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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO
CURSO DE GRADUAÇÃO EM BIBLIOTECONOMIA
IONEIDE DE OLIVEIRA CARVALHO
CRITÉRIOS DE RARIDADE:
UM ESTUDO COMPARATIVO EM BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS
NATAL/RN 2016
Catalogação na fonte
C331c Carvalho, Ioneide de Oliveira.
Critérios de raridade: um estudo comparativo em bibliotecas
universitárias / Ioneide de Oliveira Carvalho. – Natal, 2016. 46 f. ; 29,7 cm. Monografia (Graduação em Biblioteconomia) – Curso de
Biblioteconomia. Departamento de Ciência da Informação. Centro de Ciências Sociais Aplicadas. Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2016.
Orientador(a): Profa. Ivanny Rhavena Medeiros de Oliveira. 1. Obras Raras. 2. Livros raros. 3. Política de raridade. 4.
Seleção de Documentos. 5. Critérios de raridade. I. Oliveira, Ivanny Rhavena Medeiros de. II. Título.
CDU 025.171
IONEIDE DE OLIVEIRA CARVALHO
CRITÉRIOS DE RARIDADE:
UM ESTUDO COMPARATIVO EM BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Departamento de Ciência da Informação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito para obtenção do título de Bacharel em Biblioteconomia. Orientadora: Profª. Ivanny Rhavena Medeiros de Oliveira
Natal/RN 2016.2
IONEIDE DE OLIVEIRA CARVALHO
CRITÉRIOS DE RARIDADE:
UM ESTUDO COMPARATIVO EM BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS
Trabalho de conclusão de curso apresentado e aprovado em 07 de dezembro
de 2016, ao Departamento de Ciência da Informação da Universidade Federal do
Rio Grande do Norte, como requisito para obtenção do título de Bacharel em
Biblioteconomia.
BANCA EXAMINADORA:
Profª Ivanny Rhavena Medeiros de Oliveira
(Orientadora)
Universidade Federal do Rio Grande do Norte– UFRN
Profª Mestra Carla Beatriz Marques Felipe Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN
Examinadora Interna
Mestra Tércia Maria Souza de Moura Marques Bibliotecária
Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN Examinadora Externa
Dedico esse trabalho a minha família que me encorajou e
apoiou nos momentos de dificuldades, e em especial a irmã
Ivaneide pelo apoio constante.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por concluir mais essa etapa; por ter a família que tenho, e
principalmente por saber valorizá-la, agradeço aos meus pais Lindalva de Oliveira
Carvalho e Inaldo Moura de Carvalho por me apoiarem em tudo que me propus a
fazer, mas principalmente a minha mãe por ter feito tudo o que podia para que eu
alcançasse o meu objetivo. À minha irmã Ivaneide que sempre me socorreu em os
todos meus trabalhos nestes quatro anos do curso de biblioteconomia.
Aos amigos que conquistei durante esse período. Não poderia deixar de
agradecer a Serginho e Maitê pelas sextas-feiras livres que se propuseram a nos
ajudar a compreender a matéria de lógica, pois sem o grupo de estudo pensado por
Janaina formado pela própria, por Kadja, Sergio, Maitê e por mim, não teria
adquirido nota para passar por média.
Durante todo o curso cultivei uma amizade com um trio composto por mim,
Bruna e Maitê, fomos companheiras de trabalhos durante todo o curso, sempre nos
apoiamos uma à outra teve algumas divergências que levaram ao fortalecimento da
amizade. Tornamos-nos amigas quase inseparáveis desde o primeiro período. É
uma amizade que vai além do curso.
À professora Ivanny Rhavena Medeiros de Oliveira pela paciência na
orientação e incentivo, desde o projeto do meu trabalho de conclusão de curso
esquematizando-o e aceitando de cara o meu tema – obras raras – me transmitindo
segurança e colocando na linha durante todas idas e vindas de minha monografia
me trazendo para foco da pesquisa quando estava saindo, tornando possível a
conclusão deste trabalho.
“Eu pego num livro velho com reverência; sinto nele a
substância inerente a toda criação do espírito: o desejo de alongar as fronteiras da existência, pela
reflexão ou pelo sonho acordado [...].”
(DRUMMOND, 1987).
RESUMO
A pesquisa empreendida consiste em apontar quais são os critérios de identificação e classificação de livros como raros, buscando conceitos sobre obras raras e o estabelecimento de critérios para raridade bibliográfica. Sendo realizada a análise dos critérios para identificação de obras raras adotados pela Biblioteca Nacional (BN) e pelas universidades, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e Universidade Federal do Ceará (UFC). O objetivo, analisar a forma de reconhecer e/ou identificar os elementos qualificadores de obras raras, através de questionamentos sobre a avaliação, que qualifica a raridade de uma obra literária, analisar critérios para seleção de obras raras, apontar competências e habilidades que o profissional bibliotecário deve ter para exercer esta, atividade assim como apresentar a contribuição cultural das obras raras às instituições, pois partindo do conhecimento daquilo que é raro é possível tomar providências necessárias à salvaguarda e difusão documental, como também responder a questões banais como: Para que serve livros antigos? Ou Para que colecionar livros raros? A metodologia adotada foram o método indutivo e o comparativo, as técnicas de pesquisas utilizadas foram a descritivo-exploratória e a pesquisa bibliográfica. Descritiva quando apresentado os critérios de raridade buscando assim, descrever, reconhecer ou identificar elementos qualitativos das obras raras, apontando a competências e habilidade que o profissional bibliotecário deve ter para exercer esta atividade, as características de modo, comparativo através da análise dos principais critérios adotados nas instituições, para classificar uma obra como rara.E exploratória com a finalidade de esclarecer conceitos, proporcionando maior compreensão dessa classificação a partir desses critérios e como estes contribuem para uma padronização e caracterização dos acervos institucionais. O trabalho aponta que é através desses critérios que os profissionais como: curadores de acervos, colecionadores de obras raras e livreiros antiquários podem se basear para montar sua metodologia própria para descrição de uma obra, baseando-se em uma série de aspectos relacionados à obra, levando-os a nortear seu trabalho de identificação de raridades.
Palavras-chave: Obras Raras. Livros raros. Políticas de raridade. Seleção de documentos. Critérios de raridade.
ABSTRACT
The research undertaken consists of pointing out the criteria for identifying and
classifying books as rare, searching for concepts about rare works and establishing
criteria for bibliographic rarity. The analysis of the criteria for the identification of rare
works adopted by the National Library (BN) and by the universities, Federal
University of Minas Gerais (UFMG), Federal University of Rio Grande do Norte
(UFRN) and Federal University of Ceará (UFC). This work aims to analyze how to
recognize and / or identify the qualifying elements of rare works, through questioning
about the evaluation, which qualifies the rarity of a literary work, analyze criteria for
selection of rare works, point out, skills and Abilities that the professional librarian
must have to carry out this activity, besides presenting the cultural contribution of the
rare works of the institutions, since starting from the knowledge of what is rare, it is
possible to take steps necessary for the safeguarding and diffusion of documents, as
well as answering banal questions such as: What is the use of old books?Orfor what
to collect rare books?The methodology used was the inductive and comparative
method, the research techniques used were descriptive-exploratory and bibliographic
research. Descriptive when presenting the criteria of rarity thus seeking, describing,
recognizing or identifying qualitative elements of the rare works, pointing to the skills
and ability that the librarian should have to carry out this activity, the characteristics
of the way, comparative through the analysis of the main criteria adopted In
institutions, to classify a work as rare. It is exploratory with the purpose of clarifying
concepts, providing a better understanding of this classification from these criteria
and how they contribute to a standardization and characterization of institutional
collections. The work points out that it is through these criteria that professionals
such as curators of collections, collectors of rare works and booksellers antique can
be based to build their own methodology to describe a work, based on a series of
aspects related to the work, Leading them to guide their work of identifying rarities
Keywords: Rare Works. Rare books. Rarity policies. Selection of documents. Criteria of rarity.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
BCZM – Biblioteca Central Zila Mamede
BN – Biblioteca Nacional
FBN – Fundação Biblioteca Nacional
FORCOL – Política de Formação e Desenvolvimento de Coleções
MEC – Ministério da Educação
SISBI – Sistema de Bibliotecas
UFC– Universidade Federal do Ceará
UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais
UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro
UFRN– Universidade Federal do Rio Grande do Norte
UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina
UI – Unidade Informacional
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................... 11
2 ACEPÇÕES SOBRE A ESCRITA E A BIBLIOTECA ........................... 14
2.1 BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA............................................................. 15
3 FORMAÇÃO DE DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES.................... 16
3.1 POLITÍCA PARA SELEÇÃO DE OBRAS RARAS.................................. 18
3.1.1 Definindo Obra rara ............................................................................ 20
3.2 DISCUTINDO SELEÇÃO DE OBRAS RARAS...................................... 22
3.2.1 Biblioteca Nacional ......................................................................... 25
3.2.2 Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal do Ceará (UFC)... 28
3.2.3 Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal de Minas Gerais
(UFMG)...................................................................................................
31
3.2.4 Biblioteca Central Zila Mamede da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte (UFRN).....................................................................
