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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE EDUCAÇÃO CURSO DE PEDAGOGIA A IMPORTÂNCIA DA PEDAGOGIA DA AFETIVIDADE NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO DE CRIANÇAS DO ENSINO FUNDAMENTAL MARIA MISSILENE DE SOUZA BERNARDO LUÍS GOMES-RN 2016

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Artigo Científico apresentado ao Curso de Pedagogia, na ... onde o processo de alfabetizar pode ser visto como um momento

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE EDUCAÇÃO

CURSO DE PEDAGOGIA

A IMPORTÂNCIA DA PEDAGOGIA DA AFETIVIDADE NO PROCESSO DE

ALFABETIZAÇÃO DE CRIANÇAS DO ENSINO FUNDAMENTAL

MARIA MISSILENE DE SOUZA BERNARDO

LUÍS GOMES-RN

2016

1

MARIA MISSILENE DE SOUZA BERNARDO

A IMPORTÂNCIA DA PEDAGOGIA DA AFETIVIDADE NO PROCESSO DE

ALFABETIZAÇÃO DE CRIANÇAS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Artigo Científico apresentado ao Curso de

Pedagogia, na modalidade à distância, do

Centro de Educação, da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte, como

requisito parcial para obtenção do título de

Licenciatura em Pedagogia, sob a

orientação da professora Esp. Carmélia

Regina Silva Xavier.

LUÍS GOMES - RN

2016

2

A IMPORTÂNCIA DA PEDAGOGIA DA AFETIVIDADE NO PROCESSO DE

ALFABETIZAÇÃO DE CRIANÇAS DO ENSINO FUNDAMENTAL

MARIA MISSILENE DE SOUZA BERNARDO

Artigo Científico apresentado ao Curso de

Pedagogia, na modalidade a distância, do

Centro de Educação, da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte, como

requisito parcial para obtenção do título de

Licenciatura em Pedagogia.

BANCA EXAMINADORA

____________________________________________________

Esp. Carmélia Regina Silva Xavier (Orientadora)

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

_____________________________________________________

Ms. Cleucy Meira Tavares Lima

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

______________________________________________________

Ms. Klébia Ribeiro da Costa

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

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A IMPORTÂNCIA DA PEDAGOGIA DA AFETIVIDADE NO PROCESSO

ALFABETIZAÇÃO DE CRIANÇAS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Maria Missilene de Souza Bernardo1

Carmélia Regina Silva Xavier2

RESUMO

A afetividade tem se constituído como temática de estudos na esfera da educação em

virtude da sua relevância para o processo de ensino e de aprendizagem, principalmente nos

primeiros anos de escolaridade. Com base nessa ideia, o presente trabalho tem como

objetivo discutir como a pedagogia da afetividade influencia na alfabetização de crianças

do 1º ao 3º ano do Ensino Fundamental. Trata-se de uma pesquisa qualitativa e

bibliográfica ancorada em teóricos como Paulo Freire (1993), Henri Wallon (2003),

Andrade (2014). Com base nas análises feitas, foi possível concluir o quanto é importante

uma prática docente aliada ao valor afetivo para o desenvolvimento significativo da

criança.

PALAVRAS-CHAVE: Afetividade. Pedagogia. Alfabetização.

ABSTRACT

Affectivity has been constituted as thematic studies in the field of education because of its

relevance to the process of teaching and learning , especially in the early years of

schooling. Based on this idea , this paper aims to discuss how the pedagogy of affection

influence on children literacy 1st to 3rd year of elementary school . It is a qualitative and

literature anchored in theorists like Paulo Freire (1993 ) , Henri Wallon (2003 ) , Andrade

(2014) . Based on the analyzes made , a teaching practice combined with the affective

value for the significant development of the child was possible to conclude how important

it is .

KEYWORDS : Affectivity. Pedagogy. Literacy.

1Graduanda em Pedagogia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN –

[email protected] 2Orientadora Especialista em Educação de Jovens e Adultos – UFRN –

[email protected]

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1.CONSIDERAÇÕES INICIAIS

O presente artigo discute sobre a importância da pedagogia da afetividade quando

aplicada junto ao processo de ensino aprendizagem de crianças do 1º ao 3º ano, que estão

em fase de alfabetização, com faixa etária entre 6 e 8 anos de idade. Teve como objetivo de

pesquisa investigar como a pedagogia da afetividade influencia na alfabetização de

crianças do 1º ao 3º ano. Para tanto, foi realizado um estudo reflexivo sobre o valor da

afetividade, quando utilizada como método de trabalho, pelo profissional pedagogo nos

anos iniciais do Ensino Fundamental, fase preparatória de alfabetização.

A escolha do tema justifica-se pela relevância do uso da afetividade no âmbito

escolar, onde o processo de alfabetizar pode ser visto como um momento imbuído de

magia e descobertas, por meio das leituras de vários gêneros textuais e das diversas

atividades propostas, permeando as inúmeras formas de aprender. Nesse período, é

importante que as crianças vivenciem momentos ricos em metodologias diversificadas, que

devem ser aplicadas cotidianamente no âmbito escolar pelo(a) professor(a), mediados por

atitudes de amor, carinho, zelo, solidariedade, amizade e respeito mútuo.

Essas práticas pedagógicas integram humanamente todos os envolvidos, dando-lhes

segurança e motivação, para atuarem como aprendizes autônomos, capazes de lidar com

múltiplas situações na escola e no contexto social onde vivenciam esse processo.

Para a sua efetivação, foi realizada uma pesquisa qualitativa, tendo como

procedimentos de geração de dados o levantamento de materiais bibliográficos e

documentos oficiais que versam sobre o período de alfabetização, possibilitando a

fundamentação teórica necessária a formação do corpo do texto, respaldando com

segurança as ideias que se definiram sobre a temática abordada.

Encontra-se ancorado teoricamente em autores renomados como Paulo Freire

(1993), Henri Wallon(2003), e Fabiana Andrade(2014), que defendem a necessidade de

uma prática com valor afetivo para o desenvolvimento significativo da criança, enquanto

pessoa pertencente a um contexto social repleto de valores diversificados.

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Na primeira parte do trabalho são apresentados o conceito de afetividade, a

importância da afetividade na alfabetização e a afetividade como ferramenta relevante de

uma prática diferenciada e produtiva na aprendizagem, compreendendo assim, uma

reflexão sobre a importância do uso da afetividade pelo(a) professor(a) no seu método de

trabalho, em consideração a atribuição de uma aprendizagem mais satisfatória aos seus

discentes.

Em seguida, será abordado o papel do professor como mediador do aprendizado,

mostrando a necessidade da mediação do(a) docente para uma aprendizagem mais

satisfatória da criança. Ainda nessa mesma seção, o trabalho trará as características de

um(a) professor(a) que atua dentro de uma perspectiva de afetividade e um relato de

experiência de prática fundamentada nessa mesma discussão.

