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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS MATHEUS MEDEIROS DA TRINDADE EDUCAÇÃO FISCAL: NÍVEL DE ENTENDIMENTO DOS ALUNOS DE ENSINO MÉDIO DA REDE PÚBLICA DE NATAL-RN NATAL - RN 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

MATHEUS MEDEIROS DA TRINDADE

EDUCAÇÃO FISCAL: NÍVEL DE ENTENDIMENTO DOS ALUNOS DE ENSINOMÉDIO DA REDE PÚBLICA DE NATAL-RN

NATAL - RN

2017

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MATHEUS MEDEIROS DA TRINDADE

EDUCAÇÃO FISCAL: NÍVEL DE ENTENDIMENTO DOS ALUNOS DE ENSINOMÉDIO DA REDE PÚBLICA DE NATAL-RN

Monografia apresentada como requisitopara a obtenção do Grau de Bacharel emCiências Contábeis da UniversidadeFederal do Rio Grande do Norte

Orientador: Prof. Me. Victor Godeiro deMedeiros LimaCoorientador: Prof. Dr. Erivan FerreiraBorges

NATAL - RN

2017

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Catalogação da Publicação na Fonte.UFRN / Biblioteca Setorial do CCSA

Trindade, Matheus Medeiros da.Educação fiscal: nível de entendimento dos alunos de ensino médio da

rede pública de Natal-RN/ Matheus Medeiros da Trindade. - Natal, 2017.55f.: il.

Orientador: Prof. Me. Victor Godeiro de Medeiros Lima.Coorientador: Prof. Dr. Erivan Ferreira Borges.

Monografia (Graduação em Ciências Contábeis) - Universidade Federaldo Rio Grande do Norte. Centro de Ciências Sociais Aplicadas.Departamento de Ciências Contábeis.

1. Tributos - Monografia. 2. Cidadania - Monografia. 3. SonegaçãoFiscal - Monografia. 4. Educação Fiscal - Monografia. I. Lima, VictorGodeiro de Medeiros. II. Borges, Erivan Ferreira. III. Universidade Federaldo Rio Grande do Norte. IV. Título.

RN/BS/CCSA CDU 336.22:37

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MATHEUS MEDEIROS DA TRINDADE

EDUCAÇÃO FISCAL: NÍVEL DE ENTENDIMENTO DOS ALUNOS DE ENSINOMÉDIO DA REDE PÚBLICA DE NATAL-RN

Monografia apresentada como requisitopara a obtenção do Grau de Bacharel emCiências Contábeis da UniversidadeFederal do Rio Grande do Norte

Orientador: Prof. Me. Victor Godeiro deMedeiros LimaCoorientador: Prof. Dr. Erivan FerreiraBorges

Aprovada em 26 de junho de 2017.

Banca Examinadora:

Presidente:

---------------------------------------------------------------------Prof. Me. Victor Godeiro de Medeiros LimaUniversidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

Examinadores:

----------------------------------------------------------------------Prof. Me. Felipe da Silva MoreiraUniversidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

----------------------------------------------------------------------Prof. Me. Ronaldo José Rego de AraújoUniversidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

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Dedico a todos que meincentivaram de alguma forma,em especial a minha mãe, queesteve sempre ao meu lado medando forças pra continuar ecom seu otimismo muitocontribuiu para que estetrabalho atingisse seusobjetivos.

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AGRADECIMENTOS

Quero expressar meus agradecimentos primeiramente a Deus, a quem tanto

pedi forças para continuar e atingir meus objetivos nesta jornada. A todas as

pessoas que, de alguma forma, colaboraram para que este trabalho fosse realizado.

Aos professores Dr. Erivan Ferreira Borges e ao professor Me. Victor Godeiro, pelas

suas orientações e contribuições durante todo o desenvolvimento desta monografia.

Agradeço de forma toda especial a todos os professores da UFRN, que fizeram

parte da minha caminhada durante a graduação. Aos meu tios, professor Nazareno

e Elina, pelo tempo e paciência dedicados a fim de contribuir da forma que puderam

durante a pesquisa. Aos meus pais, que estiveram sempre ao meu lado me dando

forças para lutar e depositando confiança em mim. A minha família, minha namorada

e meus amigos, que contribuíram de alguma forma durante a pesquisa, pelo amor,

compreensão e todo apoio dedicados, que foram fundamentais para o

desenvolvimento deste trabalho ou por acreditarem em minhas escolhas, apoiando-

me e esforçando-se junto a mim, para que eu suprisse todas elas.

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“Toda vitória é alcançada comluta e sofrimento; porém a lutapassa, o sofrimento é apenastemporário, mas a vitória quese consegue permanece.”

James Allen

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RESUMO

A educação é importante na vida de todos e a escola não deve ter como objetivoapenas ensinar o aluno a ler e escrever, deve ser papel da escola também formaralunos cidadãos, com o conhecimento necessário para se ter a consciência decumprir com suas obrigações com a sociedade e assim buscar melhorar a realidadesocial do país. Diante deste fato, o estudo em pauta teve como objetivo geralanalisar o nível de entendimento sobre educação fiscal do cidadão, neste casoestudantes de ensino médio. Como instrumento da pesquisa aplicou-sequestionários a fim de verificar o entendimento dos alunos acerca de educação fiscale cidadania em contrapartida a sonegação de impostos. Realizando na sequênciaaplicação de testes a fim de obter uma resposta a respeito do que é legal ou ilegalna concepção do grupo estudado. Os levantamentos feitos através da pesquisaserviram para responder a seguinte pergunta: “qual o nível de entendimento dosestudantes do ensino médio acerca da educação fiscal?” Calculou-se uma médiageral de 62,67% para o número total da amostra dos alunos que mostraramentender sobre as questões abordadas acerca da percepção da importância de secumprir com a maioria dos deveres do cidadão, que são decorrentes da educaçãofiscal. Porém, ainda assim alguns mostraram um comportamento avesso quando severificado a questão da prática e costumes, que os levam a contribuir, mesmo queindiretamente, com a sonegação. Com isso, após todos os questionamentos feitossobre o entendimento acerca de educação fiscal dos alunos, notou-se um nível deentendimento razoável sobre os conceitos e aplicações da educação fiscal.

Palavras-chave: Tributos. Cidadania. Sonegação Fiscal. Educação Fiscal.

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ABSTRACT

Education is important in the lives of all and the school should not only aim to teachthe student to read and write, it should be the role of the school also to train studentscitizens, with the knowledge necessary to be aware of fulfilling their obligations withSociety and thus seek to improve the social reality of the country. Faced with thisfact, the main objective of this study was to analyze the level of understanding aboutfiscal education of the citizen, in this case, high school students. As a researchinstrument, questionnaires were applied in order to verify the students' understandingof tax education and citizenship in counterpart to tax evasion. Following theapplication of tests in order to obtain a response regarding what is legal or illegal inthe design of the group studied. Survey surveys served to answer the followingquestion: "What is the level of understanding of high school students about taxeducation?" A general average of 62.67% was calculated for the total number ofstudents Have shown understanding about the issues raised about the perception ofthe importance of complying with most of the citizen's duties that are derived from taxeducation. However, some still showed a behavior that was averse when thequestion of practice and customs was verified, which led them to contribute, evenindirectly, to evasion. Thus, after all the questions raised about the understanding ofstudents' fiscal education, a reasonable level of understanding about the conceptsand applications of fiscal education was noted.

Key-Words: Taxes. Citizenship. Tax evasion. Tax Education.

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LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1: Percepção a respeito da utilidade da nota fiscal................................. 33

GRÁFICO 2: Percepção acerca da importância de exigir nota fiscal no ato da

compra........................................................................................................................34

GRÁFICO 3: Hábito de exigir nota fiscal...................................................................35

GRÁFICO 4: Percepção dos alunos acerca da composição do valor expresso na

nota fiscal...................................................................................................................36

GRÁFICO 5: Alunos que acreditam na importância de aconselhar outras pessoas a

exigir nota fiscal ao adquirir produtos ou serviços.....................................................37

GRÁFICO 6: Alunos que já compraram ou comprariam produtos sem nota fiscal....38

GRÁFICO 7: Conhecimento a respeito de sonegação de impostos..........................39

GRÁFICO 8: Alunos que concordam ou não com a compra de produtos sem nota

fiscal...........................................................................................................................40

GRÁFICO 9: Conhecimento a respeito da utilidade e aplicação dos impostos

recolhidos...................................................................................................................41

GRÁFICO 10: Consideram a exigência da emissão da nota fiscal e o pagamento de

impostos atos cidadãos..............................................................................................42

GRÁFICO 11: Percepção dos alunos acerca da importância de se adquirir produtos

legalmente comercializados a fim de garantir a arrecadação de tributos para gerar

receita pública para a administração financeira do Estado........................................43

GRÁFICO 12: Acreditam que os tributos arrecadados são revertidos em benefícios

para a sociedade........................................................................................................44

GRÁFICO 13: Percepção acerca do acesso à educação fiscal................................45

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CF Constituição Federal

CTN Código Tributário Nacional

ESAF Escola de Administração Fazendária

ICMS Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços

IPI Imposto sobre Produtos Industrializados

IPTU Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana

IPVA Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores

IRPJ Imposto de Renda Pessoa Jurídica

IRRF Imposto de Renda Retido na Fonte

ISS Imposto sobre Serviços

ITR Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural

MEC Ministério da Educação e Cultura

MF Ministério da Fazenda

PET-CE Programa de Educação Tributária para o Ceará

PNEF Programa Nacional de Educação Fiscal

SINPROFAZ Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional

UFRN Universidade Federal do Rio Grande do Norte

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................121.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO................................................................12

1.2 TEMA E PROBLEMA DE PESQUISA ................................................................14

1.3 OBJETIVOS .......................................................................................................15

1.3.1 Objetivo geral.................................................................................................151.3.2 Objetivos específicos....................................................................................151.4 JUSTIFICATIVA .................................................................................................15

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................16

2.1 TRIBUTOS .........................................................................................................16

2.2 SONEGAÇÃO FISCAL .......................................................................................19

2.3 CIDADANIA ........................................................................................................21

2.4 EDUCAÇÃO FISCAL..........................................................................................22

2.4.1 Estudos similares ..........................................................................................253 METODOLOGIA DA PESQUISA..........................................................................283.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO ....................................................................28

3.2 AMOSTRA..........................................................................................................29

3.3 INSTRUMENTO DA PESQUISA ........................................................................29

3.4 COLETA DOS DADOS.......................................................................................30

3.5 ANÁLISE DOS DADOS ......................................................................................31

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS ............................................................................32

4.1 ANÁLISE GERAL ...............................................................................................32

4.2 ANÁLISE COMPARATIVA .................................................................................45

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................48

REFERÊNCIAS........................................................................................................50

APÊNDICE...............................................................................................................54

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1 INTRODUÇÃO

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO

Com a elevada carga tributária existente no Brasil é normal algumas pessoas

procurarem meios para fugir dos altos tributos, mas é importante e necessário que

se tenha o conhecimento de qual é o melhor caminho a ser seguido para atingir o

objetivo desejado. Saber o porquê, para que e qual a importância do dever de pagá-

los, sem que a solução para este seja a sonegação.

