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Universidade Federal do Rio Grande do Norte Centro de Biociências Departamento de Ecologia Graduação em Ecologia Bacharelado Trabalho de Conclusão de Curso Reprodução e Dieta do Lagarto Cnemidophorus ocellifer em uma área de restinga do Nordeste Brasileiro Discente: Cleto Jose Freire Costa Junior Orientador: Dr. Gabriel Corrêa Costa Natal/RN Dezembro de 2015 CLETO JOSE FREIRE COSTA JUNIOR

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Centro de Biociências

Departamento de Ecologia

Graduação em Ecologia Bacharelado

Trabalho de Conclusão de Curso

Reprodução e Dieta do Lagarto Cnemidophorus ocellifer em uma área de

restinga do Nordeste Brasileiro

Discente: Cleto Jose Freire Costa Junior

Orientador: Dr. Gabriel Corrêa Costa

Natal/RN

Dezembro de 2015

CLETO JOSE FREIRE COSTA JUNIOR

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Reprodução e Dieta do Lagarto Cnemidophorus ocellifer em uma área de

restinga do Nordeste Brasileiro

Trabalho de conclusão de curso

apresentado à coordenação do curso de

graduação em ecologia como requisito

para obtenção do título de graduado em

ecologia.

Orientador: Dr. Gabriel Corrêa Costa

Natal 2015

Banca examinadora:

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Dr. Gabriel Corrêa Costa

(Presidente/Orientador)

Dr. Adrian Antônio Garda

(Examinador 1)

Me. Raul Fernandes Dantas de Sales

(Examinador 2)

Me.Felipe Medeiros

(Suplente)

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“Dou respeito ás coisas desimportantes e aos

seres desimportantes. Prezo a velocidade das

tartarugas mais do que a dos mísseis. Tenho em

mim um atraso de nascença. Eu fui aparelhado

para gostar de passarinhos”

Manuel de Barros.

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Agradecimentos:

Primeiramente e acima de todos, os meus pais: Francisca Costa de Oliveira Freire e Cleto

Jose Freire Costa , por todo apoio dado não só nesta jornada, mas em toda minha vida. O amor por

vocês é algo incondicional e imensurável dedico a honra e a responsabilidade desta profissão que

aqui escolhi, a vocês. Dedico a minha namorada Isabela Guimarães e minhas duas GRANDES

amigas Ingrid Nogueira e Bruna Carvalho por todo apoio que foi me dado, cada uma em diferentes

etapas da minha jornada, vocês foram minhas psicólogas um muito obrigado de coração. Ao meu

orientador e ídolo Gabriel Costa pela oportunidade, igualmente ao professor Adrian Garda por ceder

toda estrutura e materiais de seu laboratório.

Quando eu criança meus heróis eram personagens da TV quando me tornei adolescente

passaram a ser astros do rock e agora na idade adulta tenho prazer de conviver com todos eles:

Adriana Monteiro, Eduardo Venticinque (Dadão), Renata Panosso, José Luiz Attayde, Alexandre

Fadigas, Miriam Plaza, Gabriel Costa, Adrian Garda, Adriano Caliman, Luciana Carneiro, Sergio

Maia.

A minha irmã Karen que apesar de nossas diferenças sempre acreditou no meu potencial e me

encorajou em épocas difíceis. A minha outra irmã, Karine por sempre estar guiando meus passos e

por nos presentear com a minha sobrinha, a Júlia que sempre nos compartilha toda a sua alegria e

seus sorrisos.

Aos meus pets, Luna e Fido por todo amor doado, amor este que considero o mais puro e

verdadeiro.

Aos amigos que fiz no curso: Brenda Miranda, Dina Azevedo, Roney Paiva, Fernando

Carvalho (Borarêis), Lia Cruz, Ana Paula Furtado, Felipe Figueiredo(Caicó), Raphael Medeiros,

Adler Santana, Mery Alencar, Anizio Souza, Leilane Oliveira, Raissa Figueiredo (Parêia), Patricia

Pamplona(P4).

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Ao Raul Sales por compor a minha banca e ter disponibilizado parte de seu tempo para me

auxiliar quando precisei.

Anne Karenine, Willanilson Pessoa e Rafael Heleodoro pela ajuda na identificação dos

insetos.

Geomar Maia por sempre oferecer um ombro amigo e sempre possuir uma palavra de

conforto em dias ruins, um muito obrigado para lá de especial.

Aos companheiros de laboratório(Costa-Lab) e as nossas eternas batalhas em campo: Marc

Huber, Carolina Lisboa, Orsolya Molnár, Kati Bajer e Bruno Maggi, André Bruinje.

