAS........................................................................................................ 74

APÊNDICE A – Curvas de calibração dos HPAs...................................................... 80

APÊNDICE B – Picos, tempo de retenção e concentração dos 13 HPAs presentes

no óleo diesel comercial por CG-MS.........................................................................

88

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Introdução

Patrícia Maria Freire da Silva, Fevereiro/2010.

12

1 INTRODUÇÃO

Os combustíveis fósseis são as principais fontes de obtenção de energia para a

civilização atual e o crescente aumento do consumo mundial tem acarretado a sua introdução

no ambiente marinho. E como o desenvolvimento está associado a uma grande demanda

energética, o século XX ficou marcado pelo alto consumo de petróleo, a fonte de energia de

mais fácil utilização até o momento (TAVARES et al, 2005, p.2).

O petróleo é constituído de uma mistura complexa de hidrocarbonetos e de compostos

heteroatômicos. E na sua composição predomina a fração 57% de hidrocarbonetos saturados,

seguida de 29% de compostos aromáticos e 14% de NOS (nitrogênio, oxigênio e enxofre).

Onde são introduzidos no meio por processos naturais e por processos de origem

antropogênicas (LOPES; ANDRADE, 1996, p.504).

Do ponto de vista de poluição ou contaminação ambiental o petróleo pode prejudicar o

ambiente em praticamente todas as fases de manipulação pelo homem (extração, transporte,

transformação e utilização de seus derivados). Em ambiente marinho, processam-se a maior

parte do transporte e o desembarque do petróleo do mundo, atividades essas que aumentam a

probabilidade de serem verificados acidentes com tais produtos.

Associado ao processo de produção de petróleo e gás há também uma produção muito

grande de água. Esta água produzida é uma água de formação, que está naturalmente presente

no reservatório, fluxo de água previamente injetado na água de formação e condensado, como

um resultado da produção de petróleo e extração de gás. Assim, as propriedades da água

produzida estão diretamente associadas às características do local de extração do petróleo e

gás e de processos de produção “onshore” ou “offshore”, onde grandes volumes desta água

produzida são freqüentemente gerados porque muitos depósitos de petróleo residem em torno

de aqüíferos subterrâneos (DÓREA, et al, 2007, p. 234).

Uma das principais dificuldades das empresas que produzem petróleo é o descarte

desta água, principalmente pela dificuldade de descontaminação pelo óleo em níveis que

possa ser descartada no ambiente ou ser reutilizada pelo homem em suas atividades.

A Agência de Proteção Ambiental (Environmental Protection Agency – EPA) dos

Estados Unidos lista vários hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs) como compostos

poluentes de prioridade ambiental e que devem ser freqüentemente monitorados, devido ao

fato de serem considerados carcinogênicos, mutagênicos, teratogênicos, além de possuírem

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Introdução

Patrícia Maria Freire da Silva, Fevereiro/2010.

13

outros efeitos tóxicos aos seres vivos e terem a capacidade de se bioacumular nas diferentes

cadeias alimentares (NETTO et al., 2000, p. 767; ANKLEY et al., 1995, p. 2151). Por isso o

principal interesse desse trabalho é de entender quais os parâmetros que influenciam na

contaminação de águas por derivados de petróleo através de um planejamento fatorial

utilizando a espectroscopia de fluorescência molecular e a cromatografia gasosa como a

principal técnica para identificar os HPAs presentes no óleo diesel, para que haja o

desenvolvimento de métodos mais eficientes de remoção dos mesmos do meio ambiente.

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Objetivos

Patrícia Maria Freire da Silva, Fevereiro/2010.

14

2 OBJETIVOS

2.1 GERAL

Estudar alguns fatores que influenciam na solubilidade de HPAs de origem

petroquímica em meio aquoso.

2.2 ESPECÍFICOS

Verificar através de planejamento fatorial a influencia do pH, tempo de agitação e

volume de óleo no processo de difusão de HPAs da fase oleosa para a fase aquosa.

Verificar a viabilidade da extração líquido-líquido simples como um método para

recuperação de HPAs, presentes em matrizes complexas, do meio aquoso.

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Revisão da Literatura

Patrícia Maria Freire da Silva, Fevereiro /2010.

15

3 REVISÃO DA LITERATURA

3.1 O PETRÓLEO

Nos últimos anos, a crescente industrialização e a procura de energia, resultaram no

aumento da produção de petróleo para várias aplicações e, simultaneamente, um crescente

número do consumo de derivados de petróleo, juntamente com o aperfeiçoamento das

técnicas de exploração dos reservatórios de petróleo e o descobrimento de novos campos

petrolíferos estimularam a construção de terminais, refinarias, oleodutos. E com isso, grandes

quantidades de petróleo e derivados são liberadas no meio ambiente em decorrência das fases

de manipulação, transporte e armazenamento (CETESB, 2009).

3.1.1 Constituintes

O petróleo é uma mistura complexa de milhares de compostos orgânicos, formados a

partir de uma variedade de materiais orgânicos que são quimicamente convertidos sob

diferentes condições geológicas durante um longo período de tempo. O petróleo bruto contém

principalmente carbono e hidrogênio (que formam uma ampla faixa de hidrocarbonetos a

partir de gases leves e resíduos pesados), na sua fração predomina os hidrocarbonetos

saturados, seguidos de compostos aromáticos e uma pequena quantidade de enxofre,

nitrogênio e oxigênio (NOS), e também traços de metais como níquel, vanádio e ferro

(WANG et al, 1999, p.370).

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Revisão da Literatura

Patrícia Maria Freire da Silva, Fevereiro /2010.

16

3.2 HIDROCARBONETOS DO PETRÓLEO

Os hidrocarbonetos são compostos orgânicos formados por carbono e hidrogênio. De

acordo com a sua estrutura são classificados em saturados, insaturados e aromáticos. Os

hidrocarbonetos saturados, também denominados de alcanos ou parafinas, cujos átomos de

carbono são unidos somente por ligações simples e ao maior número possível de átomos de

hidrogênio, constituindo cadeias lineares, ramificadas ou cíclicas, interligadas ou não. Os

hidrocarbonetos insaturados, também denominados de olefinas, apresentam pelo menos uma

dupla ou tripla ligação carbono-carbono, enquanto que os hidrocarbonetos aromáticos,

também chamados de arenos, apresentam pelo menos um anel benzênico na sua estrutura

(SOLOMONS, 2009, p.567; THOMAS, 2001, p.7).

De acordo com Colombo et al. (1989) apud Yamada (2006, p.115), os hidrocarbonetos

são freqüentemente encontrados no meio ambiente tanto por fontes naturais quanto por fontes

antropogênicas. Sendo que, os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs) merecem

destaque por terem ampla distribuição em todos os compartimentos ambientais e

principalmente devido a seus efeitos tóxicos aos organismos vivos.

3.2.1 Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos

3.2.1.1 Estrutura dos HPAs

São uma classe de compostos orgânicos constituídos por dois ou mais anéis

aromáticos condensados ou fundidos. Como todos os hidrocarbonetos, os HPAs contêm

apenas carbono e hidrogênio. Quando ligados a um átomo de nitrogênio, oxigênio ou enxofre

são chamados de compostos heterocíclicos, ou heteroátomos, no qual substitui um dos átomos

de carbono em um anel aromático (READMAN, et al, 2002, p. 56).

Como o benzeno, muitos HPAs possuem grande estabilidade e geometria planar. Com

exceção do naftaleno, os demais não são fabricados com finalidade comercial já que não

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apresentam aplicações. Contudo alguns HPAs são encontrados em vários compartimentos

ambientais (BAIRD, 2002, p. 383).

Os seguintes hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs) figuram nas listas de

poluentes prioritários estabelecidas pela US Environmental Protection Agency (US EPA) e

pela Comunidade Européia, conforme mostrado na Figura 3.2.

Figura 3.1 Estrutura molecular dos 16 HPAs prioritários

3.2.1.2 Propriedades físico-químicas dos HPAs

As propriedades físico-químicas dos HPAs estão apresentadas na Tabela 3.2.1, esses

compostos são quimicamente inertes e são encontrados na forma sólida à temperatura

ambiente, apresentando ponto de ebulição elevado, a solubilidade e a pressão de vapor estão

diretamente relacionadas com a massa molecular, pois a solubilidade e a pressão de vapor dos

HPAs diminui com o aumento do número de anéis aromáticos (MACKEY, et al., 1992 apud

MENICONI, 2007, p.12).

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O coeficiente de partição octanol-água (Kow) é definido como a relação entre a

concentração em equilíbrio de um contaminante orgânico na fase octanol em relação à

concentração do contaminante na fase aquosa, sendo importante para avaliar a mobilidade dos

compostos orgânicos, pois define a hidrofobicidade do composto (D„AGOSTINHO; FLUES,

2006, p.657).

Os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs) são compostos químicos apolares

com natureza hidrofóbica, o que limita a sua solubilidade em ambientes aquáticos,

favorecendo a tendência de adsorção em partículas sólidas (materiais em suspensão, tecidos

biológico e sedimentos) com destinação final em deposição sedimentar, ou de transferência

para a atmosfera na fase gasosa (TAM et al., 2001, p.256; CULOTTA et al., 2006, p.118).

Tabela 3.1- Propriedades físico-químicas dos 16 HPAs estudados

Composto

Peso

Molecular

(g/mol)

Ponto de

fusão

(ºC)

Ponto de

ebulição

(ºC)

Solubilidade

(mg/L)

log Kow

Naftaleno 128,17 80 218 30 3,4

Acenaftileno 152,20 92 265 3,93 4,07

Acenafteno 154,21 96 279 3,47 3,92

Fluoreno 166,22 116 293 1,98 4,18

Antraceno 178,12 216 340 7x10-2

4,6

Fenantreno 178,23 101 340 1,29 4,5

Pireno 202,26 149 360 1,4x10-1

5,18

Fluoranteno 202,26 111 - 2,6x10-1

5,22

Benzo(a)antraceno 228,29 158 400 1,4x10-2 5,61

Criseno 228,29 255 - 2x10-3

5,91

Benzo(a)pireno 252,31 179 496 3,8x10-3

6,5

Benzo(b)fluoranteno 252,32 167 - 1,2x10-3

6,12

Benzo(k)fluoranteno 252,32 217 480 5,5x10-4

6,84

Benzo(ghi)perileno 276,23 222 - 2,6x10-4

7,1

Indeno(1,2,3-cd)pireno 276,23 163 - 6,2x10-2

6,58

Dibenzo(a,h)antraceno 278,35 262 - 5,0x10-3

6,5

Nota: log Kow = coeficiente de partição octanol-água; Fonte: PETROBRÁS (2001) apud FRONZA (2006)

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3.2.1.3 Fonte de HPAs no ambiente marinho

Os HPAs são introduzidos no ambiente por fontes naturais e antropogênicas. As fontes

naturais são muito limitadas restringindo-se, praticamente a queima espontânea de florestas e

emissões vulcânicas. E as fontes antropogênicas resultam de três origens: petrogênica,

pirolítica e biogênica (NEFF, 1979 apud PIES, et al, 2008, p. 1595).

Os HPAs de origem petrogênica estão relacionados diretamente com o petróleo e

todos os seus derivados; os de origem pirolítica resultam da combustão incompleta da matéria

orgânica ou combustíveis fósseis que entram no ambiente sorvido ao material particulado e os

de origem biogênica estão relacionados com processos biológicos naturais, como síntese por

bactérias, plantas e fungos, além de combustões (emissões vulcânicas e incêndios naturais).

Segundo Lopes e Andrade (1996, p.498), a queima de combustíveis como petróleo e

seus derivados, carvão, madeira, gás de carvão etc. produz HPAs e muitos outros poluentes

atmosféricos. A quantidade e os tipos de HPAs formados dependem das condições específicas

do processo e do tipo de combustível, sendo que processos de combustão mais eficientes

emitem menores quantidades de HPAs. A fumaça de cigarro, queimadas e calefação

(especialmente em países de clima temperado) são importantes fontes de HPAs e derivados.

