189
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE DISTRIBUIÇÃO REGIONAL DA VENTILAÇÃO PULMONAR EM INDIVÍDUOS COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CRÔNICA APÓS SEREM SUBMETIDOS A UM PROGRAMA DE TREINAMENTO DA MUSCULATURA INSPIRATÓRIA E SUA CORRELAÇÃO COM DADOS FUNCIONAIS DANIELLA CUNHA BRANDÃO NATAL, 2011

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

  • Upload
    buitruc

  • View
    216

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

1

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

DISTRIBUIÇÃO REGIONAL DA VENTILAÇÃO PULMONAR EM INDIVÍDUOS

COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CRÔNICA APÓS SEREM SUBMETIDOS

A UM PROGRAMA DE TREINAMENTO DA MUSCULATURA INSPIRATÓRIA

E SUA CORRELAÇÃO COM DADOS FUNCIONAIS

DANIELLA CUNHA BRANDÃO

NATAL, 2011

Page 2: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

ii

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

DISTRIBUIÇÃO REGIONAL DA VENTILAÇÃO PULMONAR EM INDIVÍDUOS

COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CRÔNICA APÓS SEREM SUBMETIDOS A

UM PROGRAMA DE TREINAMENTO DA MUSCULATURA INSPIRATÓRIA E

SUA CORRELAÇÃO COM DADOS FUNCIONAIS

Tese apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Ciências da Saúde da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte,

como requisito para obtenção do título de Doutor

em Ciências da Saúde Orientadora:Profa. Dra.

Arméle Dornelas de Andrade

NATAL, 2011

Page 3: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

ii

Brandão, Daniella Cunha

Distribuição regional da ventilação pulmonar em indivíduos com insuficiência cardíaca crônica após serem submetidos a um programa de treinamento da musculatura inspiratória e sua correlação com dados funcionais / Daniella Cunha Brandão. – Natal: O Autor, 2011.

188 folhas: il., fig.; 30 cm .

Orientador: Armèle de Fátima Dornelas de Andade

Tese (doutorado) – Universidade Federal do Rio

Grande do Norte. CCS. Ciências da Saúde, 2011.

Inclui bibliografia e anexos.

1. Insuficiência Cardíaca. 2. Músculos Respiratórios. 3. Fisioterapia. I. Andrade, Armèle de Fátima Dornelas de. II.Título.

UFPE

616.129 CDD (22.ed.) CCS2011

Page 4: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

iii

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

(PPGCSa)

Coordenadora do PPGCSa: Profa. Dra. Técia Maria de Oliveira Maranhão

Page 5: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

iv

DANIELLA CUNHA BRANDÃO

DISTRIBUIÇÃO REGIONAL DA VENTILAÇÃO PULMONAR EM INDIVÍDUOS

COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CRÔNICA APÓS SEREM SUBMETIDOS A

UM PROGRAMA DE TREINAMENTO DA MUSCULATURA INSPIRATÓRIA E

SUA CORRELAÇÃO COM DADOS FUNCIONAIS

Presidente da Banca: Profa. Dra. Armèle de Fátima Dornelas de Andrade

BANCA EXAMINADORA

Profa. Dra. Armèle Dornelas de Andrade (UFPE)

Prof. Dr. Ricardo Oliveira Guerra (UFRN)

Profa. Dra. Gardênia Maria de Holanda (UFRN)

Profa. Dra. Kátia Karina do Monte Silva (UFPE)

Profa. Dra. Simone Brandão (UFPE)

Page 6: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

v

"O que queres que os homens façam por ti, faça igualmente por eles."

Jesus Cristo

Page 7: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

vi

DEDICATÓRIA

Dedico esta tese a todos os

nossos pacientes, os quais

participaram deste estudo com

afinco, paciência e

compromisso, tornando a nossa

convivência um aprendizado

mútuo.

Page 8: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

vii

AGRADECIMENTOS

Ao Meu Senhor Deus, por ser fonte de inspiração e sabedoria, por sempre

está ao meu lado, nos momentos mais conturbados em que passei e por me dá

saúde e forças que me impulsionaram até aqui. Muito obrigada meu Pai!

Aos meus pais, Graça e Paulo, por me ensinarem os primeiros passos e os

mais nobres princípios de um ser humano, os quais alicerçam minhas decisões

até hoje.

Ao meu esposo Christian, por sempre tentar minimizar os momentos de

maior inquietação, tornando nossa convivência em verdadeiros momentos de

felicidade e amor. Obrigada pelo seu apoio, compreensão, companheirismo e

desculpe-me pelos momentos em que estive ausente. Muito obrigada!

Aos meus irmãos, em especial a minha querida irmã Deolinda. Lindinha,

muito obrigada pelas suas orações, pelas suas palavras de força e otimismo,

sempre achando que iria cumprir esta caminhada. Muito obrigada!

A minha querida orientadora, Profa. Armèle, por ser um ícone em nossa

profissão. Também me orgulho de está ao seu lado e agradeço por ter me

despertado o fascínio e a importância da pesquisa. Muito obrigada pela confiança

e pelas palavras de otimismo!

A todos que fazem parte do Laboratório de Fisioterapia Cardio-Respiratória-

UFPE, em especial os alunos de iniciação científica, Larissa Carvalho e Jasiel

Júnior, a mestranda Helga Muniz e a doutoranda Cida. Larissa e Jasiel saibam

que vocês foram peças fundamentais para concretização deste sonho. Muito

obrigada pelo empenho, solidariedade e responsabilidade de vocês. Helga,

também lhe agradeço pela solidariedade e por abraçar uma causa que conhecia

Page 9: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

viii

há tão pouco tempo. Cida, obrigada pelo seu empenho em tentar deixar todas as

pesquisas do laboratório em perfeito funcionamento.

As minhas amigas Luciana Alcoforado e Fabiana Vieira. Lu, só nós

sabemos o quanto você foi importante para que eu chegasse até aqui. Obrigada

pelos bons pensamentos e palavras de conforto! Muito obrigada! Fabi, obrigada

por me ajudar a adentrar no mundo da cardiologia. Também agradeço pelos

muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE.

A Susan Lage, por seu desprendimento durante o repasse de seus

conhecimentos e por ser uma pessoa bastante especial na construção desta

etapa.

A Dra. Inês Remígio pelo seu profissionalismo durante a realização da

ergoespirometria, pelo seu desprendimento em me ajudar e por acreditar que tudo

iria dar certo.

A todos que fazem o ambulatório de ICC/Chagas do PROCAPE, em

especial Dra. Sílvia Marinho e Dr. Wilson por me receberem de portas abertas

para realização desta pesquisa. Também agradeço às enfermeiras Ana Maria, Val

e Caroline e a biomédica Verediana pela disposição em me ajudar, e como

ajudaram.

A todos os meus amigos do IMIP-FPS, em especial Ana Paula, Ana

Cristina, Danielle Moux, Gisele Paiva e Iane Mourato por terem sido peças

fundamendais para concretização deste sonho.

A todos que fazem parte do Programa de Pós-Graduação em Ciências da

Saúde pela UFRN, em especial as funcionárias Kaliane e Alana pela competência

Page 10: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

ix

e boa vontade. Também agradeço a Dra. Tecia por ter me dado a oportunidade da

defesa. Muito obrigada!

Aos meus queridos pacientes. Obrigada pela paciência nas avaliações, pelo

compromisso durante o treinamento. Também agradeço por terem me ensinado

que vii devemos viver, dia após dia, um passo por vez e assim descobrir o

verdadeiro valor da vida.

A todos os meus amigos, próximos ou distantes, que de alguma forma

direta ou indireta me ajudaram a cumprir esta caminhada!

Page 11: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

x

SUMÁRIO Dedicatória

vi

Agradecimentos

vii

Listas

xi

Resumo

1

1.Introdução

2

1.1 Hipóteses

2

1.2 Objetivos

3

2. Revisão de Literatura

5

3. Anexação de artigos

22

3.1 Artigo 1

23

3.2 Artigo 2

Versão em português

46

Versão em inglês

77

3.3 Artigo 3

Versão em português

104

Versão em inglês

130

4. Comentários, críticas e sugestões

153

5. Anexos

5.1 Aprovação do Comitê de Ética

157

5.2 Termo de consentimento

158

6. Referências Bibliográficas

162

7. Abstract 171

Page 12: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

xi

LISTAS

Listas de figuras

Revisão de Literatura

Figura 1. Metaboreflexo muscular inspiratório.

Artigo 1

Figure 1. Correlation of% VRC, the left side of the inspiratory muscle during

exercise with the ejection fraction.

Figure 2. Correlation of% VRC, the left side of the inspiratory muscle during

exercise with Borg after the 6MWT.

Artigo 2

Figura 1. Modelo tridimensional da parede torácica obtido durante registro de

dados por meio da pletismografia optoeletrônica.

Figura 2. Diagrama da randomização

Figura 3. Correlação do Borg aos o TC6’ com a PiMáx após 12 semanas de

treinamento.

Figura 4. Comparação dos volumes compartimentais do sistema tóraco-abdominal

entre os grupos após 12 semanas de tratamento.

Figura 5. Correlação entre o Vab durante o TMI e a PiMáx.

Page 13: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

xii

Figure 1. Three-dimensional model of the chest wall during registration data

obtained by optoelectronic plethysmography.

Figure 2. Diagram of randomization

Figure 3. Correlation of the Borg to the 6MWT with MIP after 12 weeks of training.

Figure 4. Comparison of compartmental volumes thoracoabdominal system

between the groups after 12 weeks of treatment.

Figure 5. Correlation between IMT and Vab during MIP.

Artigo 3

Figura 1. Correlação do VO2MÁX com o escore do Minnesota Living With Heart

Failure Questionnaire

Figura 2. Correlação do VO2MÁX com o PiMáx.

Figure 1. VO2MAX correlation with the score on Minnesota Living With Heart

Failure Questionnaire

Figure 2. Correlation of VO2MAX with the MIP.

Page 14: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

xiii

Lista de Tabelas

Revisão de Literatura

Tabela 1. Estudos que avaliaram volumes e fluxos pulmonares relacionando-os

com a cardiomegalia.

Tabela 2. Relação dos estudos que avaliaram Anormalidades Respiratórias e

Desempenho Muscular com variáveis hemodinâmicas.

Tabela 3. Estadiamento do comprometimento miocárdico na cardiopatia chagásica

crônica.

Artigo 1

Table 1. Demographic, clinical and pharmacological studies.

Table 2. Comparison of lung volumes for the six compartments of the system

thoraco-abdominal during quiet breathing and inspiratory muscle during exercise.

Table 3. Lung volumes for the six compartments of the thoraco-abdominal system.

Artigo 2

Tabela 1. Dados demográficos, clínicos e farmacológicos.

Tabela 2. Distribuição regional do sistema tóraco-abdominal antes do tratamento.

Tabela 3. Função pulmonar, força muscular inspiratória, capacidade funcional e

qualidade de vida para ambos os grupos após doze semanas.

Page 15: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

xiv

Table 1. Demographic, clinical and pharmacological studies.

Table 2. Regional distribution system thoracoabdominal before treatment.

Table 3. Pulmonary function, inspiratory muscle strength, functional capacity and

quality of life for both groups after twelve weeks.

Artigo 3

Tabela 1. Dados antropométricos, clínicos e farmacológicos.

Tabela 2. Correlação entre a força da musculatura inspiratória e a função

pulmonar.

Table 1. Anthropometric, clinical and pharmacological studies. Table 2. Correlation between muscle strength and pulmonary function.

Page 16: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

xv

Lista de Abreviaturas e Siglas

ATS- American Thoracic Society

CVF- Capacidade Vital Forçada

DDVE- Diâmetro diastólico do ventrículo esquerdo

DSVE- Diâmetro sistólico do ventrículo esquerdo

DLCO- Difusão do gás carbônico

FC- Frquência cardíaca

FEF25-75%-Fluxo expiratório forçado entre 25 e 75% d da CVF.

FR- Freqüência respiratória

FE-Fração de ejeção

ICT-Índice cardio-torácico

MLHFQ- Minessota Living with Heart Failure

NYHA- New York Heart Association

PiMáx- Pressão inspiratória maxima

R- Razão de troca respiratória

SpO2- Saturação periférica de oxigênio

TC6M- Teste de caminhada de seis minutos

TECP- Teste de exercício cardiopulmonar

TMI- Treinamento muscular inspiratório

Vcw- Volume total do compartimento tóraco-abdominal

VE/VCO2- Equivalente ventilatório de gás carbônico

VEF1- Volume expiratório forçado no primeiro segundo

VEF1/CVF- Relação do volume expiratório forçado no primeiro

segundo/Capacidade Vital Forçada

Page 17: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

xvi

VO2 MÁX-Taxa máxima que o organismo de um indivíduo tem de captar e utilizar o

oxigênio do ar que está inspirando para gerar trabalho

Vrc, p- Volume de caixa torácica pulmonar

Vrc,a- Volume de caixa torácica abdominal

VE/VCO2- Equivalente ventilatório de gás carbônico

Page 18: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

1

RESUMO

O treinamento muscular inspiratório (TMI) realizado por meio do exercício com

limiar de carga inspiratória é utilizado na reabilitação de indivíduos com insuficiência

cardíaca crônica (ICC). Este trabalho será apresentado em três artigos. O primeiro artigo

teve como objetivo comparar a cinemática ventilatória de pessoas saudáveis em relação a

pacientes com ICC associada à cardiomegalia e a fraqueza diafragmática; o segundo

artigo teve como objetivo avaliar os dados funcionais de pacientes com ICC após serem

submetidos a programa de TMI e o terceiro e último artigo teve como objetivo analisar um

subgrupo de pacientes chagásicos (CCC) durante o exercício máximo. Foi observado que

a presença da cardiomegalia e da fraqueza muscular inspiratória são comuns em

pacientes com ICC. Mecanismos exatos de ação destes dois fatores associados ou

isolados na determinação dos sintomas respiratórios nestes pacientes ainda são

desconhecidos. De acordo com este primeiro estudo, uma menor ventilação na região

diafragmática levaria a uma maior percepção da dispnéia durante o exercício submáximo

nesta população. Além disso, as mudanças observadas no padrão de distribuição regional

da ventilação nos pacientes com ICC em relação aos indivíduos saudáveis podem servir

como base para outros estudos prospectivos utilizando o TMI. O segundo artigo original

demonstrou que o TMI para pacientes portadores de ICC mostrou-se eficaz para melhora

na força muscular, capacidade funcional e qualidade de vida para esta população. Este

trabalho também observou o comportamento da distribuição dos volumes pulmonares

para o sistema tóraco-abdominal nesta população, elucidando que maiores volumes nos

compartimentos da caixa torácica abdominal e abdominal podem refletir em uma maior

efetividade da contração diafragmática. Concluindo, o terceiro e último artigo trouxe

elucidações para os pacientes portadores de CCC: o VO2MÁX está diretamente

relacionado com a força dos músculos inspiratórios e a qualidade de vida nestes doentes,

enquanto que a deteriorização da função pulmonar sugere refletir em uma fraqueza dos

músculos da inspiração.

Page 19: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

2

1. INTRODUÇÃO

A Insuficiência Cardíaca Crônica (ICC) é uma síndrome complexa que se manifesta

em função de desordens cardíacas de origem estrutural ou funcional, resultando em

falhas no enchimento/ejeção do sangue ventricular. Como conseqüência, o coração torna-

se inábil para suprir adequadamente a demanda sanguínea tecidual1,2.

Esta comorbidade é o principal problema de saúde pública nos Estados Unidos,

apresentando uma prevalência de aproximadamente cinco milhões de pacientes e uma

incidência de 550.000 novos casos por ano 1 . No Brasil, esta prevalência é de

aproximadamente 2 milhões de pacientes com ICC e uma incidência de 240.000 novos

casos diagnosticados anualmente 3. De março de 2009 a março de 2010, foram

notificadas 278.749 internações por IC em todo território brasileiro 4.

No Brasil, a principal etiologia da ICC é a cardiopatia isquêmica crônica associada

à hipertensão arterial. Em determinadas regiões geográficas do país e em áreas de baixas

condições sócio-econômicas, ainda existem formas de ICC associadas à doença de

Chagas, endomiocardiofibrose e a cardiopatia valvular reumática crônica, que são

situações especiais de IC em nosso meio 5.

2. HIPÓTESES

Pacientes portadores de ICC associada a cardiomegalia apresenta diferenças na

distribuição regional da ventilação para o sistema tóraco-abdominal em relação aos

indivíduos saudáveis;

O treinamento da musculatura inspiratória melhora a capacidade de exercício,

qualidade de vida e força muscular inspiratória e estes achados estão relacionados

Page 20: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

3

a uma mudança na distribuição regional da ventilação para o sistema tóraco-

abdominal em pacientes com ICC.

Existem correlações entre a capacidade de exercício máxima e variáveis

respiratórias e de qualidade de vida para pacientes com ICC de etiologia

chagásica;

3. OBJETIVOS

GERAL

Avaliar a distribuição regional da ventilação pulmonar em indivíduos com ICC após

serem submetidos a um programa de treinamento da musculatura inspiratória e

correlacionar com dados funcionais.

ESPECÍFICOS

Primeiro artigo

Comparar pacientes saudáveis com pacientes portadores de ICC quanto ao volume

pulmonar regional dos compartimentos (caixa torácica superior, região diafragmática e

compartimento abdominal);

Segundo artigo

Avaliar, antes e após um programa de treinamento muscular inspiratório (TMI) em

pacientes com ICC, as seguintes variáveis:

Volume pulmonar regional dos compartimentos (caixa torácica superior,

região diafragmática e compartimento abdominal);

A força da musculatura inspiratória;

A qualidade de vida;

O comportamento das variáveis cardiorespiratórias em um teste submáximo

de esforço;

Page 21: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

4

Terceiro artigo

Avaliar em um subgrupo de pacientes chagásicos:

Equivalentes respiratórios e demais variáveis ergoespirométricas (teste

máximo de esforço) como: ventilação pulmonar pela produção de gás

carbônico (VE/VCO2) e consumo máximo de oxigênio (VO2 MÁX).

Correlacionar as variáveis ergoespirométricas com a função pulmonar, força

muscular inspiratória e qualidade de vida

Page 22: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

5

4. REVISÃO DE LITERATURA

A ICC tem sido classicamente categorizada com base na intensidade de sintomas

em 4 classes propostas pela New York Heart Association 6. Estas classes estratificam o

grau de limitação imposto pela doença para atividades cotidianas do indivíduo. As quatro

classes propostas são - Classe I - ausência de sintomas (dispnéia) durante atividades

cotidianas. A limitação para esforços é semelhante à esperada em indivíduos normais;

Classe II - sintomas desencadeados por atividades cotidianas; Classe III - sintomas

desencadeados em atividades menos intensas que as cotidianas ou pequenos esforços;

Classe IV - sintomas em repouso. Esta categorização tem como base de referência para

sua gradação as atividades cotidianas, que são variáveis de um indivíduo para outro, o

que confere subjetividade a esta medida. A estratificação de sintomas pela classe

funcional possui boa correlação com o prognóstico e qualidade de vida do indivíduo,

porém não é boa a sua relação com fração de ejeção5.

Os principais sintomas da IC são a dispnéia e a fadiga 5,7, sendo estes resultantes

de uma interação fisiopatológica,onde os pulmões5,7,8,9excetuando-se a possibilidade de

prejuízos na função pulmonar, não são os responsáveis pela diminuição da capacidade

funcional em pacientes com insuficiência cardíaca crônica (ICC) 7 . Observando que as

limitações hemodinâmica e pulmonar não esgotam as explicações fisiopatológicas para o

aparecimento da fadiga e dispnéia em pacientes com ICC, vários estudos apontam o

papel de anormalidades na musculatura esquelética como causa destes sintomas 9,10.

As alterações da musculatura periférica em pacientes com ICC tais como atrofia

muscular, anormalidades metabólicas e histológicas, e redução do fluxo sangüíneo,

parecem ser de grande importância na intolerância ao esforço. A atrofia muscular é um

fator comum, que frequentemente leva ao desenvolvimento de caquexia. As causas

Page 23: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

6

prováveis para esse estado parecem estar relacionadas à inatividade física progressiva e

ao aumento dos níveis de citocinas nesses pacientes 8. Sabe-se também que eles

apresentam uma alteração nas fibras do tipo I (vermelhas, de contração lenta e maior

capacidade oxidativa) para o tipo IIb (de contração mais rápida e menor capacidade

oxidativa), além da atrofia das fibras do tipo II. Tais alterações podem também afetar a

musculatura respiratória, levando a uma fraqueza desta e aumentando, assim, o trabalho

respiratório durante a hiperpnéia necessária para realização de atividades com maior

gasto energético 11.

Segundo Drexler et al.9, dentre as alterações fisiológicas mais importantes

observadas na musculatura esquelética após período de treinamento, destacam-se:

aumento de enzimas oxidativas, capilares, fibras do Tipo I (aeróbicas) e aumento das

reservas de glicogênio intramuscular. Isso, em conjunto, resulta em melhora da tolerância

ao esforço, diminuição dos níveis de lactato, aumento da capacidade aeróbica e no

transporte de oxigênio. Diante do exposto, acredita-se atualmente que, seja possível

melhorar desempenho da musculatura esquelética através do treinamento físico, e, assim,

os sintomas como dispnéia e fadiga muscular possam ser atenuados.

A exemplo disso, dois trabalhos reforçam a hipótese acima. No primeiro, Sullivan et

al12 submeteram 16 pacientes com disfunção ventricular esquerda ao programa de

reabilitação cujo circuito consistia de bicicleta estacionária por 25 a 40 minutos,

caminhada, jogging e subir/descer escada - com duração de 4 a 6 semanas - e

observaram o aumento do consumo de oxigênio máximo (VO2máx), diminuição nos níveis

de lactato sanguíneo e melhora da classe funcional e tempo de exercício. No segundo,

Lenné et al 13 submeteram mulheres portadoras de ICC a um programa intensivo de oito

semanas de treinamento de extensores do joelho e também observou melhora na

Page 24: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

7

capacidade oxidativa da musculatura esquelética; aumento na tolerância ao exercício

máximo e submáximo e melhora da freqüência cardíaca de repouso.

Outro aspecto de importante relevância clínica em um paciente com ICC é a

presença da cardiomegalia em alguns pacientes. Alguns estudos têm demonstrado uma

relação entre aumento progressivo do tamanho do coração com alterações na função

pulmonar em pacientes 14-17.

As manifestações pulmonares da ICC são advindas principalmente pelas

alterações do coração esquerdo, a chamada síndrome congestiva 18. Esta disfunção

pulmonar esta diretamente relacionada com a gravidade da ICC. Apesar dos estudos

presentes na literatura, as causas para as alterações na função pulmonar não são bem

esclarecidas, sugerindo que as alterações no sistema pulmonar são consequências do

processo crônico da insuficiência cardíaca e do aumento progressivo do tamanho e da

área cardíaca, no interior de uma cavidade torácica fechada, entretanto, as causas para

as alterações na função pulmonar permanecem ainda incertas 16-23.

As tabelas 1 e 2 sintetizam os achados na literatura que correlacionam a influência

da cardiomegalia em diversos parâmetros da função pulmonar em indivíduos adultos com

ICC.

Page 25: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

8

Tabela 1 - Estudos que avaliaram volumes e fluxos pulmonares relacionando-os com a

cardiomegalia.

NS= Não Significativo; DS= Diferença Significativa; GO= Grupo Observado; GC= Grupo Controle; ICC=

Insuficiência cardíaca crônica; VEF1=Volume expiratório forçado no primeiro segundo; CVI= Capacidade

vital inspiratória; CV = Capacidade Vital; PImáx= Pressão inspiratória máxima; VEF1/CVI= relação; %Pred=

Percentagem Predita.

AUTOR/ANO RESULTADOS CONCLUSÕES DOS ESTUDOS

Olson et al, 2006 24 . Volumes cardíacos

diferentes entre todos

os grupos ICC x GC (p

< 0.001)

. Redução nos

volumes pulmonares

(%Pred) como uma

função da severidade

da doença (p < 0.001)

. Aumento no tamanho do coração leva

a significantes restrições sobre os

pulmões, resultando na redução dos

volumes pulmonares.

Meyer et al, 2001 25 . Redução nos

volumes pulmonares

(% Pred. ) para CVI

(83.7+15.9; P< 0.001)

e VEF1 (85.9+19.3; P<

0.001)

. Relação VEF1/CVI não

foi diferente (0.79+0.09

versus 0.82+0.07) [NS]

. Pacientes com ICC e cardiomegalia

apresentam redução dos valores %

preditos para CVI e VEF1,

. Relação VEF1/CVI próxima da normal.

Agostoni et al, 2000

26

. Relação inversa de

VEF1, CV, volume

alveolar e DLCO com

o índice cardio-

torácico (r= -0.514, -

0.557, -0.522, e -

0.475,

respectivamente) [DS]

. Aumento do Índice cardio-torácico.

. Redução do volume alveolar perturba a

difusão de monóxido de carbono.

Page 26: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

9

Tabela 2 - Relação dos estudos que avaliaram Anormalidades Respiratórias e

Desempenho Muscular com variáveis hemodinâmicas.

NS= Não Significativo; DS= Diferença Significativa; GO= Grupo Observado; GC= Grupo Controle; ICC=

Insuficiência cardíaca crônica; PImáx= Pressão inspiratória máxima; Pemax= Pressão Expiratória Máxima;

FEVE= Fração de ejeção do ventrículo esquerdo; SatO2= Saturação de oxigênio; VCI= Volume corrente

instantâneo; RP= Respiração periódica; RCS= respiração Cheyne-Stokes; FC= Freqüência cardíaca; PAS=

Pressão arterial sistólica; PAD= Pressão arterial diastólica; TCPO= Tempo de circulação pulmão-orelha -

análises simultâneas do volume pulmonar instantâneo e SatO2 registrados.

AUTOR/ANO RESULTADOS CONCLUSÕES DOS

ESTUDOS

Meyer et al,

200125

. Redução da PImax no G.O

x GC (7.6+3.3 versus

10.5+3.7 kPa; P<0.001)

. PEmáx não foi diferente

entre os grupos [NS]

. PImáx foi forte preditor de

prognóstico em modelo

univariado correlacionado

com a FEVE (P=0.001)

. Pacientes com ICC e cardiomegalia

têm menor força muscular inspiratória

(PImáx);

. Redução da PImáx com o

agravamento da ICC, mas não com a

diminuição da FEVE.

Pinna et al, 2000

27

. SatO2 foi altamente

coerente com o VCI

(função de coerência = 0.96

+/- 0.009) e ainda oposta

em fase ao VCI [DS].

.Alteração do ritmo cardiorrespiratório

generalizado conduzido por uma

oscilação ventilatória do tipo RP.

Mortara et al,

1999 28

. Presença de típica RCS em

42 e RP em 45 pacientes x

63 respiração normal. [DS]

. Aumento do TCPO nos

RCS (28+9 seg) e RP (32+8

seg) x normais (23+7seg).

[DS]

. Redução do índice

cardíaco (L/min/m2) nos

RCS e RP x respiração

normal (P<0.01).

. Redução na eficiência hemodinâmica

na RP e RCS, por redução

significativa do índice cardíaco e

. Prolongamento do TCPO comparado

com pacientes com padrão

respiratório normal.

Page 27: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

10

Conforme apresentado acima, é visto uma deficiência na mecânica pulmonar na

insuficiência cardíaca, usualmente com um padrão de restrição 29, concomitante com uma

redução na difusão para o gás carbônico (DLCO) 23. Na cardiomegalia, o volume torácico

tem sua expansão limitada, onde a restrição extra-pulmonar pode ocorrer pela existência

de uma competição pelo espaço intratorácico entre os pulmões e o coração. Com o

avanço e agravamento da doença, associados à cardiomegalia, mais freqüentes e graves

são os estados de dispnéia aos menores esforços e mais precocemente fadiga muscular

é instalada 16,17.

Cardiopatia Chagásica Crônica(CCC)

Parasitose causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, a Doença de Chagas foi

descoberta pelo pesquisador brasileiro Carlos Justiniano Ribeiro Chagas em 1909 sendo

endêmica nas Américas, desde o México central ao sul do Chile e Argentina, incluindo o

Brasil 30. O vetor e principal meio de transmissão da doença é o triatomíneo,

popularmente chamado "barbeiro", inseto hematófago estrito. A transmissão também

pode veicular-se de homem a homem através de transfusão de sangue, por via

placentária, por transplantes de órgãos, por acidentes em laboratório e por outras vias

excepcionais, como a oral 31 .

A Doença de Chagas permanece um grave problema de saúde pública na América

Latina. Dados da Organização Mundial de Saúde estimam entre 18 a 20 milhões o

número de infectados na América Latina, dos quais 5 milhões no Brasil 32. Cerca de 30%

dos pacientes infectados evoluem para cardiopatia chagásica crônica, forma clínica mais

freqüente e de maior morbimortalidade. Nesta cardiopatia o grau de deterioração do

Page 28: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

11

miocárdio é bastante variável, e uma parcela significativa dos pacientes pode evoluir para

insuficiência cardíaca 33.

Dentro deste contexto epidemiológico, a região Nordeste do Brasil ocupa

importância acentuada, visto que permanece socialmente muito deprimida e detentora

dos mais altos índices de vivendas pobres apropriadas à colonização pelo triatomíneo no

país. É também o epicentro de dispersão de duas espécies de difícil controle pelos meios

rotineiros da Fundação Nacional de Saúde, o Triatoma brasiliensis e o Triatoma

pseudomaculata, contribuindo com 65% da atual transmissão da doença no Brasil 34.