Sendo assim, é possível afirmar que se trata de um estudo reflexivo sobre a

importância da afetividade, condizente ao(a) professor(a) de uma clientela de alunos com

faixa etária entre 6 e 8 anos de idade.

2. O CONCEITO DE AFETIVIDADE

A palavra afetividade pode ser definida em diversas áreas do conhecimento, porém

suas principais definições estão dentro da Filosofia, da Psicologia e da Pedagogia, a qual

irá ser tratada neste estudo, para um entendimento mais aproximado do fazer pedagógico,

aliado a utilização do afeto no processo de ensino e aprendizagem das crianças do ciclo de

alfabetização do Ensino fundamental.

Afeto é uma palavra que vem do latim e significa "affectur" (afetar, tocar), sendo o

componente fundamental da afetividade. De acordo com De acordo com QUEIROZ, T.D.

Dicionário Prático de Pedagogia (2ªed. S/P: RIDEEL 2008, p.13), a afetividade é a

“qualidade de quem sente afeto. Conjunto de fenômenos psíquicos- emoções, sentimentos

e paixões- acompanhados sempre de sensações como dor ou prazer, satisfação ou

insatisfação, agrado ou desagrado, alegria ou tristeza.”

Neste sentido, o afeto nos transmite um sentimento capaz de perceber a nossa

realidade, por meio do nosso psíquico. Sendo a afetividade, responsável por todas as

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emoções que se sente, sejam essas de dor, tristeza, alegria ou felicidade, pois são geradas

pelos sentimentos do ser, enquanto sujeitos que são definidos ao longo do seu

desenvolvimento, mediante as interações no meio social. Assim sendo,

a evolução afetiva está intrinsecamente ligada ao desenvolvimento

cognitivo, visto que difere sobre maneira entre uma criança e um adulto,

supondo-se a partir disto que há uma incorporação de construções de

inteligência por ela, seguindo a tendência que possui para racionalizar-se.

(WALLON, 2003, p.11).

Partindo desse pressuposto, pode-se refletir sobre a nossa realidade escolar atual,

considerando a diversidade da crianças, bem como as múltiplas formas de se integrar ações

com afeto no âmbito escolar. Ações essas, que sejam capazes de possibilitar a emoção do

prazer na realização das tarefas pedagógicas que são propostas e praticadas, lado a lado

com o educador, numa forma de integração.

2.1. A IMPORTÂNCIA DA AFETIVIDADE NA ALFABETIZAÇÃO

Considerando-se a afetividade como uma importante aliada ao aprendizado

cognitivo durante o desenvolvimento da criança, percebe-se que o professor que atua de

forma afetiva junto ao aluno, torna-se um importante mediador do aprendizado da mesma,

uma figura essencial para seu êxito no aprendizado, tanto de ordem formal, quanto na

construção da sua cidadania. De acordo com Gadotti (2007)

Não existe um conhecimento puramente afetivo ou puramente cognitivo.

Quem produz conhecimento é um ser humano, um ser de racionalidade e

de afetividade. Nenhuma dessas características é superior a outra. É

sempre um sujeito que constrói categorias de pensamento através de suas

experiências com o outro, num determinado contexto, num determinado

momento (p. 57).

A diversificação das práticas escolares trabalhadas em coletividade junto a criança

possibilita a integração da mesma com a escola e com a sociedade, numa relação afetuosa e

promotora de aprendizados significativos, voltados ao seu aprimoramento como ser

humano repleto de curiosidades, interesses e vontade de crescer. Galvão (1995), considera

que “[...] as emoções propiciam relações interindividuais nas quais diluem-se os contornos

da personalidade de cada um (p. 46)”.

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Desse modo, percebe-se que a afetividade e o diálogo apresentam-se como

importantes aliados da prática docente atuando como ferramentas de aproximação e

conquista na relação professor e aluno, assim como, incentivador de uma participação mais

ativa nas atividades propostas.

Assim, é possível afirmar que a prática de alfabetizar fica mais prazerosa e

motivadora, quando o educador explora a oralidade das crianças, no sentido de lhes

transmitir segurança para atuarem no âmbito escolar e assim, aprender significativamente.

Dessa forma, compreende-se que o diálogo aliado a afetividade possibilitará o professor a

conhecer as singularidades de cada um, mediante o interesse de comunicação tanto do

professor, quanto dos alunos no processo de alfabetização. Nesse processo, as

metodologias diversificadas, trabalhadas a partir da ludicidade e da integração, nas

atividades propostas para a turma, também serão ótimas aliadas.

Seguindo este raciocínio, Freire (2002), afirma que “O educador que escuta

aprende a difícil lição de transformar o seu discurso, às vezes necessário, ao aluno, em uma

fala com ele (p. 43)”. Dessa forma, uma prática educativa diversificada contribui

efetivamente para uma boa relação dos sujeitos envolvidos e do objeto de estudo.

Estando claro que a motivação realizada por parte da(a) professor(a), pautada numa

prática bem planejada e executada com todo o zelo, numa rotina diversificada e

significativa traz resultados bastante positivos para o aprendizado das crianças, os quais

poderão levar consigo para toda a vida, na sua formação enquanto sujeitos sociais. Nesse

sentido, Freire (2002), afirma que:

A afetividade não se acha excluída da cognoscibilidade. O que não posso

obviamente permitir é que minha afetividade interfira no cumprimento

ético de meu dever de professor no exercício de minha autoridade. Não

posso condicionar a avaliação do trabalho escolar de um aluno ao maior

ou menor bem querer que tenha por ele (p. 89).

Dessa forma, a realização de um trabalho alfabetizador com o uso de atividades

integradoras, que estimulem a curiosidade, o raciocínio e a coletividade entre os

participantes trará resultados significativos diante das necessidades de aprendizagem de

cada um dos discentes. Assim, Freire (2002), reforça que

É preciso, por outro lado, reinsistir em que não se pense que a prática

educativa vivida com afetividade e alegria, prescinda da formação

8

científica séria e da clareza política dos educadores ou educadoras. A

prática educativa é tudo isso: afetividade, alegria, capacidade científica,

domínio técnico a serviço da mudança ou, lamentavelmente, da

permanência do hoje (p. 90).

Compreende-se então que, o trabalho docente não se detém apenas a uma categoria

e sim a várias qualidades aliadas, para a atuação no ambiente educador. Estando por um

lado o ser humano afetuoso que cuida, zela, educa com satisfação e, por outro a figura do

profissional que precisa atuar com a responsabilidade de trabalhar os conteúdos

curriculares, dos quais as crianças precisam para seu crescimento intelectual, na constante

busca do uso das mais variadas metodologias, aptas ao estímulo dos educandos para a sua

real aprendizagem.

