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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA
TESE DE DOUTORADO
HHIIDDRROOCCAARRBBOONNEETTOOSS PPOOLLIICCÍÍCCLLIICCOOSS AARROOMMÁÁTTIICCOOSS NNOO MMEEIIOO
AAMMBBIIEENNTTEE:: DDIIFFEERREENNCCIIAAÇÇÃÃOO DDEE FFOONNTTEESS EEMM SSEEDDIIMMEENNTTOOSS EE
MMEETTAABBÓÓLLIITTOOSS EEMM BBIILLEE DDEE PPEEIIXXEESS
Maria de Fátima Guadalupe Meniconi
Orientador: Prof. Dr. Valter José Fernandes Jr.
Natal-RN
Março de 2007
MARIA DE FÁTIMA GUADALUPE MENICONI
HIDROCARBONETOS POLICÍCLICOS AROMÁTICOS NO MEIO AMBIENTE: DIFERENCIAÇÃO DE FONTES EM SEDIMENTOS E METABÓLITOS EM BILE DE PEIXES
BBAANNCCAA EEXXAAMMIINNAADDOORRAA
Prof. Dr. Valter José Fernandes Junior – UFRN (Presidente)
Prof. Dr. Luiz Augusto dos Santos Madureira – UFSC
Prof. Dr. Arthur de Lemos Scofield – PUC-RJ
Prof. Dr. Marcus Antônio de Freitas Melo – UFRN
Prof. Dr. Dulce Maria de Araújo Melo – UFRN
Prof. Dr. Antônio Souza de Araújo – UFRN
Tese submetida ao Programa
de Pós-Graduação em Química da
Universidade Federal do Rio Grande
do Norte, em cumprimento às
exigências para obtenção do título
de Doutor em Química.
Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN / SISBI / Biblioteca Setorial
Especializada do Centro de Ciências Exatas e da Terra – CCET.
Meniconi, Maria de Fátima Guadalupe.
Hidrocarbonetos policíclicos aromáticos no meio ambiente:
diferenciação de fontes em sedimentos e metabólitos em bile de
peixes / Maria de Fátima Guadalupe. – Natal, 2007.
213 f. : il.
Orientador: Valter José Fernandes Jr.
Tese (Doutorado) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Centro de Ciências Exatas e da Terra. Programa de Pós-Graduação
em Química.
1. Hidrocarbonetos policíclicos aromáticos – Tese. 2. Fontes – Tese. 3. Razões diagnósticas –
Tese. 4. Análise de componentes principais – Tese. 5. Metabólitos – Tese. I. Fernandes Jr., Valter
José. II. Título.
“Casa França - Brasil
ou melhor: Bordeaux – Rio
ou na memória: Divinópolis – BH.
Não importa. O que importa é o amor
que atravessa tudo e está em tudo.
Nós, eu e você; nossos filhos adorados;
nossas famílias, apesar dos detalhes.
Mas, no resumo e extrato,
o que importa somos nós.
Chegamos lá. Temos uma comunhão rara.”
Luiz Cláudio De Marco Meniconi
Ao meu pai, Major Guadalupe,
pela presença constante em meu coração,
pelo exemplo de honestidade, firmeza e desprendimento.
Agradecimentos
Agradeço, primeiramente, a meu orientador, Valter, pela oportunidade,
confiança, e amizade. Sua garra, entusiasmo, discernimento e leveza são
qualidades que trarei para meu cotidiano como referência.
Agradeço, também pelo carinho e estímulo, à pessoa maravilhosa que é
Antônio Araújo. É um privilégio tê-lo por perto.
Sou grata a todos os colegas do Centro de Pesquisas da Petrobras (CENPES)
e particularmente ao Grupo de Química Ambiental. Especialmente agradeço à
Heloísa, Rui, Politano, Cristina Bentz, Rosana, Mauro, Leonardo, Denis, Eleine,
Leandro, André, Sirayama, Sanseverino, Maurício, Teresinha, Mônica
Aparecida, Flávia, Gilson, Paulo César e Lima, que colaboraram em diversas
fases deste trabalho.
Ao pessoal da Reprografia do CENPES, agradeço pelo sempre excelente
trabalho, camaradagem e bom humor.
Agradeço também aos colegas do SOP, que viabilizaram a difícil tarefa de
envio de bile de peixe para a França.
Sou imensamente grata ao colega, amigo e extraordinário químico Scot,
referência para todos nós. Sua alegria é contagiante. Suas discussões, uma
aprendizagem constante.
Agradecimento especial a Carlos Massone por acompanhar de perto o
desenvolvimento deste trabalho, pelas discussões técnicas sempre coerentes,
por sua amizade, prontidão e pela ajuda em minhas eternas “lutas contra os
moinhos” de softwares e computadores.
Agradeço a Eulália, primeiramente, pelo companheirismo: ter assumido a
coordenação do grupo, tornando possível minha dedicação ao trabalho de tese.
Isto foi fundamental. Sou grata também por sua cuidadosa revisão do
manuscrito e por suas discussões tão pertinentes e calorosas.
À minha amiga Irene, agradeço pelo incentivo nesta empreitada e sempre. Sou
grata por seu suporte permanente, sua liderança e seus cuidados constantes.
Sua bondade e desprendimento são exemplos para todos nós.
Agradeço a Petrobras por ter viabilizado meu programa de pós-graduação, em
especial ao Gerente Pedro Penido Duarte Guimarães, concedendo os recursos
necessários para a realização deste trabalho.
Agradeço as pessoas com as quais convivi no Laboratório de Físico-
toxicoquímica de Sistemas Naturais da Universidade de Bordeaux e que
contribuíram para este trabalho. Especialmente à Hélèn Budzinski e Marie le
Dû, pela oportunidade e aprendizagem que tive com elas. Agradeço ainda a
Sylvie Augagneur por me ajudar a sobreviver à burocracia francesa.
Ainda em Bordeaux, agradeço a convivência maravilhosa com Jean Claude,
Annie e Marta ao longo de ricos três meses onde, longe da família e de casa,
experimentei nova e duradoura amizade.
A minha irmã de direito, de sangue e de sonhos, Maria Neusa, minha
referência sempre, sou grata pela força, admiração e amor incondicional.
E por fim agradeço aos amados Ana Luiza, Amadeu e Lu, meus filhos e
marido, pelo incentivo em atravessar fronteiras, por perdoarem minhas
ausências constantes e pela paciência diante dos protagonistas de nossas
vidas nestes últimos quatro anos: os HPA e a Baía de Guanabara!
i
Sumário
Pág.Sumário iResumo iiiAbstract vLista de Figuras vii Lista de Tabelas xii CAPÍTULO 1 Introdução e Objetivos 11.1. Introdução 2 1.2. Objetivos 4 1.2.1.Objetivo Geral 4 1.2.2. Objetivos Específicos 4
CAPÍTULO 2 Aspectos Teóricos e Revisão da Litetratura 62.1. Introdução 7 2.2. Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos 9 2.3. Comportamento dos HPA no Ambiente Marinho e seus Metabólitos 12 2.3.1. Propriedades físico-químicas dos HPA 12 2.3.2. Ciclos Geoquímico e Biológico dos HPA no Meio Ambiente 15 2.3.3. Biotransformação dos HPA (Metabólitos) e sua Toxicidade 24 2.3.4. Critérios de Qualidade Ambiental: Valores Orientadores de HPA 28 2.4. Principais Fontes de HPA no Ambiente Marinho 33 2.4.1. Fontes Antropogênicas 33 2.4.2. Fontes Naturais 44 2.5. Diferenciação de Fontes de HPA em Amostras Ambientais 47 2.5.1. Razões Diagnósticas de HPA 48 2.5.2. Análise de Componente Principal (ACP) 54 CAPÍTULO 3 Área de Estudo 553.1. Características Regionais da Baía de Guanabara e sua Poluição Antropogênica Crônica
56
3.2. Derrame de Óleo Combustível na Baía de Guanabara – Janeiro de 2000 62
CAPÍTULO 4 Materiais e Métodos 654.1. Diferenciação de Fontes de HPA em Sedimentos da Baía de Guanabara 66 4.1.1. Estratégia Amostral 67 4.1.2. Determinação dos HPA em Sedimentos 71 4.1.2.1. Extração da Amostra 72 4.1.2.2. Fracionamento do Extrato 73 4.1.2.3. Análise de HPA por CG-EM 73 4.1.3. Técnicas de Identificação de Fontes de HPA 75 4.1.3.1. Razões Diagnósticas 75 4.1.3.2. Análise de Componentes Principais (ACP) 77 4.2. Metabólitos de HPA em Bile de Peixes da Baía de Guanabara 78
ii
4.2.1. Estratégia Amostral 79 4.2.2. Coleta de Bile de Peixe 82 4.2.3. Determinação dos Metabólitos Biliares de HPA 84 4.2.3.1. Preparo da Amostra 85 4.1.3.2. Análise de Metabólitos de HPA por CG-EM 86 CAPÍTULO 5 Resultados e Discussão 885.1. Quantificação e Distribuição dos HPA em sedimentos da Baía de Guanabara 89 5.2. Diferenciação de Fontes de HPA na Baía de Guanabara 98 5.2.1. Razões Diagnósticas 98 5.2.2. Análise de Componentes Principais (ACP) 113 5.3. Metabólitos de HPA em Bile de Peixes da Baía de Guanabara 118 5.3.1. Análise Descritiva dos Teores de Metabólitos de HPA 123 5.3.2. Avaliação Estatística dos Teores de Metabólitos de HPA 133
CAPÍTULO 6 Conclusões 141
CAPÍTULO 7 Recomendações 147
CAPÍTULO 8 Referências Bibliográficas 150 ANEXOS 171
Anexo A Lista de HPA analisados por CG-EM em sedimento da Baía de Guanabara
172
Anexo B Lista das coordenadas geográficas das estações de sedimento na Baía de Guanabara
173
Anexo C Lista de metabólitos de HPA analisados em bile de peixes 174
Anexo D Concentração de HPA em sedimentos da Baía de Guanabara, campanhas 2000 e 2003 e nos óleos estudados
175
Anexo E Análises paramétrica e não paramétrica dos teores de HPA em sedimentos da Baía de Guanabara entre as campanhas 2000 e 2003
180
Anexo F Distribuição de HPA em sedimentos da Baía de Guanabara para as campanhas 2000 e 2003 - concentrações individuais
183
Anexo G Valores das razões diagnósticas de HPA para as amostras de sedimentos da Baía de Guanabara coletadas nas campanhas 2000 e 2003 e para os óleos e derivados estudados
190
Anexo H Dados processados de HPA para análise de ACP das amostras de sedimentos da Baía de Guanabara das campanhas de 2000 e 2003
191
iii
Resumo
Inúmeros estudos da qualidade de ecossistemas naturais em relação a
contaminação de hidrocarbonetos policíciclos aromáticos (HPA) têm sido
desenvolvidos continuadamente face a sua presença ubíquoa em todo o planeta e
ao seu potencial tóxico após a biotransformação. A introdução dos HPA no meio
ambiente pode ocorrer através de processos naturais e antropogênicos, através
de despejos e/ou drenagens e deposição atmosférica indireta. Fontes naturais de
HPA incluem queimadas naturais, exsudações de óleo e processos biogênicos
recentes. Fontes antropogênicas de HPA, advindas de eventos crônicos ou
agudos, são a combustão incompleta de óleo combustível automotivo e industrial,
a queima intencional de madeira e plantações, os despejos domésticos e
industriais, as drenagens pluviais urbanas, os efluentes da indústria petrolífera, os
derrames acidentais de óleo e derivados. Além da coexistência de múltiplas
fontes destes hidrocarbonetos nas amostras ambientais, os HPA estão sujeitos a
vários processos geoquímicos que conduzem à alteração de sua composição
química ao longo do tempo, tornando a identificação das fontes contaminantes, se
petrogênica, pirolítica ou natural, um verdadeiro desafio. Desta forma, um dos
objetivos deste estudo foi estabelecer ferramentas que possibilitem a
determinação das fontes de hidrocarbonetos no meio ambiente. Foram utilizadas
razões diagnósticas e análise de componentes principais de HPA, tendo sido
quantificados 38 compostos, incluindo os HPA parentais e alquilados, em 21
amostras de sedimento da Baía de Guanabara, coletadas nos anos de 2000 e
2003. A Baía de Guanabara é um ecossistema estuarino com elevada influência
antropogênica, que recebe poluição crônica da região metropolitana do Rio de
Janeiro e que foi cenário de um derrame de óleo em janeiro de 2000. As
concentrações de HPA nos sedimentos estudados apresentaram-se na faixa de
400 a 58439 ng g-1. Ambas as técnicas de diferenciação de fontes de HPA
testadas, razões diagnósticas e análise de componentes principais,
demonstraram sua aplicabilidade, permitindo a diferenciação das fontes de HPA
para a maioria dos sedimentos da baía, que foram divididos em dois grandes
grupos: sedimentos com padrões de introdução de hidrocarbonetos
iv
predominantemente petrogênicos e sedimentos com características de
combustão. Apenas uma minoria de amostras não apresentou com nitidez a
natureza de sua contaminação. As razões que apresentaram maior capacidade
em diferenciar as fontes de HPA foram Fluoranteno / (Fluoranteno + Pireno),
(Fenantreno + Antraceno) / (Fenantreno + Antraceno + C1Fenantreno) e o índice
pirolítico, (HPA parentais de 3-6 anéis) / (5 séries de HPA alquilados). Na
avaliação temporal realizada neste estudo não foram verificadas variações
significativas na natureza das fontes contaminantes predominantes na baía,
revelando que os hidrocarbonetos presentes estão correlacionados
principalmente com os aportes crônicos e não diretamente com eventos agudos
como o derrame de óleo ocorrido em janeiro de 2000. Este estudo teve como
segundo objetivo a avaliação preliminar do nível de exposição a que os
organismos aquáticos da Baía de Guanabara estão submetidos, através da
quantificação de 12 metabólitos individuais de HPA presentes em bile de peixe de
quatro espécies demersais representativas de três famílias diferentes. Os
metabólitos analisados foram 1-hidroxinaftaleno, 1-hidroxifenantreno, 9-
hidroxifenantreno, 2-hidroxinaftaleno, 2-hidroxifenantreno, 1-hidroxipireno, 3-
hidroxibifenila, 3-hidroxifenantreno, 1-hidroxicriseno, 9-hidroxifluoreno, 4-
hidroxifenantreno, 3-hidroxibenzo(a)pireno. As concentrações encontradas nas
espécies de peixes analisadas mostraram-se elevadas, na faixa de 13 a 177 g g-
1, porém similares às encontradas em algumas regiões de grande influência
antropogênica, tanto no Brasil quanto no exterior. Além dos metabólitos
estabelecidos pela metodologia utilizada, foi possível quantificar três compostos,
ainda não reportados na literatura, em concentrações relevantes. Estes
metabólitos, relacionados a contribuição pirolítica de HPA aos organismos
aquáticos da Baía de Guanabara, são isômeros de 1-hidroxipireno e de 3-
hidroxibenzo(a)pireno.
Palavras–chaves: Hidrocarbonetos policíclicos aromáticos; fontes; razões
diagnósticas; análise de componentes principais; pirogênico; combustão,
petrogênico; petróleo, metabólitos; bile; peixe; sedimento.
v
Abstract
Many studies on environmental ecosystems quality related to polycyclic aromatic
hydrocarbons (PAH) have been carried out routinely due to their ubiquotus
presence worldwide and to their potential toxicity after its biotransformation. PAH
may be introduced into the environmet by natural and anthropogenic processes
from direct runoff and discharges and indirect atmospheric deposition. Sources of
naturally occurring PAHs include natural fires, natural oil seepage and recent
biological or diagenetic processes. Anthropogenic sources of PAHs, acute or
chronic, are combustion of organic matter (petroleum, coal, wood), waste and
releases/spills of petroleum and derivatives (river runoff, sewage outfalls, maritime
transport, pipelines). Besides the co-existence of multiples sources of PAH in the
environmental samples, these compounds are subject to many processes that
lead to geochemical fates (physical-chemical transformation, biodegradation and
photo-oxidation), which leads to an alteration of their composition. All these facts
make the identification of the hydrocarbons sources, if petrogenic, pyrolytic or
natural, a challenge. One of the objectives of this study is to establish tools to
identify the origin of hydrocarbons in environmental samples. PAH diagnostic
ratios and PAH principal component analysis were tested on a critical area:
Guanabara Bay sediments. Guanabara Bay is located in a complex urban area of
Rio de Janeiro with a high anthropogenic influence, being an endpoint of chronic
pollution from the Greater Rio and it was the scenario of an acute event of oil
release in January 2000. It were quantified 38 compounds, parental and alkylated
PAH, in 21 sediment samples collected in two surveys: 2000 and 2003. The PAH
levels varied from 400 to 58439 ng g-1. Both tested techniques for origin
identification of hydrocarbons have shown their applicability, being able to
discriminate the PAH sources for the majority of the samples analysed. The bay
sediments were separated into two big clusters: sediments with a clear pattern of
petrogenic introduction of hydrocarbons (from intertidal area) and sediments with
combustion characteristics (from subtidal region). Only a minority of the samples
could not display a clear contribution of petrogenic or pyrolytic input. The
vi
diagnostic ratios that have exhibited high ability to distinguish combustion- and
petroleum-derived PAH inputs for Guanabara Bay sediments were
Phenanthrene+Anthracene/ (Phenanthrene+Anthracene+C1Phenanthrene);
Fluorantene/(Fluorantene+Pyrene); (other 3-6 ring PAHs)/ (5 alkylated PAH
series). The PCA results prooved to be a useful tool for PAH source identification
in the environment, corroborating the diagnostic indexes. In relation to the
temporal evaluation carried out in this study, it was not verified significant changes
on the class of predominant source of the samples. This result indicates that the
hydrocarbons present in the Guanabara Bay sediments are mainly related to the
long-term anthropogenic input and not directly related to acute events such as the
oil spill of January 2000. This findings were similar to various international
estuarine sites. Finally, this work had a complementary objective of evaluating the
level of hydrocarbons exposure of the aquatic organisms of Guanabara Bay. It
was a preliminary study in which a quantification of 12 individual biliar metabolites
of PAH was performed in four demersal fish representing three different families.
The analysed metabolites were 1-hydroxynaphtalene, 2-hidroxinaphtalene, 1-
hydroxyphenanthrene, 9-hydroxyphenanthrene, 2- hydroxyphenanthrene, 1-
hydroxypyrene, 3-hidroxibiphenil, 3- hydroxyphenanthrene, 1-hydroxychrysene, 9-
hydroxyfluorene, 4- hydroxyphenanthrene, 3-hydroxybenz(a)pyrene. The
metabolites concentrations were found to be high, ranging from 13 to 177 g g-1,
however they were similar to worldwide regions under high anthropogenic input.
Besides the metabolites established by the used protocol, it was possible to
verified high concentrations of three other compounds not yet reported in the
literature. They were related to pyrolytic PAH contribution to Guanabara Bay
aquatic biota: 1-hydroxypyrine and 3-hydroxybenz(a)pyrine isomers.
Keywords: Polycyclic aromatic hydrocarbons; sources; ratios; principal
component analysis; pyrolytic; combustion, petrogenic; petroleum, metabolites;
bile; fish; sediment.
vii
Lista de Figuras
Capítulo 2 - Aspectos Teóricos e Revisão da Litetratura
Figura 2.1. Estruturas e nomenclatura dos HPA parentais prioritários da EPA
10
Figura 2.2. Estruturas e nomenclatura de HPA parentais e alquilados mais frequentemente investigados na literatura
11
Figura 2.3. Esquema de origem, transporte e transformação dos HPA no meio ambiente
16
Figura 2.4. Variação da distribuição dos HPA em amostra de sedimento de Prince William Sound, Alaska, após acidente do navio
Exxon Valdez face ao intemperismo
18
Figura 2.5. Evolução da razão C2 Criseno/C2 Fenantreno para amostras do óleo derramado do navio tanque Exxon Valdez no Alasca ao
19
Figura 2.6. Processo de transformação dos HPA em organismos aquáticos
22
Figura 2.7. Esquema da ativação metabólica de HPA através de oxidação por reação enzimática
25
Figura 2.8. Estruturas e nomenclaturas de metabólitos livres (A) e conjugados (B) de HPA
26
Figura 2.9. Processo de formação de petróleo e seu armazenamento 34
Figura 2.10. Perfis de distribuição de alguns HPA demonstrando as diferenças entre fontes petrogênicas e pirolíticas em função da
abundância relativa dos HPA parentais e seus respectivos alquilados
36
Figura 2.11. Estatística de derrames de óleo segundo ITOPF 38
Figura 2.12. Processos de alteração de um óleo após contato com o meio ambiente
43
Figura 2.13. Escala de tempo dos diversos processos de intemperismo de óleo no meio ambiente
43
Figura 2.14. Representação de uma exsudação de óleo na superfície do oceano
46
Figura 2.15. Exsudações na superfície do oceano (a) formas circulares (b) formas alongadas
46
Figura 2.16. Habilidade de discriminação de razões diagnóstica com base em isômeros parentais através de estabilidade termodinâmica
52
Capítulo 3 - Área de Estudo
Figura 3.1. Bacia de Drenagem da Baía de Guanabara 56
viii
Figura 3.2. Características socio-fisico-econômica da Baía de Guanabara 57
Figura 3.3. Evolução da mancha de óleo após acidente de janeiro/2000 na Baía de Guanabara
63
Capítulo 4 - Materiais e Métodos
Figura 4.1. Fluxograma do procedimento experimental e analítico do estudo de diferenciação de fontes de HPA em sedimentos da
Baía de Guanabara
67
Figura 4.2. Posição geográfica das 21 estações de sedimento na Baía de Guanabara analisadas em 2000 e 2003
68
Figura 4.3. Coleta de amostras de sedimento da baía de Guanabara com testemunhadores e dragas e sub-amostragem da camada superior do sedimento
70
Figura 4.4 Lista dos 38 HPA analisados neste estudo: 16 prioritários EPA, os homólogos alquilados e outros
71
Figura 4.5. Fluxograma das etapas analíticas envolvidas na determinação de HPA em sedimentos da Baía de Guanabara
72
Figura 4.6. Cromatograma de massas dos HPA parentais de uma mistura padrão
74
Figura 4.7. Fluxograma das etapas do estudo de metabólitos de HPA em bile de peixes da Baía de Guanabara
78
Figura 4.8. Imagens das espécies de peixes estudadas na Baía de Guanabara
80
Figura 4.9. Local geográfico das estações de coleta de peixes por arrasto na Baía de Guanabara para a análise de metabólitos biliares
de PAH
81
Figura 4.10. Ilustração do procedimento de extração da visícula biliar de peixes da Baia de Guanabara
82
Figura 4.11 Fluxograma das etapas analíticas envolvidas na determinação de metabólitos de HPA em bile de peixes
84
Figura 4.12. Cromatograma de massas dos metabólitos de HPA de uma mistura padrão após derivatização
87
Capítulo 5 - Resultados e Discussão
Figura 5.1. Predomínio de HPA alquilados em amostras de intermaré para a campanha de 2000 em relação à de 2003 na Baía de
Guanabara
94
Figura 5.2. Predomínio de HPA de quatro e cinco anéis para as amostras do infralitoral para as campanhas de 2000 e 2003 dentro da área de influência da mancha de óleo de janeiro de 2000
95
ix
Figura 5.3. Predomínio de HPA de quatro e cinco anéis para as amostras do infralitoral para as campanhas de 2000 e 2003 fora da área de influência da mancha de óleo de janeiro de 2000
96
Figura 5.4. Distribuição dos HPA por número de anéis para os sedimentos da Baía de Guanabara – campanha 2000
97
Figura 5.5. Distribuição dos HPA por número de anéis para os sedimentos da Baía de Guanabara – campanha 2003
97
Figura 5.6. Diagrama cruzado de Fenantreno/Antraceno versus Fluoranteno/Pireno para sedimentos da Baía de Guanabara das campanhas 2000 e 2003 e MF 380, óleo árabe (AL), óleo
leve (Ar) e óleo diesel (DM)
100
Figura 5.7. Diagrama cruzado de Antraceno/Antraceno+Fenantreno versusFluoranteno /(Fluoranteno+Pireno) para os sedimentos da Baía de Guanabara das campanhas 2000 e 2003 e MF 380, óleo árabe (AL), óleo leve (Ar) e óleo diesel (DM)
101
Figura 5.8. Diagrama cruzado de Indeno 1,2,3-(CD)Pireno/Indeno 1,2,3-(cd)Pireno+ Benzo(ghi)Perileno versus Fluoranteno/(fluoranteno + pireno) para os sedimentos da Baía de Guanabara das campanhas 2000 e 2003 e MF 380, óleo árabe (AL), óleo leve (Ar) e óleo diesel (DM)
102
Figura 5.9. Diagrama cruzado de Fluoranteno/(Fluoranteno+Pireno) versus Fenantreno+Antraceno/(Fenantreno+Antraceno+C1Fenantreno) para os sedimentos da Baía de Guanabara das campanhas de 2000 e 2003 e MF 380, Petróleo árabe (AL), óleo leve (Ar) e óleo diesel (DM).
103
Figura 5.10. Diagrama das razões [ (HPA parentais de 3-6 anéis)/ (5 séries de HPA alquilados)]. versus Fenantreno/Antraceno para sedimentos da Baía de Guanabara das campanhas de 2000 e de 2003 e e MF 380, Petróleo árabe (AL), óleo leve (Ar) e óleo diesel (DM).
107
Figura 5.11. Diagrama das razões [ (HPA parentais de 3-6 anéis)/ (5 séries de HPA alquilados)]. Versus Fluoranteno/(Fluoranteno+Pireno) para sedimentos da Baía de
Guanabara das campanhas de 2000 e de 2003 e e MF 380, Petróleo árabe (AL), óleo leve (Ar) e óleo diesel (DM)
108
Figura 5.12. Abundância relativa de perileno para os sedimentos da Baía de Guanabara das campanhas de 2000 e de 2003
109
Figura 5.13. Diagrama cruzado de C3BDT/C3Fe versus C2BDT/C2Fe para os sedimentos da Baía de Guanabara das campanhas 2000 e 2003 e MF 380, Petróleo árabe (AL), óleo leve (Ar) e óleo
diesel (DM)
110
Figura 5.14. Razão C2Criseno/C2Fenantreno para os sedimentos da Baía de Guanabara das campanhas 2000 e 2003
111
Figura 5.15. Classificação das fontes de HPA para os sedimentos da Baía de Guanabara considerando as campanhas 2000 e 2003
112
x
Figura 5.16. Projeções de ACP de variáveis de HPA e amostras de sedimento de campanha de 2000 e MF 380, óleo leve (Ar),
óleo árabe (AL) e óleo diesel (DM)
113
Figura 5.17. Projeções de ACP de variáveis de HPA e as amostras de sedimentos de campanha de 2003 e e MF 380, óleo leve (Ar),
óleo árabe (AL) e óleo diesel (DM)
114
Figura 5.18. Cromatograma de massas dos metabólitos de HPA depois da derivatização para a amostra de bile da Cyclichthys spinosus coletada no fundo da Baía de Guanabara, em março/2006
118
Figura 5.19. Somatório das concentrações ( g g-1) de metabólitos de HPA ( 12 OH-HPA) para a espécie Genidens genidens coletada
no fundo da Baía de Guanabara em fevereiro, março e abril
119
Figura 5.20. Somatório das concentrações ( g g-1) de metabólitos de HPA ( 12 OH-HPA) para a espécie Micropogonias furnieri coletada no fundo e na entrada da Baía de Guanabara
120
Figura 5.21. Somatório das concentrações ( g g-1) de metabólitos de HPA ( 12 OH-HPA) para a espécie Cyclichthys spinosus
amostrada no fundo e na entrada da Baía de Guanabara
120
Figura 5.22. Gráfico de barras descritivo das concentrações de metabólitos de HPA em bile de Genidens genidens na área interna da Baía de Guanabara (Área 1) coletadas em fevereiro, março e
abril de 2006
124
Figura 5.23. Gráfico de barras descritivo das concentrações de metabólitos de HPA para a espécie de peixe Micropogonias furnieri
coletada na área interna e entrada da Baía de Guanabara.
125
Figura 5.24. Gráfico de barras descritivo das concentrações de metabólitos de HPA para a espécie de peixe Cyclichthys spinosus
coletada na área interna e entrada da Baía de Guanabara
126
Figura 5.25. Gráfico de barras descritivo das concentrações de metabólitos de HPA para as espécies Cyclichthys spinosus, Genidens
genidens e Micropogonias furnieri na área interna da Baía de Guanabara
126
Figura 5.26. Gráfico de barras descritivo para as espécies Cyclichthys spinosus e Micropogonias furnieri na entrada da Baía de
Guanabara
127
Figura 5.27. Cromatograma de massas para íon m/z 290 para uma amostra padrão (GBTEST05) e amostras de bile da espécie
Cyclichthys spinosus da Baía de Guanabara.
129
Figura 5.28. Estruturas de possíveis isômeros do 1-hidroxipireno (m/z 290).
129
xi
Figura 5.29. Cromatograma de massas para íon m/z 290 para uma amostra padrão (linha preta) e amostras de bile das espécies
Micropogonis furnieri e Genidiens genidens. da Baía de Guanabara (linhas coloridas)
130
Figura 5.30. Cromatograma de massas para íon m/z 340 para uma amostra padrão (linha preta) e amostras de bile de peixe da espécie
Cyclichthys spinosus da Baía de Guanabara (linhas coloridas)
131
Figura 5.31. Estruturas de possíveis isômeros do 3-hidroxibenzo(a)pireno (m/z 340)
131
Figura 5.32. Gráfico de barras descritivo para as espécies Cyclichthys spinosus, Genidens genidens e Micropogonias Furnieri na
área interna da Baía de Guanabara, considerando os 12 metabólitos e 3 isômeros (m/z 290 A e B e m/z 340)
132
xii
Lista de Tabelas
Capítulo 2 - Aspectos Teóricos e Revisão da Litetratura
Tabela 2.1. Propriedades físico-químicas dos HPA prioritários e distribuição de anéis segundo Mackay et al (1992).
14
Tabela 2.2. Classificação dos HPA de acordo com seu potencial Carcinogênico.
27
Tabela 2.3. Valores orientadores de concentrações de HPA em sedimentos (marinhos e de água doce) e na coluna d’água
(água doce e marinha) nos EUA (NOAA Squirts)
30
Tabela 2.4. Valores orientadores de concentrações de HPA em sedimentos (marinhos e de água doce), solo e na coluna d’água (água doce) no Canadá (Canadian Environmental
Quality Guidelines)
31
Tabela 2.5. Padrões de qualidade para HPA das águas do Brasil (CONAMA 357, março de 2005, artigo 14)
32
Tabela 2.6. Valores orientadores de concentrações de HPA em água subterrânea e solos da Cetesb
32
Tabela 2.7. Lista dos maiores acidentes com derrame de óleo nos últimos 30 anos
39
Tabela 2.8. Valores característicos das razões moleculares para identificação de fontes de HPA
49
Tabela 2.9. Habilidade de discriminação de aportes petrogênicos e pirolíticos em relação às relativas estabilidades
termodinâmicas de alguns isômeros
52
Capítulo 4 - Materiais e Métodos
Tabela 4.1. Amostras de bile de peixe para análise de metabólitos de HPA 83
Tabela 4.2. Principais íons (m/z) característicos dos espectros de massas obtidos por CG-EM com e sem derivatização
87
Capítulo 5 - Resultados e Discussão
Tabela 5.1. Resumo dos resultados de HPA (ng g-1 peso seco) de amostras de sedimento de Baía de Guanabara para a
campanha 2000
90
Tabela 5.2. Resumo dos resultados de HPA (ng g-1 peso seco) de amostras de sedimento de Baía de Guanabara para a
campanha 2003
90
xiii
Tabela 5.3. Comparação dos teores de HPA (ng g-1 peso seco) deste estudo com dados de literatura para sedimentos de inúmeros locais costeiros no mundo
93
Tabela 5.4. Razões diagnósticas utilizadas para os sedimentos da Baía de Guanabara e suas faixas limítrofes de identificação de fontes
98
Tabela 5.5. Concentrações médias de 12 metabólitos biliares de HPA( g g-1 bile) de peixes da Baía de Guanabara
119
Tabela 5.6. Concentração de metabólitos totais em bile de peixes (ng g-1
de bile) em regiões costeiras nacionais e internacionais 122
Tabela 5.7. Tempos de retenção e íons de quantificação dos metabólitos de HPA analisados nas condições descritas no protocolo
128
Tabela 5.8. Concentrações dos metabólitos biliares de HPA ( g g-1 bile) de peixes da Baía de Guanabara considerando os 12 compostos
e 3 isômeros
132
Tabela 5.9. Banco de dados de concentrações de metabólitos biliares de HPA de peixes da Baía de Guanabara ( g g-1 de bile)
134
Tabela 5.10. Ranks quanto ao fator Família 135
Tabela 5.11. Níveis descritivos amostrais (p-valor) para os metabólitos de HPA em relação ao Fator Família (Teste Kruskal-Wallis)
135
Tabela 5.12. Ranks quanto ao fator Tempo 136
Tabela 5.13. Níveis descritivos amostrais (p-valor) para os metabólitos de HPA em relação ao Fator Tempo (Teste Kruskal-Wallis)
136
Tabela 5.14. Ranks quanto ao fator Local 137
Tabela 5.15. Níveis descritivos amostrais (p-valor) para os metabólitos de HPA em relação ao Fator Local (Teste Kruskal-Wallis)
137
xiv
Lista de Abreviaturas
APA Área de Proteção Ambiental APC Análise de componentes principais BSTFA Bis(trimetilsilano)-trifluoracetamida CG-EM Cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas
CLAP-Fcromatografia líquida de alta performance com detector de fluorescência
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente EPA Environmental Protection Agency Hf Calor de formação HPA Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos ITOPF International Tanker Owners Pollution Federation LDM Limite de detecção do método m metro MCNR Mistura complexa não resolvida mg Miligrama (10-3 g)
g Micrograma (10-3 g) L Microlitro (10-3 L) m Micrômetro (10-6 m)
mm Milímetro (10-3 m)m/z Íon de quantificação – razão massa sobre carga ng Nanograma (10-9 g) NOAA National Oceanic and Atmospheric Administration
NOSCompostos contendo átomos de nitrogênio (N), oxigênio (O) e enxofre (S)
OH-HPA Metabólito de HPA p-valor Níveis descritivos amostrais SIM Single ion monitoring
Capítulo 1 - Introdução e Objetivos 1
Capítulo 1
Introdução e Objetivos
Capítulo 1 - Introdução e Objetivos 2
1. Introdução e Objetivos
1.1. Introdução
Os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPA) são compostos ubíquos no
meio ambiente e advêm principalmente do uso do petróleo como uma das mais
importantes fontes de energia para a condução da vida contemporânea. Entretanto,
é preciso ressaltar que existem vários mecanismos diferentes pelos quais os
hidrocarbonetos podem ser introduzidos no meio ambiente.
Dentre as fontes antropogênicas de HPA pode-se citar os despejos
domésticos e industriais, as drenagens pluviais urbanas, os efluentes da indústria
petrolífera, os derrames acidentais de óleo e derivados, a combustão incompleta de
óleo combustível automotivo e industrial e a queima intencional de madeira e
plantações. As fontes naturais incluem as películas de plantas superiores, algas,
plânctons e exsudações naturais de petróleo no oceano.
Portanto, principalmente em centros urbanos e industriais, a contaminação
das amostras ambientais por estes agentes retratam, inevitavelmente, a coexistência
de múltiplas fontes de hidrocarbonetos face às diversas formas de introdução de
hidrocarbonetos no meio ambiente. Além disso, os hidrocarbonetos, quando
presentes no meio ambiente, estão sujeitos a processos físicos, químicos e
biológicos que alteram de sua composição química, tornando um grande desafio sua
identificação.
Diante deste cenário complexo, os estudos de caracterização de áreas
contaminadas por hidrocarbonetos demandam, portanto, a aplicação de uma
estratégia de avaliação na qual o uso de técnicas de identificação e diferenciação
das múltiplas fontes destes compostos no meio ambiente é requisito imprescindível.
A informação sobre a identidade dos hidrocarbonetos é importante, não apenas no
auxílio em processos jurídicos para determinação de responsabilidades criminais em
Capítulo 1 - Introdução e Objetivos 3
casos de derrames acidentais, quanto nos programas de gestão ambiental de áreas
afetadas direta ou indiretamente pela presença do contaminante.