Ao completar cem anos de sua descoberta por Carlos Chagas, a doença

permanece como uma das importantes causas de mortes no Brasil. No estado de

Pernambuco, onde é considerada endêmica, pouco se sabe sobre o perfil da população

que vem a óbito por conta da doença nos últimos anos. Segundo dados do DATASUS 35,

a partir de dados dos óbitos (sexo, idade e mesorregião) por Doença de Chagas,

registrados no Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) da Secretaria Estadual de

Saúde de Pernambuco, ocorreram 738 óbitos no Estado (média 123/ano) no período de

2001 a 2006. A maioria dos óbitos ocorreu em indivíduos acima de 60 anos (61,2%),

seguido da faixa etária de 40 a 60 anos (31,7%). Registra-se uma freqüência de óbitos na

população masculina (61,1%) maior em relação à feminina (31,9%).

No estudo de Vasconcelos et al.36, visando conhecer as características clínicas e

epidemiológicas de portadores da Doença de Chagas crônica, com acometimento

digestivo, foram estudados pacientes atendidos no Ambulatório de Doença de Chagas do

Hospital Universitário Oswaldo Cruz (HUOC-PE), no período de abril de 2005 a maio de

2009. Neste período, dos 284 pacientes atendidos nesta instituição de referência, 35

pacientes apresentaram acometimento digestivo, sendo 31,5% (11/35) com a forma

Page 29: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

12

digestiva e 68,5% (24/35) com a forma mista. Não houve predominância entre os sexos

masculino e feminino. A idade dos indivíduos variou entre 42 e 70 anos, com média de 53

+ 8. Todos os indivíduos eram naturais de área rural (Zona da Mata e Agreste) do estado

de Pernambuco.

A CCC, englobando a miocardiopatia chagásica, arritmias cardíacas e

tromboembolismo (pulmonar e/ou sistêmico), é a principal responsável pela

morbimortalidade da Doença de Chagas, com grande impacto social e médico-trabalhista.

Apesar da enorme importância clínico-epidemiológica da CCC, em nosso meio, as

definições de conduta clínica referentes ao cuidado desse paciente são, habitualmente,

derivadas da transposição de conhecimentos adquiridos em outras cardiopatias para a

cardiopatia chagásica 37.

Segundo Rossi 19, a miocardiopatia chagásica crônica é a forma mais grave da

doença e se desenvolve entre 10% a 20% dos pacientes infectados pelo Tripanossoma

cruzi, ao passo que Xavier, Souza e Hasslocher-Moreno 33 afirmam uma prevalência de

30%. Estes dois autores concordam que a prevalência ainda é elevada em nosso meio,

sendo causa freqüente de internação hospitalar e também responsável por grande

contingente dos pacientes indicados para transplante cardíaco.

O envolvimento cardíaco é caracterizado por dilatação biventricular,

adelgaçamento das paredes, aneurisma apical, presente em 50% dos casos, áreas de

endocardite mural e trombos cavitários 19. Após um período indeterminado da doença, o

paciente chagásico poderá apresentar sintomas de insuficiência cardíaca, episódios

sincopais, alterações eletrocardiográficas e alterações de contratilidade, de graus

variáveis e com potencial evolutivo 38.

Page 30: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

13

A Insuficiência Cardíaca na CCC

Segundo publicação da Sociedade Brasileira de Cardiologia 39, as cardiomiopatias

podem ser definidas como doenças do miocárdio associadas à disfunção cardíaca e

classificam-se em: dilatada, hipertrófica, restritiva, arritmogênica do ventrículo direito,

inclassificada e específica. Xavier, Souza e Hasslocher-Moreno 33 propuseram a aplicação

da nova classificação da IC do American College of Cardiology/American Heart

Association (ACC/AHA)6 na cardiopatia chagásica crônica. Os pacientes que

apresentavam eletrocardiograma (ECG) normal, na admissão ao estudo, foram excluídos

da classificação devido à ausência de casos de IC neste grupo durante todo o período de

seguimento (10 anos). Nos 538 pacientes restantes, a classificação foi aplicada da

seguinte forma:

• estágio A: ECG alterado e ecocardiograma (ECO) normal (n=264)

• estágio B: ECO alterado, sem sinais de IC (n=199)

• estágio C: IC presente, compensada (n=52)

• estágio D: IC avançada (n=23)

A incidência cumulativa de IC durante o período de seguimento, nos pacientes

incluídos no estágio A foi de 0,8%, e no estágio B foi de 22%. No mesmo ano de 2005, o

Ministério da Saúde divulgou esta nova classificação adaptada para o estadiamento do

comprometimento miocárdico na CCC. A tabela 3 demonstra a classificação

recomendada pelo Consenso Brasileiro em Doença de Chagas 37.

Page 31: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

14

Tabela 3. Estadiamento do comprometimento miocárdico na cardiopatia chagásica

crônica.

Fonte: Consenso Brasileiro em Doença de Chagas (2005).

A Cardiomegalia na CCC

De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia 40, a cardiomegalia pode ser

definida como o aumento do coração, geralmente indicado por um índice cardio-torácico

acima de 0,50, avaliado por radiografia de tórax póstero-anterior e lateral. Ela pode ser

observada em pacientes com insuficiência cardíaca (IC) ou formas graves de

cardiomiopatias, como na cardiomiopatia dilatada ou na cardiopatia chagásica crônica 41.

Enquanto a epidemiologia da insuficiência cardíaca está bem documentada na literatura,

a prevalência da cardiomegalia na IC não está 42.

Na CCC, o achado radiográfico mais freqüente é a marcante cardiomegalia, com

moderada congestão pulmonar, podendo também estar ausente esta congestão

dependendo do nível de comprometimento do ventrículo esquerdo 43.

Em estudo de Oliveira-Marques et al 30, foram avaliados 163 candidatos a doador

de sangue infectados por Trypanosoma cruzi, atendidos no período de agosto de 1996 a

novembro de 1997 no ambulatório de Doença de Chagas do Hospital de Clínicas da

Universidade Estadual de Londrina (PR). Os critérios de triagem para a forma cardíaca da

Page 32: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

15

doença foram: a presença de alterações eletrocardiográficas (ECG) típicas e/ou

cardiomegalia na radiografia de tórax. A cardiomegalia esteve presente em 62 pacientes

(38%) dos pacientes classificados como positivos para CCC.

Dado este corroborado por estudo anterior de Coura et al.44 que conduziu estudo

caso-controle com seguimento de 10 anos (1974-1984), no Brasil, com 264 pares de

sujeitos, dos quais 110 foram reavaliados ao final do período. A incidência de doença

cardíaca chagásica, diagnosticada pelo desenvolvimento de sintomas, ECG e/ou

cardiomegalia, em sujeitos previamente saudáveis, mas sorologicamente positivos, foi de

38,3% no período de 10 anos. Destes estudos, estima-se que cerca de 40% dos

pacientes com CCC tenham presente a cardiomegalia.

A presença de cardiomegalia e de disfunção ventricular significativas implicam

incapacidade laborativa para atividades que requeiram esforço físico, como também em

invalidez, quando da impossibilidade de reabilitação profissional. Estudos avaliando a

capacidade funcional e severidade clínica da doença como de Sousa et al.45 que

avaliaram 38 pacientes com cardiomiopatia chagásica por meio do teste de caminhada de

seis minutos (TC6M), exames de sangue para investigar marcadores bioquímicos

inflamatórios dos quais 26 eram homens e 12 mulheres (idade 48 + 10), classe funcional

NYHA I (n=25), II (n=9) e III (n=4), fração de ejeção do ventrículo esquerdo 45 +14%.

Estes autores demonstraram que houve correlação negativa entre a distância alcançada

no TC6M e os níveis de citocinas pró-inflamatórias avaliadas (proteína quimiotática

monocitária e peptídio natriurético tipo B), bem como correlação positiva com a

deterioração da fração de ejeção. Concluíram que a capacidade funcional submáxima dos

pacientes com CCC está relacionada à severidade da cardiopatia, com conseqüência

sobre as atividades de vida diária, diretamente relacionada à distância percorrida e

Page 33: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

16

sugeriram o TC6M como um instrumento útil para a avaliação do estado clínico destes

pacientes.

Desta forma, a CCC constitui importante causa de incapacidade laborativa em

nosso meio. De modo geral, quanto pior a fração de ejeção e maior o diâmetro ventricular,

pior o prognóstico e maior o grau de incapacidade laborativa37.

Treinamento muscular inspiratório

A disfunção da musculatura inspiratória consiste em uma redução na capacidade

de gerar pressão e força pelos músculos inspiratórios. Esta diminuição na força destes

músculos pode ser atribuída a mudanças histológicas e bioquímicas. Biópsia do

diafragma de pacientes com ICC mostrou que ocorre a regeneração e transformação de

fibras musculares. Outros mecanismos devem incluir a ativação de citocinas pro-

inflamatórias e diminuição do fluxo sanguíneo associado com a disfunção endotelial

caracterizando a síndrome da ICC 46,47.

Alguns pacientes com ICC apresentam uma redução da pressão inspiratória

máxima (PiMáx) e endurance dos músculos inspiratórios, sendo tais fatores reconhecidos

como limitação ao exercício e redução na qualidade de vida, bem como piora no

prognóstico destes doentes 11.

Tendo como objetivo a diminuição da disfunção da musculatura inspiratória em

pacientes com ICC, alguns estudos demonstram os efeitos do Treinamento Muscular

Inspiratório (TMI) 11,48,49. Os primeiros estudos a avaliar a força muscular respiratória de

indivíduos com IC foram o de Hammond et al 50 e o de Mancini et al 46. No estudo de

Hammond et al 50, os autores avaliaram as pressões inspiratórias e expiratórias máximas

de 16 pacientes e 18 indivíduos saudáveis, e observaram que a PImáx e PEmáx estavam

Page 34: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

17

reduzidas significativamente no primeiro grupo. Já no de Mancini et al 46 avaliaram a

endurance da musculatura inspiratória em 15 indivíduos com IC congestiva e oito

saudáveis por meio da ventilação voluntária máxima (VVM) e capacidade ventilatória

sustentada máxima (CVSM). Esse estudo demonstrou que tanto a VVM quanto a CVSM

estavam significativamente reduzidas no grupo dos pacientes 46. Esses achados podem

estar relacionados à redução do fluxo sanguíneo para a musculatura respiratória e a

fraqueza da musculatura esquelética generalizada causada pela doença de acordo com

os autores.

A fadiga muscular é considerada como uma falha para manter um nível desejado

de rendimento ou trabalho durante uma atividade repetitiva ou sustentada 51, estando

relacionada, dentre os diversos fatores associados ao fenômeno, o acúmulo de íons

hidrogênio e de metabólitos 52 como também o desvio nas concentrações de sódio e

potássio 53.

A partir dos achados sobre a disfunção ventilatória nos indivíduos com IC, o

treinamento da musculatura inspiratória tem sido apontada na literatura como treinamento

seletivo a fim de melhorar força e endurance da musculatura inspiratória, além de

promover um aumento da capacidade de exercício submáxima e máxima, proporcionando

ganhos funcionais para os pacientes 11,25,48,49,54-58.

Considerando a especificidade do treinamento, o TMI melhora a função respiratória

nas atividades diárias quanto ao tipo de padrão de recrutamento muscular requerido

durante o exercício ou atividades da vida diária do paciente 59. Mancini et al 46 observaram

que a percepção da dispnéia está correlacionada com a capacidade de gerar pressão

pelos músculos inspiratórios. Entretanto, os benefícios do TMI melhorando a capacidade

Page 35: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

18

do exercício e dispnéia em pacientes com ICC permanecem controversos, frente à

escassez de estudos na literatura científica.

Laoutaris et al 48 estudaram o efeito do TMI em 37 pacientes com ICC, de classe

funcional II e III de acordo com a New York Heart Association (NYHA), na qualidade de

vida, na função pulmonar e nos testes cardiopulmonares máximo e submáximo. Estes

autores observaram melhora nestas variáveis nos pacientes que realizaram o TMI quando

comparados aos pacientes que não realizaram este treinamento.

A dispnéia ao esforço bem como a ortopnéia podem levar à fadiga da musculatura

respiratória, levando à hiperativação da musculatura acessória, com as características

tiragens nos pacientes cardiopatas sob esta condição, o que foi corroborado por Dall’Ago

et al.11 que avaliaram os efeitos do treinamento de músculos inspiratórios (TMI) sobre a

força muscular, a capacidade funcional e respostas ventilatórias ao exercício em

pacientes com insuficiência cardíaca crônica e fraqueza muscular inspiratória. Estes

autores concluíram que o TMI resultou num incremento da Pressão Inspiratória Máxima

(PImáx), no pico de VO2 e aumento na distância do Teste de Caminhada de 6 minutos

(TC6M), com conseqüente redução da sensação de dispnéia.

Embora os estudos 11,25,48,49,54-58 concordem sobre os benefícios do treinamento

muscular inspiratório para os indivíduos com IC, os protocolos utilizados são divergentes

em termos de valor da carga de resistência empregada, frequência e duração de

treinamento. As orientações fornecidas aos participantes sobre o modo de realização do

exercício também são variadas.

Dornelas de Andrade et al.60, motivados pela indefinição sobre qual o melhor

protocolo de TMI na doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), apontaram a

necessidade de investigar o comportamento da musculatura diante de parâmetros como

Page 36: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

19

sobrecarga inspiratória, uma vez que a literatura apresenta variações nos protocolos

de treinamento, gerando resultados variados. Os autores estudaram a ativação muscular

inspiratória em indivíduos com DPOC durante exercício com limiar de carga inspiratória a

30% da PImáx e encontraram uma importante participação de músculos acessórios na

execução do exercício.

Meyer et al.25 e Sousa et al.45 afirmam que a fraqueza muscular respiratória

observada em pacientes com insuficiência cardíaca têm um papel clínico importante sobre

mau prognóstico e queda na qualidade de vida. Sousa et al. 45 acrescentam ainda que,

em pacientes com cardiopatia chagásica crônica, esta fraqueza pode ser mediada por

níveis sanguíneos aumentados de citocinas pró-inflamatórias, as quais têm influência no

nível de atividade física e dispnéia.

Chiappa et al 49, em um estudo mais recente, observou aumento de 72% da PiMáx

naqueles pacientes que realizaram o TMI portadores de ICC associada a fraqueza da

musculatura inspiratória, quando comparados aos pacientes que não realizaram o

treinamento. Neste estudo também observou que o TMI induz marcantemente a

hipertrofia diafragmática, através de análises ultrasonográficas.

Microscopicamente os indivíduos com IC apresentam alterações fisiológicas e

mecânicas dos músculos respiratórios. Estudos histológicos realizados a partir da biópsia

do diafragma de indivíduos com IC demonstraram um aumento na proporção de fibras

tipo I (oxidativas) 61, o que sugere um mecanismo compensatório ao aumento do trabalho

ventilatório exercido por esse músculo. Em contrapartida, diminuição do diâmetro das

fibras musculares inspiratórias sem distinção do tipo também foi observado, o que pode

levar a redução da força 62. Essa hipotrofia pode estar relacionada à própria intolerância

dos pacientes para a realização das atividades cotidianas, acentuando o processo de

Page 37: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

20

atrofia conseqüente à baixa demanda de utilização da musculatura 63. Sabendo-se que

nestes pacientes não é observada a mesma alteração biomecânica encontrada nos

indivíduos com DPOC, é sugerido que durante o TMI em indivíduos com ICC, a ativação

do diafragma seja priorizada.

Metaboreflexo muscular respiratório

Pacientes com ICC apresentam uma exacerbação do metaboreflexo muscular

inspiratório, onde a fadiga dos músculos inspiratórios leva a um redirecionamento do fluxo

sanguíneo da musculatura periférica para os músculos da respiração, diminuindo a

performace ao exercício aeróbico. O estudo de Miler et al 64 em modelo de ICC em cães,

mostrou que a habilidade dos músculos inspiratórios em “seqüestrar” o fluxo sanguíneo

dos membros é maior em animais com ICC. Sabendo que o paciente com ICC apresenta

disponibilidade de oxigênio prejudicada, associada ao aumento do trabalho para os

músculos inspiratórios, podendo estes fatores levar a um acúmulo mais precoce de ácido

láctico e a ativação das terminações aferentes que estimulam o sistema simpático,

culminando assim com uma vasoconstricção. 65-66

Assim, anormalidades dos músculos respiratórios somadas ao aumento do trabalho

dos músculos inspiratórios, provavelmente contribui para ativação exagerada do

metaboreflexo respiratório nesta população.67

Page 38: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

21

Figura 1. Metaboreflexo muscular inspiratório.

Figura retirada de Lee M. Romer e Michael I Polkey. J Appl Physiol 104: 879–888,

2008.

Page 39: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

22

5. ANEXAÇÃO DE ARTIGOS

Artigo Original 1

CHEST WALL REGIONAL VOLUME IN HEART FAILURE PATIENTS DURING

INSPIRATORY LOADED BREATHING.

Artigo aceito para na Respiratory Physiology & Neurobiology, com fator de impacto 2.382,

disponível em http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1569904811004095.

Artigo Original 2

DISTRIBUIÇÃO REGIONAL DA VENTILAÇÃO PULMONAR EM INDIVÍDUOS COM

INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CRÔNICA APÓS SEREM SUBMETIDOS A UM

PROGRAMA DE TREINAMENTO DA MUSCULATURA INSPIRATÓRIA .

Este artigo será submetido ao European Journal of Heart Failure.

Artigo Original 3

CORRELAÇÃO DAS VARIÁVEIS ERGOESPIROMÉTRICAS DURANTE O EXERCÍCIO

MÁXIMO COM A FUNÇÃO PULMONAR, FORÇA MUSCULAR INSPIRATÓRIA E

QUALIDADE DE VIDA EM PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CRÔNICA

DE ORIGEM CHAGÁSICA.

Este artigo será submetido à Revista Brasileira de Fisioterapia.

Page 40: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

23

CHEST WALL REGIONAL VOLUME IN HEART FAILURE PATIENTS DURING

INSPIRATORY LOADED BREATHING

Daniella Cunha Brandão, Msc*: Department of Health Sciences, Federal University of

Pernambuco - Recife - Pernambuco – Brazil ([email protected]).

Susan Martins Lage, Msc: Department of Physical Therapy, Federal University of Minas

Gerais – Belo Horizonte – Brazil ([email protected]).

Raquel Rodrigues Britto, PhD: Department of Physical Therapy, Federal University of

Minas Gerais – Belo Horizonte – Brazil ([email protected]).

Wilson Alves de Oliveira Jr, Msc: Department of Cardiology, University of Pernambuco,

PROCAPE (Pronto Socorro Cardiológico de Pernambuco), Brazil ([email protected]).

Sílvia Marinho Martins: Department of Cardiology, University of Pernambuco, PROCAPE

(Pronto Socorro Cardiológico de Pernambuco), Brazil ([email protected]).

Andrea Aliverti , PhD: Department of Bioengineering, Politecnico di Milano- Milan- Italy

([email protected]).

Larissa de Andrade Carvalho: Department of Physical Therapy - Federal University of

Pernambuco - Recife – Pernambuco – Brazil ([email protected]).

Jasiel Frutuoso do Nascimento Junior: Department of Physical Therapy - Federal

University of Pernambuco - Recife Pernambuco – Brazil ([email protected]).

Luciana Alcoforado, Msc: Department of Health Sciences, Federal University of

Pernambuco - Recife -Pernambuco – Brazil ([email protected]).

Inês Remígio, Mcs: Department of Health Sciences, Federal University of Pernambuco -

Recife -Pernambuco – Brazil ([email protected]).

Armele Dornelas de Andrade, PhD: Department of Physical Therapy - Federal University

of Pernambuco - Recife - Pernambuco – Brazil ([email protected]).

*Correspondence: Phone:+55 81 21268496

Address: Av. dos Reitores, Cidade Universitária Recife-PE Brazil.

Page 41: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

24

Abstract

Were evaluated individuals divided into two groups: we studied chronic heart failure (CHF)

(19 patients with CHF plus cardiomegaly) and control (12 healthy volunteers) during

performance of inspiratory loaded breathing (ILB). We evaluated: spirometry, functional

capacity through the six-minute walk test (6MWT), and distribution of thoracoabdominal

volumes via optoelectronic plethysmography (OEP), namely volume variations of

pulmonary rib cage (Vrc,p), abdominal rib cage (Vrc,a), and abdomen (Vab). In each

compartment, the percentage contributions of right and left sides were also calculated.

During ILB, patients with heart failure were characterized by a significant reduction of the

Vrc,a volume variations compared to the control group. Correlations were found between

left %Vrc,a on the left side measured during ILB and left ventricular ejection fraction

(r = 0.468; p = 0.049), and dyspnea after the 6MWT (r = −0.878; p < 0.01).Then, patients

with CHF and cardiomegaly are characterized by a reduced mobility in left part of the lower

part of the rib cage, that contributes leading to increased perception of dyspnea during

submaximal exercise.

Keywords: Heart failure; Cardiomegaly; Respiratory mechanics; Respiratory muscle

recruitment; Respiratory control; Optoelectronic pletysmography.

Page 42: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

25

1. Introduction

The main symptoms of chronic heart failure (CHF) are 26 dyspnea and fatigue

(Jefferies and Towbin, 2010; Pina, 2003). Various studies have pointed out how these

symptoms are related to 28 abnormalities in respiratory muscles (Drexler et al., 1992;

Coats, 1996) and the presence of cardiomegaly (Olson et al., 2006). Inspiratory 30

muscle dysfunction has been reported as a reduction in the capacity to generate

inspiratory muscle pressure and strength, a functional decline which can be attributed to

histological and biochemical 33 changes. Diaphragm biopsies from CHF patients have

demonstrated the occurrence of muscle fiber regeneration/transformation. Other 35

mechanisms might include proinflammatory cytokine activation and decreased blood flow

associated with the endothelial dysfunction characterizing CHF syndrome (Mancini et al.,

1994; Mitch and Goldberg, 1996). Some CHF patients exhibit lower maximal inspiratory

pressure (MIP) and inspiratory muscle endurance, factors known to result in exercise

limitation and deterioration in quality of life, in addition to worsening patient prognosis

(Dall’Ago et al, 2006). Studies on the role of cardiomegaly in respiratory symptoms of CHF

patients are scarce in the literature (Olson et al., 2007). Expansion of the limited thoracic

volume, where extra-pulmonary restriction may be caused by competition between the

lungs and heart for intrathoracic space, can lead to imbalance in the tho- racoabdominal

system. As the disease progresses and worsens, associated with cardiomegaly, minor

effort leads to more frequent and severe dyspnea episodes and early muscle fatigue sets

in (Ulrik et al., 1999). Optoelectronic plethysmography (OEP) is used to elucidate the

influence of cardiomegaly in regional distribution of ventilation in the thoracoabdominal

system of CHF patients (Aliverti and Pedotti 2003). No studies were found in the literature

using used the technique for this population. Therefore, the hypothesis for 57 this study is

Page 43: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

26

that individuals with CHF and cardiomegaly 58 associated with diaphragmatic weakness

exhibit volumetric differences in the thoracoabdominal system during the inspiratory

loaded 60 breathing (ILB) test when compared to healthy 61 subjects. The present study

aimed to investigate whether 62 alterations in regional chest wall displacement, reflecting

abnormalities 63 in respiratory muscle action, are present in CHF patients with 64

cardiomegaly, and if these alterations are related to other functional parameters, namely

dyspnea.

2. Methods

2.1 Participant Characteristics

The study was based on a cross-sectional design in which a total of 31 individuals

were evaluated and divided into two groups: CHF and control. In the CHF group, nineteen

patients with a CHF diagnosis for the period from May to December 2010 were recruited

from an outpatient clinic at a hospital cardiac center according to the following inclusion

criteria: sedentary adults aged between 21 and 65 years; both sexes; diagnosed with CHF

associated with cardiomegaly; functional class II and III; hypertensive, ischemic, and

Chagas disease etiology; left ventricular ejection fraction (EF)< 45%; inspiratory muscle

weakness (predicted MIP<70%) (Neder et al., 1999); clinical stability (> 3 months);

duration of symptoms > 1 year, body mass index (BMI) < 35Kg/m2 and non-smokers or

former smokers with a smoking history <10 packs/year. Patients with the following

characteristics were not considered: unstable angina; myocardial infarction or cardiac

surgery in the three months prior to the start of the research; orthopedic diseases or

Page 44: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

27

respiratory comorbidities such as asthma and COPD. All patients had their medications

optimized for CHF throughout the study. In the control group, there were twelve volunteer

participants with age, sex, and body mass index, similar to the group of patients with CHF.

The control group participants displayed a left ventricular ejection fraction (EF) > 50% and

had no cardiac chamber abnormalities history of hypertension, lung disease, or cardiac

ischemia; MIP above 80% (Neder et al, 1999) of predicted, in addition to being sedentary.

All participants were informed with respect to the research and signed a free and

informed consent form. This study was approved by the institutional Human Research

Ethics Committee and its registration was accepted by ClinicalTrial.gov with registration

NCT 01292902.

2.2 Functional data

2.2.1 Pulmonary function and strength measurement

A digital manometer (MVD-300, Globalmed, Brazil) connected to a mouthpiece with

a 2mm orifice was used to evaluate inspiratory muscle strength. Each patient performed

three maneuvers with variation of up to a maximum of 10% between them to reach the

MIP (Neder et al, 1999), from residual volume (RV) to total functional capacity (TFC)

considered the best of the three maneuvers.

A portable spirometer (Micro Medical, Microloop, MK8, England) was used for

pulmonary function testing. Forced vital capacity (FVC) andforced expiratory volume in

one second (FEV1) were evaluated in accordance with the recommendations of the

American Thoracic Society (American Thoracic Society, 2002).

2.2.2 Functional Capacity Evaluation

Page 45: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

28

The six-minute walk test (6MWT) was used to assess functional capacity in term of

distance covered (6MWD) in accordance with the protocol established by the American

Thoracic Society (ATS) (2002). Before the test, the following resting parameters were

assessed: arterial pressure (AP), heart rate (HR), oxygen saturation (SpO2 - Onyx 9500

portable pulse oximeter), respiratory rate (RR), and dyspnea scale (Borg Scale).

2.3 Protocol for assessment during inspiratory loaded breathing

Inspiratory loaded breathing test was performed by using a threshold device

(Threshold Inspiratory Muscle Trainer, Healthscan Products Inc., Cedar Grove, New

Jersey), mostly used for inspiratory muscle training in healthy subjects ( Hostettler et al.,

2011) and in patients with various pathologies such as CHF (Dall’Ago et al., 2006;

Chiappa et al., 2008). The device was connected the mouthpiece. Duration the test, whose

duration was 3 minutes (De Andrade et al., 2005), the patient breathed through the

mouthpiece with the nose occluded by a noseclip, using 30% of the MIP. During the test,

the participants were encouraged to maintain a respiratory frequency between 12 and

16ipm. The exercise would be interrupted if HR increased more than 20% and/or SpO2

<88%.

2.4 Assessment of regional chest wall volumes by optoelectronic plethysmography (OEP)

OEP (BTS Bioengineering, Italy) measures volume changes in the

thoracoabdominal system through the placement of 89 markers formed by hemispheres

covered with retro-reflective paper, with the location of each of these hemispheres

determined by anatomical references in the anterior and posterior regions of the thorax

and abdomen. These markers were placed on the skin using hypoallergenic bioadhesives.

To capture the data during OEP, we used eight cameras placed around the patient and the

Page 46: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

29

recorded images were transmitted to the computer, where a three-dimensional model is

formed from the markers placed on the individual’s body via OEP capture software (BTS

Bioengineering, Italy). The chest wall was divided into the following compartments (Figure

1), each divided into its right and left parts: pulmonary rib cage (RCp-the part of the rib

cage opposed to the lung); abdominal rib cage (RCa-the part of the rib cage opposed to

the diaphragm); and abdomen (AB) (Ferrigino et al., 1994; Aliverti and Pedoti, 2003). OEP

data acquisitions were performed with individuals positioned in the sitting position with

their arms at their sides. Data were gathered on two separate occasions: firstly, during

three minutes of quiet breathing, successively, during Threshold® ILB.

3. Statistical Analysis

Statistical analysis was performed by SPSS 18.0 software. The following tests and

analyses were conducted: Kolmogorov– Smirnov and Levene tests to assess sample

normality and analyze intergroup homogeneity; t-test for independent samples for

intragroup comparison of the right and left sides 160 of compartmental chest wall volumes

and same side compartmental volumes during normal breathing and inspiratory muscle

training; t-test for dependent samples, for intragroup comparisons of chest wall volumes of

the same side during normal breathing and inspiratory muscle training; Pearson’s

correlation analysis

to evaluate the relationship between abdominal rib cage 166 volume on the left side and

predicted MIP, 6MWD, and EF. Data were described as mean ± standard deviation (SD).

Confidence intervals and differences were regarded as significant at 95% and p < 0.05,

respectively.

Page 47: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

30

4. Results

4.1 Population characteristics

The sample was calculated based on a pilot study for a power of 90% and α=0.05.

A 40% increase in abdominal thoracic volume (Vrc,a) on the left side was observed for the

control group compared to the group with heart failure.