32
4 METODOLOGIA.................................................................................... 35
5 ANÁLISE E DISCUSSÃO DAS POLÍTICAS......................................... 38
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................... 44
REFERÊNCIAS............................................................................................... 45
11
1 INTRODUÇÃO
A escolha do tema “Critérios de raridade: um estudo comparativo em
bibliotecas universitárias” originou-se pela curiosidade de identificar e classificar uma
obra com rara, isto é, apontar quais são os critérios de identificação e classificação
de livros como raros, buscando conceitos sobre obras raras e o estabelecimento de
critérios para raridade bibliográfica. Portanto, a pesquisa se constitui na análise dos
critérios de identificação de obras raras tomando como base os critérios adotados
pela Biblioteca Nacional (BN), comparar-se-á com os critérios estabelecidos nas
Universidade Federal do Ceará (UFC), Universidade Federal de Minas Gerais
(UFMG) e Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
Objetivando diante do exposto, analisar a forma de reconhecer e/ou
identificar os elementos qualificadores de obras raras, por meio de questionamentos
sobre a avaliação que qualifica a raridade de uma obra rara e ainda, analisar
critérios para seleção de obras raras, apontar atitudes, competências e habilidades
que o profissional bibliotecário deve apresentar para exercer tal atividade e, por fim
expor a contribuição cultural deste tipo de material para as instituições de ensino
superior.
Os procedimentos metodológicos adotada para o desenvolvimento da
pesquisa foram : técnicas de pesquisas bibliográficas, através de pesquisas
publicadas, buscando embasamento teórico para o desenvolvimento do projeto,
pesquisa descritiva que descrevendo as características dos conceitos, comparativa
analisando as universidades brasileiras que estabeleceram a política de raridade
baseada nos critérios da Biblioteca Nacional, utilizando-a como objeto norteador
para classificação da raridade das obras, portanto, serão desenvolvidas análises dos
critérios de raridade das instituições acima mencionadas; e a pesquisa exploratória
objetivando esclarecer conceitos, e o reconhecimento de elementos qualitativos das
obras raras.
A pesquisa está disposta em cinco capítulos, quais sejam: o primeiro expõe
acepções sobre a escrita e a biblioteca, discorre uma breve história do livro e da
evolução da humanidade, sua necessidade de comunicar-se desde os primórdios, a
evolução dos suportes, materiais e instrumentos na escrita e, por conseguinte
aborda sobre a Biblioteca Universitária (BU), ambiente de estudo da pesquisa, na
12
perspectiva de explanar a sua função e as políticas que regem a construção de seus
acervos.
O terceiro capítulo aborda a Formação e Desenvolvimento de Coleções e
Política de formação e desenvolvimento de coleções, isto é, instrumento de
avaliação de coleções, e ainda coloca relevância da política de seleção de obras
raras, apresentando breve resumo das resoluções das Políticas de Desenvolvimento
de Coleções do Sistema de Bibliotecas do UFC, UFMG e UFRN na gestão do
desenvolvimento, a formação do acervo, processo da atividade de avaliação do
critério de raridade. Define obra rara, explana critérios para que o livro seja
considerado valioso de acordo com seu significado, quando estes apresentam
característica intimamente ligada a escassez da obra, tornando-o difícil de ser
encontrado por uma série de fatores intrínseca ao seu universo bibliográfico,
apresentam valia enquanto memória institucional, constituindo acervo de valor
incalculável para a preservação e conservação da entidade.
Na parte seguinte discute seleção e obras raras abrangendo a importância
de expor conteúdos sobre a rica temática.
O quarto capítulo apresenta a metodologia utilizada, seguido do quinto
capitulo, o qual se apresenta análise e discussão das políticas das universidades e
ilustra com um quadro os critérios de raridades das bibliotecas (Nacional, UFC,
UFMG e UFRN), identificando suas classificações, quais critérios adotaram para a
seleção e formação do acervo de raridade.
Por fim, foi observado nas análises dos critérios de raridade que o determina
a raridade de uma obra é a relevância ela possui, a sua área de atuação, a edição
princeps, ser primeira edição, século primeiras impressões séc. XV – XVI, de
qualquer obra importante para determinada área. São bastante valorizadas, que
tornou atraente para os historiadores devido a seu valor histórico e cultural.
13
2 ACEPÇÕES SOBRE A ESCRITA E A BIBLIOTECA
A evolução da humanidade é marcada pela aprendizagem. No princípio, o
homem aprendeu a dominar o fogo, utilizar o metal, desenvolveu sua própria
linguagem e ainda, criou seus processos de comunicação. Então, a necessidade de
comunicar-se e também de registrar a sua história, seus sentimentos, suas ações se
fez constante no homem desde a pré-história, entretanto, naquele momento o livro
era inexistente, o que permitiu assim a utilização de outros suportes, materiais e
instrumentos na escrita para gravar o seu cotidiano onde lhe foi conveniente, a
exemplo disto são as pinturas rupestres nas cavernas.
Tal ação deu início aos marcos dos registros do conhecimento através dos
mais variados suportes. Elucidando, ao longo da história das civilizações, registrou
memórias em placas de argilas, couro, papiro, pergaminho e o papel, cada uma a
seu momento, ganham cena diante a necessidade de postergar a narrativa histórica
social e documentam informações de expressivo valor, para a sociedade deste os
primórdios até a contemporaneidade.
Cabe ressalvar que, no que se refere ao tipo de natureza das ferramentas,
se apresentavam em três tipos, que segundo Martins (1998, grifo nosso): mineral
(composta por tábuas de argila), representando o reino vegetal (o papiro), e o
animal (rolo de papiro ou pergaminho) as quais tiveram mais depósitos nesse
período medieval, demonstrando que, variou apenas a matéria e não a sua
finalidade, deste modo, nasceu a necessidade de se ter um ambiente adequado
para armazenar e recuperar o conhecimento produzido.
Na antiguidade, cabe destacar as nobres bibliotecas: de Nínive (na Grécia),
Pérgamo (em Roma) e a mais representativa no mundo antigo: a Biblioteca de
Alexandria (Egípcia), iniciada por Ptolomeu, reuniu o maior acervo de cultura grega,
sendo valiosa fonte de instigação para humanidade, a partir de então, já havia um
espaço para discussão e reflexão da filosofia, ciência e arte. Foi por volta do século
VII a.C, que a história registra o surgimento da primeira biblioteca, erguida em
Nínive, esta armazenou milhares de tabuletas escritas entre outras preciosidades e
raridades importantes para a história e pulverização do conhecimento.
Já na segunda parte da Idade Média, é reafirmado o conceito de biblioteca,
posto que, segundo Martins (1998, p. 71) “as bibliotecas são anteriores aos livros e
até aos manuscritos”. O autor afirma que as “bibliotecas medievais são na realidade
14
simples prolongamentos das bibliotecas antigas, tanto na composição, quanto na
organização, na natureza, no funcionamento”.
Segundo Rodrigues (2006, p. 117) “até 1500, os livros impressos receberam
a denominação de incunábulos1 (obra impressa nos primeiros anos após a invenção
da imprensa), e correspondem ao período que se pode chamar de ‘infância da
imprensa’”. Foi a partir do século XVI que a imprensa difundiu-se rapidamente.
O livro do jeito que conhecemos, impresso em papel apareceu no século XV,
quando Johann Gutenberg inventou a prensa de tipos móveis, essa grande
revolução contribuiu para que o livro se popularizasse, modificando ao longo do
tempo a educação, democratizando a informação e permitindo a disseminação do
conhecimento.
Em 1747, tipógrafo português António Isidoro da Fonseca estabeleceu a
primeira tipografia no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro, as obras que foram
produzidas nesta época constituem os mais antigos impressos no Brasil. “Sua
oficina não durou muito tempo, pois foi confiscada tão logo as autoridades
portuguesas tomaram conhecimento da existência de uma tipografia no Brasil”
(RODRIGUES, 2006, p. 118).
Na Idade Média havia um monopólio da cultura e do pensamento por parte
da Igreja Católica, os espaços educacionais eram destinados apenas a religiosos
integrantes da Igreja. Com o crescimento da sociedade o clero se viu obrigado a
expandir a educação, no entanto, a igreja era responsável pelo conteúdo e objetivos
do que seria estudado.
Porém, com a expansão do conhecimento, a educação não ficou apenas no
campo das instituições religiosas, abriu espaço para o estudo das ciências, técnicas
e habilidades, levando o clero a fundar Universidades na tentativa de satisfazer as
necessidades informacionais da comunidade, para tanto, cria-se o termo e se
estabelece a Biblioteca universitária, entre os séculos XIII e XV, na Europa.
Em 1808, (sessenta e um anos depois), com a vinda da família Real para o
Brasil que tivemos a primeira imprensa oficial, que foi denominada Imprensa Régia e
após a Independência do Brasil passou a chamar-se Imprensa Nacional, órgão
responsável pela publicação (Diário Oficial da União), momento em que o governo
brasileiro tornar público os atos legais. Acarretando esse atraso no desenvolvimento
1Incunábulo: Qualquer obra impressa na época mais antiga ou no princípio da história da imprensa.
