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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE BIOCIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE ECOLOGIA THAVILLA SIMONE FERREIRA EFEITO DA BIODIVERSIDADE DE PLANTAS NA SOBREVIVÊNCIA E HERBIVORIA FOLIAR DE Mimosa tenuiflora EM UM EXPERIMENTO DE RESTAURAÇÃO DE CAATINGA NATAL/RN 2018

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO … · avaliou se a herbivoria e a sobrevivência de plantas jovens de Mimosa tenuiflora (Fabaceae), seriam influenciadas pela riqueza

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE BIOCIÊNCIAS

DEPARTAMENTO DE ECOLOGIA

THAVILLA SIMONE FERREIRA

EFEITO DA BIODIVERSIDADE DE PLANTAS NA SOBREVIVÊNCIA E

HERBIVORIA FOLIAR DE Mimosa tenuiflora EM UM EXPERIMENTO DE

RESTAURAÇÃO DE CAATINGA

NATAL/RN

2018

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE BIOCIÊNCIAS

DEPARTAMENTO DE ECOLOGIA

THAVILLA SIMONE FERREIRA

EFEITO DA BIODIVERSIDADE DE PLANTAS NA SOBREVIVÊNCIA E

HERBIVORIA FOLIAR DE Mimosa tenuiflora EM UM EXPERIMENTO DE

RESTAURAÇÃO DE CAATINGA

Trabalho de Conclusão de Curso,

apresentado a Universidade Federal do Rio

Grande do Norte (UFRN), como parte das

exigências para a obtenção do título de

bacharel em Ecologia.

Orientador (a): Profa. Dra. Gislene Maria

da Silva Ganade.

NATAL/RN

2018

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE BIOCIÊNCIAS

DEPARTAMENTO DE ECOLOGIA

THAVILLA SIMONE FERREIRA

EFEITO DA BIODIVERSIDADE DE PLANTAS NA SOBREVIVÊNCIA E

HERBIVORIA FOLIAR DE Mimosa tenuiflora EM UM EXPERIMENTO DE

RESTAURAÇÃO DE CAATINGA

Trabalho de Conclusão de Curso,

apresentado a Universidade Federal do Rio

Grande do Norte (UFRN), como parte das

exigências para a obtenção do título de

bacharel em Ecologia.

Orientador (a): Profa. Dra. Gislene Maria

da Silva Ganade.

BANCA AVALIADORA

________________________________________________

Orientador(a)

Profa. Dra. Gislene Maria da Silva Ganade

Departamento de Ecologia - UFRN

________________________________________________

Prof. Dr.Guilherme Gerhardt Mazzochini

Departamento de Botânica Ecologia e Zoologia - UFRN

_________________________________________________

Me. Felipe Pereira Marinho

Programa de Pós-graduação em Ecologia -UFRN

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________________________________________________

Me. Rafael Domingos de Oliveira

Programa de Pós-graduação em Ecologia -UFRN

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AGRADECIMENTOS

Agradeço toda a equipe do Laboratório de Ecologia da Restauração, por desenvolver esse

trabalho árduo, de restauração da Caatinga. À minha orientadora Gislene, pelos ensinamentos,

a todos os meus professores. Aos membros da minha família que mesmo distantes estão

sempre ao meu lado, vocês são incríveis. Aos meus amigos e colegas de cursos,

principalmente àqueles que sempre me incentivaram, Iohara, Jéssica, Elias, Elizama,

Hernanes, Lorraine, Thayná. Às minhas amigas de quarto, que moraram comigo ao longo

desses quatro anos de residência universitária, pelo apoio, carinho, cumplicidade, obrigada

meninas Iza, Rosa, Alê, Hay, Clara vocês são demais. À UFRN que disponibilizou moradia e

alimentação gratuita durante os meus estudos universitários. Enfim, agradeço a todos que

fizeram minha caminhada em Ecologia dar certo.

