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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE-UFRN ESCOLA DE MÚSICA CURSO DE GRADUAÇÃO EM MÚSICA LICENCIATURA O PAPEL DA MONITORIA NA INICIAÇÃO À DOCÊNCIA EM MÚSICA: um relato de experiência na Escola Municipal de Música Maestro Claudionor de Oliveira SANDRO ROBERTO GOMES RODRIGUES NATAL-RN 2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE-UFRN

ESCOLA DE MÚSICA CURSO DE GRADUAÇÃO EM MÚSICA – LICENCIATURA

O PAPEL DA MONITORIA NA INICIAÇÃO À DOCÊNCIA EM MÚSICA: um relato de experiência na Escola Municipal de Música Maestro Claudionor de Oliveira

SANDRO ROBERTO GOMES RODRIGUES

NATAL-RN 2013

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SANDRO ROBERTO GOMES RODRIGUES

O PAPEL DA MONITORIA NA INICIAÇÃO À DOCÊNCIA EM MÚSICA: um relato de experiência na Escola Municipal de Música Maestro Claudionor de Oliveira

Monografia apresentada à Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, como requisito parcial para obtenção do título de Licenciado em Música. Orientador: Prof. Me. Ticiano Maciel D’Amore

NATAL-RN 2013

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SANDRO ROBERTO GOMES RODRIGUES

O PAPEL DA MONITORIA NA INICIAÇÃO À DOCÊNCIA EM MÚSICA: um relato de experiência na Escola Municipal de Música Maestro Claudionor de Oliveira

Monografia apresentada à Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, como requisito parcial para obtenção do título de Licenciado em Música. Aprovada em ___\___\___.

BANCA EXAMINADORA

_____________________________________________ Prof. Me. Ticiano Maciel D’Amore

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

_____________________________________________ Prof. Dr. Jean Joubert Freitas Mendes

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

_____________________________________________ Profª. Ma. Carolina Chaves Gomes

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

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AGRADECIMENTO

Agradeço a Deus por ter me dado mais uma oportunidade na minha formação

profissional, a meu orientador Prof. Me. Ticiano Maciel D’Amore, pela escolha do

tema, confiança e atenção dada neste trabalho, viabilizando a realização de um

trabalho voltado à monitoria em nossa escola de música.

A Vânia Regina que contribuiu de forma significativa na construção desse

trabalho. Em especial agradeço a minha esposa Ana Clarissa e minhas filhas

Melissa Victória e Laís Iara as principais incentivadoras.

A minha Mãe que nunca desistiu de mim nem interferiu em minhas escolhas

por ser músico ou professor de música. Meu Pai José Carlos que mesmo a distância

ainda lembra de mim em suas ações e orações. .

A meu irmão Hélio Alfredes que custeou meus primeiros anos de estudo de

música acreditando e influenciando em minha profissão. Meu irmão Marcos

Alexandre, encorajando-me a alcançar novas perspectivas em minha vida. Ao meu

primeiro professor de música Evaldo Teixeira que me ensinou a ser persistente com

os estudos. Aos meus sogros Luiz Carlos e Simone Andrade pelo apoio paciência.

Aos colegas de trabalho do SESC e da Escola de Municipal de Música

Maestro Claudionor de Oliveira do município de Goianinha, onde leciono. Dione

Almeida pelos documentos fornecidos e Cláudia Maria da Silva Lopes pelo apoio.

Aos alunos monitores da Escola Municipal de Música Maestro Claudionor que

foram alvos da minha investigação e observação contribuindo para a realização

desse trabalho. Aos meus alunos monitores João Batista Guedes, violão e Tony

Joabe da Silva, guitarra por serem os meus companheiros e responsáveis por

ensinar comigo tantos alunos. Ao Prefeito Júnior Rocha pelo incentivo a Cultura no

município de Goianinha.

Agradeço a todos que contribuíram direta ou indiretamente na construção

desse trabalho.

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RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo refletir sobre o papel da monitoria na

iniciação a docência em música. Para compreender essa prática, foram abordados

aspectos históricos da monitoria, concepções, regulamentações, bem como as

atribuições e os papeis que assume o monitor no programa de monitoria. Para

subsidiar esses aspectos, foram realizadas pesquisas em artigos, livros e fontes que

contemplassem o assunto de forma mais abrangente possível. Também foram

realizadas entrevistas com alunos monitores, a fim de compreender a importância da

monitoria na iniciação à docência. Os resultados obtidos vieram constatar a

importância do programa de monitoria, uma vez que possibilita uma experiência

significativa na iniciação a docência. Observou-se que o programa de monitoria

influencia na escolha da profissão, na melhoria e qualidade do ensino, sendo

necessário mais investimento por parte dos governantes em proporcionar mais

acesso a essa modalidade de ensino e aprendizagem.

Palavras-chave: Monitoria, Aprendizagem, Docência.

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ABSTRACT

This paper aims to reflect on the role of monitoring in initiating the teaching of music.

To understand this practice were discussed historical aspects of monitoring,

concepts, regulations, and the functions and roles that assumes the monitor in the

monitoring program. To support these features, surveys were conducted in articles,

books and sources that addressed the issue more comprehensively as possible.

Interviews were conducted with student monitors in order to understand the

importance of monitoring the initiation to teaching. The results came as the

importance of the monitoring program as it provides a significant experience in

initiating teaching. It was observed that the monitoring program influences the choice

of profession, and improving quality of education, requiring more investment by

governments to provide more access to this type of teaching and learning.

Keywords: Monitoring , Learning , Teaching .

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Tempo de Experiência no Instrumento de Habilitação ......................... 30 Gráfico 2 – Conhecimento Sobre o Tema Monitoria ............................................... 31

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .............................................................................................. 9

1.1. OBJETIVOS .................................................................................................... 12

1.1.1. OBJETIVO GERAL .................................................................................. 12

1.1.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................... 12

2. DISCUSSÃO ACERCA DA MONITORIA .................................................... 13

2.1. Um panorama histórico .......................................................................... 13

2.2. A Monitoria como elemento de iniciação à docência ......................... 15

2.3. Concepções acerca da monitoria ......................................................... 15

2.4. Regulamentação da prática de monitoria e a LDB .............................. 17

2.5. Monitoria no Brasil ................................................................................. 18

2.5.1. PID: Programa de Iniciação à Docência ............................................... 18

2.5.2. PIBID: Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à docência ...................................................................................................................

18

2.5.3. Programa Mais educação ...................................................................... 19

2.6. Atribuições do monitor .......................................................................... 20

2.7. Papel do monitor .................................................................................... 21

2.7.1. Monitor como cooperador ..................................................................... 21

2.7.2. Monitor como assistência ...................................................................... 21

2.7.3. Monitor no espaço virtual ...................................................................... 22

2.7.4. Monitor como pesquisador .................................................................... 22

3. METODOLOGIA ........................................................................................... 23

4. ESCOLA MUNICIPAL DE MÚSICA MAESTRO CLAUDIONOR DE OLIVEIRA .....................................................................................................

24

4.1. Informações gerais e históricas ............................................................ 24

4.2. Corpo pedagógico .................................................................................. 24

4.3. Do curso, do ingresso na escola de música e dos discentes ............ 25

4.4. Das bolsas de estudo e monitoria ........................................................ 27

4.5. Dos grupos musicais ............................................................................. 28

5. ANÁLISE DAS ENTREVISTAS ................................................................... 30

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................... 34

REFERÊNCIA ..................................................................................................... 35

ANEXOS ............................................................................................................. 37

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1. INTRODUÇÃO

Procurei desenvolver um trabalho que trouxesse uma contribuição

significativa para as futuras pesquisas relacionadas à prática de monitoria em

música. Atualmente trabalho em uma escola de música situada no município de

Goianinha no estado do Rio Grande do Norte. Dentro desse contexto, percebi

inicialmente o que havia sido relevante nesta prática.

