Upload
buinhi
View
216
Download
2
Embed Size (px)
Citation preview
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
DISCLOUSURE DOS ASPECTOS TRIBUTÁRIOS E SOCIETÁRIOS DA LEI Nº 12.973/2014 NAS EMPRESAS DE INCORPORAÇÃO
IMOBILIÁRIA LISTADAS NA BM&FBOVESPA
JOÃO PAULO XAVIER DE SOUZA
NATAL/RN
2015
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
DISCLOUSURE DOS ASPECTOS TRIBUTÁRIOS E SOCIETÁRIOS DA LEI Nº 12.973/2014 NAS EMPRESAS DE INCORPORAÇÃO
IMOBILIÁRIA LISTADAS NA BM&FBOVESPA
Monografia apresentada ao Curso de Ciências Contábeis como requisito para obtenção do Título de Bacharel em Ciências Contábeis da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Orientador: Msc. José Emerson Firmino Coorientador: Égon José Mateus Celestino
JOÃO PAULO XAVIER DE SOUZA
NATAL/RN
2015
JOÃO PAULO XAVIER DE SOUZA
DISCLOUSURE DOS ASPECTOS TRIBUTÁRIOS E SOCIETÁRIOS DA LEI Nº
12.973/2014 NAS EMPRESAS DE INCORPORAÇÃO IMOBILIÁRIA LISTADAS NA
BM&FBOVESPA
Monografia apresentada junto ao curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte, como requisito para obtenção do Título de Bacharel em Ciências Contábeis,
e considerada aprovada com a nota final 8,00 atribuída pela banca examinadora constituída
pelo (a) professor (a) orientador (a) e membros abaixo mencionados.
Natal, RN, 17, Dezembro de 2015.
Banca examinadora:
_____________________________________________
Professor (a) José Emerson Firmino, Msc.
Orientador (a)
_____________________________________________
Professor (a) Égon José Mateus Celestino
Coorientador (a)
__________________________________________
Professor (a) Amanda Borges de Albuquerque Assunção Msc.
Membro (a)
Catalogação da Publicação na Fonte.
UFRN / Biblioteca Setorial do CCSA
Souza, João Paulo Xavier de.
Disclousure dos aspectos tributários e societários da lei nº 12.973/2014 nas empresas de incorporação imobiliária listadas na BM&FBOVESPA / João Paulo Xavier de Souza. - Natal, RN, 2015.
54f. : il.
Orientador: Prof. Me. José Emerson Firmino. Co-orientador: Prof. Égon José Mateus Celestino.
Monografia (Graduação em Ciências Contábeis) - Universidade Federal do Rio Grande do
Norte. Centro de Ciências Sociais Aplicadas. Departamento de Ciências Contábeis.
1. Contabilidade - Monografia. 2. Incorporação Imobiliária – Monografia. 3. Normas Internacionais - Convergência - Monografia. 4. Lei 12.973/14 - Monografia. I. Firmino, José Emerson. II. Celestino, Égon José Mateus. III. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. VI. Título.
RN/BS/CCSA CDU 657
Dedicatória
Dedico a Deus, que me concede vitória
todos os dias. Que me permite viver. Que
me permite acreditar. Que me permite
sonhar com um futuro melhor.
Agradecimentos
A Deus, que sempre esteve presente na minha vida.
Ao meu pai (in memoriam), que sempre me ensinou a respeitar o próximo e me
proporcionou momentos felizes.
À minha mãe, que nunca me deixou faltar nada e que, apesar de sua pouca instrução,
sempre entendeu a importância dos estudos.
Ao meu grande amigo e professor Égon Celestino, que me ajudou a concretizar este
trabalho e sempre acreditou em mim.
À minha futura esposa Diana Caroline, que eternizo seu nome neste trabalho devido ao
seu apoio e compreensão ao longa dessa jornada.
À Lieges Coelho, Danielle Pipolo e Ediluzia que contribuíram de forma indireta para a
realização dessa pesquisa.
A todos que de alguma forma direta ou indireta contribuíram para a conclusão deste
trabalho.
RESUMO
No processo de convergência as normas internacionais, a contabilidade societária brasileira sofreu diversas alterações impactando, como consequência, a legislação tributária. A instituição do Regime Tributário de Transição foi a solução imediata para o processo de convergência, no entanto, devido a insegurança jurídica do regime, foi aprovada a Lei 12.973/14 que inseriu diversas modificações nas práticas societárias e fiscais das empresas. Nesse contexto, levando em consideração o ciclo produtivo de longo prazo e as características diferenciadas de reconhecimento da receita, as companhias que atuam na atividade de incorporação imobiliária divulgam em suas notas explicativas os efeitos do novo diploma legal. A pesquisa, caracterizada como descritiva e qualitativa e com delineamento baseado no levantamento bibliográfico e registro de arquivos, mostra que as companhias, com exceção da RODOBENS, são mais transparentes ao mercado nos demonstrativos de 2014 quanto a opção ou não pela antecipação da Lei, em que 88,89% divulgam a não antecipação. Já quanto aos impactos, a CYRELA e a HELBON fornecem uma informação mais precisa pois divulgam nos relatórios de 2014 onde poderão estar os efeitos a partir de 2015. No contexto global, a PDG e a TECNISA evidenciaram mais informações em suas notas explicativas e a HELBOR é a companhia que menos divulga. Enfim, conclui-se que não houve impactos materiais para as demonstrações contábeis das companhias analisadas.
Palavras chaves: Convergência as Normas Internacionais. Lei 12.973/14. Incorporação Imobiliária. Evidenciação.
ABSTRACT
In the process of convergence with international standards, the Brazilian corporate accounting has undergone several changes impacting, as a consequence, the tax legislation. The establishment of the Transitional Tax System was the immediate solution to the convergence process, however, due to the legal uncertainty of the scheme was approved Law 12,973 / 14 that entered several changes in corporate practices and tax firms. In this context, taking into account the long-term production cycle and the different characteristics of revenue recognition, the companies operating in the real estate development activity disclose in notes to the effects of the new law. The research, characterized as descriptive and qualitative and design based on the literature and log files, shows that companies with the exception of RODOBENS, are more transparent to the market in 2014 statements as the option or not the anticipation of Law in 88.89% which did not disclose the advance. As for the impacts, CYRELA and HELBOR provide more precise information as disclose in 2014 reports which may be the effect from 2015. In the global context, PDG and TECNISA revealed more information in the notes thereto and the HELBOR It is the company that publishes less. Finally, it is concluded that there was no material impact to the financial statements of the analyzed companies.
Key words: Convergence International Standards. Law 12.973/14. Real Estate Development. Disclosure.
LISTA DE FIGURAS
Figura 01 – Ciclo econômico da atividade.............................................................................p.19
Figura 02- Árvore de decisão para aplicação da IFRIC 15 ...................................................p.22
LISTA DE TABELAS
Tabela 01- Normas correlacionadas a OPC 04.................................................................. pg. 23
Tabela 02- Normas que serão substituídas pela IFRS 15.................................................... pg.26
Tabela 03 – Empresas de incorporação imobiliária listadas na BM&FBOVESPA...........pg. 37
Tabela 04 – Informação a respeito da adoção antecipada dos efeitos da Lei 12.973/14... pg. 39
Tabela 05 – Reconhecimento da receita contábil de unidades concluídas..........................pg. 41
Tabela 06 – Evidenciação sobre os procedimentos de avaliação do imobilizado...............pg. 43
Tabela 07 – Evidenciação sobre a IFRS 15....................................................................... pg. 44
Tabela 08 – Divulgação dos impactos nas demonstrações contábeis................................ pg. 46
Tabela 09 – Pontuação atribuída a Disclousure..................................................................pg.47
LISTA DE QUADROS
Quadro 01- Normas que tratam do setor imobiliário.......................................................... pg.20
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ANEEL – Agencia Nacional de Energia Elétrica
ANS – Agencia Nacional de Saúde Suplementar
ANTT –Agencia Nacional de Transportes Terrestres
AVJ – Ajuste a Valor Justo
AVP – Ajuste a Valor Presente
BACEN – Banco Central do Brasil
BDR – Brazilian Depositary Receipts
BM&FBOVESPA – Bolsa de valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo
CFC – Conselho Federal de Contabilidade
CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis
CVM – Comissão de Valores Mobiliários
IAS – International Accounting Standards
IASB – International Accounting Standards Board
IBGE – Instituto Brasileira de Geografia e Estatísticas
IFRIC – International Financial Reporting Interpretations Committe
IFRS – International Financial Reporting Standards
POC – Percentage of completion
RTT – Regime Tributário de Transição
SUSEP – Superintendência de Seguros Privados
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 14
1.1 Contextualização e Problemática .......................................................................................... 14
1.2 Objetivos e Justificativas ....................................................................................................... 15
2 REFERENCIAL TEÓRICO .......................................................................................... 17
2.1 Atividade de Incorporação Imobiliária ........................................................................................ 17
2.2 Normas Contábeis Aplicáveis a Atividade .................................................................................. 20
2.2.1 Normas Contábeis Aplicáveis ao Reconhecimento da Receita ............................................ 20
2.2.2 Orientação Contábil OCPC 04 – Aplicação da Interpretação Técnica ICPC 02 às Entidades de
Incorporação Imobiliária Brasileiras .............................................................................................. 23
2.2.2 Outras Normas Aplicadas a Atividade .................................................................................. 24
2.2.3 Norma Futura com Impacto Relevante ................................................................................ 25
2.3 Tratamento tributário da Lei 12.973/14 consoante com as IFRSs .............................................. 27
2.3.1 Receitas ................................................................................................................................ 28
2.3.2 Ajuste a Valor Presente (AVP) .............................................................................................. 29
2.3.3 Avaliação a Valor Justo (AVJ) ................................................................................................ 30
2.3.4 Imobilizado ........................................................................................................................... 31
2.3.5 Arrendamento Mercantil ..................................................................................................... 32
2.3.6 Mais Valia, Menos Valia, Goodwill e Compra Vantajosa ..................................................... 33
3 METODOLOGIA ......................................................................................................... 36
3.1 Epistemologia da Pesquisa .......................................................................................................... 36
3.2 Universo da Pesquisa .................................................................................................................. 37
3.3 Técnicas de Coleta e Tratamento dos Dados ............................................................................... 38
4 RESULTADOS ............................................................................................................... 38
4.1 Evidenciação da Adoção da Lei 12.973/14 ................................................................................. 38
4.2 Divulgação sobre a Receita ......................................................................................................... 40
4.3 Imobilizado ................................................................................................................................. 42
4.4 Evidenciação sobre a IFRS 15 .................................................................................................... 43
4.5 Divulgação dos Efeitos nas Demonstrações Contábeis da Lei 12.973/14 ................................... 45
4.6 Melhores Disclousures ................................................................................................................ 47
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................... 49
REFERENCIAS ................................................................................................................. 50
14
1 INTRODUÇÃO
1.1 Contextualização e Problemática
A atividade da construção civil é de extrema importância para a economia nacional
devido ao seu grande potencial de gerar empregos e por contribuir diretamente – com a
construção e comercialização de unidade habitacionais – para a diminuição do déficit
habitacional no país (MARTINS, 2009). Entretanto, devido à crise atual pela qual o Brasil
passa, o setor apresenta números desanimadores. O crescimento no primeiro trimestre de 2015
ficou em apenas 1,1%, quando comparado com o trimestre imediatamente anterior. Para o
segundo trimestre de 2015, o resultado foi ainda mais desanimador, com retração de -8,4% em
comparação ao primeiro trimestre, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística – IBGE (2015).
O destaque da atividade para o crescimento do Brasil é plausível para que sejam
direcionados estudos acerca das normas e regulamentos inerentes ao setor, principalmente
pelo fato de estarmos passando por um processo de convergência aos padrões internacionais.
Nesse contexto, o fator principal é o tratamento dado na mensuração da receita de unidades
imobiliárias vendidas e o seu custo, por impactarem no lucro das empresas e por serem a base
dos registros contábeis do segmento (NYAMA; CAVALCANTE; REZENDE, 2010).
Com a internacionalização, que teve início com a inserção de importantes alterações na
Lei Nº 6.404/76 (Lei das Sociedades Anônimas) introduzidas pela lei 11.638/2007, os
documentos técnicos emitidos pelo International Accounting Standards Board (IASB)
passaram a ser transcritos no Brasil através do Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC
e são adotados por diversas entidades assim que são aprovados pelas instituições reguladoras
– Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Conselho Federal de Contabilidade (CFC),
Agencia Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), Agencia Nacional de Transportes Terrestres
(ANTT), Banco Central do Brasil (BACEN), Superintendência de Seguros Privados (SUSEP)
e Agencia Nacional de Saúde Suplementar (ANS) (SILVA et al, 2014).