Adicionalmente, os estudos ambientais de áreas contaminadas por
hidrocarbonetos requerem, além da detecção dos níveis de hidrocarbonetos no meio
ambiente (sedimento e água) e de suas fontes, avaliações integradas dos
ecossistemas, fornecendo dados da biodisponibilidade dos contaminates aos
organismos aquáticos. Estes estudos procuram estabelecer a conexão entre as
concentrações dos hidrocarbonetos no meio ambiente e nos tecidos e fluídos dos
organismos.
Uma das formas de avaliação da biodisponibilidade de contaminates se dá
por meio de análise de metabólitos de hidrocarbonetos policíclicos aromáticos em
fluídos biológicos de organismos aquáticos. Tal análise fornece subsídios para a
avaliação do nível de exposição a que os organismos foram submetidos,
subsidiando estudos integrados do ecossistema. Um dos indicadores utilizados é o
nível de metabólitos de HPA em bile de peixe.
O presente trabalho sumariza os resultados obtidos através da aplicação de
ferramentas que possibilitam a determinação da origem dos hidrocarbonetos em um
cenário crítico, a Baía de Guanabara, situada no Estado do Rio de Janeiro. Trata-se
de um ecossistema estuarino tropical altamente urbanizado e industrializado, que
recebe uma poluição crônica da região metropolitana do Rio de Janeiro e
municipalidades vizinhas e que foi cenário de um derramamento acidental de óleo
em 2000. As técnicas de diferenciação de fontes testadas foram as razões
diagnósticas de HPA e a análise de multivariáveis de HPA em amostras de
sedimento coletadas na baía. A tese ainda contempla a avaliação do nível de
exposição de organismos aquáticos através da análise de metabólitos individuais de
HPA em bile de peixes, capturados na Baía de Guanabara.
Capítulo 1 - Introdução e Objetivos 4
1.2. Objetivos
1.2.1. Objetivo Geral
Este trabalho teve como objetivo principal aplicar técnicas para identificação
e diferenciação de fontes de hidrocarbonetos em amostras de sedimento da Baía
de Guanabara, utilizando razões diagnósticas de HPA e análises estatísticas
multivariadas. O segundo objetivo foi avaliar, de forma preliminar, os metabólitos de
HPA em bile de peixes demersais coletados na Baía de Guanabara para verificar o
nível de exposição destes organismos a hidrocarbonetos.
1.2.2. Objetivos Específicos
Os objetivos específicos do presente trabalho foram:
Determinar as concentrações dos HPA parentais, seus isômeros e séries
homólogas em amostras de sedimento da Baía de Guanabara;
Comparar as concentrações de HPA em sedimentos da Baía de Guanabara
com de outras áreas estuarinas no mundo e com valores de referência
estabelecidos no Brasil e em outros países;
Verificar a eficiência da aplicação das razões diagnósticas para diferenciação
das fontes de hidrocarbonetos em um ambiente com elevada influência
antropogênica, neste caso os sedimentos da BG;
Avaliar o potencial da técnica de análise de componentes principais (ACP)
como ferramenta para discriminação fontes de hidrocarbonetos em
sedimentos da Baía de Guanabara;
Verificar variabilidade temporal das fontes de hidrocarbonetos identificadas no
ecossistema estudado;
Aplicar técnica metodológica de vanguarda, através de cromatografia gasosa
acoplada a espectrometria de massas (CG-EM), para análise de metabólitos
biliares individuais de HPA em peixes da Baía de Guanabara;
Capítulo 1 - Introdução e Objetivos 5
Determinar, preliminarmente, as concentrações de metabólitos biliares de
HPA em alguns peixes demersais na Baía de Guanabara;
Comparar os níveis de metabólitos das espécies de peixes estudadas a HPA
em duas macro-regiões da Baía de Guanabara (entrada e fundo);
Comparar as concentrações de metabólitos biliares de HPA em peixes da
Baía de Guanabara com outras áreas do mundo;
Avaliar a distribuição dos metabólitos biliares individuais de HPA em peixes
demersais da região estudada, identificando os compostos de maior
contribuição.
2. Aspectos Teóricos e Revisão da Literatura 6
-
Capítulo 2
Aspectos Teóricos e Revisão da Literatura
2. Aspectos Teóricos e Revisão da Literatura 7
-
2. Aspectos Teóricos e Revisão da Literatura
2.1. Introdução
Nos últimos anos, as companhias de petróleo têm vivenciado muitos desafios
diante de redirecionamentos de seus negócios não somente para o aumento da
prospecção e produção de petróleo em águas profundas, bem como para o alcance
da excelência em gestão ambiental e segurança operacional, visando minimizar
riscos ambientais e contribuir para o desenvolvimento sustentável e para
responsabilidade social.
A maior empresa de energia do país, a Petrobras, é responsável por quase a
totalidade da prospecção, produção, refino e transporte de petróleo em território
nacional (www.petrobras.com.br). Dentro da gestão ambiental, vários procedimentos
para ajuste ambiental entre a empresa e os órgãos ambientais têm sido realizados,
visando a regularização completa do licenciamento de operação das unidades de
negócio da Petrobras. Inserido no Plano de Contingência da Companhia, destaca-se
o programa de contenção, caracterização e monitoramento de ecossistemas
afetados por suas atividades.
Muitos estudos de caracterização e monitoramento de ecossistemas da área
de influência direta e indireta de diversas unidades das companhias de petróleo no
mundo têm sido desenvolvidos. Estes auxiliam na determinação do comportamento
do óleo ou efluente no meio ambiente e subsidiam a avaliação dos ecossistemas.
Os estudos para avaliar o comportamento de um derrame de óleo ou de
descarte rotineiro de efluente em corpos receptores demandam a caracterização
detalhada de hidrocarbonetos em amostras ambientais e sua correlação com as
diversas fontes de hidrocarbonetos conhecidas. Como se sabe, os hidrocarbonetos
presentes no meio ambiente em todo o planeta (geralmente em baixas
concentrações: partes por milhão ou partes por trilhão) advêm principalmente do uso
do petróleo como uma das mais importantes fontes de energia. Entretanto, é preciso
ressaltar que existem vários mecanismos diferentes pelos quais os hidrocarbonetos
2. Aspectos Teóricos e Revisão da Literatura 8
-
podem ser introduzidos no meio ambiente, que não o derrame de óleo ou o efluente
da indústria petrolífera, que são: despejos domésticos e industriais, queima natural
ou intencional de madeira e plantações, drenagens pluviais urbanas, combustão
incompleta de óleo combustível e processos naturais que incluem transformações
diagenéticas de produtos naturais (ceras epicuticulares de plantas superiores, algas,
plânctons) e exsudações naturais.
Portanto, a caracterização dos hidrocarbonetos associada à sua correlação a
fontes conhecidas torna-se extremamente importante em amostras ambientais,
independente da dificuldade inerente a esta tarefa. O desafio recai não apenas na
complexidade das amostras, bem como nos efeitos de transformação sobre a
composição dos óleos derramados ou do efluente descartado no meio ambiente. A
identificação de uma fonte específica dos hidrocarbonetos é geralmente difícil, pois a
caracterização pode ser obscurecida pelos hidrocarbonetos provenientes de outras
fontes.
Por isto, torna-se imprescindível a utilização de ferramentas que possibilitem
a determinação das fontes de hidrocarbonetos. Dentre elas destacam-se as razões
diagnósticas dos hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPA), também conhecidas
como índices composicionais dos HPA (Wang et al., 1999; Yunker et al., 2002) e a
análise de componentes principais de HPA (Yunker et al., 2000).
Os HPA, compostos com anéis aromáticos com ou sem ramificações
saturadas, configuram uma classe importante de compostos orgânicos presentes na
composição do petróleo, apesar de sua baixa concentração em relação aos outros
hidrocarbonetos constituintes do petróleo. Sua importância recai no fato de serem
compostos com menor suscetibilidade a degradação no meio ambiente, constituindo
então uma classe de marcadores geoquímicos ambientais extensamente utilizada
nos estudos científicos, permitindo sua aplicação em investigações forenses (Neff,
2002; Stout et al., 2002; Stout and Wang, 2007; Bence et al., 2007; Douglas et al.
2007; Meniconi and Barbanti, 2007).
2. Aspectos Teóricos e Revisão da Literatura 9
-
2.2. Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos
Os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPA) são uma extensa série de
compostos de ocorrência ubiquoa (Neff, 1979), isto é, estão presentes em todos os
ambientes terrestres e marinhos, constituindo uma importante classe de compostos
orgânicos extensamente investigados na literatura científica não apenas pela sua
abundância, mas também face ao seu potencial efeito tóxico aos organismos dos
ecossistemas naturais.
Os HPA são uma família de moléculas constituídas unicamente de carbono e
hidrogênio, com estrutura aromática de 2 ou mais anéis condensados, cada anel
com 5 ou 6 átomos de carbono (HPA parentais) e podem apresentar ramificações
constituídas de cadeias hidrocarbônicas alifáticas, sendo denominados HPA
alquilados.
Os HPA mais estudados na literatura recente são os compostos de 2 até 6
anéis aromáticos. Os compostos heterocíclicos contendo enxofre como os
benzotiofenos, dibenzotiofenos e suas séries alquiladas têm sido também
investigados face sua igualmente extensa ocorrência em amostras ambientais e
similaridade química e funcional aos HPA. Por conveniência, estes compostos serão
mencionados daqui para frente como simplesmente HPA.
A Figura 2.1 ilustra as fórmulas estruturais e a nomenclatura IUPAC
(International Union of Pure and Applied Chemistry) dos 16 HPA parentais
prioritários segundo a agência de proteção ambiental americana (USA-EPA:
Environmental Protection Agency) e a Figura 2.2 apresenta as estruturas e nomes
dos HPA mais frequentemente reportados na literatura, incluindo os 16 HPA
prioritários, os compostos alquilados, a série dos dibenzotiofenos, o benzo(e)pireno
e o perileno. Ainda na Figura 2.2 é apontada a região de “baía” do benzo(a)pireno
como exemplo da região côncava dos HPA. Esta região viabiliza reações
enzimáticas importantes de processos de biotransformação dos HPA, conferindo
uma forte capacidade de ligação destes compostos com o DNA. Os HPA
analisados neste estudo e suas abreviaturas estão listados no Anexo A.
2.A
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2. Aspectos Teóricos e Revisão da Literatura 11
-
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1- MetilnaftalenoNaftaleno
CH3
2-Metilnaftaleno Bifenil
C2H5
CH3
CH3
CH3
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CH3
CH3
2-Etilnaftaleno
2,6-Dimetilnaftaleno 1,3-Dimetilnaftaleno 1,7-Dimetilnaftaleno
CH3
CH3
CH3
CH3
2,3-DimetilnaftalenoAcenaftileno
1,5-Dimetilnaftaleno Acenafteno
CH3
CH3
CH3
CH3
CH3
CH3 CH3
CH3CH3
CH3
CH3
CH3
1,6,7-Trimetilnaftaleno 1,4,6-Trimetilnaftaleno2,3,6-Trimetilnaftaleno
2,3,5-Trimetilnaftaleno
CH3
CH3
CH3
CH3
CH3
CH3
CH3S
Fluoreno 1,4,5-Trimetilnaftaleno 1,2,3,4-Tetrametilnaftaleno Dibenzotiofeno
S
CH3
S CH3
Fenantreno Antraceno 1-Metildibenzotiofeno 3-Metildibenzotiofeno
S
CH3
CH3
CH3
CH3
4-Metildibenzotiofeno
9-Metilfenantreno 2-Metilfenantreno 1-Metilfenantreno
S
CH3
CH3 2,3-Dimetildibenzotiofeno
CH3
CH3
2,7-Dimetilfenantreno
CH3
CH33,6-Dimetilfenantreno Fluoranteno Pireno
CH3
CH3
CH3
2,3,5-Trimetilfenantreno Benzo(a)antraceno
Criseno Benzo(b)fluoranteno Benzo(k)fluoranteno Benzo(e)pireno Benzo(a)pireno
Perileno Indeno[1,2,3-c,d]pireno Dibenzo(a,h)antraceno Benzo(g,h,i)perileno
Figura 2.2. Estruturas e nomenclatura de HPA parentais e alquilados mais frequentemente investigados na literatura e região de “baía” do benzo(a)pireno (Fonte: adaptado de Silva, 2005).
Regiãode baía
2. Aspectos Teóricos e Revisão da Literatura 12
-
2.3 Comportamento dos HPA no Ambiente Marinho e seus Metabólitos
2.3.1. Propriedades físico-químicas dos HPA
Algumas propriedades físico-químicas de alguns HPA estão apresentadas na
Tabela 2.1. Estes compostos são inertes quimicamente e são encontrados na forma
sólida na temperatura ambiente, apresentando pontos de ebulição (218 a 496ºC) e
de fusão (80 a 262ºC) elevados. De um modo geral apresentam volatilidade
relativamente baixa face à baixa pressão de vapor, exceto os compostos de menor
massa molar (Mackey et al., 1992).
As propriedades físico-químicas dos HPA são importantes uma vez que vão
determinar a sua distribuição e comportamento dentro dos diferentes
compartimentos ambientais existentes: atmosfera, água, solo e sedimento e, por
conseguinte, auxiliar nos estudos de avaliação do comportamento e intemperismo
destes compostos no meio ambiente, isto é, da alteração dos mesmos como
conseqüência da combinação dos processos de evaporação, dissolução,
degradação biológica, foto-oxidação e sedimentação (Stout et al., 2002; Neff, 2002;
Stout and Wang, 2007).
Como pode ser observado na Tabela 2.1, a solubilidade dos HPA na água é
baixa (a solubilidade do naftaleno é 31 mg L-1) e diminui com o aumento de sua
massa molar (até 4 ordens de magnitude entre os compostos de 2 a 6 anéis).
Segundo McElroy e colaboradores (1989), a temperatura e a salinidade apresentam
também alguma influência sobre a solubilidade destes compostos, porém em menor
magnitude que a massa molar. Dados experimentais reportam aumento da
solubilidade de duas a cinco vezes para uma faixa de variação de temperatura entre
5 a 30°C, dependendo do composto. Em relação à salinidade, a variação entre 0 a
36%o pode reduzir a solubilidade dos HPA por um fator máximo de dois. Esta baixa
influência da salinidade na solubilidade dos HPA, determinada em laboratório, foi
confirmada com dados de campo obtidos em amostras de água do estuário Tamar,
na Inglaterra (Readman et al., 1982). Devido a sua solubilidade limitada na água e
natureza hidrofóbica (avaliada através do parâmetro Kow – coeficiente de partição
octanol-água), a concentração dos HPA dissolvidos na água (associados à matéria
2. Aspectos Teóricos e Revisão da Literatura 13
-
orgânica dissolvida presente na água) é muito baixa. Devido a estas características,
os HPA tendem a se adsorver em material orgânico natural sólido disponível na
água (presente nas partículas ou colóides em suspensão) e subsequentemente,
depositados nos sedimentos de rios, lagos e águas marinhas (Gearing et al, 1980,
McElroy et al, 1989, Cerniglia and Heitkamp, 1989). A relevância dos sedimentos
como “depósitos’ de HPA tem sido amplamente documentada na literatura (Neff,
1979; Wakeham and Farrington, 1980c; Gschwend and Hites, 1981; Boehm and
Farrington, 1984, NRC, 1985; Sicre et al, 1987; Kennicutt II et al, 1994; Lipatou and
Albaigés, 1994, Page et al, 1995, Garrides et al, 1995, Budzinki et al, 1997; Yunker
et al, 2000), conferindo a este compartimento como o mais adequado para o estudo
de HPA.
2.A
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4
2. Aspectos Teóricos e Revisão da Literatura 15
-
2.3.2 Ciclos Geoquímico e Biológico dos HPA no Meio Ambiente
Conforme já mencionado, os HPA são compostos ubíquos no ambiente e esta
característica pode ser explicada tanto pela multiplicidade de suas fontes quanto
pela sua estabilidade e transporte a longas distâncias, (Neff, 1979, MacDonald et al,
2000a e b, Yunker, 2002). Eles podem estar presentes nos compartimentos água,
sedimento e atmosfera. Na água, podem estar dissolvidos (associados à matéria
orgânica dissolvida) ou adsorvidos às partículas ou colóides em suspensão. No
sedimento, podem ser encontrados adsorvidos sobre as partículas ou dissolvidos na
água intersticial. Na atmosfera, os HPA podem estar na forma gasosa ou adsorvidos
sobre o material particulado atmosférico. Um esquema simplificado das diversas
origens e dos processos de transporte e transformação dos HPA no meio ambiente
encontra-se ilustrado na Figura 2.3.
O transporte dos HPA dentro do meio ambiente pode ocorrer de várias
formas. O transporte atmosférico é importante, pois permite percorrer longas
distâncias, podendo inclusive cruzar oceanos (Macdonald et al, 2000b , Simoneit,
2000). Do compartimento atmosférico, os HPA podem ser transferidos e depositados
para os ambientes continental e marinho. A transferência destes compostos do
ambiente continental para o marinho pode ocorrer, subsequentemente, através da
erosão dos solos seguido do transporte fluvial.
Ao longo de todo seu transporte, os HPA podem passar por transformações
através de mecanismos físicos, químicos e biológicos. Os HPA, quando presentes
na superfície da água ou durante o processo de sedimentação, podem ser foto-
oxidados dentro da zona fótica ou biodegradados por bactérias (Cerniglia and
Heitkamp, 1989). Estão sujeitos também a evaporação, com perdas seletivas dos
compostos de baixa massa molar (abaixo de 150 unidades de massa atômica) e
baixo ponto de ebulição (abaixo de aproximadamente 175°C) (Stout et al, 2002).
2.A
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2. Aspectos Teóricos e Revisão da Literatura 17
-
Uma metodologia de predição de evaporação de óleo ou derivados de
petróleo foi desenvolvida por Fingas (2001b), considerando perda mássica do óleo a
180°C na curva de destilação, a temperatura ambiente e o tempo de exposição.
Alguns óleos seguem a equação logarítima (1) e outros seguem a equação de raiz
quadrada (2).
Equação logarítima:
% evaporação = 0,165 (%D) + 0,045 (T – 15) ln(t) (1)
Equação de raiz quadrada:
% evaporação = [0,0254 (%D) + 0,01 (T – 15) (tempo)] (2)
Onde %D é a percentagem mássica destilada do óleo a 180°C, T é a
temperatura ambiente (°C) e t é o tempo (minutos).
Quando depositados nos sedimentos marinhos, os HPA podem também
sofrer biodegradação por ação de bactérias hidrocarbonoclásticas e fungos
(Cerniglia and Heitkamp, 1989, Juhasz et al, 1997, Cerniglia, 1992, Nadalig, 1998,
Luo et al, 2005). Esta degradação biológica dos HPA, no entanto, depende de
fatores tais como disponibilidade de nutrientes, existência de substratos alternativos,
concentração dos HPA e concentração dos microorganismos (E & P FORUM, 1994).
Depende também do número de anéis na estrutura: quanto menor o número de
anéis, maior a taxa de degradação do composto. Portanto, com o acréscimo da
massa molecular dos compostos a resistência à degradação aumenta (Stout et al,
2002, Page et al, 1995, Bence et al, 1996).
O grau de alquilação é outro fator que influencia na taxa de degradação dos
HPA, sendo também inversamente proporcional: quanto menor alquilação, maior a
taxa de degradação do composto (Bailey et al, 1973, Cerniglia and Heitkamp, 1989;
Bence et al, 1996, Macdonald et al, 2000b). Importante também mencionar que as
taxas de biodegradação em sedimentos contaminados com HPA é mais elevada que
em sedimentos pristinos possivelmente devido a adaptações na população
microbiana por exposição crônica aos HPA, resultando em maior resistência a
2. Aspectos Teóricos e Revisão da Literatura 18
-
toxicidade ou no aumento da habilidade em usar os HPA como substratos (Cerniglia
and Heitkamp, 1989).
Amostras ambientais contendo HPA que sofreram intemperismo apresentam
uma distribuição característica destes compostos, diferente daqueles contendo HPA
sem alterações provocadas por evaporação, dissolução, degradação biológica ou
foto-oxidação. Isto pode ser observado na Figura 2.4 de duas formas:
a abundância relativa dos naftalenos diminui em relação aos fluorantenos,
fenantrenos, dibenzotiofenos e crisenos, pois os primeiros são mais
susceptíveis a degradação ;
o padrão de distribuição dos isômeros dos naftalenos, fenantrenos e
dibenzotiofenos se altera: passa de uma distribuição gaussiana, com
concentração máxima nos isômeros alquilados com 2 e 3 carbonos (C2 e C3
HPA alquilados) para uma distribuição crescente com concentração máxima
para o isômero de maior alquilação (HPA parental < C1 <C2 < C3 < C4). Isto
ocorre porque os isômeros de maior alquilação são mais resistentes à
degradação (Sauer and Uhler, 1994-1995; Stout et al, 2002, Page et al, 1995).
Figura 2.4. Variação da distribuição dos HPA em amostra de sedimento de Prince William Sound, Alaska, após acidente do navio Exxon Valdez face ao intemperismo. a) amostra do óleo derramado cru 1989; b) amostra de sedimento da linha de costa 1989 (adaptado de Page et al.,1995). Abreviaturas no Anexo A.
2. Aspectos Teóricos e Revisão da Literatura 19
-
A avaliação desta alteração no padrão de distribuição dos HPA devido ao
processo diferenciado de degradação entre os compostos é geralmente
acompanhada através da razão entre C2 Criseno e C2 Fenantreno uma vez que o
criseno é mais resistente a este processo que o fenantreno (Figura 2.5). Desta
forma, com o tempo, a razão C2 Criseno/C2 Fenantreno aumenta. O mesmo pode
ser observado para a razão C2 Criseno/C2 Dibenzotiofeno (Page et al, 1995, Wang
et al., 1999, Stout et al, 2002, Bence et al., 2007). A razão entre os naftalenos
alquilados (alquil N) e o total de HPA também pode ser utilizada para acompanhar a
evolução do intemperismo, apresentando um comportamento inverso à razão C2
Criseno/C2 Fenantreno uma vez que os naftalenos alquilados são mais rapidamente
degradados que as demais HPA.
Figura 2.5. Evolução da razão C2 Criseno/C2 Fenantreno para amostras do óleo derramado do navio tanque Exxon Valdez no Alasca ao longo do tempo (adaptado de Page et al., 1995). Abreviaturas no Anexo A.
As características do ambiente marinho também influenciam na distribuição
dos HPA no meio ambiente. O teor de carbono orgânico nas partículas em
suspensão ou no sedimento é um parâmetro importante, pois observa-se que,
quanto mais ricos em carbono orgânico forem os sedimentos ou partículas, mais
forte é a afinidade dos HPA por estes compartimentos (Knezovich et al., 1987).
2. Aspectos Teóricos e Revisão da Literatura 20
-
A distribuição da granulometria do sedimento é também outro parâmetro que
se deve levar em conta. Os sedimentos mais finos, com uma surperfície de adsorção
mais elevada, tendem a apresentar maior afinidade com os HPA que os sedimentos
com maior granulometria. Além disso, dentre os HPA, os compostos de maior massa
molar são concentrados preferencialmente nos sedimentos finos. Com isso, existe
uma tendência de maior concentração de HPA de massa molar mais elevada em
sedimentos finos (Prahl and Carpenter, 1983; Raoux and Garrigues, 1993; Gobas
and Zhang, 1994).
Ainda sobre as características do ambiente marinho que podem influenciar na
distribuição dos HPA, vale ressaltar que o tempo de contato entre estes compostos e
sedimentos envelhecidos abaixo da superfície fortalece as interações contaminante-
matriz; e com isto constata-se uma diminuição da disponibilidade dos HPA ao longo
da profundidade da coluna sedimentar (Harkey et al., 1995).
Ao longo de todo o ciclo geoquímico dos HPA no ambiente, estes compostos
podem estar disponíveis aos organismos. A disponibilidade dos HPA dissolvidos na
coluna d’água é maior que a dos HPA adsorvidos em sedimentos e partículas (Neff,
1984). Após absorção pelos organismos, os HPA podem se transferir e ser retidos
nos órgãos ricos em lipídios, podendo ocorrer a bioacumulação. A absorção dos
HPA presentes no sedimento por organismos aquáticos pode ocorrer através da via
alimentar (caso dos organismos bentônicos) ou através da absorção pela pele
(Bailey et al., 1973). Alguns organismos aquáticos podem também filtrar os
sedimentos através das brânquias.
A disponibilidade dos HPA aos organismos varia em função da maneira de
viver dos mesmos. Os organismos que vivem na região entremaré estão mais
expostos aos HPA que os que vivem em águas profundas face ao maior número de
fontes destes compostos. Os organismos fixos filtrantes (mexilhões, ostras), uma
vez expostos aos HPA, tendem a acumulá-los em seu tecido e por isso são
comumente utilizados como organismos sentinelas (Farrington et al., 1983, Baumard
et al., 1998a, b, c, d, Varanasi et al., 1990, Sericano et al., 1995, O’Connor, 1996,
NOAA, 1997, Wade et al., 1998, Durell et al., 2000, Francioni, 2001). Os
invertebrados bênticos (poliquetas, caranguejos, lagostas, camarões) quando
2. Aspectos Teóricos e Revisão da Literatura 21
-
expostos aos HPA depositados nos sedimentos marinhos podem acumular estes
compostos em seus tecidos e posteriormente transferi-los aos organismos da cadeia
trófica imediatamente acima deles, porém esta transferência é interrompida pelos
organismos marinhos vertebrados (peixes, mamíferos) e o processo de
biomagnificação dos HPA nos níveis tróficos superiores da cadeia alimentar não
ocorre. Os HPA são metabolizados por estes organismos, secretados na bile e,
subsequentemente, excretados no trato alimentar (Buhler and Williams, 1989,
Foureman, 1989, Broman et al., 1990, Varanasi and Stein, 1991, E & P Forum, 1994;
ONU, 1999; Saxton, 1993; NOAA, 1989; Krahn et al., 1992, NOAA, 1993; UNEP,
1999).
Portanto, a concentração/acumulação dos HPA nos tecidos dos organismos
aquáticos é governada por um fenômeno complexo: resulta do equilíbrio entre a
aquisição (uptake) dos HPA (que depende da biodisponibilidade do contaminante e
do tipo de dieta do organismo) e sua depuração (que depende da capacidade de
biotransformação do organismo em relação à cadeia trófica). A Figura 2.6 apresenta
de forma simplificada este processo.
O uptake é governado primeiramente pela biodisponibilidade, que por sua
vez, está associado com sua solubilidade na água. Como os HPA são hidrofóbicos,
tendem a adsorver em partículas e com isto sua solubilidade decresce (Neff, 1979).
Além disso, como a solubilidade dos HPA decresce com o aumento da massa molar,
a sua bioacumulação nos organismos é geralmente maior para os compostos de
menor massa molar que apresentam maior solubilidade em água (Djomo et al.,
1996).
O uptake é governado também pelo tipo de dieta do organismo: a acumulação
dos HPA em organismos que se alimentam diretamente do sedimento ou vivem em
contato íntimo com o sedimento, mais expostos aos contaminantes, é maior que em
organismos que se alimentam de outros organismos, como os carnívoros, por
exemplo, que estão menos expostos aos HPA (Baumard et al., 1998a).
E finalmente, organismos de distintos níveis tróficos acumulam, de forma
diferente, os HPA assimilados devido às suas diferentes capacidades de
2. Aspectos Teóricos e Revisão da Literatura 22
-
biotransformação. À medida que se sobe na cadeia trófica, maior é a capacidade de
biotransformação/ metabolização dos HPA e, portanto, menor acúmulo dos mesmos
(Buhler and Williams, 1989, Foureman, 1989, Broman et al., 1990, E & P Forum,
1994). Ocorrem também diferentes taxas de biotransformação dos HPA, sendo as
maiores taxas para compostos de massa molar mais elevada. Assim, subindo na
cadeia trófica, a tendência é haver uma discriminação dos HPA de elevada massa
molar, isto é, um acúmulo preferencial dos HPA de baixa massa molar (Broman et
al., 1990).
OH
1-Hidroxinaftaleno
Exposição
Absorção Depuração Bioacumulação
Toxicidade
OH
Biotransformação(Metabólitos)
Figura 2.6. Processo de transformação dos HPA em organismos aquáticos.
Em decorrência da elevada capacidade de metabolização apresentada pelos
peixes, os teores de HPA em seus tecidos, quando expostos à estes compostos, são
usualmente baixos (Krahn et al, 1986a; Varanasi et al, 1989; Varanasi and Stein,
1991; van der Oost et al, 2003). Portanto, torna-se mais adequada a determinação
dos teores dos metabólitos dos HPA para uma avaliação do nível de exposição
destes organismos.
Os metabólitos dos HPA têm sido extensamente analisados na bile de peixes
através de metodologias já consagradas (Krahn et al, 1986a e b, Krahn et al, 1987,
Krahn et al, 1992, Krahn et al, 1993a,b, van der Oost et al., 1994, Ruddock et al.,
2002, Richardson et al., 2001, Mazeas, 2004, Budzinski et. al, 2004, Silva, 2005,
Silva et al, 2006, Le Dû et al, 2006, Vuorinen et al., 2006). São classificados de
acordo com NRC (National Research Council) (1987) e WHO (World Health
Organization) (1993) como biomarcadores de exposição, isto é, moléculas
2. Aspectos Teóricos e Revisão da Literatura 23
-
resultantes da interação dos HPA com o organismo vivo (resposta biológica), medido
dentro do organismo ou em seus fluidos biológicos; um sinal precoce de exposição
de organismos à contaminação de HPA.
Dados da literatura corroboram a correlação entre a concentração de
metabólitos na bile de peixes e a concentração de HPA no meio ambiente (Khran et
al, 1992, Khran et al, 1993, Yu et al, 1995). Collier and Varanasi (1991) ressaltam, no
entanto, que o nível de metabólitos na bile se apresenta como melhor indicador
quando os organismos são expostos a concentrações elevadas de HPA, não se
mostrando, em geral, sensível quando expostos a baixos níveis destes
contaminantes.
A conexão entre os níveis externos, os níveis internos dos tecidos/fluídos dos
organismos e os efeitos adversos iniciais de exposição aos HPA precisa ser
estabelecida para uma avaliação criteriosa de riscos do ambiente contaminado com
estes compostos. O estabelecimento do impacto dos HPA sobre o ambiente
aquático tem sido extensamente estudado na literatura, mas ainda não totalmente
determinado (van der Oost et al, 2003).
2. Aspectos Teóricos e Revisão da Literatura 24
-
2.3.3 Biotransformação dos HPA (Metabólitos) e sua Toxicidade
Os HPA, conforme já mencionado anteriormente, são moléculas de estruturas
relativamente simples (plana e altamente conjugada) e inertes, porém são
classificados como compostos químicos mutagênicos e carcinogênicos. Para exercer
seus efeitos mutagênicos ou carcinogênicos, os HPA requerem, no entanto, sua
ativação metabólica, que pode ocorrer através de metabolismos dentro de
organismos vivos (Harvey, 1991; Miller, 1978, Miller and Miller, 1996; Golddstein and
Faletto, 1993, Harris, 1991).
Os HPA, uma vez absorvidos pelos organismos vivos, passam por um
processo de biotransformação (metabolização) que ocorre no fígado,
hepatopâncreas, estômago ou glândula digestiva, dependendo de tratar-se de
peixes, crustáceos ou moluscos (Singer and Lee, 1977, James, 1989; Livingstone,
1989, Deshpande et al, 2002).
Dentre os diversos mecanismos para a ativação metabólica dos HPA propostos
na literatura (Xue and Warshawsky, 2005), três são mais estudados:
oxidação dos HPA por reação enzimática em três etapas, catalisada pelo
citocromo P450 na região de “baía” (côncava) dos HPA, gerando compostos
eletrofílicos tais como os diol-epóxidos (epóxidos, dihidrodióis, fenóis) capazes de
se ligarem com DNA e de se associarem a substratos hidrosolúveis endógenos
como glutationa, glucuronida, aminoácidos (aceito como o mecanismo
carcinogênico mais dominante);
oxidação com remoção de um eletron da molécula de HPA e formação do
radical catiônico ;
oxidação dos HPA catalisada pelo dihidrodiol dehidrogenase (DD) com formação
de orto-quinonas (Harvey, 1991; Cavalieri and Rogan, 1992; Penning et al, 1999).
2. Aspectos Teóricos e Revisão da Literatura 25
-
Como pode ser observado na Figura 2.7, o processo enzimático de ativação
metabólica dos HPA catalisado pelo citocromo P450 (mecanismo mais dominante) é
realizado em 2 etapas: funcionalização e conjugação. Inicialmente os HPA
transformam-se em compostos eletrolíticos tais como epóxidos, fenóis, dihidrodiols,
quinonas, diols, triols e quatriols através da ação de enzimas mono-oxigenases
citocromo P 450. Esta etapa é conhecida como fase de funcionalização, ou fase I
(Buhler and Williams, 1989). Em seguida, na etapa de conjugação, ou fase II, os
compostos formados na fase I se ligam com grupamentos hidrofílicos tais como o
ácido glucorônico, sulfatos, glutationa, formando produtos conjugados hidrofílicos
para favorecer a sua excreção (Foureman, 1989). Os principais conjugados
formados por peixes são os glucoronídeos e glutationideos (George, 1994). A Figura
2.8 ilustra as estruturas e nomenclaturas dos principais metabólitos livres de HPA e
alguns metabólitos conjugados formados através do processo de biotransformação
dos HPA.
HPAhidrofóbicos
EfeitosTóxicos
Fase I
MetabólitosEletrofílicos
Fase II
Metabólitos Conjugadoshidrofílicos
Excreção
Funcionalização
Conjugação
DESINTOXICAÇÃO
Figura 2.7. Esquema da ativação metabólica de HPA através de oxidação por reação enzimática.
2. Aspectos Teóricos e Revisão da Literatura 26
-
OH
OH OH OH
OHOH OH
OH
1-Hidroxinaftaleno 2-Hidroxinaftaleno 2-Hidroxibifenil 9-Hidroxifluoreno
9-Hidroxifenantreno 1-Hidroxipireno 1-Hidroxicriseno
1-Hidroxibenzo(a)pireno
Figura 2.8. Estruturas e nomenclaturas de metabólitos livres (A) e conjugados (B) de
HPA.
Conjugação ao ácido Glucorônico
Conjugaçãoao Sulfato
Conjugação a Glutationa B
A3-Hidroxibenzo(a)pireno
2. Aspectos Teóricos e Revisão da Literatura 27
-
A toxicidade dos HPA está relacionada com a sua capacidade de produzir
efeito deletério a um organismo e a mutagenicidade e a carcinogenicidade são as
propriedades tóxicas mais estudadas nos HPA. Estão relacionadas com os
compostos eletrofílicos formados na fase I da biotransformação dos HPA, que não
são convertidos a conjugados hidrofílicos, podem se ligar com DNA, RNA ou
proteínas e, subsequentemente, induzir mutações genéticas e tumores cancerígenos
(Miller and Miller, 1996; Pahlman and Pelkonen, 1987; Varanasi et al., 1989; Harvey
et al., 1991 e 1999; Nesnow et al., 2002; Neff, 2002).
Dentre os HPA, o Benzo(a)antraceno, o Benzo(a)pireno e
Dibenzo(a,h)antraceno são considerados os mais tóxicos, classificados como
“provavelmente cancerígenos” ao homem pela organização internacional IARC
(International Agency for Research on Cancer) e pela US-EPA (Environmental
Protection Agency) (Tabela 2.2), seguidos pelo Benzo(b)fluoranteno,
Benzo(k)fluoranteno e Indeno(1,2,3-cd)pireno, classificados como “possivelmente
cancerígenos” ao homem. Segundo o Programa Internacional de Segurança
Química (IPCS) estes compostos, juntamente com o Benzo(j)fluoranteno e o
Criseno, são classificados como cancerígenos à mamíferos.
Tabela 2.2. Classificação dos HPA de acordo com seu potencial carcinogênico.