O município mencionado desenvolve sua economia baseada na extração da

cana-de-açúcar e comércio e este último é voltado para o consumo local. Com isso,

percebi que os jovens desse município, os quais têm perspectivas profissionais

diversas, são levados para outras áreas de atuação profissional e pólos de trabalho

distantes, pois o município ainda não consegue absorvê-los.

Logo que pensei nesse tema vieram boas perspectivas, pois observei no

decorrer desse trabalho que foi um tema pouco explorado no meio acadêmico. Outro

aspecto que considero relevante foi o fato de já ter vivenciado a prática de monitoria

em contextos de ensino bem diversos.

Constatei que alunos monitores da Escola Municipal de Música Maestro

Claudionor de Oliveira, localizada em Goianinha/RN, vêm se desenvolvendo como

futuros musicistas e possíveis professores de música, pois atualmente se destacam

dentro de um público estimado em quatrocentos alunos que integram a mencionada

escola, sendo fruto de bastante empenho, dedicação, atuação na docência e

performance em música.

Ressalto a iniciativa do poder municipal local, em legitimar essa prática de

monitoria dentro do contexto cultural e educacional do aludido município, ampliando

outras possibilidades de perspectivas profissionais. Sabe-se atualmente que as leis

brasileiras oportunizam o ensino da música em diversos contextos formais e

informais. O apoio do governo local em regulamentar e manter a escola de música,

bem como as atividades diversas que a mesma realiza, tem sido um aspecto

relevante para o fortalecimento dessa prática, desenvolvida dentro do contexto da

iniciação a prática docente em música.

O referido trabalho objetiva contribuir de forma significativa para as futuras

pesquisas relacionadas à prática de monitoria em música, bem como abordar as

experiências adquiridas pelos alunos monitores da Escola Municipal de Música

Maestro Claudionor de Oliveira. O programa de monitoria contribui de forma

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significativa para o aluno monitor possibilitando a construção de competências no

âmbito de ensino, por meio de exercício na docência. DIAS (2007) afirma que é

fundamental que a prática de monitoria possibilite o aprofundamento teórico-prático,

com o foco na formação inicial para a docência.

O referido trabalho consta de uma introdução, que apresenta a temática a ser

tratada. Na sequência a caracterização da escola Municipal de Música Maestro

Claudionor de Oliveira. Em seguida os objetivos, o geral e os específicos. Após os

objetivos segue o referencial teórico onde serão abordados aspectos desde o

panorama histórico sobre a prática de monitoria, a relação entre monitoria e a

iniciação a docência, algumas concepções a respeito de monitoria, juntamente com

a regulamentação dessa prática, ressaltando também os programas brasileiros que

contemplam essa prática, as atribuições do monitor, bem como os vários papéis que

o monitor assume.

No capítulo seguinte será abordada a metodologia do trabalho, em seguida

será apresentada a análise das entrevistas realizadas com os monitores da Escola

Municipal de Música Maestro Claudionor de Oliveira, e logo após as considerações

finais. Finalizando com as referências bibliográficas, que embasaram o referido

trabalho, nos apêndices encontram-se fotos dos monitores em suas práticas

docentes, o formulário utilizado nas entrevistas, como também cópia da Lei

municipal que regulamenta o programa de monitoria.

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1.1. OBJETIVOS

1.1.1. OBJETIVO GERAL

Discutir o papel da monitoria na iniciação a docência em música.

1.1.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Levantar material bibliográfico sobre a relação entre monitoria e docência;

Investigar junto a monitores de música a importância de exercer esse papel

para sua formação docente;

Contribuir para a discussão da relação entre monitoria e práticas pedagógicas

musicais.

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2. DISCUSSÃO ACERCA DA MONITORIA

Entre tantas práticas de aperfeiçoamento relacionadas à docência, a

monitoria se configura como uma das experiências de ensino e aprendizagem, pois

o conhecimento adquirido junto ao professor, ao orientador, e aos alunos

monitorados propicia a visualização de novos horizontes. Quando a mesma é

viabilizada por um conjunto de ações pedagógicas tornam o indivíduo, denominado

monitor, conhecedor de sua prática docente como também o possibilita discutir

outras práticas sobre o processo de ensino aprendizagem.

2.1. Um panorama histórico

Para entender a prática da monitoria foi de imensa importância realizar uma

pesquisa em artigos, livros e fontes que contemplassem o assunto de forma mais

abrangente possível e que possibilitasse uma reflexão crítica acerca do mesmo.

Para tanto, conhecer esta prática a qual vem sendo desenvolvida há séculos é

preciso observar a história e compreender que os contextos sistemáticos e

assistemáticos de ensino foram, há muito tempo, contemplados pela prática de

monitoria ainda que de maneira repetitiva, pois como afirmam ULLMAN e BOHNEN

(1994, p.43) “Já na Universidade Medieval, quando do desenvolvimento da

escolástica e de seu método, havia monitores, denominados repetidores, que

reproduziam a matéria desenvolvida por seus mestres”.

No século XVII a Universidade, os colégios e as faculdades de Artes tiveram

influência do ensino jesuítico e com este tipo de organização pedagógica adotada,

os alunos mais adiantados passaram a ensinar os aprendizes, FRISON e MORAES

(2010). Em outro contexto histórico, posterior à sociedade medieval NATÁRIO

(2001) revela que a monitoria introduzida pelos ingleses, no período da Revolução

Industrial, foi utilizada como estratégia para compensar a ausência de professores

habilitados. Nesse contexto RODRIGUES e ABREU (2013) mencionam Joseph

Lancaster (1778–1838) o iniciador de um método de ensino com monitores na

Inglaterra. Já FRISON e MORAES (2010) cita não apenas Joseph Lancaster, mas

também Andrew Bell em parceria com Lancaster, como responsáveis por

sistematizar um novo método, o qual foi denominado Ensino Mútuo ou Monitorial. O

método lancasteriano compreendia um ensino mútuo entre alunos que

apresentavam nível semelhante de conhecimento, divididos em geral em várias

classes, no qual era observado o conhecimento dos alunos que iriam integrar as

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salas e desenvolver o programa a ser cumprido, o qual estava dividido entre leitura,

escrita e aritmética (BASTOS, 2011).

Nas primeiras décadas do século XIX o método foi disseminado pelo mundo,

atribuindo ao monitor um papel importante no ensino e ao mesmo tempo

descentralizando a figura do professor (RODRIGUES e ABREU, 2013). De acordo

com NARODOWSKI (2008) o objetivo do método lancasteriano era proporcionar a

educação em massa para as classes populares. Entretanto BASTOS (2005)

menciona que “no Brasil, a influência lanscasteriana não teve seu embasamento nas

origens inglesas, mas das leituras e apropriações dos franceses”.

De acordo com PEREIRA (2007) no Brasil a prática da monitoria ocorreu pela

primeira vez em 1823, no Rio de Janeiro, subordinada ao Ministério da Guerra e

sustentou-se até 1838, pois não houve iniciativas para repensá-la e adequá-la à

realidade brasileira. Por não ser repensado, para o contexto brasileiro da época, o

método monitorial acabou fracassando (FRISON e MORAES, 2010). A educação

elementar, que deveria ser oferecida, não conseguiu alcançar toda demanda da

sociedade inclusive das classes sociais mais baixas, pois de 1890 a 1920, houve

uma pequena redução na taxa de analfabetismo, de apenas sete por cento.