15
de uma imprensa brasileira as obras raras no Brasil data do ano de 1860. Com isso,
as obras publicadas no Brasil só são consideradas raras merecíeis de guarda
especial os nacionais publicados a partir desta data.
Para análise da forma de reconhecer e/ou identificar os elementos
qualificadores de obras raras, se dá através de questionamentos sobre a avaliação
que qualifica a raridade de uma obra literária.
Buscando historiar biblioteca, cabe aludir a Martins (1998, p. 71), quando
expõe que no período da Idade Média, a biblioteca não é um espaço de caráter
público e sim, restrito a ordem religiosa, caracterizando marcantemente a presença
da Igreja Católica, que restringiu o acesso da biblioteca a nobres, burgueses e
clérigos. Os monges eram guardiões do conhecimento nas abadias, e lá
funcionavam oficinas de copistas, ao passo que escribas monásticos realizavam
transcrições dos livros manuscritos.
2.1 BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA
A Biblioteca Universitária, segundo Cunha (2008) é uma coleção de material
impresso ou manuscrito, ordenado e organizado com o propósito de estudo e
pesquisa ou de leitura em geral ou ambos, e ainda, coleções de filmes, microfilmes,
discos, vídeos e semelhantes que escapa à expressão ‘material manuscrito ou
impresso. Esta tem por objetivo apoiar as atividades de ensino, pesquisa e
extensão, por meio de seu acervo.
Quanto a seu papel de agente mediador no processo de ensino
aprendizagem, a BU auxilia a discentes e docentes quanto ao acesso e utilização de
recursos informacionais. Portanto, a sua missão é atender alunos, professores,
pesquisadores e comunidade acadêmica em geral, isto é subsidiar, no âmbito das
universidades, o desenvolvimento e produção de novos conhecimentos pela
sociedade.
Contudo, no que tange os aspectos de ensino e aprendizagem
a Biblioteca Universitária, por sua vez, pode ser entendida como a instância que possibilita à universidade atender às necessidades de um grupo social ou da sociedade em geral, através da administração do seu patrimônio informacional e do exercício de uma função educativa, ao orientar os usuários na utilização da informação.(ALCÂNTARA; BERNARDINO, p. 2, 2012).
16
Apesar de todo o avanço informacional e tecnológico, a atividade
fundamental da biblioteca continua representada por etapas, a saber: selecionar,
organizar, armazenar e disponibilizar conhecimento, tanto para fins de
entretenimento, quanto para enriquecimento intelectual, enfim, desenvolvimento de
pesquisas.
Assim, na perspectiva da biblioteca universitária e sua função vale tratar das
políticas que regem a construção de seus acervos, suas diretrizes, medidas e
orientações, que são aceitas e entendidas como fundamentais para este tipo de
unidade de informação, no que tange a formação e desenvolvimento de sua coleção.
Portanto, trata-se de diretrizes que permeiam a temática proposta,
analisando a forma de reconhecer e/ou identificar os elementos qualificadores de
obras raras, através de questionamentos sobre a avaliação que qualifica a raridade
de uma obra literária.
17
3 FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES
A Política de Formação e Desenvolvimento de Coleções (FORCOL)
determina os objetivos, critérios, metodologia e instrumentos para a formação das
coleções do acervo de uma biblioteca. Define também, as atribuições e
competências da Comissão Permanente de Seleção de Material Informacional.
(VERGUEIRO, 1989)
Os fundamentos para o desenvolvimento de coleções consistem em um
processo cíclico, complexo e presente no cotidiano das bibliotecas. São planejados
e estabelecidos procedimentos para o refinamento do acervo, cumpre etapas. As
quais são representadas por: estudo da comunidade; projeção de políticas de
seleção; seleção; aquisição; avaliação; desbastamento e descarte da massa
documental. (VERGUEIRO, 1989).
Estabelecer critérios de seleção é um ato administrativo, portanto, como
gestor e administrador dessas instituições, o profissional da informação necessita
apropriar-se do regimento institucional, programar políticas próprias e assim, incluir
nas aquisições materiais informacionais com a finalidade de divulgar o que por ela
se julgar necessário.
Segundo Vergueiro (1989), o trabalho do bibliotecário no que se refere à
política de coleção, concerne tornar público o desenvolvimento da coleção e os
objetivos da instituição, na medida em que esta coleção deve auxiliar tanto pela
necessidade de um guia de seleção de aquisição quanto para fato de seus atos está
documentado fazendo desses, uma base para um planejamento de larga escala.
Para Weitzel (2006) a política de desenvolvimento de coleções é um
instrumento importante, descrito em documento formal que visa garantir o processo
de formação e crescimento das coleções, isto é, trata-se de um registro formal
elaborado pela equipe responsável das atividades, a fim de expressar o processo
global do planejamento de coleções explicitando assim, o interesse comum da
instituição e da comunidade em que atua.
O instrumento de avaliação de coleções está descrito em um regulamento
que possibilita uma visão operacional, através de um manual de procedimentos, que
influencia diretamente no planejamento.
18
[...] a avaliação possibilita a identificação das obras que apresentam um tempo médio aceitável ou não sem uso, denominado por Slote (1997) de ‘tempo de estante’, bem como a busca de uma alternativa para estimular o uso, caso a obra ainda seja de relevância, ou desbastá-la (WEITZEL, 2013, p. 65).
A finalidade das políticas de coleções é atingir o plano de ensino da
instituição englobando a literatura básica e complementar de cada curso, buscando
atingir o conceito estabelecido pelo Ministério da Educação (MEC) que subsidia a
tomada de decisão no processo de seleção, considerando para tanto, todos os
fatores relevantes aos interesses da comunidade acadêmica, bem como a avaliação
da coleção periodicamente preservando assim, a qualidade e a idoneidade do
acervo.
Para tanto, sugere-se que a cada dois anos a política de desenvolvimento de
coleções seja revista, que seja submetendo a avaliação e aprovação da Comissão,
que é composta por bibliotecários, docentes e coordenadores do curso, buscando
com isso garantir que a Biblioteca atenda aos objetivos da instituição, da
comunidade estudantil e acadêmica no ensino, na pesquisa e extensão através
desta política.
A política de raridade das BU considera a importância histórica da obra e de
seu conteúdo. O setor de obras raras salvaguardar o documento proporcionando ao
pesquisador o acesso a documentos primários, recuperando a memória da ciência,
preservando a cultura e origem da instituição.
A política para seleção de obras raras como intuito preservar a memória do
conhecimento científico das universidades, com foco na necessidade dos
pesquisadores, para que os mesmos tenham um embasamento teórico de qualidade
para fundamentar seus trabalhos.
As obras raras são de suma importância, pois contribuem para a promoção
social, exercendo um papel essencial para a preservação da memória sociocultural,
garantindo documentações tidas como raras existentes em suas unidades de
informação. Assim, cabe a biblioteca universitária facilitar o acesso, a disseminação
e a preservação deste tipo de material, visto que se trata também da guarda do
histórico institucional, fazendo deste algo imensurável para a preservação e
conservação da cultura e da ciência desenvolvidas pelas universidades.
19
3.1 POLITÍCA PARA SELEÇÃO DE OBRAS RARAS
A formação e o desenvolvimento de acervos são aspectos primordiais e
permanentes que devem ser considerados na BU para a gestão do desenvolvimento
de suas coleções, a formação do acervo, processo das atividades de forma
sistemática: políticas de seleção, seleção, aquisição, avaliação e desbastamento e o
descarte. Esses procedimentos são essenciais para que a BU construindo um
conjunto de ação e principalmente não permitindo ações isoladas, para isso, faz-se
necessário estabelecer uma política que nada mais é do que, um conjunto de ações
referente as regras norteadoras dos procedimentos adotados nas BU promovendo a
sua missão prover infraestrutura bibliográfica, documental e informacional, apoiando
as atividades acadêmicas, buscando centralizar seus objetivos nas necessidades de
informação dos indivíduos, membros da comunidade universitária.
Nesse processo de disseminação e uso da informação, influencia o ciclo
informacional de forma que a fez-se necessário a uma política própria para seleção
de obras raras, determinando a inclusão de materiais na UI, bem como esses
serviços deve ser oferecido à comunidade acadêmica e reafirmando a sua função
social de preservação culturas das BUs. Assim sendo apresento um breve resumo
das resoluções das políticas das Bus a UFC, UFMG e UFRN.
Para a política de seleção de obras raras desenvolvidas pelo acervo da UFC
do (SB/UFC), estabeleceu como seleção de obras raras que apresentem valor
patrimonial para a Universidade os seguintes critérios para qualificação de Coleções
Especiais e Obras Raras da UFC.
Coletar e armazenar tudo o que for publicado pelas edições UFC e coleção Alagadiço Novo. Obras raras, antigas e preciosas: devem ser submetidas a uma seleção feita por professores, bibliófilos e bibliotecários que tenham conhecimento do assunto. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ p. 24, 2016).
Política de Desenvolvimento de Coleções do Sistema de Bibliotecas da UFC
(SB/UFC) apresenta-se de forma sistematizada os procedimentos comuns a todas
as Bibliotecas do Sistema, no que diz respeito à formação, manutenção e
atualização das coleções das bibliotecas.