Os HPAs são oriundos também de fontes tecnológicas que podem ser móveis ou

estacionárias. Entre as fontes móveis, destaca-se o motor de combustão interna como o

principal emissor destas substâncias para o ambiente. Este tipo de motor é o mais comum em

diversos veículos de transporte de cargas e passageiros. As fontes estacionárias são

subdivididas entre as utilizadas na geração de energia elétrica e calor e aquelas ligadas à

atividade industrial (produção de alumínio) e de incineração (principalmente de rejeitos

químicos) e podem emitir uma grande variedade de produtos de combustão incompleta.

As fontes veiculares de emissão têm uma grande importância devido à complexidade e

quantidade, cada vez maior, de material que é lançado na atmosfera. O material particulado

emitido por veículos a diesel, por exemplo, é constituído principalmente de carbono elementar

que atua como superfície de condensação de HPAs e de outros compostos aromáticos

(NETTO et al., 2000 p.766). Dessa forma, devido à sua abundância e elevada toxicidade,

principalmente para os seres humanos, os HPAs têm merecido especial atenção em todo

mundo nas últimas décadas.

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3.3 IMPACTOS AMBIENTAIS CAUSADOS POR VAZAMENTOS OU

DERRAMAMENTOS DE PETRÓLEO E DERIVADOS

Os efeitos de um derramamento de óleo dependerão de muitos fatores, além de causar

diversos tipos de impactos ao meio ambiente, e mais especificamente ao ambiente marinho,

destruindo o “habitat” de espécies causando declínio de suas populações.

Do ponto de vista de poluição ou contaminação ambiental o petróleo pode prejudicar o

ambiente em praticamente todas as fases de manipulação pelo homem. As operações de

exploração, refino, transporte, armazenamento e utilização de derivados de petróleo são

preocupantes no que se refere ao potencial de contaminação do meio ambiente (ar, solo e

água). Um dos problemas de difícil solução nas atividades voltadas para a proteção ambiental

consiste na avaliação da extensão, dinâmica e concentração das contaminações provocadas

por derramamentos de derivados do petróleo.

Essa complexidade deve-se ao fato de que, os produtos petrolíferos refinados são

geralmente classificados com base nos diferentes estádios e tipos de destilação, mistura e

processos catalíticos empregados. Portanto os produtos de petróleo refinado variam na sua

composição química e produzem impressões digitais químicas únicas para cada óleo e

fornecem uma base para identificar as suas fontes de derramamento.

3.3.1 Água produzida

Segundo Dórea, et al. (2007, p. 235) associado ao processo de produção de petróleo e

gás há também uma produção muito grande de água. Esta água produzida é uma água de

formação que contém geralmente, altos teores de sais e uma mistura complexa de compostos

orgânicos e inorgânicos, cuja composição varia durante a vida do campo, e cujo volume tende

a crescer à medida que o campo envelhece.

Os componentes da água produzida, geralmente, incluem minerais dissolvidos

oriundos da formação produtora, constituintes oleosos dissolvidos e dispersos, produtos

químicos empregados durante o processo de produção, sólidos e gases dissolvidos.

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Diferentes fatores podem influenciar na quantidade de óleo presente nas águas de

produção. Dentre eles destacam-se a composição do óleo, o pH, a salinidade, a temperatura, a

razão óleo/água e o tipo e a quantidade de produtos químicos adicionados durante o processo

de produção.

O impacto ambiental provocado pelo descarte da água produzida é geralmente

avaliado pela toxicidade dos constituintes e pela quantidade de compostos orgânicos e

inorgânicos presentes podendo causar diferentes efeitos sobre o meio ambiente.

3.3.2 O Óleo Diesel

O óleo diesel é uma mistura de destilados intermediários do petróleo, e cuja faixa de

destilação se situa aproximadamente, entre 190 a 380º C, com hidrocarbonetos variando de C8

a C30, sendo composto de aproximadamente 40% de n-alcanos, 40% de iso e cicloalcanos,

20% de hidrocarbonetos aromáticos e pequena porcentagem de isoprenóides, enxofre,

nitrogênio e compostos oxigenados. Porém, a composição de um óleo diesel específico

dependerá da fonte do petróleo, do método de produção e dos processos de destilação. O

diesel pode também conter vários aditivos como inibidores de corrosão, surfactantes e

aditivos para melhorar a estabilidade e ignição (LEE et al., 1992, p 2104).

A especificidade de uma contaminação por óleo diesel reside no fato de que o óleo

diesel é constituído de uma mistura de hidrocarbonetos totais de petróleo, incluindo os

hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs), como naftaleno, acenaftileno, acenafteno,

fluoreno, fenantreno, antraceno, fluoranteno, pireno, benzo(a)antraceno, criseno,

benzo(b)fluoranteno, benzo(k)fluoranteno, benzo(a)pireno, dibenzo(a,h)antraceno,

benzo(g,h,i)perileno e indeno(1,2,3-cd)pireno. Nos EUA, a EPA determinou, em nível

mundial, a inclusão desses 16 HPAs na lista dos contaminantes orgânicos prioritários, devido

à elevada toxidez, ao potencial carcinogênico e mutagênico de vários desses compostos e ao

fato de serem resistentes à biodegradação.

Quando um contaminante, como o óleo diesel, entra em contato com a água, uma

fração do HPA solubiliza-se rapidamente na água e pode ser degradada; os HPA mais

complexos, porém, são liberados mais lentamente, dificultando a biodegradação. O aumento

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na concentração dos derivados do naftaleno pode estar relacionado a vários fatores e, devido à

sua hidrofobicidade, pode ficar retido na matéria orgânica e aumentar a resistência na sua

transferência para a água. Além do mais, os HPAs mais complexos são degradados mais

lentamente. Nos locais onde ocorre a contaminação por óleo diesel, geralmente as

preocupações se resumem ao monitoramento dos HPA (KAIPPER, 2003, p.11).

3.3.3 Comportamento e destino do óleo no ambiente marinho

Segundo Wang et al. (1999, p.371) o comportamento e destino do óleo derramado no

ambiente marinho dependem de fatores físico-químicos e biológicos, a combinação desses

fatores é chamada de intemperismo, que reduz as concentrações de hidrocarbonetos em

sedimentos, água e altera a composição química do óleo derramado. As mudanças na

composição química do óleo derramado têm efeitos profundos sobre a toxidade e impacto

biológico do petróleo ao longo do tempo e, conseqüentemente, acrescenta grandes

dificuldades para a identificação do resíduo do óleo derramado no ambiente impactado.

Figura 3.2 - Comportamento do óleo derramado (ITOPF, 2002)

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De acordo com a Figura 3.3 temos os principais fatores responsáveis pelo comportamento do

óleo derramado no mar que são:

Espalhamento

Um dos mais significantes processos nas primeiras horas do derrame. Depende da

força gravitacional, do tipo de derrame, viscosidade, tensão superficial do óleo,

condições climáticas e oceânicas.

Oxidação

É a combinação química dos hidrocarbonetos com o oxigênio. Contribui para o

intemperismo do óleo, uma vez que forma compostos solúveis. Sais minerais

dissolvidos em água aceleram a taxa de oxidação. Metais traço agem como

catalisadores da reação de oxidação, ao passo que compostos de enxofre na

mistura, faz decrescer essa taxa. Radiação ultravioleta auxilia no processo de

oxidação.

Dispersão

O mar agitado, com ondas e turbulência, quebra a mancha de óleo em gotas de

diversos tamanhos. Aquelas menores ficam em suspensão na coluna d'água,

sofrendo processos como biodegradação e sedimentação. O tipo de óleo, o grau de

intemperismo em que se encontra e as condições oceanográficas alteram a taxa de

dispersão.

Evaporação

Depende principalmente da volatilidade do óleo derramando associado às

condições climáticas. Grandes ondas, ventos fortes e mar agitado facilitam a

evaporação do óleo, que pode perder até 25% do volume no primeiro dia de um

derrame (óleo leve).

Emulsificação

Processo em que o óleo tende a absorver a água, formando emulsões de água/óleo,

favorecido pelas condições de mar moderadas a encrespadas. Porém, emulsões

podem se separar em água e óleo novamente quando as condições de mar forem

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calmas ou quando estiverem encalhados na costa, e se forem aquecidos pela luz

solar. Alguns tipos de óleo formam emulsões estáveis que são chamadas de

“mouse de chocolate”. O óleo emulsificado é de baixa degradabilidade e pode

aumentar o volume de poluente em até quatro vezes.

Dissolução

O processo de dissolução do óleo depende de sua composição, do espalhamento

da mancha, temperatura, turbulência da água e da taxa de dispersão. Componentes

pesados do óleo cru não se solubilizam, ao passo que os mais leves têm maior

solubilidade (cerca de 5ppm) em água. Outros constituintes do óleo como

compostos de enxofre e sais minerais tem grande solubilidade. É um processo que

se inicia logo após o derrame e se perpetua ao longo do tempo, uma vez que

oxidação e biodegradação constantemente formam subprodutos solúveis.

Biodegradação

Consiste na degradação do óleo por bactérias e fungos naturalmente presentes no

mar. A taxa de biodegradação é influenciada pela temperatura e disponibilidade

de oxigênio e nutrientes, principalmente nitrogênio e fósforo. Em águas bem

oxigenadas com temperaturas variando de 20 a 30°C, bactérias podem oxidar 2

g/m2 de óleo ao dia.

Sedimentação

Parte do petróleo sedimenta após adesão com partículas em suspensão ou matéria

orgânica presentes na coluna de água. A maioria dos óleos crus não afunda

sozinhos na água do mar devido à sua densidade menor que a da água. Por isso é

necessária a união com outras partículas. Classes de óleo com densidade maior

que têm maior tendência à sedimentação. Uma vez sedimentado, os processos de

degradação do óleo são drasticamente reduzidos.

Os processos de espalhamento, evaporação, dispersão, emulsificação e dissolução são

os mais importantes nos períodos iniciais de um derrame, enquanto que oxidação,

sedimentação e biodegradação ocorrem a longo-prazo. Com o passar do tempo, o óleo no

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ambiente mudará suas características iniciais, ficando menos tóxico, mais denso, viscoso e

mais persistente (ITOPF, 2002, p. 5).

3.2.4 Efeitos do óleo no ambiente marinho

Quando ocorrem acidentes ambientais envolvendo o derramamento de óleo e/ou

derivados de petróleo em ambientes marinhos, vários danos são causados a fauna e a flora e,

conseqüentemente, para a população que vive nas proximidades das áreas atingidas. A ação

maléfica dos HPAs sobre os organismos vivos pode ser exercida diretamente e,

principalmente, através de seus derivados, muitos deles ainda desconhecidos.

De um modo geral, as conseqüências da poluição por hidrocarbonetos de petróleo

incluem:

Morte de organismos marinhos, como peixes, moluscos, crustáceos e aves

marinhas;

Presença de manchas de óleo nos sedimentos, água das praias e nos aqüíferos

costeiros;

Efeitos subletais em organismos: interferência nas funções celulares e

fisiológicas; alterações nos padrões de reprodução; ruptura da cadeia alimentar;

mudanças nas características populacionais;

Os alcanos de baixo peso molecular, que apresentam maior solubilidade na água

do mar, podem causar necrose e anestesia se em baixas concentrações e danos

celulares e morte, se em altas concentrações;

O efeito da poluição por hidrocarbonetos está condicionado por:

Natureza química e concentração dos compostos hidrocarbonetos aportados ao

meio ambiente;

Fatores abióticos: hidrodinâmica local, temperatura, oxigênio dissolvido,

concentração de nutrientes inorgânicos na água do mar, tipo de substrato;

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Presença de organismos degradadores de hidrocarbonetos; (FIGUEIREDO,

1999, p.169; STOUT et al., 2001, p. 287).

3.4 ASPECTOS TOXICOLÓGICOS E CARCINOGÊNICOS DOS HPAs

Os HPAs têm sido considerados como compostos de alto risco a saúde humana

devido a sua grande estabilidade química, alta toxidade e por serem potencialmente

carcinogênicos (ANDREONI et al. 2004, p.402). Portanto, os efeitos tóxicos dos HPAs

variam com a estrutura e peso molecular dos compostos, com o grau de alquilação e com o

modo de acumulação pelo organismo através da água, alimento ou sedimentos. De acordo

com Ankley et al. (1995, p. 2151), os HPAs maiores e mais hidrofóbicos tendem a ser mais

carcinogênicos, enquanto que os menores (dois e três anéis) não são carcinogênicos. Apesar

disto, estudos mais recentes demonstram que sob o efeito da luz alguns deles podem se tornar

extremamente tóxicos.