A toda família Dantas pelo apoio, pratos de feijão e os cochilos entre os campos e as aulas já

que moro longe da universidade a ajuda de vocês foi crucial! Muito obrigado: Marli Dantas, Priscila

Dantas, Patrick Dantas, Patrícia Dantas e Guilherme Dantas. Seus respectivos pets: Fiona, Flora,

Milla e Zuke.

Aos Amigos de Longa data: Luciano Barros, Raul Damasceno, Rodrigo Costa, Jovânio

Galvão, Lina Fernandes, Nathan Lima, Ian Nascimento, Marx Hanz, Luciano Toscano, Ewerton

Lima, João Pedro Tavares, Lion Cabral, Rodolfo Carvalho, Jefferson Quaresma e Igor Cavalcanti,

Larissa Oliveira e Janaína Gomes.

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SUMÁRIO

Resumo............................................................................................................................. .....................9

Abstract................................................................................................................................................10

Introdução............................................................................................................................................11

Metodologia.........................................................................................................................................12

Área de estudo........................................................................................................ ..................12

Coleta de dados........................................................................................................................13

Reprodução..............................................................................................................................13

Dieta........................................................................................................................ .................14

Morfometria.............................................................................................................................15

Análises estatísticas..................................................................................................................15

Resultados............................................................................................................................................15

Reprodução..............................................................................................................................16

Dieta........................................................................................................................................ 16

Discussão.............................................................................................................................................17

Reprodução..............................................................................................................................17

Dieta.........................................................................................................................................19

Conclusão.............................................................................................................................................20

Referencias...........................................................................................................................................22

Anexos.................................................................................................................................................,25

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Reprodução e dieta do Lagarto Cnemidophorus ocellifer em uma área de

restinga do Nordeste Brasileiro

RESUMO

O objetivo desse trabalho é descrever a reprodução e dieta do lagarto Cnemidophorus ocellifer em

uma área de restinga do Rio Grande do Norte, e comparar esses atributos ecológicos com outros

trabalhos existentes na literatura. O presente trabalho foi realizado no centro de lançamento barreira

do inferno, trata-se de uma área militar com ótimo estado de conservação com características de

restinga. Em um transecto de 1km de extensão, foram realizadas coletas no total de 15 meses,

2012: Junho, Agosto, Setembro, Outubro, Dezembro. 2013: Fevereiro, Março, Abril, Maio, Julho,

Agosto, Setembro, Novembro, 2014: Janeiro, Fevereiro. O principal item predado pelo C.ocellifer

tanto numericamente quanto volumetricamente foram os insetos da classe Isoptera.O tipo de

forrageamento do lagarto e abundância das presas influenciaram neste resultado, o C. ocellifer da

restinga manteve assim o padrão de seleção da espécie. Não houve diferenciação na dieta no

C.ocellifer em uma comparação entre meses secos e chuvosos. A regressão linear simples entre o

tamanho do lagarto e volume das presas se mostrou significativas, já a regressão linear entre o

tamanho relativo da cabeça e o tamanho do corpo não foram significativas. A reprodução aconteceu

de maneira contínua ao longo dos meses de coleta e o tamanho da ninhada do C.ocellifer da restinga

potiguar foi de 2,11 .± 0,90, valor semelhante aos encontrados em outras populações de diferentes

biomas, com mesmo padrão de reprodução contínua, mostrando-se distinta aos de reprodução

cíclica. A regressão linear entre o tamanho do corpo da fêmea e o tamanho da ninhada não foi

significativa.

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Dieta e Reprodução do Lagarto Cnemidophorus ocellifer em uma área de restinga

do Nordeste Brasileiro

ABSTRACT

The goal of this study is to describe the reproduction and diet of the lizard Cnemidophorus ocellifer

in a sandy coastal area of Rio Grande do Norte, and compare these ecological attributes with other

existing studies in the literature. This work was carried out at the Centro de Lançamento Barreira do

Inferno, a military base with excellent condition of conservation and restinga vegetation. In a

transect of 1km extension I realized collects totalling of 15 months in 2012: June, August,

September, October, December. 2013: February, March, April, May, July, August, September,

November, 2014: January, February. The main preyed item by C.ocellifer both numerically and

volumetrically were insects of the class Isoptera. The foraging mode and prey abundance influenced

this result. C. ocellifer from restingahas similar prey selection patterns of the species in other

environments. Linear regressions between the CRC volume of prey, and the relative head

size,volume of prey were significant. Reproduction happened continuously and C.ocellifer clutch

size restinga in our study site was 2.11. ± 0.90, theses, values similar to those found in other

populations of different biomes, with same pattern of continuous reproduction. Linear regression

between female body size and litter size was not significant.