A política de desenvolvimento do acervo da UFMG da (SB/UFMG) segundo
a Portaria n.002/2015 que estabelece como coleções especiais o acervo constituído
por uma temática, que apresentem valor patrimonial para a Universidade e atendam
20
a s demandas de ensino pesquisa e extensão. Conforme o artigo 39 da Portaria Nº
002, de 06 de fevereiro de 2015 considera-se para SB/UFMG:
I - Livro raro é aquele que consta em catálogos de raridade bibliofílica e bibliográfica e que possui escassez comprovada por meio de pesquisa; II - Livro antigo é toda publicação datada até o ano de 1899; III - Livro precioso é aquele que por sua característica material e/ou temática apresenta valor patrimonial; IV - Livro especial é aquele que está inserido em uma coleção especial; e/ou aquele que representa a memória da Universidade; e/ou aquele livro que possui valor histórico para o país.
(UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS, p. 11, 2015).
Portanto e acordo com estes critérios a portaria n. 002/2015 determina que a
identificação de livros raros e antigos, deve ser feita com o auxílio de pesquisa
bibliográfica, análise material e pesquisa histórica. Do qual obedece a um critério de
igualdade de valor patrimonial e devem ser preservados, cuja missão é preservar o
patrimônio bibliográfico e documental de determinada área, com vistas ao acesso à
comunidade interna e externa da UFMG. Garantindo assim a inclusão desses
documentos no acervo patrimonial da SB/UFMG pautada por uma avaliação
colegiada.
A política de desenvolvimento do acervo da UFRN do (SB/UFRN) composta
de material informacional diversificados livros, folhetos, folhas volantes, periódicos,
selecionado segundo parâmetros que o consideram raro ou precioso. Assim de
acordo com estes critérios a portaria n. 019/2014, determina que entre outros
critérios adequados utilizados da BCZM os seguintes parâmetro para a seleção de
obras raras critérios institucionais de raridade:
Os impressos no Rio Grande do Norte até início do século XX, notadamente o ano de 1901, justificado anteriormente;
As Publicações da história da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, visto que representam o registro da história da instituição;
As publicações da Universidade do Rio Grande do Norte: relatórios, publicações da Editora e outros, pois são elementos constitutivo da história instituição Universidade Federal do Rio Grande do Norte;
Miniaturas, por serem em geral manufaturas;
Folhetos e panfletos (Literatura de Cordel e representativos de movimento literário, político e sócio cultural do Rio Grande do Norte e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte). (PORTARIA n. 019/2014 -BCZM)
21
Observando os três sistemas das bibliotecas universitárias pode visualizar
que elas possuem a mesmas características quanto, o critério de igualdade de valor
patrimonial e devem ser preservados nas Política de Formação e Desenvolvimento
de Coleções para a seleção de raridades das obras.
3.1.1 Definindo Obra rara
Para dialogar sobre a temática Obras Raras deve-se a princípio constituir
alguns aspectos, partindo do questionamento, o que se entende por raro? Ou o que
implica o conceito raridade? E ainda, a que se refere o acervo de unidades de
informação, a “obra rara” é o mesmo que “livro raro”?
O verbete raro é expresso pelos lexicógrafos da língua portuguesa como:
‘único’, ‘incomum’, ‘extraordinário’, ‘pouco frequente’, nesse sentido, entende-se que
obras raras é qualquer publicação incomum, difícil de ser encontrada, considerada
algo valioso e valoroso. Portanto, o livro é considerado valioso de acordo com seu
significado, quando estes apresentam característica intimamente ligada a escassez
da obra, tornando-o difícil de ser encontrado por uma série de fatores intrínseca ao
seu universo bibliográfico.
Classifica-se raridade todo livro que se qualifica como raro, portando, trata-
se de um exemplar sem igual e insubstituível, corroborando com a ideia Sant´ana
(2001), explica que livro raro é aquele difícil de encontrar, invulgar, diferente do livro
comum. No sentido de que “raro” significa também algo valioso ou precioso.
Conceituando a luz de Pinheiro (1989) um livro pode ser raro por suas
características como, por exemplo: fontes bibliográficas, exemplar singular em
aspectos bibliográficos diferenciados por tipos papel, encadernação, iluminuras2
dentre outros critérios.
Nos conceitos acima mencionados, evidencia que a raridade incide sobre o
objeto, livro, a publicação inigualável, difícil de ser adquirida, com valor bem superior
a demais publicações disponíveis no mercado.
Sendo assim, coleção de livros raros pode ser definida, como um conjunto
de material bibliográfico separado da coleção geral da biblioteca, por sua raridade,
2ILUMINURA: Trabalho de ornamentação manual de letras ou desenhos, como flores nos
pergaminhos e livros antigos. ILUMINADOR OU MINIATURISTA: Pessoa que executa a decoração ou iluminação.
22
fragilidade, valor e outras causas. Assim a coleção especial é uma coleção de livros
considerados raros por se tratar de assuntos específicos, por ter um número
pequeno de exemplares impressos e conservados, por sua antiguidade ou outra
característica ou circunstância que o converte em algo excepcional.
Para que uma obra seja considerada rara, ela deve ser única ou existir
poucos exemplares no mundo como a exemplo disto “Os Lusíadas”, obra de Luís de
Camões, que apresenta valor histórico e cultural uma vez que sua primeira edição foi
publicada em 1572, por sua unicidade, segundo historiadores só existem quatros
exemplares no mundo, estando, dois dele no Brasil, uma está localizada na BN e a
outra na Biblioteca do Grupo Almino Afonso Escolar no município de Martins/ RN.
Bibliófilos, colecionadores de obras e edições especiais avaliam, como
elementos principais para a raridade exemplares da primeira edição de um clássico,
livros que foram salvaguardados da censura, considerando estes com
características físicas especiais.
Um livro não é valioso porque é antigo e, provavelmente, raro. Existem milhões de livros antigos que nada valem porque não interessam a ninguém. Toda biblioteca pública está cheia de livros antigos, que, se fossem postos à venda, não valeriam mais que o seu peso como papel velho. O valor de um livro nada tem a ver com a sua idade. A procura é que torna um livro valioso. O que o torna procurado é ser desejado por muita gente, e o que o faz desejado é um conjunto de fatores, de particularidades inerentes a cada obra. (MORAES, 1998, p.64, grifo nosso).
Contrapondo a ideia acima, porém permanecendo a concepção de valor
pode-se dizer que livro raro é aquele difícil de encontrar por ser muito antigo e/ou
por tratar-se de um exemplar manuscrito, ou ainda por ter pertencido a uma
personalidade de reconhecida projeção e influência no país e mesmo fora dele (por
exemplo: imperadores, reis, presidentes), ou reconhecidamente importantes para
determinada área do conhecimento em matérias como física, biologia, matemática e
entre outras. (RODRIGUES, 2006, p. 115).
O que define a raridade de um livro não é a data de sua publicação, o livro
para ser considerado raro, possui qualidades que o tornam diferentes dos demais. A
BN estabeleceu seus critérios de raridade, outras instituições brasileiras, como as
universidades, as utilizam como referência. Levando em consideração a cultura local
de cada região. As bibliotecas utilizam as normas da Biblioteca Nacional como
objeto norteador para classificação da raridade das obras.
23
Esta pesquisa pretende analisar os critérios que são utilizados na
classificação de uma obra rara, e como se compõe a Comissão da Biblioteca
Central.
Normalmente os critérios de raridade adotados pelas bibliotecas estão
vinculados a ideia de antiguidade e de valor histórico-cultural de determina obra. A
idade cronológica para ser considerada leva em conta a aparição da imprensa nos
diversos lugares do mundo e/ou na região onde foram impressas as obras e, desta
forma, justifica o princípio de que todos os livros publicados artesanalmente
merecem ser considerados raros.
[...] passíveis de adequação a quaisquer bibliotecas, nacionais e regionais,
particulares e especializadas, universitárias e escolares. Mas exatamente,
procura-se apontar alguns critérios de qualificação de obras raras, que
possa ser focalizados, a partir daqueles já adotados por bibliófilos,
bibliográficos, e instituições que tenham publicado os chamados catálogos
de obras raras e arranjos sob a forma de metodologia (PINHEIRO, 1989,
p.19).
Entende-se, portanto, que coleção especial é um espaço destinado a
preservação da memória institucional, coleções de obras raras ou obras autores
importantes para as instituições históricas, culturais, políticas, científicas ou
artísticas. A preciosidade permanece em seu próprio ambiente não se estendendo a
outras instituições.
Normalmente as coleções são inseridas em espaço separado do acervo
geral, em um ambiente climatizado de forma a ficar reservada, sendo utilizada
apenas para consulta, não podendo ser emprestadas.
Um livro representa a materialização da cultura e do conhecimento e
consequentemente, esse assume características que vão além de sua finalidade
inicial que é a de servir de suporte às ideias, passando a simbolizar o conhecimento
em si. Desta forma, não existem fórmulas fáceis para determinar a raridade de um
exemplar, não é como seguir uma receita de bolo.