De acordo com Galvão (1995 p. 50) “A criança reage corporalmente aos estímulos

exteriores, adotando posturas ou expressões, isto é, atitudes, de acordo com as sensações

experimentadas em cada situação”. Pode-se assim, considerar que os fatores aliados as

emoções são substanciais para a compreensão e a assimilação dos conhecimentos pela

criança em fase de desenvolvimento.

Desse modo, a postura de aprendiz da criança nos ambiente familiar e escolar, será

determinada pela sua observação aos fatores externos, como as atitudes dos membros da

sua família, das pessoas da sua escola e dos seus colegas de estudo.

Reconhecendo-se que, todas essas pessoas são fundamentais, para que a criança se

perceba como um ser humano completo de sentimentos, que precisa de interação social

para que assim, se torne autônoma para adotar seus próprios métodos de agir diante dos

outros. Considera-se, necessário o empenho do(a) professor(a) para que a presença de

diversos fatores externos seja presente no ambiente escolar, objetivando sempre o máximo

de aproveitamento do tempo em que a criança está na escola.

Como diz Freire (2002), “[...]ensinar e aprender não podem dar-se fora da procura,

fora da boniteza e da alegria (p. 90)”. Desse modo, uma prática repleta de incentivos aos

alunos, regada de muito zelo, cuidado e interação grupal é preciso para que haja a

contemplação de um aprendizado com mais significado pela criança.

Compreende-se dessa forma, que esses fatores afetuosos estão ligados aos métodos

pedagógicos, que são aplicados nas aulas com ações necessárias para um melhor

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entendimento dos conteúdos, mediados por múltiplas formas de exploração da curiosidade

dos alunos com questionamentos, rodas de conversa, brincadeiras diversas que estimulem a

criatividade, jogos educativos, dentre outras.

2.2. A AFETIVIDADE COMO FERRAMENTA RELEVANTE DE UMA

PRÁTICA DIFERENCIADA E PRODUTIVA NA ALFABETIZAÇÃO

No processo da alfabetização, a criança necessita desenvolver sua autonomia diante

de suas habilidades e dificuldades que precisam avançar, em aspectos cognitivo e, também,

como sujeito pertencente a um contexto.

Para isso, a figura do(a) professor(a), necessariamente, deve ser de um adulto

amável, cuidadoso e capaz de ajudar o aluno a sentir-se seguro e à vontade para questionar,

interagir em sala de aula e tirar suas dúvidas quando necessário, sentindo-se como

indivíduo pertencente a um contexto sociocultural em desenvolvimento.

Quando o(a) educador(a) se compromete a realizar um trabalho bem planejado,

utilizando-se de metodologias fundamentadas em recursos disponíveis no ambiente escolar

ou na comunidade a qual faz parte o aluno, ele(a) estará tendo a preocupação de inserir em

sua prática pedagógica situações que fazem parte do cotidiano do seu alunado, facilitando a

aprendizagem pela familiarização com os recursos.

O apoio da gestão escolar e da comunidade de pais, é de suma importância e

resultará em um trabalho diferenciado e com forte possibilidade de positivos resultados.

Essa preocupação e cuidado com a prática pedagógica pode ser atribuída a pitada de afeto

que foi inserida no momento do planejamento, execução (prática), e avaliação - momento

acontecido posterior ao desenvolvimento das atividades para levantamento dos pontos

positivos e negativos da prática. Para Freire (1996),

É esta percepção do homem e da mulher como seres “programados, mas

para aprender” e, portanto, para ensinar, para conhecer, para intervir, que

me faz entender a prática educativa como um exercício constante em

favor da produção e do desenvolvimento da autonomia de educadores e

educandos. Como prática estritamente humana jamais pude entender a

educação como uma experiência fria, sem alma, em que os sentimentos e

as emoções desejos, os sonhos devessem ser reprimidos por um de

ditadura racionalista. Nem tampouco compreendi a prática educativa

10

como uma experiência que faltasse o rigor em que se gera a necessária

disciplina intelectual (p.54) .

Ser um profissional amável, trabalhar com apreço, dedicação e querer bem aos

alunos, não implica em dizer que o pedagogo esteja desenvolvendo suas aulas sem a

preocupação de desenvolver no discente o conhecimento, a curiosidade, a motivação para

aprender a cada dia algo novo e principalmente, de torná-lo um ser crítico, questionador,

lutador dos seus direitos. Significa sim, que sua prática aliada a afetividade se

complementa mutuamente para uma interação diversificada entre saberes e fazeres, diante

do objeto de estudo proposto em sala de aula.

Desse modo, temos a escola como um local onde as pessoas socializam e assumem

papeis diferenciados, num dado objetivo de desenvolvimento da aprendizagem dos

educandos. Estando, esse ambiente, composto por vários espaços escolares que podem ser

aproveitados de maneira diversificada, atribuindo significados ao aprendizado dos

alfabetizandos. O Plano Nacional de Alfabetização na Idade Certa (PNAIC,2012), afirma

que esses ambientes são “[...] a sala de aula, a biblioteca, a sala de leitura, a brinquedoteca.

O pátio, a quadra de esportes, a sala de informática, a diretoria (p. 15)”.

Ainda, de acordo com esse documento, é possível enfatizar que a utilização destes

ambientes são importantes, de modo que a criança precisa sentir-se parte integrante da

escola, assim como seus pais e demais pessoas da localidade. Haja vista que, a escola é

uma instituição que foi criada para atender as necessidades educativas e de aprendizagem

das pessoas do contexto sociocultural, estando dessa forma, como um lugar de apoio à

sociedade, em benefício da formação para a cidadania.

Pelo exposto, percebe-se ser de grande relevância a familiarização com os

ambientes da instituição pelas crianças em processo de alfabetização em virtude da

utilização destes espaços em atividades previamente planejadas, organizadas e

cuidadosamente executadas, pois promovem uma integração positiva na formação do

sujeito, por propiciar o sentimento de pertencimento, oferecendo mais segurança em estar

na escola, mostrando-lhe os valores da instituição e motivando-a a se comportar com

respeito em todos os sentidos dentro desse órgão educador, a escola.

11

É por meio da integração motivadora, do diálogo e da valorização como pessoas

capazes que se consegue avanços significativos com crianças no ambiente alfabetizador.

Por isso,

Para tratarmos a alfabetização como um processo que integra a

aprendizagem do sistema de Escrita Alfabética à apropriação de

conhecimentos e habilidades que favorecem a interação das crianças por

meio de textos orais e escritos que circulam na sociedade, precisam

garantir que a escola disponha de variados recursos didáticos. (BRASIL,

2012, p.17).