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INTRODUÇÃO

Fatores externos influenciam diretamente na história de vida dos lagartos, dentre eles

destacam-se: temperatura, precipitação e fotoperíodo (Pianka, 1986; Censky, 1995; Wiederhecker et

al., 2002). Em espécies de clima temperado, a atividade reprodutiva é determinada por fatores

climáticos, em ambientes tropicais, a disponibilidade de alimentos e condições ambientais estão mais

intimamente ligadas a reprodução (Mojica et al., 2003). A precipitação em regiões tropicais é um dos

fatores que determinam a reprodução dos lagartos (Magnusson, 1987). Os lagartos possuem dois

tipos distintos de estratégias reprodutivas: aqueles que produzem múltiplas ninhadas e os que

reproduzem apenas uma vez por estação reprodutiva (Tinkle et al.,1970). O gênero Cnemidophorus

em regiões tropicais possuem o padrão de reprodução continua, no entanto no Cerrado foram

encontradas populações de reprodução sazonal. O seu parente próximo do gênero Aspisdocelis em

ambientes temperados reproduz sazonalmente (Vitt, 1990; Mesquita & Colli 2003a).

Em muitos grupos é possível observar que fêmeas de maior tamanho podem favorecer

maiores ninhadas, em lagartos esse padrão não é diferente, diversos estudos para testar esta

afirmação foram realizados, sendo possível a confirmação deste padrão (Shine,1988; Vitt,1983;

Mesquita & Colli, 2003a; Rezende-Pinto et al.,2009; Wiederhecker et al., 2002). Porém outros

fatores que influenciam o tamanho da prole devem ser levados em consideração como, por exemplo:

idade das fêmeas, quantidade de recursos disponíveis e trade-off entre crescimento e

reprodução(Shine, 1988).

A dieta é crucial para a ecologia dos organismos, uma vez que o ganho energético a partir dos

seus alimentos deve ser utilizado para a sua manutenção, crescimento e reprodução (Doughty &

Shine 1997). Diferentes fatores podem influenciar na escolha das presas por lagartos, dentre eles:

tipo de forrageamento, sexo e tamanho do corpo (Huey & Pianka,1981; Pianka,1986). Lagartos

forrageadores ativos possuem maiores tendências em escolher presas sedentárias e que se encontram

agregadas (Huey & Pianka, 1981). As variações no tamanho do corpo surtem conseqüências nos

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hábitos alimentares dos organismos, ultimamente este assunto tem sido analisado em diferentes

grupos taxonômicos (Sales et al.,2012), em estudos ecológicos com lagartos não é diferente, pois é

comum encontrar a relação entre as variáveis morfométricas, tamanho e volume das presas (Vitt,

1983; Teixeira-Filho et al., 2003). Em um estudo realizado em uma região de savana na Amazônia

Magnusson & Silva (1993) encontraram que o tamanho dos itens alimentares é geralmente

proporcional ao tamanho do lagarto. A variação do tamanho da boca é outro fator que pode limitar os

indivíduos, por exemplo, indivíduos de menor tamanho capturam de presas menores que por sua vez

possuem baixo valor energético (Texeira-filho et al.,2003)

O gênero Cnemidophorus apesar de sua ampla variação geográfica, a variedade em seus itens

alimentares é considerada baixa, sendo os cupins o principal item em sua dieta (Mesquita & Colli,

2003a). A dieta destes organismos pode variar ao longo do tempo, sendo que estas variações podem

ser atribuídas a mudanças sazonais ocasionadas pela disponibilidade de presas ou devido a mudanças

nas condições climáticas (Teixeira-Filho et al.,2003)

O objetivo principal deste estudo é descrever os padrões de reprodução e dieta do lagarto

Cnemidophorus ocellifer em uma região de Restinga no nordeste Brasileiro. Onde as seguintes

perguntas serão respondidas: Em relação as características reprodutivas do C. ocellifer como se

comportam ao longo do ano? Existe relação entre o comprimento das fêmeas e o tamanho da

ninhada? Quais são os principais itens predados pelo C. ocellifer? Existe influência sazonal em sua

dieta ao longo do ano? Há relação entre o comprimento do lagarto o volume das presas ingeridas?

Existe relação entre o tamanho relativo da cabeça e o volume da presa?

METODOLOGIA

Área de estudo

O presente estudo foi realizado em um fragmento de Mata Atlântica no centro de lançamento

barreira do inferno localizado no município de Parnamirim, estado do Rio Grande do Norte

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(5°55'24.92"S 35°10'4.93). Por estar situado em uma área militar, o local apresenta um bom estado

de conservação.

Coleta de dados

Em um transecto de 1km de dimensão foram instalados 20 conjuntos de 4 armadilhas de

queda (pitfall trap) em baldes com 60 l organizados em formato de Y, conectados por lonas plásticas

de 5 m (Figura 1). Os 80 baldes foram abertos mensalmente durante 7 dias ininterruptos, no sétimo

dia todos foram fechados com tampas de plástico, para que no mês seguinte fossem abertos

novamente.