Como mostra a CF (1988) em seu art. 205, é de fundamental importância e

direito de todos o acesso à educação, incluindo também o acesso à educação fiscal.

Para a formação do cidadão praticante de seus deveres na sociedade é

indispensável que se aplique e dissemine a educação fiscal para a população desde

o público jovem nas escolas, pois, estes poderão ser os futuros empresários,

comerciantes ou simples consumidores que poderão contribuir para um futuro “fiscal”

mais responsável. É importante uma didática de ensino nas escolas que leve aos

alunos o entendimento das questões tributárias, fiscais e orçamentárias. Assim

formando um cidadão praticante e com um bom entendimento a respeito de

educação fiscal.

A educação fiscal “é um processo de sensibilização, informação a sociedade

na percepção do tributo que assegura o desenvolvimento econômico e social,

conscientizando o individuo sobre as questões fiscais”, segundo a ESAF (2005,

apud SILVA, 2005, p.6).

A ideia é que os principais objetivos na aplicação da educação fiscal sejam os

de tentar conscientizar a sociedade dando ao cidadão o direito e oportunidade de

conhecer sobre a função socioeconômica do tributo, disseminar o conhecimento a

respeito dos direitos e deveres em relação aos tributos, mostrar como funciona a

administração pública e passar para o cidadão a importância da necessidade de

acompanhar e fiscalizar a aplicação dos recursos públicos, assim o cidadão estará

exercendo a cidadania e criando condições para uma boa relação com o Estado.

Assim, visualiza-se a disseminação da educação fiscal como o principal meio

de levar o entendimento a sociedade sobre a importância de exercer o papel de

cidadão, tanto como contribuinte, quanto como agente fiscal do estado e dos

próprios cidadãos, assim cumprindo com suas obrigações de pagar os impostos em

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dias e ter o devido conhecimento de como se está contribuindo para com a

sociedade e para o funcionalismo público. Entendendo que também é de direito do

cidadão cobrar um retorno dos governantes, devendo assim agir como fiscal do

estado e da própria sociedade, podendo também o próprio cidadão disseminar a

educação fiscal.

Para o preparo de uma cidadania capaz de enfrentar a revolução tecnológica

e sujeito a ler e interpretar a sua realidade, a educação é o principal meio, e uma

prioridade no mundo inteiro. A educação não se realiza apenas na escola, o

professor profissional não é o seu único praticante, e o ensino escolar também não é

o seu único ambiente prático, porque não há uma única forma, nem um único

modelo, realiza-se também a educação em casa, na igreja ou em qualquer outro

ambiente de socialização. Educação é um dos principais meios pra se alcançar

mudança social (SILVA, 2005).

A educação é de extrema importância na vida de todos, e a escola não deve

ter como objetivo apenas ensinar o aluno a ler e escrever, ou prepará-lo para o

mercado de trabalho, deve ser papel da escola também formar alunos cidadãos,

com o conhecimento necessário para se ter a consciência de cumprir com suas

obrigações com a sociedade e assim buscar melhorar a realidade social do país.

A má formação de cidadãos é uma das possíveis causas de muitos dos

problemas econômicos e sociais que existem no Brasil, cidadãos não conscientes do

seu dever de pagar tributos e do seu direito de exercer cidadania, por meio da

cobrança coerente de aplicação dos recursos públicos em saúde, educação,

segurança, habitação, turismo, cultura, comunicação, saneamento básico, entre

outros. Para que se possa utilizar e ainda manter a conservação destes patrimônios.

Acrescenta-se ainda o fato de que muitos governantes não aplicam de forma correta

os impostos arrecadados para fornecer as condições sociais básicas, também não

fornecem informações e valores, na missão de promover o exercício da cidadania,

assim, é necessário um trabalho de educação permanente, voltado para mudança

de hábitos e atitudes (GUERREIRO; SOUZA; CARVALHO, 2003).

A sonegação de impostos é um dos principais fatores que provocam prejuízo

nas contas públicas brasileiras, o principal meio de sonegação é identificado em

práticas como a de não se emitir nota fiscal de venda ao consumidor, onde é um

dever do cidadão essa cobrança da emissão da nota fiscal. A educação fiscal tem a

missão de levar esse conhecimento ao cidadão, onde ele vai poder entender seus

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direitos e deveres na sociedade e assim também contribuir para evitar a sonegação

fiscal.

Nessa perspectiva, para melhorar essa questão do exercício da cidadania na

sociedade, e para que todos os cidadãos se sintam contribuintes, o que falta é a

denominada consciência fiscal, a consciência de que a carga tributária não pesa

apenas nos ombros de quem tem o dever legal de efetuar o pagamento dos tributos,

mas também sobre os ombros de quem, como comprador de mercadorias ou

tomador de serviços, paga um preço no qual estão embutidos os tributos

(MACHADO, 2010).

Assim pode-se enxergar a relevante importância de educar para colher ações

cidadãs, a educação é a base para se alcançar a melhoria da realidade social. E a

partir de uma sociedade bem instruída pode-se dar continuidade ao ciclo do

processo de educar e sempre disseminar a educação. Nesse sentido, a educação

fiscal é a base para formar cidadãos bem instruídos e participantes, podendo assim

de forma correta cumprir com seus deveres, cobrar seus direitos e

consequentemente contribuir para que se alcance o controle ou até mesmo a

extinção da sonegação de impostos.

1.2 TEMA E PROBLEMA DE PESQUISA

A prática da cidadania é um fator de fundamental importância para o bem

estar e equilíbrio da sociedade, não só visando a questão de participação na escolha

política. É de extrema importância que o cidadão também conheça como funciona o

sistema tributário, por meio do tributo arrecadado e sua utilização como instrumento

de distribuição de renda e riqueza.

É importante que os cidadãos se conscientizem de que existem

primeiramente obrigações e deveres a se cumprir antes mesmo de cobrar seus

direitos. Que com a prática de seus deveres, como o pagamento de tributos e a

fiscalização contra a sonegação, em participação popular nas decisões públicas a

sociedade possa definir como será aplicado o dinheiro arrecadado com os tributos.

Ou seja, a participação do cidadão nesse sentido é de fundamental importância para

que ele cumpra seu dever com o Estado e assim o Estado possa retribuir honrando

seus compromissos com a sociedade.

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Diante deste fato, pergunta-se: qual o nível de entendimento dos estudantes

do ensino médio acerca da educação fiscal?

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo geral

O presente trabalho tem como objetivo geral analisar o nível de entendimento

sobre educação fiscal do cidadão, neste caso estudantes de ensino médio.

1.3.2 Objetivos específicos

-Pesquisar sobre os embasamentos teóricos de tributos, sonegação fiscal,

cidadania e educação fiscal;

-Aplicar questionários de pesquisa com o grupo de estudantes;

-Verificar se os estudantes têm acesso ao ensino da educação fiscal.

1.4 JUSTIFICATIVA

Esse estudo busca verificar o nível de entendimento sobre educação fiscal de

alunos do ensino médio, tendo em vista que estes estão prestes a ingressar em

instituições de ensino superior e alguns já estão inseridos no mercado de trabalho

ou já estão prestes a entrar. Analisar a importância do conhecimento prévio dos

direitos e deveres do cidadão, em relação à responsabilidade fiscal, desde o fato do

entendimento à prática. Procurando se certificar assim, se for implantado o ensino

da educação fiscal desde a educação básica, qual será a probabilidade de o cidadão

ter a consciência do quanto a sua contribuição desde o ato de pagar seus impostos

em dia e evitar a sonegação de impostos é importante para que possibilite que o

funcionalismo público opere de forma eficiente, dando-lhe assim um retorno, os seus

direitos, e posteriormente podendo melhorar o atual cenário da realidade social e

econômica do país. Desta forma o cidadão consciente da importância da sua

contribuição poderá contribuir para a melhoria da sociedade em geral.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 TRIBUTOS

É através dos tributos que o governo mantém os serviços oferecidos à

sociedade, como educação, saúde, segurança, entre outros. O tributo é arrecadado

e revertido em receita pública, está aí a importância da arrecadação do tributo. E o

funcionalismo público depende disso para se sustentar. Por isso é tão importante a

questão da educação fiscal, onde o cidadão precisa ter a consciência fiscal e

entender o conceito e utilidade do tributo, o porquê da necessidade de ter que

cumprir com seus deveres e não sonegá-los.

De acordo com a CF (1988) em seu art. 3º, os objetivos fundamentais da

República Federativa do Brasil, consistem na construção de uma sociedade livre,

justa e solidária, na garantia do desenvolvimento nacional, na erradicação da

pobreza e marginalização, na diminuição das desigualdades sociais e regionais,

assim também como na melhoria do bem-estar da coletividade social. Para

conseguir cumprir com seus objetivos fundamentais o governo demanda da receita

gerada com o pagamento dos tributos.

Desta forma o artigo 3º do Código Tributário Nacional (CTN) dispõe este

assunto nos seguintes termos:

“Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor

nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e

cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada”. (BRASIL, 1966,

p.59).

Concorda-se com Fabretti (2009), que ao interpretar esse artigo, comenta que

o tributo é sempre um pagamento compulsório em moeda, forma normal de extinção

da obrigação tributária.

De acordo com o CTN (1966) em seu art. 4º, A essência específica do tributo

é estabelecida pelo fato gerador da obrigação correspondente, não tendo tanta

relevância para caracterizá-la: a designação e outras peculiaridades formais

adotadas pela lei; a destinação do produto de sua arrecadação de forma legal.

Portanto tributo é considerado gênero, já os impostos, taxas e contribuições são

espécies do tributo.