Nessa variação de recursos didáticos, é possível relacionar materiais como os jogos

educativos de alfabetização, cartazes, bancos de atividades produzidos pelos profissionais

de pedagogia, que subsidiam o momento do planejamento e organização das aulas, como

também, materiais confeccionados pelos próprios alunos com a intervenção do(a)

professor(a).

Tudo isso demanda cuidado, zelo e amor. São momentos, espaços e recursos que

compõem o fazer pedagógico na escola, e devem estar associados continuamente, em

benefício ao tempo escolar que também é peça relevante ao processo de ensino

aprendizagem.

Os tempos escolares devem ser sempre repensados e bem organizados pela equipe

pedagógica e docentes, para a melhor adequação da criança e maior permanência dela na

escola, em virtude da sua necessidade de aprender em tempo hábil, respeitando os direitos

de aprendizagem de cada ano de alfabetização.

Para isso, é preciso bastante dedicação do(a) professor(a) com a sua clientela de

alunos que se encontra na fase de ser alfabetizada, exercendo um olhar especial, diante da

heterogeneidade apresentada pelas turmas do ciclo de alfabetização e mais uma vez

atuando de forma afetiva para com os discentes.

Sabendo-se que, são crianças de faixa etária entre 6 e 8 anos de idade e que, para

conquistar a atenção nessa faixa etária, na realização de atividades, se faz necessária uma

metodologia rica e diversificada, com o uso de práticas voltadas para a ludicidade, onde os

discentes e docente possam interagir de formas múltiplas, em brincadeiras, jogos

educativos e atividades grupais variadas, que favoreçam o enriquecimento do processo de

ensino aprendizagem ao qual estão inseridos. A diversificação da prática cotidiana na

12

escola é uma atitude de organização peculiar do(a) professor(a) que tem apreço pelo que

faz, em detrimento da aprendizagem valorativa dos seus aprendizes.

Diante dessas influências, dadas pelo uso de uma metodologia diversificada,

permeada pela ludicidade e a afetividade no processo de alfabetização, podemos considerar

as autoras Ferreiro e Teberosky (1986), quando discutem sobre a psicogênese da língua

escrita, na qual identificaram fases ou períodos, transcorridos pelas crianças em idade de

alfabetização. Estes períodos são denominados de pré-silábico, silábico, silábico-alfabético

e alfabético, onde cada um desses períodos apresentam características próprias.

No período pré-silábico a criança ainda não consegue diferenciar símbolos de letras

e números, escrevendo aleatoriamente, com rabiscos, desenhos ou outras formas, sem

sentido de leitura. Cabendo ao(a) professor(a) como mediador da aprendizagem utilizar-se

de recursos estimulantes, aliados ao afeto e amorosidade em busca dos avanços necessários

destes aspectos cognitivos e também pessoais da criança.

Sobre o período silábico, as autoras afirmam que a criança começa a utilizar letras

para escrever, já com fonetização da escrita, passando por uma transição inicial, numa

composição ainda não planejada, e já com apontamentos de uma pauta sonora em alguns

casos. Nesse momento, a intervenção do(a) professor(a) deve partir das habilidades já

conseguidas, para que aconteçam novas aprendizagens em busca de avançar a caminho do

próximo período, o silábico alfabético, fazendo uso para isso, de planejamentos e

intervenções baseadas na integração, afetividade e conquista do docente em relação a cada

discente.

Nesse período, é comum que a criança relacione nomes grandes a coisas grandes e

os nomes pequenos a coisas pequenas, o que Ferreiro denomina realismo nominal. Assim,

percebe-se que,

O bonito, ao enveredarmos por esse território antes desconhecido, é

desvendarmos que, sim, “há muita vida”, há muito trabalho cognitivo no

período pré-silábico. Embora vejamos que há algo de comum, em toda a

etapa pré-silábica, na maneira de responder a questão “o que”, não

podemos deixar de perceber os grandes progressos que o aprendiz irá

fazendo, pouco a pouco, na maneira de interpretar “como” a escrita cria

notações ou representações. (MORAIS, 2012, p. 54).

O desenvolvimento da criança acontece em tempos individuais, diferentes e

específicos, mas com a intervenção pedagógica adequada todos irão alcançar o período

13

silábico-alfabético, onde a criança inicia uma escrita com o uso de sílabas e alia esses

pedaços de palavras ao som da voz pronunciada, já estando quase alfabetizada.

Nesse momento, a importância de uma atenção maior do(a) educador(a), mais uma

vez é relevante na caminhada para obtenção de avanço a caminho do próximo e último

período, o alfabético.

Para concluir o processo de alfabetização a criança alcança o período alfabético,

quando a mesma consegue escrever com sentido real de leitura, fazendo seus próprios

planejamentos de escrita, necessitando apenas de um ajuste na ortografia, especialmente

das palavras complexas.

A criança em processo de aprendizagem necessita de materiais concretos como

recursos adequados e que possibilitem os desenvolvimento de cada etapa. “A abrangência

de seu objeto de estudo sugere que a educação deve ter por meta não somente o

desenvolvimento intelectual, mas a pessoa como um todo” (WALLON, apud GALVÃO

1995), p.80). Sendo assim, a mediação da aprendizagem permeada por meio de uma

diversificação de atividades significativas, contribui de forma relevante para a formação

intelectual e pessoal da criança em processo de formação.

Assim, o(a) professor(a) ao iniciar com uma turma de alfabetização, deve

necessariamente fazer uma sondagem dos conhecimentos prévios das crianças, buscando

conhecer como pessoa seus discentes de forma mais aproximada, diante de suas

habilidades e necessidades. Nesse momento, o(a) educador(a) terá, em mãos, o material

necessário para seguir no seu planejamento, onde buscará a contemplação de um trabalho

voltado ao aprendizado significativo e valorativo para a formação do sujeito.

Para isso, no processo de alfabetização, a aproximação da criança com o uso real do

sistema de escrita alfabética, necessita da leitura real dos textos que circulam diariamente

no seu contexto social, contemplando as vivências diárias em suas formas culturais,

buscando uma alfabetização na perspectiva do letramento. Sabendo-se que:

A partir da proposta de alfabetizar letrando, os docentes devem levar as

crianças à apropriação do sistema de escrita alfabética envolvidos em

situações do uso social da escrita, desenvolvendo a capacidade de ler e

produzir textos com finalidades distintas. (BRASILb, UN3, 2012 p.25)

14

Dessa forma, é importante que sejam promovidas atividades para o conhecimento

dos gêneros textuais que circulam com maior intensidade na sociedade local, para que os

alunos reconheçam suas diferenças e especificidades de cada gênero, sabendo as funções

de uso, mesmo antes de aprender a ler. Considerando que “[...] a alfabetização deve ser

significativa, e só é significativa quando é produção cultural e não reprodução cultural”.