Sempre criando um intervalo de um mês de uma coleta para outra. No total foram 15 meses

de coletas nos anos de 2012: Junho, Agosto, Setembro, Outubro, Dezembro. 2013: Fevereiro, Março,

Abril, Maio, Julho, Agosto, Setembro, Novembro, 2014: Janeiro, Fevereiro. Os indivíduos que foram

capturados eram transportados ao laboratório, no mesmo dia eram mortos por aplicação de xilocaína

líquida e depois fixados em fomaldeído 10%. Logo após foram armazenados na coleção do

Laboratório de Anfíbios e Répteis da UFRN em recipientes contendo álcool 70%. Todos indivíduos

mortos seguiram as normas de vigência da resolução 301/2012 proposta CFBio, Diretrizes da Prática

de Eutanásia do CONCEA.

Reprodução

Eu determinei o sexo de cada indivíduo através da dissecação e examinação direta das

gônadas, foi utilizado o estereomicroscópio para auxilio e uma melhor visualização. Os machos

foram considerados reprodutivos quando apresentaram testículos dilatados com epidídimos

enovelados (Vitt, 1983) Quando eram ativamente reprodutivos foram medidos: tamanho e largura

dos testículos de cada macho. As fêmeas foram consideradas reprodutivas pela presença de folículos

vitelogênicos com oviduto ou com ovo presente. Na ocasião em que eram ativamente reprodutivas,

eu medi com o paquímetro digital com precisão de 0.01 mm, a altura e a largura do ovo, por fim

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estimamos o tamanho da maturidade sexual dos machos a partir do menor indivíduo com o testículo

aumentado e com epidídimo enovelado. Já para as fêmeas consideramos o menor indivíduo com

folículo vitelogênico e/ou oviduto presente (Mesquita & Colli 2003b)

Dieta

Todos os indivíduos coletados tiveram seus estômagos examinados após a coleta. A análise

da dieta foi realizada por intermédio de observações de itens alimentares (presas) contida em cada

animal. Foi medido comprimento e a largura de cada presa e posteriormente calculado o volume

usando a fórmula de um elipsoide:

V =3

4𝜋

𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜

2

𝐿𝑎𝑟𝑔𝑢𝑟𝑎

2 2

As presas que tiveram aparência intacta foram catalogadas e identificadas até o nível de

ordem, algumas exceções que identificamos em nível de família, e outras foram categorizadas como

artificiais ex: Larvas de insetos. Em cada categoria de presa nós calculamos os valores de ocorrência

(frequência absoluta e relativa), e os valores de número (brutos e em porcentagem) e volume (bruto

em porcentagem) em mm³.

Usando variáveis percentuais, volumétricas e numéricas, calculamos a largura do nicho (b)

para cada indivíduo, usamos o inverso do índice de Simpson (Simpson, 1949):

𝐵 =1

𝑃𝑖2𝑛𝑖=1

Foram calculadas as porcentagens numéricas e volumétricas de cada categoria de presa por

cada indivíduo a fim de obter os valores médios por estômago. A partir destas porcentagens nós

calculamos o índice de importância ( I ) que foi usado para estômagos individuais e agrupados, afim

de determinar a contribuição de cada categoria de presa em uma escala “relativa” a partir da seguir a

seguinte formula:

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I =F% + N%+ V%

3

Onde F % é a frequência relativa, N % é o valor numérico percentual e V % é o valor

volumétrico percentual. Foram ranqueadas todas essas categorias (frequência, número, volume e

importância).

Foi utilizado o índice de Pianka para medir o quanto há de sobreposição de nicho dos itens

predados entre a estação seca e chuvosa (Pianka, 1973)

Morfometria

Medimos com um paquímetro com a precisão de 0.01 as seguintes variáveis morfométricas:

comprimento rostro-cloacal (CRC), comprimento da cauda (CCAU), comprimento da base da cauda

- quando a cauda estava quebrada (CBCAU), largura do corpo (LCO), altura do corpo (ACO),

largura da cabeça (LCA), altura da cabeça (ACA), comprimento da cabeça (CCAB), comprimento

do membro anterior (CMA) e comprimento do membro posterior.

Análises estatísticas

Realizamos três regressões lineares simples, com intuito de avaliar se há relação entre o

tamanho do indivíduo e o volume da presa e se existe relação entre o tamanho relativo da cabeça e o

volume das presas e finalmente se há ligação entre do corpo da fêmea e o tamanho da ninhada.

Eu retirei os resíduos da regressão entre CRC x tamanho da cabeça, e os defini como

tamanho relativo da cabeça. Todas as regressões foram transformadas em escala logarítmica e todos

os dados e gráficos foram analisados e gerados no programa R (R Development Core Team 2012).