The clinical, demographic, and medication characteristics are described in Table 1.

Intergroup differences include lower EF (p<0.01) and higher left ventricle systolic diameter

(LVSD) and left ventricle diastolic diameter (LVDD) (both with p<0.01) for the CHF group,

compared with the control group. The control group was characterized by higher

FVC%pred and FEV1%pred than CHF group (p=0.03 and p=0.01, respectively). The

control group also showed higher FVC and FEV1 in absolute values (p=0.01 for both

comparisons). In relation to MIP, the control group exhibited higher absolute and

%predicted values (p<0.01 for both comparisons) compared to the CHF group. Subject

belonging to the control group covered an higher 6MWD than CHF (p<0.01).

4.2 Regional distribution of chest wall volumes

The comparison of regional chest wall volume distribution between quiet breathing

and ILB on the same side of the thoracoabdominal system for each of the groups, as well

as a between-group analysis, is shown in Table 2. Analyzing each group separately, a

significant increase for all thoracoabdominal compartments, on both sides, was observed

during ILB for the two groups. CHF patients showed a significantly lower variations of

Vrc,a (both sides) compared to the control group during ILB.

Page 48: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

31

In table 3 the comparison between right and left percentages of volume variations of

each compartment of the chest wall during quiet breathing and IMT for each group is

shown. Significant differences between right and left sides for variations of Vrc,a, Vab, and

Vcw were present during the performance of ILB in the CHF group (p<0.01, p<0.01, and

p= 0.04, respectively). The percentage contribution of right and left parts was 54.33±12.9%

and 45.30±9.10% in Vrc,a, 45.00±6.52% and 55.00±6.52% in Vab, and 48.04±5.38% and

52±5.31% in Vcw.

4.3 Correlation of % Vra on the left side with the functional data

A significant negative correlation (r=-0.878 and p<0.01) between Borg scale after

the 6MWT and the Vrc,a (left side) during ILB was present (Figure 2). A linear correlation

is at the limit of significance (r=0.468 and p=0.049) was present between Vrc,a ( left side)

and LV ejection fraction during ILB (Figure 3). No significant correlations between

variations of Vrc,a ( left side) during IMT and 6MWD (r=-0.064 and p=0.79), LSVE (r=0.03

and p=0.89), and LVSD (r=-0.11 and p=0.695) were found.

5. Discussion

Major Finding.In the present study we demonstrate that significant differences in the

regional distribution of thoracoabdominal volumes are present between patients with heart

failure associated with cardiomegaly and healthy controls. More specifically, the left side

of the lower rib cage is characterized by a lower displacement during ILB breathing. The

differences in regional distribution of chest wall volume are correlated with other functional

parameters, namely left ventricular ejection fraction and dyspnea.

Page 49: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

32

Pulmonary Function, Inspiratory Muscle Strength, 6MWT and Borg Scale. Patients with

CHF were characterized by impaired lung fuction, as shown by the lower FVC, FEV1, and

FEF values compared to healthy individuals. These findings confirm studies in the

literature (Iversen et al., 2010). The mechanism by which these changes occur, however,

is not yet fully understood (Olson et al., 2007). Some authors attribute these findings to

respiratory muscle weakness, lung fluid imbalance, and exaggerated neurohumoral activity

(Rutten et al., 2006; Johnson et al., 2000; Daganou et al., 1999; Puri et al., 1994).

Agostoni et al (2000) proposed an influence of cardiomegaly on pulmonary function.

According to this study, patients with cardiomegaly, defined by an increase in

cardiothoracic index, showed lower FEV1 and FVC. In our study, cardiomegaly was

determined by the increase in the left ventricular systolic and diastolic diameters. This

increase in the cardiac chambers could be considered as a competing factor with

pulmonary parenchyma, leading to a deterioration in pulmonary function (Olson et al.,

2006; Olson et al., 2007; Agostoni et al., 2000).

In relation to inspiratory muscle strength, a MIP<70% was used as an inclusion

criterion for the CHF group. Respiratory muscle weakness and physical deconditioning

may be involved in the increase in respiratory work during hyperpnea existing at the time

of task performance (Witte and Clark, 2005; Clark et al., 1995). The reduction in functional

capacity, which may be assessed by the 6MWT, associated with reduced generation of

strength and endurance on the part of the inspiratory muscles, are factors that worsen

CHF patient prognosis and survival (Meyer et al., 2001). In our study we observed a

decrease in the distance covered and an increased Borg index after the 6MWT for CHF

group patients when compared to the healthy patients.

Page 50: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

33

Distribution of chest wall volume variations. No differences between the groups were

observed during quiet breathing. However, an increase in volume was found in all compartments of

the thoracoabdominal system during the performance of ILB when compared to quiet breathing in

both groups. During ILB, the CHF group displayed smaller volume variations of the lower

rib cage compared to the control group. As this compartment reflects the direct action of

the diaphragm on the rib cage, reduced values observed in CHF patients during ILB are

indicative of its impaired action in developing inspiratory pressure. This is particularly evident

during ILB, i.e. a situation that requires a significant increase of the pressure developed by

inspiratory muscles (Meyer et al., 2001). It is of interest that the decrease of lower rib cage

displacement in CHF patients is not associated to a decrease in overall chest wall volume variations,

thus suggesting compensatory mechanisms in upper rib cage and in the abdominal compartments.

Aliverti et al (1997), observed that during exercise the abdominal muscles, in concert with the rib

cage muscles, play a double role of preventing costly rib cage distortions and unloading the

diaphragm so that it acts as a flow generator, whereas the rib cage and abdominal muscles take on

the task of developing the pressures required to move the rib cage and abdomen, respectively. This

mechanism could be the base of similar compensatory mechanisms observed in the CHF group.

Another original finding of our study was that in the two compartments submitted to

the action of the diaphragm, namely the lower rib cage and the abdomen, during ILB the

displacement of the left side was significantly lower than the right side in the CHF patients

but not in the control group. A possible explanation is that cardiomegaly would limit

effective diaphragmatic displacement on the left side, where a heart with increased volume

might represent a mechanical load for the diaphragm altering its normal return to its relaxed

position. This hypothesis is supported by the study of Olson et al (2006) who studied the

relationship between cardiac volume and pulmonary volume in the thoracic cavity of 44

Page 51: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

34

individuals with CHF compared to healthy individuals via radiographic analysis. These

authors observed a strong correlation between heart size and pulmonary volume reduction

for CHF patients. They also suggest that the increase in cardiac volume and reduction in

pulmonary volume could contribute to the rapid and shallow breathing frequently observed

in this population, particularly during exercise.

In another study, the same group (Olson et al., 2007) evaluated pulmonary function

in CHF patients with cardiomegaly and observed lower values of FVC, FEV1, FEV1/FVC,

and FEF 25-75%. More recently, Olson and Johnson (2011) studied the influence of

cardiomegaly on respiratory disorder during exercise in patients with CHF and showed a

strong correlation between cardiac volume in tidal volume changes and respiratory frequency

during exercise.

Study limitations A limitation of this study is the absence of an additional group for

comparison, composed of patients with cardiomegaly related CHF without inspiratory

muscle weakness, enabling effects for each of these variables to be evsluated in

separadely. However, our data can be extrapolated for patients with CHF associated with

muscle weakness, elements commonly found in patients with CHF functional class II or III

(NYHA). In addition, the present study did not correlate thoraco-abdominal system

volumes with variables from maximal cardiopulmonary exercise test (VO2-Oxygen uptake

(Oxygen consumption) or VE/VCO 2, ventilatory equivalents for CO2) and with DLCO

(Lung diffusion for carbon monoxide), which could better elucidate behavior of these

volumes during maximum respiratory demand. This correlation is an important point to be

consider in the future studies as well concomitant OEP assessment during submaximal

exercise. The submaximal exercise selected in the present study was the six-minute walk

Page 52: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

35

test, since it corresponds to the demands of activities of daily living. As such, OEP

evaluation of thoracoabdominal system volumes concomitant to this test would not be

possible.

Clinical Implications. Cardiomegaly and inspiratory muscle weakness are common in

patients with CHF. However, the exact action mechanisms of these two associated or

isolated factors in the determination of respiratory symptoms are still unknown. According

to our study, lower chest wall expansion in the diaphragmatic region would lead to an

increased perception of dyspnea during submaximal exercise in this population. Moreover,

changes observed in the pattern of regional chest wall volume distribution in CHF patients

compared to healthy individuals could serve as a base for other prospective studies using

inspiratory muscle training (IMT) and analyzing its effects on redistribution of pulmonary

ventilation in these patients. In conclusion, in CHF patients with cardiomegaly, asymmetric

expansion of the lower rib cage compartment is related to dyspnea and cardiac

impairment. This suggests that significant interplay exists between cardiac and respiratory

function, up to perceived effort sensation levels.

Page 53: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

36

6. References

1. Agostoni, P., Cattadori, G., Guazzi, M., Palermo, P., Bussotti, M., Marenzi, G.,

2000. Cardiomegaly as a possible cause of lung dysfunction in patients with heart

failure. Am Heart J. 140, 24.

2. Aliverti, A., Cala, S.J., Duranti, R., Ferrigno, G., Kenyon, C.M., Pedotti, A., Scano,

G., Sliwinski, P., Macklem, P.T., Yan. S., 1997. Human respiratory muscle actions

and control during exercise. J Appl Physiol. 83, 1256-1269.

3. Aliverti, A., Pedotti, A., 2003. Opto-Electronic Plethysmography. Monaldi Arch

Chest Dis. 59, 12-16.

4. AMERICAN THORACIC SOCIETY, 2002. ATS statement: guidelines for six-minute

walk test. Am J Respir Crit Care Med.166, 111-117.

5. Chiappa, G.R., Roseguini, B.T., Vieira, P.J., Alves, C.N., Tavares, A., Winkelmann,

E.R., Ferlin, E.L., Stein, R., Ribeiro, J.P., 2008. Inspiratory muscle training

improves blood flow to resting and exercising limbs in patients with chronic heart

failure. J Am Coll Cardiol. 51, 1663–1671.

6. Clark, A.L., Chua, T.P., Coats, A.J.S., 1995. Anatomical dead space, ventilatory

pattern and exercise capacity in chronic heart failure. Br Heart J.74, 377 -380.

7. Coats, A.J.S., 1996. The “muscles hypothesis” of chronic heart failure. J Mol. Cell

Cardiol.28,2255-2262.

8. Daganou, M., Dimopoulou, I., Alivizatos, P.A., Tzelepis, G.E., 1999. Pulmonary

function and respiratory muscle strength in chronic heart failure: comparison

between ischaemic and idiopathic dilated cardiomyopathy. Heart . 81, 618–620.

Page 54: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

37

9. Dall'Ago, P., Chiappa, G.R., Guths, H., Stein, R., Ribeiro, J.P., 2006. Inspiratory

muscle training in patients with heart failure and inspiratory muscle weakness.J Am

Coll Cardiol. 47, 757-763.

10. De Andrade, A.D., Silva, T.N., Vasconcelos, H., Marcelino, M., Rodrigues-

Machado, M.G., Filho, V.C., Moraes, N.H., Marinho, P.E., Amorim, C.F., 2005.

Inspiratory muscular activation during threshold® therapy in elderly healthy and

patients with COPD. J Electromyogr Kinesiol. 15, 631-639.

11. Drexler, H., Riede, U., Munzel, T., Konig, H., Funke, E., Justet, H., 1992..

Alterations of skeletal muscle in chronic heart failure. Circulation. 85, 1751-1759.

12. Hostettler, S., Illi, S.K., Mohler, E., Aliverti, A., Spengler, C.M., 2011. Chest wall

volume changes during inspiratory loaded breathing. Respir Physiol Neurobiol. 175,

130-139.

13. Iversen, K.K., Kjaergaard, .J, Akkan, D., Kober, L., Torp-Pedersen, C., Hassager,

C., Vestbo, J., Kjoller, E., 2010. ECHOS Lung Function Study Group. The

prognostic importance of lung function in patients admitted with heart failure. Eur J

Heart Fail. 12, 685-691.

14. Jefferies, J.L; Towbin, J.A, 2010. Dilated cardiomyopathy. Lancet. 375, 752-762.

15. Johnson, B.D., Beck, K.C., Olson, L.J., O’Malley, K.A., Allison, T.G., Squires, R.W.,

Gau, G.T., 2000. Ventilatory constraints during exercise in patients with chronic

heart failure. Chest.117, 321–332.

16. Mancini, D.M., Henson, D., LaManca, J., Levine, S., 1994. Evidence of reduced

respiratory muscle endurance in patients with heart failure. JACC. 24, 972–981.

Page 55: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

38

17. Meyer, F.J., Borst, M.M., Zugck, C., Kirschke, D., Kubler, W., Haass, M., 2001.

Respiratory muscle dysfunction in congestive heart failure: clinical correlation and

prognostic significance. Circulation. 103, 2153 -2158.

18. Mitch, W.E., Goldberg, A.L.,1996. Mechanisms of muscle wasting. The role of the

ubiquitin-proteasome pathway. N Engl J Med. 19, 335, 1897-905.

19. Neder, J.A., Andreoni, S., Lerario, M.C.,1999. Reference values for lung function

tests. II. Maximal respiratory pressures and voluntary ventilation. Braz Med Biol

Res. 32,719-727.

20. Olson, T.P., Beck, K.C., Johnson, B.D., 2007. Pulmonary function changes

associated with cardiomegaly in chronic heart failure. J Cardiac Failure.13,100-107.

21. Olson, T.P., Beck, K.C., Johnson, J.B., Johnson, B.D., 2006. Competition for

intrathoracic space reduces lung capacity in patients with chronic heart failure: a

radiographic study. Chest. 130,164-171.

22. Olson, T.P., Jonhson, B.D., 2011 Influence of cardiomegaly on disordered breathing

during exercise in chronic heart failure. Eur J Heart Fail.13:311-318.

23. Pina, I.L., 2003. Exercise and heart failure: a statement from the American Heart

Association Committee on Exercise, Rehabilitation, and Prevention. Circulation.107,

1210-1224.

24. Puri, S., Baker, B.L., Oakley, C.M., Hughes, J.M., Cleland, J.G., 1994. Increased

alveolar/capillary membrane resistance to gas transfer in patients with chronic heart

failure. Br Heart J 72, 140–144.

25. Rutten, F.H., Cramer, M.J., Lammers, J.W., Grobbee, D.E., Hoes, A.W., 2006.

Heart failure and chronic obstructive pulmonary disease: An ignored combination?

Eur J Heart Fail. 8, 706-711. 1996; 335:1897–1905.

Page 56: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

39

26. Ulrik, C.S., Carlsen, J., Arendrup, H., Aldershvile, J., 1999 Pulmonary function in

chronic heart failure: changes after heart transplantation. Scand Cardiovasc

J.33,131-136.

27. Witte, K.K.A., Clark, A.L., 2005. Cycle exercise causes a lower ventilatory response

to exercise in chronic heart failure. Heart. 91, 225 -226.

Page 57: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

40

Table 1. Demographics datas

Groups

p-value

Variables Control Heart Failure

n (% female)

Age(years)

BMI (Kg/m2)

HR (bpm)

RR (ipm)

LV ejection fraction (%)

DDLV(mm)

SDLV(mm)

FVC (L/s)

% Pred FVC

FEV1 (L/s) % Pred FEV1

Etiology [n(%)]

Chagas Disease Hypertensive

Ischemic

NYHA class [n(%)] Class II Class III

Medications [number(% of total)]

B-blocked Digitalis Diuretics

PiMáx(cmH2O)

%PiMáx

Distance (m) in TC6M Distance (m) % predito in

TC6M

Borg escale before TC6M Borg Scale after TC6M

7(58,4)

44,83±12,67

23,77±2,28

79,4±8,7

15,75±3,95

64,41±9,76

44,33±2,94

26,25±2,56

3,66±0,41 93,40±13,16

3,03±0,72

94,43±15,22 - - - - - - - -

95,55 ±12,33 97,80 ± 16,08

610,75 ± 73,95 89,09 ± 16,64

0,18 ± 0,02 1,13±0,35

7(36,0)

52,83±8,6

25,07±3,7

72,9±7,74

16,63±2,57

33,23±8,91

64,73±10,05

55,93±9,52

2,63±0,98 76,07±21,77

2,09±0,72

73,85±22,15

10(52,63) 5(26,31%) 4(21,05%)

9(47,36%) 10(52,63%)

8(42,10%) 6(31,57%) 12(63,15%)

45,94 ± 15,17 47,30 ± 14,32

426,47 ± 132,08 72,02 ± 23,40

0,06 ± 0,01 4,27±2,27

0,06

0,06

0,3

0,06

0,53

<0,01

<0,01

<0,01

0,03 0,01

0,01 0,01

- - - - - - - -

<0,01 <0,01

<0,01 0,04

0,26

<0,01

Values are given as the mean ± SD. Level of significance p<0,05. HR= Heart Rate; RR=

Respiratory Rate; FVC= Forced Vital Capacity; FEV1=Forced expired volume in the first

second; DDLV=diastolic diameter of left ventricle and SDLV=systolic diameter of left ventricle.

Page 58: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

41

Table 2. Comparison of lung volumes for the six compartments of the thoracoabdominal system during quiet breathing and during inspiratory muscle

training.

QB- Quiet Breathing; EMI- Exercise Muscular Inspiratory (30%Pimax); Vrp- Pulmonary rib cage volume; Vra- Abdominal rib cage volume; Va- abdominal volume;

Vcw- Chest wall volume.

Values are expressed as mean±SD. Consider significant as p <0.05*.

Test t for dependent samples for into the same group and Test t for independent samples between two groups.

Lung Volumes

(compartments)

Control Group

Heart Failure Group

Control Group

x Heart Failure

Group (Left Side)

Control Group

x Heart Failure Group

(Right Side)

Left Side

p

Rigth Side

p

Left Side

p

Rigth Side

p

p

p

Vrc,p (Liters)

QB 0,08±0,03 <0,01* 0,09±0,04 <0,01* 0,09±0,05 0,03* 0,09±0,04 0,01* 0,639 0,85

EMI 0,25±0,08 0,26±0,09 0,17±0,11 0,18±0,09 0,08 0,06

Vrc,a (Liters)

QB 0,09±0,12 <0,01* 0,07±0,06 <0,01* 0,04±0,02 <0,01* 0,04±0,02 0,01* 0,06 0,06

EMI 0,17±0,06 0,20±0,15 0,08±0,05 0,10±0,08 0,01* 0,04*

Vab (Liters)

QB 0,12±0,01 0,03* 0,13±0,01 0,02* 0,12±0,06 0,04* 0,12±0,04 0,01* 0,86 0,72

EMI 0,27±0,02 0,28±0,02 0,20±0,01 0,23±0,19 0,36 0,53

Vcw (Liters)

QB 0,26±0,08 <0,01* 0,27±0,08 <0,01* 0,25±0,10 <0,01* 0,26±0,08 <0,01* 0,82 0,88 EMI 0,65±0,3 0,67±0,3 0,47±0,25 0,52±0,28 0,95 0,15

Page 59: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

42

Table 3. Lung volumes for the six compartments of the system thoracoabdominal.

Vrc,p- Pulmonary rib cage volume; Vrc, a- Abdominal rib cage volume; Vab- abdominal volume; Vcw- Chest wall volume. Values are expressed as mean±SD. Consider significant as p <0.05. Test t for independent samples.

Lung volumes Control Group

p-valor Heart Failure Group

p-valor

Quiet Breathing

Vrc,p (%) Left side 49,67±3,64 0,348 50,20±3,43 0,714

Right side 51,35±4,86 49,80±3,43 Vrc,a (%)

Left side 50,95±4,70 0,329 47,52±5,93 0,273 Right side 49,03±4,7 50,77±9,40

Vab (%) 0,207 Left side 48,40±5,95 47,09±12,7 0,219

Right side 51,56±5,92 50,41±5,80 Vcw (%)

Left side 49,38±2,30 0,214 49,15±2,79 0,072 Right side 50,58±2,30 50,83±2,79

Inspiratory

Loaded Breathing (30% MIP)

Vrc,p (%) Left side 49,67±3,64 0,348 49,09±10,39 0,273

Right side 51,35±4,86 52,88±10,00 Vrc,a (%)

Left side 50,81±5,11 0,583 45,30±9,10 <0,01* Right side 49,60±5,5 54,33±12,97

Vab (%) Left side 48±3,86 0,053 45,00±6,52 <0,01*

Right side 51,46±4,64 55,00±6,52 Vcw (%)

Left side 49,67±4,45 0,214 48,04±5,38 0,043* Right side 51,15±3,18 52±5,31

Page 60: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

43

Figura 1. Division thoracoabdominal dimensional system.

Vcw-Chest wall volume; Vrc,p-pulmonary rib cage volume; Vrc,a- abdominal

rib cage volume and Vab- abdominal volume.

Page 61: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

44

Figura 2. Correlation between the contribution of the abdominal rib cage volume

with the Borg scale for dyspnea after exercise for patients with chronic heart

failure.

Page 62: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

45

Figura 3. Correlation between the contribution of the volume of abdominal rib cage

on the left with an ejection into the left ventricle for patients with chronic heart

failure.

Page 63: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

46

DISTRIBUIÇÃO REGIONAL DA VENTILAÇÃO PULMONAR EM INDIVÍDUOS

COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CRÔNICA APÓS SEREM SUBMETIDOS A

UM PROGRAMA DE TREINAMENTO DA MUSCULATURA INSPIRATÓRIA: UM

ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO E CONTROLADO

Brandão DC, Carvalho L, Frutuoso Júnior J e Dornelas de Andrade AF.

Daniella Cunha Brandão*

Mestre em Ciências da Saúde pela Universidade Federal de Pernambuco

Afiliação pela Universidade Federal do Rio grande do Norte

Larissa Carvalho

Aluna de iniciação científica pela Universidade Federal de Pernambuco.

Afiliação pela Universidade Federal de Pernambuco.

Jasiel Frutuoso Júnior

Aluno de iniciação científica pela Universidade Federal de Pernambuco.

Afiliação pela Universidade Federal de Pernambuco.

Armèle Dornelas de Andrade

PhD pela Bhristh Columbia-Canadá

Afiliação pela Universidade Federal de Pernambuco. Professora Adjunta do

Departamento de Fisioterapia.

Correspondência

Daniella Cunha Brandão

Rua Carlos Fernandes, 84 Hipódromo Recife-Pe

Telefone:+55 81 21268496e-mail: [email protected]

Page 64: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

47

Resumo

Objetivos: Avaliar a distribuição regional da ventilação pulmonar em indivíduos

com insuficiência cardíaca crônica (ICC) após serem submetidos a um programa

de treinamento da musculatura inspiratória (TMI) e correlacionar com a

capacidade funcional e com qualidade de vida nestes doentes. Métodos e

resultados: Dezenove pacientes com ICC foram randomizados em dois grupos:

Grupo controle e Grupo TMI. Antes e após o treinamento muscular, os sujeitos

incluídos foram submetidos ao protocolo de avaliação dos músculos respiratórios,

espirometria digital, pletismografia opto eletrônica (PEO), teste de caminhada de 6

minutos(TC6M) e questionário de qualidade de vida(MLHFQ). Não houve

diferença para função pulmonar após o período de 12 semanas para ambos os

grupos. Entretanto, para o grupo TMI observa-se um aumento da PiMáx e PiMáx

predita; no escore do MLHFQ e na distância percorrida do TC6M além de uma

diminuição do Borg após o TC6M em relação ao grupo controle. Para a POE, o

grupo TMI apresentou maiores valores de volume total de caixa torácica (Vcw),

volume de caixa torácica abdominal (Vrc,a) e volume abdominal (Vab) em relação

ao grupo controle. Conclusões: O TMI para pacientes portadores de ICC

mostrou-se eficaz para melhora na força muscular, capacidade funcional e

qualidade de vida para esta população. Este trabalho também observou o

comportamento da distribuição dos volumes pulmonares para o sistema tóraco-

abdominal nesta população, elucidando que maiores volumes nos compartimentos

da caixa torácica abdominal e no compartimento abdominal podem refletir em uma

maior efetividade da contração diafragmática.

Palavras-chave: Insuficiência cardíaca, músculos respiratórios e pletismografia

opto- eletrônic

Page 65: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

48

Abstract

Objective: To evaluate the regional distribution of pulmonary ventilation in patients

with chronic heart failure (CHF) after undergoing a program of inspiratory muscle

training (IMT). Methods and results: Nineteen patients with CHF were

randomized into two groups: control and IMT Group. Before and after muscle

training, the subjects underwent protocol included assessment of respiratory

muscles, digital spirometry, opto-electronic plethysmography, test 6-minute walk

(6MWT) and quality of life questionnaire (MLHFQ). There was no difference in lung

function after a period of 12 weeks for both groups. However, for the IMT group

there is an increase in MIP and MIP predicted, the score and distance MLHFQ,

6MWT and a decrease in the Borg after 6-MWT compared with the control group.

The IMT group had higher values Vcw (total rib cage volume), Vrc,a,( abdominal

rib cage volume) and Vab (abdominal volume) in the control group. Conclusions:

The IMT for patients with CHF was effective for improvement in muscle strength,

functional capacity and quality of life. This work also observed the behavior of the

distribution of lung volumes to the system thoracoabdominal in this population,

explaining that higher volumes in the abdominal compartment of the chest and

abdomen may reflect a greater effectiveness of diaphragmatic contraction.

Keywords: Heart failure, respiratory muscles and opto-electronic plethysmography.

Page 66: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

49

1. INTRODUÇÃO

A Insuficiência Cardíaca Crônica (ICC) é uma síndrome complexa que se

manifesta em função de anormalidades cardíacas de origem estrutural ou

funcional, resultando em falhas no enchimento/ejeção do sangue ventricular.

Como conseqüência, o coração torna-se inábil para suprir adequadamente a

demanda sanguínea tecidual.1,2

Os principais sintomas de ICC são a dispnéia e a fadiga,3,4 sendo estes

resultantes de uma interação fisiopatológica que vai além do distúrbio

hemodinâmico em si.3-6 Investigações apontam que os pulmões, excetuando-se a

possibilidade de prejuízos na função pulmonar, não são os responsáveis pela

diminuição da capacidade funcional em pacientes com insuficiência cardíaca

crônica (ICC).4 Observando que as limitações hemodinâmica e pulmonar não

esgotam as explicações fisiopatológicas para o aparecimento da fadiga e dispnéia

em pacientes com ICC, vários estudos apontam o papel de anormalidades na

musculatura esquelética em pacientes portadores de ICC.6,7

Fadiga e dispnéia limitam as atividades da vida diária e realização de

exercício em pacientes com ICC.8 Estes sintomas podem ser explicados por uma

atrofia da musculatura esquelética, diminuição percentual das fibras do tipo I em

relação as fibras do tipo II, diminuição de enzimas oxidativas com rápido

esgotamento dos mecanismos glicolíticos, além de uma diminuição do número e

tamanho das mitocôndrias.9 Além disso, é sugestivo que a fraqueza da

musculatura respiratória pode estar envolvida no aumento do trabalho da

respiração durante a hiperpnéia necessária para realização de atividades com

maior gasto energético.10

Page 67: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

50

A disfunção da musculatura inspiratória consiste em uma redução na

capacidade de gerar pressão e força pelos músculos inspiratórios. Esta diminuição

na força destes músculos pode ser atribuída a mudanças histológicas e

bioquímicas. Estudos histológicos observaram a partir da biópsia do diafragma de

indivíduos com ICC um aumento na proporção de fibras do tipo I, sugerindo um

mecanismo compensatório a sobrecarga ventilatória exercida por este músculos.

11 Além disso, a diminuição da força destes músculos também pode ser explicada

pela redução do diâmetro das fibras musculares levando a alterações

mecânicas.12 Clinicamente, esta disfunção pode levar a limitação ao exercício e

deteriorização na qualidade de vida, bem como piora no prognóstico destes

doentes.10

Tendo como objetivo a diminuição da disfunção da musculatura inspiratória

em pacientes com ICC, alguns estudos demonstram os efeitos do Treinamento

Muscular Inspiratório (TMI). 8,10,13 A musculatura inspiratória, em especial o

músculo diafragma, apresentam plasticidade, a qual está sujeita aos princípios do

treinamento.14 Considerando a especificidade do treinamento, o TMI melhora a

função respiratória nas atividades diárias quanto ao tipo de padrão de

recrutamento muscular requerido durante o exercício ou atividades da vida diária

do paciente. 15

Chiappa et al 13, em um estudo mais recente, observou aumento de 72% da

PiMáx em pacientes com ICC que realizaram o TMI portadores de ICC associada a

fraqueza da musculatura inspiratória, quando comparados aos pacientes que não

realizaram o treinamento. Este estudo também observou que o TMI induz

marcantemente a hipertrofia diafragmática, através de análises ultrassonográficas.

Page 68: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

51

Outro aspecto de importante relevância clínica em um paciente com ICC é a

presença da cardiomegalia em alguns pacientes. Na cardiomegalia, o volume

torácico tem sua expansão limitada, onde a restrição extra-pulmonar pode ocorrer

causada pela existência de uma competição pelo espaço intratorácico entre os

pulmões e o coração. Com o avanço e agravamento da doença, associados a

cardiomegalia, mais freqüentes e graves são os estados de dispnéia aos menores

esforços e mais precocemente fadiga muscular é instalada.14-15

Assim, este estudo tem como objetivo avaliar a distribuição regional da

ventilação pulmonar em indivíduos com ICC após serem submetidos a um

programa de treinamento da musculatura inspiratória e correlacionar com a

capacidade funcional e com qualidade de vida nestes doentes.