Em outros contextos formais de ensino, a prática de monitoria foi introduzida

no Brasil. FRISON e MORAES (2010) refletem que em plena Ditadura Militar, foi

implantada a Lei que contempla a figura do Monitor e suas funções com o objetivo

de uma melhoria na qualidade do ensino superior. Essa Lei que regulamenta a

prática de monitoria e atribuições do monitor vigora até os dias atuais. De acordo

com DIAS (2007, p.37) o programa de monitoria nas universidades brasileiras “foi

iniciado com o advento da Lei 5.540, de 28 de novembro de 1968, que fixou normas

de organização e funcionamento para o ensino superior”. Em seu Artigo 41, a

referida lei estabelecia que “as universidades deverão criar as funções de monitor

para alunos do curso de graduação que se submeterem a provas específicas, nas

quais demonstrem capacidade de desempenho em atividades técno-didáticas de

determinada disciplina”. Percebe-se que para ser monitor o aluno estava sujeito a

avaliações não só de conhecimento teórico, mas de sua capacidade de liderança ou

de sua postura frente a um grupo. Atualmente no Brasil, além do programa de

monitoria acadêmica, regulamentado pela lei federal, 5.540/68, outros programas,

relacionados à docência, dos quais estão ligados ao Ministério da Educação e

Ministério da Cultura contemplam a prática da monitoria, tais como o PIBID

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(Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência) e o Programa Mais

Educação. Os referidos programas têm sido relevantes frente às escolas públicas e

universidades do cenário nacional, pois vêm possibilitando novas experiências

metodológicas e discursões no âmbito escolar e desta forma têm contribuído para o

avanço da educação básica em todo país.

2.2. A Monitoria como elemento de iniciação à docência

Vários aspectos podem ser considerados em relação à monitoria como

ferramenta inicial no processo de formação continuada, corroborando para que o

sujeito, denominado monitor, tenha sua prática consolidada, não rígida, mas que

essa seja sempre reflexiva. DIAS (2007) afirma que é fundamental que a prática de

monitoria possibilite o aprofundamento teórico-prático, com o foco na formação

inicial para a docência, subsidiada pelo desenvolvimento das ações.

Possibilitar o aprofundamento teórico-prático na iniciação à docência através

da pesquisa e da prática garante uma base de aprendizagem relevante, a qual será

desenvolvida pelo conhecimento científico e a experiência adquirida pela prática.

Se considerada como parte estrutural de cada curso podemos entender o que

DIAS (2007, p.40) instrui: “O Programa de Iniciação à Docência, ao lado de outras

experiências acadêmicas, deve fazer parte do Projeto Político-Pedagógico de cada

curso na universidade” e ainda trata o Programa de Iniciação à Docência como

“elemento diferenciador em relação aos demais programas e experiências

acadêmicas, pelo fato dele se relacionar à formação inicial de docentes para o

ensino superior” (DIAS, 2007, p.41).

O programa de monitoria além de contribuir com a melhoria do ensino de

graduação e oportunizar a iniciação do aluno na docência é responsável pelo

processo de socialização na docência universitária (NUNES, 2007). Esse processo

de socialização deve ser avaliado pelo professor como um aspecto muito importante

para a iniciação à docência, uma vez que o docente precisa saber compartilhar,

dinamizar o conhecimento sabendo lhe dar com as diferenças existentes na turma.

Assim, a monitoria tem papel relevante em qualquer contexto sendo funcional

e extremamente necessária enquanto parte integrante de uma experiência curricular

do aluno universitário.

2.3. Concepções acerca da monitoria

Ao considerar um conjunto de ideias a respeito da monitoria, observa-se que

estão atreladas várias concepções acerca dessa prática, pois identificá-la nos ajuda

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a compreender sua funcionalidade. A partir das concepções apresentadas entender-

se-á o caráter que a mesma assume, como foi pensada e concebida a fim de

atender a um determinado contexto. Para MOLERO e FERNÁNDEZ (1995) a

monitoria compreende um processo de ensino-aprendizado de caráter mutuo com os

discentes participando em discussões e reflexões a respeito de um determinado

conteúdo.

Essa prática mútua de construção do saber possibilita aos discentes uma

base de conhecimento mais sólida ao mesmo tempo em que desenvolve um meio

de estudo mais integrado em sala de aula, dessa forma o aluno perceberá que sua

futura prática docente poderá se desenvolver com estratégias de trabalho coletivo.

A monitoria compreende uma estratégia de apoio ao ensino em que

estudantes mais adiantados nos programas de formação acadêmica colaboram nos

processos de apropriação do conhecimento de seus colegas (FRISON e MORAES,

2010). Essa estratégia de apoio favorece a aprendizagem, uma vez que, os

monitores participam da própria cultura dos alunos, diferente da cultura dos

professores e possibilita também, o desenvolvimento tanto do aluno como do

monitor. DIAS (2007, p.39) apresenta algumas características que devem permear a

prática de monitoria tais como “o estímulo à docência, o incentivo de novas

experiências metodológicas com abordagem crítica, a noção ao trabalho coletivo, a

execução de planejamento e avaliação junto a professores orientadores”.

Portanto, observa-se a relevância da monitoria sendo um motivador inicial na

carreira como docente e o professor precisa ser o mediador nesse processo,

inserindo o aluno monitor em novas experiências de trabalho coletivo, no

planejamento. Para isso, ambos precisam buscar juntos novas alternativas de

ensino e de avaliação para que não venham realizar um trabalho medíocre, sem

relevância, em relação ao aprendizado dos alunos.

Outro aspecto que os professores devem considerar é o fato de que eles

precisam envolver os alunos da graduação nesse processo de ensino-aprendizagem

além da pesquisa, pois essa última acontece mais naturalmente, uma vez que o

aluno de graduação ao entrar no curso se depara com várias pesquisas para realizar

e como DIAS (2007, p.39) aponta sobre os objetivos que o programa deve cumprir

“estimular professores a envolverem os estudantes de graduação no processo de

ensino-aprendizagem, inserindo nesse contexto a pesquisa e a extensão”.

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O programa de monitoria deve ser visto com bastante responsabilidade não

só pela unidade acadêmica ou pelos professores, mas também pelo aluno monitor,

este último, deve entender o compromisso e a postura profissional e ética que um

docente deve ter com a educação como um todo, pois como bem assinala CAMPOS

(2004) os programas de monitoria, pesquisa e extensão “são importantes para

formar profissionais que tenham competência e compromisso com a educação e

possam, em breve, assumir a responsabilidade com a educação, com a docência e

com a aprendizagem”.

Com essa perspectiva o programa de monitoria amplia conhecimentos

científicos construídos a partir da prática da pesquisa dos conteúdos e de novas

metodologias e experiências de ensino que devem ser trabalhados em sala.

2.4. Regulamentação da prática de monitoria e a LDB

As concepções, discussões e avaliações acerca da prática de monitoria com

iniciação à docência em contextos de ensino acadêmicos possibilitaram a criação de

leis que regulamentassem essa prática e que favorecessem o ensino de uma forma

ampla, principalmente nas universidades federais, em 13 de março de 1970, o

Decreto de número 66.315, que dispõe do programa de participação do estudante

em trabalho de magistério e outras atividades nas instituições federais de ensino

superior (DIAS 2007, p.37). O decreto continua tratando das atribuições inerentes ao

exercício da monitoria:

a) as funções de monitor serão desenvolvidas por alunos com desempenho comprovadamente satisfatório (e não repetente), conhecimento da matéria objeto da monitoria, capacidade de auxiliar os membros do magistério superior em aulas, pesquisas e outras atividades técnico-pedagógicas; b) uma comissão, em cada universidade, fixará critérios e procederá a identificação das matérias em que haverá monitoria, o perfil do estudante, a condição e as normas para a seleção dos alunos; c) um regime de 12 horas semanais de efetivo trabalho, sob a orientação de professores da disciplina; d) a possibilidade de ser atribuída uma bolsa especial para o monitor, com recursos do Ministério da Educação e Cultura, previsto no orçamento da união.(BRASIL, decreto 66.315)

Posteriormente ao decreto, regulamentações e outras leis, que tratam da

existência da prática de monitoria relacionada à docência, foram desenvolvidas leis

com o sentido de aproveitar os discentes em atividades docentes na educação

superior visando um melhoramento do ensino acadêmico e com isso abrangendo a

prática de monitoria para o caráter de ensino, que até então ainda não tinha. O

artigo 84 da atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei nº 9394/96,

se refere à existência do monitor nos seguintes termos: “Os discentes da educação

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superior poderão ser aproveitados em tarefas de ensino e pesquisa pelas

respectivas instituições, exercendo funções de monitoria”.