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RESULTADOS

Durante os 15 meses de coleta foram coletados 174 indivíduos do C.ocellifer sendo 118

machos dos quais 84 foram considerados reprodutivos e 48 fêmeas entre elas 26 em estado

reprodutivo, 8 indivíduos jovens não foram possíveis serem sexados.

Reprodução

O menor macho em estado reprodutivo apresentou 40,77 mm enquanto a menor fêmea

reprodutiva apresentou 52,71mm de CRC (comprimento rostro - cloacal). Com base nessas medidas

pode se afirmar que os machos tornam-se primeiramente reprodutivos do que as fêmeas. O tamanho

da ninhada foi definido pela presença de ovos e folículos vitelogênicos, que possuíram média de:

2,11.± 0,90 (amplitude 1 – 4, N=26). O comprimento médio e a largura dos ovos foram de 7,18 ±

2,24 e 8,44 ± 3,32 (N=21). Durante o período de coleta foram encontradas fêmeas reprodutivas nos

períodos de estiagem, Agosto, Setembro e Outubro de 2012, Fevereiro e novembro de 2013 e Janeiro

e fevereiro de 2014. Durante os períodos chuvosos nos meses de Julho, Setembro e Maio de 2013.

Os restantes dos meses não foram constatados fêmeas reprodutivas. Em contrapartida com as fêmeas

reprodutivas, em todos os meses de coleta foram encontrados machos reprodutivos. Eu encontrei

apenas duas fêmeas reprodutivas que possuem simultaneamente folículos vitelogênicos e ovos, no

período chuvoso: Março 2012 e seco: Agosto de 2013. Na regressão linear entre o Tamanho do

corpo das fêmeas e o tamanho da ninhada não se mostrou significativa demonstrando assim que não

há nenhuma relação entre essas duas variáveis (P= 0,14, r²= 0,05) (Figura 3).

Dieta

No total de 174 estômagos dissecados, 47 estavam vazios (27 %), encontramos 13 categorias

de presas, dentre elas a mais frequentes foram: Isoptera, Araneae e Orthoptera (Tabela 1). Levando

em consideração os estômagos individuais as principais categorias de presas também foram às

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mesmas categorias de presas existentes na frequência: Isoptera, Aranea, Orthoptera.

Volumetricamente as principais categorias de presas foram: Isoptera, Aranea e Scorpiones (Tabela

1). Se tratando de estômagos agrupados numericamente as presas mais presentes foram: Isoptera,

Araneae e Orthoptera. Volumetricamente em estômagos agrupados as principais presas foram:

Isoptera, Arareae e Scorpiones.(Tabela 1). E por fim o índice de importância, utilizando os

estômagos individuais e agrupados mostraram que as presas mais importantes foram: Isopteras,

Araneae e Orthoptera. Que são os itens que mais que mais contribuem na dieta do

lagarto C. ocellifer em Parnamirim-RN (Tabela 1). A largura do nicho numérica foi de 3,64 ±0,64, e

a largura de nicho volumétrica foi de 3,86 ± 0,62 (Tabela 3).

A regressão Linear entre o comprimento (CRC) e o volume das presas, foi significativa

(P<0,001, r²=0,18), (Figura6).A regressão linear entre o tamanho relativo da cabeça e o volume da

presa também se mostrou significativa, indicando que há relação entre as duas variáveis (P<0,001

r²=0,80). Em relação à variação da dieta do C. ocellifer na estação seca e chuvosa eu calculei através

do índice de Pianka onde os valores não foram significativos (Tabela 2).

DISCUSSÃO

Reprodução

O menor macho reprodutivo foi de 40,77, tamanho semelhante ao encontrado por Zanchi e

colaboradores (2013), este resultado pode ser explicado pela influência da temperatura e

fotoperíodo, pois em regiões onde as temperaturas são altas e constantes podem influenciar

aceleração da espermatogênese (Linch, 1966). A reprodução do C.ocellifer da restinga do Rio

Grande do Norte obteve um ciclo continuo ao longo do ano com o pico discreto no inicio do período

seco. Exatamente o mesmo padrão de reprodução com picos similares utilizando o mesmo espécime

foi constatado no Ceará, em um estudo clássico no semi-árido brasileiro também foi encontrado a

reprodução continua no C.ocellifer (Zanchi et al,.2013; Vitt, 1983). Apesar da imprevisibilidade