Um livro pode se tornar valioso por seu conteúdo, como por exemplo: os
primeiros relatos de invenções e descobertas científicas, as primeiras edições de
importantes obras literárias ou históricas; ou por suas características físicas, que é o
caso das encadernações luxuosas contendo ouro e pedras preciosas, anotações
24
manuscritas de uma pessoa ilustre, livro cujas ilustrações dão uma nova
interpretação de um texto ou da obra de um artista de renome, entre outras.
Um livro começa a sua carreira sendo ‘comum’ passa a ser ‘escasso’; torna-se ‘raro’; e acaba sendo ‘raríssimo’. Há, na escala, graduações e sutilezas que os livreiros usam nos anúncios. Há livro ‘escasso e procurado’, o livro ‘raro com a folha de erratas’ ou ‘com as aspas de brochuras’. Quanto aos adjetivos ‘raro’ e ‘raríssimo’, há um verdadeiro abuso dos livreiros. Não lhe bastam mais mundo essas expressões nesse nosso de publicidade intensa. Inventam termos miríficos: ‘de raridade’, da ‘maior raridade’, ‘inachável’ e não sei mais quê. (MORAES, 1998, p.44).
O trabalho realizado pelas bibliotecas na análise de obras raras é de suma
importância, pois contribuem para a preservação toda a documentação tida como
rara, e reforçando a ideia anteriormente pautada, tais publicações apresentam valia
enquanto memória institucional, constituindo acervo de valor incalculável para a
preservação e conservação da entidade.
3.2 DISCUTINDO SELEÇÃO DE OBRAS RARAS
Entendendo a relevância de apresentar conteúdos sobre a tão prestigiosa
temática, o estabelecimento de políticas para a seleção de Obras raras tem a função
de explorar e desenvolver análise acerca dos critérios para seleção destas obras,
isto é, o livro vai além da do que lhe é proposto inicialmente, que é de servir de
suporte às ideias, passa a agregar conhecimento, tornando-se objeto precioso
existentes no âmbito das unidades de informação.
Portanto, a política é um conjunto de objetivos que informa e determina a
ação e o direcionamento que condiciona a sua execução, isso é, a criação de um
parâmetro de seleção, definindo as qualificações para a inserção no seu acervo
ou não na seção de obra rara.
A partir disso, o gestor das instituições pode criar um manual do setor que
abranja os tópicos implementados pela política, promovendo assim, noções e
metodologias que simbolizemos critérios qualitativos do acervo, dinamizando o
setor, cujo objetivo de categorizar é selecionar material informacional instruindo no
desenvolvimento da coleção de obras raras. Estabelecendo meios para atender as
necessidades, fundamentando o princípio da Unidade Informacional (UI),
25
correspondente ao seu o conteúdo e formatos sobre o documento distinguindo com
raro, precioso e único de uma coleção especial3.
Através de planejamento estratégico desenvolvido pelo profissional
bibliotecário, a seleção de obras raras aperfeiçoa a qualidade do serviço para o
desenvolvimento das ações no âmbito das UI, nesse caso nas universidades, acerco
foco da discussão em pauta. Tal procedimento ajusta as políticas de
desenvolvimento de coleções de critérios de obras raras com as políticas próprias
das instituições, a parte disto, adequa critérios de raridade da Biblioteca Nacional,
órgão referência, isto é, as diretrizes da referida instituição são parâmetros para
criação de suas políticas próprias de raridade, e instituem medidas para que outras
políticas possam ser estabelecidas garantindo na conservação do conceito de
identidade ou, características quanto ao campo de conhecimento no qual estão
inseridos seus serviços de informação, bem como às particularidades das
características de seleção, aquisição, avaliação e descarte.
Todavia, cada uma das instituições valoriza as suas produções locais
diferenciando-se nesse ponto os critérios de raridade. Por isso, em algumas
unidades de informação uma obra poder ser considerada coleção especial, em
outras, obras raras, todo processo de definição cabe a comissão estabelecer,
portanto os profissionais da informação atuantes na instituição.
Com isso, pode-se haver heterogeneidade no que se refere a selecionar
uma obra rara e uma de coleção especial dentre as unidades de informação. Tal
diversidade é algo particular, estabelecida a partir de critérios institucionalizados,
portanto, uma obra rara pode ser eleita através de uma característica própria do
autor, bem como, por um interesse específico de uma biblioteca, já as coleções
especiais são num nível mais amplo, podendo ser definidas por conjunto de
características revestidas de significado para a instituição.
Para discutir de forma eficiente, apresenta-se a diante, políticas e critérios de
raridade de quatro instituições nacionais, a saber: a Biblioteca Nacional (BN),
instituição referência para todas as bibliotecas brasileiras, e três bibliotecas
universitárias: a biblioteca da Universidade Federal do Ceará (UFC), a biblioteca da
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e, a Biblioteca Central Zila Mamede
(BCZM/UFRN).
3COLEÇÃO ESPECIAL: conjuntos de obras com características peculiares, comuns entre si, que lhe
conferem caráter de especial.
26
3.2.1 Biblioteca Nacional
A BN é uma das principais bibliotecas do mundo, está equipada com as
melhores tecnologias para o bom funcionamento, isto é, dispõe de laboratórios de
restauração e conservação de papel, oficina de encadernação, centro de
microfilmagem, fotografia e digitalização, o que contribui para que seu acervo esteja
em constante crescimento e tenha funcionalidade agregadora de conhecimento.
De acordo com Pinheiro (2009), a BN possui em seu acervo 60.000 obras
trazidas por D. João VI, vindas de Portugal para o Brasil durante a sua estada em
nosso país. Com isso, a BN agrega aos acervos periódicos raros, publicações feitas
até o século XIX.
A BN define a raridade de um livro, estabelecendo que não são os dados de
imprenta que irão ponderar uma obra rara, mas também, outras qualidades que o
tornam diferentes dos demais, logo, raro.
Por apresentar uma coleção própria, a Biblioteca Nacional organizou uma
comissão constituída por três profissionais da informação, para estabelecer os seus
critérios de qualificação de categoria de Obras Raras. O principal critério aplicado
pelas comissões para classificar as obras raras constituiu-se de dois critérios
principais que são: a raridade e a preciosidade. Pois, não basta que a obra seja
antiga, é imprescindível que ela ofereça outras características a saber:
Ser única, inédita;
Fazer parte de uma edição especial;
Apresentar algum traço de distinção (uma encadernação de luxo,
autógrafo de uma celebridade como Dom Pedro II, Carlos Drummond ou
Jorge Amado).
Durante a pesquisa em desenvolvimento, percebeu-se que na Política da
seleção da Biblioteca Nacional brasileira, apresenta a seguinte evolução acerca da
classificação e estabelecimento de critérios para raridade dessas unidades
informacionais, expressando em seu bojo preceitos de qualificação como:
a) Primeiras impressões (séc. XV – XVI) b) Impressões dos séculos XVII e XVIII c) Brasil – séc. XIX
27
d) Edições clandestinas e) Edições de tiragens reduzidas f) Edições especiais (de luxo para bibliófilos
4)
g) Exemplares de coleções especiais (regra geral com belas encadernações e ex-libris
5)
h) Exemplares com anotações manuscritas de importância (incluindo dedicatórias) i) Obras esgotadas.
(BIBLIOTECA NACIONAL, 2000)
3.2.2 Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal do Ceará (UFC)
O Sistema de Bibliotecas da UFC, nasce com a instalação da Biblioteca
Central em 1957, hoje um sistema coordenado pela Biblioteca Universitária,
compreende 13 bibliotecas as quais funcionam em Fortaleza/CE e 5 no Interior do
Estado. Seu acervo é composto por mais de 180 mil títulos. (UNIVERSIDADE
FEDERAL DO CEARÁ, 2016)
Sobre a qualificação de raridade, o critério adotado pela Universidade
Federal do Ceará entende como: coleta e armazenamento de toda obra publicada
pelas edições da UFC e a coleção Alagadiça Novo6. As obras raras antigas e
preciosas são submetidas a uma seleção incumbida por profissionais como:
professores, Bibliófilos, Curadores e Bibliotecários que tenham domínio do assunto.
São considerados Livros Raros na UFC,
Impressões dos séculos XV; XVI; XVII e XVIII. (1400-1799)
Obras editadas no Brasil até 1930, sobre o Brasil ou por autores brasileiros (da chamada Coleção Brasiliana)
Livros editados até 1901 fora do Brasil, quando forem de literatura de viagem.
Livros editados após 1930 em 1ª edição quando forem de autores renomados e de escritores modernistas ou de vanguarda; e livros artísticos ou de luxo com tiragens limitadas e ilustrações originais de personalidades.
Primeiras edições até o final do século XIX. (1800-1899)
Edições com tiragens reduzidas com aproximadamente 300 exemplares.
Edições de luxo.
4BIBLIÓFILOS: Colecionador de livros, especialmente de livros raros. Pessoa que tem amor pelo
livro.
5EX-LIBRIS: Do latim quer dizer “da biblioteca de” Etiquetas na qual são grafados o nome ou as
iniciais do proprietário de uma obra. Apresentando-se também na forma manuscrita. 6Coleção de livros (308 títulos) do Programa Editorial Casa de José de Alencar, obteve relevante
destaque acadêmico literário por priorizar autores locais (cearenses), foi idealizada e concretizada por Antônio Martins Filho (Reitor em exercício). Iniciada em 1983, com a edição e publicação da obra Iracema, de José de Alencar, e foi encerrada com a obra intitulada: O povoamento da solidão, de José Costa Matos, em 2002. (Fonte: Universidade do Ceará. Imprensa Universitária. Documento eletrônico, não datado e não paginado)
28
Edições clandestinas.