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RESUMO

As interações herbívoro-planta têm um papel importante na dinâmica de um ecossistema. Os

herbívoros são responsáveis por consumir em média 15% de toda a produtividade primária

líquida do ecossistema terrestre, e responsáveis por 38% da mortalidade de plântulas em

comunidades naturais. A influência positiva da biodiversidade de plantas sobre o

funcionamento dos ecossistemas se encontra amplamente discutida na literatura científica,

bem como o papel da diversidade de plantas sobre os padrões de herbivoria. Este trabalho

avaliou se a herbivoria e a sobrevivência de plantas jovens de Mimosa tenuiflora (Fabaceae),

seriam influenciadas pela riqueza de plantas transplantadas em seu entorno. Esse estudo foi

realizado no “Experimento de Restauração da Biodiversidade e Funcionamento Ecossistêmico

da Caatinga”, estabelecido na Floresta Nacional de Assú, RN. O experimento conta com 16

espécies de árvores nativas plantadas em um gradiente de riqueza de espécies arbóreas que

varía de 1 (monocultura) a 2, 4, 8 e 16 espécies. A sobrevivência e o número de folhas

herbivoradas por insetos em M. tenuiflora não foram influenciados pela riqueza de espécies

arbóreas presentes nas parcelas 1 ano após o plantio. Apresentando uma alta taxa de

sobrevivência e resiliência à herbivoria, M. tenuiflora se revela como uma espécie com alto

potencial para uso em programas de restauração de Caatinga.

Palavras-chaves: Mimosa tenuiflora. Herbivoria. Diversidade. Caatinga. Restauração.

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ABSTRACT

Herbivore-plant interactions have an important role in ecosystem dynamics. Herbivores are

responsible for the consumption of 15% of all net primary productivity on terrestrial

ecosystems, and responsible for 38% of all seedling mortality in natural communities. The

positive relationship between plant biodiversity and functioning of ecosystems has been

widely recognized in the scientific literature, as well as the importance of plant diversity to

define patterns of herbivory. This work evaluates if herbivory and survival of young plants of

Mimosa tenuiflora (Fabaceae)would be influenced by the plant richness of its surroundings.

This work was conducted at the “Biodiversity and Ecosystem Function Restoration

Experiment of Caatinga”, established at National Forest of Açu, RN Brazil. The experiment

contemplates 16 native tree species planted in a gradient of species combinations that vary

from: 1 (monoculture) to 2, 4, 8 and 16 species. Survival and number of leaves attacked by

herbivores in M. tenuiflora were not influenced by plant species richness one year after

restoration. High levels of survival and high resilience to herbivory in M. tenuiflora reveals

its great potential for being used in Restoration Programs of Caatinga.

Keywords: Mimosa tenuiflora. Herbivory. Diversity. Caatinga. Restoration.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 10

2. MATERIAL E MÉTODOS 12

2.1 Espécie alvo - Mimosa tenuiflora (Fabaceae) 12

2.2 Área de estudo 13

2.3 Coleta de dados 15

2.4.1 Medidas de Sobrevivência 16

2.4.2 Medidas de Herbivoria 16

3. RESULTADOS 17

3.1 Sobrevivência de Mimosa tenuiflora 17

3.2 Medidas de Herbivoria 18

4. DISCUSSÃO 20

CONSIDERAÇÕES FINAIS 21

REFERÊNCIAS 22

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1. INTRODUÇÃO

O domínio fitogeográfico da Caatinga ocupa uma área de 826.411 km², cerca de 11% de

todo o território brasileiro, estando presente nos estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do

Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Maranhão e parte nordeste de Minas

Gerais. Este domínio possui um clima seco, com uma precipitação média anual variando entre

240-1500 mm/ano, ele apresenta alta incidência de radiação solar e baixa umidade relativa

(MMA, 2018; INMET, 2018). A Caatinga é rica em biodiversidade e marcada por

endemismo. A vegetação é arbórea e arbustiva lenhosa e herbáceas, é adaptada para os longos

períodos de estiagens e em sua maioria são xerófitas e decíduas (Zanella, 2003; Marinho et

al., 2016). Com a crescente ocupação humana, cerca de 27 milhões de pessoas estão nessa

região em sua maioria vivendo em situação de vulnerabilidade, dependendo diretamente da

extração dos recursos da Caatinga para sobreviver. Como consequência, a degradação

ambiental é um dos grandes problemas deste domínio. Em 2009, 375.116 km² de seu território

se encontrava degradado, cerca de 45% de toda a Caatinga, destes, 15% já apresentavam

processos de desertificação. As principais causas são desmatamento, pastejo, corte de madeira

para lenha, e queimadas (MMA, 2018, Marinho et al., 2016) causando perdas inestimáveis

para o ecossistema. Apesar disso, apenas 1% da Caatinga é protegida através de unidade de

conservação.