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evidente em regiões semi-áridas, em um estudo clássico Vitt (1982) observou a tática de reprodução

continua em uma população de Ameiva ameiva. Em ambientes em que a sazonalidade encontra-se

mais intensa, é comum observar a estratégia de reprodução cíclica de maneira mais acentuada, como

evidenciado no Cerrado Brasileiro e no Chaco Argentino (Mesquita & Colli, 2003a; Cruz, 1996).O

tamanho da ninhada do C.ocellifer encontrado por nós na restinga potiguar foi semelhante ao

encontrado no Cerrado com uma pequena diferença em seu tamanho, no entanto, foi maior do que o

encontrado na Caatinga ambos no mesmo trabalho referido por Mesquita & Colli (2003b). Derickson

(1976b) em seu estudo com lagartos r e k estrategistas, assumiu que quando maior a quantidade de

recursos disponíveis, os indivíduos gastam menos energia alocada por produção de filhotes, sendo

assim produzem uma maior prole. O tamanho da ninhada na restinga do RN foi considerado baixo,

porém este padrão de pequenas ninhadas é comum no gênero, como apresentados nas populações de

Cnemidophorus murinus, que exibiram ninhadas de apenas um ovo na maioria das fêmeas (Dearing

& Shall, 1994). Em um estudo realizado por Mesquita & Colli, (2003a) foi possível observar

ninhadas de tamanho pequeno em diferentes espécies de lagartos forrageadores ativos. Existem

vantagens ao se obter esta estratégia, pois quando se produz ninhadas maiores, aumentam-se os

riscos de predação das fêmeas forrageadoras ativas, devido a sua dependência da velocidade para

escapar dos predadores (Shine, 1980; Vitt,1990). O resultado da regressão linear entre o CRC e a

ninhada não se mostrou significativo e demonstrou uma linearidade negativa entre as variáveis.

Nenhum tipo de influencia foi visto em ninhadas de Cnemidophorus lineatus (Fitch, 1980). Porém,

em vários estudos foram encontradas relações positivas entre o CRC e o tamanho da ninhada (Vitt,

1983; Mesquita & Colli, 2003a; Rezende-Pinto et al., 2009; Wiederhecker et al., 2002). Outras

razões podem explicar esta relação entre o tamanho da ninhada, como o espaço da cavidade corporal

das fêmeas (Shine & Schwarzkopf, 1992). O numero amostral de fêmeas reprodutivas foi

considerado baixo, isto pode também ter forte influência no tipo de resultado obtido do C.ocellifer da

restinga.

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Dieta

Os cupins são organismos que possuem abundância relevante na Restinga conforme visto no

o estudo de Vasconcelos (2002), onde foi observada a abundância de ninhos, 19-49 ninhos/ha.

Foram contabilizados 18 ninhos de cupim nas proximidades ao longo do transecto de 1km na

restinga potiguar. Segundo o estudo de Huey & Pianka (1981) é uma característica típica de lagartos

forrageadores ativos a escolha de cupins como a sua presa. Em um estudo realizado com três

espécies de lagartos, foi constatado que a proporção de térmitas na dieta varia com a intensidade de

forrageamento e adição de insetos ativos é inversamente proporcional a intensidade de

forrageamento (Magnusson et al.,1985)

Foram comparadas as principais categorias de presas em três ecossistemas desérticos

totalmente distintos, em todos eles foram constatados térmitas como uma das principais categorias de

presas (Pianka, 1986). O C. ocellifer da restinga do RN manteve em sua preferência predatória os

cupins, sustentando assim, um padrão semelhante ao C. ocellifer do Cerrado e Restinga, que foram

os itens mais importantes numérica e volumetricamente (Mesquita & Colli 2003; Dias, 2005).A dieta

do C. ocellifer foi majoritariamente composta por cupins conforme visto constatado nos nossos

resultados, porém presas móveis como aracnídeos ortópteras contribuíram de maneira significante a

sua dieta, padrão visto também por Vitt (1995) onde diferentes espécies entre elas o C. ocellifer

predaram de maneira considerável aracnídeos. Conforme o estudo de Sales et al, (2012) os térmitas

foram importantes na composição do C.ocellifer da Caatinga em valores numéricos, em que também

prevaleceram presas móveis tais como: aranhas e ortópteras. Das presas encontradas levando em

conta o índice de importância por Sales & Freire, (2015) no período de estiagem, foram semelhantes

as descobertas por nós durante todo o período de coleta na restinga potiguar, entre as presas

presentes estavam: Aracnídeos, Larvas, Coleópteros e ortópteros. O resultado do índice de Pianka

não foi significativo, constatando uma elevada sobreposição de nicho entre estações seca e chuvosa.