Carcinogenicidade Composto
IARC a USA-EPAbIPCS c IARC a:
Naftaleno 2B C (?) 1: Carcinogênico ao homem
Aceftileno D 2A: Provavelmente carcinogênico ao homem
Fenantreno 3 D - 2B: Possivelmente carcinogênico ao homem
Antraceno 3 D - 3: Não classificado
Fluoranteno 3 D (+) b USA-EPA:Pireno 3 D (?) A: Carcinogênico ao homem
Benzo(a)antraceno 2A B2 + B1 e B2: Provavelmente carcinogênico ao homem
Criseno 3 B2 + C: Possivelmente carcinogênico ao homem
Benzo(b)fluoranteno 2B B2 + D: Não classificado
Benzo(k)fluoranteno 2B B2 + E: Provavelmente não carcinogênico
Benzo(j)fluoranteno 2B + c IPCS:Benzo(a)pireno 2A B2 + +: efeito positivo
Indeno(1,2,3-c,d)pireno 2B B2 + -: efeito negativo
Dibenzo(a,h)antraceno 2A B2 + ?: incerto
Benzo(ghi)perileno 3 D ( ): resultado derivado de número pequeno de dados
2. Aspectos Teóricos e Revisão da Literatura 28
-
2.3.4. Critérios de Qualidade Ambiental: Valores Orientadores de HPA
Em função de seu potencial carcinogênico e mutagênico, as instituições
governamentais em diversos países do mundo selecionaram, dentre vários
compostos, alguns HPA como contaminantes prioritários a serem avaliados nos
diversos compartimentos ecológicos (solo, sedimento, água e atmosfera) e
estabeleceram valores orientadores e de referência para estes ambientes. As
Tabelas 2.3 e 2.4 reportam as concentrações limites dos HPA nos corpos d’água e
sedimentos nos EUA e no Canadá (http://response.restoration.noaa.gov/2006; http://
www.ec.gc.ca/CEQG-RCQE/english/default.cfm/2006).
Para sedimentos marinhos, alguns critérios de qualidade podem ser
destacados: a NOAA estabelece a concentração total de HPA de 4022 ng g-1 como
ERL – effects range-low, a partir da qual a toxicidade poderia ser observada em
espécies sensíveis e a concentração total de HPA de 16770 ng g-1 como PEL –
probable effects level, acima da qual se espera que ocorram frequentemente efeitos
adversos. Segundo Long e colaboradores (1995), concentrações entre 4022 e 44792
ng g-1 representam uma faixa na qual efeitos adversos biológicos poderiam
ocasionamente ocorrer em sedimentos marinhos e estuarinos. Kennicutt (1995)
utilizou esta concentração de HPA de 4022 ng g-1 como limítrofe para ambientes
contaminados no estudo conduzido em Casco Bay, Maine.
O Canadá estabelece, também para sedimentos marinhos, a concentração
total de HPA de 7070,9 ng g-1 como PEL – probable effects level, acima da qual é
provável que ocorram efeitos adversos na biota. Estabelece também o nível de HPA
total de 766 ng g-1 como ISQG (interim sediment quality guideline), guia de qualidade
de sedimento interino, valor usado quando dados são limitados, visando proteger
todas as formas de vida marinha em todos os aspectos de seus ciclos de vida e por
um tempo de exposição às substâncias químicas indefinido.
Dentro dos critérios de qualidade estabelecidos pela NOAA para a água
marinha, verifica-se concentração máxima para cada HPA na faixa de 300 g L-1,
2. Aspectos Teóricos e Revisão da Literatura 29
-
exceto para acenafteno e naftaleno, cujos valores são 970 e 2350 g L-1,
respectivamente.
No Brasil, o Conselho Nacional do Meio Ambiente através da Resolução
CONAMA nº 357, de 17 de março de 2005 (CONAMA, 2005), define as
concentrações de alguns HPA em águas doces, salinas e salobras de acordo com
sua classificação de padrões de qualidade da água, que varia conforme seus usos
preponderantes (Tabela 2.5). Observa-se que em águas doces e salgadas onde
existe o cultivo de organismos para consumo humano (classe I, tabela II para águas
doces e classe 1, tabela V para águas salinas, respectivamente) os teores máximos
dos HPA individuais são bastante restritivos: 0,018 g L-1.
A Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental de São
Paulo) estabelece valores orientadores de diversos HPA para solos e águas
subterrâneas como referência para intervenção (Cetesb, 2005). Os valores para
solos encontram-se na Tabela 2.6, onde se observa, por exemplo, que a
concentração máxima de Benzo(a)pireno é 0,4 mg Kg-1 (400 ng g-1).
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2. Aspectos Teóricos e Revisão da Literatura 33
-
2.4. Principais Fontes de HPA no Ambiente Marinho
Os HPA encontrados em ambientes marinhos são resultantes de uma mistura
de compostos que podem ser provenientes de diversas fontes, de origem natural ou
antropogênica (pela ação do homem), e seu aporte pode ocorrer através de
descartes diretos ou deposição/precipitação atmosférica indireta.
2.4.1. Fontes Antropogênicas
As principais fontes antropogênicas de HPA são de origem pirolítica e
petrogênica.
As fontes antropogênicas de HPA de origem pirolítica estão relacionadas
majoritariamente à combustão incompleta de combustíveis como carvão mineral,
óleo, madeira e gás para geração de energia, aquecimento residencial e transporte
veicular (Lee et al., 1977; Prahl and Carpenter, 1983; Ehrhardt and Petrick, 1993,
Kennicutt II et al., 1994; Lipatou and Albaigés, 1994; Budzinski et al., 1997, Fraser et
al., 1998, Wang et al., 1999, Elias et al., 2000, Readman et al., 2002; Yunker et al.,
2000 and 2002). Alguns processos de preparo de alimentos tais como defumação e
fritura com óleo de cozinha e queima de incensos também contribuem como fonte
pirolítica de HPA (Guillen et al., 2000, Endo et al., 2000, Mazeas, 2004).
O padrão de distribuição dos HPA provenientes de fontes pirolíticas se caracteriza
pela predominância de compostos parentais não substituídos (Wakeham et al,
1980a, Law and Biscaya, 1994, Page et al, 1995, Bence and Burns, 1995, Bence et
al, 1996, Baumard et al, 1998b, Wang et al, 1999, Schauer et al., 1999, Readman et
al, 2002, Yunker et al, 2002) e pela maior concentração de HPA de elevada massa
molar, de 3, 4 e 5 anéis (Page et al, 1995, Bence and Burns, 1995).
As fontes antropogênicas de HPA de origem petrogênica estão relacionadas
à utilização do combustível fóssil, petróleo, que é uma mistura complexa de
hidrocarbonetos com compostos contendo heteroátomos de nitrogênio, oxigênio e
enxofre (NOS), resultante da alteração lenta da matéria orgânica preservada em
sedimentos profundos (rochas geradoras) à temperaturas de 100 a 150C e altas
2. Aspectos Teóricos e Revisão da Literatura 34
-
pressões (Tissot and Welte, 1984; Stout et al., 2002). A Figura 2.9 representa
esquematicamente seu processo de formação e seu armazenamento nas camadas
geológicas subsuperficiais. O petróleo é uma das mais importantes matérias-prima
do mundo moderno, estando relacionado com uma lista extensa de produtos que
viabilizam a vida do homem. O aporte dos HPA petrogênicos no ambiente advém
dos processos de exploração e produção de petróleo, transporte por navios e
tubulações, distribuição de seus derivados, associados aos derrames acidentais,
descarte de efluentes industriais e urbanos, e o escoamento de águas pluviais (NRC,
1985, GESAMP, 1993; Page et al, 1995; Fingas, 2001a; Readman et al., 2002;
Yunker et al., 2000 and 2002, Stout et al, 2002).
Florestas Alagadas
Plantas são enterradas com lamas estagnadas
Compactação e alteração química
Deposição profunda para geração de óleo e gás
Lago ou oceano com nutrientes em abundância
Plancton
Afundamento de plâncton morto
Leito do oceano estagnado
Lama rica em matéria orgânica
Óleo e gás
Florestas Alagadas
Plantas são enterradas com lamas estagnadas
Compactação e alteração química
Deposição profunda para geração de óleo e gás
Lago ou oceano com nutrientes em abundância
Plancton
Afundamento de plâncton morto
Leito do oceano estagnado
Lama rica em matéria orgânica
Óleo e gás
Profundidade( Km )
1
2
3
4
5
6
Temperatura( ºC)
Maturidade da rocha geradora
50
100
150
200
Querogêneocarbonizado:
sem óleoou gás
Sem óleo ou gás
Campo de óleo
Campo de gás
Campo de óleo e gás
óleo
gás
óleo e gás
Profundidade( Km )
1
2
3
4
5
6
Temperatura( ºC)
Maturidade da rocha geradora
50
100
150
200
Querogêneocarbonizado:
sem óleoou gás
Sem óleo ou gás
Campo de óleo
Campo de gás
Campo de óleo e gás
óleo
gás
óleo e gás
Figura 2.9. Processo de formação de petróleo e seu armazenamento.
2. Aspectos Teóricos e Revisão da Literatura 35
-
As amostras ambientais com predominância em HPA de origem petrogênica
apresentam um padrão de distribuição mais complexo que as de origem pirolíticas,
consistindo de compostos parentais e alquilados, onde, em geral, os grupos
alquilados de 2 e 3 carbonos (C2 e C3 HPA alquilados) são mais abundantes que o
HPA parental (Boehm and Farrington, 1984, Sauer and Boehm, 1991, Law and
Biscaya, 1994, Sauer and Uhler, 1994-1995; Page et al, 1995, Bence and Burns,
1995, Yunker et al, 1996, Yunker et al, 1999, Wang et al, 1999, Pereira et al, 1999,
Stout et al, 2001, Yunker et al, 2002, Stout et al, 2002). Este padrão de distribuição
dos HPA é conhecido como perfil na forma de sino (bell shaped profile) ou
distribuição gaussiana. A Figura 2.10 mostra de forma sintética as diferenças acima
descritas entre os perfis de distribuição de HPA derivados de material petrogênico e
pirolítico, em que os HPA em cor azul claro são alquilados.
A literatura reporta, de forma resumida, a introdução de hidrocarbonetos no
ambiente marinho mundial através de estudos estatísticos. Segundo Fingas (2001a),
a maior contribuição se dá através de despejos industriais e municipais, que atinge
50% do aporte total, seguida da atividade de transporte de petróleo (24%). As fontes
naturais e atmosférica são também importantes, consistindo de 11 e 13%,
respectivamente. Já as atividades de exploração e produção de petróleo contribuem
com apenas com 2%.
No entanto, em áreas urbanas e industrializadas verifica-se que a principal
fonte de HPA em ambientes aquáticos é a deposição atmosférica de HPA
proveniente da pirólise incompleta de combustíveis fósseis (LaFlame and Hites,
1978, Gschwend and Hites, 1981, McElroy et al, 1989, Yunker et al, 2002, Stout et
al, 2004, Tolosa et al, 2004).
2. Aspectos Teóricos e Revisão da Literatura 36
-
Petrogênico
Pirolítico
Figura 2.10. Perfis de distribuição de alguns HPA demonstrando as diferenças entre fontes petrogênicas e pirolíticas em função da abundância relativa dos HPA parentais e seus respectivos alquilados – adaptado de Stout et al., 2002.
Os dados para a Baía de Guanabara mostram que a maior contribuição de
hidrocarbonetos se dá através do escoamento de esgoto municipal e águas pluviais
(57 e 27%, respectivamente), na sua maioria sem tratamento (Ferreira, 1995). Os
despejos industriais, inclusive duas refinarias e outras instalações correlatas,
atingem 9% do aporte total, enquanto o aporte atmosférico é cerca de 5%. As
atividades de transporte de petróleo dentro da baía (onde se incluem os derrames
acidentais de óleo e derivados) correspondem a apenas 1% de toda introdução de
hidrocarbonetos na região (Ferreira, 1995).
2. Aspectos Teóricos e Revisão da Literatura 37
-
Dentre os principais aportes de hidrocarbonetos, os derrames acidentais de
óleo chamam a atenção face ao seu potencial agudo de contaminação. A Tabela 2.7
revela alguns dos principais acidentes com derrame de óleo e/ou seus derivados
ocorridos nos últimos anos, listados de acordo com seu volume, incluindo os
acidentes com navios tanque transportadores de petróleo.
O vazamento de óleo durante a Guerra do Golfo em 1991 foi a maior
ocorrência até a presente data, onde foram derramadas 800 mil toneladas de óleo
no Kuwait. O blow out numa plataforma de produção do Golfo do México em 1979 foi
responsável pelo vazamento de cerca de 470 mil toneladas de óleo e o acidente com
o navio Atlantic Empress no Mar do Caribe resultou no vazamento de 300 mil
toneladas de óleo. O acidente ocorrido com o navio Exxon Valdez no Alaska, em
1989, resultou no derramamento de cerca de 37 mil toneladas de óleo, considerado
na estatística mundial como um acidente de porte médio. No entanto, a partir deste
evento, inúmeros estudos sobre transporte, comportamento e efeito do óleo sobre a
biota foram desenvolvidos, fornecendo uma fonte importante de dados para o mundo
atual.
Para o caso de vazamentos de óleo relacionados com seu transporte no
ambiente marinho, pode-se verificar uma tendência natural de diminuição do número
de acidentes e da quantidade de óleo derramado ao longo do tempo, segundo dados
do International Tanker Owners Pollution Federation ITOPF (2005/2006). Na década
de 70 ocorreram, em média, 25 acidentes/ano, seguidos de 9 a 8 acidentes/ano nas
décadas subseqüentes. Já entre os anos 2000 e 2004, esta média diminuiu para 3,8
acidentes/ano (Figura 2.11).
2. Aspectos Teóricos e Revisão da Literatura 38
-
Figura 2.11. Estatística de derrames de óleo segundo ITOPF (adaptado do handbook 2005/2006).
Vale ressaltar que o ITOPF possui uma classificação de acidentes com
petroleiros em função da quantidade de petróleo derramado. Acidentes com
vazamentos até 7 m3 (aproximadamente 6,3 toneladas) são considerados de
pequeno porte. Vazamentos entre 7 e 700 m3 (aproximadamente 630 toneladas)
enquadram-se em acidentes de médio porte e acima de 700 m3, de grande porte.
1970-79 25,2 eventos/ano em média
1980-89 9,3 eventos/ano em média
1990-99 7,8 eventos/ano em média
2000-2004 3,8 eventos/ano em média
Derrames/ano
Média de 10 anos
Número de derrames grandes (acima 700 ton), 1974-2004
Quantidade de óleo derramado, 1970-2004
2. Aspectos Teóricos e Revisão da Literatura 39
-
Tabela 2.7. Lista dos principais acidentes com derrame de óleo nos últimos anos.
Fonte: Fingas, 2001a; Mazeas, 2004; Gabardo et al, 2001; Meniconi et al., 2001, 2002.
Nome do Navio / Incidente Local AnoQuantidade(toneladas)
1 Guerra do Golfo Kuwait 1991 800000
2 Blowout IXTOC Golfo do México 1979 470000
3 Atlantic Empress Mar do Caribe-Tobago 1979 300000
4 Blowout plataforma de óleo Iran 1993 270000
5 ABT Summer Angola 1991 260000
6 Amoco Cadiz França 1978 235000
7 Odyssey Canadá 1988 145000
8 Heaven Itália 1991 140000
9 Torrey Canyon Inglaterra 1967 130000
10 Ruptura de duto Rússia 1994 105000
11 Urquiola Espanha 1976 100000
12 Braer Reino Unido 1993 85000
13 Sea Empress Reino Unido 1996 72000
14 Aegean Sea Espanha 1992 75000
15 Prestige Espanha / França 2002 63000
16 Tanque de armazenamneto Japão 1974 39000
17 Exxon Valdez Alasca, EUA 1989 37000
18 Tanque de armazenamneto EUA 1976 36000
19 Blowout plataforma México 1986 34000
20 Tanque de armazenamneto Panamá 1986 30000
21 Plataforma off-shore Noruega: Mar do Norte 1977 27000
22 Cosmos A Hong Kong 1994 23000
23 Ruptura de duto Rússia 1993 20000
24 Erika França 1999 20000
25 Tanio França 1980 16000
26 Ann Mildred Broving Alemanha 1966 16000
27 Tanque de armazenamneto Singapura 1983 15000
28 Mega Born EUA 1990 13000
29 Tarik Ibn Ziyad Brasil 1975 12000
30 Plataforma off-shore Arábia Saudita 1980 12000
31 Brazilian Marina Brasil 1978 10000
32 Tanque de armazenamneto República Checa 1996 10000
33 Blowout de poço Uzbekistan 1994 8000
34 Frontier Express Coréia 1993 7000
35 Sea Spray Vietnan 1974 6000
36 Ruptura de duto: Baía de Guanabara Brasil: Rio de Janeiro 2000 130037 Ruptura de duto: Rio Iguaçu Brasil: Paraná 2000 4000
2. Aspectos Teóricos e Revisão da Literatura 40
-
No Brasil, os dois maiores acidentes ocorreram com os navios
transportadores de petróleo Tarik Ibn Ziyad (março de 1975, Rio de Janeiro) e
Brazilian Marina (janeiro de 1978, São Sebastião), com vazamentos de 12 mil e 10
mil toneladas de óleo, respectivamente (Fingas, 2001a). Em julho de 2000, a ruptura
de uma junta de expansão na área de dutos da refinaria Presidente Getúlio Vargas,
localizada em Araucaria, Paraná, ocasionou um vazamento de óleo de
aproximadamente 4 mil toneladas de óleo, afetando os rios Barigui e Iguaçu
(Meniconi et al., 2002).
O vazamento acidental na Baía de Guanabara, Rio de Janeiro, em janeiro de
2000 foi ocasionado pela ruptura de uma tubulação que transportava óleo da
Refinaria Duque de Caxias para o Terminal da Ilha D’água. Vazaram 1292 m3 (1268
toneladas) de óleo combustível MF 380. A porção majoritária do óleo, transportado
por correntes de maré e ventos, espalhou-se sobre a água e alcançou ilhas, linhas
de costa, praias e mangues situados na parte nordeste e norte da baía. Após o
vazamento foi delineado um estudo diagnóstico para avaliação dos compartimentos
água, sedimento e biota da Baía de Guanabara (UFRJ et al., 2000, Gabardo et al.,
2001, Meniconi et al, 2001; Meniconi et al., 2002).
Neste estudo de diagnóstico realizado na Baía de Guanabara após o
acidente, as análises químicas de HPA nas 14 estações de amostras de água
estudadas (topo e fundo), coletadas dez dias após o derrame, mostraram resultados
de <0,04 a 11,56 µg L-1 em equivalente de criseno (técnica fluorescência de UV) e
1,67 a 5,45µg L-1 por CG-EM (Gabardo et al., 2001). As maiores concentrações de
HPA para água foram encontradas em 5 estações localizadas na porção
norte/nordeste da baía, as quais estavam de acordo com a observação visual da
mancha de óleo. Os níveis de HPA totais nas demais estações da Baía de
Guanabara, dez dias após o derrame, encontraram-se, em média, na mesma faixa
de estudos reportados para a própria baía e outras áreas costeiras no Brasil
(Azevedo, 1998, Hamacher, 1996, Hamacher et al, 2000). Ensaios toxicológicos
(Microtox) foram realizados para 3 espécies: Artemia salina, Mysidium gracile e
Vibrio fisheri. Estes testes não indicaram toxicidade aguda para qualquer das
amostras de água estudadas.
2. Aspectos Teóricos e Revisão da Literatura 41
-
Para as 57 amostras de sedimento coletadas na região entremarés (exposta
na maré baixa) e infralitoral (permanentemente submersa), verificou-se os seguintes
resultados: para as 30 amostras da região entremarés os teores de HPA variaram de
15 a 8035 ng g-1 ( 20 HPA); para as 27 amostras do infralitoral, as concentrações
de HPA estiveram na faixa de 139 a 9732 ng g-1 ( 20 HPA) (Gabardo et al., 2001).
Estas faixas de contaminação por HPA foram similares às faixas de dados pretéritos
reportados para a área por Hamacher, 1996 (554 a 1894 ng g-1), Lima, 1996 (1564 a
18438 ng g-1) e Chalaux, 1995 (1051 a 5861 ng g-1), estudos estes que quantificaram
17 a 23 compostos.
Com relação às análises de HPA dos peixes, foram realizadas coletas de
amostras, cerca de 20 dias após o derrame do óleo, de duas espécies (corvina e
taínha) que constituem a base comercial da Baía de Guanabara e apresentam
hábitos alimentares distintos. A corvina entra e sai regularmente da baía e alimenta-
se de organismos bentônicos (consumidor terciário) e a tainha, residente na baía, é
herbívora, podendo se alimentar também de filmes fitobentônico acima da lama de
fundo (consumidor primário) (Haimovici, 1997; IBAMA CEPESUL, 1995). Os
espécimes foram coletados em currais e em redes na região norte/nordeste da baía,
regiões mais afetadas pela dispersão da mancha de óleo, considerada a área mais
crítica. Foram também realizadas as análises de HPA em amostras de tainha e
corvina coletadas antes do acidente (jan/1999) e mantidas preservadas para
condução de estudos de mestrado na Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio).
Estas amostras foram utilizadas como referência.
Os HPA nas amostras de tecido de peixe encontraram-se na faixa de 15,8 a
76,3 ng g-1. Os níveis encontrados nas amostras coletadas antes do acidente foram
79,8 a 313 ng g-1. Estes resultados mostraram que as amostras de peixe coletadas
antes e após o vazamento apresentaram concentrações de HPA similares, em níveis
considerados baixos de contaminação quando comparados com dados e critérios
internacionais (protocolo da Rhode Island Department of Health (RIDOH); critério do
State of Maine Department of Environment Protection (MDEP); critério da National
Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA)) (MAUSETH, 1997, NOAA, 1993).
Também não foi detectada a presença de hidrocarbonetos policíclicos aromáticos de
característica carcinogênica em qualquer das 6 amostras de peixe analisadas.
2. Aspectos Teóricos e Revisão da Literatura 42
-
Concluiu-se, portanto, que passados cerca de 20 dias do acidente, as concentrações
encontradas no tecido dos peixes não configuravam condições agudas de poluição e
que o pescado da Baía de Guanabara não apresentava contaminação por
hidrocarbonetos. Este resultado corroborou dados de literatura referentes à
contaminação com HPA em nécton, que usualmente não representa riscos
significativos para a saúde humana, mesmo para consumidores de subsistência
(GESAMP, 1993; EPA, 1997). Dados específicos para peixes revelam taxas de
depuração de HPA relativamente rápidas, impedindo sua acumulação nos tecidos
(API, 1978, E & P Forum, 1994; ONU, 1999; Saxton, 1993; NOAA, 1989; NOAA,
1993; UNEP, 1999). Além disso, peixes apresentam a habilidade de detectar a
presença de óleo, mesmo a baixas concentrações, e podem evitar áreas de derrame
de óleo devido a sua mobilidade (NOAA, 1993).
Um fator muito importante a ser considerado num derramamento de óleo é o
intemperismo (Neff, 2002; Stout et al., 2002), isto é, a alteração de suas
propriedades face aos diversos processos físico-químicos pelos quais o óleo passa
quando em contato com o meio ambiente tais como espalhamento, evaporação,
dissolução, dispersão, formação de emulsão, oxidação, biodegradação,
sedimentação (Figura 2.12). Estes processos ocorrem em janelas de tempo
diferentes como pode ser visto na Figura 2.13. Como resultado do intemperismo do
óleo, o teor dos compostos voláteis e de baixa massa molar diminui e a
concentração relativa de compostos polares e elevada massa molar aumenta,
tornando o óleo derramado menos tóxico, porém mais persistente.
2. Aspectos Teóricos e Revisão da Literatura 43
-
Figura 2.12. Processos de alteração de um óleo após contato com o meio ambiente.
p p
Paul Boehm, Workshop 2001
Figura 2.13. Escala de tempo dos diversos processos de intemperismo de óleo no meio ambiente (adaptado de Boehm, 2001).
2. Aspectos Teóricos e Revisão da Literatura 44
-
2.4.2. Fontes Naturais
As fontes naturais de HPA no meio ambiente estão relacionadas,
principalmente, com a combustão natural de florestas e pradarias, a exsudação
natural de petróleo através de fendas nas rochas sedimentares, as transformações
diagenéticas de produtos naturais (tais como os terpenóides, esteróis, quinonas e
pigmentos), a erosão de sedimentos continentais e os processos de biossíntese por
organismos tais como, bactérias, algas e fungos (Youngblood and Blumer, 1975,
Neff, 1979, 2002, Wakeham et al, 1980b; Venkatesan, 1988, Page et al, 1995,
Baumard et al, 1998b, Stout et al, 2002). Estes compostos de aportes naturais
constituem o background natural dos HPA no ambiente.
A combustão é a fonte de HPA mais comum na natureza, relacionada com a
queima de vegetações: florestas, pradarias, plantações (Laflamme and Hites, 1978).
O padrão de distribuição destes HPA, similar ao padrão dos HPA de fonte pirolítica
antropogênica, se caracteriza pela predominância de compostos parentais não
substituídos, principalmente os hidrocarbonetos fluorantenos, pirenos e
benzo(a)pirenos (Stout et al, 2002).
As transformações diagenéticas de determinados compostos orgânicos
(terpenóides e pigmentos) em sedimentos com condições anóxicas contribuem para
a formação de HPA específicos no meio ambiente. Por exemplo, a formação de
perileno em sedimentos marinhos anóxicos pode ocorrer através de processos
diagenéticos de precursores terrestres tais como plantas e diatomáceas (Neff, 2002).
A redução de pigmentos de quinona, muito comum em insetos e fungos, também
pode produzir perileno em sedimentos anóxicos (Laflamme and Hites, 1978). Alguns
retenos são derivados da desidrogenação de ácido abiético e alguns diterpenóides e
triterpenóides, que são abundantes em plantas terrestres e cinzas de madeira (Neff,
2002). Os detritos de plantas vasculares também contribuem para o meio ambiente
com os diterpenos, sesquiterpenos e esterenos, além dos n-alcanos de número
ímpar de carbono na faixa de C25 a C33. Os detritos de algas, por sua vez,
contribuem com os n-alcanos na faixa de 15 e 20 átomos de carbono, terpenos e
esterenos (Stout et al, 2002).
2. Aspectos Teóricos e Revisão da Literatura 45
-
A biossíntese direta de HPA não é considerada uma fonte quantitativamente
importante para o ambiente marinho. Organismos bentônicos como algas e bactérias
seriam capazes de secretar substâncias com estruturas semelhantes aos HPA, com
substuições de nitrogênio, oxigênio e enxofre (N, S, O) que, em condições
anaeróbicas e anóxicas, seriam transformadas em formas mais estáveis (Neff, 2002,
Wakeham et al., 1980b).
A exsudação natural de petróleo (oil seeps) é um fenômeno extremamente
comum e ocorre em todo o globo terrestre, resultante do escape espontâneo de
hidrocarbonetos de uma rocha geradora de petróleo ou acumulado em reservatórios
de subsuperfície, para a superfície emersa ou submersa (MacDonald et al., 1993,
Stout et al, 2002) (Figura 2.14). Foram responsáveis pelas primeiras descobertas de
petróleo em áreas emersas, quando métodos mais sofisticados de exploração não
existiam. Quando o escape se dá em área submersa, sua ocorrência na superfície
marinha irá depender da vazão de óleo no fundo e do padrão local de circulação
oceânica superficial, formando manchas de óleo com feições circulares (logo após
atingir a superfície do oceano) e ou alongadas (após ação dos ventos e correntes
superficiais), como pode ser observado na Figura 2.15 (Bentz, 2006). Na costa da
Califórnia, Golfo do Alaska e Golfo do México a ocorrência de exsudação natural
encontra-se amplamente registrada (Page et al, 1995, Stout et al., 2002),
constituindo, de forma importante, uma fonte natural hidrocarbonetos de petróleo na
região, isto é, uma contaminação de background. No Golfo do México a exsudação é
intensa, resultante do escape quase contínuo de quantidades consideráveis de óleo,
chegando a representar um problema ambiental (Miranda et al., 2002 e 2004).
2. Aspectos Teóricos e Revisão da Literatura 46
-
Figura 2.14. Representação de uma exsudação de óleo na superfície do oceano. (Fonte: http://www.esa.int )
.
Figura 2.15. Exsudações na superfície do oceano (a) formas circulares (b) formas alongadas (Fonte: http://www.esa.int )
Exsudações
2. Aspectos Teóricos e Revisão da Literatura 47
-
2.5. Diferenciação de Fontes de HPA em Amostras Ambientais
Conforme já citado anteriormente, os HPA encontrados em ambientes
marinhos são resultantes de uma mistura de compostos que podem ser provenientes
de fontes natural e/ou antropogênica. A correlação dos HPA encontrados em
amostras ambientais com fontes conhecidas, principalmente as amostras de
ambientes mais contaminados como os grandes centros urbanos e industriais, torna-
se crucial para os estudos de avaliação, monitoramento e danos ambientais.
As diferentes fontes de HPA no meio ambiente produzem compostos com
características moleculares específicas em diferentes abundâncias relativas. Estas
características são utilizadas para sua identificação dentro das amostras ambientais.
Vale salientar, no entanto, que os HPA, uma vez no meio ambiente, podem sofrer
transformações físico-químicas e biológicas e ter suas características alteradas.
Ocorre o “intemperismo”, que é uma combinação de processos como a evaporação,
dissolução, degradação biológica, foto-oxidação dos compostos (Page et al., 1995;
Wang et al., 1999; Fingas, 2001a, Bence, 1996, Boehm et al., 1998, Stout et al.,
2002). Face à estas alterações, a identificação das fontes dos HPA em amostras
ambientais torna-se um desafio para os químicos analíticos e geoquímicos e
inúmeros estudos têm sido conduzidos pela comunidade científica no sentido de
otimizar as técnicas analíticas necessárias para identificação e quantificação dos
HPA bem como as técnicas de interpretação dos dados analíticos.
As técnicas mais frequentemente utilizadas para identificação das fontes dos
HPA incluem os padrões de distribuição relativa dos compostos, a determinação de
razões diagnósticas de compostos específicos (Colombo et al., 1989; Page et al.,
1995, Garrides et al., 1995, Budzinski et al., 1997, Baumard et al., 1998 a, b, Wang
et al., 1999, Yunker et al., 2000, Readman et al., 2002, Yunker et al., 2002, Meniconi
et al, 2002., Stout et al., 2002, Meniconi et al., 2003, Meniconi et al., 2005, .Meniconi
and Barbanti, 2007, Tolosa et al., 2004; Stout et al., 2004, Saber, 2005, Liu et al.,
2005, Farias, 2006, Oliveira et al., 2006), análises isotópicas (Philp, 1985, Philp et
al., 2002 e 2006, O’Sullivan et al., 2005) e uso de análises de multivariáveis do tipo
2. Aspectos Teóricos e Revisão da Literatura 48
-
PCA - principal component analysis (Yunker et al, 2000, Stout et al, 2001; Meniconi
et al, 2005, Christensen et al, 2005a e b, Mudge, 2005).
Como os HPA, tanto os parentais quantos os alquilados, podem ser
provenientes de fontes naturais e antropogênicas, suas composições em amostras
ambientais podem se sobrepor, particularmente para o caso dos HPA patentais não
substituídos. E é imperativa a necessidade de se avaliar a significância dos HPA
antropogênicos contra o background dos HPA naturais.
2.5.1. Razões Diagnósticas de HPA
As razões diagnósticas de HPA têm sido amplamente utilizadas na literatura
para auxiliar na identificação e diferenciação de fontes destes compostos em
amostras ambientais, se oriundos de fontes petrogênicas, pirogênicas ou naturais.
As razões evidenciam as relativas proporções de HPA de diferentes massas
molares, facilitando a interpretação do padrão de distribuição total dos HPA.
Diversas razões diagnósticas foram definidas, podendo conter HPA parentais, HPA
alquilados ou ambos. As razões mais utilizadas encontram-se na Tabela 2.8,
associadas às suas faixas limítrofes de identificação de fontes. Estas razões foram
estabelecidas com base em dados da literatura, envolvendo inúmeros estudos com
amostras de diferentes origens.
2. Aspectos Teóricos e Revisão da Literatura 49
-
Tabela 2.8. Valores característicos das razões moleculares para identificação de fontes de HPA.
Razão Faixa limítrofe Classificação de Origem Referência
HPA parentais
Fe / An >15<10
PetrogênicaPirolítica
Soclo, 1986
Fl / Pi <1>1
PetrogênicaPirolítica
Sicre et al., 1987
An / (An+Fe) <0,1 >0,1
PetrogênicaPirolítica
Yunker et al., 2002
Fl / (Fl+Pi) <0,4
>0,4 e <0,5 >0,5
PetrogênicaCombustão de petróleo Combustão de carvão,
Yunker et al., 2002
BaAn / C <0,4 >0,9
PetrogênicaPirolítica
Parlanti, 1990
BaAn / BaAn + C <0,2 >0,35
PetrogênicaPirolítica
Yunker et al., 2002
IPi / (IPi+BPe) <0,2
>0,2 e <0,5 >0,5
PetrogênicaCombustão de petróleo Combustão de carvão,
Yunker et al., 2002
HPA Alquilados
MetilFe / Fe >2<2
PetrogênicaPirolítica
Prahl and Carpenter, 1983; Garrigues et al., 1995
MetilDBT / DBT Alto
BaixoPetrogênica
Pirolítica Blummer and Youngblood,
1975
Fe+An/(Fe+An+C1Fe)<0,5 >0,5
Petrogênica ou Pirolítica Pirolítica
Yunker et al., 2002
(Outros HPA 3-6 anéis)* / (5séries HPA aquilados)**
<0,08>0,50
PetrogênicaPirolítica
Wang et al., 1999
Pe/ HPA com 5 anéis) *** >10 Biogênica Baumard et al., 1998b
C3DBT / C3Fe versusC2DBT / C2Fe
agrupamento Mesma origem Page et al., 1995
* Outros HPA 3-6 anéis = todos os HPA analisados menos as 5 séries de HPAs alquilados. ** 5 séries HPAs alquilados = Naftalenos, Fluorenos, Dibenzotiofenos, Fenantrenos and Crisenos.
HPA com 5 anéis) = Benzo(b)fluoranteno + Benzo(k)fluoranteno + Benzo(a)pireno + Benzo(e)pireno + Dibenzo(a,h)antraceno (abundância relativa do perileno).
Abreviaturas: Fe/An: Fenantreno/Antraceno; Fl/Pi: Fluoranteno/Pireno; An/(An+Fe): Antraceno/Antraceno + Fenantrenos; Fl/(Fl+Pi): Fluoranteno/(Fluoranteno+Pireno); BaAn/C: Benzo(a)antraceno /Criseno; BaAn/ BaAn+C: Benzo(a)antraceno / Benzo(a)antraceno +Criseno; BePi/BaPi:Benzo(e)pireno/Benzo(a)pireno; IPi/(IPi+BPe):Indeno1,2,3(cd)pireno / (Indeno1,2,3 (cd)pireno+Benzo(ghi)perileno);MetilFe/Fe: Metilfenantreno/Fenantreno; MetilDBT/DBT: MetilDibenzotiofenos/Dibenzotiofenos; Fe+An/(Fe+An+C1Fe): Fenantreno+Antraceno /(Fenantreno +Antraceno+C1Fenantreno); C2DBT/C2Fe: C2Dibenzotiofenos/C2Fenantrenos; C3DBT/C3Fe: C3Dibenzotiofenos/C3Fenantrenos;Pe: Perileno.
2. Aspectos Teóricos e Revisão da Literatura 50
-
O uso de razões diagnósticas contendo HPA alquilados traduz de forma mais
direta a contribuição de fontes petrogênicas de hidrocarbonetos em amostras
ambientais. Isto se dá porque o padrão de distribuição dos HPA em petróleos ou
seus derivados se caracteriza pela maior abundância relativa dos HPA alquilados em
relação ao HPA parental de cada série homóloga destes compostos, conforme
mencionado anteriormente (Blummer and Youngblood, 1975, Boehm and Farrington,
1984, Sauer and Boehm, 1991, Sauer and Uhler, 1994-1995, Page et al., 1995,
Wang et al., 1999).
Já o uso das razões diagnósticas parentais como indicadores de fontes de
HPA requer, entretanto, o entendimento básico de alguns fundamentos:
1) os diferentes HPA parentais possuem uma habilidade relativa de discriminação
face as suas relativas estabilidades termodinâmicas;
2) cada fonte de HPA possui suas características próprias;
3) podem ocorrer modificações na composição dos HPA entre a fonte e o sedimento
onde foram depositados.
Quanto à habilidade relativa de discriminação de fontes dos diferentes HPA
parentais, a literatura baseia-se na avaliação da estabilidade termodinâmica dos
HPA que é feita através do calor de formação dos compostos isômeros em questão.