De acordo com Nyama, Cavalcante e Rezende (p.2, 2010), o Brasil sempre teve a sua
contabilidade regulamentada pelo Fisco, “o que serviu para afastar a escrituração das
melhores práticas contábeis. ”
Nesse sentido, segundo Iudícibus et al (2010), a Lei Nº 11.941 de 27 de maio de 2009,
inseriu o artigo 299B na Lei das Sociedades Anônimas que extinguiu o uso da conta de
“Resultado de Exercícios Futuros” pelas empresas do setor imobiliário – especialmente as que
atuavam como incorporadora de imóveis.
15
De acordo com Iudícibus et al (2010), a conta tinha a finalidade de acolher no passivo
receitas que já haviam sido recebidas e que deveriam ser registradas no resultado em anos
posteriores, no entanto, a entidade não tinha nenhuma dívida com o cliente que justificasse o
registro da obrigação, tornando a classificação indevida. O Fisco levava ao seu registro
errôneo, cujo método já não era tão usado. Poucas empresas relacionadas ao setor imobiliário
o usavam.
No âmbito fiscal, a convergência as “Normas Internacionais” impactou
consideravelmente a tributação no Brasil, de modo que houve alterações nos critérios para
apuração das bases de cálculo dos impostos. Entretanto, a neutralidade fiscal foi mantida para
o International Financial Reporting Standards – IFRS – normas emitidas pelo IASB, por meio
da Lei nº 11.941/09 que introduziu, na legislação tributária brasileira, o Regime Tributário de
Transição – RTT, em que as alterações inseridas pela Lei nº 11.638/07, e pela própria lei
11.941/09, não surtiriam efeitos para fins tributários da pessoa jurídica sujeita ao Regime,
sendo considerados apenas as normas contábeis vigentes até 31 de dezembro de 2007.
Contudo, apesar da importância da instituição do RTT, ele apresentou inconsistências,
gerando insegurança jurídica e a criação de um meio complexo no processo de convergência
as normas internacionais, em que existia a necessidade de controle de duas contabilidades:
escrituração contábil societária e escrituração contábil para fins fiscais (SILVA et al 2014).
Conforme Silva et al (2014), o regime foi a solução imediata para o processo de
convergência que, segundo Art. 15, § 1º da Lei nº 11.941/2009, vigeria “até a entrada em
vigor de lei que disciplinasse os efeitos tributários dos novos métodos e critérios contábeis,
buscando a neutralidade tributária”. A solução definitiva foi a aprovação da Medida
provisória nº 627, de 11 de novembro de 2013, convertida na Lei nº 12.973, de 13 de maio de
2014 que solucionou o impasse com a extinção do RTT e converteu a legislação fiscal
brasileira aos padrões contábeis internacionais (SILVA et al 2014).
Diante do que foi exposto, levando-se em consideração o negócio praticado, quais
foram as alterações introduzidas pela Lei 12.973/14 que estão em consonância com as práticas
contábeis e de atividades adotadas pelas empresas de incorporação imobiliária?
1.2 Objetivos e Justificativas
A Pesquisa visa analisar a Disclousure das práticas introduzidas pela Lei 12.973/14 nas
demonstrações financeiras das entidades que praticam atividade no setor de incorporação
imobiliária, com reflexos na contabilidade societária das companhias.
16
Para tanto, define-se como objetivos específicos:
a) Analisar as normas contábeis aplicáveis a atividade;
b) Analisar as alterações introduzidas pela Lei 12.973/14;
c) Verificar se as alterações introduzidas pela Lei 12.973/2014 foram evidenciadas nas
notas explicativas das companhias que atuam na atividade de incorporação
imobiliária listadas na BM&FBOVESPA.
O estudo é justificável no sentido de esclarecer os aspectos societários e tributários da Lei
12.973/14 com efeitos na atividade de incorporação imobiliária que possui características
diferenciadas que muitas vezes geram duvidas de interpretação na aplicação de determinados
procedimentos contábeis.
17
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Atividade de Incorporação Imobiliária
O mercado imobiliário brasileiro tem certos fatores que o diferenciam de outros no resto
do mundo. As vendas geralmente são efetuadas na “planta”, e os riscos inerentes a unidade
imobiliária adquirida são repassados continuamente de acordo com a evolução da construção
do empreendimento.
Alves e Ricarte (2007), definem a atividade de incorporação imobiliária como o
segmento da construção civil, cujo objetivo é a construção para venda de frações
independentes de um edifício que representam a propriedade comum.
A Lei Nº 4.591, de 16 de dezembro de 1964, pela qual atividade de incorporação é
regida no Brasil, em seu Art. 28, parágrafo único, a define como uma “ atividade exercida
com o intuito de promover e realizar a construção, para alienação total ou parcial, de
edificações ou conjunto de edificações compostas de unidades autônomas”.
A definição de Alves e Ricarte e do Art. 28 da Lei de Incorporação Imobiliária não
deixa clara a particularidade dessa atividade, sendo esclarecida por Chalhub (2010) como a
negócio que visa arregimentar insumos produtivos “para construir e vender, durante a
construção”, frações habitacionais autônomas em edificações coletivas com a segregação das
unidades imobiliárias no Registro de Imóveis. Para que fique caracterizada a incorporação
“basta que, antes da conclusão da construção, efetive a venda de frações ideais de terreno
vinculadas a futuras unidades imobiliárias que integrarão um conjunto dessas unidades, em
edificação coletiva”. (CHALHUB,2010, p.12).
Segundo Ehara et al (2013) a atividade cria uma “copropriedade” em que determinadas
pessoas são beneficiadas, como também torna possível ao incorporador obter lucro com a
operação através da venda das frações imobiliárias. Trata-se de uma transação por meio da
qual o incorporador atua na venda de frações imobiliárias autônomas, no entanto, elas são
vendidas antes das obras estarem concluídas.
Para Martins (2009) o incorporador atua “aglutinando” desejos ao mesmo tempo que
aproxima as partes interessadas do empreendimento imobiliário a ser construído. Atua
também como corretor, já que aliena a terceiros a mercadoria que foi desenvolvida. É
considerado também como arquiteto ou engenheiro, haja vista participar do processo de
desenvolvimento e construção do empreendimento. Por último, pode ser também considerado
como financiador, pois financia as unidades vendidas.
18
Freitas (2012) coloca em ênfase o fato da atividade visar a venda de frações imobiliárias
autônomas. Nesse sentido, o enquadramento no conceito de incorporação de imóveis só será
possível quando o intuito for a alienação de frações imobiliárias independentes a terceiros.
Portanto, não existirá a atividade quando a empreitada for realizada pelos próprios
interessados, sob seus riscos, devido a ausência da venda a terceiros.
Deve-se salientar também que a construção está presente no negócio jurídico da
incorporação imobiliária, entretanto, incorporação e construção não se confundem, tampouco
são equivalentes.
A atividade da construção só integrará o conceito de incorporação se estiver articulada com a alienação de frações ideais do terreno e acessões que a elas haverão de se vincular; mas, independentemente disso, a atividade de incorporação pode, alternativamente, ser representada somente pela alienação de frações ideais objetivando sua vinculação a futuras unidades imobiliárias. Obviamente, a incorporação compreende a construção, mas não é necessário que a atividade da construção seja exercida pelo próprio incorporador, pois este pode atribuir a outrem a construção (CHALHUB, 2010, p. 11).
Para Freitas (2012), a incorporação de imóveis está dividida em um ciclo econômico
composto por constituição (atividades preliminares); execução (produção); e extinção (troca).
A constituição, conforme Freitas (2012), corresponde as atividades preliminares pois é
nesta etapa inicial da incorporação que os responsáveis pelo empreendimento pesquisam e
adquirem o terreno. Por conseguinte, efetua-se o arquivamento no Registro de Imóveis de
todos os documentos dispostos no Art. 32 da Lei 4.591/64. As alienações das unidades
imobiliárias apenas serão realizadas após o registro de todos os documentos obrigatórios pelo
incorporador.
Na fase de Execução, segundo Freitas (2012), o empreendimento será construído.
Entretanto, o incorporador deverá respeitar os preceitos do artigo 43 da Lei de Incorporação
Imobiliária. Que são: informar aos adquirentes, por escrito, a cada seis meses, o estado da
obra; responder civilmente pela execução da incorporação; não alterar o projeto, salvo se tiver
autorização unanime dos interessados ou exigência legal; não poderá modificar as condições
de pagamento; não parar a obra por mais de 30 dias sem justa causa.
Por último, a extinção é tratada por Freitas (2012) como o final de todo o processo de
incorporação, o que pode ocorrer através da inadimplência de uma das partes de alguma
obrigação legal ou atraso no pagamento das contraprestações por parte dos adquirentes; por
distrato; e pelo fim do contrato – momento em que é concedido o “habite-se” por autoridade
administrativa.
19
Na figura 1 está um fluxograma onde estão contempladas as etapas do ciclo econômico
da incorporação imobiliária:
Figura 01- Ciclo econômico da atividade
Fonte: Freitas (2012)
Ademais, embora a característica essencial da incorporação imobiliária seja a venda de
unidades em construção, a incorporadora, por não ter vendido todas as unidades durante a fase
de construção de um empreendimento, pode efetuar a venda de unidades já concluídas,
20
ficando no caso das primeiras os maiores transtornos contábeis. Então, como a receita e seus
custos serão definidos? (NYAMA; CAVALCANTE; REZENDE, 2010).
2.2 Normas Contábeis Aplicáveis a Atividade
2.2.1 Normas Contábeis Aplicáveis ao Reconhecimento da Receita
Para Iudícibus (2010) apud Falcão, Pinto, Niyama (2014), a existência da receita está
intrinsicamente relacionada a sua definição e verificabilidade – definível e verificável, sendo
que não é necessária a transferência dos bens ou serviços ao cliente. Então, qual será o
momento de reconhecimento da receita para a atividade de incorporação de imóveis que tem
ciclos de negócios de longo prazo?
De acordo com Campos e Mota (2012), há a possibilidade do reconhecimento das
receitas com contratos de construção do setor imobiliário segundo o International Accounting
Standards (IAS) 11 – Contratos de Construção; IAS 18 – Receitas e a International Financial
Reporting Interpretations Committe (IFRIC) 15 – Contratos de construção do setor
imobiliário.
Quadro 01 – Normas que tratam do setor imobiliário
Norma Correlação as
Normas Internacionais
Escopo
CPC 30 IAS 18 Estabelecer o tratamento de receitas provenientes de certos tipos de transações e eventos.
CPC 17 IAS 11 Prescrever o tratamento contábil de receitas e custos associados a contratos de construção.
ICPC 02 IFRIC 15 Definir se o contrato enquadra-se no alcance da IAS 11 (contratos de construção) ou da IAS 18 (receitas) e o momento em que a receita de construção de imóveis deve ser reconhecida.
Fonte: Adaptado de Campos e Mota (2012)
Contudo, segundo Falcão, Pinto, Niyama (2014), a problemática no setor da construção
civil está no contexto das receitas originárias dos imóveis vendidos ainda em processo de
construção – característica da incorporação imobiliária – que estão embasadas no IAS 18
como alienação de produtos, entretanto, a percepção que existe atualmente direciona ao
reconhecimento da receita de acordo com o IAS 11. Existem então contestação a respeito do
momento exato que a receita deva ser reconhecida.
21
Falcão, Pinto, Niyama (2014), comentam que discursões como essas acontecem
especialmente nas operações brasileiras em confronto com as IFRSs que, muitas vezes, geram
dúvidas de interpretação devido as características particulares do nosso mercado.
Para o IAS 18, a receita é a entrada de recursos econômicos no tempo em que a empresa
está operando oriunda de suas atividades usuais. Estas receitas são provenientes da venda de
produtos, serviços prestados, royalties, dentre outras. A exceção fica por conta dos aportes dos
proprietários (FALCÃO; PINTO; NIYAMA ,2014).
De acordo com Mota et al (2015), no caso do reconhecimento da receita segundo o IAS
18, ela poderá ser uma venda de bem ou uma receita de prestação de serviços. No primeiro
caso, o reconhecimento ocorrerá quando a obra for concluída; já para o segundo, ela será
reconhecida de acordo com a estagio de execução do serviço. Se as receitas estiverem no
escopo do IAS 11, elas serão tratadas de acordo com o Método da Porcentagem Completada
(Percentage of Completation- PoC).
Segundo o CPC 17, pelo Método, a receita do contrato de construção é confrontada com
os custos realizados à medida que os custos orçados são alcançados, o que ocasiona a
mensuração de receitas, despesas e lucro que são atribuídos ao percentual do trabalho
executado. O PoC nos fornece informação útil acerca da extensão da atividade e nos
possibilita a mensuração da receita o mais próximo possível da realidade ao longo do período
do contrato. A receita e os custos do contrato são reconhecidos na demonstração do resultado
nos períodos contábeis em que o trabalho for executado. No entanto, qualquer expectativa de
que o valor dos custos contratuais totais irão exceder o total das receitas contratuais, a perda
esperada deverá ser reconhecida no momento que for identificada.