Programas de restauração de Caatinga poderiam auxiliar na proteção e promoção da

biodiversidade dos seus ecossistemas, porém programas de restauração ainda são incipientes

devido suas condições ambientais extremas. Algumas técnicas de restauração, como sistemas

Agroflorestais (Miccolis et al., 2016), uso de poleiro para atrair dispersores de sementes

(Silveira et al., 2015) foram testados. Atualmente, em curso temos o “Experimento de

Restauração da Biodiversidade e Funcionamento Ecossistêmico da Caatinga” feito pelo

Laboratório de Ecologia da Restauração da Universidade Federal do Rio Grande do Norte,

que encontrou uma forma de amenizar as altas mortalidades de plantas já relatadas em prévios

programas de recuperação de áreas, usando mudas com um metro de raiz. Esses avanços

permitiram que experimentos de larga escala que monitorassem os fatores que influenciam a

sobrevivência das plantas em projetos de restauração em longo prazo se tornassem possíveis.

As interações herbívoro-planta têm um papel importante para compreender a dinâmica

de um ecossistema (Crawley, 1997; Ricklefs, 2010). Os danos por herbivoria causam grandes

impactos na comunidade vegetal, podendo afetar o crescimento, sobrevivência,

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suscetibilidade a doenças, estabelecimento de plântulas e sua reprodução (Crawley, 1983;

Begon et al., 2007; Stamp, 2003).

Além das condições ambientais, a herbivoria é considerada um gargalo no processo de

restauração de uma área uma vez que ela se demonstra responsável por de 38% da

mortalidade de plântulas em comunidades naturais (Crawley, 1989; Moles & Westoby, 2004).

A pressão por herbivoria sofre influência da sazonalidade, sendo que em períodos com baixa

precipitação as plantas investem em várias estratégias para otimizar a eficiência no uso dos

recursos (Oguchi et al., 2006). Nos períodos chuvosos quando há um aumento na

disponibilidade e qualidade dos recursos as atividades dos herbívoros ficam mais intensas em

função desta oferta (Crawley, 1983; Owen-Smith, 2002; Ricklefs, 2010).

A biodiversidade de plantas está fortemente ligada ao funcionamento dos ecossistemas.

Alguns estudos demonstram a existência de uma relação positiva entre a biodiversidade e

processos ecossistêmicos como a produtividade primária (Cardinale et al., 2012; Reich et al.,

2012). Pesquisadores mostraram que a biodiversidade de plantas afeta processos relacionados

a outros níveis tróficos como decomposição e herbivoria (Sherber et al., 2006). Os estudos

que buscaram entender a relação entre herbivoria e a diversidade de plantas, obtiveram os

mais variados resultados. Alguns encontraram uma relação negativa entre herbivoria e

diversidade de plantas conhecida como “resistência associativa”, alguns não encontraram

nenhuma relação, e outros estudos encontraram uma relação positiva entre herbivoria e

diversidade de plantas conhecida como “suscetibilidade associativa” (Barbosa et al., 2009).

Na hipótese de “suscetibilidade associativa”, o aumento da diversidade de plantas implica em

um aumento da herbivoria devido a muitos herbívoros serem generalistas e se associarem à

várias plantas hospedeiras, aumentando assim a diversidade de plantas em sua dieta (Otway et

al., 2005). Já a hipótese de “Resistência Associativa”, que pode ser aplicada para vários

sistemas de cultivos, tendo sido inicialmente documentada por Root em 1973, que a

denominou “Hipótese de Concentração de Recursos”. Segundo Root (1973), em comunidades

menos diversas com maior densidade populacional a disponibilidade de recursos para o

herbívoro é maior, fazendo com que a sua população cresça e se reproduza com maior

frequência, resultando em maior herbivoria em monoculturas. Já em comunidades mais

diversas, o herbívoro levará mais tempo para buscar alimento devido à baixa frequência de

espécies palatáveis o que resulta em menor herbivoria em policulturas. Outros pesquisadores

também encontraram essa relação para vários outros sistemas. Barbosa et al., (2009) observou

que em sistemas de cultivos a diversidade de plantas tende a diminuir a taxa de herbivoria em

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plantas focais. A mesma relação se aplica para os estudos em árvores, onde Jactel e

Brockerhoff (2007) demostraram que árvores crescendo em ambientes mais diversos tendem a

sofrer menos danos por herbivoria do que aquelas que estão em monoculturas.

A maioria dos estudos que buscaram entender a interação herbívoro-planta em função

da biodiversidade analisaram o seu efeito sobre a comunidade como um todo, poucos foram

os trabalhos que analisaram uma única espécie ao longo de um gradiente de biodiversidade

(Scherber et al., 2006) Este trabalho tem como principal objetivo analisar se existe alteração

na sobrevivência e na pressão por herbivoria em Mimosa tenuiflora em função da riqueza de

plantas em seu entorno.