Calcula-se a diferença do calor de formação entre dois compostos, sempre em
relação ao isômero mais estável (Yunker et al., 2002). Para este cálculo leva-se em
conta somente os compostos que apresentam a mesma razão massa sobre carga
(m/z) utilizada para sua detecção na análise por CG-EM (vide Anexo A) no sentido
de minimizar as dificuldades de interpretação dos dados ou interferências devido as
diferenças de propriedades dos HPA entre dois e seis anéis tais como volatilidade,
solubilidade em água, adsorção (Readman et al, 1986, Yunker et al, 2000 and 2002).
Programas computacionais tais como AM1 (Hyperchem, V4,5, Hypercube, Inc, 419
Philip St., Waterloo, Ontario, Canada) e PCMODEL (V5.13, Serena Software, Box
3076, Bloomington, Indiana, USA) têm sido utilizados para calcular o calor de
formação dos HPA (Yunker et al., 2000).
2. Aspectos Teóricos e Revisão da Literatura 51
-
Seria de se esperar que quanto maior a diferença de calor de formação entre
dois isômeros, isto é, quanto maior a faixa de variação em estabilidade entre eles,
maior a capacidade de discriminação de fontes da razão diagnóstica que utiliza
estes dois isômeros.
Por exemplo, a diferença de calor de formação entre os isômeros fenantreno
e antraceno (m/z 178) é 5,48 Kcal mol-1, tendo o fenantreno como referência por ser
o isômero mais estável (Figura 2.16 a). Já a diferença de calor de formação entre os
isômeros pireno e fluoranteno (m/z 228) é 20,58 Kcal mol-1, pireno como referência
(Figura 2.16 b). Espera-se, portanto, que a razão diagnóstica que utiliza os
compostos isômeros pireno e fluoranteno venha a apresentar maior habilidade de
discriminação entre os HPA de origem petrogênica e pirolítica que a razão de
fenantreno e antraceno, por apresentar a maior diferença de calor de formação.
Para entendimento deste critério de avaliação da habilidade relativa de
discriminação em relação às relativas estabilidades termodinâmicas, vale ressaltar
que os HPA originados por processos de combustão incompleta (pirolíticos)
geralmente apresentam uma maior proporção de isômeros menos estáveis
termodinamicamente: chamados isômeros cinéticos. Os HPA mais estáveis
termodinamicamente são aqueles que se originaram por processos de baixa
temperatura, que são controlados pelas propriedades termodinâmicas tais como a
geração dos HPA durante o processo catagênico de formação do petróleo. Com
base neste critério de estabilidade termodinâmica, podemos classificar os isômeros
como representantes dos aportes petrogênicos e pirolíticos, como pode ser
observado na Tabela 2.9.
2. Aspectos Teóricos e Revisão da Literatura 52
-
Razão Fe/An
m/z 178
Antraceno(Menos estável)
(Mais estável)
Fenantreno
m/z 178
a
Razão Fl/Pi
m/z 202
Fluoranteno
(Mais estável)
(Menos estável)
Pirenom/z 202
b
Diferença de Calor de Formação
(Kcal/mol)
5,5
20,5
Figura 2.16. Habilidade de discriminação de razões diagnóstica com base em isômeros parentais através de estabilidade termodinâmica (processo de baixa temperatura).
Tabela 2.9. Habilidade de discriminação de aportes petrogênicos e pirolíticos em relação às relativas estabilidades termodinâmicas de alguns isômeros.
m/z 178 202 276
Isômero Termodinâmico Mais Estável Aporte Petrogênico
Fenantreno Pireno Benzo(ghi)perileno
Isômero Cinético Menos Estável Aporte Pirolítico
Antraceno Fluoranteno Indeno(1,2,3-cd)pireno
Hf (Kcal/mol) 5,48 20,58 16,6
Conforme mencionado anteriormente, o uso das razões diagnósticas como
indicadores de fontes também depende do entendimento do fato de que cada fonte
de HPA possui características próprias, com sua própria assinatura. Por exemplo,
uma série homóloga de HPA parental e alquilados com maiores concentrações dos
2. Aspectos Teóricos e Revisão da Literatura 53
-
compostos alquilados em relação ao parental, geralmente distribuídos na forma de
uma curva gaussiana, sugere a presença predominante de uma matéria orgânica
matura como o petróleo, não degradado, em uma amostra ambiental (Blumer and
Youngblood, 1975, API, 1978, Bence and Burns, 1995, Wang et al, 1999).
Contrariamente, uma série homóloga de HPA parental e alquilados com maior
abundância relativa do composto parental não substituído indica a predominância de
produtos de combustão (Blumer and Youngblood, 1975, Lee et al, 1977, Grimmer et
al, 1983; Simoneit, 1985, Sauer and Boehm, 1991, Schauer et al, 1999, Lim et al,
1999, Stout et al,2002).
Finalmente, é importante lembrar que o uso das razões diagnósticas como
indicadores de fontes também dependem do entendimento de que podem ocorrer
modificações na composição dos HPA entre a fonte e o sedimento onde foram
depositados. Estas modificações estariam relacionadas à estabilidade relativa dos
diferentes compostos isômeros e às diferentes fontes dos HPA (Yunker et al., 2002).
Estas modificações devem ser levadas em conta principalmente quando na
utilização de razões contendo HPA alquilados, que são preferencialmente
degradados na seqüência C1>C2>C3>C4 ((Sauer and Uhler, 1994-1995; Bence and
Burns, 1995, Stout et al, 2002, Page et al, 1995, Wang, 1999). As razões
C3DBT/C3Fe e C2 DBT/C2Fe são frequentemente utilizadas uma vez não são
afetadas pelo intemperismo da amostra, pois ambos os compostos apresentam
taxas de degradação similares, mantendo a mesma razão que a do óleo ou fonte
original, antes do processo de degradação. Desta forma, amostras intemperisadas e
de mesma origem apresentam valores similares destas razões, formando um
agrupamento no diagrama de C3 DBT/C3Fe versus C2 DBT/C2Fe.
2. Aspectos Teóricos e Revisão da Literatura 54
-
2.5.2. Análise de Componente Principal (ACP)
Análise de Componente Principal (ACP) é uma ferramenta estatística que
também tem sido utilizada para auxiliar na diferenciação de fontes de HPA em
amostras ambientais (Yunker et al., 2000, Johnson et al., 2002; Meniconi et al.,
2005, Christensen et al., 2005b, Mudge, 2005). A análise de ACP foi realizada
utilizando-se um algorítimo iterativo não linear de mínimos quadrados (non-linear
iterative partial least squares) que permite uma avaliação simultânea das projeções
das variáveis (concentrações dos HPA individuais) e das amostras (respectivamente
loadings e scores).
A utilização da ACP requer, no entanto, um pré-processamento dos dados para
evitar desvios de interpretação de fatores como diferenças muito grandes da
concentração dos compostos entre as amostras, compostos em concentrações
abaixo do limite de detecção do método, etc. Os pré-processamentos são:
O uso da metade do valor do limite de detecção do método para os
compostos que não foram detectados
A normalização da concentração de cada composto pela concentração total
de HPA da amostra para evitar a influência de uma ampla faixa de
concentração de amostras
A correção pela média e desvio padrão: a concentração normalizada de cada
composto é reduzida da média e do desvio padrão daquele composto em
relação a todas as amostras.
3. Área de Estudo 55
Capítulo 3
Área de Estudo
3. Área de Estudo 56
3. Área de Estudo
A área escolhida para este trabalho foi a Baía de Guanabara, situada na
cidade do Rio de Janeiro, RJ. É um ecossistema estuarino altamente urbanizado e
industrializado que recebe uma poluição crônica intensa da região metropolitana e
municipalidades vizinhas e que foi cenário de um derramamento acidental de cerca
de 1300 m3 de óleo combustível de navio (marine fuel MF 380) em janeiro de 2000.
Trata-se, portanto, de uma região complexa.
3.1. Características Regionais da Baía de Guanabara e sua Poluição
Antropogênica Crônica
A Baía de Guanabara está localizada na região costeira do Estado do Rio de
Janeiro, entre 22°40’ e 23°00’ de latitude e 043°00’ e 043°18’ de longitude e abrange
diretamente 8 municípios dispostos ao longo de seu contorno: Rio de Janeiro
(inclusive Ilha de Paquetá), Duque de Caxias, São João de Meriti, Magé,
Guapimirim, Itaboraí, São Gonçalo e Niterói. Já a sua bacia de drenagem (Figura
3.1) possui uma área de 4080 Km2 (Kjerfve et al., 1997) e é composta por 15
municípios, contando também com Belford Roxo, Nilópolis, Tanguá, Nova Iguaçu,
Cachoeiras de Macacu, Rio Bonito e Petrópolis.
Figura 3.1. Bacia de Drenagem da Baía de Guanabara (Fonte: Mayr, 1998).
3. Área de Estudo 57
A Baía de Guanabara possui atualmente uma área superficial de
aproximadamente 400 Km2, uma linha de costa de 156 Km e profundidade variável,
chegando até 50 metros na área do canal central. A baía apresenta 46% de sua
área, principalmente ao longo de seu contorno em profundidade abaixo de 5 metros
(linha tracejada na Figura 3.2) e uma variação de maré até 1,2 metros. É uma baía
tipicamente de baixa energia, podendo ser dividida em três áreas: zona externa
influenciada pela ação das ondas e correntes de maré; zona interna caracterizada
por baixa energia (mais influenciada pelos ventos); e uma área de transição (Batista
Neto et al., 2006). Apesar disso, a média da taxa de renovação de água da baía
(50% de seu volume) é significativa, cerca de 11 dias (Kjerve et al., 1997).
Figura 3.2. Características socio-fisico-econômica da Baía de Guanabara.
Ilha de Paquetá Polo Petroquímico
Ilha Governador
Manguezal
3. Área de Estudo 58
A granulometria do sedimento da Baía de Guanabara varia de areia grossa a
argila, com teores de carbono orgânico na faixa de 2% a 6% (Mendonça Filho et al.,
2003, Batista Neto et al., 2006). A entrada da baía e a área do canal principal até a
ponte Rio-Niterói são constituídas de areia grossa à muito fina e é uma região que
está sujeita às ações intensas de ondas e correntes de maré. A partir da região do
Aeroporto Santos Dumont, a baía se alarga e a velocidade das correntes diminuem,
acarretando a deposição de sedimentos finos nos dois lados do canal. Estes
sedimentos contêm até 2% de carbono orgânico e são caracterizados pela presença
de silte e argila. As regiões central e norte da baía são mais rasas e mais protegidas
das ações de ondas e correntes, apresentando baixa energia hidrodinâmica. O
sedimento lamoso é constituído de, predominantemente, silte e argila, e possui
carbono orgânico na faixa de 4 a 6% (Batista Neto et al., 2006). Este alto teor de
carbono orgânico é resultado da elevada produtividade da água desta região da baía
(produção primária líquida de 0,17 mol C m-2 dia-1 segundo Rebello et al., 1986) e do
grande aporte de despejos domésticos não tratados, correspondendo a uma
introdução anual de 3,2x109 mol P e 6,2x1010 mol N na baía (Wagener, 1995).
Resultante da intensa atividade microbiológica local, o sedimento da baía apresenta
um predomínio de matéria orgânica amorfa (Mendonça Filho et al., 2003).
Dados da literatura científica indicam uma divisão da Baía de Guanabara em
quatro a cinco regiões com níveis de poluição distintos para suas águas e
sedimentos (Batista Neto et al., 2006). A área noroeste da baía e a área portuária do
Rio de Janeiro, onde deságuam os rios mais poluídos, depositários dos rejeitos da
região mais urbanizada e industrializada, registram as maiores concentrações de
poluentes, no caso, metais. A região nordeste da baía, que conta em seu contorno
com uma área de manguezal mais preservado (Área de Proteção Ambiental de
Guapimirim desde 1984 – Amador, 1997), apresenta menor nível de poluição por
metais que área noroeste, apesar da semelhança destas áreas em termos
granulométricos e hidrodinâmica. Na entrada da baía (região sul), que apresenta
sedimentos arenosos e alta energia hidrodinâmica, a concentranção de metais é
baixo. Na região de transição, entre as regiões nordeste, noroeste e sul da baía, a
poluição por metais é variável (Batista Neto et al., 2006).
3. Área de Estudo 59
A região norte/nordeste da Baía de Guanabara conta com uma área de
manguezal remanescente de cerca de 82 Km2 (Amador, 1997), dos quais 65 Km2
estão localizados dentro da “Área de Proteção Ambiental” (APA) de Guapimirim
(Bentz, 2002) O delineamento das regiões de manguezais na baía está ilustrado na
Figura 3.2. A superfície atual de manguezais na Baía de Guanabara corresponde a
apenas 31% da área original existente no ano de 1500 (262 Km2), tendo passado
por sucessivos processos de destruição pela ocupação humana (Amador, 1997). O
desmatamento e a invasão imobiliária descontrolada dos últimos 100 anos tem
contribuído para a constante modificação dos ecossistemas da baía, aumentando os
fluxos dos rios e a elevação das taxas de sedimentação e transporte para a baía,
hoje na faixa de 1 a 2 cm ano-1 (Godoy et al., 1998). Na região rasa norte/nordeste
da baía, encontram-se distribuídos cerca de 350 currais de peixe que compõem um
dos artefatos de pesca da comunidade pesqueira artesenal da Baía de Guanabara.
A ampla região de drenagem da Baía de Guanabara abriga cerca de dez
milhões de habitantes, o equivalente a 80% da população do estado e apresentou no
período 1980 a 1991, a maior taxa de crescimento do país (JICA, 1994). Cerca de
55 rios e riachos deságuam na baía numa taxa de aproximadamente 350 m3/s
(Amador, 1997), com alta contribuição de efluentes domésticos brutos ou
parcialmente tratados, águas pluviais e efluentes industriais de mais de 14.000
estabelecimentos industriais. Com isto, a introdução de carga orgânica na baía situa-
se na faixa de 465 toneladas/dia, onde 17 m3 s-1 correspondem a efluentes
domésticos (Feema, 2006).
O aporte dos hidrocarbonetos na baía, considerando-se todas as fontes
(transporte de produtos de petróleo, deposição atmosférica dos produtos de
combustão incompleta de combustível fóssil automotivo e industrial e escoamentos
de rejeitos domésticos e industriais), encontra-se em torno de 6588 toneladas/ano. A
contribuição de escoamento de rejeitos municipais é responsável pelo maior aporte
de hidrocarbonetos para a baía e encontra-se em torno de 3770 toneladas de
hidrocarboneto/ano (50% do total), seguido do escoamento urbano (runoff) com
1802 toneladas de hidrocarbonetos/ano (27%), enquanto a contribuição das
refinarias é de 460 toneladas de hidrocarbonetos/ano (7%) (Ferreira, 1995).
3. Área de Estudo 60
Atualmente, após instalação de um sistema de recirculação e reuso da água de
refrigeração da refinaria Duque de Caxias, esta contribuição é menor que a
reportada por Ferreira em 1995 (Revista Alpina em Ação, 2004). A Figura 3.2 ilustra
os pontos de escoamento de esgoto doméstico e industrial da Baía de Guanabara.
Os efluentes industriais que chegam à baía são compostos de inúmeros tipos
de poluentes, inclusive aqueles de características persistentes e extremamente
tóxicas como bifenilas policloradas (PCBs), pesticidas, compostos de estanho (TBT),
entre outros. Das 13.000t/dia de lixo sólido oriundas da região do Grande Rio, 8.000
são encaminhadas para o aterro de Gramacho, localizado próximo à margem da
baía, sendo um foco de contaminação do solo e poluição das águas superficiais e
subterrâneas (Feema, 2006). As demais 5.000 t/dia de lixo, constituídas dos mais
diversos tipos de materiais (televisores, sofás, colchões, sacos plásticos, garrafas
PET, dentre outros) são dispersas na bacia de drenagem da baía.
Vale ressaltar que já no final do século XIX, já eram reportados problemas
com relação à descarga de esgotos domésticos in natura na baía e sinais de
poluição industrial, particularmente associada às atividades da indústria naval e
têxtil. Finalmente, os maiores níveis de degradação ambiental são encontrados no
século XX, a partir da Primeira Guerra Mundial, e, mais recentemente, a partir dos
anos 50-60, quando ocorreu um crescimento exponencial da população, sem o
devido acompanhamento de infra-estrutura urbanística e sanitária básica. Este
processo foi acompanhado por aterros sucessivos na linha de costa da baía e um
desmatamento desordenado de seus bosques de manguezais. Nesta ocasião
consolida-se o parque industrial do Rio de Janeiro, que se estende pela região
periférica da Baía de Guanabara (Pereira, 1996; Amador, 1997). A baía é
atualmente um retrato de um processo crescente de degradação ambiental que, no
entanto, tem demonstrado surpreendentemente, grande resiliência (Mayr, 1998).
Compõem também o ecossistema da baía a presença de dois aeroportos, 14
terminais marítimos de carga e descarga de produtos oleosos, dois portos
comerciais, diversos estaleiros, um grande número de embarcações de transporte
de passageiros, embarcações de pesca e iates, duas refinarias de petróleo, mais de
3. Área de Estudo 61
mil postos de combustíveis e uma intrincada rede de transporte de matérias-primas,
combustíveis e produtos industrializados permeando zonas urbanas altamente
congestionadas (FEEMA, 2006; SEMA et al, 1998). O porto do Rio de Janeiro é o
segundo maior do Brasil, onde mais de 2000 navios comerciais atracam por ano.
3. Área de Estudo 62
3.2. Derrame de Óleo Combustível na Baía de Guanabara – Janeiro de 2000
O derrame acidental de óleo ocorrido na Baía de Guanabara em janeiro de
2000 foi um evento pontual e agudo, ocasionando o vazamento de 1292 m3 (1268
toneladas) de óleo combustível MF-380 (UFRJ et al., 2000). O vazamento foi
ocasionado pela ruptura de uma tubulação que transportava óleo da Refinaria Duque
de Caxias para o Terminal da Ilha D’água. Grande parte do óleo, transportado por
correntes de maré e ventos, espalhou-se sobre a água e alcançou ilhas, linhas de
costa, praias e mangues situados na parte nordeste e norte da baía (Gabardo et al.,
2001, Meniconi et al., 2002).
A evolução da mancha de óleo na baía foi acompanhada através de imagens
de radar e vôos de helicópteros diários. A extensão máxima da mancha foi de 56
Km2 na superfície da baía, no segundo dia depois do acidente (Bentz and Miranda,
2001), como pode ser observado na Figura 3.3. Após os esforços de contenção e
limpeza do óleo na água e na linha de costa, permaneceram somente iridiscências
de óleo por alguns dias, isto é, filmes delgados de óleo na superfície da água.
Segundo base de dados levantada por Fingas (2001a), este acidente na Baía
de Guanabara poder ser classificado como de pequeno porte. A base inclui
acidentes com derrames de óleo ocorridos em todo o planeta, considerando todas as
possíveis causas tais como: acidentes em tanques de armazenamento de
combustível, navios tanque, ruptura de dutos, blow out de poço, guerras, etc. O mais
famoso acidente de navio do mundo, o do Exxon Valdez, resultou no derramamento
de 37 mil toneladas de óleo cru no Alaska equivalendo, a um vazamento 29 vezes
maior que o ocorrido na Baía de Guanabara (Fingas, 2001a). Por outro lado,
adotando a classificação de acidentes do ITOPF (derrames de óleo acima de 700 m3
são considerados de grande porte), o vazamento ocorrido na Baía de Guanabara em
janeiro de 2000 se enquadraria na categoria de grande porte.
3. Área de Estudo 63
Figura 3.3. Evolução da mancha de óleo após acidente de janeiro de 2000 na Baía de Guanabara.
Após o acidente, inúmeros estudos foram conduzidos na Baía de Guanabara.
O Diagnóstico inicial foi realizado por uma parceria entre Universidades do Rio de
Janeiro (UFRJ, PUC-Rio, UERJ, UFF) e a Petrobras e teve início 10 dias após o
ocorrido. O estudo contemplou avaliações ecotoxicológicas do óleo derramado e do
corpo d’água da baía. Contemplou também análises químicas de HPA e n-alcanos
dos compartimentos sedimento e água, associados às análises de HPA em tecido de
peixes da baía (UFRJ et al., 2000, Gabardo et al, 2001, Meniconi et al, 2002).
Também foram conduzidas três inspeções visuais da linha de costa da Baía
de Guanabara nos meses de janeiro, março e abril de 2000, possibilitando
acompanhar o processo de limpeza natural da região. Foram conduzidas por
técnicos da PETROBRAS, em conjunto com órgãos ambientais, governamentais e
não governamentais, e comunidade científica (UFRJ, UERJ, UFF, PUC). Estas
3. Área de Estudo 64
inspeções geraram mapas digitalizados contendo o levantamento das regiões
atingidas por óleo, evidenciando a evolução do panorama encontrado (Gabardo et
al., 2003). Foram utilizadas classificações visuais, uma delas baseada na
metodologia adotada pela NOAA e adaptada pelo Instituto Baía de Guanabara que
define cinco categorias de cobertura por óleo: grave, moderada, leve, muito leve e
sem óleo.
Nove meses depois do acidente deu-se início ao Monitoramento Ambiental da
Baía de Guanabara através do convênio firmado entre o Estado do Rio de Janeiro,
através da SEMADS (Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável)
e a Petrobras, onde foram conduzidos estudos ambientais nos compartimentos
água, sedimento e manguezais da baía. Os estudos contemplaram levantamento de
dados de Química, Botânica, Caranguejos, Macrozoobentos, Costões, Larvas,
Praias e Avifauna por um período de um ano (setembro/2000 a agosto/2001). Os
estudos deste convênio foram realizados por um pool de Universidades do Rio de
Janeiro: UFRJ, PUC-Rio, UERJ e UFF.
O presente estudo, cujo objetivo é identificar as fontes de hidrocarbonetos na
BG, foi desenvolvido com amostras de sedimento coletadas em duas campanhas:
uma imediatamente após o derrame de óleo de 2000 e a segunda, três anos depois,
permitindo uma investigação temporal dos dados obtidos. Todas as estações
amostrais foram coincidentes com estações utilizadas no estudo de Diagnóstico
após derrame acidental de óleo de 2000 (UFRJ et al, 2000, Gabardo et al, 2001,
Meniconi et al, 2002), algumas delas tendo sido motivo de pesquisa acadêmica nas
universidades PUC-Rio (Hamacher, 1996, Lima, 1996) e UFF (Catanzaro et al.,
2004, Batista Neto et al., 2006) antes do derrame.
4. Materiais e Métodos 65
Capítulo 4
Materiais e Métodos
4. Materiais e Métodos 66
4. Materiais e Métodos
O planejamento experimental do presente trabalho teve como base os
estudos em hidrocarbonetos e outros contaminantes conduzidos na Baía de
Guanabara. Foram consideradas estações de amostragem em diversos pontos da
baía, representando as seguintes regiões: intermaré, infralitoral, atingidas e não
atingidas pelo derrame de óleo em janeiro de 2000, baixa e alta energia
hidrodinâmica, dentro e fora da área de proteção ambiental (APA de Guapimirim),
próxima a unidades da indústria de petróleo, sob influência direta e indireta dos
lançamentos de despejos industriais e domésticos, próxima a atividade pesqueira,
nas regiões rasas (abaixo de 5 m) e nas regiões mais profundas (acima de 5 m), etc.
Serão descritas a seguir as metodologias utilizadas na condução dos estudos
de diferenciação de fontes de HPA em sedimentos da Baía de Guanabara e de
avaliação preliminar dos níveis de metabólitos de HPA em bile de peixes. Os
métodos de análise dos compostos de interesse foram quantitativos e todos os
quesitos de preservação e manipulação das amostras foram levados em
consideração e se encontram nos itens que se seguem.
4.1. Diferenciação de Fontes de HPA em Sedimentos da Baía de Guanabara -
Campanhas 2000 e 2003
As etapas principais do procedimento experimental e analítico são
apresentadas na Figura 4.1. As amostras de sedimentos, após as coletas realizadas
nas campanhas de 2000 e 2003, foram analisadas por cromatografia gasosa
acoplada a espectrometria de massas para determinação de HPA individuais. Em
seguida foram aplicadas técnicas estatísticas e descritivas para avaliação da
variação temporal dos níveis de HPA entre as duas campanhas. Posteriormente
foram testadas técnicas de diferenciação de fontes de hidrocarbonetos incluindo a
avaliação da distribuição das séries de HPA, as razões diagnósticas e a análise de
componentes principais de HPA.
4. Materiais e Métodos 67
Amostragem20002003
21 Estações Determinação de 38 HPA por CG-EM
Tratamento EstatísticoAvaliação Temporal
Wilcoxon ANOVA
Distribuição
Razões Diagnósticas
sedimentos 4 óleos
Análise de Componentes
Principais sedimentos 4 óleos
Diferenciação de Fontes
Figura 4.1. Fluxograma do procedimento experimental e analítico do estudo de diferenciação de fontes de HPA em sedimentos da Baía de Guanabara.
4.1.1. Estratégia Amostral
A estratégia de amostragem utilizada para a identificação de fontes de
hidrocarbonetos na Baía de Guanabara foi baseada nas análises de hidrocarbonetos
em sedimentos, e incluiu um número grande de combinações entre os 38 HPA
analisados. Dentre as 57 estações de sedimentos analisadas no estudo de
Diagnóstico conduzido imediatamente após o derrame de óleo de janeiro de 2000,
21 estações foram selecionadas para desenvolver o presente trabalho,
representando áreas atingidas e não atingidas pelo óleo derramado (Meniconi et al.,
2002). As estações escolhidas para a identificação de fontes foram: T1, T7, T9, T15,
T22, T24, T28, T31, T32, D34, T36, D39, D43, T46, T51, D53, T54, T55, T56 e T57.
4. Materiais e Métodos 68
As estações T1 a T28 representam região de intermaré e as estações de T31 a T57,
do infralitoral. As denominações das estações com letra T e D referem-se ao tipo de
amostrador utilizado: T para testemunhadores e D para dragas. A Figura 4.2 mostra
as posições geográficas dos 21 pontos de amostragens na Baía de Guanabara para
o presente estudo. As coordenadas geográficas estão listadas no Anexo B.
Figura 4.2. Posição geográfica das 21 estações de sedimento coletadas em 2000 e 2003 na Baía de Guanabara - Sistema de coordenadas geográficas Datum SAD 69.
Na primeira campanha, realizada em 2000, as amostras foram coletadas 10
dias depois do acidente. Na segunda campanha, realizada em 2003, as amostras
foram coletadas nas mesmas estações selecionadas para o estudo de diferenciação
de fontes em 2000, o que permitiu uma investigação temporal na região. Uma sub-
amostra de 3 cm da camada superior do sedimento foi transferida para frascos de
alumínio de boca larga com selo de Teflon na tampa e subseqüentemente
armazenadas congeladas para posterior análise de HPA (Figura 4.3).
4. Materiais e Métodos 69
Com base nas características regionais da Baía de Guanabara e sua poluição
crônica, descrita anteriormente (item 3.1), as 21 estações de sedimento estudadas
podem também ser classificadas, em relação à contaminação por hidrocarbonetos,
de acordo com zonas de interferência próximas:
Grupo 1 – próximo as descargas de esgoto doméstico e industrial de Duque
de Caxias, Belford Roxo e João do Meriti, ao local do acidente de janeiro de
2000 e a bosques de manguezal (intermaré NW): T15, T18, T22, T24, T28;
Grupo 2 – próximo as descargas de esgoto doméstico e industrial do Rio de
Janeiro, São Gonçalo e Niterói (infralitoral SW, SE): T54, T55, T56, T57;
Grupo 3 – próximo as descargas de esgoto doméstico e a bosques de
manguezal do rio Suruí e da APA de Guapimirim (intermaré NE): T1, T7, T9,
D43,T46;
Grupo 4 – área de tráfego de embarcações pesqueiras, próximo a Ilha de
Paquetá e a região entre Ilha do Governador e o local do acidente (infralitoral
no fundo da baía): T31, T32, D34, T36, D39, T51, D53;
Algumas estações merecem destaque. As estações T22 e T24 são próximas
do pólo petroquímico da baía e do local de vazamento de óleo em janeiro de 2000.
As estações T31, T32 e D34 se localizam sob o espelho d’água, entre o pólo e a Ilha
do Governador, recebendo a influência da descarga fluvial dos rios Iguaçu e
Sarapuí. As estações T7 e T9 ficam próximas da desembocadura do rio Suruí e
foram atingidas pelo óleo derramado em janeiro de 2000. A estação T54 fica junto ao
Terminal da Petrobras da Ilha d’Água e a T1 representa uma área mais preservada,
na franja do maior bosque de manguezal da baía.
4. Materiais e Métodos 70
Figura 4.3. Coleta de amostras de sedimento da baía de Guanabara com testemunhadores e dragas e sub-amostragem da camada superior do sedimento.
4. Materiais e Métodos 71
4.1.2. Determinação dos HPA em Sedimentos
Nas amostras de sedimento coletadas nas regiões do infralitoral e intermaré
da Baía de Guanabara em 2000 e 2003 procedeu-se um detalhamento da
caracterização dos hidrocarbonetos, através da determinação de 38 HPA individuais
com dois a seis anéis condensados (parentais e alquilados). Dentre os 38 HPA
determinados (Figura 4.4), encontram-se os 16 HPA parentais prioritários segundo a
agência de proteção ambiental americana USA-EPA (naftaleno, acenaftileno,
acenafteno, fluoreno, fenantreno, antraceno, fluoranteno, pireno, benzo(a)antraceno,
criseno, benzo(b)fluoranteno, benzo(k)fluoranteno, benzo(a)pireno, indeno(1,2,3-
c,d)pireno, dibenzo(a,h)antraceno, benzo(ghi)perileno, incluindo-se também
dibenzotiofeno, perileno e benzo(e)pireno). Os demais compostos, incluindo as
séries alquilados dos HPA e a série dos dibenzotiofenos (C1 a C4 naftalenos, C1 a
C3 fluorenos, C1 a C3 dibenzotiofenos, C1 a C4 fenantrenos, C1 e C2 pirenos, e C1
e C2 crisenos), foram estudados por se tratarem de compostos relevantes na
identificação da origem dos hidrocarbonetos. A lista dos compostos analisados
associados com suas massas/carga utilizadas para detecção por CG-EM encontram-
se no Anexo A.
Naftaleno
1,Me-Naftaleno
2,Me-Naftaleno
C2-Naftaleno
C3-Naftaleno
C4-Naftaleno
Acenaftileno
Acenafteno
Fluoreno
C1-Fluoreno
C2-Fluoreno
C3-Fluoreno
Dibenzotiofeno
C1-Dibenzotiofeno
C2-Dibenzotiofeno
C3-Dibenzotiofeno
Fenantreno
Antraceno
C1-Fenantreno/Antraceno
C2-Fenantreno/Antraceno
C3-Fenantreno/Antraceno
C4-Fenantreno/Antraceno
Fluoranteno
Pireno
C1-Fluoranteno/pireno
C2-Fluoranteno/pireno
Benzo(a)antraceno
Criseno
C1-Criseno
C2-Criseno
C3-Criseno
Benzo(b)fluoranteno
Benzo(k)fluoranteno
Benzo(a)pireno
Benzo(e)pireno
Perileno
Indeno(1,2,3-cd)pireno
Dibenzo(a,h)antraceno
Benzo(g,h,i)perileno
* 16 HPA prioritários
Figura 4.4. Lista dos 38 HPA analisados neste estudo: 16 prioritários EPA, as séries alquiladas e outros (Método EPA 8270 C).
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
4. Materiais e Métodos 72
O desenho esquemático da análise para a determinação de HPA em
sedimentos da Baía de Guanabara é apresentado na Figura 4.5. A descrição
detalhada da metodologia utilizada encontra-se nos item a seguir. Cada batelada de
análise de 7 amostras de sedimento da Baía de Guanabara era acompanhada de
realização de um branco analítico e de uma amostra de material certificado NIST
2974.
Sub-amostra (5g)
Introdução de padrão de recuperação
p-terfenil-d14
Extração em Soxhlet com remoção de enxofre
Solvente: DCM
Fracionamento do ExtratoFases: Sílica-gel e Alumina básica
Eluição Fração 1 – HC alifáticos: Hexano
Eluição Fração 2 – HC aromáticos: DCM:Hexano(1:1v/v)
Adição de Padrão Internonaftaleno-d8 fenantreno d10 acenafteno-d10
criseno-d12 perileno-d12
Análise CG-EM
Figura 4.5. Fluxograma das etapas analíticas envolvidas na determinação de HPA em sedimentos da Baía de Guanabara.
4.1.2.1. Extração da Amostra
As amostras de sedimento, após remoção de gravetos, foram extraídas
seguindo a metodologia EPA Method 3540 (soxhlet). As amostras foram
descongeladas, homogeneizadas e uma sub-amostra (5g) foi misturada com sulfato
de sódio (1:4; p/p). A extração foi executada em um sistema Soxhlet por 24 horas
com 200 mL de diclorometano. Antes da extração, um hidrocarboneto aromático (p-
terfenil-d14) foi adicionado às amostras de sedimento como surrogate (padrão para
4. Materiais e Métodos 73
determinação de recuperação). O enxofre foi removido durante a extração com
cobre elementar ativado. Um evaporador rotatório foi usado para reduzir o volume do
extrato para 5 mL, e então o solvente foi substituído por n-hexano em um sistema
tipo Kuderna-Danish até um volume final de 1 mL.
4.1.2.2. Fracionamento do Extrato
Os extratos de sedimento foram fracionados através de cromatografia de
adsorção, baseado na metodologia EPA Method 3630 modificado. Uma coluna
aberta foi preenchida com 2,5g de areia pirolisada a 400°C, 20g de sílica-gel
desativada a 5%, 10g de alumina básica desativada a 1%, 2,5g de areia pirolisada a
400°C e 2,5 g de sulfato de sódio pirolisado. O extrato concentrado (1 mL) foi
cuidadosamente adicionado ao topo da coluna e as frações seguintes foram
coletadas: (F1 - Hidrocarbonetos alifáticos, isoprenos e UCM), utilizando-se 50 mL
de n-hexano e (F2 - compostos aromáticos), utilizando-se 200 mL da mistura 1:1 de
diclorometano : hexano. O volume da fração F2 contendo os compostos aromáticos
foi reduzido através de um evaporador rotatório e sob um fluxo suave de nitrogênio
puro até um volume final de 1 mL e a fração foi armazenada sob refrigeração até a
análise de HPA.
4.1.2.3. Análise de HPA por CG-EM
A análise de HPA e as séries alquiladas da fração de aromáticos do extrato
de sedimento foi realizada utilizando-se cromatrografia gasosa acoplada a
espectrometria de massas (CG-EM), seguindo a metodologia EPA Method 8270-C,
com modificações. Isto foi conduzido em um cromatógrafo a gás HP 5890 séries II
acoplado a um sistema de detector de massas Finnigan GCQ. O espectrômetro de
massa foi operado no modo de impacto de elétrons (EI - 70eV) e os dados foram
adquiridos no modo full scan (15-400 amu). As condições de GC foram as seguintes:
temperatura do forno de 40°C por 5 min., seguida de uma programação de 8oC/min
até 280°C, com manutenção desta temperatura por de 30 min). Nestas condições
analíticas, o cromatograma de massas de uma mistura padrão, contendo os HPA
parentais, apresenta-se conforme ilustrado na Figura 4.6.
4. Materiais e Métodos 74
A quantificação foi realizada através do método de padrão interno usando
uma solução com acenafteno-d10, naftaleno-d8, fenantreno-d10, criseno-d12 e
perileno-d12. O método analítico foi certificado pela extração, em triplicata, de
materiais de referência de sedimento marinho e mexilhões liofilizados da NIST (SRM
1941a e SRM 2974) e brancos foram periodicamente processados para verificar
problemas de contaminação. A Associação Canadense para Laboratórios Analíticos
Ambientais (CAEAL) certifica o laboratório duas vezes por ano. Os limites de
detecção do método (LDM) foram calculados como 1 ng.g-1 para o sedimento, peso
seco.
RT: 9.00 - 40.00
10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40
Tempo (min)
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
65
70
75
80
85
90
95
100
Ab
un
dân
cia
rela
tiva
29.16
28.07 32.9627.27
22.68 36.7332.8422.18
14.71 19.07 22.88
17.10
38.0416.23
13.26
10.93
19.99
9.91 38.2035.1025.31 31.5811.55 21.18
RT: 9.00 - 40.00
10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40
Tempo (min)
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
65
70
75
80
85
RT: 9.00 - 40.00
10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40
Tempo (min)
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
65
70
75
80
85
90
95
100
Ab
un
dân
cia
rela
tiva
29.16
28.07 32.9627.27
22.68 36.7332.8422.18
14.71 19.07 22.88
17.10
38.0416.23
13.26
10.93
19.99
9.91 38.2035.1025.31 31.5811.55 21.18
Figura 4.6. Cromatograma de massas de HPA parentais de uma mistura padrão (adaptado de Gabardo et al., 2005).