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Para Fabretti (2009), como está citado nos incisos I e II do art. 4º, a

especificação do tributo, para saber se ele é imposto, taxa ou contribuição é

estabelecida por seu fato gerador. A confirmação da hipótese prevista na lei é que

faz a obrigação de pagar o tributo. Por exemplo: prestação de serviços é uma

hipótese de incidência, quando o serviço for prestado tem-se a concretização da

hipótese de incidência, a partir daí vem a obrigação de pagar o Imposto sobre

Serviços (ISS).

Os tributos são classificados em cinco tipos: impostos, taxas, contribuições de

melhoria, empréstimos compulsórios e contribuições parafiscais. Porém a espécie de

tributo mais e conhecida e de maior contato diário com o cidadão brasileiro é o

imposto.

De acordo com o art. 16 do CTN “Imposto é o tributo cuja obrigação tem por

fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica,

relativa ao contribuinte” (BRASIL, 1966, p.62).

Assim, Fabretti (2009) contribui contextualizando a definição de imposto como

aquele que independentemente de qualquer atividade estatal em relação ao

contribuinte, uma vez que for instruído por lei, é devido. Então, o imposto não está

relacionado a nenhuma prestação específica do Estado ao sujeito passivo.

Para fins de utilidade, o imposto é um tributo que serve para pagar alguns dos

investimentos do governo, como as obras de infraestrutura, na construção de

estradas, por exemplo; serviços de necessidade da população, como educação,

saúde e segurança e parte das despesas de administração. Os Impostos podem ser

de origem federal, estadual ou municipal e são pagos por pessoas físicas e jurídicas

(BRASIL, 2009).

Os imposto são calculados em moeda oficial do país e geralmente baseados

em percentuais sobre um fator gerador, que pode ser de origem patrimonial, de

renda ou consumo. Para um melhor entendimento, segregando pelo fato gerador do

imposto, na sequencia estão listados os principais impostos que estão presentes no

cotidiano do brasileiro.

Os principais impostos que tem fato gerador de origem patrimonial e irão

incidir sobre determinado patrimônio são: o IPTU - Imposto sobre a Propriedade

Predial e Territorial Urbana, ele é um imposto que incide sobre a propriedade

imobiliária, incluindo todos os tipos de imóveis e sua arrecadação é feita pelo

município; o IPVA - Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores, este

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imposto é cobrado anualmente pelo Estado, sua alíquota varia em cada Estado (de

1 a 6%) e é cobrado de acordo com o valor do veículo; e o ITR - Imposto sobre a

Propriedade Territorial Rural, este tem arrecadação de origem federal, cobrado pela

União, e incide sobre os imóveis localizados fora das áreas urbanas dos municípios

(BRASIL, 2009).

Um bom exemplo para o caso de impostos que tenha como origem o fato

gerador a renda, são: o IRRF - Imposto de Renda Retido na Fonte, que Incide sobre

a renda do cidadão, pessoa física, e os proventos de contribuintes residentes no

país; e o IRPJ - Imposto de Renda Pessoa Jurídica, que incide sobre o lucro das

empresas. Estes impostos tem arrecadação de origem federal e são calculados

considerando a renda de pessoas físicas ou jurídicas durante um determinado

período (BRASIL, 2009).

Já os impostos que tem o consumo como fato gerador podem ser cobrados

de forma indireta, isso quer dizer que, ao consumidor adquirir um produto ou serviço,

ele já estará pagando o imposto que está inserido no valor da compra. Nesse caso

os principais são: o ICMS - Imposto sobre Circulação de Mercadorias, que incide

também sobre serviços de comunicação e transporte intermunicipal e interestadual,

entre outros, e é devido ao Estado; IPI - Imposto sobre Produto Industrializado, é um

imposto cobrado das indústrias que incide sobre produtos industrializados, nacionais

e estrangeiros, este imposto tem sua arrecadação de origem federal; e o ISS -

Imposto Sobre Serviços, que é cobrado das empresas e incide sobre a prestação de

serviços de qualquer natureza, é arrecadado pelos municípios (BRASIL, 2009).

Desta forma, o Guia Tributário (2013) trata o tributo como o dever que o

cidadão tem de entregar parte de suas rendas para a manutenção e o

desenvolvimento do estado. É uma obrigação, criada por lei, que impõe ao cidadão

o dever de pagar, pois o Estado deve representar a sociedade e disponibilizar

através dos tributos arrecadados os serviços que são de direito de todos, sobretudo

saúde, educação, segurança, política econômica, entre outras.

De acordo com Merlo e Pertuzatti (2005) a manutenção da máquina

governamental depende diretamente da arrecadação dos tributos que incide sobre

os variados setores produtivos que são necessários para que o Estado possa se

sustentar em suas atribuições sociais e para aplicação na melhoria da qualidade de

vida da sociedade. É indispensável que a tributação seja suportável e distribuída da

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melhor maneira, e que todos cumpram seu dever de cidadania e contribuam com

justiça e se beneficiem desta contribuição.

2.2 SONEGAÇÃO FISCAL

Para Richupan (1984) a sonegação fiscal é um fenômeno de abrangência

mundial que existe em qualquer local onde haja impostos. Acima de tudo a

sonegação pode diminuir o valor dos incentivos fiscais intensamente, assim afetando

o desempenho da destinação dos recursos. Pode-se dizer também que é a criação

de valores fictícios nos indicadores econômicos, o que pode gerar respostas

políticas não adequadas, podendo atrasar tentativas de capitalizar as economias nos

países em desenvolvimento e consequentemente afetar a redistribuição da renda. O

que mais preocupa aos administradores de impostos e legisladores não é apenas o

fato da existência da sonegação fiscal, mas a sua extensão.

De acordo com o Distrito Federal (2017), a palavra sonegar tem o significado

de esconder ou omitir, ou seja, no caso dos tributos, sonegar é não pagar aquilo que

é devido. Sonegação é considerado crime e resume-se na prática de não declarar

ou mentir para as autoridades fiscais, quando o contribuinte tem o objetivo de pagar

menos impostos, ou simplesmente não pagar.

Nesse sentido, o ato de sonegar é considerado crime. Vê-se assim a

importância da disseminação da educação fiscal com o intuito de conscientizar

fiscalmente a sociedade para que o cidadão conheça e pratique seus deveres, e

para que tente dessa forma combater a sonegação fiscal.

Uma das formas mais comuns de sonegação fiscal é a prática da não

emissão de nota fiscal ao consumidor, onde uma das possíveis soluções para o

combate a essa prática seria levar o entendimento ao cidadão através da educação

fiscal, demonstrando as consequências que a sonegação pode causar e acabar

atingindo consequentemente também a sociedade em geral. Uma simples atitude do

cidadão em exigir nota fiscal ao adquirir produtos ou serviços, se aplicada essa

atitude em massa pela população, já seria um grande passo para ajudar a mudar o

cenário de grandes números com a sonegação de impostos no Brasil.

De acordo com Araújo (2017) em matéria publicada no jornal Tribuna do

Norte, o estado do Rio Grande do Norte perde cerca R$ 1,21 bilhão por ano com

sonegação de impostos, valor este que representa um número maior do que a perda

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20

anual com a corrupção política. Ainda de acordo com Araújo (2017), esse valor

perdido com a sonegação seria o suficiente para financiar os custos, por exemplo,

da construção de 24 hospitais com 250 leitos, ao custo de R$ 50 milhões cada;

construir e equipar 200 escolas técnicas de período integral ou ainda pagar o

funcionalismo público estadual durante três meses.

No ano de 2016, conforme levantamento do Sindicato Nacional dos

Procuradores da Fazenda Nacional (Sinprofaz), no Brasil a sonegação de impostos

gerou um desfalque de pelo menos R$ 500 bilhões aos cofres públicos.

Esses números de perda representa o déficit de um valor que poderia está

sendo arrecadado e redistribuído em forma de benefícios para a sociedade, desta

forma podemos visualizar melhor a relevância da importância de se combater a

sonegação de impostos.

Como já citado em parágrafo anterior, sonegação fiscal é crime e está

previsto na Lei nº 4.729, de 14 de julho de 1965. Em seu Art. 1º alguns pontos

centrais tratados na lei considerados crime de sonegação fiscal são: a omissão total

ou parcial, ou a prestação de falsa declaração produzida a agentes das pessoas

jurídicas de direito público interno, onde exista a intensão de esquivar-se do

pagamento de tributos; alterar documentos relativos a operações de pagamentos

com a intenção de fraudar a Fazenda Pública; ou fornecer ou emitir documentos com

alteração nas despesas com o objetivo de obter dedução de tributos devidos. Quem

comete crime de sonegação fiscal está sujeito a pena com detenção de seis meses

a dois anos e pode pagar multa com o valor de duas a cinco vezes sobre o valor do

tributo devido (BRASIL, 1965).

Desta forma pode-se observar que a sonegação fiscal, pode ser praticada

tanto pela pessoa jurídica como pelo cidadão contribuinte, podendo ser praticada

das seguintes formas: desobediência civil; não emissão de notas fiscais; realização

de operações tributárias postergadoras; e falsificação da escritura tributária (REIS,

2014).

É dever do cidadão atentar-se para a questão da fiscalização a fim de evitar a

sonegação fiscal, desde simples atos como os de comprar apenas produtos

comercializados legalmente, exigir nota fiscal ao de adquirir produtos ou serviços e

pagar seus tributos devidos. É importante também cobrar essa postura da sociedade

em geral, assim todos estariam contribuindo para o bem estar da coletividade social.

Um dos objetivos da educação fiscal é conscientizar o cidadão a fim de evitar a

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sonegação fiscal.

2.3 CIDADANIA

Para se ter a consciência dos deveres e direitos de porte do cidadão é

importante que todos tenham a ideia do que significa a cidadania de modo geral,

entender qual é o papel do cidadão na sociedade e assim poder também contribuir

para a busca de um retorno de direitos coletivos em forma de benfeitorias para a

população, buscando a partir disso as mudanças sociais.

De acordo com Pinsky (2013), ser cidadão é ter direitos civis e igualdade para

todos perante a lei, é ter direito à vida, à liberdade, à propriedade. É também

participar no destino da sociedade, participar das mudanças sociais, votar, ser

votado, ter direitos políticos. Os direitos civis e políticos não asseguram a

democracia sem os direitos sociais, aqueles que garantem a participação do

indivíduo na riqueza coletiva: o direito a educação, ao trabalho, ao salário justo, à

saúde, à uma velhice tranquila. Exercer a cidadania plena é ter direitos civis,

políticos e sociais.