Obras esgotadas, especiais e fac-similares, personalizadas (com ex-libres etc.) e numeradas, críticas, definitivas e diplomáticas.
Obras autografadas por autores renomados.
Obras de personalidades de projeção política, científica, literária e religiosa.
Exemplares de coleções especiais (regra geral com belas encadernações e ex-libris).
Exemplares com anotações manuscritas de importância (incluindo dedicatórias).
Obras científicas e históricas que datam do período inicial de ascensão de cada ciência.
Edições censuradas.
Obras desaparecidas, face à contingência do tempo.
Edições populares, especialmente romances e folhetos literários (cordel, panfletos).
Edições de artífices renomados.
Edições de clássicos, assim considerados nas histórias das literaturas específicas.
Teses defendidas até o final do século XIX. (1800-1899)
Periódicos estrangeiros dos séculos XV ao XIX. (1400-1899)
Primeiros periódicos brasileiros técnico-científicos.
Teses defendidas na UFC estão qualificadas como Coleções Especiais.
Obras oriundas de coleções particulares de personalidades de renome no Ceará (adquiridas por compra ou doação)
Coleção de Artur Ramos; Coleção de Braga Montenegro; Coleção de Justiniano de Serpa; Coleção de José Linhares; Coleção de Heribaldo Costa; (BFD) Coleção de Mozart Monteiro; Coleção de Roquete Pinto; Coleção de Renato Braga; Coleção de JAMB; (BCT).
(UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, 2016, p. 24)
Segundo a política de desenvolvimento de coleções do Sistema de
Bibliotecas da UFC (2016, p. 25), as classificações dos critérios adotados para as
obras raras e coleções especiais da UFC basearam-se nas seguintes descrições:
Limite histórico: período da fase inicial da produção de livros impressos fora do
Brasil até 1800, em 1808 que se fundou a primeira imprensa oficial, livros impressos
no Brasil até 1930 quando que surgiu a primeira oficina tipográfica no Rio de
Janeiro.
Limite histórico das políticas raridade da UFC, pode ser cronologicamente
discriminado de acordo com:
Aspectos Bibliológicos – que independem da época de publicação
abordam o design tipográfico, do tipo de material para impressão,
encadernações luxuosas de aspectos diferenciados.
Edições Especiais – caracterizam-se por também serem tiragens
limitadas e seguirem os moldes dos livros antigos (com papel de
qualidade superior, com capa requintada), por exemplo, edições
29
comemorativas feitas para bibliófilos, edições fac-similares7 que são
cópia fielmente reproduzidas de obras raras com ilustrações de
personalidades.
Edições personalizadas – apresentam indicação de propriedades
impressas pelo editor, o que as caracterizam como exemplares únicos.
Edições de luxo – confeccionadas com material de qualidade superior:
papel artesanal, encadernações preciosas em ouro, com aplicações ou
detalhes em ouro ou pedras preciosas.
Valor cultural – assuntos tratados da época que foram pensados e
escritos edições de tiragens reduzidas ou limitadas caracterizam-se por
serem edições com número específico, geralmente são numeradas,
assinadas ou rubricadas pelo autor ou editor e ainda confeccionados em
papel especial.
Edições clandestinas e censuradas – Edições esgotadas e
desaparecidas. Obras consideradas clássicas que não se encontram
mais à venda e nem foram reimpressas;
Edições princeps8 – Primeiras edições de livros consideradas
importante.
Edições de clássicos – Assim considerados na história das literaturas
especificas exemplares que comprovadamente, pertenceram a
personalidades importantes para uma determinada área do
conhecimento.
A pesquisa bibliográfica é uma fonte de informação, que assim, como
catálogos de obras raras apontam as especificidades das obras quanto à unicidade
e raridade. Essa análise será feita sob o ponto de vista de Bibliógrafos, Bibliófilos e
especialistas no assunto da obra de sua preciosidade e celebridade da obra em que
o assunto foi tratado de forma diferenciada, como o resultado de acontecimentos
7FAC-SIMILAR: Reprodução fotomecânica de texto manuscrito, mecanografado ou impresso.
8 EDIÇÃO PRINCEPS: Primeira edição de qualquer obra. Qualquer primeira edição de um livro pode
ser considerada a edição princeps, porém a expressão ficou consagrada na definição das primeiras
edições dos textos clássicos. Por exemplo, considera-se edição princeps a edição de Os Lusíadas de
1572. CEIA Carlos.E-Dicionário de Termos literários. Portugal: EDTL, 2010. Disponível em:
<http://edtl.fcsh.unl.pt/business-directory/6855/edicao-princeps/>. Acesso em: 13 nov. 2016.
30
históricos, como a descrição nos períodos de guerra; seca; ditadura, etc., como
forma de marca de propriedade como livros autografados por autores
reconhecidamente importantes, dedicatórias e correções de próprio punho do autor,
que são características acrescentadas ao livro em período posterior a sua
publicação.
Como exemplo de critérios de descrição das obras, pode-se citar as
oriundas de coleções particulares de personalidades de renome no Ceará, por
exemplo; coleções de Artur Ramos, Braga Montenegro, Justiniano de Serpa, José
Linhares, Heribaldo Costa, Mozart Monteiro, Roquete Pinto, Renato Braga e JAMB,
como também, Juvenal Galeno, José Albano, Capistrano de Abreu, Gustavo Barroso
originais do livro “À Margem da História do Ceará”, Jáder de Carvalho, Leonardo
Mota, Ildefonso Albano, Papi Júnior, Mário Linhares, Raimundo Girão, entre outros.
São exemplos também as obras sobre o Ceará, obras publicadas ou impressas pela
UFC, edições UFC; Alagadiço Novo, primeiras dissertações e teses produzidas nos
cursos de pós-graduação da UFC (exemplo 1ª. Tese de doutorado do curso de
engenharia de pesca da UFC saiu nas notícias do site da UFC) Memória da UFC.
3.2.3 Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
O Sistema de Bibliotecas da UFMG é composto por 25 bibliotecas, e seu
acervo é estimado em aproximadamente um milhão de exemplares.
(UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS, 2015)
Os critérios adotados para seleção de obras raras utilizados pela UFMG são
estabelecidos pela Divisão de Coleções Especiais da Biblioteca Universitária e são
conforme, Portaria Nº 002, de 06 de fevereiro de 2015, publicada pela referida
instituição:
Específicas (Brasiliana e Mineiriana);
Editoras mineiras: quando oferecido enfoque de importância ou
relevância; ó Autores mineiros: representativos em seu campo de
atuação;
Minas Gerais: obras relevantes sobre o Estado ou suas cidades em seus
mais diversos aspectos.
Ou que apresentem características gerais, a saber:
31
Edições princeps, primitivas e originais;
Edições limitadas;
Edições esgotadas;
Edições especiais: geralmente restritas, de tiragem limitada, suporte
especial e numerados e/ou autografados pelo autor, tradutor, ilustrador,
personalidade, instituição, dentre outros;
Edições comemorativas;
Edições críticas: estudo comparativo de originais (póstuma) e/ou de
todas as edições da obra de um autor (em vida ou póstuma);
Edições de artífices renomados (desenhistas, pintores, gravadores,
tipógrafos, impressores, editores);
Edições populares: publicações que caracterizam uma cultura, podendo
ser romances, folhetos literários, panfletos, folhas volantes, dentre
outros;
Edições clássicas em qualquer ramo do conhecimento;
Obras científicas que datam do período inicial de ascensão da ciência
e/ou assunto tratado;
Obras impressas em períodos adversos (por exemplo, guerra).
Obras sobre histórias de descobrimentos e colonização;
Obras apreendidas, suspensas ou recolhidas por censura política,
religiosa, moral, social, pessoal, familiar, dentre outros;
Obras repudiadas pelo autor: obras não citadas ou não incluídas em
biografias;
Obras clandestinas por motivos políticos, religiosos, morais ou de
pirataria editorial;
Obras “desaparecidas”;
Obras premiadas;
Traduções/tradutores: traduções consagradas e definitivas e tradutores
brasileiros renomados;
Obras esgotadas e não reeditadas;
Fac-simile de obra consagrada ou única existente;
32
3.2.4 Biblioteca Central Zila Mamede da Universidade Federal do Rio Grande
do Norte (UFRN)
A Biblioteca Central Zila Mamede (BCZM) surgiu como “Serviço Central de
Biblioteca criada em 02 de maio de 1959, coordenava as atividades técnicas e
administrativas das Bibliotecas das Faculdades Isoladas. Em 1974, houve a
Reforma Universitária que reestruturou a Universidade, determinando que o Serviço
Central de Bibliotecas passasse a ser chamado de Biblioteca Central da UFRN. E
ganhou o nome Biblioteca Central Zila Mamede (BCZM) em 1985, após falecimento
de Zila da Costa Mamede.