Segundo Netto et al., (2000, p. 767), essas substâncias constituem um ameaça

potencial para a saúde de toda a população, enfatizando ainda mais os grupos populacionais

que residem ou trabalham diretamente expostos a esses compostos, já que os mesmos

apresentam caráter lipofílico sendo absorvidos pela pele, por ingestão ou por inalação, sendo

rapidamente distribuídos pelo organismo.

A evidência da indução ao câncer para o público em geral, cuja exposição está em

níveis de ordens de grandeza menores que a das pessoas que se encontram nesses ambientes

ocupacionais, é menos nítida, apresentando uma dificuldade maior em deduzir a influência

desses poluentes, a partir de estatísticas sanitárias (BAIRD, 2002, p. 384).

Tumores em organismos marinhos estão geralmente associados à contaminação por

aromáticos / poliaromáticos. Segundo a USEPA, estudos com animais reportam alterações

enzimáticas nas mucosas do trato gastrointestinal e aumento no peso do fígado, a partir da

ingestão de HPA (efeito agudo). Distúrbios no fígado e no sistema imune, leucemia, câncer e

tumores no pulmão e estômago são alguns dos efeitos reportados por estes compostos. Os

compostos aromáticos mais solúveis penetram na corrente sangüínea a partir da pele ou da

ingestão, podendo ser filtrados pelo sistema excretor e eliminados na urina. Alguns HPA têm

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capacidade de causar danos nas células sangüíneas, nos tecidos ósseos (medula óssea) e no

sistema nervoso. Causam irritações e dermatite na pele, mucosas e olhos (CETESB, 2009).

3.5 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL

As empresas ligadas à indústria do petróleo devem seguir uma rígida legislação para

manterem-se em funcionamento, sendo obrigadas a possuir as licenças ambientais, conforme

previsto na Política Nacional de Meio Ambiente Lei nº 6938/81 e na Resolução do Conselho

Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) nº 237/86, estando sujeitas às penalidades previstas

na Lei de Crimes Ambientais nº 9605/98, em caso de descumprimento.

Para que se entenda o verdadeiro significado de "poluição" devemos levar em conta

primeiro o conceito de meio ambiente, o qual foi estabelecido na Lei 6.938/81

(Política Nacional de Meio ambiente) como o conjunto de condições, leis,

influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abrigam e

regem a vida em todas as suas formas. “A introdução desses elementos no meio

ambiente em concentrações nocivas à saúde humana” é o que se entende por

contaminação que é um termo usado, muitas vezes, como sinônimo de poluição,

porém, quase sempre empregado em relação direta aos efeitos sobre a saúde do

homem, a poluição é definida como “a adição ou o lançamento de qualquer

substância, matéria ou forma de energia (luz, calor, som) ao meio ambiente em

quantidades que resultem em concentrações maiores que as naturalmente

encontradas. A degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que

direta ou indiretamente: a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da

população; b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; c)

afetem desfavoravelmente a biota; d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do

meio ambiente; e) lancem materiais ou energia em desacordo com os padrões

ambientais estabelecidos (Lei nº. 6.938/81)”.

Os limites utilizados são os mesmo de potabilidade da Portaria do Ministério da Saúde

518/2004 e da resolução CONAMA 357/2005, que contemplam somente padrões para

qualidade de água. Ainda assim o número de contaminantes orgânicos citados nas

regulamentações para água é limitado, mesmo para aqueles comprovadamente nocivos ao

ambiente e aos seres vivos. No caso dos HPAs, o benzo(a)antraceno, benzo(a)pireno,

benzo(b)fluoranteno, benzo(k)fluoranteno, criseno, dibenzo(a,h)antraceno, indeno(1,2,3-

cd)pireno, são citados pelo CONAMA 357/2005 com limite para água doce de 0,05µg.L-1

e de

0,018 µg.L-1

para água doce utilizada para pesca cotidiana. A portaria 518/2004 do Ministério

da Saúde cita o benzo(a)pireno com limite para água potável de 0,7 µg.L-1

.

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A resolução CONAMA 393/ 2007 Complementa a resolução CONAMA 357/2005,

que dispõe sobre o descarte contínuo de água de processo ou de produção em plataformas

marítimas de petróleo e gás natural, e dá outras providências. O descarte de água produzida

deverá obedecer à concentração média aritmética simples mensal de óleos e graxas de até 29

mg/L, com valor máximo diário de 42 mg/L.

Esta nova resolução também prevê que as empresas operadoras de plataformas

realizarão monitoramento anual da água produzida a ser descartada das plataformas, para fins

de identificação da presença e concentração dos seguintes parâmetros:

a) compostos inorgânicos: As, Ba, Cd, Cr, Cu, Fe, Hg, Mn, Ni, Pb, V, Zn;

b) radioisótopos: Ra-226 e Ra-228;

c) compostos orgânicos: Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos - HPA, Benzeno, Tolueno,

Etilbenzeno e Xilenos - BTEX, Fenóis e avaliação de Hidrocarbonetos Totais de

Petróleo – HTP através de perfil cromatográfico;

d) toxicidade crônica da água produzida determinada através de método ecotoxicológico

padronizado com organismos marinhos;

e) parâmetros complementares: Carbono Orgânico Total - COT, pH, Salinidade, Temperatura

e Nitrogênio Amoniacal Total.

3.6 TÉCNICAS ANALÍTICAS

3.6.1 Extração líquido-líquido (ELL)

Na extração líquido-líquido ocorre a partição da amostra entre duas fases imiscíveis

(orgânica e aquosa). A eficiência da extração depende da afinidade do soluto pelo solvente de

extração, da razão das fases e do número de extrações.

Vantagens da extração líquido-líquido:

A vantagem de ser simples;

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Poder utilizar um número grande de solventes, puros, disponíveis

comercialmente, os quais fornecem uma ampla faixa de solubilidade e

seletividade.

Desvantagens da extração líquido-líquido:

Amostras com alta afinidade pela água são parcialmente extraídas pelo solvente

orgânico, resultando em perda do analito;

As impurezas do solvente são concentradas junto com a amostra, implicando no

uso de solvente ultra puro;

Pode ocorrer à formação de emulsões, o que resulta em grande consumo de

tempo;

Volumes relativamente grandes de amostras e de solventes são requeridos,

gerando problemas de descartes;

Alguns solventes orgânicos são tóxicos; pode ocorrer adsorção do analito na

vidraria;

Decomposição de compostos instáveis termicamente, na etapa de pré-

concentração;

O processo é suscetível a erros e, relativamente, de difícil automação.

Apesar destas desvantagens, a ELL é considerada uma técnica clássica de preparação

de amostra e tem sido ainda muito utilizada em análises de diversos tipos de substâncias

(SKOOG, 2002, p. 780).

3.6.2 Espectroscopia de Fluorescência Molecular

A fluorescência é um fenômeno luminescente onde as espécies atômicas ou

moleculares são excitadas por radiações eletromagnéticas na região do UV ou do visível e,

quando retornam ao estado fundamental, fornecem um espectro de radiações que são emitidas

em comprimentos de onda superiores ao fixado para a excitação, como mostra a Figura 3.4. A

medida da intensidade de fluorescência permite a determinação quantitativa de uma variedade

de compostos orgânicos e inorgânicos em níveis traço, com limites de detecção cerca de três

ordens de magnitude menores que aqueles encontrados em fenômenos de absorção.

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Compostos orgânicos contendo grupos funcionais aromáticos fornecem valores

superiores de intensidade de fluorescência em comparação aos demais tipos de estruturas

químicas. Isto ocorre devido à maior probabilidade de ocorrência de transições do tipo π-π* de

baixa energia. Para a maioria dos compostos fluorescentes, a radiação emitida pode ser

produzida tanto por transições n-π* quanto por π-π

*, dependendo de qual será menos

energética. Compostos contendo estruturas alifáticas e alicíclicas ou estruturas altamente

conjugadas também exibem fluorescência, porém com intensidades inferiores em comparação

aos sistemas aromáticos. Além disso, a intensidade de fluorescência mostra-se superior em

sistemas aromáticos que apresentam um maior grau de condensação, ou seja, quanto maior o

número de anéis aromáticos, maior será a eficiência do processo de fluorescência (SKOOG,

2002, p. 324).

Figura 3.3 - Diagrama parcial de energia para um sistema fotoluminescente (SKOOG, 2002)

3.6.2.1 Espectroscopia de Fluorescência para HPAs

Segundo Østgaard e Jensen (1983, apud Bugden, et al. 2008, p. 677) a espectroscopia

de fluorescência tem sido apresentada por ser modo rápido e sensível na obtenção de

informações sobre a presença e concentração relativa de muitos compostos orgânicos na água

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do mar. E tem sido também utilizada para avaliar concentrações de petróleo cru em águas

naturais.

Muitos compostos orgânicos fluorescerem em comprimentos de onda de excitação e

emissão específica, sendo a base para identificar muito dos componentes da matéria orgânica

dissolvida e petróleo bruto na água do mar. Além do mais, os hidrocarbonetos policíclicos

aromáticos (HPAs) quando sujeitos à excitação em 245-280nm fluorescem em comprimentos

de onda entre 310 a > 400nm, dependendo do número de anéis aromáticos na estrutura

(BUGDEN et al., 2008, p.678).

As propriedades fluorescentes de moléculas de HPAs se devem à estrutura aromática

rígida, com elétrons π deslocados, que são distribuídos por toda molécula.

Quando uma molécula de HPA absorve um fóton com determinada energia, um de

seus elétrons π é elevado ao maior nível de energia, e a molécula é dita estar em seu estado

excitado singleto, quando este elétron retorna ao estado fundamental, um fóton com a mesma

energia é emitido e este processo é conhecido como fluorescência (ARIESE et al., 2005, p.

41).

3.6.3 Cromatografia Gasosa

Segundo Collins et al, (1995, p.279), dentre os métodos de separação e análise de

misturas mais utilizados na determinação de hidrocarbonetos policíclicos aromáticos estão a

cromatografia gasosa (CG) e a cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE), ambas

associadas a vários tipos de detectores que auxiliam na identificação destes compostos, mas

os seus constituintes deverão ser voláteis, com pontos de ebulição de até 300oC e que sejam

termicamente estáveis.

Existem dois tipos de cromatografia gasosa: cromatografia Gás-Sólido (CGS) e

cromatografia Gás-Líquido (CGL). A cromatografia Gás-Sólido se baseia na fase sólida

estacionária, na qual a retenção dos analitos ocorre por adsorção. Enquanto que a

cromatografia Gás-Líquido é útil para separar íons ou moléculas dissolvidas em um solvente.

Na cromatografia gasosa, a separação se baseia na distribuição dos compostos em duas fases:

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a fase estacionária, que pode ser sólida ou líquida, e uma fase móvel gasosa, aplicando-se

tanto para análises de gases como para compostos voláteis (BROWN et. al., 2005, p.920).

Na cromatografia, a amostra é introduzida por um sistema de injeção em uma coluna

contendo a fase estacionária. O uso de temperaturas adequadas no local de injeção da amostra

e na coluna possibilita a vaporização das espécies químicas que, de acordo com suas

propriedades e as da fase estacionária, são retidas diferentemente, e chegam à saída da coluna

em tempos distintos.

A identificação dos hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs) por cromatografia

pode ser confirmada também através da análise das características físico-químicas do

composto, onde as reações químicas específicas são capazes de modificar as características

cromatográficas do composto identificado. O tempo de retenção do composto e do padrão

deve mudar de maneira idêntica e os picos originais devem sumir ou reduzir substancialmente

(SCOTT, 1991, p.156).

Existem vários detectores que podem ser utilizados na cromatografia gasosa, o uso do

detector adequado possibilita a melhor detecção e quantificação dos compostos de interesse.

Entre os detectores utilizados na identificação dos HPAs estão o detector de espectrometria de

massas e o de ionização em chama.

O detector de espectrometria de massas é aplicável a qualquer espécie de amostra e é

de grande aplicação na análise de hidrocarbonetos aromáticos O espectrômetro de massa

ioniza as moléculas e separa os íons de acordo com a razão m/z (massa/carga) e fornece um

histograma das abundâncias relativas de íon individuais com diferentes razões massa/carga

geradas por um composto em condições especificadas. Através deste processo um padrão de

fragmentação característico e informações sobre características estruturais do composto são

obtidos. (SKOOG et al., 2006, p. 343).