A obediência as leis é também uma forma de cidadania, significa a obrigação

de todos de contribuir para a manutenção da ordem que viabiliza a coexistência

coletiva. Um dever de cidadania consiste na contribuição para o financiamento das

atividades de interesse comum da coletividade. Na prática, corresponde ao

pagamento de tributos destinados a prover recursos para assegurar a aplicação das

leis, estabelecer e sustentar as instituições que tornam possível o exercício dos

direitos de cidadania e promover o desenvolvimento social. O pagamento de tributo

é o que viabiliza todos os serviços e bens oferecidos pelo estado à sociedade:

saúde, educação, segurança, reforma agrária, cultura, proteção ambiental e muitos

outros (GUERREIRO; SOUZA; CARVALHO, 2003).

Assim pode-se observar a importância de se exercer a cidadania, para o

alcance do bem estar social de todos e da mudança social. A cidadania pode ser

demonstrada com a aplicação da educação fiscal, que é uma prática didático-

pedagógica que traz esse conhecimento desde os deveres de o cidadão de pagar

seus tributos, não sonegar impostos e assim poder contribuir em benefício da

sociedade.

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2.4 EDUCAÇÃO FISCAL

A educação tem grande utilidade para o desenvolvimento social do cidadão,

antes de qualquer coisa, deve-se priorizar a educação para a partir dela colher mais

benefícios para a sociedade em geral. Educar para se ter cidadania, assim o

cidadão passa a adquirir o conhecimento dos seus deveres e cumpri-los para a

partir destes ter direitos a se beneficiar, assim consequentemente gerando o

desenvolvimento social, político e econômico.

A educação está relacionada com o desenvolvimento de um povo, pois épor meio dela que o cidadão adquire conhecimentos que embasem suasescolhas. Nesse sentido, com relação aos recursos financeiros destinados àeducação, conforme a Constituição Brasileira, artigo 212, capítulo III, seçãoI, o município é responsável por aplicar 25% das receitas de arrecadação deimpostos e das transferências constitucionais na manutenção e nodesenvolvimento do ensino. (MOLON, 2008 apud ESAF, 2011, p.319).

Para Freire (2005), tanto a realidade social, como a sua transformação, não

acontecem por acaso. É o próprio cidadão que o leva para essa realidade, então só

ele é capaz de mudar esse cenário, onde a educação entra com grande utilidade. A

educação serve de ligação entre os direitos políticos e sociais que o cidadão espera

receber do Estado. A oferta de um nível mínimo de escolaridade para a população

torna-se um direito e um dever intimamente ligado ao exercício da cidadania. Para

isso, o Estado deve proporcionar não só o ensino, mas também o acesso a crianças

e adultos. Deve considerar as exigências e a natureza da cidadania, e estimular o

desenvolvimento por uma formação integral. Esse contexto inclui a educação fiscal

enquanto prática pedagógica voltada à cidadania. (FREIRE, 2005; SHOLZ, 2005;

LOBO et al., 2005; YUBERO et al., 2009).

De acordo com Lima (2008), para se viver em sociedade, em busca do bem

comum, é essencial que todos cumpram com seus deveres, pois quando um

indivíduo não cumpre com sua obrigação, pode afetar o bem estar dos outros

indivíduos dentro da sociedade. Assim, para que o Estado se mantenha e possa

garantir os direitos sociais existe a necessidade de que os cidadãos cumpram com

os deveres fiscais.

Aplicar ou disseminar a educação é realizar uma exigência constitucional e

não compreende apenas aspectos de ordem geral, mas, também é um processo de

conscientização tributária que permite ao indivíduo e ao Estado conhecerem e

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entender como devem ser tratados as contribuições e os impostos de forma a

promover a igualdade social (SAINZ DE BUJANDA, 1967; LOBO et al., 2005;

SHOLZ, 2005; YUBERO et al., 2009).

Com o objetivo de disseminar a educação fiscal e buscar harmonia entre

Estado e sociedade foi desenvolvido o Programa Nacional de Educação Fiscal –

PNEF, que tem como missão interagir com a sociedade compartilhando

conhecimentos sobre aplicação, origem e controle dos recursos públicos dando

chance ao cidadão de participação direta nesse meio. O objetivo geral do PNEF é

promover a educação fiscal e proporcionar meios para o efetivo exercício da

cidadania. O programa é de ampla abrangência, com o intuito de atender a todos os

brasileiros em qualquer estágio de sua vida, seja para estudantes do ensino

fundamental; estudantes de ensino médio; servidores públicos; alunos universitários;

e a sociedade em geral (PNEF, 2008).

Para o PNEF (2009), é em face da atual realidade social que a educação

fiscal se apresenta como uma forma, ou um meio que pode ajudar a solucionar parte

dos problemas sociais e possibilitar a participação do cidadão na redução das

desigualdades. Consiste num dos pilares do processo educacional, uma vez que no

mundo contemporâneo nenhum país supera as desigualdades sociais sem focalizar

a educação como prioridade. Ela contribui para a formação da consciência do

cidadão, orientando-o para princípios que norteiam a construção de um sistema

tributário que visa à distribuição igualitária de renda.

Nesse sentido, a Educação Fiscal pode ser entendida como uma novaprática que tem como objetivo o desenvolvimento de valores e atitudes,competências e habilidades necessárias ao exercício de direitos e deveresna relação recíproca entre o cidadão e o Estado, a partir de melhorentendimento da vida em sociedade; da estrutura e do funcionamento daAdministração Pública; da função socioeconômica dos tributos; da aplicaçãodos recursos públicos, das estratégias e dos meios para o exercício docontrole social (PNEF, 2008, p.8).

Para Lima (2008), o termo “Educação Fiscal” é entendido como um processo

de acionamento da capacidade intelectual do ser humano, para adquirir o

conhecimento de finanças públicas proporcionando-lhe condições de entender,

analisar e refletir sobre captação e aplicação de recursos públicos, e

consequentemente sobre o exercício de direitos e deveres advindos desse

conhecimento.

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A educação fiscal é a melhor forma didático-pedagógica para se fazer

entender os aspectos financeiros da arrecadação e dos gastos públicos, assim

podendo incentivar o cidadão a compreender e querer botar em prática o seu dever

de contribuir solidariamente em benefício do conjunto da sociedade e, por outro

lado, estar consciente da importância de sua participação no acompanhamento da

aplicação dos recursos arrecadados, com justiça, transparência, honestidade e

eficiência. Dessa forma, minimiza-se o conflito de relação entre o cidadão-

contribuinte e o Estado arrecadador (ESAF/MF/MEC, 2014).

A ideia é que os principais objetivos na aplicação da educação fiscal sejam os

de tentar conscientizar a sociedade dando ao cidadão o direito e oportunidade de

conhecer sobre a função socioeconômica do tributo, disseminar o conhecimento a

respeito dos direitos e deveres em relação aos tributos, mostrar como funciona a

administração pública e passar para o cidadão a importância da necessidade de

acompanhar e fiscalizar a aplicação dos recursos públicos, assim o cidadão estará

exercendo a cidadania e criando condições para uma boa relação com o Estado.

O melhor momento e o ambiente mais favorável para se começar a fazer o

cidadão entender sobre a importância de exercer a cidadania fiscal, de como cumprir

com seus deveres para poder abdicar de seus direitos, aprender sobre educação

fiscal e levar suas práticas para o resto da vida e também passar esse conhecimento

para outras pessoas, assim consequentemente adquirindo uma certa consciência

fiscal, é durante a juventude e nas escolas. Presume-se que seria bem mais simples

e mais fácil de se ver uma sociedade inteira exercendo a cidadania se fosse regra a

aplicação da educação fiscal obrigatória desde o ensino básico nas escolas.

Também nesse sentido, com o intuito de se iniciar essa aplicação da

educação fiscal nas escolas foi criado o Programa Nacional de Educação Fiscal.

O Programa Nacional de Educação Fiscal – PNEF – tem como seu principal

objetivo proporcionar e estabelecer a Educação Fiscal para o correto exercício da

cidadania, tendo em vista um aperfeiçoamento contínuo da relação da participação

consciente entre o Estado e o cidadão, contribuindo para a defesa permanente das

garantias constitucionais (ESAF, 2009).

O tema educação fiscal já tem um certo destaque no país e vem sendo

bastante discutido. Atualmente, a educação fiscal vem ganhando espaços nos meios

escolares, o que é bastante importante, tendo em vista a educação como o principal

meio para fazer acontecer a mudança social. Os programas de educação fiscal nas

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escolas vêm chamando a atenção dos alunos para o cumprimento das obrigações

tributárias pelos cidadãos contribuintes e alertando também para a fiscalização do

cidadão em defesa ao combate da sonegação fiscal. O principal objetivo de um

Programa de Educação Fiscal deve ser o de conscientizar as pessoas para o

exercício da cidadania e através disto levar ao cidadão o conhecimento do papel

social do tributo. A educação fiscal deve ser aplicada no sentido de informar, para

que todos conheçam e educar para que todos pratiquem (PET-CE).

Os programas que buscam disseminar a educação fiscal podem proporcionar

uma boa contribuição para a formação dos estudantes, podendo assim formar o

cidadão praticante de seus exercícios e contribuir de maneira positiva para o bem

estar da coletividade social.

2.4.1 Estudos similares

Neste tópico pretende-se mencionar alguns resultados de estudos anteriores,

similares ao presente trabalho, realizados por outros autores na mesma linha de

pesquisa acerca do nível de entendimento da educação fiscal, cidadania e

sonegação fiscal.

No estudo de Buti e Batista (2009), os autores pesquisaram sobre a educação

fiscal como sendo um desafio em sala de aula, com estudos feitos a partir da análise

de pesquisa bibliográfica chegaram à conclusão que a população é favorecida em

geral quando se conscientiza o cidadão com o objetivo de acompanhar a aplicação

dos recursos arrecadados pela administração pública e que o cidadão deve ser

consciente da importância do tributo como instrumento que pode ser utilizado para

reduzir as desigualdades sociais e promover uma justa redistribuição de renda

nacional. Consideram ainda que a educação fiscal pode oportunizar à pessoa a

compreender o valor social dos tributos e estimular no cidadão uma postura ativa na

decisão sobre gestão dos recursos públicos.