Conforme Mota et al (2014), o IASB, para esclarecer o impasse acerca das receitas de
unidades imobiliárias em processo de construção e definir em qual norma contábil a operação
melhor se enquadra – IAS 18 ou IAS 11 –, emitiu a IFRIC 15 – Contratos de Construção do
Setor Imobiliário, traduzida no Brasil como ICPC 02.
De acordo com Freitas (2012) a ICPC 02 estabelece que o contrato de construção estará
no escopo da IAS 11 quando for possível que o contratante mude elementos estruturais do
projeto imobiliário antes do início da construção ou realizar mudanças relevantes após a obra
ter iniciado.
Freitas (2012) também aborda que existe 3 possibilidades de o contrato está em
conformidade com o CPC 30: como prestação de serviços; como venda de mercadorias com
repasse gradativo dos riscos e benefícios; e como venda de mercadorias com repasse dos
riscos e benefícios no momento da entrega do ativo.
22
A Figura 2 adaptada por Mota et al (2015), demonstra de forma simples as etapas para
identificar se um contrato terá sua receita reconhecida de acordo com o IAS 11 ou IAS 18:
Figura 02 - Árvore de decisão para aplicação da IFRIC 15
Fonte: Adaptado de Ernest & Young e FIPECAFI (2010) apud Mota et al (2015)
De acordo com Mota et al (2015), conforme observamos na Figura, se for possível
mudar a estrutura ou os “riscos, o controle e os benefícios” são transferidos quando o imóvel
está sendo construído, o contrato enquadrasse no IAS 11. No entanto, se a empresa contratada
não tiver a obrigação de fornecer os insumos para a construção, a operação classifica-se no
IAS 18 como serviço e as receitas serão mensuradas de acordo com o estágio de execução da
obra. Contudo, caso empresa contratada seja obrigada a fornecer insumos durante a execução
da obra, não transferindo os “riscos, o controle e os benefícios”, a transação enquadrasse no
IAS 18 como venda de mercadoria com receita reconhecida no momento da entrega das
chaves.
Freitas (2012) ressalta que apesar da IFRIC 15 definir as características para identificar
em qual norma contábil o reconhecimento da receita de um contrato de construção melhor se
23
enquadrava, ela não foi suficiente para esclarecer a aplicabilidade da IAS 11 ou IAS 18 para a
atividade de incorporação imobiliária no Brasil, o que tornou necessário a emissão da
Orientação OCPC 04- Aplicação da Interpretação técnica ICPC 02 as entidades de
incorporação imobiliária brasileiras.
2.2.2 Orientação Contábil OCPC 04 – Aplicação da Interpretação Técnica ICPC 02 às Entidades de Incorporação Imobiliária Brasileiras
Segundo Ernst & Young e FIPECAFI (2010) apud Mota et al (2015), a negociação de
unidades imobiliárias no nosso país diverge da negociação de outras jurisdições. Sendo que
grande parte das vendas são realizadas “na planta” e os clientes podem ter ou não influencia
sobre os projetos dos imóveis. Em outras situações, os clientes se responsabilizam a efetuar
pagamentos mensais as entidades responsáveis pelos empreendimentos que os concedem o
direito sobre um imóvel no futuro.
Esse fato gerou divergência de interpretações pelas empresas que atuavam na atividade
de incorporação imobiliária quanto as normas e práticas emitidas pelo IASB que deveriam ser
adotadas para a mensuração da receita de incorporação (SANTOS e SALOTTI, 2013).
Diante do exposto, o entendimento das incorporadoras foi que para a adoção das normas
contábeis internacionais, as entidades de incorporação deveriam mensurar a receita apenas
quando as chaves fossem entregues aos clientes, de acordo com o CPC 30 (SANTOS e
SALOTTI, 2013).
Objetivando sanar as discussões existentes no reconhecimento das receitas da atividade
de incorporação frente ao IAS 11, IAS 18 e IFRIC 15, levando em consideração as
características do mercado brasileiro e o seu ambiente jurídico, foi emitida a Orientação
Técnica OCPC 04 – Aplicação da Interpretação Técnica ICPC 02 às Entidades de
Incorporação Imobiliária Brasileiras, sem a existência de correlação com as normas
internacionais (FALCÃO; PINTO; NIYAMA ,2014).
Tabela 01 – Normas correlacionadas a OCPC 04
Norma Correlação as
Normas Internacionais
CVM- Comissão de Valores Mobiliários
CFC-Conselho Federal de
Contabilidade Escopo
OCPC 04
Não possui correlação
Deliberação 653/10
Resolução CFC Nº 1.317/10
Trata da aplicação da Interpretação Técnica ICPC 02 às Entidades de Incorporação Imobiliária Brasileiras.
Fonte: Dados da pesquisa
24
Segundo a Orientação “os riscos e benefícios” da atividade de incorporação são
repassados ao cliente durante a construção e o empreendimento só tem a responsabilidade
com os seus respectivos credores pois a Lei 4.591/64 deixa claro o entendendimento de que os
riscos e benefícios são transferidos conforme a execução da obra (MOTA et al, 2015), o que
reforça o enquadramento dessa atividade nos preceitos do IAS 11.
De acordo com a OCPC 04, a IFRIC 15, em suas “Basis for Conclusions” ressalta que
contratos em que os riscos e os benefícios são repassados durante a evolução da obra,
dificilmente são encontrados. Contudo, eles ocorrerem em alguns países. Esse é o caso do
Brasil em que o cliente obtêm mais que um direito de compra. Na verdade, ele está agregando
gradativamente valor a um ativo que lhe pertence.
Apesar do exposto, a aplicação da OCPC 04 pelas entidades que atuavam na atividade
de incorporação imobiliária no ano de 2010, ocasionou parágrafos de ênfase nos relatórios dos
auditores independentes, nos quais foram relatados que os conceitos de riscos e benefícios
aplicáveis a alienação de imóveis seriam revistos pelo International Financial Reporting
Interpretations Committee – IFRIC, o que poderia fazer com que as entidades tivessem que
rever as práticas contábeis inerentes a mensuração de receitas (MOTA et al, 2015).
Atualmente as empresas de auditoria ainda mencionam em parágrafos de ênfase a
aplicação da OCPC 04 pelas entidades de incorporação imobiliária. A solução para o impasse
virá com a adoção do novo padrão contábil emitido pelo IASB: IFRS 15 – Revenue from
Contracts with Customers.
2.2.2 Outras Normas Aplicadas a Atividade
A partir do trabalho de Silva et al (2014), identificamos outras normas que também
tiveram tratamento tributário introduzido pela lei 12.973/14, e que são aplicáveis as
incorporadoras de imóveis: CPC 01 – Redução ao Valor Recuperável de Ativo; CPC 06 –
Operações de Arrendamento Mercantil; CPC 12 – Ajuste a Valor Presente; CPC 15 –
Combinação de Negócios; CPC 20 – Custo de Empréstimo; CPC 27- Ativo Imobilizado; CPC
46 –Mensuração a Valor justo. Tais pronunciamentos serão melhor explicados na seção 2.3
O CPC 01 refere-se ao estabelecimento de procedimentos que serão adotados para que
os ativos não fiquem mensurados por valor superior ao seu valor recuperável.
Com relação ao CPC 06, o objetivo é o estabelecimento de políticas contábeis de
mensuração e evidenciação dos arrendamentos mercantis para arrendatários e arrendadores.
25
Já o CPC 15 trata de assuntos relacionados a qualidade da informação contábil acerca da
mensuração de ativos, passivos, participações societárias, ágio por expectativa de
rentabilidade futura na combinação de negócios, e ainda determina as informações que devem
ser divulgadas.
O CPC 20 aborda assuntos relacionados a custos de empréstimos atribuíveis a ativo
qualificável que pode ser um bem do ativo imobilizado ou o estoque.
Para o CPC 27 o objetivo é o estabelecimento de tratamento contábil para ativos
imobilizados de forma que os usuários das demonstrações possam discernir a informação
sobre o investimento da entidade e seus ativos imobilizados.
Por último, o CPC 46 visa o estabelecimento de uma base para definição, mensuração e
divulgação do Valor Justo.
2.2.3 Norma Futura com Impacto Relevante
Segundo a PWC (2011) apud Falcão, Pinto, Niyama (2014), os métodos de mensuração
de receita nos EUA (US-GAAP) – com diversas interpretações que podem causar
contabilizações distintas para as mesmas operações – diferem das IFRSs, que também tem
limitações para temas importantes. Portanto, ambos os padrões de mensuração de receita
tinham a necessidade de ser revisados.
Diante do exposto, em 28 de maio de 2014, o International Accounting Standards
Board (IASB), responsável pelo International Financial Reporting Standards (IFRS), e o
Financial Accounting Standards Board (FASB), responsável pelo US Generally Accepted
Accounting Principles (US GAAP), imitiram em conjunto um padrão convergente sobre o
reconhecimento das receitas de contratos com clientes – IFRS 15 Revenue from Contracts
with Customers com o objetivo de melhorar a informação financeira das receitas e a
comparabilidade da linha superior a nível global (IASB, 2014, tradução nossa).
A nova norma substitui o IAS 18, IAS 11 e interpretações relacionadas. As empresas
que utilizam as IFRSs serão obrigadas a aplicá-la a partir de 1 de Janeiro de 2017.
26
Tabela 02 – Normas que serão substituídas pela IFRS 15
Norma Internacional Correlação as Normas Emitidas pelo CPC
IAS 11 Construction Contracts CPC 17 Contratos de Construção
IAS 18 Revenue CPC 30 Receitas
IFRIC 13 Customer Loyalty Programmes Não possui correlação
IFRIC 15 Agreements for the Construction of Real Estate ICPC 02 Contrato de Construção do Setor Imobiliário
IFRIC 18 Transfers of Assets from Customers ICPC 11 Recebimento em Transferencia de Ativos dos Clientes
SIC-31 Revenue—Barter Transactions Involving Advertising Services
Não possui correlação
Fonte: Dados da pesquisa
O princípio fundamental da nova IFRS é orientar as empresas a reconhecerem a receita
visando a descrição da transferência dos bens ou serviços a clientes que reflitam o valor que a
empresa espera obter em troca. A IFRS 15 também irá resultar em divulgações mais
padronizadas sobre a receita e fornecer um direcionamento para as transações que não foram
anteriormente abordadas de forma abrangente (IASB,2014).
Segundo a KPMG ( 2014), os principais impactos da IFRS 15 serão: (a) as empresas
que atualmente utilizam o método do estágio de execução (PoC) precisarão reavaliar se
reconhecerão a receita com o passar do tempo ou em um momento especifico da transação de
venda ; (b) a mensuração da receita poderá ser acelerada ou diferida para transações com
múltiplos elementos cujos índices financeiros poderão ser afetados como também as
expectativas dos analistas, acordos de remuneração e cláusulas contratuais de “covenants”;
(c) algumas entidades terão que reavaliar os termos contratuais e práticas comerciais que
utilizam; (d) algumas entidades precisarão atualizar os sistemas de TI para capturar dados
adicionais exigidos pela nova norma; (e) novas estimativas e julgamentos serão necessários, o
que afetará o valor e o momento de reconhecimento da receita.
De acordo com Silva et al (2014), a lei 12.973/14 se antecipou em relação as alterações
que virão como a IFRS 15 e outras normas emitidas pelo IASB, pois estabelece em seu Art.
58 que tais normas não terão “implicação na apuração dos tributos federais até que a lei
tributaria regule a matéria”.
27
2.3 Tratamento tributário da Lei 12.973/14 consoante com as IFRSs
A Lei 12.973/14 realizou diversas alterações na legislação tributária afim de harmonizar
as práticas fiscais com as práticas societárias das entidades.
Sua entrada em vigor foi em 01/01/2015, no entanto, em seu Art. 75, permitiu as
empresas optarem pela aplicação das disposições contidas nos artigos 1º, 2º, e 4º ao 70º
antecipadamente para 01/01/2014.
Segundo Silva et al (2014), as modificações mais relevantes foram realizadas nas:
receitas; ajuste a valor presente (AVP); ajuste a valor justo (AVJ); arrendamento mercantil;
ativo imobilizado; investimentos em coligadas e controladas; e combinação de negócios.
Contudo, existe outras disposições que são consideradas importantes como a do § 3º do
Art. 27 do Decreto Lei Nº 1.598/77, adicionado pela Lei, que também atinge a atividade de
incorporação imobiliária.
Segundo o disposto, no caso de transações envolvendo permuta de unidades
imobiliárias, o valor do lucro bruto oriundo da avaliação a valor justo dos bens permutados
será considerado na apuração do lucro real das pessoas jurídicas permutantes quando a
unidade imobiliária recebida em permuta for vendida ou for classificada no ativo não
circulante.