O detector de ionização de chama é o mais aplicável a amostras de hidrocarbonetos. A

maioria dos compostos orgânicos produz íons e elétrons quando pirolizados à temperatura de

uma chama ar/hidrogênio. O efluente passa da coluna do cromatógrafo gasoso através da

chama, onde as moléculas orgânicas se dividem e produzindo íons. Os íons são recolhidos em

um eletrodo negativo e produzem um sinal elétrico.

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3.7 MÉTODOS ESTATÍSTICOS

3.7.1 Quimiometria

A quimiometria é uma área especificamente destinada à análise de dados químicos de

natureza multivariada que emprega métodos matemáticos e estatísticos para planejar ou

selecionar experimentos de forma otimizada e para fornecer o máximo de informações

químicas com a análise dos dados obtidos (FERREIRA et al., 1999, p.725).

Muitas vezes em um sistema, diversos fatores ou variáveis podem influenciar a

resposta desejada. Ao se fazer uma investigação de forma planejada, isto é, analisar de forma

cuidadosa quais variáveis são possíveis de serem estudadas e que provavelmente interferem

no experimento, consegue-se garantir a realização de um numero mínimo de experimentos,

permitindo uma melhor interpretação do sistema em estudo com economia de reagentes,

tempo e uso de equipamento.

Tendo-se em vista o grande número de variáveis que podem influenciar diretamente no

processo de solubilização dos HPAs da fase oleosa para a fase aquosa, foram selecionados

aquelas variáveis que julgou-se serem mais importantes e fez-se um estudo através de um

planejamento fatorial, considerando-se as seguintes situações:

1) Tempo de permanência do óleo na fase aquosa foi estudado com o intuito de

compreender como o processo de solubilização é influenciado por este fator.

2) O efeito da quantidade de óleo em um volume fixo do meio aquoso foi estudado

com o intuito de diferenciar o comportamento de pequenos e grandes derramamentos de óleo.

3) O efeito do pH como parâmetro importante no controle dos processos físico-

químicos de tratamento de efluentes industriais.

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3.7.2 Planejamento fatorial

Os parâmetros citados acima foram estudados através de um planejamento fatorial 23,

ou seja, os três fatores em dois níveis. A grande vantagem do planejamento fatorial é a

possibilidade de estudar todos os parâmetros ao mesmo tempo. Além do mais, também é

possível obter informação a respeito das possíveis interações entre todos os fatores. As

possibilidades de emprego desta técnica estatística são vastas, permitindo otimizar o

rendimento de reações; melhorar a qualidade ou a confiabilidade de métodos analíticos

visando tanto a redução do efeito de interferentes quanto a confiabilidade do uso de alguns

reagentes; ou, simplesmente, compreender como determinados fatores influenciam em

determinados processos químicos ou físico-químicos.

A realização de um planejamento fatorial deve começar pela especificação dos níveis

(quantitativos ou qualitativos) em que cada fator (variável) será estudado. A execução do

planejamento consiste em realizar os experimentos em todas as combinações possíveis dos

fatores envolvidos no sistema, em cada nível escolhido. Uma matriz é montada a partir dessas

combinações. Como resultado (resposta) dos experimentos deve ser escolhido o parâmetro

que, em princípio, deva ser dependente dos fatores selecionados. A partir do conjunto de

resultados encontrados para a série de combinações possíveis, pode-se calcular a dimensão

dos efeitos principais, que são os efeitos particulares para cada fator, e os efeitos de interação

que é a dimensão de quanto um fator pode interferir diretamente na resposta (desempenho) do

outro, (BARROS NETO et al., 2003, p.83).

3.7.3 Erro experimental para os efeitos

Uma estimativa de incerteza associada aos resultados, para não correr o risco de fazer

inferências incorretas é necessário levar em conta os erros experimentais. Isso é importante

não só na análise do resultado final, mas também no próprio planejamento do experimento

(BARROS NETO et al, 2003, p. 91).

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Os erros sistemáticos podem ser evitados tomando-se a devida atenção na realização

do experimento. Por mais que se tente controlar o processo, algumas fontes de erro sempre

terminam aparecendo. O interessante é que os erros atuam, na maioria das vezes, de forma

aleatória. É importante enfatizar que os erros devem ser levados em conta.

Para a estimativa do erro os ensaios devem ser realizados em duplicata, e a partir disto,

a significância estatística dos efeitos serão avaliadas. Para tanto, a repetição deve ser autêntica

em todas as etapas do processo em estudo, pois o desleixo pode fazer com que os erros

experimentais importantes sejam subestimados. Este desleixo pode fazer com que o erro

aparente seja menor do que o real. Para impedir que os erros atípicos sejam obrigatoriamente

associados a determinadas combinações de níveis, os ensaios foram realizados de forma

aleatória. Onde a partir das repetições em uma dada combinação de níveis pode-se obter uma

estimativa do erro experimental nessa combinação.

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Materiais e Métodos

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4 MATERIAIS E MÉTODOS

Para o estudo da solubilidade dos hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs) no

meio aquoso foi utilizado óleo diesel comercial adquirido em um posto BR na cidade de

Natal, RN. Utilizou-se um planejamento fatorial 23, onde se fez uma avaliação da influência

dos seguintes parâmetros físico-químicos: tempo de agitação, volume de óleo e pH. Para

simular um derramamento e verificar o processo de solubilização do óleo em meio aquoso,

onde esse meio aquoso foi uma solução salina de 55000 ppm de concentração (QUEIRÓS et.

al., 2005, p.2), essa concentração foi utilizada com o intuito de se aproximar da concentração

das águas produzidas encontradas no solo do RN.

4.1 REAGENTES E SOLUÇÕES

Solução salina de [NaCl/CaCl2] 55000 ppm;

Óleo diesel comercial;

Padrão mix 16 HPAs 2 mg/mL AccuStandard;

Hexano Tedia HPLC/Spectro;

Solução alcoólica de NaOH 5%;

Solução de HCl 0,01M;

Ácido acético P.A.;

Hidróxido de amônia P.A.;

Água destilada.

4.2 VIDRARIAS E EQUIPAMENTOS

Proveta de 100 mL;

Béquer de 100 e 500 mL

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Micropipetas 100 – 1000 µL;

Agitador magnético;

Pipeta volumétrica de 25 mL;

Funil de separação 60 mL;

Frascos de vidro âmbar de 100 e 30 mL;

Pêra;

Banho termostatizado Lauda;

Capela;

Pisseta;

Erlenmeyer de 250 mL;

Papel filme;

Papel alumínio;

PHmetro handylab;

Espectrofluorímetro Shimadzu RF-5301PC

Cromatógrafo gasoso/espectrômetro de massa Focus GC/ Polaris Q da thermo electron

4.3 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

4.3.1 Limpeza das Vidrarias

As vidrarias utilizadas durante o desenvolvimento do projeto foram previamente

lavadas com a finalidade de remover todos os compostos orgânicos indesejáveis. Toda

vidraria foi lavada com detergente neutro e enxaguada abundantemente. Em seguida foram

então imersos em solução alcoólica de NaOH 5%, por algumas horas, sendo em seguida

lavadas em solução de HCl 0,01 M e, novamente, enxaguada em água destilada. Todas as

vidrarias foram secas a temperatura ambiente, armazenadas em sacos plásticos e guardadas

em local limpo até a utilização. No momento do uso todas as vidrarias foram rinsadas com n-

hexano de grau HPLC.

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4.3.2 Preparo das Soluções

4.3.2.1 Preparo da solução de HCl 0,01M

A solução de HCl 0,01 mol/L foi preparada utilizando 0,8 mL de HCl concentrado em

um balão volumétrico de 1000 mL.

4.3.2.2 Preparo da solução alcoólica de NaOH 5%

A solução alcoólica de NaOH 5% foi preparada da seguinte forma. Inicialmente

dissolveu-se 50g de NaOH em aproximadamente 30 mL água destilada. Em seguida

transferiu-se para um balão volumétrico de 1000 mL que foi, finalmente, aferido com etanol

P.A.

4.3.2.3 Preparo das soluções salinas de NaCl/CaCl2 (10:1) de 55000 ppm em pH 4 e 10

A solução salina de 55000 ppm foi preparada utilizando-se 50,0g de NaCl e 5,0g de

CaCl2 dissolvidos em aproximadamente 950 mL de água destilada. Em seguida adicionou-se

ácido acético ou NH4OH para ajuste do pH e transferiu-se para um balão volumétrico de 1000

mL que foi aferido em seguida com água destilada.

4.4 PLANEJAMENTO FATORIAL

O estudo foi realizado através de um planejamento fatorial 23 em dois níveis. A

Tabela 4.1 mostra os três fatores usados e seus valores correspondentes em cada nível.

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Tabela 4.1- Fatores usados na análise com os respectivos valores dos níveis superior (+) e inferior (-).

FATORES NÍVEIS

- +

X1 Tempo (min) 20 60

X2 Volume de óleo (µL) 100 500

X3 pH 4 10

A Tabela 4.2 mostra a matriz de planejamento, cuja combinação dos três fatores em

dois níveis produziu oito ensaios. Cada ensaio representa uma combinação possível de todos

os fatores para os dois níveis, de modo que, por exemplo, no ensaio de número 3, os valores (-

1 +1 -1) indicam que o experimento foi realizado em um tempo de 20 minutos, usando-se 500

µL de óleo e uma solução salina de pH ≈ 4. Com o intuito de determinar a dimensão do erro

experimental, todos os ensaios foram realizados em duplicatas, perfazendo um total de 16

ensaios para analise da fluorescência e para análise do CG-MS foram realizados 8 ensaios

sem repetição, utilizando os mesmos fatores.

Tabela 4.2 - Matriz de Planejamento para um fatorial de 23

Ensaio Tempo Volume pH

1 -1 -1 -1

2 1 -1 -1

3 -1 1 -1

4 1 1 -1

5 -1 -1 1

6 1 -1 1

7 -1 1 1

8 1 1 1

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40

4.5 PREPARAÇÃO DA ÁGUA PRODUZIDA SINTÉTICA PARA ESTUDO DA

SOLUBILIDADE DOS HPAs EM MEIO AQUOSO

O estudo da solubilidade dos hidrocarbonetos policíclicos aromáticos no meio

aquoso foi feito de forma aleatória, utilizando um planejamento fatorial aplicado ao sistema

montado conforme a Figura 4.1.

Figura 4.1 Sistema usado na preparação da água

produzida sintética.

Em princípio adicionou-se 100 mL da solução salina de NaCl/CaCl2 com concentração

de 55000 ppm e pH≈4 ou 10 requerido pelo ensaio, utilizando-se erlenmeyer de 250 mL que

posteriormente foi colocado no banho termostato a temperatura constante de 27°C. De acordo

com o número do ensaio indicado na matriz de planejamento, um volume de óleo de 100 µL

ou 500 µL foi adicionado correspondente ao ensaio. O sistema permaneceu sob agitação

durante o tempo de 20 ou 60 minutos.

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4.6 EXTRAÇÃO LÍQUIDO-LÍQUIDO

Depois de decorrido o tempo de agitação, conforme planejamento fatorial deixou-se

em repouso e em seguida fez-se a coleta de uma alíquota de 20 mL da água produzida

sintética que foi transferida para um funil de separação de 60 mL. Posteriormente, adicionou-

se 10 mL de Hexano grau HPLC ao funil de separação com o objetivo de extrair o HPA

previamente dissolvido na fase aquosa. A mistura composta pelas duas fases foi

homogeneizada por 5 min, seguido de um repouso de 10 min para separação das fases.

Passados 30 min o sistema foi mantido em repouso para a fase aquosa separar-se da fase

orgânica. Finalmente a fase orgânica foi extraída. Após a extração, foi adicionado sulfato de

sódio anidro (utilizou-se uma temperatura de 400°C para a descontaminação do produto), para

remover resíduos de água, sendo mantidas em contato com o extrato por 30 min. Os extratos

foram transferidos para frascos âmbar e mantidos sob refrigeração até o momento da análise.