2.5. Monitoria no Brasil

Atualmente o Governo Federal através dos Ministérios da Educação e da

Cultura subsidiam, entre tantos programas relacionados ao ensino, três programas

que contemplam a prática de monitoria voltada à docência, entretanto dois desses

programas estão coordenados diretamente pelas universidades, tais como o PID e o

PIBID e um que está direcionado às escolas públicas que é o caso do programa

Mais Educação, podendo articular com as universidades quando há um interesse

maior entre as secretarias de educação, as escolas públicas e as universidades.

2.5.1. PID: Programa de Iniciação à Docência

O Programa de Iniciação à Docência ou Programa de Monitoria, nasceu da

Lei de reforma universitária em 1996 com a criação da LDB Lei de Diretrizes e

Bases da Educação Nacional. Esta lei no âmbito universitário prevê a figura do

aluno-monitor quando discorre em seu artigo 84 “os discentes da educação superior

poderão ser aproveitados em tarefas de ensino e pesquisa pelas respectivas

instituições, exercendo funções de monitoria, de acordo com seu rendimento e seu

plano de estudos”.

Portanto este programa se configura como uma estratégia de apoio ao ensino

superior (FRISON e MORAES, 2010). Atualmente é desenvolvido e repensado para

atender as necessidades educacionais nas universidades federais em todo o país.

2.5.2. PIBID: Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à docência

Para estreitar o vínculo entre universidades e Escolas públicas no âmbito

nacional foi criado e regulamentado, através do decreto 2406/10, o Programa

Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID).

O referido programa tem como objetivos:

Incentivar a formação de docentes em nível superior para a educação básica; Contribuir para a valorização do magistério; Elevar a qualidade da formação inicial de professores nos cursos de licenciatura, promovendo a integração entre educação superior e educação básica; Inserir os licenciandos no cotidiano de escolas da rede pública de educação, proporcionando-lhes oportunidades de criação e participação em experiências metodológicas, tecnológicas e práticas docentes de caráter inovador e interdisciplinar que busquem a superação de problemas identificados no processo de ensino-aprendizagem; Como incentivar escolas públicas de educação básica, mobilizando seus professores coformadores dos futuros docentes e tornando-as protagonistas nos processos de formação inicial para o magistério; Contribuir para a articulação entre teoria e prática necessárias à formação dos docentes,

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elevando a qualidade das ações acadêmicas nos cursos de licenciatura. (http://www.capes.gov.br/educacao-basica/capespibid)

Sob as orientações de um docente da licenciatura e de um professor da

escola os estudantes são inseridos no contexto das escolas públicas a fim de

desenvolverem atividades didático-pedagógicas.

As modalidades de bolsa instituídas pelo PIBID são para estudantes de

licenciatura, professores de escolas públicas da educação básica, professores de

licenciatura que subcoordenam os subprojetos e o professor de licenciatura que

coordena o PIBID. Atualmente, participam do PIBID 195 Instituições de Educação

Superior de todo o país que desenvolvem 288 projetos de iniciação à docência em

aproximadamente quatro mil escolas públicas de educação básica. Com o edital de

2012, o número de bolsas concedidas atingiu 49.321, o que representa um

crescimento de mais de 80% em relação a 2011.

No que concerne o programa com o ensino de música no contexto do Rio

Grande do Norte, o estado se destaca como pioneiro desse programa implantando a

música. “O Rio Grande do Norte foi o único estado que participou com essa

disciplina no projeto, em todo o país” (GUANAIS, 2011, p.175). As atividades dos

bolsistas “consistiram essencialmente da observação do trabalho da professora em

sala, com eventuais intervenções auxiliares, para esclarecimento, exemplificação ou

demonstração”. (GUANAIS, 2011, p.177).

2.5.3. Programa Mais educação

O “Mais Educação” é um programa realizado na educação básica com o

propósito de melhorar o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) e

consequentemente promover a integração das disciplinas curriculares com

diferentes campos do conhecimento e práticas socioculturais. O referido programa

possibilita a ressignificação do aluno no ambiente escolar e no contexto social.

O Programa Mais Educação foi criado pela Portaria Interministerial nº

17/2007, aumenta a oferta educativa nas escolas públicas por meio de atividades

optativas que foram agrupadas em macrocampos como acompanhamento

pedagógico, meio ambiente, esporte e lazer, direitos humanos, cultura e artes,

cultura digital, prevenção e promoção da saúde, educomunicação, educação

científica e educação econômica. As atividades tiveram início em 2008, com a

participação de 1.380 escolas, em 55 municípios, nos 27 estados brasileiro para

beneficiar 386 mil estudantes.

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As escolas beneficiárias também recebem conjuntos de instrumentos

musicais e rádio escolar, dentre outros; e referência de valores para equipamentos e

materiais que podem ser adquiridos pela própria escola com os recursos

repassados.

A atribuição do monitor nesse programa consiste em:

planejar e executar as atividades (oficinas) do programa; participar das reuniões com os pais para informar do progresso e deficiências dos alunos; desenvolver as atividades e (re) organizar ações pedagógicas quando necessário para o êxito das oficinas; assinar a folha de frequência do monitor do programa mais educação podendo o mesmo ser substituído se não estiver desempenhando suas atividades a contento; informar ao coordenador do Mais Educação a ausência de alunos faltosos para serem tomadas as devidas providências; zelar pela funcionalidade do Programa e integridade dos alunos durante a execução do mesmo; elaborar relatório mensal das atividades realizadas nas oficinas registrando inclusive com fotos; Elaborar os planos de ação pedagógico junto aos coordenadores de acordo com o projeto politico pedagógico da escola; Participar das capacitações ofertadas pela coordenação do programa ou pela coordenação da Diretoria Regional. Encaminhar as folhas de frequência mensal dos alunos para o coordenador. (Manual do Programa Mais Educação Sergipe)

Para o desempenho das atividades de monitoria o programa conta com a

participação de estudantes universitários, pessoas da comunidade com habilidades

apropriadas, como por exemplo, mestre de capoeira, instrutor de Judô, agricultor,

etc. Pode atuar como monitor estudantes da EJA e do ensino médio.

Porém, o programa não foi totalmente adequado para se incluir nas escolas

em todo o território brasileiro. Algumas dificuldades como a falta de espaço físico no

próprio ambiente escolar, a escassez do contingente de pessoal habilitado para

desenvolver oficinas de música com experiência e formação na área de atuação, até

mesmo musical, e de uma perspectiva artística e pedagógica ainda são presentes

no contexto nacional. Pois como PENNA (2011, p.149) observa “É lícito questionar,

portanto, se a experiência com aulas de violão e teclado capacitaria esse monitor a

se encarregar de uma atividade de percussão”. A autora ainda revela um problema

encontrado pelo monitor “sua fala demonstra uma visão bastante circunstancial da

proposta do Mais Educação, sem qualquer objetivo propriamente pedagógico”

(PENNA 2011, p.149).

2.6. Atribuições do monitor

Dentre muitas responsabilidades atribuídas a figura do professor cabe ao

monitor compartilhar atribuições em sua ação, uma vez que, essas nortearão toda

sua prática docente. São atribuições do monitor:

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Cumprir a carga horária estabelecida, executar integralmente o programa proposto pelo professor-orientador, ler e elaborar fichamentos de leitura, auxiliar na pesquisa bibliográfica de temas e/ou de materiais didáticos de apoio, acompanhar as atividades acadêmicas previstas no cronograma da disciplina, acompanhar as orientações do professor, aos alunos da disciplina, entre outras, participar com o professor-orientador no estabelecimento de estratégias que despertem interesse na execução de levantamentos bibliográficos, participar na organização e agendamento de orientações individuais referentes ao conteúdo da disciplina, participar na coordenação de atividades individuais e grupais realizadas em sala de

aula. (PEREIRA 2007, p.73, 74)

Logo, entende-se que essas atribuições servirão de conhecimento elementar

para que o monitor construa sua futura prática docente e assim possa também

contribuir no desenvolvimento de futuros professores.