A Lei 12.973/14 ainda dispôs, em seu Art. 64, que para as operações ocorridas até
31/12/2013, para os optantes da antecipação da Lei, ou até 31/12/2014, para os não optantes,
continuava a neutralidade tributária estabelecida pelo RTT, sendo que as empresas deveriam
realizar ajustes nas bases de cálculos dos impostos, a começar de 01/01/2014, para as
empresas que anteciparam a Lei, e em 01/01/2015, para as empresas não optantes.
De acordo com os Artigos 66 e 67, a diferença positiva ou negativa constatada em
31/12/2013, para as empresas optantes, ou em 31/12/2014, para as não optantes, entre o valor
de ativo ou passivo registrado conforme a Lei 6.404/76 e o valor reconhecido com base nos
métodos e critérios vigentes até 31/12/2007, deveriam ser considerados na apuração do lucro
real em 01/01/2014, para as optantes, ou em 01/01/2015, para as não optantes.
A exceção das disposições dos Artigos 66 e 67 foi possível apenas para as entidades que
controlassem tais diferenças em registro contábil por meio de subcontas relacionadas ao ativo
ou passivo.
O Artigo 72 trata da não incidência de tributos sobre os lucros ou dividendos
reconhecidos entre 2008 e 2013 com valores acima dos obtidos conforme os métodos e
critérios contábeis adotados até 31/12/2007.
28
Segundo a ABRASCA (2014) para as entidades que optaram pela antecipação dos
efeitos da Lei 12.973/14 para o ano calendário de 2014, todo o resultado distribuído foi
considerado isento de tributos. Já para as entidades não optantes, não foi concedido tal
benefício.
A seguir são expostas as principais alterações introduzidas pela Lei 12.973/14
objetivando a harmonização da praticas fiscais às práticas societárias das entidades.
A pesquisa bibliográfica foi realizada a partir das publicações de firmas de auditoria, da
análise da Lei e do trabalho realizado por Silva et al (2014).
2.3.1 Receitas
Segundo Hendriksen e Breda (2012), o momento de reconhecimento da receita sempre
gerou dúvidas na teoria contábil. O seu conceito está geralmente relacionado a regras
predefinidas ou estimativas para identificar o período em que ela será reconhecida, o que a
torna bastante complexa.
De acordo com Silva et al (2014), a nova definição de receita estabelecida pelo CPC 30
gerou incerteza na determinação do que poderia ser conceituado como receita e qual o
tratamento contábil adequado deveria receber. Existia grandes diferenças entre a receita
contábil e a receita bruta tributária, fato que poderia gerar um ambiente complexo em todo o
processo tributário.
Sendo assim, com o objetivo de sanar tais conflitos, a definição dada a receita bruta pela
Lei nº 12.973/2014 por meio do Art. 12 do Decreto-Lei nº 1.598/1977, tornou-a mais sucinta,
da forma que ficou mais direta o conceito de uma receita fiscal, que possui características
próprias e que pode não ser a mesma receita societária, mas utiliza uma definição universal na
apuração tributária para o lucro real, lucro presumido ou arbitrado (SILVA et al,2014).
A KPMG (2014) define o novo conceito de receita bruta como: (1) o resultado da venda
de bens nas operações de conta própria; (2) o preço da prestação de serviços em geral; (3) os
resultados auferidos nas operações de conta alheia; e (4) as receitas da atividade ou do
objetivo principal da pessoa jurídica não compreendidas nos itens 1 a 3, já citados. São
incluídos os impostos sobre a receita como também os valores oriundos do ajuste a valor
presente.
Já a receita liquida, a partir de alterações introduzidas pela Lei 12.973/2014, é definida
no Art. 12, § 1º do Decreto Lei 1.598/77, como a receita bruta diminuída das:
a) Devoluções e vendas canceladas;
29
b) Descontos concedidos incondicionalmente;
c) Tributos sobre ela incidentes;
d) E valores decorrentes do ajuste a valor presente de que trata o inciso VIII do
caput do art. 183 da Lei 6.404/76 das operações vinculadas à receita bruta.
Vale salientar que os montantes originários do ajuste a valor presente só serão
considerados na determinação do lucro real no momento em que o resultado é apurado e
oferecido ao fisco para fins tributários (KPMG, 2014).
Para Silva et al (2014), a Lei 12.973/2014 ampliou o alcance e a definição de receita
bruta aperfeiçoando o dispositivo tributário, o que eliminará divergências que possam existir
no futuro referente a determinadas classificações no âmbito tributário.
2.3.2 Ajuste a Valor Presente (AVP)
Para Iudícibus et al (2010), sempre existiu no Brasil a dificuldade em mensurar o valor
dos ativos e passivos quando se tratavam de operações de longo prazo devido aos juros
presentes no negócio. No entanto, com o processo de convergência as normas internacionais,
foi inserido na legislação Brasileira o conceito de Ajuste a Valor Presente.
Segundo o CPC 12- Ajuste a Valor Presente, o AVP e o Ajuste a Valor Justo serão em
alguns casos a mesma coisa, contudo, eles não são sinônimos. O AVP trata de assuntos
relacionados ao valor dos ativos ou passivos em confronto com o tempo. Sendo assim, ele
torna possível a “análise e a tomada de decisões econômicos” eficientes.
Conforme Machado e Varela (2011) a Lei das Sociedades Anônimas, nos artigos 183 e
184, dispõe sobre a obrigatoriedade de as entidades ajustarem os seus ativos e passivos de
longo prazo a valor presente. A Lei também determina o ajuste nas contas de curto prazo
quanto estes forem materiais.
De acordo com Silva et al (2014) o AVP tem como intuito diminuir as discrepâncias
existentes nos demonstrativos financeiros das entidades causadas pelos juros presentes nos
montantes dos negócios efetuados a prazo, o que torna as empresas comparáveis entre si, quer
atuem a vista; quer atuem a prazo.
Iudicíbus et al (2010) reforça o argumento de que o AVP transforma a informação
repassada pelos demonstrativos financeiros mais próximas da realidade. “Se tais informações
são registradas de modo oportuno, também contribuirão para o aumento do grau de relevância
das demonstrações contábeis”. (IUDICÍBUS et al. 2010, p. 106). Contudo, as estimativas e
30
julgamentos devem ser utilizados de forma criteriosa para não comprometer a confiança dos
relatórios contábeis.
Segundo Silva et al (2014), com o intuito de neutralizar os efeitos tributários do Ajuste
a Valor Presente, a Lei nº 12.973/2014 realizou diversas modificações na legislação fiscal do
IRPJ, CSLL, PIS/Pasep e COFINS.
De acordo com a KPMG (2014), os ajustes referentes ao AVP relativos a cada operação
apenas deverão ser levados para a apuração do lucro real no momento em que: (a) o bem
adquirido a prazo para revenda seja vendido, desde que controlado em subconta contábil; (b)
o ativo adquirido a prazo para ser usado como insumo na produção de bens ou de serviços,
seja utilizado, desde que controlado em subconta; (c) o bem adquirido a prazo for realizado
por meio de depreciação, amortização, exaustação, alienação ou baixa, no caso de não está
classificado nas alíneas citadas acima, desde que controlado em subconta, e; (d) quando a
despesa ou o custo adquirido a prazo forem realizados.
2.3.3 Avaliação a Valor Justo (AVJ)
Conforme o CPC 46 (Mensuração a Valor Justo), o Valor Justo é uma classificação com
base nas “forças de mercado” em que os ativos e passivos são estimados pelo preço que
seriam vendidos ou transferidos na data de mensuração do balanço em uma transação não
forçada entre participantes de determinado negócio.
De acordo com Alexander, Bonaci e Mustata (2012), uma parte significativa dos
estudos sobre valor justo teve como propósito educar as decisões politicas e o publico em
geral a respeito do seu potencial impacto sobre os investimentos e os beneficios trazidos para
os investidores que necessitam de informações precisas, tempestivas e comparáveis entre
empresas e de posições diferentes (tradução nossa).
O valor justo exige uma disciplina importante no processo de mensuração contábil pois
os ganhos e perdas são reconhecidos quando eles ocorrem, e não quando eles são realizados
(ALEXANDER; BONACI ; MUSTATA, 2012).
Para Christensen e Nikolaev ( 2012) existe um debate político sobre a mensuração dos
itens patrimonias a valor justo ou custo historio, sendo que o estabelecimento de estimativas
confiáveis representam um barreira para o valor justo(tradução nossa).
A Lei 12.973/14, semelhante ao tratamento dado ao Ajuste a Valor Presente, buscou
neutralizar os efeitos tributários da Avaliação a Valor Justo – AVJ no Brasil, criando um
controle através de subcontas nos registros contábeis do contribuinte, relacionadas às contas
representativas do ganho ou da perda originários da AVJ (SILVA et al,2014).
31
Conforme a KPGM (2014), com os dispositivos da Lei, a perda ou ganho oriundos do
AVJ deverão ser controlados em subcontas contábeis e serão considerados na apuração do
lucro real a medida em que o ativo ou passivo for realizado. Caso o ganho não seja
evidenciado em subcontas, ele será tributado. Já a perda, na ausência do controle, não será
dedutível da base de cálculo do IRPJ e CSLL.
2.3.4 Imobilizado
Segundo Iudicícibus et al (2010), o conceito de ativo imobilizado é definido na
legislação brasileira por meio do Art. 179 da Lei 6.404/76 em que a entidade deverá possuir
“os benefícios, os riscos e o controle” do bem:
IV – no ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle desses bens (Brasil, Lei 6.404/76).
Iudicícibus et al (2010) reforça que quando a empresa tem o controle sobre certo bem
imobilizado, e que detenha os riscos e benefícios da propriedade, deve registra-lo em seu
patrimônio. Nesses casos, a propriedade legal não é obrigatória para permitir que a entidade
registre o bem no seu ativo, porque ela já usufrui dos “benefícios econômicos” oriundos do
seu uso.
A Lei 12.973/14, segundo Silva et al (2014), realizou alterações na legislação para
abordar aspectos inerentes aos custos de empréstimos, custos de desmontagem, perda por
desvalorização e depreciação dos bens.
Os custos de empréstimos são regulados pela norma contábil CPC 20 – Custo de
Empréstimos.
De acordo com o CPC, tais custos são encargos financeiros que estão presentes nas
operações de empréstimos inerentes a aquisição ou construção de um ativo que leva um
tempo considerável para ficar disponível para uso ou venda.
De acordo com Silva et al (2014) foram identificados disposições da Lei 12.973/14
referente aos custos com empréstimos, no Art. 2º, que fez alterações no decreto 1.598/77, para
que os juros e outros encargos decorrentes de empréstimos sejam incorporados ao valor do
ativo imobilizado quando estiverem relacionados a esse grupo e permitiu a exclusão de tais
encargos do reconhecimento do lucro real do período em que são incorridos.
32
Os custos de desmontagem e a depreciação de bens são tratados no CPC 27 – Ativo
Imobilizado. O custo de desmontagem é a previsão de um desembolso de caixa futuro para
reparar danos causados pela utilização do ativo imobilizado em determinado local. O valor é
agregado ao custo do ativo imobilizado ajustado ao valor presente da obrigação. Já com
relação a depreciação, o CPC recomenda que o valor residual e o tempo estimado de vida de
um bem sejam revistos pelo menos uma vez ao ano. A revisão trará como consequência
alterações nas taxas de depreciação dos itens.
Silva et al (2014) cita em seu trabalho que o custo de desmontagem foi abordado nos
Art. 54 e 55, visando a proibição da apuração de créditos de PIS e Cofins não-cumulativos
sobre os custos de desmontagens de bens do ativo imobilizado. O Art. 45 ainda dispõe que os
custos de desmontagem sobre determinado item do ativo imobilizado somente serão
deduzidos da apuração do IRPJ e da CSLL quando da sua realização.
Com relação a depreciação, Silva et al (2014) comenta que o tratamento ficou sob a
responsabilidade do Art. 40, que regulamentou a exclusão da apuração do IRPJ e da CSLL do
resultado da diferença entre a depreciação societária e a depreciação fiscal, quando a primeira
for menor.
Para a perda por desvalorização, a definição ficou sob a responsabilidade do CPC 01 –
Redução ao Valor Recuperável de Ativos: “é o maior montante entre o seu valor justo líquido
de despesa de venda e o seu valor em uso”.
Uliano, Doná e Gonçalves (2014) exemplificam que a redução ao valor recuperável tem
como objetivo mensurar os itens do imobilizado ao valor mais próximo possível de retorno
financeiro que se espera do bem. Quando o registro contábil for superior ao seu valor
recuperável, deve-se reconhecer uma perda para ajusta-lo, caso o oposto ocorra, não haverá
ganho. Nesse caso, apenas a reversão de perdas já constituídas é permitida.