2. MATERIAL E MÉTODOS

2.1 Espécie alvo - Mimosa tenuiflora (Fabaceae)

M. tenuiflora (figura 1) é uma leguminosa nativa da Caatinga pertencente à família

Fabaceae, típicas das regiões semiáridas, possui fundamental importância para este domínio

fitogeográfico. Ela apresenta uma ampla distribuição geográfica, presente em todo Nordeste

do Brasil, norte da Venezuela e Colômbia e no Sul do México (Barneby 1991). Essa espécie

também possui grande importância econômica, pois é frequentemente utilizada para fins

madeireiros e para alimentação animal. Com foco na proteção da biodiversidade, essa espécie

apresenta grande potencial para uso em programas de restauração pois apresenta uma alta taxa

de sobrevivência e de germinação, desempenha o papel de facilitadora, além de ser uma das

poucas espécies lenhosas indicadora de sucessão secundária (Araújo Filho; Carvalho, 1996;

Fagundes et al., 2018).

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Figura 1. Indivíduo de Mimosa tenuiflora (Fonte: http://psychotropicon.info/mimosa-tenuiflora-jurema)

2.2 Área de estudo

O estudo foi realizado no “Experimento de Restauração da Biodiversidade e

Funcionamento Ecossistêmico da Caatinga”, localizado na Floresta Nacional de Açú, Rio

Grande do Norte, Brasil (5.53843S; 36.963828W) (Figura 2). Essa área anteriormente se

apresentava em um estado avançado de degradação ambiental. O experimento de restauração

foi implementado entre junho e agosto de 2016 no final do período chuvoso. O experimento

ocupa uma área de aproximadamente 3,5 hectares que foi dividida em 155 parcelas de 13 m x

8 m, distanciadas entre si por uma malha de 2 metros de trilhas (Figura 3). Cada parcela

possui 32 indivíduos plantados de forma intercaladas com até 6 vizinhos próximos e com

várias combinações de espécies dentro de cada parcela. Além disso, trabalhamos com cinco

níveis de diversidade (monocultura, duas, quatro, oito e dezesseis espécies) e todas as 16

espécies usadas são nativas da Caatinga (Tabela 1). Já as mudas utilizadas no plantio foram

cultivadas em casa de vegetação, através de uma técnica desenvolvida pelo Laboratório de

Ecologia da Restauração do Departamento de Ecologia na Universidade Federal do Rio

Grande do Norte – (UFRN). Essa técnica consiste em usar um cano de Policloreto de Vinila

(PVC) de 100 cm de comprimento e 75 mm de largura, para auxiliar o alongamento da raiz.

Após seis meses crescendo em casa de vegetação as mudas foram transplantadas na área

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experimental. Para impedir o acesso de grandes mamíferos, foi construída uma cerca em volta

do experimento.

Figura 2 Mapa da Floresta Nacional de Assú, o experimento está localizado em frente a Lagoa de Piató (ponto

vermelho do mapa (Fonte: Diagnóstico interno do ICMBio para a elaboração do Plano de Manejo da FLONA de

Açu, 2008.)

Tabela 1 Nome científico, nome popular e família das 16 espécies nativas arbóreas da Caatinga utilizadas no

experimento em Açu, RN.

Nome científico Nome popular Família

Amburana cearensis Cumaru Fabaceae - Papilionoideae

Aspidosperma pyrifolium Pereiro Apocináceas

Cochlospermum vitifolium Algodão-do-mato Bixaceae

Combretum leprosum Mofumbo Combretaceae

Libidibia ferrea Jucá Fabaceae - Caesalpinoideae

Handroantus impetiginosus Ipê-roxo Bignoneaceae

Sapium lanceolatum Burra leiteira Euforbiácea

Commiphora leptophloeos Imburana Burseraceae

Piptadenia stipulacea Jurema-branca Fabaceae - Mimosoideae

Mimosa tenuiflora Jurema-preta Fabaceae - Mimosoideae

Anadenanthera colubrina Angico-vermelho Fabaceae - Mimosoideae

Poincinella gardneriana Catingueira Fabaceae - Caesalpinoideae

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Pseudobombax marginatum Imbiratanha Malvaceae