2.7. Papel do monitor

O monitor pode assumir diversos papéis. Isso dependerá da instituição de

ensino ou das circunstâncias eventuais que o levem a adotar uma postura que

possibilite ações eficazes em determinados contextos de ensino.

2.7.1. Monitor como cooperador

O apoio mútuo entre alunos é reflexo de uma estratégia de monitoria

cooperativa favorecendo o aprendizado e ampliando a interação dos mesmos, pois

SLAVIN (1990) ressalta que as pesquisas sobre aprendizagem cooperativa vêm

mostrar como os alunos aprendem com seus colegas, representando uma rica

estratégia de se estimular esse apoio mútuo. NUNES (2007, p. 53) ressalta que o

monitor “é um aluno, participa da cultura própria dos alunos, que tem diferenças com

a dos professores. A interação daquele com a formação dos alunos da disciplina

tende a favorecer a aprendizagem cooperativa”

2.7.2. Monitor como assistente

O monitor como assistente contribui com o professor, auxiliando no repasse

das informações sobre o ritmo da turma, seus interesses, sobre conteúdos, como

também nas atividades laboratoriais, ou solicitadas pelo professor, pois NUNES

observa (2007, p.52) “diante de turmas numerosas, fica difícil para o professor dar

assistência a todos os alunos, principalmente quando assume várias

turmas/disciplinas”. E continua tratando dessa assistência quando diz “os problemas

vivenciados pelos alunos devem ser compartilhados com o monitor” NUNES (2007,

p.52).

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2.7.3. Monitor no espaço virtual

É imprescindível que o monitor tenha domínio e faça uso das novas

tecnologias para auxiliar o professor no universo virtual, já que hoje em dia há, cada

vez mais, a necessidade de utilizar recursos tecnológicos para favorecer o processo

de ensino aprendizagem. Para tanto:

O trabalho do monitor não precisa ocorrer apenas na forma presencial. Se o professor usa, por exemplo, um ambiente virtual de aprendizagem ou recursos da internet, como e-mail, chat ou fórum, as atividades de apoio à aprendizagem dos alunos poderiam acontecer a distância. Por exemplo, o professor pode criar fóruns de discussão de temáticas abordadas em sala, deixando o monitor como moderador e mediador do fórum. (NUNES 2007)

Dessa forma o ambiente virtual amplia e possibilita a prática de monitoria

atuar nos mais diversos meios de comunicação não devendo apenas o professor

fazer uso exclusivo em comunicação com a turma, mas insere o monitor como mais

um agente no processo de ensino aprendizagem da turma.

2.7.4. Monitor como pesquisador

A pesquisa deve permear a atividade do monitor, uma vez que a mesma faz

parte da rotina acadêmica, sendo uma atividade essencial em toda a prática

docente. NUNES (2007) afirma que a pesquisa feita em parceria com o professor

durante o planejamento da aula, possibilita novas abordagens e inovações

metodológicas além de contribuir com o preparo de material para a aula. O autor

ainda afirma que: O monitor deve ser envolvido nas pesquisas de seu orientador e,

inclusive, em investigações sobre o próprio ensino de graduação (NUNES 2007).

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3. METODOLOGIA

Para a realização dessa pesquisa foram feitos vários procedimentos que

contribuíram na escrita desse trabalho. Incialmente foi realizada uma pesquisa junto

a um rico material que possibilitou um aprofundamento a respeito do que vem a ser

a prática da monitoria, desde aspectos históricos a concepções que alicerçam esta

prática.

Nesse processo de busca de informações foram achados decretos e Leis que

regulamentam a prática de monitoria em território brasileiro e colhidos documentos,

como a Lei do município de Goianinha que regulamenta a prática de monitoria

desenvolvida pela Secretaria de Cultura e consequentemente da Escola Municipal

de Música Claudionor de Oliveira. Esta lei encontra-se anexada ao trabalho para

dirimir dúvidas ou para consulta que o leitor venha a realizar.

Posteriormente, foi elaborado um formulário, que serviu de roteiro para as

entrevistas, com nove perguntas abertas para ser aplicado oralmente com os

monitores da Escola Municipal de Música Claudionor de Oliveira, as entrevistas

foram realizadas com cada monitor em particular favorecendo a obtenção de dados

importantes para minha compreensão acerca do que o exercício da monitoria

significa para eles. De acordo com Gil (2008, p.109) pode-se definir entrevista como

“a técnica em que o investigador se apresenta frente ao investigado e lhe formula

perguntas, com o objetivo de obtenção dos dados que interessam à investigação”.

As entrevistas foram realizadas na escola de música nos horários de

intervalos entre os turnos nos meses de maio e junho. Um fator que ajudou a

realização de algumas entrevistas foi a participação dos monitores no recital junino,

pois realiza-se o ensaio geral com todos professores e monitores da escola e essa

ocasião possibilitou o encontro com alguns monitores que ainda não haviam sido

entrevistados.

Para o registro das entrevistas foi utilizado um aparelho MP4 com recurso de

gravação externa. Logo após foram transcritas as falas mantendo a integralidade

das respostas. Em seguida foi realizada a análise das mesmas, visando

compreender o que eles pensam e/ou prospectam da monitoria, da carreira como

docente em música ou da área de performance musical.

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4. ESCOLA MUNICIPAL DE MÚSICA MAESTRO CLAUDIONOR DE

OLIVEIRA

4.1. Informações gerais e históricas

A Escola Municipal de Música Maestro Claudionor de Oliveira, situada no

município de Goianinha - RN, a aproximadamente 50 km de Natal, é subsidiada pela

prefeitura local, e esta localizada na Rua Cel. Manoel Otoni, 368, próximo à BR101,

centro. Sua estrutura física compreende um prédio que dispõe de quatro salas de

aulas, um banheiro, uma cozinha, duas salas para guarda de instrumentos, materiais

de limpeza e de alimentação, uma sala que funciona a secretaria e a coordenação e

uma área de recepção com formato em L. Das salas de aulas, duas não possuem

portas para isolar os sons do corredor e das salas vizinhas, três são climatizadas

apenas com ventiladores e todas possuem quadros brancos.

Inicialmente a escola começou com um PETI (Programa de Erradicação do

Trabalho Infantil), oferecendo atividades musicais de canto coral e aulas de violino,

posteriormente foram oportunizando outras modalidades de instrumentos de acordo

com a demanda e contratação de novos professores. O horário de funcionamento é

a partir das 8h às 12h e das 13h às 17h, de segunda à sexta.

Por ser subsidiada pelo município a escola de música oferece um lanche nos

turnos da manhã e tarde atendendo uma clientela de aproximadamente 350 alunos,

passando por todas as faixas etárias e socioeconômicas, incluindo também, pessoas

com deficiências. Esse último público representa a minoria em relação ao número

total de alunos.

Atualmente as atividades da escola de música foram ampliadas para atender

uma demanda crescente que a escola de música não comporta, uma vez que iniciou

a prática de coral infantil com crianças de um PETI e o número de vagas vem

aumentando, por isso a mesma, nesse ano de 2013, recebeu um anexo chamado

Whoeslly Caniggia, localizado na rua David Simonetti nº31 no Centro de Goianinha

Esse anexo ofereceu outras oportunidades para o público trabalhador adulto, pois

funciona à noite também até às 21h e contempla vagas para deficientes, já que esse

prédio está adaptado para atender os mesmos.