Não houve diferença nos itens predados entre as duas estações. Em um estudo realizado na região

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costeira do Rio de Janeiro, não houve diferença sazonal nos itens alimentares do C. littoraris, onde o

seu principal item predado foi o Isoptera correspondendo 96.4% nos valores numéricos e 69%,7 em

seu total volumétrico (Teixeira-Filho et al., 2003). Há uma compensação ao escolher presas:

pequenas, sésseis e abundantes tais como cupins. Uma vez que, o gasto energético no forrageamento

é menor ao predar estes insetos sociais. A especialização alimentar em cupins torna-se

economicamente viável devido a estes organismos serem insetos sociais e sua distribuição ser

geralmente agregada, portanto propõe ao lagarto uma fonte de alimento concentrada (Teixeira &

Giovanelli,1999; Pianka, 1986). As duas regressões lineares simples entre o tamanho rosto-cloacal e

o volume das presas, e a do tamanho relativo da cabeça e o volume das presas se mostraram

significativas. No estudo realizado por Costa (2009), foi constatado que predadores de maior

tamanho adicionam itens maiores em sua dieta, esses valores aumentam tanto no tamanho mínimo e

máximo de suas presas. A partir desta informação podemos afirmar que com o aumento do CRC do

C. ocellifer são adicionados mais itens de maior volume em sua dieta. No entanto, Magnusson &

Silva (1993) afirmam que apesar deste aumento no tamanho das presas, os efeitos sobre a mudança

na composição dos itens alimentares sofrem pequeno efeito.

CONCLUSÃO

Através deste estudo concluímos que a espécie C.ocellifer na restinga potiguar se assemelha

nos principais aspectos de história natural tais como dieta e reprodução em comparação com outras

populações de diferentes localidades e biomas. O presente estudo cumpriu com o objetivo de

preencher lacunas existentes nos conhecimentos do C. ocellifer no RN. Estudos sobre a biota dos

biomas não florestais brasileiros são considerados escassos, partindo deste pressuposto é notável a

necessidade de mais estudos ecológicos das espécies que lá habitam, com intuito de avançar no

conhecimento nesses biomas.

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Anexos

Tabelas:

Tabela 1:Composição da dieta do Cnemidophorus ocellifer na Restinga do RN. F:

Frequência das categorias de presas nos estômagos; F%:Freqüência das categorias de presas

nos estômagos em porcentagem; N: Número total de presas em cada categoria; N%: Número

total de presas em cada categoria em porcentagem; V: Volume total de presas em cada

categoria; V%: Volume total de presas em cada categoria em porcentagem; N.X: Média por

estomago do número de presas em cada categoria; N.Sd: Desvio padrão por estômago do

número de presas em cada categoria; V.X: media por estômago do volume de presas em cada

categoria; V.sd: desvio padrão por estomago do volume de presas em cada categoria; N,X%:

media por estômago do número de presas em cada categoria em porcentagem; N%.Sd: desvio

padrão por estomago do número de presas em cada categoria em porcentagem; V.X%: Média

por estomago do volume de presas em cada categoria em porcentagem; V.Sd% : Desvio

padrão por estômago do número de presas em cada categoria em porcentagem; IIS: Índice de

importância das categorias de presas baseado nas médias por estômago; IPS: Índice de

importância das categorias de presas baseado nos estômago.

Tabela 2:Sobreposição de nicho do C.ocellifer na estação seca e chuvosa do RN, utilizando o

Índice de Pianka. Onde: S. numérica é a sobreposição de nicho numérica e S.Volumétrica:

Sobreposição do nicho volumétrico.

Tabela 3: Largura do nicho do C.ocellifer na restinga do RN.Largura numérica: Largura do

nicho numérico. Largura volumétrica: Largura do nicho volumétrico. Individual: Índices

baseados nos estômagos individuais e não agrupadosIndividual SD: Desvio do índice

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individual numérico. Individual volumétrico: Índice individual volumétrico.Individual

Volume SD: Desvio do índice volumétrico.

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Tabela 1:Composição da dieta do Cnemidophorus ocellifer na Restinga do RN. F:

Frequência das categorias de presas nos estômagos; F%:Freqüência das categorias de presas

nos estômagos em porcentagem; N: Número total de presas em cada categoria; N%: Número

total de presas em cada categoria em porcentagem; V: Volume total de presas em cada

categoria; V%: Volume total de presas em cada categoria em porcentagem; N.X: Média por

estomago do número de presas em cada categoria; N.Sd: Desvio padrão por estômago do

número de presas em cada categoria; V.X: media por estômago do volume de presas em cada

categoria; V.sd: desvio padrão por estomago do volume de presas em cada categoria; N,X%:

media por estômago do número de presas em cada categoria em porcentagem; N%.Sd: desvio

padrão por estomago do número de presas em cada categoria em porcentagem; V.X%: Média

por estomago do volume de presas em cada categoria em porcentagem; V.Sd% : Desvio

padrão por estômago do número de presas em cada categoria em porcentagem; IIS: Índice de

importância das categorias de presas baseado nas médias por estômago; IPS: Índice de

importância das categorias de presas baseado nos estômago.