(GADOTTI 2007, p.43). Concebe-se que a valorização cultural é uma forma de se

trabalhar a solidariedade e o respeito entre os discentes, na aceitação e valorização ao

diferente.

Refletindo sobre o pensamento de Gadotti(2007), pode-se afirmar que quando se

conhece a função e as formas de produção de uma bula de remédio, uma lista de compras,

por exemplo, fica mais fácil apropriar-se das características desses gêneros, facilitando o

reconhecimento no meio em que vive, antes mesmo de conseguir decifrar os códigos da

língua escritos convencionalmente.

3. PROFESSOR COMO MEDIADOR DO APRENDIZADO

O(a) professor(a), se configura como um(a) importante mediador(a) do aprendizado

da criança, uma figura essencial para êxito no seu desenvolvimento, tanto de ordem formal,

quanto na construção da sua subjetividade para a cidadania, como ser humano pertencente

a um contexto sociocultural. Assim,

A professora democrática, coerente, competente, que testemunha seu

gosto de vida, sua esperança no mundo melhor, que atesta sua capacidade

de luta, seu respeito às diferenças, sabe cada vez mais o valor que tem

para a modificação da realidade, a maneira consistente com que vive sua

presença no mundo, de que sua experiência na escola é apenas um

momento, mas um momento importante que precisa de ser

autenticamente vivido. (FREIRE, 1996 p.43).

Nesse sentido, percebe-se que o diálogo e o emprego da afetividade na relação

professor aluno, como os caminhos mais favoráveis ao aprendizado significativo e

valorativo, também, na valorização e exercício das diferenças, e que o ato de ensinar é uma

troca entre os saberes dos educandos, com os saberes do docente, que atua como uma

figura mediadora desse aprendizado mútuo, efetivado cotidianamente no âmbito escolar.

15

Além desse elo educacional, o respeito, o carinho e a confiança entre docente e

discentes dialoga com Freire (1992), quando diz que

[...] o(a) professor(a) só ensina em termos verdadeiros na medida em que

conhece o conteúdo que ensina, quer dizer, na medida em que se apropria

dele, em que o compreende. Neste caso, ao ensinar, o professor ou

professora re-conhece o objeto já conhecido. Em outras palavras, refaz a

sua cognoscitividade na cognoscitividade dos educandos. Ensinar é assim

a forma que torna o ato de conhecimento que o(a) professor(a)

necessariamente faz na busca de saber o que ensinar para provocar nos

alunos seu ato de conhecimento também. Por isso, ensinar é um ato

criador, um ato crítico e não mecânico. A curiosidade do(a) professor(a) e

dos alunos, em ação, se encontra na base do ensinar-aprender (p. 42).

Assim, pode-se considerar que a forma como se dá a mediação da aprendizagem,

conseguida por meio da confiança que o(a) professor(a) atribui para com o grupo de

alunos, se torna mais concreta e valorativa com mais significado para ambos. Além disso,

o(a) professor(a) é considerado(a) um exemplo de ser humano para as crianças, e quando

o(a) admiram o(a) querem sempre por perto, e pelo(a) mesmo(a) têm relevante estima pelo

resto da vida, imitando-o em suas ações, como tentar fazer a letra igual a daquele(a)

professor(a) que possui grande estima.

Por esses motivos, confiam no que lhes é repassado na escola pelo docente,

contribuindo meramente para sua própria autonomia, participando da oralidade de forma

efetiva, das aulas práticas e de todas as atividades que a escola propõe, por estarem

conquistados pelo afeto, pelo simples ato da troca do saber. Assim sendo, Andrade (2014),

afirma que “nos tempos atuais, o professor que tem manejo de classe é aquele que

consegue, a cada aula, conquistar a amizade de seus alunos e deles recebe o devido

respeito (p. 69)”.

Diante do exposto, o conhecimento dos avanços dados por práticas pedagógicas

aliadas a afetividade, é de extrema relevância ao profissional de pedagogia. Com esse tipo

de prática, o mesmo poderá perceber a diferença entre, um trabalho pedagógico voltado ao

real aprendizado da criança, numa metodologia rica e diversificada, capaz de formar um

cidadão amoroso, solidário, crítico e conhecedor de seus direitos e deveres e, um exercício

que somente atribui conteúdos e rigidez numa sala de aula, sem abertura ao diálogo entre

os participantes da aprendizagem.

16

3.1. CARACTERÍSTICAS DE UM(A) PROFESSOR(A) QUE PLANEJA SEM

ESQUECER A IMPORTÂNCIA DA AFETIVIDADE

A boa relação estabelecida entre docente e discentes no processo de alfabetização

perpassa por uma afinidade recoberta de valores, que vão sendo construídos dia após dia,

mediante as atribuições de um trabalho pedagógico afetivo, com um planejamento bem

organizado e praticado com amor, zelo, compromisso e dedicação.

Reconhecendo-se que o estímulo dado pelo(a) professor(a) em suas aulas por meio

de métodos afetivos, aliados a flexibilidade, durante as atividades é relevantemente

importante em todos os dias letivos do ano, na atuação junto ao grupo de alunos. Desse

modo, a postura do(a) professor(a) na organização do espaço, na limpeza da sala de aula,

no desempenho de ações, as quais pretende que os alunos pratiquem no ambiente

alfabetizador é de extrema importância para a boa relação dele(a) com a turma. Assim,

Russo (2013), enfatiza que

A didática que adotamos e que irá definir nossa posição perante uma sala

de aula tem muita influência na postura dos alunos, por mais jovens que

sejam. Material organizado, lições limpas, crianças asseadas são

elementos que agradam ao professor e aos próprios alunos. Para poder

exigir limpeza, ordem, responsabilidade, dedicação, temos que dar o

exemplo (p. 29).

Preparar um ambiente com regras combinadas junto aos alunos, para que todos

estejam prontos a realizar as ações devidas sem a necessidade de intervenção o tempo todo,

também se faz necessário e importante. Dessa forma, os alunos já irão compreender o que

deverão ou não fazer no ambiente, por serem ações costumeiras iniciadas desde o primeiro

dia de aula, como respeitar os horários de entrada, saída, realizar as tarefas, organizar a

sala de aula quando necessário coletivamente, manter a sala de aula limpa, trazer as lições

de casa quando solicitadas, dentre outras atitudes.

Desse modo, quando o (a) professor(a) realiza um planejamento pensando nas reais

necessidades dos discentes, sua mediação promove uma proximidade mais afetuosa com o

grupo, gerando momentos de atividades consistentes em aprendizados diversificados,

voltados não somente para a cognição dos alunos, como também, para o desenvolvimento

da sua personalidade, como pessoa lhes atribuindo autonomia em suas atitudes.