No estudo realizado pelo autor Silva (2011), ele aborda tributação e cidadania

como uma questão de educação fiscal, o objetivo da pesquisa foi identificar como a

educação fiscal interfere na construção da cidadania, onde o público alvo da

pesquisa foi estudantes do ensino médio da educação básica de escolas do

município de Campina Grande-PB. Utilizou-se como instrumento de pesquisa a

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aplicação de questionários a fim de obter resultados para esta. Como resultado da

pesquisa foi constatado que apenas 9,80% dos alunos entrevistados costumam

exigir nota fiscal na compra de produtos tributados, onde a partir desses dados

chegou-se à conclusão do desconhecimento em relação ao exercício da cidadania

fiscal, da participação do indivíduo em relação a destinação do tributo embutido nos

preços de produtos ou serviços. Constatou-se também que uma média de 79,17%

dos alunos entrevistados, a maioria deles, conseguem identificar a presença do

Estado a partir do uso cotidiano de serviços públicos, bens e equipamentos públicos,

podendo haver uma ligação dessa questão do uso com a destinação do tributo para

o funcionamento destes.

Já a autora Santiago (2010) realizou uma pesquisa a fim de analisar a

influência do Programa de Educação Fiscal no comportamento dos alunos do Ensino

Médio no município de Itarema-CE, a pesquisa foi realizada com aplicação de

questionários e teve o objetivo de avaliar a conscientização dos alunos sobre a

relevância dos tributos a partir do Programa de Educação Fiscal do Estado do

Ceará. Como resultados da pesquisa constatou-se que a maior parte dos alunos

entrevistados afirmam ter um conhecimento razoável sobre impostos e dizem ter

adquirido esse conhecimento na escola, ainda quase 50% destes afirmam que

conversam sobre impostos com amigos ou familiares, pode-se fazer uma ligação

disso com a socialização as questões relacionadas ao imposto. A respeito da

aplicação do imposto arrecadado, a maioria dos alunos pesquisados, 57,1%,

acreditam que o maior resultado que os impostos arrecadados trazem para a

sociedade resulta em obras públicas e infraestrutura urbana, como segurança,

escolas, hospitais entre outros.

Ainda de acordo com Santiago (2010), quando se fala em sonegação fiscal a

maior parte dos alunos entrevistados acreditam que o brasileiro não gosta ou não

quer pagar impostos. Em parte da pesquisa foi comparado o nível de conhecimento

dos alunos que tiveram acesso à educação fiscal e os que não tiveram, foi

constatado que os alunos que tem a educação fiscal inserida no seu meio escolar

inclinam-se a ter opiniões mais positivas acerca de tributos e a socializar os

conteúdos relacionados ao imposto. A pesquisadora conclui que em parte dos

alunos pesquisados notou-se um certo desinteresse com relação a conceituação de

tributos e seu papel social. Em contrapartida em conversa com os educadores

notou-se um bom nível de conscientização em relação aos tributos e em despertar

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nos alunos o conceito e a importância da fiscalização e aplicação dos tributos

arrecadados, porém reclamam da falta de apoio institucional para que o programa

siga em busca de alcançar seus objetivos.

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28

3 METODOLOGIA DA PESQUISA

3.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO

A pesquisa foi realizada através de uma abordagem quantitativa de cunho

descritiva, por meio de pesquisas em artigos científicos, dissertações, teses e livros

que relatam sobre tributos, sonegação fiscal, cidadania e educação fiscal. Com o

intuito de embasar o estudo para verificar o nível de entendimento sobre educação

fiscal dos alunos de ensino médio da rede pública de Natal-RN, onde utilizou-se

como instrumento da pesquisa a aplicação de questionários, e também utilizou-se de

um levantamento de estudos similares com o objetivo de enriquecer a análise do

resultado desta pesquisa.

Referente ao objetivo da pesquisa foi utilizada a metodologia de pesquisa

exploratória, que segundo Dencker (2007, p. 151):

“Procura aprimorar ideias ou descobrir intuições [...] e caracteriza-se por

possuir um planejamento flexível, envolvendo em geral levantamento bibliográfico,

entrevista com pessoas na área de exemplos similares”.

Trata-se de um estudo transversal quantitativo, que tem como objetivo obter

informações a partir das percepções dos alunos sobre o assunto abordado durante a

pesquisa.

Pesquisa descritiva segundo Veal (2011, p. 29), é: “investigar, descrever o

que é”. Esse tipo de pesquisa é comum, pois, tem o objetivo de mapear o que se

deseja descobrir, seja o comportamento ou atividades que ainda não foram

estudadas, o que também possibilita que outros trabalhos possam ser realizados

através da pesquisa feita de forma descritiva.

Portanto, procedeu-se a revisão da literatura sobre o assunto, abordando

sempre a educação fiscal. Através da pesquisa bibliográfica pretendia-se obter um

esclarecimento sobre a problemática, facilitando a compreensão sobre os conceitos

que foram analisados, devido à necessidade de se obter as informações sobre

tributos, sonegação fiscal, cidadania e educação fiscal.

A pesquisa realizada com questionários objetiva sempre obter um número

significativo de entrevistados para que os resultados sejam precisos, em termos

numéricos na forma como são coletados os dados e posteriormente analisados e

interpretados. A pesquisa quantitativa utiliza o método realizado através de

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questionários, que são entregues e posteriormente respondidos diretamente pelo

público da pesquisa, sem interferência do pesquisador. Na pesquisa quantitativa

deve se ter muito cuidado na elaboração do questionário, pois será lido por pessoas

diversas, devendo haver compreensão de todos sobre o que se está lendo.

Conforme Veal (2011, p. 315): “Ao elaborar um questionário para ser preenchido

pelo respondente, deve-se tomar cuidado com sua disposição e apresentação, visto

que será lido e completado por pessoas “sem treinamento”.

3.2 AMOSTRA

Como forma de obter os resultados pretendidos, a pesquisa foi realizada por

amostragem não-probabilística por conveniência, através de questionários aplicados,

com a amostra de 118 (cento e dezoito) alunos dos 2º e 3º anos do ensino médio,

estudantes de duas escolas estaduais da rede pública de ensino de Natal-RN. O

total dos 118 respondentes, são compostos por 54 alunos de duas turmas dos 2º

anos da Escola Estadual Ana Júlia de Carvalho Mousinho e 64 alunos de três

turmas dos 3º anos da Escola Estadual Professor Josino Macedo, localizadas em

bairros da zona norte do município de Natal-RN.

Pressupôs-se que entre os 2º e 3º anos do ensino médio os alunos já

possuem a capacidade de identificar, mesmo que intuitivamente, as questões sobre

educação fiscal e cidadania abordadas nos questionários aplicados, além disso

presume-se também que possuem maturidade em maior grau do que alunos de

outras séries de ensino médio e fundamental, pelo fato de a maioria dos alunos

destas séries, 2º e 3º anos, ser maior de 16 anos. Assim podendo responder os

questionários com maior responsabilidade e atenção, para desta forma se poder

obter resultados mais confiáveis.

3.3 INSTRUMENTO DA PESQUISA

Utilizou-se como instrumento da pesquisa a aplicação de questionários que

possui 26 (vinte e seis) questões (APÊNDICE), com perguntas estruturadas sobre:

educação fiscal, conhecimento sobre a utilidade e aplicação dos tributos, sonegação

de impostos e atitudes cidadãs. Tendo com a aplicação a pretensão de verificar o

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nível de entendimento ou a percepção dos alunos acerca do conhecimento sobre

educação fiscal. O questionário foi dividido em duas etapas, onde a primeira etapa

destina-se a verificar o perfil dos alunos entrevistados e a segunda etapa destina-se

a verificar a percepção dos alunos a respeito das questões de educação fiscal,

conhecimento do documento fiscal e sua utilidade para a arrecadação de tributos,

aplicação dos tributos recolhidos, sonegação e cidadania.

Nesse sentido algumas das questões formuladas tomaram como parâmetro

estudos anteriores com objetivos similares aos desta pesquisa (ver p. 25-27), e

tinham a finalidade de mensurar o nível de entendimento de alunos do ensino médio

acerca da educação fiscal e cidadania fiscal.

3.4 COLETA DOS DADOS

A coleta dos dados foi realizada através de questionários com perguntas

estruturadas, onde nessa pesquisa teve-se o objetivo de obter respostas rápidas e

precisas in loco, possibilitando encontrar o maior número de informações para que o

objetivo da pesquisa fosse respondido.

Com relação ao tempo de duração da pesquisa com a aplicação de

questionários, se deu entre duas semanas do mês de maio de 2017, durante 3 (três)

dias no turno da tarde.

A coleta de dados nas escolas foi realizada pelo autor e contou com a

colaboração de um professor da disciplina de geografia de ambas as escolas a fim

de facilitar o acesso aos alunos respondentes dos questionários e a demais

informações que foram úteis para a escolha destes como amostra da pesquisa, com

isso, a obtenção dos dados foi realizada através da pesquisa de campo, onde foram

abordados nos questionários questões com a intenção de verificar o nível de

entendimento acerca da educação fiscal dos alunos dos 2º e 3º anos do ensino

médio de duas escolas estaduais da rede pública de ensino de Natal-RN.

Assim, com o instrumento da pesquisa respondido pelos alunos, foi possível

obter os resultados.

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3.5 ANÁLISE DOS DADOS

A técnica utilizada foi a de análise através da tabulação dos dados no Excel

de acordo com as respostas obtidas pelos questionários, com a finalidade de

atender aos objetivos da pesquisa. Foi utilizada também a visualização gráfica, bem

como a análise dos dados coletados de acordo com o referencial levantado,

possibilitando uma interpretação sobre os questionários aplicados com os alunos

dos 2º e 3º anos do ensino médio das duas escolas estaduais da rede pública de

ensino de Natal-RN, onde foi realizado um aprofundamento na pesquisa para se

chegar ao objetivo da pesquisa.

De acordo com Dencker (2007), o pesquisador precisa focar na análise e na

interpretação das informações coletadas logo após a coleta dos dados. O objetivo da

análise é juntar as informações coletadas de maneira lógica e organizada, para que

assim se possa responder ao problema da pesquisa da melhor maneira. A

interpretação tem a perspectiva de fazer a ligação entre o conhecimento e os dados

coletados dando assim sentidos mais amplos aos dados coletados.

Essa técnica de análise de dados possibilita que se obtenha um

conhecimento sobre os resultados encontrados através das pesquisas feitas com os

sujeitos, neste caso, com os alunos, sendo a aplicação dos questionários feita de

forma qualificada e estruturada.

Após a coleta, tabulou-se os dados a fim de obter um melhor resultado dos

dados amostrais para a criação dos gráficos que explicaram melhor o

questionamento feito sobre o nível de entendimento da educação fiscal dos alunos

do ensino médio da rede pública de Natal-RN. Portanto, as ferramentas utilizadas

para a realização dos gráficos foram Word-2013 e Excel-2013 com a técnica

estatística de percentagem para representar os resultados.