4. Materiais e Métodos 75
4.1.3. Técnicas de Identificação de Fontes de HPA
A identificação das fontes dos hidrocarbonetos nas amostras de sedimento de
Baía de Guanabara foi feita usando as seguintes abordagens: índices diagnósticos
de HPA e análises multi-variáveis de HPA.
4.1.3.1. Razões Diagnósticas
Conforme previamente reportado, muitas razões moleculares de HPA têm
sido utilizadas para auxiliar a identificação das fontes de HPA em amostras
ambientais, distinguindo fontes petrogênica, biogênica e pirolítica (Youngblood e
Blumer, 1975; Gschwend e Hites, 1981; Sicre et al., 1987; Lipatou e Albaigés, 1994;
Kennicutt II, 1995; Budzinski et al., 1997; Baumard et al., 1998, Wang et al., 1999;
Yunker et al., 2000; Readman et al., 2002; Yunker et al., 2002). Dentre as diversas
razões citadas na literatura, foram utilizadas neste estudo razões moleculares de
HPA parentais e alquilados, as quais estão listadas a seguir:
HPA parentais:
Fenantreno/Antraceno
Fluoranteno/Pireno
Antraceno/Antraceno+ Fenantrenos
Fluoranteno/(Fluoranteno+Pireno)
Indeno1,2,3(cd)pireno/( Indeno1,2,3(cd)pireno+Benzo(ghi)perileno)
Índice de abundância de perileno: Perileno/ HPA com 5 anéis) onde
HPA com 5 anéis) = BbFl + BkFl + BaPi + BePi + DBAn (Abreviaturas no Anexo A)
4. Materiais e Métodos 76
HPA alquilados:
Fenantreno+Antraceno/(Fenantreno+Antraceno+C1Fenantreno)
Índice pirogênico: (Outros HPA 3-6 anéis) / (5 séries HPA alquilados) onde:
5 séries HPAs alquilados = Naftalenos, Fluorenos, Dibenzotiofenos, Fenantrenos and Crisenos)
Outros HPA 3-6 anéis = todos os outros HPA analisados
A interpretação dos dados foi realizada através de diagramas cruzados das
razões diagnósticas de HPA obtidas dos resultados das campanhas realizadas em
2000 e 2003, o que possibilita obter uma melhor estimativa das fontes (Budizinski et
al., 1997, Yunker et al., 2002), tornando o estudo mais robusto e integrado.
Além disso, foram analisados dados de quatro óleos e derivados de petróleo
em conjunto com os dados das amostras de sedimento. Isto permitiu aferir os
indicadores em estudo, isto é, as razões que identificavam as amostras de óleo fora
das faixas limítrofes reservadas para amostras com características
pedrominantemente petrogênicas eram desconsideradas. Por outro lado, as razões
que identificavam as amostras de óleo dentro da faixa petrogênica eram
classificadas como promissoras. Os óleos utilizados para esta aferição foram: o óleo
vazado no acidente de janeiro de 2000 (óleo combustível pesado - MF380), um
petróleo árabe (AL), um óleo leve (Ar) e um óleo diesel (DM).
4. Materiais e Métodos 77
4.1.3.2. Análise de Componentes Principais (APC)
A análise de multivariáveis dos dados de concentração de HPA aplicada
neste estudo foi realizada com base em análise de componentes principais (ACP),
utilizando-se um algorítimo iterativo não linear de mínimos quadrados (non-linear
iterative partial least squares), que permite uma avaliação simultânea das projeções
das variáveis (concentrações dos HPA individuais) e das amostras (loadings e
scores, respectivamente). As projeções das amostras foram diagramadas para as
campanhas de 2000 e 2003, separadamente, utilizando-se o programa Statistica,
versão 5.0.
Antes da realização da análise de componentes principais, os dados dos HPA
passaram por um pré-processamento para permitir a utilização dos dados dos
compostos com concentrações abaixo do LDM e para evitar desvios de interpretação
devido às diferenças de concentração dos compostos entre as amostras (Kvalheim,
1985, Yunker et al., 2002). Os pré-processamentos realizados foram:
O uso da metade do valor do limite de detecção do método para os
compostos que não foram detectados. Com isto, os compostos não
detectados adquiriram concentração de 0,5 ng/g.
A normalização da concentração de cada composto pela concentração total
de HPA da amostra para evitar a influência de uma ampla faixa de
concentração de amostras. Isto é:
AmostranaHPATotalConc.
CompostoConc.aNormalizadãoConcentraç
A correção pela média e desvio padrão: a concentração normalizada de cada
composto é reduzida da média e do desvio padrão daquele composto em
relação a todas as amostras.
asNormalizadConc.dasPadrãoDesvio
asNormalizadConc.dasMédia-aNormalizadConc.FinalãoConcentraç
4. Materiais e Métodos 78
4.2. Metabólitos de HPA em Bile de Peixes da Baía de Guanabara
As etapas principais do procedimento experimental e analítico do estudo de
exposição de peixes da Baía de Guanabara através da quantificação de seus
metabólitos biliares de HPA são apresentadas sumariamente na Figura 4.7.
Entre EspéciesAvaliação QualitativaIsômeros: m/z 290 m/z 340
Determinação de 12 Metabólitos de HPA por CG-EM
Tratamento EstatísticoAvaliação Espacial por
Família Kruskal-Walli
Comparação Descritiva
Temporal
Espacial
Remoção da Vesícula Biliar
Constituição de Amostras Compostas de Bile por espécie
Amostragem de Peixes: 2006Fevereiro / Março / Abril
4 Estações Entrada da baía Interior da baía
Figura 4.7. Fluxograma das etapas do estudo de metabólitos de HPA em bile de peixes da Baía de Guanabara.
4. Materiais e Métodos 79
4.2.1. Estratégia Amostral
Para uma avaliação preliminar do nível de exposição a que os peixes da Baía
de Guanabara estão submetidos, foram conduzidas campanhas de coleta de
amostras de bile de peixes, ao longo de 3 meses, no ano de 2006.
O presente estudo teve como objetivo quantificar metabólitos individuais de
HPA biliar, presentes em 4 espécies de peixe representativas de 3 famílias
diferentes, que foram coletadas na Baía de Guanabara durante os meses de
fevereiro, março e abril de 2006: Genidens genidens da família Ariidae,
Micropogonias furnieri e Ctenoscianea gracilicirrhus da família Sciaenidae,
Cyclichthys spinosus da família Diodontidae. A Figura 4.8 ilustra as espécies
estudadas.
A espécie Genidens genidens (Ariidae), conhecida como bagre marinho, é
uma espécie bentônica com ocorrência em toda a costa atlântica americana,
inclusive regiões estuarinas, geralmente em água pouco profunda e em fundos
lodosos ou arenosos. Não circula na coluna d’água. Esta espécie é carnívora,
alimentando-se de pequenos peixes, invertebrados e detritos orgânicos (Szpilman,
2000, Fishbase, 2007). Na Baía de Guanabara, é uma espécie que apresenta
hábitos estuarino-residente e seu habitat preferencial é o demersal inconsolidado,
mantendo-se em áreas mais internas, com baixa salinidade, isto é, com maior
influência de águas continentais. Os bagres capturados neste estudo, por arrasto de
fundo, se encontram sempre presentes, ao longo de todo o ano (Carvalho et al.,
2007).
A espécie Micropogonias furnieri, conhecida como corvina, é uma espécie
demersal que ocorre em águas rasas tropicais e subtropicais da costa atlântica das
Américas Central e do Sul. As corvinas habitam fundos lodosos ou arenosos e
podem ser consideradas estuarinas-dependente pois utilizam o estuário para seu
crescimento e desova, dirigindo-se para fora da baía quando adultas. É uma espécie
carnívora, alimentando-se de pequenos invertebrados bentônicos e os adultos
capturam também pequenos peixes e vermes (Szpilman, 2000, Vazzoler et al.,
1999). Na Baía de Guanabara, a corvina, capturada por arrasto de fundo, utiliza toda
4. Materiais e Métodos 80
a extensão da baía durante todo o ano, apresentando abundâncias relativamente
elevadas (Andrade-Tubino et al., 2007). É uma espécie que revolve o sedimento e
que também tem vida na coluna d’água.
Já a espécie Ctenoscianea gracilicirrhus, também da família Sciaenidae,
conhecida como cangauá, é considerada demersal estuarina-oportunista na Baía de
Guanabara pois não utiliza o estuário na sua totalidade, apresentando preferências
pelas áreas sob influências oceânicas (Andrade-Tubino et al., 2007).
A espécie Cyclichthys spinosus (família Diodontidae), composta por baiacu-
de-espinho, é uma espécie com habitat bentopelágica de águas relativamente rasas
e vivem sobre fundos coralinos, rochosos e arenosos. Alimentam-se de uma grande
variedade de invertebrados, incluindo os moluscos, caranguejos e ouriços do mar,
que são esmagados por seus dentes com formato de bico de papagaio. Esta espécie
não é utilizada para consumo humano (Szpilman, 2000). Na Baía de Guanabara, o
baiacu-de-espinho pode ser considerado estuarino-dependente, distribuindo-se por
todo o corpo d’água ao longo de todo o ano. É mais representativo nas áreas mais
próximas à entrada da baía, podendo se alimentar também nos costões (Andrade et
al., 2007).
Família Diodontidae Cyclichthys spinosus
Família Sciaenidae
Micropogonias furnieri &
Ctenoscianea gracilicirrhus
Família Arridae Genidens genidens
Figura 4.8. Imagens das espécies de peixes estudadas na Baía de Guanabara.
4. Materiais e Métodos 81
A pesca de fundo com uma única rede de arrasto com malha de 20 mm foi
realizada ao longo de 50 minutos, a fim de coletar os peixes. As duas regiões de
interesse, norte da baía (parte interna) e sul da baía (entrada) foram escolhidas para
representar diferentes qualidades de água da baía.
As estações de arrasto realizadas na área interna da Baía de Guanabara –
fundo da baía (áreas 1 e 2, próximas ao rio Estrela e Ilha de Paquetá,
respectivamente) são representativas de uma região mais contaminada, com energia
hidrodinâmica baixa e alta eutrofização; as estações localizadas na entrada da baía
(áreas 3 e 4, enseadas de Botafogo e Boa Viagem, respectivamente) têm energia
hidrodinâmica mais elevada, com contaminação por hidrocarbonetos variável (baixa
e alta). A Figura 4.9 apresenta as posições geográficas das 4 estações de arrasto na
Baía de Guanabara para execução deste estudo.
Figura 4.9. Local geográfico das estações de coleta de peixes por arrasto na Baía de Guanabara para a análise de metabólitos biliares de PAH (Sistema de coordenadas geográficas Datum SAD 69).
Entrada da baía
Fundo da baía
4. Materiais e Métodos 82
4.2.2. Coleta de Bile de Peixe
Após cada arrasto, os peixes coletados foram transportados para o laboratório
em caixas térmicas contendo gelo. Os peixes foram então identificados, medidos e
pesados. Em seguida foram dissecados e tiveram a visícula biliar extraída, que foi
transferida para frasco de eppendorf e imediatamente congelada em nitrogênio
líquido e posteriormente armazenada em freezer (-20°C). Este processo encontra-se
na Figura 4.10.
Figura 4.10. Ilustração do procedimento de extração da vesícula biliar de peixes da Baia de Guanabara.
De um modo geral, o volume de amostra individual de bile se mostrava muito
reduzido e insuficiente para análise (mínimo necessário: 100 l).
Consequentemente, amostras compostas eram constituídas pelo agrupamento de
duas ou mais amostras de bile individual. A Tabela 4.1 apresenta a composição das
4. Materiais e Métodos 83
9 amostras analisadas neste estudo, especificando as espécies de peixes coletadas
e dados de biometria.
Tabela 4.1. Amostras de bile de peixe da Baía de Guanabara para análise de metabólitos de HPA.
Código da amostra
Área da baía No de indiví-duos
EspécieComprimento
(mm) * Peso (g) *
Massabile (g)
Data
788201 GA 1
Fundo (Norte) 1Genidensgenidens
287 218 0,0083 23/02/06
788201 GB 1
Fundo (Norte) 1Genidensgenidens
276 200 0,0402 23/02/06
788202 G
1Fundo (Norte) 4
Genidensgenidens
263 123 0,0576 09/03/06
788203 M 2
Fundo (Norte) 2Micropogonias
furnieri185 68 0,0214 23/03/06
788203 Cy 2
Fundo (Norte) 3Cyclichthys
spinosus144 167 0,1287 23/03/06
788204 CtA 3
Entrada (Sul) Botafogo
5Ctenoscianeagracilicirrhus
- - 0,0209 05/04/06
788204 Cy 4
Entrada (Sul)
Boa Viagem 4
Cyclichthys spinosus
163 221 0,1344 05/04/06
788204 M 4
Entrada (Sul)
Boa Viagem 2
Micropogoniasfurnieri
230 121 0,0259 05/04/06
788205 G 1
Fundo (Norte) 7Genidensgenidens
255 135 0,0421 06/04/06
* = média dos valores individuais
Vale ressaltar que as espécies de peixes coletadas neste estudo representam
hábitos alimentares, teores de lipídios, idade, comprimento e peso diferentes, o que
dificulta a interpretação dos resultados. No entanto, o trabalho é válido uma vez que
se pretendeu fazer apenas uma investigação preliminar dos teores de metabólitos de
HPA em bile de peixes presentes na Baía de Guanabara, resultante da exposição
destes organismos a um ecossistema altamente urbanizado e industrializado que
recebe poluição antropogênica crônica intensa.
4. Materiais e Métodos 84
4.2.3.Determinação dos Metabólitos Biliares de HPA
A análise dos metabólitos de HPA (OH-HPA) em bile de pescados foi
realizada no Laboratório de Físico-toxicoquímica de Sistemas Naturais da
Universidade de Bordeaux I, França, sob orientação da Dra Hélène Budzinski.
A análise foi conduzida de acordo com o protocolo estabelecido por Le Dû e
colaboradores (2006), ainda não implementado em laboratórios nacionais. Este
método permitiu a determinação de metabólitos individuais de HPA em bile de
peixes pela primeira vez no Brasil. O fluxograma das etapas da análise é
apresentado na Figura 4.11 e consiste em deconjugação enzimática, extração,
purificação e derivatização para posterior análise por GC-EM.
Introdução de padrão interno (1-OHPi-d9)
Deconjugação enzimática(37°C, pH 5, 20h)
Extração em fase sólidaFase C18
Ativação da coluna: água/metanol (70:30 v/v)
Eluição: metanol
PurificaçãoFase NH2
Eluição: metanol/diclorometano (20:80 v/v)
Derivatização(30 min, 65°C)
Adição de padrão de recuperação fenantreno d10
Análise CG-EM
Figura 4.11. Fluxograma das etapas analíticas envolvidas na determinação de
metabólitos de HPA em bile de peixes.
4. Materiais e Métodos 85
Segundo o protocolo seguido, 12 metabólitos são identificados e quantificados:1-hidroxinaftaleno, 1-hidroxifenantreno, 9-hidroxifenantreno,
2-hidroxinaftaleno, 2-hidroxifenantreno, 1-hidroxipireno,
3-hidroxibifenila, 3-hidroxifenantreno, 1-hidroxicriseno ,
9-hidroxifluoreno, 4-hidroxifenantreno, 3-hidroxibenzo(a)pireno.
4.2.3.1. Preparo da Amostra
As amostras de bile foram preparadas para a determinação de metabólitos de
PAH de acordo com o protocolo acima descrito, passando pelas etapas de
deconjugação enzimática, extração e purificação em fase sólida e derivatização com
BSTFA (bis(trimetilsilil)-trifluoracetamida).
Deconjugação enzimática: As amostras (cerca de 100 L) foram tratadas com
20 ul de enzima ß-glucuronidase, utilizando com um tampão de acetato para manter
pH 5. Padrão interno para quantificação dos metabólitos (1- hidroxipireno d9) e anti-
oxidante (2 mercaptoetano) foram adicionados à mistura antes de ser colocada em
um forno às 37°C durante 20 horas. Após deconjugação (quebra da estrutura
conjugada hidrofílica dos metabólitos e consequente formação de metabólitos livres
eletrolíticos), os aglomerados de enzima formados durante deconjugação foram
então separados do sobrenadante contendo os metabólitos livres, pigmentos e
outros compostos hidrofílicos através de centrifugação.
Extração em fase sólida (solid phase extraction - SPE): Os compostos
hidrofílicos indesejáveis foram inicialmente separados dos metabólitos e pigmentos
utilizando-se extração em fase sólida (cartuchos com fase C18 de 500 mg). Os
compostos hidrofílicos foram eluídos com uma solução tampão/metanol (70/30)
enquanto os metabólitos e pigmentos ficavam retidos na fase sólida. Em seguida, os
metabólitos e pigmentos foram eluídos da coluna com metanol (2 x 2,5 mL).
Purificação: A purificação dos metabólitos foi realizada utilizando-se extração
em fase sólida (cartuchos com fase NH2 de 500 mg). Os metabólitos foram eluídos
com uma solução de diclorometano/ metanol (80/20) (2 x 2,5 mL), ficando os
4. Materiais e Métodos 86
pigmentos retidos na fase. O extrato foi levado a secura sob fluxo de nitrogênio e
posteriormente dissolvido em diclorometano.
Derivatização: Os metabólitos, concentrados em diclorometano, foram
subseqüentemente derivatizados, acrescentando-se 30 L BSTFA
(bis(trimetilsilano)-trifluoroacetamida) e mantidos em forno a 65°C por 30 minutos.
Desta forma, os analitos de interesse foram silanizados antes da análise
cromatográfica para se obter picos gaussianos bem resolvidos, sem alargamentos e
caudas. Depois da derivatização, um padrão (pireno d10) foi adicionado à amostra
para determinação da recuperação, seguindo-se a análise dos metabólitos por CG-
EM.
4.2.3.2. Análise de Metabólitos de HPA por CG-EM
As análises foram conduzidas em um cromatógrafo a gás HP 6890 série II
acoplado a um sistema de detector de massas HP 5973. O espectrômetro de massa
foi operado no modo de impacto de elétron (70eV) e os dados foram adquiridos em
modo SIM (single íon monitoring). As condições de cromatografia foram as
seguintes: injeção sem divisão de fluxo (splitless); temperatura do forno: 70 C por 2
min., taxa de aquecimento de 5 C/min até 180 e taxa de 10 C/min de 180 até 290 C
com isoterma final de 1 min; temperatura de interface: 280 C. A coluna
cromatográfica foi HP5/MS (30m x 0,25mm x 0,25 m). Nestas condições analíticas,
o cromatograma de massas de uma mistura padrão contendo os 12 metabólitos de
HPA após derivatização apresenta-se conforme ilustrado na Figura 4.12. Os
diferentes isômeros do hidroxifenantrenos (m/z 266) são também apresentados.
A quantificação foi feita através de padronização com uma solução de 1
hidroxipireno deuterado (1- hidroxipireno d9). A lista dos 12 compostos analisados e
seus íons de identificação encontram-se no Anexo C. Os compostos são, de um
modo geral, detectados sob a forma de HPA-O-Si(CH3)3+ com valor de m/z = massa
molecular + 72. Os principais íons de espectros de massas obtidos com a
derivatização (e sem a derivatização) estão apresentados na Tabela 4.2.
4. Materiais e Métodos 87
10.00 11.00 12.00 13.00 14.00 15.00 16.00 17.00 18.00 19.00 20.00 21.00
5000
10000
15000
20000
25000
30000
35000
-->
TIC: GBTEST05.D
2-OH N
1-OH N
3-OH Bi
9-OH F
OH Fenantrenos
1-OH Pi
1-OH C
3-OH BaPi
013.5013.6013.7013.8013.9014.0014.1014.2014.3014.4014.5
Ion 266.00 (265.70 to 266.70): GBTEST05.D
2-OH Fe
1-OH Fe
3-OH Fe9-OH Fe
4-OH Fe
Pi-d10
+1-OH Pi-d9
+1-OH Pi-d9
Figura 4.12. Cromatograma de massas de 12 metabólitos de HPA de uma mistura padrão após derivatização (adaptado de Mazeas, 2004).
Tabela 4.2. Principais íons (m/z) característicos dos espectros de massas obtidos por CG-EM com e sem derivatização.
Composto Código Íons (m/z) semderivatrização
Íons (m/z) com derivatrização
1-hidroxinaftaleno 1-OHN 144,115 (85) 201, 216 (90)
2-hidroxinaftaleno 2-OHN 144, 115 (60) 216, 201 (65)
2-hidroxibifenila 2-OHBi 170, 169 (75), 141 (32) 211, 227 (60), 242 (40)
9-hidroxifluoreno 9-OHF 181, 182 (77), 152 (38) 165, 254 (25), 73 (25), 180 (10)
9-hidroxifenantreno 9-OHFe 194, 165 266, 251 (63)
1-hidroxipireno 1-OHPi 218, 189 (77) 290, 275 (25), 291 (20)
1-hidroxicriseno 1-OHC 244, 215 (75) 316, 301, 285
3-hidroxibenzo(a)pireno 3-OHBaPi 268, 239 (68) 340, 341 (30)
1- hidroxipireno d9 1-OHPi-d9 227 299
pireno d10 Pi-d10 212 -
Os números entre parêntesis são os percentuais de abundância de cada íon em relação ao primeiro, fixo em 100%.
Tempo (min)
5. Resultados e Discussão 88
Capítulo 5
Resultados e Discussão
5. Resultados e Discussão 89
5. Resultados e Discussão
5.1. Quantificação e Distribuição dos HPA em Sedimentos da Baía de
Guanabara
A concentração dos HPA individuais, o somatório dos 16 HPA prioritários
segundo EPA ( 16 HPA) e a soma total dos 38 HPA analisados ( HPA) nos
sedimentos coletados na Baía de Guanabara em 2000 (logo após o derramamento
de óleo) e em 2003 encontram-se no Anexo D. Os teores de HPA dos óleos e
derivados utilizados ao longo deste estudo para auxiliar no exercício de identificação
e diferenciação de fontes de hidrocarbonetos nos sedimentos da Baía de
Guanabara, através das razões diagnósticas e análises estatísticas multivariadas,
também se encontram no Anexo D.
As Tabelas 5.1 e 5.2 apresentam um resumo dos resultados de HPA de
sedimentos da baía para as campanhas de 2000 e 2003, respectivamente,
considerando as áreas das estações de sedimentos de intermaré e infralitoral. Para
ambas as campanhas o total de HPA variou de forma relevante ao longo da baía,
apresentando teores entre 559 a 58439 ng g-1 peso seco (concentração mediana:
4877 ng g-1) para a campanha de 2000 e 400 a 52384 ng g-1 peso seco
(concentração mediana: 3603 ng g-1) para a campanha de 2003.
Baseada em análises estatísticas paramétrica (ANOVA) e não paramétrica
(teste Wilcoxon) (Daniel, 1978), verificou-se que não existe diferença significativa em
concentrações de HPA entre as amostras de 2000 e 2003 (Anexo E).
5. Resultados e Discussão 90
Tabela 5.1. Resumo dos resultados de HPA (ng g-1 peso seco) de amostras de sedimento da Baía de Guanabara para a campanha de 2000.
T1 T7 T9 T15 T18 T22 T24 T28 16HPA 207 526 819 866 719 1866 3235 797 Total HPA 691 8259 13191 4198 3058 34048 58439 2614
Intermaré
T31 T32 T36 T46 T51 T54 T55 T56 T57 D34 D39 D43 D53 16HPA 1264 1524 2352 735 2189 303 2267 4119 600 1366 13425 381 9399 Total HPA 6174 18240 4877 2487 5398 559 4019 9816 952 3730 24555 1048 16793
Infralitoral
Tabela 5.2. Resumo dos resultados de HPA (ng g-1 peso seco) de amostras de sedimento de Baía de Guanabara para a campanha de 2003.
T1 T7 T9 T15 T18 T22 T24 T28
16PAH 184 212 388 560 349 647 3653 269
Total PAH 400 838 1004 2516 1303 4931 52384 3603
Intermaré
T31 T32 T36 T46 T51 T54 T55 T56 T57 D34 D39 D43 D53
16PAH 675 1448 1891 443 2611 1829 2090 5110 614 1028 818 368 3177
Total PAH 7993 37014 3856 1861 5090 4028 4130 9734 1242 2944 3063 726 7182
Infralitoral
Para comparar os dados deste estudo com os previamente reportados para a
Baía de Guanabara, faz-se necessário avaliar apenas os resultados dos 16 HPA
prioritários da EPA, uma vez que os dados pretéritos não consideraram todos os
compostos alquilados. Os somatórios dos 16 HPA para as campanhas de 2000 e
2003 variaram de 207 até 13425 ng g-1 e 184 a 5110 ng g-1, respectivamente. As
variações desta contaminação dos sedimentos da baía por hidrocarbonetos
mostram-se dentro dos mesmos intervalos observados por Lima (1996) (1564 a
18438 ng g-1), Hamacher (1996) (554 a 1894 ng g-1) e Chalaux (1995) (1051 a 5861
ng g-1).
5. Resultados e Discussão 91
A comparação dos dados deste estudo com os de algumas regiões estuarinas
e costeiras no mundo está apresentada na Tabela 5.3, onde estão listados os teores
de HPA em diversos sedimentos marinhos analisados recentemente na Europa,
Ásia, América e Oceania. As concentrações de HPA em sedimentos da Baía de
Guanabara coletados por ocasião do derramamento de óleo e 3 anos depois
encontram-se similares entre si e numa faixa semelhante daquelas observadas em
vários regiões estuarinas internacionais, correlacionadas ou não com
derramamentos de óleo.
Estes dados comparativos citados acima (literatura internacional e teses)
indicam, numa abordagem inicial, que as concentrações de HPA nos sedimentos da
Baía de Guanabara estejam relacionadas mais diretamente com o aporte
antropogênico crônico de hidrocarbonetos e não com o evento agudo do derrame de
óleo de 2000. Estes resultados são corroborados com dados de biomarcadores
geoquímicos obtidos para estas amostras de sedimento da Baía de Guanabara
coletadas em 2000 e 2003 (Meniconi and Barbanti, 2007).
As análises de esteranos e terpanos realizadas por Meniconi and Barbanti
(2007) revelaram que a maioria das amostras da baía não apresentou correlação
com o óleo derramado. Os sedimentos apresentaram nítida contribuição de
hidrocarbonetos derivados de ambiente deposicional marinho carbonático. No
entanto, o óleo derramado MF 380 tem como base óleo derivado de um ambiente
deposicional lacustre de água salgada, que apresenta um padrão de distribuição de
terpanos e esteranos diferente do encontrado nos sedimentos da Baía de
Guanabara (Meniconi and Barbanti, 2007). As exceções foram para apenas duas
amostras de intermaré situadas em uma área atingida pelo óleo em janeiro de 2000
(estações T7 e T9). Desta forma, os dados de biomarcadores evidenciaram uma
predominância de hidrocarbonetos originados de poluição antropogênica crônica nos
sedimentos da baía, demonstrando que o óleo vazado e espalhado sobre a
superfície d’água da Baía de Guanabara em 2000 não afundou nem se misturou
com o material em suspensão da coluna d’água, para posterior sedimentação
(Gabardo et al., 2001, Meniconi et al., 2002). Em suma, verificou-se que o derrame
de óleo de janeiro de 2000 não causou alterações significativas sobre os teores de
5. Resultados e Discussão 92
HPA nos sedimentos da Baía de Guanabara.
Considerando a distribuição de HPA nas amostras de sedimentos da Baía de
Guanabara para as campanhas de 2000 e 2003 (Anexo F), observou-se uma
contribuição de HPA alquilado mais elevada para alguns dos sedimentos de
intermaré da campanha de 2000, que pode ser explicado pelo contato direto da água
com o sedimento em decorrência da maré e da ação das ondas na linha de costa.
Isto é mostrado na Figura 5.1, onde todas as séries de HPA alquilados
intemperizados são predominantes para as amostras das estações T7, T9 (próximas
da desembocadura do rio Suruí e que foram atingidas pelo óleo derramado em
janeiro de 2000) e T22 (próxima do local de vazamento em 2000) na campanha de
2000. A degradação das amostras pode ser nitidamente verificada pela distribuição
das séries dos HPA alquilados com concentração máxima para o isômero de maior
alquilação (HPA parental < C1 <C2 < C3 < C4).
Por outro lado, para ambas as campanhas, foi observada a predominância
dos HPA de quatro e cinco anéis sobre os outros compostos, principalmente para os
sedimentos das estações do infralitoral, na área de influência da mancha de óleo de
janeiro de 2000 e em outras estações localizadas fora da área de influência do
acidente (Figuras 5.2 e 5.3, respectivamente). As Figuras 5.4 e 5.5 resumem estas
observações para todas as amostras estudadas.
5. Resultados e Discussão 93
Tabela 5.3. Comparação dos teores de HPA (ng g-1 peso seco) deste estudo com dados de literatura para sedimentos de inúmeros locais costeiros no mundo.
Local Número de
HPAdeterminados
Faixa de Concentração
(ng/g) Referências
Oceania
Estuário do Rio Brisbane, Australia 17 2840-13470 Kayal and Connell, 1989
Ásia
Masan Bay, Coreá 16 41-1100 Khim et al., 1999
Estuário do Rio Jiulongjiang, China 21 515-1522 Witt and Siegel, 2000
Baoshan, Shangai, China 7 61-7618 Xu et al, 2001
Estuário do Rio Pearl, China 3551
184-14497 323-21324
Bixian et al., 2001
Daya Bay, Hong Kong, China 16 115-1134 Zhou and Maskaoui, 2003
Estuário do Rio Yalujiang, Norte China
10 79-1500 Wu et al, 2003
Estuário do Rio Minjiang, China 16 112-887 Zhang et al., 2004
Deep Bay (banco de lama), China 16 238-416 Zhang et al, 2004
Estuário do Rio Pearl, China 15 94-4300 Fung et al., 2005
Masan Bay, Coréa 24 207-2670 Yim et al., 2005
EuropaEstuário do rio Gironde e Baía de Arcachon, França
14 3,5-853 Sicre et al., 1987
Estuário do Rio Mersey, RU 13 5310 Readman et al., 1986
Estuário do Rio Tamar, RU 13 8630 Readman et al., 1986
Porto de Toulon, França 18 9994 Baumard et al., 1998b
Delta do Rio Rhone, França 16 1400-83800 Lipiatou et al., 1997
Estuário do rio Gironde, França 17 622-4888 Budzinski et al., 1997
Portos mediterrâneos, França 14 282-13000 Baumard et al., 1998a, b
Porto Ajaccio, Corsega, França 18 43-20000 Baumard et al., 1998a, b
Mar Cáspio, Europa 16 1-1600 Tolosa et al., 2004
Delta do rio Rhone 11 1070-6364 Bouloubassi and Saliot, 1993
AméricaEstuário do Rio de La Plata, Argentina
18 50-555000 Colombo et al., 1989
Canal do Rio de La Plata (depois de derrame), Argentina
16 10 – 70000 Colombo, 2000
Casco Bay, EUA 23 16-20748 Kennicutt et al., 1994
Sarasota Bay, EUA 11 17-26771 Sherblom et al., 1995
Cerritos channel, Los Angeles, EUA 23 10000 Brown et al., 1998
San Diego, EUA 36 80-20000 Anderson et al., 1996
San Francisco Bay, EUA 17 2653-27680 Pereira et al, 1996
Porto de Boston, EUA 16 7300-358000 Wang et al., 2001
Porto de Pórtland, EUA 43 860-20644 Stout et al., 2004
Porto de Tagle, WA, EUA 43 8524-80913 Stout et al., 2004
Baía de Guanabara, Brasil 17 554-1894 Hamacher, 1996
Baía de Guanabara, Brasil 23 1564-18438 Lima, 1996
Baía de Guanabara (2000), Brasil 1638
207-13425 559-58439
Baía de Guanabara (2003), Brasil 1638
184-3653 400-52384
Este estudo
Obs: PEL (Nível Provável de Efeito adverso em biota) é de 16770 ng g-1, segundo NOAA.
5. Resultados e Discussão 94
T7
0
200
400
600
800
1000
1200
N
1MN
2MN
C2N
C3N
C4N Acl
Ace
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BT
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BT
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i
BaA
n C
C1C
C2C
BbF
l
BkF
l
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i
BaP
i
Pe IPi
DBAn
BPe
2000 2003
T9
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
N
1MN
2MN
C2N
C3N
C4N Acl
Ace
F
C1F
C2F
C3F
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C1D
BT
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C1C
C2C
BbF
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l
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i
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i
Pe IPi
DBAn
BPe
2000 2003
T22
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
N
1MN
2MN
C2N
C3N
C4N Acl
Ace
F
C1F
C2F
C3F
DBT
C1D
BT
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BT
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C3F
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C1C
C2C
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BeP
i
BaP
i
Pe IPi
DBAn
BPe
2000 2003
Figura 5.1. Predomínio de HPA alquilados em amostras de intermaré para a campanha de 2000 em relação à de 2003 na Baía de Guanabara (ng g-1).
5. Resultados e Discussão 95
T36
0
50
100
150
200
250
300
350
N
1MN
2MN
C2N
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C4N Acl
Ace
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C1F
C2F
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C1D
BT
C2D
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Fe
C1F
e
C2F
e
C3F
e
C4F
e
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l
Pi
C1P
i
C2P
i
BaA
n C
C1C
C2C
BbF
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i
BaP
i
Pe IPi
DBAn
BPe
2000 2003
T51
0
50
100
150
200
250
300
350
400
N
1MN
2MN
C2N
C3N
C4N Acl
Ace
F
C1F
C2F
C3F
DBT
C1D
BT
C2D
BT
C3D
BT
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C1F
e
C2F
e
C3F
e
C4F
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l
Pi
C1P
i
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i
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n C
C1C
C2C
BbF
l
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i
BaP
i
Pe IPi
DBAn
BPe
2000 2003
D53
0
200
400
600
800
1000
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N
1MN
2MN
C2N
C3N
C4N Acl
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BT
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BT
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BT
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e
C2F
e
C3F
e
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e
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C1P
i
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n C
C1C
C2C
BbF
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i
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DBAn
BPe
2000 2003
Figura 5.2. Predomínio de HPA de quatro e cinco anéis para as amostras do infralitoral para as campanhas de 2000 e 2003 dentro da área de influência da mancha de óleo de janeiro de 2000 (ng g-1).
5. Resultados e Discussão 96
T55
0
50
100
150
200
250
300
350
N
1MN
2MN
C2N
C3N
C4N Acl
Ace
F
C1F
C2F
C3F
DBT
C1D
BT
C2D
BT
C3D
BT
Fe
C1F
e
C2F
e
C3F
e
C4F
e
An F
l
Pi
C1P
i
C2P
i
BaA
n C
C1C
C2C
BbF
l
BkF
l
BeP
i
BaP
i
Pe IPi
DBAn
BPe
2000 2003
T56
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
1000
N
1MN
2MN
C2N
C3N
C4N Acl
Ace
F
C1F
C2F
C3F
DBT
C1D
BT
C2D
BT
C3D
BT
Fe
C1F
e
C2F
e
C3F
e
C4F
e
An F
l
Pi
C1P
i
C2P
i
BaA
n C
C1C
C2C
BbF
l
BkF
l
BeP
i
BaP
i
Pe IPi
DBAn
BPe
2000 2003
T57
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
N
1MN
2MN
C2N
C3N
C4N Acl
Ace
F
C1F
C2F
C3F
DBT
C1D
BT
C2D
BT
C3D
BT
Fe
C1F
e
C2F
e
C3F
e
C4F
e
An F
l
Pi
C1P
i
C2P
i
BaA
n C
C1C
C2C
BbF
l
BkF
l
BeP
i
BaP
i
Pe IPi
DBAn
BPe
2000 2003
Figura 5.3. Predomínio de HPA de quatro e cinco anéis para as amostras do infralitoral para as campanhas de 2000 e 2003 fora da área de influência da mancha de óleo de janeiro de 2000 (ng g-1).
5. Resultados e Discussão 97
2000
0
5000
10000
15000
20000
25000
30000
35000
T1 T7 T9 T15 T18 T22 T24 T28 T31 T32 T36 T46 T51 T54 T55 T56 T57 D34 D39 D43 D53
Amostras
Con
cent
raçã
o de
HP
A (
ng g
-1)
2 Anéis
3 Anéis
4 Anéis
5 Anéis
6 Anéis
Figura 5.4. Distribuição dos HPA por número de anéis para os sedimentos da Baía de Guanabara – campanha 2000.