O Sistema de Bibliotecas (SISBI) tem como missão de promover acesso à
informação e oferecer suporte necessário ao desenvolvimento das atividades de
ensino, pesquisa e extensão. O SISBI foi regulamentado em 05 de abril de 2013,
através da Resolução Nº 004/2013 – Conselho Universitário (CONSUNI) e atende a
todas as categorias de usuários da UFRN (alunos do ensino fundamental, médio,
técnico, graduação, pós-graduação, professores e funcionários) e está aberto à
consulta para toda a comunidade externa da UFRN.
Para a Biblioteca Central Zila Mamede da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte (UFRN) ficou regulamentado, conforme Portaria n. 19/2014, que
estabelece Critérios de Raridade para a Biblioteca Central Zila Mamede, define que:
[...] é uma coleção constituída de material informacional diversificado (livros, folhetos, folhas volantes, periódicos), selecionado segundo parâmetros que o consideram raro ou precioso. Segundo esses parâmetros, não basta ser antigo, é preciso ser único, inédito, fazer parte de alguma edição especial, apresentar uma encadernação de luxo ou, até mesmo, ter o autógrafo de personalidades célebres. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE, 2016, p. 7).
A Biblioteca Central Zila Mamede (BCZM) da UFRN estabeleceu seus
critérios de raridade embasados nos critérios de raridade utilizados pela Biblioteca
Nacional do Rio de Janeiro, pois a Lei nº 10.994/2004, que rege a BN, permite que
outras instituições adéquem seus interesses específicos de bibliotecas e/ou
colecionadores de acordo com o patrimônio cultural de cada região, acrescendo
assim, critérios para um melhor funcionamento, visando o público de cada Unidade
de Informação.
33
Destarte, expõe os critérios elencados pela BCZM, no documento normativo
citado acima:
Os impressos no Rio Grande do Norte até início do século XX, notadamente o ano de 1901, justificado anteriormente; As Publicações da história da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, visto que representam o registro da história da instituição; As publicações da Universidade do Rio Grande do Norte: relatórios, publicações da Editora e outros, pois são elementos constitutivos da história instituição Universidade Federal do Rio Grande do Norte; Miniaturas, por serem em geral manufaturas; Folhetos e panfletos (Literatura de Cordel e representativos de movimento literário, político e sócio cultural do Rio Grande do Norte e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte) (UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE, 2014)
Pode-se ressaltar ainda, que a BN disponibiliza suporte bibliográfico para
que as instituições sigam a classificação de padronização exigida para qualquer
obra, esse apoio se dá através da acessibilidade de documentos como regimento e
critérios.
Compreendendo os critérios de raridade da BN e tomando por base a
necessidade de adequar os critérios de raridade para a Biblioteca Central Zila
Mamede da UFRN, o bibliotecário de obras raras empreendeu estudos escreveu
projeto que resultou em uma proposta de critérios de raridade, tendo como base os
critérios estabelecidos pela BN acrescido dos critérios institucionais de raridade para
implantar na sua instituição como critérios de raridade.
34
4 METODOLOGIA
O presente trabalho utiliza as técnicas de pesquisas bibliográficas, que se dá
através de pesquisas publicadas, buscando embasamento teórico para o
desenvolvimento do projeto; da pesquisa descritiva que descrever as características
dos conceitos; da pesquisa exploratória objetivando esclarecer e/ou modificar
conceitos, buscando reconhecer ou identificar elementos qualitativos das obras
raras, apontando a competências e habilidade que profissional bibliotecário deve ter
para exercer esta atividade.
Objetivando assim, discutir os critérios de identificação e classificação de
livros como raros, a partir de uma pesquisa bibliográfica, buscando conceitos sobre
obras raras e o estabelecimento de critérios para raridade bibliográfica. Os métodos
utilizados na pesquisa foram o indutivo e o comparativo. O indutivo baseando nas
pesquisas bibliográficas, o comparativo pela análise dos principais critérios adotados
para classificar uma obra como raras.
Indução é um processo mental por intermédio do qual, partindo de dados particulares, suficientemente constatados, infere-se uma verdade geral ou universal, não contida fias partes examinadas. Portanto, o objetivo dos argumentos indutivos é levar a conclusões cujo conteúdo é muito mais amplo do que o das premissas nas quais se basearam. (LAKATOS; MARCONI, 2003, p. 86)
De acordo com Lakatos e Marconi (2003), o método indutivo se apresenta, a
partir da observação generalista dos critérios de raridade das instituições fazendo
uma análise das pesquisas qualitativa nos sites das mesmas coletando dados de
forma a identificar as políticas de desenvolvimento de critérios de raridade delas, o
que vai ser salvaguardado como patrimônio cultural. Nas pesquisas descritivas,
"logo após a formulação dos problemas procede-se-á especificação dos objetivos
em lugar da apresentação das hipóteses. Já nas pesquisas exploratórias, as
hipóteses costumam aparecer como produto final." (GIL, 2002, p. 52).
O método comparativo permite analisar o dado concreto, deduzindo desse
“os elementos constantes, abstratos e gerais. ” (LAKATOS; MARCONI, 2007, p. 107)
Gil (2008) comenta que o método comparativo procede pela investigação de
indivíduos, classes, fenômenos ou fatos, com vistas a ressaltar as diferenças e as
similaridades entre eles. “Sua ampla utilização nas ciências sociais deve-se ao fato
35
de possibilitar o estudo comparativo de grandes grupamentos sociais, separados
pelo espaço e pelo tempo. ” (GIL, 2008, p. 16-17). Centrado em estudar
semelhanças e diferenças, esse método realiza comparações com o objetivo de
verificar semelhanças e explicar divergências. O método comparativo, ao ocupar-se
das explicações de fenômenos, permite analisar o dado concreto, deduzindo
elementos constantes, abstratos ou gerais nele presentes. (PRODANOV; FREITAS,
2013, p. 36)9
Para Manzo (1971:32), a bibliografia pertinente ‘oferece meios para definir, resolver, não somente problemas já conhecidos, como também explorar novas áreas onde os problemas não se cristalizaram suficientemente’ e tem por objetivo permitir ao cientista ‘o reforço paralelo na análise de suas pesquisas ou manipulação de suas informações’ (TRUJILLO, 1974:230). Dessa forma, a pesquisa bibliográfica não é mera repetição do que já foi dito ou escrito sobre certo assunto, mas propicia o exame de um tema sob novo enfoque ou abordagem, chegando a conclusões inovadoras. (LAKATOS; MARCONI, 2003, p. 183)
As técnicas de pesquisas utilizadas foram a descritivo-exploratória e a
pesquisa bibliográfica. Descritiva quando apresentado os critérios de raridade
buscando assim, descrever, reconhecer ou identificar elementos qualitativos das
obras raras, apontando a competências e habilidade que o profissional bibliotecário
deve ter para exercer esta atividade, as características de modo, comparativo
através da análise dos principais critérios adotados nas instituições, para classificar
uma obra como rara.
E exploratória com a finalidade de esclarecer conceitos, proporcionando
maior compreensão dessa classificação a partir desses critérios e como estes
contribuem para uma padronização e caracterização dos acervos institucionais.
9 Documento eletrônico.
36
5 ANÁLISE E DISCUSSÃO DAS POLÍTICAS
Por meio da análise comparativa, fundamentada nas políticas institucionais
sobre os critérios de raridade que se podem tipificar os critérios de classificação de
uma obra como rara, e a partir desses critérios, determinarem a raridade de um livro.
Tais critérios que estabelecidos pelos profissionais como: curadores de
acervos, colecionadores de obras raras e livreiros antiquários podem se basear para
montar sua metodologia própria para descrição de uma obra, baseando-se em uma
série de aspectos relacionados à obra, levando-os a nortear seu trabalho de
identificação de raridade, portanto, a antiguidade, por si só, não é suficiente para
tornar um livro valioso sob o ponto de vista mercadológico.
Outros aspectos como a importância do texto, as condições do exemplar e a
demanda pela obra determinarão o valor cultural de um livro antigo. No entanto,
algumas categorias de livros são geralmente mais procuradas.
Para melhor compreensão, e visualização das políticas dos critérios de
raridade das Bibliotecas anteriormente citadas, elaborou-se um quadro comparativo
para ilustrar a análise efetuada, portanto, segue abaixo: Quadro1 (Critérios de
Raridades das Bibliotecas)
QUADRO 1: CRITÉRIOS DE RARIDADES DAS BIBLIOTECAS
BN BCZM UFMG UFC
Primeiras impressões (séc. XV – XVI)
Primeiras impressões (séc. XV – XVI);
Edições príncipes, primitivas e originais;
Impressões dos séculos XV; XVI; XVII e XVIII. (1400-1799);
Impressões dos séculos XVII e XVIII
Impressões dos séculos XVII e XVII;I
Edições limitadas;
Obras editadas no Brasil até 1930, sobre
o Brasil ou por autores brasileiros (da
chamada Coleção Brasiliana);
Brasil – séc. XIX
Impressões dos séculos Brasil – séc.