2.MÉTODOS

Desenho da amostra

Trata-se de um ensaio clínico randomizado, duplo-cego e controlado onde

participaram 19 pacientes adultos portadores de insuficiência cardíaca crônica

(fração de ejeção de ventrículo esquerdo < 45%), com idade entre 21-65 anos, de

ambos os sexos, provenientes de instituições de referência no atendimento

cardiológico pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Pernambuco.

Critérios de inclusão e exclusão

Como critérios de inclusão, foram aceitos indivíduos adultos sedentários

diagnosticados como ICC de classe funcional II e III pela New York Heart

Association (NYHA); pertencentes aos estágios B ou C segundo as diretrizes do

Page 69: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

52

American College of Sports Medicine 16, fração de ejeção do ventrículo esquerdo

menor que 45%(avaliados por ecocardiografia realizada no período ≤ 1 ano),

presença de cardiomegalia confirmada pelo aumento do diâmetro diastólico

(DDVE) e sistólico (DSVE) do ventrículo esquerdo associados a um índice cardio-

torácico (ICT)>0,5 ao raio-X de tórax; fraqueza da musculatura inspiratória

(PiMáxima<70% predito)17, estabilidade clínica incluindo nenhuma mudança na

classe de medicamentos por pelo menos três meses e sedentários (não ter feito

atividade física regular nos últimos seis meses ou não acumular 30 minutos ou

mais de atividade física moderada-3 a 6 METS na maioria dos dias da semana)16.

Como critérios de exclusão foram considerados os pacientes que apresentaram:

angina instável; infarto do miocárdio ou cirurgia cardíaca prévia até três meses

antes do início da pesquisa; doenças ortopédicas, infecciosas ou metabólicas

crônicas; tratamento com esteróides, hormônios ou quimioterapia; razão do

volume expiratório forçado no primeiro segundo pela capacidade vital forçada

(VEF1/CVF) < 70% do predito caracterizando distúrbio respiratório obstrutivo18,

doenças respiratórias, fumantes e ex-tabagistas com história de mais de 20

cigarros/dia por período maior de 10 anos.

Avaliação Diagnóstica

Os pacientes elegíveis foram inicialmente avaliados pela história clínica,

exame físico, eletrocardiograma de repouso, ecocardiograma, função pulmonar e

força muscular inspiratória. Depois do esclarecimento do método, sanadas as

dúvidas e preenchido o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, os indivíduos foram alocados

Page 70: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

53

randomicamente, através do método cara ou coroa, em dois grupos: grupo

tratamento, o qual realizou o TMI com 30% da PiMáx ou grupo controle, onde os

pacientes deste grupo não realizaram o TMI. Antes e após o treinamento

muscular, os sujeitos incluídos foram submetidos ao protocolo de avaliação dos

músculos respiratórios (MVD-300, Globalmed, Brasil), espirometria digital (Micro

Medical, Microloop MK8, Inglaterra), pletismografia opto eletrônica (BTS

Bioengineering, Itália), teste de caminhada de 6 minutos(TC6M) e questionário de

qualidade de vida, conforme descritos a seguir:

Mensuração da força e da função pulmonar

Para avaliação da força da musculatura inspiratória foi usado o

manovacuômetro digital (MVD-300, Globalmed, Brasil) conectado a uma boquilha

com uma oríficio de 2mm para diminuir a influência da pressão de fechamento da

glote. Cada paciente, na posição sentada, realizou até seis manobras para

aquisição da PiMáx, partindo do volume residual (VR) até a capacidade funcional

total (CPT) sendo considerada a melhor das três manobras com variação < 10%

entre elas.

Para avaliação da função pulmonar foi utilizado o espirômetro portátil (Micro

Medical, Microloop MK8, Inglaterra) e avaliados a capacidade vital forçada (CVF),

volume expiratório forçado no primeiro segundo(VEF1), fluxo expiratório forçado

25-75% (FEF25-75%) e VEF1/CVF sendo as manobras realizadas de acordo com as

recomendações da American Thoracic Society19.

Page 71: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

54

Avaliação da mecânica respiratória através da Pletismografia Optoeletrônica

(POE):

Foi utilizado o pletismógrafo optoeletrônico (POE), da BTS Bioengineering

(Itália). Inicialmente foram realizados ajustes da posição das câmeras de captação

infravermelho e o procedimento de calibração das mesmas para informar ao

sistema sobre a posição dos eixos tridimensionais (X, Y e Z), assim como

determinar a área de trabalho na qual a parede torácica do indivíduo irá ocupar

durante a coleta. Para isso, foi utilizada uma ferramenta de calibração que contém

três eixos com marcadores refletivos acoplados. Nesta fase, não é necessária

participação do indivíduo que será avaliado. Nas coletas realizadas na posição

sentada, o examinador posicionou 89 marcadores anterior e posteriormente no

tronco, das clavículas às espinhas ilíacas ântero-superiores, ao longo de linhas

horizontais e verticais pré-definidas para a formação do modelo tridimensional.

Este modelo tridimensional divide o sistema tóraco-abdominal em 3 partes: volume

de caixa torácica pulmonar(Vrc, p- pulmonary rib cage volume), volume de caixa

torácica abdominal (Vrc, a- abdominal rib cage volume) e volume do

compartimento abdominal (Vab-abdominal volume). A soma destes três volumes

forma o volume total da caixa torácica (Vcw chest wall volume) (Figura 1). Em

seguida, foi iniciada a filmagem para aquisição dos dados: três minutos iniciais

para respiração tranqüila e mais três minutos durante o treinamento muscular

inspiratório (TMI). Após a coleta dos dados, os mesmos foram processados por

meio de softwares específicos para determinação dos volumes pulmonares.17

Treinamento da musculatura inspiratória (TMI):

Page 72: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

55

Todos os pacientes do estudo foram informados para utilizar o Threshold®

por 30min por dia, sete vezes por semana por doze semanas consecutivas.10

Entretanto, para aqueles pacientes do Grupo Controle, foi utilizado um Threshold

® sem resistência, deixando assim, os pacientes cegos quanto ao tratamento. Já

para o grupo tratamento, a resistência inspiratória do Threshold® foi de 30% da

PiMáx, e semanalmente foi ajustada esta carga para que a mesma permaneça

constante. Entretanto, os pacientes do grupo controle também foram avaliados

semanalmente para que fosse homogenizado o efeito da aprendizagem para a

manobra da manovacuometria. A coleta de dados era realizada por um

pesquisador cego quanto ao tratamento. Durante o treinamento, os pacientes

foram instruídos a inspirar até a entrada do ar e para manterem uma freqüência

respiratória entre 12 e 16 incursões por minuto. Em cada semana, seis dias o

paciente realizou o TMI em ambiente domiciliar e um dia no laboratório com

supervisão do pesquisador. Também era realizado um acompanhamento a

distância e por via de chamadas telefônicas para todos os dias em que o paciente

realizava o TMI em casa para minimizar o viés de informação, para ambos os

grupos. Também era instruído ao paciente que o mesmo anotasse todos os dias a

duração do TMI e possíveis intercorrências.

Avaliação da capacidade funcional submáxima(teste submáximo de esforço):

Para avaliação da capacidade funcional foi utilizado o teste de caminhada

de 6 minutos (TC6M) seguindo o protocolo publicado pela American Torax Society

(ATS). 19

Page 73: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

56

Questionário de qualidade de vida: Minnesota Living With Heart Failure

Questionnaire (MLHFQ)

O MLHFQ é um questionário validado para população brasileira composto

por 21 questões relativas às limitações que freqüentemente estão associadas com

o quanto a insuficiência cardíaca impediu o paciente de viver como ele gostaria

durante o último mês. Para cada questão pode ser atribuído um valor de 0 (zero) a

5 (cinco), sendo o maior escore indicativo de pior qualidade de vida. O escore total

é obtido por meio da soma dos 21 itens, com intervalo possível de 0 a 105. 21,22

3. ANÁLISE ESTATÍSTICA

Para análise estatística foi utilizado o sofware SPSS (Statistical Package for

the Social Sciences) versão 18.0. Os dados foram apresentados em média ± DP e

foi considerado como nível de significância p<0,05 e um intervalo de confiança de

95%. Foi utilizado o teste exato de Fischer para as variáveis categóricas e o Teste

de Mann-Whitney para comparação entre os grupos.

4. RESULTADOS

A amostra foi calculada a partir de um estudo piloto com 10 pacientes para

um poder (1- β) de 95% e um α de 5%. Para isso, foi considerado um aumento no

Vab de 85% e na PiMáx de 150% para o grupo tratamento em relação ao grupo

controle após o TMI. Assim, a amostra calculada ficou entre 6 e 18 pacientes. Em

nosso estudo foram estudados 19 pacientes, sendo 11 para o grupo TMI e 8 para

o grupo controle. Pode-se observar a randomização através do diagrama

Page 74: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

57

apresentado na Figura 2. Na Tabela 1, observa-se o comportamento basal dos

dados demográficos, clínicos e farmacológicos para ambos os grupos.

Na Tabela 2 observa-se o padrão da distribuição regional do sistema

tóraco-abdominal antes do tratamento para ambos os grupos. Observa-se um

aumento em todos os volumes compartimentais durante o TMI para os dois

grupos, sendo compartimento abdominal predominante para ventilação destes

pacientes.

Na Tabela 3 demonstra-se que não houve diferença para função pulmonar

após o período de 12 semanas para ambos os grupos. Entretanto, para o grupo

TMI observa-se um aumento da PiMáx e PiMáx predita; no escore do MLHFQ e na

distância percorrida do TC6M e uma diminuição do Borg após o TC6’ em relação

ao grupo controle. A Figura 3 apresenta um correlação negativa entre o Borg após

TC6M e a PiMáx para todos os pacientes após as 12 semanas.

Não foram encontradas diferenças para a distribuição dos volumes

compartimentais durante a respiração tranqüila após as 12 semanas entre os dois

grupos, controle e tratamento, respectivamente [(Vcw:

0,45±0,15;049±0,12;p=0,40), (Vrc,p: 012±0,02; 0,16±0,06;p=0,16),

(Vrc,a:0,06±0,03; 0,08±0,05; p=0,65) e (Vab: 0,25±0,11; 0,24±0,06; p=0,96). Uma

correlação positiva entre o Vab durante o TMI e a PiMáx pode ser observada na

Figura 4. Durante o TMI, após o tratamento, o grupo TMI apresentou maiores

valores de Vcw, Vrc,a e Vab em relação ao grupo controle (Figura 5).

5. DISCUSSÃO

Page 75: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

58

Este foi o primeiro estudo que avaliou a distribuição regional da ventilação

através da POE em pacientes com ICC além da análise dos dados funcionais:

função pulmonar, força músculos inspiratórios e qualidade de vida.

Capacidade Funcional e Qualidade de Vida

Após o TMI, foi observado em nosso estudo um aumento de 40% para

distância percorrida durante o TC6’ para os pacientes que realizaram o TMI em

relação ao grupo controle, somada a uma diminuição da sensação da dispnéia

nestes doentes, concordando com os estudos de Laoutaris et al 23 e Dall’ Ago et

al.10 Participaram do primeiro estudo 32 pacientes portadores de ICC associada a

fraqueza dos músculos inspiratórios. Destes, 16 foram submetidos ao TMI com

carga inspiratória referente a 30% da PiMáx, durante 12 semanas com ajuste

semanal da carga e 16 pacientes faziam parte do grupo controle. Estes autores

observaram um aumento de 17% para o VO2Máx e de 19% para distância

percorrida durante o TC6M para os pacientes que realizaram o TMI. Laoutaris et

al23 observaram resultados semelhantes aos nossos e aos de Dall’ Ago et al10

quando estudaram 37 pacientes portadores de ICC (20 pacientes fizeram parte do

grupo TMI e 17 do grupo controle) submetidos ao TMI. Entretanto, Johnson et al 24

observaram resultados contrários aos nossos e aos estudos acima citados.

Dezoito pacientes participaram deste estudo, sendo nove do grupo controle e nove

para o grupo TMI. Estes autores afirmaram que o TMI não influenciou na

capacidade de exercício e na qualidade de vida da população em estudo.

Entretanto, estes resultados contrários podem ser explicados por diferenças

metodológicas entre os estudos, onde neste último, o grupo controle realizou o

Page 76: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

59

TMI com 15% da PiMáx e o tempo do TMI para ambos os grupos foi de 8 semanas,

o que pode ter influenciado nos resultados.

O aumento da performace durante o teste de caminhada pode ser resultado

da atenuação do metaboreflexo dos músculos inspiratórios causado pelo TMI,

onde provavelmente houve aumento do fluxo sanguíneo para os músculos da

periferia, aumentando assim a distância percorrida. 10,13 Ao mesmo tempo em que,

a diminuição da fraqueza diafragmática, diminuiu a ação dos músculos acessórios,

levando a diminuição da sensação da dispnéia.25

O estudo de Mancini et al 26 foi um dos primeiros a correlacionar a

sensação da dispnéia através da escala de Borg com a força dos músculos

inspiratórios em pacientes com ICC. Estes autores afirmaram haver uma

correlação positiva entre estes dois fatores e sugerem, que a força dos músculos

respiratórios estão envolvidos na gênese da dispnéia. Uma vez que, em nosso

estudo foi observado que quanto maior a força dos músculos inspiratórios, menor

a sensação da dispnéia para os pacientes com ICC, sugerimos que o TMI, ao

aumentar a força destes músculos, promova uma redução do trabalho respiratório

para uma mesma demanda.

Força muscular inspiratória e função pulmonar

Não foram encontradas diferenças para a função pulmonar após o

tratamento para ambos os grupos, concordando com vários estudos.10,23,24,25,27

Entretanto foi observado um acréscimo de 160 % para a Pimáx entre os pacientes

que realizaram o TMI, concordando com estudos prévios.10,23,24,28 Dell´lAgo et al10

justificaram este incremento na força da musculatura inspiratória o fato de todos

Page 77: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

60

os pacientes envolvidos apresentarem fraqueza destes músculos este fator

associado a uma regulação semanal da carga inspiratória, fez com estes

pacientes não fortalecessem o diafragma isoladamente, como também os outros

músculos inspiratórios.

Distribuição da ventilação pulmonar

Durante a respiração tranqüila, seja antes ou após o tratamento,

observamos uma maior contribuição do Vab em relação aos volumes da caixa

torácica (Vrc,p e Vrc,a) para ambos os grupos, acentuando-se este

comportamento durante o TMI. Até o momento não foram encontrados estudos a

respeito desta distribuição para pacientes com ICC. Entretanto, estudo prévio29

com pessoas saudáveis demonstra maior contribuição dos volumes da caixa

torácica em relação ao Vab quando em posição sentada. Esta diferença na

distribuição da ventilação em pacientes com ICC pode ser atribuída a presença da

cardiomegalia, onde a mesma funcionaria como uma barreira para a expansão

pulmonar, tendo que o indivíduo lançar mão de padrões adaptativos para a

expansão do sistema tóraco-abdominal.

Após o tratamento foram observados maiores valores para o Vrc,a e Vab,

com conseqüente aumento Vcw, para o grupo TMI em relação ao controle. Alguns

estudos podem justificar estes achados. Aliverti et al, 30 em estudo que avaliou a

associação dos compartimentos do sistema tóraco-abdominal através da POE

com achados ultrasonográficos em indivíduos saudáveis, afirmaram estreita

correlação entre o deslocamento diafragmático com o Vab. Caruana et al 31

avaliaram o posicionamento e deslocamento do diafragma através de achados

Page 78: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

61

ultrasonográficos em vinte pacientes portadores de ICC comparados com cem

indivíduos saudáveis. Estes autores observaram que o diafragma dos pacientes

com ICC encontrava-se em uma posição mais caudal em relação aos indivíduos

saudáveis, levando para uma desvantagem mecânica para este músculo. Estes

mesmos autores sugerem que a cardiomegalia seja o fator responsável por este

mecanismo.

Em nosso estudo, além de maiores valores para o Vrc,a e Vab para o grupo

TMI, houve uma correlação positiva, após o TMI entre o Vab e a PiMáx. Estes

dados sugerem que o TMI, ao aumentar a força diafragmática, promoveu um

maior deslocamento deste músculo, aumentando a vantagem mecânica,

contrabalanceando a ação da cardiomegalia e diminuindo as repercussões da

competição intra-torácica(pulmão-coração). Além disso, a melhora nesta

vantagem mecânica durante o exercício com carga inspiratória, pode refletir em

uma diminuição na fadiga para os músculos inspiratórios, atenuando o

metaboreflexo e redirecionando fluxo sanguíneo para a musculatura periférica.

Assim, podemos concluir que o TMI para pacientes portadores de ICC

mostrou-se eficaz para melhora na força muscular, capacidade funcional e

qualidade de vida para esta população. Este trabalho também observou o

comportamento da distribuição dos volumes pulmonares para o sistema tóraco-

abdominal, elucidando que maiores volumes nos compartimentos da caixa

torácica abdominal e compartimento abdominal podem refletir em uma maior

efetividade da contração diafragmática.

Limitações do estudo

Page 79: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

62

Neste estudo não foi utilizada a avaliação ultrasonográfica para observação

do deslocamento diafragmático, o que poderia trazer maiores elucidações para a

distribuição regional da ventilação nesta população. Outra limitação seria a não

indicação de extrapolação destes dados para os pacientes que não apresentam

fraqueza da musculatura inspiratória. Também não avaliamos o metaboreflexo

com análise da variação de fluxo sanguíneo para musculatura periférica.

6. REFERÊNCIAS

1. Hunt et al. Guideline Update for the diagnosis and management of chronic

heart failure in adult. ACC/AHA Practice Guidelines 2005; 1-63.

Page 80: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

63

2. Pina IL. Exercise and heart failure: a statement from the American Heart

Association Committee on Exercise, Rehabilitation, and Prevention.

Circulation 2003; 1210-1224.

3. Sociedade Brasileira de Cardiologia. Revisão das II Diretrizes da Sociedade

Brasileira de Cardiologia para o diagnóstico e tratamento da insuficiência

cardíaca. Arq Bras Cardiol 2002; 79:1-30.

4. Clark AL. Origino f symptoms in chronic heart failure. Heart 2006;92:12-16.

5. Sullivan MJ, Green HJ, Cobb FR. Skeletal muscle biochemistry and histology

in ambulatory patients with long-term heart failure. Circulation 1990;81;518-

527.

6. Drexler H et al. Alterations of skeletal muscle in chronic heart failure.

Circulation 1992; 85:1751-1759.

7. Coats, AJS. The “muscles hypothesis” of chronic heart failure. J Mol. Cell

cardiol. 1996; 28:2255-2262.

8. Laoutarisa I et al. Inspiratory muscle training using an incremental endurance

test alleviates dyspnea and improves functional status in patients with chronic

heart failure. Eur J cardiovasc Prev Rehabil 2004;11:489-496.

Page 81: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

64

9. Okita K et al. Skeletal muscle metabolism limits exercise capacity in patients

with chronic heart failure. Circulation 1998; 98:1886–1891.

10. Dall’Ago P et al. Inspiratory muscle training in patients with heart failure and

inspiratory muscle weakness.J Am Coll Cardiol 2006; 47:757-763.

11. Hughes PD, Polkey MI, Harrus ML, Coats AJ, Moxham J, Green M.

Diaphragm strength in chronic heart failure. Am J Respir Crit Care Med 1999;

2:529-34.

12. Stassijns G, Lysens R, Decramer M. Peripheral and respiratory

muscles in chronic heart failure. Eur Respir J 1996;10:2161-7.

13. Chiappa PT et al. Inspiratory muscle training improves blood flow to resting

and exercising limbs in patients with chronic heart failure. J Am Coll Cardiol

2008;51:1663–1671.

14. Olson TP et al. Pulmonary function changes associated with cardiomegaly in

chronic heart failure. J Cardiac Failure 2007;13:100-107.

15. Ulrik CS et al. Pulmonary function in chronic heart failure: changes after heart

transplantation. Scand Cardiovasc J. 1999;33:131-6.

Page 82: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

65

16. American College of Sports Medicine. Triagem de saúde e estratificação dos

riscos.In: Guanabara Koogan, editor. Diretrizes do ACSM para os testes de

esforço e suaprescrição.Rio de Janeiro: 2003. p. 15-21.

17. Neder JA, Andreoni S, Lerario MC. Reference values for lung function tests.

II. Maximal respiratory pressures and voluntary ventilation. Brasilian Journal

of Medical and Biological Research 1999; 32:719-727.

18. Gold PM. The 2007 GOLD Guidelines: a comprehensive care framework.

Respir Care 2009;54:1040-9.

19. Aliverti A, Pedotti A. Opto Electronic Plethysmography - a Review. Monaldi

Arch Chest Dis. 2003;59:1-16.

20. AMERICAN THORACIC SOCIETY. ATS statement: guidelines for six-minute

walk test. Am J Respir Crit Care Med.2002;166:111-117.

21. Rector TS, et al. Patients’ self-assessment of their congestive failure. Part 2 –

content, reliability and validity of a measure, the Minnesota Living With Heart

Failure Questionnaire. Heart Fail.1987;3:198-209.

Page 83: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

66

22. Carrara D. Avaliação prospectiva da qualidade de vida em pacientes com

miocardiopatia dilatada submetidos a ventriculectomia parcial esquerda

[Dissertação de Mestrado]. São Paulo: Universidade de São Paulo; 2001.

23. Laoutaris I, Dritsas A, Brown MD, Manginas A, Alivizatos PA, Cokkinos DV.

Inspiratory muscle training using an incremental endurance test alleviates

dyspnea and improves functional status in patients with chronic heart failure.

Eur J cardiovasc Prev Rehabil 2004;11:489-496.

24. Johnson PH, Cowley AJ, Kinnear WJ. A randomized controlled trial of

inspiratory muscle training in stable chronic heart failure. Eur Heart J.

1998;19:1249-53.

25. Romagnoli et al. Chest wall kinematics, respiratory muscle action and

dyspnoea during arm vs. leg exercise in humans. Acta Physiol. 2006;188: 63–

73.

26. Mancini DM et al. Evidence of reduced respiratory muscle endurance in

patients with heart failure. JACC 1994;24:972–981.

27. Weiner P, Waizman J, Magadle R, et al. The effect of specific inspiratory

muscle training on the sensation of dyspnea and exercise tolerance in

patients with congestive heart failure. Clin Cardiol 1999;22:727–32.

Page 84: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

67

28. Padula CA, Yeaw E, Mistry S. A home-based nurse-coached inspiratory

muscle training intervention in heart failure. Appl Nurs Res. 2009;22:18-25.

29. Verschakelen JA, Demedts MG. Normal thoracoabdominal motions. Influence

of sex, age, posture, and breath size. Am J Respir Crit Care Med 1995;151(2

Pt 1):399-405.

30. Aliverti A, Ghidoli G, Dellacà RL, Pedotti A, Macklem PT. Chest wall kinematic

determinants of diaphragm length by optoelectronic plethysmography and

ultrasonography. J Appl Physiol. 2003;94:621-30.

31. Caruana L, Petrie MC, McMurray JJ, MacFarlane NG. Altered diaphragm

position and function in patients with chronic heart failure. Eur J Heart Fail.

2001 Mar;3:183-7.

Figura 1. Distribuição tridimensional do sistema toracoabdominal.

Page 85: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

68

Vcw- Volume da caixa torácica total; Vrc,p-volume da caixa torácica

pulmonar; Vrc, a- volume da caixa torácica abdominal e volume do

compartimento abdominal.

Page 86: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

69

Figura 2. Diagrama da randomização.

Page 87: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

70

Figura 3. Correlação entre a pressão inspiratória máxima e a escala de Borg para

dispnéia ao término do teste de caminhada de seis minutos após as 12 semanas

de treinamento.

TC6’- Teste de caminhada de seis minutos e PiMáx- pressão inspiratória

máxima.

Page 88: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

71

Figura 4. Correlação entre a pressão inspiratória máxima e volume do

compartimento abdominal após as 12 semanas de treinamento.

Vab (L)- volume abdominal e PiMáx- pressão inspiratória máxima.

Page 89: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

72

Figura 5. Comparação dos volumes compartimentais do sistema toracoabdominal

entre os grupos controle de TMI.

*p=0,01; **p=0,02; ***p=0,009

Page 90: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

73

Tabela 1. Dados demográficos, clínicos e farmacológicos.

Dados Grupo Controle (Média±DP)

Grupo TMI (Média±DP)

P valor

Sexo 3M/5H

2M/8H 0,16

Idade(anos) 50,50±12,47

54,72±6,58 0,50

IMC(Kg/m2) 25,06±4,4

24,15±4,81 0,76

FR(ipm) 16,12±2,9

15,72±1,34 0,42

FC(bpm) 61±10,55

71,72±10,51 0,27

PAS(mmHg) 107±15

110±13 0,32

PAD(mmHg) 77±11

89±15 0,37

Dados ecocardiográficos Fração de ejeção (%) 34±3,96 32,00±8,34 0,78

DDVE(mm) 62,88±4,48 65,45±11,59 0,60 DSVE(mm)

55,75±6,79 60±9,43 0,40

Etiologia Doença de Chagas 6 6 0,56

Isquêmica 1 1 0,90 Hipertensiva

1 3 0,87

Classe Funcional (NYHA) II 4 6 0,87

III 4 5 0,79

Medicamentos

β-bloqueador 8 11 1,00 Diuréticos 7 10 0,08 Digitálicos 5 7 0,72

Função Pulmonar

VEF1(L/s) 2,14±0,90 2,19±0,33 0,48 % VEF1predito 72,12±10,21 75,12±8,16 0,45

CVF(L/s) 2,75±1,15 2,99±0,70 0,71 % CVFpredito 76,91±11,50 78,01±9,50 0,76

% VEF1 /CVFpredito 97±9,60 92,45±10,27 0,08 FEF25-75% (L/s) 2,50±1,22 2,34±0,73 0,07

%FEF25-75%predito 76,25±17,31 73,15±13,31 0,06

Força Muscular Inspiratória

PiMáx(cmH2O)

41,38±18,18

52,80±14,89

0,10

% PiMáx 41,02±18,18 51,36±14,91 0,18

Qualidade de Vida (MLHFQ)

51,38±17,78

33,55±19,55

0,05 Distância percorrida no

TC6’(m) 353,25±140,76 450,09±84,52 0,10

Borg após o TC6’ 7,38±2,38 5,55±1,86 0,14

Page 91: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

74

Valores expressos em media±DP. Nível de significância p<0,05. IMC=Índice de

massa corpórea; FR=Frequência respiratória; FC=Frequência cardíaca;

PAS=Pressão artéria sistólica; PAD= Pressão artéria diastólica; DDVE=Diâmetro

diastólico do ventrículo esquerdo; DSVE=Diâmetro sistólico do ventrículo

esquerdo; CVF=Capacidade vital forçada; VEF1=Volume expiratório forçado no

primeiro segundo; FEF25-75%=Fluxo expiratório forçado entre 25-75% da CVF;

PiMáx=Pressão inspiratória Máxima e MLHFQ = Minessota Living with Heart

Failure Qustionnaire.

Page 92: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

75

Tabela 2. Distribuição regional do sistema tóraco-abdominal antes do tratamento.

Valores expressos em média±DP. Teste Mann-Whitney. Vcw= Volume do

sistema tóraco-abdominal como um todo; Vrc,p= Volume da caixa torácica

pulmonar; Vrc,a=Volume da caixa torácica abdominal e Vab=Volume

abdominal.

Variáveis Grupo Controle Média±DP

Grupo TMI Média±DP

P-valor

Respiração Espontânea Vcw

0,49±0,18 0,47±0,26 0,66

Vrc,p

0,18±0,06 0,15±0,07 0,15

%Vrc,p

38,52±10,88 32,30±8,38 0,27

Vrc,a

0,08±0,03 0,06±0,02 0,60

%Vrc,a

15,83±4,04 14,00±6,60 0,60

Vab

0,23±0,10 0,38±0,24 0,90

%Vab

45,64±11,24 52,37±10,58 0,09

Durante o TMI Vcw

0,78±0,48 1,17±0,70 0,12

Vrc,p

0,35±0,17 0,44±0,23 0,51

%Vrc,p

46,10±6,35 34,10 0,14

Vrc,a

0,17±0,08 0,21±0,16 0,69

%Vrc,a

11,55±5,82 14,50±6,86 0,08

Vab

0,27±0,22 0,52±0,16 0,07

%Vab

43,36±33,64 45,62±14,61 0,08

Page 93: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

76

Tabela 3. Função pulmonar, força muscular inspiratória, capacidade funcional e

qualidade de vida para ambos os grupos após doze semanas.

Valores expressos em media±DP. Nível de significância p<0,05. CVF=Capacidade

vital forçada; VEF1=Volume expiratório forçado no primeiro segundo; FEF25-

75%=Fluxo expiratório forçado entre 25-75% da CVF; PiMáx=Pressão inspiratória

Máxima, MLHFQ = Minessota Living with Heart Failure Questionnaire e TC6’=

Teste de caminhada de seis minutos.