4.2. Corpo pedagógico

A escola é constituída por um corpo docente de dez professores, nove

monitores, dois coordenadores responsáveis pela escola e o anexo, um porteiro,

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duas ASG. Os professores que integram o corpo docente da escola apresentam

níveis de formação diferenciada, sendo três licenciados em música, dois bacharéis

em música, um com nível técnico em música e os demais apenas com a experiência

profissional artística e de ensino. Essa realidade vem mudando, uma vez que dois

entre os demais professores já se encontram cursando a licenciatura em música na

UFRN. Um coordenador possui graduação em Serviço Social e outro tem nível

técnico em administração.

A escola não possui um projeto político pedagógico. O professor é quem

define o programa da sua disciplina e procura adaptar conforme a necessidade dos

alunos. Não há reuniões de planejamento pedagógico semanalmente, porém a cada

semestre é feita uma reunião que procura resolver questões e problemas

enfrentados no período corrente. Outro assunto a definir é o calendário das

apresentações como recitais e concertos e quais professores ficarão responsáveis

pelos mesmos, desde a concepção artística à produção.

Hoje a escola está em seu quinto ano de atividade musical e pedagógica. A

coordenadora, que tem a formação na área de Serviço social, articula e consegue

apoio com outras secretarias e terceiros para a realização de várias atividades que a

escola promove. Devido aos avanços que a escola obteve durante o período de sua

existência, hoje, vem colhendo frutos, pois alguns alunos já foram aprovados em

processos de seleção para o curso técnico em música bem como para a licenciatura

na UFRN.

4.3. Do curso, do ingresso na escola de música e dos discentes

O curso de música na referida escola tem uma duração de três anos, mas

varia de acordo com o instrumento de habilitação. São oferecidos os cursos de

violão, guitarra, violino, viola, violoncelo, contrabaixo acústico e elétrico, bateria,

flauta doce e transversal, clarineta, saxofone, trombone, trompete e teclado.

Inicialmente os alunos têm dois encontros semanais um com a Aula Prática e outro

com a aula de Linguagem e Estruturação Musical. Cada aluno pode cursar apenas

um instrumento por vez.

A seleção dos alunos se dá por entrevista, a qual o professor seleciona os

candidatos que apresentarem maior motivação e disponibilidade para o estudo da

música. A escola de música não faz distinção em relação ao gênero para o ingresso

do aluno nas habilitações oferecidas, mas se já possui o próprio instrumento, neste

caso para instrumentos de custo baixo, o que facilitará um bom aprendizado. Outro

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fator relevante para o ingresso na escola de música é se o candidato reside em

Goianinha, pois as vagas são preferencialmente ofertadas para o público local.

Ao ingressar na escola o aluno fica ciente das normas, dos processos de

avaliação e apresentações que deve cumprir. Semestralmente os alunos fazem duas

avaliações para cada disciplina e às vezes dependendo do calendário participam de

audições e recitais que a escola promove. Essas audições e recitais têm caráter

avaliativo também.

Os alunos recebem fardamento que consiste de uma camisa com

identificação da escola de música e da prefeitura sendo a mesma fornecida pela

prefeitura local. O fardamento é de uso obrigatório nas dependências da escola,

tanto para aulas quanto para ensaios, caso o aluno esteja nessa atividade. Além do

fardamento os alunos recebem cópias de repertório, conteúdos e exercícios das

aulas de Linguagem e estruturação Musical sem que eles tenham despesas com

isso. O professor solicita com antecedência a reprodução das cópias junto à

coordenação e um funcionário do apoio reproduz o material no prédio da prefeitura

local. Isso tem agilizado e facilitado a entrega desse material para os alunos.

A disciplina de Linguagem e Estruturação Musical é qualificada pelos alunos

como “pouco atrativa”. Eles inicialmente frequentam a disciplina para assegurar a

vaga, já que a escola não permite que o aluno curse apenas a aula prática no

instrumento. Havia um alto índice de reprovação nessa disciplina, pois a mesma

antes era ministrada por um único professor. É perceptível um enfoque dos alunos

pela aula prática a de linguagem e estruturação musical.

No início do ano de 2013, a coordenação da escola juntamente com os

professores e monitores decidiram, em reunião, que o professor da aula prática é

quem também ensinará o conteúdo teórico para seus alunos, com isso verificou-se

um estreitamento entre o conhecimento teórico e a prática instrumental. Essa

mudança contribuiu para um melhor aproveitamento dos alunos no curso como um

todo.

Outro fator que veio a contribuir para um bom aproveitamento dos alunos na

disciplina teórica foi a aprovação de alguns alunos e monitores em instituições de

ensino técnico e superior em música, desde então a escola passou a ser vista como

um referencial, sendo valorizada e reconhecida pelo curso que oferece.

No segundo semestre desse ano de 2013, o professor de violão sugeriu que

fosse criado um email para ser usado juntamente com os alunos de violão e guitarra,

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para que os mesmos tivessem um acesso mais rápido à informação da aula,

repertório cifrado, exercícios da disciplina teórica, priorizando o aprendizado musical.

Isso resultou um estreitamento entre o professor e os alunos no sentido da troca das

informações e dúvidas.

Durante o curso os alunos que apresentam bom desempenho podem ser

convidados para integrar os grupos musicais da escola. Ao término do curso o aluno

tem uma formação básica no instrumento e na Linguagem e Estruturação Musical,

após essa formação o mesmo é certificado pela escola e secretaria de cultura, uma

vez que a escola de música está subordinada a secretaria.

É permitida a matrícula do aluno na instituição por mais tempo quando o

mesmo deseja estudar outra habilitação, quando precisa de uma orientação

pedagógica ou musical para realizar concurso ou quando continua integrado a algum

grupo musical da escola de música.

4.4. Das bolsas de estudo e monitoria

O sistema educacional do município de Goianinha abrange cerca de nove mil

alunos, oriundos da rede pública e privada. Observei que o governo local tem

priorizado o desenvolvimento cultural, pois vem contemplando várias modalidades

de bolsas de estudos para alunos da rede pública, distribuídas entre os vários

segmentos educacionais, dentre os quais estão a Bolsa Talento e Bolsa Monitoria.

Os alunos que estudam em escola pública podem concorrer a “Bolsa Talento”

no valor de R$ 100,00 para auxiliar no estudo do seu instrumento e custear

despesas, pois a bolsa é destinada para a compra do próprio instrumento ou outros

acessórios e materiais que o aluno precisar, a fim de ter um melhor desempenho em

sua formação musical. A bolsa é disponibilizada para a escola de música, através da

secretaria de cultura. A coordenação da escola articula com o corpo docente quais

habilitações serão contempladas e os professores indicam através de relatório os

alunos que serão contemplados pela bolsa. Nesse relatório constam observações do

professor em relação ao aproveitamento do aluno nas disciplinas prática e teórica,

sua disponibilidade para atuar junto a (os) um grupo(s) da escola de música e

orientações para que aquele aluno seja contemplado com a bolsa.

Essa bolsa é mais uma iniciativa da prefeitura de Goianinha para fomentar e

incentivar a cultura local. A bolsa não é permitida para alunos que residem em

outros municípios, mesmo que estes estejam estudando na escola de música.

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Outra bolsa existente na referida escola é a de monitoria, a qual foi

regulamentada pela Lei Municipal 1267/2011. Os monitores que atuam na escola

são alunos que já atingiram um nível de conhecimento suficiente para a sua prática

e ficam sob a orientação dos professores e responsabilidade de ensinar a alunos

iniciantes. Vale ressaltar que esses monitores se apresentam em recitais e integram

os grupos musicais da escola como Orquestra Jovem, Orquestra de Violinos, Banda

Marcial Hudson Lisboa, Orquestra de Violão, Coral Corangelis.