Segundo Silva et al (2014), a perda por desvalorização foi tratada no Art. 32 que proibiu
a sua dedução para fins tributários sendo que a dedutibilidade só será permitida quando o
ativo for realizado.
2.3.5 Arrendamento Mercantil
Segundo o CPC 06 – Operações de Arrendamento Mercantil, o arrendamento mercantil
pode ser considerado como um contrato em que há transferência, pelo arrendador, ao
arrendatário, da permissão para utilizar um ativo por determinado tempo. Sendo que o
arrendamento pode ser classificado em financeiro, quando ocorre o repasse dos riscos e
33
benefícios relacionados à posse do bem, e operacional, em que os riscos não são transferidos
ao arrendatário.
De acordo com Iudícibus et al (2010), anteriormente a Lei 11.638/07, o arrendamento
mercantil operacional e financeiro eram tidos como despesa de aluguel. Não existia o
reconhecimento de qualquer obrigação ou direto relacionado ao bem arrendado. No entanto, a
Lei 6.404/76 no inciso IV, Art. 179, introduzido pela Lei 11.638/07, passou a dar nova
definição ao ativo imobilizado.
Conforme Ribeiro, Reis e Pinheiro (2013), para o arrendamento mercantil operacional,
não houve mudanças e os métodos contábeis aplicados continuaram os mesmos. Contudo, o
arrendamento financeiro, por se enquadrar no novo conceito de ativo – “transferência de
benefícios, riscos e controle” –, passou a ser reconhecido como imobilizado das entidades.
Ressalta-se que, em meio ao processo de internacionalização da contabilidade brasileira,
o novo tratamento oferecido as operações de arrendamento mercantil criaram inconsistências
na legislação tributária até então vigente (SILVA et al,2014).
Segundo a PWC (2014), mediante as disposições da lei 12.973/2014, quando o
arrendamento for financeiro, ele trará como consequência a inclusão da contraprestação paga
na base de cálculo do PIS e da COFINS da arrendadora. Como consequência, as entidades
sujeitas ao regime não-cumulativo, obterão créditos proporcionalmente ao valor dos
pagamentos efetuados durante a vigência do contrato de arrendamento.
A partir do trabalho de Silva et al (2014) foi possível identificar as disposições da Lei
12.973/14 para o arrendamento mercantil: o Art. 2º e 9º fizeram alterações no Decreto-Lei
1.598/77 e Lei 9.249/95 objetivando proibir o computo dos encargos com depreciação,
amortização ou exaustão originários de bens de arrendamento mercantil, no cálculo da base
dos impostos sobre o lucro; o Art. 47 tornou possível a dedução da contraprestação do
arrendamento mercantil financeiro da base de cálculo do IRPJ e CSLL da arrendatária; já os
Art. 53, 54 e 55 proibiram o uso do credito oriundo da depreciação para apuração do PIS e
Cofins não-cumulativo.
2.3.6 Mais Valia, Menos Valia, Goodwill e Compra Vantajosa
De acordo com Silva et al (2014) a mais ou menos valia, o goodwill e o ganho por
compra vantajosa são os elementos de maior relevância fiscal com relação aos investimentos
em coligadas e controladas.
34
Iudicibus et al (2014) define mais valia como o resultado da diferença entre o valor
justo dos ativos líquidos e o valor contábil do patrimônio líquido da investida. Já o goodwill, é
a diferença entre o valor desembolsado e o valor justo dos ativos líquidos.
Silva et al (2014) cita que a menos valia, ao inverso da mais valia, acontece quando o
valor justo dos ativos líquidos é menor do que o valor contábil do investimento. Já o ganho
por compra vantajosa, é o resultado da diferença negativa entre o custo de aquisição e valor
justo do patrimônio líquido.
O goodwill, Segundo Hendriksen e Breda (2012), é tido como o bem incorpóreo mais
importante por grande parte das entidades. Sua mensuração é complexa e tem despertado o
interesse das empresas.
Abeysekera (2012) reforça tal entendimento afirmando que o goodwill tem sido um
tema de grande discussão em todo o mundo. Ele está ganhando importância como elemento
das demonstrações financeiras. Quanto maior o seu valor nas demonstrações da entidade,
maior a necessidade de conhecer o seu significado, suas causas de mudança e seus efeitos. O
goodwill atrai o interesse de investidores, auditores e outros usuários da inofrmação contábil,
por isso a importancia de compreendê-lo e estabelecer métodos apropriados de avaliação
(tradução nossa).
O ganho por compra vajosa, segundo o CPC 15 – Combinação de Negócios, deve ser
mensurado de forma adequada. É preciso rever se os ativos e passivos foram todos
considerados e mensurados adequadamente na apuração do ganho afim de assegurar que a
transação demonstre todos os fatos.
Silva et al (2014) aborda que a lei 12.973/14 alterou o Decreto-Lei Nº 1.598/77, dando
tratamento tributário para a mais ou menos, o goodwill, e o ganho por compra vantajosa afim
de especificar: a determinação da separação do valor pago na aquisição de um investimento
em controlada ou coligada em goodwill, mais ou menos valia; determinar o controle em
subcontas da mais valia, da menos valia e do goodwill; a definição dos procedimentos para a
baixa da mais valia ou menos valia, caso o investimento seja avaliado a valor justo; a
proibição na apuração do lucro real da redução da mais valia, menos valia e do goodwill;
permissão para que os valores da mais ou menos valia e do goodwill sejam computados na
apuração do resultado quando da realização do investimento; e o valor do goodwill poderá ser
excluído da base de cálculo do lucro real na razão de 1/60 (um sessenta avos) por mês.
Silva et al (2014) ressalta que o ganho por compra vantajosa, semelhante ao goodwill,
será considerado na apuração do lucro real na razão de 1/60 (um sessenta avos) por mês, e
será tributado ainda pelo PIS e pela COFINS no regime não cumulativo.
35
Segundo § 1º do Art. 22, em seu inciso I, o contribuinte não poderá excluir o valor do
goodwill da determinação do lucro real caso o laudo elaborado por perito independente
atestando o seu valor não seja feito. Entretanto, a disposição não se aplica para aquisições de
investimentos societários até 31 de dezembro de 2013, para optantes pela antecipação dos
efeitos da Lei, ou até 31 de dezembro de 2014, para os não optantes.
36
3 METODOLOGIA
A metodologia utilizada na investigação é, em suma, a parte mais importante do
trabalho, já que é por meio dessas informações que outro pesquisador poderá ou não
reproduzí-lo ou contestá-lo (ACEVEDO e NOHARA, 2013).
Nesse contexto, para melhor evidenciação, a seção de metodologia foi dividida em 3
partes: Epistemologia da Pesquisa; Universo, População e Amostra; e Técnicas para
Tratamento e Coleta dos Dados.
3.1 Epistemologia da Pesquisa
Visando anteder o que foi proposto nos objetivos gerais e específicos, utiliza-se a
pesquisa descritiva conforme definida por Acevedo e Nohara (2013) como sendo utilizada
pelo pesquisador para (1) descrever as características de determinado grupo; (2) estimar a
proporção dos elementos de um universo que apresente traços ou comportamentos de
interesse do pesquisador e (3) descobrir ou assimilar as relações entre os constructos
envolvidos no fenômeno em questão.
Nesse sentido, a pesquisa visa descrever e analisar a Disclousure das práticas
introduzidas pela Lei 12.973/14 nas demonstrações financeiras das entidades que exercem a
atividade de incorporação imobiliária, em consonância com as práticas societárias das
atividades adotadas pelas companhias.
Segundo Acevedo e Nohara (2013), a metodologia deve ainda fazer uso de um
delineamento com o objetivo de especificar qual é o planejamento da investigação através das
decisões sobre quais métodos de pesquisa serão utilizados na coleta dos dados e de que forma
eles serão analisados.
A pesquisa em questão toma como pressuposto o levantamento bibliográfico, que
“consiste na busca de estudos anteriores que já foram produzidos por outros cientistas e que
geralmente são publicados em livros ou artigos científicos (ACEVEDO e NOHARA, 2013,
p.73)” e o registro de arquivos que “utilizam-se da análise de dados coletados anteriormente
para outras finalidades que não o estudo em questão.(ACEVEDO e NOHARA, 2013, p.73)”.
O trabalho tem ainda caráter quantitativo. Richardson (2008) enfatiza que a metodologia
quantitativa utiliza a “quantificação” por meio de técnicas desde as mais simples, como
percentual, a uma abordagem mais complexa.
37
3.2 Universo da Pesquisa
O universo da pesquisa é constituído por empresas que atuam na atividade de
incorporação imobiliária listadas na BM&FBOVESPA, ou seja, todas de capital aberto.
Foram identificadas 19 companhias que atuam no ramo, sendo 3 listadas no segmento
Tradicional, 1 empresa BDR (Brazilian Depositary Receipts), certificados de depósitos
negociados no Brasil, com lastro em valores mobiliários de empresas estrangeiras, e 15
atuantes no Novo Mercado –NM, segmento no qual as empresas só podem emitir ações
ordinárias – ações com direito a voto – e atuam no mais elevado padrão de Governança
Corporativa.
Tabela 03 – Empresas de incorporação imobiliária listadas na BM&FBOVESPA
ORDEM RAZÃO SOCIAL NOME NO PREGÃO SEGMENTO
1 BROOKFIELD INCORPORAÇÕES S.A. BROOKFIELD Tradicional
2 CONSTRUTORA ADOLPHO LINDENBERG S.A. CONST A LIND Tradicional
3 CR2 EMPREENDIMENTOS IMOBILIARIOS S.A. CR2 NM
4 CYRELA BRAZIL REALTY S.A.EMPREEND E PART CYRELA REALT NM
5 DIRECIONAL ENGENHARIA S.A. DIRECIONAL NM
6 EVEN CONSTRUTORA E INCORPORADORA S.A. EVEN NM
7 EZ TEC EMPREEND. E PARTICIPACOES S.A. EZTEC NM
8 GAFISA S.A. GAFISA NM
9 HELBOR EMPREENDIMENTOS S.A. HELBOR NM
10 JHSF PARTICIPACOES S.A. JHSF PART NM
11 JOAO FORTES ENGENHARIA S.A. JOAO FORTES Tradicional
12 MRV ENGENHARIA E PARTICIPACOES S.A. MRV NM
13 PDG REALTY S.A. EMPREEND E PARTICIPACOES PDG REALT NM
14 RODOBENS NEGOCIOS IMOBILIARIOS S.A. RODOBENSIMOB NM
15 ROSSI RESIDENCIAL S.A. ROSSI RESID NM
16 TECNISA S.A. TECNISA NM
17 TGLT S.A TGLT BDR
18 TRISUL S.A. TRISUL NM
19 VIVER INCORPORADORA E CONSTRUTORA S.A. VIVER NM
Fonte: Dados da pesquisa
Das empresas listadas, a TGLT S.A, constituída sob as leis da Argentina, foi excluída
da análise por atuar apenas no mercado de exploração e desenvolvimento imobiliário
38
residencial Argentino e Uruguaio, portanto, não está sujeita a legislação fiscal brasileira. O
estudo foi efetuado com as 18 companhias restantes.
3.3 Técnicas de Coleta e Tratamento dos Dados
Na pesquisa, obteve-se por meio do sitio eletrônico http://www.bmfbovespa.com.br as
notas explicativas de todas as empresas objeto do estudo, excluindo apenas a TGLT S.A por
não exercer a atividade no Brasil, conforme especificado anteriormente.
Foram lidas ao todo 54 notas explicativas referente aos demonstrativos de 31/12/2014,
31/03/2015 e 30/06/2015 com intuito de identificar a evidenciação dos efeitos nas
demonstrações das companhias da Lei 12.973/14.
Para 31/12/2014, foram utilizadas as notas explicativas referente aos demonstrativos
anuais por fornecerem mais informações. Já para 2015, devido ao demonstrativo anual ainda
não ter sido divulgado, utilizou-se as notas explicativas das demonstrações intermediárias de
31/03/2015 e 30/06/2015 que foram divulgadas até a data da pesquisa.
Os dados obtidos a partir da leitura das notas explicativas foram tratados em planilhas
eletrônicas Excel e calculados os percentuais dos itens divulgados.
4 RESULTADOS
4.1 Evidenciação da Adoção da Lei 12.973/14
De acordo com a FIPECAFI (2014), as “demonstrações contábeis (ou relatório contábil-
financeiro de propósito geral...,)” tem como objetivo o fornecimento de informações úteis e
relevantes as partes interessadas.
Dalmácio (2009) reforça que as divulgações de determinados fatos são importantes e
devem ser comunicados ao mercado, pois podem modificar a tomada de decisão dos
“analistas e/ou investidores”. As companhias, para permitir o acesso do público a tais fatos,
comprometem-se com custos de divulgação. Contudo, há a perspectiva de que os benefícios
que virão com a divulgação sejam superiores aos custos para divulgá-la.