Variáveis Grupo Controle Grupo TMI P-valor

VEF1

2,16±0,87 2,22±0,36 0,38

%VEF1pred

74,14±9,01 77,34±8,24 0,56

CVF

2,55±1,05 2,86±0,98 0,45

%CVF pred

72,15±10,80 79,0±7,50 0,59

% VEF1/CVF

92±8,80 89,05±7,27 0,08

FEF25-75%

2,40±1,12 2,45±0,89 0,06

% FEF25-75%

74,56±14,30 77,16±14,31 0,07

PiMáx

42,12±11,72 110,81±17,64 <0,001

% PiMáx 40,71±10,94 105±14,38 <0,001

Qualidade de Vida

(MLHFQ)

50,25±17,80

13,27±10,31

<0,001

Distância percorrida no

TC6’(m)

363,68±87,55

511,87±78,92

0,001

Borg após o TC6’ 5,5±2,82 2,40±2,14 0,01

Page 94: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

77

REGIONAL LUNG VENTILATION DISTRIBUTION AMONG INDIVIDUALS WITH

CHRONIC HEART FAILURE AFTER AN INSPIRATORY MUSCLE TRAINING

PROGRAM: A RANDOMIZED CONTROLLED CLINICAL TRIAL

Brandão DC, Carvalho L, Frutuoso Júnior J e Dornelas de Andrade AF.

Daniella Cunha Brandão*

Masters in Health Sciences at the Federal University of Pernambuco.

Affiliated with the Federal University of Rio Grande do Norte.

Larissa Carvalho

Undergraduate student at the Federal University of Pernambuco.

In affiliation with the Federal University of Pernambuco.

Jasiel Frutuoso Júnior

Undergraduate student at the Federal University of Pernambuco.

In affiliation with the Federal University of Pernambuco.

Armèle Dornelas de Andrade

PhD through British Columbia-Canada

In affiliation with the Federal University of Pernambuco. Assistant Professor in the

Department of Physiotherapy.

Corresponding Author:

Armèle Dornelas de Andrade

Telefone:+55 81 21268496

e-mail: [email protected]

Page 95: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

78

Abstract

Objectives: To evaluate regional lung ventilation distribution in patients suffering

from chronic heart failure (CHF) after completing inspiratory muscle training (IMT)

and correlate it with functional capacity and quality of life among these individuals.

Methods and Results: Nineteen CHF patients were randomly assigned to two

groups: Control and IMT. Before and after muscle training, subjects were submitted

to assessment protocol for respiratory muscles, digital spirometry, optoelectronic

plethysmography (OEP), the six-minute walk test (6MWT) and a quality of life

questionnaire (MLHFQ). There was no difference in lung function following the 12-

week training period in either group. However, the IMT group showed an increase

in actual and predicted MIP, higher MLFHQ score and greater distance walked in

the 6MWT, as well as a reduction in the Borg scale after the 6 MWT in relation to

the control. For the OEP, IMT group members exhibited higher values for total

chest wall volume (Vcw), abdominal rib cage volume (Vrc,a) and abdominal

volume (Vab) when compared to the control. Conclusions: For patients with CHF,

IMT proved efficient in improving muscle strength, functional capacity and quality of

life. The present study also analyzed the distribution behavior of lung volumes for

the thoracoabdominal system in this population, showing that larger abdominal rib

cage and abdomen volumes may result in more effective diaphragmatic

contraction.

Keywords: Heart failure, respiratory muscles and optoelectronic plethysmography

Page 96: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

79

INTRODUCTION

Chronic heart failure (CHF) is a complex syndrome caused by functional or

structural cardiac abnormalities, leading to defects in ventricular filling/ejection. As

a result, the heart is unable to adequately supply the blood demand of tissues.1,2

The main symptoms of CHF are dyspnea and fatigue,3,4 caused by a

physiopathological interaction beyond the hemodynamic disorder itself.3-6

Research shows that the lungs, with the exception of possible pulmonary function

damage, are not responsible for reduced functional capacity in patients with

chronic heart failure (CHF).4 Since hemodynamic and pulmonary limitations do not

sufficiently explain the appearance of fatigue and dyspnea in CHF sufferers,

several studies suggest that skeletal muscle abnormalities may contribute to these

symptoms among subjects with CHF.6,7

Fatigue and dyspnea hamper performance in activities of daily living and

exercise among patients with CHF.8 These symptoms are caused by skeletal

muscle atrophy, lower percentages of type I fibers in relation to type II, a decline in

oxidative enzymes with rapid depletion of glycolytic mechanisms, as well as a

decrease in the size and number of mitochondria.9 In addition, respiratory muscle

weakness may be involved in increased breathing effort during hyperpnea required

to perform activities with greater energy expenditure.10

Inspiratory muscle dysfunction is characterized by a reduction in their ability

to generate pressure and force. This decreased strength is the result of histological

and biochemical changes. Based on diaphragm biopsies of individuals with CHF,

histological studies recorded an increase in type I fibers, suggesting a

compensatory mechanism for the ventilation overload of these muscles. 11

Page 97: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

80

Moreover, weakness in these muscles can also be explained by the reduced

diameter of muscular fibers, causing mechanical alterations.12 Clinically, this

dysfunction may lead to limited exercise ability and diminished quality of life, as

well as a less favorable prognosis among individuals affected.10

In an attempt to reduce respiratory muscle dysfunction in CHF sufferers,

several investigations have demonstrated the effects of Inspiratory Muscle Training

(IMT). 8,10,13 Inspiratory muscles, particularly the diaphragm, exhibit plasticity and

are therefore susceptible to the principles of training.14 In accordance with the

specificity of training, IMT improves respiratory function in daily activities with

regard to the type of muscle recruitment pattern required during exercise or

activities of daily living of patients. 15

A recent study by Chiappa et al 13, recorded a 72% increase in MIP among

individuals who underwent IMT and suffered from CHF related to inspiratory

muscle weakness, compared to patients not submitted to training. Using ultrasound

testing, the investigation also found that IMT provoked notable diaphragmatic

hypertrophy.

Another clinically significant aspect in CHF sufferers is the presence of

cardiomegaly in some patients. In this condition expansion of the chest wall is

limited and extrapulmonary restriction, caused by competition between the lungs

and heart for space inside the chest, may occur. As the disease advances and

worsens, in association with cardiomegaly, episodes of dyspnea become more

frequent and severe with minimal effort and muscle fatigue sets in progressively

sooner.14-15

Page 98: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

81

Thus, the present study aims to assess regional lung ventilation distribution

in patients with CHF after completing an inspiratory muscle training program and

correlate it with functional capacity and quality of life among these individuals.

METHODS

Sample design

The present investigation is a double-blind, controlled and randomized

clinical trial. Subjects were 19 adults of both sexes with chronic heart failure (left

ventricle ejection fraction < 45%), aged between 21 and 65 years, and treated at

reference institutions for cardiology care through the National Health System (SUS)

in Pernambuco state.

Inclusion and exclusion criteria

Inclusion criteria were sedentary adults diagnosed with functional class II

and II CHF in accordance with the New York Heart Association (NYHA); in stage B

or C according to American College of Sports Medicine 16 guidelines, with left

ventricle ejection fraction lower than 45% (evaluated by echocardiogram in a

period ≤ 1 year), cardiomegaly confirmed by increased left ventricle end-diastolic

(LVDD) and end-systolic diameter (LVESD) associated with a cardiac index (CI)

>0.5 according to chest X-rays; inspiratory muscle weakness (MIP <70% of

predicted values)17, clinical stability with no change in medication for at least three

months and sedentary (no regular physical activity performed in the previous six

months or not accumulating 30 minutes or more of moderate physical activity – 3 to

6 METs – on most week days)16. Exclusion criteria were patients exhibiting

Page 99: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

82

unstable angina, myocardial infarction or prior heart surgery up to three months

before beginning the investigation; orthopedic, infectious or chronic metabolic

diseases; treatment with steroids, hormones or chemotherapy; ratio between

forced expiratory volume in one second and forced vital capacity (FEV1/FVC) <

70% of predicted, characterizing an obstructive respiratory disorder18; respiratory

diseases, smokers and ex-smokers with a history of 20 cigarettes/day for more

than 10 years.

Diagnostic Assessment

Eligible patients were initially evaluated through clinical history, physical

examination, resting electrocardiogram, echocardiogram, pulmonary function and

inspiratory muscle strength. The method was explained and patient queries

answered, followed by signing of informed consent and approval by the Research

Ethics Committee. Participants were then randomly allocated, by coin toss, into two

groups: the treatment group, who underwent IMT at 30% of MIP, and the control,

who did not perform IMT. Before and after muscle training, subjects were

submitted to assessment protocols for respiratory muscles (MVD-300, Globalmed,

Brazil), digital spirometry (Micro Medical, Microloop MK8, England), optoelectronic

plethysmography (BTS Bioengineering, Italy), 6-minute walk test (6MWT) and a

quality of life questionnaire, as follows:

Measuring pulmonary function and strength

In order to evaluate inspiratory muscle strength, a digital manometer was

used (MVD-300, Globalmed, Brazil) connected to a mouthpiece with a 2mm

Page 100: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

83

opening to reduce the influence of pressure caused by glottal closure. In a sitting

position, each patient performed up to six maneuvers to obtain MIP, from residual

volume (RV) to total functional capacity (TFC), considering the best of three

maneuvers with < 10% variation between them.

A hand held spirometer (Micro Medical, Microloop MK8, England) was used

to assess pulmonary function, analyzing forced vital capacity (FVC), forced

expiratory volume in one second (FEV1), forced expiratory flow 25-75% (FEF25-75%)

and FEV1/FVC. Maneuvers were executed in accordance with American Thoracic

Society recommendations19.

Assessment of respiratory mechanics by Optoelectronic Plethysmography (OEP):

The optoelectronic plethysmography system (OEP) of BTS Bioengineering

(Italy) was employed in this study. First, adjustments were made in the positioning

of infrared cameras and their calibration to provide the system with information on

the position of the three-dimensional axes (X, Y and Z) and determine the area that

the subject’s chest wall would occupy during data collection. To that end, a

calibration instrument was used, containing three axes connected to reflective

markers. This phase does not require participation by the individual to be

examined. For data gathered in the sitting position, the examiner placed 89

markers on the front and back of the chest, from the clavicle to the anterior

superior iliac spine, along predefined horizontal and vertical lines. This creates a

three-dimensional model, dividing the thoracoabdominal system into three parts:

pulmonary rib cage (RCp), abdominal rib cage (RCa) and the abdomen (AB). The

sum of these three is the chest wall volume (Vcw) (Figure 1). Filming then

Page 101: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

84

commenced for data collection: three initial minutes for normal breathing followed

by an additional three minutes during inspiratory muscle training (IMT). Data

gathered were processed using specific software for determining lung volumes.17

Inspiratory muscle training (IMT):

All participants were instructed to use a Threshold® trainer for 30min a day,

seven times a week over 12 consecutive weeks.10 Patients in the Control Group

used a Threshold ® device without resistance, making them blind to the treatment.

For the treatment group, inspiratory resistance of the Threshold® trainer was 30%

of MIP, adjusted on a weekly basis to remain constant. Patients from the control

group were also assessed weekly to ensure homogenization of the learning effect

for the manometer maneuver. Data collection was performed by a researcher blind

to treatment. During training, subjects were instructed to breathe in until the entry

of air and maintain a breathing rate between 12 and 16 breaths per minute.

Participants carried out IMT at home six days a week and on one day it was

conducted in the laboratory, under researcher supervision. In both groups, training

was also monitored through telephone calls on days that subjects performed IMT

at home in order to minimize information bias. Patients were also asked to record

the duration of IMT and possible complications every day.

Evaluation of submaximal functional capacity (submaximal effort test):

Functional capacity was assessed by the six-minute walk test (6MWT),

according to the protocol published by the American Thoracic Society (ATS).19

Page 102: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

85

Quality of Life Questionnaire: Minnesota Living With Heart Failure Questionnaire

(MLHFQ)

The MLHFQ is a questionnaire validated for the Brazilian population,

consisting of 21 questions regarding limitations frequently associated with the

extent to which heart failure has affected patient’s lives in the previous month.

Each question is attributed a value from 0 (zero) to 5 (five), with the highest score

indicating worse quality of life. The total score is calculated by adding the 21 items,

with a possible interval between 0 and 105.21,22

STATISTICAL ANALYSIS

Statistical analysis was accomplished with SPSS software (Statistical

Package for the Social Sciences) version 18.0. Data were expressed as mean ±

SD, with a significance level of p<0.05 and confidence interval of 95%. Fisher’s

exact test was applied for categorical variables and the Mann-Whitney test was

used for intergroup comparison.

RESULTS

The sample was calculated based on a pilot study with 10 patients for a

power (1- β) of 95% and α of 5%. To that end, an 85% increase in AB and 150%

rise in MIP were considered for the treatments group in relation to the control after

IMT. Thus, sample size calculated was between 6 and 18 patients. The present

investigation analyzed 19 patients, with 11 in the IMT group and 9 controls.

Page 103: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

86

Randomization is illustrated in the diagram shown in Figure 2. Table 1 displays the

basal behavior of demographic, clinical and pharmacological data for both groups.

Table 2 depicts the regional distribution pattern of the thoracoabdominal

system before treatment for both groups. There is an increase in all compartment

volumes during IMT for the two groups, with the abdomen predominant for

ventilation in these patients.

Table 3 demonstrates no difference in pulmonary function after 12 weeks for

either group. However, the IMT group exhibited an increase in actual and predicted

MIP, higher MHLFQ score and greater distance walked in the 6MWT, as well as a

reduction in Borg after the 6 MWT, in relation to the control. Figure 3 shows a

negative correlation between the Borg following the 6MWT and MIP for all patients

after 12 weeks.

No differences were recorded for distribution of compartment volumes

during normal breathing after 12 weeks between the control and treatment groups,

respectively [(Vcw: 0.45±0.15;049±0.12;p=0.40), (Vrc,p: 012±0.02;

0.16±0.06;p=0.16), (Vrc,a:0.06±0.03; 0.08±0.05; p=0.65) and (Vab: 0.25±0.11;

0.24±0.06; p=0.96). A positive correlation was recorded between Vab and MIP

during IMT, as per Figure 4. During IMT, after training, IMT group members

displayed higher values for Vcw, Vrc,a and Vab in relation to the control (Figure 5).

DISCUSSION

This is the first study to evaluate regional ventilation distribution through

OEP in CHF patients in addition to analyzing the following functional data:

pulmonary function, inspiratory muscle strength and quality of life.

Page 104: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

87

Functional Capacity and Quality of Life

After IMT, the present study observed a 40% increase in distance walked

during the 6MWT and reduced dyspnea for patients undergoing training in relation

to the control group, corroborating research by Laoutaris et al 23 and Dall’ Ago et

al.10 The first study analyzed 32 patients with CHF related to inspiratory muscle

weakness. Of these, 16 were submitted to IMT for 12 weeks at an inspiratory load

of 30% of MIP with weekly load adjustment, and 16 were assigned to a control

group. The authors reported an increase of 17% in VO2Max and 19% in distance

walked in the 6MWT for patients submitted to IMT. Laoutaris et al23 observed

similar results to those of Dall’ Ago et al10 when examining 37 individuals with CHF

(20 subjects in the IMT group and 17 controls) undergoing IMT. However, Johnson

et al 24 reported findings contrary to our own and those cited above. The authors

studied eighteen patients, consisting of nine controls and nine IMT group

members, and found that IMT did not influence exercise ability and quality of life

among those investigated. These conflicting results can be explained by the

different methodologies applied. In the last study, the control group performed IMT

at 15% of MIP and duration of IMT for both groups was 8 weeks, which may have

influenced results.

Improved performance in the 6MWT may be due to the reduced

metaboreflex of inspiratory muscles caused by IMT, where greater blood flow to

peripheral muscles likely occurred, thereby increasing the distance traveled. 10,13

As diaphragmatic weakness declines, the action of accessory muscles decreases,

leading to reduced sensation of dyspnea.25

Page 105: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

88

A study by Mancini et al 26 was one of the first to correlate the sensation of

dyspnea, through the Borg scale, with inspiratory muscle strength in CHF sufferers.

The authors found a positive association between these two factors and suggested

that respiratory muscle strength is involved in the onset of dyspnea. Since the

present study showed that the greater inspiratory muscle strength, the lower the

feeling of dyspnea CHF patients experienced, we suggest that by increasing the

strength of these muscles, IMT reduces the work of breathing for a same demand.

Inspiratory muscle strength and lung function

No differences were recorded for lung function after treatment in either

group, corroborating a number of studies.10,23,24,25,27 However, a 160%

improvement in MIP was observed among patients submitted to IMT, in line with

previous research.10,23,24,28 Dell´lAgo et al10 justified this increase in inspiratory

muscle strength by the fact that all patients involved suffered from weakness in

these muscles. When combined with weekly inspiratory load adjustments, this

meant that subjects did not experience isolated strengthening of the diaphragm or

other inspiratory muscles.

Lung ventilation distribution

During normal breathing, that is, prior to treatment, we observed greater

contribution of Vab in relation to chest wall volumes (Vrc,p and Vrc,a) for both

groups, particularly during IMT. To date, there are no studies regarding this

distribution for CHF patients. Nevertheless, a previous investigation29 of healthy

subjects showed more significant contribution by chest wall volumes in relation to

Page 106: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

89

Vab in the sitting position. This difference in ventilation distribution among CHF

sufferers may be due to the presence of cardiomegaly, acting as a barrier to lung

expansion and forcing the individual to use adaptive patterns for thoracoabdominal

expansion.

Following intervention, higher values were recorded for Vrc,a and Vab,

resulting in greater Vcw, for the IMT group in relation to controls. There are several

studies that justify these findings. Research by Aliverti et al 30 analyzed the

relationship between compartments of the thoracoabdominal system through OEP

with ultrasound results in healthy individuals, reporting a close correlation between

diaphragm movement and Vab. Caruana et al 31 evaluated the position and

movement of the diaphragm via ultrasound in twenty patients with CHF compared

to 100 healthy subjects. The authors found that diaphragms in CHF sufferers were

in a more caudal position in relation to those of healthy individuals, leading to

mechanical disadvantage for this muscle. These authors suggest that

cardiomegaly may be responsible for this mechanism.

In the present study, in addition to higher Vrc,a and Vab values for the IMT

group, we recorded a positive correlation between Vab and MIP after IMT. These

data indicate that IMT, when increasing diaphragmatic strength, promoted greater

movement of this muscle and improved mechanical advantage, counterbalancing

cardiomegaly and reducing the repercussions of intrathoracic competition (lung-

heart). Moreover, improvement in this mechanical advantage during exercise with

inspiratory load may result in decreased inspiratory muscle fatigue, weakening

metaboreflex and redirecting blood flow to peripheral muscles.

Page 107: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

90

Thus, we can conclude that IMT proved to be efficient at improving muscle

strength, functional capacity and quality of life of CHF patients. The present study

also analyzed the behavior of lung volume distribution for the thoracoabdominal

system, demonstrating that greater volume in the abdominal rib cage and abdomen

may result in more effective diaphragmatic contraction.

Study Limitations

Our investigation did not use ultrasound to observe diaphragm movement,

which could provide greater elucidation of regional ventilation distribution for this

population. Further limitations are the lack of data extrapolation for patients who

did not display inspiratory muscle weakness and the fact we did not assess

metaboreflex by analyzing variation in blood flow to peripheral muscles.

Page 108: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

91

REFERENCES

1. Hunt et al. Guideline Update for the diagnosis and management of chronic

heart failure in adult. ACC/AHA Practice Guidelines 2005; 1-63.

2. Pina IL. Exercise and heart failure: a statement from the American Heart

Association Committee on Exercise, Rehabilitation, and Prevention.

Circulation 2003; 1210-1224.

3. Sociedade Brasileira de Cardiologia. Revisão das II Diretrizes da Sociedade

Brasileira de Cardiologia para o diagnóstico e tratamento da insuficiência

cardíaca. Arq Bras Cardiol 2002; 79:1-30.

4. Clark AL. Origino f symptoms in chronic heart failure. Heart 2006;92:12-16.

5. Sullivan MJ, Green HJ, Cobb FR. Skeletal muscle biochemistry and histology

in ambulatory patients with long-term heart failure. Circulation 1990;81;518-

527.

6. Drexler H et al. Alterations of skeletal muscle in chronic heart failure.

Circulation 1992; 85:1751-1759.

Page 109: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

92

7. Coats, AJS. The “muscles hypothesis” of chronic heart failure. J Mol. Cell

cardiol. 1996; 28:2255-2262.

8. Laoutarisa I et al. Inspiratory muscle training using an incremental endurance

test alleviates dyspnea and improves functional status in patients with chronic

heart failure. Eur J cardiovasc Prev Rehabil 2004;11:489-496.

9. Okita K et al. Skeletal muscle metabolism limits exercise capacity in patients

with chronic heart failure. Circulation 1998; 98:1886–1891.

10. Dall’Ago P et al. Inspiratory muscle training in patients with heart failure and

inspiratory muscle weakness.J Am Coll Cardiol 2006; 47:757-763.

11. Hughes PD, Polkey MI, Harrus ML, Coats AJ, Moxham J, Green M.

Diaphragm strength in chronic heart failure. Am J Respir Crit Care Med 1999;

2:529-34.

12. Stassijns G, Lysens R, Decramer M. Peripheral and respiratory

muscles in chronic heart failure. Eur Respir J 1996;10:2161-7.

13. Chiappa PT et al. Inspiratory muscle training improves blood flow to resting

and exercising limbs in patients with chronic heart failure. J Am Coll Cardiol

2008;51:1663–1671.

Page 110: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

93

14. Olson TP et al. Pulmonary function changes associated with cardiomegaly in

chronic heart failure. J Cardiac Failure 2007;13:100-107.

15. Ulrik CS et al. Pulmonary function in chronic heart failure: changes after heart

transplantation. Scand Cardiovasc J. 1999;33:131-6.

16. American College of Sports Medicine. Triagem de saúde e estratificação dos

riscos.In: Guanabara Koogan, editor. Diretrizes do ACSM para os testes de

esforço e sua prescrição.Rio de Janeiro: 2003. p. 15-21.

17. Neder JA, Andreoni S, Lerario MC. Reference values for lung function tests.

II. Maximal respiratory pressures and voluntary ventilation. Brazilian Journal

of Medical and Biological Research 1999; 32:719-727.

18. Gold PM. The 2007 GOLD Guidelines: a comprehensive care framework.

Respir Care 2009;54:1040-9.

19. Aliverti A, Pedotti A. Opto Electronic Plethysmography - a Review. Monaldi

Arch Chest Dis. 2003;59:1-16.

20. AMERICAN THORACIC SOCIETY. ATS statement: guidelines for six-minute

walk test. Am J Respir Crit Care Med.2002;166:111-117.

Page 111: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

94

21. Rector TS, et al. Patients’ self-assessment of their congestive failure. Part 2 –

content, reliability and validity of a measure, the Minnesota Living With Heart

Failure Questionnaire. Heart Fail.1987;3:198-209.

22. Carrara D. Avaliação prospectiva da qualidade de vida em pacientes com

miocardiopatia dilatada submetidos a ventriculectomia parcial esquerda

[Dissertação de Mestrado]. São Paulo: Universidade de São Paulo; 2001.

23. Laoutaris I, Dritsas A, Brown MD, Manginas A, Alivizatos PA, Cokkinos DV.

Inspiratory muscle training using an incremental endurance test alleviates

dyspnea and improves functional status in patients with chronic heart failure.

Eur J cardiovasc Prev Rehabil 2004;11:489-496.

24. Johnson PH, Cowley AJ, Kinnear WJ. A randomized controlled trial of

inspiratory muscle training in stable chronic heart failure. Eur Heart J.

1998;19:1249-53.

25. Romagnoli et al. Chest wall kinematics, respiratory muscle action and

dyspnoea during arm vs. leg exercise in humans. Acta Physiol. 2006;188: 63–

73.

26. Mancini DM et al. Evidence of reduced respiratory muscle endurance in

patients with heart failure. JACC 1994;24:972–981.

Page 112: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

95

27. Weiner P, Waizman J, Magadle R, et al. The effect of specific inspiratory

muscle training on the sensation of dyspnea and exercise tolerance in

patients with congestive heart failure. Clin Cardiol 1999;22:727–32.

28. Padula CA, Yeaw E, Mistry S. A home-based nurse-coached inspiratory

muscle training intervention in heart failure. Appl Nurs Res. 2009;22:18-25.

29. Verschakelen JA, Demedts MG. Normal thoracoabdominal motions. Influence

of sex, age, posture, and breath size. Am J Respir Crit Care Med 1995;151(2

Pt 1):399-405.

30. Aliverti A, Ghidoli G, Dellacà RL, Pedotti A, Macklem PT. Chest wall kinematic

determinants of diaphragm length by optoelectronic plethysmography and

ultrasonography. J Appl Physiol. 2003;94:621-30.

31. Caruana L, Petrie MC, McMurray JJ, MacFarlane NG. Altered diaphragm

position and function in patients with chronic heart failure. Eur J Heart Fail.

2001 Mar;3:183-7.

Page 113: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

96

Figure 1. Three-dimensional distribution of the thoracoabdominal system

Vcw- chest wall volume; Vrc,p-pulmonary rib cage volume; Vrc,a-

abdominal rib cage volume and; Vab- abdominal volume.

Page 114: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

97

Figure 2. Randomization diagram.

Randomized

Excluded(n=104) Inclusion criteria were not

(n=66) Refused to participate

(n= 10) other reasons

(n= 44)

IMT Group (n=11)

Control Group (n=9)

Patients who discontinued

treatment

Patients who discontinued the treatment (n=1).Reason: The patient has changed address (not reported).

Patients analyzed (n=11)

Patients analyzed

(n=8)

Eligibility Criteria

Page 115: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

98

Figure 3. Correlation between maximum inspiratory pressure and the Borg

scale for dyspnea on completion of the six-minute walk test after 12 weeks of

training.

6MWT- Six-minute walk test

MIP – maximum inspiratory pressure.

B

o

R

g

A

f

t

e

r

6

M

W

T

MIP

Page 116: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

99

Figure 4. Correlation between maximum inspiratory pressure and abdominal

compartment volume after 12 weeks of training.

Vab (L)- abdominal volume and MIP- maximum inspiratory pressure.

MIP (cmH2O)

Page 117: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

100

* Figure 5. Comparison of compartment volumes in the thoracoabdominal

system between the control and IMT groups.

*

*p=0.01; **p=0.02; ***p=0.009

Page 118: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

101

Table 1. Demographic, clinical and pharmacological data.

Data Control Group (Mean±SD)

IMT Group (Mean±SD)

P-value

Sex 3M/5H

2M/8H 0.16

Age(years) 50.50±12.47

54.72±6.58 0.50

BMI(Kg/m2) 25.06±4.4

24.15±4.81 0.76

RR(ipm) 16.12±2.9

15.72±1.34 0.42

HR(bpm) 61±10.55

71.72±10.51 0.27

SBP(mmHg) 107±15

110±13 0.32

DBP(mmHg) 77±11

89±15 0.37

Echocardiograph Data Ejection fraction (%) 34±3.96 32.00±8.34 0.78

LVDD(mm) 62.88±4.48 65.45±11.59 0.60 LVESD(mm)

55.75±6.79 60±9.43 0.40

Etiology Chagas disease 6 6 0.56

Ischemia 1 1 0.90 Hypertension

1 3 0.87

Functional Class (NYHA) II 4 6 0.87

III 4 5 0.79

Medication

β-blocker 8 11 1.00 Diuretics 7 10 0.08 Digitalis 5 7 0.72

Pulmonary Function

FEV1(L/s) 2.14±0.90 2.19±0.33 0.48 % FEV1predicted 72.12±10.21 75.12±8.16 0.45

FVC(L/s) 2.75±1.15 2.99±0.70 0.71 % FVCpredicted 76.91±11.50 78.01±9.50 0.76

% FEV1 /FVCpredicted 97±9.60 92.45±10.27 0.08 FEF25-75% (L/s) 2.50±1.22 2.34±0.73 0.07

%FEF25-75%predicted 76.25±17.31 73.15±13.31 0.06

Inspiratory Muscle Strength

MIP(cmH2O)

41.38±18.18

52.80±14.89

0.10

% MIP 41.02±18.18 51.36±14.91 0.18

Quality of Life (MLHFQ)

51.38±17.78

33.55±19.55

0.05 Distance walked in the

6MWT’(m) 353.25±140.76 450.09±84.52 0.10

Borg after the 6MWT’ 7.38±2.38 5.55±1.86 0.14

Page 119: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

102

Values expressed as mean±SD. Significance level p<0.05. BMI=Body mass index;

RR=Respiratory rate; HR=Heart rate; SBP=Systolic blood pressure; DBP=

Diastolic blood pressure; LVDD=left ventricle end-diastolic diameter; LVESD=Left

ventricle end-systolic diameter; FVC=Forced vital capacity; FEV1=Forced

expiratory volume in one second; FEF25-75%=Forced expiratory flow between 25

and 75% of FVC; MIP=Maximum inspiratory pressure and MLHFQ = Minnesota

Living with Heart Failure Questionnaire.

Page 120: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

103

Table 2. Regional distribution of the thoracoabdominal system before treatment.

Values expressed as mean±SD. Mann-Whitney Test. Vcw= Volume of the

thoracoabdominal system as a whole; Vrc,p= Pulmonary rib cage volume;

Vrc,a=Abdominal rib cage volume and Vab=Abdominal volume.