Os monitores também são responsáveis pelos ensaios dos grupos juntamente

com o professor regente. Auxiliam o professor na afinação dos instrumentos,

preparação do espaço para a realização do ensaio e até a guarda dos instrumentos.

Chegou ao ponto de o monitor ter que na ausência do professor ser o responsável

pelo grupo em determinadas apresentações, mas sempre estão presentes nas

apresentações os coordenadores e pessoal de apoio da escola de música.

Quando há ofertas de bolsas de monitoria a secretaria de cultura informa a

coordenação da escola e a mesma tem autonomia para decidir, de acordo com a

necessidade maior, qual instrumento será contemplado. A escola de música não

procura divulgar essa bolsa, o professor é quem orienta seus alunos sobre essa

oportunidade de bolsa, com isso os alunos procuram demonstrar mais empenho, no

sentido de serem escolhidos para atuarem como monitor.

É através de um relatório elaborado pelo professor e entregue a coordenação

da escola de música que será escolhido o aluno que virá a ser monitor. Nesse

relatório constam observações que o professor faz do aluno, desde seu ingresso na

escola de música, seu aproveitamento nas disciplinas de prática e teoria, sua

conduta como indivíduo, disponibilidade para atuar como monitor, participação em

grupos musicais na escola de música e encerra justificando e orientando que esse

aluno seja o monitor da habilitação. Esse documento serve como parecer, o qual

será aprovado ou não pela coordenação da escola de música.

A coordenação da escola de música entende que o professor é a melhor

pessoa para a escolha desse futuro monitor, pois é ele quem acompanha o

desenvolvimento dos alunos.

4.5. Dos grupos musicais

Atualmente a escola possui várias formações de grupos o Coral Juvenil

Corangelis, Orquestra Jovem, Orquestra de Violinos, Orquestra de Violões, Banda

Marcial Hudson Lisboa. Esses grupos são permanentes e realizam ensaios

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semanalmente, porém há outras formações musicais que aparecem de acordo com

a necessidade. Os grupos citados acima têm dado visibilidade ao município, uma

vez que são cada vez mais solicitados em apresentações pelo estado do Rio Grande

do Norte.

No ano de 2011 o coral foi presenteado com uma gravação de um CD e no

ano seguinte a Orquestra de Violinos. Essas gravações foram custeadas pela

Prefeitura de Goianinha, o que comprova que a mesma vem incentivando cada vez

mais a cultura local, valorizando seus artistas e o cenário cultural da cidade.

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5. ANÁLISE DAS ENTREVISTAS

Conforme análise das entrevistas com os alunos monitores da Escola

Municipal de Música Claudionor de Oliveira, no município de Goianinha/RN,

observou-se que os mesmos encontram-se na faixa etária entre 17 anos e 27 anos.

Constatou-se também que os monitores atuam conforme seu instrumento de

habilitação, os quais compreendem: canto, violão, violino, bateria, teclado, saxofone,

guitarra e flauta transversal.

Gráfico 1 – Tempo de Experiência no Instrumento de Habilitação Fonte: Dados Primários, junho 2013

Em relação ao tempo que cada aluno toca o instrumento, constatou-se que

34% tocam o instrumento acima de 6 anos, 33% tocam a 3 anos,11% tocam a 5

anos, 11% tocam a 4 anos e 11% a 2 anos. De acordo com o percentual analisado,

fica evidenciado que os alunos levaram em média de três a quatro anos para

atingirem um nível técnico do instrumento de habilitação.

Quando perguntado o que levou o aluno a ser selecionado para exercer a

monitoria, constatou-se que os alunos haviam sido selecionados em razão do seu

bom aproveitamento musical, interesse, responsabilidade, facilidade de aprender e

interagir com o outro, bem como sua evolução e por se encontrar em um nível mais

elevado que os outros alunos. Corroborando com FRISON e MORAES (2010), a

monitoria compreende uma estratégia de apoio ao ensino em que estudantes mais

adiantados nos programas de formação acadêmica colaboram nos processos de

apropriação do conhecimento de seus colegas.

11%

33%

11%

11%

34%

2 anos

3 anos

4 anos

5 anos

acima de 6 anos

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Gráfico 2 – Conhecimento Sobre o Tema Monitoria Fonte: Dados Primários, junho 2013

Segundo o resultado extraído da pesquisa descrita no gráfico 2, em relação

ao conhecimento prévio do aluno a respeito da monitoria, 78% não sabia o que era

monitoria, apenas 22% tinha certo conhecimento sobre o assunto em questão.

Observa-se pelo percentual apresentado que a maioria dos alunos desconhece o

programa de monitoria, mesmo estudando em uma escola de música e sendo

orientados por monitores.

Essa maioria desconhece o programa de monitoria e os monitores, por

algumas razões como: por a escola não priorizar nenhuma divulgação desse

programa de monitoria aos alunos iniciantes e também quando os mesmos iniciam

os estudos em música na Escola Municipal de Música Maestro Claudionor de

Oliveira, os alunos almejam apenas tocar o instrumento.

Em relação à importância da monitoria para o aluno entrevistado, ficou

evidenciado que essa vivência é importante para o seu aprendizado, uma vez que

possibilita sua iniciação a docência, levando o aluno a por em prática aquilo que

aprendeu em sala de aula, contribuindo para aprimorar técnicas de ensino-

aprendizagem, como também desenvolver novas habilidades, permitindo a

convivência com as diferenças. Para o entrevistado I a monitoria se traduz em

“Desenvolvimento, aprendizagem e por em prática aquilo que eu já aprendi. Poder

22%

78%

Conhecia

Não Conhecia

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passar o que eu sei para outras pessoas e aprender também exercendo essa função

de monitoria”.

O entrevistado A menciona que “Com a monitoria, eu posso desenvolver

técnicas de aprendizagem, de como passar o meu conhecimento, o conhecimento

musical para os meninos ou pra quem quer que seja, que assim esteja interessado.

Com isso eu posso adquirir mais conhecimento”. Observa-se que a monitoria leva o

indivíduo a refletir sobre sua própria prática de ensino e sua futura profissão. Dessa

forma as considerações dos alunos corroboram com o que afirma DIAS (2007, p.43)

sobre a importância da monitoria “o exercício da monitoria se apresenta como de

fundamental importância na direção de uma formação responsável do aluno,

articulando teoria e prática de maneira consistente”.

Quando questionados sobre se a monitoria ajuda o desenvolvimento das

habilidades didáticas, todos os entrevistados declararam que sim, pois a interação

deles com os alunos levam a buscar novos conhecimentos para melhorar sua

prática docente. O entrevistado G afirma que “Sim, como falei, tenho que estudar

mais, tenho que me informar mais não só no meu instrumento, como em outros,

como na história da música e ajuda bastante a questão didática”. Nesse caso a

didática e a pedagogia procuram produzir saberes para compreender e estruturar as

práticas de ensino e de aprendizagem dos alunos (GAUTHIER, 1998).

O entrevistado F respondeu “Com certeza, principalmente com os alunos. Ela

está me ajudando a desenvolver formas diferentes de ensinar cada aluno”.

Evidenciou-se que o aluno adquire uma olhar mais sensível voltado para o aluno e

esse aspecto o tornará um docente que sabe lhe dar com as diferenças existentes

em sala.

No que se refere a importância do professor orientador, todos os alunos

entrevistados ressaltaram a importância do professor no desenvolver da prática

docente, pois segundo os entrevistados o professor serve como suporte nas

atividades desenvolvidas, começando com o planejamento, tirando as dúvidas,

orientando nas técnicas musicais, bem como nas avaliações e acompanhamento

das aulas. Segundo o entrevistado G “Além de ter uma parceria, de ele passar as

coisas pra mim e eu repassar, também tem a questão de ver cada aluno, o seu

nível, a questão de quem está começando agora ou quem já está um pouco

avançado e a gente dividir isso aí, além também do planejamento das aulas que a

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gente senta e ele sempre passa pra mim dependendo de cada nível de cada aluno e

isso é muito importante não só pra mim como para o geral. É como se fosse um

grupo escolar, bem didático”.