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4 ANÁLISE DOS RESULTADOS

4.1 ANÁLISE GERAL

Nesse tópico aborda-se o perfil dos entrevistados, assim como a análise geral

dos resultados obtidos com a pesquisa, possibilitando um entendimento sobre o

objetivo do trabalho.

O perfil dos alunos que participaram da pesquisa relacionada ao nível de

entendimento da educação fiscal das duas escolas estaduais da rede pública de

ensino de Natal-RN é bem variado. Quanto a faixa etária destes, 10% dos alunos

são menores de 16 anos, a maioria deles, em 79%, têm entre 16 e 18 anos e 11%

são maiores de 18 anos; 42% dos alunos entrevistados são do gênero masculino e

58% do gênero feminino. Constatou-se que apenas 39% dos alunos entrevistados

afirmam já ter tido acesso à educação fiscal e apenas 28% desses alunos que já

tiveram acesso à educação fiscal afirmam que praticam em seu dia a dia esse

conhecimento, outros 28% dos alunos que tiveram acesso dizem não ser praticantes

e 44% costumam às vezes praticar o que conhecem sobre educação fiscal. Os

outros 61% dos alunos entrevistados afirmaram não ter tido nenhum acesso ou não

ter conhecimento sobre educação fiscal. Observa-se que é minoria os alunos que

possuem a percepção de ter tido algum contato com a educação fiscal, e que

também apenas uma pequena parte destes afirmam aplicar a prática do

conhecimento da educação fiscal em seu cotidiano.

Percebe-se que o número de alunos que tem acesso à educação fiscal, nas

escolas estudadas, ainda é pequeno, tendo em vista a relevância da aplicação da

educação fiscal nas escolas para que haja uma maior conscientização dos alunos,

como mostra o estudo de Buti e Batista (2009), onde os autores pesquisaram sobre

a educação fiscal como sendo um desafio em sala de aula e com estudos feitos a

partir da análise de pesquisa bibliográfica chegaram à conclusão que a população é

favorecida em geral quando se conscientiza o cidadão com o objetivo de

acompanhar a aplicação dos recursos arrecadados pela administração pública e que

o cidadão deve ser consciente da importância do tributo como instrumento que pode

ser utilizado para reduzir as desigualdades sociais e promover uma justa

redistribuição de renda nacional. Consideram ainda que a educação fiscal pode

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oportunizar à pessoa a compreender o valor social dos tributos e estimular no

cidadão uma postura ativa na decisão sobre gestão dos recursos públicos.

Já na pesquisa realizada pela autora Santiago (2010) a fim de analisar a

influência do Programa de Educação Fiscal no comportamento dos alunos do Ensino

Médio no município de Itarema-CE, que teve como objetivo avaliar a conscientização

dos alunos sobre a relevância dos tributos a partir do Programa de Educação Fiscal

do Estado do Ceará. A pesquisa constatou que a maior parte dos alunos

entrevistados afirmam ter um conhecimento razoável sobre impostos e dizem ter

adquirido esse conhecimento na escola. Pode-se observar assim a importância da

aplicação desses conhecimentos acerca da educação fiscal na educação básica nas

escolas.

Os resultados a seguir são correspondentes a uma análise geral realizada a

partir do número total da amostra:

GRAFICO 1: Percepção a respeito da utilidade da nota fiscal.

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

Para se chegar ao resultado deste gráfico, realizou-se o cruzamento dos

dados coletados referente as questões 5 e 6 do questionário aplicado durante a

pesquisa, a partir desse cruzamento pode-se perceber o resultado quanto ao

conhecimento dos alunos a respeito da utilidade da nota fiscal, tendo em vista que a

emissão da nota fiscal de produtos e serviços garante o recolhimento de impostos

aos cofres públicos. Mesmo com o baixo percentual de apenas 39% dos alunos

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entrevistados que tiveram acesso à educação fiscal, nota-se nesse gráfico que uma

boa parcela, referente a todos os alunos entrevistados, entre os que tiveram acesso

à educação fiscal e os que não tiveram acesso, 64% dos alunos conhecem a

respeito da utilidade da nota fiscal e apenas 36% dos alunos entrevistados não

sabem para que serve a nota fiscal.

Desta forma pode-se averiguar que a maioria dos alunos entrevistados se

mostram conscientes da utilidade da nota fiscal.

GRÁFICO 2: Percepção acerca da importância de exigir nota fiscal no ato da

compra.

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

Observa-se no GRAFICO 2 que a maioria dos alunos entrevistados têm a

consciência da importância de se exigir nota fiscal no ato da compra, pode-se

confirmar no gráfico onde mostra que 98% dos respondentes acreditam ser

importante exigir nota fiscal, apenas 2% dos entrevistados não sabem se é

importante exigir nota fiscal e 0% ou nenhum dos entrevistados responderam que

não é importante. Assim percebe-se que a maioria dos alunos entrevistados, quase

todos eles, que também são consumidores, conhecem a importância da exigência da

emissão da nota fiscal ao adquirir produtos e serviços.

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GRÁFICO 3: Hábito de exigir nota fiscal.

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

O GRÁFICO 3 representa o percentual de alunos que têm o hábito de exigir

nota fiscal no ato da compra, onde 79% dos alunos entrevistados afirmam ter o

hábito de exigir nota fiscal e com resposta parcialmente positiva, 17% dos alunos,

afirmam que só às vezes exigem nota fiscal no ato da compra, apenas 4% dos

entrevistados não possuem o costume de exigir nota fiscal no ato da compra. Pode-

se observar a conformidade deste resultado, que mostra que a maior parte dos

alunos entrevistados costumam exigir nota fiscal, com o GRÁFICO 2, onde a maioria

dos alunos se mostram conscientes acerca da importância da exigência da nota

fiscal.

Comparando com o estudo realizado pelo autor Silva (2011), com alunos do

ensino médio do município de Campina Grande-PB, que como resultado da

pesquisa foi constatado que apenas 9,80% dos alunos entrevistados costumam

exigir nota fiscal na compra de produtos tributados (ver p. 25-26), onde a partir

desses dados chegou-se à conclusão do desconhecimento em relação ao exercício

da cidadania fiscal, da participação do indivíduo em relação a destinação do tributo

embutido nos preços de produtos ou serviços. Na atual pesquisa com os alunos das

escolas de Natal-RN, os alunos já se mostram mais conscientes desse exercício de

cidadania fiscal.

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GRÁFICO 4: Percepção dos alunos acerca da composição do valor expresso na

nota fiscal.

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

No GRÁFICO 4 obteve-se os resultados da percepção dos alunos a respeito

da composição da nota fiscal de um produto. Observa-se que 60% das respostas

foram positivas, onde os alunos afirmam que o valor expresso na nota fiscal é a

soma do valor do próprio produto mais os impostos incididos sobre este, apenas 9%

dos respondentes não acreditam que o valor da nota fiscal seja expresso dessa

forma e os outros 31% não tem o conhecimento sobre essa situação. Desta forma

verifica-se que a maior parte dos alunos envolvidos na pesquisa conhecem a

composição dos valores expressos na nota fiscal.

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GRÁFICO 5: Alunos que acreditam na importância de aconselhar outras pessoas a

exigir nota fiscal ao adquirir produtos ou serviços.

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

Pode-se associar esse gráfico a percepção dos alunos a respeito da

importância da disseminação da educação fiscal neste ponto da importância de

aconselhar outras pessoas da sua exigência no ato da compra. A grande maioria

dos respondentes, em 92% acreditam que é importante aconselhar outras pessoas a

exigir nota fiscal de produtos e serviços, apenas 2% não acreditam ser importante e

os outros 6% desconhecem ou não souberam responder. Este gráfico mostra um

resultado positivo em relação a consciência dos alunos para a disseminação de

atitudes corretas como o cumprimento do seu dever de cidadão.

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GRÁFICO 6: Alunos que já compraram ou comprariam produtos sem nota fiscal.

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

Para chegar aos resultados desse gráfico foi realizado o cruzamento dos

dados referente as questões 13 e 14 do questionário (APÊNDICE), para desta forma

se obter respostas em percentual dos alunos que já compraram ou comprariam

produtos sem nota fiscal. Assim obteve-se os resultados com uma porcentagem de

50% dos respondentes que responderam que sim, já compraram ou comprariam

produtos sem nota fiscal. 28% dos respondentes afirmam que não costumam

comprar e não comprariam produtos sem nota fiscal, onde estes se mostram mais

conscientes para a questão da cidadania fiscal, mostrando conhecer a importância

de só comprar produtos legalmente comercializados com nota fiscal. E outros 22%

dos respondentes responderam “talvez”, de forma parcialmente positiva, assim

alegando que possivelmente podem também tomar a decisão de comprar produtos

sem nota fiscal.

Chega-se à conclusão a partir desse gráfico que mesmo com a maioria dos

entrevistados tendo uma certa consciência fiscal em relação a importância da

exigência, emissão ou disseminação de aconselhar outras pessoas a exigir nota

fiscal no ato da compra, como pode-se observar na análise de gráficos anteriores,

que mesmo assim os respondentes se posicionam de forma bastante dividida

quando se traz essa consciência à prática. Essa atitude de comprar produtos sem

nota fiscal pode ainda favorecer comerciantes mal intencionados a sonegar o

imposto que seria recolhido com a emissão da nota fiscal. Talvez esses alunos ainda

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tenham esse comportamento devido à falta de conhecimento a respeito de

sonegação de impostos, como pode-se verificar no GRÁFICO 7.

GRÁFICO 7: Conhecimento a respeito de sonegação de impostos.

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

O GRÁFICO 7 tem o objetivo de demonstrar a porcentagem de alunos que

têm ou não o conhecimento sobre o que é sonegação de impostos, onde 46% dos

entrevistados afirmaram saber o que é sonegação de impostos e 54% alegaram não

saber o que é sonegação de impostos. Observa-se que a minoria dos entrevistados

têm o conhecimento acerca da definição de sonegação fiscal, fator esse que pode-

se relacionar a falta de conhecimento do cidadão acerca de seu dever de pagar

impostos, assim por falta de conhecimento, que pode ser adquirido a partir da

aplicação da educação fiscal, o cidadão pode vir a praticar a sonegação sem ter o

seu devido conhecimento.