Ziziphus joazeiro Juazeiro Ramaceae

Cyanophalla hastata Feijão-bravo Capparaceae

Poincinella pyramidalis Catingueira Fabaceae - Caesalpinoideae

2.3 Coleta de dados

As coletas foram realizadas um ano após a instalação do experimento, em julho de

2017, no fim do período chuvoso. Das 155 parcelas, selecionamos somente as que continham

a M. tenuiflora, totalizando 36 parcelas e 298 indivíduos, em 5 níveis de riqueza de plantas (1,

2, 4, 8 e 16) (Figura 3). Com o auxílio de um contador, foram feitas as contagens de todas as

folhas de cada planta. Desse total, consideramos folhas herbivoradas aquelas que

apresentavam indícios de perda foliar por herbivoria. Os 33 indivíduos que morreram durante

o experimento e os 18 indivíduos que não continham folhas no momento da coleta foram

excluídos das análises. Para a análise de sobrevivência todas as 36 parcelas foram utilizadas.

As medidas de alturas dos indivíduos foram feitas com uma trena do ponto mais baixo

próximo ao solo até a ponta do galho mais alto acompanhando o tamanho do galho, para que

plantas que estavam curvadas tivessem uma medida justa da sua incorporação de biomassa.

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Figura 3 Mapa do “Experimento de Restauração da Biodiversidade e Funcionamento Ecossistêmico da

Caatinga”. Neste trabalho usamos apenas as parcelas sinalizadas com um círculo.

2.4 Análise de dados

2.4.1 Medidas de Sobrevivência

As medidas de sobrevivência foram realizadas através do R® versão 3.4.4, usando uma

análise de Regressão Logística com erro binomial para verificar se a chance de mortalidade

(Y) estaria relacionada à riqueza de espécies na parcela (X). Usamos todas as 36 parcelas que

continham a M. tenuiflora, totalizando 298 indivíduos, destes 33 mortos, 265 vivos, incluindo

18 vivos sem folhas.

2.4.2 Medidas de Herbivoria

Fizemos uma Regressão Logística com erro binomial para verificar se a riqueza de

plantas (X) influencia a pressão por herbivoria (Y) em M. tenuiflora. Para isso o programa

usado foi R® versão 3.4.4. Adicionalmente, ajustamos o modelo para uma distribuição quase-

binomial, para melhor ajustar o modelo aos padrões de variação dos dados. Das 36 parcelas

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que possuíam M. tenuiflora, 34 foram utilizadas na análise, pois os indivíduos das parcelas nº

149 e 155 morreram. Além disso, deixamos fora da análise todos os 18 indivíduos que foram

encontrados sem folhas.

3. RESULTADOS

Todos os tratamentos apresentaram altas taxa de sobrevivência e percentual de folhas

herbivoradas. As plantas possuíam um tamanho médio de 155 cm. Os tratamentos que

apresentaram as maiores médias de tamanho das plantas foram o de 4 e 16 espécies, com 170

e 167 cm respectivamente.

3.1 Sobrevivência de Mimosa tenuiflora

A taxa de sobrevivência de M. tenuiflora em todo o delineamento amostral foi de 89%,

sendo as comunidades com oito espécies de plantas as que obtiveram maior taxa de

sobrevivência, 100%. Em contrapartida, o tratamento com 16 espécies apresentou o maior

percentual de mortalidade, aproximadamente 30% (Tabela 2).

Tabela 2. Proporções de herbivoria e sobrevivência e a média das alturas dos indivíduos para os 5 níveis de

riqueza.

Riqueza % Herbivoria %Sobrevivência Altura média (cm)

1

2

4

8

16

52

60

51

54

43

86

98

91

100

70

131

150

170

140

167

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Os resultados obtidos para a sobrevivência em função da riqueza de espécie mostraram

que o aumento da riqueza não influencia a mortalidade de M. tenuiflora (Figura 5, P=0,399;

F=0,728; Rho²= 0,02).

Figura 5. Relação entre a taxa de sobrevivência da M. tenuiflora e a riqueza de espécies ao longo de um

gradiente de diversidade de plantas em experimento de restauração de Caatinga.

3.2 Medidas de Herbivoria

Dentro de um total de 294 indivíduos de M. tenuiflora distribuídos nas 36 parcelas,

foram usados somente 243 para fazer a análise de herbivoria, pois somente estes continham

folhas. Foram contabilizadas 44.041 folhas no total, destas, cerca de 53% apresentavam sinais

de herbivoria. O tratamento que demonstrou a menor média de folhas herbivoradas foi o

tratamento de 16 espécies, cerca de 43%. Já o tratamento com 2 espécies apresentou a maior

média, 60% das folhas que sofreram algum dano por herbívoro. Os resultados obtidos para a

análise entre herbivoria e a riqueza de espécies não foram significativos (P=0,2447; F=1,407;

Rho²= 0.04, Figura 6).