O entrevistado B mencionou que “A cada semana nos sentamos juntos eu e

meu professor para fazermos planejamentos de aula, ele me orienta a cada aula

aplicar um novo assunto para os alunos.

Isso está em conformidade com o que NUNES (2007, p.49) orienta quanto ao

papel do professor “necessita envolver o monitor nas fases de planejamento,

interação em sala de aula, laboratório ou campo e na avaliação dos alunos e das

aulas/disciplina”.

Quando indagado sobre o interesse na carreira docente em música, todos os

entrevistados demonstraram pretensão em atuar na área de música como professor

ou como músico. Para a maioria dos entrevistados a motivação para continuar

atuando na área musical é bastante variada, uns acreditam ser um dom herdado,

outros buscam essa atuação como forma de realização de um sonho pessoal, outra

motivação está associada às influências familiares, também evidenciou-se que a

vivência na monitoria despertou e redefiniu o interesse do aluno pela docência em

música, visando uma prospecção futura no contexto educacional, pois como afirma o

entrevistado D “Sim. É um sonho desde criança e agora com a experiência do dia a

dia. Isso tá levando a um patamar cada vez maior. A idade vai passando e o sonho...

e o prazer de estar tocando o instrumento, isso faz com que se torne, por exemplo,

no futuro uma profissão da gente”.

O entrevistado E respondeu “Sim, pois esse é um dom que Deus me deu e

pretendo sim continuar, se Deus quiser, o meu sonho é chegar na UFRN e um dia

eu vou conseguir me formar em música, pois é esse ramo que eu quero seguir para

o resto da minha vida”.

Diante do exposto concordamos com PEREIRA (2007, p79) “a monitoria

constitui-se, portanto, em um dos grandes estímulos ao aprendizado do aluno-

monitor e de iniciação à docência”.

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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Concluímos esse trabalho reafirmando que o programa de monitoria é de suma

importância para a iniciação à docência, uma vez que oportuniza o desenvolver das

práticas pedagógicas, bem como contribui para a melhoria do ensino, abrindo novos

horizontes e perspectivas acadêmicas.

Percebe-se que os textos utilizados, apesar de escassos, foram de fundamental

importância, pois possibilitou uma reflexão a respeito da prática de monitoria, sendo

necessário um olhar mais aprofundado sobre a referida prática, visando ampliar os

conhecimentos, como também subsidiar aqueles que estão inseridos nesse

processo de preparação para a docência.

Pode-se observar que as experiências vivenciadas pelos alunos que participam

do programa de monitoria da escola Municipal de Música Maestro Claudionor de

Oliveira, são relevantes, pois contribuíram de forma significante no amadurecimento

do aluno enquanto pessoa, através da socialização dos indivíduos.

As experiências adquiridas foram de grande importância para o nosso

aprendizado, subsidiando hoje a nossa prática docente na área de música,

possibilitando também o desenvolvimento da prática de monitoria na referida escola,

sendo mediador, tendo a oportunidade de contribuir na capacitação de jovens para o

mercado de trabalho.

Acreditamos ser necessário mais investimento dos governos Federal, Estadual e

Municipal em prol do referido programa, objetivando proporcionar que mais alunos

tenham acesso a essa modalidade de ensino aprendizagem.

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REFERÊNCIA BASTOS, Maria Helena Câmara. O Ensino monitoral/mútuo no Brasil (1827-1854). In STEPHANOU, Maria; BASTOS, Maria Helena Câmara (Org.). Histórias e Memórias da educação no Brasil: século XIX. Petrópolis, RJ: Vozes, 2005. __________. Independências e educação na américa latina: as experiências lancasterianas no século XIX. Cadernos de História da Educação – v.10, n.1 jan/jun. 2011. Disponível em < http://www.seer.ufu.br/index.php/che/article/view/13151 > acesso em 25 de julho de 2013. BRASIL. Artigo 84 da Lei n.9394, de 20 de dezembro de 1996. Dispõe sobre o aproveitamento de discentes exercendo fnção de monitoria na educação superior. Portal da Legislação: Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm > acesso em 01 de junho de 2013. BRASIL. Decreto 66.315 de 13 de março de 1970. Dispõe sobre programa de participação de estudantes em trabalhos de magistério e em outras atividades dos estabelecimentos de ensino superior federal. Portal da câmara: Disponível em <http://www2.camara.gov.br/legin/fed/decret/1970-1979/decreto-66315-13-marco-1970-407756-publicacaooriginal-1-pe.html> acesso em 01 de junho de 2013. CAMPOS, Casemiro de Medeiros. Monitoria: a iniciação à docência. In: ABSIL, Wilhelmus Jacobus (Org.). Pedagogia universitária: reflexões sobre a experiência docente na educação superior. (Temas Pedagógicos, n. 12). Fortaleza: Universidade de Fortaleza, 2004. DIAS, Ana Maria Iorio. A monitoria como elemento de iniciação à docência: idéias para uma reflexão. In: SANTOS, Mirza M.;LINS, Nostradamos M. (Orgs.). A monitoria como espaço de iniciação à docência: possibilidades e trajetórias. Natal, RN: EDUFRN – Editora da UFRN, 2007. FRISON, Lourdes M. B. e MORAES, Márcia A. C. As práticas de monitoria como possibilidades dos processos de autorregulação das aprendizagens discentes. Poíesis Pedagógica, Catalão, v.8, n..2, p.144-158. 2010. disponível em < .uff.br pae inde .php pca article do nload > acesso em 03 de março de 2013. GAUTHIER, Clermont et al. Por uma teoria da pedagogia. Rio Grande do Sul: Unijuí, 1998. GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6ª ed. - São Paulo : Atlas, 2008 Goianinha/RN. Lei municipal 1.267/2011. Dispõe sobre o programa de monitoria. GUANAIS, Danilo. A música e o PIBID. In: MARTINS, André Ferrer P; PERNAMBUCO, Marta Maria Castanho A. (Orgs.). Formação de Professores: interação Universidade – Escola no PIBID/UFRN. Vol. 1. Refletindo sobre os projetos. Natal, RN: EDUFRN – Editora da UFRN, 2011.

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Leopoldo: Editora Unisinos, 1994.

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ANEXOS

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ANEXO A – FORMULÁRIO UTILIZADO NA PESQUISA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

ESCOLA DE MÚSICA

CURSO DE GRADUAÇÃO EM MÚSICA – LICENCIATURA

Formulário utilizado em entrevista realizada com monitores que atuam na Escola

Municipal de Música Maestro Claudionor de Oliveira referente ao trabalho de

monografia: “O papel da monitoria na iniciação a docência em música”.

Entrevistador: Sandro Roberto Gomes Rodrigues data _____/ _____/ _____

Entrevistado: __________________________________________

1. Idade.

2. Instrumento de habilitação.

3. Tempo que toca o instrumento.

4. Por que você acha que foi escolhido para ser monitor?

5. Você tinha conhecimento do que era a monitoria?

6. Qual a importância da monitoria para sua vida?

7. A monitoria está te ajudando a desenvolver suas habilidades didáticas?

8. Qual o papel do seu professor orientador junto a sua prática?

9. Você pensa em seguir carreira docente em música? Se sim, por quê?

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ANEXO B – LEI MUNICIPAL

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ANEXO C – FOTOS DOS MONITORES

Monitor de violão, João Batista com aluna deficiente visual – novembro/2013

Monitor de teclado, José Eduardo – novembro/2013

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Monitor de guitarra elétrica, Tony Joabe – novembro/2013

Monitores Kerginaldo e Jadson tocando saxofones na Banda Hudson Lisboa

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Monitores de violino Douglas e Carlos Eduardo