Na pesquisa realizada pela autora Santiago (2010), em estudo realizado com

alunos do Ensino Médio no município de Itarema-CE (ver p. 26-27), como um dos

resultados da pesquisa constatou-se que quando se fala em sonegação fiscal a

maior parte dos alunos entrevistados acreditam que o brasileiro não gosta ou não

quer pagar impostos.

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GRÁFICO 8: Alunos que concordam ou não com a compra de produtos sem nota

fiscal.

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

Para realizar a análise dos dados coletados para essa questão foi lançado o

seguinte caso: Um consumidor estava em dúvida entre comprar um DVD similar de

um artista X por R$2,00 “sem nota fiscal” no camelódromo, ou comprar um DVD

original do mesmo artista X em uma Loja do shopping por R$10,00 “com nota fiscal”.

O mesmo decidiu comprar o DVD similar por R$2,00 “sem nota fiscal”, por ser mais

barato. A partir deste, perguntou-se aos respondentes se eles concordam ou não

com a atitude do cidadão deste caso, de optar por comprar o produto sem nota

fiscal. Assim pode-se verificar que a maioria dos respondentes, em 61%, não

concordam, ou acreditam não ser correto comprar produtos sem nota fiscal. 20% dos

respondentes concordam ou acham correto a compra de produtos sem nota fiscal. E

os outros 19% dos respondentes não souberam responder. Em conformidade com

os resultados apresentados nos gráficos 2 e 3, que mostram que a maioria dos

alunos entrevistados acreditam na importância de se exigir nota fiscal e ainda

costumam exigir nota fiscal no ato da compra, neste gráfico a maioria dos alunos

não concordam com a compra de produtos sem nota fiscal, demonstrando assim

uma boa percepção destes acerca do bom comportamento do cidadão na sociedade

a fim de com a emissão da nota fiscal garantir o recolhimento dos impostos e evitar a

sonegação. Porém ainda assim, pode-se observar no GRÁFICO 6 que a maioria dos

alunos afirmam total ou parcialmente que já compraram ou comprariam produtos

sem nota fiscal, assim percebe-se que falta levar para à prática o conhecimento ou a

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percepção da importância da exigência da emissão de nota fiscal, observa-se a falta

do cumprimento do dever de cidadania fiscal.

GRÁFICO 9: Conhecimento a respeito da utilidade e aplicação dos impostos

recolhidos.

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

Verifica-se no GRÁFICO 9 que um pouco mais da metade dos alunos, 53%,

responderam que sabem para que serve e onde são aplicados os impostos

recolhidos. Os outros 47% dos respondentes alegaram não ter o conhecimento da

utilidade do imposto.

Na pesquisa da autora Santiago (2010), como resultados da pesquisa

constatou-se que a maior parte dos alunos entrevistados afirmam ter um

conhecimento razoável sobre impostos e dizem ter adquirido esse conhecimento na

escola, ainda quase 50% destes afirmam que conversam sobre impostos com

amigos ou familiares, pode-se fazer uma ligação disso com a socialização as

questões relacionadas ao imposto. Ainda na pesquisa da autora Santiago (2010), a

respeito da aplicação do imposto arrecadado, a maioria dos alunos pesquisados,

57,1%, acreditam que o maior resultado que os impostos arrecadados trazem para a

sociedade resulta em obras públicas e infraestrutura urbana, o que indica que

realmente sabem onde são aplicados os impostos recolhidos.

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GRÁFICO 10: Consideram a exigência da emissão da nota fiscal e o pagamento de

impostos atos cidadãos.

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

Para se chegar as proporções deste gráfico, foi feito o cruzamento dos dados

referentes as questões 17 e 18 do questionário (APÊNDICE) a fim de se obter

resultados percentuais dos alunos que consideram a exigência da emissão da nota

fiscal e o pagamento de impostos atos cidadãos. 75% dos respondentes acreditam

que sim, a exigência da nota fiscal e o pagamento de impostos são atos cidadãos,

apenas 7% não acreditam que estes sejam atos de cidadania e os outros 18% não

souberam responder. Assim pode-se observar que a grande maioria dos alunos

questionados, tem a consciência de que é dever do cidadão exigir nota fiscal no ato

da compra e pagar seus impostos devidos, estes possuem uma boa percepção

acerca da cidadania fiscal.

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GRÁFICO 11: Percepção dos alunos acerca da importância de se adquirir produtos

legalmente comercializados a fim de garantir a arrecadação de tributos para gerar

receita pública para a administração financeira do Estado.

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

Com este gráfico pode-se analisar a percepção dos alunos estudados com

relação a importância de se adquirir produtos legalmente comercializados a fim de

garantir a arrecadação de tributos para gerar receita pública para a administração

financeira do Estado, foram relacionados os dados referente as questões 19 e 20 do

questionário (APÊNDICE) para se chegar a esses resultados. Assim observa-se que

53%, a maioria dos alunos respondentes, acreditam que só haverá receita pública se

houver arrecadação de tributos, estes responderam com respostas positivas

atendendo assim a expectativa de coerência das respostas nas questões. Apenas

7% dos alunos entrevistados acreditam que não precisa arrecadar tributos para

gerar receita pública e os outros 40% não souberam responder às questões.

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GRÁFICO 12: Acreditam que os tributos arrecadados são revertidos em benefícios

para a sociedade.

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

Esse gráfico representa a percepção dos alunos respondentes a respeito do

benefício que é gerado a sociedade, como saúde, educação e segurança através do

valor dos tributos arrecadados pelo Estado. Onde 47%, a maioria dos alunos

entrevistados, acreditam que através da arrecadação dos tributos são beneficiados

com os serviços públicos oferecidos a sociedade. 29% não acreditam que são

beneficiados de alguma forma e os outros 24% não souberam responder sobre o

questionamento. Para a construção desse gráfico e levantamento do resultado foram

cruzados os dados relacionados entre as questões 21 e 26 do questionário

(APÊNDICE) utilizado como instrumento da pesquisa.

De acordo com os resultados levantados, pode-se perceber que apenas 29%

dos alunos entrevistados não acreditam ser beneficiados com a arrecadação dos

tributos, assim percebe-se que uma grande parcela dos entrevistados, 47% deles,

têm o conhecimento de onde são aplicados os tributos recolhidos e que são

beneficiados com os serviços públicos oferecidos à sociedade.

No estudo realizado pelo autor Silva (2011), constatou-se que uma média de

79,17% dos alunos entrevistados, a maioria deles, conseguem identificar a presença

do Estado a partir do uso cotidiano de serviços públicos, bens e equipamentos

públicos, podendo haver uma ligação dessa questão do uso com a destinação do

tributo para o funcionamento destes.

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Já na pesquisa da autora Santiago (2010), a respeito da aplicação do imposto

arrecadado, a maioria dos alunos pesquisados, 57,1%, acreditam que o maior

resultado que os impostos arrecadados trazem para a sociedade resulta em obras

públicas e infraestrutura urbana, como segurança, escolas, hospitais entre outros.

4.2 ANÁLISE COMPARATIVA

Este tópico tem o objetivo de demonstrar resultados através da análise

realizada a partir da comparação das percepções e conhecimentos, mesmo que

intuitivos, entre os alunos que tiveram acesso à educação fiscal, 39% do total da

amostra, e os que não tiveram acesso à educação fiscal, 61% do total da amostra.

GRÁFICO 13: Percepção acerca do acesso à educação fiscal.

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

Com os resultados obtidos neste gráfico verifica-se a percentagem de alunos

que tiveram acesso à educação fiscal e os que não tiveram acesso. A maioria dos

alunos entrevistados, 61% deles, afirmam que não tiveram acesso à educação fiscal

e apenas 39%, em menor percentual dos alunos entrevistados, afirmam que já

tiveram acesso à educação fiscal ou possuem algum conhecimento acerca do

assunto.

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Em parte da pesquisa realizada pela autora Santiago (2010), foi comparado o

nível de conhecimento dos alunos que tiveram acesso à educação fiscal e os que

não tiveram, desta forma, foi constatado que os alunos que tem a educação fiscal

inserida no seu meio escolar inclinam-se a ter opiniões mais positivas acerca de

tributos e a socializar os conteúdos relacionados ao imposto.

Com base nesses resultados da pesquisa da autora Santiago, notou-se

necessário realizar uma análise comparativa na atual pesquisa entre a percepção

dos alunos que tiveram acesso à educação fiscal, 39% dos alunos entrevistados, e

os que não tiveram acesso, a maioria dos alunos em 61%, a fim de perceber a

diferença acerca da percepção destes em relação ao entendimento de alguns

conceitos relacionados a educação fiscal e cidadania. O QUADRO 1 tem o objetivo

de demonstrar os resultados comparativos da percepção dos alunos que tiveram

acesso à educação fiscal e os que não tiveram acesso.

QUADRO 1: Quadro comparativo.

TIVERAM ACESSO À EDUCAÇÃO FISCAL NÃO TIVERAM ACESSO À EDUCAÇÃO FISCALConhecem a utilidade da nota fiscal 69,57% Conhecem a utilidade da nota fiscal 60,42%Acham importante exigir nota fiscal 95,65% Acham importante exigir nota fiscal 100%

Costumam exigir nota fiscal 81,52% Costumam exigir nota fiscal 86,81%Conhecem a composição da nota fiscal 41,30% Conhecem a composição da nota fiscal 48,61%

Acham importante aconselhar outraspessoas a exigir nota fiscal na compra

de produtos e serviços84,78%

Acham importante aconselhar outraspessoas a exigir nota fiscal na compra

de produtos e serviços97,22%

Já compraram ou comprariam produtossem nota fiscal

60,33% Já compraram ou comprariam produtossem nota fiscal

61,46%

Sabem o que é sonegação de impostos 63,04% Sabem o que é sonegação de impostos 34,72%Acham correto comprar produtos sem

nota fiscal 17,39% Acham correto comprar produtos semnota fiscal

22,22%

Sabem onde são aplicados os impostos 60,87% Sabem onde são aplicados os impostos 47,22%

Acreditam que pagar impostos é um atocidadão

79,35% Acreditam que pagar impostos é um atocidadão

72,22%

Acreditam que a arrecadação deimpostos gera receita pública

53,26% Acreditam que a arrecadação deimpostos gera receita pública

53,47%

Acreditam que os tributos arrecadadossão revertidos em benefícios para a

sociedade56,88%

Acreditam que os tributos arrecadadossão revertidos em benefícios para a

sociedade55,79%

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

Pode-se observar no Quadro 1 a comparação do percentual resultado acerca

da percepção de entendimento dos alunos pesquisados sobre os conceitos e

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definições utilizadas no instrumento da pesquisa entre os alunos que tiveram acesso

à educação fiscal e os que não tiveram acesso. Observa-se grande diferença

apenas nas comparações da percepção que os alunos possuem sobre sonegação

de impostos e a percepção dos alunos sobre onde são aplicados os impostos

recolhidos. Onde em maior percentual os alunos que tiveram acesso à educação

fiscal mostram um maior entendimento acerca dos conhecimentos sobre sonegação

de impostos e a aplicação dos impostos recolhidos.