4.7 ANÁLISE DA SOLUÇÃO OLEOSA PARA DETERMINAÇÃO DOS HPAs

4.7.1 Análise por espectroscopia de fluorescência molecular

Todas as análises foram realizadas de forma semi-quantitativa em um

espectrofluorímetro SHIMADZU, modelo RF-5301PC de acordo com a Figura 4.2. Os

espectros de emissão foram obtidos em cubetas de quartzo (com 4 faces transparentes) de 1

cm de largura. O comprimento de onda de excitação foi 282 nm e a região de comprimento de

emissão varrida foi entre 300 a 450 nm. A resolução usada na medida foi de 5 nm.

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Figura 4.2 Espectrofluorímetro SHIMADZU, modelo RF-5301PC

4.7.2 Análise por cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massa (CG-MS)

A identificação e quantificação dos HPAs foram realizadas em um cromatógrafo de

fase gasosa – acoplada com espectrômetro de massas (Focus GC/ Polaris Q) da Thermo

Electron, com coluna DB5 (5% Difenil – 95% dimetilpolisiloxano) com 30 metros de

comprimento, 0,25 mm D.I., 0,25 μm DF e injetor automático de amostra (modelo AS 3000).

A rampa de aquecimento utilizada foi de 60ºC durante 1 minuto, aumentando a

temperatura na razão 35°C/min até 130°C, continuando o aquecimento na razão 20°C/min até

285°C, sendo mantida por 17 minutos. Para o detector foi utilizada uma temperatura de fonte

de 250°C e a de linha de transferência de 275°C, empregando um impacto eletrônico de 70

eV. As amostras foram injetadas no modo splitless, com fluxo de gás hélio de 1,2 mL/min. O

volume de amostra injetado foi de 2 μL e a temperatura do injetor fixada em 260°C tendo

como gás carreador hélio (1,2 mL/min). O tempo total de análise foi de aproximadamente

27,75 minutos. A faixa de massa detectada foi entre 50 e 280 com intervalo de varredura de

25 ms.

A identificação dos hidrocarbonetos policíclicos aromáticos foi realizada através de

injeção de padrões e comparação dos tempos de retenção dos compostos padrões associados

com a biblioteca de dados do equipamento. A quantificação foi feita pela técnica de

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Materiais e Métodos

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padronização externa, por meio de uma curva analítica de 5 pontos de concentração na faixa

entre 10 µg/L e 250 µg/L, preparadas a partir da diluição de uma mistura contendo os 16

HPAs da AccuStandard (2 mg/mL), utilizando o software Xcalibur. Os hidrocarbonetos

policíclicos aromáticos (HPAs) investigados foram as 16 espécies classificadas como

poluentes prioritários segundo a USEPA (Environmental Protection Agence of United States):

Naftaleno, Acenaftileno, Acenafteno, fluoreno, Fenantreno, Antraceno, Fluorantreno, Pireno,

Benzo(a)antraceno, Criseno, Benzo(b)fluorantreno, Benzo(k) fluorantreno, Benzo(a)pireno,

Indeno(1,2,3-cd)pireno, Dibenzo(a,h)antraceno, Benzo(g,h,i)perileno. Os resultados dos

HPAs foram expressos em ppm.

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Resultados e Discussão

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44

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Este capítulo apresenta os resultados obtidos a partir de um planejamento fatorial, bem

como os tratamentos empregados nos mesmos. O planejamento fatorial 23 completo, com

repetição, foi feito segundo descrito no item 4.4. O estudo foi realizado com o intuito de se

avaliar a influência de alguns fatores como tempo de agitação, volume de óleo e pH sobre a

solubilização de HPAs, oriundos do óleo diesel, em meio aquoso, uma vez que, paralelamente

a este, outros trabalhos vêm sendo desenvolvidos no sentido de remover estes poluentes

presentes em água de produção de petróleo. Inicialmente o estudo foi acompanhado através da

espectroscopia de fluorescência molecular na região do ultravioleta e visível. Pelo fato dos

HPAs serem compostos que apresentam ligações conjugadas, alguns autores têm

mencionado que, através desta técnica, pode-se avaliar a concentração total destas substâncias

através da área do espectro de fluorescência (BENTO, 2005, p.62).

Em um estudo complementar, metade das amostras foram analisadas (planejamento

fatorial 23 completo sem repetição) através da cromatografia gasosa no intuito de avaliar

separadamente a influência dos parâmetros na solubilidade dos 16 HPAs prioritários. Este

estudo também serviu para se fazer uma avaliação dos dois métodos analíticos,

principalmente para avaliar a influência das várias etapas envolvidas na preparação das

amostras.

5.1 PLANEJAMENTO FATORIAL COMPLETO 23

O planejamento fatorial 23

foi realizado seguindo o procedimento descrito

detalhadamente no item 4.4. Inicialmente usou-se como fatores a tempo de agitação, volume

de óleo e pH sobre a solubilização de HPAs, oriundos do óleo diesel, em meio aquoso. Os três

fatores estudados com seus respectivos níveis estão apresentados na Tabela 4.1.

Esses fatores foram escolhidos em relação às propriedades físicas e químicas dos

HPAs com relação a sua solubilidade. Normalmente a solubilidade está inversamente,

portanto diminuindo com o aumento do número de anéis aromáticos (MACKEY, et al., 1992

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Resultados e Discussão

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45

apud MENICONI, 2007, p. 12), como se pode verificar na Tabela 3.1. A solubilidade desses

compostos não depende apenas da sua natureza, mas também de fatores característicos do

meio em que os mesmos se encontram como temperatura, pressão, salinidade, potencial

redox, pH, força iônica, concentração de material em suspensão e da matéria orgânica

dissolvida (MENICONI, 2007, p.12).

5.1.2 Matriz de planejamento fatorial 23 completo

A Tabela 5.1 mostra a matriz do planejamento fatorial completo, onde são

apresentados 8 ensaios em que cada um deles é resultado da combinação dos três fatores e os

dois níveis. Os símbolos x1, x2 e x3 representam as variáveis (fatores) estudadas: tempo,

volume de óleo e pH, respectivamente. Os sinais – e + indicam o nível em que cada fator se

encontra no respectivo ensaio.

Tabela 5.1 - Matriz de coeficiente de contraste para um planejamento fatorial 23 completo.

5.1.3 A Resposta

Como mencionado anteriormente, nesta primeira etapa os HPAs foram estudados por

fluorescência molecular, de forma relativa e semi-quantitativa. Como a técnica não é seletiva

Ensaios x1 x2 x3

1 - - -

2 + - -

3 - + -

4 + + -

5 - - +

6 + - +

7 - + +

8 + + +

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Resultados e Discussão

Patrícia Maria Freire da Silva, Fevereiro/2010.

46

e todos os HPAs fluorescem, a área do espectro de fluorescência foi tomada como uma

medida dos HPAs totais na amostra. O resultado da análise foi tomado como a diferença da

integral da área sob a curva, no intervalo de 300 a 450 nm, dos espectros de emissão de cada

amostra com os espectros de emissão do solvente (hexano), que foi utilizado como referência.

O tratamento foi feito através do software Microcal Origin. A Figura 5.1 mostra os espectros

da amostra e do solvente usado.

300 320 340 360 380 400 420 440 460

0

50

100

150

200

Inte

nsi

da

de

Comprimento de onda (nm)

Amostra

Solvente

Figura 5.1 Espectros de emissão de uma amostra (linha preta) e do

solvente usado, hexano (linha vermelha).

A Tabela 5.2 mostra as respectivas respostas R1 e R2 realizadas em duplicatas para

cada ensaio. Cada resposta foi obtida partir da diferença da integral da área do espectro de

emissão das amostras com o espectro de emissão do solvente usado como referência, no

intervalo de 300 a 450 nm, como indicado na Figura 5.1. Os ensaios foram realizados de

acordo com as condições, valores de x1, x2 e x3, descritas na matriz de planejamento mostrada

na Tabela 5.1. A média foi obtida a partir dos valores de R1 e R2.

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Tabela 5.2 - Respostas obtidas das amostras analisadas por fluorescência para o planejamento 23

Ensaios R1 R2 Média

1 10468,95 8215,19 9342,07

2 18264,77 17965,10 18114,94

3 8058,98 9721,93 8890,46

4 23995,80 12657,85 18326,83

5 7679,32 10387,64 9033,48

6 9599,14 16750,94 13175,04

7 7123,77 10709,77 8916,77

8 9676,99 11802,06 10739,53

Os gráficos da Figura 5.2, representam uma mistura de HPAs depois da extração com

hexano onde se encontram as melhores e piores respostas para um tempo de agitação variado

da solução oleosa (Tabela 5.2), onde se pode observar uma grande variação na intensidade da

fluorescência indicando diferentes graus de solubilidade com a variação dos fatores.

Figura 5.2 Espectros de emissão dos dois níveis de tempo de agitação da solução oleosa. (a) 20min , (b) 60 min.

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5.1.4 Cálculo dos Efeitos

Os efeitos foram calculados a partir da diferença de duas médias onde cada uma possui

metade das respostas dos experimentos. Com três fatores, cada média envolve 4 respostas,

uma vez que ao todo são realizados 8 experimentos. A Tabela 5.3 representa os coeficientes de

contrastes. Os sinais para os níveis dos efeitos de interação são calculados a partir do produto

dos sinais dos efeitos principais. Por exemplo, o sinal (-) obtido pela interação x12 no ensaio 6

é obtido pela multiplicação dos níveis (+) e (-) dos fatores x1 e x2. Os três efeitos principais

são a diferença entre a média do somatório de todas as respostas do nível superior do

respectivo fator e a mesma média correspondente ao nível inferior. Esses efeitos foram

calculados multiplicando-se os dados das médias das respostas, para cada ensaio, pelo sinal do

coeficiente de contraste de cada variável do ensaio correspondente (Tabela 5.3) e, em seguida,

fazendo-se a soma algébrica. Para se calcular o efeito principal tempo (x1), por exemplo,

procede-se da seguinte maneira:

Numa primeira etapa faz-se a multiplicação das respostas pelo sinal do correspondente

ao nível.

T=(1/4)*(-9342,07+18114,94-8890,46+18326,83-9033,48+13175,04-8916,77+10739,53)=

24134,78

Tabela 5.3 - Matriz de coeficiente de contraste para um planejamento fatorial 23

Ensaios x1 x2 x3 x12 x13 x23 x123

1 - - - + + + -

2 + - - - - + +

3 - + - - + - +

4 + + - + - - -

5 - - + + - - +

6 + - + - + - -

7 - + + - - + -

8 + + + + + + +

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(5.1)

Observe que a ordem da multiplicação do sinal pela resposta segue a mesma seqüência

de sinais dos ensaios de 1 a 8 para o fator x1, na Tabela 5.3, o tempo. Também podemos

observar que são quatro sinais positivos e quatro negativos, portanto poderemos ter duas

médias, uma obtida através do somatório das quatro respostas negativas e outra através das

quatro respostas positivas.

Observe que a obtenção dos efeitos é feita a partir de uma combinação linear de

acordo com a Equação 5.1 (BARROS NETO, 2003, p. 88).

Onde yi é a resposta média do ensaio i. O coeficiente ai pode assumir os valores (+) e

(-), os efeitos de interação são encontrados a partir do sinal resultante do produto dos sinais de

cada fator no ensaio correspondente. Assim, para encontrar ai na interação entre os fatores

tempo (x1), volume de óleo (x2) e pH (x3) no ensaio de número 2 basta fazer (x1)*(x2)*(x3) =

(+)*(-)*(-) = + , ou a interação entre x1 e x2 no ensaio 3, (x1)*(x2) = (-)*(+) = -, como mostra a

Tabela 5.3. Para um planejamento fatorial 23, além dos 3 efeitos principais, são determinados

4 efeitos de interação, sendo três interações de dois fatores (ou de segunda ordem) e uma

interação de três fatores (ou de terceira ordem) (BARROS NETO, 2003, p.105). A Tabela 5.4

mostra os valores encontrados para todos os efeitos calculados.

O resultado do efeito é o módulo do valor encontrado. O sinal negativo significa que a

resposta cresce à medida que o fator varia do nível superior para o inferior, ou seja, dois

efeitos do mesmo módulo apresentam o mesmo grau de importância.