17

Sabendo-se que, quando o professor leva consigo uma postura de um pedagogo que

ama sua prática, ele vai além de suas atribuições, enquanto educador. Este, realiza seu

trabalho com inovações e reformulações do planejado, buscando uma prática que se

aproxime mais das reais necessidades dos educandos. Sempre com novas propostas, que

estejam além daquelas que já foram articuladas, em prol do benefício da adequada

formação das crianças, saindo da prática baseada apenas nos livros didáticos. De acordo

com Cury (2003),

Ser um mestre inesquecível é formar seres humanos que farão diferença

no mundo. Suas lições de vida marcam para sempre os solos conscientes

e inconscientes dos seus alunos. O tempo pode passar e as dificuldades

podem surgir, mas as sementes de um professor fascinante jamais serão

destruídas (p. 28).

Assim, quando um(a) professor(a) atua com amor, a sua prática se torna um marco

na vida dos discentes com os quais atuou durante sua docência. Considerando-se que se

tornarão adultos e sempre terão a figura de um(a) bom(a) professor(a) como uma pessoa

estimada, que lhes atribuiu ensinamentos relevantes para a vida. Oferecendo-lhes

oportunidades de participar de atividades motivadoras, no estímulo ao crescimento como

seres humanos, para atribuírem boas relações com a sociedade na qual vivenciam.

Tendo em vista que é um profissional que acredita em uma formação plena e sonha

a cada dia com uma educação de qualidade em seu contexto de atuação, atribui as

qualidades múltiplas de um amigo, um psicólogo, um pai ou uma mãe e até mesmo um

médico de primeiros socorros, exercendo o que pode ser considerada como outras funções,

desde que sejam necessárias. Sobre isso, Saltini (2008), diz que:

[...] a inter-relação da professora com o grupo de alunos e com cada um

em particular é constante, se dá o tempo todo, seja na sala ou no pátio, e é

em função dessa proximidade afetiva que se dá a interação com os

objetos e a construção de um conhecimento altamente envolvente. Essa

inter-relação é o fio condutor, o suporte afetivo do conhecimento (p.

100).

Desse modo, o(a) professor(a) atua na vida das crianças, em momentos adequados,

instruindo-os à vencer seus limites mais desafiadores, tanto no espaço escolar, quanto em

sua vida familiar e/ou social, na constante busca do melhor, em todos os sentidos. Dando-

lhes suporte para desenvolver a autonomia, no mesmo instante em que está sendo formada

a sua própria identidade de cidadãos e pequenos aprendizes, por meio da motivação dada

nas aulas desenvolvidas.

18

Seguindo essa mesma linha de pensamento, respeitando o estágio de cada aluno,

Freire (1996), afirma que “Ensinar não é transferir conhecimento (p. 52)”. Ele

complementa em seu pensamento que ensinar é algo que vai além disso, num sentido de

busca de conhecimentos cada vez mais aguçados, pela curiosidade dos alunos, mediados

pelo educador que tem uma meta de formar para a vida, um cidadão pleno e crítico, capaz

de atuar em seu meio social com dignidade e respeito.

Freire (1991), afirma que o ato de ensinar “é a convivência amorosa com seus

alunos e na postura curiosa e aberta que se assume e, ao mesmo tempo, provoca-os a se

assumirem enquanto sujeitos sócio históricos culturais do ato de conhecer (p. 11)”.

Dialogando com autores já citados, Andrade (2014) afirma que “o aluno precisa se

sentir valorizado pelo professor para deixar aflorar, com mais frequência, o seu lado

afetuoso” ( p. 69), fica clara a relação professor aluno conectada por um elo de afeto capaz

de instigar um aprendizado com mais sentido para a formação do discente.

Quando o(a) professor(a) conhece seus discentes, não somente como alunos, mas

também como pessoas, o trabalho flui de uma forma dinâmica onde o aluno consegue

desenvolver junto ao professor uma relação de confiança. Considerando essa afirmação e

as especificidades de cada grupo cultural representado pelo grupo de crianças. Acerca

dessa temática Russo, (2012), afirma que

O ambiente de trabalho é mais agradável quando o professor é amigo dos

alunos e colaborador do desenvolvimento deles, sendo respeitado, em

primeiro lugar, por sua condição de ser humano e, depois, como

professor. Assim, quando precisa de atenção da classe, a participação

esperada flui espontaneamente entre os alunos, como se houvesse um

pacto silencioso (p. 29).

O ato de ensinar e aprender pode ser visto como uma procura infinita por maneiras

distintas de atuar, onde o(a) professor(a) precisa dar sentido ao ensinar, mostrando

caminhos favorecedores do aprendizado das crianças em metodologias estimulantes.

Seguindo essas ideias propostas por Gadotti (2007), é possível afirmar que ensinar é um

sonho que precisa ser aprendido pelo(a) professor(a), e esse sonho pode ser guiado pela

Pedagogia, considerando que “ser professor é viver intensamente o seu tempo com

consciência e sensibilidade” (p. 62).

19

Desse modo, para obter esse resultado, o docente deve realizar um planejamento

com foco especial nas vivências dos pequenos aprendizes, instigando a valorização da

cultura, dos modos de vida e das famílias de cada um, em específico. Para o sucesso dessa

ação, Russo (2012), considera que, “Trocar experiências é um ponto favorável e essencial

ao nosso desenvolvimento, pois frequentemente aprendemos muito com nossos colegas,

seja em conversas informais, seja nas reuniões pedagógicas ou administrativas” (p. 28).

Assim, deve-se utilizar metodologias diversificadas e atrativas, que motivem à

participação de todos os discentes, permeando a integração e o respeito às pluralidades,

para que o aprendizado da criança seja concretizado a cada dia, num ambiente onde se

sintam seguros acolhidos e valorizados como seres humanos íntegros e capazes.

3.2. RELATO DE EXPERIÊNCIA DE PRÁTICA FUNDAMENTADO NA

AFETIVIDADE

A experiência, aqui relatada, compõe uma pequena parte da atuação da autora desse

artigo enquanto docente no ciclo de alfabetização dos anos iniciais do Ensino

Fundamental, desde o ano de 2013.

O ato de alfabetizar deve contemplar uma mediação significativa para os alunos e o

docente deve encher essa prática de motivação e construção de valores com o objetivo de

formar não só o aluno, mas também o ser humano, aquele que vai atuar e conviver em uma

sociedade.

Numa prática docente voltada para a perspectiva apresentada acima, o trabalho

deve ser pautado em atitudes de afetividade, amor, respeito, integração e sobretudo de

educação, em todas as suas formas de ensino, sejam elas de aspecto cognitivo ou formação

pessoal.