Se analisados os dados comparativos de forma geral, abrangendo todas as

questões abordadas no instrumento da pesquisa, observa-se que os alunos que

tiveram acesso à educação fiscal possuem um nível de entendimento parecido com

os que não tiveram acesso. Constatando-se assim que, ou o acesso à educação

fiscal para estes não influenciou de forma relevante no nível de entendimento acerca

da educação fiscal, ou que os alunos que não tiveram acesso à educação fiscal

possuem um nível de entendimento razoável se levado em consideração o fato de

não terem tido acesso à educação fiscal.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Compreende-se que a educação é primordial para a formação social do

cidadão, nesse sentido, pode-se compreender que a aplicação da educação fiscal se

torna também relevante para a formação do cidadão mais consciente dos seus

deveres com a sociedade, como os de pagar tributos e não sonegá-los, para poder

manter um equilíbrio harmonioso entre Estado e sociedade.

No entanto, ainda existem muitas pessoas na sociedade que não têm o

entendimento que se espera a respeito das noções de educação fiscal, como o

entendimento da função socioeconômica do tributo, por exemplo, que pode ter o

poder de conscientizar o cidadão da importância de pagar, cobrar e não sonegar. Os

números de perda com sonegação de tributos representa o déficit de um valor que

poderia está sendo arrecadado e redistribuído em forma de benefícios para a

sociedade, desta forma pode-se visualizar melhor a relevância da importância de se

combater a sonegação. Assim compreende-se a importância de se exercer a

cidadania, para o alcance do bem estar social de todos e da mudança social. A

cidadania pode ser demonstrada com a aplicação da educação fiscal, que é uma

prática didático-pedagógica que traz esse conhecimento desde os deveres de o

cidadão de pagar seus tributos, não sonegar impostos e assim poder contribuir em

benefício da sociedade.

A partir dessa ideia, foi possível observar na pesquisa, que de acordo com o

perfil dos alunos estudados, menos de 50% deles já tiveram acesso ou acreditam ter

algum conhecimento sobre educação fiscal, porém conclui-se que mesmo diante

deste fato, quando analisados os resultados de forma geral, a partir do número total

da amostra, percebe-se que a maioria dos alunos têm o entendimento ou a

percepção da importância de cumprir com a maioria dos deveres do cidadão, como a

importância de se exigir nota fiscal no ato da compra, por exemplo, onde 98% dos

alunos acham importante e ainda a maioria dos alunos entrevistados, 79%

totalmente e 17% parcialmente, tem o hábito de exigir nota fiscal e conhecem a sua

utilidade para a arrecadação dos tributos, a maioria dos alunos têm o conhecimento

a respeito da utilidade e aplicação dos impostos recolhidos e consideram o ato de

pagar impostos uma atitude cidadã. A maioria dos alunos estudados acreditam ainda

na importância de aconselhar outras pessoas a exigir nota fiscal ao adquirir produtos

ou serviços, o que é importante para a disseminação desse comportamento. Apesar

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de a maioria dos alunos acreditar na importância de se comprar somente produtos

legalmente comercializados com nota fiscal, a fim de garantir o recolhimento de

impostos e gerar receita para a administração financeira do Estado, muitos

acreditam que não são beneficiados de alguma forma com os impostos recolhidos.

54% dos alunos não sabem o que é sonegação de impostos e muitos afirmaram já

ter comprado ou ainda que poderão comprar produtos sem nota fiscal.

Quando comparado o percentual resultado dividindo a amostra entre os

alunos que tiveram acesso à educação fiscal e os que não tiveram acesso, observa-

se em maior percentual que os alunos que tiveram acesso à educação fiscal

mostram um maior entendimento acerca dos conhecimentos sobre sonegação de

impostos e a aplicação dos impostos recolhidos. Quando analisados os dados

comparativos de forma geral, acerca de todas as questões abordadas no

instrumento da pesquisa, observa-se que os alunos que tiveram acesso à educação

fiscal possuem um nível de entendimento parecido com os que não tiveram acesso.

Constatando-se assim que, ou o acesso à educação fiscal para estes não

influenciou de forma relevante no nível de entendimento acerca da educação fiscal,

ou que os alunos que não tiveram acesso à educação fiscal possuem um nível de

entendimento razoável se levado em consideração o fato de não terem tido acesso à

educação fiscal.

Os levantamentos feitos através da pesquisa serviram para responder a

seguinte pergunta: “qual o nível de entendimento dos estudantes do ensino médio

acerca da educação fiscal?”. De acordo com as respostas, ficou evidente que a

maioria dos alunos têm um nível de entendimento razoável acerca da educação

fiscal, mostram entender sobre as questões abordadas sobre a percepção da

importância de se cumprir com a maioria dos deveres do cidadão, que são

decorrentes da educação fiscal, porém, ainda assim alguns mostram um

comportamento avesso quando se verificado a questão da prática e costumes que

os levam a contribuir, mesmo que indiretamente, com a sonegação.

Com isso, após todos os questionamentos feitos sobre o entendimento acerca

de educação fiscal dos alunos, notou-se um nível de entendimento razoável sobre

os conceitos e aplicações da educação fiscal.

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APÊNDICE

Questionário da Pesquisa

Pesquisa de Conclusão do Curso de Graduação em Ciências Contábeis da UFRN

Pesquisador Matheus Medeiros da Trindade

Objetivo: Analisar o nível de entendimento de estudantes dos 2º e 3º

anos do ensino médio de duas escolas estaduais da rede pública de

ensino de Natal-RN acerca da educação fiscal.

Marcar com um X somente a alternativa que melhor represente a sua resposta.

1ª ETAPA

1 - Faixa de idade: ( ) menor de 16 anos ( ) entre 16 e 18 anos ( ) maior de 18 anos

2 - Sexo: ( ) masculino ( ) feminino

3 - Tem algum conhecimento, já assistiu aulas / palestras ou participou de algum curso sobreeducação fiscal? ( ) sim ( ) não

4 - Caso a resposta anterior tenha sido “sim”, responda: Você pratica em seu dia a dia o quesabe sobre educação fiscal? ( ) sim ( ) não ( ) as vezes

2ª ETAPA

5 - Você sabe para que serve a nota fiscal? ( ) sim ( ) não

6 – A emissão de nota fiscal de produtos ou serviços garante o recolhimento de impostos?( ) sim ( ) não ( ) não sei

7 - É importante exigir nota fiscal no ato da compra? ( ) sim ( ) não ( ) não sei

8 - Você e as pessoas da sua família costumam exigir nota fiscal no ato da compra?( ) sim ( ) não ( ) as vezes

9 - Suponha que você esteja em uma loja comprando um produto qualquer, logo após afinalização da compra o vendedor lhe pergunta se você quer que emita a nota fiscal doproduto, o que você responderia? ( ) sim ( ) não

10 - O valor contido na nota fiscal expressa o valor do produto mais os impostos incididossobre este? ( ) sim ( ) não ( ) não sei

11 - Você acredita que é importante aconselhar outras pessoas a exigirem nota fiscal aoadquirir algum produto ou serviço? ( ) sim ( ) não ( ) não sei

12 - Um consumidor estava em dúvida entre comprar um DVD similar de um artista X porR$2,00 “sem nota fiscal” no camelódromo, ou comprar um DVD original do mesmo artista Xem uma Loja do shopping por R$10,00 “com nota fiscal”. O mesmo decidiu comprar o DVD

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similar por R$2,00 “sem nota fiscal”, por ser mais barato. Você julga essa atitude correta?( ) sim ( ) não ( ) não sei

13 - Com base na questão anterior, responda: Você tomaria a mesma decisão de comprar oDVD similar, mais barato e sem nota fiscal? ( ) sim ( ) não ( ) talvez

14 - Você já comprou ou compraria algum produto sem nota fiscal? ( ) sim ( ) não ( ) talvez

15 - Você sabe o que é sonegação de impostos? ( ) sim ( ) não

16 - Você sabe para que serve e onde são aplicados os impostos recolhidos? ( ) sim ( ) não

17 - Ao deixar de exigir nota fiscal no ato da compra de algum produto ou serviço, deixa-se aocasião favorável para que a empresa sonegue o imposto que estaria expresso na nota. Combase nesse contexto, você considera a exigência da emissão da nota fiscal um ato cidadão?( ) sim ( ) não ( ) não sei

18 - O ato de pagar impostos é uma atitude cidadã? ( ) sim ( ) não ( ) não sei

19 - Sem arrecadação de impostos não há receita pública. ( ) sim ( ) não ( ) não sei

20 - O imposto é decorrente das atividades de comércio, indústria e serviços. É preciso que asociedade cumpra seu papel somente adquirindo produtos e serviços comercializadoslegalmente, pois assim é possível gerar receita para a administração financeira do estado? ( )

sim ( ) não ( ) não sei

21 – Você acredita que, você, sua família e a população, em geral, são beneficiadas de algumaforma com a arrecadação de impostos? ( ) sim ( ) não ( ) não sei

22 - Os tributos recolhidos geram receita para os cofres públicos. Posteriormente essesvalores são revertidos em benefícios para a sociedade? ( ) sim ( ) não ( ) não sei

23 - É preferível que se compre produtos legalmente comercializados com nota fiscal, poisassim será gerado imposto, que será recolhido aos cofres públicos e depois revertido embenefícios para a sociedade? ( ) sim ( ) não ( ) não sei

24 - O dinheiro utilizado para que sua escola exista e funcione vem da arrecadação deimpostos? ( ) sim ( ) não ( ) não sei

25 - Quando o patrimônio público (bancos de praça, cadeiras da escola etc.) é destruído, odinheiro utilizado para pagar o conserto deste patrimônio vem de impostos pagos pelocidadão e arrecadados pelo governo? ( ) sim ( ) não ( ) não sei

26 - Sem receita pública continuam funcionando normalmente os serviços públicos deeducação, saúde e segurança? ( ) sim ( ) não ( ) não sei