XIX; Edições esgotadas;
Livros editados até 1901 fora do Brasil,
quando forem de literatura de viagem;
Edições clandestinas
Edições clandestinas;
Edições especiais: geralmente restritas, de tiragem limitada, suporte especial e numerados e/ou
autografados pelo autor, tradutor,
ilustrador,
Livros editados após 1930 em 1ª edição quando forem de
autores renomados e de escritores
modernistas ou de vanguarda; e livros artísticos ou de luxo
37
personalidade, instituição, dentre
outros;
com tiragens limitadas e ilustrações
originais de personalidades.
Edições de tiragens reduzidas
Edições de tiragens reduzidas;
Edições comemorativas;
Primeiras edições até o final do século XIX.
(1800-1899);
Edições especiais (de luxo para bibliófilos)
Edições especiais (de luxo para bibliófilos);
Edições críticas: estudo comparativo
de originais (póstuma) e/ou de todas as
edições da obra de um autor (em vida ou
póstuma);
Edições com tiragens reduzidas com
aproximadamente 300 exemplares;
Exemplares de coleções especiais (regra geral
com belas encadernações e ex-
libris)
Exemplares de coleções especiais (regra geral com
belas encadernações e ex-libris)
Edições de artífices renomados
(desenhistas, pintores, gravadores,
tipógrafos, impressores,
editores);
Edições de luxo;
Exemplares com anotações manuscritas
de importância (incluindo dedicatórias)
Exemplares com anotações
manuscritas de importância (incluindo
dedicatórias);
Edições populares: publicações que
caracterizam uma cultura, podendo ser romances, folhetos literários, panfletos,
folhas volantes, dentre outros;
Edições clandestinas;
Obras esgotadas
Obras esgotadas; Edições clássicas em
qualquer ramo do conhecimento;
Obras esgotadas, especiais e fac-
similares, personalizadas (com
ex-libres etc.) e numeradas, críticas,
definitivas e diplomáticas;
_ _
Obras científicas que datam do período
inicial de ascensão da ciência e/ou assunto
tratado;
Obras autografadas por autores renomados;
_ _ Obras impressas em períodos adversos
(por exemplo, guerra).
Obras de personalidades de projeção política,
científica, literária e religiosa;
_ _ Obras sobre histórias de descobrimentos e
colonização;
Exemplares de coleções especiais (regra geral com
belas encadernações e ex-libris);
38
_ _
Obras apreendidas, suspensas ou recolhidas por
censura política, religiosa, moral, social, pessoal, familiar, dentre
outros;
Exemplares com anotações
manuscritas de importância (incluindo
dedicatórias);
_ _
Obras repudiadas pelo autor: obras não
citadas ou não incluídas em biografias;
Obras científicas e históricas que datam do período inicial de ascensão de cada
ciência;
_ _
Obras clandestinas por motivos políticos, religiosos, morais ou de pirataria editorial;
Edições censuradas;
_ _ Obras
“desaparecidas”;
Obras desaparecidas, face à contingência
do tempo.
_ _ Obras premiadas;
Edições populares, especialmente
romances e folhetos literários (cordel,
panfletos);
_ _
Traduções/tradutores: traduções
consagradas e definitivas e
tradutores brasileiros renomados;
Edições de artífices renomados;
_ _ Obras esgotadas e
não reeditadas;
Edições de clássicos, assim considerados
nas histórias das literaturas
específicas;
_ _ Fac-simile de obra
consagrada ou única existente;
Teses defendidas até o final do século XIX.
(1800-1899);
_ _ Específicas (Brasiliana e Mineiriana);
Periódicos estrangeiros dos
séculos XV ao XIX. (1400-1899);
_ _
Editoras mineiras: quando oferecido
enfoque de importância ou
relevância; ó Autores mineiros:
representativos em seu campo de
atuação;
Primeiros periódicos brasileiros técnico-
científicos;
39
_ _
Minas Gerais: obras relevantes sobre o
Estado ou suas cidades em seus mais
diversos aspectos.
Teses defendidas na UFC estão
qualificadas como Coleções Especiais;
_ _ _
Obras oriundas de coleções particulares de personalidades de
renome no Ceará (adquiridas por
compra ou doação);
_ _ _ Coleção de Artur
Ramos;
_ _ _ Coleção de Braga
Montenegro;
_ _ _ Coleção de Justiniano
de Serpa;
_ _ _ Coleção de José
Linhares;
_ _ _ Coleção de Heribaldo
Costa; (BFD)
_ _ _ Coleção de Mozart
Monteir
_ _ _ Coleção de Roquete
Pinto;
_ _ _ Coleção de Renato
Braga;
_ _ _ Coleção de JAMB;
(BCT).
Fonte: Autora própria (2016)
Pode ser observado que a BN conduz a gestão de cada uma das bibliotecas
mencionadas, diferenciando-as nas publicações, pois as universidades possuem
identidades próprias, cada uma valoriza as produções de suas instituições, dos
escritores da terra e produção da própria instituição.
Portanto, as universidades estabeleceram a política de raridade baseada
nos critérios da BN, sem perder a sua identidade e autonomia, com isso, fizeram as
suas próprias políticas de coleções de acordo com as necessidades das suas
instituições.
Analisando o quadro dos CRITÉRIOS DE RARIDADES DAS
BIBLIOTECAS, pode-se identificar que as classificações da UFRN, UFMG e UFC
adotaram os seguintes critérios da seleção e formação do acervo de raridade da BN;
40
o Limite histórico, Aspectos bibliológicos, Valor Cultural, Pesquisa Bibliográfica e
Características do Exemplar;
a) Limite Histórico (período de produção artesanal de impressos)
Primeiras impressões (séc. XV – XVI)
Impressões dos séculos XVII e XVIII
Impressões do Brasil – séc. XIX
Edições clandestinas
Edições de tiragens reduzidas
b) Aspectos Bibliológicos (Volumes de produção artesanal produzido
independente da época de publicação)
Edições especiais (de luxo para bibliófilos)
Exemplares de coleções especiais (regra geral com belas
encadernações e ex-libris)
Exemplares com anotações manuscritas de importância (incluindo
dedicatórias)
c) Valor Cultural (Assunto a luz da época em que foram pensados e
escritos)
Edições príncips, primitivas e originais;
Obras esgotadas.
Edições comemorativas
Edições críticas: estudo comparativo de originais (póstuma) e/ou de
todas as edições da obra de um autor (em vida ou póstuma);
d) Pesquisa Bibliográfica (Como um indicador de raridade)
Edições de artífices renomados (desenhistas, pintores, gravadores,
tipógrafos, impressores, editores);
Edições populares: publicações que caracterizam uma cultura, podendo
ser romances, folhetos literários, panfletos, folhas volantes, dentre outros;
41
Preciosidades mais procuradas por Bibliófilos ou mais estudadas por
eruditos
e) Características do Exemplar (Elementos posterior a publicação)
Marcas de propriedade exemplar que pertenceu a um conjunto
bibliográfico de uma personalidade famosa (exemplo as obras que
constituem a sala de Zila Mamede que foram do seu acervo pessoal não
escrito por ela)
Marca de artífices (personalidade exemplos CDA - Carlos Drummond de
Andrade marca criadas pelos livreiros)
Dedicatória de personalidades famosas ou importantes.
RIDADES DOS SISTEMAS DE BIBLIOTECAS
Portanto, observa-se também, que através destas políticas sobre a
classificação de obras raras, o estabelecimento de critérios para raridade a BN não
limita as instituições apenas aponta, direciona como implantar, cada instituição pode
tomar por referencial a BN, seguir o mesmo critério ou adaptar a realidade de cada
instituição.
Os critérios de raridade implantados nas políticas promovem as práticas na
seleção de materiais para o seu acervo auxiliando o gestor das universidades na
tomada de decisão através dos elementos qualitativos das obras raras.
42
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O que determina a raridade de uma obra é a relevância em sua área de
atuação, a edição princeps, que é a primeira edição de qualquer obra importante
para determinada área. São bastante valorizadas, como é o caso da primeira edição
do livro Lusíadas de Camões, que tornou atraente para os historiadores devido a
seu valor histórico e cultural.
Assim como a edição princeps, as edições censuradas, expurgadas e
tiragens reduzidas também costumam ser consideradas raras, devido ao acesso as
essas obras serem restrito a poucos.
O Setor de Obras Raras possui um caráter público por fazer parte do acervo
bibliográfico da UI, mas por questões de ordem práticas para manter, de modo,
apropriado os patrimônios raros das UI, que por sua vez, ficando localizado no
ambiente reservado do acervo geral, restringe o acesso, tão-somente a quem
verdadeiramente precisa desse material do acervo físico.
Na conformidade das políticas instituídas a UI, geralmente a consulta se faz
por meio de funcionários (bibliotecários) para garantir o conhecimento e resguardar
a cultura da universidade, tirantes excelentes fontes de documentos sobre os
campos da pesquisa de atuação preservação da memória da ciência (tese e
dissertação), garantir a conhecimento resguarda a cultura das universidades
acentuadas a importância de se ter um setor de obras raras nas universidades são
excelentes fontes de documentos sobre os respectivos setores de atuação, além de
serem depositários das publicações e outros materiais produzidos pelo órgão, sua
chamada memória técnica.
43
REFERÊNCIAS
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