Variables Control Group Mean±SD

IMT Group Mean±SD

P-value

Spontaneous respiration Vcw

0.49±0.18 104.87±15.36 0.66

Vrc,p

0.18±0.06 0.15±0.07 0.15

%Vrc,p

38.52±10.88 32.30±8.38 0.27

Vrc,a

0.08±0.03 0.06±0.02 0.60

%Vrc,a

15.83±4.04 14.00±6.60 0.60

Vab

0.23±0.10 0.38±0.24 0.90

%Vab

45.64±11.24 52.37±10.58 0.09

During IMT Vcw

0.78±0.48 1.17±0.70 0.12

Vrc,p

0.35±0.17 0.44±0.23 0.51

%Vrc,p 46.10±6.35 34.10 0.14 Vrc,a

0.17±0.08 0.21±0.16 0.69

%Vrc,a

11.55±5.82 14.50±6.86 0.08

Vab

0.27±0.22 0.52±0.16 0.07

%Vab

43.36±33.64 45.62±14.61 0.08

Page 121: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

104

CORRELAÇÃO DAS VARIÁVEIS ERGOESPIROMÉTRICAS DURANTE O

EXERCÍCIO MÁXIMO COM A FUNÇÃO PULMONAR, FORÇA MUSCULAR

INSPIRATÓRIA E QUALIDADE DE VIDA EM PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA

CARDÍACA DE ORIGEM CHAGÁSICA

Brandão DC, Remígio MI, Muniz H, Marinho S e Dornelas de Andrade AF.

Daniella Cunha Brandão

Mestre em Ciências da Saúde pela Universidade Federal de Pernambuco-UFPE

Afiliação: Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde pela Universidade

Federal do Rio Grande do Norte-UFRN

Maria Inês Remígio

Mestre em Medicina Interna pela UFPE

Afiliação: Departamento de Cardiologia do Hospital das Clínicas-UFPE

Helga Muniz

Mestranda em Fisioterapia-UFPE

Afiliação: Departamento de Fisioterapia-UFPE

Sílvia Marinho

Departamento de Cardiologia-Ambulatório de Chagas/Insuficiência Cardíaca-

Pronto Socorro Cardiológico de Pernambuco-PROCAPE

Armèle Dornelas de Andrade.

PhD pela Bhristh Columbia-Canadá

Afiliação: Professora Adjunta do Departamento de Fisioterapia-UFPE.

Page 122: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

105

Resumo

Introdução: A Doença de Chagas é um grave problema de saúde pública onde o

Brasil apresenta 5 milhões de pessoas infectadas e cerca de 30% destes evoluem

para cardiopatia chagásica crônica(CCC) cujos principais sintomas da são a

fadiga e a dispnéia,. Objetivo: Correlacionar a capacidade máxima de exercício

com a função pulmonar, força da musculatura inspiratória e qualidade de vida em

pacientes com CCC. Metodologia: Foram avaliados 12 indivíduos portadores de

CCC (7 homens), com média de idade 54,91± 8,60 e com os seguintes critérios de

inclusão:classe funcional II e III pela New York Heart Association (NTHA); fração

de ejeção do ventrículo esquerdo menor que 45%; estabilidade clínica (> 3

meses); duração dos sintomas > 1 ano, índice de massa corpórea(IMC) < 35Kg/m2

e não-fumantes ou ex-tabagistas com história de fumo<10 maço/ano. Todos os

indivíduos realizaram espirometria, manovacuometria, teste máximo de exercício

cardiopulmonar (TECP) e questionário para qualidade de vida (Minessota).

Resultados: Foi observado uma correlação negativa do VO2máx com os valores do

escore do MLHFQ (r=-0,626; p=0,03) e positiva com os valores da Pimáx (r=0,713;

p=0,009). Observamos correlações positivas entre a Pimáx com as variáveis

espirométricas [VEF1(r=0,825;p=0,001), CVF(r=0,66;p=0,01 e FEF25-

75%(r=0,639;p=0,02)]. Conclusão: Este estudo mostrou que nos pacientes

portadores de CCC: o VO2MÁX está diretamente relacionado com a força dos

músculos inspiratórios e a qualidade de vida nestes doentes, enquanto que a

deteriorização da função pulmonar está diretamente relacionada à fraqueza dos

músculos da inspiração.

Palavras-chave: Cardiopatia chagásica crônica; músculos respiratórios e

qualidade de vida.

Page 123: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

106

Abstract

Introduction: Chagas disease is a parasitic disease caused by the protozoan

Trypanosoma cruzi, remains as a serious public health problem in Brazil is a

country where 5 million people infected and about 30% of these progress to

chronic chagasic cardiopathy (CCC). Objective: To correlate the maximum

exercise capacity and pulmonary function, muscle strength and quality of life in

patients with CCC. Methodology: We evaluated 12 individuals with CCC (7 men),

mean age 54.91 ± 8.60 and the following inclusion criteria: functional class II and III

for the New York Heart Association (NTHA) ejection fraction left ventricular less

than 45%, clinical stability (> 3 months), duration of symptoms> 1 year, body mass

index (BMI) <35Kg/m2 and non-smokers or former smokers with a smoking history

<10 pack / years. All subjects underwent spirometry, manometer, cardiopulmonary

exercise testing (CPX) and a questionnaire for quality of life (Minnesota). Results:

We found a negative correlation with VO2max values MLHFQ score (r =- 0.626, p

= 0.03) and positive values of MIP (r = 0.713, p = 0.009). We observed positive

correlations between MIP and spirometric variables [FEV1 (r = 0.825, p = 0.001),

FVC (r = 0.66, p = 0.01 and FEF25-75% (r = 0.639, p = 0.02 )]. Conclusion: This

study brought some clarifications for the patients with CCC: VO2max is directly

related to muscle strength and quality of life in these patients, while deterioration of

lung function suggests reflect a weakness of muscles inspiration.

Keywords: Chronic chagasic cardiopathy; respiratory muscles and quality of life.

Page 124: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

107

1. INTRODUÇÃO

A Doença de Chagas permanece como um grave problema de saúde

pública na América Latina, causando cerca de 50 mil mortes por ano em 18

milhões de pessoas infectadas, das quais 5 milhões encontram-se no Brasil3.

Cerca de 30% dos pacientes infectados evoluem para cardiopatia chagásica

crônica (CCC), forma clínica mais freqüente e de maior morbimortalidade. Nesta

cardiopatia o grau de deterioração do miocárdio é variável, e uma parcela

significativa dos pacientes pode evoluir para insuficiência cardíaca 5.

A insuficiência cardíaca crônica de etiologia chagásica, distingui-se das

outras etiologias em vários aspectos como uma maior predominância no gênero

masculino e maior incidência entre os 30 e 60 anos. Em relação aos aspectos

clínicos, os pacientes cardiopatas chagásicos apresentam excessivas arritmias

(atrial e ventricular), vários graus de bloqueio atrioventriculares, disfunção

biventricular com predominância no ventrículo direito, aneurisma ventricular apical

esquerdo, eventos tromboembólicos freqüentes6, defeitos da perfusão ao

miocárdio associado a disfunções autonômicas e alto risco para morte súbita8. Os

pacientes chagásicos representam um subgrupo dentro do universo da falência

cardíaca com pior prognóstico. Entretanto, estudos prognósticos são escassos

para esta população9.

Independente da etiologia, os principais sintomas da ICC são a dispnéia e

a fadiga 10,11 sendo estes resultantes de uma interação fisiopatológica que vai

além do distúrbio hemodinâmico 10-13. No contexto da origem das limitações do

sistema respiratório, há relatos na literatura sugerindo que os pulmões não são os

Page 125: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

108

responsáveis pela diminuição da capacidade funcional em pacientes com ICC,

excetuando-se a possibilidade de prejuízos na função pulmonar 11. Observando

que as limitações hemodinâmica e pulmonar não esgotam as explicações

fisiopatológicas para o aparecimento da fadiga e dispnéia em pacientes com ICC,

vários estudos apontam o papel de anormalidades na musculatura esquelética

nestes pacientes. 13-14.

Fadiga e dispnéia limitam as atividades da vida diária e realização de

exercício em pacientes com ICC10. Estes sintomas podem ser explicados por uma

atrofia da musculatura esquelética, diminuição percentual das fibras do tipo I em

relação as fibras do tipo II, diminuição de enzimas oxidativas com rápido

esgotamento dos mecanismos glicolíticos, além de uma diminuição do número e

tamanho das mitocôndrias 11. Além disso, é sugerido que a fraqueza da

musculatura respiratória pode estar envolvida no aumento do trabalho da

respiração durante a hiperpnéia necessária para realização de atividades com

maior gasto energético 12.

Dentro deste contexto, o teste ergoespirométrico é considerado o padrão

ouro para avaliação capacidade de exercício para população com ICC, tendo este

exame um forte poder prognóstico. Os valores da relação ventilação minuto/

produção de dióxido de carbono (VE/VCO2) e o VO2máx são as variáveis

prognósticas mais importantes deste teste 9,15,16. Entretanto não foram

encontrados na literatura pesquisada correlações com estas variáveis com outros

dados funcionais como força muscular respiratória, função pulmonar e qualidade

de vida para a população chagásica.

Page 126: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

109

Assim, este estudo tem como objetivo correlacionar a função pulmonar,

força da musculatura inspiratória e qualidade de vida com a capacidade máxima

de exercício em pacientes com ICC de origem chagásica.

2. METODOLOGIA

2.1. Característica dos participantes

Um amostra de 12 indivíduos portadores de CCC+ICC foram selecionados

de 55 pacientes elegíveis e triados de um serviço ambulatorial de um Centro

Hospitalar Cardiológico. Como critérios de inclusão, foram aceitos indivíduos

adultos sedentários na faixa etária entre 21 e 65 anos; de ambos os sexos;

diagnosticados como CCC há mais de 1 ano; de classe funcional II e III pela New

York Heart Association (NYHA); fração de ejeção do ventrículo esquerdo menor

que 45%; estabilidade clínica (> 3 meses); duração dos sintomas > 1 ano, índice

de massa corpórea(IMC) < 35Kg/m2 e não-fumantes ou ex-tabagistas com história

de fumo<10 maço/ano. Como critérios de exclusão foram considerados os

pacientes que apresentassem: angina instável; infarto do miocárdio ou cirurgia

cardíaca prévia até três meses antes do início da pesquisa; doenças ortopédicas

ou co-morbidades respiratórias como asma e DPOC. Todos os pacientes tiveram

suas medicações otimizadas para ICC durante a realização do estudo.

Este estudo foi aprovado pelo Comitê Institucional de Ética em Pesquisa em

Seres Humanos de acordo com a resolução 196/96 e todos os participantes foram

informados a respeito dos riscos e benefícios do estudo assinando o termo de

consentimento livre e esclarecido.

Page 127: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

110

2.2 Mensuração da força e da função pulmonar

Para avaliação da força da musculatura inspiratória foi usado o

manovacuômetro digital (MVD-300, Globalmed, Brasil) conectado a uma boquilha

com uma oríficio de 2mm. Cada paciente, na posição sentada, realizou três

manobras com variação de até no máximo 10% entre elas para aquisição da

PiMáx17, partindo do volume residual (VR) até a capacidade funcional total (CPT)

sendo considerada a melhor das três manobras.

Para avaliação da função pulmonar foi utilizado o espirômetro portátil (Micro

Medical, Microloop MK8, Inglaterra) e avaliados a capacidade vital forçada (CVF),

volume expiratório forçado no primeiro segundo(VEF1) e fluxo expiratório forçado

25-75% (FEF25-75%) sendo as manobras realizadas de acordo com as

recomendações da American Thoracic Society18.

2.3 Teste de exercício cardiopulmonar (TECP)

O TECP sintoma-limitante foi realizado para todos os pacientes do estudo,

sendo utilizado protocolo de rampa19 em esteira (Centurium 300, Micromed, Brasil)

através do software ErgoPC Elite® associado ao eletrocardiograma (Micromed,

Brasil) com 12 canais. As variáveis respiratórias, VO2MÁX e VE/VCO2, (Cortex –

Metalyzer II, Alemanha) foram obtidas em condições padrão de temperatura,

pressão e umidade (StPD), respiração-por-respiração, estando o paciente

respirando em uma máscara facial sem vazamentos durante o exercício. Antes de

cada teste era realizada uma calibração do equipamento para pressão, gás e

volume. Para assegurar que os pacientes atingiram o esforço máximo durante o

Page 128: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

111

exame, foram considerados os exames onde os pacientes atingiram uma razão de

troca respiratória (R)≥1,1.20

2.4 Qualidade de vida: Minnesota Living With Heart Failure Questionnaire

(MLHFQ)

Instrumento específico de avaliação da qualidade de vida relacionada à

saúde desenvolvido por Rector et al 21, traduzido e validado para a língua

portuguesa do Brasil por Carrara 22. O MLHFQ é composto por 21 questões

relativas às limitações que freqüentemente estão associadas com o quanto a

insuficiência cardíaca impediu o paciente de viver como ele gostaria durante o

último mês. As respostas às questões do MLHFQ referem-se à percepção do

próprio paciente com relação à influência da insuficiência cardíaca nos aspectos

físicos, sócio-econômicos e psicológicos da vida. Para cada questão é atribuído

um valor de 0 (zero) a 5 (cinco), sendo o maior escore indicativo de pior qualidade

de vida. O escore total é obtido por meio da soma dos 21 itens, com intervalo

possível de 0 a 105.

3. ANÁLISE ESTATÍSTICA

A análise estatística foi realizada usando o software SPSS 18.0 e os dados

foram descritos usando média±desvio padrão (SD), intervalo de confiança de 95%

e nível de significância p<0.05. Foi utilizada a correlação de Spearman para

avaliar o comportamento entre as variáveis ergoespirométricas (VO2máx, VE/VCO2),

qualidade de vida (MLHFQ), função pulmonar (VEF1, CVF e FEF25-75%) e força da

musculatura inspiratória (PiMáx).

Page 129: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

112

4. RESULTADOS

As características clínicas, demográficas e medicamentosas para todos os

pacientes são descritas da Tabela 1. Todos os testes de exercício cardiopulmonar

foram realizados sem intercorrências, sendo a dispnéia o sintoma-limitante para

todos os pacientes do estudo. Todos os pacientes apresentaram um R maior que

1,1.

Foi observado uma correlação negativa do VO2máx com os valores do

escore do MLHFQ (Figura 1) e positiva com os valores da Pimáx (Figura 2).

Não foram encontradas correlações significativas para o VO2máx em relação

ao valores da função pulmonar: VEF1(r =0,537; p= 0,072 ), CVF (r = 0,504; p=

0,094) e FEF25-75%(r = 0,565; p=0,056). Não foram encontradas correlações

significativas para as variáveis estudadas, quando estas foram relacionados com o

VE/VCO2 com o MLHFQ (r = 0,197; p=0,539), Pimáx (r = -0,515; p=0,087), VEF1(r = -

0,460; p= 0,13), CVF (r = -0,161; p= 0,616) e FEF25-75%(r =- 0,385; p=0,217). Ao

observarmos a Tabela 2, observamos correlações positivas entre a Pimáx como as

variáveis espirométricas (VEF1, CVF e FEF25-75%).

5. DISCUSSÃO

Considerando a literatura pesquisada, este foi o primeiro estudo a

correlacionar a capacidade de exercício máxima com a função pulmonar, força

muscular inspiratória e qualidade de vida em pacientes com insuficiência cardíaca

crônica de etiologia chagásica. Nossos dados demonstram que os pacientes com

Page 130: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

113

CCC apresentam um VO2 abaixo do previsto e quanto maior o VO2MÁX atingido

durante o exercício, melhor seria a PiMáx e qualidade de vida nesta população.

O VO2MÁX medido através do TECP é a maneira mais acurada de quantificar

a capacidade aeróbica. De acordo com Balady GJ et al23 e Arena R et al20, os

valores normais variam entre 43,9 a 29,4 mL/Kg/min para homens adultos e de

37,4-25,1 mL/Kg/min para mulheres também adultas. Em nosso estudo, foi

observado valores abaixo do previsto para a população chagásica (19,57

mL/Kg/min para os homens e 15,56 mL/Kg/min para as mulheres). Concordando

com os achados de Mady et al 24 ao avaliarem 104 pacientes com CCC. Em

relação a outra variável do TECP estudada, não foram encontrados estudos que

correlacionassem o VE/VCO2 com a força muscular na população.

Outra correlação significativa encontrada em nosso estudo em relação ao

VO2MÁX e o escore de qualidade pelo MLHFQ. Os pacientes com CCC apresentam

vários sintomas não-específicos e frequentemente resultam na redução da

capacidade funcional e deteriorização da qualidade de vida, ambos

correlacionados a dispnéia e a fadiga durante as atividades diárias 25-27.

Não foram encontrados estudos na literatura pesquisada que

correlacionassem as variáveis ergoespirométricas com a qualidade de vida em

pacientes portadores de CCC. Entretanto, os resultados do presente estudo

corroboram com os estudos de Nogueira et al 25 e Arena et al 28quando estudaram

pacientes com ICC de várias etiologias. Nogueira et al35 estudaram a correlação

do MLHFQ com as variáveis ergoespirométricas em 46 pacientes e estes autores

observaram uma correlação negativa entre o VO2pico e o MLHFQ, reafirmando que

quanto maior o VO2MÁX atingido durante um teste máximo, melhor a qualidade de

Page 131: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

114

vida para esta população. No estudo de Arena et al 28, foram avaliados 31

pacientes portadores de ICC, onde estes foram submetidos ao teste

cardiopulmonar e apresentaram resultados concordantes com os nossos e os de

Nogueira et al25 à respeito do VO2MÁX e para o VE/VCO2, onde para esta variável

não foram encontrados correlações significativas com o MLHFQ. Eles justificam

estes achados pela relação esforço-independente do VE/VCO2 e esforço-

dependente do VO2MÁX.

A capacidade de gerar pressão pelos músculos respiratórios pode está

diminuída em pacientes cardiopatas, sendo este um preditor de morbidade para

esta população29. Alguns fatores podem explicar a correlação desta variável

(PiMáx) com o VO2MÁX observada neste estudo. Dimopolou et al 30 também

encontraram esta correlação ao estudar 44 pacientes com ICC de várias

etiologias.

A dispnéia foi o principal fator sintoma-limitante durante o exercício máximo

neste estudo, o que poderia impedir o aumento do VO2MÁX atingidos 27. Entretando,

outros estudos sugerem que a fraqueza da musculatura inspiratória seja um dos

principais fatores para este sintoma em pacientes com ICC de várias etiologias 31-

34. Primeiramente, esta fraqueza da musculatura inspiratória pode ser induzida

pela cardiomegalia, presente na população de estudo 9,13,35. Caruana et al. 36

avaliaram a posição do diafragma em 20 indivíduos portadores de ICC associada

à cardiomegalia através da ultrasonografia e observaram que o diafragma destes

indivíduos encontra-se em uma posição mais caudal, quando comparado aos

indivíduos saudáveis. Estes mesmos autores afirmam que, por assumir esta

posição, o diafragma diminui sua vantagem mecânica (promovendo uma pré-

Page 132: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

115

contração intrínseca) e capacidade de gerar pressão, ao mesmo em tempo que

uma maior carga é imposta ao músculo durante o exercício o que levaria a um

aumento do estímulo muscular pelos mecanoceptores o que culminaria com um

aumento na sensação de dispnéia.

Outro fator que poderia explicar a fraqueza da musculatura inspiratória

frequentemente encontrada em pacientes com ICC seria pela baixa perfusão

desta musculatura provocada por hipóxia dos músculos respiratórios durante o

exercício 10. Esta hipóxia durante o exercício leva ao aumento do trabalho

ventilatório concomitante a diminuição da força destes músculos 37,38..

Em relação à função pulmonar, encontramos uma correlação positiva para

os valores de VEF1, CVF e FEF25-75% em relação a PiMáx. Entretanto, não foram

encontrados estudos que correlacionassem diretamente estas variáveis para a

população com ICC, independente da etiologia. Contudo, esta correlação poderia

ser explicada pela obstrução nas vias aéreas provocada pelo edema brônquico,

aumento da pressão venosa pulmonar e desarranjo da microcirculação39 em

pacientes com ICC. Com o exercício, esta condição é exacerbada pelo aumento

da pressão atrial e ventricular esquerda a qual leva ao estreitamento peribrônquico

pelo incremento do edema pulmonar intersticial 40 Estes mecanismos aumentam a

resistência do sistema respiratório, leva a uma excessiva ventilação do espaço-

morto e redução da complacência pulmonar, sendo estes fatores contribuintes

para o aumento do trabalho respiratório e sobrecarga para os músculos da

respiração30.

O aumento deste trabalho ventilatório em conjunto com a diminuição da

capacidade dos músculos inspiratórios em gerar pressão, além da inabilidade do

Page 133: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

116

coração para aumentar a perfusão destes músculos durante o exercício

provavelmente podem prejudicar a performace funcional e aumentar a dispnéia

nestes pacientes.

Em nosso estudo também não foram encontradas correlações significativas

para a função pulmonar e variáveis ergoespirométricas. Em relação à comparação

com o VO2MÁX, nossos estudos divergem dos estudos de Dimopoulou et al30 e

Tzani et al41 O primeiro estudo encontrou fracas correlações das variáveis

espirométricas com as variáveis do TECP em 50 pacientes com ICC. Entretanto, a

comparação dos nossos dados torna-se prejudicada, visto que no estudo de

Dimopoulou et al30 foram incluídos indivíduos fumantes e que pertenciam as

classes II a IV pela NYHA. Já Tzani et al41, além de incluírem pacientes das

mesmas classes funcionais do primeiro estudo, estes autores estudaram esta

correlação em pacientes com idade mais avançada, quando comparados ao nosso

estudo, o que pode ter influenciado para os resultados divergentes, pois os efeitos

do envelhecimento sobre o sistema respiratório poderiam se sobrepor às

alterações da injúria cardíaca. Mas, quando correlacionamos o VE/VCO2 com a

função pulmonar, também não observamos associação com a função pulmonar,

sendo estes achados concordantes com Tzani et al41 e Dimopoulou et al30.

6. CONCLUSÃO

Este estudo evidencia resultados para os pacientes portadores de CCC

associada à ICC: o VO2MÁX está diretamente relacionado com a força dos

músculos inspiratórios e a qualidade de vida nestes doentes, enquanto que a

deteriorização da função pulmonar sugere refletir fraqueza dos músculos da

Page 134: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

117

inspiração. Também são necessários outros estudos para esta população de

forma a avaliar o efeito do treinamento específico da musculatura respiratória na

redução dos sintomas e na qualidade de vida.

7. LIMITAÇÕES

Este estudo apresenta algumas limitações. A primeira seria o número

reduzido de pacientes do estudo, no entanto isto pode ser explicado em virtude

dos rígidos critérios de exclusão e a segunda seria a ausência de um grupo de

comparação de pacientes com outras etiologias.

Page 135: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

118

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. de Oliveira-Marques DS, Bonametti AM, Matsuo T, Gregori Junior F. The

epidemiologic profile and prevalence of cardiopathy in trypanosoma cruzi infected

blood donor candidates, Londrina, Paraná, Brazil. Rev Inst Med Trop Sao Paulo

2005; 47:321-326.

2. Silveira AC, Vinhaes M. Chagas disease: the epidemiological and control

aspects. Rev Soc Bras Med Trop. 1998;31 Suppl 2:15-60.

3. Rassi A Jr, Rassi A, Marin-Neto JA. Chagas disease. Lancet. 2010 Apr

17;375(9723):1388-1402.

4. Câmara ACJ, Varela-Freire AA, Valadares HMS, Macedo AM, D’Ávila DA,

Machado CR. Genetic analyses of Trypanosoma cruzi isolates from naturally

infected triatomines and humans in northeastern Brazil. Acta Tropica 2010;

115:205-211.

5. Xavier SS, Sousa AS, Hasslocher-Moreno A. Aplicação da nova classificação

da insuficiência cardíaca (ACC/AHA) na cardiopatia chagásica crônica: análise

crítica das curvas de sobrevida. Revista da SOCERJ.2005;3:227-232.

6. Silva CP, Del Carlo CH, Oliveira Junior MT, Scipioni A, Strunz-Cassaro,

Ramirez JA et al. Why do patients with chagasic cardiomyopathy have worse

outcomes than those with non-chagasic cardiomyopathy? Arq Bras cardiol

2008;91:358-362.

Page 136: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

119

7. Higuchi ML, de Morais CF, Pereira-Barreto AC, Lopes EA, Stolg N, Bellotti G, et

al. The role of active myocarditis in the development of heart failure in chronic

Chagas’ disease: a study on endomyocardial biopsies. Clin Cardiol. 1987; 10: 665-

670.

8. Simões MV, Pintya AO, Bromberg-Marin G, Sarabanda AV, Antloga CM, Pazin-

Filho A, et al. Relation of regional sympathetic denervation and myocardial

perfusion disturbance to wall motion impairment in Chagas’ cardiomyopathy. Am J

Cardiol. 2000; 86: 975-981.

9.Olson TP, Beck KC, Johnson JB, Johnson BD. Competition for intrathoracic

space reduces lung capacity in patients with chronic heart failure: a radiographic

study. Chest. 2006;130:164-171.

10.Mancini DM, Henson D, LaManca J, Levine S. Evidence of reduced respiratory

muscle endurance in patients with heart failure. JACC 1994;24:972–981.

11. Mitch WE, Goldberg AL. Mechanisms of muscle wasting: the role of the

ubiquitin-proteasome pathway. N Engl J Med 1996; 335:1897–1905.

12.Dall'Ago P, Chiappa GR, Guths H, Stein R, Ribeiro JP. Inspiratory muscle

training in patients with heart failure and inspiratory muscle weakness.J Am Coll

Cardiol 2006; 47:757-763.

13.Olson TP, Beck KC, Johnson BD. Pulmonary function changes associated with

cardiomegaly in chronic heart failure. J Cardiac Failure 2007;13:100-107.

Page 137: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

120

14.Ulrik CS, Carlsen J, Arendrup H, Aldershvile J. Pulmonary function in chronic

heart failure: changes after heart transplantation. Scand Cardiovasc J.

1999;33:131-6.

15. Arena R, Myers J, Abella J, Pinkstaff S, Brubaker P, Kitzman D, Peberdy MA,

Bensimhon D, Chase P, Forman DE, Guazzi M. Defining the optimal prognostic

window for cardiopulmonary exercise testing in patients with heart failure. Circ

Heart Fail. 2010;3:405-11.

16. Chase P, Arena R, Guazzi M, Myers J, Peberdy MA, Bensimhon D. Prognostic

usefulness of the functional aerobic reserve in patients with heart failure. Am Heart

J. 2010 Nov;160(5):922-927.

17. .Neder JA, Andreoni S, Lerario MC. Reference values for lung function tests. II.

Maximal respiratory pressures and voluntary ventilation. Brasilian Journal of

Medical and Biological Research 1999; 32:719-727.

18. AMERICAN THORACIC SOCIETY. ATS statement: guidelines for six-minute

walk test. Am J Respir Crit Care Med.2002;166:111-117.

19. Silva OB, Filho DC. A new proposal to guide velocity and inclination in the

ramp protocol for the treadmill ergometer. Arq Bras Cardiol 2003; 81: 48-53.

20. Arena R, Myers J, Guazzi M. Cardiopulmonary exercise testing is a core

assessment for patients with heart failure. Congest Heart Fail. 2011:115-119.

Page 138: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

121

21. Rector TS, Cohn JN. Assessment of patient outcome with the Minnesota Living

with heart Failure Questionnare: Realiability and validity during a randomized,

double-blind, placebo=controlled trial of pimobendan. Am Heart J. 1992; 124:1017-

1025.

22.Carrara D. Avaliação prospectiva da qualidade de vida em pacientes com

miocardiopatia dilatada submetidos a ventriculectomia parcial esquerda

[Dissertação de Mestrado]. São Paulo: Universidade de São Paulo; 2001.

23. Balady GJ, Arena R, Sietsema K, Myers J, Coke L, Fletcher GF, et al.

Clinician's Guide to cardiopulmonary exercise testing in adults: a scientific

statement from the American Heart Association. Circulation. 2010;122:191-225.

24. Mady C, Salemi VM, Ianni BM, Ramires FJ, Arteaga E. Maximal functional

capacity, ejection fraction, and functional class in Chagas cardiomyopathy. Are

these indices related? Arq Bras Cardiol. 2005;84:152-155.

25. Nogueira ID, Servantes DM, Nogueira PA, Pelcerman A, Salvetti XM, Salles F

et al. Correlation between Quality of Life and Functional Capacity in Heart Failure.

Arq Bras Cardiol 2010; 95: 238-243.

Page 139: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

122

26. Oliveira BG, Abreu MN, Abreu CD, Rocha MO, Ribeiro AL. Health-related

quality of life in patients with Chagas disease. Rev Soc Bras Med Trop.

2011;44:150-156.

27. Smart N, Haluska B, Jeffriess L, Marwick TH. Exercise training in systolic and

diastolic dysfunction: effects on cardiac function, functional capacity, and quality of

life. Am Heart J 2007;153:530-536.

28. Arena R, Humphrey R, Peberdy MA. Relationship between the Minnesota

Living With Heart Failure Questionnaire and key ventilatory expired gas measures

during exercise testing in patients with heart failure. J Cardiopulm Rehabil. 2002;

22:273-277.