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(5.2)

Tabela 5.4 - Valores dos efeitos principais e de interação dos 3 fatores.

Média Global 12067,39 ± 910,75

Efeitos principais:

Tempo (x1) 6043,39 ±1821,49

Volume (x2) -697,99 ± 1821,49

pH (x3) -3202,47 ± 1821,49

Interações de segunda ordem

x12 -413,82 ± 1821,49

x13 -3061,23 ± 1821,49

x23 -578,12 ± 1821,49

Interação de terceira ordem

x123 -745,58 ± 1821,49

5.1.5 Determinação do erro experimental

Como as observações individuais foram realizadas em duplicata, a estimativa

combinada da variância (S2) de uma observação individual é dada pela Equação 5.2

(BARROS NETO, 2003, p. 108).

Onde di é a diferença entre as duas observações correspondentes ao i-ésimo ensaio

(R1–R2) na Tabela 5.2, e N é o número total de ensaios. Substituindo-se os valores dos desvios

na equação acima e fazendo N=8, teremos:

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(5.3)

S2= [(2253,76)

2+ (299,6645)

2+ (-1662,95)

2+ (11337,95)

2+ (-2708,32)

2+ (-7151,8)

2+

(-3585,99)2+ (-2125,074)

2] / 16 = 13271394,3

Uma estimativa da variância de um efeito pode ser determinada a partir da Equação

5.3 (BARROS NETO, 2003, p. 108).

δ2

y = ∑ ai2 δi

2

Onde é a variância da média das duas observações que é igual a (13271394,3/ 2), uma vez

que o experimento foi feito em duplicata. O coeficiente ai para um planejamento fatorial 23 é

±1/4, de forma que ai2

= 1/16, para i = 1, 2, 3,..., 8. Portanto, para calcular a estimativa da

variância de um efeito, basta fazer.

(1/16 + ....+1/16) x (13271394,3/ 2)

(8/16) x (13271394,3/ 2) = 3317848,56

O erro padrão é a raiz quadrada do resultado da variância e tem como valor 1821,496.

Para determinação dos efeitos importantes multiplicou-se o valor do t de Student pelo erro

padrão para 95% de confiança e 8 graus de liberdade é (2,306), de forma que cada ensaio

apresenta um grau de liberdade por ter sido realizado em duplicata.

Um tratamento rigoroso considera como sendo significativos, através da análise da

Tabela 5.4, o efeito principal (x1), o qual apresenta valor superior a 4200,37 (produto do t de

Student pelo erro padrão). Os demais efeitos principais e as interações de segunda e terceira

ordem não seriam significativos. No entanto, como podemos observar na Tabela 5.2, algumas

repetições produziram erros muito elevados da ordem de 100%. Esses erros foram atribuídos

ao número elevado de etapas na seqüência do experimento. Através de uma análise mais

aprofundada dos dados da Tabela 5.3 podemos observar que o efeito principal do fator 2 (o

volume de óleo) indica que este fator é inerte. Este resultado se confirma através dos efeitos

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de interação deste fator com os demais (12, 23 e 123) que apresentaram valores,

aparentemente, sem importância. Este resultado indica que, para a quantidade de água usada

no experimento, provavelmente a quantidade menor de óleo já possui HPAs suficiente para

provocar a saturação, devido à baixa solubilidade dos mesmos.

O tempo mostrou-se como o fator mais importante entre os estudados. Esse resultado

pode ser causado tanto pela baixa solubilidade dos HPAs como pelo fato destes se

encontrarem dentro de uma matriz insolúvel, na qual a difusão para o meio aquoso vai

depender de fatores como coeficiente de partição, temperatura, viscosidade e outros.

A rigor, o efeito principal do pH, fator 3, também poderia ser desprezado, porém os

dados indicam que o mesmo apresenta um certo grau de importância. Seu efeito negativo já

havia sido observado por (BENTO, 2005, p.61) quando observou que a solubilidade do HPAs

em meio aquoso aumenta com a diminuição do pH. A interação entre tempo e pH também se

mostrou importante. Os resultados indicam que o efeito do tempo sobre a solubilidade dos

HPAs é potencializado em pH mais ácido.

5.1.6 Visão geométrica dos resultados

Figura 5.3 - Interpretação geométrica dos efeitos em um planejamento 23

Um planejamento fatorial também pode ser representado por uma forma geométrica.

No caso de um planejamento completo 23 a forma básica é um cubo. Neste caso os oito

ensaios podem ser representados adequadamente nos vértices do cubo como mostra a Figura

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5.3. Para uma melhor visualização exemplifica-se para o Tempo de agitação que os vértices 1,

3, 5 e 7 estão relacionados aos níveis inferiores, seguindo o mesmo raciocínio os vértices 2, 4,

6 e 8 para os níveis superiores. Analogamente para os demais fatores.

Se adicionarmos os valores das respostas a cada vértice correspondente pode-se

analisar mais facilmente as interpretações feitas anteriormente a respeito dos efeitos para cada

fator (Figura 5.4). Por exemplo, comparando-se os resultados do nível inferior do fator 1, face

esquerda do cubo, pode-se observar que todos os valores são inferiores ao seu correspondente

na face direita, nível superior de X1. Essa observação indica a grande importância do tempo

para a solubilidade. Ao compararmos os resultados da face inferior com os correspondentes na

face superior observamos que não há muita diferença entre os resultados. Este resultado

mostra mais claramente a pouca influência do volume de óleo. Ao compararmos os resultados

das faces frontais e do fundo do cubo observamos que a variação é mais importante no lado

direito do cubo com os maiores valores nos níveis menores de pH e maiores de volume de

óleo, indicando a interação entre os dois fatores.

Figura 5.4 - Representação geométrica da tabela 5.2, onde X1, X2 e X3 (são tempo de agitação, volume de óleo e

pH) respectivamente.

Como se observou que o fator 2 (volume de óleo) apresentou pouca importância fez-se

um estudo reduzindo-se o planejamento de 23 para 2

2. Onde foi realizado um modelo empírico

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(5.4)

(5.5)

para provar se realmente o efeito principal (x2) e as interações (x12, x23, x123) não

influenciariam realmente.

5.1.7 O modelo estatístico

O modelo usado para descrever as respostas do planejamento fatorial foi formulado

em termos dos efeitos por unidade de variação dos fatores, onde foram usados polinômios

mais simples, ou seja, aqueles que contêm apenas termos lineares. Para o planejamento

fatorial 23, o modelo estatístico especifica que as respostas y(x1, x2, x3) podem ser previstas a

partir de um modelo que envolve 8 termos, representado pela Equação 5.4 (BARROS NETO,

2003, p.113), onde as variáveis são codificadas por x1, x2, x3.

y(x1, x2, x3) = b0 + b1 x1+ b2 x2+ b3 x3 + b12 x1x2+ b13 x1x3 + b23 x2x+

b123 x1x2x3 + (x1, x2, x3)

O coeficiente b0 é o estimador do parâmetro do valor populacional da média de todas

as respostas do planejamento, b1, b2, b3,..e b123 são os estimadores dos valores populacionais

dos três efeitos principais e dos efeitos de interação, por unidade de x1, x2 e x3. De acordo com

a Tabela 5.4, efeito principal (x2) e as interações (x12, x23, x123) não foram consideradas

significativas, de modo que o modelo foi reduzido de 8 para 5 termos, incluindo (x1, x2, x3)

que está associado aos desvios do experimento, como mostra a Equação 5.5.

y(x1, x2, x3) = b0+b1x1+ b3x3+ b13x1x3

A Tabela 5.5 mostra, para fins comparativos, os valores experimentais, os valores

médios preditos e os resíduos.

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Tabela 5.5 - Resultados dos valores experimentais, valores médios preditos e dos resíduos

Ensaios Valor Experimental Valor médio predito Resíduo

1 9342,07 9116,26 225,81

2 18114,94 18220,88 -105,94

3 8890,46 9116,26 -225,80

4 18326,83 18220,88 105,95

5 9033,48 8975,13 58,36

6 13175,04 11957,28 1217,76

7 8916,77 8975,13 -58,35

8 10739,53 11957,28 -1217,75

O modelo empírico nos mostrou que realmente o efeito principal (x2) e as interações

(x12, x23, x123) não influenciou realmente, pois mesmo retirando esses efeitos o valor médio

estimado se aproximou do valor experimental indicando que o efeito 2 e suas interações não

apresentaram nenhuma significância podendo ser reduzido o planejamento 23 para um

planejamento 22.

Como o fator volume de óleo não mostrou importância nem como efeito principal nem

como efeito de interação com outros fatores, isso significa que esses resultados poderiam ser

interpretados apenas com os fatores tempo e pH, sem perdas significativas de informações.

A Tabela 5.6 mostra os fatores 1 e 3 (tempo e pH) e os valores dos níveis

correspondentes para o fatorial 22 sem o fator volume de óleo.

Tabela 5.6 - Fatores usados na análise com os respectivos valores dos níveis superiores (+) e inferiores (-)

FATORES NÍVEIS

- +

x1 = Tempo (min) 20 60

x3 = pH 4 10

O planejamento foi reduzido considerando os coeficientes de contraste do

planejamento 23 e suas respectivas respostas, de modo que permitiu o tratamento dos dados

como um planejamento fatorial 22 em quadruplicada, de acordo com a Tabela 5.7.

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(5.6)

Tabela 5.7- Respostas obtidas das amostras para o planejamento 22

Os efeitos foram calculados a partir da Equação 5.6 (BARROS NETO, 2003).

Onde yi, é a resposta média do ensaio i. O coeficiente ai pode assumir os valores +1 ou

-1 e é encontrado a partir do sinal resultante do produto dos sinais de cada fator. Assim para

encontrar ai na interação entre tempo (1) e pH (2) no ensaio de número 4, basta fazer (1)*(2) =

(+1)*(+1) = +1. A Tabela 5.8 mostra a média global e os efeitos para o planejamento

reduzido.

Tabela 5.8 - Efeitos individuais e de interação para o planejamento fatorial 22

Média Global 12067,39± 910,75

Efeitos principais:

Tempo (x1) 6043,39±1821,49

pH (x2) -3202,37 ± 1821,49

Interações de segunda ordem

x12 -3061,23± 1821,49

Esse resultado confirma que todos os efeitos são importantes como discutido

anteriormente.

O erro experimental foi calculado conforme descrito anteriormente. Os parâmetros

relacionados ao erro estão apresentados na Tabela 5.9. Utilizando-se os dados da tabela 5.9,

Ensaios 1 2 12 R1 R2 R3 R4 Média

1 -1 -1 1 10468,95 8215,19 8058,98 9721,93 9116,26

2 1 -1 -1 18264,77 17965,10 23995,80 12657,85 18220,88

3 -1 1 -1 7679,32 10387,64 7123,77 10709,77 8975,13

4 1 1 1 9599,14 16750,94 9676,99 11802,06 11957,28

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da mesma forma como descrito anteriormente, podemos observar que na Tabela 5.8 todos os

efeitos principais e de interação são importantes.

Tabela 5.9 - Valores dos parâmetros relacionados ao erro

Variância conjunta 774276

Variância do efeito 193569

Erro padrão 439,96

Desvio padrão * t de Student 1014,56

5.2 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA (análise dos 16 HPAs prioritários)

5.2.1 Análises das amostras por (CG-MS)

A análise dos HPAs foi realizada por cromatografia através do planejamento fatorial

23 das amostras extraídas da solução oleosa usada na simulação (Tabela 5.1). A identificação

dos hidrocarbonetos policíclicos aromáticos foi realizada através de injeção de padrões e

comparação dos tempos de retenção dos compostos padrões associados com a biblioteca de

dados do equipamento. A quantificação foi feita pela técnica de padronização externa, por

meio de uma curva analítica de 5 pontos de concentração na faixa entre 10 µg/L e 250 µg/L,

preparadas a partir da diluição de uma mistura padrão contendo os 16 HPAs.

Os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs) investigados foram as 16 espécies

classificadas como poluentes prioritários segundo a USEPA (Environmental Protection

Agence of United States). Na Figura 5.5 é apresentado um cromatograma obtido do óleo

diesel diluído (1:100) utilizado como contaminante no estudo, indicando os HPAs que estão

presentes em uma concentração maior com relação às amostras estudadas. Os picos foram

identificados com números de 1 a 13. Onde apenas 13 dos 16 HPAs presentes no óleo foram

quantificados conforme Figura 5.5, com relação ao tempo de retenção do padrão mix dos 16

HPAs.