Nesse sentido, as companhias poderiam divulgar nos seus relatórios de 31/12/2014 a
opção (OP), não opção (Ñ OP) ou não informar (Ñ INF) a respeito da antecipação da Lei
12.973/14.
Nesse contexto, caso as companhias optassem pela antecipação, a neutralidade tributaria
estabelecida pelo RTT vigeria até 31/12/2013 e as entidades teriam que efetuar ajustes na
39
contabilidade e considerá-los na apuração do lucro real em 01/01/2014. Os ajustes não seriam
tributados apenas se as companhias controlassem as diferenças em registro contábil por meio
de subcontas relacionadas ao ativo ou passivo ajustado.
O benefício da antecipação dos efeitos da Lei resume-se na isenção tributária em 2014
para resultados apurados com valores superiores aos métodos e critérios contábeis vigentes
até 31/12/2007.
Na leitura das notas explicativas, conforme tabela 04, identificamos que 88,89% das
companhias divulgaram a não opção, 5,56% optaram pela antecipação, e os outros 5,56%, 1
empresa, a RODOBENS, não apresenta qualquer tipo de informação a respeito do novo
diploma legal nem dos seus efeitos.
Tabela 04 – Informação a respeito da adoção antecipada dos efeitos da lei 12.973/14
Empresa OP Ñ OP Ñ INF Data Base Data
Divulgação Dias
Divulgação
CONST. ADOLPHO X 31/12/2014 27/02/2015 58
GAFISA S.A. X 31/12/2014 27/02/2015 58
MRV ENGENHARIA X 31/12/2014 05/03/2015 64
JHSF X 31/12/2014 12/03/2015 71
CR2 X 31/12/2014 16/03/2015 75
DIRECIONAL X 31/12/2014 16/03/2015 75
EVEN X 31/12/2014 16/03/2015 75
EZ TEC X 31/12/2014 18/03/2015 77
PDG REALTY S.A. X 31/12/2014 18/03/2015 77
CYRELA X 31/12/2014 19/03/2015 78
RODOBENS X 31/12/2014 19/03/2015 78
ROSSI X 31/12/2014 19/03/2015 78
TRISUL S.A. X 31/12/2014 19/03/2015 78
TECNISA S.A. X 31/12/2014 23/03/2015 82
HELBOR X 31/12/2014 24/03/2015 83
BROOKFIELD X 31/12/2014 27/03/2015 86
JOAO FORTES X 31/12/2014 31/03/2015 90
VIVER X 31/12/2014 31/03/2015 90
1 16 1 18
5,56% 88,89% 5,56% 100%
Fonte: Dados da pesquisa
A ROSSI informa que a adoção foi antecipada apenas para algumas empresas do grupo
com base em critérios da administração da companhia.
Para a CR2, a administração entendeu que a antecipação dos efeitos da lei 12.973/14
não traria nenhum benefício fiscal. Já a GRAFISA realizou analise e não identificou efeitos
tributários materiais, por isso não optou pela antecipação.
As demais companhias que não optaram, informaram em suas notas explicativas que
foram realizados estudos sobre os efeitos que poderiam vir da aplicação das disposições da lei
12.973/14 antecipadamente, e concluíram que a adoção ocorreria a partir de 01/01/2015.
40
Segundo Monte-Mor e Araújo (2015), se a companhia avaliou os efeitos que virão com
“opção(não opção)” e que eles sejam benéficos para a entidade, ela informa ao público,
porque acredita que o retorno superará o custo da divulgação. Caso a sinalização não ocorra, a
companhia pode não esperar benefícios e os efeitos podem ser negativos.
Depreende-se então que a RODOBENS, pertencente ao segmento do Novo Mercado, a
única a não informar a respeito da opção (não opção), pode ter impactos negativos em suas
demonstrações financeiras.
4.2 Divulgação sobre a Receita
Para as evidenciações sobre as bases para reconhecimento da receita, o objetivo foi
tentar identificar a divulgação de possíveis efeitos da Lei 12.973/14.
Constatamos que para o reconhecimento da receita de unidades em processo de
construção, todas as companhias divulgaram que adotam o POC. No entanto, para a receita de
unidades já concluídas, foi identificado que as companhias divulgam que o reconhecimento
ocorre de acordo com a descrição do CPC 30 para venda de bens em que há a transferência
dos riscos, benefícios e controle (CPC 30); no momento que a venda é efetivada (V. EF) o que
não deixa claro se os riscos e o controle são repassados ao comprador, e não informam os
critérios para reconhecimento da receita de unidades concluídas (N.INF).
41
Tabela 05 – Reconhecimento da receita contábil de unidades concluídas
31/12/2014 31/03/2015 30/06/2015
EMPRESA Item 14
CPC 30
N.INF V. EF Item 14
CPC 30
N.INF V. EF Item 14
CPC 30
N.INF V. EF
BROOKFIELD X X X
CONST. ADOLPHO
X X X
CR2 X X X
CYRELA X X X
DIRECIONAL X X X
EVEN X X X
EZ TEC X X X
GAFISA S.A. X X X
HELBOR X X X
JHSF X X X
JOAO FORTES X X X
MRV ENGENHARIA
X X X
PDG REALTY S.A. X X X
RODOBENS X X X
ROSSI X X X
TECNISA S.A. X X X
TRISUL S.A. X X X
VIVER X X X
6 1 11 6 1 11 6 1 11
33,33% 5,56% 61,11% 33,33% 5,56% 61,11% 33,33% 5,56% 61,11%
Total 18 18 18
% 100% 100% 100%
Fonte: Dados da pesquisa
Foi identificado que 33,33% das companhias divulgaram os critérios do CPC 30 para o
reconhecimento da receita da venda de bens, 5,56%, uma empresa, a CONSTRUTORA
ADOLPHO, não informa sobre as suas bases para o reconhecimento da receita de unidades
concluídas e ,61,11%, informam que a receita é reconhecida no momento em que a venda é
efetivada.
Os resultados, conforme observa-se na tabela, mantiveram-se constantes para os
demonstrativos de 31/12/2014, 31/03/2015 e 30/06/2015.
A BROOKFIELD descreve que a mensuração da receita na venda de unidades
imobiliárias concluídas é reconhecida quando são satisfeitas as condições: (1) de transferência
ao cliente dos “riscos e benefícios” relacionados a propriedade dos imóveis; (2) a companhia
não mantem envolvimento continuado na gestão das unidades vendidas; (3) a receita puder
ser mensurada com confiabilidade; (4) for possível que os benefícios econômicos associados a
transação fluam para a companhia ; (5) e os custos incorridos ou a serem incorridos
relacionados a transação puderem ser mensurados com confiabilidade. Já A DIRECIONAL,
42
GAFISA, HELBOR, EVEN e VIVER evidenciaram que o resultado foi apropriado no
momento em que os riscos e benefícios mais significativos inerentes à propriedade foram
transferidos – uma informação mais resumida do CPC 30.
A CR2, CYRELA, EZ TEC, JHSF, JOÃO FORTES, MRV, PDG, ROODOBENS,
ROSSI, TECNISA e TRISUL evidenciaram que reconhecem a receita no momento em que a
venda é efetivada, independentemente do prazo de recebimento do valor contratual, o que não
deixa claro se os critérios para reconhecimento da receita de venda de bens estabelecidos no
CPC 30 estão sendo atendidos.
Não existe evidenciações sobre a Lei 12.973/14 nas bases de reconhecimento da receita
societária e tributaria das companhias.
A ausência de evidenciações pode ser justificada pelo fato da receita tributária inerente
a alienação de imóveis ser mensurada com base no regime de caixa.
Na alienação à vista de imóveis concluídos, Martins (2009) destaca que não existe
diferença entre o “regime de caixa ou de competência”, pois os dois ocorrem no mesmo
momento. Contudo, nas vendas a prazo de imóveis em processo de construção, a receita
tributária poderá ser reconhecida proporcionalmente as contraprestações recebidas.
Sendo assim, existe um distanciamento entre o novo conceito de receita tributária
introduzido pela Lei e a receita tributária efetivamente utilizada na atividade.
4.3 Imobilizado
Para as evidenciações sobre as bases para mensuração do ativo imobilizado, semelhante
aos objetivos da receita, tentamos identificar a divulgação de possíveis efeitos da Lei
12.973/14 relacionados a revisão da vida útil, custos com empréstimos, custos estimados de
desmontagem e redução ao valor recuperável de ativos.
Na análise das notas explicativas, para os demonstrativos de 31/12/2014, foi
identificado que 100,00% das companhias divulgaram a aplicação do valor recuperável
(RVR) sobre seus ativos imobilizados, 83,33% evidenciaram a aplicação da revisão da vida
útil dos bens (RVU).
Para 31/03/2015, 66,67% das entidades divulgaram a aplicação do valor recuperável e
44,44% divulgaram que aplicam a revisão da vida útil, 22,22% não tem informação sobre a
RVU ou RVR.
43
Para 30/06/2015, 50% das companhias divulgaram a aplicação do valor recuperável
sobre seus ativos imobilizados, 38,89% evidenciaram a aplicação da revisão da vida útil dos
bens e 22,22% não tem informação sobre as variáveis identificadas.
Tabela 06 – Evidenciação sobre os procedimentos de avaliação do imobilizado
31/12/2014 31/03/2015 30/06/2015
EMPRESA RVR RVU Ñ INF. RVR RVU Ñ INF. RVR RVU Ñ INF.
BROOKFIELD X X X x x X
CONST. ADOLPHO X X x
CR2 X X X x x X
CYRELA X X X X
DIRECIONAL X X X x x X
EVEN X X X X
EZ TEC X X X X
GAFISA S.A. X X X X
HELBOR X X X X
JHSF X X X
JOAO FORTES X X X X
MRV ENGENHARIA X X X X
PDG REALTY S.A. X X X x X X
RODOBENS X X X x
ROSSI X X X X
TECNISA S.A. X X X x X X
TRISUL S.A. X X X
VIVER X X x X
18 15 12 8 4 9 7 4
100,00% 83,33% 0,00% 66,67% 44,44% 22,22% 50,00% 38,89% 22,22%
Total 18 18 18
Fonte: Dados da pesquisa
Não foram constatadas evidenciações sobre efeitos da lei 12.973/14 nas notas
explicativas inerentes ao ativo imobilizado tampouco sobre custos de empréstimos ou custos
estimados de desmontagem.
4.4 Evidenciação sobre a IFRS 15
Sobre a evidenciação da IFRS 15, as variáveis analisadas foram a divulgação (DIV) ou
não divulgação (N DIV) de informações a respeito da nova norma Contábil.
O objetivo foi identificar se as companhias esperam impactos materiais com a entrada
em vigor da nova norma contábil a partir de sua vigência que modificará a forma de
reconhecimento da receita.
44
Tabela 07 – Evidenciação sobre a IFRS 15
31/12/2014 31/03/2015 30/06/2015
EMPRESA DIV N DIV DIV N DIV DIV N DIV
BROOKFIELD X X X
CONST. ADOLPHO
X X X
CR2 X X X
CYRELA X X X
DIRECIONAL X X X
EVEN X X X
EZ TEC X X X
GAFISA S.A. X
X X
HELBOR X X X
JHSF X X X
JOAO FORTES X X X
MRV ENGENHARIA
X X X
PDG REALTY S.A. X X X
RODOBENS X X X
ROSSI X X X
TECNISA S.A. X X X
TRISUL S.A. X X X
VIVER X X X
18 13 5 15 3
100,00% 0,00% 72,22% 27,78% 83,33% 16,67%
Total 18 18 18
% 100% 100% 100%
Fonte: Dados da pesquisa
Para os demonstrativos de 31/12/2014, 100% das companhias divulgaram informações a
respeito da nova norma.
A BROOKFIELD e a CYRELA informaram que a administração da companhia estava
avaliando os impactos da IFRS 15 e não haviam concluído quanto aos efeitos em suas
demonstrações financeiras, nem quanto a opção ou não da adoção antecipada da norma.
Já a ADOLPHO, EVEN, EZ TEC e TECNISA divulgaram que a administração está
aguardando a edição dos correspondentes normativos pelo CFC e CVM para análise dos
possíveis efeitos em suas demonstrações contábeis.
A GAFISA, JOAO FORTE, MRV, PDG, RODOBENS, TRISUL, DIRECIONAL, CR2,
JHSF e a HELBOR informaram que estavam sendo feitos estudos sobre os impactos nas
demonstrações financeiras e ainda não haviam concluído suas análises.
A ROSSI informa que avaliou a IFRS mais não deixa claro se espera impactos ou não
para a sua adoção. Já a VIVER, informa em um campo que não espera ter impactos, e em
outro que está avaliando os possíveis efeitos, o que causa dúvida na interpretação.