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Categoria

Ocorrência Estômagos Agrupados Média dos Estômagos Importância

F f% N N% V V% N.X N.Sd V.X V.Sd N.X% N.Sd% V.X% V.Sd% ISS IPS

Araneae 24 18.89 32 12.45 1698.97 18.52 0.40 0.68 21.50 89.33 20.00 35.32 20.53 37.19 20.26 16.64

Blattaria 8 6.29 9 3.50 658.44 7.18 0.11 0.35 8.33 41.98 8.54 27.11 8.55 27.08 8.55 5.66

Coleoptera 8 6.30 11 4.28 194.33 2.11 0.13 0.52 2.45 12.19 4.40 16.35 4.54 17.69 4.47 4.23

Formicidae 8 6.30 16 6.22 72.47 0.79 0.20 0.79 0.91 3.55 6.35 22.71 6.68 23.59 6.52 4.44

Hemiptera 1 0.78 1 0.38 42.92 0.46 0.01 0.11 0.54 4.83 0.63 5.62 1.15 10.25 0.89 0.54

Isoptera 26 20.47 128 49.80 2144.37 23.38 1.60 3.19 27.14 191.80 23.92 36.60 16.81 32.40 20.36 31.15

Larvae 14 11.02 18 7.00 177.22 1.93 0.22 0.55 2.24 10.08 7.79 21.83 7.38 21.57 7.58 6.66

Odonata 1 0.78 1 0.39 189.00 2.06 0.01 0.11 2.39 21.26 0.09 0.80 0.12 1.12 0.11 1.07

Orthoptera 23 18.11 26 10.11 844.27 9.20 0.32 0.54 10.68 32.06 15.52 30.15 19.37 35.27 17.45 12.49

Scolopendra 3 2.36 3 1.16 918.81 10.02 0.03 0.19 11.63 93.05 3.79 19.23 3.79 19.23 3.79 4.51

Scorpiones 8 6.30 9 3.50 1623.11 17.70 0.11 0.35 20.54 85.38 5.78 20.53 7.36 23.65 6.57 9.17

Squamata 3 2.36 3 1.16 605.26 6.60 0.04 0.19 7.66 59.56 3.16 16.69 3.68 18.66 3.42 3.37

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Tabela 2:Sobreposição de nicho do C.ocellifer na estação seca e chuvosa do RN, utilizando o

Índice de Pianka. Onde: S. numérica é a sobreposição de nicho numérica e S.Volumétrica:

Sobreposição do nicho volumétrico.

Observada Média Desvio I.superior I. Inferior Aleatorização

S. Numérica 0.941 0.936 0.048 0.801 0.986 9999

S.Volumétrica 0.093 0.158 0.111 0.055 0.46 9999

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Tabela 3: Largura do nicho do C.ocellifer na restinga do RN.Largura numérica:

Largura do nicho numérico. Largura volumétrica: Largura do nicho volumétrico.

Individual: Índices baseados nos estômagos individuais e não agrupadosIndividual SD:

Desvio do índice individual numérico. Individual volumétrico: Índice individual

volumétrico.Individual Volume SD: Desvio do índice volumétrico.

Largura numérica 3.64

Largura Volumétrica 3.86

Individual Numérico 1.46

Individual SD 0.64

Individual Volumétrico 1.33

Individual Volume SD 0.52

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Figuras:

Figura 1: Mapa do Rio Grande do Norte, em verde claro a área de mata Atlântica,

representado em verde escuro a área da Barreira do inferno e em vermelho o ponto de

coleta. Na figura abaixo, o a área de estudo transecto de 1km

Figura 2: A e B Imagens ilustrativas da composição fitofisionomia da área de estudo.

C: foto ponto de coleta ilustrado a armadilha pitfall. D: Exemplar C.ocellifer ( Foto:

Willianilson Pesssoa).

Figura 3: Relação entre o CRC e o tamanho da ninhada.

Figura 4: Relação entre o CRC e o volume da presa..

Figura 5: Relação entre o tamanho relativo da cabeça e o volume da presa

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Figura 1: Mapa do Rio Grande do Norte, em verde claro a área de mata Atlântica, representado em verde escuro a área da Barreira do inferno e em vermelho o ponto de coleta. Na figura abaixo, o a área de estudo transecto de 1km.

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Figura 2: A e B Imagens ilustrativas da composição fitofisionomia da área de estudo. C: foto ponto de coleta ilustrado a armadilha pitfall. D: Exemplar C.ocellifer ( Foto: Willianilson Pesssoa).

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Figura 3:Relação entre o CRC e o tamanho da ninhada.

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Figura 4: Relação entre o CRC e o volume da presa.

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Figura 5: Relação entre o tamanho relativo da cabeça e o volume da presa.