2003
0
5000
10000
15000
20000
25000
30000
35000
T1 T7 T9 T15 T18 T22 T24 T28 T31 T32 T36 T46 T51 T54 T55 T56 T57 D34 D39 D43 D53
Amostras
Co
nce
ntr
açã
o d
e H
PA
(n
g g
-1)
2 Anéis
3 Anéis
4 Anéis
5 Anéis
6 Anéis
Figura 5.5. Distribuição dos HPA por número de anéis para os sedimentos da Baía de Guanabara – campanha 2003.
5. Resultados e Discussão 98
5.2. Diferenciação de Fontes de HPA em Sedimentos da Baía de Guanabara
5.2.1. Razões Diagnósticas
Comparações entre vários conjuntos de razões diagnósticas de HPA foram
usadas para identificar as fontes de hidrocarbonetos das amostras de sedimento de
Baía de Guanabara, incluindo razões de HPA parentais e as razões de HPA
alquilados. Na tabela 5.4 são listadas as razões utilizadas para compor os diagramas
cruzados e seus valores característicos de identificação de fontes.
Tabela 5.4. Razões diagnósticas utilizadas para os sedimentos da Baía de Guanabara e suas faixas limítrofes de identificação de fontes.
Razão Faixa limítrofe Classificação de Origem HPA parentais
Fe / An >15<10
PetrogênicaPirolítica
Fl / Pi <1>1
PetrogênicaPirolítica
An / (An+Fe) <0,1>0,1
PetrogênicaPirolítica
Fl / (Ft+Pi) <0,4
entre 0,4 e 0,5 >0,5
PetrogênicaCombustão de Petróleo Combustão de carvão,
madeira, vegetação
IPi / (IPi+BPe) <0,2
entre 0,2 e 0,5 >0,5
PetrogênicaCombustão de Petróleo Combustão de carvão,
madeira, vegetação HPA Alquilados
Fe+An/(Fe+An+C1Fe)<0,5>0,5
Petrogênica ou Pirolítica Pirolítica
(Outros HPA 3-6 anéis)* / (5séries HPA aquilados)**
<0,08>0,50
PetrogênicaPirolítica
Pe/ HPA com 5 anéis) *** abundância relativa do perileno
>10 Biogênica
C3DBT/ C3Fe versus C2DBT/C2Feagrupamento Mesma origem
* Outros HPA 3-6 anéis = todos os HPA analisados menos as 5 séries de HPAs alquilados ** 5 séries HPAs alquilados = Naftalenos, Fluorenos, Dibenzotiofenos, Fenantrenos and Crisenos
HPA com 5 anéis) = Benzo(b)fluoranteno + Benzo(k)fluoranteno + Benzo(a)pireno + Benzo(e)pireno + Dibenzo(a,h)antraceno.
5. Resultados e Discussão 99
No Anexo G encontra-se a tabela contendo os valores das razões diagnósticas
utilizadas neste estudo para as amostras de sedimentos da Baía de Guanabara
coletadas nas campanhas 2000 e 2003 e para os óleos estudados.
O diagrama de razão dupla Fenantreno/Antraceno (Fe/An) versus
Fluoranteno/Pireno (Fl/Pi) tem sido freqüentemente utilizado para diferenciar a
mistura de aportes petrogênico e pirolítico em sedimentos (Soclo, 1986, Baumard et
al., 1998, Tam.et al, 2001, Readman et al., 2002, Ke et al., 2002) apesar da prevista
baixa capacidade de discriminação da razão Fe/An (pequena diferença de calor de
formação entre os isômeros). A Figura 5.6 representa diagrama de razão parental
cruzada para amostras de Baía de Guanabara, coletadas para as campanhas
realizadas em 2000 e 2003, registradas junto com quatro amostras de óleo e
derivados que são: o óleo combustível derramado em janeiro de 2000 - MF 380
(produzido a partir de um petróleo cru de uma bacia marginal brasileira); um óleo cru
árabe (AL), freqüentemente usado em refinarias brasileiras; um óleo leve (Ar) e um
óleo diesel (DM), produzido em uma refinaria no sul do país. Foi observado que esta
razão cruzada não fornece uma interpretação robusta das fontes de HPA, apesar de
alguns sedimentos de intermaré (T1, T9, T15 e T18) terem mostrado características
pirolíticas, isto é, Fl/Pi maior que 1 e Fe/An menor que 10, como reportado em
estudos de Budizinski et al., 1997, Baumard et al., 1998a e Readman et al., 2002.
Esta diferenciação foi determinada efetivamente pela razão Fl/Pi. Todas as outras
amostras da Baía de Guanabara e inclusive os óleos estudados MF 380, AL e Ar
apresentaram características de mistura, situando-se no quadrante esquerdo inferior
deste diagrama de razão dupla (Fl/Pi menor que 1 e Fe/An menor que 10). A
exceção foi para o óleo diesel (DM) que situou-se no quadrante esquerdo superior
correspondente a fontes petrogênicas. Esta baixa capacidade de discriminação era
esperada, uma vez que o par de compostos Fenantreno e Antraceno possuem
diferença relativa em estabilidade termodinâmica pequena entre os isômeros e por
isto, a razão Fe/An torna-se provavelmente menos eficaz em identificar fontes de
HPA (Yunker et al, 2000).
5. Resultados e Discussão 100
Petróleo Combustão
Petróleo
Combustão
Fe
/ A
n
Fl / Pi
T55T56
T54T46
T51
D43
D53D39
T57
D34T36
T15
T18
T9T1
T7
T31
T32
T28
T22
T24
T55
T56
T54
T46
T51
D43
D53D39
T57
D34
T36
T15T18 T9T1
T7
T31
T32
T28
T22
T24
MF380
D.M.
Ar.A.L.
0,1
1
10
100
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2
2000 2003 Oil
Figura 5.6. Diagrama cruzado de Fenantreno/Antraceno versus Fluoranteno/Pireno para sedimentos da Baía de Guanabara das campanhas 2000 e 2003 e MF 380, óleo árabe (AL), óleo leve (Ar) e óleo diesel (DM).
Um diagrama de razão dupla similar a Fe/An versus Fl/Pi, proposta por
Yunker e colaboradores (2000): Antraceno/Antraceno+Fenantreno versus
Fluoranteno / (Fluoranteno+Pireno) foi empregada para verificar sua habilidade em
distinguir entre os aportes de combustão e petróleo. Isto pode ser visto na Figura
5.7. É preciso ressaltar que a razão proposta Fluoranteno/(Fluoranteno+Pireno)
(Fl/(Fl + Pi)) apresenta limites mais detalhados para a fonte pirolítica das amostras:
ela diferencia fontes de combustão de combustível fóssil (0,4< Fl/(Fl + Pi) <0,5) de
fontes de combustão de plantas e carvão (Fl/(Fl + Pi) >0,5). As faixas limítrofes para
a razão Fl/(Fl + Pi) e de outras razões apresentadas neste estudo foram
estabelecidas por Yunker e colaboradores (2000) e foram baseadas em mais de 40
estudos da literatura internacional, incluindo resultados de aproximadamente 250
amostras tais como vários tipos de petróleos, fontes específicas de combustão
(carvão, madeira, gramíneas, combustível fóssil) e amostras ambientais (queima de
vegetação, material particulado de túneis, material particulado de estradas, ar
urbano).
A baixa eficiência para determinar fontes de HPA através dos compostos
Antraceno e Fenantreno foi confirmada, pois esta razão
Antraceno/Antraceno+Fenantreno (An/An + Fe) incluiu todas as amostras da Baía de
5. Resultados e Discussão 101
Guanabara na categoria de amostras com características pirogênicas (An/An + Fe
maior que 0,1).
Por outro lado, a razão Fl/(Fl+Pi) mostrou uma melhor habilidade em distinguir
aportes de hidrocarbonetos de combustão e de petróleo, separando as amostras da
Baía de Guanabara em dois agrupamentos: Fl/(Fl+Pi) menor que 0,4 para amostras
com características petrogênicas e Fl/(Fl+Pi) maior que 0,4 para aquelas com fontes
de combustão (Figura 5.7). Além disto, esta razão também mostrou a capacidade de
diferenciação entre características de combustão de madeira/vegetação/carvão
(valor maior que 0,5) e de combustão de petróleo, com razão na faixa de 0,4 a 0,5
(Figura 5.7). Isto foi também observado nas amostras do Rio Fraser (Yunker et al,
2000, 2002).
Combustão CombustãoPetróleo Petróleo Vegetação/Madeira/Carvão
Combustão
Petróleo
An
/ (F
e +
An
)
Fl / (Fl + Pi)
T55
T56
T54T46
T51
D43
D53
D39
T57
D34
T36
T15
T18
T9
T1
T7
T31
T32
T28
T22
T24
T55
T56
T54
T46
T51
D43
D53
D39
T57
D34
T36
T15T18 T9
T1
T7
T31
T32
T28
T22
T24
MF380
D.M.
Ar.
A.L.
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7
2000 2003 Oil
Figura 5.7. Diagrama cruzado de Antraceno/Antraceno+Fenantreno versusFluoranteno /(Fluoranteno+Pireno) para os sedimentos da Baía de Guanabara das campanhas 2000 e 2003 e MF 380, óleo árabe (AL), óleo leve (Ar) e óleo diesel (DM).
O par de compostos Fluoranteno e Pireno possuem diferença relativa em
estabilidade termodinâmica mais elevada que o par Fenantreno e Antraceno, sendo
então mais eficaz para determinar as fontes de HPA. Em geral, a maioria das
amostras das estações do infralitoral (de T31 adiante) apresentaram características
de combustão.
Outro diagrama de razão dupla reportada na literatura e utilizada neste estudo
foi o Indeno 1,2,3-(cd)Pireno/Indeno 1,2,3-(cd)Pireno+Benzo(ghi)Perileno versus
5. Resultados e Discussão 102
Fl/(Fl+Pi). A razão IPi/(IPi+BPe prevê a diferenciação de fontes de combustão de
combustível fóssil (0,2< IPi/(IPi+BPe <0,5) de fontes de combustão de plantas e
carvão (IPi/(IPi+BPe >0,5) (Yunker et al., 2002). Esta razão apresentou baixa
eficiência em diferenciar as fontes petrogênicas das pirolíticas (Figure 5.8). As
amostras apresentaram características predominantemente de combustão, a maioria
de queima de vegetação/carvão. Esta baixa capacidade em identificação de fontes
petrogênicas com esta razão pode ser explicada face à pouca relevância dos
compostos Indeno 1,2,3-(cd)Pireno e Benzo(ghi)Perileno na caracterização de
petróleos. Geralmente são compostos com baixas concentrações ou ausentes nos
óleos. Observa-se que no diagrama cruzado apresentado na Figura 5.8, os óleos MF
380, AL, Ar e DM não foram inseridos pois estes compostos não foram detectados
nos óleos.
Combustão CombustãoPetróleo Petróleo Vegetação/Madeira/Carvão
Combustão
CombustãoPetróleo
Petróleo
IPi / (IPi + BPe)
Fl
/ (F
l +
Pi)
T55
T56
T54T46T51
D43
D53
D39
T57
D34 T36
T15T18
T9
T1
T7T31
T32
T28
T22
T24
T55
T56
T54T46T51D43
D53
D39T57
D34T36
T15
T18 T9
T1
T7
T31T32
T28
T22
T24
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7
2000 2003
Figura 5.8. Diagrama cruzado de Indeno 1,2,3-(cd)Pireno/Indeno 1,2,3-(cd)Pireno+ Benzo(ghi)Perileno versus Fluoranteno/(Fluoranteno + Pireno) para os sedimentos da Baía de Guanabara das campanhas 2000 e 2003.
Além da razão diagnóstica parental Fl/(Fl+Pi), foi observado que a razão
alquilada Fenantreno/Antraceno/(Fenantreno+Antraceno+C1Fenantreno) (Yunker et
al, 2000) também exibiu uma capacidade elevada para discriminar as fontes das
amostras da Baía de Guanabara. Esta razão foi diagramada contra Fl/(Fl+Pi) e está
na ilustrada na Figura 5.9. O diagrama duplo destas duas razões exibiu a mais
elevada habilidade em diferenciar as fontes pirogenênicas e petrogênicas dos HPA
para este estudo (Meniconi and Barbanti, 2007).
5. Resultados e Discussão 103
Observou-se que a razão Fe+An/(Fe+An+C1Fe) foi capaz de separar as
amostras em 2 agrupamentos. As amostras com razão maior que 0,5 correspondem
as fontes de combustão dominante e menor que 0,5 podem indicar características
tanto de combustão quanto de petróleo, conforme comprovado por Yunker e
colaboradores (2000).
Petróleo ouCombustão Combustão
Vegetação/Madeira/CarvãoCombustion
CombustãoPetróleo
Petróleo
Fl /
(F
l +
Pi)
(Fe + An) / (Fe + An + C1Fe)
T55
T56
T54T46T51
D43
D53
D39
T57
D34 T36
T15T18
T9
T1
T7
T31T32
T28
T22
T24
T55
T56
T54T46 T51D43
D53
D39T57
D34T36
T15
T18 T9
T1
T7
T31T32
T28
T22
T24 MF380D.M.
Ar.
A.L.
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8
2000 2003 Oil
Figura 5.9. Diagrama cruzado de Fluoranteno/(Fluoranteno+Pireno) versus Fenantreno+Antraceno/(Fenantreno+Antraceno+C1Fenantreno) para os sedimentos da Baía de Guanabara das campanhas de 2000 e 2003 e MF 380, Petróleo árabe (AL), óleo leve (Ar) e óleo diesel (DM).
Como mencionado anteriormente, a razão Fl/(Fl+Pi) apresentou a habilidade
de diferenciar entre aportes de combustão e petróleo, separando as amostras em 2
agrupamentos: razão menor que 0,4 para amostras com características petrogênicas
dominantes e razão maior que 0,4 para aquelas de fontes pirolíticas (combustão de
petróleo e combustão de madeira/gramíneas/carvão).
Então, foi observado que, para as amostras de sedimento da Baía de
Guanabara com Fl/(Fl+Pi) maior que 0,4 e Fe+An/(Fe+An+C1Fe) maior que 0,5, a
combustão é a fonte dominante dos HPA. Isto corresponde ao quadrante superior
direito do diagrama da Figura 5.9. As amostras com essas características foram D34
T36, D43, D53, T54, T55, T57, para a campanha de 2000 e T1, T9, T36, D43, T54,
T55, T57 para a campanha de 2003 – a maioria delas da região do infralitoral da
baía. A interpretação deste diagrama de razão dupla forneceu boa relação com o
perfil de distribuição completo para estas amostras, como pode ser observado nos
Anexos F1 e F2 e, mais detalhadamente, nas Figuras 5.2 e 5.3, onde estão
5. Resultados e Discussão 104
apresentadas as distribuições dos HPA com assinaturas predominantemente
pirolíticas.
Amostras com Fl/(Fl+Pi) menor que 0,4 (aporte de petróleo) e
Fe+An/(Fe+An+C1Fe) menor que 0,5 (pode representar aportes tanto de petróleo
quanto de combustão) corresponderiam então a amostras com fontes petrogênicas
predominantes. Isto corresponde ao quadrante inferior esquerdo do diagrama,
preenchido com cor cinza escuro (Figura 5.9). Para a Baía de Guanabara, as
amostras T7 T9, T22, T24, T31, T32 (campanha de 2000) e T7, T22, T24, T28, T31,
T32 (campanha de 2003), situadas no quadrante inferior esquerdo do diagrama,
refletem esta assinatura petrogênica. A maioria destas amostras estão localizadas
na região de intermaré da baía, atingidas pelo óleo derramado em 2000; contam
também com algumas mostras do infralitoral de áreas próximas ao local do acidente.
Importante enfatizar que as amostras de óleo analisadas em conjunto com as
amostras de sedimento da baía (MF 380, petróleo árabe, óleo leve e óleo diesel)
situaram nitidamente no quadrante inferior esquerdo do diagrama (círculo em
destaque), confirmando suas características petrogênicas. Novamente, verificou-se
que a interpretação de fontes de hidrocarbonetos baseada nas razões duplas de
HPA (área cinza escuro da Figura 5.9) refletem as características da distribuição
global dos HPA para estas amostras da Baía de Guanabara (Figura 5.1 e Anexo F).
Já as amostras com Fl/(Fl+Pi) maior que 0,4 (aporte pirolítico) e
Fe+An/(Fe+An+C1Fe) menor que 0,5 (aporte petrogênico ou de combustão)
corresponderiam então, face a contribuição pirolítica da razão Fl/(Fl+Pi), a fonte de
combustão predominante. Isto corresponde ao quadrante superior esquerdo do
diagrama da Figura 5.9 com as amostras de T1, T15, T18, T28, T51 para a
campanha de 2000 e as amostras de T15, T18, T34, D39, T46 para a campanha de
2003 (área sombreada de cinza claro, quadrante esquerdo). Deste modo, uma
grande parte das amostras da Baía de Guanabara mostrou características pirolíticas,
situadas em ambos os quadrantes superiores esquerdo e direito do diagrama. Isto
inclui as amostras das estações T1, T9, T15, T18, T28, D34, T36, D39, T43, T46,
T51, T54, T55, T57 – a maioria delas da região do infralitoral da baía. Este resultado
comprova a relevância da deposição de partículas formadas por combustão
incompleta na região da Grande Rio de Janeiro, confirmando observações
5. Resultados e Discussão 105
reportadas na literatura de associação entre a proximidade de grandes centros
urbanos e contribuição importante de emissões atmosféricas de pólos industriais e
de estradas com intenso tráfego veicular (Laflame and Hites, 1977, Sicre, 1987,
McElroy et al., 1989, Aboul-Kassim and Simoneit, 1995, Budsinsky et al., 1997,
Yunker et al., 2002).Este predomínio de contaminação pirolítica em sedimentos da
Baía de Guanabara foi também evidenciada em estudos pretéritos conduzidos na
região (Chalaux, 1995, Hamacher, 1996, Gabardo et al., 2001).
Verificou-se ainda, para esta razão cruzada, a presença de algumas amostras
da Baía de Guanabara com características conflitantes, isto é, com Fl/(Fl+Pi) menor
que 0,4 (aporte petrogênico) e Fe+An/(Fe+An+C1Fe) maior que 0,5 (aporte
pirolítico). Isto corresponde ao quadrante inferior direito da Figura 5.9 (cor branca).
Assim, não foi possível identificar com clareza as fontes dominantes para os
sedimentos das estações D39 (campanha 2000), D53 (campanha 2003) e T56
(campanhas 2000 e 2003), refletindo, provavelmente, uma forte superposição de
aportes petrogênicos e pirolíticos de HPA.
Uma investigação temporal na baía pode ser feita comparando os dados das
campanhas de 2000 e 2003 obtidas para a razão Fl/(Fl+Pi) versus
Fe+An/(Fe+An+C1Fe). Não foram verificadas mudanças relevantes nos tipos de
fontes predominantes de hidrocarbonetos para as amostras deste estudo. Só as
amostras de T9 e T28 mostraram uma contribuição diferente de fonte de HPA de
uma campanha para a outra. Na campanha de 2000, a amostra T9 mostrou
características predominantemente petrogênicas, confirmando a inspeção visual da
região de intermaré atingida pelo petróleo depois do derramamento de janeiro de
2000, que foi mais afetada.
Uma outra razão composicional usado para diferenciar os HPA pirolíticos e
petrogênicos é o índice pirolítico reportado por Wang. et al (1999), que é definido
como a razão entre os HPA parentais prioritários da EPA de 3 a 6 anéis aromáticos
e as 5 séries de HPA alquillados [ (HPA parentais de 3-6 anéis)/ (5 séries de HPA
alquilados)]. Esta razão fornece alta exatidão e consistência uma vez que a
interferência de flutuações de concentração de um composto para outro é
minimizada. Baseados em mais de 60 óleos e produtos de petróleo analisados por
5. Resultados e Discussão 106
Wang e colaboradores, as razões com valores até 0,08 para o índice pirolítico
indicaram categoricamente a contribuição de petróleo e produtos refinados enquanto
valores superiores a 0,5 (razão de ordem de grandeza uma vez maior) indicaram
fontes derivadas de combustão.
Para as amostras da Baía de Guanabara, o índice pirolítico definido por Wang
e colaboradores (1999) apresentou uma boa resolução (Figura 5.10), agrupando as
estações principalmente do infralitoral, e excepcionalmente as estações de intermaré
T1 (de ambas as campanhas) e T9 (da campanha de 2003), na região do diagrama
que corresponde às amostras com características pirolíticas [( (HPA parentais de
3-6 anéis)/ (5 séries de HPA alquilados) > 0,05]. Tal distribuição confirmou os
resultados obtidos através do diagrama de razão dupla de Fl/(Fl+Pi) versus
Fe+An/(Fe+An+C1Fe). Além disso, pode ser visto na Figura 5.10 que o índice
pirolítico alocou as amostras de T7, T9, T22, T24 da campanha de 2000 e de T32 da
campanha de 2003 no quadrante relativo às amostras com fontes nitidamente
petrogênicas, alinhadas com as amostras de óleo analisadas (ver valores das razões
no Anexo G). A interpretação deste índice pirolítico apresentou estreita relação com
a distribuição dos HPA individuais das amostras analisadas, como poder ser
observado nos Anexos F1 e F2 e, mais detalhadamente, nas Figuras 5.1, 5.2 e 5.3.
Porém, a razão ainda alocou algumas amostras, principalmente da área de
intermaré, entre os valores de 0,08 até 0,5 (área sombreada de cinza no diagrama).
Estas amostras não tiveram suas fontes predominantes definidas pelo índice
pirolítico, apresentando características de mistura de aportes de HPA.
5. Resultados e Discussão 107
Petróleo Combustão0,06 0,5
Petróleo
Combustão
(Outros HPA 3-6 anéis) / (5 séries HPA alquilados)
Fe
/ A
n
T55T56
T54T46
T51
D43
D53D39
T57
D34T36
T15
T18
T9T1
T7
T31
T32
T28
T22
T24
T55
T56
T54
T46
T51
D43
D53D39
T57
D34
T36
T15 T18 T9T1
T7
T31
T32
T28
T22
T24
MF380
D.M.
Ar.A.L.
0,1
1
10
100
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2
2000 2003 Oil
0,08
Figura 5.10. Diagrama das razões [ (HPA parentais de 3-6 anéis)/ (5 séries de
HPA alquilados)]. versus Fenantreno/Antraceno para sedimentos da Baía de
Guanabara das campanhas de 2000 e de 2003 e e MF 380, Petróleo árabe (AL),
óleo leve (Ar) e óleo diesel (DM).
Na Figura 5.11 é apresentado um diagrama de razão dupla pioneiro, [ (HPA
parentais de 3-6 anéis)/ (5 séries de HPA alquilados)] versus Fl/(Fl+Pi), que trouxe
alguma resolução para o índice pirolítico na faixa dos valores de 0,08 a 0,5 (área
cinza da Figura 5.10). Como previamente reportado, seria esperado uma
predominância de fontes petrogênicas para as amostras com Fl/(Fl+Pi) menor que
0,4, enquanto amostras com valores de Fl/(Fl+Pi) maiores que 0,4 mostrariam
características de combustão. Desta maneira, a razão cruzada [ (HPA parentais de
3-6 anéis)/ (5 séries de HPA alquilados)] versus Fl/(Fl+Pi) indicaria a contribuição
petrogênica nas amostras situadas no quadrante inferior à esquerda da Figura 5.11,
isto é, índice pirolítico menor que 0,5 e Fl/(Fl+Pi) menor que 0,4 (área sombreada de
cor cinza escuro). Estas amostras estão, majoritariamente, localizadas na região de
intermaré da Baía de Guanabara atingidas pelo óleo derramado em 2000; as
exceções são amostras da região do infralitoral situadas próximas ao local do
acidente. As amostras localizadas no quadrante superior sombreada de cinza claro
da Figura 5.11 (índice pirolítico maior que 0,08 e Fl/(Fl+Pi) maior que 0,4)
apresentariam fonte pirolítica predominante – a maioria das amostras da região do
infralitoral da baía. Um terceiro grupo de amostras (T56, D39 e D53), localizadas no
quadrante inferior à direta da Figura 5.11 (área de cor branca), apresenta ainda uma
superposição de fontes de hidrocarbonetos. No entanto, o número de amostras sem
5. Resultados e Discussão 108
definição de suas fontes predominantes para esta razão (índice pirolítico versus
Fl/(Fl+Pi) foi muito menor que para a razão cruzada apresentada na Figura 5.10
(índice pirolítico versus Fe/An). Pode ser observado que o padrão final desta razão
cruzada correspondeu razoavelmente para o padrão obtido pela razão dupla
Fl/(Fl+Pi) versus Fe+An/(Fe+An+C1Fe) da Figura 5.9, dando consistência à este
estudo (Meniconi and Barbanti, 2007).
Petróleo Combustão0,06 0,5
CombustãoVegetação/Madeira/Carvão
CombustãoPetróleo
Petróleo
F
l / (
Fl
+ P
i)
(Outros HPA 3-6 anéis) / (5 séries HPA alquilados)
T55
T56
T54T46T51
D43
D53
D39
T57
D34 T36
T15T18
T9
T1
T7T31
T32
T28
T22
T24
T55
T56
T54T46 T51D43
D53
D39T57
D34T36
T15
T18 T9
T1
T7
T31T32
T28
T22
T24MF380D.M.
Ar.
A.L.
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2
2000 2003 Oil
0,08 0,5
Figura 5.11. Diagrama das razões Fluoranteno/(Fluoranteno+Pireno) versus[ (HPA parentais de 3-6 anéis)/ (5 séries de HPA alquilados)] para sedimentos da Baía de Guanabara das campanhas de 2000 e de 2003 e MF 380, Petróleo árabe (AL), óleo leve (Ar) e óleo diesel (DM).
Outro índice composicional utilizado para diferenciar entre o HPA natural e o
petrogênico foi a abundância relativa de perileno reportada por Baumard.et al,
1998b, que estabelece a razão entre o perileno e os isômeros de 5 anéis (perileno/(
(HPA de 5 anéis)) sendo HPA de 5 anéis os compostos benzo(b)fluoranteno,
benzo(k)fluoranteno, benzo(a)pireno, benzo(e)pireno e dibenzo(a,h)antraceno (BbFl,
BkFl, BaPi, BePi e DBAn). Razão superior a 10 indica aporte diagenético natural. A
maioria das amostras da região de intermaré da Baía de Guanabara (T1,T7, T15,
T18, T22, T28) e os sedimentos T31, T32, T46, D43 do infralitoral indicaram uma
contribuição de hidrocarboneto natural, possivelmente oriunda da plantas dos
manguezais da baía (Figura 5.12; Anexo G ). Estes dados confirmaram os
resultados obtidos no estudo diagnóstico após o acidente de janeiro de 2000 (UFRJ
et al., 2000), onde os perfis cromatográficos da fração saturada destes sedimentos
5. Resultados e Discussão 109
evidenciaram uma maior contribuição de n-alcanos de número ímpar de carbono na
faixa de C25 a C33, típico de aporte de detritos de plantas vasculares.
Abu
ndân
cia
de P
erile
no(%
)
Amostras
Abu
ndân
cia
de P
erile
no(%
)
Amostras
Figura 5.12. Abundância relativa de perileno (Perileno/( BbFl, BkFl, BaPi, BePi e DBAn) para os sedimentos da Baía de Guanabara das campanhas de 2000 e de 2003.
O diagrama cruzado C3BDT/C3Fe versus C2BDT/C2Fe, utilizado por Page e
colaboradores (1995), Bence e Burns (1995) e Boehm, 2001 nos estudos de fontes
de hidrocarbonetos em Prince William Sound, Alasca, após acidente do Exxon
Valdez em 1989, foi também testado para as amostras de sedimento da Baía de
Guanabara (Figura 5.13). Estas razões são usualmente utilizadas uma vez elas não
são afetadas pelo intemperismo da amostra, pois ambos os compostos apresentam
taxas de degradação similares, mantendo a mesma razão que a da fonte original,
antes do processo de degradação. Amostras de mesma origem formam um
agrupamento no diagrama de C3BDT/C3Fe versus C2BDT/C2Fe, apresentando
valores similares. Observou-se um nítido agrupamento para a maioria dos
sedimentos analisados, incluindo o óleo combustível MF 380, o óleo diesel (D.M.) e
o óleo leve (Ar), indicando natureza/origem predominante similar para as amostras.
Estes óleos têm como base em suas linhas de produção, óleos da bacia sedimentar
marginal brasileira, amplamente utilizados nas refinarias nacionais. Somente as
amostras T43, D34, o óleo árabe (AL), T7 e T31 constituíram exceção (valores das
razões no anexo G). Este resultado traduz a complexidade das amostras analisadas
da baía e a dificuldade inerente para a identificação das fontes.
5. Resultados e Discussão 110
T24T22T28T32T31T7
T1
T9T18 T15T36
D34
T57D39D53D43T51 T46T54T56T55
T24T22
T28
T32T31
T7
T1
T9
T18 T15T36D34
T57
D39D53
D43
T51T46T54
T56T55
A.L.
Ar.D.M.
MF380
0
1
2
3
4
5
6
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5C2DBT/C2Fe
C3D
BT
/C3
Fe
2000 2003 Oil
Figura 5.13. Diagrama cruzado de C3BDT/C3Fe versus C2BDT/C2Fe para os sedimentos da Baía de Guanabara das campanhas 2000 e 2003 e MF 380, Petróleo árabe (AL), óleo leve (Ar) e óleo diesel (DM).
Neste trabalho foi ainda realizada uma avaliação qualitativa da degradação
dos HPA nas amostras de sedimento entre os anos 2000 e 2003, utilizando-a razão
de C2Criseno/C2Fenantreno. Ao longo do tempo, o criseno é mais resistente à
degradação que o fenantreno e existe uma tendência de aumento da relação
C2Criseno/C2Fenantreno devida ao enriquecimento relativo do criseno (Page et al.,
1995). Para as amostras de sedimento da Baía de Guanabara a média da razão
C2Criseno/C2Fenantreno variou de 0,83 em 2000 para 1,36 em 2003, indicando um
pequeno aumento da abundância relativa do criseno e, consequentemente, uma leve
degradação das amostras (valores da razão no Anexo G). A Figura 5.14 ilustra as
contribuições de cada amostra para este enriquecimento relativo do criseno
observado. Verifica-se que os sedimentos T22, T24, D43 e T51 foram os que
apresentaram as maiores variações da razão. As duas primeiras amostras estão
localizadas na região de intermaré próximo ao local de vazamento em janeiro de
2000, podendo refletir a influência localizada do derrame. Já as amostras D43 e T51
podem estar relacionadas com a heterogeneidade do sedimento da baía.
5. Resultados e Discussão 111
0
1
2
3
4
5
6
T1 T7 T9 T15 T18 T22 T24 T28 T31 T32 T36 T46 T51 T54 T55 T56 T57 D34 D39 D43 D53
Amostras
C2C
/C2F
e
2000 2003
Figura 5.14. Razão C2Criseno/C2Fenantreno para os sedimentos da Baía de Guanabara das campanhas 2000 e 2003.
Em resumo, as razãos diagnósticas de HPA utilizadas neste estudo que
puderam melhor diferenciar entre os aportes pirolíticos e petrogênicos para os
sedimentos da Baía de Guanabara foram Fe+An/(Fe+An+C1Fe), (HPA parentais
de 3-6 anéis)/ (5 séries de HPA alquilados) e Fl/(Fl+Pi). Estas razões diagnósticas
indicaram que os sedimentos da Baía de Guanabara podem ser separados em três
grupos distintos: um com um padrão típico de introdução petrogênica (região de
intermaré atingida pelo óleo derramado em 2000, principalmente nas imediações do
acidente), outro com as características de aporte de combustão (predominantemente
da região do infralitoral) e um terceiro com contribuições sobrepostas de aportes
petrogênicos e pirolíticos (região do infralitoral). Além disso, a abundância relativa de
perileno em relação a seus isômeros de 5 anéis apresentou a habilidade de apontar
uma contribuição de HPA natural diagenética aos sedimentos da baía, que ocorreu
na região de intermaré próximo aos manguezais da baía. A Figura 5.15 ilustra a
classificação das fontes de HPA para os sedimentos estudados na Baía de
Guanabara: pirolítica, petrogênica, mistura e natural.
5. Resultados e Discussão 112
Figura 5.15. Classificação das fontes de HPA para os sedimentos da Baía de Guanabara considerando as campanhas 2000 e 2003.
A avaliação temporal da natureza das fontes predominantes de HPA na Baía
de Guanabara entre os anos de 2000 e 2003 não apontou variações relevantes,
sugerindo uma correlação mais estreita destes compostos com o expressivo aporte
crônico de hidrocarbonetos na região.
MMiissttuurraa
Pirolítica
Petrogênica
Diagenética
5. Resultados e Discussão 113
5.2.2 Análise de Componentes Principais (ACP)
As Figuras 5.16 e 5.17 mostram os resultados de análise de componente
principal de HPA das campanhas de 2000 e de 2003, respectivamente, onde a
maioria das amostras de sedimento foi separada em grupos (ver Anexo H com
dados processados de HPA para análise de ACP). Esta análise permitiu uma
avaliação das projeções das variáveis (no caso as concentrações normalizadas de
HPA – diagrama B) e dos objetos (amostras de sedimento – diagrama A). No
diagrama a distância e direção do eixo central têm o mesmo significado para ambas
as variáveis de HPA (loadings) e as amostras (scores).
Para ambas as campanhas, o primeiro componente principal (F1) define 2
grupos de variáveis, separando os HPA alquilados dos HPA parentais nos lados
esquerdo e direto, respectivamente. O segundo componente principal (F2) separa os
HPA em 2 grupos: um predominantemente projetado por todos os naftalenos
alquilados, seguidos de C1 fluorenos e dibenzotiofeno na área inferior esquerda; e
outro projetado por dibenzotiofenos alquilados, fenantrenos alquilados e C1 e C2
fluorenos na parte superior esquerda.
PCA 2000 PCA 2000
Petróleo
CombustãoÓleo
F2
(21,
62 %
)
F1 (47,85 %)
C2Pi
C1Pi
CBaAnPi
C4FeC3Fe
Fl An
C1C
IPiPeBPe
DBAnBaPi
BbFl
C2C
BePiBkFlAclC4N
F
Ace
C3N
1MNNC2N2MN
C1F
Fe
C3DBT
C2Fe
C1Fe
C2DBTC3F
C2FC1DBT
DBT
-1
-0,8
-0,6
-0,4
-0,2
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
-1 -0,5 0 0,5 1
T57
D34
D39T54
T55 T56 A.L.
MF380
D.M.
D43
D53
Ar.
T51
T15
T18 T22
T1
T7
T9 T32
T36 T46
T24
T28
T31
-8
-6
-4
-2
0
2
4
6
8
10
-8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8
Figura 5.16. Projeções de ACP de variáveis de HPA (B) e amostras de sedimento (A) da campanha de 2000 e o óleos MF 380, óleo leve (Ar), óleo árabe (AL) e óleo diesel (DM).
BA
5. Resultados e Discussão 114
PCA 2003 PCA 2003
Petróleo
Óleo Combustão
F
2 (2
4,58
%)
F1 (45,33 %)
T57
D34D39
T54
T55 T56 A.L.
MF380
D.M. D43
D53
Ar.
T51
T15T18
T22
T1
T7
T9
T32
T36
T46
T24
T28
T31
-6
-4
-2
0
2
4
6
8
10
-8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8
C2Pi
C1Pi
CBaAnPi
C4Fe
C3Fe
Fl
An
C1C
IPiPe BPe
DBAnBaPi
BbFl
C2C
BePiBkFlAcl
C4N
F
Ace
C3N 1MN
NC2N
2MN
C1F
Fe
C3DBT
C2Fe
C1Fe
C2DBT
C3F
C2F
C1DBT
DBT
-1
-0,8
-0,6
-0,4
-0,2
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
-1 -0,5 0 0,5 1
Figura 5.17. Projeções de ACP de variáveis de HPA (B) e as amostras de sedimentos (A) de campanha de 2003 e MF 380, óleo leve (Ar), óleo árabe (AL) e óleo diesel (DM).