Seguindo essa linha de pensamento, foi elaborada uma sequência didática, na qual

se trabalhou o tema alimentação saudável junto aos alunos do primeiro ano do Ensino

Fundamental, durante uma semana de aula, contemplando os cinco dias letivos.

O trabalho foi desenvolvido em uma turma de 22 alunos com faixa etária entre 6 e 7

anos de idade, no ano de 2015, na Escola José Paulino da Costa, zona rural do município

20

de Luís Gomes/RN. O objetivo da sequência didática foi refletir sobre os hábitos

alimentares que fazem parte do dia a dia dos alunos, de modo a articular novas condutas,

para a atribuição de bons hábitos alimentares necessários a boa saúde do nosso corpo.

Além disso, a sequência também serviu para ajudar os alunos a reconhecerem os

diferentes hábitos de alimentação, diferenciarem alimentos saudáveis de alimentos não

saudáveis, compararem os próprios hábitos alimentares com os hábitos alimentares dos

colegas da turma identificando a presença de frutas, legumes e verduras (ou não) na

alimentação de cada um e compreenderem a importância de uma alimentação saudável,

para a saúde.

Durante o trabalho foi possível desenvolver com os alunos a confecção de cartazes

informativos e educativos sobre uma boa alimentação, a produção de tabelas individuais

junto com a família, mostrando seus hábitos alimentares mais frequentes, a confecção de

uma pirâmide de alimentos, coletivamente e a produção de máscaras com imagens de

frutas para todos utilizarem na culminância da sequência didática, com a realização da

receita de uma salada de frutas nutritiva.

Durante a efetivação das atividade foram trabalhado diversos tipos de textos, os

alunos tiveram a oportunidade de antecipar o sentido do texto a partir do suporte textual,

título e ilustrações, identificar informações explícitas no texto fazendo inferências e por

fim, identificar as características de gêneros textuais como cartaz, tabela, texto informativo

e texto narrativo.

Para atingir os objetivos delineados, foram planejadas e realizadas uma

diversificação de atividades, voltadas a integração das disciplinas e também a

contextualização do cotidiano das crianças, sempre trabalhando de forma dinâmica,

tentando envolver os alunos, utilizando para isso a afetividade em todas as ações

pedagógicas.

No primeiro dia, logo de início foi feita a apresentação do livro: Era uma vez uma

gota de Chuva, de Judith Anderson, das obras complementares do Programa Nacional de

Biblioteca Escolar (PNBE). Organizou-se um círculo para ouvir as expectativas dos alunos

realizando assim a antecipação da leitura, partindo do título e ilustração da capa, para

depois, realizar a leitura coletiva, onde foram dados vários posicionamentos dos alunos.

21

Em seguida realizou-se uma interpretação oral para melhor entendimento dos

alunos para que os mesmos compreendessem que o livro lido mostrava claramente o ciclo

da água na natureza, fazendo inferências sobre a importância da mesma como alimento

essencial para a vida de todos os seres vivos.

Nesse momento, o objetivo era mostrar a necessidade que temos de consumir água

em quantidade, para a nossa boa saúde corporal, assim como também, falar sobre a

necessidade do consumo da água sem desperdício nas atividades diárias e das formas de

poluição desse líquido precioso.

Em um segundo momento, realizou-se a escrita de listas de alimentos de origem

vegetal e de origem animal, que estão em nossos cardápios diariamente. Essa produção foi

realizada coletivamente, onde a professora foi a escriba da turma que ditou os nomes dos

alimentos com autonomia, sendo visível a interação e a troca de conhecimentos entre os

alunos da turma.

Em momentos como este, é possível perceber que a curiosidade paira na sala de

aula e a oralidade se expande de forma espontânea, considerando as vezes e vozes de cada

um e o respeito mútuo diante de cada fala. As crianças interagiram umas com as outras e

com a professora revelando com propriedade os seus conhecimentos já concretizados e

desenvolvendo atitudes que demonstravam cuidado e afetividade com os colegas que não

apresentavam tantas habilidades na hora de participar das situações propostas.

No segundo dia, com a sala de aula organizada em círculo, iniciou-se a aula com a

apresentação de um texto informativo sobre alimentos saudáveis, onde os alunos puderam

conhecer e observar os alimentos que ao serem consumidos são bons para a saúde e

àqueles que podem acarretar alguma doença, caso não se tenha um controle em seu

consumo. Neste momento, foram ouvidos posicionamentos dos alunos com relação ao

conteúdo, onde falaram sobre a sua própria alimentação, já considerando alguns alimentos

não saudáveis em sua rotina, como também, alimentos saudáveis.

Continuando, foi apresentada uma pirâmide de alimentos para que os alunos

pudessem ver onde localizava-se cada alimento que é consumido diariamente, e também,

se seu consumo é adequado para a nossa saúde.

22

Seguiu-se com uma atividade de produção de legenda de alimentos que estão

situados na pirâmide alimentar, para a exploração do sistema de escrita, onde foram

organizadas duplas de alunos para essa tarefa. Buscando integrar as crianças com

habilidades mais avançadas com aqueles que sentiam um pouco de dificuldade na

sistematização da escrita, considerando-se que esta é uma ótima ação para incentivar a

amizade, a solidariedade e a humildade em sala de aula.

Ao final da aula, foi solicitado da turma que levassem consigo para casa, uma

tabela em branco, com as orientações de serem preenchidas junto à família, onde iriam

colocar por escrito, seus hábitos alimentares diários das seis refeições principais, café da

manhã, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia. Prevendo-se que esta

atividade seria o norte para a exploração do conteúdo na próxima aula. Também, foi

solicitado dos alunos, que trouxessem uma embalagem ou rótulo de um alimento, que

comumente tem em casa e que é consumido frequentemente pela família.

No terceiro dia, iniciou-se a aula com a apresentação do livro: Alimentos

Saudáveis: o que Ana sabe sobre alimentos?, de Simeon Marinkvic, do acervo do Pacto

Nacional Pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC). Nesse momento, foi feita uma

reflexão sobre as atitudes da menina Ana, com relação a sua alimentação.

Diante dessa experiência, observou-se as próprias ações, com relação a forma de

alimentação de cada criança, numa conversa participativa. Assim, pôde-se perceber na

realidade, o que prefere-se comer no café da manhã se refrigerante ou leite? Fruta ou pão?

E no almoço feijão com arroz, carne, verduras ou um hambúrguer com refrigerante? Dentre

outros questionamentos, que geraram uma reflexão, quando relacionou-se as atitudes de

Ana e as de cada aluno quanto aos alimentos que podem beneficiar a saúde, o bom

crescimento, a saciedade necessária ao corpo e aqueles que não são proibidos, mas não

devem ser consumidos diariamente, por conter ingredientes que podem trazer danos ao

organismo, como diabetes, obesidade, pressão alta, etc.