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Figura 6. Proporção da herbivoria, variando em função da riqueza de plantas. Os pontos representam as parcelas

com diferentes níveis de riqueza de plantas 1, 2, 4, 8 e 16 existentes no experimento de restauração de Caatinga.

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4. DISCUSSÃO

Nessa fase inicial do experimento, pudemos verificar que a pressão de herbivoria não é

influenciada pela riqueza de espécies, corroborando modelos neutros encontrados na

literatura. Possivelmente por ser uma planta abundante e rica em nitrogênio ela é alvo dos

herbívoros de maneira generalizada, sendo fortemente atacada em todas as parcelas. Essa

espécie também produz folhas jovens com muita frequência, e isso deve ser um fato adicional

que auxilia a explicar seus altos índices de herbivoria, pois alguns trabalhos já demostraram

que folhas jovens são mais propensas à herbivoria por apresentarem poucas estruturas de

defesas contra herbívoros (Coley & Barrone, 1983). Seria importante ressaltar que estudos

sobre a pressão de herbivoria em M. tenuiflora em sua maioria estão relacionados aos grandes

mamíferos pastadores (bovinos, caprinos e equinos), sendo ainda escassos dados sobre a

relação dessa espécie com seus inimigos naturais invertebrados. Até o presente, esse é o único

trabalho que relaciona a pressão de herbivoria por insetos em M. tenuiflora com a diversidade

de plantas em seu entorno.

Este trabalho evidenciou que M. tenuiflora não apresentou sobrevivência alterada pela

riqueza de plantas em seu entorno. Sua capacidade de sobrevivência em ambientes extremos,

com baixa precipitação, com escassez de recursos e independente da competição com plantas

vizinhas, faz com que esta espécie desempenhe um papel fundamental na sobrevivência de

outras espécies. Isso se dá pelo fato de M. tenuiflora atuar como uma espécie facilitadora em

ambientes degradados (Patterno, et al. 2016; Fagundes et al. 2018). A espécie pode agir

melhorando o microclima, retendo umidade e enriquecendo o solo de nutrientes através de sua

capacidade de fixação de nitrogênio (Maia, 2004; Faria, 1984; Silva e Santos 2004).

Esse trabalho demonstra que M. tenuiflora pode ser uma espécie de grande interesse

para a restauração da Caatinga apresentando uma alta taxa de sobrevivência em campo (89%).

O sucesso de sua sobrevivência em campo pode ser devido à sua ampla adaptação a estresses

ambientais como falta de água e alto índice de radiação solar (Maia, 2004). Além disso, a

abundância dessa espécie é alta em áreas degradadas e tende a diminuir com o tempo, tendo

em vista que ela é uma espécie pioneira e de crescimento rápido (Araújo Filho e Carvalho,

1996). Adicionalmente, nesse primeiro ano em que o experimento de restauração foi

estabelecido em uma área degradada de um ambiente hostil como a Caatinga, podemos

verificar através dos altos índices de herbivoria foliar, uma alta incidência de herbívoros

dentro do experimento utilizando M. tenuiflora para sua alimentação. Isso demonstra a

importância dessa espécie para incentivar o retorno da fauna, revelando a sua grande

importância para a restauração de ambientes degradado.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo foi realizado com os dados iniciais de um experimento de restauração da

biodiversidade da Caatinga estabelecido há pouco mais de um ano. Os dados apresentaram

uma grande variação dentro dos tratamentos, isto pode ter acontecido por várias razões

(tempo de estabelecimento, folhas com poucas estruturas de defesa, chuvas imprevisíveis).

Nossa metodologia para quantificação da herbivoria foliar não se mostrou a mais adequada,

porém foi a mais aplicável dentro do nosso universo amostral. Para minimizar as variações

dos dados e aumentar a precisão dos efeitos da herbivoria na planta, o mais indicado seria

calcular os danos por área foliar.

Este estudo tem grande importância para o domínio fitogeográfico da Caatinga que

ainda é pouco explorado pelos pesquisadores. Além disto esse é o primeiro experimento de

restauração da biodiversidade da Caatinga, apontando sutilmente na curta variação temporal

do experimento que a biodiversidade de plantas pode afetar a herbivoria de forma positiva em

longo prazo.

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REFERÊNCIAS

ARAUJO FILHO, J. A. de; CARVALHO, F. C. de. Desenvolvimento sustentado da Caatinga.

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