O modelo de ACP separou de forma clara as amostras de sedimentos da
Baía de Guanabara (objetos) e os quatro óleos de referência analisados. Para
ambas as campanhas, os óleos foram projetados no lado esquerdo inferior do eixo y,
com contribuição elevada de compostos de baixo peso molecular, que estão, de um
modo geral, presentes em petróleos crus, mas são prioritariamente degradados no
meio ambiente. Algumas amostras (T7, T22, T24, T31, T32) foram projetadas no
lado esquerdo superior do eixo y, sugerindo a predominância de fonte petrogênica,
devido à contribuição dos fenantrenos alquilados e dibenzotiofenos alquilados. Um
outro grupo de amostras foi projetado no lado direito inferior do eixo y, amostras
estas com características pirolíticas indicadas pela predominância de compostos de
alto peso molecular (T36, D43, T51, D53, T54, T55, T56, T57).
Desta maneira, o lado esquerdo inferior do eixo y corresponde a óleos não
degradados; o lado esquerdo superior corresponde a amostras com origem
petrogênica predominante associadas a algum intemperismo; o lado direito inferior
corresponde à amostras com origem predominantemente pirolítica.
De uma campanha para a outra não foi verificada alteração relevante na
classificação das amostras em relação à fonte predominante de hidrocarbonetos. As
A B
Óleo
5. Resultados e Discussão 115
exceções foram observadas para as estações T1, T7, T9, T28, T31 e D39. No ano
de 2000, as amostras de intermaré T7 e T9 (próximas da desembocadura do rio
Suruí) apresentaram claramente padrões de contribuição de HPA de origem
petrogênica, correlacionando com as inspeções visuais da região de intermaré que
foi atingida pelo óleo durante o acidente de 2000. Para a campanha de 2003, os
efeitos do derrame de óleo nestas estações não foram mais observados, devido,
principalmente, aos esforços de retenção e limpeza do óleo conduzidos após o
acidente e à capacidade de lavagem natural da região através das marés e
correntes. A comparação do padrão de distribuição dos HPA (fingerprinting) entre as
campanhas de 2000 e 2003 para estas amostras (Figura 5.1) confirma esta
observação, onde evidencia-se o predomínio de isômeros alquilados intemperizados
(C1<C2<C3<C4) apenas na campanha de 2000.
A amostra da estação T28, localizada na região de intermaré, lado NW da
baía, apresentou características claramente petrogênicas na campanha de 2003, o
que poderia representar algum evento independente e de pequeno vulto, não
havendo relação alguma com o óleo derramado em janeiro de 2000. Na campanha
de 2000, esta estação não apresentou predomínio de aporte petrogênico,
projetando-se do lado direito do eixo y. As distribuições dos HPA (fingerprinting) da
estação T28 fornece uma boa correlação com os dados de ACP, revelando, para a
campanha de 2003, concentrações mais elevados dos isômeros alquilados
intemperizados e mais baixas para os compostos de 4 e 5 anéis em relação a
campanha de 2000.
Para o caso das amostras do infralitoral da estação T31 (região entre Ilha do
Governador e o local do acidente) e estação D39 (próximo a Ilha de Paquetá), a
mudança das características da fonte predominante de HPA entre as campanhas
2000 e 2003 poderia estar relacionada com a heterogeneidade do sedimento da
baía, também não apresentando nenhuma correlação com o óleo derramado em
janeiro de 2000.
A estação T1, localizada na franja do manguezal da APA, por outro lado,
revelou características pirolíticas mais evidentes na campanha de 2003, apesar dos
baixos níveis dos HPA encontrados. Entretanto, o padrão de distribuição de HPA
5. Resultados e Discussão 116
(fingerprinting) da amostra não apresentou diferenças relevantes entre as duas
campanhas, exceto pela elevada concentração de C2 naftalenos na campanha de
2000, o que poderia ter refletido nos resultados obtidos pelo ACP.
Sumarizando, os resultados globais deste estudo de quantificação e
distribuição de HPA em sedimentos da Baía de Guanabara, associado à avaliação e
identificação de suas origens, permitiram inferir que estes contaminantes estão, de
um modo geral, relacionados mais diretamente com a introdução antropogênica
crônica de hidrocarbonetos na região que com o evento agudo de derramamento de
óleo ocorrido em janeiro de 2000. A Baía de Guanabara é um ecossistema
altamente urbanizado e industrializado, permitindo a entrada de hidrocarbonetos
através de múltiplas fontes: transporte de produtos de petróleo (dutos e navios),
tráfego marítimo, deposição atmosférica dos produtos de combustão incompleta de
combustível fóssil automotivo e industrial, drenagem de águas pluviais e
escoamentos de rejeitos domésticos e industriais. Uma contribuição relevante de
processos diagenéticos naturais foi também observada na área de estudo, originária
predominantemente dos bosques de manguezais situados na região norte/nordeste
da baía.
A aplicação de razões diagnósticas de HPA para interpretar e diferenciar as
suas múltiplas e sobrepostas fontes em sedimentos da Baía de Guanabara mostrou-
se útil e eficiente, corroborando os dados de literatura. As razões diagnósticas que
melhor diferenciaram entre os aportes pirolíticos e petrogênicos para os sedimentos
estudados foram Fe+An/(Fe+An+C1Fe), (HPA parentais de 3-6 anéis)/ (5 séries
de HPA alquilados) e Fl/(Fl+Pi). A abundância relativa de perileno em relação a seus
isômeros de 5 anéis também apresentou-se como uma razão importante,
identificando uma contribuição de HPA biogênico aos sedimentos da baía.
As razões diagnósticas de HPA indicaram que os sedimentos da Baía de
Guanabara podem ser separados em três grupos: um com um padrão típico de
introdução petrogênica, outro com as características de aporte de combustão e um
terceiro com contribuições sobrepostas de aportes petrogênicos e pirolíticos.
Sobrepondo esta informação, o índice de abundância relativa de perileno indicou a
ocorrência de aporte de HPA natural diagenético aos sedimentos da baía
5. Resultados e Discussão 117
principalmente na região de intermaré, próximo aos manguezais.
A utilização da análise de componentes principais como técnica para
diferenciação de fontes de HPA em sedimentos da Baía de Guanabara foi
igualmente importante, apresentando-se como ferramenta promissora. Separou a
maioria dos sedimentos da Baía de Guanabara em grupos com características
predominantes petrogênicas e pirolíticas definidas, corroborando os resultados
obtidos pelas razões diagnósticas.
5. Resultados e Discussão 118
5.3. Estudo dos Metabólitos de HPA em Bile de Peixes da Baía de Guanabara
Neste estudo, após aplicação do protocolo completo de análise de
metabólitos de HPA que constava das etapas deconjugação, extração, purificação,
derivatização e análise por CG-EM, foram identificados e quantificados 12
compostos em bile de peixes demersais coletados na Baía de Guanabara. O
cromatograma de massas de uma das amostras de bile analisada encontra-se na
Figura 5.18.
9.00 10.0011.0012.0013.0014.0015.0016.0017.0018.0019.0020.0021.00
50000
100000
150000
200000
250000
300000
Time-->
Abundance
TIC: GBTEST13.D
Figura 5.18. Cromatograma de massas dos metabólitos de HPA depois da derivatização para a amostra de bile da Cyclichthys spinosus coletada no fundo da Baía de Guanabara, em março/2006.
As concentrações individuais de 12 metabólitos biliares de HPA e o seu
somatório ( 12 OH-HPA) para cada amostra composta de bile de peixe das quatro
espécies (Genidens genidens - família Ariidae, Micropogonias furnieri e
Ctenoscianea gracilicirrhus - família Sciaenidae, Cyclichthys spinosu - família
Diodontidae) coletadas na área interna e na entrada da Baía de Guanabara durante
os meses de fevereiro, março e abril de 2006 encontram-se na Tabela 5.5. Os
resultados estão apresentados por espécie de peixe, data e área da baía. Vale
ressaltar que a concentração dos metabólitos de HPA é reportada em relação à
massa de bile analisada ( g g-1 de bile). As áreas 1 e 2, localizadas no fundo da
baía, estão próximas ao manguezal do rio Estrela e a Ilha de Paquetá,
respectivamente. As áreas 3 e 4, na entrada da baía, localizam-se nas enseadas de
5. Resultados e Discussão 119
Botafogo e Boa Viagem, respectivamente.
Tabela 5.5. Concentrações de 12 metabólitos biliares de HPA ( g g-1 bile) de peixes da Baía de Guanabara.
Fevereiro A Fevereiro B Março Abril Março Abril Março AbrilÁrea 1 Área 1 Área 1 Área 1 Área 2 Área 4 Área 1 Área 4
Paquetá Boa Viagem Estrela Boa Viagem(fundo) (entrada) (fundo) (entrada)
1-OH N nd 1,9 1,1 1,2 0,3 1,3 18,9 3,42-OH N 13,3 17,4 3,8 nd 0,3 0,7 2,2 nd3-OH Bi 34,4 33,0 15,9 nd 1,2 1,9 10,3 nd9-OH F 22,8 15,3 11,8 nd 0,8 2,9 6,3 nd4-OH Fe 5,1 2,5 0,8 1,5 0,3 0,1 2,2 nd9-OH Fe nd nd 1,1 nd nd nd nd nd3-OH Fe nd nd nd nd 0,3 3,9 nd nd1-OH Fe 55,1 17,1 13,2 7,5 3,4 7,6 18,0 nd2-OH Fe 29,3 9,8 14,2 nd 1,3 3,3 5,7 nd1-OH Pi 14,3 8,9 11,5 2,8 7,4 27,2 10,1 9,21-OH C 2,5 nd 1,1 nd nd nd nd nd3-OH BaPi nd nd nd nd nd nd nd ndSoma 12 OH HPA 177 106 75 13 15 49 74 13
(fundo da baía)
Cyclichthys spinosus Micropogonias furnieri
(BAGRE) (BAIACU) (CORVINA)
2,51,9
(CANGAUÁ)Abril
Área 3
Botafogo
10,08,50,7ndndnd5,2
20,0ndnd49
Composto
SciaenidaeSciaenidaeDiodontidaeAriidae
(entrada da baía) Concentração (µg g-1)
Estrela
Ctenoscianea gracilicirrhusGenidens genidens
nd: < do limite de quantificação (0,1 g g-1)
A distribuição das concentrações totais dos 12 metabólitos biliares ( 12 OH-
HPA) por espécie de peixe nas áreas estudadas pode ser observada nas Figuras
5.19, 5.20 e 5.21.
Figura 5.19. Somatório das concentrações ( g g-1) de metabólitos de HPA ( 12 OH-HPA) para a espécie Genidens genidens coletada no fundo da Baía de Guanabara em fevereiro, março e abril.
Fundo da baía
177
106
75
13
177
106
75
13
5. Resultados e Discussão 120
Figura 5.20. Somatório das concentrações ( g g-1) de metabólitos de HPA ( 12 OH-HPA) para a espécie Micropogonias furnieri coletada no fundo e na entrada da Baía de Guanabara.
Figura 5.21. Somatório das concentrações ( g g-1) de metabólitos de HPA ( 12 OH-HPA) para a espécie Cyclichthys spinosus amostrada no fundo e na entrada da Baía de Guanabara.
Fundo da baía
Entrada da baía
74
13
Entrada da baía
Fundo da baía
15
49
5. Resultados e Discussão 121
As análises dos metabólitos de HPA ao longo das três campanhas revelou
variações entre as espécies estudadas, apresentando teores na faixa de 13 a 177 g
g-1 de bile. Para a espécie Genidens genidens, coletada somente no fundo da Baía
de Guanabara, as concentrações totais de metabólitos foram 106 e 177 g g-1 para o
mês de fevereiro, 75 g g-1 em março e 13 g g-1 em abril. A espécie Micropogonias
furnieri, coletada no fundo e na entrada da Baía de Guanabara, apresentou teores
de metabólitos totais de 74 g g-1 e 13 g g-1, respectivamente. Para a espécie
Cyclichthys spinosus, também coletada no fundo e na entrada da Baía de
Guanabara, foi inverso ao observado para a Micropogonias furnieri. A concentração
de fundo foi 15 g g-1 e a da entrada da baía foi 49 g g-1.
Os teores de metabólitos encontrados para os peixes analisados neste estudo
mostram-se mais elevados que os encontrados em algumas áreas de estudo na
Europa, porém similares ou abaixo dos níveis reportados para peixes em São
Sebastião, Brasil e Puget Sound, Washington, EUA. Isto pode ser observado na
Tabela 5.6. No entanto, as comparações devem ser feitas com cautela devido a
variabilidade de fatores que influenciam na concentração de metabólitos em
organismos como espécie, habitat, tipo de dieta alimentar, além das técnicas
analíticas empregadas. A cromatografia líquida de alta performance com detector de
fluorescência (CLAP_F) e a cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de
massas (CG-EM) são metodologias consagradas para a determinação de
metabólitos em bile de peixes. No entanto, vale ressaltar que o método por CLAP_F
é geralmente aplicado para determinação semi-quantitativa dos metabólitos, com
concentrações expressas em equivalentes de HPA ou metabólitos específicos
(naftaleno, benzo(a)pireno, criseno, benzo(a)pireno tetrahidrotetrol, etc).
5. Resultados e Discussão 122
Tabela 5.6. Concentração de metabólitos totais em bile de peixes (ng g-1 de bile) em regiões costeiras nacionais e internacionais.
Espécie Local
ConcentraçãoTotal de
Metababólitos(ng g-1)
Concentraçãode
Hidroxipireno(ng g-1)
Referência
Análise por CLAP-F Parophrys
vetulus Puget Sound, Washington, EUA 67 a 2100 b - Krahn et al.,
1986Parophrys
vetulus Puget Sound, Washington, EUA 150 b - Collier &
Varanasi, 1991 Parophrys
vetulus Puget Sound, Washington, EUA
39 a 410000 a
78 a 5500 b-
Mayer set al., 1991
Opsanus tau Elizabeth river, Chesapeake Bay, EUA 199 a 7888 c - Deshpande et
al., 2002 Anoplarchuspurpurescens
Prince Wiiliam Sound, Alasca
4,5 a 4,9 b
0,010 a 0,019 c-
Huggett et al., 2006
Platichthysflesus
Baía Wismar, Mar Báltico - nd a 1800 Vuorinen et al.,
2006Cyclichthys
spinosusCanal de São Sebastião, Brasil
93000 a 250000 a
60 a 1100 b-
Prionotusnudigula
Canal de São Sebastião, Brasil
26000 a 500000 a
150 a 290 b-
Silva et al., 2006
Análise por CG-EM Parophrys
vetulus Puget Sound, Washington, EUA
7200 a 1028000 2000 a 300000 Krahn et al., 1987
Oncorhynchusgorbuscha
Prince Wiiliam Sound, Alasca
416 e 137870 Mazeas, 2004
Lethrinuskallopterus
Golfo Pérsico 660 a 18990 Krahn et al., 1993b
Mullusbarbatus
Porto de Barcelona, Espanha
- 1240 Escartin and Porte, 1999
Cyprinuscarpio
Rio de Barcelona, Espanha
1000 a 6000 400 a 5500 Fernandes,2002
Platichthysflesus
Estuário da Baía do rio Sena, França
28 a 3432 2782
Platichthysflesus
Norte da Baía do rio Sena, França
8 a 545 299 Mazeas, 2004
Solea solea Baía de Biscaia, França após acidente NT Erika
133 a 4039 133 a 1425 Mazeas, 2004; Budzinski et al., 2004
Limanda limanda
Estuário da Baía do rio Sena, França
30 a 400 20 a 250 Le Dû et al, 2006
Cyclichthys spinosus
15230 a 48780 7383 a 27158
Micropogoniasfurnieri
12600 a 73722 9235 a 10100
Genidensgenidens
Baía de Guanabara, Brasil
12853 a 176925 2754 a 14336
Este estudo
CLAP-F: cromatografia líquida de alta performance com detector de fluorescência a: concentração em equivalentes de naftaleno b: concentração em equivalentes de benzo(a)pireno c: concentração em equivalentes de benzo(a)pireno tetrahidrotetrol (BAPT)
5. Resultados e Discussão 123
5.3.1. Análise Descritiva dos Teores de Metabólitos de HPA
As análises descritivas dos dados dos teores de metabólitos biliares
individuais e do somatório dos 12 compostos obtidos para os peixes da Baía de
Guanabara foram conduzidas considerando a localização espaço-temporal das
espécies Genidens genidens, Micropogonias furnieri, Ctenoscianea gracilicirrhus,
Cyclichthys spinosus. A forma abordada na avaliação descritiva dos dados
considerou a possibilidade de iteração entre estes três fatores: Espécie, Local e
Tempo. Com isto, admite-se a possibilidade de que as variações observadas nas
amostras dependam simultaneamente da presença de mais de um fator.
Neste estudo foi possível realizar uma comparação temporal descritiva das
médias das concentrações dos metabólitos de HPA para as amostras de bile da
espécie Genidens genidens coletadas na área mais interna da baía (Norte), como
pode ser visto na Figura 5.22. Vale ressaltar que a Genidens genidens, residente na
Baía de Guanabara, é uma espécie demersal com permanente contato com o
sedimento e que se alimenta de organismos bentônicos como crustáceos, moluscos,
pequenos peixes e detritos orgânicos (Szpilman, 2000, Fishbase, 2007), devendo
estar mais exposta aos contaminantes sedimentares que as espécies pelágicas,
como é o caso do Cyclichthys spinosus.
De forma descritiva, observa-se para a espécie Genidens genidens,
capturada apenas no fundo da baía, que os teores de metabólitos decrescem entre
fevereiro e abril de 2006 e que os compostos majoritários identificados são os
hidroxifenantrenos, seguidos do 2-hidroxibifenila. Verifica-se também uma
distribuição bem definida dos metabólitos: a forma de curva gaussiana para os
compostos de menor peso molecular (OHN até OHF) e a forma de decremento
exponencial para os compostos 1-OHFe, 2-OHFe e 1-OHPi.
5. Resultados e Discussão 124
Comparação temporal: Fundo da BG Genidens genidens
177
106
75
13
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
1-OH N 2-OH N 3-OH Bi 9-OH F 4-OH Fe 9-OH Fe 3-OH Fe 1-OH Fe 2-OH Fe 1-OH Pi 1-OH C 3-OH BaPi Soma 12OH-HPA
Con
cent
raçã
o (
g g-
1 bi
le)
Favereiro A
Fevereiro B
Março
Abril
Figura 5.22. Gráfico de barras descritivo das concentrações de metabólitos de HPA em bile de Genidens genidens na área interna da Baía de Guanabara (Área 1) coletadas em fevereiro, março e abril de 2006.
Através dos resultados preliminares obtidos neste estudo foi ainda possível
estabelecer uma descrição espacial para duas espécies de peixes (Micropogonias
furnieri e Cyclichthys spinosus), considerando as duas macro-regiões: o fundo da
baía (norte) e a entrada da mesma (sul). Verificou-se para a espécie Micropogonias
furnieri, teores mais elevados de metabólitos nos peixes da região do fundo da baía
(Figura 5.23). Estes resultados corroboraram os dados de literatura que indicam esta
região como mais contaminada que a entrada da baía (Amador, 1997, Mayr, 1998,
Batista Neto, 2006). Similar à espécie Genidens genidens, a Micropogonias furnieri é
uma espécie demersal com intenso contato com o sedimento e que se alimenta de
pequenos invertebrados bentônicos, pequenos peixes e vermes (Szpilman, 2000,
Vazzoler et al., 1999).
Por outro lado, para a espécie Cyclichthys spinosus, os teores mais elevados
foram observados na bile de peixes da região de entrada da baía, cuja qualidade
ambiental é melhor que da área mais interna (Figura 5.24). Este resultado, oposto ao
obtido para Micropogonias furnieri, pode estar refletindo as inúmeras diferenças
biológicas entre estas espécies como: comportamento migratório da Cyclichthys
spinosus que não é residente na baía; capacidade de biotransformação dos HPA;
teores de gordura em seus tecidos; ou ainda biometria dos espécimes analisados
como peso e comprimento. Mais importante, no entanto, são as diferenças no hábito
Co
nce
ntr
açã
o (
µg
g-1
bile
)
5. Resultados e Discussão 125
alimentar da espécie da Cyclichthys spinosus, que capturada na área 4 (enseada de
Boa Viagem), pode estar refletindo alguma exposição recente a produtos de petróleo
nos costões rochosos da região, situados próximos a faixa de intenso tráfico de
barcos e navios que entram na baía.
Observa-se que os compostos majoritários identificados para a espécie
Micropogonias furnieri foram os 1-hidroxinaftaleno e hidroxifenantrenos, seguidos de
hidroxipireno. Esta distribuição foi similar a da espécie Genidens genidens, exceto
pela maior abundância relativa do 1-hidroxinaftaleno e 1-hidroxipireno (Figuras 5.23
e 5.22, respectivamente). Já a espécie Cyclichthys spinosus apresentou uma
distribuição dos metabólitos diferente, com maior contribuição do hidroxipireno. Esta
predominância do hidroxipireno em amostras de bile também foi observada para a
espécie Platichthys flesus, analisada por Mazeas (2004) no estuário da Baía do Rio
Sena, França e para a Anguilla anguilla capturada em estuários do Reino Unido
(Ruddock et al, 2003). A distribuição dos metabólitos em peixes é bastante variável e
depende tanto das espécies em estudo, que podem apresentar comportamento
demersal ou pelágico e hábito alimentar diferenciado, quanto da fonte da
contaminação (Escartin and Porte, 1999, Fernandes et al., 2002).
Comparação espacial: Micropogonias furnieri
74
13
0
20
40
60
80
100
1-OH N 2-OH N 3-OH Bi 9-OH F 4-OH Fe 9-OH Fe 3-OH Fe 1-OH Fe 2-OH Fe 1-OH Pi 1-OH C 3-OHBaPi
Soma 12OH-HPA
Con
cent
raçã
o (
g g-
1 bi
le)
Fundo da BG - Março
Entrada BG Boa Viagem Abril
Figura 5.23. Gráfico de barras descritivo das concentrações de metabólitos de HPA para a espécie de peixe Micropogonias furnieri coletada na área interna e entrada da Baía de Guanabara.
Con
cent
raçã
o (µ
g g
-1 b
ile)
5. Resultados e Discussão 126
Comparação espacial: Cyclichthys spinosus
15
49
0
20
40
60
80
100
1-OH N 2-OH N 3-OH Bi 9-OH F 4-OH Fe 9-OH Fe 3-OH Fe 1-OH Fe 2-OH Fe 1-OH Pi 1-OH C 3-OHBaPi
Soma12 OH-
HPA
Con
cent
raçã
o (
g g-
1 bi
le)
Fundo da BG - Março
Entrada BG Boa Viagem Abril
Figura 5.24. Gráfico de barras descritivo das concentrações de metabólitos de HPA para a espécie de peixe Cyclichthys spinosus coletada na área interna e entrada da Baía de Guanabara.
Uma comparação descritiva entre as espécies estudadas foi também
realizada para cada macro-região da baía, fundo e entrada, considerando o mesmo
período de coleta. Na área mais interna (mês de março) verificou-se que as espécies
Genidens genidens e Micropogonias furnieri apresentaram concentrações de
metabólitos similares entre si e superiores à espécie Cyclichthys spinosus (Figura
5.25). Na entrada da baía (mês de abril), contrariamente, a espécie Cyclichthys
spinosus apresentou concentrações de metabólitos mais elevadas que a espécie
Micropogonias furnieri (Figura 5.26).
Comparação entre espécies: Fundo da BG
15
7475
0
20
40
60
80
100
1-OH N 2-OH N 3-OH Bi 9-OH F 4-OH Fe 9-OH Fe 3-OH Fe 1-OH Fe 2-OH Fe 1-OH Pi 1-OH C 3-OH BaPi Soma 12OH-HPA
Con
cent
raçã
o (
g g-
1 bi
le)
Cyclichthys - Março
Micropogonias - Março
Genidens - Março
Figura 5.25. Gráfico de barras descritivo das concentrações de metabólitos de HPA para as espécies Cyclichthys spinosus, Genidens genidens e Micropogonias furnieri na área interna da Baía de Guanabara.
Co
nce
ntr
açã
o (
µg
g-1
bile
) C
once
ntra
ção
(µg
g-1
bile
)
5. Resultados e Discussão 127
Figura 5.26. Gráfico de barras descritivo para as espécies Cyclichthys spinosus e Micropogonias furnieri na entrada da Baía de Guanabara.
Os resultados preliminares deste estudo, que utilizou um número reduzido de
organismos e de réplicas, apontam para a necessidade de um delineamento
experimental planejado, que permita controlar e testar fatores de variabilidade
ambientais e biológicos como espaço, tempo e espécies de peixes. Assim será
possível um melhor entendimento desta promissora técnica de avaliação da
exposição de organismos aquáticos a HPA – os metabólitos biliares de HPA.
Ainda neste estudo, a aplicação da metodologia de análise de metabólitos de
HPA em bile de peixes capturados na Baía de Guanabara permitiu verificar a
presença de alguns compostos em concentrações elevadas além dos 12 metabólitos
previamente estabelecidos pelo protocolo. A ausência de padrões dificultou sua
identificação, mas a proximidade dos tempos de retenção destes compostos com os
tempos dos padrões 1-hidroxipireno (m/z 290) e 3-hidroxibenzo(a)pireno (m/z 340)
sugere a presença de seus isômeros (Tabela 5.7).
Co
nce
ntr
açã
o (
µg
g-1
bile
)
5. Resultados e Discussão 128
Tabela 5.7. Tempos de retenção e íons de quantificação dos metabólitos de HPA analisados nas condições descritas no protocolo.
Composto Código Tempo de Retenção
(min)Íons (m/z) com derivatrização
1-hidroxinaftaleno 1-OHN 9,91 201, 216
2-hidroxinaftaleno 2-OHN 10,10 216, 201
2-hidroxibifenila 2-OHBi 10,37 211
9-hidroxifluoreno 9-OHF 11,92 165
4- hidroxifenantreno 4-OHFe 13,72 266
9-hidroxifenantreno 9-OHFe 13,97 266
3-hidroxifenantreno 3-OHFe 14,12 266
1-hidroxifenantreno 1-OHFe 14,19 266
2-hidroxifenantreno 2-OHFe 14,36 266
1-hidroxipireno 1-OHPi 16,10 290
m/z 290 A 16,22 290
m/z 290 B 16,28 290
1-hidroxicriseno 1-OHC 18,07 316
3-hidroxibenzo(a)pireno 3-OHBaPi 21,72 340
m/z 340 21,18 340
1- hidroxipireno d9 1-OHPi-d9 16,12 299
pireno d10 Pi-d10 14,06 212*
* Padrão interno: sem derivatização
5. Resultados e Discussão 129
A Figura 5.27 ilustra um cromatograma de massas para o íon m/z 290 (íon de
identificação do metabólito 1-hidroxipireno) para uma amostra padrão contendo
apenas os 12 metabólitos do protocolo (linha preta) e todas as amostras da espécie
Cyclichthys spinosus analisadas neste estudo (linhas coloridas). Foram observados
dois isômeros do metabólito 1-hidroxipireno (m/z 290; tempo de retenção 16,12 min):
isômero m/z 290 A, com tempo de retenção de 16,22 min e isômero m/z 290 B em
16,28 min. Estes isômeros podem ser os compostos 2-hidroxipireno ou 3-
hidroxipireno ou ainda algum dos isômeros do hidroxifluoranteno (Figura 5.28). Vale
ressaltar que não se pode confirmar a identificação destes compostos sem a análise
do respectivo padrão.
15.7515.8015.8515.9015.9516.0016.0516.1016.1516.2016.2516.3016.3516.400
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
2000
2200
2400
2600
2800
Time-->
Abundance
Ion 290.00 (289.70 to 290.70): GBTEST05.DIon 290.00 (289.70 to 290.70): GBTEST13.DIon 290.00 (289.70 to 290.70): GBTEST18.DIon 290.00 (289.70 to 290.70): GBTEST20.DIon 290.00 (289.70 to 290.70): GBTEST21.DIon 290.00 (289.70 to 290.70): GBTEST22.D
OHOH1-OHPi
Tempo (min)
tr = 16,12 min A B
isômeros m/z 290
15.7515.8015.8515.9015.9516.0016.0516.1016.1516.2016.2516.3016.3516.400
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
2000
2200
2400
2600
2800
Time-->
Abundance
Ion 290.00 (289.70 to 290.70): GBTEST05.DIon 290.00 (289.70 to 290.70): GBTEST13.DIon 290.00 (289.70 to 290.70): GBTEST18.DIon 290.00 (289.70 to 290.70): GBTEST20.DIon 290.00 (289.70 to 290.70): GBTEST21.DIon 290.00 (289.70 to 290.70): GBTEST22.D
OHOH1-OHPi
Tempo (min)
tr = 16,12 min A B
isômeros m/z 290
Tempo (min)
tr = 16,12 min A B
isômeros m/z 290
Figura 5.27. Cromatograma de massas para íon m/z 290 para uma amostra padrão (GBTEST05) e amostras de bile da espécie Cyclichthys spinosus da Baía de Guanabara.
CH3OH
10 isômeros
OH
OH
2-OHPi 3-OHPi
Figura 5.28. Estruturas de possíveis isômeros do 1-hidroxipireno (m/z 290).
5. Resultados e Discussão 130
Para as espécies Genidens genidens e Micropogonias furnieri foi observado
apenas a presença do isômero m/z 290 A, tempo de retenção de 16,22 min (Figura
5.29).
16.0416.0616.0816.1016.1216.1416.1616.1816.2016.2216.2416.2616.2816.300
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
2000
2200
2400
2600
2800
3000
Time-->
Abundance
Ion 290.00 (289.70 to 290.70): GBTEST05.DIon 290.00 (289.70 to 290.70): GBTEST12.DIon 290.00 (289.70 to 290.70): GBTEST23.D
15.95 16.00 16.05 16.10 16.15 16.20 16.25 16.300
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
4500
5000
Time-->
Abundance
Ion 290.00 (289.70 to 290.70): GBTEST05.DIon 290.00 (289.70 to 290.70): GBTEST08.DIon 290.00 (289.70 to 290.70): GBTEST09.DIon 290.00 (289.70 to 290.70): GBTEST10.DIon 290.00 (289.70 to 290.70): GBTEST11.DIon 290.00 (289.70 to 290.70): GBTEST24.D
Micropogonias furnieri Genidens genides
1-OHPi isômero m/z 290 A 1-OHPi isômero m/z 290 A
16.0416.0616.0816.1016.1216.1416.1616.1816.2016.2216.2416.2616.2816.300
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
2000
2200
2400
2600
2800
3000
Time-->
Abundance
Ion 290.00 (289.70 to 290.70): GBTEST05.DIon 290.00 (289.70 to 290.70): GBTEST12.DIon 290.00 (289.70 to 290.70): GBTEST23.D
15.95 16.00 16.05 16.10 16.15 16.20 16.25 16.300
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
4500
5000
Time-->
Abundance
Ion 290.00 (289.70 to 290.70): GBTEST05.DIon 290.00 (289.70 to 290.70): GBTEST08.DIon 290.00 (289.70 to 290.70): GBTEST09.DIon 290.00 (289.70 to 290.70): GBTEST10.DIon 290.00 (289.70 to 290.70): GBTEST11.DIon 290.00 (289.70 to 290.70): GBTEST24.D
Micropogonias furnieri
16.0416.0616.0816.1016.1216.1416.1616.1816.2016.2216.2416.2616.2816.300
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
2000
2200
2400
2600
2800
3000
Time-->
Abundance
Ion 290.00 (289.70 to 290.70): GBTEST05.DIon 290.00 (289.70 to 290.70): GBTEST12.DIon 290.00 (289.70 to 290.70): GBTEST23.D
15.95 16.00 16.05 16.10 16.15 16.20 16.25 16.300
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
4500
5000
Time-->
Abundance
Ion 290.00 (289.70 to 290.70): GBTEST05.DIon 290.00 (289.70 to 290.70): GBTEST08.DIon 290.00 (289.70 to 290.70): GBTEST09.DIon 290.00 (289.70 to 290.70): GBTEST10.DIon 290.00 (289.70 to 290.70): GBTEST11.DIon 290.00 (289.70 to 290.70): GBTEST24.D
Micropogonias furnieri Genidens genides
1-OHPi isômero m/z 290 A 1-OHPi isômero m/z 290 A
Figura 5.29 . Cromatograma de massas para íon m/z 290 para uma amostra padrão (linha preta) e amostras de bile das espécies Micropogonis furnieri e Genidiens genidens. da Baía de Guanabara (linhas coloridas).
A Figura 5.30 ilustra um cromatograma de massas para o íon m/z 340 (íon de
identificação do metabólito 3-hidroxibenzo(a)pireno) para uma amostra padrão
contendo apenas os 12 metabólitos do protocolo (linha preta) e todas as amostras
da espécie Cyclichthys spinosus analisadas neste estudo (linhas coloridas).
Importante ressaltar que o metabólito 3-hidroxibenzo(a)pireno (tempo de retenção
21,72 min) não foi identificado em nenhuma amostra de peixe da Baía de
Guanabara. Foi verificado, no entanto, a possibilidade de um isômero deste
metabólito com tempo de retenção de 21,18 min, que pode ser, dentre várias
possibilidades (são 19 compostos listados na NIST com até 12 isômeros cada), o
hidroxibenzo(e)pireno (Figura 5.31).
Este isômero não identificado, com massa iônica m/z 340, apresenta uma
concentração elevada para todas as amostras de bile analisadas, podendo indicar
uma contribuição pirolítica de HPA relevante (Krahn et al., 1992, Mazeas, 2004). No
entanto, a identificação de fontes através da distribuição dos metabólitos é uma
tarefa difícil, que requer cautela. Inicialmente, é imprescindível a identificação dos
compostos alquilados para a avaliação da contribuição de hidrocarbonetos de
origem petrogênica. Em seguida, é preciso lembrar dos processos que conduzem à
discriminação em relação aos compostos de alta massa molecular: sua menor
biodisponibilidade devido a sua menor solubilidade em água, suas maiores taxa de
5. Resultados e Discussão 131
biotransformação em relação ao compostos de menor peso molecular, as diferentes
eficiências de metabolização entre-espécies, os tipos e proporções de metabólitos
produzidos intre-espécies, dentre outros (Buhler and Williams, 1989, Krahn et al.,
1992, Djomo et al., 1996)
21.00 21.10 21.20 21.30 21.40 21.50 21.60 21.70 21.80 21.90 22.000
100
200
300
400
500
600
700
800
900
1000
1100
1200
1300
1400
Time-->
Abundance
Ion 340.00 (339.70 to 340.70): GBTEST05.DIon 340.00 (339.70 to 340.70): GBTEST13.DIon 340.00 (339.70 to 340.70): GBTEST18.DIon 340.00 (339.70 to 340.70): GBTEST20.DIon 340.00 (339.70 to 340.70): GBTEST21.DIon 340.00 (339.70 to 340.70): GBTEST22.D
3-OHBaPi
tr = 21,72 min
Isômerom/z 340
Tempo (min)
OH
Benzo(a)pireno
21.00 21.10 21.20 21.30 21.40 21.50 21.60 21.70 21.80 21.90 22.000
100
200
300
400
500
600
700
800
900
1000
1100
1200
1300
1400
Time-->
Abundance
Ion 340.00 (339.70 to 340.70): GBTEST05.DIon 340.00 (339.70 to 340.70): GBTEST13.DIon 340.00 (339.70 to 340.70): GBTEST18.DIon 340.00 (339.70 to 340.70): GBTEST20.DIon 340.00 (339.70 to 340.70): GBTEST21.DIon 340.00 (339.70 to 340.70): GBTEST22.D
3-OHBaPi
tr = 21,72 min
Isômerom/z 340
Tempo (min)
21.00 21.10 21.20 21.30 21.40 21.50 21.60 21.70 21.80 21.90 22.000
100
200
300
400
500
600
700
800
900
1000
1100
1200
1300
1400
Time-->
Abundance
Ion 340.00 (339.70 to 340.70): GBTEST05.DIon 340.00 (339.70 to 340.70): GBTEST13.DIon 340.00 (339.70 to 340.70): GBTEST18.DIon 340.00 (339.70 to 340.70): GBTEST20.DIon 340.00 (339.70 to 340.70): GBTEST21.DIon 340.00 (339.70 to 340.70): GBTEST22.D
3-OHBaPi
tr = 21,72 min
Isômerom/z 340
Tempo (min)
OH
Benzo(a)pireno
Figura 5.30. Cromatograma de massas para íon m/z 340 para uma amostra padrão de Guanabara (linhas coloridas).
( )f
OHOH
OHOH
Ben o(e)pireno( )f
OHOH
OHOH
Ben o(e)pireno
Figura 5.31. Estruturas de possíveis isômeros do 3-hidroxibenzo(a)pireno (m/z 340).