29. Di Naso FC, Pereira JS, Dias AS, Junior LA, Monteiro MB. Correlations

between respiratory and functional variables in heart failure. Rev Port Pneum

2009;5: 875-890.

30. Dimopoulou I, Tsintzas OK, Daganou M, Cokkinos DV, Tzelepis GE.

Contribution of lung function to exercise capacity in patients with chronic heart

failure. Respiration 1999;66:144-149.

31. Fregosi RF, Dempsey JA. Effects of exercise in normoxia and acute hypoxia on

respiratory muscle metabolites. J Appl Physiol. 1986:1274-1283.

Page 140: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

123

32. Carmo MM, Bárbara C, Ferreira T, Branco J, Ferreira S, Rendas

AB.Diaphragmatic function in patients with chronic left ventricular failure.

Pathophysiology. 2001; 8:55-56.

33. Karapolat H, Eyigor S, Atasever A, Zoghi M, Nalbantgil S, Durmaz B. Effect of

dyspnea and clinical variables on the quality of life and functional capacity in

patients with chronic obstructive pulmonary disease and congestive heart failure.

Chin Med J 2008; 5 ;592-596.

34. Meyer FJ, Zugck C, Haass M, Otterspoor L, Strasser RH, Kübler W et al.

Inefficient ventilation and reduced respiratory muscle capacity in congestive heart

failure. Basic Res Cardiol 2000;95:333-342.

35. Olson TP, Johnson BD. Influence of cardiomegaly on disordered breathing

during exercise in chronic heart failure. Eur J Heart Fail. 2011;13:311-318.

36. Caruana L, Petrie MC, McMurray JJ, MacFarlane NG. Altered diaphragm

position and function in patients with chronic heart failure. Eur J Heart Fail

2001;3:183-187.

37. Kanaya Y, Nakamura M, Kobayashi N, Hiramori K. Effects of L-arginine on

lower limb vasodilator reserve and exercise capacity in patients with chronic heart

failure. Heart 1999;81:512-517.

38. Kubota T, Imaizumi T, Oyama J, Ando S, Takeshita A. L-arginine increases

exercise-induced vasodilation of the forearm in patients with heart failure. Jpn Circ

J 1997;61:471-480.

Page 141: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

124

39. Kindman LA, Vagelos RH, Willson K, Prikazky L, Fowler M. Abnormalities of

pulmonary function in patients with congestive heart failure, and reversal with

ipratropium bromide. Am J Cardiol 1994;73: 258–262.

40. Brasileiro FC, Vargas FS, Kavakama JI, Leite JJ, Cukier A, Prefaut C. High-

resolution CT scan in the evaluation of exercise-induced interstitial pulmonary

edema in cardiac patients. Chest 1997; 111: 1577–1582.

41. Tzani P, Piepoli MF, Longo F, Aiello M, Serra W, Maurizio AR et al. Resting

lung function in the assessment of the exercise capacity in patients with chronic

heart failure. Am J Med Sci. 2010; 339: 210-215.

Page 142: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

125

Figura 1. Correlação negativa do VO2máx com os valores do escore do MLHFQ.

MLHFQ- Questionário de qualidade de vida Minessota Living with Heart Failure.

VO2Máx= Taxa máxima que o organismo de um indivíduo tem de captar e utilizar

o oxigênio do ar que está inspirando para gerar trabalho.

Page 143: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

126

Figura 2. Correlação do VO2máx com os valores da Pimáx .

PiMáx (cmH2O)= Pressão inspiratória máxima

VO2Máx= Taxa máxima que o organismo de um indivíduo tem de captar e utilizar

o oxigênio do ar que está inspirando para gerar trabalho.

Page 144: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

127

Tabela 1. Dados antropométricos, clínicos e farmacológicos.

Dados Valores (Média±DP)

Sexo 5M/7H

Idade(anos) 54,91±8,60

IMC(Kg/m2) 25,06±4,4

FR(ipm) 16±4

FC(bpm) 70±11

PAS(mmHg) 108±15

PAD(mmHg) 78±11

Fração de Ejeção (%) 32,41±5,97

Classe Funcional (NYHA)

II 6 III 6

Medicamentos

β-bloqueador 11 Diuréticos 9 Digitálicos 5

Função Pulmonar

VEF1(L/s) 2,10±0,64 % VEF1predito 72±13,21

CVF(L/s) 2,68±0,88 % CVFpredito 74,91±13,50

% VEF1 /CVFpredito 97±12 FEF25-75% (L/s) 2,02±0,75

%FEF25-75%predito 71,25±15,31

Força Muscular Inspiratória

PiMáx(cmH2O)

43,41±16,69

% PiMáx 43,70±14,47

Qualidade de Vida (MLHFQ)

40,5±21,22

Teste Exercício Cardiopulmonar

VO2 MÁX(mL/(Kg x min) 17,90±3,94 VE/VCO2(mL/(Kg x min) 27,97±6,09

R 1,22±0,11

Page 145: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

128

Valores expressos em Média±DP. IMC=Índice de massa corpórea;

PAS=pressão arterial sistólica; PAD=pressão arterial diastólica; VEF1=

Volume expiratório forçado no primeiro segundo; CVF= capacidade vital

forçada; FEF25-75%= Fluxo expiratório forçado entre 25-75% da CVF;

PiMáx=Pressão inspiratória máxima; MLHFQ= Minnesota Living With

Heart Failure Questionnaire;VO2 MÁX=Taxa máxima que o organismo de

um indivíduo tem de captar e utilizar o oxigênio do ar que está inspirando

para gerar trabalho; VE/VCO2=Equivalente ventilatório de gás carbônico e

R= Razão de troca respiratória.

Page 146: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

129

Tabela 2. Correlação entre a força da musculatura inspiratória e a função

pulmonar.

PiMáx

Correlação CVF VEF1 FEF25-75%

r

p

0,66

0,01

0,825

0,001

0,639

0,02

Correlação de Spearman. Considerando nível de significância para p

<0,05. VEF1= Volume expiratório forçado no primeiro segundo; CVF=

capacidade vital forçada; FEF25-75%= Fluxo expiratório forçado entre 25-

75% da CVF e PiMáx=Pressão inspiratória máxima;

Page 147: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

130

CORRELATION OF SPIROMETRIC VARIABLES DURING MAXIMAL EXERCISE

WITH PULMONARY FUNCTION, INSPIRATORY MUSCLE STRENGTH AND

QUALITY OF LIFE IN PATIENTS WITH HEART FAILURE RESULTING FROM

CHAGAS DISEASE

Brandão DC, Remígio MI, Muniz H, Marinho S e Dornelas de Andrade AF.

Daniella Cunha Brandão

Masters in Health Sciences from the Federal University of Pernambuco-UFPE

Affiliation: Graduate Program in Health Sciences, Federal University of Rio Grande

do Norte-UFRN

Maria Inês Remígio

Masters in Internal Medicine from UFPE

Affiliation: Cardiology Department at the Hospital das Clínicas-UFPE

Helga Muniz

Masters Student in Physiotherapy-UFPE

Affiliation: Department of Physiotherapy-UFPE

Sílvia Marinho

Cardiology Department - Chagas/Heart Failure Ambulatory Facility – Pernambuco

Cardiology Emergency Room-PROCAPE

Armèle Dornelas de Andrade.

PhD from British Columbia-Canada

Page 148: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

131

Affiliation: Assistant Professor in the Department of Physiotherapy-UFPE.

Abstract

Introduction: Chagas Disease is a serious public health problem, with 5 million

infected individuals in Brazil. Of these, approximately 30% develop chronic Chagas

cardiomyopathy (CCC), where the main symptoms are fatigue and dyspnea.

Objective: To correlate maximal exercise capacity with pulmonary function,

inspiratory muscle strength and quality of life in patients with CCC. Methodology:

Twelve individuals suffering from CCC were evaluated (7 men), with a mean age of

54.91± 8.60 years and the following inclusion criteria: functional class II and III

according to the New York Heart Association (NYHA); left ventricle ejection fraction

below 45%; clinical stability (> 3 months); symptom duration > 1 year, body mass

index (BMI) < 35Kg/m2 and non-smokers or ex-smokers with a history of smoking

<10 packs/day. All subjects were submitted to spirometry, manometer testing,

maximal cardiopulmonary exercise testing (CPX) and a quality of life questionnaire

(Minnesota). Results: A negative correlation was observed between VO2máx and

MLHFQ scores (r=-0.626; p=0.03) and a positive association with MIP (r=0.713;

p=0.009). Positive correlations were also recorded between MIP and spirometric

variables [FEV1(r=0.825;p=0.001 ), FVC(r=0.66;p=0.01 and FEF25-

75%(r=0.639;p=0.02)]. Conclusion: The present study demonstrated that in patients

with CCC: VO2MAX is directly related to inspiratory muscle strength and quality of

life, while deteriorating lung function is directly associated with respiratory muscle

weakness.

Keywords: Chronic Chagas cardiomyopathy; respiratory muscles and quality of life.

Page 149: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

132

1. INTRODUCTION

Chagas disease continues to pose a serious threat to public health in Latin

America, causing around fifty thousand deaths a year among 18 million infected

individuals, of which 5 million are from Brazil3. Approximately 30% of those infected

develop chronic chagas cardiomyopathy (CCC), the most frequent clinical form of

the disease with the highest morbidity and mortality. The degree of myocardial

deterioration in this heart disease is variable and a significant number of patients

may progress to heart failure5.

Chronic heart failure due to Chagas disease differs from other etiologies in

several aspects, including predominance among males and greater prevalence

between the ages of 30 and 60 years. With respect to clinical aspects, Chagas

cardiomyopathy patients display excessive arrhythmia (atrial and ventricular),

varying degrees of atrioventricular block, biventricular dysfunction with

predominance in the right ventricle, apical left ventricular aneurism, frequent

thromboembolic events6, myocardial perfusion defects associated with autonomic

dysfunction and high risk of sudden death8. These individuals are a subgroup

among heart failure sufferers with the poorest prognosis9.

Regardless of etiology, the primary symptoms of CHF are dyspnea and

fatigue10,11 resulting from a pathophysiological interaction beyond the

hemodynamic disorder10-13. In regard to the origins of respiratory system

limitations, reports in the literature suggest the lungs are not responsible for

reduced functional capacity in CHF patients, with the exception of possible

pulmonary function damage11. Since hemodynamic and pulmonary limitations do

Page 150: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

133

not sufficiently explain the appearance of fatigue and dyspnea in CHF sufferers,

several studies suggest that skeletal muscle abnormalities may contribute to these

symptoms among subjects with CHF13-14.

Fatigue and dyspnea hamper performance in activities of daily living and

exercise among patients with CHF.10 These symptoms are caused by skeletal

muscle atrophy, lower percentages of type I fibers in relation to type II, a decline in

oxidative enzymes with rapid depletion of glycolytic mechanisms, as well as a

decrease in the size and number of mitochondria.11 In addition, respiratory muscle

weakness may be involved in increased breathing effort during hyperpnea required

to perform activities with greater energy expenditure.12

Within this context, cardiopulmonary exercise testing is considered the gold

standard for evaluating exercise capacity among CHF suffers, with strong

prognostic power. Values for the relationship between ventilation / carbon dioxide

output (VE/VCO2) and VO2max (maximal oxygen consumption) are the most

important prognostic variables in this test9,15,16. However, no associations were

found in the literature between these variables and other functional data, such as

respiratory muscle strength, pulmonary function and quality of life for populations

affected by Chagas.

Therefore, the present study aimed to correlate lung function, inspiratory

muscle strength and quality of life with maximal exercise capacity in patients with

CHF caused by Chagas disease.

Page 151: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

134

2. METHODOLOGY

2.1. Participant characteristics

A sample of 12 individuals suffering from CCC+CHF was selected from 55

eligible patients screened in an ambulatory facility at a Cardiology Hospital.

Inclusion criteria were sedentary adults of both sexes aged between 21 and 65

years; diagnosed with CCC more than one year previously; suffering from

functional class II and III in accordance with the New York Heart Association

(NYHA); left ventricle ejection fraction below 45%; clinical stability (> 3 months);

symptom duration > 1 year, body mass index (BMI) < 35Kg/m2 and non-smokers or

ex-smokers with a history of smoking <10 packs/year. Exclusion criteria were

subjects exhibiting unstable angina; myocardial infarction or prior heart surgery up

to three months before the study; orthopedic diseases or respiratory comorbidities

such as asthma and chronic obstructive pulmonary disease (COPD). Medication

for all participants was optimized for CHF during the study period.

This investigation was approved by the institutional Human Research Ethics

Committee under protocol 196/96. All participants were informed of the risks and

benefits of the study and gave written informed consent.

2.2 Measuring pulmonary function and strength

Inspiratory muscle strength was assessed using a digital manometer (MVD-

300, Globalmed, Brazil) connected to a mouthpiece with a 2 mm opening. In a

sitting position, each patient performed three maneuvers with a maximum variation

of 10% between them to obtain MIP17, from residual volume (RV) to total functional

capacity (TFC), considering the best of the three maneuvers.

Page 152: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

135

Pulmonary function was evaluated with a hand held spirometer (Micro

Medical Microloop MK8, England), in addition to forced vital capacity (FVC), forced

expiratory volume in one second (FEV1) 25-75% of forced expiratory flow (FEF25-

75%). All maneuvers were executed in accordance with American Thoracic Society18

recommendations.

2.3 Cardiopulmonary exercise testing (CPX)

A symptom-limited CPX was performed for all subjects on a treadmill

(Centurium 300, Micromed, Brazil), using a ramp protocol19 and ErgoPC Elite®

software connected to a 12-channel electrocardiograph (Micromed, Brazil).

Respiratory variables VO2MAX and VE/VCO2, (Cortex – Metalyzer II, Germany) were

obtained breath-by-breath in standard conditions of temperature and pressure

(SRP), as well as humidity. During the exercise, patients breathed into a face mask

without leaks. Equipment was calibrated for pressure, gas and volume prior to

each test. In order to ensure that patients reached maximum effort, tests

considered were those where they achieved a respiratory exchange ratio of

(R)≥1.1.20

2.4 Quality of Life: Minnesota Living With Heart Failure Questionnaire (MLHFQ)

The MLHFQ is a specific instrument for evaluating quality of life in relation to

health, developed by Rector et al 21and validated and translated into Brazilian

Portuguese by Carrara 22. It consists of 21 questions concerning limitations

commonly associated with the extent to which heart failure has affected patient’s

lives in the previous month. Responses to these questions reflect the subjects’ own

Page 153: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

136

perception of the impact of heart failure on physical, socioeconomical and

psychological aspects of life. Each question is attributed a value from 0 (zero) to 5

(five), with higher scores indicating worse quality of life. The total score is

calculated by adding the 21 items, with a possible range between 0 and 105.

3. STATISTICAL ANALYSIS

Statistical analysis was carried out using SPSS 18.0 software and data were

expressed as mean±standard deviation (SD), with a 95% confidence interval and

significance level of p<0.05. Spearman’s correlation was applied to assess

behavior between spirometric variables (VO2max, VE/VCO2), quality of life (MLHFQ),

pulmonary function (FEV1, FVC and FEF25-75%) and inspiratory muscle strength

(MIP).

4. RESULTS

Clinical, demographic and medication characteristics for all patients are

described in Table 1. All cardiopulmonary exercise tests were conducted without

incident, with dyspnea as a limiting symptom for all subjects studied. All

participants exhibited an R greater than 1.1.

A negative correlation was recorded for VO2max with MLHFQ scores (Figure

1) and a positive association with MIP values (Figure 2).

No significant correlations were observed for VO2max in relation to pulmonary

function values: FEV1(r =0.537; p= 0.072), FVC (r = 0.504; p= 0.094) and FEF25-

75%(r = 0.565; p=0.056). Significant associations were not recorded for variables

studied with regard to VE/VCO2 and the MLHFQ (r = 0.197; p=0.539), MIP (r = -

Page 154: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

137

0.515; p=0.087), FEV1(r = -0.460; p= 0.13), FVC (r = -0.161; p= 0.616) and FEF25-

75%(r =- 0.385; p=0.217). Table 2 shows positive relationships between MIP and

spirometric variables (FEV1, FVC and FEF25-75%).

5. DISCUSSION

Considering the literature analyzed, the present study is the first to correlate

maximal exercise capacity with pulmonary function, inspiratory muscle strength

and quality of life in patients suffering from heart failure with Chagas etiology. Our

data demonstrate that CCC patients exhibit lower-than-predicted VO2. Moreover,

the greater the VO2MAX achieved during exercise, the better the MIP and quality of

life in this population.

VO2MAX measured by the CPX is the most accurate means of quantifying

aerobic capacity. According to Balady GJ et al23 and Arena R et al20, normal adult

values range from 43.9 to 29.4 mL/Kg/min for men and 37.4 to 25.1 mL/Kg/min for

women. This study recorded lower-than-predicted values for the Chagas

population (19.57 mL/Kg/min for males and 15.56 mL/Kg/min for females),

corroborating findings by Mady et al 24, who assessed 104 subjects with CCC. With

respect to the other CPX variable examined, no other studies were found

correlating VE/VCO2 with muscle strength in the population.

Another significant association observed in this investigation was in regard

to VO2MAX and the MLHFQ quality score. Chronic Chagas cardiomyopathy (CCC)

sufferers displayed several non-specific symptoms that often resulted in reduced

functional capacity and diminished quality of life related to dyspnea and fatigue

during daily activities25-27.

Page 155: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

138

No studies were found in the literature that correlated spirometric variables

with quality of life among CCC patients. However, results in the present study

corroborate research by Nogueira et al 25 and Arena et al 28 when studying CHF

sufferers with various etiologies. Nogueira et al35 investigated the relationship

between the MLHFQ and spirometric variables in 46 patients and found a negative

correlation between peak VO2 and the MLHFQ. This confirms that the higher the

VO2MAX reached during maximal testing, the better the quality of life for this

population. Arena et al 28, assessed 31 patients with CHF, submitted to

cardiopulmonary testing, and reported similar results to ours and those of Nogueira

et al25, with no significant association between VO2MAX and VE/VCO2 and the

MLHFQ. The authors justified these findings by the effort-independent VE/VCO2

relationship and effort-dependent VO2MAX.

The ability of respiratory muscles to generate pressure may decline in

patients with heart disease and is a predictor of morbidity in this population29.

Several factors can explain the relationship observed between this variable (MIP)

and VO2MAX in the present study. Dimopolou et al 30 observed this same correlation

when studying 44 subjects with CHF of different etiologies.

Dyspnea was the main limiting symptom during maximal exercise in this

investigation, capable of preventing an increase in VO2MAX achieved27. However,

other studies suggest that inspiratory muscle weakness is one of the primary

factors in this symptom among individuals with CHF resulting from varying causes.

Initially, this weakness can be caused by cardiomegaly, present in the

population studied9,13,35. Caruana et al. 36 used ultrasound to evaluated diaphragm

position in 20 subjects with CHF associated to cardiomegaly, observing a more

Page 156: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

139

caudal position of the organ for these individuals when compared to healthy

subjects. The authors confirm that this position lowers the mechanical advantage

of the diaphragm (promoting intrinsic pre-contraction) and reduces its capacity to

generate pressure. At the same time, a greater load is imposed on the muscle

during exercise, leading to increased muscular stimulus by mechanoreceptors and

a greater feeling of dyspnea.

Another factor that may explain inspiratory muscle weakness commonly

found in CHF sufferers is low perfusion of these muscles due to respiratory muscle

hypoxia during exercise10. This provokes greater ventilator work and a concomitant

reduction in strength for these muscles37,38.

With regard to lung function, we recorded a positive correlation for FEV1,

FVC and FEF25-75% in relation to MIP. However, no studies were found directly

associating these variables in the CHF population, regardless of etiology.

Nevertheless, this correlation may be due to airway obstruction caused by

bronchial edema, raised pulmonary venous pressure and microcirculatory

derangement39 among CHF sufferers. Exercise exacerbates this condition by

increasing atrial and left ventricular pressure and causing peribronchial narrowing

resulting from greater interstitial pulmonary edema.40 These mechanisms raise

respiratory system resistance, leading to excessive dead space ventilation and

lower lung complacency, considered contributing factors to increased ventilator

work and respiratory muscle overload30.

The rise in ventilation work, the decreased capacity of inspiratory muscles to

generate pressure, in addition to the heart’s inability to increase perfusion of these

Page 157: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

140

muscles during exercise, likely hampers functional performance and raises

dyspnea in these patients.

The present study also found no significant correlations for pulmonary

function and spirometric variables. In regard to comparison with VO2MAX, our

research diverges from that of Dimopoulou et al30 and Tzani et al41. The first study

recorded slight associations of spirometric variables with CPX variables in 50

individuals with CHF. However, comparison of our data is compromised, since

research by Dimopoulou et al30 included smokers belonging to classes II and IV

according to the NYHA. Furthermore, in addition to including patients from the

same functional classes as the first study, Tzani et al41 investigated this correlation

among older patients than those analyzed here. This may have influenced the

different results, given that the effects of aging on the respiratory system may

overlap alterations caused by cardiac injury. Nevertheless, we found no correlation

between VE/VCO2 and pulmonary function, corroborating findings by Tzani et al41

and Dimopoulou et al30.

6. CONCLUSION

The present study recorded the following results for sufferers of CCC

associated with CHF: VO2MAX is directly related to inspiratory muscle strength and

quality of life in these patients, while diminished lung function suggests inspiratory

muscle weakness. Further research is also needed for this population in order to

evaluate the effect of specific respiratory muscle training on symptom reduction

and quality of life.

Page 158: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

141

7. LIMITATIONS

Limitations in the present study were the small number of subjects

investigated, which can de explained by the strict exclusion criteria, and the lack of

a comparison group of patients with other etiologies.

Page 159: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

142

8. REFERENCES

1. de Oliveira-Marques DS, Bonametti AM, Matsuo T, Gregori Junior F. The

epidemiologic profile and prevalence of cardiopathy in trypanosoma cruzi infected

blood donor candidates, Londrina, Paraná, Brazil. Rev Inst Med Trop Sao Paulo

2005; 47:321-326.

2. Silveira AC, Vinhaes M. Chagas disease: the epidemiological and control

aspects. Rev Soc Bras Med Trop. 1998;31 Suppl 2:15-60.

3. Rassi A Jr, Rassi A, Marin-Neto JA. Chagas disease. Lancet. 2010 Apr

17;375(9723):1388-1402.

4. Câmara ACJ, Varela-Freire AA, Valadares HMS, Macedo AM, D’Ávila DA,

Machado CR. Genetic analyses of Trypanosoma cruzi isolates from naturally

infected triatomines and humans in northeastern Brazil. Acta Tropica 2010;

115:205-211.

5. Xavier SS, Sousa AS, Hasslocher-Moreno A. Aplicação da nova classificação

da insuficiência cardíaca (ACC/AHA) na cardiopatia chagásica crônica: análise

crítica das curvas de sobrevida. Revista da SOCERJ.2005;3:227-232.

6. Silva CP, Del Carlo CH, Oliveira Junior MT, Scipioni A, Strunz-Cassaro,

Ramirez JA et al. Why do patients with chagasic cardiomyopathy have worse

outcomes than those with non-chagasic cardiomyopathy? Arq Bras cardiol

2008;91:358-362.

Page 160: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

143

7. Higuchi ML, de Morais CF, Pereira-Barreto AC, Lopes EA, Stolg N, Bellotti G, et

al. The role of active myocarditis in the development of heart failure in chronic

Chagas’ disease: a study on endomyocardial biopsies. Clin Cardiol. 1987; 10: 665-

670.

8. Simões MV, Pintya AO, Bromberg-Marin G, Sarabanda AV, Antloga CM, Pazin-

Filho A, et al. Relation of regional sympathetic denervation and myocardial

perfusion disturbance to wall motion impairment in Chagas’ cardiomyopathy. Am J

Cardiol. 2000; 86: 975-981.

9.Olson TP, Beck KC, Johnson JB, Johnson BD. Competition for intrathoracic

space reduces lung capacity in patients with chronic heart failure: a radiographic

study. Chest. 2006;130:164-171.

10.Mancini DM, Henson D, LaManca J, Levine S. Evidence of reduced respiratory

muscle endurance in patients with heart failure. JACC 1994;24:972–981.

11. Mitch WE, Goldberg AL. Mechanisms of muscle wasting: the role of the

ubiquitin-proteasome pathway. N Engl J Med 1996; 335:1897–1905.

12.Dall'Ago P, Chiappa GR, Guths H, Stein R, Ribeiro JP. Inspiratory muscle

training in patients with heart failure and inspiratory muscle weakness. J Am Coll

Cardiol 2006; 47:757-763.

13.Olson TP, Beck KC, Johnson BD. Pulmonary function changes associated with

cardiomegaly in chronic heart failure. J Cardiac Failure 2007;13:100-107.

Page 161: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

144

14.Ulrik CS, Carlsen J, Arendrup H, Aldershvile J. Pulmonary function in chronic

heart failure: changes after heart transplantation. Scand Cardiovasc J.

1999;33:131-6.

15. Arena R, Myers J, Abella J, Pinkstaff S, Brubaker P, Kitzman D, Peberdy MA,

Bensimhon D, Chase P, Forman DE, Guazzi M. Defining the optimal prognostic

window for cardiopulmonary exercise testing in patients with heart failure. Circ

Heart Fail. 2010;3:405-11.

16. Chase P, Arena R, Guazzi M, Myers J, Peberdy MA, Bensimhon D. Prognostic

usefulness of the functional aerobic reserve in patients with heart failure. Am Heart

J. 2010 Nov;160(5):922-927.

17. .Neder JA, Andreoni S, Lerario MC. Reference values for lung function tests. II.

Maximal respiratory pressures and voluntary ventilation. Brasilian Journal of

Medical and Biological Research 1999; 32:719-727.

18. AMERICAN THORACIC SOCIETY. ATS statement: guidelines for six-minute

walk test. Am J Respir Crit Care Med.2002;166:111-117.

19. Silva OB, Filho DC. A new proposal to guide velocity and inclination in the

ramp protocol for the treadmill ergometer. Arq Bras Cardiol 2003; 81: 48-53.

20. Arena R, Myers J, Guazzi M. Cardiopulmonary exercise testing is a core

assessment for patients with heart failure. Congest Heart Fail. 2011:115-119.

Page 162: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

145

21. Rector TS, Cohn JN. Assessment of patient outcome with the Minnesota Living

with heart Failure Questionnaire: Reliability and validity during a randomized,

double-blind, placebo=controlled trial of pimobendan. Am Heart J. 1992; 124:1017-

1025.

22.Carrara D. Avaliação prospectiva da qualidade de vida em pacientes com

miocardiopatia dilatada submetidos a ventriculectomia parcial esquerda

[Dissertação de Mestrado]. São Paulo: Universidade de São Paulo; 2001.

23. Balady GJ, Arena R, Sietsema K, Myers J, Coke L, Fletcher GF, et al.

Clinician's Guide to cardiopulmonary exercise testing in adults: a scientific

statement from the American Heart Association. Circulation. 2010;122:191-225.

24. Mady C, Salemi VM, Ianni BM, Ramires FJ, Arteaga E. Maximal functional

capacity, ejection fraction, and functional class in Chagas cardiomyopathy. Are

these indices related? Arq Bras Cardiol. 2005;84:152-155.

25. Nogueira ID, Servantes DM, Nogueira PA, Pelcerman A, Salvetti XM, Salles F

et al. Correlation between Quality of Life and Functional Capacity in Heart Failure.

Arq Bras Cardiol 2010; 95: 238-243.

26. Oliveira BG, Abreu MN, Abreu CD, Rocha MO, Ribeiro AL. Health-related

quality of life in patients with Chagas disease. Rev Soc Bras Med Trop.

2011;44:150-156.

Page 163: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

146

27. Smart N, Haluska B, Jeffriess L, Marwick TH. Exercise training in systolic and

diastolic dysfunction: effects on cardiac function, functional capacity, and quality of

life. Am Heart J 2007;153:530-536.

28. Arena R, Humphrey R, Peberdy MA. Relationship between the Minnesota

Living With Heart Failure Questionnaire and key ventilatory expired gas measures

during exercise testing in patients with heart failure. J Cardiopulm Rehabil. 2002;

22:273-277.

29. Di Naso FC, Pereira JS, Dias AS, Junior LA, Monteiro MB. Correlations

between respiratory and functional variables in heart failure. Rev Port Pneum

2009;5: 875-890.

30. Dimopoulou I, Tsintzas OK, Daganou M, Cokkinos DV, Tzelepis GE.

Contribution of lung function to exercise capacity in patients with chronic heart

failure. Respiration 1999;66:144-149.

31. Fregosi RF, Dempsey JA. Effects of exercise in normoxia and acute hypoxia on

respiratory muscle metabolites. J Appl Physiol. 1986:1274-1283.

32. Carmo MM, Bárbara C, Ferreira T, Branco J, Ferreira S, Rendas

AB.Diaphragmatic function in patients with chronic left ventricular failure.

Pathophysiology. 2001; 8:55-56.

33. Karapolat H, Eyigor S, Atasever A, Zoghi M, Nalbantgil S, Durmaz B. Effect of

dyspnea and clinical variables on the quality of life and functional capacity in

Page 164: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

147

patients with chronic obstructive pulmonary disease and congestive heart failure.

Chin Med J 2008; 5 ;592-596.