Partindo-se dessa conversa, foi dado início as apresentações das tabelas que tinham

sido levadas como tarefa de casa, na aula anterior. Quase cem por cento da turma trouxe a

tarefa completa e que a mesma foi realizada em coletivo, junto com a mãe ou o pai, tendo

em vista que a família fez seu papel de incentivo e apoio ao aprendizado da criança, fato

muito importante para a ação alfabetizadora. Ficando percebido ainda, que se mostraram

23

seguros nas falas e mostraram com propriedade cada alimento ali relacionado, como sendo

parte do seu cardápio diário.

Seguiu-se a aula com a leitura dos rótulos que foram solicitados como tarefa de

casa, junto às tabelas, e neste momento observou-se nas embalagens dos alimentos o valor

nutricional e a qualidade destes para a saúde. Avaliando-se cada alimento, na percepção

daqueles que podem ser consumidos com mais frequência e aqueles que só devem ser

consumidos de vez em quando. Foi produzido um cartaz coletivamente com os rótulos, que

ficou exposto na sala de aula.

No quarto dia, a aula iniciou-se com um grande círculo, onde foi apresentado o

livro Quantas Coisas: Clara e Daniel vão ao supermercado de Rosa Maria Tort, das obras

complementares do (PNBE), que conta a história de duas crianças que vão pela primeira

vez ao supermercado, junto com a família fazer compras e ficam entusiasmadas com a

variedade de coisas e produtos que observam no espaço de venda.

Partiu-se logo após a leitura, para a exploração da oralidade observando-se que

tipos de alimentos a família comprou, se são alimentos ricos em nutrientes saudáveis ou

não. Reconhecendo-se que neste diálogo foram muitos os posicionamentos das crianças

com relação a compra realizada pela família, onde se mostraram com bastante autonomia

ao falar da qualidade dos alimentos e também, foram curiosos em indagar sobre alguns

alimentos não serem saudáveis.

Finalizou-se a aula, com a produção coletiva de uma pirâmide alimentar em um

grande cartaz feito em papel madeira, onde os alunos recortaram de livros para recorte

algumas figuras de alimentos e posteriormente foram distribuir na pirâmide desenhada no

cartaz pela professora. Observou-se então, a motivação em mais um momento de interação

entre todas as crianças, mediados pela integração do conteúdo estudado, com as vivências

de cada um, em práticas de leitura, diálogo, trabalho coletivo, valorização dos saberes.

O quinto dia de aula, teve início com uma apresentação das frutas que cada criança

trouxe de casa, para compor uma salada de frutas coletiva, em sala de aula. Observou-se a

diversidade de frutas que foram expostas e suas vitaminas, qual a mais apreciada pela

turma, a menos apreciada, aquelas que se tem no quintal de casa, como também foi

24

observada a falta de alguma fruta que a turma gosta e que ninguém a trouxe para a aula,

dentre outros posicionamentos e curiosidades que foram surgindo.

Após o diálogo, a aula deu seguimento com a produção de máscaras de frutas

variadas e conhecidas pelos alunos, como manga, goiaba, banana, maçã, abacaxi, dentre

outras, que foram previamente desenhadas pela professora em tamanho adequado e em

variedade, para que cada criança ficasse com uma fruta diferente. As alunos coloriram as

imagens das frutas, pensando na cor real das mesmas, em seguida colou-se em cartolina,

recortou-se e foi colocado um elástico para segurar no rosto.

Com as máscaras prontas, foi iniciada a aula de culinária, na produção de uma

receita coletiva com o título “receita da salada de frutas do primeiro ano”, a qual foi ditada

pelos alunos e escrita pela professora em um cartaz e depois realizada coletivamente com

as frutas que os alunos trouxeram de casa.

Percebeu-se, ao final da sequência didática, que os alunos além terem conhecido

um pouco sobre as vitaminas presentes nas frutas, perceberam a sua necessidade para a

saúde do nosso corpo. Em virtude da participação nas aulas e das produções de cartazes,

tabelas, pirâmides, máscaras e ainda, produziram uma receita nutritiva e saudável, foram

reconhecendo as formas e uso de alguns gêneros textuais, como também, integrando a sua

cultura alimentar com a cultura dos colegas e da professora, numa mediação gostosa e

motivadora, dentro da sala de aula.

Constata-se assim, a presença de um trabalho sequenciado, que necessitou de um

planejamento bem elaborado, com a organização de materiais diversificados como livros

para leitura, rótulos, pirâmides de alimentos, frutas, dentre outros. Exigindo assim, a busca

de metodologias adequadas para o uso desses materiais, de modo a estimular a participação

dos alunos. Percebendo-se assim a presença de uma prática permeada por atitudes de

afetividade, como cuidado, diálogo, solidariedade, integração.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com a realização dessa pesquisa foi possível perceber a importância de uma

prática pautada sobre o viés da afetividade, quando se fala em turmas de alfabetização. Os

25

resultados são percebíveis com facilidade e a relação entre professor e aluno é um dos

pontos mais fortalecidos nessa prática, ajudando o discente a desenvolver autonomia e

confiança.

É válido registrar que algumas dificuldades foram encontradas nesse processo de

escrita, porém, nada que atrapalhasse a execução do mesmo. Essas dificuldades surgiram

na busca de aportes teóricos que subsidiassem a escrita, de modo, a torná-la satisfatória

para a leitura e compreensão daqueles, que se interessarem pela temática da afetividade.

O tema abordado - a importância da pedagogia da afetividade no processo de

alfabetização de crianças do ensino fundamental - discorrido no corpo deste trabalho teve

como propósito esclarecer a relevância da atuação de um trabalho baseado no zelo, no

carinho e na dedicação, durante a atuação do pedagogo em sala de aula, tendo um olhar

especial ao ciclo de alfabetização dos anos iniciais do Ensino Fundamental.

Para isso, buscou-se fazer também, a observação da prática pedagógica, para refletir

sobre o uso da afetividade no ambiente escolar, esclarecendo a necessidade de uma relação

mais aproximada com as crianças para favorecer uma aprendizagem com mais significado

para a sua formação enquanto pessoas pertencentes a uma sociedade.

Por esses motivos, fica a indicação da leitura deste estudo para o(a) professor(a)

atuante no ciclo de alfabetização dos anos iniciais do Ensino Fundamental e, também, para

os demais professores de pedagogia, supervisores e coordenadores pedagógicos, gestores e

por quem se interessar pela temática.

A indicação da leitura se faz oportuna, por reconhecer que contribuirá para a

reflexão profissional, mediante uma prática pedagógica, com olhar voltado para o uso da

afetividade como meio da interação entre os alunos e também com o professor, de modo, a

envolvê-los na participação das atividades com mais entusiasmo, autonomia e confiança.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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