5. Resultados e Discussão 132
A Tabela 5.8 ilustra o somatório dos 12 metabólitos com identificação
inequívoca (Soma 12 OH-HPA), os isômeros com íons mássicos 290 e 340 e o
somatório de todos os compostos (Total OH-HPA). A contribuição destes isômeros
em relação à concentração total de metabólitos de HPA é elevada, correspondendo
a uma faixa de 44 a 91% do total. A relevância destes isômeros não identificados é
exemplificada na Figura 5.32 onde observa-se a distribuição dos metabólitos para as
espécies Cyclichthys spinosus, Genidens genidens e Micropogonias furnieri na área
interna da Baía de Guanabara, no mês de março.
Tabela 5.8. Concentrações dos metabólitos biliares de HPA ( g g-1 bile) de peixes da Baía de Guanabara considerando os 12 compostos e 3 isômeros.
Fevereiro A Fevereiro B Março Abril Março Abril Março AbrilÁrea 1 Área 1 Área 1 Área 1 Área 2 Área 4 Área 1 Área 4
Paquetá Boa Viagem Estrela Boa Viagem(fundo) (entrada) (fundo) (entrada)
Soma 12 OH HPA 177 106 75 13 15 49 74 13m/z 290 A 2,6 7,4 13,6 1,5 1,1 0,5 nd 1,8m/z 290 B 6,7 18,6 26,2 5,8 2,6 7,1 94,9 5,9m/z 340 25,6 57,3 122,1 80,0 32,6 38,6 161,3 119,2
Total OH HPA 442 189 236 100 52 95 330 140% isômeros 60 44 68 87 70 49 78 91
2,560,311256
490,4
(entrada da baía) Concentração (µg g-1)
(CANGAUÁ)Abril
Área 3
Estrela Botafogo
Ctenoscianea gracilicirrhusAriidae Diodontidae Sciaenidae Sciaenidae
Composto
Genidens genidens Cyclichthys spinosus Micropogonias furnieri
(BAGRE) (BAIACU) (CORVINA)
(fundo da baía)
Comparação entre espécies: Fundo da BG
52
15
330
74
236
75
0
50
100
150
200
250
300
350
1-OH N 2-OH N 3-OH Bi 9-OH F 4-OH Fe 9-OH Fe 3-OH Fe 1-OH Fe 2-OH Fe 1-OH Pi m/z 290A
m/z 290B
1-OH C 3-OHBaPi
m/z 340 Soma 12OH-HPA
TotalOH-HPA
Con
cent
raçã
o (
g g-
1 bi
le)
Cyclichthys - Março
Micropogonias - Março
Genidens - Março
Figura 5.32. Gráfico de barras descritivo para as espécies Cyclichthys spinosus, Genidens genidens e Micropogonias Furnieri na área interna da Baía de Guanabara, considerando os 12 metabólitos e 3 isômeros (m/z 290 A e B e m/z 340).
Isômeros
Con
cent
raçã
o (µ
g g
-1 b
ile)
5. Resultados e Discussão 133
5.3.2. Avaliação Estatística dos Teores de Metabólitos de HPA
Para a avaliação estatística dos dados utilizou-se o teste não paramétrico
Kruskal-Wallis (Daniel, 1978) para testar a hipótese nula de que as populações têm
distribuições idênticas contra a hipótese alternativa de que pelo menos uma difere
das demais quanto à mediana. Foram avaliados os teores dos metabólitos
individuais e o somatório dos 12 compostos. Para tal, as análises foram conduzidas
considerando os fatores Família, Local e Tempo independentes entre si (famílias dos
peixes separadamente do local de coleta e do tempo). Esta opção de estudo foi a
mais adequada face à estrutura do banco de dados que não contemplou as réplicas
de amostras para o teste da iteração, isto é, não foram observadas réplicas de todas
espécies dentro de todos os locais em todos os tempos.
O teste não paramétrico Kruskal-Wallis exige que os níveis de um
determinado fator testado sejam independentes entre si. Por exemplo, quando o
Fator Família foi testado admitiu-se que os níveis deste fator, a saber, Ariidae,
Sciaenidae e Diodontidae são independentes entre si. O mesmo foi considerado
para o Fator Local (Entrada e Fundo da Baía). No entanto, o Fator Tempo (fevereiro,
março e abril) pressupõe correlação temporal entre seus níveis definidos pelo
período de coleta ocorrido nos meses de fevereiro, março e abril, podendo não
atender a suposição de independência. A ausência de pareamento dos dados
dificultou a aplicação do teste não paramétrico adequado para avaliar a variação
temporal (Friedman, Daniel 1978). Assim sendo, optou-se por avaliar o Fator Tempo
com o mesmo teste empregado nos demais fatores, Família e Local, isto é, o teste
Kruskal-Wallis . Ressalta-se que este resultado deve ser interpretado com cautela,
pois a suposição de independência pode estar ausente.
As Tabelas 5.9 A e B apresentam o banco de dados dos metabólitos
analisados bem como o seu somatório. Para o Fator Família observam-se os ranks e
os níveis descritivos amostrais (p-valor) para os metabólitos individuais nas Tabelas
5.10 e 5.11. Para os fatores Tempo e Local, os ranks e os níveis descritivos
amostrais (p-valor) encontram-se nas Tabelas 5.12 e 5.13 e Tabelas 5.14 e 5.15,
respectivamente.
5.
Re
sulta
do
s e
Dis
cuss
ão
13
4
Tab
ela
5.9.
A. B
anco
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7882
01_G
B1
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3296
115
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698
4989
150
078
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12
23
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25
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0
7882
04_C
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00
84
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B. B
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da
baía
5. Resultados e Discussão 135
Tabela 5.10. Ranks quanto ao fator Família.
FAMÍLIA n Média dos Ranks
1-hidroxinaftaleno Ariidae 4 3,50 Sciaenidae 3 8,00
Diodontidae 2 3,50 Total 9 2-hidroxinaftaleno Ariidae 4 6,38
Sciaenidae 3 4,17 Diodontidae 2 3,50
Total 9 3-hidroxibifenila Ariidae 4 6,38
Sciaenidae 3 4,17 Diodontidae 2 3,50
Total 9 9-hidroxifluoreno Ariidae 4 6,38
Sciaenidae 3 4,17 Diodontidae 2 3,50
Total 9 4-hidroxifenantreno Ariidae 4 7,00
Sciaenidae 3 4,00 Diodontidae 2 2,50
Total 9 1-hidroxifenantreno Ariidae 4 6,50
Sciaenidae 3 3,67 Diodontidae 2 4,00
Total 9 2-hidroxifenantreno Ariidae 4 6,38
Sciaenidae 3 4,17 Diodontidae 2 3,50
Total 9 1-hidroxipireno Ariidae 4 4,25
Sciaenidae 3 5,67 Diodontidae 2 5,50
Total 9 Soma HPA Ariidae 4 6,50
Sciaenidae 3 3,67 Diodontidae 2 4,00
Total 9
Tabela 5.11. Níveis descritivos amostrais (p-valor) para os metabólitos de HPA em relação ao Fator Família (Teste Kruskal-Wallis).
1-OH N 2-OH N 3-OH BI 9-OH F 4-OH Fe 1-OH Fe 2-OH Fe 1-OH Pi Soma HPAChi-Square 5,4 1,902 1,902 1,902 4,2 2,196 1,902 0,544 2,178
p-valor 0,067 0,386 0,386 0,386 0,122 0,334 0,386 0,762 0,337
5. Resultados e Discussão 136
Tabela 5.12. Ranks quanto ao fator Tempo.
TEMPO N Média dos Ranks 1-hidroxinaftaleno Fevereiro 2 3,50
Março 3 4,67 Abril 4 6,00
Total 9 2-hidroxinaftaleno Fevereiro 2 8,50
Março 3 5,33 Abril 4 3,00
Total 9 3-hidroxibifenila Fevereiro 2 8,50
Março 3 5,33 Abril 4 3,00
Total 9 9-hidroxifluoreno Fevereiro 2 8,50
Março 3 5,00 Abril 4 3,25
Total 9 4-hidroxifenantreno Fevereiro 2 8,50
Março 3 5,00 Abril 4 3,25
Total 9 1-hidroxifenantreno Fevereiro 2 8,00
Março 3 5,67 Abril 4 3,00
Total 9 2-hidroxifenantreno Fevereiro 2 8,00
Março 3 5,67 Abril 4 3,00
Total 9 1-hidroxipireno Fevereiro 2 5,00
Março 3 4,33 Abril 4 5,50
Total 9 Soma HPA Fevereiro 2 8,50
Março 3 5,33 Abril 4 3,00
Total 9
Tabela 5.13. Níveis descritivos amostrais (p-valor) para os metabólitos de HPA em relação ao Fator Tempo (Teste Kruskal-Wallis).
1-OH N 2-OH N 3-OH BI 9-OH F 4-OH Fe 1-OH Fe 2-OH Fe 1-OH Pi Soma HPAChi-Square 1,178 5,49 5,49 4,941 4,9 4,751 4,751 0,311 5,444
p-valor 0,555 0,064 0,064 0,085 0,086 0,093 0,093 0,856 0,066
5. Resultados e Discussão 137
Tabela 5.14. Ranks quanto ao fator Local
LOCAL N Média dos Ranks 1-hidroxinaftaleno Fundo 6 4,17
Entrada 3 6,67 Total 9 2-hidroxinaftaleno Fundo 6 5,75
Entrada 3 3,50 Total 9 3-hidroxibifenila Fundo 6 5,75
Entrada 3 3,50 Total 9 9-hidroxifluoreno Fundo 6 5,58
Entrada 3 3,83 Total 9 4-hidroxifenantreno Fundo 6 6,33
Entrada 3 2,33 Total 9 1-hidroxifenantreno Fundo 6 6,17
Entrada 3 2,67 Total 9 2-hidroxifenantreno Fundo 6 5,75
Entrada 3 3,50 Total 9 1-hidroxipireno Fundo 6 4,00
Entrada 3 7,00 Total 9 Soma HPA Fundo 6 5,83
Entrada 3 3,33 Total 9
Tabela 5.15. Níveis descritivos amostrais (p-valor) para os metabólitos de HPA em relação ao Fator Local (Teste Kruskal-Wallis).
1-OH N 2-OH N 3-OH BI 9-OH F 4-OH Fe 1-OH Fe 2-OH Fe 1-OH Pi Soma HPA
Chi-Square 1,667 1,361 1,361 0,824 4,267 3,294 1,361 2,4 1,667p-valor 0,197 0,243 0,243 0,364 0,039 0,07 0,243 0,121 0,197
5. Resultados e Discussão 138
Para efeito de decisão, adotou-se um nível de significância de 5%, isto é, para
que a hipótese nula seja rejeitada, será necessário observar um nível descritivo
amostral (p-valor) menor que 0,05 (p <0,05). Conforme a Tabela 5.11, não foi
possível rejeitar as hipóteses nulas estabelecidas para testar o efeito do fator
Família. Desta forma é possível afirmar com 95% de confiança que as famílias
Ariidae, Sciaenidae e Diodontidae têm distribuições idênticas quanto aos metabólitos
de HPA e à soma dos metabólitos de HPA. O mesmo resultado pode ser extendido
para o Fator Tempo, onde foi verificado um nível descritivo amostral (p-valor) maior
que 0,05 para todos os metabólitos estudados (Tabela 5.13).
Para o Fator Local, rejeitou-se a hipótese nula de igualdade das distribuições,
permitindo concluir que o parâmetro 4-hidroxifenantreno difere quanto aos locais
avaliados, entrada e fundo da baía. Conforme ranks descritos na Tabela 5.14, a
mediana observada para o 4-hidroxifenantreno no fundo da Baía de Guanabara é
significantemente maior que a mediana observada na entrada da baía.
No entanto, alguns resultados descritos nas Tabelas 5.11, 5.13 e 5.15,
sugerem que os metabólios medidos nas amostras podem revelar comportamentos
distintos quanto aos Fatores testados. Por exemplo, a probabilidade de que o 1-
hidroxinaftaleno tenha a mesma distribuição em todas as famílias é baixa e igual a
0,067 (Tabela 5.11). Os ranks calculados com base no teste Kruskal-Wallis (Tabela
5.10) revelaram que a família Sciaenidae (rank=8, corvina) pode apresentar uma
mediana maior que as famílias Ariidae (rank=3,5, bagre) e Diodontidae (rank=3,5,
baiacú), estas últimas provavelmente idênticas entre si.
Os mesmos resultados podem ser estendidos para os parâmetros 2-
hidroxinaftaleno e 3-hidroxibifenila, quando testados em relação ao Fator Tempo
(p=0,064, Tabela 5.13). Para ambos os parâmetros, a maior diferença entre ranks
(Tabela 5.12) foi verificada entre os meses de fevereiro (rank =8,5) e abril (rank =3),
tendo sido constatado que o mês de março ficou localizado em uma posição
intermediária (rank =5,33).
5. Resultados e Discussão 139
Para o parâmetro 1-hidroxifenatreno no teste de Fator Local (p=0,070),
Tabela 5.15), os ranks calculados (Tabela 5.14) revelaram que o fundo da baía (rank
= 6,17) pode apresentar uma mediana maior que a entrada da baía (rank =2,67).
Portanto, uma avaliação final das análises estatísticas dos metabólitos,
alterando o paradigma do nível de significância fixo de 95%, é discutida com base
nos níveis descritivos amostrais (p-valor) calculados para a veracidade da hipótese
nula (distribuições idênticas). Desta forma, conclui-se que:
Fator Família (independente do tempo e local): Somente a concentrações do
metabólito 1OH-N revelou um nível descritivo amostral baixo (p=0,067). Desta
forma, com uma probabilidade de p=0,067 é possível rejeitar a hipótese nula
de que as populações têm distribuições idênticas, identificando diferença
significativa entre as medianas da Família Sciaenidae (espécie Micropogonias
Furnieri, peixe Corvina) em relação às outras duas Famílias Ariidae e
Diodontidae (das espécies Genidens genidens e Cyclichthys spinosus, peixes
Bagre e Baiacu, respectivamente). No entanto, para todos os outros
metabólitos e o seu somatório, verificou-se resultados similares de teores de
metabólitos individuais e seu somatório entre as Famílias analisadas na Baía
de Guanabara. Em suma, não foi possível observar diferença significativa na
distribuição dos metabólitos e no seu teor total quando consideradas as
Famílias estudadas, exceto para 1-hidroxinaftaleno.
Fator Tempo: Já, na avaliação temporal entre os meses de fevereiro, março e
abril (independente da família e local), foi possível rejeitar a hipótese nula de
igualdade das distribuições entre os meses, identificando desta forma, a
possibilidade de diferença significativa na mediana de pelo menos um dos
meses avaliados com os seguintes níveis descritivos amostrais: 3-
hidroxibifenila (p=0,064); 2-hidroxinaftaleno (p=0,064); 9-hidroxifluoreno
(p=0,085); 4-hidroxifenantreno (p=0,086); 1-hidroxifenantreno (p=0,093); 2-
hidroxifenantreno) (p=0,093) e no somatório destes compostos (p=0,066).
Fator Local: Observou-se que, somente para a concentração do metabólito 4-
hidroxifenantreno (p=0,039), a uma nível de significância de 5%, foi possível
5. Resultados e Discussão 140
rejeitar a hipótese nula de que as populações têm distribuições idênticas,
identificando desta forma, diferença significativa entre Fundo da baía e
Entrada da baía. O metabólito 1-hidroxifenantreno revelou um nível descritivo
amostral baixo, sendo possível rejeitar a hipótese nula com uma probabilidade
de p=0,070, apresentando concentração mais elevada no fundo da baía
quando comprada com a concentração da entrada.
6. Conclusões 141
Capítulo 6
Conclusões
6. Conclusões 142
6 Conclusões
Diferenciação de Fontes de HPA em Sedimentos da Baía de Guanabara
Neste estudo, os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPA) parentais e
alquilados (total de 38 compostos) foram quantificados em 21 amostras de
sedimentos de um ecossistema que sofre de elevada ação antropogênica, a Baía de
Guanabara, situada no Rio de Janeiro. O es tudo foi executado em duas campanhas,
após o acidente de derramamento de óleo em janeiro de 2000 e tr ês anos depois. A
estratégia de amostragem permitiu uma repr esentatividade das diversas fontes de
contaminação de hidrocarbonetos na baía. As identificações de fontes de
hidrocarbonetos para as amostras de sedimento foram feitas utilizando-se razões
diagnósticas de HPA e análise de componentes principais (ACP). Os resultados
obtidos neste trabalho permitiram verificar que:
As diferenças nos teores de HPA para os sedimentos da Baía de Guanabara
entre as campanhas de 2000 e de 2003 não foram estatisticamente
significativas, traduzindo a poluição antropogênica crônica da baía. Isto indica
que o derrame de óleo de janeiro de 2000 não causou alterações
significativas sobre os teores de HPA nos sedimentos da Baía de Guanabara;
As concentrações de HPA em sedim entos variaram bastante ao longo da
baía, para ambas as campanhas, apresentando-se na faixa de 400 a 58439
ng g-1, refletindo contaminações baixas, médias e elevadas.
As concentrações de HPA em sedimentos da Baía de Guanabara
apresentaram-se semelhantes a várias regiões estuarinas internacionais com
grande influência antrópica, e dentro da mesma faixa de concentrações de
dados pretéritos obtidos na Baía de Guanabara;
As razões diagnósticas que apresentar am as melhores capacidades em
distinguir as fontes de hidrocarbonetos petrogênica e pirolítica para os
sedimentos da Baía de Guanabara foram:
6. Conclusões 143
Fenantreno+Antraceno/( Fenantreno+Antraceno+C1Fenantrenos);
Fluoranteno/(Fluoranteno+Pireno);
(HPA parentais de 3-6 anéis)/ (5 séries de HPA alquilados);
A abundância relativa de perileno em re lação a seus isômeros de 5 anéis
(benzo(b)fluoranteno, benzo(k)fluoranteno, benzo(a)pireno, benzo(e)pireno,
dibenzo(a,h)antraceno) indicou que os sedimentos da Baía de Guanabara
recebem importante contribuição de HPA de origem natural diagenética na
área de influência dos manguezais;
A análise de componentes principais (ACP) apresentou-se como uma
ferramenta adicional para a identificação de fontes de HPAs no meio
ambiente e corroborou os resultados obtidos pelas razões diagnósticas para
aportes de hidrocarbonetos petrogênico s e pirolíticos para a baía;
Os sedimentos da Baía de Guanabar a podem ser separados nos seguintes
grupos em relação às fontes de HPA:
Amostras com um padrão de contribuição petrogênica pedrominante –
a maioria localizada nas imediações do acidente de janeiro de 2000 e
na região de intermaré atingida pelo óleo derramado.
Amostras com características de combustão – a maioria da região do
infralitoral;
Amostras com superposição de contribuições de aportes petrogênico e
pirolítico - região do infralitoral;
Amostras com contribuição biogênica - a maioria da região de
intermaré e algumas do infralitoral, próximas aos manguezais;
A avaliação temporal das fontes de hidrocarbonetos realizado neste trabalho
não identificou mudanças relevantes para as classes predominantes
(petrogênicas, pirolíticas e biogênicas) nas 21 amostras de sedimento da baía
estudadas entre os anos 2000 e 2003. Isto sugere que, numa avaliação
global, os HPA presentes nos sedimentos da Baía de Guanabara estão
relacionados mais diretamente com a introdução antropogênica crônica de
6. Conclusões 144
hidrocarbonetos na região e não com o evento agudo de derramamento de
óleo ocorrido em janeiro de 2000.
6. Conclusões 145
Metabólitos de HPA em Bile de Peixes da Baía de Guanabara
Neste estudo piloto para peixes demersais da Baía de Guanabara, foram
realizadas avaliações descritivas e estatís ticas dos resultados preliminares obtidos,
na tentativa de descrever a variação das concentrações dos metabólitos em função
dos fatores de interesse, Espécie, Local e Te mpo. No entanto, o número escasso de
organismos e réplicas e a ausência de dados abióticos nas campanhas de captura
dos organismos dificultaram a obtenção de dados conclusivos sobre as possíveis
variações e iterações dos teores de metabó litos entre as quatro espécies estudadas,
as duas macro-regiões da baía com qualidades ambientais distintas e os meses de
fevereiro, março e abril de 2006. No entanto, algumas observações podem ser
feitas:
Obteve-se sucesso na aplicação do protocolo analítico desenvolvido pela
Universidade de Bordeaux, França, que utiliz a a técnica de cromatografia gasosa
acoplada a espectrometria de massas (CG- EM), na identificação e quantificação
de 12 metabólitos biliares de HPA em bile de peixes;
O somatório das concentrações dos metabólitos de HPA em bile de peixes da
Baía de Guanabara situou-se na faix a de partes por milhão (13 a 177 g g-1),
similar a outras regiões com influência antropogênica elevada;
As concentrações totais dos metabólit os biliares de HPA em peixes demersais
capturados na Baía de Guanabara indicara m, preliminarmente, a exposição
destes organismos aos HPA continuadamente presentes na baía;
Foi possível quantificar três metabólitos além dos 12 estabelecidos pelo protocolo
analítico utilizado, dois isômeros de 1-hidroxipireno (m/z 290) e um isômero de 3-
hidroxibenzo(a)pireno (m/z 340). Estes compostos, ainda não reportados na
literatura, apresentaram concentrações bem mais elevadas que os 12 metabólitos
identificados e indicam uma contribuição pirolítica de HPA importante aos
organismos aquáticos da Baía de Guanabar a. Este resultado evidenciou a
necessidade da introdução de novos padrões de metabólitos de HPA para
6. Conclusões 146
possibilitar a identificação inequívoca destes isômeros tão importantes na
composição dos metabólitos de peixe da região estudada.
As concentrações individuais da maiori a dos compostos e o somatório dos 12
metabólitos apresentaram uma possível variação temporal entre os meses de
fevereiro, março e abril, considerando os níveis descritivos amostrais (p valor);
A espécie demersal Micropogonias furnieri . apresentou, de forma descritiva, uma
concordância entre os maiores níveis de metabólitos totais e a área mais
contaminada da baía (fundo). Já a espécie Cyclichthys spinosus, que se alimenta
de sedimentos de fundo, mas também da coluna d’água, apresentou resultado
inverso, com níveis mais elevados de metabólitos totais na entrada da baía, área
com maior energia hidrodinâmica;
As concentrações do metabólito 4-hidr oxifenantreno apresentaram, para um nível
de significância de 5%, diferença signifi cativa entre as duas macro-regiões
estudadas: o Fundo e a Entrada da baía (Fator Local);
A variação das concentrações individuais dos 12 metabólitos e do somatório dos
metabólitos em relação à Local e Fa mília, não apresentou padrão uniforme,
apesar de ter revelado possíveis diferenças significativas para alguns dos
compostos.
7. Recomendações 147
Capítulo 7
Recomendações
7. Recomendações 148
7. Recomendações
No estudo de diferenciação de fontes de hidrocarbonetos em amostras de
sedimento da Baía de Guanabara através da aplicação das razões diagnósticas de
HPA foi possível identificar aquelas com maior habilidade de distinção entre os
aportes petrogênicos e pirolíticos. Verifi cou-se também opor tuna a utilização de
análise de componentes principais de HPA para diferenciação das fontes de
hidrocarbonetos nos sedimentos da baía. No entanto, para algumas amostras não foi
possível distinguir claramente as contribuições das múltiplas fontes de
hidrocarbonetos nelas presentes.
Portanto, recomenda-se a continuidade deste estudo de caso uma vez que a Baía
de Guanabara retrata um ecossistema est uarino crítico e complexo, com um
processo de introdução antropogênica de hi drocarbonetos significativo. Novas
razões de HPA poderiam ser testadas. Outr as ferramentas poderiam também ser
incorporadas tais como as razões diagnósticas dos biomarcadores geoquímicos
(esteranos e terpanos), índices composicionais de hidrocarbonetos alifáticos lineares
e ramificados e composições isotópicas individuais de carbono e hidrogênio.
Recentemente, a distribuição isotópica de compostos individuais tem surgido como
uma técnica promissora para avaliaç ão das origens dos hidrocarbonetos em
amostras ambientais, uma vez que os efeitos de degradação na composição
isotópica destas moléculas são mínimos. Desta maneira, esta técnica pode auxiliar
nos estudos de correlação entre os compostos degradados presentes na matriz em
estudo e na amostra original, diminuindo os desafios impostos pelas amostras
intemperizadas.
O estudo de exposição de organismos aquáticos da Baía de Guanabara a
hidrocarbonetos teve um caráter eminentemente exploratório, onde foram analisados
os metabólitos de HPA em bile de peixes demersais coletados na baía. Foi possível
verificar o potencial desta metodologia, uma vez que as concentrações dos
metabólitos biliares de HPA encontraram-se na faixa de g g-1. No entanto, o número
de organismos e réplicas foi pequeno, o que di ficultou uma análise estatística mais
ampla das amostras, isto é, a possibilidade de considerar a interação entre estes os
7. Recomendações 149
fatores analisados (tempo, local, espécie). Recomenda-se, portanto, um experimento
planejado para controlar fatores de variabili dade ambientais e biológicos, incluindo
também análises dos compartimentos sedimento e água da região de captura dos
peixes. Deve-se ainda adquirir novos padrões de metabólitos de HPA na tentativa de
identificar os compostos de alto peso molecular, possíveis isômeros dos metabólitos
identificados pelo protocolo. Os metabólitos alquilados também devem ser
identificados face sua importância co mo marcadores de aportes petrogênicos de
HPA no meio ambiente.
A continuidade do estudo deve também comp reender análises de HPA nos tecidos
dos peixes estudados, permitindo constatar a capacidade de metabolização dos
HPA pelos mesmos, quando as concentrações destes compostos nos tecidos
tendem a se manter similar para organismos expostos e não expostos a HPA.
Recomenda-se, além disso, realizar experim entos controlados de exposição à HPA
em laboratório para melhor compreensão dos mecanismos de biotransformação dos
compostos em função da espécie, i dade, sexo, hábito alimentar, etc.
Finalmente, pode-se ainda estender o estudo para avaliação dos efeitos genotóxicos
dos HPA nos organismos analisados, complementando a caracterização ambiental
da região. Após a biotransformação dos HPA, os metabólitos podem, eventualmente,
interagir com DNA, fornecendo potencial de ocorrência de mutação genética.
8. Referências Bibliográficas 150
Capítulo 8
Referências Bibliográficas
8. Referências Bibliográficas 151
8. Referências Bibliográficas
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171
ANEXOS
172
ANEXO A - Lista dos HPA analisados por CG-EM em sedimento da Baía de Guanabara, suas abreviaturas, os padrões internos de quantificação, o padrão de recuperação (surrogate), as razões massa sobre carga (m/z) utilizadas para sua detecção por CG-EM e suas estabilidades termodinâmicas relativas (diferenças de calor de formação Hf)
COMPOSTO AbreviaturasÍons de
quantificação (m/z) Padrão-interno Hf *
(Kcal/mol)Naftaleno N 128 Naftaleno d-8
1 Metil naftaleno 1MN 141+142 Naftaleno d-8
2 Metil naftaleno 2MN 141+142 Naftaleno d-8
C2 naftalenos C2N 156 Naftaleno d-8
C3 naftalenos C3N 170 Naftaleno d-8
C4 naftalenos C4N 184 Naftaleno d-8
Acenaftileno Acl 152 Acenafteno d-10
Acenafteno Ace 153+154 Acenafteno d-10
Fluoreno F 165+166 Acenafteno d-10
C1 fluorenos C1F 180 Acenafteno d-10
C2 fluorenos C2F 194 Acenafteno d-10
C3 fluorenos C3F 208 Acenafteno d-10
Dibenzotiofeno DBT 184 Fenantreno d-10
C1Dibenzotiofenos C1DBT 198 Fenantreno d-10
C2Dibenzotiofenos C2DBT 212 Fenantreno d-10
C3Dibenzotiofenos C3DBT 226 Fenantreno d-10
Antraceno An 178 Fenantreno d-10 0Fenantreno Fe 178 Fenantreno d-10 5,48
C1 fenantrenos C1Fe 192 Fenantreno d-10
C2 fenantrenos C2Fe 206 Fenantreno d-10
C3 fenantrenos C3Fe 220 Fenantreno d-10
C4 fenantrenos C4Fe 234 Fenantreno d-10
Fluoranteno Fl 202 Fenantreno d-10 20,58Pireno Pi 202 Criseno d-12 0
C1 pirenos C1Pi 216 Criseno d-12
C2 pirenos C2Pi 216 Criseno d-12
Criseno C 228 Criseno d-12 0,72
C1Crisenos C1C 242 Criseno d-12
C2Crisenos C2C 256 Criseno d-12
Benzo(a)antraceno BaAn 228 Criseno d-12 2,75
Benzo(e)pireno BePi 252+253 Perileno d-12 0Benzo(a)pireno BaPi 252+253 Perileno d-12 3,52
Perileno Pe 252+253 Perileno d-12 5,31Benzo(b)fluoranteno BbFl 253+253 Perileno d-12 19,25Benzo(k)fluoranteno BkFl 252+253 Perileno d-12 25,08
Benzo(ghi)perileno BPe 276+277 Perileno d-12 0Indeno (1,2,3-cd)pireno IPi 276+277 Perileno d-12 25,02
Dibenzo(a,h)antraceno DBAn 278+279 Perileno d-12
p-Terfenil d-14 S 244 Criseno d-12
Naftaleno d-8 PI (1) 136 - Acenafteno d-10 PI (2) 162+164 - Fenantreno d-10 PI (3) 188 -
Criseno d-12 PI (4) 240+236 - Perileno d-12 PI (5) 260+264 -
S: SURROGATE PI: PADRÃO INTERNO
* Hf = diferença do calor de formação para cada isômero relativo ao isômero mais estável (adaptado de Yunker et al, 2000).
173
ANEXO B - Lista das coordenadas geográficas das estações de sedimento na Baía de Guanabara utilizadas no estudo de diferenciação de fontes de HPA em 2000 e 2003.
Estação Coordenada X Coordenada YT-1 43º02'02,04"W 22º43'03"ST-7 43º06'45"W 22º41'42"ST-9 43º07'05,16"W 22º42'28,08"ST-15 43º11'12,12"W 22º43'23,88"ST-18 43º11'57,12"W 22º43'33,96"ST-22 43º13'15,96"W 22º44'24"ST-24 43º13'57"W 22º44'38,04"ST-28 43º15'19,08"W 22º45'30,96"ST-31 43º12'21,96"W 22º45'07,92"ST-32 43º12'47,88"W 22º45'18"SD-34 43º12'05,04"W 22º45'54"ST-36 43º09'12,96"W 22º44'53,88"SD-39 43º08'11,04"W 22º45'29,16"SD-43 43º04'22,08"W 22º43'41,88"ST-46 43º03'30,96"W 22º44'43,08"ST-51 43º08'54,96"W 22º45'56,88"SD-53 43º07'10,92"W 22º47'13,92"ST-54 43º10'05,88"W 22º48'55,08"ST-55 43º05'21,12"W 22º48'29,88"ST-56 43º13'18,12"W 22º51'11,88"ST-57 43º07'19,92"W 22º51'00"S
174
ANEXO C - Lista de metabólitos de HPA analisados em bile de peixes.
Tipo Composto Código Íons de quantificação* Padrão-interno
A 1-hidroxinaftaleno 1-OHN 201 1- hidroxipireno d9
A 2-hidroxinaftaleno 2-OHN 216 1- hidroxipireno d9
A 3-hidroxibifenila 2-OHBi 211 1- hidroxipireno d9
A 9-hidroxifluoreno 9-OHF 165 1- hidroxipireno d9
A 4-hidroxifenantreno 4-OHFe 266 1- hidroxipireno d9
A 9-hidroxifenantreno 9-OHFe 266 1- hidroxipireno d9
A 3-hidroxifenantreno 3-OHFe 266 1- hidroxipireno d9
A 1-hidroxifenantreno 1-OHFe 266 1- hidroxipireno d9
A 2-hidroxifenantreno 2-OHFe 266 1- hidroxipireno d9
A 1-hidroxipireno 1-OHPi 290 1- hidroxipireno d9
A 1-hidroxicriseno 1-OHC 316 1- hidroxipireno d9
A 3-hidroxibenzo(a)pireno 3-OHBaPi 340 1- hidroxipireno d9
PI 1- hidroxipireno d9 1-OHPi-d9 299
S fenantreno d10 Fe-d10 212
A: ANALITO S: SURROGATE PI: PADRÃO INTERNO *: íons com derivatização
175
ANEXO D - Concentração de HPA em sedimentos da Baía de Guanabara, campanhas 2000 e 2003 e nos óleos estudados
17
6
An
exo
D1
- R
esu
ltad
os
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HP
A in
div
idu
ais
das
am
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547
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no
21M
N3
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416
1913
1339
2-m
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-na
fta
len
o2
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626
748
1567
219
1055
842
633
4919
83
C2n
aft
ale
no
2C
2N77
363
303
364
122
1695
211
226
6103
221
6611
304
7237
C3n
aft
ale
no
2C
3N3
983
944
440
163
6236
524
8855
182
2303
1225
983
97
C4n
aft
ale
no
2C
4N19
1189
1377
338
172
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9728
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1793
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181
ANEXO E2 - Análise paramétrica ANOVA dos teores de HPA em sedimentos da Baía de Guanabara entre campanhas 2000 e 2003
Estatísticas Descritivas
ANO Statistic Std. Error SOMA 2000.00 Média 21394.53 8721.84
Mediana 6173.55 Variância 1901764077.04 Desvio
Padrão43609.22
Mínimo 558.86 Máximo 217282.40 2003.00 Média 18702.41 8804.89 Mediana 4028.00 Variância 1938153550.20 Desvio
Padrão44024.47
Mínimo 400.00 Máximo 217282.40
LN_SOMA 2000.00 Média 8.91 .30 Mediana 8.73 Variância 2.18 Desvio
Padrão1.48
Mínimo 6.33 Máximo 12.29 2003.00 Média 8.54 .31 Mediana 8.30 Variância 2.33 Desvio
Padrão1.53
Mínimo 5.99 Máximo 12.29
Type 3 Tests of Fixed Effects
Num Den Effect DF DF F Value Pr > F
ano 1 24 3,61 0,0693
Considerando um nível de significância de 5% ( 05,0 ), não é possível rejeitar a hipótese nula de que as
médias dos anos 2000 e 2003 são iguais entre si (p=0,0693).
ou
Com um nível descritivo amostral p= 0,0693 , não é possível rejeitar a hipótese nula de que as médias dos anos 2000 e 2003 são iguais entre si.
182
Mediana 25%-75% Amplitude sem outlierOutliers
2000 2003
ano
5
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10
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Gráfico Box-plot do Logaritmo da Soma dos HPA dentro de cada ano, 2000 e 2003.
2000 2003
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8.8
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9.2
9.4
9.6
9.8
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som
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Gráfico de perfil para as médias do Logaritmo da Soma dos HPA considerando os dois níveis (grupos) do fator Tempo, 2000 e 2003.
183
ANEXO F - Distribuição de HPA em sedimentos da Baía de Guanabara para as campanhas 2000 e 2003.
Concentrações Individuais
(ng g-1 peso seco)
Legenda:
N:Naftaleno; 2MN: 2Metilnaftaleno; 1MN: 1Metilnaftaleno; C2N: C2 naftalenos; C3N: C3 naftalenos; C4N: C4 naftalenos; Ace: Acenafteno; Act: Acenaftileno; F: Fluoreno; C1F: C1 fluorenos; C2F: C2 fluorenos; C3F: C3 fluorenos; DBT: Dibenzotiofeno; C1DBT: C1 dibenzotiofenos; C2DBT: C2 dibenzotiofenos; C3DBT: C3 dibenzotiofenos; Fe:Fenantreno; C1Fe: C1 fenantrenos: C2Fe: C2 fenantrenos: C3Fe: C3 fenantrenos: C4Fe:C4 fenantrenos: An: Antraceno; Fl: Fluoranteno; Pi: Pireno; C1Pi: C1 pirenos; C2Pi: C2 pirenos; BaAn: Benzo(a)antraceno; C: Criseno; C1C: C1 crisenos; C2C: C2 crisenos; BbFl: Benzo(b)fluoranteno; BkFl: benzo(k)fluoranteno; BePi: Benzo(e)pireno BaPi:Benzo(a)pireno; Pe: Perileno; IPi: Indeno(1,2,3-cd)pireno; DBAn: Dibenzo(a,h)antraceno; BPe: Benzo(ghi)perileno.
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