45
Para os demonstrativos intermediários de 31/03/2015, 72,22% das companhias
evidenciaram a IFRS 15 sendo que a ADOLPHO, CYRELA, TECNISA e EZ TEC
divulgaram que a administração está aguardando a edição dos correspondentes normativos
pelo CFC e CVM para análise.
A DIRECIONAL, MRV, PDG, ROODOBENS, TRISUL, VIVER, JHSF informam que
estão avaliando os impactos e a CR2 não espera ter impactos da adoção desta norma em suas
demonstrações contábeis. Já a ROSSI, informa que avaliou a IFRS, mais não deixa claro se
espera impactos.
Para os demonstrativos de 30/06/2015 83,33% das companhias evidenciaram a IFRS 15.
A ADOLPHO, EVEN, EZ TEC, ROSSI e TECNISA evidenciaram que estavam aguardando a
emissão das normas correspondentes pelo CFC e CVM.
Para a DIRECIONAL, GRAFISA, JHSF, MRV, PDG, ROODOBENS, TRISUL e
VIVER, foi evidenciado que as companhias estavam avaliando os possíveis impactos.
A CYRELA informa que avaliou a IFRS, mais não deixa claro se espera impactos. Já a
CR2 divulgou que não espera ter impactos.
4.5 Divulgação dos Efeitos nas Demonstrações Contábeis da Lei 12.973/14
Com relação aos impactos nas demonstrações contábeis das companhias, foram
identificadas as seguintes evidenciações: não há impactos relevantes (Ñ. IMP. REL), não
informa (Ñ. INF), informa quais os impactos (INF). Os resultados estão na tabela 08.
46
Tabela 08 – Divulgação dos impactos nas demonstrações contábeis
31/12/2014 31/03/2015 30/06/2015
EMPRESA Ñ
IMP.REL. Ñ INF. INF.
Ñ IMP.REL.
Ñ INF. INF Ñ
IMP.REL. Ñ INF. INF
BROOKFIELD X X X
CONST. ADOLPHO
X X
X
CR2 X X
X
CYRELA X X X
DIRECIONAL X X
X
EVEN X X X
EZ TEC X X X
GAFISA S.A. X X X
HELBOR X X X
JHSF X X X
JOAO FORTES X X
X
MRV ENGENHARIA
X X X
PDG REALTY S.A. X X X
RODOBENS X X X
ROSSI X X X
TECNISA S.A. X X X
TRISUL S.A. X X X
VIVER X X X
14 2 2 10 8 8 10
77,78% 11,11% 11,11% 55,56% 44,44% 0% 44,44% 55,56% 0%
Total 18 18 18
% 100% 100% 100%
Fonte: Dados da pesquisa
Para as notas explicativas de 31/12/2014, 77,78 % das companhias informam que não
esperam impactos relevantes, 11,11% não informam e 11,11 % informam sobre o impacto.
A CYRELA e a HELBON informam que não existe impactos para 2014, contudo, a
partir de 2015, o principal impacto pode estar em permuta de terrenos. Já o restante das
companhias – com exceção da RODOBENS e MRV – informam que não há impactos
materiais em suas demonstrações contábeis e preveem que para 2015 também não haverá
impactos.
Nas primeiras demonstrações de 2015, base 31/03/2015, 55,56% informam que não
houve impactos relevantes, 44,44% não apresentam qualquer informação e 0,00% informam.
Já nas demonstrações base 30/06/2015, 44,44% não apresentam impactos, 55,56% não
informam e 0,00% informam.
47
A BROOKFILD e a DIRECIONAL informam no 1º trimestre de 2015 a ausência de
impactos relevantes e não informam no 2º trimestre. O restante das empresas que não
informaram no 1º trimestre, também não informaram no trimestre seguinte.
Considerando que as disposições da Lei 12.973/2014 passaram a ser obrigatórias a
partir de 2015, as companhias que divulgaram informações sobre os impactos (Ñ IMP. REL)
no 1º ou no 2º trimestre de 2015, embora a informação seja imaterial, mostram-se mais
transparentes ao mercado.
4.6 Melhores Disclousures
Para identificar quais são as companhias que divulgaram mais informações em suas
notas explicativas, foi atribuída a pontuação “1” para cada informação divulgada dos itens já
citados (Evidenciação da adoção antecipada, Receita, Imobilizado, IFRS 15 e Efeitos da Lei
12.973/14 nas demonstrações das companhias). Na ausência da informação, foi atribuída a
pontuação “0”.
Tabela 09 – Pontuação atribuída a Disclousure
31/12/2014 31/03/2015 30/06/2015
EMPRESA Pontuação Pontuação Pontuação Total
PDG REALTY S.A. 6 5 5 16
TECNISA S.A. 6 5 5 16
CR2 6 5 4 15
DIRECIONAL 6 5 4 15
CYRELA 6 4 4 14
ROSSI 6 4 4 14
BROOKFIELD 6 4 3 13
TRISUL S.A. 5 4 4 13
EZ TEC 6 3 3 12
VIVER 6 3 3 12
JHSF 5 3 3 11
MRV ENGENHARIA 5 3 3 11
CONST. ADOLPHO 4 3 3 10
RODOBENS 4 4 2 10
EVEN 6 1 2 9
GAFISA S.A. 6 1 2 9
JOAO FORTES 6 2 1 9
HELBOR 6 1 1 8
Total 101 60 56
Fonte: Dados da pesquisa
48
A PDG e a TECNISA obtiveram a maior taxa de divulgação porque evidenciaram mais
informações em suas notas explicativas intermediarias de 31/03/2015 e 30/06/2015. Já a
HELBOR, por ter divulgado menos informações em suas notas intermediárias, obteve a
menor pontuação.
Adicionalmente, identificamos que a quantidade de informações nas notas explicativas
decresce de 31/12/2014 a 30/06/2015. A entidades tendem a divulgar menos informações em
seus demonstrativos intermediários.
49
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estudo teve como objetivo analisar as disclousures dos aspectos societários e
tributários da Lei 12.973/14 que estão em consonância com as práticas contábeis e de
atividades adotadas pelas companhias que atuam como incorporadoras de imóveis listadas na
BM&FBOVESPA.
As características particulares da atividade de incorporação imobiliária, que dispõem de
ciclo produtivo de longo prazo e transferência dos riscos, benefícios e controle das unidades
imobiliárias vendidas de acordo com a evolução da obra, exigem tratamento contábil
societário e tributário diferenciado. A receita societária e tributária são totalmente divergentes,
sendo que a receita e o lucro contábil societários são reconhecidos de acordo com o estágio de
execução da obra. Já a receita e o lucro tributário geralmente são considerados de acordo com
as contraprestações recebidas, conforme permitido pela legislação vigente.
Nesse sentido, existe um distanciamento entre o novo conceito de receita tributária
introduzido pela Lei e a receita tributária efetivamente utilizada na atividade.
A busca da Lei 12.973/14 pela harmonização das práticas fiscais também trouxe
inovação. O fisco teve a intenção de tributar e conceder créditos fiscais conforme a nova
realidade da contabilidade brasileira. O goodwill e o ganho por compra vantajosa passaram a
ser excluído e adicionado, respectivamente, na determinação do lucro real na razão de 1/60
avos.
Quanto aos impactos nos demonstrativos financeiros, devido ao caráter de
harmonização das práticas fiscais às praticas societárias das companhias, as alterações
introduzidas pela Lei 12.973/14 não ocasionaram efeitos materiais.
Impactos materiais poderiam ser ocasionados pela ausência de controle dos ajustes
societários em subcontas contábeis quando da vigência da Lei ou da adoção antecipada.
Por fim, concluímos a partir da análise que as companhias, com exceção da
RODOBENS, se mostraram mais transparentes nos demonstrativos de 2014 quanto a opção
ou não pela antecipação da Lei, em que 88,89% divulgam a não antecipação. Já quanto aos
efeitos, a CYRELA e a HELBON fornecem uma informação mais precisa pois divulgam onde
poderá estar os efeitos a partir de 2015.
Quanto a estudos futuros, propomos que sejam efetuados com companhias de outros
setores da economia visando a abordagem de uma amostra maior de entidades listadas na
BM&FBOVESPA.
50
REFERENCIAS ABRASCA. Associação Brasileira das Companhias Abertas. Disponível em: < http://www.abrasca.org.br/Publicacoes/Legislacao-Tributaria-Aplicavel> Acesso em 14/12/15 ACEVEDO, C. R; NOHARA, J. J.. Como fazer monografias: TCC, dissertações e teses. 4° ed. São Paulo: Atlas, 2013. ALVES, C.C.S.; RICARTE, J. O Planejamento Tributário na Construção Civil: Custo Pago/Incorrido x Custo Orçado. Revista Catarinense de Ciência Contábil, Florianópolis, V 6, Nº 17, p.9-20, Abr/Jul 2007.Disponível em < http://revista.crcsc.org.br/revista/ojs-2.2.3-06/index.php/CRCSC/article/viewArticle/1048> Acesso em: 28/07/2015. ABEYSEKERA, Indra. Measuring and recognizing the value of purchased goodwill: A note on market value measurement method. Academy of Taiwan Business Management Review, 8, p. 57-65, 2012. Disponível em<
http://ro.uow.edu.au/cgi/viewcontent.cgi?article=4222&context=commpapers> Acesso em: 12/10/2015. ALEXANDER, D.; BONACI, C. G.; MUSTATA,R.V; Fair Value Measurement in Financial Reporting. Procedia Economics and Finance, 3 p. 84 – 90, 2012. Disponível em: <
http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2212567112001244 > Acesso em: 18/11/2015. BM&FBOVESPA. Empresas listadas. Disponível em: < http://www.bmfbovespa.com.br/cias-listadas/empresaslistadas/BuscaEmpresaListada.aspx?idioma=pt-br > Acesso em: 22/09/2015. BRASIL.DECRETO-LEI Nº 1.598, DE 26 DE DEZEMBRO DE 1977. Altera a legislação do imposto sobre a renda. Disponível em:< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del1598.htm >. Acesso em: 11/09/2015. ________LEI Nº 11.638, DE 28 DE DEZEMBRO DE 2007. Altera e revoga dispositivos da Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e da Lei no 6.385, de 7 de dezembro de 1976, e estende às sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e divulgação de demonstrações financeiras. Disponível: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11638.htm >. Acesso em 26/11/2015 ________LEI Nº 11.941, DE 27 DE MAIO DE 2009. Altera a legislação tributária federal relativa ao parcelamento ordinário de débitos tributários; concede remissão nos casos em que especifica; institui regime tributário de transição, alterando o Decreto no 70.235, de 6 de março de 1972, as Leis nos 8.212, de 24 de julho de 1991, 8.213, de 24 de julho de 1991, 8.218, de 29 de agosto de 1991, 9.249, de 26 de dezembro de 1995, 9.430, de 27 de dezembro de 1996, 9.469, de 10 de julho de 1997, 9.532, de 10 de dezembro de 1997, 10.426, de 24 de abril de 2002, 10.480, de 2 de julho de 2002, 10.522, de 19 de julho de 2002, 10.887, de 18 de junho de 2004, e 6.404, de 15 de dezembro de 1976, o Decreto-Lei no 1.598, de 26 de dezembro de 1977, e as Leis nos 8.981, de 20 de janeiro de 1995, 10.925, de 23 de julho de 2004, 10.637, de 30 de dezembro de 2002, 10.833, de 29 de dezembro de 2003, 11.116, de 18 de maio de 2005, 11.732, de 30 de junho de 2008, 10.260, de 12 de julho de 2001, 9.873, de 23 de novembro de 1999, 11.171, de 2 de setembro de 2005, 11.345, de 14 de setembro de 2006; prorroga a vigência da Lei no8.989, de 24 de fevereiro de 1995; revoga dispositivos das
51
Leis nos 8.383, de 30 de dezembro de 1991, e 8.620, de 5 de janeiro de 1993, do Decreto-Lei no 73, de 21 de novembro de 1966, das Leis nos 10.190, de 14 de fevereiro de 2001, 9.718, de 27 de novembro de 1998, e 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.964, de 10 de abril de 2000, e, a partir da instalação do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, os Decretos nos 83.304, de 28 de março de 1979, e 89.892, de 2 de julho de 1984, e o art. 112 da Lei no 11.196, de 21 de novembro de 2005; e dá outras providências. Disponível: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l11941.htm >. Acesso em 26/11/2015 ________LEI Nº 6.404, DE 15 DE DEZEMBRO DE 1976.Dispõe sobre as Sociedades por Ações. Disponível: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6404compilada.htm >. Acesso em 26/11/2015. ________LEI Nº 12.973, DE 13 DE MAIO DE 2014. Altera a legislação tributária federal relativa ao Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas - IRPJ, à Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL, à Contribuição para o PIS/Pasep e à Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins; revoga o Regime Tributário de Transição - RTT, instituído pela Lei no 11.941, de 27 de maio de 2009; dispõe sobre a tributação da pessoa jurídica domiciliada no Brasil, com relação ao acréscimo patrimonial decorrente de participação em lucros auferidos no exterior por controladas e coligadas; altera o Decreto-Lei no 1.598, de 26 de dezembro de 1977 e as Leis nos 9.430, de 27 de dezembro de 1996, 9.249, de 26 de dezembro de 1995, 8.981, de 20 de janeiro de 1995, 4.506, de 30 de novembro de 1964, 7.689, de 15 de dezembro de 1988, 9.718, de 27 de novembro de 1998, 10.865, de 30 de abril de 2004, 10.637, de 30 de dezembro de 2002, 10.833, de 29 de dezembro de 2003, 12.865, de 9 de outubro de 2013, 9.532, de 10 de dezembro de 1997, 9.656, de 3 de junho de 1998, 9.826, de 23 de agosto de 1999, 10.485, de 3 de julho de 2002, 10.893, de 13 de julho de 2004, 11.312, de 27 de junho de 2006, 11.941, de 27 de maio de 2009, 12.249, de 11 de junho de 2010, 12.431, de 24 de junho de 2011, 12.716, de 21 de setembro de 2012, e 12.844, de 19 de julho de 2013; e dá outras providências. Disponível em:< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/Lei/L12973.htm >. Acesso em: 11/09/2015. ________LEI Nº 4.591, DE 16 DE DEZEMBRO DE 1964. Dispõe sobre o condomínio em edificações e as incorporações imobiliárias. Disponível em:< http://www.planalto.gov.br/CCiVil_03/LEIS/L4591.htm >. Acesso em: 11/09/2015. CHALHUB, Melhim Namem. Da incorporação imobiliária. 3ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2010. CAMPOS, S. J. B.; MOTA, R. H. G. Análise das modificações propostas pelo IASB e FASB no reconhecimento de receitas nos contratos de construção imobiliária: um estudo do Exposure Draft ED/2010/6 – Receita de contratos com clientes. In: CONGRESSO ANPCONT, 6., 2012, Florianópolis. Anais eletrônicos... Florianópolis: FURB, 2012. Disponível em: < http://congressos.anpcont.org.br/congressos-antigos/vi/images/cue% 20319.pdf >. Acesso em: 11 novembro.2015. CHRISTENSEN, H. B., NIKOLAEV, V. Does fair value accounting for non-financial assets pass the market test? University of Chicago Working Paper, 2012. Disponível em:< http://faculty.chicagobooth.edu/valeri.nikolaev/PDF/Christensen%20and%20Nikolaev%2020
52
11%20Does%20fair%20value%20accounting%20for%20non-financial%20assets%20pass% 20the%20market%20test.pdf> Acesso em 17/11/2015. CPC – COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Pronunciamento Técnico CPC 46 – Mensuração do Valor Justo. Disponível em: <http://static.cpc.mediagroup .com.br/Documentos/395_CPC_46_rev%2006.pdf> Acesso em:18/11/2015 _____ COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Pronunciamento Técnico CPC 01 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos . Disponível em: < http://static.cpc. mediagroup.com.br/Documentos/27_CPC_01_R1_rev%2008.pdf > Acesso em:18/11/2015 _____ COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Pronunciamento Técnico CPC 20 – Custos de Emprestimos. Disponível em:<
http://static.cpc.mediagroup.com.br/Documentos/281_CPC_20_R1_rev%2008.pdf > Acesso em:23/11/2015 _____ COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Pronunciamento Técnico CPC 27 – Ativo Imobilizado. Disponível em:< http://static.cpc.mediagroup.