34. Meyer FJ, Zugck C, Haass M, Otterspoor L, Strasser RH, Kübler W et al.

Inefficient ventilation and reduced respiratory muscle capacity in congestive heart

failure. Basic Res Cardiol 2000;95:333-342.

35. Olson TP, Johnson BD. Influence of cardiomegaly on disordered breathing

during exercise in chronic heart failure. Eur J Heart Fail. 2011;13:311-318.

36. Caruana L, Petrie MC, McMurray JJ, MacFarlane NG. Altered diaphragm

position and function in patients with chronic heart failure. Eur J Heart Fail

2001;3:183-187.

37. Kanaya Y, Nakamura M, Kobayashi N, Hiramori K. Effects of L-arginine on

lower limb vasodilator reserve and exercise capacity in patients with chronic heart

failure. Heart 1999;81:512-517.

38. Kubota T, Imaizumi T, Oyama J, Ando S, Takeshita A. L-arginine increases

exercise-induced vasodilation of the forearm in patients with heart failure. Jpn Circ

J 1997;61:471-480.

39. Kindman LA, Vagelos RH, Willson K, Prikazky L, Fowler M. Abnormalities of

pulmonary function in patients with congestive heart failure, and reversal with

ipratropium bromide. Am J Cardiol 1994;73: 258–262.

40. Brasileiro FC, Vargas FS, Kavakama JI, Leite JJ, Cukier A, Prefaut C. High-

resolution CT scan in the evaluation of exercise-induced interstitial pulmonary

edema in cardiac patients. Chest 1997; 111: 1577–1582.

Page 165: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

148

41. Tzani P, Piepoli MF, Longo F, Aiello M, Serra W, Maurizio AR et al. Resting

lung function in the assessment of the exercise capacity in patients with chronic

heart failure. Am J Med Sci. 2010; 339: 210-215.

Page 166: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

149

Figure 1. Negative correlation with the values of VO2max score MLHFQ.

Figure 2. VO2max correlated with the values of MIP.

MIP (cmH2O) = Maximum inspiratory pressure. VO2Máx = Maximum rate that the body of an individual to grasp and use oxygen from the air that is inspiring to generate work.

MIP

Page 167: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

150

Table 1. Anthropometric, clinical and pharmacological data.

Data Values (Mean±SD)

Sex 5M/7H

Age(years) 54.91±8.60

BMI(Kg/m2) 25.06±4.4

RR(ipm) 16±4

HR(bpm) 70±11

SBP(mmHg) 108±15

DBP(mmHg) 78±11

Ejection Fraction (%) 32.41±5.97

Functional Class (NYHA)

II 6 III 6

Medication

β-blockers 11 Diuretics 9 Digitalis 5

Pulmonary Function

FEV1(L/s) 2.10±0.64 % FEV1predicted 72±13.21

FVC(L/s) 2.68±0.88 % FVCpredicted 74.91±13.50

% FEV1 /FVCpredicted 97±12 FEF25-75% (L/s) 2.02±0.75

%FEF25-75%predicted 71.25±15.31

Inspiratory Muscle Strength

MIP(cmH2O)

43.41±16.69

% MIP 43.70±14.47

Quality of Life (MLHFQ)

40.5±21.22

Cardiopulmonary Exercise Test

VO2 MAX(mL/(Kg x min) 17.90±3.94 VE/VCO2(mL/(Kg x min) 27.97±6.09

R 1.22±0.11

Page 168: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

151

Values expressed as Mean±SD. BMI=Body mass index; SBP=systolic

blood pressure; DBP=diastolic blood pressure; FEV1= Forced expiratory

volume in one second; FVC=forced vital capacity; FEF25-75%= Forced

expiratory flow between 25-75% of FVC; MIP=Maximum inspiratory

pressure; MLHFQ= Minnesota Living With Heart Failure

Questionnaire;VO2 MAX=Maximum rate that the organism of an individual

must capture and use oxygen from the air in order to generate work;

VE/VCO2=Ventilatory equivalent of carbon dioxide and R= Respiratory

exchange ratio.

Page 169: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

152

Table 2. Correlation between inspiratory muscle strength and pulmonary function.

MIP

Correlation FVC FEV1 FEF25-75%

r

p

0.66

0.01

0.825

0.001

0.639

0.02

Spearman Correlation. Considering a significance level of p <0.05. FEV1=

Forced expiratory volume in one second; FVC= forced vital capacity; FEF25-

75%= Forced expiratory flow between 25-75% of FVC and MIP=Maximal

inspiratory pressure.

Page 170: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

153

4. COMENTÁRIOS, CRÍTICAS E SUGESTÕES

A idéia original deste projeto surgiu da observação da literatura científica

quanto à escassez de estudos que esclarecessem a origem dos sintomas

respiratórios, principalmente a dispnéia, em pacientes com insuficiência

cardíaca crônica.

Quanto aos pacientes com insuficiência cardíaca crônica, algumas

dificuldades foram encontradas para que os mesmos participassem do estudo.

Muitos destes pacientes residiam no interior do estado, o que dificultava o

acesso.

Além da dificuldade de acesso, muitos pacientes elegíveis para o estudo

foram excluídos pela gravidade da doença em que se encontravam (classe

funcional IV pela NYHA), bem como outros já se apresentavam sem sintomas

(classe funcional I pela NYHA) devido à otimização do tratamento

medicamentoso. Outras dificuldades como a ausência de exames ecográficos

recentes dificultam a inclusão dos pacientes no estudo.

Com as avaliações dos pacientes foi possível a realização de 3 artigos

científicos. O primeiro artigo surgiu do questionamento se existiria diferenças na

distribuição regional da ventilação entre os dois lados do tórax, já que a

presença da cardiomegalia poderia prejudicar em maior proporção o lado

esquerdo destes pacientes cardiopatas. Além de observamos esta alteração,

também gostaríamos de elucidar se tal diferença regional apresentava alguma

repercussão clínica nesta população. Com o desenvolvimento do estudo, nossa

hipótese foi confirmada e este artigo foi publicado em uma renista Qualis A2.

Page 171: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

154

O segundo artigo foi o artigo mais prolongado para ser feito, uma fez que

se tratou de um ensaio clínico. Observamos que o treinamento da musculatura

inspiratória é eficaz para otimizar a contração diafragmática e com isso diminuir

a sensação de dispnéia e melhorar a qualidade de vida em pacientes com

insuficiência cardíaca crônica. Durante a realização deste estudo, era nítida a

diferença na capacidade funcional dos pacientes que realizaram o treinamento,

como relatos da seguinte forma: “ Agora estou conseguindo até subir

escadas...” ou “ Consegui dá umas braçadas no mar”. Este trabalho foi

apresentado ao hospital de referência na região e surgiu a hipótese de

incorporar este tipo de treinamento associado ao medicamento aos pacientes

do SUS.

Já o terceiro e último artigo surgiu da idéia de estratificar uma parte da

amostra composta apenas por pacientes chagásicos com insuficiência cardíaca

crônica, uma vez que nossa região é endêmica para esta doença, nossa

amostra apresentou um número elevado desta população. Observamos o

comportamento das variáveis ergoespirométricas, força da musculatura

respiratória e qualidade de vida nestes doentes. Existem poucos trabalhos

nesta população, sendo esta patologia considerada negligenciada pelas

agências de saúde pública. Os testes ergoespirométricos foram realizados com

bastante rigor, onde os pesquisadores permaneciam bastante atentos a

possíveis descompensações pois esta é a população dita mais grave quando

estuda-se pacientes com insuficiência cardíaca.

Como perspectivas futuras observamos a necessidade de avaliar estas

alterações respiratórias com marcadores cardíacos como BNP, entre outros.

Page 172: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

155

Também surge a hipótese de incorporar o treinamento da musculatura

inspiratória a programas de reabilitação cardíaca para melhorar a performance

destes indivíduos.

Concluindo, gostaria de expressar meu contentamento em participar

deste programa de pós-graduação, no qual sempre mostrou-se interessado em

minhas dificuldades e com possibilidades de solução. A possibilidade de

interagir com outros profissionais de várias áreas da saúde contribuiu bastante

para minha formação como indivíduo e docente. Portanto, é com bastante

alegria que agradeço a oportunidade de ter concluindo este doutorado de poder

enriquecer minha vida profissional.

Page 173: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

156

5. ANEXOS

Page 174: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

157

Page 175: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

158

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

DISTRIBUIÇÃO REGIONAL DA VENTILAÇÃO PULMONAR EM INDIVÍDUOS

COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CRÔNICA APÓS REALIZAR UM PROGRAMA

DE TREINAMENTO DA MUSCULATURA INSPIRATÓRIA E SUA CORRELAÇÃO

COM DADOS FUNCIONAIS.

O senhor(a) está sendo convidado a participar de uma pesquisa cujo o título

é DISTRIBUIÇÃO REGIONAL DA VENTILAÇÃO PULMONAR EM INDIVÍDUOS

COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CRÔNICA APÓS REALIZAR UM PROGRAMA

DE TREINAMENTO DA MUSCULATURA INSPIRATÓRIA E SUA CORRELAÇÃO

COM DADOS FUNCIONAIS. Primeiramente o senhor(a) será avaliado em relação

a pressão arterial, freqüência cardíaca, freqüência respiratória, anamnese,

oxigenação dos pulmões, uma coleta de sangue para análise de uma substância

chamada BNP que encontramos no sangue que ajuda a informar em que grau

está sua doença. Será realizado uma filmagem que irá ser colocada em um

computador(não será gravado o rosto ou qualquer parte do seu corpo e sim,

apenas a sua respiração) através de um equipamento chamado pletismógrafo

optoeletrônico. Também iremos colocar três eletrodos na região do seu pescoço e

abdômen para analisar com os músculos da sua respiração estão se contraindo,

não havendo necessidade de colocação de agulhas para isto. Também iremos lhe

fazer algumas perguntas para saber como está sua qualidade de vida e o grau de

Page 176: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

159

sua atividade física. Todos os questionários ficaram guardados no local da coleta

sob a responsabilidade do pesquisador principal. O senhor também realizará um

teste de esteira junto com uma máscara no rosto. Este exame chama-se

ergoespirometria e será realizado por um médico cardiologista apto para

realização deste exame. Este exame serve para avaliar a capacidade do seu

coração em oxigenar seu corpo durante o exercício.

Após esta avaliação, o senhor irá receber um aparelho para levar para

casa, sem custos, para realizar exercícios para os músculos da respiração durante

três meses diariamente. Toda semana o Sr(a) será examinado pela pesquisadora

para ajustar o aparelho. O senhor (a) pode se retirar da pesquisa em qualquer

momento da realização desta, não havendo qualquer tipo ônus para o seu

tratamento ambulatorial ou hospitalar em que o senhor(a) esteja enquadrado.

Riscos e Desconfortos: Os riscos deste estudo serão mínimos, tendo em vista

que o Sr(a) estará todo o tempo observado por um profissional de saúde

devidamente preparado . Durante a realização do teste de esteira com a máscara

o senhor(a) poderá sentir um pouco de sensação de que a máscara está

“prendendo”seu ar, mas o exame só será realizado caso o senhor informe que a

máscara está mais confortável. O local do estudo é localizado dentro do campus

universitário, onde no mesmo está localizado o Hospital das Clínicas de

Pernambuco, caso o Sr. sinta algum desconforto. O suporte oferecido será

adequado para as necessidades do senhor, de acordo com a avaliação do médico

cardiologista, o qual lhe encaminhará para a assistência hospitalar, caso seja

necessário. O aparelho para treinamento dos músculos respiratórios será ajustado

Page 177: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

160

com uma pressão bem tolerada para os pacientes. A coleta de sangue será

realizada por um técnico em laboratório experiente o que minimizará o risco do

senhor será furado mais de uma vez.

Benefícios: Os principais benefícios deste estudo estão ligados a melhora na

capacidade de realizar atividades de vida diária e melhora na qualidade de vida de

pacientes com ICC (Insuficiência cardíaca Crônica) .

Dúvidas e Esclarecimentos: Em caso de dúvida, procurar o departamento de

Fisioterapia da UFPE, Av dos Reitores s/n Cidade Universitária, Recife-PE.

Pessoa a ser procurada, Daniella Cunha Brandão e telefones disponíveis 81

87350944 e 21268496(residente na rua Prof. Gerônimo Gueiros, 55 Encruzilhada

Recife-PE, e-mail: [email protected]). Além do Comitê de Ética

localizado na Av. Professor Moraes Rego s/n, Cidade Universitária, Recife-PE,

CEP:50670-901, Telefone 2126 8588.

Eu,.................................................(sujeito ou responsável), abaixo assinado, tendo

recebido todos os esclarecimentos acima citados, e ciente dos meus direitos,

concordo em participar desta pesquisa, bem como autorizo toda documentação

necessária, a divulgação e a publicação em periódicos, revistas bem como

apresentação em congressos, workshop e quaisquer eventos de caráter científico.

Local: Data:

____/____/____

______________________________

Assinatura do Sujeito (ou responsável)

Page 178: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

161

RG:

______________________________

Assinatura do Pesquisador

RG:

______________________________

Testemunha 1 RG:

______________________________

Testemunha 2 RG

Page 179: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

162

6.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. HUNT et al. Guideline Update for the diagnosis and management of chronic

heart failure in adult. ACC/AHA Practice Guidelines,1-63, 2005.

2. PINA, I.L. et al.Exercise and heart failure: a statement from the American

Heart Association Committee on Exercise, Rehabilitation, and Prevention.

Circulation, v.107, n.8, p.1210-1225, 2003.

3. CHULA, E.D. Insuficiência cardíaca-Epidemiologia, Classificação e

Diagnóstico. In: Filho, Wagner Cardoso de Pádua & Barbosa, Márcia de

Melo. Cardiologia-Sociedade Mineira de Cradiologia. Rio de Janeiro:

Guanabara Koogan p. 241-254, 2005.

4. DATASUS. Morbidade Hospitalar do Sistema Único de Saúde. Disponível

em: http://tabnet.datasus.gov.br/tabcgi.exe?sih/cnv/miuf.def. Acessado em

09 de maio de 2010.

5. SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA. Revisão das II Diretrizes da

Sociedade Brasileira de Cradiologia para o diagnóstico e tratamento da

insuficiência cardíaca. Arquivos Brasileiros de Cardiologia , v.79,Suppl 4,

p.1-30, 2002.

6. AMERICAN HEART ASSOCATION. Revisions to classification of functional

capacity and objective assessment of patients with diseases of the

heart.1994. Disponível em: <www.americanheart.org> Acesso em: 09 nov.

2009.

7. CLARK, A.L. Origin of symptoms in chronic heart failure. Heart, v.92, n.1,

p.12-16.

Page 180: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

163

8. SULLIVAN, M.J., GREEN, H.J., COBB, F.R. Skeletal muscle biochemistry

and histology in ambulatory patients with long-term heart failure. Circulation,

v.81, n.2, p.518-527.

9. DREXLER, H. et al. Alterations of skeletal muscle in chronic heart failure.

Circulation, v.85, n.5, p.1751-1759.

10. COATS, A.J.S. The “muscles hypothesis” of chronic heart failure. J Mol. Cell

Cardiol. 1996; v.8, n.11, p.2255-2262, 1996.

11. DALL’AGO, P. et al. Inspiratory muscle training in patients with heart failure

and inspiratory muscle weakness. J Am Coll Cardiol, v.47, n.4, 757-763,

2006. .

12. SULLIVAN, M.J. et al. Exercise training in patients with severe left

ventricular dysfunction. Circulation, v.8, n. 78,p. 506-515, 1988.

13. LENNÉ, R.T., et al. Skeletal muscle endurance training improves peripheral

oxidation capacity, exercise tolerance and health-related quality of life in

women with chronic congestive heart failure secondary to either ischemic

cardiomyopathy or idiopathic dilatead cardiomyopathy.Am.J.Cardiol., v.80,

n.8, p. 1025-1029, 1997.

14. HOSENPUD, J.D et al. Skeletal muscle endurance training improves

peripheral oxidation capacity, exercise tolerance patients before and after

cardiac transplantation. Am J Med., v.88, n.8, p. 493-496, 1990.

15. ENRIGHT, P.L., et al. Reduced vital capacity in elderly persons with

hypertension, coronary heart disease, or left ventricular hypertrophy: The

Cardiovascular Health Study. Chest,v.107,n.1, p.28-35,1995.

Page 181: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

164

16. ULRIK, C.S., et al. Pulmonary function in chronic heart failure: changes after

heart transplantation. Scand Cardiovasc J., v.33, n.4, p.131-136, 1999.

17. OLSON, T.P. et al. Pulmonary function changes associated with

cardiomegaly in chronic heart failure. J Cardiac Failure, v. 13, n.2,100-107,

2007.

18. GEHLBACH, B.K.; GEPPERT, E. The pulmonary manifestations of left heart

failure. Chest. ,v. 125, n. 29, p.669-682, 2004.

19. ROSSI, M.A. Pattems of myocardial fibrosis in idiopathic cardiomyophaties

and chronic chagasic cardiophaty. Can J Cardiol, v.72, n.7, p.247-263,

2003.

20. DAVILA, D.F, et al. Effects of metoprolol in chagasic patients with severe

congestive heart failure. Int J Cardiol, v.85, n.7, p. 255-260, 2003.

21. LITTLE, R.W; GEORGE, R.B. Serial pulmonary function in patients with

acute heart failure. Arch Intern Med., v. 143, p. 429–433, 1983.

22. FAGGIANO, P. et al. Pulmonary function tests in patients with congestive

heart failure: effects of medical therapy.Cardiology, v. 83, p. 30–35, 1993.

23. PURI, S. et al. Reduced alveolar-capillary membrane diffusing capacity in

chronic heart failure: its pathophysiological relevance and relationship to

exercise performance. Circulation. v. 91, p. 2769-74, 1995.

24. OLSON, T.P. et al. Competition for intrathoracic space reduces lung

capacity in patients with chronic heart failure. Chest. v. 130, p. 164-171,

2006.

Page 182: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

165

25. MEYER, F.J. et al. Respiratory muscle dysfunction in congestive heart

failure: clinical correlation and prognostic significance. Circulation. v. 103, p.

2153-2158, 2001.

26. AGOSTINI, P. et al. Cardiomegaly as a possible cause of lung dysfunction

in patients with heart failure. Am Heart J. p 140 - 144. 2000.

27. PINNA, G.D. et al. Cardiorespiratory interactions during periodic breathing in

awake chronic heart failure patients. Am J Physiol Heart Circ Physiol. v.

278, p. 932– 941. 2000.

28. MORTARA, A. et al. Association between hemodynamic impairment and

cheyne-stokes respiration and periodic breathing in chronic stable

congestive heart failure secondary to ischemic or idiopathic dilated

cardiomyopathy. Am J Cardiol. v. 84, p. 900–904. 1999.

29. CHUA, T.P; COATS, J.S. The lung in chronic heart failure. Eur Heart J.v 16,

p. 882-887, 1995

30. OLIVEIRA-MARQUES, D.S. et al. The epidemiologic profile and prevalence

of cardiopathy in trypanosoma cruzi infected blood donor candidates,

Londrina, Paraná, Brazil. Rev.Inst.Med.Trop. v. 47, n. 6, p. 321-326. 2005.

31. SILVEIRA, A.; VINHAES, M.C. Doença de Chagas: aspectos

epidemiológicos e de controle. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina

Tropical. v. 31, p. 15-60, 1998.

32. WHO. Control of Chagas disease. WHO Technical Report Series. p 811-

895, 1991.

33. XAVIER, S.S.; SOUSA, A.S.; HASSLOCHER-MORENO, A. Aplicação da

nova classificação da insuficiência cardíaca (ACC/AHA) na cardiopatia

Page 183: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

166

chagásica crônica: análise crítica das curvas de sobrevida. Revista da

SOCERJ. v. 3, p. 227-232, 2005.

34. DIAS, J.C.; MACHADO, M.M.; FERNANDES, A.L. et al. Esboço geral e

perspectivas da doença de Chagas no Nordeste do Brasil. Cad. Saúde

Pública. v. 16, p. 38-42, 2000.

35. DATASUS. Morbidade Hospitalar do Sistema Único de Saúde. Disponível

em: http://tabnet.datasus.gov.br/tabcgi.exe?sih/cnv/miuf.def. Acessado em:

09 de nov. 2009.

36. VASCONCELOS, R.H. et al. Perfil clínico e epidemiológico de chagásicos

crônicos com acometimento digestivo no estado de Pernambuco.

Congresso Brasileiro De Saúde Coletiva, 9., 2009, Recife: Abrasco, 2009.

CD-ROM.

37. MINISTÉRIO DA SAÚDE (org); Secretaria de Vigilância em Saúde.

Consenso brasileiro em doença de Chagas. Revista da Sociedade

Brasileira de Medicina Tropical. Vol. 38 (Suplemento III), 2005.

38. ROSSI, M.A.; RAMOS, S.G. Coronary microvascular abnormalities in

Chagas'disease. Am Heart J . v. 7, p. 287-2941, 1996.

39. SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA (org). Revisão das II

Diretrizes para o Diagnóstico e Tratamento da IC. Arq Bras Cardiol. v .79

(suplemento IV), 2009.

40. SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA (org). II Diretriz Brasileira de

Cardiopatia Grave. Arq Bras Cardiol. v. 87(2), p. 223-232, 2006.

Page 184: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

167

41. MATTOS, B.P. Mecanismos patogênicos, função ventricular e biópsia

endomiocárdica na miocardiopatia dilatada. Revista HCPA. v. 25(3), p. 60-

64, 2005.

42. KANNEL, W.B. Incidence and epidemiology of heart failure. Heart Failure

Reviews. v. 5, p. 167-173, 2005.

43. MARIM-NETO, J.A,; SIMÕES, M.V.; SARABANDA, A.V.L. Cardiopatia

Chagásica. Arq Bras Cardiol. v. 72, p. 247-63, 1999.

44. COURA, J.R. et al. Morbidade da doença de Chagas IV: estudo

longitudinal de dez anos em Pains e Iguatama, Minas Gerais. Mem Inst

Oswaldo Cruz. v. 80, p. 73-80, 1985

45. SOUSA L, et al. Six-minute walk test in Chagas cardiomyopathy. Int J

Cardiol. v 125, p 139–141, 2008.

46. MANCINI, D.M. et al. Evidence of reduced respiratory muscle endurance in

patients with heart failure. Jorn of Amer Coll of Cardiol. v. 24, p. 972–981,

1994.

47. MITCH, W.E.; GOLDBERG, A.L. Mechanisms of muscle wasting: the role of

the

ubiquitin-proteasome pathway. N Engl J Med. v. 335, p. 1897–1905, 1996

48. LAOUTARISA, I et al. Inspiratory muscle training using an incremental

endurance test alleviates dyspnea and improves functional status in patients

with chronic heart failure. Eur J Cardiovasc Prev Rehabil. v. 11, p. 489-496,

2004.

Page 185: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

168

49. CHIAPPA, P.T . et al. Inspiratory muscle training improves blood flow to

resting and exercising limbs in patients with chronic heart failure. J Am Coll

Cardiol . v. 51, p. 1663–1671, 2008.

50. HAMMOND, M.D. et al. Respiratory muscle strength in congestive heart

failure. Chest v. 98, n. 5, p. 1091-4, 1990.

51. MANNION, A.F.; DOLAN, P. Relationship between myoelectric and

mechanical manifestations of fatigue in the quadriceps femoris muscle

group. Eur. J. Appl. Physiol. Occup. Physiol. v. 74(5), p. 411-9, 1996.

52. NAKAMARU, Y.; SCHWARTZ, A. The influence of hydrogen concentration

on calcium binding and release by skeletalmuscle. Journal Genetic

Physiology. v. 59, p. 22-32, 1993.

53. JONES, D.A. et al. Excitation frequency and muscle fatigue: mechanical

responses during voluntary and stimulated contractions. Exp. Neurol. v. 64,

p. 401-13, 1979.

54. CAHALIN, L.P.; SEMIGRAN, M.J.; DEC, G.W. Inspiratory muscle training in

patients with chronic heart failure awaiting cardiac transplantation: results of

a pilot clinical trial. Phys Ther . v. 77, n. 8, p. 830-838, 1997.

55. HAMMOND M.D. et al. Respiratory muscle strength in congestive heart

failure. Chestv. 98, n.5, p.1091-1094,1990.

56. MANNION, A.F., DOLAN, P. Relationship between myoelectric and

mechanical manifestations of fatigue in the quadriceps femoris muscle

group. Eur. J. Appl. Physiol. Occup. Physiol, v.74,n.5,p.411-419, 1996.

Page 186: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

169

57. NAKAMARU Y, SCHWARTZ A. The influence of hydrogen concentration on

calcium binding and release by skeletalmuscle. Journal Genetic

Physiology,v.59,p.22-32, 1972.

58. JONES D.A., et al. Excitation frequency and muscle fatigue: mechanical

responses during voluntary and stimulated contractions. Exp.

Neurol,v.64,p.401-413,1979.

59. CAHALIN L.P., SEMIGRAN M.J., DEC G.W. Inspiratory muscle training in

patients with chronic heart failure awaiting cardiac transplantation: results of

a pilot clinical trial. Phys Ther, v.77, n.8, p.830-838,1997.

60. JOHNSON P.H., COWLEY A.J., KINNEAR W.J. A randomized controlled

trial of inspiratory muscle training in stable chronic heart failure. Eur Heart

J,v.19, p.1249-1253, 1998.

61. LAOUTARIS I.D. et al. Immune response to inspiratory muscle training in

patients with chronic heart failure. Eur J Cardiovasc Prev Rehabil,v.14,

p.679-685, 2007.

62. MANCINI D.M. et al. Benefit of selective respiratory muscle training on

exercise capacity in patients with chronic congestive heart

failure. Circulation,v.91, p.320-329,1995.

63. WEINER P. et al. The effect of specific inspiratory muscle training on the

sensation of dyspnea and exercise tolerance in patients with congestive

heart failure. Clin Cardiol, v.22, p.727-732, 1999.

64. REID W.D., SAMRAL B. Respiratory muscle training for patients with

chronic obstructive pulmonary disease. Phys Ther, v.75, p. 996-1005, 1995.

Page 187: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

170

65. DORNELAS DE ANDRADE, A.F. et al. Inspiratory muscular activation

during threshold® therapy in elderly healthy and patients with COPD.J

Electromyogr Kinesiol, v.15, p. 631-639, 2005.

66. HUGHES P.D. et al. Diaphragm strength in chronic heart failure. Am J

Respir Crit Care Med v. 160, n. 2, p. 529-534, 1999.

67. STASSIJNS G et al Peripheral and respiratory muscles in chronic heart

failure. Eur Respir J, v. 9, p. 2161-2167, 1996.

68. FORGIARINI L.A. et al. Evaluation of respiratory muscle strength and

pulmonary function in heart failure patients. Arq Bras Cardiol, v. 89, p. 36-

41.

69. MILLER, J.D. et al. The effects of inspiratory intrathoracic pressure

production on the cardiovascular response to submaximal exercise in health

and chronic heart failure. Am J Physiol Heart Circ Physiol. , v.292, n. 1,

p.580-592, 2007.

70. DEMPSEY J.A. et al. Consequences of exercise-induced

respiratory muscle work.Respir physiol neurobiol, v.151, n.2-3, p. 242-250.

71. HEEL, A.W. et al. Fatiguing inspiratory muscle work causes reflex reduction

in resting leg blood flow in humans. J Physiol, v.537, n.1, p.277-289, 2001.

72. RODMAN, J.R. et al. Cardiovascular effects of the respiratory muscle

metaboreflexes in dogs: rest and exercise. J Appl Physiol., v.95,

n.5, p.1159-1169, 2003.

Page 188: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

171

7.0 ABSTRACT

The inspiratory muscle training (IMT) was made through the exercise with

inspiratory load threshold is used in the rehabilitation of individuals with chronic

heart failure (CHF). This work will be presented in three articles. The first article

was to compare the kinematics ventilation of healthy people in relation to

patients with CHF and cardiomegaly associated with diaphragmatic weakness,

the second study aimed to evaluate the functional data of patients with CHF

after undergoing IMR program and the third and last article aims to analyze a

subgroup of patients with Chagas disease (CCC) during maximal exercise. It

was observed that the presence of cardiomegaly and inspiratory muscle

weakness are common in patients with CHF. Exact mechanisms of action of

these two factors associated or isolated in the determination of respiratory

symptoms in these patients are still unknown. According to this first study, in a

lower region ventilation diaphragm would lead to an increased perception of

breathlessness during submaximal exercise in this population. Furthermore, the

observed changes in the pattern of regional distribution of ventilation in patients

with CHF compared to healthy individuals can serve as a basis for other

prospective studies using IMT. The second original article showed that the IMR

in patients with CHF was effective for improvement in muscle strength,

functional capacity and quality of life for this population. This study also

observed the behavior of the distribution of lung volumes for the system

thoracoabdominal this population, explaining that higher volumes in the

compartments of the abdominal rib cage and abdominal may reflect a greater

effectiveness of diaphragmatic contraction. In conclusion, the third and last

article brought clarifications for patients with CCC: the VO2MAX is directly

related to inspiratory muscle strength and quality of life in these patients, while

deterioration of lung function suggests reflect a weakness of the muscles of

inspiration .

Page 189: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · muitos testes de caminha pelos corredores do PROCAPE. ... O treinamento muscular inspiratório ... capacidade funcional e qualidade

172