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0 5 10 15 20 25 30

0

5000000

10000000

15000000

13 HPAs encontrados no óleo diesel

13

12

11

109

87

65

4

3

2

1

Inte

ns

ida

de

tempo de retenção(min)

Figura 5.5 - Cromatograma do óleo diesel comercial usado como contaminante.

O cromatograma do óleo diesel usado como contaminante mostra que existem

inúmeros picos, indicando que dos hidrocarbonetos totais de petróleo que compõem o óleo

diesel, incluem-se os hidrocarbonetos policiclicoaromáticos (HPAs), como naftaleno,

metilnaftaleno, dimetilnaftaleno, acenaftileno, acenafteno, fluoreno, fenantreno, antraceno,

fluoranteno, pireno, benzo(a)antraceno, criseno, benzo(b)fluoranteno, benzo(k)fluoranteno,

benzo(a)pireno, dibenzo(a,h)antraceno, benzo(g,h,i)perileno, indeno(1,2,3-cd)pireno, e os

monoaromáticos (BTEX), como benzeno, tolueno, etilbenzeno, o-xileno, m-xileno, p-xileno.

Sendo que foram identificados 15 HPAs, mas apenas 13 HPAs foram quantificados, e os

demais compostos que o compõe não foram analisados, pois não eram de interesse no estudo.

5.2.1.1 Curvas Analíticas

A quantificação das amostras foi realizada por padronização externa, por meio de

curvas analíticas compatível com a das amostras, no qual apresentou linearidade, utilizando o

software Xcalibur. As Figuras 5.6 a 5.21 (Apêndice A) apresentam as curvas analíticas dos 16

HPAs classificados como poluentes prioritários segundo a USEPA (Environmental Protection

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Agence of United States). Como pode ser observado nas curvas analíticas apresentadas nas

Figuras 5.6 a 5.21 apresentaram boa linearidade entre 10 e 250 ppb com todos os coeficientes

de correlação acima de 0,99.

Na Tabela 5.10 (Apêndice B) encontram-se os picos, tempos de retenção e as

concentrações dos hidrocarbonetos policíclicos aromáticos prioritários, detectados por CG-

MS no óleo diesel comercial utilizado como contaminante em nosso experimento.

5.2.2 Planejamento fatorial 23

Os parâmetros estudados no planejamento fatorial 23 realizado na análise por

cromatografia foi o mesmo realizado na análise por fluorescência, assim como os mesmos

fatores (tempo de agitação, volume de óleo adicionado e pH) e as mesmas amostras utilizadas

no estudo por fluorescência (Tabela 4.1), sendo que para análise por CG-MS não foram feitas

as repetições. Durante a extração dos HPAs do meio aquoso usou-se sempre metade do

volume de hexano em relação à quantidade de amostras. Portanto considerou-se que a

concentração dos HPAs após a extração equivale ao dobro da concentração dessas substâncias

na amostra aquosa.

As Figuras 5.22 a 5.25 mostram os cromatogramas de alguns ensaios realizados

através do planejamento fatorial, onde se pode observar a intensidade de alguns picos

provenientes de algum HPA de baixo peso molecular presente na amostra em uma

concentração maior. Alguns HPAs de peso molecular maior são identificados na amostra, mas

estão abaixo do limite de detecção do aparelho.

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60

Figura 5.22 - Cromatograma da amostra 1

Figura 5.23 - Cromatograma da amostra 2

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61

Figura 5.24 - Cromatograma da amostra 3

Figura 5.25 - Cromatograma da amostra 4

A Tabela 5.11 mostra as concentrações de cada HPA quantificado nos 8 ensaios, onde

as concentrações de cada HPA quantificado foram realizadas por meio de curvas analíticas

compatível com a das amostras, no qual apresentou linearidade, como mostrada nas Figuras

5.6 a 5.21. Onde todas as concentrações foram calculadas a partir da equação da reta abaixo,

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62

onde tivemos um fator de correlação igual a 0,9982, para o naftaleno, por exemplo, tivemos

seguinte cálculo: y = - 10166 + 2e6x , substituindo a área encontrada no ensaio 1, temos x =

(265121+10166) / 2x106 = 0,1376 ppm.

Os valores de concentração para, praticamente, todos os HPAs estudados estão

totalmente compatíveis com as concentrações encontradas no óleo, descritas na Tabela 5.10.

Tabela 5.11 Concentração dos HPAs em (ppm) nas amostras

Ensaios

HPAs 1 2 3 4 5 6 7 8

Naftaleno 0,0688 0,1111 0,1186 0,1332 0,0996 0,0935 0,1584 0,1778

Acenaftileno 0,0119 0,0141 0,0077 0,0089 0,0085 0,0127 0,0100 0,0181

Acenafteno 0,0140 0,0176 0,0074 0,0082 0,0081 0,0130 0,0314 0,0218

Fluoreno 0,0464 0,0462 0,0174 0,0182 0,0188 0,0314 0,0798 0,0754

Fenantreno 0,0861 0,0882 0,0193 0,0248 0,0233 0,0609 0,1307 0,1255

Antraceno 0,0286 0,0351 0,0088 0,0074 0,0082 0,0227 0,0392 0,0375

Fluoranteno 0,0093 0,0098 0,0066 0,0058 0,0060 0,0109 0,0064 0,0091

Pireno 0,0104 0,0145 0,0050 0,0095 0,0063 0,0163 0,0165 0,0192

Benzo(a)antraceno 0,0064 0,0115 0,0057 0,0253 0,0074 0,0231 0,0116 0,0203

Criseno 0,0054 0,0077 0,0050 0,0149 0,0060 0,0138 0,0081 0,0123

Benzo(b)fluoranteno 0,0044 0,0042 0,0040 0,0049 0,0042 0,0046 0,0042 0,0045

Benzo(k)fluoranteno 0,0067 0,0065 0,0064 0,0072 0,0066 0,0065 0,0065 0,0070

Benzo(a)pireno 0,0041 0,0040 0,0039 0,0069 0,0038 0,0054 0,0040 0,0039

Somatória 0,3024 0,3705 0,2158 0,2752 0,2067 0,3149 0,5069 0,5325

Os efeitos foram calculados a partir de uma combinação linear mostrada na Equação

5.1, onde estão apresentados na Tabela 5.12, todos os efeitos para cada HPA quantificado.

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Resultados e Discussão

Patrícia Maria Freire da Silva, Fevereiro/2010.

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Tabela 5.12 Valores dos efeitos principais e de interação de segunda e terceira ordem de cada HPA na amostra

Efeitos

HPAs 1 2 3 12 13 23 123

Naftaleno 0,01753 0,05376 0,02441 -0,00055 -0,01090 0,01782 0,01332

Acenaftileno 0,00391 -0,00061 0,00164 0,00070 0,00222 0,00409 0,00124

Acenafteno -0,00006 0,00404 0,00679 -0,00433 -0,00226 0,01203 -0,00294

Fluoreno 0,00220 0,01203 0,01930 -0,00401 0,00187 0,04051 -0,00453

Fenantreno 0,01002 0,01046 0,03050 -0,00983 0,00618 0,07560 -0,01156

Antraceno 0,00451 -0,00040 0,00695 -0,00603 0,00195 0,02333 -0,00208

Fluoranteno 0,00185 -0,00206 0,00024 -0,00087 0,00198 0,00135 -0,00023

Pireno 0,00532 0,00067 0,00474 -0,00172 0,00106 0,00583 -0,00192

Benzo(a)antraceno 0,01228 0,00362 0,00337 0,00186 -0,00011 -0,00291 -0,00538

Criseno 0,00605 0,00184 0,00177 0,00100 -0,00005 -0,00156 -0,00283

Benzo(b)fluoranteno 0,00034 0,00005 0,00003 0,00024 0,00003 -0,00014 -0,00027

Benzo(k)fluoranteno 0,00025 0,00019 -0,00005 0,00038 -0,00002 0,00001 -0,00012

Benzo(a)pireno 0,00111 0,00038 -0,00043 0,00034 -0,00037 -0,00101 -0,00120

Os resultados da análise cromatográfica mostraram que a solubilidade dos diferentes

HPAs é influenciada de forma diferenciada de modo que é possível classificá-los em grupos

através dos resultados dos efeitos. Para o naftaleno o efeito principal do tempo de agitação foi

pequeno comparado com o volume de óleo e o pH. A não influência do tempo pode ser

explicada devido à sua maior solubilidade, indicando que o mesmo dissolve em um tempo

mais curto. No estudo feito com a fluorescência o volume de óleo não foi importante. Para o

naftaleno, em especial, o volume de óleo teve grande influência. Esse resultado indica que o

menor volume de óleo usado no estudo não contém naftaleno suficiente para saturar a

quantidade de água empregada no estudo. Como o estudo não foi realizado em repetição não é

possível verificar quais os efeitos realmente importantes, porém será feita uma avaliação

relativa em função do módulo dos efeitos. O gráfico da Figura 5.26 mostra o comportamento

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da tendência dos efeitos para o naftaleno, onde se pode observar um comportamento

particular para este HPA.

Figura 5.26 - Gráfico de tendência dos efeitos onde (1,2,3 são os efeitos

principais x1,x2,x3) e (4,5,6, 7 são as interações x12, x13, x23,x123)

respectivamente, para o naftaleno

A Figura 5.27 mostra que o grupo formado pelos HPAs acenaftileno, acenafteno,

fluoreno, fenantreno, antraceno, fluoranteno e pireno são influenciados de forma semelhante

quanto à sua solubilidade em meio aquoso. Todos eles estão classificados entre os mais

solúveis ou de solubilidade intermediária. Como pode se observar, os efeitos principais do

tempo de agitação e do volume de óleo são bem semelhantes. Um resultado surpreso é o

comportamento do pH. O efeito deste fator se apresentou negativo para o estudo com a

fluorescência, porém com resultados positivos para o estudo parcial por cromatografia.

Através de uma análise mais detalhada nos dados da Tabela 5.10 podemos observar que o pH

apresenta efeito negativo somente nos níveis inferiores do volume de óleo. No nível maior do

volume de óleo o pH passa a apresentar um comportamento invertido com efeito positivo.

Essa observação pode ser confirmada pelo valor elevado da interação 23 em praticamente

todos os HPAs deste grupo.

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Patrícia Maria Freire da Silva, Fevereiro/2010.

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Figura 5.27- Gráfico dos efeitos onde (1,2,3 são os efeitos principais x1,x2,x3) e (4,5,6, 7

são as interações x12, x13, x23,x123) respectivamente, para os HPAs mais solúveis com

exceção do naftaleno encontrados na amostra.

Através do gráfico da tendência dos efeitos verificou-se a formação de outro grupo de

HPAs, constituído daquele com maior peso molecular, portanto mais insolúveis. Devido à sua

baixa solubilidade, observa-se que o efeito principal mais importante foi o do tempo de

agitação. Os resultados de alguns deles não são muito confiáveis, pois as concentrações

analisadas não estavam dentro dos limites confiáveis de quantificação do cromatógrafo usado.

Figura 5.28 - Gráfico dos efeitos onde (1,2,3 são os efeitos principais x1,x2,x3) e (4,5,6, 7 são as

interações x12, x13, x23,x123) respectivamente, para os HPAs menos solúveis encontrados na

amostra.

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Os resultados dos HPAs individualmente não podem ser comparados com aqueles

observados no estudo realizado com a fluorescência, porque esta não é uma técnica seletiva,

portanto analisa o conjunto dos HPAs. Além do mais existem mais de uma centena de HPAs

(ERENO, 2004) na natureza e óleo contém uma quantidade bem maior que a estudada neste

trabalho. Com o intuito de avaliar alguma relação entre os dois estudos foi feito um novo

estudo em que os efeitos foram calculados para a concentração total de todos os HPAs

determinados pela cromatografia. As Figuras 5.29 e 5.30 mostram respectivamente a

tendência dos efeitos para o estudo feito por cromatografia e para a fluorescência.