com.br/Documentos/316_CPC_27_rev%2008.pdf > Acesso em:23/11/2015 _____ COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Pronunciamento Técnico CPC 06 – Operações de Arrendamento Mercantil. Disponível em:<
http://static.cpc.mediagroup.com.br/Documentos/163_CPC_06_R1_rev%2008.pdf > Acesso em:23/11/2015 _____ COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Pronunciamento Técnico CPC 17 – Contratos de Construção. Disponível em: < http://static.cpc.mediagroup.com.br/ Documentos/251_CPC%2017%20(R1)%2019102012.pdf > Acesso em:13/11/2015 _____ COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Pronunciamento Técnico CPC 12– Ajuste a Valor Presente. Disponível em: < http://static.cpc.mediagroup.com.br/ Documentos/219_CPC_12.pdf > Acesso em:18/11/2015 _____ COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Pronunciamento Técnico CPC 15– Combinação de Negócios. Disponível em: < http://static.cpc.mediagroup.com.br/ Documentos/235_CPC_15_R1_rev%2006.pdf > Acesso em:18/11/2015 _____ COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Orientação Técnica OCPC 04 – Aplicação da Interpretação Técnica ICPC 02 às Entidades de Incorporação Imobiliária Brasileiras. Disponível em: < http://static.cpc.mediagroup.com.br/Documentos/138_OC PC_04.pdf > Acesso em: 01/10/2015. DALMÁCIO, F. Z. Mecanismos de governança e acurácia das previsões dos analistas do mercado brasileiro: uma análise sob a perspectiva da teoria da sinalização. 2009. 242 f. Tese (Doutorado em Ciências Contábeis) - Universidade de São Paulo, 2009. Disponível em: < http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12136/tde-17122009-171118/pt-br.php > Acesso em 19/11/2015.
EHARA, Aline Ochiro et al. Adoção do Patrimônio de Afetação nas Empresas de Incorporação Imobiliária: um estudo de caso em uma incorporadora da cidade de londrina. Revista de Estudos Contábeis, Londrina, V 4, Nº 7, P.3-19, Jul/Dez 2013. Disponível em:< http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/rec/index> Acesso em: 10/10/2015.
53
FREITAS, Rodrigo de. Reconhecimento, Mensuração e Tributação da Renda no Setor Imobiliário. 2012. 349 f. Dissertação (Mestre em Direito). Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2012. Disponível em: <
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/2/2133/tde-08032013-160210/pt-br.php >. Acesso em:20/08/2015. FALCÃO, D.F.; PINTO, L.J.S.; NIYAMA,.J.K. Reconhecimento da Receita de Venda Imobiliária: Um Estudo das Maiores S/A's Brasileiras no Mercado Residencial. Revista de Contabilidade do Mestrado em Ciências Contábeis da UERJ, Rio de Janeiro, v. 19, n.1, p. 24 - p. 41, jan/abr., 2014. Disponível em: < http://www.e-publicacoes.uerj.br/ojs/index. php/rcmccuerj/article/view/10777>Acesso em 16/10/2015. FIPECAFI. OCPC 07: Menor Volume e Maior Relevância para as Notas Explicativas. Revista FIPECAFI. v 2. Nov/2014. Disponível em: < http://revista.fipecafi.org/edicoes/outubro 2014/OCPC.pdf > Acesso em: 20/11/2014. HENDRIKSEN, E.S;BREDA, M.F.V. Teoria da contabilidade. Tradução de Antônio Zorato Sanvicente.v.1 Ed.10 reimp. São Paulo: Atlas, 2012. IUDICIBUS, Sergio de et al. Manual de Contabilidade Societária: Aplicável a todas as sociedades de acordos com as normas internacionais e do CPC. São Paulo: Atlas,2010. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA. Indicadores. Disponível em:< http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/pib/defaultcnt.shtm >. Acesso em: 28/08/2015. IASB. IASB and FASB issue converged Standard on revenue recognition. Disponível em <http://www.ifrs.org/Alerts/ProjectUpdate/Pages/IASB-and-FASB-issue-convergedStandard-on-revenue-recognition-May-2014.aspx> Acesso em: 03/11/2015. KPMG. Sinopse Contábil e Tributária 2014: Resumo das Principais Normas de Contabilidade e de Legislação Tributária Emitidas em 2014. Disponível em:< http://www.kpmg.com/BR/PT/Estudos_Analises/artigosepublicacoes/Documents/Auditoria/Sinopse-Contabil-Tributaria-2014-compl-web.pdf > Acesso em: 18/11/2015.
KPMG. IFRS em destaque: first impressions. Disponível em:< https://www.kpmg.com /BR/PT/Estudos_Analises/artigosepublicacoes/Documents/IFRS-em-Destaque-02-14-First-Impressions.pdf > Acesso em: 11/10/2015.
MOTA, R.H.G et al. Adoção das Normas Internacionais de Contabilidade: Um Estudo no Setor de Construção Civil com Ações Listadas na BM&FBOVESPA. Revista Ambiente Contábil – UFRN – Natal-RN. v. 7. n. 1, p. 1 – 17, jan./jun. 2015.. Disponível em: < http://www.periodicos.ufrn. br/ambiente/article/view/5031/5055 >Acesso em 20/08/2015.
MONTE-MOR, D.S.; M. Jr., ARAÚJO. Os Impactos da MP 627/2013 (Lei 12.973/2014) na Precificação das Ações de Empresas Brasileiras com Operação no Exterior. In: CONGRESSO ANPCONT, 9, 2015, Curitiba. Anais eletrônicos...Curitiba: FURB, 2015. Disponível em: < http://congressos.anpcont.org.br/ix/anais/artigo/cue-098-os-impactos-da-mp-627-2013-lei-12-973-2014-na-precificacao-das-acoes-de-empresas-brasileiras-com-operacao-no-exterior > Acesso em 19/09/2015.
54
MARTINS, Ricardo Lacaz. Tributação da Renda imobiliária. 2009. 303 f. Tese (Doutorado em Direito). Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, São Paulo,2009. Disponível em: < http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/2/2133/tde-03092009-121252/pt-br.php>. Acesso em:20/08/2015. MACHADO, D.G.; VARELA, P.S. Adoção do Pronunciamento Técnico CPC 12 – Ajuste a Valor Presente: Um Estudo do Impacto no Índice de Necessidade de Capital de Giro em Empresas Listadas na Bolsa de Mercadorias e Futuros Bovespa S.A - BM&FBOVESPA . In: CONGRESSO ANPCONT, 5, 2011, Vitória. Anais eletrônicos... Vitória: FURB, 2011. Disponível em: <
http://congressos.anpcont.org.br/congressos-antigos/v/images/318-2.pdf > Acesso em 19/09/2015. NIYAMA, J. K.; CAVALCANTI, P. R. N.; REZENDE, I. C. C. Normas contábeis brasileiras, norte-americanas e internacionais aplicáveis ao setor de construção civil: uma análise comparativa numa empresa do Estado da Paraíba. In: CONGRESSO ANPCONT, 4., 2010, Natal. Anais eletrônicos... Natal: FURB, 2010. Disponível em: <http://congressos.anpcont.org.br/congressos-antigos/iv/images/cue_197.pdf> Acesso em 18/09/2015. PWC. Clipping Legis. Edição Especial Lei Nº 12.973/14: Conversão da MP Nº 627/13. Disponível em:< https://www.pwc.com.br/pt/publicacoes/assets/clipping-legis/clipping-legis-170-especial-2014.pdf > Acesso em: 03/09/2015.
RICHARDSON, Roberto Jarry. Pesquisa Social: métodos e técnicas. 3ed. São Paulo: Atlas, 2008. RIBEIRO, D. M; REIS, E. M. PINHEIRO, L.E.T. Impacto da Mudança Contábil no Reconhecimento de Ativos nas Operações de Arrendamento Mercantil. In: CONGRESSO ANPCONT, 7, 2013, Fortaleza. Anais eletrônicos... Fortaleza: FURB, 2013. Disponível em: < http://www.furb.br /_upl/files/especiais/anpcont/2013/cue%2018.pdf?20150801060525 > Acesso em 18/09/2015 SILVA, C. L. P. M. et al. Tributação e IFRS no Brasil: Alterações na Legislação do IRPJ, CSLL, PIS/PASEP e da COFINS, trazidas pela Lei Nº 12.973/2014. Revista da Receita Federal: estudos tributários e aduaneiros, Brasília-DF, v.01, n.01, p. 393-422, ago./dez. 2014. SANTOS, F.B; SALOTTI, B.M. O método de reconhecimento de receita adotado pelas entidades de incorporação imobiliária brasileiras compromete a comparabilidade das demonstrações financeiras? Revista Contemporânea de Contabilidade, Florianópolis, v. 10, n. 21, p. 03-24, set./dez. 2013. Disponível em: < https://periodicos.ufsc.br/index.php/contabilidade/article/view/31692> Acesso em 13/08/2015. ULIANO, A.L.P; DONÁ, A.L; GONÇALVES, M.N. Disclusore da Perda por Impairment Aplicado ao Ativo Imobilizado: Análise Nas Companhias Do IBrX-50. Enfoque: reflexão contábil. v. 33 n. 01. p1-18 janeiro/abril. 2014.