Figura 5.29 - Gráfico de tendência dos efeitos para HPAs totais na análise por CG-

MS onde (1,2,3 são os efeitos principais x1,x2,x3) e (4,5,6, 7 são as interações x12,

x13, x23,x123) respectivamente.

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67

Figura 5.30 - Gráfico de tendência dos efeitos para HPAs totais na análise por

fluorescência onde (1,2,3 são os efeitos principais x1,x2,x3) e (4,5,6,7 são as

interações x12, x13, x23,x123) respectivamente.

Os resultados mostram que não há uma boa relação entre as duas tendências. Esse

resultado indica que, provavelmente, os 16 HPAs prioritários não representam o total de

HPAs presentes no óleo, ou seja, o óleo deve conter uma quantidade bem maior de espécies

conjugadas em sua composição.

Um estudo foi feito no sentido de avaliar o percentual de cada HPA transferido do

óleo para o meio aquoso. O cálculo do percentual foi feito levando-se em consideração a

quantidade de HPA transferida para o meio aquoso em relação à quantidade que poderia ter

sido transferida pela quantidade de óleo usada no experimento. Usou-se como referencia as

concentrações do óleo encontradas na Tabela 5.10. A Tabela 5.13 mostra os valores

percentuais das concentrações dos 13 HPAs quantificados nas amostras em todos os ensaios

realizados, onde podemos perceber, por exemplo, que o naftaleno apresenta concentrações

maiores em relação aos demais, chegando a solubilizar mais de 30 % nos níveis menores do

volume do óleo. Esses resultados são obtidos pela maior solubilidade do naftaleno em relação

aos demais HPAs. Uma observação importante é que, em termos percentuais a quantidade de

todos os HPAs solubilizada diminuiu com o aumento da quantidade de óleo. No estudo

anterior observou-se um aumento na quantidade solubilizada com o aumento do volume de

óleo, porém esse aumento não foi proporcional ao aumento do volume.

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Patrícia Maria Freire da Silva, Fevereiro/2010.

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Tabela 5.13 Concentrações dos HPAs em (%) nas amostras

Ensaios

HPAs 1 2 3 4 5 6 7 8

Naftaleno 23,09 37,29 7,96 8,94 33,43 31,37 10,63 11,94

Acenaftileno 11,02 13,08 1,43 1,65 7,85 11,72 1,85 3,35

Acenafteno 12,27 15,42 1,30 1,44 7,07 11,42 5,51 3,83

Fluoreno 22,73 22,64 1,70 1,79 9,19 15,37 7,83 7,39

Fenantreno 22,78 23,34 1,02 1,31 6,16 16,10 6,92 6,64

Antraceno 18,08 22,20 1,11 0,94 5,16 14,39 4,96 4,75

Fluoranteno 8,19 8,63 1,15 1,02 5,28 9,60 1,12 1,60

Pireno 7,11 9,90 0,69 1,30 4,33 11,19 2,26 2,63

Benzo(a) antraceno 3,84 6,95 0,68 3,05 4,46 13,91 1,40 2,44

Criseno 3,57 5,06 0,66 1,96 3,93 9,09 1,06 1,61

Benzo(b) fluoranteno 3,96 3,78 0,74 0,88 3,86 4,21 0,76 0,82

Benzo(k) fluoranteno 5,60 5,41 1,07 1,20 5,47 5,44 1,08 1,17

Benzo(a) pireno 3,56 3,50 0,69 1,22 3,35 4,74 0,71 0,69

Os efeitos foram calculados a partir da combinação linear apresentada na Equação 5.1,

que estão descritos na Tabela 5.14.

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Tabela 5.14 Valores dos efeitos principais e de interação de segunda e terceira ordem de cada HPA na amostra

Efeitos

HPAs 1 2 3 12 13 23 123

Naftaleno 3,604 -21,430 2,523 -2,465 -3,982 0,311 4,144

Acenaftileno 1,912 -8,848 -0,602 -1,059 0,774 1,664 -0,132

Acenafteno 1,488 -8,527 -0,648 -2,258 -0,157 3,949 -0,754

Fluoreno 1,433 -12,807 -2,268 -1,611 1,439 8,131 -1,699

Fenantreno 2,630 -13,125 -3,158 -2,620 2,204 8,772 -2,488

Antraceno 3,240 -12,015 -3,266 -3,433 1,268 7,100 -1,285

Fluoranteno 1,279 -6,701 -0,346 -1,106 1,123 0,625 -0,817

Pireno 2,660 -6,415 0,351 -2,167 0,961 1,097 -1,079

Benzo(a)antraceno 3,989 -5,395 1,921 -2,286 1,255 -1,866 -1,916

Criseno 2,126 -4,088 1,108 -1,198 0,727 -1,080 -1,106

Benzo(b)fluoranteno 0,096 -3,153 0,070 0,008 0,111 -0,088 -0,155

Benzo(k)fluoranteno -0,002 -4,351 -0,026 0,107 0,030 0,019 -0,054

Benzo(a)pireno 0,462 -2,963 0,131 -0,207 0,223 -0,383 -0,499

O gráfico da Figura 5.31 mostra o comportamento da tendência dos efeitos para o

naftaleno calculados a partir da concentração em percentual, onde se pode observar que o

volume de óleo teve grande influência negativamente, ou seja, em um menor volume de óleo

usado no estudo contém naftaleno suficiente para saturar o meio ou o excesso de óleo mantém

os HPAs no meio hidrofóbico, reduzindo sua solubilidade em água. Como o estudo não foi

realizado em repetição não é possível verificar quais os efeitos realmente importantes, porém

será feita uma avaliação relativa em função do módulo dos efeitos. Para o naftaleno,

aparentemente, apenas o efeito do volume foi importante, porém negativo. Os demais

parecem insignificantes.

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Resultados e Discussão

Patrícia Maria Freire da Silva, Fevereiro/2010.

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Figura 5.31 - Gráfico de tendência dos efeitos onde (1,2,3 são os efeitos

principais x1,x2,x3) e (4,5,6 e 7 são as interações x12, x13, x23,x123)

respectivamente, para o naftaleno

A Figura 5.32 mostra o gráfico de tendência dos efeitos dos HPAs mais solúveis, onde

estes foram calculados a partir das concentrações em percentual dos HPAs quantificados no

estudo. Como pode se observar, o efeito principal volume de óleo (2) apresenta maior

influencia, tanto para o acenaftileno, quanto para os demais. Isso se deve ao fato de que a

quantidade de água utilizada no experimento possui um volume fixo, e uma quantidade menor

de óleo já possui HPAs suficientes para provocar a saturação do meio. Outro fator importante

foi a interação 23 que é o volume de óleo e pH respectivamente, os demais fatores não foram

considerados significativos.

Figura 5.32- Gráfico de tendência dos efeitos em percentual onde (1,2,3 são os efeitos

principais x1,x2,x3) e (4,5,6 e 7 são as interações x12, x13, x23,x123) respectivamente, para

os HPAs mais solúveis com exceção do naftaleno encontrados na amostra.

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Resultados e Discussão

Patrícia Maria Freire da Silva, Fevereiro/2010.

71

Através do gráfico da Figura 5.33 podemos observar a tendência dos HPAs mais

insolúveis, onde o efeito principal volume de óleo (2) se mostrou como sendo o mais

importante em um nível menor. Já o tempo de agitação (1) se mostrou importante apenas para

o Benzo(a)antraceno e o Criseno, e para os demais não apresentou influência alguma. Os

resultados de alguns deles não são muito confiáveis, pois as concentrações analisadas não

estavam dentro dos limites confiáveis de quantificação do cromatógrafo usado.

Figura 5.33 – Gráfico de tendência dos efeitos em percentual onde (1,2,3 são os efeitos

principais x1,x2,x3) e (4,5,6, 7 são as interações x12, x13, x23,x123) respectivamente, para os

HPAs insolúveis encontrados na amostra.

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Conclusão

Patrícia Maria Freire da Silva, Fevereiro/2010.

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6 CONCLUSÃO

A partir da interpretação dos resultados temos que:

O planejamento fatorial, pelo fato de estudar muitas variáveis ao mesmo tempo,

foi de fundamental importância na compreensão de alguns mecanismos

envolvidos no processo de solubilização dos HPAs em água.

Na análise por fluorescência pode-se observar processo de solubilização dos

HPAs totais na solução, por ser uma técnica não seletiva. Além do mais existem

mais de uma centena de HPAs na natureza e o óleo contém uma quantidade bem

maior que a estudada neste trabalho.

Na análise por cromatografia pode-se identificar os HPAs individuais presentes

na amostra, e observou-se que os efeitos principais (x1, x2, x3) e as interações de

primeira e segunda ordem influenciam de forma semelhante no processo de

solubilização dos HPAs mais solúveis e os menos solúveis, com exceção do

naftaleno.

Apesar da preparação da amostra apresentar várias etapas de volatilização foi

ainda encontrado o naftaleno que é um dos compostos mais voláteis.

As técnicas não podem ser comparadas, pois foram analisadas de forma

diferente.

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Sugestões para trabalhos futuros

Patrícia Maria Freire da Silva, Fevereiro/2010.

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7 SUGESTÕES PARA FUTUROS TRABALHOS

Realizar estudos com águas produzidas de diferentes naturezas no sentido de

encontrar relação entre a quantidade de óleo contido na água e as propriedades

físico-químicas associadas a esta.

Realizar experimentos mais realistas, ou seja, utilizando matrizes ambientais no

sentido de estudar a correlação com os resultados estudados neste trabalho.

Estudar o comportamento dos HPAs nos sedimentos e em outras matrizes

ambientais.

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Referências Bibliográficas

Patrícia Maria Freire da Silva, Fevereiro/2010.

74

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Referências Bibliográficas

Patrícia Maria Freire da Silva, Fevereiro/2010.

75

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Apêndice A

Patrícia Maria Freire da Silva, Fevereiro/2010.

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Figura 5.6 - Curva analítica para o naftaleno

Figura 5.7 - Curva analítica para o acenaftileno

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Apêndice A

Patrícia Maria Freire da Silva, Fevereiro/2010.

81

Figura 5.8 - Curva analítica para o acenafteno

Figura 5.9 - Curva analítica para o fluoreno

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Apêndice A

Patrícia Maria Freire da Silva, Fevereiro/2010.

82

Figura 5.10 - Curva analítica para o fenantreno

Figura 5.11 - Curva analítica para o antraceno

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Apêndice A

Patrícia Maria Freire da Silva, Fevereiro/2010.

83

Figura 5.12 - Curva analítica para o fluoranteno

Figura 5.13 - Curva analítica para o pireno

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Apêndice A

Patrícia Maria Freire da Silva, Fevereiro/2010.

84

Figura 5.14 - Curva analítica para o benzo(a)antraceno

Figura 5.15 - Curva analítica para o criseno

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Apêndice A

Patrícia Maria Freire da Silva, Fevereiro/2010.

85

Figura 5.16 - Curva analítica para o benzo(b)fluoranteno

Figura 5.17 - Curva analítica para o benzo(k)fluoranteno

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Apêndice A

Patrícia Maria Freire da Silva, Fevereiro/2010.

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Figura 5.18 - Curva analítica para o benzo(a)pireno

Figura 5.19 - Curva analítica para o Indeno(1,2,3-cd)pireno

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Apêndice A

Patrícia Maria Freire da Silva, Fevereiro/2010.

87

Figura 5.20 - Curva analítica para o Dibenzo(a,h)antraceno

Figura 5.21 - Curva analítica para o Benzo(g,h,i)perileno

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Apêndice B

Patrícia Maria Freire da Silva, Fevereiro/2010.

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Tabela 5.10 – Picos, tempo de retenção e concentração dos 13 HPAs presentes no óleo diesel

comercial por CG-MS

Descrição Pico Tempo de retenção (TR) (min) [óleo] (mg/L)

Naftaleno 1 5,03 298

Acenaftileno 2 6,73 108

Acenafteno 3 6,93 114

Fluoreno 4 7,53 204

Fenantreno 5 8,71 378

Antraceno 6 8,78 158

Fluoranteno 7 10,18 114

Pireno 8 10,48 146

Benzo(a) antraceno 9 12,21 166

Criseno 10 12,28 152

Benzo(b) fluoranteno 11 14,81 110

Benzo(k) fluoranteno 12 14,90 120

Benzo(a) pireno 13 15,94 114